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-P M PE

Polícia Militar do Estado de Pernambuco

Girlan Almeida Dos Santos


sqterapeutagirlan@gmail.com

Soldado PM
HP151916827058188

Portaria Conjunta SAD/SDS Nº 83 de 07 de Junho de 2018

CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


INFORMAÇÕES

Apostila: Polícia Militar do Estado de Pernambuco - PM-PE

Cargo: Soldado PM

(Baseado na Portaria Conjunta SAD/SDS Nº 83 de 07 de Junho de 2018)

• Conhecimentos de Língua Portuguesa


• Conhecimentos de Matemática
• Conhecimentos de Geografia
• Conhecimentos de História
• Conhecimentos de Direitos e Garantias Fundamentais

Autoria de edição desta Apostila:


Thiago Lima
Emmanuelly Santos
Girlan Almeida Dos Santos
sqterapeutagirlan@gmail.com
Observações: Esta Apostila é apenas umHP151916827058188
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APRESENTAÇÃO

PARABÉNS! ESTE É UM GRANDE PASSO PARA SUA APROVAÇÃO.

Temos como objetivo principal, auxiliar todos aqueles que


assim como nós, estão objetivados nos estudos para
concurso públicos da área policial e/ou militar.

Nossa confiança está no Senhor:


Confiar em Deus é acreditar no Seu amor, é saber que a
Sua vontade é o melhor para nós. Quando nós confiamos,
entregamos nas Suas mãos as nossas preocupações e
sonhos.
Se a nossa confiança está em Deus, podemos ter a certeza
que estamos seguros, porque Ele não falha!

Vem com a gente, pois foguete não tem ré!


Girlan Almeida Dos Santos
sqterapeutagirlan@gmail.com
Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida!
HP151916827058188
Obrigado e bons estudos!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema ............................................................................................................................................................................................... 01


Estrutura das Palavras ................................................................................................................................................................................... 04
Classes de Palavras e suas Flexões............................................................................................................................................................ 07
Ortografia ..................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação ...................................................................................................................................................................................................... 47
Pontuação......................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal................................................................................................................................................................ 52
Regência Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período................................................................................................................................................................................ 63
Sintaxe da Oração e do Período ................................................................................................................................................................ 63
Termos da Oração.......................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação .................................................................................................................................................................... 63
Crase .................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal.................................................................................................................................................................................. 74
Significado das Palavras ............................................................................................................................................................. 76
Interpretação Textual .................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual ............................................................................................................................................................................................ 85
Gêneros Textuais ............................................................................................................................................................................................ 86
Coesão e Coerência ....................................................................................................................................................................................... 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas..................................................................................................................................... 88
Estrutura Textual............................................................................................................................................................................................. 90
Redação Oficial ............................................................................................................................................................................ 91
Funções do “que” e do “se” ...................................................................................................................................................................... 100
Variação Linguística. .................................................................................................................................................................................... 101
O processo de comunicação e as funções da linguagem................................................................................................................ 103
Girlan Almeida Dos Santos
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LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais deDos


Girlan Almeida um fonema.
SantosA letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
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- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame HP151916827058188
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: tó x i c o
1234567 123456

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: galho


1234 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

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Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais


Girlan Almeida Dos Santos
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, sqterapeutagirlan@gmail.com
não são vogais.
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
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só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

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Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
Girlan Almeida Dos Santos
en lenda
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/ĩ/ im limpo
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in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

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Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
claro”.
das as palavras da sequência.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente. que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo. Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonemaGirlan
representado
Almeida DosRadical,
Santos lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada: tador de significado. É através do radical que podemos for-
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(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/ mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ –HP151916827058188
Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

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• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo- azeite, cavalo.
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti- Processos de Formação de Palavras
vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação =Girlan
partir). Almeida Dos Santos
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In feliz des leal
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
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Prefixo radical prefixo radical
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados Feliz mente leal dade
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não Radical sufixo radical sufixo
apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
deriva da conjunção porque) coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
do verbo olhar). ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença de 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é for-
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) A) sufixação
Composição B) prefixação
C) parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais D) justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de E) aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição: ocorre quando os elementos que for- prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos- prefixação).
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
girassol. Girlan Almeida Dos Santos
RESPOSTA: “B”.
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Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
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mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
alta), vinagre (vinho + acre).
um exemplo de:
a) palavra composta
Outros processos de formação de palavras:
b) palavra primitiva
c) palavra derivada
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. d) neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

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LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente
Girlan Almeida exemplo:
Dos SantosVi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
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de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
HP151916827058188
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
de criança pueril Observe alguns deles:
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos


Girlan Almeida Dos Santos
sqterapeutagirlan@gmail.com
Os adjetivos concordam com o substantivo aHP151916827058188
que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro. rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
apresenta as seguintes modalidades:
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo Girlan Almeida de
Dospalavras
Santos que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
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Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
HP151916827058188
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”. todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe- todas.
rioridade Sintético
* Note bem:
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


Compare estes exemplos:
bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
Girlan Almeida além,
Dos lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
Santos
O ônibus chegou ontem.
aonde,
sqterapeutagirlan@gmail.comlonge, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
HP151916827058188
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.
Girlan Almeida Dos Santos
* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
sqterapeutagirlan@gmail.com
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o HP151916827058188
“bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Girlan Almeida DosAlém da preposição, há outra palavra também invariá-
Santos
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
sqterapeutagirlan@gmail.com
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
HP151916827058188
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

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Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
função gramatical. Subdividem-se em: a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como,
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
Girlan Almeida que,
DosaSantos
menos que, sem que, etc.
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se
Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
sqterapeutagirlan@gmail.com
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já...
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. HP151916827058188
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

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O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. Girlan Almeida do
Dos Santos
que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
sqterapeutagirlan@gmail.com
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni-
HP151916827058188 Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres- b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história,
Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

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Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio! Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa! numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
Girlan Almeida Dos Santos
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
sqterapeutagirlan@gmail.com
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
HP151916827058188
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
se trata de um processo natural desta classe de palavra,
trata de numerais, mas sim de algarismos.
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
Locução Interjetiva
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

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- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se Girlan
em gênero e
Almeida “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
Dos Santos
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
sqterapeutagirlan@gmail.com
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
HP151916827058188
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.

- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

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Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimoGirlan
oitavo Almeida Dos
- Santos dezoito avos
dezenove décimo nono -
sqterapeutagirlan@gmail.com dezenove avos
vinte vigésimo HP151916827058188
- vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
gramaticais que podem atuar como preposições, GirlanouAlmeida
seja, DosCausa = Chorei de saudade.
Santos
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
sqterapeutagirlan@gmail.com
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto. HP151916827058188
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va- Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

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Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
- 1.ª pessoa do plural: nós
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica,
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a
Em termos morfológicos, os pronomesGirlansão palavras
Almeida omissão
Dos Santos
do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- dá porque as próprias formas verbais marcam, através de
sqterapeutagirlan@gmail.com
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a HP151916827058188
referência suas desi- nências, as pessoas do verbo indicadas pelo
através do pronome seja coerente em termos de gênero pronome reto:Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
tônicos.
Pronomes Pessoais
Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

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* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmoGirlan tempo Almeida
que a Dos Santos
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
fiz + o = fi-lo Ele carregava o documento consigo.
sqterapeutagirlan@gmail.com
fazeis + o = fazei-lo HP151916827058188
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

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- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
Pronomes de Tratamento
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
soa. Alguns exemplos: Girlan Almeida do
Dos texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
Santos
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duquessqterapeutagirlan@gmail.com
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais HP151916827058188
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

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* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
Girlan Almeida zer
Dosreferência
Santos a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
sqterapeutagirlan@gmail.com
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: VouHP151916827058188
seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu. puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

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- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém- São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
Almeida certo),
Girlan tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
Dos Santos
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
sqterapeutagirlan@gmail.com
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidadeHP151916827058188
é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

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Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


Girlan
- O pronome “que” é o relativo de mais largo Almeida pre
emprego, Dosprecedido
Santos de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal.sqterapeutagirlan@gmail.com
Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu
HP151916827058188 (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações).
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. Girlan Almeida sas
Dos e edifícios,
Santosdispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
sqterapeutagirlan@gmail.com
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não HP151916827058188
sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010.
existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
Substantivo res do mundo real e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas
dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
Girlan Almeida Dos Santos
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha
sqterapeutagirlan@gmail.com ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete
HP151916827058188 flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra
Girlané Almeida
variá- Dos Santos
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
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exemplo, pode sofrer variações para indicar:
HP151916827058188
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e * Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns:
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura. Girlan Almeida frente
Dos Santos
de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
sqterapeutagirlan@gmail.com
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
HP151916827058188
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros.
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
os personagens dos contos de carochinha. nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

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Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara- - Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
Girlan Almeida da
Dos- peixes-espada.
Santos
sqterapeutagirlan@gmail.com
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras:
HP151916827058188
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras. o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, gi- * Observação: numerais substantivados terminados
rassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmeque- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

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Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Girlan Almeida Dos Santos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
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Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte,
HP151916827058188 o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-
Este jogador faz gols toda vez que joga.
do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa-
Girlan Almeida Dos- Santos
Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-)
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* Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática HP151916827058188
que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática -
fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser Almeida


Girlan usados como
Dosverbos pessoais na linguagem figurada:
Santos
Teu irmão amadureceu bastante.
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O que é que aquela garota está cacarejando?
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Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).
Girlan Almeida Dos Santos
- Auxiliares: São aqueles que entram sqterapeutagirlan@gmail.com
na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
HP151916827058188
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
Girlan Almeida Dos Santos
ser ele
sqterapeutagirlan@gmail.com
sermos nós
HP151916827058188
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.


estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

34

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LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
Girlan Almeida Dos Santos
ja houvesse houver
sqterapeutagirlan@gmail.com
hajas houvesses houveres
HP151916827058188 há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

35

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LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos Girlan Almeida Dos Santos
Vós vos arrependeis sqterapeutagirlan@gmail.com
Eles se arrependem HP151916827058188
2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
Girlan
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar Almeida
jogando futebol.Dos Santos
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!sqterapeutagirlan@gmail.com
HP151916827058188
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
Girlan Almeida Dos Santos
No próximo final de semana, faço a prova!
sqterapeutagirlan@gmail.com
faço = forma do presente indicando futuro (HP151916827058188
= farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM Dos Santos partIAM
Girlan Almeida
sqterapeutagirlan@gmail.com
Futuro do Presente do Indicativo
HP151916827058188
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39

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LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1. ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1. ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1. ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal


1. ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
Girlan Almeida Dos Santos
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE
sqterapeutagirlan@gmail.com Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE
HP151916827058188 S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

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LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Girlan Almeida Dos Santos
Que nós cantemos Não cantemos nós
sqterapeutagirlan@gmail.com
Que vós canteisHP151916827058188
Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
Temos: faz, haver, têm.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos
Girlan Almeida DosRESPOSTA:
E) Esse homem possue muitos bens = possui Santos “A”.
RESPOSTA: “B”. sqterapeutagirlan@gmail.com
Vozes do Verbo
HP151916827058188
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância. que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não no conflito porque as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados -se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Girlan Almeida Por
Dosexemplo:
SantosPrejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
sqterapeutagirlan@gmail.com
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- ** Saiba que:
ção das frases seguintes: HP151916827058188
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam. SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato- em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser Girlan Almeida Dos*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
Santos
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
sqterapeutagirlan@gmail.com
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada HP151916827058188C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem S e não Z
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Girlan Almeida Internet,
Dos Santoso endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem. sqterapeutagirlan@gmail.com
Informações importantes
HP151916827058188
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
tixa. Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, masAlmeida
Girlan algu- Dos Santos
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
sqterapeutagirlan@gmail.com
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará.HP151916827058188
ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro-
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

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Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que das as frases abaixo,
todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua eleitoral.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. II. A zona eleitoral ficava 200 metros de um
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel a lei seca.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o delito.
1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014)
II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
posto policial. (= aproximadamente)
todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
lacione com infrator)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
carro. (de grande vulto, volumoso)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.Girlan Almeida Dos Santos
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
sqterapeutagirlan@gmail.com
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
HP151916827058188
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

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Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
paranóico paranoico
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, Acento Diferencial
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
ra – Atlântico – pêsames – supôs . Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen- e/ou tempos verbais. Por exemplo:
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle- de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
riano (de Müller) tivo do mesmo verbo).
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo- Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
Regras fundamentais para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Girlan Almeida Dos Santos Os demais casos de acento diferencial não são mais
Palavras oxítonas: utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
sqterapeutagirlan@gmail.com
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
HP151916827058188
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: “para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se- nalidade).
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: Regra do Hiato:
- i, is: táxi – lápis – júri
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
fórceps acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões


bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL
feiúra feiura TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
Sauípe Sauipe
conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido:
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora (E) “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem (A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
Repare: do hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que RESPOSTA: “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Girlan Almeida DosAnalise
Santos as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
sqterapeutagirlan@gmail.com
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
HP151916827058188
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
“e” ou “i” não serão mais acentuadas:
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
averigúe (averiguar) averigue
tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa B) Apenas II e IV.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Apenas I, II e IV.
vir) D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. bos (correta)
htm II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
Ponto (.) - Por que você não toma uma decisão?

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!
Girlan Almeida Dos Santos
3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)
sqterapeutagirlan@gmail.com
ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro HP151916827058188
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
(VIEIRA) mal... pega doutor?

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

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LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro. Girlan Almeida Dos Santos
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
sqterapeutagirlan@gmail.com
- Para marcar elipse (omissão) do verbo: HP151916827058188
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

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2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo seu sujeito.
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- no singular ou no plural.
plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
Girlan Almeida Doscoletivos,
dos Santosquando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
sqterapeutagirlan@gmail.com
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletasHP151916827058188
= não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- destaque aos elementos que formam esse conjunto.
plexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun- 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

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4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
Girlan Almeida Dos Santos
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
sqterapeutagirlan@gmail.com
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem HP151916827058188
não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

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Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
Compareceu o banca e todos os candidatos. O professor com o aluno questionou as regras.

Observação: com o verbo no singular, não se pode


4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân- falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói.
Girlan Almeida DosCafé com leite é uma delícia!
Santos
O frango
sqterapeutagirlan@gmail.com com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular:
HP1519168270581886) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
feita com esse termo resumidor.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi-
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em: Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado. na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada. Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

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Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
Girlan Almeida Dos Santos
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
sqterapeutagirlan@gmail.com
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito. HP151916827058188
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

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a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmoGirlan
gênero,Almeida
o ad- Dos Santos
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
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A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). HP151916827058188
possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim
no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos Girlan Almeida deveria
Dos Santosser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
sqterapeutagirlan@gmail.com
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
HP151916827058188(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
Não queira menos matéria! dor.
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados Girlan
queAlmeida
estes Dos
podem Santos
assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
sqterapeutagirlan@gmail.com
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
HP151916827058188
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

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LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
tos introduzidos pela preposição “a”: Observação: a mesma regência do verbo informar é
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica:
Girlan Almeida pessoa.
O questionário foi respondido corretamente. Dos Santos
Todas as perguntas foram respondidas sqterapeutagirlan@gmail.com
satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te. HP151916827058188
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen- Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Agradeço aos ouvintes a audiência. vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

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Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando. - Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes. Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Girlan Almeida DosMuito custa


Santos viver tão longe da família.
- Aspirar é transitivo direto no sentidosqterapeutagirlan@gmail.com
de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
HP151916827058188
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar. b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há
conturbada cidade. doisanos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. Girlan Almeida nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Dos Santos
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
sqterapeutagirlan@gmail.com
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
HP151916827058188
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Almeida Dos Santos
Girlan Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
sqterapeutagirlan@gmail.com
Contíguo a ImpróprioHP151916827058188
para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: p ara-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Pau lo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
C) Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- a declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os
guinte trecho para responder à questão. que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
(A) das mulheres
(B) às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
(C) com das mulheres por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
(D) à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
(E) ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas uma
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da oração, que recebe o nome de oração absoluta.
Chove.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
bentendido: resposta imunológica) das mulheres. A existência é frágil.
Girlan Almeida DosAmanhã,
Santosà tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”. sqterapeutagirlan@gmail.com
Período composto é aquele constituído por duas ou
HP151916827058188
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais da oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por tabelece concordância com o verbo.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- O candidato está preparado.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou Os candidatos estão preparados.
muito ontem à noite.
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
As crianças precisam de alimentos saudáveis.
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
Ela e eu sabemos o conteúdo. Girlan Almeida Dos1-)Santos
os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
sqterapeutagirlan@gmail.com
Está trovejando.
HP151916827058188
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

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LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
Os verbos acima são significativos, isto Girlan Almeida Dos- Santos
é, não servem
com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
sqterapeutagirlan@gmail.com
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos. HP151916827058188(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

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O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
Questões
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
Girlan
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Almeida Dos Santos
Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
sqterapeutagirlan@gmail.com
e os pronomes adjetivos. HP151916827058188
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto) português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
C) adjunto adnominal.
relaciona apenas ao substantivo.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.

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2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- São orações coordenadas entre si e que não são liga-
plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
ou o quê - não há preposição): coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
mas sim, predicativo do sujeito (rota única); vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios =
adjunto adverbial); ** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais de Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Girlan Almeida DosLiSantos
tudo, porém não entendi!
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
sqterapeutagirlan@gmail.com
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois HP151916827058188
irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação de A situação é delicada; devemos, pois, agir.
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- de, pois (anteposto ao verbo).
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Sindéticas. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

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Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
1-) Orações Subordinadas Substantivas Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação: quando a oração subordinada substanti-


Oração Subordinada Substantiva va é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na
3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Girlan Almeida Dos Santos
Oração Subordinada Substantiva b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
sqterapeutagirlan@gmail.com
do verbo da oração principal:
HP151916827058188
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem sua aprovação no concurso.
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objeto Direto
como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta
Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan-
(desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
Conforme a função que exerce no período, a oração zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
subordinada substantiva pode ser: pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

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Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
Girlan
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e oAlmeida
com- Dos Santos
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
sqterapeutagirlan@gmail.com
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome. HP151916827058188
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Nosso desejo era sua desistência.
equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Predicativo do Sujeito
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

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Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante- “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
animalescamente. adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentidoGirlan restritivo
Almeida DosOrações
SantosSubordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
sqterapeutagirlan@gmail.com
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”. HP151916827058188 a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati- que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
va é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com 1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
acontece com as coordenadas sindéticas). fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

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Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda
conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.
junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for.
ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Girlan Almeida DosAssim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Santos
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
sqterapeutagirlan@gmail.com
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
HP151916827058188
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
cessiva. se-periodo-e-oracao
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Você age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

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Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
Não me esqueço da viagem a Roma. Girlan Almeida Dos àSantos
tivas moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
sqterapeutagirlan@gmail.com
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos. HP151916827058188
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
praias.
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
arremessado à distância de cem metros.
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) ,faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

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* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Observação: as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando três meses disse-me que iria
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la resgatar as milhas quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan-
1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
tos à casa de Marcela. direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
Teremos: há, à, a, a, às.
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. balho para proceder medidas necessárias exu-
O astronauta voltou à Terra. mação dos
Girlan Almeida Dos Santos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
sqterapeutagirlan@gmail.com
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. HP151916827058188
de causas naturais, ou seja, devido uma parada cardía-
Os livros foram entregues a mim. ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
Dei a ela a merecida recompensa. se sua morte se deve envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional, -
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em (A) a ... à ... a ... a
sentido genérico ou indeterminado:
(B) as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas.
(C) às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas.
(D) à ... à ... à ... a
Fontes de pesquisa: (E) a ... a ... a ... à
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
html 2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
Saraiva, 2010. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

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3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro-
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
Girlan Almeida nessa
Dos Santos
viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
sqterapeutagirlan@gmail.com
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
HP151916827058188
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase.
ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

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LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. Girlan Almeida DosRESPOSTA:
Santos “D”.
* Dica:
sqterapeutagirlan@gmail.com
3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que HP151916827058188
significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao- (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo (já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

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c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- Hiperonímia e Hiponímia
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
Antônimos
Girlan Almeida DosOSantos
hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através desqterapeutagirlan@gmail.com
seu significado:
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar -HP151916827058188
censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
mal - bem. do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- repetição desnecessária de termos.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
colher (verbo) e colher (subst.); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
jogo (subst.) e jogo (verbo); tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo). Denotação e Conotação

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

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As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que Girlan
estejaAlmeida
inse- Dos Santos
Polissemia e homonímia
rida, referindo-se a sentidos, associações esqterapeutagirlan@gmail.com
ideias que vão
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
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cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei quando duas ou mais palavras com origens e significados
pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em polissemia porque os diferentes significados para a pala-
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
Você é o meu sol! o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Minha vida é um mar de tristezas. indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Você tem um coração de pedra! terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: temente são felizes.
Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

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As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
mas duas seriam: indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
Corte e coloração capilar inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Girlan Almeida tão
Dosrústica,
Santosabandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou
terra que leva a lugar algum.
sqterapeutagirlan@gmail.com
Faço corte e pintura capilar
HP151916827058188
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm
Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Saraiva, 2010.
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pode acontecer dos seguintes modos:
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - crates tomou veneno).
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir- nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
tude da circunstância de que o nosso espírito as associa dos jogadores).
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

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10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.Girlan Almeida Dos Santos
Eufemismo
sqterapeutagirlan@gmail.com
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
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ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique:
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo.
Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

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Prosopopeia ou Personificação Elipse

É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
lepse: de gênero, número e pessoa.
Gradação
Girlan Almeida Dos Santos
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-
Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
sqterapeutagirlan@gmail.com
nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden-
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faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões...
intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. cidade de Porto Velho).
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
cente de intensidade. Outros exemplos: 2) Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu- Excelência.
se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Fontes de pesquisa: A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
php com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

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Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A
da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção: Girlan Almeida DosEsses
Santos
alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer,
sqterapeutagirlan@gmail.com todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele
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tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni- garoto, você não disse que ele chegaria logo?
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-


de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- Hipérbato / Inversão
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

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Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora. Girlan Almeida Dos Santos
(E) catacrese. sqterapeutagirlan@gmail.com
1-) A metáfora consiste em retirar uma palavraHP151916827058188
de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo.
gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
Girlan Almeida Dos- Capacidade
Santos de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
sqterapeutagirlan@gmail.com
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
HP151916827058188
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo éa
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Girlan Almeida DosQuestões
Santos
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído.
sqterapeutagirlan@gmail.com
1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) HP151916827058188
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá-lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia. textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
(E) a energia e o barulho.
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
Girlan Almeida que
Dosacabamos
Santos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al-
sqterapeutagirlan@gmail.com
naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! HP151916827058188
sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.

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- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
dos por uma carga ideológica constituída de argumentos estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
e contra-argumentos que justificam a posição assumida falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- elementos que compõem a oração, como também entre a
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
estão em complementação, não em disputa. bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
São os textos materializados que encontramos em orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- re daí a coerência textual.
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, Almeida
Girlan etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
Dos Santos
erro no
sqterapeutagirlan@gmail.com emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
A escolha de um determinado gênero discursivo de- prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
pende, em grande parte, da situação de produção, HP151916827058188
ou seja, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex- de uma frase ou de um texto:
tual.htm
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: tivo.
Saraiva, 2010. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa / desgaste / desgastante).
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. 3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

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5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de - inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) As-
gato. sinale a opção que indica o segmento em que a conjunção
7. Substitutos universais, como os verbos vicários. e tem valor adversativo e não aditivo.
* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- da população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
“estudo”, evitando repetição desnecessária. toral anterior”.
(C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
dia”.
relação entre as duas orações).
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
Girlan
progressão textual, dada sua característica: são Almeida Dos1-)
elementos Santos
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
sqterapeutagirlan@gmail.com
nentes da situação comunicativa. = adição
HP151916827058188
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
(D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
ela na história nacional”. = adição
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
ano, depois de (futuro).” está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem es-
tar assegurados o início, o meio e o fim;
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
experiências; um texto informativo apresenta coerência se conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada, fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
instituições:...”
Fontes de pesquisa:
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
instituições”. = adição Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
velocidade e do progresso”. = adição tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
RESPOSTA: “C”. transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretaçãoGirlan Almeida
de textos ea Dos Santos
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a or-
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Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
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escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- A globalização + está causando + desemprego + no
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Brasil nos dias de hoje.
Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases mas observações:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- 1) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1) A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação a) tais construções não estão erradas, mas rompem
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de com a ordem direta;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de b) é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

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c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1) Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
Girlan Almeida Dos Santos
(três adjuntos adverbiais) sqterapeutagirlan@gmail.com
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
HP151916827058188
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2) Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

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Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: Almeida mais
“Se o senhor
Girlan Dos longos,
Santosem que o assunto é exposto em várias pági-
nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
não se importa, vou levar minha sobrinha sqterapeutagirlan@gmail.com
ao dentista, mas
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: HP151916827058188parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

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segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-
Considerada como a parte mais importante do texto, co para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, guram que os atos normativos sejam bem executados.
possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en- No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar adequa-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos.
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homoge-
características de textos bem redigidos. neidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- também nos verbos. No entanto, as formas de tratamento
cam muito longas: não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- de tratamento, com base no Manual da Presidência da Repú-
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão blica.
das ideias de desenvolvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
Girlan Almeida Dos Santos
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
sqterapeutagirlan@gmail.com
a) do Poder Executivo
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex-
to em que o autor fica girando em torno de ideias HP151916827058188
redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-
te dispensáveis. ças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- pública, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da
República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes ciais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário
fatores: Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais
sunto. de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-
rais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho,
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

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O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas A Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vo- quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- decorre:
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminada- a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do homogênea e impessoal;
Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- universo temático das comunicações oficiais restringe-se a
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza,Girlanconcisão, for-
Almeida questões
Dos Santos que dizem respeito ao interesse público, é natural
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
sqterapeutagirlan@gmail.com
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de HP151916827058188
qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
administração pública, claro que devem igualmente nortear a que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con-
elaboração dos atos e comunicações oficiais. tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impes-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto le- gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
pois, necessariamente, clareza e concisão. de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públi-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empre-
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
instituições tratados de forma homogênea (o público). clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa da- uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
quele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência vida de que um texto marcado por expressões de circulação
particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-
uma delas. tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

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tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos Concisão e Clareza


que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta- mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
mente as transformações, tem maior vocação para a perma- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
nência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a sim- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
plicidade de expressão, desde que não seja confundida com imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá pre- entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obe- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
decida certa tradição no emprego das formasGirlansintáticas,
Almeida Dos- aSantos
mas formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
isso não implica, necessariamente, que se consagre a utiliza- prescindível uniformidade dos textos;
sqterapeutagirlan@gmail.com
ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão buro- - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
HP151916827058188
crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre linguísticos que nada lhe acrescentam.
sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
Formalidade e Padronização pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
exige que se atente para todas as características da redação “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

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Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor - o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
70.165-900 – Brasília. DF
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de
Girlan Almeida para
Dosgráficos
Santose ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
sqterapeutagirlan@gmail.com
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, HP151916827058188
x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente


Excelentíssimo Senhor Presidente da República da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Senhor Chefe de Gabinete Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por to-
dos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
– telefone e e-mail. motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Observação: Estas informações estão ausentes no exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
memorando, pois se trata de comunicação interna - des- guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presiden-
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
te da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para
para o padrão ofício.
outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-
Memorando ção oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. Girlan Almeida resse
Dos dos poderes públicos e da Nação.
Santos
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
sqterapeutagirlan@gmail.com
nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes,
etc. a serem adotados por determinado setor do HP151916827058188
serviço a redação final.
público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- - encaminhamento de projeto de lei ordinária, comple-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. mentar ou financeira;
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- - encaminhamento de medida provisória;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - indicação de autoridades;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Pre-
folha de continuação. Este procedimento permite formar sidente da República ausentarem-se do País por mais de 15
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior dias;
transparência à tomada de decisões e permitindo que se - encaminhamento de atos de concessão e renovação de
concessão de emissoras de rádio e TV;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
terior;
Forma e Estrutura - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário - comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - outras mensagens.
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Fede-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- ral);
sidente para: c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática


consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico.
GirlanQuando
Almeida Dos Santos
nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e
sqterapeutagirlan@gmail.com
Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
HP151916827058188
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có- dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con-
Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
forme exemplo a seguir:
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário: oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino: Data: / / que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: o início da oração.
Tel. p/ contato: Fax/correio eletrônico: Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: No do documento: mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

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LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire- frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
to - obj. indireto - (adj. Adv.) literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso).
Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado.
GirlanNaAlmeida
cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Dos Santos
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
sqterapeutagirlan@gmail.com
Erros de Paralelismo
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se.
HP151916827058188
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des- Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais.
planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

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Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Girlan
Errado: O novo procurador é jurista renomado, Almeida
e que tem Dos- pronomes
Santos pessoais:
sólida formação acadêmica. sqterapeutagirlan@gmail.com
Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
HP151916827058188
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín- - pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase:
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um
nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
médico.
as quais, que marcam gênero e número.
A omissão de termos provocou uma comparação indevi-
Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
da: “o salário de um professor” com “um médico”.
mava trabalhar.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2 cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual
Girlan Almeida DosFonte:
Santos http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas.
sqterapeutagirlan@gmail.com
RESPOSTA: “ERRADO”.
HP151916827058188
Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO
Em complemento às informações transmitidas pelo te- – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo de que recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso
as medidas mencionadas em carta n.º 6708, dirigida dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo do com as hierarquias do destinatário e do remetente.
procedimento administrativo de demarcação de terras in- ( ) CERTO (
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de ) ERRADO
1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da República: Respeitosamente,
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A) Vossa Senhoria … tua. das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B) Vossa Magnificência … sua. dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C) Vossa Eminência … vossa. Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D) Vossa Excelência … sua. RESPOSTA: “CERTO”.
E) Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-
tas vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”),
os pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação o quê! A pala-
vra que não exerce função sintática quando funciona como • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Substantivo: equivale a alguma coisa. caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quan-
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tô- to subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
nico terminado em e. Como substantivo, designa também nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
plicativa)
predicativo, etc.)
Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
Girlan Almeida palavra
Dos Santos
que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de umasqterapeutagirlan@gmail.com
locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter. HP151916827058188
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não Desejo que você venha logo.
exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- * conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
caso, de intensidade. frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
• pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

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Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
* objeto indireto Girlan Almeida mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
Dos Santos
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor. sqterapeutagirlan@gmail.com
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo HP151916827058188
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.” bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nais da área de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para dizerem milho dizem mio
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para melhor dizem mió
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

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LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem
Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo-
Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação;
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta: Girlan Almeida de
Dos Santos de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
comunicação
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
sqterapeutagirlan@gmail.com
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da línguaHP151916827058188
nacional.
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco- à causa do ensino.
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.

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Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- Comunicação
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma
culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais im-
portantes que os líderes têm à sua disposição para desem-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: penhar as suas funções de influência. A sua importância é
tal que alguns autores a consideram mesmo como o “san-
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- gue” que dá vida à organização. Esta importância deve-se
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. essencialmente ao fato de apenas através de uma comuni-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, - Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, os objetivos organizacionais por forma a que contemplem,
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e não apenas os interesses da organização, mas também os
a evoluções. interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, trutura organizacional, quer ao nível do desenho organiza-
a que os professores sempre estão atentos. cional, quer ao nível da distribuição de autoridade, respon-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens deGirlanuma e Almeida
outra, Dos Santos
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste.
sqterapeutagirlan@gmail.com
bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudoHP151916827058188
na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre - Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que - Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível - Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por forma
menor, quando cotejada com a modalidade falada. a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com Elementos do Processo de Comunicação
a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as- fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge- canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível um receptor e ainda o feedback do receptor.
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e - Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

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- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
Girlan Almeida comunicação
Dos Santosoral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
sqterapeutagirlan@gmail.com
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
HP151916827058188
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

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específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, Girlan Almeida Dos Santos
romance
histórico, novela fantástica, conto, crônicasqterapeutagirlan@gmail.com
literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada. HP151916827058188
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

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- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e Girlan charmosos
Almeida DosQuando
se Santos estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
sqterapeutagirlan@gmail.com
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. HP151916827058188
quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

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LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
podem pescar”. E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. NessaAlmeida
Girlan outra DosPara melhor compreensão das funções de linguagem,
Santos
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o
torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
sqterapeutagirlan@gmail.com
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
HP151916827058188
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e
Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver- são que quando se trata da parole, entende-se que é um
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
Lembramo-nos: ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta social está no centro dos debates atuais.
função está, por norma, a poesia lírica. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- lação aos efeitos da desigualdade social.
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
assuma determinado comportamento; há frequente uso mais pobres é um fenômeno crescente.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- criticado por alguns teóricos.
dade. (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- zas não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin- Realizei a correção nos itens:
táticos e/ou semânticos). (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
- Função informativa (ou referencial): função usada cial está = estão
quando o emissor informa objetivamente o receptor de (B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
gem
uma realidade, ou acontecimento.
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação).
cado = criticada
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa-
(E) Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
Girlan Almeida Dos Santos
mos agradáveis, etc.
RESPOSTA: “C”.
sqterapeutagirlan@gmail.com
Também podemos pensar que as primeiras falasHP151916827058188
cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- americanos consomem, em média 357 calorias diárias
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a dessa fonte.
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e da mímica facial dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de dessa fonte.
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações dessa fonte.
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
que se podem observar entre si. ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveisGirlan interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
Almeida Dos Santos
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa.
sqterapeutagirlan@gmail.com
colas públicas.
HP151916827058188
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so- grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” Girlan Almeida Dos- Uma
Santos grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
sqterapeutagirlan@gmail.com
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
HP151916827058188
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre- (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
(D) entraria − veria
opiniões existentes na sociedade.
Fiz os acertos entre parênteses: (E) entrava − teria visto
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe- ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um
ver- dadeiro regime democrático, em que se respeita
(respei- tam) tanto as liberdades individuais quanto as
coletivas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte enca-


ARGUMENTAÇÃO. deamento:

A é igual a B.
A é igual a C.
Argumentação Então: C é igual a A.

O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigato-
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma riamente, que C é igual a A.
imagem positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito Outro exemplo:
educado, ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja
que o que diz seja admitido como verdadeiro. Em síntese, Todo ruminante é um mamífero.
tem a intenção de convencer, ou seja, tem o desejo de que A vaca é um ruminante.
o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele propõe. Logo, a vaca é um mamífero.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunica-
ção, todo texto contém um componente argumentativo. A Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a con-
argumentação é o conjunto de recursos de natureza linguís- clusão também será verdadeira.
tica destinados a persuadir a pessoa a quem a comunica- No domínio da argumentação, as coisas são diferen-
ção se destina. Está presente em todo tipo de texto e visa a tes. Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória.
promover adesão às teses e aos pontos de vista defendidos. Por isso, deve-se mostrar que ela é a mais desejável, a
As pessoas costumam pensar que o argumento seja mais provável, a mais plausível. Se o Banco do Brasil fi-
apenas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível zer uma propaganda dizendo-se mais confiável do que
para comprovar a veracidade de um fato. O argumento é os concorrentes porque existe desde a chegada da família
mais que isso: como se disse acima, é um recurso de lin- real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
guagem utilizado para levar o interlocutor a crer naquilo banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por
que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio
Girlan Almeida aDossolidez de uma instituição bancária e sua antiguidade,
Santos
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de esta tem peso argumentativo na afirmação da confiabili-
recursos de linguagem. sqterapeutagirlan@gmail.com
dade de um banco. Portanto é provável que se creia que
HP151916827058188
Para compreender claramente o que é um argumento, um banco mais antigo seja mais confiável do que outro
é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do sécu- fundado há dois ou três anos. Enumerar todos os tipos de
lo IV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são argumentos é uma tarefa quase impossível, tantas são as
úteis quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”. formas de que nos valemos para fazer as pessoas prefe-
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e rirem uma coisa a outra. Por isso, é importante entender
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisa- bem como eles funcionam.
mos argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos Já vimos diversas características dos argumentos. É
de escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, a ri- preciso acrescentar mais uma: o convencimento do inter-
queza e a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar sobre locutor, o auditório, que pode ser individual ou coletivo,
qual das duas é mais desejável. O argumento pode então será tanto mais fácil quanto mais os argumentos estive-
ser definido como qualquer recurso que torna uma coisa rem de acordo com suas crenças, suas expectativas, seus
mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no do- valores. Não se pode convencer um auditório pertencente
mínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomina.
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a ou- Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele
tra, mais possível que a outra, mais desejável que a outra, considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja
é preferível à outra. vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão
O objetivo da argumentação não é demonstrar a ver- nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamente
dade de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como ver- não surtiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado
dadeiro o que o enunciador está propondo. da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo de um
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argu- argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalo-
mentação. O primeiro opera no domínio do necessário, rizado numa dada cultura.
ou seja, pretende demonstrar que uma conclusão deriva
necessariamente das premissas propostas, que se deduz Tipos de Argumento
obrigatoriamente dos postulados admitidos. No raciocínio
lógico, as conclusões não dependem de crenças, de uma Já verificamos que qualquer recurso linguístico desti-
maneira de ver o mundo, mas apenas do encadeamento de
nado a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enun-
premissas e conclusões.
ciador é um argumento. Exemplo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Argumento de Autoridade Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documen-


tais (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reco- concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica.
nhecidas pelo auditório como autoridades em certo domí- Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que
nio do saber, para servir de apoio àquilo que o enunciador o exército americano era muito mais poderoso do que o iraquia-
está propondo. Esse recurso produz dois efeitos distintos: no. Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas,
revela o conhecimento do produtor do texto a respeito do poderia ser vista como propagandística. No entanto, quando do-
assunto de que está tratando; dá ao texto a garantia do cumentada pela comparação do número de canhões, de carros
autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto um de combate, de navios, etc., ganhava credibilidade.
amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
verdadeira. Exemplo: Argumento quase lógico

“A imaginação é mais importante do que o conheci- É aquele que opera com base nas relações lógicas, como
mento.” causa e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses racio-
cínios são chamados quase lógicos porque, diversamente dos
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. raciocínios lógicos, eles não pretendem estabelecer relações ne-
Para ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, cessárias entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis,
não há conhecimento. Nunca o inverso. possíveis, plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”,
“B é igual a C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação
Alex José Periscinoto. de identidade lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 amigo meu é meu amigo” não se institui uma identidade lógica,
mas uma identidade provável.
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmen-
mais importante do que o conhecimento. Para levar o te aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
auditório a aderir a ela, o enunciador cita um dos mais concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico:
célebres cientistas do mundo. Se um físico de renome fugir do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões
mundial disse isso, então as pessoas devem acreditar que não se fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afir-
que é verdade. Girlan Almeida mações
Dos Santosgerais com fatos inadequados, narrar um fato e dele ex-
trair generalizações indevidas.
Argumento de Quantidade sqterapeutagirlan@gmail.com
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Argumento do Atributo
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem
É aquele que considera melhor o que tem proprieda-
maior duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fun-
des típicas daquilo que é mais valorizado socialmente, por
damento desse tipo de argumento é que mais = melhor. A pu-
exemplo, o mais raro é melhor que o comum, o que é mais
blicidade faz largo uso do argumento de quantidade.
refinado é melhor que o que é mais grosseiro, etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequên-
Argumento do Consenso
cia, celebridades recomendando prédios residenciais, pro-
dutos de beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamen- de que o consumidor tende a associar o produto anunciado
ta-se em afirmações que, numa determinada época, são aceitas com atributos da celebridade.
como verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a me- Uma variante do argumento de atributo é o argumento
nos que o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da competência linguística. A utilização da variante culta e
da ideia de que o consenso, mesmo que equivocado, correspon- formal da língua que o produtor do texto conhece a norma
de ao indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que linguística socialmente mais valorizada e, por conseguinte,
aquilo que não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, deve produzir um texto em que se pode confiar. Nesse sen-
por exemplo, as afirmações de que o meio ambiente precisa ser tido é que se diz que o modo de dizer dá confiabilidade ao
protegido e de que as condições de vida são piores nos países que se diz.
subdesenvolvidos. Ao confiar no consenso, porém, corre-se o Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
risco de passar dos argumentos válidos para os lugares comuns, saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das
os preconceitos e as frases carentes de qualquer base científica. duas maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infini-
tamente mais adequada para a persuasão do que a segunda,
Argumento de Existência pois esta produziria certa estranheza e não criaria uma ima-
gem de competência do médico:
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levan-
aceitar aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que do em conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe
é apenas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular médica houve por bem determinar o internamento do gover-
enuncia o argumento de existência no provérbio “Mais vale um nador pelo período de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro
pássaro na mão do que dois voando”. de 2001.

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- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e por- de e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve
que alguns deles são barrapesada, a gente botou o governa- construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas
dor no hospital por três dias. qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argu- A argumentação é a exploração de recursos para fazer
mentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, parecer verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso,
para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de levar a pessoa a que texto é endereçado a crer naquilo que
comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro ele diz.
que pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação ar- Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e ex-
gumentativa. pressa um ponto de vista, acompanhado de certa funda-
A orientação argumentativa é uma certa direção que o mentação, que inclui a argumentação, questionamento,
falante traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao com o objetivo de persuadir. Argumentar é o processo pelo
falar de um homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, qual se estabelecem relações para chegar à conclusão, com
de ridicularizá-lo ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. base em premissas. Persuadir é um processo de conven-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu cimento, por meio da argumentação, no qual procura-se
texto dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamen-
to e seu comportamento.
certos episódios e revelando outros, escolhendo determina-
das palavras e não outras, etc. Veja: A persuasão pode ser válida e não válida. Na persua-
são válida, expõem-se com clareza os fundamentos de
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
uma ideia ou proposição, e o interlocutor pode questionar
trocavam abraços afetuosos.”
cada passo do raciocínio empregado na argumentação. A
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que persuasão não válida apoia-se em argumentos subjetivos,
noras e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria apelos subliminares, chantagens sentimentais, com o em-
escolhido esse fato para ilustrar o clima da festa nem teria prego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mímica e
utilizado o termo até, que serve para incluir no argumento até o choro.
alguma coisa inesperada. Alguns autores classificam a dissertação em duas mo-
Além dos defeitos de argumentação mencionados dalidades, expositiva e argumentativa. Esta, exige argu-
quando tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos mentação, razões a favor e contra uma ideia, ao passo que
citar outros: a outra é informativa, apresenta dados sem a intenção de
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido
Girlan Almeida convencer.
Dos Santos Na verdade, a escolha dos dados levantados,
tão amplo, que serve de argumento para um ponto de vista a maneira de expô-los no texto já revelam uma “tomada
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e seu contrário. São noções confusas, como paz, HP151916827058188
que, para- de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
doxalmente, pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumen-
Essas palavras podem ter valor positivo (paz, justiça, ho- tos. Desse ponto de vista, a dissertação pode ser definida
nestidade, democracia) ou vir carregadas de valor negativo como discussão, debate, questionamento, o que implica a
(autoritarismo, degradação do meio ambiente, injustiça, liberdade de pensamento, a possibilidade de discordar ou
corrupção). concordar parcialmente. A liberdade de questionar é fun-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derru- damental, mas não é suficiente para organizar um texto
badas por um único contra exemplo. Quando se diz “Todos dissertativo. É necessária também a exposição dos funda-
os políticos são ladrões”, basta um único exemplo de políti- mentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
co honesto para destruir o argumento. vista.
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitu-
fora do contexto adequado, sem o significado apropriado, de argumentativa. A argumentação está presente em qual-
vulgarizando-as e atribuindo-lhes uma significação subje- quer tipo de discurso, porém, é no texto dissertativo que
ela melhor se evidencia.
tiva e grosseira. É o caso, por exemplo, da frase “O imperia-
Para discutir um tema, para confrontar argumentos
lismo de certas indústrias não permite que outras crescam”,
e posições, é necessária a capacidade de conhecer ou-
em que o termo imperialismo é descabido, uma vez que, a
tros pontos de vista e seus respectivos argumentos. Uma
rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir outros discussão impõe, muitas vezes, a análise de argumentos
à sua dependência política e econômica”. opostos, antagônicos. Como sempre, essa capacidade
aprende-se com a prática. Um bom exercício para aprender
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
a situação concreta do texto, que leva em conta os compo- ver as seguintes habilidades:
nentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem - argumentação: anotar todos os argumentos a favor
se dirige a comunicação, o assunto, etc). de uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a
Convém ainda alertar que não se convence ninguém posição totalmente contrária;
com manifestações de sinceridade do autor (como eu, - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate
que não costumo mentir...) ou com declarações de certeza e quais os argumentos que essa pessoa imaginária pos-
expressas em fórmulas feitas (como estou certo, creio fir- sivelmente apresentaria contra a argumentação proposta;
memente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com toda a - refutação: argumentos e razões contra a argumen-
certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, sincerida- tação oposta.

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A argumentação tem a finalidade de persuadir, portan- A indução percorre o caminho inverso ao da dedução,
to, argumentar consiste em estabelecer relações para tirar baseiase em uma conexão ascendente, do particular para
conclusões válidas, como se procede no método dialético. o geral. Nesse caso, as constatações particulares levam às
O método dialético não envolve apenas questões ideoló- leis gerais, ou seja, parte de fatos particulares conhecidos
gicas, geradoras de polêmicas. Trata-se de um método de para os fatos gerais, desconhecidos. O percurso do racio-
investigação da realidade pelo estudo de sua ação recípro- cínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
ca, da contradição inerente ao fenômeno em questão e da
mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. O calor dilata o ferro (particular)
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, O calor dilata o bronze (particular)
criou o método de raciocínio silogístico, baseado na dedu- O calor dilata o cobre (particular)
ção, que parte do simples para o complexo. Para ele, ver- O ferro, o bronze, o cobre são metais
dade e evidência são a mesma coisa, e pelo raciocínio tor- Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
na-se possível chegar a conclusões verdadeiras, desde que
o assunto seja pesquisado em partes, começando-se pelas Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode
proposições mais simples até alcançar, por meio de dedu- ser válido e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as
ções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana, duas premissas também o forem. Se há erro ou equívo-
é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, co na apreciação dos fatos, pode-se partir de premissas
ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os verdadeiras para chegar a uma conclusão falsa. Tem-se,
seus elementos e determinar o lugar de cada um no con- desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, uma divi-
junto da dedução.
são incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé,
para a argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes
intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o
propôs quatro regras básicas que constituem um conjunto
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se
de reflexos vitais, uma série de movimentos sucessivos e
chamar esse processo de argumentação de paralogismo.
contínuos do espírito em busca da verdade:
- evidência; Encontra-se um exemplo simples de sofisma no seguinte
- divisão ou análise; diálogo:
- ordem ou dedução; Girlan Almeida Dos Santos
- enumeração. - Você concorda que possui uma coisa que não per-
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deu?
HP151916827058188- Lógico, concordo.
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a
omissão e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
pode quebrar o encadeamento das ideias, indispensável - Claro que não!
para o processo dedutivo. - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
A forma de argumentação mais empregada na reda- Exemplos de sofismas:
ção acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras
cartesianas, que contém três proposições: duas premissas, Dedução
maior e menor, e a conclusão. As três proposições são enca- Todo professor tem um diploma (geral, universal)
deadas de tal forma, que a conclusão é deduzida da maior Fulano tem um diploma (particular)
por intermédio da menor. A premissa maior deve ser uni- Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
versal, emprega todo, nenhum, pois alguns não caracteriza
a universalidade. Indução
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Reden-
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indu- tor. (particular)
ção, que vai do particular para o geral. A expressão formal Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor.
do método dedutivo é o silogismo. A dedução é o caminho (particular)
das consequências, baseia-se em uma conexão descenden- Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
te (do geral para o particular) que leva à conclusão. Segun- Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Reden-
do esse método, partindo-se de teorias gerais, de verdades tor. (geral – conclusão falsa)
universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a con-
causa para o efeito. Exemplo: clusão pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm di-
ploma são professores; nem todas as cidades têm uma
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, univer- estátua do Cristo Redentor. Comete-se erro quando se faz
sal) generalizações apressadas ou infundadas. A “simples ins-
Fulano é homem (premissa menor = particular) peção” é a ausência de análise ou análise superficial dos
Logo, Fulano é mortal (conclusão) fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados
nos sentimentos não ditados pela razão.

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Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não meio de um processo mais ou menos arbitrário, em que
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou com- os caracteres comuns e diferenciadores são empregados
provação da verdade: análise, síntese, classificação e defi- de modo mais ou menos convencional. A classificação, no
nição. Além desses, existem outros métodos particulares reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêne-
de algumas ciências, que adaptam os processos de de- ros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
dução e indução à natureza de uma realidade particular. características comuns e diferenciadoras. A classificação
Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método pró- dos variados itens integrantes de uma lista mais ou menos
prio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a caótica é artificial.
síntese, a classificação a definição são chamadas métodos Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata,
sistemáticos, porque pela organização e ordenação das caminhão, canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassil-
ideias visam sistematizar a pesquisa. go, queijo, relógio, sabiá, torradeira.

Análise e síntese são dois processos opostos, mas Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
interligados; a análise parte do todo para as partes, a sín-
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torra-
tese, das partes para o todo. A análise precede a síntese,
deira.
porém, de certo modo, uma depende da outra. A análise
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
decompõe o todo em partes, enquanto a síntese recom-
põe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, que
Os elementos desta lista foram classificados por ordem
o todo não é uma simples justaposição das partes. Se al-
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabele-
guém reunisse todas as peças de um relógio, não significa
cer critérios de classificação das ideias e argumentos, pela
que reconstruiu o relógio, pois fez apenas um amontoado
ordem de importância, é uma habilidade indispensável
de partes. Só reconstruiria todo se as partes estivessem or-
para elaborar o desenvolvimento de uma redação. Tanto
ganizadas, devidamente combinadas, seguida uma ordem faz que a ordem seja crescente, do fato mais importante
de relações necessárias, funcionais, então, o relógio estaria para o menos importante, ou decrescente, primeiro o me-
reconstruído. nos importante e, no final, o impacto do mais importante;
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do é indispensável que haja uma lógica na classificação. A ela-
todo por meio da integração das partes, reunidas e re-
Girlan Almeida boração
Dos Santosdo plano compreende a classificação das partes e
lacionadas num conjunto. Toda síntese, por ser uma re- subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem obede-
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construção, pressupõe a análise, que é a decomposição. A cer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
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análise, no entanto, exige uma decomposição organizada, Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo
é preciso saber como dividir o todo em partes. As opera- na introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois,
ções que se realizam na análise e na síntese podem ser para expressar um questionamento, deve-se, de antemão,
assim relacionadas: expor clara e racionalmente as posições assumidas e os
argumentos que as justificam. É muito importante deixar
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. claro o campo da discussão e a posição adotada, isto é,
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. esclarecer não só o assunto, mas também os pontos de
A análise tem importância vital no processo de cole- vista sobre ele.
ta de ideias a respeito do tema proposto, de seu desdo- A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
bramento e da criação de abordagens possíveis. A síntese linguagem e consiste na enumeração das qualidades pró-
também é importante na escolha dos elementos que farão prias de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o
parte do texto. elemento conforme a espécie a que pertence, demonstra: a
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser for- característica que o diferencia dos outros elementos dessa
mal ou informal. A análise formal pode ser científica ou mesma espécie.
experimental; é característica das ciências matemáticas, fí- Entre os vários processos de exposição de ideias, a de-
sico-naturais e experimentais. A análise informal é racional finição é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito
ou total, consiste em “discernir” por vários atos distintos das ciências. A definição científica ou didática é denotativa,
da atenção os elementos constitutivos de um todo, os di- ou seja, atribui às palavras seu sentido usual ou consensual,
ferentes caracteres de um objeto ou fenômeno. enquanto a conotativa ou metafórica emprega palavras de
A análise decompõe o todo em partes, a classifica- sentido figurado. Segundo a lógica tradicional aristotélica,
ção estabelece as necessárias relações de dependência e a definição consta de três elementos:
hierarquia entre as partes. Análise e classificação ligam-se - o termo a ser definido;
intimamente, a ponto de se confundir uma com a outra, - o gênero ou espécie;
contudo são procedimentos diversos: análise é decompo- - a diferença específica.
sição e classificação é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos O que distingue o termo definido de outros elementos
e fenômenos por suas diferenças e semelhanças; fora da mesma espécie. Exemplo:
das ciências naturais, a classificação pode-se efetuar por

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Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida,
avaliar se o argumento está expresso corretamente; se há
coerência e adequação entre seus elementos, ou se há
contradição. Para isso é que se aprende os processos de
Elemento especie diferença raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
a ser definido específica raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um
tipo específico de relação entre as premissas e a conclusão.
É muito comum formular definições de maneira defei-
tuosa, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o Procedimentos Argumentativos: Constituem os pro-
todo em partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente cedimentos argumentativos mais empregados para com-
incorreto; quando é advérbio de tempo, não representa o provar uma afirmação: exemplificação, explicitação, enu-
gênero, a espécie, a gente é forma coloquial não adequa- meração, comparação.
da à redação acadêmica. Tão importante é saber formular
uma definição, que se recorre a Garcia (1973, p.306), para Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista
determinar os “requisitos da definição denotativa”. Para ser por meio de exemplos, hierarquizar afirmações. São expres-
exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: sões comuns nesse tipo de procedimento: mais importan-
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe te que, superior a, de maior relevância que. Empregam-se
em que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que também dados estatísticos, acompanhados de expressões:
‘mesa’ está realmente incluída) e não “mesa é um instru- considerando os dados; conforme os dados apresentados. Fa-
mento ou ferramenta ou instalação”; z-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de causas e
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir consequências, usando-se comumente as expressões: por-
todos os exemplos específicos da coisa definida, e suficiente- que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa
mente restrito para que a diferença possa ser percebida sem de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
dificuldade;
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em ver- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo
dade, definição, quando se diz que o “triângulo não é um é explicar ou esclarecer os pontos de vista apresentados.
prisma”; Pode-se alcançar esse objetivo pela definição, pelo teste-
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo”
Girlan Almeida munho
não cons- Dos Santose pela interpretação. Na explicitação por definição,
titui definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um empregamse expressões como: quer dizer, denomina-se,
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chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou melhor; nos tes-
homem” não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
- deve ser breve (contida num só período). HP151916827058188
Quando a temunhos são comuns as expressões: conforme, segundo,
definição, ou o que se pretenda como tal, é muito longa (sé- na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no en-
ries de períodos ou de parágrafos), chama-se explicação, e tender de, no pensamento de. A explicitação se faz também
também definição expandida;d pela interpretação, em que são comuns as seguintes ex-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o ter- pressões: parece, assim, desse ponto de vista.
mo) + cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero)
+ adjuntos (as diferenças). Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma se-
quência de elementos que comprovam uma opinião, tais
como a enumeração de pormenores, de fatos, em uma se-
As definições dos dicionários de língua são feitas por quência de tempo, em que são frequentes as expressões:
meio de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação me- primeiro, segundo, por último, antes, depois, ainda, em se-
talinguística que consiste em estabelecer uma relação de guida, então, presentemente, antigamente, depois de, antes
equivalência entre a palavra e seus significados. de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, respecti-
A força do texto dissertativo está em sua fundamen- vamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
tação. Sempre é fundamental procurar um porquê, uma espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá,
razão verdadeira e necessária. A verdade de um ponto de ali, aí, além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na
vista deve ser demonstrada com argumentos válidos. O capital, no interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
ponto de vista mais lógico e racional do mundo não tem
valor, se não estiver acompanhado de uma fundamentação Comparação: Analogia e contraste são as duas ma-
coerente e adequada. neiras de se estabelecer a comparação, com a finalidade
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a de comprovar uma ideia ou opinião. Na analogia, são
lógica clássica, que foram abordados anteriormente, auxi- comuns as expressões: da mesma forma, tal como, tanto
liam o julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a ar- quanto, assim como, igualmente. Para estabelecer contras-
gumentação é clara e pode reconhecer-se facilmente seus te, empregam-se as expressões: mais que, menos que, me-
elementos e suas relações; outras vezes, as premissas e as lhor que, pior que.
conclusões organizam-se de modo livre, misturando-se
na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender Entre outros tipos de argumentos empregados para
a reconhecer os elementos que constituem um argumen- aumentar o poder de persuasão de um texto dissertativo
to: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar encontram-se:

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Argumento de autoridade: O saber notório de uma Ataque ao argumento pelo testemunho de autori-
autoridade reconhecida em certa área do conhecimento dá dade: consiste em refutar um argumento empregando os
apoio a uma afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer testemunhos de autoridade que contrariam a afirmação
para o enunciado a credibilidade da autoridade citada. Lem- apresentada;
bre-se que as citações literais no corpo de um texto cons-
tituem argumentos de autoridade. Ao fazer uma citação, o Desqualificar dados concretos apresentados: con-
enunciador situa os enunciados nela contidos na linha de siste em desautorizar dados reais, demonstrando que
raciocínio que ele considera mais adequada para explicar o enunciador baseou-se em dados corretos, mas tirou
ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento conclusões falsas ou inconsequentes. Por exemplo, se
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. na argumentação afirmou-se, por meio de dados esta-
tísticos, que “o controle demográfico produz o desenvol-
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispen- vimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente,
sam explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é acei- pois baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de
to como válido por consenso, pelo menos em determinado ser comprovada. Para contraargumentar, propõese uma
espaço sociocultural. Nesse caso, incluem-se relação inversa: “o desenvolvimento é que gera o controle
- A declaração que expressa uma verdade universal (o demográfico”.
homem, mortal, aspira à imortalidade);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros pos-
postulados e axiomas); síveis para desenvolver um tema, que podem ser anali-
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de sadas e adaptadas ao desenvolvimento de outros temas.
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que Elege-se um tema, e, em seguida, sugerem-se os proce-
a própria razão desconhece); implica apreciação de ordem dimentos que devem ser adotados para a elaboração de
estética (gosto não se discute); diz respeito a fé religiosa, um Plano de Redação.
aos dogmas (creio, ainda que parece absurdo).
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos
Comprovação pela experiência ou observação: A ver- da evolução tecnológica
dade de um fato ou afirmação pode ser comprovada por
Girlan Almeida Dos- Santos
meio de dados concretos, estatísticos ou documentais. Questionar o tema, transformá-lo em interroga-
ção, responder a interrogação (assumir um ponto de
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Comprovação pela fundamentação lógica: A com- vista); dar o porquê da resposta, justificar, criando um
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provação se realiza por meio de argumentos racionais, ba- argumento básico;
seados na lógica: causa/efeito; consequência/causa; condi- - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento
ção/ocorrência. básico e construir uma contra-argumentação; pensar a
forma de refutação que poderia ser feita ao argumento
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As decla- básico e tentar desqualificá-la (rever tipos de argumen-
rações, julgamento, pronunciamentos, apreciações que ex- tação);
pressam opiniões pessoais (não subjetivas) devem ter sua - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta
validade comprovada, e só os fatos provam. Em resumo de ideias que estejam direta ou indiretamente ligadas ao
toda afirmação ou juízo que expresse uma opinião pessoal tema (as ideias podem ser listadas livremente ou organi-
só terá validade se fundamentada na evidência dos fatos, zadas como causa e consequência);
ou seja, se acompanhada de provas, validade dos argu- - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema
mentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- e com o argumento básico;
-argumentação ou refutação. São vários os processos de - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhen-
contra-argumentação: do as que poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias
transformam-se em argumentos auxiliares, que explicam
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação de- e corroboram a ideia do argumento básico;
monstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando
é a contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula uma sequência na apresentação das ideias selecionadas,
“O lobo e o cordeiro”; obedecendo às partes principais da estrutura do texto,
que poderia ser mais ou menos a seguinte:
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hi-
póteses para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela Introdução
que se julga verdadeira;
- função social da ciência e da tecnologia;
Desqualificação do argumento: atribui-se o argu- - definições de ciência e tecnologia;
mento à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restrin- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnoló-
gindo-se a universalidade da afirmação; gico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolvimento também com explicitude que há oposição entre Neto e


os outros jogadores, sob o ponto de vista de contar com
- apresentação de aspectos positivos e negativos do tempo para evoluir. A escolha do conector “mas” entre
desenvolvimento tecnológico; a segunda e a primeira oração só é possível levando em
- como o desenvolvimento científico-tecnológico mo- conta esse dado implícito. Como se vê, há mais significa-
dificou as condições de vida no mundo atual; dos num texto do que aqueles que aparecem explícitos na
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecno- sua superfície. Leitura proficiente é aquela capaz de de-
logicamente desenvolvida e a dependência tecnológica preender tanto um tipo de significado quanto o outro, o
dos países subdesenvolvidos; que, em outras palavras, significa ler nas entrelinhas. Sem
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento essa habilidade, o leitor passará por cima de significados
social; importantes ou, o que é bem pior, concordará com ideias
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de e pontos de vista que rejeitaria se os percebesse.
vida do passado; apontar semelhanças e diferenças; Os significados implícitos costumam ser classificados
- analisar as condições atuais de vida nos grandes cen- em duas categorias: os pressupostos e os subentendidos.
tros urbanos;
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para Pressupostos: são ideias implícitas que estão implica-
humanizar mais a sociedade. das logicamente no sentido de certas palavras ou expres-
sões explicitadas na superfície da frase. Exemplo:
Conclusão
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ “André tornouse um antitabagista convicto.”
consequências maléficas;
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argu- A informação explícita é que hoje André é um anti-
mentos apresentados. tabagista convicto. Do sentido do verbo tornarse, que
significa “vir a ser”, decorre logicamente que antes André
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano não era antitabagista convicto. Essa informação está pres-
de redação: é um dos possíveis. suposta. Ninguém se torna algo que já era antes. Seria
muito estranho dizer que a palmeira tornouse um vegetal.
Girlan Almeida Dos Santos
“Eu ainda não conheço a Europa.”
sqterapeutagirlan@gmail.com
PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS.
HP151916827058188
A informação explícita é que o enunciador não tem
conhecimento do continente europeu. O advérbio ain-
da deixa pressuposta a possibilidade de ele um dia co-
INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS nhecêla.
As informações explícitas podem ser questionadas
Texto: pelo receptor, que pode ou não concordar com elas. Os
pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo me-
“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um des- nos, admitidos como tais, porque esta é uma condição
ses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé), para garantir a continuidade do diálogo e também para
mas ainda tem um longo caminho a trilhar (...).” fornecer fundamento às afirmações explícitas. Isso signi-
Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15. fica que, se o pressuposto é falso, a informação explícita
não tem cabimento. Assim, por exemplo, se Maria não fal-
Esse texto diz explicitamente que: ta nunca a aula nenhuma, não tem o menor sentido dizer
- Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques; “Até Maria compareceu à aula de hoje”. Até estabelece o
- Neto não tem o mesmo nível desses craques; pressuposto da inclusão de um elemento inesperado.
- Neto tem muito tempo de carreira pela frente. Na leitura, é muito importante detectar os pressupos-
O texto deixa implícito que: tos, pois eles são um recurso argumentativo que visa a
- Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se levar o receptor a aceitar a orientação argumentativa do
dos craques citados; emissor. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressu-
- Esses craques são referência de alto nível em sua posto, o enunciador pretende transformar seu interlocutor
especialidade esportiva; em cúmplice, pois a ideia implícita não é posta em discus-
- Há uma oposição entre Neto e esses craques no que são, e todos os argumentos explícitos só contribuem para
diz respeito ao tempo disponível para evoluir. confirmála. O pressusposto aprisiona o receptor no sistema
de pensamento montado pelo enunciador.
Todos os textos transmitem explicitamente certas in- A demonstração disso pode ser feita com as “verdades
formações, enquanto deixam outras implícitas. Por exem- incontestáveis” que estão na base de muitos discursos po-
plo, o texto acima não explicita que existe a possibilidade líticos, como o que segue:
de Neto se equiparar aos quatro futebolistas, mas a inclu-
são do advérbio ainda estabelece esse implícito. Não diz

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“Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será - Certos advérbios
resolvido o problema da seca no Nordeste.”
A produção automobilística brasileira está totalmente
O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa nas mãos das multinacionais.
a mudança do curso do São Francisco e, por consequência, O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil
a solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo indústria automobilística nacional.
não teria continuidade se um interlocutor não admitisse Você conferiu o resultado da loteria?
ou colocasse sob suspeita essa certeza. Em outros termos, Hoje não.
haveria quebra da continuidade do diálogo se alguém in-
terviesse com uma pergunta deste tipo: A negação precedida de um advérbio de tempo de
âmbito limitado estabelece o pressuposto de que apenas
nesse intervalo (hoje) é que o interrogado não praticou o
“Mas quem disse que é certa a mudança do curso do
ato de conferir o resultado da loteria.
rio?”
- Orações adjetivas
A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor
permite levar adiante o debate; sua negação comprome- Os brasileiros, que não se importam com a coletividade,
te o diálogo, uma vez que destrói a base sobre a qual se só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na
constrói a argumentação, e daí nenhum argumento tem rua, fecham os cruzamentos, etc.
mais importância ou razão de ser. Com pressupostos dis- O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se im-
tintos, o diálogo não é possível ou não tem sentido. portam com a coletividade.
A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes,
pode ser embaraçosa ou não, dependendo do que está Os brasileiros que não se importam com a coletividade
pressuposto em cada situação. Para alguém que não faz só se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na
segredo sobre a mudança de emprego, não causa o menor rua, fecham os cruzamentos, etc.
embaraço uma pergunta como esta: Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros
não se importam com a coletividade.
“Como vai você no seu novo emprego?” Girlan Almeida Dos Santos
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo,
é restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas ex-
sqterapeutagirlan@gmail.com
O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela
pressam se refere à totalidade dos elementos de um con-
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se dirigisse a uma pessoa que conseguiu um segundo em-
junto; as restritivas, que o que elas dizem concerne apenas
prego e quer manter sigilo até decidir se abandona o an- a parte dos elementos de um conjunto. O produtor do tex-
terior. O adjetivo novo estabelece o pressuposto de que o to escreverá uma restritiva ou uma explicativa segundo o
interrogado tem um emprego diferente do anterior. pressuposto que quiser comunicar.

Marcadores de Pressupostos Subentendidos: são insinuações contidas em uma fra-


se ou um grupo de frases. Suponhamos que uma pessoa
- Adjetivos ou palavras similares modificadoras do estivesse em visita à casa de outra num dia de frio glacial
substantivo e que uma janela, por onde entravam rajadas de vento,
estivesse aberta. Se o visitante dissesse “Que frio terrível”,
Julinha foi minha primeira filha. poderia estar insinuando que a janela deveria ser fechada.
“Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as Há uma diferença capital entre o pressuposto e o su-
outras nasceram depois de Julinha. bentendido. O primeiro é uma informação estabelecida
como indiscutível tanto para o emissor quanto para o re-
Destruíram a outra igreja do povoado. ceptor, uma vez que decorre necessariamente do sentido
“Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma de algum elemento linguístico colocado na frase. Ele pode
igreja além da usada como referência. ser negado, mas o emissor colocao implicitamente para
que não o seja. Já o subentendido é de responsabilidade
- Certos verbos do receptor. O emissor pode esconder-se atrás do sentido
literal das palavras e negar que tenha dito o que o receptor
Renato continua doente. depreendeu de suas palavras. Assim, no exemplo dado aci-
O verbo “continua” indica que Renato já estava doente ma, se o dono da casa disser que é muito pouco higiênico
no momento anterior ao presente. fechar todas as janelas, o visitante pode dizer que também
acha e que apenas constatou a intensidade do frio.
Nossos dicionários já aportuguesaram a palavrea co- O subentendido serve, muitas vezes, para o emissor pro-
pydesk. tegerse, para transmitir a informação que deseja dar a conhe-
O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de cer sem se comprometer. Imaginemos, por exemplo, que um
que copidesque não existia em português. funcionário recémpromovido numa empresa ouvisse de um
colega o seguinte:

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“Competência e mérito continuam não valendo nada Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua
como critério de promoção nesta empresa...” fala, transgride tanto quanto um indivíduo que compare-
Esse comentário talvez suscitasse esta suspeita: ce a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista,
“Você está querendo dizer que eu não merecia a promoção?” numa praia, vestido de fraque e cartola.
Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Ora, o funcionário preterido, tendo recorrido a um su- pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
bentendido, poderia responder: das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
“Absolutamente! Estou falando em termos gerais.” perfeitamente normais construções do tipo:
Eu não vi ela hoje.
Ninguém deixou ele falar.
NÍVEIS DE LINGUAGEM. Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
Níveis de linguagem
Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a nor-
A língua é um código de que se serve o homem para ela- ma culta, deixando mais livres os interlocutores.
borar mensagens, para se comunicar. Existem basicamente O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é
duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais: a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se por
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram:
base a norma culta, forma linguística utilizada pelo segmento Eu não a vi hoje.
mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, Ninguém o deixou falar.
a língua utilizada pelos veículos de comunicação de mas- Deixe-me ver isso!
sa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, painéis, Eu te amo, sim, mas não abuses!
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola,
prestando serviço à sociedade, colaborando na educação; Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
Girlan Almeida Dos Santos
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
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pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
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diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quan-
Norma culta:
do no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à causa
do ensino.
A norma culta, forma linguística que todo povo civilizado
O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poé-
possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. E jus-
tica, caracterizado por construções de rara beleza.
tamente em nome dessa unidade, tão importante do ponto
Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
de vista político--cultural, que é ensinada nas escolas e di- Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de
fundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e criativa, a sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o come-
língua popular afigura-se mais expressiva e dinâmica. Temos, te, passando, assim, a constituir fato linguístico registro de
assim, à guisa de exemplificação: linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que
Estou preocupado. (norma culta) não tenha amparo gramatical. Exemplos:
Tô preocupado. (língua popular) Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dis-
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- persar e Não vamos dispersar-nos.)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. sair daqui bem depressa.)
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
mas da língua culta. seu posto.)

O conceito de erro em língua: As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua conju-
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- gação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as formas
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride então legítimas impido, despido e desimpido, que hoje ne-
a norma culta. nhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de usar.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário Variedades Linguísticas


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe-
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que A linguagem é a característica que nos difere dos demais
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar senti-
da língua popular para a língua culta”. mentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, sobretudo,
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada promovendo nossa inserção ao convívio social. Dentre os fa-
conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a tores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala,
norma culta. que são basicamente dois: o nível de formalidade e o de in-
formalidade.
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação pudesse exercer total soberania sobre as demais.
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o estilo
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado con-
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade trovérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para a
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira er-
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e rônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma um
a evoluções. estigma.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em impor- Compondo o quadro do padrão informal da linguagem,
tância. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a estão as chamadas variedades linguísticas, as quais repre-
língua falada com base na língua escrita, considerada su- sentam as variações de acordo com as condições sociais, cul-
perior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emen- turais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas
das, a que os professores sempre estão atentos. destacam-se:
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos-
trando as características e as vantagens deGirlan uma e Almeida
outra, DosVariações
Santos históricas: Dado o dinamismo que a língua
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tem-
sqterapeutagirlan@gmail.com
ou inferioridade, que em verdade inexiste. po. Um exemplo bastante representativo é a questão da or-
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Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- tografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia,
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale- -se à linguagem dos internautas, a qual se fundamenta pela
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o fragmento ex-
uma modalidade e outra. posto:
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que Antigamente
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne- “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mes-
processam-se lentamente e em número consideravelmen- mo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a
te menor, quando cotejada com a modalidade falada. asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Importante é fazer o educando perceber que o nível da Carlos Drummond de Andrade
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com a Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
situação em que se desenvolve o discurso. bulário antiquado.
O ambiente sociocultural determina o nível da linguagem Variações regionais: São os chamados dialetos,
a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a que são as marcas determinantes referentes a diferen-
entoação variam segundo esse nível. Um padre não fala com tes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca
uma criança como se estivesse em uma missa, assim como que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas,
uma criança não fala como um adulto. Um engenheiro não tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta
usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para modalidade estão os sotaques, ligados às características
colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor uti- orais da linguagem.
liza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre es- Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-
ses níveis, destacam-se em importância o culto e o cotidiano, gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
a que já fizemos referência. ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.

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LÍNGUA PORTUGUESA

As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer- Há diversas formas de se garantir a coesão entre os
tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, elementos de uma frase ou de um texto:
entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona- - Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando mos, ou de palavras ou expressões do mesmo campo as-
a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio- sociativo.
nais da área de informática, dentre outros. - Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Vejamos um poema sobre o assunto: bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar /
desgaste / desgastante).
Vício na fala - Repetição na ligação semântica dos termos, empre-
Para dizerem milho dizem mio gada como recurso estilístico de intenção articulatória, e
Para melhor dizem mió não uma redundância - resultado da pobreza de vocabulá-
Para pior pió rio. Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na ação,
Para telha dizem teia grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhe-
Para telhado dizem teiado cido e só.” (Rocha Lima)
E vão fazendo telhados. - Uso de hipônimos – relação que se estabelece com
Oswald de Andrade base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené-
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos rico).
mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão - Emprego de hiperônimos - relações de um termo de
do que é dito, ou lido. Esses mecanismos linguísticos que sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
estabelecem a conectividade e retomada do que foi escrito Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com
ou dito, são os referentes textuais, que buscam garantir gato.
a coesão textual para que haja coerência, não só entre os - Substitutos universais, como os verbos vicários (ver-
elementos que compõem a oração, como também entre a bos que substituem um outro empregado anteriormente).
sequência de orações dentro do texto. Ex.: Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro.
Essa coesão também pode muitas vezes se dar de
modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de co-
que os participantes do processo têm comGirlan o tema. Por nectivos,
Almeida Dos Santos como certos pronomes, certos advérbios e expres-
exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o pú- sões adverbiais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse
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justifica-se quando, ao remeter a um enunciado anterior, a
blico a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral,
evita que se lance mão de repetições inúteis. HP151916827058188
palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem reco-
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima- lheu-se cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças.
ginária - composta de termos e expressões - que une os O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações a relação entre as duas orações.).
de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi- Dêiticos são elementos linguísticos que têm a proprie-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono- dade de fazer referência ao contexto situacional ou ao pró-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, prio discurso. Exercem, por excelência, essa função de pro-
orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor- gressão textual, dada sua característica: são elementos que
re daí a coerência textual. não significam, apenas indicam, remetem aos componentes
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o da situação comunicativa.
apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe- Já os componentes concentram em si a significação. Eli-
rência é resultado do mau uso daqueles elementos de coe- sa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
são textual. Na organização de períodos e de parágrafos, “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os
um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexi- participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos,
cais prejudica o entendimento do texto. Construído com os certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advér-
elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. bios de tempo, referenciam o momento da enunciação, poden-
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado do indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. As-
não se constrói com um amontoado de palavras e orações. sim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente,
Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de
e independência sintática e semântica, recobertos por unida- agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro).”
des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que
ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma uni- haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e coe-
dade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes rência relaciona--se intimamente a contexto.
formando o texto.
Além disso, relembre-se de que, por coesão, entende-
-se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem
a estrutura textual.

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A seleção vocabular A coesão decorre das relações de sentido que se ope-


ram entre os elementos de um texto. Também resulta da
Na produção de texto, a seleção vocabular também perfeita relação de sentido que tem de haver entre as partes
é importante elemento de coesão, já que, muitas vezes, de um texto. Assim, o uso de conectivos é de grande impor-
substituímos uma palavra que já empregamos por outra tância para que possa haver coesão textual.
que lhe retoma o sentido. Observe:
Os advogados do réu apresentaram um pedido ao juiz, Leia o texto que se segue:
no entanto o magistrado não acatou a solicitação dos patro-
nos do acusado. “Além de ter liberdade para receber e transmitir infor-
mações é preciso que todos sejam livres para manifestar opi-
Nessa frase, as palavras magistrado, solicitação, patro- niões e críticas sobre o comportamento do governo. Não bas-
ta, porém, dizer na Constituição que essas liberdades existem.
nos e acusado funcionam como elementos de coesão, pois
É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo
retomam, respectivamente, os termos juiz, pedido, advoga-
o povo para a obtenção e divulgação de informações, e por
dos e réu. Veja que a seleção vocabular utilizada na frase esses meios o povo participe constantemente do governo, que
acima, além de dar coesão ao texto, tem função estilística, existe para realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades
pois permite que não se repitam as mesmas palavras. e promover a melhoria de suas condições de vida”.
DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São
Os mecanismos de combinação e seleção – a coe- Paulo: Editora Moderna, 1985. p. 41.
rência e articulação de sentidos
Atente para o fato de que as orações que formam esse
Como você já deve ter percebido, escrever não é só trecho apresentam uma perfeita relação de sentido criada
colocar as ideias no papel. Até porque essas ideias não sur- com a ajuda dos conectivos. Vamos analisar um a um os pe-
gem do nada. Elas fazem parte do processo de comunica- ríodos encontrados no texto transcrito acima para entender
ção de que participamos e de todas as informações que esses mecanismos relacionais que os conectivos nos dão.
nos chegam, através de trocas de experiências com seus “Além de ter liberdade para receber e transmitir infor-
interlocutores e muita, muita leitura. mações é preciso que todos sejam livres para manifestar opi-
Veja a manchete de um jornal de grandeGirlan
circulação na- niões e críticas sobre o comportamento do governo.”
Almeida DosNo Santos
1º segmento, encontramos a locução conjuntiva
cional que publicou o seguinte:
“além
sqterapeutagirlan@gmail.com
Professoras mandam carta a deputados protestando de” que introduz as orações seguintes, ambas subor-
dinadas adverbiais finais ‘para receber e (para) transmitir’,
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contra o aumento de seus salários.
que por sua vez são coordenadas aditivas entre si, ou seja,
têm a mesma função.
Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o
Na 2ª oração “Não basta, porém, dizer na Constituição
leitor poderia entendê-la de dois modos diversos: as pro- que essas liberdades existem”, a conjunção destacada indica
fessoras, chateadas com o aumento insignificante de seus contradição, oposição ou restrição ao que foi dito na oração
salários, reclamam, protestando, através de uma carta, aos anterior.
senhores deputados; ou as professoras questionam o au- Já no último segmento do texto encontramos o pro-
mento de salário que os deputados tiveram, comparando nome relativo “que” retomando o substantivo “governo”
com o salário delas e escrevem-nos protestando. da oração anterior e que aparece como oração principal
Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece de três outras orações subordinadas a ela, também com o
quando menos esperamos? sentido de finalidade – para realizar sua vontade; (para) sa-
Nesse caso, é o emprego do pronome “seus” o causa- tisfazer suas necessidades e (para) promover a melhoria de
dor desse duplo sentido. Podemos dizer que o pronome suas condições de vida.
possessivo destacado tanto pode se referir aos salários das
professoras como dos deputados. ‘É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo
Sendo o texto uma ‘unidade de sentido’, os elementos o povo para a obtenção e divulgação de informações, e por
que o compõem (palavras, orações, períodos) precisam se esses meios o povo participe constantemente do governo, que
relacionar harmonicamente. existe para realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades e
promover a melhoria de suas condições de vida”.
A estruturação de uma simples frase pode ser compa-
Repare que trabalhamos com os conectores (outro nome
rada com a articulação de um esqueleto com seus ossos.
para os conectivos), visando à perfeita relação de sentido que
Do mesmo jeito que uma articulação entre dois ou mais deve haver entre as partes que compõem um texto.
ossos acontece, resultando num movimento, as palavras Sendo os conectivos elementos que relacionam partes
devem combinar umas com as outras numa articulação de de um discurso, estabelecendo relações de significado entre
pensamentos, tornando o texto coeso, com nexo. Não se essas partes, possuem valores próprios, uns exprimindo fina-
esqueça de que nexo significa “ligação, vínculo”. lidade, outros, oposição; outros, escolha e assim por diante.
Esse modo de estruturar o texto, a combinação e sele- A seleção vocabular é também um importante meca-
ção das palavras para evitar a falta de nexo, recebe o nome nismo coesivo e a estamos empregando quando substituí-
de mecanismos de coesão. mos uma palavra que já foi usada por outra que lhe retoma

123

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LÍNGUA PORTUGUESA

o sentido. Podemos usar sinônimos, pronomes (retos ou - Palavras terminadas em EL:


oblíquos), pronomes relativos, etc. Esse mecanismo seleti- átono: plural em EIS: nível – níveis.
vo, além de dar coesão ao texto, tem função estilística, pois tônico: plural em ÉIS: carretel – carretéis.
permite que as palavras não sejam repetidas.
De maneira geral, podemos dizer que temos um texto - Palavras terminadas em X são invariáveis: o clímax
coerente e coeso quando este não contém contradições, o – os clímax.
vocabulário utilizado está adequado, as afirmações são re-
levantes para o desenvolvimento do tema, os fatos estão - Há palavras cuja sílaba tônica avança: júnior − juniores;
corretamente sequenciados, ou seja, o texto deverá estar caráter – caracteres. A palavra
constituído de relações de sentido entre os vocábulos, ex- Caracteres é plural tanto de caractere quanto de caráter.
pressões e frases e do encadeamento linear das unidades
linguísticas no texto. - Palavras terminadas em ão fazem o plural em ãos,
O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não haverá ães e ões.
coesão quando, por exemplo, empregarmos conjunções e Em ões: balões, corações, grilhões, melões, gaviões.
pronomes de modo inadequado, deixarmos palavras ou até Em ãos: pagãos, cristãos, cidadãos, bênçãos, órgãos. Os
frases inteiras desconectadas e quando a escolha vocabular paroxítonos, como os dois últimos, sempre fazem o plural
for inadequada, levando à ambiguidade, entre outros pro- em ãos.
blemas. Em ães: escrivães, tabeliães, capelães, capitães, alemães.
Aconselhamos que, para se perceber a falta de coesão Em ões ou ãos: corrimões/corrimãos, verões/verãos,
no texto produzido por você, o melhor que se tem a fazer anões/anãos.
é lê-lo atentamente, estabelecer as relações entre as pala- Em ões ou ães: charlatões/charlatães, guardiões/guar-
vras que o compõem, as orações que formam os períodos e, diães, cirugiões/cirurgiães.
por fim, os períodos que formam o texto. Em ões, ãos ou ães: anciões/anciãos/anciães, ermitões/
Como você pôde notar, a coesão e a coerência textuais ermitãos/ermitães
são elementos facilitadores para a compreensão perfeita
de um texto. - Plural dos diminutivos com a letra z. Coloca-se a
Coerência diz respeito a tudo que se harmoniza entre palavra no plural, corta-se o s e acrescenta-se zinhos (ou zi-
si, que tem ligação. O conceito da palavra relaciona-se à
presença de conexão, de nexo entre as ideias.Girlan Almeida nhas):
Isso porque
coraçãozinho – corações – coraçõe – coraçõezinhos.
Dos Santos
buscamos sempre a existência de sentido, quer seja ao refle-
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- Plural com metafonia (ô - ó). Algumas palavras, quan-
tirmos sobre algo, quer seja interpretando o que nos rodeia,
HP151916827058188
do vão ao plural, abrem o timbre da vogal “o”, outras não.
quer seja ao tentarmos compreender o conteúdo daquilo
Com metafonia singular (ô) plural (ó): coro-coros; corvo-cor-
que nos é apresentado em forma de texto escrito. Assim,
vos; destroço-destroços. Sem metafonia singular (ô) plural
podemos inferir que o uso de algumas expressões pode
(ô): adorno-adornos; bolso-bolsos; transtorno-transtornos.
comprometer o entendimento de um texto.
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia-
- Casos especiais: aval, avales e avaiscal − cales e cais-
coes-linguisticas.htm
cós − coses e cós – fel, feles e féis – mal e males – cônsul e
cônsules.
FLEXÃO NOMINAL E VERBAL. - Os dois elementos variam. Quando os compostos
são formados por substantivo mais palavra variável (adjeti-
vo, substantivo, numeral, pronome): amor-perfeito − amo-
FLEXÃO NOMINAL res-perfeitos; couve-flor − couves-flores; segunda-feira −
segundas-feiras.
Flexão de número: Os nomes (substantivo, adjetivo
etc.), de modo geral, admitem a flexão de número: singular - Só o primeiro elemento varia. Quando há preposição
e plural: animal – animais. no composto, mesmo que oculta: pé-de-moleque − pés-
- Na maioria das vezes, acrescenta-se S: ponte – -de-moleque; cavalo-vapor − cavalos-vapor (de ou a vapor).
pontes; bonito – bonitos. Quando o segundo substantivo determina o primeiro (fim
- Palavras terminadas em R ou Z: acrescenta-se ES: ou semelhança): banana-maçã − bananas-maçã (semelhan-
éter – éteres; avestruz – avestruzes. O pronome qualquer te a maçã); navio-escola − navios-escola (a finalidade é a
faz o plural no meio: quaisquer escola).
- Palavras oxítonas terminadas em S: acrescenta-se Alguns autores admitem a flexão dos dois elementos.
ES: ananás – ananases. As paroxítonas e as proparoxítonas É uma situação polêmica: mangas-espada (preferível) ou
são invariáveis: o pires − os pires, o ônibus − os ônibus mangas-espadas. Quando dizemos (e isso vai ocorrer outras
vezes) que é uma situação polêmica, discutível, convém ter
- Palavras terminadas em IL: em mente que a questão do concurso deve ser resolvida
átono: trocam IL por EIS: fóssil – fósseis. por eliminação, ou seja, analisando bem as outras opções.
tônico: trocam L por S: funil – funis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Apenas o último elemento varia. Quando os ele- O feminino de elefante é elefanta , e não elefoa. Aliá é
mentos são adjetivos: hispano-americano − hispano-ame- correto, mas designa apenas uma espécie de elefanta. Ma-
ricanos. A exceção é surdo-mudo, em que os dois adjeti- mão, para alguns gramáticos, deve ser considerado epice-
vos se flexionam: surdos-mudos. Nos compostos em que no. É algo discutível.
aparecem os adjetivos grão, grã e bel: grão-duque − grão- Há substantivos de gênero duvidoso, que as pessoas
-duques; grã-cruz − grã-cruzes; bel-prazer − bel-prazeres. costumam trocar: champanha aguardente, dó, alface, eclip-
Quando o composto é formado por verbo ou qualquer se, calformicida, cataplasma, grama (peso), grafite, milhar
elemento invariável (advérbio, interjeição, prefixo etc.) mais libido, plasma, soprano, musse, suéter, preá, telefonema.
substantivo ou adjetivo: arranha-céu − arranha-céus; sem- Existem substantivos que admitem os dois gêneros:
pre-viva − sempre-vivas; super-homem − super-homens. diabetes (ou diabete), laringe, usucapião etc.
Quando os elementos são repetidos ou onomatopaicos (re-
presentam sons): reco-reco − reco-recos; pingue-pongue − Flexão de Grau:
pingue-pongues; bem-te-vi − bem-te-vis.
Como se vê pelo segundo exemplo, pode haver algu- Grau do substantivo
ma alteração nos elementos, ou seja, não serem iguais. Se
- Normal ou Positivo: sem nenhuma alteração.
forem verbos repetidos, admite-se também pôr os dois no
- Aumentativo: Sintético: chapelão. Analítico: chapéu
plural: pisca-pisca − pisca-piscas ou piscas-piscas
grande, chapéu enorme etc.
- Diminutivo: Sintético: chapeuzinho. Analítico: cha-
- Nenhum elemento varia. Quando há verbo mais
palavra invariável: O cola-tudo – os cola-tudo. Quando há péu pequeno, chapéu reduzido etc. Um grau é sintético
dois verbos de sentido oposto: o perde-ganha – os perde- quando formado por sufixo; analítico, por meio de outras
-ganha. Nas frases substantivas (frases que se transformam palavras.
em substantivos): O maria-vai-com-as-outras − os maria-
-vai-com-as-outras. Grau do adjetivo
- Normal ou Positivo: João é forte.
- São invariáveis arco-íris, louva-a-deus, sem-vergonha, - Comparativo: de superioridade: João é mais forte
sem-teto e sem-terra: Os sem-terra apreciavam os arco-íris. que André. (ou do que); de inferioridade: João é menos
Admitem mais de um plural: pai-nosso − pais-nossos ou pai- forte que André. (ou do que); de igualdade: João é tão for-
Girlan Almeida
-nossos; padre-nosso − padres-nossos ou padre-nossos; ter- te
Dosquanto
SantosAndré. (ou como)
ra-nova − terras-novas ou terra-novas; salvo-conduto − sal- - Superlativo: Absoluto: sintético: João é fortíssimo;
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vos-condutos ou salvo-condutos; xeque-mate − xeques-ma- analítico: João é muito forte (bastante forte, forte demais
HP151916827058188
tes ou xeques-mate; fruta-pão − frutas-pães ou frutas-pão; etc.); Relativo: de superioridade: João é o mais forte da tur-
guarda-marinha − guardas-marinhas ou guardas-marinha. ma; de inferioridade: João é o menos forte da turma.
Casos especiais: palavras que não se encaixam nas regras: o O grau superlativo absoluto corresponde a um aumento
bem-me-quer − os bem-me-queres; o joão-ninguém − os do adjetivo. Pode ser expresso por um sufixo (íssimo, érrimo
joões-ninguém; o lugar-tenente − os lugar-tenentes; o ma- ou imo) ou uma palavra de apoio, como muito, bastante,
pa-múndi − os mapas-múndi. demasiadamente, enorme etc. As palavras maior, menor,
melhor, e pior constituem sempre graus de superioridade:
Flexão de Gênero: Os substantivos e as palavras que O carro é menor que o ônibus; menor (mais pequeno): com-
o acompanham na frase admitem a flexão de gênero: mas- parativo de superioridade. Ele é o pior do grupo; pior (mais
culino e feminino: Meu amigo diretor recebeu o primeiro mau): superlativo relativo de superioridade.
salário. Minha amiga diretora recebeu a primeira prestação. Alguns superlativos absolutos sintéticos que podem apre-
A flexão de feminino pode ocorrer de duas maneiras.
sentar dúvidas. acre – acérrimo, amargo – amaríssimo; amigo –
- Com a troca de o ou e por a: lobo – loba; mestre – mestra.
amicíssimo; antigo – antiqüíssimo; cruel – crudelíssimo; doce –
- Por meio de diferentes sufixos nominais de gênero,
dulcíssimo; fácil – facílimo; feroz – ferocíssimo; fiel – fidelíssimo;
muitas vezes com alterações do radical: ateu – atéia; bispo – epis-
copisa; conde – condessa; duque – duquesa; frade – freira; ilhéu geral – generalíssimo; humilde – humílimo; magro – macérrimo;
– ilhoa; judeu – judia; marajá – marani; monje – monja; pigmeu – negro – nigérrimo; pobre – paupérrimo; sagrado – sacratíssimo;
pigmeia; píton – pitonisa; sandeu – sandia; sultão – sultana. sério – seriíssimo; soberbo – superbíssimo.

Alguns substantivos são uniformes quanto ao gênero, FLEXÃO VERBAL


ou seja, possuem uma única forma para masculino e femi-
nino. Podem ser: As flexões verbais são expressas por meio dos tempos,
Sobrecomuns: admitem apenas um artigo, podendo modo e pessoa da seguinte forma: O tempo indica o mo-
designar os dois sexos: a pessoa, o cônjuge, a testemunha. mento em que ocorre o processo verbal; O modo indica a
Comuns de dois gêneros: admitem os dois artigos, po- atitude do falante (dúvida, certeza, impossibilidade, pedido,
dendo então ser masculinos ou femininos: o estudante − a imposição, etc.); A pessoa marca na forma do verbo a pes-
estudante, o cientista − a cientista, o patriota − a patriota. soa gramatical do sujeito.
Epicenos: admitem apenas um artigo, designando os Tempos: Há tempos do presente, do passado (pretéri-
animais: O jacaré, a cobra, o polvo to) e do futuro.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Modo a) saia amarelo-ouro


b) papel amarelo-ouro
Modo Indicativo: Indica uma certeza relativa do falante c) caixa vermelho-sangue
com referência ao que o verbo exprime; pode ocorrer no d) caixa vermelha-sangue
tempo presente, passado ou futuro: e) caixas vermelho-sangue
Presente: Processo simultâneo ao ato da fala, fato cor-
riqueiro, habitual: Compro livros nesta livraria. Usa-se tam- 03. Indique a frase correta:
bém o presente com o valor de passado, passado histórico a) Mariazinha e Rita são duas leva-e-trazes.
(nos contos, narrativas) b) Os filhos de Clotilde são dois espalhas-brasas.
Tempos do Pretérito (passado): Exprimem processos c) O ladrão forçou a porta com dois pés-de-cabra.
anteriores ao ato da fala. São eles: d) Godofredo almoçou duas couves-flor.
- Pretérito Imperfeito: Exprime um processo habitual, e) Alfredo e Radagásio são dois gentilhomens.
ou com duração no tempo: Naquela época eu cantava
como um pássaro. 04. Flexão incorreta:
- Pretérito Perfeito: Exprime uma ação acabada: Paulo a) os cidadãos
quebrou meu violão de estimação. b) os açúcares
- Pretérito Mais-que-Perfeito: Exprime um processo c) os cônsules
anterior a um processo acabado: Embora tivera deixado a d) os tóraxes
escola, ele nunca deixou de estudar. e) os fósseis

Tempos do Futuro: Indicam processos que irão acon- 05. Mesma pronúncia de “bolos”:
tecer: a) tijolos
- Futuro do Presente: Exprime um processo que ainda b) caroços
não aconteceu: Farei essa viagem no fim do ano. c) olhos
- Futuro do Pretérito: Exprime um processo posterior d) fornos
a um processo que já passou: Eu faria essa viagem se não e) rostos
tivesse comprado o carro.
Girlan Almeida
Modo Subjuntivo: Expressa incerteza, possibilidade ou Dos06.Santos
Não varia no plural:
a) tique-taque
dúvida em relação ao processo verbal e sqterapeutagirlan@gmail.com
não está ligado
b) guarda-comida
com a noção de tempo. Há três tempos: presente,HP151916827058188
imperfei- c) beija-flor
to e futuro. Quero que voltes para mim; Não pise na gra- d) para-lama
ma; É possível que ele seja honesto; Espero que ele fique
e) cola-tudo
contente; Duvido que ele seja o culpado; Procuro alguém
que seja meu companheiro para sempre; Ainda que ele 07. Está mal flexionado o adjetivo na alternativa:
queira, não lhe será concedida a vaga; Se eu fosse bailari- a) Tecidos verde-olivas
na, estaria na Rússia; Quando eu tiver dinheiro, irei para as b) Festas cívico-religiosas
praias do nordeste. c) Guardas noturnos luso-brasileiros
Modo Imperativo: Exprime atitude de ordem, pedido d) Ternos azul-marinho
ou solicitação: Vai e não voltes mais. e) Vários porta-estandartes
Pessoa: A norma da língua portuguesa estabelece três
pessoas: Singular: eu , tu , ele, ela. Plural: nós, vós, eles, elas. 08. Na sentença “Há frases que contêm mais beleza do
No português brasileiro é comum o uso do pronome de que verdade”, temos grau:
tratamento você (s) em lugar do tu e vós. a) comparativo de superioridade
b) superlativo absoluto sintético
Exercícios c) comparativo de igualdade
d) superlativo relativo
01. Assinale o par de vocábulos que formam o plural e) superlativo por meio de acréscimo de sufixo
como órfão e mata-burro, respectivamente:
a) cristão / guarda-roupa 09. Assinale a alternativa em que a flexão do substanti-
b) questão / abaixo-assinado vo composto está errada:
c) alemão / beija-flor a) os pés-de-chumbo
d) tabelião / sexta-feira b) os corre-corre
c) as públicas-formas
e) cidadão / salário-família
d) os cavalos-vapor
02. Relativamente à concordância dos adjetivos com- e) os vaivéns
postos indicativos de cor, uma, dentre as seguintes, está Respostas: 1-A / 2-D / 3-C / 4-D / 5-E / 6-E / 7-A / 8-A
errada. Qual?
/ 9-B /

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

Função; .............................................................................................................................................................................................................. 01
Progressão Aritmética;.................................................................................................................................................................................. 09
Progressão Geométrica; ............................................................................................................................................................................... 09
Juros simples e compostos; ........................................................................................................................................................................ 13
Análise combinatória; ................................................................................................................................................................................... 17
Probabilidade. ................................................................................................................................................................................................. 17

Girlan Almeida Dos Santos


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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

O conjunto B é denominado contradomínio, CD.


FUNÇÃO; Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
imagem da função, que indicaremos por Im.
Diagrama de Flechas
Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-


domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im
= {6, 9, 12}
Girlan Almeida Dos Santos
Classificação das funções
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Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-
mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
mínio.

Muitas vezes nos deparamos com situações que envol-


vem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago
na conta de luz depende do consumo medido no período;
o tempo de uma viagem de automóvel depende da veloci-
dade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.
Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-
Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f
domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
uma relação de A em B.
domínio.
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada
elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.
Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.
O conjunto A é denominado domínio da função, indi-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjunto es-
tamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a variável x.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

Bijetora: Quando apresentar as características de fun- Função Decrescente: a < 0


ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, Nesse caso, os valores de y, caem.
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.

Função 1 grau Raiz da função


A função do 1° grau relacionará os valores numéricos Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. de y igual a zero, pois no momento em que a reta intersec-
ta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica a seguir:
Estudo dos Sinais

Definimos função como relação entre duas grandezas


representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e daGirlan
imagemAlmeida
cres- Dos Santos
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
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Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente,
Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
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e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.
culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
Função Crescente: a > 0 neralização com base na própria lei de formação da função,
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá- considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
fico que os valores de y vão crescendo. X=-b/a

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema


com duas equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b

F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

Portanto, Raízes
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2)
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- Vértices e Estudo do Sinal
drática e deve ser o maior termo. Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada
para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
Considerações rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
máximo V.
Concavidade Em qualquer caso, as coordenadas de V são
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para . Veja os gráficos:
baixo se a<0

Discriminante(∆) Girlan Almeida Dos Santos


∆=b²-4ac sqterapeutagirlan@gmail.com
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∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando , a par ábola y=ax²+bx+c é tangente ao


eixo x, no ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante , as


duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais

∆<0

A função não tem raízes reais

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

Equação Exponencial Função decrescente


Se temos uma função exponencial de-
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoen- crescente em todo o domínio da função.
te de uma ou mais potências de bases positivas e diferentes Neste outro gráfico podemos observar que à medida
de 1. que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que
a curva da função é decrescente.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em
função da definição da função exponencial, temos que:
Função exponencial Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao ma-
A expressão matemática que define a função exponen- temático
Girlan Almeida Dos Santos suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei-
cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número ros a estudar as propriedades desse número.
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real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável. O valor deste número expresso com 10 dígitos deci-
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mais, é:
Função crescente e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
Se temos uma função exponencial crescente, pode ser escrita como a potência de base e com expoente
qualquer que seja o valor real de x. x, isto é:
No gráfico da função ao lado podemos observar que à ex = exp(x)
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica-
mente vemos que a curva da função é crescente. Propriedades dos expoentes
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um
número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
com a ≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N


na base a

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

Ainda com base na definição podemos estabelecer Função Logarítmica


condições de existência:
Uma função dada por , em
que a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-
-se função logarítmica.
Exemplo

Consequências da Definição

QUESTÕES
Girlan Almeida Dos01.Santos
(TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)
Uma locadora de automóveis oferece dois planos de alu-
sqterapeutagirlan@gmail.com
Propriedades
guel de carros a seus clientes:
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Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem
livre.

Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por qui-


lômetro rodado.

Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos


quilômetros precisam ser rodados para que o valor do
aluguel pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo
Mudança de Base Plano B?

(A) 30.
(B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
Exemplo (E) 84.
Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
a)log 6
b) log1,5
c) log 16
Solução
a) Log6=log2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781
b)
c)

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um 05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)
vendedor recebe um salário mensal composto de um valor No sistema de coordenadas cartesianas da figura abai-
fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte variá- xo, encontram-se representados o gráfico da função de
vel corresponde a uma comissão de 6% do valor total de segundo grau f, definida por f(x), e o gráfico da função
vendas que ele fez durante o mês. O salário mensal desse de primeiro grau g, definida por g(x).
vendedor pode ser descrito por uma expressão algébrica
f(x), em função do valor total de vendas mensal, represen-
tado por x.

A expressão algébrica f(x) que pode representar o salá-


rio mensal desse vendedor é
(A) f(x) = 0,06x + 1.300.
(B) f(x) = 0,6x + 1.300.
(C) f(x) = 0,78x + 1.300.
(D) f(x) = 6x + 1.300.
(E) f(x) = 7,8x + 1.300.

03. (CONSANPA – Técnico Industrial – FADESP/2017)


Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por
uma fonte a vazão constante e tem a altura de sua coluna
d’água (em metros), em função do tempo (em dias), descri-
ta pelo seguinte gráfico:

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são

Girlan Almeida Dos(A)Santos


-0,5 e 2,5.
(B) -0,5 e 3.
sqterapeutagirlan@gmail.com
(C) -1 e 2.
HP151916827058188
(D) -1 e 2,5.
(E) -1 e 3.
Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros,
o número de dias necessários para que a fonte encha o 06. (EMBASA – Agente Administrativo –
reservatório inicialmente vazio é IBFC/2017) A soma das coordenadas do vértice da pa-
(A) 18 rábola da função f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
(B) 12 (A) 4
(C) 8 (B) 6
(D) 6 (C) 8
(D) 10

04. (TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário – 07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –


FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica de IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função
computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até
o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até resolver o , na função g(x) = x2 - 4x + 5, encontra-
problema (também são cobradas as frações de horas traba- mos como resultado:
lhadas). Em um desses serviços, Carlos resolveu o problema
e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite concluir que (A) 12
ele trabalhou nesse serviço (B) 15
(A) 5 horas e 45 minutos. (C) 16
(B) 6 horas e 15 minutos. (D) 17
(C) 6 horas e 25 minutos.
(D) 5 horas e 25 minutos.
(E) 5 horas e 15 minutos.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

08. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- 10. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de
de x fazem com que a expressão as- k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exa-
suma valor numérico igual a 1? tamente uma raiz?
(A) 0
(A) 2 (B) 3
(B) 3 (C) 6
(C) 4 (D) 9
(D) 5 (E) 12
(E) 6
11. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Conside-
que melhor representa a função y = 2x , para o domínio rando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que apresenta
em R+ é: o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.

Respostas
(A)
01. Resposta: D.

90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km
Girlan Almeida Dos Santos
02. Resposta: A.
sqterapeutagirlan@gmail.com
(B)
HP151916827058188
6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

03. Resposta: A.

(C)

2x=36
X=18

04. Resposta: B.
F(x)=12+25x
(D) X=hora de trabalho

168,25=12+25x
25x=156,25
X=6,25 horas
1hora---60 minutos
0,25 ----- x
X=15 minutos

Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos


(E)

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

05. Resposta: E.
Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
(x-2)(x+2)=x²-4

A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3) A base pode ser igual a 1:
Y=ax+b X²-5x+5=1
-1=b X²-5x+4=0
3=2a-1 ∆=25-16=9
2a=4
A=2
Y=2x-1

Igualando a função do primeiro grau e a função do se-


gundo grau:
X²-4=2x-1
X²-2x-3=0
∆=4+12=16 A base for -1 desde que o expoente seja par:
X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0

∆=25-24=1

06. Resposta:C.

Girlan Almeida DosVamos substituir esses dois valores no expoente


Santos
X=2:
sqterapeutagirlan@gmail.com
X²+4x-60
HP151916827058188
2²+8-60==48
A soma das coordenadas é igual a 8 X=3
3²+12-60=-39
07. Resposta: D .
Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do
zero, é é uma curva.

10. Resposta: E.
-2x=-12 Kx=(x+3)²
X=6 Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Substituindo em g(x) Para ter uma raiz, ∆=0
G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17 ∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
08. Resposta: D. 36-12k+k²-36=0
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero. k²-12k=0
X²+4x-60=0 k=0 ou k=12
∆=4²-4.1.(-60)
∆=16+240 11. Resposta:C.
∆=256

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
da seguinte forma:
PROGRESSÃO ARITMÉTICA;
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA;

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao
seja associado a uma posição, temos uma sequência. primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se- nos uma unidade.
gundo por a2, e o n-ésimo por an.

Termo Geral de uma Sequência


Algumas sequências podem ser expressas mediante
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão, Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
que relaciona o valor do termo com sua posição. 6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
Para a posição n(n∈ N*), podemos escrever an=f(n)

Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é Girlan
obtido adicio-
Almeida DosNuma
SantosPA finita, a soma de dois termos equidistantes
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan- dos extremos é igual à soma dos extremos.
te r chama-se razão da PA.
sqterapeutagirlan@gmail.com
HP151916827058188
Soma dos Termos
Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per-
mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
Exemplo gressão aritmética.
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
média aritmética entre o anterior e o posterior.
Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O
último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri-
meiro termo?
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é
igual à soma dos extremos.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

Solução - Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-


Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda - Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
para solucionar a questão: de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto
ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
termos, então o termo central tem exatamente o valor de igual à posição do termo menos uma unidade.
metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

Portanto, o termo geral é:

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma
dos termos Sn:
1º Caso: q=1
Girlan Almeida Dos Santos
sqterapeutagirlan@gmail.com
HP151916827058188
2º Caso: q≠1
Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multi- Exemplo
plicando o anterior por uma constante q, chamada razão Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
da PG. a) A soma dos 6 primeiros termos
Exemplo b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter-
Dada a sequência: (4, 8, 16) mos seja 29524

Solução

a)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an- b)
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

03. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Super-


visor – FGV/2017) O valor da expressão

2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:

(A)2014;
Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica (B) 2016;
Infinita (C) 2018;
1º Caso:-1<q<1 (D) 2020;
(E) 2022.

04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Con-


sidere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a raiz da equação é o segundo termo de uma Progressão
série é convergente. Aritmética (P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde
aos 3/4 da raiz da equação. O valor do décimo termo da
2º Caso: P.A. é:
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- (A) 48
rie é divergente (B) 36
(C) 32
3º Caso: (D) 28
Também não possui soma finita, portanto divergente (E) 24
Produto dos termos de uma PG finita
05. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
de Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma
planta recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que
havia recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu
Girlan Almeida 374
Dosgotas
Santos
de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
QUESTÕES
(A) 64 gotas.
sqterapeutagirlan@gmail.com
(B) 49 gotas.
HP151916827058188
01. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-
(C) 59 gotas.
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n pri-
(D) 44 gotas.
meiros termos de uma progressão geométrica é dada por
(E) 54 gotas.

06. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação


Quanto vale o quarto termo dessa progressão geomé- de Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão
trica? na sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11,
12, 13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31°
(A) 1 termos é igual a
(B) 3 (A) 42.
(C) 27 (B) 31.
(D) 39 (C) 33.
(E) 40 (D) 39.
(E) 36.
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Para
que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão 07. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necrop-
aritmética, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, sia – IBFC/2017) Considere a seguinte progressão arit-
o valor de mética: (23, 29, 35, 41, 47, 53, ...)
(A) -0,5. Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é:
(B) 1,5. (A) 137
(C) 2. (B) 455
(D) 4. (C) 500
(E) 6. (D) 515
(E) 680

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

08. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter- 03. Resposta: C.


mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo- Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os
métrica (1, 2, 4, 8, ...): números ímpares.
(A) 438 Os termos pares formam uma PA de razão -2
(B) 512 Vamos descobrir quantos termos há:
(C) 256
(D) 128 2017=1+(n-1)⋅2
2017=1+2n-2
09. (CRF/MT – Agente Administrativo – QUA- 2017=-1+2n
DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No 2n=2018
mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após n=1009
1 dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38
seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava 17
seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela ultrapassará a
barreira de 1.000 seguidores após:
(A) 57 dias.
(B) 58 dias.
(C) 59 dias.
(D) 60 dias. Para a sequência par:
(E) 61 dias. -2016=-2+(n-1)⋅(-2)
-2016=-2-2n+2
10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador Munici- 2n=2016
pal – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir N=1008
determine o sexto termo da sequência:
196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(A) 115.
(B) 100.
(C) 81. Girlan Almeida Dos Santos
(D) 69.
sqterapeutagirlan@gmail.com
(E) 49. 1018081-1017072=1009
HP151916827058188
2⋅1009=2018

RESPOSTAS 04. Resposta: A.


Raiz da equação:
01.Resposta: A. 2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:

PA
(12,16,...)
Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4 R=16-12=4
primeiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos
o 4º termo.

02. Resposta: B. =48


Para ser uma PA:
X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1) 05. Resposta: E.
X²-1-4x+1=x-4-x²+1
X²+x²-4x-x-3=0
2x²-5x-3=0
∆=25-24=1
A1=374-320
A1=54

06. Resposta: B.
Observe os números em negrito:
9, 11, 13, 15,...

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú- Capital


meros. O Capital é o valor aplicado através de alguma opera-
Ou seja, o 9 está na posição 5 ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor
O 11 está na posição 10 e assim por diante. Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se
O 19º termo, já temos na sequência que é o 14 Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi-
Seguindo os termos: nanceiras).
25º termo é o 17
30º termo é 19 Taxa de juros e Tempo
Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida- A taxa de juros indica qual remuneração será paga
des ao dinheiro emprestado, para um determinado período.
O 31º termo é o 17. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em
14+17=31 seguida da especificação do período de tempo a que se
refere:
07. Resposta: D. 8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
Observe a razão: 29-23=6 10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
A83=a1+82r Outra forma de apresentação da taxa de juros é a
A83=23+82⋅6 unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100,
A83=23+492 sem o símbolo %:
A83=515 0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)
08. Resposta: C.
Q=2 Montante
Também conhecido como valor acumulado é a soma
do Capital Inicial com o juro produzido em determina-
do tempo.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para
resolver questões.
09. Resposta: C. Girlan Almeida DosMSantos
=C+J
1000=21+17(n-1)
M = montante
sqterapeutagirlan@gmail.com
1000=21+17n-17
C = capital inicial
HP151916827058188
1004=17n
J = juros
N=59
M=C+C.i.n
10. Resposta: C. M=C(1+i.n)
A sequência tem como base os quadrados perfeitos
14, 13, 12, 11, 10, 9 Juros Simples
Chama-se juros simples a compensação em dinhei-
Portanto o 6º termo é o 9²=81
ro pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa
combinada, por um prazo determinado, produzida exclu-
sivamente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS; aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao
tempo de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das
situações envolvendo juros simples é a seguinte:
Matemática Financeira J = C i n, onde:
A Matemática Financeira possui diversas aplicações J = juros
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre- C = capital inicial
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos i = taxa de juros
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, mestre, ano...)
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações. Observação importante: a taxa de juros e o tempo de
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti- aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em- seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres,
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta- semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A períodos.
essa diferença damos o nome de juros. Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

Outro ponto importante é saber que essa fórmula


pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você
souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá
obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
combinação.

Exemplo
Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à
vista. Como não tinha essa quantia no momento e não M=C+J
queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de J=95367,50-25000=70367,50
pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra
e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja
estava cobrando nessa operação era de: QUESTÕES
(A) 5,0%
(B) 5,9% 01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017)
(C) 7,5% Uma geladeira está sendo vendida nas seguintes con-
(D) 10,0% dições:
(E) 12,5% – Preço à vista = R$ 1.900,00;
Resposta Letra “e”. – Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e pa-
gamento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias
O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
da data da compra.
a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45.
prazo é de
Aplicando a fórmula M = C + J:
(A) 1,06% a.m.
45 = 40 + J
(B) 2,96% a.m.
J=5 Girlan Almeida Dos(C)Santos
0,53% a.m.
Aplicando a outra fórmula J = C i n:
(D) 3,00% a.m.
sqterapeutagirlan@gmail.com
5 = 40 X i X 1
i = 0,125 = 12,5% (E)
HP151916827058188 6,00% a.m.
Juros Compostos
o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir 02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previden-
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o ciária-FCC/2017) João emprestou a quantia de R$
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital 23.500,00 a seu filho Roberto. Trataram que Roberto
inicial e passa a render juros também. pagaria juros simples de 4% ao ano. Roberto pagou
esse empréstimo para seu pai após 3 anos. O valor total
Quando usamos juros simples e juros compostos? dos juros pagos por Roberto foi
(A) 3.410,00.
A maioria das operações envolvendo dinheiro uti- (B) R$ 2.820,00.
liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e (C) R$ 2.640,00.
longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos (D) R$ 3.120,00.
bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta (E) R$ 1.880,00.
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra-
ramente encontramos uso para o regime de juros simples: 03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade –
é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 me-
de desconto simples de duplicatas. ses e os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil
O cálculo do montante é dado por: reais, com uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime
de capitalização simples, é de
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00.
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20.
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00.
Exemplo (D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação (E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses
C=25000
i=25%aa=0,25
i=72 meses=6 anos

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O 09. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITU-
valor dos juros simples em uma aplicação financeira de $ TO AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da
3.000,00 feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é compra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa merca-
igual a: doria tem preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista
(A) $ 360,00 era igual a
(B) $ 240,00 (A) R$ 1200,00.
(C) $ 120,00 (B) R$ 1750,00.
(D) $ 480,00 (C) R$ 1000,00.
(D) R$ 1600,00.
05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá- (E) R$ 1250,00.
rios- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse 10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$ AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra
2.018,80. O capital aplicado era de juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma
(A) R$ 2.010,20. fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor
(B) R$ 2.000,00. pago foi de
(C) R$ 1.980,00. (A) R$ 970,00.
(D) R$ 1.970,40. (B) R$ 777,00.
(E) R$ 1.960,00. (C) R$ 762,00.
(D) R$ 800,00.
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (E) R$ 840,00.
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o valor
de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total de R$ 11. (DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em
9.200,00. Considerando estes apontamentos e que o rendi- 15 de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu
mento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar que a imposto de renda. Como estava tranquilo financeiramente,
taxa mensal foi de: resolveu realizar uma aplicação financeira para retirada em
(A) 1,5% 15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. A
(B) 2 % Girlan Almeida uma
Dostaxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do capital,
Santos
(C) 5,5% sabendo-se que a capitalização é mensal:
sqterapeutagirlan@gmail.com
(D) 6% (A) R$ 2.985,13
(E) 7% HP151916827058188
(B) R$ 2.898,19
(C) R$ 3.074,68
07. (UFES – Assistente em Administração – (D) R$ 2.537,36
UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada (E) R$ 2.575,00
período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um
capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês. 12. (TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia.
Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo
valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo
C0, é com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias
(A) 30 após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros
(B) 32 compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao
(C) 34 mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os cen-
(D) 36 tavos, foi, em reais,
(E) 38 (A) 163.909,00.
(B) 163.500,00.
08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário – (C) 154.500,00.
FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe- (D) 159.135,00.
ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de 13. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo- FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da
leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso. quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compos-
O valor total do pagamento foi: tos de 10% ao ano, será igual a
(A) R$ 542,00; (A) R$ 26.000,00.
(B) R$ 546,00; (B) R$ 28.645,00.
(C) R$ 548,00; (C) R$ 29.282,00.
(D) R$ 552,00; (D) R$ 30.168,00.
(E) R$ 554,00. (E) R$ 28.086,00.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

14. (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade- 06. Resposta: E.


FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma ren- M=C(1+in)
da fixa um capital de 100 mil reais, com taxa de juros com- 9200=5000(1+12i)
postos de 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O valor 9200=5000+60000i
recebido de juros ao final do período foi de 4200=60000i
(A) R$ 10.016,00. I=0,07=7%
(B) R$ 15.254,24.
(C) R$ 16.361,26. 07. Resposta: C.
(D) R$ 18.000,00. M=C(1+in)
(E) R$ 19.561,82. Cn=Co(1+0,03n)
2Co=Co(1+0,03n)
15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal – 2=1+0,03n
IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa 1=0,03n
recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1 N=33,33
ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual Ou seja, maior que 34
de juros desse empréstimo foi de:
(A) 0,5% ao ano 08. Resposta: C.
(B) 5 % ao ano M=C(1+in)
(C) 5,55 % ao ano C=500+500x0,02=500+10=510
(D) 150% ao ano M=510(1+0,004x18)
(E) 50% ao ano M=510(1+0,072)=546,72

09. Resposta: A.
RESPOSTAS M=C(1+in)
1500=C(1+0,25x1)
01. Resposta: D. 1500=C(1,25)
J=500+1484-1900=84 C=1500/1,25
C=1900-500=1400 Girlan Almeida DosC=1200
Santos
J=Cin
sqterapeutagirlan@gmail.com
84=1400.i.2 10. Resposta: E.
I=0,03=3% HP151916827058188
M=C(1+in)
M=750(1+0,12)
02. Resposta: B. M=750x1,12=840
J=Cin
J=23500⋅0,04⋅3 11. Resposta: A.
J= 2820 D junho a dezembro: 6 meses
M=C(1+i)t
03. Resposta: D. M=2500(1+0,03)6
J=Cin M=2500⋅1,194=2985
J=10000⋅0,01⋅6=600
M=C+J 12. Resposta: A.
M=10000+600=10600 90 dias=3 meses
04. Resposta: A. M=C(1+i)t
2 trimestres=6meses M=150000(1+0,03)3
J=Cin M=150000⋅1,092727=163909,05
J=3000⋅0,02⋅6 Desprezando os centavos: 163909
J=360 13. Resposta: C.
M=C(1+i)t
05. Resposta: E. M=20000(1+0,1)4
4meses=1/3ano M=20000⋅1,4641=29282
M=C(1+in)
2018,80=C(1+0,09⋅1/3) 14. Resposta: E.
2018,80=C+0,03C J=Cin
1,03C=2018,80 J=10000⋅0,015⋅12=18000
C=1960
Não, ninguém viu errado.
Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a
tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com-
posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna-

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati- Arranjo Simples


vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a
banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso Denomina-se arranjo simples dos n elementos de
mesmo. E, p a p, toda sequência de p elementos distintos de E.

15. Resposta: E. Exemplo


M=C(1+i)t Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos nú-
180000=120000(1+i) meros de 2 algarismos distintos podemos formar?
180000=120000+120000i
60000=120000i
i=0,5=50%

ANÁLISE COMBINATÓRIA;
PROBABILIDADE.

Análise Combinatória

A Análise Combinatória é a área da Matemática que


trata dos problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem


Girlan Almeida DosObserve
Santosque os números obtidos diferem entre si:
Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
sqterapeutagirlan@gmail.com
cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E pode ser tomada de n modos e, a Pelos elementos componentes: 56 e 67
HP151916827058188
decisão E pode ser tomada
1 de n modos, então 1 o número Cada número assim obtido é denominado arranjo
2 2
simples dos 3 elementos tomados 2 a 2.
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.

Exemplo Indica-se

Permutação Simples
Chama-se permutação simples dos n elementos,
qualquer agrupamento(sequência) de n elementos dis-
tintos de E.
O número de permutações simples de n elementos
é indicado por Pn.
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-
ças). 3(blusas)=6 maneiras

Fatorial Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o Solução
produto de uma multiplicação cujos fatores são números A palavra tem 8 letras, portanto:
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

Permutação com elementos repetidos Triângulo de Pascal


De modo geral, o número de permutações de n ob-
jetos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
iguais a C etc.

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distin-
tos, podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada
subconjunto com i elementos é chamado combinação sim-
ples.

Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da
forma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns bi-
Exemplo Girlan Almeida nômios:
Dos Santos
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um gruposqterapeutagirlan@gmail.com
de 5 alunos.
Solução HP151916827058188

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomad os Observe que os coeficientes dos termos formam o
p a p, também é representado pelo número binomial . triângulo de Pascal.

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma
dos denominadores é igual ao numerador são iguais:

Relação de Stifel

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

QUESTÕES 05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informa-


ção – UTFPR/2017) A senha criada para acessar um
01. (UFES - Assistente em Administração – site da internet é formada por 5 dígitos. Trata-se de
UFES/2017) Uma determinada família é composta por uma senha alfanumérica. André tem algumas informa-
pai, por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automó- ções sobre os números e letras que a compõem confor-
vel de oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois me a figura.
bancos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e
os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão
no automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão
um dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de
dispor os membros da família nos lugares do automóvel é
igual a:

(A) 1440 Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem


(B) 1480 e também não se repetem os números ímpares, assinale
(C) 1520 a alternativa que indica o número máximo de possibili-
(D) 1560 dades que existem para a composição da senha.
(E) 1600 (A) 3125.
(B) 1200.
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To- (C) 1600.
mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números (D) 1500.
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados? (E) 625.
(A) 120.
06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU-
(B) 210.
FGO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez
(C) 360.
faxineiras em seu quadro. Para atender três eventos em
(D) 630.
dias diferentes, a empresa deve formar três equipes
(E) 840. Girlan Almeida distintas,
Dos Santos com seis faxineiras em cada uma delas. De
03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros
quantas maneiras a empresa pode montar essas equi-
sqterapeutagirlan@gmail.com
diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, con-
pes?
HP151916827058188
forme a figura abaixo:
(A) 210
(B) 630
(C) 15.120
(D) 9.129.120

07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/


IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para
3 dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes,
Considerando-se essa mesma forma de distribuição, João pode escolher os colegas aos quais dá carona?
de quantas maneiras distintas esses livros podem ser orga- (A) 56
nizados na estante? (B) 84
(A) 30 maneiras (C) 126
(B) 60 maneiras (D) 210
(C) 120 maneiras (E) 120
(D) 360 maneiras
(E) 720 maneiras 08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/
IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação quantos são os modos diferentes de formar uma comis-
– UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão são composta por 2 homens e 3 mulheres?
viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa (A) 4725
que indica de quantas maneiras distintas os 4 passageiros (B) 12600
podem ocupar os assentos do carro. (C) 3780
(A) 13. (D) 13600
(B) 26. (E) 8820
(C) 17.
(D) 20.
(E) 24.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um 07. Resposta: A.


torneio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada
equipe jogará apenas uma vez com cada uma das outras.
Esse torneio terá a seguinte quantidade de jogos:
(A) 320.
(B) 460.
(C) 620. 08. Resposta: E.
(D) 1.225.
(E) 2.450.

10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho


– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e que
a comissão para organizar a festa de formatura deva ser
composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto e Ta- 09. Resposta: D.
tiana, a quantidade de maneiras distintas de se formar essa
comissão será igual a:
(A) 3.272.
(B) 3.274.
(C) 3.276. 10. Resposta: D.
(D) 3.278.
(E) 3.280. Roberto Tatiana

São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que


RESPOSTAS terão que fazer parte da comissão.
30-2=28
01. Resposta: A.
P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440 Girlan Almeida Dos Santos
sqterapeutagirlan@gmail.com
02. Resposta: C.
HP151916827058188
6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360 Experimento Aleatório

03. Resposta: E. Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-


P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720 previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
04. Resposta: E. exemplo, o lançamento de um dado.
P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24
Espaço Amostral
05. Resposta: B. Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
Vogais: a, e, i, o, u resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
Números ímpares: 1,3,5,7,9 indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face volta-
da para cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
No lançamento de uma moeda, observando a face vol-
tada para cima:
5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200 E={Ca,Co}

06. Resposta: D. Evento


É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}
Como para os três dias têm que ser diferentes: Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.
210⋅209⋅208=9129120
Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda.

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

a) Quantos elementos tem o espaço amostral?


b) Descreva o espaço amostral. Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de
Solução
se obter um número par ou menor que 5, na face superior?
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan-
çamento, há duas possibilidades. Solução
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
2x2x2=8 Sejam os eventos
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(- A={2,4,6} n(A)=3
C,R,R),(R,R,R)}
B={1,2,3,4} n(B)=4
Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.

Probabilidade Condicional
Eventos complementares É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A
ocorreu o evento B, definido por:
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
por , o evento formado por todos os elementos de E que
não pertencem a A.
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}
Girlan Almeida Dos Santos
sqterapeutagirlan@gmail.com
HP151916827058188

Eventos Simultâneos
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa-
Note que
ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:

Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retira-
da uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter
sido retirada uma bola que não seja vermelha.

Solução

são complementares.

Adição de probabilidades
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E,
finito e não vazio. Tem-se:

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

QUESTÕES 06. (PREF. DE PIRAUBA/MG – Assistente Social –


MSCONCURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em das 3 crianças de um grupo soletrar, individualmente, a
cada um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são nu- palavra PIRAÚBA de forma correta é 70%. Qual a probabili-
meradas de 1 a 6. Lançando os dois dados simultaneamen- dade das três crianças soletrarem essa palavra de maneira
te, cuja ocorrência de cada face é igualmente provável, a errada?
probabilidade de que o produto dos números obtidos seja (A) 2,7%
um número ímpar é de: (B) 9%
(A) 1/4. (C) 30%
(B) 1/3. (D) 35,7%
(C) 1/2.
(D) 2/3. 07. (UFTM – Tecnólogo – UFTM/2016) Lançam-se si-
(E) 3/4. multaneamente dois dados não viciados, a probabilidade
de que a soma dos resultados obtidos seja nove é:
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária (A) 1/36
- MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes- (B) 2/36
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a (C) 3/36
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan- (D) 4/36
tas mulheres foram à excursão?
(A) 20 08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
(B) 24 AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es-
(C) 28 condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um
(D) 32 carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua
casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência
03. (UPE – Técnico em Administração – UPE- ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um
NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta- ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha
neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um
igual ou maior que 10? Girlan Almeida dos
Dospneus,
Santos retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
(A) 1/18 babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
sqterapeutagirlan@gmail.com
(A) 0,20.
(B) 1/36
(C) 1/6 HP151916827058188(B) 0,23.
(D) 1/12 (C) 0,25.
(E) ¼ (D) 0,27.
(E) 0,30.
04. (UPE – Técnico em Administração – UPE-
NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores 09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em
de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca- uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição,
corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um duas bolas da urna.
entrevistado que pratique apenas caminhada?
(A) 7/20 A probabilidade de que o número da segunda bola re-
(B) 1/2 tirada da urna seja par é:
(C)1/4 (A) 1/2;
(D) 3/20 (B) 3/7;
(E) 1/5 (C) 4/7;
(D) 7/15;
05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal – (E) 8/15.
IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera- 10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016)
das de 1 a 40, é: Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu-
(A) 0,2 tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a
(B) 0,4 face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma
(C) 0,6 cara e ao menos uma coroa é:
(D) 0,7 (A) 0,66.
(E) 0,8 (B) 0,75.
(C) 0,80.
(D) 0,98.
(E) 0,50.

22

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

RESPOSTAS 08. Resposta: C.


A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
01. Resposta: A. dinheiro está em 1.
Para o produto ser ímpar, a única possibilidade, é que 1/4=0,25
os dois dados tenham ímpar:
09. Resposta: D.
Temos duas possibilidades
As bolas serem par/par ou ímpar/par
Ser par/par:
02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es- Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14
colher uma mulher é de 7/12

12x=336 Ímpar/par:
X=28
Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15
03. Resposta: C.
P=6x6=36
Pra ser maior ou igual a 10:
4+6
5+5 A probabilida de é par/par OU ímpar/par
5+6
6+4
6+5
6+6
Girlan Almeida Dos Santos
10. Resposta: B.
sqterapeutagirlan@gmail.com
São seis possibilidades:
HP151916827058188
Cara, coroa, cara
04. Resposta: A.
Praticam apenas corrida: 80-30=50
Apenas caminhada:x
X+50+30+50=200
70 Cara, coroa, coroa
P=70/200=7/20

05. Resposta: A.
M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2 Cara, cara, coroa

06. Resposta:A.
A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3

0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7% Coroa, cara, cara

07. Resposta: D.
Para dar 9, temos 4 possibilidades
3+6
6+3 Coroa, coroa, cara
4+5 Coroa, cara, coroa
5+4

P=4/36

23

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES ! =! 1+! !


! = 60000 1 + 0,02 !
1. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDA- ! = 60000 1,02 ! =63672,48
DE – FCC/2012) Renato aplicou uma quantia no regime de
capitalização de juros simples de 1,25% ao mês. Ao final de RESPOSTA: “B”.
um ano, sacou todo o dinheiro da aplicação, gastou meta-
de dele para comprar um imóvel e aplicou o restante, por 3. (CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUN-
quatro meses, em outro fundo, que rendia juros simples de DATEC/2013) Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago
1,5% ao mês. Ao final desse período, ele encerrou a aplica- no prazo de 5 meses, com juros simples de 2,5% a.m. (ao
ção, sacando um total de R$ 95.082,00. A quantia inicial, em mês). Nesse sentido, o valor da dívida na data do seu
reais, aplicada por Renato no primeiro investimento foi de vencimento será:
A) 154.000,00 A) R$6.250,00.
B) 156.000,00 B) R$16.250,00.
C) 158.000,00 C) R$42.650,00.
D) 160.000,00 D) R$56.250,00.
E) 162.000,00 E) R$62.250,00.

Quantia inicial: C J=Cin


! = ! ∙ 0,0125 ∙ 12 J=juros
C=capital
! = 0,15! i=taxa
M=C+J n=tempo
M=C+0,15C=1,15C J=50000.0,025.5
Final de 1 ano: J=6250
1 M=C+J
!= ∙ 1,15! M=50000+6250=56250
2
! = 0,575! Girlan Almeida Dos Santos
O valor da dívida é R$56250,00
sqterapeutagirlan@gmail.com
HP151916827058188
A outra metade foi aplicada de novo rendendo 1,5% RESPOSTA: “D”.
ao mês:
4. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
! = 0,575! ∙ 0,015 ∙ 4 = 0,0345! MA/2013) Teresa pagou uma conta no valor de R$ 400,00
com seis dias de atraso. Por isso, foi acrescido, sobre o
M=C+J valor da conta, juro de 0,5% em regime simples, para
M=0,575C+0,0345C cada dia de atraso. Com isso, qual foi o valor total pago
95082=0,6095C por Teresa?
C=156000 A) R$ 420,00.
B) R$ 412,00.
A quantia inicial foi de R$ 156.000,00 C) R$ 410,00.
D) R$ 415,00.
RESPOSTA: “B”. E) R$ 422,00.
2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI- ! = !"#
NISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00 ! = 400 ∙ 0,005 ∙ 6 = 12
num fundo de investimento, em regime de juros compos-
tos, com taxa de 2% ao mês. ! =!+!
Após 3 meses, o montante que José Luiz poderá sacar ! = 400 + 12 = 412
é
O valor que ela deve pagar é R$412,00.
A) R$63.600,00.
B) R$63.672,48.
RESPOSTA: “B”.
C) R$63.854,58.
D) R$62.425,00.
E) R$62.400,00.

24

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

5. (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) 7. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA –


Polícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca INDEC/2013) Qual a porcentagem de rendimento mensal
No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia de um capital de R$ 5.000,00 que rende R$ 420,00 após 6
de Polícia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Es- meses?
tado de Sergipe realizou blitz da Lei Seca na Avenida (Considere juros simples)
Beira Mar. Durante a ação, a polícia autuou 16 condu- A) 2,2%
tores. B) 1,6%
Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da C) 1,4%
CPTran, 12 pessoas foram notificadas por infrações di- D) 0,7%
versas e quatro por desobediência à Lei Seca[...].
O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada J=Cin
e teve a Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa 420=5000.i.6
por um ano. (Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)
Investindo um capital inicial no valor total das qua- 420
!= = 0,014 = 1,4%
tros mulas durante um período de dez meses, com ju- 5000 ∙ 6
ros de 5% ao mês, no sistema de juros simples, o total
de juros obtidos será: RESPOSTA: “C”.
A) R$2.768,15
B) R$1.595,27 8. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN-
C) R$3.821,08 DEC/2013) Uma aplicação financeira rende mensalmente
D) R$9.552,70 0,72%. Após 3 meses, um capital investido de R$ 14.000,00
E) R$1.910,54 renderá: (Considere juros compostos)
A) R$ 267,92
1910,54 ∙ 4 = 7642,16 B) R$ 285,49
! = !"# C) R$300,45
! = 7642,16 ∙ 0,05 ∙ 10 = 3821,08 E) R$304,58

O juros obtido será R$3821,08 Girlan Almeida Dos!Santos


=! 1+! !
sqterapeutagirlan@gmail.com
! = 14.000 1 + 0,0072 ! = 14304,58
RESPOSTA: “C”. HP151916827058188
M=C+J
6. (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU- J=14304,58-14000=304,58
NESP/2014) Uma pessoa pegou emprestada certa
quantia por dez meses, à taxa de juros simples de 4% RESPOSTA: “D”.
ao mês. O valor do empréstimo, acrescido dos juros,
deverá ser pago em 10 parcelas iguais de R$1.260,00. 9. (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) Um
Nesse caso, o juro total desse empréstimo será capital de R$ 25 000,00, aplicado a juros simples e à taxa
A) R$4.800,00. anual de 12%, ao final de um período de 15 meses produ-
B) R$3.800,00. zirá o montante de
C) R$4.600,00. A) R$37 000,00.
D) R$3.600,00. B) R$37 250,00.
E) R$4.200,00. C) R$32 500,00.
M=C(1+in) D) R$28 750,00.
1260.10=C(1+0,04.10) E) R$25 250,00.
C=9000 i=12% ao ano=12/12=1%ao mês
J=Cin
! = !"#
J=9000.0,04.10=3600
Dica: para lembrar da fórmula do Juro Simples: J=- ! = 25000 ∙ 0,01 ∙ 15 = 3750
Cin (JURO SIMples) ! =!+!
! = 25000 + 3750 = 28750
RESPOSTA: “D”.
O valor do montante será de R$28750,00.

RESPOSTA: “D”.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

10. (UFABC/SP – TECNÓLOGO-TECNOLOGIA DA IN-


FORMAÇÃO – VUNESP/2013) Félix aplicou uma quantia de ! = !"#
R$7.000,00 com taxa de juro simples de 2% ao mês, duran- 1050 = 15000 ∙ ! ∙ 1
te 10 meses. O montante gerado correspondeu a 40% dos ! = 0,07 = 7%
10 meses de salário líquido que Félix recebeu nesse perío-
do. Portanto, o salário líquido mensal de Félix é RESPOSTA: “C”.
A) R$1.200,00.
B) R$1.400,00.
12. (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) Para
C) R$1.800,00. fazer a troca de um automóvel, Alex utilizou seu carro usa-
D) R$2.100,00. do como entrada nas seguintes condições:
E) R$2.400,00.

! = !"# 13.
! = 7000 ∙ 0,02 ∙ 10 = 1400
! =!+!

M=7000+1400=8400
8400 ---- 40%
x ----- 100
x=21000 Nessas condições, o valor de cada parcela paga por
Alex, em reais, foi de
R$21000,00 em 10 meses A) 2.650,00.
B) 2.780,00.
!"### = 2100 !"# !ê! C) 2.830,00.
!"
D) 2.970,00.
RESPOSTA: “D”. E) 3.110,00.
Girlan Almeida Dos Santos
Diferença: 45000-18000= 27000
11. (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
sqterapeutagirlan@gmail.com
GRANRIO/2013) Paulo aplicou R$ 10.000,00 em um fundo
de investimentos que rendeu juros de 6% em um ano. Ao J=Cin
HP151916827058188
término desse ano, Paulo manteve aplicados tanto os R$
10.000,00 quanto os juros obtidos nesse primeiro ano e, J=2700.0,01.10=2700
ainda, aplicou mais R$ 4.400,00. Ele deixou seu dinheiro in-
vestido por mais um ano e, ao final desses dois anos, seu Conta: 27000+2700=29700
saldo (valor aplicado mais juros) foi de R$ 16.050,00. 29700
Cada parcela vai ser de = !$ 2970,00
Sabendo-se que, ao longo desses dois anos, Paulo não
fez qualquer retirada, qual foi a taxa anual de juros no se- 10
gundo ano? RESPOSTA: “D”.
A) 5%
B) 6% 14. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁ-
C) 7% RIA DE CLASSE I – VUNESP/2013) Para resgatar, no mínimo,
D) 8% o triplo de um capital aplicado a juro simples, à taxa de 5%
E) 9% a.m., o tempo, em meses, que uma pessoa tem de esperar é
A) 30.
! = !"# B) 50.
! = 10000 ∙ 0,06 ∙ 1 = 600 C) 10.
!=!+! D) 20.
! = 10000 + 600 = 10600 E) 40.
Ao final do primeiro ano:
R$ 10600,00+ R$ 4400,00= R$ 15000,00 ! = ! 1 + !"
3! = ! 1 + 0,05!
Segundo ano
M=C+J 3 = 1 + 0,05!
16050=15000+J 0,05! = 2
J=1050 ! = 40 !"#"#

RESPOSTA: “E”.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

15. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/PB - ASSISTENTE LE- 7


GISLATIVO – FCC/2013) A fórmula, J=Cit/100, possibilita ! = ! 1 + !"
4
o cálculo de juros simples J que é gerado a partir de um
capital C, a taxa de juros i % e durante um determinado 7
período de tempo t. Os juros gerados a partir de um capital 1 + 0,015! =
de R$ 12.000,00, empresta do à taxa de 2% ao mês, durante 4
3 meses é, em reais, igual a 3
A) 1.200. 0,015! =
B) 2.400. 4
C) 240.
D) 7.200. ! = 50 !"#"#
E) 720.
1 ano --- 12 meses
!"#
! = !"" x ---------- 50
x=4,16 anos
! = 12000 ∙ 0,02 ∙ 3 = 720
1 ano ---- 12 meses
0,16 ----- x
RESPOSTA: “E”.
X=1,92meses, aproximadamente 2 meses
16. (SEAP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENI- O tempo mínimo de aplicação é de 4 anos e 2 meses
TENCIÁRIA – VUNESP/2013) A taxa mensal de juro simples
RESPOSTA: “C”.
de uma aplicação é de 0,60%. O número de meses neces-
sários para que um capital de R$ 1.000,00 colocado nessa
18. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo aplicar
aplicação renda um juro de, no mínimo, R$ 50,00 é
em um fundo que rende juros compostos, um investidor fez uma
A) 9.
simulação. Na simulação feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$
B) 11.
20.000,00 daqui a um ano, e não fizer nenhuma retirada, o saldo
C) 15.
daqui a dois anos será de R$ 38.400,00. Desse modo, é correto afir-
D) 7. Girlan Almeida mar
Dosque a taxa anual de juros considerada nessa simulação foi de
Santos
E) 13. A) 12%.
sqterapeutagirlan@gmail.com
! = !"# B) 15%.
HP151916827058188
50 = 1000 ∙ 0,006 ∙ ! C) 18%.
D) 20%.
! = 8,33
E) 21%.
O número mínimo é de 9 meses. ! = ! 1+! !
RESPOSTA: “A”.
! = 10000 1 + !
Depois de 1 ano ele acrescentou 20000 a conta, por-
17. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- tanto o montante que deu de 1 ano, mais 20000 é o capital
NESP/2012) Certo capital foi aplicado a juros simples, à do próximo ano.
taxa de 1,5% ao mês. Para que seja possível resgatar um
montante igual a 7/4 do capital inicial, o tempo mínimo
! = (30000 + 10000!) ∙ (1 + !)
que esse capital deverá permanecer aplicado é: 38400 = 30000 + 30000! + 10000! + 10000! ! : 400
A) 3 anos e 4 meses. 96 = 75 + 100! + 25! !
B) 3 anos e 9 meses.
25! ! + 100! − 21 = 0
C) 4 anos e 2 meses.
∆= 100! − 4 ∙ 25 ∙ −21 = 12100
D) 2 anos e 8 meses.
E) 2 anos e 10 meses. !!""±!!"
!=
!"
M=7/4 C
M=C(1+in) !! =
!!""!!!"
=
!"
= 0,2
!" !"

!!""!!!"
!! = = −4,4 (!ã! !"#$é!)
!"

É correto afirmar que a taxa é de 20%

RESPOSTA: “D”.

27

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

19. (IAMSPE – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU- J=M-C=5100,50-5000=100,50


NESP/2012) Uma pessoa emprestou certo capital à taxa de
2,5% ao mês, durante um período. Se o regime do em- RESPOSTA: “B”.
préstimo foi de juro simples, os juros serão 1/4 do valor do
capital emprestado em 22. (DETRAN/SP – AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO
A) 14 meses. – VUNESP/2013) Uma pessoa que aplica um capital a juros
B) 12 meses. simples, durante 4 anos com a taxa de 2% a.m, no final des-
C) 10 meses. se período irá resgatar, em relação ao capital inicial, quase
D) 9 meses. o
E) 8 meses. A) Sêxtuplo.
B) Quíntuplo
! = !"# C) Triplo.
! ! = ! ∙ 0,025 ∙ ! D) Quádruplo.
! E) Dobro.
!,!"
! = !,!"# = 10 !"#"#
4 anos =48 meses
M=C(1+in)
RESPOSTA: “C”. M=C(1+0,02.48)
M=1,96C
20. (TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – FCC/2013) Juliano possui R$ 29.000,00 aplicados RESPOSTA: “E”.
em um regime de juros compostos e deseja comprar um
carro cujo preço à vista é R$30.000,00. Se nos próximos 23. (UEM/PR – AGENTE UNIVERSITÁRIO – MOTORISTA
meses essa aplicação render 1% ao mês e o preço do carro – UEM/2013) Um investidor aplicou, a juros simples, uma
se mantiver, o número mínimo de meses necessário para quantia à taxa de 5% ao mês, durante 6 meses e, em segui-
que Juliano tenha em sua aplicação uma quantia suficiente da, o montante foi aplicado, a juros simples, por um perío-
para comprar o carro é do de 6 meses, à taxa de 4% ao mês. No final de 12 meses,
A) 7. Girlan Almeida oDos
novo montante foi de R$ 806,00. Qual o valor da quantia
Santos
B) 4. aplicada inicialmente?
sqterapeutagirlan@gmail.com
C) 5. A) R$ 450,00
D) 6. HP151916827058188
B) R$ 500,00
E) 3. C) R$ 520,00
D) R$ 550,00
! =! 1+! ! E) R$ 600,00
30000 = 29000 1 + 0,01 !
M=C(1+in)
1,0344 = 1,01 ! M=C=(1+0,05.6)
M=1,3C
Teremos que substituir os valores de t, portanto vamos
começar dos números mais baixos: 2ª etapa: montante aplicado por 6 meses a taxa de 4%
1,013=1,0303, está próximo, mas ainda é menor M=1,3C(1+0,04.6)=1,612C
1,014=1,0406
Como t=4 passou o número que precisava(1,0344), en- 1,612C=806
tão ele tem que aplicar no mínimo por 4 meses. C=500

RESPOSTA: “B”. RESPOSTA: “B”.

21. (EMTU/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – CAIPI- 24. (UNESP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – VU-
MES/2013) Um capital de R$ 5 000,00, aplicado no regime NESP/2012) Um capital foi emprestado para ser quitado no
de juros compostos, por um período de 2 meses, com uma período de 1 mês, a uma taxa de juro nominal de 60% ao
taxa de juros efetiva de 1% ao mês, gera juros totais de: ano. Se o valor dos juros pagos pelo empréstimo foi de
A) R$ 100,00. R$ 125,00, então conclui-se, corretamente, que o capital
B) R$ 100,50. emprestado foi de
C) R$ 150,00. A) R$ 75,00.
D) R$ 150,50. B) R$ 208,33.
C) R$ 1.200,00.
! =! 1+! ! D) R$ 1.008,33.
! = 5000 1 + 0,01 ! = 5100,50 E) R$ 2.500,00.

28

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

60% ano ano=5% ao mês 27. (CRF/SC – ATENDENTE TÉCNICO – CRF/2012)


J=Cin Endividado, seu Anastácio resolve quitar, após 5 meses,
125=C.0,05.1 uma dívida de 800 reais com aplicação de juros simples
C=2500 de 4% ao mês. Nessas condições, é correto afirmar que
o montante que seu Anastácio deverá desembolsar para
RESPOSTA: “E”. quitar a dívida é de:
A) R$ 1.000,00
25. (SAMU/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – B) R$ 960,00
SPDM/2012) Carla investiu R$ 2.000,00 no regime de C) R$ 920,00
juros simples durante 4 meses a uma taxa de 5% ao D) R$ 820,00
mês. Ana investiu o dobro do que investiu Carla duran-
te 2 meses a uma taxa de juros 5% ao mês no regime M=C(1+in)
de juros compostos. M=800(1+0,04∈ 5)
Os valores de juros que Carla e Ana receberam são, M=960
respectivamente:
A) R$ 400,00 e R$ 420,00 RESPOSTA: “B”.
B) R$ 410,00 e R$ 400,00
C) R$ 420,00 e R$ 400,00 28. (FAPESP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VU-
D) R$ 400,00 e R$ 410,00 NESP/2012) A fim de contribuir com a aquisição do pri-
meiro veículo do seu filho, um pai emprestou a ele um
Carla capital de R$ 10.000,00 a juro simples. O tratado foi que
J=Cin o filho devolveria todo o valor emprestado, de uma só
J=2000 ⋅ 0,05 ⋅ 4=400 vez, após 8 meses, com taxa de juros anual de 18%. O
montante que o filho deverá devolver no final do prazo
Ana tratado será de
A) R$ 11.200,00.
! =! 1+! ! B) R$ 11.800,00.
! = 4000 1 + 0,05 ! Girlan Almeida DosC)Santos
R$ 14.400,00.
D) R$ 18.900,00.
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M=4410 E) R$ 24.400,00.
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J=M-C
J=4410-4000=410 18/12=1,5% ao mês
M=C(1+in)
RESPOSTA: “D”. M=10000(1+0,015.8)
M=11200
26. (CRC/PR – ASSISTENTE DE REGISTRO PROFIS-
SIONAL I – IESES/2012) Determinada dívida contraída RESPOSTA: “A”.
a 8 meses soma um montante atual de R$ 26526,40.
Considerando que o valor inicial da dívida era de R$ 29. (CASA DA MOEDA – AUXILIAR DE OPERAÇÃO
22480,00, e que a correção mensal foi realizada com INDUSTRIAL – CESGRANRIO/2012) Uma quantia de R$
juros simples, então pode-se afirmar que a taxa de ju- 20.000,00 aplicada a uma taxa de 2% ao mês no regi-
ros aplicada na correção da dívida é de: me de juros compostos, ao final de três meses, gera um
A) 1,75% montante, em reais, de
B) 1,82% A) 20.120,24
C) 2,50% B) 21.200,00
D) 2,25% C) 21.224,16
M=C(1+in) D) 26.000,00
26526,40=22480(1+8i) E) C34.560,00
26526,40-22480=179840i ! =! 1+! !
I=0,0225=2,25% ! = 20000 1 + 0,02 ! = 21224,16
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.

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CONHECIMENTOS DE MATEMÁTICA

30. (CPTM – CONSERVADOR DE VIA PERMANENTE – Turno i –linha da matriz


MAKIYAMA/2012) Mara depositou R$ 800,00 em sua cader- Turno j- coluna da matriz
neta de poupança (juros simples), no mês de julho/2012.
Qual será o seu saldo em agosto/2012, se a poupança ren- 2º turno do 2º dia – a22=18
deu, nesse período, 4,5%? 3º turno do 6º dia-a36=25
A) R$ 836,00. 1º turno do 7º dia-a17=19
B) R$ 946,00.
C) R$ 816,00. Somando:18+25+19=62
D) R$ 916,00.
E) R$ 896,00. RESPOSTA: “E”.

M=C(1+in) 33. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) Conside-


M=800(1+0,045∈ 1) re a seguinte sentença envolvendo matrizes:
M=836,00 ! ! ! !
+ ! −! =
RESPOSTA: “A”. ! ! ! ! !" !

31. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRAN- Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta
RIO/2012) João tomou um empréstimo de R$900,00 a juros o valor de y que torna a sentença verdadeira.
compostos de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou A) 4.
R$600,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou o em- B) 6.
préstimo. C) 8.
O valor esse último pagamento foi, em reais, aproxi- D) 10.
madamente,
A) 240,00 6+1 = 7 !−3 =7
B) 330,00
C) 429,00 7 + 8 = 15 2 + 5 = 7
D) 489,00 Girlan Almeida Dos Santos
E) 538,00 y=10
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RESPOSTA: “D”.
! =! 1+! !
! = 900 1 + 0,1 ! 34.
35. (PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO/2012) É correto
M=1089,00 afirmar que o determinante ! ! é igual a zero para
Depois de dois meses João pagou R$ 600,00. x igual a −! !
1089-600=489 A) 1.
B) 2.
! = 489 1 + 0,1 ! = 537,90 C) -2.
D) -1.
RESPOSTA: “E”.
D=4-(-2x)
32. (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) A 0=4+2x
matriz abaixo registra as ocorrências policiais em uma das X=-2
regiões da cidade durante uma semana.
RESPOSTA: “C”.

Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando


o número de ocorrência no turno i do dia j da semana.
O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia,
somando como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º
dia será:
A) 61
B) 59
C) 58
D) 60
E) 62

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

Formação territorial de Pernambuco. ...................................................................................................................................................... 01


1.1 Processos de formação. ................................................................................................................................................................... 01
1.2 Mesorregiões....................................................................................................................................................................................... 01
1.3 Microrregiões. ..................................................................................................................................................................................... 01
1.4 Regiões de Desenvolvimento – RD .............................................................................................................................................. 01
2. Aspectos físicos. ......................................................................................................................................................................................... 04
2.1 Clima. ..................................................................................................................................................................................................... 04
2.2 Vegetação............................................................................................................................................................................................. 04
2.3 Relevo. ................................................................................................................................................................................................... 04
2.4 Hidrografia. ....................................................................................................................................................................... 04
3. Aspectos Humanos e indicadores sociais. ......................................................................................................................................... 04
3.1 População. ............................................................................................................................................................................................ 04
3.2 Economia. ............................................................................................................................................................................................. 04
3.3 O espaço rural de Pernambuco. .................................................................................................................................................... 04
3.4 Urbanização em Pernambuco. ....................................................................................................................................................... 04
3.5 Movimentos culturais em Pernambuco. ..................................................................................................................................... 04
4. A questão Ambiental em Pernambuco. .............................................................................................................................................. 11

Girlan Almeida Dos Santos


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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

- Confederação do Equador (1824) – Movimento re-


FORMAÇÃO TERRITORIAL DE PERNAMBUCO. volucionário que uniu várias províncias do Nordeste (Cea-
1.1 PROCESSOS DE FORMAÇÃO. rá, Rio Grande do Norte e Paraíba, além de Pernambuco)
1.2 MESORREGIÕES. 1.3 MICRORREGIÕES. com idéias separatistas, ou seja, que pretendiam separar-se
do império e instalar uma republica que seria chamada de
1.4 REGIÕES DE DESENVOLVIMENTO – RD. Confederação do Equador. Frei Caneca foi o principal per-
sonagem desse movimento. Foram logo derrotados, e Frei
caneca, fuzilado.
- Revolução Praieira (1848) – Foi mais um conflito de
Entre 1534 e 1536, D. João III instalou o sistema de Ca- cunho liberal, com idéias separatistas, mas que ocorreu na
pitanias Hereditárias no Brasil. Tal sistema era caracteriza- esfera político-partidaria.
do pela doação de um lote de terras, uma Capitania, a um Após a Proclamação da Republica, o estado de Per-
Donatário (um nobre português), a quem caberia explorar, nambuco voltou-se para seu desenvolvimento industrial e
colonizar as terras, fundar povoados, arrecadar impostos e de infra-estrutura.
estabelecer as regras (a justiça) do local. Dentre os primei-
ros 14 lotes distribuídos por D. João III estava a Capitania Fonte: https://www.infoescola.com/pernambuco/his-
de Pernambuco, ou Capitania de Nova Lusitânia, como seu toria-de-pernambuco/
Donatário, Duarte Coelho, a batizou.
Dessa forma, em 1535, Duarte Coelho se estabeleceu MESORREGIÕES
no local onde, em 1537 foi fundada a Vila de Olinda. Nesse
mesmo ano foi fundada também a Vila de Igarassu. Até en- Mesorregião do São Francisco Pernambucano
tão, os ocupantes daquela região eram os índios Tabajaras.
Mesorregião do Sertão Pernambucano
Estabeleceram-se na Capitania vários engenhos, que
Mesorregião do Agreste Pernambucano
investiam na plantação de cana-de-açúcar, utilizando mão-
Mesorregião da Mata Pernambucana
-de-obra escrava. Durante vários anos, a Capitania de Per-
Mesorregião Metropolitana do Recife
nambuco produziu grande quantidade de açúcar, sendo
responsável por mais da metade das exportações do país.
Tal prosperidade chamou a atenção dos Almeida DosMICRORREGIÕES
holandeses,
Girlan Santos
que, entre 1630 e 1654, ocuparam toda a região, sob o co-
sqterapeutagirlan@gmail.com
Alto Capibaribe •
mando da Companhia das Índias Ocidentais, tendo como
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representante o Conde Mauricio de Nassau, que por ter Araripina •
incendiado Olinda, estabeleceu-se em Recife, fazendo dela Brejo Pernambucano •
a capital do Brasil holandês. Garanhuns •
A partir de 1645 teve início a Insurreição Pernambuca- Itamaracá •
na, movimento de luta contra o domínio holandês de Per- Itaparica •
nambuco. Foram quase 10 anos de conflito, com destaque Mata Meridional Pernambucana •
para as Batalhas de Guararapes (foram duas), até que em Mata Setentrional Pernambucana •
janeiro de 1654 os holandeses se renderam. Médio Capibaribe •
A ocupação dos holandeses fez prosperar a cidade de Re- Pajeú •
cife, onde se estabeleceram muitos comerciantes e mascates, Petrolina •
enquanto Olinda continuava a ser o reduto dos senhores de en- Recife •
genho. Devido a divergências quanto à demarcação de novas Salgueiro •
vilas, em 1710, os moradores de Olinda invadiram o Recife, dan- Sertão do Moxotó •
do inicio a chamada Guerra dos Mascates. O líder da ocupação, Suape •
Bernardo Vieira de Melo entrou para a história quando sugeriu Vale do Ipanema •
que Pernambuco se tornasse uma república. Essa foi a primeira Vale do Ipojuca •
vez que se falou em república no país. O conflito só terminou Vitória de Santo Antão
com a chegada, em 1711, do novo governador da região.
Fonte: http://dicionario.sensagent.com/Mesorregi%-
Mas os conflitos e revoltas não foram só estes. Ocor- C3%B5es%20de%20Pernambuco/pt-pt/
reram ainda:
O território de Pernambuco está dividido em 12 Re-
- Revolução Pernambucana (1817) – Eclodiu por um giões de Desenvolvimento (RD’s), de acordo com suas ca-
conjunto de motivos, dentre os mais importantes: a crise racterísticas socioeconômicas e geográficas (localização,
na produção de açúcar e algodão, o descontentamento clima, relevo, etc.) mais fortes. Esta divisão é estratégica
com o domínio do comércio pelos portugueses e as idéias para a aplicação de políticas públicas e tem apresentado
republicanas. Os revolucionários venceram algumas lutas e resultados satisfatórios, também, para a iniciativa privada,
chegaram a estabelecer um governo provisório, mas logo pois cada área possui suas distintas e diversificadas voca-
foram derrotados pelas forças militares. ções econômicas e boa parte das condições necessárias
para a instalação e sucesso de negócios.

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

As chamadas RD´s são dotadas de infraestrutura, em variados AGRESTE SETENTRIONAL


graus, a exemplo de oferta de rodovias, ferrovias, aeródromos, 1. Bom Jardim
centros de formação e intermediação profissional, fornecedores 2. Casinhas
de insumo, rede de serviços (habitacionais, educação, saúde, etc). 3. Cumaru
As regiões são subdivididas , confrome quadro abaixo: 4. Feira Nova
REGIÕES DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE PER- 5. Frei Miguelinho
NAMBUCO 6. João Alfredo
AGRESTE CENTRAL 7. Limoeiro
1. Agrestina 8. Machados
2. Alagoinha 9. Orobó
3. Altinho 10. Passira
4. Barra de Guabiraba 11. Salgadinho
5. Belo Jardim 12. Sta. Cruz do Capibaribe
6. Bezerros
13. Sta. Maria do Cambucá
7. Bonito
14. São Vicente Férrer
8. Brejo da Madre de Deus
9. Cachoeirinha 15. Surubim
10. Camocim de São Félix 16. Taquaritinga do Norte
11. Caruaru 17. Toritama
12. Cupira 18. Vertente do Lério
13. Gravatá 19. Vertentes MATA NORTE
14. Ibirajuba 1. Aliança
15. Jataúba 2. Buenos Aires
16. Lagoa dos Gatos 3. Camutanga
17. Panelas 4. Carpina
18. Pesqueira 5. Chã de Alegria
19. Poção 6. Condado
20. Riacho das Almas 7. Ferreiros
21. Sairé Girlan Almeida Dos8.Santos
Glória do Goitá
22. Sanharó 9. Goiana
23. São Bento do Una
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10. Itambé
24. São Caetano HP151916827058188
11. Itaquitinga
25. São Joaquim do Monte 12. Lagoa do Carro
26. Tacaimbó 13. Lagoa do Itaenga
AGRESTE MERIDIONAL 14. Macaparana
1. Águas Belas 15. Nazaré da Mata
2. Angelim 16. Paudalho
3. Bom Conselho 17. Timbaúba
4. Brejão 18. Tracunhaém
5. Buíque
19. Vicência
6. Caetés
7. Calçado
MATA SUL
8. Canhotinho
1. Água Preta
9. Capoeiras
10. Correntes 2. Amaraji
11. Garanhuns 3. Barreiros
12. Iati 4. Belém de Maria
13. Itaíba 5. Catende
14. Jucati 6. Chã Grande
15. Jupi 7. Cortês
16. Jurema 8. Escada
17. Lagoa do Ouro 9. Gameleira
18. Lajedo 10. Jaqueira
19. Palmeirina 11. Joaquim Nabuco
20. Paranatama 12. Maraial
21. Pedra 13. Palmares
22. Saloá 14. Pombos
23. São João 15. Primavera
24. Terezinha 16. Quipapá
25. Tupanatinga 17. Ribeirão
26. Venturosa 18. Rio Formoso

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

19. São Benedito do Sul SERTÃO DO MOXOTÓ


20. São José da Coroa Grande 1. Arcoverde
21. Sirinhaém 2. Betânia
22. Tamandaré 3. Custódia
23. Vitória de Santo Antão 4. Ibimirim
24. Xexéu 5. Inajá
6. Manari
RMR – NÚCLEO CENTRO 7. Sertânia
1. Camaragibe
2. Fernando de Noronha SERTÃO DO PAJEÚ
3. Olinda 1. Afogados da Ingazeira
4. Recife 2. Brejinho
3. Calumbi
RMR – NÚCLEO NORTE 4. Carnaíba
1. Abreu e Lima 5. Flores
2. Araçoiaba 6. Iguaraci
3. Igarassu 7. Ingazeira
4. Itamaracá 8. Itapetim
5. Itapissuma 9. Quixaba
6. Paulista 10. Sta. Cruz da Baixa Verde
11. Santa Terezinha
RMR – NÚCLEO OESTE - SUL 12. São José do Egito
1. Cabo do Sto. Agostinho 13. Serra Talhada
2. Ipojuca 14. Solidão
3. Jaboatão dos Guararapes 15. Tabira
4. Moreno 16. Triunfo
5. São Lourenço da Mata 17. Tuparatema
Girlan Almeida Dos Santos
SERTÃO DO ARARIPE SERTÃO DO SÃO FRANCISCO
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1. Araripina 1. Afrânio
2. Bodocó HP151916827058188
2. Cabrobó
3. Exu 3. Dormentes
4. Granito 4. Lagoa Grande
5. Ipubi 5. Orocó
6. Moreilândia 6. Petrolina
7. Ouricuri 7. Santa Maria da Boa Vista
8. Santa Cruz
9. Santa Filomena Fonte: www.cultura.pe.gov.br/.../REGIOES-DE-DESEN-
10. Trindade VOLVIMENTO-DO-ESTADO-DE-PERNAMBUCO

SERTÃO CENTRAL Fonte: http://www.investinpernambuco.pe.gov.br/web/


1. Cedro invest/regioes-de-desenvolvimento
2. Mirandiba
3. ParnamIrim
4. Salgueiro
5. São José do Belmonte
6. Serrita
7. Terra Nova
8. Verdejante

SERTÃO DE ITAPARICA
1. Belém de S. Francisco
2. Camaubeira da Penha
3. Floresta
4. Itacuruba
5. Jatobá
6. Petrolândia
7. Tacaratu

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

A leste, erguem-se sobre a superfície do planalto cristas


2. ASPECTOS FÍSICOS. 2.1 CLIMA. de leste para oeste, separadas por vales, que configuram
parcos relevos de 300m. A oeste domina relevo regular,
2.2 VEGETAÇÃO. 2.3 RELEVO. 2.4 HIDROGRAFI
ligeiramente inclinado para o sul, em direção ao rio São
A. 3. ASPECTOS HUMANOS E INDICADORES Francisco, e limitado a oeste por rebordo de traçado tor-
SOCIAIS. 3.1 POPULAÇÃO. 3.2 ECONOMIA. tuoso. Aproximadamente no centro-sul do planalto eleva-
3.3 O ESPAÇO RURAL DE PERNAMBUCO. -se o maciço dômico de Garanhuns, que supera a altitude
3.4 URBANIZAÇÃO EM PERNAMBUCO. de mil metros.
3.5 MOVIMENTOS CULTURAIS EM O pediplano cristalino estende-se além do rebordo
PERNAMBUCO. ocidental do planalto. Seu relevo regular, com nível entre
300 e 400m, é dominado quer por relevos sedimentares
(restos do capeamento que revestia toda a área anterior-
mente), quer por pequenas serras de caráter residual.

Nos primeiros séculos da colonização, Pernambuco foi Clima


uma das mais ricas capitanias do Brasil, graças principal- Dois tipos climáticos caracterizam o estado, os climas
mente à produção de açúcar. Sua capital tornou-se um dos As’ e BSh de Köppen. O clima As’, tropical, com chuvas
primeiros polos irradiadores de cultura na colônia. de outono-inverno, domina a porção oriental do estado.
Estado do Nordeste brasileiro, Pernambuco limita-se a Registra temperaturas médias anuais de 25o C e pluviosi-
leste com o oceano Atlântico, ao norte com a Paraíba e o dade de 1.500mm anuais. O clima BSh, semi-árido quente,
Ceará, a oeste com o Piauí e, ao sul com a Bahia e Alagoas. domina as porções central e ocidental do estado. Registra
Ocupa uma área é de 98.938km2. Sua capital é Recife. temperaturas médias anuais de 25o C no oeste e 23o C no
centro do estado, onde a maior altitude reduz a tempera-
Geografia física tura. A pluviosidade, que cai rapidamente do litoral para
o interior, mantém-se sempre abaixo de 600mm anuais. O
Geologia e relevo vale do São Francisco registra os totais mais baixos, menos
O estado de Pernambuco exibe relevo modesto, de de 500mm.
Girlan Almeida
altitudes pouco elevadas e predomínio da topografia pla- DosAsSantos
chuvas ocorrem no verão, e os invernos, na maior
parte da área, são secos. Apenas na zona de transição para
na ou regular. Estão abaixo de 600m de sqterapeutagirlan@gmail.com
altitude 76% do
território estadual, e entre 300 e 600m, 62%. Compõem o clima mais úmido, do litoral, o período chuvoso ocorre no
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quadro morfológico três unidades: a baixada litorânea, o outono-inverno. Uma acentuada irregularidade caracteriza
planalto da Borborema e o pediplano cristalino. a pluviosidade na zona de domínio desse tipo climático,
com anos em que a estação chuvosa não se produz ou se
Na baixada litorânea distinguem-se, de leste para oes- faz escassa e tardia. Desencadeia-se, então, a crise econô-
te: praias, protegidas pelos recifes; uma faixa de tabuleiros mico-social causada pela seca.
areníticos, com quarenta a sessenta metros de altura; e a Em Pernambuco, como nos demais estados do Nor-
faixa de terrenos cristalinos talhados em colinas, que se deste litorâneo, observa-se uma bem marcada zona de
alteiam suavemente para oeste até alcançar 200m junto ao transição entre o clima seco do interior e o clima úmido
sopé da escarpa da Borborema. da costa: é a zona do agreste, na qual se verificam ainda
algumas áreas mais úmidas, os brejos, resultantes de uma
Estado de Pernambuco pluviosidade mais copiosa, ligada a chuvas de relevo de
caráter local.
Tanto a faixa de tabuleiros como a de colinas são cor-
tadas transversalmente por vales largos onde se abrigam Vegetação
amplas várzeas (planícies aluviais). Fortes contrastes ob- Revestem o estado a floresta tropical perene, a flores-
servam-se entre os solos pobres dos tabuleiros e os solos ta tropical semidecídua (agreste) e a caatinga. A floresta
mais ricos das colinas e várzeas (massapê). Nos dois últi- tropical recobria outrora toda a região situada a leste da
mos repousa a aptidão do litoral pernambucano para o encosta oriental da Borborema, razão pela qual a região
cultivo da cana-de-açúcar, base de sua economia agrícola. passou a denominar-se zona da mata. Atualmente pouco
O planalto da Borborema ergue-se a cerca de seten- resta da vegetação primitiva, que deu lugar a campos de
ta quilômetros do litoral. Seu rebordo oriental, escarpado, cultura e pastagens artificiais.
domina a baixada litorânea com um desnível de 300m, o A área de transição entre os climas úmido e semi-á-
que lhe confere ao topo uma altitude de 500m sobre o rido é revestida por vegetação florestal peculiar, onde se
nível do mar. Para o interior, o planalto ainda se alteia mais misturam espécies da floresta atlântica e da caatinga. É
e alcança 800m em seu centro, donde passa a baixar até a vegetação do agreste, que também dá nome à região.
atingir 600m junto ao rebordo ocidental. Apresenta, assim, Finalmente no resto do estado, isto é, no interior, domina
pronunciado abaulamento. Diferem consideravelmente a caatinga, característica do sertão.
as topografias da porção oriental e da porção ocidental.

CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

Dois domínios hidrográficos dividem Pernambuco. O Alguns produtos de expressão no panorama estadual e
primeiro compreende pequenas bacias hidrográficas in- mesmo regional alcançaram notável concentração: a ce-
dependentes, formadas por rios que correm diretamente bola, cultivada na várzea do São Francisco, e o caju, típico
para o Atlântico: as bacias dos rios Goiana, Capibaribe, Ipo- das terras de Garanhuns. Outros têm apenas significado
juca, Camarajibe e Una. O segundo domínio é constituído local, como o café, também concentrado na região de Ga-
pela porção pernambucana da bacia do rio São Francisco: ranhuns, e o coco-da-baía, no litoral.
integram-no pequenos afluentes da margem esquerda, Pernambuco conta com expressivos rebanhos de bo-
entre os quais o Moxotó e o Pajeú. O São Francisco forma vinos, suínos, ovinos, caprinos, equinos e muares. O sertão
a divisa entre Pernambuco e a Bahia. Com exceção do São é a área principal das criações, onde se acham sobretudo
Francisco e dos rios litorâneos, todos os rios de Pernambu- a maior parte dos ovinos, caprinos e bovinos, estes com
co têm regimes temporários: fluem só na estação chuvosa. pouca densidade na região, mas espalhados por extensão
muito maior que a do agreste. Na zona da mata, as densi-
População dades novamente caem, porque a cana-de-açúcar domina
Um forte contraste entre as áreas de clima chuvoso e as terras mais férteis e deixa para a criação somente o solo
as de clima seco marca o estado de Pernambuco. Toda a dos tabuleiros, onde se propagam as pastagens pobres. A
porção úmida apresenta povoamento denso, sobretudo na produção de leite concentra-se no agreste, que responde
área de Recife. Um pouco mais para o interior, no agreste por mais de metade do total do estado.
meridional, essa densidade cai, tornando-se ainda menor
no vale do Ipojuca. Na área de transição para o sertão a Indústria
densidade diminui ainda mais rapidamente, principalmen- O estado dispõe de um moderno parque industrial,
te no sul, a região mais seca do estado. que se vale da sólida estrutura oferecida pelo porto de Re-
cife. O complexo industrial e portuário de Suape, situado a
Rede urbana quarenta quilômetros da capital, está equipado para rece-
Todo o território pernambucano situa-se na área de ber navios de até cem mil toneladas. As indústrias mais im-
influência de Recife, cuja ação alcança ainda os territórios portantes são as de alimentos (especialmente fabricação
da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e a parte de açúcar), têxteis (beneficiamento, fiação e tecelagem do
oriental do Maranhão. Para o sul sua influência é tolhida algodão), química e de transformação de minerais não-
pela ação da cidade de Salvador, ficando Girlan Almeida
os estados de Dos Santos
-metálicos (cimento, cerâmica, vidro etc.).
Alagoas e Sergipe e o norte do estado da Bahia numa área A capital concentra grande parte das unidades indus-
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em que não se define bem a primazia de qualquer das triais, mas em outros municípios estão instaladas fábricas
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duas metrópoles. importantes: as têxteis de Paulista e Moreno; as usinas de
A capital pernambucana figura entre as maiores do açúcar de Barreiros, Catende, Escada, Pesqueira, Cabo, For-
país. A expansão de sua área urbana pelos municípios vizi- moso, Jaboatão e Goiana; as fábricas de cimento de Pau-
nhos levou à formação de uma área metropolitana na qual lista e Goiana.
participam os municípios de Abreu e Lima, Cabo, Camara-
jibe, Igaraçu, Itamaracá, Itapiçuma, Jaboatão dos Guarara- Cultura
pes, Moreno, Olinda, Paulista e São Lourenço da Mata. Ou- Além de estabelecimentos isolados, têm sede no es-
tras cidades importantes do estado são Caruaru, Petrolina, tado a Universidade Federal de Pernambuco, fundada em
Vitória de Santo Antão, Garanhuns e Goiana. 1946 (obtêm repercussão nos centros científicos as pes-
quisas realizadas no campo da micologia e da nutrição
Economia humana, em institutos de sua faculdade de medicina), a
Agricultura e pecuária Universidade Federal Rural de Pernambuco, fundada em
Pernambuco é o segundo produtor brasileiro de ca- 1954, e a Universidade Católica de Pernambuco, fundada
na-de-açúcar. A zona da mata abriga mais de noventa por em 1951.
cento das plantações. Outros produtos importantes no es- Tem sede em Recife a Academia Pernambucana de Le-
tado são o algodão (arbóreo e herbáceo) e a mandioca. tras, fundada em 1901 (40 membros efetivos), bem como
O feijão apresenta menor dispersão do que a mandioca, o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, instituto
pois pouco se difundiu na zona da mata e é encontrado fundado em 1949 e dedicado a estudos de ciências sociais
em todas as microrregiões do sertão e do agreste. O milho nas áreas de sociologia, antropologia e economia. A Dire-
mostra distribuição geográfica semelhante à do feijão, en- toria de Documentação e Cultura da Prefeitura de Recife
quanto a banana distribui-se de modo mais parecido com mantém biblioteca, discoteca, fototeca, e várias publica-
o da mandioca. ções. O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de
A mandioca, o feijão e o milho, produtos indispensá- Pernambuco edita desde 1963 uma revista e mantém va-
veis à subsistência das populações interioranas, mostram, liosa biblioteca. Olinda mantém um Instituto Histórico e
ao lado de sua dispersão, uma tendência menos acentuada Geográfico.
à concentração em certas áreas como os brejos do agreste
e as zonas serranas do sertão, todas tipificadas pela maior
umidade, devido às chuvas de relevo, que as beneficiam.

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

Bibliotecas e museus
Na área federal, sobressai a Biblioteca Central da Universidade Federal de Pernambuco, com suas diversas bibliotecas
departamentais e institutos isolados; a Biblioteca do Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias do Nordeste.
Dentre as estaduais, são importantes a Biblioteca Pública do Estado e a da Comissão de Desenvolvimento Econômico de
Pernambuco. Dentre as particulares, a do Gabinete Português de Leitura, a do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográ-
fico de Pernambuco, e a da Sociedade Cultural Brasil-Estados Unidos.
São expressivos, em Recife, o Museu do Estado, com suas coleções de gravuras, móveis, imagens e joias antigas, e o
Museu do Açúcar, no bairro de Apipucos. Em Olinda, o Museu de Arte Moderna ocupa o edifício da antiga Cadeia Dio-
cesana. Encontram-se, ainda, em Caruaru, o Museu de Arte Popular; em Goiana, o Museu Histórico de Arte Sacra; e em
Igaraçu, o Museu do Instituto Histórico.

Turismo
Os principais centros de interesse turístico do estado são as cidades de Recife e Olinda, detentoras ambas de precioso
acervo arquitetônico. Olinda, por seus monumentos históricos e artísticos, que a levaram a ser proclamada pela UNESCO
patrimônio da humanidade. Na capital, são pontos de maior atração: as fortalezas de São João Batista do Brum e de São
Tiago das Cinco Pontas (onde foram executados os heróis da Confederação do Equador), o antigo palácio da Soledade,
o teatro Santa Isabel (1859), a casa em que nasceu Joaquim Nabuco, os jardins do conde Maurício de Nassau, a matriz
de Santo Antônio (onde está sepultado Henrique Dias), o convento e igreja de Nossa Senhora do Carmo, e a capela dos
Noviços, dita Capela Dourada, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis (1716).
Devem ainda ser lembrados o palácio do governo, antigo palácio Friburgo, hoje Campo das Princesas; o antigo palácio
episcopal, sede do governo rebelde de 1817; e a cadeia velha, em 1852 convertida em biblioteca pública, onde frei Caneca
passou seus últimos momentos. Residências senhoriais e valiosas coleções particulares de arte também contribuem para
o interesse turístico.
Em Olinda, são notáveis os conventos de São Francisco, do Carmo e da Misericórdia, o mosteiro de São Bento, as
igrejas de Nossa Senhora do Amparo, de Nossa Senhora do Monte e da Sé. Entre as praias apreciam-se as do Bairro Novo,
Casa Caiada e Rio Doce, do Carmo, do Farol e dos Milagres, Boa Viagem, Janga, Sirinhiaém, Porto de Galinhas e São José
da Coroa Grande. Na ilha de Itamaracá, as do Pilar Jaguaribe
Girlan Almeida e de
DosForte Orange
Santos
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Folclore e cozinha
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Em poucos estados é tão viva, como em Pernambuco, a sobrevivência e presença do folclore. Por isso se deu em Ca-
ruaru, em 1977, o I Encontro Latino-Americano de Folclore. A cidade é célebre por sua feira de artesanato (barro, cerâmi-
ca, palha, couro etc.) profundamente identificada com a natureza e a história da região. Notabilizou-se também, por sua
autenticidade cultural, o carnaval de Recife, dominado pelo ritmo do frevo e do maracatu.
Permanecem muitas tradições populares, como a chegança, o reisado, os pastoris e o bumba-meu-boi, do ciclo do
Natal, e danças como o coco e as quadrilhas, do ciclo junino, o xaxado e o baião, danças masculinas do sertão. Da década
de 1960 em diante, uma outra atração do estado passou a ser a Nova Jerusalém, distrito de Brejo da Madre de Deus, perto
de Garanhuns, onde se encena uma Paixão realista e de enorme participação popular.
A cozinha de Pernambuco é uma das mais características e saborosas do Brasil. Salientam-se pratos como a carne-
-de-sol com feijão-de-corda ou com macaxeira, o jabá com jerimum (carne-seca com abóbora), a buchada de carneiro ou
cabrito, o sarapatel com farinha d’água, ou a tapioca molhada (com leite de coco).

Fonte: https://www.coladaweb.com/geografia-do-brasil/estados-brasileiros/pernambuco

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

O estado de Pernambuco fica na região centro-leste do nordeste do Brasil e a sua capital é a cidade de Recife.
É conhecido por suas belezas e é berço de belas praias, uma cultura única e culinária diferenciadas. Aqui, você vai
aprender sobre o estado de Pernambuco: aspectos geográficos, físicos e humanos.

Aspectos Geográficos

Pernambuco é um dos menores estados brasileiros, que faz divisa com os estados de:

* Ceará
* Paraíba
* Bahia
* Alagoas
* Piauí

Girlan Almeida Dos Santos


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Apesar de ser um estado ser pequeno, possui diferentes paisagens e apresenta aspectos geográficos bastante interes-
santes, que pode ser dividia em três tipos:

* Zona da Mata
A Zona da Mata é uma faixa próxima ao litoral do estado, e é bastante conhecida, pois a capital, Recife, fica dentro da
região da Zona da Mata. Essa região nada mais é do que uma grande planície, com algumas regiões com nível abaixo do
nível do mar, lagos e várzeas. Com clima tropical, a vegetação mais facilmente encontrada são os manguezais. Na Zona
da Mata também podemos encontrar belíssimas praias. Destacam-se a praia de Boa Viagem e a badaladíssima Porto de
Galinhas.

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

* Sertão Aspectos humanos

Trata-se de uma área semiárida bastante vasta em todo Como já se sabe, o nordeste do País sempre passou
o nordeste brasileiro. Em Pernambuco podemos encontrar por muitos desafios com relação à sua economia, igualda-
o sertão no oeste do estado. Por lá, podemos visualizar ser- de de oportunidades para todos, entre outras questões. E,
ras, depressões e chapadas, cobertas pela vegetação típica por isso mesmo, os aspectos humanos de Pernambuco não
desta região, a caatinga. Com clima semi-árido, a cidade são muito animadores. Durante muitos anos a região teve
mais famosa de Pernambuco, que fica dentro do sertão na cana-de-açúcar sua principal fonte de renda. As usinas
nordestino é Petrolina. de cana-de-açúcar continuam sendo muito importantes na
região, porém, com o passar do tempo, as cidades precisa-
* Agreste ram alterar suas formas de receita para conseguir se man-
ter. Em Pernambuco, podemos encontrar grandes fazendas
O agreste nordestino trata-se de uma região de planal- de flores, lavouras de café e seringueiras.
tos, com altitudes que variam de 400 a 1000 metros acima
do nível do mar. Também possui clima semiárido, mas a ve- Conforme a contagem do IBGE de 2010, a região de
Pernambuco possui uma população que totaliza 8.796.448
getação predominante do agreste é a Mata Atlântica. Uma
habitantes e uma densidade demográfica de 89,6 habitan-
das cidades pernambucanas mais conhecidas, que fica no
tes por metro quadrado. Cerca de 80% do total da popula-
agreste é Caruaru.
ção pernambucana vive nas cidades e somente o restante
vive nas áreas agrárias. O Sertão de Pernambuco é a região
Além destes três tipos, ao sul do estado de Pernambu- menos populosa. Obviamente, a capital do estado, Recife é
co ainda podemos encontrar uma região serrana, que se a cidade com maior densidade.
trata da continuação da chapada diamantina, onde devido
às altitudes temos um clima menos quente e mais mode- A maioria da população, cerca de 57% é composta por
rado. Isso pode ser sentido nas cidades de Garanhuns e pardos e negros, 40% brancos e o restante por índios. As
Gravatá. mulheres também são maioria, cerca de 51% da população,
mas a proporção de homens é bastante igualitária. O índice
Ainda sobre os aspectos geográficos deGirlan
Pernambuco,
Almeida de
Dos IDH, ou seja o índice de desenvolvimento humano no
Santos
podemos contar com importantes rios. Sãosqterapeutagirlan@gmail.com
eles: estado de Pernambuco não é dos mais altos, alcançando
somente 0,718. A região ainda apresenta uma das mais al-
* Rio São Francisco HP151916827058188
tas mortalidades no País, chegando a 35,7 mortes a cada
* Rio Capibaribe mil nascimentos. Outro dado alarmante é com relação ao
* Rio Una número de analfabetos, que, em todo o estado, totalizam
* Rio Pajeú cerca de 17% da população.
* Rio Ipojuca
* Rio Jaboatão Apesar de alguns dos aspectos humanos de Pernambu-
co parecerem bastante negativos, o estado vem mostrando
Aspectos físicos crescimentos positivos com relação aos seus problemas e
acredita-se que cada vez mais, irá melhorar e incrementar
Com relação aos aspectos físicos de Pernambuco, mui- seus aspectos positivos.
to é repetição sobre seus aspectos geográficos, relevo, cli-
Estes foram alguns dos pontos principais, porém, há
ma e divisas com outros estados. Podemos reforçar, então,
muito que se saber em relação ao estado de Pernambuco:
a respeito dos aspectos físicos de Pernambuco, mais deta-
aspectos geográficos, físicos e humanos. Para isso, é preci-
lhes sobre o clima da região, onde se predomina o clima
so fazer uma pesquisa mais avançada.
tropical atlântico e semiárido.
Fonte: https://www.resumoescolar.com.br/geografia-
Nas áreas litorâneas do estado, podemos encontrar um -do-brasil/pernambuco-aspectos-geograficos-fisicos-e-
alto nível pluviométrico, ou seja, nível de chuvas, chegando -humanos/
a até 1.500 mm por ano. Por outro lado, nas regiões de cli-
ma semiárido, no sertão e no agreste pernambucano, po-
demos encontrar um clima bem mais seco, quente e com Pernambuco é uma das 27 unidades federativas do
baixos níveis de chuva. Na região chamada de Polígono da Brasil. Está localizado no centro-leste da região Nordeste.
seca, a quantidade de chuvas pode chegar ao máximo a Ocupa uma área de 98 311 km². Também fazem parte do
600 mm. seu território os arquipélagos de Fernando de Noronha e
São Pedro e São Paulo. Sua capital é a cidade do Recife e
a sede administrativa é o Palácio do Campo das Princesas.

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

Uma das primeiras regiões do Brasil a ser ocupada pe- Religião


los portugueses, Pernambuco foi também o mais impor- A religião verificável no estado varia entre católicos e
tante núcleo econômico e um dos principais núcleos polí- evangélicos ao lado de minorias como espíritas e judeus.
ticos do período colonial. O estado teve ativa participação A maior religião do estado é a católica de acordo com da-
em diversos episódios da história brasileira: foi palco das dos do censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro
Batalhas dos Guararapes, decisivas na Insurreição Pernam- de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 7.918.344 dos habi-
bucana e consideradas a origem do Exército Brasileiro; e tantes que residiam no estado naquele ano, 70% declara-
serviu de berço a movimentos de caráter nativista ou de ram-se católicos (5,9 milhões), seguidos por evangélicos
ideais libertários, como a Guerra dos Mascates, a Revolu- (1,1 milhão).
ção Pernambucana, a Confederação do Equador e a Revol-
ta Praieira. Bandeira
A bandeira de Pernambuco foi originada na revolução
Pernambuco é atualmente o décimo estado mais rico
de 1817. Em seu primeiro desenho era incorporado símbo-
do Brasil; e Recife a cidade com o maior PIB per capita entre
los pertinentes a ideais políticos, onde haviam três estrelas
as capitais da Região Nordeste. O estado abriga o maior
parque tecnológico do Brasil; e o maior estaleiro do Hemis- que representavam às capitanias insurgentes: Pernambu-
fério Sul. O nível de desenvolvimento social pernambucano co, Paraíba e Rio Grande do Norte. Já o arco íris, nas cores
é superior ao dos países menos avançados, mas ainda está lilás e laranja, representavam o acordo oferecido aos que
abaixo da média brasileira. Pernambuco é também o tercei- quisessem unir seus destinos aos de Pernambuco. A cruz
ro estado menos desigual do país. estava relacionado ao primeiro nome do Brasil - Terra de
Santa Cruz.
Conhecido por sua ativa e rica cultura popular, Pernam-
buco é berço de várias manifestações tradicionais, como o Ela é formada por duas faixas, uma superior e uma in-
frevo e o maracatu, bem como detentor de um vasto pa- ferior. A cor azul do retângulo superior simboliza a grande-
trimônio histórico, artístico e arquitetônico, sobretudo noza do céu pernambucano; a cor branca representa a paz; o
que se refere ao período colonial. arco-íris representa a união de todos os pernambucanos;
a estrela caracteriza o estado no conjunto da Federação,
Etimologia Girlan Almeida que
DosnaSantos
bandeira nacional é representado por Denebakrab;
A origem do nome Pernambuco é controversa. Al- o Sol é a força e a energia de Pernambuco; finalmente, a
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guns estudiosos afirmam que vem do nome tupi: pa’ra’nã cruz representa a fé na justiça e no entendimento.
= “mar” mais buka = (“furo de mar”), referênciaHP151916827058188
dada aos
índios no canal de Santa Cruz que cerca a toda a Ilha de Brasão
Itamaracá. O governador Alexandre Barbosa Lima oficializou o
Brasão do Estado do Pernambuco, através da lei estadual
Segundo outros afirmam, era a denominação nas lín- nº 75 em 1895. Em seu primeiro desenho, o escudo era
guas indígenas locais da época do descobrimento para no estilo redondo português de prata, onde havia uma
o pau-brasil. Pode se originar, ainda, da palavra tupi pa- donzela com uma cana-de-açúcar na mão direita, olhando
ranãbuku, que significa “mar comprido”, através da junção sua imagem refletida em um espelho seguro por sua mão
dos termos paranã (“mar”) e puku (“comprido, alto”). Os
esquerda, simbolizando a verdade.
habitantes naturais do estado do Pernambuco são deno-
minados pernambucanos.
Formam o Brasão do estado de Pernambuco um Leão
Demografia
Recife é o maior município de Pernambuco, e sua re- na parte superior (representando a bravura do povo per-
gião metropolitana o maior aglomerado urbano do Norte- nambucano), um escudo contendo ramos de algodão e de
-Nordeste do Brasil. cana-de-açúcar (caracterizando as riquezas), o Sol (repre-
sentando a luz cintilante do equador), além das Estrelas,
Segundo o censo demográfico de 2010 realizado pelo que caracterizam os municípios pernambucanos.
IBGE, em 2010, a população do estado de Pernambuco
possuía 8 796 032 habitantes, sendo o sétimo estado mais Subdivisões
populoso do Brasil, representando 4,7% da população bra- O estado de Pernambuco, assim como todos os outros
sileira. Segundo o censo de 2010, 4 230 681 habitantes estados brasileiros, está politicamente dividido pelo IBGE
eram homens e 4 565 767 habitantes eram mulheres. em municípios. Ao total, existem 185 municípios pernam-
bucanos, o que torna Pernambuco a décima primeira uni-
O maior aglomerado urbano de Pernambuco é a Re- dade da federação com o maior número de municípios e
gião Metropolitana do Recife, que além da capital possui a quinta do Nordeste (atrás da Bahia, Piauí, Paraíba, e do
mais 13 municípios. Com 3.688.428 habitantes no ano de Maranhão).
2010, é a 5ª mais populosa região metropolitana do Brasil
e a mais populosa do Norte-Nordeste.

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

Os 185 municípios estão agrupados em cinco mesorre- e meio de pessoas, mais que a população do Recife, faça-
giões, São elas: Agreste Pernambucano, Metropolitana do nha que o incluiu no Livro Guiness de Recordes. Em fins
Recife, São Francisco Pernambucano, Sertão Pernambuca- do Século XVII havia organizações, denominadas “Compa-
no, e Zona da Mata Pernambucana. E em 19 microrregiões, nhias”, que se reuniam para comemorar a Festa de Reis.
São elas: Alto Capibaribe, Araripina, Brejo Pernambucano, Essas companhias eram constituídas em sua maioria de
Garanhuns, Fernando de Noronha, Itamaracá, Itaparica, pessoas de raça negra, escravos ou não, que suspendiam
Mata Meridional, Mata Setentrional, Médio Capibaribe, Pe- seus trabalhos e comemoravam o dia dos Santos Reis. Com
trolina, Recife, Salgueiro, Sertão do Moxotó, Suape, Vale do a abolição da escravatura, começaram a aparecer agremia-
Ipanema, Vale do Ipojuca, Vale do Pajeú, e Vitória de Santo ções carnavalescas baseadas nos maracatus e nos festejos
Antão. dos Reis Magos. O primeiro clube carnavalesco de que se
tem notícia foi o “Clube dos Caiadores”, criado por Antônio
Cultura Valente. Os participantes do clube compareciam à Matriz
A cultura pernambucana é bastante diversificada, uma de São José, no bairro de São José, executando marchas.
vez que foi influenciada por indígenas, africanos e euro- Seus participantes, levando nas mãos baldes, latas de tinta,
peus. escadinhas e varas com pincéis, subiam os degraus da igre-
ja e a caiavam (pintavam), simbolicamente.
Tendo sido uma das primeiras áreas efetivamente co-
lonizadas por portugueses, ainda no século XVI, que aí en- Em Pernambuco são realizadas das principais festas ju-
contraram as populações nativas e foram acompanhados ninas do país. Os festejos de Caruaru, no agreste pernam-
por africanos trazidos como escravos, Pernambuco tem bucano, disputam com os de Campina Grande na Paraíba
uma cultura bastante particular e típica, apesar de extre- o título de Maior São João do Mundo, embora Caruaru já
mamente variada. Sua base é luso-brasileira, com grandes esteja consolidada no Guinness Book.
influências africanas e ameríndias.
O Carnaval de Olinda é conhecido mundialmente pe-
Música e dança los desfiles dos Bonecos de Olinda, bonecos de mais de
O Frevo, um dos principais gêneros musicais e danças dois metros, coloridos e de fácil localização, que saem às
do estado e símbolo do Carnaval Recife/Olinda,Girlanse Almeida
carac- ruas
Dosjunto com os foliões. Em seus primórdios, a história do
Santos
teriza pelo ritmo acelerado e pelos passos que lembram carnaval
sqterapeutagirlan@gmail.com de Olinda confunde-se com a história da folia no
a capoeira. Esse gênero já revelou e influenciou grandes Recife e em Pernambuco. Tal como hoje a conhecemos, a
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músicos, como Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ra- maior festa popular do mundo é um evento relativamente
malho, Zé Ramalho, Moraes Moreira, Armandinho, Pepeu recente, sendo marcado pelo surgimento de agremiações
Gomes, Antônio Nóbrega, Hermeto Pascoal, entre muitos como o Clube Carnavalesco Misto Lenhadores, fundado
outros. Antes da criação da axé music na década de 1980 em 1907, e o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas, de
o frevo era utilizado também no Carnaval de Salvador. Em 1912, ambos ainda presentes nos carnavais da atualidade.
cerimônia realizada na cidade de Paris, França, no ano de O carnaval de Olinda preserva as mais puras tradições da
2012, a UNESCO anuncia que, aprovado com unanimidade folia pernambucana e nordestina. Todo ano, pelas ruas e
pelos votantes, o frevo foi eleito Patrimônio Cultural Imate- ladeiras da Cidade Alta desfilam centenas de agremiações
rial da Humanidade. carnavalescas e tipos populares, que mantêm vivas as ge-
nuínas raízes da mais popular festa do Brasil. São clubes
O Manguebeat, gênero musical pernambucano que de frevo, troças, blocos, maracatus, caboclinhos, afoxés,
despontou na cena underground dos anos 90, revelou e cujas manifestações traduzem a mistura dos costumes e
influenciou diversos grupos musicais e artistas do estado, tradições de brancos, negros e índios, base da formação do
como Chico Science, Nação Zumbi, Otto, Lenine, Mundo Li- nosso povo e de nossa cultura.
vre S/A, Cordel do fogo encantado, Mestre Ambrósio, Fred
Zero Quatro, entre outros. O manguebeat foi criado pelo Turismo
guitarrista Robertinho do Recife. O turismo no estado de Pernambuco oferece diversas
atrações históricas, naturais e culturais. As principais loca-
Festividades lidades turísticas do estado de Pernambuco são: Fernando
Carnaval em Olinda. O Carnaval Recife/Olinda é con- de Noronha, Porto de Galinhas, Cabo de Santo Agostinho,
siderado o mais democrático e culturalmente diverso do Olinda, Recife, Igarassu, Itamaracá, Gravatá, Triunfo, Gara-
país. O Carnaval do Recife é um carnaval multifacetado, nhuns e Caruaru. A igreja católica mais antiga do país fica
com formas diferentes de carnaval de rua, desfiles de agre- localizada em Igarassu e foi construída em 1535. O Galo da
miações carnavalescas e apresentações de cantores e con- Madrugada é considerado o maior bloco carnavalesco do
juntos musicais em palanques específicos. O Recife possui mundo, reunindo quase 2 milhões de pessoas.
o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madru-
gada, que se apresenta no sábado de carnaval, ou “Sábado
de Zé Pereira”. Em 2006 o Galo reuniu mais de um milhão

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

Segundo a pesquisa “Hábitos de Consumo do Turismo


Brasileiro 2009”, realizada pela Vox Populi, Pernambuco foi
4. A QUESTÃO AMBIENTAL
o segundo destino turístico preferido dos brasileiros, já que
11,9% dos turistas optaram pelo estado nas categorias pes- EM PERNAMBUCO.
quisadas; e segundo a International Congress And Conven-
tion Association (ICCA), Pernambuco é o terceiro melhor
polo de eventos internacionais do Brasil. Em Pernambuco, o mais mesquinho dos egoísmos é
como o governo tem tratado mal a questão ambiental e des-
O litoral é o principal atrativo. Milhões de turistas de- cuidado da qualidade de vida de sua população, pois não
sembarcam todos os anos no aeroporto do Recife. Há al- protege a natureza e nem respeita as pessoas. Aqui impera o
guns anos o estado vem investindo intensamente na me- racismo ambiental.
lhora da infraestrutura e em projetos de interiorização do
turismo, como no desenvolvimento do ecoturismo. O crédito público associado às isenções e aos incentivos
fiscais e financeiros são armas poderosas que poderiam ser
usadas para induzir um novo tipo de comportamento, exigin-
O litoral do estado de Pernambuco tem cerca de 187
do integral e verdadeira responsabilidade social das empre-
km de extensão, entre praias e falésias, zonas urbanas e
sas que viessem a se instalar no Estado. Quase a metade do
locais praticamente intocados. Faz divisa ao norte com a crédito, todo de longo prazo e módicos juros, vem de ban-
Paraíba e ao sul com Alagoas. Além das praias, possui o cos públicos muitas vezes avalizados pelo governo estadual.
arquipélago de Fernando de Noronha, Patrimônio Natural Logo, se o governo quisesse, outra forma de desenvolvimento
da Humanidade, e suas 16 praias. (humano e social) seria possível: bastava induzir boas práticas
através de sua força econômica, mudando os incentivos.
Porto de Galinhas foi eleita por 10 vezes consecutivas
a Melhor Praia do Brasil – segundo a Revista Viagem e Tu- Ao invés disso, o governo estadual é o maior promotor
rismo, da Editora Abril. Outra famosa praia localizada no de conflitos socioambientais, como nas remoções forçadas
município de Ipojuca é Muro Alto. Pernambuco oferece dez dos moradores para as obras da Copa, provocando também
rotas de turismo que vão do litoral ao interior criadas pela degradação ambiental. Merece também destaque a violên-
EMPETUR, que visam explorar os principais Girlan
pontos turísti-
Almeida cia
Dos praticada
Santos pela empresa pública Suape contra os morado-
cos de cada região do estado de acordo com suas poten- res nativos do território abrangido pelo Complexo Industrial
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cialidades, que vão do turismo de sol e mar e ecoturismo Portuário de Suape (CIPS), e o desmatamento local de Mata
ao turismo serrano e religioso.
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Atlântica, manguezais e restingas. Somente para citar dois
exemplos.
Entre as praias mais procuradas do estado estão: Boa
Viagem, Barra de Jangada, Calhetas, Porto de Galinhas, Os primeiros quatro anos de gestão do ex-governador,
Serrambi, Guadalupe, Praia dos Carneiros, Maria Farinha, agora candidato presidencial, foi uma verdadeira catástrofe
Nossa Senhora do Ó, Ilha de Itamaracá e a Ilhota da Coroa ambiental, se caracterizando como um governo autoritário,
do Avião. com promessas ilusórias, sem dialogo com os setores da
população (quem participou dos seminários do Todos por
O município de Bonito, no agreste de Pernambuco, é Pernambuco sabe bem como funcionou), desconsiderando
completamente as argumentações daqueles que ousaram
o principal destino de turismo de aventura no estado. Em
apontar as mazelas que estavam ocorrendo em função do
meio a cachoeiras e natureza exuberante, pratica-se rapel,
crescimento econômico desordenado e predatório, particu-
tirolesa, trekking, arborismo, entre outras atividades. O ar-
larmente com relação ao território do CIPS. O autoritarismo
quipélago de Fernando de Noronha tem destaque nacional aliado à completa falta de dialogo distanciou a gestão esta-
e mundial. Pelas ilhas é possível avistar os golfinhos salta- dual dos movimentos sociais.
dores. As principais atrações do arquipélago são: Forte de
Nossa Senhora dos Remédios de Fernando de Noronha, Foram inúmeras medidas desastrosas adotadas em nome
Vila dos Remédios, Praia da Conceição, Praia do Boldró, do crescimento econômico, obedecendo a uma mentalidade
Baía dos Porcos, Baía do Sancho, Baía dos Golfinhos, Praia que tem base na visão ultrapassada do “crescimento a qual-
da Cacimba do Padre, Morro Dois Irmãos, Reduto de São quer preço”, ignorando a dimensão sócio-ambiental. O mais
Joaquim de Fernando de Noronha, Reduto de Santa Cruz lamentável foi o Projeto de Lei Ordinária no 1496/2010 (17 de
do Morro do Pico de Fernando de Noronha e Reduto de março) enviado pelo executivo a Assembléia Legislativa (Ale-
Santana de Fernando de Noronha. Todo o arquipélago é pe) referente à maior supressão de mata nativa já ocorrida
tombado pelo Patrimônio Natural da Humanidade pela em Pernambuco (e talvez no Nordeste). Inicialmente previa
UNESCO. desmatar cerca de 1.076 hectares (equivalentes a 1.000 cam-
pos de futebol) de vegetação nativa em áreas de preservação
permanente para obras de ampliação do CIPS. Após pressão
e indignação popular este montante foi reduzido para 691 ha
(508 de mangue, 166 de restinga e 17 de Mata Atlântica).

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA

A aprovação ocorreu mesmo com o parecer contrário Este evento, como anunciado pelos seus organizado-
da Comissão de Meio Ambiente da Alepe, que já questio- res, foi uma reunião preparatória do Rio-Clima (The Rio Cli-
nava a supressão dos 88,7 ha de mangue e restingas entre mate Challenge), que ocorreria paralelo a Conferencia Rio
2007 e 2008, cujas compensações ambientais não haviam +20, no Rio de Janeiro. Nesta reunião, como atestou à rela-
sido cumpridas pela empresa Suape, que por sucessivos ção de participantes, a sociedade civil organizada ficou de
anos desdenhou do Ministério Público, assinando Termos fora. Marcaram presença entidades e personalidades com
de Ajustes de Condutas (TAC´s) que não foram respeitados. fortes vínculos com o governo nas três esferas, além de
personalidades e cientistas nacionais e internacionais que
Outro empreendimento, em nome de um crescimento contribuíram para avalizar o aspecto técnico do referido
econômico a cada dia mais questionado, que resultou na encontro.
agressão ao que ainda resta da vegetação da Mata Atlân- Para tornar Pernambuco uma das sedes dos jogos da
tica (somente 3,5%), foi à implantação e pavimentação do Copa das Confederações e da Copa do Mundo, não foram
contorno rodoviário do município do Cabo de Santo Agos- medidos esforços no comprometimento financeiro do Es-
tinho, a chamada “Via Expressa”. Dos 11,8 ha suprimidos, tado e na tomada de medidas socioambientais injustas.
2,6 ha estão localizados em áreas de preservação perma- Segundo a Secretaria Geral da Presidência da República
nente. 1.830 desapropriações ocorreram, sendo 1.538 residências
e 292 imóveis comerciais, terrenos, para as obras ligadas a
Outra decisão também equivocada na área ambien- Copa do Mundo de 2014. A truculência das expulsões e as
tal, que mostra claramente a inequívoco desprezo pelo irrisórias indenizações caracterizaram este triste e inesque-
meio ambiente e pelas pessoas, foi à opção por tornar cível episodio imposto pelo governo do Estado. Somente
Pernambuco um pólo de termoelétricas consumidoras de a construção da Arena Pernambuco e da Cidade da Copa
combustíveis fosseis (o vilão do aquecimento global). A resultou no desmatamento de uma área considerável do
tentativa de trazer para o Estado a maior (e a mais poluen- fragmento da Mata Atlântica no município de São Louren-
te) termelétrica a óleo combustível do mundo, anunciada ço da Mata, situado a 20 km de Recife. O projeto previsto
pomposamente, em julho de 2012, como Suape III (1.450 da Cidade da Copa (não executado) abrangeu uma área de
MW), foi rechaçada pela sociedade pernambucana. Se tal 239 ha para construção de todos os equipamentos (prédios
construção fosse realizada, em pleno funcionamento iria residenciais e um hospital). A Arena, única construção exis-
despejar, segundo cálculos preliminares, em Girlan Almeida tente
torno de 20 no local, ocupou cerca de 40 ha desse total.
Dos Santos
mil toneladas dias de gás carbônico (CO2). Todavia, a ter-
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moelétrica Suape II (320 MW), construída para ser acionada Hoje a situação não mudou. O que era já planejado na
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apenas em situações de emergência, funciona diariamente. época se concretizou com o lançamento do ex-governador
Ainda na área energética/ambiental, merece destaque o como candidato a presidente. A ex-senadora e ex-ministra
interesse do governador, agora presidenciável, pela vinda do meio ambiente do presidente Lula foi incorporada na
da usina nuclear, anunciada inicialmente para o município chapa que disputará as eleições de outubro próximo. Algo
de Itacuruba, a 512 km de Recife, no sertão, às margens de um pragmatismo exemplar na política brasileira diante
do Rio São Francisco. Com uma biografia dessas na área das diferenças abismais entre os pensamentos e as ações
ambiental, no seu segundo mandato o ex-governador ten- de ambos em suas respectivas vidas públicas. Mas a politi-
tou colorir de verde o seu governo. Para isso cooptou seu cagem brasileira sempre nos reserva surpresas.
ex-adversário, candidato do PV a governador, oferecendo-
-lhe a recém-criada Secretaria Estadual de Meio Ambiente A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabi-
e Sustentabilidade. lidade segue não mãos do partido Verde. E este tem de-
monstrado o quanto é utilizado, dirigindo uma secretaria
Algumas ações foram possíveis, utilizando a figura pú- de quinto escalão. Problemas ambientais gravíssimos exis-
blica do ex-secretario, que atuou e militou, até então, nas tem em todas as regiões do Estado, e a SEMAS segue o seu
causas ambientais. Com o apoio intensivo da propaganda caminho.
e do marketing político foi divulgado alguns projetos nesta Apesar das recentes promessas, que não são poucas, a
área. Foram criadas reservas de proteção permanente “de chapa da “nova política” , como se denominam seus inte-
papel”, foi lançado o projeto Suape Sustentável (que até grantes, não é confiável na área ambiental. Mais recentemen-
agora não disse para que veio), dentre algumas medidas te demonstrou total desrespeito a inteligência alheia, quando
de caráter midiático. Além disso, foram abertas algumas no dia mundial do meio ambiente (5 de junho) a população
portas para a projeção a nível nacional e internacional da foi convocada, pelo agora defensor da natureza, o ex-gover-
figura do governador como amigo da natureza, já que a nador pernambucano, a se manifestar através das redes so-
Conferencia Rio+20 se aproximava e se tinha que fazer ciais contra o “retrocesso ambiental” do governo federal. A
algo pela imagem do governo na área ambiental. convocação tinha sentido, mas não tinha quem a convocou.
De 13 a 15 de abril de 2012, aconteceu no Recife uma
reunião denominada “Pernambuco no Clima” com o pa- Fonte: https://www.sintepe.org.br/site/v1/index.php/
trocínio do Governo Estadual, da Prefeitura do Recife e da artigos/da-sociedade/4012-pernambuco-e-os-conflitos-
Companhia Hidroelétrica do Rio São Francisco (CHESF). -socioambientais

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CONHECIMENTOS DE GEOGRAFIA
ANOTAÇÕES

Girlan Almeida Dos Santos


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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Ocupação pré-colonial do atual Estado de Pernambuco: ..................................................................................................................01


Ocupação Pré-Histórica de Pernambuco; ................................................................................................................................................04
Características socioculturais das populações indígenas que habitavam o território do atual estado de Pernambuco,
antes dos primeiros contatos euro-americanos. ...................................................................................................................................08
A Capitânia de Pernambuco: a “Guerra dos Bárbaros”; a lavoura açucareira e mão de obra escrava; a Guerra dos Masca-
tes;........................................................................................................................................................................................................................09
As instituições eclesiásticas e a sociedade colonial; .............................................................................................................................15
Insurreição Pernambucana. ..........................................................................................................................................................................16
A Província de Pernambuco no I e II Reinado: .......................................................................................................................................19
Pernambuco no contexto da Independência do Brasil; Movimentos Liberais: .............................................................................19
Confederação do Equador e Revolução Praieira; ..................................................................................................................................20
O tráfico transatlântico de escravos para terras pernambucanas; .........................................................................................22
Cotidiano e formas de resistência escrava em Pernambuco; .............................................................................................................23
Crise da Lavoura canavieira; .........................................................................................................................................................................24
A participação dos políticos pernambucanos no processo de emancipação/abolição da escravatura. ..............................25
Pernambuco Republicano:............................................................................................................................................................................26
Voto de Cabresto e Política dos governadores; .....................................................................................................................................27
Pernambuco sob a interventoria de Agamenon Magalhães;.............................................................................................................28
Movimentos sociais e repressão durante a Ditadura Civil- Militar (1964-1985) em Pernambuco; Herança afro-descente
em Pernambuco; .............................................................................................................................................................................................30
Processo político em Pernambuco (2001-2015). ...................................................................................................................................38

Girlan Almeida Dos Santos


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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Todos os navegadores que participaram da primeira


OCUPAÇÃO PRÉ-COLONIAL DO ATUAL viagem de Colombo foram ouvidos em audiências que se
realizaram entre 1512 e 1515 na Ilha de São Domingos e
ESTADO DE PERNAMBUCO
em Sevilha. No seu depoimento, Pinzón afirmou ter aporta-
do no Cabo de Santo Agostinho, mas para Eduardo Bueno
(2006), ele ‘provavelmente se equivocou, ou mentiu’. Bueno
O Nordeste brasileiro concentra alguns dos mais anti- acompanha a tese do capitão-de-mar-e-guerra Max Justo
gos sítios arqueológicos conhecidos do país, com datação Guedes, que defendeu, no artigo ‘As Primeiras Expedições
superior a 40 000 anos antes do presente. Na região que de Reconhecimento da Costa Brasileira’ (1975) , que o local
hoje corresponde ao estado de Pernambuco, foram identi- seria a atual Ponta do Mucuripe, 10 km ao sul da cidade
ficados vestígios seguros de ocupação humana superiores brasileira de Fortaleza, apoiando-se também no importan-
a 11 000 anos, nas regiões de Chã do Caboclo, em Bom te mapa de Juan de la Cosa, de 1501. Outras possibilidades
também já foram aventadas, como o Cabo de São Roque,
Jardim, e Furna do Estrago, em Brejo da Madre de Deus.
no Rio Grande do Norte e Ponta do Seixas na Paraíba.
Nesta última região, foi descoberta uma importante necró-
Fonte: https://www.visiteobrasil.com.br/nordeste/per-
pole pré-histórica, com 125 metros quadrados de área co- nambuco/historia/conheca/periodo-pre-colonial
berta, de onde foram resgatados 83 esqueletos humanos
em bom estado de conservação. A História de Pernambuco é marcada por conflitos en-
tre indígenas e portugueses, dominação holandesa e até
Dentre os grupos indígenas que habitaram o estado, mesmo uma tentativa de independência.
identificou-se a tradição cultural Itaparica, responsável pela
confecção de artefatos líticos lascados há mais de 6 000 Descubra a história de um dos mais antigos estados
anos. No Agreste pernambucano, conservam-se pinturas do Brasil.
rupestres com data aproximada de 2 000 anos antes do
presente, atribuídas à subtradição denominada Cariris ve- Indígenas
lhos. Na época da colonização portuguesa, habitavam o O território onde hoje é o estado de Pernambuco era
litoral pernambucano os Tabajaras e os Caetés, já desapa- povoado
Girlan Almeida Dos Santos por diversas tribos indígenas como caetés, cariris
e tabajaras, dentre outras etnias.
recidos. Nos brejos interioranos do estadosqterapeutagirlan@gmail.com
ainda é possível
encontrar grupos indígenas remanescentes das antigas tra-
Cada uma tinha sua língua e costumes e muitas ve-
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dições, como os Pankararu (em Tacaratu) e os Atikum (em
Floresta). zes eram inimigas entre si. Este fato foi importante para os
europeus, pois estes faziam alianças com diversos povos
indígenas a fim de conquistar o território.
Descobrimento pré-cabralino do Brasil
Cabo de Santo Agostinho, litoral sul de Pernambuco, Colonização
possível local do descobrimento pré-cabralino do Brasil Através do sistema de Capitanias Hereditárias, Duarte
por Vicente Yáñez Pinzón no dia 26 de janeiro de 1500, Coelho tomou posse da Capitania de Pernambuco, chama-
86 dias antes da chegada de Pedro Álvares Cabral a Porto da inicialmente de Capitania Nova Lusitânia. Em 1535 foi
Seguro. Há algumas teorias sobre quem foi o primeiro eu- fundado o povoado de Olinda e em 1537, esta passou a
ropeu a chegar nas terras que hoje formam o Brasil. A mais ser Vila.
aceita defende que foi o espanhol Vicente Yáñez Pinzón no
dia 26 de janeiro de 1500, possivelmente no Cabo de Santo Igualmente, em 1537, foi fundada a cidade de Recife.
Agostinho, litoral sul de Pernambuco.
Nem todas as Capitanias Hereditárias foram bem-su-
O local avistado por Pinzón sempre foi cercado de con- cedidas, mas graças ao cultivo da cana-de-açúcar, a Capi-
trovérsias. Para alguns pesquisadores portugueses, como tania de Pernambuco prosperou.
Duarte Leite, os espanhóis teriam desembarcado ao norte
do Cabo Orange, na atual Guiana Francesa. Mas para seus A princípio, os portugueses utilizaram a mão de obra
rivais castelhanos - que se basearam no depoimento do escrava indígena na lavoura da cana.
próprio Pinzón -, o desembarque se deu no Cabo de Santo
Agostinho, 86 dias antes da chegada de Pedro Álvares Ca- No entanto, os senhores de engenho passam a usar es-
cravos negros nas plantações, devido ao lucrativo comércio
bral a Porto Seguro. Uma polêmica judicial se seguiu à via-
de escravos com as colônias portuguesas na África.
gem de Pinzón, chamada Probanzas del Fiscal - um pleito
movido por Diego Colombo, filho de Cristóvão Colombo, Território
contra a Coroa de Castela para assegurar os direitos do pai. A Capitania de Pernambuco compreendia um território
bem maior que o atual. Incorporava o que chamamos hoje
de estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Cea-
rá e parte da Bahia.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Captura de Recife Com o objetivo de derrotá-los, os proprietários nor-


Já no final do século 16, a Capitania de Pernambuco destinos tiveram que trazer bandeirantes paulistas para
se tornara uma das mais ricas da colônia. Este fato atraiu a combatê-los. A Confederação dos Cariris terminou somen-
atenção de ingleses, holandeses e franceses que organiza- te em 1713 quando os últimos focos de resistência foram
ram expedições para tomar a então capital, Olinda. exterminados no Ceará.

Importante lembrar que, nesta época, Portugal estava Revolução Pernambucana - 1817
unido à Espanha, no que chamamos de União Ibérica. Por Na primeira metade do século 19, vários territórios
sua vez, a Espanha estava em guerra com a Inglaterra e a americanos se rebelam contra a dominação europeia.
Holanda.
Desta maneira, inspirados pelas ideias iluministas e
Assim, tanto fazia invadir Olinda como Sevilha. Os in- pela Independência dos Estados Unidos, um grupo de in-
surgentes planeja a emancipação da agora província de
gleses, aliados com os holandeses, tomaram Recife em
Pernambuco.
1595 e levaram vários produtos valiosos como o açúcar,
madeiras e algodão.
Vitoriosos num primeiro momento, os participantes
conseguiram instaurar um governo provisório republicano,
A partir daí, a Capitania organizou duas companhias
estabelecer a liberdade de culto e de imprensa.
para a defesa de Recife e de Olinda.
Foram duramente reprimidos pelas tropas enviadas
Ocupação Holandesa (1630-1645) por Dom João VI. Como punição, quatro participantes fo-
A invasão holandesa tem início na Bahia em 1624. Fo- ram executados e o território de Alagoas passou a ser uma
ram expulsos da capital graças à ação de uma armada lu- província independente.
so-espanhola um ano depois. Confederação do Equador – 1824
A Confederação do Equador foi uma revolta de cará-
No entanto, voltariam à carga para conquistar um pe- ter separatista e republicano ocorrida em Pernambuco em
daço do comércio açucareiro invadindo Recife e Olinda, em 1824. Ela deve ser entendida dentro do contexto do Primei-
1630. Girlan Almeida ro
Dos Santos
Reinado, quando governava Dom Pedro I.
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Apesar dos ferozes combates – Olinda foi incendiada – O Imperador havia convocado uma Assembleia Consti-
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os holandeses se estabeleceram naquelas terras até a eclo- tuinte que elaborasse a Carta Magna do novo país. Porém,
são da Insurreição Pernambucana em 1645. insatisfeito com o resultado, resolve dissolvê-la e outorga
uma Constituição de tônica centralizadora.
Guerra dos Mascates
A Guerra dos Mascates ocorreu entre 1710 e 1711 en- A Confederação do Equador foi duramente reprimida
tre os senhores de engenho concentrados em Olinda e co- pelas tropas imperais que atacam o Recife. Alguns dos seus
merciantes portugueses que viviam em Recife. líderes, como Frei Caneca, são executados.

Muitos historiadores apontam esta guerra como a pri- Revolução Praieira – 1848
meira rebelião de caráter nativista do Brasil. Afinal, o con- A Revolução Praieira foi um movimento de caráter libe-
flito colocou em lados contrários a elite branca já nascida ral. Defendia a liberdade de imprensa, a nacionalização do
comércio varejista e o fim do Poder Moderador.
no Brasil e os portugueses recém-chegados da metrópole.
Os protestos começaram na sede do jornal Diário
Confederação dos Cariris
Novo, localizada na Rua da Praia, e seus integrantes eram
A Confederação dos Cariris ou Guerra do Bárbaros foi
conhecidos como “praieiros”. O combate começou em Re-
uma série de batalhas ocorridas entre os anos de 1683 a
cife, mas logo se espalhou pela Zona da Mata pernambu-
1713. cana.
Após a expulsão dos holandeses, os colonizadores por- A rebelião só teria fim dois anos mais tarde com a inter-
tugueses continuaram se expandir em direção ao sertão venção imperial. Vários dos seus líderes foram anistiados.
nordestino. Buscavam aumentar as lavouras de açúcar e
algodão, além do pasto para o gado. Fonte: https://www.todamateria.com.br/historia-de-
-pernambuco/
No entanto, algumas tribos indígenas como os Cariris,
Crateús e Cariús, se uniram e passaram atacar as fazendas.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

O período que vai de 1500, data da chegada da esqua- Os passos iniciais da colonização do Brasil foram da-
dra de Pedro Álvares Cabral, até 1530; é denominado pelos dos a partir da criação de núcleos de colonização. Em de-
historiadores de período pré-colonial. Nestes primeiros zembro de 1530, partiu de Lisboa uma grande expedição
trinta anos, o Brasil foi objeto de pouco interesse para Por- composta por 50 embarcações transportando homens,
tugal, que estava mais interessado no lucrativo comércio ferramentas, sementes e víveres. Comandada por Martim
de especiarias com as Índias, além de não dispor de ho- Afonso de Souza, teve como objetivo estabelecer os pri-
mens suficientes para povoar todas as regiões descobertas. meiros núcleos de povoamento permanente no país.
Outro motivo para explicar o esquecimento ao qual se
relegou o Brasil foi a falta de conhecimento do novo terri- São Vicente e Santo André
tório, principalmente no que se refere à existência riquezas A expedição chegou ao litoral brasileiro em janeiro de
que poderiam ser exploradas. Ainda assim, enviaram-se as 1531. O primeiro núcleo de colonização, a vila de São Vi-
expedições exploratórias de Gaspar de Lemos, em 1501; e cente, localizada no litoral, foi fundada em 1532. Em segui-
a de Gonçalo Coelho, em 1503; navegadores que fizeram o da criou-se a vila de Santo André da Borda do Campo, no
levantamento do litoral brasileiro, realizando observações e planalto de Piratininga, região interiorana onde hoje se si-
descrições sobre suas características geográficas. tua a Grande São Paulo. Nesses núcleos concediam-se aos
A economia pré-colonial baseou-se na extração e co- colonos lotes de terra, denominados sesmarias, para que
mércio do pau-brasil, madeira avermelhada encontrada no iniciassem as plantações para produzir os meios de subsis-
litoral brasileiro, que já era bastante conhecida na Europa. tência e se fixarem na região.
Dela extraíam-se corantes que eram utilizados para tingir Também foram nomeados os primeiros administrado-
tecidos. res e criados os primeiros órgãos fiscais e judiciários. A vila
A extração do pau-brasil foi declarada estanco, ou seja, de São Vicente prosperou, estimulando a criação de novos
passou a ser um monopólio real, cabendo ao rei conce- povoamentos em seu entorno; como Santos, em 1536; que
der a permissão a alguém para explorar comercialmente posteriormente veio a ser elevado à categoria de “vila” (1545).
a madeira. Mas, se o rei outorgava esse direito, cabia ao Apesar disso tudo, os primeiros esforços empreendi-
arrendatário executar o negócio com seus próprios meios, dos pelos portugueses para colonizar o Brasil revelaram-
arcando com todos os riscos do empreendimento. -se muito limitados. Os núcleos de colonização eram in-
O benefício que a Coroa obtinha com a concessão da suficientes para garantir a permanência dos colonos que
exploração comercial do pau-brasil era uma parcela aqui chegavam e expandir os povoados. Para dar prosse-
Girlandos lu-
Almeida Dos Santos
guimento ao povoamento da colônia de forma ordenada e
cros conseguidos pelo arrendatário. O primeiro negociante
eficiente,
sqterapeutagirlan@gmail.com havia a necessidade de vultosos recursos econô-
a receber autorização régia para explorá-lo foi Fernando de
micos, de que a Coroa portuguesa não dispunha.
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Noronha, em 1502.
O ciclo de exploração do pau-brasil foi breve, já era
Capitanias hereditárias
que baseado numa extração predatória. Isto é, não havia
Para prosseguir com o processo de colonização, Por-
a preocupação de repor as árvores derrubadas por meio
tugal recorreu ao sistema de Capitanias hereditárias. Esse
do replantio, o que resultou no rápido esgotamento desse
sistema já havia sido empregado com êxito em suas pos-
tipo madeira. Outros aspectos importantes a serem salien-
sessões nos Açores, Madeira e Cabo Verde. Ele se baseava
tados é que a exploração de pau-brasil teve impacto prati-
na doação de um extenso lote de terra a uma pessoa ilustre
camente nulo na ocupação do território brasileiro. e influente do reino, geralmente um nobre rico, que passa-
Limitando-se à área costeira, o extrativismo não che- va a ser o donatário e ficava encarregado de empreender
gou a gerar núcleos de povoamento permanentes. Além a colonização da terra recebida, investindo nela seus pró-
disso, foi a primeira atividade econômica em que os nego- prios recursos.
ciantes portugueses empregaram a mão de obra indígena Os donatários recebiam as terras não como proprie-
no corte e carregamento da madeira para os navios. tários, mas como administradores. Ainda assim, possuíam
muitos direitos sobre elas, de modo que se tornassem um
Martim Afonso de Souza empreendimento favorável e atrativo aos interesses dos
Após 1530, o comércio entre Portugal e as Índias en- donatários. Podiam escravizar índios e vendê-los, fundar
trou em decadência. Neste mesmo período, o litoral brasi- povoações, conceder sesmarias, estabelecer e extrair uma
leiro passou a sofrer sistemáticas ameaças por parte de na- parte dos impostos e tributos sobre produtos e mercado-
vegadores estrangeiros e mercenários que contrabandea- rias produzidas para o consumo interno ou aquelas des-
vam o pau-brasil. Portugal, então, precisou tomar medidas tinadas à exportação. Tinham também poder para julgar
para guarnecer a costa brasileira e repelir os invasores. e condenar escravos e homens livres que estivessem nos
limites de sua capitania.
Expedições comandadas por Cristóvão Jacques, em As Capitanias hereditárias foram criadas entre 1534 e
1516 e 1519 e ainda em 1526 e 1528; tiveram por objetivo 1536, a partir da divisão do litoral brasileiro em extensas
repelir os invasores, mas pouco puderam fazer em razão da faixas de terra que iam da costa para o Oeste, até o meri-
enorme extensão do litoral brasileiro. Esses foram os princi- diano traçado por Tordesilhas. Ao todo foram constituídas
pais fatores que geraram preocupação com a situação das
14 Capitanias que foram doadas a 12 donatários.
terras brasileiras, levando a Coroa portuguesa a iniciar o
processo de colonização.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Eram faixas gigantes de terra, com centenas de quilô-


metros, do tamanho de atuais Estados, que precisavam ser OCUPAÇÃO PRÉ-HISTÓRICA
ocupadas para dar início às primeiras atividades econômi-
DE PERNAMBUCO
cas do Brasil. O sistema das capitanias hereditárias foi a pri-
meira tentativa de administrar a então colônia de Portugal.
Você conhece esta parte da história? Teste-se.
Entre 1534 e 1536, D. João III instalou o sistema de Capi-
Governo-geral tanias Hereditárias no Brasil. Tal sistema era caracterizado pela
Entretanto, ao contrário do que ocorreu nos Açores, doação de um lote de terras, uma Capitania, a um Donatário (um
Madeira e Cabo Verde, as Capitanias hereditárias no Brasil nobre português), a quem caberia explorar, colonizar as terras,
não alcançaram os resultados esperados. Foram muitas as fundar povoados, arrecadar impostos e estabelecer as regras (a
razões do fracasso. Entre elas, podem ser considerados a justiça) do local. Dentre os primeiros 14 lotes distribuídos por
falta de terras férteis, os conflitos com os povos indígenas, D. João III estava a Capitania de Pernambuco, ou Capitania de
que ofereceram enorme resistência diante das invasões de Nova Lusitânia, como seu Donatário, Duarte Coelho, a batizou.
suas terras e das tentativas de escravização, e a má admi-
nistração. Sem falar no problema da necessidade de recur- Dessa forma, em 1535, Duarte Coelho se estabeleceu no
sos em maior escala, devido a enorme distância que sepa- local onde, em 1537 foi fundada a Vila de Olinda. Nesse mesmo
rava a Metrópole, ou seja, Portugal, das terras brasileiras. ano foi fundada também a Vila de Igarassu. Até então, os ocu-
As Capitanias que prosperaram foram justamente pantes daquela região eram os índios Tabajaras.
aquelas em que os donatários possuíam grande fortuna ou Estabeleceram-se na Capitania vários engenhos, que in-
acesso ao crédito bancário europeu, como Martim Afonso, vestiam na plantação de cana-de-açúcar, utilizando mão-de-o-
com a capitania de São Vicente; e Duarte Coelho, com a bra escrava. Durante vários anos, a Capitania de Pernambuco
capitania de Pernambuco. produziu grande quantidade de açúcar, sendo responsável por
Tendo fracassado o sistema de Capitanias, Portugal re- mais da metade das exportações do país.
correu à centralização do poder, estabelecendo na colônia
um governo-geral. O governo-geral, porém, não se desti- Tal prosperidade chamou a atenção dos holandeses, que,
nava a substituir as Capitanias hereditárias. Seu principal entre 1630 e 1654, ocuparam toda a região, sob o comando da
objetivo foi o de estabelecer uma autoridade central
Girlan no
Almeida Companhia
Dos Santos das Índias Ocidentais, tendo como representante o
território colonial, a fim de coordenar a administração das Conde Mauricio de Nassau, que por ter incendiado Olinda, esta-
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capitanias que estavam funcionando de forma autônoma, beleceu-se em Recife, fazendo dela a capital do Brasil holandês.
quase sempre contrariando os interesses da Coroa HP151916827058188
portu-
guesa. A partir de 1645 teve início a Insurreição Pernambucana,
movimento de luta contra o domínio holandês de Pernambuco.
Tomé de Sousa Foram quase 10 anos de conflito, com destaque para as Bata-
Assim, em 17 de dezembro de 1548, o rei assinou o lhas de Guararapes (foram duas), até que em janeiro de 1654 os
Regimento que estipulava as orientações gerais necessá- holandeses se renderam.
rias para o estabelecimento do governo-geral em território
brasileiro. Ele criava os cargos de Governador, Ouvidor- A ocupação dos holandeses fez prosperar a cidade de Re-
-Mor, Provedor-Mor e Capitão-Mor. O primeiro Governa- cife, onde se estabeleceram muitos comerciantes e mascates,
dor-Geral do Brasil foi Tomé de Souza, que se estabeleceu enquanto Olinda continuava a ser o reduto dos senhores de en-
na Bahia e exerceu seu mandato entre 1549 a 1553. Seus genho. Devido a divergências quanto à demarcação de novas
sucessores foram Duarte da Costa, no período de 1553 a vilas, em 1710, os moradores de Olinda invadiram o Recife, dan-
1558; e Mem de Sá, entre 1558 a 1572. do inicio a chamada Guerra dos Mascates. O líder da ocupação,
Os governos-gerais asseguraram a ocupação e po- Bernardo Vieira de Melo entrou para a história quando sugeriu
voamento da terras brasileiras estimulando a criação das que Pernambuco se tornasse uma república. Essa foi a primeira
primeiras cidades, o estabelecimento de instituições reli- vez que se falou em república no país. O conflito só terminou
giosas, a criação dos primeiros colégios e o incremento das com a chegada, em 1711, do novo governador da região.
atividades econômicas, principalmente aquelas atividades
voltadas para a agricultura e pecuária. Mas os conflitos e revoltas não foram só estes. Ocorreram
O estabelecimento do governo-geral em território bra- ainda:
sileiro permitiu criar as condições mínimas necessárias para
levar adiante o empreendimento colonial que, nos séculos - Revolução Pernambucana (1817) – Eclodiu por um con-
seguintes, iria gerar importantes transformações políticas, junto de motivos, dentre os mais importantes: a crise na produ-
sociais e econômicas na colônia. ção de açúcar e algodão, o descontentamento com o domínio
do comércio pelos portugueses e as idéias republicanas. Os re-
volucionários venceram algumas lutas e chegaram a estabelecer
um governo provisório, mas logo foram derrotados pelas forças
militares.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

- Confederação do Equador (1824) – Movimento re- O tipo de suporte e a estrutura são elementos essenciais
volucionário que uniu várias províncias do Nordeste (Cea- e determinantes para se compreender o sítio rupestre e a sua
rá, Rio Grande do Norte e Paraíba, além de Pernambuco) utilização. Os abrigos localizados no alto das serras, ao longo
com idéias separatistas, ou seja, que pretendiam separar-se dos rios, como é o caso da região do Seridó, nos sugere serem
do império e instalar uma republica que seria chamada de lugares cerimoniais, longe das aldeias, que deveriam estar si-
Confederação do Equador. Frei Caneca foi o principal per- tuadas mais perto da água. Já os sítios da Serra dos Cariris
sonagem desse movimento. Foram logo derrotados, e Frei Velhos, entre a Paraíba e Pernambuco, situados em lugares de
caneca, fuzilado. várzea, piemonte ou “brejos”, mesmo sendo também lugares
de culto, nos dão a impressão de uma utilização habitacional,
- Revolução Praieira (1848) – Foi mais um conflito de mesmo que temporária, ou talvez lugar de culto perto da al-
cunho liberal, com idéias separatistas, mas que ocorreu na deia do grupo.
esfera político-partidaria. Foi precisamente nos sertões nordestinos do Brasil. onde
a natureza é particularmente hostil à ocupação humana, onde
se desenvolveu uma arte rupestre pré-histórica das mais ri-
Após a Proclamação da Republica, o estado de Per-
cas e expressivas do mundo, demonstrando a capacidade de
nambuco voltou-se para seu desenvolvimento industrial e adaptação de numerosos grupos humanos que povoaram
de infra-estrutura. a região desde épocas que remontam ao pleistoceno final.
Fonte: https://www.infoescola.com/pernambuco/histo- No estado atual do conhecimento, podemos afirmar que três
ria-de-pernambuco/ correntes, com seus horizontes culturais, deixaram notáveis
registros pintados e gravados nos abrigos e paredões rocho-
sos do Nordeste brasileiro. A esses horizontes chamamos tra-
O Brasil pré-histórico apresenta-se com tradições ru- dição Nordeste, tradição Agreste e tradição São Francisco de
pestres de ampla dispersão através de suas grandes dis- pinturas rupestres, somam-se as tradições de gravuras sob-
tâncias e ampla temporalidade. O registro arqueológico e, -rocha, conhecidas como Itaquatiaras. Foram também defini-
concretamente, o rupestre assim o indicam. As tradições das outras tradições chamadas “Geométrica”, “Astronômica”,
rupestres do Brasil não evoluíram por caminhos indepen- “Simbolista”, etc. que podem ser incluídas nas anteriores.
dentes; os seus autores ou grupos étnicos aos quais per- As pesquisas arqueológicas nos sítios da Chapada do Arari-
tencem, mantiveram contatos entre si, produzindo-se a pe buscam
Girlan Almeida Dos Santos compreender os processos de ocupação, de adap-
natural evolução no tempo e no espaço que nos obriga a tação e de subsistência dos antigos grupos ceramistas. Recen-
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temente, foram incorporadas a estas pesquisas, técnicas de
estabelecer as subdivisões pertinentes.
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recuperação de resíduos químicos e biológicos procedentes
Podemos afirmar que o registro rupestre é a primeira da mandioca (Manihot esculenta), com a finalidade de inferir
manifestação estética da pré-história brasileira, especial- sobre o cultivo e manejo de vegetais, em contextos domésti-
mente rica no Nordeste. Além do evidente interesse ar- co e funerário, ao largo da Pré-História. Os vestígios vegetais
queológico e etnológico das pinturas e gravuras rupestres recuperados das cerâmicas ou dos sedimentos arqueológicos
como definidoras de grupos étnicos, na ótica da história refletem dados culturais sobre antigos grupos humanos na
da Arte representa o começo da arte primitiva brasileira. região, incluindo seus modos de vida e morte, dieta, cultivo e
A validade ou não do termo “arte”, aplicado aos registros manejo de plantas, uso e função das vasilhas cerâmicas, além
de fornecer dados paleoecológicos e paleoambientais.
rupestres pré-históricos, é tema sempre discutido, embo-
ra toda manifestação plástica forme parte do mundo das
Os primeiros resultados paleológicos da cerâmica pré-
ideias estéticas e consequentemente da história da Arte.
-histórica do Sítio Aldeia do Baião sugerem um ambiente pai-
O pintor que retratou nas rochas os fatos mais relevantes sagem composto por vegetação arbórea (tipo Anacardiácea)
da sua existência tinha, indubitavelmente, um conceito e herbácea (Amaranthaceae-Chenopodiaceae e Poaceae), sob
estético do seu mundo e da sua circunstância. A intenção influência flúvio-lacustre e ou solos bem drenados (Botryo-
prática da sua pintura podia ser diversificada, variando coccus). A presença de grãos de pólen de plantas cultivadas
desde a magia ao desejo de historiar a vida do seu grupo, como o milho (cf. Zea mays?) e microfungos coprófilos (tipo
porém, de qualquer forma, o pintor certamente desejava Sporormiella, Gelasinospora e tipo Sordariaceae) sustentam a
que o desenho fosse “belo” segundo seus próprios padrões hipótese de assentamentos humanos de longa duração no
estéticos. Ao realizar sua obra, estava criando Arte. Se as local. O microfungo Gelasinospora também reflete o uso do
pinturas de Altamira, na Espanha, ou as da Dordonha, na fogo para as práticas agrícolas e caça.
França, são consideradas, indiscutivelmente, patrimônio Para prosseguir com o processo de colonização, Portugal
universal da arte pré-histórica sabe, entretanto que, pin- recorreu ao sistema de Capitanias hereditárias. Esse sistema
tadas nas profundidades das cavernas escuras, não foram já havia sido empregado com êxito em suas possessões nos
feitas para agradar ninguém do mundo dos vivos, não há Açores, Madeira e Cabo Verde. Ele se baseava na doação de
motivos aceitáveis para se duvidar ou negar a categoria ar- um extenso lote de terra a uma pessoa ilustre e influente do
tística das nossas expressivas e graciosas pinturas rupestres reino, geralmente um nobre rico, que passava a ser o dona-
do Rio Grande do Norte ou do Piauí. tário e ficava encarregado de empreender a colonização da
terra recebida, investindo nela seus próprios recursos.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Ocupações Ceramistas Pré-históricas no Nordeste A origem da agricultura no Nordeste brasileiro remon-


Brasileiro. ta 3000 anos, a partir de um número reduzido de popula-
ções de caçador-coletores que possivelmente praticaram
O conhecimento sobre os grupos ceramistas pré-his- a agricultura de subsistência ao redor de suas moradias, o
tóricos no Nordeste foi significativamente alterado depois termo agricultura de subsistência está relacionado à cultu-
término do Programa Nacional de Pesquisas Arqueológi- ra de grãos de cereais e legumes e tubérculos, plantados
cas, o PRONAPA. O quadro estabelecido no período de com a utilização de ferramentas de produção (ex. pau-de-
1965 a 1970 definiu uma separação bem distinta entre -cavar ou enxada), desmatamento e queima de madeira
grupos do interior com as “Tradições Regionais” Aratu e (ou coivara).
Una, e no litoral os grupos da Tradição Tupiguarani. Pos- Este método conduzia ao esgotamento do solo em
teriormente, na década de 1980 foram identificadas no curto prazo e a busca por outros recursos alimentares,
sertão pernambucano as fases Croatá e Triunfo, localizadas como a caça e a coleta de frutos.
em áreas de brejos de altitude e, na Chapada do Araripe, a Entorno de 3300 anos AC, a cerâmica produzida apre-
fase Araripe, todas filiadas a Tradição Tupigurani. Segundo senta características formas simples, sendo alisada ou ras-
Albuquerque (1984) os grupos das fases Croata e Triunfo pada. Cerca de 2000 anos AC registra-se, no sudeste do
possuíam aldeias amplas, de tendências circulares, cerâmi- estado do Piauí, um aumento populacional com novos gru-
ca decorada com pintura vermelha sobre engobo branco, pos ceramistas.
decoração plástica e formas que seriam compatíveis com o Esses grupos produziam uma cerâmica com técnicas
consumo da mandioca. decorativas variadas com a presença do corrugado, ungu-
Os resultados de projetos na área de estudo demons- lado, escovado, inciso e pintado. Existe uma diversidade de
tram que as populações humanas produziam cerâmicas formas e tamanhos de vasilhas e grandes urnas funerárias.
com características tecnológicas filiadas aos grupos da Tra- .Em áreas interiores do Nordeste se documenta ainda
dição Tupiguarani, originários de ambientes de florestas, a ocupação de grupos filiados a Tradição Tupi-guarani des-
despertando, já na década de 1980, questionamentos so- de. 1100 anos AC até o contato europeu.
bre o modelo de Floresta Tropical. O historiador Albuquerque e Lucena, relacionaram es-
Alguns historiadores trabalham com a hipótese de que sas ocupações às mudanças climáticas ocorridas durante o
a presença de populações pré-históricas de horticultores, período Holoceno, devido à expansão e retração de áreas
naquela região, estaria vinculada a um processo
Girlan Almeida florestadas,
de adap- Dos Santos como os brejos de altitude.
tação cultural às condições de semi-aridez ou a condições Estas áreas são consideradas importantes refúgios de
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climáticas mais úmidas, compatíveis com a expansão dos populações humanas pré-históricas, dadas suas condições
domínios florestados. O cultivo da mandioca teria HP151916827058188
sido um climáticas e ecológicas para a sobrevivência e sustentabili-
dos principais fatores de adaptabilidade dos ceramistas Tu- dade agrícola desses grupos.
piguarani ao sertão nordestino. Ainda, conforme Albuquerque e Lucena, essas popula-
De modo geral, os grupos que ocuparam a Chapada ções humanas estariam relacionadas principalmente com o
do Araripe, antes e/ou depois da colonização europeia, cultivo de mandioca, que foi o principal vegetal consumido
produziam uma cerâmica com bolos de argila, areia e cacos durante a Pré-história na América Tropical, incluindo suas
triturados. Sendo modelada, acordelada ou com as duas variedades mais importantes: a mandioca-amarga (Ma-
técnicas associadas. nihot esculenta), a mandioca-brava (Manihot utilissima) e a
Apresenta decoração plástica escovada, ungulado, mandioca-doce (M. aipi).
marcado com cestaria e ponteado. Em alguns objetos A tecnologia envolvida no preparo, consumo e armaze-
ocorre a associação da pintura e da decoração plástica. namento desse tipo de alimento e seus subprodutos inclui
A pintura era realizada com grande variedade de cores: uma gama de artefatos cerâmicos (vasilhames e assadores)
branco, vermelho, marrom, preto e cinza, com vários mo- e líticos (machados, lascas e raladores), assim como os ma-
tivos de decoração (desenhos geométricos, faixas e linhas nufaturados de plantas (cestarias de palha de palmeiras,
paralelas e cruzadas, pontos etc.). As vasilhas apresentam algodão e algumas gramíneas) (PEARSALL, 1992).
bordas diretas ou bordas reforçadas, bases arredondadas Os dados arqueobotânicos registrados para a região
ou cônicas, formas ovoides e esféricas. Nordeste ainda são incipientes. No entanto, seus registros
Existiam pratos, tigelas e panelas com diâmetro da demonstram a influência antrópica nos processos de cons-
boca variando de 6 a 80 cm, além de vasilhas com boca trução da paisagem.
oval, quadrangular ou retangular, com apliques de asa ou O registro simultâneo em torno de 4500 anos AC, no
alça. Esses grupos produziam também fusos de tear, ca- Sítio Alcobaça (Pernambuco) (4733 ± 29 e 4243 ± 26 anos
chimbos e modelavam pequenos objetos zoomorfos, usa- AP) pelos vestígios de milho, frutos de palmeiras (baba-
dos algumas vezes como apliques. çu, ouricuri, coquinho), umbu, frutos de babaçu de cajá e
A tecnologia lítica era também rica e diversificada com seriguela e no Sítio funerário Toca do Gongo onde foram
a obtenção de artefatos como raspadores, facas, mãos de recuperados artefatos líticos e cerâmicos, restos de fogões,
pilão, batedores e moedores, machados, discos, tembetás sementes de avelã, feijão, abóboras e fibras de caroá, asso-
e pingentes usados como adorno. As matérias-primas mais ciados a esqueletos de nove enterramentos reforçam essas
usadas foram o quartzo, quartzito, xisto, calcedônia, sílex hipóteses. Neste sítio também foram registradas espigas
e granito. de milho.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Os indícios de ocupação pré-histórica por grupos ce- Sítios arqueológicos: Escavações e Artefatos Cerâ-
ramistas no sítio Evaristo I (Ceará) está representada pela micos Recuperados.
presença de artefatos cerâmicos e líticos em contextos fu-
nerários e domésticos. A área arqueológica de Araripina –PE é composta por
Os grãos de pólen de plantas cultivadas (mandioca, um conjunto de 24 sítios arqueológicos e constitui um
batata-doce, abóboras e algodão) e frutíferas (caju e pal- importante local de desenvolvimento das culturas huma-
meiras), além de fungos patógenos de plantas cultivadas nas. As primeiras prospecções arqueológicas nos sítios da
refletem o modo de vida e subsistência desses grupos. região foram efetuadas na década de 1980, tendo sua con-
Os macro- e microvestígios botânicos preservados em tinuidade na década seguinte, a partir de 2005 seguindo
sítios arqueológicos também reforçam a presença da cul- até os dias atuais. Os sítios registrados até o presente na
tura material das populações humanas pré-históricas. As região são divididos em: a) sítios rupestres em abrigos
plantas utilizadas por estes grupos são muitas vezes ele- sob rocha; b) sítios lito-cerâmicos a céu aberto; e c)
mentos derivados da modificação humana (i.e., cultivo, sítios de oficinas líticas.
domesticação). Assim, tendo em consideração o cultivo e Dos vinte e quatro sítios arqueológicos lito-cerâmicos
preparação de alimentos, propõe uma divisão na tradição identificados, até o momento, no município de Araripina-
cerâmica Tupi-guarani, com a subtradição Tupinambá ou -PE, nove sítios estão inseridos na área de vale fluvial e
Pintada na região Leste e Nordeste e subtradição Guarani quinze nos domínios da chapada.
ou Corrugada na região Sul. Esses sítios, de modo geral, apresentam uma cerâmica
A primeira possuiria vasilhas como pratos e tigelas de de grande riqueza de formas e tamanhos; com objetos de
base plana, com perímetro de boca oval ou quadrangu- boca arredondada, elíptica e quadrangular; com contor-
lóide, sendo ideais para o beneficiamento da mandioca; a nos globulares, multiflexionados e multiangulares.
segunda, ou seja, subtradição Guarani, vasilhas como jarras Sugerindo a existência de uma ampla tralha doméstica
e tigelas carenadas com base redonda ou cônica, próprias destinada preparar, servir e armazenar alimentos sólidos
para o preparo de grãos como o milho. Etnograficamente e líquidos. Por sua vez, a presença de manchas húmicas
os “Tupi-Guarani cultivam principalmente mandioca, milho, e áreas de concentração de material em diversos sítios,
batata doce, cará, feijões, abóboras, amendoim e pimenta, contribuem para as análises da organização espacial in-
além do fumo, algodão, cabaça, cuias, corantes (urucu,
Girlan je-
Almeida tra e Santos
Dos inter-sítio; sendo ainda um importante manancial de
nipapo) e, no caso dos Guarani, o mate. sqterapeutagirlan@gmail.com
macro- e microvestígios vegetais, tendo em consideração
Os Tupi baseavam sua alimentação principalmente nas a influência antrópica e a alta concentração de matéria or-
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variedades tóxicas da mandioca (mandioca amarga, brava gânica como parte do processo de formação destes solos.
ou venenosa) consumido-as como farinha, beiju e bebidas Estas investigações contribuirão, tanto para a defi-
fermentadas alcoólicas os relatos etnohistóricos acrescidos nição das condições ambientais e climáticas pretéritas,
de dados arqueobotâmicos são a base para as aproxima- quanto para a compreensão da dieta alimentar, incluindo o
ções a respeito das interações humanas e as plantas. processo de produção e consumo de alimentos, e manejo
As informações sobre o início da ocupação dos grupos agrícola entre os grupos ceramistas no sertão nordestino.
ceramistas da tradição Tupi guarani na região do semiá- Sem dúvidas, há uma forte correlação entre a fabrica-
rido pernambucano ainda são poucas, sendo aventada a ção da cerâmica e a prática da agricultura (agricultores-ce-
hipótese que esteve provavelmente condicionado ao clima ramistas), o uso da cerâmica não é dependente do domí-
que influenciou a formação de uma nova onda migratória, nio da agricultura.
sobretudo no Estado de Pernambuco. Essas premissas darão suporte aos estudos palinológi-
Os grupos ceramistas desta tradição sempre estiveram cos, uma vez que, ao determinar o paleoambiente pode-
relacionados ao cultivo da mandioca (Manihot esculenta) mos inferir sobre o modo de vida, o tempo de permanên-
que representou grande influência socioeconômica e de cia e a captação de recursos vegetais pelas comunidades
organização do espaço. Segundo os dados etnográficos, o pré-históricas e suas relações paleoetnobotânicas,
plantio da mandioca necessitava de solos amplos e férteis.
As informações etnohistóricas e arqueológicas indicam
uma grande densidade populacional nesta região, no en-
tanto, ainda se conhece pouco sobre suas formas de sub-
sistência, com escassas evidências arqueobotânicas nos
sítios. A tecnologia empregada na produção de alimentos,
registrada no Sítio Aldeia do Baião inclui tanto a utilização
de material lítico quanto artefatos cerâmicos.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Escada, da tribo Arapoá-Assu, nas margens dos rios


Jaboatão e Gurjaú; a aldeia do Brejo dos Padres, dos índios
CARACTERÍSTICAS SOCIOCULTURAIS DAS Pankaru ou Pankararu; aldeamentos em Taquaritinga, Brejo
POPULAÇÕES INDÍGENAS QUE HABITAVAM da Madre de Deus, Caruaru e Gravatá.
O TERRITÓRIO DO ATUAL ESTADO DE No século XIX, a região do atual município de Flores-
PERNAMBUCO, ANTES DOS PRIMEIROS ta e diversas ilhas do rio São Francisco se destacava pelo
CONTATOS EURO-AMERICANOS. grande número de aldeias, onde habitavam os índios Pi-
piães, Avis, Xocós, Carateus, Vouvês, Tuxás, Aracapás, Cari-
pós, Brancararus e Tamaqueús.
O desaparecimento da maioria das tribos deve-se às
Quando os primeiros europeus chegaram ao território diversas formas de alienação de terras indígenas no Nor-
brasileiro, no início do século XVI, vários grupos indígenas deste ou da resolução do Governo de extinguir os aldea-
ocupavam a região Nordeste. No litoral, predominavam mentos existentes.
as tribos do tronco linguístico tupi, como os Tupinambás, Dos grupos que povoaram Pernambuco, salvo alguns
Tabajaras e os Caetés, os mais temíveis. No interior, habi- sobreviventes, pouco se sabe. O fato dos índios não pos-
tavam grupos dos troncos linguísticos Jê, genericamente suírem uma linguagem escrita, dificultou muito a transmis-
denominados Tapuias. são das informações.
Existem legalmente em Pernambuco, sete grupos indí-
Como em outras regiões brasileiras, a ocupação do genas: os Fulni-ô, em Águas Belas; os Pankararu, nos muni-
território em Pernambuco começou pelo litoral, nas terras cípios de Petrolândia e Tacaratu; os Xucuru, em Pesqueira;
apropriadas para a agroindústria do açúcar, onde os indí- os Kambiwá, em Ibimirim, Inajá e Floresta; os Kapinawá, em
genas eram utilizados pelos portugueses como mão-de- Buíque os Atikum, em Carnaubeira da Penha e os Truká,
-obra escrava nos engenhos e nas lavouras, especialmente em Cabrobó. Esses três últimos grupos foram identificados
por parte daqueles que não dispunham de capital suficien- mais recentemente.
te para comprar escravos africanos. Após terem passado por uma série de mudanças am-
bientais e culturais, esses índios conseguiram sobreviver e,
Após um período de paz aparente, os índios reagiram apesar de terem estabelecido contato com os não índios,
a esse regime de trabalho através de hostilidades, assal- alguns ainda conservam, ainda que precariamente, traços
Girlan Almeida Dos
da suaSantos
tradição. Todos se auto identificam como indígenas
tos e devastações de engenhos e propriedades, realizados
e pouco
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principalmente pelos Caetés, que ocupavam a costa de Per- se diferenciam uns dos outros racial ou cultural-
nambuco. mente.
HP151916827058188 Devido à forte miscigenação com brancos e negros,
A guerra e a perseguição dos portugueses tornaram-se a sua aparência física perdeu a identidade.
sistemáticas, fazendo com que os índios sobreviventes ti- São índios aculturados, mas que mantêm sua socie-
vessem que emigrar para longe da costa. Porém, a criação dade à parte. As tradicionais figuras do cacique e do pajé,
de gado levou os colonizadores a ocupar terras no interior ainda sobrevivem em todos os grupos, assim como o tore
do Estado, continuando assim a haver conflitos. é dançado em todas as comunidades, não apenas como
As relações entre os criadores de gado e os índios, no divertimento, mas também na transmissão de traços cultu-
entanto, eram bem menos hostis do que com os senho- rais. Com exceção dos Fulni-ô, nenhum dos grupos conser-
res de engenho, mas a sobrevivência das tribos, que não vou o idioma tribal.
se refugiavam em locais remotos, só era possível quando O índio teve uma grande influência na formação étnica,
atendia aos interesses dos criadores e não era assegurada na cultura, nos costumes e na língua portuguesa falada no
aos indígenas a posse de suas terras. Brasil. Em Pernambuco, palavras como Gravatá, Caruaru,
Durante os dois primeiros séculos do Brasil Colônia, as Garanhuns e bairros do Recife com Parnamirim e Capunga,
missões religiosas jesuíticas eram a única forma de proteção estão associados a antigos locais de moradia indígena.
com que os índios contavam. Com a expulsão dos jesuítas, Atualmente, os principais problemas enfrentados pe-
em 1759, os aldeamentos permaneceram sob a orientação los grupos indígenas pernambucanos são os conflitos en-
de outras ordens religiosas, sendo entregues, posteriormen- tre facções rivais da tribo Xucuru; a influência do tráfico de
te, a órgãos especiais, porém as explorações e injustiças con- drogas entre os Truká e a invasão de terras pertencentes
tra o povo indígena continuaram acontecendo. aos Fulni-ô. Pernambuco é o quarto Estado do Brasil em
Através de algumas fontes, dizem que nos séculos XVIII número de indígenas.
e XIX uma quantidade indeterminada de índios foi aldeada Conheça a história das tribos que habitavam o territó-
no território pernambucano, mas aparentemente não há rio pernambucano. Origens e costumes. As lutas pela posse
registros de sua procedência. da terra. Os remanescentes que tentam escapar da morte
Existiam os aldeamentos dos Garanhuns, próximo à em emboscadas.
cidade do mesmo nome; dos Carapatós, Carnijós ou Ful-
Atualmente, segundo a Fundação Nacional do Índio
ni-ô, em Águas Belas; dos Xucurus, em Cimbres; dos Ar-
(Funai), vive em Pernambuco um total de 25.726 remanes-
gus, espalhados da serra do Araripe até o rio São Francisco;
centes dos povos indígenas que primitivamente habitavam
dos Caraíbas, em Boa Vista; do Limoeiro na atual cidade do
mesmo nome; as aldeias de Arataqui, Barreiros ou Umã, no Estado.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Eles estão assim distribuídos: Pankararu, 4.062 pessoas; Sob o pretexto de combater povos indígenas, inimi-
Kambiwá, 1.400; Atikum, 4.506; Xucuru, 8.502; Fulni-Ô, gos dos colonizadores, entre eles os Carateú, os Icó e
3.048; Truká, 2.535; Tuxá, 47; Kapinawá, 1.035; Pipipãs, 591 os Carati, bem como procurar aliados, chegou ao ran-
pessoas. cho dos Paiacu acompanhado de 130 homens armados e
Sobrevivendo em situação precária e, muitas vezes, mais de 200 índios de Terço. Transmitiu aos Paiacu, índios
sendo mortos em emboscadas como vem ocorrendo des- de paz e quase todos batizados, uma comunicação amis-
de 1986 com os Xucurus, no município de Pesqueira, es- tosa, convidando-os a participar de um combate, com os
ses remanescentes indígenas ainda guardam um pouco da Janduí, já previamente aliados ao regimento. De forma
cultura dos índios pernambucanos, massacrados ao longo dissimulada, instigou discórdias entre as tribos Paiacu e
dos séculos. Janduí, inimigas tradicionais, entregando armas e muni-
Conheça seus modos de viver: ções a estas últimas para atacar as primeiras. Seu intuito
A tribo Fulni-Ô:Também conhecidos como Carnijó ou era poder escravizar indígenas e tomar suas terras, com a
Carijó, vivem do artesanato e agricultura de subsistência desculpa de que estariam em guerra.
no município de Águas Belas. Conservam o idioma Yathê e
alguns rituais como o Ouricuri. Sem nada saber, como se acolhe um aliado, os Paiacu
Kambiwá: O grupo ocupa uma área de 27 mil hectares receberam-no e sua comitiva com festa. Quando come-
de terra entre os municípios de Ibimirim, Inajá e Floresta, çaram as danças e folgares, como se isso significasse um
desenvolvendo agricultura de subsistência. código, soldados da tropa e índios Janduí iniciaram a ma-
Pankararu: Seus remanescentes estão distribuídos em tança cujo desforço foi o cruento massacre dos indígenas.
14 mil hectares de terra entre os municípios de Tacaratu,
Jatobá e Petrolândia, conservando algumas de suas festas Meses depois do ocorrido, em carta ao governa-
tradicionais como a Festa do Menino do Rancho e o Fle- dor geral, Navarro relatou os “bons serviços” que tinha
chamento do Umbu. feito. Segundo ele, executara apenas mais uma “guerra
Atikum: Esses índios ocupam uma área de 16 mil hec- justa” contra os índios que estavam rebelados há déca-
tares no município de Carnaubeira da Penha, vivem da das. Como Navarro, outros bandeirantes agiram de for-
agricultura de subsistência. ma brutal contra os indígenas na região. Esse é um entre
Xucuru: Vive na região da Serra do Ororubá, município tantos episódios dramáticos da história colonial brasileira
Girlancomo
de Pesqueira, conservam algumas festas religiosas Almeida
a Doscompõe
que Santosparte da importante, mas não conhecida,
de Nossa Senhora da Montanha e praticam a agricultura Guerra dos Bárbaros.
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de subsistência. HP151916827058188
Truká: Grupo de remanescentes indígenas que vivem Ocorrida entre os anos de 1650 e 1720, a Guerra dos
da agricultura no município de Cabrobó. Bárbaros envolveu os colonizadores e os povos nativos
Kapinawá: Vivem na localidade de Mina Grande, no chamados Tapuia e teve como palco uma área que cor-
município de Buíque Tuxá: Grupo de 41 índios assenta- respondia em termos atuais a um território que inclui os
dos em um acampamento da Chesf, no município de Ina- sertões nordestinos, desde a Bahia até o Maranhão. A
já, depois que suas terras foram inundadas pelo lago da denominação Tapuia foi dada pelos cronistas da época, e
hidrelétrica de Itaparica. perpetuada pela historiografia oficial, aos grupos indíge-
Pipipã: Esses índios viviam nas caatingas entre os nas com diversidade linguística e cultural que habitavam
vales dos rios Moxotó e Pajeú e foram praticamente di- o interior, em distinção aos Tupi, que falavam a língua
zimados em meados do século XVIII. Atualmente, existe geral e se fixaram no litoral. Estudos atuais demonstram
um pequeno grupo de remanescentes no município de que esses povos pertenceram aos seguintes grupos cul-
Floresta, na região do Rio São Francisco. turais: os Jê, os Tarairiu, os Cariri e os grupos isolados e
Xucurus: os índios marcados para morrer sem classificação. Entre eles podem ser citados os Su-
curú, os Bultrim, os Ariu, os Pega, os Panati, os Corema,
os Paiacu, os Janduí, os Tremembé, os Icó, os Carateú, os
Carati, os Pajok, os Aponorijon, os Gurgueia, que lutaram
A CAPITÂNIA DE PERNAMBUCO:
ora contra ora a favor dos colonizadores de acordo com
“A GUERRA DOS BÁRBAROS”; as estratégias que visavam à sua sobrevivência.
A LAVOURA AÇUCAREIRA E MÃO DE OBRA
ESCRAVA; A GUERRA DOS MASCATES; DICIONARIO_DE_DATAS_DO_BRASIL_1Se por um
lado a guerra envolveu diversos povos indígenas, muitos
deles inimigos tradicionais, por outro lado os coloniza-
Em 4 de agosto de 1699, o bandeirante paulista, co- dores também entraram em conflito entre si pelas terras
mandante de Terço (companhia militar criada para com- e mão de obra escrava nativa, atraindo os mais variados
bater os indígenas) e mestre de campo Manuel Álvares setores da sociedade colonial em formação, tais como: os
de Moraes Navarro foi responsável pelo assassinato de sesmeiros, os moradores, os religiosos, os bandeirantes,
400 índios Paiacu e a prisão de 250, incluindo crianças e os foreiros, os vaqueiros, os rendeiros, os capitães-mores,
mulheres, habitantes da ribeira do Jaguaribe. os mestres de campo.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Embora tenha tido uma longa duração, cerca de se- A partir do século XVII, a pecuária foi paulatinamente
tenta anos, e tenha sido contemporânea à existência do sendo levada para o interior da região, espalhando-se pelo
quilombo dos Palmares, a Guerra dos Bárbaros pouco apa- agreste e alcançando o sertão. A criação de gado permitiu a
rece na historiografia, sendo praticamente desconhecida. ascensão econômica e social de alguns habitantes do local,
A omissão dessa guerra nos livros didáticos e os raros li- e a Guerra dos Bárbaros tornou-se um meio para alcançar
vros de estudiosos especialistas sobre o episódio revelam esse fim, pois, por seu intermédio, conquistava-se o direito
o desprezo dado ao tema da resistência indígena e do vio- a sesmarias, condição essencial para a montagem de uma
lento processo de conquista lusitano no sertão nordestino. fazenda de gado. A resistência indígena foi a maior barreira à
expansão da pecuária, pois ela só se desenvolveu, ampliando
Genericamente denominado de Guerra aos Bárbaros, o seu mercado, após o final do conflito, quando as terras es-
esse conflito armado de caráter genocida também foi cha- tavam “limpas” dos indígenas.
mado de Guerra do Recôncavo (em menção ao recônca-
vo baiano, onde aconteceram as primeiras lutas armadas), Essas sangrentas lutas da chamada Guerra dos Bárbaros,
Guerra do Açu (em referência à região do Açu, no Rio que dizimaram e desestruturaram muitas tribos indígenas,
Grande do Norte, onde ocorreram os principais conflitos) têm um rico significado histórico no quadro da ocupação
e Confederação dos Cariris (por terem sido esses grupos dos sertões nordestinos na época colonial, representando
indígenas um dos mais combatentes). um dos mais terríveis genocídios que a História oficial não
conseguiu esconder.
A designação “bárbaros” era dada pelos colonizadores
e cronistas da época aos povos nativos que habitavam à Fonte: http://www.editoracontexto.com.br/blog/guer-
região e ofereciam resistência à ocupação do território pe- ra-dos-barbaros-o-terrivel-genocidio-que-a-historia-oficial-
los portugueses. Essa terminologia etnocêntrica convinha -nao-conseguiu-esconder/
ao discurso colonizador que propagava a catequese e a
“civilização” dos povos indígenas nos moldes culturais do A Capitania de Pernambuco foi uma das divisões do
europeu ocidental. Eram descritos como povos selvagens, território da colônia portuguesa do Brasil, doada pelo rei de
bestiais, infiéis, traiçoeiros, audaciosos, intrépidos, cani- Portugal, Dom João III a Duarte Coelho Pereira (1534). Cons-
bais, poligâmicos, enfim, “índios-problema”, pois não se tituiu-se na Província, na época da Independência e, após a
deixavam evangelizar e civilizar. Eram, portanto, conside- Proclamação da Republica Brasileira, no Estado de Pernam-
Girlan Almeida buco.
Dos Santos
rados os principais obstáculos à efetiva colonização.
O Rei de Portugal, Dom João III, instituiu o sistema de
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capitanias
HP151916827058188 hereditárias como forma de ocupação e coloniza-
Essa imagem reforçou os argumentos do conquista-
ção do Brasil, dividindo o territorio em quinze (15) lotes –
dor de impetrar uma “guerra justa” para extirpar os “maus”
capitanias hereditárias – as quais doou a súditos que haviam
costumes nativos, satisfazendo tanto as necessidades de
prestado relevantes serviços ao reino.
utilização de mão de obra pelos colonos quanto à garantia
O sistema fora utilizado pelo governo português na Ilha
aos missionários do sucesso na imposição da catequese. O
da Madeira, em Cabo Verde, nos Açores e em São Tome,
resultado foi a criação de dispositivos legais que legitima-
doando terras em caráter vitalício e hereditário a cidadãos
vam uma guerra de extermínio. É isso que nos confirma o
da nobreza – donatários -, governadores das capitanias. O
documento datado de 1713, quando os povos nativos já
territorio de cada capitania, no Brasil, ia do litoral até o limite
estavam drasticamente reduzidos ou aprisionados e aldea- estipulado no Tratado de Tordesilhas.
dos, no qual o governador de Pernambuco insiste ser “ne-
Os donatários tinham a tarefa de governar, colonizar,
cessário continuar a guerra até extinguirem estes bárbaros resguardar e desenvolver a região com recursos próprios. A
de todo ou do menor ficarão reduzidos a tão pouco núme- Coroa portuguesa ocupava o território do Brasil e fazia dele
ro que ainda que se queiram debelar o não possam fazer”. fonte de lucro.
A Capitania de Pernambuco foi outorgada a Duarte Coe-
Embora o resultado dessa guerra tenha sido catastrófi- lho Pereira, por Carta de Doação lavrada a 10 de março de
ca para os povos nativos da região, é importante destacar a 1534, recebendo o título de Capitão e Governador das terras
sua tenaz resistência, que retardou o processo de conquis- de Pernambuco.
ta da terra pelos colonos nos sertões nordestinos por qua- A Capitania, a que o donatário chamou de Nova Lusi-
se dois séculos. Os Tapuia desenvolveram uma forma de tânia, homenagem à origem da pátria, se estendia entre o
luta singular na história da resistência indígena no Brasil. rio Igaraçu e o rio São Francisco, compreendendo: Sessenta
Apesar de um passado caracterizado por conflitos internos léguas de terra da costa do Brasil, as quais começarão no
entre as diversas tribos, esses povos conseguiram, através rio São Francisco, que é do Cabo de Santo Agostinho para
de uma série de alianças, alcançar um certo grau de coe- o Sul, e acabarão no rio que cerca em redondo toda a Ilha
são na sua luta contra o colonizador que desejava remover de Itamaracá, ao qual ora novamente ponho nome de Rio
os habitantes indígenas da região para povoá-la de gado Santa Cruz, e mando que assim se nomeie e chame daqui por
(foi o pastoreio que permitiu a ocupação econômica, pelos diante e isto com tal declaração que ficará com o dito Duarte
colonizadores, em todo o interior do Nordeste). Coelho a terra do Sul (...) e ficará com o dito Duarte Coelho a
terra da banda Sul, e o dito rio onde Cristovão Jacques fez a
primeira casa de minha feitoria.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

E a cinquenta passos da dita casas da feitoria pelo rio A hístoria diz que desembarcou às margens do rio de
adentram ao longo da praia se porá um padrão de minhas Santa Cruz, onde havia um núcleo de povoamento, que
armas, e do dito padrão se lançará uma linha ao Oeste pela passsou a chamar Sítio dos Marcos, porque alí se demar-
terra firme adentro e a terra da dita linha para o Sul será do cam as terras da Capitania de Pernambuco com as Terras
dito Duarte Coelho, e do dito padrão se lançará uma linha de Itamaracá, onde existiria a feitoria régia para tráfico de
cortando a Oeste pela terra firme adentro, e da dita linha pau brasil e uma fortaleza de madeira, na qual se abriga-
para o Sul será do dito Duarte Coelho, e do dito padrão ram Duarte Coelho e sua comitiva.
pelo rio abaixo para a barra e mar, ficará assim mesmo com O donatário incubiu a Afonso Gonçalvez, seu compa-
ele Duarte Coelho a metade do dito rio de Santa Cruz para nheiro de jornada da Índia, que erigisse a Vila de Igaraçu.
a banda do Sul e assim entrará na dita terra e demarcação Segundo a tradição oral a cidade foi fundada em 27 de
dela todo o dito Rio de São Francisco e a metade do Rio de setembro de 1535, após a vitória dos portugueses, sob o
Santa Cruz pela demarcação sobredita, pelos quais rios ele comando do capitão Afonso Gonçalves fez vir, muitos pa-
dará serventia aos vizinhos deles. rentes com suas mulheres e filhos, que passaram a lavrar a
De uma parte e da outra, e havendo na fronteira da terra entre os moradores anteriores, plantando mantimen-
dita demarcação algumas ilhas, hei por bem que sejam do tos e cana de açúcar, para que o capitão donatário come-
dito Duarte Coelho, e anexar a esta sua capitania sendo as çou a construir um engenho.
tais ilhas até dez léguas ao mar na frontaria da dita demar- A povoação foi elevada a categoria de vila em data não
cação pela linha Leste, a qual linha se estenderá do meio precisa, provavelmente em 1564, quando foi estabelecida
da barra Rio de Santa Cruz, cortando de largo ao longo estrutura administrativa da Vila, dotando-a de autonomia
da costa, e entrarão na mesma largura pelo sertão e terra politica, administrativa e econômica. A frequesia dos San-
firme adentro, tanto quanto poderem entrar e for de mi- tos Cosme e Damião foi criada em 1594.
nha conquista, a terra pela sobredita demarcação assim lhe Não sendo a povoação de Igaraçu local adequado
faço doação e mercê de juro e herdade para todo o sempre onde as defesas pudessem resistir a ataques indígenas e
como e que Duarte Coelho, e todos os seus herdeiros e su- de corsários e outros inimigos, seguiu Duarte Coelho em
cessores, que a dita terra herdarem e sucederem se possam direção ao Sul, procurando um sítio adequado à edificação
chamar capitães e governadores delas. de uma povoação que se tornasse o centro de sua admi-
A metade da barra Sul do canal de Itamaracá (rio de nistração.
Santa Cruz) até 50 passos além do local onde existira a
Girlano Almeida
primitiva feitoria de Cristóvão Jacques, demarcava limite DosEncontrou
Santos nas sete colinas situadas defronte ao mar,
onde existira a aldeia indígena de Marim dos Caetés o local
Norte; ao Sul, o limite da capitania era o rio São Francisco,
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dos seus sonhos. A vista era de uma beleza deslumbrante,
em toda a sua largura e extensão, incluindo todasHP151916827058188
suas ilhas
vista até os dias de hoje, e encantou o donatário.
da foz até sua nascente.
Cessando as lutas com os naturais da terras, edificou
O território da capitania infletia para o Sudoeste, Duarte Coelho a povoação de Olinda, naquele local de rara
acompanhando o curso do rio, alcançando suas nascentes
beleza, alto e com ampla visão do oceano, ideal para a de-
no atual Estado de Minas Gerais. Ao Norte, o soberano es-
fesa. Circula até hoje ma boca dos guias mirins de Olinda
tabeleceu o traçado de uma linha para o Oeste, terra aden-
do seu povo a lenda que o donatário teria exclamado: Ó
tro, até os limites da conquista, definidos no Tratado de
linda situação para fundar uma vila!
Tordesilhas, isto é, as terras situadas até 370 léguas a Oeste
das Ilhas do Cabo Verde. A povoação foi elevada a vila, recebendo este nome
em 12 de março de 1537, fazendo o donatário a doação da
As fronteiras da capitania abrangiam todo o Estado de
Alagoas (antiga Comarca das Alagoas) e o Oeste do Estado terras para a Vila. As vilas eram colonizadas pelos europeus,
da Bahia (antiga Comarca do São Francisco) terminavam ao índios e negros, os dois últimos povos foram feitos como
Sul, fazendo fronteira com o atual Estado de Minas Gerais. escravos. O papel de Duarte Coelho era o de colonizar,
Graças à posse deste importante rio, em toda sua extensão explorar as terras e arrecadar impostos. Na região foram
e largura, Pernambuco crescia na orientação Sudoeste, ul- construídos vários engenhos, já que a terra era fértil e a
trapassando em largura em muito as 60 léguas estabeleci- cana-de-açúcar foi muito bem adaptada ao solo.
das na carta de doação.
A Capitania começou a prosperar e isso atraiu os olha-
Duarte Coelho Pereira recebeu a doação e partiu para res dos holandeses, que encabeçados pelo Conde Maurício
o Brasil, trazendo a esposa Brites de Albequerque, e muitos de Nassau, invadiram toda a região, além da Paraíba e do
parentes e amigos , pocedendo assim as famílias Albuquer- Rio Grande do Norte, durante os anos de 1630 a 1654. Fi-
que Maranhão.João Gomes de Melo, casou com Ana de xaram-se então em Recife, primeiro devido a sua geografia
Holanda, originando a Família Melo. plana e segundo, por terem ateado fogo em Olinda.
Duarte Coelho desembarcou no porto da Ilha de Ita- O domínio holandês foi positivo para a região, porque
maracá, chamado de Pernambuco Velho, em 9 de março eles planejaram e construíram ruas e pontes, através de
de 1535, e tomou posse da Capitania. Acompanhava-o grandes nomes de profissionais da Europa da época, dan-
essa verdadeira corte, constituida na maioria de nobreza do ao Recife o ar de uma cidade, longe do papel que tivera
do norte de Portugal, os quaisdiferentes da maioria dos de- outrora como um porto para escoar a produção local.
mais colonizadores, para receber terras, cultivar as terras e
nelas se estabelecendo, fazendo a prosperar.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Em 1645 deu-se início ao longo processo de expulsão “Os brancos associavam o nome bárbaro aos índios,
dos holandeses das Capitanias, a chamada Insurreição Per- considerados por eles como adversários, devido à resis-
nambucana, que durou aproximadamente dez anos, até tência indígena, pois ‘bárbaros’ seriam aqueles que se re-
que no primeiro mês de 1954 completamente esgotados, cusavam a aceitar o poder e a cultura dos homens bran-
os holandeses se renderam deixando as regiões em pleno cos”.
desenvolvimento, como a cidade de Recife que contava Esse conflito foi um movimento de resistência dos ín-
com os comerciantes e mascates e ainda com todo vapor dios brasileiros à dominação portuguesa que surgiu entre
da produção de cana-de-açúcar em Olinda, habitada pelos 1650 e 1720 e que, se deu após a expulsão dos holande-
senhores de engenho. ses quando os portugueses deram início à sua conquista
A paz não voltou a reinar por muito tempo. Os senho- pelo interior do Brasil, ou seja, ao projeto colonizador que
res de engenho que ocupavam Olinda acreditavam que consistia em “consolidar a colonização da faixa litorânea
tinham dinheiro para a vida inteira, até que a crise do açú- e, sobretudo, iniciar a marcha de conquista de áreas inte-
car no mercado externo colocou tudo a perder. Eles então rioranas”.
acharam no direito de pedir dinheiro para os comerciantes A Capitania do Rio Grande acabou servindo como pal-
de Recife, já que julgavam que Olinda era a principal ci- co das maiores batalhas durante o conflito iniciado no ano
dade. de 1683, mas que teve maior relevância no ano de 1687.
Os comerciantes que de bobos não tinham nada, fo- Diversos grupos de índios se envolveram no conflito con-
ram pedir para os portugueses a liberdade de Recife e o tra os missionários, soldados e outros agentes da coroa
reconhecimento do lugar como uma vila, o que logo foi que estavam empenhados em abrir espaço para a criação
acatado. Os senhores do engenho não gostaram e resolve- de gado.
ram intervir dando inicio a Guerra dos Mascates, em 1710. Após a expulsão dos holandeses, um quadro de deso-
O conflito durou cerca de 1 ano, e pela primeira vez a pa- lação tomou conta da Capitania Rio Grande: “ficou devas-
lavra “República” foi mencionada no país, pois os líderes tada, a população quase desapareceu”. Gados e plantios
do movimento queriam que Pernambuco se tornasse uma foram destruídos.
República. “Os flamengos tinham incendiado as casas principais,
A Guerra terminou devido às intervenções das auto- queimados livros de registros”. Com isto, o governo tomou
ridades coloniais. No mesmo ano, Recife passou a ocupar medidas para uma reorganização da Capitania recons-
igualmente a mesma posição de Olinda. Dessa Girlan Almeida
forma, fi- Dos Santos
truindo edifícios, a defesa da cidade e também deu início
cou claro que o comércio tinha mais poder capital do que a uma política de povoamento como dito anteriormente.
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a produção colonial. Pernambuco ainda foi palcoHP151916827058188
de diver- Os colonos que faziam do interior sua morada, com a es-
sos conflitos, como a Revolução Pernambucana, a Confe- cassez de recursos para adquirirem escravos africanos, iam
deração do Equador e a Revolução Praieira. à captura dos nativos.
Após a Proclamação da República no Brasil, o estado Se tratando do processo de colonização do sertão o
investiu em desenvolvimento industrial e de infraestrutura, Rio Grande, este sobreveio de maneira intensa apenas no
tendo na atualidade como principal fonte econômica: o final do ano de 1670 e o início de 1680.
turismo, devido às belas praias do seu território. Este processo não se deu de forma pacífica, pois coin-
A Guerra dos Bárbaros: cide com o início da Guerra dos Bárbaros ou Guerra do
Foi o nome dado à violência do homem branco oriun- Açu.
do de Portugal para com os índios, a população original- Foi neste período que os grupos indígenas se organi-
mente brasileira. Para os indígenas, o fato de terem sido zaram no sentido de resistir e defender as suas terras. Esse
“descobertos” já constitui um drama de proporções enor- evento certamente seria marcado por uma série de confli-
mes. Os brancos com sua avidez e cobiça, negavam respei- tos desencadeados entre os indígenas e colonos habitan-
to a tudo. O que era considerado valoroso, em especial as tes do interior da capitania, que resultou no movimento
terras, certamente consistia em alvo dos seus interesses. expansionista português que, por sua, provocou o devas-
Partindo desta ótica é que se deu início ao que se in- samento desta região concluindo assim, com a ratificação
titula de luta pela terra e certamente é aqui que devemos de várias tribos indígenas.
aguçar a procura pelos motivos da má distribuição das A sociedade no período do açúcar era marcada pela
terras. grande diferenciação social. No topo da sociedade, com
poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de
Ora, não era algo bom para os índios aceitar estes rou- engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada
bos e também as muitas violações dos seus direitos consi- por pessoas livres (feitores, capatazes, padres, militares,
derados mais elementares. Isto gerou a necessidade de os comerciantes e artesãos) e funcionários públicos.
“selvagens” se defenderem. Portanto, é nesta perspectiva E na base da sociedade estavam os escravos, de ori-
que damos início à discussão do período mais intenso da gem africana, tratados como simples mercadorias e res-
sua resistência na nossa região, trata-se do que chamamos ponsáveis por quase todo trabalho desenvolvido na co-
de “A Guerra dos Bárbaros”. lônia.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de enge- Guerra dos Mascates
nho exercia um grande poder social.
O conforto da casa-grande contrastava com a miséria Por Karine Ferreira Brito
e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações Graduada em História (UFRJ, 2016)
dos escravos). A uma sociedade patriarcal, pois o senhor
de engenho exercia um grande poder social. As mulheres Ouça este conteúdo 0:00100%Audima
tinham poucos poderes e nenhuma participação política, A chamada Guerra dos Mascates foi uma das revoltas
deviam apenas cuidar do lar e dos filhos. daquelas que ficaram conhecidas como Movimentos Nati-
Administração colonial Após a tentativa fracassada de vistas, que tiveram como principal causa os descontenta-
estabelecer as capitanias hereditárias, a coroa portuguesa mentos entre os colonos com relação às medidas tomadas
estabeleceu no Brasil um Governo-Geral como forma de pela Coroa Portuguesa. Essa revolta ocorreu nos anos de
centralizar a administração, tendo mais controle da colônia. 1710 e 1711, no estado de Pernambuco e acabou envol-
As capitanias hereditárias fracassadas foram transformadas
vendo duas cidades: Olinda e Recife.
em capitanias gerais.
O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que
recebeu a missão de combater os indígenas rebeldes, au- Em torno da década de 1650, os holandeses acaba-
mentar a produção agrícola no Brasil, defender o território ram sendo expulsos definitivamente do Brasil, pois já ha-
e procurar jazidas de ouro e prata. Também começavam via acontecido a chamada Restauração em Portugal, onde
a existir câmaras municipais, órgãos políticos compostos este conseguiu se tornar livre da Espanha, unido a ela
pelos “homens-bons”. por 60 anos por conta de uma crise dinástica (a conhe-
Estes eram os ricos proprietários que definiam os ru- cida União Ibérica). Mas com essa expulsão, a economia
mos políticos das vilas e cidades. O povo não podia parti- do Brasil estava entrando em crise. A concorrência entre
cipar da vida pública nesta fase. As instituições municipais o açúcar produzido no Brasil e o açúcar que era produzi-
eram compostas por um alcaide que tinha funções admi- do pelos holandeses nas Antilhas era muito grande. An-
nistrativas e judiciais, juízes ordinários, vereadores, almo-tes, enquanto os holandeses estavam no Brasil, os grandes
tacés e os homens bons. As juntas do povo decidiam sobre produtores de açúcar usufruíam dos investimentos feitos
diversos assuntos da Capitania. pelos holandeses. Mas com a expulsão destes, o açúcar
Girlan Almeida produzido
Dos Santos por eles era mais barato e de melhor qualidade,
A economia açucareira. prejudicando as exportações do Brasil. É interessante des-
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A base da economia colonial era o engenho de açúcar. tacar que Recife, cidade que cresceu muito com a presença
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O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da holandesa, não passava por essa crise açucareira, pois ha-
unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra via uma intensa atividade econômica dos mascates, como
africana escrava e tinha como objetivo principal a venda eram conhecidos os comerciantes portugueses da região.
do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar desta- Recife não era economicamente nem politicamente im-
cou-se também a produção de tabaco e algodão. As plan- portante antes da chegada dos holandeses. A principal
tações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram cidade, então, era Olinda e Recife era subordinada a ela.
grandes fazendas produtoras de um único produto, utili- Com o crescimento de Recife, pois possuía um excelen-
zando mão-de-obra escrava e visando o comércio exterior. te porto, os mercadores, ou seja, os mascates que para
O Brasil se tornou o maior produtor de açúcar nos lá foram atraídos, queriam se libertar de Olinda, ter mais
séculos XVI e XVII. As principais regiões açucareiras eram
autonomia. Os senhores de terras que viviam e controla-
a Bahia, Pernambuco, parte do Rio de Janeiro e São Vi-
vam a cidade de Olinda não ficaram satisfeitos com essa
cente (São Paulo). O Pacto Colonial imposto por Portugal
estabelecia que o Brasil (Colônia) só podia fazer comércio decisão dos mascates. Estes conseguiram que Recife fosse
com a Metrópole, não devendo concorrer com produtos elevado à vila, ganhando uma câmara municipal, deixando
produzidos lá. Logo, o Brasil não podia produzir nada que os donos de terras de Olinda apreensivos com a cobrança
a Metrópole produzisse. Desta forma foi estabelecido um das dívidas por parte de Recife. Assim, em 1710, os se-
monopólio comercial. nhores de Olinda invadem Recife, dominando a cidade e
O monopólio foi de certa forma imposta pelo governo sendo retomada logo em seguida. Essa guerra continuou
da Inglaterra a Portugal, com o objetivo de garantir mer- até 1711 quando a Coroa nomeou Félix José de Mendonça
cado aos comerciantes ingleses. Portugal nunca chegou a como governante, que acabou apoiando os mascates. Este
ter uma indústria significativa e desta forma dependia das novo governante ordenou a prisão dos senhores de Olinda
manufaturas inglesas. Portugal se beneficiava do mono- envolvidos na revolta e decidiu que, para evitar conflitos,
pólio, mas o país era dependente da Inglaterra. A colônia a cada semestre, a administração seria chefiada por cada
vendia metais, produtos tropicais e subtropicais a preços cidade, evitando favoritismos. Em 1712, Recife conseguiu
baixos, estabelecidos pela metrópole, e comprava dela sua autonomia e se tornou sede administrativa de Pernam-
produtos manufaturados e escravos a preços bem mais buco.
altos, garantindo assim o lucro de Portugal em qualquer
das transações.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Podemos listar como causas da revolta a crise econô- No ano seguinte, ainda com a guerra entre recifenses e
mica em Olinda, o favorecimento da Coroa aos mascates olindenses, a Coroa portuguesa exigiu que a situação fosse
portugueses de Recife, disputa pelo poder político entre normalizada entre eles e nomeou Félix José de Mendonça,
Olinda e Recife. No final dessa revolta que possuía um que havia apoiado os mascates, para governar o local. Para
grande sentimento antilusitano por parte da aristocracia que não houvesse sustentação do conflito, Félix estabele-
rural de Olinda, os comerciantes de Recife conseguiram ceu que Recife e Olinda que devessem revezar semestral-
alcançar seus objetivos que eram se tornar independentes mente a administração de Pernambuco.
de Olinda, tendo sua própria câmara municipal (tornando-
-se uma vila). Mão de obra escrava

Esse conflito foi narrado pelo escritor do romantismo A base da sociedade colonial brasileira era formada pe-
José de Alencar, no livro intitulado “A Guerra dos Mascates” los negros escravos.
lançado em 1783 e é a partir desse livro que esse nome foi O trabalho compulsório, em processo de extinção na
amplamente difundido na historiografia brasileira e nos li- Europa, foi adotado no Novo Mundo dadas as condições
vros didáticos até hoje, apesar de ser inadequado. Antes da formação e consolidação do capitalismo comercial: no
do romance eram utilizados os termos “sedições” e “alte- século XVI, o objetivo maior das potências europeias era
rações em Pernambuco”. o acúmulo de riqueza e, para atingi-lo, foi utilizado em
Fonte: https://www.infoescola.com/historia/guerra- diversas colônias da América, o trabalho escravo, no caso
-dos-mascates/ português, a opção teve como incentivo a escassez de mão
de obra livre pela falta de excedente populacional na me-
Foi um conflito gerado no estado de Pernambuco en- trópole que pudesse suprir as necessidades coloniais.
tre os comerciantes de Recife e os latifundiários de Olinda, Além disso, quem seria o trabalhador livre que, che-
em 1711, para determinar quem detinha o poder central gando ao território brasileiro e deparando-se com a imen-
sidão de terra ociosa, estaria disposto a trabalhar em troca
do estado. A definitiva expulsão dos holandeses em 1654
de um salário na propriedade de outros?
havia deixado Pernambuco em uma grave situação econô-
E ainda, o tráfico de africanos era um negócio altamen-
mica, pois todo o investimento na extração do açúcar foi
te rentável para os mercadores lusos, que detinham o mo-
abalado com a baixa do produto no cenário internacional.
Girlan Almeida nopólio
Dos Santosdesse setor do comércio internacional.
Os olindenses, que controlavam o produto, perderam seus
O tráfico escravista: negros num navio “tumbeiro”
lucros com o domínio holandês do açúcar das Antilhas,
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“Os escravos são as mãos e os pés dos senhores de en-
fazendo com que aumentasse a concorrência e HP151916827058188
quebrasse genho”, afirmava, em 1711, o jesuíta Antonil, observando a
o monopólio pernambucano. importância econômica dos escravos na sociedade patriar-
Recife, que até então era uma cidade que vivia às som- cal brasileira.
bras de Olinda, estava se tornando um importante polo ur- Eram eles que desempenhavam todas as atividades
bano graças ao seu extenso porto e ao estímulo à prática produtivas no universo do engenho: trabalhavam nos ca-
comercial. Durante a estadia dos holandeses, a atual ca- naviais, plantando e colhendo cana; cuidavam da transfor-
pital pernambucana era o principal centro administrativo, mação da cana em açúcar na fábrica dos engenhos; dedi-
contribuindo para seu gradual crescimento econômico e cavam-se a todas as atividades domésticas da casa-grande,
independência do setor açucareiro de Olinda. como cozinheiras, costureiras, mucamas, cocheiros, amas
Com a crise do açúcar, os senhores de engenho olin- de leite, moleques de recado entre outras; mantinha, na
denses pediram empréstimos aos comerciantes de Recife maioria das vezes, uma roça de onde extraíam parte de sua
para tentar alavancar novamente a venda do produto. Ven- subsistência; e tratavam dos animais e de todos os afazeres
do a economia de sua cidade ir por água abaixo, a Câma- necessários à sobrevivência do engenho.
ra Municipal de Olinda, que via Recife como “povoado”, Também nas cidades, os escravos eram responsáveis
decidiu elevar o preço dos impostos de seus contribuintes por todas as atividades que demandassem qualquer espé-
mercadores. cie de esforço físico.
Em 1709, os comerciantes portugueses conhecidos A primeira leva de escravos africanos desembarcou no
como “mascates” tiram Recife da condição de “povoado” Brasil em 1550, no porto de Salvador. Ao longo do período
para se torná-lo uma “vila”, dando-lhe direito a ter sua pró- colonial e até a extinção da escravidão no Brasil, milhões
pria Câmara Municipal e tornar-se independente da elite de negros, capturados na África e transportados em tum-
agrária de Olinda. Os olindenses ficaram abalados com a beiros, vieram para as terras brasileiras, para trabalhar nas
situação, pois temiam ser cobrados pelos empréstimos que mais diversas atividades econômicas.
pediram. Os principais grupos de africanos desembarcados no
Sendo assim, em 1710 os olindenses invadem Recife e Brasil foram os sudaneses, originários da Nigéria, Daomé
conseguem dominar temporariamente a câmara da cidade. (hoje, Benin) e Costa do Ouro, contando com grupos is-
Entretanto, uma investida militar articulada pelos portu- lamizados, denominados malês, e os bantos, de Angola,
gueses reagiu contra os senhores de engenho, contando Congo e Moçambique.
com o apoio de políticos de capitanias próximas.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

A autoridade apostólica não se limita a batismo, eu-


AS INSTITUIÇÕES ECLESIÁSTICAS E A caristia e evangelização. Jesus deu aos apóstolos o poder
para ligar os homens a Deus e dele desligá-los, quando
SOCIEDADE COLONIAL
lhes disse, através de Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pe-
dra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino: o
Quando estudamos a ética, vimos que o cristianismo, que ligares na Terra será ligado no Céu, o que desligares
diferentemente da maioria das religiões antigas, não surge na Terra será desligado no Céu”[i]. Está fundada a Igreja
como religião nacional ou de um povo ou de um Estado como instituição de poder. Esse poder, como se observa, é
determinados. No entanto, ele deveria ter sido uma religião teocrático, pois sua fonte é o próprio Deus; e é superior ao
nacional, uma vez que Jesus se apresentava como o messias poder político temporal, uma vez que este seria puramente
esperado pelo povo judaico. Em outras palavras, se Jesus humano, frágil e perecível, criado por sedução demoníaca.
tivesse sido vitorioso, teria sido capitão, rei e sacerdote, pois A ekklesia, comunidade de bons e justos, separada
era assim que o messias havia sido imaginado e esperado. do Estado e do poder imperial, organiza-se com normas
Derrotado pela monarquia judaica, que usara o poder do e regras que estabelecem hierarquias de autoridade e de
Império Romano para julgá-lo e condená-lo, Jesus ressur- poder, formando o que o romano santo Agostinho chama-
ge (ressuscita) como figura puramente espiritual, rei de um rá de Civitas Dei, a Cidade de Deus, oposta à Cidade dos
reino que não é deste mundo. O cristianismo se constitui, Homens, injusta e satânica, isto é, Roma.
portanto, à margem do poder político e contra ele, pois os Essa instituição eclesiástica conseguirá converter o im-
“reinos deste mundo” serão, pouco a pouco, vistos como perador Constantino, transformará o cristianismo em reli-
obra de Satanás para a perdição do gênero humano. gião oficial do Império Romano e absorverá a estrutura mi-
Separado da ordem política estatal, o cristianismo será litar e burocrática do Império em sua própria organização.
organizado de maneira semelhante a outras crenças religio- Fonte: https://filosofandoehistoriando.blogspot.
sas não oficiais: tomará a forma de uma seita religiosa. Nes- com/2016/11/a-instituicao-eclesiastica.html
sa época, seitas religiosas e correntes filosóficas que não
possuíam a polis como referência – pois Roma tudo domi- Em 1553 começam os famosos movimentos jesuíticos,
nava imperialmente – não podiam mais dirigir-se a uma co- com José de Anchieta e Nóbrega e as conhecidas expe-
munidade política determinada, a um povo determinado, e
por isso dirigiam-se ao ser humano em geral,Girlan Almeida riências
sem distinção
de aldeamentos. Havia uma aliança entre os padres
Dos Santos
jesuítas com o poder colonizador, porém isto não nos pode
de nação ou povo. sqterapeutagirlan@gmail.com
fazer perder de vista o valor missionário da experiência je-
O poder imperial romano criara, sem o saber, a ideia
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suítica.
do homem universal, sem pátria e sem comunidade políti-
Os jesuítas que acompanharam Tomé de Sousa na sua
ca. O cristianismo será uma seita religiosa dirigida aos seres expedição ao Brasil em 1549 se transformarão nos baluar-
humanos em geral, com a promessa de salvação individual
tes de defesa da liberdade dos índios, muitas vezes violada
eterna. À ideia política da lei escrita e codificada em regras
pelos colonos em vista da necessidade de braços nas la-
objetivas contrapõe a ideia de lei moral invisível (o dever à
vouras.
obediência a Deus e o amor ao próximo), inscrita pelo Pai
Esses jesuítas foram indiscutivelmente os pioneiros da
no coração de cada um.
educação no Brasil. Até 1759, data em que Pombal os ex-
pulsou, tiveram eles absoluta liderança no setor da educa-
Todavia, a seita cristã irá diferenciar-se de outras porque
a herança judaica – dos primeiros apóstolos – e romana – ção. Embora o que mais se ressalte seja a obra catequética
e evangelizadora, o ponto mais alto de sua atividade está
dos primeiros padres – conduzirá à ideia de povo (de Deus)
e de lei (de Deus), isto é, a duas ideias políticas. A seita cris- no campo educacional. Já no século XVI os principais cen-
tã é uma comunidade cujos membros formam o povo de tros urbanos do Brasil, como Salvador, Rio de Janeiro, São
Deus sob a lei de Deus. Essa comunidade é feita de iguais Paulo, contavam com colégios jesuítas.
– os filhos de Deus redimidos pelo Filho -, que recebem Ao lado da formação dos futuros jesuítas, que conti-
em conjunto a Palavra Sagrada e, pelo batismo e eucaristia, nuou sendo sempre uma das finalidades dos colégios, o
participam da nova lei – a aliança do Pai com seu povo pela alto nível intelectual desses estabelecimentos de ensino
mediação do Filho. A comunidade é a ekklesia, isto é, a as- preparou os homens que assumiram a liderança do Brasil
sembléia dos fiéis, a Igreja. E esta é designada como reino colônia.
de Deus. Povo, lei, assembléia e reino: essas palavras indi- Os franciscanos tiveram a sua fase de estabelecimento
cam, por si mesmas, a vocação política do cristianismo, pois em conventos a partir de 1585, com a criação da custódia
escolhe para referir-se a si mesmo os vocábulos da tradição de Santo Antônio em Olinda. A partir de 1617, a atenção
política judaica e romana. se volta para o Maranhão, surgindo um novo impulso a
A ekklesia organiza-se a partir de uma autoridade cons- partir de 1657, quando a Custódia de Olinda é elevada a
tituída pelo próprio Cristo quando, na última ceia, autoriza província, recebendo da coroa novo missões entre Bahia e
os apóstolos a celebrar a eucaristia (o pão e o vinho como Paraíba que conserva até meados do séc. XIX (1863).
símbolos do corpo e sangue do messias) e, no dia de Pente-
costes, ordena-lhes que preguem ao mundo inteiro a nova
lei e a Boa Nova (o Evangelho). Com relação à história dos indígenas no primeiro período

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

colonial, é marcante a sua eliminação nas regiões ocupadas mação de um clero autóctone, alegando o baixo nível cul-
pelo branco. Através de alguns conflitos que surgiram desde tural, a proclividade para o relaxamento moral e o des-
o início da evangelização, podemos detectar provas do verda- prestígio que adviria para o clero mediante a aceitação de
deiro espírito missionário que animava muitos missionários, elementos indígenas, africanos ou mestiços.
como o ocorrido na Paraíba, entre franciscanos e jesuítas, não Já o segundo grupo defende a ideia de um clero na-
sendo uma mera discórdia entre clero secular e regular, e sim tivo, alegando que esses elementos teriam melhor com-
uma questão de tomada de posição frente ao poder colonial. preensão do caráter do povo e de seus costumes, mais
Com relação às dioceses, a sua criação durante o período facilidade na transmissão evangélica e maior disponibili-
colonial dependia do poder real, sendo muito escassas nes- dade para o trabalho apostólico, além de que ajudaria a
sa época. Não corresponderam às exigências do da Igreja do romper os vínculos de uma dependência permanente da
Brasil. O episcopado também tem pouca influência durante o metrópole. Podemos destacar a atuação dos jesuítas por
período colonial, limitando a sua atuação, geralmente, a as- apresentarem uma séria preocupação com a formação dos
pectos de jurisdição eclesiástica, e com frequência executan- futuros sacerdotes, visando dar continuidade ao trabalho
do função supletiva de cargos públicos. de evangelização e catequese dos indígenas.
A participação no governo político significava alta con-
sideração pela dignidade episcopal, mas implicava num en- A ação missionária no litoral brasileiro estava irreme-
volvimento profundo nos prelados na política colonialista, diavelmente ligada aos percursos coloniais e por isso en-
passando a serem defensores e porta-vozes, em certo senti- trou em declínio com o estabelecimento da cultura basea-
do. Mesmo assim, houve bispos que protestaram ou simples- da na cana-de-açúcar e em um sentido mais amplo, esta
mente não se conformaram com as imposições da metrópole, oposição significa a total incompatibilidade entre missão
sendo muitos chamados até Portugal para prestar contas de concebida em termos cristãos de fraternidade e implanta-
suas atuações ou afastadas da sede episcopal e exiladas. ção de estrutura agrária baseada em termos de escravidão.
Nem mesmo isso permitiu que a estrutura do regime fos-
E assim a atividade missionária, a partir do final do séc.
se questionada dos bispos ao poder civil se torna mais pa-
XVII entra em decadência, dando lugar ao atendimento
tente. A Igreja do Brasil teve um caráter predominantemente
aos “moradores”, ou seja, aos portugueses aqui residentes,
leigo, por força da instituição do padroado.
com o surgimento de igrejas, etc..
Os leigos participavam ativamente nas construções das
igrejas, nos atos do culto e na promoção de Girlan
devoções. Um A vida religiosa, a partir da metade do século XVIII
Almeida Dos Santos
também entra numa fase de crise progressiva. Entre as
dado histórico importante ocorrido na época foi o caso da
principais causas está a oposição do Marquês de Pombal
sqterapeutagirlan@gmail.com
Confederação dos Tamoios, sendo os fatos ocorridos o se-
guinte: na conquista da região da Guanabara, atual Rio de aos religiosos em geral e aos jesuítas em particular. Além
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Janeiro, os portugueses encontraram entre 1554 e 1567 for- disso, todo o século XVIII respirava novas ideias do enci-
te oposição por parte de uma confederação entre indígenas clopedismo e do iluminismo, com tendências anticatólicas
tupinambás, goitacazes e aimorés, que se deram o nome de e antijesuíticas. O resultado foi à expulsão dos jesuítas em
“tamoios”, que em língua tupi quer dizer: nativos, gente do 1759.
lugar, velhos da terra. Era uma guerra entre brasileiros nativos,
defensores de seu lugar e que tinham consciência do lugar
brasileiro, e portugueses novatos, invasores do lugar brasilei-
ro, intrusos. INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA.
Dentre os demais efeitos surtidos do episódio e da luta
que se travou, este movimento em prol da dignidade humana
e da fraternidade perdida pelo sistema colonial formou a reli-
gião popular no Brasil. A Insurreição Pernambucana ocorreu no contexto da
O povo, que acostumou ser vendido, traído, humilhado e ocupação holandesa na região Nordeste do Brasil, em
sangrado, não perdeu a sua dignidade, mas transformou os meados do século XVII. Ela representou uma ação de con-
símbolos da religião dos dominadores em símbolos de sua fronto com os holandeses por parte dos portugueses, co-
fé em Deus, de sua paciência apesar de tudo, de sua dignida- mandados principalmente por João Fernandes Vieira, um
de, em situações de extrema miséria e degradação, de forma próspero senhor de engenho de Pernambuco. Nessa luta
que o catolicismo popular, consoante expõe J. B. Lassègue se contra os holandeses, os portugueses contaram com o im-
tornou a expressão mais valiosa do evangelho na realidade portante auxílio de alguns africanos libertos e também de
brasileira. índios potiguares.
Quanto à formação de vocações nativas, é importante
destacar que até a expulsão dos jesuítas no ano de 1759, a A oposição dos portugueses aos holandeses ocorreu
formação do clero religioso e do clero diocesano esteve nas em decorrência da intensificação da cobrança de impos-
mãos de grandes ordens religiosas, como os jesuítas, os be- tos e também da cobrança dos empréstimos realizados
neditinos, etc., podendo-se notar durante esse período duas pelos senhores de engenho de origem portuguesa com
correntes de pensamento a respeito de se cultivar vocações os banqueiros holandeses e com a Companhia das Índias
nativas para o sacerdócio. Ocidentais, empresa que administrava as possessões ho-
O primeiro grupo sustenta a impossibilidade da for- landesas fora da Europa.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Outro fato que acirrou a rivalidade entre portugueses A oposição dos portugueses aos holandeses ocorreu
e holandeses foi a questão religiosa. Boa parte dos holan- em decorrência da intensificação da cobrança de impostos
deses que estava na região de Recife e Olinda era formada e também da cobrança dos empréstimos realizados pelos
por judeus ou protestantes. Nesse contexto religioso que senhores de engenho de origem portuguesa com os ban-
trazia as consequências da Reforma e da Contrarreforma queiros holandeses e com a Companhia das Índias Ociden-
para solo americano, o catolicismo professado pelos por- tais, empresa que administrava as possessões holandesas
tugueses era mais um elemento de estímulo para expulsar fora da Europa.
os holandeses do local. Outro fato que acirrou a rivalidade entre portugueses
e holandeses foi a questão religiosa. Boa parte dos holan-
Os conflitos iniciaram-se em maio de 1645, após o re- deses que estava na região de Recife e Olinda era formada
gresso de Maurício de Nassau à Holanda. As tropas co- por judeus ou protestantes.
mandadas por João Fernandes Vieira receberam o apoio Nesse contexto religioso que trazia as consequências
de Antônio Felipe Camarão, índio potiguar conhecido da Reforma e da Contrarreforma para solo americano, o
como Poti que auxiliou no combate aos holandeses junto catolicismo professado pelos portugueses era mais um ele-
a centenas de índios sob seu comando. Outro auxílio re- mento de estímulo para expulsar os holandeses do local.
cebido veio do africano liberto Henrique Dias. A Batalha Os conflitos iniciaram-se em maio de 1645, após o re-
do Monte Tabocas foi o principal enfrentamento ocorrido gresso de Maurício de Nassau à Holanda. As tropas co-
nesse início da Insurreição. Os portugueses conseguiram mandadas por João Fernandes Vieira receberam o apoio de
infligir uma retumbante derrota aos holandeses, garantin- Antônio Felipe Camarão, índio potiguar conhecido como
do uma elevação da moral para a continuidade dos confli- Poti que auxiliou no combate aos holandeses junto a cen-
tos. Além disso, os insurrectos receberam apoio de tropas tenas de índios sob seu comando. Outro auxílio recebido
vindas principalmente da Bahia. veio do africano liberto Henrique Dias. A Batalha do Monte
Tabocas foi o principal enfrentamento ocorrido nesse início
Outro componente envolvido na Insurreição Pernam- da Insurreição. Os portugueses conseguiram infligir uma
bucana estava ligado às disputas que havia entre vários retumbante derrota aos holandeses, garantindo uma ele-
países europeus à época. Durante a Guerra dos Trinta Anos vação da moral para a continuidade dos conflitos. Além
(1618-1648), os espanhóis estavam em confronto com os disso, os insurrectos receberam apoio de tropas vindas
principalmente da Bahia.
holandeses pelos territórios dos Países Baixos. Era ainda
Girlan o
Almeida DosOSantos
período da União Ibérica, em que o Reino Português esta- Palácio de Friburgo (1642), local de residência e de
va subjugado ao Reino Espanhol. despachos
sqterapeutagirlan@gmail.com de Maurício de Nassau, foi demolido no século
XVIII devido aos danos causados durante a Insurreição Per-
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nambucana. Cercados e isolados pelos rebeldes numa faixa
Nesse sentido, a posição holandesa em relação a Por-
que ficou conhecida como Nova Holanda, indo do Recife a
tugal era dúbia. Em solo europeu, os holandeses apoia-
Itamaracá, os invasores começaram a sofrer com a falta de
vam os portugueses contra o domínio espanhol, mas, ao
alimentos, o que os levou a atacar plantações de mandioca
mesmo tempo, ocupavam territórios portugueses na África
nas vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo.
Ocidental e no Brasil, sendo que além da região pernam-
Em 24 de abril de 1646, ocorreu a famosa Batalha de
bucana, os holandeses tentaram ainda conquistar algumas
Tejucupapo, onde mulheres camponesas armadas de uten-
localidades no Maranhão e em Sergipe.
sílios agrícolas e armas leves expulsaram os invasores ho-
landeses, humilhando-os definitivamente. Esse fato históri-
No início de 1648, Holanda e Espanha selaram a paz, e co consolidou-se como a primeira importante participação
os espanhóis aceitaram entregar aos holandeses as terras militar da mulher na defesa do território brasileiro.
tomadas pelos insurrectos portugueses em Pernambuco. Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os ho-
Frente a tal situação, o conflito continuou. Em Abril de landeses por fim foram expulsos em 1654, na segunda Batalha
1648, ocorreu a primeira Batalha dos Guararapes, em que dos Guararapes. A data da primeira das Batalhas dos Guarara-
os holandeses sofreram dura derrota, abrindo caminho pes é considerada o dia da origem do Exército brasileiro.
para o ressurgimento do domínio português a partir de Outro componente envolvido na Insurreição Pernam-
1654. bucana estava ligado às disputas que havia entre vários
países europeus à época. Durante a Guerra dos Trinta Anos
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/ (1618-1648), os espanhóis estavam em confronto com os
insurreicao-pernambucana-1645-1654.htm holandeses pelos territórios dos Países Baixos. Era ainda o
período da União Ibérica, em que o Reino Português estava
Ocorreu no contexto da ocupação holandesa na re- subjugado ao Reino Espanhol.
gião Nordeste do Brasil, em meados do século XVII. Ela Nesse sentido, a posição holandesa em relação a Por-
representou uma ação de confronto com os holandeses tugal era dúbia. Em solo europeu, os holandeses apoia-
por parte dos portugueses, comandados principalmente vam os portugueses contra o domínio espanhol, mas, ao
por João Fernandes Vieira, um próspero senhor de enge- mesmo tempo, ocupavam territórios portugueses na África
nho de Pernambuco. Nessa luta contra os holandeses, os Ocidental e no Brasil, sendo que além da região pernam-
portugueses contaram com o importante auxílio de alguns bucana, os holandeses tentaram ainda conquistar algumas
africanos libertos e também de índios potiguares. localidades no Maranhão e em Sergipe.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

No início de 1648, Holanda e Espanha selaram a paz, e Com o início da expansão marítimo-comercial, no sé-
os espanhóis aceitaram entregar aos holandeses as terras culo XV, tem-se o processo de descobrimento e coloniza-
tomadas pelos insurrectos portugueses em Pernambuco. ção das Américas, em que, Portugal foi o país pioneiro nes-
Frente a tal situação, o conflito continuou. Em Abril de sas atividades, justamente, por sua localização geográfica
1648, ocorreu a primeira Batalha dos Guararapes, em que privilegiada, possuir uma centralização política, e estudos
os holandeses sofreram dura derrota, abrindo caminho náuticos avançados. Outros países europeus também parti-
para o ressurgimento do domínio português a partir de ciparam dessa expansão, como no caso de Espanha, França,
1654. Inglaterra e Holanda.
A denominada Insurreição Pernambucana ocorreu no Neste período, a Espanha ainda se via envolvida na
contexto da ocupação holandesa de parte da região Nor- Guerra de Reconquista contra os mouros, e também não
deste do Brasil, incluindo a região de Pernambuco. Os ho- havia completado sua unificação política, provocando seu
landeses estabeleceram-se nessa região a partir de 1630, atraso na expansão marítima. Somente após esses eventos
que o país espanhol pode de fato investir nas navegações
no período que em que o Brasil estava sob o jugo do trono
rumo à descoberta de novas terras, resultando mais tarde,
espanhol, que estava unido a Portugal desde 1580 no pro-
em rivalidade com Portugal por posse desses novos terri-
cesso conhecido como União Ibérica. As invasões holan- tórios. E assim, foi decretado, em junho de 1494, o Tratado
desas, que ocorreram em colônias portuguesas na África de Tordesilhas, acordo que determinava a divisão das terras
também, como Angola, foram motivadas pelas divergên- descobertas entre os países ibéricos.
cias com a Espanha que iam desde problemas relaciona-
dos com o comércio marítimo até questões religiosas. Sendo essa divisão de terras somente entre Portugal
A situação dos engenhos de açúcar de Pernambuco, e Espanha, países como a França, Inglaterra e Holanda se
que eram controlados pela Companhia das Índias Oci- sentiram prejudicados com este acordo, e passaram atacar
dentais (empresa holandesa), a partir da década de 1640, as colônias portuguesas e espanholas. França e Inglaterra
começou a apresentar sinais de declínio. Os produtores iniciaram a exploração marítima tardia devido aos conflitos
locais passaram a ficar insatisfeitos com a administração que viviam: Guerra dos Cem Anos (1337-1453), e a Guerra
holandesa, que lhes cobrava os dividendos dos lucros a das Duas Rosas (1455-1485), na Inglaterra.
qualquer custo. Alguns senhores de engenho, pressiona- A Holanda também teve sua participação na expansão
dos pelos holandeses, refugiaram-se na Bahia; outros pro- marítima
Girlan Almeida Dos Santos postergada, pois esta era de domínio espanhol,
curavam eximir-se da dívida de outras formas. tendo sua independência proclamada em 1576, com a for-
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mação das Províncias Unidas dos Países Baixos.
Essa situação chegou a um ponto de saturação no ano
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de 1645, quando houve a primeira campanha de insurrei- A União Ibérica (1580-1640), período em que Portu-
ção, sobretudo porque foi nesse ano que o governador gal vivia sob o domínio espanhol, também foi outro fator
Maurício de Nassau partiu de Pernambuco para a sua terra que prejudicou a França, Inglaterra e Holanda, pois os es-
natal. Os primeiros a comandarem a insurreição de 1645 panhóis fecharam os portos ibéricos a esses países. A partir
foram os senhores de engenho do interior de Pernambu- de então, a Holanda começou a invadir as colônias portu-
co. Depois, logo passaram a ser apoiados pelos senhores guesas e espanholas, conseguindo conquistar o território
de engenho que retornaram da Bahia com o objetivo de da atual Suriname, além também de obter terras no conti-
reaver as suas terras. Em poucos meses, as tropas conse- nente africano e na Índia.
Em 1621, os holandeses criaram a Companhia das Ín-
guiram chegar até Recife.
dias Ocidentais (WIC), e a primeira tentativa de invasão em
Posteriormente, os holandeses foram expulsos tam-
solo brasileiro foi em (1624-25), na Bahia; porém acabaram
bém de Alagoas e Sergipe. Os principais comandantes das derrotados em 1625. Outro ataque holandês deu-se em
tropas insurgentes foram João Fernandes Vieira, Antônio uma região menos protegida, em território pernambucano,
Felipe Camarão e Henrique Dias, além de vários coman- o que provocou uma forte reação por parte dos coloniza-
dantes que enfrentaram em menor número e com poucos dores portugueses e o povo nativista contra a invasão dos
recursos as tropas holandesas. holandeses, no ano de 1645.
As batalhas decisivas desenrolaram-se no lugar cha- Por fim, a derrota holandesa aconteceu em 1654, e com
mado Montes Guararapes e ficaram conhecidas como Ba- isso, despertavam-se os primeiros sentimentos nativistas.
talhas de Guararapes, ocorridas entre o fim de 1648 e o No entanto, em decorrência da expulsão dos holandeses
início de 1649. das terras brasileiras, estes colonizaram as Antilhas e au-
A Insurreição Pernambucana foi à revolta dos colonos mentaram a produção de açúcar com suas técnicas avan-
portugueses e nativistas contra a invasão holandesa no çadas, gerando uma decadência na produção açucareira
Nordeste brasileiro, ocorrida no período de 1645 a 1654. no nordeste do Brasil. Outra consequência dessa expulsão
Reportemos ao contexto histórico da época e vejamos os holandesa foi o acordo firmado entre Portugal e Holanda,
fatores que culminaram nesta revolta e, posteriormente, o chamado Tratado de Paz de Haia (1661), no qual os ho-
na derrota e expulsão dos holandeses das terras brasilei- landeses receberiam dos portugueses uma indenização de
ras, tanto quanto, as consequências dessa rebelião. 4 milhões de cruzados, além das Ilhas Molucas e do Ceilão.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

tuação uniram-se a liberais exaltados, que defendiam uma


igualdade social. Em 1848, os conservadores demitiram o
A PROVÍNCIA DE PERNAMBUCO
governador de Pernambuco (liberal). Diante desta ação, os
NO I E II REINADO praieiros iniciaram o movimento e divulgaram o Manifes-
to ao Mundo, cujas principais propostas eram: voto livre
e universal para o povo brasileiro (fim do voto censitário);
O grupo político dos liberais moderados dividiu-se plena liberdade de imprensa; garantia de trabalho para o
por volta de 1837 nas alas regressista e progressista, for- cidadão brasileiro; extinção do Poder Moderador; exercício
mando, a partir de 1840, dois partidos políticos. O Partido do comércio a varejo só para brasileiros; garantia dos direi-
Conservador, constituído pelos regressistas e apelidado de tos individuais do cidadão; estabelecimento da federação.
Saquarema e o Partido Liberal, formado pelos progressistas A luta armada não durou um ano. Contando com ape-
e chamado de Luzia. nas 2 mil homens, os praieiros não resistiram à repressão
Luzias e Saquaremas dominaram o cenário político do imperial. Assim, chegava ao fim o conjunto de revoltas que
Segundo Reinado. sucederam a independência do Brasil. Afastadas as ideias
Os conservadores defendiam um governo imperial separatistas, o governo imperial consolidou a unidade ter-
forte e centralizado, enquanto os liberais lutavam por uma ritorial do país. A maioria da população brasileira, no entan-
descentralização, concedendo certa autonomia às provín- to, continuou afastada da participação no poder político.
cias. No entanto, quando conquistavam o poder, liberais e
conservadores não apresentavam atitudes muito diferen-
tes.
D. Pedro II formou seu primeiro gabinete com a maioria PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA
dos políticos do Partido Liberal que lutaram por sua maiori- INDEPENDÊNCIA DO BRASIL; MOVIMENTOS
dade. O retorno dos liberais ao governo atiçou a rivalidade LIBERAIS:
com os conservadores, acendendo uma disputa violenta
entre os dois. Na primeira eleição para a Câmara dos De-
putados, os liberais contrataram capangas que distribuíram
“cacetadas”, ameaçaram de morte seus adversários políti- A Revolução Pernambucana foi um movimento social
cos e fraudaram a apuração dos votos. Este Girlan
episódioAlmeida
ficou (revolta)
Dos Santosde caráter emancipacionista ocorrido em Pernam-
conhecido como “Eleições do Cacete”. buco no ano de 1817. É considerado um dos mais impor-
sqterapeutagirlan@gmail.com
D. Pedro II substituiu o ministério liberal, em 1841, por tantes movimentos de caráter revolucionário do período
um de maioria saquarema. Os conservadores obtiveram,HP151916827058188
colonial brasileiro, causado pela insatisfação popular com
assim, mais força para exigir que o imperador anulasse o a chegada e funcionamento da corte portuguesa no Brasil,
resultado das eleições e foram atendidos. Os liberais de desde o ano de 1808. O questionamento maior era com
São Paulo e Minas Gerais promoveram a Revolta Liberal de relação a grande quantidade de portugueses nos cargos
1842, contra a centralização promovida pelos saquaremas. públicos; insatisfação com impostos e tributos criados no
As tropas imperiais dominaram a revolta e prenderam seus Brasil por D. João VI a partir da chegada da corte portugue-
líderes que foram anistiados em 1844, quando retornaram sa ao Brasil; influência dos ideais iluministas, principalmen-
ao poder. te os que criticavam duramente as estruturas políticas da
Em 1847, teve início no Brasil o parlamentarismo. Criou- monarquia absolutista.
-se o cargo de presidente do Conselho de Ministros que Os ideais da Revolução Francesa, “liberdade, igualdade
era nomeado pelo imperador. O eleito montava o gabinete e fraternidade”, ecoavam em solo pernambucano, princi-
ministerial, que, em seguida, era submetido à Câmara dos palmente entre os maçons;
Deputados para obter o voto de confiança. Se aprovado, o Significativa crise econômica que abatia a região, atin-
gabinete começava a governar o país; se rejeitado, cabia gindo, principalmente, as camadas mais pobres da popula-
ao imperador demiti-lo ou dissolver a Câmara, convocando ção pernambucana. A crise era provocada, principalmente,
novas eleições. pela queda nas exportações de açúcar, principal produto
Ao todo foram 36 gabinetes: 21 liberais e 15 conserva- da região; fome e miséria, que foram intensificadas com a
dores. Todavia, os conservadores, por serem mais alinha- seca que atingiu a região em 1816.
dos aos interesses do imperador, permaneceram dez anos O movimento social pernambucano tinha como obje-
a mais no poder tivo principal a conquista da independência do Brasil em
Em meados do século XIX, a maioria da população ur- relação a Portugal. Queriam implantar um regime republi-
bana vivia em dificuldades econômicas e insatisfeitas com a cano no Brasil e elaborar uma Constituição. Quando soube
dominação política local. Isso se devia ao fato de que quase da organização da revolta o governador de Pernambuco
todos os engenhos da região pertenciam a poucas famílias ordenou a prisão dos envolvidos. Porém, os revoltosos re-
e o comércio estava concentrado principalmente nas mãos sistiram e prenderam o governador.
de portugueses. Após dominar a cidade de Recife, os revoltosos im-
Em 1842, foi criado o Partido da Praia. Seus líderes plantaram um governo provisório. Para conquistar o apoio
eram ricos proprietários rurais excluídos dos acordos políti- popular, o governo provisório abaixou impostos, libertou
cos entre liberais e conservadores. Insatisfeitos com essa si- presos políticos e aumentou o salário de militares.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Os rebeldes enviaram emissários para outras provín- Influenciada pelas idéias do Iluminismo e pela Revo-
cias do norte e nordeste para derrubar os governos e am- lução Francesa (1789), algumas pessoas, entre as quais
pliar a revolução. Porém, sem apoio popular significativo, Manuel Arruda Câmara - membro da Sociedade Literária
estes movimentos não avançaram. do Rio de Janeiro -, em 1796, fundaram a primeira loja ma-
Preocupado com a possibilidade de ampliação da re- çônica do Brasil, Areópago de Itambé, localizada no muni-
volta para outras províncias, D.João VI organizou uma for- cípio pernambucano de Itambé, da qual não participavam
te repressão militar contra os rebeldes de Pernambuco. As europeus.
tropas oficiais cercaram Recife. Os embates duraram 75
dias, resultando na derrota dos revoltosos. Os líderes foram As mesmas ideias também eram discutidas por padres
presos e condenados à morte. e alunos do Seminário de Olinda, fundado pelo bispo dom
José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho em 16 de feve-
reiro de 1800. Esta instituição teve, entre os seus membros,
o padre Miguel Joaquim de Almeida Castro (padre Migue-
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR linho), um dos futuros implicados na revolução pernam-
E REVOLUÇÃO PRAIEIRA bucana de 1817.
Pernambuco esperava que a primeira Constituição do
Império seria do tipo federalista, e daria autonomia para
as províncias resolverem suas questões. Como punição a
A Confederação do Equador foi um movimento políti- Pernambuco, D. Pedro I determinou, através de decreto de
co e revolucionário ocorrido na região Nordeste do Brasil 07/07/1825, o desligamento do extenso território da Co-
em 1824. O movimento teve caráter emancipacionista e marca do Rio São Francisco (atual Oeste Baiano), passando-
republicano. Ganhou este nome, pois o centro do movi-
-o, inicialmente, para Minas Gerais e, depois, para a Bahia.
mento ficava próximo a Linha do Equador. A revolta teve
seu início na província de Pernambuco, porém, espalhou-
REVOLUÇÃO PRAIEIRA
-se rapidamente por outras províncias da região (Ceará, Rio
Grande do Norte e Paraíba).
A Revolução Praieira foi um conflito ocorrido durante
Em Pernambuco, centro da revolta, o movimento teve
o período imperial brasileiro. Seu centro foi Pernambuco,
participação das camadas urbanas, elites regionais
Girlan eAlmeida
inte-
aDos
entãoSantos
mais importante província do Nordeste brasileiro.
lectuais. A grande participação popular foi um dos princi-
Economicamente, possuía alto valor pela pujança de sua
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pais diferenciais deste movimento.
economia açucareira. Politicamente, o estado, representado
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Forte descontentamento com centralização política
imposta por D. Pedro I, presente na Constituição de 1824; por sua elite açucareira, gozava de alto prestígio junto ao
- Descontentamento com a influência portuguesa na vida governo central no Rio de Janeiro.
política do Brasil, mesmo após a independência;
A elite de Pernambuco havia escolhido um governador A política pernambucana na época era dominada
para a província: Manuel Carvalho Pais de Andrade. Porém, pelos membros da família Cavalcanti, tradicional e rica.
em 1824, D.Pedro I indicou um governador de sua confian- Os Cavalcanti exerciam seu poder no estado de modo
ça para a província: Francisco Paes Barreto. Este conflito bastante absoluto e agressivo. Esse corriqueiro desmando
político foi o estopim da revolta. gerou, com o tempo, uma grande insatisfação popular na
Convocação de uma nova Assembleia Constituinte região, que só cresceu quando somada à monopolização
para elaboração de uma nova Constituição de caráter libe- do comércio pela elite portuguesa.
ral; diminuir a influência do governo federal nos assuntos No entanto, os Cavalcanti disputavam poder com
políticos regionais; acabar com o tráfico de escravos para a ascendente família Rego de Barros. Essa disputa
o Brasil; organizar forças de resistências populares contra adquiriu contornos institucionais quando os Cavalcanti se
a repressão do governo central imperial; formação de um alinham ao Partido Liberal, e a família rego de Barros se
governo independente na região. faz representar pelo Partido Conservador. A disputa, no
Sob o comando do almirante britânico Thomas Co- entanto, era tranquila e centrada apenas no revezamento
chrane, as forças militares do império atuaram com rapidez do controle da região entre as duas famílias e os dois
e força para colocar fim ao movimento emancipacionista. partidos gerando frequentes acordos familiares com
Um dos principais líderes, Frei Caneca, foi condenado ao facilidade. Por meio desses acordos Francisco de Paula
fuzilamento. Padre Mororó, outra importante liderança, foi Cavalcanti foi eleito presidente da província em 1837.
executado a tiros. Outros foram condenados à prisão como Também a sucessão foi garantida, com Francisco Rego de
foi o caso do jornalista Cipriano Barata. Muitos revoltosos Barros ascendendo ao seu lugar, em 1840.
fugiram para o sertão e tentaram manter o movimento
vivo, porém o movimento perdeu força no mesmo ano que Em 1842 ocorrem algumas divergências entre membros
começou. do Partido Liberal que consideravam que Barros dava
A Conspiração dos Suaçunas, também conhecida por preferência à família Cavalcanti em suas decisões políticas.
sua grafia arcaica – Conspiração dos Suassunas, foi uma Então seus dissidentes acabam por fundar outro partido,
tentativa de revolta em Olinda no alvorecer do século XIX. denominado Partido Nacional Pernambucano. Outro fator

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

que colabora com a insatisfação e com as disputas entre Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil Im-
os grupos políticos era a questão escravagista. A essa pério, esta foi a última. Ganhou o nome de praieira, pois a
altura, a Inglaterra pressionava seus aliados na direção sede do jornal comandado pelos liberais revoltosos (cha-
do fim do tráfico de negros e mesmo da escravidão. Essa mados de praieiros) localizava-se na Rua da Praia.
pressão surte efeitos em toda a sociedade, elevando o Em meados do século XIX, a maioria da população ur-
preço dos escravos e gerando problemas. Porém, para bana vivia em dificuldades econômicas e insatisfeitas com a
as famílias Cavalcanti e Rego de Barros, as medidas não dominação política local. Isso se devia ao fato de que quase
surtiam efeitos, pois recorriam sem pudor ao contrabando todos os engenhos da região pertenciam a poucas famílias
de mão de obra negra. e o comércio estava concentrado principalmente nas mãos
de portugueses.
A disputa entre ambos os partidos adquire novos Em 1842, foi criado o Partido da Praia. Seus líderes
contornos quando eles recorrem à imprensa. Cada qual eram ricos proprietários rurais excluídos dos acordos polí-
cria um jornal no qual defende suas narrativas e pontos de ticos entre liberais e conservadores. Insatisfeitos com essa
vista e ataca o outro. situação uniram-se a liberais exaltados, que defendiam
uma igualdade social.
Os Conservadores, chamados “guabirus” (ratos) criam Em 1848, os conservadores demitiram o governador de
o Diário de Pernambuco enquanto os Liberais, chamados Pernambuco (liberal). Diante desta ação, os praieiros ini-
“Praieiros” (pois a sede do jornal ficava na rua da praia) ciaram o movimento e divulgaram o Manifesto ao Mundo,
criaram o chamado Diário Novo. Esse duelo de narrativas cujas principais propostas eram: voto livre e universal para
no campo da imprensa durou até 1844. o povo brasileiro (fim do voto censitário); plena liberdade
de imprensa; garantia de trabalho para o cidadão brasilei-
Paulatinamente, o Partido da Praia cresce e elege ro; extinção do Poder Moderador; exercício do comércio a
varejo só para brasileiros; garantia dos direitos individuais
deputados da Assembleia Legislativa Provincial,
do cidadão; estabelecimento da federação.
demonstrando força política. Nesse mesmo momento,
A luta armada não durou um ano. Contando com ape-
o presidente da província passa a ser Antônio Pinto
nas 2 mil homens, os praieiros não resistiram à repressão
Chichorro da Gama.
imperial. Assim, chegava ao fim o conjunto de revoltas que
No poder, os praieiros demitem Girlan Almeida sucederam
funcionários Dos Santos a independência do Brasil. Afastadas as ideias
separatistas, o governo imperial consolidou a unidade ter-
nomeados pelos conservadores, desmontando o aparato
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ritorial do país. A maioria da população brasileira, no entan-
do governo anterior, mas, ao mesmo tempo, causando um
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to, continuou afastada da participação no poder político.
grande problema administrativo. Em 1848 o Senado brasileiro ela dominado por sena-
dores do Partido Conservador. Os senadores conserva-
O governo de Chichorro dura até 1847 e sua saída gera dores vetaram a indicação, para uma cadeira do Senado,
instabilidade política. Essa situação, somada à retomada do liberal pernambucano Antônio Chinchorro da Gama.
conservadora no governo central no Rio de Janeiro e Este veto provocou uma revolta em determinado grupo
ao novo governo de Pernambuco, que foi eleito com o de políticos liberais de Pernambuco. Os pernambucanos
objetivo claro de sufocar manifestações e revoltas, criam também estavam insatisfeitos com a falta de autonomia
as condições para o início da revolta praieira. política das províncias e concentração de poder nas mãos
da monarquia.
O programa dos praieiros contemplava, entre outras Os políticos liberais revoltosos ganharam o apoio de
medidas, a liberdade de imprensa garantida como direito, várias camadas da população, principalmente dos mais
a liberdade e universalidade de voto, contemplando pobres, que viviam oprimidos e sofriam com as péssimas
novas classes e assegurando a vontade popular e o condições sociais. Os praieiros chegaram a tomar a cidade
controle nacional do comércio, até então em mãos da elite de Olinda.
portuguesa. Em 1 de janeiro de 1849, divulgam o Manifesto ao
Mundo. Neste documento, os praieiros reivindicavam:
No início de 1849 os praieiros entram em Recife. - Independência dos poderes e fim do poder Modera-
Contando com a liderança de Pedro Ivo realizam ataques dor (exclusivo do monarca);- voto livre e universal; nacio-
a Recife e Paraíba, no entanto, as forças rebeldes não tem nalização do comércio de varejo; liberdade de imprensa;-
poderio suficiente para sustentar o combate. A rendição reforma do Poder Judiciário;- federalismo; fim da lei do
é rápida. O fim da rebelião se dá em 1848. Em 1851 o juro convencional; fim do sistema de recrutamento militar
governo concede a Anistia aos líderes revolucionários como existia naquela época.
presos. A rebelião foi derrotada pelas forças oficiais no come-
ço de 1850. Muitos revoltosos foram mortos durante os
Fonte: https://www.infoescola.com/historia/revolucao- combates com as forças oficiais. Os líderes e demais par-
praieira/
ticipantes foram presos e julgados, embora tenham sido
anistiados no ano seguinte.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Revolução Pernambucana de estagnação e provavelmente de retrocesso em sua renda


A chamada Revolução Pernambucana, também co- per capita. Não somente o Brasil, mas, especificamente, Per-
nhecida como “Revolução dos Padres”, eclodiu em 6 de nambuco, Bahia e Minas Gerais também parecem ter sofrido
março de 1817 na então Província de Pernambuco. estagnação econômica, respectivamente.
Dentre as suas causas, destacam-se a crise econômica Não existem evidências de trabalho africano nos pri-
regional ;Pernambuco outrora, havia sido a capitania mais meiros engenhos da capitania de Pernambuco. Alguns es-
rica da colônia, o absolutismo monárquico português e a tudos indicam que a “africanização” dos trabalhos forçados
influência das idéias Iluministas, propagadas pelas socie- nos engenhos da região procedeu rápido após 1560, mas
dades maçônicas. dois terços do trabalho forçado ainda eram indígenas em
O movimento iniciou com ocupação do Recife, em 6 1580, a “africanização” apenas tornou-se completa.
de março de 1817. No regimento de artilharia, o capitão A mão de obra negra era empregada no cultivo da
José de Barros Lima, conhecido como Leão Coroado, rea- cana, mais comum na Zona da Mata, extensa área próxima
giu à voz de prisão e matou a golpes de espada o coman- da costa com clima quente e úmido, na criação de animais
dante Barbosa de Castro. Depois, na companhia de outros no Sertão, região mais a oeste em Pernambuco e de clima
militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras semiárido que abastecia com essa criação a área açucarei-
nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas mo- ra. Também era utilizada no Agreste, região intermediária
narquistas. entre Zona da Mata e Sertão.
O governador Caetano Pinto de Miranda Montene- No Agreste, foi desenvolvida a pecuárias e diversas cul-
turas alimentares; o algodão também se fez presente nessa
gro refugiou-se no Forte do Brum, mas cercado, acabou-
região a partir da segunda metade do século XVIII. Ape-
-se rendendo. O movimento foi liderado por Domingos
sar de a mão de obra negra ter sido empregada em todas
José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada
essas regiões de Pernambuco, a literatura clássica tende a
e Silva e de Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o Go-
concentrar o emprego desta mão de obra na Zona da Mata.
verno Provincial, se apossaram do tesouro da província,
A mão de obra cativa em Pernambuco não estava alo-
instalaram um governo provisório e proclamaram a Re-
cada na Zona da Mata, portanto não estavam ligados à
pública.
indústria açucareira. Muitos cuidavam do gado, eram es-
Em 1848 o Senado brasileiro ela dominado por se- cravos de ganho- realizavam tarefas remuneradas, entre-
nadores do Partido Conservador. Os senadores conserva- gandoSantos
ao senhor uma quota diária do pagamento recebi-
dores vetaram a indicação, para uma cadeira Girlan Almeida Dos
do Senado, do- e desenvolviam atividades variadas como: carpintaria,
do liberal pernambucano Antônio Chinchorro da Gama.
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artesanato, trabalhos domésticos, por exemplo.
Este veto provocou uma revolta em determinado grupo
HP151916827058188 Ao longo de todo o período do tráfico para Pernam-
de políticos liberais de Pernambuco. Os pernambucanos buco, a média de escravos desembarcados por navio girou
também estavam insatisfeitos com a falta de autonomia em torno de 312. Já para o período de 1788 a 1851, como
política das províncias e concentração de poder nas mãos o período do declínio do açúcar e início do café, a média foi
da monarquia. um pouco maior: 327,12 escravos por navio.
Os políticos liberais revoltosos ganharam o apoio de Os navios que desembarcavam em Pernambuco, foram
várias camadas da população, principalmente dos mais diminuindo de tamanho e a década de quarenta teria sido
pobres, que viviam oprimidos e sofriam com as péssimas o apogeu das pequenas embarcações. No período do trá-
condições sociais. Os praieiros chegaram a tomar a cidade fico ilegal para o Brasil, houve um declínio na utilização de
de Olinda. navios enormes, comuns no século XVIII, com mais de mil
escravos a bordo. A estratégia de utilização de navios me-
nores estaria ligada a vantagem de aproximação da costa
no momento de desembarque, uma operação, na época,
O TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE ESCRAVOS de risco e o tempo de viagem seria menor com embarca-
PARA TERRAS PERNAMBUCANAS: ções diminutas dado que o tempo de espera nos portos
africanos para que a carga ficasse completa para a travessia
seria reduzido.
Dessa forma, há um crescimento, em média, do núme-
Recife foi o quinto maior centro organizado de tráfico ro de escravos transportados e da tonelagem das embarca-
transatlântico de escravos do mundo. Período do tráfico de ções, no século XIX. Tal crescimento só pode estar relacio-
escravos para Pernambuco (de 560 a 1851) desembarcaram nado com uma demanda crescente de mão de obra para
nessa região 61.800 escravos em 183 viagens realizadas. De- execução de variados tipos de trabalho numa economia
sembarcaram 853.833 africanos nessa região conduzidos em aquecida.
1.376 viagens realizadas a imigração de mão de obra para Outro motivo para o crescimento é a expectativa dos
Pernambuco no século XIX, quando 30% do total de escravos traficantes em, ao desembarcar um número maior de ca-
desembarcaram na região, houve uma etapa de dificuldades tivos, auferirem lucros ainda maiores. Por último, também
econômicas que se iniciara com a decadência do ouro e as- é plausível especular que a expectativa do fim do tráfico
censão do café: na segunda metade do século XIX o Brasil ini- pode ter funcionado como estímulo ao desembarque de
ciou uma etapa de crescimento após três quartos de século um volume maior de escravos nos portos.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Houve um aumento significativo do preço dos escravos Dessa forma, podemos supor que não apenas os trafi-
em Pernambuco em 1830-1845 e, especialmente, durante a cantes passaram a maquiar a quantidade de escravos con-
década de 1850. Ora, o fato dos escravos estarem valendo duzidos em seus navios, mas também a não mais registrar
mais teria estimulado um desembarque mais volumoso por suas viagens.
viagem realizada. Com relação aos preços dos escravos em Pernambuco,
A média de escravos desembarcados por ano, para todo eles são crescentes durante a década de 30, e é de supor
o período do tráfico, foi de 2.934,13 apesar de ter existido que os obstáculos ao tráfico, após sua proibição legal em
8 anos em que nenhum escravo desembarcou nessa região, 1831, aumentassem os custos da importação de africanos:
todos no século XVII, e, por outro lado, o ano de 1810 ter sido Por último, seria importante destacar que no período
o ano de maior movimentação no porto do Recife: 11.518 de vigência do tráfico no Brasil (1560-1856) desembarca-
desembarcados. Dessa forma, conclui-se que a quantidade ram aproximadamente 4 milhões e 800 mil africanos no
de africanos conduzidos a Pernambuco ao longo dos anos país sendo que 2 milhões, ou 40%, desembarcaram no
de vigência do tráfico foi bem heterogênea. período de 1801 a 1850. Em Pernambuco acontece algo
Ao todo, estima-se que desembarcaram 853.833 afri- semelhante. O fato de o volume de importação de escra-
canos durante o período de vigência do tráfico e 260 mil, vos serem bem mais expressivo no século XIX, comparati-
ou 30%, entre 1801 e 1850, perfazendo uma média de 5 vamente aos séculos anteriores, sugere que as atividades
mil desembarcados por ano. Comparativamente, nos sé- econômicas estavam aquecidas visto que o aumento no
culos XVII e XVIII a média era de 2.500 e 3.300 por ano, número de desembarcados não pode ser explicado pelo
respectivamente. É devido a esse vultoso acréscimo de re- tráfico interno de escravos.
cente estudo sobre o tráfico atlântico destaca que no final Esse aumento no tamanho dos navios corrobora a
da segunda década do século XIX houve um aumento na ideia de que a demanda por mão de obra era crescente no
importação de escravos na América portuguesa, motivada período analisado, e, portanto, com a ideia de que a eco-
pela capacidade de aquisição dos produtores do sudeste e nomia estava aquecida, pois só com o crescimento produ-
pela perspectiva de proibição da atividade negreira. tivo há necessidade de crescimento do insumo de trabalho.
Em Pernambuco, algo parecido com a “crise de ofer- Esse insumo produtivo estava sendo, crescentemente, de-
ta africana” também aconteceu: houve um aumento no mandado em Pernambuco, não podia essa mesma região
número de desembarcados nos anos próximos ao fim do se encontrar em estagnação econômica.
tráfico causado pelo aumento da capacidade de aquisição
Girlan Almeida Dos Santos
dos produtores pernambucanos, favorecida pela conjuntu- Por último, observa-se que a produção do açúcar e do
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ra macroeconômica e também pela expectativa da proibi- algodão estava firme na primeira metade do século XIX.
ção do tráfico. HP151916827058188
Isso também corrobora a tese de que as atividades eco-
nômicas estavam aquecidas e embasa os argumentos da
A partir de 1810, a Coroa portuguesa assinou uma série rejeição da tese de que a estagnação econômica entre a
de tratados com a Grã-Bretanha visando a abolição do trá- decadência do ouro e a ascensão do café se aplica à econo-
fico atlântico de escravos. Em 23 de novembro de 1826, foi mia pernambucana. Implícita na argumentação dessa tese
assinado um tratado que estipulava um prazo de três anos está a hipótese de que o crescimento econômico dependia,
para o Império de o Brasil decretar a extinção do tráfico basicamente, da integração regional ao comércio mundial.
atlântico. Tal resolução foi adotada a partir de 13de março
de 1830 e através da Lei de 7 de novembro de 1831.
Segundo a qual foram declarados livres todos os es- COTIDIANO E FORMAS DE RESISTÊNCIA
cravos que entrassem no território e portos do Brasil e o ESCRAVA EM PERNAMBUCO:
tráfico foi designado como pirataria devendo, portanto, ser
combatido. A Lei antitráfico de 1831 foi invocada nos tri-
bunais brasileiros e apropriada pelos escravos, seus repre-
sentantes e por juízes abolicionistas para sustentar ações A Capitania de Pernambuco, que abrangia os atuais es-
de liberdade e constituiu-se em tema central de uma série tados de Pernambuco e de Alagoas, parte de Minas Gerais
de debates no Senado do Império quanto a sua vigência . e da Bahia, contou com a presença do negro desde o final
Contudo, ela teve pouca ou nenhuma efetividade no com- do século XVI. Naquele período, os portugueses introduzi-
bate à importação de escravos africanos: o tráfico negreiro ram a cultura da cana-de-açúcar na região, utilizando-se da
permaneceu ativo e foi definitivamente encerrado apenas mão de obra escrava de origem indígena e africana.
em 1850, através da chamada “Lei Eusébio de Queiroz”. Os engenhos multiplicaram-se rapidamente e a produ-
A partir de 1831 há uma queda acentuada no número ção de açúcar tornou-se a principal atividade econômica
de escravos desembarcados, isso provavelmente está asso- da colônia. O número de cativos de origem africana tam-
ciado ao fato dos traficantes tentarem não deixar vestígios bém cresceu bastante naquela Capitania. Em 1584, 15 mil
da atividade, que passara a ser ilegal a partir dessa data. escravos labutavam em pelo menos 50 engenhos. Este nú-
Também há um declínio no número de viagens realizadas
mero subiu para 20 mil escravos em 1600. Já na metade do
para Pernambuco a partir de 1831.
século XVII a população escrava somava entre 33 e 50 mil
pessoas (Funari, 1996:31).

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Nessa época, quando a capitania de Pernambuco era


disputada por holandeses e portugueses, surgiu em uma
região hoje localizada no estado de Alagoas, o quilombo CRISE DA LAVOURA CANAVIEIRA:
que é símbolo da resistência à escravidão no Brasil: Pal-
mares. Palmares foi a maior rebelião contra a escravidão
na América portuguesa. Tal quilombo promoveu assaltos a
engenhos e povoações, incitou fugas em massa e resistiu A produção de açúcar em terras brasileiras foi a me-
por um século à repressão das autoridades coloniais. lhor forma encontrada pelos portugueses para compensar
O mocambo provocou tamanha inquietação na elite economicamente os esforços em proteger a colônias de
que a própria monarquia portuguesa tentou, por diversas ameaças estrangeiras. A economia açucareira teve início no
vezes, negociar com os rebeldes, propondo-lhes a alfor- litoral e foi bastante lucrativa, pois o produto era bastante
ria. Mas foi apenas lançando mão de um exército de 6 mil consumido nos países europeus. A cultura da cana-de-açú-
homens que o quilombo foi aniquilado, nos últimos anos car ainda deu aos colonizadores, a possibilidade de orga-
do século XVII Após ser destruído, Palmares continuou a nização do cultivo permanente do solo. Com isso, houve
existir, como o símbolo de uma ameaça, para a elite da o início do povoamento da colônia de uma maneira siste-
capitania de Pernambuco. mática.
O medo que os colonizadores sentiam ao pensar na A economia açucareira já estava superando os lucros
possibilidade de que outro Palmares pudesse existir levou que Portugal ganhava com o pau-brasil. O motivo foi a
senhores e autoridades de toda a colônia a buscar formas expansão rápida do plantio da cana em regiões onde as
de reprimir os cativos em caso de fuga. Em função disso, condições eram muito favoráveis. Para o desenvolvimento
os capitães-do-mato, homens livres cuja profissão era cap- da agricultura canavieira eram necessários chuvas e clima
turar escravos fugidos, foram se tornando cada vez mais quente; e o Brasil contava com tudo isso. O solo de mas-
comuns. sapé, presente no litoral do Nordeste do Brasil também foi
fundamental para o cultivo. Mas esta não foi a primeira ex-
Diversas milícias foram criadas, de forma temporária periência portuguesa com a produção de açúcar. Eles há
ou permanente, com o objetivo de destruir mocambos O muito tempo, já plantavam cana-de-açúcar na Ilha da Ma-
aumento gradativo das forças de violência sobre os escra- deira e nos Açores.
vos não impediu, porém, que outros quilombos Girlan Almeida DosOsSantos
surgissem. holandeses também tiveram participação funda-
Um deles foi Catucá, mocambo localizado sqterapeutagirlan@gmail.com
em Pernambuco mental na economia açucareira do Brasil. Foram eles que
nas primeiras décadas do século XIX. controlaram a distribuição e o comércio, transportando e
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A escravidão foi um dos pilares sobre os quais se es- refinando a matéria prima para o consumo na Europa.
truturou a sociedade brasileira, sendo que essa forma de
organização da força de trabalho foi utilizada durante mais No fim das contas, foram os holandeses que obtiveram
de três séculos nos períodos coloniais e imperiais da histó- mais lucros com o negócio: enquanto os lusos produziam e
ria do país. A utilização de força de trabalho escrava ocor- lucravam pouco, eles comercializavam obtendo uma mar-
reu de modo extremamente violento, desde a captura das gem de lucro mais significativa.
pessoas no continente africano até o trabalho nas fazen- Com o agrupamento de colonizadores em torno das
das, minas e cidades no Brasil. grandes propriedades rurais de produção agrícola, houve
As formas de resistência dos escravos no Brasil mani- o início dos engenhos – locais onde a cana era produzida.
festaram-se diversamente, representando uma luta contra Naquela época, o engenho de açúcar representava nobre-
o sistema escravista e conformando uma prática social e za e prestígio das famílias do Brasil Colônia. Os proprietá-
cultural que se desenvolveu no país ao longo dos séculos. rios eram os famosos senhores de engenho, pessoas que
Toda essa luta está presente na constituição da sociedade tinham autoridade além do limite de suas terras e subme-
brasileira. tiam todos os que estivessem próximos a seus mandos e
Proporcionam a verificação, através de imagens, das desmandos.
condições de trabalho e punição a que estavam submeti- Além dos senhores de engenho, a sociedade da eco-
dos os cativos, os mercados de escravos, os trabalhos coti- nomia açucareira ainda contava com trabalhadores assa-
dianos nas áreas urbanas e rurais, além das manifestações lariados, escravos, padres, profissionais liberais, feitores,
culturais, religiosas e comemorativas etc. mestres de açúcar, purgadores e agregados.
Com o passar do tempo, a produção do açúcar foi con-
siderada o principal motor da economia da colônia. Apesar
de ter passado por várias crises no Nordeste, continuou
como a principal forma de cultivo colonial. Foi tão impor-
tante para o desenvolvimento do país que se manteve até
o inicio do século XIX, ditando as formas de utilização da
terra e as relações entre os trabalhadores.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

A esta altura, a campanha abolicionista mistura-se à re-


A PARTICIPAÇÃO DOS POLÍTICOS publicana e ganha um reforço importante: o Exército. Des-
PERNAMBUCANOS NO PROCESSO DE contentes com o Império, os militares pedem publicamente
EMANCIPAÇÃO/ABOLIÇÃODAESCRAVATURA: para não mais ser utilizados na captura dos fugitivos. Do
exterior, sobretudo da Europa, chegam apelos e manifes-
tos favoráveis ao fim da escravidão. Lei Áurea Em 13 de
maio de 1888, o governo imperial rende-se às pressões, e
Movimento social e político ocorrido entre 1870 e 1888, a princesa Isabel assina a Lei Áurea, que extingue a escra-
que defendia o fim da escravidão no Brasil. Termina com a pro- vidão no Brasil. A decisão desagrada aos fazendeiros, que
mulgação da Lei Áurea, que extingue o regime escravista origi- exigem indenizações pela perda de seus “bens”. Como não
nário da colonização do Brasil. A escravidão havia começado a as conseguem, aderem ao movimento republicano como
declinar com o fim do tráfico de escravos em 1850. Progressiva- forma de pressão. Ao abandonar o regime escravista e os
mente, imigrantes europeus assalariados substituem os escra- proprietários de escravos, o Império perde a última coluna
vos no mercado de trabalho. de sustentação política.
Mas é só a partir da Guerra do Paraguai (1865-1870) que o O fim da escravatura, porém, não melhora a condição
movimento abolicionista ganha impulso. Milhares de escravos social e econômica dos escravos. Sem formação escolar
que retornam da guerra vitoriosos, muitos até condecorados, nem profissão definida, para a maioria deles a simples
se recusam a voltar à condição anterior e sofrem a pressão dos emancipação jurídica não muda sua condição subalterna,
antigos donos. O problema social torna-se uma questão política muito menos ajuda a promover sua cidadania ou ascensão
para a elite dirigente do Segundo Reinado. Lei do Ventre Livre social. Fonte: br.geocities.com Abolição da Escravatura no
O Partido Liberal, de oposição, compromete-se publica- Brasil Lei Áurea foi assinada pela Princesa Isabel em 13 de
mente com a causa, mas é o gabinete do visconde do Rio Bran- maio de 1988. A lei marcou a extinção da escravidão no
co, do Partido Conservador, que promulga a primeira lei aboli- Brasil, o que levou à libertação de 750 mil escravos, a maio-
cionista, a Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871. De ria deles trazidos da África pelos portugueses. A assinatura
poucos efeitos práticos, ela dá liberdade aos filhos de escravos
da lei foi consequência de um longo processo de disputas.
nascidos a partir dessa data, mas os mantém sob a tutela de
Logo antes da elaboração do deputado conservador João
seus senhores até atingirem a idade de 21 anos. Em defesa da
Alfredo, muitas manifestações pedindo a libertação dos es-
lei, o visconde do Rio Branco apresenta a escravidão como
Girlan uma
Almeida Dos Santos
cravos já ocupavam as ruas, principalmente em São Paulo
“instituição injuriosa”, que prejudica, sobretudo, a imagem ex-
sqterapeutagirlan@gmail.com
terna do país. e Rio de Janeiro.
HP151916827058188Na verdade, os escravos já estavam mobilizados em
Campanha abolicionista Em 1880, políticos e intelectuais
importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, cria, torno desta causa havia muitos anos. Um dos primeiros
no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, ícones da luta pela libertação dos escravos, considerado o
que estimula a formação de dezenas de agremiações seme- mais importante até hoje, foi o movimento do Quilombo
lhantes pelo país. Da mesma forma, o jornal O Abolicionista e dos Palmares, liderado por Zumbi dos Palmares. Escravos
o manifesto O Abolicionismo, de Nabuco, e a Revista Ilustrada, fugidos ou raptados de senzalas eram levados para o terri-
de Ângelo Agostini, servem de modelo a outras publicações an- tório, que chegou a ter 200 quilômetros de largura, em um
tiescravistas. terreno que hoje corresponde ao estado de Alagoas, parte
Advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e parlamentares de Sergipe e de Pernambuco. O movimento, iniciado por
engajam-se no movimento e arrecadam fundos para pagamen- volta de 1590, só foi derrotado cerca de 100 anos depois,
to de cartas de alforria, documento que concedia liberdade ao em 1694. Um ano depois, Zumbi, traído por um homem de
escravo. O país é tomado pela causa abolicionista. Em 1884, o sua confiança, foi assassinado.
Ceará antecipa-se e decreta o fim da escravidão em seu territó- A data de sua morte, 20 de novembro, é muito come-
rio. Lei dos Sexagenários A decisão cearense aumenta a pressão morada pelo movimento negro e foi oficializada como o
da opinião pública sobre as autoridades federais. Em 1885, o Dia Nacional de Denúncia contra o racismo. Mas o come-
governo cede mais um pouco e promulga a Lei Saraiva-Cote- ço da liberdade ainda demoraria em acontecer Os primei-
gipe. Conhecida como Lei dos Sexagenários, ela liberta os es- ros passos, antes da Lei Áurea, foram a Lei do Ventre Livre
cravos com mais de 60 anos, mediante compensações a seus (1871) e a Lei dos Sexagenários (1884). A primeira estabe-
proprietários. lecia que os filhos de escravos ficassem sob os cuidados do
A lei não apresenta resultados significativos, já que pou- senhor de suas mães até 8 anos. Depois, o senhor poderia
cos cativos atingem essa idade e os que sobrevivem não têm
libertá-los e receber indenização ou usar seus trabalhos até
de onde tirar o sustento sozinho. Os escravizados, que sempre
os 21 anos, depois eles estariam livres. A segunda dizia que
resistiram ao cativeiro, passam a participar ativamente do mo-
os escravos estariam livres quando completassem 60 anos.
vimento, fugindo das fazendas e buscando a liberdade nas ci-
dades. No interior de São Paulo, liderados pelo mulato Antônio Mas antes da liberdade total, deveriam trabalhar 5 anos de
Bento e seus caifazes (nome tirado de uma personalidade bíbli- graça como indenização aos senhores pelos gastos com a
ca, o sumo-sacerdote judeu Caifaz), milhares deles escapam das compra deles. Só então é que veio a Lei Áurea.
fazendas e instalam-se no Quilombo do Jabaquara, em Santos.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Mas mesmo depois da lei, os escravos batalharam bas- Quando retornou ao Brasil, seguiu carreira política. Foi
tante para sobreviver, porque não tinham emprego, nem um grande parlamentar, um excelente orador. Fez uso de seu
terras, nem nada. Muitos deles arranjaram empregos que reconhecido talento público para lutar pela causa abolicio-
pagavam pouco porque era tudo que os brancos lhes ofe- nista, junto com José do Patrocínio, Joaquim Serra e André
reciam. Os movimentos de consciência negra surgem como Rebouças. É interessante observar que Nabuco era a favor
forma de protestar contra esta desigualdade social e contra da monarquia e ainda assim serviu fielmente à República
o preconceito racial. Hoje, 13 de maio é o Dia Nacional de como diplomata em Londres e Washington, após o fim do
Denúncia contra o Racismo. É compromisso de todo mundo Império. Joaquim Nabuco afirmava que a escravidão no Bra-
lutar por um mundo mais justo, e está incluída aí a justiça sil era “a causa de todos os vícios políticos e fraquezas so-
racial. Todos os seres humanos merecem respeito carinho ou ciais; um obstáculo invencível ao seu progresso; a ruína das
atenção, independentemente da cor da sua pele. Isto signi- suas finanças, a esterilização do seu território; a inutilizarão
fica que você deve tratar bem todos os seus colegas e seus para o trabalho de milhões de braços livres; a manutenção
conhecidos, não importam se ele é branco, negro ou oriental. do povo em estado de absoluta e servil dependência para
Leis Abolicionistas 1815 - Tratado anglo-português, na qual com os poucos proprietários de homens que repartem entre
Portugal concorda em restringir o tráfico ao sul do Equador; si o solo produtivo”.
1826 - Brasil compromete em acabar com o tráfico dentro de
3 anos 1831 - Tentativa de proibição do tráfico no Brasil, sob
pressão da Inglaterra. 1838 - abolições da escravidão nas co- PERNAMBUCO REPUBLICANO
lônias inglesas 1843 - os ingleses são proibidos de comprar e
vender escravos em qualquer parte do mundo 1845 –
A Inglaterra aprova o Bill Abeerden, que da a Inglaterra
o poder de apreender os navios negreiros com destino ao O movimento deflagrado em Pernambuco no ano de
Brasil 1850 - É aprovada sob pressão inglesa a lei Eusébio 1817 coincidiu com o período da expansão das idéias libe-
de Queirós, que proíbe o tráfico negreiro no Brasil 1865 - A rais no mundo ocidental. Estas ideias se difundiram também
escravidão é abolida nos Estados Unidos (13a. emenda Cons- em várias províncias brasileiras, circulando clandestinamente
titucional) 1869 - Manifesto Liberal propõe a emancipação em ambientes onde se discutiam assuntos relativos à política
gradual dos escravos no Brasil 1871 - Lei do Ventre Livre ou e planos para a implantação de um regime republicano. Falar
Lei Rio Branco 1885 - Lei dos Sexagenários ou Lei Saraiva-Co- contra a monarquia e contra o governador régio Caetano
Girlan Almeida Pinto
Dos Santos
de Miranda Montenegro (1804-1817) era uma práti-
tejipe 1888 - Lei Áurea.
ca comum em certos círculos pernambucanos nas primeiras
sqterapeutagirlan@gmail.com
décadas do século XIX. Uma quadra cantada à época dizia
HP151916827058188
O fim da escravidão no Brasil foi um processo lento e
que ele era “Caetano no nome, pinto na falta de coragem,
gradual ocupando praticamente todo o Século XIX. Após a
monte na altura e negro nas ações”. Apesar de ser debatida
independência em 1822, a Inglaterra pressionou o governo
por pequenos grupos de letrados, a própria noção de inde-
brasileiro que se compromete a acabar com o tráfico em 3
pendência já existia bem antes da revolução, ganhando mais
anos. Em 1850 o país cedeu a pressão inglesa e proibiu o trá-
força após sua repressão.
fico. A Inglaterra admitia o escravismo em suas colônias pro-
Quando o ouvidor da Comarca do Sertão tomou conhe-
dutoras de gêneros de consumo. Não podia, contudo, aceitar
cimento das reuniões dos insurgentes, apressou-se em de-
o monopólio dessas regiões sobre o mercado metropolitano
nunciá-las ao governador. Este, depois de ouvir outras pes-
de açúcar, na medida em que assegurava mercado estável e soas que confirmaram a informação, ordenou a captura dos
preços elevados a essas colônias, além de obrigar os indus- líderes do movimento. Por ocasião da prisão de alguns mi-
triais a pagar maiores salários aos trabalhadores. Os gêneros litares apontados como participantes da conspiração houve
agrícolas de outras regiões não podiam ser comercializados pancadaria e mortes, precipitando a rebelião. No Forte das
livremente no reino britânico e, com isso, os industriais não Cinco Pontas, um brigadeiro português foi morto pelo ca-
conseguiam vender seus produtos a essas regiões que só po- pitão José de Barros Lima, o Leão Coroado, no momento
diam pagar em gêneros agrícolas. de prender seus comandados. Um ajudante-de-ordens teve
igual destino quando tentava entrar no quartel do Paraíso.
Na luta contra a escravidão, algumas pessoas se desta- Era o dia 6 de março de 1817, e a revolução ganhava as
cam por sua dedicação à causa Joaquim Nabuco Nascido ruas. O governador, ouvindo os tiros e temendo pela própria
no Recife, Pernambuco, em 19 de agosto de 1849, Joaquim sorte, fugiu do palácio e pediu abrigo no Forte do Brum.
Nabuco desde cedo conviveu com a dura realidade dos es- Sem demonstrar grande resistência, Caetano Pinto aceitou
cravos. Na infância, o menino de família aristocrata se alfabe- um ultimato que exigia que as tropas estacionadas naquele
tizara junto com os filhos dos escravos numa escolinha cons- forte se unissem às forças revolucionárias, que estas forças
truída pela madrinha. Estudou Direito em São Paulo e Recife, entrassem no forte e tomassem posse dele, e que o gover-
escreveu poemas, era um patriota. Foi colega de Castro Alves nador se retirasse da província. Caetano Pinto acatou as exi-
e de Rui Barbosa. O tema da escravidão estava presente em gências sem grandes dificuldades, sendo em seguida con-
sua obra literária desde seu primeiro trabalho, nunca publi- duzido a uma embarcação que se dirigiu ao Rio de Janeiro,
cado, chamado “A escravidão”. Porém, teve sucesso quando, onde foi preso na Ilha das Cobras, acusado de indolente pela
em 1883, publicou “O Abolicionismo”, durante período em falta de punho e por não ter tido a capacidade de debelar a
que esteve em Londres. crise antes que ela chegasse às ruas.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Controlado o Recife no dia 7 de março, tratou-se de Voto de Cabresto: na República Velha, o sistema elei-
cuidar da formação do governo da província. Aliás, havia toral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis
ali certa confusão, uma vez que não se sabia quem deti- compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos
nha a autoridade. Com a divulgação da notícia da vitória por bens matérias (pares de sapatos, óculos, alimentos, etc).
dos rebeldes, muita gente saiu às ruas e se concentrou na Como o voto era aberto, os coronéis mandavam capangas
Praça do Erário, na esperança de participar da escolha do para os locais de votação, com objetivo de intimidar os elei-
governo. Nesse momento, Domingos José Martins entrou tores e ganhar votos. As regiões controladas politicamente
no edifício do Erário com a intenção de organizar o eleito- pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais.
rado que iria escolher a nova administração. Em seguida, Com a instalação da República Velha que tem na his-
por meio de um proclama que percorreu as ruas recifen- toriografia tradicional a versão que a “proclamação da Re-
ses, foram anunciados os nomes dos membros do governo pública resultou de crises que abalaram o fim do Segundo
provisório. Esse era composto por uma junta, inspirada no Reinado e basicamente nas instituições como: Religiosa e
diretório francês de 1795, formada por cinco pessoas, to- Militar, bem como a abolição da escravatura”.
das representando a classe dominante: Manuel Correia de Coronelismo teve sua atuação incrementada, sobretu-
Araújo, expoente da elite agrária; Domingos José Martins, do pela manutenção do sistema eleitoral pautado em voto
dos comerciantes; José Luís de Mendonça, dos magistrados; aberto, facilitando, portanto a pressão do líder local em re-
Domingos Teotônio Jorge Martins Pessoa, dos militares; e o lação ao eleitorado. A formação dos currais eleitorais era de
padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, presidente certa forma constituída dentro dos domínios fundiários do
do governo e líder do clero. Outros nomes de grande repre- coronel, valorizando a formação de grandes potentados,
sentatividade na capitania integraram um conselho para as- juntamente com o fortalecimento do “voto de cabresto”.
sessoramento do governo, entre eles Antônio Carlos Ribeiro Qualquer que seja, entretanto, o chefe municipal, o
de Andrada, irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva. elemento primário desse tipo de liderança é o “coronel”,
Os poderes do governo estavam regulamentados por que comanda discricionariamente um lote considerável de
uma lei orgânica, considerada de autoria de frei Caneca, ins- votos de cabresto. A força eleitoral empresta-lhe prestigio
pirada na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. político, natural coroamento de sua privilegiada situação
O documento deveria vigorar até que fossem realizadas as econômica e social de dono de terra,
eleições e se organizasse o Parlamento que votaria uma A figura do coronel representava ainda a de uma pes-
Constituição. Ainda em harmonia com as ideias liberais, foi soa
Girlane de
estabelecido o direito de liberdade de consciência Almeida
im- Dosque aglutinava várias funções sociais, exercidas, so-
Santos
bretudo com a forte influência que tinha sobre seus de-
prensa, chegando-se a imprimir a “Declaração dos Direitos
sqterapeutagirlan@gmail.com
pendentes bem como os aliados, empregados e capangas,
Naturais, Civis e Políticos do Homem” na OficinaHP151916827058188
Tipográ-
senão vejamos:
fica da República de Pernambuco. O Estado adotava como
Dentro da esfera própria de influência, o “coronel”
religião oficial a católica romana, sendo as demais “tolera-
como que resume em sua pessoa, sem substituí-las, impor-
das”. Os lusitanos que dessem demonstração de adesão à
tantes instituições sociais. Exerce, por exemplo, uma ampla
revolução seriam considerados “patriotas”. As leis em vigor
jurisdição sobre seus dependentes, compondo rixas e de-
continuariam “a ter a mesma autoridade”, enquanto não
savenças e proferindo, às vezes, verdadeiros arbitramentos,
fosse preparado “um código nacional” adequado às “novas
circunstâncias e precisões. que os interessados respeitam. Também se enfeixam em
suas mãos, com ou sem caráter oficial, extensas funções
policiais.
O líder municipal ocupava sem sombra de dúvidas
um lugar de extremo privilégio nos seus domínios de in-
VOTO DE CABRESTO E POLÍTICA DOS fluência, que o tornava um parceiro muito interessante
GOVERNADORES: para o desenvolvimento político das grandes oligarquias
agrárias, as verdadeiras elites que estavam no poder justa-
mente com o apoio do coronel e que ao longo do século
O sistema político da República Velha estava assentado XIX tiveram suas posses agrárias abaladas especificamente
nas fraudes eleitorais, visto que o voto não era secreto. O pela diminuição e extinção da mão-de-obra escrava e não
exercício da fraude eleitoral ficava à cargo dos “coronéis”, obstante o esfacelamento dos preços das monoculturas
grandes latifundiários que controlavam o poder político lo- de café algodão e açúcar, e o fortalecimento de algumas
cal. Exercendo um clientelismo político (troca de favores) o atividades comercias.
grande proprietário controlava toda uma população (“curral A chamada elite agrária, forte e altiva nos seus lati-
eleitoral”), através do voto de cabresto. fúndios, some diante do ardente círculo dos negócios:
O poder dos coronéis “teve início ainda no período ela está subordinada, pelos interesses da escravidão, ao
colonial que se favoreciam basicamente pelo sistema de “monopólio de outros monopólios comerciais”.O Segundo
clientela e patronagem”, no qual eles recebiam a patente de Reinado será o paraíso dos comerciantes, entre os quais
coronel ou mesmo as compravam assumindo assim o posto se incluem os intermediários honrados e os especuladores
de oficial da Guarda Nacional e a representação local das prontos para o bote à presa, em aliança com o Tesouro
autoridades do Império, gozando de privilégios e cargos de
confiança.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

O coronel encontra no meio rural o alicerce primordial


para alcançar o mais amplo domínio político, pois o homem PERNAMBUCO SOB A INTERVENTORIA DE
do campo “tira a sua sobrevivência” essencialmente das ter-
AGAMENON MAGALHÃES:
ras do coronel, ele vive na mais completa miséria, ignorância
e abandono. A grande massa de trabalhadores tinha na figu-
ra do coronel um homem rico e próspero, portanto capaz de
em qualquer momento poder ajudá-los, com qualquer tipo Em 1937, em nome da segurança Nacional, Getúlio
de ajuda, seja ela com remédios, empréstimos em dinheiro Vargas decreta a vigência do Estado Novo: dissolve o Con-
e até mesmo com proteção contra querelas com famílias ri- gresso Nacional, os Legislativos estaduais e municipais,
vais, fomentando mais ainda o voto de cabresto, pois lógico suspende as eleições e os partidos políticos, e estabelece
é o que presenciamos: no plano político, ele luta com o ‘co- por seis anos o mandato para Presidente da República. Em
ronel’ e pelo coronel a característica marcante do fenômeno Pernambuco, o governador Carlos de Lima Cavalcanti é de-
coronelístico tem como base também o patrocino do gran- posto, sendo decretado o estado de emergência. Getúlio
de chefe local de todas as custa eleitoral, portanto quanto nomeia Agamenon Magalhães como o interventor federal
maior sendo as posses do coronel maior chance elas terá do Estado.
no pleito. A partir daí, o político passa a desencadear uma série
As despesas são das mais variadas, pois como já foi ci- de ações sistemáticas visando desmontar as estruturas ad-
tado o meio rural era, sobretudo paupérrimo, configurando ministrativas herdadas pelo governador que o precedeu, já
assim a total dependência do eleitorado ao seu protetorado, que este havia consolidado uma liderança local e se pro-
causando uma obediência incondicional ao líder local. jetado no cenário nacional. Ele se torna, por outro lado,
Sem dinheiro e sem interesse direto, o roceiro não fa- o expoente e o principal doutrinador do Estado Novo em
ria o menor sacrifício nesse sentido. Documento, transporte, Pernambuco. Em seu governo, que tem a duração de oito
alojamento, refeições, dias de trabalho perdidos, e até roupa, anos, ele constrói milhares de casas para os pobres, cria a
calçado, chapéu para o dia da eleição, tudo é pago pelos mística do anti-mocambo, funda centros operários, escolas,
mentores políticos empenhados na sua qualificação e com- uma cooperativa editora e institui seminários pedagógicos.
parecimento.
Em uma ocasião, Agamenon solicita ao prefeito de
Assim, o poder oligárquico era exercido no nível mu- Olinda, eleito pelas urnas em 1934, que o mesmo renuncie
nicipal pelo coronel, no nível estadual pelo governador e,
Girlan ao cargo,
Almeida Dos para que ele possa nomear um substituto. O pre-
Santos
através da política do café com leite, o presidente controlava
feito, apesar de bem pouco satisfeito com aquele pedido,
o nível federal. sqterapeutagirlan@gmail.com
atendeu ao pleito do interventor. A título de curiosidade,
No inicio do período republicano no Brasil (final do sé-
HP151916827058188
vale a pena indagar: quem seria o prefeito deposto? Ele se
culo XIX e começo do XX), vigorou um sistema conhecido
chamava, nada mais nada menos, Luís Sérgio Magalhães e
popularmente como coronelismo. Este nome foi dado, pois
era irmão do próprio Agamenon!
a política era controlada e comandada pelos coronéis ricos,
Em 1937, em nome da segurança nacional, Getúlio Var-
os coronéis costumam alterar votos, sumir com urnas e até
mesmo patrocinavam a prática do voto fantasma. Este últi- gas decreta a vigência do Estado Novo: dissolve o Congres-
mo consistia na falsificação de documentos para que pes- so Nacional, os Legislativos estaduais e municipais, suspen-
soas pudessem votar várias vezes ou até mesmo utilizar o de as eleições e os partidos políticos, e estabelece por seis
nome de falecidos nas votações. anos o mandato para Presidente da República.
Política do café-com-leite: no começo do século XX, os Em Pernambuco, o governador Carlos de Lima Caval-
estados de São Paulo e Minas Gerais eram os mais ricos da canti é deposto, sendo decretado o estado de emergência.
nação. Enquanto o primeiro lucrava muito com a produção Getúlio nomeia Agamenon Magalhães como o interventor
e exportação de café, o segundo gerava riqueza com a pro- federal do Estado.
dução de leite e derivados. Os políticos destes estados fa- A partir daí, o político passa a desencadear uma série
ziam acordos para perpetuarem-se no poder central. Muitos de ações sistemáticas visando desmontar as estruturas ad-
presidentes da República, neste período, foram paulistas e ministrativas herdadas pelo governador que o precedeu, já
mineiros. que este havia consolidado uma liderança local e se pro-
Política dos Governadores: os governadores dos estados jetado no cenário nacional. Ele se torna, por outro lado,
e o presidente da República faziam acordos políticos, na base o expoente e o principal doutrinador do Estado Novo em
da troca de favores, para governarem de forma tranqüila. Os Pernambuco. Em seu governo, que tem a duração de oito
governadores não faziam oposição ao governo central e ga- anos, ele constrói milhares de casas para os pobres, cria a
nhavam , em troca deste apoio, liberação de verbas federais. mística do anti-mocambo, funda centros operários, escolas,
Esta prática foi criada pelo presidente Campos Sales (1898- uma cooperativa editora e institui seminários pedagógicos.
1902) e fortaleceu o poder dos coronéis em seus estados.
Com a Revolução de 1930 e a chegada de Getúlio Var- Quando assume o Governo de Pernambuco, Agamenon
gas à presidência da República, o coronelismo perdeu força cria a Liga Contra o Mocambo. Desta maneira, luta muito
e deixou de existir em várias regiões do Brasil. Apesar dis- pela urbanização e saneamento básico, construindo casas
so, algumas práticas do coronelismo, como, por exemplo, populares de alvenaria, fortalecendo a educação, a saúde,
a compra de votos e fraudes eleitorais continuou existindo, a pequena agricultura. Essa Liga, em 1945, se transforma
por muito tempo, em algumas regiões. em uma autarquia: o Serviço Social Contra o Mocambo.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Desejando descontrair o regime para salvar o Estado Novo, de1938-1939, apresentado ao Presidente Getúlio Vargas,
Getúlio Vargas concedia uma anistia aos presos políticos, nos faz perceber não apenas como foram direcionados os
em 1945, e convidava Agamenon para assumir o Ministério investimentos na área de educação e saúde pelo gover-
da Justiça. Ele elaborava uma legislação eleitoral e partidá- no de Agamenon Magalhães, como também nos permite
ria, além de promulgar o decreto nº. 7.666, anti-truste, que compreender como as relações etno-sociais foram proces-
obtinha o apelido de Lei Malaia, e foi assinada por Getúlio. sadas naquele período.
Tal lei servia para reprimir os abusos do poder econômico, O discurso intolerante, que apontava os cultos afro-re-
por parte dos trustes, funcionando como um bloqueio, em ligiosos como práticas “nocivas à sociedade”, foi construí-
relação aos grandes monopólios internacionais. do sob a égide do preconceito racial, onde a perseguição
O Código Eleitoral, chamado também de “Lei Aga- aos “catimbozeiros” passou a fazer parte da rotina policial.
menon”, abria caminho para o Tribunal Superior Eleitoral Para o interventor pernambucano, a repressão aos cultos
conceder o registro ou a cassação de partidos políticos, afro-religiosos estava inserida em uma série de medidas
mediante os princípios constitucionais. Desse modo, era “saneadoras”, que além de efetivar o compromisso de seu
possível ser negado o registro de qualquer partido que governo com a manutenção da ordem “moral e social” tais
ameaçasse a ordem democrática. medidas garantiam a saúde da população.
Interventora de Agamenon Magalhães (1937-1945), Medidas de profilaxia moral e social: jogos proibidos,
com a influência da formação da identidade ao chegar a casas de tolerância, baixo espiritismo, decoro público, sei-
Recife-Pernambuco-Brasil. O interventor Agamenon Maga- tas africanas e as práticas das ciências herméticas, onde
lhães, utilizando-se do seu Jornal Folha da Manhã para en- Agamenon Magalhães registra como se processava a atua-
focar características, elementos fundantes, que espelhas- ção policial. Vejamos: “A jogatina desenfreada, as casas de
sem para a sociedade Pernambucana o perigo que repre- tolerância, o baixo espiritismo, as seitas africanas e as prá-
sentava o povo judaico, formação da identidade ao chegar ticas chamadas ciências hermética, livremente exercitadas”,
a Recife-Pernambuco-Brasil Ao nos debruçarmos sobre o foram outros tantos problemas que a atual administração
período estadonovista, nos deparamos com a campanha teve que enfrentar, vencendo as resistências que o seu ar-
prático-discursiva, construída por esse regime, de “repen- raiga mento oferecia às mediadas saneadoras. Por outro
sar o Brasil”. No plano sócio-cultural, essa campanha foi lado, a atividade de tais seitas, revivendo formas rudes e
amplamente legitimada por setores da intelectualidade exóticas de veneração que se dizer religiosa, permite toda
nacional, onde os debates sobre a mestiçagem Girlan Almeida sorte
também de exploração de gente inculta, afetando, sensivel-
Dos Santos
passaram a ser repensados. As teorias deterministas, eugê- mente, a moral, a saúde e a tranquilidade pública.
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nicas, cederam lugar às idéias culturalistas; o darwinismo O Relatório Oficial do interventor Agamenon Maga-
social, que apontava a miscigenação como mal HP151916827058188
maior das lhães também especificava como a campanha contra as
sociedades, foi colocado em questão. “seitas africanas” foi montada, envolvendo os diversos ór-
O “Brasil mestiço” era o Brasil que deveria ser valori- gãos da administração da interventoria, nos revelando a
zado, era a mestiçagem que nos fazia singular, esse era organização da máquina estatal no combate as entidades e
o discurso idealizado pelos intelectuais da época. Nesse indivíduos que ameaçavam a “ordem”. Nesse sentido, não
período, a cultura afro-brasileira passou a fazer parte das podemos negar a organização da estrutura administrativa
discussões do meio acadêmico, porém, no cotidiano dos do regime ditatorial estadonovista, haja vista que a má-
afrodescendentes essa “democracia racial” era negada. quina estatal buscava funcionar harmoniosamente, onde a
O povo passa a interessar ao poder dominante, quan- centralização política e o controle de informações faziam
do ele legitima a “hegemonia burguesa”, mas, contradito- parte desse processo.
riamente, seus costumes, suas crenças, seu modo de viver, Não podemos negar que essas práticas de vigilância e
“incomodam como lugar do inculto por tudo aquilo que repressão contra os cultos afro-religiosos também repre-
lhe falta”. sentavam o reflexo da ligação político-ideológica do pro-
A capoeira foi oficializada como modalidade esportiva jeto estadonovista com setores da Igreja Católica, ou seja,
em 1937. Em 1939, Getúlio Vargas decreta que o “Dia da o regime ditatorial varguista e a Igreja Católica assumiram
Raça” deveria ser comemorado em 30 de maio, fazendo uma relação bastante próxima, de forma que essa institui-
alusão à “tolerância racial” existente em nossa sociedade. ção passou a colaborar com a manutenção do poder ins-
Contudo, o esforço do poder oficial em demonstrar através taurando.
dessas ações como o novo regime estava aberto às mani-
festações culturais dos afrodescendentes, a realidade social O perfil de Getúlio Vargas não era apenas de grande
e política do próprio afro-brasileiro eram marcadas pela ex- orador, mas também, um líder espiritual. O jornal do in-
clusão social. terventor pernambucano, a Folha da Manhã, possuía uma
Em Pernambuco, a interventora de Agamenon Maga- seção diária dedicada a Igreja Católica, intituladas “Religio-
lhães, teve sua atuação político-administrativa caracteriza- sas”. Nessa seção, se comemoravam o dia dos santos cató-
da pela forte perseguição aos grupos afro-religiosos. Me- licos e divulgavam-se as atividades promovidas pela Igreja.
didas de controle social foram adotadas, onde a máquina Também eram realizadas reflexões acerca das “escritu-
estatal e instituições sociais passaram a ser utilizadas como ras sagradas” e os evangelhos eram citados e comentados.
instrumentos na manutenção de regime. O extenso Rela-
tório de Governo do interventor Federal em Pernambuco,

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Era a função catequética da Folha da Manhã. As man- Junta Militar


chetes que noticiavam as perseguições aos terreiros eram É integrada pelos ministros da Marinha Augusto Ra-
sistematicamente propagadas, com o objetivo de massifi- demacker, do exército, Lyra Tavares e da Aeronáutica Már-
car a campanha contra os “catimbozeiros”. Ao pretender ser cio de Souza e Melo. Governa por dois messes - de 31 de
o porta-voz do Estado Novo em Pernambuco, a Folha da agosto de 1969 até 30 de outubro do mesmo ano. Em se-
Manhã passou a reproduzir a “infâmia”, as “fantasias” e os tembro, decreta entre outras medidas o AI-14, que institui
“mitos”, seguindo o modelo de Hitler na Alemanha. A propa- a prisão perpétua e a pena de morte em casos de guerra
ganda era imprescindível para a conquista das massas, o ob- revolucionária e subversiva, reforma a constituição de 1969
jetivo da imprensa não era apenas de informar transmitindo e impõe a nova lei de segurança nacional. Decreta também
os fatos, mas estimular, incitar e mover as massas. reabertura do Congresso, após dez messe de recesso. Em
Estado Novo idealizava uma sociedade branca, pois os 25 de outubro de 1967, os parlamentares elegem Emílio
valores etnocentrados, o arianismo nazi-fascista foram ex- Garrastazu Médici para a presidência.
pressivamente reproduzidos pelo discurso varguista. Nesse
período, ser negro e viver a negritude representava desafiar Governo Costa e Silva
os padrões de comportamento e pensamento impostos pela O marechal Arthur Costa e Silva assume em 15 de mar-
política autoritária varguista, onde as relações de alteridade ço de 1967 e governa até 31 de agosto de 1969, quando
foram marcadas pela intolerância racial e exclusão social. é afastado por motivos de saúde. Logo nos primeiros me-
ses de governo enfrenta uma onda de protestos que se
espalham por todo o país. O autoritarismo e a repressão
MOVIMENTOS SOCIAIS E REPRESSÃO recrudescem na mesma proporção em que a oposição se
DURANTE A DITADURA CIVIL-MILITAR (1964- radicaliza. Costa e Silva cria o Fundo Nacional do Índio (Fu-
nai) e o Movimento de Brasileiro de Alfabetização (Mobral).
1985: EM PERNAMBUCO; HERANÇA AFRO-
Crescem as manifestações de rua nas principais cida-
DESCENTE EM PERNAMBUCO; des do país, em geral organizadas por estudantes. Em 1968
o estudante secundarista Édson Luís morre no Rio de Janei-
ro em confronto entre polícias e estudantes. Em resposta,
o movimento estudantil, setores da Igreja e da sociedade
No dia 1º de Abril de 1964 o Brasil mergulha em uma nova
Girlan
fase da sua história. Durante 21 anos o país viveu Almeida Dospromovem
um regime
civil Santos a Passeata dos Cem Mil, a maior mobiliza-
ção do período contra o regime militar. Na Câmara Federal,
de governo militar, que marcou a nação, seusqterapeutagirlan@gmail.com
povo e suas ins- o deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, exorta o povo a
tituições. Foram duas décadas de confronto entre forças polí-
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não comparecer às festividades do dia 7 da Independência.
ticas e sociais. Neste conflito ambos os lados, governo e opo-
Os militares exigem sua punição. A Câmara não aceita a
sição, utilizaram todos os seus recursos: censura terrorismo,
exigência e o Congresso decreta o AI-5, em 13 de dezem-
tortura e guerrilha. Veja abaixo o regime militar e o período de bro de 1968.
redemocratização. Verá também alguns fatos que marcaram a
Em 17 de abril de 1968, 68 municípios, inclusive to-
ditadura: os movimentos de oposição e a repressão.
das as capitais, são transformados em áreas de segurança
Regime Militar é instaurado pelo golpe de 1º de abril de nacional e seus prefeitos passaram a ser nomeados pelo
1964. O plano político é marcado pelo autoritarismo, supres- presidente da República.
são dos direitos constitucionais, perseguição política, prisão Mais abrangente e autoritário de todos os outros atos
e tortura dos opositores, e pela imposição da censura prévia institucionais, o AI-5 na prática revoga os dispositivos
aos meios de comunicação. Na economia há uma rápida di- constitucionais de 67. Reforça os poderes discricionários
versificação e modernização da indústria e serviços, susten- do regime e concede ao exército o direito de determinar
tada por mecanismos de concentração de renda, endivida- medidas repressivas específicas, como decretar o recesso
mento externo e abertura ao capital estrangeiro. do Congresso, das assembléias legislativas estaduais e Câ-
maras municipais. O Governo pode censurar os meios de
Com a deposição de Jango, o presidente da Câmara, comunicação, eliminar as garantias de estabilidade do Po-
Ranieri Mazzelli, assume formalmente a presidência e per- der Judiciário e suspender a aplicação do habeas-corpus
manece no cargo até 15 de abril de 64. Na prática, porém, em casos de crimes políticos. O Ato ainda cassa mandatos,
o poder é exercido pelos ministros militares de seu governo, suspende direitos políticos e cerceia direitos individuais.
entre eles, o general Arthur da Costa e Silva, da Guerra. Nes-
se, período é instituído o Ato Institucional nº1. Ditadura militar, esquerdas e sociedade no Brasil.
Os Atos Institucionais são mecanismos adotados pelos Quase ninguém quer se identificar com a Ditadura Mi-
militares para legalizar ações políticas não previstas e mesmo litar no Brasil nos dias de hoje. Sobre o período a memória
contrárias à Constituição. De 1964 à 1978 serão decretados adquiriu uma arquitetura simplificada: de um lado, a dita-
16 Atos Institucionais e complementares que transformam dura, o reino da exceção, os chamados anos de chumbo.
a Constituição de 46 em uma colcha de retalhos . O AI-1 , De outro lado, a nova república, regida pela Lei, a socieda-
de 9 de abril de 64, transfere poder aos militares, suspende de democrática.
por dez anos os direitos políticos de centenas de pessoas. As
cassações de mandatos alteram a composição do Congresso
e intimidam os parlamentares.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Embora tenha desaparecido gradualmente, em ordem potências europeias, laços apertados de dependência fo-
e paz, a ditadura militar foi e tem sido objeto de escár- ram tecidos, dificultando, às vezes impedindo, nas regiões
nio, de desprezo, ou de indiferença, estabelecendo-se uma da África, Ásia e América Latina, a conquista de uma real
ruptura drástica entre o passado e o presente, quando não autonomia política e econômica, mesmo entre aqueles
o silêncio e o esquecimento de um processo, contudo, tão países que não chegaram a ser transformados em colônias
recente, e tão importante, de nossa história. Entretanto, se diretas (caso da China), ou que já tinham deixado de sê-lo
isto tudo corresponde à verdade, como explicar porque a (caso de quase todos os países da América Latina).
ditadura não foi simplesmente derrotada? A I Grande Guerra e as convulsões subsequentes dos
Como compreender a permanência de lideranças e críticos anos 20 e 30 (emergência da revolução russa, sur-
mecanismos de poder preservados e/ou construídos no gimento dos fascismos, crise geral das economias liberais)
período da ditadura, pela ditadura e para a ditadura? E abriram brechas nestes laços de dependência, permitindo
o que dizer da cultura política autoritária, cuja vitalidade a estruturação de projetos autonomistas, assumindo, qua-
ninguém pode contestar? se sempre, um caráter nacional-estatista. A proposta repu-
Talvez seja necessário refletir sobre as raízes e os fun- blicana de Sun Yat-sen na China, a modernização da Tur-
damentos históricos da ditadura militar, as complexas rela- quia, liderada por Mustapha Kemal, o Partido do Congres-
ções que se estabeleceram entre ela e a sociedade, e, num so na Índia, o nacionalismo mexicano de Ernesto Cárdenas,
contraponto, sobre o papel desempenhado pelas esquer- o Estado Novo Varguista, tinham este sentido: explorar os
das no período. espaços criados pelo enfraquecimento das potências, ou/e
É o que o presente texto pretende fazer. Começando a rivalidade entre elas, para lograr margens de autonomia.
pelo início: o processo que desembocou na instauração da Para além de suas diversidades, estas diferentes ini-
ditadura. Em seguida, estudar o desenvolvimento dos go- ciativas esboçaram o projeto ambicioso de construir um
vernos ditatoriais, as oposições de esquerda, os programas desenvolvimento nacional autônomo no contexto do ca-
alternativos apresentados, o impacto que tiveram, sempre pitalismo internacional, baseado nos seguintes elementos
no contexto de uma sociedade que, afinal, nunca se rebe- principais: um Estado fortalecido e intervencionista, um
lou de forma radical contra a Ordem vigente. planejamento mais ou menos centralizado, um movimen-
E observar, finalmente, como se foi extinguindo a dita- to, ou um partido nacional, congregando as diferentes
dura militar, redefinindo-se, transformando-se, transitan- classes em torno de uma ideologia nacional e de lideran-
do para uma democracia sob formas híbridas, Girlan Almeida Dos
mudando Santos baseadas numa íntima associação, não
ças carismáticas,
de pele como um camaleão muda de cores, numa lenta apenas imposta, mas também concertada, entre Estado,
sqterapeutagirlan@gmail.com
metamorfose, a ponto de provocar polêmicas HP151916827058188
a respeito Patrões e Trabalhadores.
de quando, efetivamente, terminou. Era aí disseminada a crítica aos princípios do capita-
Nossa escolha recai em 1979, quando deixou de existir lismo liberal e à liberdade irrestrita dos capitais. Em opo-
o Estado de exceção, com a revogação dos Atos Institu- sição, defendia-se a lógica dos interesses nacionais e da
cionais, e foi aprovada a Anistia, ensejando a volta do exí- justiça social, que um Estado intervencionista e regulador
lio dos principais líderes das esquerdas brasileiras. Daí em tratariam de garantir.No transcurso da II Guerra Mundial,
diante, abriu-se um período de transição, até 1988, quan- as circunstâncias obrigariam as grandes potências a conci-
do a aprovação de uma nova Constituição restabeleceu as liar com estes projetos. Depois da conflagração, contudo,
condições de um pleno Estado de Direito em nosso país. novas circunstâncias imporiam redefinições de rumos.
E assim, da ditadura fez-se a democracia, como um
parto sem dor, sem grandiloquência, cordialmente, brasi- O enfraquecimento das potências européias e do
leiramente. Japão, e a estruturação de poderosos movimentos de li-
bertação nacional pareciam abrir um horizonte favorável,
A vitória do movimento civil-militar que derrubou João inclusive porque as duas grandes superpotências resultan-
Goulart em abril de 1964, praticamente sem resistência, tes do conflito mundial - os EUA e a URSS -, embora com
constituiu uma grande surpresa. Brasil e América Latina no intenções diversas, estavam também interessadas na fim
contexto da luta pela autonomia e pela afirmação de um dos velhos impérios coloniais. Este último aspecto, contu-
projeto nacional-estatista. do, apresentava ambiguidades, porque tanto os EUA como
Uma primeira chave, mais ampla, engloba a América a URSS cultivavam ambições universais e, na lógica da bi-
Latina, e, a rigor, o Terceiro Mundo em seu conjunto. Re- polaridade da Guerra Fria, pretendiam reduzir as margens
mete à questão da viabilidade do projeto de construção da de autonomia já conquistadas ou a conquistar.
autonomia no contexto do mundo capitalista. Com efeito, Mas as coisas não se passaram da mesma forma nas
desde a Segunda Revolução Industrial, de fins do século várias regiões do mundo.
XIX, frente às grandes potências capitalistas, colocou-se Na Ásia, a derrota do Japão e a presença de fortes mo-
para uma série de sociedades o desafio de construir uma vimentos de libertação nacional, ensejaram a conquista de
inserção autônoma no mercado capitalista internacional. margens consideráveis de autonomia, expressas na inde-
Na rede armada pelo processo de internacionalização pendência de uma série de povos e no triunfo da revolu-
do capital (comércio de mercadorias e exportação de capi- ção chinesa.
tais), combinada com a expansão territorial, sobretudo das

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

No mundo muçulmano, os movimentos autonomistas tatistas latino-americanos pela conquista de margens de


tornaram-se irreversíveis na primeira metade dos anos 50, autonomia. Nesta mesma perspectiva, o caráter socialista
com o nasserismo, e, um pouco mais tarde, através da re- do regime político e social cubano deveria ser comprendido
volução argelina e do socialismo árabe. Na África negra, muito mais como uma imposição da pressão e do cerco dos
a partir da independência de Ghana, em 1957, desenca- EUA - e da necessária aliança de defesa com a URSS - do
deou-se uma grande onda de independências. Todo este que como uma evolução consciente e estruturada da pró-
processo abriu horizontes - e grandes esperanças - para a pria revolução. Neste contexto internacional abriu-se uma
construção dos projetos autonomistas. A conferência de conjuntura de grandes lutas sociais, até então inédita na
Bandung, realizada em 1955, estabeleceria os marcos ini- história da república brasileira. O marco inicial foi a renúncia
ciais desta utopia terceiro-mundista, um dos componen- do presidente Janio Quadros, em agosto de 1961.
tes essenciais das relações internacionais até os anos 60 e 1961-1964: a derrota histórica do projeto nacional-es-
parte dos anos 70. Ela se baseava na crença de que seria tatista
possível alcançar o sonhado desenvolvimento autônomo Janio fora eleito, em outubro de 1960, articulando um
com base num projeto nacional-estatista. leque de forças: oligarquias liberais, classes médias, amplos
Na América Latina, entretanto, as coisas tomaram ou- contingentes de trabalhadores. Estavam todos, por dife-
tros rumos. Em virtude da maior presença dos EUA, do rentes razões, descontentes com os rumos da sociedade. A
pouco peso da URSS, das opções definidas pela maior par- euforia desenvolvimentista, da segunda metade dos anos
te das elites dominantes da área, de certas tradições cul- 50, cedera lugar à apreensão face às contradições que se
turais, os projetos autonomistas construídos com algum acumulavam: o ritmo de crescimento diminuíra, crescera a
êxito até 1945 tenderam a perder fôlego e vigor. Houve inflação, intensificara-se o cortejo de desajustes próprios de
resistências, sem dúvida. épocas de transformações aceleradas.
O peronismo na Argentina, a revolução boliviana, o Como resultado, desgastaram-se as forças e os partidos
aprismo no Peru, o movimento democrático-popular na que haviam comandado até então o país, criando-se na so-
Venezuela, o nacionalismo mexicano, o varguismo e o tra- ciedade uma atmosfera geral a favor de mudanças. Era pre-
balhismo no Brasil, além de uma série de movimentos e ciso renovar a vida política do país. Janio, líder carismático
experimentos na América Central, como o liderado por J. por excelência, soube encarnar estes anseios pelo novo, tão
Arbenz na Guatemala, atestam a força acumulada e as raí- próprios da cultura política brasileira.
zes sociais e históricas, em nosso continente,Girlan Almeida DosMas
do programa Santos
o governo, iniciado em janeiro de 1961, cedo pa-
nacional-estatista, em luta pela conquista da autonomia. receu uma potência que não se realizava. A política eco-
sqterapeutagirlan@gmail.com
Entretanto, a proposta de um desenvolvimento de- nômica, na linha da ortodoxia monetarista, desagradava o
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pendente e associado aos capitais internacionais ganhou setor industrial. A política externa independente irritava os
força ao longo dos anos 50, quando novas reestruturações setores conservadores sem angariar o apoio das esquerdas,
da divisão internacional do trabalho permitiram a alguns desprezadas por Janio. Quanto aos trabalhadores, frente à
países mais importantes do continente - Brasil, Argentina, inflação crescente, recebiam promessas de austeridade...
México - disporem de condições para emprender surtos O presidente parecia apostar apenas no diálogo direto
industrializantes. com a sociedade, exercitando seu inegável carisma. Recla-
As alianças então constituídas, e as expectativas gera- mava de restrições e alegava carecer de plenos poderes, e
das, pelo menos em alguns países que puderam registrar foi com a perspectiva de obtê-los que renunciou, em agos-
altos níveis de crescimento econômico, como, por exem- to de 1961, num golpe bem urdido (surpreendeu a todos),
plo, o Brasil dos 50 anos em 5 de Juscelino Kubitschek, mi- mas pessimamente executado - não havia nenhum dispo-
naram, mas não chegaram a destruir as bases constituídas sitivo organizado para aproveitar-se da situação de caos e
pela tradição nacional-estatista. Com efeito, nem todos os de quase guerra civil em que o país mergulhou por quase
dados estavam ainda jogados. duas semanas.
A vitória da revolução cubana, em 1959, a da revolu- Os ministros militares tentaram impedir a posse do vi-
ção argelina, em 1962, o processo de independências na- ce-presidente eleito, João Goulart, líder do Partido Traba-
cionais na África negra e no mundo árabe e muçulmano, lhista Brasileiro (PTB). No entanto, frente ao movimento de
a luta revolucionária no Vietnã, retomada a partir dos co- resistência, houve um acordo em que ambos os lados re-
meços dos anos 60, entre muitos outros acontecimentos, cuaram.
conferiram novo alento aos movimentos nacional-estatis- Afinal, Jango assumiu o governo, em 7 de setembro de
tas latino-americanos. 1961, mas no quadro de um parlamentarismo híbrido, asso-
O enfrentamento entre Cuba e os poderosos Estados ciando um presidente enfraquecido e um parlamento fraco.
Unidos da América empolgavam as correntes nacionalis- Quanto aos golpistas, tiveram as posições preservadas, não
tas, que se reconheciam como parte da nuestra América, sendo punidos.
um sonho de José Martí, que muito se assemelhava, nas Alguns aspectos da crise merecem ser destacados.
condições da América Latina, ao espírito afro-asiático for- Primo, a improvisação do veto à posse de Jango, devida à
mulado em Bandung. Assim, numa perspectiva mais am- própria surpresa com que foram colhidos os ministros mi-
pla, histórica, a revolução cubana pode ser avaliada como litares pela renúncia do presidente Janio Quadros, aliada à
um elo a mais da longa luta dos movimentos nacional-es- indecisão e às divisões das elites dominantes, constituíram

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

fatores fundamentais para o fracasso da tentativa de golpe. Carlos Lacerda, no então recém-fundado Estado da Gua-
Segundo o protagonismo dos movimentos populares, que nabara. Sem contar o fato de que outros importantes Esta-
entraram na cena política em defesa da posse de Goulart. dos, como Minas Gerais e Paraná, já eram governados por
Na sequência, eles não se deixariam tão facilmente afastar lideranças conservadoras (Magalhães Pinto e Ney Braga).
do palco. Tertio, o fato essencial de que estes movimentos A tradução política destas eleições, no que diz respeito às
haviam partido para a luta em defesa da democracia, da reformas, poderia ser assim resumida: elas não seriam apro-
lei e da ordem constitucional. Em outras palavras, a luta se vadas legalmente pelas instituições representativas.
travara em defesa da ordem legal. Nas margens da Lei, restara a expectativa de viabilizar
Com a posse de João Goulart, tornou-se possível rea- as reformas através do restabelecimento dos plenos pode-
tualizar a hipótese do projeto nacional-estatista. Com efei- res presidenciais de Jango. O plebiscito sobre a questão,
to, se o desenvolvimentismo de JK, como já referido, abala- antecipado para janeiro de 1963, resultara, de fato, numa
ra alguns de seus fundamentos, não o superara. Quanto a vitória consagradora para Jango. Mas gerou, em seguida,
Janio Quadros não teve sequer tempo, ou condições, para grandes frustrações porque o Plano Trienal, formulado por
elaborar alguma alternativa. Ressurgia assim uma possibi- Celso Furtado e apresentado por Jango não chegou a du-
lidade que muitos imaginavam definitivamente enterrada. rar três meses, atolando o projeto reformista num impasse
As agitações sociais ampliaram-se, num crescendo, histórico.
alcançando trabalhadores urbanos e rurais, assalariados e
posseiros, estudantes e graduados das forças armadas, con- A sociedade dividirá-se.
figurando uma redefinição do projeto nacional-estatista, De um lado, o movimento reformista, tendo como nú-
que passaria a incorporar uma ampla - e inédita - participa- cleo amplo contingentes de trabalhadores urbanos e rurais,
ção popular. Talvez exatamente por causa disto, mudaram o além de estudantes e graduados das forças armadas. Com
tom e o sentido do discurso: ao contrário de certa tradição o tempo, passaram a defender o recurso à força, sintetizado
conciliatória, típica do estilo de Getulio Vargas, os obstácu- na agressiva palavra de ordem: reforma agrária na lei ou na
los deveriam agora ser removidos, e não evitados, os alvos, marra.
abatidos, e não contornados. E assim tomou corpo o pro- De outro lado, numa outra frente social, aliavam-se
grama das reformas de base. as elites tradicionais, grupos empresariais modernizantes,
A reforma agrária, para distribuir a terra, com o objetivo grande parte das classes médias e até mesmo setores po-
Girlan Almeida
de criar uma numerosa classe de pequenos proprietários no Dos Santos
pulares, toda uma constelação de profissões e atividades
campo. A reforma urbana, para planejar e regular o cresci- beneficiadas
sqterapeutagirlan@gmail.com pelo dinamismo da economia brasileira.
mento das cidades. A reforma bancária, com o objetivo de
HP151916827058188Neste conjunto extremamente heterogêneo, todos
criar um sistema voltado para o financiamento das priorida- sentiam obscuramente que um processo radical de redis-
des nacionais. A reforma tributária, deslocando a ênfase da tribuição de riqueza e poder na sociedade brasileira, em
arrecadação para os impostos diretos, sobretudo o imposto cuja direção apontava o movimento reformista, iriam atingir
de renda progressivo. A reforma eleitoral, liberando o voto suas posições, rebaixando-as. E nutriam um grande Medo
para os analfabetos, que constituíam, então, quase metade de que viria um tempo de Desordem e de Caos, marcado
da população adulta do país. A reforma do estatuto do ca- pela subversão dos princípios e dos valores, inclusive dos
pital estrangeiro, para disciplinar e regular os investimentos religiosos. A ideia de que a civilização ocidental e cristã es-
estrangeiros no país e as remessas de lucros para o exterior. tava ameaçada no Brasil pelo espectro do comunismo ateu
A reforma universitária, para que o ensino e a pesquisa se invadiu o processo político, assombrando as consciências.
voltassem para o atendimento das necessidades sociais e Nunca seria demais recordar a importância da conjun-
nacionais. Instaurou-se um amplo debate na sociedade so- tura internacional da guerra fria: a invasão frustrada de Cuba
bre o assunto. por exilados financiados e armados pelos norte-america-
Nas ruas, nas greves e nos campos, agitavam-se os nos, o lançamento da Aliança para o Progresso, com pro-
movimentos sociais, reivindicando, radicalizando-se. Entre- postas reformistas moderadas para conter a onda radical e
tanto, em sentido contrário, mobilizavam-se resistências ex- comunizante, a crise dos foguetes, levando o mundo à beira
pressivas. A análise das eleições de 1962, cerca de um ano de uma guerra atômica, a expulsão de Cuba da Organização
após a posse de Jango, que renovaram a Câmara Federal, dos Estados Americanos no contexto de uma grande ofen-
parte do Senado e mais um conjunto importante de gover- siva guerrilheira em todo o continente. Complementavam
nos estaduais, evidenciou a força das direitas e da opinião o quadro a vitória da revolução argelina (1962), a retomada
conservadora. da guerra do Vietnã (1960), o processo das independências
No Congresso Nacional, embora o Partido Trabalhista na África (primeira metade dos anos 60).
Brasileiro e outros partidos reformistas menores houvessem Os movimentos e lideranças partidários das reformas,
registrado avanços relevantes, o PSD e a UDN nucleavam que haviam originalmente construído sua força na luta pela
ampla maioria conservadora. Nas eleições para os governos posse de Jango, na defesa da ordem constituída e da lega-
dos Estados, se as esquerdas tinham conseguido êxito em lidade, tinham evoluído para uma linha ofensiva. E assim,
Pernambuco e no Rio de Janeiro, elegendo Miguel Arraes e quem estava em linhas de defesa, passou ao ataque, imagi-
Badger da Silveira, às direitas haviam elegido I. Meneghetti nando ter chegado a sua hora.
no Rio Grande do Sul, Ademar de Barros, em São Paulo, e

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Enquanto isto, do outro lado, notórios conspiradores de Tais perspectivas tinham sido elaboradas no âmbito
todos os golpes, desde que se fundara aquela república em do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais, o IPES, uma or-
1945, encontravam-se agora defendendo a constituição e a ganização que reunia lideranças civis e militares e que de-
legalidade da ordem vigente. Entretanto, armavam o bote. E sempenhara um importante papel na vitória do golpe. Na
assim, quem sempre atacara, passara agora à defensiva, es- desordem que se seguiu à derrocada de Jango, houve uma
perando a sua hora. E afinal a hora chegou, para todos, em espécie de disputa surda entre lideranças e dispositivos al-
março de 1964. ternativos. Rapidamente o poder efetivo passou para uma
Depois de longos meses de indecisão, Jango resolveu par- Junta Militar, reunindo chefes militares das três Armas, o au-
tir para a ofensiva. Dispôs-se a liderar um conjunto de grandes todenominado Comando Supremo da Revolução.
comícios para aumentar a pressão pelas reformas. O primeiro - Poucos dias depois, em 9 de abril, a Junta editou um Ato
foi o único - realizou-se em 13 de março de 1964. Um sucesso. Institucional que instaurou o estado de exceção no país. De-
Reuniram-se todas as esquerdas, mais de 350 mil pessoas, na cretaram a cassação de mandatos eletivos e a suspensão de
defesa exaltada das reformas. direitos políticos, atingindo centenas de pessoas. Ao mesmo
A reação veio imediata. No dia 19, em São Paulo, desen- tempo, um processo de caça às bruxas desencadeou-se pelo
rolou-se uma primeira Marcha da Família com Deus pela Li- país afora, com prisões, censura a publicações e intimida-
berdade. As direitas unidas, alarmadas, também foram às ruas, ções de toda a ordem.
cerca de 500 mil pessoas. Outras marchas se seguiram em vá- Aquilo, decididamente, não parecia um golpe na tradi-
rias cidades. As forças da contra-reforma. ção latino-americana. Os homens do Comando Supremo
Ao contrário do que se poderia imaginar, às grande pa- falavam em nome de uma revolução, querendo explicitar a
labras do comício do 13 de março e das primeiras Marchas perspectiva de que não tinham promovido uma intervenção
da Família, seguiu-se uma espécie de letargia, uma espécie de de caráter passageiro, mas algo mais profundo. O que, exa-
pausa. tamente, poucos, talvez nem eles mesmos, naquele momen-
A crise na Marinha mudou o foco do processo político. Em to, saberiam dizer.
vez de um enfrentamento entre projetos políticos, entre refor-
ma e contra-reforma, uma luta entre os defensores da hierar- O problema é que o processo todo fora consumado,
quia e da disciplina nas Forças Armadas e os que desejavam não em nome de uma revolução, mas no dos valores da
subverter estes valores. Um desastre político para Jango e para civilização cristã e da democracia. Era necessário, portanto,
as forças reformistas, cujo dispositivo militar começou conferir legitimidade ao novo poder e definir alguém com
Girlana Almeida
ruir. Dos Santospara assumir a presidência da república. Foi
qualificações
nestas
sqterapeutagirlan@gmail.com
Jango foi fugindo do cenário aos soluços: Brasília, Porto circunstâncias que o nome do general Castelo Branco
apareceu.
HP151916827058188 Tinha prestígio entre seus pares e conexões com o
Alegre, Montevidéu,. deixando atrás de si um rastro de deso-
IPES, o dispositivo organizado que, inegavelmente, naquele
rientação e desagregação. Apavorado com a hipótese de uma
momento, era o mais articulado em termos políticos.
guerra civil que não desejava, decidiu nada decidir e saiu da
História pela fronteira com o Uruguai. As esquerdas não ofere- Afinal, depois de complicadas negociações, o general
foi eleito pelo Congresso Nacional, já depurado por dezenas
ceram resistência, quedando-se aparvalhadas, desmoralizadas.
de cassações de direitos políticos. A seu lado, como vice-
As direitas saudaram nas ruas a vitória imprevista. Uma
-presidente, a figura de José Maria Alkmin, velha raposa do
grandiosa Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, com
PSD, amigo e correligionário de Juscelino Kubitscheck, que
centenas de milhares de pessoas, no Rio de Janeiro, comemo-
participou também da trama, pensando estar assegurando
rou a derrocada de Jango, das reformas e do projeto nacional- seu futuro político.
-estatista que encarnavam.
Assim, desde a própria gênese, aquele processo armou
A primeira grande dificuldade dos vitoriosos foi definir
um imbróglio maior que o marcaria até o fim de seus dias.
uma identidade política positiva. De um lado, em função da proposta de destruir pela raiz o
Com efeito, formara-se, para derrubar o governo de Jan- antigo regime representado por Jango, o Ato Institucional, a
go, uma ampla frente, com denominadores comuns muito exceção, a revolução, a ditadura. De outro, em virtude da ne-
genéricos: salvar o país da subversão e do comunismo, da cessidade de considerar o conjunto de forças que haviam se
corrupção e do populismo. E restabelecer a democracia. Fun- reunido para aquele desfecho, o respeito pela democracia,
cionando como cimento, unindo a todos, o Medo de que um por seus valores e por suas formas e ritos.
processo radical pudesse levar o país à desordem e ao caos. Castelo Branco pareceu naquele momento sintetizar
Assim, as eleições previstas para 1965 e 1966 não dariam estes dois lados dificilmente compatíveis. Por isso foi eleito
chance para os agora vencidos recobrarem suas posições. As- pelo Congresso, mas não eram muitos os que sabiam com
sim pensavam os líderes civis do movimento. Havia, finalmen- clareza quais eram os seus planos para o país.
te, os que imaginavam ter um projeto alternativo à situação Entre os homens políticos e na sociedade em geral é
existente. Pretendiam destruir, em seus fundamentos, a ordem comum a percepção de que tudo é possível fazer a partir do
e as tradições nacional-estatistas que Jango representava, e poder, sobretudo de um poder centralizado e forte por tra-
pôr no lugar uma alternativa internacionalista-liberal, centra- dição. Na História, muitos líderes, inclusive revolucionários,
da na abertura econômica para o mercado internacional, no aprenderam à própria custa que não é bem assim. Se hou-
incentivo aos capitais privados, inclusive estrangeiros, numa vesse necessidade, a trajetória do governo Castelo Branco
concepção diferente do papel do Estado na economia, mais seria uma boa ilustração a respeito dos limites de um poder
regulador do que intervencionista. aparentemente incontrastável.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

O seu internacionalismo rompia com o nacional-esta- De outro lado, do ponto de vista do conteúdo, as crí-
tismo e defendia o alinhamento com os EUA, num projeto ticas elaboradas concentravam-se nas incongruências do
de integração do Brasil no chamado mundo ocidental e de regime, provocando o riso. Apostava-se numa espécie de
abertura do país aos fluxos do capital internacional. O que beco-sem-saída. A obtusidade daqueles gorilas seria inca-
se traduziu numa política econômica segundo os padrões paz de dirigir um país grande e complexo como o Brasil.
monetaristas ortodoxos, na assinatura de um generoso Seriam obrigados a recuar, pela força das circunstâncias.
acordo de investimentos, numa lei de remessa de lucros Ou aquilo tudo explodiria, reabrindo horizontes para a úni-
convidativa, e no reescalonamento das dívidas com os ban- ca alternativa possível: as reformas de estrutura. Formou-se
cos privados e as instituições internacionais, afastando o uma utopia do impasse, numa linha de continuidade com
espectro da moratória. o que havia de mais extremado na conjuntura anterior ao
Havia um projeto ambicioso de estabilizar a economia golpe militar. Com esta crença se organizaria a autodeno-
e as finanças, constituir um autêntico mercado de capitais minada esquerda revolucionária, ou nova esquerda.
no país, incentivar as exportações e atrair vultosos investi-
mentos de capitais privados. Apesar do apoio do governo Para ela, a ditadura era uma tragédia, mas tinha uma
norte-americano e das instituições internacionais, o fluxo, virtude: a de limpar os horizontes, removendo da cena po-
esperado, de capitais internacionais não apareceu, frus- lítica as tradições moderadas, soterradas sob os escombros
trando as expectativas de Castelo Branco e de sua equipe. da derrota política. Agora, não mais seria possível cultivar
ilusões. As massas se transformariam em classes, e a re-
Em certa medida, por causa disto, a política econômica volução, a autêntica revolução, poderia despontar como
não apresentou resultados convincentes. A inflação baixa- hipótese. Nestas construções, distantes da dinâmica da
va, mas não era domada: 86% em 1964, 45% em 1965, 40% sociedade, era impossível perceber que, no emaranhado
em 1966. O crédito, escasso, provocava quebras no comér- contraditório das políticas da ditadura, tomava corpo um
cio e na indústria, ensejando críticas de comerciantes e in- processo de modernização conservadora.
dustriais, que mobilizavam suas poderosas organizações, O governo Castelo Branco encerrou-se em meio ao
pressionando o governo. Quanto aos assalariados, tinham descrédito, sobretudo depois de um novo Ato Institucional,
reajustes bem inferiores aos índices inflacionários. o AI-2, editado sob sua direta responsabilidade depois da
Por outro lado, a repressão desatada punha em fran- derrota eleitoral nas eleições para os governos de Minas
galhos os valores liberais e democráticos com os quais o Gerais e Guanabara em 1965. Com o novo Ato, reinstau-
governo dizia-se comprometido. As centenasGirlan Almeida rou-se
de cassações Dos Santos
o estado de exceção, a ditadura aberta. Com ele na
e as operações desastradas de censura causavam escânda- mão, o ditador cometeu as arbitrariedades que lhe parece-
sqterapeutagirlan@gmail.com
lo e desgaste. ram necessário: milhares de cassações, deposição de go-
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Formou-se, assim, uma atmosfera de descontenta- vernantes legalmente eleitos, recesso do Congresso Nacio-
mento: não somente entre os derrotados, mas mesmo em nal, extinção dos partidos políticos tradicionais, imposição
setores da grande frente que havia apoiado o golpe. Líde- de eleições indiretas para governadores e presidente da
res civis do movimento vitorioso, preocupados com a im- república, entre muitas e muitas outras decisões de cará-
popularidade do governo, começaram a criticar a política ter ditatorial. Atropelando a tudo e a todos, acumulando
econômica e a pedir a cabeça dos seus responsáveis. Tais desgastes, Castelo Branco acabou perdendo o controle da
dissonâncias geravam brechas por onde penetraram as crí- própria sucessão, obrigado a aceitar a candidatura do mi-
ticas de estudantes e intelectuais. nistro do exército, Costa e Silva.
Os humoristas e cartunistas exprimiam a maré montan- O general-presidente ainda tentou legar uma armadura
te do desagrado da sociedade diante de um regime que se jurídico-constitucional ao país com uma nova Constituição,
configurava, cada vez mais, como uma ditadura militar. No uma nova Lei de Imprensa e uma nova Lei de Segurança
teatro, na música de protesto, no cinema, nas artes plásti- Nacional. Mas a aprovação a toque de caixa por um Con-
cas, também ecoavam as perplexidades e as amarguras de gresso encolhido não conseguiu legitimar seus propósitos.
amplos setores sociais. É certo que se realizaram as eleições legislativas de 1966,
Elas também seriam agitadas pelos estudantes uni- quando estrearam os novos partidos, criados à sombra do
versitários. De forma molecular formou-se uma oposição arbítrio, a Aliança Renovadora Nacional/ARENA e o Movi-
crescente, vindo daí as primeiras manifestações públicas de mento Democrático Brasileiro/MDB. Mas nem com muito
repulsa ao governo. Também foram os estudantes universi- boa vontade se poderia dizer que foram eleições livres e
tários que constituíram a principal base social do processo democráticas. Não gratuitamente os votos nulos e brancos
de rearticulação das esquerdas organizadas, postas, todas, alcançariam proporções inéditas.
na clandestinidade desde abril de 1964. De sorte que, em seu ocaso, o governo associou-se
Entretanto, de modo geral, todo este movimento críti- à repressão e à recessão, tornando impopular um movi-
co tinha duas grandes limitações. mento que, no nascedouro, dispunha de substancial apoio,
A primeira era de ordem social. Os trabalhadores urba- embora heterogêneo. Entretanto, é importante sublinhar
nos e rurais não tinham vez, nem voz, naquelas criticas. A que a maior parte das oposições ao governo era modera-
maior parte simplesmente acomodou-se à nova situação. da, não assumindo programas radicais. O que se desejava
Outros setores, mais participantes nas lutas pelas reformas era o restabelecimento da democracia, mas sem embates
de base, encontravam-se desorientados, envolvidos na violentos ou o recurso à força que, aliás, nos arraiais oposi-
amargura das ilusões perdidas. cionistas, era inexistente.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

O programa internacionalista-liberal, apesar de coe- então iniciavam sua trajetória de sucesso -, nos shows de
rente, não vencera os obstáculos. Fora mais fácil derru- variedades e nos programas humorísticos das TVs - que
bar homens do que transformar estruturas. É verdade que só muito raramente, e de forma indireta, ingressavam na
todos os anéis tinham sido salvos, e postas certas bases seara das lutas políticas. De sorte que, a rigor, apesar da
econômico-financeiras e institucionais que serviriam aos agitação crescente, o poder, apoiado agora nos índices de
governos seguintes. Contudo, mais de vinte anos ainda se crescimento econômico, parecia ter reservas apreciáveis
passariam para que as plataformas defendidas por Castelo para enfrentar o descontentamento existente na sociedade.
Branco, em sua inteireza, se reatualizassem com chances de Já em 1967, primeiro ano do governo Costa e Silva, o
concretização. Neste sentido, Castelo Branco foi um pre- diálogo prometido não ocorreu, mas, sim, a repressão, face
cursor, um neoliberal avant la lettre. às pressões do único movimento social ativo- estudantil.
No imediato, as atenções agora se voltavam para o No ano seguinte, este movimento tomou outro vulto, so-
novo general-presidente, Costa e Silva, inclusive porque o bretudo no primeiro semestre, culminando o processo na
homem vinha com promessas de reconciliação democráti- chamada passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, que uni-
ca e de desenvolvimento. No discurso de posse, como Cas- ficou as lutas estudantis com os protestos dos intelectuais.
telo Branco, e como os sucessores, Costa e Silva prometeu No conjunto, o movimento social dos estudantes tinha
democracia, diálogo e desenvolvimento. Em 1967, o país já um marcado caráter sindical, mas suas manifestações pú-
registrou um razoável crescimento: 4,8%. No ano seguinte, blicas, agora, se inseriam no contexto do ano quente de
em 1968, quase o dobro: 9,3%, tendo o conjunto da ati- 1968. Por outro lado, organizações revolucionárias clan-
vidade industrial alcançado o patamar de 15,5%, puxado destinas, que controlavam quase todas as entidades repre-
pela construção civil, com 17% de crescimento. A decola- sentativas, apareciam nas manifestações com propósitos
gem era produto da combinação das medidas do governo de enfrentamento, inclusive armado, que ultrapassavam o
com uma série de condições favoráveis, internas (ociosida- escopo próprio do movimento.
de do parque industrial, demanda reprimida, saneamen- A polícia política e mesmo alguns analistas, mais tarde,
to financeiro executado pelo governo anterior) e externas confundiram os dois processos que, no entanto, precisam
(início de um boom espetacular no mercado internacional: ser deslindados - o movimento social estudantil, em sua
entre 1967 e 1973, o comércio mundial cresceu a uma taxa autonomia, de caráter basicamente sindical, e as organiza-
de 18% ao ano). Entretanto, a insatisfação acumulada - e ções revolucionárias clandestinas, já decididas, em função
represada - durante o governo anterior, tenderiaGirlan Almeida de
agora a Dos suaSantos
evolução interna, à luta armada com o sistema.
desaguar em protestos e movimentos públicos. São estas organizações, da esquerda revolucionária,
sqterapeutagirlan@gmail.com
Na própria frente que protagonizou o golpe aparece- que, desde 1965, e ainda com mais força em 1967 e 1968,
ram divisões: a Frente Ampla, formada ao longo HP151916827058188
de 1967, a se lançarão às ações armadas. Eram pequenas ações, e mi-
oposição liberal de parte importante da grande imprensa, núsculas, as organizações envolvidas, mas, pelo ineditismo
e a passagem de setores minoritários, mas expressivos, da e pelo simbolismo do desafio, provocavam uma imensa re-
Igreja Católica para posições hostis ao Poder. percussão mediática e na sociedade. O fenômeno se nutria
Na área intelectual, eram visíveis as manifestações críti- de duas grandes referências já aqui indicadas: a da utopia
cas ao governo, embora também se fizessem presentes ex- do impasse, ou seja, a ideia de que o governo não tinha
pressões, senão favoráveis, ao menos complacentes, com o condições históricas de oferecer alternativas políticas ao
sistema político em vigor ou com a ordem vigente. Assim, país; e a de que as grandes massas populares, desiludidas
ao lado da música de protesto, sempre lembrada, é preciso com os programas reformistas, tenderiam a passar para ex-
recordar outras propostas incompreensíveis a um gênero pectativas e posições radicais de enfrentamento armado,
de oposição mais ortodoxa, como o tropicalismo. revolucionário.
Além disso, havia todo um conjunto, de grande suces- Já no segundo semestre do próprio ano de 1968, os
so, de mídia e de público, como a chamada Jovem Guarda, estudantes davam sinais de recuo. Somente os setores mais
para quem as lutas políticas passavam literalmente à côté. radicais, alguns poucos milhares de jovens, mantinham o
Não eram nem contra, ou a favor delas, muito pelo contrá- ânimo, frente à repressão. O canto de cisne ocorreu quando
rio... e nem por isso recebiam menos atenção, ou aplausos. da dissolução, pela polícia, do XXX Congresso da UNE, em
Do mesmo modo, em relação ao cinema, há uma constante Ibiúna, interior de São Paulo, em outubro de 1968, tendo
ênfase em certos filmes e autores, como Os Fuzis, de Rui sido presas centenas de lideranças estudantis.Nesta altura,
Guerra, ou Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Ro- as oposições liberais e moderadas já estavam sem rumo,
cha, uma cinematografia de resistência, como se dizia na privadas da Frente Ampla, proibida desde o mês de abril.
época, com alta qualidade artística, contudo, reduzido pú- Dispunham ainda de um partido, o MDB, mas ele estava
blico. Os campeões de bilheteria eram Roberto Farias com ainda profundamente desacreditado.
um filme sobre Roberto Carlos, melhor bilheteria de 1968, Pois foi exatamente neste momento que o governo in-
ou José Mojica Marins, cujos filmes de terror (Esta noite tensificou a ofensiva. Tomando como pretexto a recusa do
encarnarei no teu cadáver) transformavam-se em grandes Congresso em autorizar o processo do deputado Márcio
sucessos. Ambiguidades que merecem ser consideradas Moreira Alves, acusado de ter feito um discurso ultrajan-
na avaliação dos movimentos da opinião pública, sobre- te às Forças Armadas, o general-presidente decretou um
tudo porque as grandes massas populares, sem recursos novo Ato Institucional, o de n. 5, em dezembro de 1968,
para ir às salas de cinema, embalavam-se nas novelas - que reinstaurando, de modo inaudito, o terror da ditadura.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Na verdade, visando muito mais os componentes insatis- Rompendo com os propósitos internacionalistas-liberais
feitos da grande e heterogênea frente que apoiara o golpe de do governo Castelo Brancos, o Estado, incentivava, regulava,
1964 do que os estudantes, já derrotados. A situação criada fa- financiava, protegia e intervinha ativamente nos mais varia-
voreceu aparentemente as propostas radicais da esquerda re- dos setores.
volucionária. Sob o AI-5, era como se estivessem realizando as Com base no Estado e nos capitais privados nacionais e
condições da utopia do impasse. O advento do tudo ou nada. estrangeiros, formou-se uma aliança de interesses e de re-
Assim, entre 1969 e 1972, desdobraram-se ações espe- cursos que exacerbaria os traços esboçados pelo governo de
taculares de guerrilha urbana: expropriações de armas e fundos, JK, na segunda metade dos anos 50.
ataques a quartéis, sequestros de embaixadores. Os revolucioná- O país, comparado metaforicamente a um imenso can-
rios chegaram a ter momentos fulgurantes, mas, isolados, foram teiro de obras, foi tomado por incontida euforia desenvolvi-
cedo aniquilados. Na sequência, entre 1972 e 1975, seria identifi- mentista: Pra Frente, Brasil; Ninguém mais segura este país;
cado, caçado e também destruído um foco guerrilheiro na região Brasil, terra de oportunidades, Brasil, potência emergente.
do Araguaia, na fronteira do Pará, Maranhão e Goiás, reunindo Para os que discordavam, a porta de saída: Brasil ame-o, ou
algumas dezenas de guerrilheiros, na tentativa mais consistente deixe-o.
da esquerda revolucionária. A conquista do tricampeonato mundial, no México, em
A sociedade assistiu a todo este processo, como se fosse 1970, foi uma benção para estes propósitos, inclusive por-
uma plateia de um jogo de futebol. Ou espectadores de um que foi a primeira vez que um campeonato mundial de fute-
filme, ou de uma novela de TV. Às vezes, muitos pareciam sim- bol foi transmitido ao vivo para todo o país.
patizar com o lado dos revolucionários. Mas não raramente, A doença e o posterior afastamento do general Costa e
outros tantos os denunciavam, apontando-os, e a seus escon- Silva, em julho-agosto de 1969, complicada com a entroni-
derijos, à polícia. A rigor, para a grande maioria da população, zação de uma Junta Militar, em virtude do impedimento do
aquela guerra como a chamava os revolucionários e a polícia vice-presidente, Pedro Aleixo, legalmente eleito, evidenciou
política, era algo que não conseguiam compreender, quanto mais uma vez o caráter ditatorial do regime. Os métodos
mais, participar. através dos quais o novo general presidente foi escolhido
Por outro lado, também não é certo que houvesse simpa- por uma inédita votação entre os oficiais-generais também
tias pelos métodos brutais empregados pela polícia política, não convenceram. Não adiantou muito reconvocar o con-
embora a sociedade brasileira já tivesse então aprendido e até gresso, fechado desde dezembro de 1968, para eleger o ge-
hoje isto continua a conviver serenamente com a tortura, mas neral Garrastazu Médici, pois ninguém tinha dúvidas de que
desde que empregada contra os chamados marginais.GirlanSempre
Almeida sua
Dosverdadeira
Santos unção tinha sido feita pelo Alto Comando das
Forças Armadas. Ele já fora escolhido, antes de ser eleito.
que este jogo sujo se passasse fora das vistas,sqterapeutagirlan@gmail.com
e longe dos ou-
vidos, seria possível sustentar que os excessos eramHP151916827058188
ignorados O prejuízo que isto causava à imagem internacional do
e a sociedade, inocente. país era agravado pelas denúncias a respeito do emprego da
Aquela luta desigual acabou em massacre. Os grupos e tortura como política de Estado.
organizações revolucionárias equivocaram-se de sociedade Num outro plano, os êxitos econômicos não conse-
e de tempo histórico - e pagaram com a existência - física e guiam disfarçar as desigualdades sociais que começaram,
política - pelos erros cometidos.À sombra desta derrota, e sob no início ainda dos anos 70, a serem denunciadas por insus-
as asas de terror do AI-5, construiu-se um país próspero e di- peitos organismos internacionais. Como disse o próprio ge-
nâmico. neral-presidente Médici, embora a economia estivesse bem,
Num contexto internacional extraordinariamente favorá- o povo, ou pelo menos grande parte dele, ia mal.
vel, que não se repetiria nas décadas seguintes, e apoiadas por A propaganda oficial anunciava periodicamente progra-
um conjunto de medidas e incentivos estatais, o capitalismo mas sociais, mas havia qualquer coisa ali que não funciona-
brasileiro deu um gigantesco salto para frente. va. O Programa de Integração Nacional/PIN, com base na
A sinfonia dos índices anuais de crescimento do Produto construção de mais uma gigantesca estrada, a Transamazô-
Nacional Bruto/PNB era doce música para todos os que se bene- nica, e a instalação de centenas de milhares de camponeses
ficiavam: 9,5% (1970), 11,3% (1971), 10,4% (1972), 11,4% (1973). sem-terra nordestinos em agrovilas, acabou transformado
Na ponta, a indústria, registrando taxas de 14% anuais, com des- em mais um plano de atração de grandes empresas para
taque para as duas locomotivas do processo: a indústria auto- investimentos agropecuários.
mobilística, com taxas anuais de 25,5%, e a de eletroeletrônicos,
de 28%. Mesmo os setores menos dinâmicos, como o de bens Em 1974, quando o programa foi definitivamente cance-
de consumo popular, apresentavam índices inusitados: 9,1%, em lado, em vez da promessa inicial de um milhão de famílias,
média, para o período. havia apenas cerca de 6 mil instaladas. O ambicioso projeto
de erradicar o analfabetismo, o Mobral, cuja meta era al-
As exportações registraram aumentos de 32% ao ano, o fabetizar 8 milhões de adultos entre 1971 e 1974, acabou
que ensejou um ritmo equivalente de crescimento das impor- também sendo melancolicamente abandonado, muitos
tações. Mais do que aumentos quantitativos, promoviam-se anos mais tarde. Os alfabetizados do Mobral não sabiam ler,
mudanças qualitativas. Na indústria (a Petroquímica), na in- nem sequer assinar o nome. O mesmo destino teve o Plano
fraestrutura (telecomunicações, rodovias, complexo hidrelétri- Nacional de Saúde, o PIS-PASEP, o Projeto Rondon, e outros
co), nas finanças, na agricultura (soja), no comércio interna- mais, como a tentativa de estruturar um sistema nacional de
cional (proporção crescente de manufaturados na pauta de instrução moral e cívica que orientasse aquelas gentes nos
exportações). bons caminhos da moral e dos bons costumes.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Nas eleições legislativas de 1970, houve o troco: nova-


mente, uma enorme proporção de votos nulos e brancos, PROCESSO POLÍTICO EM PERNAMBUCO
cerca de 30%, ainda em maior número do que em 1966. En- (2001-2015):
tretanto, o regime confortava-se em suas maiorias, ganhas,
sobretudo no Brasil profundo, e nos grotões dos interiores
e das cidades menores.
Mas seria um erro, não raramente cultivado, o de es- O pré-candidato ao Governo de Pernambuco, senador
tabelecer polaridades entre um Brasil arcaico, favorável à Armando Monteiro (PTB), deu continuidade, na Mata Nor-
ditadura, e um Brasil moderno, partidário do progresso e te, ao roteiro de diálogos que tem mantido com a popula-
da democracia. Inclusive porque a ditadura transformara- ção de todas as regiões do Estado. Na noite desta segun-
-se num dos mais poderosos fatores de modernização. da-feira (12), Armando esteve em Timbaúba, onde falou
Os funcionários públicos, principalmente os das esta- para mais de 400 pessoas na sede da AABB e ouviu relatos
tais, viveram também um período favorável, apoiados em das dificuldades enfrentadas pela população da região.
planos assistenciais, como se, para eles, não tivessem de- Satisfeito com o resultado do encontro, Armando res-
saparecido as tradições e as benesses típicas da tradição saltou que os próximos meses darão à Zona da Mata uma
nacional-estatista. Do mesmo modo, importantes setores oportunidade para que a sociedade se mobilize através da
de trabalhadores autônomos e de operários qualificados, população e de suas lideranças. “Está na hora de exigir que
sobretudo os empregados em grandes empresas de capital os pré-candidatos coloquem definitivamente a Zona da
internacional, beneficiavam-se de condições particulares, Mata na agenda do desenvolvimento de Pernambuco. É o
de modo nenhum extensivas a toda a sociedade. momento para que assumam compromissos públicos com
esta região”, afirmou.
Os pequenos posseiros e proprietários de terra, que
Para Armando, a Zona da Mata precisa de um plano
perderam sua pouca terra, os trabalhadores sem qualifica-
de reestruturação produtiva, “com investimentos em in-
ção adaptada à sede de lucro dos capitais, que ficavam à
fraestrutura, ampliação da oferta de cursos de qualificação,
margem, constituindo vastos contingentes, mal-chamados
aposta em novas alternativas econômicas e novas pólos de
de excluídos, porque eram legítimo produto do sistema e,
desenvolvimento, aproveitando inclusive o polo automoti-
como tal, estavam nele incluidíssimos, embora, cada vez vo que está se instalando em Goiana”.
mais, aparecessem como descartáveis.
Entretanto, para além da contabilidade Girlan Almeida
dos ganhos e DosOSantos
pré-candidato ao governo ouviu dos pequenos co-
merciantes presentes no encontro relatos de dificuldades
perdas materiais, havia um processo nãosqterapeutagirlan@gmail.com
mensurável em de atuação no município, que já foi um grande polo cal-
réguas ou em números, o da integração do país pelas redes
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çadista no Estado. Armando falou sobre suas iniciativas no
de TV, principalmente pela rede Globo. Aí estava o lazer Senado Federal em favor dos micro empresários e disse
fundamental da população. O mundo das novelas, princi- que os pequenos comerciantes precisam de mais estímu-
palmente. E o das variedades, e o do telejornalismo. Aquela los. “Precisamos criar um ambiente favorável para o micro
teia conseguiu estabelecer uma notável interlocução com e o pequeno empresário. Tem gente agora que mudou de
a sociedade, confortando, integrando, embalando, aneste- lado, pois antes era treinado para só cobrar impostos. De-
siando, estimulando, modernizando. fendo que os impostos devem ser pagos, mas de acordo
Os anos 70, considerados como anos de chumbo, com a realidade das empresas, dos micro e pequenos em-
tendem a ficar pesados como o metal da metáfora, car- presários”, defendeu.
regando para as profundas do esquecimento a memória Nas três últimas semanas, Armando já esteve em mais
nacional. Eles precisam ser revisitados, pois foram também de 20 municípios de Pernambuco, ouvindo a sociedade e
anos de ouro, descortinando horizontes, abrindo frontei- lideranças políticas, seja em plenárias do projeto Pernam-
ras, geográficas e econômicas, movendo as pessoas em buco 14, ou em agendas de reuniões com segmentos es-
todas as direções dos pontos cardeais, para cima e para pecíficos. Neste final de semana, estão programados novos
baixo nas escalas sociais, anos obscuros para quem descia, encontros em Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Suru-
mas cintilantes, para os que ascendiam. Naquelas areias bim, no Agreste do Estado.
movediças havia os que afundavam, mas também os que
emergiam, em busca de referências, querendo aderir. Anos O pré-candidato ao Governo de Pernambuco, o sena-
prenhes de fantasias esfuziantes, transmitidas pelas TVs em dor Armando Monteiro (PTB), e o pré-candidato ao Sena-
cores, alucinados anos 70, dançados ao som dos frenéticos
do, deputado federal João Paulo (PT), foram recebidos na
dancing’ days. manhã desta segunda-feira (14), por representantes de 130
sindicatos que reúnem cerca de 1 milhão de trabalhado-
res associados à Força Sindical em Pernambuco. O evento
aconteceu em um hotel no Recife e foi organizado pelo
presidente da entidade no Estado, Aldo Amaral, pré-can-
didato a deputado federal pelo PRB, partido que na ultima
semana também declarou apoio a Armando e João Paulo.
Participaram do ato mais de 500 pessoas.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Em seus discursos, Armando, João Paulo e Aldo ressal- O vice-presidente da CUT e presidente do Sindicato
taram que a aliança foi firmada em torno, principalmente, dos Metalúrgicos de Pernambuco, Alberto Alves (Betão),
de temas como a geração de empregos de qualidade no afirmou que o objetivo do encontro foi discutir a importân-
Estado e a ampliação dos programas de qualificação profis- cia de uma aliança que garanta a manutenção e ampliação
sional, como o Pronatec. do processo de industrialização do Estado. “Este processo
“Se há uma bandeira que nós reúne, que faz com que iniciado por Lula não foi concluído e precisamos de bons
possamos hoje celebrar esta convergência e esta parceria, é parceiros, como o senador Armando Monteiro, para conso-
uma aliança pró-emprego. Nós queremos gerar empregos lidar esta industrialização e ampliar em Pernambuco a ge-
para os pernambucanos. Porque infelizmente ainda assisti- ração de empregos em um ambiente de trabalho decente”.
mos a um processo em que muitos empregos estão sendo O ex-presidente da CUT e membro do Sindicato da
gerados para pessoas de fora de Pernambuco. Os incentivos Borracha, Carlos Padilha, disse que o encontro com Arman-
fiscais devem estar sempre associados a um compromisso do reuniu o macro setor de indústria da CUT e que o intuito
de geração de emprego em Pernambuco. Quem quiser ter foi abrir um canal de diálogo permanente com Armando
incentivo, precisa ter um compromisso com o emprego dos Monteiro. No encontro, os sindicalistas entregaram ao se-
pernambucanos, porque esta é a forma de garantir com que nador um documento da Federação Única dos Petroleiros
este desenvolvimento se faça de forma integrada, oferecen- (FUP) em defesa da Petrobras.
do oportunidades a todos”, discursou Armando. O senador Armando Monteiro classificou o encontro
Enfatizando que a Força Sindical tem entre suas bandei- como muito interessante e disse que o fundamental foi
ras o desenvolvimento econômico, o emprego e a qualifi- debater sobre uma aliança que deve ser construída em
cação profissional, Aldo Amaral disse que, após um amplo torno do emprego industrial em Pernambuco. “Todos re-
processo de consultas e debates, a entidade optou pelo conhecem que Pernambuco está vivendo um processo de
apoio aos projetos de Armando e João Paulo e, no plano relançamento da indústria, mas para que este processo seja
nacional, caminhar com a candidatura à reeleição da presi- sustentável nós temos que fazer uma aliança para consoli-
dente Dilma. dar estes empreendimentos que estão se implantando em
“A Força Sindical de Pernambuco optou por continuar Pernambuco, e preencher alguns elos da cadeia produtiva.
no lado das suas bandeiras. Se temos a oportunidade de Então, foi esta a nossa conversa, sobre aquilo que repre-
reelegermos a presidente Dilma, por que não lutarmos por senta uma convergência de posições”, afirmou o senador.
este objetivo? Se em Pernambuco um cicloGirlan político Almeida
finda, DosArmando
Santoscita várias oportunidades para a ampliação
por que vamos interromper a continuidade do desenvol- da matriz industrial e dos empregos no Estado: “Nestas no-
sqterapeutagirlan@gmail.com
vimento? Então, confio que Dilma e Armando continuarão vas plantas industriais que estão chegando, por exemplo,
a contribuir para o desenvolvimento de Pernambuco”, HP151916827058188
afir- há muitos espaços para você poder preencher. Nós pode-
mou Aldo, lembrando ainda das contribuições dos gover- mos ter ainda aqui, por exemplo, uma indústria de segun-
nos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma ao Estado. da e terceira gerações, a partir da planta petroquímica, a
indústria de plástico, de pré-forma. Nós podemos fazer um
PDT com Armando – Presente ao encontro, o deputa- polo para construir equipamentos para esta área de pe-
do federal Paulo Rubem voltou a reforçar que o PDT vai ca- tróleo e offshore, pois nós temos esta vocação, nós pode-
minhar com Armando e João Paulo em Pernambuco e com mos fazer ainda muito para relançar a indústria têxtil em
a reeleição da presidente Dilma no plano nacional. Rubem Pernambuco, podemos ampliar a presença de Pernambuco
falou sobre a última reunião do partido, realizada em Brasí- na fabricação de componentes para o setor automotivo,
lia, onde os apoios foram debatidos. podemos fazer mais na chamada indústria de navipeças, ou
“Na última quarta-feira o PDT se reuniu em Brasília e, seja, peças para a indústria naval”, exemplificou.
durante mais de seis horas, fizemos um profundo debate Por fim, o senador destacou a importância de um de-
sobre nossa participação nesta eleição. A partir daí tiramos bate sobre como fazer no Estado uma maior associação
a decisão de apoiar a reeleição de Dilma. Quanto a Per- entre incentivos fiscais e a geração de empregos para os
nambuco, discutimos a importância de termos uma aliança pernambucanos.
única que possa, em Pernambuco, assim como nós demais Em entrevistas a rádios do Estado na manhã desta se-
estados, onde o PDT não terá candidato próprio a governa- gunda-feira (24), o senador Armando Monteiro (PTB) co-
dor, usar de uma única expressão da matemática, que é a memorou a aliança com o PT para o processo eleitoral em
soma. Nós entendemos que a campanha nacional deve ser 2014 e para a construção de uma nova agenda para o de-
acompanhada pelos palanques estaduais”, recordou. senvolvimento de Pernambuco.
O senador Armando Monteiro recebeu em seu escritó- “É um momento importante e agora abre-se uma nova
rio político, no Recife, nesta segunda-feira (31), doze repre- etapa nesse processo, vamos ampliar essa aliança de for-
sentantes de sindicatos dos trabalhadores de Pernambuco. ças para poder oferecer um palanque forte à reeleição da
Ligados aos setores metalúrgico, gráfico, têxtil, de petróleo presidente Dilma em Pernambuco e, ao mesmo tempo, um
e borracha, os sindicalistas estiveram em reunião com o se- palanque que possa oferecer a Pernambuco uma nova pro-
nador para discutir a consolidação do processo de reindus- posta, uma proposta que aponte para o futuro”, afirmou.
trialização do Estado, iniciado pelo ex-presidente Luiz Inácio Confira abaixo algumas declarações feitas por Arman-
Lula da Silva e continuado pela presidente Dilma Rousseff. do:

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Decisão do PT PT vai decidir nome ao Senado

Armando Monteiro – “Tínhamos muita confiança de Armando Monteiro – “Eu acho que o nome do deputado
que, ao final, iriamos confirmar essa aliança e havia muitas João Paulo é um nome que tem uma densidade indiscutível
razões para confiar nisto ao longo do processo, tendo em pelo que representa, a sua grande liderança popular, a sua ex-
vista a manifestação de várias lideranças e o diálogo que periência como ex-prefeito do Recife tendo largamente apro-
fiz com vários setores do partido”. Então, ao final, foi con- vadas as suas gestões. Então, é um nome que se coloca com
firmada essa nossa expectativa e, o que é mais importante, muita força. No entanto, este processo tem que ser definido
por uma larga margem e por um processo essencialmente pelo Partido dos Trabalhadores, que vai nos apontar e indicar
democrático em que todos foram ouvidos, todos puderam o companheiro que se credencia aos olhos do partido para
se expressar. Houve um calendário que foi rigorosamente compor a chapa. Estaremos, evidentemente, sempre dispos-
observado, ninguém atropelou o calendário. Portanto, fico tos a acolher a indicação do PT. Portanto, vamos respeitar essa
feliz de verificar que essa decisão se deu de forma demo- indicação. Mas não há nenhuma dúvida que o nome de João
crática, aberta, transparente, e isso é claro que fortalece Paulo se coloca com muita força, desponta como um nome
o projeto porque o PT é um partido que tem um enrai- natural”.
zamento na sociedade brasileira, que tem uma trajetória,
uma marca. O PT e o aumento do tempo de televisão na campanha

O PT em Pernambuco Armando Monteiro – “Acho que esse é um subproduto,


o primeiro é o conteúdo político da aliança, mais importante
Armando Monteiro – “Os pernambucanos associam que o tempo de televisão é o simbolismo desta aliança de po-
muito as conquistas que ocorreram nos últimos anos ao dermos estar juntos com forças que fizeram um papel muito
apoio fundamental que recebemos dos governos federais importante nessas transformações que ocorreram no Brasil e
nos últimos 12 anos, no governo de Lula e que teve con- em Pernambuco. Então, o conteúdo político é o que tem de
mais importante. Agora, há também um subproduto impor-
tinuidade no governo de Dilma. Portanto, o Partido dos
tante que é o fato de que o Partido dos Trabalhadores, como
Trabalhadores está associado a essas conquistas. É um mo-
tem uma bancada muito expressiva e numerosa na Câmara, é
mento importante e agora abre-se uma nova etapa nesse
Girlan Almeida um
Dos dos partidos que tem mais tempo de televisão individual-
Santos
processo, vamos ampliar essa aliança de forças para po-
mente, então não teremos problemas de tempo de televisão.
der oferecer um palanque forte à reeleição da presidente
sqterapeutagirlan@gmail.com
Teremos um tempo mais que suficiente pra poder fazer, pra
Dilma em Pernambuco e, ao mesmo tempo, umHP151916827058188
palanque
divulgar nossas mensagens e pra fazer uma campanha absolu-
que possa oferecer a Pernambuco uma nova proposta, uma tamente eficiente na comunicação. Quero lembrar que até em
proposta que aponte para o futuro. O que eu digo sempre episódios passados, mas recentes aqui em Pernambuco, par-
é que os pernambucanos se tornaram mais exigentes em tidos que tiveram até um tempo muito inferior ao que vamos
relação ao futuro, todos sabem que o Estado avançou, mas ter, ao final, puderam também de forma eficiente divulgar suas
sabem também que o Estado tem muitos problemas ain- mensagens e até consagrarem-se nas urnas como partidos vi-
da. E para consolidar esse processo de crescimento, temos toriosos. Portanto, esta questão do tempo de televisão é muito
muito trabalho pela frente na infraestrutura, na educação, importante, você precisa ter um tempo mínimo, teremos um
na saúde, na necessidade de fazer um desenvolvimento tempo muito superior ao tempo mínimo necessário, para que
mais equilibrado, porque há regiões de Pernambuco onde a disputa possa se dar de forma equilibrada em relação à co-
esses investimentos não chegaram. Portanto, é essa agen- municação e a divulgação das mensagens”.
da desafiadora que nós vamos discutir olhando para o fu- Recife – Pré-candidato a governador, o senador Armando
turo”. Monteiro (PTB) tem certeza de que o fundamental no debate
eleitoral no Estado, em 14, é discutir os desafios do desenvolvi-
Quem tem condições de conduzir Pernambuco mento de Pernambuco nos próximos anos. “Precisamos olhar
para o futuro do nosso Estado, ter um debate sobre os pro-
Armando Monteiro – “O processo está se iniciando blemas, os desafios e as potencialidades”, afirmou Armando,
agora, vamos ter um processo aberto em que, a partir das durante entrevista ao programa de Geraldo Freire, na Rádio
convenções, vamos fazer um debate sobre as questões de Jornal, no Recife, nesta segunda-feira (24).
Pernambuco e então o povo de Pernambuco vai julgar de O senador falou também sobre a formação do palanque
maneira soberana para decidir quem é que reúne as con- de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff em Pernam-
dições para conduzir Pernambuco nesse novo tempo que, buco, sobre o processo de escolha do candidato adversário e
como eu disse, nos desafia. Pernambuco teve um impulso o precário debate entre a necessidade de um perfil técnico ou
de crescimento nos últimos anos, mas Pernambuco ainda político. “O fundamental nesse processo é que se possa aliar
tem muitos problemas. Então, é esse debate que eu espero experiência, capacidade de articulação e um sentido de dire-
que se faça, um debate de alto nível, que respeite a opinião ção. Outra questão também muito importante é a capacidade
pública de Pernambuco e, pra isso, vamos nos colocar com de caminhar com as próprias pernas, ter um sentido de inde-
muito entusiasmo”. pendência, que é tão importante e algo tão caro a Pernambu-
co”, acrescentou.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Veja abaixo os principais trechos da entrevista: O sr. diz então que o outro candidato é um poste?

A construção da aliança ao governo Armando Monteiro – “Não, eu não digo isso. Eu te-
nho respeito pelas pessoas e esse processo que culminou
Armando Monteiro – “Eu estou construindo no nos- com a indicação é um processo que foi acompanhado por
so campo aquelas alianças, evidentemente que o parceiro vocês, que, em última instância, indicou que não havia
preferencial é o PT, e isso caminha muito bem pelo ca- uma candidatura natural nesse campo. Tanto que se assis-
lendário que foi estabelecido aqui pela direção nacional tiu a um processo curioso em que havia exposição de no-
e regional do PTB. Portanto, nós aguardamos com mui- mes, frituras, vetos. Mas isso não importa! O que importa
ta tranquilidade que esse processo se conclua agora em é que ao final essa escolha foi definida e, a partir de agora,
março, e tenho recebido manifestações já muito positivas definidas as pré-candidaturas e confirmadas nas conven-
de lideranças do partido em Pernambuco. Tenho mantido ções, esse crivo muda. Não é mais um grupo fechado, não
contato também com outras legendas, com outros parti- é mais um processo que se dá dentro de um grupo. Aí, sim,
dos, para que a gente possa concluir esses entendimentos nós temos que ter um crivo da opinião pública, porque é
e oferecer um expressivo leque de alianças para fortalecer ela que vai efetivamente fazer um julgamento da habili-
esse projeto”. tação do candidato. Portanto, aí, esse outro campo, é um
campo essencialmente democrático. E aí só o debate, o
Um palanque forte para a reeleição da presidente contraditório, a discussão das questões de Pernambuco é
Dilma que ao final vão orientar esse processo. Eu quero dizer é
que você nomeia secretário, mas ninguém nomeia gover-
Armando Monteiro – “Tenho a impressão que nós nador. Governador quem elege é o povo”.
vamos ter aí surpresas nesse processo. Quero lembrar que
as convenções só ocorrem em junho, ou seja, as alianças Sobre a política econômica
só são formalizadas em junho. Portanto, há muito ainda
o que acontecer pela frente. Portanto, continuamos ain- Armando Monteiro – “O importante é que a presi-
da muito tranquilos dentro desse calendário que foi esta- dente Dilma tem dado sinais da disposição de conter as
belecido, conversando com todas as legendas, preferen-
Girlan Almeida pressões
Dos Santosinflacionárias. Tem fatores climáticos, tem fatores
cialmente as legendas do nosso campo. Quando eu digo sazonais,
sqterapeutagirlan@gmail.commas o fato é o seguinte: ela não tem medido es-
as do nosso campo são aquelas que estão alinhadas ao forços para combater. Veja que a taxa de juros vem sendo
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campo nacional com a candidatura da presidente Dilma. elevada praticamente há seis meses, exatamente para con-
Portanto, vamos aí concluir esse processo, de modo a que ter as pressões inflacionárias. Mesmo não sendo simpático
tenhamos um amplo leque de alianças e uma chapa forte aumentar os juros, ela tem feito isso, é um remédio duro,
porque o nosso compromisso aqui, fundamentalmente, é mas que precisa ser utilizado. Porque o pior dos cenários
fazer esse palanque da reeleição da presidente Dilma”. é o que você indicou, é o povo sentir que vai perdendo o
Experiência política x perfil técnico poder de compra porque os bens ficam mais caros e evi-
dentemente a renda real do trabalhador diminui. Por outro
Armando Monteiro – “Eu acho esse debate precário. lado, o governo anunciou agora um programa de redução
Acho que você tem aí um debate sobre Pernambuco, so- de gastos, de despesas, corte no orçamento. Então, acho
bre os problemas, os desafios, as potencialidades, olhando que o efeito combinado desses cortes, da política fiscal,
para o futuro de Pernambuco. Evidentemente que aquele com esse aperto que foi dado na política monetária, tudo
candidato que tem experiência politica, que já tem uma vi- isso vai garantir que tenhamos um quadro de inflação ab-
são do processo politico e que ao mesmo tempo valoriza o solutamente controlado. E que a inflação possa ceder mais
processo técnico, porque hoje as escolhas, as decisões po- e mais. Portanto, esse é o compromisso fundamental da
líticas têm que ser informadas tecnicamente, portanto, o presidente Dilma. Porque, ao longo de todo governo dela,
fundamental nesse processo é que se possa aliar experiên- os trabalhadores tiveram ganhos reais, ou seja, os ganhos
cia, capacidade de articulação e um sentido de direção. ficaram acima da inflação. Portanto, ela não irá permitir
Porque o político é aquele que sabe, em determinadas cir- que a inflação termine por confiscar ou diminuir a renda
cunstâncias, definir prioridades e aliar a essa experiência do trabalhador. Esse é um compromisso fundamental”.
sensibilidade. E acho ainda que há uma questão também
muito importante, que é a capacidade de caminhar com as
próprias pernas, ter um sentido de independência que é
tão importante e algo tão caro a Pernambuco”.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

EXERCÍCIO EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01) O Bairro do Recife é o marco inicial da história da 01. (ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
cidade e o seu principal polo de animação noturna. Todos - INEP/2012) Próximo da Igreja dedicada a São Gonça-
abaixo são pontos turísticos do Recife, EXCETO. lo nos deparamos com uma impressionante multidão
A. Parque de Esculturas Francisco Brennand. que dançava ao som de suas violas. Tão logo viram o
B. Museu do Homem do Nordeste. Vice-Rei, cercaram-no e o obrigaram a dançar e pular,
C. Mercado Eufrásio Barbosa. exercício violento e pouco apropriado tanto para sua
D. A Praça Rio Branco ou do Marco Zero. idade quanto posição. Tivemos nós mesmos que en-
E. Observatório Cultural Malakoff. trar na dança, por bem ou por mal, e não deixou de ser
interessante ver numa igreja padres, mulheres, frades,
Resposta: C cavalheiros e escravos a dançar e pular misturados, e
a gritar a plenos pulmões “Viva São Gonçalo do Ama-
rante”. (Barbinais, Le Gentil. Noveau Voyage au tour du
monde. Apud: TINHORÃO, J. R. As festas no Brasil Colo-
nial. São Paulo: Ed. 34, 2000 - adaptado).
O viajante francês, ao descrever suas impressões so-
bre uma festa ocorrida em Salvador, em 1717, demons-
tra dificuldade em entendê-la, porque, como outras
manifestações religiosas do período colonial, ela
(A) seguia os preceitos advindos da hierarquia ca-
tólica romana.
(B) demarcava a submissão do povo à autoridade
constituída.
(C) definia o pertencimento dos padres às camada
populares.
(D) afirmava um sentido comunitário de partilha da
devoção.
Girlan Almeida Dos Santos
(E) harmonizava as relações sociais entre escravos
sqterapeutagirlan@gmail.com
e senhores.
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As comemorações religiosas no Brasil Colônia nos re-
velam bem mais do que a crença e os costumes religiosos;
podem nos dar conhecimento maior sobre as estruturas
e relações sociais da época. A religião tinha função agre-
gadora e promovia a interação entre os membros de uma
sociedade que compartilhassem da mesma fé, conforme
nos mostra o texto apresentado.

RESPOSTA: “D”..

02. (ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO


- INEP/2012) As mulheres quebradeiras de coco-baba-
çu dos Estados do Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins, na
sua grande maioria, vivem numa situação de exclusão
e subalternidade. O termo quebradeira de coco assume
o caráter de identidade coletiva na medida em que as
mulheres que sobrevivem dessa atividade e reconhe-
cem sua posição e condição desvalorizada pela lógica
da dominação, se organizam em movimentos de resis-
tência e de luta pela conquista da terra, pela libertação
dos babaçuais, pela autonomia do processo produtivo.
Passam a atribuir significados ao seu trabalho e as suas
experiências, tendo como principal referência sua con-
dição preexistente de acesso e uso dos recursos natu-
rais. (ROCHA, M. R. T. A luta das mulheres quebradeiras
de coco-babaçu, pela libertação do coco preso e pela
posse da terra. In: Anais do VII Congresso Latino-Ameri-
cano de Sociologia Rural, Quito, 2006 - adaptado).

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

A organização do movimento das quebradeiras de O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira esta-
coco de babaçu é resultante da belece uma relação entre a Paixão de Cristo e
(A) constante violência nos babaçuais, na con- (A) a atividade dos comerciantes de açúcar nos
fluência de terras maranhenses, piauienses, paraenses portos brasileiros.
e tocantinenses, região com elevado índice de homi- (B) a função dos mestres de açúcar durante a safra
cídios. de cana.
(B) falta de identidade coletiva das trabalhadoras, (C) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos
migrantes das cidades e com pouco vínculo histórico ameríndios.
com as áreas rurais do interior do Tocantins, Pará, Ma- (D) o papel dos senhores na administração dos en-
ranhão e Piauí. genhos.
(C) escassez de água nas regiões de veredas, am- (E) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
bientes naturais dos babaçus, causada pela construção
de açudes particulares, impedindo o amplo acesso pú- O trabalho escravo no Brasil tem sido objeto de per-
blico aos recursos hídricos. guntas nas mais variadas provas. O Padre Antônio Vieira,
(D) progressiva devastação das matas dos cocais, personagem importante do período barroco brasileiro, e
em função do avanço da sojicultura nos chapadões do
representante emblemático em relação à atuação da Igreja
Meio-Norte brasileiro.
Católica no país colonial, aborda, em seus Sermões, temas
(E) dificuldade imposta pelos fazendeiros e possei-
que permeiam a sociedade daquela época, para tecer cri-
ros no acesso aos babaçuais localizados no interior de
ticas, sejam elas nas relações religiosas, sociais, políticas,
suas propriedades.
econômicas ou culturais. No texto apresentado, Vieira
compara o sacrifício vicário de Cristo ao trabalho escra-
A Lei de Terras de 1850, no período do 2º Reinado,
vo. Fica também patente uma crítica velada a essa referida
permitiu o acesso à terra mediante a compra. Essa lei
prática.
originou-se em um parlamento composto por grandes
proprietários de terras e, assim, dificultava o acesso às
RESPOSTA: “E”..
pequenas e médias propriedades, importantes para a fi-
xação do pequeno camponês no campo e Girlan garantir-lhe a
Almeida Dos04. Santos
(ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
sobrevivência. Por isso, muitos dos que se utilizavam de
- INEP/2012)
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terras no interior não mais puderam fazê-lo, pois elas Fugindo à luta de classes, a nossa orga-
nização
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tornaram-se propriedade privada. O período republicano sindical tem sido um instrumento de harmonia
pouco ou nada mudou quanto ao acesso à terra, apesar e de cooperação entre o capital e o trabalho. Não se
das incipientes avanços da reforma agrária. A luta pela limitou a um sindicalismo puramente “operário”, que
terra ainda se mantém, como por exemplo, as das que- conduziria certamente a luta contra o “patrão”, como
bradeiras de babaçu. aconteceu com outros povos. (FALCÃO, W. Cartas sin-
dicais. In: Boletim do Ministério do Trabalho, Indústria
RESPOSTA: “E”.. e Comércio. Rio de Janeiro, 10 (85), set. 1941 - adap-
tado).
03. (INEP- ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO Nesse documento oficial, à época do Estado Novo
MÉDIO - 2012)Em um engenho, sois imitadores de (1937-1945), é apresentada uma concepção de organi-
Cristo crucificado, porque padeceis em um modo mui- zação sindical que
to semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua (A) elimina os conflitos no ambiente das fábricas.
cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta (B) limita os direitos associativos do segmento pa-
de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três. tronal.
Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes (C) orienta a busca do consenso entre trabalhado-
entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de res e patrões.
escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram (D) proíbe o registro de estrangeiros nas entidades
o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, profissionais do país.
parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas (E) desobriga o Estado quanto aos direitos e deve-
noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despi- res da classe trabalhadora.
dos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo
maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as O presidente Getúlio Vargas recebeu do DIP-Departa-
prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, mento de Imprensa e Propaganda a alcunha de “Pai dos
de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for Pobres”, transfigurando-se no governante preocupado
acompanhada de paciência, também terá merecimen- com os menos favorecidos, que precisavam ser tutelados;
to de martírio. (VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: afinal, o bom trabalhador é o bom cidadão. É bem ver-
Lello & Irmão, 1951 - adaptado). dade que esta foi a forma encontrada pelo governo para

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

administrar o conflito gerado pelo Capital x Trabalho, e 06. (ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉ-
adaptar o universo do trabalho às propostas políticas, vin- DIO - INEP/2012) Após o retorno de uma viagem a
culando-as as atividades sindicais ao Estado via Ministério Minas Gerais, onde Pedro I fora recebido com grande
do Trabalho, da Indústria e do Comércio. Nasce, dessa re- frieza, seus partidários prepararam uma série de ma-
lação, o fenômeno denominado “peleguismo”- resultante nifestações a favor do imperador no Rio de Janeiro,
da articulação da liderança sindical com o governo, sendo armando fogueiras e luminárias na cidade. Contudo, na
o Estado o árbitro maior nas situações de embates. noite de 11 de março, tiveram início os conflitos que
ficaram conhecidos como a Noite das Garrafadas, du-
RESPOSTA: “C”.. rante os quais os “brasileiros” apagavam as fogueiras
“portuguesas” e atacavam as casas iluminadas, sendo
05. (ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉ- respondidos com cacos de garrafas jogadas das janelas.
DIO - INEP/2012) Torna-se claro que quem descobriu (VAINFAS, R. Org.. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de
a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os Janeiro: Objetiva, 2008 - adaptado).
próprios africanos trazidos como escravos. E esta des- Os anos finais do I Reinado (1822-1831) se caracte-
rizaram pelo aumento da tensão política. Nesse senti-
coberta não se restringia apenas ao reino linguístico,
do, a análise dos episódios descritos em Minas Gerais e
estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive
no Rio de Janeiro revela
à da religião. Há razões para pensar que os africanos,
(A) estímulos ao racismo.
quando misturados e transportados ao Brasil, não de-
(B) apoio ao xenofobismo.
moraram em perceber a existência entre si de elos cul-
(C) críticas ao federalismo.
turais mais profundos. (SLENES, R. Malungu, ngoma
(D) repúdio ao republicanismo.
vem. África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP,
(E) questionamentos ao autoritarismo.
n. 12, dez./jan./fev. 1991-92 - adaptado).
Com base no texto, ao favorecer o contato de indi- Para que se entenda bem a proposta, é preciso que se
víduos de diferentes partes da África, a experiência da saiba que os termos “portugueses” e “brasileiros” não se
escravidão no Brasil tornou possível a referem à nacionalidades, mas nomeiam os partidários e
(A) formação de uma identidade cultural afro-bra- opositores do governo de Pedro I. A política do governante
sileira. em questão voltava-se mais para os interesses de Portugal
(B) superação de aspectos culturais Girlan
africanos por
Almeida Dos
o queSantos
desagradava os grandes proprietários de terra, que
antigas tradições apoiaram e lutaram pela independência do país, e que es-
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europeias. peravam uma política de modelo mais liberal (mesmo com
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(C) reprodução de conflitos entre grupos étnicos restrições) a um modelo autoritário referendado pelo po-
africanos. der Moderador instituído pela Constituição de 1824. Noite
(D) manutenção das características culturais espe- das Garrafadas foi um momento de confronto entre “por-
cíficas de cada etnia. tugueses” e “brasileiros”, que não trazia em seu bojo qual-
(E) resistência à incorporação de elementos cultu- quer manifestação xenofóbica muito menos racista.
rais indígenas.
RESPOSTA: “E”..
É necessário, para responder à questão, que se com-
preenda bem as diferenças conceituais existentes entre 07. (ENEM - EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉ-
Cultura e Nação. A primeira refere-se ao conjunto de valo- DIO - INEP/2012) “Diante dessas inconsistências e de
res, comportamentos, crenças e heranças, que, via de regra outras que ainda preocupam a opinião pública, nós,
transcendem o conceito de etnia. No caso dos africanos jornalistas, estamos encaminhando este documento ao
trazidos para a América para trabalhar como escravos, Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São
também eles pertenciam a tribos diferentes e a constru- Paulo, para que o entregue à Justiça; e da Justiça es-
ção de uma nova identidade cultural provém das senzalas, peramos a realização de novas diligências capazes de
do cativeiro. Nação já pressupõe uma identidade cultural levar à completa elucidação desses fatos e de outros
entre os habitantes de uma mesma comunidade. Portanto, que porventura vierem a ser levantados.” (Em nome da
enquanto formadores de uma nova comunidade, os africa- verdade. In: O Estado de São Paulo, 3 fev. 1976. Apud.
nos “ganham” uma “nova” identidade conforme os lugares FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Ja-
em que foram habitar como escravos. neiro: Mauad, 1999)
A morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida du-
RESPOSTA: “A”.. rante o regime militar, em 1975, levou a medidas como
o abaixo-assinado feito por profissionais da imprensa
de São Paulo. A análise dessa medida tomada indica a:
(A) certeza do cumprimento das leis.
(B) superação do governo de exceção.
(C) violência dos terroristas de esquerda.
(D) punição dos torturadores da polícia.
(E) expectativa da investigação dos culpados.

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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA

Lutava-se contra os que praticavam a tortura, nos


órgãos de controle social do regime, como o DOI-CODI; ANOTAÇÕES
investigava-se os culpados e buscava-se o fim do regime
então vigente. As opções B, D e E trazem ideias corretas
sobre as expectativas da oposição para com o regime mi-
litar, o que pode gerar dúvidas quanto à resposta correta.
Porém, apenas a opção “E” está de acordo com o trecho
apresentado. O texto vincula-se a um momento específico
- a morte do jornalista Vladimir Herzog, a qual colocou em
xeque o que ocorria no interior do DOI-CODI. As autorida-
des declararam que a morte fora em decorrência de suicí-
dio. A comunidade judaica também abalou-se, pois, sendo
ele um judeu suicida, não poderia, conforme determinam
os preceitos judaicos, ser sepultado nos limites do campo
santo. Henry Sobel manifestou, publicamente, sua descren-
ça quanto ao suicídio do jornalista. A comunidade judaica e
outros setores da sociedade civil reagiram contra o regime
e à tortura de presos políticos.

RESPOSTA: “E”..

Girlan Almeida Dos Santos


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CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA
ANOTAÇÕES

Girlan Almeida Dos Santos


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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Dos direitos e deveres individuais e coletivos; Dos Direitos Sociais; Da Nacionalidade; Dos Direitos políticos; Dos Parti-
dos Políticos. .................................................................................................................................................................................................... 01

Girlan Almeida Dos Santos


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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

responsabilidade por atos ilícitos, assim estes direitos não


DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E são ilimitados e encontram seus limites nos demais direitos
COLETIVOS; DOS DIREITOS SOCIAIS; DA igualmente consagrados como humanos.
NACIONALIDADE; DOS DIREITOS POLÍTICOS;
Vale destacar que a Constituição vai além da proteção
DOS PARTIDOS POLÍTICOS. dos direitos e estabelece garantias em prol da preservação
destes, bem como remédios constitucionais a serem utili-
zados caso estes direitos e garantias não sejam preserva-
dos. Neste sentido, dividem-se em direitos e garantias as
O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos
previsões do artigo 5º: os direitos são as disposições de-
e Garantias fundamentais”, gênero que abrange as seguin-
claratórias e as garantias são as disposições assecuratórias.
tes espécies de direitos fundamentais: direitos individuais e O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo
coletivos (art. 5º, CF), direitos sociais (genericamente pre-
o direito e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX: “é livre
vistos no art. 6º, CF), direitos da nacionalidade (artigos 12 e
a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
13, CF) e direitos políticos (artigos 14 a 17, CF). comunicação, independentemente de censura ou licença”
Em termos comparativos à clássica divisão tridimen- – o direito é o de liberdade de expressão e a garantia é a
sional dos direitos humanos, os direitos individuais (maior vedação de censura ou exigência de licença. Em outros ca-
parte do artigo 5º, CF), os direitos da nacionalidade e os
sos, o legislador traz o direito num dispositivo e a garantia
direitos políticos se encaixam na primeira dimensão (direi- em outro: a liberdade de locomoção, direito, é colocada
tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na se- no artigo 5º, XV, ao passo que o dever de relaxamento da
gunda dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais) e prisão ilegal de ofício pelo juiz, garantia, se encontra no
os direitos coletivos na terceira dimensão. Contudo, a enu-
artigo 5º, LXV1.
meração de direitos humanos na Constituição vai além dos Em caso de ineficácia da garantia, implicando em vio-
direitos que expressamente constam no título II do texto
lação de direito, cabe a utilização dos remédios constitu-
constitucional.
cionais.
Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac-
Atenção para o fato de o constituinte chamar os remé-
terísticas principais:
a) Historicidade: os direitos fundamentais Almeida Dosconstitucionais
possuem
Girlan dios Santos de garantias, e todas as suas fórmulas de
direitos e garantias propriamente ditas apenas de direitos.
antecedentes históricos relevantes e, através dos tempos,
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adquirem novas perspectivas. Nesta característica se en-
HP151916827058188 Direitos e deveres individuais e coletivos
quadra a noção de dimensões de direitos.
b) Universalidade: os direitos fundamentais perten- O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deve-
cem a todos, tanto que apesar da expressão restritiva do
res individuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do
caput do artigo 5º aos brasileiros e estrangeiros residentes
capítulo já se extrai que a proteção vai além dos direitos
no país tem se entendido pela extensão destes direitos, na
do indivíduo e também abrange direitos da coletividade. A
perspectiva de prevalência dos direitos humanos.
maior parte dos direitos enumerados no artigo 5º do texto
c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não
constitucional é de direitos individuais, mas são incluídos
possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são in- alguns direitos coletivos e mesmo remédios constitucio-
transferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do nais próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.:
comércio, o que evidencia uma limitação do princípio da
mandado de segurança coletivo).
autonomia privada.
d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não po- 1) Brasileiros e estrangeiros
dem ser renunciados pelo seu titular devido à fundamenta-
O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção
lidade material destes direitos para a dignidade da pessoa conferida pelo dispositivo a algumas pessoas, notadamen-
humana.
te, “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País”.
e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem
No entanto, tal restrição é apenas aparente e tem sido in-
deixar de ser observados por disposições infraconstitucio-
terpretada no sentido de que os direitos estarão protegi-
nais ou por atos das autoridades públicas, sob pena de nu-
dos com relação a todas as pessoas nos limites da sobera-
lidades.
nia do país.
f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem
Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode in-
um único conjunto de direitos porque não podem ser ana-
gressar com habeas corpus ou mandado de segurança, ou
lisados de maneira isolada, separada.
então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel
g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não
seu localizado no Brasil (ainda que não resida no país).
se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são
Somente alguns direitos não são estendidos a todas as
sempre exercíveis e exercidos, não deixando de existir pela
pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular exi-
falta de uso (prescrição).
ge a condição de cidadão, que só é possuída por nacionais
h) Relatividade: os direitos fundamentais não po-
titulares de direitos políticos.
dem ser utilizados como um escudo para práticas ilícitas
ou como argumento para afastamento ou diminuição da 1 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em te-
leconferência.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

2) Relação direitos-deveres Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro


O capítulo em estudo é denominado “direitos e garan- inciso:
tias deveres e coletivos”, remetendo à necessária relação
direitos-deveres entre os titulares dos direitos fundamen- Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em direi-
tais. Acima de tudo, o que se deve ter em vista é a pre- tos e obrigações, nos termos desta Constituição.
missa reconhecida nos direitos fundamentais de que não
há direito que seja absoluto, correspondendo-se para cada Este inciso é especificamente voltado à necessidade de
direito um dever. Logo, o exercício de direitos fundamen- igualdade de gênero, afirmando que não deve haver ne-
tais é limitado pelo igual direito de mesmo exercício por nhuma distinção sexo feminino e o masculino, de modo
parte de outrem, não sendo nunca absolutos, mas sempre que o homem e a mulher possuem os mesmos direitos e
relativos. obrigações.
Explica Canotilho2 quanto aos direitos fundamentais: “a Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito
ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser entendi- mais do que a igualdade de gêneros, envolve uma pers-
da como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como pectiva mais ampla.
ao titular de um direito fundamental corresponde um de- O direito à igualdade é um dos direitos norteadores
ver por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer que o de interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro
particular está vinculado aos direitos fundamentais como enfoque que foi dado a este direito foi o de direito civil,
destinatário de um dever fundamental. Neste sentido, um enquadrando-o na primeira dimensão, no sentido de que a
direito fundamental, enquanto protegido, pressuporia um todas as pessoas deveriam ser garantidos os mesmos direi-
dever correspondente”. Com efeito, a um direito funda- tos e deveres. Trata-se de um aspecto relacionado à igual-
mental conferido à pessoa corresponde o dever de respei- dade enquanto liberdade, tirando o homem do arbítrio dos
to ao arcabouço de direitos conferidos às outras pessoas. demais por meio da equiparação. Basicamente, estaria se
falando na igualdade perante a lei.
3) Direitos e garantias em espécie No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que
Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu não bastava igualar todos os homens em direitos e deveres
caput: para torná-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas
condições de exercer estes direitos e deveres. Logo, não
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante
Girlan Almeida éDos
a lei, sem suficiente
Santos garantir um direito à igualdade formal, mas
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- é preciso buscar progressivamente a igualdade material.
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ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade No sentido de igualdade material que aparece o direito à
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do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança eà igualdade num segundo momento, pretendendo-se do Es-
propriedade, nos termos seguintes [...]. tado, tanto no momento de legislar quanto no de aplicar e
executar a lei, uma postura de promoção de políticas go-
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um vernamentais voltadas a grupos vulneráveis.
dos principais (senão o principal) artigos da Constituição Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notá-
Federal, consagra o princípio da igualdade e delimita as veis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação
cinco esferas de direitos individuais e coletivos que mere- uniforme da lei a todas as pessoas que vivem em socieda-
cem proteção, isto é, vida, liberdade, igualdade, segurança de; e o de igualdade material, correspondendo à necessi-
e propriedade. Os incisos deste artigos delimitam vários dade de discriminações positivas com relação a grupos vul-
direitos e garantias que se enquadram em alguma destas neráveis da sociedade, em contraponto à igualdade formal.
esferas de proteção, podendo se falar em duas esferas es-
pecíficas que ganham também destaque no texto consti- Ações afirmativas
tucional, quais sejam, direitos de acesso à justiça e direitos Neste sentido, desponta a temática das ações afirmati-
constitucionais-penais. vas,que são políticas públicas ou programas privados cria-
dos temporariamente e desenvolvidos com a finalidade de
- Direito à igualdade reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações ou
Abrangência de uma hipossuficiência econômica ou física, por meio da
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o concessão de algum tipo de vantagem compensatória de
constituinte afirmou por duas vezes o princípio da igual- tais condições.
dade: Quem é contra as ações afirmativas argumenta que,
em uma sociedade pluralista, a condição de membro de
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem um grupo específico não pode ser usada como critério de
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- inclusão ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se que
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade elas desprivilegiam o critério republicano do mérito (se-
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à gundo o qual o indivíduo deve alcançar determinado cargo
propriedade, nos termos seguintes [...]. público pela sua capacidade e esforço, e não por pertencer
2 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitu- a determinada categoria); fomentariam o racismo e o ódio;
cional e teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, bem como ferem o princípio da isonomia por causar uma
1998, p. 479. discriminação reversa.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas A tortura é um dos piores meios de tratamento de-
defende que elas representam o ideal de justiça compen- sumano, expressamente vedada em âmbito internacional,
satória (o objetivo é compensar injustiças passadas, dívidas como visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina
históricas, como uma compensação aos negros por tê-los constitucional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define
feito escravos, p. ex.); representam o ideal de justiça dis- os crimes de tortura e dá outras providências, destacando-
tributiva (a preocupação, aqui, é com o presente. Busca- -se o artigo 1º:
-se uma concretização do princípio da igualdade material);
bem como promovem a diversidade. Art. 1º Constitui crime de tortura:
Neste sentido, as discriminações legais asseguram a I - constranger alguém com emprego de violência ou
verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afirmati- grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
vas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do menor, a) com o fim de obter informação, declaração ou confis-
as garantias aos portadores de deficiência, entre outras são da vítima ou de terceira pessoa;
medidas que atribuam a pessoas com diferentes condi- b) para provocar ação ou omissão de natureza crimi-
ções, iguais possibilidades, protegendo e respeitando suas nosa;
diferenças3. Tem predominado em doutrina e jurisprudên- c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
cia, inclusive no Supremo Tribunal Federal, que as ações II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori-
afirmativas são válidas. dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
- Direito à vida pessoal ou medida de caráter preventivo.
Abrangência Pena - reclusão, de dois a oito anos.
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote- § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
ção do direito à vida. A vida humana é o centro gravitacio- presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico
nal em torno do qual orbitam todos os direitos da pessoa ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto
humana, possuindo reflexos jurídicos, políticos, econômi- em lei ou não resultante de medida legal.
cos, morais e religiosos. Daí existir uma dificuldade em con- § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
ceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde a vida. pena de detenção de um a quatro anos.
Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer pessoa,
é o primeiro valor moral inerente a todos os Girlan Almeida Dos§ Santos
seres huma-
3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
nos .
4
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resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de
HP151916827058188§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
nascer/permanecer vivo, o que envolve questões como
I - se o crime é cometido por agente público;
pena de morte, eutanásia, pesquisas com células-tronco e
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por-
aborto; quanto o direito de viver com dignidade, o que
tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
engloba o respeito à integridade física, psíquica e moral,
anos;
incluindo neste aspecto a vedação da tortura, bem como
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
a garantia de recursos que permitam viver a vida com dig-
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função
nidade.
ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado
nos incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de dobro do prazo da pena aplicada.
um dos direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
e sociológicos. É no direito à vida que se encaixam polêmi- graça ou anistia.
cas discussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
células tronco, pena de morte, eutanásia, etc. hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regi-
me fechado.
Vedação à tortura
De forma expressa no texto constitucional destaca-se - Direito à liberdade
a vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro-
previsão no inciso III do artigo 5º: teção do direito à liberdade, delimitada em alguns incisos
que o seguem.
Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem
a tratamento desumano ou degradante. Liberdade e legalidade
3 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos artigos I e Prevê o artigo 5º, II, CF:
II. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou dei-
p. 08. xar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
4 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio Zambit-
te. Comentários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wagner O princípio da legalidade se encontra delimitado nes-
(Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Direi- te inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a
tos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 15. fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

assim determine. Assim, salvo situações previstas em lei, A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impe-
a pessoa tem liberdade para agir como considerar conve- dir a divulgação e o acesso a informações como modo de
niente. controle do poder. A censura somente é cabível quando
Portanto, o princípio da legalidade possui estrita rela- necessária ao interesse público numa ordem democrática,
ção com o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de
à pessoa é lícito. Somente é vedado o que a lei expres- exploração sexual infanto-juvenil é adequado.
samente estabelecer como proibido. A pessoa pode fazer O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à
tudo o que quiser, como regra, ou seja, agir de qualquer indenização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contra-
maneira que a lei não proíba. partida para aquele que teve algum direito seu violado
(notadamente inerentes à privacidade ou à personalida-
Liberdade de pensamento e de expressão de) em decorrência dos excessos no exercício da liberda-
O artigo 5º, IV, CF prevê: de de expressão.
Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamen- Liberdade de crença/religiosa
to, sendo vedado o anonimato. Dispõe o artigo 5º, VI, CF:
Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciên-
pensamento e da liberdade de expressão. cia e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento. cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de aos locais de culto e a suas liturgias.
reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada
mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé
constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pensa-
como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma
mento, imprime a existência jurídica ao chamado direito de
crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que
opinião”5. Em outras palavras, primeiro existe o direito de
a profissão desta fé possa se realizar em locais próprios.
ter uma opinião, depois o de expressá-la. Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos
No mais, surge como corolário do direito à liberdade distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberda-
de pensamento e de expressão o direito à escusa porAlmeida
Girlan con- des:
DosaSantos
liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liber-
vicção filosófica ou política: dade de organização religiosa.
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Consoante o magistério de José Afonso da Silva6,
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Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
entra na liberdade de crença a liberdade de escolha da
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação religião, a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa,
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al- a liberdade (ou o direito) de mudar de religião, além da
ternativa, fixada em lei. liberdade de não aderir a religião alguma, assim como
a liberdade de descrença, a liberdade de ser ateu e de
Trata-se de instrumento para a consecução do direito exprimir o agnosticismo, apenas excluída a liberdade de
assegurado na Constituição Federal – não basta permitir embaraçar o livre exercício de qualquer religião, de qual-
que se pense diferente, é preciso respeitar tal posiciona- quer crença. A liberdade de culto consiste na liberdade
mento. de orar e de praticar os atos próprios das manifestações
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é exteriores em casa ou em público, bem como a de rece-
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na bimento de contribuições para tanto. Por fim, a liberdade
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria cer- de organização religiosa refere-se à possibilidade de es-
ta e determinada, permitindo eventuais responsabilizações tabelecimento e organização de igrejas e suas relações
por manifestações que contrariem a lei. com o Estado.
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF: Como decorrência do direito à liberdade religiosa, as-
segurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade inte-
lectual, artística, científica e de comunicação, indepen- Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a
dentemente de censura ou licença. prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva.
Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres-
são, referente de forma específica a atividades intelectuais, O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos
artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com prisionais civis e militares, mas também a hospitais.
relação a estas, a exigência de licença para a manifestação Ainda, surge como corolário do direito à liberdade re-
do pensamento, bem como veda-se a censura prévia. ligiosa o direito à escusa por convicção religiosa:
5 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Ser-
rano. Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: 6 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional
Saraiva, 2006. positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF:
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, indepen-
a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna- dentemente do pagamento de taxas:
tiva, fixada em lei. a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o alis- para defesa de direitos e esclarecimento de situações de in-
tamento militar, não cabe se escusar, a não ser que tenha teresse pessoal.
fundado motivo em crença religiosa ou convicção filosó-
fica/política, caso em que será obrigado a cumprir uma Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum-
prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que não pre observar que o direito de petição deve resultar em uma
contrarie tais preceitos. manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resol-
vendo) uma questão proposta, em um verdadeiro exercí-
Liberdade de informação cio contínuo de delimitação dos direitos e obrigações que
O direito de acesso à informação também se liga a uma regulam a vida social e, desta maneira, quando “dificulta
dimensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o a apreciação de um pedido que um cidadão quer apre-
artigo 5º, XIV, CF: sentar” (muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça);
“demora para responder aos pedidos formulados” (admi-
Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à in- nistrativa e, principalmente, judicialmente) ou “impõe res-
formação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces- trições e/ou condições para a formulação de petição”, traz
sário ao exercício profissional. a chamada insegurança jurídica, que traz desesperança e
faz proliferar as desigualdades e as injustiças.
Trata-se da liberdade de informação, consistente na Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
liberdade de procurar e receber informações e ideias por exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar
quaisquer meios, independente de fronteiras, sem interfe- cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-
rência. núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez
A liberdade de informação tem um caráter Girlan Almeida na
passivo, ao Dos intenção
Santos de deixar clara a obrigação dos Poderes Públi-
passo que a liberdade de expressão tem uma caracterís- cos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que
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tica ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo gera confusões conceituais no sentido do direito de obter
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e passivo da exteriorização da liberdade de pensamento: certidões ser dissociado do direito de petição.
não basta poder manifestar o seu próprio pensamento, é Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX, CF:
preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade
de se garantir o acesso ao pensamento manifestado para Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicida-
a sociedade. de dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de o interesse social o exigirem.
todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a
respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas
pelos meios de comunicação imparciais e não monopoliza- o será quando a intimidade merecer preservação (ex: pro-
dos (artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível que cesso criminal de estupro ou causas de família em geral) ou
a imprensa divulgue com quem obteve a informação divul- quando o interesse social exigir (ex: investigações que pos-
gada, sem o que a segurança desta poderia ficar prejudicada sam ser comprometidas pela publicidade). A publicidade é
e a informação inevitavelmente não chegaria ao público. instrumento para a efetivação da liberdade de informação.
Especificadamente quanto à liberdade de informação
no âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas Liberdade de locomoção
previsões. Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no ar-
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF: tigo 5º, XV, CF:

Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território nacio-
órgãos públicos informações de seu interesse particular, nal em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra- lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e A liberdade de locomoção é um aspecto básico do di-
do Estado. reito à liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o
território do país em tempos de paz (em tempos de guerra
A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 é possível limitar tal liberdade em prol da segurança). A
regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do liberdade de sair do país não significa que existe um direito
art. 5º, CF, também conhecida como Lei do Acesso à Infor- de ingressar em qualquer outro país, pois caberá à ele, no
mação. exercício de sua soberania, controlar tal entrada.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Classicamente, a prisão é a forma de restrição da liber- Liberdade de associação


dade. Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser pre- No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º,
sa nos casos autorizados pela própria Constituição Federal. XVII, CF:
A despeito da normativa específica de natureza penal, re-
força-se a impossibilidade de se restringir a liberdade de Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação
locomoção pela prisão civil por dívida. para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
Prevê o artigo 5º, LXVII, CF:
A liberdade de associação difere-se da de reunião por
Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívi- sua perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é
da, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário exercida de forma sazonal, eventual, a liberdade de asso-
e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário ciação implica na formação de um grupo organizado que
infiel. se mantém por um período de tempo considerável, dotado
de estrutura e organização próprias.
Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são asso-
Tribunal Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel, ciações ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem ar-
qualquer que seja a modalidade do depósito”. Por isso, a mas e o ideal de realizar sua própria justiça paralelamente
única exceção à regra da prisão por dívida do ordenamento à estatal.
é a que se refere à obrigação alimentícia. O texto constitucional se estende na regulamentação
da liberdade de associação.
Liberdade de trabalho O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza:
O direito à liberdade também é mencionado no artigo
5º, XIII, CF: Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na for-
ma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer tra- sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
Neste sentido, associações são organizações resultan-
profissionais que a lei estabelecer.
tes da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou
sem personalidade jurídica, para a realização de um obje-
O livre exercício profissional é garantido, respeitados
Girlan Almeida tivo
Doscomum;
Santosjá cooperativas são uma forma específica de
os limites legais. Por exemplo, não pode exercer a profis-
associação, pois visam a obtenção de vantagens comuns
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são de advogado aquele que não se formou em Direito
em suas atividades econômicas.
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e não foi aprovado no Exame da Ordem dos Advogados
Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF:
do Brasil; não pode exercer a medicina aquele que não fez
faculdade de medicina reconhecida pelo MEC e obteve o
Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser com-
cadastro no Conselho Regional de Medicina.
pulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
Liberdade de reunião em julgado.
Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF:
O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja,
Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamen-
a associação deixará de existir para sempre. Obviamente, é
te, sem armas, em locais abertos ao público, independen-
preciso o trânsito em julgado da decisão judicial que as-
temente de autorização, desde que não frustrem outra re- sim determine, pois antes disso sempre há possibilidade
união anteriormente convocada para o mesmo local, sendo de reverter a decisão e permitir que a associação continue
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. em funcionamento. Contudo, a decisão judicial pode sus-
pender atividades até que o trânsito em julgado ocorra, ou
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com de- seja, no curso de um processo judicial.
mais na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever Em destaque, a legitimidade representativa da associa-
de informar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de ção quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF:
segurança coletiva. Imagine uma grande reunião de pes-
soas por uma causa, a exemplo da Parada Gay, que chega Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex-
a aglomerar milhões de pessoas em algumas capitais: seria pressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso do tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
poder público para que ele organize o policiamento e a as-
sistência médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas Trata-se de caso de legitimidade processual extraordi-
que tenham algum mal-estar no local. Outro limite é o uso nária, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de
de armas, totalmente vedado, assim como de substâncias outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha tenha sido auto- A liberdade de associação envolve não somente o di-
rizada pelo Supremo Tribunal Federal, vedou-se que nela reito de criar associações e de fazer parte delas, mas tam-
tal substância ilícita fosse utilizada). bém o de não associar-se e o de deixar a associação, con-
forme artigo 5º, XX, CF:

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a as- O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode
sociar-se ou a permanecer associado. nele entrar sem o consentimento do morador, a não ser
EM QUALQUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o
- Direitos à privacidade e à personalidade morador foi flagrado na prática de crime e fugiu para seu
domicílio) ou desastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou
Abrangência para prestar socorro (morador teve ataque do coração, está
Prevê o artigo 5º, X, CF: sufocado, desmaiado...), e SOMENTE DURANTE O DIA por
determinação judicial.
Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica-
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o ções, prevê o artigo 5º, XII, CF:
direito a indenização pelo dano material ou moral decorren-
te de sua violação. Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica-
O legislador opta por trazer correlacionados no mes- ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
mo dispositivo legal os direitos à privacidade e à persona- nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
lidade. investigação criminal ou instrução processual penal.
Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimida-
de, ao abordar a proteção da vida privada – que, em resu- O sigilo de correspondência e das comunicações está
mo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996.
e de círculos de amigos –, Silva7 entende que “o segredo
da vida privada é condição de expansão da personalidade”, Personalidade jurídica e gratuidade de registro
mas não caracteriza os direitos de personalidade em si. Quando se fala em reconhecimento como pessoa pe-
A união da intimidade e da vida privada forma a pri- rante a lei desdobra-se uma esfera bastante específica dos
vacidade, sendo que a primeira se localiza em esfera mais direitos de personalidade, consistente na personalidade ju-
estrita. É possível ilustrar a vida social como se fosse um rídica. Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido
grande círculo no qual há um menor, o da vida privada, e como pessoa perante a lei.
dentro deste um ainda mais restrito e impenetrável, o da Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se
intimidade. Com efeito, pela “Teoria das Esferas” (ou “Teoria necessário
Girlan Almeida Dos Santos o registro. Por ser instrumento que serve como
dos Círculos Concêntricos”), importada do direito alemão, pressuposto ao exercício de direitos fundamentais, asse-
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quanto mais próxima do indivíduo, maior a proteção a ser gura-se a sua gratuidade aos que não tiverem condição de
conferida à esfera (as esferas são representadasHP151916827058188
pela inti- com ele arcar.
midade, pela vida privada, e pela publicidade). Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF:
“O direito à honra distancia-se levemente dos dois an-
teriores, podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconheci-
tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela fa- damente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nas-
zem os outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabi- cimento; b) a certidão de óbito.
lidade no meio social. O direito à imagem também pos-
sui duas conotações, podendo ser entendido em sentido O reconhecimento do marco inicial e do marco final
objetivo, com relação à reprodução gráfica da pessoa, por da personalidade jurídica pelo registro é direito individual,
meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido não dependendo de condições financeiras. Evidente, seria
subjetivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas absurdo cobrar de uma pessoa sem condições a elabora-
pela pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”8. ção de documentos para que ela seja reconhecida como
viva ou morta, o que apenas incentivaria a indigência dos
Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspon- menos favorecidos.
dência
Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a invio- Direito à indenização e direito de resposta
labilidade do domicílio e o sigilo das correspondências e Com vistas à proteção do direito à privacidade, do di-
comunicações. reito à personalidade e do direito à imagem, asseguram-se
Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê: dois instrumentos, o direito à indenização e o direito de
resposta, conforme as necessidades do caso concreto.
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF:
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo-
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta,
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. proporcional ao agravo, além da indenização por dano ma-
terial, moral ou à imagem.
7 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional
positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. “A manifestação do pensamento é livre e garantida
8 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito em nível constitucional, não aludindo a censura prévia em
constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. diversões e espetáculos públicos. Os abusos porventura

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensa- Especificamente no que tange à segurança jurídica,
mento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Ju- tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF:
diciário com a consequente responsabilidade civil e penal
de seus autores, decorrentes inclusive de publicações inju- Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito ad-
riosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
da matéria que divulga”9.
O direito de resposta é o direito que uma pessoa Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroativida-
tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio de da lei.
em que foram publicadas garantida exatamente a mes- Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do
ma repercussão. Mesmo quando for garantido o direito Direito Brasileiro:
de resposta não é possível reverter plenamente os da-
nos causados pela manifestação ilícita de pensamento, Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e
razão pela qual a pessoa inda fará jus à indenização. geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido
A manifestação ilícita do pensamento geralmente cau- e a coisa julgada.
sa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado
pode ser individual ou coletivo, moral ou material, econô- segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
mico e não econômico. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o
Dano material é aquele que atinge o patrimônio (ma- seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles
terial ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado fi- cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condi-
nanceiramente e indenizado. ção pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
“Dano moral direto consiste na lesão a um interesse § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão
que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapa- judicial de que já não caiba recurso.
trimonial contido nos direitos da personalidade (como a
vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o decoro, - Direito à propriedade
a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem) O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro-
ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o teção do direito à propriedade, tanto material quanto inte-
estado de família)”10. lectual, delimitada em alguns incisos que o seguem.
Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do
Girlan Có-
Almeida DosFunção
Santos social da propriedade material
digo Civil:
O artigo 5º, XXII, CF estabelece:
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Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à
Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de proprie-
administração da justiça ou à manutenção da ordem pública,
dade.
a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publi-
cação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa
A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o
poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da
principal fator limitador deste direito:
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama
ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua fun-
ção social.
- Direito à segurança
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- A propriedade, segundo Silva12, “[...] não pode mais ser
teção do direito à segurança. Na qualidade de direito in- considerada como um direito individual nem como institui-
dividual liga-se à segurança do indivíduo como um todo, ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direi-
desde sua integridade física e mental, até a própria segu- tos individuais, ela não mais poderá ser considerada puro
rança jurídica. direito individual, relativizando-se seu conceito e significa-
No sentido aqui estudado, o direito à segurança pes- do, especialmente porque os princípios da ordem econô-
soal é o direito de viver sem medo, protegido pela soli- mica são preordenados à vista da realização de seu fim:
dariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira de assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
garantir o direito à vida. da justiça social. Se é assim, então a propriedade privada,
Nesta linha, para Silva11, “efetivamente, esse conjunto que, ademais, tem que atender a sua função social, fica vin-
de direitos aparelha situações, proibições, limitações e pro- culada à consecução daquele princípio”.
cedimentos destinados a assegurar o exercício e o gozo de Com efeito, a proteção da propriedade privada está li-
algum direito individual fundamental (intimidade, liberda- mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o
de pessoal ou a incolumidade física ou moral)”. requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade da
9 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. pessoa humana. A propriedade de bens e valores em geral é
ed. São Paulo: Malheiros, 2011. um direito assegurado na Constituição Federal e, como todos
10 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabilidad civil. os outros, se encontra limitado pelos demais princípios con-
Buenos Aires: Astrea, 1982. forme melhor se atenda à dignidade do ser humano.
11 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional 12 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional
positivo... Op. Cit., p. 437. positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

A Constituição Federal delimita o que se entende III - desapropriação com pagamento mediante títulos
por função social: da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimen- parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
to urbano, executada pelo Poder Público municipal, real da indenização e os juros legais14.
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por ob- Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por in-
jetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções teresse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural
sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus ha- que não esteja cumprindo sua função social, mediante
bitantes. prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária,
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no
Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com emissão, e cuja utilização será definida em lei15.
mais de vinte mil habitantes, é o instrumento bá-
sico da política de desenvolvimento e de expansão Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias
urbana. serão indenizadas em dinheiro.

Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cum- No que tange à desapropriação por necessidade ou
pre sua função social quando atende às exigências utilidade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF:
fundamentais de ordenação da cidade expressas no
plano diretor13. Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento
para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
Artigo 186, CF. A função social é cumprida quan- por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
do a propriedade rural atende, simultaneamente, se- dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
gundo critérios e graus de exigência estabelecidos em
lei, aos seguintes requisitos: Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urba-
Girlan Almeida nos
disponíveis e preservação do meio ambiente; Dosserão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
Santos
III - observância das disposições que regulam as
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relações de trabalho; Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF:
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IV - exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores. Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel
como de interesse social, para fins de reforma agrária, auto-
Desapropriação riza a União a propor a ação de desapropriação.
No caso de desrespeito à função social da pro-
Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer
priedade cabe até mesmo desapropriação do bem,
procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o
de modo que pode-se depreender do texto consti-
processo judicial de desapropriação.
tucional duas possibilidades de desapropriação: por
desrespeito à função social e por necessidade ou
A desapropriação por utilidade ou necessidade pública
utilidade pública.
deve se dar mediante prévia e justa indenização em dinhei-
A Constituição Federal prevê a possibilidade de
ro. O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, delimitando
desapropriação por desatendimento à função social: o procedimento e conceituando utilidade pública, em seu
artigo 5º:
Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público
14 Nota-se que antes de se promover a desapropriação de
municipal, mediante lei específica para área incluída
imóvel urbano por desatendimento à função social é necessá-
no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do rio tomar duas providências, sucessivas: primeiro, o parcela-
proprietário do solo urbano não edificado, subuti- mento ou edificação compulsórios; depois, o estabelecimento
lizado ou não utilizado, que promova seu adequado de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: progressivo no tempo. Se ambas medidas restarem inefica-
I - parcelamento ou edificação compulsórios; zes, parte-se para a desapropriação por desatendimento à
II - imposto sobre a propriedade predial e territo- função social
rial urbana progressivo no tempo; 15 A desapropriação em decorrência do desatendimento da
função social é indenizada, mas não da mesma maneira que
a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, já que
13 Instrumento básico de um processo de planejamento mu- na primeira há violação do ordenamento constitucional pelo
nicipal para a implantação da política de desenvolvimento ur- proprietário, mas na segunda não. Por isso, indeniza-se em
bano, norteando a ação dos agentes públicos e privados (Lei títulos da dívida agrária, que na prática não são tão valoriza-
n. 10.257/2001 - Estatuto da cidade). dos quanto o dinheiro.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se ca- Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma pe-
sos de utilidade pública: quena propriedade será assegurado que permaneça com
a) a segurança nacional; ela e a torne mais produtiva.
b) a defesa do Estado; A preservação da pequena propriedade em detrimento
c) o socorro público em caso de calamidade; dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes-
d) a salubridade pública; -guias da regulamentação da política agrária brasileira, que
e) a criação e melhoramento de centros de população, tem como principal escopo a realização da reforma agrária.
seu abastecimento regular de meios de subsistência; Parte da questão financeira atinente à reforma agrária
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas se encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF:
minerais, das águas e da energia hidráulica;
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente
casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medici- o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o
nais; montante de recursos para atender ao programa de reforma
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos; agrária no exercício.
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, es-
o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua taduais e municipais as operações de transferência de imó-
melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons- veis desapropriados para fins de reforma agrária.
trução ou ampliação de distritos industriais;
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; Como a finalidade da reforma agrária é transformar
k) a preservação e conservação dos monumentos históri- terras improdutivas e grandes propriedades em atinentes à
cos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos função social, alguns imóveis rurais não podem ser abran-
ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes gidos pela reforma agrária:
e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e,
ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente do- Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para
tados pela natureza; fins de reforma agrária:
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, I - a pequena e média propriedade rural, assim definida
documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico; em lei,
Girlan Almeida Dos Santos desde que seu proprietário não possua outra;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos co- II - a propriedade produtiva.
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memorativos e cemitérios; Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos HP151916827058188
de pou- propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento
so para aeronaves; dos requisitos relativos a sua função social.
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natu-
reza científica, artística ou literária; Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo
p) os demais casos previstos por leis especiais. 187:

Um grande problema que faz com que processos que Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e exe-
tenham a desapropriação por objeto se estendam é a indevi- cutada na forma da lei, com a participação efetiva do setor
da valorização do imóvel pelo Poder Público, que geralmente de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais,
pretende pagar valor muito abaixo do devido, necessitando bem como dos setores de comercialização, de armazena-
o Judiciário intervir em prol da correta avaliação. mento e de transportes, levando em conta, especialmente:
Outra questão reside na chamada tredestinação, pela I - os instrumentos creditícios e fiscais;
qual há a destinação de um bem expropriado (desapro- II - os preços compatíveis com os custos de produção e a
priação) a finalidade diversa da que se planejou inicial- garantia de comercialização;
mente. A tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será ilícita III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
quando resultante de desvio do propósito original; e será IV - a assistência técnica e extensão rural;
lícita quando a Administração Pública dê ao bem finalidade V - o seguro agrícola;
diversa, porém preservando a razão do interesse público. VI - o cooperativismo;
VII - a eletrificação rural e irrigação;
Política agrária e reforma agrária VIII - a habitação para o trabalhador rural.
Enquanto desdobramento do direito à propriedade § 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades
imóvel e da função social desta propriedade, tem-se ainda agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
o artigo 5º, XXVI, CF: § 2º Serão compatibilizadas as ações de política agríco-
la e de reforma agrária.
Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, as-
sim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não As terras devolutas e públicas serão destinadas confor-
será objeto de penhora para pagamento de débitos decor- me a política agrícola e o plano nacional de reforma agrá-
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os ria (artigo 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a
meios de financiar o seu desenvolvimento. concessão, a qualquer título, de terras públicas com área

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição
ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de Federal de 1988 que criou esta modalidade. E se antes
prévia aprovação do Congresso Nacional”, salvo no caso de 05 de outubro de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos
de alienações ou concessões de terras públicas para fins de dentro do limite da usucapião urbana? Predominou que
reforma agrária (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF). só corria o prazo a partir da criação do instituto, não só
Os que forem favorecidos pela reforma agrária (ho- porque antes não existia e o prazo não podia correr, como
mens, mulheres, ambos, qualquer estado civil) não pode- também não se poderia prejudicar o proprietário.
rão negociar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189, d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse,
CF). é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família,
Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição ao longo de todo o prazo (não só no início ou no final).
ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física Logo, não cabe acessio temporis por cessão da posse.
ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que depen- e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no
derão de autorização do Congresso Nacional” (artigo 190, Brasil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se al-
CF). guém não quiser a usucapião, prova o contrário. Este re-
quisito é verificado no momento em que completa 5 anos.
Usucapião Em relação à previsão da usucapião especial rural, des-
Usucapião é o modo originário de aquisição da pro- taca-se o artigo 191, CF:
priedade que decorre da posse prolongada por um lon-
go tempo, preenchidos outros requisitos legais. Em outras Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imó-
palavras, usucapião é uma situação em que alguém tem a vel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos inin-
posse de um bem por um tempo longo, sem ser incomo- terruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não
dado, a ponto de se tornar proprietário. superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu
A Constituição regulamenta o acesso à propriedade
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adqui-
mediante posse prolongada no tempo – usucapião – em
rir-lhe-á a propriedade.
casos específicos, denominados usucapião especial urbana
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiri-
e usucapião especial rural.
dos por usucapião.
O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião
especial urbana: Girlan Almeida DosAlémSantos
dos requisitos gerais (animus e posse que seja
pública,
sqterapeutagirlan@gmail.compacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os
Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urbana
seguintes
HP151916827058188 requisitos específicos:
de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para a) Imóvel rural
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da
rural. Terra). É possível usucapir áreas menores que o módulo ru-
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão ral? Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas é
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, indepen- assunto muito controverso.
dentemente do estado civil. c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 de
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo pos- outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se a
suidor mais de uma vez. área é de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibilidade
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usu- antes da CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 ha) não.
capião. d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve morar
na área rural.
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja e) Nenhum outro imóvel.
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado
seguintes requisitos específicos: a área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro
a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da locali- labore”. Dependerá do caso concreto.
zação, área urbana é a que está dentro do perímetro urba-
no. Pela teoria da destinação, mais importante que a locali- Uso temporário
zação é a sua utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao di-
e estiver dentro do perímetro urbana, o imóvel é rural. Para reito de propriedade que não possui o caráter definitivo
fins de usucapião a maioria diz que prevalece a teoria da da desapropriação, mas é temporária, conforme artigo 5º,
localização. XXV, CF:
b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse
maior isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A juris- Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo públi-
prudência é pacífica que a posse desde o início deve ficar co, a autoridade competente poderá usar de propriedade
restrita a 250m². Predomina também que o terreno deve particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior,
ter 250m², não a área construída (a área de um sobrado, se houver dano.
por exemplo, pode ser maior que a de um terreno).

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação Propriedade intelectual


de perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: montar Além da propriedade material, o constituinte protege
uma base para capturar um fugitivo), pois o interesse da também a propriedade intelectual, notadamente no artigo
coletividade é maior que o do indivíduo proprietário. 5º, XXVII, XXVIII e XXIX, CF:

Direito sucessório Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito ex-
O direito sucessório aparece como uma faceta do di- clusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
reito à propriedade, encontrando disciplina constitucional obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
no artigo 5º, XXX e XXXI, CF:
Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei:
Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança; a) a proteção às participações individuais em obras
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in-
Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangei- clusive nas atividades desportivas;
ros situados no País será regulada pela lei brasileira em be- b) o direito de fiscalização do aproveitamento eco-
nefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não nômico das obras que criarem ou de que participarem aos
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. criadores, aos intérpretes e às respectivas representações
sindicais e associativas;
O direito à herança envolve o direito de receber – seja
devido a uma previsão legal, seja por testamento – bens Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de in-
de uma pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa ventos industriais privilégio temporário para sua utiliza-
para outra pessoa, conforme a vontade do falecido e/ou ção, bem como proteção às criações industriais, à proprie-
a lei determine. A Constituição estabelece uma disciplina dade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
específica para bens de estrangeiros situados no Brasil, as- distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi-
segurando que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos mento tecnológico e econômico do País.
brasileiros nos termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do
país estrangeiro). Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual
que deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto
Direito do consumidor Girlan Almeida sob
Doso Santos
patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro,
a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os
Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF: sqterapeutagirlan@gmail.com
direitos autorais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes
Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, naHP151916827058188
forma da são conexos”.
lei, a defesa do consumidor. O artigo 7° do referido diploma considera como obras
intelectuais que merecem a proteção do direito do autor
O direito do consumidor liga-se ao direito à proprieda- os textos de obras de natureza literária, artística ou científi-
de a partir do momento em que garante à pessoa que irá ca; as conferências, sermões e obras semelhantes; as obras
adquirir bens e serviços que estes sejam entregues e pres- cinematográficas e televisivas; as composições musicais;
tados da forma adequada, impedindo que o fornecedor se fotografias; ilustrações; programas de computador; coletâ-
enriqueça ilicitamente, se aproveite de maneira indevida da neas e enciclopédias; entre outras.
posição menos favorável e de vulnerabilidade técnica do Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis,
consumidor. inalienáveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o di-
O Direito do Consumidor pode ser considerado um reito de reivindicar a autoria da obra, ter seu nome divul-
ramo recente do Direito. No Brasil, a legislação que o re- gado na utilização desta, assegurar a integridade desta ou
gulamentou foi promulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº modificá-la e retirá-la de circulação se esta passar a afron-
8.078, de 11 de setembro de 1990, conforme determinado tar sua honra ou imagem.
pela Constituição Federal de 1988, que também estabele- Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos
ceu no artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais artigos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos
Transitórias: contados do primeiro ano seguinte à sua morte ou do
falecimento do último coautor, ou contados do primeiro
Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento ano seguinte à divulgação da obra se esta for de natureza
e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará có- audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez, abrangem,
digo de defesa do consumidor. basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução, edi-
ção, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases de
A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi dados ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo
um grande passo para a proteção da pessoa nas relações que estas modalidades de utilização podem se dar a título
de consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de oneroso ou gratuito.
hipossuficiente técnico daquele que adquire um bem ou “Os direitos autorais, também conhecidos como co-
faz uso de determinado serviço, enquanto consumidor. pyright (direito de cópia), são considerados bens móveis,
podendo ser alienados, doados, cedidos ou locados. Res-
salte-se que a permissão a terceiros de utilização de cria-

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

ções artísticas é direito do autor. [...] A proteção consti- rantir meios de acesso se estes forem insuficientes, já que
tucional abrange o plágio e a contrafação. Enquanto que para que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário
o primeiro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou que se aplique o direito material de maneira justa e célere.
produzida por terceiros, como se fosse própria, a segunda Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça,
configura a reprodução de obra alheia sem a necessária prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV:
permissão do autor”16.
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do
- Direitos de acesso à justiça Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
A formação de um conceito sistemático de acesso à
justiça se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apon- O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o prin-
taram três ondas de acesso, isto é, três posicionamentos cípio de Direito Processual Público subjetivo, também
básicos para a realização efetiva de tal acesso. Tais ondas cunhado como Princípio da Ação, em que a Constituição
foram percebidas paulatinamente com a evolução do Di- garante a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes
reito moderno conforme implementadas as bases da onda na vida em sociedade. Sempre que uma controvérsia for
anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a emergên- levada ao Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de
cia de uma nova onda quando superada a afirmação das admissibilidade, ela será resolvida, independentemente de
premissas da onda anterior, restando parcialmente imple- haver ou não previsão específica a respeito na legislação.
mentada (visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao Também se liga à primeira onda de acesso à justiça,
pleno atendimento em todas as ondas). no que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos
Primeiro, Cappelletti e Garth17 entendem que surgiu favorecidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF:
uma onda de concessão de assistência judiciária aos po-
bres, partindo-se da prestação sem interesse de remunera- Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurí-
ção por parte dos advogados e, ao final, levando à criação dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên-
cia de recursos.
de um aparato estrutural para a prestação da assistência
pelo Estado. O constituinte, ciente de que não basta garantir o aces-
Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth18,
so ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efeti-
veio a onda de superação do problema na representação
vidade processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº
dos interesses difusos, saindo da concepçãoGirlan Almeida
tradicional de Dos Santos
45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição:
processo como algo restrito a apenas duas partes indivi-
sqterapeutagirlan@gmail.com
dualizadas e ocasionando o surgimento de novas institui-
HP151916827058188 Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e ad-
ções, como o Ministério Público.
ministrativo, são assegurados a razoável duração do pro-
Finalmente, Cappelletti e Garth19 apontam uma terceira
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua trami-
onda consistente no surgimento de uma concepção mais
tação.
ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de ins-
tituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados: Com o tempo se percebeu que não bastava garantir
“[...] esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla va- o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não
riedade de reformas, incluindo alterações nas formas de significa que se deve acelerar o processo em detrimento
procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais ou a de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que é
criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas ou pa- preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e nem
raprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores, menos que o necessário para a efetiva realização da justiça
modificações no direito substantivo destinadas a evitar li- no caso concreto.
tígios ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos
privados ou informais de solução dos litígios. Esse enfoque, - Direitos constitucionais-penais
em suma, não receia inovações radicais e compreensivas,
que vão muito além da esfera de representação judicial”. Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de ex-
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos ceção
aspectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona:
o Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas
as pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta ga- Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sen-
16 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamen- tenciado senão pela autoridade competente”, consolida o
tais: teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constitui- princípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o direito
ção da República Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudên- de conhecer previamente daquele que a julgará no processo
cia. São Paulo: Atlas, 1997. em que seja parte, revestindo tal juízo em jurisdição com-
17 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Jus- petente para a matéria específica do caso antes mesmo do
tiça. Tradução Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sérgio fato ocorrer.
Antônio Fabris Editor, 1998, p. 31-32.
18 Ibid., p. 49-52 Por sua vez, um desdobramento deste princípio encon-
19 Ibid., p. 67-73 tra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem-
exceção. -se o artigo 5º, XL, CF:

Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para
criado para uma situação pretérita, bem como não reco- beneficiar o réu.
nhecido como legítimo pela Constituição do país.
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da
Tribunal do júri anterioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha
A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o definido um fato como crime e dado certo tratamento pe-
artigo 5º, XXXVIII, CF: nal a este fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo
de pena, etc.) antes que ele ocorra; por outro lado, se vier
Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri, uma lei posterior ao fato que o exclua do rol de crimes ou
com a organização que lhe der a lei, assegurados: que confira tratamento mais benéfico (diminuindo a pena
a) a plenitude de defesa; ou alterando o regime de cumprimento, notadamente), ela
b) o sigilo das votações; será aplicada. Restam consagrados tanto o princípio da ir-
c) a soberania dos veredictos; retroatividade da lei penal in pejus quanto o da retroativi-
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos dade da lei penal mais benéfica.
contra a vida.
Menções específicas a crimes
O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que O artigo 5º, XLI, CF estabelece:
julgam os seus pares. Entende-se ser direito fundamental
o de ser julgado por seus iguais, membros da sociedade e Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação
não magistrados, no caso de determinados crimes que por atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.
sua natureza possuem fortes fatores de influência emocio-
nal. Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao
Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela
a defesa técnica e deve ser mais ampla que a denominada qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No
ampla defesa assegurada em todos os procedimentos
Girlan Almeida entanto,
judi- Dos Santos o constituinte entendeu por bem prever trata-
ciais e administrativos. mento específico a certas práticas criminosas.
sqterapeutagirlan@gmail.com
Sigilo das votações envolve a realização de votações Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF:
secretas, preservando a liberdade de voto dos HP151916827058188
que com-
põem o conselho que irá julgar o ato praticado. Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime
A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contudo, inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
a soberania dos veredictos veda a alteração das decisões nos termos da lei.
dos jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do Tri-
bunal do Júri para que seja procedido novo julgamento A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes
uma vez cassada a decisão recorrida, haja vista preservar resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles
o ordenamento jurídico pelo princípio do duplo grau de não cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão
jurisdição. provisória) e não se aplica o instituto da prescrição (perda
Por fim, a competência para julgamento é dos crimes de pretensão de se processar/punir uma pessoa pelo de-
dolosos (em que há intenção ou ao menos se assume o curso do tempo).
risco de produção do resultado) contra a vida, que são: ho- Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF:
micídio, aborto, induzimento, instigação ou auxílio a sui-
cídio e infanticídio. Sua competência não é absoluta e é Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafian-
mitigada, por vezes, pela própria Constituição (artigos 29, çáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
X / 102, I, b) e c) / 105, I, a) / 108, I). tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
Anterioridade e irretroatividade da lei respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza: evitá-los, se omitirem.

Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes
o defina, nem pena sem prévia cominação legal. termos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e
extingue totalmente a punibilidade, a graça e o indulto
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; a
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio anistia, em regra, atinge crimes políticos, a graça e o in-
da legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há dulto, crimes comuns; a anistia pode ser concedida pelo
crime sem lei que o defina, nem pena sem prévia comina- Poder Legislativo, a graça e o indulto são de competência
ção legal, e o princípio da anterioridade, posto que não há exclusiva do Presidente da República; a anistia pode ser
crime sem lei anterior que o defina. concedida antes da sentença final ou depois da condena-

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

ção irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o trânsito e) suspensão ou interdição de direitos.


em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto
apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos do Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve
crime, apagados na anistia; graça é em regra individual e ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e exe-
solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo. cutório, evitando-se a padronização a sanção penal. A in-
Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar dividualização da pena significa adaptar a pena ao conde-
que o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra nado, consideradas as características do agente e do delito.
crimes de tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos A pena privativa de liberdade é aquela que restringe,
(previstos na Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990). Além com maior ou menor intensidade, a liberdade do condena-
disso, são crimes que não aceitam fiança. do, consistente em permanecer em algum estabelecimento
Ainda, prevê o artigo 5º, XLIV, CF: prisional, por um determinado tempo.
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição
Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e im- do patrimônio do indivíduo delituoso.
prescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, A prestação social alternativa corresponde às penas
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. restritivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas
privativas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Có-
Por fim, dispõe a CF sobre a possibilidade de extradi- digo Penal.
ção de brasileiro naturalizado caso esteja envolvido com Por seu turno, a individualização da pena deve também
tráfico ilícito de entorpecentes: se fazer presente na fase de sua execução, conforme se
depreende do artigo 5º, XLVIII, CF:
Artigo 5º, LI, CF. Nenhum brasileiro será extraditado,
salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabe-
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento lecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito,
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na for- a idade e o sexo do apenado.
ma da lei.
A distinção do estabelecimento conforme a natureza
Personalidade da pena do delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade
A personalidade da pena encontra respaldo no Almeida
Girlan artigo do
Dos crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato sufi-
Santos
5º, XLV, CF: ciente para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo,
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o nível de segurança das prisões. Quanto à idade, desta-
Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da HP151916827058188
pessoa cam-se as Fundações Casas, para cumprimento de medida
do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a por menores infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, es- ser exclusivamente para homens ou para mulheres.
tendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite Também se denota o respeito à individualização da
do valor do patrimônio transferido. pena nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF:

O princípio da personalidade encerra o comando de o Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas con-
crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu dições para que possam permanecer com seus filhos duran-
turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria fla- te o período de amamentação.
grante a injustiça se fosse possível alguém responder pelos
atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao invés de Preserva-se a individualização da pena porque é toma-
restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes. Contudo, se da a condição peculiar da presa que possui filho no perío-
uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este patrimônio do de amamentação, mas também se preserva a dignidade
responderá pelas repercussões financeiras do ilícito. da criança, não a afastando do seio materno de maneira
precária e impedindo a formação de vínculo pela amamen-
Individualização da pena tação.
A individualização da pena tem por finalidade concre-
tizar o princípio de que a responsabilização penal é sempre Vedação de determinadas penas
pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as peculia- O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de
ridades do agente. penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF:
A primeira menção à individualização da pena se en-
contra no artigo 5º, XLVI, CF: Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da termos do art. 84, XIX;
pena e adotará, entre outras, as seguintes: b) de caráter perpétuo;
a) privação ou restrição da liberdade; c) de trabalhos forçados;
b) perda de bens; d) de banimento;
c) multa; e) cruéis.
d) prestação social alternativa;

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Em resumo, o inciso consolida o princípio da humani- Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
dade, pelo qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar Estabelece o artigo 5º, LIV, CF:
sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que
lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados”20 . Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou
Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o de seus bens sem o devido processo legal.
constituinte não estabeleceu uma total vedação, autorizan-
do-a nos casos de guerra declarada. Obviamente, deve-se Pelo princípio do devido processo legal a legislação
respeitar o princípio da anterioridade da lei, ou seja, a le- deve ser respeitada quando o Estado pretender punir al-
gislação deve prever a pena de morte ao fato antes dele ser guém judicialmente. Logo, o procedimento deve ser livre
praticado. No ordenamento brasileiro, este papel é cumpri- de vícios e seguir estritamente a legislação vigente, sob
do pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.001/1969), pena de nulidade processual.
que prevê a pena de morte a ser executada por fuzilamento Surgem como corolário do devido processo legal o
nos casos tipificados em seu Livro II, que aborda os crimes contraditório e a ampla defesa, pois somente um procedi-
militares em tempo de guerra. mento que os garanta estará livre dos vícios. Neste sentido,
Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quais- o artigo 5º, LV, CF:
quer circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de traba-
lhos forçados, de banimento e cruéis. Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou
No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
que o trabalho obrigatório não é considerado um trata- contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a
mento contrário à dignidade do recluso, embora o trabalho ela inerentes.
forçado o seja. O trabalho é obrigatório, dentro das condi-
ções do apenado, não podendo ser cruel ou menosprezar O devido processo legal possui a faceta formal, pela qual
a capacidade física e intelectual do condenado; como o se deve seguir o adequado procedimento na aplicação da lei
trabalho não existe independente da educação, cabe in- e, sendo assim, respeitar o contraditório e a ampla defesa.
centivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo porque o Não obstante, o devido processo legal tem sua faceta mate-
trabalho deve se aproximar da realidade do mundo exter- rial que consiste na tomada de decisões justas, que respeitem
no, será remunerado; além disso, condições de dignidade e os parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade.
segurança do trabalhador, como descanso semanal e equi-
Girlan Almeida Dos Santos
pamentos de proteção, deverão ser respeitados. Vedação de provas ilícitas
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Conforme o artigo 5º, LVI, CF:
Respeito à integridade do preso HP151916827058188
Prevê o artigo 5º, XLIX, CF: Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as pro-
vas obtidas por meios ilícitos.
Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito
à integridade física e moral. Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao arti-
go 157 do CPP, são as obtidas em violação a normas cons-
Obviamente, o desrespeito à integridade física e mo- titucionais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra
ral do preso é uma violação do princípio da dignidade da de direito material, constitucional ou legal, no momento
pessoa humana. da sua obtenção. São vedadas porque não se pode aceitar
Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade o descumprimento do ordenamento para fazê-lo cumprir:
estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição seria paradoxal.
Federal. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura
e de tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III, Presunção de inocência
CF), o que vale na execução da pena. Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII:
No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado
Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei. Consolida-se o princípio da presunção de inocência,
pelo qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo,
Se uma pessoa possui identificação civil, não há por- o Judiciário assim decida, respeitados todos os princípios e
que fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos, garantias constitucionais.
etc. Pensa-se que seria uma situação constrangedora des-
necessária ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade Ação penal privada subsidiária da pública
moral. Nos termos do artigo 5º, LIX, CF:

Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos cri-
20 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. mes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
16. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1. legal.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

A chamada ação penal privada subsidiária da pública Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente
encontra respaldo constitucional, assegurando que a omis- relaxada pela autoridade judiciária.
são do poder público na atividade de persecução criminal
não será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previ-
interessado a proponha. são do artigo 5º, LXVI, CF:

Prisão e liberdade Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou
O constituinte confere espaço bastante extenso no ar- nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
tigo 5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente com ou sem fiança.
por se tratar de ato que vai contra o direito à liberdade.
Obviamente, a prisão não é vedada em todos os casos, Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido
porque práticas atentatórias a direitos fundamentais impli- ao princípio da presunção de inocência, entende-se que
cam na tipificação penal, autorizando a restrição da liber- ela não deve ser mantida presa quando não preencher os
dade daquele que assim agiu. requisitos legais para prisão preventiva ou temporária.
No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se:
Indenização por erro judiciário
Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em fla- A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciá-
grante delito ou por ordem escrita e fundamentada de rio encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF:
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado
lei. por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença.
Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante
delito (necessariamente antes do trânsito em julgado), ou Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação
em caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas e julgamento de um processo criminal, resultando em con-
primeiras independente do trânsito em julgado, preen- denação de alguém inocente. Neste caso, o Estado inde-
chidos requisitos legais e a última pela irreversibilidade da nizará. Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa
condenação). além do tempo que foi condenada a cumprir.
Girlan Almeida Dos Santos
Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação
4) Direitos fundamentais implícitos
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ao juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Federal:
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Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o lo-
Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta
cal onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacio-
indicada.
nais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Não obstante, o preso deverá ser informado de todos
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem
os seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sen-
entrar em contato com sua família e com um advogado, do assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é ape-
conforme artigo 5º, LXIII, CF: nas exemplificativo, não taxativo.
Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus di- 5) Tratados internacionais incorporados ao ordena-
reitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe mento interno
assegurada a assistência da família e de advogado. Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garantias
podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados interna-
Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF: cionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”.
Para o tratado internacional ingressar no ordenamen-
Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento
dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne-
policial. gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura
do Presidente da República), submissão do tratado assina-
Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata do ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio
do depoimento do interrogatório são assinados pelas au- do decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação
toridades envolvidas nas práticas destes atos procedimen- da obrigação perante a comunidade internacional) e a pro-
tais. mulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo21.
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para
que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento, 21 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Funda-
tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF: mentais e Prisão Civil. Porto Alegre: Sérgio Antonio
Fabris Editor, 2008.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Notadamente, quando o constituinte menciona os tratados firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de
internacionais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição
tenham por fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não
seja, tratado internacional de direitos humanos. revogaria a Constituição no ponto controverso).
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá-
ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de prima- 6) Tribunal Penal Internacional
zia dos direitos humanos, desde logo consagrando o prin- Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º:
cípio da primazia dos direitos humanos, como reconhecido
pela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de
princípio da primazia dos direitos humanos nas relações Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifes-
internacionais implica em que o Brasil deve incorporar os tado adesão.
tratados quanto ao tema ao ordenamento interno brasilei-
ro e respeitá-los. Implica, também em que as normas vol- O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi
tadas à proteção da dignidade em caráter universal devem promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de se-
ser aplicadas no Brasil em caráter prioritário em relação a tembro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em
outras normas”22. Roma, no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres- e o funcionamento deste Tribunal voltado às pessoas res-
sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico ponsáveis por crimes de maior gravidade com repercussão
brasileiro porque somente existe previsão constitucional internacional (artigo 1º, ETPI).
quanto à possibilidade da equiparação às emendas consti- “Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja ju-
tucionais se o tratado abranger matéria de direitos huma- risdição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional
nos. Antes da emenda alterou o quadro quanto aos trata- compete o processo e julgamento de violações contra indi-
dos de direitos humanos, era o que acontecia, mas isso não víduos; e, distintamente dos Tribunais de crimes de guerra
significa que tais direitos eram menos importantes devido da Iugoslávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes
ao princípio da primazia e ao reconhecimento dos direitos cometidos durante esses conflitos, sua jurisdição não está
implícitos. restrita a uma situação específica”23.
Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucio- Resume Mello24: “a Conferência das Nações Unidas so-
nal nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo Girlan
5º da Consti-
Almeida bre
Dosa Santos
criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida
tuição Federal, de modo que os tratados internacionais de em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é perma-
sqterapeutagirlan@gmail.com
direitos humanos foram equiparados às emendas consti- nente. Tem sede em Haia. A corte tem personalidade inter-
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tucionais, desde que houvesse a aprovação do tratado em nacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime contra
cada Casa do Congresso Nacional e obtivesse a votação a humanidade; c) crime de guerra; d) crime de agressão.
em dois turnos e com três quintos dos votos dos respecti- Para o crime de genocídio usa a definição da convenção
vos membros: de 1948. Como crimes contra a humanidade são citados:
assassinato, escravidão, prisão violando as normas inter-
Art. 5º, § 3º, CF. Os tratados e convenções interna- nacionais, violação tortura, apartheid, escravidão sexual,
cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em prostituição forçada, esterilização, etc. São crimes de guer-
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três ra: homicídio internacional, destruição de bens não justifi-
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen- cada pela guerra, deportação, forçar um prisioneiro a servir
tes às emendas constitucionais. nas forças inimigas, etc.”.

Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados Direitos sociais


de direitos humanos que ingressarem no ordenamento ju- A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no
rídico brasileiro, versando sobre matéria de direitos huma- capítulo II a categoria dos direitos sociais, em sua maioria
nos, irão passar por um processo de aprovação semelhante normas programáticas e que necessitam de uma postura
ao da emenda constitucional. interventiva estatal em prol da implementação.
Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à Os direitos assegurados nesta categoria encontram
possibilidade de considerar como hierarquicamente cons- menção genérica no artigo 6º, CF:
titucional os tratados internacionais de direitos humanos
que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro ante- Artigo 6º, CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, a
riormente ao advento da referida emenda. Tal discussão se saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista te, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São José à maternidade e à infância, a assistência aos desampa-
da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado antes rados, na forma desta Constituição.
da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal Federal 23 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Públi-
co & Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas,
22 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito In- 2009.
ternacional Público e Privado. Salvador: JusPodivm, 24 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Inter-
2009. nacional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Trata-se de desdobramento da perspectiva do Estado A previsão excessiva de direitos sociais no bojo de uma
Social de Direito. Em suma, são elencados os direitos huma- Constituição, a despeito de um instante bem-intencionado de
nos de 2ª dimensão, notadamente conhecidos como direi- palavras promovido pelo constituinte, pode levar à negativa,
tos econômicos, sociais e culturais. Em resumo, os direitos paradoxal – e, portanto, inadmissível – consequência de uma
sociais envolvem prestações positivas do Estado (diferente Carta Magna cujas finalidades não condigam com seus pró-
dos de liberdade, que referem-se à postura de abstenção prios prescritos, fato que deslegitima o Poder Público como
estatal), ou seja, políticas estatais que visem consolidar o determinador de que particulares respeitem os direitos fun-
princípio da igualdade não apenas formalmente, mas ma- damentais, já que sequer eles próprios, os administradores,
terialmente (tratando os desiguais de maneira desigual). conseguem cumprir o que consta de seu Estatuto Máximo25.
Por seu turno, embora no capítulo específico do Título Tecnicamente, nos direitos sociais é possível invocar
II que aborda os direitos sociais não se perceba uma in- a cláusula da reserva do possível como argumento para a
tensa regulamentação destes, à exceção dos direitos tra- não implementação de determinado direito social – seja
balhistas, o Título VIII da Constituição Federal, que aborda pela absoluta ausência de recursos (reserva do possível fá-
a ordem social, se concentra em trazer normativas mais tica), seja pela ausência de previsão orçamentária nos ter-
detalhadas a respeitos de direitos indicados como sociais. mos do artigo 167, CF (reserva do possível jurídica).
O Ministro Celso de Mello afirmou em julgamento que os
1) Igualdade material e efetivação dos direitos so- direitos sociais “não pode converter-se em promessa constitu-
ciais cional inconsequente, sob pena de o Poder Público, fraudando
Independentemente da categoria de direitos que este- justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substi-
ja sendo abordada, a igualdade nunca deve aparecer num tuir, de maneira ilegítima, o cumprimento de seu impostergável
sentido meramente formal, mas necessariamente material. dever, por um gesto irresponsável de infidelidade governamen-
Significa que discriminações indevidas são proibidas, mas tal ao que determina a própria Lei Fundamental do Estado”26.
existem certas distinções que não só devem ser aceitas, Sendo assim, a invocação da cláusula da reserva do
como também se mostram essenciais. possível, embora viável, não pode servir de muleta para
No que tange aos direitos sociais percebe-se que a que o Estado não arque com obrigações básicas. Neste
igualdade material assume grande relevância. Afinal, esta viés, geralmente, quando invocada a cláusula é afastada,
categoria de direitos pressupõe uma postura ativa do Es- entendendo o Poder Judiciário que não cabe ao Estado se
tado em prol da efetivação. Nem todos podem Girlan Almeida eximir
arcar com de garantir direitos sociais com o simples argumen-
Dos Santos
suas despesas de saúde, educação, cultura, alimentação e to de que não há orçamento específico para isso – ele de-
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moradia, assim como nem todos se encontram na posição veria ter reservado parcela suficiente de suas finanças para
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de explorador da mão-de-obra, sendo a grande maioria da atender esta demanda.
população de explorados. Estas pessoas estão numa clara Com efeito, deve ser preservado o mínimo existencial,
posição de desigualdade e caberá ao Estado cuidar para que tem por fulcro limitar a discricionariedade político-ad-
que progressivamente atinjam uma posição de igualdade ministrativa e estabelecer diretrizes orçamentárias básicas
real, já que não é por conta desta posição desfavorável que a serem seguidas, sob pena de caber a intervenção do Po-
se pode afirmar que são menos dignos, menos titulares de der Judiciário em prol de sua efetivação.
direitos fundamentais.
Logo, a efetivação dos direitos sociais é uma meta a ser 3) Princípio da proibição do retrocesso
alcançada pelo Estado em prol da consolidação da igual- Proibição do retrocesso é a impossibilidade de que
dade material. Sendo assim, o Estado buscará o crescente uma conquista garantida na Constituição Federal sofra um
aperfeiçoamento da oferta de serviços públicos com quali- retrocesso, de modo que um direito social garantido não
dade para que todos os nacionais tenham garantidos seus pode deixar de o ser.
direitos fundamentais de segunda dimensão da maneira Conforme jurisprudência, a proibição do retrocesso
mais plena possível. deve ser tomada com reservas, até mesmo porque segun-
Há se ressaltar também que o Estado não possui ape- do entendimento predominante as normas do artigo 7º,
nas um papel direto na promoção dos direitos econômicos, CF não são cláusula pétrea, sendo assim passíveis de alte-
sociais e culturais, mas também um indireto, quando por ração. Se for alterada normativa sobre direito trabalhista
meio de sua gestão permite que os indivíduos adquiram assegurado no referido dispositivo, não sendo o prejuízo
condições para sustentarem suas necessidades pertencen- evidente, entende-se válida (por exemplo, houve alteração
tes a esta categoria de direitos. do prazo prescricional diferenciado para os trabalhadores
agrícolas). O que, em hipótese alguma, pode ser aceito é
2) Reserva do possível e mínimo existencial um retrocesso evidente, seja excluindo uma categoria de
Os direitos sociais serão concretizados gradualmente, direitos (ex.: abolir o Sistema Único de Saúde), seja dimi-
notadamente porque estão previstos em normas progra- nuindo sensivelmente a abrangência da proteção (ex.: ex-
máticas e porque a implementação deles gera um ônus cluindo o ensino médio gratuito).
para o Estado. Diferentemente dos direitos individuais, que 25 LAZARI, Rafael José Nadim de. Reserva do possível e
dependem de uma postura de abstenção estatal, os direi- mínimo existencial: a pretensão de eficácia da norma cons-
tos sociais precisam que o Estado assuma um papel ativo titucional em face da realidade. Curitiba: Juruá, 2012, p. 56-57
em prol da efetivação destes. 26 RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Questão polêmica se refere à proibição do retrocesso: Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacio-
se uma decisão judicial melhorar a efetivação de um direito nalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
social, ela se torna vinculante e é impossível ao legislador vitais básicas e às de sua família com moradia, alimenta-
alterar a Constituição para retirar este avanço? Por um lado, ção, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, trans-
a proibição do retrocesso merece ser tomada em conceito porte e previdência social, com reajustes periódicos que
amplo, abrangendo inclusive decisões judiciais; por outro lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula-
lado, a decisão judicial não tem por fulcro alterar a norma, ção para qualquer fim.
o que somente é feito pelo legislador, e ele teria o direito T
de prever que aquela decisão judicial não está incorporada rata-se de uma visível norma programática da Cons-
na proibição do retrocesso. A questão é polêmica e não há tituição que tem por pretensão um salário mínimo que
entendimento dominante. atenda a todas as necessidades básicas de uma pessoa e
de sua família. Em pesquisa que tomou por parâmetro o
4) Direito individual do trabalho preceito constitucional, detectou-se que “o salário mínimo
O artigo 7º da Constituição enumera os direitos indi- do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.892,47
viduais dos trabalhadores urbanos e rurais. São os direitos em abril para que ele suprisse suas necessidades básicas e
individuais tipicamente trabalhistas, mas que não excluem da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 07,
os demais direitos fundamentais (ex.: honra é um direito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
no espaço de trabalho, sob pena de se incidir em prática Socioeconômicos (Dieese)”27.
de assédio moral).
Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e
Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra à complexidade do trabalho.
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de
Cada trabalhador, dentro de sua categoria de empre-
lei complementar, que preverá indenização compensatória,
go, seja ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário,
dentre outros direitos.
construtor civil, enfermeiro, recebe um salário base, cha-
mado de Piso Salarial, que é sua garantia de recebimento
Significa que a demissão, se não for motivada por justa
dentro de seu grau profissional. O Valor do Piso Salarial é
causa, assegura ao trabalhador direitos como indenização
compensatória, entre outros, a serem arcadosGirlan Almeida estabelecido
pelo empre- Dos Santosem conformidade com a data base da cate-
goria, por isso ele é definido em conformidade com um
gador. sqterapeutagirlan@gmail.com
acordo, ou ainda com um entendimento entre patrão e
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trabalhador.
Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de de-
semprego involuntário. Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o
disposto em convenção ou acordo coletivo.
Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida
do empregador, o trabalhador que fique involuntariamente O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão
desempregado – entendendo-se por desemprego invo- redução implique num prejuízo maior, por exemplo, de-
luntário o que tenha origem num acordo de cessação do missão em massa durante uma crise, situações que devem
contrato de trabalho – tem direito ao seguro-desemprego, ser negociadas em convenção ou acordo coletivo.
a ser arcado pela previdência social, que tem o caráter de
assistência financeira temporária. Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior
ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.
Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de ser-
viço. O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores,
mesmo daqueles que recebem remuneração variável (ex.:
Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para pro- baseada em comissões por venda e metas);
teger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é
constituído de contas vinculadas, abertas em nome de Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na
cada trabalhador, quando o empregador efetua o primei- remuneração integral ou no valor da aposentadoria.
ro depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos
depósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalen- Também conhecido como gratificação natalina, foi ins-
tes a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de tituída no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o tra-
atualização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador balhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos)
tem a oportunidade de formar um patrimônio, que pode da remuneração por mês trabalhado, ou seja, consiste no
ser sacado em momentos especiais, como o da aquisição pagamento de um salário extra ao trabalhador e ao apo-
da casa própria ou da aposentadoria e em situações de sentado no final de cada ano.
dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem justa
causa ou em caso de algumas doenças graves. 27 http://exame.abril.com.br/economia/noticias/salario-mini-
mo-deveria-ter-sido-de-r-2-892-47-em-abril

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraor-
superior à do diurno. dinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal.
O adicional noturno é devido para o trabalho exercido
durante a noite, de modo que cada hora noturna sofre a re- A legislação trabalhista vigente estabelece que a du-
dução de 7 minutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acrés- ração normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de
cimo de 12,5% sobre o valor da hora diurna. Considera-se 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais,
noturno, nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre no máximo. Todavia, poderá a jornada diária de trabalho
as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte; nas dos empregados maiores ser acrescida de horas suple-
atividades rurais, é considerado noturno o trabalho execu- mentares, em número não excedentes a duas, no máximo,
tado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas para efeito de serviço extraordinário, mediante acordo in-
do dia seguinte; e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 dividual, acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença
horas do dia seguinte. normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade im-
periosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente
Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei, permitido. A remuneração do serviço extraordinário, des-
constituindo crime sua retenção dolosa. de a promulgação da Constituição Federal, deverá cons-
tar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou sentença
Quanto ao possível crime de retenção de salário, não normativa, e será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento)
há no Código Penal brasileiro uma norma que determina a superior à da hora normal.
ação de retenção de salário como crime. Apesar do artigo
7º, X, CF dizer que é crime a retenção dolosa de salário, Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o traba-
o dispositivo é norma de eficácia limitada, pois depende lho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
de lei ordinária, ainda mais porque qualquer norma penal salvo negociação coletiva.
incriminadora é regida pela legalidade estrita (artigo 5º,
XXXIX, CF). O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 horas
para os turnos ininterruptos de revezamento, expressamen-
Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resultados, te ressalvando a hipótese de negociação coletiva, objetivou
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
Girlan Almeida prestigiar
participa- Dos Santos a atuação da entidade sindical. Entretanto, a juris-
ção na gestão da empresa, conforme definido em lei. prudência evoluiu para uma interpretação restritiva de seu
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teor, tendo como parâmetro o fato de que o trabalho em
A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), HP151916827058188
que é turnos ininterruptos é por demais desgastante, penoso, além
conhecida também por Programa de Participação nos Re- de trazer malefícios de ordem fisiológica para o trabalhador,
sultados (PPR), está prevista na Consolidação das Leis do inclusive distúrbios no âmbito psicossocial já que dificulta o
Trabalho (CLT) desde a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro convívio em sociedade e com a própria família.
de 2000. Ela funciona como um bônus, que é ofertado pelo
empregador e negociado com uma comissão de trabalha- Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, pre-
dores da empresa. A CLT não obriga o empregador a forne- ferencialmente aos domingos.
cer o benefício, mas propõe que ele seja utilizado.
O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e
Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do quatro) horas consecutivas, devendo ser concedido prefe-
dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei. rencialmente aos domingos, sendo garantido a todo traba-
lhador urbano, rural ou doméstico. Havendo necessidade
Salário-família é o benefício pago na proporção do de trabalho aos domingos, desde que previamente auto-
respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer rizados pelo Ministério do Trabalho, aos trabalhadores é
condição até a idade de quatorze anos ou inválido de qual- assegurado pelo menos um dia de repouso semanal re-
quer idade, independente de carência e desde que o salá- munerado coincidente com um domingo a cada período,
rio-de-contribuição seja inferior ou igual ao limite máximo dependendo da atividade (artigo 67, CLT).
permitido. De acordo com a Portaria Interministerial MPS/
MF nº 19, de 10/01/2014, valor do salário-família será de Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas
R$ 35,00, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.
para quem ganhar até R$ 682,50. Já para o trabalhador que
receber de R$ 682,51 até R$ 1.025,81, o valor do salário- O salário das férias deve ser superior em pelo menos
-família por filho de até 14 anos de idade ou inválido de um terço ao valor da remuneração normal, com todos os
qualquer idade será de R$ 24,66. adicionais e benefícios aos quais o trabalhador tem direi-
to. A cada doze meses de trabalho – denominado período
Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não su- aquisitivo – o empregado terá direito a trinta dias corridos
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, de férias, se não tiver faltado injustificadamente mais de
facultada a compensação de horários e a redução da jorna- cinco vezes ao serviço (caso isso ocorra, os dias das férias
da, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. serão diminuídos de acordo com o número de faltas).

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as
do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da
dias. lei.

O salário da trabalhadora em licença é chamado de Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, mo-
salário-maternidade, é pago pelo empregador e por ele lesto, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que
descontado dos recolhimentos habituais devidos à Previ- não é perigoso ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção
dência Social. A trabalhadora pode sair de licença a partir e vigilância acima do comum. Ainda não há na legislação
do último mês de gestação, sendo que o período de licen- específica previsão sobre o adicional de penosidade.
ça é de 120 dias. A Constituição também garante que, do São consideradas atividades ou operações insalubres
momento em que se confirma a gravidez até cinco meses as que se desenvolvem excesso de limites de tolerância
após o parto, a mulher não pode ser demitida. para: ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto,
exposição ao calor e ao frio, radiações, certos agentes quí-
Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fi- micos e biológicos, vibrações, umidade, etc. O exercício de
xados em lei. trabalho em condições de insalubridade assegura ao traba-
lhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário
O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade base do empregado (súmula 228 do TST), ou previsão mais
para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a benéfica em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalen-
mãe nos processos pós-operatórios. te a 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau
máximo; 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau
Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da médio; 10% (dez por cento), para insalubridade de grau
mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei. mínimo.
O adicional de periculosidade é um valor devido ao
Embora as mulheres sejam maioria na população de 10 empregado exposto a atividades perigosas. São conside-
anos ou mais de idade, elas são minoria na população ocu- radas atividades ou operações perigosas, aquelas que, por
pada, mas estão em maioria entre os desocupados. Acres- sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco
centa-se ainda, que elas são maioria também na população acentuado em virtude de exposição permanente do tra-
não economicamente ativa. Além disso, ainda Girlan Almeida balhador
há relevante Dos Santos a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; e a
diferença salarial entre homens e mulheres, sendo que os ho- roubos ou outras espécies de violência física nas atividades
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mens recebem mais porque os empregadores entendem que profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. O valor
eles necessitam de um salário maior para manterHP151916827058188
a família. do adicional de periculosidade será o salário do empre-
Tais disparidades colocam em evidência que o mercado de gado acrescido de 30%, sem os acréscimos resultantes de
trabalho da mulher deve ser protegido de forma especial. gratificações, prêmios ou participações nos lucros da em-
presa.
Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tem- O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem enten-
po de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos dimento unânime sobre a possibilidade de cumulação des-
da lei. tes adicionais.

Nas relações de emprego, quando uma das partes de- Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria.
seja rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por
prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar à A aposentadoria é um benefício garantido a todo tra-
outra parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem balhador brasileiro que pode ser usufruído por aquele que
por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de tenha contribuído ao Instituto Nacional de Seguridade So-
trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento cial (INSS) pelos prazos estipulados nas regras da Previ-
do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no dência Social e tenha atingido as idades mínimas previstas.
mercado de trabalho, sendo que o aviso prévio pode ser Aliás, o direito à previdência social é considerado um direi-
trabalhado ou indenizado. to social no próprio artigo 6º, CF.

Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segu- dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de ida-
rança. de em creches e pré-escolas.

Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias
do trabalho salubre. Fiorillo28 destaca que o equilíbrio do com mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um es-
meio ambiente do trabalho está sedimentado na salubri- paço físico para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses,
dade e na ausência de agentes que possam comprometer enquanto elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço
a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores. aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche a mu-
28 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Am- lher para que ela pague uma creche para o bebê de até 6
biental brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21. meses. O valor desse auxílio será determinado conforme

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou lidade de cumulação do benefício previdenciário, assim
convenção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias compreendido como prestação garantida pelo Estado ao
registradas não tem obrigação de conceder o benefício. É trabalhador acidentado (responsabilidade objetiva) com
facultativo (ela pode oferecer ou não). Existe a possibilida- a indenização devida pelo empregador em caso de culpa
de de o benefício ser estendido até os 6 anos de idade e (responsabilidade subjetiva), é pacífica, estando ampla-
incluir o trabalhador homem. A duração do auxílio-creche mente difundida na jurisprudência do Tribunal Superior do
e o valor envolvido variarão conforme negociação coletiva Trabalho;
na empresa.
Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resultan-
Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e tes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
acordos coletivos de trabalho. cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de tra-
Neste dispositivo se funda o direito coletivo do tra- balho.
balho, que encontra regulamentação constitucional nos
artigo 8º a 11 da Constituição. Pelas convenções e acor- Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela
dos coletivos, entidades representativas da categoria dos jurisdicional para assegurar direitos violados. Sendo assim,
trabalhadores entram em negociação com as empresas na há um período de tempo que o empregado tem para re-
defesa dos interesses da classe, assegurando o respeito aos querer seu direito na Justiça do Trabalho. A prescrição tra-
direitos sociais; balhista é sempre de 2 (dois) anos a partir do término do
contrato de trabalho, atingindo as parcelas relativas aos 5
Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação, (cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante a
na forma da lei.
vigência do contrato de trabalho.
Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo
Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários,
homem, que pode ser feita, notadamente, qualificando o
de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
profissional para exercer trabalhos que não possam ser de-
de sexo, idade, cor ou estado civil.
sempenhados por uma máquina (ex.: se criada uma má-
quina que substitui o trabalhador, deve ser ele qualificado
Girlan Almeida DosHáSantos
uma tendência de se remunerar melhor homens
para que possa operá-la).
brancos na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo
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patente a diferença remuneratória para com pessoas de
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Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de tra-
balho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização diferente etnia, faixa etária ou sexo. Esta distinção atenta
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. contra o princípio da igualdade e não é aceita pelo consti-
tuinte, sendo possível inclusive invocar a equiparação sala-
Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tra- rial judicialmente.
tar do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a
definição de doenças e acidentes do trabalho. Não se trata Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discrimina-
de legislação específica sobre o tema, mas sim de uma nor- ção no tocante a salário e critérios de admissão do trabalha-
ma que dispõe sobre as modalidades de benefícios da pre- dor portador de deficiência.
vidência social. Referida Lei, em seu artigo 19 da preceitua
que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas li-
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do traba- mitações, possui condições de ingressar no mercado de
lho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional trabalho e não pode ser preterida meramente por conta de
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou sua deficiência.
temporária, da capacidade para o trabalho.
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contri- Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre traba-
buição com natureza de tributo que as empresas pagam lho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de respectivos.
trabalho ou doença ocupacional, cobrindo a aposentadoria
especial. A alíquota normal é de um, dois ou três por cen- Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são igual-
to sobre a remuneração do empregado, mas as empresas mente relevantes e contribuem todos para a sociedade,
que expõem os trabalhadores a agentes nocivos químicos, não cabendo a desvalorização de um trabalho apenas por
físicos e biológicos precisam pagar adicionais diferencia- se enquadrar numa ou outra categoria.
dos. Assim, quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas
atualmente o Ministério da Previdência Social pode alterar Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno,
a alíquota se a empresa investir na segurança do trabalho. perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qual-
Neste sentido, nada impede que a empresa seja res- quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
ponsabilizada pelos acidentes de trabalho, indenizando condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
o trabalhador. Na atualidade entende-se que a possibi-

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabele- VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
cendo-se uma idade mínima para trabalho e proibindo-se negociações coletivas de trabalho;
o trabalho em condições desfavoráveis. VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo-
tado nas organizações sindicais;
Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o tra- VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali-
balhador com vínculo empregatício permanente e o tra- zado a partir do registro da candidatura a cargo de direção
balhador avulso. ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias em- grave nos termos da lei.
presas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se
de mão-de-obra, possuindo os mesmos direitos que um à organização de sindicatos rurais e de colônias de pes-
trabalhador com vínculo empregatício permanente. cadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como
PEC das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único O direito de greve, por seu turno, está previsto no ar-
do artigo 7º: tigo 9º, CF:

Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à cate- Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
goria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, sobre os interesses que devam por meio dele defender.
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cum- e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis
primento das obrigações tributárias, principais e acessórias, da comunidade.
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como penas da lei.
a sua integração à previdência social.
A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre
5) Direito coletivo do trabalho o exercício do direito de greve, define as atividades essen-
Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos
Girlan Almeida ciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis
Dos Santos
dos trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalha- da comunidade, e dá outras providências. Enquanto não
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dores, coletivamente ou no interesse de uma coletivida- for disciplinado o direito de greve dos servidores públicos,
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de, quais sejam: associação profissional ou sindical, greve, esta é a legislação que se aplica, segundo o STF.
substituição processual, participação e representação clas- O direito de participação é previsto no artigo 10, CF:
sista29.
A liberdade de associação profissional ou sindical tem Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos traba-
escopo no artigo 8º, CF: lhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos pú-
blicos em que seus interesses profissionais ou previdenciá-
Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindi- rios sejam objeto de discussão e deliberação.
cal, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para Por fim, aborda-se o direito de representação classista
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão no artigo 11, CF:
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical; Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos em-
II - é vedada a criação de mais de uma organização pregados, é assegurada a eleição de um representante
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o enten-
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que dimento direto com os empregadores.
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interes-
sados, não podendo ser inferior à área de um Município; Nacionalidade
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes- O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em vem a ser corolário dos direitos políticos, já que somente
questões judiciais ou administrativas; um nacional pode adquirir direitos políticos.
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
se tratando de categoria profissional, será descontada em um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
folha, para custeio do sistema confederativo da representa- ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
ção sindical respectiva, independentemente da contribuição assim de direitos e obrigações.
prevista em lei; Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se não é a mesma coisa que população. População é o con-
filiado a sindicato; junto de pessoas residentes no país – inclui o povo, os es-
29 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esque- trangeiros residentes no país e os apátridas.
matizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

1) Nacionalidade como direito humano fundamen- Uma pessoa pode ser considerada nacional brasileira
tal tanto por ter nascido no território brasileiro quanto por
Os direitos humanos internacionais são completamen- voluntariamente se naturalizar como brasileiro, como se
te contrários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o percebe no teor do artigo 12, CF. O estrangeiro, num con-
indivíduo que não possui o vínculo da nacionalidade com ceito tomado à base de exclusão, é todo aquele que não é
nenhum Estado. Logo, a nacionalidade é um direito da pes- nacional brasileiro.
soa humana, o qual não pode ser privado de forma arbitrá-
ria. Não há privação arbitrária quando respeitados os crité- a) Brasileiros natos
rios legais previstos no texto constitucional no que tange à Art. 12, CF. São brasileiros:
perda da nacionalidade. Em outras palavras, o constituinte I - natos:
brasileiro não admite a figura do apátrida. a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
Contudo, é exatamente por ser um direito que a na- ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
cionalidade não pode ser uma obrigação, garantindo-se à a serviço de seu país;
pessoa o direito de deixar de ser nacional de um país e b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
passar a sê-lo de outro, mudando de nacionalidade, por mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
um processo conhecido como naturalização. da República Federativa do Brasil;
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de
seu artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacio- mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
nalidade. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua brasileira competente ou venham a residir na República
nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”. Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos apro- de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
funda-se em meios para garantir que toda pessoa tenha
uma nacionalidade desde o seu nascimento ao adotar o cri- Tradicionalmente, são possíveis dois critérios para a
tério do jus solis, explicitando que ao menos a pessoa terá a atribuição da nacionalidade primária – nacional nato –,
nacionalidade do território onde nasceu, quando não tiver notadamente: ius soli, direito de solo, o nacional nascido
direito a outra nacionalidade por previsões legais diversas. em território do país independentemente da nacionalidade
“Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa dos pais; e ius sanguinis, direito de sangue, que não depen-
humana. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um de do local de nascimento mas sim da descendência de um
indivíduo não pode ficar ao mero capricho de Girlan Almeida nacional
um governo, Dos Santos do país (critério comum em países que tiveram
de um governante, de um poder despótico, de decisões êxodo de imigrantes).
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unilaterais, concebidas sem regras prévias, semHP151916827058188
o contra- O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce
ditório, a defesa, que são princípios fundamentais de todo no território brasileiro – critério do ius soli, ainda que fi-
sistema jurídico que se pretenda democrático. A questão lho de pais estrangeiros, desde que não sejam estrangeiros
não pode ser tratada com relativismos, uma vez que é mui- que estejam a serviço de seu país ou de organismo inter-
to séria”30. nacional (o que geraria um conflito de normas). Contudo,
Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e in- também é possível ser brasileiro nato ainda que não se te-
ternacional a previsão do direito de asilo, consistente no nha nascido no território brasileiro.
direito de buscar abrigo em outro país quando naquele do No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro nato
qual for nacional estiver sofrendo alguma perseguição. Tal também pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer dos pais
perseguição não pode ter motivos legítimos, como a práti- estiver a serviço do Brasil, é considerado brasileiro nato,
ca de crimes comuns ou de atos atentatórios aos princípios mesmo que nasça em outro país. Se qualquer dos pais não
das Nações Unidas, o que subverteria a própria finalidade estiverem a serviço do Brasil e a pessoa nascer no exte-
desta proteção. Em suma, o que se pretende com o direi- rior é exigido que o nascido do exterior venha ao território
to de asilo é evitar a consolidação de ameaças a direitos brasileiro e aqui resida ou que tenha sido registrado em
humanos de uma pessoa por parte daqueles que deve- repartição competente, caso em que poderá, aos 18 anos,
riam protegê-los – isto é, os governantes e os entes sociais manifestar-se sobre desejar permanecer com a nacionali-
como um todo –, e não proteger pessoas que justamente dade brasileira ou não.
cometeram tais violações.
b) Brasileiros naturalizados
2) Naturalidade e naturalização
O artigo 12 da Constituição Federal estabelece quem Art. 12, CF. São brasileiros: [...]
são os nacionais brasileiros, dividindo-os em duas catego- II - naturalizados:
rias: natos e naturalizados. Percebe-se que naturalidade é a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalida-
diferente de nacionalidade – naturalidade é apenas o local de brasileira, exigidas aos originários de países de língua
de nascimento, nacionalidade é um efetivo vínculo com o portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto
Estado. e idoneidade moral;
30 VALVERDE, Thiago Pellegrini. Comentários aos artigos XV b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, resi-
e XVI. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Decla- dentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze
ração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
2008, p. 87-88. requeiram a nacionalidade brasileira.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

A naturalização deve ser voluntária e expressa. Artigo 12, § 3º, CF. São privativos de brasileiro nato
O Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6.815/1980, rege a os cargos:
questão da naturalização em mais detalhes, prevendo no I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
artigo 112: II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
Art. 112, Lei nº 6.815/1980. São condições para a con- IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
cessão da naturalização: V - da carreira diplomática;
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; VI - de oficial das Forças Armadas;
II - ser registrado como permanente no Brasil; VII - de Ministro de Estado da Defesa.
III - residência contínua no território nacional, pelo
prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores A lógica do dispositivo é a de que qualquer pessoa no
ao pedido de naturalização; exercício da presidência da República ou de cargo que pos-
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as sa levar a esta posição provisoriamente deve ser natural do
condições do naturalizando; país (ausente o Presidente da República, seu vice-presiden-
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à te desempenha o cargo; ausente este assume o Presiden-
manutenção própria e da família; te da Câmara; também este ausente, em seguida, exerce
VI - bom procedimento; o cargo o Presidente do Senado; e, por fim, o Presidente
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação do Supremo pode assumir a presidência na ausência dos
no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja comi- anteriores – e como o Presidente do Supremo é escolhido
nada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, num critério de revezamento nenhum membro pode ser
superior a 1 (um) ano; e naturalizado); ou a de que o cargo ocupado possui forte
VIII - boa saúde. impacto em termos de representação do país ou de segu-
rança nacional.
Destaque vai para o requisito da residência contínua. Outras exceções são: não aceitação, em regra, de brasi-
Em regra, o estrangeiro precisa residir no país por 4 anos leiro naturalizado como membro do Conselho da Repúbli-
contínuos, conforme o inciso III do referido artigo 112. No ca (artigos 89 e 90, CF); impossibilidade de ser proprietário
entanto, por previsão constitucional do artigo 12, II, “a”, se de empresa jornalística, de radiodifusão sonora e imagens,
o estrangeiro foi originário de país com língua Girlan Almeida salvo
portuguesa se já naturalizado há 10 anos (artigo 222, CF); possi-
Dos Santos
o prazo de residência contínua é reduzido para 1 ano. Daí bilidade de extradição do brasileiro naturalizado que tenha
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praticado crime comum antes da naturalização ou, depois
se afirmar que o constituinte estabeleceu a naturalização
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ordinária no artigo 12, II, “b” e a naturalização extraordiná- dela, crime de tráfico de drogas (artigo 5º, LI, CF).
ria no artigo 12, II, “a”.
Outra diferença sensível é que à naturalização ordiná- 3) Quase-nacionalidade: caso dos portugueses
ria se aplica o artigo 121 do Estatuto do Estrangeiro, se- Nos termos do artigo 12, § 1º, CF:
gundo o qual “a satisfação das condições previstas nesta
Lei não assegura ao estrangeiro direito à naturalização”. Artigo 12, §1º, CF. Aos portugueses com residência
Logo, na naturalização ordinária não há direito subjetivo à permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
naturalização, mesmo que preenchidos todos os requisitos. brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao bra-
Trata-se de ato discricionário do Ministério da Justiça. O sileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
mesmo não vale para a naturalização extraordinária, quan-
do há direito subjetivo, cabendo inclusive a busca do Poder É uma regra que só vale se os brasileiros receberem o
Judiciário para fazê-lo valer31. mesmo tratamento, questão regulamentada pelo Tratado
de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Fe-
c) Tratamento diferenciado derativa do Brasil e a República Portuguesa, assinado em
A regra é que todo nacional brasileiro, seja ele nato ou 22 de abril de 2000 (Decreto nº 3.927/2001).
naturalizado, deverá receber o mesmo tratamento. Neste As vantagens conferidas são: igualdade de direitos ci-
sentido, o artigo 12, § 2º, CF: vis, não sendo considerado um estrangeiro; gozo de direi-
tos políticos se residir há 3 anos no país, autorizando-se
Artigo 12, §2º, CF. A lei não poderá estabelecer distin- o alistamento eleitoral. No caso de exercício dos direitos
ção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos ca- políticos nestes moldes, os direitos desta natureza ficam
sos previstos nesta Constituição. suspensos no outro país, ou seja, não exerce simultanea-
mente direitos políticos nos dois países.
Percebe-se que a Constituição simultaneamente esta-
belece a não distinção e se reserva ao direito de estabele- 4) Perda da nacionalidade
cer as hipóteses de distinção. Artigo 12, § 4º, CF. Será declarada a perda da nacio-
Algumas destas hipóteses de distinção já se encontram nalidade do brasileiro que:
enumeradas no parágrafo seguinte. I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença ju-
31 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em tele- dicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
conferência. II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela 6) Extradição


lei estrangeira; A extradição é ato diverso da deportação, da expulsão
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangei- e da entrega. Extradição é um ato de cooperação interna-
ra, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como con- cional que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou
dição para permanência em seu território ou para o exercício condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama.
de direitos civis. O Brasil, sob hipótese alguma, extraditará brasileiros natos
mas quanto aos naturalizados assim permite caso tenham
A respeito do inciso I do §4º do artigo 12, a Lei nº 818, praticado crimes comuns (exceto crimes políticos e/ou de
de 18 de setembro de 1949 regula a aquisição, a perda e opinião) antes da naturalização, ou, mesmo depois da na-
a reaquisição da nacionalidade, e a perda dos direitos po- turalização, em caso de envolvimento com o tráfico ilícito
líticos. No processo deve ser respeitado o contraditório e de entorpecentes (artigo 5º, LI e LII, CF).
a iniciativa de propositura é do Procurador da República. Aplicam-se os seguintes princípios à extradição:
No que tange ao inciso II do parágrafo em estudo, a) Princípio da Especialidade: Significa que o estrangei-
percebe-se a aceitação da figura do polipátrida. Na alínea ro só pode ser julgado pelo Estado requerente pelo crime
“a” aceita-se que a pessoa tenha nacionalidade brasileira objeto do pedido de extradição. O importante é que o ex-
e outra se ao seu nascimento tiver adquirido simultanea- traditado só seja submetido às penas relativas aos crimes
mente a nacionalidade do Brasil e outro país; na alínea “b” que foram objeto do pedido de extradição.
é reconhecida a mesma situação se a aquisição da nacio- b) Princípio da Dupla Punibilidade: O fato praticado
nalidade do outro país for uma exigência para continuar deve ser punível no Estado requerente e no Brasil. Logo,
lá permanecendo ou exercendo seus direitos civis, pois se além do fato ser típico em ambos os países, deve ser puní-
assim não o fosse o brasileiro seria forçado a optar por uma vel em ambos (se houve prescrição em algum dos países,
nacionalidade e, provavelmente, se ver privado da naciona- p. ex., não pode ocorrer a extradição).
lidade brasileira. c) Princípio da Retroatividade dos Tratados: O fato de
um tratado de extradição entre dois países ter sido cele-
5) Deportação, expulsão e entrega brado após a ocorrência do crime não impede a extradição.
A deportação representa a devolução compulsória de d) Princípio da Comutação da Pena (Direitos Humanos):
um estrangeiro que tenha entrado ou esteja de forma ir- Se o crime for apenado por qualquer das penas vedadas
regular no território nacional, estando prevista na Almeida
Girlan Lei nº pelo
Dos artigo
Santos 5º, XLVII da CF, a extradição não será autoriza-
6.815/1980, em seus artigos 57 e 58. Neste caso, não hou- da, salvo se houver a comutação da pena, transformação
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ve prática de qualquer ato nocivo ao Brasil, havendo, pois, para uma pena aceita no Brasil.
mera irregularidade de visto. HP151916827058188
A expulsão é a retirada “à força” do território brasi- 7) Idioma e símbolos
leiro de um estrangeiro que tenha praticado atos tipifica- Art. 13, CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da
dos no artigo 65 e seu parágrafo único, ambos da Lei nº República Federativa do Brasil.
6.815/1980: § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
Art. 65, Lei nº 6.815/1980. É passível de expulsão o es- § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
trangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a seguran- derão ter símbolos próprios.
ça nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou
moralidade pública e a economia popular, ou cujo proce- Idioma é a língua falada pela população, que confere
dimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses na- caráter diferenciado em relação à população do resto do
cionais. mundo. Sendo assim, é manifestação social e cultural de
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o es- uma nação.
trangeiro que: Os símbolos, por sua vez, representam a imagem da
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou per- nação e permitem o seu reconhecimento nacional e inter-
manência no Brasil; nacionalmente.
b) havendo entrado no território nacional com infração Por esta intrínseca relação com a nacionalidade, a pre-
à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado visão é feito dentro do capítulo do texto constitucional que
para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação; aborda o tema.
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei Direitos políticos
para estrangeiro. Como mencionado, a nacionalidade é corolário dos di-
reitos políticos, já que somente um nacional pode adquirir
A entrega (ou surrender) consiste na submissão de um direitos políticos. No entanto, nem todo nacional é titular
nacional a um tribunal internacional do qual o próprio país de direitos políticos. Os nacionais que são titulares de direi-
faz parte. É o que ocorreria, por exemplo, se o Brasil en- tos políticos são denominados cidadãos. Significa afirmar
tregasse um brasileiro para julgamento pelo Tribunal Penal que nem todo nacional brasileiro é um cidadão brasileiro,
Internacional (competência reconhecida na própria Consti- mas somente aquele que for titular do direito de sufrágio
tuição no artigo 5º, §4º). universal.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

1) Sufrágio universal 3) Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do


A primeira parte do artigo 14, CF, prevê que “a sobera- voto
nia popular será exercida pelo sufrágio universal [...]”. O alistamento eleitoral e o voto para os maiores de
Sufrágio universal é a soma de duas capacidades elei- dezoito anos são, em regra, obrigatórios. Há facultativi-
torais, a capacidade ativa – votar e exercer a democracia dade para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os
direta – e a capacidade passiva – ser eleito como represen- maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
tante no modelo da democracia indireta. Ou ainda, sufrá-
gio universal é o direito de todos cidadãos de votar e ser Artigo 14, § 1º, CF. O alistamento eleitoral e o voto são:
votado. O voto, que é o ato pelo qual se exercita o sufrágio, I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
deverá ser direto e secreto. II - facultativos para:
Para ter capacidade passiva é necessário ter a ativa, a) os analfabetos;
mas não apenas isso, há requisitos adicionais. Sendo assim, b) os maiores de setenta anos;
nem toda pessoa que tem capacidade ativa tem também c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
capacidade passiva, embora toda pessoa que tenha capa-
cidade passiva tenha necessariamente a ativa. No mais, esta obrigatoriedade se aplica aos nacionais
brasileiros, já que, nos termos do artigo 14, §2º, CF:
2) Democracia direta e indireta
Art. 14, CF. A soberania popular será exercida pelo su- Artigo 14, §2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores
frágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obri-
para todos, e, nos termos da lei, mediante: gatório, os conscritos.
I - plebiscito;
II - referendo; Quanto aos conscritos, são aqueles que estão prestan-
III - iniciativa popular. do serviço militar obrigatório, pois são necessárias tropas
disponíveis para os dias da eleição.
A democracia brasileira adota a modalidade semidire-
ta, porque possibilita a participação popular direta no po- 4) Elegibilidade
der por intermédio de processos como o plebiscito, o refe- O artigo 14, §§ 3º e 4º, CF, descrevem as condições de
rendo e a iniciativa popular. Como são hipóteses restritas,
Girlan Almeida Dos Santosou seja, os requisitos que devem ser preen-
elegibilidade,
pode-se afirmar que a democracia indireta é predominan- chidos para que uma pessoa seja eleita, no exercício de sua
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temente adotada no Brasil, por meio do sufrágio univer- capacidade passiva do sufrágio universal.
sal e do voto direto e secreto com igual valor paraHP151916827058188
todos.
Quanto ao voto direto e secreto, trata-se do instrumento Artigo 14, § 3º, CF. São condições de elegibilidade, na
para o exercício da capacidade ativa do sufrágio universal. forma da lei:
Por seu turno, o que diferencia o plebiscito do refe- I - a nacionalidade brasileira;
rendo é o momento da consulta à população: no plebis- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
cito, primeiro se consulta a população e depois se toma a III - o alistamento eleitoral;
decisão política; no referendo, primeiro se toma a decisão IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
política e depois se consulta a população. Embora os dois V - a filiação partidária;
partam do Congresso Nacional, o plebiscito é convocado, VI - a idade mínima de:
ao passo que o referendo é autorizado (art. 49, XV, CF), am- a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente
bos por meio de decreto legislativo. O que os assemelha é da República e Senador;
que os dois são “formas de consulta ao povo para que de- b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
libere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza Estado e do Distrito Federal;
constitucional, legislativa ou administrativa”32. c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
Na iniciativa popular confere-se à população o poder Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
de apresentar projeto de lei à Câmara dos Deputados, d) dezoito anos para Vereador.
mediante assinatura de 1% do eleitorado nacional, distri-
buído por 5 Estados no mínimo, com não menos de 0,3% Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os
dos eleitores de cada um deles. Em complemento, prevê o analfabetos.
artigo 61, §2°, CF:
Dos incisos I a III denotam-se requisitos correlatos à
Art. 61, § 2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida nacionalidade e à titularidade de direitos políticos. Logo,
pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei para ser eleito é preciso ser cidadão.
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacio- O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa se alista
nal, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me- como eleitor e, em regra, é no município onde reside, mas
nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. pode não o ser caso analisados aspectos como o vínculo
de afeto com o local (ex.: Presidente Dilma vota em Porto
32 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional es- Alegre – RS, embora resida em Brasília – DF). Sendo assim,
quematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. para se candidatar a cargo no município, deve ter domicílio

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

eleitoral nele; para se candidatar a cargo no estado, deve Artigo 14, §6º, CF. Para concorrerem a outros cargos,
ter domicílio eleitoral em um de seus municípios; para se o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
candidatar a cargo nacional, deve ter domicílio eleitoral Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respecti-
em uma das unidades federadas do país. Aceita-se a trans- vos mandatos até seis meses antes do pleito.
ferência do domicílio eleitoral ao menos 1 ano antes das
eleições. São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos,
A filiação partidária implica no lançamento da candi- os chefes do Executivo que não renunciarem aos seus man-
datura por um partido político, não se aceitando a filiação datos até seis meses antes do pleito eleitoral, antes das
avulsa. eleições. Ex.: Se a eleição aconteceu em 05/10/2014, neces-
Finalmente, o §3º do artigo 14, CF, coloca o requisi- sário que tivesse renunciado até 04/04/2014.
to etário, com faixa etária mínima para o desempenho de
cada uma das funções, a qual deve ser auferida na data da Artigo 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de ju-
posse. risdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presiden-
5) Inelegibilidade te da República, de Governador de Estado ou Território, do
Atender às condições de elegibilidade é necessário Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
para poder ser eleito, mas não basta. Além disso, é preciso dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de inelegi- de mandato eletivo e candidato à reeleição.
bilidade.
A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. Na São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos,
absoluta, são atingidos todos os cargos; nas relativas, são cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o se-
atingidos determinados cargos. gundo grau ou por adoção, dos Chefes do Executivo ou
de quem os tenha substituído ao final do mandato, a não
Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os ser que seja já titular de mandato eletivo e candidato à
analfabetos. reeleição.

O artigo 14, §4º, CF traz duas hipóteses de inelegibili- Artigo 14, §8º, CF. O militar alistável é elegível, aten-
dade, que são absolutas, atingem todos os cargos. Para ser didas
Girlan Almeida Dos Santos as seguintes condições:
elegível é preciso ser alfabetizado (os analfabetos têm a I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afas-
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faculdade de votar, mas não podem ser votados) e é preci- tar-se da atividade;
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so possuir a capacidade eleitoral ativa – poder votar (inalis- II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
táveis são aqueles que não podem tirar o título de eleitor, pela autoridade superior e, se eleito, passará automatica-
portanto, não podem votar, notadamente: os estrangeiros mente, no ato da diplomação, para a inatividade.
e os conscritos durante o serviço militar obrigatório).
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos,
Artigo 14, §5º, CF. O Presidente da República, os Gover- os militares que não podem se alistar ou os que podem,
nadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem mas não preenchem as condições do §8º do artigo 14, CF,
os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos ou seja, se não se afastar da atividade caso trabalhe há me-
poderão ser reeleitos para um único período subsequente. nos de 10 anos, se não for agregado pela autoridade supe-
rior (suspenso do exercício das funções por sua autoridade
Descreve-se no dispositivo uma hipótese de inelegibili- sem prejuízo de remuneração) caso trabalhe há mais de
dade relativa. Se um Chefe do Poder Executivo de qualquer 10 anos (sendo que a eleição passa à condição de inativo).
das esferas for substituído por seu vice no curso do man-
dato, este vice somente poderá ser eleito para um período Artigo 14, §9º, CF. Lei complementar estabelecerá ou-
subsequente. tros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
Ex.: Governador renuncia ao mandato no início do seu fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
último ano de governo para concorrer ao Senado Federal e para exercício de mandato considerada vida pregressa do
é substituído pelo seu vice-governador. Se este se candida- candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições con-
tar e for eleito, não poderá ao final deste mandato se ree- tra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício
leger. Isto é, se o mandato o candidato renuncia no início de função, cargo ou emprego na administração direta ou
de 2010 o seu mandato de 2007-2010, assumindo o vice indireta.
em 2010, poderá este se candidatar para o mandato 2011-
2014, mas caso seja eleito não poderá se reeleger para o O rol constitucional de inelegibilidades dos parágrafos
mandato 2015-2018 no mesmo cargo. Foi o que aconteceu do artigo 14 não é taxativo, pois lei complementar pode
com o ex-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, estabelecer outros casos, tanto de inelegibilidades absolu-
que assumiu em 2010 no lugar de Aécio Neves o governo tas como de inelegibilidades relativas. Neste sentido, a Lei
do Estado de Minas Gerais e foi eleito governador entre Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, estabelece
2011 e 2014, mas não pode se candidatar à reeleição, con- casos de inelegibilidade, prazos de cessação, e determina
correndo por isso a uma vaga no Senado Federal. outras providências. Esta lei foi alterada por aquela que fi-

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

cou conhecida como Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar nistrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente,
nº 135, de 04 de junho de 2010, principalmente em seu salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder
artigo 1º, que segue. Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito)
anos seguintes, contados a partir da data da decisão, apli-
Art. 1º, Lei Complementar nº 64/1990. São inelegíveis: cando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição
I - para qualquer cargo: Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de
a) os inalistáveis e os analfabetos; mandatários que houverem agido nessa condição; (Redação
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Munici- h) os detentores de cargo na administração pública di-
pais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infrin- reta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a
gência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Consti- terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que
tuição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de forem condenados em decisão transitada em julgado ou
mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na
Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se rea- qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como
lizarem durante o período remanescente do mandato para o para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Re-
qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao término dação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
da legislatura; i) os que, em estabelecimentos de crédito, financia-
d) os que tenham contra sua pessoa representação jul- mento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto
gada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam
em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de
exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva de-
apuração de abuso do poder econômico ou político, para a
cretação, cargo ou função de direção, administração ou re-
eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem
presentação, enquanto não forem exonerados de qualquer
como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
responsabilidade;
(Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
j) os que forem condenados, em decisão transitada em
e) os que forem condenados, em decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleito-
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a
condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após ral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrá-
o cumprimento da pena, pelos crimes: (Redação dada pela gio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de
Girlan Almeida Dos Santos
campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em
Lei Complementar nº 135, de 2010)
campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro
sqterapeutagirlan@gmail.com
1. contra a economia popular, a fé pública, a administra-
ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da elei-
ção pública e o patrimônio público; (Incluído pelaHP151916827058188
Lei Com-
plementar nº 135, de 2010) ção; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o k) o Presidente da República, o Governador de Estado
mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falên- e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso
cia; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legis-
3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído lativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) mandatos desde o oferecimento de representação ou pe-
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de tição capaz de autorizar a abertura de processo por infrin-
liberdade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) gência a dispositivo
ção Estadual, da Constituição
da Lei Orgânica Federal,
do Distrito da Constitui-
Federal ou da Lei
c 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem
ondenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exer-
cício de função pública; (Incluído pela Lei Complementar nº durante o período remanescente do mandato para o qual
135, de 2010) foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; da legislatura; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 2010)
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, l) os que forem condenados à suspensão dos direitos
tortura, terrorismo e hediondos; políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida
8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluído por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbida-
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) de administrativa que importe lesão ao patrimônio público
9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito
Complementar nº 135, de 2010) em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou o cumprimento da pena; (Incluído pela Lei Complementar
bando; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) nº 135, de 2010)
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por
com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação decisão sancionatória do órgão profissional competente, em
dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso
cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar nº
insanável que configure ato doloso de improbidade admi- 135, de 2010)

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

n) os que forem condenados, em decisão transitada em d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão competência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no
de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas
de união estável para evitar caracterização de inelegibilida- e contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais,
de, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer ou para aplicar multas relacionadas com essas atividades;
a fraude; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham
o) os que forem demitidos do serviço público em decor- exercido cargo ou função de direção, administração ou re-
rência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de presentação nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da
8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido Lei n° 4.137, de 10 de setembro de 1962, quando, pelo âm-
suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei bito e natureza de suas atividades, possam tais empresas
Complementar nº 135, de 2010) influir na economia nacional;
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas res- f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de
ponsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão empresas que atuem no Brasil, nas condições monopolísti-
transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da cas previstas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na
Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, alínea anterior, não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6
observando-se o procedimento previsto no art. 22; (Incluído (seis) meses antes do pleito, a prova de que fizeram cessar o
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) abuso apurado, do poder econômico, ou de que transferiram,
q) os magistrados e os membros do Ministério Público por força regular, o controle de referidas empresas ou grupo
que forem aposentados compulsoriamente por decisão san-
de empresas;
cionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que
g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses ante-
tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na
riores ao pleito, ocupado cargo ou função de direção, ad-
pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo
ministração ou representação em entidades representativas
de 8 (oito) anos; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de
de classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições
2010)
impostas pelo poder Público ou com recursos arrecadados e
II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente repassados pela Previdência Social;
de seus cargos e funções: h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das fun-
1. os Ministros de Estado: ções, tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou Supe-
Girlan Almeida rintendente
Dos Santos de sociedades com objetivos exclusivos de ope-
2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e
militar, da Presidência da República; rações financeiras e façam publicamente apelo à poupança
sqterapeutagirlan@gmail.com
e ao crédito, inclusive através de cooperativas e da empresa
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3. o chefe do órgão de assessoramento de informações
da Presidência da República; ou estabelecimentos que gozem, sob qualquer forma, de
4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; vantagens asseguradas pelo poder público, salvo se decor-
5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da rentes de contratos que obedeçam a cláusulas uniformes;
República; i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito,
6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e hajam exercido cargo ou função de direção, administração
da Aeronáutica; ou representação em pessoa jurídica ou em empresa que
7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica; mantenha contrato de execução de obras, de prestação de
8. os Magistrados; serviços ou de fornecimento de bens com órgão do Poder
9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autar- Público ou sob seu controle, salvo no caso de contrato que
quias, empresas públicas, sociedades de economia mista e obedeça a cláusulas uniformes;
fundações públicas e as mantidas pelo poder público; j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham
10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de afastado das suas funções até 6 (seis) meses anteriores ao
Territórios; pleito;
11. os Interventores Federais; I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos
12. os Secretários de Estado; órgãos ou entidades da Administração direta ou indireta
13. os Prefeitos Municipais; da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder
Estados e do Distrito Federal; Público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao
15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal; pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos
16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os integrais;
Secretários Nacionais, os Secretários Federais dos Ministérios III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do
e as pessoas que ocupem cargos equivalentes; Distrito Federal;
b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-
à eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em -Presidente da República especificados na alínea a do inciso
qualquer dos poderes da União, cargo ou função, de nomea- II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se
ção pelo Presidente da República, sujeito à aprovação prévia tratar de repartição pública, associação ou empresas que
do Senado Federal; operem no território do Estado ou do Distrito Federal, obser-
c) (Vetado); vados os mesmos prazos;

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente § 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I
de seus cargos ou funções: deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles
1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem
do Estado ou do Distrito Federal; aos crimes de ação penal privada. (Incluído pela Lei Com-
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e plementar nº 135, de 2010)
Zona Aérea; § 5º A renúncia para atender à desincompatibilização
3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de as- com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção
sistência aos Municípios; de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea
4. os secretários da administração municipal ou mem- k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao dis-
bros de órgãos congêneres; posto nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Comple-
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito: mentar nº 135, de 2010).
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações,
os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente 6) Impugnação de mandato
da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Encerrando a disciplina, o artigo 14, CF, aborda a im-
Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para pugnação de mandato.
a desincompatibilização;
b) os membros do Ministério Público e Defensoria Públi- Artigo 14, § 10, CF. O mandato eletivo poderá ser im-
ca em exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores pugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
ao pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais; contados da diplomação, instruída a ação com provas de
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercí- abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
cio no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito;
V - para o Senado Federal: Artigo 14, § 11, CF. A ação de impugnação de mandato
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Pre- tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na
sidente da República especificados na alínea a do inciso II forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tra-
tar de repartição pública, associação ou empresa que opere 7) Perda e suspensão de direitos políticos
no território do Estado, observados os mesmos prazos; Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos,
b) em cada Estado e no Distrito Federal,Girlan Almeida Dosperda
os inelegíveis cuja Santosou suspensão só se dará nos casos de:
para os cargos de Governador e Vice-Governador, nas mes- I - cancelamento da naturalização por sentença transi-
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mas condições estabelecidas, observados os mesmos prazos; tada em julgado;
VI - para a Câmara dos Deputados, Assembleia HP151916827058188
Legisla- II - incapacidade civil absoluta;
tiva e Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável, por iden- III - condenação criminal transitada em julgado, en-
tidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, quanto durarem seus efeitos;
nas mesmas condições estabelecidas, observados os mesmos IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prazos; prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
VII - para a Câmara Municipal: V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, § 4º.
os inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos
Deputados, observado o prazo de 6 (seis) meses para a de- O inciso I refere-se ao cancelamento da naturalização,
sincompatibilização; o que faz com que a pessoa deixe de ser nacional e, por-
b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de tanto, deixe de ser titular de direitos políticos.
Prefeito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses O inciso II trata da incapacidade civil absoluta, ou seja,
para a desincompatibilização . da interdição da pessoa para a prática de atos da vida civil,
§ 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da entre os quais obviamente se enquadra o sufrágio univer-
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal sal.
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos O inciso III refere-se a um dos possíveis efeitos da con-
até 6 (seis) meses antes do pleito. denação criminal, que é a suspensão de direitos políticos.
§ 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Pre- O inciso IV trata da recusa em cumprir a obrigação mi-
feito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando litar ou a prestação substitutiva imposta em caso de escusa
os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 moral ou religiosa.
(seis) meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou O inciso V se refere à ação de improbidade administra-
substituído o titular. tiva, que tramita para apurar a prática dos atos de improbi-
§ 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titu- dade administrativa, na qual uma das penas aplicáveis é a
lar, o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o suspensão dos direitos políticos.
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, Os direitos políticos somente são perdidos em dois ca-
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, sos, quais sejam cancelamento de naturalização por sen-
de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 tença transitada em julgado (o indivíduo naturalizado volta
(seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de man- à condição de estrangeiro) e perda da nacionalidade bra-
dato eletivo e candidato à reeleição. sileira em virtude da aquisição de outra (brasileiro se na-

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

turaliza em outro país e assim deixa de ser considerado um Os estatutos que tecem esta regulamentação devem
cidadão brasileiro, perdendo direitos políticos). Nos demais ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, §2º,
casos, há suspensão. Nota-se que não há perda de direitos CF).
políticos pela prática de atos atentatórios contra a Adminis- Quanto ao financiamento das campanhas e o acesso à
tração Pública por parte do servidor, mas apenas suspensão. mídia, prevê o §3º do artigo 17 da CF:
A cassação de direitos políticos, consistente na retirada dos
direitos políticos por ato unilateral do poder público, sem ob- Art. 17, §3º, CF. Os partidos políticos têm direito a re-
servância dos princípios elencados no artigo 5º, LV, CF (ampla cursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
defesa e contraditório), é um procedimento que só existe nos televisão, na forma da lei.
governos ditatoriais e que é absolutamente vedado pelo texto § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
constitucional. organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os re-
8) Anterioridade anual da lei eleitoral quisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a
Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filia-
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ção considerada para fins de distribuição dos recursos do
ocorra até um ano da data de sua vigência. fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e
de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97,
É necessário que a lei eleitoral entre em vigor pelo menos 1 de 2017)
ano antes da próxima eleição, sob pena de não se aplicar a ela,
mas somente ao próximo pleito. EXERCÌCIOS
Partidos políticos 1 - A República Federativa do Brasil é formada pela
O pluripartidarismo é uma das facetas do pluralismo polí- união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
tico e encontra respaldo enquanto direito fundamental, já que Federal e tem por fundamentos:
regulamentado no Título II, “Dos Direitos e Garantias Funda- a) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa
mentais”, capítulo V, “Dos Partidos Políticos”. humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa,
O caput do artigo 17 da Constituição prevê:
Girlan Almeida eDos
o pluralismo
Santos político.
b) A soberania dos estados-membros, a cidadania,
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
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os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e o
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
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pluralismo político.
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da c) A soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa
pessoa humana [...].
humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa,
e o pluralismo partidário estadual e municipal.
Consolida-se, assim a liberdade partidária, não estabele-
d) A soberania da União, os valores sociais do trabalho
cendo a Constituição um limite de números de partidos po-
e da livre iniciativa, e o pluralismo político.
líticos que possam ser constituídos, permitindo também que
sejam extintos, fundidos e incorporados.
2 - O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou
Os incisos do artigo 17 da Constituição indicam os pre-
por provocação, mediante decisão de dois terços dos
ceitos a serem observados na liberdade partidária: caráter na-
seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
cional, ou seja, terem por objetivo o desempenho de atividade
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
política no âmbito interno do país; proibição de recebimento
de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante
ou de subordinação a estes, logo, o Poder Público não pode em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
financiar campanhas eleitorais; prestação de contas à Justiça administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
Eleitoral, notadamente para resguardar a mencionada vedação; estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão
e funcionamento parlamentar de acordo com a lei. Ainda, a lei ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Segundo
veda a utilização de organização paramilitar por parte dos par- a Constituição Federal, do ato administrativo ou decisão
tidos políticos (artigo 17, §4º, CF). judicial que contrariar a súmula vinculante aplicável ou que
O respeito a estes ditames permite o exercício do partida- indevidamente a aplicar, caberá:
rismo de forma autônoma em termos estruturais e organiza- a) Apelação
cionais, conforme o §1º do artigo 17, CF: b) Recurso Extraordinário, que poderá ser impetrado
no STF por um dos legitimados do artigo 103, CF, isto é,
Art. 17, §1º, CF. É assegurada aos partidos políticos autono- por uma das autoridades, mesas ou entidades que podem
mia para definir sua estrutura interna, organização e funciona- propor no STF as ações do controle concentrado de
mento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas constitucionalidade.
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as c) Mandado de Segurança Coletivo
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou munici- d) Reclamação
pal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

3 - Assinale a alternativa correta em matéria de Direito 9– Considerando as normas constitucionais sobre


Constitucional. É fundamento da República Federativa do processo legislativo, assinale a opção INCORRETA.
Brasil, EXCETO: a) A Constituição poderá ser emendada mediante
a) a defesa da paz. proposta de (I) 1/3(um terço), no mínimo, dos membros
b) a soberania. da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, (II) do
c) a dignidade da pessoa humana. Presidente da República e (III) de mais da metade das
d) o pluralismo político. Assembléias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
4- A República Federativa do Brasil rege-se nas suas seus membros.
relações internacionais pelos seguintes princípios, EXCETO: b) A iniciativa popular para apresentação de projetos
a) independência nacional. de lei (ordinária ou complementar) poderá ser exercida
b) autodeterminação dos povos. pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
c) os valores sociais do trabalho. subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
d) igualdade entre os Estados. nacional, distribuído por pelo menos por cinco Estados,
com não menos de três décimos por cento dos eleitores
5- Constitui objetivo fundamental da República de cada um deles.
Federativa do Brasil: c) A matéria constante de projeto de lei rejeitado
(A) promover a igualdade entre os Estados somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
(B) garantir a soberania. mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
(C) reduzir as desigualdades sociais e regionais. absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso
(D) promover a defesa da paz. Nacional.
d) A matéria constante de proposta de emenda
6- De acordo com a Constituição Federal de 1988, é rejeitada ou havida por prejudicada poderá ser objeto
correto afirmar que o veto poderá ser apreciado pelo (a) de nova proposta na mesma sessão legislativa, mediante
a) Congresso Nacional, em sessão conjunta, e rejeitado proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer
pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores. das Casas do Congresso Nacional.
b) Senado Federal e rejeitado pelo voto da maioria
absoluta de seus membros. Girlan Almeida Dos10Santos– O processo legislativo não compreende a
c) Câmara dos Deputados e rejeitado pelo voto da elaboração de:
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a) leis ordinárias;
maioria absoluta de seus membros.
d) Congresso Nacional, em sessão conjunta, eHP151916827058188
rejeitado b) leis delegadas;
pelo voto da maioria relativa de seus membros. c) resoluções.
d) leis suplementares
7- Em relação aos direitos e garantias fundamentais é
INCORRETO afirmar: 11 - A Constituição Federal estabelece ser vedada a
a) Ninguém será privado de direitos por motivo de cassação de direitos políticos, cuja a perda ou a suspensão
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo só se dará nas hipóteses taxativamente previstas no texto
se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos constitucional. São hipóteses de perda ou suspensão dos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada direitos políticos, exceto:
em lei; a) Cancelamento da naturalização por ato
b) É inviolável o sigilo da correspondência e das administrativo.
comunicações telegráficas, dedados e das comunicações b) Incapacidade civil absoluta.
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas c) Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de prestação alternativa, nos termos do artigo 5º, VIII, da
investigação criminal ou instrução processual penal CF/88.
c) É livre a locomoção no território nacional em tempo d) Improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele §4º, da CF/88.
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
d) A criação de associações e, na forma da lei, a de 12 - Em relação a possibilidade de responsabilização
cooperativas dependem de autorização judicial, sendo do Presidente da República, assinale a única opção
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; INCORRETA.
a) Admitida a acusação contra o Presidente da
8 - São condições de elegibilidade para o cargo de República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será
Governador, EXCETO: ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
a) Ser brasileiro nato. Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
b) Está em pleno exercício dos direitos políticos; Federal, nos crimes de responsabilidade.
c) O alistamento eleitoral; b)O Presidente da República, na vigência de seu
d) o domicílio eleitoral na circunscrição; mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos
ao exercício de suas funções.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

c)Todos os Ministros de Estado precisam ser brasileiros 17- De acordo com a Constituição da República são
natos e maiores de 35(trinta e cinco) anos. simultaneamente inalistáveis e inelegíveis
d) O presidente da República somente poderá ser a) somente os analfabetos.
processado por crime de responsabilidade após autorização b) os analfabetos e os conscritos.
do Senado Federal, pelo voto da maioria absoluta de seus c) somente os estrangeiros e os analfabetos.
membros. d) somente os estrangeiros e os conscritos.

13 – Acerca do sistema de repartição de competência 18 - Para processar e julgar o Presidente da República


entre os entes federativos, assinale a opção INCORRETA. por crime de responsabilidade, ocorre a necessidade de
a) Compete privativamente a União legislar sobre preenchimento de alguns requisitos. Com base nas normas
direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, constitucionais, é incorreto afirmar que
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. a) a Câmara autoriza a instauração do processo pelo
b) No âmbito da legislação concorrente, compete voto de 2/3 dos seus membros.
à União legislar sobre normas gerais, sem prejuízo da b) o julgamento ocorre pelo Senado Federal, cuja
competência suplementar dos Estados membros. decisão deverá ocorrer pela decisão de 2/3 dos seus
c) Lei Ordinária poderá autorizar os Estados a legislar membros.
sobre questões específicas das matérias que são de c) condenado o Presidente, cumprirá sua pena privativa
competência privativa da União. de liberdade em regime semiaberto.
d) Compete concorrentemente à União, aos Estados e d) no julgamento ocorrido no Senado, funcionará
ao Distrito Federal legislar sobre educação, cultura, ensino como Presidente o do Supremo Tribunal Federal.
e desporto.
19 – Em relação aos Direitos Políticos e da Nacionalidade,
14 - Assinale a alternativa que contemple somente é CORRETO afirmar que:
matérias para cuja disciplina é vedada a edição de medida a) A inelegibilidade reflexa incide sobre o cônjuge, os
provisória. parentes consanguíneo sou afins, até o terceiro grau ou
a) Instituição ou majoração de impostos. por adoção, do Presidente da República, de Governador de
b) Abertura de crédito extraordinário, para o Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
atendimento a despesas imprevisíveis e urgentes. Girlan Almeida quem os haja substituído dentro dos dez meses anteriores
Dos Santos
c) direito penal, direito civil, direito processual penal e ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato
processual civil.
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a reeleição.
d) Partidos políticos e direito eleitoral. HP151916827058188
b) São brasileiros naturalizados os nascidos no
estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
15 - Sobre direitos e garantias fundamentais, assinale a que sejam registrados em repartição brasileira competente
única alternativa CORRETA: ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
a) A Constituição Federal assegura o direito à livre optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maior
associação sindical ou profissional e veda ao poder público idade, pela nacionalidade brasileira.
a interferência e a intervenção na organização sindical. c) É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda
b) O mandado de segurança coletivo pode ser só se dará nos casos de aquisição de outra nacionalidade;
impetrado por qualquer partido político, mesmo sem incapacidade civil absoluta; condenação criminal transitada
representação no Congresso Nacional. em julgado, enquanto durarem seus efeitos; recusa de
c) Todos os brasileiros natos têm legitimidade para cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa;
propor ação popular e para denunciar irregularidades ao e por improbidade administrativa.
Tribunal de Contas da União. d) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
d) É livre a manifestação do pensamento, sendo que tiver cancelada sua naturalização por sentença judicial,
facultado o anonimato. em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.

16 - Assinale a afirmativa correta 20 - Conforme o texto constitucional podem propor a


a) O plebiscito é uma consulta que ser faz aos cidadãos ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória
no gozo de seus direitos políticos sobre determinado ato de constitucionalidade os órgãos e as autoridades
governamental para posteriormente ratificá-lo, ou no relacionadas a seguir, EXCETO:
sentido de conceder-lhe eficácia, ou, ainda, para retirar-lhe a) Advogado Geral da União;
a eficácia. b) Presidente da República;
b) A idade mínima para concorrer ao cargo de vereador c) Procurador Geral da República;
é de vinte um anos de idade. d) Mesa do Senado Federal.
c) A perda ou suspensão de direitos políticos, se dará
dentre outros casos, como cancelamento da naturalização 21 – Segundo a Constituição Federal de 1988 e a
por sentença transitada em julgado. legislação pertinente, são legitimados para provocar o
d) O militar será inalistável e inelegível para todos os STF a editar, a rever ou acancelar o enunciado de Súmula
cargos públicos. Vinculante, dentre outros:

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

a) O Presidente da República, o Procurador-Geral da b) O Presidente da República escolherá o governador


República, o Governador de Estado ou do Distrito Federal; do Território, cujo nome deverá ser aprovado pelo Senado
b) os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Militares e Federal, em voto secreto, após arguição pública.
os Juízes Federais. c) Compete à União organizar e manter o Poder
c) A Mesa do Senado Federal, o Conselho Seccional da Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos
Ordem dos Advogados do Brasil e o Procurador-Geral da Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios
República. d) Compete ao Território Federal instituir sua própria lei
d) Os Tribunais Regionais do Trabalho, os juízes do trabalho, orgânica, visto que possuem a autonomia organizacional.
os Tribunais de Justiça locais e o Presidente da República.
25 – Sabendo que o Poder Judiciário se subdivide
22 - No que se refere ao Poder Legislativo, assinale a em órgãos específicos, dentre os listados abaixo assinale
opção INCORRETA. aquele que NÃO integra o Poder:
a) Onúmerototal de Deputados, bem comoarepresentação a) Tribunal Regional do Trabalho;
por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei b) Tribunais Militares;
complementar, proporcionalmente à população, procedendo- c) Conselho Nacional de Justiça;
se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para d) Tribunal de Contas da União.
que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos
de oito ou mais de setenta Deputados. 26 – Assinale a opção INCORRETA no que concerne ao
b) O Senado Federal é a Casa Legislativa que efetiva o Poder Judiciário.
bicameralismo federativo, ao compor-se de representantes a) Para que determinada pessoa seja indicada para
dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio compor os quadros do Supremo Tribunal Federal, Superior
majoritário. Tribunal de Justiça e Tribunal Superior Eleitoral deverá ter
c) Com base no princípio da simetria, afronta os princípios mais de 35 anos e menos de 65 anos.
constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes b) A assunção dos cargos por aqueles indicados para
e da liberdade de locomoção norma estadual que exige prévia o STF, STJ, TST ou CNJ, depende da aprovação da maioria
licença da Assembleia Legislativa para que o governador e o absoluta dos membros do Senado Federal. Por outro
vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer lado, os que forem indicados para assumir cargo no STM
prazo. Espécie de autorização que, segundo o modelo federal,
Girlan Almeida são
Dosnomeados
Santos pelo Presidente da República, depois de
somente se justifica quando o afastamento exceder a 15 aprovada a indicação pelo Senado Federal.
(quinze) dias.
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c) Os Órgãos de convergência são compostos pelo
d) A convocação extraordinária do Congresso HP151916827058188
Nacional Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores.
far-se-á pelo Presidente da República, pelos Presidentes d) O Supremo Tribunal Federal realiza controle difuso
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a de constitucionalidade através do julgamento, por exemplo,
requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, do Recurso Extraordinário.
em caso de urgência ou interesse público relevante. Quando
referida convocação for realizada pelo Presidente da República 27 – O Presidente da República Federativa do Brasil veio
deverá haver a aprovação da maioria simples de cada uma das a falecer devido a problema sério de saúde; logo após o seu
Casas do Congresso Nacional. falecimento, o Vice-Presidente da República renunciou ao
cargo. Considerando que a vacância de ambos os cargos
23 – O Presidente da República Federativa do Brasil foi ocorreu após dois anos e meio de exercício do mandato
formalmente acusado de atentar contra o exercício dos direitos presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita, na
políticos. Admitida a acusação por forma da lei, pelo Congresso Nacional,
a) um terço dos membros da Câmara dos Deputados, será a) noventa dias depois de aberta a última vaga.
ele submetido a julgamento perante o Senado Federal. b) sessenta dias depois de aberta a última vaga.
b) dois terços dos membros do Congresso Nacional, será c) quarenta e cinco dias depois de aberta a última vaga.
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal d) trinta dias depois de aberta a última vaga.
Federal.
c) dois terços dos membros da Câmara dos Deputados, 28 – Com relação ao Poder Judiciário, assinale a
será ele submetido a julgamento perante o Senado Federal. alternativa INCORRETA:
d) dois terços dos membros da Câmara dos Deputados, a) Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal
será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, disporá sobreo Estatuto da Magistratura
Federal. b) Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal
24 - No que tange à possibilidade de criação de novos e Territórios será composto de membros, do Ministério
Territórios Federais, algumas regras deverão ser observadas, Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados
dentre as quais podemos citar, EXCETO: de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais
a) A criação dos Territórios Federais, a transformação em de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em
Estado ou a reintegração ao Estado de origem serão reguladas lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas
em lei complementar. classes.

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c) Somente pelo voto da maioria absoluta de seus EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


membros ou dos membros do respectivo órgão especial
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei 1. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre o conceito de
ou ato normativo do Poder Público. Constituição, assinale a alternativa CORRETA.
d) O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de vinte (A) É o estatuto que regula as relações entre Estados
e cinco membros com mandato de dois anos, admitida soberanos.
uma recondução. (B) É o conjunto de normas que regula os direitos e
deveres de um povo.
29 - Na ausência de norma regulamentadora (C) É a lei fundamental e suprema de um Estado,
que inviabilize a efetivação dos direitos inerentes a que contém normas referentes à estruturação, à formação
nacionalidade, à soberania e à cidadania, poderá ser dos poderes públicos, direitos, garantias e deveres dos
concedido ao interessado: cidadãos.
a) Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (D) É a norma maior de um Estado, que regula os
b) Mandado de Injunção direitos e deveres de um povo nas suas relações.
c) Mandado de Segurança
d) Ação Popular 2. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Dentre as formas
de classificação das Constituições, uma delas é quanto à
30 - A liberdade partidária faz parte do rol de princípios origem.
da República Federativa do Brasil. Com relação aos partidos Em relação às características de uma Constituição
políticos, assinale a alternativa INCORRETA: quanto à sua origem, assinale a alternativa CORRETA.
a) É livre a criação e fusão; (A) Dogmáticas ou históricas.
b) É livre a incorporação e extinção; (B) Materiais ou formais.
c) Preserva-se o pluripartidarismo; (C) Analíticas ou sintéticas.
d) Presta conta aos Tribunais de Contas; (D) Promulgadas ou outorgadas.

3. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre a supremacia da


GABARITO Constituição da República, assinale a alternativa CORRETA.
Girlan Almeida Dos(A)Santos
A supremacia está no fato de o controle da
1-A constitucionalidade das leis só ser exercido pelo Supremo
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2-D Tribunal Federal.
3-A HP151916827058188
(B) A supremacia está na obrigatoriedade de
4-C submissão das leis aos princípios que norteiam o Estado
5-C por ela instituído.
6-A (C) A supremacia está no fato de a interpretação da
7-D constituição não depender da observância dos princípios
8-A que a norteiam.
9-D (D) A supremacia está no fato de que os princípios e
10-D fundamentos da constituição se resumam na declaração de
11-A soberania.
12-D
13-C 4. (PC/PI - Delegado de Polícia – UESPI/2014) Entre
14-D os chamados sentidos doutrinariamente atribuídos à
15-A Constituição, existe um que realiza a distinção entre
16-C Constituição e lei constitucional. Assinale a alternativa que
17-D o contempla.
18-C (A) Sentido político
19-D (B) Sentido sociológico.
20-A (C) Sentido jurídico.
21-A (D) Sentido culturalista.
22-D (E) Sentido simbólico.
23-C
24-D 5. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A República
25-D Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
26-A Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
27-D Estado Democrático de Direito (art. 1º da CF).
28-D Com base no enunciado acima é correto afirmar, exceto:
29-B (A) são objetivos fundamentais da república federativa
30-D do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
as desigualdades sociais e regionais.

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(B) a soberania, a cidadania e o pluralismo político 8. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária -


não são fundamentos da república federativa do brasil. FGV/2014) Sobre os Princípios Fundamentais da República
(C) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer Federativa do Brasil, à luz do texto constitucional de 1988,
alguma coisa senão em virtude de lei. é INCORRETO afirmar que:
(D) é livre a manifestação de pensamento, sendo (A) a República Federativa do Brasil tem como
vedado o anonimato. fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da
(E) construir uma sociedade livre, justa e solidária é pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
um dos objetivos fundamentais da república federativa do iniciativa e o pluralismo político.
Brasil. (B) a República Federativa do Brasil tem como
objetivos fundamentais: construir uma sociedade livre, justa
6. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A e solidária; garantir o desenvolvimento nacional, erradicar
Constituição brasileira inicia com o Título I dedicado aos a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
“princípios fundamentais”, que são as regras informadoras sociais e regionais; promover o bem de todos, sem
de todo um sistema de normas, as diretrizes básicas do preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
ordenamento constitucional brasileiro. São regras que outras formas de discriminação.
contêm os mais importantes valores que informam a (C) todo o poder emana do povo, que o exerce
elaboração da Constituição da República Federativa do unicamente por meio de representantes eleitos.
Brasil. (D) entre outros, são princípios adotados pela
Diante dessa afirmação, analise as questões a seguir e República Federativa do Brasil nas suas relações
assinale a alternativa correta. internacionais, os seguintes: a independência nacional, a
I - Nas relações internacionais, a República brasileira prevalência dos direitos humanos e o repúdio ao terrorismo
rege-se, entre outros, pelos seguintes princípios: e ao racismo.
autodeterminação dos povos, defesa da paz, igualdade (E) a autodeterminação dos povos, a não intervenção
entre os Estados, concessão de asilo político. e a defesa da paz são princípios regedores das relações
II - Os princípios não são dotados de normatividade, internacionais da República Federativa do Brasil.
ou seja, possuem efeito vinculante, mas constituem regras
jurídicas efetivas. 9. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O art.
III - Violar um princípio é muito mais grave que 5º da Constituição Federal trata dos direitos e deveres
Girlan Almeida Dos Santos
transgredir uma norma qualquer, pois implica ofensa a individuais e coletivos, espécie do gênero direitos e
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todo o sistema de comandos. garantias fundamentais (Título II). Assim, apesar de referir-
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IV - São princípios que norteiam a atividade econômica se, de modo expresso, apenas a direitos e deveres, também
no Brasil: a soberania nacional, a função social da consagrou as garantias fundamentais. (LENZA, Pedro.
propriedade, a livre concorrência, a defesa do consumidor; Direito Constitucional Esquematizado, São Paulo: Saraiva,
a propriedade privada. 2009,13ª. ed., p. 671).
V - A diferença de salários, de critério de admissão Com base na afirmação acima, analise as questões a
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil a qualquer seguir e assinale a alternativa correta.
dos trabalhadores urbanos e rurais fere o princípio da I - Os direitos são bens e vantagens prescritos na norma
igualdade do caput do art. 5º da Constituição Federal. constitucional, enquanto as garantias são os instrumentos
(A) Apenas I, II, III estão corretas. através dos quais se assegura o exercício dos aludidos
(B) Apenas II e IV estão corretas. direitos.
(C) Apenas III e V estão corretas. II - O rol dos direitos expressos nos 78 incisos e
(D) Apenas I, III, IV e V estão corretas. parágrafos do art. 5º da Constituição Federal é meramente
(E) Todas as afirmações estão corretas. exemplificativo.
III - Os direitos e garantias expressos na Constituição
7. (DPE/GO - Defensor Público - UFG/2014) A propósito Federal não excluem outros decorrentes do regime e dos
dos princípios fundamentais da República Federativa do princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
Brasil, reconhece-se que: em que o Brasil seja parte.
(A) o pluralismo político está inserido entre seus IV - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
objetivos. e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização
(B) a livre iniciativa é um de seus fundamentos e se pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
contrapõe ao valor social do trabalho. V - É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
(C) a dignidade é também do nascituro, o que sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
desautoriza, portanto, a prática da interrupção da gravidez garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
quando decorrente de estupro. suas liturgias.
(D) a promoção do bem de todos, sem preconceito (A) Apenas I, II e III estão corretas.
de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outra forma de (B) Apenas II, III e IV estão corretas.
discriminação, é um de seus objetivos. (C) Apenas III e V estão corretas.
(E) o legislativo, o executivo e o judiciário, (D) Apenas IV e V estão corretas.
dependentes e harmônicos entre si, são poderes da união. (E) Todas as questões estão corretas.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

10. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Os I - Ninguém será processado nem sentenciado senão
remédios constitucionais são as formas estabelecidas pela pela autoridade competente.
Constituição Federal para concretizar e proteger os direitos II - A lei só poderá restringir a publicidade dos atos
fundamentais a fim de que sejam assegurados os valores processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
essenciais e indisponíveis do ser humano. social o exigirem.
Assim, é correto afirmar, exceto: III - São admissíveis, no processo, as provas obtidas por
(A) O habeas corpus pode ser formulado sem meios ilícitos.
advogado, não tendo de obedecer a qualquer formalidade IV - Ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
processual, e o próprio cidadão prejudicado pode ser o quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
autor. fiança.
(B) O habeas corpus é utilizado sempre que alguém V - Não haverá prisão civil por dívida, nem mesmo a do
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação depositário infiel.
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso (A) Apenas I, II e IV estão corretas.
de poder. (B) Apenas I, III e V estão corretas.
(C) O autor da ação constitucional de habeas corpus (C) Apenas III e IV estão corretas.
recebe o nome de impetrante; o indivíduo em favor do qual (D) Apenas IV e V estão corretas.
se impetra, paciente, podendo ser o mesmo impetrante, e a (E) Todas as questões estão corretas.
autoridade que pratica a ilegalidade, autoridade coatora.
(D) Caberá habeas corpus em relação a punições 13. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014)
disciplinares militares. Sobre a Lei Penal, é CORRETO afirmar que
(E) O habeas corpus será preventivo quando alguém (A) não retroage, salvo para beneficiar o réu.
se achar ameaçado de sofrer violência, ou repressivo, (B) não retroage, salvo se o fato criminoso ainda não
quando for concreta a lesão. for conhecido.
(C) retroage, salvo disposição expressa em contrário.
11. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Ainda (D) retroage, se ainda não houver processo penal
em relação aos outros remédios constitucionais analise as instaurado.
questões a seguir e assinale a alternativa correta.
I - O habeas data assegura o conhecimento Girlan Almeida
de Dos14.Santos
(PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014)
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de Sobre as garantias fundamentais estabelecidas na
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registros ou banco de dados de entidades governamentais Constituição Federal, é CORRETO afirmar que
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ou de caráter público. (A) a Lei Penal é sempre irretroativa.
II - Será concedido habeas data para a retificação de (B) a prática do racismo constitui crime inafiançável e
dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, imprescritível.
judicial ou administrativo. (C) não haverá pena de morte em nenhuma
III - Em se tratando de registro ou banco de dados circunstância.
de entidade governamental, o sujeito passivo na ação (D) os templos religiosos, entendidos como casas de
de habeas data será a pessoa jurídica componente da Deus, possuem garantia de inviolabilidade domiciliar.
administração direta e indireta do Estado.
IV - O mandado de injunção serve para requerer à 15. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014)
autoridade competente que faça uma lei para tornar viável NÃO figura entre as garantias expressas no artigo 5º da
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais. Constituição Federal:
V - O pressuposto lógico do mandado de injunção é a (A) a obtenção de certidões em repartições públicas.
demora legislativa que impede um direito de ser efetivado (B) a defesa do consumidor, prevista em estatuto
pela falta de complementação de uma lei. próprio.
(A) Todas as afirmações estão corretas. (C) o respeito à integridade física dos presos, garantido
(B) Apenas I, II e III estão corretas. pela lei de execução penal.
(C) Apenas II, III e IV estão corretas. (D) a remuneração do trabalho noturno superior
(D) Apenas II, III e V estão corretas. ao diurno, posto que contido na legislação ordinária
(E) Apenas IV e V estão corretas. trabalhista.

12. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O devido 16. (PC/MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014)
processo legal estabelecido como direito do cidadão na A casa é asilo inviolável do indivíduo, podendo-se nela
Constituição Federal configura dupla proteção ao indivíduo, entrar, sem permissão do morador, EXCETO
pois atua no âmbito material de proteção ao direito de (A) em caso de desastre.
liberdade e no âmbito formal, ao assegurar-lhe paridade (B) em caso de flagrante delito.
de condições com o Estado para defender-se. (C) para prestar socorro.
Com base na afirmação acima, analise as questões a (D) por determinação judicial, a qualquer hora.
seguir e assinale a alternativa correta.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

17. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Administrador - 20. (SP-URBANISMO - Analista Administrativo - Jurídico


FGV/2014) Em tema de direitos e garantias fundamentais, o - VUNESP/2014) João apresenta requerimento junto à
artigo 5º da Constituição da República estabelece que é: Prefeitura do Município de São Paulo, pleiteando que lhe
(A) livre a manifestação do pensamento, sendo seja informado o número de licitações, na modalidade
fomentado o anonimato; pregão, realizadas pela São Paulo Urbanismo desde 2010.
(B) assegurado o direito de resposta, proporcional O pleito de João
ao agravo, que substitui o direito à indenização por dano (A) não encontra previsão expressa como direito
material, moral ou à imagem; fundamental na Constituição Federal, mas, todavia, deverá
(C) assegurado a todos o acesso à informação e ser acolhido em virtude do texto constitucional prever que
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
profissional; ou ameaça a direito
(D) livre a expressão da atividade intelectual, artística, (B) é constitucionalmente previsto, pois é a todos
científica e de comunicação, ressalvados os casos de censura assegurado, mediante o pagamento de taxa, o direito de
ou licença; petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
(E) direito de todos receber dos órgãos públicos contra ilegalidade ou abuso de poder
informações de seu interesse particular, sendo vedada a (C) não encontra amparo constitucional, uma vez
alegação de sigilo por imprescindibilidade à segurança da que a obtenção de certidões em repartições públicas será
sociedade e do Estado. atendida apenas se o objeto do pedido for para defesa de
direitos ou para esclarecimento de situações de interesse
18. (TJ-RJ - Técnico de Atividade Judiciária - FGV/2014) pessoal.
A partir da Emenda Constitucional nº 45/2004, os tratados e
convenções internacionais sobre direitos humanos: têm (D) encontra amparo constitucional, pois todos
(A) sempre terão a natureza jurídica de lei, exigindo a de direito a receber dos , órgãos públicos informações
sua aprovação, pelo Congresso Nacional e a promulgação, na seu interesse particular ou de interesse coletivo ou
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
ordem interna, pelo Chefe do Poder Executivo;
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
(B) sempre terão a natureza jurídica de emenda
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
constitucional, exigindo, apenas, que a sua aprovação, pelo
Congresso Nacional, se dê em dois turnos de votação, com o r (E) é constitucionalmente previsto, devendo ser
Girlan
voto favorável de dois terços dos respectivos membros;Almeida espondido
Dos Santos em 48 (quarenta e oito) horas, pois a todos,
no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
(C) podem ter a natureza jurídica de emenda
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razoável duração do processo e os meios que garantam a
constitucional, desde que a sua aprovação, pelo Congresso
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celeridade de sua tramitação.
Nacional, se dê em dois turnos de votação, com o voto
favorável de três quintos dos respectivos membros;
(D) podem ter a natureza jurídica de lei complementar, 21. (TCE/PI - Assessor Jurídico - FCC/2014) A teoria da
desde que o Congresso Nacional venha a aprová-los com reserva do possível
observância do processo legislativo ordinário; (A) significa a inoponibilidade do arbítrio estatal à
efetivação dos direitos sociais, econômicos e culturais.
(E) sempre terão a natureza jurídica de atos de direito (B) gira em torno da legitimidade constitucional do
internacional, não se integrando, em qualquer hipótese, à
ordem jurídica interna. controle e da intervenção do poder judiciário em tema de
implementação de políticas públicas, quando caracterizada
19. (OAB - Exame de Ordem Unificado - FGV/2014) Pedro hipótese de omissão governamental.
promoveu ação em face da União Federal e seu pedido foi (C) considera que as políticas públicas são reservadas
julgado procedente, com efeitos patrimoniais vencidos discricionariamente à análise e intervenção do poder
e vincendos, não havendo mais recurso a ser interposto. judiciário, que as limitará ou ampliará, de acordo com o
Posteriormente, o Congresso Nacional aprovou lei, que caso concreto.
foi sancionada, extinguindo o direito reconhecido a Pedro. (D) é sinônima, em significado e extensão, à teoria
Após a publicação da referida lei, a Administração Pública do mínimo existencial, examinado à luz da violação dos
federal notificou Pedro para devolver os valores recebidos, direitos fundamentais sociais, culturais e econômicos,
comunicando que não mais ocorreriam os pagamentos como o direito à saúde e à educação básica.
futuros, em decorrência da norma em foco. (E) defende a integridade e a intangibilidade
Nos termos da Constituição Federal, assinale a opção dos direitos fundamentais, independentemente das
correta possibilidades financeiras e orçamentárias do estado.
(A) A lei não pode retroagir, porque a situação versa
sobre direitos indisponíveis de Pedro 22. (Prefeitura de Recife/PE - Procurador - FCC/2014)
(B) A lei não pode retroagir para prejudicar a coisa A Emenda Constitucional nº 72, promulgada em 2 de abril
julgada formada em favor de Pedro. de 2013, tem por finalidade estabelecer a igualdade de
(C) A lei pode retroagir, pois não há direito adquirido de direitos entre os trabalhadores domésticos e os demais
Pedro diante de nova legislação. trabalhadores urbanos e rurais. Nos termos de suas
(D) A lei pode retroagir, porque não há ato jurídico disposições, a Emenda
perfeito em favor de Pedro diante de pagamentos pendentes.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

(A) determinou a extensão ao trabalhador doméstico, (A) não poderá ser extraditado, tendo em vista
dentre outros, dos direitos à remuneração do serviço a quantidade de pena que lhe foi imposta pelo Poder
extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por Judiciário.
cento a do normal e à proteção do mercado de trabalho da (B) não poderá ser extraditado, pois o crime foi
mulher, mediante incentivos específicos. instituiu vedação cometido antes da sua naturalização.
ao legislador para conferir tratamento diferenciado aos (C) poderá ser extraditado.
trabalhadores domésticos, em relação aos trabalhadores (D) não poderá ser extraditado, pois não cometeu
urbanos e rurais. crime hediondo ou de tráfico ilícito de entorpecentes e
(B) não determinou a extensão ao trabalhador drogas afim.
doméstico, dentre outros, dos direitos à proteção em face (E) não poderá ser extraditado, pois a sentença
da automação e à proteção do mercado de trabalho da condenatória transitou em julgado após a naturalização.
mulher, mediante incentivos específicos.
(C) determinou a extensão ao trabalhador doméstico, 26. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP/2014) É
dentre outros, dos direitos à proteção em face da privativo de brasileiro nato o cargo de
automação e ao piso salarial proporcional à extensão e à (A) Ministro do Supremo Tribunal Federal.
complexidade do trabalho. (B) Senador.
(D) não determinou a extensão ao trabalhador (C) Juiz de Direito.
doméstico, dentre outros, dos direitos à remuneração do (D) Delegado de Polícia.
serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta (E) Deputado Federal.
por cento a do normal e ao piso salarial proporcional à
extensão e à complexidade do trabalho. 27. (PC/TO - Delegado de Polícia - Aroeira/2014)
No caso de condenação criminal transitada em julgado,
23. (MDIC - Agente Administrativo - CESPE/2014) Com enquanto durarem seus efeitos, o condenado terá seus
referência à CF, aos direitos e garantias fundamentais, direitos políticos:
à organização político-administrativa, à administração (A) mantidos.
pública e ao Poder Judiciário, julgue os itens subsecutivos. (B) cassados.
A CF prevê o direito de greve na iniciativa privada e (C) perdidos.
determina que cabe à lei definir os serviçosGirlan
ou atividades
Almeida Dos(D)Santos
suspensos.
essenciais e dispor sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.
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28. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV/2014) No que
Certo ( ) HP151916827058188
concerne às condições de elegibilidade para o cargo de
Errado ( ) prefeito previstas na CRFB/88, assinale a opção correta.
(A) José, ex-prefeito, que renunciou ao cargo 120 dias
24. (TJ/MT - Juiz de Direito - FMP/2014) Assinale a antes da eleição poderá candidatar-se à reeleição ao cargo
alternativa correta. de prefeito.
(A) O rol de direitos sociais nos incisos do art. 7º e (B) João, brasileiro, solteiro, 22 anos, poderá
seguintes é exaustivo. candidatar-se, pela primeira vez, ao cargo de prefeito.
(B) É vedada a redução proporcional do salário do (C) Marcos, brasileiro, 35 anos e analfabeto, poderá
trabalhador sob qualquer hipótese. candidatar-se ao cargo de prefeito.
(C) É assegurado ao trabalhador o gozo de férias (D) Luís, capitão do exército com 5 anos de serviço,
anuais remuneradas com, no mínimo, um terço a mais do mas que não pretende e nem irá afastar-se das atividades
que o salário normal. militares, poderá candidatar-se ao cargo de prefeito.
(D) A licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
do salário, não está constitucionalmente prevista, mas é 29. (TJ/MT - Juiz - FMP-RS/2014) Assinale a alternativa
determinada pela CLT. correta a respeito dos partidos políticos.
(E) O direito à licença paternidade, sem prejuízo (A) É vedado a eles o recebimento de recursos
do emprego e do salário, não está constitucionalmente financeiros por parte de empresas transnacionais.
previsto, mas é determinado pela CLT. (B) É assegurado a eles o acesso gratuito à propaganda
no rádio e na televisão, exceto aqueles que não possuam
25. (TRT/16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - representação no Congresso Nacional.
FCC/2014) Pietro, nascido na Itália, naturalizou-se brasileiro (C) Os partidos devem, obrigatoriamente, ter caráter
no ano de 2012. No ano de 2011, Pietro acabou cometendo nacional.
um crime de roubo, cuja autoria foi apurada apenas no (D) Os partidos devem, após cada campanha,
ano de 2013, sendo instaurada a competente ação penal, apresentar ao Congresso Nacional a sua prestação de
culminando com a condenação de Pietro, pela Justiça contas para aprovação.
Pública, ao cumprimento da pena de 05 anos e 04 meses de (E) Em razão de sua importante função institucional,
reclusão, em regime inicial fechado, por sentença transitada os partidos políticos possuem natureza jurídica de direito
em julgado. Neste caso, nos termos estabelecidos pela público.
Constituição federal, Pietro

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

30. (UNICAMP - Procurador - VUNESP/2014) (D) o número de juízes na unidade jurisdicional será
Considerando o disposto na Constituição Federal sobre o proporcional à efetiva demanda judicial com à Respectiva
Poder Judiciário, assinale a alternativa correta. população.
(A) As decisões administrativas dos tribunais serão (E) a inamovibilidade e a irredutibilidade salarial são
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares garantias da magistratura, mas não são absolutas, posto
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros, que comportem exceções, ditadas em lei.
em sessão secreta.
(B) Os servidores dos cartórios judiciais receberão 33. (TRT/16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário -
delegação para a prática de atos de administração e atos FCC/2014) Analise a seguinte situação hipotética: “Tício,
de mero expediente, limitados às decisões de caráter Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região, é
interlocutório. indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho para compor
(C) Um quinto dos lugares dos Tribunais dos Estados este Tribunal Superior e ocupar a vaga do Ministro Fúlvio,
será composto de advogados de notório saber jurídico
aposentado neste ano de 2014”. Antes de ser nomeado
e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva
pelo Presidente da República o nome do Magistrado Tício
atividade profissional, indicados em lista tríplice pelos
órgãos de representação das respectivas classes. deverá ser aprovado pela maioria
(A) absoluta do Senado Federal.
(D) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo
ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos cinco (B) absoluta do Congresso Nacional.
(C) simples do Senado Federal.
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração. (D) simples do Congresso Nacional.
(E) O juiz goza da garantia da inamovibilidade, mas, (E) absoluta do Supremo Tribunal Federal.
havendo interesse público, poderá ser removido, por
decisão da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do 34. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária -
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa. FGV/2014) Os membros da Comissão Parlamentar de
Inquérito do Sistema Carcerário constataram a presença
31. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto - TRT de mulheres detidas em cadeia pública masculina em uma
23ªR/2014) Sobre o Estatuto da Magistratura, NÃO É unidade federativa brasileira. As detentas reclamavam da
CORRETO afirmar: Girlan Almeida infraestrutura
Dos Santos precária e confirmaram denúncias de que
(A) A aferição do merecimento, para fins de uma menina de 16 anos ficou detida na mesma unidade
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promoção, ocorrerá conforme o desempenho e pelos prisional estatal por 12 dias. Diante de tais circunstâncias
critérios objetivos de produtividade e presteza noHP151916827058188
exercício político-administrativas, havendo a intervenção federal
da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos para assegurar a garantia dos direitos da pessoa humana,
oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento. ela deverá ser decretada pelo Presidente da República:
(B) Não será promovido o juiz que, injustificadamente, (A) espontaneamente, sem necessidade de controle
retiver os autos em seu poder além do prazo legal, não político do Congresso Nacional.
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho (B) após requisição do Superior Tribunal de Justiça.
ou decisão. (C) após prévia autorização do Congresso Nacional.
(C) Na apuração da antiguidade, o Tribunal somente (D) após provimento, pelo Supremo Tribunal Federal,
poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de representação do Procurador-Geral da República.
de dois terços dos membros presentes à sessão, conforme
(E) após anuência do Judiciário, a se fazer por decisão
procedimento próprio, e assegurada ampla defesa,
de seu Órgão Especial, com chancela final do Legislativo do
repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
(D) O juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo Estado.
autorização do Tribunal. 35. (Prefeitura de Recife/PE - Procurador- FCC/2014) Ao
t (E) A distribuição de processos será imediata em analisar o funcionamento do bicameralismo brasileiro no
odos os graus de jurisdição.
âmbito do processo legislativo, Manoel Gonçalves Ferreira
32. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Juiz Substituto - TRT Filho apresenta a seguinte lição: “as Câmaras no processo
23ªR/2014) Sob a égide da Constituição Federal, assinale a legislativo brasileiro não estão em pé de igualdade” (cf.
alternativa INCORRETA: Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 39.
(A) é vedada a edição de medida provisória sobre ed., 2013). Alude, assim, o autor ao caráter assimétrico,
matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo imperfeito ou desigual que informa a atuação das Casas do
congresso nacional e pendente de sanção ou veto Congresso Nacional nos processos de
presidencial. (A) apreciação dos vetos presidenciais e de elaboração
(B) as decisões administrativas dos tribunais serão das leis ordinárias e complementares.
motivadas e em sessão pública. (B) conversão de medida provisória em lei e de
(C) as decisões administrativas de natureza disciplinar elaboração das leis ordinárias e complementares.
serão tomadas pelo voto de dois terços dos membros do (C) revisão constitucional e de elaboração das leis
tribunal. ordinárias e complementares.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

(D) conversão de medida provisória em lei e de 39. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV/2014) Imagine a
elaboração das emendas constitucionais. hipótese na qual o avião presidencial sofre um acidente,
(E) elaboração das emendas constitucionais e de vindo a vitimar o Presidente da República e seu Vice, após
aprovação de tratados e convenções internacionais sobre a conclusão do terceiro ano de mandato.
direitos humanos com estatura equivalente às emendas A partir da hipótese apresentada, assinale a afirmativa
constitucionais. correta.
(A) O Presidente do Senado Federal assume o cargo e
36. (PC-SE - Escrivão substituto - IBFC/2014) Segundo completa o mandato.
a Constituição Federal, no capítulo “Do Poder Executivo”, (B) O Presidente da Câmara dos Deputados assume o
compete ao Presidente da República, exceto: cargo e convoca eleições que realizar-se-ão noventa dias
(A) Manter relações com Estados estrangeiros e depois de abertas as vagas.
(C) O Presidente do Congresso Nacional assume o
acreditar seus representantes diplomáticos.
cargo e completa o mandato.
(B) Conceder indulto e comutar penas, com audiência,
(D) O Presidente da Câmara dos Deputados assume
se necessário, dos órgãos instituídos em lei.
o cargo e convoca eleições que serão realizadas trinta dias
(C) Suspender a execução, no todo ou em parte, de após a abertura das vagas, pelo Congresso Nacional, na
lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do forma da lei.
Supremo Tribunal Federal
(D) Dispor, mediante decreto, sobre organização e 40. (OAB XIII - Primeira Fase - FGV/2014) O Presidente
funcionamento da administração federal, quando não da República possui uma série de competências privativas,
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de que lhe são atribuídas diretamente pela Constituição.
órgãos públicos. Admite-se que algumas delas possam ser delegadas ao
Ministro de Estado da pasta relacionada ao tema. Dentre as
37. (PC-SE - Agente de Polícia Judiciária - IBFC/2014) competências delegáveis, inclui-se.
Segundo a Constituição Federal, no capítulo “Do Poder (A) editar medidas provisórias com força de lei, nos
Executivo”, o Presidente e o Vice-Presidente da República termos do artigo 62 da Constituição.
poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se (B) nomear, observado o disposto no artigo 73, os
do país, sob pena de perda do cargo, por até: Ministros
Girlan Almeida Dos Santosdo Tribunal de Contas da União.
(A) 15 dias. (C) prover e extinguir os cargos públicos federais, na
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forma da lei.
(B) 30 dias.
(C) 45 dias.
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(D) iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
(D) 60 dias. previstos na Constituição.

38. (PC/PI - Delegado de Polícia – UESPI/2014)


Considerando o que estabelecem as normas constitucionais
sobre o Poder Executivo, assinale a alternativa CORRETA.
(A) A perda do cargo é a consequência inafastável
para o Prefeito que assumir outro cargo ou função na
Administração Pública, seja direta ou indireta.
(B) A vacância dos cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República, verificada nos últimos dois anos do
mandato, ensejará a realização de eleição, pelo Congresso
Nacional, para ambos os cargos vagos, a ser realizada trinta
dias depois da última vaga.
(C) Do Conselho da República participam, também,
seis cidadãos brasileiros, com mais de trinta e cinco anos de
idade, nomeados pelo Presidente da República, todos com
mandato de quatro anos, admitida uma única recondução.
(D) Os requisitos constitucionais para assumir o cargo
de Ministro de Estado, auxiliar do Presidente da República,
são os seguintes: ter mais de vinte e um anos de idade;
estar no exercício dos direitos políticos; e ser brasileiro
nato.
(E) Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da
República é julgado pela Câmara dos Deputados, sob a
direção do Presidente do Supremo Tribunal Federal, com a
necessária autorização prévia do Senado Federal.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

RESPOSTAS descritos no item “IV” são alguns dos que regem a ordem
econômica, enumerados no artigo 170, CF, restando correta;
1. Resposta: “C”. Constituição é muito mais do que o item “V” traz um exemplo de violação ao princípio da
um documento escrito que fica no ápice do ordenamento igualdade material, assegurado no artigo 5º, CF e refletido
jurídico nacional estabelecendo normas de limitação e em todo texto constitucional, estando assim correto. Logo,
organização do Estado, mas tem um significado intrínseco apenas o item “II” está incorreto.
sociológico, político, cultural e econômico. Independente
do conceito, percebe-se que o foco é a organização do 7. Resposta: “D”. O artigo 1º, CF traz os princípios
Estado e a limitação de seu poder. fundamentais (fundamentos) da República Federativa do
Brasil: “I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da
2. Resposta: “D”. Quanto à origem, a Constituição pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da
pode ser outorgada, quando imposta unilateralmente pelo livre iniciativa; V - o pluralismo político”. O princípio de “A”
agente revolucionário, ou promulgada, quando é votada, se encontra no inciso V; o de “B” no inciso IV; o de “C” no
sendo também conhecida como democrática ou popular. inciso III, pois viola a dignidade humana da mãe forçá-la a
dar luz à um filho que resulte de estupro; o de “E” decorre
3. Resposta: “B”. A Constituição Federal e os dos incisos I e II e é previsão do artigo 2º, que dispõe que
demais atos normativos que compõem o denominado “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre
bloco de constitucionalidade, notadamente, emendas si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Somente resta a
constitucionais e tratados internacionais de direitos alternativa “D”, que apesar de realmente trazer um objetivo
humanos aprovados com quórum especial após a Emenda da República Federativa brasileira – previsto no artigo 3º,
Constitucional nº 45/2004, estão no topo do ordenamento IV, não tem a ver com os princípios fundamentais, mas sim
jurídico. Sendo assim, todos os atos abaixo deles devem com os objetivos.
guardar uma estrita compatibilidade, sob pena de serem
inconstitucionais. Por isso, estes atos que estão abaixo na 8. Resposta: “C”. A democracia brasileira adota a
pirâmide, se sujeitam a controle de constitucionalidade. modalidade semidireta, porque possibilita a participação
popular direta no poder por intermédio de processos
4. Resposta: “A”. Carl Schmitt propõe que Girlan Almeida como
o conceito o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. Como
Dos Santos
de Constituição não está na Constituiçãosqterapeutagirlan@gmail.com
em si, mas nas são hipóteses restritas, pode-se afirmar que a democracia
decisões políticas tomadas antes de sua elaboração. Sendo indireta é predominantemente adotada no Brasil, por meio
assim, o conceito de Constituição será estruturado por
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do sufrágio universal e do voto direto e secreto com igual
fatores como o regime de governo e a forma de Estado valor para todos. Contudo, não é a única maneira de se
vigentes no momento de elaboração da lei maior. A exercer o poder (artigo 14, CF e artigo 1º, parágrafo único,
Constituição é o produto de uma decisão política e variará CF).
conforme o modelo político à época de sua elaboração.
9. Resposta: “E”. “I” está correta porque a principal
5. Resposta: “B”. Todas as alternativas descrevem diferença entre direitos e garantias é que os primeiros
características, atributos do Estado Democrático de Direito servem para determinar os bens jurídicos tutelados e as
que é a República Federativa brasileira, notadamente: segundas são os instrumentos para assegurar estes (ex:
erradicação da pobreza e diminuição de desigualdades direito de liberdade de locomoção – garantia do habeas
(artigo 3º, III, CF); soberania, cidadania e pluralismo político corpus). “II” está correta, afinal, o próprio artigo 5º prevê
(artigo 1º, I, II e V, CF); princípio da legalidade (artigo 5º, II, em seu §2º que “os direitos e garantias expressos nesta
CF); liberdade de expressão (artigo 5º, IV, CF); construção Constituição não excluem outros decorrentes do regime
de sociedade justa, livre e solidária (artigo 3º, I, CF). Sendo e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
assim, incorreta a afirmação de que soberania, cidadania internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
e pluralismo político não são fundamentos da República parte”, fundamento que também demonstra que o item
Federativa do Brasil, pois estão como tais enumerados no “III” está correto. O item IV traz cópia do artigo 5º, X, CF,
artigo 1º, CF, além de decorrerem da própria estrutura de que prevê que “são invioláveis a intimidade, a vida privada,
um Estado Democrático de Direito. a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
6. Resposta: “D”. O item “I” descreve alguns dos sua violação”; o que faz também o item V com relação ao
princípios que regem as relações internacionais brasileiras, artigo 5º, VI, CF que diz que “é inviolável a liberdade de
enumerados no artigo 4º, CF, estando correto; o item “II” consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
afasta a normatividade dos princípios, o que é incorreto, dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
pois os princípios têm forma normativa e, inclusive, podem aos locais de culto e a suas liturgias”. Sendo assim, todas
ser aplicados de forma autônoma se não houver lei afirmativas estão corretas.
específica a respeito ou se esta se mostrar inadequada, por
isso mesmo, correta a afirmação do item “III”; os princípios

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

10. Resposta: “D”. O habeas corpus é garantia prevista 13. Resposta: “A”. Preconiza o artigo 5º, XL, CF: “XL
no artigo 5º, LXVIII, CF: “conceder-se-á habeas corpus - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer Assim, se vier uma lei posterior ao fato que o exclua do
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por rol de crimes ou que confira tratamento mais benéfico
ilegalidade ou abuso de poder”. A respeito dele, a lei busca (diminuindo a pena ou alterando o regime de cumprimento,
torná-lo o mais acessível possível, por ser diretamente notadamente), ela será aplicada.
relacionado a um direito fundamental da pessoa humana. O
objeto de tutela é a liberdade de locomoção; a propositura 14. Resposta: “B”. Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII,
não depende de advogado; o que propõe a ação é CF: “XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável
denominado impetrante e quem será por ela beneficiado é e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
chamado paciente (podendo a mesma pessoa ser os dois), lei”, restando “B” correta. “A” é incorreta porque a lei penal
contra quem é proposta a ação é a denominada autoridade retroage para beneficiar o réu; “C” é incorreta porque é
coatora; e é possível utilizar habeas corpus repressivamente aceita a pena de morte para os crimes militares praticados
e preventivamente. Por sua vez, a Constituição Federal em tempo de guerra; “D” é incorreta porque igrejas não
prevê no artigo 142, §2º que “não caberá habeas corpus possuem inviolabilidade domiciliar.
em relação a punições disciplinares militares”.
15. Resposta: “D”. Embora o direito previsto na
11. Resposta: “A”. No que tange ao tema, destaque para alternativa “D” seja um direito fundamental, não é um
os seguintes incisos do artigo 5º da CF: “LXXI - conceder- direito individual, logo, não está previsto no artigo 5º, e
se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma sim no artigo 7º, CF, em seu inciso IX (“remuneração do
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e trabalho noturno superior à do diurno”).
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
16. Resposta: “D”. A propósito, o artigo 5º, XI, CF
nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder-
dispõe: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
registros ou bancos de dados de entidades governamentais
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.
ou de caráter público; b) para a retificação de dados,
Girlan Almeida Sendo
Dos Santos
assim, não cabe o ingresso por determinação judicial
quando não se prefira fazê-lo por processosqterapeutagirlan@gmail.com
sigiloso, judicial
a qualquer hora, mas somente durante o dia.
ou administrativo”. Os itens “I” e “II” repetem o teor do
HP151916827058188
artigo 5º, LXXII, CF. Já o item “III” decorre logicamente da
17. Resposta: C. Dispõe o artigo 5º, CF em seu inciso
previsão dos direitos fundamentais como limitadores da
XIV: “é assegurado a todos o acesso à informação e
atuação do Estado, logo, as informações requeridas serão
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
contra uma entidade governamental da administração exercício profissional”.
direta ou indireta. Por sua vez, o item “IV” reflete o artigo
5º, LXXI, CF, do qual decorre logicamente o item “V”, posto 18. Resposta: “C”. Estabelece o §3º do artigo 5º,CF:
que a demora do legislador em regulamentar uma norma “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
constitucional de aplicabilidade mediata, que necessita do humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
preenchimento de seu conteúdo, evidencia-se em risco aos Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal. respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais”. Logo, é necessário o preenchimento de
12. Resposta: “A”. Nos termos do artigo 5º, LIII, CF, determinados requisitos para a incorporação.
“ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente”, restando o item “I” correto; pelo 19. Resposta: “B”. No que tange à segurança jurídica,
artigo 5º, LX, CF, “a lei só poderá restringir a publicidade tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF: “XXXVI - a lei
dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito
interesse social o exigirem”, motivo pelo qual o item “II” e a coisa julgada”. A coisa julgada se formou a favor de
está correto; e prevê o artigo 5º, LXVI, CF que “ninguém Pedro e não pode ser quebrada por lei posterior que altere
será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a situação fático-jurídica, sob pena de se atentar contra a
a liberdade provisória, com ou sem fiança”, confirmando segurança jurídica.
o item “IV”. Por sua vez, o item “III” está incorreto porque
“são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por 20. Resposta: “D”. Trata-se de garantia constitucional
meios ilícitos” (artigo 5º, LVI, CF); e o item “V” está incorreto prevista no artigo 5º, XXXIII, CF: “todos têm direito a
porque a jurisprudência atual ainda aceita a prisão civil do receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
devedor de alimentos, sendo que o texto constitucional particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
autoriza tanto esta quanto a do depositário infiel (artigo prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
5º, LXVII, CF). ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado”.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

21. Resposta: “B”. A teoria da reserva do possível busca 26. Resposta: “A”. Conforme disciplina o artigo 12,
impedir que se argumente por uma obrigação infinita § 3º, CF, “São privativos de brasileiro nato os cargos:
do Estado de atender direitos econômicos, sociais e I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de
culturais. No entanto, não pode ser invocada como muleta Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente
para impedir que estes direitos adquiram efetividade. do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal
Se a invocação da reserva do possível não demonstrar Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das
cabalmente que o Estado não tem condições de arcar Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa”. O
com as despesas, o Poder Judiciário irá intervir e sanar a motivo da vedação é que em determinadas circunstâncias
omissão. o Ministro do Supremo Tribunal Federal pode assumir
substitutivamente a Presidência da República.
22. Resposta: “C”. A Emenda Constitucional nº 72/2013,
que ficou conhecida no curso de seu processo de votação
27. Resposta: “D”. Os direitos políticos nunca podem
como PEC das domésticas, deu redação ao parágrafo
ser cassados ou perdidos, mas no máximo suspensos. A
único do artigo 7º, o qual estende alguns dos direitos
condenação criminal transitada em julgado justifica a
enumerados nos incisos do caput para a categoria dos
trabalhadores domésticos, quais sejam: “IV, VI, VII, VIII, X, suspensão dos direitos políticos, o que é disposto no
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI artigo 15, III, CF: “é vedada a cassação de direitos políticos,
e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: [...] III
observada a simplificação do cumprimento das obrigações - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação durarem seus efeitos”.
de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos
I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração 28. Resposta: “B”. Prevê o artigo 14, § 3º, CF: São
à previdência social”. Os direitos descritos na alternativa condições de elegibilidade, na forma da lei: [...] VI - a idade
“C” estão previstos nos incisos XXVII e XX do artigo 7º da mínima de: c) vinte e um anos para Deputado Federal,
Constituição, não estendidos aos empregados domésticos Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e
pela emenda. juiz de paz”, de modo que João preenche o requisito etário
para a candidatura. “A” está errada porque a renúncia é
23. Resposta: “Certo”. O artigo 9º, CF disciplina o direito
Girlan Almeida exigida
Dos Santos para cargo diverso (artigo 14, §6º, CF); “C” está
de greve: “É assegurado o direito de greve, competindo aos errada porque o analfabeto não pode se eleger (artigo 14,
sqterapeutagirlan@gmail.com
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo §4º, CF); “D” está errada porque o afastamento neste caso é
e sobre os interesses que devam por meio deleHP151916827058188
defender. exigido (artigo 14, §8º, I, CF).
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis 29. Resposta: “C”. O artigo 17 da Constituição Federal
da comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os regulamenta os partidos políticos e coloca o caráter nacional
responsáveis às penas da lei”. como preceito que deva necessariamente se observado: “É
livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
24. Resposta: “C”. “A” está incorreta porque o rol de políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
direitos sociais do artigo 7º é apenas exemplificativo, não democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais
excluindo outros que decorram das normas trabalhistas,
da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I -
dos direitos humanos internacionais e das convenções
caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos
e acordos coletivos; “B” está incorreta porque a redução
financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
proporcional pode ser aceita se intermediada por
negociação coletiva, evitando cenário de demissão em subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça
massa; “D” está incorreta porque a licença-gestante Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a
encontra arcabouço constitucional, tal como a licença lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para
paternidade, restando “E” também incorreta (artigo 7º, definir sua estrutura interna, organização e funcionamento
XVIII e XIX, CF. Sendo assim, “C” está correta, conforme e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
disposto no artigo 7º: “gozo de férias anuais remuneradas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação
com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal” entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
(artigo 7º, XVII, CF). distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. § 2º Os partidos
25. Resposta: “C”. Nos termos do artigo 5º, LI, CF, políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma
“nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, Eleitoral. § 3º Os partidos políticos têm direito a recursos
ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão,
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”. Embora a na forma da lei. § 4º É vedada a utilização pelos partidos
condenação tenha ocorrido após a naturalização, o crime políticos de organização paramilitar”.
comum foi praticado antes dela, permitindo a extradição
de Pietro.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

30. Resposta: “E”. “A” está incorreta porque a decisão, 35. Resposta: “B”. Na apreciação e elaboração de leis
mesmo sobre infrações disciplinares, é tomada em sessão e emendas constitucionais, no geral, ambas Casas do
pública; “B” está incorreta porque o único legitimado para Congresso Nacional possuem a mesma força, seja quando
decidir é o juiz e não seu servidor, ainda que por delegação; deliberam de forma conjunta, seja quando deliberam
“C” está incorreta porque a lista é sêxtupla; “D” está de forma autônoma. Na deliberação conjunta, como no
incorreta porque o prazo em que se proíbe o exercício é de caso do veto (art. 66, §4º, CF) e da revisão constitucional
três anos. Somente resta a alternativa “D”, aplicando-se o (art. 3º, ADCT), a força dos membros é equivalente. Da
artigo 95, CF: Os juízes gozam das seguintes garantias: [...] II mesma forma, em matéria de emenda constitucional e
- inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na equivalentes, a deliberação tem a mesma força (art. 60,
forma do art. 93, VIII”. Logo, o motivo de interesse público CF). Nos casos de leis ordinárias, conversão de medidas
pode gerar a quebra da garantia da inamovibilidade. provisórias em leis e de leis complementares, quase sempre
a deliberação principal se fará na Câmara dos Deputados,
31. Resposta: “C”. O Estatuto da Magistratura tem o que a coloca numa posição de destaque no sistema
suas regulamentações gerais descritas no artigo 93 da CF, jurídico-constitucional.
sendo que todas as alternativas, exceto a “C” estão em
compatibilidade com este dispositivo. Neste sentido, o 36. Resposta: “C”. A incumbência descrita na assertiva
artigo 93, II, “d”, CF prevê que “na apuração de antiguidade, “C” é privativa do Senado Federal: “Art. 52. Compete
o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo privativamente ao Senado Federal: [...] X - suspender
voto fundamentado de dois terços de seus membros, a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
conforme procedimento próprio, e assegurada ampla inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação”. Federal”.
Sendo assim, não consideram-se apenas os membros
presentes, mas todos os membros do Tribunal. 37. Resposta: “A”. Prevê o artigo 83, CF: “O Presidente
e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença
32. Resposta: “C”. Nos termos do artigo 93, X, CF, “as do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período
decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo”.
em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo
voto da maioria absoluta de seus membros”, Girlanlogo, o
Almeida Dos38.Santos
Resposta: “B”. Disciplina, neste sentido, o artigo
quórum é de maioria absoluta e não de 2/3, e as decisões 81, §1º, CF: “Vagando os cargos de Presidente e Vice-
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são motivadas e tomadas em sessão pública, afastando- Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias
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se a alternativa “C” e confirmando-se a alternativa “B”. A depois de aberta a última vaga. § 1º Ocorrendo a vacância
alternativa “A” está de acordo com o artigo 62, §1º, IV, CF; nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição
a “D” com o artigo 93, XIII, CF; e a “E” segue o disposto no para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última
artigo 95, II e III, CF. vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei”.

33. Resposta: “C”. Nos termos do artigo 52, III, “a”, CF: 39. Resposta: “D”. Quem assume no lugar do Vice-
“Compete privativamente ao Senado Federal: [...] III - aprovar Presidente, segundo a ordem prevista no artigo 80, CF, é
previamente, por voto secreto, após arguição pública, a sucessivamente, “o Presidente da Câmara dos Deputados, o
escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal”. Como
Constituição”; sendo que a respeito prevê o artigo 111-A, vagaram os dois cargos, Presidência e Vice-Presidência,
CF: “o Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte “[...] far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última
e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de vaga (artigo 81, caput, CF), mas “ocorrendo a vacância nos
trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
pelo Presidente da República após aprovação pela maioria ambos os cargos será feita trinta dias depois da última
absoluta do Senado Federal” (grifo nosso). vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei” (artigo 81,
§1º, CF).
34. Resposta: “D”. Prevê o artigo 36, CF: “A decretação
da intervenção dependerá: [...] III - de provimento, pelo 40. Resposta: “C”. Tratam-se das competências
Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador- privativas administrativas, que são delegáveis, enumeradas
Geral da República, na hipótese do artigo 34, VII, e no caso no artigo 84, CF (“Compete privativamente ao Presidente
de recusa à execução de lei federal”. Por seu turno, prevê o da República”), sendo que a hipótese da alternativa “C” está
referido artigo 34, VII, CF: “VII - assegurar a observância dos prevista no inciso XXV do dispositivo.
seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana,
sistema representativo e regime democrático; b) direitos
da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação
de contas da administração pública, direta e indireta”. No
caso relatado no enunciado, há evidente desrespeito ao
princípio da dignidade da pessoa humana.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

EXERCÍCIOS
COMPLEMENTARES Girlan Almeida Dos Santos
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Língua Portuguesa

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

01-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – (D) as mulheres que amam valorizam os momen-
ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012 - tos mais simples do cotidiano vividos com a pessoa
ADAPTADA) “É justo RECONHECER que medidas vêm amada.
sendo tomadas no sentido de reverter o quadro atual.” (E) o casamento exige levantar a qualquer hora
A oração destacada exerce, em relação à primei- da noite, para limpar, abrir e salgar o peixe.
ra, a função de:
A) sujeito. Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a
B) objeto direto. autora narra um momento simples, mas que é prazero-
C) objeto indireto. so ao casal.
D) aposto.
E) predicativo. RESPOSTA: “D”.

Se substituirmos a oração “reconhecer” pelo prono- 03-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SAN-
me “isso” teremos: É justo isso, ou, ISSO é justo. Temos TO – SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE
um exemplo de oração subordinada substantiva subje- PENITENCIÁRIO – VUNESP/2013) Leia as afirmações
tiva - reduzida de infinitivo (função de sujeito da oração seguintes.
principal). I. Em – Há mulheres que dizem ... – substituindo-
-se a forma verbal em destaque pelo verbo existir,
RESPOSTA: “A”. tem-se, de acordo com a norma-padrão da Língua
Portuguesa: Existem mulheres que dizem ...
(GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – II. A expressão “por fim” (13.º verso) pode ser
SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PE- substituída, sem alteração de sentido, por “final-
NITENCIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para mente”.
responder às questões de números 02 a 05. III. Conservando-se o mesmo tempo verbal de
– ... se quiser pescar, pesque, ... – e substituindo-se
Casamento por outros verbos, a forma correta será – se querer
navegar, navegue.
Há mulheres que dizem: Girlan Almeida DosEstá correto apenas o que se afirma em
Santos
Meu marido, se quiser pescar, pesque, (A) I e II.
sqterapeutagirlan@gmail.com
(B) I e III.
mas que limpe os peixes.
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Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, (C) II e III.
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. (D) II.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, (E) I.
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil” As únicas afirmações corretas são as dos itens I e II.
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão. RESPOSTA: “A”.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo. 04-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SAN-
Por fim, os peixes na travessa, TO – SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE
vamos dormir. PENITENCIÁRIO – VUNESP/2013) Considere o trecho
Coisas prateadas espocam: a seguir.
somos noivo e noiva. Meu marido, se quiser pescar, pesque, (2.º verso)
[...]
(Adélia Prado, Poesia Reunida) ele fala coisas como “este foi difícil”
[...]
02-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SAN- e faz o gesto com a mão (10.º verso)
TO – SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE As conjunções em destaque – se e e – estabele-
PENITENCIÁRIO – VUNESP/2013) A ideia central do cem, correta e respectivamente, relações de
poema de Adélia Prado é mostrar que (A) causa e adição.
(A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano (B) conclusão e explicação.
e não gostam que os maridos frequentem pescarias, (C) tempo e oposição.
pois acham difícil limpar os peixes. (D) oposição e condição.
(B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de (E) condição e adição.
mulheres que não gostam de limpar os peixes, em-
bora valorizem os esbarrões de cotovelos na cozinha. “Se” = conjunção condicional / “e” = conjunção adi-
(C) há mulheres casadas que não gostam de ficar tiva
sozinhas com seus maridos na cozinha, enquanto lim-
pam os peixes. RESPOSTA: “E”.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

05-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO 08-) (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO –
– SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PE- FCC/2013) Não existe neles beleza específica.
NITENCIÁRIO – VUNESP/2013) As aspas empregadas A mesma função sintática do termo grifado acima
nos versos 8.º e 9.º servem para está no segmento também grifado em:
(A) indicar uma citação do autor. (A) ... ela me parece colocar a poesia em sua real
(B) explicar uma expressão. posição diante das outras artes...
(C) salientar expressão de outra língua. (B) A comparação pode parecer orgulhosa...
(D) isolar falas de personagem do restante do tex- (C) ... insistem filósofos, críticos e mesmo os próprios poetas...
to. (D) ... a de ser expressão verbal rítmica ao mundo informe
(E) intercalar ideia complementar ao texto. de sensações, sentimentos e pressentimentos dos outros...
(E) Ele vive no vórtice dessas contradições, no eixo
Através da leitura do poema percebemos o porquê desses contrários.
das aspas: servem para indicar as falas da personagem.
Beleza não existe neles = sujeito
RESPOSTA: “D”. (A) ... ela me parece colocar a poesia = objeto direto
(B) A comparação pode parecer orgulhosa...= predicativo
(MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO – (C) ... insistem filósofos, críticos e mesmo os próprios
FCC/2013 - ADAPTADA) Considere a frase abaixo para poetas... = sujeito
responder às questões de números 06 e 07. (D) ... a de ser expressão verbal rítmica ao mundo in-
... que o trabalho dá sentido à vida. forme de sensações, sentimentos e pressentimentos dos
outros... = adjunto adverbial
06-) (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO – (E) Ele vive no vórtice dessas contradições, no eixo des-
FCC/2013) O verbo que apresenta idêntica regência ses contrários. = adjunto adverbial
está na frase:
(A) A satisfação, então, vem de fora... RESPOSTA: “C”.
(B) ... enfrentar a situação de filho de beltrano e
de sicrana... 09-) (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO –
(C) ... antes dividir com alguém o sucedido...
Girlan Almeida Dos Santos Assinale a alternativa em que a frase
VUNESP/2012)
(D) Assim, fracassar na execução de uma profissão está pontuada corretamente, de acordo com a norma-
sqterapeutagirlan@gmail.com
ou ofício... -padrão da língua portuguesa.
(E) ... preencher o vazio de uma existência HP151916827058188
sem (A) A chegada maciça de haitianos ao Brasil, é uma
rosto. ótima oportunidade para refletir sobre o que transfor-
ma, grupos de pessoas em povos.
O verbo “dar” é transitivo direto e indireto: dar algo a (B) A distinção, mais do que uma minudência jurí-
alguém ou a algo. dica traz consigo, duas visões de mundo antagônicas.
(A) A satisfação, então, vem de fora... = intransitivo (C) O que definia um povo para ele, era a vontade
(B) ... enfrentar a situação = transitivo direto das pessoas de construir um futuro juntas.
(C) ... antes dividir com alguém o sucedido...= transi- (D) Que quase todos os países do Novo Mundo, te-
tivo direto e indireto nham adotado o jus soli, não é coincidência.
(D) Assim, fracassar = intransitivo (E) Restringir, assim, a concessão de vistos a hai-
(E) ... preencher o vazio = transitivo direto tianos, como parece querer parte do governo, é uma
ideia que vai contra o espírito que presidiu a criação
RESPOSTA: “C”. do Brasil.

07-) (MPE/AM – AGENTE TÉCNICO JURÍDICO – Assinalei com “X” as pontuações faltantes ou inadequadas:
FCC/2013) O sinal indicativo de crase deverá ser man- (A) A chegada maciça de haitianos ao Brasil, (X) é uma
tido se a palavra vida for substituída por: ótima oportunidade para refletir sobre o que transforma,
(A) toda circunstância que nos faça felizes. (X) grupos de pessoas em povos.
(B) muitas coisas boas que a vida nos oferece. (B) A distinção, mais do que uma minudência jurídica
(C) que seja possível a obtenção do sucesso. (X) traz consigo, (X) duas visões de mundo antagônicas.
(D) contingência de viver que recebemos ao nas- (C) O que definia um povo (X) para ele, (X) era a vonta-
cer. de das pessoas de construir um futuro juntas.
(E) investir em nossa realização pessoal. (D) Que quase todos os países do Novo Mundo, (X)
tenham adotado o jus soli, não é coincidência.
dá sentido a toda / dá sentido a muitas coisas / dá (E) Restringir, assim, a concessão de vistos a haitianos,
sentido a que seja / dá sentido à contingência / dá sen- como parece querer parte do governo, é uma ideia que vai
tido a investir contra o espírito que presidiu a criação do Brasil.

RESPOSTA: “D”. RESPOSTA: “E”.

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

10-) (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO 12-) (CREMESP/SP – ANALISTA CONTÁBIL – VU-


– VUNESP/2012) Assinale a frase correta quanto à NESP/2011 - adaptada) Assinale a alternativa que
concordância. preenche, respectivamente, as lacunas:
(A) Adentra as fronteiras do Brasil, a cada dia, Morador de Bruxelas, morto em junho, teria con-
centenas de haitianos em busca de abrigo e trabalho. traído bactéria resistente vacina aplicada,
(B) A população de haitianos não tem sido bem no país asiático, após o acidente e hospitaliza-
recebida por brasileiros, que a consideram ameaça a ção.
seus postos de trabalho. (A) a ... à ... à
(C) Roupas e alimento lhes são fornecidos por al- (B) à ... a ... à
gumas ONGs, mas as contribuições ainda são insufi- (C) à ... a ... a
ciente para atender a todos. (D) a ... à ... a
(D) Há quem defenda o retorno desses haitianos a (E) à ... à ... a
seu país, alegando que não haverão condições dignas
de subsistência para eles no Brasil. Contraído o quê? A bactéria (objeto direto, sem pre-
(E) Em algumas cidades do norte do Brasil, ser- posição) = a
viços como recapeamento de ruas e avenidas já têm Resistente a quê? À vacina (com preposição) = à
sido realizado por mão de obra haitiana. Após o quê? A hospitalização = a
A/à/a–
(A) Adentra (adentram) as fronteiras do Brasil, a cada
dia, centenas de haitianos em busca de abrigo e traba- RESPOSTA: “D”.
lho.
(B) A população de haitianos não tem sido bem re- (CREFITO/SP – ANALISTA FINANCEIRO – VU-
cebida por brasileiros, que a consideram ameaça a seus NESP/2012 - ADAPTADA) Para responder às questões
postos de trabalho. de números 13 e 14, considere o trecho a seguir.
(C) Roupas e alimento lhes são fornecidos por algu- Uma lei que, por todo esse empenho do governo
mas ONGs, mas as contribuições ainda são insuficiente estadual, “pegou”. E justamente no Rio, dos tantos jei-
(insuficientes) para atender a todos. tinhos e esquemas e da vista grossa.
(D) Há quem defenda o retorno desses haitianos a
Girlan Almeida Dos Santos
seu país, alegando que não haverão (haverá) condições 13-) (CREFITO/SP – ANALISTA FINANCEIRO – VU-
sqterapeutagirlan@gmail.com
dignas de subsistência para eles no Brasil. NESP/2012) No contexto em que está empregada, a expressão
(E) Em algumas cidades do norte do Brasil, HP151916827058188
serviços “pegou” assume um sentido que também está presente em:
como recapeamento de ruas e avenidas já têm sido rea- (A) Já não há dúvidas de que essa moda pegou.
lizado (realizados) por mão de obra haitiana. (B) O carro a álcool não pegou por causa do frio.
(C) O trem pegou o ônibus no cruzamento.
RESPOSTA: “B”. (D) Ele, sem emprego, pegou o serviço temporário.
(E) Ele correu atrás do ladrão e o pegou.
11-) (IAMSPE/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO –
VUNESP/2012) Assinale a alternativa correta quanto A alternativa que apresenta o verbo “pegou” em seu
ao uso do acento indicativo de crase. sentido conotativo é a letra “A”.
(A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras.
(B) O mar se impõe à qualquer embarcação. RESPOSTA: “A”.
(C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta
terra. 14-) (CREFITO/SP – ANALISTA FINANCEIRO – VU-
(D) O medo de partir equipara-se à esperança de NESP/2012) Considere os enunciados a seguir.
voltar. I. Uma lei que, devido a todo esse empenho do go-
(E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa. verno estadual, “pegou”.
II. Uma lei que, devido esse empenho todo do go-
(A) Seu povo lançou-se à diversas aventuras = a di- verno estadual, “pegou”.
versas III. Uma lei que, devido à todo esse empenho do
(B) O mar se impõe à qualquer embarcação.= a qual- governo estadual, “pegou”.
quer IV. Uma lei que, devido ao empenho todo do gover-
(C) Depois de alguns meses, voltaremos à esta terra. no estadual, “pegou”.
= a esta Quanto à regência e ao uso ou não do acento indi-
(D) O medo de partir equipara-se à esperança de cativo da crase, estão corretos apenas os enunciados
voltar. (A) I e II.
(E) O rei enviou-o à uma missão muito perigosa. = a (B) I e IV.
uma missão (C) II e III.
(D) II e IV.
RESPOSTA: “D”. (E) III e IV.

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CASAL BIZURADO – BÔNUS ESPECIAL – APOSTILA COMPLETA – PM-PE


CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

I. Uma lei que, devido a todo esse empenho do go- (A) Se pesquisou
verno estadual, “pegou”. = correta (B) Pesquisar-se-ão
II. Uma lei que, devido (a) esse empenho todo do (C) Pesquisam-se
governo estadual, “pegou”. (D) Pesquisaram-se
III. Uma lei que, devido à (a) todo esse empenho do (E) Se pesquisariam
governo estadual, “pegou”.
IV Uma lei que, devido ao empenho todo do gover- (A) Se pesquisou = pesquisou-se
no estadual, “pegou”. = correta (B) Pesquisar-se-ão = alteração do tempo verbal
I e IV estão corretas (futuro do presente)
(C) Pesquisam-se = presente do Indicativo
RESPOSTA: “B”. (D) Pesquisaram-se = pretérito perfeito do Indica-
tivo
15-) (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMI- (E) Se pesquisariam
= pesquisaram-se
NISTRATIVA – FCC/2012) Está inteiramente adequa-
da a pontuação da frase: RESPOSTA: “D”.
(A) Objetos voadores não identificados, mais co-
nhecidos como óvnis foram, não apenas objeto, de 17-) (COREN/SP – ASSISTENTE DE COMUNICA-
acaloradas controvérsias, como tema de inúmeros ÇÃO – VUNESP/2013) Considerando o uso do acento
filmes de sucesso, principalmente aqueles produzi- indicativo de crase, assinale a alternativa que com-
dos em Hollywood essa verdadeira fábrica de sonhos. pleta, correta e respectivamente, as lacunas.
(B) Objetos voadores, não identificados, mais co- • Todos os deputados mostraram-se favoráveis
nhecidos como óvnis foram, não apenas objeto de redução da jornada de trabalho dos profissionais da
acaloradas controvérsias, como tema de inúmeros saúde.
filmes de sucesso, principalmente, aqueles produ- • A última redação do projeto passou incluir
zidos em Hollywood essa verdadeira fábrica de so- algumas reivindicações dos servidores que não fa-
nhos. ziam parte de sua primeira versão.
(C) Objetos voadores não identificados mais co- • Agora o projeto de lei será submetido ______
nhecidos, como óvnis foram não apenas, objeto de
uma análise criteriosa do governador e de seus as-
acaloradas controvérsias, como tema Girlan Almeida Dos Santos
de inúmeros sessores.
filmes, de sucesso, principalmente aqueles produzi-
sqterapeutagirlan@gmail.com
(A) à … à … à
dos, em Hollywood, essa verdadeira fábrica de so-
HP151916827058188
(B) à … a … a
nhos.
(C) a … à … à
(D) Objetos voadores não identificados, mais co-
(D) à … a … à
nhecidos como óvnis, foram não apenas objeto de
acaloradas controvérsias, como tema de inúmeros (E) a … à … a
filmes de sucesso, principalmente aqueles produzi-
dos em Hollywood, essa verdadeira fábrica de so- Favoráveis a quê? = à redução
nhos. Passou a incluir – verbo no infinitivo (sem acento
(E) Objetos voadores, não identificados, mais co- indicativo de crase)
nhecidos como óvnis foram não apenas, objeto de Submetido a quê? = a uma (artigo indefinido)
acaloradas controvérsias, como tema de inúmeros à/a/a=
filmes, de sucesso principalmente aqueles produzi-
dos em Hollywood, essa verdadeira fábrica de so- RESPOSTA: “B”.
nhos.

Como as alternativas apresentam o mesmo assunto, 18-) (UNESP/SP – CAMPUS DE TUPÃ – ASSISTEN-
não identifiquei as inadequações nas demais, já que a TE OPERACIONAL II – ÁREA DE ATUAÇÃO: REPARAÇÃO
correta indica qual a pontuação adequada. GERAL – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em que o
emprego das vírgulas está correto.
RESPOSTA: “D”. (A) Frederico muito assustado, na porta da sala, ob-
servava, aquelas pessoas silenciosas.
16-) (FUNDAÇÃO PROCON/SP – ANALISTA DE SU- (B) Frederico, muito assustado, na porta da sala ob-
PORTE ADMINISTRATIVO I – VUNESP/2013) A pesquisa servava, aquelas pessoas, silenciosas.
foi feita em abril em 15 drogarias nas cinco regiões do (C) Frederico muito assustado, na porta da sala ob-
município de São Paulo. Foram pesquisados 58 medica- servava, aquelas pessoas, silenciosas.
mentos, sendo 29 de referência e 29 genéricos. (D) Frederico, muito assustado, na porta da sala,
Assinale a alternativa em que a substituição da observava aquelas pessoas silenciosas.
forma verbal destacada não altera a concordância e o (E) Frederico muito, assustado, na porta da sala ob-
tempo verbal, e em que a colocação pronominal está servava, aquelas pessoas silenciosas.
correta.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Como as alternativas apresentam o mesmo assunto, 20-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –


não identifiquei as inadequações nas demais alternativas, FCC/2014) No texto, o substantivo usado para ressaltar o
já que a correta indica qual a pontuação adequada. universo reduzido no qual o menino detém sua atenção é
(A) fresta.
RESPOSTA: “D”. (B) marca.
(C) alma.
19-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES – (D) solidão.
FCC/2014 - ADAPTADA) No trecho Refiro-me aos livros (E) penumbra.
que foram escritos e publicados, mas estão – talvez
para sempre – à espera de serem lidos, o uso do acento Com palavras do próprio texto responderemos: o mundo
de crase obedece à mesma regra seguida em: cabe numa fresta.
(A) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia
como evitá-la. RESPOSTA: “A”.
(B) Informou à paciente que os remédios haviam
surtido efeito. 21-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
(C) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir FCC/2014) No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em
à novela. sentido figurado é
(D) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a (A) menino.
velha fórmula. (B) chão.
(E) Comunique às minhas alunas que as provas es- (C) testa.
tão corrigidas. (D) penumbra.
(E) tenda.
*Dica: Dá para substituirmos “à espera” por “esperan-
do”. Se tem sentido, então o “a” tem acento grave. Diferen- Novamente, responderemos com frase do texto: seu ros-
to formando uma tenda.
te de: A espera deixou-me irritada! “Esperando deixou-me
irritada... Nesse caso, não “deu”! Então o “a” não tem acen-
RESPOSTA: “E”.
to grave.
Girlan
As alternativas A, B, C e D apresentam “à” devidoAlmeida
à re- Dos Santos
22-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
gência dos verbos (acostumou-se à, informou algo a al-
sqterapeutagirlan@gmail.com
FCC/2014) No primeiro parágrafo, o pronome “eles”
guém, assistir à (sentido de ver) e comunicou HP151916827058188
algo a al-
substitui a palavra
guém). A única que não obedece à regência, mas que nos
(A) bruços.
dá uma noção de advérbio de modo (exaustivamente) é a (B) quentes.
alternativa D. (C) paralelepípedos.
(D) braços.
RESPOSTA: “D”.
(E) tufos.
(SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 – *Lembre-se: durante a realização de sua prova, use o
FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder às caderno de questões! Grife-o, faça flechas, sublinhe, enfim,
questões de números 20 a 22, considere o texto abaixo. destaque o que for necessário para facilitar a compreensão!
Retomando o texto: Tem os braços dobrados e a testa
A marca da solidão pousada sobre eles.
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão RESPOSTA: “D”.
de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços do-
brados e a testa pousada sobre eles, seu rosto forman- 23-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) –
do uma tenda de penumbra na tarde quente. VUNESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho –
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, Mas ela cresceu ... – está corretamente reescrito no plural,
dentro de cada uma delas, um diminuto caminho de com o verbo no tempo futuro.
terra, com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, (A) Mas elas cresceram...
formando pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis (B) Mas elas cresciam...
aos olhos de quem é capaz de parar de viver para, ape- (C) Mas elas cresçam...
nas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o (D) Mas elas crescem...
mundo cabe numa fresta. (E) Mas elas crescerão...
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de
Janeiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas
crescerão...

RESPOSTA: “E”.

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CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

24-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] – (A) O bebê chorava à cada = a cada duas horas .
VUNESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em (B) Às mulheres da rua, Marta entregou convite para a
que o trecho – O teste decisivo e derradeiro para ele, festa. ( Marta entregou o convite às mulheres da rua)
cidadão ansioso e sofredor...– está escrito corretamente (C) Joel mostrou-se tranquilo à partir = a partir (verbo
no plural. no infinitivo)
(A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cida- (D) O casal veio à pé até a cidade. = a pé
dãos ansioso e sofredores... (E) Marta falou de sua situação primeiro à uma vizinha.
(B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cida- = a uma (artigo indefinido)
dãos ansioso e sofredores...
(C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cida- RESPOSTA: “B”.
dãos ansiosos e sofredores...
(D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cida- 27-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU-
NESP/2011) Eu e meu vizinho encontramos na
dões ansioso e sofredores...
casa de Joel quando fui buscar este livro para
(E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cida-
ler.
dãos ansiosos e sofredores...
Assinale a alternativa que preenche, correta e res-
pectivamente, as lacunas.
Como os itens apresentam o mesmo texto, a alterna- (A) se … eu
tiva correta já indica onde estão as inadequações nos de- (B) si … mim
mais itens. (C) nos … mim
(D) se … mim
RESPOSTA: “C”. (E) nos … eu
25-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – Eu + meu vizinho = nós; nós nos... / antes de verbo
VUNESP/2011) Assinale a alternativa que apresenta o no infinitivo devemos usar “eu”, não “mim” (cuidado com a
uso correto das vírgulas. pegadinha: “Para mim, ler é um prazer!” Nesse caso, além
(A) Marta antes do almoço, arrumou o berço do da presença da vírgula, nota-se que é uma “opinião”, não a
bebê, as camas, e a sala de visitas. Girlan Almeida prática de uma ação.)
Dos Santos
(B) Marta, antes do almoço arrumou, o berço do
sqterapeutagirlan@gmail.com
bebê as camas, e a sala de visitas. RESPOSTA: “E”.
HP151916827058188
(C) Marta, antes do almoço, arrumou, o berço do
bebê, as camas, e a sala de visitas. 28-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU-
(D) Marta, antes do almoço, arrumou o berço do NESP/2011) Considerando a concordância das palavras,
bebê, as camas e a sala de visitas. assinale a alternativa correta.
(E) Marta antes do almoço, arrumou, o berço do (A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha en-
bebê, as camas, e a sala de visitas. tristecido Joel.
(B) Estava ali, na mesa, os papéis recebidos por
Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternati- Marta.
va correta já indica as inadequações nos demais itens. (C) Já se conhece as causas da sua tristeza.
(D) O relacionamento entre as pessoas não estavam
agradável.
RESPOSTA: “D”.
(E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre
Joel e Marta.
26-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – VU-
NESP/2011). Assinale a alternativa em que o emprego (A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha (tinham)
do acento indicativo de crase está correto. entristecido Joel.
(A) O bebê chorava à cada duas horas. (B) Estava (estavam) ali, na mesa, os papéis recebidos
(B) Às mulheres da rua, Marta entregou convite por Marta.
para a festa. (C) Já se conhece (conhecem) as causas da sua tristeza.
(C) Joel mostrou-se tranquilo à partir do seu ani- (D) O relacionamento entre as pessoas não estavam
versário. (estava) agradável.
(D) O casal veio à pé até a cidade. (E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre Joel
(E) Marta falou de sua situação primeiro à uma vi- e Marta.
zinha.
RESPOSTA: “E”.

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EDITAL VERTICALIZADO - CONCURSO PM-PE

PORTUGUÊS
VISTO REVISADO

Leitura e Interpretação de textos.

Aspectos semânticos do vocabulário da língua (noções de polissemia, sinonímia e antonímia).

Relações coesivas e semânticas (de causalidade, temporalidade, finalidade, condicionalidade,


finalidade, comparação, oposição, adição, conclusão, explicação, etc.) entre orações, períodos ou
parágrafos, indicados pelos vários tipos de expressões conectivas ou sequenciadores (conjunções,
preposições, advérbios, etc.)
Expressão escrita: divisão silábica, ortografia e acentuação (v. Reforma Ortográfica).

Traços semânticos de radicais, prefixos e sufixos.

Pronomes de tratamento.

Girlan Almeida Dos Santos


Normas da flexão dos verbos regulares e irregulares.
sqterapeutagirlan@gmail.com
Formação de Palavras: Derivação, Composição, HP151916827058188
Hibridismo, etc.

Efeitos de sentido decorrentes do emprego expressivo dos sinais de Pontuação.

Padrões de concordância verbal e nominal.

Padrões de regência verbal e nominal.

Emprego do sinal indicador de crase.

Questões notacionais da língua: Por que, por quê, porque ou porquê; Mal ou mau; Mais ou mas;
Meio ou meia; Onde ou aonde; Estar ou está.

Figuras de linguagem.

CASAL BIZURADO – EDITAL VERTICALIZADO – PM-PE

1
MATEMÁTICA
VISTO REVISADO

Função
Progressão Aritmética
Progressão Geométrica
Juros simples e compostos
Análise combinatória
Probabilidade

GEOGRAFIA
VISTO REVISADO

Formação territorial de Pernambuco


1.1 Processos de formação
1.2 Mesorregiões Girlan Almeida Dos Santos
sqterapeutagirlan@gmail.com
1.3 Microrregiões HP151916827058188
1.4 Regiões de Desenvolvimento – RD
2. Aspectos físicos
2.1 Clima
2.2 Vegetação
2.3 Relevo
2.4 Hidrografia
3. Aspectos Humanos e indicadores sociais
3.1 População
3.2 Economia
3.3 O espaço rural de Pernambuco
3.4 Urbanização em Pernambuco
3.5 Movimentos culturais em Pernambuco
4. A questão Ambiental em Pernambuco

CASAL BIZURADO – EDITAL VERTICALIZADO – PM-PE

2
CONHECIMENTOS DE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
VISTO REVISADO

Dos direitos e deveres individuais e coletivos


Dos Direitos Sociais
Da Nacionalidade
Dos Direitos políticos
Dos Partidos Políticos.

HISTÓRIA
VISTO REVISADO

Ocupação pré-colonial do atual Estado de Pernambuco:Ocupação


PréHistórica de Pernambuco;
Características socioculturais das populações indígenas que habitavam
o território do atual estado de Pernambuco, antes dos primeiros
contatos euro-americanos.
A Capitânia de Pernambuco: a “Guerra dos Bárbaros”; a lavoura
açucareira e mão de obra escrava.
A Guerra dos Mascates; as instituições eclesiásticas e a sociedade
colonial; Insurreição Pernambucana. Girlan Almeida Dos Santos
sqterapeutagirlan@gmail.com
A Província de Pernambuco no I e II Reinado: Pernambuco no contexto
HP151916827058188
da Independência do Brasil
Movimentos Liberais: Confederação do Equador e Revolução Praieira
O tráfico transatlântico de escravos para terras pernambucanas;
Cotidiano e formas de resistência escrava em Pernambuco
Crise da Lavoura canavieira;
A participação dos políticos pernambucanos no processo de
emancipação/abolição da escravatura.
Pernambuco Republicano: Voto de Cabresto e Política dos
governadores
Pernambuco sob a interventoria de Agamenon Magalhães
Movimentos sociais e repressão durante a Ditadura Civil-Militar
(19641985) em Pernambuco
Herança afro-descente em Pernambuco

CASAL BIZURADO – EDITAL VERTICALIZADO – PM-PE

3
Autoria
Thiago Lima
Emmanuelly Santos

Casal Bizurado:
https://casalbizurado.com.br/
contato@casalbizurado.com.br

Girlan Almeida Dos Santos


sqterapeutagirlan@gmail.com
HP151916827058188

CASAL BIZURADO – EDITAL VERTICALIZADO – PM-PE

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