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a solução para o seu concurso!

TJ-BA
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA
BAHIA

Analista Judiciário - Área


Administrativa - Técnico de
Nível Superior

EDITAL Nº 01/2023

CÓD: SL-071AB-23
7908433234739
ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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Língua Portuguesa
1. Domínio da ortografia oficial....................................................................................................................................................... 9
2. Emprego da acentuação gráfica................................................................................................................................................... 9
3. Emprego dos sinais de pontuação............................................................................................................................................... 11
4. Emprego do sinal indicativo de crase........................................................................................................................................... 13
5. Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Emprego de tempos e modos verbais.
Emprego de tempos e modos verbais......................................................................................................................................... 13
6. Domínio dos mecanismos de coesão textual............................................................................................................................... 21
7. Vozes do verbo............................................................................................................................................................................. 22
8. Concordância nominal e verbal................................................................................................................................................... 23
9. Regência nominal e verbal........................................................................................................................................................... 24
10. Morfossintaxe.............................................................................................................................................................................. 26
11. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas)..................................................................................... 29
12. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.................................................................................................... 30
13. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.............................................................................................................................. 31
14. Figuras de linguagem................................................................................................................................................................... 32
15. Discurso direto, indireto e indireto livre...................................................................................................................................... 34
16. Adequação da linguagem ao tipo de documento........................................................................................................................ 36

Matemática e Raciocínio Lógico


1. Raciocínio Lógico: Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; deduzir novas
informações das relações fornecidas e avaliar as condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Com-
preensão e elaboração da lógica das situações por meio de: raciocínio verbal, raciocínio matemático, raciocínio sequencial,
orientação espacial e temporal, formação de conceitos, discriminação de elementos. Compreensão do processo lógico que,
a partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma válida, a conclusões determinadas.................................................... 47
2. Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéricas;
múltiplos e divisores de números naturais; problemas. Frações e operações com frações........................................................ 54
3. Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais; regra de três; porcentagem e
problemas envolvendo regra de três simples, cálculos de porcentagem, acréscimos e descontos............................................ 59
4. Noções de Estatística: medidas de tendência central (moda, mediana, média aritmética simples e ponderada) e de dispersão
(desvio médio, amplitude, variância, desvio padrão).................................................................................................................. 66
5. leitura e interpretação de gráficos (histogramas, setores, infográficos) e tabelas....................................................................... 68

Legislação
1. Estatuto dos Servidores Civis Públicos do Estado da Bahia - Lei nº 6.677/1994.......................................................................... 81
2. Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia atualizado................................................................................... 101
3. Organização e Divisão Judiciária do Estado da Bahia - Lei nº 10.845, de 27 de novembro de 2007........................................... 158

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Noções de Direito Constitucional


1. Direito constitucional: Da aplicabilidade e interpretação das normas constitucionais; vigência e eficácia das normas consti-
tucionais...................................................................................................................................................................................... 193
2. Controle de constitucionalidade: sistemas difuso e concentrado; ação direta de inconstitucionalidade; ação direta de incons-
titucionalidade; ação declaratória de constitucionalidade e arguição de descumprimento de preceito fundamental............... 194
3. Princípios fundamentais.............................................................................................................................................................. 197
4. Dos direitos e garantias fundamentais: dos direitos e deveres individuais e coletivos; dos direitos sociais; dos direitos de
nacionalidade; dos direitos políticos. Dos partidos políticos....................................................................................................... 198
5. Da organização do Estado: da organização político administrativa: da União. Das competências da União, dos Estados e dos
Municípios................................................................................................................................................................................... 210
6. Da Administração Pública: disposições gerais; dos servidores públicos...................................................................................... 214
7. Da Organização dos Poderes. Do Poder Executivo: do Presidente e do Vice-Presidente da república. Das atribuições e res-
ponsabilidades do Presidente da República................................................................................................................................ 217
8. Do Poder Legislativo: do processo legislativo. Da fiscalização contábil, financeira e orçamentária............................................ 218
9. Do Poder Judiciário: disposições gerais. Órgãos do poder judiciário. Organização e competências. Conselho Nacional de
Justiça.......................................................................................................................................................................................... 222

Noções de Direito Administrativo


1. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei nº 4.657/1942) e sua aplicação na Administração Pública...... 237
2. Administração pública................................................................................................................................................................ 239
3. Regime jurídico administrativo. Princípios constitucionais e legais da Administração Pública. Princípios administrativos implí-
citos............................................................................................................................................................................................ 243
4. Poderes da AdministraçãoPública. Poderes e deveres dos administradores públicos. Uso e abuso do poder.......................... 252
5. Lei de abuso de autoridade (Lei nº 13.869/2019) ..................................................................................................................... 259
6. Organização da Administração Direta e Indireta. Órgãos públicos. Aspectos gerais da Administração Direta. Autarquias. Em-
presas públicas e sociedades de economia mista. Fundações públicas. Consórcios públicos. Agências. Entes de colaboração e
entidades paraestatais. Terceiro Setor........................................................................................................................................ 263
7. Ato administrativo. Conceito, características e atributos. Elementos e requisitos de validade. Classificação dos atos adminis-
trativos. Formação e efeitos. Extinção, revogação, invalidação e convalidação. Cassação e caducidade................................... 267
8. Processo administrativo. Lei estadual nº 12.209/2011............................................................................................................... 278
9. Controle da administração pública. Classificações relativas ao controle da Administração Pública. Controle externo e procedi-
mentos de tomadas de contas.................................................................................................................................................... 292
10. Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992 com redação dada pela Lei nº 14.230/2021)....................................... 297
11. Lei nº 14.133/2021..................................................................................................................................................................... 306
12. Serviço público. Conceito. Classificação. Princípios. Formas de delegação de serviço público. Regime jurídico da concessão e
da permissão de serviço público. Extinção, reversão dos bens. Direitos dos usuários de serviço público................................. 347
13. Responsabilidade civil do Estado. Evolução. Responsabilidade por ato comissivo do Estado. Responsabilidade por omissão do
Estado. Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. Causas excludentes e atenuantes da responsabilida-
de do Estado. Reparação do dano.............................................................................................................................................. 360

Noções de Administração Pública


1. Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e crité-
rios de departamentalização....................................................................................................................................................... 373
2. Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada....................................................................................... 375

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3. Gestão de resultados na produção de serviços públicos............................................................................................................. 375


4. Comunicação na gestão pública e gestão de redes organizacionais............................................................................................ 377
5. Gestão e avaliação de desempenho............................................................................................................................................ 389
6. Processo organizacional: planejamento, direção, coordenação, comunicação, controle e avaliação. Gestão estratégica: pla-
nejamento estratégico, tático e operacional............................................................................................................................... 392
7. Mapeamento de perfis profissionais por competências.............................................................................................................. 398
8. Feedback e Feedforward............................................................................................................................................................. 404
9. Gestão de pessoas do quadro próprio e terceirizadas................................................................................................................. 406
10. Gestão por Processos................................................................................................................................................................... 408
11. Gestão por Projetos..................................................................................................................................................................... 410
12. Gestão de contratos..................................................................................................................................................................... 410
13. Gestão da Qualidade: excelência nos serviços públicos.............................................................................................................. 413
14. Motivação.................................................................................................................................................................................... 415
15. Liderança...................................................................................................................................................................................... 417
16. Tipos de decisão e processo decisório......................................................................................................................................... 420
17. Processos participativos de gestão pública. Conselhos de gestão, orçamento participativo, parceria entre governo e socieda-
de................................................................................................................................................................................................. 424
18. Governabilidade e governança.................................................................................................................................................... 427
19. Governo eletrônico. Transparência da administração pública. Controle social e cidadania. Accountability............................... 433

Noções de Orçamento Público


1. Orçamento público. Conceito. Técnicas orçamentárias. Orçamento-Programa: conceitos e objetivos. . ................................... 439
2. Orçamento na Constituição Federal............................................................................................................................................ 443
3. Proposta orçamentária: elaboração, discussão, votação e aprovação. . ..................................................................................... 448
4. Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentária Anual - LOA. ............................................... 449
5. Lei nº 4.320/1964: Da Lei de Orçamento; Da receita; Da Despesa; Dos Créditos Adicionais; Da execução do Orçamento. ...... 450
6. Lei Complementar nº101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal atualizada: Disposições Preliminares, Planejamento, Receita
e Despesa Pública, Transferências voluntárias, Destinação de Recursos para o Setor Privado, Dívida e Endividamento. Trans-
parência, controle e fiscalização.................................................................................................................................................. 455

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LÍNGUA PORTUGUESA

– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título


DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL ou nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holan-
desa, burguês/burguesa. 
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
— Definições Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar. 
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome Porque, Por que, Porquê ou Por quê? 
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que – Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refe- indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
re às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortogra- que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
fia são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, porque/pois nada está molhado.  
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); – Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
decorrentes dessas funções, entre outros.   para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre a qual Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do can-
recaem, para que palavras com grafia similar possam ter leituras celamento do show.  
diferentes, e, por conseguinte, tenham significados distintos.  Re- – Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
sumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da vogal mais por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz com que o ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).  do show.  
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão estabele- – Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
cidos os sinais gráficos e os sons representados por cada um dos fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.   Por quê?  
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português bra- Parônimos e homônimos 
sileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico. As – Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente, pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:   (perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km apreender (capturar). 
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).  – Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus deri- que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
vados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova York.   “gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
demonstrativo).
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais re-
gras:  EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA

«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos: 


– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum, — Definição
abacaxi.   A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas pala-
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.  vras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas regras
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.  da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. Isso quer
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, mex- dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba tônica de
erica.    uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com as regras
gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na língua
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos: portuguesa:
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, ver- – Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
minose.  aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjeti-
vos. Exemplo: amazonense, formosa, jocoso. 
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– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e – Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis,
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico, ân- grátis, júri, lápis, oásis, táxi. 
cora, avô.  – Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com tônus.  
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba – Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. 
tônica! – Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns,
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de determina- quórum, quóruns.  
da palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a sílaba tônica. – Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs,
Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que indica que a órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.  
sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til (˜), que indica
que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro exemplo se- Acentuação das palavras Proparoxítonas
melhante é a palavra bênção.   Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
— Monossílabas Tônicas e Átonas bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer alte- tática, trânsito. 
ração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe o
substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração da pre- Ditongos e Hiatos 
posição “de” + artigo “o”).  Ao comparar esses termos, perceber- Acentuam-se:
mos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, temos – Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. Diante de “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica (forte) ou mausoléu, sóis, véus. 
fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como abaixo: – As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.” um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
“Finalmente encontrei a chave do carro.” (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú). 

Recebem acento gráfico:   Não se acentuam: 


– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s); – A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: moi-
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.  nho, rainha, bainha. 
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, – As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.  juuna, xiita. xiita. 
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
Não recebem acento gráfico: enjoo, magoo. 
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis. 
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas O Novo Acordo Ortográfico 
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo acor- Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem
do ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles lêem acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
leem. em vigor em 2009:
1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”. vôo – voo; zôo – zoo. 
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
Eles têm; Ele vem → Eles vêm. 2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
Acentuação das palavras Oxítonas  – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; euro-
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas péia – europeia.
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé, 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taois-
Ex.:  caqui, urubu.  mo. 

Acentuação das palavras Paroxítonas 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que pos-
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima sílaba suem -e tônico em hiato.
é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as pala- Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
vras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados abai- ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
xo. Observe as exceções: revêem.
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis,
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.  5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua por-
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, tuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.   – linguiça.

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6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma 3 – Separar apostos


grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo “O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
“parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição 4 – Isolar expressões explicativas:
“para”. “As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi res-
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:  ponsabilizado.”
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / pre-
posição] 5 – Separar conjunções intercaladas
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar.  [verbo / pre- “Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”
posição]
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO do setor.”
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”

— Visão Geral 7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:


O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais gráfi- “Estas alegações, não as considero legítimas.”
cos que, em um período sintático, têm a função primordial de indi-
car um nível maior ou menor de coesão entre estruturas e, ocasio- 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
nalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias) em um por conjunções)
discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os gestos e as “Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a compreen-
são da frase. 9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades: “São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
tipos textuais; 10 – Marcar a omissão de um termo:
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados; “Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo “fa-
– Demarcar das unidades de um texto; zer”).
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
• Entre as sentenças
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um 1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
enunciado “Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”

Vírgula 2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéti-


De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado cas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem “Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas, ajudasse.”
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes não
devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo tem- 3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
po que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em outras, principal:
ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser empregada: “Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”

• No interior da sentença 4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvi-


1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição: das ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração prin-
cipal:
ENUMERAÇÃO
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate. Reduzida Por ser sempre assim, ninguém dá atenção!

Paguei as contas de água, luz, telefone e gás. Desenvolvida Porque é sempre assim, já ninguém dá atenção!

5 – Separar as sentenças intercaladas:


REPETIÇÃO “Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
Os arranjos estão lindos, lindos! leito, até que você se recupere por completo.”
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada. • Antes da conjunção “e”
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire valo-
2 – Isolar o vocativo res que não expressam adição, como consequência ou diversidade,
“Crianças, venham almoçar!” por exemplo.
“Quando será a prova, professora?” “Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”

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2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sem- 3 – Para iniciar fala de personagens:
pre que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de desta- “Ele gritava repetidamente:
car alguma ideia, por exemplo: – Sou inocente!”
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o Reticências
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha) 1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta sintati-
camente:
3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas “Quem sabe um dia...”
apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.” 2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito ainda.”
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração 3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja objetivo de prolongar o raciocínio:
apositiva nem se apresente inversamente). “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
Ponto
1 – Para indicar final de frase declarativa: 4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
“O almoço está pronto e será servido.” “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
Raimundo Fagner).
2 – Abrevia palavras:
– “p.” (página) Ponto de Interrogação
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria) 1 – Para perguntas diretas:
– “Dr.” (Doutor) “Quando você pode comparecer?”

3 – Para separar períodos: 2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para


“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.” destacar o enunciado:
“Não brinca, é sério?!”
Ponto e Vírgula
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou Ponto de Exclamação
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula: 1 – Após interjeição:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; nos- “Nossa Que legal!”
sa amiga, de praticar esportes.”
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
2 – Para separar os itens de uma sequência de itens: “Infelizmente!”
“Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
Mercúrio; 3 – Após vocativo
Vênus; “Ana, boa tarde!”
Terra;
Marte; 4 – Para fechar de frases imperativas:
Júpiter; “Entre já!”
Saturno;
Urano; Parênteses
Netuno.” a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou
Dois Pontos a vírgula:
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, enumer- “Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sem-
ações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem ideias pre)
anteriores. quem seria promovido.”
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela Travessão
grande ofensa.” 1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“O rapaz perguntou ao padre:
2 – Para introduzirem citação direta: — Amar demais é pecado?”
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se transfor- 2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
ma’.” “— Vou partir em breve.
— Vá com Deus!”

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3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: 2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir,
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.” chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicati- deve ser empregado.
vas: Exemplos:
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.” “Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
Aspas “Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos, ar- 3 – Troque o termo regente da preposição a por um que es-
caísmos, palavrões, e neologismos. tabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.” se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
“A reunião será feita ‘online’.” pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
Exemplos:
2 – Para indicar uma citação direta: “Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de de estudar / Insiste em estudar.”
Assis) “Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha
/ Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Gos-
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE to de você / Penso em você.”

4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que ex-


Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou pressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada se
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como nú-
em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (pre- cleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
posição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pro- Exemplos:
nome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo “Tudo às avessas.”
(pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das “Barcos à deriva.”
vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femi-
ninas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo 5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal ini- Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
cial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de “moda de”, ficando somente o à explícito.
união representado pelo acento grave. Exemplos:
A crase pode ser a contração da preposição a com: “Arroz à (moda) grega.”
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assis- “Bife à (moda) parmegiana.”
tiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.” Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: de horas especificadas e definidas: Exemplos:
“Retorne àquele mesmo local.” “À uma hora.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às “Às cinco e quinze”.
quais devemos o maior respeito e consideração”.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de FLEXÃO NOMINAL E VERBAL. PRONOMES: EMPREGO,
duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO. EMPREGO DE
construção sintática. TEMPOS E MODOS VERBAIS.

Técnicas para o emprego da crase


1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe se- — Definição
melhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o
palavra feminina. estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portu-
Exemplos: guesa condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.” razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.” cada classe gramatical. 
“Comprei o carro / a moto.”
“Irei ao evento / à festa.” — Artigo 
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo,
podendo flexionar em número e em gênero. 

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A classificação dos artigos 


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo 


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.  

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo: 
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe: 
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.” 
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.” 

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substan-
tivos se subdividem em: 
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro). 
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário). 
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado), conste-
lação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  
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— Adjetivo Exemplos: 
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar – Criaturas da noite (criaturas noturnas). 
o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma qua- – Paixão sem freio (paixão desenfreada). 
lidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou – Associação de comércios (associação comercial). 
extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer
que seja nomeado. — Verbo
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, fenô-
Os tipos de adjetivos  meno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em: 
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não
(bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um ra- têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
dical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).   verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é pri- “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe
mitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo, substan- o exemplo do verbo “nutrir”:
tivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo – Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo lamentável).  significado).
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou – Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).   tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singu-
lar ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo
O gênero dos adjetivos  (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse no
Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
/ “Ana é uma amiga leal.”   tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que variam – Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina travessa”.  regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou
têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma.
O número dos adjetivos  Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito do
Por concordarem com o número do substantivo a que se re- indicativo:  Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós
ferem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, a dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda con-
sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa ins- jugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar duas
truída → pessoas instruídas; campo formoso → campos formosos. desinências distintas do verbo paradigma”.  Se o verbo dizer fosse
regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo seria:
O grau dos adjetivos dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. 
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades). — Pronome 
Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom quan- O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem
to o anterior.”   fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto e sua
Comparativo  de  superioridade: “Maria é mais prestativa do posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e
que Luciana.”  gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou acompanhá-
Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento -lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo” e, no
do que a equipe.”    segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em: pessoais, possessi-
Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, podendo ser:  vos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos. 
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.” 
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.”  Pronomes pessoais 
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pes-
Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:  soas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto (de-
– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.”  sempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”   (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
um correspondente oblíquo.
Pronome adjetivo 
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses CASO RETO CASO OBLÍQUO
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer con- Eu Me, mim, comigo.
cordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é a mais Tu Te, ti, contigo.
querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o substan-
tivo comum professora).  Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nos, conosco.
Locução adjetiva 
Vós Vos, convosco.
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente, Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio.
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Observe os exemplos: 
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno. 
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos 
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1a pessoa – Eu Meu, minha, meus, minhas
2a pessoa – Tu Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a função
de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de formalidade,
logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o
emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados em 3a pessoa.

PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e Senhora (s) pessoas mais velhas Sr. Sr. (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
a

Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas


altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1 pessoa
a
Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
2 pessoa
a
Esse, essa, esses, essas, isso. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
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– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormen-
te (“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos 
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos: 
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta) 
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

 — Advérbio 
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICA-
PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS
ÇÃO
Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, devagar.
ADVÉRBIO DE “Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
Grande parte das palavras terminam em “-mente”,
MODO “Andou depressa por causa da chuva”
como cuidadosamente, calmamente, tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE
Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
LUGAR
“Demorou, mas chegou longe!”
ADVÉRBIO DE Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
TEMPO nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE
Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
INTENSIDADE
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o sufixo “Decerto passaram por aqui”
ADVÉRBIO DE
“-mente” (certamente, realmente). Palavras como claro e “Claro que irei!”
AFIRMAÇÃO
positivo, podem ser advérbio, dependendo do contexto. “Entendi, sim.”

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Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE
nunca, jamais, entre outras, podem ser advérbio “Sequer pensou para falar.”
NEGAÇÃO
de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que expres- “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE
sem dúvida acrescidas do sufixo “-mente”, como “Provavelmente sairei mais cedo.”
DÚVIDA
possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
Quando, como, onde, aonde, donde, por que. “Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta, que indica tempo)
INTERROGAÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente em “Explica como você fez isso.”
frases interrogativas diretas ou indiretas. (oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso, esta-
belecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos conectados,
as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras palavras, as
conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva ou ne- “No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas
gativa). As principais conjunções coordenativas “Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas
aditivas são “e”, “nem” e “também”. chegar.”
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas são
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “entre-
estava nervoso na prova.”
tanto”.
Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”
Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são “por- emprego.” /
conclusivas
tanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos des-
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são “por- cansar aqui em casa.” /
explicativas
que”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

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Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, comple-
mento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.” 

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo: 

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, obje- “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
to indireto, predicativo, complemento nominal agendada.” e
ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que deno- Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais ta causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que
Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um
Conjunções subornativas Por mais que, por menos que, apesar de que, embo-
fato contrário à ação principal, mas incapaz de
concessivas ra, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem que.
impedí-la.
Introduzem uma oração, cujos acontecimen-
Conjunções subornativas tos são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os nu-
merais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos (do-
bro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades: 
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10). 
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto. 
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis). 

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Os tipos de numerais  Classificação das preposições 


Cardinais: são os números em sua forma fundamental e expri- Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua
mem quantidades. propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a, an-
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.   tes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, qui- (ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem, sob,
nhentos/quinhentas).  sobre, trás.
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em
milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.  ambas as sentenças, a preposição  de  manteve-se sempre sendo
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades lin-
significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste, guísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas confor-
mas os dois/ambos foram reprovados.  me o contexto. 

Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segun- Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Fina-
do, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de lizei o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos.  preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e femi- instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
nino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/ valor estrutural (gramática).
trigésimos, trigésima/trigésimas.  
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exem- Classificação das preposições 
plo: A carne de segunda está na promoção.   Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas re- podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
duzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exem- durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre
plos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos outras.
(¾), 1/12 avos.   Exemplo: ”Segundo  o delegado, os depoimentos do suspeito
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino apresentaram contradições.”  A palavra “segundo”, que, normal-
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de mente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao ser in-
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.    serida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental, por
tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.  
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma Locuções prepositivas 
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e em-
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.   prego de uma preposição. As principais locuções prepositivas são
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando constituídas por advérbio  ou locução adverbial acrescido da pre-
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número posição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções pre-
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, positivas. 
duplos sentidos. 
abaixo de de acordo junto a
Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 uni- acerca de debaixo de junto de
dades).  acima de de modo a não obstante
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.  a fim de dentro de para com
à frente de diante de por debaixo de
— Preposição
antes de embaixo de por cima de
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações gra-
maticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e advér- a respeito de em cima de por dentro de
bios) exercem no discurso.  Por apenas marcarem algumas relações atrás de em frente de por detrás de
entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, as preposições
não possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em razão através de em razão de quanto a
disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependen- com respeito a fora de sem embargo de
te, ou seja, sua função gramatical (organização e estruturação) é
principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e — Interjeição 
sentido, esteja presente, possui um valor menor. É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., por
parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades autô-
nomas, que usufruem de independência em relação aos demais

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elementos do enunciado.  As interjeições podem ser empregadas As regras de coesão


também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do in- Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as
terlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:  regras relacionadas abaixo sejam seguidas.
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras
que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de Referência
mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”.  – Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos.
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”  Exemplo:
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!»  «Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de depar-
tamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica (retoma
Os tipos de interjeição termo já mencionado).
De acordo com as reações que expressam, as interjeições po-
dem ser de: – Comparativa: emprego de comparações com base em seme-
lhanças.
ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!” Exemplo:
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência com-
ALÍVIO “Ah!, “Ufa!” parativa endofórica.
ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!”
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes demons-
APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!” trativos.
APLAUSO “Bravo!”, “Bis!” Exemplo:
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” Te-
DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!” mos uma referência demonstrativa catafórica.

DESEJO “Tomara!” – Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja


DOR “Ai!”, “Ui!” nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido.
Analise o exemplo:
DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!” “Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
ESPANTO “Eita!”, “Ué!”
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é
IMPACIÊNCIA (FRUSTRAÇÃO) “Puxa!” evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao
IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!” texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!”
quaisquer informações ao texto.
SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!”
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – no-
minal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse.
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica
— Definições e diferenciação ciente de que o locutor está procurando por Ana.
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que
um texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em – Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as ora-
comum entre os dois é o fato de constituírem mecanismos funda- ções.
mentais para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, Exemplo:
a coesão textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na “Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente aconte-
articulação interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na ceu.” Conjunção concessiva.
articulação externa da mensagem.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem
— Coesão Textual parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido apro-
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado das ximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e pará- entre outros.
grafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se realiza Exemplo:
por meio de palavras denominadas conectivos. “Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
dando conta da demanda populacional.”
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos princi- — Coerência Textual
pais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à mensagem A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
expressa no texto, esses recursos classificam-se como endofóricas. que se origina da sua argumentação – consequência decorrente dos
Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto redun-
contribuindo com a ligação e a harmonia textual. dante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não apresentam
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conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência prejudica a Voz reflexiva: o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo, a
fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer que a falta qual recai sobre o próprio sujeito.
de coerência não consiste apenas na ignorância por parte dos inter- Exemplo
locutores com relação a um determinado assunto, mas da emissão O cozinheiro cortou-se com a faca.
de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Observe os exemplos: A voz reflexiva é sempre construída com o verbo acompanhado
“A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até o de pronome obliquo de pessoa igual à que o verbo se refere.
momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um inaca-
bado. Pronomes reflexivos
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos não me: a mim mesmo nos: a nos mesmos
consomem produtos de origem animal. te: a ti mesmo vos: a vos mesmos
se: a si mesmo  se: a si mesmos  
Princípios Básicos da Coerência
– Relevância: as ideias têm que estar relacionadas. Voz reflexiva recíproca
– Não Contradição: as ideias não podem se contradizer. Podem indicar a noção de reciprocidade, ação mutua ou corres-
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes. pondida. Os verbos aparecem no plural e podem vir reforçados por
expressões como “um ao outro”, “reciprocamente”, “mutuamente”.
Fatores de Coerência
– As inferências: se partimos do pressuposto que os interlo- Exemplo
cutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências podem Os dois abraçavam-se apaixonadamente.
simplificar as informações.
Exemplo: Os pronomes oblíquos nas construções reflexivas e reciprocas
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que funcionam, como objeto direto ou objeto indireto, dependendo da
voltagem da lavadora é 220w”. regência do verbo.

Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de Exemplos


que existe um local adequado para ligar determinado aparelho. Objeto direto reflexivo
Eu me feri com o martelo.
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nos- Objeto indireto reflexivo
sa memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts Ela se pôs a chorar copiosamente.
(roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo com
um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de funcio- Objeto direto recíproco
namento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, sair Os torcedores abraçavam-se a cada gol marcado.
para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
Exemplo: Objeto indireto recíproco
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!” Deram-se as mãos e aguardaram o resultado.

O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na Formação da Voz Passiva


frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os cha- Existem dois processos: Analítico e Sintético.
mados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e nada
têm a ver com o Natal. Voz Passiva Analítica: Verbo Ser + particípio (-ado / -ido) do
verbo principal.
O jogador será substituído.
VOZES DO VERBO
O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição
por, e às vezes de.
São três as vozes verbais: Ativa, Passiva e Reflexão. A ilha ficou cercada de pássaros.
Voz ativa: apresenta sujeito agente, que pratica a ação expres-
sa pelo verbo, a qual recai em um termo paciente (objeto direto). Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explí-
Exemplo cito na frase: A loja será inaugurada em breve.
O professor instruiu os alunos sobre o trabalho.

Voz passiva: apresenta sujeito paciente, que recebe a ação ex-


pressa pelo verbo.
Exemplo
A igreja foi construída por escravos no século 16.

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A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar “ser”, pois o Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
seu particípio é invariável. verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
Observe: tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
Ele faz o conserto. (presente do indicativo) – Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
O conserto é feito por ele. (presente do indicativo) nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
Em frases com locuções verbais, o verbo “ser” assume o mes-
mo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. – O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas
professoras vigiando as crianças.”
Voz Passiva Sintética: verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome – O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
apassivador “se”: duas horas que estamos esperando.”
Ouviram-se as rajadas de vento.
Vendeu-se a última caixa de produtos. Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância ver-
Geralmente, o agente não vem expresso na voz passiva sinté- bal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer no
tica. singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL do que ocorreria.”

Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou


Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou perma-
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração. nece na 3a pessoa do singular:
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao su- – “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
jeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar em
número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo con-
3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexiona- corda com o termo que antecede o pronome:
do para concordar com o sujeito. – “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero – “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos Concordância verbal com a partícula de indeterminação do
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal con- do singular sempre que a oração for constituída por verbos intran-
cordância ocorre em gênero e pessoa sitivos ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
Casos específicos de concordância verbal
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três si- Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
tuações em que o verbo no infinitivo é flexionado: concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
I – Quando houver um sujeito definido; paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito; – Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração fo-
rem distintos. Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
Observe os exemplos: a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.” ser empregada:
“Isto é para nós solicitarmos.” – “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos en-
traram.”
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão – “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito pessoas entenderam.”
da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em
locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos impe- Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve
rativos. concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo,
mas também concordar com a forma no masculino plural:
Exemplos: – “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.” – “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”

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Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, se
houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve estar no plural:
– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”
– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou ad-
jetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”

Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou ora-
ção, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses termos
denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.” 
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo. 

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal 
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

VERBO No sentido de / pela transitividade REGE PREPOSIÇÃO? EXEMPLO


ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo instransitivo NÃO “Isso não procede.”
Proceder
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”

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finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”


Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo transitivo direto NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum lugar /
Chegar SIM “Quando chegar ao local, espere.”
verbo transitivo indireto
quem obedece a algo / alguém /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
verbo transitivo direito e indireto, ... exige um complemento
Informar “Informe o ocorrido ao gerente.”
portanto... sem e outro com preposição
quem vai vai a algum lugar / verbo
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
transitivo indireto
Quem mora em algum lugar (verbo “Eles moram no interior.”
Morar SIM
transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
Preferir verbo bi transitivo (direto e indireto) SIM “Prefira assados a frituras.”
quem simpatiza simpatiza com algo/
Simpatizar SIM “Simpatizei-me com todos.”
alguém/ verbo transitivo indireto

MORFOSSINTAXE

Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um discurso
e também da coerência (relação lógica) que estabelecem entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que ela contenha
algum sentido para que possa ser compreendida pelo receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e orações, a sintaxe
é essencial para que essa compreensão se efetive. Para que se possa compreender a análise sintática, é importante retomarmos alguns
conceitos, como o de frase, oração e período. Vejamos:

Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente uma
ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos, apelos ou
ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.

A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, a disposição das palavras na frase também é fundamental para a compreen-
são da informação escrita, e deve seguir os padrões da Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” Pode ser modifi-
cada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a já professora vai.”
, apesar da combinação das palavras, não poderá ser compreendida pelo interlocutor.

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Oração Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),


É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um ver- podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
bo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, des- o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
de que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem respectivos casos:
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O “Fred fez um lindo discurso.”
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. “Um lindo discurso Fred fez.”
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é. “Fez um lindo discurso, Fred.”
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não con-
tém verbo. – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase concordância verbal.
como oração. – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo liga-
do ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma oração – Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
é formada por cada um dos termos, que, por sua vez, estabelecem Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No exemplo supra-
citado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras “Eu” e “silêncio” – Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
para que o receptor compreenda a mensagem. Dessa forma, cada oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
palavra desta oração recebe o nome de termo ou unidade sintática, teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
desempenhando, cada qual, uma função sintática diferente. concordância do verbo o destaca de forma indireta.
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração e,
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou diferente do caso anterior, não há concordância verbal para deter-
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as miná-lo.
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração.
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem Esse sujeito pode aparecer com:
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
– Oração simples: “Eu quero silêncio.” – Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o no- padeiro.”».
ticiário”. – Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você es-
tiver lá.”
Período
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre – Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado,
com sentido completo. Assim como as orações, o período também e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. Essas
pode ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do nú- orações podem ter verbos que constituam fenômenos da natureza,
mero de orações que apresenta: o período simples contém apenas ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos de fenôme-
uma oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é no meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
uma frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quan- “Choveu muito ontem”.
to à classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase. “Era uma hora e quinze”.
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
apresenta apenas um verbo. – Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e ver-
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou bo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, tam-
ficarei preocupada.” - contém dois verbos. bém recebem sua classificação, conforme abaixo:
– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adian-
— Análise Sintática te para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o ver-
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a bo que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
estrutura de um período e das orações que compõem um período. compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser di-
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem reto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
a seguir as especificidades de cada tipo. sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
cair, mergulhar, correr.
1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração – Verbo de ligação: servem para expressar características de
Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”),
se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação
isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos (“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro conti-
respectivos exemplos a seguir: nua esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”, – Predicados nominais: são aqueles que têm um nome (subs-
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração tantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. Ade-
sobre o sujeito). mais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, e é
composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
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– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características 3 – Termos acessórios da oração


ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é inteligen- Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
te.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, é sua acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo “ser” para complementar a informação, exprimindo circunstância, deter-
(é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica atual. minando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira abaixo
Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, mas quais são eles:
pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou pala- – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
vra substantivada. do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre “Dormimos muito.”
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acresci-
da de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
da aula. Por isso, estavam contentes. “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”. “Maria escreve bastante bem.”

2 – Termos integrantes da oração O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.


Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos Os adjuntos adverbiais podem ser:
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva. – Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos – Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma: – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não exi- tempo).
gindo preposição.
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado por
seja compreendido. adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou prono-
mes adjetivos. Analise o exemplo:
Quanto ao objeto direto, podemos ter: “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.” de escola.”
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o aconte- – Sujeito: “jovem apaixonado”
cido.” – Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou – Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê”
os aparelhos.» – Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam
– Complementos Nominais: esses termos completam o senti- o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
do de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos, fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os
os exemplos: adjuntos adnominais de “colega”.
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento no- – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para carac-
minal. terizá-lo, contribuindo para a complementação uma informação já
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – “rapida- completa. Observe os exemplos:
mente” é advérbio de modo. “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
substantivo.
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que prati- com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
cam a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
Assim, estão normalmente acompanhados pelas preposições de e do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
por. Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
passiva: apelo. Observe:
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.” “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
– “O cachorro foi alvo do meu medo.” “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.” “Vista o casaco, filha!”

— Estudo da relação entre as orações


Os períodos compostos são formados por várias orações. As
orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de su-
bordinação.
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– Período composto por coordenação: é formado por orações


independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções ou vírgu- REDAÇÃO (CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES
las, as orações coordenadas podem ser entendidas individualmen- CORRETAS E INCORRETAS)
te porque apresentam sentidos completos. Acompanhe a seguir a
classificação das orações coordenadas:
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os — Definição 
doces.” A redação pode ser definida como o ato de produzir um texto
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não escrito e, conforme sua estrutura e objetivos, pode ser tipificada
preparei os doces.” em narrativa, descritiva, informativa e dissertativa. Cada um des-
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou pre- ses tipos de redação especificidades próprias e, ao se optar por um
paro os doces.” deles, é fundamental atenção aos seus elementos estar atento aos
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, seus elementos integrantes. Confira abaixo algumas dicas de impor-
logo, passou no exame.” tantes para a escrita de uma boa redação.  
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame por-
que estudou bastante.” A importância da Introdução 
Em um vestibular ou concurso, a redação vai ser avaliada, ob-
– Período composto por subordinação: são constituídos por viamente, por completo, e todas as suas etapas são fundamentais
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas para a composição da nota. No entanto, a forma como ela se inicia
apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de tem grande peso na atribuição do conceito do examinador, por dois
forma separada. As orações subordinadas são divididas em subs- motivos principais:  
tantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos: – Envolve a atenção do leitor: o interesse do leitor precisa ser
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado captado já no início, pois é nesse momento que ele decide se vai
que o suspeito era realmente o culpado.” prosseguir ou não com a leitura. Começar bem uma redação é pri-
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não que- mordial para que o leitor deseje conhecer as linhas seguintes de
ria que isso acontecesse.” seu texto. 
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É obriga- – Síntese do conteúdo: a introdução daquilo que será aborda-
tório de que todos os estudantes sejam assíduos.” do contribui para que o leitor esteja apto a compreender o tema
– Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho e, assim, ser capaz de assimilar o conteúdo à medida que ele se
expectativa de que os planos serão melhores em breve!” desenvolve.  
– Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
é que meus pais são saudáveis.” Os Tipos de Redações
– Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba dis- A decisão de como a redação será iniciada vai depender do gê-
to: que tudo esteja organizado quando eu voltar!” nero textual, por isso, é importante estar ciente acerca dos diversos
– Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me demo- tipos textuais. Verifique abaixo os tipos mais comuns de redação e
rar porque tenho hora marcada na psicóloga.” as suas características: 
– Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão feli- Narrativa: é o relato de fatos em torno de personagens, ou
zes que pulamos de alegria.” seja, uma história, que pode ser fictícia ou real. A narrativa é com-
– Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando posta pelo narrador, que pode ser em 1a pessoa ou em 3a pessoa.
para que nós chegássemos a casa em segurança.” Sua estrutura básica são personagens, enredo tempo e espaço em
– Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu che- que se dão os fatos. 
guei, eles iniciaram o trabalho.” Descritiva: apresenta os aspectos gerais e detalhados de algo
– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, ou de alguém, por isso, é elaborada com base nas observações e
espero por você.» perspectivas do autor. Se abordar elementos concretos (caracterís-
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que esti- ticas físicas, objetos, cores e dimensões), a redação será denomi-
vesse cansado, concluiu a maratona.” nada descritiva objetiva. Se abordar opiniões pessoais, será uma
– Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia redação descritiva subjetiva. 
como se ainda vivesse no interior.” Dissertativa: é o tipo amplamente mais requerido em exa-
– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme mes em geral, como concursos públicos e vestibulares, incluindo
combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.” o ENEM. Na dissertação, o autor desenvolve um tema e apresenta
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais o seu ponto de vista acerca dele. A redação dissertativa pode apre-
me exercito, mais tenho disposição.” sentar as seguintes abordagens: 
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que pas- – Dissertativa-expositiva: explora dados e informações com o
sou no concurso, mudou-se para o interior.” único propósito de informar seu leitor. 
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve – Dissertativa-argumentativa: recorre a argumentos diversos
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.” para defender uma ideia ou opinião.  

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Iniciando a Introdução da Redação 4 – Evite clichês e gírias: essa conduta faz parte do respeito às
Para isso, existem algumas formas padronizadas e seguras. São normas da língua portuguesa, e podem desqualificar sua sabedoria
elas: e competência. 
– Citação   5 – Os argumentos que serão utilizados devem ser escritos já
– Alusão histórica   no rascunho: para evitar que se esqueça dos melhores e principais
argumentos, é válido listá-los antes de se começar a redigir o texto.
Termos adequados e para utilizar no início uma redação: os Além de prevenir esquecimento, essa técnica vai te auxiliar na refle-
conectivos são recursos excelentes para relacionar as ideias apre- xão acerca de todas as informações que você dispõe e a organizá-las
sentadas. Empregá-los na sua redação, portanto, auxilia uma coe- no texto. 
são e coerência do seu texto. Dentre os diversos tipos de conecti- 6 – Utilize estatísticas, se as tiver: elas são instrumentos exce-
vos, existem alguns apropriados para introduzir um tema. Veja os lentes para fundamentar seus argumentos e demonstrar que você
exemplos: “Para começar”, “Primeiramente”, “Sobretudo”, “Antes domina o tema. Se você tiver esse conhecimento, não deve deixar
de tudo”, “Em primeiro lugar”, “Principalmente”, etc.  de explorá-lo. 
7 – Levante questões sobre o problema proposto: como as
Frases adequadas para se iniciar uma redação:  redações tendem a explorar assuntos de grande repercussão e con-
– Os temas de redação, em geral, são atuais. Assim, termos e trovérsia, que requerem a reflexão sobre problemas e proposição
expressões as seguintes são convencionalmente aceitos para se ini- de soluções, é importante que você esteja certo do seu ponto de
ciar um texto dissertativo: vista em relação ao tema e considere as formas de solucionar os
Nos dias atuais”, “Hoje em dia”, “Atualmente” impasses apresentados. Escolha sentenças curtas e diretas, livres
de ambiguidade e que não venham a confundir a interpretação. 
– Em seguida, deve-se abordar o assunto, por exemplo com
uma alusão histórica, conforme mencionado anteriormente. É uma
excelente estratégia para resgatar dados e informações preceden- COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNE-
tes.   ROS VARIADOS
“De acordo com o histórico da saúde pública…”

– Quando se trata de assuntos polêmicos e amplamente deba- Definição Geral


tidos no momento, a frase seguinte é uma boa alternativa de intro- Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
dução do assunto:    sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objeti-
“Comenta-se frequentemente acerca de...” vo de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que nos
– Se você possuir informações para começar seu texto, a frase é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação, a res-
abaixo pode auxiliar na construção da narrativa:   posta será localizada no próprio no texto, posteriormente, ocorre
“Ao examinar os dados, constata-se que...” a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada em
nossos conhecimentos prévios.
– A sentença a seguir é uma alternativa para introduzir os seus
argumentos acerca do tema abordado.  Compreensão de Textos
“Dentre os inúmeros motivos que levaram...” Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise
do que está explícito no texto, ou seja, na identificação da men-
– Empregue esta sentença para expor o seu ponto de vista so- sagem. É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo
bre o assunto a ser discutido.  uso da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
“Ao analisar os fatos...” Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensa-
gem transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
Preparando-se para escrever uma boa redação  decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, ao
1 – Seja objetivo: essa é uma característica essencial na cons- ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos a men-
trução de uma redação. Afinal de contas, o leitor precisa ter clareza sagem transmitida por ela, assim como o seu propósito comunicati-
das ideias do autor. Por isso, ao redigir seu texto, tenha a certeza de vo, que é informar o ouvinte sobre um determinado evento.
ser objetivo e de se fazer entendível.  
2 – Estude temas gerais: as propostas de redação exploram Interpretação de Textos
o seu conhecimento, por isso, é importante conhecer os assuntos É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os re-
gerais que estão em alta e procurar guardar na memória dados e sultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias e,
informações relevantes que servirão como apoio a construção de em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar é
sua redação.  decodificar o sentido de um texto por indução.
3 – Conheça e esteja atento às normas gramaticais: uma reda- A interpretação de textos compreende a habilidade de se che-
ção satisfatória deve ter coesão e coerência, além de seguir à risca gar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de texto,
as normas da língua portuguesa. Portanto, não se esqueça de, ao seja ele escrito, oral ou visual.
finalizar o texto, fazer a sua leitura e releitura quantas vezes forem Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
necessárias para corrigir as possíveis inadequações gramaticais.  da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
podendo ser diferente entre leitores.
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Exemplo de compreensão e interpretação de textos


Para compreender melhor a compreensão e interpretação de RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
um texto misto (verbal e visual):
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe- são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
cial > 2015 e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão da
Português > Compreensão e interpretação de textos estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua classi-
ficação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros são
A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social. variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.

Como se classificam os tipos e os gêneros textuais


As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos ti-
pos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto com
base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais são:
narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. Resumin-
do, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto as tipolo-
gias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe abaixo
os principais gêneros textuais inseridos e como eles se inserem em
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a cada tipo textual:
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresenta-
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou ção, desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracteri-
menos severas.” zam pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta. ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de e fábulas.
1988. Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
severas. texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
ou não. restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser in- Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmi-
cluídos socialmente. tir ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes. conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos ex-
Comentário da questão: positivos.
Em “A” – Errado: o texto é sobre direito à educação, incluindo Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o obje-
as pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na socie- tivo de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto
dade. é, caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
Em “B” – Certo: o complemento “mais ou menos severas” se composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os tex-
refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis. tos argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
Em “C” – Errado: o advérbio “também”, nesse caso, indica a abaixo-assinado.
inclusão/adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
educação, além das que não apresentam essas condições. orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
Em “D” – Errado: além de mencionar “deficiências de toda or- procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
dem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou temporá- verbos no modo imperativo é sua característica principal. Perten-
rias”. cem a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, ma-
Em “E” – Errado: este é o tema do texto, a inclusão dos defi- nuais de instruções, entre outros.
cientes. Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
Resposta: Letra B. o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.

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Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade,


FIGURAS DE LINGUAGEM atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o.

Exemplos
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar O filósofo de Genebra (= Calvino).
o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso linguístico O águia de Haia (= Rui Barbosa).
para expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo
originalidade, emotividade ao discurso, ou tornando-o poético. Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida.
As figuras de linguagem classificam-se em
– figuras de palavra; Exemplos
– figuras de pensamento; Leio Graciliano Ramos. (livros, obras)
– figuras de construção ou sintaxe. Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
Tomei um Danone. (iogurte)
Figuras de palavra
Emprego de um termo com sentido diferente daquele conven- Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné-
cionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex- doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural.
pressivo na comunicação.
Exemplo
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co- A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro su-
nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente mir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo plural)
vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase. (José Cândido de Carvalho)

Exemplos Figuras Sonoras


...a vida é cigana Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral-
É caravana mente em posição inicial da palavra.
É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença) Exemplo
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes veladas.
Encarnado e azul são as cores do meu desejo. (Cruz e Sousa)
(Carlos Drummond de Andrade)
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, verso ou poesia.
ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com- Exemplo
paração: parecer, assemelhar-se e outros. Sou Ana, da cama,
da cana, fulana, bacana
Exemplo Sou Ana de Amsterdam.
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando (Chico Buarque)
você entrou em mim como um sol no quintal.
(Belchior) Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou
na prosódia, mas diferentes no sentido.
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
qual não existe uma designação apropriada. Exemplo
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
Exemplos [erro
– folha de papel quero que você ganhe que
– braço de poltrona [você me apanhe
– céu da boca sou o seu bezerro gritando
– pé da montanha [mamãe.
(Caetano Veloso)
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen-
tidos físicos. Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro-
duzido por seres animados e inanimados.
Exemplo
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva) mecânica. Exemplo
(Carlos Drummond de Andrade) Vai o ouvido apurado
na trama do rumor suas nervuras
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sinestesia: “ódio inseto múltiplo reunido
amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferença gelada”. para compor o zanzineio surdo
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circular opressivo Exemplos


zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor Não os venci. Venceram-me
da noite em branco eles a mim.
(Carlos Drummond de Andrade) (Rui Barbosa)

Observação: verbos que exprimem os sons são considerados Morrerás morte vil na mão de um forte.
onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc. (Gonçalves Dias)

Figuras de sintaxe ou de construção Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia-


Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado.
termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Exemplos
Podem ser formadas por: Ouvir com os ouvidos.
omissão: assíndeto, elipse e zeugma; Rolar escadas abaixo.
repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto; Colaborar juntos.
inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; Hemorragia de sangue.
ruptura: anacoluto; Repetir de novo.
concordância ideológica: silepse.
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben-
Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período, tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con-
frase ou verso. junções, preposições e verbos.

Exemplo Exemplos
Dentro do tempo o universo Compareci ao Congresso. (eu)
[na imensidão. Espero venhas logo. (eu, que, tu)
Dentro do sol o calor peculiar Ele dormiu duas horas. (durante)
[do verão. No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
Dentro da vida uma vida me (Camões)
[conta uma estória que fala
[de mim. Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anteriormente.
Dentro de nós os mistérios
[do espaço sem fim! Exemplos
(Toquinho/Mutinho) Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
(Camilo Castelo Branco)
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam vir li-
gadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por vírgulas. Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
(Machado de Assis)
Exemplo
Não nos movemos, as mãos é Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elementos na frase.
que se estenderam pouco a
pouco, todas quatro, pegando-se, Exemplos
apertando-se, fundindo-se. Passeiam, à tarde, as belas na avenida.
(Machado de Assis) (Carlos Drummond de Andrade)

Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde- Paciência tenho eu tido...


nativa mais vezes do que exige a norma gramatical. (Antônio Nobre)

Exemplo Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a


Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do
tuge, nem muge. período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem
(Rubem Braga) função sintática definida.

Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter- Exemplos


mo já expresso. E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas.
(Manuel Bandeira)
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres-
são, dando ênfase à mensagem. Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo-
tassem as mãos.
(José Lins do Rego)

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Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que Os verbos declarativos ou de elocução mais comuns são:
pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase). acrescentar
afirmar
Exemplo concordar
...em cada olho um grito castanho de ódio. consentir
(Dalton Trevisan) contestar
...em cada olho castanho um grito de ódio) continuar
declamar
Silepse determinar
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo dizer
ou pronome com a pessoa a que se refere. esclarecer
exclamar
Exemplos explicar
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho... gritar
(Rachel de Queiroz) indagar
insistir
V. Ex.a parece magoado... interrogar
(Carlos Drummond de Andrade) interromper
intervir
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com mandar
o sujeito da oração. ordenar, pedir
perguntar
Exemplos prosseguir
Os dois ora estais reunidos... protestar
(Carlos Drummond de Andrade) reclamar
repetir
Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas. replicar
(Machado de Assis) responder
retrucar
Silepse de número: Não há concordância do número verbal solicitar
com o sujeito da oração.
Os verbos declarativos podem, além de introduzir a fala, indicar
Exemplo atitudes, estados interiores ou situações emocionais das persona-
Corria gente de todos os lados, e gritavam. gens como, por exemplo, os verbos protestar, gritar, ordenar e ou-
(Mário Barreto) tros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou
advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou
histérica, respondeu irritada, explicou docemente.
DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE
Exemplo:
— O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realização de nos-
Discurso direto sas vidas.
É a fala da personagem reproduzida fielmente pelo narrador, Ao utilizar o discurso direto – diálogos (com ou sem travessão) en-
ou seja, reproduzida nos termos em que foi expressa. tre as personagens –, você deve optar por um dos três estilos a seguir:
— Bonito papel! Quase três da madrugada e os senhores com-
pletamente bêbados, não é? Estilo 1:
Foi aí que um dos bêbados pediu: João perguntou:
— Sem bronca, minha senhora. Veja logo qual de nós quatro é — Que tal o carro?
o seu marido que os outros querem ir para casa.
(Stanislaw Ponte Preta) Estilo 2:
João perguntou: “Que tal o carro?” (As aspas são optativas)
Observe que, no exemplo dado, a fala da personagem é intro- Antônio respondeu: “horroroso” (As aspas são optativas)
duzida por um travessão, que deve estar alinhado dentro do pará-
grafo. Estilo 3:
O narrador, ao reproduzir diretamente a fala das personagens, Verbos de elocução no meio da fala:
conserva características do linguajar de cada uma, como termos de — Estou vendo, disse efusivamente João, que você adorou o carro.
gíria, vícios de linguagem, palavrões, expressões regionais ou caco- — Você, retrucou Antônio, está completamente enganado.
etes pessoais.
O discurso direto geralmente apresenta verbos de elocução (ou Verbos de elocução no fim da fala:
declarativos ou dicendi) que indicam quem está emitindo a mensa- — Estou vendo que você adorou o carro — disse efusivamente João.
gem. — Você está completamente enganado — retrucou Antônio.
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Os trechos que apresentam verbos de elocução podem vir com Observe que se o trecho “Era bruto, sim” estivesse um discurso dire-
travessões ou com vírgulas. Observe os seguintes exemplos: to, apresentaria a seguinte formulação: Sou bruto, sim; em discurso indi-
— Não posso, disse ela daí a alguns instantes, não deixo meu reto: Ele admitiu que era bruto; em discurso indireto livre: Era bruto, sim.
filho. (Machado de Assis) Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo inte-
— Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse rior da personagem (seus pensamentos, desejos, sonhos, fantasias
ele, escarrachando-se diante de mim. (Machado de Assis) etc.), o narrador precisa ser onisciente. Observe que os pensamentos
— Vale cinquenta, ponderei; Sabina sabe que custou cinquenta da personagem aparecem, no trecho transcrito, principalmente nas
e oito. (Machado de Assis) orações interrogativas, entremeadas com o discurso do narrador.
— Ainda não, respondi secamente. (Machado de Assis)
Transposição de discurso
Verbos de elocução depois de orações interrogativas e exclamativas: Na narração, para reconstituir a fala da personagem, utiliza-se
— Nunca me viu? perguntou Virgília vendo que a encarava com a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. O
insistência. (Machado de Assis) domínio dessas estruturas é importante tanto para se empregar
— Para quê? interrompeu Sabina. (Machado de Assis) corretamente os tipos de discurso na redação.
— Isso nunca; não faço esmolas! disse ele. (Machado de Assis) Os sinais de pontuação (aspas, travessão, dois-pontos) e outros
recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não apa-
Observe que os verbos de elocução aparecem em letras minús- recem no discurso indireto, a não ser que se queira insistir na atri-
culas depois dos pontos de exclamação e interrogação. buição do enunciado à personagem, não ao narrador. Tal insistência,
porém, é desnecessária e excessiva, pois, se o texto for bem constru-
Discurso indireto ído, a identificação do discurso indireto livre não oferece dificuldade.
No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala da
personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e passa Discurso Direto
para o leitor o que ouviu da personagem. Na transcrição, o verbo apare-
ce na terceira pessoa, sendo imprescindível a presença de verbos dicendi • Presente
(dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar, pedir, exclamar, contestar, A enfermeira afirmou:
concordar, ordenar, gritar, indagar, declamar, afirmar, mandar etc.), se- – É uma menina.
guidos dos conectivos que (dicendi afirmativo) ou se (dicendi interrogati- • Pretérito perfeito
vo) para introduzir a fala da personagem na voz do narrador. – Já esperei demais, retrucou com indignação.
• Futuro do presente
A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava Pedrinho gritou:
muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo. – Não sairei do carro.
(Ciro dos Anjos) • Imperativo
Olhou-a e disse secamente:
Fui ter com ela, e perguntei se a mãe havia dito alguma coisa; – Deixe-me em paz.
respondeu-me que não.
(Machado de Assis) Outras alterações
• Primeira ou segunda pessoa
Discurso indireto livre Maria disse:
Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe – Não quero sair com Roberto hoje.
uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado discurso • Vocativo
indireto livre, processo de grande efeito estilístico. Por meio dele, – Você quer café, João?, perguntou a prima.
o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas das • Objeto indireto na oração principal
personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, so- A prima perguntou a João se ele queria café.
nham, desejam etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde • Forma interrogativa ou imperativa
ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador. Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa:
As orações do discurso indireto livre são, em regra, independentes, – E o amarelo?
sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passagem da fala do • Advérbios de lugar e de tempo
narrador para a da personagem, mas com transposições do tempo do aqui, daqui, agora, hoje, ontem, amanhã
verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes (terceira pessoa). O foco • Pronomes demonstrativos e possessivos
narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse discurso é muito emprega- essa(s), esta(s)
do na narrativa moderna, pela fluência e ritmo que confere ao texto. esse(s), este(s)
Fabiano ouviu o relatório desconexo do bêbado, caiu numa in- isso, isto
decisão dolorosa. Ele também dizia palavras sem sentido, conversa meu, minha
à toa. Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era teu, tua
bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. nosso, nossa
Estava preso por isso? Como era? Então mete- se um homem na
cadeia por que ele não sabe falar direito?
(Graciliano Ramos)

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Discurso Indireto Há quem atribua as deficiências da escrita aos meios de comu-


nicação de massa que, saturando nossos sentidos com imagem e
• Pretérito imperfeito som, pouco exigem de nossa capacidade reflexiva, ocupando um
A enfermeira afirmou que era uma menina. espaço que poderia ser preenchido pela leitura.
• Futuro do pretérito Quaisquer que sejam os entraves na escrita, é no aprimora-
Pedrinho gritou que não sairia do carro. mento da linguagem que temos o instrumento mais eficaz para
• Pretérito mais-que-perfeito expressar o pensa mento. A habilidade com que a usamos permite-
Retrucou com indignação que já esperara (ou tinha espera- -nos apreender o mundo e agir sobre ele.
do) demais. Ao escrevermos, fazemos da linguagem nossa conquista maior,
• Pretérito imperfeito do subjuntivo combinando as impressões dos sentidos, a vivência pessoal e o pen-
Olhou-a e disse secamente que o deixasse em paz. samento crítico. Para aperfeiçoar o exercício redacional, devemos
Outras alterações aguçar a capacidade de interpretação, o espírito questionador e
• Terceira pessoa analítico, bem como o desprendimento para criar e inovar.
Maria disse que não queria sair com Roberto naquele dia. Assim, a redação, como atividade compensadora e satisfatória,
• Objeto indireto na oração principal é produto de um saber linguístico, da ordenação do pensamento
A prima perguntou a João se ele queria café. e da imaginação criadora, num contínuo e diletante processo de
• Forma declarativa aprendizagem.
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa
pelo amarelo. Da palavra ao texto
lá, dali, de lá, naquele momento, naquele dia, no dia ante- A palavra existe a serviço da comunicação. As circunstâncias
rior, na véspera, no dia seguinte, aquela(s), aquele(s), aquilo, históricas, o mundo concreto e os anseios espirituais, ao longo de seus
seu, sua (dele, dela), seu, sua (deles, delas) processos de desenvolvimento, foram criando a necessidade de nome-
ação dos objetos. Assim, o desejo de comunicar nossas ideias fica me-
diado por uma unidade menor que se chama signo. O signo é o símbo-
ADEQUAÇÃO DA LINGUAGEM AO TIPO DE DOCUMENTO lo dos objetos ou ideias que queremos veicular (oral ou textualmente):
a maneira de articular as palavras e de organizá-las na frase, no texto
determina nosso discurso, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
Adequação vocabular” é adequar as palavras a situação de fala.
As gírias, por exemplo, podem ser perfeitamente ajustadas a certos A linguagem culta ou padrão
contextos.  É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em
A adequação vocabular trata das corretas situações em que que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas
devemos usar as melhores situações vocabulares. Isto é, trata dos instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obedi-
momento em que determinadas linguagens devem ser usada. ência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
É o caso por exemplo de quando estamos diante de uma situa- escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
ção informal, com amigos, e conhecidos, onde podemos usar gírias mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
além de demais palavras menor formais. Diferente de situações em conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
que estamos diante de momento mais formais, como o trabalho cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
por exemplo.
A linguagem popular ou coloquial
O ato de escrever É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mos-
O que para alguns parece fácil e agradável, para outros repre- tra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de
senta um sacrifício sem perspectivas favoráveis. Nas práticas esco- vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância;
lares, não se prepara o aluno para ser escritor, mas para escrever barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; ca-
satisfatoriamente numa linguagem que revele precisão vocabular cofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela
e clareza de ideias. coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A lin-
Um texto correto e preciso resulta de um pensamento organi- guagem popular está presente nas mais diversas situações: conver-
zado, ao qual se somam a capacidade para aproveitar os recursos sas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes,
expressivos da língua e a interpretação analítica da realidade, em programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão
especial na dissertação. Qualquer que seja a modalidade redacio- dos estados emocionais etc.
nal, sua finalidade é concretizar a comunicação de ideias (conteú-
do), valorizadas por uma expressão estética da linguagem (forma).
Não basta, pois, saber o que escrever, mas como escrever.
As dificuldades para redigir podem ter origem na timidez, no
receio da iniciativa inovadora, na falta de estímulos, em métodos
didáticos desinteressantes ou ainda num conjunto de fatores que
bloqueiam a escrita.

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É muito calmo o rio de minha terra.


QUESTÕES
Suas águas são feitas de argila e de mistérios.
Nas solidões das noites enluaradas
1. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio- a maldição de Crispim desce
teconomia- O rio de minha terra é um deus estranho. sobre as águas encrespadas.
Ele tem braços, dentes, corpo, coração,
muitas vezes homicida, O rio de minha terra é um deus estranho.
foi ele quem levou o meu irmão.
Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
É muito calmo o rio de minha terra. para subir as poucas rampas do seu cais.
Foi conhecendo o movimento da cidade,
Suas águas são feitas de argila e de mistérios. a pobreza residente nas taperas marginais.
Nas solidões das noites enluaradas
a maldição de Crispim desce Pois tão irado e tão potente fez-se o rio
sobre as águas encrespadas. que todo um povo se juntou para enfrentá-lo.
Mas ele prosseguiu indiferente,
O rio de minha terra é um deus estranho. carregando no seu dorso bois e gente,
até roçados de arroz e de feijão.
Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
para subir as poucas rampas do seu cais. Na sua obstinada e galopante caminhada,
Foi conhecendo o movimento da cidade, destruiu paredes, casas, barricadas,
a pobreza residente nas taperas marginais. deixando no percurso mágoa e dor.

Pois tão irado e tão potente fez-se o rio Depois subiu os degraus da igreja santa
que todo um povo se juntou para enfrentá-lo. e postou-se horas sob os pés do Criador.
Mas ele prosseguiu indiferente,
carregando no seu dorso bois e gente, E desceu devagarinho, até deitar-se
até roçados de arroz e de feijão. novamente no seu leito.

Na sua obstinada e galopante caminhada, Mas toda noite o seu olhar de rio
destruiu paredes, casas, barricadas, fica boiando sob as luzes da cidade.
deixando no percurso mágoa e dor.
(Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha terra. Disponível
Depois subiu os degraus da igreja santa em: https://www.escritas.org)
e postou-se horas sob os pés do Criador.
A figura de linguagem predominante no verso “O rio de minha
E desceu devagarinho, até deitar-se terra é um deus estranho” é a
novamente no seu leito. (A) metáfora.
(B) hipérbole.
Mas toda noite o seu olhar de rio (C) comparação.
fica boiando sob as luzes da cidade. (D) personificação.
(E) metonímia.
(Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha terra. Disponível
em: https://www.escritas.org) 3. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área
Judiciária-
No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas- Lembram-se da história de Tristão e Isolda? O enredo gira em
sifica-se como torno da transformação da relação entre os dois protagonistas. Isol-
(A) pronome. da pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção letal, mas,
(B) preposição. em vez disso, ela prepara-lhe um “filtro de amor”, que tanto Tristão
(C) artigo. como Isolda bebem sem saber o efeito que irá produzir. A misterio-
(D) advérbio. sa bebida desperta neles a mais profunda das paixões e arrasta-os
(E) conjunção. para um êxtase que nada consegue dissipar − nem sequer o fato de
ambos estarem traindo infamemente o bondoso rei Mark. Na ópera
2. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio- Tristão e Isolda, Richard Wagner captou a força da ligação entre os
teconomia- rio de minha terra é um deus estranho. amantes numa das passagens mais exaltadas da história da música.
Ele tem braços, dentes, corpo, coração, Devemos interrogar-nos sobre o que o atraiu para essa história e
muitas vezes homicida, por que motivo milhões de pessoas, durante mais de um século,
foi ele quem levou o meu irmão. têm partilhado o fascínio de Wagner por ela.

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A resposta à primeira pergunta é que a composição celebrava uma paixão semelhante e muito real da vida de Wagner. Wagner e
Mathilde Wesendonck tinham se apaixonado de forma não menos insensata, se considerarmos que Mathilde era a mulher do generoso
benfeitor de Wagner e que Wagner era um homem casado. Wagner tinha sentido as forças ocultas e indomáveis que por vezes conseguem
se sobrepor à vontade própria e que, na ausência de explicações mais adequadas, têm sido atribuídas à magia ou ao destino. A resposta à
segunda questão é um desafio ainda mais atraente.
Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cérebros capazes de impor comportamentos que podemos ser capazes ou não
de eliminar por meio da chamada força de vontade. Um exemplo elementar é a substância química oxitocina. No caso dos mamíferos,
incluindo os seres humanos, essa substância é produzida tanto no cérebro como no corpo. De modo geral, influencia toda uma série de
comportamentos, facilita as interações sociais e induz a ligação entre os parceiros amorosos.
Não há dúvida de que os seres humanos estão constantemente usando muitos dos efeitos da oxitocina, conquanto tenham aprendido
a evitar, em determinadas circunstâncias, os efeitos que podem vir a não ser bons. Não se deve esquecer que o filtro de amor não trouxe
bons resultados para o Tristão e Isolda de Wagner. Ao fim de três horas de espetáculo, eles encontram uma morte desoladora.

(Adaptado de: DAMÁSIO, António. O erro de Descartes. São Paulo: Companhia das Letras, edição digital)

A misteriosa bebida desperta neles a mais profunda das paixões.


No contexto em que se encontra, o segmento sublinhado acima exerce a mesma função sintática do que está também sublinhado em:
(A) Wagner era um homem casado.
(B) O enredo gira em torno da transformação da relação entre os dois protagonistas.
(C) Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cérebros
(D) o que o atraiu para essa história
(E) Isolda pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção letal.

4. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Área Administrativa- Atenção: Para responder à questão, leia a crônica “Tatu”,
de Carlos Drummond de Andrade.

O luar continua sendo uma graça da vida, mesmo depois que o pé do homem pisou e trocou em miúdos a Lua, mas o tatu pensa de
outra maneira. Não que ele seja insensível aos amavios do plenilúnio; é sensível, e muito. Não lhe deixam, porém, curtir em paz a clarida-
de noturna, de que, aliás, necessita para suas expedições de objetivo alimentar. Por que me caçam em noites de lua cheia, quando saio
precisamente para caçar? Como prover a minha subsistência, se de dia é aquela competição desvairada entre bichos, como entre homens,
e de noite não me dão folga?
Isso aí, suponho, é matutado pelo tatu, e se não escapa do interior das placas de sua couraça, em termos de português, é porque o
tatu ignora sabiamente os idiomas humanos, sem exceção, além de não acreditar em audiência civilizada para seus queixumes. A armadu-
ra dos bípedes é ainda mais invulnerável que a dele, e não há sensibilidade para a dor ou a problemática do tatu.
Meu amigo andou pelas encostas do Corcovado, em noite de prata lunal, e conseguiu, por artimanhas só dele sabidas, capturar vivo
um tatu distraído. É, distraído. Do contrário não o pegaria. Estava imóvel, estático, fruindo o banho de luz na folhagem, essa outra cor que
as cores assumem debaixo da poeira argentina da Lua. Esquecido das formigas, que lhe cumpria pesquisar e atacar, como quem diz, diante
de um motivo de prazer: “Daqui a pouco eu vou trabalhar; só um minuto mais, alegria da vida”, quedou-se à mercê de inimigos maiores.
Sem pressentir que o mais temível deles andava por perto, em horas impróprias à deambulação de um professor universitário.
− Mas que diabo você foi fazer naqueles matos, de madrugada?
− Nada. Estava sem sono, e gosto de andar a esmo, quando todos roncam.
Sem sono e sem propósito de agredir o reino animal, pois é de feitio manso, mas o velho instinto cavernal acordou nele, ao sentir qual-
quer coisa a certa distância, parecida com a forma de um bicho. Achou logo um cipó bem forte, pedindo para ser usado na caça; e jamais
tendo feito um laço de caçador, soube improvisá-lo com perícia de muitos milhares de anos (o que a universidade esconde, nas profundas
camadas do ser, e só permite que venha aflorar em noite de lua cheia!).
Aproximou-se sutil, laçou de jeito o animal desprevenido. O coitado nem teve tempo de cravar as garras no laçador. Quando agiu, já
este, num pulo, desviara o corpo. Outra volta no laço. E outra. Era fácil para o tatu arrebentar o cipó com a força que a natureza depositou
em suas extremidades. Mas esse devia ser um tatu meio parvo, e se embaraçou em movimentos frustrados. Ou o sereno narrador mentiu,
sei lá. Talvez o tenha comprado numa dessas casas de suplício que há por aí, para negócio de animais. Talvez na rua, a um vendedor de
ocasião, quando tudo se vende, desde o mico à alma, se o PM não ronda perto.
Não importa. O caso é que meu amigo tem em sua casa um tatu que não se acomodou ao palmo de terra nos fundos da casa e tratou
de abrigar longa escavação que o conduziu a uma pedreira, e lá faz greve de fome. De lá não sai, de lá ninguém o tira. A noite perdeu para
ele seu encanto luminoso.
A ideia de levá-lo para o zoológico, aventada pela mulher do caçador, não frutificou. Melhor reconduzi-lo a seu hábitat, mas o tatu se
revela profundamente contrário a qualquer negociação com o bicho humano, que pensa em apelar para os bombeiros a fim de demolir
o metrô tão rapidamente feito, ao contrário do nosso, urbano, e salvar o infeliz. O tatu tem razões de sobra para não confiar no homem e
no luar do Corcovado.
Não é fábula. Eu compreendo o tatu.

(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Os dias lindos. São Paulo: Companhia das Letras, 2013)
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No desfecho da crônica, o cronista revela, em relação ao tatu, 6. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Tecno-
um sentimento de logia da Informação-
(A) empatia. A independência política em 1822 não trouxe muitas novida-
(B) desconfiança. des em termos institucionais, mas consolidou um objetivo claro,
(C) superioridade. qual seja: estruturar e justificar uma nova nação.
(D) soberba. A tarefa não era pequena e quem a assumiu foi o Instituto His-
(E) desdém. tórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que, aberto em 1838, no Rio
de Janeiro, logo deixaria claras suas principais metas: construir uma
5. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área história que elevasse o passado e que fosse patriótica nas suas pro-
Administrativa- posições, trabalhos e argumentos.
Para referendar a coerência da filosofia que inaugurou o IHGB,
Melancolia e criatividade basta prestar atenção no primeiro concurso público por lá orga-
Desde sempre o sentimento da melancolia gozou de má fama. nizado. Em 1844, abriam-se as portas para os candidatos que se
O melancólico é costumeiramente tomado como um ser desanima- dispusessem a discorrer sobre uma questão espinhosa: “Como se
do, depressivo, “pra baixo”, em suma: um chato que convém evitar. deve escrever a história do Brasil”. Tratava-se de inventar uma nova
Mas é uma fama injusta: há grandes melancólicos que fazem grande história do e para o Brasil. Foi dado, então, um pontapé inicial, e
arte com sua melancolia, e assim preenchem a vida da gente, como fundamental, para a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde,
uma espécie de contrabando da tristeza que a arte transforma em e com grande naturalidade, de “História do Brasil”.
beleza. “Pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de A singularidade da competição também ficou associada a seu
tristeza”, já defendeu o poeta Vinícius de Moraes, na letra de um resultado e à divulgação do nome do vencedor. O primeiro lugar,
conhecido samba seu. nessa disputa histórica, foi para um estrangeiro − o conhecido na-
Mas a melancolia não para nos sambas: ela desde sempre ani- turalista bávaro Karl von Martius (1794-1868), cientista de ilibada
ma a literatura, a música, a pintura, o cinema, as artes todas. Ani- importância, embora novato no que dizia respeito à história em
ma, sim: tanto anima que a gente gosta de voltar a ver um bom geral e àquela do Brasil em particular − , o qual advogou a tese de
filme melancólico, revisitar um belo poema desesperançado, ouvir que o país se definia por sua mistura, sem igual, de gentes e po-
uma vez mais um inspirado noturno para piano. Ou seja: os artis- vos. Utilizando a metáfora de um caudaloso rio, correspondente à
tas melancólicos fazem de sua melancolia a matéria-prima de uma herança portuguesa que acabaria por “limpar” e “absorver os pe-
obra-prima. Sorte deles, nossa e da própria melancolia, que é as- quenos confluentes das raças índia e etiópica”, representava o país
sim resgatada do escuro do inferno para a nitidez da forma artística a partir da singularidade e dimensão da mestiçagem de povos por
bem iluminada. aqui existentes.
Confira: seria possível haver uma história da arte que deixasse A essa altura, porém, e depois de tantos séculos de vigência
de falar das grandes obras melancólicas? Por certo se perderia a de um sistema violento como o escravocrata, era no mínimo com-
parte melhor do nosso humanismo criativo, que sabe fazer de uma plicado simplesmente exaltar a harmonia. Além do mais, indígenas
dor um objeto aberto ao nosso reconhecimento prazeroso. Charles continuavam sendo dizimados no litoral e no interior do país.
Chaplin, ao conceber Carlitos, dotou essa figura humana inesque- Martius, que em 1832 havia publicado um ensaio chamado “O
cível da complexa composição de fracasso, melancolia, riso, esper- estado do direito entre os autóctones no Brasil”, condenando os
teza e esperança. O vagabundo sem destino, que vive a apanhar da indígenas ao desaparecimento, agora optava por definir o país por
vida, ganhou de seu criador o condão de emocionar o mundo não meio da redentora metáfora fluvial. Três longos rios resumiriam a
com feitos gloriosos, mas com a resistente poesia que o faz enfren- nação: um grande e caudaloso, formado pelas populações brancas;
tar a vida munido da força interior de um melancólico disposto a outro um pouco menor, nutrido pelos indígenas; e ainda outro,
trilhar com determinação seu caminho, ainda que no rumo a um mais diminuto, alimentado pelos negros.
horizonte incerto. Ali estavam, pois, os três povos formadores do Brasil; todos
juntos, mas (também) diferentes e separados. Mistura não era (e
(Humberto Couto Villares, a publicar) nunca foi) sinônimo de igualdade. Essa era uma ótima maneira de
“inventar” uma história não só particular (uma monarquia tropical
No terceiro parágrafo, a personagem Carlitos é invocada para e mestiçada) como também muito otimista: a água que corria re-
(A) dar um sentido de nobreza a todas as experiências de fra- presentava o futuro desse país constituído por um grande rio cau-
casso humano. daloso no qual desaguavam os demais pequenos afluentes.
(B) testemunhar a determinação de um indivíduo em alcançar É possível dizer que começava a ganhar força então a ladainha
seus altos objetivos. das três raças formadoras da nação, que continuaria encontrando
(C) indicar a possibilidade da transformação sistemática da dor ampla ressonância no Brasil, pelo tempo afora.
em franca alegria.
(D) personificar a complexa conjunção entre força poética e (Adaptado de: SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasilei-
marginalidade social. ro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019)
(E) promover a felicidade que pode desfrutar quem não está
comprometido com nada.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

O verbo sublinhado no segmento Mistura não era (e nunca foi) 8. FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB - Ensino Fundamental
sinônimo de igualdade está flexionado nos mesmos tempo e modo e Médio - Língua Portuguesa-
que o sublinhado em:
(A) a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde, e com gran- Ai de ti, Ipanema
de naturalidade Há muitos anos, Rubem Braga começava assim uma de suas
(B) Três longos rios resumiriam a nação mais famosas crônicas: “Ai de ti, Copacabana, porque eu já fiz o si-
(C) O primeiro lugar, nessa disputa histórica, foi para um es- nal bem claro de que é chegada a véspera de teu dia, e tu não viste;
trangeiro porém minha voz te abalará até as entranhas.” Era uma exortação
(D) A independência política em 1822 não trouxe muitas novi- bíblica, apocalíptica, profética, ainda que irônica e hiperbólica. “En-
dades tão quem especulará sobre o metro quadrado de teu terreno? Pois
(E) a água que corria representava o futuro desse país na verdade não haverá terreno algum.”
Na sua condenação, o Velho Braga antevia os sinais da degra-
7. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ci- dação e da dissolução moral de um bairro prestes a ser tragado pelo
ências Jurídicas- Atenção: Considere o texto abaixo, do pensador pecado e afogado pelo oceano, sucumbindo em meio às abjeções e
francês Voltaire (1694-1778), para responder à questão. ao vício: “E os escuros peixes nadarão nas tuas ruas e a vasa fétida
das marés cobrirá tua face”.
O preço da justiça A praia já chamada de “princesinha do mar”, coitada, inofen-
Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como siva e pura, era então, como Ipanema seria depois, a síntese mítica
grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar os do hedonismo carioca, mais do que uma metáfora, uma metonímia.
homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e No fim dos anos 50, Copacabana era o éden não contaminado
matem um homem em grande aparato. ainda pelos plenos pecados, eram tempos idílicos e pastorais, a era
Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de ou- da inocência, da bossa nova, dos anos dourados de JK, de Garrin-
tra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas para cha. Digo eu agora: Ai de ti, Ipanema, que perdeste a inocência e
massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circuns- o sossego, e tomaste o lugar de Copacabana, e não percebeste os
tância, condenai o criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe sinais que não são mais simbólicos: o emissário submarino se rom-
continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país. É pendo, as águas poluídas, as valas negras, as agressões, os assaltos,
preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada. o medo e a morte.
Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a
preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem toda (Adaptado de: VENTURA, Zuenir. Crônicas de um fim de século. Rio de
a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominio- Janeiro: Objetiva, 1999, p. 166/167)
sa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é sentida por um
momento”. Ao qualificar a linguagem de Rubem Braga em sua crônica “Ai
Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém de ti, Copacabana”, Zuenir Ventura se vale dos termos exortação e
a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra passa- condenação, para reconhecer no texto do Velho Braga,
gem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os (A) a tonalidade grave de uma invectiva.
dias de sua vida a preservar uma região da inundação por meio de (B) a informalidade de um discurso emocional.
diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar pân- (C) o coloquialismo de um lírico confessional.
tanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto (D) a retórica argumentativa dos clássicos.
a pendular de uma forca numa corrente de ferro, ou desfeito em (E) a força épica de uma celebração.
pedaços sobre uma roda de carroça.

(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São


Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20)

Voltaire acusa o sentido contraditório de um determinado po-


sicionamento ao referir-se a ele nestes segmentos:
(A) massacrar habilmente um compatriota / detestar o homi-
cídio
(B) matem um homem / em grande aparato
(C) Beccaria está enganado / o grande objetivo é servir o pú-
blico
(D) presta mais serviços ao Estado / trabalhos penosos e úteis
(E) servir ao público / preservar uma região da inundação

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

9. FCC - 2022 - PGE-AM - Assistente Procuratorial- Atenção: Examine a tirinha de Fernando Gonsales para responder à questão:

Para obter seu efeito de humor, a tirinha explora a ambiguidade do seguinte termo:
(A) leitor
(B) interessante.
(C) livro.
(D) prende.
(E) é.

10. FCC - 2022 - Prefeitura de Recife - PE - Agente Administrativo da Assistência Social- Atenção: Leia a crônica para responder à ques-
tão

O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a fregueses mais antigos oferece, antes do menu, o jornal do dia “facilita-
do”, isto é, com traços vermelhos cercando as notícias importantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigarrinho, quei-
xa-se do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o temos; se não temos, por aquele regime começado em janeiro, e de que desistimos.
Também pelos filmes de espionagem, que mexem com ele na alma.
Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pesada. Chega a descontar o cheque a ser recebido no mês que vem (“Falta só
uma semana, seu Adelino”).
Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro e beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o pal-
mito de primeira, a batata feita na hora, especialmente para os eleitos. Enfim, autêntico papo-firme.
Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga freguesa. Era hora do jantar dele, também.
O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu Adelino, calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspiração não vinha.
O garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada. A freguesa resolveu colaborar:
− Que tal um fígado acebolado?
− Acabou, madame − atalhou o garçom.
− Deixe ver… Assada com coradas, está bem?
− Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a cabeça.
− Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com feijão-branco, farofa e arroz…
− Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma carnezita de porco, e há dois dias que me servem feijão ao almoço − ponde-
rou.
A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom:
− Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau a qualquer coisa? − pois seu Adelino (refletiu ela) é português, e como
todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida.
Da cozinha veio a informação:
− Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer?
− Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo.
Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes de Sá. A freguesa olhou o prato, invejando-o, e, para estimular o apetite
de seu Adelino:
− Está uma beleza!
− Não acho muito não − retorquiu, inapetente.
O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou o bacalhau, depois de lhe ser desejado bom apetite. Em silêncio.
Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva interpelou-o:
− Como é, está bom?
Com um risinho meio de banda, fez a crítica:
− Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. E vou lhe dizer: está
mais para sem gosto do que com ele. A batata me sabe a insossa, e o bacalhau salgado em demasia, ai!
A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso Gomes de Sá que se come em casa de d. Concessa. E foi detalhando:

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− Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate, O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa
pimentão, azeite de verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e forma do plural para integrar corretamente a frase:
ainda acrescentam um ovo… (A) Mais que os esquemas fixos dos programas de TV (atrair) as
Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhan- crianças o espetáculo da lareira.
do, desta vez em sorriso aberto: (B) Sempre (haver), por conta dos poderes do fogo, as metáfo-
− Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas, da- ras que o fazem representar nossas paixões.
quelas… Um santo, santíssimo prato! (C) Não (convir) aos espectadores do fogo fixar-se demorada-
Mas, encarando o concreto: mente em suas luzes que podem enceguecê-los.
− Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência! (D) No fogo (convergir), como espetáculo que é, as proprieda-
− Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom des do brilho físico e as do estatuto metafórico.
filme de espionagem para o senhor se consolar. (E) Aos múltiplos apelos do fogo (atender) nosso olhar aberto
Não tinha, infelizmente. para o eterno espetáculo que suas chamas constituem.

(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias. São Pau- 12. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
lo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111) - Área Judiciária

O termo sublinhado em a fregueses mais antigos oferece, an- O meu ofício


tes do menu, o jornal do dia “facilitado” exerce a mesma função O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. Es-
sintática do termo sublinhado em: pero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo que
(A) O garçom estendeu-lhe o menu e esperou posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extraordi-
(B) seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga freguesa nariamente à vontade e me movo num elemento que tenho a im-
(C) Vez por outra, indaga se a comida está boa pressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instrumen-
(D) Uma noite dessas, o movimento era pequeno tos que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes em
(E) seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se estudo uma língua
estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar
11. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário uma malha, ou viajar, sofro e me pergunto como é que os outros
- Área Judiciária- conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e
surda como uma náusea dentro de mim.
A chama é bela Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo mais
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma bela la- correto, do qual os outros escritores se servem. Não me importa nada
reira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do fogo, o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escrever histórias. Se
da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamente tento escrever um ensaio de crítica ou um artigo sob encomenda para
novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam a um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo nesses casos tenho de ir
televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qualquer buscar fora de mim. E sempre tenho a sensação de enganar o próximo
programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas fixos com palavras tomadas de empréstimo ou furtadas aqui e ali.
como um programa televisivo. Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do infla- país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as árvores e os
mar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre
ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que
o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar uma nova
amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto,
claro-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos um conto curto, de cinco ou seis páginas: saiu de mim como um mi-
obriga a imaginar coisas sem nome... lagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta,
O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância atônita, estupefata.
cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à
chama branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido, (Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurí-
a natureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e, cio Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, passim)
contudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no cora-
ção da Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida, As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
mas é também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fra- observadas em:
gilidade. (A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janeiro: (B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
Record, 2021, p. 54-55) falta a espontaneidade dos bons escritos.
(C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
(D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
(E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
tora, do que os que a levaram a imaginar histórias
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

13. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu- Verifica-se o emprego de vírgula para assinalar a supressão de
tação - Infraestrutura de TI- Atenção: Para responder à questão, leia um verbo em:
o início do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis. (A) A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas
escravas.
Nunca pude entender a conversação que tive com uma senho- (B) Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu
ra, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Era noite de levaria outra, a terceira ficava em casa.
Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, pre- (C) A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Me-
feri não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. neses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de mi-
A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Mene- nhas primas.
ses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas (D) Nunca pude entender a conversação que tive com uma se-
primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram- nhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta.
-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses (E) Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Sena-
antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa asso- do, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios.
bradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações,
alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra 14. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário
e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gen- - Área Administrativa-
te estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido
ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao Crimes ditos “passionais”
teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra A história da humanidade registra poucos casos de mulheres
fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, que mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. Não sabe-
vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que mos, ainda, se a emancipação feminina irá trazer também esse tipo
eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia de igualdade: a igualdade no crime e na violência. Provavelmente,
amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de não. O crime dado como passional costuma ser uma reação daque-
casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a le que se sente “possuidor” da vítima. O sentimento de posse, por
existência da comborça*; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e sua vez, decorre não apenas do relacionamento sexual, mas tam-
acabou achando que era muito direito. bém do fator econômico: o homem é, em boa parte dos casos, o
Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao título, responsável maior pelo sustento da casa. Por tudo isso, quando ele
tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verda- se vê contrariado, repelido ou traído, acha-se no direito de matar.
de, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes O que acontece com os homens que matam mulheres quan-
lágrimas, nem grandes risos. Tudo nela era atenuado e passivo. O do são levados a julgamento? São execrados ou perdoados? Como
próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chama- reage a sociedade e a Justiça brasileiras diante da brutalidade que
mos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava se tenta justificar como resultante da paixão? Há decisões estapa-
tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. fúrdias, sentenças que decorrem mais em função da eloquência dos
Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos advogados e do clima emocional prevalecente entre os jurados do
de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas que das provas dos autos.
fiquei até o Natal para ver “a missa do galo na Corte”. A família re- Vejam-se, por exemplo, casos de crimes passionais cujos res-
colheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido ponsáveis acabaram sendo inocentados com o argumento de que
e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar houve uma “legítima defesa da honra”, que não existe na lei. Os
ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu motivos que levam o criminoso passional a praticar o ato delituoso
levaria outra, a terceira ficava em casa. têm mais a ver com os sentimentos de vingança, ódio, rancor, frus-
— Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? pergun- tração, vaidade ferida, narcisismo maligno, prepotência, egoísmo
tou-me a mãe de Conceição. do que com o verdadeiro sentimento de honra.
— Leio, D. Inácia. A evolução da posição da mulher na sociedade e o desmoro-
Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha tra- namento dos padrões patriarcais tiveram grande repercussão nas
dução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia no decisões judiciais mais recentes, sobretudo nos crimes passionais.
centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a A sociedade brasileira vem se dando conta de que mulheres não
casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D’Artagnan e podem ser tratadas como cidadãs de segunda categoria, submeti-
fui-me às aventuras. Os minutos voavam, ao contrário do que cos- das ao poder de homens que, com o subterfúgio da sua “paixão”,
tumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas vinham assumindo o direito de vida e morte sobre elas.
quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor
que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. (Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus. São
Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim)
(Adaptado de: Machado de Assis. Contos: uma antologia. São Paulo:
Companhia das Letras, 1988)

*comborça: qualificação humilhante da amante de homem ca-


sado

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É inteiramente regular a pontuação do seguinte período:


(A) A autora do texto reclama, com senso de justiça que não se considere passional um crime movido pelo rancor, e pelo ódio.
(B) Como reage, a sociedade, quando se vê diante desses crimes em que, a paixão alegada, vale como uma atenuante.
(C) Tratadas há muito, como cidadãs de segunda classe, as mulheres, aos poucos, têm garantido seus direitos fundamentais.
(D) Não é a paixão, mas sim, os motivos mais torpes, que estão na raiz mesma, dos crimes hediondos apresentados como passionais.
(E) Há advogados cuja retórica, encenada em tom emocional, acaba por convencer o júri, inocentando assim um frio criminoso.

15. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ciências Jurídicas Considere o texto abaixo para responder à questão.

[Viver a pressa]
Há uma continuidade entre a lógica intensamente competitiva e calculista do mundo do trabalho e aquilo que somos e fazemos nas
horas em que estamos fora dele.
O vírus da pressa alastra-se em nossos dias de uma forma tão epidêmica como a peste em outros tempos: a frequência do acesso a
um website despenca caso ele seja mais lento que um site rival. Mais de um quinto dos usuários da internet desistem de um vídeo caso
ele demore mais que cinco segundos para carregar.
Excitação efêmera, sinal de tédio à espreita. Estará longe o dia em que toda essa pressa deixe de ser uma obsessão? Será que a
adaptação triunfante aos novos tempos da velocidade máxima acabará por esvaziar até mesmo a consciência dessa nossa degradação
descontrolada?

(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 88)

Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período:


(A) Ao detectar, em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa, que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também o tempo
de outras ocupações, o autor mostra seu temor de que, se assim continuar, nossa civilização se degradará.
(B) Ao detectar em nossos dias, tão agitados o vírus da pressa, que contamina não apenas o tempo do trabalho mas, também, o tempo
de outras ocupações, o autor mostra seu temor, de que, se assim continuar, nossa civilização se degradará.
(C) Ao detectar, em nossos dias tão agitados o vírus da pressa, que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas também o tempo
de outras ocupações, o autor mostra seu temor de que, se assim continuar nossa civilização, se degradará.
(D) Ao detectar em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas, também o tempo,
de outras ocupações, o autor mostra seu temor de que, se assim continuar nossa civilização se degradará.
(E) Ao detectar em nossos dias tão agitados o vírus, da pressa que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também o tempo
de outras ocupações, o autor mostra, seu temor, de que, se assim continuar nossa civilização se degradará.

16. FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor Jurídico Legislativo- Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto
abaixo.

Distribuição justa
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo do qual ele
decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, esforços e valores
diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma profunda falta de equidade
nas condições iniciais de vida, da privação de direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um risco comum, a todos, passa a exercer um papel
mais decisivo na definição de seu futuro do que qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de
equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia o jogo distributivo e envenena os valores da
convivência. A igualdade de oportunidades está na origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a oportunidade
de desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática e eleger seus projetos, apostas e sonhos
de realização.

(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)

No emprego das formas verbais, são regulares a flexão e a concordância na frase:


(A) Se ninguém se dispuser a mudar esse processo, ou vir pelo menos a reavaliá-lo, não se fará justiça quanto às riquezas a se distribuir.
(B) À medida que se recomporem as condições iniciais do processo, será maior a possibilidade de se atenderem a cada um de seus
ideais.
(C) Se não se contiverem os vícios do processo de distribuição das riquezas, ele seguirá sendo envenenado pelas mesmas injustiças.
(D) Caso não se retenhem seus pecados de origem, a distribuição de riquezas não alcançará os objetivos da justiça que se desejam
fazer.
(E) Como eles não requiseram maior igualdade de oportunidades, viram-se prejudicados pelo processo a que se deram um referendo.

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17. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu- 18. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário -
tação - Sistemas da Informação- Área Administrativa- Crimes ditos “passionais”
1. Qual é a principal obra que produzem os autores e narrado-
res dos novos gêneros autobiográficos? Um personagem chamado A história da humanidade registra poucos casos de mulheres
eu. O que todos criam e recriam ao performar as suas vidas nas que mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. Não sabe-
vitrines interativas de hoje é a própria personalidade. mos, ainda, se a emancipação feminina irá trazer também esse tipo
2. A autoconstrução de si como um personagem visível seria de igualdade: a igualdade no crime e na violência. Provavelmente,
uma das metas prioritárias de grande parte dos relatos cotidianos, não. O crime dado como passional costuma ser uma reação daque-
compostos por imagens autorreferentes, numa sorte de espetáculo le que se sente “possuidor” da vítima. O sentimento de posse, por
pessoal em diálogo com os demais membros das diversas redes. sua vez, decorre não apenas do relacionamento sexual, mas tam-
3. Por isso, os canais de comunicação das mídias sociais da inte- bém do fator econômico: o homem é, em boa parte dos casos, o
met são também ferramentas para a criação de si. Esses instrumen- responsável maior pelo sustento da casa. Por tudo isso, quando ele
tos de autoestilização agora se encontram à disposição de qualquer se vê contrariado, repelido ou traído, acha-se no direito de matar.
um. Isso significa um setor crescente da população mundial, mas
também, ao mesmo tempo, remete a outro sentido dessa expres- O que acontece com os homens que matam mulheres quan-
são. “Qualquer um” significa ninguém extraordinário, em princípio, do são levados a julgamento? São execrados ou perdoados? Como
por ter produzido alguma coisa excepcional, e que tampouco se vê reage a sociedade e a Justiça brasileiras diante da brutalidade que
impelido a fazê-lo para virar um personagem público. A insistência se tenta justificar como resultante da paixão? Há decisões estapa-
nessa ideia de que “agora qualquer um pode” encontra-se no ceme fúrdias, sentenças que decorrem mais em função da eloquência dos
das louvações democratizantes plasmadas em conceitos como os advogados e do clima emocional prevalecente entre os jurados do
de “inclusão digital”, recorrentes nas análises mais entusiastas des- que das provas dos autos.
tes fenômenos, tanto no âmbito acadêmico como no jornalístico.
4. Em que pese a suposta liberdade de escolha de cada usuário, Vejam-se, por exemplo, casos de crimes passionais cujos res-
há códigos implícitos e fórmulas bastante explícitas para o sucesso ponsáveis acabaram sendo inocentados com o argumento de que
dessa autocriação. houve uma “legítima defesa da honra”, que não existe na lei. Os
5. As diversas versões dessas personalidades que performam motivos que levam o criminoso passional a praticar o ato delituoso
em múltiplas telas admitem certa variabilidade individual, mas cos- têm mais a ver com os sentimentos de vingança, ódio, rancor, frus-
tumam partir de uma base comum. Essa modalidade subjetiva que tração, vaidade ferida, narcisismo maligno, prepotência, egoísmo
hoje triunfa está impregnada com alguns vestígios do estilo do artis- do que com o verdadeiro sentimento de honra.
ta romântico, mas não se trata de alguém que procura produzir uma
obra independente do seu criador. Ao invés disso, toda a energia e A evolução da posição da mulher na sociedade e o desmoro-
os recursos estilísticos estão dirigidos a que esse autor de si mesmo namento dos padrões patriarcais tiveram grande repercussão nas
seja capaz de criar um personagem dotado de uma personalidade decisões judiciais mais recentes, sobretudo nos crimes passionais.
atraente. Trata-se de uma obra para ser vista e, nessa exposição, a A sociedade brasileira vem se dando conta de que mulheres não
obra precisa conquistar os aplausos do público. É uma subjetividade podem ser tratadas como cidadãs de segunda categoria, submeti-
que se autocria em contato permanente com o olhar alheio, algo das ao poder de homens que, com o subterfúgio da sua “paixão”,
que se cinzela a todo momento para ser compartilhado, curtido, co- vinham assumindo o direito de vida e morte sobre elas.
mentado e admirado. Por isso, trata-se de um tipo de construção de
si alterdirigida, recorrendo aos conceitos propostos pelo sociólogo (Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus. São
David Riesman, no livro A multidão solitária. Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim)

(Adaptado de: Paula Sibilia. O show do eu: a intimidade como espetá- Considere as orações:
culo. Contraponto, edição digital) I. Há crimes ditos passionais.
II. Os agentes desses crimes são por vezes inocentados.
Está correta a redação da seguinte frase: III. Os inocentados alegam legítima defesa da honra.
(A) Têm-se que o modo de vida dos jovens mais abastados das
grandes cidades estadunidenses estão no cerne do novo tipo Essas orações articulam-se de modo claro, correto e coerente
de personalidade das mídias sociais. neste período único:
(B) Diariamente exibe-se fotografias autorreferentes nas mí- (A) São ditos passionais os crimes inocentados, por alegarem os
dias sociais, fazendo de seus autores um tipo de personagem já criminosos, por vezes, legítima defesa da honra.
visto no cinema e na televisão. (B) É a legítima defesa da honra a alegação de que os agentes
(C) Por tratar-se de uma obra à ser vista, os relatos autobio- de crimes ditos passionais usam ao serem inocentados.
gráficos encontrados nas mídias sociais, precisam conquistar (C) Os inocentados agentes de crimes ditos passionais, alegam
grande audiência. a razão da legítima defesa da honra.
(D) Como é sabido, existe inúmeras estratégias de autopromo- (D) Ao alegarem legítima defesa da honra, são por vezes ino-
ção com o intuito de aumentar a visibilidade de uma persona- centados os agentes dos crimes ditos passionais.
lidade virtual. (E) São por vezes inocentados, sendo alegado legítima defesa
(E) Grande parte dos relatos cotidianos encontrados nas mídias da honra, os agentes de crimes ditos passionais.
sociais possui como meta a autopromoção da própria perso-
nalidade.
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19. FCC - 2019 - SANASA Campinas - Técnico de Instrumentação 5 D


- Automação de Processos-
Diversos países estão propondo alternativas para enfrentar o 6 E
problema da poluição oceânica, mas, até o momento, não tomaram 7 A
quaisquer medidas concretas.A organização holandesa The Ocean
Cleanup resolveu dar um passo à frente e assumir a missão de com- 8 A
bater a poluição oceânica nos próximos anos. 9 D
A organização desenvolveu uma tecnologia para erradicar os
10 E
plásticos que poluem os mares do planeta e pretende começar a
limpar o Great Pacific Garbage Patch (a maior coleção de detritos 11 D
marinhos do mundo), no Oceano Pacífico Norte, utilizando seu sis- 12 B
tema de limpeza recentemente redesenhado.
Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes 13 D
oceânicas fazer todo o trabalho. Uma rede de telas em forma de 14 E
“U” coletaria o plástico flutuante até um ponto central. O plástico
concentrado poderia, então, ser extraído e enviado à costa maríti- 15 A
ma para fins de reciclagem. 16 C
17 E
(Texto adaptado. Disponível em: https://futuroexponencial.com)
18 D
Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes 19 D
oceânicas fazer todo o trabalho. (3° parágrafo)
O conteúdo da frase acima está preservado nesta outra reda- 20 C
ção, respeitando-se as regras de ortografia e acentuação:
(A) Em sintese, a ideia principal do projeto equivale a deixar
que as correntes oceânicas furtem-se a quaisquer trabalhos. ANOTAÇÕES
(B) Para sintetisar, a ideia principal do projeto tem haver com
deixar que as correntes oceânicas executem o trabalho inte-
gralmente. ______________________________________________________
(C) De modo suscinto, a ideia principal do projeto está em dei- ______________________________________________________
xar que as correntes oceânicas desempenhem qualquer traba-
lho. ______________________________________________________
(D) Em poucas palavras, a ideia principal do projeto consiste
em deixar que as correntes oceânicas realizem o trabalho com- ______________________________________________________
pleto.
(E) Sem mais delongas, a ideia principal do projeto assemelha- ______________________________________________________
-se a deixar que as correntes oceânicas desempenhem hesito-
samente o trabalho. ______________________________________________________

______________________________________________________
20. FCC - 2018 - SABESP - Estagiário - Nível Médio- A concordân-
cia, a ortografia e a acentuação estão plenamente corretas na frase ______________________________________________________
que se encontra em:
(A) Falta e ausência têm em quaizquer seres humanos. ______________________________________________________
(B) Não hão falta e ausência em uma série de individuos.
(C) Não existem falta e ausência como sentimentos humanos. ______________________________________________________
(D) Todos nós nos sentimos em falta para com o outro as vezes.
(E) Não haviam falta e ausência em nós quando eramos crian- ______________________________________________________
ças.
______________________________________________________

_____________________________________________________
GABARITO
_____________________________________________________

1 D ______________________________________________________

2 A ______________________________________________________
3 D ______________________________________________________
4 A
______________________________________________________
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MATEMÁTICA E
RACIOCÍNIO LÓGICO
Seja a proposição p: Carlos é professor
RACIOCÍNIO LÓGICO: ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES Uma outra proposição q: A moeda do Brasil é o Real
ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS OU
EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUZIR NOVAS INFORMAÇÕES DAS É importante lembrar que nosso intuito aqui é ver se a proposi-
RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAR AS CONDIÇÕES USA- ção se classifica como verdadeira ou falsa.
DAS PARA ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELA-
ÇÕES. COMPREENSÃO E ELABORAÇÃO DA LÓGICA DAS Podemos obter novas proposições relacionando-as entre si.
SITUAÇÕES POR MEIO DE: RACIOCÍNIO VERBAL, RACIOCÍ- Por exemplo, podemos juntar as proposições p e q acima obtendo
NIO MATEMÁTICO, RACIOCÍNIO SEQUENCIAL, ORIENTA- uma única proposição “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o
ÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL, FORMAÇÃO DE CONCEITOS, Real”.
DISCRIMINAÇÃO DE ELEMENTOS. COMPREENSÃO DO
PROCESSO LÓGICO QUE, A PARTIR DE UM CONJUN- Nos próximos exemplos, veremos como relacionar uma ou
TO DE HIPÓTESES, CONDUZ, DE FORMA VÁLIDA, A mais proposições através de conectivos.
CONCLUSÕES DETERMINADAS
Existem cinco conectivos fundamentais, são eles:

Raciocínio lógico é o modo de pensamento que elenca hipó- ^: e (aditivo) conjunção


teses, a partir delas, é possível relacionar resultados, obter conclu- Posso escrever “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o
sões e, por fim, chegar a um resultado final. Real”, posso escrever p ^ q.
Mas nem todo caminho é certeiro, sendo assim, certas estru-
turas foram organizadas de modo a analisar a estrutura da lógica, v: ou (um ou outro) ou disjunção
para poder justamente determinar um modo, para que o caminho p v q: Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real
traçado não seja o errado. Veremos que há diversas estruturas para
isso, que se organizam de maneira matemática. : “ou” exclusivo (este ou aquele, mas não ambos) ou disjun-
A estrutura mais importante são as proposições. ção exclusiva (repare o ponto acima do conectivo).
p v q: Ou Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real (mas
Proposição: declaração ou sentença, que pode ser verdadeira nunca ambos)
ou falsa.
¬ ou ~: negação
Ex.: Carlos é professor. ~p: Carlos não é professor

As proposições podem assumir dois aspectos, verdadeiro ou ->: implicação ou condicional (se… então…)
falso. No exemplo acima, caso Carlos seja professor, a proposição é p -> q: Se Carlos é professor, então a moeda do Brasil é o Real
verdadeira. Se fosse ao contrário, ela seria falsa.
Importante notar que a proposição deve afirmar algo, acompa- ⇔: Se, e somente se (ou bi implicação) (bicondicional)
nhado de um verbo (é, fez, não notou e etc). Caso a nossa frase seja p ⇔ q: Carlos é professor se, e somente se, a moeda do Brasil
“Brasil e Argentina”, nada está sendo afirmado, logo, a frase não é é o Real
uma proposição.
Há também o caso de certas frases que podem ser ou não Vemos que, mesmo tratando de letras e símbolos, estas estru-
proposições, dependendo do contexto. A frase “N>3” só pode ser turas se baseiam totalmente na nossa linguagem, o que torna mais
classificada como verdadeira ou falsa caso tenhamos algumas in- natural decifrar esta simbologia.
formações sobre N, caso contrário, nada pode ser afirmado. Nestes Por fim, a lógica tradicional segue três princípios. Podem pa-
casos, chamamos estas frases de sentenças abertas, devido ao seu recer princípios tolos, por serem óbvios, mas pensemos aqui, que
caráter imperativo. estamos estabelecendo as regras do nosso jogo, então é primordial
O processo matemático em volta do raciocínio lógico nos per- que tudo esteja extremamente estabelecido.
mite deduzir diversas relações entre declarações, assim, iremos
utilizar alguns símbolos e letras de forma a exprimir estes encade- 1 – Princípio da Identidade
amentos. p=p
As proposições podem ser substituídas por letras minúsculas Literalmente, estamos afirmando que uma proposição é igual
(p.ex.: a, b, p, q, …) (ou equivalente) a ela mesma.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

2 – Princípio da Não contradição No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse


p=qvp≠q encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a
Estamos estabelecendo que apenas uma coisa pode acontecer resultados falsos. Por exemplo:
às nossas proposições. Ou elas são iguais ou são diferentes, ou seja,
não podemos ter que uma proposição igual e diferente a outra ao A água do mar é feita de água e sal
mesmo tempo. A bolacha de água e sal é feita de água e sal
Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito
3 – Princípio do Terceiro excluído de bolacha)
pv¬p Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada
Por fim, estabelecemos que uma proposição ou é verdadeira de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
ou é falsa, não havendo mais nenhuma opção, ou seja, excluindo Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo
uma nova (como são duas, uma terceira) opção). de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
DICA: Vimos então as principais estruturas lógicas, como lida- Quanto mais queijo, mais buraco
mos com elas e quais as regras para jogarmos este jogo. Então, es- Quanto mais buraco, menos queijo
creva várias frases, julgue se são proposições ou não e depois tente Então quanto mais queijo, menos queijo?
traduzi-las para a linguagem simbólica que aprendemos.
LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL)
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO A lógica proposicional é baseada justamente nas proposições
Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos nos e suas relações. Podemos ter dois tipos de proposições, simples ou
referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de argumen- composta.
tos é possível convencer sobre a veracidade de certo assunto. Em geral, uma proposição simples não utiliza conectivos (e; ou;
No entanto, a construção desta argumentação não é necessa- se; se, e somente se). Enquanto a proposição composta são duas ou
riamente correta. Veremos alguns casos de argumentação, e como mais proposições (simples) ligadas através destes conectivos.
eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras falsas. Mas às vezes uma proposição composta é de difícil análise.
“Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”. Se Carlos não
Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente) for professor e a moeda do Brasil for o real, a proposição composta
Todo ser humano é mortal é verdadeira ou falsa? Temos uma proposição verdadeira e falsa?
Sócrates é um ser humano Como podemos lidar com isso?
Logo Sócrates é mortal A melhor maneira de analisar estas proposições compostas é
através de tabelas-verdades.
Inferências: Argumentar através da dedução
Se Carlos for professor, haverá aula A tabela verdade é montada com todas as possibilidades que
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso con- uma proposição pode assumir e suas combinações. Se quiséssemos
trário, então Carlos não é professor saber sobre uma proposição e sua negativa, teríamos a seguinte ta-
bela verdade:
Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte
específica
p ~p
Roraima fica no Brasil
A moeda do Brasil é o Real V F
Logo, a moeda de Roraima é o Real F V
Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma A tabela verdade de uma conjunção (p ^ q) é a seguinte:
parte específica e chegando ao todo
Todo professor usa jaleco
Todo médico usa jaleco p q p^q
Então todo professor é médico V V V

Vemos que nem todas as formas de argumentação são verda- V F F


des universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem F V F
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma
F F F
argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação
resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de so-
fismo1.

1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos movimen-
tos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC, sendo considera-
dos muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensamento. Desta forma, o
termo sofismo se refere a quando a estrutura foge da lógica tradicional e se
obtém uma conclusão falsa.
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Todas as tabelas verdades são as seguintes:

p q p^q pvq p -> q p ⇔q p v. q


V V V V V V F
V F F V F F V
F V F V V F V
F F F F V V F

Note que quando tínhamos uma proposição, nossa tabela verdade resultou em uma tabela com 2 linhas e quando tínhamos duas
proposições nossa tabela era composta por 4 linhas.
A fórmula para o número de linhas se dá através de 2^n, onde n é o número de proposições.
Se tivéssemos a seguinte tabela verdade:

p q r p v q -> r

Mesmo sem preenchê-la, podemos afirmar que ela terá 2³ linhas, ou seja, 8 linhas.
Mais um exemplo:

p q p -> q ~p ~q ~q -> ~p
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V

Note que o resultado de p->q é igual a ~q -> ~p (V-F-F-V). Quando isso acontece, diremos que as proposições compostas são logica-
mente equivalentes (iguais).

Outro exemplo de como a tabela verdade pode nos ajudar a resolver certas proposições mais complicadas: Quero saber os resultados
para a proposição composta (p^q) -> pvq. O que vamos fazer primeiro é montar a tabela verdade para p^q e pvq.

p q p^q pvq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F

Agora que sabemos como nossos elementos se comportam, vamos relacionar com p->q:

p q p->q
V V V
V F F
F V V
F F V

Desta forma, sabemos que a implicação que relaciona V com V resulta em V, e V com F resulta em F, e assim por diante.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Podemos então agora montar nossa tabela completa com todas estas informações:

p q p^q pvp p->q (p^q) -> pvq


V V V V V V
V F F V F V
F V F V V V
F F F F V V

O processo pode parecer trabalhoso, mas a prática faz com que seja rápida a montagem destas tabelas, chegando rapidamente na
análise da questão e com seu resultado prontamente obtido.

Geralmente, não é simples construir uma tabela verdade, algumas relações podem facilitar as análises. Uma delas são as Leis de Mor-
gan, que negam algumas relações. São elas:
– 1ª lei de Morgan: ¬(p^q) = (¬p) v (¬q)
– 2ª lei de Morgan: ¬(p v q) = (¬p) ^ (¬q)

Vejamos o exemplo para decifrar o que dizem estas leis:


p: Carlos é professor
q: a moeda do Brasil é o Real

Então, através de Morgan, negar p ^ q (Carlos é professor E a moeda do Brasil é o Real,) equivale a dizer, Carlos não é professor OU a
moeda do Brasil não é o real
Da mesma forma, negar p v q (Carlos é professor OU a moeda do Brasil é o Real) equivale a Carlos não é professor E a moeda do Brasil
não é o Real.

Estas leis podem parecer abstratas mas através da prática é possível familiarizar-se com elas, já que são importantes aliadas para
resolver diversas questões.

TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO E CONTINGÊNCIA


Quando uma expressão sempre apresenta a coluna resultado na tabela verdade como verdadeira, ela é chamada de tautologia. Na
mesma linha de pensamento, podemos denominar uma expressão como uma contradição quando sua tabela verdade sempre resulta em
falso. Por fim, são denominadas como contingência, as expressões que não são nem tautologias nem contradições, ou seja, que apresen-
tam tanto resultados verdadeiros quanto falsos.
Vejamos a seguinte tabela verdade:

p q (p^q)->(p v q) ~(pvq) ^ (p^q) (pvq) -> (p^q)


V V V F V
V F V F F
F V V F F
F F V F V

Nesta tabela, temos que as proposições compostas:


(p^q)->(p v q) é uma tautologia, pois sua tabela verdade é toda verdadeira.
~(pvq)^(p^q) é uma contradição, pois sua tabela verdade é toda falsa.
(pvq)->(p^q) é uma contingência, pois sua tabela verdade não é toda verdadeira nem toda falsa.

LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM (OU LÓGICA DE PREDICADOS)


Uma certa evolução de uma lógica sentencial é a lógica de primeira ordem ou lógica de predicados, onde além dos conectivos, estão
presente os quantificadores (com expressões como qualquer e algum, por exemplo)2.
Esta forma de raciocinar segue os mesmos preceitos que a lógica com conectivos (e, ou, ou exclusivo, implicação, …), tendo também
novos símbolos, que são:
∀: qualquer, todo
∀x(A(x) -> B(x))

2 Dizemos que a lógica de primeira ordem é uma extensão da lógica sentencial.


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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Para todo elemento, se pertence a A, pertence a B. Podemos então estabelecer que para negar logicamente uma
∃: existe, algum, pelo menos um frase verbal, devemos não só negar suas partes, mas também inver-
∃x(A(x)^B(X): existe elemento que pertence a A e a B ter seu conectivo. Se antes estava e, deve se tornar ou na negação.
Igualmente, se antes estava ou, deve se tornar e.
∄: Não existe, nenhum Outra negativa importante, não abordada diretamente pelas
Nenhum A é B = Todo A é não B Leis de Morgan, é a negativa de “se…então…”.

A negativa de tais estruturas não são tão diretas como às apre- Se João dirige, então a capital do mundo é Itapeva.
sentadas nas Leis de Morgan. A negativa de ∃ (existe,) é ∄ (não Como iremos negar esta proposição? A ideia aqui é manter a
existe), mas a negativa de ∄ pode ser ∃ ou ∀ (para todo), assim primeira proposição e negar a segunda, retirando os termos “se” e
como a negativa de ∀ pode ser tanto ∃ e ∄, por isso, cada caso “então”. Ficamos então com a negativa: João dirige e a capital do
deve ser analisado atentamente. mundo não é Itapeva.
Tendo elencado estas novas estruturas, basta construirmos ta- Neste exemplo, vemos que essa questão é menos intuitiva
belas verdade com elas, para resolvermos questões. comparada àquelas que são abordadas pelas Leis de Morgan, mas
Repare que agora estamos trabalhando não só com o aspecto novamente, sendo bem absorvidas, farão sentido e evitarão erros
verdadeiro/falso mas com a ideia de quantidade (existe um, todo, na resolução das questões.
nenhum), então nosso estudo das afirmações devem levar em con-
sideração estas novas peculiaridades. RACIOCÍNIO ESPACIAL E TEMPORAL
Existem tipos de questões de lógica que envolvem situações
RACIOCÍNIO VERBAL específicas que necessitam de algo a mais para resolver do que so-
O raciocínio verbal lida com problemas de lógica quase que to- mente as tabelas verdade. Um exemplo disso são questões envol-
talmente escritos, abordando geralmente a negação de certas fra- vendo espaço (posição, fila e tamanho e etc.) e tempo (horas, dias,
ses que podem parecer óbvias mas que muitas vezes nos pregam calendário e etc.).
peças. Não há uma forma de elaborar estratégias específicas para a
Podemos nos perguntar se a lógica, em geral, não é estabelecer resolução de questões deste tipo, então iremos fornecer alguns
símbolos para traduzir estas frases. Sim! A diferença é que negar exemplos para inspirar quais análises podem ser feitas.
certas frases podem fazer sentido verbalmente, mas devemos nos
ater a lógica em si e buscar então absorver isso ao nosso raciocínio. Exemplos:
1 – Em um determinado ano, o mês de setembro teve 5 sába-
Uma importante ferramenta neste momento são as Leis de dos e 5 domingos. Rodrigo faz aniversário no dia 1º de setembro.
Morgan: Em qual dia da semana foi o seu aniversário esse ano?
1ª lei de Morgan
¬(p ∧ q) = (¬p) ∨ (¬q) Aqui, temos um exercício lidando com tempo. Neste caso, es-
tamos lidando com calendário, envolvendo dias de um mês. Numa
2ª lei de Morgan primeira vista, esta questão pode parecer muito difícil de resolver,
¬(p ∨ q) = (¬p) ∧ (¬q) pois, aparentemente, há informações faltando. Mas vamos ver
como proceder na análise:
Exemplo: 1º) Vamos nos atentar que setembro possui 30 dias;
p: João dirige 2º) Dessa forma, dividindo este valor por 7, descobrimos quan-
q: a capital do mundo é Itapeva. tas semanas há nesse mês: 30 : 7 = 4 (e sobra 2).
p ∧ q: João dirige e a capital do mundo é Itapeva. 3º) Assim, esse mês terá 4 semanas e mais dois dias.
4º) Se o mês começasse numa quinta-feira, teríamos então:
Vamos negar esta proposição. Num primeiro momento, pode- 4 domingos
mos estar inclinados a responder que a negativa seria João não diri- 4 segundas
ge e a capital do mundo não é Itapeva. Mas a 1ª Lei de Morgan nos 4 terças
sinaliza que está errado3. Devemos, negar as proposições simples e 4 quartas
trocar o nosso conectivo. Se estava e, agora precisa estar ou. 4 quintas
Assim, a negação da frase seria: João não dirige ou a capital do 5 sextas
mundo não é Itapeva. Diferença sutil, mas muito importante. 5 sábados
p ∨ q: João dirige ou a capital do mundo é Itapeva
5º) No exemplo acima, para dar 5 sextas e 5 sábados, o mês
Vamos novamente negar esta frase. Da mesma forma da ante- começou numa quinta. Assim, para termos 5 sábados e 5 domingos,
rior, nosso senso pode nos levar a responder que a negação seria o mês deve começar numa sexta.
João não dirige ou a capital do mundo é Itapeva. Mais uma vez, pela 6º) Como o aniversário de Rodrigo é no dia 1º de setembro,
2ª Lei de Morgan, temos que a negação se trata de João não dirige então seu aniversário será numa sexta-feira
e a capital do mundo não é Itapeva. ---

3 Repare que as Leis de Morgan se tratam de equivalências lógicas. Caso se


interesse em ver essas igualdades, veja o tópico equivalências lógicas.
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2 – Observando o calendário de 2021, temos que o dia 23 de 3 – Ana, Bela, Carla e Dora estão sentadas em volta de uma
outubro caiu em um sábado. Sabendo que o ano de 2020 foi o últi- mesa quadrada em cadeiras numeradas de 1 a 4, como mostra a
mo ano bissexto, o dia 23 de outubro de 2024 cairá em uma: figura a seguir:

Vamos operar de maneira semelhante à questão anterior:


1º) Vamos dividir 365 (dias por ano) por 7 (dias por semana)
para vermos quantas semanas temos no ano

365 : 7 = 52 (sobra 1)

2º) A divisão acima nos diz que a cada ano, avançamos um dia.
Ou seja, se o dia 1º de janeiro de 2023 foi num domingo, em 2024 Sabe-se que:
será numa segunda. – Ana não está em frente a Bela.
3º) Devemos analisar também o ano bissexto, pois nestes anos, – Bela tem Carla a sua esquerda.
há um dia a mais, então seria para dividirmos 366 por 7. – Ana e Dora estão nas cadeiras pares.
366 : 7 = 52 (sobra 2)
Onde cada uma está sentada?
4º) O último ano bissexto foi em 2020, então o próximo será Vamos proceder com a seguinte análise:
em 2024. Nos anos bissextos, fevereiro ganha um dia a mais. 1º) Como Ana não está na frente a Bela, então elas estão uma
5º) Temos então que de 2021 para 2024: do lado da outra.
2º) Bela tem Carla a sua esquerda.
2021 2022: +1 dia na semana Então ela tem a Ana a sua direita.
2022 2023: +1 dia na semana E por fim, Dora está a sua frente.
2023 2024: +2 dias na semana
= +4 dias na semana 3º) Ana e Dora estão nas cadeiras pares
Se Ana estiver na cadeira 2, temos a configuração:
6º) Como o dia 23 de outubro de 2021 caiu num sábado, o
dia 23 de outubro de 2024 cairá 4 dias da semana depois, ou seja, 1 – Carla 2 – Ana 3 – Bela 4 – Dora
numa quarta.
Se Ana estiver na cadeira na cadeira 4, temos a configuração
– Lembrando: calendário e horas
Janeiro – 31 dias 1 – Dora 2 – Bela 3 – Carla 4 – Ana
Fevereiro – 28* dias
Março – 31 dias Mas essa opção não é possível, pois Ana e Dora estão nas pa-
Abril – 30 dias res.
Maio – 31 dias Logo, estão sentadas Carla na cadeira 1, Ana na cadeira 2, Bela
Junho – 30 dias na cadeira 3 e Dora na cadeira 4.
Julho – 31 dias ---
Agosto – 31 dias
Setembro – 30 dias Vemos que cabe ao candidato uma certa criatividade aliada ao
Outubro – 31 dias raciocínio para abordar as questões. Não há nada muito complexo,
Novembro – 30 dias mas deve ser cuidadosamente vista para evitar deslizes e más in-
Dezembro – 31 dias terpretações.

*Os anos bissextos acontecem a cada 4 anos (múltiplos de 4 LÓGICA SEQUENCIAL


como 2000, 2004, 2008, 2012, 2016, 2020, 2024, 2028, …) e nestes A lógica sequencial envolve a percepção e interpretação de
anos fevereiro possui 29 dias. objetos que induzem a uma sequência, buscando reconhecer essa
sequência e estabelecer sucessores a este objeto.
1 dia = 24 horas Muitas vezes essas questões vêm atreladas com aspectos arit-
1 hora = 60 minutos méticos (sequências numéricas) ou geometria (construção de cer-
1 minuto = 60 segundos tas figuras).
Não há como sistematizar este assunto, então iremos ver al-
guns exemplos para nos inspirar para que busquemos resolver de-
mais questões.

Exemplos:
1 – A sequência de números a seguir foi construída com um
padrão lógico e é uma sequência ilimitada:
0, 1, 2, 3, 4, 5, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 30,
31, 32, 33, 34, 35, 40, …
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A partir dessas informações, identifique o termo da posição 74 e o termo da posição 95. Qual a soma destes dois termos?

Vamos analisar esta sequência dada:


1º) Vemos que a sequência vai de 6 em 6 termos e pula para a dezena seguinte

Os primeiros 6 termos vão de 0 a 5


Do 7º termo ao 12º termo: 10 a 15
13º termo ao 18º termo: 20 a 25

2º) Vemos que o padrão segue a tabuada do 6

6 x 1 = 6 (0 até 5)
6 x 2 = 12 (10 até 15)
6 x 3 = 18 (20 até 25)

3º) O número que está multiplicando o 6 menos uma unidade representa a dezena que estamos começando a contar:
6 x 1 1 - 1 = 0 (0 até 5)
6 x 2 2 - 1 = 1 (10 até 15)
6 x 3 3 - 1 = 2 (20 até 25)

4º) Se dividirmos 74 por 6 e 95 por 6 descobriremos seus valores


74 : 6 = 12 (sobra 2)
95 : 6 = 15 (sobra 5)

5º) O termo 74 então está dois termos após 6 x 12


6 x 12 12 - 1 = 11 (110 até 115)
Então o termo 74 está no intervalo entre 120 até 125
O 74º termo é o número 121

6º) Da mesma forma, 95 está 5 após 6 x 15


6 x 15 15 - 1 = 14 (140 até 145)
O termo 95 está no intervalo entre 150 até 155
O 95º termo é o número 154

7º) Somando 121 + 154 = 275


2. Analise a sequência a seguir:
4; 7; 13; 25; 49

Admitindo-se que a regularidade dessa sequência permaneça a mesma para os números seguintes, é correto afirmar que o sétimo
termo será igual a?
1º) Do primeiro termo para o segundo, estamos somando 3.
2º) Do segundo termo para o terceiro, estamos somando 6.
3º) Do terceiro termo para o quarto, estamos somando 12.
4º) Do quarto termo para o quinto, estamos somando 24.
5º) Podemos estabelecer o padrão que estamos multiplicando a soma anterior por 2.
6º) Assim, do quinto termo para o sexto, estaríamos somando 48. E do sexto para o sétimo estaríamos somando 96
7º) Dessa forma, basta somarmos 49 com 48 e 96: 49 + 48 + 96 = 193

3 – Observe a sequência:

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O padrão de formação dessa sequência permanece para as fi- Conjunto dos Números Inteiros (Z)
guras seguintes. Desse modo, a figura que deve ocupar a 131ª posi- O conjunto dos números inteiros é representado pela maiús-
ção na sequência é idêntica à qual figura? cula Z, e é formado pelos números inteiros negativos, positivos e o
1º) Vemos que o padrão retorna para a origem a cada 7 termos. zero. Exemplo: Z = {-4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4…}
2º) Os termos 14, 21, 28, 35, …, irão ser os mesmos que o pa- O conjunto dos números inteiros também possui alguns sub-
drão da 7ª figura. conjuntos:
3º) Os termos 8, 15, 22, 29, 36, …, irão ser os mesmos que o Z+ = {0, 1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não nega-
padrão da 1ª figura. tivos.
4º) Vamos então dividir 131 por 7 para descobrir essa equiva- Z- = {…-4, -3, -2, -1, 0}: conjunto dos números inteiros não po-
lência. sitivos.
Z*+ = {1, 2, 3, 4…}: conjunto dos números inteiros não negati-
131 : 7 = 18 (sobra 5) vos e não nulos, ou seja, sem o zero.
Z*- = {… -4, -3, -2, -1}: conjunto dos números inteiros não posi-
5º) Justamente essa sobra, 5, será a posição equivalente. tivos e não nulos.
Assim, a figura da 131ª posição é idêntica a figura da 5ª posição
Conjunto dos Números Racionais (Q)
Números racionais são aqueles que podem ser representados
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS: OPERAÇÕES (ADIÇÃO, em forma de fração. O numerador e o denominador da fração preci-
SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, POTENCIAÇÃO); sam pertencer ao conjunto dos números inteiros e, é claro, o deno-
EXPRESSÕES NUMÉRICAS; MÚLTIPLOS E DIVISORES DE minador não pode ser zero, pois não existe divisão por zero.
NÚMEROS NATURAIS; PROBLEMAS. FRAÇÕES E OPERA- O conjunto dos números racionais é representado pelo Q. Os
ÇÕES COM FRAÇÕES números naturais e inteiros são subconjuntos dos números racio-
nais, pois todos os números naturais e inteiros também podem ser
representados por uma fração. Além destes, números decimais e
— Conjuntos Numéricos dízimas periódicas também estão no conjunto de números racio-
O grupo de termos ou elementos que possuem características nais.
parecidas, que são similares em sua natureza, são chamados de Vejamos um exemplo de um conjunto de números racionais
conjuntos. Quando estudamos matemática, se os elementos pare- com 4 elementos:
cidos ou com as mesmas características são números, então dize- Qx = {-4, 1/8, 2, 10/4}
mos que esses grupos são conjuntos numéricos4.
Em geral, os conjuntos numéricos são representados grafica- Também temos subconjuntos dos números racionais:
mente ou por extenso – forma mais comum em se tratando de ope- Q* = subconjunto dos números racionais não nulos, formado
rações matemáticas. Quando os representamos por extenso, escre- pelos números racionais sem o zero.
vemos os números entre chaves {}. Caso o conjunto seja infinito, ou Q+ = subconjunto dos números racionais não negativos, forma-
seja, tenha incontáveis números, os representamos com reticências do pelos números racionais positivos.
depois de colocar alguns exemplos. Exemplo: N = {0, 1, 2, 3, 4…}. Q*+ = subconjunto dos números racionais positivos, formado
Existem cinco conjuntos considerados essenciais, pois eles são pelos números racionais positivos e não nulos.
os mais usados em problemas e questões no estudo da Matemáti- Q- = subconjunto dos números racionais não positivos, forma-
ca. São eles: Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais e Reais. do pelos números racionais negativos e o zero.
Q*- = subconjunto dos números racionais negativos, formado
Conjunto dos Números Naturais (N) pelos números racionais negativos e não nulos.
O conjunto dos números naturais é representado pela letra N.
Ele reúne os números que usamos para contar (incluindo o zero) e Conjunto dos Números Irracionais (I)
é infinito. Exemplo: O conceito de números irracionais é dependente da definição
N = {0, 1, 2, 3, 4…} de números racionais. Assim, pertencem ao conjunto dos números
irracionais os números que não pertencem ao conjunto dos racio-
Além disso, o conjunto dos números naturais pode ser dividido nais.
em subconjuntos: Em outras palavras, ou um número é racional ou é irracional.
N* = {1, 2, 3, 4…} ou N* = N – {0}: conjunto dos números natu- Não há possibilidade de pertencer aos dois conjuntos ao mesmo
rais não nulos, ou sem o zero. tempo. Por isso, o conjunto dos números irracionais é complemen-
Np = {0, 2, 4, 6…}, em que n ∈ N: conjunto dos números natu- tar ao conjunto dos números racionais dentro do universo dos nú-
rais pares. meros reais.
Ni = {1, 3, 5, 7..}, em que n ∈ N: conjunto dos números naturais Outra forma de saber quais números formam o conjunto dos
ímpares. números irreais é saber que os números irracionais não podem ser
P = {2, 3, 5, 7..}: conjunto dos números naturais primos. escritos em forma de fração. Isso acontece, por exemplo, com deci-
mais infinitos e raízes não exatas.
Os decimais infinitos são números que têm infinitas casas de-
cimais e que não são dízimas periódicas. Como exemplo, temos
0,12345678910111213, π, √3 etc.
4 https://matematicario.com.br/
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Conjunto dos Números Reais (R) – O número 49 é múltiplo de 7, pois existe número inteiro que,
O conjunto dos números reais é representado pelo R e é forma- multiplicado por 7, resulta em 49.
do pela junção do conjunto dos números racionais com o conjunto 49 = 7 · 7
dos números irracionais. Não esqueça que o conjunto dos racionais
é a união dos conjuntos naturais e inteiros. Podemos dizer que en- – O número 324 é múltiplo de 3, pois existe número inteiro
tre dois números reais existem infinitos números. que, multiplicado por 3, resulta em 324.
Entre os conjuntos números reais, temos: 324 = 3 · 108
R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não-nulos.
R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não-negativos. – O número 523 não é múltiplo de 2, pois não existe número
R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais positivos. inteiro que, multiplicado por 2, resulte em 523.
R– = {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não-positivos. 523 = 2 · ?”
R*– = {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais negativos.
• Múltiplos de 4
— Múltiplos e Divisores Como vimos, para determinar os múltiplos do número 4, deve-
Os conceitos de múltiplos e divisores de um número natural mos multiplicar o número 4 por números inteiros. Assim:
estendem-se para o conjunto dos números inteiros5. Quando tra- 4·1=4
tamos do assunto múltiplos e divisores, referimo-nos a conjuntos 4·2=8
numéricos que satisfazem algumas condições. Os múltiplos são en- 4 · 3 = 12
contrados após a multiplicação por números inteiros, e os divisores 4 · 4 = 16
são números divisíveis por um certo número. 4 · 5 = 20
Devido a isso, encontraremos subconjuntos dos números in- 4 · 6 = 24
teiros, pois os elementos dos conjuntos dos múltiplos e divisores 4 · 7 = 28
são elementos do conjunto dos números inteiros. Para entender o 4 · 8 = 32
que são números primos, é necessário compreender o conceito de 4 · 9 = 36
divisores. 4 · 10 = 40
4 · 11 = 44
Múltiplos de um Número 4 · 12 = 48
Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, o número a é ...
múltiplo de b se, e somente se, existir um número inteiro k tal que
a = b · k. Desse modo, o conjunto dos múltiplos de a é obtido multi- Portanto, os múltiplos de 4 são:
plicando a por todos os números inteiros, os resultados dessas mul- M(4) = {4, 8, 12, 16, 20. 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48, … }
tiplicações são os múltiplos de a.
Por exemplo, listemos os 12 primeiros múltiplos de 2. Para isso Divisores de um Número
temos que multiplicar o número 2 pelos 12 primeiros números in- Sejam a e b dois números inteiros conhecidos, vamos dizer que
teiros, assim: b é divisor de a se o número b for múltiplo de a, ou seja, a divisão
2·1=2 entre b e a é exata (deve deixar resto 0).
2·2=4 Veja alguns exemplos:
2·3=6 – 22 é múltiplo de 2, então, 2 é divisor de 22.
2·4=8 – 63 é múltiplo de 3, logo, 3 é divisor de 63.
2 · 5 = 10 – 121 não é múltiplo de 10, assim, 10 não é divisor de 121.
2 · 6 = 12
2 · 7 = 14 Para listar os divisores de um número, devemos buscar os nú-
2 · 8 = 16 meros que o dividem. Veja:
2 · 9 = 18 – Liste os divisores de 2, 3 e 20.
2 · 10 = 20 D(2) = {1, 2}
2 · 11 = 22 D(3) = {1, 3}
2 · 12 = 24 D(20) = {1, 2, 4, 5, 10, 20}

Portanto, os múltiplos de 2 são: Observe que os números da lista dos divisores sempre são di-
M(2) = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24} visíveis pelo número em questão e que o maior valor que aparece
nessa lista é o próprio número, pois nenhum número maior que ele
Observe que listamos somente os 12 primeiros números, mas será divisível por ele.
poderíamos ter listado quantos fossem necessários, pois a lista de Por exemplo, nos divisores de 30, o maior valor dessa lista é o
múltiplos é dada pela multiplicação de um número por todos os próprio 30, pois nenhum número maior que 30 será divisível por
inteiros. Assim, o conjunto dos múltiplos é infinito. ele. Assim:
Para verificar se um número é ou não múltiplo de outro, de- D(30) = {1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30}.
vemos encontrar um número inteiro de forma que a multiplicação
entre eles resulte no primeiro número. Veja os exemplos:

5 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm
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Propriedade dos Múltiplos e Divisores Se o número não for divisível por 2, 3 e 5 continuamos as divi-
Essas propriedades estão relacionadas à divisão entre dois in- sões com os próximos números primos menores que o número até
teiros. Observe que quando um inteiro é múltiplo de outro, é tam- que:
bém divisível por esse outro número. – Se for uma divisão exata (resto igual a zero) então o número
Considere o algoritmo da divisão para que possamos melhor não é primo.
compreender as propriedades. – Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o quo-
N = d · q + r, em que q e r são números inteiros. ciente for menor que o divisor, então o número é primo.
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o
Lembre-se de que: quociente for igual ao divisor, então o número é primo.
N: dividendo;
d, divisor; Exemplo: verificar se o número 113 é primo.
q: quociente; Sobre o número 113, temos:
r: resto. – Não apresenta o último algarismo par e, por isso, não é
divisível por 2;
– Propriedade 1: A diferença entre o dividendo e o resto (N – r) – A soma dos seus algarismos (1+1+3 = 5) não é um número
é múltipla do divisor, ou o número d é divisor de (N – r). divisível por 3;
– Propriedade 2: (N – r + d) é um múltiplo de d, ou seja, o nú- – Não termina em 0 ou 5, portanto não é divisível por 5.
mero d é um divisor de (N – r + d).
Veja o exemplo: Como vimos, 113 não é divisível por 2, 3 e 5. Agora, resta saber
Ao realizar a divisão de 525 por 8, obtemos quociente q = 65 e se é divisível pelos números primos menores que ele utilizando a
resto r = 5. operação de divisão.
Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que
as propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5 + 8) = 528 é divisível Divisão pelo número primo 7:
por 8 e:
528 = 8 · 66

— Números Primos
Os números primos são aqueles que apresentam apenas dois
divisores: um e o próprio número6. Eles fazem parte do conjunto
dos números naturais.
Por exemplo, 2 é um número primo, pois só é divisível por um
e ele mesmo.
Quando um número apresenta mais de dois divisores eles são
chamados de números compostos e podem ser escritos como um Divisão pelo número primo 11:
produto de números primos.
Por exemplo, 6 não é um número primo, é um número com-
posto, já que tem mais de dois divisores (1, 2 e 3) e é escrito como
produto de dois números primos 2 x 3 = 6.
Algumas considerações sobre os números primos:
– O número 1 não é um número primo, pois só é divisível por
ele mesmo; Observe que chegamos a uma divisão não exata cujo quociente
– O número 2 é o menor número primo e, também, o único é menor que o divisor. Isso comprova que o número 113 é primo.
que é par;
– O número 5 é o único número primo terminado em 5; Potenciação
– Os demais números primos são ímpares e terminam com os Multiplicação de fatores iguais
algarismos 1, 3, 7 e 9. 2³=2.2.2=8

Uma maneira de reconhecer um número primo é realizando Casos


divisões com o número investigado. Para facilitar o processo, veja 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
alguns critérios de divisibilidade:
– Divisibilidade por 2: todo número cujo algarismo da unidade
é par é divisível por 2;
– Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 se a soma
dos seus algarismos é um número divisível por 3;
– Divisibilidade por 5: um número será divisível por 5 quando o 2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.
algarismo da unidade for igual a 0 ou 5.

6 https://www.todamateria.com.br/o-que-sao-numeros-primos/
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3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em 4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um
um número positivo. expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3²

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos


elevar separados.

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta


em um número negativo.

Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


para positivo e inverter o número que está na base.

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
expoente, o resultado será igual a zero. Veja:

64 2
32 2
16 2
Propriedades
8 2
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes. 4 2
2 2
Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27 1
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27 64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um


e multiplica.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.


Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Observe:
Exemplos: 1 1 1
96 : 92 = 96-2 = 94 3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5

De modo geral, se

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,


os expoentes.

Exemplos: Então:
(52)3 = 52.3 = 56 n
a.b = n a .n b

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é igual


ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radicando.
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Raiz quadrada de frações ordinárias Caso tenha:

1 1 Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.


2 2 2 2 2
2
Observe: =  = 1 = Racionalização de Denominadores
3 3 3 Normalmente não se apresentam números irracionais com
32
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos
a na radicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: =
n
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.

Raiz quadrada números decimais

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Operações

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de


quadrados no denominador:

Operações
Máximo Divisor Comum
O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
Multiplicação
não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
Exemplo as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.
Divisão
Exemplo:

15 3 24 2
Exemplo 5 5 12 2
1 6 2
3 3
Adição e subtração
1
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
15 = 3.5 24 = 23.3
8 2 20 2
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
4 2 10 2 m.d.c
2 2 5 5 (15,24) = 3
1 1
Mínimo Múltiplo Comum
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é
o menor número, diferente de zero.

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Para calcular devemos seguir as etapas: nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com-
• Decompor os números em fatores primos panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse
• Multiplicar os fatores entre si mesmo dia, às:
(A) 16h 30min.
Exemplo: (B) 17h 30min.
(C) 18h 30min.
15,24 2 (D) 17 horas.
(E) 18 horas.
15,12 2
15,6 2 Resposta: E.
15,3 3
20,30,44 2
5,1 5
10,15,22 2
1
5,15,11 3
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos. 5,5,11 5
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão
com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí- 1,1,11 11
veis ao mesmo tempo. 1,1,1
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua
aparecendo. Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660

Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120 1h---60minutos


x-----660
Exemplo x=660/60=11
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros, Então será depois de 11horas que se encontrarão
de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os 7+11=18h
ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão
possível.
Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir NÚMEROS E GRANDEZAS PROPORCIONAIS: RAZÕES E
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS; RE-
(A) mais de 30 cm. GRA DE TRÊS; PORCENTAGEM E PROBLEMAS ENVOLVEN-
(B) menos de 15 cm. DO REGRA DE TRÊS SIMPLES, CÁLCULOS DE PORCENTA-
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm. GEM, ACRÉSCIMOS E DESCONTOS
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
Resposta: A. RAZÃO E PROPORÇÃO
A razão estabelece uma comparação entre duas grandezas,
352 2 416 2 sendo o coeficiente entre dois números7.
Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas ra-
176 2 208 2 zões, ou ainda, quando duas razões possuem o mesmo resultado.
88 2 104 2 Note que a razão está relacionada com a operação da divisão.
Vale lembrar que duas grandezas são proporcionais quando for-
44 2 52 2
mam uma proporção.
22 2 26 2 Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos cotidia-
11 11 13 13 namente os conceitos de razão e proporção. Para preparar uma re-
ceita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais entre
1 1 os ingredientes.
Para encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de
Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível medida terão de ser as mesmas.
E são os fatores que temos iguais:25=32 A partir das grandezas A e B temos:
Exemplo Razão
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero-
porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da
companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi- ou A : B, onde b ≠ 0.

7 https://www.todamateria.com.br/razao-e-proporcao/
Editora
59
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Proporção — Propriedades da Proporção


1. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por
exemplo:

onde todos os coeficientes são ≠ 0.

Exemplo: Qual a razão entre 40 e 20?


Logo: A · D = B · C.

Essa propriedade é denominada de multiplicação cruzada.

Lembre-se que numa fração, o numerador é o número acima e 2. É possível trocar os extremos e os meios de lugar, por exem-
o denominador, o de baixo. plo:

é equivalente

Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo


porcentagem, também chamada de razão centesimal.

Logo, D. A = C . B.

— Regra de três simples e composta


A regra de três é a proporção entre duas ou mais grandezas,
Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima que podem ser velocidades, tempos, áreas, distâncias, cumprimen-
é chamado de antecedente (A), enquanto o de baixo é chamado de tos, entre outros8.
consequente (B). É o método para determinar o valor de uma incógnita quando
são apresentados duas ou mais razões, sejam elas diretamente ou
inversamente proporcionais.

As Grandezas
Dentro da regra de três simples e composta existem grandezas
Qual o valor de x na proporção abaixo? diretamente e inversamente proporcionais.
Caracteriza-se por grandezas diretas aquelas em que o acrésci-
mo ou decréscimo de uma equivale ao mesmo processo na outra.
Por exemplo, ao triplicarmos uma razão, a outra também será tripli-
cada, e assim sucessivamente.
x = 12 . 3
x = 36 Exemplo: Supondo que cada funcionário de uma microempre-
sa com 35 integrantes gasta 10 folhas de papel diariamente. Quan-
Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos desco- tas folhas serão gastas nessa mesma empresa quando o quadro de
brir o quarto, também chamado de “quarta proporcional”. colaboradores aumentar para 50?
Na proporção, os elementos são denominados de termos. A
primeira fração é formada pelos primeiros termos (A/B), enquanto
a segunda são os segundos termos (C/D).
Nos problemas onde a resolução é feita através da regra de
três, utilizamos o cálculo da proporção para encontrar o valor pro-
curado.

8 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/matematica/regra-de-tres-sim-
ples-e-composta
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60
60
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Ao analisarmos o caso percebemos que o aumento de colabo- Reparem que as grandezas são diretamente proporcionais, já
radores provocará também um aumento no gasto de papel. Logo, que o aumento no pedido de bolos pede uma maior quantidade de
essa é uma razão do tipo direta, que deve ser resolvida através da limões. Logo, o valor desconhecido é determinado pela multiplica-
multiplicação cruzada: ção cruzada:
35x = 50 . 10 x = 250 . 6
35x = 500 x = 1500 ml de suco
x = 500/35
x = 14,3 Exemplo 2: Um carro com velocidade de 120 km/h percorre um
trajeto em 2 horas. Se a velocidade for reduzida para 70 km/h, em
Portanto, serão necessários 14,3 papéis para suprir as deman- quanto tempo o veículo fará o mesmo percurso?
das da microempresa com 50 funcionários.

Por outro lado, as grandezas inversas ocorrem quando o au-


mento ou diminuição de uma resultam em grandezas opostas. Ou
seja, se uma é quadruplicada, a outra é reduzida pela metade, e
assim por diante.

Exemplo: Se 7 pedreiros constroem uma casa grande em 80 Observa-se que neste exemplo teremos uma regra de três sim-
dias, apenas 5 deles construirão a mesma casa em quanto tempo? ples inversa, uma vez que ao diminuirmos a velocidade do carro, o
tempo de deslocamento irá aumentar. Então, pela regra, uma das
razões deverá ser invertida e transformada em direta.

Nesta situação, é preciso inverter uma das grandezas, pois a


relação é inversamente proporcional. Isso acontece porque a dimi-
nuição de pedreiros provoca o aumento no tempo de construção. 70x = 120 . 2
70x = 240
x = 240/70
x = 3,4 h

Regra de Três Composta


A regra de três composta é a razão e proporção entre três ou
mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, ou
5x = 80 . 7 seja, as relações que aparecem em mais de duas colunas.
5x = 560
x = 560/5 Exemplo: Uma loja demora 4 dias para produzir 160 peças de
x = 112 roupas com 8 costureiras. Caso 6 funcionárias estiverem trabalhan-
do, quantos dias levará para a produção de 300 peças?
Sendo assim, serão 112 dias para a construção da casa com 5
pedreiros.

Regra de Três Simples


A regra de três simples funciona na relação de apenas duas
grandezas, que podem ser diretamente ou inversamente propor-
cionais.
Inicialmente, deve-se analisar cada grandeza em relação ao va-
Exemplo 1: Para fazer um bolo de limão utiliza-se 250 ml do lor desconhecido, isto é:
suco da fruta. Porém, foi feito uma encomenda de 6 bolos. Quantos - Relacionando os dias de produção com a quantidade de pe-
limões serão necessários? ças, percebe-se que essas grandezas são diretamente proporcio-
nais, pois aumentando o número de peças cresce a necessidade de
mais dias de trabalho.
- Relacionando a demanda de costureiras com os dias de pro-
dução, observa-se que aumentando a quantidade de peças o qua-
dro de funcionárias também deveria aumentar. Ou seja, as grande-
zas são inversamente proporcionais.

Editora
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Após análises, organiza-se as informações em novas colunas: Por outro lado, as grandezas inversas ocorrem quando o au-
mento ou diminuição de uma resultam em grandezas opostas. Ou
seja, se uma é quadruplicada, a outra é reduzida pela metade, e
assim por diante.

Exemplo: Se 7 pedreiros constroem uma casa grande em 80


dias, apenas 5 deles construirão a mesma casa em quanto tempo?

4/x = 160/300 . 6/8


4/x = 960/2400
960x = 2400 . 4
960x = 9600
x = 9600/960
x = 10 dias
Nesta situação, é preciso inverter uma das grandezas, pois a
Regra de três simples e composta relação é inversamente proporcional. Isso acontece porque a dimi-
A regra de três é a proporção entre duas ou mais grandezas, nuição de pedreiros provoca o aumento no tempo de construção.
que podem ser velocidades, tempos, áreas, distâncias, cumprimen-
tos, entre outros9.
É o método para determinar o valor de uma incógnita quando
são apresentados duas ou mais razões, sejam elas diretamente ou
inversamente proporcionais.

As Grandezas 5x = 80 . 7
Dentro da regra de três simples e composta existem grandezas 5x = 560
diretamente e inversamente proporcionais. x = 560/5
Caracteriza-se por grandezas diretas aquelas em que o acrésci- x = 112
mo ou decréscimo de uma equivale ao mesmo processo na outra.
Por exemplo, ao triplicarmos uma razão, a outra também será tripli- Sendo assim, serão 112 dias para a construção da casa com 5
cada, e assim sucessivamente. pedreiros.

Exemplo: Supondo que cada funcionário de uma microempre- Regra de Três Simples
sa com 35 integrantes gasta 10 folhas de papel diariamente. Quan- A regra de três simples funciona na relação de apenas duas
tas folhas serão gastas nessa mesma empresa quando o quadro de grandezas, que podem ser diretamente ou inversamente propor-
colaboradores aumentar para 50? cionais.

Exemplo 1: Para fazer um bolo de limão utiliza-se 250 ml do


suco da fruta. Porém, foi feito uma encomenda de 6 bolos. Quantos
limões serão necessários?

Ao analisarmos o caso percebemos que o aumento de colabo-


radores provocará também um aumento no gasto de papel. Logo,
essa é uma razão do tipo direta, que deve ser resolvida através da
multiplicação cruzada: Reparem que as grandezas são diretamente proporcionais, já
que o aumento no pedido de bolos pede uma maior quantidade de
35x = 50 . 10 limões. Logo, o valor desconhecido é determinado pela multiplica-
35x = 500 ção cruzada:
x = 500/35 x = 250 . 6
x = 14,3 x = 1500 ml de suco

Portanto, serão necessários 14,3 papéis para suprir as deman-


das da microempresa com 50 funcionários.

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ples-e-composta
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Exemplo 2: Um carro com velocidade de 120 km/h percorre um 4/x = 160/300 . 6/8
trajeto em 2 horas. Se a velocidade for reduzida para 70 km/h, em 4/x = 960/2400
quanto tempo o veículo fará o mesmo percurso? 960x = 2400 . 4
960x = 9600
x = 9600/960
x = 10 dias

Porcentagem
A porcentagem representa uma razão cujo denominador é 100,
ou seja, .
Observa-se que neste exemplo teremos uma regra de três sim-
ples inversa, uma vez que ao diminuirmos a velocidade do carro o O termo por cento é abreviado usando o símbolo %, que sig-
tempo de deslocamento irá aumentar. Então, pela regra, uma das nifica dividir por 100 e, por isso, essa razão também é chamada de
razões deverá ser invertida e transformada em direta. razão centesimal ou percentual10.
Saber calcular porcentagem é importante para resolver proble-
mas matemáticos, principalmente na matemática financeira para
calcular descontos, juros, lucro, e assim por diante.

— Calculando Porcentagem de um Valor


Para saber o percentual de um valor basta multiplicar a razão
centesimal correspondente à porcentagem pela quantidade total.
70x = 120 . 2 Exemplo: para descobrir quanto é 20% de 200, realizamos a se-
70x = 240 guinte operação:
x = 240/70
x = 3,4 h

Regra de Três Composta


A regra de três composta é a razão e proporção entre três ou
mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, ou
seja, as relações que aparecem em mais de duas colunas.

Exemplo: Uma loja demora 4 dias para produzir 160 peças de Generalizando, podemos criar uma fórmula para conta de por-
roupas com 8 costureiras. Caso 6 funcionárias estiverem trabalhan- centagem:
do, quantos dias levará para a produção de 300 peças?

Se preferir, você pode fazer o cálculo de porcentagem da se-


guinte forma:
1º passo: multiplicar o percentual pelo valor.
Inicialmente, deve-se analisar cada grandeza em relação ao va- 20 x 200 = 4.000
lor desconhecido, isto é:
- Relacionando os dias de produção com a quantidade de pe- 2º passo: dividir o resultado anterior por 100.
ças, percebe-se que essas grandezas são diretamente proporcio-
nais, pois aumentando o número de peças cresce a necessidade de
mais dias de trabalho.
- Relacionando a demanda de costureiras com os dias de pro-
dução, observa-se que aumentando a quantidade de peças o qua-
dro de funcionárias também deveria aumentar. Ou seja, as grande- Calculando Porcentagem de Forma Rápida
zas são inversamente proporcionais. Alguns cálculos podem levar muito tempo na hora de fazer uma
prova. Pensando nisso, trouxemos dois métodos que te ajudarão a
Após análises, organiza-se as informações em novas colunas: fazer porcentagem de maneira mais rápida.

10 https://www.todamateria.com.br/calcular-porcentagem/
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Método 1: Calcular porcentagem utilizando o 1% 1º passo: encontrar a taxa de variação.


Você também tem como calcular porcentagem rapidamente
utilizando o correspondente a 1% do valor.

Vamos continuar usando o exemplo do 20% de 200 para apren-


der essa técnica.
1º passo: dividir o valor por 100 e encontrar o resultado que 2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.
representa 1%. Fator de multiplicação = 1 + 0,25.
Fator de multiplicação = 1,25.

3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.


100 x 1,25 = 125 reais.
2º passo: multiplicar o valor que representa 1% pela porcenta-
gem que se quer descobrir. Um acréscimo de 25% fará com que o valor final da mercadoria
seja R$ 125.
2 x 20 = 40
Fator multiplicativo para desconto em um valor
Chegamos mais uma vez à conclusão que 20% de 200 é 40. Para calcular um desconto de um produto, a fórmula do fator
multiplicativo envolve uma subtração.
Método 2: Calcular porcentagem utilizando frações equiva- Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
lentes
As frações equivalentes representam a mesma porção do todo Exemplo: Ao aplicar um desconto de 25% em uma mercadoria
e podem ser encontradas dividindo o numerador e o denominador que custa R$ 100, qual o valor final da mercadoria?
da fração pelo mesmo número natural. 1º passo: encontrar a taxa de variação.
Veja como encontrar a fração equivalente de .

2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.


Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Se a fração equivalente de é , então para calcular Fator de multiplicação = 0,75.
20% de um valor basta dividi-lo por 5. Veja como fazer:
3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.
100 x 0,75 = 75 reais.

JUROS SIMPLES E COMPOSTO


Os juros simples e compostos são cálculos efetuados com o ob-
jetivo de corrigir os valores envolvidos nas transações financeiras,
— Calcular porcentagem de aumentos e descontos isto é, a correção que se faz ao emprestar ou aplicar uma determi-
Aumentos e descontos percentuais podem ser calculados utili- nada quantia durante um período de tempo11.
zando o fator de multiplicação ou fator multiplicativo. O valor pago ou resgatado dependerá da taxa cobrada pela
Fator espaço de espaço multiplicação espaço igual a espaço 1 operação e do período que o dinheiro ficará emprestado ou aplica-
espaço mais ou menos espaço ⅈ, onde i corresponde à taxa de va- do. Quanto maior a taxa e o tempo, maior será este valor.
riação.
Essa fórmula é diferente para acréscimo e decréscimo no preço — Diferença entre Juros Simples e Compostos
de um produto, ou seja, o resultado será fatores diferentes. Nos juros simples a correção é aplicada a cada período e consi-
dera apenas o valor inicial. Nos juros compostos a correção é feita
Fator multiplicativo para aumento em um valor em cima de valores já corrigidos.
Quando um produto recebe um aumento, o fator de multiplica- Por isso, os juros compostos também são chamados de juros
ção é dado por uma soma. sobre juros, ou seja, o valor é corrigido sobre um valor que já foi
Fator de multiplicação = 1 + i. corrigido.

Exemplo: Foi feito um aumento de 25% em uma mercadoria


que custava R$ 100. O valor final da mercadoria pode ser calculado
da seguinte forma:

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64
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Sendo assim, para períodos maiores de aplicação ou emprésti- Exemplo: Se o capital de R$ 1 000,00 rende mensalmente R$
mo a correção por juros compostos fará com que o valor final a ser 25,00, qual é a taxa anual de juros no sistema de juros simples?
recebido ou pago seja maior que o valor obtido com juros simples. Solução: Primeiro, vamos identificar cada grandeza indicada no
problema.
C = R$ 1 000,00
J = R$ 25,00
t = 1 mês
i=?

Agora que fizemos a identificação de todas as grandezas, pode-


mos substituir na fórmula dos juros:

A maioria das operações financeiras utiliza a correção pelo sis-


tema de juros compostos. Os juros simples se restringem as opera- Entretanto, observe que essa taxa é mensal, pois usamos o pe-
ções de curto período. ríodo de 1 mês. Para encontrar a taxa anual precisamos multiplicar
esse valor por 12, assim temos:
— Fórmula de Juros Simples i = 2,5.12= 30% ao ano
Os juros simples são calculados aplicando a seguinte fórmula:
— Fórmula de Juros Compostos
O montante capitalizado a juros compostos é encontrado apli-
cando a seguinte fórmula:
Sendo:
J: juros.
C: valor inicial da transação, chamado em matemática financei-
ra de capital. Sendo:
i: taxa de juros (valor normalmente expresso em porcentagem). M: montante.
t: período da transação. C: capital.
i: taxa de juros.
Podemos ainda calcular o valor total que será resgatado (no t: período de tempo.
caso de uma aplicação) ou o valor a ser quitado (no caso de um
empréstimo) ao final de um período predeterminado. Diferente dos juros simples, neste tipo de capitalização, a fór-
Esse valor, chamado de montante, é igual a soma do capital mula para o cálculo do montante envolve uma variação exponen-
com os juros, ou seja: cial. Daí se explica que o valor final aumente consideravelmente
para períodos maiores.

Exemplo: Calcule o montante produzido por R$ 2 000,00 apli-


Podemos substituir o valor de J, na fórmula acima e encontrar cado à taxa de 4% ao trimestre, após um ano, no sistema de juros
a seguinte expressão para o montante: compostos.

Solução: Identificando as informações dadas, temos:


C = 2 000
i = 4% ou 0,04 ao trimestre
t = 1 ano = 4 trimestres
A fórmula que encontramos é uma função afim, desta forma, o M=?
valor do montante cresce linearmente em função do tempo.
Substituindo esses valores na fórmula de juros compostos, te-
mos:

Editora
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Observação: o resultado será tão melhor aproximado quanto o População e amostra


número de casas decimais utilizadas na potência.
Portanto, ao final de um ano o montante será igual a
R$ 2 339,71.

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA: MEDIDAS DE TENDÊNCIA CEN-


TRAL (MODA, MEDIANA, MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES E
PONDERADA) E DE DISPERSÃO (DESVIO MÉDIO, AMPLITU-
DE, VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO)

É o conjunto de todas as unidades sobre as quais há o interesse de


Estatística descritiva investigar uma ou mais características.
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos Variáveis e suas classificações
e resumos numéricos. Qualitativas – quando seus valores são expressos por atribu-
tos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dize-
Noções de estatística mos que estamos qualificando.
A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de Quantitativas – quando seus valores são expressos em núme-
apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas ros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza. quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites
recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode
Estatística descritiva (Dedutiva) assumir valores pertencentes a um conjunto enumerável recebe o
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca- nome de variável discreta.
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
e resumos numéricos. Fazemos uso de: Fases do método estatístico
— Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devida
Tabelas de frequência determinação das características mensuráveis do fenômeno que se
Ao dispor de uma lista volumosa de dados, as tabelas de frequ- quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos necessá-
ência servem para agrupar informações de modo que estas possam rios à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
ser analisadas. As tabelas podem ser de frequência simples ou de — Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos
frequência em faixa de valores. devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível falhas
e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros ou
Gráficos de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. A
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do analista crítica pode ser externa e interna.
para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exemplos de — Apuração dos dados: soma e processamento dos dados ob-
gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores, histograma, tidos e a disposição mediante critérios de classificação, que pode
boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de dispersão, gráfico sequencial. ser manual, eletromecânica ou eletrônica.
— Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser
Resumos numéricos apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento
importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a estatístico.
tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores — Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística
discrepantes, etc. Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através
dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por
Estatística inferencial (Indutiva) base a indução ou inferência, e tiramos desses resultados conclu-
Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar sões e previsões.
conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe-
rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de: Censo
É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os
Estimação componentes da população.
A técnica de estimação consiste em utilizar um conjunto de da-
dos incompletos, ao qual iremos chamar de amostra, e nele calcular Principais propriedades:
estimativas de quantidades de interesse. Estas estimativas podem - Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade;
ser pontuais (representadas por um único valor) ou intervalares. - É caro;
- É lento;
Teste de Hipóteses - É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em perí-
O fundamento do teste estatístico de hipóteses é levantar su- odos de anos 10 em 10 anos);
posições acerca de uma quantidade não conhecida e utilizar, tam- - Nem sempre é viável.
bém, dados incompletos para criar uma regra de escolha.
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or- Exemplo 2:


ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno Determinar a mediana do conjunto de dados:
coletivo. {10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.

Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos. Solução:


Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
Média aritmética e ponderada (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se entre os dois termos centrais do rol.
obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos
do conjunto. Logo:
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na Resposta: Md=15
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti-
ca para variáveis quantitativas. Moda (Mo)
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen- Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe- aquele valor que ocorre com maior frequência.
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos Observação:
jogadores é: A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
+2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0 Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte- isto é, Mo=8.
remos a média aritmética das alturas:
Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Média Ponderada Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi- grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama- qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
da média aritmética ponderada. medidas de dispersão.

Variância
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um
conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é
chamado de variância. Esse índice é assim definido:
Mediana (Md) Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua
Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se
por , o número:
Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-
ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de
termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que Isto é:
precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequ-
ência (xn) em rol.

Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados: E para amostra
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10,
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12
Resposta: Md=12.
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo 1: Isto é:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o se-
guinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

JOGO NÚMERO DE PONTOS


1 22
2 18 Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são:
3 13 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
4 24 a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
5 26
6 20 Solução:
7 19
Sendo a estatura média, temos:
8 18

a) Qual a média de pontos por jogo?


b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Solução:
a) A média de pontos por jogo é: Sendo o desvio padrão, tem-se:

b) A variância é:

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS (HISTOGRA-


MAS, SETORES, INFOGRÁFICOS) E TABELAS

— Gráficos
Os gráficos são representações que facilitam a análise de dados, os
Desvio médio quais costumam ser dispostos em tabelas quando se realiza pesquisas
Definição estatísticas12. Eles trazem muito mais praticidade, principalmente
Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma se- quando os dados não são discretos, ou seja, quando são números
quência. Esta medida representa a média das distâncias entre cada consideravelmente grandes. Além disso, os gráficos também
elemento da amostra e seu valor médio. apresentam de maneira evidente os dados em seu aspecto temporal.

Elementos do Gráfico
Ao construirmos um gráfico em estatística, devemos levar em
consideração alguns elementos que são essenciais para sua melhor
Desvio padrão compreensão. Um gráfico deve ser simples devido à necessidade
Definição de passar uma informação de maneira mais rápida e coesa, ou seja,
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua mé- em um gráfico estatístico, não deve haver muitas informações,
dia aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se devemos colocar nele somente o necessário.
por , o número: As informações em um gráfico devem estar dispostas de
maneira clara e verídica para que os resultados sejam dados de
modo coeso com a finalidade da pesquisa.”

Tipos de Gráficos
Em estatística é muito comum a utilização de diagramas para
representar dados, diagramas são gráficos construídos em duas
dimensões, isto é, no plano. Existem vários modos de representá-
los. A seguir, listamos alguns.
12 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/graficos.htm
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

• Gráfico de Pontos
Também conhecido como Dotplot, é utilizado quando possuímos uma tabela de distribuição de frequência, sendo ela absoluta
ou relativa. O gráfico de pontos tem por objetivo apresentar os dados das tabelas de forma resumida e que possibilite a análise das
distribuições desses dados.

Exemplo: Suponha uma pesquisa, realizada em uma escola de educação infantil, na qual foram coletadas as idades das crianças. Nessa
coleta foi organizado o seguinte rol:

Rol: {1, 1, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6}

Podemos organizar esses dados utilizando um Dotplot.

Observe que a quantidade de pontos corresponde à frequência de cada idade e o somatório de todos os pontos fornece-nos a
quantidade total de dados coletados.

• Gráfico de linha
É utilizado em casos que existe a necessidade de analisar dados ao longo do tempo, esse tipo de gráfico é muito presente em análises
financeiras. O eixo das abscissas (eixo x) representa o tempo, que pode ser dado em anos, meses, dias, horas etc., enquanto o eixo das
ordenadas (eixo y) representa o outro dado em questão.
Uma das vantagens desse tipo de gráfico é a possibilidade de realizar a análise de mais de uma tabela, por exemplo.

Exemplo: Uma empresa deseja verificar seu faturamento em determinado ano, os dados foram dispostos em uma tabela.

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Veja que nesse tipo de gráfico é possível ter uma melhor noção a respeito do crescimento ou do decrescimento dos rendimentos da
empresa.

• Gráfico de Barras
Tem como objetivo comparar os dados de determinada amostra utilizando retângulos de mesma largura e altura. Altura essa que deve
ser proporcional ao dado envolvido, isto é, quanto maior a frequência do dado, maior deve ser a altura do retângulo.
Exemplo: Imagine que determinada pesquisa tem por objetivo analisar o percentual de determinada população que acesse ou tenha:
internet, energia elétrica, rede celular, aparelho celular ou tablet. Os resultados dessa pesquisa podem ser dispostos em um gráfico como
este:

• Gráfico de Colunas
Seu estilo é semelhante ao do gráfico de barras, sendo utilizado para a mesma finalidade. O gráfico de colunas então é usado quando
as legendas forem curtas, a fim de não deixar muitos espaços em branco no gráfico de barra.

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Exemplo: Este gráfico está, de forma genérica, quantificando e comparando determinada grandeza ao longo de alguns anos.

• Gráfico de Setor
É utilizado para representar dados estatísticos com um círculo dividido em setores, as áreas dos setores são proporcionais às
frequências dos dados, ou seja, quanto maior a frequência, maior a área do setor circular.
Exemplo: Este exemplo, de forma genérica, está apresentando diferentes variáveis com frequências diversas para determinada
grandeza, a qual pode ser, por exemplo, a porcentagem de votação em candidatos em uma eleição.

• Histograma
O Histograma é uma ferramenta de análise de dados que apresenta diversos retângulos justapostos (barras verticais)13.
Por esse motivo, ele se assemelha ao gráfico de colunas, entretanto, o histograma não apresenta espaço entre as barras.

13 https://www.todamateria.com.br/tipos-de-graficos/
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• Infográficos
Os infográficos representam a união de uma imagem com um texto informativo. As imagens podem conter alguns tipos de gráficos.

— Tabelas
As tabelas são usadas para organizar algumas informações ou dados. Da mesma forma que os gráficos, elas facilitam o entendimento,
por meio de linhas e colunas que separam os dados.

Sendo assim, são usadas para melhor visualização de informações em diversas áreas do conhecimento. Também são muito frequentes
em concursos e vestibulares.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

De acordo com esses dados, o percentual de funcionários


QUESTÕES que concluíram um único curso é
(A) 25%
(B) 30%
1.FCC - AP (SABESP)/SABESP/ASSISTENTE ADMINISTRATI- (C) 35%
VO/2019 (D) 40%
Uma pesquisa com todos os alunos de uma escola revelou (E) 45%
que 165 alunos praticam esporte mas não se alimentam adequa-
damente, e que 107 alunos se alimentam adequadamente mas 3.FCC - ESTAG (SABESP)/SABESP/ENSINO MÉDIO TÉCNICO/2019
não praticam esporte. A pesquisa indicou que um total de 122 alu- Um grupo é formado por 410 ciclistas. Desses ciclistas 260
nos não praticam esporte, e que um total de 203 alunos se alimen- praticam natação e 330 correm regularmente. Sabendo que 30
tam adequadamente. O número de alunos dessa escola é ciclistas não nadam e não correm regularmente, o número de
(A) 383. ciclistas que praticam natação e correm regularmente é
(B) 368. (A) 170.
(C) 597. (B) 150.
(D) 507. (C) 130.
(E) 456. (D) 190.
(E) 210.
2.FCC - ARE IV (SEF SC)/SEF SC/2021
O departamento de recursos humanos de uma empresa 4.FCC - ASS LEG (ALAP)/ALAP/ATIVIDADE ADMINISTRATIVA E
lançou um programa de formação para os funcionários do setor OPERACIONAL/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2020
de produção composto de três cursos: Controle de Qualidade 1 Para que um montante de laranjas possa ser dividido em 7
(CQ1), Controle de Qualidade 2 (CQ2) e Segurança do Trabalho grupos, com um deles contendo 1/2 do total de laranjas, outro
(ST). O diagrama a seguir, em que o retângulo corresponde ao contendo 1/3 do total de laranjas e os 5 restantes contendo cada
conjunto de todos os funcionários do setor de produção, é usado um deles a mesma quantidade de laranjas, é necessário, e sufi-
para representar o percentual de funcionários desse setor que já ciente, que o montante total de laranjas seja múltiplo de
concluíram cada um dos cursos. (A) 60
(B) 30
(C) 90
(D) 24
(E) 18

5.FCC - TILU (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019


Um número é dito palíndromo se é o mesmo quando lido da
esquerda para a direita ou da direita para a esquerda. Por exem-
plo, 5225 é um palíndromo de quatro algarismos. Considere X o
maior palíndromo de quatro algarismos e Y o menor palíndromo
de cinco algarismos. A soma X + Y é:
(A) 20000
(B) 20020
(C) 20099
(D) 20902
(E) 20202
Os responsáveis pela execução do programa de formação
identificaram que: 6.FCC - ARQT (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019
- 55% dos funcionários já concluíram o curso de Seguran- Na conta armada abaixo, X Y e Z são números distintos.
ça do Trabalho;
- 65% dos funcionários já concluíram o curso de Controle
de Qualidade 1;
- 30% dos funcionários já concluíram o curso de Controle
de Qualidade 2;
- 10% dos funcionários já concluíram os três cursos;
- 10% dos funcionários ainda não concluíram qualquer
um dos três cursos.
O valor da soma X + Z é:
(A) 17
(B) 9
(C) 14
(D) 15
(E) 16
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7.FCC - ASSGP (PREF RECIFE)/PREF RECIFE/2019 11.FCC - ASSGP (PREF RECIFE)/PREF RECIFE/2019
Todos os habitantes de um determinado município devem Um reservatório de água tem 1/5 de sua capacidade ocupa-
receber uma carta da prefeitura, entregue em mãos, mediante da. Após a adição de 32.400 litros de água, o reservatório ficou
assinatura de um protocolo. Para realizar o trabalho de distribui- com 7/8 de sua capacidade ocupada. A capacidade, em litros, do
ção dessas cartas, a prefeitura contratou pessoas que serão re- reservatório é de
muneradas por número de entregas realizadas. Cada contratado (A) 37.000.
recebeu um lote de 255 cartas a serem entregues. Sua remune- (B) 48.000.
ração se dará da seguinte maneira: para as primeiras 128 cartas, (C) 25.920.
receberá um real por carta entregue; para as 64 seguintes, rece- (D) 40.500.
berá 2 reais por carta entregue; para as 32 seguintes, 4 reais por (E) 23.350.
carta, e assim por diante, dobrando-se a remuneração, por carta
entregue, para o cumprimento de metade da parte da tarefa que 12.FCC - Ana Adm (SANASA)/SANASA/Contabilidade/2019
acabou de realizar, de modo que pela entrega da última carta Adriana, Bruna e Cristina trabalharam em uma tarefa, su-
receberá 128 reais. O número mínimo de cartas que um contra- jeitas a condições de remuneração diferentes. Adriana vai rece-
tado deve entregar para receber pelo menos 500 reais é ber R$ 15,00 por hora inteira trabalhada, recebendo uma hora
(A) 225. inteira por qualquer fração de hora que não exceda uma hora,
(B) 213. e necessitou de 5 horas e 20 minutos para terminar a tarefa.
(C) 247. O contrato de Bruna foi fechado ao valor de R$ 0,27 o minuto
(D) 239. trabalhado, e ela cumpriu a tarefa em 5 horas e meia. Finalmen-
(E) 231. te, Cristina acertou que vai receber R$ 15,00 por hora inteira
trabalhada e, a partir de 4 horas de trabalho, R$ 0,35 por minuto
8.FCC - ACER (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019 trabalhado. Cristina realizou a tarefa em 5 horas e 25 minutos.
Para completar seus ganhos mensais, um trabalhador vende
bolo em pedaços, na porta de um prédio de escritórios, uma vez por Nessas condições,
semana. Para isso, ele prepara, em sua casa, cinco bolos de sabores (A) Cristina recebeu mais do que Adriana, que, por sua vez,
variados, usando assadeiras retangulares iguais, de 40 cm por 24 cm, recebeu mais do que Bruna.
e cortando todos os bolos em pedaços quadrados iguais, com o maior (B) Adriana recebeu mais do que Bruna, que, por sua vez,
lado possível, sem que haja qualquer desperdício. Supondo que ele recebeu mais do que Cristina.
consiga vender, no dia, toda quantidade de bolo produzida, e consi- (C) Adriana recebeu mais do que Cristina, que, por sua vez,
derando-se que deseja arrecadar pelo menos R$ 300,00 a cada dia, o recebeu mais do que Bruna.
trabalhador deve vender cada pedaço de bolo por, no mínimo, (D) Cristina recebeu mais do que Bruna, que, por sua vez,
(A) um real. recebeu mais do que Adriana.
(B) dois reais. (E) Bruna recebeu mais do que Cristina, que, por sua vez,
(C) três reais. recebeu mais do que Adriana.
(D) quatro reais.
(E) cinco reais. 13.FCC - ESTAG (SABESP)/SABESP/ENSINO SUPERIOR/2019
Se 3x − y =12 , o valor de é
9.FCC - OET (DETRAN SP)/DETRAN SP/2019
Um pacote contém N balas. Sabe-se que N ≤ 29 e que há 8
maneiras diferentes de dividir o número de balas do pacote em (A) 26
partes iguais, incluindo a divisão trivial em uma só parte conten- (B) 4
do todas as N balas. Então, o resto da divisão de N por 5 é igual a (C) 212
(A) 3. (D) 24
(B) 1. (E) 32
(C) 2.
(D) 4. 14.FCC - TWDFM (MANAUS)/PREF MANAUS/2019
(E) 0. Considere os números reais

10.FCC - TILU (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019


João gasta 18 minutos de ônibus para ir de sua casa até o tra-
balho e 45 minutos se for a pé. Em um dia ensolarado, João des-
ceu do ônibus faltando 3 do caminho a ser percorrido e completou , E
o percurso até o trabalho a pé. Supondo que as velocidades, tanto
do ônibus quanto a de João, são constantes durante o trajeto, o (A) z < x < y.
tempo gasto por João para ir ao trabalho nesse dia foi de (B) z < y < x.
(A) 24 minutos. (C) y < z < x.
(B) 27 minutos. (D) x < y < z.
(C) 30 minutos. (E) y < x < z.
(D) 33 minutos.
(E) 21 minutos.
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15.FCC - AG SEGM (METRO SP)/METRO SP/2019 18.FCC - ASSGP (PREF RECIFE)/PREF RECIFE/2019
O resultado da expressão numérica: Os quatro funcionários de uma repartição trabalham cada
um em uma mesa, todos na mesma sala. O chefe da repartição
determinou que os funcionários trocassem de mesa entre si.
Os funcionários podem ser realocados na sala de modo que ne-
nhum funcionário passe a ocupar a mesa que ocupava antes da
realocação
(A) de 4 maneiras diferentes.
(B) de 24 maneiras diferentes.
(C) de 9 maneiras diferentes.
está compreendido entre: (D) de 6 maneiras diferentes.
(A) 5 e 6. (E) de 12 maneiras diferentes.
(B) 9 e 10.
(C) 8 e 9. 19.FCC - TWDFM (MANAUS)/PREF MANAUS/2019
(D) 7 e 8. Isabel fez uma aplicação de alto risco que se valorizou em
(E) 6 e 7. 20% ao final do primeiro ano e 30% ao final do segundo, e des-
valorizou- se em 50% ao final do terceiro ano, momento em que
16.FCC - TILU (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019 Isabel resgatou o saldo total de R$ 6.396,00. O valor nominal da
O valor da expressão aplicação inicial de Isabel foi de
(A) R$ 9.278,00.
(B) R$ 6.396,00.
(C) R$ 8.528,00.
(D) R$ 7.600,00.
é: (E) R$ 8.200,00.

(A) 1 20.FCC - TSOM (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019


2 Um barril, quando está 20% vazio, contém 48 litros a mais
do que quando está 60% cheio. A capacidade desse barril, em
(B) 3 litros, é:
2 (A) 240
(B) 180
(C) 5 (C) 320
2 (D) 360
(E) 120
(D) 7
2 21.FCC - ANA (TJ SC)/TJ SC/ADMINISTRATIVO/2021
A produção anual de sucos de uma indústria está represen-
(E) 9 tada no gráfico de barras abaixo.
2

17.FCC - ESC (BANRISUL)/BANRISUL/2019


Ana e Beatriz são as únicas mulheres que fazem parte de um
grupo de 7 pessoas. O número de comissões de 3 pessoas que
poderão ser formadas com essas 7 pessoas, de maneira que Ana
e Beatriz não estejam juntas em qualquer comissão formada, é
igual a
(A) 20.
(B) 15.
(C) 30.
(D) 18.
(E) 25. A produção anual de suco de
(A) laranja somada à produção anual de suco de pêssego
equivale à metade da produção anual total de sucos dessa
indústria.
(B) manga é metade da produção anual de suco de laranja.
(C) pêssego é um quarto da produção anual de suco de uva.
(D) manga somada à produção anual de suco de pêssego é
maior do que a produção anual de suco de laranja.
(E) manga é menor do que a produção anual de suco de pês-
sego.
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22.FCC - ESTAG (SABESP)/SABESP/ENSINO MÉDIO TÉCNI- 25.FCC - CONS TEC (CM FORTAL)/CM FORTALEZA/JURÍDI-
CO/2019 CO/2019
Durante 15 dias, Giovana treinou montagem de cubo mági- Se 16 máquinas produzem 7.056 metros de tecido em 18
co, com o objetivo de montá-lo o mais rápido possível. Ela regis- dias, então, supondo que cada uma das máquinas produz a mes-
trou em um gráfico o menor tempo de montagem que ela conse- ma quantidade de tecido por dia, o número de máquinas neces-
guiu no respectivo dia. sário para produzir 10.829 metros de tecido em 17 dias é
(A) 25
(B) 24
(C) 27
(D) 26
(E) 28

26.FCC - AG SEGM (METRO SP)/METRO SP/2019


Adriana fez uma consultoria em uma empresa que pagou R$
150,00 por hora de trabalho e recebeu um total de R$ 800,00,
proporcionais ao tempo de trabalho. Em outra empresa, Adria-
Considerando o objetivo de Giovana e apenas os tempos re- na trabalhou um total de 10 horas e 40 minutos e recebeu R$
gistrados no gráfico, é correto afirmar que 1.200,00, também proporcionais às horas de trabalho. Se nessa
(A) seu tempo foi superior a 120 s em 80 % dos dias. segunda empresa ela tivesse trabalhado o mesmo tempo que tra-
(B) seu tempo foi inferior a 118 s em um terço dos dias. balhou na primeira empresa, o valor recebido seria de:
(C) ela fez o pior tempo no décimo dia. (A) R$ 500,00
(D) a média dos três melhores tempos foi 106 s. (B) R$ 550,00
(E) a mediana desses tempos foi 103 s. (C) R$ 600,00
(D) R$ 650,00
23.FCC - ACER (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019 (E) R$ 700,00
Em seu turno de trabalho, uma enfermeira deveria medicar
cada uma de três crianças com uma dose recomendada de 6,0 27.FCC - AG PREV (RP PREV)/RIO PRETO PREV/2019
mL de determinado xarope. Constatando que havia apenas 16,0 A biblioteca de uma escola foi transferida, em duas etapas,
mL de xarope na embalagem, optou por medicar cada criança para um novo prédio. Na primeira etapa, 3 funcionários, em 2
com uma quantidade de xarope proporcional à sua massa, desde horas e 10 minutos, carregaram 294 livros. Na segunda etapa, 14
que essa dose não excedesse a dose recomendada. Sabe-se que funcionários, todos com a mesma força de trabalho daqueles da
as massas das crianças eram de, respectivamente, 12 kg, 15 kg primeira etapa, carregaram os livros restantes, em 13 horas. O
e 21 kg, e sabe-se, também, que a enfermeira decidiu que, na total de livros transferidos foi:
situação em que alguma dose calculada dessa forma excedes- (A) 7.644
se a dose recomendada, tal excedente deveria ser distribuído (B) 7.938
igualmente para as outras crianças, no limite da dose. Assim, a (C) 8.232
criança de 12 kg recebeu, em mL, uma dose de xarope corres- (D) 8.526
pondente a: (E) 8.820
(A) 6,0
(B) 4,5 28.FCC - ESTAG (SABESP)/SABESP/ENSINO MÉDIO REGU-
(C) 4,0 LAR/2019
(D) 5,0 Seis panelas de sopa servem 18 homens, quando cada um
(E) 5,5 deles toma 2 porções. Se cada um dos homens tomar 3 porções,
dessas panelas servirão
24.FCC - AG SEGM (METRO SP)/METRO SP/2019
As 3 estações de maior movimento em uma cidade são X, Y
e Z. Pela estação X passam 20.136 pessoas por dia e pela estação
Z passam, por dia, 6.712 pessoas a mais do que pela estação (A) 10 homens a mais.
Y. Serão contratados 18 agentes para trabalhar nessas estações, (B) 10 homens a menos.
que serão distribuídos entre as estações de forma diretamente (C) a mesma quantidade de homens.
proporcional ao número de pessoas que passam por dia em cada (D) 6 homens a mais.
estação. Sabendo que a estação X receberá 6 agentes, o número (E) 6 homens a menos.
de passageiros que passam pela estação Z, por dia, é:
(A) 23.492.
(B) 23.832.
(C) 24.560.
(D) 24.724.
(E) 25.250.

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29.FCC - AP (SABESP)/SABESP/ASSISTENTE ADMINISTRATI- 33.FCC - TSOM (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019


VO/2019 Roberto tem uma nota de R$ 50,00, 15 notas de R$ 10,00,
Uma estrada retilínea liga a cidade de Carlos à cidade de Davi. 17 notas de R$ 5,00 e 35 moedas de R$ 0,50. No total Roberto
Ambos partiram, simultaneamente, dos extremos dessa estrada, tem, em reais,
cada um indo em direção ao outro, Carlos de carro e Davi de bici- (A) 300,50
cleta. Para cada quilômetro percorrido por Carlos, Davi percorria (B) 305,50
320 metros, e eles se encontraram após Davi ter percorrido 14 km. (C) 400,50
Nesse caso, o comprimento da estrada, em quilômetros, é de (D) 405,00
(A) 57,50. (E) 302,50
(B) 57,75.
(C) 58. 34.FCC - TILU (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019
(D) 58,25. Três números inteiros somam 100. Se subtrairmos o mesmo
(E) 58,50. valor desses três números teremos 7, 13 e 32. A soma do menor
dos três números com o maior deles é:
30.FCC - TWDFM (MANAUS)/PREF MANAUS/2019 (A) 67
Um atleta leva 2 minutos e 6 segundos para dar uma volta (B) 69
mais 3/4 de volta em uma pista de corrida. Mantendo a mesma (C) 71
velocidade média, o tempo que o atleta leva para percorrer 2/3 (D) 73
de uma volta na pista é de (E) 75
(A) 33 segundos.
(B) 43 segundos. 35.FCC - AJ TRF4/TRF 4/APOIO ESPECIALIZADO/INFRAES-
(C) 38 segundos. TRUTURA EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2019
(D) 48 segundos. Um comerciante compra uma caixa de latas de azeites es-
(E) 28 segundos. trangeiros por R$ 1.000,00. Retira 5 latas da caixa e a vende pelo
mesmo preço, R$ 1.000,00. Desse modo o preço de cada dúzia
31.FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/ADMINISTRA- de latas do azeite aumenta em R$ 120,00 em relação ao preço
ÇÃO/2021 que ele pagou. O aumento, em porcentagem, do preço da lata
O segurança do bloco A de uma empresa precisa registrar foi de
sua digital em um equipamento de 16 em 16 minutos. Nesse (A) 20
mesmo equipamento, o segurança do bloco B precisa registrar (B) 25
sua digital de 48 em 48 minutos. Se os dois seguranças registra- (C) 30
ram juntos suas digitais às 9h15 e terminam seu expediente de (D) 35
trabalho às 16h30, o último horário do expediente que eles irão (E) 40
registrar juntos suas digitais no equipamento será às
(A) 16h27. 36.FCC - ASS LEG (ALAP)/ALAP/ATIVIDADE ADMINISTRATIVA
(B) 15h55. E OPERACIONAL/ASSISTENTE DE OPERAÇÕES TÉCNICAS/2020
(C) 16h11. Se a, b e c são números naturais que satisfazem 2a. 3b = 18.
(D) 16h19. 6c, então b − a é igual a
(E) 15h39. (A) 5
(B) 2
32.FCC - TJ TRF4/TRF 4/ADMINISTRATIVA/SEGURANÇA E (C) 4
TRANSPORTE/2019 (D) 3
Para fazer um doce de banana, deve-se usar 0,625 kg de açú- (E) 1
car para cada quilo de bananas. A quantidade aproximada (com
erro de, no máximo, 3 g da quantidade exat(A) de açúcar, em kg, 37.FCC - ANA (TJ SC)/TJ SC/ADMINISTRATIVO/2021
que se deve usar para fazer um doce com 3,5 kg de bananas é No período de 9 dias, Marcos caminhou, ao todo, 198 km. A
(A) 1,875 cada dia caminhou 1 km a mais do que no dia anterior. O número
(B) 2,100 de quilômetros que Marcos caminhou no último dia foi
(C) 2,200 (A) 18.
(D) 2,190 (B) 28.
(E) 3,000 (C) 24.
(D) 26.
(E) 22.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

38.FCC - TJ (TJ MA)/TJ MA/APOIO TÉCNICO ADMINISTRATI- por taxa de empreitada por unidade inteira produzida por hora.
VO/2019 Na audiência de negociação, foram estabelecidas equações para
Considerando o padrão de formação da sequência infinita o salário por hora de cada uma das propostas em termos de n, o
(85, 97, 88, 104, 91, 111, 94, 118, 97, 125, …), o número de seus número inteiro de peças produzidas por hora. O valor por hora
termos que possuem exatamente 3 algarismos é: trabalhada mais a taxa de empreitada que a empresa ofereceu
(A) 427. só é maior que o valor solicitado pelo sindicato quando
(B) 428. (A) n < 2.
(C) 431. (B) n = 2.
(D) 430. (C) n = 3.
(E) 429. (D) n < 3.
(E) n > 3.
39.FCC - AJ TRF3/TRF 3/APOIO ESPECIALIZADO/INFORMÁTI-
CA/2019 43.FCC - AUD FISC (SEFAZ BA)/SEFAZ BA/ADMINISTRAÇÃO
Um carro percorreu 3.000 km. A cada dia de viagem, a partir TRIBUTÁRIA/2019
do primeiro, ele dobrou a distância percorrida no dia anterior. Se Alguns estados da Federação definiram alíquotas diferen-
ele finalizou a viagem em quatro dias, a distância percorrida, em tes para porcentagem de imposto sobre o preço de venda de de-
quilômetros, no primeiro dia foi de terminado produto. Se x% for a porcentagem dessa alíquota, a
(A) 100. inequação (4x − 77) (83 − 4x)≥0 descreve as possíveis variações
(B) 200. da cobrança entre os estados. Se o preço do produto em deter-
(C) 150. minado estado é de 428 reais, o imposto devido tem que estar,
(D) 250. respectivamente, entre os limites máximo e mínimo de, em reais,
(E) 300. (A) 80,39 e 84,81.
(B) 82,39 e 86,53.
40.FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/CIÊNCIAS ATUA- (C) 82,39 e 88,81.
RIAIS/2021 (D) 84,53 e 88,81.
Suponha que a função tábua de sobrevivência é tal que: (E) 86,39 e 92,81.
Ix = 120 − x, 0 < x < 120
Em que lx represente o número de sobreviventes na idade x 44.FCC - ESTAG (SABESP)/SABESP/ENSINO SUPERIOR/2019
e as idades x estão definidas para o intervalo de 0 a 120 anos. A Considere as afirmações x − y > 12 e x2 − y2 < 50. O par or-
expectativa de vida de um recém-nascido computada em termos denado que poderia ser os valores de x e y é:
contínuos é (A) (2, 6)
(A) 60 anos. (B) (6, − 4)
(B) 65 anos. (C) (8, − 4)
(C) 70 anos. (D) (8, − 6)
(D) 75 anos. (E) (10, − 3)
(E) 80 anos.
45.FCC - AP (SABESP)/SABESP/ASSISTENTE ADMINISTRATI-
41.FCC - AUD FISC (SEFAZ BA)/SEFAZ BA/ADMINISTRAÇÃO VO/2019
TRIBUTÁRIA/2019 O perímetro de um quadrilátero é a soma das medidas dos
A função receita diária, em reais, de determinada empresa seus 4 lados. Um retângulo ABCD tem perímetro igual a 60 cm
de consultoria financeira é dada por r(x) = 750x, em que x é o e um quadrado CDEF, que tem 3 lados sobrepostos aos lados
número de consultorias realizadas por dia. Seja a função custo do retângulo, tem perímetro igual a 44 cm, conforme mostra a
diário c(x), em reais, dessa mesma empresa dada por c(x) = 250x figura, sem escala.
+ 10000. O número de consultorias que precisariam ser realiza-
das, por dia, para que fosse obtido um lucro diário L(x), definido
como L(x) = r(x) − c(x), de 5 mil reais é igual a
(A) 10.
(B) 15.
(C) 20.
(D) 25.
(E) 30.

42.FCC - AUD FISC (SEFAZ BA)/SEFAZ BA/TECNOLOGIA DA IN-


FORMAÇÃO/2019
Em uma negociação salarial, o sindicato representativo dos
trabalhadores de uma empresa de alta tecnologia em manufa-
tura de peças para computadores pediu 31,25 reais por hora de
trabalho mais uma taxa adicional por empreitada de 7,05 reais
por unidade inteira fabricada em cada hora. A empresa por sua
vez ofereceu 12,03 reais por hora trabalhada mais 12,03 reais
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

O perímetro do retângulo ABFE, em centímetros, é igual a (A) 1,6.


(A) 32. (B) 1,2.
(B) 22. (C) 1,0.
(C) 16. (D) 0,8.
(D) 38. (E) 1,4.
(E) 48.
48.FCC - Ag SegM (METRO SP)/METRO SP/2019
46.FCC - AG FISCP (PREF SJRP)/PREF SJRP/2019
Sobre dois dos lados do quadrado ABCD estão os ponto E O gráfico da figura representa o sistema
e F, que determinam um quadrilátero BCFE, conforme mostra a
figura abaixo.

, de equações do primeiro grau.

Sabendo que a área do triângulo isósceles DEF é 2 cm 2 e


que o perímetro do quadrado ABCD é igual a 24 cm, a área do Neste caso, a área do triângulo definido pelos vértices C, E
quadrilátero BCFE, em cm 2, é: e F vale
(A) 20 (A) 7.
(B) 21 (B) 20.
(C) 22 (C) 6.
(D) 23 (D) 17.
(E) 24 (E) 12.

47.FCC - AG SEGM (METRO SP)/METRO SP/2019 49.FCC - AG TH (SANASA)/SANASA/MECÃNICO/2019


Numa indústria alimentícia, construiu-se um reservatório Em uma equipe de futebol, sempre que André ou Bruno não
de seção trapezoidal constante para o armazenamento de água jogam, o técnico escala Carlos para jogar, e Daniel sempre joga
potável. As medidas internas da seção do reservatório estão in- quando André joga. Se Carlos não jogou, então
dicadas na figura. (A) André jogou, mas Bruno não.
(B) Daniel jogou, mas Bruno não.
(C) André e Bruno não jogaram.
(D) Bruno jogou, mas Daniel não.
(E) Daniel e André jogaram.

50.FCC - ESTAG (SABESP)/SABESP/ENSINO SUPERIOR/2019


Considere válidas as seguintes afirmações:
“Se Antônio passar no concurso, então Benedita e Carlos
serão ambos promovidos.” “Benedita foi promovida, mas Carlos
Num determinado dia em que o reservatório apresentava-se não.”
completamente vazio, com o objetivo de enchê-lo até 80% de
sua capacidade, um registro de alimentação, de vazão 25,4 litros Com base nessas informações, é possível concluir que:
por minuto, foi aberto. O encarregado do setor não percebeu, no (A) Antônio não passou no concurso.
entanto, que um ralo de escoamento do reservatório, cuja vazão (B) Benedita passou no concurso, mas Carlos não passou.
era de 6,2 litros por minuto, também estava aberto. Sabendo (C) Benedita não passou no concurso, mas Carlos passou.
que o tempo transcorrido do início do processo até a obtenção (D) Benedita e Carlos não passaram no concurso.
do objetivo exposto foi de 3 horas e 20 minutos, é correto con- (E) Antônio foi promovido.
cluir que a profundidade do reservatório, em metros, é de:

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

40 A
GABARITO
41 E
42 E
1 A 43 C
2 D 44 D
3 E 45 D
4 B 46 C
5 A 47 B
6 C 48 A
7 D 49 E
8 D 50 A
9 D
10 B
ANOTAÇÕES
11 B
12 C
______________________________________________________
13 C
______________________________________________________
14 A
15 A ______________________________________________________
16 C ______________________________________________________
17 C
______________________________________________________
18 C
19 E ______________________________________________________

20 A ______________________________________________________
21 A ______________________________________________________
22 D
______________________________________________________
23 B
24 A ______________________________________________________
25 D ______________________________________________________
26 C
______________________________________________________
27 D
_____________________________________________________
28 B
29 B _____________________________________________________
30 D ______________________________________________________
31 A
______________________________________________________
32 D
33 E ______________________________________________________
34 C ______________________________________________________
35 B
______________________________________________________
36 E
______________________________________________________
37 D
38 B ______________________________________________________
39 B ______________________________________________________
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

Art. 6º - Quadro é o conjunto de cargos de provimento per-


ESTATUTO DOS SERVIDORES CIVIS PÚBLICOS DO ESTADO manente e de provimento temporário, integrantes dos órgãos dos
DA BAHIA - LEI Nº 6.677/1994 Poderes do Estado, das autarquias e das fundações públicas.
Art. 7º - É proibida a prestação de serviço gratuito, salvo nos
casos previstos em lei.
LEI Nº 6.677 DE 26 DE SETEMBRO DE 1994
TÍTULO II
Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Esta- DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA
do da Bahia, das Autarquias e das Fundações Públicas Estaduais.
O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a As- CAPÍTULO I
sembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei: DO PROVIMENTO

TÍTULO I SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º - Esta Lei institui o Estatuto dos Servidores Públicos Civis Art. 8º - São requisitos básicos para ingresso no serviço público:
do Estado, de qualquer dos Poderes, suas autarquias e fundações I - a nacionalidade brasileira ou equiparada;
públicas. II - o gozo dos direitos políticos;
Art. 2º - Servidor público é a pessoa legalmente investida em III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
cargo público. IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
Art. 3º - Cargo público é o conjunto de atribuições e responsa- V - a idade mínima de dezoito anos;
bilidades cometidas a um servidor, com as características essenciais VI - a boa saúde física e mental.
de criação por lei, denominação própria, número certo e pagamen- VII - Os que não forem condenados, em decisão transitada em
to pelos cofres públicos, para provimento em caráter permanente julgado ou proferida por órgão colegiado, por praticar ou concorrer
ou temporário. para crimes de feminicídio ou contra mulheres em situação de vio-
Art. 4º - Os cargos de provimento permanente da administra- lência doméstica e familiar, desde a condenação até o transcurso
ção pública estadual, das autarquias e das fundações públicas se- do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, salvo se
rão organizados em grupos ocupacionais, integrados por categorias sobrevier decisão judicial pela absolvição do réu ou pela extinção
funcionais identificadas em razão do nível de escolaridade e habili- da punibilidade;
dade exigidos para o exercício das atribuições previstas em lei. Inciso VII acrescido ao art. 8º pela Lei Complementar nº 44 de
Art. 5º - Para os efeitos desta Lei: 14 de maio de 2018.
I - referência - é a posição estabelecida para o ocupante do § 1º - As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
cargo dentro da respectiva classe, de acordo com o critério de an- outros requisitos estabelecidos em lei.
tiguidade; § 2º - Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o di-
II - classe - é a posição hierarquizada de cargos da mesma de- reito de se inscrever em concurso público para provimento de car-
nominação dentro da categoria funcional; go cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência que apre-
III - categoria funcional - é o agrupamento de cargos classifica- sentam, sendo-lhes reservadas até 5% (cinco por cento) das vagas
dos segundo o grau de conhecimentos ou de habilidades exigidos; oferecidas no concurso, desde que a fração obtida deste cálculo
IV - grupo ocupacional - é o conjunto de cargos identificados seja superior a 0,5 (cinco décimos).
pela similaridade de área de conhecimento ou de atuação, assim Art. 9º - O provimento dos cargos públicos e a movimentação
como pela natureza dos respectivos trabalhos; dos servidores far-se-ão por ato da autoridade competente de cada
V - carreira - é a linha estabelecida para evolução em cargo de Poder, do dirigente superior de autarquia ou de fundação pública.
igual nomenclatura e na mesma categoria funcional, de acordo com Art. 10 - São formas de provimento de cargo público:
o merecimento e antigüidade do servidor; I - nomeação;
VI - estrutura de cargos - é o conjunto de cargos ordenados II - reversão;
segundo os diversos grupos ocupacionais e categorias funcionais III - aproveitamento;
correspondentes; IV - reintegração;
VII - lotação - é o número de cargos de categoria funcional atri- V - recondução.
buído a cada unidade da administração pública direta, das autar- Parágrafo único - A lei que fixar as diretrizes do sistema de car-
quias e das fundações. reira na administração pública estadual estabelecerá critérios para
a evolução do servidor.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

SEÇÃO II II - os Secretários de Estado aos dirigentes superiores das au-


DA NOMEAÇÃO tarquias e fundações vinculadas às respectivas pastas e aos servido-
res dos órgãos que lhes são diretamente subordinados;
Art. 11 - A nomeação far-se-á : III - os Procuradores Gerais do Estado e da Justiça aos servido-
I - em caráter permanente, quando se tratar de provimento em res que lhes são diretamente subordinados;
cargo de classe inicial da carreira ou em cargo isolado; IV - os Presidentes dos Tribunais de Contas aos respectivos ser-
II - em caráter temporário, para cargos de livre nomeação e vidores, na forma determinada em suas respectivas leis orgânicas;
exoneração; V - os dirigentes superiores das autarquias e fundações aos ser-
III - em caráter vitalício, nos casos previstos na Constituição. vidores que lhes são diretamente subordinados;
Parágrafo único - A designação para funções de direção, chefia VI - os dirigentes dos serviços de administração ou órgão equi-
e assessoramento superior e intermediário, recairá, preferencial- valente aos demais servidores.
mente, em servidor ocupante de cargo de provimento permanente, Art. 19 - A posse deverá verificar-se até 30 (trinta) dias, con-
observados os requisitos estabelecidos em lei e em regulamento. tados da data da publicação do ato de nomeação no órgão oficial,
Art. 12 - A nomeação para cargo de classe inicial de carreira podendo ser prorrogada por mais 30 (trinta) dias, a requerimento
depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou do interessado, no prazo original.
de provas e títulos, obedecida a ordem de classificação e o prazo § 1º - Quando se tratar de servidor em gozo de licença, ou
de sua validade. afastado legalmente, o prazo será contado a partir do término do
Parágrafo único - Os demais requisitos para o ingresso e o de- impedimento.
senvolvimento do servidor na carreira serão estabelecidos em nor- § 2º - Se a posse não se der dentro do prazo, o ato de nomea-
mas legais e seus regulamentos. ção será considerado sem efeito.
§ 3º - A posse poderá ocorrer por procuração específica.
SEÇÃO III § 4º - O empossado, ao se investir no cargo de provimento per-
DO CONCURSO PÚBLICO manente ou temporário, apresentará, obrigatoriamente, declara-
ção de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração
Art. 13 - O concurso público será de provas ou de provas e tí- de exercício de outro cargo, emprego ou função pública.
tulos, realizando-se mediante autorização do Chefe do respectivo Art. 20 - A posse em cargo público dependerá de prévia inspe-
Poder, de acordo com o disposto em lei e regulamento. ção médica oficial.
Parágrafo único - No caso de empate, terão preferência, suces- Parágrafo único - Só poderá ser empossado aquele que for jul-
sivamente: gado apto, física e mentalmente para o exercício do cargo.
a) o candidato que tiver mais tempo de serviço prestado ao
Estado da Bahia; SEÇÃO V
b) outros que o edital estabelecer, compatíveis com a finalida- DO EXERCÍCIO
de do concurso.
Art. 14 - O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, Art. 21 - Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
podendo ser prorrogado, dentro deste prazo, uma única vez, por cargo.
igual período, a critério da administração. § 1º - É de 30 (trinta) dias o prazo para o servidor entrar em
Parágrafo único - O prazo de validade do concurso, as condi- exercício, contados da data da posse, ou, quando inexigível esta, da
ções de sua realização, os critérios de classificação e convocação e data de publicação oficial do ato de provimento.
o procedimento recursal cabível serão fixados em edital, que será § 2º - Na hipótese de encontrar-se o servidor afastado legal-
publicado no Diário Oficial. mente, o prazo a que se refere o § 1º será contado a partir do tér-
Art. 15 - A realização do concurso será centralizada no órgão mino do afastamento.
incumbido da administração central de pessoal de cada Poder, sal- § 3º - O servidor que não entrar em exercício, dentro do prazo
vo as exceções legais. legal, será exonerado de ofício.
§ 4º - À autoridade competente do órgão ou entidade para
SEÇÃO IV onde for designado o servidor incumbe dar-lhe exercício.
DA POSSE Art. 22 - O início, a suspensão, a interrupção e o reinicio do
exercício serão registrados no assentamento do servidor.
Art. 16 - Posse é a investidura em cargo público. Parágrafo único - ao entrar em exercício, o servidor apresenta-
Parágrafo único - A aceitação expressa das atribuições, deveres rá ao órgão competente os elementos necessários ao assentamen-
e responsabilidades inerentes ao cargo público, com o compromis- to individual.
so de bem servir, será formalizada com a assinatura de termo pela Art. 23 - O servidor relotado, removido ou afastado, que deva
autoridade competente e pelo empossando. ter exercício em outra localidade, terá 30 (trinta) dias para entrar
Art. 17 - A autoridade que der posse terá de verificar, sob pena em exercício.
de responsabilidade, se foram satisfeitos os requisitos estabeleci- Parágrafo único - Na hipótese de encontrar-se o servidor afas-
dos em lei ou regulamento, para a investidura. tado legalmente, aplicase o disposto no § 2º do artigo 21.
Art. 18 - São competentes para dar posse: Art. 24 - O ocupante do cargo de provimento permanente fica
I - o Governador do Estado e os Presidentes do Tribunal de Jus- sujeito a 30 (trinta) horas semanais de trabalho, salvo quando a lei
tiça e da Assembléia Legislativa aos dirigentes de órgãos que lhe estabelecer duração diversa.
são diretamente subordinados;

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

Art. 25 - Além do cumprimento do estabelecido no artigo an- SEÇÃO VIII


terior, o ocupante de cargo de provimento temporário poderá ser DA PROMOÇÃO
convocado sempre que houver interesse da administração.
Art. 26 - O servidor somente poderá participar de missão ou Art. 30 - Promoção é a elevação do servidor ocupante de cargo
estudos no exterior, mediante expressa autorização do Chefe do de provimento permanente, dentro da categoria funcional a que
Poder a que esteja vinculado. pertence, pelos critérios de merecimento e antigüidade.
§ 1º - A ausência não excederá a 2 (dois) anos, prorrogáveis por Parágrafo único - O merecimento será apurado de acordo com
mais 2 (dois) e, finda a missão ou estudo, somente decorrido igual os fatores mencionados no artigo 27, incisos I a V, e comprovação
período poderá ser permitida nova ausência. de aperfeiçoamento profissional, sem prejuízo do disposto no ar-
§ 2º - Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não tigo 32.
será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse par- Art. 31 - Não haverá promoção de servidor que esteja em es-
ticular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressal- tágio probatório ou que não esteja em efetivo exercício em órgão
vada a hipótese do ressarcimento das despesas correspondentes. ou entidade da administração estadual, salvo por antigüidade, ou
§ 3º - O servidor ocupante de cargo de provimento temporário quando afastado para exercício de mandato eletivo.
somente poderá ausentar-se em missão oficial e pelo prazo estrita- Art. 32 - Os demais requisitos e critérios para promoção serão
mente necessário ao cumprimento dele. os das leis que instituírem os planos de carreira na administração
§ 4° - O servidor ocupante de cargo de provimento temporário pública estadual e seus regulamentos.
será substituído, em suas ausências ou nos seus impedimentos, por Art. 33 - Compete à unidade de pessoal de cada órgão ou en-
outro, indicado na lei ou no regimento, ou, omissos estes, designa- tidade processar as promoções, na forma estabelecida em regula-
do por ato da autoridade competente, cumprindo ao substituto, mento.
quando titular de cargo em comissão, exercer automaticamente as
atribuições do cargo do substituído sem prejuízo do exercício das SEÇÃO IX
atribuições inerentes ao seu cargo, salvo se os encargos da substi- DA REVERSÃO
tuição reclamarem a dispensa do exercício destes.
§ 5º - A designação para substituir titular de cargo de provi- Art. 34 - Reversão é o retorno do aposentado por invalidez,
mento temporário deverá observar os mesmos requisitos estabe- quando os motivos determinantes da aposentadoria forem decla-
lecidos para o seu provimento e somente poderá recair sobre ser- rados insubsistentes por junta médica oficial.
vidor ou empregado público em exercício no respectivo órgão ou Parágrafo único - Será cassada a aposentadoria do servidor que
entidade e que, preferencialmente, desempenhe suas funções na não entrar em exercício dentro de 30 (trinta) dias contados da pu-
unidade administrativa da lotação do substituído. blicação do ato de reversão.
Art. 35 - A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resul-
SEÇÃO VI tante da transformação, permanecendo o servidor em disponibili-
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO dade remunerada enquanto não houver vaga.
Art. 36 - Não poderá reverter o aposentado que contar 70 (se-
Art. 27 - Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o tenta) anos de idade.
cargo de provimento
permanente ficará sujeito a estágio probatório por um período SEÇÃO X
de 24 (vinte e quatro) meses, DO APROVEITAMENTO E DA DISPONIBILIDADE
durante o qual sua aptidão e capacidade serão objeto de ava-
liação para o desempenho do Art. 37 - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o
cargo, observados os seguintes fatores: servidor estável ficará em disponibilidade remunerada.
I - assiduidade; Art. 38 - O retorno do servidor em disponibilidade à atividade
II - disciplina; far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui-
III - capacidade de iniciativa; ções e remuneração compatíveis com o anteriormente ocupado.
IV - produtividade; Parágrafo único - O órgão central de pessoal de cada Poder ou
V - responsabilidade. entidade determinará o imediato aproveitamento do servidor em
Parágrafo único - Obrigatoriamente 4 (quatro) meses antes de disponibilidade, em vaga que vier a ocorrer.
findo o período do estágio probatório, será submetida à homolo- Art. 39 - Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada
gação da autoridade competente a avaliação do desempenho do a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo
servidor, que será completada ao término do estágio. legal, salvo por doença comprovada por junta médica oficial.
Art. 40 - É assegurado ao servidor estável o direito à disponibili-
SEÇÃO VII dade para o exercício de mandato eletivo em diretoria de entidade
DA ESTABILIDADE sindical representativa do servidor público estadual, sem prejuízo
da remuneração do cargo permanente de que é titular.
Art. 28 - O servidor habilitado em concurso público e empossa- § 1º - A disponibilidade limitar-se-á a 6 (seis) servidores.
do em cargo de provimento permanente adquirirá estabilidade ao § 2º - Além dos 6 (seis) servidores, para cada 20 (vinte) mil ser-
completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. vidores da base sindical será acrescido de mais 1 (um).
Art. 29 - O servidor estável só perderá o cargo em virtude de § 3º revogado pela Lei nº 14.165 de 24 de setembro de 2019.
sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-
tivo disciplinar, desde que lhe seja assegurada ampla defesa.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

§ 4º - O servidor não poderá ser relotado ou removido de ofí- CAPÍTULO III


cio durante o exercício do mandato e até 06 (seis) meses após o DA RELOTAÇÃO E DA REMOÇÃO
término deste.
§ 5º - Cessada a disponibilidade, o servidor retornará imediata- Art. 49 - Relotação é a movimentação do servidor, com o res-
mente ao exercício do cargo. pectivo cargo, com ou sem mudança de sede, para outro órgão ou
entidade do mesmo Poder e natureza jurídica, cujos planos de car-
SEÇÃO XI gos e vencimentos sejam idênticos, de acordo com o interesse da
DA REINTEGRAÇÃO administração.
§ 1º - A relotação dar-se-á, exclusivamente, para ajustamento
Art. 41 - Reintegração é o retorno do servidor demitido ao car- de quadros de pessoal às necessidades dos serviços, inclusive nos
go anteriormente ocupado ou ao resultante de sua transformação, casos de organização, extinção ou criação de órgãos ou entidades.
quando invalidada sua demissão por sentença judicial transitada § 2º - Nos casos de extinção de órgãos ou entidades, os ser-
em julgado ou na forma do artigo 250. vidores estáveis que não puderam ser relotados, na forma deste
Parágrafo único - Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o artigo ou por outro óbice legal, serão colocados em disponibilidade,
servidor ficará em disponibilidade. até seu aproveitamento na forma dos artigos 38 e 39.
Art. 50 - Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou
SEÇÃO XII de ofício, com preenchimento de claro de lotação, no âmbito do
DA RECONDUÇÃO mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
§ 1º - Dar-se-á remoção a pedido, para outra localidade, por
Art. 42 - Recondução é o retorno do servidor estável, sem direi- motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependen-
to à indenização, ao cargo anteriormente ocupado, dentro da mes- te, condicionado à comprovação por junta médica oficial, hipótese
ma carreira, em decorrência de reintegração do anterior ocupante. em que, excepcionalmente, será dispensada a exigência de claro
Parágrafo único - Encontrando-se provido o cargo, o servidor de lotação.
será aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade re- § 2º - No caso previsto no parágrafo anterior, o servidor preen-
munerada. cherá o primeiro claro de lotação que vier a ocorrer.
§ 3º - Fica assegurada ao servidor, a fim de acompanhar o côn-
SEÇÃO XIII juge ou companheiro, preferência na remoção para o mesmo local
DA READAPTAÇÃO em que o outro for mandado servir. Art. 47 - A exoneração do ser-
vidor ocupante de cargo de provimento temporário darse-á a seu
Art. 43 - Readaptação é o cometimento ao servidor de novas pedido ou a juízo da autoridade competente.
atribuições, compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua Art. 48 - A demissão será aplicada como penalidade.
capacidade física ou mental, comprovada por junta médica oficial,
garantida a remuneração do cargo de que é titular. TÍTULO III
Parágrafo único - É garantida à gestante atribuições compatí- DOS DIREITOS, VANTAGENS E BENEFÍCIOS
veis com seu estado físico, nos casos em que houver recomendação
clínica, sem prejuízo de seus vencimentos e demais vantagens do CAPÍTULO I
cargo. DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
CAPÍTULO II
DA VACÂNCIA Art. 51 - Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
de cargo público, com valor fixado em lei.
Art. 44 - A vacância do cargo decorrerá de: Art. 52 - Remuneração é o vencimento do cargo, acrescido das
I - exoneração; vantagens pecuniárias, permanentes ou temporárias, estabelecidas
II - demissão; em lei.
III - aposentadoria; Art. 53 - O vencimento do cargo observará o princípio da iso-
IV - falecimento. nomia, quando couber, e acrescido das vantagens de caráter indivi-
Art. 45 - Ocorrendo vaga, considerar-se-ão abertas, na mesma dual, será irredutível, ressalvadas as relativas à natureza ou ao local
data, as decorrentes de seu preenchimento. de trabalho.
Art. 46 - A exoneração do servidor ocupante de cargo de provi- Art. 54 - Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
mento permanente darse-á a seu pedido ou de ofício. título de remuneração, importância superior à soma dos valores
Parágrafo único - A exoneração de ofício será aplicada: fixados como remuneração, em espécie, a qualquer título, para Se-
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; cretário de Estado.
II - quando o servidor não entrar em exercício no prazo esta- Parágrafo único - Excluem-se do teto de remuneração as inde-
belecido. nizações e vantagens previstas nos artigos 63 e 77, incisos II a IV,
o acréscimo previsto no artigo 94, o abono pecuniário previsto no
artigo 95 e o salário família.
Art. 55 - Nenhum servidor receberá a título de vencimento, im-
portância inferior ao salário mínimo.
Art. 56 - O servidor perderá:
I - a remuneração dos dias em que faltar ao serviço;

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II - a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, SUBSEÇÃO I


ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) DA AJUDA DE CUSTO
minutos.
Art. 57 - Salvo por imposição legal ou por mandado judicial, Art. 64 - A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou proventos. de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter
Parágrafo único - Mediante autorização escrita do servidor, ha- exercício em nova sede, com mudança de domicílio, ou que se des-
verá desconto ou consignação em folha de pagamento em favor de locar a serviço ou por motivo de estudo, no país ou para o exterior.
entidade sindical e associação de servidores a que seja filiado, ou § 1º - Correm por conta da administração as despesas de trans-
de terceiros, na forma definida em regulamento. porte do servidor e de sua família.
Art. 58 - As reposições e indenizações ao erário serão descon- § 2º - É assegurado aos dependentes do servidor que falecer na
tadas em parcelas mensais, atualizadas, não excedentes à terça nova sede, ajuda de custo e transporte para a localidade de origem,
parte da remuneração ou dos proventos. dentro do prazo de 180 (cento e oitenta ) dias, contados do óbito.
Parágrafo único - Independentemente do parcelamento pre- Art. 65 - A ajuda de custo não poderá exceder a importância
visto neste artigo, a percepção de quantias indevidas poderá impli- correspondente a 15 (quinze) vezes o valor do menor vencimento
car processo disciplinar para apuração de responsabilidade. pago pela Administração Pública do Estado.
Art. 59 - O servidor em débito com o erário, que for demitido Parágrafo único - Excetuam-se da regra do caput deste artigo
ou exonerado, terá o prazo de 30 (trinta) dias para quitá-lo. a hipótese de missão ou estudo no exterior, competindo a sua fixa-
Parágrafo único - A não quitação do débito no prazo previsto ção ao Chefe do respectivo Poder.
implicará a sua inscrição em dívida ativa. Art. 66 - Não será concedida ajuda de custo:
Art. 60 - O vencimento, a remuneração e os proventos não se- I - ao servidor que se afastar da sede ou a ela retornar, em vir-
rão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto no caso de tude de mandato eletivo;
verba alimentar resultante de decisão judicial. II - ao servidor que for afastado para servir em outro órgão
ou entidade dos Poderes da União, de outros Estados, do Distrito
CAPÍTULO II Federal e dos Municípios;
DAS VANTAGENS III - ao servidor que for removido a pedido;
IV - a um dos cônjuges, sendo ambos servidores estaduais,
Art. 61 - Além do vencimento, poderão ser concedidas ao ser- quando o outro tiver direito à ajuda de custo pela mesma mudança
vidor as seguintes de sede.
vantagens: Art. 67 - O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de cus-
I - indenizações; to quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no
II - auxílios pecuniários; prazo previsto no § 1º do artigo 21.
III - gratificações; Parágrafo único - Não haverá obrigação de restituir a ajuda de
IV - Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.471 , de 30 de dezembro custo nos casos de exoneração de oficio ou de retorno por motivo
de 2015.a. de doença comprovada.
§ 1º - As indenizações e os auxílios não se incorporam ao ven-
cimento ou proventos para qualquer efeito. SUBSEÇÃO II
§ 2º - As gratificações e a vantagem pessoal por estabilidade DAS DIÁRIAS
econômica incorporam-se ao vencimento ou aos proventos, nos
casos e condições indicados em lei. Art. 68 - Ao servidor que se deslocar da sede em caráter even-
Art. 62 - As vantagens pecuniárias não serão computadas nem tual ou transitório, no interesse do serviço, serão concedidas, além
acumuladas para efeito de concessão de quaisquer outros acrésci- de transporte, diárias para atender às despesas de alimentação e
mos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico funda- hospedagem.
mento. Parágrafo único - Serão concedidas diárias, em ressarcimento
das despesas de alimentação e hospedagem, ao servidor ou colabo-
SEÇÃO I rador eventual que acompanhar servidor com deficiência em deslo-
DAS INDENIZAÇÕES camento a serviço, na forma do regulamento.
Parágrafo único acrescido pelo art. 1º da Lei nº 12.908 , de 30
Art. 63 - Constituem indenizações ao servidor: de setembro de 2013
I - ajuda de custo; Art. 69 - Não será concedida diária quando o deslocamento do
II - diárias; servidor implicar desligamento de sua sede.
III - transporte. Art. 70 - O total de diárias atribuídas ao servidor não poderá
Parágrafo único - Os valores das indenizações e as condições exceder a 180 (cento e oitenta) dias por ano, salvo em casos espe-
para sua concessão serão estabelecidos em regulamento. ciais expressamente autorizados pelo Chefe do Poder ou dirigente
superior de entidades.
Art. 71 - O servidor que receber diária e não se afastar da sede,
por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente e de
uma só vez, no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único - Na hipótese do servidor retornar à sede em
prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá
as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto neste artigo.
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SUBSEÇÃO III § 2º - Considera-se servidor de baixa renda, para fins deste ar-
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE tigo, aquele que, na data do recolhimento à prisão, receba remune-
ração bruta igual ou inferior ao limite fixado para o Regime Geral de
Art. 72 - Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor Previdência Social para o mesmo fim.
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo- § 3º - O auxílio-reclusão será devido no caso de prisão provisó-
ção para execução de serviços externos, na sede ou fora dela, no ria de qualquer espécie ou de prisão penal decorrente de sentença
interesse da administração, na forma e condições estabelecidas em condenatória transitada em julgado, independentemente da natu-
regulamento. reza do ilícito cometido.
Art. 76-B - O processo de concessão de auxílio-reclusão obser-
SEÇÃO II vará as normas previstas para a habilitação à pensão e será instruí-
DOS AUXÍLIOS PECUNIÁRIOS do com os seguintes documentos:
I - certidão do auto de prisão em flagrante, do decreto de pri-
Art. 73 - Serão concedidos aos servidores os seguintes auxílios são preventiva, por pronúncia ou por sentença condenatória recor-
pecuniários: rível, ou do trânsito em julgado da sentença condenatória;
I - auxílio-moradia; II - certidão, fornecida pelo órgão de pessoal, de que o servidor
II - auxílio-transporte; não percebeu remuneração após a prisão;
III - auxílio-alimentação. III - certidão do recolhimento do servidor à prisão;
IV - auxílio-reclusão. IV - aviso de crédito da remuneração percebida pelo servidor
Inciso IV acrescido pela Lei nº 14.250 de 18 de fevereiro de no mês do recolhimento à prisão.
2020. § 1º - O pagamento do auxílio-reclusão será devido a partir da
data em que o servidor for recolhido à prisão, quando deixará de
SUBSEÇÃO I perceber remuneração dos cofres públicos, e mantido enquanto
DO AUXÍLIO-MORADIA durar a privação de sua liberdade, fato este que será comprovado
por meio de atestados trimestrais, firmados pela autoridade com-
Art. 74 - O servidor, quando deslocado de ofício de sua sede, petente.
em caráter temporário, no interesse da administração, fará jus a § 2º - Cessará o auxílio-reclusão para o dependente do servidor
auxílio para moradia, na forma e condições estabelecidas em re- que for demitido ou exonerado do cargo.
gulamento. § 3º - O pagamento do auxílio-reclusão será suspenso quando
§ 1º - O auxílio-moradia é devido a partir da data do exercício da liberdade condicional, bem como nas hipóteses de soltura ou
na nova sede, em valor nunca inferior a 20% (vinte por cento) da fuga do servidor.
remuneração do cargo permanente, até o prazo máximo de 2 (dois) § 4º - Na hipótese de fuga do servidor, o auxílio-reclusão so-
anos. mente será restabelecido a partir da data da recaptura ou da re-
§ 2º - O auxílio-moradia não será concedido, ou será suspenso, apresentação à prisão, nada sendo devido aos seus dependentes
quando o servidor ocupar prédio público. enquanto estiver o servidor evadido e pelo período da fuga.
§ 5º - Se a pena privativa de liberdade for executada em regime
SUBSEÇÃO II aberto, ou mesmo em regime semiaberto, o auxílio-reclusão não
DO AUXÍLO-TRANSPORTE será devido.
§ 6º - Falecido o servidor na condição de detento ou recluso,
Art. 75 - O auxílio-transporte será devido ao servidor ativo, nos o auxílio-reclusão será convertido, automaticamente, em pensão,
deslocamentos da residência para o trabalho e vice-versa, na forma aplicando-se, no que couber, as disposições relativas a este bene-
e condições estabelecidas em regulamento. fício.
Parágrafo único - A participação do servidor não poderá exce- Subseção IV e artigos 76-A e 76-B acrescidos pela Lei nº 14.250
der a 6% (seis por cento) do vencimento básico. de 18 de fevereiro de 2020.

SUBSEÇÃO III SEÇÃO III


DO AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO DAS GRATIFICAÇÕES

Art. 76 - O auxílio-alimentação será devido ao servidor ativo, na Art. 77 - Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
forma e condições estabelecidas em regulamento. lei, serão deferidas ao servidor as seguintes gratificações:
I - pelo exercício de cargo de provimento temporário;
SUBSEÇÃO IV - II - natalina;
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO III - adicional por tempo de serviço;
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
Art. 76-A - Farão jus ao auxílio-reclusão os dependentes do ser- ou penosas;
vidor de baixa renda, recolhido à prisão, desde que o servidor ativo V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
não esteja recebendo remuneração, nem esteja em gozo de benefí- VI - adicional noturno;
cio previdenciário, obedecidas as mesmas condições da pensão por VII - outras gratificações ou adicionais previstos em lei.
morte.
§ 1º - O auxílio-reclusão consistirá numa importância mensal
igual ao valor da pensão que caberia aos dependentes do servidor.
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SUBSEÇÃO I SUBSEÇÃO IV
DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO DE PROVI- DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE OU
MENTO TEMPORÁRIO ATIVIDADES PENOSAS

Art. 78 - O servidor investido em cargo de provimento perma- Art. 86 - Os servidores que trabalham com habitualidade em lo-
nente terá direito a perceber, pelo exercício do cargo de provimen- cais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas
to temporário, gratificação equivalente a 30% (trinta por cento) do ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento
valor correspondente ao símbolo respectivo ou optar pelo valor do cargo permanente.
integral do símbolo, que neste caso, será pago como vencimento Parágrafo único - Os direitos aos adicionais de que trata este
básico enquanto durar a investidura ou ainda pela diferença entre artigo cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que de-
este e a retribuição do cargo seu efetivo. ram causa a concessão.
Art. 87 - Haverá permanente controle da atividade do servidor
SUBSEÇÃO II em operações ou locais considerados insalubres, perigosos ou pe-
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA nosos.
Parágrafo único - A servidora gestante ou lactante será afasta-
Art. 79 - A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais
avos) da remuneração a que o servidor ativo fizer jus, no mês do previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre
exercício, no respectivo ano. e em serviço não perigoso.
§ 1º - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será conside- Art. 88 - Na concessão dos adicionais de insalubridade, pericu-
rada como mês integral. losidade ou atividades penosas serão observadas as situações pre-
§ 2º - Ao servidor inativo será paga igual gratificação em valor vistas em legislação específica.
equivalente aos respectivos proventos. Art. 89 - O adicional de atividades penosas será devido ao ser-
§ 3º - A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de vidor pelo exercício em localidade cujas condições de vida o justi-
dezembro de cada ano. fiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.
Art. 80 - O adiantamento será pago no ensejo das férias do
servidor, sempre que este o requerer até 30 (trinta) dias antes do SUBSEÇÃO V
período de gozo, não podendo exceder à metade da remuneração DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
por este percebida no mês.
Art. 81 - A gratificação natalina estende-se aos ocupantes de Art. 90 - O serviço extraordinário será remunerado com acrés-
cargo de provimento temporário. cimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de
Art. 82 - O servidor ocupante de cargo permanente ou tempo- trabalho, salvo em situações especiais definidas em regulamento.
rário, quando exonerado ou demitido, perceberá sua gratificação Parágrafo único - Somente será permitida a realização de ser-
natalina proporcionalmente aos meses de efetivo exercício, calcu- viço extraordinário para atender situações excepcionais e temporá-
lada sobre a remuneração do mês da exoneração ou demissão. rias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas diárias, podendo
Parágrafo único - Na hipótese de ter havido adiantamento em ser elevado este limite nas atividades que não comportem interrup-
valor superior ao devido no mês da exoneração ou demissão, o ex- ção, consoante se dispuser em regulamento.
cesso será devolvido, no prazo de 30 (trinta) dias, findo o qual, sem
devolução, será o débito inscrito em dívida ativa. SUBSEÇÃO VI
Art. 83 - A gratificação natalina não será considerada para cál- DE ADICIONAL NOTURNO
culo de qualquer parcela remuneratória.
Art. 91 - O serviço noturno, prestado em horário compreendi-
SUBSEÇÃO III do entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO seguinte, terá o valor-hora acrescido de 50% (cinqüenta por cento).
Parágrafo único - Tratando-se de serviço extraordinário, o
Art. 84 - O servidor com mais de 5 (cinco) anos de efetivo exer- acréscimo a que se refere este artigo incidirá sobre a remuneração
cício no serviço público terá direito por anuênio, contínuo ou não, prevista no artigo anterior.
à percepção de adicional calculado à razão de 1% (um por cento)
sobre o valor do vencimento básico do cargo de que seja ocupante. SEÇÃO IV
§ 1º - Para efeito do adicional, considera-se de efetivo exercício DA ESTABILIDADE ECONÔMICA
o tempo de serviço prestado, sob qualquer regime de trabalho, na
Administração Pública direta ou indireta da União, dos Estados, dos Art. 92-Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.471 , de 30 de de-
Municípios e do Distrito Federal. zembro de 2015.
§ 2º - Para cálculo do adicional, não serão computadas qual- § 1º - O direito a estabilidade se constitui com a exoneração ou
quer parcelas pecuniárias, ainda que incorporadas ao vencimento dispensa do cargo de provimento temporário, sendo o valor corres-
para outros efeitos legais, exceto se já houver outra definição de pondente fixado neste momento.
vencimento prevista em lei. § 2º - A vantagem pessoal por estabilidade econômica será re-
§ 3º - Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.471 , de 30 de dezem- ajustada sempre que houver modificação no valor do símbolo em
bro de 2015.. que foi fixada, observando-se as correlações e transformações es-
Art. 85 - o adicional será devido a partir do mês em que o ser- tabelecidas em lei.
vidor completar o anuênio.
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§ 3º - O servidor beneficiado pela estabilidade econômica que § 5º - Observado o período máximo previsto no caput, as férias
vier a ocupar outro cargo de provimento temporário deverá optar, poderão ser concedidas após o prazo assinalado no § 4º deste arti-
enquanto perdurar esta situação, entre a vantagem pessoal já ad- go por necessidade do serviço.
quirida e o valor da gratificação pertinente ao exercício do novo § 5º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471 , de 30 de
cargo. dezembro de 2015.
§ 4º - O servidor beneficiado pela estabilidade econômica que § 6º - A não observância do prazo máximo de fruição previsto
vier a ocupar, por mais de 2 (dois) anos, outro cargo de provimento no caput deste artigo somente será admitida por motivo de calami-
temporário, poderá obter a modificação do valor da vantagem pes- dade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar
soal, passando esta a ser calculada com base no valor do símbolo ou eleitoral e, ainda, em razão de imperiosa necessidade do serviço.
correspondente ao novo cargo. § 6º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de
§ 5º - O valor da estabilidade econômica não servirá de base dezembro de 2015.
para cálculo de qualquer outra parcela remuneratória. § 7º - Na hipótese prevista no § 6º deste artigo, o titular do ór-
§ 6º - Para os efeitos deste artigo será computado o tempo de: gão solicitará, motivadamente, ao Chefe do Poder, autorização para
a) exercício de cargo em comissão, direção, chefia e assessora- a suspensão das férias do servidor.
mento superior e intermediário na administração direta, nas autar- § 7º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de
quias e nas fundações; dezembro de 2015.
b) exercício de funções de confiança formalmente instituídas § 8º - À chefia imediata incumbe verificar a regularidade da
nas empresas públicas e nas sociedades de economia mista. programação de férias do servidor, sob pena de apuração de res-
§ 7º - A incorporação da vantagem pessoal, nas hipóteses do ponsabilidade.
parágrafo anterior, será calculada e fixada com base no valor do § 8º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de
símbolo correspondente ao cargo de provimento temporário da dezembro de 2015.
administração direta, da autarquia ou da fundação, onde seja o ser- § 9º - Os agentes públicos que injustificadamente impeçam a
vidor lotado, que mais se aproxime do percebido pelo mesmo, não concessão regular das férias, bem como deixem de observar as re-
podendo exceder o valor do símbolo correspondente ao cargo de gras dispostas nos §§ 1º a 8º deste artigo, estarão sujeitos a apu-
maior hierarquia. ração de responsabilidade funcional, inclusive quanto a eventual
§ 8º - A concessão de estabilidade econômica, com utilização ressarcimento ao erário.
de tempo de serviço prestado na forma da alínea “b” do § 6º deste § 9º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de
artigo, só poderá ocorrer findo o prazo do estágio probatório. dezembro de 2015.
Art. 94 - Independentemente de solicitação, será pago ao ser-
CAPÍTULO III vidor, por ocasião das férias, um acréscimo de 1/3 (um terço) da
DAS FÉRIAS remuneração correspondente ao período de gozo.
Art. 95 -Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.471, de 30 de de-
Art. 93 - O servidor gozará, obrigatoriamente, férias anuais, zembro de 2015..
que podem ser acumuladas, no caso de necessidade do serviço, até § 1º - Ficarão a critério da Administração Pública a concessão
o máximo de 2 (dois) períodos, ressalvadas as hipóteses em que da vantagem e a fixação do período a ser convertido, observado o
haja legislação específica. limite do requerimento.
§ 1º - O servidor terá direito a férias após cada período de 12 § 2º - No cálculo do abono pecuniário será considerado o valor
(doze) meses de efetivo exercício, na seguinte proporção: do acréscimo de férias previsto no art. 94.
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver tido mais de 5 Art. 96 - O pagamento do acréscimo previsto no art. 94 desta
(cinco) faltas; Lei será efetuado no mês anterior ao início das férias.
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 Art. 97 - As férias somente poderão ser interrompidas por mo-
(seis) a 14 (quatorze) faltas; tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri,
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quin- serviço militar ou eleitoral e, ainda, por motivo de superior interes-
ze) a 23 (vinte e três) faltas; se público, mediante ato fundamentado.
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e Parágrafo único - O servidor, cujo período de férias tenha sido in-
quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. terrompido na forma deste artigo, terá assegurado o direito a fruir os
§ 2º - As férias serão gozadas de acordo com a escala organiza- dias restantes, logo que seja dispensado da correspondente obrigação.
da pela unidade administrativa competente. Parágrafo único acrescido ao art. 97 pelo art. 1º da Lei nº
§ 3º - As férias poderão ser parceladas em até 03 (três) etapas, 13.471 , de 30 de dezembro de 2015.
desde que sejam assim requeridas pelo servidor, e sempre no inte-
resse da administração pública, hipótese em que o pagamento dos CAPÍTULO IV
acréscimos pecuniários será efetuado quando do afastamento do DAS LICENÇAS
servidor para o gozo do primeiro período.
§ 3º acrescido ao art. 93 pelo art. 9º da Lei nº 9.003 , de 30 de SEÇÃO I
janeiro de 2004. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 4º- As férias serão fruídas dentro dos 12 (doze) meses sub-
sequentes àquele em que foi completado o período aquisitivo de Art. 98 - Conceder-se-á licença ao servidor, além das previstas
referência. nos incisos IV, V e VI do artigo 120:
§ 4º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471 , de 30 de I - por motivo de doença em pessoa da família;
dezembro de 2015. II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
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III - para prestar o serviço militar obrigatório; § 2º - Ocorrendo o deslocamento no território estadual, o ser-
IV - para concorrer a mandato eletivo e exercê-lo; vidor poderá ser lotado, provisoriamente, em repartição da admi-
V - Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro nistração estadual direta, autárquica ou funcional, desde que para
de 2015. exercício de atividade compatível com seu cargo.
VI - para tratar de interesse particular;
VII - para o servidor-atleta participar de competição oficial. SEÇÃO IV
§ 1º - O servidor não poderá permanecer em licença por perío- DA LICENÇA PARA PRESTAR O SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓ-
do superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos dos incisos RIO
II, III e IV.
§ 2º - Ao ocupante de cargo de provimento temporário, não Art. 103 - Ao servidor convocado para o serviço militar obri-
titular de cargo de provimento permanente, somente serão conce- gatório será concedida licença, sem remuneração, na forma e nas
didas as licenças previstas nos incisos IV, V e VI do artigo 120. condições previstas na legislação especifica. Parágrafo único - Con-
Art. 99 - A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do cluído o serviço militar obrigatório, o servidor terá até 30 (trinta)
término de outra da mesma espécie será considerada como pror- dias para reassumir o exercício do cargo.
rogação.
Parágrafo único - Na hipótese de licença para tratamento de SEÇÃO V
saúde, findo o prazo de afastamento por atestado médico cujo pe- DA LICENÇA PARA CONCORRER A MANDATO ELETIVO E
ríodo seja inferior a 10 (dez) dias, se, dentro de um período de 60 EXERCÊ-LO
(sessenta) dias, o servidor voltar a se afastar e a soma dos atesta-
dos ultrapassar 10 (dez) dias, ainda que não relacionados à mesma Art. 104 - O servidor se licenciará para concorrer a mandato
Classificação Internacional de Doenças - CID, terá direito ao bene- eletivo na forma da legislação eleitoral.
fício previdenciário a partir do décimo primeiro dia de afastamen- Art. 105 - Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do car-
to, mesmo que descontínuo, devendo ser submetido a perícia pela go a partir da posse.
Junta Médica Oficial do Estado”. Art. 106 - Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se
Parágrafo único acrescido pela Lei 13.725 , de 12 de junho de as seguintes disposições:
2017. I - tratando-se de mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
SEÇÃO II II - tratando-se de mandato de vereador:
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍ- a) havendo compatibilidade de horários, perceberá a remune-
LIA ração de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horários, será afastado do
Art. 100 - Poderá ser concedida licença ao servidor, por motivo cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, do padrasto ou § 1º - No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
madrasta, dos filhos, dos enteados, de menor sob guarda ou tutela, para a seguridade social como se em exercício estivesse.
dos avós e dos irmãos menores ou incapazes, mediante prévia com- § 2º - O servidor investido em mandato eletivo não poderá ser
provação por médico ou junta médica oficial. relotado ou removido de ofício para localidade diversa daquela
§ 1º - A licença somente será deferida se a assistência direta onde exerce o mandato.
do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultanea-
mente com o exercício do cargo, o que deverá ser apurado através SEÇÃO VI
de acompanhamento social. DA LICENÇA PRÊMIO POR ASSIDUIDADE
§ 2º - É vedado o exercício de atividade remunerada durante o
período da licença. Art. 107 - O servidor terá direito à licença-prêmio de 3 (três)
Art. 101 - A licença de que trata o artigo anterior será conce- meses em cada período de 5 (cinco) anos de exercício efetivo e inin-
dida: terrupto, sem prejuízo da remuneração.
I - com remuneração integral, até 3 (três) meses; Parágrafo único - Para efeito de licença-prêmio, considera-se
II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, quando exceder a 3 de efetivo exercício o tempo de serviço prestado pelo servidor na
(três) e não ultrapassar 06 (seis) meses; Administração Pública direta e indireta, da União, Estados, Municí-
III - com 1/3 (um terço) da remuneração, quando exceder a 6 pios e Distrito Federal, independentemente do regime de trabalho.
(seis) e não ultrapassar 12 (doze) meses. Art. 108 - Art. 108 revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.471 , de
30 de dezembro de 2015.
SEÇÃO III Art. 109 - Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.471 , de 30 de
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE dezembro de 2015.
Art. 110 - Revogado pelo art. 15 da Lei nº 13.471 , de 30 de
Art. 102 - Poderá ser concedida licença ao servidor para acom- dezembro de 2015.s.
panhar cônjuge ou companheiro, servidor público estadual, que for
deslocado para outro ponto do Estado ou do país, para o exterior
ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e
Legislativo.
§ 1º - A licença prevista no caput deste artigo será sem remu-
neração.
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SEÇÃO VII CAPÍTULO VI


DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSE PARTICULAR DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 111 - A critério da administração, poderá ser concedida ao Art. 116 - É contado para todos os efeitos o tempo de serviço
servidor licença para tratar de interesse particular, pelo prazo de 3 público estadual.
(três) anos consecutivos, sem remuneração, prorrogável uma única Art. 117 - A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
vez, por igual período. que serão convertidos em anos, considerando-se estes como de
§ 1º - O servidor deverá aguardar em serviço a concessão da 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
licença. Art. 118 - Além das ausências ao serviço previstas no artigo
§ 2º - A licença poderá ser interrompida a qualquer tempo, a 113, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos
pedido do servidor ou por motivo de interesse público, mediante em virtude de:
ato fundamentado. I - férias;
§ 3º - Não será concedida nova licença antes de decorridos 2 II - exercício de cargo de provimento temporário ou equivalen-
(dois) anos do término da anterior, salvo para completar o período te, em órgão ou entidade do próprio Estado, da União, dos Estados,
de que trata este artigo. dos Municípios e do Distrito Federal;
§ 4º - Não será concedida licença a servidor nomeado, remo- III - participação em programa de treinamento regularmente
vido ou relotado, antes de completar 2 (dois) anos do correspon- instituído;
dente exercício. IV - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, muni-
cipal ou distrital;
SEÇÃO VIII V - prestação do serviço militar obrigatório;
DA LICENÇA PARA O SERVIDOR-ATLETA PARTICIPAR DE COM- VI - participação em júri e em outros serviços obrigatórios por
PETIÇÃO OFICIAL lei;
VII - missão ou estudos em outros pontos do território nacional
Art. 112 - Será concedida licença ao servidor-atleta seleciona- ou no exterior, quando o afastamento houver sido autorizado pela
do para representar o Estado ou o País, durante o período da com- autoridade competente;
petição oficial, sem prejuízo de remuneração. VIII - abono de falta, a critério do chefe imediato do servidor,
no máximo de 3 (três) dias por mês, desde que não seja ultrapassa-
CAPÍTULO V do o limite de 12 (doze) por ano;
DAS CONCESSÕES IX - prisão do servidor, quando absolvido por decisão judicial
passada em julgado;
Art. 113 - Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar- X - afastamento preventivo do servidor, quando do processo
-se do serviço: não resultar punição, ou esta se limitar à penalidade de advertên-
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; cia;
II - por 2 (dois) dias, para alistamento eleitoral; XI - licença:
III - por 8 (oito) dias consecutivos, por motivo de: a) à gestante, à adotante e licença-paternidade;
a) casamento; b) para tratamento da própria saúde;
b) falecimento de cônjuge, companheiro, pais, padrasto ou c) por motivo de acidente em serviço ou por doença profissio-
madrasta, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos, nal;
desde que comprovados com atestado de óbito. d) prêmio por assiduidade;
IV - até 15 (quinze) dias, por período de trânsito, compreendi- e) para o servidor-atleta.
do como o tempo gasto pelo servidor que mudar de sede, contados XII - disponibilidade para o exercício de mandato eletivo em
da data do desligamento. diretoria de entidade sindical, nos termos do artigo 40, exceto para
Art. 114 - Poderá ser concedido horário especial ao servidor efeito de promoção por merecimento.
estudante, quando comprovada a incompatibilidade do horário es- Art. 119 - Contar-se-á para efeito de aposentadoria e disponi-
colar com o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo. bilidade:
Parágrafo único - Para efeito do disposto neste artigo, será exi- I - o tempo de serviço público prestado à União, aos Estados,
gida a compensação de horários na repartição, respeitada a dura- aos Municípios e ao Distrito Federal;
ção semanal do trabalho. II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do
Art. 115 - Ao servidor-estudante que mudar de sede em virtu- servidor, até 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias;
de de interesse da administração, é assegurado, na localidade da III - a licença para concorrer a mandato eletivo;
nova residência ou mais próxima, matrícula em instituição oficial IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele-
estadual de ensino, em qualquer época, independentemente de tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no
vaga, na forma e condições estabelecidas em legislação específica. serviço público estadual;
Parágrafo único - O disposto neste artigo estende-se ao cônju- V - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
ge ou companheiro, aos filhos e enteados do servidor que vivam na VI - até 10 (dez) anos do tempo de serviço em atividade pri-
sua companhia, assim como aos menores sob sua guarda ou tutela, vada, vinculada à Previdência Social, desde que um de cênio, pelo
com autorização judicial. menos no serviço público estadual, ressalvada a legislação federal
regulamentadora da matéria.

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§ 1º - Computar-se-ão ainda, em dobro, para efeito de aposen- Parágrafo único - A concessão da aposentadoria dependerá da
tadoria, como de efetivo exercício, os períodos de licença-prêmio verificação da condição de incapacidade, mediante exame médico-
não gozados. -pericial a cargo de junta médica oficial do Estado e produzirá efei-
§ 2º - O tempo de serviço a que se refere o inciso I deste artigo tos a partir da data da publicação do ato concessório.
não poderá ser contado com quaisquer acréscimos ou em dobro, Art. 124 - Em caso de doença grave que necessite de afasta-
salvo se houver dispositivo correspondente na legislação estadual. mento compulsório, a aposentadoria por invalidez permanente
§ 3º - O tempo em que o servidor esteve aposentado ou em independerá de licença para tratamento de saúde, desde que o re-
disponibilidade, na hipótese de reversão prevista no artigo 34 e na querimento seja embasado em laudo conclusivo da medicina espe-
hipótese de verificação de erro da Administração, que torne insub- cializada, ratificado pela junta médica oficial do Estado.
sistente o ato de aposentadoria, bem como no caso de aproveita- Parágrafo único - Consideram-se doenças graves que requerem
mento previsto no artigo 38, será contado para o efeito de nova afastamento compulsório, tuberculose ativa, hanseníase, alienação
aposentadoria e para o de disponibilidade, respectivamente. mental, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no servi-
§ 4º - O tempo de serviço, a que se refere o inciso II do artigo ço público, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
118 e os incisos I e IV deste artigo, será computado à vista de co- doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
municação de freqüência ou de certidão expedida pela autoridade grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante),
competente. síndrome da deficiência imunológica adquirida (AIDS), esclerose
§ 5º - É vedada a contagem cumulativa ou recíproca de tem- múltipla, contaminação por radiação e outras que a lei indicar, com
po de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo, base na medicina especializada.
função ou emprego em órgão ou entidade dos Poderes da União, Art. 125 - A aposentadoria por invalidez permanente terá pro-
dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal, das autarquias, ventos integrais, quando decorrer de acidente em serviço, moléstia
das fundações públicas, das sociedades de economia mista e das profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, avaliadas por
empresas públicas. junta médica oficial do Estado, e, proporcionais, nos demais casos.

CAPÍTULO VII SUBSEÇÃO II


DOS BENEFÍCIOS DA APOSENTADORIA COMPULSÓRIA

Art. 120 - São benefícios do servidor, além dos previstos na le- Art. 126 - O servidor será aposentado compulsoriamente ao
gislação de previdência e assistência estadual: completar 70 (setenta) anos de idade, com proventos proporcio-
I - aposentadoria; nais ao tempo de serviço.
II - auxílio-natalidade; Parágrafo único - O servidor se afastará, imediata e obrigato-
III - salário-família; riamente, no dia subsequente ao que completar 70 (setenta) anos
IV - licença para tratamento de saúde; de idade.
V - licença à gestante, à adotante e paternidade;
VI - licença por acidente em serviço. SUBSEÇÃO III
DA APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA
SEÇÃO I
DA APOSENTADORIA Art. 127 - O servidor poderá ser aposentado voluntariamente:
I - aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
Art. 121 - O servidor público será aposentado: (trinta), se mulher, com proventos integrais;
I - por invalidez permanente com proventos integrais, quando II - aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma-
motivada por acidente em serviço, moléstia profissional ou doença gistério, se professor e aos 25 (vinte e cinco), se professora, com
grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e, com proven- proventos integrais;
tos proporcionais, nos demais casos; III - aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven- cinco), se mulher, com proventos proporcionais a este tempo;
tos proporcionais ao tempo de serviço; IV - aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos
III - voluntariamente. 60 (sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo
de serviço.
SUBSEÇÃO I Parágrafo único - O tempo de serviço em atividade comum,
DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PERMANENTE exercido alternadamente com atividade enquadrada no inciso II
deste artigo, será somado, após a respectiva conversão, segundo
Art. 122 - Será aposentado por invalidez permanente o servi- critérios de equivalência estabelecidos em regulamento, para efei-
dor que, estando em gozo de licença para tratamento de saúde ou to de aposentadoria.
por acidente em serviço, for considerado definitivamente incapaci-
tado para o serviço público, por motivo de deficiência física, mental
ou fisiológica.
Art. 123 - A aposentadoria por invalidez permanente será pre-
cedida de licença para tratamento de saúde ou por acidente em
serviço, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.

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SUBSEÇÃO IV ao mês civil em que for protocolado o pedido de aposentadoria ou


DA APOSENTADORIA EM CARGO àquele em que for adquirido o direito à aposentação, salvo disposi-
DE PROVIMENTO TEMPORÁRIO ção prevista em legislação específica.
§ 2º - Na aposentadoria por invalidez permanente, as gratifica-
Art. 128 - A aposentadoria garantida pelos §§ parágrafos 4º e ções e vantagens incorporam-se aos proventos, independentemen-
6º do artigo 42 da Constituição do Estado ao servidor da adminis- te do tempo de percepção.
tração direta, autárquica e fundacional, que tiver exercido exclusi- § 3º - Os proventos da aposentadoria serão calculados com
vamente cargo de provimento temporário, no qual esteja investido, observância do disposto no artigo 53 e revistos nas mesmas pro-
será concedida: porções e data em que se modificar a remuneração dos servidores
I - aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço público estadual, se ativos, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios
homem, e aos 30 (trinta), se mulher, com proventos integrais; ou vantagens concedidos posteriormente aos servidores em ativi-
II - aos 30 (trinta) anos de serviço público estadual, se homem, dade; inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassifi-
e aos 25 (vinte e cinco), se mulher, com proventos proporcionais a cação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
esse tempo. § 4º - Para efeito do disposto no § 1º deste artigo, somam-se
Parágrafo único - (Revogado). indistintamente os períodos de percepção:
Art. 129 - Os proventos da aposentadoria em cargo de pro- I - do adicional de função e das gratificações pelo regime de
vimento temporário serão fixados com base no valor do símbolo tempo integral e dedicação exclusiva e por condições especiais de
correspondente ao cargo exercido pelo servidor, continuamente, trabalho;
nos 2 (dois) últimos anos imediatamente anteriores à data do ato II - dos adicionais de periculosidade e insalubridade e da gra-
concessório da aposentadoria. tificação por condições especiais de trabalho, esta última quando
Parágrafo único - Na hipótese de o servidor ter exercido mais concedida com o objetivo de compensar o exercício funcional nas
de um cargo de provimento temporário de símbolos diferentes, nos condições referidas.
2 (dois) últimos anos imediatamente anteriores à data do ato con- Art. 133 - Os proventos da aposentadoria não poderão ser in-
cessório da aposentadoria, os proventos respectivos serão fixados feriores a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade, respeitado
de acordo com a média do valor dos símbolos dos últimos 4 (quatro) o menor vencimento do Estado.
anos, considerados os valores respectivos na data da aposentação. Art. 134 - (Revogado).
Art. 135 - As vantagens da aposentadoria por mais de 30 (trin-
SUBSEÇÃO V ta) anos de serviço, se mulher, ou 35 (trinta e cinco), se homem,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE APOSENTADORIA prestados exclusivamente no serviço público estadual, abrangerão
as do cargo de provimento temporário, se o servidor, na data do
Art. 130 - A aposentadoria voluntária com proventos integrais ato concessório da aposentadoria, neste estiver investido e contar
ou proporcionais, produzirá efeitos a partir da data de publicação com mais de 15 (quinze) anos de exercício.
do ato concessório, ressalvada a hipótese do parágrafo único, caso
em que seus efeitos retroagem à data do afastamento. SEÇÃO II
Parágrafo único - O servidor, após comprovado o tempo de DO AUXÍLIO-NATALIDADE
serviço, poderá se afastar das suas funções, na hipótese de aposen-
tadoria com proventos integrais, se assim o requerer, computando- Art. 136 - O auxílio-natalidade é devido ao servidor por motivo
-se o tempo de serviço respectivo, para todos os efeitos, até a data de nascimento de filho, inclusive no caso de natimorto, no valor
do afastamento. equivalente ao do menor nível da escala de vencimentos do servi-
Art. 131 - É vedada a percepção cumulativa de aposentadorias dor público estadual.
concedidas pelo poder público ou por qualquer instituição oficial § 1º - Na hipótese de parto múltiplo, o valor será pago por nas-
de previdência. cituro.
§ 1º - Verificada a inobservância do disposto neste artigo, o § 2º - O benefício referido neste artigo é inacumulável quando
pagamento da aposentadoria será suspenso, ficando o interessa- os pais forem servidores públicos do Estado.
do obrigado a devolver as importâncias indevidamente recebidas,
atualizadas, a partir da percepção cumulativa, sem prejuízos de ou- SEÇÃO III
tras sanções previstas em lei. DO SALÁRIO-FAMÍLIA
§ 2º - O disposto neste artigo não se aplica à percepção de
aposentadorias decorrentes da acumulação de cargos públicos, Art. 137 - O salário-família será pago aos servidores ativos e
nos termos da Constituição Federal, ou originárias de contribuição inativos que tiverem os seguintes dependentes:
à instituição oficial, como autônomo, ou de relação empregatícia I - filho menor de 18 (dezoito) anos;
com entidade não oficial, que não tenham sido computadas. II - filho inválido ou excepcional de qualquer idade, desde que
Art. 132 - Os proventos da aposentadoria em cargo de provi- devidamente comprovada sua incapacidade mediante inspeção
mento permanente serão fixados com base no respectivo venci- médica pelo órgão competente do Estado;
mento, não podendo exceder o limite estabelecido no artigo 54. III - filho estudante, desde que não exerça atividade remunera-
§ 1º - Incluem-se, na fixação dos proventos integrais ou pro- da, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos;
porcionais, as gratificações e vantagens percebidas por 5 (cinco) IV - cônjuge inválido, que seja comprovadamente incapaz, me-
anos consecutivos ou 10 (dez) interpolados, calculados pela média diante inspeção médica feita pelo órgão competente do Estado, e
percentual dos últimos 12 (doze) meses imediatamente anteriores que não perceba remuneração.

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Parágrafo único - Estende-se o benefício deste artigo aos ente- não superior a 60 (sessenta) dias, salvo se a interrupção decorrer
ados ou tutelados e aos menores que, mediante autorização judi- apenas das licenças à gestante, à adotante e da licença-paterni-
cial, estejam submetidos à guarda do servidor. dade.
Art. 138 - O salário-família corresponderá a 7% (sete por cen- Art. 148 - Decorrido o prazo estabelecido no artigo anterior, o
to) do menor nível da escala de vencimentos do servidor público servidor será submetido a nova inspeção médica e, se for conside-
estadual. rado física ou mentalmente inapto para das funções do seu cargo,
Parágrafo único - Quando se tratar de dependente inválido ou será readaptado ou aposentado conforme o caso.
excepcional, o saláriofamília será pago em dobro. Art. 149 - Contar-se-á como de prorrogação o período compre-
Art. 139 - Quando pai e mãe forem servidores estaduais e vive- endido entre o dia do término da licença e o do conhecimento, pelo
rem em comum, o salário-família será pago a um deles e, quando interessado, do resultado de nova inspeção a que for submetido,
separados, será pago àquele que tiver a guarda do dependente. se julgado apto para reassumir o exercício de suas funções ou ser
Art. 140 - Não será percebido o salário-família nos casos em readaptado.
que o servidor deixar de receber o respectivo vencimento ou os Art. 150 - O servidor será licenciado compulsoriamente, quan-
proventos. do se verificar que é portador de uma das moléstias enumeradas no
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica aos ca- artigo 124 e que seu estado se tornou incompatível com o exercício
sos de suspensão, nem de licença por motivo de doença em pessoa das funções do cargo.
da família. Parágrafo único - Verificada a cura clínica, o servidor voltará à
Art. 141 - O salário-família relativo a cada dependente será de- atividade, ainda quando, a juízo de médico oficial, deva continuar o
vido a partir do mês em que se comprovar o ato ou fato que lhe der tratamento, desde que as funções sejam compatíveis com as suas
origem e deixará de ser pago no mês seguinte ao ato ou fato que condições orgânicas.
tiver determinado sua supressão. Art. 151 - Para efeito da concessão de licença de ofício, o servi-
Art. 142 - O salário-família não poderá sofrer qualquer descon- dor é obrigado a submeter-se à inspeção médica determinada pela
to nem ser objeto de transação, consignação em folha de pagamen- autoridade competente para licenciar.
to, arresto ou penhora, não está sujeito a qualquer tributo, nem Parágrafo único - No caso de recusa injustificada, sujeitar-se-á
servirá de base para qualquer contribuição. à pena prevista em lei, considerando-se de ausência ao serviço os
Art. 143 - Será suspenso o pagamento do salário-família ao ser- dias que excederem a essa penalidade, para fins de processo por
vidor que, comprovadamente, descurar da subsistência e da educa- abandono de cargo.
ção dos dependentes. Art. 152 - O servidor poderá desistir da licença desde que, me-
§ 1º - O pagamento voltará a ser feito ao servidor se desapare- diante inspeção médica a seu pedido, seja julgado apto para o exer-
cerem os motivos determinantes da suspensão. cício.
§ 2º - Mediante autorização judicial, a pessoa que estiver man- Art. 153 - A licença para tratamento de saúde será concedida
tendo filho de servidor poderá receber o salário família devido, en- sem prejuízo da remuneração, sendo vedado ao servidor o exercí-
quanto durar tal situação. cio de qualquer atividade remunerada, sob pena de cassação da
Art. 144 - Em caso de acumulação de cargos, o salário família licença, sem prejuízo da apuração da sua responsabilidade funcio-
será pago em razão de um deles. nal.

SEÇÃO IV SECÃO V
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E DA LICENÇA-PA-
TERNIDADE
Art. 145 - Será concedida ao servidor licença para tratamento
de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem Art. 154 - À servidora gestante será concedida, mediante ates-
prejuízo da remuneração a que fizer jus. tado médico, licença por 180 (cento e oitenta) dias consecutivos.
Parágrafo único - Findo o prazo estipulado no laudo médico, o Redação de acordo com a Lei nº 12.214 , de 26 de maio de
servidor deverá reassumir imediatamente o exercício, salvo prorro- 2011.
gação pleiteada antes da conclusão da licença. § 1º - A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês
Art. 146 -Para licença até 10 (dez) dias, a inspeção poderá ser de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
feita por médico do Sistema Unificado de Saúde, do setor de assis- § 2º - No caso de nascimento prematuro, a licença terá início
tência médica estadual e de outros estabelecimentos da preferên- na data do parto.
cia do servidor, a partir do décimo primeiro dia, através de perícia a § 3º - No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do
ser realizada pela Junta Médica Oficial do Estado evento, a servidora será submetida a exame medico e, se julgada
Redação de acordo com o art. 2º da Lei 13.725 , de 12 de junho apta, reassumirá o exercício.
de 2017. § 4º - No caso de aborto não criminoso, atestado por médico
§ 1º - Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso.
na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde Art. 155 - Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá
ele se encontrar internado. direito à licençapaternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
§ 2º - Inexistindo médico oficial no local onde se encontrar o Art. 156 - Para amamentar o próprio filho, até a idade de 6
servidor, será aceito atestado fornecido por médico particular. (seis) meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de
Art. 147 - O servidor não poderá permanecer de licença para trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em 2
tratamento de saúde por mais de 24 (vinte e quatro) meses conse- (dois) períodos de meia hora.
cutivos ou interpolados se, entre as licenças, medear um espaço
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Art. 157 - À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de Parágrafo único - O requerimento e o pedido de reconsidera-
criança de até 01 (um) ano de idade, serão concedidos 180 (cento ção deverão ser decididos no prazo de 30 (trinta) dias.
e oitenta) dias de licença, para ajustamento do menor, a contar da Art. 166 - Caberá recurso se o pedido de reconsideração for
data em que este chegar ao novo lar. indeferido ou não decidido.
Redação de acordo com a Lei nº 12.214 , de 26 de maio de Parágrafo único - O recurso será dirigido à autoridade imedia-
2011. tamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão
Parágrafo único - No caso de adoção ou guarda judicial de e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades,
criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este considerado o chefe do Poder ou o dirigente máximo da entidade,
artigo será de 30 (trinta) dias. a instância final.
Art. 158 - As licenças de que tratam esta Seção serão concedi- Art. 167 - O prazo para a interposição do pedido de reconside-
das sem prejuízo da remuneração. ração ou do recurso é de 30 (trinta dias), a contar da publicação ou
da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
SEÇÃO VI Art. 168 - O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo,
DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO a juízo da autoridade competente, em despacho fundamentado.
Parágrafo único - Em caso de provimento do pedido de recon-
Art. 159 - Será licenciado, com remuneração integral, o servi- sideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do
dor acidentado em serviço. ato impugnado.
Art. 160 - Configura acidente em serviço o dano físico ou men- Art. 169 - O direito de requerer prescreve em 5 (cinco) anos,
tal sofrido pelo servidor e que se relacione, mediata ou imediata- quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou
mente, com as atribuições do cargo exercido. de disponibilidade ou que afetem interesse patrimonial e créditos
Art. 161 - Equipara-se a acidente em serviço, para efeitos desta lei: resultantes da relação funcional.
I - o fato ligado ao serviço que, embora não tenha sido a causa Parágrafo único - O prazo de prescrição será contado da data
única, haja contribuído diretamente para a morte do servidor, para da publicação do ato impugnado ou da ciência, pelo servidor, quan-
redução ou perda da sua capacidade para o serviço ou produzido do não for publicado.
lesão que exija atenção médica na sua recuperação; Art. 170 - O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca-
II - o dano sofrido pelo servidor no local e no horário do serviço, bíveis, suspendem a prescrição, recomeçando a correr, pelo restan-
em conseqüência de: te, no dia em que cessar a causa da suspensão.
a) ato de agressão ou sabotagem praticado por terceiro ou por Art. 171 - A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
outro servidor; relevada pela administração.
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de Art. 172 - Para o exercício do direito de petição, é assegurada
disputa relacionado com o serviço e que não constitua falta discipli- vista do processo ou documento na repartição do servidor, ressal-
nar do servidor beneficiário; vado o disposto na Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994.
c) ato de imprudência, negligência ou imperícia de terceiro ou Art. 173 - São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
de outro servidor; neste capítulo, salvo quando o servidor provar evento imprevisto,
d) desabamento, inundação, incêndio e casos fortuitos ou de- alheio à sua vontade, que o impediu de exercer o direito de petição.
correntes de força maior. Art. 174 - A administração deverá rever seus atos a qualquer
III - a doença proveniente de contaminação acidental do servi- tempo, quando eivados de ilegalidade.
dor no exercício de sua atividade;
IV - o dano sofrido em viagem a serviço da administração, inde- TÍTULO IV
pendentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo DO REGIME DISCIPLINAR
de propriedade do servidor, desde que autorizado pela sua chefia
imediata. CAPÍTULO I
Parágrafo único - Não é considerada a gravação ou complicação DOS DEVERES
de acidente em serviço a lesão que, resultante de acidente de outra
origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior. Art. 175 - São deveres do servidor:
Art. 162 - O servidor acidentado em serviço que necessite de I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
tratamento especializado, recomendado por junta médica oficial, II - ser leal às instituições a que servir;
poderá ser atendido por instituição privada, á conta de recursos do III - observar as normas legais e regulamentares;
Tesouro, desde que inexistam meios adequados ao atendimento IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-
por instituição pública. mente ilegais;
V - atender com presteza:
CAPÍTULO VIII a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,
DO DIREITO DE PETIÇÃO ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) aos requerimentos de certidão para defesa de direito ou es-
Art. 163 - É assegurado ao servidor o direito de requerer ou clarecimento de situações de interesse pessoal;
representar, pedir, reconsider e recorrer. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública e do Estado.
Art. 164 - O requerimento será dirigido à autoridade competente. VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregula-
Art. 165 - Cabe pedido de reconsideração à autoridade que ridades de que tiver ciência em razão do cargo;
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não poden- VII - zelar pela economia de material e pela conservação do
do ser renovado. patrimônio público;
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VIII - guardar sigilo sobre assuntos de natureza confidencial a CAPÍTULO III


que esteja obrigado em razão do cargo; DA ACUMULAÇÃO
IX - manter conduta compatível com a moralidade administra-
tiva; Art. 177 - É vedada a acumulação, remunerada ou não, de car-
X - ser assíduo e pontual ao serviço, inclusive comparecendo à gos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários:
repartição em horário extraordinário, quando convocado; a) de dois cargos de professor;
XI - tratar com urbanidade as pessoas; b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
XII - representar contra ilegalidade ou abuso de poder. c) de dois cargos de médico.
Parágrafo único - A representação de que trata o inciso XII será § 1º - A proibição de acumular estende-se a cargos, funções e
encaminhada pela via hierárquica e obrigatoriamente apreciada empregos em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegu- sociedades de economia mista da União, dos Estados, dos Municí-
rando-se ao representado o direito de defesa. pios e do Distrito Federal.
§ 2º - A compatibilidade de horários consiste na conciliação
CAPÍTULO II entre horários de trabalhos correspondentes a mais de um víncu-
DAS PROIBIÇÕES lo funcional e definidos ao servidor em razão das necessidades de
serviço, considerados os intervalos indispensáveis à locomoção, às
Art. 176 - Ao servidor é proibido: refeições e ao repouso.
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au- Art. 178 - Entende-se para efeito do artigo anterior:
torização do chefe imediato; I - Cargo de professor - aquele que tem como atribuição prin-
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, cipal e permanente atividades estritamente docentes, compreen-
qualquer documento ou objeto da repartição; dendo a preparação e ministração de aulas, a orientação, supervi-
III - recusar fé a documento público; são e administração escolares em qualquer grau de ensino;
IV - opor resistência injustificada à tramitação de processo ou II - Cargo técnico ou científico - aquele para cujo exercício seja
exceção do serviço; exigida habilitação específica de grau universitário ou profissiona-
V - promover manifestação de apoio ou desapreço, no recinto lizante de 2º grau.
da repartição; § 1º - A denominação atribuída ao cargo é insuficiente para
VI - referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso às auto- caracterizá-lo como técnico ou científico.
ridades públicas ou aos atos do poder público, mediante manifes- § 2º - A simples qualificação pessoal do servidor, desde que
tação escrita ou oral, podendo, porém, criticar ato do poder públi- não diretamente relacionada à natureza do cargo, função ou em-
co, do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço, em prego efetivamente exercido, não será considerada para fins de
trabalho assinado; acumulação.
VII - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos Art. 179 - O servidor em regime de acumulação, quando inves-
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua res- tido em cargo de provimento temporário, ficará afastado de um
ponsabilidade ou da de seu subordinado; dos cargos efetivos, se houver compatibilidade de horários.
VIII - constranger outro servidor no sentido de filiação a asso- Parágrafo único - Havendo incompatibilidade de horários, o
ciação profissional ou sindical, ou a partido político; afastamento ocorrerá em ambos os cargos efetivos, podendo o ser-
IX - manter, sob sua chefia imediata, cônjuge, companheiro ou vidor optar apenas pela percepção da remuneração de um dos car-
parente até segundo grau civil; gos permanentes, mais uma gratificação nos termos do artigo 78.
X - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou- Art. 180 - Os proventos da inatividade não serão considerados
trem, em detrimento da dignidade da função pública; para efeito de acumulação de cargos, funções e empregos públicos.
XI - transacionar com o Estado, quando participar de gerência
ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exer- CAPÍTULO IV
cer comércio; DAS RESPONSABILIDADES
XII - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repar-
tições públicas, salvo quando se tratar de percepção de remune- Art. 181 - O servidor responde civil, penal e administrativamen-
ração, benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até te pelo exercício irregular de suas atribuições.
segundo grau e de cônjuge ou companheiro; Art. 182 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
XIII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de comissivo; doloso ou culposo, que resulte em prejuízo do Erário ou
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; de terceiros.
XIV - aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de § 1º - A indenização de prejuízo causado ao erário somente
Estado estrangeiro, sem licença da autoridade competente; será liquidada na forma prevista no artigo 58, quando inexistirem
XV - praticar usura sobre qualquer de suas formas; outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
XVI - proceder de forma desidiosa; § 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
XVII - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
serviços ou atividades particulares; § 3º - A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucesso-
XVIII - cometer a outro servidor atribuições estranhas às do res e contra eles será executada até o limite do valor da herança
cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; recebida.
XIX - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis Art. 183 - A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-
com as atribuições do cargo ou função e com o horário de trabalho. venções imputados ao servidor, nessa qualidade.

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Art. 184 - A responsabilidade administrativa resulta de ato Parágrafo único - Sendo um dos cargos, emprego ou função
omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou fun- exercido em outro órgão ou entidade, a demissão ser-lhe-á comu-
ção. nicada.
Art. 185 - As responsabilidades civil, penal e administrativa po- Art. 194 - Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
derão cumular-se, sendo independentes entre si. do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a
Art. 186 - A responsabilidade civil ou administrativa do servidor demissão.
será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência Art. 195 - A demissão de cargo de provimento temporário exer-
do fato ou a sua autoria. cido por não ocupante de cargo de provimento permanente poderá
ser aplicada nos casos de infração sujeita, também, a suspensão.
CAPÍTULO V Parágrafo único - Ocorrida a exoneração de que trata o arti-
DAS PENALIDADES go 47, o ato será convertido em demissão de cargo de provimento
temporário nas hipóteses previstas no artigo 192 e no caput deste.
Art. 187 - São penalidades disciplinares: Art. 196 - A demissão de cargo nos casos dos incisos IV, VIII e X
I - advertência; do art. 192 implica indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao
II - suspensão; erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
III - demissão; Art. 197 - A demissão do cargo por infringência das proibições
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. prevista nos incisos X e XII do artigo 176, incompatibiliza o ex-ser-
Art. 188 - Na aplicação das penalidades, serão consideradas a vidor para nova investidura em cargo público estadual, pelo prazo
natureza e a gravidade da infração cometida, os antecedentes fun- mínimo de 5 (cinco) anos.
cionais, os danos que dela provierem para o serviço público e as Parágrafo único - Não poderá retornar ao serviço público es-
circunstâncias agravantes ou atenuantes. tadual o servidor que for demitido do cargo por infringência dos
Art. 189 - A advertência será aplicada, por escrito, nos casos de incisos I, IV, VIII, X e XII do artigo 192, hipóteses em que o ato de
violação de proibição e de inobservância de dever funcional pre- demissão conterá a nota “a bem do serviço público”.
vistos em lei, regulamento ou norma interna, que não justifiquem Art. 198 - Configura abandono de cargo a ausência intencional
imposição de penalidade mais grave. do servidor ao serviço, por mais de 30 (trinta) dias consecutivos.
Art. 190 - A suspensão será aplicada em caso de reincidência Art. 199 - Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser-
em faltas punidas com advertência e de violação das demais proibi- viço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias, interpoladamen-
ções que não tipifiquem infração sujeita a demissão, não podendo te, durante o período de 12 (doze) meses.
exceder de 90 (noventa) dias. Art. 200 - O ato de imposição da penalidade mencionará sem-
Parágrafo único - Será punido com suspensão de até 15 (quin- pre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
ze) dias o servidor que, injustificadamente, se recusar a ser subme- Art. 201 - Deverão constar dos assentamentos individuais do
tido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, servidor as penas que lhe forem impostas.
cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determina- Art. 202 - As penalidades serão aplicadas, salvo o disposto em
ção. legislação especial:
Art. 191 - As penalidades de advertência e de suspensão terão I - pelo Governador do Estado, pelos Presidentes dos Órgãos
seus registros cancelados, após o decurso de 2 (dois) e 4 (quatro) do Poder Legislativo e dos Tribunais Estaduais, pelo Procurador Ge-
anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou- ral da Justiça e pelo dirigente superior de autarquia ou fundação,
ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou dis-
Parágrafo único - O cancelamento da penalidade não produzirá ponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão ou
efeitos retroativos. entidade;
Art. 192 - A demissão será aplicada nos seguintes casos: II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata-
I - crime contra a administração pública; mente inferior àquelas mencionadas no inciso I, quando se tratar
II - abandono de cargo; de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
III - inassiduidade habitual; III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
IV - improbidade administrativa; respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência
V - incontinência pública e conduta escandalosa; ou suspensão de até 30 (trinta) dias;
VI - insubordinação grave no serviço; IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo tratar de destituição de cargo de provimento temporário.
em legítima defesa própria ou de outrem; Art. 203 - A ação disciplinar prescreverá:
VIII - aplicação irregular de dinheiro público; I - em 5 (cinco) anos, quanto às inflações puníveis com demis-
IX - revelação de segredo apropriado em razão do cargo; são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
X - lesão ao Erário e dilapidação do patrimônio público; II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
XI - acumulação ilegal de cargos, funções ou empregos públi- III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
cos; § 1º - O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
XII - transgressão das proibições previstas nos incisos X a XVII fato se tornou conhecido.
do artigo 176. § 2º - Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se
Art. 193 - Apurada em processo disciplinar a acumulação proi- às infrações disciplinares capituladas também como crime.
bida e provada a boa-fé, o servidor optará por um dos cargos, e ha- § 3º - A abertura de sindicância ou a instauração do processo
vendo má-fé, perderá também o cargo que exercia há mais tempo, disciplinar interrompe a prescrição até a decisão final proferida por
com restituição do que tiver percebido indevidamente. autoridade competente.
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TÍTULO V § 1º - A comissão terá um secretário designado pelo seu pre-


DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. sidente.
§ 2º - Não poderá participar de comissão processante cônjuge,
CAPÍTULO I companheiro, parente consangüíneo ou afim, em linha reta ou co-
DISPOSIÇÕES GERAIS lateral, até o terceiro grau, do acusado e do denunciante.
Art. 211 - A comissão processante exercerá suas atividades
Art. 204 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessá-
serviço público é obrigada a promover a sua imediata apuração, rio à elucidação do fato ou exigido pelo interesse público.
mediante sindicância ou processo disciplinar. Art. 212 - O servidor poderá fazer parte, simultaneamente, de
Art. 205 - A sindicância, de rito sumário, será instaurada para mais de uma comissão, podendo esta ser incumbida de mais de um
apurar a existência de fatos irregulares e determinar os responsáveis. processo disciplinar.
§ 1º - A comissão sindicante será composta de 3 (três) mem- Art. 213 - Os membros da comissão e o servidor designado para
bros, que poderão ser dispensados de suas atribuições normais, até secretariá-la não poderão atuar no processo, como testemunha.
a apresentação do relatório final. Art. 214 - A comissão somente poderá deliberar com a presen-
§ 2º - Não poderá participar da comissão sindicante servidor ça de todos os seus membros.
que não seja estável, como também cônjuge, companheiro, paren- Parágrafo único - Na ausência, sem motivo justificado, por mais
te consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro de duas sessões, de qualquer dos membros da comissão ou de seu
grau, do sindicado e do denunciante, se houver. secretário, será procedida, de imediato, a substituição do faltoso,
§ 3º - A comissão sindicante terá o prazo de 30 (trinta) dias úteis sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade por descumpri-
para concluir o encargo, podendo ser prorrogado por até igual período. mento do dever funcional.
Art. 206 - Da sindicância poderá resultar o seguinte: Art. 215 - O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
I - arquivamento do processo, quando não for apurada irregularidade; fases:
II - instauração de processo disciplinar. I - instauração, com publicação da portaria;
§ 1º - Concluindo a comissão sindicante pela existência de fato II - citação, defesa inicial, instrução, defesa final e relatório;
sujeito à pena de advertência e suspensão de até 30 (trinta) dias, III - julgamento.
determinará a citação do sindicado para apresentar defesa, arrolar Parágrafo único - A portaria designará a comissão processante,
até 3 (três) testemunhas e requerer produção de outras provas, no descreverá sumariamente os fatos imputados ao servidor e indica-
prazo de 5 (cinco) dias. rá o dispositivo legal violado.
§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, a comissão sindicante Art. 216 - O processo administrativo disciplinar deverá ser ini-
concluirá os trabalhos no prazo de 15 (quinze) dias, que poderá ser ciado no prazo de 5 (cinco) dias, contados da data de sua instau-
prorrogado por mais 10 (dez). ração e concluído em prazo não excedente a 60 (sessenta) dias,
§ 3º - Da punição cabe pedido de reconsideração ou recurso, admitida a prorrogação por igual prazo, em face de circunstâncias
na forma desta lei. excepcionais.
Art. 207 - Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar Parágrafo único - Os membros da comissão deverão dedicar o
a imposição de penalidade de suspensão por mais de trinta dias, tempo necessário aos seus trabalhos, podendo ficar dispensados
demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, será do serviço de sua repartição, durante a realização do processo.
obrigatória a instauração de processo disciplinar.
SEÇÃO I
CAPÍTULO II DOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 217 - O presidente da comissão, após nomear o secretário,
Art. 208 - A autoridade instauradora do processo disciplinar, determinará a autuação da portaria e das demais peças existentes
de ofício ou mediante solicitação do presidente da comissão pro- e instalará os trabalhos, designando dia, hora e local para as reuni-
cessante, poderá ordenar o afastamento do servidor acusado, pelo ões e ordenará a citação do acusado para apresentar defesa inicial
prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo de remuneração, a fim a indicar provas, inclusive rol de testemunhas até o máximo de 5
de que o mesmo não venha a influir na apuração dos fatos. (cinco).
Parágrafo único - O afastamento poderá ser prorrogado por Art. 218 - Os termos serão lavrados pelo secretário da comis-
igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não são e terão forma processual e resumida.
concluído o processo. § 1º - A juntada de qualquer documento aos autos será feita
por ordem cronológica de apresentação, devendo o presidente ru-
CAPÍTULO III bricar todas as folhas.
DO PROCESSO DISCIPLINAR § 2º - Constará dos autos do processo a folha de antecedentes
funcionais do acusado.
Art. 209 - O processo disciplinar destina-se a apurar respon- § 3º - As reuniões da comissão serão registradas em atas cir-
sabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas cunstanciadas.
funções ou relacionada com as atribuições do seu cargo. § 4º - Todos os atos, documentos e termos do processo serão
Art. 210 - O processo disciplinar será conduzido por uma comis- extraídos em duas vias ou produzidos em cópias autenticadas, for-
são composta de 3 (três) servidores estáveis, de hierarquia igual, mando autos suplementares.
equivalente ou superior à do acusado, designados pela autoridade Art. 219 - A citação do acusado será feita pessoalmente ou por
competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente. edital.
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§ 1º - A citação pessoal será feita, preferencialmente, pelo se- § 2º - Antes de depor, a testemunha será qualificada, não sen-
cretário da comissão, apresentando ao destinatário o instrumento do compromissada em caso de amizade íntima ou inimizade capital
correspondente em duas vias, o qual conterá a descrição resumida ou parentesco com o acusado ou denunciante, em linha reta ou
da imputação, o local de reuniões da comissão, com a assinatura do colateral até o terceiro grau.
presidente, e o prazo para a defesa. Art. 227 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do
§ 2º - O compadecimento voluntário do acusado perante a co- acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja
missão supre a citação. submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe, pelo
§ 3º - Quando o acusado se encontrar em lugar incerto ou não menos, um médico psiquiatra.
sabido ou quando houver fundada suspeita de ocultação para frus- Parágrafo único - O incidente de insanidade mental será pro-
trar a diligência, a citação será feita por edital. cessado em autos apartados e apensos ao processo principal, fican-
§ 4º - O edital será publicado, por uma vez, no Diário Oficial e do este sobrestado até a apresentação do laudo, sem prejuízo da
em jornal de grande circulação da localidade do último domicílio realização de diligências imprescindíveis.
conhecido, onde houver. Art. 228 - O acusado que mudar de residência fica obrigado a
§ 5º - Recusando-se o acusado a receber a citação, deverá o comunicar à comissão o local onde será encontrado.
fato ser certificado à vista de 2 (duas) testemunhas. Art. 229 - Compete à comissão tomar conhecimento de novas
imputações que surgirem, durante o curso do processo, contra o
SEÇÃO II acusado, caso em que este poderá produzir novas provas objeti-
DA INSTRUÇÃO vando sua defesa.
Art. 230 - Ultimada a instrução, intimar-se-á o acusado, através
Art. 220 - A instrução será contraditória, assegurando-se ao de seu defensor, para apresentar defesa final no prazo de 10 (dez)
acusado ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. dias, assegurando-se-lhe vista do processo.
Art. 221 - Os autos da sindicância integrarão o processo disci- Parágrafo único - Havendo dois ou mais acusados, o prazo será
plinar como peça informativa. comum de 20 (vinte) dias, correndo na repartição.
Art. 222 - A comissão promoverá o interrogatório do acusado, Art. 231 - Considerar-se-á revel o acusado que, regularmente
a tomada de depoimentos, acareações e a produção de outras pro- citado, não apresentar defesa no prazo legal.
vas, inclusive a pericial, se necessária. Art. 232 - Apresentada a defesa final, a comissão elaborará re-
§ 1º - No caso de mais de um acusado, cada um será ouvido latório minucioso, no qual resumirá as peças principais dos autos e
separadamente, podendo ser promovida acareação, sempre que mencionará as provas em que se basear para formar a sua convic-
divergirem em suas declarações. ção e será conclusivo quanto à inocência ou responsabilidade do
§ 2º - A designação dos peritos recairá em servidores com ca- servidor, indicando o dispositivo legal transgredido, bem como as
pacidade técnica especializada, e, na falta deles, em pessoas estra- circunstâncias mencionadas no artigo 188.
nhas ao serviço público estadual, assegurada ao acusado a faculda- § 1º - A comissão apreciará separadamente, as irregularidades
de de formular quesitos. que forem imputadas a cada acusado.
§ 3º - O presidente da comissão poderá indeferir pedidos con- § 2º - A comissão deverá sugerir providências para evitar re-
siderados impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum produção de fatos semelhantes aos que originaram o processo e
interesse para o esclarecimento dos fatos. quaisquer outras que lhe pareçam de interesse público.
Art. 223 - A defesa do acusado será promovida por advogado Art. 233 - O processo disciplinar, com o relatório da comissão
por ele constituído ou por defensor público ou dativo. e após o pronunciamento da Procuradoria Geral do Estado ou do
§ 1º - Caso o defensor do acusado, regularmente intimado, não órgão jurídico competente, será remetido à autoridade que deter-
compareça sem motivo justificado, o presidente da comissão desig- minou a instrução, para julgamento.
nará defensor, ainda que somente para o ato. Art. 234 - É causa de nulidade do processo disciplinar:
§ 2º - A designação de defensor público e a nomeação de de- I - incompetência da autoridade que o instaurou;
fensor dativo far-se-á decorrido o prazo para a defesa, se for o caso. II - suspeição e impedimento dos membros da comissão;
§ 3º - Nenhum ato da instrução poderá ser praticado sem a III - a falta dos seguintes termos ou atos:
prévia intimação do acusado e de seu defensor. a) citação, intimação ou notificação, na forma desta lei;
Art. 224 - Em qualquer fase do processo poderá ser juntado b) prazos para a defesa;
documento aos autos, antes do relatório. c) recusa injustificada de promover a realização de perícias ou
Art. 225 - As testemunhas serão intimadas através de ato ex- quaisquer outras diligências imprescindíveis a apuração da verda-
pedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o de;
ciente deles, ser anexada aos autos. IV - inobservância de formalidade essencial a termos ou atos
§ 1º - Se a testemunha for servidor, a intimação poderá ser processuais.
feita mediante requisição ao chefe da repartição onde serve, com Parágrafo único - Nenhuma nulidade será declarada se não re-
indicação do dia e hora marcados para a audiência. sultar prejuízo para a defesa, por irregularidade que não compro-
§ 2º - Se as testemunhas arroladas pela defesa não forem en- meta a apuração da verdade e em favor de quem lhe tenha dado
contradas e o acusado, intimado para tanto, não fizer a substituição causa.
dentro do prazo de 3 (três) dias úteis, prosseguirse-á nos demais
termos do processo.
Art. 226 - O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
§ 1º - As testemunhas serão inquiridas separadamente.
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SEÇÃO III Art. 246 - Os autos da revisão serão apensados aos do processo
DO JULGAMENTO originário.
Parágrafo único - Na petição inicial, o requerente pedirá dia e
Art. 235 - No prazo de 60 (sessenta) dias, contados do recebi- hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que
mento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. arrolar.
§ 1º - Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori- Art. 247 - A comissão revisora terá até 60 (sessenta) dias para
dade instauradora do processo, este será encaminhado à autorida- a conclusão dos trabalhos, prorrogáveis por mais 60 (sessenta),
de competente, que decidirá em igual prazo. quando as circunstâncias assim o exigirem.
§ 2º - Havendo mais de um acusado e diversidade de sanções, Art. 248 - Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no
o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição de que couber, as normas relativas ao processo disciplinar.
pena mais grave. Art. 249 - O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe-
Art. 236 - A autoridade julgadora poderá, motivadamente, nalidade.
agravar a penalidade proposta, abrandá-la, ou isentar o servidor de Parágrafo único - O prazo para julgamento será de até 60 (ses-
responsabilidade. senta) dias, contados do recebimento do processo, no curso do
Art. 237 - Verificada a existência de vício insanável, a autori- qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.
dade julgadora declarará a nulidade total ou parcial do processo, Art. 250 - Julgada procedente a revisão, inocentado o servidor,
devendo outro ser instaurado. será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-
Parágrafo único - A autoridade julgadora que der causa à pres- -se todos os seus direitos, exceto em relação à demissão de cargo
crição de que trata o artigo 203, § 2º, será responsabilizada na for- de provimento temporário que será convertida em exoneração.
ma do Capítulo V, do Título IV, desta lei. Parágrafo único - Da revisão do processo não poderá resultar
Art. 238 - Extinta a punibilidade, a autoridade julgadora deter- agravamento da penalidade.
minará o registro dos fatos nos assentamentos individuais do ser- Art. 251 - Aplica-se subsidiariamente ao processo disciplinar o
vidor. Código de Processo Penal.
Art. 239 - Quando a infração estiver capitulada como crime,
os autos suplementares do processo disciplinar serão remetidos ao TÍTULO VI
Ministério Público. DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERES-
Art. 240 - O servidor que responde a processo disciplinar só SE PÚBLICO
poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente,
após a sua conclusão e o cumprimento da penalidade, acaso apli- Art. 252 - Para atender a necessidades temporárias de excep-
cada. cional interesse público, poderá haver contratação de pessoal, por
Parágrafo único - Ocorrida a exoneração de que trata o artigo tempo determinado e sob regime de direito administrativo.
46, o ato será convertido em demissão, se for ocaso. Art. 253 - Consideram-se como de necessidade temporária de
Art. 241 - Apresentado o relatório, a comissão processante excepcional interesse público as contratações que visem a:
ficará automaticamente dissolvida, podendo ser convocada para I - combater surtos epidêmicos;
prestação de esclarecimento ou realização de diligência, se assim II - realizar recenseamentos e pesquisas, inadiáveis e impres-
achar conveniente a autoridade julgadora. cindíveis;
III - atender a situações de calamidade pública;
SEÇÃO IV IV - substituir professor ou admitir professor visitante, inclusive
DA REVISÃO DO PROCESSO estrangeiro;
V - atender a serviços cuja natureza ou transitoriedade justifi-
Art. 242 - O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer quem a prédeterminação do prazo;
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou VI - atender às necessidades do regular funcionamento das uni-
circunstâncias não apreciadas, suscetíveis a justificar a inocência do dades escolares estaduais, enquanto não houver candidatos apro-
punido ou a inadequação da penalidade aplicada. vados em concurso, em número suficiente para atender à demanda
§ 1º - Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento mínima e nos casos de substituição decorrentes de licença prêmio,
do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão licença maternidade ou licença médica dos ocupantes de cargos de
do processo. magistério público estadual de ensino fundamental e médio.
§ 2º - No caso da incapacidade mental do servidor, a revisão VII - atender a outras situações de urgência definidas em lei.
será requerida pelo seu curador. § 1º - As contratações de que trata este artigo terão dotação
Art. 243 - No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re- orçamentária específica e não poderão ultrapassar o prazo de 36
querente. (trinta e seis) meses, admitida uma única prorrogação, por igual pe-
Art. 244 - A alegação de injustiça da penalidade não constitui ríodo, podendo ser subdividido em etapas compatíveis com a ne-
fundamento para a revisão. cessidade do serviço a ser executado
Art. 245 - O pedido de revisão será dirigido ao Secretário de Es- § 2º - O recrutamento será feito mediante o processo seletivo
tado ou a autoridade equivalente que, se autorizá-la, o encaminha- simplificado, segundo critérios definidos em regulamentos, exceto
rá ao dirigente do órgão de onde se originou o processo disciplinar. nas hipóteses previstas nos incisos I, III, VI e VII deste artigo.
Parágrafo único - Recebida a petição, o dirigente do órgão pro- § 3º - Poderá ser efetuada a recontratação de pessoa admitida
videnciará a constituição de comissão revisora, na forma prevista na forma deste artigo, desde que o somatório das etapas de contra-
no artigo 210. tação não ultrapasse o prazo de 72 (setenta e dois) meses.

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Art. 254 - É nulo de pleno direito o desvio de função da pessoa § 2º - Os empregos ocupados pelos servidores vinculados por
contratada, na forma deste título, sem prejuízo das sanções civil, esta Lei ao regime estatutário ficam transformados em cargos, na
administrativas e penal da autoridade responsável. data de sua publicação, e seus ocupantes serão automaticamente
Art. 255 - Nas contratações por tempo determinado, serão inscritos como segurados obrigatórios do IAPSEB - Instituto de As-
observados os padrões de vencimento dos planos de carreira do sistência e Previdência do Servidor do Estado da Bahia.
órgão ou da entidade contratante. § 3º - Os contratos individuais de trabalho regidos pela Con-
solidação das Leis do Trabalho, extinguem-se automaticamente
TÍTULO VII pela transformação dos empregos ou funções, assegurando-se aos
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS respectivos ocupantes a continuidade da contagem do tempo de
serviço para efeitos desta Lei.
Art. 256 - O Dia do Servidor Público estadual será comemorado § 4º - Os empregos dos servidores estrangeiros com estabili-
em 28 de outubro. dade no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade
Art. 257 - Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes do brasileira, passarão a integrar quadro em extinção, sem prejuízo
Estado, além dos previstos nos respectivos planos de carreira, os dos direitos inerentes aos planos de carreira a que se encontrem
seguintes incentivos funcionais: vinculados os seus empregos.
I - prêmios pela apresentação de inventos, trabalhos ou idéias § 5º - As vantagens pessoais concedidas até a vigência desta
que impliquem efetivo aumento da produtividade, aprimoramento Lei aos servidores contratados, serão sempre majoradas no mesmo
da formação profissional, bem como redução dos custos operacio- percentual de aumento atribuído ao cargo de provimento perma-
nais; nente.
II - concessão de medalhas, diplomas honoríficos, condecora- Art. 264 - A movimentação dos saldos das contas dos servido-
ções e elogios. res pelo regime do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, bem
Art. 258 - Para fins de revisão dos valores de vencimentos e assim a das contas dos servidores não-optantes, obedecerá ao dis-
proventos dos servidores públicos estaduais, ativos e inativos, é posto na legislação federal.
fixada em 1º de janeiro de cada ano a correspondente data-base. Art. 265 - Os adicionais por tempo de serviço já concedidos aos
Art. 259 - Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias servidores abrangidos por esta Lei ficam transformados em anuê-
corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do venci- nio.
mento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o pra- Art. 266 - O servidor da administração estadual direta, autár-
zo vencido em dia em que não haja expediente. quica ou fundacional, regido pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de
§ 1º - Os prazos são contados a partir do primeiro dia útil após maio de 1943 (Consolidação das Leis do Trabalho), aposentado an-
a intimação. tes da vigência desta Lei, continuará submetido ao regime geral da
§ 2º - A intimação feita em dia sem expediente considerar-se-á previdência social a que se vinculava, para todos os efeitos legais.
realizada no primeiro dia útil seguinte. Art. 267 - As Universidades Públicas Estaduais, no exercício da
Art. 260 - Por motivo de crença religiosa ou de convicção políti- autonomia que lhes é assegurada pelo artigo 207 da Constituição
ca ou filosófica, nenhum servidor poderá ser privado de seus direi- Federal e o artigo 262 § 1º da Constituição Estadual, realizarão seus
tos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do concursos públicos com a observância dos respectivos Estatutos e
cumprimento de seus deveres. Regimentos Gerais aprovados nos termos da Legislação Federal es-
Art. 261 - São assegurados ao servidor público os direitos de pecial aplicável, do Estatuto do Magistério Superior Estadual e das
associação profissional ou sindical e o de greve. Leis Estaduais relativas aos respectivos quadros.
Parágrafo único - O direito de greve será exercido nos termos e Art. 268 - Aplicar-se-ão aos casos de vantagem pessoal por es-
limites definidos em lei. tabilidade econômica, concedidos até a vigência desta Lei, as regras
Art. 262 - Para os fins desta Lei, considera-se sede o município estabelecidas no artigo 92, vedado o pagamento de quaisquer par-
onde a repartição estiver instalada e o servidor tiver exercício em celas retroativas.
caráter constante. Art. 269 - A mudança do regime jurídico ocorrerá na data da
publicação desta Lei, produzindo seus efeitos financeiros a partir do
TÍTULO VIII primeiro dia do mês subseqüente.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 270 - Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação,
revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 529,
Art. 263 - Ficam submetidos ao regime jurídico desta Lei, os de 20 de dezembro de 1952, a Lei nº 2.323, de 11 de abril de 1966,
atuais servidores dos Poderes do Estado, das suas autarquias e fun- salvo artigo 182 e seus parágrafos, e o artigo 41 da Lei nº 6.354, de
dações, regidos pela Lei nº 2.323, de 11 de abril de 1966, bem como 30 de dezembro de 1991.
os regidos pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (Conso-
lidação das Leis do Trabalho), exceto os servidores contratados por PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 26 de se-
prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorrogados tembro de 1994
após o vencimento dos respectivos prazos.
§ 1º - Os servidores contratados anteriormente à promulgação
da Constituição Federal, que não tenham sido admitidos na forma
regulada em seu artigo 37, são considerados estáveis no serviço
público, excetuados os ocupantes de cargos, funções e empregos
de confiança ou em comissão, declarados, em lei, de livre exone-
ração.
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Art. 9° – São Órgãos do Tribunal: (ALTERADO CONFORME


REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTA- EMENDA REGIMENTAL N. 07/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
DO DA BAHIA ATUALIZADO 17/03/2016).
I– Tribunal Pleno;
II– Conselho da Magistratura; III – Seções Cíveis Reunidas;
REGIMENTO INTERNO IV – Seções Cíveis de Direito Público e de Direito Privado; V –
Seção Criminal;
LIVRO I VI– Câmaras e Turmas Cíveis;
TÍTULO I VII– Câmaras e Turmas Criminais.
DISPOSIÇÕES INICIAIS (ARTS. 1° E 2°)
CAPÍTULO II
Art. 1° – Este Regimento dispõe sobre o funcionamento do Tri- DOS CARGOS DE DIREÇÃO, ELEIÇÃO E POSSE
bunal de Justiça, estabelece a competência de seus Órgãos, regula a (ARTS. 10 A 12)
instrução e julgamento dos processos originários e dos recursos que
lhes são atribuídos e institui a disciplina de seus serviços. Art. 10 – Cinco Desembargadores integrarão a Mesa Diretora
Art. 2° – Ao Tribunal compete o tratamento de Egrégio, seus do Tribunal de Justiça, ocupando, respectivamente, os cargos de
integrantes têm o título de “Desembargador”, o tratamento de Vos- Presidente, 1º Vice-Presidente, 2º Vice-Presidente, Corregedor-Ge-
sa Excelência e usarão, nas sessões solenes, toga e capa preta, com ral da Justiça e Corregedor das Comarcas do Interior. (ALTERADO
faixa azul de modelo uniforme e, em sessões de julgamento, apenas CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 10, DE 16 DE OUTUBRO DE
capa. 2019).
Art. 11 – O Presidente, os Vice-Presidentes e os Corregedores
CAPÍTULO I são eleitos, entre os Desembargadores mais antigos, por 2 (dois)
ORGANIZAÇÃO anos, vedada a reeleição, nos termos do art. 102 da LOMAN. (ALTE-
(ARTS. 3° AO 9°) RADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2009, PUBLICADA
EM 21/09/2009).
Art. 3° – O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, Órgão supre- § 1º – A eleição será realizada em sessão convocada para a ter-
mo da Justiça do Estado, tem sua sede na Capital e jurisdição em ceira semana do mês de novembro, com a presença de dois terços
todo o seu território. dos membros efetivos do Tribunal. Não havendo quórum, conside-
Art. 4° – O Tribunal de Justiça compõe-se de 57 (cinquenta e rar-se-á a sessão convocada para os dias úteis subsequentes até que
sete) Desembargadores, dividindo-se em 2 (duas) Seções Cíveis, se efetue a eleição. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
constituídas de 5 (cinco) Câmaras, e 1 (uma) Criminal, constituída N. 03/2011, PUBLICADA EM 06/10/2011).
de 3 (três) Câmaras. § 2° – A eleição será realizada em escrutínio secreto, relativa-
(ALTERADO CONFORME RESOLUÇÃO N. 05/2014, PUBLICADA mente a cada um dos cargos, observada esta ordem:
EM 23/04/2014). 1)- Presidente;
Art. 5° – O Presidente do Tribunal terá, nas sessões, assento es- 2)- 1° Vice-Presidente;
pecial ao centro da mesa. À direita, assentar-seá o Procurador Geral 3)- 2° Vice-Presidente;
de Justiça ou integrante do Ministério Público que o represente e, à 4)- Corregedor Geral da Justiça;
esquerda, o Diretor Jurídico. Os 1° e 2º Vice-Presidentes ocuparão, 5)- Corregedor das Comarcas do Interior.
respectivamente, a primeira e a segunda cadeiras à direita; o Corre- § 3º – Quem tiver exercido quaisquer cargos de direção por 4
gedor Geral da Justiça e o Corregedor das Comarcas do Interior, as (quatro) anos, ou o de Presidente, não figurará mais entre os elegí-
primeira e segunda cadeiras à esquerda da bancada, seguindo-se, a veis, até que se esgotem todos os nomes, na ordem de antiguidade,
partir da direita, alternadamente, os demais Desembargadores, na sendo obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa manifestada e
ordem decrescente de antiguidade. aceita antes da eleição, circunstância em que o recusante não per-
§ 1º – Havendo Juiz convocado, este terá assento após o lu- derá sua elegibilidade para o pleito imediato.
gar reservado ao Desembargador mais novo no Tribunal; se houver § 4º – Proclamar-se-á eleito o Desembargador que obtiver a
mais de um Juiz convocado, a antiguidade será regulada pela data maioria absoluta dos votos, procedendo-se a novo escrutínio entre
da convocação. os 2 (dois) mais votados, se nenhum alcançar aquela votação, salvo
§ 2º – O Juiz convocado votará depois dos Desembargadores, quanto aos cargos de Corregedor, hipótese em que, inexistindo em-
salvo se for Relator ou Revisor. pate, prevalecerá o resultado do primeiro escrutínio.
Art. 6° – Nas sessões especiais, os lugares da mesa serão ocu- (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2011,
pados conforme o estabelecido no protocolo, eventualmente orga- PUBLICADA EM 06/10/2011).
nizado. § 5° – No caso de empate, considerar-se-á eleito o Desembar-
Art. 7° – O Presidente do Tribunal presidirá as sessões de que gador mais antigo na carreira.
participar. § 6º – Vagando qualquer dos cargos referidos no art. 10, rea-
Art. 8° – O Presidente, o 1º e o 2º Vice-Presidentes, o Correge- lizar-se-á a eleição do sucessor, no prazo de 15 (quinze) dias, para
dor-Geral e o Corregedor das Comarcas do Interior não integrarão completar o tempo restante.
as Seções, Câmaras e Turmas e, ao deixarem o cargo, ocuparão os § 7° – Se a vaga se der no cargo de Presidente e vier a ser eleito
lugares deixados pelos novos eleitos, respectivamente. para a sucessão membro integrante da mesa, na mesma sessão ele-
ger-se-á o sucessor deste.

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§ 8° – O disposto no caput deste artigo e no § 3º não se aplica CAPÍTULO II


ao Desembargador eleito para completar período de mandato infe- TRANSFERÊNCIA E PERMUTA (ART. 17)
rior a 1 (um) ano. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
02/2009, PUBLICADA EM 21/09/2009). Art. 17 – Na ocorrência de vaga, o Presidente do Tribunal pu-
§ 9° – Aplicam-se ao processo de eleição as normas específicas blicará edital, pelo prazo de 5 (cinco) dias, para que os Desembar-
editadas pelo Tribunal Pleno, por meio de Resolução e pelo Conse- gadores interessados requeiram transferência para o lugar vago,
lho Nacional de Justiça. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMEN- devendo ser transferido o mais antigo.
TAL N. 03/2011, PUBLICADA EM 06/10/2011). § 1º – Em caso de permuta, os Desembargadores submeterão
Art. 12 – A posse dos eleitos realizar-se-á no primeiro dia útil seu pedido ao Tribunal Pleno para apreciação na primeira sessão
do mês de fevereiro seguinte, perante o Tribunal Pleno, reunido em subsequente. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
sessão especial. 01/2013, PUBLICADA EM 07/08/2013);
§ 1° – O Presidente eleito prestará compromisso solene de de- § 2º – Efetuada a transferência prevista no caput ou aprovada
sempenhar com exação os deveres do cargo e, em seguida, tomará a permuta referida no § 1º, o Desembargador assumirá o acervo
o dos demais eleitos. processual existente no órgão de destino na respectiva vaga, per-
§ 2° – Se, decorridos 10 (dez) dias da data fixada para a posse, manecendo vinculado, no órgão de origem, apenas, aos processos
qualquer dos eleitos, salvo por comprovado motivo de força maior, em que tenha lançado relatório ou pedido dia para julgamento, na
não tiver assumido o cargo, este será considerado vago. qualidade de Revisor, bem como nas ações originárias cuja instru-
§ 3° – O Tribunal resolverá sobre os motivos alegados; se proce- ção esteja concluída. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
dentes, concederá prazo improrrogável de 30 (trinta) dias, vencido TAL N. 01/2013, PUBLICADA EM 07/08/2013).
o qual, sem a posse, nova eleição será realizada. § 3º – Contabilizados os processos referidos no § 2º, haverá
Art. 12-A. A Ouvidoria Judicial do Tribunal de Justiça do Esta- distribuição exclusiva ao Desembargador no novo órgão, até que
do da Bahia (TJBA) constitui-se em órgão autônomo, integrante da seja atingido o número de processos que estavam sob sua direção
alta administração, dirigida pelo Ouvidor. (INCLUÍDO CONFORME no órgão de origem.
EMENDA REGIMENTAL N. 10/2022, DE 26 DE OUTUBRO DE 2022). (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2013,
Art. 12-B. O Ouvidor e seu substituto, cuja atuação será em PUBLICADA EM 07/08/2013).
caso de ausência ou impedimento do titular, serão eleitos pelo Ple- § 4º – A partir da eleição, não serão admitidos pedidos de per-
no, para o período de 02 (dois) anos, permitida a reeleição. (IN- muta ou transferência que envolvam os membros escolhidos para
CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 10/2022, DE 26 DE a Mesa Diretora. (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
OUTUBRO DE 2022). 01/2019, PUBLICADA EM 27/03/2019).
Art. 12-C. A eleição de que trata o artigo 12-B será regulada em
norma específica editada pelo Tribunal Pleno, por meio de Resolu- CAPÍTULO III
ção. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 10/2022, DE MATRÍCULA E ANTIGUIDADE
26 DE OUTUBRO DE 2022). (ARTS. 18 E 19)
Art. 12-D. A posse do Ouvidor e substituto eleitos realizar-se-á
na forma do disposto no art. 12. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA Art. 18 – O Desembargador, após haver assumido o exercício do
REGIMENTAL N. 10/2022, DE 26 DE OUTUBRO DE 2022). cargo, será matriculado em livro próprio, na Secretaria do Tribunal.
Art. 19 – A antiguidade será estabelecida, para os efeitos de pre-
TÍTULO II cedência, distribuição, passagem de autos, substituição e composi-
DESEMBARGADORES ção dos Órgãos Julgadores fracionários, pela data da posse no cargo.
(ARTS. 13 A 24) Em igualdade de condições, prevalecerá, sucessivamente: (ALTERA-
CAPÍTULO I COMPROMISSO, POSSE E EXERCÍCIO DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2019, DE 24/07/2019).
(ARTS. 13 A 16) I- antiguidade na carreira;
II- antiguidade no Órgão Julgador; III - a idade.”
Art. 13 – Os Desembargadores tomarão posse perante o Tri- Parágrafo único. O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia im-
bunal Pleno, em sessão especial, salvo manifestação em contrário plantará, manterá e atualizará sistema público de consulta da linha
do interessado, hipótese em que a posse ocorrerá perante o Presi- sucessória nos diversos órgãos do Tribunal de Justiça, para fim de
dente. orientar a atividade de distribuição deste tribunal e também de
Art. 14 – A posse dar-se-á até o 30º (trigésimo) dia da publica- conservação do registro histórico. (INCLUÍDO CONFORME EMEN-
ção oficial do ato de nomeação, podendo esse prazo ser prorrogado DA REGIMENTAL N. 02/2017, DE 18 DE OUTUBRO DE 2017, DJe
por período idêntico, mediante solicitação do interessado, desde 19/10/2017).
que provado motivo justo. Em caso de doença, o prazo poderá ser
dilatado. CAPÍTULO IV SUSPEIÇÕES E IMPEDIMENTOS
Art. 15 – Se o nomeado estiver em gozo de férias ou licença, (ARTS. 20 E 24)
o prazo para a posse será contado da data em que terminarem as
férias ou licença, salvo se houver desistência do interessado. Art. 20 – O Desembargador dar-se-á por suspeito ou impedido
Art. 16 – Nomeado e compromissado, o Desembargador toma- nos casos previstos em lei e, se não o fizer, poderá ser recusado por
rá assento na Câmara em que houver vaga na data da posse. qualquer das partes.
Art. 21 – Não poderão ter assento na mesma Turma ou Câma-
ra, cônjuges, companheiros, parentes consanguíneos, por adoção ou
afins, em linha reta, bem como em linha colateral, até o terceiro grau.
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Parágrafo único – Nas sessões do Tribunal Pleno e das Seções, o Art. 32 – O Desembargador em férias poderá participar, a seu
primeiro dos membros, mutuamente impedidos, que votar, excluirá critério:
a participação do outro no julgamento. I – de sessões convocadas para os fins do art. 67, I, deste Regi-
Art. 22 – A recusa de Desembargador por suspeição ou impe- mento Interno; II – de sessão especial;
dimento será feita mediante petição assinada por procurador habi- Art. 33 – O Desembargador que se afastar, em virtude de férias
litado, com poderes especiais, aduzidas suas razões acompanhadas ou licença poderá, salvo contra-indicação médica, proferir decisões
de prova documental e ou do rol de testemunhas, seguindo- se o em processos que, antes da licença, lhe hajam sido conclusos para
processo competente regulado neste Regimento. julgamento, ou tenham recebido seu visto como Relator ou Revisor.
Art. 23 – Quando se tratar de recurso de decisão do Conselho Parágrafo único – Até 5 (cinco) dias após haver entrado em
da Magistratura ou de mandado de segurança contra ato adminis- férias ou licença, o Desembargador comunicará oficialmente ao
trativo de qualquer Órgão do Tribunal, não se consideram impedi- 1º Vice-Presidente se pretende julgar os processos em que lançou
dos os Desembargadores que, no Órgão, tenham funcionado. visto. Não o fazendo, o 1º Vice-Presidente requisitará os autos para
Art. 24 – Os Desembargadores que proferiram voto perante o redistribuição ou determinará a conclusão ao Substituto legal, se a
Conselho da Magistratura não poderão figurar como Relator do re- hipótese for de revisão.
curso interposto. Art. 34 – O Desembargador que se afastar, por férias ou licença,
e houver pedido vista, comunicará oficialmente ao Presidente do
TÍTULO III Tribunal Pleno, Seção, Câmara ou Turma se pretende comparecer
LICENÇAS, FÉRIAS, AFASTAMENTOS, SUBSTITUIÇÕES E CON- para proferir voto. Não o fazendo no prazo de 10 (dez) dias, os autos
VOCAÇÕES serão requisitados a fim de prosseguir o julgamento, convocando-
(ARTS. 25 A 49) -se Substituto apenas se indispensável para a composição de quó-
rum ou para desempate.
CAPÍTULO I Art. 35 – O comparecimento de Desembargador, nas hipóteses
LICENÇAS previstas nos artigos anteriores deste Regimento, não acarretará
(ARTS. 25 A 28) qualquer compensação quanto ao período de férias ou licença.

Art. 25 – Conceder-se-á licença: CAPÍTULO III


I– para tratamento de saúde; AFASTAMENTO (ART. 36 E 37)
II– por motivo de doença em pessoa da família;
III– para repouso à gestante; IV – paternidade. Art. 36 – Sem prejuízo dos vencimentos, ou qualquer vantagem
Art. 26 – A licença será requerida ao Presidente do Tribunal legal, o Desembargador poderá afastar-se de suas funções, até 8
com indicação do período, começando a correr do dia em que pas- (oito) dias consecutivos, por motivos de:
sou a ser utilizada. I– casamento;
Parágrafo único – Dependem de inspeção por Junta Médica a II– falecimento do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
licença e as prorrogações para tratamento de saúde, por prazo su- Art. 37 – Conceder-se-á afastamento ao Desembargador, sem
perior a 30 (trinta) dias. prejuízo de vencimentos e vantagens:
Art. 27 – O Desembargador licenciado para tratamento de saú- I– para frequência a cursos ou seminários de aperfeiçoamento
de não poderá exercer qualquer função jurisdicional ou adminis- ou estudos, a critério do Tribunal de Justiça, pelo prazo máximo de
trativa. 2 (dois) anos;
Art. 28 – Salvo contra-indicação médica, o Desembargador li- II– para prestação de serviços à Justiça Eleitoral; III – para exer-
cenciado poderá reassumir o cargo a qualquer tempo, entendendo- cer a presidência do órgão de classe.
-se que desistiu do restante do prazo.
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO II SUBSTITUIÇÕES
FÉRIAS (ARTS. 38 A 46)
(ARTS. 29 A 35)
Art. 38 – Nas ausências e afastamentos ocasionais ou temporá-
Art. 29 – Os Desembargadores desfrutarão férias anuais indivi- rios, bem como nos casos de impedimento e suspeição, são substi-
duais, na forma da lei conforme escala organizada de acordo com tuídos: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016,
as preferências manifestadas, obedecidas a rotativa antiguidade no DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
cargo, preservando-se a maioria dos membros efetivos no órgão I – o Presidente do Tribunal pelo 1º Vice-Presidente; II – o 1º
fracionário. Vice-Presidente pelo 2º Vice-Presidente;
Art. 30 – As férias não poderão ser fracionadas em períodos III– o Corregedor-Geral pelo Corregedor das Comarcas do In-
inferiores ao previsto em lei e somente poderão acumular-se por terior;
imperiosa necessidade de serviço e pelo máximo de 2 (dois) meses, IV– o 2º Vice-Presidente e o Corregedor das Comarcas do In-
mediante autorização do Presidente. terior pelos demais Desembargadores, na ordem decrescente de
Art. 31 – O Presidente do Tribunal convocará o Desembargador Antiguidade;
em férias quando necessário para formação do quórum no Órgão V– o Presidente de Câmara, de Turma ou de Seção pelo De-
em que estiver classificado, sendo-lhe restituídos, ao final, os dias sembargador mais antigo que seja membro do respectivo Órgão
de interrupção. Julgador;

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VI– o Presidente de Comissão pelo Desembargador mais antigo § 2º Nas convocações por vacância, o Juiz Substituto de Segun-
que a integre e os demais membros pelo Suplente. do Grau assumirá a posição mais recente no órgão; havendo mais
Art. 39 – No caso de vacância ou afastamento de Desembarga- de um Juiz convocado para atuação concomitante, prevalecerá, su-
dor, por prazo superior a 30 (trinta) dias, deverá ser convocado Juiz cessivamente:
Substituto de Segundo Grau para substituí-lo. (ALTERADO CONFOR- a)antiguidade da convocação;
ME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, b)antiguidade no cargo de juiz Substituto de Segundo Grau.”
DJe 31/03/2016). Art. 40 – O Presidente do Tribunal, excepcionalmente e obser-
§ 1º – não poderá ser convocado o Magistrado que: (ALTERADO vados os critérios deste Regimento, poderá convocar até 2 (dois)
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO Juízes de Direito para auxílio à Presidência e até 2 (dois) Juízes de
DE 2016, DJe 31/03/2016). Direito para auxílio a cada Vice-Presidência. (ALTERADO CONFOR-
I– acumule qualquer outra atribuição jurisdicional ou adminis- ME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016,
trativa, como serviço eleitoral, administração do foro, turma recur- DJe 31/03/2016).
sal, coordenação de juizados especiais ou de infância e juventude; § 1º – A convocação de Juiz de Direito para auxílio será para o
II– responda a procedimento administrativo de que possa re- exercício de atividade jurisdicional ou administrativa, restrita, nesta
sultar a perda do cargo, ou tenha sido punido, nos últimos 12 (doze) situação, ao auxílio à Presidência, Vice- Presidência ou Corregedoria
meses, contados do retorno ao exercício das atividades, com as pe- do Tribunal, dando-se sempre em caráter excepcional e quando o
nas previstas no art. 42, incisos I, II, III e IV, da Lei Complementar nº justificado acúmulo de serviço o exigir, ou quando outra circuns-
35, de 14 de março de 1979; tância impedir o exercício regular das atividades do Tribunal. (IN-
III– retenha autos em seu poder, injustificadamente, além do CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE
prazo legal. MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
§ 2º – A substituição dar-se-á para o exercício exclusivo de ativi- § 2º – Cabe ao Corregedor-Geral da Justiça opinar, conclusiva-
dade jurisdicional nos Órgãos integrados pelo Desembargador subs- mente, no processo de convocação de Juiz de Direito para auxílio no
tituído, sendo vedado ao Juiz Substituto de Segundo Grau convoca- segundo grau de jurisdição, cabendo ao Tribunal Pleno apreciá-lo
do aceitar ou exercer outro encargo jurisdicional ou administrativo. definitivamente.
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE
11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
§ 3° - Encerrado o período de convocação, os processos em po- § 3º – A convocação de Juiz de Direito para auxílio será de 02
der do Juiz Substituto de Segundo Grau retornarão à relataria do (dois) anos, podendo ser prorrogada, de forma consecutiva ou não,
Desembargador substituído, com exceção daqueles em que tenha pelo mesmo órgão ou por órgãos distintos, desde que devidamente
lançado relatório ou solicitado inclusão em pauta de julgamento, fundamentada. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
aos quais permanecerá vinculado como Relator até o julgamento 12, DE 23 DE OUTUBRO DE 2019).
do feito principal pelo Colegiado. (ALTERADO CONFORME EMENDA §4º – O Juiz Substituto de Segundo Grau convocado para exer-
REGIMENTAL N. 14/2019, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2019). cer função de substituição, na forma do art. 39 deste Regimento, e o
§ 4º – No dia imediato ao término do período de substituição, Juiz de Direito convocado para exercer função de auxílio, conforme
o Juiz Substituto de Segundo Grau informará ao Desembargador este artigo, receberão, exclusivamente, a diferença
substituído e à Diretoria de Distribuição do 2º Grau, o número de de remuneração para o cargo de Desembargador. (INCLUÍDO
feitos que lhe foram distribuídos, os que foram julgados e aos quais CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO
ficou vinculado como Relator por haver pedido dia para julgamento DE 2016, DJe 31/03/2016).
ou encaminhado os autos, com relatório, ao Revisor. “ (ALTERADO Art. 41 – Nas ausências e afastamentos até 30 (trinta) dias, o
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2019, DE 27 DE MARÇO Revisor, se houver, ou o Desembargador presente que suceder o
DE 2019). Relator na ordem decrescente de antiguidade, dentre os compo-
§ 5º – Ao Juiz Substituto de Segundo Grau convocado serão nentes do Órgão Julgador, será competente para apreciar pedidos
destinados o gabinete e a assessoria do Desembargador substituí- de tutela de urgência formulados em habeas corpus, habeas data,
do. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE mandados de segurança ou em outros processos, mediante funda-
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). da alegação do interessado. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI-
§ 6º – Não se admitirá convocação de Juiz Substituto de Se- MENTAL N. 04/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
gundo Grau para substituição de Desembargador que exerça car- §1º – Considera-se afastamento o não comparecimento forma-
go de direção. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. lizado do Desembargador para o exercício de suas atividades, e au-
11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). sência a sua falta eventual. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI-
Art. 39-A. As vagas ocupadas pelos Juízes Substitutos de Segun- MENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
do Grau, para efeitos de precedência, distribuição, passagem de au- §2º – Os autos de habeas corpus, de habeas data, de mandado
tos, substituição e composição dos Órgãos Julgadores fracionários, de segurança e de mandado de injunção, que contenham pedido
obedecerão as seguintes regras: liminar de concessão de tutela provisória, bem como os de pedido
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2022, DE autônomo de tutela provisória distribuídos para Desembargador
11 DE MAIO DE 2022) afastado por período igual ou superior a 3 (três) dias e de até 30
§ 1º Nas convocações por afastamento, restará mantida a or- (trinta) dias serão imediatamente remetidos por servidor do gabi-
dem de antiguidade da vaga pelo critério do titular. nete à Secretaria para encaminhamento ao Desembargador substi-
tuto do Relator, com a prévia certificação da ausência ou do afasta-
mento. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2019,
DE 24 DE JULHO DE 2019).
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§3º – Nos demais casos previstos no caput, e naqueles de zado antes da abertura da vaga, bem como, quando vencido, decla-
processo criminal cujo réu esteja preso, o interessado formulará rar ou assinar o respectivo voto. (ALTERADO CONFORME EMENDA
requerimento, devendo os autos eletrônicos serem imediatamen- REGIMENTAL N. 09/2019, DE 16 DE OUTUBRO DE 2019).
te encaminhados por servidor do gabinete do Relator à Secretaria § 2º O disposto no inciso I, na hipótese de julgamento não
para encaminhamento ao Desembargador substituto, com a prévia unânime de admissibilidade de denúncia em que reste vencido o
certificação da ausência ou do afastamento. Relator, incidirá apenas no julgamento da admissibilidade, cabendo
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE ao Relator originário a relatoria da ação penal então instaurada.”
14 DE JUNHO DE 2017). (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 09/2019, DE 16
§4º – Caso entenda não haver urgência na análise do pedido ou DE OUTUBRO DE 2019).
após apreciá-lo, nos casos em que efetivamente verificar urgência Art. 45 – O julgamento que tiver sido iniciado prosseguirá, com-
na prestação jurisdicional, o Desembargador determinará o retorno putando-se os votos já proferidos, ainda que o Magistrado afastado
dos autos ao gabinete do Relator. ou ausente seja o Relator ou Revisor.
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE Parágrafo único – Somente quando indispensável para decidir
14 DE JUNHO DE 2017). nova questão surgida no julgamento, será dado Substituto ao De-
§5º – A substituição na forma deste artigo apenas autoriza a sembargador ausente. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
transferência temporária da relatoria do processo, não ensejando TAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
sua mudança para o julgamento definitivo ou alteração da preven- Art. 46 – Para compor o quórum de julgamento, o Desembarga-
ção surgida com a distribuição originária. dor, nos casos de ausência, afastamento, suspeição ou impedimen-
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE to, será substituído por outro da mesma Câmara na ordem decres-
14 DE JUNHO DE 2017). cente de antiguidade; não sendo possível, o Presidente do Órgão
Art. 41-A - Nas hipóteses de licenças médicas e afastamentos, fracionário solicitará ao Presidente do Tribunal a designação de
não voluntários, de Desembargador, por prazo superior a 90 (no- Desembargador integrante de outro Órgão fracionário. (ALTERADO
venta) dias, fica autorizada a redistribuição, por livre sorteio no ór- CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO
gão julgador, dos processos de competência privativa de membro DE 2016, DJe 31/03/2016).
efetivo do Tribunal. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI-
MENTAL N. 1/2021, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2021). CAPÍTULO V
Parágrafo único — Quando do retorno do Desembargador afas- CONVOCAÇÕES (ART. 47)
tado, haverá a devida compensação dos processos da relatoria des-
te, que hajam sido redistribuídos.” (INCLUÍDO CONFORME EMENDA Art. 47 – Nas Câmaras, não havendo número legal para o jul-
REGIMENTAL N. 2/2020, DE 09 DE DEZEMBRO DE 2020). gamento, a substituição será feita por Desembargador de outra
Art. 42 – Na hipótese de vacância do cargo, o acervo processu- Câmara ou por Juiz Substituto de Segundo Grau, de preferência
al será transferido ao Desembargador nomeado para preenchê-lo, da mesma especialização, na forma do inciso XXVIII, artigo 84,
observada a competência do Órgão fracionário, aplicando-se o art. deste Regimento, que constará, para efeito de publicidade, da ata
39 ou o art. 41 deste Regimento, quando necessário. (ALTERADO da sessão de julgamento. (ALTERADO CONFORME RESOLUÇÃO N.
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO 05/2014, PUBLICADA EM 23/04/2014).
DE 2016, DJe 31/03/2016).
Art. 43 – Até o dia 31 (trinta e um) de maio e 30 (trinta) de no- TÍTULO IV PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA
vembro, o Presidente de cada Câmara encaminhará ao Presidente
do Tribunal de Justiça a escala de férias relativa, respectivamente, (Arts. 48 a 54)
ao primeiro e segundo semestres do exercício subsequente, dos
Desembargadores e dos Juízes Substitutos de Segundo Grau con- CAPÍTULO ÚNICO PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA
vocados, de modo a que sempre permaneçam, em cada Câmara,
cinco Magistrados. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL (Arts. 48 a 54)
N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
Art. 44 – A relatoria será transferida: (ALTERADO CONFORME Art. 48 – Os Procuradores de Justiça oficiarão, nas sessões, me-
EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe diante delegação do Procurador-Geral de Justiça.
31/03/2016). Parágrafo único – Ao Procurador Geral e aos Procuradores de
I– ao Desembargador designado para redigir o acórdão, quan- Justiça aplica-se o disposto no art. 61, § 1° deste Regimento.
do vencido o Relator no julgamento; Art. 49 – Sempre que o Procurador de Justiça tiver de se ma-
II– ao Desembargador nomeado para ocupar a vaga no Órgão nifestar, o Relator mandará abrir-lhe vista, antes de pedir dia para
Julgador, em caso de aposentadoria, renúncia ou morte do Relator. julgamento ou de passar os autos ao Revisor.
III- ao Desembargador que suceder o Relator na ordem de- Art. 50 – Nas sessões de julgamento, o Procurador poderá usar
crescente de antiguidade, dentre os membros que participaram do da palavra sempre que houver interesse do Ministério Público.
julgamento do recurso principal, na superveniência de declaração Art. 51 – O Procurador poderá pedir preferência para julgamen-
de impedimento ou suspeição por ocasião da apreciação dos re- to de processo em pauta.
cursos internos. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. Art. 52 – O Procurador-Geral de Justiça funcionará no Tribunal
10/2018, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2018). Pleno e no Conselho da Magistratura.
§ 1º Em caso de aposentadoria, renúncia ou morte do Relator, Art. 53 – O Ministério Público terá vista dos autos em: (ALTERA-
caberá ao primeiro Desembargador a ter acompanhado o seu voto, DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2016, DE 16 DE MAR-
quando vencedor, redigir ou assinar o acórdão de julgamento reali- ÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
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I– questões entre o Estado e os municípios ou entre estes; da inclusão em pauta presencial pela Secretaria da Câmara. (ALTE-
II– ações cíveis originárias, nos casos previstos no art. 178 do RADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2022, DE 01 DE JU-
Código de Processo Civil; NHO DE 2022).
III– conflitos de competência, nos casos previstos no art. 178 §3º Nas hipóteses de cabimento de sustentação oral previstas
do Código de Processo Civil, e de atribuições; neste regimento interno, fica facultado à Procuradoria-Geral da Jus-
IV– habeas corpus originários; tiça, à Defensoria Pública, aos Advogados e demais habilitados nos
V– mandados de segurança, mandados de injunção e habeas autos, encaminhar as respectivas sustentações, por qualquer mídia
data; de áudio e/ou vídeo suportada pelo PJe, após a publicação da pauta
VI– ações rescisórias de julgados do Tribunal Pleno e dos órgãos e até 48 horas antes de iniciado o julgamento em ambiente virtual.
fracionários, nos casos previstos no art. 178 do Código de Processo (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2022, DE 01
Civil; DE JUNHO DE 2022).
VII– ações penais originárias e respectivas revisões criminais; §4º As sessões virtuais serão convocadas pelo Presidente do
VIII – pedidos de intervenção federal; Órgão Julgador, com expressa previsão da data e horário de início
IX– causas em que requerer ou em que, pela sua relevância, o e término da referida sessão, com, no mínimo, 05 (cinco) dias úteis
Relator entender necessário o seu pronunciamento; de antecedência, podendo ser realizadas de forma simultânea com
X– todas as causas em que tenha havido intervenção, a qual- as presenciais.” NR (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
quer título, do Órgão do Ministério Público de primeira instância; N. 03/2022, DE 01 DE JUNHO DE 2022).
XI– ações de família que envolvam interesse de incapaz, previa- § 5º As sessões virtuais terão duração de 05 (cinco) dias úteis,
mente à homologação de acordo realizado, nos termos do art. 698 ficando vedado o peticionamento eletrônico durante sua realiza-
do Código de Processo Civil; ção, salvo os casos excepcionais que o justifiquem, competindo à
XII– nas demais hipóteses previstas em lei. secretaria do órgão julgador informar imediatamente ao Relator
Parágrafo único – Excedido o prazo de vista, o Relator requisi- sobre a juntada eletrônica de petição.
tará os autos, facultando ao Procurador-Geral de Justiça a posterior § 6º Os advogados e partes serão intimados pelo Diário da Jus-
juntada de parecer. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL tiça Eletrônico DJe de que o julgamento se dará pela via eletrônica,
N. 03/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). sendo as partes já cadastradas para ciência de atos processuais via
Art. 54 – Nas Seções Cíveis e Criminais, Câmaras e Turmas fun- sistema intimadas por esse meio.
cionará 1 (um) Procurador de Justiça, com a competência e as atri- § 7º Não serão incluídos na Sessão de Julgamento Virtual, ou
buições que lhe forem conferidas pela Lei Orgânica do Ministério dela serão excluídos, os seguintes processos:
Público. I– os indicados expressamente pelo Relator para inclusão em
pauta de julgamento presencial;
TÍTULO V II– os destacados por qualquer dos julgadores, até o encerra-
SESSÕES E AUDIÊNCIAS mento da sessão de julgamento;
(ARTS. 55 A 82) III– os destacados por qualquer das partes desde que requerido
até 48 (quarenta e oito) horas antes do início da sessão;
CAPÍTULO I IV- os que não tiverem os relatórios e votos incluídos até a vés-
pera da data de início da sessão;
SESSÕES V– os que tiverem pedido de sustentação oral, desde que não
(ARTS. 55 A 68) utilizada a faculdade prevista no § 3° deste artigo, e o requerimento
tenha sido apresentado até o horário de abertura da sessão virtual;
Art. 55 – As sessões serão ordinárias, extraordinárias e espe- § 8º Os integrantes da Turma Julgadora poderão votar eletroni-
ciais. camente até a data e horário fixados para o encerramento da ses-
Art. 55-A Todos os processos de competência do Tribunal, ori- são.
ginária ou recursal, que tramitem no Sistema de Processo Judicial § 9º A assinatura eletrônica dos acórdãos deverá ser efetivada
Eletrônico – PJe, poderão ser submetidos a julgamento em lista de em até 48h (quarenta e oito horas) após o encerramento da sessão.
processos em ambiente eletrônico, observadas as respectivas com- § 10 Será considerado julgado o processo que receber, pelo
petências das Turmas, Câmaras, Seções e do Plenário, bem como os menos:
processos de competência do Conselho da Magistratura. I– dois terços dos votos do total dos integrantes das Seções Cí-
§ 1º Serão incluídos automaticamente na pauta da Sessão de veis Reunidas, das Seções Cíveis de Direito Público e Privado, da
Julgamento Virtual os seguintes processos: Seção Criminal, das Câmaras Criminais e do Tribunal Pleno, nos
I – agravos internos, agravos regimentais e embargos de decla- processos de sua competência que exijam quorum qualificado para
ração; II – conflitos de competência; julgamento;
III– incidentes de arguição de impedimento ou de suspeição; e II– votos da maioria absoluta dos integrantes das Seções Cíveis
IV– as classes processuais cuja matéria discutida tenha enun- Reunidas, das Seções Cíveis de Direito Público e Privado, da Seção
ciado de súmula vinculante, ou acórdão proferido em julgamento Criminal, das Câmaras Criminais e do Tribunal Pleno, nos processos
de casos repetitivos. de sua competência que não exijam quorum qualificado para jul-
§ 2º As classes processuais não listadas no parágrafo anterior gamento;
serão incluídas na pauta da Sessão de Julgamento Virtual a pedido III– três ou cinco votos dos integrantes das Turmas julgadoras
do Relator, ou por advogado regularmente constituído nos autos, nas Câmaras Cíveis, conforme o caso, de acordo com o disposto
desde que formulado após o pedido de dia de julgamento e antes neste Regimento; e
IV– três votos dos membros das Turmas Criminais.
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§11. O quórum de julgamento será formado pelos magistrados § 3º – As sessões extraordinárias que começarão à hora cons-
que estiverem presentes na data da abertura da sessão virtual. tante da convocação e terminarão, salvo deliberação em contrário,
§12. Caso ocorra afastamento após a abertura da sessão virtual logo seja esgotada a sua pauta.
os votos já proferidos pelo magistrado afastado ficam mantidos. Art. 58 – As sessões especiais destinam-se às solenidades de
§13. A substituição do desembargador que, após a abertura da posse, comemorações festivas e homenagens a pessoas mortas ou
sessão se afasta por motivo legal, observará a ordem de antiguida- vivas, que tenham efetivamente prestado relevantes serviços à cau-
de no órgão para completar o quórum de votação. sa da Justiça e do Direito.
§14. O relator poderá ter processos incluídos em pauta, caso Art. 59 – As sessões serão públicas, exceto quando a lei ou este
entenda pertinente, mesmo em seus períodos de afastamento. Regimento estipular o contrário.
§ 15. Não concluído o julgamento, bem como os processos ex- Art. 60 – Nas sessões do Tribunal Pleno, Seções, Câmaras e Tur-
pressamente adiados, ficam incluídos na sessão virtual imediata- mas, observar-se-á a seguinte ordem:
mente posterior, independente de nova intimação. I– verificação do número de Desembargadores;
§ 16. Encerrada a Sessão de Julgamento Virtual, na data e hora II– discussão e aprovação da ata da sessão anterior; III – apre-
designados pelo Presidente do Órgão Julgador, e assinados eletro- ciação de expediente;
nicamente os acórdãos, a Secretaria da unidade judicial respectiva IV– franquia da palavra aos Desembargadores;
deverá lançar o resultado, mediante juntada de certidão de julga- V– relatório, discussão e julgamento dos processos em mesa e
mento nos autos do processo eletrônico, e o respectivo registro da constantes da pauta.
movimentação processual. Art. 61 – Na hora designada, o Presidente, assumindo sua ca-
§ 17. Os julgamentos da Sessão de Julgamento Virtual serão deira e verificando estarem presentes Desembargadores em nú-
públicos e poderão ser acompanhados pela rede mundial de com- mero legal, declarará aberta a sessão. O secretário e os demais
putadores (internet). Servidores necessários estarão em seus lugares antes de entrar o
§ 18. Aplicam-se às sessões de julgamento virtual, no que cou- Presidente.
ber, e desde que não expressamente regulamentado por este arti- § 1° – Os Desembargadores ingressarão nas salas de sessões e
go, as demais disposições contidas neste Regimento Interno acerca delas se retirarão com as vestes talares.
das sessões de julgamento. § 2° – O secretário e os auxiliares usarão vestes conforme a
§ 19. O Presidente do Tribunal, mediante Decreto, poderá re- tradição forense.
gulamentar os demais procedimentos que sejam imprescindíveis à Art. 62 – Do que ocorrer nas sessões lavrará o secretário, em li-
efetividade da Sessão de Julgamento Virtual.” vro próprio, ata circunstanciada, que será lida, discutida, emendada
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.07/2021, DE e votada na sessão imediata, assinando-a com o Presidente.
15 DE DEZEMBRO DE 2021) § 1° – A ata mencionará:
Art. 56 – O Tribunal Pleno realizará 1 (uma) sessão ordinária I – a data da sessão e a hora de abertura; II – quem presidiu os
judicante e 1 (uma) sessão administrativa, por mês. O Conselho da trabalhos;
Magistratura realizará até 2 (duas) sessões ordinárias, por mês. A III– o nome dos Desembargadores presentes, pela ordem de
Seção Cível de Direito Público, a Seção Cível de Direito Privado, as antiguidade, e do Procurador de Justiça, quando for o caso;
Seções Cíveis Reunidas e a Seção Criminal realizarão até 2 (duas) IV– os processos julgados, sua natureza e número de ordem,
sessões, por mês. As Câmaras Cíveis e, ou, suas Turmas realizarão nomes do Relator, dos outros Juízes, das partes e sua qualidade
até 4 (quatro) sessões, por mês, e as Câmaras Criminais realizarão 1 no feito, se houve sustentação oral pelo Procurador de Justiça ou
(uma) sessão, por mês, e suas Turmas até 3 (três) sessões, por mês. Advogado das partes, resultado da votação com a consignação dos
Tudo em dia designado pelos respectivos Presidentes. (ALTERADO nomes dos Desembargadores vencidos, designação do Relator que
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA lavrará o acórdão e o que mais ocorrer.
NO DJE DE 16/05/2018) Art. 63 – Lida e aprovada a ata da sessão anterior, passará o
Parágrafo único – Para tratar de assuntos urgentes, poderá ser Órgão a deliberar segundo a pauta.
realizada sessão extraordinariamente, mediante convocação por Art. 64 – Os Advogados terão, no recinto, os lugares que lhes
edital, expedido pelo respectivo Presidente, com 48 (quarenta e forem especialmente designados e falarão da Tribuna, quando,
oito) horas de antecedência, sendo obrigatória a convocação, sem- além de traje civil completo, usarão as vestes talares que lhes são
pre que, encerrada a sessão, restarem em pauta ou em mesa mais próprias.
de 20 (vinte) feitos sem julgamento. Art. 65 – Nas sessões, se houver solicitação, o Presidente con-
Art. 57 – As sessões ordinárias terão início às 8h30min e às cederá aos profissionais da imprensa, entre a aprovação da ata e o
13h30min, conforme o turno previamente designado pelo Presi- início do primeiro julgamento, o tempo necessário para fotografias
dente, ouvidos os demais membros, havendo uma tolerância de 15 e tomadas de televisão.
(quinze) minutos para a abertura dos trabalhos, devendo encerrar- Art. 66 – As homenagens e registros em sessões serão permi-
se às 13h e às 18h, respectivamente, prorrogável esse limite tidas a membros da magistratura e pessoas ou fatos relacionados
enquanto durar julgamento já iniciado. com o mundo jurídico, após o julgamento de todos os feitos.
§ 1° – Às 10h30min e às 15h30min, a sessão poderá ser suspen- Parágrafo único – Não constarão da ata as manifestações que
sa, por tempo não excedente a 20 (vinte) minutos. não se enquadrarem neste artigo.
§ 2° – Enquanto estiver sendo realizada qualquer sessão no Art. 67 – O Tribunal funcionará:
Tribunal, o expediente do pessoal, inclusive dos gabinetes, ficará I– com a presença de dois terços de membros efetivos para:
automaticamente prorrogado. a)eleição de lista tríplice de Advogados e representantes do Mi-
nistério Público para as vagas do quinto a eles destinadas;

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b)eleição de Desembargadores, Juízes e Advogados para com- § 2° – O requerimento não interromperá nem suspenderá o
por o Tribunal Regional Eleitoral; prazo para recurso. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
c)organização de Comissões; N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
d)remoção, transferência e disponibilidade de Desembargado- Art. 72 – A petição será entregue ao protocolo e por este enca-
res e Juízes; e)instalação de Comarcas; minhada ao encarregado da lavratura da ata, que a levará a despa-
f)julgamento de processo disciplinar contra Magistrados; cho, no mesmo dia, com sua informação.
g)julgamento de mandado de segurança e recurso administra- Art. 73 – Se o pedido for procedente e a correção depender de
tivo contra decisões administrativas proferidas pelo Tribunal Pleno diligência, será tornada sem efeito a publicação na parte defeituo-
e pelo Conselho da Magistratura; sa, fazendo-se outra logo que possível.
h)eleição de Presidente, Vice-Presidentes e Corregedores; Art. 74 – A decisão que julga o requerimento de retificação da
i)instauração de processo disciplinar contra Magistrado; ata é irrecorrível. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
II– com igual número de membros, para declarar a inconstitu- 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
cionalidade de lei ou ato do Poder Público, em votação que repre-
sente maioria absoluta do Tribunal Pleno; CAPÍTULO IV
III– com o comparecimento de mais da metade dos seus mem- AUDIÊNCIAS
bros, para os julgamentos comuns. (ARTS. 75 A 78)
Art. 68 – O Conselho da Magistratura funcionará com a maio-
ria dos seus membros, as Câmaras, com a presença de 5 (cinco), e Art. 75 – Haverá audiências, quando necessárias, em dia, hora
as Turmas com 3 (três) Desembargadores. (ALTERADO CONFORME e lugar determinados pelo Desembargador a quem couber a presi-
EMENDA REGIMENTAL N. 05/2009, PUBLICADA EM 14/12/2009). dência do feito, intimadas as partes e demais interessados.
Art. 76 – As audiências serão públicas e realizar-se-ão nos dias
CAPÍTULO II úteis, entre 8h30min e 18h.
PRESIDÊNCIA DAS SESSÕES Parágrafo único – Se for conveniente para a realização do ato,
(ARTS. 69 E 70) poderá o Presidente determinar que este se realize a portas fecha-
das, limitada a presença apenas às partes, Advogados e Ministério
Art. 69 – A presidência das sessões dos diversos Órgãos do Tri- Público, na forma da Constituição Federal.
bunal de Justiça será exercida: Art. 77 – A abertura e o encerramento da audiência serão
I– pelo Presidente do Tribunal: a do Tribunal Pleno e a do Con- anunciados, a toque de sineta ou campainha, pelo Servidor, que
selho da Magistratura; apregoará as partes cujo comparecimento for obrigatório.
II– por eleição: a das Seções, Câmaras e Turmas, pelo período Art. 78 – De tudo quanto ocorrer na audiência, o Servidor en-
de 1 (um) ano, permitida a recondução. carregado fará menção, através de termo, que o Desembargador
Art. 70 – Compete ao Presidente: rubricará e que será assinado pelos presentes.
I– dirigir os trabalhos, sem permitir interrupções nem o uso da Parágrafo único – Nos processos em que for necessária a pre-
palavra a quem não a houver obtido; sença da parte ou de terceiros que não tenham atendido à intima-
II– determinar a inclusão em pauta dos feitos, mandando publi- ção ou notificação prévia, o Relator poderá expedir ordem de con-
car edital no Diário do Poder Judiciário, quando exigível, e ordenar a dução do faltoso, sem prejuízo da penalidade legal e do processo a
organização da pauta da sessão imediata; que estiver sujeito.
III– determinar a convocação de sessão extraordinária se o ser- Art. 78-A – O Relator poderá designar, de ofício ou a reque-
viço o exigir; IV – solicitar a convocação de Desembargador quando rimento, audiência pública para colher informações de terceiros
necessária; potencialmente atingidos pela decisão ou de especialistas na tese
V– exigir dos Servidores da Secretaria do Tribunal e demais Ór- jurídica discutida ou no fato probando. (INCLUÍDO CONFORME
gãos o cumprimento dos atos necessários ao regular funcionamen- EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
to das sessões e execução de suas determinações; 17/03/2016).
VI– apreciar os pedidos de preferência. § 1º – A audiência pública será convocada por edital, publicado
na página do Tribunal na rede mundial de computadores, no Di-
CAPÍTULO III ário da Justiça eletrônico e na plataforma de editais do Conselho
ERRO DE ATA Nacional de Justiça, tendo, ainda, ampla divulgação em veículos de
(ARTS. 71 A 74) comunicação apropriados às características do público destinatário.
§ 2º – O edital de convocação deverá conter o assunto da au-
Art. 71 – O erro contido em ata poderá ser corrigido de ofício, diência, a indicação da questão específica objeto de discussão, a
ou mediante provocação do interessado, dentro de 48 (quarenta e descrição do público destinatário do ato, a data, o local e o horário
oito) horas após sua aprovação, em petição dirigida ao Presidente da sua realização e os critérios de inscrição e manifestação.
do Tribunal ou do Órgão Julgador, conforme o caso. § 3º – A convocação deverá ocorrer com antecedência mínima
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE de trinta dias, salvo em situações de urgência.
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). § 4º – Será garantida a participação das diversas correntes de
§ 1° – Não se admitirá requerimento que vise à modificação do opinião em torno da questão discutida.
julgado, salvo para corrigir inexatidão material. § 5º – O Ministério Público será intimado para participar da
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE audiência.
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).

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§ 6º – A audiência pública será presidida pelo Relator, a quem LIVRO II


cabe selecionar previamente as pessoas que serão ouvidas, divulgar
a lista de habilitados, determinar a ordem dos trabalhos e fixar o TÍTULO I
tempo de manifestação de cada um, que deve restringir-se à ques- COMPOSIÇÃO, ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS
tão discutida, sob pena de lhe ser cassada a palavra. (ARTS. 83 A 103)
§ 7º – Todos os membros do Órgão colegiado competente para
o julgamento da causa podem participar da audiência e formular CAPÍTULO I
perguntas aos participantes, devendo a Secretaria respectiva dar- TRIBUNAL PLENO (ART. 83)
-lhes ciência dos termos do edital de convocação por ofício especí-
fico encaminhado ao gabinete com a mesma antecedência da pu- Art. 83 – Ao Tribunal Pleno, constituído por todos os membros
blicação do edital. efetivos do Tribunal de Justiça, compete privativamente: (ALTERA-
§ 8º – A audiência ocorrerá em horários apropriados à partici- DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MAR-
pação do público destinatário do ato, podendo ser realizada fora do ÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
horário normal de expediente forense. I– dar posse a seus dirigentes;
§ 9º – O Relator poderá determinar a realização da audiência II– organizar a lista tríplice de Juízes, bem assim, após votação
fora do prédio do Tribunal, em local de fácil acesso ao público desti- secreta, a lista tríplice de Advogados e de membros do Ministério
natário, inclusive fora da sede do juízo, sempre que julgar necessá- Público para provimento de cargo de Desembargador;
rio à garantia do amplo comparecimento. III– aprovar as propostas orçamentárias e de aberturas de cré-
§ 10 - A audiência pública será registrada em ata e mediante grava- ditos adicionais do Poder Judiciário;
ção de áudio e vídeo, bem como transmitida por meio da rede mundial IV– conhecer da prestação de contas a ser encaminhada, anual-
de computadores e redes de televisão estatais, sempre que possível. mente, ao Órgão competente da administração estadual;
§ 11 - As questões levantadas durante a audiência pública, des- V– deliberar sobre pedido de informação de Comissão Parla-
de que relevantes para o julgamento da causa, deverão ser exami- mentar de Inquérito;
nadas pelo Órgão julgador, na forma do art. 489, VI– determinar a instalação de Comarcas, Varas e Ofícios de
§ 1º, do Código de Processo Civil. Justiça, assim como de Câmaras e Turmas, definindo os processos
§ 12 – A audiência pública poderá ser designada nos procedi- de sua competência, mediante prévia consulta aos Desembargado-
mentos de uniformização de jurisprudência, previstos nos arts. 216 res da respectiva Seção Cível ou Criminal com competência para a
a 230 deste Regimento, e poderá realizar-se em outros casos em matéria;
que o Relator a reputar necessária. VII– homologar o resultado de concurso para o ingresso na ma-
gistratura; VIII – eleger:
CAPÍTULO V a)2 (dois) Desembargadores e 2 (dois) Juízes de Direito, e ela-
DAS PROVAS borar a lista sêxtupla para o preenchimento das vagas destinadas
(ARTS. 79 A 82) aos Advogados a ser enviada ao Presidente da República para inte-
grarem o Tribunal Regional Eleitoral, observado o mesmo processo
Art. 79 – O pedido de produção de provas no Tribunal obedece- para os respectivos Substitutos;
rá às determinações das leis processuais e deste Regimento. b)os membros do Conselho da Magistratura e respectivos su-
Art. 80 – Não podendo a parte instruir as suas alegações, por plentes;
motivo de recusa ou demora no fornecimento de certidões ou cópias c)os Desembargadores que integrarão as Comissões perma-
que tenha antecipadamente requerido em cartórios ou repartições nentes e as demais que forem constituídas;
públicas, o Relator conceder-lhe-á prazo razoável para este fim ou as IX– solicitar a intervenção no Estado, por intermédio do Supre-
requisitará a quem as deva fornecer, nos casos de medidas urgentes. mo Tribunal Federal, nos casos previstos na Constituição Federal;
Art. 81 – Depois de registrados os feitos na Secretaria, não se X– impor penas disciplinares;
admitirá juntada de documento, salvo para: XI– representar, quando for o caso, ao Conselho Superior do
I– comprovação de textos de leis municipais e estaduais, de Ministério Público, ao Conselho Seccional da Ordem dos Advoga-
normas de direito costumeiro ou estrangeiro, ou de precedentes dos, à Procuradoria-Geral do Estado e à Defensoria Pública do Es-
judiciais, desde que estes não se destinem a suprir, tardiamente, tado;
formalidade legal não observada; XII– deliberar sobre:
II– provas de fatos supervenientes, inclusive decisões em pro- a)a perda do cargo, na hipótese prevista no inc. I do art. 95 da
cessos conexos, que alterem ou prejudiquem os direitos postula- Constituição Federal;
dos; b)a advertência, censura, remoção, disponibilidade e aposen-
III– cumprimento de determinação do Tribunal Pleno, Seções, tadoria de Magistrado, por interesse público;
Câmaras, Turmas ou do Relator, em decisão fundamentada; XIII– propor à Assembleia Legislativa:
IV– produção de contraprova. a)projeto de lei referente à organização e divisão judiciária,
Art. 82 – As partes ficarão obrigadas à comprovação da auten- bem como a criação e extinção de cargos dos serviços auxiliares da
ticidade e fidelidade dos documentos e textos de leis apresentados Justiça Estadual;
ou transcritos, inclusive no que se refere à vigência destes, se hou- b)a alteração do número de membros do Tribunal de Justiça;
ver impugnação neste sentido. c)projeto de lei complementar dispondo sobre o Estatuto da
Parágrafo único – Aos Advogados das partes cabe também o Magistratura ou sua alteração;
dever de prestar as informações que lhes forem solicitadas sobre d)normas de processo e procedimento, civil e penal, de compe-
qualquer assunto pertinente à causa. tência legislativa do Estado;
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LEGISLAÇÃO

e)a fixação de vencimentos de seus membros e demais Juízes, k)a reclamação para preservação da sua competência, autori-
bem como dos Servidores dos serviços auxiliares da Justiça Esta- dade de suas decisões ou observância dos seus próprios preceden-
dual; tes;
XIV– promover Juízes de Direito por antiguidade e merecimen- l)o conflito de competência entre Seções, Câmaras, Turmas ou
to, neste caso mediante eleição, em lista tríplice sempre que pos- Desembargadores; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
sível; N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018).
XV– mandar riscar expressões desrespeitosas constantes de re- m)a representação oferecida pelo Procurador-Geral de Justiça
querimentos, razões ou pareceres submetidos ao Tribunal; para assegurar a observância dos princípios indicados na Constitui-
XVI– representar à autoridade competente quando, em autos ção Estadual ou para prover à execução de lei, ordem ou decisão
ou documentos de que conhecer, houver indícios de crime de ação judicial para fins de intervenção do Estado nos Municípios;
pública; n)o mandado de injunção, quando a falta total ou parcial de
XVII– votar o Regimento Interno e as suas emendas e dar-lhe norma regulamentadora de atribuição do Governador do Estado,
interpretação autêntica, mediante resolução ou edição de enuncia- da Assembléia Legislativa, de sua Mesa, dos Tribunais de Contas, do
do de súmula; Prefeito da Capital ou do próprio Tribunal de Justiça, bem como de
XVIII– autorizar a denominação de Fóruns com nomes de pes- autarquia ou fundação pública estadual, torne inviável o exercício
soas já falecidas, ligadas ou não ao meio jurídico, que tenham pres- dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas ineren-
tado relevantes serviços à Comarca, ouvida a Comissão de Memó- tes à nacionalidade, à soberania e
ria; (...) (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.02/2022, à cidadania. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
DE 01 DE JUNHO DE 2022). N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
XIX– instaurar sindicância, processar e julgar processos admi- o)as causas entre o Estado e os Municípios e entre estes.” (IN-
nistrativos contra Desembargador e Juiz Substituto de Segundo CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.06/2019, DE 24 DE
Grau, quanto à falta por este praticada no exercício da convocação; JULHO DE 2019)
XX– dirimir as dúvidas suscitadas por petição ou ofício sobre XXIII– processar e julgar:
competência do Tribunal Pleno, das Seções, Câmaras e Desembar- a)a restauração de autos extraviados ou destruídos relativos
gadores, bem como sobre as regras de prevenção, por decisão apta aos feitos de sua competência;
a formar precedente obrigatório; b)(REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
XXI– (REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL TAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). c)o incidente de arguição de suspeição ou impedimento contra
XXII– processar e julgar: Desembargador;
a)nas infrações penais comuns, inclusive nos crimes dolosos d)o incidente de arguição de suspeição e impedimento dirigido
contra a vida e nos crimes de responsabilidade, os Juízes de Direito; ao Procurador-Geral de Justiça;
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPO- e)(REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
NIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). TAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
b)(REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, f)os embargos de declaração opostos contra os acórdãos em
DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). processo de sua competência; (ALTERADO CONFORME EMENDA
c)o recurso de decisão do Conselho da Magistratura, quando REGIMENTAL N.04/2021, DE 01 DE DEZEMBRO DE 2021)
expressamente previsto; g)(REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018,
d)o conflito de atribuição entre autoridade judiciária e adminis- DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
trativa, quando for interessado o Governador, Secretário de Estado, h)(REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018,
o Procurador-Geral de Justiça ou o Procurador-Geral do Estado; DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
e)(REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, i)(REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018,
DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
f)os mandados de segurança e o habeas data contra ato ou j)o agravo interno contra decisão do Presidente, dos Vice-Pre-
omissão do Plenário e de seus membros, das Seções Cíveis Reu- sidentes e dos Corregedores, bem como dos seus integrantes em
nidas e da Seção Criminal; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- processo de sua competência;
MENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). k)o recurso de pena imposta por órgão do Tribunal, ressalvada
g)a ação rescisória de seus acórdãos; (ALTERADO CONFORME a competência do Conselho da Magistratura;
EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE l)(REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018,
16/05/2018). DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
h)a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normati- § 1º – É indispensável a presença de, no mínimo, dois terços
vo estadual ou municipal em face da Constituição Estadual, inclusi- dos membros efetivos para o funcionamento do Tribunal Pleno nas
ve por omissão; hipóteses dos incisos I a XXII, e da maioria nos casos do inciso XXIII;
i)o incidente de arguição de inconstitucionalidade de lei ou ato (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30
normativo; DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
j)o incidente de resolução de demandas repetitivas e o inciden- § 2º – Exige-se o voto da maioria absoluta dos membros efeti-
te de assunção de competência quando for caso de observância do vos para se admitir incidente de resolução de demandas repetitivas
disposto no art. 97 da Constituição Federal ou se suscitado a partir e incidente de assunção de competência, bem como para o acolhi-
de processo de competência do Tribunal Pleno; mento do pedido nos casos dos incisos IX e XXII, alínea “m”, para

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aplicação da pena nos casos do inciso XII, e para a declaração de V– apresentar, anualmente, na primeira sessão ordinária do
inconstitucionalidade nos casos das alíneas “h”, “i” e “j” do inciso Tribunal Pleno, relatório circunstanciado das atividades do Poder
XXII, todos do caput deste artigo. Judiciário;
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE VI– presidir o Tribunal Pleno e o Conselho da Magistratura;
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). VII– convocar, antes da vacância ou imediatamente após o mo-
§ 3º – Se não for alcançado o quórum qualificado disposto no tivo que lhe deu causa, Juiz de Vara de Substituição para substituir
§2°, estando ausentes Desembargadores em número que possa Desembargador, na forma da lei, deste Regimento e das delibera-
influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o ções do Tribunal Pleno;
comparecimento dos Desembargadores ausentes, até que se atinja VIII– publicar, até o dia 15 (quinze) do mês de janeiro de cada
o número necessário para a prolação da decisão. (INCLUÍDO CON- ano, a lista de antiguidade dos Magistrados;
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 15/2019, DE 18 DE DEZEMBRO IX– ordenar ou denegar, nos casos previstos em lei, a requeri-
DE 2019). mento da pessoa jurídica interessada, a suspensão, em despacho
§ 4º – Os Juízes Substitutos de Segundo Grau convocados po- fundamentado, da execução da medida liminar, ou de sentença;
derão participar do julgamento, inclusive na condição de Relator, X– assinar, com os Relatores, os acórdãos dos julgamentos que
apenas dos processos indicados no inciso XXIII do caput deste arti- tiver presidido, assim como as cartas de ordem e requisitórias, os
go. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 15/2019, DE alvarás de soltura e os mandados executórios;
18 DE DEZEMBRO DE 2019). XI– prestar informações aos Tribunais superiores quando soli-
§ 5º – Na forma do inciso XX do caput deste artigo, as diver- citadas;
gências de interpretação, entre Desembargadores ou Órgãos do XII– convocar sessões extraordinárias do Tribunal Pleno e do
Tribunal, sobre as normas de competência regimental, serão resol- Conselho da Magistratura;
vidas sob a forma de dúvida, suscitada ao 1º Vice-Presidente, que, XIII– autorizar a confecção das folhas de pagamento dos Magis-
a seu critério ou a pedido do Relator suscitante, poderá relatá-la e trados e dos Servidores do Poder Judiciário;
submetê-la à apreciação do Tribunal Pleno. (ALTERADO CONFORME XIV– promover abertura de crédito;
EMENDA REGIMENTAL XV– indicar, por proposta dos Corregedores ou por deliberação
N. 15/2019, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2019). do Tribunal, juiz auxiliar se o titular estiver com serviço acumulado
§ 6º – Nas hipóteses dos incisos XVII, XX, XXII, alíneas “i”, “j”, e sem condições de normalizá-lo;
“k” e “l”, formar-se-á precedente obrigatório quando houver voto XVI– proferir voto de qualidade, quando houver empate nos
da maioria absoluta dos membros efetivos, podendo a tese jurídica julgamentos de que não participou, se a solução deste não estiver
firmada ser objeto de enunciado de súmula. (ALTERADO CONFOR- de outro modo regulada;
ME EMENDA REGIMENTAL N. 15/2019, DE 18 DE DEZEMBRO DE XVII– dar posse aos Desembargadores e Juízes, e conceder-lhes
2019). prorrogação de prazo para esse fim;
§ 7º Os Juízes Substitutos de Segundo Grau convocados não XVIII– prover os cargos em Comissão e, com aprovação do Tri-
participarão dos julgamentos dos embargos de declaração, bem as- bunal, os demais cargos de direção dos seus serviços auxiliares;
sim dos agravos internos em face das classes processuais que não XIX– expedir os atos de nomeação, remoção, promoção, per-
estejam elencadas no inciso XXIII do caput deste artigo. (INCLUÍDO muta, disponibilidade e aposentadoria dos Magistrados e Servido-
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2021, DE 01 DE DEZEM- res do Poder Judiciário;
BRO DE 2021). XX– inspecionar e fiscalizar todos os serviços forenses e, de
modo especial, as atividades dos Magistrados e Servidores do Po-
CAPÍTULO II der Judiciário;
PRESIDENTE DO TRIBUNAL XXI– designar Comissões de concurso para admissão de Servi-
(ART. 84) dores da Secretaria do Tribunal, incumbindo-lhes elaborar os regu-
lamentos dos respectivos certames;
Art. 84 – Compete ao Presidente do Tribunal: XXII– velar pela regularidade e exatidão das publicações dos
I– superintender, na qualidade de chefe do Poder Judiciário do dados estatísticos sobre os trabalhos do Tribunal, ao final de cada
Estado, todos os serviços da Justiça, velando pelo seu regular fun- mês;
cionamento e pela exação das XXIII– delegar aos Vice-Presidentes a prática de atos de sua
autoridades judiciárias no cumprimento dos seus deveres, ex- competência;
pedindo, para esse fim, as ordens ou instruções que forem neces- XXIV– promover a execução dos acórdãos do Tribunal contra a
sárias; Fazenda Pública, nos casos de sua competência originária, observa-
II– representar o Poder Judiciário nas suas relações com os do o artigo 332 deste Regimento;
demais Poderes do Estado e corresponder-se com as autoridades XXV– encaminhar ao Juiz competente, para cumprimento, as
públicas sobre os assuntos que se relacionem com a Administração cartas rogatórias remetidas pelo Presidente do Supremo Tribunal
da Justiça; Federal, Superior Tribunal de Justiça ou outros Tribunais Federais,
III– representar o Tribunal nas solenidades e atos oficiais, po- emanadas de autoridades estrangeiras, mandando completar qual-
dendo delegar a incumbência aos Vice-Presidentes ou a outro De- quer diligência ou sanar nulidades antes de devolvê-las;
sembargador; XXVI– ordenar o pagamento, em virtude de sentenças proferi-
IV– promover, diretamente ou em convênio com entidades es- das contra a Fazenda Pública, em conformidade com a Constituição
taduais ou federais, e com aprovação do Tribunal, a organização e Federal e o Código de Processo Civil;
funcionamento de cursos de formação e aperfeiçoamento de Ma-
gistrados;
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LEGISLAÇÃO

XXVII– convocar o Tribunal Pleno, a fim de eleger a Mesa Di- VII– publicar, mensalmente, a relação atualizada dos usuários
retora do Poder Judiciário para o biênio seguinte ou, para eleger internos dos Sistemas de Acompanhamento Informatizado de Pro-
membro da Mesa em caso de vacância; cessos Judiciais, no âmbito da Diretoria de Distribuição do 2º Grau,
XXVIII– convocar Desembargador para compor o quórum de com os respectivos perfis de acesso, a partir de dados obrigatoria-
julgamento de outra Câmara nos casos de ausência ou impedimen- mente encaminhados pelos setores competentes até o último dia
to eventual do titular; do mês anterior; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
XXIX– conhecer e decidir requerimentos administrativos refe- 02/2019, DE 27 DE MARÇO DE 2019).
rentes a subsídios, vencimentos e salários; VIII– publicar, até o dia 05 de cada mês, lista com o número de
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE processos distribuídos, por Desembargador, no mês anterior, para
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). verificação do equilíbrio da distribuição;
XXX– responder à consulta sobre a interpretação do Regimento IX– exercer as funções administrativas que lhe forem delegadas
Interno, submetendo-a à apreciação do Tribunal Pleno; pelo Presidente do Tribunal de Justiça ou atribuídas pelo Regimento
XXXI– tomar o compromisso dos Juízes Substitutos; Interno do Tribunal.
XXXII– conceder a Magistrados vantagens a que tiverem direi- X– administrar: (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
to; N. 02/2019, DE 27 DE MARÇO DE 2019).
XXXIII– elaborar anualmente, com a colaboração dos Vice-Pre- a)a Diretoria de Distribuição do 2º Grau. (INSERIDO CONFOR-
sidentes e dos Corregedores da Justiça, a proposta orçamentária do ME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2019, DE 27 DE MARÇO DE 2019).
Poder Judiciário e encaminhá-la ao Poder Executivo após a aprova- b)o Plantão Judiciário do 2º Grau.
ção do Tribunal Pleno; (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
XXXIV– delegar, dentro de sua competência, quando assim o 02/2019, DE 27 DE MARÇO DE 2019).
entender e se fizer necessário, atribuições a Servidores da Secre- c)O Núcleo de Gestão da Qualidade. (INSERIDO CONFORME
taria; EMENDA REGIMENTAL N. 16/2019, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2019).
XXXV– votar no Tribunal Pleno em matéria administrativa e nas XI- superintender e presidir, no segundo grau, a distribuição
questões de inconstitucionalidade; dos feitos, podendo delegar tais atribuições a Juiz Assessor Espe-
XXXVI– relatar exceção de impedimento ou de suspeição opos- cial; (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2019, DE
ta a Desembargador; 27 DE MARÇO DE 2019).
XXXVII– exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas XII- tornar efetiva a adoção do sistema de distribuição eletrô-
em lei e neste Regimento Interno. nica dos processos no 2º grau, editando os atos necessários à roti-
XXXVIII– dirigir a Seção de Magistrados (INCLUÍDO CONFORME na dos trabalhos. (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
EMENDA REGIMENTAL N. 06/2018, PUBLICADA EM 26/09/2018) 02/2019, DE 27 DE MARÇO DE 2019).
XXXIX- organizar e publicar, anualmente, a lista de substituição XIII- autorizar a inclusão, exclusão e alteração de vaga e/ou Ór-
dos juízes de primeiro grau; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- gão Julgador nos sistemas judiciais.” (INSERIDO CONFORME EMEN-
MENTAL N. 06/2018, PUBLICADA EM 26/09/2018) DA REGIMENTAL N. 02/2019, DE 27 DE MARÇO DE 2019).
Parágrafo único – Compete à Seção de Magistrados tratar das
matérias relacionadas aos juízes de primeiro grau, com exceção da CAPÍTULO IV
competência atribuída pela Lei de Organização Judiciária à Presi- DO 2º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL (ART. 86 A 86-F)
dência e às Corregedorias Geral e das Comarcas do Interior. (INCLU-
ÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 06/2018, PUBLICADA Art. 86 – Ao 2º Vice-Presidente compete: (ALTERADO CONFOR-
EM 26/09/2018) ME EMENDA REGIMENTAL N. 13/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016,
DJe 31/03/2016).
CAPÍTULO III I– dirigir:
DO 1º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL (ART. 85) a)a Seção de Magistrados; (REVOGADO CONFORME EMENDA
REGIMENTAL N. 06/2018, PUBLICADA EM 26/09/2018)
Art. 85 – Ao 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça compete: b)a Ouvidoria Judicial; (REVOGADO CONFORME EMENDA REGI-
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 10/2016, DE 16 MENTAL N. 10/2022, PUBLICADA EM 26/10/2022)
DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). c)a Seção de Recursos;
I– substituir o Presidente do Tribunal de Justiça em suas ausên- d)o Núcleo de Gerenciamento de Precedentes – NUGEP. (ALTE-
cias, impedimentos e suspeições; RADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2017, PUBLICADA
II– relatar os incidentes de arguição de impedimento ou de sus- EM 20/12/2017).
peição dirigidos ao Presidente do Tribunal de Justiça; e)o Núcleo de Ações Coletivas – NAC.” (INCLUÍDO CONFORME
III– funcionar como Relator privativo: EMENDA REGIMENTAL N. 03/2020, PUBLICADA EM 09/12/2020).
a)nos pedidos de reversão ou aproveitamento de Magistrado; II– processar o recurso ordinário de acordo com o art. 86-B des-
b)nos conflitos de competência entre Órgãos do Tribunal, De- te Regimento;
sembargadores e Juízes Substitutos de Segundo Grau convocados; III– processar o recurso especial e o recurso extraordinário de
IV– integrar o Tribunal Pleno e o Conselho da Magistratura; acordo com os arts. 86-C e 86-D deste Regimento;
V– despachar atos administrativos referentes ao Presidente do IV– processar o recurso de agravo previsto no art. 1.042 do Có-
Tribunal de Justiça; digo de Processo Civil de acordo com o art. 86-E deste Regimento;
VI– dirimir as dúvidas manifestadas pelos Desembargadores e V– integrar o Tribunal Pleno e o Conselho da Magistratura;
partes, não veiculadas na forma de conflito, sobre distribuição, pre-
venção e ordem de serviço, em matéria de suas atribuições;
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VI– indicar ao Presidente do Tribunal de Justiça 2 (dois) Juízes § 4º – O protocolo de petição com pedido de cumprimento
de Direito da Comarca da Capital para auxiliálo no desempenho das provisório da decisão recorrida não implicará remessa dos autos ao
atribuições definidas no inciso I deste artigo; redator do acórdão recorrido, cabendo à parte formulá-lo em aten-
VII– organizar e publicar, anualmente, a lista de substituição ção aos requisitos do art. 522 do Código de Processo Civil, sendo
dos juízes de primeiro grau; (REVOGADO CONFORME EMENDA RE- processado em autos apartados, sem afetar o processamento do
GIMENTAL N. 06/2018, PUBLICADA EM 26/09/2018) recurso especial ou extraordinário interposto.
VIII– exercer as demais funções administrativas e judicantes Art. 86-D – Conclusos os autos ao 2º Vice-Presidente, cabe-lhe:
que lhe forem delegadas pelo Presidente do Tribunal de Justiça ou (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 13/2016, DE 30
atribuídas pelo Regimento Interno. DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
Parágrafo único – Compete à Seção de Magistrados tratar das I– não admitir, liminarmente, recurso especial ou extraordinário;
matérias relacionadas aos juízes de primeiro grau, com exceção da II– intimar o recorrente para, no prazo de 05 (cinco) dias, com-
competência atribuída pela Lei de Organização Judiciária à Presi- plementar o preparo insuficiente, recolher em dobro o preparo ine-
dência e às Corregedorias Geral e das Comarcas do Interior. (REVO- xistente ou corrigir equívoco no preenchimento da guia, conforme
GADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 06/2018, PUBLICADA o caso, observando-se o disposto no art. 1.007 do Código de Proces-
EM 26/09/2018). so Civil, ressalvadas as exceções legais e regimentais;
Art. 86-A – A 2º Vice-Presidência disciplinará a organização e III– encaminhar o processo ao redator do acórdão recorrido ou
funcionamento do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes – NU- ao seu sucessor no Órgão Julgador a fim de que seja novamente
GEP e do Núcleo de Ações Coletivas – NAC, que funcionarão em submetido ao colegiado para possível juízo de retratação, se verifi-
conjunto sob a denominação NUGEPNAC.” (ALTERADO CONFORME car que o acórdão recorrido diverge do entendimento do Supremo
EMENDA REGIMENTAL N. 03/2020, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2020). Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, confor-
Art. 86-B – Protocolada a petição do recurso ordinário, os autos me o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repe-
serão encaminhados à Secretaria da Seção de Recursos, que, por titivos, de acordo com o art. 1.030, II, do Código de Processo Civil;
ato ordinatório, intimará o recorrido para apresentar contrarrazões IV– não admitir recurso extraordinário que verse sobre ques-
no prazo de 15 (quinze) dias. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- tão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal tenha negado
MENTAL N. 13/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). repercussão geral;
§ 1º – Decorrido o prazo indicado no caput deste artigo, a Secre- V– não admitir recurso especial ou extraordinário interposto
taria juntará aos autos as contrarrazões eventualmente apresenta- contra acórdão que esteja em conformidade com o entendimento
das ou certificará a não apresentação delas pela parte, procedendo do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exa-
à remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça, independen- rado no regime de repercussão geral ou de julgamento de recursos
temente de prévio juízo de admissibilidade, de acordo com o art. repetitivos;
1.028, § 3º, do Código de Processo Civil. VI– sobrestar o recurso especial ou extraordinário que discuta
§ 2º – A remessa prevista no § 1º deste artigo prescinde de pré- questão de direito repetitiva já afetada e ainda não decidida pelo Su-
via conclusão ao 2º Vice- Presidente, na forma do art. 152, inciso VI, premo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça para jul-
e do art. 203, § 4º, ambos do Código de Processo Civil. gamento no regime de repercussão geral ou de recursos repetitivos.
Art. 86-C – Protocolada a petição do recurso especial ou ex- § 1º – Caso a questão de direito repetitiva identificada ainda
traordinário, os autos serão encaminhados à Secretaria da Seção não tenha sido afetada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Su-
de Recursos, que, por ato ordinatório, intimará o recorrido para perior Tribunal de Justiça para julgamento em regime de repercus-
apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. (INCLUÍDO são geral ou de recursos repetitivos, compete ao 2º Vice Presidente
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 13/2016, DE 30 DE MARÇO selecionar, no mínimo, dois recursos representativos da controvér-
DE 2016, DJe 31/03/2016). sia, determinando a remessa dos respectivos autos ao Supremo Tri-
§ 1º – Verificando as Secretarias do Tribunal que pendem de bunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso, e
julgamento embargos de declaração contra o acórdão recorrido ou sobrestando todos os processos pendentes em que se discuta idên-
agravo interno, devem encaminhar os autos para apreciação pelo tica questão de caráter repetitivo.
Órgão Julgador antes da remessa à Secretaria da Seção de Recursos § 2º – Para o fim do disposto no § 1º deste artigo, somente
para processamento dos recursos dirigidos às Cortes Superiores, podem ser selecionados como representativos da controvérsia re-
sob pena de responsabilização; caso inobservada esta providência, cursos admissíveis que contenham abrangente argumentação e dis-
a Secretaria da Seção de Recursos devolverá os autos à Secretaria cussão a respeito da questão a ser decidida.
do Órgão Julgador de origem por ato ordinatório, antes de intimar o § 3º – Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, apenas
recorrido para apresentar contrarrazões. os processos com recurso tempestivo e que já esteja com o preparo
§ 2º – Decorrido o prazo indicado no caput deste artigo, a regularizado serão encaminhados ao redator do acórdão, ou ao seu
Secretaria procederá à juntada das contrarrazões eventualmente sucessor no Órgão Julgador, para juízo de retratação.
apresentadas ou certificará a não apresentação delas pela parte, § 4º – Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, deve-se
realizando, na sequência, conclusão ao 2º Vice-Presidente. observar o disposto nos
§ 3º – Cabe ao 2º Vice-Presidente apreciar pedido de atribuição §§ 7º e 8° do art. 160 deste Regimento, mantida a prevenção
de efeito suspensivo a recurso especial ou extraordinário quando dos redatores do acórdão que passaram a integrar a Mesa Direto-
formulado na própria petição de recurso ou por petição autônoma ra.” (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2019, DE
protocolada entre a interposição do recurso e a publicação de deci- 24 DE JULHO DE 2019).
são sobre a sua admissibilidade. § 5º – Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, refutado
o juízo de retratação pelo Órgão competente e nos casos em que o
recurso verse sobre outras questões, conforme
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§ 2º do art. 1.041 do Código de Processo Civil, os autos retor- Art. 88 – O Corregedor-Geral expedirá, mediante Provimentos,
narão conclusos ao 2º Portarias, Ordens de Serviço ou simples despachos e instruções,
Vice-Presidente para que prossiga com o juízo de admissibilida- as ordens necessárias ou convenientes ao bom e regular funciona-
de e, em caso positivo, determine a remessa ao Supremo Tribunal mento dos serviços, cuja disciplina e fiscalização lhe competem.
Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso. Art. 89 – Ao Corregedor Geral, além da correição, da inspeção
§ 6º – O 2º Vice-Presidente deverá apreciar pedido de concessão e da fiscalização permanentes do serviço judiciário e dos atos dos
de efeito suspensivo a recurso especial ou extraordinário que tenha sido Juízes e Servidores das Comarcas de Entrância Final e da sua Secre-
sobrestado, nos termos do inciso VI do caput ou do § 1º deste artigo. taria, compete:
§ 7º – Apresentado requerimento da parte interessada para (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016, DE
que seja inadmitido recurso especial ou extraordinário intempes- 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
tivo sobrestado, a Secretaria da Seção de Recursos intimará o re- I– integrar o Tribunal Pleno e o Conselho da Magistratura;
corrente para que se manifeste no prazo de 05 (cinco) dias; findo o II– realizar correições parciais e extraordinárias, bem como ins-
prazo, com ou sem manifestação do recorrente, far-se-ão os autos peções nas Comarcas de Entrância Final, quando entender necessá-
conclusos ao 2º Vice- Presidente para decisão. rias ou quando determinadas pelo Tribunal Pleno ou pelo Conselho
Art. 86-E – Contra as decisões proferidas pelo 2º Vice-Presi- da Magistratura;
dente caberá: (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2014,
13/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). PUBLICADA NO DJE 24/01/2014).
I– agravo dirigido ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior III– superintender e presidir, no primeiro grau, a distribuição
Tribunal de Justiça, nos termos do art. 1.042 do Código de Processo dos feitos nas Comarcas de Entrância Final, podendo delegar tais
Civil, nas hipóteses do inciso I do art. 86-D deste Regimento; atribuições a Juiz de Direito auxiliar ou ao Juiz Diretor do Fórum da
II– agravo interno para o Órgão Julgador competente desse Tri- respectiva Comarca;
bunal de Justiça nas hipóteses dos incisos IV, V e VI do caput e da (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2014,
parte final do § 1º do art. 86-D deste Regimento; PUBLICADA NO DJE 24/01/2014).
III– agravo interno para o Órgão Julgador competente desse Tri- IV– conhecer de representação contra Servidores das Comar-
bunal de Justiça quando indeferido o requerimento do § 7º do art. cas de Entrância Final, inclusive os lotados nos Juizados Especiais e
86-D deste Regimento. demais Órgãos integrantes dos serviços auxiliares da Secretaria do
Parágrafo único – A decisão proferida na hipótese do inciso III Tribunal de Justiça;
do art. 86-D deste Regimento é irrecorrível. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2014,
Art. 86-F – Protocolada a petição de agravo interposto com PUBLICADA NO DJE 24/01/2014).
fundamento no art. 1.042 do Código de Processo Civil, a Secretaria V– praticar todos os atos relativos à posse, matrícula, conces-
da Seção de Recursos, por ato ordinatório, imediatamente intimará são de férias e licença e consequente substituição dos Servidores
o recorrido para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) da Secretaria da Corregedoria e dos Servidores das Comarcas de
dias. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 13/2016, DE Entrância Final; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). 01/2014, PUBLICADA NO DJE 24/01/2014).
§ 1º – Decorrido o prazo indicado no caput deste artigo, a Se- VI– propor ao Presidente do Tribunal de Justiça a realização de
cretaria procederá à juntada das contrarrazões ou certificará a inér- concursos para provimento de cargos de Servidores;
cia da parte, realizando, na sequência, conclusão ao 2º Vice-Presi- VII– informar os pedidos de permuta, remoção e transferência
dente para retratação. dos Servidores da Justiça;
§ 2º – Reconsiderada a decisão agravada, caberá ao 2º Vice- VIII– representar ao Conselho da Magistratura sobre a remoção
-Presidente proceder de acordo com os incisos IV, V, VI e § 1º do art. compulsória de Servidor;
86-D deste Regimento, se for o caso. IX– designar Servidores e auxiliares para as Serventias em que
§ 3º – Mantida a decisão agravada, o 2º Vice-Presidente proce- devam ter exercício dentro da mesma Comarca;
derá de acordo com os incisos IV, V e VI do caput e § 1º do art. 86-D X– instaurar, ex officio, processo de aposentadoria por invalidez
deste Regimento quando identificar que o fundamento da inadmis- ou implemento de idade contra Servidores lotados nas Comarcas
sibilidade constitui questão de direito de caráter repetitivo, ou, não de Entrância Final; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
sendo o caso, remeterá os autos ao Tribunal Superior respectivo. N. 01/2014, PUBLICADA NO DJE 24/01/2014).
XI– decidir representações relativas aos serviços judiciários ou
CAPÍTULO V encaminhá-las aos Órgãos competentes para fazê-lo; (ALTERADO
DO CORREGEDOR GERAL DA JUSTIÇA CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO
(ARTS. 87 A 89) DE 2016, DJe 17/03/2016).
XII– instaurar sindicâncias e propor a instauração de processos
Art. 87 – A Corregedoria-Geral da Justiça funcionará sob a dire- administrativos;
ção do Corregedor- Geral e terá sua própria Secretaria, que integra- XIII– representar ao Tribunal Pleno sobre a declaração de inca-
rá os serviços auxiliares do Tribunal. pacidade de Magistrado em virtude de invalidez ou a necessidade
Parágrafo único – A organização dos serviços da Corregedoria- de sua aposentadoria por implemento de idade;
-Geral será a que for estabelecida no seu Regimento Interno e nos XIV– (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016, DE
regulamentos e instruções baixadas pelo Corregedor, desde que 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
aprovados pelo Tribunal Pleno. XV– delegar poderes aos Magistrados de primeiro grau, para
procederem a diligências nos processos em curso na Corregedoria;

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XVI– determinar, independentemente de provocação, a resti- XXXV– dirigir-se a qualquer lugar onde a regularização do servi-
tuição de custas e salários, impondo as penas legais sempre que ço da Justiça reclame sua presença;
notar abusos em autos ou papéis que lhe forem apresentados; (AL- XXXVI– tomar em consideração, na medida de suas competên-
TERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE cias, as representações contra abusos, erros ou omissões das auto-
MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). ridades judiciárias, de seus auxiliares e dos Servidores da Secretaria
XVII– elaborar o Regimento Interno da Corregedoria, em con- da Corregedoria, determinando reduzir a termo as não formuladas
junto com o Corregedor das Comarcas do Interior, submetendo-o à por escrito, adotando as providências necessárias à sua apuração;
aprovação do Tribunal Pleno; XXXVII– apresentar, anualmente, até o dia 10 (dez) de janeiro,
XVIII– propor ao Tribunal Pleno a organização dos serviços da ao Presidente do Tribunal, o relatório anual dos trabalhos a seu car-
Secretaria da Corregedoria; go, que integrará o da Presidência;
XIX– baixar provimentos relativos aos serviços judiciários, regu- XXXVIII– propor a punição do Juiz de Direito que deixar de aten-
lando, especialmente, o uso de livros de folhas soltas, de distribui- der ao disposto no Art. 39 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional;
ção de feitos e de registro de reconhecimento de firmas; depósito XXXIX– solicitar, excepcionalmente, ao Tribunal Pleno a desig-
e guarda de bens e valores, bem assim contagem de custas, sem nação de Juízes, sem prejuízo de suas funções judicantes, para auxili-
prejuízo das atribuições dos Juízes; á-lo, em situações concretas, nas diligências a que tiver de proceder
XX– dar instruções aos Juízes, respondendo às suas consultas, nas Comarcas de Entrância Final; (ALTERADO CONFORME EMENDA
sobre matéria administrativa; REGIMENTAL N. 01/2014, PUBLICADA NO DJE 24/01/2014).
XXI– propor a designação de Juiz para auxiliar Vara ou Comarca; XL – adotar as devidas providências com o objetivo de impedir
XXII– inspecionar estabelecimentos prisionais e de interna- que os Juízes de Direito:
mento de crianças e adolescentes; a)residam fora da sede da Comarca, salvo autorização do Tribunal;
XXIII– apresentar ao Tribunal Pleno, até 31 de dezembro, rela- b)deixem de atender às partes a qualquer momento, quando
tório das correições realizadas durante o ano; se tratar de assunto urgente;
XXIV– informar, nos autos de pedido de inscrição para promo- c)excedam prazos processuais;
ção ou remoção, se o Juiz reside na sede da Comarca, se responde d)demorem na execução de atos e diligências judiciais;
a processo disciplinar, se de sua folha funcional constam elogios ou e)maltratem as partes, testemunhas, Servidores e demais au-
penalidades e a produção por ele informada, nos últimos 2 (dois) xiliares da Justiça;
anos; f)deixem de presidir, pessoalmente, as audiências e os atos nos
XXV– abrir e encerrar os livros da Corregedoria; quais a lei exige sua presença;
XXVI– apreciar, nos Cartórios, o estado do arquivo, as condi- g)deixem de exercer assídua fiscalização sobre seus subordina-
ções de higiene e a ordem dos trabalhos, dando aos Servidores as dos, especialmente no que se refere à cobrança de custas e emolu-
instruções convenientes; mentos, embora não haja provocação das partes; (ALTERADO CON-
XXVII– examinar autos, livros e papéis, apontando nulidades, FORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE
erros, falhas, irregularidades, omissões e promovendo o seu supri- 2016, DJe 17/03/2016).
mento, se for o caso; h)frequentem lugares onde sua presença possa diminuir a con-
XXVIII– verificar, determinando providências: fiança pública na Justiça;
a)se os títulos de nomeação dos Juízes e Servidores se reves- i)cometam repetidos erros de ofício, denotando incapacidade,
tem das formalidades legais; desídia ou pouca dedicação ao estudo;
b)se o exercício de cargo, função ou emprego é regular, bem j)pratiquem, no exercício de suas funções ou fora delas, faltas
assim o afastamento que houver; que prejudiquem a dignidade do cargo.
c)se a posse, assunção de exercício e afastamento têm sido co- XLI – funcionar como Relator nos processos de apelação de
municados ao Tribunal; sentença proferida em dúvida registral, prevista no art. 202 da Lei
d)se existe acumulação proibida de cargos. nº 6015/73;
XXIX– baixar normas e determinar medidas capazes de unifor- XLII – exercer quaisquer outras atribuições conferidas em Lei, nes-
mizar e padronizar os serviços administrativos das Varas da Infância te Regimento e no Regimento Interno da Corregedoria Geral de Justiça.
e da Juventude nas Comarcas do Estado em conjunto com a Corre-
gedoria do Interior; CAPÍTULO VI
XXX– expedir, mediante provimento, as instruções necessárias DO CORREGEDOR DAS COMARCAS DO INTERIOR (ART. 90)
ao relacionamento das Varas da Infância e da Juventude com Ór-
gãos e entidades ligados aos problemas do menor; Art. 90 – Compete ao Corregedor das Comarcas do Interior:
XXXI– fixar o número de Agentes Voluntários de Proteção à In- I– integrar o Tribunal Pleno e o Conselho da Magistratura;
fância e à Juventude e autorizar seu credenciamento pelo Juiz; II– exercer as atividades próprias do Corregedor Geral da Justi-
XXXII– criar cadastro de Leiloeiros, Tradutores, Peritos, Comis- ça, restringindo-se a sua competência aos Juízes e Servidores lota-
sários e Síndicos, habilitados a atuar como auxiliares do Juiz nos dos nas Comarcas de Entrância Inicial e Intermediária; (ALTERADO
feitos em que sua presença se faça necessária; CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2014, PUBLICADA NO DJE
XXXIII– designar Substitutos entre Servidores nos casos de va- 24/01/2014).
cância e nas faltas e impedimentos iguais ou superiores a 30 (trinta) III– apresentar ao Presidente do Tribunal de Justiça relatório
dias; sobre a inspeção realizada em Comarca a ser instalada ou vaga;
XXXIV– locomover-se, no exercício das suas funções, por delibe-
ração própria, do Tribunal Pleno ou do Conselho da Magistratura, para
o local onde devam apurar fatos relativos à administração da Justiça;
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IV– dirigir-se a qualquer Comarca ou Distrito Judiciário de Co- CAPÍTULO VIII


marca de Entrância Inicial ou Intermediária, onde a regularização SEÇÕES CÍVEIS (ART. 92 E 92-A)
do serviço da Justiça reclame sua presença; (ALTERADO CONFORME
EMENDA REGIMENTAL N. 01/2014, PUBLICADA NO DJE 24/01/2014). Art. 92 – Compete a cada uma das Seções Cíveis, no âmbito da
V– visitar, anualmente, pelo menos, 50 (cinquenta) Comarcas sua competência, definida nos artigos seguintes: (ALTERADO CON-
do Interior do Estado, sob sua competência, em correição geral FORME EMENDA REGIMENTAL N. 07/2016, DE 16 DE MARÇO DE
ordinária, sem prejuízo das correições extraordinárias, gerais ou 2016, DJe 17/03/2016).
parciais, que entenda fazer ou haja de realizar por deliberação do I– processar e julgar:
Conselho da Magistratura ou do Tribunal Pleno; (ALTERADO CON- a)o incidente de resolução de demandas repetitivas e o inci-
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2014, PUBLICADA NO DJE dente de assunção de competência, com exceção das hipóteses em
24/01/2014). que o Regimento estabelecer a competência de órgão diverso;
VI– solicitar, excepcionalmente, ao Tribunal Pleno, a designa- b)o agravo interno interposto contra decisões dos seus inte-
ção de Juízes, sem prejuízo de suas funções judicantes, para auxi- grantes em processos de sua competência;
liá-lo, em situações concretas, nas diligências a que tiver de pro- c)a reclamação para preservação da sua competência, autori-
ceder nas Comarcas do Interior sob sua competência; (ALTERADO dade de suas decisões ou observância dos seus próprios preceden-
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2014, PUBLICADA NO DJE tes;
24/01/2014). d)a ação rescisória de seus acórdãos e dos acórdãos das Câ-
VII– exercer quaisquer outras atribuições conferidas em Lei, neste maras Cíveis; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
Regimento e no Regimento Interno da Corregedoria Geral de Justiça. N.06/2022, DE 10 DE AGOSTO DE 2022).
VIII- funcionar como Relator nos processos de apelação de sen- e)os embargos de declaração interpostos contra seus acórdãos;
tença proferida em dúvida registral, prevista no art. 202 da Lei nº f)a execução de seus acórdãos, nas causas de sua competência
6015/73; (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11, DE originária, podendo-se delegar ao juízo de primeiro grau a prática
23 DE OUTUBRO DE 2019). de atos não decisórios;
g)o incidente de arguição de suspeição ou impedimento dirigi-
CAPÍTULO VII da a Juiz de Direito, a membro do Ministério Público, a auxiliar da
SEÇÕES (ART. 91) justiça ou aos demais sujeitos imparciais do processo;
h)o mandado de segurança e o habeas data contra atos ou omis-
Art. 91 – Integram o Tribunal de Justiça a Seção Criminal, a sões: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018,
Seção Cível de Direito Público, a Seção Cível de Direito Privado e DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018).
as Seções Cíveis Reunidas. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- 1)do Governador do Estado;
MENTAL N. 07/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). 2)da Mesa da Assembleia Legislativa
§ 1º – A Seção Cível de Direito Público é constituída pelos De- 3)do Procurador-Geral de Justiça;
sembargadores membros da 2ª, da 3ª e da 5ª Câmaras Cíveis e a 4)dos Presidentes e/ou Conselheiros dos Tribunais de Contas;
Seção Cível de Direito Privado pelos Desembargadores membros (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.08/2022, DE 10
da 1ª e da 4ª Câmaras Cíveis e da Turma Cível da Câmara Especial DE AGOSTO DE 2022).
do Extremo Oeste Baiano. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- 5)do Defensor Público-Geral do Estado;
MENTAL N. 07/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). 6)do Prefeito da Capital;
§ 2º – Os 14 (quatorze) Desembargadores mais antigos de cada 7)dos Secretários de Estado;
Seção Cível integram as Seções Cíveis Reunidas, seguindo-se a lista 8)do Procurador-Geral do Estado;
de antiguidade de cada Órgão nos casos de substituições.” (ALTE- i)a reclamação destinada a dirimir divergência entre acórdão
RADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.05/2021, DE 01 DE DE- prolatado por Turma Recursal e a jurisprudência do Superior Tri-
ZEMBRO DE2021). bunal de Justiça, consolidada em incidente de assunção de compe-
§ 3º – Serão realizadas, mensalmente, até duas sessões ordi- tência e de resolução de demandas repetitivas, em julgamento de
nárias de cada Seção Cível, até duas sessões ordinárias das Seções recurso especial repetitivo e em enunciados das Súmulas do STJ,
Cíveis Reunidas e até duas sessões ordinárias da Seção Criminal. bem como para garantir a observância de precedentes, em maté-
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPO- rias da competência das Seções, com exceção das hipóteses em que
NIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). o Regimento estabelecer a competência de órgão diverso;
§ 4º – A Seção Criminal é integrada pelos Desembargadores (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 14/2016, DE
da 1ª e 2ª Câmaras Criminais e os da Turma Criminal da Câmara 03 DE JUNHO DE 2016, DJe 06/06/2016)
Especial do Extremo Oeste. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- II– aplicar a técnica de complementação de julgamento não
MENTAL N. 07/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). unânime de ação rescisória contra sentenças de juízos cíveis, na hi-
§ 5º – Os Juízes Substitutos de Segundo Grau convocados par- pótese prevista no art. 942, § 3º, inciso I, do CPC.
ticipam das Seções, inclusive na condição de Relator, com exceção Art. 92-A – Compete às Seções Cíveis Reunidas: (INSERIDO
dos julgamentos dos Incidentes de Resolução de Demandas Repe- CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 14/2016, DE 03 DE JUNHO
titivas, dos Incidentes de Assunção de Competência, bem como DE 2016, DJe 06/06/2016).
eventuais embargos de declaração e agravos internos vinculados às I– processar e julgar o incidente de resolução de demandas
referidas classes processuais, dos quais apenas participam os mem- repetitivas e o incidente de assunção de competência envolvendo
bros efetivos do Tribunal.” (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- matéria processual civil ou questões de direito comuns à competên-
MENTAL N. 04/2021, DE 01 DE DEZEMBRO DE 2021). cia das Seções Cíveis;

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II– aplicar a técnica de complementação de julgamento não III– licitações e contratos administrativos;
unânime de ação rescisória contra acórdãos das Câmaras Cíveis de IV– desapropriações, salvo as mencionadas no art. 34, parágra-
Direito Público ou de Direito Privados, na hipótese prevista no art. fo único, do Decreto-lei 3.365, de 21.06.1941;
942, § 3º, inciso I, do CPC; V– ensino;
III– processar e julgar os conflitos de competência entre Juí- VI– contribuição sindical;
zes de Direito; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL VII– responsabilidade civil do Estado, inclusive a decorrente de
N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). apossamento administrativo e de desistência de ato expropriatório;
IV– processar e julgar a reclamação destinada a dirimir diver- VIII– ações e execuções de natureza fiscal, ou parafiscal, de in-
gência entre acórdão prolatado por Turma Recursal e a jurisprudên- teresse da Fazenda do Estado e de suas autarquias;
cia do Superior Tribunal de Justiça, consolidada em incidente de IX– ação popular;
assunção de competência e de resolução de demandas repetitivas, X– direito de greve de servidor público. (INSERIDO CONFORME
em julgamento de recurso especial repetitivo e em enunciados das EMENDA REGIMENTAL N. 07/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
Súmulas do STJ, bem como para garantir a observância de prece- 17/03/2016).
dentes, envolvendo matéria processual civil ou questões de direito
comuns à competência das Seções Cíveis. (INSERIDO CONFORME CAPÍTULO XI
EMENDA REGIMENTAL N. 14/2016, DE 03 DE JUNHO DE 2016, DJe SEÇÃO CRIMINAL (ART. 95)
06/06/2016)
V– processar e julgar os mandados de segurança e o habeas Art. 95 – Compete à Seção Criminal processar e julgar:
data contra atos ou omissões das Seções Cíveis e dos seus respec- I– o incidente de resolução de demandas repetitivas e o inci-
tivos membros e Câmaras; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- dente de assunção de competência envolvendo matéria penal ou
MENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018) processual penal; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
VI– processar e julgar as ações rescisórias de seus acórdãos; N. 11/2022, DE 26 DE OUTUBRO DE 2022).
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPO- II– os embargos de declaração opostos aos seus acórdãos;
NIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018) III– os agravos internos de decisões proferidas, nos feitos de
sua competência, pelos Presidentes e Relatores;
CAPÍTULO IX (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE
SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO (ART. 93) 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
IV– os embargos infringentes e de nulidade opostos a acórdãos
Art. 93 – À Seção de Direito Privado cabe processar e julgar os das Câmaras Criminais e de suas Turmas;
processos regidos pelo Direito Privado, compreendendo-se os rela- V- os conflitos de competência entre Juízes de Direito; (ALTERA-
tivos às seguintes matérias: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZA-
MENTAL N. 07/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). DA NO DJE DE 16/05/2018)
I– direitos de autor e outros direitos da personalidade; VI– (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 02/2009, PU-
II– fundações, sociedades, associações e entidades civis, co- BLICADA EM 21/09/2009).
merciais ou religiosas; III – família e sucessões; VII– as revisões criminais dos seus próprios acórdãos, dos acór-
IV– propriedade, posse e direitos reais sobre coisa alheia, salvo dãos das Câmaras e Turmas e os pedidos de reabilitação relativa-
quando se trate de desapropriação; mente às condenações que tenha proferido; (ALTERADO CONFOR-
V– obrigações de Direito Privado em geral, incluindo as relati- ME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE
vas ao Direito do Consumidor, ainda que oriundas de contrato do 16/05/2018).
qual o Estado participe, ou de prestação de serviços que haja auto- VIII– as exceções de impedimento e de suspeição opostas aos
rizado, delegado, permitido, ou concedido; Juízes, quando não reconhecidas;
VI– responsabilidade civil, contratual ou extracontratual, salvo a do IX– (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE
Estado; VII – recuperação, anulação e substituição de título ao portador; 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
VIII – patentes, marcas, denominações sociais e atos da Junta X– a exceção da verdade, após admitida e processada no juízo
Comercial; IX – falência e recuperação de empresas; de origem, em processo de crime contra a honra, em que figure
X – insolvência civil, fundada em título executivo judicial; XI – como ofendido Deputado Estadual, Juiz de Direito, Promotor de
registros públicos; Justiça ou Procurador de Justiça, Secretário de Estado, Defensor Pú-
XII – alienações judiciais relacionadas com matéria da própria blico Estadual, o Procurador-Geral do Estado ou o Vice-Governador;
Seção. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPO-
NIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
CAPÍTULO X XI– o habeas corpus, quando o coator ou o paciente for mem-
SEÇÃO DE DIREITO PÚBLICO (ART. 94) bro do Poder Legislativo Estadual, Servidor ou Autoridade, cujo ato
esteja diretamente submetido à jurisdição do Tribunal de Justiça,
Art. 94 – À Seção de Direito Público cabe processar e julgar os quando se tratar de infração penal sujeita à mesma jurisdição em
processos regidos pelo Direito Público, compreendendo-se os rela- única instância ou quando houver perigo de se consumar a violên-
tivos às seguintes matérias: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- cia antes que outro Juiz ou Tribunal possa conhecer do pedido; (IN-
MENTAL N. 07/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBI-
I – concursos públicos, Servidores públicos, em geral, e ques- LIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
tões previdenciárias; II – controle e cumprimento de atos adminis-
trativos;
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XII– o mandado de segurança e o habeas data contra ato ou VIII– os embargos de declaração interpostos contra seus acór-
omissão de seus membros, Câmaras e Turmas; (INCLUÍDO CONFOR- dãos; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE
ME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 14 DE JUNHO DE 2017).
16/05/2018) IX– o agravo interno interposto contra decisão de Desembarga-
XII–A - o mandado de segurança e habeas data contra atos ou dor que a integre; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
omissões dos Secretários de Estado; (INCLUÍDO CONFORME EMEN- 1/2017, DE 14 DE JUNHO DE 2017).
DA REGIMENTAL N.03/2021, DE 01 DE DEZEMBRO DE 2021) X– a restauração de autos perdidos e habilitação incidente nos
XIII– o pedido de arquivamento de inquérito formulado pelo processos de sua competência. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA
Procurador-Geral de Justiça; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- REGIMENTAL N. 1/2017, DE 14 DE JUNHO DE 2017).
MENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018)
XIV– nas infrações penais comuns, inclusive nos crimes dolosos CAPÍTULO XIII
contra a vida, e nos crimes de responsabilidade, membros do Minis- TURMAS CÍVEIS (ART. 97)
tério Público e da Defensoria Pública Estadual, Deputado Estadual e
o Procurador-Geral do Estado; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA RE- Art. 97 – Será realizada uma sessão de julgamento semanal de
GIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). cada Câmara Cível, em dia fixo definido pelo Presidente de cada
XV– nas infrações penais comuns, o Vice-Governador e os Se- Órgão Julgador.
cretários de Estado; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE
N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). 14 DE JUNHO DE 2017).
XVI- a medida cautelar e de segurança, em processo penal de §1º – O julgamento das ações indicadas nos incisos III e IV do
sua competência; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL art. 96 deste Regimento, no âmbito da Câmara Cível, dar-se-á por
N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). Turma Julgadora composta pelo Relator e pelos quatro Desembar-
XVII- o incidente de falsidade e o de insanidade mental do acu- gadores que o sucederem na ordem decrescente de antiguidade,
sado, nos processos de sua competência; (INCLUÍDO CONFORME dentre os componentes do Órgão Julgador. (ALTERADO CONFORME
EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE EMENDA REGIMENTAL N. 04/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
16/05/2018). §2º – O julgamento dos demais processos, no âmbito da Câ-
XVIII- o pedido de revogação de medida de segurança que tiver mara Cível, dar-se-á por Turma Julgadora composta pelo Relator e
aplicado; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, pelos dois Desembargadores que o sucederem na ordem decres-
DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). cente de antiguidade, dentre os componentes do Órgão Julgador.
XIX- o recurso de decisão de recebimento ou rejeição de queixa (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2019, DE 24
ou denúncia, nos crimes de sua competência originária; (INCLUÍDO DE JULHO DE 2019).
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA
NO DJE DE 16/05/2018). CAPÍTULO XIV
CÂMARAS CRIMINAIS (ART. 98)
CAPÍTULO XII
CÂMARAS CÍVEIS (ART. 96) Art. 98 – Compete a cada Câmara Criminal processar e julgar:
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPO-
Art. 96 – Compete a cada Câmara Cível processar e julgar: NIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018).
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE I– os Prefeitos Municipais nos crimes comuns e de responsa-
14 DE JUNHO DE 2017). bilidade;
I– o mandado de segurança e o habeas data contra ato ou II– agravo interno contra decisão do Relator; (ALTERADO CON-
omissão de Juiz de Direito; (ALTERADO CONFORME EMENDA RE- FORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MARÇO DE
GIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018). 2016, DJe 17/03/2016).
II– o habeas corpus impetrado contra decisão de Juiz de Direito III– o mandado de segurança e o habeas data contra ato ou
que decretar a prisão civil do responsável pelo inadimplemento de omissão de Juiz de Direito, quando se tratar de matéria criminal;
obrigação alimentar; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN- (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPO-
TAL N. 1/2017, DE 14 DE JUNHO DE 2017). NIBILIZADA NO DJE DE 16/05/2018).
III– a ação rescisória das sentenças; (ALTERADO CONFORME IV– as revisões criminais contra sentença de primeiro grau.
EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE 14 DE JUNHO DE 2017).
IV– em instância única, nos termos da legislação militar, os CAPÍTULO XV TURMAS CRIMINAIS (ART. 99)
processos de indignidade para o oficialato ou da incompatibilidade
com este, oriundos de Conselho de Justificação, e os de perda de Art. 99 – Compete às Turmas Criminais processar e julgar:
graduação dos praças, oriundos de Conselho de Disciplina. (ALTERA- I – habeas corpus, excetuada a hipótese de prisão civil; II – re-
DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE 14 DE JUNHO curso interposto em ação ou execução;
DE 2017). III– desaforamento;
V– a apelação cível; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- IV– agravo interno contra decisão do Relator. (ALTERADO CON-
MENTAL N. 1/2017, DE 14 DE JUNHO DE 2017). FORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MARÇO DE
VI– a remessa necessária; (ALTERADO CONFORME EMENDA 2016, DJe 17/03/2016).
REGIMENTAL N. 1/2017, DE 14 DE JUNHO DE 2017).
VII– o agravo de instrumento; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA
REGIMENTAL N. 1/2017, DE 14 DE JUNHO DE 2017).
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CAPÍTULO XVI VIII– autorizar os Servidores da Justiça a exercerem Comissões


CONSELHO DA MAGISTRATURA (ARTS. 100 A 103) temporárias, a prestarem serviços em outros Órgãos públicos e a
exercerem cargos eletivos;
Art. 100 – O Conselho da Magistratura, com função adminis- IX– julgar os recursos interpostos contra as decisões dos Corre-
trativa e disciplinar e do qual são membros natos o Presidente, o 1º gedores da Justiça;
e o 2º Vice-Presidentes do Tribunal de Justiça, o Corregedor Geral X– determinar, em geral, todas as providências que forem ne-
de Justiça e Corregedor das Comarcas do Interior, compor- se-á de cessárias, a garantir o regular funcionamento dos Órgãos da Justiça;
mais 2 (dois) Desembargadores, sendo um integrante das Seções XI– declarar em regime de exceção qualquer Comarca ou Vara,
Cíveis e o outro da Seção Criminal. nos termos da Lei de Organização Judiciária.
§ 1° – A eleição será realizada na mesma sessão de eleição da XII- processar e julgar a apelação de sentença proferida em
direção do Tribunal, com mandato coincidente com o desta, ou dúvida registral, prevista no art. 202 da Lei nº 6015/73. (INSERIDO
quando necessário para complementação de mandato. CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11, DE 23 DE OUTUBRO DE
§ 2° – O Conselho da Magistratura terá como Órgão superior o 2019).
Tribunal Pleno.
Art. 101 – O Conselho reunir-se-á ordinária ou extraordinaria- TÍTULO II
mente. COMISSÕES (ARTS. 104 A 119)
§ 1° – As sessões serão públicas podendo, quando a Lei ou este
Regimento Interno o determinarem ou o interesse público o exigir, CAPÍTULO I
ser limitada a presença às próprias partes e aos seus Advogados. DISPOSIÇÕES GERAIS (ARTS. 104 A 109)
§ 2° – As decisões administrativas serão tomadas por maioria
de votos, inclusive o do Presidente. Art. 104 – As Comissões, cuja criação este Regimento estipula
§ 3° – Nos julgamentos, com limitação de presença, da resenha ou faculta, colaborarão no desempenho dos encargos do Tribunal.
enviada à publicação, constará o nome das partes abreviado por Parágrafo único – O Tribunal poderá criar Comissões temporá-
suas iniciais. rias, para os fins que indicar.
Art. 102 – Compete ao Conselho da Magistratura: Art. 105 – As Comissões permanentes serão constituídas de 4
I– funcionar como Órgão de disciplina geral dos Juízes e Servi- (quatro) membros e 3 (três) suplentes, eleitos por
dores de Justiça: 2(dois) anos pelo Tribunal Pleno, no início de cada biênio, os
a)processar e julgar os recursos hierárquicos de sua competên- quais elegerão o seu Presidente .
cia interpostos em processos disciplinares julgados pelos Correge- § 1º – Os suplentes servem a qualquer das Comissões e serão
dores; convocados pelo Presidente quando o afastamento do membro efe-
b)aplicar, nos termos da Lei de Organização Judiciária, as penas tivo for superior a 30 (trinta) dias.
disciplinares da sua competência; § 2º – As Comissões temporárias são compostas de 3 (três)
c)determinar à Corregedoria Geral ou das Comarcas do Interior membros, no mínimo, a critério do Tribunal.
a realização de sindicâncias e correições extraordinárias, gerais ou Art. 106 – Os pareceres das Comissões serão sempre por es-
parciais, em face de irregularidades que vier a ter conhecimento. crito e, quando não unânimes, fica facultado ao vencido explicitar
II– julgar as habilitações nos casos de transferência, remoção, seu voto.
permuta e promoção de juízes; Art. 107 – Quando não houver prazo especialmente assinado,
III– deliberar sobre os pedidos de remoção e permuta de Servi- as Comissões deverão emitir seus pareceres em 15 (quinze) dias,
dores sujeitos à fiscalização das Corregedorias; deles enviando cópia aos integrantes do Tribunal Pleno.
IV– processar e julgar as representações contra juízes que ex- Art. 108 – No mês de dezembro, cada Comissão apresentará ao
cederem os prazos legais. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- Presidente do Tribunal o relatório de seus trabalhos para aprecia-
MENTAL N. 08/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). ção pelo Tribunal Pleno e inserção no relatório anual dos trabalhos
Art. 103 – Compete, ainda, ao Conselho da Magistratura: do Tribunal.
I– discutir sobre a proposta do orçamento da despesa do Poder Art. 109 – A função de membros de Comissão só poderá ser
Judiciário e sobre as propostas de abertura de créditos especiais, a recusada por motivos justos, a critério do Tribunal, não podendo o
serem examinadas pelo Tribunal Pleno; Desembargador fazer parte de mais de uma Comissão Permanente,
II– exercer controle sobre a execução do orçamento da despesa nem destas participar qualquer membro da mesa.
do Poder Judiciário; III – declarar a vacância de cargo, por abando- CAPÍTULO II COMPETÊNCIA (Art. 110)
no, nas serventias de Justiça; Art. 110 – Compete às Comissões de qualquer natureza:
IV– propor ao Tribunal Pleno a instauração de processo admi- I– expedir normas de serviços e sugerir ao Presidente do Tribu-
nistrativo-disciplinar contra Magistrado, quando, ao julgar proces- nal as que versarem matéria de sua competência;
sos de sua competência, entender ter havido o cometimento de II– requisitar os Servidores necessários ao desempenho das
falta passível de penalidade; suas atribuições;
V– julgar os recursos interpostos contra decisões em concursos III– entender-se com o Presidente do Tribunal e com outras
para nomeação de cargos de Servidores da Justiça, bem como ho- autoridades e instituições, quanto ao bom resultado das medidas
mologá-los e indicar candidatos à nomeação; adotadas.
VI– impor penas disciplinares aos Servidores da Justiça;
VII– julgar os processos administrativos para a apuração de fal-
ta grave ou invalidez de Servidores da Justiça;

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CAPÍTULO III II– elaborar a listagem das obras a serem adquiridas para o
COMISSÕES PERMANENTES (ARTS. 111 A 114) acervo da Biblioteca, opinar sobre aquisições e permutas de obras
e acompanhar os procedimentos licitatórios para compra de livros,
Art. 111 – São permanentes: garantindo sua celeridade;
I– Comissão de Reforma Judiciária, Administrativa e Regimento III– manter na Biblioteca serviço de documentação que sirva de
Interno; subsídio à história do Tribunal;
II– Comissão de Jurisprudência, Revista e Documentação Jurí- IV– regulamentar o empréstimo de obras na Biblioteca;
dica, e Biblioteca; V– definir critérios para disponibilização de acórdãos na Inter-
III– Comissão de Gestão de Memória; (ALTERADO CON- net;
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2021, DE 13 DE OUTUBRO DE VI– decidir sobre a configuração do site de divulgação de juris-
2021). prudência;
IV– Comissão de Segurança. (ALTERADO CONFORME EMENDA VII– promover estudos para o constante aperfeiçoamento e
REGIMENTAL atualização dos serviços de divulgação da jurisprudência na Inter-
N. 01/2011, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 17/06/2011). net;
Art. 112 – Compete à Comissão de Reforma Judiciária, Adminis- VIII– organizar e supervisionar a edição e a circulação da revista
trativa e Regimento Interno: Bahia Forense;
I– opinar sobre todos os assuntos relativos à organização judici- IX– orientar e inspecionar os serviços do Departamento de Ju-
ária e aos serviços auxiliares da Justiça de primeiro e segundo graus; risprudência e Biblioteca, sugerindo as providências para seu fun-
II– realizar o estudo comparativo das organizações judiciárias cionamento satisfatório;
de outros Estados e compilar os elementos necessários, inclusive X– dirigir a organização do banco de dados da jurisprudência;
os relativos às reformas das leis processuais do País, para a devida e XI– garantir o acesso da Biblioteca a bancos de dados do Brasil
oportuna adaptação à Lei de Organização Judiciária; e do exterior de textos de livros, periódicos e acórdãos;
III– propor alterações de ordem legislativa ou de atos normati- XII– zelar pela facilitação e rapidez do acesso aos Magistrados
vos do próprio Poder Judiciário; da jurisprudência do Tribunal de Justiça e do material disponível na
IV– realizar o controle e o acompanhamento de projetos enca- Biblioteca;
minhados à Assembléia Legislativa; XIII– promover cursos para difundir técnicas de elaboração de
V– promover a reforma e atualização deste Regimento, pro- ementas a fim de manter a uniformidade da sua elaboração, facili-
pondo as emendas do texto em vigor e emitindo parecer sobre as tando a consulta à jurisprudência do Tribunal de Justiça;
de iniciativa de outra Comissão ou de qualquer Desembargador; XIV– promover, se necessário, cursos e treinamento de pessoal.
VI– emitir parecer sobre propostas de alteração do Regimento XV– propor ao Tribunal Pleno, às Seções Cíveis Reunidas ou à
Interno, dos Assentos e Resoluções do Tribunal. Seção Criminal que seja compendiada em súmula a jurisprudência
Parágrafo 1° - A iniciativa para apresentação de anteprojetos de do Tribunal, quando verificar que os Órgãos Julgadores não diver-
Lei de iniciativa do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, perante à gem na interpretação do direito.
Comissão de Reforma Judiciária, (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2018, DE
Administrativa e Regimento Interno, caberá, exclusivamente: 25 DE JULHO DE 2018)
(INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2019, DE 24 XVI– normatizar a atividade de pesquisa científica demandada
DE JULHO DE 2019) pela sociedade acadêmica ao acervo processual/documental do Tri-
a)ao Tribunal Pleno; bunal de Justiça. (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
b)aos membros da Mesa Diretora; 05/2018, DE 25 DE JULHO DE 2018)
c)aos membros da Comissão de Reforma Judiciária, Administra- Art. 114 – Compete à Comissão de Gestão de Memória:
tiva e Regimento Interno; I– promover a divulgação dos fatos históricos alusivos ao Poder
d)aos Desembargadores e Juízes; e Judiciário da Bahia e sugerir a realização de sessões magnas para
e)à Associação dos Magistrados da Bahia – AMAB a celebração de datas festivas ou de homenagem às suas figuras
Parágrafo 2° - Outros Órgãos, autoridades e entidades interes- representativas do passado; (ALTERADO CONFORME EMENDA RE-
sadas poderão apenas encaminhar proposições à Comissão de Re- GIMENTAL N. 02/2021, DE 13 DE OUTUBRO DE 2021)
forma Judiciária, Administrativa e Regimento Interno, que as anali- II– realizar pesquisas e propor a publicação ou republicação de
sará previamente e, entendendo pertinentes, dará prosseguimento obras que permitam o conhecimento do Tribunal, como instituição,
ao procedimento legislativo. (INSERIDO CONFORME EMENDA REGI- desde a sua criação no início do século XVII. (ALTERADO CONFORME
MENTAL N. 03/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019) EMENDA REGIMENTAL N. 02/2021, DE 13 DE OUTUBRO DE 2021)
Parágrafo 3° - O anteprojeto de Lei e/ou a sugestão de pro- III– coordenar a política de Gestão da Memória da instituição
posição deverá ser protocolizado, acompanhado da exposição de de acordo com a presente Resolução e em conformidade com os
motivos, minuta da proposta e mídia digital editável, que deverá Manuais de Gestão da Memória e Documental do Poder Judiciário;
ser entregue, no mesmo ato, na secretaria da Comissão Judiciária, (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2021, DE 13
Administrativa e Regimento Interno, sob pena de não conheci- DE OUTUBRO DE 2021)
mento do pleito. (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. IV– fomentar a interlocução e a cooperação entre as áreas de
03/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019) Arquivo, Museu, Memorial, Biblioteca e Gestão Documental do
Art. 113 – São atribuições da Comissão de Jurisprudência, Re- respectivo órgão; (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
vista, Documentação e Biblioteca: 02/2021, DE 13 DE OUTUBRO DE 2021)
I– participar na elaboração do orçamento da Biblioteca do Tri-
bunal de Justiça;
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V– aprovar critérios de seleção, organização, preservação e ex- Art. 116 – A Comissão de Concurso para o provimento de car-
posição de objetos, processos e documentos museológicos, arqui- gos de Juiz Substituto será integrada pelo Decano do Tribunal de
vísticos ou bibliográficos, que comporão o acervo histórico perma- Justiça, que será seu Presidente, 2 (dois) Desembargadores titulares
nente do órgão; (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. e 2 (dois) suplentes, indicados pelo Tribunal de Justiça, além do re-
02/2021, DE 13 DE OUTUBRO DE 2021) presentante da Ordem dos Advogados do Brasil.
VI– promover intercâmbio do conhecimento científico e cultu- Art. 117 – A Comissão de Concurso para ingresso na magistra-
ral com outras instituições e programas similares; e (INSERIDO CON- tura será regida por Regulamento próprio.
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2021, DE 13 DE OUTUBRO DE Art. 118 – A Comissão de Informática será composta de 1 (um)
2021) Desembargador, na qualidade de Presidente, e 3 (três) Servidores
VII– coordenar a identificação e o recebimento de material que da área técnica.
comporá os acervos físico e virtual de preservação, bem como a Art. 119 – Compete à Comissão de Informática:
divulgação de informações relativas à Memória institucional. (IN- I– o estudo e o oferecimento de sugestões em todos os assun-
SERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2021, DE 13 DE tos relacionados com o processamento de dados, com a raciona-
OUTUBRO DE 2021) lização dos serviços de informações e comunicações do Tribunal,
VIII- apreciar os requerimentos de denominação de Fóruns e bem como com a introdução de meios mecânicos e eletrônicos re-
prédios e a colocação de estátuas ou bustos, mediante apresenta- comendados para as atividades de seus Órgãos auxiliares;
ção prévia de parecer para deliberação do Tribunal Pleno; (...) (IN- II– propor regramento acerca da certificação digital dos acór-
SERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2022, DE 01 DE dãos;
JUNHO DE 2022) III– apresentar, trimestralmente, à Presidência relatório de ati-
§ 1º A comissão será integrada por 4 (quatro) desembargado- vidades, pormenorizando o andamento dos projetos de informati-
res titulares, 3 (três) desembargadores suplentes, 4 (quatro) juízes zação.
de direito titulares, 3 (três) juízes de direito suplentes e 4 (quatro) Art. 119-A – A Comissão Gestora de Precedentes e Ações Cole-
servidores. (INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL tivas será única e terá a composição a seguir:
N. 02/2021, DE 13 DE OUTUBRO DE 2021) I- integrada por um Desembargador das Seções Cíveis Reuni-
§ 2º A Comissão de Gestão da Memória poderá requisitar servi- das, um Desembargador da Seção de Direito Público, um Desem-
dores e o auxílio da Comissão Permanente de Avaliação Documental bargador da Seção de Direito Privado, um Desembargador da Seção
para o exercício de suas atribuições.” (NR) (INSERIDO CONFORME Criminal e por três Juízes de Direito, um, o Juiz Assessor Especial da
EMENDA REGIMENTAL N. 02/2021, DE 13 DE OUTUBRO DE 2021) 2ª Vice-Presidência, responsável pela Coordenação da Seção de Re-
Art. 114-A – Compete à Comissão de Segurança: (ALTERADO cursos e do NUGEP, e dois magistrados designados pelo Presidente
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2011, DISPONIBILIZADA do Tribunal de Justiça;
NO DJE DE 17/06/2011). II- constituída por, no mínimo, três servidores, dos quais pelo
I– criar um programa de segurança institucional do Poder Ju- menos um terço deve integrar o quadro de pessoal efetivo do tribu-
diciário Estadual, para suas estruturas físicas, servidores e magis- nal e possuir graduação em Direito.
trados; §1º A presidência da Comissão Gestora será exercida por um
II– propor a estruturação, aparelhamento, modernização e dos Desembargadores integrantes.
adequação tecnológica para a implantação e manutenção do pro- §2º A Comissão Gestora se reunirá no mínimo, nos prazos de-
grama de segurança institucional; finidos pelo Conselho Nacional de Justiça, em seus atos normativos
III– tomar conhecimento e adotar providências nas situações e, ainda, a qualquer tempo, por convocação do Presidente ou por
que envolvam risco à segurança do magistrado ou de sua família solicitação de um de seus membros.
durante o desempenho da função jurisdicional; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2020,
IV– estabelecer comunicação ou parceria com os órgãos de in- PUBLICADA EM 09/12/2020).
teligência, visando informações que envolvam risco à segurança de Art. 119-B – Compete à Comissão Gestora de Precedentes:
magistrado ou de sua família; I– Em relação ao NUGEP:
V– recomendar, quando necessário, o reforço na segurança ins- a)supervisionar as atividades do NUGEP;
titucional; b)intermediar as comunicações entre o NUGEP e órgãos do Po-
VI– promover cursos com vista a prevenção de práticas atenta- der Judiciário do Estado da Bahia;
tórias a juízes, servidores e prédios do Poder Judiciário; e c)estimular a aplicação dos institutos da repercussão geral, dos
VII– deliberar sobre questões referentes ao próprio funciona- recursos repetitivos e dos incidentes de resolução de demandas re-
mento. petitivas;
d)propor procedimentos administrativos para aperfeiçoar o
CAPÍTULO IV gerenciamento dos processos sobrestados pelo regime da reper-
COMISSÕES ESPECIAIS (ARTS. 115 A 119) cussão geral, recursos repetitivos e incidentes de demandas repe-
titivas;
Art. 115 – São especiais: e)propor mecanismo para facilitar a identificação de proces-
I– Comissão de Concurso; sos vinculados à matéria discutida pela sistemática da repercussão
II– Comissão de Informática. geral, recursos repetitivos e incidentes de resolução de demandas
III– Comissão Gestora de Precedentes e de Ações Coletivas repetitivas;
(COGEPAC). (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
03/2020, PUBLICADA EM 09/12/2020).

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f)auxiliar o NUGEP na identificação dos processos com possi- g)propor e promover a realização de visitas institucionais a Tri-
bilidade de gestão perante empresas, pública e privada, bem como bunais Superiores e outros Tribunais Pátrios com o intuito de pro-
agências reguladoras de serviços públicos, para implementação de mover o intercâmbio de informações,
práticas autocompositivas; procedimentos, sistemas, práticas e métodos vinculados à ges-
g)sugerir ao Presidente do Tribunal medidas para o aperfeiço- tão de procedimentos decorrentes das ações coletivas;
amento da formação e da divulgação dos precedentes qualificados, h)deliberar sobre questões que excedam a competência do
conforme disposto no Código de Processo Civil; NAC, além de outras atribuições referentes a casos repetitivos e a
h)sugerir ao Presidente do Tribunal e aos das Seções medidas incidentes de assunção de competência; e
destinadas a ampliar a afetação de processos aos ritos da demanda i)sugerir ao Presidente do Tribunal normas de serviço relativas
repetitiva e da assunção de competência; à matéria de sua competência.”
i)desenvolver trabalho de inteligência, em conjunto com o (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2020,
Conselho Nacional de Justiça, com os Tribunais Superiores e com PUBLICADA EM 09/12/2020).
os demais Tribunais Pátrios, a fim de identificar matérias com po- III- estimular a aplicação dos institutos da repercussão geral,
tencial de repetitividade ou com relevante questão de direito, de dos recursos repetitivos e dos incidentes de resolução de demandas
grande repercussão social, aptas a serem submetidas à sistemática repetitivas;
do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e da Assunção IV- propor procedimentos administrativos para aperfeiçoar o
de Competência; gerenciamento dos processos sobrestados pelo regime da reper-
j)propor e promover a realização de visitas institucionais a Tri- cussão geral, recursos repetitivos e incidentes de demandas repe-
bunais Superiores e outros Tribunais Pátrios com o intuito de pro- titivas;
mover o intercâmbio de informações, procedimentos, sistemas, V– propor mecanismo para facilitar a identificação de proces-
práticas e métodos vinculados à Gestão de Precedentes, assim sos vinculados à matéria discutida pela sistemática da repercussão
como à identificação, apuração, compilação e uniformização de geral, recursos repetitivos e incidentes de resolução de demandas
teses e matérias a ela relacionadas; repetitivas;
k)organizar e coordenar visitas de membros do NUGEP às Tur- VI– auxiliar o NUGEP na identificação dos processos com possi-
ma Recursais e, quando solicitado, aos juizados especiais, aos juízos bilidade de gestão perante empresas, pública e privada, bem como
de execução fiscal e de 1ª instância, para instruir e dirimir even- agências reguladoras de serviços públicos, para implementação de
tuais dúvidas acerca dos institutos da repercussão geral, de casos práticas autocompositivas.
repetitivos e técnicas do tribunal quanto à alteração da situação do (ACRESCENTADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
grupo, inclusive se admitido como Controvérsia ou Tema, conforme TAL N. 03/2017, PUBLICADA EM 20/12/2017)
o tribunal superior, para a alimentação do banco nacional de dados VII- sugerir ao Presidente do Tribunal medidas para o aperfei-
do CNJ; çoamento da formação e da divulgação dos precedentes qualifica-
l)acompanhar, inclusive antes da distribuição, os processos que dos, conforme disposto no Código de Processo Civil;
possuam matéria com potencial de repetitividade ou com relevante (ACRESCENTADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
questão de direito, de grande repercussão social, a fim de propor ao TAL N. 09/2018, PUBLICADA EM 28/11/2018)
Presidente do Tribunal medidas para a racionalização dos julgamen- VIII– sugerir ao Presidente do Tribunal e aos das Seções medi-
tos por meio de definições de teses jurídicas; das destinadas a ampliar a afetação de processos aos ritos da de-
m)deliberar sobre questões que excedam a competência do manda repetitiva e da assunção de competência;
Nugep, além de outras atribuições referentes a casos repetitivos e a (ACRESCENTADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
incidentes de assunção de competência; e TAL N. 09/2018, PUBLICADA EM 28/11/2018)
n)sugerir ao Presidente do Tribunal normas de serviço relativas IX– desenvolver trabalho de inteligência, em conjunto com o
à matéria de sua competência. Conselho Nacional de Justiça, com os Tribunais Superiores e com
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2020, os demais Tribunais Pátrios, a fim de identificar matérias com po-
PUBLICADA EM 09/12/2020). tencial de repetitividade ou com relevante questão de direito, de
II– Em relação ao NAC: grande repercussão social, aptas a serem submetidas à sistemática
a)coordenar as atividades do NAC; do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas e da Assunção
b)intermediar as comunicações entre o NAC e órgãos do Poder de Competência.
Judiciário do Estado da Bahia; (ACRESCENTADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
c)propor medidas para aperfeiçoar o gerenciamento dos proce- TAL N. 09/2018, PUBLICADA EM 28/11/2018)
dimentos relacionados às ações coletivas; X– propor e promover a realização de visitas institucionais a
d)auxiliar o NAC quanto à possibilidade de direcionamento das Tribunais Superiores e outros Tribunais Pátrios com o intuito de
ações coletivas para cadastro de soluções administrativas, inquéri- promover o intercâmbio de informações, procedimentos, sistemas,
tos ou soluções consensuais dos legitimados, como Ministério Pú- práticas e métodos vinculados à Gestão de Precedentes, assim
blico e Defensoria Pública; como à identificação, apuração, compilação e uniformização de te-
e)estimular ação integrada, a cooperação e o intercâmbio entre ses e matérias a ela relacionadas;
o Poder Judiciário e órgãos externos quanto às informações relati- (ACRESCENTADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
vas às ações coletivas, com vista a efetivação dos direitos coletivos e TAL N. 09/2018, PUBLICADA EM 28/11/2018)
tornar mais eficiente a solução de demandas de massa; XI– organizar e coordenar visitas de membros do NUGEP aos
f)estimular a adoção de mecanismos para ampliar a divulgação Colégios Recursais e, quando solicitado, os juizados especiais, os ju-
das decisões em ações coletivas com impacto estrutural; ízos de execução fiscal e de 1ª instância, para instruir e dirimir even-
tuais dúvidas acerca dos institutos da repercussão geral, de casos
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repetitivos e técnicas do tribunal quanto à alteração da situação do CAPÍTULO II


grupo, inclusive se admitido como Controvérsia ou Tema, conforme PODER DE POLÍCIA DO TRIBUNAL (ARTS. 125 A 130)
o tribunal superior, para a alimentação do banco nacional de dados
do CNJ; Art. 125 – O Presidente responde pelo poder de polícia do Tri-
(ACRESCENTADO CONFORME EMENDA REGIMEN- bunal.
TAL N. 09/2018, PUBLICADA EM 28/11/2018) Art. 126 – No exercício dessa atribuição, pode requisitar o auxí-
XII– acompanhar, inclusive antes da distribuição, os processos lio de outras autoridades, quando necessário.
que possuam matéria com potencial de repetitividade ou com re- Art. 127 – Ocorrendo infração à lei penal na sede ou depen-
levante questão de direito, de grande repercussão social, a fim de dências do Tribunal, o Presidente instaurará inquérito, se envolver
propor ao Presidente do Tribunal medidas para a racionalização dos pessoa ou autoridade sujeita a sua jurisdição, ou delegará essa atri-
julgamentos por meio de definições de teses jurídicas; buição a outro Desembargador.
(ACRESCENTADO CONFORME EMENDA REGIMEN- § 1º – Nos demais casos, o Presidente poderá proceder na for-
TAL N. 09/2018, PUBLICADA EM 28/11/2018) ma deste artigo, ou requisitar a instauração de inquérito à autori-
XIII– deliberar sobre questões que excedam a competência do dade competente.
Nugep, além de outras atribuições referentes a casos repetitivos e a § 2º – O Desembargador incumbido do inquérito designará es-
incidentes de assunção de competência; crivão dentre os Servidores do Tribunal.
(ACRESCENTADO CONFORME EMENDA REGIMEN- Art. 128 – A polícia das sessões e das audiências compete a
TAL N. 09/2018, PUBLICADA EM 28/11/2018) quem a elas presidir.
XIV– sugerir ao Presidente do Tribunal normas de serviço rela- Art. 129 – Sempre que tiver conhecimento de desobediência
tivas à matéria de sua competência. à ordem emanada do Tribunal ou de seus Desembargadores, no
(ACRESCENTADO CONFORME EMENDA REGIMEN- exercício da função, ou de desacato ao Tribunal ou a seus Desem-
TAL N. 09/2018, PUBLICADA EM 28/11/2018) bargadores, o Presidente comunicará o fato ao Procurador- Geral de
Justiça, provendo-o dos elementos de que dispuser para a proposi-
LIVRO III tura da ação penal.
TÍTULO I Art. 130 – Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem que tenha
ADMINISTRAÇÃO DO TRIBUNAL (ARTS. 120 A 148) sido instaurada a ação penal, o Presidente dará ciência ao Tribunal,
para as providências que julgar necessárias.
CAPÍTULO I EXPEDIENTE (ARTS. 120 A 124)
CAPÍTULO III
Art. 120 – O Presidente, os Vice-Presidentes, os Corregedores ATOS E TERMOS (ARTS. 131 A 140)
da Justiça e os demais Desembargadores terão, no edifício do Tribu-
nal, gabinetes de uso privativo, para executar os serviços adminis- Art. 131 – Os atos são expressos:
trativos e de assessoramento jurídico. I – os do Tribunal Pleno, em acórdãos, resoluções e assentos;
Parágrafo único – Terão igualmente salas próprias, ainda que II – os das Seções, em acórdãos e súmulas;
possam ser comuns, as Comissões Permanentes. III– os das Câmaras, em acórdãos;
Art. 121 – Os Gabinetes da Presidência, das Vice-Presidências IV– os do Conselho da Magistratura, em acórdãos e assentos;
e das Corregedorias terão a organização e as atribuições que lhes V– os do Presidente do Tribunal, em decretos judiciários, porta-
forem dadas pelo Regimento Interno da Secretaria do Tribunal e da rias, decisões, despachos, instruções, avisos e memorandos;
Corregedoria Geral de Justiça, inclusive no que se refere ao preen- VI– os dos Vice-Presidentes, em portarias, decisões, despachos
chimento de cargos. e avisos;
Art. 122 – Os Servidores do Gabinete, de estrita confiança do VII– os dos Corregedores da Justiça, em provimentos, portarias,
Desembargador, serão por este indicados livremente dentre quais- despachos, decisões, instruções, circulares, avisos ou memorandos;
quer dos Servidores do Poder Judiciário, ao Presidente, que os de- VIII– os dos Presidentes de Seções e de Câmaras, em portarias,
signará, prioritariamente, para nele terem exercício, cujo número decisões e despachos; IX – os dos Relatores e Revisores, em deci-
máximo será fixado mediante resolução do Tribunal. sões e despachos.
§ 1° – O Desembargador indicará seus assessores, bacharéis em Parágrafo único - Poderá a Mesa Diretora deste Tribunal, por
Direito, bem assim o assistente de gabinete, diplomado em curso dois ou mais dos seus membros, editar Ato Normativo Conjunto, no
superior, que serão nomeados para cargos em Comissão pelo Pre- âmbito de suas atribuições. (INSERIDO CONFORME EMENDA REGI-
sidente. MENTAL N. 10, DE 16 DE OUTUBRO DE 2019).
§ 2° – No caso de afastamento definitivo do Desembargador, Art. 132 – Constarão sempre de acórdãos as decisões tomadas,
os ocupantes dos cargos em Comissão serão imediatamente exo- na função jurisdicional, pelos Órgãos colegiados, e, na função ad-
nerados. ministrativa do Tribunal Pleno e Conselho da Magistratura, aquelas
Art. 123 – Aos Servidores do Gabinete cabem executar as tare- que imponham sanções disciplinares, aprovem ou desaprovem re-
fas que lhes forem atribuídas pelo Desembargador. latórios e propostas de natureza orçamentária ou financeira, deci-
Art. 124 – O horário do pessoal do Gabinete, observada a du- dam sobre aposentadoria, reversão ou aproveitamento, ou julguem
ração legal e as peculiaridades do serviço, será o estabelecido pelo processos de natureza administrativa e sindicâncias.
Desembargador. Art. 133 – Serão consignadas em forma de resoluções as deci-
sões do Tribunal Pleno sobre propostas de lei de sua iniciativa, alte-
rações ou reformas do Regimento Interno, mudanças substantivas

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nas disposições das salas e repartições do Tribunal, além de outros Parágrafo único – Oferecida a procuração no prazo legal, será
assuntos de ordem interna que, por sua relevância, tornem neces- encaminhada, depois de protocolizada, à Secretaria que observará
sária a audiência do Tribunal Pleno. o disposto no inciso IV, do artigo 141, deste Regimento.
Art. 134 – Os assentos servirão para uniformizar o entendimen- Art. 144 – A juntada de nova procuração implicará, sempre, na
to sobre qualquer ponto do Regimento Interno. retificação da autuação.
Art. 135 – O provimento é ato de caráter normativo, a expedir- Art. 145 – Quando se tratar de pedido de desistência ou de
-se como regulamentação pela Corregedoria Geral da Justiça, tendo petição que verse matéria a exigir pronta solução, a Secretaria pro-
a finalidade de esclarecer e orientar quanto à aplicação de disposi- videnciará a sua imediata remessa, se possível já inclusa aos autos,
tivos de lei. ao Relator para adoção das providências cabíveis.
Art. 136 – Constarão de decretos judiciários os atos da compe- Art. 146 – A retificação de publicações no Diário do Poder Judi-
tência do Presidente, relativos à movimentação de Magistrados, in- ciário, com efeito de intimação, decorrente de incorreções ou omis-
vestiduras e exercício funcional dos Servidores do Poder Judiciário, sões, será providenciada:
e os de administração financeira que, por sua natureza e importân- I– de ofício, pela respectiva Secretaria, quando ocorrer:
cia, devam, a seu Juízo, ser expressos daquela forma. a)omissão total do nome ou supressão parcial do prenome ou
Parágrafo único – Poderá o Presidente submeter a minuta do sobrenome usual do Advogado constituído perante o Tribunal de
decreto à aprovação do Tribunal Pleno. Justiça;
Art. 137 – Os atos ordinatórios serão expressos em despachos. b)omissão total do nome ou supressão parcial do prenome ou
Art. 138 – As normas e preceitos que devam ser observados, de sobrenome usual da parte ou do Advogado constituído na origem;
modo geral, no desempenho da função pública, serão consignados c)erro grosseiro na grafia do nome da parte ou do Advogado,
em instruções. de forma a tornar impossível a identificação;
Parágrafo único – Quando a instrução visar a pessoas determi- d)omissão ou erro no número do processo;
nadas, será dada por meio de avisos, de simples memorandos, ou e)omissão, inversão ou truncamento no texto de despacho ou
ainda verbalmente. ementa de acórdão, de maneira a tornar o sentido ininteligível ou
Art. 139 – As regras processuais alusivas aos prazos judiciais se diverso daquilo que foi decidido.
aplicam à contagem dos prazos administrativos. II– por decisão do Presidente do Órgão Julgador ou do Relator,
Art. 140 – As citações e intimações far-se-ão nos prazos fixados mediante petição do interessado ou dúvida suscitada pela Secreta-
nas leis aplicáveis. ria, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação, nos casos
não cogitados nas alíneas do inciso anterior.
CAPÍTULO IV Parágrafo único – Nas hipóteses previstas no inciso I, a Secreta-
CONSTITUIÇÃO DE PROCURADORES PERANTE O TRIBUNAL ria certificará nos autos os motivos da republicação.
(ARTS. 141 A 147) Art. 147 – A retirada dos autos da Secretaria, por Advogado
ou pessoa credenciada, somente será permitida nos casos em que
Art. 141 – As petições de juntada de procurações, para atuar assim a lei dispuser e mediante recibo, em livro de carga, com a
nos processos em tramitação no Tribunal, depois de protocolizadas, discriminação da data para devolução.
serão encaminhadas imediatamente à respectiva Secretaria, para a § 1º – Decorrido o prazo e não ocorrendo a restituição, diligen-
adoção do seguinte procedimento: ciará a Secretaria, dentro de 3 (três) dias, para sua devolução. O fato
I– se os autos estiverem com vista à Procuradoria de Justiça, será comunicado, imediatamente, ao Relator, para determinação
reterão a petição, para juntada na oportunidade da devolução e das providências se não ocorrer a devolução.
conclusão ao Relator; § 2º – Não se dará vista dos autos às partes se o processo esti-
II– se conclusos ao Relator, encaminharão o requerimento ao ver com vista ao Ministério Público ou concluso ao Revisor.
gabinete, a fim de que seja anexado aos autos, oportunamente, ou,
a critério do Desembargador, solicitarão os autos respectivos para CAPÍTULO V
juntada imediata; REGISTRO E CLASSIFICAÇÃO DOS FEITOS (ART. 148)
III– se em mesa para julgamento, com pauta publicada em data
anterior ou posterior à protocolização do requerimento, juntarão Art. 148 – As petições e os processos serão registrados, median-
a petição imediatamente aos autos, comunicando ao gabinete do te protocolo, na Diretoria de Distribuição do 2º Grau, no mesmo dia
Relator, para a adoção das providências cabíveis; do recebimento. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
IV– se julgado o feito, providenciarão sua juntada antes da pu- 02/2019, DE 27 DE MARÇO DE 2019).
blicação. § 1° – O registro dos processos far-se-á após verificação de
Parágrafo único – Em relação aos processos que independem competência, em numeração sequencial contínua, independente-
de inclusão em pauta para julgamento, observarse-á, conforme a mente de classe, observada a ordem de apresentação.
fase em que se encontrem, o disposto nas letras incisos I, II e III, do §2° – No âmbito do sistema PJe, o protocolo e o cadastramento
caput deste artigo. de petições eletrônicas serão feitos automaticamente, sem a inter-
Art. 142 – Se o requerimento for apresentado na sessão de jul- venção da Diretoria de Distribuição do 2º Grau, devendo o usuário
gamento, o secretário, após certificar a data do recebimento, enca- externo salvar o protocolo eletrônico fornecido pelo sistema para
minhá-lo-á ao protocolo, adotando-se o procedimento previsto no comprovação da prática do ato processual. (ALTERADO CONFORME
inciso IV, do artigo anterior. EMENDA REGIMENTAL N. 02/2019, DE 27 DE MARÇO DE 2019).
Art. 143 – Quando o Advogado, na sessão de julgamento, pro- §3° – O incidente de arguição de inconstitucionalidade, o inci-
testar pela apresentação oportuna de procurações, e a medida for dente de arguição de suspeição e impedimento no processo civil, o
deferida, o secretário fará o registro na ata. conflito de competência e o incidente de assunção de competên-
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cia serão registrados na Diretoria de Distribuição do 2º Grau por Art. 150 – O valor das despesas processuais compreende todos
determinação do Relator, e o incidente de resolução de demandas os atos do processo, inclusive porte de remessa e de retorno, se
repetitivas por ordem do Presidente, procedendo-se à distribuição for o caso, e as despesas com a expedição de carta de ordem: (AL-
na forma deste Regimento.” (ALTERADO CONFORME EMENDA RE- TERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE
GIMENTAL N. 02/2019, DE 27 DE MARÇO DE 2019). MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
§4° – Deverão integrar o registro, entre outros, os dados refe- Art. 151 – A antecipação das despesas processuais será feita:
rentes ao número do protocolo, origem, tipo e número da ação ori- (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30
ginária, nomes das partes, de seus Advogados e classe do processo, DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
conforme o disposto no artigo 157 deste Regimento. (ALTERADO I– no juízo de origem, no caso da apelação;
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE 14 DE JUNHO DE II– no Tribunal de Justiça, nos casos de processos de competên-
2017). cia originária e de recursos aos Tribunais Superiores, por meio de
§5° – Decidindo o Órgão Julgador conhecer de um recurso por guia à repartição arrecadadora competente do Tribunal, sendo que:
outro, proceder-se-á à alteração do registro existente e, na hipótese a)os mandados de segurança e de injunção, as ações rescisó-
de modificação da competência, à redistribuição do feito. rias e o pedido autônomo de tutela provisória serão instruídos com
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE comprovante de pagamento das custas no ato de sua apresentação;
14 DE JUNHO DE 2017). b)as cartas, inclusive as rogatórias e de ordem, no prazo de 5
§6° – Terão a mesma numeração dos recursos a que se referem: (cinco) dias, a contar da respectiva intimação, excetuado o previsto
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE no art. 153.
14 DE JUNHO DE 2017). Art. 152 – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016,
I– os embargos de declaração, os embargos infringentes e de DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
nulidade, o agravo interno, os recursos aos Tribunais Superiores e Art. 153 – Não dependem de adiantamento do valor das despe-
os recursos contra as decisões que não os admitir; sas processuais: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
14 DE JUNHO DE 2017). I– a remessa necessária e os recursos interpostos pelo Minis-
II– o pedido incidente ou acessório, inclusive as exceções de tério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelo Estado, por
impedimento e de suspeição no processo penal, excetuados os fei- Município e suas respectivas autarquias e fundações, na forma da
tos indicados no § 2º deste artigo; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA Lei estadual nº 12.373/2011;
REGIMENTAL N. 1/2017, DE 14 DE JUNHO DE 2017). II- as ações de competência originária do Tribunal de Justiça
III– o pedido de execução. propostas pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE União, pelo Estado, por Município e suas respectivas autarquias e
14 DE JUNHO DE 2017). fundações, na forma da Lei estadual nº 12.373/2011;
§7° – Far-se-á, na autuação e no registro, nota distintiva do re- III– as causas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescen-
curso ou incidente, quando estes não alterarem o número do pro- te;
cesso. IV– o conflito de competência e a arguição de impedimento ou
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE de suspeição; V – o habeas corpus e o habeas data;
14 DE JUNHO DE 2017). VI- os processos criminais, salvo os iniciados mediante queixa;
§8° – O processo de restauração de autos será distribuído na VII– a ação direta de inconstitucionalidade, a reclamação, o
classe do feito extraviado ou destruído. pedido de intervenção, o incidente de resolução de demandas re-
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE petitivas, o incidente de assunção de competência e o incidente de
14 DE JUNHO DE 2017). arguição de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo;
VIII– os embargos de declaração e o agravo interno;
TÍTULO II IX– os processos de competência originária e os recursos em
DAS DESPESAS PROCESSUAIS, DESERÇÃO E DISTRIBUIÇÃO que tenha sido concedido o benefício da gratuidade da justiça ao
(ARTS. 149 A 161) autor ou recorrente, observado o disposto no art. 99, § 5º, do Códi-
go de Processo Civil;
CAPÍTULO I X– os recursos interpostos por testamenteiro e inventariante
DAS DESPESAS PROCESSUAIS (ARTS. 149 A 154) dativos, inventariante judicial e curador especial;
XI– os processos e requerimentos administrativos.
Art. 149 – A parte comprovará o adiantamento das despesas Art. 154 – Verificada pelo Relator a ausência de adiantamento
processuais no ato de propositura da ação ou de interposição do re- do valor das despesas processuais, o autor ou o recorrente será in-
curso. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, timado para realizá-lo, nos termos do Código de Processo Civil, sob
DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). pena de extinção do processo, sem resolução do mérito, ou inad-
Parágrafo único. Compete ao relator examinar o requerimento missibilidade do recurso, em razão da deserção. (ALTERADO CON-
de concessão de gratuidade da justiça, que pode ser formulado no FORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE
próprio recurso. (INCLUÍDO 2016, DJe 31/03/2016).
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MAR-
ÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).

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CAPÍTULO II Art. 158 – Os processos, numerados segundo a ordem em que


DESERÇÃO (ARTS. 155 E 156) forem apresentados, serão distribuídos na forma determinada pelo
Conselho Nacional de Justiça, entre todos os Desembargadores,
Art. 155 – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, observado o art. 171 deste Regimento, e Juízes Substitutos de Se-
DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). gundo Grau convocados, excetuadas as hipóteses de competência
Art. 156 – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, privativa de membro efetivo previstas neste Regimento. (ALTERADO
DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO
DE 2016, DJe 31/03/2016).
CAPÍTULO III § 1º – Em caso de impedimento ou suspeição do Relator, será
DISTRIBUIÇÃO (ARTS. 157 A 161) realizada redistribuição por sorteio entre os membros do mesmo
Órgão Julgador, mediante a devida compensação. (ALTERADO CON-
Art. 157 – A distribuição será efetuada mediante sorteio ele- FORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE
trônico e uniforme, conforme parâmetros do sistema, no decorrer 2016, DJe 31/03/2016).
de todo o expediente do Tribunal, após o ato da apresentação do § 2º – Em caso de aposentadoria, morte, permuta ou transfe-
recurso ou da causa de competência originária. rência do Relator para outro Órgão, será realizada a transferência
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE do acervo processual ao Desembargador nomeado para ocupar a
14 DE JUNHO DE 2017). sua vaga no respectivo Órgão fracionário do qual fazia parte, ob-
§ 1º – A distribuição deve ser alternada, pública e automati- servando- se o disposto no art. 17, §§ 2º e 3º, deste Regimento nas
camente registrada pelo sistema de processamento de dados do permutas e transferências.
Tribunal, extraindo-se os termos respectivos, que conterão o núme- (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE
ro e o tipo do processo, os nomes das partes, o Órgão Julgador, o 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
nome do Relator, a data do sorteio, além das observações relativas § 3º – Em caso de impedimento ou suspeição de Relator que
à distribuição por prevenção, dependência, sucessão ou outra cau- seja Juiz Substituto de Segundo Grau:
sa; em seguida, proceder-se-á à autuação respectiva. I- convocado por prazo superior a 30 (trinta) até 90 (noventa)
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE dias: os autos retornarão ao Desembargador Substituído. Em casos
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). de urgência, proceder-se-á na forma do art. 41 deste Regimento.
§ 2° – Distribuir-se-ão, prioritariamente, os mandados de se- II- convocado por prazo superior a 90 (noventa) dias: os autos
gurança e de injunção, os habeas corpus e os habeas data, e os re- serão redistribuídos ao Desembargador que suceder o Relator na
cursos ou causas de competência originária em que houver reque- ordem decrescente de antiguidade, dentre os componentes do Ór-
rimento de tutela provisória de urgência. (ALTERADO CONFORME gão Julgador. (...)”
EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2021, DE
31/03/2016). 10 DE FEVEREIRO DE 2021).
§ 3º – Nas hipóteses do § 2º deste artigo, caso o sistema eletrô- § 4° – Com exceção da ação direta de inconstitucionalidade e
nico se encontre momentaneamente inoperante, caberá ao 1º Vice- do incidente de arguição de inconstitucionalidade, a distribuição
-Presidente proceder à distribuição, mediante registro, datado e as- de processo de competência originária do Tribunal Pleno será feita,
sinado, em livro próprio, do qual constarão o número e a classe do conforme a matéria, a Desembargador que integre Câmara Criminal
processo, a indicação do Relator e a justificativa para a realização da ou Câmara Cível, atentando-se para a necessidade de compensa-
distribuição dessa forma. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- ção. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE
MENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
§ 4º – Distribuída a petição eletrônica pelo PJe, caberá à Dire- § 5º – Haverá, também, compensação quando a distribuição
toria de Distribuição do 2º Grau proceder, quando necessário, à re- couber, por prevenção, a determinado Relator.
distribuição para observância do disposto nos artigos 158, §6º, 159, (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE
160 e 161 deste Regimento, mediante certidão lavrada nos autos. 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2019, DE 27 § 6º – A partir do dia da respectiva eleição, não haverá distri-
DE MARÇO DE 2019). buição ao Presidente, ao 1º e ao 2º Vice-Presidentes do Tribunal e
§ 5° – No âmbito do PJe, a distribuição de petições eletrônicas aos Corregedores de Justiça, com exceção dos agravos internos e
será feita automaticamente, no momento do protocolo pelo usu- embargos de declaração interpostos contra suas decisões e acór-
ário externo, sem a intervenção da Diretoria de Distribuição do 2º dãos que redigiram ou dos feitos de sua competência específica por
Grau. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2019, disposição legal ou regimental; os processos já distribuídos até a
DE 27 DE MARÇO DE 2019). véspera da eleição não serão redistribuídos.
§ 6° – A resenha de distribuição será, diariamente, encaminha- (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE
da para publicação no Diário do Poder Judiciário; quando se tra- 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
tar de processos que tramitam em segredo de justiça, os nomes §7º – Encerrados os respectivos mandatos, o Presidente, o 1º e
das partes serão publicados pelas iniciais. (ALTERADO CONFORME o 2º Vice-Presidente e os Corregedores de Justiça ocuparão as vagas
EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe disponíveis nos órgãos fracionários, passando a integrar a distribui-
31/03/2016). ção dos feitos de maneira equânime, pela média acumulada dos
§ 7º – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 02/2019, DE demais integrantes de cada órgão.
27 DE MARÇO DE 2019). (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE
§ 8º – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 14 DE JUNHO DE 2017).
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
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§8º – Na hipótese de instalação de vaga nova de Desembarga- §3° - O Relator do acórdão do julgamento de ação de compe-
dor, instalação ou reorganização de órgãos judicantes ou compro- tência originária do Tribunal é prevento para a sua execução, ex-
vado desequilíbrio na distribuição, a 1ª Vice-Presidência adotará as cetuados os pedidos de cumprimento de sentenças proferidas em
medidas necessárias ao ajustamento de pesos das vagas pela média ações coletivas de competência originária do Tribunal de Justiça,
acumulada dos demais integrantes dos órgãos julgadores da mes- que deverão ser distribuídos por livre sorteio. (ALTERADO CONFOR-
ma competência. ME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2022, DE 10 DE AGOSTO DE 2022).
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2018, DE §4º. A distribuição de recurso, habeas corpus, mandado de se-
24 DE JANEIRO DE 2018). gurança ou incidentes processuais relacionados à ação penal não
§9º – A distribuição de feitos aos Desembargadores integran- gera prevenção para recurso, habeas corpus, mandado de seguran-
tes das Câmaras Cíveis que compõem a Seção Cível de Direito Pú- ça ou incidentes derivados do processo de execução da pena. (IN-
blico deverá realizar-se em compensação aos das Câmaras Cíveis SERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2019, DE 24 DE
que compõem a Seção Cível de Direito Privado, computando-se os JULHO DE 2019).
feitos distribuídos nas Seções Cíveis e nas Câmaras, de forma que § 5º – Serão distribuídos, por dependência, havendo prevenção
os Desembargadores integrantes da Seção Cível de Direito Privado, do Relator, os seguintes feitos: (ALTERADO CONFORME EMENDA
nas Câmaras Cíveis às quais pertençam, recebam processos em nú- REGIMENTAL N. 05/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
mero proporcional aos Desembargadores da Seção Cível de Direito I– as ações incidentes ou acessórias aos processos que sejam
Público. de sua competência;
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE II– a apelação, no caso de haver sido distribuído anteriormen-
14 DE JUNHO DE 2017). te pedido de concessão de efeito suspensivo, nos termos do art.
Art. 159 – Ao Desembargador que se deva aposentar, por im- 1.012, § 3º, I, do Código de Processo Civil;
plemento de idade, não serão distribuídos feitos, durante os 90 (no- III– as ações originárias e os recursos, caso tenha sido distribu-
venta) dias anteriores ao afastamento. ído pedido autônomo de tutela provisória, na forma do art. 299 do
§ 1º – No caso de aposentadoria voluntária, será suspensa a Código de Processo Civil;
distribuição, a partir da protocolização do respectivo requerimen- IV– a reclamação, no caso de ofensa à autoridade de sua deci-
to e pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias; ocorrendo desis- são ou do colegiado ou de usurpação da respectiva competência ou
tência do pedido, far-se-á compensação. (ALTERADO CONFORME para garantia da observância de precedente formado em julgamen-
EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe to de incidentes de resolução de demandas repetitivas e incidentes
31/03/2016). de assunção de competência sob sua relatoria, nos termos do art.
§ 2º – Nos casos tratados neste artigo, será convocado Juiz 988 do Código de Processo Civil;
Substituto de Segundo Grau para atuar, em substituição, exclusiva- V– outros casos previstos neste Regimento;
mente nos processos que seriam distribuídos ao Desembargador VI– os casos previstos no artigo 286 do Código de Processo Ci-
em processo de aposentadoria; quando do preenchimento da vaga, vil.
o acervo processual será transferido ao seu sucessor no Órgão Jul- § 6º – As ações originárias envolvendo as mesmas partes, ainda
gador, observado o art. 39, § 3º, deste Regimento. (ALTERADO CON- que a identidade subjetiva seja parcial, serão, salvo manifesta au-
FORME EMENDA REGIMENTAL N. sência de conexão objetiva, distribuídas por prevenção ao primei-
11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). ro Relator sorteado, indicando-se o motivo na respectiva certidão
Art. 160 – A distribuição de recurso, habeas corpus ou manda- de distribuição; caberá ao Relator verificar se há litispendência e,
do de segurança contra decisão judicial de primeiro grau torna pre- em caso negativo, devolver os autos à Diretoria de Distribuição do
vento o Relator para incidentes posteriores e para todos os demais 2º Grau ordenando a livre distribuição.” (ALTERADO CONFORME
recursos e novos habeas corpus e mandados de segurança contra EMENDA REGIMENTAL N. 05/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
atos praticados no mesmo processo de origem, na fase de conheci- § 7º – Se o Relator deixar o Tribunal ou transferir-se de Órgão
mento ou de cumprimento de sentença ou na execução, ou em pro- fracionário, a prevenção permanece no Órgão Julgador originário,
cessos conexos, nos termos do art. 930, parágrafo único, do Código cabendo a distribuição ao seu sucessor, observadas as regras de co-
de Processo Civil. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. nexão. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2019,
11/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). DE 24 DE JULHO DE 2019)
§ 1º – A distribuição de representação criminal, de pedido de § 8º – A regra do § 7º não se aplica quando o recurso ou ação
providência, de inquérito, de notícia crime, de queixa e de ação pe- que fundamenta o reconhecimento da prevenção tiver sido julgado
nal, bem como a realizada para efeito de concessão de fiança ou de monocraticamente ou quando os
decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior demais membros do Órgão Julgador original que participaram
à denúncia ou queixa, prevenirá à da ação penal. (ALTERADO CON- do seu julgamento não mais o integrem. (ALTERADO CONFORME
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE EMENDA REGIMENTAL N. 05/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
2016, DJe 31/03/2016). § 9º – Caso seja vencido o Relator, a prevenção recairá sempre
§ 2º – A distribuição de mandado de segurança ou habeas cor- no Desembargador designado para redigir o acórdão, a quem será
pus contra ato de Desembargador não gera prevenção para novos transferida a relatoria do feito, observada a disposição constante
mandados de segurança e habeas corpus, ainda que impetrados do §2º do art. 44. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
contra ato judicial praticado no mesmo processo. (ALTERADO CON- N. 09/2019, DE 16 DE OUTUBRO DE 2019).
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE 30 DE MARÇO DE § 10º – A prevenção, se não for reconhecida de ofício, poderá
2016, DJe 31/03/2016). ser arguida por qualquer das partes ou pelo Ministério Público até
o início do julgamento. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
TAL N. 05/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
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Art. 161 – Tratando-se de ação rescisória, embargos infrin- XVIII– depois de facultada a apresentação de contrarrazões,
gentes e de nulidade e de recursos de decisões administrativas de dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a sú-
competência do Tribunal Pleno e das Seções Cíveis, não se fará a mula ou acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo
distribuição, para atuar como Relator, sempre que possível, a De- Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
sembargador que tenha participado de julgamento impugnado. XIX– depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 11/2016, DE provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a súmula
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). deste Tribunal ou entendimento firmado em incidente de resolução
Parágrafo único – Nas revisões criminais de competência da Se- de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
ção Criminal, não poderá funcionar, como Relator e como Revisor, XX– decidir monocraticamente os embargos de declaração
Desembargador que tenha proferido decisão em qualquer fase do opostos contra decisão unipessoal;
processo ou em habeas corpus a ele relativo. XXI– intimar o recorrente para, no prazo de 05 (cinco) dias,
complementar as razões recursais nos casos em que entender pela
TÍTULO III RELATOR E REVISOR (ARTS. 162 A 171) necessidade de conhecimento dos embargos de declaração como
CAPÍTULO I RELATOR (ARTS. 162 E 163) agravo interno;
XXII– decidir o incidente de desconsideração da personalidade
Art. 162 – Além dos poderes previstos no Código de Proces- jurídica, quando este for instaurado originariamente perante este
so Civil, no Código de Processo Penal e na legislação extravagante, Tribunal;
compete ao Relator: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN- XXIII– delegar, se for o caso, ao Juiz de Direito, por carta de
TAL N. 09/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). ordem, a competência para a produção de provas;
I– relatar os processos que lhe forem distribuídos; XXIV– lançar nos autos a nota de vista e o relatório quando exi-
II– decidir os incidentes que não dependem de acórdão e exe- gido, passando-os ao Revisor, ou pedindo dia para julgamento, se
cutar as diligências necessárias ao julgamento; não houver revisão;
III– presidir a todos os atos do processo, inclusive os da execu- XXV– decidir pedido de homologação de desistência de proces-
ção de acórdãos proferidos em processos de competência originá- sos de competência originária do Tribunal;
ria do Tribunal, salvo os que se realizarem em sessão; XXVI– expedir ordem de prisão ou de remoção; XXVII – expedir
IV– proceder ao juízo de admissibilidade dos embargos infrin- ordem de soltura;
gentes e de nulidade; XXVIII– processar a execução do julgado, na ação originária, po-
V– examinar pedido de liminar em habeas corpus e tutela pro- dendo delegar atos não decisórios a Juízo de primeiro grau;
visória em mandado de segurança e em outros processos de com- XXIX– requerer a instauração do incidente de resolução de de-
petência originária do Tribunal, bem como quando formulados em mandas repetitivas ou do incidente de assunção de competência;
recurso; XXX– determinar a correção dos defeitos processuais sanáveis.
VI– processar habilitação incidente, restauração de autos e ar- Art. 163 – Concluída a instrução, o Relator determinará a in-
guição de falsidade de documento; clusão do processo na pauta para julgamento, salvo nos casos que
VII– decidir requerimento de concessão da gratuidade da jus- exijam revisão, hipótese em que lhe compete apresentar relató-
tiça e designar curador especial ou advogado dativo, conforme o rio nos autos e os encaminhar ao Revisor. (ALTERADO CONFORME
caso; EMENDA REGIMENTAL N. 09/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
VIII– ordenar à autoridade competente a soltura do réu, quan- 17/03/2016).
do verificar que, pendente recurso por ele interposto, já sofreu pri- Parágrafo único – Em se tratando de ação de habeas corpus,
são por tempo igual ao da pena a que foi condenado, sem prejuízo poderá o Relator lançar seu visto e ordenar sua colocação em mesa
do julgamento; para julgamento, sem qualquer formalidade, desde que não haja
IX– pedir preferência para julgamento dos processos, quando requerimento de Advogado habilitado para a sua intimação da data
lhe parecer conveniente; X – ordenar o apensamento ou desapen- do julgamento. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
samento de autos; 09/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
XI– examinar a admissibilidade da petição inicial nos processos
de competência originária do Tribunal; CAPÍTULO II
XII– julgar liminarmente improcedente o pedido nos processos REVISOR (ARTS. 164 A 168)
de competência originária do Tribunal;
XIII– julgar conforme o estado do processo, nos casos em que Art. 164 – Será Revisor o Desembargador de antiguidade ime-
aplicáveis os artigos 354, 355 e 356 do Código de Processo Civil, nos diata à do Relator quando da passagem do processo; se o Relator
processos de competência originária do Tribunal; for o mais novo, seu Revisor será o mais antigo.
XIV– relatar o agravo interno interposto contra suas decisões; Art. 165 – Compete ao Revisor:
XV– não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que I– sugerir ao Relator medidas ordinatórias do processo, que te-
não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão nham sido omitidas, ou surgidas após o relatório;
recorrida; II– confirmar, completar ou retificar o relatório; III – pedir dia
XVI– negar provimento a recurso que for contrário a súmula ou para julgamento.
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Art. 166 – Há revisão nos seguintes processos: (ALTERADO
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016, DE 16 DE MARÇO
XVII– negar provimento a recurso que for contrário a súmula DE 2016, DJe 17/03/2016).
deste Tribunal ou entendimento firmado em incidente de resolução I – apelação criminal em que a lei comine pena de reclusão;
de demandas repetitivas ou de assunção de competência; II – revisão criminal;
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III – embargos infringentes e de nulidade. TÍTULO IV


Art. 167 – Distribuídos, os autos serão conclusos ao Relator e, JULGAMENTO (ARTS. 172 A 215)
no prazo de 30 (trinta) dias, excetuadas as hipóteses que compor-
tam julgamento monocrático, remetidos à Secretaria, com relató- CAPÍTULO I
rio, após elaboração do voto. O prazo para exame do processo é de PUBLICAÇÃO E PAUTA DE JULGAMENTO (ARTS. 172 A 182)
20 (vinte) dias para o Revisor e para apresentação de voto vencido
ou declarado, de 10 (dez) dias para os atos administrativos e des- Art. 172 – Os processos serão julgados após inclusão em pauta,
pachos em geral e de 30 (trinta) dias para o Procurador de Justiça, devendo decorrer, pelo menos, 05 (cinco) dias entre a data da pu-
nos casos em que atuar como fiscal da ordem jurídica. (ALTERADO blicação e a da sessão de julgamento, ressalvadas as hipóteses pre-
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 09/2016, DE 16 DE MARÇO vistas nos arts. 163, parágrafo único, e 325, caput, deste Regimento.
DE 2016, DJe 17/03/2016). (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30
§ 1° – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016, DE DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). § 1º – Os processos não julgados na sessão serão incluídos
§ 2° – Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de ha- em nova pauta, observando- se o disposto no caput deste artigo,
beas corpus, e nas apelações interpostas das sentenças em proces- com exceção daqueles cujo julgamento tiver sido expressamente
so de contravenção ou de crime a que a lei comine pena de de- adiado para a primeira sessão seguinte. (ALTERADO CONFORME
tenção, os autos irão imediatamente com vista à Procuradoria de EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
Justiça pelo prazo de 10 (dez) dias, e, em seguida, por igual prazo, 31/03/2016).
ao Relator, que pedirá a designação de dia para julgamento. (AL- § 2º – Já tendo sido publicada a pauta de julgamento da sessão
TERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 09/2016, DE 16 DE subsequente, em observância ao disposto no caput deste artigo,
MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). será disponibilizada, no Diário da Justiça eletrônico do dia seguin-
§ 3º – O prazo é o da primeira sessão, para julgamento de ha- te ao da sessão, pauta complementar composta unicamente pelos
beas corpus e exceções de suspeição e impedimento em processo processos que tiveram o julgamento expressamente adiado para a
penal; (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 09/2016, primeira sessão
DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). seguinte nos termos do § 1º deste artigo. (INCLUÍDO CONFOR-
§ 4º – É de 5 (cinco) dias o prazo para qualquer outro fim, quan- ME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016,
do não especificado na lei ou neste Regimento. DJe 31/03/2016).
Art. 168 – Salvo disposição em contrário, os Servidores do Tri- § 3º – A pauta de julgamento de processos de natureza ad-
bunal terão o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para os atos do ministrativa independe de publicação pela imprensa oficial, sal-
processo. vo quando incluído processo disciplinar. (INCLUÍDO CONFORME
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
CAPÍTULO III 31/03/2016).
VINCULAÇÃO E RESTITUIÇÃO DE PROCESSOS Art. 173 – A pauta de julgamento indicará todos os processos
(Arts. 169 a 171) que serão julgados na respectiva sessão.
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE
Art. 169 – O Presidente, os Vice-Presidentes e os Corregedores 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
da Justiça permanecem vinculados aos processos anteriormente § 1º – A inclusão de processo de natureza cível em pauta para
recebidos. julgamento pressupõe remessa dos autos à Secretaria, por ordem
Art. 170 – Os autos, após o sorteio, serão encaminhados ao do Relator, com relatório, nos termos do art. 931 do Código de Pro-
Gabinete do Relator, dentro de 2 (dois) dias, mediante termo de cesso Civil.
conclusão datado e assinado pelo chefe da Secretaria respectiva. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE
Art. 171 – No caso de afastamento por período inferior a 30 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
(trinta) dias, o Desembargador não devolverá os processos, con- § 2º – As partes poderão examinar os autos de processo in-
tinuando a participar do sorteio dos feitos que, em sua ausência, cluído em pauta para julgamento na Secretaria do Órgão Julgador,
forem distribuídos. sendo-lhes vedada a realização de carga, exceto para a extração de
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE cópias, na forma do § 3º do art. 107 do Código de Processo Civil.
14 DE JUNHO DE 2017). (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30
§ 1° – Durante o afastamento, os processos sujeitos a despa- DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
cho de expediente serão encaminhados ao Presidente da Câmara § 3º – Os habeas corpus e os embargos de declaração, na for-
ou Seção; ma dos arts. 163 e 325 deste Regimento, poderão ser incluídos em
§ 2° – As revisões, se necessário, passarão a ser feitas pelo De- pauta até o início da sessão de julgamento, bastando, à sua publici-
sembargador seguinte ao afastado. dade, que constem as respectivas informações na pauta afixada na
§ 3° – O Desembargador afastado poderá proferir decisões em entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
processos que, antes do afastamento, lhe hajam sido conclusos para (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE
julgamento ou tenham recebido seu visto como Relator ou Revisor. 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
Art. 174 – O processo cujo julgamento seja interrompido em
decorrência de pedido de vista será retirado de pauta. (ALTERADO
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO
DE 2016, DJe 31/03/2016).

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§1º – O Desembargador terá vista dos autos pelo prazo máximo no Tribunal de Justiça como parâmetro. (ALTERADO CONFORME
de 10 (dez) dias, contados da data da sessão, e a Secretaria reinclui- EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
rá o processo em pauta para julgamento na primeira sessão após a 31/03/2016).
data da devolução dos autos, observado o disposto no caput do art. Art. 178 – A pauta de julgamento será elaborada na seguinte
172 deste Regimento. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMEN- ordem: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016,
TAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
§2º – O Desembargador poderá solicitar a prorrogação do pra- I – processos expressamente adiados para a primeira sessão
zo do § 1º deste artigo por, no máximo, mais 10 (dez) dias. (INCLUÍ- seguinte; II – processos reincluídos em pauta após pedido de vista;
DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MAR- III– processos reincluídos em pauta para continuação de julga-
ÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). mento suspenso nas hipóteses do art. 942 do Código de Processo
§3º – Findo o prazo do § 1º deste artigo, sem que haja pedido Civil;
de prorrogação, ou o do § 2º deste artigo, e não devolvidos os autos IV– demais processos, observada a ordem indicada no artigo
à Secretaria, o Presidente do respectivo Órgão Julgador, de ofício ou 179 deste Regimento.
a requerimento do interessado, requisitá-los-á para julgamento do Art. 179 – Os processos indicados no inciso IV do art. 178 deste
processo na sessão ordinária subsequente, observando o disposto Regimento serão incluídos em pauta, observando-se o disposto no
no caput do art. 172 art. 177 deste Regimento, na seguinte ordem: (ALTERADO CONFOR-
deste Regimento. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMEN- ME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016,
TAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). DJe 31/03/2016).
§4º – Requisitados os autos na forma do §3° deste artigo, se I– Cíveis:
o Desembargador que pediu vista ainda não se sentir habilitado a a)habeas corpus;
votar, o Desembargador que o suceder na ordem decrescente de b)incidente de resolução de demandas repetitivas;
antiguidade, dentre os componentes do Órgão Julgador, será con- c)mandado de segurança;
vocado pelo Presidente para proferir voto. (ALTERADO CONFORME d)mandado de injunção;
EMENDA REGIMENTAL N. 04/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019). e)habeas data;
§5º – Se o Desembargador que pediu vista dos autos constatar f)ação direta de inconstitucionalidade;
a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a exis- g)incidente de arguição de inconstitucionalidade;
tência de questão apreciável de ofício ainda não examinada, que h)incidente de assunção de competência;
deva ser considerada no julgamento do recurso ou ação, remete- i)pedido de intervenção;
rá os autos do processo ao Relator para adoção das providências j)incidente de arguição de suspeição ou impedimento;
necessárias por despacho publicado no Diário da Justiça eletrônico k)embargos de declaração;
para ciência das partes, nos termos do l)agravo interno;
§2º do art. 933 do Código de Processo Civil. (INCLUÍDO CON- m)conflito de competência;
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE n)embargos à execução de acórdão;
2016, DJe 31/03/2016). o)agravo de instrumento;
Art. 175 – Os recursos de apelação e de agravo de instrumento p)apelação;
que tiverem o julgamento suspenso por força da regra estabelecida q)remessa necessária;
no art. 942 do Código de Processo Civil serão retirados de pauta e r)ação rescisória;
reincluídos para prosseguimento na primeira sessão possível, ob- s)demais processos.
servado o disposto no art. 172 deste Regimento. (ALTERADO CON- II– Criminais:
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE a)habeas corpus;
2016, DJe 31/03/2016). b)recurso de habeas corpus;
Parágrafo único – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. c)mandado de segurança;
12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). d)habeas data;
Art. 176 – A ação rescisória cujo julgamento for suspenso por e)incidente de assunção de competência;
força da regra estabelecida no art. 942 do Código de Processo Civil f)embargos de declaração;
será retirada de pauta e os respectivos autos remetidos, pela Secre- g)desaforamento;
taria, para a Diretoria de Distribuição do 2º Grau a fim de que sejam h)exceção de suspeição e de impedimento;
redistribuídos ao mesmo Relator ou ao seu sucessor no Órgão Jul- i)recurso de ofício e recurso em sentido estrito;
gador de maior composição competente de acordo com este Regi- j)recurso de agravo;
mento. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2019, k)apelação;
DE 27 DE MARÇO DE 2019). l)revisão criminal;
Parágrafo único – Nos casos em que o Relator originário não m)dúvida de competência;
integre o Órgão Julgador de maior composição, os autos serão n)conflito de competência;
redistribuídos por sorteio. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- o)medida cautelar;
MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). p)carta testemunhável;
Art. 177 – Será elaborada uma pauta para cada sessão de jul- q)embargos infringentes e de nulidade;
gamento, observando-se, necessariamente, a antiguidade dos pro- r)denúncia ou queixa;
cessos dentro da mesma classe, considerada a data de distribuição s)inquérito policial;
t)ação penal;
u)representação criminal;
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v)notícia crime; § 2º – Os advogados poderão apresentar pedido de julgamento


x) pedido de providência; presencial, com ou sem sustentação oral, até 30 (trinta) minutos
z) exceção de verdade; antes do início da sessão de julgamento, dirigido ao Presidente do
aa) autos de conselho de justificação; ab) demais processos. Órgão Julgador e entregue ao Diretor da respectiva Secretaria. (IN-
Art. 180 – A pauta de julgamento identificará o número do pro- CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE
cesso, a sua classe, a posição que ocupa na ordem de julgamento, MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
os nomes das partes e dos Advogados, o Relator, o Revisor, quando § 3º – Tratando-se de habeas corpus, o pedido de preferência
for o caso, e os demais integrantes da Turma. com sustentação oral poderá ser formulado até o início da sessão;
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE quando o Relator apresentar o habeas corpus para julgamento após
14 DE JUNHO DE 2017). a sessão ter sido iniciada, poderá ser formulado até o anúncio do
Parágrafo único – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. julgamento do processo. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI-
12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
Art. 181 – A pauta de julgamento será afixada na entrada da § 4º – Antes da abertura da sessão de julgamento, o Diretor
sala em que se realizar a sessão de julgamento e encaminhada aos da Secretaria do Órgão Julgador cancelará os votos eletrônicos
Desembargadores integrantes do Órgão Julgador na data da sua antecipados proferidos nos processos em que formulado requeri-
publicação no Diário da Justiça eletrônico. (ALTERADO CONFORME mento na forma dos §§ 2º e 3º deste artigo. (INCLUÍDO CONFORME
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
31/03/2016). 31/03/2016).
Parágrafo único – A pauta complementar, elaborada na hipó- Art. 184 – Proclamados os resultados na forma do artigo an-
tese excepcional do § 2º do art. 172 deste Regimento, será enca- terior, os demais processos serão julgados na seguinte ordem: (AL-
minhada aos Desembargadores do respectivo Órgão Julgador na TERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE
data da sua publicação no Diário da Justiça eletrônico. (INCLUÍDO MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO I– processos cujo Relator ou Revisor deva retirar-se ou afastar-
DE 2016, DJe 31/03/2016). -se da sessão ou que tenha demandado o comparecimento de De-
Art. 182 – Nos processos de incidente de resolução de deman- sembargador de outra Câmara, vinculado ao julgamento;
das repetitivas, incidente de assunção de competência, ação direta II– processos em que a extinção do direito ou a prescrição fo-
de inconstitucionalidade, incidente de arguição de inconstituciona- rem iminentes, conforme indicação do Relator;
lidade, ação rescisória, mandado de segurança originário, processo III– processos nos quais tenha sido apresentado requerimento
administrativo disciplinar contra Magistrado e ação penal originá- de julgamento presencial com sustentação oral, na forma do § 1º do
ria, o serviço próprio, ao incluí-los em pauta, remeterá, aos demais art. 183, deste Regimento, observada a ordem em que formulados;
Julgadores, cópias do relatório e do parecer da Procuradoria de Jus- IV– processos nos quais tenha sido apresentado requerimento
tiça. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE de preferência para julgamento presencial, na forma do §1º do art.
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). 183, deste Regimento, observada a ordem em que formulados;
§ 1° – Além das peças indicadas, serão extraídas e remetidas V– os demais processos, de acordo com a ordem pré-estabele-
aos demais Julgadores as seguintes cópias: cida na pauta de julgamento.
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE Art. 185 – O julgamento poderá ser adiado pelo Presidente da
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). sessão: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016,
a)nos incidentes de resolução de demandas repetitivas e de DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
assunção de competência e de arguição de inconstitucionalidade I– por manifestação do Relator;
de lei ou ato normativo, do acórdão que admitiu a sua instauração; II– por requerimento formulado por ambas as partes, em peti-
b)na ação rescisória, da decisão rescindenda. ção conjunta, representadas por seus respectivos advogados;
§ 2° – Em qualquer processo, as partes poderão fornecer cópias III– por manifestação da parte recorrente ou autora informan-
de suas razões para distribuição aos vogais. do a desistência do recurso ou ação.
Parágrafo único – Nas hipóteses do caput, observar-se-á o dis-
CAPÍTULO II posto no art. 172 deste Regimento, retirando-se de pauta os pro-
JULGAMENTO (ARTS. 183 A 185) cessos adiados para reinclusão em nova pauta, com exceção dos
que tenham o julgamento expressamente adiado para a primeira
Art. 183 – Aberta a sessão e adotadas as providências iniciais sessão seguinte. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
indicadas no art. 186 deste Regimento, serão registrados os proces- 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
sos retirados de pauta e os adiados para a próxima sessão, procla-
mando-se, em seguida, o resultado do julgamento dos processos CAPÍTULO III
que tenham sido objeto de voto eletrônico antecipado, observan- RELATÓRIO E SUSTENTAÇÃO ORAL
do-se a ordem constante na respectiva pauta. (ALTERADO CONFOR-
ME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, (Arts. 186 a 191)
DJe 31/03/2016). Art. 186 – A sessão será aberta, havendo quórum, e o Presiden-
§ 1º – Uma vez proclamado o resultado, não mais será possível te do Órgão Julgador submeterá a ata da sessão anterior à aprova-
o adiamento a requerimento da parte. ção. Em sequência: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). I– procederá de acordo com o art. 183 deste Regimento;

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II– indicará os processos em que foi formulado pedido de pre- § 5º – Ao terceiro interveniente cujo interesse divirja do in-
ferência de julgamento, com ou sem sustentação oral, requisitando teresse de ambas as partes, será concedido o mesmo prazo para
a apresentação da carteira de habilitação profissional do Advogado sustentar oralmente suas razões; convergindo o seu interesse com
que irá sustentar suas razões oralmente, sob pena de não lhe ser o de alguma das partes, aplicar-seá a regra do § 3º deste artigo.
deferida a palavra; (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30
III– prosseguirá conforme o art. 184 deste Regimento. DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
§ 1º – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE § 6º – A Associação dos Magistrados da Bahia poderá produ-
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). zir sustentação oral, na qualidade de amicus curiae, por 15 (quin-
§ 2º – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE ze) minutos, quando em julgamento processos administrativos
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). que envolvam interesses de magistrados. (INCLUÍDO CONFORME
§ 3º – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). 31/03/2016).
Art. 187 – A parte, por seu Advogado, poderá sustentar suas ra- § 7º – Nos casos em que ambas as partes desejem sustentar
zões oralmente pelo prazo: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- oralmente suas razões, o recorrente ou autor falará em primeiro
MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). lugar, seguido, na sequência, pelo recorrido ou réu, terceiros inter-
I– de 15 (quinze) minutos nos julgamentos de apelação cível, venientes e Ministério Público, nos casos em que atuar como fiscal
ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, agravo de ins- da ordem jurídica; no julgamento de recurso independente e subor-
trumento interposto contra decisão interlocutória que resolva par- dinado, o recorrente do recurso independente falará em primeiro
cialmente o mérito ou verse sobre tutela provisória e agravo interno lugar, e a palavra será primeiramente concedida ao autor da ação
interposto contra decisão do Relator que extinguiu ação de compe- nos casos de recursos independentes simultâneos. A palavra será
tência originária do Tribunal de Justiça; concedida uma única vez a cada Advogado. (INCLUÍDO CONFORME
II– de 15 (quinze) minutos, nas apelações criminais interpos- EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
tas em processos a que a lei comine pena de reclusão, nos habeas 31/03/2016).
corpus e nas revisões criminais; cada co-réu, apelante e apelado, § 8º – Após sustentar oralmente, o Advogado poderá requerer
terá o prazo por inteiro, salvo se o Advogado for comum, caso em a juntada aos autos do esquema do resumo das razões deduzidas.
que o prazo será concedido em dobro; o assistente terá, também, (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30
o restante do prazo, eventualmente deixado pelo Órgão assistido; DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
III– de 10 (dez) minutos, em feitos criminais não compreendi- § 9º – No curso do julgamento, o Advogado que ocupar a tri-
dos no número anterior e nos recursos em matéria falimentar. buna poderá pedir a palavra, pela ordem, para, em intervenção
IV– indicado nas alíneas do inciso II do art. 984 do Código de sumária, esclarecer equívoco ou dúvida surgida estritamente em
Processo Civil, com a observação do § 1º do mesmo dispositivo le- relação a fato ou à existência de documento nos autos que possa
gal, nos julgamentos de incidente de resolução de demandas repe- influenciar os votos a serem proferidos, ou para indicar que deter-
titivas, de incidente de assunção de competência e de incidente de minada questão suscitada na sessão não foi submetida ao prévio
arguição de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. contraditório, requerendo a aplicação do § 1º do art. 933 do Código
§ 1° – Não haverá sustentação oral no julgamento de embargos de Processo Civil. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
declaratórios, conflito de competência, incidente de arguição de 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
suspeição ou impedimento no processo civil, exceção de suspeição § 10 – Caso o Relator antecipe a conclusão do seu voto, a parte
ou impedimento no processo penal e cartas testemunháveis. (AL- poderá desistir da sustentação oral previamente requerida, asse-
TERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE gurando-se-lhe a palavra se houver qualquer voto divergente. (IN-
MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE
§ 2º – Não haverá sustentação oral no julgamento de agravo de MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
instrumento e agravo interno que não se enquadre no disposto no § 11 – O pedido de palavra pela ordem será dirigido ao Pre-
inciso I do caput deste artigo. (ALTERADO CONFORME EMENDA RE- sidente do Órgão Julgador; o Advogado só estará autorizado a se
GIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). pronunciar depois de consultado o Relator e se este concordar em
§ 3º – Comparecendo à sessão de julgamento litisconsortes ouvir a observação.
com procuradores distintos, vinculados a diferentes escritórios de (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE
advocacia, o prazo previsto no inciso I do caput deste artigo será 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
concedido em dobro e dividido, igualmente, entre os que ocupem o Art. 188 – Nos casos que comportem intervenção do Ministério
mesmo polo, salvo convenção processual em contrário. (ALTERADO Público na condição de fiscal da ordem jurídica, o Procurador-Ge-
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO ral de Justiça e os Procuradores de Justiça poderão intervir no jul-
DE 2016, DJe 31/03/2016). gamento e participar dos debates, falando após a sustentação das
§ 4º – Na hipótese do inciso IV do caput deste artigo, compa- partes e nos mesmos prazos estabelecidos para essas. (ALTERADO
recendo à sessão de julgamento litisconsortes com procuradores CONFORME
distintos, vinculados a diferentes escritórios de advocacia, a quo- EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016,
ta-parte do prazo previsto no art. 984, inciso II, “a”, do Código de DJe 31/03/2016).
Processo Civil será majorada de 10 (dez) para 20 (vinte) minutos Art. 189 – Os representantes do Ministério Público e os Advo-
e dividida, igualmente, entre os que ocupem o mesmo polo, salvo gados quando, no uso da palavra, não poderão ser aparteados.
convenção processual em contrário. Art. 190 – Ao faltarem 2 (dois) minutos para a expiração do
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE prazo da sustentação oral, o Presidente advertirá o orador.
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
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Parágrafo único – Se houver desobediência, o Presidente fará Art. 194 – Omissão, intempestividade ou outro defeito na pu-
soar a campainha, interrompendo o discurso; se a desobediência blicação da pauta não obstará o julgamento do processo quando os
aliar-se a qualquer palavra ou gesto desrespeitoso do ocupante da Advogados de ambas as partes se encontrarem presentes na ses-
tribuna, o Presidente determinará sua imediata retirada da sala de são, salvo se requerida ao Presidente do Órgão Julgador, antes da
sessão, sem prejuízo de outras sanções legais. abertura da sessão, a retirada do processo de pauta por conta do
Art. 191 – O Presidente chamará à ordem o representante do vício. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016,
Ministério Público ou o Advogado, no caso em que qualquer de- DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
les se utilize do tema destinado à sustentação oral da causa para Art. 195 – O Presidente anunciará em seguida o voto do Relator
discorrer sobre assuntos impertinentes ou constrangedores para o e, logo após, o do Revisor, se houver, não podendo qualquer deles
Tribunal, ou ainda no caso de uso de linguagem inconveniente ou ser interrompido ou aparteado.
insultuosa. § 1° – Pronunciados os votos do Relator e do Revisor, ou so-
§ 1° – Se houver desobediência, o Presidente cassará a palavra mente daquele, se for o caso, ficará aberta a discussão para os De-
do orador, podendo, conforme o caso, tomar as providências referi- sembargadores.
das no parágrafo único do artigo anterior. § 2° – Na discussão dos votos do Relator e do Revisor, os Vo-
§ 2° – Não se reputa impertinente a crítica elevada à lei ou gais, pela ordem decrescente de antiguidade, poderão falar, uma
sistema da organização judiciária vigente, nem injuriosa a simples primeira vez, afirmando, desde logo, o respectivo voto. Se o voto
denúncia, em linguagem comedida, de fatos que, no entendimento do Revisor for contrário ao do Relator, a preferência para iniciar a
do orador, possam ter prejudicado o reconhecimento do direito ou discussão será do Relator.
influído ruinosamente no desenvolvimento normal do processo. § 3° – Depois do pronunciamento do último Desembargador a
intervir na discussão, o Relator e o Revisor poderão usar da palavra
CAPÍTULO IV para sustentar ou modificar suas conclusões.
DISCUSSÃO E VOTAÇÃO DA CAUSA § 4° – Em seguida, observada a mesma ordem do § 2° deste ar-
tigo, poderão os demais Desembargadores voltar a usar da palavra
(Arts. 192 a 197) para, igualmente, sustentar ou modificar suas conclusões.
Art. 192 – Após a leitura do relatório e a sustentação oral dos § 5° – Os Desembargadores falarão sempre sem limitação de
requerentes, e até a proclamação do resultado pelo Presidente do tempo, e nenhum se pronunciará sem que o Presidente lhe conceda
Órgão Julgador, poderão os demais Desembargadores solicitar es- a palavra, nem aparteará o que dela estiver usando, salvo expresso
clarecimentos ao Relator sobre fatos e circunstâncias pertinentes à consentimento. Se, eventualmente, estabelecer-se um diálogo ge-
matéria em debate, ou pedir vista dos autos, quando se procede- neralizado na discussão, o Presidente apelará pela ordem, poden-
rá na forma do art. 174 deste Regimento. (ALTERADO CONFORME do, conforme o tumulto, suspender temporariamente a sessão.
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe Art. 195-A – Os processos poderão ser votados de forma virtu-
31/03/2016). al, a critério da turma julgadora.
Parágrafo único – Surgindo questão nova durante o julgamen- § 1º – No caso de votação virtual, o relator encaminhará seu
to, o Relator solicitará a sua suspensão e intimará as partes para voto aos demais componentes da turma julgadora através do siste-
que se manifestem no prazo comum de 5 (cinco) dias. Presentes ma eletrônico.
os Advogados de ambas as partes na sessão, poderão já ficar inti- § 2º – Qualquer dos julgadores poderá requisitar vista dos au-
mados, consignando-se em ata o ocorrido. (ALTERADO CONFORME tos, manifestando ou não sua adesão aos demais componentes da
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe turma julgadora mediante votação eletrônica.
31/03/2016). § 3º – Para ter validade e segurança, a votação exigirá a assina-
Art. 193 – Verificada a existência de vício sanável ou a neces- tura digital do Magistrado.
sidade de produção de prova, o Relator solicitará a suspensão do § 4º – Será considerado julgado o processo que receber, pelo
julgamento, convertendo-o em diligência; o processo será retirado menos:
de pauta e reincluído, oportunamente, após nova determinação do a)dois terços dos votos do total dos integrantes das Seções Cí-
Relator. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, veis Reunidas, das Seções Cíveis de Direito Público e Privado, da
DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). Seção Criminal, das Câmaras Criminais e do Tribunal Pleno, nos
§ 1º – O Órgão Julgador poderá, por maioria de votos, vencido processos de sua competência que exijam quorum qualificado para
o Relator, determinar a conversão do julgamento em diligência a julgamento;
fim de que, verificado vício sanável, seja realizado ou renovado o b)votos da maioria absoluta dos integrantes das Seções Cíveis
ato, ou se produza a prova que se faça necessária. (INCLUÍDO CON- Reunidas, das Seções Cíveis de Direito Público e Privado, da Seção
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE Criminal, das Câmaras Criminais e do Tribunal Pleno, nos processos
2016, DJe 31/03/2016). de sua competência que não exijam quorum qualificado para jul-
§ 2º – A hipótese do § 1º deste artigo dispensa a lavratura de gamento;
acórdão, exigindo-se apenas a certificação, nos autos, de que o jul- c)três ou cinco votos dos integrantes das Turmas julgadoras nas
gamento foi convertido em diligência por maioria de votos, venci- Câmaras Cíveis, conforme o caso, de acordo com o disposto neste
do o Relator; o processo deverá ser redistribuído ao primeiro De- Regimento; e
sembargador a apontar a necessidade de conversão do julgamento d)três votos dos membros das Turmas Criminais.”
em diligência. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 07/2018, DE
12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). 10 DE OUTUBRO DE 2018).

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§ 5º – Se o advogado de qualquer das partes interessadas so- pauta disponível, observado o disposto no art. 172 deste Regimen-
licitar preferência na forma do § 1º do art. 183 deste Regimento, a to. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE
votação será presencial, tornando sem efeito os votos antecipados 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
eletronicamente. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. § 5º – Retomado o julgamento da apelação cível em sessão
12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). posterior, será garantida, aos Advogados das partes, nova oportu-
§ 6º – Para efeito de preferência considera-se: nidade para que sustentem oralmente suas razões diante dos De-
a)Preferência – apenas o resultado do julgamento; b)Preferên- sembargadores que não participaram da sessão inicial. (INCLUÍDO
cia com destaque – a leitura do voto ou ementa; c)Preferência com CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO
sustentação oral – leitura do relatório e voto. DE 2016, DJe 31/03/2016).
§ 7º – O resultado do julgamento realizado a partir de votos § 6º – Proceder-se-á de acordo com a mesma regra prevista no
eletrônicos será anunciado no início da sessão, conforme art. 183 caput e §§ 1º, 2º, 3º, 4º e 5º deste artigo no julgamento de agravo
deste Regimento, e disponibilizado ao final, junto com o resultado de instrumento interposto contra decisão que resolver o mérito,
dos julgamentos com votos presenciais. (ALTERADO CONFORME caso proferido voto divergente por qualquer dos três membros da
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe Turma julgadora e haja prevalência do entendimento de que o re-
31/03/2016). curso deve ser provido. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMEN-
§ 8º – Excetuados os casos em que formulado pedido de pre- TAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
ferência pelo interessado ou solicitado julgamento presencial por § 7º – Ampliada a Turma Julgadora, a revisão do voto por um
algum Desembargador, não será cancelado o voto dos integrantes da Turma original, permitida até a proclamação do
eletrônico proferido por Desembargador que integre o Órgão resultado do julgamento, não afasta a necessidade de que o Quarto
Julgador, mas não esteja presente na sessão, quando o processo já e o Quinto Julgadores profiram seus respectivos votos. (INCLUÍDO
contar com número de votos suficientes à proclamação do seu re- CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO
sultado. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 2016, DJe 31/03/2016).
DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). Art. 197 – Proferidos votos divergentes em julgamento de ação
§ 9º – A Secretaria atentará para a necessidade de incluir na Tur- rescisória no âmbito da Seção Cível competente, com a prevalên-
ma julgadora da ação rescisória de sentença os quatro Desembarga- cia do entendimento de que a ação deva ser julgada procedente,
dores integrantes da Câmara Cível que sucederem o Relator na ordem o julgamento será suspenso e retirado o processo de pauta com
decrescente de antiguidade. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- a subsequente remessa dos autos às Seções Cíveis Reunidas para
MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). inclusão na próxima pauta disponível, observado o disposto no art.
Art. 196 – Nas apelações cíveis, proferido voto divergente por 172 deste Regimento. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
qualquer dos três membros da Turma julgadora, serão chamados TAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
a proferir voto os dois Desembargadores que sucederem o Ter- § 1º – A ação rescisória de sentença será julgada por Turma
ceiro Julgador na ordem decrescente de antiguidade e que este- composta pelo Relator e pelos quatro integrantes da Câmara Cível
jam presentes na sessão de julgamento. (ALTERADO CONFORME que o sucederem na ordem decrescente de antiguidade. (INCLUÍDO
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO
31/03/2016). DE 2016, DJe 31/03/2016).
§ 1º – Identificada a divergência a partir dos votos antecipados § 2º – No âmbito da Câmara Especial do Extremo Oeste, a
eletronicamente e sem que tenha sido formulado requerimento de ação rescisória de sentença será julgada por Turma composta pelo
preferência por qualquer das partes, o Diretor da Secretaria regis- Relator, pelos demais integrantes da Turma Cível e pelo Desem-
trará a divergência na ata da sessão e incluirá o Quarto e o Quinto bargador mais antigo da Turma Criminal. (INCLUÍDO CONFORME
Julgador na Turma Julgadora antes da sua abertura, viabilizando EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
que se prossiga com o julgamento presencial na mesma oportuni- 31/03/2016).
dade. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, § 3º – Proferidos votos divergentes no âmbito da Turma julga-
DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). dora com a prevalência do entendimento de que a ação rescisória
§ 2º – Sendo inviável prosseguir com o julgamento na forma deve ser julgada procedente, o julgamento será suspenso e retirado
do caput e § 1º deste artigo, o Presidente o suspenderá, retirando o processo de pauta com a subsequente remessa dos autos à Seção
o processo de pauta para proceder na forma do § 3º deste artigo. Cível competente, nos termos deste Regimento, para inclusão na
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 próxima pauta disponível, observado o disposto no art. 172 des-
DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). te Regimento. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
§ 3º – O Presidente do Órgão Julgador, se preciso, solicitará ao 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
Presidente do Tribunal a designação de Desembargadores integran- § 4º – Retomado o julgamento da ação rescisória no Órgão Jul-
tes de outra Câmara Cível para compor a Turma julgadora neces- gador de maior composição, será garantido aos Advogados das par-
sária ao prosseguimento do julgamento do recurso e determinará tes nova oportunidade para que sustentem oralmente suas razões.
a reinclusão do processo na próxima pauta disponível, observado (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30
o disposto no art. 172 deste Regimento. (INCLUÍDO CONFORME DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe § 5º – Remetidos os autos ao Órgão Julgador de maior compo-
31/03/2016). sição, a revisão do voto por um dos integrantes do Órgão Julgador
§ 4º – O Presidente da Câmara do Oeste, se preciso, solicitará original, permitida até a proclamação do resultado do julgamento,
ao Presidente do Tribunal a designação de Desembargador inte- não desfaz o deslocamento da competência. (INCLUÍDO CONFOR-
grante da Turma Criminal para compor a Turma Julgadora de pro- ME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016,
cessos cíveis, e determinará a reinclusão do processo na próxima DJe 31/03/2016).
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CAPÍTULO V Art. 204 – Divergindo os julgadores quanto às razões de deci-


APURAÇÃO DOS VOTOS E PROCLAMAÇÃO DO JULGAMENTO dir, mas convergindo na conclusão, caberá ao Desembargador que
(Arts. 198 a 205) primeiro deduziu o fundamento determinante vencedor redigir o
acórdão; o Desembargador que deduziu fundamento vencido de-
Art. 198 – As decisões colegiadas, salvo disposição legal ou clarará seu voto vencido. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI-
regimental em sentido contrário, serão tomadas pela maioria dos MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
votos dos Desembargadores presentes. (ALTERADO CONFORME Art. 204-A – Se, em relação a uma única parte do pedido, não se
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe puder formar a maioria, em virtude de divergência quantitativa, o
31/03/2016). Presidente disporá os diversos votos com as quantidades que cada
Parágrafo único – Nas sessões do Tribunal Pleno, o Presidente qual indicar, em ordem decrescente de grandeza, prevalecendo a
ou seu Substituto apenas proferirá voto em caso de empate, exceto quantidade que, com as que lhe forem superiores ou iguais, reunir
nas questões constitucionais, administrativas ou regimentais. (IN- votos em número suficiente para constituir a maioria. (INCLUÍDO
CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO
MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). DE 2016, DJe 31/03/2016).
Art. 199 – Tratando-se de agravo interno, terá voto neces- Art. 205 – O Presidente colherá os votos dos Desembarga-
sário o Presidente ou o seu Substituto. (ALTERADO CONFORME dores, seguindo a ordem decrescente de antiguidade a partir do
EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe Relator, e proclamará o resultado, a partir de quando não mais se
17/03/2016). admitirá retirada ou modificação do voto. (ALTERADO CONFORME
Art. 200 – As sessões das Câmaras Cíveis e Criminais serão EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
abertas com a presença de, no mínimo, 05 (cinco) Desembargado- 31/03/2016).
res e as das Turmas Criminais com a de 03 (três) Desembargadores. § 1º – Não se admite modificação de voto proferido por De-
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 sembargador que tenha sido afastado ou substituído.
DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE
Parágrafo único – As Seções funcionarão com o comparecimen- 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
to de mais da metade dos seus integrantes; exige-se, porém, o voto § 2º – O julgamento iniciado ultimar-se-á e não será interrom-
da maioria absoluta dos seus membros efetivos para admitir-se in- pido pela hora regimental de encerramento do expediente do Tri-
cidente de resolução de demandas repetitivas e incidente de as- bunal, podendo, entretanto, ser suspenso, para descanso dos De-
sunção de competência, e a presença de dois terços dos membros sembargadores. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
efetivos para o julgamento do mérito dos referidos incidentes. (IN- 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE
MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). CAPÍTULO VI
Art. 201 – No julgamento de feitos de natureza cível, da com- QUESTÕES PRELIMINARES OU PREJUDICIAIS (ART. 206)
petência do Tribunal Pleno, no caso de empate, o Presidente ou seu
Substituto proferirá voto de desempate, optando por uma das duas Art. 206 – A admissibilidade do recurso ou da ação de compe-
opiniões formadas. tência originária será examinada antes do julgamento do seu méri-
Art. 201-A – Nas Seções Cíveis e Criminal, o Presidente profe- to, em votação específica. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI-
rirá somente voto de desempate, exceto nos casos em que for Re- MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
lator ou Revisor, hipótese em que passará a presidência ao Desem- § 1º – Admitido o recurso ou a ação, os Desembargadores ven-
bargador mais antigo na sessão. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA cidos no julgamento de questões relacionadas ao juízo de admissi-
REGIMENTAL N° 05/2011, PUBLICADA EM 12/12/2011). bilidade proferirão voto quanto ao mérito. (ALTERADO CONFORME
Art. 202 – Quando o objeto do julgamento puder ser decom- EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
posto em questões distintas, cada uma delas será votada separada- 31/03/2016).
mente, considerando-se cada pedido formulado na ação ou recurso § 2º – Não se deixará de conhecer de recurso ou ação em razão
e cada fundamento suscitado pelas partes. (ALTERADO CONFORME de vício sanável sem antes se oportunizar à parte a sua correção,
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe nos termos do Código de Processo Civil e em atenção ao disposto
31/03/2016). neste Regimento.
Art. 203 – Caso apresentem-se três ou mais entendimentos na (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE
votação de questão insuscetível de decomposição, serão as solu- 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
ções votadas duas a duas, de forma que a vencedora será posta em § 3º – Adentrando-se o mérito do recurso ou da ação, e iden-
votação com as restantes, até se definir, a partir das duas últimas, tificada relação de preliminaridade ou prejudicialidade entre ques-
a que será adotada para o caso concreto. (ALTERADO CONFORME tões, serão elas postas em julgamento sequencialmente. (INCLUÍDO
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO
31/03/2016). DE 2016, DJe 31/03/2016).
Parágrafo único – A ordem dos confrontos constará de esque- § 4º – Acolhida questão preliminar, encerrar-se-á o julgamento
ma previamente anunciado pelo Presidente, salvo nas Câmaras, em com a proclamação do resultado; rejeitada a questão preliminar,
que o confronto será feito, em primeiro lugar, entre as soluções da- prosseguir-se-á com o julgamento, devendo os Desembargadores
das pelo Revisor e pelo Terceiro Julgador, ou entre as soluções do vencidos manifestarem-se sobre as questões subsequentes. (IN-
Segundo e do Terceiro Julgador, se não houver Revisor. CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
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§ 5º – Decidida questão prejudicial, passar-se-á ao exame da que inaugurou o fundamento prevalente. (INCLUÍDO CONFORME
questão subordinada a partir da premissa definida, devendo os EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
Desembargadores vencidos manifestarem-se sobre as questões 31/03/2016).
subsequentes. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. Art. 210 – Será facultada a declaração de votos vencedores.
12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). Art. 211 - Havendo impossibilidade de ser redigido o acórdão
§ 6º – O Desembargador que proferir o voto vencedor em rela- pelo Desembargador Relator, observar-se-á a norma do art. 44, §
ção à última questão analisada ficará responsável por redigir o acór- 1º, deste Regimento, no que for aplicável (ALTERADO CONFORME
dão, que conterá a indicação da controvérsia verificada em cada EMENDA REGIMENTAL N. 09, DE 16 DE OUTUBRO DE 2019).
uma das questões, devendo os demais Desembargadores declarar Art. 212 – Quando o julgamento for unânime, o acórdão será
voto a respeito das questões divergentes. (INCLUÍDO CONFORME assinado apenas pelo Presidente e Relator, que rubricará as fo-
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe lhas em que não conste sua assinatura. (ALTERADO CONFORME
31/03/2016). EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
§ 7º – No recurso de apelação, as decisões não agraváveis da 31/03/2016).
fase de conhecimento, que tenham sido oportunamente impug- § 1º – Nos casos de divergência, os autos irão primeiramen-
nadas nas razões ou contrarrazões recursais, serão apreciadas an- te conclusos ao Desembargador que proferiu voto vencido para
tes do mérito do apelo, desde que admitido, nos termos do art. que o declare. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
1.009, § 1º, do Código de Processo Civil. (INCLUÍDO CONFORME 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe § 2º – Diante da impossibilidade de algum Desembargador de-
31/03/2016). clarar os fundamentos do voto vencido proferido na sessão de jul-
§ 8º – O agravo de instrumento será julgado antes da apelação gamento, o Relator designado para redigir o acórdão determinará
interposta no mesmo processo; se ambos os recursos forem julga- a juntada aos autos das respectivas notas taquigráficas, indicando
dos na mesma sessão, terá precedência o agravo de instrumento, as razões para a ausência do voto vencido. (ALTERADO CONFORME
sem prejuízo de ser reconhecido, se for o caso, como prejudicado EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
porque proferida sentença. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- 31/03/2016).
MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). Art. 213 – O acórdão será conferido e assinado até a sessão or-
CAPÍTULO VII ACÓRDÃOS (Arts. 207 a 215) dinária seguinte à do julgamento, quando proferido à unanimidade
Art. 207 – O julgamento colegiado será realizado por meio de de votos, ou no prazo de 10 (dez) dias contados da conclusão dos
acórdão que conterá, obrigatoriamente, ementa. autos ao Relator designado para redigi-lo, nos casos de julgamen-
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE to não unânime. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
Parágrafo único – Não haverá necessidade de lavratura de acór- Art. 214 – Lavrado e registrado o acórdão, sua ementa será pu-
dão quando o julgamento for convertido em diligência, interrompi- blicada no Diário da Justiça eletrônico no prazo de 10 (dez) dias,
do para aplicação da técnica de julgamento do art. 942 do Código certificando-se a data do ato nos autos. (ALTERADO CONFORME
de Processo Civil ou versar sobre matéria de ordem administrativa EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe
ou interna, casos em que o resultado constará na certidão de julga- 31/03/2016).
mento juntada aos autos. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- Parágrafo único – Passados 30 (trinta) dias da sessão de julga-
MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). mento sem que o acórdão tenha sido lavrado e a respectiva ementa
Art. 208 – O acórdão será redigido pelo Relator e dele cons- publicada, o Presidente do Órgão Julgador determinará a juntada
tarão a espécie e o número do processo, a Comarca de origem, o das notas taquigráficas aos autos, que substituirão os votos pro-
nome dos litigantes, a conclusão do julgamento e a clara indicação feridos, e lavrará, de imediato, o acórdão, composto de ementa e
de divergência. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. indicação da conclusão do julgamento, determinando a publica-
12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). ção da ementa. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
Parágrafo único – A certidão de julgamento indicará a data 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
da sessão, os Desembargadores que participaram do julgamen- Art. 215 – Publicado o acórdão, os autos somente sairão da Se-
to e a conclusão do voto que proferiram. (ALTERADO CONFORME cretaria durante o prazo para interposição do recurso cabível, nos
EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe casos previstos em lei.
31/03/2016). Parágrafo único – Nas causas em que houver intervenção do
Art. 209 – Integram o acórdão a fundamentação vencedora e, Ministério Público, os autos lhe serão encaminhados, para fins de
igualmente, o voto vencido, sendo ambos necessariamente decla- intimação pessoal, certificando-se a data de sua remessa; quando
rados. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, possível, a intimação será feita por meio eletrônico. (ALTERADO
DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO
§ 1º – Vencido o Relator, será designado para redigir o acórdão DE 2016, DJe 31/03/2016).
aquele que primeiro proferiu voto vencedor.
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE
30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
§ 2º – Considera-se vencido o voto que, não obstante te-
nha apontado o mesmo resultado do voto vencedor, divergiu do
seu fundamento determinante, reputando-se vencedor o voto

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LIVRO IV dência, que registrará os enunciados da súmula, seus adendos e


emendas datados e numerados em séries separadas e contínuas, e
TÍTULO I ordenará a publicação
PROCESSO NO TRIBUNAL (ARTS. 216 A 255) 3(três) vezes no Diário do Poder Judiciário, em datas próximas.
(INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2018, DE 25
CAPÍTULO I DE JULHO DE 2018).
PROCEDIMENTOS DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA §5º – Ao editar enunciados de súmula, o Tribunal deve ater-se
(ARTS. 216 A 230) às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua cria-
ção. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE
SEÇÃO I – 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).” (INCLUÍDO CONFORME
DISPOSIÇÕES GERAIS EMENDA REGIMENTAL N. 04/2018, DE 25 DE JULHO DE 2018).
(INCLUÍDA PELA EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE Seção II - Do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas
MARÇO DE 2016, DJE 17/03/2016). e do Incidente de Assunção de Competência.
(INCLUÍDA PELA EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE
Art. 216 – O Tribunal deve uniformizar a sua jurisprudência e MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
mantê-la estável, íntegra e coerente. Art. 218 – O incidente de resolução de demandas repetitivas
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE e o incidente de assunção de competência serão processados de
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). acordo com as normas decorrentes do Código de Processo Civil e
§ 1º – A uniformização de jurisprudência neste Tribunal pode deste Regimento.
ser o resultado de um destes procedimentos: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). Parágrafo único – O incidente de resolução de demandas repe-
I – incidente de resolução de demandas repetitivas; II – inciden- titivas e o incidente de assunção de competência têm por objeto a
te de assunção de competência; solução de questão de direito material ou processual. (ALTERADO
III – incidente de arguição de inconstitucionalidade de lei ou CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO
ato normativo. DE 2016, DJe 17/03/2016).
§ 2º – Não caberá recurso contra a decisão que admitir a ins- Art. 219 – O incidente de resolução de demandas repetitivas
tauração dos incidentes previstos no § 1º deste artigo. (INCLUÍDO tem por objeto a solução de questão de direito que se repita em
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO diversos processos individuais ou coletivos, quando houver risco de
DE 2016, DJe 17/03/2016). ofensa à isonomia e à segurança jurídica. (ALTERADO CONFORME
Art. 217 – A jurisprudência firmada pelo Tribunal será compen- EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
diada em Súmula. 17/03/2016).
§ 1º – Será objeto de súmula a tese jurídica firmada no julga- § 1º – O incidente será instaurado a partir de pedido dirigido
mento do respectivo Órgão Julgador, competente de acordo com ao Presidente do Tribunal, por ofício ou petição, na forma do art.
este Regimento, tomada pelo voto da maioria absoluta de seus 977 do Código de Processo Civil, que determinará a sua devida au-
membros efetivos, no incidente de resolução de demandas repeti- tuação em decisão publicada no Diário da Justiça eletrônico para
tivas, no incidente de assunção de competência e no incidente de ciência das partes. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
arguição de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. (ALTERA- N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MAR- § 2º – Se houver mais de um pedido de instauração de inciden-
ÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). te, tendo por objeto a mesma questão de direito, o Presidente do
§ 2º – Também poderão ser objeto de súmula as teses jurídi- Tribunal escolherá o caso que mais bem represente a controvérsia,
cas correspondentes às decisões firmadas por unanimidade dos observado o disposto no § 6º do art. 1.036 do Código de Processo
membros efetivos do Tribunal ou de órgão especial, no julgamento Civil, e determinará que os demais pedidos integrem a autuação a
de questões administrativas e de teses relativas a direito penal ou fim de que o
processo penal, mediante provocação das partes, do Ministério Pú- Relator conheça dos argumentos levantados; os requerentes
blico ou por iniciativa do Relator. (ALTERADO CONFORME EMENDA dos pedidos não escolhidos serão informados do número do inci-
REGIMENTAL N. 04/2018, DE 25 DE JULHO DE 2018). dente instaurado e as partes dos respectivos casos poderão par-
§3º – A Comissão de Jurisprudência também poderá propor ticipar do processo como intervenientes. (ALTERADO CONFORME
que seja compendiada em súmula a jurisprudência do Tribunal, EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
quando verificar que os Órgãos Julgadores não 17/03/2016).
divergem na interpretação do direito, devendo submeter o re- § 3º – Determinada a autuação e distribuição do pedido sele-
querimento ao Tribunal Pleno, às Seções Cíveis Reunidas ou à Seção cionado, novos pedidos dirigidos ao Presidente envolvendo a mes-
Criminal, que dependerá da aprovação pela maioria absoluta dos ma questão de direito serão rejeitados e devolvidos ao remetente
membros integrantes do Órgão Colegiado.” (ALTERADO CONFORME com a informação de que já foi instaurado incidente sobre o tema
EMENDA REGIMENTAL N. 04/2018, DE 25 DE JULHO DE 2018). e seu respectivo número a fim de que postulem eventual interven-
§ 4º – Após o julgamento dos processos judiciais ou administra- ção. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE
tivos mencionados nos parágrafos anteriores, a Secretaria do órgão 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
julgador encaminhará a cópia do processo à Comissão de Jurispru- § 4º – O incidente será distribuído por prevenção ao Relator do
recurso, remessa necessária ou processo de competência originária
do Tribunal do qual se originou ou, caso não integre o órgão com-
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petente para julgamento do incidente, por sorteio entre os seus pensão a que se refere o inciso IV do § 8º. (INCLUÍDO CONFORME
membros efetivos. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). 17/03/2016).
§ 5º – Caso o incidente tenha sido suscitado no bojo de recur- § 11 – O Tribunal atualizará o seu cadastro eletrônico para in-
so, remessa necessária ou processo de competência originária do cluir informações relativas ao ingresso de amicus curiae, designa-
Tribunal, os autos deverão ser apensados em atenção ao dispos- ção de audiências públicas e outras informações relevantes para a
to no parágrafo único do art. 978 do CPC. (ALTERADO CONFORME instrução e o julgamento do incidente; logo em seguida, os novos
EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe dados serão informados ao Conselho Nacional de Justiça para que
17/03/2016). proceda às alterações no cadastro nacional. (INCLUÍDO CONFORME
§ 6º – Distribuído o incidente, o Relator submeterá o exame da EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
sua admissibilidade ao órgão colegiado competente para julgá-lo 17/03/2016).
na forma deste Regimento. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- § 12 – Além dos cadastros a que se refere o art. 979 do Código
MENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). de Processo Civil, o Tribunal manterá os autos do incidente disponí-
§ 7º – Inadmitido o incidente e lavrado o respectivo acórdão, os veis para consulta pública na rede mundial de computadores. (IN-
autos permanecerão arquivados no Tribunal. CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). Art. 220 – O incidente de assunção de competência tem por
§ 8º – Admitido o incidente de resolução de demandas repetiti- objeto a solução de relevante questão de direito com grande re-
vas pelo órgão colegiado, retornarão os autos conclusos ao Relator, percussão social, jurídica, econômica ou política, sem repetição em
que proferirá decisão na qual: (INCLUÍDO CONFORME EMENDA RE- múltiplos processos, a respeito da qual seja conveniente a
GIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou
I– identificará, com precisão, a questão a ser submetida a jul- turmas do tribunal. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
gamento; N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
II– identificará as circunstâncias fáticas que ensejam a contro- § 1º – O Relator, de ofício ou a requerimento da parte, do Mi-
vérsia em torno da questão jurídica; nistério Público ou da Defensoria Pública, proporá, ao órgão a que
III– apresentará o índice com os fundamentos, acerca da ques- se encontre vinculado, que o recurso, a remessa necessária ou o
tão jurídica, apresentados até o momento da admissão, inclusive processo de competência originária do Tribunal seja julgado pela
os que constem de manifestações utilizadas para fins de instruir o Seção Cível de Direito Público, pela Seção de Direito Privado ou pe-
pedido ou ofício de instauração, e com os dispositivos normativos las Seções Cíveis Reunidas, observadas as competências definidas
relacionados à controvérsia; por este Regimento. (ALTERADO PELA EMENDA REGIMENTAL N.
IV– determinará a suspensão do trâmite dos processos, indivi- 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
duais e coletivos, na primeira instância ou no Tribunal, em que se § 2º – Rejeitada a proposta pelo colegiado, será lavrado acór-
discuta a questão jurídica objeto do incidente; dão pelo Desembargador que proferir o primeiro voto divergente e
V– poderá requisitar informações sobre o objeto do incidente os autos retornarão conclusos ao Relator originário para prossegui-
aos órgãos em que tramitem processos, judiciais ou administrati- mento; aceita a proposta pelo colegiado, será lavrado acórdão nos
vos, nos quais se discuta a questão objeto do incidente; autos e extraída cópia que, instruída pelo Relator com os elementos
VI– determinará a intimação do Ministério Público para que necessários à exposição da questão de direito e demonstração da
participe do incidente, salvo quando já figurar como requerente; sua relevância, será devidamente autuada e distribuída. (INCLUÍDO
VII– caso a questão objeto do incidente seja relativa à presta- CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO
ção de serviço concedido, permitido ou autorizado, comunicará ao DE 2016, DJe 17/03/2016).
ente público ou à agência reguladora competente para, querendo, § 3º – O incidente será apensado aos autos em que suscitado
participar do incidente, prestando informações; e ambos serão distribuídos por prevenção ao mesmo Relator origi-
VIII– determinará o envio ao Núcleo de Gerenciamento de nário ou, caso não integre o Órgão competente para julgamento do
Precedentes e de Ações Coletivas (NUGEPNAC) das informações incidente, a Desembargador que participou do seu primeiro juízo
constantes dos incisos I a IV do § 8º, para inclusão do incidente no de admissibilidade, na forma indicada no § 2º deste artigo, ou, não
Cadastro Nacional e de Incidentes do Tribunal; (ALTERADO CON- sendo também possível, por sorteio entre os seus membros efeti-
FORME EMENDA REGIMENTAL Nº 6, DE 01 D DEZEMBRO DE 2021) vos. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE
IX– organizará a instrução do incidente, podendo, inclusive, de- 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
signar audiência pública, nos termos deste Regimento. § 4º – Distribuído o incidente, o Relator submeterá o exame
§ 9º – A suspensão determinada deverá ser comunicada, via da sua admissibilidade ao Órgão colegiado competente na forma
ofício e por meio eletrônico, aos órgãos jurisdicionais vinculados deste Regimento. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
ao Tribunal e aos juizados especiais no âmbito do Estado da Bahia, 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
bem como ao Núcleo de Gerenciamento de Precedentes (NUGEP). § 5º – Inadmitido o incidente e lavrado o respectivo acórdão,
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 03/2017, DE 19 os autos do incidente permanecerão arquivados no Tribunal e os
DE DEZEMBRO DE 2017, DJe 20/12/2017). do processo em que suscitado retornarão ao Relator no Órgão de
§ 10 – As partes dos processos repetitivos deverão ser intima- origem. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016,
das da decisão de suspensão de seus processos, a ser proferida DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
pelo respectivo juiz ou Relator, quando informados acerca da sus-

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§ 6º – Admitido o incidente de assunção de competência pelo VIII– o dispositivo, em que o Tribunal resolverá o caso que lhe
Órgão colegiado, o Relator proferirá decisão em que: (INCLUÍDO foi submetido.
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO § 1º – Se houver desistência ou abandono da causa, nos termos
DE 2016, DJe 17/03/2016). do art. 976, § 1º, do Código de Processo Civil, os elementos do acór-
I– identificará, com precisão, a questão a ser submetida a jul- dão serão apenas aqueles previstos nos incisos I a VI do caput deste
gamento; artigo. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016,
II– identificará as circunstâncias fáticas que ensejam a contro- DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
vérsia em torno da questão jurídica; § 2º – O incidente de resolução de demandas repetitivas sus-
III– apresentará o índice com os fundamentos, acerca da ques- citado por Juiz de Direito somente será admitido se houver, no Tri-
tão jurídica, apresentados até o momento da admissão, inclusive os bunal, processo de competência originária, remessa necessária ou
que constem de manifestações utilizadas para fundamentar o pedi- recurso que verse sobre a questão de direito repetitiva, que será
do de instauração, e com os dispositivos normativos relacionados à selecionado como representativo da controvérsia. (ALTERADO CON-
controvérsia; FORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE
IV– determinará a intimação do Ministério Público para que 2016, DJe 17/03/2016).
participe do incidente; § 3o – O Relator deverá, na sessão de julgamento, enunciar a
V– organizará a instrução do incidente, inclusive com a marca- tese jurídica objeto do incidente, o que constará da ata de julga-
ção de audiência pública, nos termos deste Regimento. mento. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016,
§ 7º – O Tribunal organizará o cadastro eletrônico dos inciden- DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
tes de assunção de competência, a ser divulgado na rede mundial § 4º – Na enunciação da tese jurídica objeto do incidente, o
de computadores, observando-se o disposto no art. 979 do Código Tribunal observará: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
de Processo Civil. N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE I– o fundamento determinante adotado pela unanimidade ou
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). maioria dos membros do Órgão Julgador;
§ 8º – O Tribunal manterá os autos do incidente disponíveis II– o disposto no art. 926, § 2º, do Código de Processo Civil.
para consulta pública na rede mundial de computadores. (INCLUÍ- § 5º – A sessão de julgamento deverá ser integralmente regis-
DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MAR- trada mediante gravação de áudio e vídeo e transmitida por meio
ÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). da rede mundial de computadores e redes de televisão estatais,
Art. 221 – Concluída a instrução, o Relator solicitará dia para jul- sempre que possível.
gamento do incidente, respeitado o prazo mínimo de 20 (vinte) dias (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE
entre a realização da sessão de julgamento e a publicação da pauta 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
e inserção da informação nos cadastros a que se refere o art. 979 do Art. 223 – O acórdão que julgar o incidente de resolução de
Código de Processo Civil. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- demandas repetitivas ou o incidente de assunção de competên-
MENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). cia vinculará todos os órgãos jurisdicionais de primeira e segun-
§ 1º – O Relator do incidente de resolução de demandas re- da instância da área de jurisdição do Tribunal de Justiça, inclusive
petitivas ou do incidente de assunção de competência poderá, de no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis. (ALTERADO CONFORME
comum acordo com todos os sujeitos do incidente, definir o calen- EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
dário de instrução e julgamento, nos termos do art. 191 do Código 17/03/2016).
de Processo Civil. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. Art. 224 – O acórdão que inadmite a instauração de inciden-
01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). te de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de as-
§ 2º – Cabe sustentação oral na sessão de julgamento do inci- sunção de incompetência é irrecorrível. (ALTERADO CONFORME
dente de resolução de demandas repetitivas e do incidente de as- EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
sunção de competência, observado, em ambos os casos, o art. 984 17/03/2016).
do Código de Processo Civil. Art. 225 – O redator do acórdão que julgou o incidente de re-
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE solução de demandas repetitivas ou o incidente de assunção de
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). competência é prevento para processar e julgar futuros incidentes
Art. 222 – São elementos essenciais do acórdão que julgar o em que se discuta a mesma questão jurídica, observado o art. 160
incidente de resolução de demandas repetitivas ou o incidente de deste Regimento na hipótese de necessária substituição do Desem-
assunção de competência: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- bargador prevento. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
MENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
I– o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação Art. 226 – A revisão da tese jurídica firmada no julgamento do
do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das incidente de resolução de demandas repetitivas ou do incidente
principais ocorrências havidas no andamento do processo; de assunção de competência dar-se-á após instauração de novo
II– a identificação das circunstâncias fáticas que ensejam a con- incidente, observado o disposto nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 927 do
trovérsia em torno da questão jurídica; Código de Processo Civil. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI-
III– o índice com todos os fundamentos favoráveis e contrários MENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
à tese jurídica discutida; IV – a análise de todos os fundamentos § 1º – Admitida a instauração do incidente-revisor, será deter-
contrários e favoráveis à tese jurídica discutida; minada a comunicação ao Núcleo de Gerenciamento de Preceden-
V – os dispositivos normativos relacionados à questão discuti- tes e de Ações Coletivas (NUGEPNAC) para registrar a informação
da; VI – a enunciação da tese jurídica objeto do incidente; no cadastro nacional e de incidentes do Tribunal e fazer anotações
VII– a fundamentação para a solução do caso;
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no incidente em que houver sido fixada a tese.” (ALTERADO CON- Art. 228 – O Relator mandará ouvir o Procurador-Geral de Justi-
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 06/2021, DE 01 DE DEZEMBRO ça, no prazo de 15 (quinze) dias, bem como determinará a notifica-
DE 2021). ção da pessoa jurídica de direito público responsável pela edição do
§ 2º – O Relator do incidente-revisor deverá intimar os sujeitos ato questionado para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias.
do incidente em que tenha ocorrido a fixação da tese para que, que- (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16
rendo, manifestem-se no incidente-revisor. (INCLUÍDO CONFORME DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe § 1° – O Tribunal dará publicidade à instauração do inciden-
17/03/2016). te de arguição de inconstitucionalidade a fim de permitir eventual
§ 3º – Caso a tese jurídica seja revisada, o acórdão que julgar intervenção dos legitimados referidos no art. 103 da Constituição
o incidente deverá conter todas as informações previstas no art. Federal, como autoriza o art. 950, § 2º, do Código de Processo Civil,
222 deste Regimento e, ainda, indicar expressamente os parâme- ou de outros órgãos ou entidades, na condição de amicus curiae,
tros para modulação temporal da eficácia da decisão revisora. (IN- mediante inclusão em cadastro de incidentes instaurados disponí-
CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE vel na sua página na rede mundial de computadores. (ALTERADO
MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO
§ 4º A revisão da tese jurídica impõe que enunciado de súmula DE 2016, DJe 17/03/2016).
anteriormente editado a partir da sua consolidação seja revisto ou § 2° – As intervenções previstas no § 1º serão permitidas den-
cancelado e, se for o caso, editado enunciado a partir da nova tese tro do período de 30 (trinta) dias, contados da publicação da deci-
jurídica. são prevista no caput, que deverá indicar a lei ou o ato normativo
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE objeto do incidente e a possibilidade de intervenção. (ALTERADO
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO
Seção III – Do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade DE 2016, DJe 17/03/2016).
de Lei ou Ato Normativo § 3° – Encerrada a instrução do incidente, o Relator lançará
(INCLUÍDA PELA EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE relatório nos autos, determinando a distribuição de cópias deste,
MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). do acórdão que acolheu a arguição de inconstitucionalidade e do
Art. 227 – Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade parecer do Ministério Público aos demais componentes do órgão
de lei ou de ato normativo do poder público, a questão será subme- julgador, com antecedência de 5 (cinco) dias da sessão de julgamen-
tida ao Órgão Julgador competente na forma deste Regimento, em to. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE
atenção ao art. 97 da Constituição Federal, salvo quando já houver 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
pronunciamento de órgão especial, do plenário do próprio Tribunal § 4° – Cabe sustentação oral na sessão de julgamento do inci-
ou do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. (ALTERADO CON- dente de arguição de inconstitucionalidade, observado o regramen-
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE to do art. 984 do Código de Processo Civil. (INCLUÍDO CONFORME
2016, DJe 17/03/2016). EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
§ 1º – O Relator, de ofício ou a requerimento, após ouvir o Mi- 17/03/2016).
nistério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câ- § 5° – Julgado o incidente, lavrado e publicado o respectivo
mara à qual competir o conhecimento do acórdão, os autos permanecerão arquivados junto ao setor com-
processo. (ALTERADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, petente, procedendo-se ao registro da súmula do julgamento no
DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). cadastro indicado no § 1º e ao translado de cópia do acórdão para
§ 2º – Rejeitada a arguição de inconstitucionalidade pelo co- os autos do feito originário. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI-
legiado, os autos retornarão conclusos ao Relator para prossegui- MENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
mento; acolhida a arguição pelo colegiado, será lavrado acórdão § 6º – Certificado o resultado do julgamento do incidente nos
nos autos e extraída cópia que, instruída com os elementos ne- autos do recurso, remessa necessária ou ação de competência ori-
cessários à demonstração da controvérsia, formará o incidente a ginária, com a juntada de cópia do acórdão do órgão julgador, irão
ser devidamente autuado e distribuído. (INCLUÍDO CONFORME conclusos ao Relator para prosseguimento do seu trâmite. (INCLUÍ-
EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MAR-
17/03/2016). ÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
§ 3º – O incidente será distribuído por prevenção ao mesmo Art. 229 – A decisão tomada pela maioria absoluta do órgão
Relator originário ou, caso não integre o órgão competente para competente para julgar o incidente de arguição de inconstitucio-
julgamento do incidente, a Desembargador que participou do seu nalidade é precedente obrigatório e deve ser observada por todos
primeiro juízo de admissibilidade, na forma indicada no § 2º deste os demais Órgãos Julgadores do Tribunal. (ALTERADO CONFORME
artigo, ou, não sendo também possível, por sorteio entre os seus EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
membros efetivos. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL 17/03/2016).
N. 01/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). Art. 230 – Aplicam-se ao incidente de arguição de inconstitu-
§ 4º – Os autos em que suscitado o incidente permanecerão na cionalidade de lei ou de ato normativo, no que couber, as disposi-
Secretaria do órgão fracionário competente para o conhecimento ções relacionadas ao ordenamento, à instrução, ao julgamento, à
do recurso, remessa necessária ou ação de competência originá- publicidade e à revisão da tese jurídica previstas para os incidentes
ria, mantendo-se o seu trâmite suspenso enquanto se aguarda o de resolução de demandas repetitivas e assunção de competência.
julgamento do incidente de arguição de inconstitucionalidade. (IN- (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE
CLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).

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CAPÍTULO II II– mandará arquivar o pedido, se for manifestamente infunda-


DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE (ARTS. 227 A 230) do, cabendo de sua decisão agravo interno para o Tribunal Pleno.
(REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 01/2016, DE 16 (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16
DE MARÇO DE 2016, DJE 17/03/2016). DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
Art. 235 – Inviável ou frustrada a gestão prevista no inciso I do
CAPÍTULO III artigo anterior, o Presidente do Tribunal requisitará informações, no
PEDIDO DE INTERVENÇÃO FEDERAL (ARTS. 231 A 233) prazo de 15 (quinze) dias, à autoridade indicada como responsável
pela inobservância dos princípios constitucionais aplicáveis aos mu-
Art. 231 – O pedido de intervenção federal no Estado (Consti- nicípios.
tuição Federal, arts. 34, incisos IV e VI, e 36,incisos I e II, e Constitui- Art. 236 – Recebidas as informações ou findo o prazo sem elas,
ção Estadual, art. 101, inciso VI) será encaminhado para o Supremo colhido o parecer do Procurador-Geral de Justiça, o feito será distri-
Tribunal Federal, no caso do art. 34, inciso IV da Constituição Fede- buído no âmbito do Tribunal Pleno.
ral; e, no caso do artigo 34, inciso VI, da mesma Carta, ao Supremo Art. 237 – Elaborado o relatório e remetidas cópias aos Desem-
Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, em razão da bargadores que devem participar do julgamento, os autos serão
matéria: postos em mesa.
I– de ofício, mediante ato do Presidente, para assegurar o livre § 1º – O julgamento realizar-se-á em sessão pública.
exercício do Poder Judiciário, quando houver violação declarada § 2º – Poderão usar da palavra, pelo prazo de 15 (quinze) minu-
pelo Tribunal Pleno; tos, o requerente da intervenção, o Procurador do Órgão interessa-
II– de ofício, mediante ato do Presidente, depois de acolhida do na defesa da legitimidade do ato impugnado e o representante
pelo Tribunal Pleno, representação de qualquer de seus membros, do Ministério Público.
ou de Juízes de primeiro grau, quando se tratar de assegurar garan- Art. 238 – Se o Tribunal concluir pela intervenção, o Presidente
tias ao Poder Judiciário, o livre exercício deste ou prover execução comunicará a decisão ao Governador do Estado, para que a con-
de ordem ou decisão judicial; cretize.
III– de ofício, nos termos do inciso II, deste artigo, quando se Parágrafo único – Se o decreto do Governador bastar ao resta-
tratar de requerimento do Ministério Público, ou de parte interes- belecimento da normalidade, o Presidente do Tribunal aguardará a
sada, visando prover execução de ordem ou decisão judicial. comunicação de sua edição, na forma estabelecida pela Constitui-
Art. 232 – O exame do cabimento do pedido de intervenção ção do Estado, para as providências cabíveis.
federal no Estado compete ao Tribunal Pleno, em processo de ini-
ciativa do Presidente ou decorrente de representação. Neste caso, CAPÍTULO V
compete ao Presidente: CONFLITO DE COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES
I– mandar arquivá-lo, se o considerar manifestamente infunda-
do, cabendo agravo interno de sua decisão; (Arts. 239 a 244)
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE Art. 239 – Suscitado o conflito de competência ou de atribui-
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). ções, o Relator requisitará informações às autoridades em conflito,
II– se manifesta sua procedência, providenciar administrativa- que ainda não as tiverem prestado. As informações serão prestadas
mente, para remover a respectiva causa; no prazo marcado pelo Relator.
III– frustrada a solução administrativa, determinar a remessa Art. 240 – Tratando-se de conflito positivo, poderá o Relator de-
do pedido à distribuição. terminar que se suspenda o andamento do processo. Neste caso e
Art. 233 – O Relator dirigirá a instrução, solicitando informa- no de conflito negativo cível, designará um dos juízes para resolver,
ções à autoridade ou autoridades apontadas na inicial. em caráter provisório, as medidas urgentes.
§ 1° – Oferecido parecer pelo Procurador-Geral de Justiça, no Art. 241 – Decorrido o prazo, com informações ou sem elas,
prazo de 10 (dez) dias, em igual prazo, o Relator mandará o feito à será ouvido, em 5 (cinco) dias, o Ministério Público. Em seguida, se
publicação para julgamento. o Relator entender desnecessárias diligências, apresentará o confli-
§ 2° – A decisão do Tribunal Pleno será tomada pela maioria ab- to a julgamento.
soluta de seus membros, votando, na ordem comum, o Presidente Parágrafo único - O relator poderá julgar de plano o conflito
do Tribunal, os Vice-Presidentes e os Corregedores da Justiça. de competência quando for inadmissível, prejudicado ou quando se
§ 3° – Será permitida sustentação oral, observado o prazo de 15 conformar com tese fixada em julgamento de recurso repetitivo ou
(quinze) minutos para cada parte. de repercussão geral, a entendimento firmado em incidente de as-
sunção de competência, a súmula do Superior Tribunal de Justiça ou
CAPÍTULO IV do Supremo Tribunal Federal, e a jurisprudência dominante acerca
DA INTERVENÇÃO EM MUNICÍPIO (ARTS. 234 A 238) do tema pela Seção Cível e de Direito Público e pela Seção Criminal.
(INSERIDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2022, DE 10
Art. 234 – Ao receber representação pedindo a intervenção do DE AGOSTO DE 2022).
Estado em Município, com fundamento em normas constitucionais, Art. 242 – Passando em julgado a decisão, será ela imediata-
o Presidente do Tribunal: mente comunicada às autoridades em conflito.
I– tomará as providências oficiais que lhe parecerem adequa- Art. 243 – Da decisão do conflito somente caberão embargos
das para remover, administrativamente, a causa do pedido; de declaração.
Art. 244 – Não se conhecerá de conflito suscitado pela parte
que, em causa cível, houver oposto exceção de incompetência do
Juízo.
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LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO VI CORREIÇÃO PARCIAL (ARTS. 245 A 247) CAPÍTULO VIII REMESSA NECESSÁRIA (ARTS. 254 E 255)
Art. 254 – Nos processos sujeitos, obrigatoriamente, ao duplo
Art. 245 – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016, grau de jurisdição, o Órgão Julgador apreciará todas as questões
DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). suscitadas e discutidas, ainda que a sentença não as tenha julgado
Art. 246 – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016, por inteiro, e independentemente das que houverem sido objeto
DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). de recurso.
Art. 247 – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016, Art. 255 – No caso previsto no artigo anterior, não havendo re-
DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). curso, recebidos os autos, serão eles distribuídos ao Relator que, se
necessário, ouvirá o Ministério Público, em 5 (cinco) dias, e pedirá
CAPÍTULO VII RECLAMAÇÃO (ARTS. 248 A 253) data para julgamento.

Art. 248 – Para preservar a competência do Tribunal ou garan- TÍTULO II


tir a autoridade das suas decisões ou a observância de precedente DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS (ARTS. 256 A 283)
formado em julgamento de incidentes de resolução de demandas
repetitivas e incidentes de assunção de competência caberá recla- CAPÍTULO I
mação da parte interessada ou do Ministério Público, nos termos HABEAS CORPUS (ARTS. 256 A 271)
do art. 988 do Código de Processo Civil. (ALTERADO CONFORME
EMENDA REGIMENTAL N. Art. 256 – O habeas corpus pode ser concedido, de ofício, no
02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). curso de qualquer processo, ou impetrado por qualquer pessoa, em
Parágrafo único – A reclamação, dirigida ao Presidente do Tri- seu favor ou de outrem, e pelo Ministério Público.
bunal e instruída com prova documental, será autuada e distribuída Art. 257 – A petição de habeas corpus, além dos nomes do im-
ao Órgão Julgador cuja competência se busca preservar ou cuja au- petrante, do paciente e do coator, deverá conter:
toridade se pretenda garantir. (ALTERADO CONFORME EMENDA RE- I– os fundamentos do pedido e, se possível, a prova documen-
GIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). tal dos fatos alegados;
Art. 249 – Ao despachar a reclamação, o Relator: (ALTERADO II– a assinatura do impetrante ou alguém a seu rogo, quando
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO não souber ou não puder escrever.
DE 2016, DJe 17/03/2016). Art. 258 – O pedido, quando subscrito por Advogado do pacien-
I– requisitará informações da autoridade a quem for imputada te, não será conhecido se não vier instruído com os documentos
a prática do ato impugnado, a qual as prestará no prazo de 10 (dez) necessários ao convencimento preliminar da existência do motivo
dias; legal invocado na impetração, salvo alegação razoável da impossibi-
II– ordenará, a requerimento da parte, para evitar dano irrepa- lidade de juntá-los desde logo.
rável, a suspensão do processo ou dos efeitos do ato impugnado; § 1° – A juntada de documentos poderá ser feita até o momen-
III– determinará a citação do beneficiário da decisão impugna- to da sustentação oral. Neste caso, não sendo possível o julgamento
da, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua con- na mesma sessão, o Relator pedirá adiamento para a sessão seguin-
testação. te.
Art. 250 – Terceiro juridicamente interessado poderá intervir § 2° – Se o recurso de habeas corpus não puder ser conhecido e
como assistente e impugnar o pedido do reclamante. (ALTERADO o caso comportar a concessão da ordem, o feito será julgado como
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO pedido originário, ainda que a competência, em princípio, seja do
DE 2016, DJe 17/03/2016). Juízo a quo.
Parágrafo único – O pedido de intervenção será dirigido ao Re- Art. 259 – Distribuído o pedido, poderão ser requisitadas infor-
lator da reclamação. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN- mações à autoridade coatora, os autos do processo a que responde
TAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). o paciente e o seu comparecimento; estando preso, marcar-se-ão
Art. 251 – O Ministério Público, nas reclamações que não hou- dia e hora para este fim.
ver formulado e que se subsumirem aos casos do art. 178 do Código § 1º – No habeas corpus, ante a relevância dos motivos do pe-
de Processo Civil, terá vista do processo, por 5 (cinco) dias, após o dido positivando constrangimento ilegal, o Relator poderá, liminar-
decurso do prazo para informações e para o oferecimento de con- mente, antecipar a concessão da tutela, suspendendo os efeitos do
testação pelo beneficiário do ato impugnado. (ALTERADO CONFOR- ato impugnado até o julgamento.
ME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, § 2º – Quando o pedido for manifestamente incabível ou in-
DJe 17/03/2016). competente o Tribunal para dele conhecer, originariamente, ou
Art. 252 – Julgando procedente a reclamação, o Tribunal cas- reiteração de outro com os mesmos fundamentos, o Relator o inde-
sará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medi- ferirá liminarmente.
da adequada à solução da controvérsia. (ALTERADO CONFORME Art. 260 – Concedido o habeas corpus, a Secretaria do respec-
EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe tivo Órgão fracionário expedirá, no prazo máximo de 14 (quatorze)
17/03/2016). horas, o respectivo Alvará de Soltura, encaminhando-o, imediata-
Art. 253 – O Presidente determinará o imediato cumprimento mente, para verificação e autenticação do respectivo Desembar-
da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. gador Relator, sem prejuízo da remessa de cópia da decisão con-
cessiva ao juízo de primeiro grau. (ALTERADO CONFORME EMENDA
REGIMENTAL N. 4/2014, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 14/07/2014).

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1º – O Alvará de Soltura deverá ser cumprido no prazo máximo Art. 267 – Os Órgãos Julgadores do Tribunal têm competência
de 24 (vinte a quatro) horas, contados a partir da publicação da de- para expedir, de ofício, ordem de habeas corpus, quando, no curso
cisão monocrática ou da proclamação do acórdão concessivos de do processo, verificarem que alguém sofre ou está na iminência de
habeas corpus. sofrer coação ilegal.
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 4/2014, DIS- Art. 268 – O Relator, se necessário, requisitará informações da
PONIBILIZADA NO DJE DE 14/07/2014). autoridade indicada como coatora, podendo avocar o processo ori-
§ 2º – Na hipótese de anulação do processo, a ordem será ime- ginal quando julgar indispensável à instrução do feito.
diatamente comunicada pelo Desembargador Relator ao Juízo do Art. 269 – Ao Ministério Público será sempre concedida vista
processo, devendo o magistrado aguardar o recebimento da cópia dos autos relativos a processos de habeas corpus, originários ou em
do acórdão, para efeito de renovação dos atos processuais. (ALTE- grau de recurso, pelo prazo de 2 (dois) dias.
RADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 4/2014, DISPONIBILI- Art. 270 – O Relator poderá determinar a apresentação do pa-
ZADA NO DJE DE 14/07/2014). ciente no ato do julgamento, para interrogatório, se não preferir
§ 3º – Poderá ser conferida força de Alvará de Soltura ao Acór- que lhe seja feito pessoalmente, em local, dia e hora que designar.
dão ou Decisão Monocrática, devendo constar na ordem concessi- Neste caso, as declarações do paciente serão reduzidas a termo nos
va, obrigatoriamente, os seguintes dados: autos. As partes poderão requerer as perguntas que entenderem
I– a qualificação completa do beneficiário da Ordem (nome, necessárias.
alcunha, filiação, naturalidade, estado civil, data de nascimento, a Art. 271 – A pauta interna de habeas corpus será organizada
profissão, o endereço da residência ou do trabalho, número do CPF para orientação dos trabalhos da sessão e informação dos interes-
e do RG); sados, sem prejuízo dos que forem levados em mesa.
II– número do processo de origem e autoridade à disposição de
quem se encontra o beneficiário da Ordem; CAPÍTULO II
III– a cláusula “salvo se estiver preso(a) em flagrante por ou- MANDADO DE SEGURANÇA (ARTS. 272 A 276)
tro crime ou houver mandado de prisão expedido em seu desfa-
vor, após consulta ao Sistema de Informação Criminal do respectivo Art. 272 – O mandado de segurança de competência originária
Tribunal e ao Sistema Nacional”. (ALTERADO CONFORME EMENDA do Tribunal terá o seu processo iniciado por petição, acompanha-
REGIMENTAL N. 4/2014, DISPONIBILIZADA NO DJE DE 14/07/2014). da de tantas vias quantas forem as autoridades apontadas como
Art. 261 – Sempre que houver evidente má-fé ou abuso de po- coatoras e os litisconsortes, devendo, ainda, preencher os demais
der, o Presidente do Órgão remeterá cópias das peças necessárias requisitos legais.
para o Ministério Público promover a ação penal contra a autorida- Parágrafo único – A segunda via da inicial e, se for o caso, as
de coatora. demais a serem encaminhadas aos impetrados, deverão estar ins-
Art. 262 – O carcereiro ou diretor da prisão, o escrivão, o oficial truídas com cópias autenticadas de todos os documentos.
de justiça ou a autoridade judiciária ou policial que embaraçarem Art. 273 – O Relator indeferirá a inicial se:
ou demorarem no encaminhamento de habeas corpus, as informa- I – não for caso de mandado de segurança; II – faltar-lhe algum
ções sobre a causa da violência, coação ou ameaça, ou a condução dos requisitos legais; III – excedido o prazo para sua impetração.
e apresentação do paciente, ou a sua soltura, serão multados, na Art. 274 – Havendo litisconsorte necessário, o Relator ordenará
forma da legislação processual, sem prejuízo de outras sanções pe- que o impetrante promova, em 10 (dez) dias, sua citação, assinando
nais e disciplinares. ao citado o prazo de 10 (dez) dias para se pronunciar.
Art. 263 – Se o retardamento abusivo importar em desobedi- Art. 275 – Concedida a liminar e decorrido o prazo a que se
ência ao cumprimento da ordem de habeas corpus, o Presidente refere o Art. 1°, letra “b”, da Lei n° 4.348, de 26 de junho de 1964, o
do Tribunal ou do Órgão fracionário expedirá mandado de prisão Julgador em mora será substituído através do sistema de computa-
contra o detentor ou carcereiro desobediente e oficiará ao Minis- ção de dados, por sorteio com impedimento, na forma deste Regi-
tério Público para instauração da ação penal. (ALTERADO CONFOR- mento, requisitados os autos pelo Presidente após comunicação da
ME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA NO DJE DE secretaria do Órgão Julgador.
16/05/2018). Art. 276 – A concessão ou denegação da segurança será, pelo
Parágrafo único – Na hipótese deste artigo, o Presidente toma- Presidente do Órgão Julgador, imediatamente comunicada à autori-
rá as providências necessárias ao cumprimento da decisão, usando dade apontada como coatora.
dos meios coercitivos cabíveis, determinando, se for o caso, a apre-
sentação do paciente ao Relator. CAPÍTULO III
Art. 264 – Concedida a ordem por excesso de prazo que tenha MANDADO DE INJUNÇÃO
ocorrido por morosidade judicial, o Relator comunicará o fato à Cor- (ARTS. 277 A 280)
regedoria, encaminhando-lhe cópia do acórdão.
Art. 265 – As fianças que tiverem de ser prestadas, em virtude Art. 277 – Compete ao Tribunal processar e julgar, originaria-
de concessão de habeas corpus, serão fixadas pelo Relator. mente, os mandados de injunção, quando a inexistência de norma
Art. 266 – A cessação da violência, no curso do processo, torna- regulamentadora estadual ou municipal, de qualquer dos Poderes,
rá prejudicado o pedido de habeas corpus, mas não impedirá que o inclusive da administração indireta, torne inviável o exercício de di-
Tribunal ou a Câmara declare a ilegalidade do ato e tome as provi- reitos assegurados na Constituição da República e na Constituição
dências necessárias para punição do responsável. Estadual.

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Art. 278 – A petição inicial, que deverá preencher os requisitos § 2º – Se desconhecido o paradeiro do acusado ou se este criar
elencados no Código de Processo Civil, será apresentada em duas dificuldades para que o oficial cumpra a diligência, proceder-se-á a
vias, e os documentos que instruírem a primeira deverão ser repro- sua notificação por edital, contendo o teor resumido da acusação,
duzidos, por cópia, na segunda. para que compareça ao Tribunal, em 5 (cinco) dias, onde terá vista
Art. 279 – No mandado de injunção não se admitirá prova tes- dos autos pelo prazo de 15 (quinze) dias, a fim de apresentar res-
temunhal ou pericial, vedada, também, a juntada de documentos posta.
após a expedição do ofício requisitório de informações. Art. 288 – Se, com a resposta, forem apresentados novos docu-
Art. 280 – O procedimento do mandado de injunção atenderá, mentos, será intimada a parte contrária para sobre eles se manifes-
subsidiariamente, ao que dispõem a legislação processual pertinen- tar no prazo de 5 (cinco) dias.
te e as normas que regem o mandado de segurança. Parágrafo único – Na ação penal de iniciativa privada, será ou-
CAPÍTULO IV HABEAS DATA (Arts. 281 a 283) vido, em igual prazo, o Ministério Público.
Art. 281 – A garantia constitucional de conhecimento, pelo in- Art. 289 – A seguir, o Relator pedirá dia para que a Câmara ou
teressado, de informações sigilosas que sirvam de base a atos dos a Seção Criminal delibere sobre o recebimento ou a rejeição da de-
Órgãos públicos, será assegurada por meio de habeas data. núncia ou da queixa, ou sobre a improcedência da acusação, se a
Art. 282 – O habeas data será processado e julgado pelo Tribu- decisão não depender de outras provas, assim como determinar a
nal Pleno ou pelas Seções. suspensão do processo, nas hipóteses previstas em lei. (ALTERADO
Art. 283 – Ao habeas data aplicar-se-á a Lei n° 9.507/97. (AL- CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA
TERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.07/2019, DE 30 DE NO DJE DE 16/05/2018).
JULHO DE 2019). § 1º – No julgamento de que trata este artigo, será facultada
a sustentação oral pelo prazo de 15 (quinze) minutos, primeiro à
TÍTULO III acusação, depois à defesa.
AÇÕES DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL § 2º – Encerrados os debates, o colegiado passará a deliberar,
(Arts. 284 a 317) colhendo-se o voto do Relator e dos demais Desembargadores.
Art. 290 – Recebida a denúncia ou a queixa, o Relator designa-
CAPÍTULO I rá dia e hora para o interrogatório, mandando citar o acusado ou
AÇÃO PENAL (ARTS. 284 A 297) querelado e intimar o Órgão do Ministério Público, bem como o
querelante ou assistente, se for o caso.
Art. 284 – Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Públi- Art. 291 – O prazo para defesa prévia será de 5 (cinco) dias,
co terá o prazo de 15 (quinze) dias para oferecer denúncia ou pedir contados do interrogatório ou da intimação do defensor.
o arquivamento do inquérito ou das peças informativas. Art. 292 – A instrução obedecerá, no que couber, ao procedi-
§ 1º – Diligências complementares poderão ser deferidas pelo mento comum do Código de Processo Penal.
Relator com interrupção do prazo deste artigo. § 1º – O Relator poderá delegar a realização do interrogatório,
§ 2º – Se o indiciado estiver preso: ou de outro ato da instrução, ao Juiz do local de cumprimento da
I– o prazo para oferecimento da denúncia será de 5 (cinco) dias; carta de ordem.
II– as diligências complementares não interromperão o prazo, § 2º – Por expressa determinação do Relator, as intimações po-
salvo se o Relator, ao deferi-las, determinar a concessão de liberda- derão ser feitas através de cartas registradas com aviso de recebi-
de provisória. mento.
Art. 285 – O Relator será o Juiz da instrução, que se realizará Art. 293 – Concluída a inquirição de testemunhas, serão inti-
segundo o disposto neste capítulo, no Código de Processo Penal, no madas a acusação e a defesa, para requerimento de diligências no
que for aplicável, e neste Regimento. prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único – O Relator terá as atribuições que a legislação Art. 294 – Realizadas as diligências ou não sendo estas requeri-
processual penal confere aos Juízes singulares, podendo submeter das, nem determinadas pelo Relator, serão intimadas a acusação e
diretamente à decisão do Órgão colegiado competente as questões a defesa para, sucessivamente, apresentarem, no prazo de 15 (quin-
surgidas durante a instrução. ze) dias, alegações escritas.
Art. 286 – Compete ao Relator: § 1º – Será comum o prazo do acusado e do assistente, bem
I– determinar o arquivamento do inquérito ou das peças infor- como o dos co-réus.
mativas, quando o requerer o Ministério Público, ou submeter o § 2º – Na ação penal de iniciativa privada, o Ministério Público
requerimento à decisão do colegiado; terá vista, por igual prazo, após as alegações das partes.
II– decretar extinção de punibilidade, nos casos previstos em § 3º – O Relator poderá, após as alegações escritas, determi-
lei; nar, de ofício, a realização de provas reputadas imprescindíveis ao
III– proceder à conciliação nas infrações penais de menor po- julgamento da causa.
tencial ofensivo. Art. 295 – Finda a instrução, o Relator dará vista dos autos às
Art. 287 – Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far- partes, pelo prazo de 5 (cinco) dias, para requererem o que conside-
-se-á a notificação do acusado para oferecer resposta no prazo de rarem conveniente apresentar na sessão de julgamento.
15 (quinze) dias. § 1º – O Relator apreciará e decidirá os requerimentos para, em
§ 1º – Com a notificação, serão entregues ao acusado cópias da seguida, lançado relatório nos autos, encaminhá-los ao Revisor, que
denúncia ou da queixa, do despacho do Relator e dos documentos pedirá dia para o julgamento.
por este indicados. § 2º – Designada a sessão de julgamento, a secretaria providen-
ciará a intimação das partes, expedirá cópia do relatório e fará sua
distribuição aos Desembargadores.
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Art. 296 – Na sessão de julgamento, observar-se-á o seguinte: Art. 305 – O Relator poderá não admitir as provas requeridas,
I– o Órgão Julgador reunir-se-á com a presença de, pelo menos, ou determinar a realização das que entender necessárias ao escla-
dois terços de seus membros; recimento dos fatos alegados, assim como solicitar informações ao
II– aberta a sessão, apregoadas as partes, o Relator apresen- Órgão prolator da sentença de condenação e requisitar os autos do
tará relatório do feito, resumindo as principais peças dos autos e a processo em revisão.
prova produzida. Se algum dos Desembargadores solicitar a leitura Art. 306 – Os pedidos de revisão de mais de 1 (um) processo
integral dos autos ou de partes deles, o Relator poderá ordenar que pelo mesmo réu devem ser autuados separadamente, a fim de que
seja efetuada pelo secretário; as revisões sejam apreciadas uma a uma, salvo no caso de conexão
III– efetuadas as diligências que o Relator ou o colegiado hou- decorrente do objeto do pedido, ou de vir este fundado em provas
ver determinado, o Presidente dará a palavra, sucessivamente, ao comuns aos diversos feitos.
Órgão do Ministério Público ou ao querelante, ao acusado ou ao Art. 307 – Requerida, por 2 (dois) ou mais co-réus, em sepa-
defensor, para sustentação oral, podendo cada um ocupar a tribuna rado, a revisão da sentença que em 1 (um) só processo os tenha
durante 1 (uma) hora, assegurado ao assistente um quarto do tem- condenado pelo mesmo crime, deverão as petições ser processa-
po da acusação; IV – encerrados os debates, o colegiado passará a das e julgadas conjuntamente. Para isso, as apresentadas em último
proferir o julgamento, podendo o Presidente limitar a presença no lugar serão distribuídas ao Relator da primeira, o qual ordenará a
recinto às partes e aos seus Advogados, ou somente a estes, se o apensação.
interesse público o exigir. Art. 308 – Se o pedido de revisão objetivar a anulação de pro-
Art. 297 – O julgamento efetuar-se-á em uma ou mais sessões, cesso de competência do Tribunal do Júri e, consequentemente, da
a critério do Tribunal, observado, no que for aplicável, o disposto na decisão deste, deverá vir instruído com procuração, com poderes
legislação processual penal. especiais, ou com declaração expressa do condenado de que se su-
Parágrafo único – A Secretaria do Órgão prestará o apoio neces- jeita a novo julgamento por aquele Tribunal, ou sem procuração, se
sário à realização de todos os atos e diligências. o pedido for formulado pessoalmente pelo condenado, com defen-
sor público designado nos autos.
CAPÍTULO II AÇÃO CÍVEL (ARTS. 298 A 301) Art. 309 – Instruído o processo e ouvido o Procurador-Geral ou
Procurador de Justiça, o Relator lançará relatório nos autos, passan-
Art. 298 – A ação cível da competência privativa do Tribunal do-os à consideração do Revisor, que pedirá dia para julgamento.
será processada de acordo com a lei e este Regimento. Art. 310 - Julgada procedente a revisão, a Seção Criminal ou as
Art. 299 – O prazo da contestação, salvo disposição da lei em Câmaras Criminais poderão absolver o acusado, alterar a classifica-
contrário, será fixado pelo Relator, entre 15 (quinze) e 30 (trinta) ção da infração, modificar a pena ou anular o processo.” (ALTERADO
dias. CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.03/2018, DISPONIBILIZADA
Art. 300 – Contestada a ação, o Relator proferirá decisão de NO DJE DE 16/05/2018).
saneamento, na forma da lei processual, se for o caso, podendo de- Art. 311 – A pena imposta pela decisão revista não poderá ser
legar atos de instrução. agravada.
Art. 301 – Encerrada a instrução, o Relator ará vista dos autos Art. 312 – À vista da certidão do acórdão que houver cassado
às partes e ao Procurador-Geral de Justiça para razões finais e pro- ou reformado a sentença de condenação, o Juiz da execução man-
nunciamento, sucessivamente, no prazo de 10 (dez) dias. dará juntá-la aos autos do processo revisto, determinando, desde
logo, para o seu cumprimento, o que for da sua competência.
CAPÍTULO III
REVISÃO CRIMINAL (ARTS. 302 A 312) CAPÍTULO IV AÇÃO RESCISÓRIA (ARTS. 313 A 317)

Art. 302 – Verificando-se que, no processo em revisão, não Art. 313 – A petição da ação rescisória será apresentada ao Pre-
foram guardadas as formalidades substanciais, limitar-se-á o julga- sidente do Tribunal, que a mandará à distribuição.
mento à declaração da respectiva nulidade, com a determinação Art. 314 – Se a inicial se revestir dos requisitos legais, o Relator
de sua renovação, salvo se já estiver a ação penal prescrita, ou de ordenará a citação, fixando prazo para resposta.
outro modo extinta a punibilidade. Art. 315 – Findo o prazo, com ou sem resposta, o Relator profe-
Art. 303 – O pedido de revisão criminal será distribuído, com a rirá decisão de saneamento, se necessário.
prova do trânsito em julgado da decisão a Desembargador que não Art. 316 – Processada a ação, oferecidas razões finais e ouvida a
tenha pronunciado decisão em qualquer fase do processo. Procuradoria de Justiça no prazo de 10 (dez) dias, o Relator lançará
§ 1° – O requerimento da revisão será instruído com certidão nos autos seu relatório, pedindo dia para julgamento. (ALTERADO
ou cópia autenticada da sentença condenatória, com os documen- CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016, DE 16 DE MARÇO
tos que comprovem as alegações da inicial, que indicará, também, DE 2016, DJe 17/03/2016).
as provas a serem produzidas. Art. 317 – Caberá ao Relator resolver quaisquer questões inci-
§ 2° – Sendo a decisão revisada confirmatória de outras, estas dentes, inclusive a de impugnação ao valor da causa.
deverão ser, igualmente, comprovadas em seu inteiro teor. TÍTULO IV DOS RECURSOS (Arts. 318 a 328)
Art. 304 – Conclusos os autos, o Relator, se for o caso, determi-
nará diligências, assim como o apensamento dos autos originais, se
não advier dificuldade à normal execução da sentença.

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CAPÍTULO I RECURSOS EM GERAL (ART. 318) Art. 320 – O agravo interno não terá efeito suspensivo. (ALTE-
RADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE
Art. 318 – Os recursos serão processados segundo as normas MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
da legislação aplicável e as disposições deste Regimento. § 1º – O Relator intimará o agravado para manifestar-se sobre
§ 1° – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE o recurso no prazo de 15 (quinze) dias.
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE
§ 2º – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). § 2º – Findo o prazo e não havendo retratação, o Relator deter-
§ 3º – O agravo interno e os embargos de declaração serão, minará a inclusão do recurso em pauta para julgamento. (INCLUÍDO
após o registro, encaminhados ao: CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MARÇO
I- Relator subscritor do acórdão ou da decisão singular impug- DE 2016, DJe 17/03/2016).
nados, salvo se não mais integrar o órgão Julgador em razão de Art. 321 – Se o agravo interno for apresentado em processo já
afastamento, transferência, permuta, aposentadoria, caso em que remetido à Secretaria com determinação para inclusão em pauta,
o recurso será enviado ao seu sucessor; será apreciado preliminarmente ao pedido ou recurso cujo julga-
II- na hipótese do Juiz Substituto de Segundo Grau funcionar mento fora pautado.
como Relator subscritor do acórdão ou da decisão singular impug- (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE
nados, após o encerramento da substituição, o recurso será enca- 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
minhado ao Desembargador substituído.
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 14/2019, DE CAPÍTULO III
18 DE DEZEMBRO DE 2019). DOS EMBARGOS INFRINGENTES (ARTS. 322 E 323)
§ 4° – A intimação do agravado, a que se refere o inciso V, parte
final do artigo 527 do Código de Processo Civil, far-se-á mediante Art. 322 – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016,
publicação no Órgão Oficial de Imprensa do Poder Judiciário. DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
§ 5° – As determinações decorrentes da decisão que atribuir Art. 323 – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016,
efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
total ou parcialmente, a pretensão recursal, em agravo de instru-
mento, serão cumpridas no Juízo de origem, mediante comunica- CAPÍTULO IV
ção do Relator. DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ARTS. 324 A 326)
§ 6º – Para a instrução dos recursos é facultado ao Advogado
autenticar as cópias do processo, mediante declaração formulada Art. 324 – Aos acórdãos proferidos pelo Tribunal Pleno, pelas
na própria petição, ou em separado. Seções, pelas Câmaras, ou pelas Turmas, poderão ser opostos em-
§ 7º – Os embargos de declaração podem ser julgados por ou- bargos de declaração, no prazo de 2 (dois) dias em matéria criminal,
tros Desembargadores que não participaram do julgamento de que e no prazo de 5 (cinco) dias em matéria cível, mediante petição diri-
se originaram. gida ao Relator, na qual será indicado o ponto obscuro, contraditó-
rio ou omisso cuja declaração se imponha.
CAPÍTULO II § 1° - Nas hipóteses de afastamento, transferência, permuta ou
AGRAVO INTERNO (ARTS. 319 A 321) aposentadoria do Relator do acórdão embargado, ou encerrado o
período de substituição por Juiz Substituto de Segundo Grau convo-
Art. 319 – Cabe agravo interno contra decisão de Relator, em cado, o processo será encaminhado ao seu substituto no Órgão ou
processo de competência originária, incidente, remessa necessária ao Desembargador substituído, respectivamente. (ALTERADO
ou recurso, no prazo de quinze dias, nos termos do art. 1.021 do CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 14/2019, DE 18 DE DEZEM-
Código de Processo Civil. BRO DE 2019).
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE § 2º – O Relator negará seguimento aos embargos manifesta-
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). mente inadmissíveis.
§ 1° – Cabe, também, agravo interno, no prazo de quinze dias, Art. 325 – O Relator submeterá os embargos de declaração a
contra decisão de Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal, quan- julgamento pelo colegiado na primeira sessão seguinte à interposi-
do atuarem como órgão jurisdicional. (ALTERADO CONFORME ção do recurso, independentemente de qualquer formalidade. (AL-
EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe TERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 DE
17/03/2016). MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
§ 2° – Havendo empate, ter-se-á por confirmada a decisão agra- § 1º – Não julgados na primeira sessão, os embargos de decla-
vada. ração deverão ser incluídos em pauta de acordo com o disposto no
§ 3º – Anotar-se-á na capa do processo a existência do agravo art. 172 deste Regimento. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI-
interno, com indicação das folhas em que foi interposto. (ALTERA- MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MAR- § 2º – Quando manifestamente protelatórios, o Órgão Julgador
ÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). poderá condenar o embargante a pagar, ao embargado, multa no
§ 4º – Dispensa-se o preparo do agravo interno. (ALTERADO importe correspondente a até 2% (dois por cento) do valor atuali-
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MARÇO zado da causa.
DE 2016, DJe 17/03/2016). (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE
§ 5º – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016).
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
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§ 3º – Na reiteração de embargos de declaração manifesta- Art. 332 – A execução atenderá, no que couber, à legislação
mente protelatórios, a multa poderá ser elevada a até 10% (dez por processual civil e de execução penal. Nos feitos de natureza cível,
cento) do valor atualizado da causa e a interposição de qualquer de competência originária do Tribunal, a ação de execução será pro-
recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à cessada perante o órgão prolator do acórdão exequendo, mantido o
exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justi- relator da ação originária, a quem caberá promover os atos executi-
ça, que a recolherão ao final. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI- vos e apreciar os respectivos incidentes.
MENTAL N. 12/2016, DE 30 DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). Art. 333 – Das decisões proferidas em ação de execução, ca-
§ 4º – Não serão admitidos novos embargos de declaração se berá agravo interno ao órgão prolator do acórdão exequendo. (AL-
os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios. TERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 12/2016, DE 30 MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
DE MARÇO DE 2016, DJe 31/03/2016). Art. 334 – Nos casos de que tratam os artigos 329 e 330 deste
Art. 326 – Os embargos de declaração interrompem o prazo Regimento, os incidentes de execução poderão ser levados à apre-
para a interposição de outros recursos. ciação do Tribunal Pleno, da Seção, Câmara ou da Turma que pro-
latou o acórdão, se assim for julgado necessário pelo Presidente ou
CAPÍTULO V pelo Relator.
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE EM MATÉRIA
PENAL (ARTS. 327 E 328) TÍTULO VI
PROCESSOS INCIDENTES (ARTS. 335 A 357)
Art. 327 – Quando não for unânime a decisão desfavorável ao
réu proferida em apelação criminal e nos recursos criminais em sen- CAPÍTULO I
tido estrito, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que MEDIDAS CAUTELARES EM MATÉRIA PENAL (ARTS. 335 E 336)
poderão ser interpostos no prazo de 10 (dez) dias. Se o desacordo (ALTERADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 06/2016, DE 16 DE
for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da diver- MARÇO DE 2016, DJE 17/03/2016).
gência.
Art. 328 – Juntada a petição de recurso, serão os autos conclu- Art. 335 – A medida cautelar incidente será requerida ao Rela-
sos ao Relator do acórdão embargado, que o inadmitirá se intem- tor do processo e, se preparatória, sujeita a distribuição.
pestivo ou incabível. Art. 336 – O procedimento cautelar é o estabelecido na lei
§ 1º – Da decisão que não admitir os embargos, caberá agra- processual penal, competindo os atos de instrução ao Relator, que
vo interno para a Seção competente. (ALTERADO CONFORME poderá delegá-la a Juiz de primeiro grau. (ALTERADO CONFORME
EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe EMENDA REGIMENTAL N. 06/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
17/03/2016). 17/03/2016).
§ 2º – Se os embargos forem admitidos, far-se-á o sorteio do
Relator, sempre que possível dentre os Desembargadores que não CAPÍTULO I-A
tiverem tomado parte no julgamento anterior, que o indeferirá na PEDIDO AUTÔNOMO DE TUTELA PROVISÓRIA (ARTS. 336-A)
hipótese legal. (INCLUÍDO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 06/2016, DE 16 DE
§ 3º – Independentemente de conclusão, a Secretaria dará vis- MARÇO DE 2016, DJE 17/03/2016).
ta dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de 10 (dez) dias.
§ 4º – Devolvidos os autos, o Relator, em 10 (dez) dias, lan- Art. 336-A – A tutela provisória poderá ser requerida, por peti-
çando o relatório, encaminhá-los-á ao Revisor, que, em igual prazo, ção autônoma, ao Tribunal de Justiça:
pedirá dia para o julgamento. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 06/2016, DE
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
TÍTULO V I– para a concessão de efeito suspensivo, nos termos do inciso I
DA EXECUÇÃO (ARTS. 329 A 334) do § 3º do art. 1.012 do Código de Processo Civil, ou da antecipação
da tutela recursal na apelação cível;
CAPÍTULO ÚNICO II– em caráter antecedente a ação de competência originária
DISPOSIÇÕES GERAIS (ARTS. 329 A 334) do Tribunal, nas hipóteses dos arts. 303 e 305 do Código de Pro-
cesso Civil.
Art. 329 – A execução competirá ao Presidente do Tribunal: Parágrafo único – O Relator do requerimento de tutela provisó-
I– quanto aos seus despachos e ordens; ria formulado em petição autônoma fica prevento para processar e
II– quanto às decisões do Plenário e as judiciais e administrati- julgar a apelação, no caso do inciso I deste artigo.
vas do Tribunal Pleno.
Art. 330 – Compete ainda a execução:
I– aos Presidentes das Seções, Câmaras e Turmas, quanto às
decisões destas e às individuais;
II– ao Relator, quanto às decisões e despachos acautelatórios
ou de instrução e direção do processo.
Art. 331 – Os atos de execução serão requisitados, determina-
dos ou notificados a quem os deva praticar.

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CAPÍTULO II § 1º – Se reconhecer a suspeição ou impedimento, o Desem-


SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO (ARTS. 337 A 344) bargador proferirá decisão e determinará o retorno dos autos à
(ALTERADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 06/2016, DE 16 DE Secretaria para redistribuição do feito de acordo com as regras
MARÇO DE 2016, DJE 17/03/2016). deste Regimento. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
Art. 337 – O Desembargador que se considerar suspeito ou § 2º – Rejeitando a configuração da apontada causa de parcia-
impedido fará a declaração por despacho nos autos, devolvendo- lidade, o Desembargador determinará a autuação em apartado da
-os à Secretaria. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. petição e seu cadastro como incidente de arguição de suspeição ou
05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). impedimento; recebido o incidente em seu gabinete, apresentará
Parágrafo único – A suspeição e o impedimento do Desembar- suas razões, no prazo de 15 (quinze) dias, acompanhadas de docu-
gador, salvo quando Relator ou Revisor, serão declarados, eletrô- mentos e rol de testemunhas, se houver, ordenando, em seguida,
nica ou verbalmente, na sessão de julgamento, e registrados na a sua remessa ao Presidente do Tribunal. (INCLUÍDO CONFORME
respectiva ata. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). 17/03/2016).
Art. 338 – Nas causas de natureza penal, as partes poderão opor § 3º – O processo em que for arguida a suspeição ou o impe-
exceção de suspeição ou impedimento, até 5 (cinco) dias seguintes dimento do Relator permanecerá na Secretaria do Órgão Julgador
à distribuição, contra Desembargador que tiver de participar do competente para o seu julgamento com o respectivo trâmite sus-
julgamento, salvo em se tratando de suspeição superveniente ou penso até que o Presidente do órgão julgador declare, nos respec-
posteriormente conhecida. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- tivos autos, os efeitos em que o incidente será recebido. (INCLUÍDO
MENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO
§ 1º – A petição será juntada aos autos, sem dependência de DE 2016, DJe 17/03/2016).
despacho, e estes conclusos ao Desembargador que, se aceitar a § 4º – Enquanto não for declarado o efeito em que o incidente
exceção, mandá-la-á à Secretaria, em 48 (quarenta e oito) horas. é recebido, a tutela de urgência será requerida ao Desembargador
(INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 que suceder o Relator na ordem decrescente de antiguidade, den-
DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). tre os componentes do Órgão Julgador. (ALTERADO CONFORME
§ 2º – Não admitindo o Desembargador a suspeição oposta, EMENDA REGIMENTAL N. 04/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
poderá a parte requerer ao Presidente do Tribunal que seja ela pro- Art. 340 – Recebido o incidente, o Presidente declarará os efei-
cessada em autos apartados. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA RE- tos em que o recebe: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN-
GIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). TAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
§ 3º – Poderá a parte contrária, se reconhecer a procedência da I– recebido sem efeito suspensivo, retomar-se-á o trâmite do
arguição, requerer seja sustado o andamento da causa, até que se processo em que arguida a suspeição ou o impedimento sob a rela-
julgue o incidente. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL toria do Desembargador arguido;
N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). II– recebido com efeito suspensivo, o processo em que arguida
§ 4º – Recebida a exceção, será ouvido o Desembargador re- a suspeição ou o impedimento permanecerá suspenso até o julga-
cusado no prazo de 3 (três) dias, seguindo-se uma dilação probató- mento do incidente.
ria de 10 (dez) dias e, após, o julgamento. (INCLUÍDO CONFORME § 1º – Na hipótese do inciso 11 do caput deste artigo, a tu-
EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe tela de urgência será requerida ao Desembargador que suceder o
17/03/2016). Relator arguido na ordem decrescente de antiguidade, dentre os
§ 5º – Poderá o Presidente propor a rejeição da exceção liminar- componentes do Órgão Julgador.” (ALTERADO CONFORME EMENDA
mente. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, REGIMENTAL N. 04/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). § 2º – Expedir-se-á ofício ao Desembargador arguido para que
§ 6º – Dar-se-á o julgamento, independente de revisão e ins- tenha ciência dos efeitos em que foi recebido o incidente. (INCLUÍ-
crição na pauta, sem a presença do Desembargador recusado, DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MAR-
sendo Relator o Presidente do Tribunal. (INCLUÍDO CONFORME ÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe Art. 341 – Devidamente instruído, o Presidente solicitará a in-
17/03/2016). clusão do incidente em pauta para julgamento pelo Órgão Julgador
§ 7º – Tratando-se de suspeição ou impedimento de Juiz de Di- competente na forma deste Regimento. (ALTERADO CONFORME
reito ou Substituto, o julgamento será realizado na primeira sessão, EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
sem dependência de revisão ou de inscrição em pauta, mediante 17/03/2016).
exposição verbal do Relator. (INCLUÍDO CONFORME § 1º – Verificando que a arguição de suspeição ou impedimen-
EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, to é improcedente, o colegiado a rejeitará, julgando improceden-
DJe 17/03/2016). te o incidente. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
Art. 339 – Nas causas de natureza cível, a suspeição ou impe- 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
dimento do Relator será arguida pela parte, no prazo de 15 (quin- § 2º – Acolhida a arguição pelo colegiado, será determinada a
ze) dias, a contar do conhecimento do fato, em petição específica redistribuição do feito, de acordo com o disposto neste Regimento,
a ele dirigida, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo condenando-se o Desembargador arguido ao pagamento das custas
instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol no caso de ser reconhecida causa de impedimento ou, à unanimi-
de testemunhas. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. dade de votos, de manifesta suspeição; o Desembargador poderá
05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). recorrer do acórdão. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL
N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
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§ 3º – Na hipótese do § 2º deste artigo, o colegiado fixará o (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE
momento a partir do qual o Desembargador não poderia ter atuado 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
e invalidará os atos por ele praticados quando já presente o motivo § 2º – O arguido será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, sen-
da suspeição ou impedimento reconhecido. (INCLUÍDO CONFORME do-lhe facultada a produção de prova, quando necessária. (INCLUÍ-
EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe DO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MAR-
17/03/2016). ÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
Art. 342 – O incidente de arguição de suspeição ou impedi- § 3º – Devidamente instruído e relatado, o incidente será incluído
mento contra Juiz de Direito será distribuído a um dos Desembar- em pauta para julgamento pelo mesmo Órgão Julgador competente para
gadores do Órgão Julgador competente na forma deste Regimento, apreciar a causa em que arguido. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGI-
que declarará os efeitos em que o recebe: (ALTERADO CONFORME MENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe
17/03/2016). CAPÍTULO III
I– recebido sem efeito suspensivo, retomar-se-á o trâmite do ATENTADO (ART. 345)
processo em que arguida a suspeição ou o impedimento sob a con-
dução do Juiz de Direito arguido; Art. 345 – (REVOGADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 08/2016,
II– recebido com efeito suspensivo, o processo em que arguida DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
a suspeição ou o impedimento permanecerá suspenso até o julga-
mento do incidente. CAPÍTULO IV
§ 1º – Enquanto não for declarado o efeito em que é recebi- INCIDENTE DE FALSIDADE (ART. 346)
do o incidente ou quando este for recebido com efeito suspensivo,
a tutela de urgência será requerida ao substituto legal. (INCLUÍDO Art. 346 – O incidente de falsidade, processado nos termos do
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO Código de Processo Civil perante o Relator do feito, será julgado
DE 2016, DJe 17/03/2016). pelo Órgão a que competir a decisão da causa principal.
§ 2º – Expedir-se-á ofício ao Juiz de Direito arguido para que § 1º – O Relator poderá delegar os atos da instrução a Juiz de
tenha ciência dos efeitos em que recebido o incidente. (INCLUÍDO primeiro grau de igual ou superior entrância.
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO § 2º – O Relator suspenderá o julgamento do processo princi-
DE 2016, DJe 17/03/2016). pal, a fim de que este e o incidente de falsidade sejam decididos
Art. 343 – Devidamente instruído, o Relator solicitará a inclusão numa só sessão.
do incidente em pauta para julgamento. § 3º – Das decisões interlocutórias do Relator caberá agravo in-
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE terno. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016,
16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
§ 1º – Verificando que a arguição de suspeição ou impedimen-
to é improcedente, o colegiado a rejeitará, julgando improceden- CAPÍTULO V
te o incidente. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. HABILITAÇÃO INCIDENTE (ART. 347)
05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
§ 2º – Acolhida a arguição pelo colegiado, será determinada Art. 347 – Estando o feito pendente de decisão da instância supe-
a redistribuição do feito ao substituto legal do Juiz de Direito ar- rior, a habilitação será requerida ao Relator e perante ele processada.
guido, condenando-se o Magistrado ao pagamento das custas no Parágrafo único – A habilitação seguirá o procedimento previs-
caso de ser reconhecida causa de impedimento ou, à unanimidade to no Código de Processo Civil.
de votos, de manifesta suspeição; o Juiz de Direito poderá recor-
rer do acórdão. (INCLUÍDO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. CAPÍTULO VI
05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). RESTAURAÇÃO DE AUTOS (ARTS. 348 E 349)
§ 3º – Na hipótese do § 2º deste artigo, o colegiado fixará o
momento a partir do qual o Juiz de Direito não poderia ter atuado Art. 348 – A restauração dos autos far-se-á de ofício ou median-
e invalidará os atos por ele praticados quando já presente o motivo te petição dirigida ao 1º Vice- Presidente do Tribunal e distribuída,
da suspeição ou impedimento reconhecido. (INCLUÍDO CONFORME sempre que possível, ao Relator que tiver funcionando nos autos
EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe perdidos.
17/03/2016). Art. 349 – Os processos criminais, que não forem da competên-
Art. 344 – No âmbito deste Tribunal de Justiça, a suspeição ou cia originária do Tribunal, serão restaurados na primeira instância.
impedimento do membro do Ministério Público, dos auxiliares da
justiça e dos demais sujeitos imparciais do processo será arguida CAPÍTULO VII
em petição fundamentada e devidamente instruída na primeira SOBRESTAMENTO (ART. 350)
oportunidade em que couber à parte interessada falar nos autos.
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 05/2016, DE 16 Art. 350 – A medida do sobrestamento poderá ser determinada
DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). pelo Relator para a suspensão do andamento do processo:
§ 1º – O Relator do recurso ou ação de competência originária I– que depender do julgamento de ação penal, bem como, reci-
determinará a autuação da petição em apartado, formando o inci- procamente, a sustação imediata do andamento de processo crime
dente, que será processado sem suspensão do processo em que se que depender da decisão em ação cível;
verificar a arguição. II– nos casos a que se refere a lei processual penal, salvo quan-
to às diligências que puderem ser prejudicadas pelo adiamento.
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CAPÍTULO VIII § 5° – O Presidente do Tribunal poderá conferir ao pedido efei-


DESAFORAMENTO (ARTS. 351 A 353) to suspensivo liminar, se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade
do direito invocado e a urgência na concessão da medida.
Art. 351 – Poderá ser desaforado para outra Comarca o julga- § 6° – As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser sus-
mento pelo Júri quando: I – o foro do delito não oferecer condições pensas em uma única decisão, podendo o Presidente do Tribunal
garantidoras de decisão imparcial; estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, me-
II– a segurança pessoal do réu estiver em risco, ou o interesse diante simples aditamento do pedido original.
da ordem pública o reclamar; § 7° – A suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigora-
III– sem culpa do réu ou da defesa, o julgamento não se realizar rá até o trânsito em julgado da decisão de mérito na ação principal.
no período de 1 (um) ano, contado do recebimento do libelo.
§ 1° – Nos casos dos inc. I e II deste artigo, o desaforamento CAPÍTULO X
poderá ser requerido por qualquer das partes, em pedido instruído, EXCEÇÃO DA VERDADE (ARTS. 355 E 356)
dirigido ao Presidente do Tribunal, ou solicitado pelo Juiz, mediante
representação, ouvido, sempre, o Procurador Geral de Justiça. Art. 355 – Oposta a exceção da verdade, em processo por crime
§ 2° – No caso do inc. III deste artigo, o desaforamento poderá contra a honra, quando forem querelantes as pessoas que a Cons-
ser requerido pelo réu ou pelo Ministério Público. tituição sujeita à jurisdição do Tribunal de Justiça, a este serão os
§ 3º – Sempre que entender necessário o Relator deverá sus- autos remetidos.
pender, liminarmente, a realização da sessão do Tribunal do Júri. Art. 356 – Distribuídos os autos, será facultado ao querelan-
Art. 352 – Os efeitos do desaforamento, uma vez concedido, te contestar a exceção no prazo de 2 (dois) dias, podendo ser in-
são definitivos. quiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas
Parágrafo único – Se, em relação à Comarca para a qual o jul- naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o
gamento for desaforado, comprovarem os pressupostos do artigo máximo legal.
anterior, poderá ser pedido novo desaforamento. § 1° – Não sendo admitida a exceção da verdade, serão os au-
Art. 353 – O Tribunal não fica adstrito à escolha da Comarca tos devolvidos ao Juízo de origem.
mais próxima ou de uma das mais próximas, mas fundamentará, § 2° – Na instrução e julgamento observar-se-á, no que lhes for
sempre, a escolha que fizer. aplicável, o disposto no capítulo anterior.

CAPÍTULO IX TÍTULO VII


SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA LIMINAR OU DA SENTENÇA REQUISIÇÕES DE PAGAMENTO (ARTS. 357 A 363)
PROFERIDAS NAS AÇÕES CONTRA O PODER PÚBLICO OU
SEUS AGENTES CAPÍTULO ÚNICO
(Art. 354) PRECATÓRIOS (ARTS. 357 A 363)

Art. 354 – Poderá o Presidente do Tribunal, a requerimento do Art. 357 – As requisições de pagamento das importâncias de-
Ministério Público, de pessoa jurídica de direito público ou conces- vidas pela Fazenda Pública Estadual ou Municipal, em virtude de
sionária de serviço público interessada, em caso de manifesto inte- sentença judiciária, serão dirigidas ao Presidente do Tribunal pelo
resse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave Juiz da execução, mediante precatórios.
lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, Parágrafo único. O processamento, a organização e o pagamen-
suspender, em decisão fundamentada, a execução de liminar ou de to de precatórios no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado da
sentença nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agen- Bahia submete-se ao regramento constitucional e às normas edita-
tes, proferida por Juiz de primeiro grau de jurisdição. das pelo Conselho Nacional de Justiça, podendo a Presidência desta
§ 1° – O Presidente do Tribunal ouvirá o autor e, se não for o Corte editar normas locais complementares. (INCLUÍDO CONFOR-
requerente da medida, o Órgão do Ministério Público, em 5 (cinco) ME EMENDA REGIMENTAL N. 09, DE 24 DE AGOSTO DE 2022).
dias, sucessivamente. Art. 358 – Os precatórios serão acompanhados das seguintes
§ 2° – Da decisão que conceder ou negar a suspensão, caberá peças, por cópias, além de outras consideradas essenciais à instru-
agravo interno para o Tribunal Pleno, no prazo de 15 (quinze) dias. ção do processo requisitório: (REVOGADO CONFORME EMENDA
(ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 04/2016, DE 16 REGIMENTAL N. 09, DE 24 DE AGOSTO DE 2022).
DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). I– decisão condenatória e acórdão que tenha sido proferido em
§ 3° – Se do julgamento do agravo interno de que trata o § grau de recurso;
2° resultar a manutenção ou o restabelecimento da decisão que se II– certidão da citação da Fazenda Pública para opor embargos,
pretende suspender, caberá novo pedido de suspensão ao Presi- bem como para sua manifestação, no caso de haver custas e despe-
dente do Tribunal competente para conhecer de eventual recurso sas acrescidas posteriormente à liquidação;
especial ou extraordinário. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGI- III– certidão do decurso de prazo legal sem que tenham sido
MENTAL N. 04/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). opostos embargos, ou de que estes foram rejeitados;
§ 4° – A interposição do agravo de instrumento contra liminar IV– cálculo do valor executado;
concedida nas ações movidas contra o Poder Público e seus agentes V– decisão sobre esse cálculo e o acórdão, no caso de ter ha-
não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspen- vido recurso;
são a que se refere este artigo. VI– certidão de que as decisões mencionadas nos itens I, III e V
deste artigo transitaram em julgado;

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VII– procuração com poderes expressos para receber e dar qui- II– a promoção por merecimento se fará de acordo com as exi-
tação, no caso de pedido de pagamento a procurador. gências da Constituição Federal, Lei Orgânica da Magistratura Na-
Parágrafo único – O ofício de encaminhamento pelo Juiz deverá cional e Resoluções do Conselho Nacional de Justiça, atendidas as
mencionar a natureza do precatório (comum ou alimentar), o valor da seguintes premissas:
requisição e a indicação de pessoa ou pessoas a quem deva ser pago. a)a promoção por merecimento pressupõe 2 (dois) anos de
Art. 359 – Protocolizado, autuado, prenotado em livro próprio e exercício na respectiva entrância e integrar o Juiz a primeira quinta
informado pelo órgão competente do Tribunal de Justiça, o precatório parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais
será encaminhado ao Gabinete da Presidência para exame do cumpri- requisitos quem aceite o lugar vago;
mento dos requisitos exigidos no artigo anterior. (REVOGADO CON- b)a consideração do exercício de mais de 2 (dois) anos na en-
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 09, DE 24 DE AGOSTO DE 2022). trância e da quinta parte da lista de antiguidade ocorre vaga a vaga,
Parágrafo único – Não satisfeitas as exigências previstas no ar- descabendo fixá-la, de início e de forma global, para preenchimento
tigo anterior ou aquelas que se fizerem necessárias, o Presidente das diversas vagas existentes;
determinará que sejam supridas. c)aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos
Art. 360 – Estando devidamente formalizado, o Presidente jul- critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju-
gará o pedido de requisição. (REVOGADO CONFORME EMENDA RE- risdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou
GIMENTAL N. 09, DE 24 DE AGOSTO DE 2022). reconhecidos de aperfeiçoamento;
Art. 361 – Deferido o precatório, será feita comunicação, por ofí- d)para aferição do merecimento serão elaborados relatórios, a
cio, ao Juiz requisitante, para ser juntada aos autos que deram origem serem previamente publicados e passíveis de revisão por provoca-
à requisição, e expedida, pelo Presidente, requisição de pagamento ção do interessado;
ao ordenador de despesa das entidades de direito público devedoras, e)confeccionada, sempre que possível, de acordo com os cri-
da quantia necessária ao pagamento respectivo. (REVOGADO CON- térios assentados na alínea a, a lista tríplice para a promoção por
FORME EMENDA REGIMENTAL N. 09, DE 24 DE AGOSTO DE 2022). merecimento, considerar-se-á promovido o Juiz mais votado ou, se
Parágrafo único – Para esta finalidade, será obrigatória a inclu- for o caso, aquele que haja figurado em lista de promoção por 3
são, no orçamento das entidades de direito público, de verba ne- (três) vezes consecutivas ou 5 (cinco) intercaladas;
cessária à quitação, até o final do exercício seguinte, dos débitos f)sendo insuficiente o número de aceitantes das promoções,
constantes de precatórios que forem protocolizados neste Tribunal recompõe-se o quinto de antiguidade pelos remanescentes do
até 1° de julho, data em que terão atualizados seus valores. quinto primitivo e pelos que se lhes seguirem na relação geral;
Art. 362 – Feito o depósito requisitado, o Presidente determina- g)desse quinto recomposto será escolhida a lista tríplice, pre-
rá o repasse da respectiva verba ao Juízo de origem, que fará o paga- servada, porém, a situação daqueles que atendam aos requisitos
mento mediante termo de quitação nos autos, devendo, porém, ser constitucionais;
prestada prévia caução, no caso de execução provisória. (REVOGADO h)quando nenhum dos candidatos integrar a primeira quinta
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 09, DE 24 DE AGOSTO DE 2022). parte da lista de antiguidade ou não tiver interstício, considerar-se-
§ 1° – No precatório decorrente de mandado de segurança pro- -ão aptos à promoção a quinta parte subsequente sucessivamente.
posto originariamente perante o Tribunal de Justiça observar-se-á, § 1º – Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, à pro-
quanto ao pagamento, esse mesmo procedimento perante o órgão moção de Juiz Substituto para Juiz de Direito de entrância inicial.
competente do Tribunal de Justiça. § 2º – O acesso ao Tribunal de Justiça se dará, observadas as
§ 2° – Efetuado o pagamento do precatório quando devido pela disposições deste artigo, por antiguidade e por merecimento, apu-
Fazenda Pública Municipal, o Juízo originário determinará o enca- rados na entrância final.
minhamento para o órgão competente do Tribunal de Justiça, de Art. 366 – A promoção por merecimento será feita em sessão
certidão de quitação para a devida baixa do débito respectivo. pública e votação aberta e fundamentada, sendo obrigatória a do
Art. 363 – Caberá ao Presidente, a requerimento do credor pre- Juiz que figure na lista por 3 (três) vezes consecutivas ou 5 (cinco)
terido em seu direito de precedência, ouvido, em 10 (dez) dias, o alternadas.
Procurador-Geral de Justiça, autorizar o sequestro de quantia ne- Parágrafo único – Toda movimentação de Juízes na carreira será
cessária à satisfação do débito. (REVOGADO CONFORME EMENDA examinada previamente pelo Conselho da Magistratura, para efeito
REGIMENTAL N. 09, DE 24 DE AGOSTO DE 2022). de habilitação ou não, sendo o Corregedor o Relator nato da maté-
ria, quer no referido Conselho, quer no Tribunal Pleno, incumbin-
TÍTULO VIII do-lhe praticar as diligências e prestar as informações necessárias.
CARREIRA DA MAGISTRATURA (ARTS. 364 A 372) Art. 367 – O Magistrado censurado, ou removido compulsoria-
CAPÍTULO I PARTE GERAL mente, ficará inabilitado para concorrer à promoção por mereci-
(ARTS. 364 A 372) mento durante 1 (um) ano, a contar da data da punição.
Parágrafo único – No caso de antiguidade, o Tribunal Pleno po-
Art. 364 – A carreira da magistratura de primeira instância far- derá recusar o Juiz mais antigo, pelo voto de dois terços de seus
-se-á mediante promoções, remoções, transferências e permutas. membros, repetindo-se a votação até se fixar a indicação.
Art. 365 – A promoção de entrância para entrância far-se-á, Art. 368 – Na organização da lista tríplice, serão considerados
alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas as se- indicados os candidatos que obtiverem, em primeiro escrutínio, a
guintes normas: maioria absoluta de votos dos Desembargadores presentes.
I– na promoção por antiguidade, o Tribunal de Justiça somente § 1° – Se nenhum dos candidatos obtiver a indicação, outro es-
poderá recusar o Juiz mais antigo pelo voto de 2/3 (dois terços) de crutínio será realizado. Concorrerão somente os 5 (cinco) mais vo-
seus membros, conforme procedimento próprio, repetindo-se a vo- tados. Se 1 (um) só conseguir a indicação, o segundo escrutínio será
tação até fixar-se a indicação; realizado, concorrendo os 4 (quatro), também mais votados. Se 2
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(dois) forem os indicados, inicialmente, o escrutínio complementar CAPÍTULO II


se fará entre os 2 (dois) mais votados, salvo se outros tiverem obti- PARTE ESPECIAL (ARTS. 373 A 376)
do igual votação, caso em que serão, também, incluídos.
§ 2° – No caso do parágrafo anterior, a escolha far-se-á por Art. 373 – Nas Comarcas de entrância final, aberta a vaga e ve-
maioria simples, não alcançando a indicação, entretanto, o candi- rificado o critério pelo qual deverá ser preenchida, o Presidente do
dato que não obtiver votação igual a um quinto, pelo menos, do Tribunal fará publicar edital com o prazo de 15 (quinze) dias, cha-
número de votantes. mando os interessados à transferência ou promoção. (ALTERADO
§ 3° – Se ocorrer empate na votação, será considerado indicado CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 13/2019).
o que for mais antigo na entrância. § 1° – Independentemente de edital, e no prazo de 5 (cinco) dias
§ 4° – A lista tríplice, em nenhum caso, conterá qualquer outra da publicação do decreto que deu causa à vaga, os Juízes que o quise-
indicação além dos nomes completos dos respectivos integrantes, rem poderão requerer sua opção, indicando em seus requerimentos
dispostos em ordem alfabética. quais as outras Varas que desejam aceitar, se não forem atendidos.
Art. 369 – A remoção do Juiz de Direito, de uma Comarca para § 2° – Os Juízes que requererem promoção também deverão
outra da mesma entrância, ou a sua transferência de uma Vara para dizer, em seus requerimentos, se aceitam ou não a promoção para a
outra da mesma Comarca, bem como a permuta, dependerá de Vara que vier a resultar vaga em decorrência da transferência.
aprovação do Tribunal de Justiça. § 3° – Atendidas as opções, com tantas indicações quantas se-
§ 1º – A transferência precederá à remoção e esta ao provimen- jam necessárias, o Tribunal Pleno, na mesma sessão preencherá,
to inicial e à promoção por merecimento. por remoção a vaga, que resultar aberta, dentre os Juízes que acu-
§ 2º – A remoção voluntária será feita, alternadamente, pelos diram ao chamado do edital, previsto neste artigo.
critérios de antiguidade e de merecimento. § 4° - A vaga que resultar aberta ao final desse procedimento
§ 3º – Os pedidos de transferência e remoção deverão ser for- será preenchida por promoção.
mulados em 15 (quinze) dias, contados da publicação do edital que Art. 374 – Nas Comarcas de entrância intermediária, aberta a
anunciar a vaga, não sendo considerados os pedidos protocolizados vaga e verificado o critério pelo qual deverá ser preenchida, o Pre-
fora do prazo. sidente do Tribunal fará publicar edital com o prazo de 15 (quinze)
§ 4º – Concorrerão à remoção voluntária, exclusivamente, os dias, chamando os interessados à remoção ou promoção.
Juízes que contarem mais de 2 (dois) anos na entrância e integra- § 1° – Tratando-se de Comarca de mais de uma Vara, independen-
rem a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta. temente do edital, e no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publicação
Art. 370 – Admite-se a permuta entre Juízes de Direito da mes- do decreto que deu causa à vaga, os Juízes que o quiserem poderão re-
ma entrância que contem 2 (dois) anos ou mais de efetivo exercício querer sua opção, indicando, em seus requerimentos, quais as outras
na entrância. Varas da Comarca que desejam aceitar, se não forem atendidos.
Art. 371 – Ter-se-á por indeferido o pedido de remoção volun- § 2° – O Tribunal Pleno fará o preenchimento, por remoção,
tária, de transferência ou de permuta que não obtiver a maioria dos dentre os Juízes que acudiram ao chamamento do edital previsto
votos do Tribunal Pleno. neste artigo, fazendo, na mesma sessão, a promoção para a Vara
Art. 372 – Os pedidos de promoção, remoção, transferência ou que resultar vaga.
permuta deverão ser instruídos com a prova: § 3° – Se não houver pedidos de remoção, o Presidente do Tri-
I– de estar o Juiz com o serviço em dia; bunal expedirá desde logo edital de chamamento à promoção.
II– de cópias dos relatórios estatísticos da atividade judicante e Art. 375 – Nas Comarcas de entrância inicial, aberta a vaga e
do relatório anual dos 3 (três) últimos anos ou, se menor, do perío- verificado o critério pelo qual deverá ser preenchida, o Presidente
do de exercício na entrância; do Tribunal fará publicar edital com prazo de 15 (quinze) dias, cha-
III– da qualidade do trabalho; mando os interessados à remoção.
IV– da pontualidade, assiduidade e urbanidade no trato; V – da Parágrafo único – O processo será repetido até que resulte uma
conduta funcional; Comarca vaga, sem pedidos de remoção, quando, então, será indi-
VI– da frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reco- cado para o cargo de Juiz de Direito da Comarca o Juiz Substituto
nhecidos de aperfeiçoamento; mais antigo, observadas as disposições legais atinentes.
VII– de não ter sofrido pena disciplinar;
VIII– de não estar respondendo a processo administrativo disci- CAPÍTULO III
plinar; IX – de residência na Comarca. DA PRISÃO E INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONTRA MAGISTRA-
§ 1º – Em circunstâncias excepcionais, que visem a preser- DO (ARTS. 376 A 379)
var a integridade do Juiz e ou a credibilidade do Poder Judiciário,
o Tribunal Pleno, pelo voto da maioria de seus membros, poderá Art. 376 – Nenhum Magistrado, em atividade, disponibilida-
dispensar, em decisão fundamentada, os requisitos exigidos para a de ou aposentado, poderá ser preso senão por ordem do Tribunal
remoção voluntária. Pleno, salvo em flagrante, por crime inafiançável, caso em que a
§ 2º – Cabe às Corregedorias compilar os elementos apresenta- autoridade fará imediata comunicação do evento ao Presidente do
dos pelos Magistrados habilitados à promoção e remoção, com vis- Tribunal, a quem apresentará o Magistrado e encaminhará cópia do
tas a aparelhar os membros do Tribunal para aferição dos critérios auto de prisão em flagrante.
de escolha dos candidatos, nos termos estabelecidos no art. 93, II, Art. 377 – No caso de prisão em flagrante, por crime inafiançá-
c, da Constituição Federal, nas Resoluções do Conselho Nacional de vel, o Presidente mandará recolher o Magistrado em sala especial
Justiça e do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. do Estado-maior da Polícia Militar e convocará o Tribunal Pleno, no
prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, remetendo a cada De-
sembargador cópia do auto de prisão em flagrante.
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Parágrafo único – O Tribunal Pleno deliberará mediante relató- § 1º – Aos Magistrados de segundo grau não se aplicarão as
rio oral do seu Presidente sobre a subsistência da prisão e o local penas de advertência e de censura, não se incluindo nesta exceção
onde deverá permanecer. Decidindo pela concessão de liberdade os Juízes de Direito Substitutos em segundo grau.
provisória ou relaxamento da prisão, expedir-se-á, incontinenti, o § 2º – As penas previstas no art. 6º, § 1º, da Lei nº 4.898, de
alvará de soltura, com cópias de peça de informação, para prosse- 9-12-1965, são aplicáveis aos Magistrados, desde que não incompa-
guimento da investigação, que será presidida por Relator sorteado, tíveis com a Lei Complementar nº 35, de 1979.
dando-se ciência ao Procurador- Geral de Justiça. § 3º – Os deveres do Magistrado são aqueles previstos na Cons-
Art. 378 – Quando no curso de qualquer investigação, houver tituição Federal, na Lei Complementar n° 35, de 1979, no Código de
indício da prática de crime por parte de Magistrado, a autoridade Processo Civil (art. 139) e no Código de Processo Penal (art. 251).
policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Presidente (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 07/2019, DE 30
do Tribunal, para o prosseguimento da apuração do fato, sob a dire- DE JULHO DE 2019).
ção de Relator, intimando-se o Procurador-Geral de Justiça. § 4º – Na instrução do processo serão inquiridas no máximo 8
Parágrafo único ((EXCLUIDO CONFORME EMENDA REGIMEN- (oito) testemunhas de acusação e até 8 (oito) de defesa.
TAL Nº 02, DISPONIBILIZADA NO 18 DE ABRIL DE 2018). § 5º – O Magistrado que estiver respondendo a processo ad-
Art. 379 – Decretada a prisão civil de Magistrado, o Presidente ministrativo disciplinar só será exonerado a pedido ou aposentado
do Tribunal requisitará da autoridade que decretou a prisão cópia voluntariamente após a conclusão do processo ou do cumprimento
do inteiro teor da decisão e das peças necessárias do processo, para da pena.
conhecimento do Tribunal Pleno. Art. 384 – O Magistrado negligente no cumprimento dos de-
veres do cargo está sujeito à pena de advertência. Na reiteração e
TÍTULO IX CAPITULO ÚNICO nos casos de procedimento incorreto, a pena será de censura, se a
DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES ATRIBUÍDAS A MAGIS- infração não justificar punição mais grave.
TRADOS (ARTS. 380 A 382) Art. 385 – O Magistrado será removido compulsoriamente,
por interesse público, quando incompatibilizado para o exercício
Art. 380 – Os Corregedores, no caso de Magistrados de primei- funcional em qualquer Órgão fracionário, na Seção, na Turma, na
ro grau, ou o Presidente do Tribunal, nos demais casos, que tiver Câmara, na Vara ou na Comarca em que atue. Não havendo vaga, o
ciência de irregularidade são obrigados a promover a apuração ime- Magistrado ficará em disponibilidade até ser aproveitado na primei-
diata dos fatos. ra que ocorrer, a critério do Tribunal Pleno.
§ 1º – As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apu- Art. 386 – O Magistrado será posto em disponibilidade com
ração desde que contenham a identificação e o endereço do denun- vencimentos proporcionais ao tempo de serviço, ou, se não for vita-
ciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade. lício, demitido por interesse público, quando a gravidade das faltas
§ 2º – Apurados os fatos, o Magistrado será notificado para, no não justificar a aplicação de pena de censura ou remoção compul-
prazo de 5 (cinco) dias, prestar informações. sória.
§ 3º – Mediante decisão fundamentada, a autoridade compe- Art. 387 – O Magistrado será aposentado compulsoriamente,
tente ordenará o arquivamento do procedimento preliminar caso por interesse público, com proventos proporcionais ao tempo de
não haja indícios de materialidade ou de autoria de infração admi- serviço quando:
nistrativa. I– mostrar-se manifestamente negligente no cumprimento de
§ 4º – Quando o fato narrado não configurar evidente infração seus deveres;
disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada de plano pelos II– proceder de forma incompatível com a dignidade, a honra e
Corregedores, no caso de Magistrados de primeiro grau, ou pelo o decoro de suas funções;
Presidente do Tribunal, nos demais casos. III– demonstrar escassa ou insuficiente capacidade de trabalho,
Art. 381 – Os Corregedores, no caso de Magistrados de primei- ou apresentar proceder funcional incompatível com o bom desem-
ro grau, ou o Presidente do Tribunal, nos demais casos, poderão penho das atividades do Poder Judiciário.
arquivar, de plano, qualquer representação. Art. 388 – Para os processos administrativos disciplinares e
Art. 382 – Das decisões referidas nos 2 (dois) artigos anteriores para a aplicação de quaisquer penalidades previstas nos artigos an-
caberá recurso no prazo de 15 (quinze) dias ao Tribunal Pleno por teriores, é competente o Tribunal Pleno a que pertença ou esteja
parte do autor da representação. subordinado o Magistrado.
Parágrafo único – Instaurado o processo administrativo discipli-
TÍTULO X nar, o Tribunal Pleno poderá afastar preventivamente o Magistrado,
ATOS E PROCESSO ADMINISTRATIVO DE MAGISTRADOS pelo prazo de 90 (noventa dias), prorrogável até o dobro. O prazo
(ARTS. 383 A 420) de afastamento poderá, ainda, ser prorrogado em razão de delonga
decorrente do exercício do direito de defesa.
CAPÍTULO I Art. 389 – O processo terá início por determinação do Tribunal
PENAS APLICÁVEIS E PROCESSO (ART. 383 A 395) Pleno, por proposta do Corregedor, no caso de Magistrados de pri-
meiro grau, ou do Presidente do Tribunal, nos demais casos.
Art. 383 – São penas disciplinares aplicáveis aos Magistrados: § 1º – Antes da instauração do processo, ao Magistrado será
I – advertência; concedido o prazo de 15 (quinze) dias para a defesa prévia, contado
II– censura; da data da entrega da cópia do teor da acusação e das provas exis-
III– remoção compulsória; IV – disponibilidade; tentes, que lhe remeterá o Presidente do Tribunal, mediante ofício,
V – aposentadoria compulsória; VI – demissão.

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nas 48 (quarenta e oito) horas imediatamente seguintes à apresen- § 7º – Depois do relatório e da sustentação oral, serão colhidos
tação da acusação. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL os votos. A punição ao Magistrado somente será imposta pelo voto
N. 07/2019, DE 30 DE JULHO DE 2019). da maioria absoluta dos membros do Tribunal Pleno.
§ 2º – Findo o prazo da defesa prévia, haja ou não sido apre- § 8º – Da decisão somente será publicada a conclusão.
sentada, o Presidente convocará o Tribunal Pleno para que decida § 9º – Entendendo o Tribunal Pleno que existem indícios bas-
sobre a instauração do processo. tantes de crime de ação penal pública, o Presidente do Tribunal re-
§ 3º – O Corregedor relatará a acusação perante o Órgão Cen- meterá ao Ministério Público cópia dos autos” (ALTERADO CONFOR-
sor, no caso de Magistrados de primeiro grau, e o Presidente do ME EMENDA REGIMENTAL N. 07/2019, DE 30 DE JULHO DE 2019).
Tribunal nos demais casos. Art. 392 – A instauração de processo administrativo, bem como
§ 4º – Determinada a instauração do processo, o respectivo as penalidades definitivamente impostas e as alterações decorren-
acórdão conterá a imputação dos fatos e a delimitação do teor da tes de julgados do Conselho Nacional de Justiça serão lançadas no
acusação. Na mesma sessão será sorteado o Relator, não havendo prontuário do Magistrado a ser mantido pelas Corregedorias.
Revisor. Art. 393 – Em razão da natureza das infrações objeto de apura-
§ 5º – O processo administrativo terá o prazo de 90 (noventa) ção ou de processo administrativo, nos casos em que a preservação
dias para ser concluído, prorrogável até o dobro ou mais, quando a do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o
delonga decorrer do exercício do direito de defesa. interesse público à informação, poderá a autoridade competente
Art. 390 – O Tribunal Pleno decidirá, na oportunidade em que limitar a publicidade dos atos ao acusado e a seus Advogados.
determinar a instauração do processo, sobre o afastamento ou não Art. 394 – Aplicam-se aos procedimentos disciplinares contra
do Magistrado de suas funções, assegurados os subsídios integrais Magistrados, subsidiariamente, as normas e os princípios das Leis
até a decisão final. nºs 8.112/90 e 9.784/99.
Art. 391 – O Relator determinará a citação do Magistrado para
apresentar defesa em 5 (cinco) dias, encaminhando-lhe cópia do CAPÍTULO II
acórdão do Tribunal Pleno, observando-se que: DEMISSÃO E EXONERAÇÃO DE JUIZ NÃO-VITALÍCIO (ARTS.
I– havendo 2 (dois) ou mais Magistrados, o prazo para defesa 395 A 403)
será comum e de 10 (dez) dias;
II– o Magistrado que mudar de residência fica obrigado a co- Art. 395 – A demissão do Magistrado não-vitalício, na hipóte-
municar ao Relator, aos Corregedores e ao Presidente do Tribunal se de violação das vedações dos incisos I a IV do parágrafo único
o endereço em que receberá citações, notificações ou intimações; do artigo 95 da Constituição Federal, será precedida de processo
III– estando o Magistrado em lugar incerto ou não sabido, será administrativo, observando-se o que dispõem os artigos 387 e se-
citado por edital, com prazo de 30 (trinta) dias, a ser publicado, uma guintes, no que couber, deste Regimento e Resoluções do Conselho
vez, no Órgão oficial de imprensa utilizado pelo Tribunal para divul- Nacional de Justiça.
gar seus atos; Art. 396 – Ao Juiz não-vitalício será aplicada pena de demissão
IV– considerar-se-á revel o Magistrado que, regularmente cita- em caso de:
do, não apresentar defesa no prazo assinado; I – falta que derive da violação às proibições contidas na Consti-
V– declarada a revelia, o Relator lhe designará defensor dativo, tuição Federal e nas leis; II – manifesta negligência no cumprimento
concedendo-lhe igual prazo para a apresentação de defesa. dos deveres do cargo;
§ 1º – Em seguida, decidirá sobre a produção de provas reque- III – procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o deco-
ridas pelo acusado e determinará as que de ofício entender neces- ro de suas funções; IV – escassa ou insuficiente capacidade de trabalho;
sárias, podendo delegar poderes, para colhê- las, a magistrado de V – proceder funcional incompatível com o bom desempenho
categoria superior ou igual à do acusado, quando este for magistra- das atividades do Poder Judiciário.
do de primeiro grau. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN- Art. 397 – O processo disciplinar será, a qualquer tempo, ins-
TAL N. 01/2009, PUBLICADA EM 28/08/2009). taurado dentro do biênio inicial previsto na Constituição Federal,
§ 2º – O Magistrado e seu defensor serão intimados de todos mediante indicação do Corregedor ao Tribunal Pleno, seguindo, no
os atos. que lhe for aplicável, o disposto neste Regimento.
§ 3º – O Relator poderá interrogar o acusado sobre os fatos Art. 398 – O recebimento da acusação pelo Tribunal Pleno sus-
imputados, designando dia, hora e local, bem como determinando penderá o curso do prazo de vitaliciamento.
a intimação deste e de seu defensor. Art. 399 – Poderá o Tribunal Pleno, entendendo não ser o caso
§ 4º – O Relator tomará depoimentos das testemunhas, fará de pena de demissão, aplicar as de remoção compulsória, censura
as acareações e determinará as provas periciais e técnicas que en- ou advertência, vedada a de disponibilidade.
tender pertinentes para a elucidação dos fatos, aplicando-se subsi- Art. 400 – No caso de aplicação das penas de censura ou re-
diariamente as normas do Código de Processo Penal, da legislação moção compulsória, o Juiz não-vitalício ficará impedido de ser pro-
processual penal extravagante e do Código de Processo Civil, nessa movido ou removido enquanto não decorrer prazo de 1 (ano) da
ordem. punição imposta.
§ 5º – Finda a instrução, o Ministério Público e o Magistrado Art. 401 – O procedimento de vitaliciamento obedecerá às nor-
acusado ou seu defensor terão vista dos autos por 10 (dez) dias, mas aprovadas pelo Tribunal Pleno e Conselho Nacional de Justiça.
para razões. Art. 402 – Somente pelo voto da maioria absoluta dos integran-
§ 6º – Após o visto do Relator, serão remetidas aos Magistra- tes do Tribunal Pleno será negada a confirmação do Magistrado na
dos que integrarem o Órgão Censor cópias do acórdão do Tribunal carreira.
Pleno, da defesa e das razões do Magistrado, do relatório, além de Art. 403 – Negada a vitaliciedade, o Presidente do Tribunal ex-
outras peças determinadas pelo Relator. pedirá o ato de exoneração.
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CAPÍTULO III Parágrafo único – Se no curso do processo surgir dúvida sobre


APOSENTADORIA COMPULSÓRIA POR INVALIDEZ (ARTS. 404 a integridade mental do paciente, o Relator nomear-lhe-á curador e
A 413) o submeterá a exame.
Art. 410 – Concluída a instrução, serão assinados prazos suces-
Art. 404 – A invalidez do Magistrado, para fins de aposenta- sivos de 10 (dez) dias para o paciente e o curador apresentarem
doria voluntária ou compulsória, ter-se-á como provada sempre alegações.
que por incapacidade, se achar permanentemente inabilitado ou Art. 411 – Ultimado o processo, o Relator, em 5 (cinco) dias,
incompatibilizado para o exercício do cargo. lançará relatório escrito para ser atribuído, com as peças que enten-
Parágrafo único – O Magistrado que, no período de 2 (dois) der conveniente, a todos os membros do Tribunal Pleno e remeterá
anos consecutivos, afastar- se ao todo, por 6 (seis) meses ou mais, os autos ao Revisor, que terá o mesmo prazo para lançar o “visto”.
para tratamento de saúde, deverá submeter-se, ao requerer nova Art. 412 – Todo processo, inclusive o julgamento, será sigiloso
licença para tal fim, a exame para verificação de invalidez. assegurada a presença do Advogado e do curador, se houver.
Art. 405 – Quando o Magistrado incapacitado não requerer Art. 413 – Decidindo o Tribunal Pleno, por maioria absoluta,
voluntariamente a sua aposentadoria, o processo será iniciado, de pela incapacidade, o Presidente do Tribunal formalizará o ato de
ofício, por determinação do Presidente do Tribunal ou através de aposentadoria.
representação, aceita pela maioria do Tribunal Pleno, de qualquer
de seus membros. CAPÍTULO IV
§ 1º – Quando iniciado de ofício, o processo de aposentadoria REVERSÃO E APROVEITAMENTO (ARTS. 414 A 416)
será submetido pelo Presidente, preliminarmente, à apreciação do
Tribunal Pleno. Considerado relevante o fundamento, pela maioria Art. 414 – A reversão ou aproveitamento do Magistrado depen-
absoluta dos presentes, terá ele seguimento, sendo arquivado, em derá do pedido do interessado e existência de vaga a ser preenchida
caso contrário. pelo critério de merecimento, podendo o Tribunal Pleno deixar de
§ 2º – Na fase preliminar a que alude o § 1º deste artigo, o Tri- fazer a indicação, no interesse da Justiça.
bunal Pleno poderá determinar diligências, reservadas ou não, com § 1° – Se o requerente for Juiz de Direito, será aproveitado em
o fito de pesquisar a relevância do julgamento. Comarca de igual entrância à que ocupava anteriormente.
Art. 406 – O Magistrado cuja invalidez for investigada será in- § 2° – O Magistrado que desejar reverter à atividade deverá
timado do teor da iniciativa, por ofício do Presidente do Tribunal, provar sua aptidão física e mental, mediante laudo de inspeção de
podendo alegar, em 20 (vinte) dias, o que entender e juntar docu- saúde, passado pela Junta Médica Oficial.
mentos. Art. 415 – A decisão, ouvido o Conselho da Magistratura, será
Parágrafo único – Tratando-se de incapacidade mental, o Pre- tomada pelo voto da maioria dos membros do Tribunal Pleno, em
sidente do Tribunal nomeará curador ao paciente, sem prejuízo da sessão pública, votando inclusive o Presidente. Em caso de empate,
defesa que este queira oferecer pessoalmente, ou por procurador o pedido será indeferido.
que constituir. Art. 416 – O aproveitamento de Magistrado posto em dispo-
Art. 407 – A resposta será examinada pelo Tribunal Pleno, em nibilidade por falta de vaga, quando removido compulsoriamente,
sessão para isso convocada, dentro de 5 (cinco) dias. Se for conside- será feito mediante indicação do Tribunal Pleno, independente-
rada satisfatória será o processo arquivado. mente do pedido.
§ 1º – Decidida a instauração do processo, será sorteado o Re-
lator dentre os integrantes do Tribunal Pleno. CAPÍTULO V
§ 2º – Na mesma sessão, o Tribunal Pleno determinará o afas- DA REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO DE PRAZO (ART. 417)
tamento do paciente do exercício do cargo, até final decisão, sem
prejuízo dos respectivos vencimentos e vantagens. Salvo no caso de Art. 417 – Caberá representação contra o Magistrado que exce-
insanidade mental, o processo deverá ficar concluído no prazo de der os prazos previstos em lei:
sessenta 60 (sessenta) dias, contados da indicação de provas. I– quando ultrapassar prazo sem apresentar justificativa, ou, se
Art. 408 – Recebidos os autos, o Relator assinará o prazo de 5 a apresentar, não for acolhida pelo Órgão competente;
(cinco) dias ao paciente, ou ao curador nomeado, para a indicação II– quando, tendo formulado legítima justificativa, exceder o
de provas, inclusive assistente técnico. dobro do prazo que a lei processual assina.
§ 1º – No mesmo despacho, determinará a realização de exa- § 1º – Recebida a representação, o Presidente do Tribunal man-
me médico que será feito por uma junta de 3 (três) peritos oficiais, dará distribuí-la ao Conselho da Magistratura, para instaurar o pro-
nomeados pelo Relator. cedimento, por meio do qual será apurada a responsabilidade do
§ 2º – Decorrido o prazo previsto no caput, o Relator decidirá Magistrado faltoso.
sobre as novas provas requeridas, podendo também, determinar § 2º – Designado Relator, este assegurará ampla defesa ao Ma-
diligências necessárias para a completa averiguação da verdade. gistrado, devendo apresentá-la no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º – Não comparecendo o paciente sem causa justificada, ou § 3º – Versando a representação sobre causa em que se faça
recusando-se a submeter- se aos exames ordenados, o julgamento necessária a intervenção do Ministério Público, abrir-se-á vista dos
se fará com os elementos de provas coligidos. autos ao Procurador-Geral de Justiça, pelo prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 409 – O paciente, seu Advogado e o curador nomeado § 4º – O Relator, de acordo com as circunstâncias do caso, po-
poderão comparecer a qualquer ato do processo, participando da derá avocar os autos em que houve excesso de prazo, com o fim de
instrução respectiva. designar outro Juiz para funcionar na causa.

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§ 5º – O Conselho da Magistratura aferirá a falta cometida e § 4° – A atividade censória do Tribunal, em qualquer de suas
julgada procedente a representação procederá a remessa das peças modalidades e em todas as fases do procedimento, se fará de
necessárias à Corregedoria de Justiça para as providências cabíveis modo reservado, para resguardo da independência e da dignidade
§ 6º – Quando a representação for contra Desembargador, o do Magistrado. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
Órgão competente para o julgamento será o Tribunal Pleno. 08/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
Art. 423 – O Presidente do Tribunal ou os Corregedores po-
CAPÍTULO VI derão arquivar, de plano, qualquer representação que se mostrar
ORGANIZAÇÃO DA LISTA DE ANTIGÜIDADE (ARTS. 418 A 420) manifestamente infundada ou que envolver, exclusivamente, ma-
téria jurisdicional passível de impugnação por recurso. (ALTERADO
Art. 418 – O quadro de antiguidade dos Desembargadores, dos CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO
Juízes de Direito e Substitutos, composto das listas corresponden- DE 2016, DJe 17/03/2016).
tes a cada categoria de Magistrado, será atualizado anualmente § 1° – Da decisão do Presidente ou Corregedores caberá agravo
pelo Presidente e publicado no Diário do Poder Judiciário. interno para o Tribunal Pleno ou o Conselho da Magistratura, res-
Art. 419 – Aqueles que se considerarem prejudicados pode- pectivamente. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
rão impugnar o quadro, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da 04/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
sua publicação. (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. § 2° – As penalidades definitivamente impostas e as alterações
02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). decorrentes de recursos julgados pelo Tribunal Pleno serão lança-
Art. 420 – O requerimento previsto no art. 419 será julgado das no prontuário do Magistrado.
pelo Tribunal Pleno, sendo sorteado Relator, de acordo com o se-
guinte procedimento: (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMEN- CAPÍTULO II
TAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). RECURSOS DE DECISÕES ADMINISTRATIVAS (ARTS. 424 E 425)
I– apresentado o requerimento em mesa para julgamento, com
prévia distribuição de cópias, se o Tribunal Pleno entender que o Art. 424 – Das decisões proferidas originariamente pelo Conse-
pedido é infundado, será, desde logo, indeferido; se, porém, lhe lho da Magistratura que impuserem pena disciplinar, caberá recur-
parecerem ponderáveis os motivos alegados, mandará ouvir os in- so para o Tribunal Pleno. (REVOGADO CONFORME EMENDA REGI-
teressados, cuja antiguidade possa ser prejudicada, indicando-lhes MENTAL N. 08/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019).
prazo razoável; Parágrafo único – O recurso terá efeito suspensivo e será in-
II– findo esse prazo, com a resposta dos interessados ou sem terposto dentro do prazo de 15 (quinze) dias, contado da data da
ela, o requerimento será apresentado em mesa para decisão. intimação, não podendo funcionar como Relator ou Revisor aquele
Art. 421 – A lista que sofrer alteração será republicada, não en- que exerceu tais funções no Conselho da Magistratura. (REVOGADO
sejando novo requerimento. (ALTERADO CONFORME EMENDA RE- CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 08/2019, DE 24 DE JULHO DE
GIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016). 2019).
Art. 425 – Distribuído o processo, o Relator o apresentará em
TÍTULO XI mesa para julgamento, na primeira sessão, encaminhando-se aos
PROCESSOS ADMINISTRATIVOS (ARTS. 422 A 423) demais membros efetivos do Tribunal cópias do respectivo voto.
(REVOGADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 08/2019, DE 24
CAPÍTULO I DE JULHO DE 2019).
CAPÍTULO I –
RECURSOS DE DECISÕES ADMINISTRATIVAS E DISPOSIÇÕES CAPÍTULO III
GERAIS (ARTS. 422 E 423)” (ALTERADO CONFORME EMENDA PROTESTO CONTRA A EXIGÊNCIA DE CUSTAS INDEVIDAS OU
REGIMENTAL N. 08/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019). EXCESSIVAS
(ARTS. 426 E 427)
Art. 422 – Das decisões do Relator caberá agravo, que ficará (ALTERADO PELA EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE
retido até final julgamento do processo, salvo se o próprio Relator MARÇO DE 2016, DJE 17/03/2016).
entender necessária a imediata apreciação pelo Colegiado, caso em
que fará processar o agravo na forma prevista nos artigos 319 e se- Art. 426 – A parte prejudicada poderá protestar ao 1° Vice-Pre-
guintes deste Regimento Interno. sidente, mediante simples petição, contra Servidor do Tribunal que
§ 1° - Das decisões proferidas originariamente pelo Conselho exigir ou receber custas indevidas ou excessivas. (ALTERADO CON-
da Magistratura, inclusive a imposição de penas disciplinares, cabe- FORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16 DE MARÇO DE
rá recurso sem efeito suspensivo ao Tribunal Pleno, no prazo de 10 2016, DJe 17/03/2016).
(dez) dias, contado da data da intimação.” (ALTERADO CONFORME Parágrafo único – Ouvido o reclamado no prazo de 48 (quaren-
EMENDA REGIMENTAL N. 08/2019, DE 24 DE JULHO DE 2019). ta e oito) horas, dar-se-á de plano o julgamento.
§ 2° – Distribuído o processo, o Relator o colocará em pauta, Art. 427 – Procedente o protesto, o Servidor ficará obrigado a
na primeira sessão, encaminhando-se aos demais Desembargado- restituir as custas em dobro, sem prejuízo de outras penalidades.
res cópia do acórdão do Conselho da Magistratura e do voto do (ALTERADO CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 02/2016, DE 16
recurso. DE MARÇO DE 2016, DJe 17/03/2016).
§ 3º - Não poderá funcionar como Relator ou Revisor aquele
que exerceu tais funções no Conselho da Magistratura.” (INSERIDO
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N. 08/2019, DE 24 DE JULHO DE
2019).
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LIVRO V § 1° – O Corregedor da Justiça, dentro de 15 (quinze) dias após


TÍTULO ÚNICO a publicação deste Regimento, fará o levantamento dos Juízes de
ALTERAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO REGIMENTO INTERNO Direito que não residem nas sedes das respectivas Comarcas e fixa-
E DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS (ARTS. 428 A 442) rá prazo não superior a 30 (trinta) dias para que os faltosos legali-
zem sua situação funcional.
CAPÍTULO I § 2° – Se o Magistrado faltoso, no prazo fixado, não comunicar
ALTERAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO REGIMENTO (ARTS. 428 A ao Corregedor da Justiça seu endereço certo na sede da Comarca
432) de sua jurisdição, o fato será, incontinenti, levado à apreciação do
Conselho da Magistratura, acompanhado da resposta do Magistra-
Art. 428 – Este Regimento poderá ser emendado por iniciativa do, se houver.
de qualquer Desembargador ou Órgão do Tribunal. § 3º – O Conselho da Magistratura distribuirá a comunicação
§ 1º – A emenda, acompanhada de justificação, será apresenta- autuada e informada a um Relator, que ouvirá o Juiz em 5 (cinco)
da à Comissão de Reforma Administrativa, Judiciária e de Regimen- dias.
to Interno, para emitir parecer em 10 (dez) dias, salvo se a emenda § 4° – Com ou sem a resposta, os autos serão levados a julga-
for por ela proposta. A Comissão poderá oferecer subemendas adi- mento e, se proclamada a renitência do Juiz, o Conselho da Ma-
tivas, supressivas ou substitutivas. gistratura proporá ao Tribunal Pleno a instauração de processo de
§ 2º – A Secretaria fará distribuir a todos os Desembargadores, remoção compulsória, que deverá ser concluído em 60 (sessenta)
nos 5 (cinco) dias seguintes, cópia da emenda, com sua justificação dias.
e do parecer. Os Desembargadores terão igual prazo para oferecer § 5° – Antes do julgamento definitivo, o Magistrado faltoso não
subemendas, sobre as quais se pronunciará em 10 (dez) dias a Co- poderá ser removido ou promovido.
missão. Em seguida, a matéria será incluída em pauta, para discus- Art. 435 – Na primeira sessão de cada ano, o Presidente do
são e votação, não se admitindo outras emendas. Tribunal fará a leitura do resumo de seu relatório de prestação de
§ 3º – A emenda que obtiver o voto da maioria absoluta dos contas do ano anterior.
Desembargadores integrantes do Tribunal Pleno considerar-se-á Art. 436 – A verificação da cessação de periculosidade, a graça,
aprovada e será publicada, com o respectivo número, no Órgão Ofi- o indulto, a anistia, a reabilitação, o livramento condicional e a sus-
cial, entrando em vigor na data da publicação, salvo disposição em pensão condicional da pena serão regidos pelas disposições legais
contrário. atinentes.
Art. 429 – Considerar-se-ão aprovadas as disposições que reu- Art. 437 – O concurso para Juiz Substituto será disciplinado por
nirem a maioria absoluta dos membros efetivos do Tribunal Pleno. regulamento elaborado pelo Conselho da Magistratura.
Art. 430 – Cabe ao Tribunal Pleno interpretar este Regimento, Art. 438 – Quando houver instalação de nova comarca, fica as-
mediante provocação de seus componentes, ouvida previamente segurado ao Juiz da unidade judiciária de origem o direito de optar
a Comissão de Reforma Administrativa, Judiciária e de Regimento por ser transferido para a unidade
Interno, em parecer escrito. judiciária desmembrada, se for da mesma entrância, devendo
Parágrafo único – Se o Tribunal Pleno entender conveniente, sua manifestação se dar no prazo de 10 (dez) dias, a partir do ato
editará ato interpretativo. que determinar a respectiva instalação. (ALTERADO CONFORME
Art. 431 – As alterações do Regimento entrarão em vigor na EMENDA REGIMENTAL N. 02/2009, PUBLICADA EM 21/09/2009).
data de sua publicação. Parágrafo único – Caberá, ainda, ao Conselho da Magistratura,
editar normas administrativas para concurso e remoção de Servido-
CAPÍTULO II res da Justiça, bem assim disciplinara forma de processo adminis-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS (ARTS. 432 A 442) trativo dos auxiliares da Justiça.
Art. 439 – O preenchimento das vagas na segunda instância
Art. 432 – Os feitos já distribuídos, inclusive às Câmaras Cíveis obedecerá ao que dispuserem a Lei de Organização Judiciária e este
Reunidas, não sofrerão redistribuição, devendo ser julgados nas Se- Regimento, a respeito da carreira da magistratura de primeira ins-
ções respectivas, observado, relativamente tância, no que couber.
ao Revisor, quando não vinculado, o disposto no art. 164 deste Art. 440 – O plantão Judiciário do segundo grau será regula-
Regimento. (ALTERADO CONFORME RESOLUÇÃO N. 06/2009, PU- mentado por resolução específica, cabendo à 1ª Vice-Presidência a
BLICADA EM 27/04/2009). sua administração.
Art. 433 - Enquanto não forem preenchidas as vagas de Desem- Art. 441 – O disposto no art. 39, no que diz respeito à convoca-
bargador, criadas pela Lei n. 10.845/2007, as Câmaras Cíveis e Cri- ção de Juízes de Vara de Substituição para assessoramento à Presi-
minais funcionarão com o número de membros determinado pelo dência, Vice-Presidências e Corregedorias, terá vigência a partir do
Presidente do Tribunal, absorvendo a competência das respectivas próximo biênio.
Turmas e realizarão 04 (quatro) sessões por mês. (ALTERADO CON- Art. 442 – Nos casos omissos, serão subsidiários deste Regi-
FORME RESOLUÇÃO N. 07/2022, DE 10 DE AGOSTO DE 2022). mento os do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de
§ 1º – Os 2 (dois) desembargadores da Câmara Transitória pas- Justiça.
sam a compor a primeira Câmara Criminal. Art. 443 – Este Regimento entrará em vigor na data de sua pu-
§ 2º – O Tribunal Pleno fixará as prioridades à medida que se- blicação, revogadas as disposições em contrário.
jam providas as vagas de desembargador criadas pela Lei nº 10.845, Tribunal de Justiça da Bahia, em 4 de setembro de 2008. Desa.
de 27 de dezembro de 2007. SÍLVIA Carneiro Santos ZARIF – Presidente
Art. 434 – É dever do Juiz de Direito residir na sede da Comarca, Desa. LEALDINA Maria de Araújo TORREÃO – 1ª Vice Presidente
salvo autorização do Tribunal Pleno. Des. JERÔNIMO DOS SANTOS – 2º Vice Presidente
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Desa. TELMA Laura Silva BRITTO – Corregedora-Geral Art. 4º - O Poder Judiciário, no exercício da função jurisdicional,
Desa. Ma. JOSÉ SALES PEREIRA – Corregedora das Comarcas do observará o princípio da regionalização e acessibilidade.
Interior Des. PAULO Roberto Bastos FURTADO § 1º - O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a
Des. CARLOS Alberto Dultra CINTRA Des. GILBERTO de Freitas CARIBÉ realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicio-
Desa. LÍCIA de Castro Laranjeira CARVALHO Des. MÁRIO ALBERTO nal, no território do Estado da Bahia, servindo-se de equipamentos
SIMÕES HIRS públicos e comunitários.
Des. RUBEM DÁRIO Peregrino Cunha Des. ESERVAL ROCHA § 2º - O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizada-
Desa. AIDIL Silva CONCEIÇÃO Des. SINÉSIO CABRAL Filho mente, constituindo Câmaras Regionais e Protocolo Descentraliza-
Desa. VERA LÚCIA FREIRE DE CARVALHO Des. ANTONIO PESSOA do, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à Justiça em
CARDOSO todas as fases do processo.
Desa. IVETE CALDAS Silva Freitas Muniz Art. 5º - O exercício das funções judiciais na esfera estadual
Desa. MARIA GERALDINA SÁ DE SOUZA GALVÃO Desa. MARIA DA compete, exclusivamente, aos Juízes e Tribunais reconhecidos por
PURIFICAÇÃO DA SILVA esta Lei, nos limites de suas competências, à exceção do que diz
Des. JOSÉ OLEGÁRIO MONÇÃO CALDAS Desa. VILMA COSTA VEIGA respeito ao Tribunal do Júri.
Desa. SARA SILVA DE BRITO Art. 6º - Os Juízes togados poderão, no exercício do controle
Des. ANTÔNIO ROBERTO GONÇALVES difuso de constitucionalidade, negar aplicação às leis que entende-
Desa. MARIA DO SOCORRO BARRETO SANTIAGO Des. ABELARDO rem manifestamente inconstitucionais.
VIRGÍNIO DE CARVALHO Art. 7º - O Poder Judiciário, na prática de seus atos adminis-
Desa. ROSITA FALCÃO DE ALMEIDA MAIA Des. LOURIVAL Almeida trativos, obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,
TRINDADE moralidade, publicidade e eficiência.
Des. CLÉSIO RÔMULO CARRILHO ROSA Des. AILTON SILVA Art. 8º - Para garantir o efetivo cumprimento e a execução dos
Desa. MARIA DA GRAÇA OSÓRIO PIMENTEL LEAL seus atos e decisões, os Juízes e o Tribunal de Justiça requisitarão
Desa. DAISY LAGO Ribeiro Coelho das demais autoridades o auxílio da força pública ou de outros
meios necessários àqueles fins.
Parágrafo único - Sob pena de responsabilidade, as requisições
ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA serão prontamente atendidas, sem que assista às autoridades a
BAHIA - LEI Nº 10.845, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2007 quem dirigidas ou a seus executores a faculdade de apreciar o mé-
rito da decisão ou do ato a executar ou a cumprir.
Art. 9º - Na guarda e aplicação das Constituições da República
LEI Nº 10.845 DE 27 DE NOVEMBRO DE 2007 e do Estado e das leis, o Poder Judiciário só agirá em espécie e por
provocação da parte interessada, salvo quando norma legal deter-
Dispõe sobre a Organização e Divisão Judiciária do Estado da Bahia, minar procedimento de ofício.
a administração e o funcionamento da Justiça e seus serviços auxiliares. Art. 10 - Para o pleno desempenho de suas finalidades, ao Po-
O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a As- der Judiciário é assegurada autonomia funcional, administrativa e
sembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei: financeira, que se traduz, entre outros, nos seguintes atributos:
I- dizer o direito, nos termos e limites processuais e juris-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES dicionais;
II - dispor de orçamento próprio, de sua iniciativa;
Art. 1º - Esta Lei regula as atividades de competência do Poder III - eleger seus órgãos diretivos e organizar os seus serviços;
Judiciário do Estado da Bahia, dispondo sobre: IV - elaborar os regimentos internos de seus órgãos;
I- divisão, organização, administração e funcionamento da V- propor medidas legislativas concernentes a:
Justiça e dos serviços que lhe são conexos ou auxiliares; a) alteração do número de membros do Tribunal de Justiça;
II - magistratura estadual. b) criação e extinção de cargos, inclusive de magistrados;
Art. 2º - O Regimento Interno do Tribunal de Justiça fixará as c) remuneração de seus serviços auxiliares e dos Juízos que
normas sobre a eleição de seus dirigentes e disporá sobre a com- lhe forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus
petência e o funcionamento dos seus órgãos jurisdicionais e admi- membros;
nistrativos. d) alteração da organização e divisão judiciárias;
VI - prover os cargos da magistratura e os demais necessários
LIVRO I à administração da Justiça;
VII - exercer todas as atividades de administração geral, den-
TÍTULO I - tre as quais, as de planejamento, orçamento, pessoal, material, pa-
DA ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO trimônio e encargos gerais.
Art. 11 - Ao Poder Judiciário, compreendidos todos os seus
CAPÍTULO ÚNICO - órgãos, serão atribuídos, na Lei Orçamentária Anual, recursos su-
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ficientes para o custeio dos seus programas, projetos e atividades.
§ 1º - O Tribunal de Justiça elaborará as propostas plurianual e
Art. 3º - É assegurado prioridade na tramitação dos processos orçamentária anual do Poder Judiciário, dentro dos limites estipu-
e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em lados, conjuntamente com os demais Poderes, na Lei de Diretrizes
que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou Orçamentárias.
superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
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§ 2º - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, II - Subseção Judiciária, o agrupamento de Regiões Judiciá-


compreendidos os créditos suplementares especiais destinados ao rias;
Poder Judiciário, serão entregues até o dia 20 (vinte) de cada mês, III - Região Judiciária, o agrupamento de Circunscrições Ju-
na forma da Lei Complementar. diciárias;
Art. 12 - À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pa- IV - Circunscrição Judiciária, o agrupamento de Comarcas e
gamentos devidos pelas Fazendas Estadual ou Municipal, em virtu- Comarcas Não-Instaladas, contíguas, com atuação distinta, embora
de de sentença judiciária, far-se-ão, exclusivamente, na ordem cro- integradas;
nológica de apresentação dos precatórios e à conta dos respectivos V- Comarca, unidade de divisão judiciária autônoma, sede
créditos, proibida a designação de casos ou pessoas nas dotações de Juízo único, ou múltiplo quando desdobrada em Varas;
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. VI - Vara, unidade de divisão judiciária integrada jurisdicional
§ 1º - É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de e administrativamente a uma Comarca constituída por mais de um
direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos Juízo;
oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de preca- VII - Distrito, subdivisão territorial da Comarca; e
tórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o paga- VIII - Comarca Não-Instalada, todo Município que ainda não
mento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores seja sede de Comarca.
atualizados monetariamente. § 2º - As unidades de divisão judiciária serão definidas em ato
§ 2º - As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão do Tribunal de Justiça, que poderá distribuí-las ou agrupá-las terri-
consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presi- torialmente no Estado.
dente do Tribunal de Justiça determinar o pagamento, segundo as Art. 16 - A instalação das Comarcas referidas no caput do artigo
possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do credor e anterior dependem de resolução do Tribunal.
exclusivamente para o caso de preterição do seu direito de prece- § 1º - A classificação, funcionamento, elevação, rebaixamento,
dência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito. desdobramento, alteração e extinção das unidades de divisão judi-
§ 3º - Os débitos de natureza alimentícia compreendem aque- ciária referidas no caput do art. 15 dependem de lei, que observará:
les decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e I- a extensão territorial;
suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações II - o número de habitantes e de eleitores;
por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em vir- III - a receita tributária;
tude de sentença transitada em julgado. IV - o movimento forense; e
§ 4º - O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição V- os benefícios de ordem funcional e operacional em rela-
de precatórios, não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas ção aos custos da descentralização territorial da unidade judiciária.
em lei, como de pequeno valor, que a Fazenda Estadual ou Municipal § 2º - A criação dos cargos necessários para a instalação das
deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. unidades judiciárias referidas no caput do art. 15, inclusive das Co-
§ 5º - São vedados a expedição de precatórios complementar marcas Não-Instaladas, depende de lei.
ou suplementar, de valor pago, bem como fracionamento, reparti- Art. 17 - As competências do Tribunal Pleno e dos órgãos juris-
ção ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento dicionais fracionários serão definidas por ato do Tribunal de Justiça.
não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 4º deste artigo e, Parágrafo único - O julgamento de prefeitos, no exercício do
em parte, mediante expedição de precatório. cargo, será da competência do Tribunal Pleno.
§ 6º - O Presidente do Tribunal de Justiça, de ofício ou a reque-
rimento das partes, poderá determinar a revisão dos cálculos dos CAPÍTULO II -
precatórios para corrigir-lhes imperfeições ou erros materiais, ouvi- DAS SUBSEÇÕES, REGIÕES E CIRCUNSCRIÇÕES JUDICIÁRIAS
do sempre o representante legal do Ministério Público e da pessoa
jurídica de direito público executada. Art. 18 - As Subseções e as Regiões Judiciárias, submetidas ad-
Art. 13 - Os julgamentos, em todos os órgãos do Poder Judiciá- ministrativa e financeiramente aos órgãos superiores do Tribunal
rio, serão públicos e fundamentadas as suas decisões. de Justiça, serão constituídas visando à desconcentração das ativi-
Art. 14 - Todas as decisões administrativas do Tribunal serão dades administrativas.
motivadas, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria ab- Art. 19 - As Subseções, as Regiões e as Circunscrições Judiciá-
soluta dos seus membros. rias, com as respectivas abrangências territoriais, para efeito único
da administração da Justiça, serão discriminadas por ato próprio do
TÍTULO II - Tribunal Pleno.
DA DIVISÃO JUDICIÁRIA Parágrafo único - Poderá o Tribunal Pleno promover a recom-
posição das Subseções, Regiões e Circunscrições Judiciárias, ouvi-
CAPÍTULO I - dos previamente os Juízes Diretores do Foro das unidades de divi-
DA SEÇÃO JUDICIÁRIA são judiciária interessadas e os Corregedores da Justiça.

Art. 15 - Para o exercício das atividades jurisdicionais, o territó-


rio do Estado da Bahia constitui seção judiciária única, fracionada,
para efeitos da administração da Justiça, em Subseções, Regiões,
Circunscrições, Comarcas, Comarcas Não-Instaladas, Distritos e Va-
ras.
§ 1º - Entende-se como:
I- Seção Judiciária, o conjunto das Subseções Judiciárias;
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CAPÍTULO III - SEÇÃO II -


DAS COMARCAS DOS REQUISITOS E DAS CONDIÇÕES PARA INSTALAÇÃO DAS
COMARCAS E DISTRITOS JUDICIÁRIOS
Art. 20 - A cada Município corresponderá uma Comarca.
Art. 21 - Até que sejam instaladas Comarcas, permanecem reu- Art. 27 - A Comarca será instalada quando, além de atender aos
nidos, em Comarca única, com a denominação do Município que requisitos do art. 26, inciso I, for provida de:
lhe servir de sede, os municípios agrupados nos termos dos Anexos I- edifício do Fórum em condições adequadas, contendo
I, II e III desta Lei. instalações condignas para os advogados, representantes da Defen-
Art. 22 - Havendo instalação de Vara ou Comarca, no prazo de soria Pública e do Ministério Público;
10 (dez) dias, contados da publicação do ato respectivo, poderá o II - casas residenciais condignas que permitam a Juízes,
Juiz titular optar pelo exercício na respectiva Vara ou Comarca ins- Promotores de Justiça e Defensores Públicos residirem na Comarca;
talada. III - cadeia pública em condições de segurança e higiene;
Art. 23 - Ocorrendo agregação de Varas, os Juízes passam a ter IV - instalação para alojamento, no mínimo, de Destacamen-
competência concorrente, funcionando em regime de cooperação. to de Polícia Militar;
Art. 24 - Na forma a ser estabelecida pelo Tribunal Pleno, pode- V- cargos criados mediante lei.
rá ser dispensada a expedição de cartas precatórias para a comuni- § 1º - Enquanto não atendidos os requisitos de lei, não haverá
cação e a realização dos atos judiciais em Comarca diversa daquela instalação de Comarca, permanecendo os serviços judiciários afe-
em que tramita o feito. tos à Comarca sede.
Parágrafo único - Os incidentes decorrentes do cumprimento § 2º- A instalação de Comarca depende de prévia inspeção e
desses atos judiciais serão resolvidos pelo Juízo a que se subordinar de parecer fundamentado da Corregedoria da Justiça, quanto ao
funcional e administrativamente o servidor executor da ordem. preenchimento dos requisitos constantes deste artigo.
§ 3º - À instalação da Comarca precederá, pelo menos, o provi-
SEÇÃO I - mento de um cargo de Juiz, um de Escrivão, um de Tabelião, dois de
DA CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO DAS COMARCAS Oficial de Justiça Avaliador e dois de Escrevente de Cartório.
§ 4º - Em casos excepcionais e no estrito interesse da adminis-
Art. 25 - As Comarcas são classificadas em três entrâncias: ini- tração da Justiça, o Tribunal de Justiça poderá, por iniciativa do seu
cial, intermediária e final. Presidente ou de qualquer de seus membros e após a aprovação do
Art. 26 - A classificação e a reclassificação das Comarcas, por Tribunal Pleno, autorizar a instalação de Comarcas, sem alguns dos
entrâncias, dependerão de lei, e obedecerão a fatores objetivos, seus requisitos constantes dos incisos I a IV.
relacionados com a extensão territorial, o número de habitantes, o Art. 28 - Aprovada a instalação da Comarca, o Presidente do
colégio eleitoral, o movimento forense e a receita tributária, obser- Tribunal de Justiça designará data para a solenidade, que será presi-
vados os seguintes critérios: dida por ele ou outro magistrado para tanto designado.
I- na entrância inicial: Parágrafo único - Da solenidade de instalação lavrar-se-á ata
a) extensão territorial de até 200 km²; circunstanciada, da qual se extrairão cópias, que serão encaminha-
b) população de até 50.000 (cinqüenta mil) habitantes, resi- das ao Tribunal de Justiça, à Assembléia Legislativa, ao Tribunal
dindo, pelo menos, 30% (trinta por cento) na respectiva sede; Regional Eleitoral, ao Tribunal Regional do Trabalho, à Secretaria
c) colégio eleitoral correspondente a 40% (quarenta por cen- da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, à Procuradoria Geral de
to) da população; Justiça, ao Arquivo Público, à Fundação Instituto Brasileiro de Geo-
d) aforamento anual de aproximadamente 300 (trezentos) fei- grafia e Estatística - IBGE, à Prefeitura e à Câmara de Vereadores do
tos de jurisdição contenciosa; Município sede da Comarca.
e) receita tributária igual à exigida para a criação de município Art. 29 - Instalada Comarca ou Vara, para ela serão deslocados
no Estado; os serviços judiciários que lhe sejam afetos, além dos processos em
II - na entrância intermediária: curso e os findos.
a) extensão territorial a partir de 201 km²; Art. 30 - Cada Comarca manterá registros de sua instalação, da
b) população de mais de 50.000 (cinqüenta mil) habitantes, entrada e do afastamento definitivo de Juízes, promotores, defen-
residindo, pelo menos, 30% (trinta por cento) na respectiva sede; sores públicos e servidores, além de outros atos e fatos relevantes,
c) colégio eleitoral correspondente a 40% (quarenta por cen- referentes à história do Município, da Comarca e da vida judicial local.
to) da população; Art. 31 - A instalação dos Distritos Judiciários será presidida
d) aforamento anual de aproximadamente 600 (seiscentos) pelo Juiz de Direito ou Substituto da respectiva Comarca, observa-
feitos de jurisdição contenciosa; das, no que couber, as disposições desta Lei.
e) receita tributária superior, no mínimo, ao dobro da exigida
para a criação do município. SEÇÃO III -
Parágrafo único - O Município de Salvador constitui Comarca DAS VARAS
de entrância final.
Art. 32 - As Varas serão criadas por lei e instaladas sempre que:
I- o movimento forense o exigir;
II - for indicada a especialização das funções jurisdicionais; ou
III - a extensão territorial da Comarca ou o número de ha-
bitantes dos municípios que a integram recomendar a descentrali-
zação.
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TÍTULO III - Redação de acordo com a Lei nº 13.964 de 13 de junho de 2018.


DA ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO Parágrafo único - A alteração do número de membros do Tribu-
nal de Justiça dependerá de proposta do Tribunal Pleno, que deverá
CAPÍTULO ÚNICO - ser remetida na forma de projeto de lei à Assembléia Legislativa
DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO para apreciação.
Art. 39 - O cargo de Desembargador será provido mediante
Art. 33 - O Poder Judiciário no Estado da Bahia compreende: acesso dos Juízes de Direito da última entrância, pelos critérios de
I- órgãos judicantes, colegiados e singulares; antigüidade e merecimento, alternadamente.
II - órgãos de correição; § 1º - Um quinto dos lugares será preenchido por membros do
III - órgãos auxiliares, judiciais e extrajudiciais; Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advoga-
IV - órgãos de apoio técnico-administrativo. dos de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais de dez
§ 1º - As funções judicantes e de correição são exercidas por anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
magistrados. pelos órgãos representativos das respectivas classes.
§ 2º - Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior os jurados § 2º - Recebidas as indicações referidas no parágrafo anterior, o
e os conciliadores e Juízes leigos integrantes dos Juizados Especiais Tribunal de Justiça formará lista tríplice, enviando-a ao Governador
e dos Conselhos Municipais de Conciliação. do Estado que, nos 20 (vinte) dias subseqüentes, nomeará um dos
§ 3º - As funções dos órgãos auxiliares e de apoio técnico-admi- integrantes para o cargo.
nistrativo são exercidas por servidores recrutados na forma da lei. Art. 40 - O Tribunal de Justiça funcionará em Tribunal Pleno,
Art. 34 - São órgãos do Poder Judiciário: em Conselho da Magistratura e em órgãos fracionários, na forma
I- Tribunal de Justiça; disposta no Regimento Interno.
II - Juízes de Direito; Parágrafo único - O Tribunal de Justiça poderá, através de reso-
III - Tribunais do Júri; lução, criar o Órgão Especial a que alude o art. 93, XI, da Constitui-
IV - Juízes Auditores e Conselhos de Justiça Militar; ção Federal.
V- Juízes Substitutos; Art. 41 - O Tribunal de Justiça poderá funcionar:
VI - Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais; I- descentralizadamente, constituindo Câmaras Regionais,
VII - Juizados Especiais Cíveis e Criminais; abrangendo uma ou mais Subseções Judiciárias, Regiões, Circuns-
VIII - Conselhos Municipais de Conciliação; crições e Comarcas; e
IX - Juízes de Paz; e II - desconcentradamente, criando Subseções ou Regiões
X- outros órgãos instituídos por lei. Judiciárias para a operacionalização de suas atividades administra-
Art. 35 - São órgãos de correição: tivas, objetivando a eficiência e a eficácia de seus serviços.
I- Tribunal Pleno; Art. 42 - O Tribunal de Justiça constituirá comissões internas,
II - Conselho da Magistratura; cuja composição, atribuições e funcionamento serão disciplinados
III - Corregedorias da Justiça; pelo Regimento Interno.
IV - Juízes de Direito e Substitutos. Art. 43 - O Regimento Interno do Tribunal de Justiça estabele-
Art. 36 - São órgãos auxiliares os Ofícios e as Serventias Judiciais. cerá as competências e atribuições dos cargos administrativos ocu-
§ 1º - Os Ofícios da Justiça são órgãos extrajudiciais que com- pados por Desembargadores na qualidade de Presidente, Vice-Pre-
preendem os serviços notariais e de registros públicos. sidentes e Corregedores da Justiça, além daquelas previstas em lei.
§ 2º - As Serventias da Justiça são os órgãos auxiliares do Foro Art. 44 - O Conselho da Magistratura, ouvida a Corregedoria-
Judicial. -Geral da Justiça, poderá:
Art. 37 - São órgãos de apoio técnico-administrativo as Secreta- I- uniformizar procedimentos, visando a atender aos prin-
rias do Tribunal de Justiça. cípios da economia e da celeridade processual; e
Parágrafo único - Resolução do Tribunal de Justiça disporá so- II - declarar qualquer unidade de divisão judiciária em regi-
bre composição, atribuições e funcionamento de suas Secretarias. me de exceção.
Parágrafo único - Somente em casos especiais será declarado o
TÍTULO IV - regime de exceção, caracterizado por vacância ou afastamento pro-
DOS ÓRGÃOS JUDICANTES longado, a qualquer título, do Juiz titular ou, ainda, por excessivo
acúmulo de processos em andamento, sendo os feitos acumulados
CAPÍTULO I - divididos segundo critérios objetivos e eqüitativos a serem fixados
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA pela Corregedoria Geral da Justiça.
Art. 45 - Na definição da competência dos órgãos jurisdicionais,
SEÇÃO ÚNICA - visará o Tribunal Pleno à especialização e à descentralização das
DA COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL funções jurisdicionais.

Art. 38 - O Tribunal de Justiça, órgão supremo do Poder Judi-


ciário do Estado da Bahia, tendo por sede a Capital e Jurisdição em
todo o território estadual, compõe-se de 70 (setenta) Desembar-
gadores, sendo presidido por 01 (um) de seus integrantes, desem-
penhando 04 (quatro) outros as funções de 1º Vice-Presidente, 2º
Vice-Presidente, Corregedor Geral da Justiça e Corregedor das Co-
marcas do Interior.
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CAPÍTULO II - SEÇÃO I -
DA SUBSTITUIÇÃO DE DESEMBARGADORES DO JUIZ SUBSTITUTO

Art. 46 - As substituições de Desembargadores far-se-ão de SUBSEÇÃO I -


acordo com as normas estabelecidas no Regimento Interno do Tri- DA INVESTIDURA
bunal de Justiça, observadas as disposições desta Lei.
Art. 47 - O magistrado que for convocado para substituir na Art. 55 - O ingresso na Magistratura far-se-á pela posse e assun-
segunda instância perceberá, a esse título, a diferença entre os ção em exercício no cargo de Juiz Substituto, após nomeação pelo
subsídios auferidos e os correspondentes ao do cargo que passar a Presidente do Tribunal de Justiça, na forma prevista na Constituição
exercer, inclusive diárias, quando for o caso. Federal.
Art. 56 - Os Juízes Substitutos serão nomeados mediante apro-
CAPÍTULO III - vação em concurso de provas e títulos, perante a Comissão de Con-
DOS ÓRGÃOS JUDICANTES DO PRIMEIRO GRAU curso, integrada pelo Decano do Tribunal de Justiça, que será o seu
Presidente, 2 (dois) Desembargadores Titulares e 2 (dois) Suplen-
Art. 48 - A Magistratura de Primeiro Grau é constituída de: tes, indicados pelo Tribunal de Justiça.
I- Juiz Substituto; Parágrafo único - A comissão examinadora de cada concurso
II - Juiz de Direito de entrância inicial; contará com um representante da OAB, de notável saber jurídico
III - Juiz de Direito de entrância intermediária; e reputação ilibada, indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil,
IV - Juiz de Direito de entrância final; Seção da Bahia.
V- Juiz Substituto de Segundo Grau. Art. 57 - Para ser admitido no concurso, que será válido por
Redação de acordo com a Lei nº 13.145, de 03 de abril de 2014. 2 (dois) anos, prorrogáveis por igual período, o candidato deverá
Art. 49 - O Juiz Substituto, quando designado para responder preencher os seguintes requisitos:
por unidade de divisão judiciária, salvo se em regime de coopera- I- ser brasileiro, estar em exercício dos direitos civis e polí-
ção, terá competência plena. ticos e em dia com as obrigações do serviço militar;
Art. 50 - Ouvidos os Corregedores, poderá o Presidente do Tri- II - não ter mais de 65 (sessenta e cinco ) anos de idade no
bunal de Justiça designar Juiz Substituto para ter exercício em qual- último dia de inscrição;
quer unidade de divisão judiciária do Estado. III - ser bacharel em Direito;
Art. 51 - O Juiz Substituto, quando não estiver em exercício de IV - fazer prova de bons antecedentes, mediante certidão da
substituição, prestará cooperação aos Juízes de Direito das Varas escrivania competente da jurisdição onde residiu, depois de com-
das Comarcas. pletar 18 (dezoito) anos, e de idoneidade moral;
Art. 52 - À falta de Juiz Substituto, o Tribunal Pleno poderá de- V- comprovar o exercício, posterior à obtenção do grau de
signar Juiz de Direito, mediante o prévio assentimento deste, para bacharel em Direito, de 3 (três) anos de atividade jurídica, admitin-
temporariamente exercer funções judicantes em qualquer Comarca do-se, no cômputo desse período, os cursos de pós-graduação na
ou Vara do Estado, com competência plena ou limitada. área jurídica reconhecidos pelas Escolas Nacionais de Formação e
Art. 53 - Nas Comarcas com mais de duas Varas em que não Aperfeiçoamento de Magistrados de que tratam o art. 105, pará-
houver Juiz Substituto disponível, os Juízes de Direito serão subs- grafo único, I, e o art. 111-A, § 2º, I, da Constituição Federal, ou
tituídos: pelo Ministério da Educação, desde que integralmente concluídos,
I- por Juiz de Direito com a mesma competência; e com aprovação.
II - por Juiz de Direito de competência diversa. Parágrafo único - A comprovação do período de 3 (três) anos de
§ 1º - Na designação do Juiz Substituto deverá ser observada a atividade jurídica de que trata o art. 93, da Constituição Federal, de-
ordem decrescente de antigüidade na entrância, sendo o mais novo verá ser realizada no momento da inscrição definitiva no concurso.
substituído pelo mais antigo. Caso não haja a fase de inscrição definitiva, deve ser comprovada
§ 2º - Salvo situações excepcionais, é vedada a designação de no momento de apresentação dos títulos.
Juiz de Direito para substituir em mais de uma unidade de divisão Art. 58 - Com o pedido de inscrição, deverá o candidato juntar
judiciária. o seu curriculum vitae, contendo a indicação de todos os cargos que
§ 3º - Em casos de imperiosa necessidade, poderá o Presidente houver exercido, ficando a seu arbítrio a apresentação de títulos
do Tribunal de Justiça adotar critério diverso para a designação do comprobatórios da sua capacidade intelectual.
Juiz Substituto. Art. 59 - O Regimento Interno do Tribunal de Justiça disciplinará
Art. 54 - Nos casos de licença, férias ou vacância de cargo de a forma e as condições de realização do concurso, cabendo à Comis-
mais de um Juiz de Direito da mesma Circunscrição, servirá o Juiz são de Concurso elaborar o Regulamento respectivo.
Substituto onde sua presença for mais necessária, por designação Art. 60 - Serão convocados para nomeação, pela ordem rigoro-
do Presidente do Tribunal de Justiça. sa de classificação, candidatos em número correspondente ao de
vagas.
Parágrafo único - A nomeação será precedida de inspeção de
saúde e de sindicância sobre a vida pregressa do candidato aprova-
do, realizada a partir de informações colhidas na forma e no prazo
definidos no Regulamento de Concurso.

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LEGISLAÇÃO

SUBSEÇÃO II - XV - providenciar a remessa dos autos e a apresentação do


DA NOMEAÇÃO, DA VITALICIEDADE E DA PROMOÇÃO condenado ao Juízo das Execuções Penais competente, tão logo
transite em julgado a sentença, e desde que o condenado não deva
Art. 61 - A nomeação do Juiz Substituto obedecerá, rigorosa- cumprir a pena em presídio da Comarca ou do local de sua residên-
mente, à ordem de classificação no respectivo concurso. cia;
Art. 62 - O processo de vitaliciedade observará as regras dispos- XVI - dar cumprimento a sentenças e acórdãos, nos termos da
tas no Regimento Interno do Tribunal de Justiça. legislação processual;
Art. 63 - São requisitos para promoção do Juiz Substituto para XVII - remeter, mensalmente, até o dia 10 (dez), à Correge-
Juiz de Direito, no que couber, os exigidos para promoção de en- doria Geral da Justiça relação mensal dos processos conclusos para
trância a entrância. sentença, dos julgados e dos ainda em seu poder;
XVIII - processar e julgar:
SEÇÃO II - a) os feitos da competência do seu Juízo ou Vara;
DO JUIZ DE DIREITO b) os embargos de declaração opostos às suas sentenças e
decisões;
SUBSEÇÃO I - c) as suspeições e impedimentos levantados contra Promo-
DA COMPETÊNCIA DOS JUÍZES DE DIREITO tores de Justiça, peritos e servidores nos processos de sua compe-
tência;
Art. 64 - Aos Juízes de Direito, nos limites de sua jurisdição, d) as causas em que forem parte instituição de previdência
compete: social e segurado, sempre que a Comarca não seja sede de Juízo
I- abrir, encerrar e rubricar os livros dos respectivos Car- Federal, nos termos do art. 109, § 3º, da Constituição da República
tórios; Federativa do Brasil;
II - designar substitutos entre os servidores da Justiça nas e) as medidas cautelares, cujos feitos principais forem de sua
suas faltas e impedimentos, e na vacância, comunicando à Correge- competência;
doria Geral da Justiça a designação que houver feito; XIX - praticar todos os demais atos autorizados por lei;
III - solicitar à Corregedoria Geral da Justiça a realização de XX - processar e julgar, em sua área de jurisdição, os feitos
concurso público para prover as vagas nos Ofícios e nas Serventias em que forem interessadas pessoas reconhecidamente pobres, nos
da Comarca; termos da lei específica;
IV - organizar a escala anual de férias dos servidores da XXI - conceder o favor legal da justiça gratuita e nomear ad-
Justiça, exceto na Comarca de Salvador, remetendo à Corregedoria vogado às partes, onde não exista órgão competente da Defensoria
Geral da Justiça cópias do respectivo ato; Pública ou da Ordem dos Advogados do Brasil.
V - conceder licença para tratamento de saúde, até 15 (quin- Parágrafo único - Nas Comarcas de mais de uma Vara, caberá
ze) dias, aos servidores da Justiça, sob sua jurisdição, fazendo as ao Juiz Diretor do Fórum dar posse aos servidores da Justiça da Co-
necessárias comunicações; marca, fazendo as devidas comunicações à Corregedoria Geral da
VI - decidir as reclamações das partes contra atos praticados Justiça.
pelos servidores sob sua jurisdição; Art. 65 - Nas Comarcas com mais de uma Vara, as atribuições
VII - remeter peças ao órgão do Ministério Público, na hipóte- dos Juízes de Direito são exercidas mediante distribuição, respeita-
se prevista no art. 40 do Código de Processo Penal; da a competência das Varas privativas.
VIII - levar ao conhecimento da Ordem dos Advogados do
Brasil - Seção do Estado da Bahia, fatos e ocorrências capazes de SEÇÃO III -
configurar prática de infração disciplinar imputável a advogado ou DA DIREÇÃO DO FORO
estagiário de Direito;
IX - levar ao conhecimento do Procurador-Geral de Justiça e SUBSEÇÃO I -
ao Defensor Público Geral as infrações de ética profissional imputá- DO DIRETOR SUBSECCIONAL
veis, respectivamente, aos representantes do Ministério Público e
da Defensoria Pública; Art. 66 - A Direção Subseccional, instituída com vistas à des-
X- requisitar a força pública, quando se fizer necessária, concentração da administração da Justiça, cuja competência e atri-
para efetivar o cumprimento de suas ordens e decisões; buições administrativas e de política judiciária serão definidas pelo
XI - dar posse aos servidores da Justiça, fazendo as devidas Tribunal de Justiça, será exercida por um Juiz da entrância mais ele-
comunicações à Corregedoria Geral da Justiça; vada existente na Subseção Judiciária, em sistema de rodízio, pelo
XII - fiscalizar e conferir as contas de custas judiciais, glosando período de um ano, observando-se a antiguidade da Subseção.
as que forem indevidas ou excessivas; § 1º- A antiguidade será apurada entre os juízes que ainda não
XIII - suscitar conflitos de competência e declarar-se suspeito hajam exercido a função, salvo impossibilidades.
ou impedido, em despacho fundamentado, nos casos previstos em § 2º - A substituição eventual do Juiz de Direito Diretor de Sub-
lei; seção será exercida pelo Juiz de Direito mais antigo na Subseção,
XIV - mandar cancelar as expressões injuriosas ou desprimoro- independentemente de designação.
sas à Justiça, a qualquer dos seus órgãos ou aos membros do Minis- § 3º -A Corte Especial poderá, excepcionalmente, em decisão,
tério Público, Defensores Públicos e aos advogados de qualquer das motivada, da maioria absoluta de seus membros, determinar a
partes, comunicando o fato à Ordem dos Advogados, à Procurado- substituição do Juiz Diretor de Subseção, observando-se na nova
ria Geral de Justiça, à Procuradoria Geral do Estado e à Defensoria designação o quanto fixado no § 1º.
Pública do Estado, conforme o caso;
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LEGISLAÇÃO

SUBSEÇÃO II - a) as causas em que os Municípios e o Estado da Bahia, suas


DIRETOR DO FORO autarquias e fundações sejam interessados;
b) os mandados de segurança contra atos das autoridades dos
Art. 67 - Nas Comarcas de unidade de divisão judiciária única, Municípios e do Estado da Bahia, suas autarquias ou pessoas natu-
a Direção do Foro será exercida pelo Juiz titular; naquelas com mais rais ou jurídicas, que exerçam funções delegadas do Poder Público,
de uma unidade de divisão judiciária, por um de seus Juízes titula- no que entender com essas funções, ressalvada a competência ori-
res, conforme dispuser Resolução do Tribunal Pleno. ginária do Tribunal de Justiça e de seus órgãos fracionários;
§ 1º - A substituição eventual do Juiz de Direito Diretor do Foro c) as justificações destinadas a servir de prova junto ao Esta-
será exercida pelo Juiz de Direito mais antigo na Comarca, indepen- do da Bahia e aos Municípios, suas autarquias e fundações, assim
dentemente de designação. como protestos, notificações e interpelações promovidas contra
§ 2º - O Juiz Substituto responderá pela Direção do Foro sem- eles, de conteúdo não-tributário;
pre que na Comarca não se encontrar em exercício Juiz titular. III - expedir instruções e ordens para pronta execução das
rotinas de serviço determinadas pela Corregedoria Geral da Justiça;
SUBSEÇÃO III - IV - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas
DOS JUÍZES DAS VARAS CÍVEIS E COMERCIAIS por lei, regimento ou outro ato normativo.
§ 1º - Nos mandados de segurança contra atos das autoridades
Art. 68 - Compete aos Juízes das Varas Cíveis e Comerciais: dos Municípios e do Estado da Bahia, os Procuradores do Estado e
I- processar e julgar: dos Municípios serão intimados pessoalmente, das decisões judi-
a) os feitos de jurisdição contenciosa ou voluntária de natu- ciais em que suas autoridades administrativas figurem como coato-
reza cível ou comercial, que não sejam, por disposição expressa, da ras, com a entrega de cópias dos documentos nelas mencionados.
competência de outro Juízo; § 2º - A competência de cada uma das Varas da Fazenda Pública
b) as ações concernentes à comunhão de interesse entre por- da Comarca da Capital será disciplinada em lei.
tadores de debêntures e ao cancelamento de hipoteca em sua ga-
rantia; SUBSEÇÃO VI -
c) as ações de falências e recuperação judicial; DAS VARAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA
d) os processos de execução e quaisquer feitos que, por força A MULHER
de lei, devam ter curso no juízo da falência ou da recuperação ju-
dicial; Art. 71 - As Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a
e) os incidentes processuais relativos aos feitos de competên- Mulher têm competência para processamento, julgamento e exe-
cia do Juízo; cução das causas cíveis e criminais, decorrentes da prática de vio-
f) as medidas cautelares, ressalvada a competência privativa lência doméstica e familiar contra a mulher, na conformidade da Lei
de outro Juízo; Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006.
II - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas Art. 72 - As Varas de Violência Doméstica e Familiar contra a
por lei, regimento ou outro ato normativo. Mulher disporão de uma equipe de atendimento multidisciplinar
integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial,
SUBSEÇÃO IV - jurídica e de saúde.
DOS JUÍZES DAS VARAS DE RELAÇÕES DE CONSUMO § 1º - Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, en-
tre outras atribuições de lei, fornecer subsídios por escrito ao juiz,
Art. 69 - Aos Juízes das Varas de Relações de Consumo compete ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou
processar e julgar todos os litígios decorrentes da relação de consu- verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação,
mo, inclusive as ações de execução, cobrança, busca e apreensão, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a
reintegração de posse e outras de interesse do fornecedor, inde- ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crian-
pendentemente de ser o consumidor autor ou réu. ças e aos adolescentes.
§ 2º - Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais
SUBSEÇÃO V - aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissio-
DOS JUÍZES DAS VARAS DA FAZENDA PÚBLICA nal especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento
multidisciplinar.
Art. 70 - Aos Juízes das Varas da Fazenda Pública compete:
I- processar e julgar, em matéria fiscal: SUBSEÇÃO VII -
a) as execuções de créditos do Estado da Bahia e dos Municí- DOS JUÍZES DAS VARAS DE FAMÍLIA
pios, oriundos de obrigações tributárias;
b) os embargos opostos às execuções referidas na alínea ante- Art. 73 - Aos Juízes das Varas de Família compete:
rior, inclusive os de terceiros; I- processar e julgar:
c) os mandados de segurança contra ato de autoridade fa- a) as causas de nulidade e anulação de casamento, de divór-
zendária, ações declaratórias, anulatórias, de consignação em pa- cio, de separação judicial e as causas relativas à união estável, ao
gamento, de repetição estado e à capacidade das pessoas;
d) de indébito, cautelares e quaisquer outras que tenham por b) as ações de investigação de paternidade, cumuladas, ou
objeto ou causa de pedir crédito ou obrigação tributária, em que não, com a petição de herança;
sejam partes ou interessados os Municípios e o Estado da Bahia; c) os feitos concernentes ao regime de bens do casamento;
II - processar e julgar, em matéria administrativa:
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

d) as ações de alimentos e as de posse e guarda de filhos me- SUBSEÇÃO IX -


nores, quer entre os pais, quer entre estes e terceiros; DOS JUÍZES DAS VARAS DE REGISTROS PÚBLICOS
e) as ações de suspensão e extinção do poder familiar e as
de emancipação, salvo em relação à criança ou ao adolescente em Art. 75 - Compete aos Juízes das Varas de Registros Públicos:
situação de risco; I- processar e julgar as causas que se refiram aos Registros
f) quaisquer outras ações concernentes ao direito de família; Públicos, inclusive as do Registro Torrens;
II - homologar o pedido de habilitação de casamento e presi- II - processar e julgar os procedimentos cautelares prepara-
dir a sua celebração, que somente será realizada no edifício em que tórios destinados a instruir os feitos de sua competência;
funcionar o Juízo, salvo nos casos de doença grave de qualquer dos III - exercer as atribuições jurisdicionais conferidas aos Juízes
nubentes ou de outro motivo de força maior; de Direito pela legislação concernente aos Serviços Notariais e de
III - suprir o consentimento do cônjuge e dos pais, ou tutores, Registro;
para casamento dos seus filhos, ou tutelados; IV - exercer a incumbência prevista no art. 2º da Lei Federal
IV - autorizar os pais, tutores e curadores a praticarem atos nº 8.560, de 29 de dezembro de 1992;
dependentes de consentimento judicial; V- decidir as dúvidas levantadas pelos Tabeliães e Oficiais
V- exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas de Registros Públicos, nos termos do procedimento administrativo
por lei, regimento ou outro ato normativo. disciplinado pelo art. 198 da Lei Federal nº6.015, de 31 de dezem-
bro de 1973 (Lei de Registros Públicos);
SUBSEÇÃO VIII - VI - fiscalizar os livros dos Tabeliães e Oficiais de Registros
DOS JUÍZES DAS VARAS DE SUCESSÕES, ÓRFÃOS E INTERDI- Públicos;
TOS VII - determinar a complementação e a regularização dos li-
vros que faltem ou estejam irregulares e a adoção de novos, neces-
Art. 74 - Aos Juízes das Varas de Sucessões, Órfãos e Interditos, sários à observância da lei ou ao melhor funcionamento do serviço,
compete: de acordo com os modelos aprovados pela Corregedoria Geral da
I- processar e julgar: Justiça;
a) os inventários e arrolamentos, as causas relativas à herança VIII - processar e julgar os pedidos de cancelamento de pro-
ou sucessão legítima e testamentária, bem como doações, usufru- testo cambial, quando houver erro procedimental do Tabelião de
tos e fideicomissos, quando relacionados com a sucessão; Protesto;
b) as causas de interdição, bem assim as de tutela de menores, IX - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas
órfãos ou filhos de interditos e ausentes; por lei, regimento ou outro ato normativo.
c) os feitos de nulidade e anulação de testamentos e os perti-
nentes à sua execução; SUBSEÇÃO X -
os pedidos de alvarás relativos a bens de espólio, de interditos, DOS JUÍZES COMPETENTES PARA ACIDENTES DE TRABALHO
ausentes ou de menores sujeitos à sua jurisdição;
d) as ações de prestação de contas de tutores, curadores, tes- Art. 76 - Compete aos Juízes de Acidentes de Trabalho:
tamenteiros, inventariantes e demais administradores de bens su- I- processar e julgar os feitos administrativos e contencio-
jeitos à sua jurisdição; sos relativos aos acidentes de trabalho, ressalvadas as causas em
e) as causas referentes a bens vagos e a herança jacente, salvo que os Municípios e o Estado da Bahia, suas autarquias e fundações
as ações contra a Fazenda Pública; sejam interessadas;
II - conceder prorrogação de prazo para encerramento de II - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas
inventários; por lei, regimento ou outro ato normativo.
III - proceder à liquidação de firmas individuais, em casos de
falecimento de comerciante, e à apuração de haveres do inventaria- SUBSEÇÃO XI -
do, em sociedade de que tenha participado; DOS JUÍZES DAS VARAS DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
IV - abrir os testamentos particulares, ordenando, ou não, o
registro, arquivamento e cumprimento deles, assim como dos tes- Art. 77 - Os Juízes das Varas da Infância e da Juventude exerce-
tamentos públicos; rão jurisdição em matéria cível, infracional e de execução de medi-
V - prover, na entrega de legados e bens, o fiel cumprimento das sócio-educativas, competindo-lhes:
das disposições testamentárias e zelar pelo destino dos bens e valo- I- em matéria infracional:
res partilhados a menores e incapazes; a) conhecer as representações promovidas pelo Ministério
VI - deliberar sobre a forma de liquidação, divisão ou partilha Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescentes;
dos bens inventariados, na forma da lei processual; b) exercer as demais atribuições conferidas pelo Estatuto da
VII - ordenar o cancelamento de gravames, ou gravação de Criança e do Adolescente;
bens, assim como a entrega ou o recolhimento de dinheiro, valores II - em matéria não-infracional:
e bens, em cumprimento de decisões que houver proferido em pro- a) conhecer as ações cíveis fundadas em interesses individuais,
cesso de sua atribuição; coletivos e difusos afetos à criança e ao adolescente, observado o
VIII - instruir e julgar todas as ações relativas a heranças li- disposto no art. 209 da Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990;
quidadas e partilhadas em seu Juízo, bem como as que lhes forem b) conhecer, respeitado o limite de atuação de órgão próprio
acessórias ou oriundas de outras, sentenciadas ou em curso; da Corregedoria da Justiça, os pedidos de adoção e seus incidentes;
IX - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas c) exercer as demais atribuições conferidas pelo Estatuto da
por lei, regimento ou outro ato normativo. Criança e do Adolescente;
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LEGISLAÇÃO

III - em execução de medidas sócio-educativas: Art. 82 - Atendidas as peculiaridades da demanda das Comar-
a) exercer jurisdição exclusiva nos processos de execução de cas, o Presidente do Tribunal de Justiça poderá autorizar a cons-
sentença de medidas sócio-educativas; tituição de equipe interprofissional, de caráter permanente, para
b) exercer jurisdição em fiscalização e apuração de irregula- assessorar os Juízes com competência relativa à Justiça da Infância
ridades em entidades que executam programas sócio-educativos. e da Juventude, sendo os técnicos necessários recrutados entre vo-
Parágrafo único - Aos Juízes das Varas da Infância e da Juven- luntários, ou, inexistindo estes, mediante concurso público, se não
tude incumbe, ainda, exercer as demais atribuições que lhes forem houver, no quadro de pessoal técnico-administrativo do Poder Judi-
conferidas por lei, regimento ou outro ato normativo. ciário, servidores com as qualificações exigidas.
Art. 78 - Havendo mais de um Juiz da Infância e da Juventude,
um deles será designado pelo Presidente do Tribunal de Justiça, me- SUBSEÇÃO XII -
diante aprovação do Tribunal de Justiça, para, sem prejuízo da sua DOS JUÍZES DAS VARAS CRIMINAIS
competência jurisdicional, exercer a Direção do Juizado, pelo prazo
de 1 (um) ano, estabelecendo-se rodízio entre os Juízes Titulares, na Art. 83 - Aos Juízes das Varas Criminais compete:
ordem de antigüidade. I- processar e julgar:
Art. 79 - Compete ao Juiz Diretor do Juizado da Infância e da a) os crimes e as contravenções não expressamente atribuídos
Juventude: a outro Juízo;
I- a prática de atos de gestão de pessoal, relativos aos b) os habeas corpus contra atos das autoridades policiais e
servidores lotados no serviço de apoio técnico-administrativo do administrativas, ressalvada a competência do Tribunal de Justiça e
Juizado, exceto os atos de admissão, nomeação, designação para seus órgãos;
cargos de provimento temporário, exoneração, demissão, disponi- c) as medidas cautelares e os incidentes previstos na legisla-
bilidade e progressão, que são privativos do Presidente do Tribunal ção penal não expressamente atribuídos a outro Juízo;
de Justiça; II - determinar a realização de exame de corpo de delito,
II - propor ao Presidente do Tribunal de Justiça as providên- conceder mandado de busca e apreensão e aplicar as medidas as-
cias necessárias ao regular funcionamento do órgão; securatórias previstas em lei;
III - disciplinar, por meio de portaria, ou autorizar, mediante III - decretar prisão preventiva, conceder liberdade provisória
alvará: e fiança, revogá-las ou cassá-las, no curso da instrução, assim como
a) a entrada e permanência da criança ou do adolescente, julgar os recursos interpostos ao arbitramento das fianças que fo-
desacompanhado dos pais ou responsáveis, em: rem deferidas pela autoridade policial;
1. estádio, ginásio e campo desportivo; IV - requisitar abertura de inquérito policial, na conformida-
2. bailes ou promoções dançantes; de do art. 5º, II, do Código de Processo Penal, remetendo, simulta-
3. boate ou congêneres; neamente, sempre que entender necessário, cópia do ato requisi-
4. casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; tório ao Ministério Público para o exercício do controle externo da
5. estúdios cinematográficos; atividade policial;
b) a participação da criança e do adolescente em: V - quando, em autos ou papéis de que conhecerem, chegar
1. espetáculos públicos e seus ensaios; a seu conhecimento notícia de crime de ação pública, remeterão
2. certame de beleza. ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários para
§ 1º - Para os fins do disposto no inciso III, a autoridade judiciá- o oferecimento da denúncia ou para a requisição de inquérito po-
ria levará em conta, dentre outros fatores: licial;
a) os princípios e normas constantes do Estatuto da Criança e VI - deliberar sobre a realização de sindicância para aferir a
do Adolescente; periculosidade do acusado, sua situação social e familiar, e colher,
b) as peculiaridades locais e a existência ou não de instalações no curso da instrução criminal, elementos que possibilitem mani-
adequadas; festar-se sobre a concessão, ou não, do regime aberto de prisão-al-
c) a freqüência ao ambiente e eventual participação de crian- bergue, na oportunidade da sentença;
ça e de adolescente; VII - fixar, criteriosamente, as normas de conduta a que fi-
d) a natureza do espetáculo. cará sujeito o albergado, modificá-las, substituí-las ou estabelecer
§ 2º - As medidas adotadas na forma do parágrafo anterior, outras, mediante representação da autoridade encarregada da vigi-
para disciplina da entrada e permanência da criança e do adoles- lância ou de requerimento do Ministério Público, do albergado, ou,
cente desacompanhados, nos locais de que trata a alínea a, do inci- ainda, de ofício;
so III, bem como a participação nos eventos enumerados na alínea VIII - deliberar sobre o recolhimento aludido no art. 25, alínea
b, deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determina- “d”, da Lei nº 3.665, de 26 de junho de 1978, impondo ao albergado
ções de caráter geral. a obrigação substitutiva do recolhimento;
Art. 80 - A organização e a disciplina dos serviços de apoio téc- IX - permitir o pagamento, em parcelas, de pena pecuniária,
nico-administrativo às Varas da Infância e da Juventude serão re- no prazo que fixar, ou revogar a permissão, quando verificar que o
guladas em Regimento de iniciativa do Presidente do Tribunal de condenado se prevalece das facilidades do pagamento para fraudar
Justiça e aprovação pelo Tribunal Pleno. a execução;
Art. 81 - Nas Comarcas que não contam com Varas privativas, X- decidir sobre a prisão domiciliar dos que tenham direito
a Justiça da Infância e da Juventude será exercida pelos Juízes de à prisão especial, submetendo-os, ou não, à vigilância policial, de
Direito ou Substitutos, observadas as disposições desta Lei. modo a garantir o cumprimento das condições impostas para a con-
cessão do beneficio;

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LEGISLAÇÃO

XI - determinar a comunicação, à Zona Eleitoral em que es- Parágrafo único - Aos Juízes do Sistema dos Juizados Especiais
tiver inscrito o condenado, do quanto da pena que lhe foi imposta, Cíveis e Criminais incumbe, ainda, exercer as demais atribuições
para os fins previstos no art. 15, inciso III, da Constituição da Repú- que lhes forem conferidas por lei, regimento ou outro ato norma-
blica Federativa do Brasil; tivo.
XII - determinar o encaminhamento ao órgão próprio da esta-
tística judiciária criminal do boletim individual, no qual deverão ser SUBSEÇÃO XVI -
lançados os dados finais, depois de passar em julgado a sentença DOS JUÍZES DAS VARAS DE EXECUÇÕES PENAIS E MEDIDAS
definitiva; ALTERNATIVAS E CORREGEDOR DE PRESÍDIOS
XIII - praticar, de modo geral, os atos de jurisdição regulados
pela legislação penal, substantiva e processual, não expressamente Art. 88 - Compete aos Juízes das Varas de Execuções Penais e
atribuídos a outro Juízo; Corregedor de Presídios:
XIV - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas I- aplicar aos casos julgados a lei posterior que, de qualquer
por lei, regimento ou outro ato normativo. modo, favoreça o condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
SUBSEÇÃO XIII - III - decidir sobre:
DOS JUÍZES COMPETENTES PARA ACIDENTES DE VEÍCULOS a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão dos regimes;
Art. 84 - Aos Juízes de Acidentes de Veículos compete proces- c) detração e remissão da pena;
sar e julgar os feitos de natureza criminal relativos a acidentes de d) suspensão condicional da pena;
veículos, assim como exercer as demais atribuições que lhes forem e) livramento condicional;
conferidas por lei, regimento ou outro ato normativo. f) incidente de execução;
IV - autorizar saídas temporárias;
SUBSEÇÃO XIV - V- determinar:
DOS JUÍZES DAS VARAS DOS FEITOS RELATIVOS AOS CRIMES a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e
PRATICADOS CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos em privativa de
Art. 85 - Aos Juízes das Varas dos Feitos Criminais praticados liberdade;
contra Criança e Adolescente compete processar e julgar os crimes c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva
e as contravenções penais, cujas vítimas sejam crianças e adoles- de direitos;
centes, bem como os incidentes processuais atinentes, ressalvada a d) a execução da medida de segurança, bem como a substitui-
competência das Varas do Júri, de Acidente de Veículos e do Juizado ção da pena por medida de segurança;
Especial Criminal. e) a revogação da medida de segurança;
Parágrafo único - Aos Juízes das Varas dos Feitos Criminais pra- f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
ticados contra Criança e Adolescente incumbe, ainda, exercer as g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra
demais atribuições que lhes forem conferidas por lei, regimento ou Comarca, após prévio consentimento do seu titular, salvo nas peni-
outro ato normativo. tenciárias regionais;
h) a remoção do condenado, na hipótese prevista no § 1º do
SUBSEÇÃO XV - art. 86 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de julho de 1984, que instituiu
DOS JUÍZES DAS VARAS DOS FEITOS CRIMINAIS RELATIVOS A a Lei de Execução Penal;
TÓXICOS VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida
de segurança;
Art. 86 - Aos Juízes das Varas dos Feitos Criminais Relativos a VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais,
Tóxicos compete: tomando providências para seu adequado funcionamento, e pro-
I- processar e julgar todos os feitos relativos a tóxicos e os mover, quando for o caso, a apuração de responsabilidades;
respectivos incidentes; VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal
II - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infrin-
por lei, regimento ou outro ato normativo. gência aos dispositivos legais;
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade, cuja estru-
SUBSEÇÃO XVI - turação será estabelecida em lei;
DOS JUÍZES DO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E X- proceder à correição permanente da polícia judiciária e
CRIMINAIS dos presídios da Comarca;
XI - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas
Art. 87 - Aos Juízes do Sistema dos Juizados Especiais Cíveis e por lei, regimento ou outro ato normativo.
Criminais compete processar e julgar, na Comarca de Salvador e nas Parágrafo único - Nas Comarcas com mais de uma Vara Crimi-
Comarcas de entrância intermediária, as causas cíveis de menor nal, inexistindo Vara Privativa de Execuções Penais e Corregedoria
complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, nos de Presídios, o Juiz Corregedor de Presídios será designado pelo
termos da Lei Federal nº9.099, de 26 de setembro de 1995. Corregedor das Comarcas do Interior, por período de até 2 (dois)
anos, proibida a recondução.

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LEGISLAÇÃO

SUBSEÇÃO XVIII - SUBSEÇÃO II -


DOS JUÍZES DE DIREITO DAS VARAS DE SUBSTITUIÇÃO DA COMPETÊNCIA

Art. 89 - Os Juízes de Direito Titulares das Varas de Substituição, Art. 95 - Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes
todos de entrância final, exercerão jurisdição plena nas Varas que dolosos contra a vida, tentados ou consumados, e de outros crimes
assumirem por designação do Presidente do Tribunal de Justiça. comuns que lhes forem conexos.
§ 1º - Os Juízes de Direito Titulares das Varas de Substituição de Art. 96 - Compete aos jurados responder aos quesitos que lhes
entrância final, além de substituírem os Juízes titulares em suas fé- forem formulados e ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri aplicar o
rias, licenças, afastamentos, faltas, impedimentos e suspeição, bem direito.
como nos casos de vacância, poderão ser designados para auxiliar
em Varas da Comarca de Salvador, quando dividirão com o respec- SUBSEÇÃO III -
tivo titular, mediante sorteio e por classe, os processos em curso e DO JUIZ SUMARIANTE E DO JUIZ PRESIDENTE
os que se iniciarem.
§ 2º - Os Juízes de Direito Titulares das Varas de Substituição Art. 97 - Compete ao Juiz Sumariante:
de entrância final terão as atribuições e competências próprias do I- receber ou rejeitar a denúncia;
juízo onde estiverem exercendo a jurisdição. II - dirigir a instrução;
III - proferir decisão de pronúncia, de impronúncia, de des-
SUBSEÇÃO XIX - classificação ou de absolvição sumária e processar o recurso que
DOS JUÍZES DAS VARAS REGIONAIS DE CONFLITO AGRÁRIO E for interposto.
MEIO AMBIENTE Parágrafo único - Ficará preventa a competência do Juiz Suma-
riante na hipótese de desclassificação.
Art. 90 - As Varas Regionais de Conflito Agrário e Meio Ambien- Art. 98 - Compete ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri:
te têm competência para processar e julgar os conflitos de natureza I- receber o libelo;
fundiária e os ilícitos contra o meio ambiente, ressalvada a compe- II - preparar o processo para o julgamento;
tência da Justiça Federal. III - presidir a sessão do julgamento e proferir a sentença;
Art. 91 - Haverá Vara Regional de Conflito Agrário e Meio Am- IV - processar os recursos interpostos contra as decisões que
biente nas Comarcas de Barreiras, Camaçari, Ilhéus, Juazeiro, Paulo proferir;
Afonso e Porto Seguro. V- organizar anualmente a lista geral de jurados;
Parágrafo único - Sempre que necessário à eficiente prestação VI - fazer o sorteio e a convocação dos 21 (vinte e um) jura-
jurisdicional, o Juiz far-se-á presente no local do litígio. dos componentes do Júri para a sessão.
Art. 99 - Ao Juiz Sumariante e ao Juiz Presidente do Tribunal
SEÇÃO IV - do Júri, nas fases do processo em que exercerem a competência
DO TRIBUNAL DO JÚRI funcional, caberá decretar, relaxar ou regular a prisão do réu, bem
como lhe conceder liberdade provisória.
SUBSEÇÃO I -
DA ORGANIZAÇÃO E DO FUNCIONAMENTO SEÇÃO V -
DA AUDITORIA MILITAR
Art. 92 - O Tribunal do Júri funcionará na sede da Comarca e
reunir-se-á em sessão ordinária: Art. 100 - A Justiça Militar Estadual é exercida:
I- mensalmente, na Comarca de Salvador; I- em primeiro grau, pelos Juízes Auditores e pelos Conse-
II - bimestralmente, nas demais Comarcas. lhos de Justiça Militar;
§ 1º - Na Comarca de Salvador, as sessões necessárias para jul- II - em segundo grau, pelo Tribunal de Justiça.
gar os processos preparados serão realizadas em dias úteis sucessi- Art. 101 - A constituição, o funcionamento, a competência e as
vos, salvo justo impedimento. atribuições dos Conselhos da Justiça Militar e da Auditoria Militar
§ 2º - Nas demais Comarcas, quando, por motivo de força obedecerão às normas da Lei de Organização Judiciária Militar.
maior, não for convocado o Júri na época determinada, a reunião Art. 102 - Compete ao Juiz Auditor:
realizar-se-á no mês seguinte, hipótese em que as razões do adia- I- funcionar como auditor nos processos de alçada da Jus-
mento serão comunicadas à Corregedoria Geral da Justiça. tiça Militar Estadual;
Art. 93 - Em circunstâncias excepcionais, o Júri reunir-se-á ex- II - praticar, em geral, os atos de jurisdição criminal regulados
traordinariamente, por convocação do Juiz de Direito ou por deter- pelo Código de Processo Penal Militar, não atribuídos expressamen-
minação do Corregedor Geral da Justiça, do Corregedor das Comar- te a jurisdição diversa;
cas do Interior ou de Câmara do Tribunal de Justiça. III - providenciar a remessa dos autos à Vara das Execuções
Art. 94 - A convocação do Júri far-se-á mediante edital, depois Criminais tão logo transite em julgado a sentença, passando-lhe à
do sorteio dos jurados que tiverem de servir na sessão. disposição os condenados presos e fazendo as devidas comunica-
§ 1º - O sorteio dos jurados será realizado no período de 15 ções.
(quinze) a 30 (trinta) dias antes da data designada para a reunião. Parágrafo único - Em caso de comprovada necessidade, o Audi-
§ 2º - Inexistindo processo a ser julgado, não haverá convoca- tor da Justiça Militar poderá requisitar integrantes da Polícia Militar
ção do Júri e, caso já o tenha sido, o Juiz de Direito declarará sem para auxiliar nos serviços do Cartório.
efeito a convocação, por meio de edital publicado no Diário do Po-
der Judiciário, sempre que possível.
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LEGISLAÇÃO

SEÇÃO VI - § 1º - Havendo irregularidade no processo de habilitação, o Juiz


DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS de Paz o submeterá ao Juiz de Direito competente.
§ 2º - Os autos de habilitação de casamento tramitarão no Car-
Art. 103 - Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, compostos tório do Registro Civil.
por Juízes do Sistema dos Juizados, togados e leigos, e, ainda, por § 3º - As atribuições conciliatórias do Juiz de Paz somente po-
conciliadores, têm competência para o processamento, a concilia- dem ser efetivadas em relação a direitos disponíveis, sendo a con-
ção, o julgamento e a execução de título judicial ou extrajudicial, ciliação reduzida a termo, que por ele e pelas partes acordantes
das causas cíveis de menor complexidade e de infrações penais de será subscrito, o qual constituirá documento público para fins do
reduzido potencial ofensivo, definidas pela Lei Federal nº 9.099, de art. 585, II, do Código de Processo Civil.
26 de setembro de 1995. Art. 112 - Em cada sede de Município haverá, no mínimo, um
Art. 104 - O Tribunal de Justiça, em Resolução, disporá sobre a Juiz de Paz e um suplente que preencham os seguintes requisitos
designação dos Juízes leigos e conciliadores. exigidos na Constituição e na Legislação Federal:
Art. 105 - As Turmas Recursais são compostas por Juízes de I- nacionalidade brasileira;
Direito com jurisdição na Comarca de Salvador, escolhidos pelo II - pleno exercício dos direitos políticos;
Tribunal de Justiça entre os mais antigos dentre os integrantes do III - alistamento eleitoral e quitação com o serviço militar;
Sistema dos Juizados, para um período de 1 (um) ano, permitida IV - maioridade civil;
uma recondução. V- escolaridade equivalente ao Ensino Médio;
§ 1º - Compete ao Presidente da Turma Recursal processar e exer- VI - aptidão física e mental;
cer juízo de admissibilidade em recursos interpostos contra suas deci- VII - domicílio eleitoral no Município no qual existir a vaga e
sões, bem como prestar as informações que lhe forem requisitadas. residência na sede do Distrito para o qual concorrer;
§ 2º - A Secretaria da Presidência da Turma Recursal funcionará VIII - bons antecedentes; e
para os atos de julgamento e processamento de eventuais recursos IX - não filiação a partido político nem exercício de atividade
contra suas decisões. político-partidária.
Art. 106 - Compete ao Juiz do sistema dos Juizados Especiais Art. 113 - Os Juízes de Paz tomarão posse perante o Diretor do
exercer as atribuições próprias de Juiz de Direito atendidas as pecu- Foro da respectiva Comarca.
liaridades da legislação especial sobre Juizados Especiais, as orien- Art. 114 - O servidor público no exercício do mandato de Juiz
tações do Conselho Superior dos Juizados Especiais e as Resoluções de Paz ficará afastado de seu cargo, emprego ou função, mantido o
do Tribunal de Justiça. regime previdenciário correspondente.
Art. 107 - Nas Comarcas em que não houver Juizado Especial, Parágrafo único - O período de afastamento é computável para
as causas regidas pela Lei Federal nº 9.099, de 26 de setembro de todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
1995, serão processadas e decididas por Juiz de Direito ou Substitu- Art. 115 - A Corregedoria da Justiça e a Direção do Foro fiscali-
to, tramitando os Feitos Cíveis e Criminais, com tarja que os identi- zarão os serviços da Justiça de Paz.
fique, nos Cartórios do Cível e do Crime, respectivamente.
Parágrafo único - Os mandados de segurança e habeas corpus CAPÍTULO V -
impetrados e os recursos interpostos contra decisões proferidas DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE CONCILIAÇÃO
em causas regidas pela Lei Federal nº 9.099, de 26 de setembro de
1995, são de competência das Turmas Recursais. SEÇÃO I -
Art. 108 - Os Juizados Especiais poderão funcionar descentra- DISPOSIÇÕES GERAIS
lizadamente, em unidades a serem instaladas em Municípios e Dis-
tritos que compõem as Comarcas, bem como em bairros do Muni- Art. 116 - Haverá, nas Comarcas Não-Instaladas, Conselhos Mu-
cípio-sede, inclusive de forma itinerante (art. 94 da Lei Federal nº nicipais de Conciliação, que terão competência para a conciliação
9.099, de 26 de setembro de 1995). de causas cíveis e de família.
Art. 109 - Nos Juizados Especiais poderá o Juiz de Direito se va- Art. 117 - O processo orientar-se-á pelos critérios da oralida-
ler do auxílio de Juízes Leigos e Conciliadores, cujas atividades serão de, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
consideradas como de serviço público relevante. buscando, sempre que possível, a conciliação.
Art. 110 - O Tribunal de Justiça poderá instituir e regular o fun- Art. 118 - O acesso ao Conselho Municipal de Conciliação inde-
cionamento de Câmaras de Autocomposição, Juizados Informais de penderá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas,
Conciliação, Programas de Conciliação Incidentais ou Informais e taxas ou despesas.
Mediação, inclusive Familiar.
SEÇÃO II -
CAPÍTULO IV - DA COMPETÊNCIA E DO PROCEDIMENTO
DA JUSTIÇA DE PAZ
Art. 119 - O Conselho Municipal de Conciliação tem competên-
Art. 111 - A Justiça de Paz, composta de cidadãos eleitos pelo cia para a conciliação de causas cíveis de menor complexidade, de
voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos, valor não excedente a 20 (vinte) vezes o salário mínimo.
remunerados na forma da lei, tem competência para verificar, de Parágrafo único - Poderá o Conselho Municipal de Conciliação
ofício ou em face de impugnação, o processo de habilitação de ca- apreciar, até a conciliação, as causas cíveis de valor superior a 20
samento, celebrar casamentos civis e exercer atribuições concilia- (vinte) salários mínimos e as de família, desde que os demandantes
tórias e outras, exceto quanto a matéria criminal, especificadas em se façam acompanhar por advogados.
Resolução do Tribunal de Justiça ou previstas em lei.
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Art. 120 - Para instalação do Conselho Municipal de Concilia- § 1º - Inexistindo, na Comarca, Bacharel em Direito que se ha-
ção, poderá ser firmado convênio com o Município interessado na bilite para o cargo, a função de conciliador pode ser exercida por
prestação dos serviços. qualquer cidadão, independentemente de formação escolar exigida
Art. 121 - Ao Juiz titular ou substituto da Comarca à qual está no caput, na forma regulamentada pelo Tribunal de Justiça, sendo
agregada a que sedia o Conselho Municipal de Conciliação incum- imprescindível, entretanto, a reconhecida idoneidade.
be, presentes as condições e pressupostos legais do pedido, homo- § 2º - Na eventual carência de recursos humanos, poderão, pre-
logar, após a audiência do Ministério Público, quando for o caso, o ferencialmente, ser designados servidores do quadro efetivo do Po-
acordo celebrado. der Judiciário para atuarem como conciliadores, mediante expressa
Parágrafo único - Nas Comarcas de mais de um Juiz, homolo- anuência dos mesmos.
gará a transação o Juiz da Vara Cível ou de Família, a depender da Art. 127 - Frustrada a conciliação, serão os autos arquivados ou,
natureza da causa, distribuindo-se o feito, no caso de existirem vá- quando a parte se fizer representar por advogado, a pedido deste,
rios Juízes com a mesma competência, para a 1ª Vara Cível ou a 1ª encaminhados ao Juízo competente, para prosseguimento da ação,
Vara de Família. que terá o rito previsto na Lei Federal nº 9.099/95 ou, se for o caso,
Art. 122 - Nas Comarcas onde existe prédio para o Fórum, nele na legislação processual civil.
funcionará o Conselho Municipal de Conciliação. Nas demais, o ór- Art. 128 - O Conselho Municipal de Conciliação deverá manter
gão funcionará em qualquer local público compatível com a ativi- um Livro que servirá de Livro Tombo, Pauta e Protocolo.
dade ou em espaço cedido, por meio de convênio, pela Prefeitura
Municipal ou pela Câmara de Vereadores. CAPÍTULO VI -
Art. 123 - As audiências serão públicas e poderão realizar-se em DO QUADRO DE JUÍZES DE DIREITO
qualquer horário, dependendo das condições específicas de cada
Município. Art. 129 - Haverá, no Estado da Bahia, 100 (cem) cargos de
Parágrafo único - Somente os atos considerados essenciais se- Juiz Substituto e, em cada Comarca, pelo menos um Juiz de Direito
rão registrados, resumidamente, em notas manuscritas, datilogra- como órgão judicante de primeiro grau.
fadas, digitadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos Art. 130 - Na Comarca de Salvador servirão 305 (trezentos e
poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será cinco) Juízes de Direito, distribuídos pelas seguintes Varas que, em
inutilizada após o trânsito em julgado da decisão. sendo mais de uma, se distinguirão por numeração ordinal:
Art. 124 - Haverá à disposição do Conselho, além do Concilia- I- 28 (vinte e oito) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais;
dor, um servidor, com as seguintes atribuições: Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.047, de 21 de
I- receber as petições em formulário próprio e impresso, maio de 2008.
com aproveitamento daquele utilizado pelos Juizados Especiais Cí- II - 17 (dezessete) Varas dos feitos relativos às Relações de
veis; Consumo;
II - designar a audiência conciliatória, intimando o requeren- III - 25 (vinte e cinco) Varas da Fazenda Pública;
te no momento da apresentação da queixa; IV - 24 (vinte e quatro) Varas de Família;
III - providenciar a citação do requerido para a audiência de V- 10 (dez) Varas de Sucessões, Órfãos e Interditos;
conciliação, por mandado ou por via postal, dependendo das pecu- VI - 1 (uma) Vara de Acidente de Trabalho;
liaridades do Município; Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.047, de 21 de
IV - assessorar o Conciliador nas audiências, datilografando maio de 2008.
ou digitando e apregoando as partes; VII - 5 (cinco) Varas da Infância e da Juventude;
V- levar ao conhecimento do Conciliador e do Juiz todas VIII - 3 (três) Varas de Precatórias;
as questões de interesse do Conselho, especialmente no que diz IX - 32 (trinta e duas) Varas Criminais;
respeito ao seu funcionamento. Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
§ 1º - O servidor poderá ser funcionário municipal, a depender X- 3 (três) Varas dos feitos Relativos aos Crimes contra a
da existência ou não de convênio. Criança e Adolescente;
§ 2º - As queixas serão recebidas na forma escrita ou oral, em XI - 5 (cinco) Varas dos feitos relativos a Tóxicos;
formulário padronizado, devendo conter: XII - 3 (três) Varas de Execuções Penais;
a) o nome, a qualificação e o endereço das partes; XIII - 1 (uma) Vara de Execuções de Penas e Medidas Alterna-
b) os fatos e os fundamentos do pedido, de forma sucinta; tivas;
c) o pedido e o seu valor. XIV - 3 (três) Varas do Júri, com um Juiz Sumariante e um Juiz
Art. 125 - Pelo menos uma vez, a cada 30 (trinta) dias, o Juiz se Presidente do Tribunal do Júri cada uma;
deslocará para a sede do Conselho Municipal de Conciliação, onde, XV - 1 (uma) Vara da Auditoria Militar;
além das homologações, celebrará casamentos, fará atendimento XVI - 53 (cinquenta e três) Varas de Subtituições de entrância
ao público e, eventualmente, realizará audiências conciliatórias e final;
instrutórias. Redação de acordo com a Lei nº 13.375, de 23 de agosto de
Art. 126 - Na fase de conciliação, o Conselho atuará apenas 2015.
com conciliadores, escolhidos entre Bacharéis em Direito residen- XVII -55 (cinquenta e cinco) Varas do Sistema dos Juizados Es-
tes na sede da Comarca. peciais;
Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
XVIII - 03 (três) Varas da Justiça pela Paz em Casa;
Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
XIX - 1 (uma) Vara de Registros Públicos.
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Inciso XIX crescido pelo art. 2º da Lei nº 11.047, de 21 de maio res ou concomitantes à instrução prévia, às da instrução processual
de 2008. e às de julgamento dos acusados por crime organizado ou lavagem
XX - 01 (uma) Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados de dinheiro.
por Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro. Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018. § 3º - Os Inquéritos Policiais em andamento, relativos à compe-
§ 1º - As Varas da Infância e da Juventude serão identificadas tência estabelecida nesta Lei, bem como seus apensos ou anexos,
no modo disciplinado no caput, sendo que a 1ª e a 3ª terão a com- deverão ser redistribuídos à Vara dos Feitos Relativos a Delitos Pra-
petência definida no inciso II, a 2ª e a 4ª, no inciso I, e, a 5ª, no ticados por Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, cabendo
inciso III, todos do art. 77 desta Lei. à Corregedoria Geral da Justiça velar pela estrita obediência ao dis-
§ 2º - As 1ª e 2ª Varas Criminais são transformadas, respectiva- posto neste parágrafo.
mente, em 1ª e 2ª Varas Criminais Especializadas, com competência Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
para processar e julgar os crimes contra a ordem tributária, a ordem § 4º - Os processos, atos ou medidas a estes relativos, ainda
econômica, as relações de consumo, a fé pública e a administração que anteriores ao oferecimento da denúncia ou da queixa, distribuí-
pública. dos para a Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Orga-
Redação de acordo com a Lei nº 13.723, de 12 de junho de nização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, até a data da publicação
2017. desta Lei, não poderão, em nenhuma hipótese, ser redistribuídos,
§ 3º - As Varas de Precatórias não dispõem de Juízes titulares, gerando, inclusive, prevenção para futura ação penal ou queixa-cri-
designando-se para ali terem exercício, em sistema de rodízio, os me.
Juízes de Direito titulares de Varas de Substituições da Comarca de Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
Salvador. § 5º - A Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Orga-
§ 4º - As 1ª e 2ª Varas de Acidentes de Veículos da Comarca nização Criminosa e Lavagem de Dinheiro contará com um sistema
de Salvador são transformadas, respectivamente, em 16ª e 17ª de protocolo autônomo integrado ao sistema de automação pro-
Varas Criminais, com competência para processar e julgar, cumu- cessual.
lativamente, os feitos de natureza criminal relativos a acidentes de Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018
veículos, assim como exercer as demais atribuições conferidas pela Art. 130-B - A Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por
legislação específica. Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro terá titularidade de
§ 5º - Das 25 (vinte e cinco) Varas da Fazenda Pública de Salva- 01 (um) magistrado de entrância final, cujo cargo será provido nos
dor, suas respectivas competências serão distribuídas da seguinte termos previstos no art. 93, incisos II e VIII-A, da Constituição Fe-
forma: deral.
I- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 9ª e 10ª Varas, com competência para Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
processar e julgar as causas de matéria fiscal referidas no art. 67, § 1º - Fica facultado ao juiz, observadas as disposições da Lei
inciso I, desta Lei; Federal nº 12.694, de 24 de julho de 2012, decidir pela formação
II - 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 15ª, 20ª e 25ª Varas, com competência para de colegiado para a prática de qualquer ato processual, devendo
processar e julgar as causas de matéria administrativa referidas no indicar os motivos e as circunstâncias que acarretam risco à sua in-
art. 67, inciso II, desta Lei; tegridade física, em decisão fundamentada, da qual será dado co-
III - 11ª, 12ª, 16ª, 17ª, 21ª e 22ª Varas, com competência em nhecimento à Corregedoria Geral da Justiça.
matéria fiscal para causas em que o Estado da Bahia for parte ou Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
interveniente; § 2º - O colegiado será formado pelo juiz do processo e por 02
IV - 13ª, 14ª, 18ª, 19ª, 23ª e 24ª Varas, com competência em (dois) outros juízes escolhidos por sorteio eletrônico, dentre aque-
matéria fiscal para causas em que o Município de Salvador for parte les de competência criminal em exercício no primeiro grau de juris-
ou interveniente. dição, nas comarcas indicadas no caput do art. 130-A desta Lei de
Art. 130-A - Compete exclusivamente à Vara dos Feitos Relati- Organização Judiciária.
vos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem de Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
Dinheiro processar e julgar as infrações penais envolvendo ativida- § 3º - O Tribunal Pleno regulamentará, no âmbito do Poder Ju-
des de organizações criminosas e os crimes de lavagem de dinheiro, diciário do Estado da Bahia, a aplicação do art. 1º da Lei Federal nº
conforme os conceitos estabelecidos em lei, com jurisdição nos mu- 12.694, de 24 de julho de 2012.
nicípios de Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Simões Filho, Mata Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
de São João, Pojuca, Dias D’Ávila, Candeias, São Sebastião do Passé, § 4º - A Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Or-
Madre de Deus, São Francisco do Conde, Itaparica e Vera Cruz. ganização Criminosa e Lavagem de Dinheiro funcionará com 03
Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018. (três) cargos de Analista Judiciário - Especialidade Subescrivão e 04
§ 1º - A competência da Vara dos Feitos Relativos a Delitos (quatro) cargos de Técnico Judiciário - Especialidade Escrevente de
Praticados por Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro pre- Cartório.
valecerá sobre as demais varas especializadas previstas nesta Lei Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
de Organização Judiciária, ressalvada a competência constitucional- § 5º - Compete ao Gabinete de Segurança Institucional dispo-
mente atribuída ao Juízo da Infância e Juventude e ao Tribunal do nibilizar militares para segurança e proteção dos Juízes e servidores
Júri. atuantes na Vara referida no caput deste artigo, sem prejuízo de
Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018. requisição à autoridade competente.
§ 2º - As atividades jurisdicionais desempenhadas pela Vara Redação de acordo com a Lei nº 13.967 de 14 de junho de 2018.
dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa § 6º -Revogado pelo art. 4º da Lei nº 13.967 de 14 de junho de
e Lavagem de Dinheiro compreendem aquelas que sejam anterio- 2018.
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§ 7º -Revogado pelo art. 4º da Lei nº 13.967 de 14 de junho de V- 1 (uma) Vara do Júri e de Execuções Penais;
2018. VI - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên-
Art. 131 - Na Comarca de Feira de Santana servirão inicialmen- cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas;
te 33 (trinta e três) Juízes de Direito, distribuídos pelas seguintes VII - 3 (três) Varas do Sistema dos Juizados Especiais;
Varas especializadas que, em sendo mais de uma, se distinguirão VIII - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública.
pela sua numeração ordinal: Art. 134 - Na Comarca de Ilhéus servirão 19 (dezenove) Juízes
I- 06 (seis) Varas dos Feitos Cíveis e Comerciais, sendo de Direito, assim distribuídos:
que a 1ª Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, I- 3 (três) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais, sendo que
mediante compensação, os feitos relativos a Acidente de Trabalho; a 3ª Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, me-
II - 03 (três) Varas dos Feitos relativos às Relações de Con- diante compensação, os feitos relativos a Registros Públicos e as
sumo; demais, para processar e julgar os feitos relativos a Acidentes de
III - 03 (três) Varas da Fazenda Pública, sendo que a 1ª Vara Trabalho;
terá competência cumulativa para processar e julgar, mediante II - 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con-
compensação, os feitos relativos a Registros Públicos; sumo;
IV - 06 (seis) Varas de Família, Sucessões, Órfãos e Interditos; III - 3 (três) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos;
V- 01 (uma) Vara de Violência Doméstica e Familiar contra IV - 3 (três) Varas Criminais;
a Mulher; V - 1 (uma) Vara do Júri, de Execuções Penais e de Execuções
VI - 06 (seis) Varas Criminais; de Penas e Medidas Alternativas;
VII - 01 (uma) Vara dos feitos relativos a Tóxicos, Acidentes de Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.047, de 21 de
Veículos e Delitos de Imprensa; maio de 2008.
VIII - 01 (uma) Vara do Júri e Execuções Penais e Medidas Al- VI - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên-
ternativas; cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas;
IX - 01 (uma) Vara da Infância e Juventude com competência VII - 3 (três) Varas do Sistema dos Juizados Especiais;
para execução de Medidas Sócio-educativas; VIII - 1 (uma) Vara Regional de Conflito Agrário e Meio Am-
X- 05 (cinco) Varas em Sistema de Juizados Especiais. biente;
Parágrafo único - As Varas Criminais são competentes para pro- IX - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública.
cessar e julgar os Crimes Comuns, sendo que a 1ª para processar Art. 135 - Na Comarca de Jequié servirão 17 (dezessete) Juízes
e julgar, cumulativamente, os feitos relativos aos crimes contra a de Direito, assim distribuídos:
Criança e o Adolescente, a 2ª, os crimes contra a Administração Pú- I- 3 (três) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais, sendo que
blica, a 3ª, crimes contra os idosos e a 4ª, crimes ambientais, me- a 3ª Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, me-
diante compensação. diante compensação, os feitos relativos a Registros Públicos e as
Art. 132 - Na Comarca de Vitória da Conquista servirão 23 (vin- demais, para processar e julgar os feitos relativos a Acidentes de
te e três) Juízes de Direito, assim distribuídos: Trabalho;
I - 5 (cinco) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais, sendo que a 4ª II - 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con-
Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, mediante sumo;
compensação, os feitos relativos a Registros Públicos e as demais, III - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos;
para processar e julgar os feitos relativos a Acidentes de Trabalho; IV - 4 (quatro) Varas Criminais;
II - 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Consumo; Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.047, de 21 de
III - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública; maio de 2008.
IV - 3 (três) Varas de Família, Órfãos, Sucessões, Interditos; V - 1 (uma) Vara do Júri, de Execuções Penais e de Execuções
V - 4 (quatro) Varas Criminais; de Penas e Medidas Alternativas;
VI - 1 (uma) Vara do Júri; Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.047, de 21 de
VII - 1 (uma) Vara de Execuções Penais, de Execuções de Penas maio de 2008.
e Medidas Alternativas; VI - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên-
VIII - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude com competência cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas;
para Execução de Medidas Sócio-Educativas; VII - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais;
IX - 3 (três) Varas do Sistema dos Juizados Especiais; VIII - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública.
X - 1 (uma) Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mu- Art. 136 - Na Comarca de Barreiras servirão 16 (dezesseis) Juí-
lher. zes de Direito, assim distribuídos:
Art. 133 - Na Comarca de Itabuna servirão 23 (vinte e três) Juí- I- 3 (três) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais, sendo que
zes de Direito, assim distribuídos: a 3ª Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, me-
I- 4 (quatro) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais, sendo diante compensação, os feitos relativos a Registros Públicos e as
que a 4ª Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, demais, para processar e julgar os feitos relativos a Acidentes de
mediante compensação, os feitos relativos a Registros Públicos e Trabalho;
as demais, para processar e julgar os feitos relativos a Acidentes de II - 1 (uma) Vara dos feitos relativos às Relações de Consumo;
Trabalho; III - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos;
II - 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con- IV - 3 (três) Varas Criminais;
sumo; V- 1 (uma) Vara do Júri e Execuções Penais;
III - 3 (três) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos; VI - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên-
IV - 7 (sete) Varas Criminais; cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas;
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VII - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais; I- 3 (três) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais, sendo que
VIII - 1 (uma) Vara Regional de Conflito Agrário e Meio Am- a 1ª Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, me-
biente; diante compensação, os feitos relativos a Registros Públicos e as
IX - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública. demais, para processar e julgar os feitos relativos a Acidentes de
Art. 137 - Na Comarca de Teixeira de Freitas servirão 14 (cator- Trabalho;
ze) Juízes de Direito, assim distribuídos: II - 1 (uma) Vara dos feitos relativos às Relações de Consumo;
I- 3 (três) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais, sendo que III - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos;
a 1ª Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, me- IV - 3 (três) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá compe-
diante compensação, os feitos relativos a Registros Públicos e as tência cumulativa, mediante compensação, para processar e julgar
demais, para processar e julgar os feitos relativos à Fazenda Pública os feitos relativos a Júri e a Execuções Penais;
e a Acidentes de Trabalho; V - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên-
II - 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con- cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas;
sumo; VI - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais;
III - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos; VII - 1 (uma) Vara Regional de Conflito Agrário e Meio Am-
IV - 3 (três) Varas Criminais; biente;
V- 1 (uma) Vara do Júri e de Execuções Penais; VIII - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública.
VI - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên- Art. 141 - Nas Comarcas de Paulo Afonso e Porto Seguro servi-
cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas; rão 13 (treze) Juízes de Direito, assim distribuídos:
VII - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais. I- 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con-
Art. 138 - Na Comarca de Juazeiro servirão 20 (vinte) Juízes de sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência
Direito, assim distribuídos: cumulativa para processar e julgar, mediante compensação, os fei-
Redação de acordo com o art. 2º da Lei nº 11.641, de 01 de tos relativos a Registros Públicos, e a 2ª os feitos relativos a Aciden-
fevereiro de 2010. tes de Trabalho;
I- 3 (três) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais, sendo que II - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos;
a 1ª Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, me- III - 3 (três) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá compe-
diante compensação, os feitos relativos a Registros Públicos, e as tência cumulativa, mediante compensação, para processar e julgar
demais, para processar e julgar os feitos relativos a Acidentes de os feitos relativos a Júri e a Execuções Penais;
Trabalho; IV - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên-
II - 1 (uma) Vara dos feitos relativos às Relações de Consumo; cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas;
III - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos; V- 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais;
IV - 2 (duas) Varas Criminais; VI - 1 (uma) Vara Regional de Conflito Agrário e Meio Am-
V- 1 (uma) Vara do Júri e Execuções Penais; biente;
VI - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên- VII - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública.
cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas; Art. 142 - Nas Comarcas de Alagoinhas e Jacobina servirão 14
VII - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais; (catorze) Juízes de Direito, assim distribuídos:
VIII - 1 (uma) Vara Regional de Conflito Agrário e Meio Am- I- 3 (três) Varas dos feitos relativos às Relações de Con-
biente; sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência
IX - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública. cumulativa para processar e julgar, mediante compensação, os fei-
X- 01 (uma) Vara de Violência Doméstica e Familiar contra tos relativos a Registros Públicos, e as demais, os feitos relativos a
a Mulher. Acidentes de Trabalho;
Inciso X acrescido pelo art. 2º da Lei nº 11.641, de 02 de feve- II - 1 (uma) Vara dos feitos relativos às Relações de Consumo;
reiro de 2010. III - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos;
Art. 139 - Na Comarca de Lauro de Freitas servirão 15 (quinze) IV - 3 (três) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá compe-
Juízes de Direito, assim distribuídos: tência cumulativa, mediante compensação, para processar e julgar
I- 2 (duas) Varas dos feitos Cíveis e Comerciais, sendo que os feitos relativos a Júri e a Execuções Penais;
a 1ª Vara terá competência cumulativa para processar e julgar, me- V - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên-
diante compensação, os feitos relativos a Registros Públicos e a 2ª cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas;
para processar e julgar os feitos relativos a Acidentes de Trabalho; VI - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais;
II - 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con- VII - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública.
sumo; Art. 143 - Nas Comarcas de Guanambi, Santo Antônio de Jesus
III - 3 (três) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos; e Valença servirão 10 (dez) Juízes de Direito, assim distribuídos:
IV- 2 (duas) Varas Criminais; I- 3 (três) Varas dos feitos relativos às Relações de Con-
V - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên- sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência
cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas; cumulativa para processar e julgar, mediante compensação, os fei-
VI - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais; tos relativos a Registros Públicos, e as demais, os feitos relativos à
VII - 1 (uma) Vara do Júri e de Execuções Penais; Fazenda Pública e a Acidentes de Trabalho;
VIII - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública. II - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos;
Art. 140 - Na Comarca de Camaçari servirão 15 (quinze) Juízes III - 2 (duas) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá compe-
de Direito, assim distribuídos: tência cumulativa, mediante compensação, para processar e julgar
os feitos relativos a Júri e a Execuções Penais;
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173
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IV - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên- I- 3 (três) Varas dos feitos relativos às Relações de Con-
cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas; sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência
V- 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais. cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Registros
Art. 144 - Na Comarca de Eunápolis servirão 10 (dez) Juízes de Públicos e Acidentes de Trabalho e as demais, os feitos relativos à
Direito, assim distribuídos: Fazenda Pública;
I- 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con- II - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos;
sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência III - 2 (duas) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá com-
cumulativa para processar e julgar, mediante compensação, os fei- petência cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Júri
tos relativos a Registros Públicos e a 2ª, para processar e julgar os e a Execuções Penais e a 2ª Vara, os feitos relativos a Infância e
feitos relativos a Acidentes de Trabalho; Juventude;
II - 3 (três) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá compe- IV - 1 (uma) Vara do Sistema dos Juizados Especiais.
tência cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Júri e Art. 149 - Na Comarca de Serrinha servirão 7 (sete) Juízes de
a Execuções Penais; Direito, assim distribuídos:
III - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên- 3 (três) Varas dos feitos relativos às Relações de Consumo,
cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas; Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência cumu-
IV - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais; lativa para processar e julgar os feitos relativos a Registros Públicos
V- 2 (duas) Varas da Fazenda Pública. e Acidentes de Trabalho e as demais, os feitos relativos à Fazenda
Art. 145 - Nas Comarcas de Irecê e Itapetinga servirão 9 (nove) Pública;
Juízes de Direito, assim distribuídos: II - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos;
I- 3 (três) Varas dos feitos relativos às Relações de Con- III - 1 (uma) Vara dos feitos Criminais, Júri, Execuções Penais
sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência e Infância e Juventude;
cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Registros IV - 1 (uma) Vara do Sistema dos Juizados Especiais.
Públicos e Acidentes de Trabalho e as demais, os feitos relativos à Art. 150 - Na Comarca de Brumado servirão 6 (seis) Juízes de
Fazenda Pública; Direito, assim distribuídos:
II - 2 (duas) Varas de Família, Órfãos, Sucessões e Interditos; I- 3 (três) Varas dos feitos relativos às Relações de Con-
III - 2 (duas) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá compe- sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência
tência cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Infân- cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Registros
cia e a Juventude e a 2ª Vara, os feitos relativos a Júri e a Execuções Públicos e Acidentes de Trabalho e as demais, os feitos relativos à
Penais; Fazenda Pública;
IV - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais. II - 2 (duas) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá com-
Art. 146 - Na Comarca de Senhor do Bonfim servirão 7 (sete) petência cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Júri
Juízes de Direito, assim distribuídos: e a Execuções Penais e a 2ª Vara, os feitos relativos a Infância e
I- 3 (três) Varas dos feitos relativos às Relações de Con- Juventude;
sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência III - 1 (uma) Vara do Sistema dos Juizados Especiais.
cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Registros Art. 151 - Nas Comarcas de Camacã e Xique-Xique servirão 5
Públicos e Acidentes de Trabalho e as demais, os feitos relativos à (cinco) Juízes de Direito, assim distribuídos:
Fazenda Pública; I- 3 (três) Varas dos feitos relativos às Relações de Con-
II - 2 (duas) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá com- sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência
petência cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Júri cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Registros
e a Execuções Penais; Públicos e Acidentes de Trabalho e as demais, os feitos relativos à
III - 1 (uma) Vara da Infância e da Juventude, com competên- Fazenda Pública;
cia para a Execução de Medidas Sócio-educativas; II - 1 (uma) Vara dos feitos Criminais, Júri, Execuções Penais
IV - 1 (uma) Vara do Sistema dos Juizados Especiais. e Infância e Juventude;
Art. 147 - Na Comarca de Simões Filho servirão 8 (oito) Juízes III - 1 (uma) Vara do Sistema dos Juizados Especiais.
de Direito, assim distribuídos: Art. 152 - Nas Comarcas de Bom Jesus da Lapa, Entre Rios,
I- 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con- Ipiaú, Itamaraju, Itaparica, Luiz Eduardo Magalhães e Santo Amaro
sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência servirão 5 (cinco) Juízes de Direito, assim distribuídos:
cumulativa para processar e julgar, mediante compensação, os fei- Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.641, de 01 de
tos relativos a Registros Públicos e a 2ª, para processar e julgar os fevereiro de 2010.
feitos relativos a Acidentes de Trabalho; I- 02 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con-
II - 2 (duas) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá com- sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência
petência cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Júri cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Registros
e a Execuções Penais e a 2ª Vara, os feitos relativos a Infância e Públicos e Acidentes de Trabalho e a 2ª Vara, os feitos relativos à
Juventude; Fazenda Pública;
III - 2 (duas) Varas do Sistema dos Juizados Especiais; Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.641, de 01 de
IV - 2 (duas) Varas da Fazenda Pública. fevereiro de 2010.
Art. 148 - Na Comarca de Itaberaba servirão 8 (oito) Juízes de II - 02 (duas) Varas Criminais, sendo que a 1ª Vara terá
Direito, assim distribuídos: competência cumulativa para processar e julgar os feitos relativos
a Júri e a Execuções Penais e, a 2ª Vara, os feitos relativos a Infância
e Juventude;
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Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.641, de 01 de Parágrafo único - Juiz da Vara dos feitos relativos às Relações
fevereiro de 2010. de Consumo, Cíveis e Comerciais responderá pelo Juizado Especial
III - 01 (uma) Vara do Sistema dos Juizados Especiais. Cível e o Juiz da Vara Criminal pelo Juizado Especial Criminal, trami-
Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.641, de 01 de tando os feitos, com tarja que os identifique, respectivamente, nos
fevereiro de 2010. Cartórios Cível e Criminal da Comarca.
Art. 153 - Nas Comarcas de Cachoeira, Caetité, Campo For- Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.641, de 01 de
moso, Canavieiras, Casa Nova, Cícero Dantas, Conceição do Coité, fevereiro de 2010.
Cruz das Almas, Euclides da Cunha, Gandu, Ipirá, Jaguaquara, Jere- Art. 157 - Nas Comarcas de Abaré, Acajutiba, Alcobaça, Amélia
moabo, Livramento de Nossa Senhora, Paramirim, Poções, Reman- Rodrigues, América Dourada, Anagé, Andaraí, Angical, Antas, Apo-
so, Ribeira do Pombal, Ruy Barbosa, Santo Estevão e Seabra servi- rá, Araci, Aurelino Leal, Baianópolis, Baixa Grande, Barra da Esti-
rão 04 (quatro) Juízes de Direito, assim distribuídos: va, Barra do Mendes, Belo Campo, Boa Nova, Boa Vista do Tupim,
Redação de acordo com a Lei nº 13.961 de 17 de maio de 2018. Boquira, Botuporã, Brejões, Brotas de Macaúbas, Caldeirão Gran-
I- 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con- de, Canarana, Cândido Sales, Cansanção, Canudos, Capela do Alto
sumo, Cíveis e Comerciais, sendo que a 1ª Vara terá competência Alegre, Central, Chorrochó, Cocos, Conceição da Feira, Conceição
cumulativa para processar e julgar os feitos relativos a Registros do Jacuípe, Conde, Coração de Maria, Coribe, Correntina, Cotegi-
Públicos e Acidentes de Trabalho e a 2ª Vara, os feitos relativos à pe, Cristópolis, Curaçá, Encruzilhada, Formosa do Rio Preto, Gavião,
Fazenda Pública; Gentio do Ouro, Glória, Governador Lomanto Júnior, Governador
II - 1 (uma) Vara dos feitos Criminais, Júri, Execuções Penais Mangabeira, Guaratinga, Iaçu, Ibicuí, Ibiquera, Ibirapitanga, Ibira-
e Infância e Juventude; puã, Ibirataia, Ibitiara, Ibititá, Ichu, Igaporã, Iramaia, Iraquara, Ita-
III - 1 (uma) Vara do Sistema dos Juizados Especiais. bela, Itacaré, Itaeté, Itagi, Itagimirim, Itamari, Itapebi, Itapitanga,
Art. 154 - Nas Comarcas de Candeias, Catu, Dias D’Ávila e São Itaquara, Itarantim, Itiruçu, Itiúba, Ituaçu, Jacaraci, Jaguarari, Jagua-
Gonçalo dos Campos servirão 05 (cinco) Juízes de Direito, assim dis- ripe, Jiquiriça, Jitaúna, João Dourado, Jussara, Lapão, Lençóis, Licínio
tribuídos: de Almeida, Macururé, Madre de Deus, Malhada, Maracás, Maraú,
Redação de acordo com a Lei nº 13.961 de 17 de maio de 2018. Marcionílio Souza, Milagres, Morpará, Mucugê, Nilo Peçanha, Nor-
I- 2 (duas) Varas dos feitos relativos às Relações de Con- destina, Nova Canaã, Nova Fátima, Nova Soure, Oliveira dos Breji-
sumo, Cíveis e Comerciais, com competência cumulativa para pro- nhos, Palmas de Monte Alto, Palmeiras, Paratinga, Pau Brasil, Pé de
cessar e julgar os feitos relativos a Registros Públicos e Acidentes Serra, Pilão Arcado, Pindaí, Pindobaçu, Piritiba, Planalto, Potiraguá,
de Trabalho; Presidente Dutra, Presidente Jânio Quadros, Queimadas, Quixabei-
II - 1 (uma) Vara dos feitos Criminais, Júri, Execuções Penais ra, Retirolândia, Riaçhão das Neves, Riacho de Santana, Rio de Con-
e Infância e Juventude; tas, Rio do Antônio, Rodelas, Santa Bárbara, Santa Cruz Cabrália,
III - 1 (uma) Vara do Sistema dos Juizados Especiais; Santa Inês, Santa Luzia, Santa Rita de Cássia, Santa Terezinha, Santa
IV - 1 (uma) Vara da Fazenda Pública. Luz, Santana, São Desidério, São Domingos, São Felipe, São Gabriel,
Art. 155 - Nas Comarcas de Araci, Amargosa, Barra, Caculé, Ca- São José do Jacuípe, Sapeaçu, Sátiro Dias, Saúde, Serra Dourada,
pim Grosso, Inhambupe, Macaúbas, Mata de São João, Ibotirama, Serra Preta, Serrolândia, Sobradinho, Souto Soares, Tanhaçu, Tan-
Nazaré, Riachão do Jacuípe, Santa Maria da Vitória e Tucano servi- que Novo, Taperoá, Teodoro Sampaio, Terra Nova, Tremedal, Uauá,
rão 03 (três) Juízes de Direito, assim distribuídos: Uibaí, Urandi, Utinga, Várzea do Poço, Wanderley e Wenceslau Gui-
Redação de acordo com a Lei nº 14.048 de 28 de dezembro de marães servirá um único Juiz, com jurisdição plena, inclusive no que
2018. respeita aos Juizados Especiais, cujos feitos tramitarão, com tarja
1 (uma) Vara dos feitos relativos às Relações de Consumo, que os identifique, nos Cartórios Cíveis e Criminais da Comarca res-
Cíveis e Comerciais, Registros Públicos, Acidentes de Trabalho e Fa- pectiva, respeitada a competência em razão da matéria.
zenda Pública; Art. 158 - A estrutura do Poder Judiciário contemplará a regio-
II - 1 (uma) Vara dos feitos Criminais, Júri, Execuções Penais nalização de Fóruns onde funcionarão Varas Cíveis, Criminais, de
e Infância e Juventude; Família, do Consumidor, Juizados Especiais e, também, Cartórios
III - 1 (uma) Vara do Sistema dos Juizados Especiais. Extrajudiciais onde o contingente populacional o exigir.
Art. 156 - Nas Comarcas de Barra do Choça, Belmonte, Bue-
rarema, Camamu, Caravelas, Carinhanha, Castro Alves, Cipó, Coa- LIVRO II -
raci, Conceição do Almeida, Condeúba, Esplanada, Ibicaraí, Iguaí, DA MAGISTRATURA
Irará, Itagibá, Itajuípe, Itambé, Itanhém, Itapicuru, Itororó, Ituberá,
Laje, Macarani, Mairi, Maragogipe, Medeiros Neto, Miguel Calmon, TÍTULO ÚNICO -
Monte Santo, Morro do Chapéu, Mucuri, Mundo Novo, Muritiba, DA ORGANIZAÇÃO DA MAGISTRATURA
Mutuípe, Nova Viçosa, Olindina, Paripiranga, Piatã, Pojuca, Prado,
Rio Real, São Félix, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, CAPÍTULO I -
Sento Sé, Teofilândia, Ubaíra, Ubaitaba, Ubatã, Una, Uruçuca e Va- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
lente servirão 02 (dois) Juízes, sendo que um deles terá competên-
cia para os feitos criminais, inclusive os do Júri, de Execuções Penais Art. 159 - A Magistratura reger-se-á pelas normas desta Lei e
e da Infância e da Juventude, cabendo ao da Vara Cível processar por Estatuto próprio.
as causas relativas às Relações de Consumo, Cíveis e Comerciais, da Art. 160 - São magistrados:
Fazenda Pública e de Registros Públicos. I- Desembargadores;
Redação de acordo com a Lei nº 14.048 de 28 de dezembro de II - Juízes de Direito;
2018. III - Juízes Substitutos.
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CAPÍTULO II - III - as interrupções por motivo de luto ou casamento, li-


DAS GARANTIAS DA MAGISTRATURA cença-paternidade, licença para repouso à gestante, licença para
tratamento de saúde ou qualquer tipo de licença e afastamento
Art. 161 - Aos magistrados são asseguradas as seguintes garan- remunerado;
tias: IV - os períodos de férias e de convocação para o serviço
I- vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquiri- eleitoral;
da após 2 (dois) anos de exercício, dependendo a perda do cargo, V- as faltas abonadas, não excedentes de 3 (três), ao mês,
nesse período, de deliberação do Tribunal de Justiça, e, nos demais e 12 (doze), ao ano;
casos, de sentença judicial transitada em julgado; VI - o afastamento em razão da extinção do cargo ou da
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, transferência da sede da Comarca.
observado o disposto na Constituição da República; Art. 169 - A antigüidade na entrância contar-se-á da data do
III - irredutibilidade de subsídios. efetivo exercício e, quando entre 2 (dois) ou mais Juízes houver
empate, prevalecerá, para a classificação, a antigüidade na carreira
CAPÍTULO III - ou, tratando-se de Juízes Substitutos, a ordem de classificação no
DA POSSE E DO EXERCÍCIO DO MAGISTRADO concurso.
Parágrafo único - Na hipótese de persistir o empate após a in-
Art. 162 - O magistrado nomeado tomará posse e entrará em cidência dos critérios previstos no caput, terá preferência o mais
exercício no prazo de 30 (trinta) dias contados da data de publica- idoso.
ção do ato de nomeação e, quando promovido ou removido, assu- Art. 170 - Aos magistrados aposentados que voltarem à ativi-
mirá o exercício no mesmo prazo. dade, contar-se-á, para efeito de antigüidade, o tempo de serviço
Parágrafo único - Havendo motivo justo, o prazo de que trata o anteriormente prestado ao Estado.
caput deste artigo poderá ser prorrogado por 30 (trinta) dias. Art. 171 - A remoção e a disponibilidade compulsórias impedi-
Art. 163 - A posse e o exercício assegurarão ao magistrado to- rão a contagem do período de trânsito como de serviço, salvo para
dos os direitos inerentes ao cargo. efeito de aposentadoria.
Art. 164 - A nomeação, a promoção e a remoção ficarão auto- Art. 172 - A lista de antigüidade será revista e publicada, anual-
maticamente sem efeito se o magistrado não entrar em exercício no mente, na primeira quinzena do mês de janeiro, para conhecimento
prazo estabelecido. dos interessados.
Parágrafo único - A revisão a que se refere o caput deste artigo
CAPÍTULO IV - tem por finalidade:
DA MATRÍCULA, DA ANTIGÜIDADE E DA CONTAGEM DE a) a exclusão do magistrado falecido, aposentado ou que hou-
TEMPO ver perdido o cargo;
b) as alterações havidas em decorrência de promoção;
Art. 165 - A matrícula dos magistrados far-se-á mediante co- c) a dedução do tempo que não deve ser contado;
municação do exercício no cargo e de elementos por eles forneci- d) a inclusão do tempo que deve ser computado.
dos para os assentamentos individuais, contando-se seu tempo de Art. 173 - No prazo de 30 (trinta) dias, contados da data de
serviço, para todos os efeitos legais, da data do referido exercício. publicação da lista, o magistrado que se julgar prejudicado poderá
Art. 166 - Em livro próprio, ou prontuário, serão feitas, na Cor- apresentar reclamação.
regedoria, as anotações referentes ao magistrado, compreenden- § 1º - A reclamação a que se refere o caput deste artigo será
do: julgada pelo Tribunal de Justiça, na primeira sessão.
I- nome do magistrado; § 2º - Atendida a reclamação, alterar-se-á a lista.
II - data de nascimento; Art. 174 - A antigüidade do magistrado, para efeito de promo-
III - data da nomeação, da posse, do exercício, das promo- ção ou qualquer outro direito que lhe seja atribuído nesta Lei, será
ções, remoções e permutas; estabelecida em cada entrância ou no Tribunal.
IV - data da declaração de vitaliciedade;
V- interrupção do exercício e seu motivo; CAPÍTULO V -
VI - processo intentado contra o magistrado e respectiva DAS VEDAÇÕES
decisão;
VII - as penalidades sofridas, os elogios, as notas desabonado- Art. 175 - É vedado aos magistrados:
ras e quaisquer outras ocorrências que, a critério do Presidente do I- exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
Tribunal de Justiça ou dos Corregedores da Justiça, possam repercu- função, salvo um de magistério;
tir em sua situação funcional. II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou partici-
Art. 167 - Para fins de promoção, aposentadoria, disponibilida- pação em processos;
de ou qualquer vantagem do magistrado, o seu tempo de serviço III - dedicar-se à atividade político-partidária;
será contado à vista do que constar da sua matrícula. IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contri-
Art. 168 - Por antigüidade na carreira e na entrância, entende- buições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalva-
-se o tempo de efetivo exercício no cargo, computando-se como tal: das as exceções previstas em lei;
I- o tempo de afastamento preventivo da função, em virtu- V - exercer advocacia no juízo do tribunal do qual se afastou,
de de processo disciplinar ou criminal, de que tenha sido absolvido; antes de decorridos 3 (três) anos do afastamento do cargo por apo-
II - o prazo para assumir ou reassumir o exercício, nos casos sentadoria ou exoneração.
de promoção, remoção ou permuta;
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CAPÍTULO VI - Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.047, de 21 de


DAS PRERROGATIVAS maio de 2008.
a) ao Juiz de Direito de primeiro grau, até o dia 10 (dez) de
Art. 176 - Constituem prerrogativas dos magistrados: cada mês, os demonstrativos do movimento forense com, entre ou-
I- ser ouvido como testemunha em dia, hora e local pre- tros dados, número de processos distribuídos, instruídos, senten-
viamente ajustados com a autoridade ou magistrado de instância ciados e encerrados, número de audiências realizadas, a natureza
igual ou inferior; da ação e o tipo de jurisdição, que deverão ser publicados mediante
II - não ser preso senão por ordem escrita, expedida pelo afixação, na sede do Juízo, além do relatório dos trabalhos da Co-
Tribunal competente, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso marca ou no Juízo, dando conhecimento das necessidades do Foro
em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do e sugerindo as medidas adequadas para provê-las;
magistrado ao Presidente do Tribunal de Justiça a que estiver vin- b) no segundo grau, os Presidentes do Tribunal Pleno e dos ór-
culado; gãos fracionários, até o dia 10 (dez) de cada mês, os demonstrativos
III - ser recolhido à prisão especial ou sala de Estado-Maior, de processos e recursosdistribuídos e julgados, sessões realizadas e
por ordem e à disposição do Tribunal competente, quando sujeito à outros dados referidos no art. 37, da Lei Complementar Federal nº
prisão antes do julgamento final; 35, de 14 de março de 1979;
IV - não estar sujeito a intimação ou convocação para com- X- residir na Comarca de que é titular, salvo autorização do
parecimento, salvo se expedida pela autoridade judiciária compe- Tribunal;
tente; Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.047, de 21 de
V- portar e fazer uso de carteira funcional, expedida pelo maio de 2008.
Presidente do Tribunal de Justiça, que tem força de documento le- XI - remeter, anualmente, à Presidência do Tribunal de Justiça
gal de identidade e de autorização para porte de arma. o relatório dos trabalhos da Comarca ou no Juízo, dando conheci-
Art. 177 - Os magistrados, nos crimes comuns e de responsa- mento das necessidades do Foro e sugerindo as medidas adequa-
bilidade, serão julgados pelo Tribunal competente, nos termos da das para provê-las;
Constituição da República. Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 11.047, de 21 de maio de 2008.
XII - encaminhar, no prazo e na forma determinada pelo Con-
CAPÍTULO VII - selho Nacional de Justiça, os dados estatísticos alusivos à unidade
DOS DEVERES judiciária onde atua;
Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 11.047, de 21 de maio de 2008.
Art. 178 - São deveres dos magistrados: XIII - no segundo grau, os Presidentes do Tribunal Pleno e dos
I- manter ilibada conduta na vida pública e particular, órgãos fracionários publicarão, até o dia 10 (dez) de cada mês, os
zelando pelo prestígio da Justiça e pela dignidade de sua função; demonstrativos de processos e recursos distribuídos e julgados,
II - cumprir e fazer cumprir, com independência, seriedade sessões realizadas e outros dados referidos no art. 37, da Lei Com-
e exatidão, as disposições legais vigentes; plementar Federal nº 35, de 14 de março de 1979.
III - não exceder injustificadamente os prazos para decidir Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 11.047, de 21 de maio de 2008.
ou despachar; § 1º - Responderá a processo disciplinar e terá descontados os
IV - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o ex- dias faltosos, com reflexo na contagem do tempo de serviço, o Juiz
pediente ou sessão e não se ausentar injustificadamente antes do titular que não fixar residência na Comarca.
término; § 2º - Aplica-se ao Juiz Substituto, no que couber, a norma do
V- acatar, no plano administrativo, as decisões, os provi- parágrafo anterior.
mentos e as resoluções emanadas dos órgãos competentes; § 3º - Os relatórios de atividades referidos no inciso IX deverão
VI - exercer permanente fiscalização sobre os servidores ser publicados pelas Corregedorias da Justiça, até o dia 30 (trinta)
subordinados, especialmente no que diz respeito à observância de de cada mês, no Diário do Poder Judiciário e na sua página oficial na
prazos legais e à cobrança de custas ou despesas processuais, mes- rede mundial de computadores.
mo quando não haja reclamação dos interessados; Art. 179 -Revogado pela Lei nº 13.348 de 19 de maio de 2015.
VII - tratar a todos com urbanidade, atendendo-os com pres-
teza quando se tratar de providências de sua competência e que CAPÍTULO VIII -
reclamem e possibilitem solução de urgência; DAS INCOMPATIBILIDADES
VIII - remeter, nos prazos assinados ou definidos em atos ou
resoluções dos órgãos competentes, ao Presidente do Tribunal de Art. 180 - É incompatível com a magistratura:
Justiça e aos Corregedores da Justiça, os demonstrativos do movi- I- o exercício de atividade empresarial ou a participação em
mento forense e o relatório anual dos trabalhos na Comarca ou no empresa ou sociedade empresarial, inclusive de economia mista,
Juízo, dando conhecimento das necessidades do Foro e sugerindo exceto como acionista ou cotista;
as medidas adequadas para provê-las; Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.047, de 21 de
IX - remeter aos Corregedores da Justiça, até o dia 10 (dez) de maio de 2008.
cada mês, os demonstrativos do movimento forense, com indica- II - o exercício de cargo de administrador ou técnico em so-
ção do número de processos distribuídos, instruídos, sentenciados ciedade simples, associação ou fundação, de qualquer natureza ou
e encerrados, decisões proferidas, audiências realizadas, natureza finalidade, salvo associação de classe, desde que não remunerado.
da ação e tipo de jurisdição, afixando cópia do relatório na sede do Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 11.047, de 21 de
Juízo; maio de 2008.

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CAPÍTULO IX - g) desse quinto recomposto será escolhida a lista tríplice, pre-


DO PROVIMENTO DE CARGOS DA MAGISTRATURA servada, porém, a situação daqueles que atendam aos requisitos
constitucionais;
Art. 181 - O ingresso na magistratura de carreira dar-se-á no h) quando nenhum dos candidatos integrar a primeira quinta
cargo de Juiz Substituto, mediante concurso público de provas e tí- parte da lista de antigüidade, considerar-se-ão aptos à promoção os
tulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em inscritos que têm interstício;
todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três i) quando nenhum dos candidatos integrar a primeira quinta
anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à or- parte da lista de antigüidade nem tiver interstício, considerar-se-ão
dem de classificação. aptos à promoção todos os inscritos;
Art. 182 - A nomeação dos aprovados far-se-á por ato do Pre- III - é obrigatória a promoção do Juiz que figure por 3 (três)
sidente do Tribunal de Justiça, obedecendo-se à ordem de classifi- vezes consecutivas ou 5 (cinco) alternadas em lista de merecimen-
cação e demais prescrições legais e regulamentares. A investidura to.
ocorre com a posse e assunção em exercício no cargo. Parágrafo único - Aplica-se o disposto neste artigo, no que cou-
Art. 183 - O Presidente do Tribunal de Justiça dará posse aos ber, à promoção de Juiz Substituto para Juiz de Direito de entrância
Juízes Substitutos, tomando-lhes o compromisso de desempenhar inicial.
com retidão as funções do seu cargo, de bem e fielmente cumprir Art. 186 - O acesso ao Tribunal de Justiça se dará, observadas as
e fazer cumprir a Constituição e as leis do País, lavrando-se, em li- disposições do artigo anterior, por antigüidade e por merecimento,
vro próprio, o respectivo termo, do qual constará sua declaração apurados na entrância final.
de bens. Art. 187 - O Tribunal de Justiça regulamentará a promoção e o
§ 1º - Prestará, também, compromisso de posse perante o Tri- acesso, fixando as condições de apuração da antigüidade e do me-
bunal de Justiça ou o seu Presidente, o magistrado que tiver acesso recimento, com a prevalência de critérios objetivos.
ao cargo de Desembargador. Art. 188 - A remoção do Juiz de Direito, de uma Comarca para
§ 2º - O compromisso é ato pessoal do magistrado e não pode- outra da mesma entrância, ou a sua transferência de uma Vara para
rá ser prestado por procurador. outra da mesma Comarca, bem como a permuta, dependerá de
Art. 184 - Nomeado, submeter-se-á o Juiz Substituto a estágio aprovação do Tribunal de Justiça.
probatório, conforme dispuser Resolução do Tribunal de Justiça e § 1º - A transferência precederá à remoção e esta ao provimen-
provimento da Corregedoria Geral da Justiça. to inicial e à promoção por merecimento.
Art. 185 - A promoção de entrância para entrância far-se-á, § 2º - A remoção voluntária será feita, alternadamente, pelos
alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as se- critérios de antigüidade e de merecimento.
guintes normas: § 3º - Os pedidos de transferência e remoção deverão ser for-
I- na promoção por antigüidade, o Tribunal de Justiça mulados em 15 (quinze) dias, contados da publicação do edital que
somente poderá recusar o Juiz mais antigo pelo voto de 2/3 (dois anunciar a vaga, não sendo considerados os pedidos protocolados
terços) de seus membros, conforme procedimento próprio, repetin- fora do prazo.
do-se a votação até fixar-se a indicação; § 4º - Concorrerão à remoção voluntária, exclusivamente, os
II - a promoção por merecimento se fará de acordo com as Juízes que contarem mais de 2 (dois) anos na entrância e integra-
exigências constitucionais, atendidas as seguintes premissas: rem a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta.
a) a promoção por merecimento pressupõe 2 (dois) anos de Art. 189 - Admite-se a permuta entre Juízes de Direito da mes-
exercício na respectiva entrância e integrar o Juiz a primeira quinta ma entrância que contem 2 (dois) anos ou mais de efetivo exercício
parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais na entrância.
requisitos quem aceite o lugar vago; Art. 190 - Ter-se-á por indeferido o pedido de remoção voluntá-
b) a consideração do exercício de mais de 2 (dois) anos na en- ria, de transferência ou de permuta que não obtiver a maioria dos
trância e da quinta parte da lista de antigüidade ocorre vaga a vaga, votos do Tribunal Pleno.
descabendo fixá-la, de início e de forma global, para preenchimento Art. 191 - Os pedidos de promoção, remoção, transferência ou
das diversas vagas existentes; permuta deverão ser instruídos com a prova:
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos I- de estar o Juiz com o serviço em dia;
critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju- II - de cópias dos relatórios estatísticos da atividade judican-
risdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou te e do relatório anual dos 3 (três) últimos anos ou, se menor, do
reconhecidos de aperfeiçoamento; período de exercício na entrância;
d) para aferição do merecimento serão elaborados relatórios III - da qualidade do trabalho;
na forma regimentalmente prevista, a serem previamente publica- IV - da pontualidade, assiduidade e urbanidade no trato;
dos e passíveis de revisão por provocação do interessado; V- da conduta funcional;
e) confeccionada, de acordo com os critérios assentados na VI - da produção intelectual - artigos e livros;
alínea a, a lista tríplice para a promoção por merecimento, conside- VII - da freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou
rar-se-á promovido o Juiz mais votado ou, se for o caso, aquele que reconhecidos de aperfeiçoamento;
haja figurado em lista de promoção por 3 (três) vezes consecutivas VIII - de não ter sofrido pena disciplinar;
ou 5 (cinco) intercaladas; IX - de não estar respondendo a processo administrativo
f) sendo insuficiente o número de aceitantes das promoções, disciplinar;
recompõe-se o quinto de antigüidade pelos remanescentes do X- de residência na Comarca.
quinto primitivo e pelos que se lhes seguirem na relação geral;

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Art. 192 - Em circunstâncias excepcionais, que visem a preser- II - os pedidos de prorrogação deverão ser apreciados pelo
var a integridade do Juiz e ou a credibilidade do Poder Judiciário, Presidente do Tribunal no prazo de 05 (cinco) dias.
o Tribunal Pleno, pelo voto da maioria de seus membros, poderá Parágrafo único - Esgotado o prazo máximo estabelecido no
dispensar, em decisão fundamentada, os requisitos exigidos para a caput sem que se tenha concluído o processo, o magistrado afasta-
remoção voluntária. do será imediatamente reconduzido ao exercício de suas funções,
sem prejuízo do regular prosseguimento do processo administrati-
CAPÍTULO X - vo disciplinar, ressalvada a hipótese de abuso do direito de defesa.
DOS SUBSÍDIOS E DAS VANTAGENS Art. 198 - Sem prejuízo das normas que forem estabelecidas
pelo Estatuto da Magistratura Nacional, as faltas funcionais atribuí-
Art. 193 - Lei disporá sobre os subsídios e as vantagens pe- das a magistrados prescreverão, ressalvadas as causas de interrup-
cuniárias dos magistrados. ção:
§ 1º - Os magistrados sujeitam-se aos impostos gerais, inclusive I- em 1 (um) ano, as sujeitas à advertência e censura;
o de renda, e aos impostos extraordinários, bem como aos descon- II - em 2 (dois) anos, as sujeitas à remoção compulsória;
tos fixados em lei. III - em 5 (cinco) anos, as sujeitas à disponibilidade e à apo-
§ 2º - A diferença entre os subsídios das categorias da estrutu- sentadoria compulsória.
ra judiciária estadual não será superior a 10% (dez por cento) nem Parágrafo único - Se a falta apurada constituir crime, o prazo de
inferior a 5% (cinco por cento), tendo como referência, em caráter prescrição será o fixado na Lei Penal.
permanente, o subsídio de Desembargador do Tribunal de Justiça Art. 199 - Conta-se o prazo prescricional a partir da data em
da Bahia. que a administração tomar conhecimento do fato.
Art. 193-A - O magistrado, no efetivo exercício das atribuições Parágrafo único - A abertura de sindicância e a instauração do
administrativas de Diretor de Foro, conforme previsão do art. 67, processo disciplinar interrompem a prescrição até a decisão final.
fará jus à percepção de uma gratificação mensal de 5% (cinco por Art. 200 - As questões omissas serão resolvidas pelo Relator
cento) sobre seu subsídio. ou pelo Tribunal, conforme a hipótese, à luz dos princípios jurídicos
§ 1º - O magistrado substituído perderá em favor do substituto que disciplinam a espécie, observando-se o disposto na Constitui-
o direito à percepção da Gratificação de Direção de Foro pela subs- ção da República Federativa do Brasil e na Constituição da Bahia,
tituição transitória superior a 30 (trinta) dias, proporcionalmente ao na Lei Orgânica da Magistratura Nacional, nos Códigos de Processo
tempo em que ocorrer a substituição. Penal e Civil.
§ 2º - A gratificação referida no caput deste artigo não é incor-
porável ao subsídio nem acumulável, ainda que o magistrado res- LIVRO III -
ponda pela Direção de Foro de duas ou mais comarcas. DOS ÓRGÃOS AUXILIARES E DE APOIO TÉCNICO-ADMINIS-
§ 3º - A soma da verba correspondente à gratificação ora ins- TRATIVO DA JUSTIÇA
tituída com o subsídio mensal não poderá exceder o teto remune-
ratório fixado pelo art. 37, inciso XI, combinado com o seu art. 93, TÍTULO I -
inciso V, ambos da Constituição Federal. DA ORGANIZAÇÃO
Art. 193-A acrescido pela Lei nº 14.028 de 06 de dezembro de
2018. CAPÍTULO I -
Art. 194 - Os proventos dos magistrados e servidores inativos DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
serão pagos na mesma data e revistos segundo os mesmos índices
aplicados aos subsídios e vencimentos daqueles em atividade. Art. 201 - Os órgãos auxiliares e de apoio técnico-administrati-
Art. 195 - Em caso de morte de magistrado ou servidor, ativo ou vo da Justiça compreendem:
inativo, é assegurado aos seus dependentes o beneficio de pensão, I- Órgãos Auxiliares da Justiça:
fixada e revista de acordo com a legislação. a) Ofícios da Justiça; e
b) Serventias da Justiça;
CAPÍTULO XI - II - Órgãos de Apoio Técnicoadministrativo:
DA DISCIPLINA JUDICIÁRIA DOS MAGISTRADOS a) Secretaria Judiciária;
b) Secretaria de Planejamento e Orçamento;
Art. 196 - A disciplina judiciária em relação aos magistrados c) Secretaria de Administração; e
será exercida pelo Tribunal de Justiça, observadas as normas do Es- d) Secretaria de Tecnologia da Informação e Modernização.
tatuto da Magistratura Nacional e os procedimentos estabelecidos Redação de acordo com o art. 5º da Lei nº 11.918, de 16 de
nesta Lei e no Regimento Interno do Tribunal de Justiça. junho de 2010.
Art. 197 - Na hipótese de afastamento do magistrado, o pro- e) Secretaria de Gestão de Pessoas;
cesso disciplinar deverá ser julgado no prazo de 90 (noventa) dias, Alínea ‘e” acrescida ao art. 201 pela Lei nº 13.935, de 11 de
contado da sua instauração, sendo possível uma única prorrogação maio de 2018.
que não exceda este prazo, mediante requerimento do Relator e § 1º - À Secretaria Judiciária compete promover e coordenar
decisão fundamentada do Presidente do Tribunal de Justiça, obser- as ações de apoio técnico aos órgãos colegiados, as atividades de
vando-se, ainda, o seguinte: gestão documental, distribuição de processos judiciais e ações cor-
I- não havendo pedido de prorrogação e nem o julgamento, relatas, serviços de estatística e gestão estratégica e biblioteca.
o magistrado poderá requerer ao Presidente do Tribunal que fixe § 1º acrescido ao art. 201 na redação dada pelo art. 5º da Lei nº
prazo para ultimação do processo, a qual deverá ocorrer em até 90 11.918, de 16 de junho de 2010.
(noventa) dias;
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§ 2º - À Secretaria de Planejamento e Orçamento compete a CAPÍTULO II -


formulação de políticas e diretrizes de planejamento, orçamento e DOS ÓRGÃOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
gestão, assim como a normatização de procedimentos administrati-
vos do Poder Judiciário do Estado da Bahia. SEÇÃO I -
§ 2º acrescido ao art. 201 na redação dada pelo art. 5º da Lei nº DOS OFÍCIOS E DAS SERVENTIAS DA JUSTIÇA
11.918, de 16 de junho de 2010.
§ 3º - À Secretaria de Administração compete planejar, coor- Art. 205 - Os serviços notariais e de registro, definidos como
denar, promover e executar atividades de obras, suprimento, admi- Ofícios da Justiça, são os de organização técnica e administrativa,
nistração patrimonial, serviços gerais e arrecadação de receitas que destinados a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e efi-
compõem o Fundo de Aparelhamento do Judiciário - FAJ. cácia dos atos jurídicos, compreendendo:
Redação de acordo com a Lei nº 13.935, de 11 de maio de 2018. I- os Ofícios dos Registros Públicos;
§ 4º - À Secretaria de Tecnologia da Informação e Moderniza- II - os Tabelionatos de Protesto de Títulos;
ção compete promover, coordenar, acompanhar e executar as po- III - os Tabelionatos de Notas e Ofícios de Registro de Con-
líticas, diretrizes e atividades na área da tecnologia da informação tratos Marítimos.
e modernização. § 1º - Os Ofícios dos Registros Públicos compreendem:
§ 4º acrescido ao art. 201 na redação dada pelo art. 5º da Lei nº a) Registro Civil das Pessoas Naturais e de Interdições e Tu-
11.918, de 16 de junho de 2010. telas;
§ 5º - À Secretaria de Gestão de Pessoas compete gerir a estru- b) Registro Civil de Títulos e Documentos e Civis das Pessoas
tura funcional do Poder Judiciário, desde o recrutamento e seleção Jurídicas;
de pessoal até o controle de lotação e movimentação de servidores, c) Registro de Imóveis.
promovendo políticas de capacitação permanente e planejamento § 2º - Aos Tabeliães e Oficiais de Registros Públicos, com atri-
funcional, assim como desenvolvendo ações relacionadas à saúde e buições e competências definidas na Constituição Federal, nas Leis
ao bem-estar dos servidores em geral. Federais nos6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.935, de 18 de
Redação de acordo com a Lei nº 13.935, de 11 de maio de 2018. novembro de 1994, e 9.492, de 10 de setembro de 1997, incumbem
§ 6º - A estrutura dos órgãos de que trata o inciso II do caput a lavratura dos atos notariais e os serviços concernentes a registros
deste artigo e suas respectivas competências, bem como as atribui- públicos.
ções de seus dirigentes, serão objeto de Regimento Interno, a ser § 3º - Atendidos os requisitos legais, a conveniência e o inte-
aprovado por Resolução do Tribunal Pleno. resse da Administração da Justiça, os Ofícios poderão funcionar, um
§ 6º acrescido ao art. 201 pela Lei nº 13.935, de 11 de maio de anexado ao outro, conforme dispuser o Tribunal de Justiça.
2018. Art. 206 - São Serventias da Justiça os Cartórios do Foro Judi-
Art. 202 - São denominados servidores judiciários, em senti- cial, Civil e Criminal.
do genérico, os ocupantes dos cargos de caráter permanente ou de Parágrafo único - Às Serventias da Justiça incumbe a execução
provimento temporário dos órgãos auxiliares e de apoio técnico-ad- dos serviços cartorários e outros necessários ao Foro Judicial.
ministrativo do Poder Judiciário. Art. 207 - Os Ofícios e as Serventias da Justiça são providos na
Art. 203 - Os direitos, deveres, garantias e vantagens dos Ser- forma da lei.
vidores da Justiça, integrantes dos Ofícios Judiciais e dos Serviços § 1º - A escolaridade não será exigida para os atuais Escrivães
Extrajudiciais são os constantes da Constituição Federativa do Bra- e Subescrivães que assumiram o cargo quando não era privativo de
sil, da Lei Federal nº 8.935, de 18 de novembro de 1994, da Cons- Bacharel em Direito.
tituição do Estado da Bahia, desta Lei, do Estatuto dos Servidores § 2º - Não poderá ser nomeado Diretor de Secretaria de Vara
Públicos Civis do Estado (Lei nº 6.677, de 26 de setembro de 1994). parente de Juiz ou Desembargador, até o terceiro grau, inclusive.
§ 1º - Aos servidores aplicar-se-ão, dentre outras, as normas § 3º - Ficam extintos, na medida em que forem vagando, os
de ingresso nos cargos e funções, mediante concurso público, e as cargos de Escrivão das Comarcas de entrância final e intermediária.
normas de probidade, zelo, eficiência, disciplina e urbanidade no
desempenho das respectivas atividades. TÍTULO II -
§ 2º - Respeitadas as peculiaridades das respectivas atribui- DOS SERVIDORES DO FORO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
ções, os servidores dos diversos órgãos do Poder Judiciário do Es-
tado terão a mesma estrutura de vencimentos e classificação de CAPÍTULO I -
cargos. DA COMPOSIÇÃO
Art. 204 - Quando acumularem funções em razão de licença,
férias ou vacância de servidor, o servidor substituto fará jus à dife- Art. 208 - São servidores da Justiça:
rença entre o seu vencimento e o vencimento do substituído. I- Tabelião de Notas, com função cumulada de Tabelião e
Oficial de Registro de Contratos Marítimos;
II - Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais e de Inter-
dições e Tutelas;
III - Oficial do Registro de Imóveis;
IV - Oficial do Registro de Títulos e Documentos Civis das
Pessoas Jurídicas;
V- Tabelião de Protesto de Títulos;
VI - Escrivão;
VII - Subescrivão;
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VIII - Subtabelião de Notas com função cumulada de subtabe- Art. 213 - A remoção e a permuta dos servidores da Justiça
lião e suboficial de Registro de Contratos Marítimos; far-se-ão dentro da Comarca e entre Comarcas de igual entrância,
IX - Suboficial do Registro Civil das Pessoas Naturais e de conforme dispuser Regulamento aprovado pelo Tribunal de Justiça.
Interdições e Tutelas; § 1º - Nos processos relativos à remoção e à permuta serão ob-
X- Suboficial do Registro de Imóveis; servados, no que couberem, os critérios estabelecidos em relação
XI - Suboficial de Registro de Títulos e Documentos Civis das aos magistrados e as normas aplicáveis aos servidores públicos civis
Pessoas Jurídicas; do Estado.
XII - Subtabelião de Protesto de Títulos; § 2º - Fica criada bolsa de permuta entre os servidores do 1º
XIII - Oficial de Justiça Avaliador; grau, uma para cada entrância, a ser controlada pela Corregedoria-
XIV - Depositário Público; -Geral da Justiça, funcionando da seguinte maneira:
XV - Administrador do Fórum; I- o servidor interessado no deslocamento para outra
XVI - Agente de Proteção ao Menor; Comarca informará ao Serviço de Concursos da Corregedoria-Geral
XVII - Escrevente de Cartório. da Justiça, através da Direção do Foro, ficando cadastrado na bolsa
§ 1º - Os cargos enumerados nos incisos I a XII são privativos de permuta;
de Bacharel em Direito e correspondem, na estrutura de cargos dos II - o Serviço de Concursos controlará a possibilidade de
servidores do Poder Judiciário, ao cargo de Analista Judiciário. permuta, de modo que nenhum cartório fique com deficiência de
§ 2º - Os cargos enumerados nos incisos XIII a XVI exigem ter- servidor;
ceiro grau de escolaridade e adequação com as funções específicas III - no momento da viabilização da permuta, o Serviço de
de cada categoria, correspondendo, na estrutura de cargos do Po- Concursos submeterá os pedidos ao Corregedor-Geral;
der Judiciário, ao cargo de Técnico Judiciário. IV - o parecer referente à permuta irá ao Presidente do Tri-
§ 3º - O cargo de Escrevente de Cartório exige segundo grau bunal de Justiça.
completo e corresponde, na estrutura de cargos do Poder Judiciá-
rio, ao cargo de Auxiliar Judiciário. CAPÍTULO III -
§ 4º - O provimento dos cargos previstos nos incisos I a XVI do DO QUADRO DE SERVIDORES DO FORO JUDICIAL E EXTRAJU-
caput deste artigo será realizado mediante prévio concurso público DICIAL
de provas e títulos.
Art. 214 - O quadro de servidores do Foro Judicial e Extrajudicial
CAPÍTULO II - será organizado na conformidade dos seguintes critérios básicos:
DO PROVIMENTO DOS CARGOS DE SERVIDORES DA JUSTIÇA I- haverá nas sedes das Comarcas da entrância inicial:
a) 1 (um) Tabelião de Notas, que cumulará as funções de Ta-
Art. 209 - O provimento dos cargos dos Ofícios e das Serventias belião de Protestos de Títulos e de Tabelião e Oficial de Registro de
da Justiça dependerá de prévia aprovação em concurso de provas Contratos Marítimos, 2 (dois) Subtabeliães e 4 (quatro) Escreventes
e títulos. de Cartório;
Parágrafo único - A nomeação dos aprovados far-se-á por ato b) 1 (um) Escrivão dos Feitos Cíveis, 2 (dois) Subescrivães, 5
do Presidente do Tribunal de Justiça, obedecida a ordem rigorosa (cinco) Escreventes de Cartório e 2 (dois) Oficiais de Justiça Avalia-
da classificação do concurso. dores;
Art. 210 - Caberá ao Corregedor Geral da Justiça organizar e c) 1 (um) Escrivão dos Feitos Criminais, do Júri, das Execuções
promover a realização de concurso público para provimento dos Penais e da Justiça da Infância e da Juventude, 2 (dois) Subescri-
cargos dos Ofícios e das Serventias da Justiça em todo o Estado, de- vães, 5 (cinco) Escreventes de Cartório e 2 (dois) Oficiais de Justiça
signando a Comissão Examinadora, integrada por um magistrado, Avaliadores;
que será o presidente, e dois servidores da classe mais elevada da d) 1 (um) Oficial de Imóveis, que cumulará as funções do Ofi-
respectiva carreira. cial dos Registros de Títulos e Documentos e das Pessoas Jurídicas,
§ 1º - Atendida a conveniência da Administração da Justiça, 2 (dois) Suboficiais e 4 (quatro) Escreventes de Cartório;
por provocação do Corregedor- Geral da Justiça, o Poder Judiciário e) 1 (um) Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais, 2 (dois)
poderá contratar empresa especializada, mediante prévio processo Suboficiais e 4 (quatro) Escreventes de Cartório;
licitatório, para realizar os concursos públicos. f) 1 (um) Administrador do Fórum;
§ 2º - Iguais critérios poderão ser adotados para provimento do g) 4 (quatro) Agentes de Proteção ao Menor;
quadro de servidores da Secretaria do Tribunal de Justiça, depen- II - nas Comarcas de entrância intermediária servirão:
dendo a realização do concurso, em qualquer caso, de autorização a) 1 (um) Tabelião de Notas, que cumulará as funções de Ta-
do Presidente do Tribunal de Justiça, haja vista a necessidade de belião de Protesto e de Tabelião e Oficial de Registros de Contratos
disponibilidade orçamentária. Marítimos, 2 (dois) Subtabeliães e 6 (seis) Escreventes de Cartório;
Art. 211 - Os requisitos para organização e execução de concur- b) 1 (um) Escrivão dos Feitos Cíveis, 2 (dois) Subescrivães, 6
so público constarão de regulamento a ser aprovado pelo Tribunal (seis) Escreventes de Cartório e até 4 (quatro) Oficiais de Justiça
de Justiça, atendidas as exigências das especificações constantes do Avaliadores;
plano de cargos e vencimentos dos servidores da Justiça. c) 1 (um) Escrivão dos Feitos Criminais, do Júri, das Execuções
Art. 212 - A progressão funcional dos servidores da Justiça, na Penais e da Vara da Infância e da Juventude, 2 (dois) Subescrivães,
respectiva carreira, far-se-á em classes e níveis, pelos critérios de 6 (seis) Escreventes de Cartório e até 4 (quatro) Oficiais de Justiça
antigüidade, a cada 2 (dois) anos, e merecimento, à vista de cri- Avaliadores;
térios objetivamente considerados em plano de cargos e salários.

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d) 1 (um) Oficial do Registro de Imóveis, que cumulará as fun- II - extrair, conferir, consertar e autenticar públicas-formas,
ções de Oficial de Títulos e Documentos das Pessoas Jurídicas, 2 traslados e certidões de seus atos ou documentos públicos ou parti-
(dois) Suboficiais e 6 (seis) Escreventes de Cartório; culares existentes em seu Cartório, podendo extraí-los por processo
e) 1 (um) Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais, 2 (dois) reprográfico ou qualquer outro não vedado por lei ou órgãos com-
Suboficiais e 6 (seis) Escreventes de Cartório; petentes, sendo a conferência feita, onde só houver um tabelião,
f) 1 (um) Administrador do Fórum; pelo oficial ou outro servidor designado pelo Juiz;
g) 6 (seis) Agentes de Proteção ao Menor. III - autenticar, com o sinal público, cópias dos documentos
Parágrafo único - Quando a Comarca possuir número de Cartó- que expedir e fornecer em razão do ofício, ou lhe forem apresen-
rios judiciais e extrajudiciais superior ao previsto neste dispositivo, tados;
haverá, em cada um deles, os cargos aqui previstos para Cartório si- IV - reconhecer, pessoalmente, ou por seu substituto legal,
milar, facultando-se o remanejamento de servidores de um Cartório letras, firmas e sinais públicos, mantendo atualizado o livro ou fi-
para outro mais movimentado. chário do registro, não sendo válido o reconhecimento em que o
Art. 215 - Haverá na Comarca de Salvador, de entrância final: nome do signatário não esteja legivelmente declarado;
I- 7 (sete) Oficiais do Registro de Imóveis, distribuídos pelas V- fiscalizar e exigir o pagamento dos impostos devidos nos
seguintes zonas: atos e contratos que tiver de lançar em suas notas, não podendo
a) 1º Ofício, Vitória; praticar o ato antes do referido pagamento;
b) 2º Ofício, Santo Antônio, Pirajá, Valéria, São Cristóvão, Pla- VI - lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados, po-
taforma, Periperi e Paripe; dendo o testamento público ser escrito, manualmente, ou mecani-
c) 3º Ofício, Brotas e São Caetano; camente, bem como ser feito pela inserção da declaração de von-
d) 4º Ofício, Conceição da Praia, Pilar, Mares e Penha; tade em partes impressas de livro de notas, desde que rubricadas
e) 5º Ofício, São Pedro, Santana, Nazaré, Sé e Paço; todas as páginas pelo testador, se mais de uma, na presença de 5
f) 6º Ofício, Amaralina; (cinco) testemunhas;
g) 7º Ofício, Itapuã; VII - lavrar atas notariais, arquivando-as em pasta especial no
II - 15 (quinze) Tabeliães de Notas, que cumularão o cargo Tabelionato;
de Tabelião e Oficial de Registros de Contratos Marítimos, identifi- VIII - remeter ao órgão do Ministério Público e ao Escrivão
cados pela numeração ordinal do respectivo ofício; competente extrato ou súmula das escrituras de doações feitas a
III - 24 (vinte e quatro) Oficiais do Registro Civil das Pessoas órfãos e interditos;
Naturais, identificados pela numeração ordinal do respectivo ofício; IX - encaminhar, mensalmente, ao Corregedor Geral da Jus-
IV - 2 (dois) Oficiais do Registro de Títulos e Documentos das tiça a relação dos atos que envolvam a aquisição e transferência de
Pessoas Jurídicas; imóvel rural por pessoa estrangeira;
V- 4 (quatro) Tabeliães de Protesto de Títulos; X - remeter, logo após a investidura no cargo, ao Tribunal de
VI - Cartórios Judiciais em número equivalente ao de Varas; Justiça, à Corregedoria Geral, ao Juiz da Vara de Registros Públicos,
VII - 1 (um) Depositário Público; às Secretarias da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e da Fazen-
VIII - 900 (novecentos) Oficiais de Justiça Avaliadores; da, bem como aos Oficiais do Registro de Imóveis da Comarca, uma
IX - 100 (cem) Agentes de Proteção ao Menor. ficha com a sua assinatura e sinal público, competindo igual obriga-
Parágrafo único - Quando o interesse público o exigir, poderá o ção ao seu substituto;
Tribunal de Justiça instalar postos avançados de ofícios extrajudiciais. XI - registrar, em livro próprio, as procurações referidas nas
Art. 216 - Haverá, nos Cartórios Judiciais e Extrajudiciais da Co- escrituras que lavrar, arquivando-as por cópia reprográfica, quando
marca de Salvador, 1 (um) Titular, 4 (quatro) Subtitulares e 12 (doze) não puder fazê-lo com o original, salvo se alguma das partes exigir
Escreventes de Cartório. a transcrição integral;
Art. 217 - Dentro da mesma Comarca, poderão os Corregedores XII - remeter, trimestralmente, até o 10º (décimo) dia do tri-
da Justiça remanejar servidor, de modo a atender às necessidades mestre seguinte, à Fazenda Municipal, a relação de todos os con-
e peculiaridades dos serviços em cada uma das unidades judiciais tratos de transmissão inter vivos que lavrar em seu Cartório, nela
e extrajudiciais. consignando, segundo a ordem numérica e cronológica dos atos, o
valor de transação e o local em que tiver sido satisfeito o imposto
CAPÍTULO IV - correspondente;
DAS ATRIBUIÇÕES DOS SERVIDORES DO FORO JUDICIAL E XIII - dar conhecimento, aos Oficiais do Registro de Imóveis,
EXTRAJUDICIAL das escrituras de dote e das relações de bens particulares da mu-
lher casada, que lavrar ou lançar em suas notas;
SEÇÃO I - XIV - organizar, pelos nomes das partes e manter em dia o
DOS TABELIÃES DE NOTAS COM FUNÇÃO DE TABELIÃO E índice alfabético ou fichário uniforme dos atos e contratos lavrados
OFICIAL DE CONTRATOS MARÍTIMOS nos livros do Cartório;
XV - recolher ao Arquivo Público os livros findos, de mais de
Art. 218 - Cumpre ao Tabelião de Notas com função de Tabelião 25 (vinte e cinco) anos, quando o determinar, em ato de correição,
e Oficial de Contratos Marítimos, além do preenchimento e envio o Juiz competente;
à Receita Federal da Declaração de Operação Imobiliária - DOI, o XVI - fazer referência à matrícula ou ao registro anterior, seu
exercício das atribuições que lhe são conferidas pela legislação es- número e Cartório em todas as escrituras e em todos os atos re-
pecífica, a saber: lativos a imóveis, bem como nas cartas de sentença e formais de
I- lavrar em seus livros de notas, escrituras, procurações partilha;
públicas e quaisquer declarações de vontade, não defesas em lei;
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XVII - lavrar os atos, contratos e instrumentos relativos a Art. 223 - Nas escrituras de qualquer natureza, após a indicação
transações de embarcações a que as partes devam ou queiram dar dos nomes das testemunhas e antes das assinaturas do Tabelião e
forma legal de escritura pública e registrar os documentos da mes- das partes, será consignada, obrigatoriamente, a importância dos
ma natureza; tributos o os números dos respectivos documentos de arrecadação,
XVIII - expedir traslados e certidões. sob pena de multa de até o seu valor.
Parágrafo único - As cópias integrais, exatas e certificadas, ex- Art. 224 - Os atos relativos às disposições testamentárias são
traídas por um Tabelião, devem ser, obrigatoriamente, conferidas privativos do Tabelião.
por outro, para fins de ratificação. Art. 225 - As procurações somente podem receber assinaturas
Art. 219 - Os livros do Tabelião, autenticados pela forma pre- dos outorgantes após sua lavratura.
vista em lei, serão encadernados e numerados em sua classe e obe- Art. 226 - O Tabelião que infringir as normas relativas aos de-
decerão aos padrões uniformes adotados pela Corregedoria Geral veres de seu ofício responde pessoalmente pelos ilícitos a que der
da Justiça. causa.
§ 1º - Os livros principais do Cartório de Tabelionato de Notas Parágrafo único - O Tabelião de Notas não poderá praticar atos
com função de Tabelião e Oficial de Contratos Marítimos são: do seu ofício fora do Município de sua lotação.
a) Transmissões;
b) Contratos Diversos; SEÇÃO II -
c) Testamentos; DO OFICIAL DO REGISTRO DE IMÓVEIS
d) Registro de Procurações;
e) Índices. Art. 227 - Cumpre ao Oficial do Registro de Imóveis a inscrição,
§ 2º - Os livros indicados no parágrafo anterior poderão ser a transcrição e a averbação dos títulos ou atos constitutivos, decla-
desdobrados em séries, até o máximo de 3 (três), para uso simultâ- ratórios, translativos e extintivos de direitos reais sobre imóveis, o
neo, observada a aposição de letras do alfabeto aos números res- preenchimento e envio à Receita Federal da Declaração de Opera-
pectivos, de acordo com o que for determinado pelos Corregedores ção Imobiliária - DOI, a expedição, no prazo de 5 (cinco) dias conta-
da Justiça. dos da solicitação, de certidões dos seus registros e atos, além do
§ 3º - As escrituras serão lavradas, em cada uma das séries re- exercício das atribuições que lhe forem conferidas pela legislação
feridas, na ordem cronológica e com dupla numeração, ou seja, a específica e pelas normas da Corregedoria Geral da Justiça.
ordinal, do livro e a geral, relativa aos atos da mesma natureza. Art. 228 - A alteração territorial das circunscrições ou zonas dos
§ 4º - Exceto para testamentos, poderão ser adotados livros de registros públicos, decorrente desta Lei, não retira a competência
folhas soltas, cujo modelo, encadernação e número de páginas se- dos titulares do Ofício para atos de averbação, retificação e cance-
rão estabelecidos pelos Corregedores da Justiça. lamento dos registros anteriormente lançados em seus livros nem
§ 5º - O registro de firma observará o sistema que for deter- para a expedição das respectivas certidões.
minado em instruções expedidas pelos Corregedores da Justiça, de Art. 229 - Quando houver acúmulo de serviço, poderá o Subo-
acordo com as peculiaridades locais. ficial não-substituto ser autorizado pelo Juiz competente, mediante
Art. 220 - Os atos poderão ser manuscritos, digitados ou datilo- requerimento do titular do Cartório, a passar certidões e subscre-
grafados, em forma legível, e lançados em ordem cronológica, sem vê-las.
espaços em branco, abreviaturas, emendas, entrelinhas, ressalvas, Art. 230 - Ao final dos registros, das averbações ou matrículas,
riscos, borrões, rasuras ou outros defeitos que possam suscitar dú- o Oficial fará consignar o valor dos emolumentos pagos, repetindo
vidas, devendo as referências a números e quantidades constar por a indicação, obrigatoriamente, ao lançar no traslado da escritura
extenso e em algarismo. os números do protocolo e do registro, sob pena de multa de até o
§ 1º - As ressalvas e retificações serão feitas antes da assinatura dobro da taxa devida.
das partes e das testemunhas, lidas conjuntamente com o inteiro Art. 231 - Haverá, no Cartório de Registro de Imóveis, os se-
teor do ato. guintes livros, com 300 (trezentas) folhas cada um:
§ 2º - Quando autorizado o uso do livro de folhas soltas, o Tabe- I- Livro nº 1 - Protocolo;
lião e as partes firmarão cada uma delas, enquanto as testemunhas II - Livro nº 2 - Registro Geral;
assinarão, apenas, o respectivo instrumento, após o seu encerra- III - Livro nº 3 - Auxiliar;
mento, constituindo traslado do ato a cópia igualmente autenticada IV - Livro nº 4 - Registros Diversos;
pelas partes e testemunhas, desde que a tinta do papel transmissor V- Livro nº 5 - Indicador Real;
seja indelével. VI - Livro nº 6 - Indicador Pessoal;
§ 3º - O Corregedor Geral da Justiça baixará normas quanto ao VII - Livro nº 7 - Registro de Incorporações;
número de páginas e encadernação dos livros de folhas soltas. VIII - Livro nº 8 - Registro de Loteamentos.
Art. 221 - Os Tabeliães portarão sempre, por fé, o conhecimen-
to pessoal das partes e das testemunhas, ou daquelas por informa- SEÇÃO III -
ção e afirmação destas, assim como lhes darão instruções sobre a DO OFICIAL DO REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS CIVIS
natureza e as conseqüências do ato que pretendem praticar. DAS PESSOAS JURÍDICAS
Art. 222 - As declarações de pessoas, cujo idioma não seja co-
nhecido do Tabelião e das testemunhas, só serão tomadas depois Art. 232 - Aos Oficiais do Registro de Títulos e Documentos Civis
de traduzidas por tradutor público ou, se não houver, por intérprete das Pessoas Jurídicas incumbem as atribuições e obrigações impos-
nomeado pelo Juiz competente. tas pela legislação específica.
Art. 233 - Os livros de Registro de Títulos e Documentos Civis de
Pessoas Jurídicas são:
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I- Livro A, com 300 folhas, destinado ao registro de contra- SEÇÃO V -


tos, atos constitutivos, estatuto ou compromissos das sociedades DO TABELIÃO DE PROTESTO DE TÍTULOS
civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, fundações e
associações de utilidade pública, bem como das sociedades civis Art. 239 - Ao Tabelião de Protesto de Títulos cumpre:
que revestirem as formas estabelecidas nas leis comerciais, salvo I- recepcionar e protocolar os títulos e outros documentos
as anônimas; de dívida que lhe forem apresentados sem vícios ou irregularidades
II - Livro B, com 150 folhas, destinado à matrícula das ofi- formais, como recepcionar as indicações das duplicatas mercantis e
cinas, impressoras, jornais, periódicos, empresas de radiodifusão e de prestação de serviços, por meio magnético ou eletrônico, como
agências de notícias. intimar o devedor, acolher a devolução ou o aceite, lavrar e registrar
o protesto ou acatar a desistência do credor, proceder às averba-
SEÇÃO IV - ções, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os
DO OFICIAL DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS atos praticados, na forma desta Lei;
II - lavrar o protesto de títulos e outros documentos de
Art. 234 - Cumpre aos Oficiais do Registro Civil das Pessoas Na- dívida, por falta ou recusa de aceite ou de pagamento, ou por falta
turais, além da prática dos atos enumerados na legislação específica de devolução, registrando o ato em livro próprio, em microfilme, ou
e da lavratura dos respectivos termos, as seguintes obrigações: sob outra forma de documentação;
I- participar ao Juiz da Vara de Família, sob pena de multa, III - intimar o devedor do título ou documento de dívida para
a ocorrência do óbito de pessoa que não tenha deixado cônjuge, aceitá-lo, devolvê-lo ou pagá-lo, sob pena de protesto;
herdeiro conhecido, nem testamento, ou cujo testamenteiro não IV - expedir certidões de atos e documentos que constem
se ache presente; em seus registros e papéis, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da
II - remeter, mensalmente, ao Juiz, para encaminhamen- data da solicitação, e praticar os demais atos do Ofício, segundo a
to aos órgãos competentes, relação dos nascimentos, casamentos, legislação específica.
das separações, dos divórcios e óbitos que houver registrado no § 1º - Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados
mês anterior; serão examinados em seus caracteres formais e terão curso se não
III - proceder, gratuitamente, ao registro das pessoas com- apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protesto investi-
provadamente pobres; gar a ocorrência de prescrição ou caducidade, e qualquer irregulari-
IV - enviar, trimestralmente, à Corregedoria Geral da Justiça, dade formal observada pelo Tabelião obstará o registro do protesto.
mapas dos casamentos, nascimentos e óbitos que houver registra- § 2º - A intimação do protesto de títulos obedece às disposições
do no trimestre anterior; da lei específica e, subsidiariamente, do Código de Processo Civil.
V- satisfazer as exigências da legislação militar e eleitoral, § 3º - É defeso ao servidor o fornecimento de certidões de
sob as sanções nelas estabelecidas; apontamentos para protesto a terceira pessoa, física ou jurídica,
VI - fornecer às partes interessadas, no prazo máximo de 5 pública ou privada, bem como às associações de classe, aos órgãos
(cinco) dias, certidões resumidas ou de inteiro teor dos assentos de imprensa, estabelecimentos bancários ou financeiros, às agên-
dos livros do seu Cartório. cias de informações cadastrais e entidades de proteção ao crédito
Parágrafo único - Tratando-se de Cartório informatizado, as co- ou congêneres.
municações serão encaminhadas diretamente aos órgãos compe- § 4º - Somente após efetivado o protesto poderão ser forneci-
tentes, por meio magnético. das certidões ou informações a terceiros.
Art. 235 - Quando o erro no registro for atribuível ao Oficial, § 5º - O registro do protesto e seu instrumento, além dos re-
não serão devidos emolumentos pela retificação ou abertura de quisitos elencados na legislação específica, deverão conter ação li-
novo assento. teral do título ou documento de dívida e demais declarações nele
Art. 236 - Os atos relativos ao Registro Civil das Pessoas Natu- inseridas.
rais podem ser realizados em qualquer dia, inclusive aos domingos § 6º - Das certidões não constarão os registros cujos cancela-
e feriados, em regime de plantão. mentos tiverem sido averbados, salvo por requerimento escrito do
Art. 237 - É obrigatório ao titular do Cartório de Registro Civil próprio devedor ou por ordem judicial.
de Pessoas Naturais encaminhar relação de óbitos: Art. 240 - Os cartórios fornecerão às entidades representati-
I- ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, o registro vas da indústria e do comércio ou àquelas vinculadas à proteção
dos óbitos ocorridos no mês imediatamente anterior; do crédito, quando solicitado, certidão diária, em forma de relação,
II - à Justiça Eleitoral, até o dia 15 (quinze) de cada mês, a dos protestos tirados e dos cancelamentos efetuados, com a nota
relação de óbitos de cidadãos alistáveis ocorridos no mês anterior; de se cuidar de informação reservada, da qual não se poderá dar
III - ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a publicidade, ainda que parcial, pela imprensa.
cada 3 (três) meses; § 1º - As certidões, informações e relações serão elaboradas
IV - ao Serviço Militar, a relação de óbitos de brasileiros do pelo nome dos devedores devidamente identificados e abrangerão
sexo masculino, com idade entre 17 a 45 anos. os protestos lavrados e registrados por falta de pagamento, de acei-
Art. 238 - Haverá, em cada Cartório de Registro Civil de Pessoas te ou de devolução, vedada a exclusão ou omissão de nomes e de
Naturais os seguintes livros, com 300 (trezentas) folhas cada um: protestos, ainda que provisória ou parcial.
I- Livro A - de registro de nascimento; § 2º - As entidades referidas no caput somente prestarão in-
II - Livro B - de registro de casamento; formações restritivas de crédito oriundas de títulos ou documen-
III - Livro C - de registro de óbito; tos de dívidas regularmente protestados cujos registros não foram
IV - Livro D - de registro de proclama. cancelados.

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§ 3º - O fornecimento da certidão será suspenso caso se desa- VIII - ter em boa guarda os autos, livros e papéis da Serventia
tenda ao disposto no caput ou se forneçam informações de protes- e zelar pela sua atualização;
tos cancelados. IX - remeter ao Arquivo Público, com prévia inspeção e auto-
Art. 241 - Os Cartórios de Protesto terão os seguintes livros rização dos Corregedores da Justiça, os livros, autos e papéis findos
obrigatórios: há mais de 25 (vinte e cinco) anos;
I- Livro de Protocolo; X- classificar e manter em ordem cronológica e numérica
II - Livro de Registro de Protestos; todos os livros, autos e papéis da Serventia, os quais organizará e
III - Livro Índice. manterá em dia índice ou fichário;
Art. 242 - O Livro de Protocolo poderá ser escriturado mediante XI - realizar, à sua custa, as diligências que forem renovadas
processo manual, mecânico, eletrônico ou informatizado, em folhas por motivos de erros ou omissões que houver cometido;
soltas e com colunas destinadas às seguintes anotações: número de XII - entregar, mediante carga, os autos conclusos ao Juiz, ou
ordem, natureza do título ou documento de dívida, valor, apresen- com vista a advogados e a órgãos do Ministério Público e da Defen-
tante, devedor e ocorrências. soria Pública;
Art. 243 - Na localidade onde houver mais de um Tabelionato XIII - atender, com presteza e com conhecimento do Juiz da
de Protesto de Títulos haverá distribuição prévia e obrigatória dos causa, os pedidos de informações ou certidões, feitos por autorida-
títulos e documentos de dívida destinados a protesto. des ou partes interessadas no processo;
XIV - remeter à Corregedoria, semestralmente, demonstrati-
SEÇÃO VI - vo do movimento de seu Cartório e cópias dos termos de inspeção
DO SUBTABELIÃO DE NOTAS COM FUNÇÃO DE SUBTABELIÃO realizadas pelo Juiz;
E SUBOFICIAL DE REGISTROS DE CONTRATOS MARÍTIMOS XV - fornecer certidões ou informações, independentemente
de despacho judicial, do que constar dos livros, autos e papéis do
Art. 244 - O Subtabelião atuará simultaneamente com o titular seu Cartório, salvo quando a solicitação versar sobre processo de:
do Cartório, podendo praticar todos os atos do Ofício, os quais se- a) interdição, antes de publicada a sentença;
rão por aquele subscritos, excetuados: b) arresto ou seqüestro, antes de sua execução;
I- testamentos e doações; c) matéria tratada em segredo de justiça;
II - aprovação de testamentos; d) crime, antes de pronúncia ou sentença definitiva;
III - partilha feita, inter vivos, pelos pais. e) natureza especial, para apuração da prática de ato infra-
cional atribuída a adolescente ou relativo à aplicação de medida
SEÇÃO VII - específica de proteção;
DO SUBOFICIAL DOS REGISTROS PÚBLICOS XVI - extrair, mensalmente, certidões das contas dos processos
penais findos, para fornecimento aos oficiais de justiça e peritos;
Art. 245 - Aos Suboficiais dos Registros Públicos incumbe a XVII - conferir e consertar os traslados de autos, extraídos por
prática de todos os atos dos respectivos Ofícios, a serem subscritos outro servidor, para fins de recursos;
pelos titulares. XVIII - conferir cópias e fotocópias de quaisquer peças ou
documentos de processos;
SEÇÃO VIII - XIX - fornecer certidões ou traslados, mediante reprodução
DO SUBTABELIÃO DE PROTESTO DE TÍTULOS mecânica integral e indelével, ou em fotocópias, autenticando as
respectivas peças sob a fé e responsabilidade do próprio cargo;
Art. 246 - Cumpre ao Subtabelião de Protesto de Títulos a práti- XX - executar a distribuição, a contagem dos autos e a partilha
ca de todos os atos do Ofício, os quais serão subscritos pelo titular. de bens, na forma desta Lei.

SEÇÃO IX - SEÇÃO X -
DO ESCRIVÃO E DO DIRETOR DE SECRETARIA DE VARA DO SUBESCRIVÃO E DO SUBTITULAR

Art. 247 - Ao Escrivão e ao Diretor de Secretaria de Vara com- Art. 248 - Incumbe ao Subescrivão e ao Subtitular praticar os
pete, de modo geral: atos atribuídos ao titular do Cartório, ao qual substituirá nas faltas,
I- escrever, em devida forma, todos os termos dos proces- ausências e nos impedimentos.
sos e demais atos praticados no Juízo a que servir;
II - lavrar procurações, por termo, nos autos; SEÇÃO XI -
III - comparecer, com antecedência, às audiências marcadas DO DEPOSITÁRIO PÚBLICO
pelo Juiz e acompanhá-lo nas diligências de sua Serventia;
IV - executar, quando lhe couber, as intimações e praticar os Art. 249 - Ao Depositário Público compete guardar, conservar
demais atos que lhe são atribuídos pelas leis processuais; e administrar os bens que lhe forem confiados, na forma da lei e,
V- elaborar nota ou resumo do expediente a ser publica- em especial:
do nos órgãos de divulgação oficial e afixar uma cópia no lugar de I- requerer, em tempo, as providências necessárias à pre-
costume; servação dos bens perecíveis ou sujeitos a depreciação;
VI - zelar pelo recolhimento da taxa judiciária e demais exi- II - promover, com a renda dos imóveis sob sua guarda, as
gências fiscais; reparações exigidas pelas autoridades administrativas, pagar tribu-
VII - preparar o expediente do Juiz, observando, rigorosamen- tos a que estiverem sujeitos e mantê-los segurados contra sinistros,
te, os prazos legais para execução dos serviços de Cartório; sempre com prévia autorização do Juiz da causa;
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III - sugerir as providências para a imediata locação dos imó- VI - auxiliar os Juízes na manutenção, disciplina e fiscalização
veis, sob sua administração, que estejam desocupados; do Fórum.
IV - efetuar, quando omissas as partes, a inscrição ou aver- Parágrafo único - Em suas faltas e seus impedimentos, o Ad-
bação, no competente registro, dos títulos referentes a imóveis em ministrador do Fórum será substituído pelo servidor que o Juiz de-
depósito, correndo as despesas à conta dos autos; signar.
V- prestar ao Juiz e aos interessados as informações solici-
tadas, bem como lhes franquear o exame dos objetos depositados; SEÇÃO XIII -
VI - submeter seus livros à inspeção do Juiz e dos órgãos DO OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR
do Ministério Público, registrando neles, em ordem cronológica de
dia, mês e ano, os depósitos que receber e entregar, bem como os Art. 256 - Ao Oficial de Justiça Avaliador compete, de modo espe-
deixados em mãos de particulares; cífico:
VII - escriturar, em livro especial, com discriminação de cada I- cumprir os mandados, fazendo citações, intimações, notifi-
uma das Varas, a receita e a despesa dos depósitos, remetendo ao cações e outras diligências emanadas do Juiz;
Juiz competente, até o dia 10 (dez) de cada mês, o balanço mensal II - fazer inventário e avaliação de bens e lavrar termos de
de escrituração; penhora;
VIII - depositar, em 48 (quarenta e oito) horas, em instituição ban- III - lavrar autos e certidões referentes aos atos que praticarem;
cária conveniada ou onde o Juiz determinar, quaisquer valores recebidos IV - convocar pessoas idôneas que testemunhem atos de
e cujo levantamento ou utilização depender de autorização judicial. sua função, quando a lei o exigir, anotando, obrigatoriamente, os
Art. 250 - Além das custas previstas no regimento respectivo, a respectivos nomes, número da carteira de identidade ou outro do-
Serventia cobrará as despesas comprovadas que fizer para guarda, cumento e endereço;
conservação e administração dos bens e valores depositados. V- exercer, cumulativamente, quaisquer outras funções
Art. 251 - É expressamente defeso ao Depositário usar ou em- previstas nesta Lei e dar cumprimento às ordens emanadas do Juiz,
prestar, sob qualquer pretexto, a coisa depositada, da qual só fará pertinentes ao serviço judiciário.
entrega mediante mandado do Juiz que houver determinado o de- § 1º - Nenhum Oficial de Justiça Avaliador poderá cumprir o
pósito, ou de quem legalmente o substituir. mandado por outrem sem que antes seja substituído expressamen-
Art. 252 - O Depositário Público, antes de assumir o exercício te pelo Juiz da Vara de onde emanar a ordem, mediante despacho
do cargo, prestará garantia real, fidejussória ou em apólice de se- nos autos. Em caso de transgressão, o Juiz mandará instaurar sindi-
guro fidelidade, fixada pelo Corregedor Geral da Justiça e sujeita à cância e o conseqüente processo disciplinar.
atualização dos valores, como dispuser a legislação pertinente. § 2º - O Oficial de Justiça Avaliador somente entrará em gozo
§ 1º - Não será levantado o valor da fiança antes do julgamento de férias estando os mandados a ele distribuídos devidamente cer-
das contas do Depositário. tificados e devolvidos à respectiva Vara ou Juizado, cabendo a estes
§ 2º - O disposto neste artigo se aplica, também, aos Depositá- órgãos expedir certidão negativa destinada à Diretoria do Fórum.
rios designados pelo Juiz, onde não houver, ou estiver impedido o § 3º - No cumprimento das diligências do seu ofício, o Oficial
titular do cargo. de Justiça Avaliador, obrigatoriamente, deverá exibir sua cédula de
Art. 253 - Sempre que necessário, o Depositário exercerá as identidade funcional.
funções de Inventariante Judicial. § 4º - Nas certidões que lavrar, o Oficial de Justiça Avaliador,
Art. 254 - Não haverá Depositário Público onde não houver após subscrevê-las, aporá um carimbo com seu nome completo e
prédio destinado ao depósito judicial, nomeando o Juiz, entre os sua matrícula.
litigantes, aquele que manterá sob depósito os bens apreendidos. § 5º - Nas avaliações de bens imóveis, móveis e semoventes e
Parágrafo único - Os atuais Depositários poderão optar por seus respectivos rendimentos, direitos e ações, o Oficial de Justiça
exercer na Comarca, mediante designação, cargo da mesma estru- Avaliador, descrevendo cada coisa com a indispensável individuali-
tura de vencimentos ou passar para a disponibilidade. zação e clareza, atribuir-lhes-á, separadamente, a natureza e o va-
lor, computando, quando se tratar de imóveis, o valor dos acessó-
SEÇÃO XII - rios e das benfeitorias.
DO ADMINISTRADOR DO FÓRUM § 6º - O Oficial de Justiça Avaliador tem fé pública nos atos que
praticar, não sendo obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coi-
Art. 255 - Incumbe ao Administrador do Fórum nas Comarcas do Interior: sa, senão em virtude da lei.
I- requisitar, receber e ter sob sua guarda o material de ex- Art. 257 - Nas avaliações será observado o estrito cumprimento
pediente do Juízo, zelando pela limpeza e conservação dos móveis das normas do Direito Processual Civil, aplicáveis ao caso, levan-
e utensílios necessários ao serviço forense; do-se em consideração, quanto aos bens imóveis, os lançamentos
II - manter o edifício do Fórum aberto e em condições de fiscais dos 3 (três) últimos anos e quaisquer outras circunstâncias
funcionamento, nos dias e no horário do expediente; que possam influenciar na estimação de seu valor.
III - exercer fiscalização sobre as dependências e os perten- Art. 258 - O Oficial de Justiça Avaliador comparecerá diaria-
ces do edifício do Fórum, inclusive no que se refere ao comporta- mente ao Cartório em que serve e às audiências. Nas Comarcas
mento das pessoas que o freqüentam ou nele trabalham, trazendo onde houver Central de Mandados, a esta ficarão os Oficiais de Jus-
ao conhecimento do Juiz, ou a quem couber a sua direção, todos tiça Avaliadores diretamente vinculados.
os fatos que lhe pareçam contrários à ordem e aos bons costumes; Art. 259 - Os Oficiais de Justiça Avaliadores, em suas faltas e
IV - afixar e recolher editais; impedimentos, serão substituídos uns pelos outros, ou por outra
V- receber e distribuir a correspondência destinada aos forma prevista em lei.
Juízes, ao Promotor de Justiça e servidores;
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SEÇÃO XIV - e) preencher DAJ’s;


DOS AGENTES DE PROTEÇÃO AO MENOR f) digitar pagamentos de títulos e correspondências em geral;
g) arquivamento geral;
Art. 260 - Cumpre ao Agente de Proteção à Criança e ao Ado- h) confirmar pagamento de títulos protestos;
lescente: i) alimentar o sistema de informações usado no cartório;
I- proceder, mediante determinação judicial, às investi- III - nos cartórios de registro civil de pessoas naturais, registro
gações relativas as crianças e adolescentes, seus pais, tutores ou de imóveis, registro das pessoas jurídicas e títulos e documentos:
encarregados de sua guarda, com o fim de esclarecer a ocorrência a) atender ao público conforme escala rotativa organizada
de fatos ou circunstâncias que possam comprometer sua segurança pelo Titular do Cartório;
física e moral; b) arquivar documentos e correspondência em geral;
II - apreender e conduzir, por determinação judicial, crianças c) digitar ofícios, certidões e correspondências em geral;
e adolescentes abandonados ou infratores e proceder, a respeito d) alimentar o sistema de informação usado no Cartório;
deles, às investigações referidas no inciso anterior; e) enviar e anotar comunicações;
III - fiscalizar adolescentes sujeitos à liberdade assistida, bem f) preencher DAJ’s;
como crianças e adolescentes entregues mediante termo de res- g) buscar registros.
ponsabilidade e guarda;
IV - exercer vigilância sobre crianças em ambientes públicos, CAPÍTULO V -
cinemas, teatros e casas de diversão pública em geral, mediante DOS DEVERES DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA
ordem de serviço específica para a diligência;
V- apreender exemplares de publicações declaradas proi- Art. 262 - Constituem deveres dos servidores da Justiça:
bidas; I- manter conduta irrepreensível, exercendo com zelo,
VI - representar ao juiz sobre as medidas úteis ou necessárias eficiência e dignidade as funções de seu cargo, acatando as ordens
ao resguardo dos interesses da criança e do adolescente; dos seus superiores hierárquicos e cumprindo fielmente as normas
VII - lavrar autos de infração às leis ou ordens judiciais relati- atinentes a custas, emolumentos e despesas processuais;
vas à assistência e proteção à criança e ao adolescente; II - exercer pessoalmente as suas funções, só podendo afas-
VIII - fiscalizar as condições de trabalho dos adolescentes, es- tar-se do seu cargo nos casos previstos em lei;
pecialmente as referentes a sua segurança contra acidentes; III - manter em rigorosa atualização os livros necessários ao
IX - cumprir e fazer cumprir as determinações do Juiz e das serviço do Cartório;
autoridades que com ele colaboram na execução de medidas de IV - facilitar às autoridades competentes a inspeção dos au-
proteção à criança e ao adolescente. tos, livros e papéis sob sua guarda;
V- dar às partes, independentemente de solicitação, recibo
SEÇÃO XV - discriminado de custas ou emolumentos, dinheiro e valores rece-
DO ESCREVENTE DE CARTÓRIO bidos, constando nos autos, livros ou documentos que fornecer, o
valor correspondente a cada ato praticado;
Art. 261 - Incumbe aos Escreventes de Cartório a execução de VI - praticar os atos de seu ofício nos prazos estabelecidos
atividades judiciárias de nível médio, de natureza processual judi- nas leis processuais ou específicas;
ciária e, eventualmente, administrativa, além da execução de tare- VII - utilizar, no Cartório, livros adotados pela Corregedoria
fas, adiante especificadas, no Cartório em que estiver lotado: Geral da Justiça;
I- na Serventia: VIII - fornecer, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, salvo motivo
a) digitar publicações, mandados, editais, ofícios, certidões, justificado, reconhecido pela autoridade competente, traslado dos
atestados, declarações e correspondências em geral referentes aos atos do ofício, podendo fazê-lo pelos meios mecânicos admitidos
processos do Cartório; em lei;
b) arquivar documentos, correspondências, e processos do IX - proceder ao arquivamento, pelos meios usuais, dos au-
Cartório; tos, livros e documentos do Cartório;
c) organizar os processos do cartório na ordem estabelecida X- residir na sede da Comarca ou no Distrito onde exercer
pelo Diretor de Secretaria; as suas funções;
d) atender ao Público em escala organizada pelo Diretor de XI - afixar, em local visível, de fácil leitura e acesso ao público,
Secretaria; as tabelas de custas em vigor.
e) zelar pela atualização dos processos no sistema de infor- § 1º - Mediante autorização do Tribunal de Justiça, o servidor
mática do cartório; poderá residir fora do Distrito, mas dentro da Comarca, constituin-
II - nos Tabelionatos e Protestos: do falta grave o não funcionamento do cartório durante todo o ex-
a) lavrar as escrituras que não contenham disposições testa- pediente.
mentárias ou doações causa mortis, por designação do respectivo § 2º - Os servidores remunerados pelo Estado estão proibidos
Titular, que as subscreverá; de receber, direta ou indiretamente, de advogados, partes ou in-
b) lavrar, em livro próprio, procurações públicas, inclusive em teressados, qualquer importância em dinheiro, salvo nos casos ex-
causa própria, com a mesma restrição da alínea anterior, e outros pressamente admitidos em lei.
atos, por designação do respectivo titular, que os subscreverá;
c) atender ao público conforme escala rotativa organizada
pelo Titular do Cartório;
d) emitir boleto para pagamento de títulos;
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CAPÍTULO VI - § 2º - Os prazos de prescrição previstos na lei penal se aplicam


DO REGIME DISCIPLINAR DOS SERVIDORES às infrações disciplinares também capituladas como crime.
§ 3º - A abertura de sindicância ou a instauração do processo
SEÇÃO I - disciplinar interrompe a prescrição até a decisão final proferida por
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES autoridade competente.

Art. 263 - Os servidores da Justiça estão sujeitos às seguintes SEÇÃO II -


penas disciplinares: DA COMPETÊNCIA E DO PROCEDIMENTO PARA IMPOSIÇÃO
I- advertência; DAS PENALIDADES
II - censura;
III - suspensão; Art. 267 - Para aplicação das penas previstas nos artigos ante-
IV - demissão; riores são competentes:
V- cassação da aposentadoria. I- o Juiz de Direito, nos casos de advertência e censura;
Parágrafo único - Salvo disposição especial, as penas podem ser II - o Conselho da Magistratura ou os Corregedores da Justi-
aplicadas independentemente da ordem em que são enumeradas ça, nos casos de advertência, censura e suspensão;
neste artigo, considerando-se a natureza e a gravidade da infração III - o Conselho da Magistratura, no caso de demissão.
e os danos que dela advierem para o serviço da Justiça. § 1º - A aplicação das penas de advertência e de censura ou
Art. 264 - A imposição das sanções disciplinares previstas nesta de suspensão até 30 (trinta) dias será precedida de apuração em
Lei não exclui, quando for o caso, a obrigação de restituir custas ou processo, observado o contraditório e a ampla defesa.
emolumentos indevidamente recebidos e a perda dos que forem § 2º - A pena de demissão somente poderá ser aplicada ao ser-
contados em desacordo com as normas específicas, nem as sanções vidor estável, em virtude de sentença judicial ou de processo admi-
previstas em outras leis. nistrativo, cuja instauração caberá ao Juiz da Vara ou Comarca ou
Art. 265 - Caberá pena: mediante designação dos Corregedores da Justiça.
I- de advertência, verbalmente ou por escrito, nos casos § 3º - Concluindo-se o relatório pela ocorrência de infração
de negligência; punida com pena de demissão, o processo será submetido à deci-
II - de censura, por escrito, mediante publicação no Diário da são do Conselho da Magistratura, que, aplicando-a, encaminhará
Justiça, nos seguintes casos: os autos ao Presidente do Tribunal de Justiça, para a expedição do
a) reiterada negligência; respectivo ato.
b) falta de cumprimento dos deveres funcionais;
c) procedimento público incorreto ou indecoroso, desde que SEÇÃO III -
a infração não seja punida com pena mais grave; DAS NORMAS BÁSICAS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
III - de suspensão, até 30 (trinta) dias, no caso de infração aos DISCIPLINAR
arts. 642 e 799 do Código de Processo Penal;
IV - de suspensão até 90 (noventa) dias, conforme a gravida- Art. 268 - A autoridade judiciária que tiver ciência de qualquer
de da falta, nos seguintes casos: irregularidade no serviço forense ou de qualquer deslize funcional
a) reincidência em falta já punida com censura; atribuído aos servidores da Justiça deverá promover a sua apuração
b) transgressão intencional a proibição legal; imediata, mediante sindicância ou processo administrativo discipli-
V- de demissão, nos seguintes casos: nar, a depender de serem ou não suficientes os indícios da autoria,
a) crime contra a administração pública; assegurando-se ao acusado ampla defesa.
b) reincidência em transgressão e proibição legal grave; Art. 269 - Instaurado o processo administrativo, o servidor será
c) abandono do cargo, tal como conceituado no Estatuto dos citado para, no prazo de 10 (dez) dias, apresentar defesa prévia, in-
Funcionários Públicos Civis do Estado; dicar provas, inclusive rol de testemunhas, no máximo de 5 (cinco).
d) indisciplina ou insubordinação reiterada; Art. 270 - Quando o servidor não for encontrado, será citado
e) recebimento de propinas, cobrança excessiva de custas, por edital publicado no Diário do Poder Judiciário.
emolumentos e despesas processuais ou prática de qualquer outra Art. 271 - Se forem arroladas como testemunhas autoridades
forma de improbidade; que desfrutem de prerrogativa quanto ao modo da prestação do
f) violação de qualquer outro preceito punido com demissão depoimento, a autoridade processante tomará as providências que
pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado. se fizerem necessárias para que o ato seja praticado de acordo com
Parágrafo único - Nos casos previstos nas alíneas “a”, “b”, “c”, e as exigências legais.
“e” deste inciso, a pena será acrescida da cláusula “a bem do serviço § 1º - Os servidores públicos, arrolados como testemunhas, se-
público” e o fato comunicado ao Ministério Público, para adoção rão requisitados aos respectivos chefes de serviço, e os militares, ao
das providências penais cabíveis. Comando a que estiverem subordinados.
Art. 266 - A ação disciplinar prescreverá em: § 2º - Havendo necessidade do concurso de técnicos ou peritos,
I- 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis- a autoridade os requisitará a quem de direito, podendo nomeá-los,
são ou cassação de aposentadoria; se necessário.
II - 2 (dois) anos, quanto à suspensão; Art. 272 - Ao servidor submetido a processo administrativo dis-
III - 1 (um) ano quanto à censura; ciplinar é assegurado o direito de ampla defesa, em qualquer fase
IV - 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. do processo, exercida por advogado legalmente constituído, que
§ 1º - O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
fato se tornou conhecido.
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poderá requerer as diligências que achar convenientes, realizáveis SEÇÃO V -


a critério do órgão processante, quando julgadas necessárias à elu- DA REVISÃO DO PROCESSO
cidação dos fatos.
§ 1º - No caso de revelia, será designado pela autoridade pro- Art. 279 - O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
cessante um advogado para oferecimento da defesa. tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
§ 2º - As provas serão produzidas, desde que possível, em au- circunstâncias não apreciadas, suscetíveis a justificar a inocência do
diência única, na qual se procederá ao interrogatório do processado punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
e à inquirição das testemunhas de acusação e defesa. § 1º - Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento
§ 3º - Para a audiência serão obrigatoriamente intimados o pro- do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão
cessado e seu defensor. do processo.
§ 4º - Ultimada a instrução, o órgão processante intimará o ser- § 2º - No caso da incapacidade mental do servidor, a revisão
vidor ou seu defensor para alegações finais, que deverão ser apre- será requerida por seu curador.
sentadas, instruídas ou não com documentos, no prazo de 10 (dez) Art. 280 - No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re-
dias. querente.
§ 5º - Os advogados serão intimados por intermédio do Diário Art. 281 - A alegação de injustiça da penalidade não constitui
do Poder Judiciário, onde houver. fundamento para a revisão.
Art. 273 - Findo o processo, se o órgão processante for o com- Art. 282 - Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para
petente para aplicação da pena, decidirá a esse respeito e, não o a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.
sendo, encaminhará os autos ao órgão julgador a que competir o Art. 283 - Recebida a petição, os autos da revisão serão apensa-
julgamento, com relatório, onde proporá a pena que lhe parecer dos aos do processo originário.
cabível. Art. 284 - Aplicam-se ao processo de revisão, no que couber, as
Art. 274 - Toda pena imposta aos servidores será comunicada normas relativas ao processo disciplinar.
à Corregedoria Geral da Justiça, para anotação na ficha funcional. Art. 285 - O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe-
Art. 275 - Aplica-se, subsidiariamente, aos processos adminis- nalidade.
trativos disciplinares a que respondem os servidores, no que cou- Parágrafo único - O prazo para julgamento será de até 60 (ses-
ber, o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado e o Código senta) dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual
de Processo Penal. a autoridade julgadora poderá determinar diligências.
Art. 276 - A autoridade que determinar a abertura do processo Art. 286 - Julgada procedente a revisão, e uma vez inocentado
administrativo disciplinar poderá suspender o servidor, por até 60 o servidor, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, resta-
(sessenta) dias, prorrogáveis por igual período, desde que a perma- belecendo-se todos os seus direitos, exceto em relação à demissão
nência do indiciado, no cargo, possa prejudicar a investigação dos de cargo de provimento temporário, que será convertida em exo-
fatos. neração.
Art. 277 - O servidor suspenso preventivamente terá direito: Parágrafo único - Da revisão do processo não poderá resultar
I- à contagem do tempo de serviço relativo ao período da agravamento da penalidade.
suspensão, quando do processo não resultar punição, ou quando
esta se limitar às penas de advertência e censura;
II - à contagem do tempo de serviço, que corresponde ao LIVRO IV-
período de afastamento que exceder o prazo de suspensão preven- DO FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS
tiva, quando a pena aplicada for suspensão;
III - aos vencimentos e às vantagens do cargo ou da função, TÍTULO ÚNICO -
nas hipóteses em que a pena aplicada não interfere na contagem DO EXPEDIENTE FORENSE
do tempo de serviço.
CAPÍTULO I -
SEÇÃO IV - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
DOS RECURSOS
Art. 287 - Os Juízes são obrigados a despachar, fazer audiências,
Art. 278 - Da decisão que aplicar pena disciplinar caberá recur- recebendo e atendendo as partes e os advogados, nos dias úteis, na
so, sem efeito suspensivo, ao órgão imediatamente superior. sala de audiência, durante o expediente, em horário que designará
§ 1º - O prazo de interposição do recurso é de 10 (dez) dias, para tal fim.
contados da data em que o punido tiver conhecimento da decisão Art. 288 - O expediente diário do Foro será, nos dias úteis, das
recorrida. 8 às 18 horas.
§ 2º - O recurso será interposto por petição dirigida à autorida- § 1º - A jornada de trabalho dos servidores da Justiça será de 30
de julgadora, que poderá, fundamentadamente, manter ou refor- (trinta) horas semanais, em turnos ininterruptos de 6 (seis) horas.
mar a decisão. § 2º - Durante o expediente, os Cartórios permanecerão aber-
§ 3º - Mantida a decisão, o recurso será imediatamente enca- tos, com a presença dos respectivos titulares ou dos seus substitu-
minhado ao órgão competente para o julgamento. tos legais.

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§ 3º - O Juiz poderá determinar a prorrogação do expediente § 2º - Os casos omissos ou os que suscitarem dúvidas serão
ordinário de qualquer Cartório, sob sua jurisdição, quando a neces- dirimidos pelo Tribunal Pleno, que estabelecerá a norma a ser ob-
sidade do serviço o exigir, observada a legislação pertinente, hipó- servada.
tese em que haverá rodízio entre os servidores, compensando-se, Art. 298 - A partir da publicação desta Lei, quando houver mais
posteriormente, as horas extraordinárias. de uma Vara com igual competência na mesma Comarca, os feitos
§ 4º - O serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais será pres- judiciais serão distribuídos de modo que se assegure a tramitação
tado, também nos sábados, domingos e feriados pelo sistema de de quantidade equivalente de ações congêneres em todas elas,
plantão. conforme dispuser Regulamento aprovado pelo Tribunal de Justiça.
§ 5º - Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais poderão funcio- Art. 299 - A criação, a alteração, a extinção e a nova classifica-
nar em horário noturno e em qualquer dia da semana. ção das unidades de divisão judiciária não repercutirão nos serviços
Art. 289 - Para atendimento fora do horário normal de expe- auxiliares do foro extrajudicial.
diente, o Tribunal de Justiça organizará sistema de plantões de ma- Art. 300 - A partir da publicação desta Lei, todo Município que
gistrados e servidores, em todo o Estado, a fim de, nos dias úteis, não seja sede de Comarca passa a constituir Comarca Não-Instala-
das 18 às 8 horas do dia seguinte, aos sábados, domingos e feria- da, ficando, sua instalação, condicionada aos requisitos do art. 13.
dos, conhecerem de medidas liminares e urgentes, a exemplo de Parágrafo único - O Município que for criado posteriormente à
cautelares, mandados de segurança, habeas corpus e custódias publicação desta Lei integrará a Comarca do Município do qual foi
cautelares. desmembrado.
Parágrafo único - No período de recesso os serviços forenses Art. 301 - A proposta de orçamento do Poder Judiciário deverá
funcionarão em regime especial de plantão, a ser disciplinado em contemplar verbas específicas para atender às despesas do Tribunal
Resolução do Tribunal Pleno, que também regulará o sistema de do Júri.
plantão de que trata o caput deste artigo. Art. 302 - Nos atos jurisdicionais e nas sessões em que atuem,
Art. 290 - O ponto facultativo decretado pela União, pelo Es- será conferido aos Juízes de Direito de Segundo Grau o tratamento
tado ou pelo Município não impedirá a realização de atos da vida de Desembargador Substituto.
forense, salvo determinação expressa do Presidente do Tribunal de Art. 303 - São considerados em extinção, assegurados os direi-
Justiça. tos dos atuais titulares, os cargos de Escrivão das Comarcas de en-
Art. 291 - Além da circunstância mencionada no parágrafo an- trância final e intermediária.
terior, o Presidente do Tribunal de Justiça poderá suspender o expe- Art. 304 - Ficam extintos, com a respectiva vacância, os cargos
diente forense, na ocorrência de motivo relevante para a Justiça ou de Avaliador e Porteiro do Júri, facultando-se a seus atuais integran-
de fato que perturbe o seu regular funcionamento. tes a opção pelo cargo de Oficial de Justiça Avaliador.
Art. 292 - Os servidores do Poder Judiciário são obrigados a Art. 305 - Os atuais Comissários de Vigilância e Comissários de
registrar a respectiva freqüência, conforme dispuser ato do Presi- Menores não voluntários passam a integrar o quadro de Agentes de
dente do Tribunal de Justiça. Proteção ao Menor.
Art. 306 - Fica extinto, nas Comarcas onde não existe Depó-
CAPÍTULO II - sito Judicial, o cargo de Depositário Público, facultando-se a seus
DA SESSÃO DOS ÓRGÃOS JUDICANTES DO TRIBUNAL E DAS atuais integrantes a opção pela disponibilidade ou pela ocupação,
AUDIÊNCIAS DOS JUÍZOS mediante designação, de cargo similar.
Art. 307 - Os magistrados, titulares de Comarcas cuja entrância
Art. 293 - As sessões dos órgãos do Tribunal de Justiça e as au- tenha sido alterada por esta Lei, terão assegurados todos os direitos
diências dos Juízos serão públicas. referentes a subsídio e a classificação na lista de antigüidade.
Art. 294 - As audiências realizar-se-ão no prédio do Fórum, res- Art. 308 - Os servidores integrantes dos quadros das Comarcas,
salvadas as exceções legais ou a conveniência da Justiça. cuja entrância tenha sido alterada por esta Lei, ficam automatica-
Art. 295 - Nas audiências dos Juízos e nas sessões dos órgãos do mente reclassificados na nova entrância, cabendo à Corregedoria
Tribunal de Justiça, recomenda-se o uso de traje adequado. e ao setor competente de Recursos Humanos do Poder Judiciário
Art. 296 - Compete ao Juiz exercer o poder de polícia das au- proceder às anotações e alterações devidas.
diências ou sessões que presidir e, nesse mister, a adoção das medi- Parágrafo único - Os servidores de Comarcas que tiverem seu
das necessárias à manutenção da ordem e da segurança nos servi- território desmembrado para efeito de criação de nova unidade ju-
ços da Justiça, requisitando, quando for o caso, força policial. diciária poderão optar por seu aproveitamento em cargo idêntico
na nova Comarca ou na nova sede, no prazo de 60 (sessenta) dias
LIVRO V - da data da vigência desta Lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 309 - Atendida a conveniência e o interesse da Justiça, o
Presidente do Tribunal de Justiça e os Corregedores da Justiça, ou-
Art. 297 - O Tribunal Pleno editará, em 120 (cento e vinte) dias, vido o Tribunal de Justiça, poderão designar servidores excedentes
contados da vigência desta Lei, os atos regulamentares aqui pre- para suprir necessidades de pessoal nos Ofícios e nas Serventias da
vistos. Justiça em qualquer Comarca.
§ 1º - Enquanto não editados os atos regulamentares a que Parágrafo único - Para cumprimento do disposto neste artigo, a
alude o caput deste artigo, continuam em vigor as disposições da Corregedoria Geral da Justiça, no prazo de 30 (trinta) dias, efetua-
Lei nº 3.731, de 22 de novembro de 1979, com as alterações nela rá o levantamento e o cadastramento dos servidores excedentes
introduzidas. em decorrência dos critérios de lotação fixados por esta Lei, para
fins de redistribuição, que dependerá da aquiescência do servidor,
quando o remanejamento se der fora da Comarca de origem.
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Art. 310 - O Poder Judiciário manterá programas permanentes § 3º - A criação dos cargos necessários para a instalação de uni-
de capacitação de recursos humanos e de modernização das práti- dades judiciárias não previstas nesta Lei e seus anexos dependerá
cas e dos procedimentos de trabalho, visando ao constante aperfei- de lei específica.
çoamento dos serviços da Justiça. Art. 316 - As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta
Art. 311 - O Tribunal de Justiça, no prazo de 180 (cento e oi- das dotações consignadas ao Poder Judiciário nos próximos orça-
tenta) dias, encaminhará projeto de lei à Assembléia Legislativa do mentos do Estado, não admitido qualquer acréscimo de despesas
Estado, com as modificações da estrutura dos serviços auxiliares da com pessoal acima dos limites de 6% previsto no art. 20, inciso II,
Justiça. alínea b, da Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000.
Art. 312 - As alterações na divisão e organização judiciárias do § 1º - O provimento dos cargos criados por esta Lei deverá obe-
Estado que importem em aumento de despesas serão implementa- decer ao disposto no caput deste artigo.
das gradualmente. A instalação das novas Varas Judiciais e o provi- § 2º - A instalação de Comarca, Vara, Ofício ou Serventia, na
mento dos respectivos cargos realizar-se-ão de forma progressiva, forma da lei, bem como os provimentos dos cargos respectivos,
por autorização do Tribunal de Justiça, mediante prévia definição da dependerá de disponibilidade orçamentária, observadas as disposi-
prioridade e após a alocação de recursos na proposta orçamentária ções do parágrafo anterior e a compatibilidade com o plano pluria-
do exercício correspondente. nual e a lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 313 - O Tribunal de Justiça, mediante Resolução, procede- Art. 317 - Esta Lei entrará em vigor em 180 (cento e oitenta)
rá, no prazo de até 60 (sessenta) dias, à revisão do quadro de Ofí- dias de sua publicação, ficando revogadas a Lei n° 3731/79 e as de-
cios e Serventias Judiciais, para ajustá-lo às necessidades da Justiça, mais disposições legais que com ela conflitem.
podendo, para tanto, determinar a redistribuição de servidores, de Redação de acordo com a Lei nº 10.960, de 26 de março de
modo a suprir necessidade imperiosa do serviço. 2008.
Art. 314 - O Poder Judiciário do Estado da Bahia deverá adaptar
todos os fóruns e demais prédios públicos sob a sua jurisdição, em
todas as Comarcas do Estado, garantindo acessibilidade aos porta- QUESTÕES
dores de deficiência de qualquer natureza, bem como aos de mo-
bilidade reduzida.
§ 1º - A construção, ampliação ou reforma de edificações de 1.FCC - Perito (DPT BA)/Criminalístico/2014 (e mais 3 concur-
uso público no âmbito do Poder Judiciário deve garantir, pelo me- sos)
nos, um dos acessos ao seu interior, com comunicação com todas as Considere os seguintes conceitos:
suas dependências e serviços, livre de barreiras e de obstáculos que I. Posição estabelecida para o ocupante do cargo dentro da res-
impeçam ou dificultem a sua acessibilidade, nos termos estabele- pectiva classe, de acordo com o critério de antiguidade.
cidos pelo Decreto Federal nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004. II. Agrupamento de cargos classificados segundo o grau de co-
§ 2º - Fica terminantemente vedada a construção de novo nhecimentos ou de habilidades exigidos.
fórum ou prédio público sem a obediência estrita ao disposto no III. Conjunto de cargos identificados pela similaridade de área
caput e § 1º deste artigo. de conhecimento ou de atuação, assim como pela natureza dos res-
Art. 315 - Ficam criados os cartórios constantes desta Lei e seus pectivos trabalhos.
Anexos, e os cargos de Juízes e servidores referidos nos arts. 214, IV. Conjunto de cargos de provimento permanente e de provi-
215 e 216 que bastem para provê-las, inclusive os seguintes cargos mento temporário, integrantes dos órgãos dos Poderes do Estado,
comissionados: das autarquias e das fundações públicas.
I- 1 (um) cargo de Diretor Administrativo, Símbolo TJ-FC- 1;
II - 12 (doze) cargos de Assessor de Desembargador, Símbolo Nos termos da Lei Estadual nº 6.677/94 (Estatuto dos Servido-
TJ-FC-2; res Públicos Civis do Estado da Bahia), os conceitos narrados corres-
III - 10 (dez) cargos de Diretor de Secretaria de Câmara, pondem, respectivamente, a
Símbolo TJ-FC-2; (A) referência, categoria funcional, grupo ocupacional e qua-
IV - 6 (seis) cargos de Assistente de Gabinete, Símbolo TJ- dro.
-FC-3; (B) carreira, grupo ocupacional, categoria funcional e estrutura
V- 30 (trinta) cargos de Secretário-Adjunto de Câmara, de cargos.
Símbolo TJ-FC-3; (C) lotação, grupo ocupacional, estrutura de cargos e referên-
VI - Diretor de Secretaria de Vara, Símbolo TJ-FC-3, em núme- cia.
ro igual ao de Cartórios Judiciais existentes na Comarca de Salvador (D) carreira, categoria funcional, estrutura de cargos e classe.
e na entrância intermediária; (E) lotação, estrutura de cargos, classe e referência.
VII - Assessor de Juiz, Símbolo TJ-FC-3, em número igual ao de
Juízes de Direito.
§ 1º - Os cargos de Diretor de Secretaria de Câmara serão pro-
vidos por bacharéis em Direito integrantes do quadro de servidores
do Poder Judiciário à medida em que forem vagando os atuais car-
gos efetivos de Secretário.
§ 2º - Os cargos de Diretor de Secretaria de Vara e de Asses-
sor de Juiz serão providos por bacharéis em Direito integrantes do
quadro de servidores do Poder Judiciário, mediante indicação do
respectivo juiz, inicialmente, na Comarca da Capital.
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2.FCC - Analista de Procuradoria (PGE BA)/Administrativo/2013


Quanto às formas de provimento de cargo público previstas na GABARITO
Lei estadual no 6.677/94, é correto afirmar:
(A) A nomeação para funções de direção, chefia ou assessora-
mento dependerá de prévia habilitação em concurso público
de provas ou de provas e títulos, obedecida a ordem de classi-
1 A
ficação e o prazo de sua validade. 2 B
(B) É possível a reversão do aposentado por invalidez, caso os
motivos determinantes da sua aposentadoria tenham sido de- 3 E
clarados insubsistentes por junta médica oficial. 4 D
(C) Recondução é o retorno do servidor demitido ao cargo
anteriormente ocupado, quando invalidada sua demissão por
sentença judicial transitada em julgado. ANOTAÇÕES
(D) Reintegração é o retorno do servidor estável, sem direito à
indenização, ao cargo anteriormente ocupado, dentro da mes-
ma carreira, em decorrência de recondução do anterior ocu- ______________________________________________________
pante.
(E) Aproveitamento é o cometimento ao servidor de novas atri- ______________________________________________________
buições, compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental, comprovada por junta médica ofi- ______________________________________________________
cial, garantida a remuneração do cargo de que é titular.
______________________________________________________
3.FCC - Analista de Procuradoria (PGE BA)/Calculista/2013 ______________________________________________________
Acerca do direito de petição assegurado ao servidor público es-
tadual pela Lei Estadual no 6.677/94, é correto afirmar: ______________________________________________________
(A) É franqueado ao servidor requerer, representar, pedir re-
consideração ou recorrer administrativamente, sendo condi- ______________________________________________________
ção de admissibilidade do recurso a prova do depósito prévio
em dinheiro. ______________________________________________________
(B) Quando autoridade superior tiver conhecimento direto de
______________________________________________________
uma falta cometida por um servidor, poderá aplicar penas le-
ves, como a de repreensão, diferindo-se a defesa do servidor. ______________________________________________________
(C) Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do
recurso interposto por servidor, os efeitos da decisão retroagi- ______________________________________________________
rão à data da posse efetiva deste.
(D) Quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentado- ______________________________________________________
ria ou de disponibilidade, o direito de requerer é imprescritível.
(E) A prescrição constitui matéria de ordem pública, não po- _____________________________________________________
dendo ser relevada pela Administração.
_____________________________________________________
4.FCC - Analista de Procuradoria (PGE BA)/Calculista/2013
______________________________________________________
Nos termos da Lei Estadual no 6.677/94, NÃO constitui dever
do servidor ______________________________________________________
(A) representar contra ilegalidade ou abuso de poder.
(B) cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- ______________________________________________________
mente ilegais.
(C) atender com presteza ao público em geral, prestando as in- ______________________________________________________
formações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo.
(D) levar ao conhecimento da autoridade superior as irregula- ______________________________________________________
ridades de que tiver ciência em razão do cargo, exceto quando
______________________________________________________
considerar que as mesmas são de pouca relevância.
(E) ser assíduo e pontual ao serviço, inclusive comparecendo à ______________________________________________________
repartição em horário extraordinário, quando convocado.
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DIREITO CONSTITUCIONAL

uma norma de eficácia plena; a lei regulamentadora até pode exis-


DIREITO CONSTITUCIONAL: DA APLICABILIDADE E INTER- tir, mas a norma de eficácia plena já produz todos os seus efeitos de
PRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS; VIGÊNCIA E imediato, independentemente de qualquer tipo de regulamentação;
EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS b) são não-restringíveis, ou seja, caso exista uma lei tratando
de uma norma de eficácia plena, esta não poderá limitar sua apli-
cação;
O estudo da aplicabilidade das normas constitucionais é essen- c) possuem aplicabilidade direta (não dependem de norma re-
cial à correta interpretação da Constituição Federal1. É a compreen- gulamentadora para produzir seus efeitos), imediata (estão aptas
são da aplicabilidade das normas constitucionais que nos permitirá a produzir todos os seus efeitos desde o momento em que é pro-
entender exatamente o alcance e a realizabilidade dos diversos dis- mulgada a Constituição) e integral (não podem sofrer limitações ou
positivos da Constituição. restrições em sua aplicação).
Todas as normas constitucionais apresentam juridicidade. To-
das elas são imperativas e cogentes ou, em outras palavras, todas as 2) Normas constitucionais de eficácia contida ou prospectiva
normas constitucionais surtem efeitos jurídicos: o que varia entre São normas que estão aptas a produzir todos os seus efeitos
elas é o grau de eficácia. desde o momento da promulgação da Constituição, mas que po-
A doutrina americana (clássica) distingue duas espécies de nor- dem ser restringidas por parte do Poder Público. Cabe destacar que
mas constitucionais quanto à aplicabilidade: as normas autoexecu- a atuação do legislador, no caso das normas de eficácia contida, é
táveis (“self executing”) e as normas não-autoexecutáveis. discricionária: ele não precisa editar a lei, mas poderá fazê-lo.
As normas autoexecutáveis são normas que podem ser aplica- Um exemplo clássico de norma de eficácia contida é o art.5º,
das sem a necessidade de qualquer complementação. São normas inciso XIII, da CF/88, segundo o qual “é livre o exercício de qualquer
completas, bastantes em si mesmas. Já as normas não-autoexecu- trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissio-
táveis dependem de complementação legislativa antes de serem nais que a lei estabelecer”.
aplicadas: são as normas incompletas, as normas programáticas Em razão desse dispositivo, é assegurada a liberdade profissio-
(que definem diretrizes para as políticas públicas) e as normas de nal: desde a promulgação da Constituição, todos já podem exercer
estruturação (instituem órgãos, mas deixam para a lei a tarefa de qualquer trabalho, ofício ou profissão. No entanto, a lei poderá es-
organizar o seu funcionamento). tabelecer restrições ao exercício de algumas profissões. Citamos,
Embora a doutrina americana seja bastante didática, a classifi- por exemplo, a exigência de aprovação no exame da OAB como pré-
cação das normas quanto à sua aplicabilidade mais aceita no Brasil -requisito para o exercício da advocacia.
foi a proposta pelo Prof. José Afonso da Silva. As normas de eficácia contida possuem as seguintes caracte-
A partir da aplicabilidade das normas constitucionais, José rísticas:
Afonso da Silva classifica as normas constitucionais em três grupos: a) são autoaplicáveis, ou seja, estão aptas a produzir todos os
→ normas de eficácia plena; seus efeitos, independentemente de lei regulamentadora. Em ou-
→ normas de eficácia contida; tras palavras, não precisam de lei regulamentadora que lhes com-
→ normas de eficácia limitada. plete o alcance ou sentido.
Vale destacar que, antes da lei regulamentadora ser publicada,
1) Normas de eficácia plena o direito previsto em uma norma de eficácia contida pode ser exer-
São aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição, citado de maneira ampla (plena); só depois da regulamentação é
produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos que o que haverá restrições ao exercício do direito;
legislador constituinte quis regular. É o caso do art. 2º da CF/88, que b) são restringíveis, isto é, estão sujeitas a limitações ou restri-
diz: “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o ções, que podem ser impostas por:
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. - uma lei: o direito de greve, na iniciativa privada, é norma de
As normas de eficácia plena possuem as seguintes caracterís- eficácia contida prevista no art. 9º, da CF/88. Desde a promulgação
ticas: da CF/88, o direito de greve já pode exercido pelos trabalhadores
a) são autoaplicáveis, é dizer, elas independem de lei posterior do regime celetista; no entanto, a lei poderá restringi-lo, definindo
regulamentadora que lhes complete o alcance e o sentido. Isso não os “serviços ou atividades essenciais” e dispondo sobre “o atendi-
quer dizer que não possa haver lei regulamentadora versando sobre mento das necessidades inadiáveis da comunidade”.
- outra norma constitucional: o art. 139, da CF/88 prevê a pos-
sibilidade de que sejam impostas restrições a certos direitos e ga-
rantias fundamentais durante o estado de sítio.
1 http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:j3AAnRpJ4j-
8J:www.estrategiaconcursos.com.br/curso/main/downloadPDF/%3Faula%-
3D188713+&cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
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DIREITO CONSTITUCIONAL

- conceitos ético-jurídicos indeterminados: o art. 5º, inciso XXV, b) normas declaratórias de princípios programáticos: são
da CF/88 estabelece que, no caso de “iminente perigo público”, o aquelas que estabelecem programas a serem desenvolvidos pelo
Estado poderá requisitar propriedade particular. Esse é um conceito legislador infraconstitucional. Um exemplo é o art. 196 da Carta
ético-jurídico que poderá, então, limitar o direito de propriedade; Magna (“a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução
c) possuem aplicabilidade direta (não dependem de norma re- do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
gulamentadora para produzir seus efeitos), imediata (estão aptas a igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
produzir todos os seus efeitos desde o momento em que é promul- recuperação”).
gada a Constituição) e possivelmente não-integral (estão sujeitas a Cabe destacar que a presença de normas programáticas na
limitações ou restrições). Constituição Federal é que nos permite classificá-la como uma
Constituição-dirigente.
3) Normas constitucionais de eficácia limitada É importante destacar que as normas de eficácia limitada,
São aquelas que dependem de regulamentação futura para embora tenham aplicabilidade reduzida e não produzam todos
produzirem todos os seus efeitos. Um exemplo de norma de eficá- os seus efeitos desde a promulgação da Constituição, possuem
cia limitada é o art. 37, inciso VII, da CF/88, que trata do direito de eficácia jurídica.
greve dos servidores públicos (“o direito de greve será exercido nos Guarde bem isso: a eficácia dessas normas é limitada, porém
termos e nos limites definidos em lei específica”). existente! Diz-se que as normas de eficácia limitada possuem efi-
Ao ler o dispositivo supracitado, é possível perceber que a cácia mínima.
Constituição Federal de 1988 outorga aos servidores públicos o di- Diante dessa afirmação, cabe-nos fazer a seguinte pergunta:
reito de greve; no entanto, para que este possa ser exercido, faz-se quais são os efeitos jurídicos produzidos pelas normas de eficácia
necessária a edição de lei ordinária que o regulamente. Assim, en- limitada?
quanto não editada essa norma, o direito não pode ser usufruído. As normas de eficácia limitada produzem imediatamente, des-
As normas constitucionais de eficácia limitada possuem as se- de a promulgação da Constituição, dois tipos de efeitos:
guintes características: → efeito negativo;
a) são não-autoaplicáveis, ou seja, dependem de complemen- → efeito vinculativo.
tação legislativa para que possam produzir os seus efeitos;
b) possuem aplicabilidade indireta (dependem de norma re- O efeito negativo consiste na revogação de disposições ante-
gulamentadora para produzir seus efeitos) mediata (a promulgação riores em sentido contrário e na proibição de leis posteriores que
do texto constitucional não é suficiente para que possam produzir se oponham a seus comandos. Sobre esse último ponto, vale desta-
todos os seus efeitos) e reduzida (possuem um grau de eficácia res- car que as normas de eficácia limitada servem de parâmetro para o
trito quando da promulgação da Constituição). controle de constitucionalidade das leis.
O efeito vinculativo, por sua vez, se manifesta na obrigação de
que o legislador ordinário edite leis regulamentadoras, sob pena de
Muito cuidado para não confundir! haver omissão inconstitucional, que pode ser combatida por meio
As normas de eficácia contida estão aptas a produzir todos os de mandado de injunção ou Ação Direta de Inconstitucionalidade
seus efeitos desde o momento em que a Constituição é promul- por Omissão.
gada. A lei posterior, caso editada, irá restringir a sua aplicação. Ressalte-se que o efeito vinculativo também se manifesta na
As normas de eficácia limitada não estão aptas a produzirem obrigação de que o Poder Público concretize as normas programá-
todos os seus efeitos com a promulgação da Constituição; elas ticas previstas no texto constitucional. A Constituição não pode ser
dependem, para isso, de uma lei posterior, que irá ampliar o seu uma mera “folha de papel”; as normas constitucionais devem re-
alcance. fletir a realidade político-social do Estado e as políticas públicas de-
vem seguir as diretrizes traçadas pelo Poder Constituinte Originário.
José Afonso da Silva subdivide as normas de eficácia limitada
em dois grupos:
a) normas declaratórias de princípios institutivos ou organiza- CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: SISTEMAS DIFUSO
tivos: são aquelas que dependem de lei para estruturar e organizar E CONCENTRADO; AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALI-
as atribuições de instituições, pessoas e órgãos previstos na Consti- DADE; AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE; AÇÃO
tuição. É o caso, por exemplo, do art. 88, da CF/88, segundo o qual DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE E ARGUIÇÃO
“a lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
administração pública.”
As normas definidoras de princípios institutivos ou organizati-
vos podem ser impositivas (quando impõem ao legislador uma obri- É a atividade de fiscalização da validade e conformidade das
gação de elaborar a lei regulamentadora) ou facultativas (quando leis e atos do Poder Público à vista de uma Constituição rígida,
estabelecem mera faculdade ao legislador). desenvolvida por um ou vários órgãos constitucionalmente
O art. 88, da CF/88, é exemplo de norma impositiva; como designados. É, em síntese, um conjunto de atos tendentes a garantir
exemplo de norma facultativa citamos o art. 125, § 3º, CF/88, que a supremacia formal da Constituição.
dispõe que a “lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribu-
nal de Justiça, a Justiça Militar estadual”;

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DIREITO CONSTITUCIONAL

Controle Preventivo: Comissões de Constituição e Justiça e Como a Constituição Federal (Artigo 102, § 3º) passa a exigir
Veto Jurídico do recorrente a demonstração da repercussão geral das questões
constitucionais discutidas, vale dizer, que o interesse da demanda
• Momento do Controle de Constitucionalidade transcenda os meros interesses particulares, nada mais razoável
Quanto ao momento, o controle de constitucionalidade pode que a questão constitucional guerreada, alcance efeitos extra par-
ser preventivo (a priori) ou repressivo (a posteriori). tes.
Nesse contexto, as razões de decidir do STF que levaram à
No Controle Preventivo, fiscaliza-se a validade do projeto de declaração de inconstitucionalidade da lei transcendem às partes
lei com o fim de se evitar que seja inserida no ordenamento jurídi- envolvidas para assumir uma eficácia generalizada – erga omnes,
co uma norma incompatível com a Constituição. Pode ser realizado independentemente de Resolução do Senado.
por todos os Poderes da República. É o que se denomina transcendência dos motivos determinan-
tes da decisão no controle difuso de constitucionalidade.
Controle Repressivo do Poder Legislativo
No caso do Controle Repressivo, fiscaliza-se a validade de uma Súmula Vinculante
norma já inserida no ordenamento jurídico. As decisões proferidas pelo STF no controle difuso de consti-
Procura-se expurgar do Direito Posto norma que contraria for- tucionalidade não são dotadas de força vinculante em relação ao
mal e/ou materialmente o texto constitucional, seu fundamento de Poder Judiciário, tampouco perante a Administração Pública.
validade. No intuito de conferir autoridade às decisões relevantes do
Pode, também, ser realizado pelos três Poderes da República, Pretório Excelso, a Emenda Constitucional nº 45/2004 criou a figura
bem assim pelo Tribunal de Contas da União. da Súmula Vinculante, nos termos do Artigo 103-A, da CF:
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por
Controle Repressivo do Poder Judiciário: o Controle Difuso ou provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros,
Aberto após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar sú-
A legitimação ativa no controle difuso é ampla, uma vez que mula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito
qualquer das partes (autor e réu) poderá levantar a questão consti- vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à ad-
tucional, bem assim o membro do Ministério Público que oficie no ministração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
feito ou, ainda, o próprio magistrado de ofício. municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na
forma estabelecida em lei.
• Competência do Controle Difuso § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação
No âmbito do controle difuso, qualquer juiz ou tribunal do País e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja
dispõe de competência para declarar a inconstitucionalidade das controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
leis e dos atos normativos. administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e
No entanto, quando o processo chega às instâncias superio- relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
res, um órgão fracionário do tribunal não possui esta competência § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei,
(princípio da reserva de plenário, prescrito no Artigo 97, da CF). a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser
provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
Repercussão Geral inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a
• Efeitos da Decisão súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação
A princípio, pode-se afirmar que os efeitos da decisão em con- ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará
trole difuso de constitucionalidade realizado por juízes monocráti- o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e
cos e tribunais, inclusive o próprio STF, são inter partes (alcançando determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
apenas o autor e o réu), e ex tunc (não retroativos). súmula, conforme o caso.
Contudo, em se tratando especificamente de julgamento de re-
curso extraordinário (RE) pelo STF, deve-se observar qual o regime a
que se submete, se anterior ou posterior ao requisito da repercussão
Requisitos para aprovação de uma Súmula Vinculante
geral da matéria constitucional guerreada (Artigo 102, § 3º, da CF). Quórum de 2/3 dos membros do STF (mínimo de oito
ministros);
Recurso Extraordinário
Se o RE é anterior à exigência da repercussão geral, os efeitos Reiteradas decisões sobre matéria constitucional;
da decisão proferida nesta ação seguirão a regra geral, vale dizer, Controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre es-
serão inter parte e ex tunc. ses e a Administração Pública que acarrete grave inse-
No entanto, ainda haverá a possibilidade da extensão dos efei- gurança jurídica e relevante multiplicação de processos
tos da decisão a terceiros não integrantes da relação jurídico-pro- sobre questão idêntica.
cessual primitiva, por meio da suspensão da execução da lei pelo
Senado Federal, nos termos do Artigo 52, X, da CF.
De outra banda, se o julgamento do RE obedece à sistemática
trazida pelo regime da repercussão geral, a decisão passa a produzir
eficácia erga omnes (alcançando todos que se encontram na mes-
ma situação jurídica).
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DIREITO CONSTITUCIONAL

Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica - ADI ou ADIN • Legitimação Ativa


A Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica – ADI, ou, tão Podem propor ADC os mesmos legitimados da ADI (Artigo 103,
somente, Ação Direta de Inconstitucionalidade, tem por fim retirar I ao IX, da CF).
do ordenamento jurídico uma lei ou ato normativo federal ou esta-
dual que desrespeita a Constituição Federal. • Objeto
A ADC só se presta para a aferição da constitucionalidade de
leis e atos normativos federais (Artigo 102, I, a, da CF).
• Legitimação Ativa Não se admite, em sede de ADC, a aferição da constitucionali-
Podem propor ADI um dos legitimados pela Constituição Fede- dade de normas estaduais, distritais e municipais.
ral enumerados no Artigo 103, I ao IX:
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental –
e a ação declaratória de constitucionalidade: ADPF
I - o Presidente da República; Determina a Constituição Federal que a arguição de descumpri-
II - a Mesa do Senado Federal; mento de preceito fundamental (ADPF) será apreciada pelo STF, na
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; forma da lei (Artigo 102, § 1º).
IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa A expressão “na forma da lei” demonstra tratar-se de uma nor-
do Distrito Federal; ma constitucional de eficácia limitada, no caso, definidora de princí-
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; pio institutivo, que foi regulamentada pela Lei nº 9.882/99.
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; • Legitimação Ativa
VIII - partido político com representação no Congresso Nacio- Poderão impetrar a ADPF os mesmos legitimados para proposi-
nal; tura da ADI (Artigo 103, I a IX, da CF).
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito na-
cional. • Objeto
De acordo com o Artigo 1º, da Lei nº 9.882/99, será cabível a
O quadro abaixo traz dicas para memorização de tal legitima- ADPF em três hipóteses distintas, a saber:
ção: a) para evitar lesão a preceito fundamental, resultante de ato
do Poder Público (ADPF autônoma preventiva);
Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade b) para reparar lesão a preceito fundamental, resultante de
3 autoridades → Presidente da República, Governadores, PGR ato do Poder Público (ADPF autônoma repressiva);
3 mesas → Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos De- c) diante de relevante controvérsia constitucional sobre lei ou
putados, Mesas das Assembleias Legislativas ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anterio-
3 instituições → Conselho Federal da OAB, partido político com res à Constituição Federal de 1988 (ADPF incidental).
representação no Congresso Nacional, confederação sindical ou en-
tidade de classe de âmbito nacional Conceito de Preceito Fundamental
Apesar de não haver um delineamento objetivo do que sejam
• Objeto preceitos fundamentais, tarefa que cabe à Suprema Corte, a doutri-
Por força de determinação constitucional, podem ser objeto de na identifica como preceitos fundamentais na Constituição:
ADI, leis e atos normativos federais e estaduais (Artigo 102, I, a, a) os princípios fundamentais do Título I (Artigos 1º ao 4º);
da CF). b) os direitos e garantias fundamentais (espalhados por todo o
texto constitucional);
Podem ser objeto de ADI c) os princípios constitucionais sensíveis (Artigo 34, VII);
Emendas constitucionais de reforma, emendas constitucionais d) as cláusulas pétreas (Artigo 60, § 4º);
de revisão, tratados internacionais equipados às emendas, leis or- e) as limitações materiais implícitas.
dinárias, leis complementares, leis delegadas, medidas provisórias,
decretos legislativos, resoluções, tratados internacionais não equi- • Modalidades de ADPF
parados às emendas, decretos autônomos, regimentos internos dos Da leitura do Artigo 1º, da Lei nº 9.882/99, percebemos a exis-
tribunais, Constituições Estaduais e Lei Orgânica do Distrito Federal. tência de duas modalidades de ADPF:
a) arguição autônoma (com natureza de ação, que tem por fim
Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC evitar ou reparar lesão a preceito fundamental);
A Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC foi criada b) arguição incidental (que pressupõe a existência de uma
pela Emenda Constitucional nº 3/1993, no intuito de se outorgar ação original).
a certos legitimados (Artigo 103, I a IX, da CF), o poder de requerer
ao STF o reconhecimento da constitucionalidade de uma norma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO
federal, para encerrar, definitivamente, relevante controvérsia ju- A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO é
dicial sobre sua validade, haja vista que a decisão do STF nessa ação medida que tem por fim tornar efetivas, certas normas constitu-
produzirá eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação aos cionais, por meio do reconhecimento da inconstitucionalidade da
demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta omissão do legislador infraconstitucional quanto ao seu dever de
e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. regulamentar dispositivos constitucionais (Artigo 103, § 2º, da CF).

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DIREITO CONSTITUCIONAL

Nessas circunstâncias, um dos legitimados (Artigo 103, I ao IX,


da CF) poderá propor ADO perante o STF, para que reconheça a in- • Natureza Jurídica do Instituto da Reclamação
constitucionalidade da mora do órgão encarregado de regulamen- Trata-se a reclamação de verdadeiro exercício constitucional
tar determinadas normas constitucionais. de direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou
A hipótese mais comum de inconstitucionalidade por omissão contra a ilegalidade ou abuso de poder (Artigo 5º, XXXIV, a, da CF).
é a da não edição de ato legislativo necessário à plena eficácia da Assim, a reclamação nada mais é do que um instrumento de
norma constitucional. Nada obsta, contudo, a possibilidade da pró- caráter mandamental e natureza constitucional.
pria Constituição exigir direta e imediatamente a tomada de medi-
das administrativas concretas necessárias à sua inteira efetividade, Referências Bibliográficas:
exigíveis independentemente da edição de leis, o que não impede BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito
a impetração da aludida ação em face da ausência do ato adminis- Constitucional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e
trativo regulamentador. MPU. Salvador: Editora JusPODIVM.
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas
• Legitimação Ativa e Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
Podem propor a ADO os mesmos legitimados à propositura da
ADI (Artigo 103, I a IX, da CF).
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE
• Objeto 1988
De igual forma à ADI, na ADO só poderão ser impugnadas omis-
sões do legislador federal e estadual quanto ao seu dever constitu-
cional de legislar, bem assim do Distrito Federal, desde que referen- Sentido sociológico; sentido político; sentido jurídico; concei-
te ao exercício de atribuição estadual. to, objetos e elementos
As omissões de órgãos municipais não se sujeitam à impugna- No tocante aos sentidos sociológico, político e jurídico, são ana-
ção por meio da ADO perante o STF. lisados pela doutrina, quando da análise das denominadas “pers-
pectivas”2. Mesma observação com relação ao denominado objeto.
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva Dando-se prosseguimento aos nossos estudos, passaremos a
No Brasil, a regra é o exercício da plena autonomia de um ente analisar os denominados elementos da Constituição. Tal denomina-
federado. No entanto, a autonomia dos Estados, do Distrito Federal ção surgiu em virtude de o fato das normas constitucionais serem
e dos Municípios poderá ser temporariamente afastada, nas hipó- divididas e agrupadas em pontos específicos, com conteúdo, ori-
teses excepcionais em que a Constituição Federal admite o proces- gem e finalidade diversos.
so de intervenção de um ente federativo sobre outro. Conquanto haja essa divisão e o agrupamento em questão, é
A representação interventiva, também denominada de Ação de se registrar que nossa doutrina é divergente com relação aos
Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (Artigo 36, III, da CF), é elementos da Constituição, não se podendo afirmar que uma classi-
a ação destinada a aferir legitimidade ao processo de intervenção, ficação está correta e a outra errada.
que pode ocorrer em duas hipóteses constitucionais: Em que pese essa divergência, remetemos à clássica divisão
a) ofensa aos princípios constitucionais sensíveis (Artigo 34, VII, dada pelo Ilustre Prof. José Afonso da Silva. Senão, vejamos.
da CF); a) Elementos orgânicos – estabelecem as normas que regulam
b) recusa à execução de lei federal (Artigo 34, VI, da CF). a estrutura do Estado e do Poder (Títulos III e IV, da CF);
b) Elementos limitativos – dizem respeito às normas que com-
Nestas duas situações, a intervenção federal dependerá de pro- põem os direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação es-
vimento pelo Supremo Tribunal Federal de representação interven- tatal;
tiva proposta pelo procurador-geral da República. c) Elementos sócio ideológicos – estabelecem o compromisso
A Lei nº 12.562/2011, veio regulamentar o inciso III do Artigo da Constituição entre o Estado Individualista e o Estado intervencio-
36 da CF, dispondo sobre o processo e julgamento da representação nista (Título VII, da CF);
interventiva perante o Supremo Tribunal Federal. d) Elementos de estabilização constitucional – são as normas
constitucionais destinadas a assegurar a solução de conflitos consti-
Reclamação Constitucional tucionais, a defesa da CF, do Estado e das instituições democráticas.
A fim de garantir a autoridade da decisão proferida pelo STF, Eles constituem os instrumentos de defesa do Estado e buscam ga-
em sede de controle concentrado de constitucionalidade, a Excelsa rantir a paz social (Artigos 34 a 36, da CF);
Corte admite o ajuizamento de reclamação, nos termos do Artigo e) Elementos formais de aplicabilidade – encontram-se nas
102, I, “l” , da CF (competência originária do STF), desde que o ato normas que estabelecem regras de aplicação das Constituições
judicial que se alega tenha desrespeitado a decisão do STF não te- (ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).
nha sido transitado em julgado
Para se ter um exemplo da amplitude da perspectiva do insti- Classificações das constituições
tuto da reclamação, havendo efeito vinculante perante até mesmo Registre-se que a doutrina brasileira costuma utilizar-se de va-
a Administração Pública, temos sustentado a possibilidade de ajui- riados critérios de classificação das constituições, existindo variação
zamento de Reclamação em face de ato de Prefeito que contraria entre eles.
decisão proferida pelo STF com caráter vinculante.
Nessa linha de ampliação do instituto da reclamação, destaca- 2 https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/8713b4e79cb9270ec-
mos o Artigo 103-A, § 3º, da CF (já disposto aqui anteriormente). c075bfab3b84b2a.pdf
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a) Quanto à origem – as Constituições poderão ser outorga- Constituição material e constituição formal
das (aquelas impostas pelo agente revolucionário que não recebeu A divisão de constituição em material e formal é decorrente da
do povo a legitimidade para, em nome dele, atuar), promulgadas adoção do critério relacionado ao conteúdo da norma.
(fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita Segundo esse critério, considera-se constituição material o
diretamente pelo povo. conjunto de normas escritas ou não, em um documento que cola-
Ela é também denominada de democrática, votada ou popu- ciona normas relativas à estrutura do Estado, organização do poder,
lar), cesaristas (não é propriamente outorgada, nem democrática, bem como direitos e garantias fundamentais.
ainda que criada com a participação popular, vez que essa visa ape- Com base nesse critério, para que a norma seja considerada
nas ratificar a vontade do detentor do poder. materialmente constitucional não é necessário que ela esteja in-
Conhecidas também como bonapartistas) e, pactuadas ou serida no bojo da Constituição Federal, bastando versar sobre as
dualistas (são aquelas que surgem através de um pacto entre as matérias anteriormente mencionadas.
classes dominante e oposição). Caso determinada norma verse sobre as matérias descritas no
parágrafo anterior e esteja inserida na Constituição Federal ela será
b) Quanto à forma – as Constituições podem ser escritas (ins- considerada formal e materialmente constitucional.
trumentais) ou costumeiras (não escritas). Destaque-se que uma norma materialmente constitucional
c) Quanto à extensão – elas podem ser sintéticas (aquelas que (p.ex., que verse sobre direito eleitoral), que não esteja inserida no
apenas vinculam os princípios fundamentais e estruturais do Esta- bojo da Constituição Federal, poderá ser alterada por uma lei infra-
do. São também denominadas de concisas, breves, sumárias, su- constitucional, sem que haja necessidade de se observar os pro-
cintas ou básicas) ou analíticas (são as Constituições que abordam cedimentos mais rígidos estabelecidos para se alterar a estrutura
todos os assuntos que os representantes do povo entenderem por da Magna Carta. Entretanto, isso não lhe retira o caráter de norma
fundamentais. materialmente constitucional!
São também conhecidas como amplas, extensas, largas, proli- A segunda classificação quanto ao conteúdo diz respeito à
xas, longas, desenvolvidas, volumosas ou inchadas). constituição formal que é o conjunto de normas escritas, sistemati-
zadas e reunidas em um único documento normativo, qual seja, na
d) Quanto ao conteúdo – material ou formal. Constituição Federal.
e) Quanto ao modo de elaboração – as Constituições podem
ser dogmáticas (são aquelas que consubstanciam os dogmas es- Com base nesse critério, independentemente do conteúdo ma-
truturais e fundamentais do Estado) ou históricas (constituem-se terial da norma, pelo simples fato de ela estar inserida na Consti-
através de um lento e contínuo processo de formação, ao longo do tuição Federal, já será considerada formalmente constitucional (§
tempo). 2º do art. 242, da CF).
f) Quanto à alterabilidade (estabilidade) – as Constituições Ainda que essas normas não tenham conteúdo materialmente
podem ser rígidas (são aquelas que exigem um processo legislativo constitucional, apenas e tão somente pelo fato de estarem inseri-
mais dificultoso para sua alteração), flexíveis (o processo legislativo das no bojo da Constituição, somente poderão ser alteradas obser-
de sua alteração é o mesmo das normas infraconstitucionais), se- vando-se o rígido sistema de alteração das normas constitucionais.
mirrígidas (são as Constituições que possuem matérias que exigem
um processo de alteração mais dificultoso, enquanto outras nor- Constituição-garantia e constituição-dirigente
mas não o exigem), fixas ou silenciosas (são as Constituições que Quanto à finalidade a constituição, segundo a doutrina, poderá
somente podem ser alteradas por um poder de competência igual ser dividida em constituição-garantia e constituição-dirigente.
àquele que as criou), transitoriamente flexíveis (são as suscetíveis A constituição-garantia (liberal, defensiva ou negativa) é um
de reforma, com base no mesmo rito das leis comuns, mas por documento utilizado com a finalidade de garantir liberdades indivi-
apenas determinado período preestabelecido), imutáveis (são as duais, limitando-se o poder e o arbítrio estatal.
Constituições inalteráveis) ou super rígidas (são aquelas que pos- De outro vértice, a constituição-dirigente tem por finalidade
suem um processo legislativo diferenciado para a alteração de suas estabelecer um tipo de Estado intervencionista, estabelecendo-se
normas e, de forma excepcional, algumas matérias são imutáveis). objetivos para o Estado e para a sociedade em uma perspectiva de
g) Quanto à sistemática – as Constituições podem ser divididas evolução de suas estruturas.
em reduzidas (aquelas que se materializam em um só instrumento Registre-se, por oportuno, que parcela da doutrina traz uma
legal) ou variadas (aquelas que se distribuem em vários textos es- terceira classificação, que diz respeito à constituição-balanço, a
parsos). qual se destina a registrar um dado período das relações de poder
h) Quanto à dogmática – ortodoxa (Constituição formada por no Estado.
uma só ideologia) ou eclética (formada por ideologias conciliatórias
diversas). Normas constitucionais
Podemos dizer que as normas constitucionais são normas ju-
IMPORTANTE rídicas qualificadas, haja vista serem dotadas de atributos caracte-
Segundo a maioria da doutrina a Constituição Federal de 1988 rísticos próprios. Dentre esses atributos que qualificam as normas
possui a seguinte classificação: formal, rígida, escrita, dogmática, constitucionais destacam-se três:
promulgada, analítica, dirigente, normative e eclética... → supremacia delas em relação às demais normas infracons-
https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/8713b4e- titucionais;
79cb9270ecc075bfab3b84b2a.pdf → elevado grau de abstração;
→ forte dimensão política.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

Não obstante existirem diversas obras doutrinárias sobre as Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
normas constitucionais, em nosso estudo será adotada a clássica meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
teoria do professor José Afonso da Silva, segundo a qual as normas Constituição.
constitucionais, quanto à sua eficácia e aplicabilidade, dividem-se
em: Os princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988
a) De eficácia plena – é aquela apta a produzir todos os seus estão previstos no art. 1º da Constituição e são:
efeitos jurídicos direta e imediatamente após a entrada em vigor A soberania, poder político supremo, independente interna-
do texto constitucional. Portanto, é uma norma de aplicabilidade cionalmente e não limitado a nenhum outro na esfera interna. É o
direta, imediata e integral (p.ex.: artigos. 2º; 21; 22, dentre outros, poder do país de editar e reger suas próprias normas e seu ordena-
da CF). mento jurídico.
b) De eficácia contida – conquanto possua também incidência A cidadania é a condição da pessoa pertencente a um Estado,
imediata e direta, a eficácia não é integral, haja vista que poderá dotada de direitos e deveres. O status de cidadão é inerente a todo
sofrer restrições ou ampliações posteriores por parte do Poder Pú- jurisdicionado que tem direito de votar e ser votado.
blico. Nesse caso, para que a norma sofra essas restrições ou am- A dignidade da pessoa humana é valor moral personalíssimo
pliações é imprescindível a atuação positiva do Poder Público, ao inerente à própria condição humana. Fundamento consistente no
qual incumbirá editar norma posterior (p.ex.: artigos. 5º, LVIII; 37, I, respeito pela vida e integridade do ser humano e na garantia de
dentre outros, da CF). condições mínimas de existência com liberdade, autonomia e igual-
c) De eficácia limitada – referida norma, desde a promulga- dade de direitos.
ção da CF, produz efeitos jurídicos reduzidos, vez que depende e Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pois é atra-
demanda de uma atuação positiva e posterior do legislador infra- vés do trabalho que o homem garante sua subsistência e contribui
constitucional. Para que a norma produza todos seus efeitos espe- para com a sociedade. Por sua vez, a livre iniciativa é um princípio
rados é imprescindível que o legislador infraconstitucional edite que defende a total liberdade para o exercício de atividades econô-
a denominada norma regulamentadora (p.ex.: art. 7º, XX e XXVII, micas, sem qualquer interferência do Estado.
dentre outros, da CF). O pluralismo político que decorre do Estado democrático de
Ainda que haja inércia por parte do legislador, a norma consti- Direito e permite a coexistência de várias ideias políticas, consubs-
tucional de eficácia limitada produzirá efeitos mínimos (p.ex.: impe- tanciadas na existência multipartidária e não apenas dualista. O
dirá que norma infraconstitucional contrária a ela seja editada, sob Brasil é um país de política plural, multipartidária e diversificada e
pena de inconstitucionalidade). não apenas pautada nos ideais dualistas de esquerda e direita ou
Portanto, é norma constitucional de aplicabilidade indireta, democratas e republicanos.
mediata e reduzida. Importante mencionar que união indissolúvel dos Estados, Mu-
Para o professor José Afonso da Silva as normas de eficácia limi- nicípios e do Distrito Federal é caracterizada pela impossibilidade
tada subdividem-se em dois grupos: de secessão, característica essencial do Federalismo, decorrente da
c.1) Normas de princípio institutivo ou organizativo – destina- impossibilidade de separação de seus entes federativos, ou seja, o
das à criação de organismos ou entidades governamentais, apre- vínculo entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios é indis-
sentando esquemas gerais de estruturação orgânica (p.ex.: artigos. solúvel e nenhum deles pode abandonar o restante para se trans-
113; 121; dentre outros, da CF); formar em um novo país.
c.2) Normas de princípio programático – destinadas à previsão Quem detém a titularidade do poder político é o povo. Os go-
de princípios que tem a finalidade de ulterior cumprimento pelos vernantes eleitos apenas exercem o poder que lhes é atribuído pelo
órgãos do Estado, apresentando programas de atuação e com fi- povo.
nalidade de efetivação de previsões sociais do Estado, sendo que Além de ser marcado pela união indissolúvel dos Estados e
para sua concretização é imprescindível a atuação futura do Poder Municípios e do Distrito Federal, a separação dos poderes estatais
Público (p.ex.: artigos 196; 205; dentre outros, da CF). – Executivo, Legislativo e Judiciário é também uma característica
do Estado Brasileiro. Tais poderes gozam, portanto, de autonomia e
independência no exercício de suas funções, para que possam atuar
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS em harmonia. 
Fundamentos, também chamados de princípios fundamentais
(art. 1º, CF), são diferentes dos objetivos fundamentais da Repú-
— Princípios fundamentais blica Federativa do Brasil (art. 3º, CF). Assim, enquanto os funda-
mentos ou princípios fundamentais representam a essência, cau-
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união sa primária do texto constitucional e a base primordial de nossa
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti- República Federativa, os objetivos estão relacionados à destinação,
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: ao que se pretende, às finalidades e metas traçadas no texto cons-
I - a soberania; titucional que a República Federativa do Estado brasileiro anseia
II - a cidadania alcançar.
III - a dignidade da pessoa humana; O Estado brasileiro é democrático porque é regido por normas
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei democráticas, pela soberania da vontade popular, com eleições
nº 13.874, de 2019). livres, periódicas e pelo povo, e de direito porque pauta-se pelo
V - o pluralismo político. respeito das autoridades públicas aos direitos e garantias funda-
mentais, refletindo a afirmação dos direitos humanos. Por sua vez,
o Estado de Direito caracteriza-se pela legalidade, pelo seu sistema
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DIREITO CONSTITUCIONAL

de normas pautado na preservação da segurança jurídica, pela se- A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a mani-
paração dos poderes e pelo reconhecimento e garantia dos direitos festação do pensamento. Esta liberdade, entretanto, não é absoluta
fundamentais, bem como pela necessidade do Direito ser respeito- não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de outrem. Daí,
so com as liberdades individuais tuteladas pelo Poder Público. a vedação do anonimato, de forma a coibir práticas prejudiciais sem
identificação de autoria, o que não impede, contudo, a apuração de
crimes de denúncia anônima.
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: DOS DIREI-
TOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; DOS DIREITOS Direito de resposta e indenização:
SOCIAIS; DOS DIREITOS DE NACIONALIDADE; DOS DIREI- V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
TOS POLÍTICOS. DOS PARTIDOS POLÍTICOS além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à pes-
soa física ou jurídica ofendida em sua honra, e reputação, conceito,
— Gerações de Direitos Fundamentais (Teoria de Vasak): nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de indenização
Direitos Fundamentais de 1ª Geração: liberdade individual – di- por dano moral ou material.
reitos civis e políticos;
Direitos Fundamentais de 2ª Geração: igualdade – direitos so- Liberdade religiosa e de consciência:
ciais e econômicos; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
Direitos Fundamentais de 3ª Geração: fraternidade ou solida- assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
riedade – direitos transindividuais, difusos e coletivos. ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
— Direitos e deveres individuais e coletivos religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal, que trazem ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
alguns dos direitos e garantias fundamentais. eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião oficial,
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- mas que adota a liberdade de crença e de pensamento, assegurada
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos e a não priva-
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ção de direitos em razão da crença pessoal.
A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui de
Princípio da igualdade entre homens e mulheres: se recusar a cumprir determinada obrigação ou a praticar determi-
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos nado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças religiosas ou
termos desta Constituição; à sua convicção filosófica ou política, devendo então cumprir uma
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de di- prestação alternativa, fixada em lei.
reitos e deveres entre homens e mulheres.
Liberdade de expressão e proibição de censura:
Princípio da legalidade e liberdade de ação: IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
coisa senão em virtude de lei; Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de ex-
Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou pressão e a vedação da censura.
não fazer algo que esteja previsto em lei.
Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana:
Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento de- X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
sumano e degradante: imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu- material ou moral decorrente de sua violação;
mano ou degradante; Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou inviolá-
É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo vel a imagem, a honra e a intimidade pessoa humana, assegurando
de tratamento desumano, degradante ou contrário à dignidade o direito à reparação material ou moral em caso de violação.
humana, por qualquer autoridade e também entre os próprios
cidadãos. A vedação à tortura é uma cláusula pétrea de nossa Proteção do domicílio do indivíduo:
Constituição e ainda crime inafiançável na legislação penal XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
brasileira. penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do ano- por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência).
nimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela veicu-
lação de ideias e práticas prejudiciais:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
nimato;

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a solução para o seu concurso!
DIREITO CONSTITUCIONAL

Proteção do sigilo das comunicações: Direito de propriedade e sua função social:


XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações XXII - é garantido o direito de propriedade;
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl- XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es- Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda que
tabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual privada deve atender a interesses coletivos, não sendo nociva ou
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996). causando prejuízo aos demais.
A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das co-
municações, por isso, a invasão de domicílio e a quebra de sigilo Intervenção do Estado na propriedade:
telefônico só pode se dar por ordem judicial. XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
Liberdade de profissão: diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis- previstos nesta Constituição;
são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão. petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
Essa liberdade, entretanto, não é absoluta, pois se limita às prietário indenização ulterior, se houver dano;
qualificações profissionais que a lei estabelece.
O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia do
Acesso à informação: interesse público sobre o particular, nas hipóteses legais é permiti-
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar- da a intervenção do Estado na propriedade.
dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
O direito à informação é assegurado constitucionalmente, ga- Pequena propriedade rural:
rantido o sigilo da fonte. XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
Liberdade de locomoção, direito de ir e vir: pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane- A pequena propriedade rural é impenhorável e não responde
cer ou dele sair com seus bens; por dívidas decorrentes de sua atividade produtiva.
Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do ter- Direitos autorais:
ritório nacional em tempos de paz. XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
Direito de reunião: ros pelo tempo que a lei fixar;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- desportivas;
petente; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais de obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
uso comum do povo, desde que não venham a interferir ou atrapa- pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
lhar outra reunião designada anteriormente para o mesmo local. XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
Liberdade de associação: ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
a de caráter paramilitar; desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência ampla proteção às obras intelectuais: criação artística, científica,
estatal em seu funcionamento; musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literárias (es-
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- critas ou orais), musicais, artísticas, científicas, obras de escultura,
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- pintura e fotografia, bem como o direito das empresas de rádio
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; fusão e cinematográficas. A Constituição Federal protege ainda a
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- propriedade industrial, esta difere da propriedade intelectual e não
necer associado; é objeto de proteção da Lei de Direitos Autorais, mas sim da Lei
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto- da Propriedade Industrial. Enquanto a proteção ao direito autoral
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou busca reprimir o plágio, a proteção à propriedade industrial busca
extrajudicialmente; conter a concorrência desleal.
No Brasil, é plena a liberdade de associação e a criação de as-
sociações e cooperativas para fins lícitos, não podendo sofrer inter-
venção do Estado. Nossa Segurança Nacional e Defesa Social é atri-
buição exclusiva do Estado, por isso, as associações paramilitares
(milícias, grupos ou associações civis armadas, normalmente com
fins político-partidários, religiosos ou ideológicos) são vedadas.
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DIREITO CONSTITUCIONAL

Direito de herança: Tribunal de exceção:


XXX - é garantido o direito de herança; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusiva-
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos mente para o julgamento de um fato específico já acontecido, onde
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda
do “de cujus”; tal prática, pois todos os casos devem se submeter a julgamento
O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências
do Direito Civil que visa regular as relações jurídicas decorrentes do pré-fixadas.
falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de seus bens
e direitos aos seus sucessores. Tribunal do Júri:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização
Direito do consumidor: que lhe der a lei, assegurados:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- a) a plenitude de defesa;
sumidor; b) o sigilo das votações;
O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina c) a soberania dos veredictos;
as relações entre fornecedores e prestadores de bens e serviços d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da relação a vida;
jurídica. As relações de consumo, além do amparo constitucional,
encontram proteção no Código de Defesa do Consumidor e na legis- O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional destinado exclusi-
lação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de cada estado, vamente para o julgamento da prática de crimes dolosos contra a
responsável por coordenar a política dos órgãos e entidades que vida.
atuam na proteção do consumidor.
Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade
Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto da lei penal:
aos órgãos públicos: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor- sem prévia cominação legal;
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na lei pe-
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da nal. Se a conduta não está prescrita no Código Penal, não é crime e
sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011). não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se aplica a con-
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga- dutas praticadas antes de sua entrada em vigor, mas se a lei nova for
mento de taxas: mais benéfica, esta sim poderá ser aplicada para beneficiar o réu.
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi-
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Princípio da não discriminação:
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; tos e liberdades fundamentais;
Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa, tem Decorre do princípio da igualdade.
direito à obtenção de informações, protocolo de petição e obtenção
de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com suas necessi- Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça
dades, salvo necessidade de sigilo. e anistia:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do con- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
trole jurisdicional: XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
ou ameaça a direito; tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apre- dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
ciar as causas de lesão ou ameaça a direito que chegam até ele. podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
Segurança jurídica: grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico o Estado Democrático.
perfeito e a coisa julgada; • Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado ou tolhido. crático;
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e defi- • Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prá-
nitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente. tica de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terrorismo e cri-
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen- mes hediondos.
tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não podendo,
portanto, ser modificada.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem fiança, Também em atenção à dignidade da pessoa humana, a Cons-
ou seja, que não dão ao acusado o direito de responder seu tituição Federal de 1988 determina que as penas sejam cumpridas
processo em liberdade até a sentença condenatória, mediante em diferentes tipos de estabelecimento de acordo com a gravidade
pagamento de determinada quantia pecuniária ou cumprimento e natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, respeitando-se
de determinadas obrigações; sua integridade física e moral, garantindo ainda à apenada mulher,
Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e po- o direito de permanecer com os filhos e ter condições dignas de
dem ser julgados e punidos em qualquer tempo, independente- amamenta-los.
mente da data em que foram cometidos;
Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não per- Extradição:
mitem a exclusão do crime com a rescisão da condenação e extin- LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
ção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
ainda que parcial (graça). comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
gas afins, na forma da lei;
Princípio da intranscendência da pena: LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden- político ou de opinião;
do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de A extradição é um ato oficial de cooperação internacional que
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles consiste na entrega de uma pessoa – o extraditando, acusado ou
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; condenada pela prática de um ou mais crimes em território estran-
A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser geiro, ao país que o reclama. A Constituição determina que não ha-
cumprida por pessoa diversa da pessoa do condenado. verá extradição de brasileiro nato em nenhuma hipótese, e o natu-
ralizado somente nas exceções previstas.
Individualização da pena:
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre Direito ao julgamento pela autoridade competente
outras, as seguintes: LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela au-
a) privação ou restrição da liberdade; toridade competente;
b) perda de bens;
c) multa; Devido Processo Legal:
d) prestação social alternativa; LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
e) suspensão ou interdição de direitos; devido processo legal;

Pela individualização da pena, é garantida a fixação das penas, Contraditório e a ampla defesa:
observado o histórico pessoal a atuação individual, de modo que LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
cada indivíduo possa receber apenas a punição que lhe é devida. acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;
Proibição de penas: Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o devido pro-
XLVII – não haverá penas: cesso legal, onde deverá ser assegurado, sob pena de nulidade ab-
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do soluta, o direito de resposta e ampla defesa, com sentença transita-
art. 84, XIX; da em julgado (que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou
b) de caráter perpétuo; autoridade judiciária competente.
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento; Provas ilícitas:
e) cruéis. LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos;
Como afirmativa dos direitos humanos e da dignidade da pes- Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal ou fraudulen-
soa humana, a Constituição Federal de 1988 veda a pena de morte, to, ou que infrinja as normas e princípios básicos de direito, motivo
pena perpétua, de banimento e de trabalhos forçados e cruéis. pelo qual não são aceitas no processo judicial.
Estabelecimentos para cumprimento de pena:
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, Presunção de inocência:
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
gado de sentença penal condenatória;
Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos: Todo cidadão é considerado inocente até que se prove o con-
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física trário, com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
e moral; Identificação criminal:
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identifi-
Direito de permanência e amamentação dos filhos pela presi- cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
diária mulher: A identificação criminal será feita diante de fundada suspeita
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que pos- da validade e veracidade dos documentos cíveis apresentados ou
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- quando já se tem notícias reputadas a pessoa civilmente identifi-
ção; cada sobre uso de diversos nomes e fraude em registros policiais.

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Ação Privada Subsidiária da Pública: A liberdade provisória é o instituto processual que garante ao
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do pro-
esta não for intentada no prazo legal; cesso criminal até o trânsito em julgado de sua sentença penal con-
denatória, mediante o estabelecimento ou não de determinadas
A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos ca- condições e a colaboração com as investigações.
sos em que a lei não prevê a ação como privada, mas sim como
pública (condicionada ou incondicionada). Entretanto, o Ministério Prisão civil:
Público, titular da ação penal, permanece inerte e não apresenta a LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
denúncia no prazo legal, abrindo-se a possibilidade para que o ofen- pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
dido, seu representante legal ou seus sucessores ingressem com a alimentícia e a do depositário infiel;
ação penal privada subsidiária da pública. A Constituição Federal de 1988 extinguiu, em regra, a prisão
civil por dívidas, salvo a do alimentante inadimplente (pensão ali-
A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça: mentícia). E, a Súmula Vinculante 25, STF tornou ilícita a prisão civil
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo o se- São remédios constitucionais em casos de violação de:
gredo de justiça, que pode ser determinado de ofício pelo juiz da - Liberdade: Habeas Corpus
causa, para segurança jurídica das partes, proteção dos interesses - Direito Líquido e certo: Mandado de Segurança
de menor, interesse social ou demanda de grande repercussão etc., - Informações: Habeas data
ou a requerimento justificado das partes do processo. - Preceito constitucional que necessite de norma regulamenta-
dora: Mandado de Injunção
Legalidade da prisão:
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- Habeas corpus:
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
litar, definidos em lei; de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado preso por
autoridade policial, mediante ordem judicial escrita e devidamente Mandado de Segurança:
fundamentada. LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
Comunicabilidade da prisão: data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família buições do Poder Público;
do preso ou à pessoa por ele indicada; LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por:
Informação ao preso: a) partido político com representação no Congresso Nacional;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
lia e de advogado; defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Identificação dos responsáveis pela prisão: Mandado de Injunção:


LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
sua prisão ou por seu interrogatório policial; de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-
Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comunicação de lidade, à soberania e à cidadania;
sua prisão e o local onde se encontra à sua família e ao juízo com-
petente, bem como conhecer as autoridades policiais responsáveis Habeas data:
por sua prisão e interrogatório. LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
Relaxamento da prisão ilegal: pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- de entidades governamentais ou de caráter público;
dade judiciária; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
O relaxamento da prisão consiste em que o acusado seja posto por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
em liberdade, pela incidência de alguma ilegalidade no ato de sua
prisão. Ação Popular:
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
Garantia da liberdade provisória: popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

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ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
da sucumbência; humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
A Ação Popular é o instrumento constitucional adequado, por Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
meio do qual qualquer cidadão pode vir a questionar a validade de membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído
atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade ad- pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na
ministrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009,
DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018).
Assistência Judiciária: Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita tratados internacionais sobre direitos humanos passaram a ser re-
aos que comprovarem insuficiência de recursos; conhecidas como normas de hierarquia constitucional, porém, so-
Todos aqueles que não podem arcar com as custas judiciárias mente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus
sem prejuízo de seu sustento pessoal e de sua família, para se ter o membros em dois turnos de votação.
acesso à justiça, têm direito à assistência judiciária gratuita.
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional:
Indenização por erro judiciário: § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).

Gratuidade de serviços públicos: O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribunal


LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na Penal Internacional, também conhecido por Corte ou Tribunal de
forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho
a) o registro civil de nascimento; de 2002 pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 45/2004, deu a
b) a certidão de óbito; esta adesão força constitucional. O objetivo do TPI é identificar e
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, punir autores de crimes contra a humanidade.
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania
(Regulamento). — Direitos sociais
A Constituição Federal traz como direito fundamental a gratui- Os chamados Direitos Sociais são aqueles que visam garantir
dade de serviços públicos – registro civil, a obtenção de certidão qualidade de vida, a melhoria de suas condições e o desenvolvi-
de óbito, as ações de Habeas corpus e Habeas data aos economica- mento da personalidade. São meios de se atender ao princípio basi-
mente hipossuficientes. lar da dignidade humana e estão previstos no art. 6º, CF.

Princípio da Celeridade Processual: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimenta-
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- ção, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assis-
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional tência aos desamparados, na forma desta Constituição (Redação
nº 45, de 2004). dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).
É fundamental a garantia da razoável duração do processo, de
forma a evitar que direitos se percam no transcorrer processual Do direito ao trabalho
pela demora do Judiciário. Os direitos relativos aos trabalhadores podem ser de duas or-
dens:
Aplicabilidade das normas de direitos e garantias fundamen- - Direitos individuais, previstos no art. 7º, CF;
tais: - Direitos coletivos dos trabalhadores, previstos nos arts. 9º a
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias 11, CF.
fundamentais têm aplicação imediata.
Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias funda- Os direitos individuais dos trabalhadores são aqueles
mentais são autoaplicáveis. destinados a proteger a relação de trabalho contra uma profunda
desigualdade, de modo a compatibilizar a função laboral com a
Rol é exemplificativo: dignidade e o bem-estar do trabalhador que é a parte hipossuficiente
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição da relação trabalhista.
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
Federativa do Brasil seja parte. outros que visem à melhoria de sua condição social:
O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo,
mas sim exemplificativo. Os direitos e garantias ali expressos não Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa:
excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
constitucionais, do regime democrático, ou de tratados internacio- ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
nais. Assim, os direitos fundamentais podem ser esparsos, consubs- indenização compensatória, dentre outros direitos;
tanciados em toda legislação nacional, inclusive infraconstitucional.

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Os contratos de trabalho são, em regra, por prazo indetermi- O piso salarial corresponde ao menor salário que determinada
nado e a legislação protege a continuidade das relações laborais categoria profissional pode receber pela sua jornada de trabalho,
contra dispensa imotivada. considerando a extensão e complexidade do trabalho desenvolvido
e devendo ser sempre superior ao salário-mínimo nacional.
Seguro-Desemprego:
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; Irredutibilidadade do salário:
O seguro desemprego é o direito de todo trabalhador à assis- VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
tência financeira temporária, que tenha prestado serviços laborais ou acordo coletivo;
a empregador e sido dispensado sem justa causa, por mais de seis A irredutibilidade salarial garante que o empregado não venha
meses. Nos termos do art. 4º da Lei do seguro desemprego, o be- a ter o seu salário reduzido arbitrariamente pelo empregador, du-
nefício será concedido ao trabalhador desempregado, por período rante todo o período do contrato de trabalho. É uma garantia à es-
máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou tabilidade econômica do trabalhador.
alternada, a cada período aquisitivo, contados da data de dispensa
que deu origem à última habilitação, nos seguintes critérios: Proteção aos que percebem remuneração variável:
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
SEGURO DESEMPREGO percebem remuneração variável;
1ª Solicitação: Os empregados que recebem salários com valores variáveis,
como comissões sobre vendas etc, nunca devem receber salário in-
Parcelas Tempo de trabalho ferior ao mínimo. Como o salário mínimo mensal estipulado em lei
4 (quatro) 12 a 23 meses corresponde a uma jornada laboral mensal de 220 horas, a garantia
mínima aqui estipulada terá como parâmetro o salário mínimo-hora.
5 (cinco) 24 meses ou mais Décimo Terceiro Salário ou Gratificação Natalina:
2ª Solicitação: VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral
ou no valor da aposentadoria;
Parcelas Tempo de trabalho O 13º salário é a garantia do recebimento de um salário inte-
3 (três) 9 a 11 meses gral (ou proporcional ao período trabalhado, se for o caso) por oca-
sião das comemorações de final de ano a todos os trabalhadores,
4 (quatro) 12 a 23 meses aposentados e pensionistas do INSS.
5 (cinco) 24 meses ou mais
Remuneração superior por trabalho noturno:
3ª Solicitação: IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
Parcelas Tempo de trabalho Uma vez que a a redução do sono regular pode comprometer
a saúde, o trabalho noturno tem remuneração superior em 20% a
3 (três) 6 a 11 meses mais sobre a hora diurna trabalhada para os trabalhadores urbanos
4 (quatro) 12 a 23 meses e 25%, para os trabalhadores rurais.
Considera-se trabalho noturno:
5 (cinco) 24 meses ou mais – entre às 22h de um dia até às 5h do dia seguinte para traba-
lhadores urbanos;
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS): – entre às 21h de um dia e às 5h do dia seguinte, para os traba-
III – fundo de garantia do tempo de serviço; lhadores rurais da agricultura; e
Pode-se dizer que o FGTS é uma espécie de conta poupança – entre às 20h de um dia e às 4h do dia seguinte, para os traba-
compulsória do trabalhador, gerida pela Caixa Econômica Federal lhadores rurais pecuária.
e regida pela Lei 8.036/1990. Mensalmente, o os empregador deve
depositar nas contas vinculadas de seus funcionários o valor cor- Proteção do salário contra retenção dolosa:
respondente a 8% (oito por cento) do salário de cada trabalhador. X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
retenção dolosa;
Salário mínimo: É vedada a retenção salarial dolosa, sendo permitidos apenas
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, os descontos salariais autorizados em Lei.
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, Participação nos lucros:
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
para qualquer fim; sa, conforme definido em lei;
O salário mínimo é o estabelecido para jornada padrão de 44 ho- A Participação nos Lucros e Resultados da empresa correspon-
ras semanais, podendo ser proporcional, em caso de jornada inferior. de a uma recompensa pelo reconhecimento do bom desempenho
e produtividade, pago a todos os funcionários de determinada em-
Piso salarial: presa sobre o lucro excedente de determinado período de suas ati-
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do vidades.
trabalho;

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Salário-família: Licença à gestante:


XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalha- XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salá-
dor de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda rio, com a duração de cento e vinte dias;
Constitucional nº 20, de 1998). Também chamada de Licença maternidade, corresponde ao
O salário-família é um benefício da previdência social corres- período em que a mulher está prestes a ter um filho, acabou de
pondente ao valor pago ao empregado de baixa renda, que receba ganhar um bebê ou adotou uma criança. Nesses contextos, a mu-
salário no valor de até R$ 1.655,98, inclusive ao doméstico e ao tra- lher tem direito a permanecer afastada do seu trabalho e receber o
balhador avulso, e possua filhos menores de 14 anos de idade ou salário maternidade, benefício previdenciário pago à pessoa nessas
portadores de deficiência, sem limite de idade. condições. Em regra, a licença maternidade é de 120 dias, podendo
ser ampliado para 180 dias, nos casos em que a empregadora for
Jornada de Trabalho: aderente ao Programa Empresa Cidadã.
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de Licença-paternidade:
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
coletiva de trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943). A Licença-paternidade é período de 5 dias, que se inicia no
A Constituição Federal garante ao trabalhador jornada de tra- primeiro dia útil após o nascimento da criança em que o pai tem
balho não superior a oito horas diárias ou quarenta e quatro horas direito a afastar-se de suas atividades laborais, sem prejuízo de seu
semanais, facultada a compensação e a redução. salário. Nos casos em que a empresa esteja cadastrada no progra-
ma Empresa Cidadã, o prazo poderá ser estendido por mais 15 dias,
Jornada especial para turnos ininterruptos de revezamento: totalizando 20 dias.
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; Proteção da mulher no mercado de trabalho:
O trabalho em turno ininterrupto de revezamento é aquele XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
prestado por trabalhadores que se revezam nos postos de traba- incentivos específicos, nos termos da lei;
lho nos horários diurno e noturno. É bastante comum em empresas A proteção ao trabalho da mulher é questão de ordem pública,
que funcionam em tempo integral, sem pausas. A jornada do traba- com vias a garantir a isonomia de condições laborais. Assim, são
lhador de turnos ininterruptos deve ser de seis horas diárias. vedadas diferenciações arbitrárias, salvo quando a natureza da ati-
Repouso (ou descanso) semanal remunerado (DSR): vidade, pública ou notoriamente o exigir. São vedadas as diferen-
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do- ciações em razão do gênero para fins de remuneração, formação
mingos; profissional e possibilidades de ascensão. A proteção à gravidez,
O Descanso ou Repouso Semanal Remunerado corresponde a proibição de revistas íntimas ou práticas que venham a ferir a digni-
um dia de folga semanal remunerado ao trabalhador a ser concedi- dade feminina são alguns dos exemplos de medidas de proteção do
do preferencialmente aos domingos. mercado de trabalho da mulher.
Aviso Prévio:
Pagamentos de horas extras: XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mí- mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
nimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 Nas relações de emprego, o aviso prévio consiste na comunica-
§ 1º). ção da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empre-
O pagamento de horas extras caracteriza-se pela remunera- gador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência
ção superior em, no mínimo, 50% das horas trabalhadas, além da mínima de 30 dias. O aviso prévio pode ser trabalhado ou indeniza-
jornada diária, lembrando que a legislação trabalhista permite o do, quando concedido por qualquer uma das partes.
excedente em apenas 2 horas extraordinárias diárias, totalizando
10 horas diárias trabalhadas, salvo condições excepcionais. É lici- Redução dos riscos do trabalho:
ta também a compensação de jornada (banco de horas), quando XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
ao invés de receber o acréscimo salarial que lhe é devido, o tra- normas de saúde, higiene e segurança;
balhador passa a ter direito a usufruir a compensação das horas É dever da empregadora a redução dos riscos inerentes às
excedentes em períodos de folga para descanso e lazer, mediante o atividades desempenhadas por seus colaboradores, através do
cumprimento de alguns requisitos legais pela empregadora. cumprimento de todas as normas regulamentadoras de saúde,
higiene e segurança, bem como do fornecimento de equipamentos
Férias remuneradas: de proteção individual e da exigência da execução de todas as
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um normas da empresa por seus funcionários, sob pena de justa causa.
terço a mais do que o salário normal;
Após um ano de trabalho efetivo (período aquisitivo), todo Adicional por atividades penosas, insalubres ou perigosas:
trabalhador passa a ter direito a um período de até 30 dias para XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas,
descanso e lazer, com percebimento de salário integral, acrescido insalubres ou perigosas, na forma da lei;
de 1/3 constitucional. As férias são concedidas a critério do empre- O trabalho penoso é aquele considerado extremamente des-
gador, que após o término do período aquisitivo, tem até um ano gastante para a pessoa humana, em que o trabalhador depreende
para concedê-las (período concessivo). um esforço além do normal para o desempenho de suas atividades.
Não há regulamentação de um adicional.

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O trabalho insalubre é aquele em que o empregado, no exer- salários de seus empregados, com administração atribuída à Previ-
cício de suas atividades, expõe-se a qualquer agente físico, químico dência Social. Tal seguro tem função de seguridade por ser destina-
ou biológico, nocivo à saúde, e que com o passar do tempo podem do a beneficiários atingidos por doença ou acidente, que estejam
ocasionar uma doença ocupacional. O adicional de insalubridade associados ao sistema previdenciário. O Seguro contra acidentes de
pode variar entre: trabalho está regulamentado pela Lei 8.212/91.
- 10% (dez por cento) em grau mínimo;
- 20% (vinte por cento) em grau médio; Ação trabalhista nos prazos prescricionais:
- 40% (quarenta por cento) em grau máximo de exposição, cal- XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações
culado sob o salário mínimo, nos termos da lei. de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a
São exemplos de atividades insalubres as exercidas por profis- extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda
sionais da saúde, radiologistas, mineradores, entre outros. Constitucional nº 28, de 2000).
E, por fim, o trabalho perigoso é aquele que envolve constante A todo trabalhador é garantido o direito de propor Reclama-
risco à integridade física do trabalhador. Como exemplos, temos as tória (ou Reclamação) Trabalhista, dentro dos prazos processuais
atividades profissionais com inflamáveis, explosivos, energia elétri- legais. O prazo prescricional de uma reclamação trabalhista é de 02
ca, segurança pessoal ou patrimonial, com o uso de motocicleta, anos, a partir da rescisão do contrato de trabalho! Esse é o prazo
entre outros. O adicional de periculosidade é correspondente a para que o trabalhador possa ingressar com a Ação Trabalhista. O
30% (trinta por cento) sobre o salário-base. prazo prescricional de 05 anos, previsto no mesmo inciso da Consti-
A insalubridade é diferente da periculosidade e os adicionais tuição, refere-se ao período cujos direitos podem ser questionados,
não são cumulativos! ou seja, o funcionário pode reclamar apenas dos direitos corres-
pondentes aos últimos 05 (cinco) anos trabalhados.
Aposentadoria:
XXIV – aposentadoria; Não discriminação:
A aposentadoria é o benefício concedido pela Previdência So- XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de fun-
cial ao trabalhador segurado da previdência que preencher os requi- ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
sitos legais para sua concessão, consistente na prestação pecuniária estado civil;
recebida mensalmente pelo aposentado, calculada conforme suas XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário
contribuições à previdência ao longo de toda a sua vida laboral. e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

Assistência aos filhos pequenos: Proibição de distinção do trabalho:


XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; intelectual ou entre os profissionais respectivos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
A Constituição Federal, com vistas a proteção do trabalho dos Trabalho do menor:
genitores de filhos e dependentes pequenos, garante assistência XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
gratuita a seus filhos e dependentes, entretanto, tal dispositivo, menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
ainda depende de regulamentação para o seu pleno exercício. anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de tra- - De 14 a 16 anos: Só pode trabalhar na condição de aprendiz.
balho: - De 16 a 18 anos: É vedado o exercício de trabalho noturno,
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de perigoso ou insalubre.
trabalho; - A partir de 18 anos: Trabalho normal.
Por este inciso, a Constituição Federal reconheceu as conven- Igualdade ao trabalhador avulso:
ções e acordos coletivos como instrumentos com força de lei entre XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
as partes, desde que conformes com o texto constitucional. empregatício permanente e o trabalhador avulso.
O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a uma
Proteção em face da automação: empresa de maneira eventual e que, apesar de não possuir vínculo
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; empregatício, possui os mesmos direitos que os trabalhadores com
A proteção em face da automação consiste em proteger a vínculo e a sua prestação de serviços deve obrigatoriamente ser in-
classe trabalhadora do desemprego pela automação abusiva, bem termediada por um sindicato de sua categoria.
como em garantir de forma efetiva a saúde e a segurança no meio
ambiente de trabalho automatizado. Empregados domésticos:
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado-
Seguro contra acidentes de trabalho: res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X,
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre- XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim-
incorrer em dolo ou culpa; plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
O seguro contra acidentes de trabalho é uma garantia ao em- acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
pregado, às expensas do empregador, que assume os riscos da ativi-
dade laboral, mediante pagamento de um adicional sobre folha de
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a solução para o seu concurso!
DIREITO CONSTITUCIONAL

des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Re-
a sua integração à previdência social (Redação dada pela Emenda pública Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e
Constitucional nº 72, de 2013). sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade bra-
sileira (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3,
Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aqueles exerci- de 1994).
dos pelos trabalhadores, coletivamente ou no interesse de uma co-
letividade” (LENZA, 2019, p. 2038) e compreendem: Cargos privativos do brasileiro nato: (art. 12, § 3º, CF)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
Liberdade de Associação Profissional Sindical: prerrogativa I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
dos trabalhadores para defesa de seus interesses profissionais e II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
econômicos. III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e simultânea V - da carreira diplomática;
do trabalho, de modo organizado para defesa de interesses dos VI - de oficial das Forças Armadas.
trabalhadores. Importante mencionar que serviços considerados VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda
essenciais e inadiáveis à sociedade não podem ser paralisados to- Constitucional nº 23, de 1999).
talmente para o exercício do direito de greve. Ademais, o STF (2017)
entende que servidores que atuam diretamente na área de segu- Naturalização
rança pública não podem entrar em greve em nenhuma hipótese. A naturalização é um meio derivado, de aquisição secundária
da nacionalidade brasileira, permitida ao estrangeiro ou apátrida
Direito de Participação Laboral: assegura a participação dos que preencher determinados requisitos.
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos Também chamado de heimatlos, o apátrida é aquele que não
em que interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de possui nenhuma nacionalidade, já o polipátrida é aquele que tem
discussão. mais de uma nacionalidade.
A Lei nº 13.445/2017, que institui a Lei de Migração trata de
Direito de Representação na Empresa: Nos termos do art. 11, diversas questões acerca da nacionalidade e do processo de natu-
CF: nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada ralização, sendo vedada a diferenciação arbitrária entre brasileiros
a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de natos e naturalizados.
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
— Direitos de nacionalidade
A nacionalidade é a condição de sujeito natural do Estado, que Portugueses:
pode participar dos atos pertinentes à nação. A atribuição da nacio- Aos portugueses com residência permanente no país serão
nalidade se dá por dois critérios: atribuídos os mesmos direitos dos brasileiros, desde que haja re-
Jus solis: será brasileiro todo aquele nascido em território na- ciprocidade.
cional;
Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacional, mesmo Art. 12
nascido no exterior. § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se
O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis, mitigado por cri- houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
térios do jus sanguinis. O art. 12 da Constituição Federal elenca os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons-
direitos da nacionalidade, dividindo os brasileiros em dois grandes tituição (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
grupos: os brasileiros natos e os naturalizados. 3, de 1994).

Art. 12 São brasileiros: Perda da Nacionalidade:


I - natos: § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei- II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:(Redação
ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa- dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
tiva do Brasil; a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es-
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- trangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com- 1994).
petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio- permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
nal nº 54, de 2007). (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi-
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
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209
a solução para o seu concurso!
DIREITO CONSTITUCIONAL

Extradição, repatriação, deportação e expulsão para os maiores de dezoito anos e facultativo para os maiores de
A extradição, repatriação, deportação e expulsão são medidas dezesseis e menores de dezoito, para os analfabetos e para os maio-
do Estado soberano para enviar uma pessoa que se encontra refu- res de setenta anos.
giada em seu território a outro Estado estrangeiro. São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos durante serviço
Segundo o Ministério da Justiça (2021), a extradição é um ato militar obrigatório, ou seja, aqueles que se alistaram no exército e
de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pes- foram convocados a prestar serviço militar.
soa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que
a reclama. Não haverá extradição de brasileiro nato. Também não Elegibilidade eleitoral (direitos políticos passivos):
será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de Os direitos políticos passivos consistem na possibilidade de ser
opinião. votado, ou seja, na elegibilidade que é a capacidade eleitoral passi-
Repatriação é medida administrativa consistente no processo va consistente na possibilidade de o cidadão pleitear determinados
de devolução voluntária de uma pessoa ao seu local de origem ou mandatos políticos, mediante eleição popular, desde que preenchi-
de cidadania, por estar impedida de permanecer em território bra- dos os devidos requisitos.
sileiro após determinado período.
A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou esta- § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
da irregular de estrangeiros no território nacional e a repatriação I - a nacionalidade brasileira;
ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território II - o pleno exercício dos direitos políticos;
nacional pela fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira. III - o alistamento eleitoral;
A expulsão consiste em medida administrativa de retirada com- IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
pulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada V - a filiação partidária; Regulamento.
com o impedimento de reingresso por prazo determinado, configu- VI - a idade mínima de:
rado pela prática de crimes em território brasileiro. a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
O banimento, que é a entrega de um brasileiro para julgamento Senador;
no exterior, prática comum na época da ditadura militar, é vedado b) 30 para Governador e Vice-Governador de Estado e do Dis-
pela Constituição. trito Federal;
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distri-
— Direitos políticos tal, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
Os Direitos Políticos visam assegurar a participação do cidadão d) 18 anos para Vereador.
na vida política e estrutural de seu Estado, garantindo-lhe o acesso
à condução da coisa pública. Abrangem o poder que qualquer ci- Inelegibilidades:
dadão tem na condução dos destinos de sua coletividade, de uma A Constituição não menciona exaustivamente todas hipóteses
forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleito ou elegendo repre- de inelegibilidade, apenas fixa algumas. Em regra:
sentantes junto aos poderes públicos. § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Cidadania e nacionalidade são conceitos distintos, logo nacio-
nal é diferente de cidadão. A condição de nacional é um pressupos- Há também a inelegibilidade derivada do casamento ou do pa-
to para a de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de rentesco com o Presidente da República, com os Governadores de
nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder participar Estado e do Distrito Federal e com os Prefeitos, ou com quem os
do processo governamental, sobretudo pelo voto. haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito.
Nos termos do art. 14 da Constituição Federal a soberania po- §7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
pular é exercida pelo sufrágio (voto) universal, direto e secreto, com cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau
valor igual para todos. Ademais, estabelece também os instrumen- ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
tos de participação semidireta pelo povo. Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
Plebiscito: manifestação popular do eleitorado que decide haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se
acerca de uma determinada questão. Assim, em termos práticos, é já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
feita uma pergunta à qual responde o eleitor. É uma consulta prévia
à elaboração da lei. Quanto à reeleição e desincompatibilização, a Emenda Consti-
Referendo: manifestação popular, em que o eleitor aprova ou tucional nº 16 trouxe a possibilidade de reeleição para o chefe dos
rejeita uma atitude governamental, normalmente uma lei ou proje- Poderes Executivos federal, estadual, distrital e municipal. Ao con-
to de lei já existente. trário do sistema americano de reeleição, que permite apenas a re-
Iniciativa Popular: é o direito de uma parcela da população (1% condução por um período somente, no Brasil, após o período de um
do eleitorado) apresentar ao Poder Legislativo um projeto de lei mandato, o governante pode voltar a se candidatar para o posto.
que deverá ser examinado e votado. Os eleitores também podem § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do
usar deste instrumento em nível estadual e municipal. Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substi-
tuído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único
Alistamento eleitoral (direitos políticos ativos): período subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional
Consiste na capacidade de votar, participar de plebiscito e re- nº 16, de 1997).
ferendo, subscrever projeto de lei de iniciativa popular e de propor § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú-
ação popular e se dá através do alistamento eleitoral, obrigatório blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do
pleito.
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DIREITO CONSTITUCIONAL

Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos alguns requisitos: lização de organização paramilitar, além do dever de prestar contas
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con- à Justiça Eleitoral e do funcionamento parlamentar de acordo com
dições: a lei.
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se De acordo com a Lei das Eleições, coligações partidárias são
da atividade; permitidas.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela Os partidos políticos, uma vez devidamente constituídos e re-
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato gistrados no TSE, têm direito a recursos do fundo partidário e aces-
da diplomação, para a inatividade. so gratuito ao rádio e à televisão para fins de propaganda eleitoral.

O Mandato Eletivo pode ser impugnado:


§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: DA ORGANIZAÇÃO POLÍTI-
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruí- CO ADMINISTRATIVA: DA UNIÃO. DAS COMPETÊNCIAS DA
da a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou UNIÃO, DOS ESTADOS E DOS MUNICÍPIOS
fraude;
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de — Estado federal brasileiro, União, Estados, Distrito Federal,
manifesta má-fé. municípios e territórios

Suspensão e Perda dos Direitos Políticos Estado Federal Brasileiro


A perda e a suspensão dos direitos políticos podem-se dar, São elementos do Estado a soberania, a finalidade, o povo e o
respectivamente, de forma definitiva ou temporária. Ocorrerá a território. Assim, Dalmo de Abreu Dallari (apud Lenza, 2019, p. 719)
perda quando houver cancelamento da naturalização por sentença define Estado como “a ordem jurídica soberana que tem por fim o
transitada em julgado, no caso de recusa em cumprir obrigação a bem comum de um povo situado em determinado território”.
todos imposta ou prestação alternativa (é o caso do serviço militar Soberania é o poder político supremo e independente que o
obrigatório). Por sua vez, a suspensão dos direitos políticos se dá Estado detém consistente na capacidade para editar e reger suas
enquanto persistirem os motivos desta, ou seja, enquanto não re- próprias normas e seu ordenamento jurídico.
toma a capacidade civil, o indivíduo terá seus direitos políticos sus- A finalidade consiste no objetivo maior do Estado que é o bem
pensos; readquirindo-a, alcançará, novamente o status de cidadão. comum, conjunto de condições para o desenvolvimento integral da
Também são passíveis de suspensão os condenados criminalmente pessoa humana.
(com sentença transitado em julgado). Cumprida a pena, readqui- Povo é o conjunto de indivíduos, em regra, com um objetivo
rem os direitos políticos; no caso de improbidade administrativa, a comum, ligados a um determinado território pelo vínculo da nacio-
suspensão será, da mesma forma, temporária. nalidade.
Território é o espaço físico dentro do qual o Estado exerce seu
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou poder e sua soberania. Onde o povo se estabelece e se organiza
suspensão só se dará nos casos de: com ânimo de permanência.
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em A Constituição de 1988 adotou a forma republicana de gover-
julgado; no, o sistema presidencialista de governo e a forma federativa de
II - incapacidade civil absoluta; Estado. Note tratar-se de três definições distintas.
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
rarem seus efeitos; REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL:
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação • Forma de Estado: Federação
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII • Forma de Governo: República
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. • Regime de Governo: Democrático
• Sistema de Governo: Presidencialismo
— Partidos Políticos
Partidos políticos são associações de pessoas de ideologia e in- O federalismo é a forma de Estado marcado essencialmente
teresses comuns, com a finalidade de exercer o poder a partir da pela união indissolúvel dos entes federativos, ou seja, pela impossi-
vontade popular, determinando o governo e a orientação política bilidade de secessão, separação. São entes da federação brasileira:
nacional. Juridicamente, são verdadeiras instituições, pessoas jurí- a União; os Estados-Membros; o Distrito Federal e os Municípios.
dicas de direito privado, constituídas na forma da lei civil, perante Brasília é a capital federal e o Estado brasileiro é considerado lai-
o Registro Civil de Pessoas Jurídicas e que gozam de imunidade e co, mantendo uma posição de neutralidade em matéria religiosa,
autonomia para gerir sua organização interna. admitindo o culto de todas as religiões, sem qualquer intervenção.
No Brasil, o pluralismo político é um dos fundamentos da Repú-
blica, e diferente de outras nações aqui não foi instituído o dualis- Fundamentos da República Federativa do Brasil
mo. (direita e esquerda ou democratas e republicanos). Os partidos O art. 1.º enumera, como fundamentos da República Federa-
políticos têm liberdade de organização partidária, sendo livres a tiva do Brasil:
criação, fusão, incorporação e a sua extinção, observados o caráter - soberania;
nacional, a proibição de subordinação e recebimento de recursos - cidadania;
financeiros de entidades ou governo estrangeiros, a vedação da uti- - dignidade da pessoa humana;
- valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa;
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DIREITO CONSTITUCIONAL

- pluralismo político. Entes Federativos


União
Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil A União é o ente federativo com dupla personalidade. Inter-
Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil namente, é uma pessoa jurídica de direito público interno, com
não se confundem com os fundamentos e estão previstos no art. autonomia financeira, administrativa e política e capacidade de au-
3.º da CF/88: to-organização, autogoverno, autolegislação e autoadministração.
- construir uma sociedade livre, justa e solidária; Internacionalmente, a União é soberana e representa a República
- garantir o desenvolvimento nacional; Federativa do Brasil a quem cabe exercer as prerrogativas da so-
- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual- berania do Estado brasileiro. Os bens da União são todos aqueles
dades sociais e regionais; elencados, no art. 20, CF.
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, São bens da União:
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
das fortificações e construções militares, das vias federais de comu-
Princípios que regem a República Federativa do Brasil nas re- nicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
lações internacionais III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de
O art. 4.º, CF/88 dispõe que a República Federativa do Brasil é seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites
regida nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
- independência nacional; provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
- prevalência dos direitos humanos; IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
- autodeterminação dos povos; países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, exclu-
- não intervenção; ídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aque-
- igualdade entre os Estados; las áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal,
- defesa da paz; e as referidas no art. 26, II; Redação dada pela Emenda Constitucio-
- solução pacífica dos conflitos; nal nº 46, de 2005).
- repúdio ao terrorismo e ao racismo; V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
- cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; econômica exclusiva;
- concessão de asilo político. VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
Competências VIII - os potenciais de energia hidráulica;
Competência é o poder, normalmente legal, de uma autorida- IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
de pública para a prática de atos administrativos e tomada de deci- X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos
sões. As competências dos entes federativos podem ser: e pré-históricos;
Materiais ou administrativas, que se dividem em: exclusivas e XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
comuns;
Legislativas, que compreendem as privativas e as concorrentes, Como ente federativo, a União possui competências adminis-
complementares e suplementares; trativas que lhe são exclusivas (art. 21, CF), competências legisla-
Exclusiva, que é aquela conferida exclusivamente a um dos en- tivas privativas (art. 22, CF), competências administrativas comuns
tes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), com com Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 23, CF) e competên-
exclusão dos demais. cias legislativas concorrentes com Estados, Distrito Federal e Muni-
Privativa, que é aquela enumerada como própria de um ente, cípios (art. 24, CF).
com possibilidade, entretanto, de delegação para outro.
Concorrente, que é a competência legislativa conferida em co-
mum a mais de um ente federativo.
Competências Comuns e Arts. 21 e 23,
Na complementar, o ente federativo tem competência naqui- Administrativas Exclusivas CF
lo que a norma federal (superior) lhe dê condição de atuar e na Competências Privativas e Arts. 22 e 24,
suplementar, por sua vez, o ente federativo supre a competência Legislativas Concorrentes CF
federal não exercida, porém, se esta o exercer, o ato aditado com
base na competência suplementar perde a eficácia, naquilo que lhe Competência administrativa exclusiva da União: art. 21, CF
for contrário. Art. 21. Compete à União:
Sempre que falarmos em competência comum ou exclusiva, I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
devemos excluir a ideia de “legislar”. Sempre que falarmos em le- organizações internacionais;
gislar, estaremos tratando necessariamente de uma competência II - declarar a guerra e celebrar a paz;
privativa ou concorrente. III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que for-
ças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele perma-
neçam temporariamente;

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DIREITO CONSTITUCIONAL

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven- XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer
ção federal; natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comér-
bélico; cio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
VII - emitir moeda; princípios e condições:
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as a) toda atividade nuclear em território nacional somente será
operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso
câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência Nacional;
privada; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa-
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena- ção e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e
ção do território e de desenvolvimento econômico e social; industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 2022)
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a co-
ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, mercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso mé-
que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór- dicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022)
gão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95) existência de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão 2006)
ou permissão: XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re- XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da
dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95) atividade de garimpagem, em forma associativa.
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita- XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados
mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta- pessoais, nos termos da lei.
dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor- Competências administrativas comuns da União, Estados, Dis-
tuária; trito Federal e Municípios: art. 23, CF:
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por- Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distri-
tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limi- to Federal e dos Municípios:
tes de Estado ou Território; I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna- democráticas e conservar o patrimônio público;
cional de passageiros; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; tia das pessoas portadoras de deficiência; (Vide ADPF 672)
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Ter- histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
ritórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) notáveis e os sítios arqueológicos;
(Produção de efeito) IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polí- de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
cia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execu- ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela
ção de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo- quer de suas formas;
grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste-
públicas e de programas de rádio e televisão; cimento alimentar;
XVII - conceder anistia; IX - promover programas de construção de moradias e a me-
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala- lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; (Vide
midades públicas, especialmente as secas e as inundações; ADPF 672)
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali-
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Re- zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
gulamento) XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi- de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos; territórios;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu-
de viação; rança do trânsito.
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a coo-
e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, peração entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
de 1998) tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbi-
to nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

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DIREITO CONSTITUCIONAL

Competências Legislativas privativas da União: art. 22, CF: Competência Legislativa concorrente da União, Estados e Dis-
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: trito Federal: art. 24, CF:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; gislar concorrentemente sobre:
II - desapropriação; I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur-
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
em tempo de guerra; II - orçamento;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifu- III - juntas comerciais;
são; IV - custas dos serviços forenses;
V - serviço postal; V - produção e consumo;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de-
metais; fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de va- controle da poluição;
lores; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís-
VIII - comércio exterior e interestadual; tico e paisagístico;
IX - diretrizes da política nacional de transportes; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu-
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turís-
aérea e aeroespacial; tico e paisagístico;
XI - trânsito e transporte; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emen-
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; da Constitucional nº 85, de 2015)
XIV - populações indígenas; X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de causas;
estrangeiros; XI - procedimentos em matéria processual;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; (Vide ADPF
para o exercício de profissões; 672)
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela deficiência;
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) XV - proteção à infância e à juventude;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
nacionais; § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874,
popular; de 2019)
XX - sistemas de consórcios e sorteios; § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº
garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po- 13.874, de 2019)
lícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
ferroviária federais; § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
XXIII - seguridade social; suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; Lei nº 13.874, de 2019).
XXV - registros públicos; Estados
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; O Brasil é composto de estados federados que gozam de uma
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as autonomia, consubstanciada na capacidade de auto-organização,
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas auto legislação, autogoverno e autoadministração.
e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, Os Estados podem se formar a partir de incorporação, subdi-
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e visão ou desmembramento, que por sua vez, pode se dar por ane-
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Re- xação ou formação. A incorporação ou fusão é a junção de dois ou
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) mais Estados para formação de um único Estado novo. A cisão ou
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, subdivisão é a separação de um Estado em dois ou mais Estados
defesa civil e mobilização nacional; autônomos e independentes. E, o desmembramento consiste na
XXIX - propaganda comercial. separação de parte de um Estado para formação de um novo Estado
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela (formação) ou anexação a outro Estado já existente.
Emenda Constitucional nº 115, de 2022) As competências estaduais estão previstas no art. 25, CF e os
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta- bens dos Estados estão elencados no art. 26, CF:
dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
neste artigo. ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui-
ção.
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DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes A fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios se dá
sejam vedadas por esta Constituição. sob duas modalidades: controle externo, exercido pela Câmara Mu-
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante nicipal e o controle interno, exercido pelo próprio executivo munici-
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, pal, nos termos do art. 31, CF.
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995). Distrito Federal e Territórios
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir O Distrito Federal é reconhecido como ente integrante da Fe-
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, deração e goza de autonomia política, embora não se enquadre
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para nem como estado-membro ou município. Sua principal função é
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções servir como sede do Governo Federal e não pode haver divisões em
públicas de interesse comum. municípios. O Distrito Federal não possui constituição, mas lei orgâ-
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: nica própria, que define os princípios básicos de sua organização,
I - As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes suas competências e a organização de seus poderes governamen-
e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorren- tais, nos termos do art. 32, CF.
tes de obras da União; Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício
seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla-
ou terceiros; tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; Constituição.
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
Municípios § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas
O Município, que também é um ente federado que possui au- as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a
tonomia administrativa (autoadministração) e política (auto-organi- dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
zação, autogoverno e capacidade normativa própria). E, vinculado duração.
ao Estado onde se localiza, depende na sua criação, incorporação, § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se
fusão ou desmembramento, de lei estadual dentro do período de- o disposto no art. 27.
terminado por lei complementar federal, além da realização de ple- § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
biscito. Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar
Sua capacidade de auto-organização consiste na possibilidade e do corpo de bombeiros militar (Redação dada pela Emenda
da elaboração da lei orgânica própria. O município possui o Poder Constitucional nº 104, de 2019).
Executivo, exercido pelo Prefeito e o Poder Legislativo, exercido
pela Câmara Municipal. Entretanto, não há Poder Judiciário na es- Atualmente, não existe no Brasil nenhum Território. Com a
fera municipal. É regido por lei orgânica, nos termos do art. 29, CF. CF/88, os territórios de Roraima e Amapá foram transformados em
A Constituição prevê ainda a composição das Câmaras Municipais Estados e Fernando de Noronha foi incorporado ao Estado de Per-
e o subsídio dos vereadores, de acordo com a quantidade de habi- nambuco.
tantes do município.
A competência dos municípios está elencada no art. 30, CF.
Art. 30. Compete aos Municípios: DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DISPOSIÇÕES GERAIS; DOS
I - legislar sobre assuntos de interesse local; SERVIDORES PÚBLICOS
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres- — Disposições gerais
tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; A administração pública consiste no conjunto de meios institu-
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação cionais, materiais, financeiros e humanos do Estado, preordenado
estadual; à realização de seus serviços, visando a satisfação das necessidades
coletivas.
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- A função administrativa é institucionalmente imputada a diver-
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o sas entidades governamentais autônomas, expressas no art. 37 da
de transporte coletivo, que tem caráter essencial; Constituição Federal.
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen- Administração Pública Direta e Indireta
tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) A administração direta é a administração centralizada, defini-
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e da como o conjunto de órgãos administrativos subordinados dire-
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; tamente ao Poder Executivo de cada entidade. Ex.: Ministérios, as
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo- Forças Armadas, a Receita Federal, os próprios Poderes Executivo,
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e Legislativo, Judiciário etc.
da ocupação do solo urbano; Por sua vez, a administração indireta é a descentralizada, com-
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, posta por entidades personalizadas de prestação de serviço ou ex-
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. ploração de atividades econômicas, mas vinculadas aos Poderes
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Executivos da entidade pública. Ex.: Autarquias: Agência Nacional V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
de Aviação Civil – ANAC, Instituto Nacional de Colonização e Refor- vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
ma Agrária – INCRA e outras agências reguladoras, Universidade Fe- rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
deral de Alfenas – UNIFAL-MG e outras universidades federais, Cen- percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
tros e Institutos Federais de Educação Tecnológica, Banco Central buições de direção, chefia e assessoramento (Redação dada pela
do Brasil – BACEN; Conselho Federal de Medicina e outros Conse- Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
lhos Profissionais etc; Empresas Públicas: BNDES, Caixa Econômica VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos etc; Sociedades ciação sindical;
de economia mista: Petrobrás, Banco do Brasil etc; Fundações pú- VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
blicas: Funai, Funasa, IBGE etc. definidos em lei específica (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 19, de 1998);
Princípios Específicos da Administração Pública VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
Legalidade: todo o ato administrativo deve ser antecedido de para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
lei; sua admissão;
Impessoalidade: todos atos e provimentos administrativos não IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
são imputáveis ao agente político que o realiza, mas sim ao órgão terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
ou entidade pública em nome da qual atuou. interesse público;
Moralidade: impõe a obediência à lei, não só no que ela tem de
formal, mas como na sua teleologia. Não bastará ao administrador O art. 37 da Constituição Federal estabelece ainda as regras
o estrito cumprimento da legalidade, devendo ele, no exercício de quanto a valores, limitações e formas de recebimento de remunera-
sua função pública, respeitar os princípios éticos de razoabilidade ção e subsídios dos servidores públicos, bem como condições sobre
e justiça. acúmulo de cargos e funções:
Publicidade: todos os atos administrativos devem ser públicos,
vedado o sigilo e o segredo, salvo em hipóteses restritas que envol- Art. 37.
vam a segurança nacional. X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Eficiência: trazido pela Emenda Constitucional nº 19, este prin- trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
cípio estabelece que os atos administrativos devem cumprir os seus lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
propósitos de forma eficaz. rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
índices (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer (Regulamento);
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo- ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (Redação fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998): Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen-
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente
como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emen- ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
da Constitucional nº 19, de 1998); tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite,
— Servidores públicos nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Concurso Público: Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe-
A investidura em cargo ou emprego público só se pode dar por cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
meio de concurso público. Enquanto não há a posse, os aprovados do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal
têm apenas uma expectativa de direito. Não há direito adquirido de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
em relação ao cargo pela simples aprovação em concurso público. por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre-
mo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este
Art. 37. limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de Defensores Públicos (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e 41, 19.12.2003);
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone- tivo;
ração (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
anos, prorrogável uma vez, por igual período; serviço público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- de 1998);
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998);
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XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em- § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam-
pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-
e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; mativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto-
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, ridades ou servidores públicos.
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
qualquer caso o disposto no inciso XI (Redação dada pela Emenda nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
Constitucional nº 19, de 1998): da lei.
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
Constitucional nº 19, de 1998); administração pública direta e indireta, regulando especialmente
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998):
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen- ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
da Constitucional nº 34, de 2001); dos serviços (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide
ou indiretamente, pelo poder público (Redação dada pela Emenda Lei nº 12.527, de 2011);
Constitucional nº 19, de 1998); XVIII - a administração fazendária e III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
na forma da lei;
Improbidade Administrativa
E também a criação de autarquias e instituição de empresas A improbidade administrativa é espécie de ilegalidade pratica-
públicas, fundações e sociedades de economia mista: da pelo servidor, qualificada pela finalidade de atribuir situação de
vantagem a si ou a outrem. A Lei nº 8.429/92, chamada de Lei de
Art. 37. Improbidade Administrativa, disciplina este dispositivo constitucio-
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e nal, previsto no art. 37, §4º.
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último Art. 37.
caso, definir as áreas de sua atuação (Redação dada pela Emenda § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
Constitucional nº 19, de 1998); pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponi-
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
Todas as obras, serviços e compras da Administração, nos ter- ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
mos do que preceitua o art. 37 da Constituição, deverão ser contra- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
tadas por meio de licitação pública. vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
Art. 37. direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possi-
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a bilite o acesso a informações privilegiadas (Incluído pela Emenda
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações Constitucional nº 19, de 1998).
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
obrigações (Regulamento). dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre
O referido art. 37, CF dispõe ainda sobre as informações na Ad- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamen-
ministração Pública: to) (Vigência) :
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do I - o prazo de duração do contrato (Incluído pela Emenda Cons-
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona- titucional nº 19, de 1998)
mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, di-
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e reitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes (Incluído pela
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio (In- III - a remuneração do pessoal (Incluído pela Emenda Constitu-
cluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); cional nº 19, de 1998);
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§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às A estabilidade é uma das garantias do serviço público, prevista
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem constitucionalmente. É adquirida pelo funcionário concursado após
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municí- três anos de efetivo exercício da função pública e impede que ele
pios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral seja desvinculado do serviço público arbitrariamente, a não ser por
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998). sentença transitada em julgado ou decisão administrativa em que
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo- lhe foi dado amplo direito de defesa, aposentadoria compulsória,
sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re- exoneração a pedido ou morte:
muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exo- vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
neração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) concurso público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
(Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998); de 1998).
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera- § 1º O servidor público estável só perderá o cargo (Redação
tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998):
caráter indenizatório previstas em lei (Incluído pela Emenda Consti- I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado (Inclu-
tucional nº 47, de 2005). ído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste ar- II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
tigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu rada ampla defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgâ- 1998);
nica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste pará- § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
grafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vere- estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
adores (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005). tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea- aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida- muneração proporcional ao tempo de serviço (Redação dada pela
des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori- cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
gem (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). outro cargo (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo 1998);
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. para essa finalidade (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 1998).
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser-
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que São militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que os membros das polícias militares e corpos de bombeiros militares,
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, nos
social (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019). termos do art. 42, CF. Aos militares são proibidas a sindicalização e
a greve, em face das funções por eles desempenhadas.
Regime Jurídico dos Servidores Públicos
O regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de princípios Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
e regras destinadas à regulação das relações funcionais da administração beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
pública e seus agentes. Pode ser geral, aplicável a todos os servidores de disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
uma determinada pessoa política (da Administração Pública Federal, Es- tórios (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998).
tadual, Municipal, por exemplo) ou específico, como é o caso de algumas § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
carreiras, como a Magistratura, Ministério Público etc. dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições
O Regime Jurídico dos Servidores Públicos da União é estatu- do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo
tário e regido pela Lei nº 8.112 de 1990. Nas esferas distrital, es- a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º,
taduais e municipais podem ser adotados estatutos próprios, des- inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
de compatíveis com os preceitos da Constituição Federal e da Lei governadores (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
8.112/90. 15/12/98).
No regime estatutário não há relação contratual empregatícia. § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Fe-
A Constituição Federal prevê todo o regime jurídico dos Servi- deral e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do
dores Públicos, com sistema remuneratório, regime previdenciário respectivo ente estatal (Redação dada pela Emenda Constitucional
e regra geral de aposentadoria, nos termos do art. 40, CF. nº 41, 19.12.2003).

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§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujei-
dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da tos a referendo do Congresso Nacional;
atividade militar (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
2019). X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Na-
cional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a si-
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES. DO PODER EXECUTIVO: tuação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA. XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se ne-
DAS ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE cessário, dos órgãos instituídos em lei;
DA REPÚBLICA XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear
os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promo-
ver seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
O Poder Executivo é o órgão constitucional cuja função princi- privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23,
pal é a prática dos atos de chefia de estado, de governo e de admi- de 02/09/99)
nistração, mas de forma atípica, também legisla através da edição XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Minis-
de Medidas Provisórias e julga contenciosos administrativos. tros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Go-
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Repú- vernadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o pre-
blica, auxiliado pelos Ministros de Estado. sidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando
determinado em lei;
Chefe de Estado e Chefe de Governo XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do
O Brasil adota o presidencialismo, que tem unificadas na figura Tribunal de Contas da União;
do Presidente da República as funções do Chefe de Estado e Chefe XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Consti-
de Governo. Portanto, o Poder Executivo brasileiro é monocrático. tuição, e o Advogado-Geral da União;
Como chefe de Estado, o presidente representa o país nas suas re- XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos
lações internacionais e como chefe de governo exerce a liderança do art. 89, VII;
nacional, gerindo o país política e administrativamente. XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho
O presidente será eleito por maioria absoluta de votos, não de Defesa Nacional;
computados os em branco e os nulos. Entende-se por maioria ab- XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autori-
soluta, mais que a metade, o número subsequente à metade, ou zado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocor-
a metade +1 do número total de votantes. Quando o candidato rida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
mais votado não alcança a maioria absoluta, realiza-se segundo tur- decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
no entre os dois mais votados. A maioria absoluta é diferente da XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congres-
maioria simples, que consiste no maior resultado da votação, inde- so Nacional;
pendentemente de exigência de quórum percentual relacionado à XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
quantidade total de votantes XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele per-
— Atribuições e responsabilidades do presidente da Repúbli- maneçam temporariamente;
ca XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o pro-
Como chefe de Governo e Estado, compete ao Presidente da jeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento
República as atribuições e responsabilidades trazidas nos artigos previstos nesta Constituição;
84, CF. XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas refe-
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; rentes ao exercício anterior;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma
superior da administração federal; da lei;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos
nesta Constituição; do art. 62;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte,
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emen- aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao
da Constitucional nº 32, de 2001). Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
a) organização e funcionamento da administração federal, respectivas delegações.
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção
de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de Requisitos de elegibilidade do Presidente e Vice-Presidente
2001). — Ser brasileiro nato;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (In- — Estar no gozo dos direitos políticos;
cluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). — Ter mais de trinta e cinco anos;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus — Não ser inelegível;
representantes diplomáticos; — Possuir filiação partidária.
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DIREITO CONSTITUCIONAL

— Plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,


Ordem de sucessão presidencial no caso de impedimento ou operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
vacância: — Fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
Em caso de impedimento ou vacância do cargo de Presidente, — Planos e programas nacionais, regionais e setoriais de de-
este será substituído pelo: Vice-presidente, Presidente da Câmara senvolvimento;
dos Deputados, Presidente do Senado Federal e Presidente do Su- — Limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e
premo Tribunal Federal, nesta ordem. bens do domínio da União;
— Incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de
Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legisla-
DO PODER LEGISLATIVO: DO PROCESSO LEGISLATIVO. DA tivas;
FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA — Transferência temporária da sede do Governo Federal;
— Concessão de anistia;
— Organização administrativa, judiciária, do Ministério Público
— Estrutura e da Defensoria Pública da União e dos Territórios, e organização ju-
O Poder Legislativo no Brasil é bicameral, ou seja, composto diciária e do Ministério Público do Distrito Federal (EC n. 69/2012);
por duas casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, a pri- — Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e
meira constituída por representantes do povo e a segunda, por re- funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, “b”, já
presentantes dos Estados-Membros e do Distrito Federal (LENZA, que, quando vagos os cargos ou funções públicas, caberá ao Presi-
2019). Câmara e Senado formam o Congresso Nacional. dente, mediante decreto, dispor sobre a extinção;
Já o Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal, distrital — Criação e extinção de Ministérios e órgãos da Administração
e dos Territórios Federais, é do tipo unicameral, composto por uma Pública (confira, também, o art. 88 da CF/88, alterado pela EC n.
única casa legislativa, sendo a Assembleia Legislativa, composta pe- 32/2001);
los Deputados Estaduais, em âmbito estadual, e a Câmara Munici- — Telecomunicações e radiodifusão;
pal, composta pelos Vereadores em âmbito municipal. — Matéria financeira, cambial e monetária, instituições finan-
As casas Legislativas são geralmente formadas por três instân- ceiras e suas operações;
cias: mesa diretora, comissões e plenário. — Moeda, seus limites de emissão e montante da dívida mo-
A mesa diretora tem funções administrativas sobre o funciona- biliária federal;
mento da Casa, e o presidente da mesa é o responsável pelo proces- — Fixação do subsídio dos Ministros do STF, observado o que
so legislativo. É ele quem organiza a pauta das reuniões e, portanto, dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2.º, I (LENZA,
decide quais assuntos serão examinados pelo plenário. Tem o poder 2019, p. 886).
de obstruir as decisões do Executivo ou os projetos de lei dos par-
lamentares se não os colocar em votação. A mesa do Congresso Também compete exclusivamente ao Congresso Nacional, nos
Nacional é presidida pelo presidente do Senado. termos do art. 49, CF:
As comissões podem ser permanentes, definidas pelos respec- — Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos in-
tivos regimentos internos, com o poder para discutir e votar alguns ternacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
projetos de lei sem passar pelo plenário, e temporárias, criadas patrimônio nacional;
para tratar de assuntos específicos. As comissões também podem — Autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a ce-
realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil, con- lebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo terri-
vocar autoridades e cidadãos para prestar informações. tório nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados
O Plenário é a instância máxima e soberana no Legislativo para os casos previstos em lei complementar (cf. LC n. 90/97, com as
qualquer decisão. Nas votações, a decisão de cada um dos parla- alterações introduzidas pela LC n. 149/2015);
mentares é influenciada por vários fatores, dentre eles o programa — Autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se
do partido político ao qual cada parlamentar é filiado e os compro- ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
missos assumidos com as chamadas bases eleitorais. — Aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autori-
zar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
— Funcionamento e atribuições — Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
Atribuições e competência do Congresso Nacional — Mudar temporariamente sua sede;
A maioria das pessoas se preocupa muito com as eleições para — Fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Se-
os cargos do Executivo, dando menos importância aos Deputados nadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4.º, 150, II,
Federais, Estaduais, Senadores e Vereadores municipais, entretan- 153, III, e 153, § 2.º, I;
to, a esses representantes competem uma função típica tão impor- — Fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da
tante quanto a de governar e administrar: a legislatura. São eles os República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os
responsáveis por pensarem e fazerem as leis que regem todo o país arts. 37, XI, 39, § 4.º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.º, I;
e são aplicadas pelo Poder Judiciário. — Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da
Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de
da República, nos termos do art. 48, CF, dispor sobre todas as maté- governo;
rias de competência da União, especialmente sobre: — Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas
— Sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta;
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DIREITO CONSTITUCIONAL

— Zelar pela preservação de sua competência legislativa em II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal,
face da atribuição normativa dos outros Poderes; os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacio-
— Apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de nal do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Ad-
emissoras de rádio e televisão; vogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade (Redação
— Escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004);
União; III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pú-
— Aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativida- blica, a escolha de:
des nucleares; a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
— Autorizar referendo e convocar plebiscito; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre-
— Autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveita- sidente da República;
mento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas mine- c) Governador de Território;
rais; d) Presidente e diretores do banco central;
— Aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras e) Procurador-Geral da República;
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares (LEN- f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
ZA, 2019, p. 887). IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca-
Competências privativas da Câmara dos Deputados e do Se- ráter permanente;
nado Federal V - autorizar operações externas de natureza financeira, de in-
As matérias de competência privativa dos Deputados Federais teresse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
não dependerão de sanção presidencial, nos termos do art. 48, dos Municípios;
caput, CF e estão previstas no art. 51, CF. Tais atribuições, geram VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites glo-
espécies normativas materializadas por meio de resoluções. bais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Fede-
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os ral e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades contro-
Ministros de Estado; ladas pelo Poder Público federal;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de ga-
quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessen- rantia da União em operações de crédito externo e interno;
ta dias após a abertura da sessão legislativa; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da
III - elaborar seu regimento interno; dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria- X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
ção, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune- XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exone-
ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes ração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término
orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de seu mandato;
de 1998). XII - elaborar seu regimento interno;
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
art. 89, VII. criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções
de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva re-
O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e muneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de dire-
do Distrito Federal e tem a mesma relevância e força dada à Câmara trizes orçamentárias (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
dos Deputados. 19, de 1998);
Segundo Lenza (2019) cada Estado e o Distrito Federal elegerão XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos
3 Senadores, sendo que cada Senador será eleito com 2 suplentes do art. 89, VII.
para o mandato de 8 anos, portanto, duas legislaturas. São requisi- XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tribu-
tos para a candidatura dos Senadores: ser brasileiro nato ou natura- tário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempe-
lizado, maior de 35 anos, estar em pleno exercício dos direitos po- nho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Dis-
líticos; ter domicílio eleitoral na circunscrição; alistamento eleitoral trito Federal e dos Municípios (Incluído pela Emenda Constitucional
e filiação partidária. nº 42, de 19.12.2003).
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcio-
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: nará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Re- a condenação, que somente será proferida por dois terços dos vo-
pública nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de tos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais
nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles (Redação dada sanções judiciais cabíveis.
pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99);

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DIREITO CONSTITUCIONAL

— Processo legislativo pressa ou tácita e representa o momento em que o projeto de lei


O processo legislativo é o conjunto de regras constitucional- se transforma em lei, para promulgação. Em caso de discordância,
mente previstas para elaboração das normas e leis previstas no art. poderá o Presidente da República vetar o projeto de lei, total ou
59, CF, pelo Poder Legislativo. parcialmente, no prazo de 15 dias úteis, contados da data do rece-
bimento. O veto deverá ser sempre expresso e justificado, podendo
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: ser considerado inconstitucional (veto jurídico), ou contrário ao in-
I - emendas à Constituição; teresse público (veto político). O veto é irretratável, porém, relativo,
II - leis complementares; podendo ser derrubado em sessão conjunta da Câmara e do Sena-
III - leis ordinárias; do, dentro de 30 dias a contar de seu recebimento, pelo voto da
IV - leis delegadas; maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
V - medidas provisórias; A fase final ou complementar do processo legislativo compre-
VI - decretos legislativos; ende a promulgação e a publicação. A promulgação é o ato de vali-
VII - resoluções. dade da lei, ainda não eficaz. E a publicação é o ato de se dar publi-
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, cidade a nova lei, inserindo o conteúdo do texto no Diário Oficial.
redação, alteração e consolidação das leis. Com a publicação se estabelece o momento da obrigatoriedade
do cumprimento da lei. Em regra, a lei começa a vigorar em todo
O processo legislativo brasileiro é o indireto ou representativo, o país, 45 dias depois de sua publicação, nos termos da Lei de In-
pelo qual o povo escolhe seus mandatários (parlamentares), que trodução às Normas do Direito Brasileiro. Excepcionalmente, a Lei
receberão de forma autônoma poderes para decidir sobre os as- também pode entrar em vigor na data de sua publicação.
suntos de sua competência constitucional. Há quatro espécies de
processos ou procedimentos legislativos, o comum ou ordinário, o — Fiscalização contábil, financeira e orçamentária
sumário, os especiais e os especialíssimos. A fiscalização contábil, financeira e orçamentária dos órgãos da
O processo legislativo ordinário se destina à elaboração das leis União e da Administração Pública são de competência interna do
ordinárias, caracterizando-se pela sua maior extensão. O processo sistema de controle de cada Poder e externo, do Congresso Nacio-
legislativo sumário, difere-se do ordinário apenas pela existência de nal, com auxílio do Tribunal de Contas.
prazo para que o Congresso Nacional delibere sobre determinado
assunto. Os processos legislativos especiais são estabelecidos para Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope-
a elaboração das emendas à Constituição, leis complementares, leis racional e patrimonial da União e das entidades da administração
delegadas, medidas provisórias, decretos-legislativos e resoluções. direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
E, o especialíssimo é previsto para leis financeiras e orçamentárias. aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
São basicamente três as etapas ou fases do processo legislativo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
brasileiro, havendo divergências doutrinárias: a iniciativa, a consti- controle interno de cada Poder.
tutiva, que compreende a deliberação parlamentar, com a discus- Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurí-
são e votação, e a deliberação executiva, através da sanção ou veto, dica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
e a complementar, que compreende a promulgação e a publicação. administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
As hipóteses da iniciativa são: geral, concorrente, privativa, po- responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de nature-
pular, conjunta, do art. 67 e a parlamentar ou extraparlamentar. De za pecuniária (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
maneira ampla, a CF atribui competência às seguintes pessoas e aos 1998).
órgãos, conforme prevê o art. 61, caput (iniciativa geral): qualquer
Deputado Federal ou Senador da República; Comissão da Câmara O Tribunal de Contas da União é o órgão auxiliar e de orienta-
dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; Pre- ção do Poder Legislativo, embora autônomo e a ele não subordina-
sidente da República; Supremo Tribunal Federal; Tribunais Superio- do, praticando atos de natureza administrativa, concernentes, ba-
res; Procurador-Geral da República e cidadãos (LENZA, 2019). sicamente, à fiscalização. Deve, portanto, examinar rotineiramente
A fase constitutiva expressa a conjugação de vontades do legis- as contas públicas, nos termos do art. 71 e seguintes da Constitui-
lativo (deliberação parlamentar - discussão e votação) e do executi- ção Federal:
vo (deliberação executiva - sanção ou veto). A discussão e votação
dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Su- Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, bem como os será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
projetos de iniciativa concorrente dos Deputados ou de Comissões compete:
da Câmara, os de iniciativa do Procurador-Geral da República e, na- I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
turalmente, os de iniciativa popular terão início na Câmara dos De- República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
putados, sendo esta, portanto, a casa iniciadora e o Senado Federal, sessenta dias a contar de seu recebimento;
em todas essas hipóteses lembradas, a casa revisora. Perante o Se- II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
nado Federal são propostos somente os projetos de lei de iniciativa por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in-
dos Senadores ou de Comissões do Senado, funcionando, nesses direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
casos, a Câmara dos Deputados como casa revisora (LENZA, 2019). pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
Ainda segundo Lenza (2019), terminada a fase de discussão a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
e votação, aprovado o projeto de lei, deverá ele ser encaminhado erário público;
para a apreciação do Chefe do Executivo para sanção, concordân-
cia, ou veto, discordância total ou parcial. A sanção poderá ser ex-
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DIREITO CONSTITUCIONAL

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Mi-
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e nistros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber,
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em as atribuições previstas no art. 96.
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomea-
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o dos dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
fundamento legal do ato concessório; I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, idade;
do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções II - idoneidade moral e reputação ilibada;
e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, ope- III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e
racional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes financeiros ou de administração pública;
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ati-
inciso II; vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados no in-
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais ciso anterior.
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão esco-
nos termos do tratado constitutivo; lhidos:
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacio- tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e mere-
nal, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas cimento;
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, II - dois terços pelo Congresso Nacional.
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspe- § 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mes-
ções realizadas; mas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e van-
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des- tagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-
pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que -lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano art. 40 (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
causado ao erário; § 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mes-
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro- mas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das
vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional
ilegalidade; Federal.
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, co- Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário mante-
municando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; rão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finali-
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou dade de:
abusos apurados. I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria-
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado dire- nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da
tamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao União;
Poder Executivo as medidas cabíveis. II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimo-
noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo ante- nial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como
rior, o Tribunal decidirá a respeito. da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan-
ou multa terão eficácia de título executivo. tias, bem como dos direitos e haveres da União;
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti-
e anualmente, relatório de suas atividades. tucional.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhe-
166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que cimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciên-
sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não cia ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsá- solidária.
vel que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessá- § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
rios. é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento
conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. Embora tenha o nome de Tribunal, é órgão administrativo que
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, não exerce função judicial. Entretanto, apesar de não ser órgão ju-
se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão dicial, o cumprimento de suas decisões é obrigatório. O Tribunal
à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. de Contas pode responsabilizar entidades e agentes por débitos ir-
regulares e aplicar multas, nos termos da lei, decisões, essas, que
têm eficácia de título executivo. Pode determinar também que se
adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei.
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DIREITO CONSTITUCIONAL

A aprovação de contas pelo Tribunal de Contas não afasta o seu exame pelo Legislativo ou pelo Judiciário.
O modelo federal deverá ser seguido pelos Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, inclusive em relação à composição e
modo de investidura dos respectivos conselheiros, respeitando-se as proporcionalidades de escolha entre o Poder Executivo e o Poder
Legislativo, nos mesmos moldes da Constituição Federal.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de
Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conse-
lheiros.

— Comissões parlamentares de inquérito


De modo geral, as comissões parlamentares são organismos instituídos em cada Câmara, para uma determinada finalidade, como
estudar e examinar as proposições legislativas e apresentar pareceres. As CPIs são comissões investigativas temporárias, destinadas a
averiguação e apuração de fato certo e determinado e estão disciplinadas no art. 58, § 3.º, da CF/88, na Lei n. 1.579/52 (alterada pelas Leis
10.679/2003 e 13.367/2016), na Lei n. 10.001/2000, na LC n. 105/2001 e nos Regimentos Internos das Casas Legislativas.
As CPIs serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento
de 1/3 da totalidade de seus membros, com indicação precisa do fato a ser apurado na investigação parlamentar e do prazo certo para o
desenvolvimento e conclusão dos trabalhos.
Além de ouvir testemunhas e investigados as CPIs podem determinar quebra do sigilo fiscal, bancário e de dados, inclusive telefônicos.

DO PODER JUDICIÁRIO: DISPOSIÇÕES GERAIS. ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO. ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIAS. CONSE-
LHO NACIONAL DE JUSTIÇA

— Disposições gerais
Mais do que o Poder incumbido da função e prestação jurisdicional, é o Poder Judiciário o guardião da Constituição e garantidor dos
direitos fundamentais. A função jurisdicional só pode ser desempenhada pelo Poder Judiciário, único poder capaz de produzir decisões
que venham se revestir da força de coisa julgada.
O Judiciário não é subordinado ao governo e suas principais características são a independência, autonomia a imparcialidade, funda-
mentais para que a lei possa ser aplicada ao caso concreto até mesmo em desfavor do governo e da administração.
A função típica do Poder Judiciário é a prestação jurisdicional, mas este também exerce funções atípicas, legislativas, como a edição
de normas regimentais de seus órgãos, e administrativas, como a concessão de férias aos seus membros e serventuários e o provimento
dos cargos de juiz de carreira na respectiva jurisdição.
Para garantir a independência do exercício da jurisdição, os membros do Poder judiciário gozam de algumas garantias, tais como:
vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos.

— Órgãos do poder judiciário


Conforme art. 92, CF são órgãos do Poder Judiciário:
— Supremo Tribunal Federal (STF);
— Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
— Superior Tribunal de Justiça (STJ);
— Tribunal Superior do Trabalho (TST);
— Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (TRFs);
— Tribunais e Juízes do Trabalho (TRTs);
— Tribunais e Juízes Eleitorais (TREs);
— Tribunais e Juízes Militares (TJM);
— Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios (TJs).

O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal e jurisdição em
todo o território nacional.
O CNJ é um órgão do Poder Judiciário, entretanto, goza de autonomia e independência e não está hierarquicamente subordinado a
nenhum outro órgão de nenhuma das instâncias. Também não está acima do STF ou abaixo dele, pois exerce a fiscalização dos atos de
todos os outros órgãos e o controle disciplinar de todos os membros do Judiciário.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

O STF é o órgão máximo e a mais alta instância do Judiciário brasileiro. É o guardião da Constituição Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de
lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993),
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Mi-
nistros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de
missão diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999).
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data
contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas enti-
dades da administração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos
estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única ins-
tância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999).
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos
processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade
dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e
qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso
Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de
um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitu-
cional nº 45, de 2004).
II - julgar, em recurso ordinário:

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DIREITO CONSTITUCIONAL

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os
o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais princípios estabelecidos nesta Constituição.
Superiores, se denegatória a decisão; § 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição
b) o crime político; do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tri-
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas bunal de Justiça.
em única ou última instância, quando a decisão recorrida: § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de incons-
a) contrariar dispositivo desta Constituição; titucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitima-
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face ção para agir a um único órgão.
desta Constituição. § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (In- de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau,
cluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Mi-
decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tri- litar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil
bunal Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emen- integrantes (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
da Constitucional nº 3, de 17/03/93). 2004).
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supre- § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
mo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a com-
contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos petência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal com-
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas petente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da
esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda graduação das praças (Redação dada pela Emenda Constitucional
Constitucional nº 45, de 2004). nº 45, de 2004).
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demons- § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar
trar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis
no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a ad- e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao
missão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e
de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitu- julgar os demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Cons-
cional nº 45, de 2004). titucional nº 45, de 2004).
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizada-
Por sua vez, o STJ é a corte jurisdicional responsável por unifor- mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno
mizar a interpretação da lei federal em todo o Brasil, composta por acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
33 ministros. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
Segundo dados do próprio site do STJ (2021), é de sua res- § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a
ponsabilidade a solução definitiva dos casos civis e criminais que realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicio-
não envolvam matéria constitucional nem a justiça especializada. nal, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
O principal tipo de processo julgado pelo STJ é o recurso especial, equipamentos públicos e comunitários (Incluído pela Emenda Cons-
que serve fundamentalmente para que o tribunal resolva interpre- titucional nº 45, de 2004).
tações divergentes sobre um determinado dispositivo de lei.
É ainda de responsabilidade do STJ resolver crimes de autori- — Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
dades, magistrados e políticos, federalizar processos de grande vio- Segundo conceitua o próprio site do CNJ (2021), o Conselho
lação de Direitos Humanos, julgar habeas corpus, habeas data ou Nacional de Justiça (CNJ) é uma instituição pública que visa aperfei-
mandado de segurança, contra ato ilegal de governadores, desem- çoar o trabalho do sistema judiciário brasileiro, principalmente no
bargadores ou conselheiros de tribunais de contas e outras autori- que diz respeito ao controle e à transparência administrativa e pro-
dades, bem como habeas corpus e mandados de segurança nega- cessual, desenvolvendo políticas judiciárias que promovam a efeti-
dos em 2ª instância pelos Tribunais de Justiça ou Tribunais Federais. vidade e a unidade do Poder Judiciário, orientadas para os valores
É também responsável pela administração da Justiça Federal e por de justiça e paz social, impulsionando cada vez mais a efetividade
solucionar conflitos de competência entre Tribunais. Todas as suas da Justiça brasileira.
competências estão expressas no art. 105, CF (STJ, 2021).
Já os Tribunais de Justiça compreendem a 2ª instância do ju- Composição
diciário brasileiro e os juízes estaduais ou juízes de direito corres- Criado com a Emenda Constitucional nº 45, o Conselho Nacio-
pondem à primeira instância da Justiça comum. Cada estado tem nal de Justiça é composto por 15 (quinze) membros com mandato
seu tribunal. Os tribunais são também responsáveis pelos Juizados de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, nos termos do art.
Especiais Cíveis e Criminais suas Turmas recursais, regidos pela Lei 103-B, CF, sendo: o Presidente do Supremo Tribunal Federal; um
9099/1995, e os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cida- Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo
dania – CEJUSCs. Em sede de 1ª instância, os juízes de direito são os tribunal; um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado
responsáveis pelas diversas varas, espalhadas nas comarcas. Cada pelo respectivo tribunal; um desembargador de Tribunal de Justiça,
tribunal será responsável por sua organização estrutural. indicado pelo Supremo Tribunal Federal; um juiz estadual, indicado
pelo Supremo Tribunal Federal; um juiz de Tribunal Regional Fede-
ral, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; um juiz federal, indi-
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DIREITO CONSTITUCIONAL

cado pelo Superior Tribunal de Justiça; um juiz de Tribunal Regional Os membros do Ministério Público Federal são os procuradores
do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; um juiz da República e os do Ministério Público dos Estados e do Distrito
do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; um mem- Federal são os Promotores e Procuradores de Justiça.
bro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral São princípios institucionais do Ministério Público: a unidade, a
da República; um membro do Ministério Público estadual, escolhi- indivisibilidade, a independência funcional e o princípio do promo-
do pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados tor natural. Ao Ministério Público compete a função de custos legis
pelo órgão competente de cada instituição estadual; dois advoga- (fiscal da lei), a defesa do patrimônio público e os direitos constitu-
dos, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do cionais do cidadão, além de ter poder investigativo, dentre tantas
Brasil; dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, outras funções de grande relevância elencadas no art. 129, CF e na
indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Fe- Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei nº 8.625/93).
deral. É sempre presidido pelo Presidente do STF.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
Competências I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
— Elaborar projetos, propostas ou estudos sobre matérias de da lei;
competência do CNJ e apresentá-los nas sessões plenárias ou reu- II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos servi-
niões de Comissões, observada a pauta fixada pelos respectivos ços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constitui-
Presidentes; ção, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
— Requisitar de quaisquer órgãos do Poder Judiciário, do CNJ e III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a pro-
de outras autoridades competentes as informações e os meios que teção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
considerem úteis para o exercício de suas funções; interesses difusos e coletivos;
— Propor à Presidência a constituição de grupos de trabalho ou IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representa-
Comissões necessários à elaboração de estudos, propostas e proje- ção para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos pre-
tos a serem apresentados ao Plenário do CNJ; vistos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das popula-
— Propor a convocação de técnicos, especialistas, representan- ções indígenas;
tes de entidades ou autoridades para prestar os esclarecimentos VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de
que o CNJ entenda convenientes; sua competência, requisitando informações e documentos para ins-
— Pedir vista dos autos de processos em julgamento; truí-los, na forma da lei complementar respectiva;
— Participar das sessões plenárias para as quais forem regular- VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma
mente convocados; da lei complementar mencionada no artigo anterior;
— Despachar, nos prazos legais, os requerimentos ou expe- VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de
dientes que lhes forem dirigidos; inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas ma-
— Desempenhar as funções de Relator nos processos que lhes nifestações processuais;
forem distribuídos (CNJ, 2021). IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA: DO MINISTÉRIO PÚ- § 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis
BLICO; DA ADVOCACIA PÚBLICA E DA DEFENSORIA PÚBLI- previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó-
CA teses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas
por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da res-
Para a efetiva a prestação jurisdicional não basta que existam pectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição (Redação
os juízes e tribunais. O acesso à Justiça só é possível graças a algu- dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
mas funções essenciais: o Ministério Público, a Advocacia Pública, a § 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á me-
Advocacia e a Defensoria Pública. diante concurso público de provas e títulos, assegurada a partici-
pação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exi-
— Ministério público gindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade
O Ministério Público é instituição permanente e essencial ao jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.   
Judiciário, atuando como custus legis – fiscal da lei, na defesa da
ordem jurídica, regime democrático e dos interesses individuais e — Advocacia pública
coletivos. O MP está fora da estrutura dos demais poderes da Re- A Advocacia Pública é a instituição que representa a União, ju-
pública, consagrando sua total autonomia e independência para o dicial e extrajudicialmente, que, assim como todo ente jurídico, tem
cumprimento de suas funções sempre em defesa dos direitos, ga- seus problemas e interesses, que precisam ser defendidos perante
rantias e prerrogativas da sociedade. o Poder Público. Assim, é a Advocacia-Geral da União, chefiada por
Constitucionalmente, o Ministério Público abrange duas gran- um Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente
des Instituições, sem que haja qualquer relação de hierarquia e su- da República, entre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de
bordinação entre elas: o Ministério Público da União, que compre- notável saber jurídico e reputação ilibada e integrada por muitos
ende o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho; advogados que atuam vinculados e subordinados à defesa dos in-
o Ministério Público Militar, o Ministério Público do Distrito Federal teresses da nação.
e Territórios; e o Ministério Público dos Estados.
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DIREITO CONSTITUCIONAL

É importante não confundir a Advocacia Pública com advocacia § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a uni-
gratuita ou Assistência Judiciária. A assessoria jurídica prestada gra- dade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se
tuitamente ao cidadão se dá pela Defensoria Pública ou por órgãos também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art.
de assistência judiciária, normalmente municipais, que contratam 96 desta Constituição Federal (Incluído pela Emenda Constitucional
profissionais para tal fim, ou ainda, por nomeação de advogados nº 80, de 2014).
dativos feita pelos Tribunais. Também não se pode confundir Procu-
radores do Estado com Procuradores de Justiça ou Procuradores da
República, que não são advogados, mas sim membros do Ministério QUESTÕES
Público Estadual e Federal.

— Defensoria Pública 1. (FCC - DP PB/DPE PB/2022)


Função essencial individualizada da advocacia pela Emenda Dentro das teorias sobre as origens do Estado, a ideologia gau-
Constitucional nº 80/2014, a Defensoria Pública é instituição per- lesa ou galicana estabelecia que
manente do Estado, que também tem como finalidade primordial a (A) os grupos se organizavam de forma rude e nômade.
orientação jurídica e a defesa do cidadão em todos os graus, carac- (B) a família era o centro da formação do Estado.
teriza-se por garantir o acesso à justiça aos mais necessitados. Pos- (C) o rei possuía certos direitos contra o papa.
sui autonomia funcional e administrativa, competindo-lhe a promo- (D) o soberano prestava contas somente a Deus e o povo reco-
ção dos direitos humanos, a defesa, em todos os graus, judicial e nhecia esse poder.
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos e a orientação ju- (E) o poder absoluto era de origem divina.
rídica dos cidadãos que não possuem recursos financeiros suficien-
tes para a contratação de um advogado particular. A independência 2. (FCC - DP PB/DPE PB/2022)
funcional no desempenho de suas atribuições, a inamovibilidade, Tomando como base a teoria da separação dos poderes, na
a irredutibilidade de vencimentos e a estabilidade são também antiguidade clássica, a indispensabilidade de estabelecerem-se po-
garantias dos defensores públicos. São princípios institucionais da deres com estrutura, atribuições e funções diferentes foi chamada
Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência por Aristóteles de
funcional. O ingresso na carreira de defensor também deve se dar (A) constituição mista.
por concurso público.
(B) constituição heterogênea.
Diante da omissão constitucional sobre a necessidade de o de-
(C) acesso de estrato social.
fensor público continuar inscrito nos quadros da OAB, dada a si-
(D) modelo polibiano.
militude das atividades da Defensoria Pública com a advocacia, se
(E) modelo social-igualitário.
discute nos Tribunais superiores a obrigatoriedade da inscrição na
OAB para os defensores públicos.
3. (FCC - DP BA/DPE BA/2021)
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essen- Por neoconstitucionalismo entende-se
cial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expres- (A) a liberdade de interpretação do texto constitucional, com o
são e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a objetivo de lhe dar eficácia, afastando-se de sua característica
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, retórica em busca de seu caráter axiológico.
em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e (B) a ênfase ao caráter hierárquico da norma, seu aspecto emi-
coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma nentemente superior em grau de importância formal.
do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal (Redação dada (C) a efetivação de um estado democrático de direito por meio
pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014). da aplicação de normas formalmente constituídas por processo
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da legislativo diferenciado.
União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas (D) o fortalecimento do caráter normativo retórico e histórico
gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, dos textos constitucionais, visando sua supremacia no ordena-
providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e tí- mento jurídico.
tulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade (E) as normas constitucionais que se originam das expectativas
e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais sociais quanto ao regramento estatal das liberdades.
(Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas au- 4. (FCC - DP SC/DPE SC/2021)
tonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta A Constituição é definida como decisão política do titular do
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes poder constituinte por
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º (Incluído (A) Ferdinand Lassalle.
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). (B) Carl Schmitt.
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da (C) Hans Kelsen.
União e do Distrito Federal (Incluído pela Emenda Constitucional nº (D) Rudolf von Ihering.
74, de 2013). (E) Karl Loewenstein.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

5. (FCC - DP RR/DPE RR/2021) reitos e garantias que, embora não previstos expressamente no
São características do poder constituinte derivado reformador: texto da Constituição, decorrem do regime e dos princípios por
(A) Acarretar uma verificação do texto constitucional. ela adotados, a exemplo da licença adotante, de que cuida o
(B) Criar, por parte dos entes federados, sua própria Constitui- caso em tela.
ção. (E) declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto,
(C) Ser o responsável pela ampliação ou modificação do texto a qual se opera nas situações em que se restringe ou amplia o
constitucional. alcance da norma constitucional, sem que seu texto sofra alte-
(D) Encontrar previsão nos Atos das Disposições Constitucio- ração, como no caso do dispositivo que assegura a licença ges-
nais Transitórias. tante, por período de cento e vinte dias, ao qual se equiparou
(E) Acarretar reforma do texto constitucional apenas após cin- o da licença adotante.
co anos da promulgação.
7. (FCC - TP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Administrati-
6. (FCC - Proc A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021) va/2021)
Considere o seguinte excerto de voto do Min. Roberto Barroso, São, respectivamente, fundamento e objetivo fundamental da
proferido em sede de julgamento de Recurso Extraordinário com República:
repercussão geral, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal: (A) a erradicação da pobreza e a não intervenção.
[...] o Direito brasileiro vem manifestando, desde a promulga- (B) o pluralismo político e a independência nacional.
ção da Constituição de 1988, por seu poder constituinte originário, (C) a solução pacífica dos conflitos e a prevalência dos direitos
por seu poder constituinte derivado e pelo legislador ordinário, o humanos.
firme propósito de avançar na proteção conferida à criança e ao (D) a defesa da paz e a construção de uma sociedade livre, justa
filho adotivo. É de acordo com essa evolução, com a cadeia de nor- e solidária.
mas antes descrita e à luz dos compromissos e dos valores que elas (E) a dignidade da pessoa humana e a garantia do desenvolvi-
expressam, que o alcance da licença maternidade das servidoras mento nacional.
públicas deve ser interpretado. No caso em exame, todos os ca-
pítulos desta história avançaram, paulatinamente, para majorar a 8. (FCC - DP BA/DPE BA/2021)
proteção dada à criança adotada e igualar seus direitos aos direitos O princípio do não retrocesso social se identifica com a ideia de
fruídos pelos filhos biológicos. (A) inconstitucionalidade formal de medidas provisórias que
Assim, observado tal parâmetro, há um único entendimento visem à redução de direitos sociais.
compatível com a história que vem sendo escrita sobre os direi tos (B) redução do Estado Capitalista e crescimento do Estado So-
da criança e do adolescente no Brasil: aquele que beneficia o me- cial.
nor, ao menos, com uma licença maternidade com prazo idêntico (C) concretização da dimensão positiva aos direitos so-
ao da licença a que faz jus o filho biológico. Esse é o sentido e al- ciais.
cance que se deve dar ao art. 7o , XVIII, da Cons tituição, à luz dos (D) um direito constitucional de resistência.
compromissos de valores e de princípios assumidos pela sociedade (E) uma desarrazoabilidade legislativa em seu sentido
brasileira ao adotar a Constituição de 1988. É, ainda, o entendimen- formal.
to que assegura a integridade do Direito. Mesmo que o STF tenha
se manifestado em sentido di verso, no passado, e mesmo que não 9. (FCC - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2021)
tenha havido alteração do texto do art. 7o , XVIII, o significado que Atenção: Para responder à questão, considere a Constituição
lhe é atribuído se alterou. [...] Federal de 1988.
Refere-se o Ministro, no caso, ao fenômeno da Cristina requereu a um determinado órgão público informação
(A) interpretação conforme à Constituição, por meio da qual a de interesse coletivo. Cristina
norma constitucional, originária ou resultante de emenda, se (A) tem direito a receber essa informação, independentemente
adequa aos princípios por ela adotados, pela via da interpre- de ser ela considerada sigilosa por ser imprescindível à segu-
tação judicial, que, no caso, resultou na ampliação do alcance rança do Estado, já que se trata de interesse da coletividade.
da norma referente à licença gestante, para abranger a licença (B) não tem direito a receber essa informação. Teria direito
adotante. apenas se referida informação fosse de seu interesse particular,
(B) mutação constitucional, pela via da interpretação judicial, salvo se seu sigilo fosse imprescindível à segurança da socieda-
que, no caso em tela, resultou no reconhecimento de que os de e do Estado.
pra zos da licença adotante, não referida expressamente pela (C) não tem direito a receber essa informação. Teria direito
Constituição, não podem ser inferiores aos prazos da licença apenas se referida informação fosse de seu interesse particu-
gestante, assegurada pela Constituição com a duração de cento lar, independentemente de ser ela considerada sigilosa por ser
e vinte dias. imprescindível à segurança do Estado, já que seria de cunho
(C) mutação inconstitucional, ocasionada pela mudança da re- privado.
alidade social e consequente nova percepção do Direito, produ (D) não tem direito a receber essa informação. Contudo, caso
zindo uma alteração informal no texto constitucional, que, no o órgão público, por mera liberalidade, entender que referida
caso em tela, consistiu no reconhecimento de direito à licença informação é relevante para a coletividade, independente de
adotante, não previsto expressamente no texto constitucional. ser ela considerada sigilosa por ser imprescindível à segurança
(D) modificação formal da Constituição, por meio da ampliação do Estado, poderá fornecê-la a qualquer tempo.
de seu rol de direitos fundamentais, de modo a contemplar di
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DIREITO CONSTITUCIONAL

(E) tem direito a receber essa informação, salvo se seu sigilo for lata do Supremo Tribunal Federal, acaso não obtenham administra-
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. tivamente os resultados pretendidos, os interessados estarão legiti-
mados para o ajuizamento de
10. (FCC - Proc A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021) (A) ação popular, isento de custas judiciais, salvo comprovada
Servidor público efetivo, ocupante de cargo de professor de má-fé, na situação I, e habeas data, na situação II.
ensino fundamental na rede pública municipal, é aprovado em (B) mandado de segurança, na situação I, e habeas data, gratui-
concurso para exercer cargo de professor em escola técnica man- tamente, na situação II.
tida por autarquia do mesmo Município, e passa a exercer ambos, (C) habeas data, gratuitamente, em ambas as situações.
diante da compatibilidade de horários. Quando da realização do pri- (D) habeas data, gratuitamente, na situação I, e mandado de
meiro pagamento pela autarquia, parte da remuneração é retida, segurança, na situação II.
sob o argumento de que o somatório das remunerações é superior (E) mandado de segurança, em ambas as situações, estando
ao teto remuneratório municipal, correspondente ao subsídio do isento de custas judiciais, salvo comprovada má-fé, na situação
Prefeito, ainda que, isoladamente consideradas, ambas sejam infe- I.
riores ao teto.
Diante da retenção de parte de seu pagamento, o servidor bus- 12. (FCC - DP SC/DPE SC/2021)
ca orientação em associação de servidores e empregados públicos Acerca da ação popular:
municipais, constituída e em funcionamento há mais de década, a (A) Surgiu com previsão ampla acerca da proteção da moralida-
qual, embora o servidor em questão não seja seu asso ciado, im- de administrativa.
(B) Abrange, dentre seus possíveis objetos, a defesa do patri-
petra mandado de segurança coletivo, em seu favor, com vistas à
mônio público.
percepção na integralidade das remunerações de ambos os cargos.
(C) A tutela ao meio ambiente surgiu, inicialmente, na Consti-
Nesse caso, em tese e independentemente da procedência da pre-
tuição de 1937.
tensão, consideradas a disciplina constitucional da matéria e a juris-
(D) A proteção ao patrimônio histórico e cultural aparece, pela
prudência do Supremo Tribunal Federal, primeira vez, na Constituição de 1988.
(A) não tem cabimento a impetração de mandado de seguran- (E) Foi inicialmente regulada na vigência da Constituição de
ça, seja coletivo pela associação, ou individual pelo servidor, o 1934.
qual deverá recorrer às vias ordinárias para o fim pretendido.
(B) não tem cabimento a impetração de mandado de seguran-
13. (FCC - DP AM/DPE AM/2021)
ça, seja coletivo pela associação, ou individual pelo servidor, o
Dentre os direitos do trabalhador, cujo texto constitucional vi-
qual dispõe de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal
gente admite disposição diversa por meio de acordo ou convenção
para o fim pretendido.
(C) está a associação legitimada a impetrar mandado de segu- coletiva, estão
rança coletivo em defesa de direito de membro da categoria (A) a duração do trabalho normal não superior a oito horas di-
que representa, desde que mediante autorização prévia deste, árias e quarenta horas semanais e o recolhimento de fundo de
o que não obsta o ajuizamento de mandado de segurança indi garantia por tempo de serviço.
vidual pelo servidor. (B) a irredutibilidade do salário e a jornada de seis horas para
(D) está a associação legitimada a impetrar mandado de segu- o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento.
rança coletivo em defesa de direito de membro da categoria (C) o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
que representa, independentemente de autorização prévia mingos, e o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço.
deste, o que não obsta o ajuizamento de mandado de seguran- (D) o gozo de férias anuais remuneradas com um terço a mais
ça individual pelo servidor. do que o salário normal e o décimo terceiro salário com base
(E) não cabe à associação impetrar mandado de segurança co- na remuneração integral.
letivo, dispondo, contudo, o servidor do mandado de seguran- (E) o adicional de insalubridade, periculosidade e tempo de
ça individual para proteção de direito líquido e certo de sua serviço, e o seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
titularidade. empregador.

11. (FCC - ARE IV (SEF SC)/SEF SC/2021) 14. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Administrati-


Considere: va/2021)
I. Pessoa jurídica que exerce atividades empresariais em deter- Um empregado que registrou candidatura a cargo de direção
minado Estado pretende obter acesso às informações referentes de sindicato representativo da categoria no âmbito estadual foi elei-
ao pagamento de tributos constantes, a seu respeito, de sistema to para um mandato de dois anos, que exerceu integralmente até o
informatizado de apoio à arrecadação dos órgãos da Administração fim. Nos termos da Constituição Federal, a dispensa do empregado
fazendária estadual. é vedada a partir do
(A) registro da candidatura e até um ano após o fim do manda-
II. Servidor público citado em representação promovida por ci-
to, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
dadão, perante o Tribunal de Contas de determinado Estado, para
(B) primeiro dia do mandato e até um ano após o fim do man-
apuração de irregularidades na execução de contrato celebrado por
dato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
órgão no qual exerce função de confiança, pretende obter vista dos
(C) registro da candidatura e até três anos após o fim do man-
autos da representação mencionada. dato.
Nos termos da Constituição Federal e da jurisprudência corre- (D) registro da candidatura e até dois anos após o fim do man-
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a solução para o seu concurso!
DIREITO CONSTITUCIONAL

dato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. e Dirk não poderá se naturalizar brasileiro, já que residente na
(E) primeiro dia do mandato e até três anos após o fim do man- República Federativa do Brasil há menos de quinze anos inin-
dato. terruptos.
(D) pois é filha de pais brasileiros, independentemente de
15. (FCC - DP AM/DPE AM/2021) registro em repartição brasileira competente; Roberto não
Segundo as regras vigentes na Constituição Federal sobre na- poderá adquirir a nacionalidade brasileira, já que exigida aos
cionalidade, originários de língua portuguesa residência no Brasil por um
(A) é considerado brasileiro nato, se nascido no Brasil, o filho ano ininterrupto; e Dirk poderá se naturalizar brasileiro já que
de pai e mãe estrangeiros ainda que não domiciliados ou resi- residente na República Federativa do Brasil há mais de dez anos
dentes no país. ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeira a
(B) se o pai ou a mãe for brasileiro nato, a criança nascida no nacionalidade brasileira.
exterior é considerada brasileira nata sempre que o país estran- (E) pois é filha de pais brasileiros independentemente de re-
geiro de nascimento não lhe conferir nacionalidade. gistro em repartição brasileira competente; Roberto poderá
(C) pode adquirir a nacionalidade brasileira o estrangeiro que adquirir a nacionalidade brasileira, na forma da lei, já que exi-
resida ininterruptamente no Brasil há dez anos ou mais e assim gidas aos originários de língua portuguesa residência por seis
requeira às autoridades competentes. meses ininterruptos e idoneidade moral; e Dirk não poderá se
(D) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasi- naturalizar brasileiro, já que residente na República Federativa
leira, serão considerados brasileiros natos desde que venham a do Brasil há menos de quinze anos ininterruptos.
residir no Brasil e optem, antes de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira. 17. (FCC - TP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Informáti-
(E) tem direito à naturalização brasileira o estrangeiro que viva ca/2021)
no país há mais de três anos e tenha filho brasileiro ou seja ca- JR é um cidadão britânico que se naturalizou brasileiro em
sado formalmente com brasileiro nato ou naturalizado. 2019. De acordo com as regras da Constituição Federal, JR
(A) poderá ser extraditado à Inglaterra por crime comum, co-
16. (FCC - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2021) metido em Londres em 2017.
Atenção: Para responder à questão, considere a Constituição (B) poderá ser extraditado à Inglaterra por crime comum, co-
Federal de 1988. metido em Londres em 2021.
Maria, 11 anos, nasceu no Líbano, filha de pais brasileiros que (C) nunca poderá ser extraditado pelas autoridades brasileiras.
estavam passando suas férias no país e lá acabaram fixando re si- (D) só poderá ser extraditado caso seja comprovado seu envol-
dência após o seu nascimento, onde vivem todos até o momento. vimento em tráfico de drogas ocorrido antes da naturalização.
Roberto, advogado, é originário de país de língua portugue sa, pos- (E) poderá ser extraditado à Inglaterra por crime comum, co-
sui idoneidade moral e reside no Brasil há sete meses ininterruptos. metido em Londres em 2020.
Dirk, engenheiro, é alemão, não possui condenação penal e reside
no Brasil há 11 anos ininterruptos. 18. (FCC - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2021)
Considerando apenas os dados fornecidos, Maria será brasilei- Atenção: Para responder à questão, considere a Constituição
ra nata Federal de 1988.
(A) se tiver sido registrada em repartição brasileira competente Ana Carolina, com 32 anos de idade, é Prefeita de um municí-
ou vier a residir na República Federativa do Brasil e optar, em pio brasileiro e deseja se candidatar ao cargo de Governadora do
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacio- seu Estado. Em vista disso, Ana Carolina
nalidade brasileira; Roberto poderá adquirir a nacionalidade (A) não pode concorrer ao Governo do Estado porque tem me-
brasileira, na forma da lei, já que exigidas aos originários de nos de 35 anos de idade.
língua portuguesa residência no Brasil por seis meses ininter- (B) deve renunciar ao mandato de Prefeita até seis meses antes
ruptos e idoneidade moral; e Dirk poderá se naturalizar brasi- do pleito para concorrer ao Governo do Estado.
leiro já que residente na República Federativa do Brasil há mais (C) deve renunciar ao mandato de Prefeita pelo menos um ano
de dez anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que antes do pleito para concorrer ao Governo do Estado.
requeira a nacionalidade brasileira. (D) pode concorrer ao Governo do Estado independentemente
(B) se tiver sido registrada em repartição brasileira competente de renúncia ao cargo de Prefeita que exerce.
ou vier a residir na República Federativa do Brasil e optar, em (E) pode concorrer ao Governo do Estado, independentemente
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacio- de renúncia, desde que se licencie de seu mandato três meses
nalidade brasileira; Roberto ainda não pode adquirir a naciona- antes do pleito.
lidade brasileira, já que exigida aos originários de língua portu-
guesa residência no Brasil por um ano ininterrupto; e Dirk, se 19. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Administrati-
requerer a naturalização brasileira, não a terá deferida, já que va/2021)
residente na República Federativa do Brasil há menos de quinze Ao disciplinar os direitos políticos, a Constituição Federal esta-
anos ininterruptos. belece que
(C) apenas se tiver sido registrada em repartição brasileira com- (A) o mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
petente; Roberto poderá adquirir a nacionalidade brasileira, na Eleitoral no prazo de trinta dias contados da diplomação.
forma da lei, já que exigidas aos originários de língua portugue- (B) a cassação de direitos políticos ocorrerá, dentre outros mo-
sa residência por seis meses ininterruptos e idoneidade moral; tivos, por condenação criminal transitada em julgado.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO CONSTITUCIONAL

(C) somente por meio de emenda constitucional podem ser complementar, sobre a criação, organização e supressão de dis-
estabelecidas outras hipóteses de inelegibilidade além das ex- tritos, sendo a lei estadual passível de impugnação mediante
pressamente já previstas no texto constitucional. ação direta de inconstitucionalidade, de competência do Tribu-
(D) o analfabetismo é causa de inelegibilidade, mas não impe- nal de Justiça do Estado.
de o alistamento eleitoral. (E) depende de consulta prévia, mediante plebiscito, restrita à
(E) é vedada a tramitação em segredo de justiça da ação de população do distrito que anteriormente se deixou de consul-
impugnação de mandato. tar, de modo a convalidar o ato de desmembramento original,
tratando-se de lei de efeitos concretos, não passível de impug-
20. (FCC - DP BA/DPE BA/2021) nação pela via do controle concentrado de constitucionalidade.
Os partidos políticos brasileiros, conforme regulados na nor-
mativa vigente, 22. (FCC - DP SC/DPE SC/2021)
(A) poderão receber recursos financeiros de entidades, nacio- Compete à União legislar privativamente sobre
nais ou estrangeiras, que tiverem como finalidade a defesa do (A) proteção à infância e juventude.
regime democrático. (B) assistência jurídica e Defensoria Pública.
(B) deverão registrar seus estatutos no Tribunal Regional Elei- (C) direito econômico e urbanístico.
toral de sua sede principal, após adquirirem personalidade ju- (D) trânsito e transporte.
rídica. (E) educação e cultura.
(C) poderão adotar o regime de suas coligações nas eleições
majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcio- 23. (FCC - Proc A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021)
nais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas Governadora de determinado Estado pretende, uma vez ter-
em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. minado o tempo de mandato respectivo, exercer cargo na Adminis
(D) terão direito ao fundo partidário se obtiverem mínimo de tração direta federal, para o qual foi aprovada em concurso público
2% dos votos válidos nas eleições da Câmara dos Deputados, e no qual foi empossada, já na vigência do mandato, embora no
distribuídos em pelo menos um quinto das unidades da Fede- mesmo ato afastada. Seu marido, atualmente ocupante de cargo
ração, com um mínimo de 3% dos votos válidos em cada uma
efetivo e estável em órgão da Administração direta munici pal da
delas.
capital do referido Estado, pretende então concorrer ao mandato
(E) poderão ter caráter nacional ou territorial, neste último
de Deputado Estadual. Consideradas essas condições, à luz da Cons-
caso desde que com representação em, ao menos, dez Estados
tituição Federal, a Governadora foi
da Federação.
(A) regularmente empossada e afastada do cargo na Adminis-
tração federal, assim como foi regular a manutenção de seu
21. (FCC - Proc (PGE GO)/PGE GO/2021)
mandato, estando seu marido, contudo, impedido de concor-
Após a criação de Município resultante do desmembramento
rer ao mandato de Deputado Estadual.
de distritos originalmente pertencentes a outro Município, agora (B) regularmente empossada e afastada do cargo na Adminis-
daquele vizinho, verifica-se que o processo se deu sem que tenha tração federal, assim como foi regular a manutenção de seu
havido consulta à população de um dos distritos afetados. Diante mandato, não havendo ainda impedimento para que seu ma-
disso, tramita perante a Assembleia Legislativa de Goiás projeto de rido concorra ao mandato de Deputado Estadual, devendo ser
lei visando à retificação dos limites territoriais dos hoje Municípios afastado de seu cargo no Município, se eleito.
limítrofes, de modo a excluir da área do novo Município a do dis- (C) regularmente empossada no cargo na Administração fe-
trito em questão, reintegrando-o ao Município de origem. Nessa deral, embora não houvesse necessidade de afastamento, na
situação hipotética, à luz da Constituição estadual, da Constituição hipó tese de compatibilidade de horários, estando seu marido,
Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a contudo, impedido de concorrer ao mandato de Deputado Es-
eventual alteração dos limites territoriais dos Municípios limítrofes tadual.
por lei estadual (D) irregularmente mantida no exercício do mandato, uma vez
(A) independe de consulta prévia plebiscitária às populações empossada no cargo na Administração federal, dado que a pos
dos Municípios envolvidos, por não se tratar de hipótese de se acarretaria a perda do mandato eletivo, e, se ocorrida até
criação, incorporação, fusão ou desmembramento de Municí- seis meses antes do pleito, autorizaria a candidatura de seu
pios, tratando-se de lei de efeitos concretos, não passível de marido a Deputado Estadual.
impugnação pela via do controle concentrado de constitucio- (E) irregularmente mantida no exercício do mandato, uma vez
nalidade. empossada no cargo na Administração federal, dado que a pos
(B) insere-se dentre as competências da Assembleia Legislativa se acarretaria a perda do mandato eletivo, estando, sob quais-
para dispor, com a sanção do Governador do Estado, sobre os quer condições, no entanto, seu marido impedido de concor
limites do território estadual, prescindindo de consulta prévia rer ao mandato de Deputado Estadual.
plebiscitária às populações dos Municípios envolvidos, sendo o
respectivo projeto de lei de iniciativa privativa do Governador. 24. (FCC - Proc (PGE GO)/PGE GO/2021)
(C) depende de consulta prévia, mediante plebiscito, às popu- Em conformidade com a Constituição Federal e a jurisprudên-
lações dos Municípios envolvidos, sendo a lei estadual passível cia do Supremo Tribunal Federal, constituição estadual que estabe-
de impugnação mediante ação direta de inconstitucionalidade, lecesse, para fins de decretação de intervenção do Estado em seus
de competência do STF, acaso aprovada sem a sua realização. Municípios, a necessidade de aprovação prévia do interventor pela
(D) viola a competência municipal para dispor, mediante lei Assembleia Legislativa, após arguição pública e mediante voto da
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DIREITO CONSTITUCIONAL

maioria absoluta de seus membros, seria 57 anos.


(A) constitucional, desde que a previsão resultasse de proposi- (D) somente o requisito de idade mínima, que, no seu caso, é
ção legislativa de iniciativa do Governador do Estado, a quem a 62 anos.
Constituição Federal atribui a legitimidade para nomeação de (E) os requisitos de tempo mínimo de contribuição e idade mí-
interventor nos Municípios. nima, que, no seu caso, é 62 anos.
(B) inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal, ade-
mais de atribuir ao chefe do Executivo a indicação do interven- 27. (FCC - PJ (MPE PE)/MPE PE/2022)
tor, confere ao órgão legislativo o poder de controlar apenas Nos termos da Constituição Federal, é da competência exclusi-
a posteriori a decretação da intervenção, não cabendo aos va do Congresso Nacional
Estados criar hipóteses de exercício de controle legislativo de (A) julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da
natureza preventiva. República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos
(C) constitucional, estando dentro da esfera de atuação do po- de governo.
der constituinte decorrente a definição de aspectos procedi- (B) processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Repú-
mentais da intervenção do Estado em seus próprios Municípios blica nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros
em relação aos quais a Constituição Federal é silente. de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae-
(D) constitucional em relação às hipóteses em que a decreta- ronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles.
ção da intervenção é ato discricionário do chefe do Executivo, (C) processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Fede-
por haver juízo de oportunidade e conveniência passível de ral, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho
compartilhamento com o órgão legislativo, não se aplicando às Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da Repúbli-
hipóteses em que a decretação da intervenção é ato vinculado. ca e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabili-
(E) constitucional apenas em relação às hipóteses de decreta- dade.
ção de intervenção do Estado nos Municípios para observância (D) proceder à tomada de contas do Presidente da República,
dos princípios indicados na própria constituição estadual. quando não lhe forem apresentadas dentro de sessenta dias
após a abertura da sessão legislativa.
25. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Administrati- (E) fixar o subsídio de Deputados Federais e Senadores e, com
va/2021) a sanção do Presidente da República, os subsídios do Presiden-
Alguns princípios aplicáveis à Administração pública estão ex- te e Vice-Presidente da República e dos Ministros do Supremo
pressos na Constituição Federal ou em lei, enquanto outros decor Tribunal Federal.
rem do regime publicístico a ela aplicável. Especificamente no que
concerne ao princípio da eficiência, tem-se que 28. (FCC - DP PB/DPE PB/2022)
(A) incide apenas sobre as empresas públicas e sociedades de As Comissões Parlamentares, no âmbito federal, apresentam
economia mista, por expressa disposição legal, sendo aplicado duas formas de apreciação das matérias submetidas à sua análise,
por analogia às pessoas jurídicas de Direito Público. sendo uma destas a
(B) não constitui um princípio expresso constitucionalmente, (A) consultiva, aquela que o relatório traz instrução ampla so-
mas apenas em diplomas legais esparsos, o que lhe confere me bre o tema, com livre apreciação e votação em Plenário.
nor peso relativamente aos demais. (B) deliberativa, quando os projetos têm ponto específico defi-
(C) é expressamente previsto na Constituição Federal e aplicá- nido pela Comissão, a fim de retornar com esclarecimento ao
vel exclusivamente às entidades integrantes da Administração Plenário.
Indireta. (C) decidida em Plenário, estando finalizado ou não o relatório
(D) não constitui um princípio explícito na Constituição ou em da Comissão respectiva para sustentar decisão dos parlamen-
lei, possuindo amparo na jurisprudência do Supremo Tribunal tares.
Federal. (D) conclusiva, aquela que os projetos são apreciados somente
(E) passou a contar com previsão expressa na Constituição Fe- pelas Comissões, que têm o poder de aprová-los ou rejeitá- los,
deral a partir da edição da Emenda Constitucional no 19, de sem ouvir o Plenário.
1998, aplicando-se à Administração pública em geral. (E) impugnativa, aquela que aponta incorreções e/ou ilegalida-
des no texto do projeto ou em parte dele, retornando, após, à
26. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Administra- decisão do Plenário.
ção/2021)
Uma professora de ensino fundamental, que ingressou na rede 29. (FCC - DP SC/DPE SC/2021)
privada em 2020, sem vínculo ou exercício de atividade laboral re- É cláusula pétrea expressa no artigo 60, § 4o, da Constituição
munerada anterior, pretende manter-se na carreira até o momento Federal de 1988
de aposentar-se. Considerando esses elementos à luz das regras (A) a defesa da paz.
atuais previstas na Constituição Federal, além de comprovar tempo (B) o sistema republicano de governo.
mínimo de efetivo exercício das funções, para que referida profes- (C) a dignidade da pessoa humana.
sora faça jus à aposentadoria, deverá cumprir (D) a independência nacional.
(A) os requisitos de tempo mínimo de contribuição e idade mí- (E) a forma federativa de Estado.
nima, que, no seu caso, é 57 anos.
(B) somente o requisito de tempo mínimo de contribuição.
(C) somente o requisito de idade mínima, que, no seu caso, é
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a solução para o seu concurso!
DIREITO CONSTITUCIONAL

30. (FCC - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2021) 33. (FCC - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2021)
Atenção: Para responder à questão, considere a Constituição Nos termos da Constituição Federal de 1988, o poder regula-
Federal de 1988. mentar é
A adoção de medidas provisórias pelo Presidente da República, (A) conferido ao Chefe do Poder Executivo para sancionar ou
por motivo de relevância e urgência, relativas a direitos políticos e vetar as leis.
a partidos políticos é (B) a competência que os Estados e Municípios têm para suple-
(A) permitida somente na primeira hipótese apresentada. mentar a legislação nacional.
(B) vedada, expressamente, nas duas hipóteses apresentadas. (C) sujeito a controle pelo Poder Legislativo, que poderá sustar
(C) vedada na primeira hipótese apresentada e permitida na os atos normativos do Poder Executivo que sejam considerados
segunda, devendo a medida, nesse caso, ser submetida de ime- exorbitantes.
diato ao Congresso Nacional. (D) concedido exclusivamente ao Senado Federal, que o exerce
(D) permitida nas duas hipóteses apresentadas, não havendo por meio de suas comissões.
necessidade de submeter tais medidas, de imediato, ao Con- (E) a faculdade conferida ao Supremo Tribunal Federal para
gresso Nacional, tendo em vista a relevância e a urgência que complementar as leis por meio de Súmulas Vinculantes.
as justificam.
(E) permitida nas duas hipóteses apresentadas, situações em 34. (FCC - Ana (TJ SC)/TJ SC/Administrativo/2021)
que tais medidas deverão ser apreciadas, conjuntamente, pelo Atenção: Para responder à questão, considere a Constituição
Senado e pela Câmara dos Deputados, desde logo, em regime Federal de 1988.
de urgência. Com relação ao Poder Judiciário, considere:
I. Ingresso na carreira da Magistratura, cujo cargo inicial será o
31. (FCC - DP SC/DPE SC/2021) de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos,
Acerca do Tribunal de Contas da União: com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas
(A) É de competência exclusiva do Congresso Nacional escolher as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos
metade dos membros do Tribunal de Contas da União. de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
(B) Compete privativamente à Câmara dos Deputados aprovar classificação.
previamente, por voto secreto, após arguição pública, a esco- II. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
lha de Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo guarda da Constituição Federal, cabendo-lhe processar e julgar, ori-
Presidente da República. ginariamente, a extradição solicitada por Estado estrangeiro.
(C) O Tribunal de Contas da União, integrado por onze Minis- III. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo,
tros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e trinta Ministros, os quais serão nomeados pelo Presidente da Re-
jurisdição em todo o território nacional. pública, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
(D) Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mes-
setenta anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois
mas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
vantagens dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
IV. O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamen-
(E) Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
te, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno aces-
é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularida-
des ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. so do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
É correto o que consta de
32. (FCC - Proc A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021) (A) I, II e IV, apenas.
Conforme estabelece o regramento constitucional e infracons- (B) I, II, III e IV.
titucional, a aposentadoria compulsória do membro de Tribunal de (C) I e III, apenas.
Contas Estadual se dá aos (D) III e IV, apenas.
(A) setenta anos para homem e sessenta e cinco anos para mu- (E) II e IV, apenas.
lher, sempre com proventos integrais, desde que observado o
atingimento do tempo mínimo de contribuição exigido. 35. (FCC - DP AM/DPE AM/2021)
(B) setenta e cinco anos, para homem ou mulher, com proven- De acordo com o texto da Constituição Federal, a Justiça de Paz
tos proporcionais ao tempo de contribuição. (A) será remunerada e composta de cidadãos com formação
(C) setenta anos, indistintamente para homem e mulher, com jurídica, eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com man-
proventos proporcionais ao tempo de serviço. dato de dois anos.
(D) setenta e cinco anos para homem e setenta anos para mu- (B) será regulamentada por lei federal e criada por leis estadu-
lher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. ais que disporão sobre a forma de escolha dos juízes, tempo de
(E) setenta e cinco anos para homem e setenta anos para mu- mandato e remuneração de seus membros.
lher, sempre com proventos integrais, desde que observado o (C) celebrará casamentos e exercerá atribuições conciliatórias,
atingimento do tempo mínimo de contribuição exigido. sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legisla-
ção.
(D) tem competência, entre outras, de celebrar casamentos e
formalizar uniões estáveis, verificando a regularidade do pro-
cesso de habilitação.
(E) será composta por magistrados leigos, remunerados pelos

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DIREITO CONSTITUCIONAL

atos praticados e escolhidos em certame público conduzido 39. (FCC - DP BA/DPE BA/2021)
pelo Judiciário local. Conforme previsão constitucional, são requisitos, dentre ou-
tros, para a federalização de um crime,
36. (FCC - Proc A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021) (A) não estar o caso tratado em fase de inquérito.
À luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo (B) ter como objeto qualquer violação a direitos humanos.
Tribunal Federal, e considerando que a Lei Orgânica da Magistratura (C) ser solicitada pelo Procurador-Geral da República ao Supre-
Nacional não disciplina a matéria, lei estadual que estabelecesse li- mo Tribunal Federal.
mite máximo de idade para ingresso na magistratura es tadual seria (D) visar o cumprimento das obrigações internacionais decor-
(A) constitucional, desde que estabelecido em sessenta e cinco rentes de tratados de direitos humanos.
anos de idade, limite previsto na Constituição em relação a Tri- (E) ser solicitada pelo Procurador-Geral de Justiça ao Tribunal
bunais superiores e de segunda instância. de Justiça local.
(B) inconstitucional, tanto por se tratar de exigência não previs-
ta na Constituição, como por violar a competência da União pa 40. (FCC - PJ (MPE PE)/MPE PE/2022)
ra, mediante lei complementar de iniciativa do Supremo Tribu- De acordo com a Constituição Federal e o entendimento do Su-
nal Federal, dispor sobre o ingresso na carreira. premo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, em maté-
(C) constitucional, desde que se trate de lei de iniciativa do Tri- rias atinentes à disciplina constitucional de órgãos e competências
bunal de Justiça, por ser matéria atinente à organização judi do Ministério Público,
ciária estadual. (A) lei complementar estadual, de iniciativa do Procurador-
(D) constitucional, por se tratar de regular exercício de com- -Geral de Justiça do Estado, pode instituir gratificação para os
petência suplementar em matéria de competência legislativa membros do Ministério Público, em função de serviço prestado
con corrente. à Justiça Eleitoral, a ser paga com dotações próprias do Tribunal
(E) constitucional, uma vez que a Constituição autoriza que se- Regional Eleitoral no Estado.
jam estabelecidos por lei requisitos diferenciados de admissão (B) o Ministério Público não tem legitimidade para propositura
para o serviço público quando a natureza do cargo o exigir. de ação civil pública em defesa de direitos sociais relacionados
ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por se tratar
37. (FCC - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2021) de direitos divisíveis, disponíveis e com titulares determinados,
Atenção: Para responder à questão, considere a Constituição não abrangidos por seu âmbito de atuação institucional.
Federal de 1988. (C) compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o
Quanto ao Conselho Nacional de Justiça e aos Tribunais e Juízes controle da atuação administrativa e financeira do Ministé-
Eleitorais, rio Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus
(A) não são órgãos do Poder Judiciário, sendo que as ações membros, cabendo-lhe rever, somente mediante provocação,
contra o Conselho Nacional de Justiça poderão ser processadas os processos disciplinares de membros do Ministério Público
e julgadas originariamente pelo Supremo Tribunal Federal ou da União ou dos Estados julgados há menos de dois anos.
pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso. (D) compete ao Procurador-Geral da República, na qualidade
(B) apenas os Tribunais Eleitorais são órgãos do Poder Judiciá- de chefe do Ministério Público da União, conhecer e resolver
rio, enquadrando-se o Conselho Nacional de Justiça dentre as os conflitos de atribuições entre membros de ramos diferentes
funções essenciais à Justiça. do Ministério Público.
(C) não são órgãos do Poder Judiciário, sendo que as ações (E) é competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal pro-
contra o Conselho Nacional de Justiça serão julgadas origina- cessar e julgar todas as ações contra decisões do Conselho
riamente pelo Supremo Tribunal Federal. Nacional do Ministério Público proferidas no exercício de suas
(D) apenas o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Eleito- competências constitucionais.
rais são órgãos do Poder Judiciário, sendo que as ações contra
o Conselho Nacional de Justiça serão processadas e julgadas 41. (FCC - TJ Aux (TJ SC)/TJ SC/2021)
originariamente pelo Superior Tribunal de Justiça. Atenção: Para responder à questão, considere a Constituição
(E) são órgãos do Poder Judiciário, sendo que as ações contra Federal de 1988.
o Conselho Nacional de Justiça serão processadas e julgadas Considere:
originariamente pelo Supremo Tribunal Federal. I. Caio é membro do Ministério Público Federal.
II. Mustafá é membro do Ministério Público do Trabalho
38. (FCC - DP PB/DPE PB/2022) III. Dionísio é membro do Ministério Público de determinado
O Superior Tribunal de Justiça é competente para julgar manda- Estado.
do de segurança e habeas data em face IV. Arnaldo é membro do Ministério Público Militar.
(A) de Ministro de Estado. Sendo certo que todos ingressaram na carreira no ano 2000, à
(B) do Procurador-Geral da República. vista, somente, dos dados fornecidos,
(C) do Presidente do Senado Federal. (A) apenas a Dionísio é vedado o exercício de qualquer outra
(D) do Tribunal de Contas da União. função pública, inclusive uma de magistério.
(E) de chefe de missão diplomática. (B) apenas a Caio, Mustafá e Arnaldo é vedado o exercício da
advocacia.
(C) a todos é vedado participar de sociedade comercial, na for-
ma da lei.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO CONSTITUCIONAL

(D) apenas a Dionísio é permitida a atividade político-partidá- 44. (FCC - DP RR/DPE RR/2021)
ria. A ruptura da segurança pública, conforme previsão constitu-
(E) a todos é vedado o percebimento, a qualquer título, de ho- cional,
norários e percentagens, podendo, entretanto, receber as cus- (A) autoriza a decretação do Estado de Defesa, com tão-somen-
tas processuais, na forma da lei. te a restrição da mobilidade urbana, se necessário.
(B) não autoriza a decretação do Estado de Defesa.
42. (FCC - DP SC/DPE SC/2021) (C) autoriza o Estado de Defesa, desde que não haja qualquer
Nos termos da Constituição Federal de 1988, compete ao Con- restrição a direitos fundamentais.
selho Nacional do Ministério Público (D) não autoriza a decretação do Estado de Defesa, mas permi-
(A) zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministé- te a restrição de alguns direitos fundamentais.
rio Público da União, podendo apenas recomendar providên- (E) autoriza a decretação do Estado de Defesa.
cias aos Procuradores-Gerais de Justiça.
(B) apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade 45. (FCC - DP SC/DPE SC/2021)
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos Às polícias penais compete a
do Ministério Público da União e dos Estados, com prejuízo da (A) prevenção e repressão do tráfico ilícito de entorpecentes e
competência dos Tribunais de Contas. drogas afins.
(C) receber e conhecer das reclamações apenas contra mem- (B) polícia judiciária e a apuração de infrações penais.
bros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, (C) execução de atividades de defesa civil.
ou seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disci- (D) polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.
plinar e correcional da instituição. (E) segurança dos estabelecimentos penais.
(D) rever somente mediante provocação os processos discipli-
nares de membros do Ministério Público da União ou dos Esta-
dos julgados há mais de um ano e dia. 46. (FCC - JE TJGO/TJ GO/2021)
(E) elaborar relatório semestral, propondo as providências so- Ao dispor em matéria de servidores públicos titulares de cargos
bre a situação do Ministério Público no País e as atividades do efetivos e de policiais militares, a Constituição Federal
Conselho, o qual deve integrar a mensagem do Chefe do Poder (A) assegura a ambas as categorias os direitos de sindicalização
Judiciário ao Congresso Nacional. e de greve, na forma da lei, devendo, no último caso, ser garan-
tida a continuidade da prestação de serviços públicos.
43. (FCC - Proc (PGE GO)/PGE GO/2021) (B) atribui à União competência para editar normas gerais tan-
Deputado Estadual apresentou emenda a projeto de lei que to em matéria de inatividade e pensão das polícias militares,
dispõe sobre os contribuintes e as alíquotas das custas judiciais, como sobre previdência social dos servidores públicos efetivos
de iniciativa do Tribunal de Justiça do Estado respectivo. A emen- dos Estados.
da visa a estabelecer que são isentos do pagamento de custas os (C) determina que deverá ser aplicada a pena de demissão ao
beneficiários de justiça gratuita representados por advogado por policial militar que, contando com menos de dez anos de ser-
eles constituído, desde que haja impossibilidade de a Defensoria viço, candidatar-se a cargo eletivo federal ou estadual, não se
Pública atuar no local da prestação do serviço. À luz da Constituição aplicando a mesma regra aos servidores públicos efetivos, que
Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, acaso a lei poderão acumular o exercício do mandato eletivo federal ou
venha a ser aprovada nesses moldes, haverá inconstitucionalidade estadual com o cargo público, caso haja compatibilidade de
decorrente de horário.
(A) vício de iniciativa, por versar o projeto de lei sobre matéria (D) determina que a aposentadoria compulsória no âmbito de
de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo. ambas as categorias dá-se aos setenta anos de idade, ou aos
(B) ofensa à iniciativa exclusiva do Poder Judiciário para projeto setenta e cinco anos de idade, na forma da lei complementar
de lei sobre custas judiciais, a qual impõe limitações ao poder editada pela União.
de emenda parlamentar que acarrete aumento de despesa pú- (E) veda aos policiais militares a acumulação remunerada de
blica. cargos públicos, ainda que haja compatibilidade de horários,
(C) ofensa à autonomia administrativa e financeira do Poder Ju- embora permita aos servidores públicos efetivos acumular o
diciário estadual, ao versar, a emenda, sobre isenção de custas exercício do cargo público nas hipóteses previstas na Constitui-
judiciais, as quais, por expressa determinação constitucional, ção Federal, incidindo o limite remuneratório máximo sobre a
se destinam exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às somatória da remuneração percebida em todos os cargos.
atividades específicas da Justiça.
(D) ofensa ao direito à assistência jurídica integral e gratuita 47. (FCC - Proc (PGE GO)/PGE GO/2021)
aos que comprovarem insuficiência de recursos, por condicio- Considerando o quanto estabelecido na Constituição Fede-
nar o benefício da gratuidade à impossibilidade de atuação da ral e a jurisprudência pertinente do Supremo Tribunal Federal, lei
Defensoria Pública, restringindo o alcance da garantia constitu- estadual que, a par das hipóteses previstas em lei complementar
cional de acesso dos necessitados ao Judiciário. federal, pretendesse atribuir responsabilidade tributária solidá-
(E) violação à competência privativa da União para legislar so- ria por infração a qualquer pessoa que concorra ou intervenha no
bre assistência jurídica e Defensoria Pública. cumprimento da obrigação tributária, especialmente a advogado e
contador, seria
(A) constitucional, uma vez que, de incidência restrita ao cum-
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a solução para o seu concurso!
DIREITO CONSTITUCIONAL

primento de obrigações tributárias no âmbito estadual, trata- Lei Orçamentária Anual.


-se de exercício regular da competência suplementar do Estado (B) na Lei de Diretrizes Orçamentárias, na Lei Orçamentária
em matéria de competência legislativa concorrente. Anual e no Plano Plurianual.
(B) inconstitucional, uma vez que, ao disciplinar a responsa- (C) no Plano Plurianual, no Plano Plurianual e na Lei de Diretri-
bilidade de terceiros por infrações de forma diversa da matriz zes Orçamentárias.
geral estabelecida pelo legislador federal, viola a competência (D) no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamen-
da União para o estabelecimento de normas gerais em matéria tárias e na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
tributária por meio de lei complementar.
(C) constitucional, desde que se trate de lei complementar,
(E) na Lei Orçamentária Anual, na Lei Orçamentária
diante da reserva constitucional dessa espécie normativa para Anual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
a regulação da matéria tributária quanto a obrigações, lança-
mento, crédito, prescrição e decadência.
(D) inconstitucional, por invadir competência privativa da GABARITO
União para legislar sobre condições para o exercício das profis-
sões e, especificamente em relação ao advogado, por ofender
a garantia da inviolabilidade pelos atos praticados no exercício 1 C
da profissão.
(E) constitucional, diante da inexistência de norma federal que 2 A
regule a matéria nesses termos, podendo vir a ter sua eficácia 3 A
suspensa se sobrevier lei federal naquilo que lhe for contrária.
4 B
48. (FCC - DP PB/DPE PB/2022) 5 C
As limitações constitucionais ao poder de tributar, segundo a
Constituição Federal, são reguladas por 6 B
(A) decreto. 7 E
(B) lei complementar.
(C) cláusula pétrea. 8 D
(D) lei federal. 9 E
(E) portaria do ente federado competente.
10 E
49. (FCC - Proc A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021) 11 D
De acordo com a Constituição Federal, o ICMS
(A) não incide sobre a entrada de bem ou mercadoria impor-
12 B
tados do exterior por pessoa física, exceto se essa pessoa for 13 B
contribuinte habitual do imposto.
(B) pode ser seletivo, em função da origem ou do destino das 14 A
mercadorias e dos serviços, e para limitar, quando necessário, 15 A
o tráfego indesejado de bens em seu território.
(C) é não cumulativo, observando-se, todavia, que a compensa- 16 B
ção com o montante cobrado por outro Estado ou pelo Distrito 17 A
Federal só poderá ser feita para viabilizar a não cumulativida-
de, quando amparada em convênio específico. 18 B
(D) não compreende, em sua base de cálculo, o montante do 19 D
imposto sobre produtos industrializados, quando a operação,
realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à 20 C
industrialização ou à comercialização, configure fato gerador 21 C
dos dois impostos.
(E) não incide sobre operações que destinem a outros Estados 22 D
combustíveis líquidos ou gasosos. 23 A
50. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Administra- 24 B
ção/2021) 25 E
Considere os seguintes itens:
I. metas para as despesas de capital. 26 A
II. metas para os programas de duração continuada. 27 A
III. metas para a política fiscal.
Nos termos da Constituição Federal, esses itens devem estar 28 D
presentes, respectivamente, 29 E
(A) no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na
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DIREITO CONSTITUCIONAL

______________________________________________________
30 B
31 E ______________________________________________________

32 B ______________________________________________________
33 C ______________________________________________________
34 A
______________________________________________________
35 C
______________________________________________________
36 B
37 E ______________________________________________________

38 A ______________________________________________________
39 D ______________________________________________________
40 E
______________________________________________________
41 C
______________________________________________________
42 C
43 D ______________________________________________________

44 E ______________________________________________________
45 E ______________________________________________________
46 B
______________________________________________________
47 B
______________________________________________________
48 B
49 D ______________________________________________________

50 D ______________________________________________________

______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial


LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASI- de que já não caiba recurso.   (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
LEIRO (DECRETO-LEI Nº 4.657/1942) E SUA APLICAÇÃO Art. 7oA lei do país em que domiciliada a pessoa determina as
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capaci-
dade e os direitos de família.
§ 1oRealizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades
da celebração.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante
confere o artigo 180 da Constituição, decreta: autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nu-
Art.  1oSalvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em bentes.   (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. § 3oTendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasi- invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
leira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente § 4oO regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do
publicada.(Vide Lei nº 1.991, de 1953)  (Vide Lei nº 2.145, de 1953) país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a
(Vide Lei nº 2.410, de 1955)  (Vide Lei nº 2.770, de 1956)(Vide Lei do primeiro domicílio conjugal.
nº 3.244, de 1957)  (Vide Lei nº 4.966, de 1966)(Vide Decreto-Lei § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
nº 333, de 1967) (Vide Lei nº 2.807, de 1956) (Vide Lei nº 4.820, de mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no
1965) ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo
§ 2o   (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados
§ 3oSe, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente regis-
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos pará- tro.   (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
grafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os
§ 4oAs correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de
nova. 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de
Art. 2oNão se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação pro-
até que outra a modifique ou revogue. duzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para
§ 1oA lei posterior revoga a anterior quando expressamente o a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule intei- Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a
ramente a matéria de que tratava a lei anterior. requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de
§ 2oA lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a
par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada
§ 3oSalvo disposição em contrário, a lei revogada não se res- pela Lei nº 12.036, de 2009).
taura por ter a lei revogadora perdido a vigência. § 7oSalvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família
Art. 3oNinguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do
a conhece. tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
Art. 4oQuando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo § 8oQuando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á do-
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. miciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Art. 5oNa aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que Art. 8oPara qualificar os bens e regular as relações a eles con-
ela se dirige e às exigências do bem comum. cernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o § 1oAplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprie-
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.  (Redação tário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a
dada pela Lei nº 3.238, de 1957) transporte para outros lugares.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a § 2oO penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa,
lei vigente ao tempo em que se efetuou.  (Incluído pela Lei nº 3.238, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
de 1957) Art. 9oPara qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titu- país em que se constituirem.
lar, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do § 1oDestinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e de-
exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inal- pendendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
terável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos
do ato.
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DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2oA obrigação resultante do contrato reputa-se constituida Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as auto-
no lugar em que residir o proponente. ridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os
Art.  10.A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de
do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido
que seja a natureza e a situação dos bens. no país da sede do Consulado.   (Redação dada pela Lei nº 3.238,
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será de 1957)
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos § 1º   As autoridades consulares brasileiras também poderão
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasi-
mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº leiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e obser-
9.047, de 1995) vados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da
§ 2oA lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capaci- respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à
dade para suceder. partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo
Art. 11.  As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à ma-
como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em nutenção do nome adotado quando se deu o casamento.   (Incluído
que se constituirem. pela Lei nº 12.874, de 2013) Vigência
§ 1oNão poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou § 2oÉ indispensável a assistência de advogado, devidamente
estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, junta-
pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. mente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a ou-
§ 2oOs Governos estrangeiros, bem como as organizações de tra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a
qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam assinatura do advogado conste da escritura pública. (Incluído pela
investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens Lei nº 12.874, de 2013)Vigência
imóveis ou susceptiveis de desapropriação. Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo
§ 3oOs Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do De-
dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou creto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam
dos agentes consulares. (Vide Lei nº 4.331, de 1964) todos os requisitos legais.(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Art. 12.É competente a autoridade judiciária brasileira, quan- Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos tiver
do for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no
obrigação. artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar
§ 1oSó à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publica-
ações relativas a imóveis situados no Brasil. ção desta lei.  (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 2o  A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido Art. 20.  Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não
o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam
diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, ob- consideradas as consequências práticas da decisão.(Incluído pela
servando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
Art.  13.A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir- adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato,
-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das
desconheça. possíveis alternativas.(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 14.Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir Art. 21.  A decisão que, nas esferas administrativa, controlado-
de quem a invoca prova do texto e da vigência. ra ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, pro-
Art. 15.Será executada no Brasil a sentença proferida no estran- cesso ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso
geiro, que reuna os seguintes requisitos: suas consequências jurídicas e administrativas.   (Incluído pela Lei
a) haver sido proferida por juiz competente; nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verifi- Parágrafo único.  A decisão a que se refere o caput deste artigo
cado à revelia; deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regulari-
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades zação ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus
d) estar traduzida por intérprete autorizado; ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anor-
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide mais ou excessivos.(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
art.105, I, i da Constituição Federal). Art. 22.  Na interpretação de normas sobre gestão pública, se-
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). rão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e
Art. 16.Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem direitos dos administrados. (Regulamento)
considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. § 1º  Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de
Art. 17.As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quais- ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão con-
quer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando sideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limita-
ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costu- do ou condicionado a ação do agente.(Incluído pela Lei nº 13.655,
mes. de 2018) 

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2º  Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza § 2º  Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser cele-
e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem brado compromisso processual entre os envolvidos.   (Incluído pela
para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou ate- Lei nº 13.655, de 2018)
nuantes e os antecedentes do agente.  (Incluído pela Lei nº 13.655, Art. 28.  O agente público responderá pessoalmente por suas
de 2018) decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
§ 3º  As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao § 1º  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
mesmo fato.(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) § 2º  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 23.   A decisão administrativa, controladora ou judicial § 3º  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normati-
conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicio- vos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização in-
namento de direito, deverá prever regime de transição quando in- terna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação
dispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será
seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem considerada na decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vi-
prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento) gência) (Regulamento)
Parágrafo único.   (VETADO).   (Incluído pela Lei nº 13.655, de § 1º  A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará
2018) o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as nor-
Art. 24.  A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou mas legais e regulamentares específicas, se houver. (Incluído pela
judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou nor- Lei nº 13.655, de 2018)(Vigência)
ma administrativa cuja produção já se houver completado levará § 2º  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigên-
em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com cia)
base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inváli- Art. 30.  As autoridades públicas devem atuar para aumentar a
das situações plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº 13.655, segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de
de 2018) (Regulamento) regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. (In-
Parágrafo único.  Consideram-se orientações gerais as interpre- cluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
tações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral Parágrafo único.  Os instrumentos previstos no caput deste ar-
ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda tigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que
as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhe- se destinam, até ulterior revisão.  (Incluído pela Lei nº 13.655, de
cimento público.(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 2018)
 Art. 25.  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121o da Independência
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situ- e 54o da República.
ação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso
de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após
oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral,
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação
aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação ofi- Estado
cial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento) Conceito, Elementos e Princípios
§ 1º  O compromisso referido no caput deste artigo:(Incluído Adentrando ao contexto histórico, o conceito de Estado veio a
pela Lei nº 13.655, de 2018) surgir por intermédio do antigo conceito de cidade, da polis grega
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e da civitas romana. Em meados do século XVI o vocábulo Estado
e compatível com os interesses gerais;(Incluído pela Lei nº 13.655, passou a ser utilizado com o significado moderno de força, poder
de 2018) e direito.
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) O Estado pode ser conceituado como um ente, sujeito de direi-
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou tos, que possui como elementos: o povo, o território e a soberania.
condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; (In- Nos dizeres de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p. 13),
cluído pela Lei nº 13.655, de 2018) “Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos ele-
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo mentos povo, território e governo soberano”.
para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descum- O Estado como ente, é plenamente capacitado para adquirir di-
primento. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) reitos e obrigações. Ademais, possui personalidade jurídica própria,
§ 2º  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) tanto no âmbito interno, perante os agentes públicos e os cidadãos,
Art. 27.  A decisão do processo, nas esferas administrativa, con- quanto no âmbito internacional, perante outros Estados.
troladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios Vejamos alguns conceitos acerca dos três elementos que com-
indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do proces- põem o Estado:
so ou da conduta dos envolvidos.(Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018) (Regulamento) POVO: Elemento legitima a existência do Estado. Isso ocorre
§ 1º  A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas por que é do povo que origina todo o poder representado pelo Es-
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o tado, conforme dispões expressamente art. 1º, parágrafo único, da
caso, seu valor.  (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Constituição Federal:

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce SOBERANIA: Trata-se do poder do Estado de se auto adminis-
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos trar. Por meio da soberania, o Estado detém o poder de regular o
desta Constituição. seu funcionamento, as relações privadas dos cidadãos, bem como
O povo se refere ao conjunto de indivíduos que se vincula juri- as funções econômicas e sociais do povo que o integra. Por meio
dicamente ao Estado, de forma estabilizada. desse elemento, o Estado edita leis aplicáveis ao seu território, sem
Entretanto, isso não ocorre com estrangeiros e apátridas, dife- estar sujeito a qualquer tipo de interferência ou dependência de
rentemente da população, que tem sentido demográfico e quanti- outros Estados.
tativo, agregando, por sua vez, todos os que se encontrem sob sua Em sua origem, no sentido de legitimação, a soberania está
jurisdição territorial, sendo desnecessário haver quaisquer tipos de ligada à força e ao poder. Se antes, o direito era dado, agora é ar-
vínculo jurídico do indivíduo com o poder do Estado. quitetado, anteriormente era pensado na justiça robusta, agora é
engendrado na adequação aos objetivos e na racionalidade técnica
Com vários sentidos, o termo pode ser usado pela doutrina necessária. O poder do Estado é soberano, uno, indivisível e emana
como sinônimo de nação e, ainda, no sentido de subordinação a do povo. Além disso, todos os Poderes são partes de um todo que
uma mesma autoridade política. é a atividade do Estado.
No entanto, a titularidade dos direitos políticos é determinada Como fundamento do Estado Democrático de Direito, nos pa-
pela nacionalidade, que nada mais é que o vínculo jurídico estabe- râmetros do art.1º, I, da CFB/88), a soberania é elemento essencial
lecido pela Constituição entre os cidadãos e o Estado. e fundamental à existência da República Federativa do Brasil.
O Direito nos concede o conceito de povo como sendo o con- A lei se tornou de forma essencial o principal instrumento de
junto de pessoas que detém o poder, a soberania, conforme já foi organização da sociedade. Isso, por que a exigência de justiça e de
explicitado por meio do art. 1º. Parágrafo único da CFB/88 dispondo proteção aos direitos individuais, sempre se faz presente na vida
que “Todo poder emana do povo, que exerce por meio de repre- do povo. Por conseguinte, por intermédio da Constituição escrita,
sentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. desde a época da revolução democrática, foi colocada uma trava
jurídica à soberania, proclamando, assim, os direitos invioláveis do
TERRITÓRIO: pode ser conceituado como a área na qual o Esta- cidadão.
do exerce sua soberania. Trata-se da base física ou geográfica de um O direito incorpora a teoria da soberania e tenta compatibilizá-
determinado Estado, seu elemento constitutivo, base delimitada de -la aos problemas de hoje, e remetem ao povo, aos cidadãos e à sua
autoridade, instrumento de poder com vistas a dirigir o grupo so- participação no exercício do poder, o direito sempre tende a preser-
cial, com tal delimitação que se pode assegurar à eficácia do poder var a vontade coletiva de seu povo, através de seu ordenamento, a
e a estabilidade da ordem. soberania sempre existirá no campo jurídico, pois o termo designa
O território é delimitado pelas fronteiras, que por sua vez, podem igualmente o fenômeno político de decisão, de deliberação, sendo
ser naturais ou convencionais. O território como elemento do Estado, incorporada à soberania pela Constituição.
possui duas funções, sendo uma negativa limitante de fronteiras com A Constituição Federal é documento jurídico hierarquicamente
a competência da autoridade política, e outra positiva, que fornece superior do nosso sistema, se ocupando com a organização do po-
ao Estado a base correta de recursos materiais para ação. der, a definição de direitos, dentre outros fatores. Nesse diapasão,
a soberania ganha particular interesse junto ao Direito Constitu-
Por traçar os limites do poder soberanamente exercido, o terri- cional. Nesse sentido, a soberania surge novamente em discussão,
tório é elemento essencial à existência do Estado, sendo, desta for- procurando resolver ou atribuir o poder originário e seus limites,
ma, pleno objeto de direitos do Estado, o qual se encontra a serviço entrando em voga o poder constituinte originário, o poder cons-
do povo e pode usar e dispor dele com poder absoluto e exclusivo, tituinte derivado, a soberania popular, do parlamento e do povo
desde que estejam presentes as características essenciais das rela- como um todo. Depreende-se que o fundo desta problemática está
ções de domínio. O território é formado pelo solo, subsolo, espaço entranhado na discussão acerca da positivação do Direito em deter-
aéreo, águas territoriais e plataforma continental, prolongamento minado Estado e seu respectivo exercício.
do solo coberto pelo mar. Assim sendo, em síntese, já verificados o conceito de Estado e
os seus elementos. Temos, portanto:
A Constituição Brasileira atribui ao Conselho de Defesa Nacio-
nal, órgão de consulta do presidente da República, competência ESTADO = POVO + TERRITÓRIO + SOBERANIA
para “propor os critérios e condições de utilização de áreas indis-
pensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu Obs. Os elementos (povo + território + soberania) do Estado
efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas não devem ser confundidos com suas funções estatais que normal-
com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qual- mente são denominadas “Poderes do Estado” e, por sua vez, são
quer tipo”. (Artigo 91, §1º, III,CFB/88). divididas em: legislativa, executiva e judiciária
Em relação aos princípios do Estado Brasileiro, é fácil encontra-
Os espaços sobre o qual se desenvolvem as relações sociais -los no disposto no art. 1º, da CFB/88. Vejamos:
próprias da vida do Estado é uma porção da superfície terrestre, Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
projetada desde o subsolo até o espaço aéreo. Para que essa porção indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-
territorial e suas projeções adquiram significado político e jurídico, tui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
é preciso considerá-las como um local de assentamento do grupo I - a soberania;
humano que integra o Estado, como campo de ação do poder polí- II - a cidadania;
tico e como âmbito de validade das normas jurídicas. III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
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DIREITO ADMINISTRATIVO

V - o pluralismo político. Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em


órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções
Ressalta-se que os conceitos de soberania, cidadania e pluralis- administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também
mo político são os que mais são aceitos como princípios do Estado. na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo.
No condizente à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais Em suma, temos:
do trabalho e da livre inciativa, pondera-se que estes constituem as
finalidades que o Estado busca alcançar. Já os conceitos de sobera-
nia, cidadania e pluralismo político, podem ser plenamente relacio-
SENTIDO Sentido amplo {órgãos governamentais e
nados com o sentido de organização do Estado sob forma política,
SUBJETIVO órgãos administrativos}.
e, os conceitos de dignidade da pessoa humana e os valores sociais SENTIDO Sentido estrito {pessoas jurídicas, órgãos
do trabalho e da livre iniciativa, implicam na ideia do alcance de SUBJETIVO e agentes públicos}.
objetivos morais e éticos.
SENTIDO Sentido amplo {função política e adminis-
Governo OBJETIVO trativa}.
Conceito SENTIDO Sentido estrito {atividade exercida por
Governo é a expressão política de comando, de iniciativa públi- OBJETIVO esses entes}.
ca com a fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem
jurídica contemporânea e atuante. Existem funções na Administração Pública que são exercidas
O Brasil adota a República como forma de Governo e o fede- pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que são
ralismo como forma de Estado. Em sua obra Direito Administrativo subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e ser-
da Série Advocacia Pública, o renomado jurista Leandro Zannoni, viço público.
assegura que governo é elemento do Estado e o explana como “a Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada
atividade política organizada do Estado, possuindo ampla discricio- uma das funções. Vejamos:
nariedade, sob responsabilidade constitucional e política” (p. 71). a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do de-
É possível complementar esse conceito de Zannoni com a afir- senvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de utilida-
mação de Meirelles (1998, p. 64-65) que aduz que “Governo é a de ou de interesse público.
expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrati-
do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente”. Entretanto, va. São os atos da Administração que limitam interesses individuais
tanto o conceito de Estado como o de governo podem ser definidos em prol do interesse coletivo.
sob diferentes perspectivas, sendo o primeiro, apresentado sob o c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a Admi-
critério sociológico, político, constitucional, dentre outros fatores. nistração Pública executa, de forma direta ou indireta, para satis-
No condizente ao segundo, é subdividido em sentido formal sob um fazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, sob o regime
conjunto de órgãos, em sentido material nas funções que exerce e jurídico e com predominância pública. O serviço público também
em sentido operacional sob a forma de condução política. regula a atividade permanente de edição de atos normativos e con-
O objetivo final do Governo é a prestação dos serviços públicos cretos sobre atividades públicas e privadas, de forma implementati-
com eficiência, visando de forma geral a satisfação das necessida- va de políticas de governo.
des coletivas. O Governo pratica uma função política que implica A finalidade de todas essas funções é executar as políticas de
uma atividade de ordem mediata e superior com referência à dire- governo e desempenhar a função administrativa em favor do in-
ção soberana e geral do Estado, com o fulcro de determinar os fins teresse público, dentre outros atributos essenciais ao bom anda-
da ação do Estado, assinalando as diretrizes para as demais funções mento da Administração Pública como um todo com o incentivo das
e buscando sempre a unidade da soberania estatal. atividades privadas de interesse social, visando sempre o interesse
público.
Administração pública A Administração Pública também possui elementos que a com-
Conceito põe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a ativida- privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
de que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos função administrativa estatal.
interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos e
agentes públicos. — Observação importante:
A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais aco-
estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como pladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato da
“a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob re- coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem
gime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas na-
interesses coletivos”. ções estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos inter-
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a nacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e No direito público interno encontra-se, no âmbito da adminis-
órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo, tração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União, Estados, Dis-
sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa trito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II e III, do CC).
em sentido objetivo.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas
da administração indireta, as autarquias e associações públicas (art. de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a in-
41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas jurídi- disponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que tais
cas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41 do CC, prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses pri-
pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar ao con- vados, termina por colocar limitações aos agentes públicos no cam-
sórcio público a ser firmado entre entes públicos (União, Estados, po de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de aprovação
Municípios e Distrito Federal). em concurso público para o provimento dos cargos públicos.

Princípios da administração pública Princípios Administrativos


De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017), Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, a Ad-
princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de ministração Pública deverá obedecer aos princípios da Legalidade,
um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpre- Vejamos:
tes do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato – Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito Administra-
de que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da or- tivo, apresenta um significado diverso do que apresenta no Direito
dem jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do indivíduo
pelos contornos que conferem à determinada seara jurídica. que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária à lei, é
Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade considerada legal. O termo legalidade para o Direito Administrativo,
aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa. significa subordinação à lei, o que faz com que o administrador deva
atuar somente no instante e da forma que a lei permitir.
Referente à função hermenêutica, os princípios são amplamen- — Observação importante: O princípio da legalidade considera
te responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais parâmetros a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei,
legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no ato de tute- toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
la dos casos concretos. Por meio da função integrativa, por sua vez, art. 59 da Constituição Federal.
os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais lacunas legais
observadas em matérias específicas ou diante das particularidades – Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas
que permeiam a aplicação das normas aos casos existentes. óticas:

Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e in- a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação
tegrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar
legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo, na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que
dando-lhe unicidade e coerência. o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e
na objetividade.
Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve exe-
expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não po- cutar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo
sitivados e não escritos na lei de forma expressa. primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
— Observação importante: deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,
Não existe hierarquia entre os princípios expressos e implíci- dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac-
tos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios que terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’
dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente im-
plícitos. – Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrati-
va deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestida-
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os prin- de, probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção
cípios e demais dispositivos legais que formam o Direito Adminis- na Administração Pública.
trativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois princípios
centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do Interesse Pú- O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
blico e a Indisponibilidade do Interesse Público. conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que obe-
decer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o agen-
Conclama a necessidade da sobreposi-
SUPREMACIA DO te atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado apenas
ção dos interesses da coletividade sobre
INTERESSE PÚBLICO nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à moralidade.
os individuais.
Sua principal função é orientar a – Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de con-
INDISPONIBILIDA-
atuação dos agentes públicos para que trole dos atos administrativos por meio da sociedade. A publicidade
DE DO INTERESSE
atuem em nome e em prol dos interes- está associada à prestação de satisfação e informação da atuação
PÚBLICO
ses da Administração Pública. pública aos administrados. Via de regra é que a atuação da Admi-
nistração seja pública, tornando assim, possível o controle da socie-
dade sobre os seus atos.

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é abso- atuação administrativa, sendo estes os princípios da Administração
luto. Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções pre- Pública, que nesse estudo, trataremos especificamente dos Princí-
vistas em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam pios Expressos e Implícitos de modo geral.
ser preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e
intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá Princípios Expressos da Administração Pública
ser afastado. Princípio da Legalidade
Surgido na era do Estado de Direito, o Princípio da Legalidade
Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos administra- possui o condão de vincular toda a atuação do Poder Público, seja
tivos que se voltam para a sociedade, pondera-se que os mesmos de forma administrativa, jurisdicional, ou legislativa. É considerado
não poderão produzir efeitos enquanto não forem publicados. uma das principais garantias protetivas dos direitos individuais no
sistema democrático, na medida em que a lei é confeccionada por
– Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá ser intermédio dos representantes do povo e seu conteúdo passa a li-
exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e econo- mitar toda a atuação estatal de forma geral.
micidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém, hodier- Na seara do direito administrativo, a principal determinação
namente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88, com a advinda do Princípio da Legalidade é a de que a atividade adminis-
EC n. 19/1998. trativa seja exercida com observância exata dos parâmetros da lei,
ou seja, a administração somente poderá agir quando estiver devi-
São decorrentes do princípio da eficiência: damente autorizada por lei, dentro dos limites estabelecidos por
lei, vindo, por conseguinte, a seguir o procedimento que a lei exigir.
a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, orça- O Princípio da Legalidade, segundo a doutrina clássica, se des-
mentária e financeira de órgãos, bem como de entidades adminis- dobra em duas dimensões fundamentais ou subprincípios, sendo
trativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão. eles: o Princípio da supremacia da lei (primazia da lei ou da lega-
lidade em sentido negativo); e o Princípio da reserva legal (ou da
b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial legalidade em sentido positivo). Vejamos:
para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do De acordo com os contemporâneos juristas Ricardo Alexandre
art. 41, § 4º da CFB/88. e João de Deus, o princípio da supremacia da lei, pode ser concei-
tuado da seguinte forma:

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO. PRINCÍPIOS CONSTI- O princípio da supremacia da lei, ou legalidade em sentido ne-
TUCIONAIS E LEGAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRIN- gativo, representa uma limitação à atuação da Administração, na
CÍPIOS ADMINISTRATIVOS IMPLÍCITOS medida em que ela não pode contrariar o disposto na lei. Trata- se
de uma consequência natural da posição de superioridade que a lei
ocupa no ordenamento jurídico em relação ao ato administrativo.
Conceito (2.017, ALEXANDRE e DEUS, p. 103).
O vocábulo “regime jurídico administrativo” se refere às inú- Entende-se, desta forma, que o princípio da supremacia da lei,
meras particularidades que tornam a atuação da administração ou legalidade em sentido negativo, impõe limitações ao poder de
pública individualizada nos momentos em que é comparada com a atuação da Administração, tendo em vista que esta não pode agir
atuação dos particulares de forma generalizada. Possui sentido res- em desconformidade com a lei, uma vez que a lei se encontra em
trito, restando-se com a serventia única de designar o conjunto de posição de superioridade no ordenamento jurídico em relação ao
normas de direito público que caracterizam o Direito Administrativo ato administrativo como um todo. Exemplo: no ato de desapropria-
de modo geral, estabelecendo, via de regra, prerrogativas que colo- ção por utilidade pública, caso exista atuação que não atenda ao
cam a Administração Pública em posição privilegiada no que condiz interesse público, estará presente o vício de desvio de poder ou de
às suas relações com os particulares, bem como restrições, que tem finalidade, que torna o ato plenamente nulo.
o fulcro de evitar que ela se distancie da perseguição que não deve
cessar no sentido da consecução do bem comum. Em relação ao princípio da reserva legal, ou da legalidade em
Desta forma, de maneira presumida, o Regime Jurídico Admi- sentido positivo, infere-se que não basta que o ato administrativo
nistrativo passa a atuar na busca da consecução de interesses cole- simplesmente não contrarie a lei, não sendo contra legem, e nem
tivos por meio dos quais a Administração usufrui de vantagens não mesmo de ele pode ir além da lei praeter legem, ou seja, o ato ad-
extensivas aos particulares de modo geral, como é o caso do poder ministrativo só pode ser praticado segundo a lei secundum legem.
de desapropriar um imóvel, por exemplo. Assim sendo, a Adminis- Por esta razão, denota-se que o princípio da reserva legal ou da le-
tração Pública não pode abrir mão desses fins públicos, ou seja, ao galidade em sentido positivo, se encontra dotado do poder de con-
agente público não é lícito, sem a autorização da lei, transigir, ne- dicionar a validade do ato administrativo à prévia autorização legal
gociar, renunciar, ou seja, dispor de qualquer forma de interesses de forma geral, uma vez que no entendimento do ilustre Hely Lopes
públicos, ainda que sejam aqueles cujos equivalentes no âmbito Meirelles, na administração pública não há liberdade nem vontade
privado, seriam considerados via de regra disponíveis, como o direi- pessoal, pois, ao passo que na seara particular é lícito fazer tudo o
to de cobrar uma pensão alimentícia, por exemplo. que a lei não proíbe, na Administração Pública, apenas é permitido
Nesse sentido, pode-se se afirmar que a supremacia do inte- fazer o que a lei disponibiliza e autoriza.
resse público se encontra eivada de justificativas para a concessão Pondera-se que em decorrência do princípio da legalidade, não
de prerrogativas, ao passo que a indisponibilidade de tal interesse, pode a Administração Pública, por mero ato administrativo, permi-
por sua vez, passa a impor a estipulação de restrições e sujeições à tir a concessão por meio de seus agentes, de direitos de quaisquer
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

espécies e nem mesmo criar obrigações ou impor vedações aos ad- contratações a ser realizadas pela Administração; na vedação ao
ministrados, uma vez que para executar tais medidas, ela depende nepotismo, de acordo com o disposto na Súmula Vinculante 13 do
de lei. No entanto, de acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, Supremo Tribunal Federal; no respeito à ordem cronológica para
existem algumas restrições excepcionais ao princípio da legalidade pagamento dos precatórios, dentre outros fatores.
no ordenamento jurídico brasileiro, sendo elas: as medidas provisó- Outro ponto importante que merece destaque acerca da acep-
rias, o estado de defesa e o estado de sítio. ção do princípio da impessoalidade, diz respeito à imputação da
Em resumo, temos: atuação administrativa ao Estado, e não aos agentes públicos que
• Origem: Surgiu com o Estado de Direito e possui como obje- a colocam em prática. Assim sendo, as realizações estatais não são
tivo, proteger os direitos individuais em face da atuação do Estado; imputadas ao agente público que as praticou, mas sim ao ente ou
• A atividade administrativa deve exercida dentro dos limites entidade em nome de quem foram produzidas tais realizações.
que a lei estabelecer e seguindo o procedimento que a lei exigir, Por fim, merece destaque um outro ponto importante do prin-
devendo ser autorizada por lei para que tenha eficácia; cípio da impessoalidade que se encontra relacionado à proibição
• Dimensões: Princípio da supremacia da lei (primazia da lei ou da utilização de propaganda oficial com o fito de promoção pesso-
legalidade em sentido negativo); e Princípio da reserva legal (legali- al de agentes públicos. Sendo a publicidade oficial, custeada com
dade em sentido positivo); recursos públicos, deverá possuir como único propósito o caráter
• Aplicação na esfera prática (exemplos): Necessidade de pre- educativo e informativo da população como um todo, o que, assim
visão legal para exigência de exame psicotécnico ou imposição de sendo, não se permitirá que paralelamente a estes objetivos o ges-
limite de Idade em concurso público, ausência da possibilidade de tor utilize a publicidade oficial de forma direta, com o objetivo de
decreto autônomo na concessão de direitos e imposição de obriga- promover a sua figura pública.
ções a terceiros, subordinação de atos administrativos vinculados e Lamentavelmente, agindo em contramão ao princípio da im-
atos administrativos discricionários; pessoalidade, nota-se com frequência a utilização da propaganda
• Aplicação na esfera teórica: Ao passo que no âmbito parti- oficial como meio de promoção pessoal de agentes públicos, agin-
cular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na administração do como se a satisfação do interesse público não lhes fosse uma
pública só é permitido fazer o que a lei devidamente autorizar; obrigação. Entretanto, em combate a tais atos, com o fulcro de
• Legalidade: o ato administrativo deve estar em total confor- restringir a promoção pessoal de agentes públicos, por intermédio
midade com a lei e com o Direito, fato que amplia a seara do con- de propaganda financiada exclusivamente com os cofres públicos,
trole de legalidade; o art. 37, § 1.º, da Constituição Federal, em socorro à população,
• Exceções existentes: medida provisória, estado de defesa e determina:
estado de sítio. Art. 37. [...]
Princípio da Impessoalidade § 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
É o princípio por meio do qual todos os agentes públicos devem campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-
cumprir a lei de ofício de maneira impessoal, ainda que, em decor- mativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
rência de suas convicções pessoais, políticas e ideológicas, conside- símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto-
rem a norma injusta. ridades ou servidores públicos.
Esse princípio possui quatro significados diferentes. São eles: a Desta maneira, em respeito ao mencionado texto constitucio-
finalidade pública, a isonomia, a imputação ao órgão ou entidade nal, ressalta-se que a propaganda anunciando a disponibilização de
administrativa dos atos praticados pelos seus servidores e a proibi- um recente serviço ou o primórdio de funcionamento de uma nova
ção de utilização de propaganda oficial para promoção pessoal de escola, por exemplo, é legítima, possuindo importante caráter in-
agentes públicos. formativo.
Pondera-se que a Administração Pública não pode deixar de Em resumo, temos:
buscar a consecução do interesse público e nem tampouco, a con- • Finalidade: Todos os agentes públicos devem cumprir a lei
servação do patrimônio público, uma vez que tal busca possui cará- de ofício de maneira impessoal, ainda que, em decorrência de suas
ter institucional, devendo ser independente dos interesses pessoais convicções pessoais, políticas e ideológicas, considerem a norma
dos ocupantes dos cargos que são exercidos em conluio as ativida- injusta.
des administrativas, ou seja, nesta acepção da impessoalidade, os • Significados: A finalidade pública, a isonomia, a imputação
fins públicos, na forma determinada em lei, seja de forma expressa ao órgão ou entidade administrativa dos atos praticados pelos seus
ou implícita, devem ser perseguidos independentemente da pessoa servidores e a proibição de utilização de propaganda oficial para
que exerce a função pública. promoção pessoal de agentes públicos.
Pelo motivo retro mencionado, boa parte da doutrina conside- • Princípio implícito: O princípio da finalidade, posto que se
ra implicitamente inserido no princípio da impessoalidade, o prin- por ventura o agente público vier a praticar o ato administrativo
cípio da finalidade, posto que se por ventura, o agente público vier sem interesse público, visando tão somente satisfazer interesse pri-
a praticar o ato administrativo sem interesse público, visando tão vado, tal ato sofrerá desvio de finalidade, vindo, por esse motivo a
somente satisfazer interesse privado, tal ato sofrerá desvio de fina- ser invalidado.
lidade, vindo, por esse motivo a ser invalidado. • Aspecto importante: A imputação da atuação administrativa
É importante ressaltar também que o princípio da impesso- ao Estado, e não aos agentes públicos que a colocam em prática.
alidade traz o foco da análise para o administrado. Assim sendo, • Nota importante: proibição da utilização de propaganda ofi-
independente da pessoa que esteja se relacionando com a adminis- cial com o fito de promoção pessoal de agentes públicos.
tração, o tratamento deverá ser sempre de forma igual para todos.
Desta maneira, a exigência de impessoalidade advém do princípio
da isonomia, vindo a repercutir na exigência de licitação prévia às
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DIREITO ADMINISTRATIVO

• Dispositivo de Lei combatente à violação do princípio da im- quisito não seja cumprido, virá a ensejar a nulidade do ato, sendo
pessoalidade e a promoção pessoal de agentes públicos, por meio passível de proclamação por decisão judicial, bem como pela pró-
de propaganda financiada exclusivamente com os cofres públicos: pria administração que editou a ato ao utilizar-se da autotutela.
Art. 37, § 1.º, da CFB/88: Registra-se ainda que a improbidade administrativa constitui-
§ 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e -se num tipo de imoralidade administrativa qualificada, cuja gra-
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in- vidade é preponderantemente enorme, tanto que veio a merecer
formativo ou de orientação social, dela não podendo constar no- especial tratamento constitucional e legal, que lhes estabeleceram
mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de consequências exorbitantes ante a mera pronúncia de nulidade do
autoridades ou servidores públicos. ato e, ainda, impondo ao agente responsável sanções de caráter
pessoal de peso considerável. Uma vez reconhecida, a improbidade
Princípio da Moralidade administrativa resultará na supressão do ato do ordenamento jurí-
A princípio ressalta-se que não existe um conceito legal ou dico e na imposição ao sujeito que a praticou grandes consequên-
constitucional de moralidade administrativa, o que ocorre na ver- cias, como a perda da função pública, indisponibilidade dos bens,
dade, são proclamas de conceitos jurídicos indeterminados que são ressarcimento ao erário e suspensão dos direitos políticos, nos ter-
formatados pelo entendimento da doutrina majoritária e da juris- mos do art. 37, § 4.º da Constituição Federal.
prudência. Por fim, de maneira ainda mais severa, o art. 85, V, da Consti-
Nesse diapasão, ressalta-se que o princípio da moralidade é tuição Federal Brasileira, determina e qualifica como crime de res-
condizente à convicção de obediência aos valores morais, aos prin- ponsabilidade os atos do Presidente da República que venham a
cípios da justiça e da equidade, aos bons costumes, às normas da atentar contra a probidade administrativa, uma vez que a prática de
boa administração, à ideia de honestidade, à boa-fé, à ética e por crime de responsabilidade possui como uma de suas consequências
último, à lealdade. determinadas por lei, a perda do cargo, fato que demonstra de for-
A doutrina denota que a moral administrativa, trata-se daquela ma contundente a importância dada pelo legislador constituinte ao
que determina e comanda a observância a princípios éticos retira- princípio da moralidade, posto que, na ocorrência de improbidade
dos da disciplina interna da Administração Pública. administrativa por agressão qualificada, pode a maior autoridade
Dentre os vários atos praticados pelos agentes públicos viola- da República ser levada ao impeachment.
dores do princípio da moralidade administrativa, é coerente citar: Em resumo, temos:
a prática de nepotismo; as “colas” em concursos públicos; a práti- • Conceito doutrinário: Moral administrativa é aquela deter-
ca de atos de favorecimento próprio, dentre outros. Ocorre que os minante da observância aos princípios éticos retirados da disciplina
particulares também acabam por violar a moralidade administrati- interna da administração;
va quando, por exemplo: ajustam artimanhas em licitações; fazem • Conteúdo do princípio: Total observância aos princípios da
“colas” em concursos públicos, dentre outros atos pertinentes. justiça e da equidade, à boa-fé, às regras da boa administração, aos
É importante destacar que o princípio da moralidade é possui- valores morais, aos bons costumes, à ideia comum de honestidade,
dor de existência autônoma, portanto, não se confunde com o prin- à ética e por último à lealdade;
cípio da legalidade, tendo em vista que a lei pode ser vista como • Observância: Deve ser observado pelos agentes públicos e
imoral e a seara da moral é mais ampla do que a da lei. Assim sendo, também pelos particulares que se relacionam com a Administração
ocorrerá ofensa ao princípio da moralidade administrativa todas as Pública;
vezes que o comportamento da administração, embora esteja em • Alguns atos que violam o princípio da moralidade adminis-
concordância com a lei, vier a ofender a moral, os princípios de jus- trativa a prática de nepotismo; as “colas” em concursos públicos; a
tiça, os bons costumes, as normas de boa administração bem como prática de atos de favorecimento próprio, dentre outros.
a ideia comum de honestidade. • Possuidor de existência autônoma: O princípio da moralida-
Registra-se em poucas palavras, que a moralidade pode ser de não se confunde com o princípio da legalidade;
definida como requisito de validade do ato administrativo. Desta • É requisito de validade do ato administrativo: Assim quando
forma, a conduta imoral, à semelhança da conduta ilegal, também a moralidade não for observada, poderá ocorrer a invalidação do
se encontra passível de trazer como consequência a invalidade do ato;
respectivo ato, que poderá vir a ser decretada pela própria adminis- • Autotutela: Ocorre quando a invalidação do ato administra-
tração por meio da autotutela, ou pelo Poder Judiciário. tivo imoral pode ser decretada pela própria Administração Pública
Denota-se que o controle judicial da moralidade administrativa ou pelo Poder Judiciário;
se encontra afixado no art. 5.º, LXXIII, da Constituição Federal, que • Ações judiciais para controle da moralidade administrativa
dispõe sobre a ação popular nos seguintes termos: que merecem destaque: ação popular e ação de improbidade ad-
Art. 5.º [...] ministrativa.
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de Princípio da Publicidade
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, Advindo da democracia, o princípio da publicidade é carac-
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o terizado pelo fato de todo poder emanar do povo, uma vez que
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus sem isso, não teria como a atuação da administração ocorrer sem
da sucumbência. o conhecimento deste, fato que acarretaria como consequência a
Pontua-se na verdade, que ao atribuir competência para que impossibilidade de o titular do poder vir a controlar de forma con-
agentes públicos possam praticar atos administrativos, de forma tundente, o respectivo exercício por parte das autoridades consti-
implícita, a lei exige que o uso da prerrogativa legal ocorra em con- tuídas.
sonância com a moralidade administrativa, posto que caso esse re-
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Pondera-se que a administração é pública e os seus atos devem se considerará atendida essa exigência. No entanto, conforme o en-
ocorrer em público, sendo desta forma, em regra, a contundente e sinamento do ilustre Hely Lopes Meirelles, onde não houver órgão
ampla publicidade dos atos administrativos, ressalvados os casos de oficial, em consonância com a Lei Orgânica do Município, a publica-
sigilo determinados por lei. ção oficial poderá ser feita pela afixação dos atos e leis municipais
Assim sendo, denota-se que a publicidade não existe como um na sede da Prefeitura ou da Câmara Municipal.
fim em si mesmo, ou apenas como uma providência de ordem me- Dotada de importantes mecanismos para a concretização do
ramente formal. O principal foco da publicidade é assegurar trans- princípio da publicidade, ganha destaque a Lei 12.527/2011, tam-
parência ou visibilidade da atuação administrativa, vindo a possibi- bém conhecida como de Lei de Acesso à Informação ou Lei da
litar o exercício do controle da Administração Pública por meio dos Transparência Pública. A mencionada Lei estabelece regras gerais,
administrados, bem como dos órgãos determinados por lei que se de caráter nacional, vindo a disciplinar o acesso às informações
encontram incumbidos de tal objetivo. contidas no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37
Nesse diapasão, o art. 5º, inciso XXXIII da CFB/88, garante a to- e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal Brasileira de 1.988.
dos os cidadãos o direito a receber dos órgãos públicos informações Encontram-se subordinados ao regime da lei 12.527/2011, tanto
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, que deverão a Administração Direta, quanto as entidades da Administração In-
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, com direta e demais entidades controladas de forma direta ou indireta
exceção daquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so- pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.
ciedade como um todo e do Estado de forma geral, uma vez que Também estão submetidas à ordenança da Lei da Transparência Pú-
esse dispositivo constitucional, ao garantir o recebimento de infor- blica as entidades privadas sem fins lucrativos, desde que recebam
mações não somente de interesse individual, garante ainda que tal recursos públicos para a realização de ações de interesse público,
recebimento seja de interesse coletivo ou geral, fato possibilita o especialmente as relativas à publicidade da destinação desses re-
exercício de controle de toda a atuação administrativa advinda por cursos, sem prejuízo de efetuarem as prestações de contas a que
parte dos administrados. estejam obrigadas por lei.
É importante ressaltar que o princípio da publicidade não pode Por fim, pontua-se que embora a regra ser a publicidade, a Lei
ser interpretado como detentor permissivo à violação da intimida- 12.527/2011 excetua com ressalvas, o sigilo de informações que
de, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, conforme sejam imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado de
explicita o art. 5.º, X da Constituição Federal, ou do sigilo da fonte forma geral. Ocorre que ainda nesses casos, o sigilo não será eter-
quando necessário ao exercício profissional, nos termos do art. 5.º, no, estando previstos prazos máximos de restrição de acesso às
XIV da CFB/88. informações, conforme suas classificações da seguinte forma, nos
Destaca-se que com base no princípio da publicidade, com ditames do art. 24, § 1º:
vistas a garantir a total transparência na atuação da administração a) Informação ultrassecreta (25 anos de prazo máximo de res-
pública, a CFB/1988 prevê: o direito à obtenção de certidões em trição ao acesso);
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de si- b) Informação secreta (15 anos de prazo máximo de restrição
tuações de interesse pessoal, independentemente do pagamento de ao acesso);
taxas (art. 5.º, XXXIV, “b”); o direito de petição aos Poderes Públicos c) Informação reservada (cinco anos de prazo máximo de res-
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder, in- trição ao acesso).
dependentemente do pagamento de taxas (art. 5.º, XXXIV, “a”); e o Em síntese, temos:
direito de acesso dos usuários a registros administrativos e atos de • É advindo da democracia e se encontra ligado ao exercício da
governo (art. 37, § 3.º, II). cidadania;
Pondera-se que havendo violação a tais regras, o interessado • Exige divulgação ampla dos atos da Administração Pública,
possui à sua disposição algumas ações constitucionais para a tutela com exceção das hipóteses excepcionais de sigilo;
do seu direito, sendo elas: o habeas data (CF, art. 5.º, LXXII) e o • Se encontra ligado à eficácia do ato administrativo;
mandado de segurança (CF, art. 5.º, LXIX), ou ainda, as vias judiciais • Possui como foco assegurar a transparência da atuação admi-
ordinárias. nistrativa, vindo a possibilitar o exercício do controle da Administra-
No que concerne aos mecanismos adotados para a concretiza- ção Pública de modo geral;
ção do princípio, a publicidade poderá ocorrer por intermédio da • Em relação à sua manifestação, concede ao cidadão: direito
publicação do ato ou, dependendo da situação, por meio de sua à obtenção de certidões em repartições públicas; direito de petição;
simples comunicação aos destinatários interessados. direito de acesso dos usuários a registros administrativos e atos de
Registra-se, que caso não haja norma determinando a publi- governo; direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
cação, os atos administrativos não geradores de efeitos externos interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, com exceção
à Administração, como por exemplo, uma portaria que cria deter- daquelas informações, cujo sigilo seja indispensável à segurança da
minado evento, não precisam ser publicados, bastando que seja sociedade e do Estado.
atendido o princípio da publicidade por meio da comunicação aos • Não se trata de um princípio absoluto, necessitando que seja
interessados. Entendido esse raciocínio, pode-se afirmar que o de- harmonizado com os demais princípios constitucionais;
ver de publicação recai apenas sobre os atos geradores de efeitos • A publicação é exigida desde que exista previsão legal ou de
externos à Administração. É o que ocorre, por exemplo, num edital atos que sejam produtores de efeitos externos;
de abertura de um concurso público, ou quando exista norma legal • Não havendo exigência legal, a publicidade dos atos internos
determinando a publicação. poderá ser feita por intermédio de comunicação direta ao interes-
Determinado a lei a publicação do ato, ressalta-se que esta de- sado;
verá ser feita na Imprensa Oficial, e, caso a divulgação ocorra ape-
nas pela televisão ou pelo rádio, ainda que em horário oficial, não
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DIREITO ADMINISTRATIVO

• A Lei 12.527/2011 foi aprovada como um mecanismo amplo função administrativa executada de forma eficiente, deverá sempre
e eficaz de concretização do acesso à informação, vindo a se tornar ser exercida nos parâmetros de conformidade com o princípio da
um genuíno corolário do princípio da publicidade. legalidade.
• A publicação deverá ser feita pela Imprensa Oficial, ou, onde Em suma, temos:
não houver órgão oficial, em consonância com a Lei Orgânica do • Se encontra expresso na Constituição Federal e foi inserido
Município, a publicação oficial poderá ser feita pela afixação dos pela EC 19/1998;
atos e leis municipais na sede da Prefeitura ou da Câmara Munici- • Princípio da eficiência ou dever de eficiência é o dever bem
pal. administrar;
• É o mais moderno princípio da função administrativa, que
Princípio da Eficiência já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade,
A princípio, registra-se que apenas com o advento da Emenda exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório
Constitucional nº 19/1998, também conhecida como “Emenda da atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros;
Reforma Administrativa”, o princípio da eficiência veio a ser previs- • Exigências legais: as atividades administrativas devem ser
to no caput do art. 37 da Constituição Federal Brasileira de 1988. exercidas com presteza, perfeição e rendimento funcional; deverão
Acrescido a tais informações, o princípio da eficiência também se surtir resultados positivos para o serviço público, bem como um
encontra previsto no caput do art. 2.º da Lei 9.784/1999, lei que atendimento que possa satisfazer as necessidades da população e
regula o processo administrativo na seara da Administração Pública de seus membros; prima-se por economicidade, produtividade ele-
Federal. vada, qualidade e celeridade na prestação dos serviços bem como
Desta forma, elevado à categoria de princípio constitucional ex- pela redução dos desperdícios e desburocratização;
presso pela Emenda Constitucional 19/1998, o dever de eficiência • Aspectos importantes: o modo como o agente público atua;
corresponde ao dever de bem administrar a Máquina Pública. a forma de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Públi-
No entendimento de Hely Lopes Meirelles, “o princípio da efi- ca como um todo;
ciência exige que a atividade administrativa seja exercida com pres- • Trata-se de um princípio que se encontra relacionado à admi-
teza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio nistração pública gerencial;
da função administrativa, que já não se contenta em ser desem- • É um princípio de se soma-se aos demais princípios da Ad-
penhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para ministração Pública, não se sobrepõe a nenhum deles e deve ser
o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da exercido nos conformes ditados pelo princípio da legalidade.
comunidade e de seus membros”.
Pondera-se que princípio da eficiência deverá estar eivado de Princípios Implícitos da Administração Pública
valores e uma boa administração pública que dê preferência por No estudo anterior, foi exposto com ênfase os princípios apli-
produtividade elevada, economicidade, excelente qualidade e ce- cáveis à administração pública expressos na Constituição Federal
leridade dos serviços prestados, vindo a reduzir os desperdícios e, de 1988. Entretanto, a doutrina também reconhece outros princí-
ainda, que trabalhe pela desburocratização e pelo elevado rendi- pios que, embora não estejam contidos de forma expressa no texto
mento funcional como um todo. constitucional, são retirados da Carta Magna e são igualmente aco-
De acordo com a Constituição Federal Brasileira, existem nor- lhidos pelo sistema constitucional e importantes no estudo do direi-
mas inseridas no ordenamento jurídico pátrio que possuem o con- to administrativo. Trata-se dos princípios administrativos implícitos,
dão de tornar mais eficiente a prestação de serviços públicos. Pas- os quais iremos abordar em estudo neste tópico.
semos a analisar almas destas regras: Afirma-se que diversos desses princípios constitucionais implí-
1. Nos termos do art. art. 41, § 4.º da CFB/88, com o fito de citos são encontrados contemporaneamente em diversas leis. A Lei
adquirir estabilidade, o servidor público, após ser aprovado em con- 9.784/1999, por exemplo se encontra eivada de normas e regras
curso, terá que passar por uma avaliação especial de desempenho básicas sobre o processo administrativo na seara da Administração
por comissão instituída para essa finalidade; Federal, vindo a citar diversos princípios que não se encontram
2. Segundo o art. 41, §1º da CFB/88, após ter adquirido estabi- dispostos na Constituição Federal de 1.988, embora sejam desta
lidade, o servidor não pode relaxar, uma vez que se encontra sujeito advindos, como o interesse público, a segurança jurídica, a finalida-
a passar por periódicas avaliações de desempenho, podendo correr de, a motivação, dentre outros. Desta maneira, depreende-se que
o risco de perder o cargo, caso seja declarado insuficiente, assegu- quando um princípio administrativo é qualificado como implícito,
rada ampla defesa; significa que ele não se encontra nominalmente expresso no texto
Apelidada de “Lei de Responsabilidade das Estatais”, a Lei constitucional, fato que não importa para efeito tal classificação, se
13.303/2016, dentre as diversas novidades estatuídas em seu di- ele se encontra ou não previsto de modo explícito em alguma forma
ploma, destacamos com ênfase no art. 17, a estipulação de notório de norma respectivamente infraconstitucional.
conhecimento, bem como tempo de experiência profissional e for-
mação acadêmica como pré-requisitos legais para que alguém pos- Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade
sa ser nomeado para o Conselho de Administração ou Diretoria de Sendo princípios gerais de direito, a razoabilidade e a propor-
uma Empresa Pública ou sociedade de economia mista. Pondera-se cionalidade, embora não estejam previstos expressamente no texto
que tais exigências são uma autêntica homenagem ao princípio da da CFB/88, transpassam vários dispositivos da CF/1988, vindo a se
eficiência, bem como aos princípios da moralidade e da isonomia. constituir em princípios constitucionais implícitos.
Por fim, denota-se que o princípio da eficiência não se sobrepõe Assim sendo, pondera-se que não existe nenhuma uniformida-
aos demais princípios, aliás, acrescente-se, que ela se soma aos de na doutrina em relação ao conteúdo dos princípios da razoabi-
demais princípios administrativos, fatos que demonstram que a lidade e da proporcionalidade, tendo em vista que há autores que
entendem os dois princípios como sendo sinônimos, ao passo que
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consideram que a proporcionalidade se trata apenas uma das ca- • Elementos:


racterísticas do princípio da razoabilidade, havendo ainda, uma cor- 1) adequação;
rente que considera os dois como princípios distintos um do outro. 2) exigibilidade;
Embora haja doutrinárias divergentes em relação ao assunto, 3) proporcionalidade em sentido estrito;
entende-se de modo geral, que o princípio da razoabilidade está re- • É permissionário do controle de legalidade das leis e atos ad-
lacionado ao aceitamento explícito da conduta em face de padrões ministrativos, vindo a se constituir em limitação ao poder discricio-
racionais de comportamento, que buscam levar em conta tanto o nário da Administração Pública.
bom senso do homem médio, quanto a finalidade para a qual foi Princípio da motivação
outorgada a competência legítima ao agente público. Assim sen- Trata-se de um princípio implícito que determina à Adminis-
do, o princípio da razoabilidade exige de maneira contundente do tração Púbica a indicação dos fundamentos de fato e de direito
administrador, atuação com bom senso, coerência e racionalidade. referentes às suas decisões. Por permitir o controle por meio dos
Em relação ao princípio da proporcionalidade, entende-se que administrados, tendo em vista a licitude, a existência e a ampla sufi-
este se refere à postura de conduta equilibrada, sendo proporcional ciência dos motivos indicados pela Administração na prática de seus
à finalidade que se destina e também sem excessos em si mesmo. atos, o princípio da motivação é considerado como um princípio
Ponto importante que merece registro, é que o que considera uma moralizador.
conduta como proporcional em um caso concreto, uma vez que de- Depreende-se que motivo é a circunstância de fato ou de di-
vem estar presentes três elementos, sendo eles: reito determinadora ou autorizadora da prática de ato específico.
1. A adequação: Trata-se da compatibilidade entre o meio em- Referindo-se a atos vinculados, o motivo passa a determinar que o
pregado e o fim almejado; ato seja praticado. Porém, quando o ato é discricionário, havendo
2. A exigibilidade: Por meio da qual, a conduta praticada deve a presença do motivo, ela apenas irá validar a consumação do ato.
ser necessária, não existindo meio menos gravoso para alcançar o Exemplo: contemplando uma manobra proibida no trânsito, sendo
fim público; esta o “motivo”, o agente deverá aplicar a multa correspondente,
3. A proporcionalidade em sentido estrito: Por meio da qual, não sendo permitido e nem lícito à autoridade de trânsito analisar
as vantagens obtidas com conduta acabam por superar as desvan- a conveniência e nem tampouco a oportunidade em relação à puni-
tagens. ção da infração cometida, tendo em vista que o ato é vinculado e a
Na seara de controle de constitucionalidade, denota-se que o presença do motivo acabam por determinar sua prática.
Supremo Tribunal Federal tem adotado com enorme frequência os Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de motiva-
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de forma especial ção de todos os atos ou decisões administrativas, fato que indica
nas situações em que o legislador ordinário edita lei que, embo- que a Administração Pública deve, por força de lei, deixar sempre
ra aparentemente não contrarie qualquer dispositivo disposto na expressos os motivos que a levaram a praticar um ato ou a tomar
CFB/88, definha de ausência plena de razoabilidade. certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato discricionário.
Explicita-se ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Bastante reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência, o
Federal tem usado de maneira contundente o princípio da razoa- princípio da motivação encontra-se previsto em diversos diplomas
bilidade como forma de examinar se discriminações usadas pelo normativos. Um exemplo disso, é o art. 50 da Lei 9.784/1999 que
legislador ordinário ou pela Administração Pública, são ou não de ordena que os atos administrativos deverão ocorrer sempre de for-
fato agressivas ao princípio da isonomia que se encontra inserido ma motivada eivados da indicação dos fatos e dos fundamentos ju-
na Constituição Federal. rídicos, quando:
Ressalte-se, por fim, que o princípio da isonomia, além de auto- a) Negarem, limitarem ou vierem a afetar direitos ou interes-
rizar, exige também tratamentos de forma diferente entre pessoas ses;
que se encontram em situações distintas. Desta maneira, o proble- b) Agravarem ou imporem deveres, encargos ou sanções;
ma não é diferenciar, mas sim saber aplicar a razoabilidade do cri- c) Decidirem a respeito de processos administrativos de con-
tério utilizado para a diferenciação. Um exemplo clássico disso, é a curso ou seleção pública;
exigência de altura mínima para cargos de carreiras policiais, uma d) Dispensarem ou declararem a inexigibilidade de processo
vez que esta é considerada razoável e válida, levando em conta que licitatório;
o porte físico é característica importante e relevante para o exercí- e) Decidirem a respeito de recursos administrativos;
cio de tais cargos. f) Decorrerem de reexame de ofício;
Em resumo, temos: g) Sempre que deixarem de aplicar jurisprudência firmada so-
Razoabilidade bre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e re-
• Exige do administrador atuação coerente, racional e com latórios oficiais;
bom senso; h) Importarem sobre anulação, suspensão, revogação ou con-
• Diz respeito à aceitabilidade de uma conduta, dentro de pa- validação de ato administrativo.
drões e ditames normais de comportamento;
• Permite o controle de legalidade das leis e atos administra- De acordo com o art. 50, § 1º da Lei 9.784/1999, a motivação
tivos, vindo a se constituir em limitação ao poder discricionário da deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via
Administração Pública como um todo. de regra, que não exija uma forma específica. Por esse motivo, são
considerados nulos os atos que dependem de motivação. Porém,
Proporcionalidade a autoridade competente, de modo geral, compreende que ela se
• Exige do administrador conduta equilibrada, balanceada, sem encontra implícita nas circunstâncias causadoras da edição do ato,
excessos, proporcional ao fim ao qual se destina;
• É uma das características do princípio da razoabilidade;
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ou que aponta motivos complexos, ou que não possuem nada a ver STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a
com a medida tomada, ou, ainda, que estejam eivados da necessi- nulidade dos seus próprios atos.”
dade de providência colocada de forma oposta à que foi adotada. STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios
Por fim, é importante registrar que o momento da motivação atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
pode ocorrer de forma prévia ou simultaneamente ao ato, caso não não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
se tenha atendido ao requisito com uma posterior declinação de ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
motivos. Isso ocorre por que a doutrina e a jurisprudência afugen- em todos os casos, a apreciação judicial”.
tam o uso de fórmulas prontas e vazias como forma de motivação Denota-se que embora as Súmulas mencionadas acima afir-
para a prática de atos administrativos. Desta maneira, não se aceita mem que a administração “pode anular seus próprios atos”, ela
por exemplo, como sendo suficiente a afirmação de que o ato ad- na verdade, “deve anular seus atos”, tendo em vista que anular a
ministrativo foi praticado por causa de interesse público, ou, ainda revogação é um poder-dever, e não uma somente uma simples pos-
porque os argumentos que foram demonstrados pelo administrado sibilidade.
não são suficientes, sendo necessário que seja indicado, no primei- Destaca-se com grande importância, o fato da autotutela, se
ro caso, a correlação existente entre o ato e o interesse público vi- diferenciar do controle judicial no sentido de que ela depende de
sado e, no segundo, o porquê da falta de suficiência dos argumento provocação externa para poder se manifestar, bem como pode ser
apresentados. exercida de ofício, ou, ainda por meio de provocação de terceiros
Em síntese, temos: estranhos à Administração. Colocando em prática, quando uma
• É um princípio implícito que determina à Administração Pú- autoridade pública recebe uma comunicação de irregularidade na
bica a indicação dos fundamentos de fato e de direito referentes às Administração Pública, ela obtém a obrigação de dar ciência do
suas decisões; ocorrido ao seu chefe imediato ou, sendo esta competente, poderá
• É considerado como um princípio moralizador; a adotar as providências cabíveis para a apuração dos fatos, bem
• Motivo é a circunstância de fato ou de direito determinadora como dos demais procedimentos necessários para a correção da ili-
ou autorizadora da prática de ato específico; citude ocorrida e, caso seja necessário, punir os culpados, sob pena
• Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de moti- de ser responsabilizada por omissão. Assim sendo, é plenamente
vação de todos os atos ou decisões administrativas, fato que indica possível afirmar que a provocação do exercício da autotutela pode
que a Administração Pública deve, por força de lei, deixar sempre vir de fora da Administração Pública.
expressos os motivos que a levaram a praticar um ato ou a tomar A respeito da revogação de atos da Administração Pública, Ma-
certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato discricionário; ria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que não podem ser revogados os
• De acordo com o art. 50, § 1º da Lei 9.784/1999, a motivação seguintes atos:
deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via a) Os atos vinculados, tendo em vista que não há nestes os
de regra, esta não exija uma forma específica. aspectos da oportunidade e conveniência de sua prática como um
• O momento da motivação pode ocorrer de forma prévia ou todo;
simultaneamente ao ato, caso não se tenha atendido o requisito b) Os atos que extenuaram seus efeitos. Isso ocorre pelo fato
com uma posterior declinação de motivos. da revogação não retroagir, mas apenas impedir que o ato continue
a produzir seus efeitos, uma vez que não haveria proveito em revo-
Princípio da autotutela gar um ato que já produziu todos os seus efeitos;
O princípio da autotutela consiste na possibilidade de a Ad- c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade de
ministração rever seus próprios atos. É o poder acompanhado do instância superior. Isso acontece, porque a competência da autori-
dever concedido à administração para zelar pela legalidade, pela dade que o praticou para revogá-lo se esgotou;
conveniência e pela oportunidade dos atos que pratica. d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados,
Levando em conta que a Administração Pública poderá agir votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são estabe-
apenas quando autorizada por lei e nos termos legalmente esta- lecidos pela lei;
belecidos, dessa enunciação, decorre a presunção de que os atos e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista que
administrativos são dotados de presunção de legalidade, ou seja, a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato ante-
são legais e se encontram fundamentados em presunção de veraci- rior;
dade, sendo por isso, considerados verdadeiros. f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a
Tendo a Administração a prerrogativa de agir de ofício, pode- Constituição Federal Brasileira.
-se afirmar que esta possui o deve anular seus atos ilegais, e pode, Em resumo, temos:
também revogar os atos que considerar inoportunos ou inconve- • Consiste na possibilidade de a Administração rever seus pró-
nientes, independentemente de houver ou não a intervenção de prios atos. É o poder acompanhado do dever concedido à adminis-
terceiros. tração para zelar pela legalidade, pela conveniência e pela oportu-
Pondera-se que a autotutela possui dois aspectos do controle nidade dos atos que pratica.
interno dos atos administrativos, sendo eles: • A Administração pode de agir de ofício, deve anular seus atos
1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração ilegais, e pode, também, revogar os atos que considerar inoportu-
Pública anula os atos ilegais; nos ou inconvenientes, independentemente de haver ou não a in-
2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração tervenção de terceiros.
pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes.
Registra-se com grande ênfase, o fato de o princípio autotutela Aspectos do controle interno dos atos administrativos:
se achar consagrado em duas súmulas do Supremo Tribunal Fede- 1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração
ral, sendo elas: Pública anula os atos ilegais;
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2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração Em relação ao princípio da proteção à confiança ou proteção
pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes. à confiança legítima, denota-se que se trata esse princípio de as-
pecto subjetivo da segurança jurídica, de forma que é considerado
Súmulas: como um desdobramento deste.
STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, leciona que o “princípio
nulidade dos seus próprios atos.” da proteção à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que
STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela pró-
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência pria Administração e por terceiros”.
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, Ressalte-se que o princípio da proteção à confiança possui o
em todos os casos, a apreciação judicial”. condão de fundamentar a manutenção de atos ilegais e inconstitu-
• Para Maria Sylvia Zanella não podem ser revogados os se- cionais, condições nas quais, o juízo que os pondera tem tido como
guintes atos: consequência, uma graduação redutiva do alcance do princípio da
a) Os atos vinculados; legalidade como um todo. Um exemplo disso é o que ocorre nos ca-
b) Os atos que extenuaram seus efeitos; sos em que a Administração, em decorrência de interpretação errô-
c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade de nea da lei, adimple com o pagamento de valores que não são devi-
instância superior; dos a servidores que, de boa-fé, entendem ter direito a tais verbas.
d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados, Ocorrendo esse tipo de erro, o Judiciário, para proteger a confiança
votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são estabe- que os servidores possuem na Administração, tem se manifestado
lecidos pela lei; de maneira constante pela desnecessidade de reposição ao erário
e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista que público de forma geral.
a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato ante- Por fim, vale a pena mencionar outro efeito concreto do prin-
rior; cípio da proteção à confiança, que trata-se da manutenção de atos
f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a praticados por funcionário de fato, posto que, de forma teórica,
Constituição Federal Brasileira de 1.988. caso o servidor tenha sido investido de forma irregular no cargo,
via de regra, não teria este a competência para praticar atos admi-
Princípios da segurança jurídica, da proteção à confiança e da nistrativos, uma vez que tais atos seriam considerados nulos. No
boa-fé entanto, os atos praticados, por terem aparência de legalidade e
De antemão, salienta-se que a segurança jurídica é um dos que vierem a gerar a crença nos destinatários de que realmente são
princípios fundamentais do direito e possui como atributos garantir válidos, deverão ser mantidos.
a estabilidade das relações jurídicas consolidadas, bem como a cer- Passemos à análise do princípio da boa-fé, que mesmo se en-
teza das consequências jurídicas dos atos praticados pelos indivídu- contrando implícito no texto da Carta Magna, depreende-se que ele
os em suas diversas relações sociais. pode ser extraído do princípio da moralidade. Ademais, esse prin-
Tendo em vista garantir os retro mencionados atributos, em re- cípio se encontra previsto nos artigos 2º, parágrafo único, IV, e 4.º,
lação à estabilidade das relações jurídicas, o ordenamento jurídico II, da Lei 9.784/1999.
pugna pela exigência do respeito ao direito adquirido e também ao Registra-se que a boa-fé está subdividida em dois aspectos,
ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Já em relação à certeza das sendo eles:
consequências jurídicas dos atos praticados, é possível se prever a 1) Aspecto objetivo: Esta relacionado à conduta leal e honesta,
regra geral da irretroatividade da lei acompanhada de sua interpre- considerada de forma objetiva;
tação de modo geral. 2) Aspecto subjetivo: Refere-se à crença do agente de que está
No âmbito do Direito Administrativo, são plenamente aplicá- agindo de forma correta. Pois, caso contrário, se o agente tiver ciên-
veis todas as regras mencionadas, porém, ganha destaque a impor- cia de que o seu comportamento não se encontra em consonância
tância da vedação em relação à interpretação retroativa da norma com as normas jurídicas, estará agindo de má-fé.
jurídica. Ocorre que ao expressar seu entendimento a respeito de Alguns doutrinadores identificam o princípio da boa-fé como
determinada matéria, a Administração Pública acaba por subme- sendo o princípio da proteção à confiança. Entretanto, entende-se
ter o administrado à orientação administrativa e passa por boa-fé a que ao passo que a proteção à confiança visa proteger somente a
guiar o seu comportamento. Entretanto, não pode a Administração, boa-fé dos administrados, é necessário que o princípio da boa-fé
sob pena de ferir o princípio da segurança jurídica, prejudicar o par- se encontre presente do lado da Administração Pública em geral e
ticular, aplicando a este, nova interpretação a casos retrógrados já também do lado dos administrados.
interpretados em concordância com as concepções anteriormente Por fim, vale a pena registrar que o princípio da boa-fé, seme-
vigentes. Por esse motivo, em âmbito federal, a Lei 9.784/1999 em lhantemente ao princípio da proteção à confiança, também tem
seu art. 2.º, parágrafo único, XIII, veda de forma expressa a aplica- sido invocado como forma de justificativa da manutenção de atos
ção retroativa de nova interpretação de matéria administrativa que administrativos sem validade, bem como de atos praticados por
já fora anteriormente avaliada. funcionário de fato.
Em suma, como consequências do princípio da segurança jurí-
dica, podemos citar: a vedação da interpretação retroativa da nor-
ma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela; o res-
peito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito.

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Em síntese: poder concedente se exima de cumprir as normas contratuais, os


Princípio da segurança jurídica serviços prestados pela concessionária correspondente não pode-
• Objetivo: Busca a garantia da estabilidade das relações jurídi- rão jamais ser interrompidos, nem tampouco paralisados sem que
cas consolidadas, bem como a certeza das consequências jurídicas haja decisão judicial transitada em julgado, nos parâmetros do art.
dos atos que são praticados pelos indivíduos em suas distintas re- 39, parágrafo único da Lei 8.987/1995.
lações sociais; Ressalta-se que relacionado ao princípio da continuidade dos
• Consequências: Busca vedar a interpretação retroativa da serviços públicos, nos ditames do art. 80, II da Lei 8.666/1993, caso
norma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela; o a administração venha a rescindir unilateralmente um contrato ad-
respeito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico per- ministrativo, ela passará a obter o direito à ocupação e utilização
feito. do local, bem como das instalações, dos equipamentos ali utiliza-
dos, do material e pessoal empregados na execução do contrato e
Princípio da proteção à confiança tudo o mais que for necessário à continuidade do serviço público
• Foco: A proteção da confiança dos administrados nos atos da essencial.
Administração Pública; Nos parâmetros do art. 36 da Lei 8.897/1995, depreende-se
• Aspecto ou dimensão subjetiva do princípio da segurança ju- que ao término da concessão, existe previsão de lei para reverter
rídica; ao poder público os bens do concessionário necessários à continui-
• Consequências legais: A manutenção de atos ilegais ou in- dade e atualização dos serviços públicos que haviam sido concedi-
constitucionais, a manutenção de atos praticados por funcionários dos. É importante registrar também a existência dos institutos da
de fato, dentre outros. suplência, da substituição de servidores públicos, bem como da de-
legação, para se possa evitar que diante da ausência de um servidor
Princípio da boa-fé público ao trabalho, possa a Administração Pública e aqueles que
• Aspecto objetivo: Ter conduta leal e honesta; dela dependem, vir a sofrer com a paralisação do serviço público
• Aspecto subjetivo: A crença do agente de que está agindo de prestado.
forma correta; Entretanto, ante o mencionado acima, ressalta-se que nos pa-
• A boa-fé deve ser exigida da Administração e do Administra- râmetros do art. 6.º, § 3.º, da Lei 8.987/1995, é caracterizada como
do; descontinuidade do serviço público a sua interrupção em situação
• Consequências: manutenção de atos ilegais ou inconstitucio- de casos excepcionais de emergência, ou, após aviso previamente
nais, dentre outros. dado, quando estiver motivada por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações presentes, ou em decorrência de falta de
Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos adimplemento do usuário, considerando, por conseguinte o inte-
O foco fundamental do Estado é a consecução do bem comum resse da coletividade de modo geral.
do seu povo como um todo. Pondera-se que para atingir tal objeti- Em suma, temos:
vo, é necessário que a Administração disponibilize para os adminis- • Conteúdo: Vedação da interrupção da prestação de serviços
trados utilidades específicas, atenda necessidades determinadas, e, públicos;
ainda que possa oferecer comodidades a depender de cada caso • Regras para garantir a continuidade do serviço público: restri-
específico. Ressalta-se que estas atividades podem ser encaixadas ção ao direito de greve no serviço público; inoponibilidade ou res-
no sentido amplo do vocábulo da prestação de serviços públicos, trição a exceção do contrato não cumprido, exceptio non adimpleti
tendo em vista que a interrupção da prestação de serviços públicos contractus; encampação de serviços públicos delegados;
não pode ser vedada. Objeto: A busca do bem comum deverá sempre acontecer de
Sem sombra de dúvidas, a busca do bem comum deverá sem- maneira incessante e sem cessação de continuidade.
pre acontecer de maneira incessante e sem vedação de continui-
dade. Desse cenário, podemos extrair o conteúdo do princípio da • Inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido, ex-
continuidade do serviço público, cuja materialização é assegurada ceptio non adimpleti contractus: nos contratos de concessão de
por inúmeros ordenamentos. Como exemplo, podemos citar o di- serviços públicos, ainda que o poder concedente se exima de cum-
reito de greve no serviço público de modo geral, que, embora seja prir as normas contratuais, os serviços prestados pela concessio-
reconhecido, se encontra eivado de sujeições e restrições, tendo nária correspondente não poderão jamais ser interrompidos, nem
em vista que uma vez que o disposto no art. 37, VII da Constituição tampouco paralisados sem que haja decisão judicial transitada em
Federal que o explicita, prevê a edição de uma lei específica que julgado.
limita os seus termos e limites. • Hipóteses legais de interrupção dos serviços públicos:
Assim sendo, com vistas ao mesmo objetivo e reconhecendo Em situação de emergência e sem aviso prévio; razões de or-
que alguns serviços públicos são delegados a particulares, a Cons- dem técnica ou de segurança das instalações, após prévio aviso;
tituição Federal no art. 9º, § 1º, ao disciplinar o direito de greve inadimplemento do usuário, após prévio aviso.
assegurado aos trabalhadores em geral, estipula que a lei deverá
elencar com ênfase os serviços ou atividades essenciais, vindo a dis- Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade
por sobre o atendimento das necessidades da comunidade que são Trata-se de um importante princípio que diz respeito a duas
consideradas inadiáveis. características dos atos praticados pela Administração Pública, sen-
Outro ponto importante que merece ser explanado é o fato da do elas:
existência da inoponibilidade da exceção de contrato não cumpri- 1) A presunção de verdade: Que se encontra relacionada aos
do, exceptio non adimpleti contractus, nos contratos de concessão fatos;
de serviços públicos, fato que nos parâmetros legais, ainda que o
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2) A presunção de legalidade: Que se encontra relacionada ao Em breve síntese:


direito. • O princípio da especialidade consiste na criação de entidades
Infere-se que em decorrência da presunção de legitimidade ou da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de des-
de veracidade dos atos administrativos, todos os fatos argumenta- centralização administrativa.
dos pela Administração são verdadeiros e os seus atos são prati- • É composto por meio da criação de entidades da Adminis-
cados de acordo com as normas determinadas por lei, até que se tração Indireta, que se tornarão prestadoras de serviços públicos
prove o contrário, assegurada a ampla defesa. de forma descentralizada acrescida com especialização de função;
Refere-se à presunção relativa ou juris tantum, vindo a acolher • Relaciona-se com princípios da legalidade e da indisponibili-
a produção de prova em contrário com o fito de afastá-la, sendo dade do interesse público;
que o efeito primordial e principal da referida presunção trata-se de • O princípio da especialidade não é adaptável às parcerias fir-
inverter o ônus da prova. Desta maneira, caso um agente de trânsi- madas pelo Poder Público com as organizações do terceiro setor.
to aplique uma autuação a um condutor de veículo automotor em
decorrência de avanço de sinal, para que o motorista afaste a multa, Princípio da Hierarquia
terá que provar que não cometeu a infração. De antemão, afirma-se que existe em decorrência princípio da
Denota-se que como consequência da presunção de legitimi- hierarquia, uma ligação correlata de coordenação e subordinação
dade, em regra, as decisões administrativas que podem ser feitas de entre os órgãos da Administração Pública. Depreende-se que desta
forma imediata, vindo a gerar obrigações para os particulares, fato ligação advém um rol de funções laborativas para o superior hie-
que independe de sua concordância. Ademais, em determinadas rárquico. As que mais se destacam, são: fazer a revisão dos atos
situações, poderá a própria Administração Pública vir a executar as dos subordinados, fazer a delegação de competências e punir os
suas próprias decisões, utilizando-se de meios diretos bem como agentes subordinados. Em relação ao agente público subordinado à
indiretos de coação que lhes forem disponíveis e permitidos. relação hierárquica, por sua vez, é imposto o dever de prestar obe-
Em resumo: diência às ordens imediatamente superiores, ressalvadas aquelas
• Conteúdo: A presunção de que os atos praticados pela Admi- manifestamente ilegais.
nistração são verdadeiros, bem como são praticados de acordo com Ressalta-se que a relação de hierarquia é condizente aos órgãos
as normas legais”; de uma mesma pessoa jurídica. Isso significa dizer que o princípio
• Aspectos: A presunção da verdade no que diz respeito à ve- da hierarquia se encontra diretamente relacionado à ideia de des-
racidade das alegações da Administração Pública; e a presunção de concentração administrativa, fato que não diz respeito, por exem-
legalidade; plo, ao processo de descentralização administrativa ou de criação
• Presunção relativa juris tantum: Possuindo o efeito de inver- de entidades da Administração Pública Indireta como um todo.
ter o ônus da prova; Em breve síntese:
• Consequências da presunção de legitimidade: decisões • É composto por meio de uma relação de coordenação e su-
administrativas possuem execução imediatas; decisões adminis- bordinação entre os órgãos da Administração Pública de modo am-
trativas podem criar obrigações particulares, ainda que estes não plo e total;
concordem; em algumas situações, a própria Administração pode • Consequências do princípio da hierarquia: Existe a possibili-
executar suas próprias decisões dade de o superior fazer revisão junto aos atos dos subordinados;
há a possibilidade de o superior vir a delegar ou a avocar competên-
Princípio da Especialidade cias; existe a possibilidade de punir na forma da lei ao subordina-
O princípio da especialidade consiste na criação de entidades do; dever do subordinador de obedecer as ordens do seu superior
da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de des- imediato, ressalvadas as manifestamente ilegais; o princípio da hie-
centralização administrativa. Pondera-se que tais entidades, ao se- rarquia se encontra relacionado à ideia de desconcentração admi-
rem criadas, terão como missão a prestação de serviços públicos, nistrativa; o princípio da hierarquia não se encontra relacionado ao
de forma descentralizada acrescida da especialização da função. processo de descentralização administrativa.
Além disso, podemos afirmar com concomitante certeza, que
o princípio da especialidade se encontra diretamente ligado aos
princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público. PODERES DA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA. PODERES E
Denota-se que esta ligação com a legalidade, decorre do fato DEVERES DOS ADMINISTRADORES PÚBLICOS. USO E
da criação de entidades da Administração Indireta da Administra- ABUSO DO PODER
ção, que só pode ser executada diretamente por lei ou, dependen-
do do caso, por autorização legal. E, ainda, da indisponibilidade do
interesse público, pelo motivo segundo o qual, a lei criadora ou au- Poder Hierárquico
torizadora da criação de entidades da Administração Indireta, de- Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade
talha com exatidão as finalidades que deverão ser executadas por administrativa para distribuir e dirimir funções em escala de seus
essas entidades, de forma que não cabe ao administrador da enti- órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação e subordi-
dade criada, dispor com precisão a respeito dos objetivos definidos nação entre os servidores que estiverem sob a sua hierarquia.
pela legislação equivalente. A estrutura de organização da Administração Pública é baseada
Registra-se, por fim, que o princípio da especialidade possui em dois aspectos fundamentais, sendo eles: a distribuição de com-
abrangência somente para a criação de entidades da administra- petências e a hierarquia.
ção indireta. Isso significa que sua abrangência não diz respeito, por
exemplo, a parcerias feitas pelo poder público com as entidades do
terceiro setor e suas funções gerenciais como um todo.
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Em decorrência da amplitude das competências e das res- Ressalta-se com afinco que o ato de delegação e a sua revo-
ponsabilidades da Administração, jamais seria possível que toda a gação deverão ser publicados no meio oficial, nos trâmites da lei.
função administrativa fosse desenvolvida por um único órgão ou Ademais, deverá o ato de delegação especificar as matérias e os po-
agente público. Assim sendo, é preciso que haja uma distribuição deres transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e
dessas competências e atribuições entre os diversos órgãos e agen- os objetivos da delegação e também o recurso devidamente cabível
tes integrantes da Administração Pública. à matéria que poderá constar a ressalva de exercício da atribuição
Entretanto, para que essa divisão de tarefas aconteça de ma- delegada.
neira harmoniosa, os órgãos e agentes públicos são organizados O ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo pela
em graus de hierarquia e poder, de maneira que o agente que se autoridade delegante como forma de transferência não definitiva
encontra em plano superior, detenha o poder legal de emitir ordens de atribuições, devendo as decisões adotadas por delegação, men-
e fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Essa relação de subor- cionar de forma clara esta qualidade, que deverá ser considerada
dinação e hierarquia, por sua vez, causa algumas sequelas, como o como editada pelo delegado.
dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de o imedia- No condizente à avocação, afirma-se que se trata de procedi-
to superior avocar atribuições, bem como a atribuição de rever os mento contrário ao da delegação de competência, vindo a ocor-
atos dos agentes subordinados. rer quando o superior assume ou passa a desenvolver as funções
Denota-se, porém, que o dever de obediência do subordinado que eram de seu subordinado. De acordo com a doutrina, a norma
não o obriga a cumprir as ordens manifestamente ilegais, advindas geral, é a possibilidade de avocação pelo superior hierárquico de
de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116, XII, qualquer competência do subordinado, ressaltando-se que nesses
da Lei 8.112/1990, o subordinado tem a obrigação funcional de re- casos, a competência a ser avocada não poderá ser privativa do ór-
presentar contra o seu superior caso este venha a agir com ilegali- gão subordinado.
dade, omissão ou abuso de poder. Dispõe a Lei 9.784/1999 que a avocação das competências do
Registra-se que a delegação de atribuições é uma das mani- órgão inferior apenas será permitida em caráter excepcional e tem-
festações do poder hierárquico que consiste no ato de conferir a porário com a prerrogativa de que existam motivos relevantes e im-
outro servidor atribuições que de âmbito inicial, faziam parte dos preterivelmente justificados.
atos de competência da autoridade delegante. O ilustre Hely Lopes O superior também pode rever os atos dos seus subordinados,
Meirelles aduz que a delegação de atribuições se submete a algu- como consequência do poder hierárquico com o fito de mantê-los,
mas regras, sendo elas: convalidá-los, ou ainda, desfazê-los, de ofício ou sob provocação do
A) A impossibilidade de delegação de atribuições de um Po- interessado. Convalidar significa suprir o vício de um ato adminis-
der a outro, exceto quando devidamente autorizado pelo texto da trativo por intermédio de um segundo ato, tornando válido o ato vi-
Constituição Federal. Exemplo: autorização por lei delegada, que ciado. No tocante ao desfazimento do ato administrativo, infere-se
ocorre quando a Constituição Federal autoriza o Legislativo a dele- que pode ocorrer de duas formas:
gar ao Chefe do Executivo a edição de lei. a) Por revogação: no momento em que a manutenção do ato
B) É impossível a delegação de atos de natureza política. Exem- válido se tornar inconveniente ou inoportuna;
plos: o veto e a sanção de lei; b) Por anulação: quando o ato apresentar vícios.
C) As atribuições que a lei fixar como exclusivas de determina- No entanto, a utilização do poder hierárquico nem sempre po-
da autoridade, não podem ser delegadas; derá possibilitar a invalidação feita pela autoridade superior dos
D) O subordinado não pode recusar a delegação; atos praticados por seus subordinados. Nos ditames doutrinários, a
E) As atribuições não podem ser subdelegadas sem a devida revisão hierárquica somente é possível enquanto o ato não tiver se
autorização do delegante. tornado definitivo para a Administração Pública e, ainda, se houver
Sem prejuízo do entendimento doutrinário a respeito da dele- sido criado o direito subjetivo para o particular.
gação de competência, a Lei Federal 9.784/1999, que estabelece os
ditames do processo administrativo federal, estabeleceu as seguin- Observação importante: “revisão” do ato administrativo não
tes regras relacionadas a esse assunto: se confunde com “reconsideração” desse mesmo ato. A revisão de
• A competência não pode ser renunciada, porém, pode ser ato é condizente à avaliação por parte da autoridade superior em
delegada se não houver impedimento legal; relação à manutenção ou não de ato que foi praticado por seu su-
• A delegação de competência é sempre exercida de forma par- bordinado, no qual o fundamento é o exercício do poder hierárqui-
cial, tendo em vista que um órgão administrativo ou seu titular não co. Já na reconsideração, a apreciação relativa à manutenção do
detém o poder de delegar todas as suas atribuições; ato administrativo é realizada pela própria autoridade que confec-
• A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode cionou o ato, não existindo, desta forma, manifestação do poder
ser feita para órgãos ou agentes subordinados hierarquicamente, e, hierárquico.
a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos
e agentes não subordinados à hierarquia. Ressalte-se, também, que a relação de hierarquia é inerente
Não podem ser objeto de delegação: à função administrativa e não há hierarquia entre integrantes do
• A edição de atos de caráter normativo; Poder Legislativo e do Poder Judiciário no desempenho de suas fun-
• A decisão de recursos administrativos; ções típicas constitucionais. No entanto, os membros dos Poderes
• As matérias de competência exclusiva do órgão ou autorida- Judiciário e Legislativo também estão submetidos à relação de hie-
de; rarquia no que condiz ao exercício de funções atípicas ou adminis-
trativas. Exemplo: um juiz de Primeira Instância, não é legalmente
obrigado a adotar o posicionamento do Presidente do Tribunal no
julgamento de um processo de sua competência, porém, encontra-
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

-se obrigado, por ditames da lei a cumprir ordens daquela autorida- Conforme dito, o poder disciplinar também detém o poder de
de quando versarem a respeito do horário de funcionamento dos alcançar particulares que mantenham vínculo contratual com o Po-
serviços administrativos da sua Vara. der Público, a exemplo daqueles contratados para prestar serviços
Por fim, é de suma importância destacar que a subordinação à Administração Pública. Nesse sentido, como não existe relação de
não se confunde com a vinculação administrativa, pois, a subordi- hierarquia entre o particular e a Administração, o pressuposto para
nação decorre do poder hierárquico e existe apenas no âmbito da a aplicação de sanções de forma direta não é o poder hierárqui-
mesma pessoa jurídica. Já a vinculação, resulta do poder de super- co, mas sim o princípio da supremacia do interesse público sobre
visão ou do poder de tutela que a Administração Direta detém so- o particular.
bre as entidades da Administração Indireta. Denota-se que o poder disciplinar é o poder de investigar e
Esquematizando, temos: punir crimes e contravenções penais não se referem ao mesmo
instituto e não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado
somente àqueles que possuem vínculo específico com a Adminis-
tração de forma funcional ou contratual, o segundo é exercido so-
mente sobre qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes.
Da mesma forma, o exercício do poder de polícia também não
se confunde com as penalidades decorrentes do poder disciplinar,
que, embora ambos possuam natureza administrativa, estas deve-
rão ser aplicadas a qualquer pessoa que esteja causando transtor-
nos ou pondo em risco a coletividade, pois, no poder de polícia,
denota-se que o vínculo entre a Administração Pública e o adminis-
trado é de âmbito geral, ao passo que nas penalidades decorrentes
do poder disciplinar, somente são atingidos os que possuem relação
funcional ou contratual com a Administração.
Em suma, temos:
Poder conferido à autoridade admi- 1º - Sanção Disciplinar: Possui natureza administrativa; advém
nistrativa para distribuir e dirimir funções do poder disciplinar; é aplicável sobre as pessoas que possuem vín-
PODER em escala de seus órgãos, que estabelece culo específico com a Administração Pública.
HIERÁRQUICO uma relação de coordenação e subordina- 2º - Sanção de Polícia: Possui natureza administrativa; advém
ção entre os servidores que estiverem sob do poder de polícia; aplica-se sobre as pessoas que desobedeçam
a sua hierarquia. às regulamentações de polícia administrativa.
3º - Sanção Penal: Possui natureza penal; decorre do poder ge-
A edição de atos de caráter normativo ral de persecução penal; aplica-se sobre as pessoas que cometem
NÃO PODEM SER crimes ou contravenções penais.
A decisão de recursos administrativos
OBJETO Por fim, registre-se que é comum a doutrina afirmar que o
DE DELEGAÇÃO As matérias de competência exclusiva poder disciplinar é exercido de forma discricionária. Tal afirmação
do órgão ou autoridade deve ser analisada com cuidado no que se refere ao seu alcance
Por revogação: quando a manutenção como um todo, pois, se ocorrer de o agente sob disciplina adminis-
DESFAZIMENTO do ato válido se tornar inconveniente ou trativa cometer infração, a única opção que restará ao gestor será
DO ATO inoportuna aplicar á situação a penalidade devidamente prevista na lei, pois, a
ADMINISTRATIVO aplicação da pena é ato vinculado. Quando existente, a discriciona-
Por anulação: quando o ator apresen-
riedade refere-se ao grau da penalidade ou à aplicação correta das
tar vícios
sanções legalmente cabíveis, tendo em vista que no direito adminis-
trativo não é predominável o princípio da pena específica que se re-
Poder Disciplinar
fere à necessidade de prévia definição em lei da infração funcional
O poder disciplinar confere à Administração Pública o poder de
e da exata sanção cabível.
autorizar e apurar infrações, aplicando as devidas penalidades aos
Em resumo, temos:
servidores público, bem como às demais pessoas sujeitas à discipli-
na administrativa em decorrência de determinado vínculo específi-
Poder Disciplinar
co. Assim, somente está sujeito ao poder disciplinar o agente que
• Apura infrações e aplica penalidades;
possuir vínculo certo e preciso com a Administração, não importan-
• Para que o indivíduo seja submetido ao poder disciplinar, é
do que esse vínculo seja de natureza funcional ou contratual.
preciso que possua vínculo funcional com a administração;
Existindo vínculo funcional, infere-se que o poder disciplinar é
• A aplicação de sanção disciplinar deve ser acompanhada de
decorrente do poder hierárquico. Em razão da existência de distri-
processo administrativo no qual sejam assegurados o direito ao
buição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a uma mes-
contraditório e à ampla defesa, devendo haver motivação para que
ma pessoa jurídica, competirá ao superior hierárquico determinar o
seja aplicada a penalidade disciplinar cabível;
cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for subordinado,
• Pode ter caráter discricionário em relação à escolha entre
o cumprimento destas. Não atendendo o subordinado às determi-
sanções legalmente cabíveis e respectiva gradação.
nações do seu superior ou descumprindo o dever funcional, o seu
chefe poderá e deverá aplicar as sanções dispostas no estatuto fun-
cional.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

Poder regulamentar O ato de regulamento executivo é constituído por importantes


Com supedâneo no art. 84, IV, da Constituição Federal, consiste funções. São elas:
o poder regulamentar na competência atribuída aos Chefes do Po-
der Executivo para que venham a editar normas gerais e abstratas 1.º) Disciplinar a discricionariedade administrativa
destinadas a detalhar as leis, possibilitando o seu fiel regulamento Ocorre, tendo em vista a existência de discricionariedade quan-
e eficaz execução. do a lei confere ao agente público determinada quantidade de li-
A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão po- berdade para o exercício da função administrativa. Tal quantidade e
der regulamentar. Isso acontece, por que há autores que, asseme- margem de liberdade termina sendo reduzida quando da editação
lhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam esta expres- de um regulamento executivo que estipula regras de observância
são somente para se referirem à faculdade de editar regulamentos obrigatória, vindo a determinar a maneira como os agentes devem
conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, a usam com proceder no fiel cumprimento da lei.
conceito mais amplo, acoplando também os atos gerais e abstra- Ou seja, ao disciplinar por intermédio de regulamento o exer-
tos que são emitidos por outras autoridades, tais como: resoluções, cício da discricionariedade administrativa, o Chefe do Poder Exe-
portarias, regimentos, deliberações e instruções normativas. Há cutivo, termina por voluntariamente limitá-la, vindo a estabelecer
ainda uma corrente que entende essas providências gerais e abs- autêntica autovinculação, diminuindo, desta forma, o espaço para
tratas editadas sob os parâmetros e exigências da lei, com o fulcro a discussão de casos e fatos sem importância para a administração
de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de manifestações do pública.
poder normativo.
No entanto, em que pese a mencionada controvérsia, prevalece 2.º) Uniformizar os critérios de aplicação da lei
como estudo e aplicação geral adotada pela doutrina clássica, que É interpretada no contexto da primeira, posto que o regula-
utiliza a expressão “poder regulamentar” para se referir somente à mento ao disciplinar a forma com que a lei deve ser fielmente cum-
competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo para editar prida, estipula os critérios a serem adotados nessa atividade, fato
regulamentos, mantendo, por sua vez, a expressão “poder normati- que impede variações significativas nos casos sujeitos à lei aplicada.
vo” para os demais atos normativos emitidos por outras espécies de Exemplo: podemos citar o desenvolvimento dos servidores na car-
autoridades da Administração Direta e Indireta, como por exemplo, reira de Policial Rodoviário Federal.
de dirigentes de agências reguladoras e de Ministros. Criadora da carreira de Policial Rodoviário Federal, a Lei
Registra-se que os regulamentos são publicados através de 9.654/1998 estabeleceu suas classes e determinou que a investidu-
decreto, que é a maneira pela qual se revestem os atos editados ra no cargo de Policial Rodoviário Federal teria que se dar no padrão
pelo chefe do Poder Executivo. O conteúdo de um decreto pode ser único da classe de Agente, na qual o titular deverá permanecer por
por meio de conteúdo ou de determinado regulamento ou, ainda, pelo menos três anos ou até obter o direito à promoção à classe
a pela adoção de providências distintas. A título de exemplo desta subsequente, nos termos do art. 3.º, § 2.º.
última situação, pode-se citar um decreto que dá a designação de A antiguidade e o merecimento são os principais requisitos
determinado nome a um prédio público. para que os servidores públicos sejam promovidos. No entanto,
Em razão de os regulamentos serem editados sob forma con- o vocábulo “merecimento” é carregado de subjetivismo, fato que
dizente de decreto, é comum serem chamados de decretos regu- abriria a possibilidade de que os responsáveis pela promoção dos
lamentares, decretos de execução ou regulamentos de execução. servidores, alegando discricionariedade, viessem a agir com base
Podemos classificar os regulamentos em três espécies diferen- em critérios obscuros e casuístas, vindo a promover perseguições e
tes: privilégios. E é por esse motivo que existe a necessidade de regula-
A) Regulamento executivo; mentação dos requisitos de promoção, como demonstra o próprio
B) Regulamento independente ou autônomo; estatuto dos servidores públicos civis federais em seu art. 10, pará-
c) Regulamento autorizado. grafo único da Lei 8.112/1990.
Vejamos a composição de cada em deles: Com o fulcro de regulamentar a matéria, foi editado o Decreto
8.282/2014, que possui como atributo, detalhar os requisitos e es-
Regulamento Executivo tabelecer os devidos critérios para promoção dos Policiais Rodoviá-
Existem leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições rios Federais, dentre os quais se encontra a obtenção de “resultado
suficientes para sua execução, enquanto outras pugnam por um re- satisfatório na avaliação de desempenho no interstício considerado
gulamento para serem executadas. Entretanto, em tese, qualquer para a progressão”, disposta no art. 4.º, II, “b”. Da mesma forma,
lei é passível de ser regulamentada. Diga-se de passagem, até mes- a expressão “resultado satisfatório” também é eivada de subjetivi-
mo aquelas cuja execução não dependa de regulamento. Para isso, dade, motivo pelo qual o § 3.º do mesmo dispositivo regulamentar
suficiente é que o Chefe do Poder Executivo entenda conveniente designou que para o efeito de promoção, seria considerado satisfa-
detalhar a sua execução. tório o alcance de oitenta por cento das metas estipuladas em ato
O ato de regulamento executivo é norma geral e abstrata. Sen- do dirigente máximo do órgão.
do geral pelo fato de não possuir destinatários determinados ou Assim sendo, verificamos que a discricionariedade do dirigente
determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas que estejam nas máximo da PRF continua a existir, e o exemplo disso, é o estabe-
situações reguladas; é abstrata pelo fato de dispor sobre hipóteses lecimento das metas. Entretanto, ela foi reduzida no condizente
que, se e no momento em que forem verificadas no mundo con- à avaliação da suficiência de desempenho dos servidores para o
creto, passarão a gerar as consequências abstratamente previstas. efeito de promoção. O que nos leva a afirmar ainda que, diante da
Desta forma, podemos afirmar que o regulamento possui conteúdo regulamentação, erigiu a existência de vinculação da autoridade ad-
material de lei, porém, com ela não se confunde sob o aspecto for-
mal.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

ministrativa referente ao percentual considerado satisfatório para cos vagos, não se trata de caso de regulamento autônomo. Cuida-se
o efeito de promoção dos servidores, critério que inclusive já foi de uma xucra hipótese de abandono do princípio do paralelismo
uniformizado. das formas. Isso por que em decorrência do princípio da hierarquia
Embora exista uma enorme importância em termos de pratici- das normas, se um instituto jurídico for criado por intermédio de
dade, denota-se que os regulamentos de execução gozam de hie- determinada espécie normativa, sua extinção apenas poderá ser
rarquia infralegal e não detém o poder de inovar na ordem jurídica, veiculada pelo mesmo tipo de ato, ou, ainda, por um de superior
criando direitos ou obrigações, nem contrariando, ampliando ou hierarquia.
restringindo as disposições da lei regulamentada. São, em resumo, Nesse sentido, sendo os cargos públicos criados por lei, nos pa-
atos normativos considerados secundários que são editados pelo râmetros do art. 48, inc. X da CFB/88, apenas a lei poderia extingui-
Chefe do Executivo com o fulcro de detalhar a execução dos atos -los pelo sistema do paralelismo das formas. Entretanto, deixando
normativos primários elaborados pelas leis. de lado essa premissa, o legislador constituinte derivado permitiu
Dando enfoque à subordinação dos regulamentos executivos à que, estando vago o cargo público, a extinção aconteça por decreto.
lei, a Constituição Federal prevê a possibilidade de o Congresso Na- Poderíamos até dizer que foi autorizado um decreto autônomo, mas
cional sustá-los, caso exorbite do poder regulamentar nos parâme- nunca um regulamento autônomo, isso posto pelo fato de tal de-
tros do art. 49, inc. V da CF/88. É o que a doutrina chama de “veto creto não gozar de generalidade e abstração, não regulamentando
legislativo”, dentro de uma analogia com o veto que o Chefe do Exe- determinada matéria. Cuida-se, nesse sentido, de um ato de efeitos
cutivo poderá apor aos projetos de lei aprovados pelo Parlamento. concretos, amplamente desprovido de natureza regulamentar.
Pondera-se que a aproximação terminológica possui limitações, De forma diversa do decreto regulamentar ou regulamento
uma vez que o veto propriamente dito do executivo, pode ocorrer executivo, que é editado para minuciar a fiel execução da lei, desta-
em função de o Presidente da República entender que o projeto ca-se que o decreto autônomo ou regulamento independente, en-
de lei é incompatível com a Constituição Federal, que configuraria contra-se sujeito ao controle de constitucionalidade. O que justifica
o veto jurídico, ou, ainda, contrário ao interesse público, que seria a mencionada diferenciação, é o fato de o conflito entre um decreto
o veto político. Por sua vez, o veto legislativo só pode ocorrer por regulamentar e a lei que lhe atende de fundamento vir a configurar
exorbitância do poder regulamentar, sendo assim, sempre jurídico. ilegalidade, não cabendo o argumento de que o decreto é inconsti-
Melhor dizendo, não há como imaginar que o Parlamento venha a tucional porque exorbitou do poder regulamentar. Assim, havendo
sustar um decreto regulamentar por entendê-lo contrário ao inte- agressão direta à Constituição, a lei, com certeza pode ser conside-
resse público, uma vez que tal norma somente deve detalhar como rada inconstitucional, mas não o decreto que a regulamenta. Agora,
a lei ao ser elaborada pelo próprio Legislativo, será indubitavelmen- em se tratando do decreto autônomo, infere-se que este é norma
te cumprida. Destarte, se o Parlamento entende que o decreto edi- primária, vindo a fundamentar-se no próprio texto constitucional,
tado dentro do poder regulamentar é contrário ao interesse públi- de forma a ser possível uma agressão direta à Constituição Federal
co, deverá, por sua vez, revogar a própria lei que lhe dá o sustento. de 1988, legitimando desta maneira, a instauração de processo de
Ademais, lembremos que os regulamentos se submetem ao controle de constitucionalidade. Assim sendo, podemos citar a lição
controle de legalidade, de tal forma que a nulidade decorrente da do Supremo Tribunal Federal:
exorbitância do poder regulamentar também está passível de ser Com efeito, o que é necessário demonstrar, é que o decreto do
reconhecida pelo Poder Judiciário ou pelo próprio Chefe do Poder Chefe do Executivo advém de competência direta da Constituição,
Executivo no exercício da autotutela. ou que retire seu fundamento da Carta Magna. Nessa sentido, caso
o regulamento não se amolde ao figurino constitucional, caberá,
Regulamento independente ou autônomo por conseguinte, análise de constitucionalidade pelo Supremo tri-
Ressalte-se que esta segunda espécie de regulamento, tam- bunal Federal. Se assim não for, será apenas vício de inconstitucio-
bém adota a forma de decreto. Diversamente do regulamento exe- nalidade reflexa, afastando desta forma, o controle concentrado
cutivo, esse regulamento não se presta a detalhar uma lei, detendo em ADI porque, como adverte Carlos Velloso: “é uma questão de
o poder de inovar na ordem jurídica, da mesma maneira que uma opção. Hans Kelsen, no debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou
lei. O regulamento autônomo (decreto autônomo) é considerado isso claro. E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle
ato normativo primário porque retira sua força exclusivamente e difuso, quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucio-
diretamente da Constituição. nalidade indireta. Não há falar-se em inconstitucionalidade indireta
A Carta Magna de 1988, em sua redação original, deletou a fi- reflexa. É uma opção da Corte para que não se realize o velho adá-
gura do decreto autônomo no direito brasileiro. No entanto, com gio: ‘muita jurisdição, resulta em nenhuma jurisdição’” (ADI 2.387-
a Emenda Constitucional 32/2001, a possibilidade foi novamente 0/DF, Rel. Min. Marco Aurélio).
inserida na alínea a do inciso VI do art. 84 da CFB/88. Em suma, conforme dito anteriormente, convém relembrar
Mesmo havendo controvérsias, a posição dominante na doutri- que o art. 13, I, da Lei 9.784/1999 proíbe de forma expressa a de-
na é no sentido de que a única hipótese de regulamento autônomo legação de atos de caráter normativo. No entanto, com exceção a
que o direito brasileiro permite é a contida no mencionado dispo- essa regra, o decreto autônomo, diversamente do que acontece
sitivo constitucional, que estabelece a competência do Presidente com o decreto regulamentar que é indelegável, pode vir a ser ob-
da República para dispor, mediante decreto, sobre organização e jeto de delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da
funcionamento da administração federal, isso, quando não implicar República e ao Advogado
em aumento de despesa nem mesmo criação ou extinção de órgãos Geral da União, conforme previsão contida no parágrafo único
públicos. do art. 84 da Constituição Federal.
Por oportuno, registarmos que a autorização que está prevista
na alínea b do mesmo dispositivo constitucional, para que o Presi-
dente da República, mediante decreto, possa extinguir cargos públi-
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Regulamento autorizado ou delegado De acordo com a ilustre professora, outra nota que merece
Denota-se que além das espécies anteriores de regulamento destaque em relação à distinção entre os mencionados institutos,
apresentadas, a doutrina administrativista e jurista também men- é a de que os regulamentos jurídicos, pelo fato de se referirem à
ciona a respeito da existência do regulamento autorizado ou dele- liberdade e aos direitos dos particulares sem uma relação especí-
gado. fica com a Administração, são, por sua vez, elaborados com menor
De acordo com a doutrina tradicional, o legislador ordinário grau de discricionariedade em relação aos regulamentos adminis-
não poderá, fora dos casos previstos na Constituição, delegar de trativos.
forma integral a função de legislar que é típica do Poder Legislativo, Esquematicamente, temos:
aos órgãos administrativos.
Entretanto, em decorrência da complexidade das atividades ESPÉCIES DE Regulamentos jurídicos ou normativos
técnicas da Administração, contemporaneamente, embora haja REGULAMENTO
controvérsias em relação ao aspecto da constitucionalidade, a dou- QUANTO AOS Regulamentos administrativos ou de
trina maior tem aceitado que as competências para regular deter- DESTINATÁRIOS organização
minadas matérias venham a ser transferidas pelo próprio legislador
para órgãos administrativos técnicos. Cuida-se do fenômeno da
Poder de Polícia
deslegalização, por meio do qual a normatização sai da esfera da lei
O poder de polícia é a legítima faculdade conferida ao Estado
para a esfera do regulamento autorizado.
para estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício
No entanto, o regulamento autorizado não se encontra limita-
de direitos e garantias individuais, tendo sempre em vista o inte-
do somente a explicar, detalhar ou complementar a lei. Na verdade,
resse público.
ele busca a inovação do ordenamento jurídico ao criar normas téc-
nicas não contidas na lei, ato que realiza em decorrência de expres-
Limites
sa determinação legal.
No exercício do poder de polícia, os atos praticados, assim
Depreende-se que o regulamento autorizado não pode ser
como todo ato administrativo, mesmo sendo discricionário, está
confundido com o regulamento autônomo. Isso ocorre, porque,
eivado de limitações legais em relação à competência, à forma, aos
ao passo que este último retira sua força jurídica da Constituição,
fins, aos motivos ou ao objeto.
aquele é amplamente dependente de expressa autorização contida
Ressalta-se de antemão com ênfase, que para que o ato de po-
na lei. Além disso, também se diverge do decreto de execução por-
lícia seja considerado legítimo, deve respeitar uma relação de pro-
que, embora seja um ato normativo secundário que retira sua força
porcionalidade existente entre os meios e os fins. Assim sendo, a
jurídica da lei, detém o poder de inovar a ordem jurídica, ao contrá-
medida de polícia não poderá ir além do necessário com o fito de
rio do que ocorre com este último no qual sua destinação é apenas
atingir a finalidade pública a que se destina. Imaginemos por exem-
a de detalhar a lei para que seja fielmente executada.
plo, a hipótese de um estabelecimento comercial que somente pos-
Nos moldes da jurisprudência, não é admitida a edição de regu-
suía licença do poder público para atuar como revenda de roupas,
lamento autorizado para matéria reservada à lei, um exemplo disso
mas que, além dessa atividade, funcionava como atelier de costura.
é a criação de tributos ou da criação de tipos penais, tendo em vista
Caso os fiscais competentes, na constatação do fato, viessem a in-
que afrontaria o princípio da separação dos Poderes, pelo fato de
terditar todo o estabelecimento, pondera-se que tal medida seria
estar o Executivo substituindo a função do Poder Legislativo.
desproporcional, tendo em vista que, para por fim à irregularidade,
Entretanto, mesmo nos casos de inexistência de expressa de-
seria suficiente somente interditar a parte da revenda de roupas.
terminação constitucional estabelecendo reserva legal, tem sido
Acontece que em havendo eventuais atos de polícia que este-
admitida a utilização de regulamentos autorizados, desde que a lei
jam eivados de vícios de legalidade ou que se demostrem despro-
venha a os autorizar e estabeleça as condições, bem como os limi-
porcionais devem ser, por conseguinte, anulados pelo Poder Judici-
tes da matéria a ser regulamentada. É nesse sentido que eles têm
ário por meio do controle judicial, ou, pela própria administração
sido adotados com frequência para a fixação de normas técnicas,
no exercício da autotutela.
como por exemplo, daquelas condições determinadas pelas agên-
cias reguladoras.
Prescrição
Determina a Lei 9.873/1999 que na Administração Pública Fe-
Regulamentos jurídicos e regulamentos administrativos
deral, direta e indireta, são prescritíveis em cinco anos a ação pu-
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que é possível
nitiva para apuração da infração e a aplicação da sanção de polícia,
fazer a distinção entre os regulamentos jurídicos ou normativos e
desde que contados da data da prática do ato ou, em se tratando de
os regulamentos administrativos ou de organização.
infração de forma permanente ou continuada, do dia em que tiver
Afirma-se que os regulamentos jurídicos ou normativos, criam
cessado (art. 1.º). Entretanto, se o fato objeto da ação punitiva da
regras ou normas para o exterior da Administração Pública, que
Administração também for considerado crime, a prescrição deverá
passam a vincular todos os cidadãos de forma geral, como acontece
se reger pelo prazo previsto na lei penal em seu art. 1.º, § 2.º.
com as normas inseridas no poder de polícia. No condizente aos
Ademais, a Lei determina que prescreve em cinco anos a ação
regulamentos administrativos ou de organização, denota-se que es-
de execução da administração pública federal relativa a crédito não
tes estabelecem normas sobre a organização administrativa ou que
tributário advindo da aplicação de multa por infração à legislação
se relacionam aos particulares que possuem um vínculo específico
em vigor, desde que devidamente contados da constituição defini-
com o Estado, como por exemplo, os concessionários de serviços
tiva do crédito, nos termos da Lei 9.873/1999, art. 1.º-A, com sua
públicos ou que possuem um contrato com a Administração.
redação incluída pela Lei 11.941/2009.

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Denota-se que a mencionada norma prevê, ainda, a possibi- Autoexecutoriedade


lidade de prescrição intercorrente, ou seja, aquela que ocorre no Nos sábios dizeres de Hely Lopes Meirelles, o atributo da auto-
curso do processo, quando o procedimento administrativo vir a fi- executoriedade consiste na “faculdade de a Administração decidir
car paralisado por mais de três anos, desde que pendente de des- e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem
pacho ou julgamento, tendo em vista que os autos serão arquivados intervenção do Judiciário”. Assim, se um estabelecimento comer-
de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem que cial estiver comercializando bebidas deteriorados, o Poder Público
haja prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorren- poderá usar do seu poder para apreendê-los e incinerá-los, sendo
te da paralisação, se for o caso, nos parâmetros do art. 1.º, § 1.º. desnecessário haver qualquer ordem judicial. Ocorre, também, que
Vale a pena mencionar com destaque que a prescrição da ação tal fato não impede ao particular, que se sentir prejudicado pelo
punitiva, no caso das sanções de polícia, se interrompe no decurso excesso ou desvio de poder, de buscar o amparo do Poder Judiciário
das seguintes hipóteses: para fazer cessar o ato de polícia abusivo.
A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por Entretanto, denota-se que nem todas as medidas de polícia
meio de edital; são dotadas de autoexecutoriedade. A doutrina majoritária afirma
B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do que a autoexecutoriedade só pode existir em duas situações, sen-
fato; pela decisão condenatória recorrível; do elas: quando estiver prevista expressamente em lei; ou mesmo
C)Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação não estando prevista expressamente em lei, se houver situação de
expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da urgência que demande a execução direta da medida. O que infere
Administração Pública Federal. que, não sendo cumprido nenhum desses requisitos, o ato de po-
Registramos que a Lei em estudo, prevê a possibilidade de em lícia autoexecutado será considerado abusivo. Cite-se como exem-
determinadas situações específicas, quando o interessado inter- plo, o de ato de polícia que não contém autoexecutoriedade, como
romper a prática ou sanar a irregularidade, que haja a suspensão o caso de uma autuação por desrespeito à normas sanitárias. Nesse
do prazo prescricional para aplicação das sanções de polícia, nos caso específico, se o poder público tiver a pretensão de cobrar o
parâmetros do art. 3.º. mencionado valor, não poderá fazê-lo de forma direta, sendo ne-
Por fim, denota-se que as determinações contidas na Lei cessário que promova a execução judicial da dívida.
9.873/1999 não se aplicam às infrações de natureza funcional e aos A renomada Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma
processos e procedimentos de natureza tributária, nos termos do que alguns autores dividem o atributo da autoexecutoriedade em
art. 5.º. dois, sendo eles: a exigibilidade (privilège du préalable) e a execu-
toriedade (privilège d’action d’office). Nesse diapasão, a exigibili-
Atributos dade ensejaria a possibilidade de a Administração tomar decisões
Segundo a maior parte da doutrina, são atributos do poder de executórias, impondo obrigações aos administrados mesmo sem a
polícia: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilida- concordância destes, e a executoriedade, que consiste na faculdade
de. Entretanto, vale explicitar que nem todas essas características de se executar de forma direta todas essas decisões sem que haja a
estão presentes de forma simultânea em todos os atos de polícia. necessidade de intervenção do Poder Judiciário, usando-se, quando
Vejamos detalhadamente a definição e atribuição de cada atri- for preciso, do emprego direto da força pública. Imaginemos como
buto: exemplo, um depósito antigo de carros que esteja ameaçado de
desabar. Nessa situação específica, a Administração pode ordenar
Discricionariedade que o proprietário promova a sua demolição (exigibilidade). E não
Consiste na liberdade de escolha da autoridade pública em re- sendo a ordem cumprida, a própria Administração possui o poder
lação à conveniência e oportunidade do exercício do poder de polí- de mandar seus servidores demolirem o imóvel (executoriedade).
cia. Entretanto, mesmo que a discricionariedade dos atos de polícia Ainda, pelos ensinamentos da ilustre professora, ao passo que
seja a regra, em determinadas situações o exercício do poder de a exigibilidade se encontra relacionada com a aplicação de meios
polícia é vinculado e por isso, não deixa margem para que a autori- indiretos de coação, como a aplicação de multa ou a impossibilida-
dade responsável possa executar qualquer tipo de opção. de de licenciamento de veículo enquanto não forem pagas as mul-
Como exemplo do mencionado no retro parágrafo, compare- tas de trânsito, a executoriedade irá se consubstanciar no uso de
mos os atos de concessão de alvará de licença e de autorização, meios diretos de coação, como por exemplo dissolução de reunião,
respectivamente. Em se tratando do caso do alvará de licença, de- da apreensão de mercadorias, da interdição de estabelecimento e
preende-se que o ato é vinculado, significando que a licença não da demolição de prédio.
poderá ser negada quando o requerente estiver preenchendo os Adverte-se, por fim, que a exigibilidade se encontra presente
requisitos legais para sua obtenção. Diga-se de passagem, que isso em todas as medidas de polícia, ao contrário da executoriedade,
ocorre com a licença para dirigir, para construir bem como para que apenas se apresenta nas hipóteses previstas por meio de lei ou
exercer certas profissões, como a de enfermagem, por exemplo. Re- em situações de urgência.
ferente à hipótese de alvará de autorização, mesmo o requerente
atendendo aos requisitos da lei, a Administração Pública poderá ou Coercibilidade
não conceder a autorização, posto que esse ato é de natureza dis- É um atributo do poder de polícia que faz com que o ato seja
cricionária e está sujeito ao juízo de conveniência e oportunidade imposto ao particular, concordando este, ou não. Em outras termos,
da autoridade administrativa. É o que ocorre, por exemplo, coma o ato de polícia, como manifestação do ius imperi estatal, não está
autorização para porte de arma, bem como para a produção de ma- consignado à dependência da concordância do particular para que
terial bélico. tenha validade e seja eficaz. Além disso, a coercibilidade é indisso-
ciável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só poderá ser autoe-
xecutável pelo fato de ser dotado de força coercitiva.
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Assim sendo, a coercibilidade ou imperatividade, definida Convém mencionar que o ato praticado com abuso de poder
como a obrigatoriedade do ato para os seus destinatários, acaba se pode ser devidamente invalidado pela própria Administração por
confundindo com a definição dada de exigibilidade que resulta do intermédio da autotutela ou pelo Poder Judiciário, sob controle ju-
desdobramento do atributo da autoexecutoriedade. dicial.

Poder de polícia originário e poder de polícia delegado


Nos parâmetros doutrinários, o poder de polícia originário é LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI Nº 13.869/2019)
aquele exercido pelos órgãos dos próprios entes federativos, tendo
como fundamento a própria repartição de competências materiais
e legislativas constante na Constituição Federal Brasileira de 1988. LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
Referente ao poder de polícia delegado, afirma-se que este faz
referência ao poder de polícia atribuído às pessoas de direito pú- Mensagem de veto
blico da Administração Indireta, posto que esta delegação deve ser Vigência
feita por intermédio de lei do ente federativo que possua o poder Promulgação partes vetadas
de polícia originário. Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº
Como uma das mais claras manifestações do princípio segun- 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho
do o qual o interesse público se sobrepõe ao interesse privado, no de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº 8.906, de
exercício do poder de polícia, o Estado impõe aos particulares ações 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de
e omissões independentemente das suas vontades. Tal possibilida- 1965, e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
de envolve exercício de atividade típica de Estado, com clara ma- 1940 (Código Penal).
nifestação de potestade (poder de autoridade). Assim, estão pre-
sentes características ínsitas ao regime jurídico de direito público, O  PRESIDENTE DA REPÚBLICA
o que tem levado o STF a genericamente negar a possibilidade de Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, seguinte Lei:
ainda que integrantes da administração indireta (ADI 1717/DF).
Esquematizando, temos: CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
Art. 1º  Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, co-
DISCRICIONARIEDADE AUTOEXECUTORIEDADE COERCIBILIDADE
metidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de
Liberdade de Faculdade de a suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe
escolha da autori- Administração deci- Faz com que tenha sido atribuído.
dade pública em dir e executar dire- o ato seja imposto § 1º  As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abu-
relação à conveni- tamente sua decisão ao particular, con- so de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade
ência e oportunida- por seus próprios cordando este, ou específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a ter-
de do exercício do meios, sem interven- não. ceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
poder de polícia. ção do Judiciário. § 2º  A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de
fatos e provas não configura abuso de autoridade.
Uso e abuso de poder
De antemão, depreende-se que o exercício de poder acontece CAPÍTULO II
de forma legítima quando desempenhado pelo órgão competente, DOS SUJEITOS DO CRIME
desde que esteja nos limites da lei a ser aplicada, bem como em
atendimento à consecução dos fins públicos. Art. 2º  É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qual-
No entanto, é possível que a autoridade, ao exercer o poder, quer agente público, servidor ou não, da administração direta, indi-
venha a ultrapassar os limites de sua competência ou o utilize para reta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
fins diversos do interesse público. Quando isto ocorre, afirma-se do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo,
que houve abuso de poder. Ressalta-se que o abuso de poder ocor- mas não se limitando a:
re tanto por meio de um ato comissivo, quando é feita alguma coisa I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equipara-
que não deveria ser feita, quanto por meio de um ato omissivo, por das;
meio do qual se deixa de fazer algo que deveria ser feito. II - membros do Poder Legislativo;
Pode o abuso de poder se dividido em duas espécies, são elas: III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
• Excesso de poder: Ocorre a partir do momento em que a au- V - membros do Ministério Público;
toridade atua extrapolando os limites da sua competência. VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
• Desvio de poder ou desvio de finalidade: Ocorre quando a Parágrafo único.  Reputa-se agente público, para os efeitos
autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, po- desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
rém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contrata-
ao interesse público como um todo. ção ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, manda-
to, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos
pelo caput deste artigo.
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CAPÍTULO III Art. 8º  Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no ad-
DA AÇÃO PENAL ministrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido
o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em
Art. 3º  Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de di-
incondicionada. reito.
§ 1º  Será admitida ação privada se a ação penal pública não
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar CAPÍTULO VI
a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em DOS CRIMES E DAS PENAS
todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, inter-
por recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, Art. 9º  Decretar medida de privação da liberdade em manifes-
retomar a ação como parte principal. ta desconformidade com as hipóteses legais:
§ 2º  A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para ofe- Parágrafo único.  Incorre na mesma pena a autoridade judiciá-
recimento da denúncia. ria que, dentro de prazo razoável, deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
CAPÍTULO IV II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITI- de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
VAS DE DIREITOS III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando mani-
SEÇÃO I festamente cabível.’
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO Art. 10.  Decretar a condução coercitiva de testemunha ou in-
vestigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de
Art. 4º  São efeitos da condenação: comparecimento ao juízo:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na senten- Art. 11.  (VETADO).
ça o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, Art. 12.  Deixar injustificadamente de comunicar prisão em fla-
considerando os prejuízos por ele sofridos; grante à autoridade judiciária no prazo legal:
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem:
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública. I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidên- II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer
cia em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, deven- pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela
do ser declarados motivadamente na sentença. indicada;
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro)
SEÇÃO II horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de pri-
Art. 5º  As penas restritivas de direitos substitutivas das privati- são temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou
vas de liberdade previstas nesta Lei são: de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos legal.
e das vantagens; Art. 13.  Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
III - (VETADO). grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser apli- I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade
cadas autônoma ou cumulativamente. pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não
CAPÍTULO V autorizado em lei;
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
  Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem
Art. 6º  As penas previstas nesta Lei serão aplicadas indepen- prejuízo da pena cominada à violência.
dentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabí- Art. 14.  (VETADO).
veis. Art. 15.  Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar-
descreverem falta funcional serão informadas à autoridade compe- dar segredo ou resguardar sigilo:
tente com vistas à apuração. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 7º  As responsabilidades civil e administrativa são inde- Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem prossegue com
pendentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a o interrogatório:
existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio;
decididas no juízo criminal. ou
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II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado Art. 22.  Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou
ou defensor público, sem a presença de seu patrono. à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên-
Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha cias, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determina-
de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou ção judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade:  (Incluído Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
pela Lei nº 14.321, de 2022) § 1º  Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste
I - a situação de violência; ou(Incluído pela Lei nº 14.321, de artigo, quem:
2022) I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fran-
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento quear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
ou estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022) II - (VETADO);
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.(Inclu- III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as
ído pela Lei nº 14.321, de 2022) 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a víti- § 2º  Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro,
ma de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade
pena aumentada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº 14.321, do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.
de 2022) Art. 23.  Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de in-
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, vestigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Incluí- com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar
do pela Lei nº 14.321, de 2022) criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Art. 16.  Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem pratica a con-
sua detenção ou prisão: duta com o intuito de:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por ex-
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem, como respon- cesso praticado no curso de diligência;
sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informa-
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes- ções incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência
mo falsa identidade, cargo ou função. ou do processo.
Art. 17.  (VETADO). Art. 24.  Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcio-
Art. 18.  Submeter o preso a interrogatório policial durante o nário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a
período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com
ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações: o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apu-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ração:
Art. 19.  Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
pleito de preso à autoridade judiciária competente para a aprecia- pena correspondente à violência.
ção da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua cus- Art. 25.  Proceder à obtenção de prova, em procedimento de
tódia: investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem faz uso de pro-
ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providên- va, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conheci-
cias tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir mento de sua ilicitude.
sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que Art. 26.  (VETADO).
o seja. Art. 27.  Requisitar instauração ou instaurar procedimento in-
Art. 20.  Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser- vestigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de
vada do preso com seu advogado: alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. funcional ou de infração administrativa:  (Vide ADIN 6234)  (Vide
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem impede o pre- ADIN 6240)
so, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reserva- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
damente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes Parágrafo único.  Não há crime quando se tratar de sindicância
de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comuni- ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
car-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no Art. 28.  Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação
caso de audiência realizada por videoconferência. com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou
Art. 21.  Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou
espaço de confinamento: acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem mantém, na Art. 29.  Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,
mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de ida- policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse
de ou em ambiente inadequado, observado o disposto na  Lei nº de investigado:(Vide ADIN 6234)(Vide ADIN 6240)
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
te). Parágrafo único.  (VETADO).

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Art. 30.  Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad- § 4º-A  O mandado de prisão conterá necessariamente o perí-
ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe odo de duração da prisão temporária estabelecido no caput deste
inocente: artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. ....................................................................................................
Art. 31.  Estender injustificadamente a investigação, procras- .....................
tinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado:  (Vide ADIN § 7º  Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a au-
6234) (Vide ADIN 6240) toridade responsável pela custódia deverá, independentemente de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem, inexistindo liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da pri-
prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de são temporária ou da decretação da prisão preventiva.
forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou § 8º  Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no
do fiscalizado. cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
Art. 32.  Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces- Art. 41.  O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa
so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, a vigorar com a seguinte redação:
ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de “Art. 10.  Constitui crime realizar interceptação de comunica-
infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob- ções telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta
tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial
em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo ou com objetivos não autorizados em lei:
sigilo seja imprescindível: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único.  Incorre na mesma pena a autoridade judicial
Art. 33.  Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclu- que determina a execução de conduta prevista no caput deste arti-
sive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal: go com objetivo não autorizado em lei.” (NR)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 42.  A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem se utiliza de Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte
cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público art. 227-A:
para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privi- “Art. 227-A  Os efeitos da condenação prevista no inciso I do
légio indevido. caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
Art. 34.  (VETADO). 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados
Art. 35.  (VETADO). por servidores públicos com abuso de autoridade, são condiciona-
Art. 36.Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de dos à ocorrência de reincidência.
ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o va- Parágrafo único.  A perda do cargo, do mandato ou da função,
lor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demons- nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.”
tração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la: Art. 43.  A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. acrescida do seguinte art. 7º-B:
Art. 37.  Demorar demasiada e injustificadamente no exame de ‘Art. 7º-B  Constitui crime violar direito ou prerrogativa de ad-
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o vogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento: Lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Art. 38.  Antecipar o responsável pelas investigações, por meio Art. 44.  Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965,
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de
concluídas as apurações e formalizada a acusação: 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 45.  Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e
vinte) dias de sua publicação oficial.
CAPÍTULO VII Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o  da Independência e
DO PROCEDIMENTO 131o da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Art. 39.  Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos Sérgio Moro
previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº Wagner de Campos Rosário
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei Jorge Antonio de Oliveira Francisco
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. André Luiz de Almeida Mendonça

CAPÍTULO VIII LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019


DISPOSIÇÕES FINAIS
Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº
Art. 40.  O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho
passa a vigorar com a seguinte redação: de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº 8.906, de
“Art.2º ........................................................................................ 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de
............... 1965, e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
.................................................................................................... 1940 (Código Penal).
....................
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O PRESIDENTE  DA  REPÚBLICA  Faço saber que o Congresso ‘Art. 20.  Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser-
Nacional decreta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5o  do vada do preso com seu advogado:
art. 66 da Constituição Federal, as seguintes partes vetadas da Lei Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
no 13.869, de 5 de setembro de 2019: Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem impede o pre-
so, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reserva-
“CAPÍTULO III damente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes
DA AÇÃO PENAL de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comuni-
car-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no
Art. 3º  Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública caso de audiência realizada por videoconferência.’
incondicionada. ‘Art. 30.  Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou
§ 1º  Será admitida ação privada se a ação penal pública não administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar inocente:
a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, inter- ‘Art. 32.  Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
por recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado,
retomar a ação como parte principal. ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
§ 2º  A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para ofe- tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências
recimento da denúncia.” em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo
sigilo seja imprescindível:
“CAPÍTULO VI Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
DOS CRIMES E DAS PENAS ‘Art. 38.  Antecipar o responsável pelas investigações, por meio
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de
‘Art. 9º  Decretar medida de privação da liberdade em manifes- concluídas as apurações e formalizada a acusação:
ta desconformidade com as hipóteses legais: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena a autoridade judiciá- “CAPÍTULO VIII
ria que, dentro de prazo razoável, deixar de: DISPOSIÇÕES FINAIS
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou Art. 43.  A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; acrescida do seguinte art. 7º-B:
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando mani- ‘Art. 7º-B  Constitui crime violar direito ou prerrogativa de ad-
festamente cabível.’ vogado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta
‘Art. 13.  Constranger o preso ou o detento, mediante violência, Lei:
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
.................................................................................................... Brasília, 27 de setembro de 2019; 198o  da Independência e
..................... 131o  da República.
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: JAIR MESSIAS BOLSONARO
....................................................................................................
....................’
‘Art. 15.  Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRE-
que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar- TA. ÓRGÃOS PÚBLICOS. ASPECTOS GERAIS DA ADMI-
dar segredo ou resguardar sigilo: NISTRAÇÃO DIRETA. AUTARQUIAS. EMPRESAS PÚBLI-
.................................................................................................... CAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA. FUNDAÇÕES
..................... PÚBLICAS. CONSÓRCIOS PÚBLICOS. AGÊNCIAS. ENTES
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem prossegue com DE COLABORAÇÃO E ENTIDADES PARAESTATAIS.
o interrogatório: TERCEIRO SETOR
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio;
ou
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado Administração direta e indireta
ou defensor público, sem a presença de seu patrono.’ A princípio, infere-se que Administração Direta é correspon-
‘Art. 16.  Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao dente aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante que executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O
sua detenção ou prisão: vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem, como respon- os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do
sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes- administrativa de maneira centralizada.
mo falsa identidade, cargo ou função.’

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas gresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua estrutu-
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as Admi- ração interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, todos os
nistrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa de regimentos internos dos ministérios são realizados por intermédio
maneira descentralizada. de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização interna do
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser exer- órgão. Vejamos:
cidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com persona-
lidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a particu- ÓRGÃO — é criado por meio de lei.
lares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito público ORGANIZAÇÃO INTERNA — pode ser feita por DECRETO, des-
ou de direito privado para esta finalidade. Optando pela segunda de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação
opção, as novas entidades passarão a compor a Administração Indi- ou a extinção de outros órgãos.
reta do ente que as criou e, por possuírem como destino a execução ÓRGÃOS DE CONTROLE — Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
especializado de certas atividades, são consideradas como sendo controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribu-
manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica, nal de Contas da União.
de modo geral.
Pessoas administrativas
Desconcentração e Descentralização Explicita-se que as entidades administrativas são a própria Ad-
Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in- ministração Indireta, composta de forma taxativa pelas autarquias,
terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído mista.
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao são
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder político
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou. Não
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administra- existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública in-
ção direta como na administração indireta de todos os entes fede- direta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido,
rativos do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcen- uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os
tração administrativa no âmbito da Administração Direta da União, entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as
os vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais, funções para as quais foram criadas de forma correta.
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias Pessoas políticas
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista, As pessoas políticas são os entes federativos previstos na Cons-
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação. tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos pelo
órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder político.
jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, vindo a
estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de su- se organizar de forma particular para alcançar as finalidades aven-
bordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração admi- çadas na Constituição Federal.
nistrativa está diretamente relacionada ao princípio da hierarquia. Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois,
Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um dos
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando suas
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a leis e exercendo as competências que a eles são determinadas pela
outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado. Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma caracte-
Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuin- rística que se encontra presente somente no âmbito da República
do suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou ser- Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes federati-
viços transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa vos.
que transfere e a que acolhe as atribuições.
Autarquias
Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno,
Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e
e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias,
de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar
forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização determinadas atividades para entidades eivadas de maior especia-
e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar au- lização.
mento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dan-
(art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e ex- do a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma
tinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para dis- mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a
por sobre a organização e o funcionamento, denota-se que poderá sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo.
ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do decreto. Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público
Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério a mais, descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço
o presidente da República deverá encaminhar projeto de lei ao Con- público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar em
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DIREITO ADMINISTRATIVO

tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem ser- de de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
vindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao mesmo econômica de produção ou comercialização de bens ou de presta-
regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, ção de serviços, dispondo sobre:
as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja, são exe- I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
cutoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da Federação sociedade;
a que estão vinculadas. II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
As autarquias são criadas por lei específica, que de forma obri- das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra-
gacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo do balhistas e tributários;
ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também que III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie-
a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida tipica- nações, observados os princípios da Administração Pública;
mente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, em re- IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Admi-
gime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. Em tais nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
situações, infere-se que é possível que sejam criadas autarquias no V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade na dade dos administradores
qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, deverá, obriga-
toriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita pelo respectivo Vejamos em síntese, algumas características em comum das
Poder. empresas públicas e das sociedades de economia mista:
• Devem realizar concurso público para admissão de seus em-
Empresas Públicas pregados;
Sociedades de Economia Mista • Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o di- constitucional;
reito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária de • Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
empresas estatais. bem como ao controle do Poder Legislativo;
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia • Não estão sujeitas à falência;
mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas • Devem obedecer às normas de licitação e contrato adminis-
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente atuan- trativo no que se refere às suas atividades-meio;
tes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, obtemos • Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista
dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades de eco- constitucionalmente;
nomia mista. • Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder Legis-
Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais explorado- lativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores.
ras de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitu-
cional, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida Fundações e outras entidades privadas delegatárias
pelo direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais Identifica-se no processo de criação das fundações privadas,
prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma duas características que se encontram presentes de forma contun-
legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma dente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um instituidor
exclusiva e prioritária pelo direito público. e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa.
O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de 1988
Observação importante: todas as empresas estatais, sejam conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito pre-
prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade eco- dominantemente de direito privado, sendo que a Constituição Fe-
nômica, possuem personalidade jurídica de direito privado. deral dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades
de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autoriza-
O que diferencia as empresas estatais exploradoras de ativida- ção da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso
de econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público das autarquias.
é a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a Fun-
público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público, dação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de lei
nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica de direi-
que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou to público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Fundação
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, Autárquica.
a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora de atividade
econômica, como maneira de evitar que o princípio da livre con- Observação importante: a autarquia é definida como serviço
corrência reste-se prejudicado, as referidas atividades deverão ser personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é conceitu-
reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo 173 da Consti- ada como sendo um patrimônio de forma personificada destinado
tuição Federal, que assim determina: a uma finalidade específica de interesse social.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per- Vejamos como o Código Civil determina:
mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...)
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socieda- V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz dis- V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
tinção entre as Fundações de direito público ou de direito privado. VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as fundações promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do vo-
da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de ligação com a luntariado;
Administração Pública. VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e com-
No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como bate à pobreza;
por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada so- IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro-
mente às entidades de direito público como um todo. Registra-se dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego
que o foro de ambas é na Justiça Federal. e crédito;
X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos
Delegação Social direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
Organizações sociais XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
As organizações sociais são entidades privadas que recebem manos, da democracia e de outros valores universais;
o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
por particulares sob a forma de associação ou fundação que de- ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
sempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma neste artigo.
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com receber a qualificação. Vejamos:
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam I – as sociedades comerciais;
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec- II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
nológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à de categoria profissional;
saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que as entidades III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão receber a quali- de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
ficação de OSs. IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os fundações;
serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
por entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publiciza- VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
ção. Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, de e assemelhados;
outra entidade de direito privado o substitui no serviço anterior- VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
mente prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para mantenedoras;
que seja feita a qualificação da entidade como organização social é VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra-
estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, as tuito e suas mantenedoras;
Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, utili- IX – as Organizações Sociais;
zação de bens públicos e servidores públicos. X – as cooperativas;

Organizações da sociedade civil de interesse público Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade
São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado, e o Estado é denominado termo de parceria e que para a qualifi-
sem fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatu- cação de uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido
tárias devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da constituída e se encontre em funcionamento regular há, pelo me-
Lei n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência nos, três anos nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n.
do Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com 13.019/2014. O Tribunal de Contas da União tem entendido que
o da OS, entretanto, é mais amplo. Vejamos: o vínculo firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em da Administração Pública com Organizações da Sociedade Civil de
qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res- Interesse Público não é demandante de processo de licitação. De
pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi- acordo com o que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999,
da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos deverá haver a realização de concurso de projetos pelo órgão es-
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: tatal interessado em construir parceria com Oscips para que venha
I – promoção da assistência social; a obter bens e serviços para a realização de atividades, eventos,
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio consultorias, cooperação técnica e assessoria.
histórico e artístico;
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma Entidades de utilidade pública
complementar de participação das organizações de que trata esta O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe em
Lei; seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços esta-
IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com- tais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para o
plementar de participação das organizações de que trata esta Lei; setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro


Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública, ATO ADMINISTRATIVO. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E
os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exem- ATRIBUTOS. ELEMENTOS E REQUISITOS DE VALIDADE.
plo, as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. FORMA-
de interesse público (OSCIP). ÇÃO E EFEITOS. EXTINÇÃO, REVOGAÇÃO, INVALIDAÇÃO E
É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor CONVALIDAÇÃO. CASSAÇÃO E CADUCIDADE
está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiarieda-
de na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da
subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às orga- Conceito
nizações civis o atendimento dos interesses individuais e coletivos.
Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária nas de- Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo
mandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, não “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. Dessa que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, res-
maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na autossufici- guardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
ência da sociedade. obrigações aos administrados ou a si própria”.
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez,
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o Es- explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
tado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade regulamentos.
civil de interesse público. No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato
O termo publicização também é atribuído a um segundo sen- administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
tido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um
à transformação de entidades públicas em entidades privadas sem concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
fins lucrativos. públicas, manifestada mediante providências jurídicas complemen-
No que condizente às características das entidades que com- tares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de
põem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro enten- legitimidade por órgão jurisdicional”.
de que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles: B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição
anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta for-
1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas te- ma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele expos-
nham sido autorizadas por lei; ta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, por
2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse pú- exemplo, bem como os atos abstratos.
blico (serviços sociais não exclusivos do Estado); Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir da
3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público; análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos concei-
4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, por tos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos funda-
isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Admi- mentais para a definição dos conceitos do ato administrativo.
nistração De antemão, é importante observar que, embora o exercício
5. Pública e ao Tribunal de Contas; da função administrativa consista na atividade típica do Poder Exe-
6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derroga- cutivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função
do parcialmente por normas direito público; de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos.
Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato de Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem no-
não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e tam- mear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo benefícios
bém porque não integram a Administração Pública Direta ou Indi- legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece que em
reta. todas essas atividades, a função administrativa estará sendo exerci-
Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor da que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, não é função
são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, exclusiva do Poder Executivo.
seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito pri- Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício
vado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente de da função administrativa é ato administrativo, isso por que em inú-
algum incentivo do setor público, também podem lhes ser aplicá- meras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado,
veis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo qual a desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico
conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado às en- de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: a
tidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, podendo emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida provi-
ser modificado de maneira parcial por normas de direito público. dência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de direito
privado e não público.

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser buição de competências possibilita a organização administrativa
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis a cada pessoa
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem política, órgão ou agente.
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como Relativo à competência com aplicação de multa por infração à
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de ser- legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas, a União
viços públicos. é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o imposto e tam-
Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não apre- bém para estabelecer as respectivas infrações e penalidades. Já em
sentar caráter de definitividade, está sujeito a controle por órgão relação à instituição do tributo e cominação de penalidades, que
jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, compreendemos é de competência do legislativo, dentre os Órgãos Constitucionais
que ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade pro- da União, o Órgão que possui tal competência, é o Congresso Na-
veniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais ampara- cional no que condizente à fiscalização e aplicação das respectivas
das pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito públi- penalidades.
co, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a controle
judicial específico. Em relação às fontes, temos as competências primária e secun-
Em suma, temos: dária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos abaixo:
ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade a) Competência primária: quando a competência é estabeleci-
proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais am- da pela lei ou pela Constituição Federal.
paradas pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito b) Competência Secundária: a competência vem expressa em
público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a con- normas de organização, editadas pelos órgãos de competência pri-
trole judicial específico. mária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão ou
agente que possui competência primária.
ATOS ADMINISTRATIVOS EM SENTIDO AMPLO
Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de forma
Atos de Direito Privado aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico informan-
Atos materiais do a distribuição de competências, como a matéria, o território, a
hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao critério da
Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor
matéria, é a criação do Ministério da Saúde.
Atos políticos Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendên-
Contratos cias Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF),
Atos normativos órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da Re-
Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos ceita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da Ver-
dade que trabalham na investigação de violações graves de Direitos
Requisitos Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que resulta
A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência na combinação dos critérios da matéria e do tempo.
de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência, A competência possui como características:
finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma
falta ou o defeito desses elementos pode resultar. vez que se trata de um poder-dever de ambos.
De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vonta-
simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidan- de da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez
do o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente. que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo:
No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e
designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá
legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos
pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para a crimes considerados menos graves.
fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada in- c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou acordo
competente em termos jurídicos para executar tal tarefa. com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra pessoa.
Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades pú- Frise-se que a delegação de competência não provoca a transfe-
blicas, de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação rência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de deter-
Civil (ANAC) não possui competência para conferir o passaporte e minadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, que
liberar a entrada de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, revogar a
controle de imigração brasileiro é atividade exclusiva e privativa da delegação.
Polícia Federal. d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente,
Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente
o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às estas normas poderão alterá-la.
pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que
o desempenho de suas atividades. não tenha sido utilizada por muito tempo.
A competência possui como fundamento do seu instituto a di-
visão do trabalho com ampla necessidade de distribuição do con-
junto das tarefas entre os agentes públicos. Desta forma, a distri-
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar
em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de-
mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a legado.
tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que
prática. leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica, so-
cial, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma: delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por in- publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias e
termédio do qual um órgão administrativo ou um agente público poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do delega-
delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de executar do, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a delegação
é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico inferior. Importante ressaltar:
No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando justifi- Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercí-
cadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha hie- cio de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segu-
rárquica. rança ou a medida judicial.
Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a atri- Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamen-
buição da autoridade delegante, que continua competente para o to do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não
exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que foi poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada.
delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada,
atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato deve-
em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos. rão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.
Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando
cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também pode- Seguindo temos:
rá revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormen-
te. Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação e
competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer para si
impedimentos legais vigentes. de forma temporária o devido exercício de competências legalmen-
te estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente inferio-
É importante conhecer a respeito da delegação de competên- res. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da linha
cia o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente de
Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal, poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, dis- Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de dele-
pondo em seus arts. 11 a 14: gação:

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos • Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competên-
delegação e avocação legalmente admitidos. cia é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou- autoridade avocante.
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica- • Já na revogação de delegação, anteriormente, a competên-
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns- cia já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delega-
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à ção, voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos cunho de mão própria.
presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever ser exer-
I - a edição de atos de caráter normativo; cido com autocontrole, o poder originário de avocar competência
II - a decisão de recursos administrativos; também se constitui em regra na Administração Pública, uma vez
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori- que é inerente à organização hierárquica como um todo. Entretan-
dade. to, conforme a doutrina de forma geral, o órgão superior não pode
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi- avocar a competência do órgão subordinado em se tratando de
cados no meio oficial. competências exclusivas do órgão ou de agentes inferiores atribu-
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes ídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança Pública, mesmo es-
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob- tando alguns degraus hierárquicos acima de todos os Delegados da
jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si a competência para
de exercício da atribuição delegada. presidir determinado inquérito policial, tendo em vista que esta
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela competência é exclusiva dos titulares desses cargos.
autoridade delegante.

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Não convém encerrar esse tópico acerca da competência sem A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágra-
mencionarmos a respeito dos vícios de competência que é concei- fo único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se veri-
tuado como o sofrimento de algum defeito em razão de problemas fica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
com a competência do agente que o pratica que se subdivide em: previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”.
a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica o Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência
ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo além estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser
das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo a pra- seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser
ticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre po- praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício
derá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista de finalidade.
que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso. O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se ve-
b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce rifica em duas hipóteses. São elas:
atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra casa- prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
mentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz. de punição.
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com a
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de inte-
ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo resse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de perse-
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento. guir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando interesse
Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem público.
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta Em resumo, temos:
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato.
Em suma, temos:
Específica ou Imediata e
FINALIDADE PÚBLICA
Geral ou Mediata
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA
Ato praticado com finalidade
Em determinadas situações
EXCESSO DE PODER
é possível a convalidação diversa da prevista em Lei.
USURPAÇÃO DE FUNÇÃO Ato inexistente
e
Ato válido, se houver boa-fé DESVIO DE FINALIDADE
FUNÇÃO DE FATO
do administrado OU DESVIO DE PODER Ato praticado formalmente
ABUSO DE AUTORIDADE
com finalidade prevista em
EXCESSO DE PODER Vício de competência
DESVIO DE PODER Desvio de finalidade
Lei, porém, visando a atender
a fins pessoais de autoridade.
Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é uma
das características do princípio da impessoalidade. Nesse diapasão, Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas dis-
a Administração não pode atuar com o objetivo de beneficiar ou tintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas:
prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que seu compor- A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o
tamento deverá sempre ser norteado pela busca do interesse públi- modo de exteriorização do ato administrativo.
co. Além disso, existe determinada finalidade típica para cada tipo B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no
de ato administrativo. conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem
Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies como todas as formalidades que devem ser destacadas e observa-
de finalidade pública. São elas: das no seu curso de formação.
a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse públi- Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se
co considerado de forma geral. simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo
b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico pre- que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto
visto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da for-
ato. mação do ato administrativo.
Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a
lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato. Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade
de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra é
Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas finali- o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser reves-
dades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado desvio tido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que ele seja
de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é vício que não escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo em vista
pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser convalidado. que em alguns casos, via de regra, o agente público tem a possibi-
lidade de se manifestar de outra forma, como acontece nas ordens
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DIREITO ADMINISTRATIVO

verbais transmitidas de forma emergencial aos subordinados, ou, Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
ainda, por exemplo, quando um agente de trânsito transmite orien- indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
tações para os condutores de veículos através de silvos e gestos. I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado vício II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à forma e III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via de regra, pública;
considera-se plenamente possível a convalidação do ato adminis- IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
trativo que contenha vício de forma. No entanto, tal convalidação tatório;
não será possível nos casos em que a lei estabelecer que a forma é V - decidam recursos administrativos;
requisito primordial à validade do ato. VI - decorram de reexame de ofício;
Devemos explanar também que a motivação declarada e escri- VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
ta dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando for de ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta maneira, VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja vício de for- ção de ato administrativo.
ma, mas não vício de motivo. Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve
Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela au- ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
toridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, infor-
elemento motivo. mações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte inte-
grante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de “motiva-
Motivo ção aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas que está
O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que sendo admitida no direito brasileiro.
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo.
Quando a autoridade administrativa não tem margem para de- A motivação dos atos administrativos
cidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a res-
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao peito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos motivos
ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei não exi-
administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a prá- gindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele só terá
tica do ato. validade se os motivos declarados forem verdadeiros.

Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se Exemplo


trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de ser-
verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática vidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de
do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente
empírico da situação prevista em lei. venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualida-
Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato adminis- de habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
trativo depende da presença adjunta dos motivos de fato e de direi- a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já se o
to, posto que para isso, são imprescindíveis à existência abstrata de interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua pontua-
previsão normativa bem como a ocorrência, de fato concreto que lidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial, deverá
se integre à tal previsão. ser anulada.
De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de ocor- É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes
rer nas seguintes situações: pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto
a) quando o motivo é inexistente. aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado.
b) quando o motivo é falso. Em suma, temos:
c) quando o motivo é inadequado.
• Motivo do ato administrativo
É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e — Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a
motivação. Vejamos: edição do ato administrativo.
• Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do — Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma abs-
ato administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrati- trata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo.
vo, sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legíti- — Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real
mo ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo. que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei, ca-
• Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, sen- racterizando o motivo de direito.
do a declaração das razões que motivaram à edição do ato. Já a mo-
tivação declarada e expressa dos motivos dos atos administrativos, VÍCIOS DE MOTIVO DO ATO ADMINISTRATIVO
via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se for obrigatória pela
lei, sua ausência causará invalidade do ato administrativo por vício Inexistente
de forma, e não de motivo. Falso
Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o
Inadequado
processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o se-
guinte:
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Teoria dos motivos determinantes De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e
— O ato administrativo possui sua validade vinculada aos moti- da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
vos expostos mesmo que não seja exigida a motivação. suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
— Só é aplicada apenas se o ato conter motivação. presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da
— STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo presunção de que o ato administrativo foi editado em conformida-
quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não de com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzi-
está adequado à realidade fática”. das pela administração são verdadeiras.
As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos
Objeto e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo
sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras pala- ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido
vras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo cuida-se contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado por
da alteração da situação jurídica que o ato administrativo se propõe algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá sub-
a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por exemplo, o metê-lo ao controle pela própria administração pública, bem como
objeto é a punição do transgressor. pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática não
Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações falsas,
ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os pa- poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus efeitos.
drões aceitos como éticos e justos. Denota-se que a principal consequência da presunção de vera-
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir cidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido, relembremos
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse sen- que em regra, segundo os parâmetros jurídicos, o dever de provar
tido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam os é de quem alega o fato a ser provado. Desta maneira, se o particu-
seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos: lar “X” alega que o particular “Y” cometeu ato ilícito em prejuízo
do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que está alegando, de
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspen- maneira que, em nada conseguir provar os fatos, “Y” não poderá
são por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica. ser punido.
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo. • Imperatividade
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de Em decorrência desse do atributo, os atos administrativos são
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por au- concordância destes. Infere-se que a imperatividade é provenien-
toridade pública ou flagradas no teste do bafômetro. te do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de pes- editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações
soas específicas para a ocupação noturna de determinado trecho para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado
de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, o objeto em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente
é tido como imoral. possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua
expressa concordância.
Atributos do Ato Administrativo Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperativida-
Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito de, característica presente exclusivamente nos atos que impõem
público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o ato
são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos pri- administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por exem-
vados. plo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda, quan-
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente do possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão, atestado
ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento, ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade.
bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos
públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado • Autoexecutoriedade
pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem exe-
Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos cutados diretamente pela Administração Pública, por intermédio de
atos administrativos são: meios coercitivos próprios, sem que seja necessário a intervenção
prévia do Poder Judiciário.
• Presunção de legitimidade Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do inte-
Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos resse público, típico do regime de direito administrativo, fato que
atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente à
administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente rapidez e eficiência.
quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a autoexecuto-
administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros riedade somente é possível quando estiver expressamente previs-
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade, ta em lei, ou, quando se tratar de medida urgente, que não sendo
os atos administrativos presumem-se editados em conformidade adotada de imediato, ocasionará, por sua vez, prejuízo maior ao
com a lei, até que se prove o contrário. interesse público.

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

EXEMPLOS DE ATOS ADMINISTRATIVOS AUTOEXECUTÓRIOS uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas que
correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o Regula-
Apreensão de mercadorias impróprias para o consumo humano mento do Imposto de Renda.
Demolição de edifício em situação de risco
• Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários
Internação de pessoa com doença contagiosa
individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que
Dissolução de reunião que ameace a segurança será singular quando alcançar um único sujeito determinado e será
plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos deter-
Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da pres- minados em si.
tação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular que
considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado, possa Exemplo:
livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da defesa O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. Por
dos seus direitos. outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-se: o ato
de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto aos desti-
Tipicidade natários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES PLÚRIMOS
De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita
a tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem
fato de tal característica não estabelecer um privilégio da adminis- ser atos vinculados e discricionários.
tração, mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de • Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração
que a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que com-
atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, de- provados os requisitos legais, a edição do ato se torna obrigatória,
veremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para a construção
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que aca- de imóvel.
bam por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administra- • Já os discricionários são aqueles em que a Administração
ção toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada. Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria Syl- com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar de-
via Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato admi- cisões quando e como o ato será praticado, com a definição de seu
nistrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim sendo,
em consonância com esse atributo, para cada finalidade que a Ad- c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos admi-
ministração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato pre- nistrativos podem ser atos de império, de gestão e de expediente.
viamente definido na lei. • Atos de império são atos por meio dos quais a Administra-
Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio ção Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais
da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar usando o poder de império para impô-los de modo unilateral e co-
atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o ercitivo aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabeleci-
atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da mentos comerciais.
autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberda-
de para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos quais
inominados. a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas prove-
Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se nientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de admi-
que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontran- nistração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais com os
do presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer particulares.
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha a Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam
firmar com o particular um contrato inominado desprovido de regu- a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos.
lamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de atender
tanto ao interesse público como ao interesse particular. Exemplo:
Uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de for-
Classificação dos Atos Administrativos ma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do
A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse • Já os atos de expediente são tidos como aqueles que im-
motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classifica- pulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante e
ções mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos e
prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos.
abordagem nas provas de concursos públicos.
Exemplo:
a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. Os Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as
atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários deter- devidas análises”.
minados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que de
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos
simples, complexos e compostos.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

• O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas O decreto é de suma importância no direito brasileiro, moti-
um órgão da administração pública, pouco importando se esse ór- vo pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser
gão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um classificados em decreto geral e individual. Vejamos:
servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras
como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta apli-
administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples cole- cação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento do
giado. Imposto de Renda”.
• O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação específi-
mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os ca de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua publicação
sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo produz de imediato, efeitos concretos.
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado.
É importante não confundir ato complexo com procedimento Exemplo:
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato com- Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem
plexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção de para fim de desapropriação.
um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo pra- Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto re-
ticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a obtenção gulamentar, também designado de decreto de execução. A doutrina
de um ato final e principal”. o conceitua como sendo aquele que introduz um regulamento, não
permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance possam ir além da-
f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que queles do que é permitido por Lei.
este também decorre do resultado da manifestação de vontade de Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre
dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito. Pon-
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem dera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto autônomo
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos, admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84, VI, “a”, da
um principal e outro acessório. Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional 32/2001,
que predispõe a competência privativa do Presidente da República
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes Mei- para dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamen-
relles, para quem o ato administrativo composto “é o que resulta da to da administração federal, quando não incorrer em aumento de
vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
de outro, para se tornar exequível”. A mencionada definição, em-
bora seja discutível, vem sendo muito utilizada pelas bancas exa- • Atos ordinatórios
minadoras na elaboração de questões de provas de concurso pú- Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem
blico. Isso ocorreu na aplicação da prova para Assistente Jurídico ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro de dis-
do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi considerado correto ciplinar as relações internas da Administração Pública. Detalhare-
o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja prática dependa de mos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as instruções, as
vontade única de um órgão da administração, mas cuja exequibili- circulares, os avisos, as portarias, as ordens de serviço, os ofícios e
dade dependa da verificação de outro órgão, dá-se o nome de ato os despachos.
administrativo composto”. Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar a
Espécies atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo: as instru-
O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos ções que ordenam os atos que devem ser usados de forma interna
administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos na análise do pedido de utilização de bem público formalizado uni-
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e camente por particular.
atos punitivos. Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretan-
to, de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência.
• Atos normativos Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados por
Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é es- Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos corre-
miuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução latos aos respectivos Ministérios.
da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais, Portarias: são atos administrativos respectivamente editados
não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas, por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe do
versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos. Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria de-
terminando a instauração de processo disciplinar específico.
Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos po- Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos ordena-
dem ser: dores da adoção de conduta específica em circunstâncias especiais.
a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de obra públi-
chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação ca.
geral ou individual prevista na legislação, englobando também de Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se res-
forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das ponsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita
Casas Legislativas. e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como de
entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição de

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DIREITO ADMINISTRATIVO

informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por meio a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar
de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de Saú- a opinião do agente público a respeito de determinada questão de
de. ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de
Despachos: são atos administrativos eivados de poder decisó- licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico.
rio ou apenas de mero expediente praticados em processos admi- De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espé-
nistrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo disciplinar, cies de pareceres. São eles:
é emitido despacho especifico determinando a oitiva de testemu- 1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação
nhas. para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não
vincula a autoridade competente;
• Atos negociais 2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessaria-
Também chamados de atos receptícios, são atos administrati- mente elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a
vos de caráter administrativo editados a pedido do particular, com opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade
o fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o pa-
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração recer de forma motivada;
Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte 3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado de
desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão. forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade adminis-
Vejamos: trativa com o dever de acatá-lo.
a) Licença: possui algumas características. São elas:
— Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem
legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a li- o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos
cença; administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade, po-
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Admi- rém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas.
nistração se torna conivente com o exercício da atividade privada *Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal
como um todo; consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais,
— Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, indepen-
particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício. dentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário do- situações de interesse pessoal”.
tado da permissão do exercício de atividades específicas realizadas
pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado bem pú- c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
blico. Exemplo: a permissão para uso de bem público específico. certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
A permissão é dotada de características essenciais. São elas: de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as cer-
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Ad- tidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
ministração Pública concorda com o exercício da atividade privada, ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
bem como da utilização de bem público por particulares; públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de re-
— Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade tratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos da
administrativa é dotada de liberdade de análise referente à conve- Administração Pública.
niência e à oportunidade do ato administrativo;
— Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não ape- o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
nas de direito subjetivo ao ato. pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
c) Autorização: é detentora de características iguais às da per- contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
missão, vindo a constituir ato administrativo discricionário permis- de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°,
sionário do exercício de atividade específica pelo particular ou, da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que a per-
missão, a autorização possui como características: o ato de consen- • Atos punitivos
timento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo. Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos
são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de in-
d) Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador teresses dos administrados que vierem a atuar em desalento com
do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer
específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na edi-
o particular preencha devidamente os requisitos legais ção de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição
Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas te-
• Atos enunciativos nham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio
São atos administrativos que expressam opiniões ou, ain- da legalidade.
da, que certificam fatos no campo da Administração Pública. A dou- Podemos dividir as sanções em dois grupos:
trina reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres, 1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com supe-
as certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos: dâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos particu-
lares em geral. Exemplo: multa de trânsito.
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2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com em- É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido
basamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às demais condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar
pessoas que se encontram especialmente vinculadas à Administra- continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção
ção Pública. Exemplo: reprimenda imposta à determinada empresa do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo
contratada pela Administração. sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua
Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de prosti-
de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada tuição.
espécie:
Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de
aos administrados. um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu-
Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou suspen- lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar.
sivos do exercício de atividades diversas. Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de-
Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar
aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido
população em risco. fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento,
Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, a em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com
autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas à extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento
coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, si- a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis-
tuação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para mo- trativo.
mento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da medi- Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada
da, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização feita como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser
de forma prévia no processo administrativo, situação por intermé- proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen-
dio da qual, a ampla defesa será postergada para momento ulterior. tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên-
Sanções disciplinares: também chamadas de sanções funcio- cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria,
nais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores públicos acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de
e aos administrados possuidores de relação jurídica especial com a dados públicas.
Administração Pública, desde que tenha sido constatada a violação Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa-
ao ordenamento jurídico, bem como aos termos do negócio jurídi- recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad-
co. Um exemplo disso, é a demissão de servidor público que tenha vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários
cometido falta grave. para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas aos que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, as ocorreu na formação do ato.
sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de sujei-
ção especial de administrados específicos do poder disciplinar da Anulação
Administração Pública, como é o caso dos servidores e contratados. É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para o exterior de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
da Administração - as chamadas sanções externas - as sanções dis- e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle
ciplinares são aplicadas no interior da Administração Pública, - as de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou
denominadas sanções internas. legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito do
ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar o
Extinção do ato administrativo ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por conse-
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção guinte, revogá-lo, e não o anular.
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de Diferentemente da revogação, que mantém incidência somen-
Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá te sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto os atos
ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos, discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado pelo fato
vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito, de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de legalida-
vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção de.
objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do be- Em relação à competência, a anulação do ato administrativo
neficiário. viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo
Poder Judiciário.
Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando
meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de au-
ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu totutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do STF:
efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
situações:

Cassação

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PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a prin-
cípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a qual-
A Administração Pública pode declarar quer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de certos
SÚMULA 346
a nulidade dos seus próprios atos. limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia Zanella Di
A Administração pode anular seus pró- Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos:
prios atos, quando eivados de vícios a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a aná-
que os tornam ilegais, porque deles lise de conveniência e oportunidade;
não se originam direitos; ou revogá- b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não
SÚMULA 473 -los, por motivo de conveniência ou retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam
oportunidade, respeitados os direitos próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando
adquiridos, e ressalvada, em todos os transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público,
casos, a apreciação judicial. após o gozo do direito, não há como revogar o ato;
c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem o
praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de autori-
Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode ser in- dade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o praticou
vocado para anular o ato administrativo por motivo de ilegalidade, deixou de ser competente para revogá-lo;
bem como para revogá-lo por razões de conveniência e oportuni- d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados,
dade. votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela
A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por lei;
provocação do interessado. e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada
Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no exer- novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior;
cício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato admi- f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
nistrativo havendo pedido do interessado. adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF.
Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria
Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo legal- Convalidação
mente estabelecido. À vista da autonomia administrativa atribuída É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando
de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, inclu-
uma dessas esferas tem a possibilidade de, observado o princípio sive aqueles que foram gerados antes da providência saneadora.
da razoabilidade e mediante legislação própria, fixar os prazos para Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc, uma vez
o exercício da autotutela. que retroage à data da edição do ato original, mantendo-lhe todos
os efeitos.
Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua
âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez,
destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos, passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos.
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e
estipulação de prazos diferentes em outras esferas. anuláveis.
À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi
Revogação incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão, o
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela pró- art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a possibi-
pria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade, lidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos sanáveis,
sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de levando em conta que tal providência não acarrete lesão ao interes-
conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento se público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja destinada
do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e per- à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento tem sido
feito se torna inconveniente ao interesse público, a administração aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da existência de
pública poderá suprimi-lo por meio da revogação. dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante analogia com a
A revogação resulta de um controle de conveniência e oportu- esfera federal e também com fundamento na prevalência doutriná-
nidade do ato administrativo promovido pela própria Administra- ria vigente.
ção que o editou. Assim, é de suma importância esclarecermos que a jurispru-
É fundamental compreender que a revogação somente pode dência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em determina-
atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que das lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em decorrência do
quando a administração está à frente do motivo que ordena a prá- princípio da segurança jurídica.
tica do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória, não
lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de analisar a Decadência Administrativa
conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. Desta ma- O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi-
neira, não havendo possibilidade de análise de mérito para a edição to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter-
do ato, essa abertura passará a não existir para que o ato seja des- minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda
feito pela revogação. no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que
não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei.
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Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como


sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo PROCESSO ADMINISTRATIVO. LEI ESTADUAL Nº 12.209/2011
previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com
o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con- LEI Nº 12.209 DE 20 DE ABRIL DE 2011
funde com o exercício da ação para manifestá-lo”.
Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o dis- Dispõe sobre o processo administrativo, no âmbito da Admi-
posto legal sobre a decadência do direito de a administração pú- nistração direta e das entidades da Administração indireta, regidas
blica anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses pelo regime de direito público, do Estado da Bahia, e dá outras pro-
vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos: vidências.
Artigo 54. O direito da administração de anular os atos admi-
nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a As-
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, sembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
salvo comprovada má-fé.
§ 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de TÍTULO I -
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. PARTE GERAL
§ 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer me- CAPÍTULO I
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
dade do ato.”
O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai Art. 1º - Esta Lei dispõe sobre o processo administrativo no
no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi prati- âmbito da Administração direta e das entidades da Administração
cado. Isso significa que durante esse decurso, o administrado per- indireta regidas pelo regime de direito público, do Estado da Bahia,
manecerá submetido a revisões ou anulações do ato administrativo visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e
que o beneficia. ao mais justo e célere cumprimento dos fins da Administração.
Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, o ad- § 1º - As disposições desta Lei aplicam-se aos órgãos dos Pode-
ministrado poderá ter suas relações com a administração consolida- res Legislativo, Judiciário, ao Ministério Público e aos Tribunais de
das contando com a proteção da segurança jurídica. Contas do Estado e dos Municípios, no que se refere ao exercício de
Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do função administrativa.
Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento § 2º - As disposições desta Lei aplicam-se subsidiariamente aos
sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu: processos administrativos com disciplina normativa específica e às
“No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante sociedades de economia mista, empresas públicas e outras entida-
dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente des da Administração indireta regidas pelo regime de direito priva-
essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração do, no que couber.
tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não Art. 2º - Para os fins desta Lei, considera-se:
para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem que I - órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad-
estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em deca- ministração direta ou indireta;
dência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina do II - entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade
Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da jurídica;
proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático III- autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder
de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético, de decisão;
social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive, IV- procedimento administrativo: a sucessão ordenada de atos
as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável e formalidades tendentes à formação e manifestação da vontade da
o fato de que o Poder Público não se submente também a essa Administração Pública ou à sua execução;
consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo de- V- processo administrativo: a relação jurídica que se traduz em
curso do tempo.” procedimento qualificado pelo contraditório e ampla defesa.
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe Art. 3º - A Administração Pública obedecerá aos princípios da
de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, ce-
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e leridade, razoabilidade, proporcionalidade, motivação, devido pro-
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de cesso legal e ampla defesa, segurança jurídica, oficialidade, verdade
usar abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato adminis- material, gratuidade e, quando cabível, da instrumentalidade das
trativo, o que proporciona maior equilíbrio entre as partes interes- formas.
sadas. § 1º - Somente a lei pode condicionar o exercício de direito,
Em resumo, é de grande importância o posicionamento adota- impor dever, prever infração ou prescrever sanção.
do pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só tempo, § 2º - A Administração respeitará padrões éticos de probida-
propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de conta- de, decoro e boa-fé, procedendo, na relação com os administrados,
gem do prazo decadencial. com lealdade, correção e coerência, sem abuso das prerrogativas
especiais que lhe são reconhecidas.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 3º - A Administração zelará pela celeridade dos processos VIII- obter informações sobre despesas realizadas por todos
administrativos, ordenando e promovendo o que for necessário ao os órgãos e entidades da Administração direta e indireta, execução
seu andamento e à sua justa e oportuna decisão, sem prejuízo da orçamentária, licitações, contratações, convênios, diárias e passa-
estrita observância aos princípios do contraditório e ampla defesa. gens.
§ 4º - As decisões administrativas que colidam com direitos sub- Parágrafo único - Na hipótese de violação aos direitos previs-
jetivos dos administrados devem guardar adequação entre meios tos neste artigo, por ato imputável à Administração, o postulante
e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em poderá apresentar reclamação formal à autoridade imediatamente
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento superior para adoção das providências cabíveis.
do interesse público. Art. 5º - Ressalvados os casos previstos em lei, é assegurado
§ 5º - As decisões da Administração serão divulgadas no veículo ao administrado o direito a obter certidão para defesa de direitos e
oficial, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição, esclarecimentos de interesse pessoal, na forma prevista na Consti-
observada a proibição de publicidade para promoção pessoal de tuição Federal.
agentes ou autoridades. Art. 6º - É assegurado ao administrado o direito a obter docu-
§ 6º - A Administração não poderá privilegiar, beneficiar, pre- mento, com certificação da sua autenticidade, que se encontre em
judicar ou privar de qualquer direito o administrado, em razão de poder da Administração.
sexo, raça, cor, língua, religião, convicção política ou ideológica, ní- Art. 7º - É assegurada, em qualquer instância, prioridade da
vel de escolaridade, situação econômica ou condição social, ressal- tramitação dos processos administrativos e na execução dos atos e
vadas as situações previstas em lei. diligências em que o postulante ou interveniente for:
§ 7º - A norma administrativa será interpretada da forma que I - pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos, na for-
melhor garanta o atendimento ao fim público a que se dirige, sendo ma definida em regulamento; II - pessoa portadora de necessidades
vedada a aplicação retroativa de nova interpretação para os atos já especiais ou de doença grave, na forma definida em regulamento.
publicados. § 1º - Na hipótese prevista no inciso I, o requerimento de prio-
§ 8º - A Administração verificará os fatos que motivam a deci- ridade será instruído com a comprovação da idade mediante cópia
são nos processos administrativos, cabendo ao órgão responsável de documento de identificação expedido por órgão oficial e dirigido
adotar as medidas instrutórias pertinentes, ainda que não requeri- à autoridade competente para decidir o feito, que determinará as
das pelo postulante. providências a serem cumpridas, consignando essa circunstância de
§ 9º - O processo administrativo adotará formas simples e su- modo visível nos autos do processo, na forma definida em regula-
ficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e res- mento.
peito aos direitos do administrado. § 2º - Na hipótese prevista no inciso II, o requerimento deverá
§ 10 - O direito de petição será exercido independentemente ser instruído com documentação comprobatória da sua condição
da cobrança de taxas, sendo vedado à Administração recusar-se a especial, ocasião em que a autoridade administrativa determinará
receber petição, sob pena de responsabilidade do agente público. a imediata realização de inspeção pela junta médica oficial ou ór-
gão equivalente, para fins de aferição do seu enquadramento nas
CAPÍTULO II hipóteses previstas em regulamento, bem como para a avaliação da
DOS DIREITOS E DEVERES DO ADMINISTRADO gravidade da enfermidade.
Art. 8º - São deveres do administrado perante a Administração,
Art. 4º - São direitos do administrado ao postular no processo sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
administrativo, sem prejuízo de outros que lhe forem assegurados: I- expor os fatos conforme a verdade;
I- ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, os II- proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
quais deverão colocar à disposição meios para o exercício de seus III- prestar informações e apresentar documentos que lhe fo-
direitos e cumprimento de suas obrigações; rem solicitados, bem como colaborar para o esclarecimento dos
II- obter decisão final motivada, com observância dos prazos fatos;
fixados em lei, sobre requerimentos ou denúncias formuladas; IV- indicar endereço físico e, se for o caso, endereço eletrônico,
III- ter ciência da tramitação dos processos administrativos em para fins de recebimento de notificação e intimação de atos proces-
que figure como interessado, bem como das manifestações definiti- suais e informar alterações posteriores.
vas e das decisões proferidas; Parágrafo único - É dever do servidor público atender convo-
IV- ter vista dos autos na repartição na qual tramita o processo, cação para prestar informações ou figurar como testemunha em
pessoalmente ou por procurador legalmente constituído, ressalva- processo administrativo, salvo motivo justificado.
dos os casos previstos em lei;
V- obter cópia dos autos na repartição em que tramita o pro- CAPÍTULO III
cesso, ressalvados os casos previstos em lei, mediante pagamento DOS POSTULANTES NO PROCESSO ADMINISTRATIVO
de taxas discriminadas em lei específica;
VI- formular alegações, produzir provas e interpor recursos, os Art. 9º - São legitimados para postular no processo adminis-
quais serão obrigatoriamente objeto de apreciação e manifestação trativo:
motivada da autoridade competente; I- a pessoa física, jurídica ou associação, titular de direito ou
VII- fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo interesse individual, ou no exercício de representação;
quando obrigatória a representação legal; II- aquele que, sem ter dado início ao processo, tenha direito ou
interesse que possa ser afetado pela decisão adotada;
III- a pessoa física ou jurídica, quanto a direitos e interesses co-
letivos e difusos.
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§ 1º - A atuação de associação dependerá de comprovação de IV- local para recebimento das comunicações, inclusive ende-
pertinência temática entre suas finalidades institucionais e os inte- reço eletrônico, se for o caso; V - pedido, com exposição dos fatos
resses que visa defender e, quando necessário, de autorização da e fundamentos;
respectiva assembleia geral. VI - indicação das provas que pretende ver juntadas aos autos
§ 2º - A intervenção de terceiro no processo dependerá de de- e que se encontrem em poder do órgão ou entidade competente
cisão da autoridade competente, quando comprovado o interesse. para apreciação do pedido.
§ 1º - O requerimento será desde logo instruído com a prova
CAPÍTULO IV documental de que o postulante disponha.
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS § 2º - É vedada à Administração a recusa imotivada a receber
qualquer requerimento, devendo o postulante ser orientado quan-
Art. 10 - Os atos do processo administrativo não dependem de to ao saneamento de eventuais falhas.
forma determinada, senão quando a lei exigir, podendo ser utiliza- Art. 16 - O processo administrativo iniciado a pedido do inte-
dos modelos padronizados pela Administração. ressado se sujeita à seguinte tramitação:
§ 1º - Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, I- o órgão que receber o requerimento providenciará a autu-
em vernáculo, com a data, local de realização e assinatura da auto- ação e encaminhamento à repartição competente, no prazo de 10
ridade responsável. (dez) dias;
§ 2º - Salvo em caso de imposição legal, o reconhecimento de II- se o requerimento houver sido dirigido a órgão incompeten-
firma somente será exigido quando houver dúvida a respeito da au- te, este providenciará seu encaminhamento à unidade adequada,
tenticidade. notificando-se o postulante;
§ 3º - A autenticação de documentos exigidos poderá ser feita III- constatado o não atendimento aos requisitos previstos no
pelo órgão administrativo. art.15 desta Lei, o postulante será intimado para, no prazo de 10
§ 4º - Os autos do processo deverão ter suas páginas nume- (dez) dias, suprir a omissão, sob pena de não conhecimento do re-
radas sequencialmente e rubricadas, desde o ato de instauração, querimento.
vedado o desentranhamento de qualquer documento sem autori- Art. 17 - Os órgãos e entidades poderão elaborar modelos ou
zação motivada da autoridade competente. formulários padronizados para assuntos que importem pretensões
§ 5º - Cabe ao servidor incumbido da tramitação do processo equivalentes.
lançar as certidões relativas ao cumprimento de atos ordinatórios, Art. 18 - Dois ou mais administrados podem postular em con-
especialmente conclusão para despacho ou decisão, remessa, jun- junto, no mesmo processo, quando forem idênticos o conteúdo ou
tada ou desentranhamento de documentos e apensamento de au- os fundamentos do pedido, salvo disposição normativa em contrá-
tos, quando tais providências forem determinadas em despacho ou rio.
decisão. Art. 19 - Quando dois ou mais postulantes pretenderem da Ad-
Art. 11 - Os atos do processo realizar-se-ão em dias úteis, em ministração o reconhecimento ou atribuição de direitos conexos ou
horário normal do expediente administrativo e, preferencialmente, que se excluam mutuamente, a autoridade competente, mediante
no órgão em que tramitar o processo. decisão fundamentada, ordenará a reunião dos processos a fim de
Parágrafo único - Serão concluídos depois do horário normal que sejam decididos simultaneamente.
os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do Art. 20 - Quando o processo administrativo for iniciado a pe-
procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. dido de mais de um postulante e a prática conjunta dos atos ins-
Art. 12 - Inexistindo disposição específica, os atos da autorida- trutórios causar prejuízo ao exame da matéria, a autoridade com-
de competente e dos administrados, que participem do processo, petente, mediante decisão fundamentada, poderá determinar o
devem ser praticados no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único - O desmembramento do processo.
prazo previsto neste artigo poderá ser prorrogado, mediante com-
provada justificação. CAPÍTULO VI
DA INSTRUÇÃO
CAPÍTULO V
DO INÍCIO DO PROCESSO Art. 21 - As atividades de instrução destinam-se a subsidiar a
motivação dos atos decisórios e se realizam de ofício, por iniciativa
Art. 13 - O processo administrativo inicia-se de ofício, a pedido da Administração, sem prejuízo do direito do interessado de reque-
do interessado ou por denúncia de qualquer administrado. rer e produzir prova.
Art. 14 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no § 1º - O órgão competente para a instrução do processo regis-
serviço público é obrigada a promover sua imediata apuração, sob trará nos autos os elementos necessários para a tomada de decisão
pena de responsabilidade, observado o procedimento previsto no e elaborará relatório conclusivo, indicando o pedido inicial, o con-
Capítulo VI desta Lei. teúdo das fases do procedimento e, se não for competente para
Art. 15 - O requerimento inicial, devidamente datado e assina- julgamento, proposta de decisão.
do pelo postulante ou pelo seu representante legal, será formulado § 2º - Os atos de instrução serão realizados do modo menos
por escrito e conterá os seguintes requisitos: oneroso para o interessado.
I- órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; § 3º - Os atos de instrução realizados por meio eletrônico serão
II- qualificação do postulante, com indicação do domicílio; registrados nos autos.
III- instrumento de mandato, quando assistido por represen- Art. 22 - São admitidos no processo administrativo os meios de
tante legal; prova permitidos em direito.

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§ 1º - É admitida a prova emprestada, produzida validamente § 3º - Ultrapassado o prazo, caso a demora possa causar prejuí-
em outro processo administrativo ou processo judicial, desde que zos graves ao interesse público, o Chefe do Executivo poderá avocar
seja garantido ao postulante ou ao notificado o exercício do direito a competência de órgão da Administração direta hierarquicamente
ao contraditório sobre esta prova. vinculado.
§ 2º - Será recusada, em decisão fundamentada, a prova consi- § 4º - As providências ou decisões resultantes das sessões da
derada impertinente, desnecessária, protelatória ou ilícita, a qual, conferência de serviço serão lavradas em ata.
neste caso, deverá ser desentranhada dos autos. Art. 29 - O parecer emitido pelo órgão consultivo, quando exigi-
§ 3º - A arguição de falsidade do documento será processada do por disposição de ato normativo, integrará a instrução processu-
como incidente processual. Art. 23 - Cabe ao interessado a prova al para subsidiar a decisão da autoridade competente.
dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao Parágrafo único - Inexistindo disposição específica determinan-
órgão competente para a instrução, mediante a juntada dos docu- do a manifestação do órgão consultivo, durante a instrução proces-
mentos que se encontram em seu poder. sual, a solicitação do seu pronunciamento deverá ser justificada.
Art. 24 - Quando for necessária a prestação de informação ou a Art. 30 - Quando, por disposição de ato normativo, houver ne-
apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, será expe- cessidade de obtenção prévia de laudo técnico de órgão adminis-
dida intimação para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e trativo e este não cumprir o encargo no prazo assinalado, o órgão
condições de atendimento. responsável pela instrução poderá solicitar laudo técnico de outro
§ 1º - Não sendo atendida a intimação, o órgão competente, se órgão oficial, dotado de qualificação e capacidade técnica equiva-
entender relevante a matéria, e desde que possível, poderá suprir lentes.
de ofício a omissão, não se eximindo do dever de decidir. Art. 31 - É assegurada ao postulante a faculdade de apresentar
§ 2º - Quando informação, prática de ato ou documento solici- manifestação final após o encerramento da instrução processual.
tados ao interessado, for imprescindível à apreciação de pedido for- Parágrafo único - Se, após a manifestação final, e antes de
mulado, o não atendimento da solicitação implicará arquivamento proferida decisão, novos documentos forem juntados aos autos,
fundamentado do processo. o postulante deverá ser intimado para se pronunciar. Art. 32 - A
Art. 25 - Quando os elementos colhidos puderem conduzir ao autoridade julgadora poderá, se entender necessário para a busca
agravamento da situação jurídica do postulante, será ele intimado da verdade material, determinar a realização de diligências comple-
para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias. mentares.
Art. 26 - Além das hipóteses previstas em legislação específica,
quando o processo envolver matéria de repercussão geral ou inte- CAPÍTULO VII
resse público relevante, o órgão competente poderá, mediante des- DOS ATOS DECISÓRIOS
pacho motivado, antes da decisão final, promover consulta pública
para manifestação de terceiros, cujo resultado integrará a instrução Art. 33 - A Administração emitirá decisão motivada nos proces-
do processo. sos administrativos, bem como sobre solicitações ou reclamações,
§ 1º - A consulta pública será objeto de divulgação pelos meios indicando de forma clara e precisa os fundamentos de fato e de
oficiais, a fim de que terceiros possam ter vista do processo na re- direito que embasaram a decisão.
partição, fixando-se prazo para oferecimento de manifestações es- § 1º - Em decisões reiteradas sobre a mesma matéria, poderão
critas. ser reproduzidos os fundamentos integrantes da motivação do ato
§ 2º - A participação na consulta pública não confere ao tercei- decisório, desde que não fique prejudicado direito ou garantia do
ro a condição de interessado no processo, mas lhe garante o direito postulante.
de obter da Administração resposta fundamentada. § 2º - A motivação de decisão, inclusive quando proferida por
§ 3º - A consulta pública poderá implicar a realização de audi- órgão colegiado ou comissão, constará em ata ou termo escrito,
ência pública para debates sobre a matéria do processo. que figurará como parte integrante do ato.
§ 4º - Caberá à autoridade que presidir a audiência pública se- Art. 34 - A Administração tem o dever de emitir decisão final no
lecionar as pessoas que serão ouvidas, divulgar a lista dos habilita- processo, sob pena de responder, na forma da lei, pelos prejuízos
dos, determinando a ordem dos trabalhos e fixando o tempo que decorrentes do perecimento do direito do postulante.
cada um disporá para se manifestar. Parágrafo único - Responderá regressivamente o servidor ou
§ 5º - Os trabalhos da audiência pública serão registrados e autoridade que der causa ao perecimento do direito do postulante.
juntados aos autos do processo. Art. 27 - Os órgãos e entidades Art. 35 - Os efeitos do ato decisório terão início a partir da sua
administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros publicação pelos meios previstos em ato normativo.
meios de participação no processo, diretamente ou por meio de Parágrafo único - A decisão definitiva, considerando razões de
organizações e associações legalmente constituídas. segurança jurídica ou de relevante interesse social, motivadamente,
Art. 28 - No exame de matéria que envolva diferentes interes- poderá estabelecer restrição aos seus efeitos ou determinar o início
ses setoriais, o Chefe do Executivo poderá convocar conferência de de sua eficácia, a partir do ato decisório ou de momento específico.
serviço, reunindo os órgãos e entidades competentes, a fim de emi-
tir decisão célere. CAPÍTULO VIII
§ 1º - Sempre que possível, a conferência será realizada em ses- DA DESISTÊNCIA E EXTINÇÃO DO PROCESSO
são única.
§ 2º - Em casos de urgência, o Chefe do Executivo poderá esta- Art. 36 - O postulante poderá, mediante manifestação escrita,
belecer prazo máximo para a providência ou decisão de cada órgão desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou renunciar a
ou entidade, sob pena de responsabilização funcional das autorida- direitos disponíveis.
des que se omitirem.
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§ 1º - Havendo vários postulantes, a desistência ou renúncia administrativos, bem como sobre solicitações ou reclamações, em
atinge somente quem a tenha formulado. matéria de sua competência, no prazo de 30 (trinta) dias, contados
§ 2º - A desistência ou renúncia, conforme o caso, não preju- da data em que receber os autos conclusos.
dica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar Parágrafo único - O prazo previsto no caput pode ser prorroga-
que o interesse público assim o exige. do por igual período, mediante motivação expressa.
Art. 37 - O órgão competente, mediante ato decisório funda- Art. 46 - Os pronunciamentos de órgãos consultivos serão emi-
mentado, declarará extinto o processo quando exaurida sua finali- tidos no prazo máximo de 30 (trinta) dias, prorrogável, mediante
dade ou se o objeto da decisão for impossível, ineficaz ou prejudi- justificativa, por mais 15 (quinze) dias, contados da data do recebi-
cado por fato superveniente. mento dos autos, salvo norma especial em sentido diverso.
Art. 38 - A Administração poderá desarquivar o processo, por Parágrafo único - Nos processos que envolvam licitações e con-
motivo justificado ou em razão de fato superveniente. tratos celebrados pelo Poder Público, o prazo previsto no caput será
reduzido para 15 (quinze) dias, prorrogável uma única vez por igual
CAPÍTULO IX período, por força de motivo justificado.
DA INVALIDAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO Art. 47 - Compete à autoridade julgadora verificar se foram ex-
cedidos, sem motivo legítimo, os prazos previstos nesta Lei, deter-
Art. 39 - A Administração tem o dever de invalidar seus pró- minando, se for o caso, a instauração de processo administrativo
prios atos, quando eivados de vícios de legalidade, e pode revogá- disciplinar.
-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os Art. 48 - O prazo para que o postulante atenda à solicitação da
direitos adquiridos. Administração quanto à prática de ato destinado à regularização do
§ 1º - Os atos administrativos ilegais de que decorram efeitos processo ou para juntada de documento é de 10 (dez) dias, salvo
favoráveis ao administrado deverão ser invalidados no prazo de 05 disposição expressa em contrário prevista em legislação específica.
(cinco) anos, contados da data em que foram praticados. § 1º - Decorrido o prazo previsto no caput, extingue-se o direito
§ 2º - Na hipótese de comprovada má-fé do administrado, a do postulante de praticar o ato, independentemente de declaração
qualquer tempo, a Administração invalidará o ato ilegal e adotará da autoridade administrativa, salvo se comprovar que não o reali-
medidas para o ressarcimento ao erário, se for o caso. zou por justa causa, observado o disposto no art. 24, § 2º, desta Lei.
Art. 40 - Os motivos de conveniência ou oportunidade, que de- § 2º - Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à von-
terminarem a revogação do ato administrativo, deverão ser expres- tade do postulante, e que o impediu de praticar o ato por si ou por
samente indicados pela autoridade. mandatário.
Art. 41 - Os atos que apresentarem defeitos sanáveis deverão § 3º - Verificada a justa causa, a autoridade administrativa com-
ser convalidados pela própria Administração, desde que não acar- petente concederá ao postulante prazo razoável para a prática do
retem lesão ao interesse público, à moralidade administrativa ou ato.
prejuízo a terceiros.
Parágrafo único - É vedada a convalidação de ato cuja legalida- CAPÍTULO XI
de tenha sido objeto de impugnação perante a Administração. DOS ATOS DE COMUNICAÇÃO

CAPÍTULO X Art. 49 - Notificação é o ato pelo qual a Administração convoca


DOS PRAZOS alguém para integrar o processo administrativo, a fim de que apre-
sente defesa sobre os fatos descritos pela autoridade competente.
Art. 42 - Os prazos começam a correr a partir do primeiro dia § 1º - A notificação deverá conter a descrição dos fatos e a indi-
útil após a ciência oficial do postulante. cação dos dispositivos legais supostamente violados, e será acom-
§ 1º - Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos panhada de cópia do documento inaugural do processo administra-
excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento. tivo, assinalando prazo para manifestação.
§ 2º - Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se § 2º - A notificação é condição de validade do processo admi-
o vencimento cair em dia em que não houver expediente na repar- nistrativo, sendo que o comparecimento espontâneo do notificado
tição ou em que for encerrado antes da hora normal. supre a sua falta.
§ 3º - Os prazos expressos em dias contam-se de modo contí- § 3º - Comparecendo o notificado apenas para arguir nulida-
nuo, não se interrompendo nos feriados. de, considerar-se-á feita a notificação na data que for intimado da
§ 4º - Os prazos fixados em meses ou anos contam-se data a decisão.
data e, se no mês do vencimento não houver o dia equivalente ao § 4º - Se o notificado não souber ou não puder assinar a notifi-
fixado como início do prazo, considera-se termo final o último dia cação, o seu representante legal ou servidor público assinará a rogo,
do mês. pelo notificado, na presença, se possível, de duas testemunhas, de-
Art. 43 - Se o postulante falecer no decorrer do processo, os vendo descrever a situação, mediante termo nos autos.
prazos começarão a correr a partir da intimação da decisão que re- Art. 50 - Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos
conhecer a legitimidade do sucessor. atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma
Art. 44 - Encerrada a instrução processual, o agente público coisa, ou das decisões que resultem imposição de deveres, ônus,
responsável remeterá, no prazo de 10 (dez) dias, os autos conclu- sanções, restrição ao exercício de direitos ou de atividades de seu
sos à autoridade competente para expedir o ato decisório. Art. 45 interesse.
- A autoridade julgadora emitirá decisão motivada nos processos Art. 51 - Os atos de comunicação serão realizados preferencial-
mente na seguinte ordem:

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I- mediante mensagem enviada ao endereço eletrônico § 3º - Na hipótese do recorrente alegar que a decisão contraria
(e-mail), com confirmação de leitura, ou por fac-símile; enunciado de súmula vinculante ou orientação uniforme da juris-
II- mediante remessa por via postal, com aviso de recebimento; prudência administrativa e a autoridade não reconsiderar sua deci-
III- pessoalmente, mediante aposição de data e assinatura do são, o despacho de encaminhamento à autoridade superior deverá
destinatário no instrumento ou expediente, ou através de lavratura explicitar as razões da manutenção da decisão recorrida.
de termo em livro próprio, se houver; Art. 55 - Cabe recurso administrativo para suprir omissão ou
IV- por edital publicado no Diário Oficial do Estado. recusa da autoridade em emitir decisão ou se manifestar acerca de
§ 1º - Os atos de comunicação dirigidos a agentes públicos, ca- requerimento apresentado.
dastrados no sistema digital da Administração, deverão ser realiza- § 1º - O prazo para interposição de recurso administrativo é de
dos por via eletrônica. 10 (dez) dias, contados a partir do trigésimo dia após a data que lhe
§ 2º - Consideram-se efetivadas a notificação e a intimação: fora fixada para emitir decisão, ressalvados os casos previstos em
I- quando por via eletrônica, na data da confirmação de leitura, legislação específica.
quando se tratar de pessoa cadastrada no sistema digital do órgão § 2º - O recurso administrativo será dirigido à autoridade ime-
ou entidade, de acordo com o previsto no Capítulo XVI, do Título I, diatamente superior, a qual poderá proferir decisão ou adotar pro-
desta Lei; vidências para suprir a omissão, sem prejuízo da apuração de res-
II- quando por via postal, na data de juntada aos autos do aviso ponsabilidade.
de recebimento; III - quando pessoal, na data da aposição da ciên- Art. 56 - São irrecorríveis os atos de mero expediente e prepa-
cia no instrumento ou expediente; IV - quando por edital, três dias ratórios de decisão. Art. 57 - A interposição de recurso independe
após sua publicação. de caução ou depósito prévio.
Art. 52 - O ato de comunicação será obrigatoriamente pessoal Art. 58 - São legitimados para recorrer:
quando: I - o processo envolver interesse de incapaz; I- os postulantes relacionados no art. 9º desta Lei;
I- o destinatário da comunicação residir em local não atendido II- aqueles que forem indiretamente afetados pela decisão re-
pela entrega domiciliar de correspondência; corrida.
II- o destinatário for agente público, encontrar-se na repartição Art. 59 - Salvo disposição legal em contrário, a interposição de
e inexistir possibilidade de comunicação por meio eletrônico. recurso não suspende os efeitos da decisão.
Parágrafo único - Será determinada a notificação pessoal ou § 1º - Havendo justo receito de prejuízo de difícil ou incerta re-
por via postal quando for realizada a notificação por via eletrônica e paração, decorrente dos efeitos da decisão recorrida, a autoridade
o sistema não registrar confirmação de leitura no prazo de 10 (dez) a quem incumbir o conhecimento do recurso poderá, de ofício ou a
dias, contados a partir da sua expedição. pedido, e motivadamente, atribuir-lhe efeito suspensivo.
Art. 53 - O ato de comunicação será realizado por edital: § 2º - Requerida a concessão de efeito suspensivo, a autoridade
I- quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que o no- recorrida apreciará o pedido no prazo de 05 (cinco) dias, sendo que
tificado ou o postulante se encontrar; desta decisão não caberá recurso.
II- quando houver fundada suspeita de ocultação para frustrar Art. 60 - O recurso não será conhecido quando interposto:
o recebimento do ato de comunicação; I- fora do prazo;
III- nos demais casos expressos em lei. II- perante órgão incompetente;
Parágrafo único - São requisitos para a notificação e intimação III- por quem não tenha legitimação;
por edital: IV- depois de esgotados todos os recursos cabíveis na esfera
IV- declaração formal da autoridade competente, por termo administrativa.
dos autos, acerca das circunstâncias previstas nos incisos I e II do § 1º - Na hipótese do inciso II deste artigo, deverá a autoridade
caput deste artigo; remetê-lo, de ofício, ao órgão competente para exercer o juízo de
V- fixação do edital na sede da repartição onde tramita o pro- admissibilidade, ou indicar ao recorrente a autoridade competente,
cesso; hipótese em que lhe será devolvido o prazo.
VI- publicação do edital no órgão oficial, com juntada aos autos § 2º - O não conhecimento do recurso não impede a Adminis-
de cópia do ato publicado. tração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida pre-
clusão administrativa.
CAPÍTULO XII Art. 61 - Conhecido o recurso, a autoridade competente inti-
DOS RECURSOS, DA REVISÃO E DO PEDIDO DE RECONSI- mará os demais interessados para, no prazo de 10 (dez) dias, ou em
DERAÇÃO outro prazo fixado em lei específica, apresentarem alegações.
Art. 54 - Das decisões definitivas no processo cabe recurso hie- Art. 62 - Cabe à autoridade competente decidir o recurso, con-
rárquico, devolvendo o conhecimento da matéria impugnada. firmando, anulando, total ou parcialmente, ou revogando a decisão
§ 1º - Salvo disposição legal específica, o prazo para interposi- recorrida, quanto à matéria de sua competência.
ção de recurso hierárquico é de 10 (dez) dias, contado da ciência ou Parágrafo único - O julgamento do recurso não poderá agravar
divulgação oficial da decisão recorrida. a situação do recorrente sem a sua prévia intimação para se mani-
§ 2º - O recurso hierárquico conterá os motivos de fato e de festar no prazo de 10 (dez) dias, salvo na hipótese em que o vício
direito que fundamentam o pedido de nova decisão e será dirigido de legalidade verificado envolver matéria já suscitada nas razões
à autoridade que a proferiu, a qual, se não a reconsiderar no prazo do recurso.
de 10 (dez) dias, o encaminhará à autoridade superior. Art. 63 - O recorrente poderá, a qualquer tempo, mediante ma-
nifestação escrita, sem anuência da Administração, desistir total ou
parcialmente do recurso.

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Art. 64 - Havendo vários postulantes no mesmo processo, a Art. 74 - O agente público, que exorbitar os limites de suas atri-
interposição do recurso por um deles a todos aproveita, salvo se buições, decorrentes da competência que legalmente lhe for con-
distintos ou opostos os interesses. ferida, responderá administrativamente pelo abuso de poder, sem
Art. 65 - Quando os autos em que foi exarada a decisão recor- prejuízo da responsabilização penal e cível.
rida tiverem que permanecer na repartição de origem, o recurso
será autuado em separado, transladando-se cópias dos elementos CAPÍTULO XIV
necessários para apreciação da matéria. DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Art. 66 - Havendo outros postulantes com interesses contra-
postos, serão eles intimados para oferecimento de contra-razões no Art. 75 - É impedido de atuar em processo administrativo o ser-
prazo de 10 (dez) dias. vidor ou autoridade que:
Art. 67 - Da decisão definitiva proferida em processo adminis- I- seja cônjuge, companheiro ou parente e afins até terceiro
trativo que resulte gravame à situação do administrado, cabe pedi- grau do postulante ou do notificado;
do de revisão, desde que surjam fatos ou provas novas capazes de II- esteja litigando judicial ou administrativamente com o pos-
justificar a modificação do ato decisório. tulante ou respectivo cônjuge, companheiro ou parente e afins até
Art. 68 - É admitido pedido de reconsideração, no prazo de 10 o terceiro grau;
(dez) dias, das decisões de competência originária do Chefe do Po- III- tenha cônjuge, companheiro ou parente e afins até segundo
der Executivo ou dirigente máximo da pessoa jurídica da Adminis- grau figurando como advogado, defensor dativo ou representante
tração indireta. legal do postulante ou do notificado;
Parágrafo único - O pedido de reconsideração não poderá ser IV- tenha participado ou venha a participar como perito, tes-
renovado e observará, no que couber, o regime dos recursos hierár- temunha, pregoeiro, representante ou auditor, ou se tais situações
quico e administrativo. ocorrerem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até
o terceiro grau;
CAPÍTULO XIII V- tenha conduzido expediente de apuração prévia, integrado
DA COMPETÊNCIA comissão ou órgão deliberativo responsável pela análise dos atos
que fundamentaram a instauração do processo administrativo.
Art. 69 - A competência para apreciação do processo adminis- § 1º - Na hipótese do inciso III deste artigo, o impedimento só
trativo será do órgão vinculado à matéria versada, salvo disposição se verifica quando o advogado já estava atuando no processo.
legal ou regulamentar em contrário, devendo ser iniciado perante a § 2º - É vedado ao não ocupante de cargo ou emprego público
autoridade de menor grau hierárquico para decidir. efetivos integrar comissão processante.
Art. 70 - A competência é irrenunciável, intransferível, imodi- Art. 76 - A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen-
ficável pela vontade do agente público e é exercida pelos agentes, to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se
órgãos e entidades administrativas a que a lei atribui como própria. de atuar.
Art. 71 - Salvo vedação legal, o agente público poderá delegar Parágrafo único - A omissão do dever de comunicar o impedi-
parte do exercício de sua competência quando for conveniente em mento constitui falta grave, sujeita à responsabilização disciplinar.
razão de circunstâncias de natureza técnica, social, econômica, ju- Art. 77 - São causas de suspeição para atuar no processo admi-
rídica ou territorial. nistrativo o servidor ou autoridade que:
§ 1º - O ato de delegação indicará as matérias e as atribuições I - tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum pos-
transferidas, bem como as ressalvas quanto ao exercício da com- tulante ou notificado; II - tenha interesse direto ou indireto no pro-
petência delegada, podendo ser revogado a qualquer tempo pela cesso administrativo;
autoridade delegante. II- seja postulante ou notificado em processo administrativo de
§ 2º - Os atos proferidos no exercício de poder delegado men- objeto análogo;
cionarão expressamente essa qualidade. III- seja credor ou devedor do postulante ou notificado, ou dos
§ 3º - O ato de delegação e sua revogação serão divulgados por seus respectivos cônjuges, companheiros ou parentes e afins até o
meio de publicação oficial. terceiro grau;
Art. 72 - São indelegáveis, dentre outras hipóteses previstas em IV- tiver orientado algum dos postulantes acerca do objeto em
legislação específica: exame.
I - a edição de atos normativos que regulem direitos e deveres Parágrafo único - Poderá o servidor ou autoridade declarar-se
dos administrados; II - a decisão de recursos administrativos; suspeito por motivo de foro íntimo.
II- as atribuições de competência exclusiva do órgão ou auto- Art. 78 - O incidente de suspeição será arguido perante a auto-
ridade; ridade ou comissão responsável pela condução do feito e tramitará
III- as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização em autos apartados.
expressa e na forma prevista no ato delegatório; Art. 79 - Quando o servidor ou a autoridade excepta não re-
IV- a totalidade da competência do órgão ou aquela essencial conhecer como legítima a causa de suspeição, será dado início ao
que justifique sua existência. Parágrafo único - O órgão colegiado incidente processual, que, uma vez concluído, será encaminhado
não pode delegar suas atribuições, mas apenas a execução material para a autoridade julgadora.
de suas deliberações. § 1º - O excepiente deverá instruir o incidente com as provas
Art. 73 - É permitida, em caráter excepcional e por motivos re- documentais da suspeição, salvo se necessária dilação probatória,
levantes devidamente justificados, a avocação temporária de com- oportunidade em que deverá requerer a produção das provas, arro-
petência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. lando o número máximo de 03 (três) testemunhas.

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§ 2º - Quando a suspeição se dirigir ao responsável pela con- b) assinatura cadastrada, obtida perante a Administração, con-
dução do processo, a autoridade julgadora designará outro servidor forme disposto em regulamento;
para a instrução do incidente processual. I- sistema: conjunto de rotinas e procedimentos informatizados
§ 3º - O excepto integrante da comissão será afastado do encar- criados para produzir efeitos de tramitação processual a partir da
go até a conclusão do incidente. operação nele realizada;
Art. 80 - O indeferimento do incidente de suspeição poderá ser II- ambiente digital: local próprio de armazenamento e proces-
objeto de recurso hierárquico, sem efeito suspensivo. samento de informações processuais realizadas por meio eletrôni-
co.
CAPÍTULO XV Art. 87 - A prática de atos processuais por meio eletrônico será
DO INCIDENTE DE FALSIDADE DOCUMENTAL admitida mediante uso de assinatura eletrônica digital ou cadastra-
da, sendo obrigatório o prévio credenciamento na Administração.
Art. 81 - O incidente de falsidade documental pode ser instau- § 1º - O credenciamento será realizado mediante procedimen-
rado em qualquer fase do processo administrativo, de ofício ou a to no qual seja assegurada a inequívoca identificação do interessa-
pedido do interessado, a quem caberá suscitá-lo na defesa ou no do, conforme disposto em regulamento.
prazo de 10 (dez) dias, contados da intimação da sua juntada aos § 2º - Ao credenciado será atribuído registro e meio de acesso
autos. ao sistema, de modo a preservar o sigilo, identificação e autentici-
Parágrafo único - A arguição de falsidade documental estará dade das comunicações.
sujeita ao exame de admissibilidade pela autoridade processante, Art. 88 - Consideram-se realizados os atos processuais por meio
a qual sustará o processo até a decisão final acerca da falsidade ou eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema, que fornecerá o
autenticidade do documento. respectivo protocolo eletrônico, gerando confirmação da prática do
Art. 82 - Quando o incidente for promovido pelo interessado, ato.
a petição será dirigida à autoridade competente para a instrução, § 1º - Quando a petição for enviada para atender prazo pro-
e deverá demonstrar os motivos pelos quais reputa falso o docu- cessual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até às 24
mento. (vinte e quatro) horas do seu último dia.
Art. 83 - Admitido incidente de falsidade documental, a parte § 2º - Se a transmissão se tornar indisponível por motivo téc-
que produziu o documento será intimada para, no prazo de 10 (dez) nico, o prazo previsto no § 1º deste artigo ficará automaticamente
dias, manifestar-se e apresentar prova acerca da veracidade do do- prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução do proble-
cumento questionado, podendo ser determinado o exame pericial, ma.
se for o caso. Art. 89 - Os atos de comunicação dirigidos ao administrado cre-
Art. 84 - A decisão que resolver o incidente declarará a falsida- denciado, na forma do art. 87, serão realizados por meio eletrônico
de ou autenticidade do documento. no sistema do respectivo órgão ou entidade.
Parágrafo único - Se for declarada a falsidade do documento, § 1º - Consideram-se realizadas a notificação e a intimação ao
a autoridade processante determinará a instauração de processo administrado credenciado no dia em que a confirmação de leitu-
administrativo destinado a apurar a responsabilidade da parte que ra for recebida pelo sistema do órgão ou entidade, ou no primeiro
juntou documento falso e impor penalidade cabível, sem prejuízo dia útil seguinte da consulta eletrônica no ambiente digital, quando
do dever de representar ao Ministério Público. esta não se realizar em dia útil, certificando-se nos autos a sua re-
alização.
CAPÍTULO XVI § 2º - Em se tratando de intimação ao administrado credencia-
DO USO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNI- do e inexistindo confirmação de leitura em até 10 (dez) dias, conta-
CAÇÃO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO dos da data do envio, considerar-se-á automaticamente realizada a
SEÇÃO I intimação na data do término deste prazo.
OS ATOS PROCESSUAIS ELETRÔNICOS § 3º - Nos casos urgentes em que a comunicação realizada na
forma deste artigo possa causar prejuízo a quaisquer das partes ou
Art. 85 - O uso de meio eletrônico na tramitação dos processos for evidenciada tentativa de burla ao sistema, o ato processual será
administrativos para comunicação de atos e transmissão de peças realizado por outro meio que atinja sua finalidade, conforme deter-
processuais será admitido nos termos desta Lei. minado pela autoridade competente.
Parágrafo único - Todos os atos do processo eletrônico serão Art. 90 - Todas as comunicações oficiais, que transitem entre
assinados eletronicamente, na forma estabelecida em regulamen- órgãos da Administração, serão feitas preferencialmente por meio
to. eletrônico.
Art. 86 - Para os fins desta Lei, considera-se:
I- meio eletrônico: qualquer forma de armazenamento ou trá- SEÇÃO II
fego de documentos e arquivos digitais; DA PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS POR FAC
II- transmissão eletrônica: toda forma de comunicação à dis-
tância com a utilização de redes de comunicação, preferencialmen- Art. 91 - É permitida a prática de atos processuais que depen-
te a rede mundial de computadores; dam de petição escrita mediante a utilização de sistema de trans-
III- assinatura eletrônica: as seguintes formas de identificação missão de dados e imagens, tipo fac-símile, ou outro similar, na for-
inequívoca do signatário: ma prevista em regulamento.
a) assinatura digital baseada em certificado digital emitido por
Autoridade Certificadora credenciada, na forma de lei específica;

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§ 1º - A prática de atos processuais na forma prevista no caput Art. 98 - A conservação dos autos do processo poderá ser efe-
impõe a apresentação dos originais em 5 (cinco) dias, contados do tuada total ou parcialmente por meio eletrônico, na forma do re-
termo final do prazo fixado na lei, salvo quando, por justo motivo gulamento.
comprovado pelo interessado, for necessária a dilação deste prazo. § 1º - Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser
§ 2º - Nos atos processuais não sujeitos a prazo, os originais remetidos a outro órgão, poder ou instância superior, que não dis-
deverão ser entregues em 5 (cinco) dias da data da recepção da ponham de sistema compatível, deverão ser impressos em papel
petição e documentos transmitidos. e autuados, seguindo a tramitação estabelecida para os processos
Art. 92 - Aquele que praticar ato processual através de sistema físicos.
de transmissão de dados e imagens, tipo fac-símile, ou outro similar § 2º - A digitalização de autos em mídia, em tramitação ou já
torna-se responsável pela qualidade e fidelidade do material trans- arquivados, será precedida de publicação de editais de intimações
mitido. ou da intimação pessoal das partes e de seus procuradores, para
Parágrafo único - Sem prejuízo da apuração de responsabili- que, no prazo preclusivo de 30 (trinta) dias, manifestem-se sobre o
dade do usuário do sistema, serão desentranhadas as petições e desejo de manterem a guarda de algum dos documentos originais.
documentos remetidos por fac-símile ou similar, cujos originais não Art. 99 - A Administração poderá determinar que sejam realiza-
forem entregues no prazo fixado ou quando não houver perfeita dos por meio eletrônico a exibição e o envio de dados e documen-
identidade entre os mesmos. tos necessários à instrução do processo.
Art. 93 - A Administração poderá realizar, por sistema de video- Parágrafo único - O acesso aos dados e documentos, de que
conferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e trata este artigo, dar-se-á por qualquer meio tecnológico disponível,
imagens em tempo real, interrogatório, depoimento, reunião de ór- preferencialmente o de menor custo, considerada sua eficiência.
gão colegiado ou audiência pública, dentre outros atos processuais.
SEÇÃO IV
SEÇÃO III DO DIÁRIO OFICIAL ELETRÔNICO
SISTEMA DE PROCESSO ELETRÔNICO
Art. 100 - A Administração implantará Diário Oficial Eletrônico,
Art. 94 - A Administração poderá desenvolver sistema eletrô- disponibilizado em site da rede mundial de computadores, para pu-
nico para os processos administrativos por meio de autos total ou blicação de atos administrativos e comunicações em geral.
parcialmente digitais, utilizando, preferencialmente, a rede mundial § 1º - O site e o conteúdo das publicações veiculadas pelo Diá-
de computadores e o acesso por meio de redes internas e externas. rio Oficial Eletrônico deverão ser assinados digitalmente com base
Parágrafo único - Para a plena operacionalização do sistema em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada na
eletrônico, a Administração deverá manter equipamentos de digi- forma de disposição legal específica.
talização e de acesso à rede mundial de computadores à disposição § 2º - A publicação eletrônica substitui qualquer outro meio de
dos interessados para protocolo eletrônico de peças processuais. publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos
Art. 95 - No processo eletrônico, todas as intimações e notifica- que, por lei, os atos de comunicação devem ser obrigatoriamente
ções serão feitas por meio eletrônico, na forma desta Lei. pessoais.
§ 1º - As intimações, notificações e remessas, que viabilizem § 3º - Considera-se data da publicação o primeiro dia útil se-
o acesso ao sistema da integralidade do processo correspondente, guinte ao da disponibilização da informação no Diário Eletrônico.
terá efeito legal de vista dos autos pelo destinatário.
§ 2º - Quando, por motivo técnico, for inviável a realização de TÍTULO II -
atos de comunicação por meio eletrônico, esses atos processuais PROCESSOS ADMINISTRATIVOS ESPECIAIS CAPÍTULO I -
poderão ser praticados segundo as regras ordinárias disciplinadas DO PROCESSO SANCIONATÓRIO
pelo Capítulo XI, do Título I, digitalizando-se o documento físico. SEÇÃO I
Art. 96 - O envio de petições de qualquer natureza em formato DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
digital pode ser feito diretamente pela parte ou seus representan-
tes legais, sem necessidade da participação do órgão administrati- Art. 101 - Rege-se por este Capítulo o processo sancionatório
vo, hipótese em que o recebimento dar-se-á de forma automática, destinado à imposição de penalidade, em face da prática de infra-
fornecendo-se recibo eletrônico de protocolo. ção administrativa, com observância das garantias da ampla defesa
Art. 97 - Os documentos produzidos eletronicamente e os digi- e do contraditório, nas hipóteses não disciplinadas em legislação
talizados, recebidos com garantia da origem e de identificação ine- específica.
quívoca de seu signatário, na forma estabelecida em regulamento, Art. 102 - A autoridade que tiver conhecimento de infração
serão considerados originais para todos os efeitos legais, ressalvada administrativa é obrigada a promover sua apuração imediata, sob
a arguição de falsidade motivada e fundamentada de adulteração, pena de responsabilidade.
antes ou durante o processo de digitalização, na forma estabelecida § 1º - Quando não houver elementos suficientes para a abertu-
no Capítulo XV, do Título I, desta Lei. ra imediata do processo sancionatório, deverá ser instaurada sindi-
§ 1º - Os documentos digitalizados, anexados ao processo ele- cância investigativa, meio sumário de apuração destinado a colher
trônico, estarão disponíveis para acesso exclusivamente por meio indícios de autoria e materialidade do fato supostamente ilícito, no
da rede externa para as respectivas partes processuais, respeitado qual não se instala o contraditório, ressalvados os casos expressa-
o disposto em lei para as situações de sigilo e de segredo de justiça. mente previstos em lei.
§ 2º - Tratando-se de cópia digital de documento relevante à § 2º - A sindicância de que trata o parágrafo anterior, a ser con-
instrução do processo, a autoridade competente poderá determi- duzida por servidores efetivos e estáveis, será concluída no prazo de
nar o seu depósito, na forma do regulamento. 20 (vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual período.
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Art. 103 - O processo sancionatório será instaurado pela auto- SEÇÃO III
ridade competente nos casos em que: DO RITO DO PROCESSO SANCIONATÓRIO
I- tiver ciência de irregularidade no serviço público e não for
necessário prévio procedimento investigatório para colher indícios Art. 108 - O processo sancionatório será instaurado mediante
de materialidade e suposta autoria; expedição de portaria ou lavratura de auto de infração, dando-se ci-
II- verificar a existência de indícios de prática de infração admi- ência ao acusado através de notificação efetuada na forma prevista
nistrativa, após conclusão de sindicância ou auditoria, ou no exercí- no art. 49 desta Lei.
cio do poder de polícia; § 1º - A portaria indicará a autoridade ou a comissão respon-
III- verificar a existência de indícios suficientes de prática de in- sável pela condução do processo, com a identificação do acusado,
fração administrativa, após o juízo de admissibilidade de denúncia descrição sumária dos fatos e indicação dos dispositivos legais ou
apresentada perante os órgãos de controle da Administração Pú- regulamentares supostamente violados.
blica. § 2º - O auto de infração será lavrado observando os requisitos
e procedimentos previstos em legislação específica.
SEÇÃO II § 3º - O prazo para conclusão do processo, com decisão final
DA DENÚNCIA DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA da autoridade julgadora, é de 180 (cento e oitenta) dias, admitida
prorrogação por igual prazo, uma única vez, em face de circunstân-
Art. 104 - Qualquer pessoa que tiver conhecimento de violação cias excepcionais.
da ordem jurídica, no âmbito da Administração estadual, poderá § 4º - A comissão de que trata o § 1º deste artigo será composta
denunciá-la às autoridades competentes. por 03 (três) servidores efetivos e estáveis, designados pela auto-
Parágrafo único - São competentes para receber denúncia, ob- ridade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente, e
servados os critérios estabelecidos em atos normativos de cada ór- contará com um secretário por este designado.
gão ou entidade: Art. 109 - Ressalvados os casos previstos em legislação especí-
I- Ouvidoria Geral e setoriais; fica, o prazo prescricional para instauração do processo sancionató-
II- Corregedoria Geral e setoriais; rio é de 05 (cinco) anos e começa a correr a partir do conhecimento
III- Procuradoria Geral do Estado e órgãos jurídicos das entida- do fato ilícito pela autoridade a que se refere o art. 2º, inciso III,
des da Administração indireta; desta Lei.
IV- Tribunal de Contas do Estado; V - Auditoria Geral do Estado; § 1º - A publicação do ato administrativo instaurador do pro-
V- Ministério Público do Estado; cesso sancionatório interrompe a contagem do prazo prescricional,
VI- demais órgãos de controle previstos em legislação especí- que volta a correr em sua integralidade, após o transcurso do prazo
fica. previsto no art. 108, § 3º, desta Lei.
Art. 105 - A denúncia deverá conter a descrição do fato e suas § 2º - O agente público que, por inobservância injustificada dos
circunstâncias, com fundamentação mínima que possibilite sua prazos fixados para prática de ato de sua competência, der causa
apuração, e, se possível, identificação dos responsáveis ou bene- à prescrição da pretensão sancionatória, será responsabilizado na
ficiários. forma da lei.
§ 1º - Quando a denúncia for apresentada verbalmente, a auto- Art. 110 - O ato administrativo instaurador do processo san-
ridade lavrará termo, assinado pelo denunciante. cionatório que apresentar vício sanável poderá, a qualquer tempo,
§ 2º - É recomendável a identificação do denunciante a fim de ser convalidado de ofício pela autoridade julgadora, mediante des-
dirimir eventuais dúvidas quanto aos fatos denunciados. pacho saneador, após o pronunciamento do órgão jurídico compe-
§ 3º - Não será conhecida a denúncia anônima nos casos em tente.
que a lei exigir a identificação do denunciante. Art. 111 - Constatado vício insanável, após prévia manifesta-
Art. 106 - Na hipótese de denúncia anônima, a Administração ção do órgão jurídico competente, será declarada a nulidade do ato
promoverá investigação preliminar interna acerca dos fatos cons- viciado a partir da fase processual em que o vício foi produzido,
tantes da peça anônima, observando-se as cautelas necessárias reabrindo-se o contraditório, com aproveitamento dos atos regu-
para evitar injusta ofensa à honra do denunciado. larmente produzidos.
Art. 107 - Recebida a denúncia, a autoridade competente exer- Art. 112 - É causa de nulidade do processo sancionatório:
cerá juízo de admissibilidade, decidindo acerca da verossimilhança I - incompetência da autoridade que o instaurou, quando se
dos fatos denunciados, ocasião em que providenciará a instauração tratar de competência exclusiva;
de auditoria, sindicância ou processo administrativo sancionatório, II - suspeição e impedimento da autoridade ou de membro da
na forma prevista em lei. comissão processante;
Parágrafo único - Os procedimentos mencionados no caput III- ausência dos seguintes termos ou atos:
deste artigo restringem-se ao desempenho da função administra- a) notificação ou intimação, na forma desta Lei;
tiva por parte dos órgãos ou entidades referidas no art. 104, para o b) abertura de prazo para a defesa;
controle interno dos seus próprios atos. c) recusa imotivada, pela autoridade ou comissão processante,
de realização de prova imprescindível para a apuração da verdade;
IV- inobservância de formalidade essencial a termos ou atos
processuais.
Parágrafo único - Nenhuma nulidade será declarada se não re-
sultar prejuízo para a defesa, por irregularidade que não compro-
meta a apuração da verdade e em favor de quem lhe tenha dado
causa.
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Art. 113 - O acusado será notificado para oferecer defesa pré- § 2º - Os índices de atualização monetária e acréscimos mora-
via em 10 (dez) dias, ocasião em que deverá requerer as provas a tórios serão fixados em regulamento.
serem produzidas e indicar até 05 (cinco) testemunhas, sob pena Art. 124 - Aplica-se subsidiariamente, no que couber, o Código
de preclusão. de Processo Penal ao processo sancionatório.
§ 1º - A notificação será feita na forma prevista nesta Lei e con-
terá: CAPÍTULO II
I - descrição completa dos fatos que lhe são imputados; DO PROCESSO DE JUSTIFICAÇÃO
II - indicação dos dispositivos legais ou regulamentares supos-
tamente violados; Art. 125 - Rege-se por este Capítulo o processo de justificação
III - advertência quanto à faculdade de o acusado constituir ad- administrativa, destinado a suprir falta ou insuficiência de docu-
vogado. mento e produzir prova de fato de interesse do postulante, perante
§ 2º - Nas hipóteses em que lei exigir a apresentação de defe- órgãos e entidades da Administração.
sa técnica, será nomeado defensor dativo ao acusado que, regu- Art. 126 - O requerimento do postulante deverá ser protocola-
larmente notificado, deixar de apresentá-la no prazo previsto no do no órgão ou entidade vinculado ao fato a ser comprovado, e de-
caput. verá conter a descrição dos fatos que pretende justificar as razões
Art. 114 - Ao acusado caberá a prova dos fatos que tenha ale- do pedido, o início de prova material e rol de testemunhas idôneas,
gado, sem prejuízo do dever atribuído à autoridade ou comissão em número não superior a 05 (cinco).
processante para instrução do processo. Parágrafo único - Será constituída comissão integrada por 03
Art. 115 - A autoridade ou comissão processante poderá de- (três) servidores de vínculo permanente para processar o pedido de
terminar a produção de provas necessárias à formação de sua con- justificação administrativa, cabendo-lhe submeter o relatório final
vicção, bem como de parecer técnico, especificando o objeto a ser à autoridade competente para proferir a decisão, com prévia mani-
esclarecido. festação do órgão jurídico.
Art. 116 - As provas apresentadas ou requisitadas pelo acusa- Art. 127 - Além dos requisitos previstos no art. 126, é condição
do, quando impertinentes, desnecessárias ou protelatórias, serão indispensável para admissibilidade do processo de justificação ad-
recusadas, mediante decisão fundamentada da autoridade julgado- ministrativa a manifesta impossibilidade de apresentação de outro
ra competente. meio de prova capaz de configurar a verdade do fato alegado.
Art. 117 - Encerrada a instrução, o acusado será intimado para § 1º - A prova exclusivamente testemunhal será admitida na
apresentar alegações finais, no prazo de 10 (dez) dias. ocorrência de força maior ou caso fortuito correlacionada com o
Art. 118 - Apresentadas as alegações finais, a autoridade ou co- fato que se pretende justificar, e comprovada mediante registro po-
missão processante elaborará relatório conclusivo sobre a culpabi- licial feito em época própria ou apresentação de documentos con-
lidade ou não do acusado e encaminhará os autos ao órgão jurídico temporâneos ao fato.
competente para emissão de parecer. § 2º - Não será admitida a justificação administrativa quando
Art. 119 - O processo sancionatório, instruído com relatório o fato a comprovar exigir registro público ou qualquer ato jurídico
conclusivo e após pronunciamento do órgão jurídico, será encami- para o qual a lei prescreva forma especial.
nhado à autoridade competente para julgamento. § 3º - O processo de justificação administrativa deverá ser pré-
Art. 120 - A decisão da autoridade julgadora não se vincula às vio ou incidental ao processo administrativo principal.
conclusões da autoridade ou comissão processante, e será motiva- Art. 128 - Aplicar-se-ão, quanto às testemunhas, as regras de
damente proferida no prazo de 30 (trinta) dias. incapacidade e impedimento constantes do Código de Processo Ci-
Parágrafo único - A motivação deve ser explícita e clara, po- vil.
dendo consistir em declaração de concordância com fundamentos Art. 129 - A justificação administrativa produzirá efeitos peran-
de anteriores pareceres, informações ou decisões, que, neste caso, te os órgãos e entidades da Administração.
serão parte integrante do ato decisório. Art. 130 - Será apurada a responsabilidade criminal dos autores
Art. 121 - Da decisão proferida pela autoridade julgadora cabe- de declarações falsas, prestadas em justificações administrativas,
rá recurso hierárquico na forma e no prazo previsto no Capítulo XII, mediante representação da autoridade ao Ministério Público.
do Título I, desta Lei.
Art. 122 - Os processos administrativos de que resultem san- CAPÍTULO III
ções poderão ser revistos a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, DO PROCESSO DE INVALIDAÇÃO DE ATOS E CONTRATOS
sempre que surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes sus- ADMINISTRATIVOS
cetíveis de justificar a inadequação da penalidade aplicada.
Parágrafo único - Da revisão do processo não poderá resultar o Art. 131 - Rege-se pelo disposto neste Capítulo o processo de
agravamento da sanção. Art. 123 - Quando do processo sanciona- invalidação de ato e contrato administrativo, que poderá ser instau-
tório resultar a aplicação de multa, deverá o acusado ser intimado rado pela Administração, de ofício, ou a requerimento de particular.
para efetuar o seu pagamento no prazo de 30 (trinta) dias, ou im- § 1º - O processo de invalidação provocado por iniciativa de
pugnar o seu valor no prazo de 10 (dez) dias, ressalvada disciplina particular será instaurado mediante requerimento dirigido à auto-
prevista em lei específica. ridade que praticou o ato ou celebrou contrato, demonstrando as
§ 1º - Decorrido o prazo fixado para quitação do débito sem razões de fato e de direito que ensejem a declaração de sua invali-
que tenha sido efetuado o respectivo pagamento ou impugnado o dade, de acordo com os requisitos previstos no Capítulo V, do Título
seu valor, considera-se constituído o crédito não- tributário, deven- I, desta Lei.
do os autos ser encaminhados para inscrição em Dívida Ativa, na
forma prevista em regulamento.
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DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2º - O processo de invalidação será instaurado de ofício pela Art. 139 - O ressarcimento mediante prestação pecuniária pres-
Administração por iniciativa da própria autoridade que praticou o supõe que o dano seja passível de apuração objetiva.
ato ou celebrou o contrato, bem como pelo seu superior hierárqui- § 1º - Na determinação dos valores em razão de perda, avarias
co. ou deterioração de bem, deverão ser utilizados critérios de aferição
Art. 132 - O processo de invalidação obedecerá ao seguinte de preço de mercado, preferencialmente através cotação com for-
procedimento: necedores e consulta ao registro de preços, da forma prevista em
- será inicialmente submetido à apreciação do órgão de con- regulamento.
sultoria jurídica, o qual, no prazo de 20 (vinte) dias, manifestar-se- § 2º - Excepcionalmente, quando não for possível a determina-
-á sobre sua pertinência, opinando pela invalidação, quando for o ção dos valores na forma prevista no parágrafo anterior, a Adminis-
caso, salvo quando forem necessárias providências para a instrução tração poderá determinar a realização de perícia.
do processo; § 3º - O órgão jurídico competente deverá se manifestar previa-
- quando for reconhecido, pelo órgão de consultoria jurídica, mente sobre o adimplemento da prestação pecuniária.
que os efeitos da invalidação atingirão direito individual, a auto- Art. 140 - Nas indenizações pagas nos termos deste Capítulo
ridade competente determinará a intimação do interessado para não incidirão honorários advocatícios.
apresentar manifestação no prazo de 15 (quinze) dias e para ter co-
nhecimento dos termos da decisão; SEÇÃO II
- após a conclusão da instrução ou, na hipótese prevista no in- DA REPARAÇÃO DE DANOS AO ADMINISTRADO
ciso II deste artigo, ultrapassado o prazo para apresentar alegações
finais, a autoridade decidirá acerca da invalidação no prazo de 20 Art. 141 - O processo administrativo de reparação de danos
(vinte) dias, por despacho fundamentado; causados ao administrado será instaurado a pedido do interessado
- quando for reconhecido, pelo órgão de consultoria jurídica, ou de ofício.
que os efeitos da invalidação atingirão direitos transindividuais, a Art. 142 - O processo tramitará no órgão ou entidade vinculada
autoridade competente determinará publicação da decisão no Di- à ocorrência do fato, o qual deverá instruí-lo com as informações
ário Oficial; necessárias e submetê-lo à apreciação do órgão jurídico, que se
- a autoridade administrativa, ao pronunciar a nulidade do ato pronunciará sobre o cabimento da tutela ressarcitória na instância
processual, declarará os atos a que ela se estende; administrativa.
- da decisão que invalidar o ato ou contrato administrativo ca- Art. 143 - O acordo extrajudicial celebrado no processo de re-
berá recurso hierárquico, sem efeito suspensivo. paração de dano ao administrado poderá ser homologado judicial-
Art. 133 - No curso do processo de invalidação, a autoridade mente, nos termos do Código de Processo Civil, para conferir-lhe o
poderá, de ofício ou em virtude de requerimento, suspender a exe- caráter de título executivo judicial, submetendo-se, quanto ao pa-
cução do ato ou contrato, para evitar lesão ao interesse público de gamento, ao regime constitucional dos precatórios.
difícil ou impossível reparação, na forma prevista no Capítulo VI, do Art. 144 - Quando o dano patrimonial tiver sido causado em
Título II, desta Lei. razão de apontada conduta dolosa ou culposa de agente público,
Art. 134 - A decisão que declarar a invalidade do ato ou contra- este será notificado para, se desejar, acompanhar o processo de re-
to estabelecerá as providências necessárias para desfazer os efeitos paração.
produzidos, observando-se os direitos de terceiros de boa-fé, e de- Art. 145 - Concluído o processo de reparação de danos, a Admi-
terminará a apuração de eventuais responsabilidades. nistração cobrará os valores pagos do agente público que praticou
Art. 135 - Ao declarar a invalidade do ato ou contrato, e tendo o ato ilícito, identificado mediante devido processo legal, na forma
em vista razões de segurança jurídica ou de relevante interesse so- prevista na Seção III deste Capítulo.
cial, poderá a autoridade restringir os efeitos daquela declaração
ou decidir que só tenha eficácia a partir do ato decisório ou de mo- SEÇÃO III
mento específico. DA REPARAÇÃO DE DANOS AO ERÁRIO

CAPÍTULO IV Art. 146 - O processo administrativo de reparação de danos ao


DO PROCESSO DE REPARAÇÃO DE DANOS erário será instaurado para apuração, determinação e cobrança dos
SEÇÃO I – DA APURAÇÃO DO DANO prejuízos causados ao erário por agente público, administrado ou
qualquer pessoa jurídica, observando as regras previstas na Seção
Art. 136 - Regem-se pelo disposto neste Capítulo os processos I deste Capítulo.
de reparação de danos patrimoniais causados pela Administração a Art. 147 - O agente público deverá ressarcir o dano que, por
terceiros, e pelo administrado ao erário. ação ou omissão, dolosa ou culposa, causou ao erário, sem prejuízo
Art. 137 - A instauração do processo administrativo, disciplina- da aplicação de outras sanções previstas em lei, mediante prévio
do neste Capítulo, poderá ser precedida de sindicância ou auditoria, processo administrativo disciplinar ou sancionatório, em que lhe
destinada a verificar a materialidade e autoria do ilícito civil, quan- seja garantido o exercício da ampla defesa e contraditório.
do não delimitadas em outro processo administrativo. Art. 148 - Ressalvadas as hipóteses previstas em legislação es-
Art. 138 - A tutela ressarcitória será adimplida preferencial- pecífica, aquele que, a qualquer título, receber verbas de natureza
mente mediante obrigação de fazer ou não fazer, destinada à re- alimentar do Estado, e for identificado no processo administrativo
constituição do patrimônio ofendido pelo ato lesivo ou obtenção de como causador do prejuízo ao erário, será notificado para expressar
resultado equivalente, com prévia manifestação do órgão jurídico, concordância com o desconto mensal da remuneração, pensão ou
observadas as orientações administrativas uniformes. proventos, não excedentes a sua terça parte, para recomposição do
erário.
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Parágrafo único - Na falta da concordância prevista no caput, II- disponibilização de inteiro teor do ato convocatório em site
o débito será inscrito em Dívida Ativa e executado na forma da lei. oficial do órgão ou entidade responsável por sua realização;
Art. 149 - A apuração dos danos causados ao erário por pes- III- publicação de todas as etapas e da homologação do resul-
soa física ou jurídica que celebrou contrato, convênio ou termo de tado em Diário Oficial.
parceria com a Administração se submeterá à legislação específi- Art. 161 - O ato convocatório, vinculante para a Administração
ca, aplicando-se subsidiariamente o rito do processo sancionatório e candidatos, deverá ser redigido de forma clara e objetiva.
previsto nesta Lei. Art. 162 - As restrições e exigências estabelecidas no ato con-
Art. 150 - Concluído o processo de reparação de danos, o cau- vocatório, quanto aos critérios para a investidura em cargo ou em-
sador do dano será notificado para efetuar o pagamento, no prazo prego e exercício da função pública, devem estar previstas em lei.
de 30 (trinta) dias, dos valores apurados. Art. 163 - As provas e, quando exigidos, os títulos, serão com-
§ 1º - O pagamento dos valores devidos poderá ser parcelado, patíveis com a natureza e a complexidade do cargo, emprego ou
na forma prevista em regulamento. função a ser exercido.
§ 2º - A não quitação do débito no prazo estipulado implicará Art. 164 - Os parâmetros de avaliação das provas e títulos serão
sua inscrição em Dívida Ativa, na forma da lei. objetivos, impessoais e devem ser previamente divulgados no ato
convocatório.
CAPÍTULO V Art. 165 - É admitido o condicionamento da aprovação em de-
DO PROCESSO SELETIVO terminada etapa à obtenção de nota e classificação mínimas.
SEÇÃO I Art. 166 - É admitido, desde que previsto no ato convocatório,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS o condicionamento da correção de prova de determinada etapa à
aprovação na etapa anterior.
Art. 151 - Rege-se por este Capítulo o processo seletivo desti- Art. 167 - O órgão ou entidade responsável pela realização do
nado a recrutar pessoal para o desempenho de cargo, emprego e processo seletivo homologará e publicará no Diário Oficial a relação
função pública, na forma prevista na Constituição Federal. dos candidatos aprovados no certame, por ordem de classificação.
Art. 152 - O processo seletivo será de provas ou de provas e Art. 168 - A escolaridade mínima e os demais requisitos e con-
títulos, guardada a razoabilidade quanto a sua valoração. dições para o cargo ou emprego deverão ser comprovados no ato
Art. 153 - Será garantida, através do processo seletivo, a ampla de posse ou na assunção da função, vedada a sua exigência, no ato
acessibilidade ao cargo, emprego ou função disputada. de inscrição, o processo seletivo ou em qualquer de suas etapas,
Art. 154 - O processo seletivo obedecerá aos princípios que ressalvado o disposto em legislação específica.
regem a atividade administrativa, especialmente da legalidade, im- Art. 169 - No exame de saúde do candidato convocado para
pessoalidade, isonomia, moralidade, publicidade e eficiência. a posse ou exercício da função somente poderão ser consideradas
Parágrafo único - É vedada a adoção de critérios de recruta- como inabilitadoras as condições físicas ou psíquicas que impeçam
mento e avaliação que dificultem o controle e a fiscalização do pro- o exercício normal das atribuições funcionais.
cesso seletivo.
Art. 155 - Os atos relativos ao processo seletivo são passíveis SEÇÃO III
de recurso administrativo, no prazo e forma estabelecidos no ato DO CONCURSO PÚBLICO
convocatório.
Art. 156 - É assegurado ao candidato, ainda que não aprovado Art. 170 - O concurso público destina-se ao provimento de car-
no certame, o direito à obtenção de certidão e de informação sobre go ou emprego público, na forma prevista na Constituição Federal.
a correção de suas provas e as respectivas pontuações. Art. 171 - O edital será publicado com antecedência mínima de
Art. 157 - O valor cobrado a título de inscrição no processo se- 30 (trinta) dias da realização da primeira prova.
letivo será fixado no respectivo edital, levando-se em consideração Art. 172 - A alteração de dispositivo do edital, expressa e ob-
os custos estimados indispensáveis para a sua realização, não po- jetivamente fundamentada, será divulgada no Diário Oficial e no
dendo exceder 7% (sete por cento) da remuneração inicial do cargo, site oficial do órgão ou entidade responsável por sua realização, e
emprego ou função em disputa, ressalvadas as hipóteses de isenção importará reabertura dos prazos inicialmente estabelecidos, exceto
previstas no ato convocatório. quando a alteração não afetar o conteúdo programático das provas
Art. 158 - É assegurado à pessoa portadora de necessidades ou critérios restritivos ou ampliativos quanto à participação dos in-
especiais o direito de se inscrever no certame e concorrer às vagas teressados.
reservadas, previstas na legislação específica, para cargo, emprego Art. 173 - O edital deverá conter, no mínimo, as seguintes in-
ou função, cujas atribuições sejam compatíveis com a necessidade formações:
especial de que é portadora. I - identificação da instituição realizadora do certame e do ór-
Art. 159 - São modalidades de processo seletivo: gão ou entidade que o promove; II - identificação do cargo ou em-
I- concurso público; prego público a ser provido, suas atribuições, quantitativo de vagas
II- processo seletivo simplificado. e remuneração inicial, discriminadas as parcelas que a compõem;
II- a jornada de trabalho prevista em lei;
SEÇÃO II III- o âmbito territorial no qual o ocupante do cargo ou empre-
DAS ETAPAS DO PROCESSO SELETIVO go poderá exercer as suas atribuições;
IV- indicação dos locais, horários e procedimentos de inscrição,
Art. 160 - O processo seletivo será amplamente divulgado, ob- bem como das formalidades para sua confirmação;
servadas, no mínimo, as seguintes regras: V- valor da taxa de inscrição e, se for o caso, das hipóteses de
I- publicação de extrato do ato convocatório em Diário Oficial; isenção;
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VI- escolaridade e demais requisitos exigidos em lei para o car- Art. 180 - O ato convocatório do processo seletivo simplifica-
go ou emprego disputado; VIII - documentação a ser apresentada do será divulgado no Diário Oficial do Estado e, quando objetivar
no ato de inscrição e quando da realização das provas, bem como o preenchimento de vagas em localidade específica no interior do
do material de uso vedado; Estado, também em jornal de circulação na região, com indicação
VII- cronograma provisório das etapas do concurso público e do local das inscrições.
dos respectivos resultados; § 1º - O ato convocatório será publicado com antecedência mí-
VIII- fases do concurso público, seu caráter eliminatório ou clas- nima de 10 (dez) dias da realização da primeira prova e, em caso de
sificatório, existência e condições do curso de formação, se for o alteração, será observado o disposto no art. 172, do Título II, desta
caso; Lei.
IX- metodologia para avaliação das provas e títulos e da classi- § 2º - Na hipótese do processo seletivo simplificado adotar
ficação no certame; critério de avaliação curricular, realizado de acordo com a neces-
X- enunciação precisa das matérias a serem cobradas nas pro- sidade do serviço público, a divulgação poderá ocorrer mediante
vas, bem como do seu conteúdo programático; publicação resumida, com a indicação dos critérios objetivos que
XI- informação sobre a existência de gravação em caso de prova serão observados na seleção e, se for o caso, da realização conjunta
oral; de entrevista como critério de desempate.
XII- exigência, quando cabível, da realização de exames médi- Art. 181 - O processo seletivo simplificado seguirá os critérios
cos específicos para a carreira e de exame físico, psicotécnico ou definidos em ato normativo próprio, podendo ser dispensado, ex-
sindicância da vida pregressa; clusivamente, para a contratação temporária de excepcional inte-
XIII- prazo de validade do concurso e da possibilidade de pror- resse público, que vise ao combate de surtos epidêmicos, atendi-
rogação; mento a situações de calamidade pública, caso fortuito ou força
XIV- disposições sobre o processo de elaboração, apresenta- maior.
ção, julgamento, decisão e conhecimento dos recursos. § 1º - A dispensa do processo seletivo simplificado, sujeita à
Art. 174 - Na hipótese de previsão de prova oral, sua realiza- apreciação do órgão jurídico consultivo, deverá ser motivada me-
ção ocorrerá em sessão pública e gravada para efeito de registro e diante comprovação de que o prazo necessário para sua conclusão
avaliação. implicará grave prejuízo ao interesse público.
Art. 175 - A realização de provas de aptidão física deve estar § 2º - Serão adotados critérios objetivos e impessoais de recru-
prevista em lei e no edital, que explicitará, de forma objetiva, o tipo tamento nas contratações por dispensa de processo seletivo simpli-
de prova, as técnicas admitidas e o desempenho mínimo para clas- ficado, vedada a utilização de critérios subjetivos.
sificação. § 3º - Em situações especiais, devidamente justificadas me-
Art. 176 - Na hipótese de realização de prova de conhecimen- diante despacho fundamentado da autoridade competente, e des-
tos práticos específicos, deverão ser indicados os instrumentos, de que prevista no instrumento convocatório, poderá ser admitida
aparelhos ou técnicas a serem utilizadas, bem como a metodologia realização de entrevista como critério de desempate quanto à ava-
de avaliação dos candidatos. liação dos critérios objetivos.
Art. 177 - A realização de exame psicotécnico é admitida quan- § 4º - A inobservância das regras estabelecidos neste artigo
do prevista no edital e em lei específica. para a dispensa do processo seletivo simplificado implicará respon-
§ 1º - O exame psicotécnico será realizado de acordo com cri- sabilização do agente público.
térios objetivos de reconhecido caráter científico e limitar-se-á à
detecção de aptidão psicológica para o exercício das atividades ine- CAPÍTULO VI
rentes ao cargo ou emprego público disputado. DA ARBITRAGEM
§ 2º - Será garantido o direito de recurso ao resultado do exame
psicotécnico. Art. 182 - Os instrumentos convocatórios para seleção de inte-
Art. 178 - A pesquisa sobre a conduta e vida pregressa do can- ressados em contratar ou conveniar com entidades da Administra-
didato só poderá ser usada como instrumento de avaliação quando ção poderão prever o emprego dos mecanismos privados de reso-
a lei assim o determinar. lução de disputas, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil
§ 1º - Para a pesquisa de que trata esse artigo, o edital indicará e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de se-
os elementos, de natureza objetiva, a serem considerados para a tembro de 1996, para dirimir conflitos decorrentes do contrato ou
avaliação. convênio com eles relacionados.
§ 2º - A inabilitação prevista neste artigo será motivada e, se
for o caso, precedida de processo administrativo, na forma prevista CAPÍTULO VII
em lei específica. DAS MEDIDAS ACAUTELATÓRIAS
§ 3º - Ao candidato inabilitado é assegurado o direito de inter-
por recurso, juntando as provas que entender necessárias. Art. 183 - São admitidas medidas cautelares inominadas, não
positivadas em lei, em caso de risco iminente da ocorrência de fatos
SEÇÃO III que possam comprometer o resultado final do processo administra-
DO PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO tivo, trazer prejuízo ao erário ou lesão ao interesse público de difícil
ou impossível reparação.
Art. 179 - O processo seletivo simplificado será utilizado em § 1º - O ato que ordenar a medida cautelar será fundamentado
caso de contratação por tempo determinado para atender a ne- e dele será dada ciência aos interessados.
cessidade temporária de excepcional interesse público, prevista na
Constituição Federal.
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§ 2º - A medida cautelar será adequada e proporcional ao obje- Art. 195 - Esta Lei entra em vigor em 180 (cento e oitenta) dias,
tivo visado pela Administração e terá prazo de duração compatível a contar da data de sua publicação, revogadas as disposições em
com a finalidade para a qual foi instituída, não superior a 90 (no- contrário.
venta) dias, podendo ser prorrogado uma única vez pelo mesmo
período. PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 20 de abril
§ 3º - A determinação de medida cautelar deverá ser precedida de 2011. JAQUES WAGNER
de pronunciamento do órgão jurídico competente.
§ 4º - A medida cautelar poderá ser determinada incidental- Governador
mente ou antes da instauração do processo administrativo, hipó- Carlos Mello
tese em que este deverá ser iniciado no prazo de 30 (trinta) dias. Secretário da Casa Civil, em exercício
Art. 184 - As medidas cautelares extinguir-se-ão automatica- Manoel Vitório da Silva Filho Secretário da Administração
mente quando decorrer o prazo de sua validade ou for proferida a Eduardo Seixas de Salles
decisão final no processo administrativo. Secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária
Art. 185 - A autoridade competente para adotar a medida cau- Carlos Martins Marques de Santana Secretário da Fazenda
telar será a mesma com competência para determinar a instaura- Zezéu Ribeiro
ção do processo administrativo correspondente. Secretário do Planejamento
Osvaldo Barreto Filho Secretário da Educação
CAPÍTULO VIII Otto Roberto Mendonça de Alencar Secretário de Infra-Estru-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS tura
Almiro Sena Soares Filho
Art. 186 - Os processos administrativos que tenham disciplina Secretário da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos Jorge José
legal específica continuarão a reger-se por lei própria, aplicando- Santos Pereira Solla
-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. Secretário da Saúde
Art. 187 - Durante os primeiros 180 (cento e oitenta) dias de James Silva Santos Correia
vigência desta lei, as disposições contidas no Capítulo XVI, do Título Secretário da Indústria, Comércio e Mineração
I, não serão aplicadas ao administrado que, por escrito, optar ex- Nilton Vasconcelos Júnior
pressamente pela não utilização do processo eletrônico. Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte
Art. 188 - A implantação do Diário Oficial Eletrônico do Estado Maurício Teles Barbosa Secretário da Segurança Pública
deverá ser acompanhada de ampla divulgação, e o ato administrati- Antônio Albino Canelas Rubim Secretário de Cultura
vo correspondente será publicado durante 30 (trinta) dias no Diário Eugênio Spengler
Oficial em uso. Secretário do Meio Ambiente
Art. 189 - A prática de atos processuais por meio eletrônico, Cícero de Carvalho Monteiro Secretário de Desenvolvimento
nos termos previstos nesta Lei, independe da implantação do Diário Urbano
Oficial Eletrônico. Paulo Francisco de Carvalho Câmera Secretário de Ciência, Tec-
Art. 190 - O descumprimento injustificado, pela Administração nologia e Inovação
Pública Estadual, das disposições desta Lei, gera responsabilidade Wilson Alves de Brito Filho
disciplinar, imputável aos agentes públicos responsáveis, não impli- Secretário de Desenvolvimento e Integração Regional
cando necessariamente na invalidação do procedimento. Domingos Leonelli Neto Secretário de Turismo
Art. 191 - O Chefe do Poder Executivo poderá, em face da par- Vanda Sampaio de Sá Barreto
ticular complexidade da matéria, constituir comissão especial, com- Secretária de Promoção da Igualdade, em exercício
posta por 03 (três) servidores públicos efetivos e estáveis, para pre- Paulo Cézar Lisboa Cerqueira Secretário de Relações Institucio-
sidir os processos sancionatório e de invalidação na Administração nais
Pública centralizada e descentralizada, respeitadas, no entanto, as Carlos Alberto Lopes Brasileiro
regras de competência decisória. Parágrafo único - Os trabalhos da Secretário de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza
comissão especial de que trata o caput deverão ser concluídos no
prazo máximo de 30 (trinta) dias, prorrogáveis uma única vez, por
igual período. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CLASSIFICA-
Art. 192 - Nos casos de alta indagação jurídica, o dirigente da ÇÕES RELATIVAS AO CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
entidade descentralizada poderá solicitar manifestação da Procu- BLICA. CONTROLE EXTERNO E PROCEDIMENTOS DE TO-
radoria Geral do Estado, após prévia manifestação do seu órgão MADAS DE CONTAS
jurídico.
Art. 193 - A tecnologia de informação e comunicação no pro-
cesso administrativo será implantada pela Administração de forma Controle exercido pela Administração Pública (controle inter-
compatível com os dispositivos desta Lei. no)
Art. 194 - Os prazos concedidos aos particulares poderão ser A princípio, infere-se que a teoria da separação dos poderes
devolvidos, mediante requerimento do interessado, quando óbices possui em sua essência, de acordo com Montesquieu, o objetivo
justificáveis resultarem na impossibilidade de atendimento do pra- certo de limitar arbítrios de maneira que venha a proteger os direi-
zo fixado. tos individuais. Isso por que, grande parte dos detentores do Poder
tende a adquirir mais poder, situação tal, que, caso não esteja sujei-
ta a controle, culminará no abuso, ou até no absolutismo.
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Para evitar esse tipo de distorção, Montesquieu propôs a teoria O Brasil, contemporaneamente adota o sistema de unidade de
dos freios e contrapesos, por meio da qual os poderes constituídos jurisdição, também conhecido por sistema de monopólio de juris-
possuem a incumbência de controlar, freando e contrabalanceando dição ou sistema inglês, por intermédio do qual o Poder Judiciário
as atuações dos demais poderes, de maneira que cada um deles possui a exclusividade da função jurisdicional, vindo a inferir que
tenha autonomia, possua liberdade, porém, uma liberdade sob vi- somente as decisões judiciais fazem coisa julgada em sentido pró-
gilância. Nesse sentido, o Poder Legislativo edita leis que podem ser prio, vindo a tornar-se juridicamente insuscetíveis de serem modi-
vetadas ou freadas pelo Poder Executivo, que poderá ter seu veto ficadas.
derrubado ou freado pelo Poder Legislativo. Ou seja, não concor- Desta maneira, percebe-se que a decisão que é proferida pela
dando o Executivo com a derrubada de um veto vindo a entender Administração Pública ou, ainda, qualquer ato administrativo en-
que a lei aprovada seja inconstitucional, deterá o poder de incumbir contram-se passíveis de revisão pelo Poder Judiciário.
a matéria à análise do Poder Judiciário que irá dirimir o conflito, É importante registrar que o fundamento da adoção do siste-
como por exemplo, uma ADI ajuizada pelo Presidente da Repúbli- ma de unidade jurisdicional no Brasil é a previsão que se encontra
ca. O Judiciário contém os membros de sua cúpula (STF), que são inserida no art. 5º, XXXV, da CFB/1988, por meio da qual ficou es-
indicados pelo chefe de outro Poder, no caso, o Presidente da Repú- tabelecido que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
blica, sendo a indicação restrita à aprovação de uma das Casas do lesão ou ameaça a direito”.
Parlamento (Senado Federal), o que acaba por ser uma espécie de Há países, que de forma diferente do Brasil, adotam o sistema
controle prévio. de dualidade de jurisdição ou sistema do contencioso administrati-
Desta maneira, percebe-se que no Estado Democrático de Di- vo ou sistema francês. Denota-se que nesses países, a função juris-
reito, o próprio ordenamento jurídico dispõe de mecanismos que dicional é exercida por duas estruturas orgânicas que são regidas
possibilitam o controle de toda a atuação do Estado. Tais instru- de forma independente, sendo elas a Justiça Judiciária e a Justiça
mentos tem como objetivo, garantir que tal atuação se mantenha Administrativa, posto que cada uma profere decisão com força de
sempre consolidada com o direito, visando ao interesse público e coisa julgada no âmbito de suas competências.
mantendo o respeito aos direitos dos administrados. Referente à Justiça Administrativa, explica-se que no sistema
Em relação à localização do órgão de controle, infere-se que de dualidade de jurisdição, esta é composta por juízes e tribunais
pode ser interno ou externo. Vejamos: administrativos cuja competência cuida-se em geral, de resolver
• Controle interno: é realizado por órgãos de um Poder sobre- litígios nos quais o Poder Público seja parte. Pareando a Justiça Ad-
pondo condutas que são praticadas na direção desse mesmo Poder, ministrativa, está a Justiça Judiciária, composta por órgãos do Poder
ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica da Administração Judiciário, tendo competência para julgar com definitividade confli-
indireta sobre atos que foram praticados pela própria pessoa jurídi- tos que envolvam somente particulares.
ca da qual faz parte. No controle interno o órgão controlador encon- Pondera-se que o controle exercido pelo Poder Judiciário, via
tra-se inserido na estrutura administrativa que deve ser controlada. de regra, será sempre um controle de legalidade ou legitimidade do
Em alguns casos, o controle interno decorre da hierarquia, pois ato administrativo. No exercício da função jurisdicional, os Magis-
esta possibilita aos órgãos hierarquicamente superiores controlar trados não apreciam o mérito do ato administrativo, não analisando
os atos praticados pelos que lhe são subordinados. Em resumo, o a conveniência e a oportunidade da prática do ato.
controle interno que venha a depender da existência de hierarquia Devido ao fato de se tratar de um controle de legalidade ou
entre controlador e controlado, é aquele exercido pelas chefias so- de legitimidade, sempre que o ato estiver eivado de algum vício, a
bre seus subordinados, sendo o tradicional “sistema de controle in- decisão judicial será revertida no sentido de anulação do ato admi-
terno” é organizado por lei incumbida de lhe definir as atribuições, nistrativo que se encontra viciado. Vale enfatizar que não é cabível
não dependendo de hierarquia para o exercício de suas prerroga- no exercício da função jurisdicional a revogação do ato administra-
tivas. tivo, tendo em vista que esta pressupõe a análise do mérito do ato.
• Controle externo: é realizado por órgão estranho à estrutu- É de suma importância destacar que o controle judicial possui
ra do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos práticos, abrangência tanto em relação aos atos vinculados quanto aos dis-
quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa a julgar cricionários, posto que ambos devem obedecer aos requisitos de
as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário. validade como a competência, a forma e a finalidade. Desta forma,
é possível que tanto os atos administrativos vinculados quanto os
Controle Judicial discricionários venham a apresentar vícios de legalidade ou ilegiti-
Registremos, a princípio, que o controle judicial da Administra- midade, em decorrência dos quais poderão vir a ser anulados pelo
ção Pública, trata-se daquele exercido pelo Poder Judiciário, quan- Poder Judiciário quando estiver no exercício do controle jurisdicio-
do em exercício de função jurisdicional, sobre os atos administra- nal.
tivos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do próprio Poder Explicita-se que o controle judicial da Administração, de modo
Judiciário. O controle judicial é aquele por meio do qual, o Poder geral, é sempre provocado, isso por que ele depende da iniciativa
Judiciário, ao exercer de a função jurisdicional, aprecia a juridicida- de alguma pessoa, que poderá ser física ou jurídica. Qualquer pes-
de que engloba a regularidade, a legalidade e a constitucionalidade soa que tenha a pretensão de provocar o controle da administração
da conduta administrativa. pelo Poder Judiciário, deverá, de antemão, propor judicialmente a
Denota-se que o controle externo da Administração por meio ação cabível para o alcance desse objetivo.
do Poder Judiciário foi majorado e fortalecido pela Constituição Por fim, diga-se de passagem, que existem várias espécies de
Federal de 1988, tendo previsto novos instrumentos de controle, ações judiciais que permitem ao Judiciário apreciar lesão ou ame-
como por exemplo, o mandado de segurança coletivo, o mandado aça a direito decorrente de ato administrativo. Exemplos: o habeas
de injunção e o habeas data. corpus, o habeas data, o mandado de injunção, etc. A relação das
ações que dão possibilidade ao controle judicial da Administração
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será sempre a título de exemplificação, tendo em vista que o con- De modo geral, a doutrina diferencia dois tipos de controle le-
trole pode ser exercido, inclusive, por intermédio de ação judicial gislativo: o político e o financeiro.
ordinária sem denominação especial ou específica. O controle financeiro é exercido com o auxílio dos tribunais de
contas. Já o controle político, alcança aspectos de legalidade e de
Nota: a Emenda Constitucional 45/2004 ao introduzir no di- mérito, vindo a ser preventivo, concomitante ou repressivo, con-
reito brasileiro o instituto das súmulas vinculantes, inaugurou um forme o caso.
novo mecanismo de controle judicial da Administração Pública, ato
por meio do qual passou-se a admitir o cabimento de reclamação Formas de controle político:
ao STF contra ato administrativo que contrarie súmulas vinculantes 1. Da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art.
editadas pela Corte Suprema. 49): resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos inter-
nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
Controle Legislativo patrimônio nacional; autorizar o Presidente da República a declarar
O controle legislativo é aquele executado pelo Poder Legisla- guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transi-
tivo sobre as autoridades e os órgãos dos outros poderes, como tem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamen-
ocorre por exemplo, nos casos de convocação de autoridades com o te, ressalvados os casos previstos em lei complementar; autorizar
objetivo de prestar esclarecimentos ou, ainda, do controle externo o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do
exercido pelo Poder Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas. País, quando a ausência exceder a quinze dias; aprovar o estado de
O controle legislativo, também denominado de controle parla- defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou sus-
mentar, se refere àquele no qual o Poder Legislativo exerce poder pender qualquer uma dessas medidas; sustar os atos normativos
sobre os atos do Poder Executivo e sobre os atos do Poder Judi- do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
ciário, sendo este último somente no que condiz ao desempenho limites de delegação legislativa; julgar anualmente as contas pres-
da função administrativa. Trata-se assim, o controle parlamentar de tadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
um controle externo sobre os demais Poderes. execução dos planos de governo; fiscalizar e controlar, diretamente,
Infere-se que a estrutura do Poder Legislativo Brasileira deve ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluí-
ser verificada com atenção às peculiaridades de cada ente federa- dos os da administração indireta; apreciar os atos de concessão e
do, posto que não somente o princípio da simetria, como também renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; aprovar
as regras específicas que a Constituição Federal predispõe para os iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; au-
âmbitos federal, estadual, municipal e distrital. torizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
Em análise ao plano federal, verifica-se que vigora o bicamera- recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; aprovar,
lismo federativo, sendo o Poder Legislativo Federal composto por previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área
duas Casas: a Câmara dos Deputados que é composta por represen- superior a dois mil e quinhentos hectares.
tantes do povo e o Senado Federal que é composto por represen-
tantes dos Estados-membros e do Distrito Federal. 2. Da competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52):
De acordo com o sistema constitucional, o controle parlamen- processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República
tar pode ser exercido: a) por uma das Casas isoladamente; b) pelas nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Esta-
duas Casas reunidas em sessão conjunta; c) pela mesa diretora do do e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
Congresso Nacional ou de cada Casa; d) pelas comissões do Con- nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; processar e
gresso Nacional ou de cada Casa. julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do
Levando em conta o princípio da simetria de organização, as Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
regras mencionadas também devem ser aplicadas, no que lhes cou- Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
ber, ao Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal e distrital, União nos crimes de responsabilidade; autorizar operações exter-
desde que realizadas as devidas adaptações, principalmente aque- nas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do
las que advém do fato de nos planos estadual, municipal e distrital a Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; fixar, por propos-
organização do Poder Legislativo serem do tipo unicameral. ta do Presidente da República, limites globais para o montante da
Com fundamento no princípio da autotutela, o Poder Legislati- dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
vo também possui o poder de exercer o controle interno sobre os Municípios; dispor sobre limites globais e condições para as opera-
seus próprios atos. Nessa situação, aduz-se que o Poder Legislativo ções de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito
estará realizando um controle administrativo interno. Esse é o mo- Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
tivo pelo qual quando falamos no controle parlamentar, estamos controladas pelo Poder Público federal; dispor sobre limites e con-
abordando somente o controle externo exercido pelo Poder Legis- dições para a concessão de garantia da União em operações de cré-
lativo. dito externo e interno; estabelecer limites globais e condições para
Destaca-se que o controle que o Poder Legislativo detém sobre o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e
a Administração Pública, encontra-se limitado às hipóteses previs- dos Municípios; aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
tas na Constituição Federal. Isso ocorre, por que porque caso con- exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do
trário, haveria inferiorização do princípio da separação dos poderes. término de seu mandato; aprovar previamente, por voto secreto,
Acontece que em razão disso, não podem leis ordinárias, comple- após arguição pública, a escolha de:
mentares ou Constituições Estaduais predispor outras modalidades • Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
de controle diversas das que são previstas na Constituição Federal, • Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre-
sob risco de ferir o mesmo princípio. sidente da República;
• Governador de Território;
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DIREITO ADMINISTRATIVO

• Presidente e diretores do Banco Central; Financeiro: é exercido com o auxílio dos


• Procurador-Geral da República; tribunais de contas.
• Titulares de outros cargos que a lei determinar. CONTROLE
• Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em LEGISLATIVO Político: alcança aspectos de legalidade
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca- ESPÉCIES e de mérito, vindo a ser preventivo, concomi-
ráter permanente; tante ou repressivo.
3. Da competência privativa da Câmara dos Deputados (CF,
art. 51): autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração Controle pelos Tribunais de Contas
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e Previstos na Constituição Federal, os Tribunais de Contas são
os Ministros de Estado; proceder à tomada de contas do Presiden- órgãos com a finalidade de auxiliar o Poder Legislativo na execução
te da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional do exercício do controle externo da Administração Pública. São ór-
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. gãos especializados e não integram a estrutura administrativa do
Parlamento e também não mantém com ele mantém qualquer es-
4. Outros controles políticos (CF, art. 50): a Câmara dos Depu- pécie de relação hierárquica.
tados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão Denota-se que a Carta Magna de 1988 preservou a estrutura
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos dire- de organização dos Tribunais de Contas vigente nos diversos entes
tamente subordinados à Presidência da República para prestarem, da federação à época de sua promulgação. Com isso, nos termos
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determina- do art. 31, § 4º da CFB/1988, tornou-se proibida a criação de novos
do, importando crime de responsabilidade a ausência sem justifi- tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais.
cação adequada; as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Em seguimento a essa diretriz, em âmbito federal, temos o TCU
Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Mi- (Tribunal de Contas da União); no plano estadual, os Tribunais de
nistros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente Contas dos Estados; no Distrito Federal, o TCDF (Tribunal de Con-
subordinados à Presidência da República, importando em crime de tas do Distrito Federal), sendo que na esfera municipal, percebe-se
responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trin- a organização dos tribunais de contas não ocorre de maneira uni-
ta dias, bem como a prestação de informações falsas. forme. Devido ao fato da maioria dos municípios ter criado até a
Por fim, em relação ao controle político legislativo, cabe espe- CF/1988 o seu próprio Tribunal de Contas, a função de prestar auxí-
cial destaque referente ao controle exercido pelas comissões parla- lio ao Poder Legislativo municipal no exercício do controle externo é
mentares de inquérito (CPIs). normalmente repassada ao Tribunal de Contas do respectivo Estado
As CPIs são comissões temporárias designadas a investigar fato que é dotado de atribuições de controle ao das administrações es-
certo e determinado e fazem parte do contexto de uma das funções tadual e municipal.
típicas do Parlamento que é a função de fiscalização. Em relação à sua composição, verificamos com afinco que os
De acordo com a Constituição Federal, as comissões parlamen- Tribunais de Contas são órgãos colegiados, com quadro de pessoal
tares de inquérito possuem poderes de investigação que são pró- próprio (inspetores, procuradores, analistas, técnicos etc.), sendo
prios das autoridades judiciais, além de outros poderes que estão o TCU composto por nove ministros, ao passo que os demais Tri-
previstos nos regimentos das Casas Legislativa. As CPIs são criadas bunais de contas são compostos, em regra, por sete conselheiros,
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, seja em conjun- número sempre observado nos Estados, com exceção do Tribunal
to ou de forma separada mediante pugnação de um terço de seus de Contas do Município de São Paulo que conta com apenas cinco
membros, com o objetivo de apurar fato determinado e por prazo conselheiros, nos parâmetros do art. 49 da Lei Orgânica daquele
certo, sendo que as suas conclusões, quando for preciso, serão en- Município.
caminhadas ao Ministério Público, para que este órgão promova a Embora, não obstante a existência dos chamados “tribunais”
responsabilidade civil ou criminal dos infratores, nos termos dispos- de contas, as cortes de contas também não exercem jurisdição em
tos no art. 58, § 3º da CFB/1988. sentido próprio, isso por que suas decisões não possuem o caráter
Em decorrência do exercício dos seus poderes de investigação, de definitividade, vindo a sofrer a possibilidade de serem anuladas
a CPI é dotada de ato próprio, sem a necessidade de autorização pelo Poder Judiciário. Entretanto, o processo ajuizado com o fito
judicial para: de anular a decisão da corte de contas é distinto do processo de
• realizar as diligências que entender necessárias; natureza administrativa em que foi proferida tal decisão. Desta for-
• convocar e tomar o depoimento de autoridades, inquirir tes- ma, o interessado não poderá interpor um recurso para o Judiciário
temunhas sob compromisso e ouvir indiciados; em desfavor da decisão final do Tribunal de Contas com o fulcro
• requisitar de órgãos públicos informações e documentos de de reformá-la, mas sim ajuizar processo autônomo perante o órgão
qualquer natureza; jurisdicional competente com o objetivo de anular o mencionado
• requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de ins- julgado.
peções e auditorias que entender necessárias. Registra-se que em relação ao controle externo financeiro e
Ademais, conforme decisão do STF, por autoridade própria, a as atribuições dos tribunais de contas, a Constituição Federal criou
CPI pode sem necessidade de intervenção judicial, porém, sempre um sistema harmonizado de controle, que prevê a existência de um
por meio de decisão fundamentada e motivada, observadas todas controle externo associada a um controle interno executado por
as formalidades da legislação, determinar a quebra de sigilo fiscal, cada órgão sobre seus agentes e seus atos.
bancário e de dados do investigado. (MS 23.452/RJ). O controle exercido pelo Poder Legislativo é uma forma de con-
Em esquema básico, temos: trolar de maneira externa os atos dos órgãos dos outros Poderes
e das entidades da administração indireta. Esse controle, além de
controlar a parte financeira dos outros órgãos, também abrange de
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forma ampla o controle contábil, financeiro, orçamentário, opera- a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
cional e patrimonial, levando em conta os aspectos da legalidade, erário público; apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta
de receitas. e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
No campo contábil a análise abrange o registro dos fatos contá- Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
beis e a elaboração de demonstrativos. Em âmbito financeiro, é veri- comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
ficado o verdadeiro ingresso das receitas, através de comprovantes e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
de depósito ou transferência de recursos, bem como a realização de fundamento legal do ato concessório;
forma efetiva de despesas, vindo a comprovar os seus tradicionais C) Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
estágios de licitação, empenho, liquidação e pagamento. Por sua Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e
vez, o controle orçamentário é aquele que acompanha a execução auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacio-
do orçamento, que é a legislação em que se encontram as receitas nal e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legis-
previstas e também as despesas fixadas. Em referência ao controle lativo, Executivo e
operacional, ressaltamos que o mesmo trata de diversos aspectos Judiciário, e demais entidades referidas na letra b;
do desempenho da atividade administrativa, como por exemplo, D) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais
numa auditoria operacional, pode ser computado o tempo médio de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
que o usuário usa esperando por atendimento médico em uma uni- nos termos do tratado constitutivo;
dade do sistema público de saúde. Finalmente, temos o controle E) Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
patrimonial, que cuida da fiscalização do patrimônio público. União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
Analisando a legalidade do controle externo, observamos que congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
este investiga se a conduta administrativa está de acordo com as F) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional,
diversas normas jurídicas. por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comis-
O controle de legitimidade atua complementando o controle sões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
de legalidade, permitindo a apreciação de outros aspectos além da cional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
adequação formal da conduta à legislação pertinente. Nesse diapa- realizadas;
são, são passíveis de averiguação aspectos como a finalidade do ato G) Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa
e a obediência aos princípios constitucionais como a moralidade ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que es-
administrativa, por exemplo. tabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
Em continuidade, o controle de economicidade é relativo à uti- causado ao erário;
lização dos recursos de forma racional, uma vez que com ele, pre- H) Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
tende-se averiguar se a despesa realizada atende aos aspectos da vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
melhor relação custo-benefício. ilegalidade;
Destaca-se que o controle externo também investiga se hou- I) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comu-
ve a aplicação de forma correta das subvenções, que se tratam de nicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
transferências de recursos feitas pelo governo com o fito de cobrir J) Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
despesas de custeio das entidades beneficiadas. abusos apurados.
As subvenções podem ser de duas espécies. São elas: subven-
ções sociais e subvenções econômicas. Observação: As normas retro mencionadas acima relativas ao
A) Subvenções sociais: são destinadas ao custeio de institui- Tribunal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à organi-
ções públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, que zação, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Es-
não possuem finalidade lucrativa, nos ditames da Lei 4.320/1964, tados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos
art. 12, § 3º, I. de Contas dos Municípios, onde houver, nos termos do art.75 da
B) Subvenções econômicas: são as destinadas ao custeio de CFB/1988.
empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrí-
cola ou pastoril, nos termos da Lei 4.320/1964, art. 12, § 3º, II. Aspectos importantes sobre as atribuições dos Tribunais de
Registra-se, que o controle externo também se incumbe de Contas
apreciar a regularidade da renúncia de receita. Há vários mecanis- Vejamos a diferença entre os atributos de “apreciar contas” e
mos que tornam possível a renúncia de receita, como por exemplo: “julgar contas”.
a remissão, o subsídio, a isenção e a modificação da alíquota ou da Em relação às contas do chefe do Poder Executivo, os Tribu-
base de cálculo de tributo que implique sua redução. nais de Contas têm atribuição para “apreciá-las”, desde que haja a
Nos ditames constitucionais, a cargo de Congresso Nacional, o emissão de parecer conclusivo, que deverá ser elaborado no prazo
controle externo, será exercido com a ajuda do Tribunal de Contas de 60 dias a contar de seu recebimento (art. 71, I), sendo que é
da União, ao qual compete, nos parâmetros do art. 71 da CFB/1988: competência do Poder
A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da Legislativo julgar as contas de cada ente federado. Desta ma-
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em neira, as contas anuais do Presidente da República são julgadas pelo
sessenta dias a contar de seu recebimento; Congresso Nacional nos ditames do art. 49, IX, CF/1988; as dos Go-
B) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis vernadores, pela Assembleia Legislativa do respectivo Estado; a do
por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in- Governador do Distrito Federal, pela Câmara Legislativa do Distrito
direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas Federal; e as contas dos Prefeitos, pelas respectivas câmaras muni-
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa cipais.
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DIREITO ADMINISTRATIVO

Existe uma particularidade em relação ao parecer que o tri- submeter o crédito a um controle mais amplo, na medida em que
bunal de contas do Estado ou do município emite a respeito das ele fica registrado em sistemas informatizados criados para a admi-
contas anuais do chefe do Poder Executivo municipal. Nos termos nistração, controle de prazos e cobrança dos valores inscritos.
do previsto no art. 31, § 2º, da CF/1988, o parecer prévio, emitido
pelo tribunal de contas sobre as contas que o Prefeito deve anual-
mente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI Nº 8.429/1992
dos membros da Câmara Municipal. Assim sendo, é por essa razão COM REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 14.230/2021)
que grande parte da doutrina afirma que nessa hipótese, o parecer
prévio é relativamente vinculante, não sendo absolutamente vin-
culante pelo fato de poder ser superado, porém, como a superação LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
depende de quórum qualificado, tem-se uma vinculação relativa.
Em relação a esse assunto, o STF explicou que a expressão “só Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de
deixará de prevalecer”, contida no mencionado § 2º, não quer di- atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37
zer que o parecer conclusivo do tribunal de contas poderia produ- da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada
zir efeitos imediatos, que se poderiam se tornar permanentes em pela Lei nº 14.230, de 2021)
caso do silêncio da casa legislativa. Para a Suprema Corte, o parecer
do Tribunal de Contas que rejeita as contas do chefe do executivo O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na-
possui natureza opinativa, só podendo produzir o efeito de inelegi- cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
bilidade do prefeito (LC 64/1990, art. 1º, I, alínea “g”) após transcor-
rido o julgamento das contas pela respectiva Câmara de Vereadores CAPÍTULO I
(RE 729.744/MG e RE 848.826/DF). DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
De outro ângulo, o parecer antecedente emitido pela Corte de
Contas é indispensável ao julgamento das contas anuais dos Prefei- Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade
tos. Foi justamente por esse motivo que o STF julgou inconstitucio- administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no
nal dispositivo de constituição estadual que permitia às Câmaras exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade
Legislativas apreciarem as contas anuais prestadas pelos prefeitos, do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada
independentemente do parecer do Tribunal de Contas do Estado, pela Lei nº 14.230, de 2021)
quando este não fosse oferecido no prazo de 180 dias. (ADI 3.077/ Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
SE). de 2021)
Os Tribunais de Contas possuem competência distinta para jul- § 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con-
gar as contas dos administradores e demais responsáveis por verba dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados
pública, bens e valores públicos da administração direta e indireta, tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
inclusive das fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo 2021)
Poder Público, e ainda, as contas dos entes que ensejarem e de- § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan-
rem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não
prejuízo ao erário público, nos termos do disposto no art. 71, III da bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230,
CFB/1988. de 2021)
Outro ponto importante a ser destacado, é o fato de que ao § 3º O mero exercício da função ou desempenho de compe-
julgar as contas dos gestores públicos e demais agentes que cau- tências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito,
sarem danos ao erário, em diversos casos, os tribunais de contas afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa.
imputam débito com o objetivo de ressarcir o dano, ou multa com (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
caráter de punição. Denota-se que decisões das Cortes de Contas § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta
que imputam débito ou multa terão validade de título executivo Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona-
nos termos do art. 71, § 3º da CFB/198. Ou seja, caso a pessoa a dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
quem foi imputada a multa ou o débito não vier a adimplir a refe- § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organiza-
rida importância dentro do prazo estipulado por lei, poderá sofrer ção do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do
a cobrança judicial da importância diretamente por intermédio de patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
uma ação de execução, sendo desnecessário o ajuizamento de uma diciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da
ação de conhecimento para rediscutir a matéria que já foi objeto de União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído
decisão da corte de contas. pela Lei nº 14.230, de 2021)
Pelo fato das decisões definitivas dos tribunais de contas que § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida-
imputam débito ou aplicam multa terem, por si só, força de títu- de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba
lo executivo, sua execução independe da inscrição em dívida ati- subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú-
va. Entretanto, os entes federados têm o costume de inscrever to- blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído
dos os seus créditos passíveis de execução em dívida ativa, o que pela Lei nº 14.230, de 2021)
ocorre por dois motivos. Em primeiro lugar, por que a inscrição dá § 7º Independentemente de integrar a administração indireta,
possibilidade para que a execução siga o rito estabelecido na Lei estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica-
6.830/1980, Lei das Execuções Fiscais, trazendo uma série de van- dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou
tagens para o exequente. Em segundo lugar, a inscrição acaba por custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou

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receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à CAPÍTULO II


repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) SEÇÃO I
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPOR-
de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain- TAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan-
do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do-
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati-
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi- I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con- ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de agente público;
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
nº 14.230, de 2021) cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra preço superior ao valor de mercado;
dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
pela Lei nº 14.230, de 2021) cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de
pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im- mercado;
probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel,
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas
em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre-
Lei nº 14.230, de 2021) gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona- V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
2021) quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni-
Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado-
que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe- rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art.
tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda-
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles,
de 2021) bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô-
erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo
obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa- agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela
trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária. nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a atividade;
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara- IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi- ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara-
ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente ção a que esteja obrigado;
intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
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XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
tidades mencionadas no art. 1° desta lei; de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
art. 1° desta lei. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
SEÇÃO II da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM nº 11.107, de 2005)
PREJUÍZO AO ERÁRIO XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi-
ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe- XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo-
tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias,
Lei nº 14.230, de 2021) sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli-
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação pela administração pública a entidade privada mediante celebração
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula-
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri- mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo (Vigência)
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida-
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula-
à espécie; mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper- (Vigência)
sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren- XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca-
das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
por preço inferior ao de mercado; irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem pela Lei nº 13.204, de 2015)
ou serviço por preço superior ao de mercado; XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - realizar operação financeira sem observância das normas XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu-
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
nea; Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser- nº 14.230, de 2021)
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es- § 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais
pécie; ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra- sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído
tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo- pela Lei nº 14.230, de 2021)
nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô-
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza- mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro-
das em lei ou regulamento; vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, 14.230, de 2021)
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
gular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
queça ilicitamente;

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SEÇÃO II-A agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para
(REVOGADO PELA LEI Nº 14.230, DE 2021) si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)
Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos
de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe-
SEÇÃO III ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis-
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATEN- trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
TAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA § 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da práti-
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta ca de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão das normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de pela Lei nº 14.230, de 2021)
legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda- § 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando § 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi-
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
14.230, de 2021) agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou CAPÍTULO III
de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº DAS PENAS
14.230, de 2021)
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano
de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató- patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon-
rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen-
desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº
irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei- I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores
ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus-
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú- ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
blica com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei
X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 14.230, de 2021)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori- acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân-
dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene-
na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com- ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma-
preendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada
Lei nº 14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur- III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil
sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida
do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro- receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi- diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica- Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do 14.230, de 2021)
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§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in- § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma § 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste arti-
qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com go será atualizada anualmente e na data em que o agente público
o poder público na época do cometimento da infração, podendo deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas § 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
Lei nº 14.230, de 2021) declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside- prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada
rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado pela Lei nº 14.230, de 2021)
na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO V
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con- DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDI-
siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a CIAL
viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021) Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida- ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e
improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das assinada, conterá a qualificação do representante, as informações
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídi- sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
ca, conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº conhecimento.
14.230, de 2021) § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute- despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es-
lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen-
prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
Lei nº 14.230, de 2021) determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen-
dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri- te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar probidade.
o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho
14.230, de 2021) de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder pú- acompanhar o procedimento administrativo.
blico deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser
e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis-
de 2013, observadas as limitações territoriais contidas em decisão ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo-
judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique-
nº 14.230, de 2021) cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. § 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da
§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen- representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter- 14.230, de 2021)
valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da § 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a
sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e
o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man-
CAPÍTULO IV tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
DA DECLARAÇÃO DE BENS internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio- caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração
nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven- no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re-
tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili-
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser- dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda-
viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu
2021) em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com- § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras § 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser
circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa
urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores § 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar-
declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste-
na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí- riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de § 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela
dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por Lei nº 14.230, de 2021)
caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen-
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte-
instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi-
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de- bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230,
monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu- de 2021)
rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de II - será instruída com documentos ou justificação que con-
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro- tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo
cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
de 2021) apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei
no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provisó-
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in- rias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei
disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil (Incluí-
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). do pela Lei nº 14.230, de 2021), (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN 7043)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in- bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem
cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen-
multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei
lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 14.230, de 2021)
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve- § 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará
ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo- autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem
ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro-
desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub- cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao § 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens § 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas
do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Inclu-
práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre- ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº § 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode-
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes-
até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei
poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. nº 13.964, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor,
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van- I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo,
tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a
Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código § 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de-
de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi-
Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN 7043) dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu-
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) ído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN 7043)
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DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a
necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre- decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN 7043)
de 2021) § 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen-
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita-
partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro- das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de 2021) II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis- § 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce- Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns-
dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil,
§ 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In-
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica inte- I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº
ressada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (In- 14.230, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADIN 7042) (Vide ADIN II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida
7043) obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei
§ 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju- nº 14.230, de 2021)
rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135, § 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste arti-
136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de go dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
§ 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis- I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior
tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se- ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230,
rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para de 2021)
a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór-
demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im- gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções
probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação III - de homologação judicial, independentemente de o acordo
civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade
14.230, de 2021) administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre § 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere
os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu-
implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em § 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido,
caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo
2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi- celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso
nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de § 5º As negociações para a celebração do acordo a que se re-
2021) fere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.
de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230, (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) § 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con-
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in-
legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis- tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades
trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito

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da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu- de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes
esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí- danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
do pela Lei nº 14.230, de 2021) artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou-
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba-
os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos
não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos
Lei nº 14.230, de 2021) arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con-
e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve- (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído § 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa
pela Lei nº 14.230, de 2021) jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar-
ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens.
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (In- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên-
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida; cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses,
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação
de 2021) do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre-
nº 14.230, de 2021) juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Inclu-
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên- ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela
cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021) § 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua-
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi-
2021) to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis-
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san- trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de
ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021) Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras
quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con-
responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o
concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje- sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe-
tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230,
14.230, de 2021) de 2021)
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito,
configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor- Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos
rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual- e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre-
quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte)
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

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CAPÍTULO VI CAPÍTULO VII


DAS DISPOSIÇÕES PENAIS DA PRESCRIÇÃO

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida- Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
da denúncia o sabe inocente. ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per-
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
imagem que houver provocado. III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos § 1º A instauração de inquérito civil ou de processo adminis-
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con- trativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o
denatória. curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta)
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso
afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído
ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for pela Lei nº 14.230, de 2021)
necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática § 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será
de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri-
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun-
(noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median- damentado submetido à revisão da instância competente do órgão
te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo § 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação de-
quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10 verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar-
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle § 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter-
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con- I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as Lei nº 14.230, de 2021)
correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con- tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena-
duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à nº 14.230, de 2021)
ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con- IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu-
duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
2021) acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa- V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal
tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór-
qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen- dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
nº 14.230, de 2021) artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve- § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei-
rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis- § 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati- mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen- 2021)
to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito § 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público,
policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre-
será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no
escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído pela
e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de Lei nº 14.230, de 2021)
2021)

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Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita- § 1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas,
ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou as sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ressalvado o disposto
nº 14.230, de 2021) no art. 178 desta Lei.
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não § 2º As contratações realizadas no âmbito das repartições pú-
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de blicas sediadas no exterior obedecerão às peculiaridades locais e
honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela aos princípios básicos estabelecidos nesta Lei, na forma de regula-
Lei nº 14.230, de 2021) mentação específica a ser editada por ministro de Estado.
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des- § 3º Nas licitações e contratações que envolvam recursos pro-
pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230, venientes de empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de
de 2021) cooperação estrangeira ou de organismo financeiro de que o Brasil
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em seja parte, podem ser admitidas:
caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada I - condições decorrentes de acordos internacionais aprovados
má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) pelo Congresso Nacional e ratificados pelo Presidente da República;
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri- II - condições peculiares à seleção e à contratação constantes
monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re- de normas e procedimentos das agências ou dos organismos, desde
cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão que:
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de a) sejam exigidas para a obtenção do empréstimo ou doação;
1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) b) não conflitem com os princípios constitucionais em vigor;
c) sejam indicadas no respectivo contrato de empréstimo ou
CAPÍTULO VIII doação e tenham sido objeto de parecer favorável do órgão jurídi-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS co do contratante do financiamento previamente à celebração do
referido contrato;
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. d) (VETADO).
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de § 4º A documentação encaminhada ao Senado Federal para
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições autorização do empréstimo de que trata o § 3º deste artigo deverá
em contrário. fazer referência às condições contratuais que incidam na hipótese
do referido parágrafo.
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e § 5º As contratações relativas à gestão, direta e indireta, das
104° da República. reservas internacionais do País, inclusive as de serviços conexos ou
FERNANDO COLLOR acessórios a essa atividade, serão disciplinadas em ato normativo
Célio Borja próprio do Banco Central do Brasil, assegurada a observância dos
princípios estabelecidos no caput do art. 37 da Constituição Fede-
ral.
LEI Nº 14.133/2021 Art. 2º Esta Lei aplica-se a:
I - alienação e concessão de direito real de uso de bens;
II - compra, inclusive por encomenda;
LEI Nº 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021 III - locação;
IV - concessão e permissão de uso de bens públicos;
Mensagem de veto V - prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais es-
Promulgação partes vetadas pecializados;
Regulamento VI - obras e serviços de arquitetura e engenharia;
Regulamento Lei de Licitações e Contratos Administrativos. VII - contratações de tecnologia da informação e de comuni-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- cação.
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 3º Não se subordinam ao regime desta Lei:
I - contratos que tenham por objeto operação de crédito, inter-
TÍTULO I no ou externo, e gestão de dívida pública, incluídas as contratações
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES de agente financeiro e a concessão de garantia relacionadas a esses
CAPÍTULO I contratos;
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DESTA LEI II - contratações sujeitas a normas previstas em legislação pró-
pria.
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contra- Art. 4º Aplicam-se às licitações e contratos disciplinados por
tação para as Administrações Públicas diretas, autárquicas e funda- esta Lei as disposições constantes dos arts. 42 a 49 da Lei Comple-
cionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
e abrange: § 1º As disposições a que se refere o caput deste artigo não são
I - os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos aplicadas:
Estados e do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos I - no caso de licitação para aquisição de bens ou contratação
Municípios, quando no desempenho de função administrativa; de serviços em geral, ao item cujo valor estimado for superior à
II - os fundos especiais e as demais entidades controladas dire- receita bruta máxima admitida para fins de enquadramento como
ta ou indiretamente pela Administração Pública. empresa de pequeno porte;
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II - no caso de contratação de obras e serviços de engenharia, X - compra: aquisição remunerada de bens para fornecimen-
às licitações cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima to de uma só vez ou parceladamente, considerada imediata aquela
admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno com prazo de entrega de até 30 (trinta) dias da ordem de forneci-
porte. mento;
§ 2º A obtenção de benefícios a que se refere o caput deste XI - serviço: atividade ou conjunto de atividades destinadas a
artigo fica limitada às microempresas e às empresas de pequeno obter determinada utilidade, intelectual ou material, de interesse
porte que, no ano-calendário de realização da licitação, ainda não da Administração;
tenham celebrado contratos com a Administração Pública cujos va- XII - obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como
lores somados extrapolem a receita bruta máxima admitida para privativa das profissões de arquiteto e engenheiro que implica in-
fins de enquadramento como empresa de pequeno porte, devendo tervenção no meio ambiente por meio de um conjunto harmônico
o órgão ou entidade exigir do licitante declaração de observância de ações que, agregadas, formam um todo que inova o espaço físi-
desse limite na licitação. co da natureza ou acarreta alteração substancial das características
§ 3º Nas contratações com prazo de vigência superior a 1 (um) originais de bem imóvel;
ano, será considerado o valor anual do contrato na aplicação dos XIII - bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de desem-
limites previstos nos §§ 1º e 2º deste artigo. penho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital,
por meio de especificações usuais de mercado;
CAPÍTULO II XIV - bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta hete-
DOS PRINCÍPIOS rogeneidade ou complexidade, não podem ser descritos na forma
do inciso XIII do  caput  deste artigo, exigida justificativa prévia do
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios contratante;
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, XV - serviços e fornecimentos contínuos: serviços contratados e
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, compras realizadas pela Administração Pública para a manutenção
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da da atividade administrativa, decorrentes de necessidades perma-
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do nentes ou prolongadas;
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da XVI - serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi- mão de obra: aqueles cujo modelo de execução contratual exige,
cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as entre outros requisitos, que:
disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas de-
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). pendências do contratante para a prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e mate-
CAPÍTULO III riais disponíveis de uma contratação para execução simultânea de
DAS DEFINIÇÕES outros contratos;
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quan-
Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se: to à distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alo-
I - órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Admi- cados aos seus contratos;
nistração Pública; XVII - serviços não contínuos ou contratados por escopo: aque-
II - entidade: unidade de atuação dotada de personalidade ju- les que impõem ao contratado o dever de realizar a prestação de
rídica; um serviço específico em período predeterminado, podendo ser
III - Administração Pública: administração direta e indireta da prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo necessário à
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive conclusão do objeto;
as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob con- XVIII - serviços técnicos especializados de natureza predomi-
trole do poder público e as fundações por ele instituídas ou man- nantemente intelectual: aqueles realizados em trabalhos relativos
tidas; a:
IV - Administração: órgão ou entidade por meio do qual a Ad- a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos
ministração Pública atua; executivos;
V - agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nome- b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
ação, designação, contratação ou qualquer outra forma de inves- c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e
tidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em tributárias;
pessoa jurídica integrante da Administração Pública; d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços;
VI - autoridade: agente público dotado de poder de decisão; e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas;
VII - contratante: pessoa jurídica integrante da Administração f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
Pública responsável pela contratação; g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
VIII - contratado: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pes- h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en-
soas jurídicas, signatária de contrato com a Administração; saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento
IX - licitante: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pesso- de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
as jurídicas, que participa ou manifesta a intenção de participar de serviços de engenharia que se enquadrem na definição deste inciso;
processo licitatório, sendo-lhe equiparável, para os fins desta Lei, o XIX - notória especialização: qualidade de profissional ou de
fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento à solici- empresa cujo conceito, no campo de sua especialidade, decorrente
tação da Administração, oferece proposta; de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, orga-
nização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos rela-
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cionados com suas atividades, permite inferir que o seu trabalho b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade;
é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do c) prazo de entrega;
objeto do contrato; d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou
XX - estudo técnico preliminar: documento constitutivo da pri- projeto da área de influência, quando cabível;
meira etapa do planejamento de uma contratação que caracteriza e) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia
o interesse público envolvido e a sua melhor solução e dá base ao na utilização, de facilidade na execução, de impacto ambiental e de
anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem acessibilidade;
elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação; f) proposta de concepção da obra ou do serviço de engenharia;
XXI - serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de ati- g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram
vidades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou a concepção proposta;
material, de interesse para a Administração e que, não enquadra- h) levantamento topográfico e cadastral;
das no conceito de obra a que se refere o inciso XII do caput des- i) pareceres de sondagem;
te artigo, são estabelecidas, por força de lei, como privativas das j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com-
profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos especializados, ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a
que compreendem: estabelecer padrões mínimos para a contratação;
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia XXV - projeto básico: conjunto de elementos necessários e sufi-
que tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos cientes, com nível de precisão adequado para definir e dimensionar
de desempenho e qualidade, de manutenção, de adequação e de a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto
adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das caracte- da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técni-
rísticas originais dos bens; cos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o adequado
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta he- tratamento do impacto ambiental do empreendimento e que pos-
terogeneidade ou complexidade, não pode se enquadrar na defini- sibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do
ção constante da alínea “a” deste inciso; prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
XXII - obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e en-
cujo valor estimado supera R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões saios geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos socio-
de reais);(Vide Decreto nº 11.317, de 2022) Vigência ambientais e demais dados e levantamentos necessários para exe-
XXIII - termo de referência: documento necessário para a con- cução da solução escolhida;
tratação de bens e serviços, que deve conter os seguintes parâme- b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de-
tros e elementos descritivos: talhadas, de forma a evitar, por ocasião da elaboração do projeto
a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, executivo e da realização das obras e montagem, a necessidade de
o prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua prorro- reformulações ou variantes quanto à qualidade, ao preço e ao prazo
gação; inicialmente definidos;
b) fundamentação da contratação, que consiste na referência c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais
aos estudos técnicos preliminares correspondentes ou, quando não e equipamentos a incorporar à obra, bem como das suas especifi-
for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes que não cações, de modo a assegurar os melhores resultados para o empre-
contiverem informações sigilosas; endimento e a segurança executiva na utilização do objeto, para os
c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ci- fins a que se destina, considerados os riscos e os perigos identificá-
clo de vida do objeto; veis, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
d) requisitos da contratação; d) informações que possibilitem o estudo e a definição de mé-
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de todos construtivos, de instalações provisórias e de condições orga-
como o contrato deverá produzir os resultados pretendidos desde o nizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a
seu início até o seu encerramento; sua execução;
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execu- e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da
ção do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou enti- obra, compreendidos a sua programação, a estratégia de suprimen-
dade; tos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada
g) critérios de medição e de pagamento; caso;
h) forma e critérios de seleção do fornecedor; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamen-
i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos pre- tado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente
ços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documen- avaliados, obrigatório exclusivamente para os regimes de execução
tos que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a obten- previstos nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art. 46 desta Lei;
ção dos preços e para os respectivos cálculos, que devem constar XXVI - projeto executivo: conjunto de elementos necessários
de documento separado e classificado; e suficientes à execução completa da obra, com o detalhamento
j) adequação orçamentária; das soluções previstas no projeto básico, a identificação de servi-
XXIV - anteprojeto: peça técnica com todos os subsídios neces- ços, de materiais e de equipamentos a serem incorporados à obra,
sários à elaboração do projeto básico, que deve conter, no mínimo, bem como suas especificações técnicas, de acordo com as normas
os seguintes elementos: técnicas pertinentes;
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades,
avaliação de demanda do público-alvo, motivação técnico-econô-
mico-social do empreendimento, visão global dos investimentos e
definições relacionadas ao nível de serviço desejado;
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XXVII - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos XXXVII - produto manufaturado nacional: produto manufatura-
e de responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilí- do produzido no território nacional de acordo com o processo pro-
brio econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus dutivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder
financeiro decorrente de eventos supervenientes à contratação, Executivo federal;
contendo, no mínimo, as seguintes informações: XXXVIII - concorrência: modalidade de licitação para contrata-
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura ção de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e
do contrato que possam causar impacto em seu equilíbrio econô- especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser:
mico-financeiro e previsão de eventual necessidade de prolação de a) menor preço;
termo aditivo por ocasião de sua ocorrência; b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das c) técnica e preço;
frações do objeto com relação às quais haverá liberdade para os d) maior retorno econômico;
contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnológicas, e) maior desconto;
em termos de modificação das soluções previamente delineadas no XXXIX - concurso: modalidade de licitação para escolha de tra-
anteprojeto ou no projeto básico; balho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de
frações do objeto com relação às quais não haverá liberdade para prêmio ou remuneração ao vencedor;
os contratados inovarem em soluções metodológicas ou tecnoló- XL - leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imó-
gicas, devendo haver obrigação de aderência entre a execução e a veis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a
solução predefinida no anteprojeto ou no projeto básico, conside- quem oferecer o maior lance;
radas as características do regime de execução no caso de obras e XLI - pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição
serviços de engenharia; de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o
XXVIII - empreitada por preço unitário: contratação da execu- de menor preço ou o de maior desconto;
ção da obra ou do serviço por preço certo de unidades determina- XLII - diálogo competitivo: modalidade de licitação para contra-
das; tação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública
XXIX - empreitada por preço global: contratação da execução realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante
da obra ou do serviço por preço certo e total; critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alter-
XXX - empreitada integral: contratação de empreendimento em nativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os lici-
sua integralidade, compreendida a totalidade das etapas de obras, tantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos;
serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade do XLIII - credenciamento: processo administrativo de chamamen-
contratado até sua entrega ao contratante em condições de entrada to público em que a Administração Pública convoca interessados
em operação, com características adequadas às finalidades para as em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os re-
quais foi contratado e atendidos os requisitos técnicos e legais para quisitos necessários, se credenciem no órgão ou na entidade para
sua utilização com segurança estrutural e operacional; executar o objeto quando convocados;
XXXI - contratação por tarefa: regime de contratação de mão de XLIV - pré-qualificação: procedimento seletivo prévio à licita-
obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem forne- ção, convocado por meio de edital, destinado à análise das condi-
cimento de materiais; ções de habilitação, total ou parcial, dos interessados ou do objeto;
XXXII - contratação integrada: regime de contratação de obras e XLV - sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos
serviços de engenharia em que o contratado é responsável por ela- para realização, mediante contratação direta ou licitação nas moda-
borar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar obras e lidades pregão ou concorrência, de registro formal de preços relati-
serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais vos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de bens
e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações para contratações futuras;
necessárias e suficientes para a entrega final do objeto; XLVI - ata de registro de preços: documento vinculativo e obri-
XXXIII - contratação semi-integrada: regime de contratação de gacional, com característica de compromisso para futura contrata-
obras e serviços de engenharia em que o contratado é responsável ção, no qual são registrados o objeto, os preços, os fornecedores, os
por elaborar e desenvolver o projeto executivo, executar obras e órgãos participantes e as condições a serem praticadas, conforme
serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais as disposições contidas no edital da licitação, no aviso ou instru-
e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações mento de contratação direta e nas propostas apresentadas;
necessárias e suficientes para a entrega final do objeto; XLVII - órgão ou entidade gerenciadora: órgão ou entidade da
XXXIV - fornecimento e prestação de serviço associado: regime Administração Pública responsável pela condução do conjunto de
de contratação em que, além do fornecimento do objeto, o contra- procedimentos para registro de preços e pelo gerenciamento da ata
tado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou ambas, de registro de preços dele decorrente;
por tempo determinado; XLVIII - órgão ou entidade participante: órgão ou entidade da
XXXV - licitação internacional: licitação processada em terri- Administração Pública que participa dos procedimentos iniciais da
tório nacional na qual é admitida a participação de licitantes es- contratação para registro de preços e integra a ata de registro de
trangeiros, com a possibilidade de cotação de preços em moeda preços;
estrangeira, ou licitação na qual o objeto contratual pode ou deve XLIX - órgão ou entidade não participante: órgão ou entidade
ser executado no todo ou em parte em território estrangeiro; da Administração Pública que não participa dos procedimentos ini-
XXXVI - serviço nacional: serviço prestado em território nacio- ciais da licitação para registro de preços e não integra a ata de re-
nal, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; gistro de preços;

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L - comissão de contratação: conjunto de agentes públicos in- sões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedi-
dicados pela Administração, em caráter permanente ou especial, mento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessá-
com a função de receber, examinar e julgar documentos relativos às rias ao bom andamento do certame até a homologação.
licitações e aos procedimentos auxiliares;
LI - catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e CAPÍTULO IV
obras: sistema informatizado, de gerenciamento centralizado e com DOS AGENTES PÚBLICOS
indicação de preços, destinado a permitir a padronização de itens a
serem adquiridos pela Administração Pública e que estarão dispo- Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade,
níveis para a licitação; ou a quem as normas de organização administrativa indicarem, pro-
LII - sítio eletrônico oficial: sítio da internet, certificado digital- mover gestão por competências e designar agentes públicos para o
mente por autoridade certificadora, no qual o ente federativo divul- desempenho das funções essenciais à execução desta Lei que pre-
ga de forma centralizada as informações e os serviços de governo encham os seguintes requisitos:
digital dos seus órgãos e entidades; I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado
LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação público dos quadros permanentes da Administração Pública;
de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento II - tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou
de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, possuam formação compatível ou qualificação atestada por certifi-
na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra- cação profissional emitida por escola de governo criada e mantida
tado com base em percentual da economia gerada; pelo poder público; e
LIV - seguro-garantia: seguro que garante o fiel cumprimento III - não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contra-
das obrigações assumidas pelo contratado; tados habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de
LV - produtos para pesquisa e desenvolvimento: bens, insumos, parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de na-
serviços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil.
tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológi- § 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá obser-
ca, discriminados em projeto de pesquisa; var o princípio da segregação de funções, vedada a designação do
LVI - sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais
valor expressivamente superior aos preços referenciais de mercado, suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação
seja de apenas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação for por de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação.
preços unitários de serviço, seja do valor global do objeto, se a lici- § 2º O disposto no  caput  e no § 1º deste artigo, inclusive os
tação ou a contratação for por tarefa, empreitada por preço global requisitos estabelecidos, também se aplica aos órgãos de assesso-
ou empreitada integral, semi-integrada ou integrada; ramento jurídico e de controle interno da Administração.
LVII - superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da Ad- Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação,
ministração, caracterizado, entre outras situações, por: pessoa designada pela autoridade competente, entre servidores
a) medição de quantidades superiores às efetivamente execu- efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Ad-
tadas ou fornecidas; ministração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da
b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quais-
que resulte em diminuição da sua qualidade, vida útil ou segurança; quer outras atividades necessárias ao bom andamento do certame
c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenha- até a homologação.
ria que causem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato em § 1º O agente de contratação será auxiliado por equipe de
favor do contratado; apoio e responderá individualmente pelos atos que praticar, salvo
d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebi- quando induzido a erro pela atuação da equipe.
mentos contratuais antecipados, distorção do cronograma físico-fi- § 2º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde
nanceiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com custos que observados os requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, o
adicionais para a Administração ou reajuste irregular de preços; agente de contratação poderá ser substituído por comissão de con-
LVIII - reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção tratação formada por, no mínimo, 3 (três) membros, que respon-
do equilíbrio econômico-financeiro de contrato consistente na apli- derão solidariamente por todos os atos praticados pela comissão,
cação do índice de correção monetária previsto no contrato, que ressalvado o membro que expressar posição individual divergente
deve retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que hou-
adoção de índices específicos ou setoriais; ver sido tomada a decisão.
LIX - repactuação: forma de manutenção do equilíbrio econô- § 3º As regras relativas à atuação do agente de contratação e da
mico-financeiro de contrato utilizada para serviços contínuos com equipe de apoio, ao funcionamento da comissão de contratação e à
regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância atuação de fiscais e gestores de contratos de que trata esta Lei se-
de mão de obra, por meio da análise da variação dos custos contra- rão estabelecidas em regulamento, e deverá ser prevista a possibili-
tuais, devendo estar prevista no edital com data vinculada à apre- dade de eles contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento
sentação das propostas, para os custos decorrentes do mercado, e jurídico e de controle interno para o desempenho das funções es-
com data vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio senciais à execução do disposto nesta Lei. (Regulamento) Vigência
coletivo ao qual o orçamento esteja vinculado, para os custos de- § 4º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo
correntes da mão de obra; objeto não seja rotineiramente contratado pela Administração, po-
LX - agente de contratação: pessoa designada pela autoridade derá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa
competente, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos ou de profissional especializado para assessorar os agentes públicos
quadros permanentes da Administração Pública, para tomar deci- responsáveis pela condução da licitação.
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§ 5º Em licitação na modalidade pregão, o agente responsável III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços mani-
pela condução do certame será designado pregoeiro. festamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos con-
Art. 9º É vedado ao agente público designado para atuar na tratos;
área de licitações e contratos, ressalvados os casos previstos em lei: IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sus-
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situ- tentável.
ações que: Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é
a) comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo responsável pela governança das contratações e deve implementar
do processo licitatório, inclusive nos casos de participação de socie- processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles in-
dades cooperativas; ternos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios
b) estabeleçam preferências ou distinções em razão da natura- e os respectivos contratos, com o intuito de alcançar os objetivos
lidade, da sede ou do domicílio dos licitantes; estabelecidos no caput deste artigo, promover um ambiente ínte-
c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico gro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao plane-
do contrato; jamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência,
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, efetividade e eficácia em suas contratações.
legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra entre empresas Art. 12. No processo licitatório, observar-se-á o seguinte:
brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, mo- I - os documentos serão produzidos por escrito, com data e lo-
dalidade e local de pagamento, mesmo quando envolvido financia- cal de sua realização e assinatura dos responsáveis;
mento de agência internacional; II - os valores, os preços e os custos utilizados terão como ex-
III - opor resistência injustificada ao andamento dos processos pressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o dispos-
e, indevidamente, retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou to no art. 52 desta Lei;
praticá-lo contra disposição expressa em lei. III - o desatendimento de exigências meramente formais que
§ 1º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licita- não comprometam a aferição da qualificação do licitante ou a com-
ção ou da execução do contrato agente público de órgão ou enti- preensão do conteúdo de sua proposta não importará seu afasta-
dade licitante ou contratante, devendo ser observadas as situações mento da licitação ou a invalidação do processo;
que possam configurar conflito de interesses no exercício ou após IV - a prova de autenticidade de cópia de documento público
o exercício do cargo ou emprego, nos termos da legislação que dis- ou particular poderá ser feita perante agente da Administração, me-
ciplina a matéria. diante apresentação de original ou de declaração de autenticidade
§ 2º As vedações de que trata este artigo estendem-se a tercei- por advogado, sob sua responsabilidade pessoal;
ro que auxilie a condução da contratação na qualidade de integran- V - o reconhecimento de firma somente será exigido quando
te de equipe de apoio, profissional especializado ou funcionário ou houver dúvida de autenticidade, salvo imposição legal;
representante de empresa que preste assessoria técnica. VI - os atos serão preferencialmente digitais, de forma a permi-
Art. 10. Se as autoridades competentes e os servidores públi- tir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados
cos que tiverem participado dos procedimentos relacionados às por meio eletrônico;
licitações e aos contratos de que trata esta Lei precisarem defen- VII - a partir de documentos de formalização de demandas, os
der-se nas esferas administrativa, controladora ou judicial em razão órgãos responsáveis pelo planejamento de cada ente federativo po-
de ato praticado com estrita observância de orientação constante derão, na forma de regulamento, elaborar plano de contratações
em parecer jurídico elaborado na forma do § 1º do art. 53 desta Lei, anual, com o objetivo de racionalizar as contratações dos órgãos e
a advocacia pública promoverá, a critério do agente público, sua entidades sob sua competência, garantir o alinhamento com o seu
representação judicial ou extrajudicial. planejamento estratégico e subsidiar a elaboração das respectivas
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando: leis orçamentárias. (Regulamento)
I - (VETADO); § 1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII
II - provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos au- do caput deste artigo deverá ser divulgado e mantido à disposição
tos do processo administrativo ou judicial. do público em sítio eletrônico oficial e será observado pelo ente
§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na hi- federativo na realização de licitações e na execução dos contratos.
pótese de o agente público não mais ocupar o cargo, emprego ou § 2º É permitida a identificação e assinatura digital por pessoa
função em que foi praticado o ato questionado. física ou jurídica em meio eletrônico, mediante certificado digital
emitido em âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
TÍTULO II (ICP-Brasil).
DAS LICITAÇÕES Art. 13. Os atos praticados no processo licitatório são públicos,
CAPÍTULO I ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescin-
DO PROCESSO LICITATÓRIO dível à segurança da sociedade e do Estado, na forma da lei.
Parágrafo único. A publicidade será diferida:
Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos: I - quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva aber-
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de tura;
contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive II - quanto ao orçamento da Administração, nos termos do art.
no que se refere ao ciclo de vida do objeto; 24 desta Lei.
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem Art. 14. Não poderão disputar licitação ou participar da execu-
como a justa competição; ção de contrato, direta ou indiretamente:

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I - autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto execu- II - indicação da empresa líder do consórcio, que será responsá-
tivo, pessoa física ou jurídica, quando a licitação versar sobre obra, vel por sua representação perante a Administração;
serviços ou fornecimento de bens a ele relacionados; III - admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela dos quantitativos de cada consorciado e, para efeito de habilitação
elaboração do projeto básico ou do projeto executivo, ou empre- econômico-financeira, do somatório dos valores de cada consorcia-
sa da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, controlador, do;
acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital IV - impedimento de a empresa consorciada participar, na mes-
com direito a voto, responsável técnico ou subcontratado, quando ma licitação, de mais de um consórcio ou de forma isolada;
a licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimento de bens a V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos prati-
ela necessários; cados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execu-
III - pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da lici- ção do contrato.
tação, impossibilitada de participar da licitação em decorrência de § 1º O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de
sanção que lhe foi imposta; 10% (dez por cento) a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido
IV - aquele que mantenha vínculo de natureza técnica, comer- de licitante individual para a habilitação econômico-financeira, sal-
cial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do vo justificação.
órgão ou entidade contratante ou com agente público que desem- § 2º O acréscimo previsto no § 1º deste artigo não se aplica
penhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do aos consórcios compostos, em sua totalidade, de microempresas e
contrato, ou que deles seja cônjuge, companheiro ou parente em pequenas empresas, assim definidas em lei.
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, devendo § 3º O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da ce-
essa proibição constar expressamente do edital de licitação; lebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos
V - empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos ter- termos do compromisso referido no inciso I do caput deste artigo.
mos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, concorrendo en- § 4º Desde que haja justificativa técnica aprovada pela auto-
tre si; ridade competente, o edital de licitação poderá estabelecer limite
VI - pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores máximo para o número de empresas consorciadas.
à divulgação do edital, tenha sido condenada judicialmente, com § 5º A substituição de consorciado deverá ser expressamente
trânsito em julgado, por exploração de trabalho infantil, por sub- autorizada pelo órgão ou entidade contratante e condicionada à
missão de trabalhadores a condições análogas às de escravo ou por comprovação de que a nova empresa do consórcio possui, no míni-
contratação de adolescentes nos casos vedados pela legislação tra- mo, os mesmos quantitativos para efeito de habilitação técnica e os
balhista. mesmos valores para efeito de qualificação econômico-financeira
§ 1º O impedimento de que trata o inciso III do caput deste ar- apresentados pela empresa substituída para fins de habilitação do
tigo será também aplicado ao licitante que atue em substituição a consórcio no processo licitatório que originou o contrato.
outra pessoa, física ou jurídica, com o intuito de burlar a efetividade Art. 16. Os profissionais organizados sob a forma de cooperati-
da sanção a ela aplicada, inclusive a sua controladora, controlada va poderão participar de licitação quando:
ou coligada, desde que devidamente comprovado o ilícito ou a utili- I - a constituição e o funcionamento da cooperativa observa-
zação fraudulenta da personalidade jurídica do licitante. rem as regras estabelecidas na legislação aplicável, em especial
§ 2º A critério da Administração e exclusivamente a seu serviço, a Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, a Lei nº 12.690, de 19 de
o autor dos projetos e a empresa a que se referem os incisos I e II julho de 2012, e a Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009;
do  caput  deste artigo poderão participar no apoio das atividades II - a cooperativa apresentar demonstrativo de atuação em re-
de planejamento da contratação, de execução da licitação ou de gime cooperado, com repartição de receitas e despesas entre os
gestão do contrato, desde que sob supervisão exclusiva de agentes cooperados;
públicos do órgão ou entidade. III - qualquer cooperado, com igual qualificação, for capaz de
§ 3º Equiparam-se aos autores do projeto as empresas inte- executar o objeto contratado, vedado à Administração indicar no-
grantes do mesmo grupo econômico. minalmente pessoas;
§ 4º O disposto neste artigo não impede a licitação ou a con- IV - o objeto da licitação referir-se, em se tratando de coope-
tratação de obra ou serviço que inclua como encargo do contratado rativas enquadradas na  Lei nº 12.690, de 19 de julho de 2012, a
a elaboração do projeto básico e do projeto executivo, nas contra- serviços especializados constantes do objeto social da cooperativa,
tações integradas, e do projeto executivo, nos demais regimes de a serem executados de forma complementar à sua atuação.
execução. Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases,
§ 5º Em licitações e contratações realizadas no âmbito de pro- em sequência:
jetos e programas parcialmente financiados por agência oficial de I - preparatória;
cooperação estrangeira ou por organismo financeiro internacional II - de divulgação do edital de licitação;
com recursos do financiamento ou da contrapartida nacional, não III - de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;
poderá participar pessoa física ou jurídica que integre o rol de pes- IV - de julgamento;
soas sancionadas por essas entidades ou que seja declarada inidô- V - de habilitação;
nea nos termos desta Lei. VI - recursal;
Art. 15. Salvo vedação devidamente justificada no processo lici- VII - de homologação.
tatório, pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio, § 1º A fase referida no inciso V do caput deste artigo poderá,
observadas as seguintes normas: mediante ato motivado com explicitação dos benefícios decorren-
I - comprovação de compromisso público ou particular de cons- tes, anteceder as fases referidas nos incisos III e IV do caput deste
tituição de consórcio, subscrito pelos consorciados; artigo, desde que expressamente previsto no edital de licitação.
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§ 2º As licitações serão realizadas preferencialmente sob a for- VIII - a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o
ma eletrônica, admitida a utilização da forma presencial, desde que modo de disputa e a adequação e eficiência da forma de combina-
motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata e gravada ção desses parâmetros, para os fins de seleção da proposta apta a
em áudio e vídeo. gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a Administra-
§ 3º Desde que previsto no edital, na fase a que se refere o in- ção Pública, considerado todo o ciclo de vida do objeto;
ciso IV do caput deste artigo, o órgão ou entidade licitante poderá, IX - a motivação circunstanciada das condições do edital, tais
em relação ao licitante provisoriamente vencedor, realizar análise como justificativa de exigências de qualificação técnica, mediante
e avaliação da conformidade da proposta, mediante homologação indicação das parcelas de maior relevância técnica ou valor signifi-
de amostras, exame de conformidade e prova de conceito, entre cativo do objeto, e de qualificação econômico-financeira, justificati-
outros testes de interesse da Administração, de modo a comprovar va dos critérios de pontuação e julgamento das propostas técnicas,
sua aderência às especificações definidas no termo de referência ou nas licitações com julgamento por melhor técnica ou técnica e pre-
no projeto básico. ço, e justificativa das regras pertinentes à participação de empresas
§ 4º Nos procedimentos realizados por meio eletrônico, a Ad- em consórcio;
ministração poderá determinar, como condição de validade e efi- X - a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da
cácia, que os licitantes pratiquem seus atos em formato eletrônico. licitação e a boa execução contratual;
§ 5º Na hipótese excepcional de licitação sob a forma presen- XI - a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento
cial a que refere o § 2º deste artigo, a sessão pública de apresenta- da licitação, observado o art. 24 desta Lei.
ção de propostas deverá ser gravada em áudio e vídeo, e a gravação § 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I
será juntada aos autos do processo licitatório depois de seu encer- do caput deste artigo deverá evidenciar o problema a ser resolvido
ramento. e a sua melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabili-
§ 6º A Administração poderá exigir certificação por organização dade técnica e econômica da contratação, e conterá os seguintes
independente acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, elementos:
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) como condição para aceitação de: I - descrição da necessidade da contratação, considerado o pro-
I - estudos, anteprojetos, projetos básicos e projetos executi- blema a ser resolvido sob a perspectiva do interesse público;
vos; II - demonstração da previsão da contratação no plano de con-
II - conclusão de fases ou de objetos de contratos; tratações anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu
III - material e corpo técnico apresentados por empresa para alinhamento com o planejamento da Administração;
fins de habilitação. III - requisitos da contratação;
IV - estimativas das quantidades para a contratação, acompa-
CAPÍTULO II nhadas das memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão
DA FASE PREPARATÓRIA suporte, que considerem interdependências com outras contrata-
SEÇÃO I ções, de modo a possibilitar economia de escala;
DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO LICITATÓRIO V - levantamento de mercado, que consiste na análise das al-
ternativas possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha
Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracteri- do tipo de solução a contratar;
zada pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos pre-
contratações anual de que trata o  inciso VII do caput do art. 12 ços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documen-
desta Lei, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem tos que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado,
como abordar todas as considerações técnicas, mercadológicas e se a Administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão
de gestão que podem interferir na contratação, compreendidos: da licitação;
I - a descrição da necessidade da contratação fundamentada VII - descrição da solução como um todo, inclusive das exigên-
em estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público cias relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for
envolvido; o caso;
II - a definição do objeto para o atendimento da necessidade, VIII - justificativas para o parcelamento ou não da contratação;
por meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de
projeto executivo, conforme o caso; economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos huma-
III - a definição das condições de execução e pagamento, das nos, materiais e financeiros disponíveis;
garantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento; X - providências a serem adotadas pela Administração previa-
IV - o orçamento estimado, com as composições dos preços uti- mente à celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de
lizados para sua formação; servidores ou de empregados para fiscalização e gestão contratual;
V - a elaboração do edital de licitação; XI - contratações correlatas e/ou interdependentes;
VI - a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, XII - descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas
que constará obrigatoriamente como anexo do edital de licitação; medidas mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de
VII - o regime de fornecimento de bens, de prestação de servi- energia e de outros recursos, bem como logística reversa para des-
ços ou de execução de obras e serviços de engenharia, observados fazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável;
os potenciais de economia de escala; XIII - posicionamento conclusivo sobre a adequação da contra-
tação para o atendimento da necessidade a que se destina.

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§ 2º O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os com disponibilização prévia de informações pertinentes, inclusive
elementos previstos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste de estudo técnico preliminar e elementos do edital de licitação, e
artigo e, quando não contemplar os demais elementos previstos no com possibilidade de manifestação de todos os interessados.
referido parágrafo, apresentar as devidas justificativas. Parágrafo único. A Administração também poderá submeter a
§ 3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contra- licitação a prévia consulta pública, mediante a disponibilização de
tação de obras e serviços comuns de engenharia, se demonstrada seus elementos a todos os interessados, que poderão formular su-
a inexistência de prejuízo para a aferição dos padrões de desempe- gestões no prazo fixado.
nho e qualidade almejados, a especificação do objeto poderá ser Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de ris-
realizada apenas em termo de referência ou em projeto básico, dis- cos entre o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo
pensada a elaboração de projetos. do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco
Art. 19. Os órgãos da Administração com competências regula- compatível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos ao
mentares relativas às atividades de administração de materiais, de contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente fe-
obras e serviços e de licitações e contratos deverão: derativo.
I - instituir instrumentos que permitam, preferencialmente, § 1º A matriz de que trata o caput deste artigo deverá promo-
a centralização dos procedimentos de aquisição e contratação de ver a alocação eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer
bens e serviços; a responsabilidade que caiba a cada parte contratante, bem como
II - criar catálogo eletrônico de padronização de compras, ser- os mecanismos que afastem a ocorrência do sinistro e mitiguem os
viços e obras, admitida a adoção do catálogo do Poder Executivo seus efeitos, caso este ocorra durante a execução contratual.
federal por todos os entes federativos; § 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz
III - instituir sistema informatizado de acompanhamento de de riscos, especialmente quanto:
obras, inclusive com recursos de imagem e vídeo; I - às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equa-
IV - instituir, com auxílio dos órgãos de assessoramento jurídico ção econômico-financeira do contrato nos casos em que o sinistro
e de controle interno, modelos de minutas de editais, de termos de seja considerado na matriz de riscos como causa de desequilíbrio
referência, de contratos padronizados e de outros documentos, ad- não suportada pela parte que pretenda o restabelecimento;
mitida a adoção das minutas do Poder Executivo federal por todos II - à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar ex-
os entes federativos; cessivamente ou impedir a continuidade da execução contratual;
V - promover a adoção gradativa de tecnologias e processos III - à contratação de seguros obrigatórios previamente defini-
integrados que permitam a criação, a utilização e a atualização de dos no contrato, integrado o custo de contratação ao preço oferta-
modelos digitais de obras e serviços de engenharia. do.
§ 1º O catálogo referido no inciso II do caput deste artigo pode- § 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de gran-
rá ser utilizado em licitações cujo critério de julgamento seja o de de vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada
menor preço ou o de maior desconto e conterá toda a documenta- e semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará matriz de
ção e os procedimentos próprios da fase interna de licitações, assim alocação de riscos entre o contratante e o contratado.
como as especificações dos respectivos objetos, conforme disposto § 4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos
em regulamento. decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à
§ 2º A não utilização do catálogo eletrônico de padronização de escolha da solução de projeto básico pelo contratado deverão ser
que trata o inciso II do caput ou dos modelos de minutas de que tra- alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos.
ta o inciso IV do caput deste artigo deverá ser justificada por escrito Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá
e anexada ao respectivo processo licitatório. ser compatível com os valores praticados pelo mercado, considera-
§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arqui- dos os preços constantes de bancos de dados públicos e as quan-
tetura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será prefe- tidades a serem contratadas, observadas a potencial economia de
rencialmente adotada a Modelagem da Informação da Construção escala e as peculiaridades do local de execução do objeto.
(Building Information Modelling - BIM) ou tecnologias e processos § 1º No processo licitatório para aquisição de bens e contrata-
integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la. ção de serviços em geral, conforme regulamento, o valor estimado
Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as deman- será definido com base no melhor preço aferido por meio da uti-
das das estruturas da Administração Pública deverão ser de quali- lização dos seguintes parâmetros, adotados de forma combinada
dade comum, não superior à necessária para cumprir as finalidades ou não:
às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo.Regula- I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana
mento (Vigência) do item correspondente no painel para consulta de preços ou no
§ 1º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário definirão em banco de preços em saúde disponíveis no Portal Nacional de Con-
regulamento os limites para o enquadramento dos bens de consu- tratações Públicas (PNCP);
mo nas categorias comum e luxo. II - contratações similares feitas pela Administração Pública, em
§ 2º A partir de 180 (cento e oitenta) dias contados da promul- execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da
gação desta Lei, novas compras de bens de consumo só poderão ser pesquisa de preços, inclusive mediante sistema de registro de pre-
efetivadas com a edição, pela autoridade competente, do regula- ços, observado o índice de atualização de preços correspondente;
mento a que se refere o § 1º deste artigo. III - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia espe-
§ 3º (VETADO). cializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder
Art. 21.  A Administração poderá convocar, com antecedência Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de domí-
mínima de 8 (oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a dis- nio amplo, desde que contenham a data e hora de acesso;
tância, na forma eletrônica, sobre licitação que pretenda realizar,
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IV - pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores, me- I - o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno
diante solicitação formal de cotação, desde que seja apresentada e externo;
justificativa da escolha desses fornecedores e que não tenham sido II - (VETADO).
obtidos os orçamentos com mais de 6 (seis) meses de antecedência Parágrafo único. Na hipótese de licitação em que for adotado o
da data de divulgação do edital; critério de julgamento por maior desconto, o preço estimado ou o
V - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na máximo aceitável constará do edital da licitação.
forma de regulamento. Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras
§ 2º No processo licitatório para contratação de obras e servi- relativas à convocação, ao julgamento, à habilitação, aos recursos e
ços de engenharia, conforme regulamento, o valor estimado, acres- às penalidades da licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à
cido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de re- entrega do objeto e às condições de pagamento.
ferência e dos Encargos Sociais (ES) cabíveis, será definido por meio § 1º Sempre que o objeto permitir, a Administração adotará
da utilização de parâmetros na seguinte ordem: minutas padronizadas de edital e de contrato com cláusulas uni-
I - composição de custos unitários menores ou iguais à mediana formes.
do item correspondente do Sistema de Custos Referenciais de Obras § 2º Desde que, conforme demonstrado em estudo técnico
(Sicro), para serviços e obras de infraestrutura de transportes, ou do preliminar, não sejam causados prejuízos à competitividade do
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices de Construção processo licitatório e à eficiência do respectivo contrato, o edital
Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços de engenharia; poderá prever a utilização de mão de obra, materiais, tecnologias
II - utilização de dados de pesquisa publicada em mídia espe- e matérias-primas existentes no local da execução, conservação e
cializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder operação do bem, serviço ou obra.
Executivo federal e de sítios eletrônicos especializados ou de domí- § 3º Todos os elementos do edital, incluídos minuta de con-
nio amplo, desde que contenham a data e a hora de acesso; trato, termos de referência, anteprojeto, projetos e outros anexos,
III - contratações similares feitas pela Administração Pública, deverão ser divulgados em sítio eletrônico oficial na mesma data de
em execução ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à divulgação do edital, sem necessidade de registro ou de identifica-
data da pesquisa de preços, observado o índice de atualização de ção para acesso.
preços correspondente; § 4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de
IV - pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na grande vulto, o edital deverá prever a obrigatoriedade de implanta-
forma de regulamento. ção de programa de integridade pelo licitante vencedor, no prazo de
§ 3º Nas contratações realizadas por Municípios, Estados e Dis- 6 (seis) meses, contado da celebração do contrato, conforme regu-
trito Federal, desde que não envolvam recursos da União, o valor lamento que disporá sobre as medidas a serem adotadas, a forma
previamente estimado da contratação, a que se refere o caput des- de comprovação e as penalidades pelo seu descumprimento.
te artigo, poderá ser definido por meio da utilização de outros siste- § 5º O edital poderá prever a responsabilidade do contratado
mas de custos adotados pelo respectivo ente federativo. pela:
§ 4º Nas contratações diretas por inexigibilidade ou por dis- I - obtenção do licenciamento ambiental;
pensa, quando não for possível estimar o valor do objeto na forma II - realização da desapropriação autorizada pelo poder público.
estabelecida nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo, o contratado deverá § 6º Os licenciamentos ambientais de obras e serviços de en-
comprovar previamente que os preços estão em conformidade com genharia licitados e contratados nos termos desta Lei terão priori-
os praticados em contratações semelhantes de objetos de mesma dade de tramitação nos órgãos e entidades integrantes do Sistema
natureza, por meio da apresentação de notas fiscais emitidas para Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e deverão ser orientados
outros contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data da pelos princípios da celeridade, da cooperação, da economicidade
contratação pela Administração, ou por outro meio idôneo. e da eficiência.
§ 5º No processo licitatório para contratação de obras e ser- § 7º Independentemente do prazo de duração do contrato,
viços de engenharia sob os regimes de contratação integrada ou será obrigatória a previsão no edital de índice de reajustamento de
semi-integrada, o valor estimado da contratação será calculado nos preço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado e
termos do § 2º deste artigo, acrescido ou não de parcela referente com a possibilidade de ser estabelecido mais de um índice especí-
à remuneração do risco, e, sempre que necessário e o anteproje- fico ou setorial, em conformidade com a realidade de mercado dos
to o permitir, a estimativa de preço será baseada em orçamento respectivos insumos.
sintético, balizado em sistema de custo definido no inciso I do § § 8º Nas licitações de serviços contínuos, observado o inter-
2º deste artigo, devendo a utilização de metodologia expedita ou regno mínimo de 1 (um) ano, o critério de reajustamento será por:
paramétrica e de avaliação aproximada baseada em outras contra- I - reajustamento em sentido estrito, quando não houver regi-
tações similares ser reservada às frações do empreendimento não me de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de
suficientemente detalhadas no anteprojeto. mão de obra, mediante previsão de índices específicos ou setoriais;
§ 6º Na hipótese do § 5º deste artigo, será exigido dos licitantes II - repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva
ou contratados, no orçamento que compuser suas respectivas pro- de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante de-
postas, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento do orçamento monstração analítica da variação dos custos.
sintético referido no mencionado parágrafo. § 9º O edital poderá, na forma disposta em regulamento, exigir
Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da con- que percentual mínimo da mão de obra responsável pela execução
tratação poderá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação do do objeto da contratação seja constituído por:
detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessá- I - mulheres vítimas de violência doméstica; (Vide Decreto nº
rias para a elaboração das propostas, e, nesse caso: 11.430, de 2023) Vigência
II - oriundos ou egressos do sistema prisional.
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Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabelecida mar- § 1º Além das modalidades referidas no caput deste artigo, a
gem de preferência para: Administração pode servir-se dos procedimentos auxiliares previs-
I - bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a tos no art. 78 desta Lei.
normas técnicas brasileiras; § 2º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou,
II - bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme ainda, a combinação daquelas referidas no caput deste artigo.
regulamento. Art. 29. A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental
§ 1º A margem de preferência de que trata o caput deste artigo: comum a que se refere o art. 17 desta Lei, adotando-se o pregão
I - será definida em decisão fundamentada do Poder Executivo sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e qualidade
federal, no caso do inciso I do caput deste artigo; que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
II - poderá ser de até 10% (dez por cento) sobre o preço dos especificações usuais de mercado.
bens e serviços que não se enquadrem no disposto nos incisos I ou Parágrafo único. O pregão não se aplica às contratações de
II do caput deste artigo; serviços técnicos especializados de natureza predominantemente
III - poderá ser estendida a bens manufaturados e serviços ori- intelectual e de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços
ginários de Estados Partes do Mercado Comum do Sul (Mercosul), de engenharia de que trata a alínea “a” do inciso XXI do caput do
desde que haja reciprocidade com o País prevista em acordo inter- art. 6º desta Lei.
nacional aprovado pelo Congresso Nacional e ratificado pelo Presi- Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas
dente da República. em edital, que indicará:
§ 2º Para os bens manufaturados nacionais e serviços nacionais I - a qualificação exigida dos participantes;
resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica no País, de- II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;
finidos conforme regulamento do Poder Executivo federal, a mar- III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser
gem de preferência a que se refere o caput deste artigo poderá ser concedida ao vencedor.
de até 20% (vinte por cento). Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de
§ 3º (VETADO). projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter-
§ 4º (VETADO). mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao
§ 5º A margem de preferência não se aplica aos bens manu- projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e
faturados nacionais e aos serviços nacionais se a capacidade de oportunidade das autoridades competentes.
produção desses bens ou de prestação desses serviços no País for Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a ser-
inferior: vidor designado pela autoridade competente da Administração, e
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou regulamento deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais.
II - aos quantitativos fixados em razão do parcelamento do ob- § 1º Se optar pela realização de leilão por intermédio de leilo-
jeto, quando for o caso. eiro oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante creden-
§ 6º Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços ciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de
e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade com- julgamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas,
petente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou utilizados como parâmetro máximo os percentuais definidos na lei
entidade integrante da Administração Pública ou daqueles por ela que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a
indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação serem leiloados.
comercial, industrial ou tecnológica ou acesso a condições vantajo- § 2º O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio
sas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabele- eletrônico oficial, que conterá:
cida pelo Poder Executivo federal. I - a descrição do bem, com suas características, e, no caso de
§ 7º Nas contratações destinadas à implantação, à manutenção imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos
e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e registros;
comunicação considerados estratégicos em ato do Poder Executivo II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo
federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecno- qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o
logia desenvolvida no País produzidos de acordo com o processo caso, a comissão do leiloeiro designado;
produtivo básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de III - a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos
2001. e os semoventes;
Art. 27. Será divulgada, em sítio eletrônico oficial, a cada exer- IV - o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão,
cício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência salvo se excepcionalmente for realizado sob a forma presencial por
do disposto no art. 26 desta Lei, com indicação do volume de recur- comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem para a Adminis-
sos destinados a cada uma delas. tração, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de
sua realização;
SEÇÃO II V - a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências
DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO existentes sobre os bens a serem leiloados.
§ 3º Além da divulgação no sítio eletrônico oficial, o edital do
Art. 28. São modalidades de licitação: leilão será afixado em local de ampla circulação de pessoas na sede
I - pregão; da Administração e poderá, ainda, ser divulgado por outros meios
II - concorrência; necessários para ampliar a publicidade e a competitividade da lici-
III - concurso; tação.
IV - leilão;
V - diálogo competitivo.
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§ 4º O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase XI - o diálogo competitivo será conduzido por comissão de con-
de habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase tratação composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos ou
de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da
licitante vencedor, na forma definida no edital. Administração, admitida a contratação de profissionais para asses-
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata- soramento técnico da comissão;
ções em que a Administração: XII - (VETADO).
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: § 2º Os profissionais contratados para os fins do inciso XI do §
a) inovação tecnológica ou técnica; 1º deste artigo assinarão termo de confidencialidade e abster-se-ão
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade de atividades que possam configurar conflito de interesses.
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem defini- SEÇÃO III
das com precisão suficiente pela Administração; DOS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as
alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta- Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo
que para os seguintes aspectos: com os seguintes critérios:
a) a solução técnica mais adequada; I - menor preço;
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi- II - maior desconto;
nida; III - melhor técnica ou conteúdo artístico;
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato; IV - técnica e preço;
III - (VETADO). V - maior lance, no caso de leilão;
§ 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as VI - maior retorno econômico.
seguintes disposições: Art. 34. O julgamento por menor preço ou maior desconto e,
I - a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do quando couber, por técnica e preço considerará o menor dispêndio
edital em sítio eletrônico oficial, suas necessidades e as exigências para a Administração, atendidos os parâmetros mínimos de quali-
já definidas e estabelecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias dade definidos no edital de licitação.
úteis para manifestação de interesse na participação da licitação; § 1º Os custos indiretos, relacionados com as despesas de ma-
II - os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes de- nutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental
verão ser previstos em edital, e serão admitidos todos os interessa- do objeto licitado, entre outros fatores vinculados ao seu ciclo de
dos que preencherem os requisitos objetivos estabelecidos; vida, poderão ser considerados para a definição do menor dispên-
III - a divulgação de informações de modo discriminatório que dio, sempre que objetivamente mensuráveis, conforme disposto
possa implicar vantagem para algum licitante será vedada; em regulamento.
IV - a Administração não poderá revelar a outros licitantes as § 2º O julgamento por maior desconto terá como referência o
soluções propostas ou as informações sigilosas comunicadas por preço global fixado no edital de licitação, e o desconto será estendi-
um licitante sem o seu consentimento; do aos eventuais termos aditivos.
V - a fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administra- Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artísti-
ção, em decisão fundamentada, identifique a solução ou as solu- co considerará exclusivamente as propostas técnicas ou artísticas
ções que atendam às suas necessidades; apresentadas pelos licitantes, e o edital deverá definir o prêmio ou
VI - as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão regis- a remuneração que será atribuída aos vencedores.
tradas em ata e gravadas mediante utilização de recursos tecnoló- Parágrafo único. O critério de julgamento de que trata
gicos de áudio e vídeo; o caput deste artigo poderá ser utilizado para a contratação de pro-
VII - o edital poderá prever a realização de fases sucessivas, jetos e trabalhos de natureza técnica, científica ou artística.
caso em que cada fase poderá restringir as soluções ou as propos- Art. 36. O julgamento por técnica e preço considerará a maior
tas a serem discutidas; pontuação obtida a partir da ponderação, segundo fatores objeti-
VIII - a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi vos previstos no edital, das notas atribuídas aos aspectos de técnica
concluído, juntar aos autos do processo licitatório os registros e as e de preço da proposta.
gravações da fase de diálogo, iniciar a fase competitiva com a divul- § 1º O critério de julgamento de que trata o caput deste artigo
gação de edital contendo a especificação da solução que atenda às será escolhido quando estudo técnico preliminar demonstrar que a
suas necessidades e os critérios objetivos a serem utilizados para avaliação e a ponderação da qualidade técnica das propostas que
seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 superarem os requisitos mínimos estabelecidos no edital forem re-
(sessenta) dias úteis, para todos os licitantes pré-selecionados na levantes aos fins pretendidos pela Administração nas licitações para
forma do inciso II deste parágrafo apresentarem suas propostas, contratação de:
que deverão conter os elementos necessários para a realização do I - serviços técnicos especializados de natureza predominante-
projeto; mente intelectual, caso em que o critério de julgamento de técnica
IX - a Administração poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes e preço deverá ser preferencialmente empregado;
às propostas apresentadas, desde que não impliquem discrimina- II - serviços majoritariamente dependentes de tecnologia so-
ção nem distorçam a concorrência entre as propostas; fisticada e de domínio restrito, conforme atestado por autoridades
X - a Administração definirá a proposta vencedora de acordo técnicas de reconhecida qualificação;
com critérios divulgados no início da fase competitiva, assegurada a III - bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de
contratação mais vantajosa como resultado; comunicação;
IV - obras e serviços especiais de engenharia;
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V - objetos que admitam soluções específicas e alternativas e a) as obras, os serviços ou os bens, com os respectivos prazos
variações de execução, com repercussões significativas e concreta- de realização ou fornecimento;
mente mensuráveis sobre sua qualidade, produtividade, rendimen- b) a economia que se estima gerar, expressa em unidade de
to e durabilidade, quando essas soluções e variações puderem ser medida associada à obra, ao bem ou ao serviço e em unidade mo-
adotadas à livre escolha dos licitantes, conforme critérios objetiva- netária;
mente definidos no edital de licitação. II - proposta de preço, que corresponderá a percentual sobre
§ 2º No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas a economia que se estima gerar durante determinado período, ex-
e ponderadas as propostas técnicas e, em seguida, as propostas de pressa em unidade monetária.
preço apresentadas pelos licitantes, na proporção máxima de 70% § 2º O edital de licitação deverá prever parâmetros objetivos
(setenta por cento) de valoração para a proposta técnica. de mensuração da economia gerada com a execução do contrato,
§ 3º O desempenho pretérito na execução de contratos com a que servirá de base de cálculo para a remuneração devida ao con-
Administração Pública deverá ser considerado na pontuação técni- tratado.
ca, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 88 desta Lei e em § 3º Para efeito de julgamento da proposta, o retorno econômi-
regulamento. co será o resultado da economia que se estima gerar com a execu-
Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou por técnica e pre- ção da proposta de trabalho, deduzida a proposta de preço.
ço deverá ser realizado por: § 4º Nos casos em que não for gerada a economia prevista no
I - verificação da capacitação e da experiência do licitante, com- contrato de eficiência:
provadas por meio da apresentação de atestados de obras, produ- I - a diferença entre a economia contratada e a efetivamente
tos ou serviços previamente realizados; obtida será descontada da remuneração do contratado;
II - atribuição de notas a quesitos de natureza qualitativa por II - se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente
banca designada para esse fim, de acordo com orientações e limi- obtida for superior ao limite máximo estabelecido no contrato, o
tes definidos em edital, considerados a demonstração de conheci- contratado sujeitar-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis.
mento do objeto, a metodologia e o programa de trabalho, a qua-
lificação das equipes técnicas e a relação dos produtos que serão SEÇÃO IV
entregues; DISPOSIÇÕES SETORIAIS
III - atribuição de notas por desempenho do licitante em con- SUBSEÇÃO I
tratações anteriores aferida nos documentos comprobatórios de DAS COMPRAS
que trata o § 3º do art. 88 desta Lei e em registro cadastral unifica-
do disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP). Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a ex-
§ 1º A banca referida no inciso II do caput deste artigo terá no pectativa de consumo anual e observar o seguinte:
mínimo 3 (três) membros e poderá ser composta de: I - condições de aquisição e pagamento semelhantes às do se-
I - servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes tor privado;
aos quadros permanentes da Administração Pública; II - processamento por meio de sistema de registro de preços,
II - profissionais contratados por conhecimento técnico, experi- quando pertinente;
ência ou renome na avaliação dos quesitos especificados em edital, III - determinação de unidades e quantidades a serem adquiri-
desde que seus trabalhos sejam supervisionados por profissionais das em função de consumo e utilização prováveis, cuja estimativa
designados conforme o disposto no art. 7º desta Lei. será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas
§ 2º  Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, na quantitativas, admitido o fornecimento contínuo;
licitação para contratação dos serviços técnicos especializados de IV - condições de guarda e armazenamento que não permitam
natureza predominantemente intelectual previstos nas alíneas “a”, a deterioração do material;
“d” e “h” do inciso XVIII do caput do art. 6º desta Lei cujo valor es- V - atendimento aos princípios:
timado da contratação seja superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil a) da padronização, considerada a compatibilidade de especifi-
reais), o julgamento será por:  (Promulgação partes vetadas)(Vide cações estéticas, técnicas ou de desempenho;
Decreto nº 11.317, de 2022) Vigência b) do parcelamento, quando for tecnicamente viável e econo-
I - melhor técnica; ou micamente vantajoso;
II - técnica e preço, na proporção de 70% (setenta por cento) de c) da responsabilidade fiscal, mediante a comparação da des-
valoração da proposta técnica.” pesa estimada com a prevista no orçamento.
Art. 38. No julgamento por melhor técnica ou por técnica e § 1º O termo de referência deverá conter os elementos previs-
preço, a obtenção de pontuação devido à capacitação técnico-pro- tos no inciso XXIII do caput do art. 6º desta Lei, além das seguintes
fissional exigirá que a execução do respectivo contrato tenha parti- informações:
cipação direta e pessoal do profissional correspondente. I - especificação do produto, preferencialmente conforme catá-
Art. 39. O julgamento por maior retorno econômico, utilizado logo eletrônico de padronização, observados os requisitos de quali-
exclusivamente para a celebração de contrato de eficiência, consi- dade, rendimento, compatibilidade, durabilidade e segurança;
derará a maior economia para a Administração, e a remuneração II - indicação dos locais de entrega dos produtos e das regras
deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional para recebimentos provisório e definitivo, quando for o caso;
à economia efetivamente obtida na execução do contrato. III - especificação da garantia exigida e das condições de manu-
§ 1º Nas licitações que adotarem o critério de julgamento de tenção e assistência técnica, quando for o caso.
que trata o caput deste artigo, os licitantes apresentarão: § 2º Na aplicação do princípio do parcelamento, referente às
I - proposta de trabalho, que deverá contemplar: compras, deverão ser considerados:
I - a viabilidade da divisão do objeto em lotes;
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II - o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com III - certificação, certificado, laudo laboratorial ou documento
vistas à economicidade, sempre que possível, desde que atendidos similar que possibilite a aferição da qualidade e da conformidade
os parâmetros de qualidade; e do produto ou do processo de fabricação, inclusive sob o aspecto
III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a ambiental, emitido por instituição oficial competente ou por enti-
concentração de mercado. dade credenciada.
§ 3º O parcelamento não será adotado quando: § 1º O edital poderá exigir, como condição de aceitabilidade
I - a economia de escala, a redução de custos de gestão de con- da proposta, certificação de qualidade do produto por instituição
tratos ou a maior vantagem na contratação recomendar a compra credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
do item do mesmo fornecedor; Qualidade Industrial (Conmetro).
II - o objeto a ser contratado configurar sistema único e inte- § 2º A Administração poderá, nos termos do edital de licita-
grado e houver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto pre- ção, oferecer protótipo do objeto pretendido e exigir, na fase de
tendido; julgamento das propostas, amostras do licitante provisoriamente
III - o processo de padronização ou de escolha de marca levar a vencedor, para atender a diligência ou, após o julgamento, como
fornecedor exclusivo. condição para firmar contrato.
§ 4º Em relação à informação de que trata o inciso III do § 1º § 3º No interesse da Administração, as amostras a que se refere
deste artigo, desde que fundamentada em estudo técnico prelimi- o § 2º deste artigo poderão ser examinadas por instituição com re-
nar, a Administração poderá exigir que os serviços de manutenção putação ético-profissional na especialidade do objeto, previamente
e assistência técnica sejam prestados mediante deslocamento de indicada no edital.
técnico ou disponibilizados em unidade de prestação de serviços Art. 43. O processo de padronização deverá conter:
localizada em distância compatível com suas necessidades. I - parecer técnico sobre o produto, considerados especifica-
Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de ções técnicas e estéticas, desempenho, análise de contratações an-
bens, a Administração poderá excepcionalmente: teriores, custo e condições de manutenção e garantia;
I - indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde que formal- II - despacho motivado da autoridade superior, com a adoção
mente justificado, nas seguintes hipóteses: do padrão;
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto; III - síntese da justificativa e descrição sucinta do padrão defini-
b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade do, divulgadas em sítio eletrônico oficial.
com plataformas e padrões já adotados pela Administração; § 1º É permitida a padronização com base em processo de ou-
c) quando determinada marca ou modelo comercializados por tro órgão ou entidade de nível federativo igual ou superior ao do
mais de um fornecedor forem os únicos capazes de atender às ne- órgão adquirente, devendo o ato que decidir pela adesão a outra
cessidades do contratante; padronização ser devidamente motivado, com indicação da neces-
d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais sidade da Administração e dos riscos decorrentes dessa decisão, e
bem compreendida pela identificação de determinada marca ou divulgado em sítio eletrônico oficial.
determinado modelo aptos a servir apenas como referência; § 2º As contratações de soluções baseadas em software de uso
II - exigir amostra ou prova de conceito do bem no procedimen- disseminado serão disciplinadas em regulamento que defina pro-
to de pré-qualificação permanente, na fase de julgamento das pro- cesso de gestão estratégica das contratações desse tipo de solução.
postas ou de lances, ou no período de vigência do contrato ou da Art. 44. Quando houver a possibilidade de compra ou de lo-
ata de registro de preços, desde que previsto no edital da licitação e cação de bens, o estudo técnico preliminar deverá considerar os
justificada a necessidade de sua apresentação; custos e os benefícios de cada opção, com indicação da alternativa
III - vedar a contratação de marca ou produto, quando, median- mais vantajosa.
te processo administrativo, restar comprovado que produtos adqui-
ridos e utilizados anteriormente pela Administração não atendem SUBSEÇÃO II
a requisitos indispensáveis ao pleno adimplemento da obrigação DAS OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA
contratual;
IV - solicitar, motivadamente, carta de solidariedade emitida Art. 45. As licitações de obras e serviços de engenharia devem
pelo fabricante, que assegure a execução do contrato, no caso de respeitar, especialmente, as normas relativas a:
licitante revendedor ou distribuidor. I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só-
Parágrafo único. A exigência prevista no inciso II do caput deste lidos gerados pelas obras contratadas;
artigo restringir-se-á ao licitante provisoriamente vencedor quando II - mitigação por condicionantes e compensação ambiental,
realizada na fase de julgamento das propostas ou de lances. que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental;
Art. 42. A prova de qualidade de produto apresentado pelos III - utilização de produtos, de equipamentos e de serviços que,
proponentes como similar ao das marcas eventualmente indicadas comprovadamente, favoreçam a redução do consumo de energia e
no edital será admitida por qualquer um dos seguintes meios: de recursos naturais;
I - comprovação de que o produto está de acordo com as nor- IV - avaliação de impacto de vizinhança, na forma da legislação
mas técnicas determinadas pelos órgãos oficiais competentes, pela urbanística;
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou por outra enti- V - proteção do patrimônio histórico, cultural, arqueológico e
dade credenciada pelo Inmetro; imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi-
II - declaração de atendimento satisfatório emitida por outro reto causado pelas obras contratadas;
órgão ou entidade de nível federativo equivalente ou superior que VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobi-
tenha adquirido o produto; lidade reduzida.

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Art. 46. Na execução indireta de obras e serviços de engenha- SUBSEÇÃO III


ria, são admitidos os seguintes regimes: DOS SERVIÇOS EM GERAL
I - empreitada por preço unitário;
II - empreitada por preço global; Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios:
III - empreitada integral; I - da padronização, considerada a compatibilidade de especifi-
IV - contratação por tarefa; cações estéticas, técnicas ou de desempenho;
V - contratação integrada; II - do parcelamento, quando for tecnicamente viável e econo-
VI - contratação semi-integrada; micamente vantajoso.
VII - fornecimento e prestação de serviço associado. § 1º Na aplicação do princípio do parcelamento deverão ser
§ 1º É vedada a realização de obras e serviços de engenharia considerados:
sem projeto executivo, ressalvada a hipótese prevista no  § 3º do I - a responsabilidade técnica;
art. 18 desta Lei. II - o custo para a Administração de vários contratos frente às
§ 2º A Administração é dispensada da elaboração de projeto vantagens da redução de custos, com divisão do objeto em itens;
básico nos casos de contratação integrada, hipótese em que deverá III - o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a
ser elaborado anteprojeto de acordo com metodologia definida em concentração de mercado.
ato do órgão competente, observados os requisitos estabelecidos § 2º Na licitação de serviços de manutenção e assistência téc-
no inciso XXIV do art. 6º desta Lei. nica, o edital deverá definir o local de realização dos serviços, admi-
§ 3º Na contratação integrada, após a elaboração do projeto tida a exigência de deslocamento de técnico ao local da repartição
básico pelo contratado, o conjunto de desenhos, especificações, ou a exigência de que o contratado tenha unidade de prestação de
memoriais e cronograma físico-financeiro deverá ser submetido à serviços em distância compatível com as necessidades da Adminis-
aprovação da Administração, que avaliará sua adequação em re- tração.
lação aos parâmetros definidos no edital e conformidade com as Art. 48. Poderão ser objeto de execução por terceiros as ativi-
normas técnicas, vedadas alterações que reduzam a qualidade ou a dades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos
vida útil do empreendimento e mantida a responsabilidade integral assuntos que constituam área de competência legal do órgão ou da
do contratado pelos riscos associados ao projeto básico. entidade, vedado à Administração ou a seus agentes, na contrata-
§ 4º Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada, o ção do serviço terceirizado:
edital e o contrato, sempre que for o caso, deverão prever as provi- I - indicar pessoas expressamente nominadas para executar di-
dências necessárias para a efetivação de desapropriação autorizada reta ou indiretamente o objeto contratado;
pelo poder público, bem como: II - fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo
I - o responsável por cada fase do procedimento expropriatório; a ser pago pelo contratado;
II - a responsabilidade pelo pagamento das indenizações devi- III - estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de
das; empresa prestadora de serviço terceirizado;
III - a estimativa do valor a ser pago a título de indenização pe- IV - definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso
los bens expropriados, inclusive de custos correlatos; dos salários pagos;
IV - a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o V - demandar a funcionário de empresa prestadora de servi-
risco pela diferença entre o custo da desapropriação e a estimativa ço terceirizado a execução de tarefas fora do escopo do objeto da
de valor e pelos eventuais danos e prejuízos ocasionados por atraso contratação;
na disponibilização dos bens expropriados; VI - prever em edital exigências que constituam intervenção in-
V - em nome de quem deverá ser promovido o registro de imis- devida da Administração na gestão interna do contratado.
são provisória na posse e o registro de propriedade dos bens a se- Parágrafo único. Durante a vigência do contrato, é vedado ao
rem desapropriados. contratado contratar cônjuge, companheiro ou parente em linha
§ 5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia autoriza- reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do
ção da Administração, o projeto básico poderá ser alterado, desde órgão ou entidade contratante ou de agente público que desem-
que demonstrada a superioridade das inovações propostas pelo penhe função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do
contratado em termos de redução de custos, de aumento da qua- contrato, devendo essa proibição constar expressamente do edital
lidade, de redução do prazo de execução ou de facilidade de ma- de licitação.
nutenção ou operação, assumindo o contratado a responsabilidade Art. 49. A Administração poderá, mediante justificativa expres-
integral pelos riscos associados à alteração do projeto básico. sa, contratar mais de uma empresa ou instituição para executar o
§ 6º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedi- mesmo serviço, desde que essa contratação não implique perda de
da da conclusão e da aprovação, pela autoridade competente, dos economia de escala, quando:
trabalhos relativos às etapas anteriores. I - o objeto da contratação puder ser executado de forma con-
§ 7º (VETADO). corrente e simultânea por mais de um contratado; e
§ 8º (VETADO). II - a múltipla execução for conveniente para atender à Admi-
§ 9º Os regimes de execução a que se referem os incisos II, III, nistração.
IV, V e VI do caput deste artigo serão licitados por preço global e Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, a
adotarão sistemática de medição e pagamento associada à execu- Administração deverá manter o controle individualizado da execu-
ção de etapas do cronograma físico-financeiro vinculadas ao cum- ção do objeto contratual relativamente a cada um dos contratados.
primento de metas de resultado, vedada a adoção de sistemática de Art. 50. Nas contratações de serviços com regime de dedicação
remuneração orientada por preços unitários ou referenciada pela exclusiva de mão de obra, o contratado deverá apresentar, quando
execução de quantidades de itens unitários. solicitado pela Administração, sob pena de multa, comprovação do
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cumprimento das obrigações trabalhistas e com o Fundo de Garan- II - redigir sua manifestação em linguagem simples e compre-
tia do Tempo de Serviço (FGTS) em relação aos empregados direta- ensível e de forma clara e objetiva, com apreciação de todos os
mente envolvidos na execução do contrato, em especial quanto ao: elementos indispensáveis à contratação e com exposição dos pres-
I - registro de ponto; supostos de fato e de direito levados em consideração na análise
II - recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras, jurídica;
repouso semanal remunerado e décimo terceiro salário; III - (VETADO).
III - comprovante de depósito do FGTS; § 2º (VETADO).
IV - recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo § 3º Encerrada a instrução do processo sob os aspectos técnico
adicional; e jurídico, a autoridade determinará a divulgação do edital de licita-
V - recibo de quitação de obrigações trabalhistas e previdenci- ção conforme disposto no art. 54.
árias dos empregados dispensados até a data da extinção do con- § 4º Na forma deste artigo, o órgão de assessoramento jurídico
trato; da Administração também realizará controle prévio de legalidade
VI - recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimenta- de contratações diretas, acordos, termos de cooperação, convênios,
ção, na forma prevista em norma coletiva. ajustes, adesões a atas de registro de preços, outros instrumentos
congêneres e de seus termos aditivos.
SUBSEÇÃO IV § 5º É dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente
DA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS definidas em ato da autoridade jurídica máxima competente, que
deverá considerar o baixo valor, a baixa complexidade da contrata-
Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V do caput do art. 74 ção, a entrega imediata do bem ou a utilização de minutas de edi-
desta Lei, a locação de imóveis deverá ser precedida de licitação e tais e instrumentos de contrato, convênio ou outros ajustes previa-
avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos mente padronizados pelo órgão de assessoramento jurídico.
de adaptações e do prazo de amortização dos investimentos neces- § 6º (VETADO).
sários. Art. 54. A publicidade do edital de licitação será realizada me-
diante divulgação e manutenção do inteiro teor do ato convocató-
SUBSEÇÃO V rio e de seus anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas
DAS LICITAÇÕES INTERNACIONAIS (PNCP).
§ 1º (VETADO).
Art. 52. Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá § 1º Sem prejuízo do disposto no caput, é obrigatória a publi-
ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior cação de extrato do edital no Diário Oficial da União, do Estado, do
e atender às exigências dos órgãos competentes. Distrito Federal ou do Município, ou, no caso de consórcio público,
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço do ente de maior nível entre eles, bem como em jornal diário de
em moeda estrangeira, o licitante brasileiro igualmente poderá fa- grande circulação. (Promulgação partes vetadas)
zê-lo. § 2º É facultada a divulgação adicional e a manutenção do in-
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente teiro teor do edital e de seus anexos em sítio eletrônico oficial do
contratado em virtude de licitação nas condições de que trata o § 1º ente federativo do órgão ou entidade responsável pela licitação ou,
deste artigo será efetuado em moeda corrente nacional. no caso de consórcio público, do ente de maior nível entre eles,
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão admitida, ainda, a divulgação direta a interessados devidamente
equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro. cadastrados para esse fim.
§ 4º Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edi- § 3º Após a homologação do processo licitatório, serão dispo-
tal e serão definidos a partir de estimativas ou médias dos tributos. nibilizados no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e,
§ 5º As propostas de todos os licitantes estarão sujeitas às mes- se o órgão ou entidade responsável pela licitação entender cabível,
mas regras e condições, na forma estabelecida no edital. também no sítio referido no § 2º deste artigo, os documentos ela-
§ 6º Observados os termos desta Lei, o edital não poderá pre- borados na fase preparatória que porventura não tenham integrado
ver condições de habilitação, classificação e julgamento que cons- o edital e seus anexos.
tituam barreiras de acesso ao licitante estrangeiro, admitida a pre-
visão de margem de preferência para bens produzidos no País e CAPÍTULO IV
serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras, na DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E LANCES
forma definida no art. 26 desta Lei.
Art. 55. Os prazos mínimos para apresentação de propostas e
CAPÍTULO III lances, contados a partir da data de divulgação do edital de licita-
DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE LICITAÇÃO ção, são de:
I - para aquisição de bens:
Art. 53. Ao final da fase preparatória, o processo licitatório se- a) 8 (oito) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamen-
guirá para o órgão de assessoramento jurídico da Administração, to de menor preço ou de maior desconto;
que realizará controle prévio de legalidade mediante análise jurídi- b) 15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela alí-
ca da contratação. nea “a” deste inciso;
§ 1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão de assessora- II - no caso de serviços e obras:
mento jurídico da Administração deverá: a) 10 (dez) dias úteis, quando adotados os critérios de julga-
I - apreciar o processo licitatório conforme critérios objetivos mento de menor preço ou de maior desconto, no caso de serviços
prévios de atribuição de prioridade; comuns e de obras e serviços comuns de engenharia;
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b) 25 (vinte e cinco) dias úteis, quando adotados os critérios
de julgamento de menor preço ou de maior desconto, no caso de Art. 58. Poderá ser exigida, no momento da apresentação da
serviços especiais e de obras e serviços especiais de engenharia; proposta, a comprovação do recolhimento de quantia a título de
c) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime de execução for de garantia de proposta, como requisito de pré-habilitação.
contratação integrada; § 1º A garantia de proposta não poderá ser superior a 1% (um
d) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o regime de execução por cento) do valor estimado para a contratação.
for o de contratação semi-integrada ou nas hipóteses não abrangi- § 2º A garantia de proposta será devolvida aos licitantes no pra-
das pelas alíneas “a”, “b” e “c” deste inciso; zo de 10 (dez) dias úteis, contado da assinatura do contrato ou da
III - para licitação em que se adote o critério de julgamento de data em que for declarada fracassada a licitação.
maior lance, 15 (quinze) dias úteis; § 3º Implicará execução do valor integral da garantia de pro-
IV - para licitação em que se adote o critério de julgamento posta a recusa em assinar o contrato ou a não apresentação dos
de técnica e preço ou de melhor técnica ou conteúdo artístico, 35 documentos para a contratação.
(trinta e cinco) dias úteis. § 4º A garantia de proposta poderá ser prestada nas modalida-
§ 1º Eventuais modificações no edital implicarão nova divulga- des de que trata o § 1º do art. 96 desta Lei.
ção na mesma forma de sua divulgação inicial, além do cumprimen-
to dos mesmos prazos dos atos e procedimentos originais, exceto CAPÍTULO V
quando a alteração não comprometer a formulação das propostas. DO JULGAMENTO
§ 2º Os prazos previstos neste artigo poderão, mediante deci-
são fundamentada, ser reduzidos até a metade nas licitações rea- Art. 59. Serão desclassificadas as propostas que:
lizadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de I - contiverem vícios insanáveis;
Saúde (SUS). II - não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas
Art. 56. O modo de disputa poderá ser, isolada ou conjunta- no edital;
mente: III - apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem aci-
I - aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas ma do orçamento estimado para a contratação;
propostas por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou IV - não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exi-
decrescentes; gido pela Administração;
II - fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em V - apresentarem desconformidade com quaisquer outras exi-
sigilo até a data e hora designadas para sua divulgação. gências do edital, desde que insanável.
§ 1º A utilização isolada do modo de disputa fechado será ve- § 1º A verificação da conformidade das propostas poderá ser
dada quando adotados os critérios de julgamento de menor preço feita exclusivamente em relação à proposta mais bem classificada.
ou de maior desconto. § 2º A Administração poderá realizar diligências para aferir a
§ 2º A utilização do modo de disputa aberto será vedada quan- exequibilidade das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja
do adotado o critério de julgamento de técnica e preço. demonstrada, conforme disposto no inciso IV do caput deste artigo.
§ 3º Serão considerados intermediários os lances: § 3º No caso de obras e serviços de engenharia e arquitetura,
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o para efeito de avaliação da exequibilidade e de sobrepreço, serão
critério de julgamento de maior lance; considerados o preço global, os quantitativos e os preços unitários
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados tidos como relevantes, observado o critério de aceitabilidade de
os demais critérios de julgamento. preços unitário e global a ser fixado no edital, conforme as especifi-
§ 4º Após a definição da melhor proposta, se a diferença em cidades do mercado correspondente.
relação à proposta classificada em segundo lugar for de pelo menos § 4º No caso de obras e serviços de engenharia, serão consi-
5% (cinco por cento), a Administração poderá admitir o reinício da deradas inexequíveis as propostas cujos valores forem inferiores a
disputa aberta, nos termos estabelecidos no instrumento convoca- 75% (setenta e cinco por cento) do valor orçado pela Administração.
tório, para a definição das demais colocações. § 5º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, será
§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após o exigida garantia adicional do licitante vencedor cuja proposta for
julgamento, o licitante vencedor deverá reelaborar e apresentar à inferior a 85% (oitenta e cinco por cento) do valor orçado pela Ad-
Administração, por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos ministração, equivalente à diferença entre este último e o valor da
quantitativos e dos custos unitários, bem como com detalhamento proposta, sem prejuízo das demais garantias exigíveis de acordo
das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais com esta Lei.
(ES), com os respectivos valores adequados ao valor final da pro- Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, se-
posta vencedora, admitida a utilização dos preços unitários, no caso rão utilizados os seguintes critérios de desempate, nesta ordem:
de empreitada por preço global, empreitada integral, contratação I - disputa final, hipótese em que os licitantes empatados po-
semi-integrada e contratação integrada, exclusivamente para even- derão apresentar nova proposta em ato contínuo à classificação;
tuais adequações indispensáveis no cronograma físico-financeiro e II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes,
para balizar excepcional aditamento posterior do contrato. para a qual deverão preferencialmente ser utilizados registros ca-
Art. 57. O edital de licitação poderá estabelecer intervalo míni- dastrais para efeito de atesto de cumprimento de obrigações pre-
mo de diferença de valores entre os lances, que incidirá tanto em vistos nesta Lei;
relação aos lances intermediários quanto em relação à proposta III - desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade en-
que cobrir a melhor oferta. tre homens e mulheres no ambiente de trabalho, conforme regula-
mento;(Vide Decreto nº 11.430, de 2023) Vigência
IV - desenvolvimento pelo licitante de programa de integrida-
de, conforme orientações dos órgãos de controle.
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§ 1º Em igualdade de condições, se não houver desempate, Federal, nas leis trabalhistas, nas normas infralegais, nas conven-
será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços ções coletivas de trabalho e nos termos de ajustamento de conduta
produzidos ou prestados por: vigentes na data de entrega das propostas.
I - empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distri- § 2º Quando a avaliação prévia do local de execução for impres-
to Federal do órgão ou entidade da Administração Pública estadual cindível para o conhecimento pleno das condições e peculiaridades
ou distrital licitante ou, no caso de licitação realizada por órgão ou do objeto a ser contratado, o edital de licitação poderá prever, sob
entidade de Município, no território do Estado em que este se lo- pena de inabilitação, a necessidade de o licitante atestar que co-
calize; nhece o local e as condições de realização da obra ou serviço, asse-
II - empresas brasileiras; gurado a ele o direito de realização de vistoria prévia.
III - empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento § 3º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, o edital de lici-
de tecnologia no País; tação sempre deverá prever a possibilidade de substituição da vis-
IV - empresas que comprovem a prática de mitigação, nos ter- toria por declaração formal assinada pelo responsável técnico do
mos da Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. licitante acerca do conhecimento pleno das condições e peculiari-
§ 2º As regras previstas no caput deste artigo não prejudicarão dades da contratação.
a aplicação do disposto no art. 44 da Lei Complementar nº 123, de § 4º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, se os licitantes
14 de dezembro de 2006. optarem por realizar vistoria prévia, a Administração deverá dispo-
Art. 61. Definido o resultado do julgamento, a Administração nibilizar data e horário diferentes para os eventuais interessados.
poderá negociar condições mais vantajosas com o primeiro colo- Art. 64. Após a entrega dos documentos para habilitação, não
cado. será permitida a substituição ou a apresentação de novos docu-
§ 1º A negociação poderá ser feita com os demais licitantes, se- mentos, salvo em sede de diligência, para:
gundo a ordem de classificação inicialmente estabelecida, quando I - complementação de informações acerca dos documentos já
o primeiro colocado, mesmo após a negociação, for desclassificado apresentados pelos licitantes e desde que necessária para apurar
em razão de sua proposta permanecer acima do preço máximo de- fatos existentes à época da abertura do certame;
finido pela Administração. II - atualização de documentos cuja validade tenha expirado
§ 2º A negociação será conduzida por agente de contratação após a data de recebimento das propostas.
ou comissão de contratação, na forma de regulamento, e, depois § 1º Na análise dos documentos de habilitação, a comissão de
de concluída, terá seu resultado divulgado a todos os licitantes e licitação poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substância
anexado aos autos do processo licitatório. dos documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fun-
damentado registrado e acessível a todos, atribuindo-lhes eficácia
CAPÍTULO VI para fins de habilitação e classificação.
DA HABILITAÇÃO § 2º Quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento e
já tiver sido encerrada, não caberá exclusão de licitante por motivo
Art. 62. A habilitação é a fase da licitação em que se verifica o relacionado à habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes
conjunto de informações e documentos necessários e suficientes ou só conhecidos após o julgamento.
para demonstrar a capacidade do licitante de realizar o objeto da Art. 65. As condições de habilitação serão definidas no edital.
licitação, dividindo-se em: § 1º As empresas criadas no exercício financeiro da licitação
I - jurídica; deverão atender a todas as exigências da habilitação e ficarão au-
II - técnica; torizadas a substituir os demonstrativos contábeis pelo balanço de
III - fiscal, social e trabalhista; abertura.
IV - econômico-financeira. § 2º A habilitação poderá ser realizada por processo eletrônico
Art. 63. Na fase de habilitação das licitações serão observadas de comunicação a distância, nos termos dispostos em regulamento.
as seguintes disposições: Art. 66. A habilitação jurídica visa a demonstrar a capacidade
I - poderá ser exigida dos licitantes a declaração de que aten- de o licitante exercer direitos e assumir obrigações, e a documenta-
dem aos requisitos de habilitação, e o declarante responderá pela ção a ser apresentada por ele limita-se à comprovação de existência
veracidade das informações prestadas, na forma da lei; jurídica da pessoa e, quando cabível, de autorização para o exercí-
II - será exigida a apresentação dos documentos de habilitação cio da atividade a ser contratada.
apenas pelo licitante vencedor, exceto quando a fase de habilitação Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis-
anteceder a de julgamento; sional e técnico-operacional será restrita a:
III - serão exigidos os documentos relativos à regularidade fis- I - apresentação de profissional, devidamente registrado no
cal, em qualquer caso, somente em momento posterior ao julga- conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
mento das propostas, e apenas do licitante mais bem classificado; atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser-
IV - será exigida do licitante declaração de que cumpre as exi- viço de características semelhantes, para fins de contratação;
gências de reserva de cargos para pessoa com deficiência e para II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse-
reabilitado da Previdência Social, previstas em lei e em outras nor- lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
mas específicas. capacidade operacional na execução de serviços similares de com-
§ 1º Constará do edital de licitação cláusula que exija dos lici- plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem
tantes, sob pena de desclassificação, declaração de que suas pro- como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do
postas econômicas compreendem a integralidade dos custos para art. 88 desta Lei;
atendimento dos direitos trabalhistas assegurados na Constituição

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III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare- cio não identificar a atividade desempenhada por cada consorciado
lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da individualmente, serão adotados os seguintes critérios na avaliação
licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc- de sua qualificação técnica:
nica que se responsabilizará pelos trabalhos; I - caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio
IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe- homogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas
cial, quando for o caso; para cada empresa consorciada na proporção quantitativa de sua
V - registro ou inscrição na entidade profissional competente, participação no consórcio, salvo nas licitações para contratação de
quando for o caso; serviços técnicos especializados de natureza predominantemente
VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de to- intelectual, em que todas as experiências atestadas deverão ser re-
das as informações e das condições locais para o cumprimento das conhecidas para cada uma das empresas consorciadas;
obrigações objeto da licitação. II - caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio
§ 1º A exigência de atestados será restrita às parcelas de maior heterogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas
relevância ou valor significativo do objeto da licitação, assim consi- para cada consorciado de acordo com os respectivos campos de
deradas as que tenham valor individual igual ou superior a 4% (qua- atuação, inclusive nas licitações para contratação de serviços téc-
tro por cento) do valor total estimado da contratação. nicos especializados de natureza predominantemente intelectual.
§ 2º Observado o disposto no caput e no § 1º deste artigo, será § 11. Na hipótese do § 10 deste artigo, para fins de comprova-
admitida a exigência de atestados com quantidades mínimas de até ção do percentual de participação do consorciado, caso este não
50% (cinquenta por cento) das parcelas de que trata o referido pa- conste expressamente do atestado ou da certidão, deverá ser junta-
rágrafo, vedadas limitações de tempo e de locais específicos relati- da ao atestado ou à certidão cópia do instrumento de constituição
vas aos atestados. do consórcio.
§ 3º Salvo na contratação de obras e serviços de engenharia, as § 12. Na documentação de que trata o inciso I do caput deste
exigências a que se referem os incisos I e II do caput deste artigo, a artigo, não serão admitidos atestados de responsabilidade técnica
critério da Administração, poderão ser substituídas por outra prova de profissionais que, na forma de regulamento, tenham dado causa
de que o profissional ou a empresa possui conhecimento técnico e à aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV do caput do
experiência prática na execução de serviço de características seme- art. 156 desta Lei em decorrência de orientação proposta, de pres-
lhantes, hipótese em que as provas alternativas aceitáveis deverão crição técnica ou de qualquer ato profissional de sua responsabili-
ser previstas em regulamento. dade.
§ 4º Serão aceitos atestados ou outros documentos hábeis Art. 68. As habilitações fiscal, social e trabalhista serão aferidas
emitidos por entidades estrangeiras quando acompanhados de tra- mediante a verificação dos seguintes requisitos:
dução para o português, salvo se comprovada a inidoneidade da I - a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadas-
entidade emissora. tro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
§ 5º Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exi- II - a inscrição no cadastro de contribuintes estadual e/ou muni-
gir certidão ou atestado que demonstre que o licitante tenha exe- cipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinen-
cutado serviços similares ao objeto da licitação, em períodos suces- te ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;
sivos ou não, por um prazo mínimo, que não poderá ser superior a III - a regularidade perante a Fazenda federal, estadual e/ou
3 (três) anos. municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente,
§ 6º Os profissionais indicados pelo licitante na forma dos inci- na forma da lei;
sos I e III do caput deste artigo deverão participar da obra ou serviço IV - a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que
objeto da licitação, e será admitida a sua substituição por profissio- demonstre cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei;
nais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada V - a regularidade perante a Justiça do Trabalho;
pela Administração. VI - o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da
§ 7º Sociedades empresárias estrangeiras atenderão à exigên- Constituição Federal.
cia prevista no inciso V do  caput  deste artigo por meio da apre- § 1º Os documentos referidos nos incisos do caput deste artigo
sentação, no momento da assinatura do contrato, da solicitação de poderão ser substituídos ou supridos, no todo ou em parte, por ou-
registro perante a entidade profissional competente no Brasil. tros meios hábeis a comprovar a regularidade do licitante, inclusive
§ 8º Será admitida a exigência da relação dos compromissos por meio eletrônico.
assumidos pelo licitante que importem em diminuição da disponi- § 2º A comprovação de atendimento do disposto nos incisos III,
bilidade do pessoal técnico referido nos incisos I e III do caput deste IV e V do caput deste artigo deverá ser feita na forma da legislação
artigo. específica.
§ 9º O edital poderá prever, para aspectos técnicos específicos, Art. 69. A habilitação econômico-financeira visa a demonstrar
que a qualificação técnica seja demonstrada por meio de atestados a aptidão econômica do licitante para cumprir as obrigações de-
relativos a potencial subcontratado, limitado a 25% (vinte e cinco correntes do futuro contrato, devendo ser comprovada de forma
por cento) do objeto a ser licitado, hipótese em que mais de um objetiva, por coeficientes e índices econômicos previstos no edital,
licitante poderá apresentar atestado relativo ao mesmo potencial devidamente justificados no processo licitatório, e será restrita à
subcontratado. apresentação da seguinte documentação:
§ 10. Em caso de apresentação por licitante de atestado de de- I - balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercí-
sempenho anterior emitido em favor de consórcio do qual tenha cio e demais demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercí-
feito parte, se o atestado ou o contrato de constituição do consór- cios sociais;
II - certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo dis-
tribuidor da sede do licitante.
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§ 1º A critério da Administração, poderá ser exigida declaração, § 4º O disposto neste artigo será aplicado, no que couber, à
assinada por profissional habilitado da área contábil, que ateste o contratação direta e aos procedimentos auxiliares da licitação.
atendimento pelo licitante dos índices econômicos previstos no edi-
tal. CAPÍTULO VIII
§ 2º Para o atendimento do disposto no caput deste artigo, é DA CONTRATAÇÃO DIRETA
vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior e SEÇÃO I
de índices de rentabilidade ou lucratividade. DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DIRETA
§ 3º É admitida a exigência da relação dos compromissos as-
sumidos pelo licitante que importem em diminuição de sua capa- Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os
cidade econômico-financeira, excluídas parcelas já executadas de casos de inexigibilidade e de dispensa de licitação, deverá ser ins-
contratos firmados. truído com os seguintes documentos:
§ 4º A Administração, nas compras para entrega futura e na I - documento de formalização de demanda e, se for o caso,
execução de obras e serviços, poderá estabelecer no edital a exi- estudo técnico preliminar, análise de riscos, termo de referência,
gência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo equiva- projeto básico ou projeto executivo;
lente a até 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação. II - estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma
§ 5º É vedada a exigência de índices e valores não usualmente estabelecida no art. 23 desta Lei;
adotados para a avaliação de situação econômico-financeira sufi- III - parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que
ciente para o cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. demonstrem o atendimento dos requisitos exigidos;
§ 6º Os documentos referidos no inciso I do caput deste artigo IV - demonstração da compatibilidade da previsão de recursos
limitar-se-ão ao último exercício no caso de a pessoa jurídica ter orçamentários com o compromisso a ser assumido;
sido constituída há menos de 2 (dois) anos. V - comprovação de que o contratado preenche os requisitos
Art. 70. A documentação referida neste Capítulo poderá ser: de habilitação e qualificação mínima necessária;
I - apresentada em original, por cópia ou por qualquer outro VI - razão da escolha do contratado;
meio expressamente admitido pela Administração; VII - justificativa de preço;
II - substituída por registro cadastral emitido por órgão ou en- VIII - autorização da autoridade competente.
tidade pública, desde que previsto no edital e que o registro tenha Parágrafo único. O ato que autoriza a contratação direta ou o
sido feito em obediência ao disposto nesta Lei; extrato decorrente do contrato deverá ser divulgado e mantido à
III - dispensada, total ou parcialmente, nas contratações para disposição do público em sítio eletrônico oficial.
entrega imediata, nas contratações em valores inferiores a 1/4 (um Art. 73.  Na hipótese de contratação direta indevida ocorrida
quarto) do limite para dispensa de licitação para compras em geral com dolo, fraude ou erro grosseiro, o contratado e o agente público
e nas contratações de produto para pesquisa e desenvolvimento responsável responderão solidariamente pelo dano causado ao erá-
até o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).(Vide Decreto nº rio, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
10.922, de 2021)(Vigência)  (Vide Decreto nº 11.317, de 2022)  Vi-
gência SEÇÃO II
Parágrafo único. As empresas estrangeiras que não funcionem DA INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
no País deverão apresentar documentos equivalentes, na forma de
regulamento emitido pelo Poder Executivo federal. Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,
em especial nos casos de:
CAPÍTULO VII I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
DO ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor,
empresa ou representante comercial exclusivos;
Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente
exauridos os recursos administrativos, o processo licitatório será ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
encaminhado à autoridade superior, que poderá: crítica especializada ou pela opinião pública;
I - determinar o retorno dos autos para saneamento de irregu- III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
laridades; de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
II - revogar a licitação por motivo de conveniência e oportuni- empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
dade; serviços de publicidade e divulgação:
III - proceder à anulação da licitação, de ofício ou mediante pro- a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje-
vocação de terceiros, sempre que presente ilegalidade insanável; tos executivos;
IV - adjudicar o objeto e homologar a licitação. b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
§ 1º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade indicará expressa- c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
mente os atos com vícios insanáveis, tornando sem efeito todos os ou tributárias;
subsequentes que deles dependam, e dará ensejo à apuração de d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
responsabilidade de quem lhes tenha dado causa. viços;
§ 2º O motivo determinante para a revogação do processo li- e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
citatório deverá ser resultante de fato superveniente devidamente f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
comprovado. g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
§ 3º Nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada
a prévia manifestação dos interessados.
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h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en- a) não surgiram licitantes interessados ou não foram apresen-
saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento tadas propostas válidas;
de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais b) as propostas apresentadas consignaram preços manifesta-
serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso; mente superiores aos praticados no mercado ou incompatíveis com
IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de os fixados pelos órgãos oficiais competentes;
credenciamento; IV - para contratação que tenha por objeto:
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins- a) bens, componentes ou peças de origem nacional ou estran-
talações e de localização tornem necessária sua escolha. geira necessários à manutenção de equipamentos, a serem adquiri-
§ 1º Para fins do disposto no inciso I do caput deste artigo, a dos do fornecedor original desses equipamentos durante o período
Administração deverá demonstrar a inviabilidade de competição de garantia técnica, quando essa condição de exclusividade for in-
mediante atestado de exclusividade, contrato de exclusividade, de- dispensável para a vigência da garantia;
claração do fabricante ou outro documento idôneo capaz de com- b) bens, serviços, alienações ou obras, nos termos de acordo
provar que o objeto é fornecido ou prestado por produtor, empresa internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quan-
ou representante comercial exclusivos, vedada a preferência por do as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para
marca específica. a Administração;
§ 2º Para fins do disposto no inciso II do caput deste artigo, con- c) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a con-
sidera-se empresário exclusivo a pessoa física ou jurídica que pos- tratação, no caso de obras e serviços de engenharia, ao valor de
sua contrato, declaração, carta ou outro documento que ateste a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais);  (Vide Decreto nº 11.317, de
exclusividade permanente e contínua de representação, no País ou 2022) Vigência
em Estado específico, do profissional do setor artístico, afastada a d) transferência de tecnologia ou licenciamento de direito de
possibilidade de contratação direta por inexigibilidade por meio de uso ou de exploração de criação protegida, nas contratações re-
empresário com representação restrita a evento ou local específico. alizadas por instituição científica, tecnológica e de inovação (ICT)
§ 3º Para fins do disposto no inciso III do  caput  deste artigo, pública ou por agência de fomento, desde que demonstrada vanta-
considera-se de notória especialização o profissional ou a empresa gem para a Administração;
cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de de- e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis, no
sempenho anterior, estudos, experiência, publicações, organização, período necessário para a realização dos processos licitatórios cor-
aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos relacionados respondentes, hipótese em que a contratação será realizada direta-
com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essen- mente com base no preço do dia;
cial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto do f) bens ou serviços produzidos ou prestados no País que en-
contrato. volvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa
§ 4º Nas contratações com fundamento no inciso III nacional;
do caput deste artigo, é vedada a subcontratação de empresas ou a g) materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de ma-
atuação de profissionais distintos daqueles que tenham justificado teriais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade
a inexigibilidade. de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logísti-
§ 5º Nas contratações com fundamento no inciso V do caput des- co dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante autorização por
te artigo, devem ser observados os seguintes requisitos: ato do comandante da força militar;
I - avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos h) bens e serviços para atendimento dos contingentes militares
custos de adaptações, quando imprescindíveis às necessidades de das forças singulares brasileiras empregadas em operações de paz
utilização, e do prazo de amortização dos investimentos; no exterior, hipótese em que a contratação deverá ser justificada
II - certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e dis- quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratifica-
poníveis que atendam ao objeto; da pelo comandante da força militar;
III - justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a i) abastecimento ou suprimento de efetivos militares em esta-
ser comprado ou locado pela Administração e que evidenciem van- da eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades
tagem para ela. diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional
ou de adestramento;
SEÇÃO III j) coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos
DA DISPENSA DE LICITAÇÃO urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta
seletiva de lixo, realizados por associações ou cooperativas forma-
Art. 75. É dispensável a licitação: das exclusivamente de pessoas físicas de baixa renda reconhecidas
I - para contratação que envolva valores inferiores a R$ pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com
100.000,00 (cem mil reais), no caso de obras e serviços de engenha- o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, am-
ria ou de serviços de manutenção de veículos automotores;(Vide bientais e de saúde pública;
Decreto nº 11.317, de 2022) Vigência k) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históri-
II - para contratação que envolva valores inferiores a R$ cos, de autenticidade certificada, desde que inerente às finalidades
50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de outros serviços e com- do órgão ou com elas compatível;
pras(Vide Decreto nº 11.317, de 2022) Vigência l) serviços especializados ou aquisição ou locação de equipa-
III - para contratação que mantenha todas as condições defini- mentos destinados ao rastreamento e à obtenção de provas previs-
das em edital de licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quan- tas nos incisos II e V do caput do art. 3º da Lei nº 12.850, de 2 de
do se verificar que naquela licitação: agosto de 2013, quando houver necessidade justificada de manu-
tenção de sigilo sobre a investigação;
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m) aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao XVI - para aquisição, por pessoa jurídica de direito público in-
tratamento de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde; terno, de insumos estratégicos para a saúde produzidos por fun-
V - para contratação com vistas ao cumprimento do disposto dação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade
nos arts. 3º, 3º-A, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro apoiar órgão da Administração Pública direta, sua autarquia ou fun-
de 2004, observados os princípios gerais de contratação constantes dação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
da referida Lei; institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inovação, in-
VI - para contratação que possa acarretar comprometimento clusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução
da segurança nacional, nos casos estabelecidos pelo Ministro de desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de
Estado da Defesa, mediante demanda dos comandos das Forças Ar- tecnologia de produtos estratégicos para o SUS, nos termos do in-
madas ou dos demais ministérios; ciso XII do caput deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim
VII - nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, in- específico em data anterior à entrada em vigor desta Lei, desde que
tervenção federal ou de grave perturbação da ordem; o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
VIII - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan- e (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.166, de 2023)
do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa XVII - para a contratação de entidades privadas sem fins lucrati-
ocasionar prejuízo ou comprometer a continuidade dos serviços pú- vos para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais
blicos ou a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos,
outros bens, públicos ou particulares, e somente para aquisição dos para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca
bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou cala- ou pela falta regular de água.(Incluído pela Medida Provisória nº
mitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser con- 1.166, de 2023)
cluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocor- § 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites
rência da emergência ou da calamidade, vedadas a prorrogação dos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão ser obser-
respectivos contratos e a recontratação de empresa já contratada vados:
com base no disposto neste inciso; I - o somatório do que for despendido no exercício financeiro
IX - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público in- pela respectiva unidade gestora;
terno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou en- II - o somatório da despesa realizada com objetos de mesma
tidade que integrem a Administração Pública e que tenham sido natureza, entendidos como tais aqueles relativos a contratações no
criados para esse fim específico, desde que o preço contratado seja mesmo ramo de atividade.
compatível com o praticado no mercado; § 2º Os valores referidos nos incisos I e II do caput deste artigo
X - quando a União tiver que intervir no domínio econômico serão duplicados para compras, obras e serviços contratados por
para regular preços ou normalizar o abastecimento;  consórcio público ou por autarquia ou fundação qualificadas como
XI - para celebração de contrato de programa com ente fede- agências executivas na forma da lei.
rativo ou com entidade de sua Administração Pública indireta que § 3º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput des-
envolva prestação de serviços públicos de forma associada nos ter- te artigo serão preferencialmente precedidas de divulgação de aviso
mos autorizados em contrato de consórcio público ou em convênio em sítio eletrônico oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três) dias úteis,
de cooperação; com a especificação do objeto pretendido e com a manifestação
XII - para contratação em que houver transferência de tecnolo- de interesse da Administração em obter propostas adicionais de
gia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), eventuais interessados, devendo ser selecionada a proposta mais
conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive vantajosa.
por ocasião da aquisição desses produtos durante as etapas de ab- § 4º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput des-
sorção tecnológica, e em valores compatíveis com aqueles defini- te artigo serão preferencialmente pagas por meio de cartão de pa-
dos no instrumento firmado para a transferência de tecnologia; gamento, cujo extrato deverá ser divulgado e mantido à disposição
XIII - para contratação de profissionais para compor a comissão do público no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).
de avaliação de critérios de técnica, quando se tratar de profissional § 5º A dispensa prevista na alínea “c” do inciso IV do caput des-
técnico de notória especialização; te artigo, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá
XIV - para contratação de associação de pessoas com deficiên- procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica.
cia, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgão ou § 6º Para os fins do inciso VIII do caput deste artigo, considera-
entidade da Administração Pública, para a prestação de serviços, -se emergencial a contratação por dispensa com objetivo de man-
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no ter a continuidade do serviço público, e deverão ser observados os
mercado e os serviços contratados sejam prestados exclusivamente valores praticados pelo mercado na forma do  art. 23 desta Lei  e
por pessoas com deficiência; adotadas as providências necessárias para a conclusão do processo
XV - para contratação de instituição brasileira que tenha por licitatório, sem prejuízo de apuração de responsabilidade dos agen-
finalidade estatutária apoiar, captar e executar atividades de ensi- tes públicos que deram causa à situação emergencial.
no, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e § 7º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo às contrata-
tecnológico e estímulo à inovação, inclusive para gerir administrati- ções de até R$ 8.000,00 (oito mil reais) de serviços de manutenção
va e financeiramente essas atividades, ou para contratação de ins- de veículos automotores de propriedade do órgão ou entidade con-
tituição dedicada à recuperação social da pessoa presa, desde que tratante, incluído o fornecimento de peças.(Vide Decreto nº 10.922,
o contratado tenha inquestionável reputação ética e profissional e de 2021)(Vigência) (Vide Decreto nº 11.317, de 2022) Vigência
não tenha fins lucrativos;

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CAPÍTULO IX § 1º A alienação de bens imóveis da Administração Pública cuja


DAS ALIENAÇÕES aquisição tenha sido derivada de procedimentos judiciais ou de da-
ção em pagamento dispensará autorização legislativa e exigirá ape-
Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordi- nas avaliação prévia e licitação na modalidade leilão.
nada à existência de interesse público devidamente justificado, será § 2º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I
precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: do caput deste artigo, cessadas as razões que justificaram sua do-
I - tratando-se de bens imóveis, inclusive os pertencentes às ação, serão revertidos ao patrimônio da pessoa jurídica doadora,
autarquias e às fundações, exigirá autorização legislativa e depen- vedada sua alienação pelo beneficiário.
derá de licitação na modalidade leilão, dispensada a realização de § 3º A Administração poderá conceder título de propriedade
licitação nos casos de: ou de direito real de uso de imóvel, admitida a dispensa de licitação,
a) dação em pagamento; quando o uso destinar-se a:
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en- I - outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer
tidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo, que seja a localização do imóvel;
ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “g” e “h” deste inciso; II - pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato
c) permuta por outros imóveis que atendam aos requisitos re- normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos
lacionados às finalidades precípuas da Administração, desde que a mínimos de cultura, de ocupação mansa e pacífica e de exploração
diferença apurada não ultrapasse a metade do valor do imóvel que direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1º do
será ofertado pela União, segundo avaliação prévia, e ocorra a torna art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009.
de valores, sempre que for o caso; § 4º A aplicação do disposto no inciso II do § 3º deste artigo
d) investidura; será dispensada de autorização legislativa e submeter-se-á aos se-
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública guintes condicionamentos:
de qualquer esfera de governo; I - aplicação exclusiva às áreas em que a detenção por parti-
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de cular seja comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004;
direito real de uso, locação e permissão de uso de bens imóveis II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime
residenciais construídos, destinados ou efetivamente usados em legal e administrativo de destinação e de regularização fundiária de
programas de habitação ou de regularização fundiária de interesse terras públicas;
social desenvolvidos por órgão ou entidade da Administração Pú- III - vedação de concessão para exploração não contemplada na
blica; lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas ou nas normas
g) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico;
direito real de uso, locação e permissão de uso de bens imóveis IV - previsão de extinção automática da concessão, dispensada
comerciais de âmbito local, com área de até 250 m² (duzentos e notificação, em caso de declaração de utilidade pública, de necessi-
cinquenta metros quadrados) e destinados a programas de regu- dade pública ou de interesse social;
larização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgão ou V - aplicação exclusiva a imóvel situado em zona rural e não
entidade da Administração Pública; sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente à exploração me-
h) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one- diante atividade agropecuária;
rosa, de terras públicas rurais da União e do Instituto Nacional de VI - limitação a áreas de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº
Colonização e Reforma Agrária (Incra) onde incidam ocupações até 11.952, de 25 de junho de 2009, vedada a dispensa de licitação para
o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de áreas superiores;
junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os VII - acúmulo com o quantitativo de área decorrente do caso
requisitos legais; previsto na alínea “i” do inciso I do caput deste artigo até o limite
i) legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383, previsto no inciso VI deste parágrafo.
de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos § 5º Entende-se por investidura, para os fins desta Lei, a:
órgãos da Administração Pública competentes; I - alienação, ao proprietário de imóvel lindeiro, de área rema-
j) legitimação fundiária e legitimação de posse de que trata nescente ou resultante de obra pública que se tornar inaproveitável
a Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017; isoladamente, por preço que não seja inferior ao da avaliação nem
II - tratando-se de bens móveis, dependerá de licitação na mo- superior a 50% (cinquenta por cento) do valor máximo permitido
dalidade leilão, dispensada a realização de licitação nos casos de: para dispensa de licitação de bens e serviços previsto nesta Lei;
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interes- II - alienação, ao legítimo possuidor direto ou, na falta dele,
se social, após avaliação de oportunidade e conveniência socioeco- ao poder público, de imóvel para fins residenciais construído em
nômica em relação à escolha de outra forma de alienação; núcleo urbano anexo a usina hidrelétrica, desde que considerado
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida- dispensável na fase de operação da usina e que não integre a cate-
des da Administração Pública; goria de bens reversíveis ao final da concessão.
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob- § 6º A doação com encargo será licitada e de seu instrumen-
servada a legislação específica; to constarão, obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu cum-
d) venda de títulos, observada a legislação pertinente; primento e a cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato,
e) venda de bens produzidos ou comercializados por entidades dispensada a licitação em caso de interesse público devidamente
da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; justificado.
f) venda de materiais e equipamentos sem utilização previsível
por quem deles dispõe para outros órgãos ou entidades da Admi-
nistração Pública.
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§ 7º Na hipótese do § 6º deste artigo, caso o donatário neces- SEÇÃO III


site oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO
reversão e as demais obrigações serão garantidas por hipoteca em
segundo grau em favor do doador. Art. 80. A pré-qualificação é o procedimento técnico-adminis-
Art. 77. Para a venda de bens imóveis, será concedido direito trativo para selecionar previamente:
de preferência ao licitante que, submetendo-se a todas as regras do I - licitantes que reúnam condições de habilitação para parti-
edital, comprove a ocupação do imóvel objeto da licitação. cipar de futura licitação ou de licitação vinculada a programas de
obras ou de serviços objetivamente definidos;
CAPÍTULO X II - bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade
DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES estabelecidas pela Administração.
SEÇÃO I § 1º Na pré-qualificação observar-se-á o seguinte:
DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES I - quando aberta a licitantes, poderão ser dispensados os do-
cumentos que já constarem do registro cadastral;
Art. 78. São procedimentos auxiliares das licitações e das con- II - quando aberta a bens, poderá ser exigida a comprovação
tratações regidas por esta Lei: de qualidade.
I - credenciamento; § 2º O procedimento de pré-qualificação ficará permanente-
II - pré-qualificação; mente aberto para a inscrição de interessados.
III - procedimento de manifestação de interesse; § 3º Quanto ao procedimento de pré-qualificação, constarão
IV - sistema de registro de preços; do edital:
V - registro cadastral. I - as informações mínimas necessárias para definição do ob-
§ 1º Os procedimentos auxiliares de que trata o  caput  deste jeto;
artigo obedecerão a critérios claros e objetivos definidos em regu- II - a modalidade, a forma da futura licitação e os critérios de
lamento. julgamento.
§ 2º O julgamento que decorrer dos procedimentos auxiliares § 4º A apresentação de documentos far-se-á perante órgão ou
das licitações previstos nos incisos II e III do caput deste artigo se- comissão indicada pela Administração, que deverá examiná-los no
guirá o mesmo procedimento das licitações. prazo máximo de 10 (dez) dias úteis e determinar correção ou rea-
presentação de documentos, quando for o caso, com vistas à am-
SEÇÃO II pliação da competição.
DO CREDENCIAMENTO § 5º Os bens e os serviços pré-qualificados deverão integrar o
catálogo de bens e serviços da Administração.
Art. 79. O credenciamento poderá ser usado nas seguintes hi- § 6º A pré-qualificação poderá ser realizada em grupos ou seg-
póteses de contratação: mentos, segundo as especialidades dos fornecedores.
I - paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa § 7º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, com alguns
para a Administração a realização de contratações simultâneas em ou todos os requisitos técnicos ou de habilitação necessários à con-
condições padronizadas; tratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de condi-
II - com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção ções entre os concorrentes.
do contratado está a cargo do beneficiário direto da prestação; § 8º Quanto ao prazo, a pré-qualificação terá validade:
III - em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante I - de 1 (um) ano, no máximo, e poderá ser atualizada a qual-
do valor da prestação e das condições de contratação inviabiliza a quer tempo;
seleção de agente por meio de processo de licitação. II - não superior ao prazo de validade dos documentos apresen-
Parágrafo único. Os procedimentos de credenciamento serão tados pelos interessados.
definidos em regulamento, observadas as seguintes regras: § 9º Os licitantes e os bens pré-qualificados serão obrigatoria-
I - a Administração deverá divulgar e manter à disposição do mente divulgados e mantidos à disposição do público.
público, em sítio eletrônico oficial, edital de chamamento de inte- § 10. A licitação que se seguir ao procedimento da pré-qualifi-
ressados, de modo a permitir o cadastramento permanente de no- cação poderá ser restrita a licitantes ou bens pré-qualificados.
vos interessados;
II - na hipótese do inciso I do caput deste artigo, quando o ob- SEÇÃO IV
jeto não permitir a contratação imediata e simultânea de todos os DO PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE
credenciados, deverão ser adotados critérios objetivos de distribui-
ção da demanda; Art. 81. A Administração poderá solicitar à iniciativa privada,
III - o edital de chamamento de interessados deverá prever as mediante procedimento aberto de manifestação de interesse a ser
condições padronizadas de contratação e, nas hipóteses dos incisos iniciado com a publicação de edital de chamamento público, a pro-
I e II do caput deste artigo, deverá definir o valor da contratação; positura e a realização de estudos, investigações, levantamentos e
IV - na hipótese do inciso III do caput deste artigo, a Administra- projetos de soluções inovadoras que contribuam com questões de
ção deverá registrar as cotações de mercado vigentes no momento relevância pública, na forma de regulamento.
da contratação; § 1º Os estudos, as investigações, os levantamentos e os proje-
V - não será permitido o cometimento a terceiros do objeto tos vinculados à contratação e de utilidade para a licitação, realiza-
contratado sem autorização expressa da Administração; dos pela Administração ou com a sua autorização, estarão à dispo-
VI - será admitida a denúncia por qualquer das partes nos pra- sição dos interessados, e o vencedor da licitação deverá ressarcir os
zos fixados no edital. dispêndios correspondentes, conforme especificado no edital.
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§ 2º A realização, pela iniciativa privada, de estudos, investiga- IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços
ções, levantamentos e projetos em decorrência do procedimento e suas consequências.
de manifestação de interesse previsto no caput deste artigo: § 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de
I - não atribuirá ao realizador direito de preferência no proces- itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia-
so licitatório; bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a
II - não obrigará o poder público a realizar licitação; sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de
III - não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores preços unitários máximos deverá ser indicado no edital.
envolvidos em sua elaboração; § 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados
IV - será remunerada somente pelo vencedor da licitação, veda- os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei,
da, em qualquer hipótese, a cobrança de valores do poder público. a contratação posterior de item específico constante de grupo de
§ 3º Para aceitação dos produtos e serviços de que trata itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua
o caput deste artigo, a Administração deverá elaborar parecer fun- vantagem para o órgão ou entidade.
damentado com a demonstração de que o produto ou serviço en- § 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a
tregue é adequado e suficiente à compreensão do objeto, de que unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido,
as premissas adotadas são compatíveis com as reais necessidades apenas nas seguintes situações:
do órgão e de que a metodologia proposta é a que propicia maior I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou
economia e vantagem entre as demais possíveis. entidade não tiver registro de demandas anteriores;
§ 4º O procedimento previsto no caput deste artigo poderá ser II - no caso de alimento perecível;
restrito a startups, assim considerados os microempreendedores III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento
individuais, as microempresas e as empresas de pequeno porte, de bens.
de natureza emergente e com grande potencial, que se dediquem § 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória
à pesquisa, ao desenvolvimento e à implementação de novos pro- a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação
dutos ou serviços baseados em soluções tecnológicas inovadoras de outro órgão ou entidade na ata.
que possam causar alto impacto, exigida, na seleção definitiva da § 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para
inovação, validação prévia fundamentada em métricas objetivas, de a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de
modo a demonstrar o atendimento das necessidades da Adminis- engenharia, observadas as seguintes condições:
tração. I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re-
SEÇÃO V gulamento;
DO SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;
IV - atualização periódica dos preços registrados;
Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará V - definição do período de validade do registro de preços;
as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre: VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que
I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a aceitar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante
quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida; vencedor na sequência de classificação da licitação e inclusão do
II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou, licitante que mantiver sua proposta original.
no caso de serviços, de unidades de medida; § 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu-
III - a possibilidade de prever preços diferentes: lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen-
a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife- sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de
rentes; serviços por mais de um órgão ou entidade.
b) em razão da forma e do local de acondicionamento; Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro-
c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri-
lote; gará a Administração a contratar, facultada a realização de licitação
d) por outros motivos justificados no processo; específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente
IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em motivada.
quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de
nos limites dela; 1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que
V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor comprovado o preço vantajoso.
preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de
mercado; preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis-
VI - as condições para alteração de preços registrados; posições nela contidas.
VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi- Art. 85. A Administração poderá contratar a execução de obras
ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante e serviços de engenharia pelo sistema de registro de preços, desde
vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com que atendidos os seguintes requisitos:
a ordem de classificação; I - existência de projeto padronizado, sem complexidade técni-
VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais ca e operacional;
de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de II - necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço
validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de a ser contratado.
ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto
no edital;
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Art. 86. O órgão ou entidade gerenciadora deverá, na fase pre- SEÇÃO VI


paratória do processo licitatório, para fins de registro de preços, re- DO REGISTRO CADASTRAL
alizar procedimento público de intenção de registro de preços para,
nos termos de regulamento, possibilitar, pelo prazo mínimo de 8 Art. 87. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Ad-
(oito) dias úteis, a participação de outros órgãos ou entidades na ministração Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral
respectiva ata e determinar a estimativa total de quantidades da unificado disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas
contratação. (PNCP), para efeito de cadastro unificado de licitantes, na forma
§ 1º O procedimento previsto no caput deste artigo será dis- disposta em regulamento.
pensável quando o órgão ou entidade gerenciadora for o único con- § 1º O sistema de registro cadastral unificado será público e
tratante. deverá ser amplamente divulgado e estar permanentemente aber-
§ 2º Se não participarem do procedimento previsto to aos interessados, e será obrigatória a realização de chamamento
no caput deste artigo, os órgãos e entidades poderão aderir à ata público pela internet, no mínimo anualmente, para atualização dos
de registro de preços na condição de não participantes, observados registros existentes e para ingresso de novos interessados.
os seguintes requisitos: § 2º É proibida a exigência, pelo órgão ou entidade licitante,
I - apresentação de justificativa da vantagem da adesão, inclusi- de registro cadastral complementar para acesso a edital e anexos.
ve em situações de provável desabastecimento ou descontinuidade § 3º A Administração poderá realizar licitação restrita a forne-
de serviço público; cedores cadastrados, atendidos os critérios, as condições e os limi-
II - demonstração de que os valores registrados estão compa- tes estabelecidos em regulamento, bem como a ampla publicidade
tíveis com os valores praticados pelo mercado na forma do art. 23 dos procedimentos para o cadastramento.
desta Lei; § 4º Na hipótese a que se refere o § 3º deste artigo, será admi-
III - prévias consulta e aceitação do órgão ou entidade gerencia- tido fornecedor que realize seu cadastro dentro do prazo previsto
dora e do fornecedor. no edital para apresentação de propostas.
§ 3º A faculdade conferida pelo § 2º deste artigo estará limi- Art. 88. Ao requerer, a qualquer tempo, inscrição no cadastro
tada a órgãos e entidades da Administração Pública federal, esta- ou a sua atualização, o interessado fornecerá os elementos neces-
dual, distrital e municipal que, na condição de não participantes, sários exigidos para habilitação previstos nesta Lei.
desejarem aderir à ata de registro de preços de órgão ou entidade § 1º O inscrito, considerada sua área de atuação, será classifica-
gerenciadora federal, estadual ou distrital. do por categorias, subdivididas em grupos, segundo a qualificação
§ 4º As aquisições ou as contratações adicionais a que se refere técnica e econômico-financeira avaliada, de acordo com regras ob-
o § 2º deste artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a jetivas divulgadas em sítio eletrônico oficial.
50% (cinquenta por cento) dos quantitativos dos itens do instru- § 2º Ao inscrito será fornecido certificado, renovável sempre
mento convocatório registrados na ata de registro de preços para o que atualizar o registro.
órgão gerenciador e para os órgãos participantes. § 3º A atuação do contratado no cumprimento de obrigações
§ 5º O quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de assumidas será avaliada pelo contratante, que emitirá documento
preços a que se refere o § 2º deste artigo não poderá exceder, na comprobatório da avaliação realizada, com menção ao seu desem-
totalidade, ao dobro do quantitativo de cada item registrado na ata penho na execução contratual, baseado em indicadores objetiva-
de registro de preços para o órgão gerenciador e órgãos participan- mente definidos e aferidos, e a eventuais penalidades aplicadas, o
tes, independentemente do número de órgãos não participantes que constará do registro cadastral em que a inscrição for realizada.
que aderirem. § 4º A anotação do cumprimento de obrigações pelo contra-
§ 6º A adesão à ata de registro de preços de órgão ou entida- tado, de que trata o § 3º deste artigo, será condicionada à implan-
de gerenciadora do Poder Executivo federal por órgãos e entidades tação e à regulamentação do cadastro de atesto de cumprimento
da Administração Pública estadual, distrital e municipal poderá ser de obrigações, apto à realização do registro de forma objetiva, em
exigida para fins de transferências voluntárias, não ficando sujeita atendimento aos princípios da impessoalidade, da igualdade, da
ao limite de que trata o § 5º deste artigo se destinada à execução isonomia, da publicidade e da transparência, de modo a possibilitar
descentralizada de programa ou projeto federal e comprovada a a implementação de medidas de incentivo aos licitantes que possu-
compatibilidade dos preços registrados com os valores praticados írem ótimo desempenho anotado em seu registro cadastral.
no mercado na forma do art. 23 desta Lei. § 5º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou can-
§ 7º Para aquisição emergencial de medicamentos e material celado o registro de inscrito que deixar de satisfazer exigências de-
de consumo médico-hospitalar por órgãos e entidades da Adminis- terminadas por esta Lei ou por regulamento.
tração Pública federal, estadual, distrital e municipal, a adesão à § 6º O interessado que requerer o cadastro na forma
ata de registro de preços gerenciada pelo Ministério da Saúde não do caput deste artigo poderá participar de processo licitatório até a
estará sujeita ao limite de que trata o § 5º deste artigo. decisão da Administração, e a celebração do contrato ficará condi-
§ 8º Será vedada aos órgãos e entidades da Administração Pú- cionada à emissão do certificado referido no § 2º deste artigo.
blica federal a adesão à ata de registro de preços gerenciada por
órgão ou entidade estadual, distrital ou municipal.

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TÍTULO III § 7º Será facultada à Administração a convocação dos demais


DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS licitantes classificados para a contratação de remanescente de obra,
CAPÍTULO I de serviço ou de fornecimento em consequência de rescisão contra-
DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS tual, observados os mesmos critérios estabelecidos nos §§ 2º e 4º
deste artigo.
Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão pelas Art. 91. Os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e
suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, e a eles serão serão juntados ao processo que tiver dado origem à contratação,
aplicados, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contra- divulgados e mantidos à disposição do público em sítio eletrônico
tos e as disposições de direito privado. oficial.
§ 1º Todo contrato deverá mencionar os nomes das partes e os § 1º Será admitida a manutenção em sigilo de contratos e de
de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou sua lavra- termos aditivos quando imprescindível à segurança da sociedade
tura, o número do processo da licitação ou da contratação direta e do Estado, nos termos da legislação que regula o acesso à infor-
e a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas mação.
contratuais. § 2º Contratos relativos a direitos reais sobre imóveis serão for-
§ 2º Os contratos deverão estabelecer com clareza e precisão malizados por escritura pública lavrada em notas de tabelião, cujo
as condições para sua execução, expressas em cláusulas que defi- teor deverá ser divulgado e mantido à disposição do público em
nam os direitos, as obrigações e as responsabilidades das partes, sítio eletrônico oficial.
em conformidade com os termos do edital de licitação e os da pro- § 3º Será admitida a forma eletrônica na celebração de con-
posta vencedora ou com os termos do ato que autorizou a contra- tratos e de termos aditivos, atendidas as exigências previstas em
tação direta e os da respectiva proposta. regulamento.
Art. 90. A Administração convocará regularmente o licitante § 4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do
vencedor para assinar o termo de contrato ou para aceitar ou re- contrato, a Administração deverá verificar a regularidade fiscal do
tirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e nas condições contratado, consultar o Cadastro Nacional de Empresas Inidône-
estabelecidas no edital de licitação, sob pena de decair o direito à as e Suspensas (Ceis) e o Cadastro Nacional de Empresas Punidas
contratação, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei. (Cnep), emitir as certidões negativas de inidoneidade, de impedi-
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, mento e de débitos trabalhistas e juntá-las ao respectivo processo.
por igual período, mediante solicitação da parte durante seu trans- Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que esta-
curso, devidamente justificada, e desde que o motivo apresentado beleçam:
seja aceito pela Administração. I - o objeto e seus elementos característicos;
§ 2º Será facultado à Administração, quando o convocado não II - a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante
assinar o termo de contrato ou não aceitar ou não retirar o instru- vencedor ou ao ato que tiver autorizado a contratação direta e à
mento equivalente no prazo e nas condições estabelecidas, convo- respectiva proposta;
car os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a III - a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive
celebração do contrato nas condições propostas pelo licitante ven- quanto aos casos omissos;
cedor. IV - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
§ 3º Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no V - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-
edital sem convocação para a contratação, ficarão os licitantes libe- -base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios
rados dos compromissos assumidos. de atualização monetária entre a data do adimplemento das obri-
§ 4º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contrata- gações e a do efetivo pagamento;
ção nos termos do § 2º deste artigo, a Administração, observados VI - os critérios e a periodicidade da medição, quando for o
o valor estimado e sua eventual atualização nos termos do edital, caso, e o prazo para liquidação e para pagamento;
poderá: VII - os prazos de início das etapas de execução, conclusão, en-
I - convocar os licitantes remanescentes para negociação, na trega, observação e recebimento definitivo, quando for o caso;
ordem de classificação, com vistas à obtenção de preço melhor, VIII - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
mesmo que acima do preço do adjudicatário; classificação funcional programática e da categoria econômica;
II - adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas IX - a matriz de risco, quando for o caso;
pelos licitantes remanescentes, atendida a ordem classificatória, X - o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços,
quando frustrada a negociação de melhor condição. quando for o caso;
§ 5º A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o con- XI - o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do
trato ou em aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo equilíbrio econômico-financeiro, quando for o caso;
estabelecido pela Administração caracterizará o descumprimento XII - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução,
total da obrigação assumida e o sujeitará às penalidades legalmente quando exigidas, inclusive as que forem oferecidas pelo contratado
estabelecidas e à imediata perda da garantia de proposta em favor no caso de antecipação de valores a título de pagamento;
do órgão ou entidade licitante. XIII - o prazo de garantia mínima do objeto, observados os pra-
§ 6º A regra do § 5º não se aplicará aos licitantes remanescen- zos mínimos estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas aplicá-
tes convocados na forma do inciso I do § 4º deste artigo. veis, e as condições de manutenção e assistência técnica, quando
for o caso;
XIV - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida-
des cabíveis e os valores das multas e suas bases de cálculo;

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XV - as condições de importação e a data e a taxa de câmbio moniais a eles relativos para a Administração Pública, hipótese em
para conversão, quando for o caso; que poderão ser livremente utilizados e alterados por ela em outras
XVI - a obrigação do contratado de manter, durante toda a exe- ocasiões, sem necessidade de nova autorização de seu autor.
cução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele § 1º Quando o projeto se referir a obra imaterial de caráter
assumidas, todas as condições exigidas para a habilitação na licita- tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos a que
ção, ou para a qualificação, na contratação direta; se refere o caput deste artigo incluirá o fornecimento de todos os
XVII - a obrigação de o contratado cumprir as exigências de re- dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tec-
serva de cargos prevista em lei, bem como em outras normas espe- nologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico
cíficas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência de qualquer natureza e aplicação da obra.
Social e para aprendiz; § 2º É facultado à Administração Pública deixar de exigir a ces-
XVIII - o modelo de gestão do contrato, observados os requisi- são de direitos a que se refere o caput deste artigo quando o objeto
tos definidos em regulamento; da contratação envolver atividade de pesquisa e desenvolvimento
XIX - os casos de extinção. de caráter científico, tecnológico ou de inovação, considerados os
§ 1º Os contratos celebrados pela Administração Pública com princípios e os mecanismos instituídos pela Lei nº 10.973, de 2 de
pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as domiciliadas no exterior, dezembro de 2004.
deverão conter cláusula que declare competente o foro da sede da § 3º Na hipótese de posterior alteração do projeto pela Admi-
Administração para dirimir qualquer questão contratual, ressalva- nistração Pública, o autor deverá ser comunicado, e os registros se-
das as seguintes hipóteses: rão promovidos nos órgãos ou entidades competentes.
I - licitação internacional para a aquisição de bens e serviços Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públi-
cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento con- cas (PNCP) é condição indispensável para a eficácia do contrato e de
cedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça seus aditamentos e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados
parte ou por agência estrangeira de cooperação; da data de sua assinatura:
II - contratação com empresa estrangeira para a compra de I - 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
equipamentos fabricados e entregues no exterior precedida de au- II - 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.
torização do Chefe do Poder Executivo; § 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia
III - aquisição de bens e serviços realizada por unidades admi- a partir de sua assinatura e deverão ser publicados nos prazos pre-
nistrativas com sede no exterior. vistos nos incisos I e II do caput deste artigo, sob pena de nulidade.
§ 2º De acordo com as peculiaridades de seu objeto e de seu § 2º A divulgação de que trata o caput deste artigo, quando re-
regime de execução, o contrato conterá cláusula que preveja perí- ferente à contratação de profissional do setor artístico por inexigibi-
odo antecedente à expedição da ordem de serviço para verificação lidade, deverá identificar os custos do cachê do artista, dos músicos
de pendências, liberação de áreas ou adoção de outras providên- ou da banda, quando houver, do transporte, da hospedagem, da
cias cabíveis para a regularidade do início de sua execução. infraestrutura, da logística do evento e das demais despesas espe-
§ 3º Independentemente do prazo de duração, o contrato de- cíficas.
verá conter cláusula que estabeleça o índice de reajustamento de § 3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio ele-
preço, com data-base vinculada à data do orçamento estimado, e trônico oficial, em até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura
poderá ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, do contrato, os quantitativos e os preços unitários e totais que con-
em conformidade com a realidade de mercado dos respectivos in- tratar e, em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis após a conclusão do
sumos. contrato, os quantitativos executados e os preços praticados.
§ 4º Nos contratos de serviços contínuos, observado o inter- § 4º (VETADO).
regno mínimo de 1 (um) ano, o critério de reajustamento de preços § 5º (VETADO).
será por: Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas se-
I - reajustamento em sentido estrito, quando não houver regi- guintes hipóteses, em que a Administração poderá substituí-lo por
me de dedicação exclusiva de mão de obra ou predominância de outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota de empenho de
mão de obra, mediante previsão de índices específicos ou setoriais; despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço:
II - repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva I - dispensa de licitação em razão de valor;
de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante de- II - compras com entrega imediata e integral dos bens adquiri-
monstração analítica da variação dos custos. dos e dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a
§ 5º Nos contratos de obras e serviços de engenharia, sempre assistência técnica, independentemente de seu valor.
que compatível com o regime de execução, a medição será mensal. § 1º Às hipóteses de substituição do instrumento de contrato,
§ 6º Nos contratos para serviços contínuos com regime de de- aplica-se, no que couber, o disposto no art. 92 desta Lei.
dicação exclusiva de mão de obra ou com predominância de mão § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Admi-
de obra, o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços nistração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação de ser-
será preferencialmente de 1 (um) mês, contado da data do forne- viços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor não
cimento da documentação prevista no § 6º do art. 135 desta Lei. superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).(Vide Decreto nº 10.922, de
Art. 93. Nas contratações de projetos ou de serviços técnicos 2021)(Vigência) (Vide Decreto nº 11.317, de 2022) Vigência
especializados, inclusive daqueles que contemplem o desenvolvi-
mento de programas e aplicações de internet para computadores,
máquinas, equipamentos e dispositivos de tratamento e de comu-
nicação da informação (software) - e a respectiva documentação
técnica associada -, o autor deverá ceder todos os direitos patri-
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CAPÍTULO II Art. 100. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou


DAS GARANTIAS restituída após a fiel execução do contrato ou após a sua extinção
por culpa exclusiva da Administração e, quando em dinheiro, atua-
Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, po- lizada monetariamente.
derá ser exigida, mediante previsão no edital, prestação de garantia Art. 101. Nos casos de contratos que impliquem a entrega de
nas contratações de obras, serviços e fornecimentos. bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário,
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda- o valor desses bens deverá ser acrescido ao valor da garantia.
lidades de garantia: Art. 102. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos edital poderá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro-
sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado -garantia e prever a obrigação de a seguradora, em caso de inadim-
de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, plemento pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto
e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo do contrato, hipótese em que:
Ministério da Economia; I - a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos,
II - seguro-garantia; como interveniente anuente e poderá:
III - fiança bancária emitida por banco ou instituição financei- a) ter livre acesso às instalações em que for executado o con-
ra devidamente autorizada a operar no País pelo Banco Central do trato principal;
Brasil. b) acompanhar a execução do contrato principal;
§ 2º Na hipótese de suspensão do contrato por ordem ou ina- c) ter acesso a auditoria técnica e contábil;
dimplemento da Administração, o contratado ficará desobrigado de d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra
renovar a garantia ou de endossar a apólice de seguro até a ordem ou pelo fornecimento;
de reinício da execução ou o adimplemento pela Administração. II - a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem
§ 3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da ela indicar para a conclusão do contrato, será autorizada desde que
data de homologação da licitação e anterior à assinatura do contra- demonstrada sua regularidade fiscal;
to, para a prestação da garantia pelo contratado quando optar pela III - a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato,
modalidade prevista no inciso II do § 1º deste artigo. total ou parcialmente.
Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cum- Parágrafo único. Na hipótese de inadimplemento do contrata-
primento das obrigações assumidas pelo contratado perante à Ad- do, serão observadas as seguintes disposições:
ministração, inclusive as multas, os prejuízos e as indenizações de- I - caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato,
correntes de inadimplemento, observadas as seguintes regras nas estará isenta da obrigação de pagar a importância segurada indica-
contratações regidas por esta Lei: da na apólice;
I - o prazo de vigência da apólice será igual ou superior ao prazo II - caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pa-
estabelecido no contrato principal e deverá acompanhar as modifi- gará a integralidade da importância segurada indicada na apólice.
cações referentes à vigência deste mediante a emissão do respecti-
vo endosso pela seguradora; CAPÍTULO III
II - o seguro-garantia continuará em vigor mesmo se o contrata- DA ALOCAÇÃO DE RISCOS
do não tiver pago o prêmio nas datas convencionadas.
Parágrafo único. Nos contratos de execução continuada ou de Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais
fornecimento contínuo de bens e serviços, será permitida a subs- previstos e presumíveis e prever matriz de alocação de riscos, alo-
tituição da apólice de seguro-garantia na data de renovação ou de cando-os entre contratante e contratado, mediante indicação da-
aniversário, desde que mantidas as mesmas condições e coberturas queles a serem assumidos pelo setor público ou pelo setor privado
da apólice vigente e desde que nenhum período fique descoberto, ou daqueles a serem compartilhados.
ressalvado o disposto no § 2º do art. 96 desta Lei. § 1º A alocação de riscos de que trata o  caput  deste artigo
Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, considerará, em compatibilidade com as obrigações e os encargos
a garantia poderá ser de até 5% (cinco por cento) do valor inicial atribuídos às partes no contrato, a natureza do risco, o beneficiário
do contrato, autorizada a majoração desse percentual para até 10% das prestações a que se vincula e a capacidade de cada setor para
(dez por cento), desde que justificada mediante análise da comple- melhor gerenciá-lo.
xidade técnica e dos riscos envolvidos. § 2º Os riscos que tenham cobertura oferecida por seguradoras
Parágrafo único. Nas contratações de serviços e fornecimen- serão preferencialmente transferidos ao contratado.
tos contínuos com vigência superior a 1 (um) ano, assim como nas § 3º A alocação dos riscos contratuais será quantificada para
subsequentes prorrogações, será utilizado o valor anual do contrato fins de projeção dos reflexos de seus custos no valor estimado da
para definição e aplicação dos percentuais previstos no caput deste contratação.
artigo. § 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio eco-
Art. 99. Nas contratações de obras e serviços de engenharia de nômico-financeiro inicial do contrato em relação a eventos super-
grande vulto, poderá ser exigida a prestação de garantia, na moda- venientes e deverá ser observada na solução de eventuais pleitos
lidade seguro-garantia, com cláusula de retomada prevista no art. das partes.
102 desta Lei, em percentual equivalente a até 30% (trinta por cen- § 5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da ma-
to) do valor inicial do contrato. triz de alocação de riscos, será considerado mantido o equilíbrio
econômico-financeiro, renunciando as partes aos pedidos de resta-
belecimento do equilíbrio relacionados aos riscos assumidos, exce-
to no que se refere:
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I - às alterações unilaterais determinadas pela Administração, § 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo
nas hipóteses do inciso I do caput do art. 124 desta Lei; ocorrerá apenas na próxima data de aniversário do contrato e não
II - ao aumento ou à redução, por legislação superveniente, poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses, contado da re-
dos tributos diretamente pagos pelo contratado em decorrência do ferida data.
contrato. § 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de equipamen-
§ 6º Na alocação de que trata o caput deste artigo, poderão ser tos e à utilização de programas de informática.
adotados métodos e padrões usualmente utilizados por entidades Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos
públicas e privadas, e os ministérios e secretarias supervisores dos poderão ser prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência
órgãos e das entidades da Administração Pública poderão definir os máxima decenal, desde que haja previsão em edital e que a auto-
parâmetros e o detalhamento dos procedimentos necessários a sua ridade competente ateste que as condições e os preços permane-
identificação, alocação e quantificação financeira. cem vantajosos para a Administração, permitida a negociação com
o contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das
CAPÍTULO IV partes.
DAS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO Art. 108. A Administração poderá celebrar contratos com prazo
de até 10 (dez) anos nas hipóteses previstas nas alíneas “f” e “g” do
Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei inciso IV e nos incisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 75 desta Lei.
confere à Administração, em relação a eles, as prerrogativas de: Art. 109. A Administração poderá estabelecer a vigência por
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às prazo indeterminado nos contratos em que seja usuária de serviço
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra- público oferecido em regime de monopólio, desde que comprova-
tado; da, a cada exercício financeiro, a existência de créditos orçamentá-
II - extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta rios vinculados à contratação.
Lei; Art. 110. Na contratação que gere receita e no contrato de efici-
III - fiscalizar sua execução; ência que gere economia para a Administração, os prazos serão de:
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial I - até 10 (dez) anos, nos contratos sem investimento;
do ajuste; II - até 35 (trinta e cinco) anos, nos contratos com investimento,
V - ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar assim considerados aqueles que impliquem a elaboração de ben-
pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses feitorias permanentes, realizadas exclusivamente a expensas do
de: contratado, que serão revertidas ao patrimônio da Administração
a) risco à prestação de serviços essenciais; Pública ao término do contrato.
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas Art. 111. Na contratação que previr a conclusão de escopo
contratuais pelo contratado, inclusive após extinção do contrato. predefinido, o prazo de vigência será automaticamente prorrogado
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con- quando seu objeto não for concluído no período firmado no con-
tratos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do con- trato.
tratado. Parágrafo único. Quando a não conclusão decorrer de culpa do
§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo, as contratado:
cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas I - o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as
para que se mantenha o equilíbrio contratual. respectivas sanções administrativas;
II - a Administração poderá optar pela extinção do contrato e,
CAPÍTULO V nesse caso, adotará as medidas admitidas em lei para a continuida-
DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS de da execução contratual.
Art. 112. Os prazos contratuais previstos nesta Lei não excluem
Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a nem revogam os prazos contratuais previstos em lei especial.
prevista em edital, e deverão ser observadas, no momento da con- Art. 113. O contrato firmado sob o regime de fornecimento e
tratação e a cada exercício financeiro, a disponibilidade de créditos prestação de serviço associado terá sua vigência máxima definida
orçamentários, bem como a previsão no plano plurianual, quando pela soma do prazo relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da
ultrapassar 1 (um) exercício financeiro. obra com o prazo relativo ao serviço de operação e manutenção,
Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com pra- este limitado a 5 (cinco) anos contados da data de recebimento do
zo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses de serviços e fornecimentos objeto inicial, autorizada a prorrogação na forma do art. 107 desta
contínuos, observadas as seguintes diretrizes: Lei.
I - a autoridade competente do órgão ou entidade contratante Art. 114. O contrato que previr a operação continuada de siste-
deverá atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em razão mas estruturantes de tecnologia da informação poderá ter vigência
da contratação plurianual; máxima de 15 (quinze) anos.
II - a Administração deverá atestar, no início da contratação e
de cada exercício, a existência de créditos orçamentários vinculados CAPÍTULO VI
à contratação e a vantagem em sua manutenção; DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS
III - a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem
ônus, quando não dispuser de créditos orçamentários para sua con- Art. 115. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par-
tinuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe oferece tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, e
vantagem. cada parte responderá pelas consequências de sua inexecução total
ou parcial.
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§ 1º É proibido à Administração retardar imotivadamente a II - a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade


execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, inclusive na hipó- o fiscal do contrato, nos limites das informações recebidas do ter-
tese de posse do respectivo chefe do Poder Executivo ou de novo ceiro contratado.
titular no órgão ou entidade contratante. Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Ad-
§ 2º (VETADO). ministração no local da obra ou do serviço para representá-lo na
§ 3º (VETADO). execução do contrato.
§ 4º (VETADO). Art. 119. O contratado será obrigado a reparar, corrigir, re-
§ 4º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, sem- mover, reconstruir ou substituir, a suas expensas, no total ou em
pre que a responsabilidade pelo licenciamento ambiental for da parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos
Administração, a manifestação prévia ou licença prévia, quando ca- ou incorreções resultantes de sua execução ou de materiais nela
bíveis, deverão ser obtidas antes da divulgação do edital.(Promul- empregados.
gação partes vetadas) Art. 120. O contratado será responsável pelos danos causados
§ 5º Em caso de impedimento, ordem de paralisação ou sus- diretamente à Administração ou a terceiros em razão da execução
pensão do contrato, o cronograma de execução será prorrogado do contrato, e não excluirá nem reduzirá essa responsabilidade a
automaticamente pelo tempo correspondente, anotadas tais cir- fiscalização ou o acompanhamento pelo contratante.
cunstâncias mediante simples apostila. Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encar-
§ 6º Nas contratações de obras, verificada a ocorrência do dis- gos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da
posto no § 5º deste artigo por mais de 1 (um) mês, a Administração execução do contrato.
deverá divulgar, em sítio eletrônico oficial e em placa a ser afixada § 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos
em local da obra de fácil visualização pelos cidadãos, aviso público trabalhistas, fiscais e comerciais não transferirá à Administração a
de obra paralisada, com o motivo e o responsável pela inexecução responsabilidade pelo seu pagamento e não poderá onerar o objeto
temporária do objeto do contrato e a data prevista para o reinício do contrato nem restringir a regularização e o uso das obras e das
da sua execução. edificações, inclusive perante o registro de imóveis, ressalvada a hi-
§ 7º Os textos com as informações de que trata o § 6º deste pótese prevista no § 2º deste artigo.
artigo deverão ser elaborados pela Administração. § 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos
Art. 116. Ao longo de toda a execução do contrato, o contra- com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, a Administra-
tado deverá cumprir a reserva de cargos prevista em lei para pes- ção responderá solidariamente pelos encargos previdenciários e
soa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social ou para subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha
aprendiz, bem como as reservas de cargos previstas em outras nor- na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado.
mas específicas. § 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de de-
Parágrafo único. Sempre que solicitado pela Administração, o dicação exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento
contratado deverá comprovar o cumprimento da reserva de cargos de obrigações trabalhistas pelo contratado, a Administração, me-
a que se refere o caput deste artigo, com a indicação dos emprega- diante disposição em edital ou em contrato, poderá, entre outras
dos que preencherem as referidas vagas. medidas:
Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e I - exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-ga-
fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes rantia com cobertura para verbas rescisórias inadimplidas;
da Administração especialmente designados conforme requisitos II - condicionar o pagamento à comprovação de quitação das
estabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, obrigações trabalhistas vencidas relativas ao contrato;
permitida a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los III - efetuar o depósito de valores em conta vinculada;
com informações pertinentes a essa atribuição. IV - em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o paga-
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as mento das verbas trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento
ocorrências relacionadas à execução do contrato, determinando o devido ao contratado;
que for necessário para a regularização das faltas ou dos defeitos V - estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo
observados. terceiro salário, a ausências legais e a verbas rescisórias dos em-
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tem- pregados do contratado que participarem da execução dos serviços
po hábil para a adoção das medidas convenientes, a situação que contratados serão pagos pelo contratante ao contratado somente
demandar decisão ou providência que ultrapasse sua competência. na ocorrência do fato gerador.
§ 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assesso- § 4º Os valores depositados na conta vinculada a que se refere
ramento jurídico e de controle interno da Administração, que deve- o inciso III do § 3º deste artigo são absolutamente impenhoráveis.
rão dirimir dúvidas e subsidiá-lo com informações relevantes para § 5º O recolhimento das contribuições previdenciárias obser-
prevenir riscos na execução contratual. vará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
§ 4º Na hipótese da contratação de terceiros prevista Art. 122. Na execução do contrato e sem prejuízo das respon-
no caput deste artigo, deverão ser observadas as seguintes regras: sabilidades contratuais e legais, o contratado poderá subcontratar
I - a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabi- partes da obra, do serviço ou do fornecimento até o limite autoriza-
lidade civil objetiva pela veracidade e pela precisão das informações do, em cada caso, pela Administração.
prestadas, firmará termo de compromisso de confidencialidade e § 1º O contratado apresentará à Administração documentação
não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de fiscal de con- que comprove a capacidade técnica do subcontratado, que será
trato; avaliada e juntada aos autos do processo correspondente.
§ 2º Regulamento ou edital de licitação poderão vedar, restrin-
gir ou estabelecer condições para a subcontratação.
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DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 3º Será vedada a subcontratação de pessoa física ou jurídica, Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere o  inciso I
se aquela ou os dirigentes desta mantiverem vínculo de natureza do caput do art. 124 desta Lei, o contratado será obrigado a acei-
técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com tar, nas mesmas condições contratuais, acréscimos ou supressões
dirigente do órgão ou entidade contratante ou com agente públi- de até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do
co que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização ou contrato que se fizerem nas obras, nos serviços ou nas compras, e,
na gestão do contrato, ou se deles forem cônjuge, companheiro ou no caso de reforma de edifício ou de equipamento, o limite para os
parente em linha reta, colateral, ou por afinidade, até o terceiro acréscimos será de 50% (cinquenta por cento).
grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de Art. 126. As alterações unilaterais a que se refere o  inciso I
licitação. do caput do art. 124 desta Lei não poderão transfigurar o objeto
Art. 123. A Administração terá o dever de explicitamente emitir da contratação.
decisão sobre todas as solicitações e reclamações relacionadas à Art. 127. Se o contrato não contemplar preços unitários para
execução dos contratos regidos por esta Lei, ressalvados os reque- obras ou serviços cujo aditamento se fizer necessário, esses serão
rimentos manifestamente impertinentes, meramente protelatórios fixados por meio da aplicação da relação geral entre os valores da
ou de nenhum interesse para a boa execução do contrato. proposta e o do orçamento-base da Administração sobre os preços
Parágrafo único. Salvo disposição legal ou cláusula contratual referenciais ou de mercado vigentes na data do aditamento, respei-
que estabeleça prazo específico, concluída a instrução do requeri- tados os limites estabelecidos no art. 125 desta Lei.
mento, a Administração terá o prazo de 1 (um) mês para decidir, Art. 128. Nas contratações de obras e serviços de engenharia,
admitida a prorrogação motivada por igual período. a diferença percentual entre o valor global do contrato e o preço
global de referência não poderá ser reduzida em favor do contra-
CAPÍTULO VII tado em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS PREÇOS orçamentária.
Art. 129. Nas alterações contratuais para supressão de obras,
Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera- bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: e os colocado no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela
I - unilateralmente pela Administração: Administração pelos custos de aquisição regularmente comprova-
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- dos e monetariamente reajustados, podendo caber indenização por
ções, para melhor adequação técnica a seus objetivos; outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em regularmente comprovados.
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, Art. 130. Caso haja alteração unilateral do contrato que aumen-
nos limites permitidos por esta Lei; te ou diminua os encargos do contratado, a Administração deverá
II - por acordo entre as partes: restabelecer, no mesmo termo aditivo, o equilíbrio econômico-fi-
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; nanceiro inicial.
b) quando necessária a modificação do regime de execução da Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o
obra ou do serviço, bem como do modo de fornecimento, em face reconhecimento do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais em que será concedida indenização por meio de termo indeniza-
originários; tório.
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor econômico-financeiro deverá ser formulado durante a vigência do
inicial atualizado e vedada a antecipação do pagamento em relação contrato e antes de eventual prorrogação nos termos do art. 107
ao cronograma financeiro fixado sem a correspondente contrapres- desta Lei.
tação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; Art. 132. A formalização do termo aditivo é condição para a
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial execução, pelo contratado, das prestações determinadas pela Ad-
do contrato em caso de força maior, caso fortuito ou fato do prínci- ministração no curso da execução do contrato, salvo nos casos de
pe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de con- justificada necessidade de antecipação de seus efeitos, hipótese em
sequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato que a formalização deverá ocorrer no prazo máximo de 1 (um) mês.
tal como pactuado, respeitada, em qualquer caso, a repartição ob- Art. 133. Nas hipóteses em que for adotada a contratação inte-
jetiva de risco estabelecida no contrato. grada ou semi-integrada, é vedada a alteração dos valores contratu-
§ 1º Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações ais, exceto nos seguintes casos:
de contratos de obras e serviços de engenharia ensejarão apuração I - para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro
de responsabilidade do responsável técnico e adoção das providên- decorrente de caso fortuito ou força maior;
cias necessárias para o ressarcimento dos danos causados à Admi- II - por necessidade de alteração do projeto ou das especifica-
nistração. ções para melhor adequação técnica aos objetivos da contratação,
§ 2º Será aplicado o disposto na alínea “d” do inciso II a pedido da Administração, desde que não decorrente de erros ou
do  caput  deste artigo às contratações de obras e serviços de en- omissões por parte do contratado, observados os limites estabele-
genharia, quando a execução for obstada pelo atraso na conclusão cidos no art. 125 desta Lei;
de procedimentos de desapropriação, desocupação, servidão ad- III - por necessidade de alteração do projeto nas contratações
ministrativa ou licenciamento ambiental, por circunstâncias alheias semi-integradas, nos termos do § 5º do art. 46 desta Lei;
ao contratado. IV - por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz
de riscos como de responsabilidade da Administração.

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Art. 134. Os preços contratados serão alterados, para mais ou CAPÍTULO VIII
para menos, conforme o caso, se houver, após a data da apresen- DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
tação da proposta, criação, alteração ou extinção de quaisquer tri-
butos ou encargos legais ou a superveniência de disposições legais, Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual
com comprovada repercussão sobre os preços contratados. deverá ser formalmente motivada nos autos do processo, assegura-
Art. 135. Os preços dos contratos para serviços contínuos com dos o contraditório e a ampla defesa, as seguintes situações:
regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou com predominân- I - não cumprimento ou cumprimento irregular de normas edi-
cia de mão de obra serão repactuados para manutenção do equi- talícias ou de cláusulas contratuais, de especificações, de projetos
líbrio econômico-financeiro, mediante demonstração analítica da ou de prazos;
variação dos custos contratuais, com data vinculada: II - desatendimento das determinações regulares emitidas pela
I - à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do autoridade designada para acompanhar e fiscalizar sua execução ou
mercado; por autoridade superior;
II - ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao III - alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutu-
qual a proposta esteja vinculada, para os custos de mão de obra. ra da empresa que restrinja sua capacidade de concluir o contrato;
§ 1º A Administração não se vinculará às disposições contidas IV - decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da
em acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tra- sociedade ou falecimento do contratado;
tem de matéria não trabalhista, de pagamento de participação dos V - caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados,
trabalhadores nos lucros ou resultados do contratado, ou que es- impeditivos da execução do contrato;
tabeleçam direitos não previstos em lei, como valores ou índices VI - atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibili-
obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários, bem como de dade de obtê-la, ou alteração substancial do anteprojeto que dela
preços para os insumos relacionados ao exercício da atividade. resultar, ainda que obtida no prazo previsto;
§ 2º É vedado a órgão ou entidade contratante vincular-se às VII - atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a
disposições previstas nos acordos, convenções ou dissídios coleti- desocupação ou a servidão administrativa, ou impossibilidade de
vos de trabalho que tratem de obrigações e direitos que somente se liberação dessas áreas;
aplicam aos contratos com a Administração Pública. VIII - razões de interesse público, justificadas pela autoridade
§ 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 máxima do órgão ou da entidade contratante;
(um) ano, contado da data da apresentação da proposta ou da data IX - não cumprimento das obrigações relativas à reserva de car-
da última repactuação. gos prevista em lei, bem como em outras normas específicas, para
§ 4º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas pessoa com deficiência, para reabilitado da Previdência Social ou
quantas forem necessárias, observado o princípio da anualidade para aprendiz.
do reajuste de preços da contratação, podendo ser realizada em § 1º Regulamento poderá especificar procedimentos e critérios
momentos distintos para discutir a variação de custos que tenham para verificação da ocorrência dos motivos previstos no caput deste
sua anualidade resultante em datas diferenciadas, como os decor- artigo.
rentes de mão de obra e os decorrentes dos insumos necessários à § 2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas se-
execução dos serviços. guintes hipóteses:
§ 5º Quando a contratação envolver mais de uma categoria I - supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
profissional, a repactuação a que se refere o inciso II do caput des- compras que acarrete modificação do valor inicial do contrato além
te artigo poderá ser dividida em tantos quantos forem os acordos, do limite permitido no art. 125 desta Lei;
convenções ou dissídios coletivos de trabalho das categorias envol- II - suspensão de execução do contrato, por ordem escrita da
vidas na contratação. Administração, por prazo superior a 3 (três) meses;
§ 6º A repactuação será precedida de solicitação do contrata- III - repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis,
do, acompanhada de demonstração analítica da variação dos cus- independentemente do pagamento obrigatório de indenização
tos, por meio de apresentação da planilha de custos e formação de pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
preços, ou do novo acordo, convenção ou sentença normativa que mobilizações e outras previstas;
fundamenta a repactuação. IV - atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da
Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato nota fiscal, dos pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos
podem ser realizados por simples apostila, dispensada a celebração pela Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimen-
de termo aditivo, como nas seguintes situações: tos;
I - variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à V - não liberação pela Administração, nos prazos contratuais,
repactuação de preços previstos no próprio contrato; de área, local ou objeto, para execução de obra, serviço ou forneci-
II - atualizações, compensações ou penalizações financeiras de- mento, e de fontes de materiais naturais especificadas no projeto,
correntes das condições de pagamento previstas no contrato; inclusive devido a atraso ou descumprimento das obrigações atri-
III - alterações na razão ou na denominação social do contra- buídas pelo contrato à Administração relacionadas a desapropria-
tado; ção, a desocupação de áreas públicas ou a licenciamento ambiental.
IV - empenho de dotações orçamentárias. § 3º As hipóteses de extinção a que se referem os incisos II, III e
IV do § 2º deste artigo observarão as seguintes disposições:
I - não serão admitidas em caso de calamidade pública, de gra-
ve perturbação da ordem interna ou de guerra, bem como quando
decorrerem de ato ou fato que o contratado tenha praticado, do
qual tenha participado ou para o qual tenha contribuído;
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II - assegurarão ao contratado o direito de optar pela suspen- CAPÍTULO IX


são do cumprimento das obrigações assumidas até a normaliza- DO RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO
ção da situação, admitido o restabelecimento do equilíbrio eco-
nômico-financeiro do contrato, na forma da alínea “d” do inciso II Art. 140. O objeto do contrato será recebido:
do caput do art. 124 desta Lei. I - em se tratando de obras e serviços:
§ 4º Os emitentes das garantias previstas no  art. 96 desta a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamen-
Lei  deverão ser notificados pelo contratante quanto ao início de to e fiscalização, mediante termo detalhado, quando verificado o
processo administrativo para apuração de descumprimento de cumprimento das exigências de caráter técnico;
cláusulas contratuais. b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela
Art. 138. A extinção do contrato poderá ser: autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, o atendimento das exigências contratuais;
exceto no caso de descumprimento decorrente de sua própria con- II - em se tratando de compras:
duta; a) provisoriamente, de forma sumária, pelo responsável por
II - consensual, por acordo entre as partes, por conciliação, por seu acompanhamento e fiscalização, com verificação posterior da
mediação ou por comitê de resolução de disputas, desde que haja conformidade do material com as exigências contratuais;
interesse da Administração; b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela
III - determinada por decisão arbitral, em decorrência de cláu- autoridade competente, mediante termo detalhado que comprove
sula compromissória ou compromisso arbitral, ou por decisão ju- o atendimento das exigências contratuais.
dicial. § 1º O objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em
§ 1º A extinção determinada por ato unilateral da Administra- parte, quando estiver em desacordo com o contrato.
ção e a extinção consensual deverão ser precedidas de autorização § 2º O recebimento provisório ou definitivo não excluirá a res-
escrita e fundamentada da autoridade competente e reduzidas a ponsabilidade civil pela solidez e pela segurança da obra ou serviço
termo no respectivo processo. nem a responsabilidade ético-profissional pela perfeita execução
§ 2º Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Adminis- do contrato, nos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
tração, o contratado será ressarcido pelos prejuízos regularmente § 3º Os prazos e os métodos para a realização dos recebimen-
comprovados que houver sofrido e terá direito a: tos provisório e definitivo serão definidos em regulamento ou no
I - devolução da garantia; contrato.
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data § 4º Salvo disposição em contrário constante do edital ou de
de extinção; ato normativo, os ensaios, os testes e as demais provas para afe-
III - pagamento do custo da desmobilização. rição da boa execução do objeto do contrato exigidos por normas
Art. 139. A extinção determinada por ato unilateral da Adminis- técnicas oficiais correrão por conta do contratado.
tração poderá acarretar, sem prejuízo das sanções previstas nesta § 5º Em se tratando de projeto de obra, o recebimento defini-
Lei, as seguintes consequências: tivo pela Administração não eximirá o projetista ou o consultor da
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local responsabilidade objetiva por todos os danos causados por falha
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; de projeto.
II - ocupação e utilização do local, das instalações, dos equi- § 6º Em se tratando de obra, o recebimento definitivo pela
pamentos, do material e do pessoal empregados na execução do Administração não eximirá o contratado, pelo prazo mínimo de
contrato e necessários à sua continuidade; 5 (cinco) anos, admitida a previsão de prazo de garantia superior
III - execução da garantia contratual para: no edital e no contrato, da responsabilidade objetiva pela solidez
a) ressarcimento da Administração Pública por prejuízos decor- e pela segurança dos materiais e dos serviços executados e pela
rentes da não execução; funcionalidade da construção, da reforma, da recuperação ou da
b) pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e previdenciá- ampliação do bem imóvel, e, em caso de vício, defeito ou incorre-
rias, quando cabível; ção identificados, o contratado ficará responsável pela reparação,
c) pagamento das multas devidas à Administração Pública; pela correção, pela reconstrução ou pela substituição necessárias.
d) exigência da assunção da execução e da conclusão do objeto
do contrato pela seguradora, quando cabível; CAPÍTULO X
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite DOS PAGAMENTOS
dos prejuízos causados à Administração Pública e das multas apli-
cadas. Art. 141. No dever de pagamento pela Administração, será ob-
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II servada a ordem cronológica para cada fonte diferenciada de recur-
do  caput  deste artigo ficará a critério da Administração, que po- sos, subdividida nas seguintes categorias de contratos:
derá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou I - fornecimento de bens;
indireta. II - locações;
§ 2º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o ato deverá III - prestação de serviços;
ser precedido de autorização expressa do ministro de Estado, do IV - realização de obras.
secretário estadual ou do secretário municipal competente, confor- § 1º A ordem cronológica referida no caput deste artigo poderá
me o caso. ser alterada, mediante prévia justificativa da autoridade competen-
te e posterior comunicação ao órgão de controle interno da Admi-
nistração e ao tribunal de contas competente, exclusivamente nas
seguintes situações:
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I - grave perturbação da ordem, situação de emergência ou ca- Art. 146. No ato de liquidação da despesa, os serviços de con-
lamidade pública; tabilidade comunicarão aos órgãos da administração tributária as
II - pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte, características da despesa e os valores pagos, conforme o disposto
agricultor familiar, produtor rural pessoa física, microempreende- no art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.
dor individual e sociedade cooperativa, desde que demonstrado o
risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do contrato; CAPÍTULO XI
III - pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos DA NULIDADE DOS CONTRATOS
sistemas estruturantes, desde que demonstrado o risco de descon-
tinuidade do cumprimento do objeto do contrato; Art. 147. Constatada irregularidade no procedimento licitatório
IV - pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de ou na execução contratual, caso não seja possível o saneamento, a
falência, recuperação judicial ou dissolução da empresa contratada; decisão sobre a suspensão da execução ou sobre a declaração de
V - pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para nulidade do contrato somente será adotada na hipótese em que se
assegurar a integridade do patrimônio público ou para manter o revelar medida de interesse público, com avaliação, entre outros,
funcionamento das atividades finalísticas do órgão ou entidade, dos seguintes aspectos:
quando demonstrado o risco de descontinuidade da prestação de I - impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na
serviço público de relevância ou o cumprimento da missão institu- fruição dos benefícios do objeto do contrato;
cional. II - riscos sociais, ambientais e à segurança da população local
§ 2º A inobservância imotivada da ordem cronológica referida decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do objeto do con-
no caput deste artigo ensejará a apuração de responsabilidade do trato;
agente responsável, cabendo aos órgãos de controle a sua fiscali- III - motivação social e ambiental do contrato;
zação. IV - custo da deterioração ou da perda das parcelas executadas;
§ 3º O órgão ou entidade deverá disponibilizar, mensalmente, V - despesa necessária à preservação das instalações e dos ser-
em seção específica de acesso à informação em seu sítio na inter- viços já executados;
net, a ordem cronológica de seus pagamentos, bem como as jus- VI - despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno
tificativas que fundamentarem a eventual alteração dessa ordem. às atividades;
Art. 142. Disposição expressa no edital ou no contrato poderá VII - medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou
prever pagamento em conta vinculada ou pagamento pela efetiva entidade para o saneamento dos indícios de irregularidades apon-
comprovação do fato gerador. tados;
Parágrafo único. (VETADO). VIII - custo total e estágio de execução física e financeira dos
Art. 143. No caso de controvérsia sobre a execução do objeto, contratos, dos convênios, das obras ou das parcelas envolvidas;
quanto a dimensão, qualidade e quantidade, a parcela incontrover- IX - fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em
sa deverá ser liberada no prazo previsto para pagamento. razão da paralisação;
Art. 144.  Na contratação de obras, fornecimentos e serviços, X - custo para realização de nova licitação ou celebração de
inclusive de engenharia, poderá ser estabelecida remuneração va- novo contrato;
riável vinculada ao desempenho do contratado, com base em me- XI - custo de oportunidade do capital durante o período de pa-
tas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental ralisação.
e prazos de entrega definidos no edital de licitação e no contrato. Parágrafo único. Caso a paralisação ou anulação não se reve-
§ 1º O pagamento poderá ser ajustado em base percentual so- le medida de interesse público, o poder público deverá optar pela
bre o valor economizado em determinada despesa, quando o obje- continuidade do contrato e pela solução da irregularidade por meio
to do contrato visar à implantação de processo de racionalização, de indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de
hipótese em que as despesas correrão à conta dos mesmos créditos responsabilidade e da aplicação de penalidades cabíveis.
orçamentários, na forma de regulamentação específica. Art. 148. A declaração de nulidade do contrato administrativo
§ 2º A utilização de remuneração variável será motivada e res- requererá análise prévia do interesse público envolvido, na forma
peitará o limite orçamentário fixado pela Administração para a con- do art. 147 desta Lei, e operará retroativamente, impedindo os efei-
tratação. tos jurídicos que o contrato deveria produzir ordinariamente e des-
Art. 145. Não será permitido pagamento antecipado, parcial ou constituindo os já produzidos.
total, relativo a parcelas contratuais vinculadas ao fornecimento de § 1º Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior,
bens, à execução de obras ou à prestação de serviços. a nulidade será resolvida pela indenização por perdas e danos, sem
§ 1º A antecipação de pagamento somente será permitida se prejuízo da apuração de responsabilidade e aplicação das penalida-
propiciar sensível economia de recursos ou se representar condição des cabíveis.
indispensável para a obtenção do bem ou para a prestação do ser- § 2º Ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vis-
viço, hipótese que deverá ser previamente justificada no processo tas à continuidade da atividade administrativa, poderá decidir que
licitatório e expressamente prevista no edital de licitação ou instru- ela só tenha eficácia em momento futuro, suficiente para efetuar
mento formal de contratação direta. nova contratação, por prazo de até 6 (seis) meses, prorrogável uma
§ 2º A Administração poderá exigir a prestação de garantia adi- única vez.
cional como condição para o pagamento antecipado. Art. 149. A nulidade não exonerará a Administração do dever
§ 3º Caso o objeto não seja executado no prazo contratual, o de indenizar o contratado pelo que houver executado até a data em
valor antecipado deverá ser devolvido. que for declarada ou tornada eficaz, bem como por outros prejuízos
regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável, e
será promovida a responsabilização de quem lhe tenha dado causa.
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DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 150. Nenhuma contratação será feita sem a caracterização Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações admi-
adequada de seu objeto e sem a indicação dos créditos orçamentá- nistrativas previstas nesta Lei as seguintes sanções:
rios para pagamento das parcelas contratuais vincendas no exercí- I - advertência;
cio em que for realizada a contratação, sob pena de nulidade do ato II - multa;
e de responsabilização de quem lhe tiver dado causa. III - impedimento de licitar e contratar;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
CAPÍTULO XII § 1º Na aplicação das sanções serão considerados:
DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONTRO- I - a natureza e a gravidade da infração cometida;
VÉRSIAS II - as peculiaridades do caso concreto;
III - as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser uti- IV - os danos que dela provierem para a Administração Pública;
lizados meios alternativos de prevenção e resolução de controvér- V - a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de inte-
sias, notadamente a conciliação, a mediação, o comitê de resolução gridade, conforme normas e orientações dos órgãos de controle.
de disputas e a arbitragem. § 2º A sanção prevista no inciso I do  caput  deste artigo será
Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo aplicada exclusivamente pela infração administrativa prevista no in-
às controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, ciso I do caput do art. 155 desta Lei, quando não se justificar a
como as questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio imposição de penalidade mais grave.
econômico-financeiro do contrato, ao inadimplemento de obriga- § 3º A sanção prevista no inciso II do caput deste artigo, calcula-
ções contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de indeni- da na forma do edital ou do contrato, não poderá ser inferior a 0,5%
zações. (cinco décimos por cento) nem superior a 30% (trinta por cento)
Art. 152. A arbitragem será sempre de direito e observará o do valor do contrato licitado ou celebrado com contratação direta
princípio da publicidade. e será aplicada ao responsável por qualquer das infrações adminis-
Art. 153. Os contratos poderão ser aditados para permitir a trativas previstas no art. 155 desta Lei.
adoção dos meios alternativos de resolução de controvérsias. § 4º A sanção prevista no inciso III do caput deste artigo será
Art. 154.  O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas
arbitrais e dos comitês de resolução de disputas observará critérios nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155 desta Lei, quan-
isonômicos, técnicos e transparentes. do não se justificar a imposição de penalidade mais grave, e impedi-
rá o responsável de licitar ou contratar no âmbito da Administração
TÍTULO IV Pública direta e indireta do ente federativo que tiver aplicado a san-
DAS IRREGULARIDADES ção, pelo prazo máximo de 3 (três) anos.
CAPÍTULO I § 5º A sanção prevista no inciso IV do caput deste artigo será
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas
nos incisos VIII, IX, X, XI e XII do caput do art. 155 desta Lei, bem
Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado ad- como pelas infrações administrativas previstas nos incisos II, III, IV,
ministrativamente pelas seguintes infrações: V, VI e VII do caput do referido artigo que justifiquem a imposição
I - dar causa à inexecução parcial do contrato; de penalidade mais grave que a sanção referida no § 4º deste artigo,
II - dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave e impedirá o responsável de licitar ou contratar no âmbito da Ad-
dano à Administração, ao funcionamento dos serviços públicos ou ministração Pública direta e indireta de todos os entes federativos,
ao interesse coletivo; pelo prazo mínimo de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos.
III - dar causa à inexecução total do contrato; § 6º A sanção estabelecida no inciso IV do caput deste artigo
IV - deixar de entregar a documentação exigida para o certame; será precedida de análise jurídica e observará as seguintes regras:
V - não manter a proposta, salvo em decorrência de fato super- I - quando aplicada por órgão do Poder Executivo, será de com-
veniente devidamente justificado; petência exclusiva de ministro de Estado, de secretário estadual ou
VI - não celebrar o contrato ou não entregar a documentação de secretário municipal e, quando aplicada por autarquia ou fun-
exigida para a contratação, quando convocado dentro do prazo de dação, será de competência exclusiva da autoridade máxima da
validade de sua proposta; entidade;
VII - ensejar o retardamento da execução ou da entrega do ob- II - quando aplicada por órgãos dos Poderes Legislativo e Judici-
jeto da licitação sem motivo justificado; ário, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública no desempe-
VIII - apresentar declaração ou documentação falsa exigida nho da função administrativa, será de competência exclusiva de au-
para o certame ou prestar declaração falsa durante a licitação ou a toridade de nível hierárquico equivalente às autoridades referidas
execução do contrato; no inciso I deste parágrafo, na forma de regulamento.
IX - fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução § 7º As sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput deste
do contrato; artigo poderão ser aplicadas cumulativamente com a prevista no
X - comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qual- inciso II do caput deste artigo.
quer natureza; § 8º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem supe-
XI - praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da riores ao valor de pagamento eventualmente devido pela Adminis-
licitação; tração ao contratado, além da perda desse valor, a diferença será
XII - praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei nº 12.846, de descontada da garantia prestada ou será cobrada judicialmente.
1º de agosto de 2013.

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§ 9º A aplicação das sanções previstas no  caput  deste artigo Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e no Cadastro Nacional de
não exclui, em hipótese alguma, a obrigação de reparação integral Empresas Punidas (Cnep), instituídos no âmbito do Poder Executivo
do dano causado à Administração Pública. federal.
Art. 157. Na aplicação da sanção prevista no  inciso II Parágrafo único. Para fins de aplicação das sanções previstas
do caput do art. 156 desta Lei, será facultada a defesa do interes- nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 156 desta Lei, o Poder Exe-
sado no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de sua cutivo regulamentará a forma de cômputo e as consequências da
intimação. soma de diversas sanções aplicadas a uma mesma empresa e deri-
Art. 158. A aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV vadas de contratos distintos.
do caput do art. 156 desta Lei requererá a instauração de processo Art. 162. O atraso injustificado na execução do contrato sujei-
de responsabilização, a ser conduzido por comissão composta de 2 tará o contratado a multa de mora, na forma prevista em edital ou
(dois) ou mais servidores estáveis, que avaliará fatos e circunstân- em contrato.
cias conhecidos e intimará o licitante ou o contratado para, no prazo Parágrafo único. A aplicação de multa de mora não impedirá
de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de intimação, apresentar que a Administração a converta em compensatória e promova a ex-
defesa escrita e especificar as provas que pretenda produzir. tinção unilateral do contrato com a aplicação cumulada de outras
§ 1º Em órgão ou entidade da Administração Pública cujo sanções previstas nesta Lei.
quadro funcional não seja formado de servidores estatutários, a Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante ou contratado
comissão a que se refere o caput deste artigo será composta de 2 perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, exigidos,
(dois) ou mais empregados públicos pertencentes aos seus quadros cumulativamente:
permanentes, preferencialmente com, no mínimo, 3 (três) anos de I - reparação integral do dano causado à Administração Pública;
tempo de serviço no órgão ou entidade. II - pagamento da multa;
§ 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de III - transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da
novas provas ou de juntada de provas julgadas indispensáveis pela penalidade, no caso de impedimento de licitar e contratar, ou de 3
comissão, o licitante ou o contratado poderá apresentar alegações (três) anos da aplicação da penalidade, no caso de declaração de
finais no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data da inti- inidoneidade;
mação. IV - cumprimento das condições de reabilitação definidas no
§ 3º Serão indeferidas pela comissão, mediante decisão funda- ato punitivo;
mentada, provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias, protelató- V - análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo
rias ou intempestivas. quanto ao cumprimento dos requisitos definidos neste artigo.
§ 4º A prescrição ocorrerá em 5 (cinco) anos, contados da ciên- Parágrafo único. A sanção pelas infrações previstas nos incisos
cia da infração pela Administração, e será: VIII e XII do caput do art. 155 desta Lei exigirá, como condição de
I - interrompida pela instauração do processo de responsabili- reabilitação do licitante ou contratado, a implantação ou aperfeiço-
zação a que se refere o caput deste artigo; amento de programa de integridade pelo responsável.
II - suspensa pela celebração de acordo de leniência previsto
na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013; CAPÍTULO II
III - suspensa por decisão judicial que inviabilize a conclusão da DAS IMPUGNAÇÕES, DOS PEDIDOS DE ESCLARECIMENTO
apuração administrativa. E DOS RECURSOS
Art. 159. Os atos previstos como infrações administrativas nes-
ta Lei ou em outras leis de licitações e contratos da Administração Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima para impugnar edi-
Pública que também sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº tal de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei ou para so-
12.846, de 1º de agosto de 2013, serão apurados e julgados conjun- licitar esclarecimento sobre os seus termos, devendo protocolar o
tamente, nos mesmos autos, observados o rito procedimental e a pedido até 3 (três) dias úteis antes da data de abertura do certame.
autoridade competente definidos na referida Lei. Parágrafo único. A resposta à impugnação ou ao pedido de es-
Parágrafo único. (VETADO). clarecimento será divulgada em sítio eletrônico oficial no prazo de
Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada até 3 (três) dias úteis, limitado ao último dia útil anterior à data da
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir abertura do certame.
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para Art. 165. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação
provocar confusão patrimonial, e, nesse caso, todos os efeitos das desta Lei cabem:
sanções aplicadas à pessoa jurídica serão estendidos aos seus ad- I - recurso, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da data de
ministradores e sócios com poderes de administração, a pessoa intimação ou de lavratura da ata, em face de:
jurídica sucessora ou a empresa do mesmo ramo com relação de a) ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de in-
coligação ou controle, de fato ou de direito, com o sancionado, ob- teressado ou de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
servados, em todos os casos, o contraditório, a ampla defesa e a cancelamento;
obrigatoriedade de análise jurídica prévia. b) julgamento das propostas;
Art. 161. Os órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legis- c) ato de habilitação ou inabilitação de licitante;
lativo e Judiciário de todos os entes federativos deverão, no prazo d) anulação ou revogação da licitação;
máximo 15 (quinze) dias úteis, contado da data de aplicação da san- e) extinção do contrato, quando determinada por ato unilateral
ção, informar e manter atualizados os dados relativos às sanções e escrito da Administração;
por eles aplicadas, para fins de publicidade no Cadastro Nacional de II - pedido de reconsideração, no prazo de 3 (três) dias úteis,
contado da data de intimação, relativamente a ato do qual não cai-
ba recurso hierárquico.
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§ 1º Quanto ao recurso apresentado em virtude do disposto III - terceira linha de defesa, integrada pelo órgão central de
nas alíneas “b” e “c” do inciso I do caput deste artigo, serão obser- controle interno da Administração e pelo tribunal de contas.
vadas as seguintes disposições: § 1º Na forma de regulamento, a implementação das práticas a
I - a intenção de recorrer deverá ser manifestada imediatamen- que se refere o caput deste artigo será de responsabilidade da alta
te, sob pena de preclusão, e o prazo para apresentação das razões administração do órgão ou entidade e levará em consideração os
recursais previsto no inciso I do caput deste artigo será iniciado na custos e os benefícios decorrentes de sua implementação, optan-
data de intimação ou de lavratura da ata de habilitação ou inabilita- do-se pelas medidas que promovam relações íntegras e confiáveis,
ção ou, na hipótese de adoção da inversão de fases prevista no § 1º com segurança jurídica para todos os envolvidos, e que produzam
do art. 17 desta Lei, da ata de julgamento; o resultado mais vantajoso para a Administração, com eficiência,
II - a apreciação dar-se-á em fase única. eficácia e efetividade nas contratações públicas.
§ 2º O recurso de que trata o inciso I do caput deste artigo será § 2º Para a realização de suas atividades, os órgãos de contro-
dirigido à autoridade que tiver editado o ato ou proferido a deci- le deverão ter acesso irrestrito aos documentos e às informações
são recorrida, que, se não reconsiderar o ato ou a decisão no prazo necessárias à realização dos trabalhos, inclusive aos documentos
de 3 (três) dias úteis, encaminhará o recurso com a sua motivação classificados pelo órgão ou entidade nos termos da Lei nº 12.527,
à autoridade superior, a qual deverá proferir sua decisão no prazo de 18 de novembro de 2011, e o órgão de controle com o qual foi
máximo de 10 (dez) dias úteis, contado do recebimento dos autos. compartilhada eventual informação sigilosa tornar-se-á correspon-
§ 3º O acolhimento do recurso implicará invalidação apenas de sável pela manutenção do seu sigilo.
ato insuscetível de aproveitamento. § 3º Os integrantes das linhas de defesa a que se referem os
§ 4º O prazo para apresentação de contrarrazões será o mesmo incisos I, II e III do caput deste artigo observarão o seguinte:
do recurso e terá início na data de intimação pessoal ou de divulga- I - quando constatarem simples impropriedade formal, adota-
ção da interposição do recurso. rão medidas para o seu saneamento e para a mitigação de riscos
§ 5º Será assegurado ao licitante vista dos elementos indispen- de sua nova ocorrência, preferencialmente com o aperfeiçoamento
sáveis à defesa de seus interesses. dos controles preventivos e com a capacitação dos agentes públicos
Art. 166. Da aplicação das sanções previstas nos incisos I, II e responsáveis;
III do caput do art. 156 desta Lei  caberá recurso no prazo de 15 II - quando constatarem irregularidade que configure dano à
(quinze) dias úteis, contado da data da intimação. Administração, sem prejuízo das medidas previstas no inciso I deste
Parágrafo único. O recurso de que trata o  caput  deste artigo § 3º, adotarão as providências necessárias para a apuração das in-
será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão recorrida, frações administrativas, observadas a segregação de funções e a ne-
que, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias úteis, encami- cessidade de individualização das condutas, bem como remeterão
nhará o recurso com sua motivação à autoridade superior, a qual ao Ministério Público competente cópias dos documentos cabíveis
deverá proferir sua decisão no prazo máximo de 20 (vinte) dias para a apuração dos ilícitos de sua competência.
úteis, contado do recebimento dos autos. Art. 170. Os órgãos de controle adotarão, na fiscalização dos
Art. 167. Da aplicação da sanção prevista no  inciso IV atos previstos nesta Lei, critérios de oportunidade, materialidade,
do caput do art. 156 desta Lei caberá apenas pedido de reconsi- relevância e risco e considerarão as razões apresentadas pelos ór-
deração, que deverá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias gãos e entidades responsáveis e os resultados obtidos com a con-
úteis, contado da data da intimação, e decidido no prazo máximo de tratação, observado o disposto no § 3º do art. 169 desta Lei.
20 (vinte) dias úteis, contado do seu recebimento. § 1º As razões apresentadas pelos órgãos e entidades respon-
Art. 168. O recurso e o pedido de reconsideração terão efeito sáveis deverão ser encaminhadas aos órgãos de controle até a con-
suspensivo do ato ou da decisão recorrida até que sobrevenha de- clusão da fase de instrução do processo e não poderão ser desen-
cisão final da autoridade competente. tranhadas dos autos.
Parágrafo único. Na elaboração de suas decisões, a autoridade § 2º A omissão na prestação das informações não impedirá as
competente será auxiliada pelo órgão de assessoramento jurídico, deliberações dos órgãos de controle nem retardará a aplicação de
que deverá dirimir dúvidas e subsidiá-la com as informações neces- qualquer de seus prazos de tramitação e de deliberação.
sárias. § 3º Os órgãos de controle desconsiderarão os documentos
impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse
CAPÍTULO III para o esclarecimento dos fatos.
DO CONTROLE DAS CONTRATAÇÕES § 4º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica
poderá representar aos órgãos de controle interno ou ao tribunal
Art. 169. As contratações públicas deverão submeter-se a prá- de contas competente contra irregularidades na aplicação desta Lei.
ticas contínuas e permanentes de gestão de riscos e de controle Art. 171. Na fiscalização de controle será observado o seguinte:
preventivo, inclusive mediante adoção de recursos de tecnologia da I - viabilização de oportunidade de manifestação aos gestores
informação, e, além de estar subordinadas ao controle social, sujei- sobre possíveis propostas de encaminhamento que terão impacto
tar-se-ão às seguintes linhas de defesa: significativo nas rotinas de trabalho dos órgãos e entidades fiscali-
I - primeira linha de defesa, integrada por servidores e empre- zados, a fim de que eles disponibilizem subsídios para avaliação pré-
gados públicos, agentes de licitação e autoridades que atuam na via da relação entre custo e benefício dessas possíveis proposições;
estrutura de governança do órgão ou entidade; II - adoção de procedimentos objetivos e imparciais e elabo-
II - segunda linha de defesa, integrada pelas unidades de as- ração de relatórios tecnicamente fundamentados, baseados exclu-
sessoramento jurídico e de controle interno do próprio órgão ou sivamente nas evidências obtidas e organizados de acordo com as
entidade;

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normas de auditoria do respectivo órgão de controle, de modo a II - 2 (dois) representantes dos Estados e do Distrito Federal
evitar que interesses pessoais e interpretações tendenciosas inter- indicados pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Ad-
firam na apresentação e no tratamento dos fatos levantados; ministração;
III - definição de objetivos, nos regimes de empreitada por III - 2 (dois) representantes dos Municípios indicados pela Con-
preço global, empreitada integral, contratação semi-integrada e federação Nacional de Municípios.
contratação integrada, atendidos os requisitos técnicos, legais, § 2º O PNCP conterá, entre outras, as seguintes informações
orçamentários e financeiros, de acordo com as finalidades da con- acerca das contratações:
tratação, devendo, ainda, ser perquirida a conformidade do preço I - planos de contratação anuais;
global com os parâmetros de mercado para o objeto contratado, II - catálogos eletrônicos de padronização;
considerada inclusive a dimensão geográfica. III - editais de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de
§ 1º Ao suspender cautelarmente o processo licitatório, o tribu- contratação direta e editais de licitação e respectivos anexos;
nal de contas deverá pronunciar-se definitivamente sobre o mérito IV - atas de registro de preços;
da irregularidade que tenha dado causa à suspensão no prazo de 25 V - contratos e termos aditivos;
(vinte e cinco) dias úteis, contado da data do recebimento das in- VI - notas fiscais eletrônicas, quando for o caso.
formações a que se refere o § 2º deste artigo, prorrogável por igual § 3º O PNCP deverá, entre outras funcionalidades, oferecer:
período uma única vez, e definirá objetivamente: I - sistema de registro cadastral unificado;
I - as causas da ordem de suspensão; II - painel para consulta de preços, banco de preços em saúde e
II - o modo como será garantido o atendimento do interesse acesso à base nacional de notas fiscais eletrônicas;
público obstado pela suspensão da licitação, no caso de objetos es- III - sistema de planejamento e gerenciamento de contrata-
senciais ou de contratação por emergência. ções, incluído o cadastro de atesto de cumprimento de obrigações
§ 2º Ao ser intimado da ordem de suspensão do processo lici- previsto no § 4º do art. 88 desta Lei;
tatório, o órgão ou entidade deverá, no prazo de 10 (dez) dias úteis, IV - sistema eletrônico para a realização de sessões públicas;
admitida a prorrogação: V - acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus-
I - informar as medidas adotadas para cumprimento da deci- pensas (Ceis) e ao Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep);
são; VI - sistema de gestão compartilhada com a sociedade de infor-
II - prestar todas as informações cabíveis; mações referentes à execução do contrato, que possibilite:
III - proceder à apuração de responsabilidade, se for o caso. a) envio, registro, armazenamento e divulgação de mensagens
§ 3º A decisão que examinar o mérito da medida cautelar a que de texto ou imagens pelo interessado previamente identificado;
se refere o § 1º deste artigo deverá definir as medidas necessárias e b) acesso ao sistema informatizado de acompanhamento de
adequadas, em face das alternativas possíveis, para o saneamento obras a que se refere o inciso III do caput do art. 19 desta Lei;
do processo licitatório, ou determinar a sua anulação. c) comunicação entre a população e representantes da Admi-
§ 4º O descumprimento do disposto no § 2º deste artigo ense- nistração e do contratado designados para prestar as informações e
jará a apuração de responsabilidade e a obrigação de reparação do esclarecimentos pertinentes, na forma de regulamento;
prejuízo causado ao erário. d) divulgação, na forma de regulamento, de relatório final com
Art. 172. (VETADO). informações sobre a consecução dos objetivos que tenham justifi-
Art. 173. Os tribunais de contas deverão, por meio de suas es- cado a contratação e eventuais condutas a serem adotadas para o
colas de contas, promover eventos de capacitação para os servido- aprimoramento das atividades da Administração.
res efetivos e empregados públicos designados para o desempenho § 4º O PNCP adotará o formato de dados abertos e observará as
das funções essenciais à execução desta Lei, incluídos cursos pre- exigências previstas na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
senciais e a distância, redes de aprendizagem, seminários e con- § 5º (VETADO).
gressos sobre contratações públicas. Art. 175. Sem prejuízo do disposto no art. 174 desta Lei, os en-
tes federativos poderão instituir sítio eletrônico oficial para divulga-
TÍTULO V ção complementar e realização das respectivas contratações.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 1º Desde que mantida a integração com o PNCP, as contrata-
CAPÍTULO I ções poderão ser realizadas por meio de sistema eletrônico forneci-
DO PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS do por pessoa jurídica de direito privado, na forma de regulamento.
(PNCP) § 2º (VETADO).
§ 2º Até 31 de dezembro de 2023, os Municípios deverão rea-
Art. 174. É criado o Portal Nacional de Contratações Públicas lizar divulgação complementar de suas contratações mediante pu-
(PNCP), sítio eletrônico oficial destinado à: blicação de extrato de edital de licitação em jornal diário de grande
I - divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por circulação local. (Promulgação partes vetadas)
esta Lei; Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes
II - realização facultativa das contratações pelos órgãos e en- terão o prazo de 6 (seis) anos, contado da data de publicação desta
tidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os Lei, para cumprimento:
entes federativos. I - dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º
§ 1º O PNCP será gerido pelo Comitê Gestor da Rede Nacional desta Lei;
de Contratações Públicas, a ser presidido por representante indica- II - da obrigatoriedade de realização da licitação sob a forma
do pelo Presidente da República e composto de: eletrônica a que se refere o § 2º do art. 17 desta Lei;
I - 3 (três) representantes da União indicados pelo Presidente III - das regras relativas à divulgação em sítio eletrônico oficial.
da República;
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Parágrafo único. Enquanto não adotarem o PNCP, os Municí- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
pios a que se refere o caput deste artigo deverão: Violação de sigilo em licitação
I - publicar, em diário oficial, as informações que esta Lei exige Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em pro-
que sejam divulgadas em sítio eletrônico oficial, admitida a publica- cesso licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
ção de extrato; Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa.
II - disponibilizar a versão física dos documentos em suas re- Afastamento de licitante
partições, vedada a cobrança de qualquer valor, salvo o referente Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de vio-
ao fornecimento de edital ou de cópia de documento, que não será lência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qual-
superior ao custo de sua reprodução gráfica. quer tipo:
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além
CAPÍTULO II da pena correspondente à violência.
DAS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou
desiste de licitar em razão de vantagem oferecida.
Art. 177. O caput do art. 1.048 da Lei nº 13.105, de 16 de mar- Fraude em licitação ou contrato
ço de 2015 (Código de Processo Civil), passa a vigorar acrescido do Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, lici-
seguinte inciso IV: tação ou contrato dela decorrente, mediante:
“Art.1.048. .................................................................................. I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qua-
..................... lidade ou em quantidade diversas das previstas no edital ou nos
.................................................................................................... instrumentos contratuais;
...................... II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria
IV - em que se discuta a aplicação do disposto nas normas ge- falsificada, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de
rais de licitação e contratação a que se refere o inciso XXVII do caput validade vencido;
do art. 22 da Constituição Federal. III - entrega de uma mercadoria por outra;
.................................................................................................... IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mer-
............” (NR) cadoria ou do serviço fornecido;
Art. 178. O Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido onerosa para a Administração Pública a proposta ou a execução do
do seguinte Capítulo II-B: contrato:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
“CAPÍTULO II-B Contratação inidônea
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRA- Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional decla-
TIVOS rado inidôneo:
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa.
Contratação direta ilegal § 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação dire- inidôneo:
ta fora das hipóteses previstas em lei: Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. § 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que,
Frustração do caráter competitivo de licitação declarado inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si pena do § 1º deste artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a
ou para outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da contratar com a Administração Pública.
licitação, o caráter competitivo do processo licitatório: Impedimento indevido
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscri-
Patrocínio de contratação indevida ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover
Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse pri- indevidamente a alteração, a suspensão ou o cancelamento de re-
vado perante a Administração Pública, dando causa à instauração gistro do inscrito:
de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
decretada pelo Poder Judiciário: Omissão grave de dado ou de informação por projetista
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pú-
Modificação ou pagamento irregular em contrato administra- blica levantamento cadastral ou condição de contorno em relevante
tivo dissonância com a realidade, em frustração ao caráter competitivo
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo- da licitação ou em detrimento da seleção da proposta mais vanta-
dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor josa para a Administração Pública, em contratação para a elabora-
do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a ção de projeto básico, projeto executivo ou anteprojeto, em diálogo
Administração Pública, sem autorização em lei, no edital da licita- competitivo ou em procedimento de manifestação de interesse:
ção ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade: § 1º Consideram-se condição de contorno as informações e
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. os levantamentos suficientes e necessários para a definição da so-
Perturbação de processo licitatório lução de projeto e dos respectivos preços pelo licitante, incluídos
Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qual- sondagens, topografia, estudos de demanda, condições ambientais
quer ato de processo licitatório:
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e demais elementos ambientais impactantes, considerados requi- II - os prazos expressos em meses ou anos serão computados
sitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que orientam a de data a data;
elaboração de projetos. III - nos prazos expressos em dias úteis, serão computados so-
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto mente os dias em que ocorrer expediente administrativo no órgão
ou indireto, próprio ou de outrem, aplica-se em dobro a pena pre- ou entidade competente.
vista no caput deste artigo. § 1º Salvo disposição em contrário, considera-se dia do começo
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos nes- do prazo:
te Capítulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código I - o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da infor-
e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato mação na internet;
licitado ou celebrado com contratação direta.” II - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quan-
Art. 179. Os incisos II e III do caput do art. 2º da Lei nº 8.987, de do a notificação for pelos correios.
13 de fevereiro de 1995, passam a vigorar com a seguinte redação: § 2º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
“Art. 2º  ...................................................................................... guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente,
....................... se o expediente for encerrado antes da hora normal ou se houver
.................................................................................................... indisponibilidade da comunicação eletrônica.
....................... § 3º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, se no mês do
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo,
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade considera-se como termo o último dia do mês.
concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio Art. 184. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber e
de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por na ausência de norma específica, aos convênios, acordos, ajustes e
sua conta e risco e por prazo determinado; outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades
III -  concessão de serviço público precedida da execução de da Administração Pública, na forma estabelecida em regulamento
obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, refor- do Poder Executivo federal.
ma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse Art. 185. Aplicam-se às licitações e aos contratos regidos
público, delegados pelo poder concedente, mediante licitação, na pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, as disposições do Capí-
modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica tulo II-B do Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7
ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua de dezembro de 1940 (Código Penal).
realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da Art. 186. Aplicam-se as disposições desta Lei subsidiariamente
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a explora- à Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, à Lei nº 11.079, de 30 de
ção do serviço ou da obra por prazo determinado; dezembro de 2004, e à Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010.
.................................................................................................... Art. 187. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
..............” (NR) aplicar os regulamentos editados pela União para execução desta
Art. 180. O caput do art. 10 da Lei nº 11.079, de 30 de dezem- Lei.
bro de 2004, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 188. (VETADO).
“Art. 10. A contratação de parceria público-privada será prece- Art. 189. Aplica-se esta Lei às hipóteses previstas na legislação
dida de licitação na modalidade concorrência ou diálogo competiti- que façam referência expressa à  Lei nº 8.666, de 21 de junho de
vo, estando a abertura do processo licitatório condicionada a: 1993, à Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-A
.................................................................................................... da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.
.............” (NR) Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido assinado an-
tes da entrada em vigor desta Lei continuará a ser regido de acordo
CAPÍTULO III com as regras previstas na legislação revogada.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II
do caput do art. 193, a Administração poderá optar por licitar ou
Art. 181. Os entes federativos instituirão centrais de compras, contratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as
com o objetivo de realizar compras em grande escala, para atender leis citadas no referido inciso, desde que:(Redação dada pela Medi-
a diversos órgãos e entidades sob sua competência e atingir as fina- da Provisória nº 1.167, de 2023)
lidades desta Lei. I - a publicação do edital ou do ato autorizativo da contratação
Parágrafo único. No caso dos Municípios com até 10.000 (dez direta ocorra até 29 de dezembro de 2023; e(Incluído pela Medida
mil) habitantes, serão preferencialmente constituídos consórcios Provisória nº 1.167, de 2023)
públicos para a realização das atividades previstas no caput deste II -a opção escolhida seja expressamente indicada no edital ou
artigo, nos termos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005. no ato autorizativo da contratação direta.  (Incluído pela Medida
Art. 182. O Poder Executivo federal atualizará, a cada dia 1º Provisória nº 1.167, de 2023)
de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo § 1º Na hipótese do caput, se a Administração optar por licitar
Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a substituí-lo, os valores de acordo com as leis citadas no inciso II do caput do art. 193, o
fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no PNCP. respectivo contrato será regido pelas regras nelas previstas durante
Art. 183. Os prazos previstos nesta Lei serão contados com ex- toda a sua vigência.(Incluído pela Medida Provisória nº 1.167, de
clusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento e obser- 2023)
varão as seguintes disposições: § 2º É vedada a aplicação combinada desta Lei com as citadas
I - os prazos expressos em dias corridos serão computados de no inciso II do caput do art. 193.(Incluído pela Medida Provisória nº
modo contínuo; 1.167, de 2023)
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Art. 192. O contrato relativo a imóvel do patrimônio da União § 4º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, sem-
ou de suas autarquias e fundações continuará regido pela legislação pre que a responsabilidade pelo licenciamento ambiental for da
pertinente, aplicada esta Lei subsidiariamente. Administração, a manifestação prévia ou licença prévia, quando ca-
Art. 193. Revogam-se: bíveis, deverão ser obtidas antes da divulgação do edital.
I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na ....................................................................................................
data de publicação desta Lei; .......................................”
II - em 30 de dezembro de 2023: (Redação dada pela Medida “Art. 175  ...................................................................................
Provisória nº 1.167, de 2023) ................................
a) a Lei nº 8.666, de 1993;(Incluído pela Medida Provisória nº ....................................................................................................
1.167, de 2023) ...............................
b) a Lei nº 10.520, de 2002; e(Incluído pela Medida Provisória § 2º Até 31 de dezembro de 2023, os Municípios deverão rea-
nº 1.167, de 2023) lizar divulgação complementar de suas contratações mediante pu-
c) os art. 1º a art. 47-A da Lei nº 12.462, de 2011. (Incluído pela blicação de extrato de edital de licitação em jornal diário de grande
Medida Provisória nº 1.167, de 2023) circulação local.”
Art. 194. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília,  10  de junho de 2021; 200o  da Independência e 133o 
Brasília, 1º de abril de 2021; 200o da Independência e 133o da da República.
República. JAIR MESSIAS BOLSONARO
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Anderson Gustavo Torres
Paulo Guedes SERVIÇO PÚBLICO. CONCEITO. CLASSIFICAÇÃO. PRIN-
Tarcisio Gomes de Freitas CÍPIOS. FORMAS DE DELEGAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO.
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes REGIME JURÍDICO DA CONCESSÃO E DA PERMISSÃO DE
Wagner de Campos Rosário SERVIÇO PÚBLICO. EXTINÇÃO, REVERSÃO DOS BENS. DI-
André Luiz de Almeida Mendonça REITOS DOS USUÁRIOS DE SERVIÇO PÚBLICO

LEI Nº 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021


Conceito
Mensagem de veto Lei de Licitações e Contratos Adminis- De modo geral, não havendo a existência de um conceito legal
trativos. ou constitucional de serviço público, a doutrina se encarregou de
O  PRESIDENTE  DA  REPÚBLICA  Faço saber que o Congresso buscar uma definição para os contornos do instituto, ato que foi re-
Nacional decreta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5o  do alizado com a adoção, sendo por algumas vezes isolada, bem como
art. 66 da Constituição Federal, as seguintes partes vetadas da Lei em outras, de forma combinadas, vindo a utilizar-se dos critérios
no 14.133, de 1º de abril de 2021: subjetivo, material e formal. Vejamos a definição conceitual de cada
“Art. 37  ...................................................................................... em deles:
...............................
.................................................................................................... Critério subjetivo
............................... Aduz que o serviço público se trata de serviço prestado pelo
§ 2º  Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, na Estado de forma direta.
licitação para contratação dos serviços técnicos especializados de
natureza predominantemente intelectual previstos nas alíneas “a”, Critério material
“d” e “h” do inciso XVIII do caput do art. 6º desta Lei cujo valor es- Sob esse crivo, serviço público é a atividade que possui como
timado da contratação seja superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil objetivo satisfazer as necessidades coletivas.
reais), o julgamento será por:
I - melhor técnica; ou Critério formal
II - técnica e preço, na proporção de 70% (setenta por cento) de Segundo esse critério, serviço público é o labor exercido sob
valoração da proposta técnica.” o regime jurídico de direito público denegridor e desmesurado do
“Art. 54  ...................................................................................... direito comum.
..............................
§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput, é obrigatória a publi- Passando o tempo, denota-se que o Estado foi se distanciando
cação de extrato do edital no Diário Oficial da União, do Estado, do dos princípios liberais, passando a desenvolver também atividades
Distrito Federal ou do Município, ou, no caso de consórcio público, comerciais e industriais, que, diga se de passagem, anteriormente
do ente de maior nível entre eles, bem como em jornal diário de eram reservadas somente à iniciativa privada. De outro ângulo, foi
grande circulação. verificado em determinadas situações, que a estrutura de organiza-
.................................................................................................... ção do Estado não se encontrava adequada à execução de todos os
.............................” serviços públicos. Por esse motivo, o Poder Público veio a delegar
“Art. 115  .................................................................................... a particulares com o intuito de responsabilidade, a prestação de al-
............................... guns serviços públicos. Em outro momento, tais serviços públicos
.................................................................................................... também passaram a ter sua prestação delegada a outras pessoas
................................ jurídicas, que por sua vez, eram criadas pelo próprio Estado para
esse fim específico. Eram as empresas públicas e sociedades de
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economia mista, que possuem regime jurídico de direito privado, Denota-se com grande importância, que o direito brasileiro
cujo serviço era mais eficaz para que fossem executados os serviços acaba por diferenciar de forma expressa o serviço público e o poder
comerciais e industriais. de polícia. Em campo tributário, por exemplo, no disposto em seus
Esses acontecimentos acabaram por prejudicar os critérios uti- arts. 77 e 78, o Código Tributário Nacional dispõe do ensino e deter-
lizados pela doutrina para definir serviço público como um todo. minação de duas atuações como fatos geradores diversos do tribu-
Denota-se que o elemento subjetivo foi afetado pelo fato de as pes- to de nome taxa. Nesse diapasão de linha diferenciadora, a ESAF, na
soas jurídicas de direito público terem deixado de ser as únicas a aplicação da prova para Procurador do Distrito Federal/2007, veio
prestar tais serviços, posto que esta incumbência também passou a considerar como incorreta a afirmação: “o exercício da atividade
a ser delegada aos particulares, como é o caso das concessionárias, estatal de polícia administrativa constitui a prestação de um serviço
permissionárias e autorizatárias. Já o elemento material foi atingido público ao administrado”.
em decorrência de algumas atividades que outrora não eram tidas De forma geral, a doutrina entende que os elementos subjetivo,
como de interesse público, mas que passaram a ser exercidas pelo material e formal tradicionalmente utilizados para definir serviço
Estado, 8como por exemplo, como se deu com o serviço de loterias. público, continuam de forma ampla a servir a esse propósito, desde
O elemento formal, por sua vez, também foi bastante atingido, na que estejam combinados e harmonizados com o fito de acoplar de
forma que aduz que nem todos os serviços públicos são prestados forma correta, as contemporâneas figuras jurídicas que vêm sendo
sob regime de exclusividade pública, como por exemplo, a aplica- inseridas e determinadas pelo legislador com força de lei, com o
ção de algumas normas de direito do consumidor e de direito civil fulcro de oferecer conveniência e utilidades, bem como de atender
a contratos feitos entre os particulares e a entidade prestadora de as constantes necessidades da população que sempre acontecem
serviço público de forma geral. de forma mutante, a exemplo das parcerias público-privadas, das
Assim sendo, em razão dessas inovações, os autores passaram, OSCIPs e organizações sociais.
por sua vez, a comentar em crise na noção de serviço público. Ho- Nesse sentido, com o objetivo de reinterpretar o elemento
diernamente, os critérios anteriormente mencionados continuam subjetivo em consonância com o atual estágio de evolução do di-
sendo utilizados para definir serviço público, porém, não é exigido reito administrativo, podemos afirmar que a caracterização de um
que os três elementos se façam presentes ao mesmo tempo para serviço como público, em tempos contemporâneos passou a não
que o serviço possa ser considerado de utilidade pública, passan- exigir mais que a prestação seja realizada pelo Estado, mas apenas
do a existir no campo doutrinário diversas definições, advindas do que ele passe a deter, nos termos legais dispostos na Constituição
uso isolado de um dos elementos ou da combinação existente entre Federal de 1988, a titularidade de tal serviço. Em relação a esse
eles. aspecto, destacamos a importância de não vir a confundir a expres-
Registra-se, que além da enorme variedade de definições ad- siva titularidade do serviço com sua efetiva prestação. Registe-se
vindas da combinação dos critérios subjetivo, material e formal, é que o titular do serviço, trata-se do sujeito que detém a atribuição
de suma importância compreendermos que o vocábulo “serviço legal constitucional para vir a prestá-lo. Via de regra, aquele que de-
público” pode ser considerado sob dois pontos de vista, sendo um tém a titularidade do serviço não se encontra obrigado a prestá-lo
subjetivo e outro objetivo. Façamos um breve estudo de cada um de forma direta através de seus órgãos, mas tem o dever legal de
deles: promover-lhe a prestação, de forma direta por meio de seu aparato
administrativo, ou, ainda, mediante a legal delegação a particulares
Sentido objetivo realizada por meio de concessão, permissão ou autorização.
Infere-se que tal expressão é usada para fazer alusão ao sujeito De maneira igual, contemporaneamente, o critério material
responsável pela execução da atividade. Exemplo: determinada au- considerado de forma isolada não é suficiente para definir um ser-
tarquia com o dever de prestar de serviços para a área da educação. viço como público. Isso ocorre pelo fato de existirem determinadas
atividades relativas aos direitos sociais como saúde e educação, por
Sentido objetivo ou material exemplo, que apenas podem ser enquadradas no conceito quando
Nesse sentido, a administração pública está coligada à diversas forem devidamente prestadas pelo Estado, levando em conta que
atividades que são exercidas pelo Estado, por intermédio de seus a execução desses serviços por particulares deve ser denominada
agentes, órgãos e entidades na diligência eficaz da função adminis- como serviço privado.
trativa estatal. Finalmente, em relação ao critério formal, nos tempos moder-
Destaque-se, por oportuno, que o vocábulo serviço público nos, infere-se que não é mais necessário que o regime jurídico ao
sempre está se referindo a uma atividade, ou, ainda, a um conjunto qual está submetido o serviço público seja realizado de maneira in-
de atividades a serem exercidas, sem levar em conta qual o órgão tegral de direito público, sendo que em algumas situações, acaba
ou a entidade que as exerce. existindo um sistema híbrido que é formado por regras e normas
Mesmo com os aspectos expostos, boa parte da doutrina ain- de direito público e privado, principalmente em se tratando de caso
da usa de definições de caráter amplo e restrito do vocábulo ser- de serviços públicos nos quais sua prestação tenha sido delegada a
viço público. Para alguns, tal vocábulo se presta a designar todas terceiros.
as funções do Estado, tendo em vista que nesse rol estão inclusas
as funções administrativa, legislativa e judiciária. Já outra corrente Observação importante: Com o entendimento acima mencio-
doutrinária, utiliza-se de um conceito com menor amplitude, vindo nado, a ilustre Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro acaba por
a incluir somente as funções administrativas e excluindo, por sua definir serviço público como sendo toda a atividade material que a
vez, as funções legislativa e judiciária. Destarte, infere-se que den- lei atribui ao Estado, para que este a exerça de forma direta ou por
tre aquelas doutrinas que adotam um sentido mais restrito, existem intermédio de seus delegados, com o condão de satisfazer de forma
ainda as que excluem do conceito atividades importantes advindas concreta as necessidades da coletividade, sob regime jurídico total
do exercício do poder de polícia, de intervenção e de fomento. ou parcialmente público.
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Elementos Constitutivos Regulamentação e Controle


Os elementos do serviço público podem ser classificados sob os Tanto a regulamentação quanto o controle do serviço público
seguintes aspectos: são realizados de maneira regular pelo Poder Público. Isso ocorre
Subjetivo: Por meio do qual o serviço público está sempre sob em qualquer sentido, ainda que o serviço esteja delegado por con-
a total responsabilidade do Estado. No entanto, registra-se que ao cessão, permissão ou autorização, uma vez que nestas situações,
Estado como um todo, é permitido delegar determinados serviços deverá o Estado manter sua titularidade e, ainda que haja situações
públicos, desde que sempre por intermediação dos parâmetros da adversas e problemas durante a prestação, poderá o Poder Público
lei e sob regime de concessão ou permissão, bem como por meio de interferir para que haja a regularização do seu funcionamento, com
licitação. Denota-se que nesse caso, é o próprio Estado que escolhe fundamento sempre na preservação do interesse público.
os serviços que são considerados serviços públicos. Como exem- Ressalta-se que esses serviços são controlados e também fisca-
plo, podemos citar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica, lizados pelo Poder Público, que deve intervir em caso de má pres-
dentre outros serviços pertinentes à Administração Pública. Esse tação, sendo que isso é uma obrigação que lhe compete segundo
elemento determina que o serviço público deve ser prestado pelo parâmetros legais.
Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pessoas jurídi- A esse respeito, dispõe a Lei 8997 de 1995 em seus arts. 3º e
cas criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a terceiros 32, respectivamente:
para que possam prestá-lo. Art. 3º. As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização
pelo poder concedente responsável pela delegação, com a coopera-
Formal: A princípio, o regime jurídico é de Direito Público, ou ção dos usuários.
parcialmente público, sob o manto do qual o serviço público deverá Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com
ser prestado. No entanto, quando particulares prestam seus servi- o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como
ços em conjunto com o Poder Público, ressalta-se que o regime ju- o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e le-
rídico é considerado como híbrido. Isso por que nesse caso, poderá gais pertinentes.
haver a permanência do Direito Público ou do Direito Privado nos
ditames da lei. Porém, em ambas as situações, a responsabilidade Deve-se registrar também, que outro aspecto que deve ser en-
será sempre objetiva. fatizado com destaque em relação à regulamentação e ao contro-
le dos serviços públicos, são os requisitos do serviço e direito dos
Material: Por intermédio desse elemento, o serviço público de- usuários, sendo que o primeiro deles é a permanência, que possui
verá sempre prestar serviços condizentes a uma atividade de inte- como atributo, impor a continuidade do serviço. Logo após, temos
resse público como um todo. Denota-se que por meio da aplicação o requisito da generalidade, por meio do qual, os serviços devem
desse elemento, o objetivo do serviço público será sempre o de sa- ser prestados de maneira uniforme para toda a coletividade. Em se-
tisfazer de forma concreta as necessidades da coletividade. guida, surge o requisito da eficiência, por intermédio do qual é exi-
Esquematizando, temos: gida a eficaz atualização do serviço público. Em continuidade, vem
a modicidade, por meio da qual, infere-se que as tarifas que são co-
Elementos constitutivos dos serviços públicos bradas dos usuários devem ser eivadas de valor razoável e por fim,
a cortesia, que por seu intermédio, entende-se que o tratamento
Subjetivo - determina que o serviço público deve ser presta- com o usuário público em geral, deverá ser oferecido com presteza.
do pelo Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pesso- Havendo descumprimento de quaisquer dos requisitos retro
as jurídicas criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a mencionados, afirma-se que o usuário do serviço terá em suas mãos
terceiros para que possam prestá-lo. o direito pleno de recorrer ao Poder Judiciário para exigir a correta
prestação desses serviços. Neste mesmo sentido, destaca-se que a
Formal - o regime jurídico é de Direito Público, ou parcial- greve de servidores públicos, não poderá jamais ultrapassar o direi-
mente público, sob o manto do qual o serviço público deverá ser to dos usuários dos serviços essenciais, que se tratam daqueles que
prestado. por decorrência de sua natureza, colocam a sobrevivência, a vida e
a segurança da sociedade em risco se estiverem ausentes.
Material - o serviço público deverá sempre prestar serviços
condizentes a uma atividade de interesse público como um todo. Formas de prestação e meios de execução
O art. 175 da Constituição Federal de 1988 determina, que
Subjetivo - é o próprio Estado que escolhe os serviços que compete ao Poder Público, nos parâmetros legais, de forma direta
são considerados serviços públicos. Como exemplo, podemos ci- ou sob regime de concessão ou permissão a prestação de serviços
tar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica, dentre outros públicos de forma geral. De acordo com esse mesmo dispositivo, as
serviços pertinentes à Administração Pública. concessões e permissões de serviços públicos deverão ser sempre
precedidas de licitação.
Formal - poderá haver a permanência do Direito Público ou Entretanto, o parágrafo único do art. 175 da Carta Magna dis-
do Direito Privado nos ditames da lei. Porém, em ambas as situa- põe a implementação de lei para regulamentar as seguintes refe-
ções, a responsabilidade será sempre objetiva. rências:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias
Material - por meio da aplicação desse elemento, o objetivo de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
do serviço público será sempre o de satisfazer de forma concreta prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
as necessidades da coletividade. rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
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III – política tarifária;


IV – a obrigação de manter serviço adequado.
Considera-se que a Lei Federal 8.987/1995, em obediência ao
mandamento constitucional foi editada estabelecendo normas ge-
neralizadas como um todo em matéria de concessão e permissão
de serviços públicos, devendo tais normas, ser aplicáveis à União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, da mesma forma que a Lei
Federal 9.074/1995, que, embora tenha o condão de estipular re-
gras especificamente voltadas a serviços de competência da União,
trouxe também em seu bojo, pouquíssimas regras gerais que po-
dem ser aplicadas a todos os entes federados.
Em relação à forma de prestação dos serviços públicos, depre- Transferência da execução do
ende-se que estes podem ser prestados de forma centralizada ou DESCENTRALIZAÇÃO serviço para outra pessoa física ou
descentralizada, sendo a primeira forma caracterizada quando o jurídica.
serviço público for prestado pela própria pessoa jurídica federativa Divisão interna do serviço com
que detém a sua titularidade e a segunda forma, quando, em várias DESCONCENTRAÇÃO outros órgãos da mesma pessoa ju-
situações, o ente político titular de determinado serviço público, rídica.
embora continue mantendo a sua titularidade, termina por transfe-
rir a pessoas diferentes e desconhecida à sua estrutura administra- Delegação
tiva, a responsabilidade pela prestação. Concessão
Lembremos que o ente político, mesmo ao transferir a respon- Ocorre a delegação negocial de serviços públicos mediante:
sabilidade pela prestação de serviços públicos a terceiros, sempre concessão, permissão ou autorização.
poderá conservar a sua titularidade, fato que lhe garante a manu- Nesse tópico, não esgotaremos todas as formas de concessões
tenção da competência para regular e controlar a prestação dos existentes e suas formas de aplicação e execução nos serviços públi-
serviços delegados a outrem. cos, porém destacaremos as mais importantes e mais cobradas em
A descentralização dos serviços públicos pode ocorrer de duas provas de concursos públicos e áreas afins.
maneiras: Conforme o Ordenamento Jurídico Brasileiro, as concessões de
1. Por meio de outorga ou delegação legal: por meio da qual o serviços públicos podem ser divididas em duas espécies:
Estado cria uma entidade que poderá ser autarquia, fundação pú- 1ª) Concessões comuns, que estão sob a égide das leis
blica sociedade de economia mista ou empresa pública, transferin- 8.987/1995 e 9.074/1995 e 2ª, que subdividem em: concessão de
do-lhe, por meios legais a execução de um serviço público. serviços públicos e concessão de serviço público precedida da exe-
2. Por meio de delegação ou delegação negocial: por intermé- cução de obra pública.
dio da qual, o Poder Público detém o poder de transferir por contra- 2ª) Concessões especiais, que são as parcerias público-privadas
to ou ato unilateral a execução ampla do serviço, desde que o ente previstas na Lei 11.079/2004, sujeitas a alguns dispositivos da Lei
delegado preste o serviço em nome próprio e por sua conta e risco, 8.987/1995. Se subdividindo em duas categorias: concessão patro-
sob o controle do Estado e dentro da mesma pessoa jurídica. cinada e concessão administrativa.
Esclarece-se ainda, a título de conhecimento, que a delegação A concessão comum de serviço público é uma modalidade de
negocial admite a titularidade exclusiva do ente delegante sobre contrato administrativo por intermédio do qual a Administração Pú-
o serviço a ser delegado. Em se tratando de serviços nos quais a blica transfere delegação a pessoa jurídica ou, ainda, a consórcio de
titularidade não for exclusiva do Poder Público, como educação e empresas a execução de certo serviço público pertencente à sua
saúde, por exemplo, o particular que tiver a pretensão de exercê-lo titularidade, na qual o concessionário é obrigado, por meio de con-
não estará dependente de delegação do Estado, uma vez que tais tratos legais a executar o serviço delegado em nome próprio, por
atos de exercício de educação e saúde, quando forem prestados por sua conta e risco, sendo sujeito a controle e fiscalização do poder
particulares, não serão mais considerados como serviços públicos, concedente e remunerado através de tarifa paga pelo usuário ou
mas sim como atividade econômica da iniciativa privada. outra modalidade de remuneração advinda da exploração do ser-
Em outras palavras, os serviços públicos podem ser executados viço. Exemplo: as receitas adquiridas por empresas de transporte
nas formas: coletivo que cobram por comerciais constantes na parte traseira
Direta: Quando é prestado pela própria administração pública dos ônibus.
por intermédio de seus próprios órgãos e agentes. Conforme mencionado, existem duas modalidades de conces-
Indireta: Quando o serviço público é prestado por intermé- são comum, quais sejam: a concessão de serviço público, também
dio de entidades da Administração Pública indireta ou, ainda, de conhecida como concessão simples e a concessão de serviço públi-
particulares, por meio de delegação, concessão, permissão e au- co antecedida de execução por meio de obra pública.
torização. Esta forma de prestação de serviço, deverá ser sempre A concessão de serviço público ou concessão simples, pode ser
sobrepujada de licitação, formalizada por meio de contrato admi- definida pela lei como a “delegação da prestação de serviço público,
nistrativo, seguida de adesão com prazo previamente estipulado feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
e que por ato bilateral, buscando somente transferir a execução, concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que de-
porém, jamais a titularidade que deverá sempre permanecer com monstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
o poder outorgante. por prazo determinado” (art. 2º, II).
Em resumo, temos:

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

Já a concessão de serviço público antecedida de execução de Denota-se que além do conhecimento da previsão no citado
obra pública pode ser como “a construção, total ou parcial, conser- dispositivo, é importante compreendermos o significado prático de
vação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de cada condição citada, com o objetivo de garantir que cada exigência
interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licita- legal seja cumprida para a qualificação do serviço como adequado.
ção, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio Desta forma, temos:
de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por 1 – Regularidade: exige que os serviços públicos sejam presta-
sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária dos de forma a garantir a estabilidade e a manutenção dos requi-
seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço sitos essenciais, sendo prestados em perfeita harmonia com a lei e
ou da obra por prazo determinado” (art. 2º, III). Como hipótese de com o regulamento que disciplina a matéria.
exemplo, citamos a concessão a particular, vitorioso de processo 2 – Continuidade: impõe que o serviço público, uma vez insti-
licitatório por construção e conservação de rodovia, com o conse- tuído, seja prestado de forma permanente e sem interrupção, com
quente pagamento realizado mediante a cobrança de pedágio aos exceção de situações de emergência, bem como a que advém de
particulares que vierem a utilizar da via. razões de ordem técnica ou de segurança das instalações elétricas,
Pondera-se que a diferença entre as duas modalidades de con- por exemplo.
cessão comum está apenas no objeto. Perceba que na concessão 3 – Eficiência: refere-se à obtenção de resultados eficazes na
simples, o objeto do contrato é somente a execução de atividade prestação do serviço público, exigindo que o serviço seja realiza-
que foi caracterizada como sendo serviço público, ao passo que na do de acordo com uma adequada relação de custo/benefício, para,
concessão de serviço público antecedida da execução de obra pú- com isso, evitar desperdícios.
blica existe uma duplicidade de objeto, sendo que o primeiro deles 4 – Segurança: deverão os serviços públicos respeitar padrões,
se refere ao ajuste existente entre o poder concedente e o conces- bem como normas de segurança, de forma a preservar a integri-
sionário para que certa obra pública seja executada. Em relação ao dade da população de modo geral e dos equipamentos utilizados.
segundo, a prestação do serviço público existe na exploração am- 5 – Atualidade: possui como foco o impedimento de que o
plamente econômica do serviço ou da obra. prestador se encontre alheio às inovações tecnológicas, suprimindo
o investimento em termos de disponibilização aos usuários das me-
• Direitos e obrigações dos usuários lhorias de qualidade e amplitude do serviço.
Nos ditames do art. 7º da Lei 8.987/1995, os direitos e obriga- 6 – Generalidade: deve oferecer a garantia de que o serviço
ções dos usuários dos serviços públicos delegados são os seguintes: seja ofertado da forma mais abrangente possível.
a) Receber serviço adequado; 7 – Cortesia: o prestador do serviço deverá tratar o usuário de
b) Receber do poder concedente e da concessionária informa- forma educada e gentil.
ções para a defesa de interesses individuais ou coletivos; 8 – Modicidade das tarifas: aduz que o valora a ser pago pela
c) Obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre prestação dos serviços, deverá, nos parâmetros legais, ser estabe-
vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as lecido de acordo com os padrões de razoabilidade, buscando evitar
normas do poder concedente; que os prestadores de serviços venham o obter lucros extraordiná-
d) Levar ao conhecimento do poder público e da concessioná- rios causando prejuízo aos usuários econômico-financeiros do con-
ria as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao trato firmado com a administração.
serviço prestado;
e) Comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos prati- Observação importante: A celebração de qualquer espécie de
cados pela concessionária na prestação do serviço; contrato de concessão ou permissão de serviço público deve ser
f) Contribuir para a permanência das boas condições dos bens realizada mediante licitação, conforme previsto no art. 175 da Cons-
públicos pelos quais lhes são prestados os serviços. tituição Federal. Concernente às concessões, a Lei 8.987/1995 de-
Ademais, as concessionárias de serviços públicos, de direito terminou que a delegação dependerá da realização de prévio pro-
público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são legalmente cedimento licitatório para que seja escolhido o concessionário, na
obrigadas a dispor ao consumidor e ao usuário, desde que dentro modalidade obrigatória da concorrência. Sendo a modalidade licita-
do mês de vencimento, o mínimo de seis datas como opção para tória regulada pela Lei de Licitações e Contratos, Lei 8.666/1993, e
escolherem os dias de vencimento de seus débitos a serem adim- tema dos próximos tópicos de estudo, mais adiante, detalharemos
plidos, nos termos do art. 7º-A, da Lei 8.987/1995. com maior aprofundamento sobre este importante tema.
1. Serviço adequado
Os usuários detêm o direito de receber um serviço público Passemos a abordar a respeito do prazo que a Administração
adequado. Esse direito encontra-se regulamentado pelo seguinte Pública permite à concessão na execução dos serviços públicos
dispositivo: como um todo. A Lei 8.987/1995 estabelece que a concessão sim-
ples de serviço público ou a concessão de serviço público prece-
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação dida de obra pública deverá ser realizada por prazo determinado,
de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, confor- mas não define quais seriam os limites desse prazo. Assim sendo,
me estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo caberá à lei reguladora específica de cada serviço público, devida-
contrato. mente editada pelo ente federado detentor de competência para
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regula- prestá-lo, aditar definindo qual o prazo de duração do contrato de
ridade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalida- concessão. Caso o legislador competente não estabeleça qualquer
de, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. prazo, deverá, por conseguinte, o poder concedente fixá-lo no ato
da minuta do contrato de concessão, que se encontra afixado como

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anexo no edital da licitação. Denota-se que o prazo deve ser razo- I – estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das
ável, de forma a permitir o abatimento dos investimentos a serem obras vinculadas à concessão; e
realizados pelo concessionário. II – exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária,
Referente às concessões advindas de parceria público-priva- das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão.
da, infere-se que a vigência de tais contratos deverá ser sempre
compatível com o abatimento dos investimentos realizados, não Cláusulas facultativas (art. 23-A)
podendo ser sendo inferior a 5 e nem superior a 35 anos, já restan- I – o contrato de concessão poderá prever o emprego de meca-
do-se incluído nesse prazo eventual prorrogação nos termos da Lei nismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacio-
11.079/2004, art. 5º, I. nadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil
e em língua portuguesa, nos termos da Lei 9.307, de 23.09.1996;
Cláusulas do contrato de concessão II – qualquer outra que não seja obrigatória.
Nos ditames dos arts. 23 e 23-A da Lei 8.987/1995, as cláusu-
las do contrato de concessão tratam de modo geral sobre o modo, É importante, demonstrar que o contrato de concessão é firma-
a forma e as condições de prestação dos serviços; os direitos e as do tendo em vista, não apenas oferecimento da melhor proposta,
obrigações do concedente, do concessionário e dos usuários; os po- mas incluindo também as características referentes à pessoa con-
deres de fiscalização do concedente; a obrigação do concessionário tratada, devendo o concessionário demonstrar capacidade técnica
de prestar contas; ou e disciplinam aspectos relativos à extinção da e econômico-financeira que faça haver a presunção de que haverá
concessão. a perfeita execução do serviço. A esse aspecto, a doutrina deno-
Infere-se que as cláusulas podem ser divididas em: cláusulas mina de contrato firmado intuitu personae, que se trata da prática
essenciais obrigatórias em qualquer contrato de concessão, quer de eventual transferência da concessão para outra pessoa jurídica,
seja concessão simples, quer seja concessão de serviço público pre- bem como do controle societário da concessionária, sem prévia avi-
cedida de obra pública, cláusulas obrigatórias apenas nos contratos so ou autorização do poder concedente, vindo a implicar a caduci-
de concessão de serviço público precedida da execução de obra pú- dade que nada mais é do que a extinção da concessão.
blica e cláusulas facultativas. Vejamos, em síntese:
Intervenção na concessão
(São obrigatórias nas concessões): A intervenção na concessão encontra-se submetida a um pro-
I – objeto, área e prazo da concessão; cedimento formal. De antemão, o poder concedente, por meio de
II – modo, forma e condições de prestação do serviço; ato do Chefe do Poder Executivo, ao tomar conhecimento da falta
III – critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores de adequação da prestação do serviço ou do descumprimento pela
da qualidade do serviço; concessionária das normas pertinentes, edita o decreto de inter-
IV – preço do serviço, critérios e procedimentos para o reajuste venção que deverá conter a designação do interventor, o prazo da
e a revisão das tarifas; intervenção e os objetivos e limites da medida nos ditames do le-
V – direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da gais pertinentes.
concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessida- Declarada a intervenção por intermédio de decreto, o poder
des de futura alteração e expansão do serviço e consequente mo- concedente deverá, no prazo de até 30 dias, realizar a instauração
dernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das de procedimento administrativo com o fito de comprovar as causas
instalações; determinadas na medida e apurar as responsabilidades. Esse proce-
VI – direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização dimento administrativo deverá ser concluído em até 180 dias, sob
do serviço; pena de ser considerada inválida a intervenção, nos termos do art.
VII – forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, 33, § 2º da Lei 8987/95.
dos métodos e práticas de execução do serviço, bem como a indi-
cação dos órgãos competentes para exercê-la; simples e nas con- Extinção da concessão
cessões de serviço público precedida da execução de obra pública A concessão pode ser extinta por várias causas, colocando
(art. 23,caput); fim à prestação dos serviços pelo concessionário. O art. 35 da Lei
VIII – penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita 8.987/1995, prevê de forma expressa algumas causas de extinção
a concessionária e sua forma de aplicação; da concessão. Sendo elas: o advento do termo contratual; a encam-
IX – casos de extinção da concessão; pação; a caducidade; a rescisão; a anulação; e a falência ou extinção
X – bens reversíveis; da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titu-
XI – critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indeni- lar, em se tratando de empresa individual.
zações devidas à concessionária, quando for o caso; Pondera-se que além das causas anteriores, previstas na legis-
XII – condições para prorrogação do contrato; lação e adotadas pela doutrina, a extinção da concessão de serviço
XIII – à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de público também pode ocorrer por: desafetação do serviço; distrato;
contas da concessionária ao poder concedente; ou renúncia da concessionária.
XIV – exigência da publicação de demonstrações financeiras Vejamos:
periódicas da concessionária; e
XV – o foro e o modo amigável de solução das divergências con- 1 – Encampação (ou resgate)
tratuais. Consiste na extinção da concessão em decorrência da retoma-
da do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão,
Cláusulas obrigatórias somente nas concessões de serviços por motivos de interesse público.
públicos precedidas de obras públicas (art. 23, parágrafo único)
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2 – Caducidade (ou decadência) 7 – Distrato (acordo)


Consiste na extinção do contrato de concessão de serviço pú- Mesmo não havendo referência legal à extinção da concessão
blico em decorrência de inexecução total ou parcial do contrato, por intermédio de acordo ou distrato entre o poder concedente e
por razões que devem ser imputadas à concessionária. Poderá ser a concessionária, esta hipótese não foi vedada pela legislação. Por
declarada pelo poder concedente pelas seguintes maneiras, nos esse motivo, boa parte da doutrina vem admitindo a extinção an-
termos do art. 38, § 1º, I a VII: tecipada da concessão de forma amigável e também consensual.
A) O serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou
deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâ- 8 – Renúncia da concessionária
metros definidores da qualidade do serviço; Nesse caso, a lei também não menciona essa hipótese como
B) A concessionária descumprir cláusulas contratuais ou dispo- maneira de extinção da concessão. Porém, o ilustre Diogo de Figuei-
sições legais ou regulamentares concernentes à concessão; redo Moreira Neto, a renúncia da concessionária será aceita como
C) A concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tan- forma de extinção da concessão, a partir do momento em que hou-
to, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força ver previsão contratual nesse sentido vindo a disciplinar-lhe as de-
maior; vidas consequências.
D) A concessionária perder as condições econômicas, técnicas
ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço con- Nota importante acerca da concessão:
cedido; a concessionária não cumprir as penalidades impostas por • Outro efeito da extinção da concessão é a assunção imediata
infrações, nos devidos prazos; do serviço pelo poder concedente, ficando este autorizado a ocupar
E) A concessionária não atender a intimação do poder conce- as instalações e a utilizar todos os bens reversíveis, tendo em vista a
dente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e necessidade de dar continuidade à prestação do serviço público nos
F) A concessionária não atender a intimação do poder conce- parâmetros do art. 35, §§ 2º e 3º.
dente para, em 180 dias, apresentar a documentação relativa à re- • Independente da causa da extinção da concessão, os bens re-
gularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei versíveis que ainda não se encontrem amortizados ou depreciados
8.666, de 21.06.1993. deverão ser indenizados ao concessionário, sob pena de, se não o
fizer, haver enriquecimento sem causa do poder concedente.
3 – Rescisão
De acordo com a Lei 8.987/1995 a rescisão é a forma de ex- Permissão
tinção da concessão, por iniciativa da respectiva concessionária, O art. 175 da Constituição Federal Brasileira determina que
quando esta se encontrar motivada pelo descumprimento de nor- “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
mas contratuais advindas do poder concedente, nos ditames do art. regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
39. Nesta hipótese, sendo a autoexecutoriedade privilégio aplicável prestação de serviços públicos”.
somente à Administração Pública, para que o concessionário possa Passível de observação, o ditado dispositivo constitucional não
rescindir o contrato de concessão, deverá fazê-lo por intermédio de faz nenhum tipo de referência relativa à autorização de serviços pú-
ação judicial, sendo que os serviços prestados pela concessionária blicos. Entretanto, denota-se que existe a admissão da delegação
não deverão ser interrompidos e nem mesmo paralisados em hi- de serviços públicos por intermédio de autorização com fulcro nos
pótese alguma, até que a decisão judicial que determine a rescisão art. 21, XI e XII, e art. 223 da Constituição Federal. Desta forma,
transite em julgado. infere-se que a delegação de serviços públicos pode ser realizada
por meio de concessão, permissão ou autorização. Tratada anterior-
4 – Anulação mente, passemos a explorar os demais institutos.
Trata-se de hipótese de extinção do contrato de concessão em Infere-se que a Lei 8.987/1995 não traz em seu bojo muitos
decorrência de vício de legalidade, que pode, via de regra, ser de- dispositivos relacionados à permissão de serviços públicos, vindo
clarado por via administrativa ou judicial. a limitar-se a estabelecer o seu conceito. A permissão de serviço
público, nos ditames da lei, pode ser conceituada como “a delega-
5 – Falência ou extinção da empresa concessionária e faleci- ção, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços
mento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
A Lei 8.987/1995, embora a Lei 8.987/95 mencione esse tópico demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e ris-
como formas de extinção da concessão no art. 35, VI, nada dispõe co” (art. 2º, IV). Já o art. 40 da mesma Lei dispõe:
em relação aos efeitos dessas hipóteses de extinção. No entendi- Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada me-
mento de José dos Santos Carvalho Filho, tais fatos acabam por diante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das
provocar a extinção de pleno direito do contrato, pelo fato de que demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto
tornam inviável a execução do serviço público objeto do ajuste. à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder
concedente.
6 – Desafetação do serviço público Proveniente do exposto, podemos expor com destaque as prin-
A Lei 8.987/1995 não se refere e nem minucia a desafetação cipais características da permissão de serviço público. São elas:
de serviço público como causa de extinção da concessão. Entretan- a) É uma forma de delegação de serviços públicos;
to, no entender de Diógenes Gasparini, a desafetação do serviço b) Deve ser precedida de licitação pública, mas a Lei não de-
público em decorrência de lei também é hipótese de extinção da termina a modalidade licitatória a ser seguida (diferencia-se da
concessão, tendo em vista que a desafetação ocorre no momento concessão de serviço público que exige a licitação na modalidade
em que uma lei torna público um serviço. concorrência);

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c) É formalizada por meio de um contrato de adesão, de natu- PERMISSÃO DE CONCESSÃO DE


reza precária, uma vez que a lei prevê que pode ser revogado de SERVIÇO PÚBLICO SERVIÇO PÚBLICO
maneira unilateral pelo poder concedente (diferencia-se das con-
cessões de serviço público que não possuem natureza precária); e • Forma de delegação de
d) Os permissionários podem ser pessoas físicas ou jurídicas serviço público; • Forma de delegação de
(diferencia-se das concessões de serviço público em razão de os • Depende de licitação, serviço público;
concessionários somente poderem ser pessoa jurídica ou consórcio mas a lei não • Depende de licitação na
de empresas). • Predetermina a modali- modalidade obrigatória da con-
Por motivos importantes relacionados às características ante- dade licitatória; corrência;
riores, destacamos algumas observações. • Possui natureza precária, • Não possui natureza pre-
Relativo a primeira, aduz-se que todo contrato administrativo havendo controvérsias na dou- cária;
é um contrato de adesão, posto que a minuta do contrato deve ser trina; • Os concessionários só
redigida pela Administração, bem como integra todos os anexos do • Os permissionários po- podem ser pessoa jurídica ou
edital de licitação apresentado. Desta maneira, aquele que vence a dem ser pessoa física ou pessoa consórcio de empresas.
licitação e, por sua vez, assina o contrato, passa a aderir somente ao jurídica.
que foi estipulado pela Administração Pública, não podendo haver
discussões sobre as cláusulas contratuais. Assim ocorrendo, tanto a Autorização
concessão quanto a permissão de serviço público estarão se cons- De acordo com o entendimento da doutrina, a autorização se
tituindo em contrato de adesão, sendo que essa circunstância, não constitui em ato administrativo unilateral, discricionário e precário
serve para diferenciar os dois institutos. por intermédio do qual, o poder público detém o poder de delegar
Direcionado à segunda observação a ser feita, trata-se de uma a execução de um serviço público de sua titularidade, possibilitando
relação à precariedade do vínculo, que de antemão, pode vir a ser que o particular o realize em seu próprio benefício. Nos ditames
extinto a qualquer tempo, havendo ou não indenização. Registra- de Hely Lopes Meirelles, “serviços autorizados são aqueles que o
se que o texto da lei acabou por usar designação imprópria de re- Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente
vogação do contrato, tendo em vista que este não é revogado, é na sua execução por particular para atender a interesses coletivos
rescindido, o que se dá de forma contrária do ato administrativo instáveis ou emergência transitória”.
que é sujeito à revogação. De qualquer maneira, a precariedade do
vínculo encontra-se relacionada à possibilidade de extinção sem o Depreende-se que a autorização de serviço público não é de-
pagamento de indenização. pendente de licitação, posto que esta somente é exigível para a rea-
Pondera-se que todo e qualquer tipo de contrato administra- lização de contrato. Sendo a autorização ato administrativo, enten-
tivo, desde que esteja justificado pelo interesse público, pode ser de- se que não deverá ser precedida de procedimento licitatório.
rescindido de forma unilateral pela Administração Pública, não con- Entretanto, se houver uma quantidade limitada de autorizações a
figurando esse aspecto apenas uma particularidade do contrato de serem fornecidas e existindo determinada pluralidade de possíveis
permissão de serviços públicos. interessados, em atendimento ao princípio da isonomia, é neces-
Infere-se que quando a rescisão do contrato de concessão não sário que se faça um processo seletivo para facilitar a escolha dos
for causada pelo concessionário, acarretará em direito a percepção entes que serão autorizados pelo Poder Público.
de indenização pelos prejuízos sofridos, uma vez que a concessão é Caso o ato de autorização seja precário, pode de antemão, ser
impreterivelmente celebrada por prazo certo. No tocante à permis- revogado a qualquer tempo, desde que seja por motivo de interesse
são, existem contradições, pois existem doutrinadores que enten- público, suprimindo o direito à indenização por parte do eventual
dem que a permissão sempre ocorre, via de regra, por prazo certo prejudicado. No entanto, a exemplo de exceção, existindo estabele-
e determinado, ao passo que outros doutrinadores defendem que cimento de prazo para a autorização, ressalta-se que o vínculo aca-
a permissão ocorre, de antemão, por prazo indeterminado, porém, ba por perder a precariedade, passando a ser cabível o direito de
também admitem que ocorre prazo determinado, desde que tal indenização em se tratando de caso de revogação da autorização.
dispositivo esteja fixado no edital da correspondente licitação. Essa Demonstramos, por fim, que embora seja tradição se definir a
última posição, é a que a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro autorização como ato administrativo discricionário, a Lei Geral de
defende, para quem a fixação de prazo de vigência da permissão faz Telecomunicações determina que a autorização de serviço de te-
com que desapareçam as diferenças existentes entre os institutos lecomunicações é ato administrativo vinculado, nos parâmetros da
da permissão e da concessão. Por conseguinte, em se tratando da Lei 9.472/1997, art. 131, § 1º, de forma a não existir possibilidade
permissão por prazo determinado, ressalta-se que não existe a pre- de a administração denegar a prática da atividade para os particu-
cariedade do vínculo, vindo, desta forma, o permissionário obter o lares que vierem a preencher devidamente as condições objetivas e
direito de indenização quando não der causa à rescisão deste. subjetivas necessárias

Em síntese, vejamos as principais características da concessão Classificação


e da permissão de serviços públicos: Existem vários critérios adotados para classificar os serviços,
dentre os quais, vale à pena destacar os seguintes:

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a) Serviços públicos propriamente ditos (essenciais) e serviços sidades coletivas de ordem econômica, tendo como supedâneo no
de utilidade pública (não essenciais) art. 175 da Constituição Federal, a exemplo dos serviços de teleco-
Em relação aos serviços públicos propriamente ditos, afirma- municações, dentre outros.
-se que são serviços classificados como essenciais à sobrevivência Já o serviço público social, cuida-se daquele que atende a ne-
da sociedade e do próprio Estado. Como exemplo, podemos citar cessidades coletivas, em áreas cuja atuação do Estado é considera-
o serviço de Polícia Judiciária e Administrativa. Tendo em vista que da de caráter essencial, a exemplo dos serviços de educação, saúde
tais serviços exigem a prática de atos de império relacionados aos e previdência. De acordo com a doutrina dominante, tais serviços,
administrados, denota-se que os mesmos só podem ser prestados quando são prestados pela iniciativa privada não são considerados
de forma direta pelo Estado, sem a necessidade de delegação a ter- como serviços públicos, mas sim como serviços de natureza priva-
ceiros. Concernente aos serviços de utilidade pública, aduz-se que da.
são aqueles cuja prestação é de bom proveito à coletividade, tendo
em vista que, mesmo que estes visem a facilitação da vida do indiví- d) Serviços uti singuli (singulares) e uti universi (coletivos)
duo na sociedade como um todo, não são considerados essenciais, Também chamados de serviços singulares ou individuais, os
podendo, por esse motivo, ser executados de forma direta pelo Es- serviços uti singuli são aqueles cuja finalidade é a satisfação indivi-
tado ou ter sua prestação delegada a particulares. Exemplo: a água dual e direta das necessidades do indivíduo. Esses serviços têm usu-
tratada, o transporte coletivo, dentre outros. ários determinados, sendo, por esse motivo, possível a mensuração
de forma individualizada da utilização de cada usuário. São incluí-
b) Serviços próprios e impróprios dos nessa categoria os serviços de fornecimento de água, energia
A classificação de serviços públicos próprios e impróprios é elétrica, telefone, etc. que podem ser remunerados por intermédio
apresentada com variações de sentido na doutrina. de taxa ou tarifa.
No entendimento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a doutri- Os serviços uti universi, também conhecidos como serviços uni-
na clássica classifica como serviços públicos próprios aqueles que, versais, coletivos ou gerais, são os serviços prestados à coletividade,
em decorrência de sua importância, o Estado passa a assumir como porém, são usufruídos somente de forma indireta pelos indivíduos.
seus e os coloca em execução de forma direta por intermédio de Exemplos: serviço de iluminação pública, defesa nacional, dentre
seus agentes, ou, ainda, indireta que ocorre mediante delegação outros. Denota-se que os serviços uti universi, de modo geral são
a terceiros concessionários ou permissionários. Referente aos ser- prestados a usuários indeterminados e indetermináveis, não sendo
viços públicos impróprios, são aqueles que, embora atendam às por esse motivo, passíveis de ter seu uso individualizado. Além disso
necessidades coletivas, não estão sendo executados pelo Estado, são custeados através de impostos ou contribuições especiais. Por
nas suas formas direta ou indireta, mas estão autorizados, regula- esse motivo, o STF editou a Súmula 670 (posteriormente convertida
mentados e fiscalizados pelo Poder Público. Exemplo: as institui- na Súmula Vinculante 41), na qual predomina o entendimento de
ções financeiras, de seguro e previdência privada, dentre outros. que “o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado me-
Entretanto, a própria autora explica que os serviços considerados diante taxa”, uma vez que se trata de serviço uti universi.
impróprios pela retro mencionado corrente doutrinária, em sentido
jurídico, sequer poderiam ser considerados serviços públicos, tendo Por fim, ressalta-se que há uma correlação entre a conceitua-
em vista que a lei não atribui a sua prestação ao Estado. ção do serviço como uti universi ou uti singuli e o seu custeio, pois,
Hely Lopes Meirelles ensina que serviços próprios do Estado quando o serviço é uti singuli, é possível identificar o usuário e men-
“são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do cionar a utilização da expressão a “conta” deve ser paga pelo pró-
Poder Público, como: segurança, polícia, higiene e saúde públicos prio usuário, mediante o implemento de taxa, preço ou tarifa. Em se
etc., sendo que para a execução destes, a Administração utiliza de tratando de serviço uti universi, quando não é possível saber quem
seu poder de hierarquia sobre os administrados. Por esse motivo, são os usuários de forma individualizada, pois, o usuário é a “coleti-
infere-se que só devem ser prestados por órgãos ou entidades pú- vidade”, nem quantificar o uso, a “conta” é paga pela coletividade,
blicas, sem delegação a particulares”. Por sua vez, os serviços im- mediante o recolhimento de impostos ou contribuições especiais.
próprios do Estado “são os que não afetam substancialmente as ne-
cessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de Princípios
seus membros, e, por isso, a Administração os presta remunerada- Os princípios jurídicos solidificam os valores fundamentais da
mente, por seus órgãos ou entidades descentralizadas (autarquias, ordem jurídica. Em razão de sua fundamentalidade e abertura lin-
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações go- guística, os princípios se espalham sobre todo o sistema jurídico,
vernamentais), ou delega sua prestação a concessionários, permis- vindo a garantindo-lhe harmonia e coerência.
sionários ou autorizatários”. Os princípios jurídicos são classificados a partir de dois crité-
rios. Partindo da amplitude de aplicação no sistema normativo, os
c) Serviços administrativos, econômicos (comerciais ou indus- princípios podem ser divididos em três espécies:
triais) e sociais a) Princípios fundamentais: são princípios que representam
São constituídos por atividades promovidas pelo Poder Público as decisões políticas de estrutura do Estado, servindo de base para
com o fulcro de atender às necessidades internas requeridas pela todas as demais normas constitucionais, como por exemplo: prin-
Administração. Também podem preparar outros serviços que deve- cípios republicanos, federativo, da separação de poderes, dentre
rão ser prestados ao público, como por exemplo, as estações expe- outros;
rimentais e a imprensa oficial. b) Princípios gerais: via de regra, se referem a importantes es-
Nos ditames da lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o serviço pecificações dos princípios fundamentais, embora possuam menor
comercial ou industrial é aquele que a Administração Pública exe- grau de abstração e acabam por se espalhar sobre todo o ordena-
cuta, direta ou indiretamente, com o objetivo de atender às neces- mento jurídico. Exemplos: os princípios da isonomia e da legalidade;
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a solução para o seu concurso!
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c) Princípios setoriais ou especiais: se destinam à aplicação de posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade
certo tema, capítulo ou título da Constituição. Exemplos: princípios material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei
da Administração Pública dispostos no art. 37 da CRFB: legalidade, 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. portadores de deficiência.
b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações
Já a segunda classificação, acaba por levar em conta a menção públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como
expressa ou implícita dos princípios em seus textos normativos. São feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais
eles: toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter
a) Princípios expressos: são os que se encontram expressa- educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art.
mente mencionados no texto da norma. Exemplos: princípios da 37, § 1.°, da CRFB : “dela não podendo constar nomes, símbolos
Administração Pública que são elencados no art. 37 da CRFB); ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
b) Princípios implícitos: são os reconhecidos pela doutrina e servidores públicos” .
pela jurisprudência advindo da interpretação sistemática do orde-
namento jurídico. Exemplos: princípios da razoabilidade e da pro- Princípio da moralidade
porcionalidade, da segurança jurídica. Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua-
Em relação ao processo administrativo, denota-se que estes ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia-
são regulados por leis infraconstitucionais e que também elencam pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao
outros princípios do Direito Administrativo. A nível federal, registra- administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação
-se que o art. 2. ° da Lei 9.784/1999 cita a existência dos seguintes segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo:
princípios: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, propor- a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13
cionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada
jurídica, interesse público e eficiência. súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não
parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é
Sem qualquer tipo de dependência da quantidade de princípios um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo
elencados pelo ordenamento e pela doutrina, podemos destacar, a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política.
para fins de estudo os principais princípios do Direito Administrati-
vo: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, Princípio da publicidade
razoabilidade, proporcionalidade, finalidade pública (supremacia Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos
do interesse público sobre o interesse privado), continuidade, auto- do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art.
tutela, consensualidade/participação, segurança jurídica, confiança 2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a
legítima e boa-fé. transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com
Vejamos a definição e a importância de cada um deles: o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin-
do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos
Princípio da legalidade praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a
Previsto no art. 37 da CRFB/1988, é conceituado como um pro- atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos
duto do Liberalismo, que pregava a superioridade do Poder Legisla- Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di-
tivo na qual a legalidade se divide em dois importantes desdobra- reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais,
mentos: com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por
a) supremacia da lei: a lei acaba por prevalecer e tem preferên- lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ-
cia sobre os atos da Administração; ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo-
b) reserva de lei: o tratamento de determinadas matérias deve tivação dos atos administrativos.
ser formalizado pela legislação, excluindo o uso de outros atos com
caráter normativo. Princípio da eficiência
Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como o Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998,
principal conceito para a configuração do regime jurídico-adminis- com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela
trativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública só Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio-
poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos executivos, nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das
agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo com o finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo:
princípio em análise, todo ato que não possuir base em fundamen- duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita-
tos legais é ilícito. mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004),
bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art.
Princípio da impessoalidade 37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998).
Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que
duas interpretações possíveis: garantem sua eficiência:
a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Pública a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna
deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico aos eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio-
particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas a rar a situação de outrem.
discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas de
CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata- forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número de
mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”).
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DIREITO ADMINISTRATIVO

Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional,
acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas
econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação categorias:
de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a
serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as- necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo
pectos. justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi-
dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por
Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre
Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna outros.
Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no di- b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró-
reito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se
da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple-
Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu cará- mentado através de atividades administrativas instrumentais que
ter procedimental (procedural due process of law: direito ao contra- são necessárias ao atendimento do interesse público primário.
ditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais) para, Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes
por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due process of público e ao patrimônio público.
law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos contra
abusos do Estado). Princípio da continuidade
Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que
aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode
constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons- ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de
trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação.
direitos fundamentais dispostos na legislação pátria. Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú-
O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das te- blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador
orias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o
no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho- serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen-
mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito
do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber, às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade
na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que
que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor- o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular.
cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não
de Direito. impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente
Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di- e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser
ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro- prestado sempre na medida em que a necessidade da população
porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi- vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne-
lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado
paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade, sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne-
vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem-
excessos cometidos pelo Poder Público. plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou-
O princípio da proporcionalidade é subdividido em três tros.
subprincípios:
a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será Princípio da autotutela
adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re-
pretendido. ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de
b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência
do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan- e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas
çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá 346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999.
o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda- A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades,
mentais. bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela
c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma tí- própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal
pica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela e revogação de ato inconveniente ou inoportuno.
atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que
a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica- esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante
da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti-
que será efetivado. culares de modo geral.

Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse Princípios da consensualidade e da participação


privado (princípio da finalidade pública) Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor-
naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato
de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi-
contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização
atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi-
mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a nam por surpreender os seus receptores.
responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí-
comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos. dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com
Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí-
Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da
assumir um importante papel no condizente ao processo de iden- CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei-
tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988.
tutela da Administração Pública. Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o
Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida- princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei
de e da participação, a administração termina por voltar-se para a 9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti-
coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:
da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar
resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos:
entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente;
ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in- confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi-
teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola- ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de
boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do que as suas expectativas são razoáveis;
consenso e da participação. b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi-
De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma- nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien-
da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos tam o cidadão a adotar determinada conduta;
jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con- c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa-
selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio
ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável;
é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con-
mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to-
interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação lerância da Administração); e
dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atu- e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga-
ação coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de ções no caso.
interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA
NETO, 2006, p. 337-338).
Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio- RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. EVOLUÇÃO. RES-
neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico- PONSABILIDADE POR ATO COMISSIVO DO ESTADO. RES-
-políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos PONSABILIDADE POR OMISSÃO DO ESTADO. REQUISITOS
seus institutos participativos e consensuais. PARA A DEMONSTRAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO ES-
TADO. CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RES-
Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da bo- PONSABILIDADE DO ESTADO. REPARAÇÃO DO DANO
a-fé
Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si. Evolução histórica

O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti- De início, adentraremos esse módulo respaldando sobre o con-
dos: ceito de responsabilidade civil do Estado. Consiste esse instituto
Objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em na obrigação estatal de indenizar os danos patrimoniais, morais ou
conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido, estéticos que os seus agentes, agindo nessa qualidade, causarem a
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB); terceiros. A responsabilidade civil do Estado pode ser dividida em
Subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas relacio- dois grupos: a contratual, que advém da ausência de cumprimento
nadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais. de cláusulas inclusas em contratos administrativos, e a extracontra-
tual ou aquiliana, que alcança as demais situações.
Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções: Em relação à evolução histórica, de acordo com o Professor Cel-
Objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos par- so Antônio Bandeira de Mello, a tese da responsabilidade civil do
ticulares; Estado sempre foi aceita em forma de princípio amplo. Isso ocorreu
Subjetiva: está ligada à relação com o caráter psicológico da- mesmo no período em que não existia dispositivo de norma espe-
quele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteriza- cífica. Para o mencionado autor, desde os primórdios, predominou
ção da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do no Brasil a tese da responsabilidade do Estado com base na teo-
particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela
atuação do Estado.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

ria da culpa civil. Logo após, houve o avanço para que houvesse a presas públicas, sociedades de economia mista, e, ainda qualquer
admissão da culpa pela ausência de serviço. Por fim, chegou-se à pessoa jurídica de direito privado, desde que estejam devidamente
aprovação da responsabilidade objetiva do Estado. paramentadas sob delegação do Poder Público e a qualquer título
Nos tempos imperiais, a Constituição de 1824 vigente à épo- para a prestação de serviços públicos.
ca, previa somente a responsabilidade pessoal do agente público, Esclarece-se, nesse sentido, que a regra da responsabilidade
conforme disposto no art. 179, XXIX: “Os empregados públicos são civil objetiva não pode ser aplicada aos atos das empresas públicas
estritamente responsáveis pelos abusos e omissões praticados no e das sociedades de economia mista exploradoras de atividade eco-
exercício de suas funções e por não fazerem efetivamente respon- nômica, tendo em vista que o art. 173, § 1º, da CF/1988, determina
sáveis aos seus subalternos”. de forma expressa que elas sejam regidas pelas mesmas normas
Ressalta-se, que nesse período, mesmo não existindo previsão aplicáveis às empresas privadas. Por consequência, tais entidades
constitucional a respeito da responsabilidade do Estado, a doutrina estão sujeitas à responsabilidade subjetiva, sendo controladas pe-
e a jurisprudência compreendiam que existia solidariedade do Esta- las normas comuns pertinentes ao Direito Civil.
do em alusão aos atos de seus agentes. Aduz-se que a aglutinação do art. 37, § 6º, com o art. 5º, X, am-
No art. 82 da Constituição Federal de 1891, no seu art. 82, car- bos da CF/1988, leva à conclusão de que a responsabilização estatal
regou e trouxe em seu bojo, dispositivo semelhante ao da Consti- tem ampla abrangência tanto no condizente ao dano material como
tuição de 1824. o dano moral. Entretanto, a jurisprudência achou por bem ampliar
Em âmbito civilista, o Código Civil de 1916, em seu art. 15, dis- as espécies de danos indenizáveis, passando a determinar que o
pôs: “As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente respon- dano estético se constituiria em uma espécie de dano autônomo
sáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem no qual a indenização poderia ser expressamente cumulada com a
danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou fal- reparação pelos danos materiais e morais.
tando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra os Ressalta-se que a responsabilidade objetiva do Estado deve se-
causadores do dano”. Para a doutrina, o entendimento é de que o guir a teoria do risco administrativo, conforme previsto na CF/1988
referido dispositivo legal consagrava a responsabilidade subjetiva e a teoria do risco integral jamais recebeu acolhimento como nor-
do Estado tanto no sentido de culpa civil, quanto por ausência de ma ou regra em nenhuma das constituições brasileiras.
serviço. No entanto, no ordenamento jurídico brasileiro algumas hipó-
Referente à Constituição de 1934, depreende-se que esta man- teses em que se aplica a teoria do risco integral foram inseridas.
teve a responsabilidade civil subjetiva do Estado, determinando no A título de exemplo disso, temos os casos de danos causados por
art. 171, o seguinte: “Os funcionários públicos são responsáveis so- acidentes nucleares (CF, art. 21, XXIII, “d”, disciplinado pela Lei
lidariamente com a Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal, por 6.453/1977), e, ainda, de danos decorrentes de atentados terroris-
quaisquer prejuízos decorrentes de negligência, omissão ou abuso tas ou atos de guerra contra aeronaves de empresas aéreas brasilei-
no exercício dos seus cargos”. ras (Leis 10.309/2001 e 10.744/2003).
A Carta Magna de 1937, por sua vez, reiterou no art. 158 o mes- Finalmente, após inúmeras delongas ao longo da história, che-
mo dispositivo da Constituição de 1934. ga-se ao Código Civil de 2002 que, em seu art. 43, reitera a mesma
No condizente à Constituição de 1946, aduz-se que esta repre- orientação inserida na Constituição Federal de 1988, suprimindo,
sentou uma importante e grande inovação no assunto ao introduzir, no entanto, a alusão à responsabilidade das pessoas jurídicas de
por sua vez, a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, con- direito privado prestadoras de serviço público. Entretanto, ressal-
forme ditado no dispositivo a seguir: ta-se que a omissão, nesse caso, não impede a responsabilização
objetiva dessas pessoas jurídicas, posto que está prevista no texto
Art. 194. As pessoas jurídicas de Direito Público Interno são ci- constitucional.
vilmente responsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa Ante o exposto, aduz-se que as conclusões a respeito da maté-
qualidade, causem a terceiros. ria podem ser resumidas da seguinte maneira:
Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra os funcio- • A teoria da irresponsabilidade civil do Estado nunca foi aceita
nários causadores do dano, quando tiver havido culpa destes. no direito brasileiro.
• A evolução legislativa mostra que o ordenamento jurídico pá-
A Constituição de 1967, acoplada à Emenda 1, de 1969, foi trio previu de início a responsabilidade civil do Estado com base na
audaz e manteve a responsabilidade objetiva do Estado, fazendo o culpa civil, vindo a evoluir para a responsabilidade pela ausência de
acréscimo referente de que a ação regressiva contra o funcionário trabalho até chegar à responsabilidade objetiva.
ocorreria também nos casos de dolo, e não somente nos casos de • A responsabilidade objetiva do Estado foi inserida no ordena-
culpa, como era disposto na Constituição de 1946. mento jurídico brasileiro a partir da Constituição Federal de 1946.
Em âmbito contemporâneo, a Constituição Federal de 1988, no • A Constituição Federal de 1988, veio a ampliar a responsabi-
art. 37, § 6º, determina: “As pessoas jurídicas de Direito Público e lidade objetiva do Estado, vindo a responsabilizar objetivamente as
as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público.
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei- • A Constituição Federal de 1988 consagrou a responsabilidade
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos ca- por danos morais ou extrapatrimoniais.
sos de dolo ou culpa”. • A responsabilidade objetiva do Estado adotada pela Carta
O referido dispositivo constitucional em alusão, trouxe infor- Magna de 1988, segue a teoria do risco administrativo, sendo que a
mação inovadora ao ampliar a responsabilidade civil objetiva do teoria do risco integral foi acolhida apenas em situações e hipóteses
Estado, que por sua vez, passou também a alcançar as pessoas jurí- excepcionais.
dicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, como por
exemplo: as fundações governamentais de direito privado, as em-
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

• Divergindo da Constituição Federal de 1988, pelo fato de não Responsabilidade por omissão do Estado
haver feito referência à responsabilidade objetiva das pessoas jurí- Atos omissivos são aqueles por meio dos quais o agente pú-
dicas que prestam serviços ao poder público, o Código Civil de 2002, blico deixa de agir e sua omissão, ainda que não venha a causar
prevê também a responsabilidade objetiva do Estado. diretamente o dano, possibilita sua ocorrência.
Quando o Estado é omisso no seu dever de agir de acordo com
Responsabilidade por ato comissivo do Estado os parâmetros legais, terá o dever de reparar o prejuízo causado.
De antemão, convém respaldar que responsabilidade civil do No entanto, a responsabilidade será aplicada na forma subjetiva,
Estado é passível de advir de atos comissivos ou omissivos pratica- posto que deverá ser demonstrada a culpa do Estado, ou seja, a
dos por seus agentes. omissão estatal.
Em consonância com o estudo em questão, aduz-se que atos Prevalece entre os doutrinadores, apesar de não haver pacifi-
comissivos são aqueles por meio dos quais o agente público atua de cidade doutrinária e nem tampouco nos tribunais, o entendimento
forma positiva causando danos a um terceiro. Exemplo: um condu- de que a redação do art. 37, § 6º, da CFB/88, só consagra a respon-
tor de veículo automotor e servidor do Estado, embriagado e sob o sabilidade objetiva nos atos comissivos.
efeito de drogas, dirigindo a serviço, atropela um pedestre. Destaque-se que não é qualquer ato omissivo praticado por
Cumpre ressaltar que a teoria adotada em relação à responsa- agente público que intitula a responsabilidade civil do Estado. A
bilidade civil do Estado por prática de conduta omissa, não é a mes- responsabilização estatal em função de omissivos, ocorre somente
ma a ser aplicada à responsabilização por atos comissivos. Infere-se quando o agente público omisso possui o dever legal de praticar um
que o artigo 37, § 6º da Constituição Federal de 1988 é de aplicação determinado ato, e deixa de fazê-lo. Exemplo: em situação hipoté-
restrita em relação aos atos comissivos, sendo, assim, incorreta a tica, um agente salva-vidas que ao se deparar diante de situação na
sua invocação nos casos específicos de responsabilidade por omis- qual um banhista está se afogando, permanece inerte, permitindo
são estatal. que o banhista venha a falecer sem ser socorrido. Nesta situação,
o Estado explicitamente será responsabilizado pelo ato de omis-
Para melhor entendimento do raciocínio, o artigo 37, § 6º, da são do agente público, tendo em vista que este tinha o dever legal
Constituição Federal, em relação à responsabilidade civil do Estado, de agir, ao menos tentando salvar a vida do banhista e não o fez.
dispõe: Em outro ângulo, aproveitando o mesmo exemplo, se, ao invés do
guarda salva-vidas, a mencionada omissão fosse praticada por um
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- Analista Judiciário do Tribunal de Justiça de algum Estado da Fede-
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que ração, o Estado não poderia ser responsabilizado, tendo em vista
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o que ao Analista, não era incumbido o dever legal de tentar salvar
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. o banhista.
Não obstante, afirma-se que é inaplicável o uso do artigo 37,
O mencionado dispositivo, sob plena concordância unânime da § 6º da Constituição Federal de 1988, bem como da teoria do ris-
doutrina e jurisprudência, consagra de forma expressa a responsa- co administrativo às lides de responsabilidade civil por omissão do
bilidade civil objetiva do Estado. No entendimento desse parâmetro Estado.
Constitucional, a vítima se encontra de forma ampla, dispensada do Registre-se ainda, que a responsabilidade civil por omissão
ônus da prova da culpa da Administração, tendo a incumbindo-lhe estatal é subjetiva. Isso ocorre, também, devido à inaplicabilidade
somente comprovar o nexo causal entre o ato desta e o prejuízo do artigo 37, § 6º da Constituição Federal, que é a instituidora da
sofrido. responsabilidade objetiva aos casos de omissão estatal, o que ense-
Contudo, ressalta-se que o dispositivo se reporta apenas aos ja ao entendimento de que a responsabilização do mesmo apenas
danos causados pelos agentes das pessoas jurídicas de direito pú- poderá ser invocada se sua ausência de ação houver sido culposa.
blico ou, ainda, das pessoas jurídicas de direito privado que pres- Em outras palavras, aduz-se que a responsabilidade civil do
tam serviço público, não tendo qualquer espécie de alcance às si- estatal por conduta omissa é subjetiva. Ressalte-se que tal posicio-
tuações nas quais o dano tenha decorrido de ato de terceiro ou de namento já foi referendado por muitos de nossos mais renomados
fatos advindos de caso fortuito ou força maior. e importantes administrativistas. Ótimos exemplos disso, são Hely
Assim sendo, afirma-se que o artigo 37, § 6º, Constituição Fe- Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de Mello, sendo desse úl-
deral de 1988, não enseja ao alcance das hipóteses de omissão es- timo, o esclarecedor ensinamento de que a partir do momento em
tatal, posto que, nestas situações, o dano não decorre, exatamente que o dano foi constatado em decorrência de uma omissão do Esta-
da ação de um agente do Estado, mas sim da atitude de um terceiro, do, sendo pelo serviço que não funcionou, ou, funcionou de forma
denotando que a omissão do Estado apenas contribui para o resul- ineficientemente ou tardia, aduz-se que caberá a aplicabilidade da
tado. teoria da responsabilidade subjetiva. Entretanto, se o Estado não
Adverte-se que a conduta omissa do Estado não é o que causa agiu, não será, por conseguinte, ser ele o autor do dano. E, não sen-
diretamente o dano, uma vez que este é proveniente de ato de ter- do ele o autor, só será responsabilizado se caso estivesse obrigado
ceiro, razão pela qual pode-se afirmar que o dano à vítima não foi a impedir o dano.
consequência de forma direta da conduta omissa do agente do Es- Em alusão ao retro ensinamento, afirma-se que a teoria apli-
tado, o que faz inaplicável o artigo 37, § 6º, da CFB/88 às hipóteses cada não poderia ser a objetiva, isso porque tal teoria admite a co-
de omissão do Estado, restando incabível a teoria da responsabili- brança de responsabilização até mesmo quando o dano é advindo
dade objetiva com base no risco administrativo. de atuação lícita do Estado.
Nos casos relacionados à omissão estatal, o Estado não é o ver-
dadeiro autor do dano, uma vez este o advém de atividade de ter-
ceiro. Assim sendo, sua responsabilidade somente poderá ser invo-
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a solução para o seu concurso!
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cada caso esteja obrigado a agir com o fulcro de impedir que o dano tende como longo, pondera-se que não existe uma tabela de prazos
ocorra, isso, em havendo ilegalidade na sua omissão. Resta registrar que regule tal entendimento. O que a Suprema Corte faz é a análise
também, inclusive, que a responsabilidade estatal não poderá ser de casos concretos e específicos.
invocada quando existir a impossibilidade real de impedimento do
dano mediante atuação aplicadora do Estado. Causas Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade do Es-
Por fim, devido ao fato de a responsabilização estatal ocorrer tado
apenas quando sua omissão for caracterizada por uma atitude ilíci- Dentro do instituto da responsabilidade civil do Estado existem
ta, a Administração não será responsabilizada se houver utilizado e algumas causas que excluem ou atenuam a sua obrigação de acatar
esgotado suas possibilidades e formas de amparo no limite máximo ou não com tais prerrogativas. Pondera-se que a única circunstân-
e, mesmo desta forma, não tiver conseguido impedir o dano, posto cia que explicitamente atenua ou diminui a responsabilidade civil
que a Administração Pública somente poderá ser responsabilizada estatal é a existência de culpa concorrente da vítima, comprovan-
por danos que estava obrigada a impedir. do assim a inexistência de culpa exclusiva do Estado. Desta forma,
na situação hipotética de colisão entre veículo que pertence a ente
Requisitos para a demonstração da responsabilidade do es- público e a um particular, na qual tenha ocorrido imprudência de
tado ambos os condutores, o Estado não responde pela integralidade do
Os requisitos que compõem a estrutura e demarcam o perfil da dano, o que faz por força de lei, com que os prejuízos deverão ser
responsabilidade civil objetiva do Poder Público, são: a alteridade rateados na proporção da culpa de cada responsável pelo ato.
do dano; a causalidade material entre o eventus damni e o com- Em relação às circunstâncias excludentes da responsabilidade
portamento positivo por ação, ou negativo por omissão do agen- do Estado, a doutrina e a jurisprudência consideram as seguintes:
te público; a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros, caso fortuito e
agente público que tenha, nessa condição de servidor, incidido em força maior.
conduta comissiva ou omissiva, isso, independentemente da licitu-
de, ou não, do comportamento funcional e a inexistência de causa Vejamos:
excludente da responsabilidade do Estado.
Em suma, os requisitos para a demonstração da responsabi- Culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros
lidade do Estado são necessariamente a conduta a ser praticada É excludente da responsabilidade do Estado, uma vez que afas-
pelo agente que poderá ser lícita ou ilícita. Veja-se por exemplo, ta o nexo causal entre a conduta do agente público e o dano exis-
no caso de odontologista que realiza cirurgia pertinente à sua área tente. A esse respeito, é de suma importância ressaltarmos que não
de atuação em hospital público e venha a cometer algum erro, ca- é cabível a invocação de culpa ou de dolo exclusiva da vítima na
racterizado como ato ilícito, ou em campanha de aplicação de flúor hipótese de suicídio de detento. Isso ocorre pelo fato do preso se
contra cáries, quando a substância vem a causar situação adversa encontrar sob a custódia do Estado que tem o dever de manter-lhe
irreversível caracterizada como ato lícito, são atos que acabam por a integridade física e moral, buscando sua total proteção, inclusive
gerar danos passíveis de reparação, na forma objetiva. do suicídio. Nesse sentido, o STF entende que o suicídio de detento
Para que a responsabilidade objetiva estatal seja configurada, é motivo de omissão ilegítima, que por sua vez, gera responsabili-
deve haver um dano, tendo em vista que indenizar é “suprimir o dade civil objetiva do Estado, que passará a ter o dever de indenizar
dano” por meio do adimplemento de uma contraprestação de na- por meio de danos morais os familiares do falecido.
tureza pecuniária. Isso pode ser tanto dano de efeito moral como a Em algumas situações ocorrem no mundo dos fatos eventos
violação à dignidade e à honra, por exemplo, quanto dano material imprevisíveis, extraordinários e de força irresistível, externos à ad-
que cause prejuízo financeiro a outrem. ministração pública e que causam danos aos administrados. Tendo
Assegura-se ainda, que quando houver mera possibilidade de em vista a inexistência de qualquer nexo de causalidade entre a atu-
dano, esta não será passível de indenização. Exemplo: a constru- ação administrativa e o prejuízo sofrido pelo terceiro, ter-se-á por
ção de um presídio perto de pré-escola. Isso é fato que pode vir a excluída a responsabilidade civil do Estado, não lhe sendo imputado
causar danos irreparáveis tanto aos alunos, como às suas famílias. qualquer dever de indenizar.
Pondera-se também que deve haver o nexo causal, que se trata da
necessária e importante relação de causa e efeito entre a conduta Caso fortuito e força maior
praticada pelo agente e o dano causado. Não existindo o nexo cau- Boa parte dos doutrinadores denominam consideram esta ex-
sal, ou for disseminado por algum fator, estará afastada a responsa- cludente como sendo os eventos naturais, a exemplo das tempes-
bilidade do Estado. tades, dos furacões, dos raios, dentre outros, vindo a reservar a ex-
No contexto acima, compreende-se que é insuficiente a de- pressão “caso fortuito” para os acontecimentos humanos, como os
monstração somente do dano e da conduta do Estado. É necessário arrastões, as guerras, as greves, etc., ao passo que outros possuem
e devido também que se prove o nexo causal. conceitos opostos, designando a “força maior” para os eventos que
podem ser imputados aos homens e o “caso fortuito” para os even-
Observação importante: O STF tem entendido que, havendo tos naturais.
fuga de preso na qual o detento se encontre há muito tempo fo- Pondera-se que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tri-
ragido e venha a cometer algum crime, com a geração de dano a bunal de Justiça tem atribuído aos eventos extraordinários, im-
particular, não existe a responsabilidade do Estado, pelo fato de não previsíveis e de força irresistível, ocorridos de forma externa à
haver mais nexo causal, interrompido pelo prolongado período de administração pública com causídico de danos aos administrados,
fuga. Entende o STF que o longo período do tempo entre a fuga e a especificidade de excludentes do nexo causal ocorridas entre a
o crime faz com que o nexo causal deixe de existir, não sendo mais atuação administrativa e o evento danoso, de modo a impedir a
possível imputar ao Estado o dano causado. O tempo que o STF en- responsabilização estatal pelos prejuízos causados.
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Desta maneira, nos julgados de ambos os Tribunais, não exis- No entanto, ressalte-se, que é ilegal usar com imposição o des-
te a preocupação em diferenciar caso fortuito de força maior, mas conto em folha de pagamento dos agentes públicos de valores re-
somente a tentativa de averiguar a presença deles em cada caso ferentes ao ressarcimento ao erário, exceto se houver autorização
específico do objeto de exame. prévia do agente ou procedimento administrativo com a aplicação
Nesse entendimento, o STJ já validou que “somente se afas- da ampla defesa e do contraditório.
ta a responsabilidade se o evento danoso resultar de caso fortui- Na segunda situação, o terceiro, como vítima do dano, pode-
to ou força maior, ou decorrer de culpa da vítima” (REsp 721.439/ rá ajuizar ação em face do Estado, aplicando a responsabilidade
RJ), enquanto o STF asseverou que “o princípio da responsabilidade objetiva, ou do próprio agente público, se valendo nesse caso da
objetiva não se reveste de caráter absoluto, eis que admite o abran- responsabilidade subjetiva, exceto nos casos em que houver a ado-
damento e, até mesmo, a exclusão da própria responsabilidade civil ção da teoria da dupla garantia, por meio da qual, a única medida
do Estado, nas hipóteses excepcionais configuradoras de situações li- cabível seria o direcionamento da pugnação de reparação em face
beratórias – como o caso fortuito e a força maior – ou evidenciadoras do Estado.
de ocorrência de culpa atribuível à própria vítima” (RE109.615/RJ). De qualquer maneira, o Estado, ao indenizar a vítima, deterá o
dever de cobrar, de forma regressiva, o valor desembolsado perante
Esquematizando, temos: o agente público que causou o dano efetivo e que agiu com dolo ou
culpa.
CULPA OU DOLO Entende-se que o direito de regresso do Estado em face do
CASO FORTUITO agente público nasce com o pagamento da indenização à vítima.
EXCLUSIVO DA VÍTIMA
E FORÇA MAIOR Assim sendo, não basta o que ocorra o trânsito em julgado da sen-
OU DE TERCEIROS
tença que condena o Estado na ação indenizatória, posto que o in-
O STF e o STJ tem atribuído teresse jurídico para propor a ação regressiva depende em grande
aos eventos extraordinários, im- parte do efetivo desfalque nos cofres públicos. Denota-se que caso
previsíveis e de força irresistível, ocorra a propositura da ação regressiva antes do pagamento, pode-
ocorridos de forma externa à ad- ria denotar e ensejar o enriquecimento sem causa do Estado.
É excludente da respon-
ministração pública com causídi- Pondera-se que em fase inicial, a cobrança regressiva em face
sabilidade do Estado, uma
co de danos aos administrados, do agente público deve ocorrer na esfera administrativa. Em se
vez que afastam o nexo cau-
a especificidade de excludentes tratando de caso de acordo administrativo, o agente deverá, nos
sal entre a conduta do agen-
do nexo causal ocorridas entre a trâmites legais, providenciar o ressarcimento aos cofres públicos.
te público e o dano existente
atuação administrativa e o evento Restando ausente o acordo, o Poder Público terá o dever de propor
danoso, de modo a impedir a res- a ação regressiva contra o agente público culpado.
ponsabilização estatal pelos preju- Apesar de grande parte da doutrina e jurisprudência compre-
ízos causados. ender que a ação de ressarcimento proposta pelo Poder Público
em face de seus agentes é definitivamente imprescritível, à vista do
Infere-se que o Código Civil brasileiro, no parágrafo único do disposto na parte final do § 5.° do art. 37 da Constituição Federal,
art. 393, determina que “O caso fortuito ou de força maior verifica- o Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, acabou
-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impe- por decidir que é prescritível nos trâmites do art. 206, § 3.°, V, do
dir.” Percebe-se que, à semelhança das decisões do STF e do STJ, a Código Civil, no prazo de três anos, a ação de reparação de danos à
referência é a “caso fortuito ou de força maior”, com as expressões Fazenda Pública advinda de ilícito civil e de origem de acidente de
objeto de tanta discussão acadêmica citadas em conjunto, separa- trânsito, o que não alcança à primeira vista, os ilícitos relacionados
das apenas pela partícula “ou”, como que querendo demonstrar às infrações ao direito público, como por exemplo, os de natureza
que, se as consequências são semelhantes, estando regidas pelo penal e os atos de improbidade.
mesmo regime jurídico, não há relevância na tentativa de diferen-
ciação. Direito de regresso
O parágrafo 6º do art. 37 da Constituição Federal Brasileira pre-
Reparação do dano nuncia a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de di-
Em sentido geral, a reparação do dano pode ser viabilizada na reito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
esfera administrativa por meio de acordo administrativo, ou na via de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualida-
judicial. de, causarem a terceiros. Assegura ainda ao Estado ou a seus pres-
O agente estatal, na qualidade de agente público, em se tra- tadores de serviços públicos, o direito de regresso contra o agente
tando de caso de dolo ou culpa, pode causar danos ao Estado ou responsável, nos casos em que este aja com dolo ou culpa.
a terceiros. Levando em conta os princípios constitucionais da ampla defe-
Na primeira situação, a responsabilidade deverá ser apurada sa e do contraditório, o direito de regresso deve ser desempenhado
por intermédio de processo administrativo, garantidos a ampla de- e exercido sob o manuseio de ação própria e regressiva, não admi-
fesa e o contraditório. Comprovada a responsabilidade subjetiva do tindo ao Estado efetuar de forma direta o desconto nos subsídios do
agente, o adimplemento poderá ser feito de forma espontânea ou, servidor, sem o consentimento deste.
caso contrário, por medida judicial. Existe ainda, a possível hipótese de o servidor reconhecer a
sua responsabilidade vindo a optar por recolher espontaneamente
a quantia devida aos cofres públicos e até mesmo autorizar que o

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valor venha a ser descontado de seus vencimentos, desde que res- 2. (FCC - AGAAS (PREF RECIFE)/PREF RECIFE/2022)
peitados os percentuais máximos previstos em lei para essa espécie A Administração Pública deve obedecer aos princípios da legali-
de desconto. dade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência. Segun-
Sobre o assunto, é importante destacar alguns pontos: do o princípio da legalidade,
A) A ação de responsabilização do agente público deduz que o (A) Todos os atos devem ter sempre o objetivo do interesse pú-
Poder Público tenha indenizado o particular, tanto em virtude de blico, não podendo a Administração Pública agir em interesse
acordo com o reconhecimento da responsabilidade civil estatal, próprio ou de terceiro beneficiado.
como em decorrência de condenação em ação ajuizada pelo lesado. (B) a Administração Pública deve agir em consonância com os
B) Em ação regressiva, a responsabilidade do agente público é bons costumes, os princípios de justiça e equidade e a ideia
de natureza subjetiva, às expensas da comprovação de que ele agiu comum de honestidade.
com culpa ou dolo. Desta forma, é possível que o Estado venha a (C) a Administração Pública só pode realizar atos e medidas que
indenizar o particular e não reconheça o direito de ser ressarcido a lei permite, não podendo conceder direitos de qualquer es-
pelo servidor responsável. Para isso, basta que não seja comprova- pécie ou criar obrigações por atos administrativos.
do dolo ou culpa advinda desse agente público. (D) os atos da Administração Pública devem sempre estar em
C) A parte final do § 5º do art. 37 da CFB/88, pode levar ao conformidade com os preceitos de visibilidade e clareza.
entendimento precípuo de que quaisquer e todos as espécies de (E) a Administração Pública deve agir no sentido de produzir
ações de ressarcimento movidas pelo Poder Público são imprescri- resultados que satisfaçam da melhor maneira as necessidades
tíveis. Entretanto, o STF, no julgamento do RE 669.069/MG, decidiu, públicas.
com repercussão geral, que “é prescritível a ação de reparação de
danos à fazenda pública decorrentes de ilícito civil. 3. (FCC - DP PB/DPE PB/2022)
D)É transmitida aos herdeiros a qualquer tempo, a obrigação Considera-se princípio inerente ao regime jurídico dos serviços
de ressarcir o Estado, respeitada, sem dúvidas, a possibilidade de públicos a
prescrição na hipótese de danos decorrentes de ilícito civil, ten- (A) participação na manutenção da qualidade, que indica a
do como limite o valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV, da contribuição do usuário acerca da prestação do serviço público.
CF/1988). Entretanto, ocorrendo a prescrição da ação regressiva, (B) continuidade do serviço público, que assegura a prestação
beneficiará também aos herdeiros, que não poderão mais ser de- do serviço, sem qualquer distinção de caráter pessoal.
mandados pelos danos advindos pelo falecido. (C) igualdade dentre os usuários, que reconhece privilégios à
E) O servidor responde pelos seus atos, inclusive após a extin- Administração, mas não diferencia a prestação compulsória ao
ção de seu vínculo com a Administração Pública, desde a ação re- usuário que o contratou.
gressiva não esteja prescrita. Desta forma, o agente que foi exone- (D) aplicabilidade da exceção do contrato, que dispensa o usuá-
rado ou demitido, pode, nos trâmites legais, ser obrigado a ressarcir rio do pagamento, caso haja ineficiência do serviço.
os prejuízos causados ao ente público. (E) mutabilidade do regime jurídico, que está autorizada para
que sempre se possa adaptá-lo ao interesse público.
Nota – Sobre Súmulas Vinculantes
Súmula 187, STF: A responsabilidade contratual do transpor- 4. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/ADMINISTRA-
tador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de TIVA/2021)
terceiro, contra o qual tem ação regressiva. Determinada conduta dos gestores públicos está sendo ques-
Súmula 188, STF: O segurador tem ação regressiva contra o
tionada judicialmente, sob alegação de afronta ao princípio da pro
causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite pre-
porcionalidade. Considerando o significado e alcance do referido
visto no contrato de seguro.
princípio, constituirá fundamentação válida para acolhimento de tal
impugnação se o ato em questão
QUESTÕES (A) importar qualquer gradação de limitação de expectativas
de direito dos administrados, independentemente da finalida-
de pretendida.
(B) não corresponder à conduta que seria esperada socialmen-
1. (FCC - PROC A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021) te para a boa gestão da coisa pública.
A discussão teórica sobre o conceito de Direito Administrati- (C) não se adequar à forma prevista em lei, eis que referido
vo se estabeleceu, a partir do debate acadêmico europeu do Sécu- princípio impede a prática de atos dotados de discricionarie-
lo XIX, em torno de determinados traços distintivos da disciplina. dade.
Dentre as escolas que então se formaram, aquela que enfatizava (D) ensejar imposição de obrigações ou restrições superiores
a importância da distinção entre “atos de império” e “atos de ges- àquelas que seriam necessárias para o atingimento da finalida-
tão”, para fins de definição do campo científico jusadministrativo, de pretendida.
é a escola (E) não contar com autorização expressa, de caráter concreto e
(A) do serviço público. individualizado, em decreto do Chefe do Executivo.
(B) teleológica ou finalista.
(C) da puissance publique ou potestade pública.
(D) da gestão pública.
(E) imperialista ou da supremacia administrativa.

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5. (FCC - DP AM/DPE AM/2021) conteúdo do ato administrativo.


O ato administrativo divide-se em duas categorias, quais sejam, (E) o Administrador se utiliza de conceitos de experiência ou
quanto ao conteúdo e quanto à forma de que se revestem. Em rela- empíricos que, conforme a atualidade, podem variar em sua
ção ao conteúdo, a aprovação é ato interpretação.
(A) unilateral e discricionário, pelo qual se exerce o controle do
ato administrativo. 10. (FCC - DP RR/DPE RR/2021)
(B) unilateral e vinculado, pelo qual a Administração reconhece Ao exigir uma planta para licenciamento de construção pelo
a legalidade de um ato jurídico. particular, o poder de Polícia da Administração Pública demonstra
(C) pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem ser uma atividade
opinião sobre assuntos de sua competência. (A) negativa.
(D) unilateral e discricionário, precário, gratuito ou oneroso, (B) positiva.
pelo qual a Administração aprova a utilização privativa de bem (C) mista.
público a um particular. (D) de obrigação de fazer.
(E) pelo qual a Administração reconhece ao particular o direito (E) material.
a prestar um serviço público.
11. (FCC - TP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/INFORMÁTI-
6. (FCC - AGAAS (PREF RECIFE)/PREF RECIFE/2022) CA/2021)
Em relação aos atos administrativos, o instrumento de que se Durante a pandemia do novo coronavírus muitos dos entes
valem as autoridades para transmitir ordens internas uniformes aos federados editaram normas obrigando a população a usar, em
seus subordinados é denominado ambientes de acesso ao público, máscara de proteção facial, con-
(A) Despacho. siderada medida não farmacológica de redução do contágio e dis-
(B) Circular. seminação do vírus. A limitação referida é manifestação do poder
(C) Portaria. (A) de polícia administrativa, que pode incidir sobre bens, di-
(D) Alvará. reitos e atividades, possuindo caráter preventivo, repressivo e
(E) Visto. fiscalizador.
(B) de polícia judiciária, o qual tem legitimidade para restringir
7. (FCC - DP RR/DPE RR/2021) a liberdade individual.
Determinado ato administrativo está viciado em razão de não (C) de polícia administrativa, que incide sobre direitos e ati-
ter sido praticado por pessoa de qualquer modo investida em cargo, vidades, mas não sobre bens, por ter caráter essencialmente
emprego ou função, não possuindo, portanto, atribuições próprias preventivo.
de agente público. O vício identificado está relacionado (D) sancionatório da administração, que encontra fundamento
(A) à forma, na categoria de incapacidade, tratando-se de caso no princípio hierárquico.
de função de fato. (E) de polícia judiciária, que tem por objetivo prevenir e repri-
(B) ao sujeito, na categoria de incompetência, tratando-se de mir ilícitos civis.
caso de usurpação de função.
(C) à incapacidade, na categoria de incompetência, tratando-se 12. (FCC - PROC A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021)
de caso de abuso de poder. Acerca do regime jurídico dos órgãos públicos,
(D) ao motivo, na categoria de incapacidade, tratando-se de (A) a deliberação de um órgão público de composição colegia-
caso de usurpação de função. da é classificada pela doutrina administrativista como um ato
(E) ao sujeito, na categoria de incapacidade, tratando-se de administrativo simples.
caso de função de fato. (B) a criação de novos órgãos públicos somente se pode dar por
lei ordinária, excluída a possibilidade de uso de medidas pro
8. (FCC - DP PB/DPE PB/2022) visórias ou de leis delegadas para tanto.
É admitida a convalidação do ato administrativo (C) embora não possuam personalidade jurídica, os órgãos pú-
(A) nos vícios de incompetência em ato não exclusivo. blicos possuem personalidade política, visto que lhes incumbe
(B) nos vícios relativos ao motivo. manifestar a vontade estatal.
(C) nos vícios relativos à finalidade. (D) embora somente possam ser criados por lei, os órgãos pú-
(D) nos vícios relativos ao objeto. blicos podem ser extintos por decreto, desde que todos os seus
(E) na conversão, com efeito retroativo. cargos estejam em situação de vacância.
(E) a delegação de competências somente se pode dar entre
9. (FCC - DP SC/DPE SC/2021) órgãos pertencentes à mesma linha hierárquica.
Há espaço para a discricionariedade administrativa quando
(A) a lei expressamente prevê as vias passíveis de serem esco- 13. (FCC - ANA (TJ SC)/TJ SC/ADMINISTRATIVO/2021)
lhidas para a resolução do problema. Sobre desconcentração e descentralização administrativa, con-
(B) a lei prevê determinada competência, mas não estabelece a sidere:
conduta a ser adotada. I. São conceitos distintos, embora possuam um ponto comum,
(C) o Administrador, em se tratando de elementos do ato admi- qual seja, ambas pressupõem pessoas jurídicas diversas: uma que
nistrativo, refere-se ao sujeito, finalidade e conteúdo. originariamente tem a titulação sobre certa atividade e outra à qual
(D) o Administrador, invariavelmente, abordar o motivo e o foi atribuído o desempenho da atividade.
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II. A distribuição interna de competências decisórias, agrupa- 16. (FCC - PROC (PGE GO)/PGE GO/2021)
das em órgãos públicos, denomina-se desconcentração. Considere as seguintes situações:
III. A descentralização pressupõe, dentre outros requisitos, o I. crime de feminicídio praticado por foragido do sistema pri-
reconhecimento de personalidade jurídica ao ente descentralizado. sional do Estado, dois meses após a fuga, ocorrida durante cum-
IV. Os entes descentralizados não estão sujeitos a controle ou primento de pena privativa de liberdade pela prática de crime de
tutela, vez que possuem independência e autonomia em sua atu- roubo;
ação. II. morte de detento ocorrida em estabelecimento prisional do
Estado, durante cumprimento de pena privativa de liberdade.
Está correto o que consta APENAS de
(A) I e IV. A teor da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo
(B) I e III. Tribunal Federal na matéria, a responsabilidade civil objetiva do Es-
(C) I, II e III. tado, em tese, fica afastada
(D) II e III. (A) na situação I, por ausência de nexo causal entre o momento
(E) II e IV. da fuga e a conduta praticada, e na situação II, se comprovada,
pelo Poder Público, causa impeditiva de sua atuação protetiva
do detento, por romper nexo de causalidade entre a omissão e
14. (FCC - PROC A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021) o resultado danoso.
A Lei federal no 13.848/2019 trouxe novas regras sobre a ges- (B) na situação II, se comprovada, pelo Poder Público, causa
tão, a organização, o processo decisório e o controle social das impeditiva de sua atuação protetiva do detento, por ato impu-
agências reguladoras federais. Dentre as inovações relativas ao seu tável exclusivamente à vítima, restando, por outro lado, confi-
regime jurídico, a lei prevê a gurada na situação I, uma vez que se adota a teoria do risco in-
(A) possibilidade de prover diretamente seus cargos, por ato do tegral, em relação ao dever de vigilância dos que se encontram
diretor-presidente. sob a custódia do Estado no regime prisional.
(B) ausência de regime de tutela em relação à Administração (C) na situação I, por ausência de nexo causal entre o momento
direta federal. da fuga e a conduta praticada, restando, por outro lado, con-
(C) inclusão do Banco Central dentre as agências reguladoras figurada na situação II, uma vez que se adota a teoria do risco
federais. integral, em relação ao dever de proteção dos que se encon-
(D) destituição do dirigente da agência reguladora por delibera- tram sob a custódia do Estado no regime prisional, diante da
ção do Senado Federal. garantia constitucional de sua integridade física e moral.
(A) submissão das agências ao controle externo da Controlado- (D) na situação II, se comprovada, pelo Poder Público, causa im-
ria-Geral da União. peditiva de sua atuação protetiva do detento, por romper nexo
de causalidade entre a omissão e o resultado danoso, restando,
15. (FCC - JE TJGO/TJ GO/2021) por outro lado, configurada na situação I, uma vez que presen-
No que se refere às disposições aplicáveis às empresas públicas te o nexo de causalidade entre a omissão do dever de vigilância
do Estado e a conduta criminosa praticada.
e às sociedades de economia mista, segundo a Lei nº 13.303 de 30
(E) nas situações I e II, por ausência de nexo causal entre o dano
de junho de 2016,
e a ação ou omissão administrativa, independentemente de
(A) a empresa pública e a sociedade de economia mista pode-
comprovação, por parte do Estado, de causa impeditiva do seu
rão celebrar convênio ou contrato de patrocínio com pessoa
dever de vigilância ou de proteção.
física ou com pessoa jurídica para promoção de atividades cul-
turais, sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnoló-
17. (FCC - TJ AUX (TJ SC)/TJ SC/2021)
gica, desde que comprovadamente vinculadas ao fortalecimen-
to de sua marca. Analise as seguintes situações:
(B) a exploração de atividade econômica pelo Estado será exer- I. Uma chuva torrencial provocou enchente em bairro da Cida-
cida por meio de empresa pública, de autarquia, de sociedade de, e constatou-se que o sistema de drenagem pluvial não sofria
de economia mista e de suas subsidiárias. manutenção há meses.
(C) empresa pública é a entidade dotada de personalidade ju- II. Um policial envolve-se em troca de tiros com assaltantes e
rídica de direito público, com criação autorizada por lei e com acaba baleando um pedestre que passava próximo ao local.
patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido Considerando as teorias vigentes sobre responsabilidade extra-
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Mu- contratual do Estado e no entendimento dominante da doutrina e
nicípios. jurisprudência,
(D) por explorar atividade econômica, a empresa pública pode- (A) em ambas as situações será aplicado o regime de respon-
rá lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, sabilidade objetiva, baseado na teoria do risco administrativo.
desde que conversíveis em ações. (B) na situação I, o ente estatal não será responsabilizado, pois
(E) o acionista controlador da empresa pública e da sociedade se trata de situação de força maior, não imputável à atuação do
de economia mista responderá pelos atos praticados com abu- Poder Público.
so de poder, podendo a ação ser proposta pelos demais sócios, (C) em ambas as situações será aplicado o regime de responsa-
desde que autorizados pela assembleia geral de acionistas. bilidade subjetiva, desde que comprovada a culpa dos agentes
públicos envolvidos nas atividades.
(D) na situação II, o ente estatal não será responsabilizado,
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pois o nexo causal decorreu de comportamento de terceiro, no (C) viabilidade apenas do contrato de programa.
caso, o assaltante. (D) inviabilidade do contrato de programa e inclusão da empre-
(E) na situação I, haverá responsabilidade estatal na modalida- sa estadual no convênio.
de subjetiva, com base na teoria da falta do serviço, uma vez (E) viabilidade pelo prazo máximo de 10 (dez) anos.
patenteado o mau funcionamento do serviço que deveria evi-
tar ou minorar o evento danoso. 21. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/ADMINISTRATI-
VA/2021)
18. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/ADMINISTRATI- Os contratos de parceria público-privadas, regidos pela Lei no
VA/2021) 11.079/2004, possuem requisitos e condições de caráter obrigató-
Suponha que em um contrato de concessão de uma linha me- rio e cláusulas facultativas, sendo obrigatória a previsão no instru-
troferroviária, regido pela Lei no 8.987/1995, o Poder Conce- mento contratual de
dente tenha se recusado a autorizar a aplicação de reajuste (A) prestação de garantia pela Administração pública para pa-
tarifário de acordo com o índice de correção anual previsto no gamento de suas obrigações, não podendo incidir sobre produ-
contrato. Em face do descumprimento de obrigação contratu- to de impostos.
almente imposta ao Poder Concedente, a concessionária (B) emissão de empenho em nome dos financiadores do pro-
(A) está autorizada a suspender a execução do contrato, após jeto em relação às obrigações pecuniárias da Administração
decorridos trinta dias da notificação do Poder Concedente. pública.
(B) poderá suspender a execução do contrato, após decorridos (C) pagamento ao parceiro privado de remuneração variável
noventa dias da não concessão do reajuste, desde que compro- vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de
vado desequilíbrio econômico-financeiro do contrato. qualidade e disponibilidade definidos no contrato.
(C) poderá rescindir unilateralmente o contrato, arguindo a ex- (D) ser constituída sociedade de propósito específico sob a for-
ceção do contrato não cumprido, mediante prévia notificação ma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a
no prazo estabelecido contratualmente. negociação no mercado.
(D) não pode suspender a prestação dos serviços objeto da (E) compartilhamento com a Administração pública de ganhos
concessão, somente podendo rescindir o contrato mediante econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da redu-
decisão judicial. ção do risco de crédito dos financiamentos por este utilizados.
(E) embora não possa suspender a prestação do serviço aos
usuários, pode escusar-se do cumprimento de outras obriga- 22. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/ADMINISTRA-
ções contratuais, ficando afastada a aplicação de sanções. ÇÃO/2021)
Os contratos de parceria público-privadas, regidos pela Lei no
19. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/ADMINISTRA- 11.079/2004, possuem requisitos e condições de caráter obrigató-
ÇÃO/2021) rio e cláusulas facultativas, sendo obrigatória a previsão no instru-
A declaração de caducidade em uma concessão de serviço pú- mento contratual de
blico (A) prestação de garantia pela Administração pública para pa-
(A) constitui uma das modalidades de extinção antecipada do gamento de suas obrigações, não podendo incidir sobre produ-
contrato, por razões de interesse público, incluindo a obsoles- to de impostos.
cência na prestação dos serviços. (B) emissão de empenho em nome dos financiadores do pro-
(B) ocorre quando expirado o prazo contratualmente estabele- jeto em relação às obrigações pecuniárias da Administração
cido para amortização dos investimentos necessários à presta- pública.
ção dos serviços. (C) pagamento ao parceiro privado de remuneração variável
(C) opera-se quando a concessionária é considerada inidônea e vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de
afasta o direito a qualquer indenização. qualidade e disponibilidade definidos no contrato.
(D) será nula caso não precedida de intervenção, com vistas à (D) ser constituída sociedade de propósito específico sob a for-
regularização da prestação dos serviços. ma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a
(E) não afasta a obrigação de indenizar a concessionária por negociação no mercado.
investimentos em bens reversíveis não amortizados ou depre- (E) compartilhamento com a Administração pública de ganhos
cia dos, descontado o valor das multas contratuais e dos danos econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da redu-
causados ção do risco de crédito dos financiamentos por este utilizados

20. (FCC - PROC (PGE GO)/PGE GO/2021) 23. (FCC - PROC A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021)
O Município X, que não está no âmbito de uma prestação regio- Nos termos da Lei federal no 11.107/2005, é dispensável que
nalizada de abastecimento de água potável e esgotamento sanitá- o protocolo de intenções para formação de um consórcio público
rio, pretende celebrar com o Estado um convênio e, em seguida, um estabeleça
contrato de programa envolvendo, ainda, empresa estadual para a (A) a remuneração dos empregados públicos do consórcio.
prestação do serviço de abastecimento de água potável e esgota- (B) as condições para que o consórcio público celebre contrato
mento sanitário. A orientação jurídica deverá ser pela de gestão ou termo de parceria.
(A) viabilidade, desde que a empresa estadual também partici- (C) a assembleia geral como instância máxima do consórcio pú-
pe do convênio. blico.
(B) inviabilidade do modelo proposto. (D) a sede do consórcio.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

(E) o montante de cada ente consorciado na participação das (E) a Administração Pública pode rever os próprios atos quando
despesas desse consórcio. ilegais, inconvenientes ou inoportunos, havendo tantas instân-
cias quantas forem as autoridades com atribuições superpostas
24. (FCC - PROC (PGE GO)/PGE GO/2021) na estrutura hierárquica, salvo quando a lei limitar a quantida-
Nos últimos anos, percebe-se o surgimento de diplomas nor- de de instâncias.
mativos federais voltados a desburocratizar e simplificar a atuação
do aparato estatal e reduzir o impacto da regulação estatal nas ati- 26. (FCC - TP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/ADMINISTRATI-
vidades econômicas, destacando-se especialmente a Lei Federal nº VA/2021)
13.726/2018 – que racionaliza atos e procedimentos administrati- Os denominados atos discricionários
vos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios – e a Lei Federal nº 13.874/2019 – que institui a Decla- (A) não são sindicáveis no âmbito administrativo, judicial ou
ração de Direitos de Liberdade Econômica e dá outras disposições perante o Tribunal de Contas competente, considerando que o
correlatas. Deste conjunto normativo destaca-se a seguinte regra, administrador, ao praticar ato de referida natureza, exerce juízo
relativa à relação entre os órgãos e entidades da Administração pú- de conveniência e oportunidade, autorizado em lei.
blica e os cidadãos: (B) podem ser sindicados por meio de controle interno, externo
(A) É direito de toda pessoa, natural ou jurídica, arquivar qual- e judicial quanto aos aspectos da legalidade e da moralidade.
quer documento por meio de microfilme ou por meio digital, (C) apenas admitem controle interno, exercido pela própria Ad-
conforme técnica e requisitos estabelecidos em regulamento, ministração pública, que detém o poder de anular ou revogar
hipótese em que se equiparará a documento físico para todos os próprios atos.
os efeitos legais e para a comprovação de qualquer ato de di- (D) não podem ser objeto de anulação, mas tão somente de
reito público. revogação.
(B) Não se exigirá, nos procedimentos licitatórios, certidão re- (E) podem ser anulados, em razão de vício de legalidade, mas
lativa à regularidade fiscal dos licitantes, sendo substituída por não admitem revogação, por motivo de conveniência e opor-
autodeclaração de regularidade, sob as penas da lei. tunidade.
(C) A comunicação entre o Poder Público e o cidadão poderá
ser feita por qualquer meio, inclusive comunicação verbal, dire- 27. (FCC - DP SC/DPE SC/2021)
ta ou telefônica, e correio eletrônico, devendo a circunstância Sob a ótica do controle administrativo, da tutela, autotutela e
ser registrada quando necessário, inclusive nos casos que im- hierarquia nas entidades da Administração Indireta,
pliquem imposição de deveres, ônus, sanções ou restrições ao (A) a tutela se exerce dentro da mesma pessoa jurídica, desde
exercício de direitos e atividades. que na modalidade preventiva.
(D) É dispensada a apresentação, pelo cidadão, de título de (B) há hierarquia entre as entidades da Administração Indireta
eleitor, exceto para votar, para registrar candidatura ou para e a Administração Direta.
exercer o direito de petição. (C) a hierarquia, ao contrário da tutela, depende de previsão
(E) É assegurado a toda pessoa, natural ou jurídica, desenvol- em lei.
ver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha (D) o controle administrativo é exercido pelos órgãos centrais e
exclusivamente de propriedade privada própria ou de terceiros nos limites definidos em lei.
consensuais, sem a necessidade de quaisquer atos públicos de (E) a autotutela se exerce por uma pessoa jurídica sobre outra,
liberação da atividade econômica, dispensado o pagamento de no caso da modalidade repressiva.
quaisquer taxas relativas à fiscalização da atividade.
28. (FCC - DP SC/DPE SC/2021)
25. (FCC - DP SC/DPE SC/2021) No campo da responsabilização objetiva administrativa e civil
Segundo o princípio da pluralidade de instâncias, relativo ao de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pú-
processo administrativo, blica, com base na Lei Anticorrupção (Lei no 12.846/2013),
(A) o aproveitamento dos atos administrativos permite o sa- (A) o processo administrativo para apuração da responsabilida-
neamento do processo, nos casos de atos sanáveis, desde que de de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada
não prejudique Administração e administrado, em quaisquer pela autoridade instauradora e composta por, no mínimo, 3
das esferas de revisão, seja administrativa ou judicial. servidores estáveis.
(B) a Administração Pública pode rever os próprios atos quando (B) serão levados em consideração na aplicação das sanções a
ilegais, inconvenientes ou inoportunos, bem como o Poder Ju- gravidade da infração, o número de participantes, o dolo ou a
diciário, quando ilegais, com a utilização de todas as instâncias culpa do infrator.
de julgamento previstas em sua organização. (C) a competência para a instauração e o julgamento do proces-
(C) o interessado pode requerer a revisão do ato administra- so administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa
tivo a autoridades administrativas e a autoridades judiciárias jurídica poderá ser delegada ou subdelegada.
sempre que o pedido estiver relacionado aos elementos forma, (D) será aplicada às pessoas jurídicas consideradas responsá-
competência e conteúdo. veis pelos atos lesivos, dentre as sanções previstas, a publica-
(D) o interessado pode requerer a revisão do ato administrativo ção extraordinária da decisão condenatória.
a autoridades administrativas e a autoridades judiciárias sem- (E) a celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurí-
pre que o pedido estiver relacionado aos elementos competên- dica das sanções previstas na Lei, bem como reduzirá o valor a
cia, objeto e motivo. ser pago na reparação do dano causado.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

29. (FCC - DP RR/DPE RR/2021) (D) exercem atividade pública de natureza profissional e remu-
São considerados bens de uso especial aqueles que são do do- nerada, em regime jurídico próprio imposto pela entidade.
mínio público e (E) mantêm relação precária com a Administração, executando
(A) constituem patrimônio da União, Estados ou Municípios, serviço público atípico, com ou sem remuneração.
como objeto de direito pessoal ou real de cada um.
(B) podem, por determinação legal ou por sua natureza, ser uti- 33. (FCC - PROC (PGE GO)/PGE GO/2021)
lizados por todos em igualdade de condições, sem necessidade A propósito do regime constitucional do acesso aos cargos pú-
de consentimento individualizado pela Administração. blicos, o Supremo Tribunal Federal tem afirmado seu entendimento
(C) constituem coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incor- dominante por meio de diversos precedentes qualificados, dentre
póreas, utilizadas pela Administração Pública para a realização os quais:
de suas atividades e consecução de seus fins. (A) Editais de concurso público não podem estabelecer restri-
(D) comportam função patrimonial ou financeira, porque se ção a pessoas com tatuagem, seja qual for a natureza do con-
destinam a assegurar rendas, como atividade da Administra- teúdo veiculado, por força da garantia constitucional da liber-
ção. dade de expressão.
(E) são utilizados por particular com restrições, como paga- (B) É constitucional o aproveitamento de servidor, aprovado
mento de pedágio ou autorização para circulação de veículos em concurso público a exigir formação de nível médio, em car-
especiais. go que pressuponha escolaridade superior, desde que o titular
tenha completado a formação antes do prazo correspondente
30. (FCC - DP SC/DPE SC/2021) ao estágio probatório.
Em se tratando de bens públicos, com relação à exploração e (C) Os serviços sociais autônomos integrantes do denominado
ao aproveitamento de jazidas, define-se o sistema regaliano como Sistema “S”, por serem custeados por contribuições parafiscais,
aquele em que estão submetidos à exigência de concurso público para con-
(A) a jazida pertence ao Estado, mas, com o intuito de mobilizar tratação de pessoal, nos moldes do art. 37, II, da Constituição
recursos minerais, concede ao particular interesse sobreposto Federal.
ao do Estado. (D) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso
(B) os recursos naturais não pertencem a ninguém, razão pela público, por meio de ato judicial, à qual atribuída eficácia retro-
qual cabe ao Estado conceder a sua exploração. ativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais
(C) há atribuição da propriedade da jazida ao proprietário do que alcançariam houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nome-
solo, cabendo ao Estado apenas a fiscalização, com base em ação.
seu poder de polícia, porém em um modelo mitigado de auto- (E) Aplica-se a teoria do fato consumado para o fim de manter
executoriedade. no cargo público candidato não aprovado que nele tomou pos-
(D) a jazida cabe àquele que a descobrir, ou seja, ao seu primei- se em decorrência de execução provisória de medida liminar
ro ocupante, que tem o direito de explorá-la. ou outro provimento judicial de natureza precária, desde que
(E) a propriedade do subsolo distingue-se da propriedade do tal posse tenha ocorrido há mais de dez anos, em prestígio ao
solo e, desse modo, as jazidas constituem propriedade da “Co- princípio da segurança jurídica.
roa”, que pode explorá-las diretamente ou mediante autoriza-
ção ou concessão a terceiros. 34. (FCC - PROC A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021)
Pressupondo-se que dado ente político examinado possua re-
31. (FCC - DP PB/DPE PB/2022) gime próprio de previdência e considerando o regime previdenciá-
Tratando-se do uso do bem público por particular, no caso de rio aplicável às entidades da Administração indireta, com base nas
ruas fechadas ao acesso veicular, para montagem de barracas e normas ora vigentes da Constituição Federal e da legislação federal
passagem de desfiles em determinada data festiva, tem-se a mo- aplicável, extrai-se que todos os servidores integrantes do quadro
dalidade de (A) da administração autárquica estarão vinculados ao regime
(A) concessão dominical do bem. próprio de previdência.
(B) uso privativo normal do bem. (B) das fundações governamentais estarão vinculados ao regi-
(C) uso comum normal do bem. me geral de previdência.
(D) uso comum anormal do bem. (C) das sociedades de economia mista estarão vinculados a re-
(E) concessão de uso privativo do bem. gime previdenciário complementar.
(D) das agências estarão vinculados ao regime geral de previ-
32. (FCC - DP GO/DPE GO/2021) dência.
Na classificação dos agentes públicos, são definidos como (E) das empresas públicas estarão excluídos do regime próprio
agentes credenciados aqueles que de previdência.
(A) recebem designação para, transitoriamente, colaborarem
com o Estado, em função de sua importância, mediante remu- 35. (FCC - DP RR/DPE RR/2021)
neração do Poder Público. A exoneração, hipótese de vacância, que acarreta a destituição
(B) executam atividade ou serviço público em nome próprio, do servidor de cargo, emprego ou função, tem como característica
mas sempre sob a fiscalização da Administração. tratar-se de medida aplicável
(C) recebem incumbência da Administração para representá-la (A) quando o servidor toma posse, mas não entra em exercício
em determinado ato ou praticar certa atividade. no prazo estabelecido.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

(B) quando o servidor comete ato ilícito, independente de apli- ção. Em vista de tal situação, a responsabilização do referido gestor
cação de penalidade. por ato de improbidade é
(C) em decorrência de penalidade imposta após procedimento (A) cabível, limitando-se a sanção patrimonial à repercussão do
disciplinar regular. ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
(D) apenas ex officio pela autoridade imediatamente superior (B) incabível, por se tratar de entidade de natureza privada, não
ao agente público. sujeita ao regime de responsabilidade estabelecido na Lei no
(E) com efeito de desligamento do agente dos quadros do fun- 8.429/1992.
cionalismo, após constatação de sua incapacidade por laudo (C) cabível, desde que haja envolvimento de servidor público
médico. da Prefeitura.
(D) cabível, pois essa espécie de entidade pode ser qualificada
36. (FCC - DP RR/DPE RR/2021) como ente público não estatal.
Tratando-se de processo administrativo disciplinar e seus siste- (E) incabível, pois uma vez que ingresse no patrimônio privado
mas, o de jurisdição moderada é aquele cuja da entidade, os recursos públicos perdem essa natureza.
(A) conduta disciplinar é exercida pelo superior hierárquico,
que detém tal poder para aplicação de faltas leves. 39. (FCC - TP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/INFORMÁTI-
(B) apuração é feita por órgãos, com função opinativa, sendo a CA/2021)
pena aplicada por superior hierárquico. Integram o universo de agentes alcançados pelas sanções apli-
(C) decisão cabe a um órgão judicial, segundo o determinado cáveis em razão da prática de ato de improbidade administrativa os
por procedimento jurisdicional misto. (A) servidores públicos da Administração pública direta, excluí-
(D) apuração se dá por colegiado, que realiza a conclusão e dos os da Administração pública indireta.
aplica a penalidade de acordo com o grau de indisciplina cons- (B) agentes públicos da Administração pública direta, indireta
tatado. ou fundacional.
(E) decisão cabe a um juiz, enquanto que a apuração e relatório (C) agentes públicos da Administração pública indireta, inclu-
final descritivo é realizada por órgão interno à Administração. sive fundacional, excluídos os integrantes das Universidades
Públicas, que gozam de autonomia qualificada.
37. (FCC - ANA (TJ SC)/TJ SC/ADMINISTRATIVO/2021) (D) servidores públicos da Administração pública direta e in-
Cássio era servidor do Tribunal de Justiça do Estado e foi demi- direta, excluídos os empregados do quadro permanente das
tido do cargo, em razão da acusação de ter emitido um alvará de empresas estatais.
soltura e falsificado a assinatura do juiz da Comarca, o que possi- (E) agentes públicos da Administração pública direta, indireta
bilitou a fuga de um preso perigoso. Concomitantemente, no pro- ou fundacional, exceto quando praticarem atos contra o patri-
cesso penal ajuizado contra Cássio, o juiz absolveu-o da acusação, mônio de entidades privadas que recebam benefícios fiscais.
indicando que o alvará falsificado fora emitido por outro servidor,
de nome João, tendo transitado em julgado a sentença absolutória 40. (FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/ADMINISTRA-
dias após a decisão final do processo administrativo. ÇÃO/2021)
No caso em questão, A demonstração de lesão ao erário, com efetiva comprovação
(A) a decisão judicial não beneficiará Cássio, dado o princípio de desvio ou apropriação de recursos, é imprescindível para
da independência das instâncias de responsabilização. (A) tipificação das modalidades de ato de improbidade, pres-
(B) a decisão apenas afastará a responsabilidade civil, mas não cindindo-se, no entanto, da demonstração de culpa.
exculpará Cássio no processo administrativo, dada a natureza (B) imposição de penalidade a servidor, pela tipificação de in-
soberana da decisão ali adotada. fração disciplinar que também configure ato de improbidade.
(C) Cássio deverá ajuizar ação de reintegração de posse, visto (C) configuração das modalidades dolosas e culposas de ato de
que a Administração não pode rever o ato, que está sob o man- improbidade, aliada à demonstração de ofensa aos princípios
to da coisa julgada administrativa. da Administração pública.
(D) tipificação da modalidade de ato de improbidade de mes-
(D) a Administração deverá promover a revisão de sua decisão, mo nome, que autoriza a aplicação de pena de perda dos va-
visto que a sentença absolutória que nega o fato ou a autoria lores acrescidos ilicitamente ao patrimônio do agente público
deve ser acatada na esfera administrativa. responsável.
(E) deve ser anulado o processo administrativo disciplinar des- (E) presunção de culpa do servidor pela infração disciplinar ho-
de a citação inicial, retomando-se a partir daí sua instrução e mônima, ensejando, ademais, agravamento da pena.
proferindo-se nova decisão.
41. (FCC - PROC A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021)
38. (FCC - PROC A (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/2021) Carlos, que atua como contador em escritório privado, por von-
A Santa Casa de Misericórdia do Município Alfa, associação civil tade livre e consciente, auxiliou Pedro, servidor da Administração
de natureza filantrópica, celebrou parceria com o Município, con- indireta, a desviar recursos públicos em proveito deste, causando
templando a transferência de recursos financeiros municipais para lesão ao patrimônio público. A pretensão de ressarcimento ao erá-
custeio de suas atividades assistenciais. O Ministério Público rece- rio pelo ato doloso tipificado na lei de improbidade administrativa
beu denúncia, por carta anônima, de que o gestor da Santa Casa (A) prescreve no prazo de cinco anos e poderá ser dirigida ape-
ostenta patrimônio não condizente com sua remuneração, havendo nas contra Pedro e seus sucessores, independentemente das
indícios de desvio de recursos financeiros manejados pela institui- forças da herança.
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

(B) prescreve no prazo de cinco anos e poderá ser dirigida ape- ele causados ao administrado.
nas contra Pedro e seus sucessores, até o limite do valor da
herança. 45. (FCC - TP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/INFORMÁTI-
(C) é imprescritível e poderá ser dirigida contra Carlos, Pedro CA/2021)
ou os respectivos sucessores, até o limite do valor da herança. Nos termos da Lei de Processo Administrativo do Município de
(D) é imprescritível e poderá ser dirigida apenas contra Pedro e Manaus, a intimação, no processo administrativo,
seus sucessores, até o limite do valor da herança. (A) é dispensada na hipótese de interessados indeterminados,
(E) é imprescritível e poderá ser dirigida contra Carlos, Pedro desconhecidos, com domicílio fora do município de Manaus ou
ou os respectivos sucessores, independentemente das forças no estrangeiro.
da herança. (B) se efetua, como regra, por meio de publicação no Diário
Oficial do Município.
42. (FCC - AGAAS (PREF RECIFE)/PREF RECIFE/2022) (C) se efetua, como regra, por meio de publicação em jornal de
O conjunto de formalidades que devem ser observadas para a grande circulação local ou no site do órgão interessado.
prática de certos atos administrativos é denominado (D) pode se dar por ciência no processo, por carta com aviso de
(A) Contraposição. recebimento ou outro meio que assegure a certeza da ciência
(B) Ato enunciativo. do interessado.
(C) Concessão. (E) mesmo que efetivada sem a observância das prescrições
(D) Procedimento administrativo. legais não será nula.
(E) Homologação.
46. (FCC - DP AM/DPE AM/2021)
43. (FCC - TP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/ADMINISTRATI- O critério que define o direito público resumindo-o às regras
VA/2021) de organização e gestão dos serviços públicos exercidos pelo Estado
Em procedimento aberto para aquisição de mercadorias, o ficou conhecido como o critério
Chefe do Departamento de Compras de autarquia municipal decla- (A) residual.
rou dispensável a licitação, sem, no entanto, motivar referida decla- (B) do Poder Executivo.
ração. Considerando o disposto na Lei no 9.784/1999, (C) da escola puissance publique.
(A) há dispensa de motivação expressa, por ser tratar, na hipó- (D) do serviço público.
tese, de ato de rotina da Administração. (E) das relações jurídicas.
(B) por se tratar de ato ampliativo de direito, a justificativa deve
ser apresentada posteriormente, na oportunidade em que o 47. (FCC - ANA (TJ SC)/TJ SC/ADMINISTRATIVO/2021)
processo for auditado pelo Tribunal de Contas competente, ra- A Administração Municipal encontra determinado imóvel que,
zão pela qual o ato é anulável. por suas características e localização, mostra-se ideal para a instala-
(C) a ausência da justificativa expressa implica violação à legali- ção de órgão municipal dedicado à vigilância sanitária. Consultado
dade, por vício na forma. o proprietário, este afirma que não tem interesse na venda do imó-
(D) ausente o elemento denominado motivo, o referido ato ad- vel, mas que possui interesse em terreno de propriedade do Muni-
ministrativo é nulo. cípio, estando disposto a realizar uma permuta. Em avaliação reali-
(E) a autoridade agiu corretamente, pois a Lei de Processo Ad- zada, verificou-se que ambos os imóveis possuem valor de mercado
ministrativo Federal aplica-se tão somente aos entes políticos. equivalente. Em vista de tal situação e à luz do que dispõe a Lei no
8.666/1993, o Município
44. (FCC - DP RR/DPE RR/2021) (A) deverá desapropriar o imóvel que é de seu interesse, visto
No campo do controle da Administração Pública, quanto aos que a lei não autoriza a permuta.
recursos administrativos a (B) deve promover licitação para a venda de imóvel e, caso o
(A) revisão é o recurso pelo qual o interessado requer o reexa- proprietário seja vencedor, poderá utilizar o valor da venda
me do ato à própria autoridade que o emitiu. para comprar o imóvel de seu interesse.
(B) pedido de reconsideração é o pedido de reexame do ato (C) poderá realizar permuta entre os imóveis, sem a necessida-
administrativo dirigido à autoridade superior a que proferiu o de de licitação, mas deverá providenciar autorização legislativa
ato, visando sua alteração e restabelecimento do status quo. para tanto.
(C) reclamação administrativa é o ato pelo qual o administrado, (D) poderá determinar a locação compulsória do imóvel do par-
seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão pe- ticular, em vista da recusa por ele manifestada, dispensada a
rante a Administração Pública, visando obter o reconhecimen- licitação para tal finalidade.
to de um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão (E) poderá adquirir o imóvel por inexigibilidade de licitação e
ou ameaça de lesão. promover a dação em pagamento por meio do terreno, desde
(D) solicitação de perdão administrativo é aquele dirigido à au- que obtenha autorização legislativa.
toridade de outro órgão não integrado na mesma hierarquia
daquele que proferiu o ato, com a finalidade de tornar sem 48. (FCC - AGAAS (PREF RECIFE)/PREF RECIFE/2022)
efeito penalidade anteriormente aplicada ao administrado. Os contratos administrativos em que a Administração Pública é
(E) retificação hierárquica é aquela apresentada pelo interessa- uma das partes possuem as seguintes características:
do, atingido pelo ato administrativo, para que o superior hierár- (A) Finalidade pública e obediência à forma prescrita em lei.
quico do departamento que o emitiu faça cessar os efeitos por (B) Ausência tanto de finalidade pública quanto da obrigatorie-
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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

dade do procedimento legal.


(C) Ausência de contrato de adesão e possibilidade de subcon- GABARITO
tratação ou transferência do objeto.
(D) Não obrigatoriedade do procedimento legal e ausência de
contrato de adesão. 1 C
(E) Não exigência de garantias e não obrigatoriedade do proce-
dimento legal. 2 C
3 E
49. (FCC - ANA (TJ SC)/TJ SC/ADMINISTRATIVO/2021)
Sobre a formalização do contrato administrativo, a Lei nº 4 D
8.666/1993 prescreve que 5 A
(A) pode ser feita antes mesmo da adjudicação, desde que não
haja recursos em relação às fases precedentes de habilitação e 6 B
julgamento. 7 B
(B) é cláusula essencial do contrato a garantia de execução con-
tratual, que sempre deverá ser exigida. 8 A
(C) deve haver a fixação de cláusula penal pecuniária em desfa-
9 B
vor da contratante e da contratada.
(D) dele deverá constar necessariamente cláusula que declare 10 A
competente o foro da sede da Administração para dirimir qual-
quer questão contratual, sem exceções.
11 A
(E) a publicação resumida do instrumento de contrato ou de 12 A
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispen-
sável para sua eficácia, deve ser providenciada pela Administra-
13 D
ção até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura. 14 B
50. (FCC - ANA (TJ SC)/TJ SC/ADMINISTRATIVO/2021)
15 A
Uma empresa produtora de equipamentos de saúde foi contra- 16 A
tada pela Secretaria Estadual de Saúde para fornecer ventiladores
17 E
pulmonares para o Hospital Estadual. Todavia, dois dias antes de
esgotar o prazo de entrega dos equipamentos, a empresa teve os 18 D
ventiladores requisitados pelo Ministério da Saúde, o que impossi-
19 C
bilitou a execução do objeto no prazo contratualmente fixado. Dian-
te de tal situação, 20 B
(A) a empresa deve sofrer sanção pelo descumprimento con-
21 E
tratual, pois trata-se de caso fortuito, circunstância que deve
ser suportada pela contratada. 22 E
(B) trata-se de situação extracontratual e imprevista, retarda-
23 E
dora do cumprimento da obrigação contratual, justificando a
prorrogação do prazo de execução. 24 A
(C) a empresa deve receber quitação das suas obrigações con-
tratuais, visto que a natureza hierarquizada e unificada do Sis-
25 E
tema Único de Saúde cria situação de solidariedade entre os 26 B
entes federativos.
(D) trata-se de circunstância de força maior, justificadora de 27 D
anulação do contrato, visto que o objeto se tornou inexequível. 28 D
(E) deve haver revogação unilateral do contrato pela Adminis-
tração, em razão do perecimento do objeto. 29 C
30 E
31 D
32 C
33 D
34 E
35 A
36 B

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a solução para o seu concurso!
DIREITO ADMINISTRATIVO

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37 D
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40 D ______________________________________________________
41 C
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FOR- Características das Organizações Informais


MAIS MODERNAS: TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIO- São oriundas das relações pessoais e sociais desenvolvidas natu-
NAL, NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE DEPARTA- ralmente entre os membros de determinada organização;
MENTALIZAÇÃO Sua relação é de coesão ou antagonismo;
As lideranças são informais, por meio da influência;
As organizações formais modernas caracterizam-se como um Possuem colaboração espontânea, independente da autoridade
sistema constituído de elementos interativos, que recebe entradas formal;
do ambiente, transformando-os, e emite saídas para o ambiente
Têm possibilidade de oposição à organização formal;
externo. Nesse sentido, os elementos interativos da organização,
pessoas e departamentos, dependem uns dos outros e devem tra- Transcende a organização formal, não se limitando ao horário de
balhar juntos. trabalho, barreiras organizacionais ou hierarquias;
As organizações podem ser formais e informais. São intangíveis (não visíveis);
— Formais São resistentes às modificações nos processos, uma vez que as
A estrutura formal das organizações é composta pela estrutura pessoas tendem a defender excessivamente os seus padrões.
instituída pela vontade humana para atingir determinado objetivo.
Ela é representada por um organograma composto por órgãos, car- — Tipos de estrutura organizacional
gos e relações de autoridade e responsabilidade. A estrutura organizacional é o conjunto de responsabilidades,
Elas são regidas por normas e regulamentos que estabelecem autoridades, comunicações e decisões de unidades de uma empre-
e especificam os padrões para atingir os objetivos organizacionais. sa. É um meio para o alcance dos objetivos, estando relacionada
com a estratégia da organização, de tal forma que mudanças na es-
tratégia precedem e promovem mudanças na estrutura.
Características das Organizações Formais
A estrutura organizacional de uma empresa define como as ta-
São instituídas pela vontade humana; refas são formalmente distribuídas, agrupadas e coordenadas. No
São planejadas e deliberadamente estruturadas; tipo de estrutura formal, a relação hierárquica é impessoal e sem-
pre realizada por meio de ordem escrita.
São tangíveis (visíveis); São seis os elementos básicos a serem focados pelos adminis-
Seus líderes se valem da autoridade e responsabilidade (líderes tradores quando projetam a estrutura das organizações: a especia-
formais); lização do trabalho, a departamentalização, a cadeia de comando,
a amplitude de controle, a centralização e descentralização e, por
São regidas por normas e regulamentos definidos de forma fim, a formalização.
racional (lógica); Ao planejar a estrutura organizacional, uma das variáveis refe-
São representadas por organogramas; re-se a quem os indivíduos e os grupos se reportam. Essa variável
consiste em estruturar a cadeia de comando.
São flexíveis às modificações em sua estrutura e nos processos
organizacionais, em face da hierarquia formal e impessoal.
São tipos tradicionais de organização:
a) Organização Linear: autoridade única com base na hierar-
— Informais
quia (unidade de comando), comunicação formal, decisões centra-
Visto as organizações formais serem compostas por redes de
lizadas e aspecto piramidal;
relacionamento no ambiente de trabalho, esse relacionamento
b) Organização Funcional: autoridade funcional ou dividida,
dá origem à organização informal. As organizações informais defi-
linhas diretas de comunicação, decisões descentralizadas e ênfase
nem-se como o conjunto de interações e relacionamentos que se
na especialização;
estabelecem entre as pessoas, sendo esta paralela à organização
c) Organização Linha-staff: coexistência da estrutura linear
formal.
com a estrutura funcional, ou seja, comunicação formal com asses-
As organizações informais não possuem objetivos predetermi-
soria funcional, separação entre órgãos operacionais (de linha) e ór-
nados, surgem de forma natural, estando presentes nos usos e cos-
gãos de apoio (staff). Há, ao mesmo tempo, hierarquia de comando
tumes, e se manifestam por meio de sentimentos e necessidade de
e da especialização técnica.
associação pelos membros da organização formal.

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375
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

São estruturas organizacionais modernas: b) Especialização: considerada uma consequência da divisão


a) Estrutura Divisional: é caracterizada pela criação de unida- do trabalho. Cada cargo passa a ter funções específicas, assim como
des denominadas centros de resultados, que operam com relativa cada tarefa;
autonomia, inclusive apurando lucros ou prejuízos para cada uma c) Hierarquia: divisão da empresa e, camadas hierárquicas. A
delas. Os departamentos prestam informações e se responsabili- hierarquia visa assegurar que os subordinados aceitem e executem
zam pela execução integral dos serviços prestados, mediados por rigorosamente as ordens e orientações dadas pelos seus superio-
um sistema de gestão eficaz; res;
b) Estrutura Matricial: combina as vantagens da especialização d) Amplitude administrativa: também chamada de amplitude
funcional com o foco e responsabilidades da departamentalização de controle ou amplitude de comando, determina o número de fun-
do produto, ou divisional. Suas aplicações acontecem, em hospitais, cionários que um administrador consegue dirigir com eficiência e
laboratórios governamentais, instituições financeiras etc. eficácia. A estrutura organizacional que apresenta pequena ampli-
tude de controle é a aguda ou vertical.
O que a difere das outras formas de estrutura organizacional,
é que características de mais de uma estrutura atuam ao mesmo — Critérios de departamentalização
tempo sobre os empregados. Além disso, existe múltipla subordina- Departamentalização é o nome dado à especialização hori-
ção, ou seja, os empregados se reportam a mais de um chefe, o que zontal na organização por meio da criação de departamentos para
pode gerar confusão nos subordinados e se tornar uma desvanta- cuidar das atividades organizacionais. É decorrente da divisão do
gem desse tipo de estrutura. trabalho e da homogeneização das atividades. É o agrupamento
É uma ótima alternativa para empresas que trabalham desen- adequado das atividades em departamentos específicos.
volvendo projetos e ações temporárias. Nesse tipo de estrutura o
processo de decisão é descentralizado, com existência de centros São critérios de departamentalização:
de resultados de duração limitada a determinados projetos; a) Departamentalização Funcional: representa o agrupamento
c) Estrutura em Rede: competitividade global, a flexibilidade por atividades ou funções principais. A divisão do trabalho ocor-
da força de trabalho e a sua estrutura enxuta. As redes organiza- re internamente, por especialidade. Abordagem indicada para cir-
cionais se caracterizam por constituir unidades interdependentes cunstâncias estáveis, de poucas mudanças e que requeiram desem-
orientadas para identificar e solucionar problemas; penho continuado de tarefas rotineiras;
d) Estrutura por Projeto: manutenção dos recursos necessários b) Departamentalização por Produtos ou Serviços: represen-
sob o controle de um único indivíduo. ta o agrupamento por resultados quanto a produtos ou serviços.
A divisão do trabalho ocorre por linhas de produtos/serviços. A
— Natureza orientação é para o alcance de resultados, por meio da ênfase nos
Estão entre os fatores internos que influenciam a natureza da produtos/serviços;
estrutura organizacional da empresa: c) Departamentalização Geográfica: também chamada de De-
• a natureza dos objetivos estabelecidos para a empresa e seus partamentalização Territorial, representa o agrupamento conforme
membros; localização geográfica ou territorial. Caso uma organização, para
• as atividades operantes exigidas para realizar esses objetivos; estabelecer seus departamentos, deseje considerar a distribuição
• a sequência de passos necessária para proporcionar os bens territorial de suas atividades, ela deverá observar as técnicas de de-
ou serviços que os membros e clientes desejam ou necessitam; partamentalização geográfica;
• as funções administrativas a desempenhar; d) Departamentalização por Clientela: representa o agrupa-
• as limitações da habilidade de cada pessoa na empresa, além mento conforme o tipo ou tamanho do cliente ou comprador. Pos-
das limitações tecnológicas; sui ênfase e direcionamento para o cliente;
• as necessidades sociais dos membros da empresa; e
• o tamanho da empresa. e) Departamentalização por Processos: representa o agrupa-
mento por etapas do processo, do produto ou da operação. Possui
Da mesma forma consideram-se os elementos e as mudanças ênfase na tecnologia utilizada;
no ambiente externo que são também forças poderosas que dão f) Departamentalização por Projetos: representa o agrupa-
forma à natureza das relações externas. Mas para o estabelecimen- mento em função de entregas (saídas) ou resultados quanto a um
to de uma estrutura organizacional, considera-se como mais ade- ou mais projetos. É necessária uma estrutura flexível e adaptável às
quada a análise de seus componentes, condicionantes e níveis de circunstâncias do projeto, pois o mesmo pode ser encerrado antes
influência. do prazo previsto. Dessa forma, os recursos envolvidos, ao término
do projeto, são liberados;
— Finalidades g) Departamentalização Matricial: também chamada de orga-
A estrutura formal tem como finalidade o sistema de autorida- nização em grade, combina duas formas de departamentalização,
de, responsabilidade, divisão de trabalho, comunicação e processo a funcional com a departamentalização de produto ou projeto, na
decisório. São princípios fundamentais da organização formal: mesma estrutura organizacional. Representa uma estrutura mista
a) Divisão do trabalho: é a decomposição de um processo com- ou híbrida.
plexo em pequenas tarefas, proporcionando maior produtividade, O desenho matricial apresenta duas dimensões: gerentes fun-
melhorando a eficiência organizacional e o desempenho dos envol- cionais e gerentes de produtos ou de projeto. Logo, não há unidade
vidos e reduzindo custos de produção; de comando. É criada uma balança de duplo poder e, por consequ-
ência, dupla subordinação.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONVERGÊNCIAS E DIFERENÇAS ENTRE A GESTÃO PÚBLICA E A GESTÃO PRIVADA

Embora com focos diferentes, observamos que a Administração Pública traz para sua forma de gestão cada vez mais conceitos utili-
zados na Administração Privada, visto que, mesmo em cenários diferentes os desafios e problemas organizacionais, são de certo modo,
muito semelhantes em alguns aspectos.
Apesar dessa tendência, alguns aspectos ainda apresentam diferenças, conforme colocaremos no quadro comparativo abaixo para
melhor visualização.

ASPECTO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADMINISTRAÇÃO PRIVADA


OBJETIVO Atender necessidades coletivas (sociedade) Atender Interesses Individuais (Lucro)
Investimento privado e receitas advindas dos
OBTENÇÃO DE RECURSOS Receitas derivadas de Tributos
negócios praticados
MECANISMO DE CONTROLE DO Controle pelo Mercado, através da
Controle Político através das eleições
DESEMPENHO concorrência com outras organizações.
Tudo o que não está juridicamente determinado Tudo o que não está juridicamente proibido
SUBORDINAÇÃO AO está juridicamente proibido. Preponderância de está juridicamente facultado. Preponderância
ORDENAMENTO JURÍDICO normas de direito público (direito constitucional e de normas de direito privado (contratual;
administrativo). direito civil e direito comercial)
Tempo de existência indeterminado: o Estado não Sobrevivência depende da eficiência organizacional;
GARANTIA DA SOBREVIVÊNCIA
vai à falência. competitividade acirrada no mercado
Decisões mais lentas, influenciadas por variáveis Decisões mais rápidas, buscando a
PROCESSO DE TOMADA DE
de ordem política. Políticas Públicas de acordo racionalidade. Políticas Empresariais voltadas
DECISÃO
com os programas de Governo para objetivos de mercado.
MODO DE CRIAÇÃO, Através de instrumento contratual ou
Através da Lei
ALTERAÇÃO OU EXTINÇÃO societário
Outras empresas ou profissionais do
CONCORRÊNCIA Tendencialmente inexistente ou limita
segmento no mercado

GESTÃO DE RESULTADOS NA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

A prática da administração voltada para os resultados tem como requisito uma gestão organizacional articulada acerca de vários ele-
mentos que podem ser identificados em quatro principais dimensões1:
a) quadro estratégico responsável pela formulação da estratégia referente à meta da organização e os meios necessários para alcan-
çá-la;
b) delegação, habilitação e responsabilização;
c) concentração em resultados pela eliminação de controles inúteis;
d) implementação de um sistema de reporting e de comunicação.

A implementação de um quadro estratégico na administração pública requer o abandono da visão legalista. No setor público, costu-
ma-se cumprir metas orçamentárias preocupando-se sempre com o equilíbrio de receitas e despesas. O enfoque nos resultados deve ser
traduzido pela formulação de estratégias gerenciais que permitam ao órgão público identificar a meta a ser atingida, bem como o caminho
apropriado para o alcance da meta traçada.
O quadro de gestão por resultados exige novos valores que possam catalisar o processo de obtenção de resultados. A delegação im-
plica a transferência de mais responsabilidades aos gestores, enquanto a habilitação consiste em disponibilizar-lhes os meios necessários
que possam facilitar o processo decisório, como a informação, a formação e a autoridade exigida.
É necessário que se estabeleçam alguns mecanismos de responsabilização para a habilitação do gestor público, apontando os seguin-
tes:
(a) objetivos esclarecidos para a conscientização de todos;
(b) definição de indicadores de rendimento para avaliar os resultados;
(c) implementação de sistemas de informações viáveis;
(d) elaboração de relatórios tempestivos de resultados.
1 http://www.anpad.org.br/admin/pdf/ENAPG360.pdf
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Na busca da administração por resultados, deve-se abandonar A administração por resultados tem um papel importante nes-
o excesso de burocracia, eliminando-se controles desnecessários te cenário de reformas recentes do setor público no mundo. Esse
que representam limitações ou barreiras para a obtenção de resul- modelo disponibiliza informações relevantes voltadas para a eficá-
tados oriundos de decisões centralizadas. Assim, o processo de evi- cia, a eficiência e a performance das políticas vinculadas ao setor
denciação e comunicação exigem o fornecimento e detalhamento público. Além disso, contribui para a otimização da gestão pública.
de uma informação completa e útil.
Na base da administração por resultados, está o accounta- O direcionamento da administração pública na busca de resul-
bility (prestação de contas) que representa uma etapa crucial na tados permite aos gestores responder às preocupações dos con-
implementação deste modelo de gestão no processo gerencial da tribuintes quanto à utilização dos recursos públicos. Enfim, uma
administração pública. A adoção do modelo da administração por administração pública voltada para os resultados é essencial para
resultados requer uma mudança mais cultural do que estrutural. um governo que prioriza os cidadãos e busca assegurar o bem-estar
social.
Compromisso, responsabilidade e envolvimento constituem fa- As organizações dos setores público e privado que mensuram
tores que devem determinar o comportamento do agente público e avaliam os resultados de suas atividades consideram que esta in-
frente à máquina administrativa pública, no sentido da busca por formação as leva a repensar seu papel e contribui para melhorar
resultados concretos. A conscientização sobre esses valores facilita seu rendimento. Elas podem, em consequência, recompensar os
o processo contínuo da perseguição de resultados no setor público. sucessos, manter as experiências anteriores e gerar a confiança da
Portanto, deduz-se que a dimensão comportamental é parte sociedade. Sua aptidão para mensurar e avaliar os resultados é in-
integrante da gestão por resultados e mostra-se como elemento dispensável à execução de programas, à prestação de serviços e à
essencial para o seu êxito. O estágio atual da sociedade moderna aplicação de políticas de qualidade.
exige da administração pública um foco nos resultados. No passado, e ainda com resquícios no presente, os governos
Assim, é preciso que ela responda às expectativas modernas, o enfatizavam o que gastavam, o que faziam e o que produziam. Não
que obriga a passagem pela gestão por resultados. Com isso, passa- se pode negar que é importante ter informações exatas nessas áre-
-se a exigir dos gestores públicos não somente a prestarem contas, as. Entretanto, isto não é suficiente para concretizar a orientação
com o principal objetivo de tornar públicos os relatórios descritivos centralizada em resultados imposta por este modelo de adminis-
de fatos gerenciais acontecidos, mas, sobretudo, a evidenciarem tração.
um “income of accountability”. Uma administração baseada em resultados permite aos órgãos
Um modelo de administração centralizado nos resultados per- públicos oferecer um melhor serviço aos cidadãos, identificando os
mite às organizações centrar constantemente sua atenção no alcan- pontos fortes e os pontos de estrangulamento dos programas. Com
ce de resultado. Para tanto devem mensurar seu desempenho de isso, é possível detectar aqueles que não dão bons resultados.
forma regular e objetiva. Nesse modelo, destaca-se a necessidade Um programa de administração moderna impede os gestores
de o gestor público apreender novos mecanismos e de adaptá-los, de irem além do que fazem (atividades) e do que produzem (ou-
para melhorar a sua eficácia administrativa. tput), orientando-os a centrar sua atenção nos resultados reais, isto
A nova abordagem da gestão pública requer que os cidadãos é, nas consequências e nos efeitos dos seus programas.
sejam colocados no centro das preocupações da administração, Os requisitos para a avaliação da performance da administração
buscando meios de integrá-los aos debates e fazer com que par- baseada em resultados têm se acentuado muito nos últimos anos,
ticipem nas decisões. Com essa medida, os administradores públi- tornando complexa a avaliação da performance das atividades em
cos podem gerir os recursos colocados à sua disposição de maneira todos os níveis de todo o governo. Pesquisas sobre a avaliação da
econômica e eficaz. performance administrativa, no setor público, vêm apontando pro-
blemas na concepção e gestão desses sistemas, indicando sua efi-
— A administração por resultados: novo paradigma da admi- cácia como principal fator no tocante a accountability dos governos.
nistração pública Para que se possa implantar uma administração focalizada em
No estágio atual da gestão pública, o principal debate acerca da resultados, impõe-se redesenhar o modo de gestão dos sistemas
nova administração pública diz respeito à administração por resul- de administração pública. Os gestores públicos precisam definir
tados. Ela representa fortemente um dos elementos-chave da New claramente os resultados que se pretende obter, implementar o
Public Management (Nova Gestão Pública). programa ou serviço, mensurar e avaliar o rendimento e, caso seja
Esta busca por resultados se evidencia nas reformas ou mo- necessário, fazer ajustamentos para aumentar a sua eficiência e a
dernizações de muitas administrações no mundo. Em quase todos sua eficácia.
os projetos de modernização ou de reforma de uma administração A administração dirigida à geração de resultados assegura um
pública, é sempre conferida uma ênfase maior na gestão por resul- melhoramento contínuo da performance, facilita o alcance de ser-
tados. viços de excelência e favorece o desenvolvimento da liderança e a
A avaliação dos resultados das políticas, dos programas e dos responsabilização pelos indivíduos e pela coletividade. A adoção de
serviços constitui um elemento essencial da administração pública. critérios para a obtenção de resultados, por parte da gestão pública
Essa avaliação ajuda a identificar o que funciona e o que não funcio- gerencial, envolve questões relevantes de mensuração.
na, bem como a evidenciar outros meios estratégicos de melhorar A literatura voltada à mensuração de resultados da gestão pú-
as políticas, os programas e as iniciativas. blica tem defendido a utilização de indicadores físicos ou qualitati-
Uma política de administração baseada em resultados favorece vos para indicar os benefícios que constituem os objetivos e metas
a geração de conhecimentos objetivos e detalhados, no sentido de das políticas avaliadas. Conclui que somente os custos são expres-
auxiliar os gestores a tomar decisões mais eficientes sobre suas po-
líticas e seus programas de governo.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

sos em termos monetários, fazendo-se necessária a comparação num esforço de reduzir o estresse. Sentindo-se em segurança, o
desses custos aos benefícios quantitativos ou qualitativos para fins observador tende a se tornar o patrão, direcionando os outros e
de avaliação. controlando o espaço pessoal.
Os resultados no setor público assumem um significado espe- Todos têm virtudes e aspectos negativos. Então, vivem-se os
cial. Por isso, devem existir unidades organizadas do setor público, aspectos mais positivos de cada tipo. Essas qualidades pode se
para propiciar o alcance do resultado desejado de uma determina- somar a outras de outro tipo, promovendo integração.
da política. Mas suas ações se concentram totalmente nos produ- Se o tipo empreendedor se integra com o sonhador, ele
tos/serviços das políticas, ao invés dos resultados que devem ser pode passar a ter autoestima apurada e a saber levar a vida sem
atingidos. A gestão por resultados exige uma visão mais ampla do dramas. Ficará mais otimista, espontâneo e criativo também.
que aquela preocupada apenas em equacionar recursos com pro- Não se prende a fazer coisas que não satisfazem seus desejos e
dutos/serviços. os dos outros. Se o tipo individualista integra-se com o empreen-
Qualquer organização, seja pública ou privada, precisa desen- dedor, provavelmente ele poderá ser capaz de agir no presente
volver uma atenção equilibrada para o que está fazendo, devendo e com objetividade, aceitando a realidade e vivendo suas emo-
priorizar sua relação com as necessidades dos consumidores. ções como são, sem tentar ampliá-las. Já se o sonhador inte-
Um outro aspecto que não se pode silenciar diz respeito a gran- grar-se com o observador, sua capacidade de introspecção será
de quantidade de leis que regem a administração pública brasileira imensa e saberá como ninguém apreciar o silêncio e a reflexão.
que muitas das vezes trazem interpretações contraditórias, dificul- Para o sucesso das equipes, se faz necessário que os seus
tado assim sua eficácia nos três entes federativos, levando assim os integrantes utilizem-se de empatia, coloquem-se no lugar dos
gestores a usarem, muita das vezes, técnicas informais no modo de outros, estejam receptivos ao processo de integração e, dessa
gerir os recursos públicos. forma, permitam-se amoldar. Se não houver esse tipo de aber-
tura, em que cada um dos elementos ceda, a equipe será com-
posta de pessoas que competem entre si, o que traz o retrocesso
COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA E GESTÃO DE REDES da equipe ao conceito simplista de grupo, ou seja, apenas um
ORGANIZACIONAIS agrupamento de indivíduos que dividem o mesmo espaço físico,
mas que possuem objetivos e metas diferentes, bem como não
buscam o aprimoramento e crescimento dos outros.2
Os tipos de personalidade podem contribuir ou não para o Em todo processo onde haja interação entre as pessoas va-
desempenho das equipes. Cada personalidade possui caracte- mos desenvolver relações interpessoais.
rísticas definidas com seus respectivos focos de atenção, que, Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades
todavia, se interagem, definindo indivíduos com certas caracte- são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser
rísticas mais salientes e que incorporam características de um alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional
outro estilo. de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respei-
Vistos de maneira objetiva, nenhum dos tipos de personali- to, amizade. À medida que as atividades e interações prosse-
dade é bom ou mau, certo ou errado. Cada um é uma combina- guem, os sentimentos despertados podem ser diferentes dos
ção distinta de força e fraqueza, beleza e feiura. Nenhum padrão indicados inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimen-
é melhor ou o melhor, pior ou o pior. Às vezes, determinada tos influenciarão as interações e as próprias atividades. Assim,
pessoa pode achar que o seu padrão é o melhor, outra vezes, sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão aumen-
que é o pior. Mas é possível, num momento, encontrar força em to de interação e cooperação, repercutindo favoravelmente nas
um padrão e, num outro, encontrar uma fraqueza. atividades e ensejando maior produtividade. Por outro lado,
O que se observa é que as pessoas acabam ficando perple- sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à dimi-
xas umas com as outras quando começam a perceber os segre- nuição das interações, ao afastamento nas atividades, com pro-
dos que as outras pessoas ocultam das suas personalidades. vável queda de produtividade.
Na análise das personalidades, nada é estanque e tudo pode Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona
se ajustar, desde que se esteja disposto a fazê-lo. Nunca um pro- diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio-
tetor, por exemplo, carrega somente as características da sua ti- nais competentes individualmente podem render muito abaixo de
pologia. Uma pessoa com o centro emocional predominante não sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho.
será necessariamente uma boa artista. Talvez brilhe mais como Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há
administradora, quem sabe? Todos os tipos são interligados e se uma base interna de diferenças que englobam valores, atitu-
movimentam fazendo contrapontos e complementos. des, conhecimentos, informações, preconceitos, experiência
Cada tipo de personalidade é formado por três aspectos: o anterior, gostos, crenças e estilo comportamental, o que traz
predominante, que vigora na maior parte do tempo, quando as inevitáveis diferenças de percepções, opiniões, sentimentos em
coisas transcorrem normalmente e que é chamado de seu tipo; relação a cada situação compartilhada. Essas diferenças passam
o aspecto que vigora quando se é colocado em ação, gerando a constituir um repertório novo: o daquela pessoa naquele gru-
situações de estresse; e o terceiro, que surge nos momentos em po. Como essas diferenças são encaradas e tratadas determina a
que não se sente em plena segurança. modalidade de relacionamento entre membros do grupo, cole-
Exemplificando, ao ver-se numa situação de estresse, o ob- gas de trabalho, superiores e subordinados. Por exemplo: se no
servador (em geral, quieto e retraído) torna-se repentinamente grupo há respeito pela opinião do outro, se a ideia de cada um
extrovertido e amistoso, características típicas do epicurista, é ouvida, e discutida, estabelece-se uma modalidade de relacio-
namento diferente daquela em que não há respeito pela opinião
2 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com
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379
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

do outro, quando ideias e sentimentos não são ouvidos, ou igno- A percepção seletiva é um processo que aparece na comuni-
rados, quando não há troca de informações. A maneira de lidar cação, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base
com diferenças individuais criam certo clima entre as pessoas e em suas necessidades, experiências, formação, interesses, valo-
tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente res, etc.
nos processos de comunicação, no relacionamento interpessoal, A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma im-
no comportamento organizacional e na produtividade. pressões de uma outra na esperança de compreendê-la.
Valores: Representa a convicções básicas de que um modo
específico de conduta ou de condição de existência é individual- Empatia
mente ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e si-
de conduta ou de existência. Eles contêm um elemento de jul- tuações vivenciadas.
gamento, baseado naquilo que o indivíduo acredita ser correto, “Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao en-
bom ou desejável. Os valores costumam ser relativamente está- volvimento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da perspec-
veis e duradouros. tiva dos outros quebra estereótipos tendenciosos e assim leva
Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favorá- a tolerância e a aceitação das diferenças. A empatia é um ato
veis ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou even- de compreensão tão seguro quanto à apreensão do sentido das
tos. Refletem como um indivíduo se sente em relação a alguma palavras contidas numa página impressa.
coisa. Quando digo “gosto do meu trabalho” estou expressan- A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana: re-
do minha atitude em relação ao trabalho. As atitudes não são primir a inclinação natural de sentir com o outro nos faz tratar o
o mesmo que os valores, mas ambos estão inter-relacionados e outro como um objeto.
envolve três componentes: cognitivo, afetivo e comportamen- O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente a em-
tal. patia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos apelos dos
A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmati- outros. Suprimir essa inclinação natural de sentir com outro de-
va avaliadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma sencadeia a crueldade.
atitude. Ela estabelece a base para a parte mais crítica de uma Empatia implica certo grau de compartilhamento emocio-
atitude: o seu componente afetivo. O afeto é o segmento da ati- nal - um pré-requisito para realmente compreender o mundo
tude que se refere ao sentimento e às emoções e se traduz na interior do outro.
afirmação “Não gosto de João porque ele discrimina os outros”.
Finalmente, o sentimento pode provocar resultados no com- A empatia nas empresas
portamento. O componente comportamental de uma atitude
se refere à intenção de se comportar de determinada maneira Qual a relação entre empatia e produtividade?
em relação a alguém ou alguma coisa. Então, para continuar no “O conceito de empatia está relacionado á capacidade de
exemplo, posso decidir evitar a presença de João por causa dos ouvir o outro de tal forma a compreender o mundo a partir de
meus sentimentos em relação a ele. seu ponto de vista. Não pressupõe concordância ou discordân-
Encarar a atitude como composta por três componentes – cia, mas o entendimento da forma de pensar, sentir e agir do
cognição, afeto e comportamento – é algo muito útil para com- interlocutor. No momento em que isso ocorre de forma coletiva,
preender sua complexidade e as relações potenciais entre atitu- a organização dialoga e conhece saltos de produtividade e de
des e comportamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são satisfação das pessoas”.
menos estáveis. “A empatia é primordial para o desenvolvimento das orga-
nizações pois, ela é que define no comportamento individual a
Eficácia no relacionamento interpessoal preocupação de cada indivíduo no equilíbrio comportamental
A competência interpessoal é a habilidade de lidar eficaz- de todos os envolvidos no processo, pois, empatia pressupõe o
mente com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas respeito ao outro.”
de forma adequada à necessidade de cada uma delas e às exi- É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou seja,
gências da situação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade um tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem
de lidar eficazmente com relações interpessoais de acordo com os valores, deficiências e virtudes do outro. No contexto das
três critérios: relações humanas, pode-se afirmar que o sucesso dos relacio-
Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variá- namentos interpessoais depende do grau de compreensão en-
veis relevantes e respectiva interrelação. tre os indivíduos. Quando há compreensão mútua as pessoas
Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo comunicam-se melhor e conseguem resolver conflitos de modo
que não haja regressões. saudável.
Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas
continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, Empoderamento
como quando começaram a resolver seus problemas. Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, é
Dois componentes da competência interpessoal assumem uma ação que permite melhorar a qualidade e a produtivida-
importância capital: a percepção e a habilidade propriamente de dos colaboradores, fazendo com que o resultado do serviço
dita. O processo da percepção precisa ser treinado para uma vi- prestado seja satisfatoriamente melhor. Estas melhorias acon-
são acurada da situação interpessoal. tecem através de delegação de autoridade e de responsabilida-
de, fomentando a colaboração sistêmica entre diferentes níveis
hierárquicos e a propagação de confiança entre os liderados e
os líderes.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Ele simboliza a estratégia da organização e de seus gesto- Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a uma
res de delegar a tomada de decisão para seus colaboradores, relação que envolve poder e responsabilidade, como duas faces
promovendo a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo de de uma mesma moeda. Para promovê-lo, não basta transferir
tomada de decisão da empresa. verbalmente poder às pessoas; elas precisam ter reais condições
O empowerment permite aos funcionários da empresa de agir no pleno exercício da sua responsabilidade, desenvol-
tomarem decisões com base em informações fornecidas pelos vendo o que chamamos de “ownership“, ou seja, agirem como
gestores, aumentando sua participação e responsabilidade nas intraempreendedores e como se fossem “proprietárias” do ne-
atividades da empresa. Geralmente é utilizado em organizações gócio, pensando como empresários.
com cultura participativa, que utilizam equipes de trabalho au-
todirigidas e que compartilham o poder com todos os seus fun- Aplicação do empowerment
cionários. Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do empo-
O empowerment está diretamente ligado ao conceito de li- werment é necessário:
derança e, também, cultura organizacional. Uma vez que não se 1. Um profundo compartilhamento das informações com
pode criar uma cultura de delegação de poder aos funcionários todos os envolvidos. A informação é o objeto que destrói a in-
em uma empresa engessada e burocrática, sem uma estrutura de certeza. Ela é fundamental para a correta tomada de decisões.
hábitos e pensamentos preparada para isso. A empresa que pre- A Informação deve circular, de maneira clara, transparente e
tende se utilizar de uma prática como o empowerment não pode adaptada à condição e necessidade de cada equipe em particu-
ter uma cultura de tomada de decisões centralizada, por exemplo. lar. Algumas informações gerais para o bom entendimento do
negócio e do cenário devem ser compartilhadas com todas as
O empowerment possui quatro bases principais, que são: pessoas, outras mais restritas e sigilosas, apenas com as pes-
• Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e res- soas-chave.
ponsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa 2. A abertura para uma real autonomia dando às pessoas
dar importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e au- não somente as informações, mas o apoio e a liberdade neces-
tonomia de ação. sária para agirem. É preciso confiar nestes profissionais e incen-
• Motivação – proporcionar motivação às pessoas para in- tivá-los a liderar os processos em que estão envolvidos, e sob os
centivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom de- quais assumiram responsabilidades. Uma cultura punitiva impe-
sempenho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas de a autonomia; erros devem ser corrigidos, não punidos. A au-
participem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance tonomia deve guiar-se pela visão, missão e valores da empresa,
das metas. assim como por seus objetivos e metas, dentro do contexto dos
• Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos sistemas e processos em vigor na organização.
de capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso 3. Redução dos níveis hierárquicos e da burocracia que tor-
significa treinar continuamente, proporcionar informações e co- nam as empresas lentas e rígidas. Através da prática de empo-
nhecimento, ensinar continuamente novas técnicas, criar e de- werment, equipes auto-gerenciadas podem atingir alta perfor-
senvolver talentos na organização. mance e buscar a excelência em níveis muito superiores aos de
• Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso empresas centralizadoras.
significa orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir no- Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua adap-
vos horizontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação. tação mais fácil e menos traumática. Gerando um ambiente
apropriado para o aprendizado dos funcionários a fim de torná-
Alguns gestores pensam que o ato de delegar a tomada de -los tomadores de decisão dentro da empresa.3
decisão para um funcionário é sinônimo de perda de controle
ou liderança. Este é um ponto que merece uma discussão maior, Eficácia no comportamento interpessoal.
uma vez que abrange diversos aspectos, mas o mais importante A postura profissional é o comportamento adequado dentro
de se destacar é que o empowerment valoriza os funcionários e das organizações, na qual busca seguir os valores da empresa
melhora a condução dos processos internos à empresa. para um resultado positivo.

Vantagens do empowerment A importância da qualidade


Com mencionado anteriormente, a adoção do empower- As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais con-
ment por parte das empresas traz diversos benefícios para elas, tínuas aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve
como por exemplo: o aumento da motivação e da satisfação dos ao fenômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preo-
funcionários, aumentando assim a taxa de retenção dos talentos cupação com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores.
da empresa, o compartilhamento das responsabilidades e tare- Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar
fas, maior agilidade e flexibilidade no processo de tomada de seu perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se
decisão, etc. Além, claro, de estimular o aparecimento de novos ajustando às exigências do mercado, cada vez maiores. Para su-
líderes dentro das empresas. perar os novos desafios impostos pela realidade e atender às
Por este motivo, é cada vez maior o número de gestores que expectativas dos clientes, as empresas precisam de profissionais
preparam suas organizações para a prática do empowerment, competentes e que realizem suas atividades com qualidade.
treinando e doutrinando seus funcionários para que possam re-
ceber tais responsabilidades de forma correta.

3 Texto adaptado de Gustavo Periard


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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem  Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é neces-
corporativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em sário ter estima por todos os colegas de trabalho, mas respeitá-
dia, significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. -lo é uma obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas
Ou seja, é um conjunto de características que distinguem, de em demais situações cotidianas. Por isso, respeitar as diferenças
forma positiva, um profissional ou uma empresa dos demais e e os limites no relacionamento com os outros é fundamental.
que agregam valor ao seu trabalho.  Aceitar opiniões. É importante saber escutar, opinar e
Para se manter competitivo no mercado e ter um diferen- aceitar opiniões diferentes, pois essa atitude acaba levando as
cial, o profissional precisa realizar suas atividades corretamen- pessoas a também entenderem o seu ponto de vista, sem que
te. Apenas a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no este seja imposto ao demais.
mercado. O grande desafio do profissional de qualquer área de  Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação cons-
atuação é saber se relacionar bem (tratar as pessoas adequa- tante em melhorar, dificilmente se terá problemas com relação
damente, mostrar-se disponível e acessível, ser gentil), ter um a postura profissional, pois essa preocupação constante em me-
comportamento compatível com as regras e valores da empresa lhorar é um ponto que leva a melhoria contínua nas carreiras
e se comunicar bem (se fazer entender pelos outros, escrever profissionais.
bem, saber ouvir).  Espera-se que todo profissional tenha um preparo bási-
Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito di- co, mas o novo profissional deve demonstrar também esforço e
nâmico, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que interesse incansáveis para aprender.
representa qualidade para uma empresa não necessariamente  É necessário ter um ânimo permanente, disposição
o é para outra. Portanto, ao iniciar qualquer experiência profis- para o trabalho e para correr atrás do que se quer.
sional, procure entender quais são as competências valorizadas  O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade
naquele ambiente de trabalho. Investir nelas é o primeiro passo e boa administração do seu tempo e das suas tarefas.
para realizar suas tarefas com qualidade.  Muitas organizações começam a mostrar interesse em
investir na capacitação de seus funcionários, mas, para isso, é
As novas exigências preciso uma sólida relação de confiança mútua.
Aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho  A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, ne-
já devem ter escutado de professores, pais ou pessoas mais nhuma relação profissional pode dar certo.
experientes que “a concorrência está cada vez mais acirrada”
e que “é preciso se preparar”, e os recém-chegados ao mundo Há, ainda, outras características que certamente podem
corporativo já podem ter constatado esse fato. Mas o que isso contar pontos positivos na hora da contratação ou mesmo na
significa na prática? convivência diária no ambiente de trabalho: uma boa rede de
Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à contatos; persistência (uma vez que a vontade, por si só, às ve-
escolha do curso superior e ao desempenho na faculdade, mas zes não basta); cuidado com a aparência; assiduidade e pontua-
não é de todo verdade: isso é o primeiro passo, mas não garante lidade.
uma vaga no mercado. Dia após dia, surgem novas tecnologias A Conexão Profissional, na terceira edição da série Desafios
e formas de se executar melhor uma tarefa e, com elas, rela- para se tornar um bom profissional, trata de mais um dos desa-
ções de trabalho que exigem uma nova postura profissional — a fios dos recém-chegados ao mundo corporativo: a atenção aos
de desenvolver as “habilidades” necessárias para enfrentar os processos e às rotinas nas organizações.
desafios propostos. Na verdade, algumas dessas habilidades Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros pas-
só ganharam destaque recentemente, enquanto outras apenas sos a serem dados é procurar compreender a rotina da organi-
mudaram de foco, atualizando-se. Vejamos algumas delas: zação. Ter uma visão global das atividades que a organização
 Seja parceiro da educação. Uma boa postura profissio- desenvolve é indispensável para um bom desempenho e, prin-
nal exige uma boa educação, ou seja, respeitar os demais, saber cipalmente, para a conquista da autonomia. Para tanto, é fun-
se comportar em público, honrar os compromissos e prezar pela damental atenção contínua aos processos. Com isso, você pode
organização no ambiente de trabalho. compreender o seu papel na equipe e na organização, além de
 Mantenha sempre uma boa aparência. Não é neces- entender como os setores interagem e qual a função e inter-re-
sário estar sempre elegante, pois uma boa aparência significa lação de cada um, considerando o conjunto.
saber usar a roupa certa no lugar certo. Devemos saber nos ves- Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite oti-
tir de acordo com que o local de trabalho nos solicita, sabendo mizar e sistematizar suas atividades. Além disso, você pode ad-
sempre o que é certo e o que é errado para cada ambiente. ministrar melhor o seu tempo, identificar e solucionar eventuais
 Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente uma problemas com mais agilidade, bem como propor alternativas
questão de bom senso, mas também uma questão de compro- para aprimorar a qualidade do trabalho, sempre com o foco nos
metimento profissional. Desenvolver as tarefas que lhe são atri- resultados.
buídas é um ponto positivo que acaba também sendo avaliado Sem a compreensão dos processos, é menos provável per-
por gestores do colaborador. ceber o seu papel na organização. Resultado: mais desperdício,
 Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e menos produtividade. Evite sempre trabalhar no “piloto auto-
cumpra os horários planejados, mantendo sempre a pontualida- mático”. Isso pode acarretar retrabalho, gasto desnecessário de
de para os compromissos marcados. energia e recursos, não-cumprimento de prazos, burocratização
e baixa competitividade. Em síntese: prejuízo para você e para
a empresa.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é cada INTELIGÊNCIA EMOCIONAL


vez mais importante possuir uma visão global do ambiente de Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil.
trabalho. Conhecer a rotina da organização e manter atenção Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora
aos processos só trazem ganhos para ambas as partes: para o certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil.
profissional, maior competitividade e possibilidade de agilizar Aristóteles
soluções e, para a empresa, equipes mais integradas e que falam
a mesma língua. Para o conjunto, melhores resultados.4 Como trabalhar bem com os outros? Como entender os ou-
tros e fazer-se entender?
A competência interpessoal é habilidade de lidar eficazmen- A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a vida emo-
te com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de cional. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se nos recifes
forma adequada à necessidade de cada uma delas e às exigên- das paixões e dos impulsos desenfreados, pessoas com alto nível
cias da situação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de li- de QI pode ser pilotos incompetentes de sua vida particular.
dar eficazmente com relações interpessoais de acordo com três A aptidão emocional é uma capacidade que determina até
critérios: onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões que tenha-
 Percepção acurada da situação interpessoal, de suas mos, incluindo o intelecto bruto.
variáveis relevantes e respectiva inter-relação. Inteligência emocional: É a habilidade de lidar eficazmen-
 Habilidade de resolver realmente os problemas de tal te com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de
modo que não haja regressões. forma adequada as necessidades de cada uma e as exigências
 Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas en- da situação, observando as emoções e reações evidenciadas no
volvidas continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo comportamento do outro e no seu próprio comportamento.
menos, como quando começaram a resolver seus problemas. Inteligência intrapessoal: É a habilidade de lidar com o seu
próprio comportamento. Exige autoconhecimento, controle
Dois componentes da competência interpessoal assumem emocional, automotivação e saber reconhecer os sentimentos
importância capital: a percepção e a habilidade propriamente quando eles ocorrem.
dita. O processo da percepção precisa ser treinado para uma vi- Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar eficazmen-
são acurada da situação interpessoal. te com outras pessoas de forma adequada.
A percepção seletiva é um processo que aparece na comuni-
cação, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base ELEMENTOS BÁSICOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
em suas necessidades, experiências, formação, interesses, valo- • Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar autocon-
res, etc. fiança, conhecer pontos positivos e negativos.
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma im- • Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as próprias
pressões de uma outra na esperança de compreendê-la. emoções e impulsos.
Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas pelas organi- • Automotivação: Capacidade de gerenciar as próprias
zações, que reinventam sua dinâmica produtiva, desenvolvendo emoções com vistas a uma meta a ser alcançada. Persistir diante
novas formas de trabalho e de resolução de conflitos. Surgem de fracassos e dificuldades.
novos paradigmas de relações das organizações com fornece- • Reconhecer emoções nos outros: Empatia.
dores, clientes e colaboradores. Nesse contexto, as relações hu- • Habilidade em relacionamentos interpessoais: aptidão
manas no ambiente de trabalho tem sido foco da atenção dos social
gestores, para que sejam desenvolvidas habilidades e atitudes Fatores positivos do relacionamento
necessárias ao manejo inteligente das relações interpessoais. Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num
somatório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no
DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA atendimento interno e externo. Assim, desde que cumpridos ou
Chamamos de competência a integração e a coordenação de atendidos requisitos básicos de valorização do outro, estaremos
um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (C.H.A.) falando de um bom relacionamento. Os níveis de relacionamen-
que na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada. to aqui devem ser elevados, tendo em vista sempre o direito de
C – conhecimento - SABER cada indivíduo de receber com qualidade a supressão de suas
H – habilidade – SABER FAZER necessidades.
A - atitude - QUERER FAZER O relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tra-
tam e se comunicam. Quando os indivíduos se comunicam bem,
A COMPETÊNCIA TÉCNICA envolve o C.H.A em áreas técnicas e o gostam de fazer, se diz que há um bom relacionamento entre
específicas. as partes. Quando se tratam mal, e pelo menos um deles não
gosta de entrar em contato com os outros, é um mau relacio-
A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas rela- namento.
ções interpessoais.

4 Por Rozilane Mendonça


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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Fatores que interferem no trabalho em equipe • Ser discreto nas relações de trabalho e nas relações com o
- Estrelismo; cidadão-usuário é preservar a privacidade e a individualidade, não
- Ausência de comunicação e de liderança; invadir a privacidade, não espalhar detalhes da vida pessoal nem
- Posturas autoritárias; tampouco detalhes de assuntos que correm em segredo de justiça.
- Incapacidade de ouvir;
- Falta de treinamento e de objetivos; Comportamento receptivo e defensivo
- Não saber “quem é quem” na equipe.
Comportamento Receptivo
Fatores positivos do relacionamento Significa perceber e aceitar possibilidades que a maioria das
pessoas ignora ou rejeita prematuramente.
Comunicabilidade Pode ser de natureza sensorial ou psicológica.
• habilidade de expor as ideias; No primeiro caso a pessoa se caracteriza por estar atento ao
• clareza na comunicação verbal; que acontece a sua volta.
• é a qualidade do ato comunicativo otimizado, no qual a No segundo a característica é de pessoa de mente aberta e
mensagem é transferida integral, correta, rápida e economica- sem preconceitos à novas ideias.
mente e sem “ruídos”. A curiosidade é inerente do comportamento receptivo.

Objetividade Comportamento Defensivo


• relacionada com a clareza na informação prestada ao O servidor não tem comportamento receptivo quando:
usuário. • parecem saber de tudo;
• é importante ser claro e direto nas informações prestadas, • nunca têm dúvidas;
sem rodeios, dispensando informações desnecessárias à situa- • que têm resposta para qualquer pergunta;
ção. • sempre têm certeza das coisas;
• que não admitem ser contestados;
Eficiência • têm todas as informações;
• A Administração Pública deve atender o cidadão com agi- • acham que estão sempre certos;
lidade, com adequada organização interna e ótimo aproveita- • tendem a colocar os outros na defensiva.
mento dos recursos disponíveis. • age como o “dono da verdade” - transmite a ideia de que
todos os outros são “ignorantes” e não têm nada de útil ou in-
Presteza teressante a dizer.
• Manifestação do interesse em atender às necessidades do • quando afirma suas verdades e não admite contestação
usuário. - transmite a mensagem de que vê a si mesmo como professor,
considerando todos os outros como aprendizes.
Interesse • faz os ouvintes experimentarem sentimentos de inferiori-
• É importante mostrar-se interessado pelo problema/situa- dade, o que produz um comportamento defensivo.
ção do cidadão-usuário.
• Mostrar empenho para lhe apresentar as soluções. Habilidades necessárias ao bom relacionamento no traba-
• O interesse na prestação do serviço está diretamente rela- lho
cionado à presteza, à eficiência e à empatia. • Habilidade de comunicar ideias de forma clara e precisa
em situações individuais e de grupo.
Não apenas nas relações humanas assim como nas relações • Habilidade de ouvir e compreender o que os outros dizem.
de trabalho, colocar-se no lugar do outro (empatia) garante • Habilidade de aceitar críticas sem fortes reações emocio-
maior sensibilidade e interesse ao usuário do serviço público. nais defensivas (tornando-se hostil ou “fechando-se”)
• Habilidade de dar feedback aos outros de modo útil e
Tolerância construtivo.
• É a tendência em admitir que modos de pensar, agir e sen- • Habilidade de percepção e consciência de necessidades,
tir são diferentes de pessoa para pessoa. sentimentos e reações dos outros.
• É tolerante aquele que admite as diferenças e respeita à • Habilidade de reconhecer, diagnosticar e lidar com confli-
diversidade. tos e hostilidade dos outros.
• Habilidade de modificar o meu ponto de vista e compor-
Discrição tamento no grupo em função do feedback dos outros e dos ob-
• Ser discreto é ter sensatez, ser reservado, recatado e des- jetivos a alcançar.
cente. • Tendência a procurar relacionamento mais próximo com
• Não devemos confundir com o princípio da publicidade. Os as pessoas, dar e receber afeto no seu grupo de trabalho.
atos administrativos devem seguir o princípio da publicidade que
significa manter a total transparência na prática dos atos da Admi- Órgão, servidor e opinião pública
nistração Pública. A opinião pública tem uma visão estereotipada do funcio-
nário público. Nesta visão, são realçados os aspectos negativos:
menor empenho no trabalho, descaso na prestação de serviços
e acomodação nas rotinas do emprego etc.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Esta é uma visão muito antiga. O servidor na interação entre o Estado e a sociedade
Desmistificar um estereótipo social é sabidamente uma ta- Ao trazer para o debate a importância de priorizar os servi-
refa de paciência e que demanda tempo. É necessária uma es- dores públicos nos processos de comunicação e relacionamento,
tratégia, permanente e progressiva de esclarecimento da socie- parte-se do pressuposto de que é no dia a dia, no atendimento
dade civil, a fim de mostrar o porquê da existência do servidor face a face que o Estado mais é chamado a se posicionar.
público e sua necessidade. O porquê de sua necessária e cons- E é nessa circunstância de interação direta entre os repre-
tante valorização. sentantes do governo e aqueles que compõem a sociedade, que
A Constituição de 1988 estabelece que a única maneira de a imagem construída nos demais meios de comunicação se con-
provimento de cargos públicos efetivo é através de concurso. firma ou é atirada por terra.
Atualmente, a maior parte do funcionalismo público de cargos A maioria das críticas ao governo é recebida pela equipe de
efetivos é formada por servidores concursados, aprovados em trabalho antes de chegar às autoridades eleitas. E quem mais
certames que exigem muito preparo. exerce esse papel de “para-raios” é o servidor que trabalha em
Mas, uma boa parte dos cargos comissionados, a maioria contato direto com o cidadão. Seja nos setores destinados exclu-
cargos de gestão, são ocupados por servidores nomeados segun- sivamente ao atendimento de reclamações e solicitações, seja
do critérios de interresses políticos. Isso gera um quadro onde o na portaria, na rua, na obra, nas escolas, nas unidades de saúde
servidor tem uma boa formação, mas os chefes são amadores. ou nos setores administrativos. Independentemente de seu per-
Além disso, há uma gama de outros funcionários seleciona- fil e função, ele é reiteradamente indagado pelo cidadão sobre
dos pelo critério “quem indica”, contratados temporariamente, os serviços oferecidos pela administração pública, bem como so-
ou terceirizados, ou para Consultoria e cujos contratos são reno- bre as formas de acesso e os prazos de execução.
vados inúmeras vezes equivalendo na prática a quase um cargo Atendentes, motoristas, recepcionistas, dirigentes, telefo-
permanente. Infelizmente há ainda esses que caem de paraque- nistas, técnicos, terceirizados, representam uma instituição aos
das no serviço público. olhos do público externo.
Entretanto, o que se percebe é que a cena da repartição Tudo e todos comunicam. Cada integrante de uma organi-
cheia de máquinas de datilografia e cadeiras com paletós sobre zação é um agente responsável por ajudar o cidadão a saber da
elas repousando, hoje é tão pitoresca quanto rara. existência de informações, ter acesso fácil e compreensão, delas
É claro que exames rigorosos para admissão de novos ser- se apropriar e ter a possibilidade de dialogar e participar em bus-
vidores aumentam a qualidade do funcionalismo , mas não é só ca da transformação de sua própria realidade. (DUARTE, Jorge,
isso. É preciso estruturar carreiras no serviço público com cursos 2007, p. 68).
obrigatórios e específicos para o setor público. O Estado, portanto, fala por meio de seus servidores. Ao
Os cidadãos estão cada vez mais conscientes de que o ser- atender o cidadão, ele é um braço do Estado em posição es-
viço público que lhe é prestado não é gratuito: é muito caro. tratégica de porta-voz dos serviços disponíveis e “tradutor” de
Pagam-se tributos de várias espécies, numa complexa configu- normas e procedimentos, incumbido de adequar o conteúdo e
ração fiscal (cumulatividade, bi-tributação, efeito cascata, guer- a linguagem a cada demanda e a cada interlocutor. Além disso,
ra fiscal, etc...) que precisam arcar, inclusive, com os custos da também está em situação privilegiada para captar as impres-
burocracia excessiva e da provisão para fraudes. sões, críticas, desejos e necessidades do público, na medida em
A sociedade está ciente de que o serviço público deve ser que o contato direto cotidiano com os cidadãos oferece subsí-
eficiente e de que o servidor público está ali para servir a socie- dios para identificar fragilidades no atendimento, nos proces-
dade. sos, na divulgação dos serviços e na própria política.
O emprego público deve explorar as habilidades que fizeram Lipsky (1980) destaca que esses atores têm informações que
o candidato ser empossado. A remuneração, a depender da car- podem indicar caminhos para aprimorar as políticas e promover
reira, deve ser mantida em níveis competitivos ao da esfera pri- a gestão democrática dos programas. O valor estratégico da me-
vada. Mas, nada disso visa a efemeridade do “status” que alguns diação que os servidores fazem entre o Estado e a sociedade,
servidores públicos apreciam. Tudo visa o fim público, objetiva a não só como executores, mas também definidores dessa rela-
satisfação das necessidades coletivas. ção, chama a atenção para a análise do seu papel na grande rede
Uma nova política de recursos humanos é necessária. De- social interligada ao Estado.
verá ser permanente e estar em constante aperfeiçoamento, O que alimenta o funcionamento de uma organização é o
produzindo, na ponta, servidores mais críticos, competentes, que o funcionário sabe. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Nessa
inovadores e cientes de sua missão pública. Essa é a única forma perspectiva, ele é percebido não como cumpridor de planos,
de se resgatar, perante a sociedade, a dignidade da função, e se mas um negociador, capaz de incentivar o diálogo, coletivizar
ganhar do público, o reconhecimento devido. ideias, formular alternativas e articular a ação conjunta.
Perante a sociedade, maus servidores não têm direitos - nem A complexidade dos problemas sociais requer retroalimen-
de grevar, porque são dispensáveis. Bons servidores, ao contrá- tação e aprendizagem constantes, decodificação das informa-
rio, competentes e atenciosos, tornam-se mais fortes e reconhe- ções recebidas, flexibilização de regras e disseminação de co-
cidos, porque imprescindíveis. Não adianta simplesmente lutar nhecimento. Sob essa perspectiva, os servidores se revelam
pelo salário sem ter postura e ética na hora de servir.5 duplamente agentes de comunicação pública: como agentes
melhor posicionados para contribuir com informações e conhe-
cimento para aprimorar os serviços públicos (levando informa-
ção do cidadão para o Estado e deste para o cidadão) e também
como agentes encarregados de efetivar as políticas públicas.
5 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com.br
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A comunicação dirigida face a face pode viabilizar soluções conforme o desenho original, desmotivados, sobrecarregados,
cotidianas para os cidadãos que solicitam atenção e esperam trabalhando sob situação de estresse devido ao alto grau de
por informações corretas. Além disso, Argenti (2006) afirma incerteza inerente à diversidade das necessidades dos clientes
que a credibilidade adquirida por meio do relacionamento com e aos parcos recursos disponíveis, quer para o pagamento dos
grupos específicos tende a surtir mais efeito que campanhas e salários, quer para a execução mesmo das políticas. (SCHMIDT,
anúncios corporativos massivos. 2006, p. 17-18).
As organizações públicas, e especificamente as administra- Hogwood e Gunn (1993) listam diversas precondições para
ções municipais, que desejam atingir resultados na implantação a adequada implementação das políticas públicas. Dentre outros
das práticas de comunicação com seus cidadãos precisam utili- fatores, eles apontam o acordo sobre os objetivos, a perfeita
zar com eficiência o contato direto com estes, gerando interati- comunicação e coordenação e a obediência aos superiores. Con-
vidade e contribuindo para a constituição de imagem favorável. sidera-se, no entanto, que tais aspectos dificilmente serão total-
(GERZSON; MULLER, 2009, p. 65). mente atendidos porque os indivíduos tendem a resistir a serem
Woodrow Wilson, um dos inspiradores do paradigma clássi- tratados como meios. Eles interagem como seres integrais, tra-
co da administração pública, já em 1887, demonstrava a impor- zendo suas próprias perspectivas.
tância de aproximá-la da sociedade. Ele defendia a eliminação Mesmo que a formalidade burocrática vise a padronizar
do anonimato burocrático e a discricionariedade como formas procedimentos, os servidores têm uma certa liberdade de de-
de aumentar a responsabilidade e criticava a desconfiança ilimi- cisão. Sua adaptação às normas pode ser feita de modo a des-
tada nos administradores e nas instituições públicas. virtuar completamente os objetivos, ampliando ainda mais as
Considerando tais questões, abordar a comunicação pública cobranças relativas aos procedimentos burocráticos irrelevantes
sob o prisma da relação individual entre servidor e cidadão é ou promovendo uma adaptação favorável ao cidadão, explican-
uma tentativa de compreender as estratégias e os mecanismos do os trâmites de forma simplificada, apontando alternativas
envolvidos na comunicação formal e informal e o modo como os ou mesmo flexibilizando as normas para melhor atender cada
servidores lidam com os interesses e as demandas dos cidadãos. cidadão.
Chamar a atenção para o papel dos servidores na adequa- Assim, as prioridades outorgadas pelos planejadores tam-
ção das políticas governamentais é considerar que ações públi- bém são influenciadas pelo poder político de instâncias do pró-
cas não são isentas. Elas trazem a marca dos interesses e das prio poder público. Destaca-se, então, a importância de focar
percepções de seus executores, o que pode causar distorções a tríade governo-servidor-cidadão na comunicação pública.
entre as necessidades dos cidadãos e o que o Estado lhes ofere- Entende-se, neste caso, que o governo é o agente do primei-
ce. (SKOCPOL, 1985). Busca-se, portanto, destacar a necessida- ro escalão, responsável por grandes decisões e por formatar e
de de considerar que o Estado se submete não só a interesses planejar a implantação das políticas públicas. Por outro lado,
localizados na sociedade, mas também aos interesses de seus considera-se que tanto a política quanto a comunicação pública
próprios membros. direcionadas ao cidadão só se efetivam na ação, e o servidor que
Segundo Rhodes (1986), implícito à concepção de redes está as implementa pode alterar o curso delas.
o argumento de que a implementação é um elemento-chave no Do ponto de vista comportamental, muito do que se sabe
processo político, pois os objetivos iniciais podem ser substan- sobre as estratégias de interação entre os servidores e os cida-
cialmente transformados quando levados à prática. dãos deve-se às pesquisas empíricas desenvolvidas por Lipsky
Porém, a concepção tradicional da administração pública (1980). O autor afirma que os servidores públicos desenvolvem
pressupõe que as políticas são implementadas tal como foram um conjunto de estratégias que são postas em ação de acordo
planejadas, desconsiderando o contexto e as especificidades de com o tipo de demanda existente.
quem as implementa e de quem as recebe. Focar as redes numa Chamado de “burocrata no nível da rua”, por Michael Lipsky
perspectiva micro possibilita perceber in loco como, de fato, a (1980), o servidor focado nesse estudo trata-se de um prestador
implementação das políticas é efetivada. de serviços públicos, diretamente atuante na oferta desses ser-
O distanciamento hierárquico e a falta de interação entre viços e com contato pessoal com os usuários. A burocracia de
os formuladores (agentes políticos) e implementadores (agen- nível de rua (street level bureaucracy) considera que os escalões
tes administrativos) podem gerar distorções em ambos os pro- mais baixos são essenciais para o funcionamento efetivo e prega
cessos, refletidas na distância entre a política planejada e a po- que a aproximação ajuda a definir a relação entre Estado e so-
lítica que chega ao cidadão. A implementação dos programas ciedade. (FERRAREZI, 2007).
criados nos níveis hierárquicos superiores pode diferir do que Dasso Junior (2002) destaca que o papel a ser desempe-
foi proposto, por diversos motivos: a falta de entendimento, a nhado pelos servidores diante da necessidade de flexibilizar
não explicitação dos objetivos, os interesses políticos de quem procedimentos burocráticos incongruentes com a realidade dos
implementa a ação, a (re)significação em função da vivência e atendimentos passa por reconstruir a capacidade analítica do
percepção do servidor, ou mesmo a adaptação consciente às Estado. É preciso “dotar a administração pública de capacida-
condições de trabalho ou às condições específicas dos cidadãos de para dar respostas às demandas sociais, definidas através de
atendidos. processos participativos”. (DASSO JUNIOR, 2002, p. 13). Para
Dentre os fatores que podem levar a essa desconexão está isso, o autor defende a flexibilização e redução da estrutura hie-
o fato de que os trabalhadores que estão em suas atividades rárquica, bem como a inclusão dos servidores na formulação e
diárias em contato direto com os cidadãos possuem suas pró- gestão das políticas.
prias referências; eles agem em respeito a elas (...). É relevante “O instrumento fundamental de ação do servidor é a infor-
o fato de as políticas públicas serem executadas no nível da rua, mação, o que requer capacidade de captar, transferir, dissemi-
por funcionários muitas vezes desconhecedores das políticas nar e utilizá-la de forma proativa e interativa.” (JUNQUEIRA;
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

INOJOSA, 1992, p. 29). Mas, para alterar o formato instrumental A abundância de fluxos e demandas informacionais requer
de comunicação, é preciso vencer resistências e posições arrai- reconhecer a organização como ator social com influências mul-
gadas. A construção de relacionamentos requer a superação de tidirecionais. Nessa perspectiva, a rede não é apenas uma cadeia
barreiras como a resistência de gestores e servidores historica- de vínculos, mas também uma maneira de analisar e entender
mente acostumados com estruturas hierarquizadas e com um os processos de comunicação no contexto das organizações de
processo verticalizado e marcado pela apropriação e pelo con- uma forma dinâmica e próxima da prática cotidiana, consideran-
trole da informação. do-se as relações que as constituem.
Ao se analisar o Estado após o processo de redemocratiza- Ao estabelecer vínculos internos e externos entre diferentes
ção do Brasil, é possível verificar que a incapacidade de os go- conjuntos de ação, a análise das redes de comunicação possibili-
vernos centrais darem respostas a demandas sociais cada vez ta estabelecer nexos explicativos entre as relações dinâmicas do
mais complexas, diversas e conflitantes, cujos atores reivindi- sistema do “nós” da comunidade de comunicação com o ecossis-
cam atenção diferenciada, resulta na descentralização adminis- tema externo do “eles” possibilitando, inclusive identificar suas
trativa. dialéticas na definição cognitiva de um campo de ação comum.
Embora tal medida, baseada no modelo da nova gestão pú- (HANSEN, 2006, p. 2-3).
blica, busque proporcionar mais flexibilidade e autonomia para Dentro das organizações, pode-se utilizar a metodologia
aproximar as estruturas de decisão dos cidadãos, a tendência de rede para identificar relações de cooperação e conflito, bem
dos governos em implementar políticas autorreferentes persis- como para avaliar a influência da hierarquia e de interesses indi-
te. Verifica-se uma proliferação de decisões “por um pequeno viduais nas relações, as interações dentro dos setores e transe-
círculo que se localiza em instâncias enclausuradas na alta buro- toriais, as competências e as relações de poder. No aspecto das
cracia governamental”. (DINIZ, 1998, p. 34). redes externas, cabe considerar o atendimento, a captação de
Assim, o desenho institucional trazido pela nova adminis- informações que possibilitem adequar às demandas e as rela-
tração pública aumentou o isolamento dos decisores. (DINIZ, ções estabelecidas com outras organizações.
2000). Via de regra, eles trabalham em gabinetes distantes dos Se por um lado, a análise de redes sociais trabalha com os
pontos de atendimento e não mantêm contato frequente com mesmos instrumentos de captação de dados utilizados pelas
os cidadãos atingidos por suas decisões. Por outro lado, a maio- ciências sociais: questionários, entrevista, análise documental;
ria daqueles que mantêm contato cotidiano com os cidadãos no por outro, ela oferece novas possibilidades na análise de tais
processo de implementação e disponibilização das políticas, nos dados.
balcões de atendimento, representando o governo em reuniões
com os diferentes grupos associativos da sociedade civil, ou exe- A análise de redes sociais tem uma dimensão propriamente
cutando políticas de educação, saúde, habitação, infraestrutura social e comunicacional, que permite traçar os elos, as intera-
e assistência social, exerce suas funções longe dos níveis hierár- ções e as motivações dos atores em função do convívio (concre-
quicos estratégicos. Não raro, seu papel é considerado inexpres- to ou virtual) e dos interesses e dos objetivos compartilhados.
sivo no modelo top-down de implementação de políticas. (MARTELETO, 2010, p.39)
A participação no gerenciamento pode criar motivação para Nessa rede cujos nós são conectados pela relação que esta-
o trabalho e mais independência além, é claro, de proporcio- belecem, percebe-se que não só emissor e receptor se ajustam
nar muitos benefícios para a instituição, que poderá entender e se influenciam na interação como também recebem outras in-
melhor as demandas do cidadão, ao mesmo tempo em que o fluências diretas e indiretas. A análise de redes sociais possibilita
beneficia com um atendimento mais adequado. mapear e analisar não apenas a mútua afetação, mas múltiplas
Resolver problemas, seguidas vezes partindo do zero e uti- afetações decorrentes das interações intraorganizacionais e so-
lizar esforços em duplicata são, segundo Davenport e Prusak ciais mais amplas.
(1998), práticas comuns nas quais o conhecimento14 de solu- No enfoque da rede, ter prestígio significa ser um ator que
ções já criadas não é compartilhado. Os autores destacam que recebe mais informações do que envia. (WASSERMAN; FAUST,
há um saber oculto, em estado latente no processo de traba- 1999, p. 173). Sendo assim, a partir da análise das ligações é pos-
lho e na mente dos trabalhadores, que pode ser conhecido e sível identificar indivíduos mais bem posicionados em relação ao
socializado. A transferência de conhecimento nas organizações fluxo relacional e que, em razão desta posição, possuem maior
também ocorre nas conversas informais e contatos pessoais. O poder de influenciar a comunicação entre os indivíduos com os
desafio é transformar o conhecimento latente em linguagem co- quais se relacionam.
municativa, de modo a incorporá-lo ao processo de trabalho e A análise de rede aponta o poder de influência dos atores
ao patrimônio da instituição. com base em diferentes aspectos posicionais. Ela identifica não
Tal como destacam tais autores, se a realidade política de só os líderes de opinião, caracterizados como aqueles que mais
uma organização permite que se multipliquem enclausuradores influenciam as atividades, os relacionamentos e as informações
do conhecimento, o intercâmbio será mínimo. Eles defendem na rede, mas também os membros pelos quais passam os flu-
que, ao invés de as informações serem represadas nos altos es- xos mais intensos, aqueles que mais intermedeiam contatos ou
calões ou mesmo em nível gerencial, elas tenham fluxo entre aqueles cujo potencial pode ser melhor explorado; além das co-
os níveis hierárquicos e cheguem à ponta, aos funcionários que nexões diretas e indiretas, o grau de reciprocidade; a interação
representam diretamente a organização nos atendimentos co- dentro e entre os subgrupos e a coesão das relações. De forma
tidianos. Assim, a informação constituiria não só recurso estra- análoga, também é possível identificar aqueles que constituem
tégico para o planejamento, controle e tomada de decisão, mas barreiras, comprometendo o processo comunicacional.
também para embasar as ações cotidianas.
Análise de redes sociais na comunicação organizacional
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Assim, a análise da comunicação organizacional, sob o pris- focada em metas e resultados. No entanto, a reprodução do or-
ma das relações em rede, possibilita responder questões como: ganograma nas relações informais é um indicativo da influência
com quem cada indivíduo busca informação sobre determinado do padrão burocrático de administrar.
assunto; quais deles se conhecem ou quem tem acesso a quem; Desconsiderar a ponte entre a rede intraorganizacional e
com que frequência trocam informações; se os colegas sabem a rede extraorganizacional do órgão como elemento estratégi-
com quem buscar cada tipo de informação; se utilizam tais fon- co de acesso ao cidadão por meio da interação pessoal é criar
tes; que tipo de relação estabelecem. Mais que responder tais uma barreira. É por meio da interação entre as redes que elas
questões, a análise demonstra como cada aspecto influencia a se renovam. A troca de informações é que as torna dinâmicas e
estrutura de relações do grupo. possibilita inovações.
A rede considera a dinâmica dos objetos empíricos das ciên- A comunicação é a utilização de qualquer meio pelo qual
cias sociais e, portanto, é mutável. Ela possibilita indicar mudan- uma mensagem é transmitida. Podemos dizer que a comunica-
ças e permanências nos modos de comunicação e transferência ção é a transmissão de um modo de pensar, de ser e de sentir.
de informações, nas formas de sociabilidade, aprendizagem, au- Seu objetivo é influenciar com o objetivo de se obter uma reação
torias, escritas e acesso aos patrimônios culturais e de saberes específica de quem recebe a mensagem.
das sociedades mundializadas. (MARTELETO, 2010, p. 28). É através da comunicação que as pessoas conseguem ex-
Com isso, as redes constituem um meio de aprimorar a co- pressar suas emoções, motivar outras pessoas, transmitir fatos,
municação, respeitando a autonomia e as diferenças individuais, opiniões e experiências. É preciso que se tenha um bom conhe-
onde cada um constitui uma unidade em si, único em forma e cimento sobre como bem utilizar esta ferramenta. Saber comu-
posição. Ao considerar a capacidade e os recursos informacio- nicar é um atributo que todos nós possuímos, porém, alguns
nais de cada membro e sua competência em compartilhá-los, a sabem utiliza-la melhor do que os outros.
rede possibilita melhor promover articulações tanto na concep- É preciso que a comunicação, como ferramenta, seja usada
ção quanto na execução de suas funções. em benefício do indivíduo e da empresa.
A comunicação no contexto das organizações como proces- Um grande engano ocorre quando se confunde comunica-
so relacional entre seus membros e destes com redes externas ção com falar. Comunicação é muito mais do que simplesmente
não é restrita às relações hierárquicas e aos meios formais. Mais o ato da fala. Ela envolve outros sentidos que, na maioria das
que as estratégias utilizadas pelos meios de comunicação insti- vezes, não são considerados como importantes. Ver, ouvir, sen-
tucional e mais ainda que os aspectos estritamente hierárqui- tir são, constantemente, esquecidos quando se discute o pro-
cos, analisar a comunicação nesse contexto requer uma aborda- cesso de comunicação. Muitas pessoas falam, e por não saber
gem a partir dos vínculos, construídos intencionalmente ou não COMUNICAR provocam danos irreparáveis na sua rede de rela-
e que estão em constante interação e transformação. ções humanas, principalmente na rede de relacionamentos pro-
fissionais.
A comunicação não é algo estanque. Ela existe a partir de Muitas pessoas escutam mas não ouvem, muitas olham mas
uma rede de relações que produz múltiplos sentidos. Nessa não vêem. Ouvir requer muita prática e paciência. Requer a ca-
concepção, a proposta é abordar a comunicação organizacional pacidade de saber segurar o impulso da impaciência para deixar
como um processo social capaz de reconfigurar-se e reconfigu- a outra pessoa se expressar. Quando realmente estamos ouvin-
rar continuamente a organização. Ao mesmo tempo em que ela do, uma forte conexão é estabelecida entre nós e o outro. Uma
constitui a realidade da organização, ela modifica estruturas e ligação invisível que nos conecta e nos permite ocuparmos o lu-
comportamentos. gar do outro, e com isso conseguimos entender melhor que esta
Embora a análise de redes possibilite mapear o fluxo infor- outra pessoa é e o que ela deseja. Quando você estiver ouvindo,
mal de informações, percebe-se que os atores mais centrais são foque sua atenção somente na outra pessoa. Escute, veja, sinta
os líderes formais. Gerentes e coordenadores possuem grande o que ela tem a dizer. Escute não somente o que está sendo dito,
influência sobre o fluxo de informação. A unilateralidade das mas preste atenção principalmente no que não está sendo dito.
relações aponta uma reduzida permeabilidade da rede ao cida-
dão. Os atendentes, cuja função é manter contato direto com o ‘Leia’ a expressão corporal, sinta a energia transmitida, veja
cidadão, em geral, estão à margem. Atores periféricos, eles inte- a luz que brilha no olhar do outro. Quando você realmente sou-
ragem com o ambiente externo e captam novos elementos que ber ouvir um mundo de oportunidades surgirá. Ouça seus clien-
poderiam possibilitar a inovação dentro da rede. No entanto, tes, sua família, seus amigos e você aprenderá muito com eles;
sua tímida participação no envio de informações para os demais principalmente a ouvir você mesmo. Ouça, pergunte, compreen-
faz com que grande parte dessas informações se percam. da e, só então, dê a sua resposta.
Considerando o servidor como ator com grande potencial
não só para a definição e implementação de políticas públicas, Saber ouvir
como também para a participação individual do cidadão, o ma- Um ouvinte eficiente é aquele que ‘ouve’ com todos os seus
peamento da rede e a análise das relações indicam a necessi- sentidos, emoções e sentimentos. Um bom ouvinte deve ser
dade de incentivar o aumento da densidade das relações e a capaz de pensar rapidamente para sintetizar e encontrar pron-
reciprocidade dos laços. tas respostas para aquilo que o transmissor está comunicando.
O histórico de reformas administrativas e a influência dos Saber ouvir exige reflexão, questionamento e poder de síntese
diversos modelos de gestão pública emergem. A rede está in- sobre aquilo que está acontecendo.
serida no centro da aposta de uma administração gerencialista

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Empatia e a Comunicação e em uma base mais autêntica. Desde que cada interlocutor,
A empatia é uma forma de compreensão definida como: tenha tomado consciência de que neles, e entre eles, existam
capacidade de perceber e de compreender os sentimentos de obstáculos às suas trocas. Em caso de filtragem, a comunicação
uma outra pessoa. Uma condição psicológica que permite a uma tende a acompanhar-se de reticências e de restrições mentais,
pessoa sentir o que sentiria caso estivesse na situação e circuns- degradando-se pouco a pouco em mensagens cada vez mais
tância experimentada por outra pessoa. ambíguas e equivocadas.
Um olhar, um tom de voz um pouco diferente, um levantar Alguns aspectos podem ser refletidos com a finalidade de
de sobrancelhas, podem comunicar muito mais do que está con- minimizar as barreiras na comunicação, segundo o CIEE:
tido em uma mensagem manifestada através das palavras. • Comunicação é sempre uma via de mão dupla. Uma das
melhores maneiras de fortalecer a comunicação é desenvolver
Comunicação não-verbal a habilidade não apenas de falar, mas de ouvir também. Dar a
A expressão não-verbal é um poderoso complemento, e às atenção completa, inclusive com os olhos e as expressões faciais.
vezes um substituto, para a mensagem verbal. Apesar da expres- Quando concentramos nossa atenção, mostrando que não esta-
são corporal assumir até mais importância do que a expressão mos apenas escutando com os ouvidos, poderemos nos identifi-
verbal ela é comumente posta em segundo plano. Quando você car com o que a outra pessoa está sentindo ou experimentando.
estiver se comunicando com seu cliente preste atenção nos si- Consequentemente, a pessoa que nos fala também nos dará a
nais que seu corpo e o do seu cliente estão emitindo. Saiba ler atenção que desejamos quando formos nós os locutores.
nestas entre linhas e garanta melhores negócios. Seja simples e • É preciso o momento certo para se comunicar. Às vezes
natural. passamos por cima dos sentimentos das pessoas, sem observar-
A comunicação, quando eficaz, se dá através de atos simples mos se estão preparadas para ouvirem determinadas coisas ou
e naturais, resultados de treino e observação. A simplicidade e a se aquele momento é adequado para uma conversa mais séria.
naturalidade estão presentes quando identificamos e afastamos É preciso boa vontade e discernimento para saber qual a melhor
os obstáculos que interferem na comunicação. ocasião para que o diálogo seja eficaz.
• A precipitação ao responder pode ser prejudicial. Esperar
O que é comunicação? o outro terminar de dizer o que pensa, para que então se possa
É uma busca de entendimento, de compreensão. É uma liga- emitir o próprio pensamento, pode ser uma grande arma para
ção, transmissão de sentimentos e de ideias. Ao se comunicar o resolver uma barreira de comunicação. Às vezes pensamos que
indivíduo coloca em ação todos os seus sentidos com o objetivo sabemos o que o outro vai dizer e, sem vacilar, cortamos o seu
de transmitir ou receber de forma adequada a mensagem. momento na conversa. Somente depois descobrimos que não
A comunicação na Administração Pública volta-se à: era nada daquilo que iria falar, correndo o risco de criarmos uma
• Comunicação assertiva – utiliza técnicas que desenvolvem barreira ainda maior.
uma linguagem corporal e verbal capaz de garantir segurança • É preciso estar aberto à cordialidade. Nunca será demais
e credibilidade em reuniões e contato com clientes internos e estarmos dispostos a desejar um bom dia, pedir desculpas, dizer
externos, além de contribuir para a adequada transmissão de obrigado, pedir por favor... e a sorrir. Às vezes, gestos como es-
informações perante as equipes de trabalho; tes desarmam mecanismos de defesa e formas de ser não muito
• Comunicação eficaz para multiplicadores internos – foca o dadas ao contato pessoal, ao diálogo e à interação.
corpo técnico do órgão público, com o objetivo de potencializar
a comunicação dos colaboradores, aprimorando a sua atuação O exercício de se colocar no lugar do outro (empatia)
em reuniões e contato com clientes por meio de uma linguagem permite fazer da comunicação um importante instrumento de
dinâmica, segura e objetiva. fortalecimento das relações interpessoais.
Gaudêncio Torquato destaca as funções da comunicação na
Barreiras ocorrem quando a comunicação se estabelece Administração Pública:
mal ou não se estabelece entre pessoas ou entre grupos. Daí Um dos modos eficientes de planejar a comunicação na
resultam alguns fenômenos psíquicos (CIEE, 2013): administração púbica é espelhar seus programas em um leque
• Ruído é a interrupção da comunicação através de mecanis- de funções. A seguir, um pequeno roteiro com 10 funções.
mos externos, sons estranhos à comunicação, visualizações que
comprometem a comunicação, ou mecanismos utilizados pelo 1. A comunicação como forma de integração interna – dia-
locutor, que seja incompreendido pelo interlocutor. A partir do pasão
momento em que se elimina o ruído a comunicação tende a se Função: ajustamento organizacional. Os ambientes internos,
estabelecer. alimentados por eficientes fontes de comunicação, motivam-se
• Bloqueio é a interrupção total ou provisória da comunica- e integram-se ao espírito organizacional, contribuindo de forma
ção e paradoxalmente parecem comprometer menos a evolução mais eficaz para a consecução das metas.
da comunicação do que a filtragem.
• Filtragem é o mecanismo de seleção, danosa, dos aspectos 2. A comunicação como forma de expressão de identidade
da comunicação que erroneamente interessam aos interlocuto- – tuba de ressonância
res. Função: Imagem e credibilidade. O Poder Executivo sofre
constantemente da desintegração das estruturas e equipes, o
De acordo com o CIEE, o surgimento de um bloqueio obriga que acaba gerando dissonância na comunicação. E dissonân-
os interlocutores a questionar suas comunicações e geralmente
lhes permite reatá-las e restabelecê-las em clima mais aberto
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

cia fragmenta a identidade governamental. A comunicação 9. A comunicação como forma de integração social
integrada e comandada por um polo central tem condições de Função: social. A comunicação tem o dom de integrar os
equacionar esse problema. grupos pelo elo informativo. Ou seja, quem dispõe das mesmas
O poder legislativo carece de um planejamento de comuni- informações pode entender melhor seus semelhantes, dialogar,
cação externa, voltado para traduzir todas as funções e ativida- colocar-se no lugar do interlocutor. A comunicação, como a lín-
des, salvaguardando a imagem da instituição. O poder judiciário, gua, exerce o extraordinário poder de integrar as comunidades,
o mais fechado, carece da mesma intensificação de programas unindo-as em torno de um ideal.
de comunicação externa.
10. A comunicação como instrumento a serviço da verdade
3. A comunicação como base de lançamento de valores Função: ética. Não se deve transigir. A verdade deve ser
Função: expressão de cultura. O sistema de comunicação é a fonte de inspiração da comunicação pública. Até porque a
fonte de irradiação de valores. No planejamento, um conjunto mentira e as falsas versões acabam sendo desmascaradas. A
de princípios valorativos se faz necessário para alimentar a comunicação precisa servir ao ideário da ética, valor básico dos
cultura interna e projetar o conceito junto aos diversos públi- cidadãos.6
cos-alvo. Os valores devem estar centrados no interesse e no A comunicação pode ser formal e informal. A comunicação
papel da instituição, não nos interesses do dirigente. É claro que institucional é formal e diz respeito a qualquer tipo de informação
ele irá imprimir a sua marca, mas a identidade institucional é o que tenha caráter oficial de uma instituição pública ou privada.
foco principal. De acordo com Aluízio Ferreira (1997, 236), “é toda infor-
mação cuja fonte ou proveniência seja uma entidade ou órgão
4. A comunicação como base de cidadania estatal, ou um ente privado que realize atividades que tenha
Função: direito à informação. A comunicação deve ser en- caráter público”. Em Planejamento de Relações Públicas na Co-
tendida como um dever da administração pública e um direito municação Integrada, Margarida Maria Krohiling Kunsch (2003,
dos usuários e consumidores serviços. Sonegar tal dever e negar 165) afirma que “a comunicação institucional é a responsável
esse direito é um grave erro das entidades públicas. Os comuni- direta, por meio da gestão estratégica das relações públicas,
cadores precisam internalizar esse conceito, na crença de que a pela construção e formação de uma imagem e identidade cor-
base da cidadania se assenta também no direito à informação. porativas fortes e positivas de uma organização. A comunicação
institucional está diretamente ligada aos aspectos corporativos
5. A comunicação como função orientadora do discurso institucionais que explicitam o lado público das organizações,
dos dirigentes constrói uma personalidade creditiva organizacional e tem como
Função: assessoria estratégica. Essa é uma das mais rele- proposta básica a influência político-social na sociedade onde
vantes funções da comunicação. Trata-se de elevar o status do está inserta”. Uma definição objetiva e simples de comunicação
sistema de comunicação ao patamar estratégico de orientação institucional é a de Abílio da Fonseca (1999, 140), professor e
das cúpulas dirigentes. Essa função exige dos comunicadores especialista em relações públicas de Portugal, que a designa
boa bagagem conceitual e cultural. “como conjunto que é de procedimentos destinados a difundir
informações de interesse público sobre as filosofias, as políticas,
6. A comunicação como forma de mapeamento dos inte- as práticas e os objetivos das organizações, de modo a tornar
resses sociais compreensíveis essas propostas”. Para Gaudêncio Torquato do
Função: pesquisa. Há de se considerar a prospecção ambien- Rego (Apud Kunsh, 2003), “a comunicação institucional objetiva
tal como ferramenta importante do planejamento estratégico de conquistar simpatia, credibilidade e confiança, realizando, como
comunicação. Afinal de contas, a pesquisa é que detecta o foco, meta finalista, a influência político-social, a partir da utilização
os eixos centrais e secundários, as demandas e expectativas dos de estratégias de relações públicas, tanto no campo empresarial
receptores. como no governamental, de imprensa, publicidade, até as técni-
cas e práticas do lobby”. Em última instância, Margarida Kunsh
7. A comunicação como forma de orientação aos cidadãos conclui que a comunicação institucional,através das relações
Função: educativa. Nesse aspecto, a comunicação assume o públicas, destaca os aspectos relacionados com a missão, os va-
papel da fonte de educação, pela transmissão de valores, ideias lores e a filosofia da organização e soma para o desenvolvimento
e cargas informativas que sedimentarão a bagagem de conheci- do que chama de subsistema institucional, compreendido pela
mento dos receptores. “junção desses atributos.” Como comunicadores e formadores
de opinião que somos, com a utilização dessa importante
8. A comunicação como forma de democratização do poder ferramenta, temos o poder de passar a informação de forma
Função: política. Compartilhar as mensagens é democratizar positiva sem nos esquecer, entretanto, de que a comunicação
o poder. Pois a comunicação exerce um poder. Assim, detém institucional deve passar veracidade e confiabilidade.
mais poder quem tem mais informação. Nas estruturas admi- Por sua vez, a comunicação interpessoal é informal e
nistrativas, tal poder é maior nas altas chefias. E quando se acontece quando pessoas trocam informações entre si, troca
repartem as informações por todos os ambientes e categorias que pode ser direta e imediata ou pode ser indireta e media-
de públicos, o que se está fazendo, de certa forma, é uma repar- da, conforme Dante Diniz Bessa (2006). No primeiro caso, as
tição de poderes. pessoas estão cara a cara e se relacionam, principalmente, por
meio da fala e da gesticulação, como, por exemplo, quando
6. Obtido em http://votoemarketing.blogspot.com.br/2010/02/funcoes-da-
-comunicacao-na-administracao_28.html
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

conversam em algum ambiente informal (em uma festa ou no Assim, o papel principal da avaliação de desempenho é identi-
intervalo do trabalho, por exemplo) e contam histórias; relatam ficar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de desempenho
acontecimentos; descrevem pessoas; dizem o que leram no jor- entre os muitos funcionários da organização. Tendo sempre como
nal; avisam da chegada de alguém, contam piadas, entre outros. base a interação constante entre avaliador e avaliado.
Já a comunicação indireta e mediada acontece quando as
pessoas estão distantes e não podem se enxergar nem escutar Formas de avaliação de desempenho – Listamos abaixo os mé-
uma a outra. Nessa situação, elas precisam usar algum meio que todos mais tradicionais de avaliação:
lhes possibilite a troca de informações, transportando a voz ou - Escalas gráficas de classificação: é o método mais utilizado
os gestos que uma faz até a outra. Os meios utilizados podem nas empresas. Avalia o desempenho por meio de indicadores defi-
ser variados (telefone, carta, computador), mas uma vez usado nidos, graduados através da descrição de desempenho numa varia-
um meio, ele estará mediando (intermediando) a comunicação ção de ruim a excepcional. Para cada graduação pode haver exem-
entre as pessoas (BESSA, 2006). plos de comportamentos esperados para facilitar a observação da
Conforme Bessa (2006), “há uma semelhança fundamental existência ou não do indicador. Permite a elaboração de gráficos
entre os dois tipos de comunicação: ambos são relações sociais que facilitarão a avaliação e acompanhamento do desempenho his-
que colocam as pessoas em interação no próprio ato da troca de tórico do avaliado.
informações” - Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação dos in-
divíduos através de frases descritivas de determinado tipo de de-
sempenho em relação às tarefas que lhe foram atribuídas, entre as
GESTÃO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO quais o avaliador é forçado a escolher a mais adequada para descre-
ver os comportamentos do avaliado. Este método busca minimizar
a subjetividade do processo de avaliação de desempenho.
Avaliação e Desemprenho - Pesquisa de campo: baseado na realização de reuniões entre
A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que está a par dos um especialista em avaliação de desempenho da área de Recursos
resultados apresentados por seus colaboradores é acompanhando Humanos com cada líder, para avaliação do desempenho de cada
de perto as atividades que esses realizam. E o método mais eficaz um dos subordinados, levantando-se os motivos de tal desempe-
de demonstrar este acompanhamento é através da Avaliação de nho por meio de análise de fatos e situações. Este método permite
Desempenho do colaborador. A avaliação de desempenho é uma um diagnóstico padronizado do desempenho, minimizando a sub-
ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar o desempenho jetividade da avaliação. Ainda possibilita o planejamento, conjun-
individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada tamente com o líder, do desenvolvimento profissional de cada um.
empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e análise do - Incidentes críticos: enfoca as atitudes que representam de-
comportamento de um colaborador durante um intervalo de tem- sempenhos altamente positivos (sucesso), que devem ser realçados
po, analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico, e estimulados, ou altamente negativos (fracassos), que devem ser
sua relação com os parceiros de trabalho etc. corrigidos através de orientação constante. O método não se pre-
Este método tem por objetivo analisar as melhores práticas dos ocupa em avaliar as situações normais. No entanto, para haver su-
funcionários, proporcionando um crescimento profissional e pesso- cesso na utilização desse método, é necessário o registro constante
al, visando um melhor desempenho de suas funções no ambiente dos fatos para que estes não passem despercebidos.
de trabalho. Além disso, é uma importante ferramenta de auxílio - Comparação de pares: também conhecida como comparação
à administração de recursos humanos da empresa, alimentando-a binária, faz uma comparação entre o desempenho de dois colabo-
com informações que auxiliam a tomada de decisão sobre práticas radores ou entre o desempenho de um colaborador e sua equipe,
de bonificação, aumento de salários, demissões, necessidades de podendo fazer o uso de fatores para isso. É um processo muito sim-
treinamento etc. ples e pouco eficiente, mas que se torna muito difícil de ser realiza-
do quanto maior for o número de pessoas avaliadas.
Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação de desem- - Auto-avaliação: é a avaliação feita pelo próprio avaliado com
penho de um colaborador inclui, dentre outras, as expectativas de- relação a sua performance. O ideal é que esse sistema seja utilizado
sejadas e os resultados reais. Sendo divida em algumas etapas: conjuntamente a outros sistemas para minimizar o forte viés e falta
- Apreciação diária do comportamento do colaborador, seus de sinceridade que podem ocorrer.
progressos e limitações, êxitos e insucessos, com oferecimento per- - Relatório de performance: também chamada de avaliação por
manente de feedback instantâneo; escrito ou avaliação da experiência, trata-se de uma descrição mais
- Identificação e equacionamento imediato dos problemas livre acerca das características do avaliado, seus pontos fortes, fra-
emergentes, procurando manter continuamente um alto padrão de cos, potencialidades e dimensões de comportamento, entre outros
motivação e de obtenção de resultados; aspectos. Sua desvantagem está na dificuldade de se combinar ou
- Entrevistas formais periódicas de avaliação de desempenho, comparar as classificações atribuídas e por isso exige a suplementa-
em que avaliador e avaliado analisam os resultados obtidos no pe- ção de um outro método, mais formal.
ríodo considerado e redefinem novas orientações, compromissos - Avaliação por resultados: é um método de avaliação basea-
recíprocos e ações corretivas, se for o caso. do na comparação entre os resultados previstos e realizados. É um
método prático, mas que depende somente do ponto de vista do
Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e limita- supervisor a respeito do desempenho avaliado.
ções dos funcionários, buscando identificar pontos de melhoria, - Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação do alcance
necessidade de treinamento ou até mesmo remanejamento do in- de objetivos específicos, mensuráveis, alinhados aos objetivos orga-
divíduo para outras funções em que poderia render melhor. nizacionais e negociados previamente entre cada colaborador e seu
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superior. É importante ressaltar que durante a avaliação não devem no treinamento de seus pares, melhorar a produtividade, desenvol-
ser levados em consideração aspectos que não estavam previstos ver os métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de forma mais
nos objetivos, ou não tivessem sido comunicados ao colaborador. E eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é avaliada de for-
ainda, deve-se permitir ao colaborador sua autoavaliação para dis- ma satisfatória pelos gerentes.
cussão com seu gestor.
- Padrões de desempenho: também chamada de padrões de Aplicações
trabalho é quando há estabelecimento de metas somente por parte A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de diferen-
da organização, mas que devem ser comunicadas às pessoas que tes funções administrativas, motivacionais e de comunicação, como
serão avaliadas. citados a seguir:
- Frases descritivas: trata-se de uma avaliação através de com- - Identificação de pontos fortes e fracos dos colaboradores e,
portamentos descritos como ideais ou negativos. Assim, assinala- consequentemente, da organização;
-se “sim” quando o comportamento do colaborador corresponde - Identificação de diferenças individuais;
ao comportamento descrito, e “não” quando não corresponde. É - Estímulo à comunicação interpessoal;
diferente do método da Escolha e distribuição forçada no sentido - Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, formada por
da não obrigatoriedade na escolha das frases. chefe e subordinado;
- Avaliação 360 graus: neste método o avaliado recebe feedba- - Informação ao colaborador de como o seu desempenho é
cks (retornos) de todas as pessoas com quem ele tem relação, tam- percebido;
bém chamados de stakeholders, como pares, superior imediato, - Estímulo ao desenvolvimento individual do avaliador e do
subordinados, clientes, entre outros. avaliado;
- Avaliação de competências: trata-se da identificação de com- - Indicações de promoções e de aumentos salariais por mérito;
petências conceituais (conhecimento teórico), técnicas (habilida- - Indicações de necessidade de treinamento;
des) e interpessoais (atitudes) necessárias para que determinado - Gestão de crises nas equipes e nos processos operacionais
desempenho seja obtido. (sistemas técnicos e sociais);
- Avaliação de competências e resultados: é a conjugação das - Auxílio na verificação de aprendizagens;
avaliações de competências e resultados, ou seja, é a verificação da - Identificação de problemas de trabalho em geral, no relacio-
existência ou não das competências necessárias de acordo com o namento individual, intraequipe ou interequipes;
desempenho apresentado. - Registro histórico suplementar para ações administrativas de
- Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho futuro, gestão;
identifica as potencialidades do avaliado que facilitarão o desenvol- - Apoio às pesquisas de clima organizacional.
vimento de tarefas e atividades que lhe serão atribuídas. Possibilita
a identificação de talentos que estejam trabalhando aquém de suas Objetivos da avaliação de desempenho
capacidades, fornecendo base para a recolocação dessas pessoas. Além de possibilitar a tomada de decisão quanto à progressão
- Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Robert S. e promoção dos servidores, a avaliação de desempenho tem outros
Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia o desempenho sob objetivos de igual importância:
quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e • Identificar necessidades de capacitação.
do aprendizado e crescimento. São definidos objetivos estratégicos • Corrigir desempenhos inadequados.
para cada uma das perspectivas e tarefas para o atendimento da • Identificar possibilidades de futuras mobilidades funcionais
meta em cada objetivo estratégico. (processo de movimentação que configura a evolução do funcioná-
rio na carreira).
Vantagens da Avaliação de desempenho • Possibilitar o planejamento funcional do avaliado.
Por meio da avaliação de desempenho é possível identificar Como resultados complementares da contínua utilização da
novos talentos dentro da própria organização, por meio da análise avaliação de desempenho podemos citar o estímulo ao diálogo
do comportamento e das qualidades de cada indivíduo. Gerando, entre chefias e subordinados e o aperfeiçoamento dos canais de
assim, novas possibilidades para remanejamento interno de cola- comunicação entre os níveis hierárquicos.
boradores. Além de poder oferecer bonificações e premiações aos
funcionários que mais se destacarem na avaliação. • Modelo de Avaliação de Desempenho
Outra vantagem é a possibilidade de gerar um feedback mais Para garantir a eficiência e a eficácia da avaliação, a construção
fácil aos funcionários analisados e gestores, uma vez que tem como de um modelo da avaliação de desempenho deve obedecer a deter-
resultado informações relevantes, sólidas e tangíveis para um re- minados requisitos. Vejamos:
sultado eficiente. Este feedback faz com que os avaliados queiram • Garantir que a avaliação seja comparativa entre os indivídu-
investir ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando seu de- os e que ela seja feita tanto pelos chefes, subordinados, bem como
sempenho e trazendo vantagens para a empresa. por seus pares.
Este método é importante, também, para eliminar “achismos” • Realizar análises comparativas de resultados entre os mem-
e palpites quando da avaliação de um funcionário. É um meio de bros de uma mesma carreira ou cargos.
obter informações reais e avaliar de perto as implicações de uma • Divulgar com a máxima transparência os critérios de avalia-
possível mudança na gestão de recursos humanos da empresa. ção.
Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer muitos be- • Informar os resultados da avaliação feita para cada indiví-
nefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas de uma organi- duo, por seus chefes, subordinados e pares, sem, entretanto, iden-
zação, seja qual for o seu tamanho. Com ela o gestor pode avaliar tificar os autores.
melhor seus subordinados, melhorar o clima de trabalho, investir
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• Incluir, no cômputo da avaliação individual, o resultado da 2) Avaliação do alcance das metas


avaliação institucional. O segundo elemento diz respeito ao alcance das metas esta-
• Utilizar os resultados das avaliações como insumo para a de- belecidas.
finição das políticas e prioridades de capacitação. Com base nas metas institucionais definidas para cada equipe,
Para a realização da avaliação de desempenho, devem ser con- cada servidor define suas próprias metas, que devem ser as mais
sideradas a avaliação individual e também a avaliação institucio- quantificáveis possíveis. Cada servidor deve também informar o
nal.8 que precisa para poder desempenhar as tarefas.
A chefia juntamente com cada servidor verifica, ao final do ano,
A título ilustrativo apresentaremos a seguir um modelo de ava- se as metas foram atingidas e em que grau. Com base nessa verifi-
liação de desempenho e a forma como são realizadas as avaliações cação, é atribuída uma nota cujo valor entrará na composição final
institucional e individual no setor privado. da fórmula avaliação de desempenho.

Avaliação institucional 3) Avaliação do desenvolvimento profissional


Esta é a avaliação de cada uma das equipes que compõem a Esta avaliação leva em conta:
estrutura organizacional da instituição, distribuídas por suas diver- • O aperfeiçoamento ou aquisição de competências.
sas áreas. Chamamos por equipe um grupo de pessoas com uma • A ampliação do grau de responsabilidade.
chefia. • O aumento na abrangência das atribuições.
Na maior parte dos órgãos e entidades do setor público, dife- • A aquisição de novos conhecimentos relevantes para o de-
rentemente do setor privado, a avaliação de desempenho se baseia sempenho de suas atribuições.
no estabelecimento de metas definidas pela alta gestão e são con- Para que seja possível fazer este tipo de avaliação, é necessá-
sideradas para a organização, como um todo, e não para as equipes rio, em primeiro lugar, definir, na descrição dos cargos, os requisitos
de trabalho. mínimos exigidos relativos às competências e ao seu grau de profi-
As equipes são avaliadas pela instância imediatamente supe- ciência, ao grau de responsabilidade e às atribuições.
rior, assim como por áreas internas ou externas à organização que Este é o ponto de partida para cada cargo e perfil profissional,
sejam clientes da equipe que está sendo avaliada ou que com ela com base no qual é realizada a avaliação do crescimento e desen-
se relacionam. volvimento profissional.
No início de cada ano, cada equipe estabelece as próprias me- Para essa avaliação, é necessário criar ferramentas que permi-
tas a atingir neste período, com base naquelas definidas pela orga- tam objetivá-la, uma vez que nem sempre os indicadores são al-
nização como um todo. Cada equipe indicará os recursos materiais tamente quantificáveis, como é o caso das atitudes e de algumas
e humanos necessários para o alcance dessas metas e definirá tam- habilidades que compõem as competências.
bém os indicadores que serão utilizados para medi-los. Por fim, é necessário estabelecer critérios de pontuação que
No final do ano, a instância imediatamente superior verifica em identifiquem o crescimento, a ampliação ou o aperfeiçoamento
que grau as metas de cada equipe foram atingidas, e com base nes- profissional de cada servidor. Essa pontuação é traduzida por um
ses resultados irá atribuir notas para as equipes. valor que entrará na composição final da fórmula avaliação de de-
Os critérios para a atribuição das notas serão estabelecidos sempenho.
em conjunto com todos os envolvidos. Essas notas serão um dos
componentes que participarão da fórmula para cálculo do valor da Condições para o funcionamento do modelo de avaliação de
avaliação de desempenho. desempenho
A fórmula da avaliação de desempenho terá em sua compo-
Avaliação individual sição as notas da Avaliação Institucional e da Avaliação Individual
A avaliação individual é composta por elementos cujas notas desdobrada em: Avaliação pelos membros da equipe, Avaliação do
farão parte do cálculo da Avaliação de Desempenho. São eles: alcance das metas e Avaliação do desenvolvimento profissional.
1. Avaliação pelos membros da equipe Para que esse modelo de avaliação de desempenho tenha um
2. Avaliação do alcance das metas funcionamento eficiente e alcance os objetivos pretendidos é ne-
3. Avaliação do desenvolvimento profissional cessário garantir a existência de algumas condições:
• Implantação de um sistema informatizado para que as avalia-
1) Avaliação pelos membros da equipe ções possam ser feitas on-line e o sigilo das informações possa ser
O primeiro elemento constitui-se na avaliação conjunta dos preservado.
servidores da mesma equipe. Os servidores são avaliados por seus • Estabelecimento de metas claras, com indicadores objetivos,
pares, por seus chefes e subordinados. para cada equipe e área da instituição.
Os itens a serem medidos e os critérios adotados serão estabe- • Criação de um plano de carreira e remuneração que incentive
lecidos pelas equipes, devendo ser validados pela instituição como os servidores a perseguir um desempenho satisfatório.
um todo, para garantir sua homogeneidade na avaliação. • Fornecimento de condições técnicas e materiais para que os
Os servidores atribuem notas para cada um dos seus colegas de servidores possam desempenhar suas funções adequadamente.
equipe, para a chefia e para seus subordinados. O resultado dessas Desempenho: indo além da simples avaliação
avaliações será uma nota cujo valor entrará na composição final da A abordagem ao desempenho deve contemplar a comparação
fórmula avaliação de desempenho. dos resultados esperados com os efetivamente alcançados. Isso im-
plica seu constante acompanhamento para identificação de desvios
e execução das devidas correções ao longo da realização das ativi-
dades.
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Assim, a denominação mais adequada para esse processo de O Processo de Avaliação Institucional apresenta as seguintes
planejamento, de acompanhamento e de avaliação é o de Gestão diretrizes:
de Desempenho. - Consiste em uma atividade intrínseca ao processo de planejamento,
Por meio do processo de Gestão de Desempenho (processo in- sendo um processo contínuo, geral, específico, buscando integrar ações.
serido na Gestão Estratégica Organizacional e de Pessoas e apoiado - Elabora críticas às suas ações e aos resultados obtidos.
na Gestão por Competências) é possível corrigir desvios e garantir a - Busca conhecer e registrar as limitações e possibilidades do
sustentabilidade da organização por meio da revisão de objetivos, trabalho avaliado.
estratégias, processos de trabalho e políticas de recursos humanos. - É um processo democrático, apresentando, em princípio, os
aspectos a serem avaliados envolvendo a participação dos sujeitos.
Avaliação - É um processo transparente e ético em relação a seus funda-
A Avaliação de Desempenho é uma das ferramentas mais im- mentos, enfoque e, principalmente, no que se refere à utilização e
portantes em gestão de pessoas, já que objetiva analisar o desem- divulgação dos seus resultados.
penho individual ou de um grupo de funcionários. Por meio desse
processo, o empreendedor pode diagnosticar e analisar o compor-
tamento de um colaborador durante um período de tempo deter- PROCESSO ORGANIZACIONAL: PLANEJAMENTO, DIREÇÃO,
minado. COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, CONTROLE E AVALIA-
Com o resultado de uma Avaliação de Desempenho, é possí- ÇÃO. GESTÃO ESTRATÉGICA: PLANEJAMENTO ESTRATÉGI-
vel constatar se a postura individual e coletiva do avaliado condiz CO, TÁTICO E OPERACIONAL
com a cultura da empresa. Caso o resultado seja satisfatório, é ideal
analisar o que fazer para que sigam o exemplo do funcionário em
questão. Sendo insatisfatório, é preciso compreender até onde a Funções de administração
empresa colaborou para permear aquele comportamento e como
ajudar no desenvolvimento desse colaborador. • Planejamento, organização, direção e controle

Como um líder avalia seu funcionário


Avaliar o desempenho do colaborador pode ser dividido em
três etapas básicas, sendo a primeira delas a apreciação diária do
comportamento do funcionário. Por meio dessa sondagem, podem
ser analisados pontos como relacionamento com a equipe, compro-
metimento, postura, progressos e limitações, sempre oferecendo
um feedback ao funcionário.
A segunda parte é saber identificar os problemas, a fim de re-
solvê-los junto ao avaliado e manter a produtividade da empresa. • PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE
Para isso, não cabem broncas ou dispensas, e sim conversa e moti-
vação em prol de bons resultados.
A terceira parte consiste na realização de entrevistas periódi- — Planejamento
cas, que permitem analisar a evolução do funcionário e, se necessá- Processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura
rio, adotar medidas, que servem como termômetro para entender desejada. A organização estabelece num primeiro momento, atra-
se há condições de evolução ou reversão de alguma situação fora vés de um processo de definição de situação atual, de oportunida-
do padrão. des, ameaças, forças e fraquezas, que são os objetos do processo de
A avaliação concede um raio X da empresa para os líderes. Vale planejamento. O planejamento não é uma tarefa isolada, é um pro-
salientar que não é indicado que esses líderes sejam autoritários. cesso, uma sequência encadeada de atividades que trará um plano.
O processo de avaliação não consiste em punir ou demitir um fun- • Ele é o passo inicial;
cionário que apresente desvios, mas avaliar o que ele tem de bom • É uma maneira de ampliar as chances de sucesso;
e, se for o caso, orientá-lo a mudar de postura quanto ao que pode • Reduzir a incerteza, jamais eliminá-la;
ser melhorado. Dessa forma, será gasto muito menos com troca de • Lida com o futuro: Porém, não se trata de adivinhar o futuro;
pessoal e os funcionários responderão positivamente ao desafio. • Reconhece como o presente pode influenciar o futuro, como
as ações presentes podem desenhar o futuro;
Momento certo para a avaliação de desempenho • Organização ser PROATIVA e não REATIVA;
A Avaliação de Desempenho pode ser feita a qualquer momen- • Onde a Organização reconhecerá seus limites e suas compe-
to e sempre que o empreendedor achar necessário. O ideal é que tências;
seja realizada uma avaliação mensal para melhor análise da evo- • O processo de Planejamento é muito mais importante do que
lução coletiva da empresa e de seus colaboradores. Apesar de ser seu produto final (assertiva);
apenas um item em diversos outros para a formação de um negócio
de sucesso, uma avaliação de desempenho efetiva, que consegue Idalberto Chiavenato diz: “Planejamento é um processo de es-
trazer aprimoramentos, pode se tornar uma ação muito positiva tabelecer objetivos e definir a maneira como alcança-los”.
para o crescimento de todo o corpo profissional.7 • Processo: Sequência de etapas que levam a um determinado
fim. O resultado final do processo de planejamento é o PLANO;
• Estabelecer objetivos: Processo de estabelecer um fim;
7 Fonte: www.endeavor.org.br • Definir a maneira: um meio, maneira de como alcançar.
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• Passos do Planejamento
— Definição dos objetivos: O que quer, onde quer chegar.
— Determinar a situação atual: Situar a Organização.
— Desenvolver possibilidades sobre o futuro: Antecipar even-
tos.
— Analisar e escolher entre as alternativas.
— Implementar o plano e avaliar o resultado.

• Vantagens do Planejamento
— Dar um “norte” – direcionamento;
— Ajudar a focar esforços;
— Definir parâmetro de controle;
— Ajuda na motivação;
— Auxilia no autoconhecimento da organização.

— Processo de planejamento
• Negócio, Missão, Visão e Valores
• Planejamento estratégico ou institucional Negócio, Visão, Missão e Valores fazem parte do Referencial
Estratégia é o caminho escolhido para que a organização possa estratégico: A definição da identidade a organização.
chegar no destino desejado pela visão estratégica. É o nível mais — Negócio = O que é a organização e qual o seu campo de
amplo de planejamento, focado a longo prazo. É desdobrado no atuação. Atividade efetiva. Aspecto mais objetivo.
Planejamento Tático, e o Planejamento Tático é desdobrado no Pla- — Missão = Razão de ser da organização. Função maior. A Missão
nejamento Operacional. contempla o Negócio, é através do Negócio que a organização alcança
— Global — Objetivos gerais e genéricos — Diretrizes estratégi- a sua Missão. Aspecto mais subjetivo. Missão é a função do presente.
cas — Longo prazo — Visão forte do ambiente externo. — Visão = Qual objetivo e a visão de futuro. Define o “grande
plano”, onde a organização quer chegar e como se vê no futuro, no
Fases do Planejamento Estratégico: destino desejado. Direção mais geral. Visão é a função do futuro.
— Definição do negócio, missão, visão e valores organizacio- — Valores = Crenças, Princípios da organização. Atitudes bá-
nais; sicas que sem elas, não há negócio, não há convivência. Tutoriza a
— Diagnóstico estratégico (análise interna e externa); escolha das estratégias da organização.
— Formulação da estratégia;
— Implantação; • Análise SWOT
— Controle. Strenghs – Weaknesses – Opportunities – Threats.

• Planejamento tático ou intermediário Ou FFOA


Complexidade menor que o nível estratégico e maior que o Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças.
operacional, de média complexidade e compõe uma abrangência
departamental, focada em médio prazo. É a principal ferramenta para perceber qual estratégia a orga-
— Observa as diretrizes do Planejamento Estratégico; nização deve ter.
— Determina objetivos específicos de cada unidade ou depar- É a análise que prescreve um comportamento a partir do cruza-
tamento; mento de 4 variáveis, sendo 2 do ambiente interno e 2 do ambiente
— Médio prazo. externo. Tem por intenção perceber a posição da organização em
relação às suas ameaças e oportunidades, perceber quais são as
• Planejamento operacional ou chão de fábrica forças e as fraquezas organizacionais, para que a partir disso, a orga-
Baixa complexidade, uma vez que falamos de somente uma nização possa estabelecer posicionamento no mercado, sendo elas:
única tarefa, focado no curto ou curtíssimo prazo. Planejamento Posição de Sobrevivência, de Manutenção, de Crescimento ou De-
mais diário, tarefa a tarefa de cada dia para o alcance dos objetivos. senvolvimento. Em que para cada uma das posições a organização
Desdobramento minucioso do Planejamento Estratégico. terá uma estratégia definida.
— Observa o Planejamento Estratégico e Tático; Ambiente Interno: É tudo o que influencia o negócio da organi-
— Determina ações específicas necessárias para cada atividade zação e ela tem o poder de controle. Pontos Fortes: Elementos que
ou tarefa importante; influenciam positivamente. Pontos Fracos: Elementos que influen-
— Seus objetivos são bem detalhados e específicos. ciam negativamente.
Ambiente Externo: É tudo o que influencia o negócio da orga-
nização e ela NÃO tem o poder de controle. Oportunidades: Ele-
mentos que influenciam positivamente. Ameaças: Elementos que
influenciam negativamente.

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• Matriz GUT
Gravidade + Urgência + Tendência
Gravidade: Pode afetar os resultados da Organização.
Urgência: Quando ocorrerá o problema.
Tendência: Irá se agravar com o passar do tempo.
Determinar essas 3 métricas plicando uma nota de 1-5, sendo 5 mais crítico, impactante e 1 menos crítico e com menos impacto.
Somando essas notas. Levando em consideração o problema que obtiver maior total.

PROBLEMA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA TOTAL


X 1 3 3 7
Y 3 2 1 6

• Ferramenta 5W2H
Ferramenta que ajuda o gestor a construir um Plano de Ação. Facilitando a definição das tarefas e dos responsáveis por cada uma
delas. Funciona para todos os tipos de negócio, visando atingir objetivos e metas.
5W: What? – O que será feito? - Why? Porque será feito? - Where? Onde será feito? - When? Quando será feito? – Who? Quem fará?
2H: How? Como será feito? – How much? Quanto irá custar para fazer?
Não é uma ferramenta para buscar causa de problemas, mas sim elaborar o Plano de Ação.

WHAT WHY WHERE WHEN WHO HOW HOW MUCH


Padronização de Rotinas Otimizar tempo Coordenação Agosto 2021 João Contratação de 2.500,00
Silva Assessoria externa
Sistema de Segurança Impedir entrada de Setor Compras 20/08/21 Paulo Compra de equipamentos 4.000,00
Portaria Central pessoas não autorizadas Santos e instalação

• Análise competitiva e estratégias genéricas


Gestão Estratégica: “É um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competiti-
vamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que a organização alcance seus objetivos”.
Michael Porter, Economista e professor norte-americano, nascido em 1947, propõe o segundo grande essencial conceito para a com-
preensão da vantagem competitiva, o conceito das “estratégias competitivas genéricas”.
Porter apresenta a estratégia competitiva como sendo sinônimo de decisões, onde devem acontecer ações ofensivas ou defensivas
com finalidade de criar uma posição que possibilite se defender no mercado, para conseguir lidar com as cinco forças competitivas e com
isso conseguir e expandir o retorno sobre o investimento.
Observa ainda, que há distintas maneiras de posicionar-se estrategicamente, diversificando de acordo com o setor de atuação, capa-
cidade e características da Organização. No entanto, Porter desenha que há três grandes pilares estratégicos que atuarão diretamente no
âmbito da criação da vantagem competitiva.

As 3 Estratégias genéricas de Porter são:


1. Estratégia de Diferenciação: Aumentar o valor – valor é a percepção que você tem em relação a determinado produto. Exemplo:
Existem determinadas marcas que se posicionam no mercado com este alto valor agregado.
2. Estratégia de Liderança em custos: Baixar o preço – preço é quanto custo, ser o produto mais barato no mercado. Quanto vai custar
na etiqueta.
3. Estratégia de Foco ou Enfoque: Significa perceber todo o mercado e selecionar uma fatia dele para atuar especificamente.

• As 5 forças Estratégicas
Chamada de as 5 Forças de Porter (Michael Porter) – é uma análise em relação a determinado mercado, levando em consideração 5
elementos, que vão descrever como aquele mercado funciona.
1. Grau de Rivalidade entre os concorrentes: com que intensidade eles competem pelos clientes e consumidores. Essa força tenciona
as demais forças.
2. Ameaça de Produtos substitutos: ameaça de que novas tecnologias venham a substituir o produto ou serviço que o mercado ofe-
rece.
3. Ameaça de novos entrantes: ameaças de que novas organizações, ou pessoas façam aquilo que já está sendo feito.
4. Poder de Barganha dos Fornecedores: Capacidade negocial das empresas que oferecem matéria-prima à organização, poder de
negociar preços e condições.
5. Poder de Barganha dos Clientes: Capacidade negocial dos clientes, poder de negociar preços e condições.

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• Redes e alianças — Organização


Formações que as demais organizações fazem para que tenham
uma espécie de fortalecimento estratégico em conjunto. A forma- • Estrutura organizacional
ção de redes e alianças estratégicas de modo a poder compartilhar A estrutura organizacional na administração é classificada
recursos e competências, além de reduzir seus custos. como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilidades,
Redes possibilitam um fortalecimento estratégico da organi- sejam elas de autoridade, das comunicações e das decisões de uma
zação diante de seus concorrentes, sem aumento significativo de organização ou empresa.
custos. Permite que a organização dê saltos maiores do que seriam É estabelecido através da estrutura organizacional o desenvol-
capazes sozinhas, ou que demorariam mais tempo para alcançar in- vimento das atividades da organização, adaptando toda e qualquer
dividualmente. alteração ou mudança dentro da organização, porém essa estrutura
Tipos: Joint ventures – Contratos de fornecimento de longo pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar pronta para
prazo – Investimentos acionários minoritário – Contratos de forne- qualquer transformação.
cimento de insumos/ serviços – Pesquisas e desenvolvimento em Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal
conjunto – Funções e aquisições. e estrutura formal, a estrutura informal é estável e está sujeita a
Vantagens: Ganho na posição de barganha (negociação) com controle, porém a estrutura formal é instável e não está sujeita a
seus fornecedores e Aumento do custo de entrada dos potenciais controle.
concorrentes em um mercado = barreira de entrada.
• Tipos de departamentalização
• Administração por objetivos É  uma forma de sistematização  da  estrutura organizacional,
A Administração por objetivos (APO) foi criada por Peter Duc- visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação
ker que se trata do esforço administrativo que vem de baixo para com o objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa.
cima, para fazer com que as organizações possam ser geridas atra- Assim, a organização junta recursos, unidades e pessoas que te-
vés dos objetivos. nham esse ponto em comum.
Trata-se do envolvimento de todos os membros organizacio- Quando tratamos sobre organogramas, entramos em conceitos
nais no processo de definição dos objetivos. Parte da premissa de de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos níveis
que se os colaboradores absorverem a ideia e negociarem os obje- de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre de-
tivos, estarão mais dispostos e comprometidos com o atingimento partamentalização tratamos da especialização horizontal, que tem
dos mesmos. relação com a divisão e variedade de tarefas.
Fases: Especificação dos objetivos – Desenvolvimento de pla-
nos de ação – Monitoramento do processo – Avaliação dos resul- • Departamentalização funcional ou por funções: É a forma
tados. mais utilizada dentre as formas de departamentalização, se tratan-
do do agrupamento feito sob uma lógica de identidade de funções
• Balanced scorecard e semelhança de tarefas, sempre pensando na especialização, agru-
Percepção de Kaplan e Norton de que existem bens que são pando conforme as diferentes funções organizacionais, tais como
intangíveis e que também precisam ser medidos. É necessário apre- financeira, marketing, pessoal, dentre outras.
sentar mais do que dados financeiros, porém, o financeiro ainda faz Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando a
parte do Balanced scorecard. cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais indi-
Ativos tangíveis são importantes, porém ativos intangíveis me- cada para ambientes estáveis.
recem atenção e podem ser ponto de diferenciação de uma organi- Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes departa-
zação para a outra. mentos e uma visão limitada do ambiente organizacional como um
Por fim, é a criação de um modelo que complementa os dados todo, com cada departamento estando focado apenas nos seus pró-
financeiros do passado com indicadores que buscam medir os fato- prios objetivos e problemas.
res que levarão a organização a ter sucesso no futuro.
• Por clientes ou clientela: Este tipo de departamentalização
• Processo decisório ocorre em função dos diferentes tipos de clientes que a organiza-
É o processo de escolha do caminho mais adequado à organiza- ção possui. Justificando-se assim, quando há necessidades hete-
ção em determinada circunstância. rogêneas entre os diversos públicos da organização. Por exemplo
Uma organização precisa estar capacitada a otimizar recursos e (loja de roupas): departamento masculino, departamento feminino,
atividades, assim como criar um modelo competitivo que a possibi- departamento infantil.
lite superar os rivais. Julgando que o mercado é dinâmico e vive em Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às deman-
constante mudança, onde as ideias emergem devido às pressões. das específicas de cada nicho de clientes.
Para que um negócio ganhe a vantagem competitiva é neces- Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos
sário que ele alcance um desempenho superior. Para tanto, a or- globais da organização e multiplicação de funções semelhantes
ganização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando as nos diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de
decisões certas. poder gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento
diferente, por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de
cliente.

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• Por processos: Resume-se em agregar as atividades da orga- • Forte – aqui, o responsável pelo projeto tem mais autoridade;
nização nos processos mais importantes para a organização. Sendo • Fraca – aqui, o gerente funcional tem mais autoridade;
assim, busca ganhar eficiência e agilidade na produção de produ- • Equilibrada ou Balanceada – predomina o equilíbrio entre os
tos/serviços, evitando o desperdício de recursos na produção orga- gerentes de projeto e funcional.
nizacional. É muito utilizada em linhas de produção.
Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e Porém, não há consenso na literatura se a departamentalização
equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita um matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um tipo
melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos, aumentan- de estrutura organizacional.
do a eficiência e ganhos em produtividade.
Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autono-
• Departamentalização por produtos: A organização se estru- mia para realizar seu trabalho, dificultando o processo administra-
tura em torno de seus diferentes tipos de produtos ou serviços. tivo geral da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os
Justificando-se quando a organização possui uma gama muito va- empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões
riada de produtos que utilizem tecnologias bem diversas entre si, e dificuldade de coordenação.
ou mesmo que tenham especificidades na forma de escoamento da
produção ou na prestação de cada serviço. • Organização formal e informal
Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos en- Organização formal trata-se de uma organização onde duas ou
volvidos em um determinado nicho de produto ou serviço, possibi- mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um
litando maior inovação na produção. relacionamento legal e oficial. A organização é liderada pela alta ad-
Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da or- ministração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir.
ganização, dificultando a coordenação entre eles. O principal objetivo da organização é atingir as metas estabeleci-
das. Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com
• Departamentalização geográfica: Ou departamentalização base em suas capacidades. Em outras palavras, existe uma cadeia
territorial, trata-se de critério de departamentalização em que a de comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades
empresa se estabelece em diferentes pontos do país ou do mun- são delegadas para fazer o trabalho.
do, alocando recursos, esforços e produtos conforme a demanda Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação
da região. lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de coman-
Aqui, pensando em uma organização Multinacional, pressu- do determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois
pondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil. Obviamen- membros é apenas por meio de canais planejados.
te, os interesses, hábitos e costumes de cada povo justificarão que
cada filial tenha suas especificidades, exatamente para atender a Tipos de estruturas de organização formal:
cada povo. Assim, percebemos que, dentro de cada filial nacional, — Organização de Linha
poderão existir subdivisões, para atender às diferentes regiões de — Organização de linha e equipe
cada país, com seus costumes e desejos. Como cada filial estará — Organização funcional
estabelecida em uma determinada região geográfica e as filiais es- — Organização de Gerenciamento de Projetos
tarão focadas em atender ao público dessa região. Logo, provavel- — Organização Matricial
mente haverá dificuldade em conciliar os interesses de cada filial
geográfica com os objetivos gerais da empresa. Organização informal refere-se a uma estrutura social interliga-
da que rege como as pessoas trabalham juntas na vida real. É pos-
• Departamentalização por projetos: Os departamentos são sível formar organizações informais dentro das organizações. Além
criados e os recursos alocados em cada projeto da organização. disso, esta organização consiste em compreensão mútua, ajuda e
Exemplo (construtora): pode dividir sua organização em torno das amizade entre os membros devido ao relacionamento interpessoal
construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande que constroem entre si. Normas sociais, conexões e interações go-
autonomia, o que viabiliza a melhor consecução dos objetivos de vernam o relacionamento entre os membros, ao contrário da orga-
cada projeto. nização formal.
Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto e Embora os membros de uma organização informal tenham res-
proporciona melhores resultados. ponsabilidades oficiais, é mais provável que eles se relacionem com
Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como seus próprios valores e interesses pessoais sem discriminação.
um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas A estrutura de uma organização informal é plana. Além disso,
(sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua as decisões são tomadas por todos os membros de forma coleti-
continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão va. A unidade é a melhor característica de uma organização infor-
alocados se findar. mal, pois há confiança entre os membros. Além disso, não existem
regras e regulamentos rígidos dentro das organizações informais;
• Departamentalização matricial regras e regulamentos são responsivos e adaptáveis ​​às mudanças.
Também é chamada de organização em grade, e é uma mistu- Ambos os conceitos de organização estão inter-relacionados.
ra da departamentalização funcional (mais verticalizada), com uma Existem muitas organizações informais dentro de organizações for-
outra mais horizontalizada, que geralmente é a por projetos. mais, portanto, eles são mutuamente exclusivos.
Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por res-
ponder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal.
Assim, há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada:
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• Cultura organizacional Não confunda: Chefia (posição formal) – Autoridade (dada por
A  cultura organizacional  é responsável por reunir os hábitos, algum aspecto) – Liderança – Poder.
comportamentos, crenças, valores éticos e morais e as políticas in- A influência acontece e gera a liderança, o poder é por onde
ternas e externas da organização. essa influência acontece. Esse poder pode ser formal ou informal.
Segundo Max Weber: “Poder é a capacidade de algo ou alguém
— Direção fazer com que um indivíduo ou algo, faça alguma coisa, mesmo que
Direção essencialmente como uma função humana, apêndice de este ofereça resistência. ” – Exemplo: votação, alistamento militar
psicologia organizacional. Recrutar e ajustar os esforços para que os in- para homens.
divíduos consigam alcançar os resultados pretendidos pela organização. — Poderes formais são aqueles que estão relacionados ao car-
Direção = Rota – Intensidade = Grau – Persistência = Capacida- go e ficam no cargo independente de quem o ocupe. Já poderes
de de sobrevivência (gatilhos da motivação) informais são aqueles que ficam com a pessoa, independente do
cargo que o indivíduo ocupe.
• Motivação — Autoridade: Direito formal e legítimo, que algo ou alguém
“Pode ser entendido como o conjunto de razões, causa e mo- tem, para te dar ordens, alocar recursos, tomar decisões e de con-
tivos que são responsáveis pela direção, intensidade e persistência duzir ações.
do comportamento humano em busca de resultados. ” É o que des- — Dilema chefia e liderança: Chefe é aquele que toma ações
perta no ser a vontade de alcançar os objetivos pretendidos. Algo baseadas em seu cargo, onde sofre a influência dos poderes for-
acontece no indivíduo e ele reage. Estímulos: quanto mais atingível mais. E o líder é aquele que toma as decisões, recebe e consegue
parecer o resultado maior a motivação e vice-e-versa. liderar os indivíduos, através de seu poder informal, independente
A (Razão, Causas, Motivos) pode ser: Intrínseca (Interna): do do cargo que ocupe.
próprio ser ou, Extrínseca (Externa): algo que vem do meio.
Porém a motivação é sempre um processo do indivíduo, sem- Conceito de Poder, segundo o Dilema chefia e liderança é o que
pre uma resposta interna aos estímulos. consegue agrupar os dois distintos tipos de poder, os poderes for-
mais e informais.

• Tipos de Liderança:
Transacional: Baseada na troca. Liderança tradicional, incenti-
vos materiais. Funciona bem em ambientes estáveis, pois líderes e
liderados precisam estar “satisfeitos” com o negócio em si.
Transformacional: Baseada na mudança. Liderança atual: Ins-
pira seus subordinados. Quando construída, gera resultados acima
da transacional, já que os subordinados alcançam uma posição de
agentes de mudança e inovação.

• Comunicação
É a ligação entre a liderança e a motivação. Para motivar é ne-
cessário comunicar-se bem. A comunicação é essencial para o todo
dentro da organização. A organização que possui uma boa comuni-
cação, tende a ser valorizada pelos indivíduos, consequentemente
gera melhores resultados.
A comunicação organizacional eficiente é fundamental para o
êxito na organização. Caso a comunicação seja deficiente, acarreta-
rá um grau de incompreensão no ambiente organizacional, dificul-
tando a organização de atingir seus objetivos.
Através da comunicação a organização, bem como sua lideran-
ça, obtém maior engajamento de seus colaboradores de forma mais
efetiva.
Liderança A comunicação interna tem como objetivo manter os indiví-
Fenômeno social, depende da relação das pessoas. Aspecto duos informados quanto as diretrizes, filosofia, cultura, valores e
ligado a relação dos indivíduos. Capacidade de exercer liderança resultados obtidos pela organização. Agregando valor e tornando a
– influência: fazer com que as pessoas façam aquilo que elas não organização competitiva no mercado.
fariam sem a presença do líder. Importante utilização do poder para
influenciar o comportamento de outras pessoas, ocorrendo em • Descentralização e delegação
uma dada situação. Centralização ocorre quando uma organização decide que a
— Liderança precisa de pessoas. maioria das decisões deve ser tomadas pelos ocupantes dos car-
— Influência: capacidade de fazer com que o indivíduo mude gos no topo somente. Descentralização ocorre quando o contrário
de comportamento. acontece, ou seja, quando a autoridade para tomar as decisões está
— Poder: que não está relacionado ao cargo, pode ser por via dispersa pela empresa, na base, através dos diversos setores.
informal.
— Situação: em determinadas situações a liderança pode aparecer.
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Delegação é o processo usado para transferir autoridade e res-


ponsabilidade para os membros organizacionais em níveis hierár- MAPEAMENTO DE PERFIS PROFISSIONAIS POR COMPE-
quicos inferiores. TÊNCIAS

— Controle
Segundo Djalma de Oliveira: Entendendo o conceito de Competências8
“Controle é uma função do processo administrativo que, me- O conceito de competência, no âmbito organizacional, come-
diante a comparação com padrões previamente estabelecidos, pro- çou a ser construído com a perspectiva do indivíduo. O trabalho
cura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a de McClelland, no início da década de 70, marcou o debate entre
finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que psicólogos e administradores nos Estados Unidos, ao abordar as
possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em fun- competências ao invés da inteligência. Em seu artigo, ele argumen-
ções do processo administrativo, para assegurar que os resultados ta que a competência está relacionada ao desempenho superior de
satisfaçam aos desafios e aos objetivos estabelecidos. ” uma pessoa na realização de uma tarefa. Posteriormente, outros es-
Segundo Robbins e Coulter: tudos surgiram na literatura com este enfoque como os de Boyatzis,
“O processo de monitorar as atividades de forma a assegurar Spencer e Spencer, McLagan, Mirabile e Le Boterf, apontando para
que elas estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir a praticidade do conceito de competência nas práticas de recursos
quaisquer desvios significativos. ” humanos (FERNANDES).
Segundo Maximiano: Durante o período dos anos 1980, a competência era concei-
“Consiste em fazer comparação e tomar a decisão de confirmar ou tuada como um conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes
modificar os objetivos e os recursos empregados em sua realização. ” presentes em cada indivíduo (FLEURY; FLEURY).
A competência individual era avaliada pelo desenvolvimento
No processo administrativo o controle aparece como a etapa das tarefas que cada um executava no contexto organizacional. Nes-
final, porém, o controle acontece durante todas as fases do proces- se período, criou-se uma imagem mais moderna, porém baseada
so, é contínua. nos princípios do taylorismo e do fordismo, vinculada à concepção
de qualificação como um estoque de conhecimentos que podem
• Objetivo: ser certificados pelo sistema educacional (FLEURY; FLEURY).
— Identificar os problemas, falhas, erros e desvios. As mudanças se iniciam e são provenientes das organizações
— Fazer com que os resultados obtidos estejam próximos dos que estão sendo pressionadas pelos fatores ambientais que são
resultados esperados. contingências e fazem parte de um novo trabalho voltado para
— Fazer com que a organização trabalhe de forma mais adequada. profundas mudanças e novas ideias e novas tecnologias organiza-
— Proporcionar informações gerenciais periódicas. cionais. Práticas gerenciais são utilizadas nas organizações para o
— Redefinir e retroalimentar os objetivos (feedback). desenvolvimento de um novo sistema produtivo, uma nova visão
organizacional (BITTENCOURT; BARBOSA).
• Características Para inserção neste mercado globalizado, são necessários al-
- Monitorar e avaliar ações. guns elementos voltados para a gestão de novos processos, como a
- Verificar desvios (positivos e negativos) terceirização e o downsizing gerencial, a contínua melhoria na qua-
- Promover mudanças (correção e aprimoramento) lidade e a produtividade, a ênfase na figura do cliente, a valorização
do indivíduo e da sua capacidade de desenvolvimento e produtivi-
• Tipos, vantagens e desvantagens. dade. Assim, todos, de certa forma, contribuíram para uma nova
— Preventivo (ex-ante): Controle proativo. Objetiva prevenir, estrutura organizacional voltada para novas tendências e para o
evitar e identificar possíveis problemas, antes que eles aconteçam. desenvolvimento de competências (BITTENCOURT; BARBOSA).
— Simultâneo: Controle reativo. Acontece durante a execução A atual tendência de mercado busca várias modificações em
das tarefas. Controle estatístico da produção, verificar as margens diversas direções: de um lado, estão as organizações e, do outro
de erro de produção. Avaliação, monitoramento. lado, a pressão sobre o empregado, o trabalhador.
— Posterior (ex-post): Controle reativo. Inspeção no final do No âmbito das organizações, o que se visualiza é a crescen-
processo produtivo se avalia o resultado dado. Acontece após. te busca por estratégias para superar concorrentes num mercado
competitivo, pela maximização dos resultados e dos lucros. Já em
• Sistema de medição de desempenho organizacional relação ao empregado, a tendência atual está voltada para a busca
Faz parte das etapas do Processo de Controle os sistemas de de um profissional qualificado, com uma formação ampla, com co-
medição de desempenho, onde pode-se: nhecimentos e habilidades para a resolução de conflitos e proble-
— Estabelecer padrões: definição de objetivos, metas e desem- mas (BARBOSA).
penho esperado.
— Monitorar desempenho: acompanhar, coletar informação,
andar simultaneamente ao processo. Determinar o que medir,
como medir e quando medir.
— Comparação com o padrão: análise dos resultados reais em
comparação com o objetivo previamente estabelecido.
— Medidas Corretivas: tomar as decisões que levem a orga-
nização a atingir os resultados desejados. Caminhos: Não mudar
nada. Corrigir desempenho. Alterar padrões. 8 Texto adaptado de André Rogerio Berto, disponível em http://www.convibra.org/
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Bittencourt e Barbosa (2004) mostram que na França, as or- d) valorização da função comercial e de manufatura, com o
ganizações que buscam acompanhar os processos de globalização desenvolvimento de competências específicas para atender às de-
e enfrentar o aumento da concorrência, são levadas a encontrar mandas do mercado passando a função treinamento a ter um papel
novas estratégias para problemas que envolvem qualidade, custo, estratégico em termos da inovação de produtos e processos;
prazos, variedade e inovação. Nesse cenário, a competência retrata e) enxugamento das estruturas, o que propicia maior integra-
um conjunto de saberes mobilizados em situação de trabalho: ção e comunicação, com a adoção de formas diversas – matricial,
a) os conhecimentos específicos para a execução de uma ta- célula ou processo – com múltiplas linhas de comando e maior ên-
refa; fase na comunicação.
b) as aptidões, a inteligência pessoal e profissional;
c) a vontade de colocar em prática e desenvolver novas com- Prahalad e Hamel (2001), tratando do conceito no nível organi-
petências. zacional, definem competência como um conjunto de conhecimen-
No eixo do conhecimento, o saber significa questionamento e tos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos e gerenciais inerentes
esforços investidos na obtenção da informação que possa agregar a uma organização que representam a soma do aprendizado. Assim,
valor ao trabalho. Representa aquilo que é necessário saber para as competências humanas relacionam-se ao indivíduo ou à equipe
desenvolver com qualidade uma tarefa (BARBOSA). de trabalho e as organizacionais dizem respeito a toda a organiza-
O saber fazer dá significado às habilidades práticas e à cons- ção.
ciência de uma ação. São as habilidades que caracterizam o saber No contexto da qualificação, Zarifian (2001) atribui o nome
para alcançar um bom desempenho. Ainda neste sentido, o saber competência a um modelo construído para conferir ao indivíduo
agir relaciona-se a atitudes mais adequadas à uma fusão de discur- novo papel na organização. Nesse novo modelo, pressupõem-se
so e ação com a realidade desejada (BITTENCOURT; BARBOSA). mudanças visíveis nas estruturas das organizações e, consequente-
Looy, Dierdonck e Gemmel (1999 apud RUAS) definem compe- mente, uma nova estruturação no perfil do trabalhador que passará
tências como características humanas relacionadas com a eficácia e a ser polivalente, tomar iniciativa, desenvolver novas habilidades,
a eficiência profissionais. Na visão desses autores, analisar essas ca- assumir responsabilidade diante de situações novas e decidir na
racterísticas no desempenho dos empregados permite aos gestores hora certa. Ao possuir estas características, ele se torna potencial-
correlacionar certos comportamentos e desempenhos dos empre- mente capaz de desempenhar novas atribuições e, assim, passar a
gados com competências individuais depois de prever alguns deles. ser multifuncional, pela capacidade de desenvolver múltiplas fun-
Ao estabelecer a relação e a previsibilidade do comportamento e ções. Com isto, o gerente passará a gerir pessoas por competências
do desempenho dos empregados, os gestores podem estabelecer e pelas performances individuais. O contexto em que se insere o
sistemas de controles de entrada e saída de talentos e avaliar o de- indivíduo é imprescindível que o elo de comunicação se estabeleça
sempenho profissional baseado em competências, além de estabe- para que seja eficiente e assim gere a competência.
lecer indicadores para a formação e a qualificação de empregados, Um novo cenário organizacional se instala e, consequentemen-
permitindo à organização compatibilizar competências e desempe- te, traz consigo a exigência de novas competências, o que, por si
nhos individuais. só, implica novo envolvimento e iniciativa do profissional. Assim,
Picarreli (2002) define a competência de forma mais simples, ter competência é também ter iniciativa, assumir responsabilida-
como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que des diante de situações com que se depara. Tomar iniciativa diante
levam ao desempenho superior. O conhecimento ficou emparelha- de um fato implica necessariamente desenvolver a capacidade de
do com o “saber”, enquanto atitudes se relacionam a comporta- imaginação, de invenção e poder lidar com os imprevistos de for-
mentos e habilidades, a “saber-fazer”. ma adequada e inovadora. Ter competência é enfrentar situações,
Outra definição que enfatiza o aspecto relacional entre as pes- é resolver problemas em momentos de incerteza e adversidade, é
soas é fornecida por Boog (2002), que considera a competência alcançar sucesso. Segundo este autor, um sistema de gestão de pes-
como um conjunto de características desenvolvidas que resultam soas deve ter como objetivo desenvolver as competências individu-
no encantamento de todos aqueles que se relacionam. A compe- ais necessárias para que as estratégias organizacionais se tornem
tência é um produto de “saber fazer” e de “querer fazer”: utiliza viáveis (ZARIFIAN).
o “saber” e o “querer” para enfatizar os termos “conhecimentos, A primeira responsabilidade dos gestores é a de desenvolver e
habilidades e experiências, educação, motivação e comprometi- sustentar relacionamentos saudáveis, além de manter uma comu-
mento”. nicação aberta e de duas mãos com todos os stakeholders, repre-
sentados por aqueles que possuem uma parcela de contribuição no
Além desses aspectos, Fleury e Fleury (2004) destacam novas sucesso das organizações. Os gestores devem respeitar a integrida-
tendências, dentre elas: de do processo de gestão, bem como da legitimidade, dos papéis
a) atribuição de papel mais atuante ao RH na definição das es- e interesses dos stakeholders. Quando confrontados com assuntos
tratégias do negócio e no estabelecimento de políticas e práticas que podem afetar os grupos de interesse, os gestores devem bus-
modernas e atuais, adequadas ao processo de reter e desenvolver car uma comunicação direta e regular com estes, assegurando que
os melhores talentos; seus interesses estejam sendo devidamente atendidos. Todos esses
b) elevação do nível de exigência na contratação de novos em- imperativos recaem sobre as habilidades políticas, as quais são es-
pregados quanto às competências necessárias aos postos de traba- senciais para uma gestão efetiva (HANASHIRO et al).
lho e do nível de preocupação com as pessoas mais comprometi- Aos gestores cabe buscar oportunidades para o desenvolvi-
das, cujas competências agregam mais valor ao negócio; mento e educação de seus funcionários, garantindo feedback sobre
c) deslocamento da unidade de gestão do cargo para o indiví- o desempenho, avaliando seus pontos fortes e limitações e exami-
duo; nando os erros ou oportunidades perdidas. Preparar as pessoas
para que sejam capazes de compreender o conjunto de forças que
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

operam na organização, discutir sobre erros cometidos, reconhecer Segundo Limongi-França e Arellano (2002), o recrutamento e a
responsabilidades sobre as decisões tomadas e aprender a dar res- seleção de pessoal são ferramentas da área de recursos humanos,
postas eficientes é tarefa fundamental dos gestores em cargos de importantes e integradas na estratégia de negócios da empresa.
comando. Cabe garantir que os stakeholders tenham uma clara e As práticas de recrutamento e seleção correspondem a todas
ampla informação sobre a organização, seus objetivos, seu papel, as técnicas e métodos utilizados para orientar as ações da organiza-
suas responsabilidades e expectativas de desempenho (ARAUJO). ção relativamente à captação de pessoas.
As mudanças, tanto no ambiente externo como no interno às Segundo Marras (2000), o recrutamento é um conjunto de téc-
organizações, afetam estas e há a necessidade constante de ajustes. nicas e procedimentos com o objetivo de atrair candidatos qualifi-
Internamente, a equipe de gestores muda com o tempo e membros cados para ocupar cargos dentro da organização. O recrutamento
que ingressam na equipe devem aprender o máximo possível sobre pode ser de dois tipos: interno e externo. É interno quando as opor-
a organização, como as tendências externas a afetam e como os tunidades são divulgadas entre os próprios funcionários da empresa
times operam. Externamente, mudanças globais, como tecnologia, e a movimentação de pessoal ocorre em termos de transferências
força de trabalho, concorrência, legislação etc. impactam a forma ou promoções; é externo, quando os candidatos são do mercado de
como as organizações respondem a essas mudanças. A necessidade trabalho ou externos à organização à qual se submetem à seleção.
do gestor de compreender as implicações das mudanças em ambos Como práticas de recrutamento, definem-se as técnicas utili-
ambientes é importante para uma gestão efetiva. zadas para atrair candidatos interessados nas vagas que a empresa
Os gestores também devem nutrir o desenvolvimento dos disponibiliza no mercado. Como exemplo dessas técnicas, mencio-
funcionários para que trabalhem em grupos. A atenção deve estar nam-se: anúncios em jornais e revistas especializadas; agências de
voltada especificamente ao bem-estar coletivo e à busca por um recrutamento, contatos com escolas, universidades, cursos profis-
senso de colegiado entre os participantes. O desenvolvimento da sionalizantes, entidades de classe; exposição de cartazes em locais
habilidade interpessoal permite aos gestores atuar efetiva e indivi- estratégicos; banco de dados advindo de currículos deixados na
dualmente nos talentos e criar um time cujo todo é mais importan- empresa por candidatos interessados; rede de contatos ou relacio-
te que a soma das partes (HANASHIRO). namentos do recrutador; internet; mídia etc (ALMEIDA).
Observa-se que o conceito de competência do indivíduo pro- Spector (2004) ressalta que uma das primeiras aplicações da
cura ir além do conceito de qualificação, ou pelos saberes ou pelo Psicologia no campo dos problemas humanos dentro das organiza-
estoque de conhecimentos da pessoa. Num sentido mais amplo, o ções foi a avaliação de candidatos para seleção. Durante a Primeira
conceito da qualificação pode estar definido pela posse dos requisi- Guerra Mundial, foi realizado o primeiro teste psicológico em larga
tos ligados à posição ou ao cargo que o indivíduo ocupa. A compe- escala para determinar as funções no exército nos Estados Unidos.
tência pode ser conceituada como a capacidade de cada indivíduo No período posterior à guerra, as grandes empresas perceberam a
para ter, assumir iniciativas, realizar atividades além das que esta- importância de se avaliar os candidatos a emprego mediante uma
vam prescritas e ainda ser capaz de compreender, dominar novas seleção e de outras formas de decisão, popularizando o uso de tes-
situações de trabalho e buscar o reconhecimento e a recompensa. tes e técnicas seletivas. Desde então, os estudos sobre recrutamen-
to e seleção passaram a ser mais aprofundados, uma vez que já se
A Relevância das Competências na Seleção de Pessoas havia demonstrado ser uma forma de obter competitividade e bom
Conforme Fischer (2002), os componentes formais de um desempenho.
modelo de gestão de pessoas se definem por princípios, políticas Na perspectiva de Marras (2000), a seleção corresponde à
e processos que interferem nas relações humanas no interior das comparação e escolha dos profissionais que foram atraídos pelo
organizações. Por princípios entendem-se as orientações de valor recrutamento. Enquanto o recrutamento abastece a seleção com
e as crenças básicas adotadas pela empresa, e que determinam candidatos, a seleção abastece a organização com profissionais
o modelo de gestão de pessoas; as políticas, por sua vez, estabe- adequados mediante escolha e classificação dos candidatos.
lecem diretrizes de atuação que buscam objetivos de médio e de A seleção é a escolha do candidato mais adequado para a orga-
longo prazo para as relações organizacionais; já os processos são nização, dentre todos os previamente recrutados. Para se operacio-
os elementos mais visíveis do modelo, pois são cursos de ação pre- nalizar a seleção dos empregados, utilizam-se ferramentas para se
viamente determinados, orientados por políticas específicas, ins- obter maiores informações sobre os candidatos, como entrevistas,
trumentalizados mediante ferramentas de gestão, que são: Seleção que, se forem conduzidas de uma forma semiestruturada, podem
e Recrutamento, Treinamento e Desenvolvimento, Avaliação de De- dar subsídios para uma avaliação da inteligência do candidato, bem
sempenho, Remuneração e Relação com o Sindicato. E, nesses pro- como seu nível de motivação, habilidades interpessoais, sua perso-
cessos, a peça fundamental para colocá-los em prática é o gestor de nalidade, seus valores pessoais e demais traços que podem ser se-
pessoas, pois é por intermédio dele que essas ferramentas tomam melhantes à cultura da organização; provas de conhecimento, para
vida quando são por ele utilizadas e sua inadequação põe em risco verificar a aptidão e habilidade do candidato em relação ao que se
toda a composição do modelo. espera de temas específicos; testes psicológicos, que visam predizer
O mercado de trabalho cada vez mais exigente impõe a bus- o comportamento do entrevistado; técnicas vivenciais, que forçam
ca por candidatos que melhor possam desempenhar tarefas, bem os candidatos a interagirem e participaram de situações em grupo;
como contribuir para que a empresa alcance seus objetivos. Nor- e também avaliação de saúde (LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO).
malmente, o objetivo maior das empresas privadas é geração de Spector (2004) complementa ainda que o objetivo da seleção
lucro. Neste contexto, o objetivo da seleção de pessoas é proceder é contratar pessoas com probabilidade de serem bem-sucedidas no
à escolha do candidato com melhores competências para desempe- trabalho, que se pode acreditar ser de interesse de todas as organi-
nhar uma determinada tarefa (REIS). zações que buscam se manter produtivas e competitivas.
Assim, a seleção visa solucionar dois problemas: adequação do
homem ao cargo e eficiência do homem no cargo.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Ressalta-se que segundo Adami (2001 apud CARVALHO; NAS- Seleção Por Competências
CIMENTO) “o momento de seleção deve ser alvo de toda a atenção As empresas, ao contratarem novas pessoas para trabalharem
possível, uma vez é o momento em que a empresa procura atrair e em seus quadros de colaboradores, procedem a processos seletivos
reter como garantia de qualidade e eficiência para ser competitiva, cujas etapas são predominantemente avaliativas. Há, no entanto,
seus colaboradores”. diferentes enfoques nesses processos, sendo os mais usuais
Ainda sobre o assunto, a seleção cuidadosa e criteriosa, de (1) a busca pelo melhor dentro de um determinado grupo e
acordo com o perfil desejado e estabelecido pela empresa, traz (2) a busca pelo mais adequado à determinada tarefa.
como vantagem reduzir problemas como a ineficiência e a rotati-
vidade. O primeiro caso foca-se em determinar as pessoas mais capa-
É necessário avaliar, antes de efetuar uma seleção, o que será zes de realizar mais tarefas ou realizar tarefas da melhor forma. Os
mais adequado para a empresa, se uma seleção externa ou inter- parâmetros usualmente utilizados são dinamismo, inteligência, pró-
na. Muitas empresas, ao se concentrarem mais na procura e recru- -atividade, etc. O segundo caso foca-se na tarefa e busca alguém
tamento de novos talentos, se esquecem de que podem recrutar que se adapte bem a ela e gere resultados eficazes. Uma função,
internamente, oferecendo oportunidades de crescimento para os por exemplo, que requeira concentração na análise de dados, em
colaboradores que ali já trabalham. grande parte do dia, para produzir relatórios consolidados, possi-
O processo de seleção, assim, é de suma importância para a velmente seja melhor realizada por uma pessoa mais focada à mesa
organização, visto que a escolha da pessoa certa, para o cargo certo, de trabalho o que não ocorreria com uma dinâmica e adepta a rela-
é tarefa difícil. E também, contratar pessoas tem um alto custo, nem cionamentos (TSUNO).
sempre medido em qualidade. Um método de seleção válido apresenta a média de candidatos
O grau de importância que se tem atribuído ao recrutamento e com melhor desempenho no trabalho, e pode-se supor com isso
seleção das pessoas é tão elevado que, esta atividade, assume um que sua permanência também é ampliada, diminuindo a rotativi-
posicionamento mais atual, perante a organização, com a participa- dade (SPECTOR).
ção dos gerentes no processo de escolha, que não deve ser delega- Para realizar um bom recrutamento, os profissionais de recur-
do. Este envolvimento direto dos gestores, nestas atividades, para sos humanos devem conhecer – ensina Lucena (1999) - a importân-
que se tenha o melhor resultado, deve estar apoiada pela unidade cia do perfil profissional, que compreende o dimensionamento dos
de Rh com as competências para recrutamento e seleção ou contar objetivos do cargo, do tipo de contribuição esperada, expressa nos
com a parceria da uma empresa especializada. resultados pretendidos.
Dessa forma, o recrutamento e a seleção tornam-se procedi- Spector (2004) chama de perfil este critério, que correspon-
mentos descentralizados e compartilhados pelas diversas áreas da de ao conceito da organização sobre as características de um bom
empresa. Com a participação dos gestores, a escolha torna-se aber- funcionário para cada cargo. Enfim, estes indicadores orientarão a
ta, participativa, democrática e motivadora. Neste caso, a área de identificação das responsabilidades, conhecimentos, qualificações,
recursos humanos assume o papel de apoio operacional. experiências, habilidades e aptidões requeridas pelos objetivos do
Recrutamento e seleção também podem ser vistos como du- cargo.
pla entrada, ou seja, de decisão tanto da parte da empresa e das Atualmente tem sido muito utilizada a seleção de pessoas por
pessoas que decidem, como do lado das pessoas envolvidas no pre- competências pois a escolha de um candidato competente facilita
enchimento da vaga. Nos procedimentos de seleção, candidatos e o êxito de programas que têm como objetivo elevar a produtivida-
entrevistadores se posicionam simultaneamente como tomadores de de funcionários, aumentando a receita e reduzindo as despesas
de decisão em virtude dos dados e informações que conseguem organizacionais. Se funcionários aprendem com maior facilidade as
coletar e interpretar em relação à outra parte. Assim, o candidato tarefas que necessitam desempenhar ou erram menos, as despesas
está sendo visualizado como uma oportunidade e vice-versa. É sem- que a empresa tem com treinamento e capacitação também dimi-
pre bom lembrar, entretanto, que, com a recessão econômica e o nuirão (REIS).
desemprego em alta, os candidatos geralmente ficam à mercê das Sem a existência de um perfil profissional do cargo, torna-se
organizações, exceto para algumas funções mais complexas ou mais desnecessário falar de práticas de recrutamento e seleção, pois as
altas na hierarquia organizacional (DUTRA). técnicas servem para levantar dados sobre o perfil dos candidatos.
Dutra (2004) entende que captação de pessoas não pode ser Os indicadores dos postulantes são comparados com os indicativos
mais um simples preenchimento tópico e imediatista de um cargo do perfil do cargo e, a partir daí, é realizada a escolha.
específico. Elas deveriam se tornar o aporte de mais talento para Dessa forma, o recrutamento e a seleção correspondem ao
necessidades presentes e também futuras da organização. Existe procedimento adequado dos cargos na organização. Quando se
nesta óptica a preocupação de reunir mais valor para a empresa e tem funcionários sem o perfil profissional necessário ao bom de-
para o cliente, tornando a organização melhor no futuro do que é sempenho do cargo, tem-se maior probabilidade de não adaptação
no seu momento atual. deste à empresa, podendo este fator ter influências na rotatividade,
Em algumas organizações o sistema de seleção agrega no final originando maiores despesas financeiras.
um programa de integração do escolhido, também, chamado de A exigência por competências é dependente também das ca-
processo de socialização. Consiste na maneira pela qual os recém racterísticas dessa organização, como o ramo de atividade, cultura
contratados são recebidos e integrados à cultura da instituição, para organizacional e as competências organizacionais (LEME).
que possam comportar-se como membro afinado com os objetivos O leque de competências necessárias para uma atuação efetiva
da empresas, bem como a preservação da imagem organizacional é muito amplo e composto por algumas habilidades de natureza
(CARVALHO et al). mais técnica, outras comportamentais, dependendo do nível e área
de atuação. Em pesquisa desenvolvida por Sant’anna (2002) foram
selecionadas as quinze competências mais mencionadas em traba-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

lhos acadêmicos sobre competências de gestores. Elas são as se- a habilita a ser indicada para todas que se apresentarem no futuro,
guintes: [...] domínio de novos conhecimentos técnicos associados mas também não há como se garantir que esta pessoa logrará êxito
ao exercício do cargo ou função ocupada; capacidade de aprender apesar de toda a sua habilitação. A competência, neste quadrante,
rapidamente novos conceitos e tecnologias; criatividade; capacida- portanto, deve ser uma combinação de habilidades com resultados
de de inovação; capacidade de comunicação; capacidade de rela- constatados (DUTRA et al). Resultados só podem ser constatados
cionamento interpessoal; capacidade de trabalhar em equipes; au- na prática, mas habilidades podem ser avaliadas, não só por cons-
tocontrole emocional; visão de mundo ampla e global; capacidade tatações práticas, mas também por meio de provas situacionais que
de lidar com situações novas e inusitadas; capacidade de lidar com envolvem a simulação de situações reais típicas do cotidiano.
incertezas e ambiguidades; iniciativa de ação e decisão; capacidade O setor complexidade abrange um tipo de habilidade (compo-
de comprometer-se com os objetivos da organização; capacidade nente H do CHA) relacionada com o conhecimento tácito. Diz res-
de gerar resultados efetivos; capacidade empreendedora. peito à capacidade de uma pessoa em assumir responsabilidades e
Essa seleção consegue englobar as principais exigências para a executar atribuições de maior complexidade, o que vai se formando
função gerencial nas organizações, independentemente da área de com o desenvolvimento e a experiência de vida da pessoa (DUTRA).
atuação e nível hierárquico.
Nesse sentido, é muito importante o processo de seleção a fim Entrevista Por Competências
de que identifique-se o candidato ideal para atender às exigências Os métodos de seleção utilizados, normalmente, envolvem en-
do cargo agregando valor à empresa. trevistas, centros de avaliação e testes (LEME).
O modelo de seleção baseado em Competências oferece tam- Segundo Rodrigues e Alves (2007): [...] a entrevista, sendo um
bém melhores possibilidades de se definir indicadores mais preci- jogo de questionamentos, que tem como objetivo captar a atenção
sos e, também, melhores possibilidades de se medir determinadas dos ouvintes com perguntas, para descobrir informações que sir-
competências por meio de mecanismos de avaliação automatiza- vam para inserção do candidato na vaga. É durante a entrevista que
dos, o que vem a minimizar a interferência humana na atribuição o candidato tem a oportunidade de argumentar sobre suas experi-
da nota ou conceito. ências e defender seu ponto de vista.
O modelo da “Competência”, no contexto dos Recursos Hu- Por isso, para atuar no processo seletivo, é necessário que o
manos e predominantemente adotado no Brasil, está embasado selecionador tenha conhecimento de todos os tipos de entrevistas,
na combinação de três fatores intitulados, na língua Portuguesa, para que tenha a opção de escolher aquela que for mais adequada
pela sigla CHA (C = conhecimento sobre determinado assunto: ao processo.
Know-how, Saber fazer; Habilidade para produzir resultados com o De acordo com Araújo (2009), [...] o selecionador deve ter
conhecimento: Saber Fazer; e A = Atitude proativa. Assertividade. habilidade para captar os comportamentos dos selecionados, evi-
Querer Fazer (RABAGLIO). tando perguntas evasivas e elaborando uma lista de competências
que deve ser mapeada antes com o gestor da vaga. Por isso, toda
Segundo Dutra et al (2001), apesar deste modelo de avaliação preparação é importante, partindo da preparação da entrevista, ali-
de pessoas estar dominando o cenário corporativo dos departa- nhando o local, horário e material para a condução do processo que
mentos de Recursos Humanos, por si não garante resultados satis- envolve introdução, coleta de informações pessoais e profissionais,
fatórios, pois a realidade abrange outros fatores que o modelo CHA informações baseadas no perfil de competências e fechamento.
nem sempre contempla. A avaliação completa deve abranger qua- A realização da entrevista no processo de escolha do candida-
tro setores: técnico, comportamental, resultados e complexidade. to, nas empresas mais modernas, tem uma importante participação
O setor técnico se sobrepõe à componente C (conhecimento) dos gerentes de linha, pois, é a quem cabe a escolha daquele que
do modelo CHA. Trata-se do que a pessoa de fato sabe a respeito integrará a sua equipe de trabalho (LEME).
da sua profissão e pode, em grande parte, ser averiguada por meio Quando o departamento de Recurso Humanos recebe os currí-
de testes escritos, exceção aos casos em que a profissão requeira culos, tem início a fase de afunilamento, ou seja, os candidatos são
alguma espécie de atividade física ou “desempenho” presencial, o convocados a passar por testes de conhecimento e a comparece-
que só pode ser comprovado mediante entrevista com especialistas rem para responder a entrevista prévia situacional com o RH. Tam-
no domínio (DUTRA et al). bém são realizadas dinâmicas e testes psicológicos diversos e, pos-
O setor comportamental se sobrepõe à componente A (atitu- teriormente, a entrevista por competências (CAMARGOS; SOUZA).
des) do modelo CHA. São características pessoais que podem ser, Normalmente, as entrevistas são baseadas em questões técni-
também em grande parte, averiguadas via testes escritos. Na área cas e comportamentais. As questões baseadas em questões técni-
de Recursos Humanos foram desenvolvidos testes para avaliação de cas objetivam identificar o conhecimento e práticas relacionadas à
características diversas desta natureza (DUTRA et al). função a ser exercida sendo analisadas em avaliações que se fun-
O setor resultados tem tanto a componente H (habilidades) do damentam apenas no conhecimento do candidato. As entrevistas
modelo CHA como a resultante do modelo de Avaliação por Objeti- comportamentais apresentam indagações direcionadas ao passa-
vos, citada anteriormente. Em outras palavras, a pessoa não só tem do, comparando-as a condutas e situações adversas (RABAGLIO).
que ter apresentado resultados satisfatórios, mas tem que demons-
trar ter as habilidades para tal (DUTRA et al).
Rabaglio (2001) ressalta a diferença entre “ser competente” e
“ter competências”. O primeiro caso significa que determinada pes-
soa foi eficaz em uma determinada tarefa, mas não se pode garantir
que o será da próxima vez. No segundo caso significa que determi-
nada pessoa tem habilidades para transformar seus conhecimentos
em resultados, compatíveis com determinado tipo de tarefa, o que
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Para ficar mais claro de se compreender observe um exem- 18) Quais metas foram abandonadas, reformuladas ou substituí-
plo de entrevista por competências, o qual pode ser visualizado das?
a seguir:
Tomada de decisão
Sugestões de Perguntas para Entrevista 19) Conte-me sobre uma situação em que você perdeu uma boa
oportunidade por não ter sido ágil na decisão a ser tomada.
Entrevista por Competência 20) Qual o maior risco que você correu numa decisão que teve que
tomar sozinho.
Criatividade 21) Porque resolveu aceitar o nosso convite e participar deste pro-
01) Conte-me sobre uma situação imprevista que você teve que ad- cesso seletivo, o que o motiva a vir para esta Empresa.
ministrar na sua função e como se saiu.
02) Conte-me sobre uma situação em que você teve que adminis- Trata-se de uma técnica de análise pretérita que se fundamen-
trar falta de recursos para solucionar um problema e como ta no fato de que as pessoas, quando submetidas a situações iguais
conseguiu. ou similares, tendem a apresentar o mesmo comportamento que
apresentaram anteriormente.
Flexibilidade O que diferencia a entrevista comportamental dos demais ti-
03) Fale-me sobre uma situação em que você coordenou um proje- pos de entrevista é que é realizada a análise da performance passa-
to de mudanças que não era bem aceito pela equipe. da como indicador de qual será o desempenho no futuro. Conforme
04) Conte-me uma situação em que você rejeitou uma mudança o comportamento manifestado, analisa-se se o candidato será ou
imposta por seu superior imediato. não competente para desempenhar a tarefa inerente ao cargo que
está sendo pleiteado.
Iniciativa Esta nova metodologia minimiza a subjetividade típica das en-
05) Descreva-me uma situação em que você assumiu responsabili- trevistas (REIS). No entanto, é preciso ter a cautela de afastar a sub-
dade por uma tarefa que não fazia parte de suas atribuições jetividade inerente a estes procedimentos, pois é bastante tênue a
e por quê. linha divisória entre a narração pelo candidato de uma experiência
06) Conte-me sobre mudanças que você implementou nas suas ro- atual e a conclusão de quem a escuta.
tinas. Embora seja importante a análise de eventos pretéritos, tam-
bém é importante considerar que as pessoas vivenciam novas ex-
Negociação / Persuasão periências e podem modificar seus conceitos e opiniões, o que de-
07) Conte-me sobre a negociação mais importante e com melhor manda cuidados do entrevistador a fim de que a conclusão não seja
resultado que você obteve. distorcida (CAMARGOS; SOUZA).
08) Conte-me sobre uma negociação na qual você foi convencido a Na entrevista, embora o objetivo seja a seleção por competên-
mudar de idéia. Como foi? cias, seu objetivo maior é o caminho que leva à competência e não
a competência propriamente dita em si. O processo seletivo enfa-
Empreendedorismo tiza o comportamento do candidato, ou seja, a partir da detecção
09) O que você tem feito para se manter atualizado? dos eventos comportamentais durante o processo seletivo é que
10) Quais os principais investimentos feitos em sua carreira profis- será feito o mapeamento das competências a ele associadas (CA-
sional? MARGOS; SOUZA).
Segundo Bruno (2005): Para atingir os objetivos, a entrevista
Foco em resultados por competências trabalha com abordagens abertas e incidentes
11) Conte-me sobre algum projeto de que você participou ou coor- críticos. Aquelas fazem o candidato dissertar sobre a situação vi-
denou e precisou Ter prazo prorrogado. venciada; estes são as situações em que o desempenho terá de ser
12) Conte-me sobre algum resultados inesperado, que tenha ultra- efetivamente superior, pois suas competências serão exigidas ao
passado as expectativas. máximo. Tais incidentes permitem uma visão mais detalhada das
prováveis competências envolvidas em comparação com o traba-
Autoconfiança lho humano envolvido: analisa-se, portanto, qual o incidente crítico
13) Qual a coisa mais importante que você acha que fez por você (exemplo: lidar com clientes resistentes) e a qual natureza do pro-
mesmo? blema nele compreendido (clientes que exigem recursos de empa-
14) Qual a situação mais perigosa que você já enfrentou com su- tia).
cesso? Nesse sentido, a conclusão lógica é que as questões devem in-
duzir a uma resposta que viabilize ao avaliador a identificação de
Liderança algum comportamento, sob pena de se tornar inócua. Assim, os
15) Que estilo de liderança você usou com sua última equipe? questionamentos precisam ser abertos para permitir que o preten-
16) Como você reagiu a sugestões para melhorar seu estilo de lide- dente ao cargo disserte com detalhes o fato vivenciado e possibilite
rança? Se nunca recebeu sugestões como acha que reagiria? que o avaliador identifique ou não, uma ou diversas competências.
Questões fechadas instigam as respostas objetivas ou monossílabas
Estabelecimento de metas e por isso precisam ser evitadas.
17) Quando você começou a estabelecer metas na sua vida pes-
soal?

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Ao realizar as perguntas, os verbos empregados precisam estar Tipos de Feedback


no pretérito para permitir que o candidato conte uma experiência Existem essencialmente três tipos de feedback:
passada importante. O interessante é que seja enfatizado um pas-
sado recente, e não um passado remoto (LEME). Feedback Construtivo
Finalmente, além de focar o comportamento, em detrimento Informação sobre o comportamento de alguém que é apresen-
da competência em si, é preciso perquirir o comportamento do pró- tada de forma a ser bem aceita por quem a recepciona.
prio entrevistado, e não de uma equipe ou colega com quem ele
trabalhou. Visa-se conhecer a experiência do candidato: apenas sua Feedback Positivo
experiência será importante para deslindar o processo seletivo; a Informação de que os comportamentos da pessoa atingiram os
forma como outras pessoas agiram não podem influenciar a con- objetivos que eram pretendidos, reforçando-os.
clusão (LEME).
Esses passos irão induzir o candidato, ao responder alguma Feedback Negativo
pergunta, a dissertar apenas sobre o que foi perguntado, sobre o Informação de que os comportamentos da pessoa não atingi-
comportamento por ele desempenhado naquela situação e qual o ram os objetivos pretendidos, desencorajando-os.
resultado gerado por aquela atitude. Esta equação, contexto, ação
e resultado, ficou conhecida pelas iniciais CAR. Ressalta-se que o Para que um feedback seja útil é necessário que tenha algumas
trinômio CAR é apenas um guia para que o objetivo da entrevista características:
seja atingido, e não implica em dizer que foi mapeada alguma com- - Oportuno;
petência, derivada de um determinado comportamento (CAMAR- - Descritivo;
GOS; SOUZA). - Esclarecido;
Embora o CAR seja insuficiente se for utilizado de maneira iso- - Específico e objetivo;
lada, relatar os resultados que foram obtidos em experiências pre- - Dirigido a alguém específico;
téritas é de grande importância, pois irá mostrar o(s) aspecto(s) que - Disponível sempre que for solicitado; e
foram tidos como importante pelo pretendente para alcançarem - Compatível com as necessidades dos envolvidos.
resultado satisfatório. Este item permitirá mapear mais facilmente
o perfil de competências (CAMARGOS; SOUZA). Linguagem do Feedback
Por fim, na entrevista por competências comportamentais As pessoas compreendem a linguagem (palavras, frases ou ter-
também observa-se linguagem corporal do candidato ao cargo. Ou mos) de formas diferentes, então assegure que a pessoa que recebe
seja, a entrevista é um conjunto do que se vê e escuta. Ressalta-se, o feedback conhece o contexto a que se refere e evite linguagem que
porém, que estas manifestações são distintas, variando de lugar origine confusão, pois assim evitará problemas de comunicação.
para lugar e, de acordo com a cultura local, a mesma atitude pode O ato de dar feedback requer algumas habilidades de comunicação
possuir significados diferentes. interpessoal, pois se mal aplicado poderá ser muito prejudicial, o bom fe-
edback é produto de algumas capacidades de comunicação interpessoais.

FEEDBACK E FEEDFORWARD Feedback Construtivo: num feedback construtivo, a informa-


ção é dada com zelo e cuidado, pois tem o intuito de construir e
ajudar. Este tipo de feedback abre a aceitação da outra pessoa para
O feedback é uma ferramenta fundamental na modelagem de o que está a ser dito, aproximando e reforçando a relação.
comportamentos e na estimulação da aprendizagem, ele é uma Oferecer feedbacks construtivos é fundamental nas relações
oportunidade de desenvolvimento pessoal e de construção de uma sociais, matrimoniais ou profissionais, para que se conquiste uma
carreira.9 posição assertiva numa negociação, mantendo assim as relações
Além disso, o Feedback também é a capacidade de dar e rece- saudáveis e sustentáveis a curto e longo prazo.
ber opiniões, críticas e sugestões sobre as nossas atitudes, compor- Prover informações sobre o assunto do feedback, enriquecen-
tamentos e/ou desempenhos, com o objetivo de reorientar e/ou do-o e tornando-o tangível é primordial. Existem muitas pessoas
estimular uma determinada ação individual ou grupal. que duvidam do fato de que um feedback construtivo seja mais efi-
É como se nos olhássemos ao espelho e assim como o ciente do que dar um feedback corretivo/punitivo.
espelho poderá contribuir para que melhoremos a nossa imagem, Portanto surgem questões pertinentes: Quando é que é neces-
também o feedback poderá ajudar a melhorar as nossas atitudes e sário dar feedback? Onde é que nós devemos nos concentrar? Na
comportamentos. melhoria dos aspectos mais positivos, certo? Portanto é lógico que
se mencione aspectos positivos, e também aspectos negativos se
O feedback é uma poderosa ferramenta para: for o caso, mas sempre numa perspectiva de abertura para uma
- Direcionar a atenção das pessoas; mudança positiva.
- Incentivar as pessoas a desenvolverem-se mais; O fato é que muitos estudos psicológicos realçam evidências
- Incentivar e reforçar o desempenho desejado; de que o elogio, identificando os pontos fortes da pessoa, produz
- Encontrar alternativas para mudar o comportamento indese- melhores resultados do que o foco nas insuficiências e limitações
jado e eliminá-lo no futuro. da pessoa. Para melhorar, as pessoas precisam inevitavelmente de
feedback positivo e não que se realcem as suas dificuldades. Antes
de fornecer feedback a alguém, reflita e analise e só quando estiver
completamente consciente dos acontecimentos ofereça o seu fee-
9 http://www.utad.pt/vPT/Area2/autad/tutoria/Documents/Feedback.pdf dback, sempre numa perspectiva de respeito pelo próximo.
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Erros comuns no Feedback


Dar mais ênfase ao desempenho recente da pessoa, leva a que nos esqueçamos do desempenho da pessoa no passado recente, o que
pode resultar num feedback pouco rigoroso e pouco objetivo;
- Focalização no carácter e não no comportamento;
- Ausência de clareza sobre as mudanças que são necessárias.

Não deverá partir do princípio de que tem sempre razão. Mesmo depois de ter reunido todos os dados que pensa necessitar para dar
feedback, poderá não ter ficado com uma ideia clara sobre toda a situação. A pessoa em causa poderá ter outra versão sobre os dados que
reuniu, podendo levar a que os diferentes sentimentos e valores entrem em conflito.
Para uma conversa construtiva e frutuosa, poderá recorrer ao uso de perguntas, tentando perceber o raciocínio do outro intervenien-
te. O uso de perguntas ajuda a criar um ambiente propenso ao diálogo.
O feedback deverá ser um processo contínuo e regular, gerando um processo de compreensão, respeito e confiança mútua. Através
da partilha de ideias e sugestões, uma pessoa poderá aprender com o feedback.
Podemos melhorar os nossos feedbacks se nos consciencializarmos de cinco princípios básicos, que são:
1) A qualidade das relações pessoais e profissionais depende da qualidade e da quantidade do feedback que é dado.
2) A cordialidade é um tipo fundamental de feedback. Por exemplo, perguntar como correu o fim de semana, é de muito valor para a
maioria das pessoas.
3) O contato visual também é um tipo de feedback importante e muito valorizado.
4) Algumas pessoas necessitam de mais feedback do que outras, requerendo mais atenção e disponibilidade.
5) Negar feedback é como dar um castigo psicológico. Quando o feedback é aplicado de forma adequada, é muito estimulante.

A intenção de fornecer feedback não é criticar, mas apontar possibilidades de que o erro não seja repetitivo.

Como receber Feedback?


Antes de darmos as dicas fundamentais para receber o feedback, é importante listarmos alguns dos fatores essenciais na apresenta-
ção de feedbacks construtivos, que são:
- Compreenda o contexto, ou seja, descubra onde se deu o acontecimento, os motivos que levaram ao mesmo e o que o antecedeu.
Nunca se limite a dar feedback e a sair;
- Antes de dar feedback reflita sobre a sua intenção, pois o feedback deverá ser um presente que irá dar à outra pessoa e se não for
este o caso, é melhor não o dar.
- Forneça feedback apenas quando tiver algo a dizer, corrigir ou elogiar. O excesso irá fazer com que se crie mecanismos de defesa e
que se passe a não dar o devido valor;
- Forneça feedback positivo e negativo. A pessoa ficará mais receptiva se mencionar também elogios e os seus aspectos positivos;
- Evite generalizações e seja específico, concreto e descritivo nos comportamentos a que se refere: apresente factos e não faça infe-
rências sobre os sentimentos, atitudes, carácter ou motivos da outra pessoa;
- Evite culpabilizar e/ou hostilizar;
- Utilize técnicas úteis de avaliação formal de desempenho;
- Mencione qualidades subjacentes aos comportamentos;
- Seja justo, imparcial e proporcional, baseando-se em informações rigorosas;
- Não atribua culpas a causas que as outras pessoas não possam controlar;
- Seja empático e respeitador ao transmitir o feedback. O carinho com que é dado diminui as resistências de quem o recebe;
- Seja oportuno, fornecendo o feedback logo depois do comportamento e faça-o em privado para evitar constrangimentos e que este
não seja aceite, no entanto se vai elogiar a outra pessoa poderá fazê-lo em público;
- O melhor momento para se dar feedback é quando a pessoa o solicita e dê tempo à pessoa para pensar, refletir e analisar;
- Seja cauteloso nas entrevistas de avaliação de desempenho, comunicando de forma clara aos envolvidos os objetivos da entrevista,
para que tenham a oportunidade de se prepararem convenientemente;
- Dê um bom exemplo.

Dicas para Receber Feedback


Quando surgir dúvidas, pergunte e não faça suposições.
É com exemplos concretos que poderá melhorar. Solicite exemplos concretos, pois quantos mais detalhes tiver, melhor poderá compreender a situação.
O feedback gera mecanismos de defesa: é natural procurarmos desculpas, culpados ou motivos para os fatos, mas assim não ouvire-
mos o feedback da forma como deve ser ouvido.
Assumir compromissos irá ajudá-lo no seu autodesenvolvimento. Estabeleça metas, prazos, compromissos e focalize-se em resultados
práticos e concretos. Solicite feedbacks para verificar a ir caminho certo.
Demonstre interesse no que é dito, pois o feedback é uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e/ou profissional. Seja receptivo
mesmo que no momento não seja agradável e posteriormente reflita e tire conclusões.

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O que é feedforward? Autoconhecimento


No contexto corporativo, feedforward é o conceito de, após re- Conhecer os seus próprios limites, potenciais e características
alizar uma análise do comportamento do colaborador no ambien- comportamentais é a chave para o sucesso de uma estratégia de
te de trabalho, reconhecer quais de suas habilidades profissionais aprimoramento pessoal e profissional. No contexto corporativo, o
precisam ser desenvolvidas para o futuro. Ou seja, é uma variação feedforward é uma ótima tática para estimular a equipe a dar o
do tradicional feedback, mas que pode ser entendida como “olhar melhor de si por meio da introspecção.
adiante”.
Para isso, é fundamental que exista um diálogo aberto e respei-
Sendo assim, podemos afirmar que uma das premissas do fe- toso entre os líderes e os liderados. Lembrando que a ideia nunca
edforward é acelerar o aprimoramento da equipe e potencializar é apontar falhas, mas sim trazer à tona a autopercepção de forma
as suas softskills, como inteligência emocional e proatividade, e as que essa prática se torne comum no cotidiano dos colaboradores.
suas competências fundamentais para o mercado.
Estímulo de talentos
Marshall Goldsmith, autor de mais de 30 livros e responsável Feedforward visa focar no que realmente importa: as compe-
pelo treinamento de mais de 50 mil executivos, foi uma das figuras tências e habilidades do time de talentos da empresa. Ou seja, as
mais importantes de desenvolvimento pessoal dos últimos tempos. características que tornam o quadro de colaboradores promissor.
Sendo assim, os erros do passado são descartados e o olhar é volta-
O conceito de feedforward foi uma de suas ferramentas mais do para o presente e para o futuro, como já foi dito.
utilizadas nessa empreitada. Inúmeros CEOs mundo afora foram
ministrados com base nesse fundamento, para que você tenha uma Assim, a metodologia é uma ótima ferramenta para estimular
ideia do quanto ele pode ser útil para a empresa. o potencial criativo das pessoas, ajudando-as a superar obstáculos,
vencer desafios e alcançar o sucesso que tanto almejam.
Como o feedforward funciona?
Apenas por potencializar o engajamento, o feedforward já po-
deria ser considerado uma estratégia interessante para a organiza- GESTÃO DE PESSOAS DO QUADRO PRÓPRIO E TERCEIRI-
ção. Afinal, criar vínculos de empatia e confiança entre a empresa ZADAS
e o seu quadro de funcionários é essencial para que a organização
funcione.
Gestão de pessoas
Dito isso, na prática, o feedforward ajuda a construir um clima A crescente importância das pessoas para a construção e a ma-
amigável e reunir os profissionais em pequenos grupos para que nutenção de diferenciais competitivos para as organizações leva a
eles tenham um diálogo franco, no qual sempre serão levantados repensar conceitos e ferramentas de gestão, tendo em vista tam-
os pontos nos quais é possível evoluir. Nesse contexto, o líder deve bém as grandes mudanças na organização do trabalho, no relacio-
se manter disponível para contribuir e dar suporte sempre que ne- namento entre as organizações e as pessoas, no modo pelo qual os
cessário. indivíduos encaram sua relação com o trabalho e no comportamen-
to do mercado de trabalho10.
É importante que os membros sejam questionados a respeito Se as políticas e práticas de gestão não agregarem valor às pes-
do que gostariam de ter ou mudar em suas vidas. Também devem soas, não terão efetividade no tempo. Sendo assim, a gestão de
ser feitas perguntas sobre o que eles esperam de suas carreiras a pessoas deve ser complementada pela visão do desenvolvimento
longo prazo e como acreditam que podem atingir essas metas. humano, segundo a qual a pessoa agrega valor à empresa ao mes-
mo tempo em que esta agrega valor à pessoa.
A finalidade de toda essa tática é demonstrar que a empresa se A visão do desenvolvimento humano se sustenta em três pila-
preocupa com o futuro de cada integrante da equipe e que deseja res: a aprendizagem da organização e das pessoas por meio de sua
ajudá-los a evoluir em sua vida pessoal e profissional. Isso, sem dú- interação, a concepção da pessoa como um ser único e a competên-
vida, transforma o local de trabalho em um ambiente muito mais cia, tanto das organizações quanto das pessoas, para desempenhar
harmonioso, humanizado e produtivo. suas tarefas ou atividades. Deve-se, portanto, estabelecer uma cul-
tura de aprendizagem nas organizações, a partir de vínculos estabe-
Quais são as características do feedforward? lecidos entre pessoas e empresa, baseados no comprometimento,
O feedforward é fundamentado em alguns pilares que se con- na gestão participativa e na busca pela renovação contínua.
ciliam entre si. Veja a seguir quais são as principais características Deve-se gerir pessoas considerando sua individualidade e evi-
desse importante processo de coaching nas empresas. denciando que não basta somente possuir qualificações para a exe-
cução de determinada tarefa: deve o colaborador pôr em prática o
Foco no futuro que sabe, para estabelecer a troca de competência entre pessoa e
Como consta no próprio termo, a base do feedforward é se empresa. Na década de 1980, as empresas tiveram de se adequar
concentrar no que está por vir, a partir de um ponto de vista otimis- às grandes mudanças trazidas pela globalização, revisando seus
ta. É preciso estimular o funcionário a olhar para frente sem medo comportamentos.
de cometer erros.
É claro que isso não significa que ele será encorajado a não me- 10 PETEROSSI, H. G.; SIMÕES, E. A.; SANTOS, M. L. N. Gestão de pessoas nos
lhorar, muito pelo contrário. A ideia é se concentrar nos objetivos contratos de terceirização. GEPROS. Gestão da Produção, Operações e Siste-
de longo prazo e fazer o que for preciso para alcançá-los. mas, Bauru, Ano 9, nº 3, jul-set/2014, p. 131-148.
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Uma dessas revisões foi a aproximação do processo decisório O clima organizacional refere-se às relações humanas dentro da
à base operacional, tornando os profissionais da base corresponsá- organização e retrata o grau de satisfação das pessoas no ambiente
veis pela gestão do negócio e por todos os recursos envolvidos no de trabalho. O clima organizacional representa as percepções com-
processo. A partir de então, o grau de comprometimento e envolvi- partilhadas entre os funcionários em relação às políticas formais e
mento das pessoas com o objetivo estratégico e com o negócio da informais, práticas, eventos e procedimentos da organização.
empresa passa a ser vital. A qualidade dos serviços de uma empresa é influenciada pelo clima
Contudo, comprometer pessoas depende de que estas verifi- organizacional. O desempenho de um funcionário, quanto à prestação
quem vantagens concretas para si próprias na sua relação com a de um bom serviço, depende de ele saber fazer (possuir conhecimentos,
empresa. A ordem é estimulá-las, permitir um desenvolvimento habilidades e atitudes), poder fazer (dispor e poder usar os recursos ne-
sustentado e oferecer suporte à participação nos processos deci- cessários) e querer fazer (comprometimento e satisfação pessoal).
sórios. A consequência de um clima organizacional negativo pode ser
Cabe à empresa também definir exatamente suas expectativas a má qualidade dos serviços, e proporcionar um clima adequado
em relação aos colaboradores. Acontece um deslocamento do foco contribui para a melhoria da qualidade nos serviços. Apontam-se
no controle das pessoas para o foco em seu desenvolvimento. alguns indicadores do clima organizacional, como a rotatividade de
Classificam-se os processos de gestão de pessoas em três ca- pessoal, o absenteísmo, os atrasos, os conflitos interpessoais e o
tegorias: movimentação (captação, internalização, transferências, desperdício de materiais. Índices baixos indicam que clima é bom e
promoções, expatriação e recolocação), desenvolvimento (capaci- índices elevados apontam para um clima ruim.
tação, carreira e desempenho) e valorização (remuneração, premia- A pesquisa de clima organizacional é uma estratégia de ava-
ção, serviços e facilidades). O processo movimentação é de nature- liação considerada completa, uma vez que permite a identificação
za física, ocorrendo quando a pessoa muda de local de trabalho, de das características existentes na relação empresa-colaboradores,
posição profissional, de empresa e de vínculo empregatício. fornecendo subsídios para que as organizações possam aprimorar
Do ponto de vista da empresa, pode significar a movimenta- continuamente o ambiente de trabalho. Geralmente é realizada a
ção de pessoas, práticas de remanejamento em termos quantitativos partir de questionários aplicados aos funcionários, com o objetivo
e qualitativos e práticas de recolocação de pessoas no mercado de de obter suas opiniões acerca de vários aspectos relacionados a
trabalho. Do ponto de vista da pessoa, pode significar uma nova ocu- comprometimento, motivação, cumprimento das tarefas, relacio-
pação, uma promoção, ou a perda do vínculo empregatício existente. namento com colegas, liderança, entre outros fatores.
O desenvolvimento pode ser entendido como o aumento da
capacidade da pessoa de agregar valor para a organização. Para dar Terceirização
foco e direção a esse processo, a empresa deve definir o que espera O repasse de atividades da empresa a terceiros é conhecido
que as pessoas entreguem. O processo de valorização consiste em como terceirização de serviços. A contratante concentra-se em seu
recompensar as pessoas por suas contribuições, por meio do aten- negócio principal e passa a manter uma relação de parceria com um
dimento de suas necessidades ou expectativas, e deve obedecer a prestador de serviços.
critérios coerentes entre si e consistentes no tempo, que as pessoas A contratação pode ser de serviços prestados por uma pessoa
considerem justos, para sustentar uma relação de compromisso física (profissional autônomo) ou jurídica (empresa especializada),
com o trabalho realizado e com a empresa. desde que não relacionados às atividades-fim da empresa contra-
Há que considerar brevemente ainda dois conceitos da gestão tante e sem a existência dos elementos caracterizadores da relação
de pessoas essenciais para a perspectiva desta pesquisa: liderança e de emprego, que são subordinação, habitualidade, horário, pessoa-
clima organizacional. Nos mercados globalizados e altamente com- lidade e salário.
petitivos, as lideranças passam a exercer vários graus de supervisão, Existem dois tipos distintos de terceirização da mão de obra. O
direta ou indiretamente, lidando com trabalhadores com vínculos primeiro está relacionado à terceirização das atividades periféricas
de contrato diferenciados. do processo produtivo, tais como tarefas de segurança, transporte,
Um dos grandes desafios é gerir pessoas sobre as quais não se alimentação, manutenção, limpeza, asseio e conservação; o segun-
tem interferência direta no que diz respeito a sua movimentação, do, às atividades primárias do processo produtivo, que são essen-
desenvolvimento e carreira. É o caso dos terceirizados. ciais ao funcionamento da cadeia de produção.
É preciso conhecer o grau de satisfação, as expectativas e as Uma terceirização mal conduzida pode resultar em um proces-
necessidades das equipes de trabalho com vínculos de contrato di- so desastroso; seu planejamento deve focar a seleção criteriosa dos
ferenciados, fator essencial para o sucesso das organizações e para parceiros, a negociação adequada do escopo e do nível dos serviços
a qualidade de vida das pessoas que nelas trabalham. a serem prestados e, principalmente, o modo de realizar o acompa-
O clima organizacional refere-se às relações humanas dentro nhamento permanente do parceiro.
da organização. A satisfação no trabalho varia diretamente em fun- Pode-se destacar como benefícios de uma terceirização a oti-
ção de quão bom ou ruim o clima organizacional possa ser. mização dos serviços (com o aumento da especialização do proces-
As empresas precisam conhecer o que seus colaboradores pen- so, possibilitando para a empresa contratante a avaliação do seu
sam e como se sentem, em relação às diferentes variáveis que afe- desempenho), um menor custo operacional fixo e uma melhor
tam o clima; administrar o clima passou a ser uma ação estratégica administração de seu tempo. Como aspecto negativo, verifica-se
para as organizações alcançarem bons resultados. Particularmente, a alteração na estrutura de poder e autoridade dos serviços, difi-
nas empresas prestadoras de serviço, em razão do profundo con- cultando a administração da empresa e dos serviços prestados por
tato entre funcionários e clientes, a percepção desses últimos é de parte da contratante.
que os funcionários representam a organização. Deve-se elaborar projeto de planejamento de terceirização
para minimizar as incertezas e os riscos inerentes ao processo e ga-
rantir a qualidade da contratação, pois, o principal fator responsável
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pelo fracasso das terceirizações nas empresas é a falta de uma política específica e o hábito de implementar terceirizações sem um projeto.
A maioria das questões levantadas nas empresas sobre terceirização não possui respostas assertivas e fundamentadas em indicadores, e
conhecer o prestador de serviço é um aspecto negligenciado pela maioria dos gestores.
Ao optar pela terceirização de tarefas, operações ou serviços prestados a seus clientes, a empresa substitui a gestão interna dessas
atividades pela administração dos contratos que fará com terceiros. Sendo assim, o instrumento de contrato passa a ser essencial nos
aspectos de controle e de relacionamento com o terceirizado.
As políticas de pessoal da empresa contratante devem alcançar a mão de obra terceirizada e, para isso, deve-se estabelecer, no instru-
mento de contrato, mecanismos que permitam uma gestão eficaz, como a definição de programas de treinamento, a seleção de indicado-
res de satisfação dos colaboradores e a medição de resultados.
Uma vez que um dos objetivos da terceirização, por parte de quem a contrata, é um menor custo operacional, está implícita nessa
condição a contratação de uma mão de obra mais barata por parte do terceirizado. É preciso, assim, na contratação de empresas terceiras
se estabelecerem condições de identificar e atuar sobre um possível descontentamento por parte da mão de obra contratada, de forma a
minimizar os possíveis efeitos desfavoráveis.
Ou seja, para minimizar os riscos de uma terceirização, é necessário garantir a qualidade da contratação, que deve ser feita por meio
da elaboração de um projeto de planejamento de terceirização.
A falta de uso ou o uso inadequado dos conceitos que sustentam a gestão de pessoas pode ter consequências representativas para
os negócios e pessoas de uma empresa, como um clima organizacional ruim, com reflexos na qualidade dos serviços prestados ao cliente.
Sendo assim, investir em práticas de gestão de pessoas passa a ser estratégico.
Conclui-se que os programas de terceirização são um desafio para as organizações no que se refere à gestão de pessoas, considerando
o atendimento às expectativas, necessidades e interesses dos colaboradores de forma a mantê-los comprometidos.
As empresas contratantes devem preocupar-se com todas as pessoas com as quais mantêm relações de trabalho, independentemente
de qual seja a forma de contratação legal. As políticas de pessoal da empresa contratante devem alcançar a mão de obra terceirizada.
Deve-se estabelecer uma relação de parceria, mas elaborar também um criterioso instrumento de contratação entre as partes, com
seleção de indicadores de satisfação dos colaboradores, programas de desenvolvimento e medição de resultados. Dessa forma, investe-se
numa gestão eficaz, que permita avaliar o poder de contribuição dessa contratação e atuar sobre possíveis descontentamentos por parte
da mão de obra contratada, para minimizar efeitos desfavoráveis.

GESTÃO POR PROCESSOS

Um processo é uma sequência de atividades rotineiras que, em conjunto com outros processos, compõe a forma pela qual a organiza-
ção funcionará. É a abordagem pela qual esses processos serão desenhados, descritos, medidos, supervisionados e controlados.

Segundo a Fundação Nacional da Qualidade - FNQ, esse tipo de gestão necessita de visão sistêmica, pois sem ela é impossível perce-
ber como o todo significa muito mais, do que a uma simples soma das partes. A abordagem sistêmica dentro de uma organização faz com
que o foco de sua gestão esteja voltado não só para o seu ambiente interno, mas para o externo também, ou seja, que haja uma sinergia
entre as partes para que os objetivos planejados sejam alcançados.
A gestão de processos realiza diversos papéis dentro da organização. Sendo o primeiro passo para organizar e entender como as áreas,
bem como seus processos funcionam internamente. É por meio dela que os responsáveis compreenderão como melhorar o aproveita-
mento dos recursos disponíveis e quais ações necessitam ser tomadas para aperfeiçoar o fluxo de trabalho e otimizando e adequando a
organização para o mercado vigente.

Gerenciamento de Processo ou Gestão de Processos é o entendimento de como funciona a organização. A série de atividades estru-
turadas para a produção do produto/serviço. Anteriormente à compreensão desses processos, setorizava-se os trabalhos com base na
departamentalização, onde os procedimentos existentes dentro de cada setor da organização eram separados por departamentos e cada
área pensava separadamente, sem sinergia umas com as outras. Focada em cilos verticais separados.

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Objetivos da Gestão de Processos • Melhoria de Processos


— Gerir sistemas de rotinas que envolve o cotidiano da organi- Nessa etapa, observa-se os indicadores previamente levanta-
zação e delegar responsabilidades; dos, onde se torna possível identificar quais são os principais garga-
— Administrar os processos com o objetivo de alcançar resulta- los em todo processo e se os objetivos estão sendo conquistados.
dos perceptíveis (e não tarefas específicas); As melhorias podem ser concernentes a inclusão ou exclusão de
— Ampliar e detectar melhorias contínuas na comunicação e atividades, realocação de responsabilidades, documentação, novas
relação entre participantes e áreas da organização; ferramentas de apoio e sequências diferentes, por exemplo.
— Facilitar o planejamento, padronizando-o com acompanhan- Melhorar o desempenho para reduzir custos, aumentar a efi-
do de perto o que acontece no ambiente; ciência, aprimorar a qualidade do produto/serviço e melhorar o re-
— Perceber oportunidades de otimização de processos através lacionamento com o cliente, devem ser o objetivo.
de gargalos encontrados; O processo todo em si é cíclico: finalizando essa fase, volta-se a
— Ao invés de criar novos modelos; concentrar-se na melhoria analisar a situação no negócio, investigam se os processos estão si-
de processos que já existem. nérgicos ao objetivo da empresa, mapeia-se novas situações diante
— Efetuar toda e qualquer correção que possam surgir nos das melhorias apontadas. Executa-se as mudanças, monitorando-as
processos antes de automatizá-los, para não acelerar o que está e otimizando-as!
desorganizado.
• Técnicas de Mapeamento
Análise de Processos
Geralmente é nessa etapa que a empresa é mapeada. É preci- • Modelo AS-IS /
so analisar com exatidão como acontece cada processo no negócio Levantar e documentar a atual situação dos processos, geral-
atualmente. Assim, os processos são listados e descritos pelo con- mente realizado pelos usuários diretamente envolvidos nos proces-
junto de atividades que os compõem. sos-chaves.
É preciso conhecer realmente como funciona a empresa, para O levantamento das principais oportunidades de melhorias é
realizar esse mapeamento. Somente sim o gestor terá conhecimen- realizado com as equipes através de entrevistas feitas com essas
to dos pontos de melhoria na operação com clareza. pessoas, que relatarão como são realizadas as atividades.

Nessa etapa verifica-se: • TO-BE


— A compreensão do negócio com os processos principais que Após, é realizado o mapeamento “To-Be”, que define a meta a
o compõem; ser alcançada e as mudanças que será necessário implementar para
— Plano estratégico com metas e indicadores; isso. Nesse processo é importante documentar pontos de melho-
— Senso comum dos processos; rias e acréscimos esperados quantitativamente, realizar a definição
— Entradas e saídas, incluindo clientes e fornecedores; dos recursos, ferramentas e responsabilidades de cada atividade.
— Responsabilidades de diferentes áreas e equipes;
— Avaliação dos recursos disponíveis. • Tipos de Mapeamento
Fluxograma de processos: Desenho simplificado de um proces-
— Noções de estatística aplicada ao controle e à melhoria de so usando símbolos padronizados. Forma simples de representar
processos visualmente a teia de atividades envolvidas na operação.

• Execução Fluxograma horizontal: Visando uma melhor representação


É importante estudar os recursos necessários, antes de insti- dos processos, o fluxograma horizontal foi criado, possibilitando as-
tucionalizar as mudanças, como: remanejar equipe, ferramentas, sim mais alternativas ao gestor.
mudanças no layout da organização, aquisição de programas (soft- Em uma matriz o fluxo de tarefas é detalhado, cujo o eixo hori-
wares), entre outras. zontal indica quais processos estão em andamento e o eixo vertical
Existem duas vertentes para a implantação das novas estraté- mostra as etapas de produção ou os responsáveis por cada proces-
gias: so. Possibilitando assim, uma visão mais clara em relação ao fluxo-
— Implantação sistêmica, quando são utilizados softwares grama de processos.
para isso
— Implantação não sistêmica, que não necessitam de ferra- Mapofluxograma: Principal mapeamento utilizado para linhas
mentas desse tipo. de produção, por exemplo.
A visão dessa execução deve ser positiva, pois irá auxiliar orga- É a união de um fluxograma dentro de um layout industrial.
nização a estruturar melhor seus processos, não sendo que atrapa- Aqui, o fluxograma é representado sobre o desenho da planta. Isso
lhará o ciclo de trabalho. facilita a visão e compreensão da movimentação de materiais e pes-
soas.
• Monitoramento
Através dos indicadores de desempenho pré-definidos, os no- BPMN: Tipo de modelagem de processos mais utilizado, aten-
vos processos devem ser constantemente acompanhados. Geral- dendo inclusive às normas especiais.
mente, algumas das métricas a constar em cada processo são: o Os símbolos são padronizados com formas e cores previamente
tempo de duração, o custo, a capacidade (quanto cada processo definidas, facilita muito mais a compreensão e representação de
realmente produz) e a qualidade (medida com indicadores próprios um processo complexo. Como é de uma “linguagem universal”, se
que variam de processo a processo).
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torna também possível apresentar o fluxo para clientes, possibilita das alternativas é desenvolvida uma solução intermediária entre
que novos integrantes façam alterações agregando valor aos pro- as mesmas, que atenda a boa parte das exigências com um custo
cessos. competitivo.

— BPM — Principais características dos modelos de gestão de proje-


Gestão de Processos de Negócio (Business Process Manage- tos
ment ou BPM) é um conceito que une  gestão  de negócios e  tec- Pode ser aplicado como disciplina a fim de manter os riscos de
nologia da informação com foco na otimização dos resultados das fracasso em um nível mais baixo quanto possível durante o ciclo do
organizações por meio da melhoria dos processos de negócio. projeto, potencializando, ao mesmo tempo, as  oportunidades de
A utilização do BPM, ao longo dos últimos anos, vem crescendo ocorrência de eventos favoráveis ao projeto. O risco de fracasso,
de forma bastante significativa, dada a sua utilidade e rapidez com consequente da ocorrência de ameaças, aumenta de acordo com
que melhora os processos nas empresas onde já foi implementado. a presença de incerteza do evento, e da sua probabilidade de ocor-
A sua perspectiva de crescimento é muito grande. rência, durante todos os estágios do projeto.
O termo ‘processos operacionais’ se refere aos processos de A Gestão de Projetos é a disciplina de determinar e atingir obje-
rotina (repetitivos) desempenhados pelas organizações no seu dia a tivos ao mesmo tempo que se otimiza o uso de recursos (tempo, di-
dia, ao contrário de ‘processos de decisão estratégica’, os quais são nheiro, pessoas, espaço, entre outros).
desempenhados pela alta direção. O BPM difere da remodelagem A Gestão de projetos tem como responsável um indivíduo in-
de processos de negócio, uma abordagem sobre gestão bem popu- titulado gerente de projeto. De maneira ideal, o gestor raramente
lar na década de 90, cujo enfoque não eram as alterações revolu- participa diretamente nas atividades que produzem o resultado fi-
cionárias nos processos de negócio, mas a sua melhoria contínua. nal. Ainda assim, o gerente de projeto visa manter o  progresso e
Adicionalmente, as ferramentas denominadas sistemas de ges- a interação mútua progressiva dos diversos participantes do  em-
tão de processos do negócio (sistemas BPM) monitoram o anda- preendimento, reduzindo assim o risco de fracasso do projeto, po-
mento dos processos de uma forma rápida e barata. Dessa forma, dendo arcar com qualquer ônus.
os gestores podem analisar e alterar processos baseados em dados
reais e não apenas por intuição. — Projetos e suas etapas
A alta direção da empresa pode enxergar, por exemplo, onde O gestor de projetos utiliza várias técnicas, para manter o con-
estão os gargalos, quem está atrasando (e o quanto está atrasando) trole sobre o projeto do início ao fim, dentre as quais destacam-se:
determinada tarefa, com que frequência isso ocorre, o percentual • Planejamento de projeto;
de processos concluídos e em andamento, entre outros. Como con- • Análise de valor agregado;
sequência, fatores cruciais para o bom desempenho da organização • Gerenciamento de riscos de projeto;
podem ser analisados com extrema facilidade e rapidez o que geral- • Cronograma;
mente não ocorre com outras ferramentas que não o BPM. • Melhoria de processo.

GESTÃO POR PROJETOS GESTÃO DE CONTRATOS

— Elaboração, análise e avaliação de projetos — A gestão dos contratos administrativos


Na abordagem tradicional, diferem-se 5 grupos de processos Os contratos administrativos necessitam de um acompanha-
no desenvolvimento de projetos: mento diário e, diante disso, é preciso que os gestores públicos/
• Iniciação; ordenadores de despesas atentem para a necessidade de nomea-
• Planejamento; rem fiscais e gestores de contratos devidamente qualificados para a
• Execução; missão, além de propiciarem reais condições para uma fiscalização
• Monitoramento e controle; e acompanhamento eficientes ao longo da realização de cada con-
• Encerramento. trato em particular. Somente assim procedendo o gestor público/
ordenador de despesas estará resguardando o interesse público e
Alguns projetos vão seguir todos estes estágios, já outros po- a si próprio11.
dem ser encerrados antes do inicialmente esperado. Outros proje- É importante esclarecer, entretanto, que o gestor público/or-
tos passarão pelos estágios 2, 3 e 4 múltiplas vezes. O projeto visa a denador de despesas precisa estar atento aos requisitos na escolha
satisfação de uma necessidade ou oportunidade, definida no texto de seus prepostos, pois uma incorreta indicação pode gerar respon-
acima como fase inicial na qual existem muitas áreas e/ou pessoas sabilidade. É a figura da culpa in elegendo, ou seja, a culpa pela má
envolvidas. eleição dos funcionários.
Sempre existirá em geral, mais que uma solução ou alternati-
vas para atender às mesmas necessidades. A técnica utilizada para Gestão de contratos
definir a solução final passa pelo desenvolvimento de alternativas A gestão de contratos refere-se ao acompanhamento e a fisca-
extremas. A primeira, de baixo custo, atendendo as necessidades lização, pela Administração, da execução de todos seus contratos e
mínimas para ser funcional. A segunda atendendo a maior parte deve ser promovida por todos os órgãos públicos.
das exigências das diversas áreas envolvidas no escopo, que resulta
num projeto com custo muito maior e pouco competitivo. A partir 11 http://www4.fe.usp.br/wp-content/uploads/feusp/manual-gestao-de-con-
tratos.pdf
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A gestão do contrato é realizada por um representante da Ad- Já a fiscalização, exercida necessariamente por um represen-
ministração, conforme exigência do artigo 67 da Lei nº8.666/9312. tante da Administração, especialmente designado, como preceitua
Este representante é denominado gestor do contrato: a lei, cuida pontualmente de cada contrato. Cada órgão deve orga-
nizar e regulamentar a gestão dos contratos de acordo com o pes-
Artigo 67 – A execução do contrato deverá ser acompanhada soal disponível, o número de contratos existentes e a complexidade
e fiscalizada por um responsável da Administração especialmente dos objetos contratados.
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e A lei exige que pelo menos um servidor seja responsável pelo
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. acompanhamento da execução, exercendo a função de gestor do
contrato. Ele pode ser auxiliado por outros servidores ou por ter-
Competência da Gestão ceiros contratados, mediante processo licitatório dispensa ou ine-
A gestão de contratos abrange uma série de condutas e procedi- xigibilidade de licitação, conforme o caso, quando tecnicamente
mentos a serem aplicados pelo agente público e por seus represen- justificável, para auxiliá-lo.
tantes desde o planejamento da contratação, a seleção do fornece- Em sendo estas tarefas exercidas por apenas um servidor, é re-
dor, e a fiscalização da execução contratual, que contribuem para o comendável que ele tenha formação ou conhecimento na área do
bom uso do dinheiro público, e, para que as necessidades da Admi- objeto a ser fiscalizado.
nistração e da população sejam atendidas da melhor forma possível.
Da contratação dos serviços
Finalidade da gestão de contratos A contratação de particulares pela Administração Pública é ne-
A gestão de contratos deve garantir que os contratados pela cessária para atender uma necessidade do próprio órgão ou da po-
Administração forneçam os bens ou prestem os serviços pactuados, pulação. Em todos os casos, a necessidade a ser atendida deve ser
e que tais bens e serviços sejam da melhor qualidade possível. Deve identificada e bem conhecida pelos setores responsáveis.
atuar na tentativa de aliar a busca pelo bem ou serviço de menor É importante que se estabeleça uma perfeita comunicação
preço e o atendimento ao princípio constitucional da eficiência, evi- entre o setor que necessita o objeto (Requisitante) e o setor encar-
tando desperdícios e oferecendo bens e serviços públicos de quali- regado do expediente licitatório (Serviço de Compras).
dade à população.
Outra finalidade da gestão de contratos é a de evitar prejuízos Muitas vezes, há requisição de compra de determinado produ-
aos cofres públicos ocasionados pela necessidade de novas contra- to/serviço, sem que se descreva com nitidez as características, as
tações para substituir ou concluir obras e serviços não prestados peculiaridades daquilo que se precisa. Na etapa seguinte o Serviço
ou insatisfatórios, e pela condenação da Administração, nas esferas de Compras acaba por fazer uma descrição do objeto que não aten-
trabalhista e previdenciária, ao pagamento de encargos devidos aos de rigorosamente ao interesse de quem o solicitou.
empregados e fornecedores inadimplentes. Todas as informações sobre os serviços e obras devem ser reu-
A gestão dos contratos abrange duas esferas de trabalho a se- nidas e organizadas em um Memorial Descritivo (Projeto Básico).
rem desenvolvidas, sendo uma de perfil administrativo, cujo foco é Este memorial serve, portanto, para descrever a necessidade da
a relação jurídica com a contratada, efetuada pelo Gestor de Con- Administração que justifica a contratação de uma empresa ou pro-
tratos; e outra, de perfil técnico, que tem como foco o próprio obje- fissional da iniciativa privada.
to, sua execução, que é a fiscalização. Ao mesmo tempo, ele contém as informações sobre o obje-
O Fiscal de Contratos necessita ter conhecimento técnico e do- to a ser contratado, que são utilizadas pelos setores responsáveis
mínio do objeto para que possa avaliá-lo. pela elaboração do edital e da minuta do contrato. Além disso, as
informações do Memorial Descritivo são essenciais para que as em-
Diferença entre Gestão e Fiscalização presas e profissionais conheçam as características do serviço ou da
Não podemos, entretanto, confundir gestão com fiscalização. A obra e possam decidir se têm condições técnicas para executá-las,
Gestão é o serviço geral de gerenciamento dos contratos; a fiscali- optando por participar da licitação ou não.
zação é pontual. Por isso é importante que a Administração elabore um Me-
É necessário diferenciarmos estas duas funções, tão morial Descritivo claro e detalhado, que descreva com precisão a
comumente confundidas, visto que possuem atribuições semelhan- necessidade pública que deve ser atendida e o padrão de qualida-
tes, não esquecendo que os responsáveis pelas mesmas, ou seja, de exigido, ou ainda, a descrição do objeto no Memorial Descritivo
gestor de contrato e fiscal, devem atuar em perfeita sintonia, pois deve ter como foco o resultado pretendido pela Administração.
objetivam, cada um a seu tempo e modo, a perfeita execução do O artigo 6º, inciso IX, da Lei de Licitações, define o Memorial
contrato. Descritivo (Projeto Básico) e lista os elementos que ele deve conter
Na gestão do contrato cuida-se, por exemplo, do equilíbrio eco- (alíneas “a” a “f”). Em linhas gerais, o Memorial Descritivo deve:
nômico-financeiro, de incidentes relativos a pagamentos, de ques- descrever a solução escolhida para a necessidade a ser atendida;
tões ligadas à documentação, ao controle dos prazos de vencimen- especificar as técnicas que podem ou devem ser utilizadas; enume-
to, de prorrogações, etc. É um serviço administrativo propriamente rar os serviços principais e assessórios a serem executados e tipos
dito, que pode ser exercido por uma pessoa ou um setor. de materiais necessários; descrever as condições de execução do
serviço ou da obra (organização, periodicidade, horários, etc.); fixar
obrigações das partes, prazos, garantias contratuais, forma e condi-
12 Lembrando que de acordo com o Art. 193 da Lei nº 14.133, de 1º de abril de ções de pagamento; conter orçamento detalhado do custo global
2021 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos), REVOGA-SE a Lei nº 8.666, da obra ou serviço, e outras informações relevantes para a descri-
de 21 de junho de 1993, após decorridos 2 (dois) anos da publicação oficial ção do objeto, conforme o caso.
desta Lei.
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É muito importante, também, que conste no Memorial Descri- • Silenciando o contrato sobre o procedimento de fiscalização,
tivo e no Termo Contratual o procedimento de fiscalização das obri- o gestor pode, a qualquer tempo, requerer da contratada as certi-
gações trabalhistas e previdenciárias da Contratada, e que o gestor dões negativas de débitos, com amparo nos artigos 71 e 55, inciso
do contrato execute este procedimento e arquive toda a respectiva XIII, da Lei de Licitações.
documentação.
Como medida de resguardo de incidentes, a recomendação é O descumprimento dessas obrigações deve ser comunicado à
de que a descrição do objeto seja feita pelo funcionário que o re- autoridade competente para que esta aplique as penalidades legais
quisita; ou seja, que este busque o assessoramento técnico para fa- e as previstas no contrato, como a execução da garantia contratual
zê-lo. Sem isso, corremos o risco de termos um contrato impróprio, e até mesmo a rescisão contratual, após notificar a Contratada a
com dinheiro público desperdiçado, ou com remendos na execução, apresentar justificativas para o inadimplemento. Caso verifique que
transferindo ao contratado encargos de trocas ou ajustes e caracte- há necessidade de prorrogação do prazo contratual conforme hipó-
rizando ineficiência da Administração. tese prevista no artigo 57 da Lei de Licitações, o gestor do contrato
deve informar esta necessidade à autoridade competente, encami-
Do Termo Contratual nhando as justificativas para a prorrogação.
O contrato deve conter cláusulas referentes ao gestor e à fisca- Se a prorrogação não for cabível na forma da lei, o gestor deve
lização, estabelecendo que a execução do objeto seja acompanha- informar a necessidade de realização de nova licitação antes do tér-
da e fiscalizada por um representante da Administração (gestor do mino do prazo contratual, de modo que a nova empresa Contrata-
contrato), além de conter cláusulas que definam como a prestação da comece a atuar logo após o término do contrato anterior. Caso
do serviço, obra ou fornecimento de bem que será avaliada por este constate a necessidade de alterações em cláusulas contratuais, para
representante. O nome do servidor especialmente designado para melhor execução do objeto, atendimento do objetivo da contrata-
acompanhar a execução pode constar em cláusula do contrato, sen- ção ou gestão do contrato, o gestor deve solicitar a alteração à au-
do este aditado para alteração desta cláusula caso seja necessário toridade competente, apresentando as justificativas do seu pedido.
substituir o gestor do contrato. Nos casos de complexidade técnica do objeto, é importante
É possível também fazer constar no contrato que o gestor será que ele encaminhe também pareceres ou relatórios elaborados por
nomeado através de portaria, pela autoridade competente. Além servidores da área ou por profissionais contratados para auxiliá-lo,
disso, é importante fazer constar expressamente as prerrogativas e que contenham as informações técnicas necessárias. Se a Contra-
atribuições do gestor do contrato. tada tem interesse que alguma cláusula do contrato seja alterada
ou que o prazo seja prorrogado, esta pode apresentar justificativas
— Gestor de Contratos e comprovações necessárias à Administração, que deve analisar a
É o servidor especialmente designado pela Administração, legalidade e conveniência da alteração contratual, observando o
através de Portaria, para cumprir as atribuições legais definidas disposto no artigo 65 da Lei de Licitações.
no artigo 67 da Lei de Licitações. Ele é o responsável por tomar as
medidas necessárias ao fiel cumprimento da avença administrativa, O gestor deve assinar o termo de recebimento definitivo do
cabendo-lhe as estratégias de gestão, tais como as questões relacio- serviço, para que seja efetivado o pagamento do Contratado. A si-
nadas a: verificação da execução do objeto [serviço, obra ou forne- tuação ideal é que o servidor que vai atuar como gestor acompanhe
cimento de bem contratado, constatação da adequação do objeto todas as fases da contratação, desde o planejamento e elaboração
contratado às especificações constantes nas cláusulas contratuais do Memorial Descritivo (Projeto Básico), para conhecer todos os
que descrevem a forma de execução, observando o desempenho detalhes do objeto a ser fiscalizado.
do serviço prestado ou a qualidade da obra ou do bem fornecido e Caso não tenha participado das fases de Planejamento e Lici-
as eventuais irregularidades ou imperfeições; equilíbrio econômico tação, é imprescindível que o gestor leia atentamente o Memorial
financeiro do contrato; responsável pela conferência dos valores Descritivo, o Projeto Executivo (quando for o caso) e o Contrato,
faturados, assinando o aceite definitivo nas Notas Fiscais emitidas prestando especial atenção às cláusulas que descrevem as especi-
pela Contratada; encaminhamento das notas fiscais ao setor res- ficações do objeto, as condições de execução, os procedimentos de
ponsável, para que proceda o pagamento. fiscalização e as penalidades aplicáveis à Contratada.
O gestor do contrato deve ainda acompanhar o cumprimento De acordo com o parágrafo 1º do artigo 67 da Lei de Licita-
das obrigações decorrentes da execução contratual (trabalhistas, ções, este representante da Administração deverá anotar em registro
previdenciárias e garantias contratual e técnica), e penalidades. próprio todas as ocorrências relacionadas à execução do contrato, ou
É tarefa do gestor fiscalizar a manutenção, pela contratada, seja, registrar por escrito tanto o cumprimento de etapas, especifi-
das condições de habilitação exigida pela Lei de Licitações, edital e cações e condições de execução do objeto, quanto falhas e imperfei-
contrato, solicitando os documentos comprobatórios pertinentes. ções verificadas, comunicações à Administração e à Contratada e res-
Em relação à fiscalização de ausência de débitos trabalhistas e pre- postas obtidas, fatores externos que causaram atrasos ou alterações
videnciários, o gestor deve: nas especificações ou cronograma, determinando o que for necessá-
• Nos casos em que o contrato condiciona o pagamento à apre- rio à regularização das ocorrências das faltas ou defeitos observados.
sentação de certidões negativas, recolher e conferir as certidões Esta determinação deverá ser feita na forma escrita e mencio-
antes de atestar as notas fiscais; nada ou anexada ao registro de ocorrências, pois é fato relacionado
• Nos casos em que o contrato exige que a Contratada viabilize o à execução do contrato. Caso haja um Fiscal nomeado para apoiar
acesso de seus funcionários aos sistemas do INSS e FGTS, solicitar men- o trabalho do Gestor, estes registros de acompanhamento diário fi-
salmente aos funcionários, por amostragem, que consultem seus res- cam à cargo do mesmo.
pectivos extratos e confirmem se os recolhimentos estão em ordem;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

No parágrafo 2º do artigo 67 da Lei de Licitações temos que do gestor em cada situação, bem como as condutas dos demais
as decisões e providências que ultrapassarem a competência do servidores envolvidos, do ordenador de despesas (autoridade que
representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo assinou o contrato) e da Contratada.
hábil para a adoção de medidas convenientes. As decisões e provi- Essa comprovação será necessária nos casos de falhas na exe-
dências de que trata este parágrafo são, por exemplo, alterações cução do contrato, danos causados a terceiros e/ou inadimplemen-
contratuais necessárias, prorrogação de prazos e aplicações de pe- to das obrigações trabalhistas e previdenciárias devidas a funcioná-
nalidades à Contratada, ou até mesmo a rescisão do contrato. rios terceirizados, quando a conduta de cada um dos envolvidos na
A partir das cláusulas contratuais, o gestor pode elaborar um execução contratual irá determinar o responsável pela falha, dano
roteiro, um plano de trabalho e/ou um check list (modelo anexo) ou inadimplemento, conforme o caso.
com os prazos, etapas e especificações a serem conferidos durante Finalmente, não podemos deixar de lembrar sobre a Respon-
a execução do objeto, para facilitar seu trabalho, podendo inclusive sabilidade Fiscal. É sabido que a impropriamente chamada Lei de
apresentar este roteiro à autoridade que o designou, para que ve- Responsabilidade Fiscal trouxe um novo elenco de atribuições ao
rifique a compatibilidade com o que foi estipulado contratualmen- gestor. Em seu primeiro artigo, a lei indica o ponto de cautela: ela
te. O gestor deve optar pelo formato do registro de ocorrências da não é a lei de responsabilidade, mas é a lei de responsabilidade do
execução contratual que entender apropriado ao tipo de contrato e gestor na gerência fiscal.
às atividades que lhe foram atribuídas na Portaria de Designação e
cláusulas contratuais. Capacitação do Gestor/Fiscal do contrato
Este registro pode ser, por exemplo, em forma de processo, no Dadas as responsabilidades que envolvem o acompanhamen-
qual são anexadas todas as manifestações, relatórios e documen- to da execução contratual, é necessário que a Administração/Or-
tos, em formato de livro ou de relatório (em todos os casos, as fo- denador de Despesas tome medidas para informar e capacitar os
lhas devem ser numeradas). servidores que designa, bem como estes servidores devem adotar
Quando o gestor for o único servidor designado para exercer condutas e tomar precauções necessárias ao bom e seguro desem-
a função de gestão e fiscalização, é recomendável que o mesmo penho da gestão contratual, a fim de que tenham condições de
tenha formação ou conhecimento técnico na área do objeto a ser acompanhar e fiscalizar os contratos firmados, evitando que a no-
fiscalizado. meação destes gestores se limite ao cumprimento de formalidades
e trazendo benefícios reais para a Administração.
Responsabilidades do Gestor Nesse sentido, sempre que possível, o ordenador de despesas
A Administração e a Contratada respondem pelos danos que pode custear a participação de seus servidores em cursos de capa-
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Porém ambas citação em gestão de contratos oferecidos por órgãos públicos e
podem processar administrativamente ou judicialmente, conforme empresas privadas. A qualificação dos servidores contribui para que
o caso, o responsável pelos danos, se este agiu com dolo ou culpa. desempenhem melhor suas funções.
A culpa verifica-se na ação ou omissão lesiva, resultante de im- Caso o servidor designado não tenha conhecimentos técnicos
prudência, negligência ou imperícia do agente; o dolo ocorre quan- sobre o objeto, deve informar este fato, por escrito, à autoridade
do o agente deseja a ação ou omissão lesiva ou assume o risco de que o designou, solicitando inclusive a designação de servidores da
produzi-la. Desta forma, a Administração pode abrir processo admi- área para auxiliá-lo ou a contratação de profissionais, conforme o
nistrativo, ingressar com ação civil ou penal, conforme o caso, para caso.
apurar a responsabilidade do servidor por danos causados ao erário
ou a terceiros no exercício de suas funções.
Tanto na esfera administrativa quanto na civil e penal, a con- GESTÃO DA QUALIDADE: EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS PÚ-
duta do servidor será examinada para apuração da culpa ou dolo. BLICOS
O gestor do contrato é responsável por sua conduta, ou seja, pelo
desempenho das atividades que lhe foram atribuídas na portaria
de designação e no contrato, respondendo se não tomar as provi- EXCELÊNCIA NA GESTÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS.
dências que estiverem ao seu alcance e forem de sua competência Um dos fatores que mais provoca perda de produtividade nos
para garantir o fiel cumprimento das cláusulas contratuais e atingi- serviços públicos é o excesso de burocracia, que além de não impe-
mento do objetivo da contratação, ou para interromper a execução dir corrupções e fraudes, tem inibido o desempenho das empresas,
em desconformidade com o pactuado e evitar prejuízos à Adminis- motivado a sonegação fiscal e incentivado a informalidade.
tração. Um dos maiores entraves para a melhoria dos serviços públi-
Assim sendo, ressaltamos a importância da formalização de to- cos no Brasil era a maneira secundária com que a administração
dos os atos do gestor de contrato. Ele deve comunicar-se sempre pública encarava a necessidade da formação de quadros e de uma
por escrito com o ordenador de despesas, com os servidores que profissionalização muito mais intensa. Enquanto o Brasil não fizesse
auxiliam na fiscalização e, principalmente, com os representantes a reforma administrativa para modernizar a administração pública.
da Contratada. Baseado nos princípios constitucionais que regem a administra-
Além de registrar por escrito todas as ocorrências relacionadas ção pública (legalidade, impessoalidade, publicidade, moralidade e
com a execução do objeto, sobretudo nos casos de falhas e defei- eficiência), é dever do servidor prezar pela prestação de serviços de
tos, ele deve fotografar tanto o cumprimento quanto o descumpri- qualidade. Para a excelência pode ser atingida por meio de avalia-
mento de etapas, condições e especificações contratuais. Se tudo ção de desempenho e produtividade. Esse modelo foi implantado
estiver documentado, será possível comprovar qual foi a conduta pelo governo de São Paulo e pode ser usado como ferramenta na
busca da excelência do serviço público.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Agregar valor na gestão pública significa investir em projetos a ser praticado mais intensamente com o advento da Revolução
que aumentem a produtividade oferecendo à população um dos Industrial, provocando uma mudança radical no conceito de pro-
mais valiosos bens da atualidade - a praticidade. Os ganhos em pro- dução, principalmente no fabrico maciço de grandes quantidades
dutividade passam por uma revisão de cada detalhe dos processos através do uso da máquina, substituindo o artesanato, e o uso do
operacionais, objetivando a redução de etapas, inovação em cada trabalho especializado na linha de montagem. O importante era
uma delas, minimizando tempo e, melhor ainda, a eliminação de que cada pessoa pudesse produzir o máximo de unidades dentro de
normas de procedimento. um padrão aceitável, objetivo que somente poderia ser atingido au-
Os prestadores de serviços devem ter consciência que usam a tomatizando a atividade humana ao repetir a mesma tarefa várias
mais valiosa das matérias-primas - o tempo - a única que não tem vezes. Essa divisão do trabalho foi iniciada ao nível dos operários
reposição. A excelência dos serviços públicos, especialmente em com a Administração Científica no começo deste século.
educação e saúde, é a melhor das estratégias para reduzir a desi-
gualdade social. 2. Especialização
A chave da eficácia também pode ser encontrada na redução A especialização do trabalho proposta pela Administração
das atividades-meios e na eliminação das formalidades que não Científica constitui uma maneira de aumentar a eficiência e de di-
agregam valores às atividades-fins. O maior desafio da classe políti- minuir os custos de produção. Simplificando as tarefas, atribuindo a
ca e dos gestores públicos é transformar uma instituição mecânica, cada posto de trabalho tarefas simples e repetitivas que requeiram
em orgânica. Gestão transparente, interativa e que coloque o cida- pouca experiência do executor e escassos conhecimentos prévios,
dão em primeiro lugar - é um modelo exemplar. Os profissionais de reduzem-se os períodos de aprendizagem, facilitando substituições
Recursos Humanos, dos órgãos públicos, têm a gratificante missão de uns indivíduos por outros, permitindo melhorias de métodos de
de dinamizar os programas de capacitação funcional, focando a ex- incentivos no trabalho e, consequentemente, aumentando o rendi-
celência organizacional. mento de produção.
Enquanto as organizações privadas são custeadas pela comer-
cialização de produtos e serviços, as organizações públicas são cria- 3. Hierarquia
das por lei e custeadas pelos impostos e taxas pagas pelos cidadãos, Uma das consequências do princípio da divisão do trabalho é
ai se incluem todos os órgãos e suas diversas unidades organizacio- a diversificação funcional dentro da organização. Porém, uma plu-
nais, em todos os poderes e níveis de governo. Espera-se que elas ralidade de funções desarticuladas entre si não forma uma organi-
sejam bem administradas e possam cumprir as suas finalidades, zação eficiente. Como decorrência das funções especializadas, sur-
pois representam os interesses da coletividades e exercem ações ge inevitavelmente a de comando, para dirigir e controlar todas as
decorrentes das funções do Estado. Num mundo globalizado am- atividades para que sejam cumpridas harmoniosamente. Portanto,
pliam-se as exigências de uma administração de qualidade e refina- a organização precisa, além de uma estrutura de funções, de uma
da, no sentido do uso de técnicas e metodologias que contribuam estrutura hierárquica, cuja missão é dirigir as operações dos níveis
para a implantação do desenvolvimento social baseado em resulta- que lhes estão subordinados. Em toda organização formal existe
dos efetivos. uma hierarquia. Esta divide a organização em camadas ou escalas
A busca da excelência organizacional deve nortear a adminis- ou níveis de autoridade, tendo os superiores autoridade sobre os
tração pública, por meio do desempenho aprimorado das funções inferiores. À medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta a
administrativas. Pensar no aprimoramento dessas funções é pensar autoridade do ocupante do cargo.
no conjunto das organizações do Setor Público e de forma sistê-
mica. Reconhecer que ações de aprimoramento deve envolver to- 4. Distribuição da Autoridade e da Responsabilidade
dos os níveis organizacionais, todas as unidades administrativas de A hierarquia na organização formal representa a autoridade e
modo a obter um comprometimento estratégico. a responsabilidade em cada nível da estrutura. Por toda a organiza-
Sob o ponto de vista formal, uma organização empresarial con- ção, existem pessoas cumprindo ordens de outras situadas em ní-
siste em um conjunto de encargos funcionais e hierárquicos, orien- veis mais elevados, o que denota suas posições relativas, bem como
tados para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços. A o grau de autoridade em relação às demais. A autoridade é, pois, o
estrutura orgânico deste conjunto de encargos está condicionada à fundamento da responsabilidade, dentro da organização formal, ela
natureza do ramo de atividade, aos meios de trabalho, às circuns- deve ser delimitada explicitamente. De um modo geral, a generali-
tâncias sócioeconômicas da comunidade e à maneira de conceber dade do direito de comandar diminui à medida que se vai do alto
a atividade empresarial. As principais características da organização para baixo na estrutura hierárquica.
formal são: Fayol dizia que a “autoridade” é o direito de dar ordens e o po-
• 1. Divisão do Trabalho; der de exigir obediência, conceituando-a, ao mesmo tempo, como
• 2. Especialização; poder formal e poder legitimado. Assim, como a condição básica
• 3. Hierarquia; para a tarefa administrativa, a autoridade investe o administrador
• 4. Distribuição da autoridade e da responsabilidade; do direito reconhecido de dirigir subordinados, para que desempe-
• 5. Racionalismo. nhem atividades dirigidas pra a obtenção dos objetivos da empresa.
A autoridade formal é sempre um poder, uma faculdade, concedi-
1. Divisão do Trabalho dos pela organização ao indivíduo que nela ocupe uma posição de-
O objetivo imediato e fundamental de todo e qualquer tipo de terminada em relação aos outros.
organização é a produção. Para ser eficiente, a produção deve base-
ar-se na divisão do trabalho, que nada mais é do que a maneira pela
qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série de
pequenas tarefas. O procedimento de dividir o trabalho começou
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

5. Racionalismo da Organização Formal como ambiente de trabalho, o relacionamento com os demais co-
Uma das características básicas da organização formal é o ra- laboradores, são estímulos para que os funcionários se motivem ao
cionalismo. Uma organização é substancialmente um conjunto de trabalho.
encargos funcionais e hierárquicos a cujas prescrições e normas de A partir da análise do filme Invictus (2010) a liderança exercida
comportamento todos os seus membros se devem sujeitar. O prin- com democracia revela o respeito das pessoas, sem forçá-las para
cípio básico desta forma de conceber uma organização é que, den- que isso aconteça. E dessa forma as pessoas se sentem motivadas
tro de limites toleráveis, os seus membros se comportarão racional- a realizarem seus trabalhos sem uma pressão superior, dando-lhes
mente, isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamento bem estar em seu ambiente.
prescritas para cada um deles. Dito de outra forma, a formulação Com a compreensão desses pontos, sabemos de que forma
orgânica de um conjunto lógico de encargos funcionais e hierárqui- uma pessoa pode sentir-se motivada dentro da organização. Mas,
cos está baseada no princípio de que os homens vão funcionar efe- por trás de tudo isso, tem a questão do poder, pois pela busca do
tivamente de acordo com tal sistema racional. bem estar no trabalho, há também a ambição econômica e por sta-
De qualquer forma, via de regra, toda organização se estrutura tus dentro das organizações, cabe aos gestores a complicada tarefa
a fim de atingir os seus objetivos, procurando com a sua estrutura de fazer dos seus colaboradores, aliados, de forma benéfica para
organizacional a minimização de esforços e a maximização do rendi- todos da organização.
mento. Em outras palavras, o maior lucro, pelo menor custo, dentro
de um certo padrão de qualidade. A organização, portanto, não é Teorias que abordam a motivação
um fim, mas um meio de permitir à empresa atingir adequadamen- De acordo com Zanelli (2004) ao longo do tempo foram sur-
te determinados objetivos. gindo conceitos e posteriormente teorias abordando a motivação
humana, diversos teóricos contribuíram para tal propósito, anali-
sando o comportamento do indivíduo e buscando entender o que
MOTIVAÇÃO o faz motivado, e como o processo da motivação ocorre na vida do
ser humano, dentre esses teóricos se destacaram alguns, que ana-
lisaram de forma a colocar essas teorias dentro do contexto organi-
— Motivação zacional: Maslow, Herzberg, McGregor são alguns desses teóricos.
A implantação da psicologia nas organizações nas últimas dé- Pode-se observar que Maslow em sua teoria destaca que o
cadas concedeu aos gestores, as respostas de certas lacunas sobre comportamento do indivíduo está sujeito a uma hierarquia de fa-
o trabalho humano, pois o homem é movido por uma força interior, tores, baseada nas necessidades humanas, o teórico afirma que o
mas, para que seja satisfatória, e traga bem estar, é estimulada por indivíduo só será motivado a partir do momento que suas necessi-
fatores externos. No ponto econômico das organizações, quando dades básicas forem supridas, colocando estas como sendo as ne-
o colaborador trabalha com satisfação é sinal de mais resultado e cessidades fisiológicas e de segurança, estando na base da pirâmide
mais rentabilidade para a empresa. hierárquica de Maslow, o indivíduo conseguiria atingir uma nova
Motivação é um processo responsável por impulso no compor- necessidade a partir do momento que a anterior tiver sido satis-
tamento do ser humano para uma determinada ação, que o estimu- feita, as necessidades superiores apresentam-se como motivadoras
la para realizar suas tarefas de forma que o objetivo esperado seja da conduta humana, ou seja, as necessidades sociais, estima e au-
alcançado de forma satisfatória. to-realização. Sobre esta mesma teoria Maximiano (2007, p.262),
De acordo com Robbins (2005) a motivação possui três proprie- vai dizer:
dades que a regem, uma é a direção, o foco da pessoa em sua meta Maslow desenvolveu a idéia de que as necessidades humanas
e como realizar, outra é a intensidade, se o objetivo proposto é feito dispõem-se numa hierarquia mais complexa que a simples divisão
como algo que vai lhe trazer satisfação ou será realizado por obriga- em dois grandes grupos. Segundo Maslow, as necessidades huma-
ção, e a permanência. “A motivação é específica. Uma pessoa mo- nas dividem-se em cinco grupos, necessidades fisiológicas ou bási-
tivada para trabalhar pode não ter motivação para estudar ou vice- cas, segurança, sociais, estima, auto-realização.
-versa. Não há um estado geral de motivação, que leve uma pessoa Segundo Robbins (2005), Herzberg, com a teoria dos dois fa-
a sempre ter disposição para tudo.” (MAXIMILIANO, 2007, p.250). tores, traz que os estímulos de insatisfação se eliminados podem
“Motivação é ter um motivo para fazer determinada tarefa, agir apaziguar os colaboradores, mas não necessariamente trazem a sa-
com algum propósito ou razão. Ser feliz ou estar feliz no período tisfação. Desse modo o contrário de satisfação é a não-satisfação;
de execução da tarefa, auxiliado por fatores externos, mas princi- e da insatisfação é a não-satisfação. Pelo fato das pessoas não es-
palmente pelos internos. O sentir-se bem num ambiente holístico, tarem insatisfeitas, não quer dizer que estão satisfeitas. Os incenti-
ambientar pessoas e manter-se em paz e harmonia, com a soma vos motivacionais que acercam as condições de trabalho, Herzberg
dos diversos papéis que encaramos neste teatro da vida chamado caracterizou como fatores higiênicos.
“sociedade”, resulta em uma parcialidade única e que requer cuida- Ainda dentro da teoria de Herzberg, Chiavenato (2005), aborda
dos e atenção.” (KLAVA, 2010). dizendo que para Herzberg a motivação das pessoas para o trabalho
O que os gestores estão buscando são como manter sempre vai depender de dois fatores, sendo os higiênicos que correspon-
seus colaboradores satisfeitos, para que assim possam exercer suas dem ao contexto do trabalho e os motivacionais que correspondem
funções com o rendimento esperado pela organização, de modo ao cargo, tarefas e atividades relacionadas com o cargo.
que também, lhe seja prazeroso e satisfatório. Por exemplo, além “As condições ambientais, no entanto, não são suficientes para
da remuneração, que já foi provado não ser o principal fator moti- induzir o estado de motivação para o trabalho. Para que haja moti-
vacional do ser humano, existe os fatores de relações interpessoais, vação, de acordo com Herzberg, é preciso que a pessoa esteja sinto-

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

nizada com seu trabalho, que enxergue nele a possibilidade de exer- multo, inconformismo etc., típicos de situação em que os membros
citar suas habilidades ou desenvolver suas aptidões.” (MAXIMIANO, se defrontam abertamente com a organização, como nos casos de
2007 p.268-269). greves, piquetes etc.” (CHIAVENATO, 2005 p. 269).
Seguindo ainda a linha das teorias que aborda à motivação Portanto, os gestores devem compreender que o clima organi-
Zanelli (2004), apresenta a teoria X e Y, onde McGregor abordou zacional é fator de grande importância nas organizações, a partir do
que o homem tem aversão ao trabalho, precisa ser controlado e momento que a organização oferece um ambiente que seja propí-
punido, só se interessa pela parte financeira que o trabalho irá lhe cio para o colaborador se sentir motivado, animado e interessado
proporcionar, sendo está à teoria X, dentro da teoria Y, McGregor com o trabalho, a organização caminhará ao alcance dos resultados
diz que o desempenho do homem no trabalho é um fator mais de positivos, colaborador que trabalha satisfeito a organização só ten-
natureza gerencial do que motivacional. O autor ainda acrescenta: de a crescer, mas para isso é preciso que haja condições; uma desta
“A conclusão de McGregor foi a de que a prática gerencial é favorecer um ambiente de trabalho agradável.
apoiada na teoria X ignorava os estudos da motivação desenvolvi-
dos por Maslow, que ressaltavam o quanto a motivação seria decor- As relações das teorias motivacionais contemporâneas e as
rente da emergência de necessidades humanas dispostas hierarqui- organizações
camente.” (ZANELLI, 2004 p.151-152). A expansão da globalização exige pessoas bem instruídas e
Entende-se pois, que várias teorias foram criadas para abordar qualificadas. As teorias contemporâneas baseiam-se na necessida-
a motivação, cada uma com um enfoque, mais aliadas a analisar de de de auto realização, a ambição por um bom cargo e status dos co-
forma criteriosa a respeito do comportamento do indivíduo; de que laboradores, essas teorias dão ênfase aos estímulos motivacionais
formas são motivados, quais os mecanismos que poderão ser usados principalmente no trabalho.
para que o processo motivacional aconteça de forma a trazer êxodo Clayton Alderfer, com a Teoria ERG (Existence, Relatedness,
tanto para o indivíduo quanto para a organização. Segundo Chiavena- Growth), somou à Teoria das Necessidades descrita por Maslow, in-
to (2005, p.247). “Não faltam teorias sobre motivação. Nem pesqui- formações das organizações contemporâneas, e propôs três grupos
sas sobre o assunto. O fato é que o assunto é complexo”. de motivação no trabalho. O primeiro grupo foi o de existência, que
está associado às necessidades básicas, como descritas por Maslow
Processo motivacional nas necessidades fisiológicas e de segurança. O segundo, as neces-
De acordo com Chiavenato (2005), a motivação vai estar atrela- sidades de relacionamento, desejo que os seres humanos têm em
da com o comportamento humano, quando este pretende alcançar manter relações sociais. No último grupo, aparece a necessidade de
algum objetivo, a uma variedade de fatores que poderão influenciar crescimento do colaborador, o desejo por cargos e status dentro da
a motivação do indivíduo, quando o mesmo tem uma determinada organização, realização pessoal dá ênfase as necessidades de nível
necessidade, imediatamente busca mecanismos que faz com que a alto da teoria de Maslow. “Um desejo intrínseco de desenvolvimen-
satisfação seja suprida de forma a lhe garantir um conforto e reali- to pessoal. Isto inclui os componentes intrínsecos da categoria esti-
zação, ainda segundo o autor: ma de Maslow, bem como as características da necessidade de auto
“Os seres humanos são motivados por uma grande variedade realização”. (ROBBINS, 2005 p.136).
de fatores. O processo motivacional pode ser explicado da seguinte David McClelland e sua equipe deram ênfase a três necessi-
forma: as necessidades e carências provocam tensão e desconforto dades: realização, poder e associação; que aparecem de forma di-
na pessoa e desencadeiam um processo que busca reduzir ou eli- ferenciada em cada pessoa, caracterizando-as. A necessidade de
minar a tensão. A pessoa escolhe um curso de ação para satisfazer realização, a compulsão por eficiência, o desejo de ser cada vez
determinada necessidade ou carência. Se a pessoa consegue satis- melhor, e suprir sua necessidade pessoal, os grandes realizadores
fazer a necessidade, o processo motivacional é bem-sucedido. Essa se destacam das outras pessoas pelo seu desejo de fazer melhor as
avaliação do desempenho determina algum tipo de recompensa ou coisas. As pessoas que gostam de estar no comando, se caracteriza
punição à pessoa.” (CHIAVENATO, 2005 p. 273). pela necessidade de poder, em estar liderando e preferem situa-
Essas considerações referentes à motivação nos levam a enten- ções competitivas e de status, tendem a se preocupar mais com o
der que o processo motivacional está intimamente ligado ao com- prestígio e a influência do que propriamente com o desempenho
portamento do indivíduo, ou seja, o que ele busca alcançar; é claro eficaz. “Pessoas orientadas pela necessidade de associação buscam
e faz se lembrar que o ambiente é fator preponderante para a busca a amizade, preferem situações de cooperação em vez de compe-
da realização das necessidades, vários fatores são responsáveis pela tição e desejam relacionamentos que envolvam um alto grau de
motivação humana. Dentro do contexto organizacional entende-se, compreensão mútua.” (ROBBINS, 2005 p.139)
pois que o clima organizacional está relacionado com a motivação, As demais teorias, como, a teoria da fixação de objetivos, ênfa-
segundo Chiavenato (2005). se na produtividade; teoria do reforço, qualidade e volume de tra-
“O clima organizacional está intimamente relacionado com o balho; teoria do planejamento do trabalho, produtividade, absente-
grau de motivação de seus participantes. Quando há elevada moti- ísmo, satisfação e rotatividade; teoria da equidade, ponto forte na
vação entre os membros, o clima organizacional se eleva e traduz- previsão do absenteísmo e da rotatividade; e a teoria da expectati-
-se em relações de satisfação, animação, interesse, colaboração ir- va, o colaborador se sente motivado sabendo que a força exercida
restrita etc., todavia, quando a baixa motivação entre os membros, para objetivo terá o resultado esperado.
seja por frustração ou imposição de barreiras a satisfação, das ne- “O ambiente de trabalho moderno é, para dizer o mínimo, desafia-
cessidades, o clima organizacional tende a baixar, caracterizando-se dor. O sucesso das organizações e das pessoas que as fazem funcionar
por estados de depressão, desinteresse, apatia, insatisfação etc., não vem fácil. Essa era de contrastes abre a porta para a criatividade na
podendo em casos extremos chegar ao estado de agressividade, tu- administração. Os ganhos em produtividade, desempenho e lealdade

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

do consumidor ficam à disposição daqueles que realmente respeitam Segundo Yukl (1998, p.5), “A liderança é um processo através
as necessidades dos trabalhadores, tanto no emprego quanto na vida do qual um membro de um grupo ou organização influencia a in-
pessoal.” (KLAVA apud SCHERMERHORN et al, 2010). terpretação dos eventos pelos restantes membros, a escolha dos
As teorias motivacionais contemporâneas trouxeram uma nova objectivos e estratégias, a organização das actividades de trabalho,
roupagem, sobre a motivação do indivíduo, adequando as teorias a motivação das pessoas para alcançar os objectivos, a manutenção
anteriores a um contexto organizacional moderno e desafiador, que das relações de cooperação, o desenvolvimento das competências
as organizações terão que enfrentar. e confiança pelos membros, e a obtenção de apoio e cooperação de
pessoas exteriores ao grupo ou organização.”
A Liderança é uma tentativa de influência, de modo a conse-
LIDERANÇA guir dos seus liderados empenho e cooperação. Nessa perspectiva,
quando um chefe manipula ou exige obediência e cooperação de
forma coerciva, não há liderança.
— Liderança
As organizações têm evoluído, sobretudo em termos estrutu- Liderança X Gestão
rais e tecnológicos. As mudanças e o conhecimento são os novos A liderança e a gestão são vocábulos que por vezes são vistos
paradigmas e têm vindo a exigir uma nova postura nos estilos pes- por muitos como sinônimos, no entanto existem diferenças bem
soais e organizacionais, voltados para uma realidade diferenciada notórias entre ambos, além disso um bom líder pode não ser um
e emergente. Neste contexto, a Liderança passa a ser a chave para bom chefe e vice-versa.
o sucesso organizacional, decorrendo de uma nova cultura e estru- De acordo com Rost & Smith (1992), “A liderança é uma influên-
tura, na qual se privilegia o capital intelectual, pois são as pessoas cia de relacionamento, ao passo que a gestão é um relacionamento
que proporcionam as condições essenciais ao desenvolvimento das de autoridade. A liderança é levada a cabo com líderes seguidores,
organizações. enquanto a gestão é executada com gestores e subordinados.”
Ao longo dos tempos, a liderança tem sido alvo de interesse
por parte das organizações e dos gestores, estes começaram a per- • Liderança
ceber a importância que a mesma tem para o sucesso e o alcance A liderança é um processo mais emocional, envolve o coração.
dos objetivos traçados. Os líderes são dinâmicos, criativos, carismáticos e inspiradores, são
Os líderes devem procurar incrementar, um melhor relaciona- visionários, assumem os riscos e sabem lidar com a mudança.
mento entre as pessoas, incentivando o trabalho em equipa, moti- Os líderes são criativos e têm estilos mais imprevisíveis, são
vando os colaboradores e proporcionando um ambiente de traba- mais intuitivos do que racionais. Em vez de se adaptarem, tentam
lho saudável, seguro e propício ao progresso e desenvolvimento das transformar o estado das coisas. Os líderes atuam proativamente
suas capacidades e talentos. formando ideias em vez de lhes reagirem.
A Liderança é um tema muito atual e de importância estratégi- Um bom líder não é aquele que se preocupa em sê-lo, mas
ca para as organizações, como tal, deve ser integrada na definição aquele que dá o exemplo mostrando como as coisas devem ser fei-
da estratégia organizacional. As organizações precisam das pessoas tas, que tem ética e se preocupa com as pessoas que o rodeiam,
para atingirem os seus objetivos e alcançar a sua visão e missão de que envolve e motiva toda a equipa. Deve focar-se no desenvolvi-
futuro, assim como as pessoas necessitam das organizações para mento das pessoas com quem trabalha para que se tornem mais
atingirem as suas metas e realizações pessoais. autónomas.
As pessoas têm sido uma preocupação constante da gestão das O líder tem a capacidade de gerir diferentes personalidades
organizações, uma vez que uma boa gestão das mesmas se traduz mobilizando-as para objetivos comuns. Liderar é saber comunicar
no diferencial que alavanca os bons resultados. Para trabalhar o ca- e conquistar a admiração e o respeito dos outros, fazendo com que
pital humano de modo a maximizar o seu desempenho, é necessá- todo o grupo se identifique com o líder, o siga e execute as suas
rio que os indivíduos se sintam motivados e satisfeitos com o seu decisões.
líder e com a forma como que a Liderança vem sendo exercida. Os líderes são inovadores e criativos, procuram agir sobre a si-
Os líderes têm a missão de atingir os resultados pretendidos tuação em causa, as suas perspectivas e aspirações são a longo pra-
pela organização através das pessoas que lideram. Assim sendo, zo, têm uma atitude proativa, são emocionais e empáticos e atraem
para que a gestão de pessoas seja eficaz, os líderes têm de ser os fortes sentimentos de identidade e diferenciação. As competências
modelos sociais, dando o exemplo, estando sempre na linha da de liderança não podem ser ensinadas nem aprendidas são inatas
frente, mostrando como se faz, fazendo. ao ser humano, estas vão sendo moldadas pelas experiências e co-
A liderança é considerada como um processo dinâmico e que nhecimentos adquiridos.
vem sofrendo alterações e adaptações aos vários níveis, daí a ne- Para Monford e tal. (2000, p.24), “Os líderes não nascem nem
cessidade de trabalhar algumas das suas principais características são feitos; de facto, o seu potencial inato é moldado pelas experi-
que permitem obter o máximo de eficiência e eficácia. ências que lhes permitem desenvolver as capacidades necessárias
Sejam quais forem as características pessoais e de personali- à resolução de problemas sociais significativas.
dade do líder, estas afetam as relações com os liderados e, conse-
quentemente, o desempenho destes nas tarefas que executam nas • Gestão
organizações. A gestão tem uma abrangência muito maior do que a liderança,
As diversas definições de liderança não são unânimes e estão envolve tanto os aspectos comportamentais como os que estão di-
longe de gerar consenso entre os autores. Desta forma, tem sido retamente ligados à sua gestão, tais como: planeamento, controlo e
muito difícil definir o que é ser líder e o que é a liderança, havendo regulamentos internos e externos. Os gestores são mais racionais,
inúmeras definições para este conceito. trabalham mais com a “cabeça” do que com o “coração”.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Segundo Bennis & Nanus (1995), “gerir consiste em provocar, No entanto, muitos líderes podem aprender a gerir e muitos
realizar, assumir responsabilidades, comandar. Diferentemente, li- gestores podem melhorar as suas capacidades de liderança.
derar consiste em exercer influência, guiar, orientar. Os gestores são Estabelecendo a correspondência com a tese de Zaleznik, Rowe
pessoas que sabem o que devem fazer. Os líderes são as que sabem (2001) “ a liderança gestionária está para os gestores como a lide-
o que é necessário fazer.” rança visionária está para os líderes. Ao contrário de Zaleznik “con-
Os gestores são conservadores e analíticos, reagem e adaptam- sidera ainda que os dois papéis são conciliáveis na figura do líder
-se aos factos ao invés de transformá-los. Tendem a adoptar atitu- estratégico.”
des impessoais, calculam as vantagens da competição, negoceiam e
usam as recompensas e as punições como formas de coação. Estes A importância dos líderes
estão perfeitamente enquadrados na cultura organizacional e lutam HARRIS (2001, p.394) “O Papel dos líderes é criar um ambiente
pela optimização dos recursos de modo a alcançarem os resultados em que as pessoas se sintam livres para experimentar, exprimir-se
desejados. com franqueza, tentar novas coisas. Ainda mais importante, o seu
Para que as organizações possam sobreviver num mercado glo- papel é o de (…) construir o espaço, remover obstáculos e permitir
balizado e cada vez mais competitivo têm de ter uma boa gestão. A que os empregados façam o seu trabalho. Um dos objetivos primor-
gestão tem que ter a implementação da mudança através da visão diais dos líderes deveria ser o de libertar os talentos de cada pessoa
do seu líder de forma a alcançar os resultados previamente defini- para benefício delas próprias e da empresa como um todo.”
dos. Sem uma boa gestão as organizações não conseguirão atingir Nas organizações é crucial que os líderes sejam pessoas idóne-
esses resultados e tornam-se pouco produtivas e competitivas. as e sejam um exemplo para toda a equipa, pois sem um bom líder
Quer a gestão quer a liderança têm diferentes formas de gerir não haverá uma boa equipa. É fundamental que exista uma boa
a sua equipa, através dos diferentes líderes. Esta hipótese é bem liderança por parte dos líderes, somente assim a equipa será coesa
acolhida por Rowe (2001), através de um modelo triangular cujos e trabalhará afincadamente para o alcance das metas organizacio-
vértices são a liderança gestionária, a liderança visionária e a lide- nais e dos objetivos conjuntos. Se o objetivo primordial de um líder
rança estratégica. é fazer com que os outros o sigam, então é imprescindível que dê
bons exemplos e lhes mostre o caminho a seguir.
Tipos de liderança A liderança é um tópico fundamental nas relações de trabalho,
os líderes têm de trabalhar no sentido de evitar conflitos laborais e
• Líder Gestionário proporcionar benefícios para todos.
O líder gestionário está mais virado para a estabilidade finan- Por vezes, as incompatibilidades pessoais e profissionais entre
ceira a longo prazo e orientado para os comportamentos de curto os líderes e os liderados, fazem com que surjam conflitos difíceis de
prazo e baixo custo. O seu relacionamento com as pessoas está in- gerir, contribuindo para o insucesso das pessoas e o fracasso das
timamente ligado com os seus papéis no processo de decisão, mas organizações, dificultando assim o alcance das metas traçadas.
raramente decide com base em valores. Não investe na inovação Segundo Russo (2005) “a discussão se os líderes nascem líderes
que pode mudar a organização pois falta-lhe visão, iniciativa e cria- ou aprendem a sê-lo é longa. Contudo a resposta diz Russo é sim-
tividade. Normalmente é reativo e adapta atitudes passivas perante ples e direta: as duas afirmações são verdadeiras.”
os objetivos, estes centram-se nas necessidades sentidas e não nos O líder deve ser capaz de criar um ambiente saudável, bem
desejosos ou sonhos. como interação e dinâmica com toda a equipa de trabalho. É fun-
damental criar desafios e dar autonomia, para que em conjunto se
• Líder Visionário implementem e tomem as melhores decisões.
Já o líder visionário fomenta a mudança, a inovação e a criati-
vidade. É proativo, muda o modo de as pessoas pensarem acerca Estilos de liderança
daquilo que é desejável e necessário. Está orientado para o desen- As organizações, as equipas e as situações variam no tempo e
volvimento das pessoas e para o sucesso das organizações. Normal- no espaço, os líderes também, daí que é bastante comum que o su-
mente decide com base em valores e relaciona-se com as pessoas cesso do líder e dos seus seguidores esteja diretamente relacionado
de modo intuitivo e empático. Enfatiza a viabilidade de empresa a com o estilo de liderança adoptado.
longo prazo mas os seus sonhos podem ser destruidores da riqueza White & Lippit (1939) fizeram os primeiros estudos para verifi-
no curto prazo. car o impacto causado pelas diferentes formas de liderar. Segundo
eles existem essencialmente três estilos de liderança: liderança au-
• Líder Estratégico toritária, liberal e democrática.
O líder estratégico combina as duas orientações, ou seja, com-
bina as qualidades dos gestores com as dos líderes. Acredita nas • Liderança Autoritária
escolhas estratégicas que fazem a diferença na organização. Essas Em primeiro lugar aparece a liderança autoritária, “o líder fixa
estratégias devem ter impacto imediato, sendo que as responsa- as diretrizes, sem qualquer participação do grupo”, é ele que fixa
bilidades serão a longo prazo. Fomenta o comportamento ético e todas as diretrizes e determina qual tarefa deve ser realizada, tudo
as decisões baseadas em valores. Tem elevadas expectativas acerca tem que ser feito como ele define. (CHIAVENATO, 2003)
dos seus superiores, colaboradores e dele próprio. Na liderança autoritária, autocrática ou diretiva o líder foca-
Podemos então concluir que a liderança estratégica resulta da -se apenas nas tarefas e determina técnicas para a execução das
conciliação da liderança visionária e gestionária. mesmas. O líder toma as decisões individualmente e não considera
Alguns indivíduos terão mais aptidão para liderar e outros para a opinião da equipe, ordena e impõe a sua vontade. Este tipo de
gerir, enquanto outros conciliam as duas vertentes. liderança provoca tensão e frustração no grupo. O líder tem uma
postura essencialmente diretiva e não dá espaço à criatividade dos
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

liderados. A sua postura por vezes é paternalista e fica satisfeito por Teorias da liderança
sentir que os outros dependem dele. É rápido na tomada de decisão Existem várias teorias de liderança e podem ser classificadas
e os seus objetivos são o lucro e os resultados. Por norma, neste em quatro grupos: teorias de traços de personalidade (até aos anos
tipo de liderança as consequências são nefastas, existe ausência de 40), teorias sobre estilos de liderança/comportamento do líder (até
espontaneidade e de iniciativa e quando o líder abandona a orga- aos anos 60), teorias situacionais/contingências da liderança (desde
nização as pessoas sentem-se completamente perdidas pois não os anos 50 até final da década de 70) e por último as teorias dos
estavam habituadas a tomar decisões e a terem iniciativa própria. traços e do carisma (últimas décadas).
O trabalho só se realiza na presença do líder, pois na sua ausên-
cia o grupo é pouco produtivo e indisciplinado. O líder autoritário • Teoria dos Estilos de Liderança
normalmente não delega tarefas, prefere ser ele a executá-las. A Na Teoria sobre os Estilos de Liderança a preocupação domi-
liderança autoritária apresenta elevados níveis de produção, mas nante nas várias teorias foi definir o comportamento do líder mais
com evidentes sinais de frustração e agressividade. eficaz. A abordagem dos estilos refere-se não ao que o indivíduo é
mas ao que ele faz, ou seja, o seu estilo de liderar. Aqui destacam-se
• Liderança Liberal as maneiras e estilos de comportamento adoptados pelo líder: au-
A liderança liberal é totalmente inversa à autocrática, “há liber- tocracia, liberalismo e democracia, bem como a liderança centrada
dade total para as decisões grupais ou individuais, e mínima partici- nos resultados da tarefa e a liderança centrada na preocupação com
pação do líder.” (CHIAVENATO, 2003) as pessoas.
Na liderança laissez faire ou liberal não há imposição de regras, Como instrumento de avaliação dos estilos de liderança Black
parte-se do princípio que o grupo atingiu a maturidade e não ne- e Mouton (1964), apresentam uma grelha de gestão, que é uma
cessita do líder para o orientar e o supervisionar. Caracteriza-se pela tabela de dupla entrada, composta por dois eixos: o eixo vertical
total liberdade da equipa o líder não interfere na divisão das tarefas representa a “ênfase nas pessoas” e o eixo horizontal representa
nem na tomada de decisão, quem decide é o próprio grupo. Este é a “ênfase na produção”. Nos quatro cantos e no centro da grelha
considerado o pior estilo de liderança, uma vez que não há demar- os autores colocaram os principais estilos de liderança, de acordo
cação dos níveis hierárquicos instala-se a confusão, a desorganiza- com a orientação para a tarefa ou para o relacionamento. Segundo
ção, o desrespeito e a falta de um líder com poder e autoridade os autores, é muito importante que cada líder aprenda a observar
para resolver os conflitos. o seu estilo de liderança através da grelha, a fim de melhorar o seu
Na liderança liberal o líder só participa na tomada de decisão desempenho, contribuindo assim, para o seu desenvolvimento pro-
quando é solicitado pelo grupo, os níveis de produtividade são in- fissional, bem como para o desenvolvimento da organização.
satisfatórios e existem fortes sinais de individualismo, insatisfação e Para Chiavenato (2003, p.124), “São teorias que estudam a li-
desrespeito pelo líder. derança em termos de estilos de comportamento do líder em rela-
ção aos seus subordinados. A abordagem dos estilos de liderança
• Liderança Democrática se refere àquilo que o líder faz, isto é, o seu comportamento de
No que respeita à liderança democrática, participativa ou con- liderar”.
sultiva, este estilo está voltado para as pessoas e há participação de
toda a equipa no processo de decisão. É o grupo que define as téc- • Teoria dos Traços e do Carisma
nicas para atingir os objetivos, no entanto o líder tem a responsabi- Nas últimas décadas os psicólogos organizacionais começam a
lidade de alertar o grupo para as dificuldades existentes no alcance interessar-se pela cultura organizacional e pela mudança cultural.
desses mesmos objetivos. De acordo com o trabalho de Shein (1989) os líderes têm de ter
Segundo, Chiavenato (2003, p.125), “As diretrizes são debati- capacidades específicas como a paciência, persistência, contenção
das e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder”. da ansiedade, garantir estabilidade e confiança emocional, etc. Da
O líder envolve todo grupo, pede sugestões e aceita opiniões, análise de Shein resultam dois importantes conceitos: a liderança
existe confiança mútua, relações amistosas e muita compreensão. transformacional e a liderança transacional.
Este estilo de liderança está orientado para as tarefas e para as pes-
soas. Os grupos submetidos à liderança democrática, apresentam • Liderança Transformacional
elevados níveis de produtividade, quer em quantidade quer em Bass (1985), foi um dos pioneiros nos estudos da liderança
qualidade. Existe ainda, um clima de satisfação, integração e com- transformacional e transacional, a considerar que a liderança tanto
prometimento das pessoas para com a organização. envolve comportamentos transformacionais como transacionais.
De acordo com Fachada (1998), “A diferença entre o estilo efi- Alguns autores (Barling, Slater e Kelloway, 2000; Judge e Bono,
caz e ineficaz não depende unicamente do comportamento do líder, 2000) destacaram exclusivamente o papel da liderança transforma-
mas da adequação desses comportamentos ao ambiente onde ele cional.
desempenha as suas funções.” A Liderança Transformacional é o tipo de liderança que resul-
ta do processo de influenciar as grandes mudanças das atitudes e
O estilo de liderança a adoptar vai depender sobretudo da comportamentos dos membros da organização e o comprometi-
equipa a liderar e do seu tamanho. Deverá estar adaptada a cada mento com a missão e os objetivos da organização.
pessoa, à equipa e à tarefa a realizar, só assim se conseguirá a máxi- Segundo Bass (1985), os líderes transformacionais têm “visão”,
ma eficácia na persecução dos objetivos. prendem-se às suas convicções internas, têm vontade de encorajar
e olhar os problemas de diferentes formas. Estes líderes são donos
do seu próprio destino e têm talento para atravessar os tempos de
adversidade com sucesso.

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Bass (1995) descobriu que as três principais características de será crucial que a organização repense a forma como a Liderança
um líder transformacional são o carisma, reconhecimento e estímu- vem sendo exercida, só assim, conseguirá pessoas motivadas e feli-
lo de cada seguidor como incentivo intelectual para que os segui- zes, contribuindo de forma decisiva para o aumento da performan-
dores examinem as situações de acordo com novas perspectivas. ce da organização.
O mesmo autor (BASS, 2000, p.297) sustenta que “as qualida-
des dos líderes transformacionais são afetadas pelas experiências Conclui-se, que diante das mudanças, o líder deve conciliar os
de infância (pais zelosos e que estabelecem objetivos desafiantes). interesses da organização com os da sua equipa de trabalho, em-
Afirma mesmo que causas hereditárias podem estar na sua origem.” penhando-se afincadamente para proporcionar um ambiente fa-
Um líder Transformacional consegue que os seus seguidores vorável ao desenvolvimento dos seus liderado, influenciando-os a
prossigam além dos seus próprios interesses e altera ou transforma alcançarem os objetivos comuns.
as suas metas em metas de todo o grupo ou da organização. Ele
faz com que os seguidores se envolvam integralmente para que se
atinjam os objetivos organizacionais. TIPOS DE DECISÃO E PROCESSO DECISÓRIO
Segundo Yukl (1999, p.46), “as teorias da liderança carismáti-
ca e transformacional contribuem para o nosso entendimento da
eficácia de liderança, mas a sua singularidade e contributo foram PROCESSO DECISÓRIO
exagerados.” Nos dias atuais, o cenário econômico e as organizações que es-
tão inseridas neste contexto, modificam-se constantemente. Esse
• Liderança Transacional fato aumenta o impacto da influência que ambos exercem um sobre
A Liderança Transacional baseia-se na relação do líder e do li- o outro, assim como suas consequências. Diante dessa conjuntura,
derado. O líder conduz e motiva toda a equipa na direção dos obje- é necessário que o administrador permaneça em alerta quanto aos
tivos estabelecidos. ambientes interno e externo da organização, para que ele possa ob-
Segundo Bass (1995), a liderança transacional “envolve a atri- ter a escolha mais eficaz e simétrica em relação à realidade organi-
buição de recompensas aos seguidores em troca da sua obediência. zacional da qual faz parte.13
O líder reconhece as necessidades e desejos dos seus colaborado- Um Processo Organizacional é de extrema importância para o
res, clarificando-lhes como podem satisfazê-las em troca da execu- gerenciamento das atividades e dos fluxos administrativos. Assim,
ção das tarefas e do desempenho.” temos a importância da tomada de decisão em tal processo. Todo
Muitas situações de liderança são baseadas num entendimen- problema exige decisão para ser resolvido. Decisões nem sempre
to entre o líder e os seus seguidores. Existe um contrato social im- nascem dos problemas, mas também de oportunidades, objetivos
plícito indicando que se concordar com o que o líder deseja fazer, o e interesses.
seguidor terá certos benefícios, tais como remuneração melhorada
ou a não-demissão. Mas o que é a decisão? Decidir é escolher entre duas ou mais
As transações construtivas resultam em consequências posi- alternativas. Se não há dissenso não há decisão. Só quando há con-
tivas, tais como a obtenção de uma promoção. Essas promoções flito ou discordância em relação ao curso da ação, isto é, mais de
são vistas como mais eficazes e satisfatórias do que as transações uma alternativa possível, haverá necessidade de decisão. Não fazer
corretivas, que trazem consequências negativas, tais como uma hu- nada, isto é, deixar as ações seguirem seu curso normal também é
milhação. considerado uma decisão.
Este tipo de liderança, a par da liderança carismática, constitui Vale lembrar que toda decisão tem seu custo e raramente é
o estilo de liderança mais apropriado para a mudança organizacio- perfeita. Toda ação executiva importante deve alcançar um equi-
nal. líbrio entre valores, objetivos e critérios conflitantes envolvidos e,
Não é a força da autoridade que os chefes possuem devido à muitas vezes, em um cenário de pressão. Dada a grande gama de
sua posição privilegiada no organograma da organização que lhes opções, qualquer ação ou decisão será sempre subótima se anali-
proporciona eficácia para liderar as pessoas, mas a percepção posi- sada de um ponto de vista isolado, podendo trazer consequências
tiva desses seguidores que faz dele um verdadeiro líder. negativas para alguma parte. As pessoas devem estar cientes de
Num mundo altamente dinâmico e instável onde o ambiente que, na maioria das vezes, terão de sacrificar os interesses de uma
organizacional sofre continuamente profundas alterações impul- unidade.
sionadas pelo processo de globalização, o mercado torna-se mais
exigente e competitivo, exigindo das organizações adaptações e O processo decisório é o poder de escolher, em determinada
respostas rápidas a estas mudanças e alterações sofridas. As em- circunstância, o caminho mais adequado para a empresa. Para que
presas necessitam de profissionais capazes de responderem de for- um negócio ganhe a vantagem competitiva é necessário que ele al-
ma ajustada e em tempo útil aos novos desafios. cance um desempenho superior, e para tanto, a organização deve
O alinhamento entre as Práticas de Liderança e a Cultura Orga- estabelecer uma estratégia adequada, tomando as decisões certas.
nizacional é compreendido através dos conceitos percebidos atra- Para se chegar a uma decisão adequada precisamos fazer uma aná-
vés da revisão bibliográfica. A revisão da literatura permitiu uma lise do sistema considerando corretamente todas as variáveis de
melhor compreensão dos conceitos de Liderança e dos principais todos os seus elementos e inter-relações entre eles, bem como as
fatores que a influenciam. relações do sistema com o meio ambiente.
A chave do sucesso para um elevado desempenho das orga-
nizações está na congruência entre os elementos da organização, 13 LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: Princípios e Tendências. Cap: A
principalmente entre a estratégia, a estrutura, as pessoas, a própria Tomada de Decisões. São Paulo: Saraiva, 2003.
cultura e como não podia deixar de ser a Liderança. Assim sendo, Planejamento e gestão. Prof. Dr. Fabio Gregori. Aula T5 – 24/08/2012.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Tenha em mente que o processo decisório é complexo e depende das características pessoais do tomador de decisões, da situação em
que está envolvido e da maneira como percebe a situação.

Natureza do Processo Decisório


O estudo do processo decisório tem evoluído desde os anos de 1940. Isso se deve, principalmente, ao crescente conhecimento dos
problemas aplicados, ao desenvolvimento de novas técnicas administrativas e à absorção de novos procedimentos quantitativos oriundos
da matemática e da pesquisa operacional. A Teoria das Decisões nasceu de Herbert Simon, que a utilizou para explicar o comportamento
humano nas organizações.
Simon (1916-2001) estudou a administração sob a perspectiva do processo de tomar decisões. De acordo com ele, administrar é si-
nônimo de tomar decisões, especialmente quando se tratava das ações gerenciais. A partir desse ponto de vista, ele isolou o aspecto de
trabalho gerencial, ampliando seu campo de estudo. Segundo o próprio autor, o processo de tomar decisões possui três fases no total:
1. Prospecção (análise de um problema ou situação que requer solução).
2. Concepção (criação de alternativas de solução para o problema ou situação).
3. Decisão (julgamento e escolha de uma das alternativas propostas).

Figura: Processo decisório nas organizações

Um ponto a destacar é que o administrador deve estar ciente de suas limitações. O ser humano tem a sua racionalidade limitada, na
visão de Simon. O comportamento real não alcança a racionalidade objetiva pois a racionalidade objetiva requer um conhecimento com-
pleto e antecipado das consequências de cada opção, sendo que estas consequências só aconteceriam no futuro.
O conhecimento dessas consequências é sempre fragmentado e apenas uma fração das possíveis alternativas é considerada. Além dis-
so, a racionalidade total também pressupõe absoluta clareza do problema, tempo ilimitado para resolvê-lo e inexistência de ambiguidades.
Segundo o autor, a racionalidade humana é limitada e ineficiente, e por isso ele propôs um modelo distinto - o do homem administra-
tivo. Nesse modelo, as decisões tendem ser satisfatórias ao invés de maximizadas. As decisões satisfatórias são aquelas que tendem aos
requisitos mínimos desejados, fazendo com que os administradores sejam guiados pela regra de que qualquer decisão serve desde que
possa resolver um problema.

Os principais tipos de Decisão


Simon distingue dois tipos de decisões: programadas e não programadas.

Decisões Programadas
São caracterizadas por serem repetitivas, rotineiras e estruturadas (tomadas automaticamente). São as decisões automatizadas,
sequenciais que não necessitam da intervenção do decisor. Geralmente, são bastante previsíveis e possíveis de serem incorporados em
um sistema de informação, por exemplo: o hábito, a rotina, os manuais de instruções e operações padronizadas são formas de tomar
decisões programadas.

Decisões Não Programadas


Não dispõem de soluções automáticas, pois são desestruturadas. São as decisões não automatizadas que dependem da solução
do decisor. O lançamento de novos produtos, a redução do quadro de funcionários e uma mudança na sede da empresa são exemplos
de decisões não programadas. Para lidar com essas decisões, o autor indica que os gerentes devem ser capazes de desenvolver sua
capacidade de julgamento, intuição e criatividade. Para ele, o desenvolvimento dessas habilidades permitiria aos gerentes lidar de forma
eficiente contra as complexidades das decisões.

Alguns autores ainda levam em conta as chamadas decisões semi-programadas (ou semiestruturadas). Esse tipo de decisão pode ser
sistematizado até certo ponto, dependendo de estruturas mais complexas do sistema de informação para que os resultados esperados de
cada alternativa de escolha sejam selecionados de forma otimizada, a partir dos mesmos critérios.

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Nessas situações, parte do problema pode ser incorporado ao suficiente em épocas de estabilidade, porém, em um ambiente em
sistema de apoio às decisões e parte não. Geralmente, quando va- constante transformação é preciso haver liderança, pois é a força
riáveis interferem no processo de decisão, é o momento em que en- direcionadora que torna possível a permanência das organizações
tra em cena a capacidade de julgamento do administrador (citada nesse contexto.
por Simon), dependendo, principalmente, de sua experiência com Para auxiliar o processo decisório existem diversas técnicas e
o contexto do problema. ferramentas que contribuem para uma melhor tomada de decisão.
Como ferramentas, podemos citar os sistemas de informação, que
Fatores que Afetam o Processo Decisório a partir dos anos 70 e início da década de 80, passou a ser aceito
Tomada de decisão é influenciada por: fatores inerentes do pró- como capacitor de controle gerencial, auxiliando na tomada de de-
prio problema e fatores decorrentes do tomador de decisão. Vamos cisão de gerente e executivos em vários tipos de problemas.
ver quais são, então, os fatores que afetem o processo decisório: Para que toda e qualquer decisão seja estrategicamente bem
tomada é necessário que as pessoas que compõem uma equipe es-
1. Reconhecimento do Problema como tal tejam inteiradas sobre as rotinas de trabalho, sobre os objetivos e
- É necessário que, ao menos, uma pessoa da equipe entenda a metas a serem alcançados, sobre os problemas a serem resolvidos,
situação como problema; possíveis concorrentes, etc. É necessário que as pessoas saibam
- Definição de prioridades e disponibilidade de recursos in- fazer uma análise do ambiente interno e externo, entendendo o
fluenciam o processo; que envolve a empresa. Esse envolvimento com os ambientes da
- Mesmo tendo sido reconhecido como problema, as interpre- organização torna o processo decisório mais seguro e eficaz, redu-
tações pessoais, motivadas pela percepção individual, influenciam zindo assim as incertezas, perdas ou desperdícios que fazem parte
o processo. de qualquer decisão.
É importante ressaltar que cada vez mais as organizações têm
2. Disposição buscado maior aprimoramento no processo decisório, de modo a
- Problema deve ser reconhecido, exige disposição para ser en- investir em técnicas atualizadas que possam servir como suporte
frentado e, mais que isso, capacidade de transformar disposição em ao gestor e aos seus auxiliares.
ação efetiva. Um exemplo de técnica moderna utilizada em diversas em-
presas, independente do seu porte ou área de atuação é o modelo
3. Competência Técnica de negócios chamado CANVAS. Esse modelo que também é cha-
- Exige que os incumbidos da resolução do problema estejam mado de Business Model CANVAS. Foi criado primeiramente por
familiarizados com a situação, com as fórmulas para resolvê‐lo ou, Alexander Osterwalder, porém posteriormente ele foi realizado em
ao menos, o conhecimento de onde localizar as soluções conjunto com profissionais de diversas áreas para aperfeiçoar o
- Tomador de decisão deve escolher quais os problemas que modelo. Tal modelo é uma ferramenta de gerenciamento estraté-
devem ou não ser delegados (envolve sua capacidade de reconhe- gico e serve tanto novos empreendedores no mercado como para
cer suas próprias limitações) empreendimentos que possuem certa experiência. Esse modelo
funciona como uma gestão à vista, onde os envolvidos no proces-
4. Tempo so decisório conseguem enxergar as principais estratégias traçadas
- Nem sempre há tempo para decisões racionais pela empresa, em suas principais frentes ou áreas departamentais.
- Algumas vezes, decisões rápidas e intuitivas devem ser toma-
das O CANVAS é um diagrama ou mapa que é dividido por 9 (nove)
- Quando há tempo suficiente para tomada de decisão, toma- eixos compostos por:
dor de decisão estabelece necessidades de tempo 1. Atividades-chave;
2. Recursos-chave;
5. Perspectiva de Solução 3. Rede de parceiros;
- Problema deveria oferecer uma (ou mais) possibilidades de 4. Proposição de valor;
ação 5. Segmento de clientes;
- Problemas sem solução podem ser abandonados, aceitan- 6. Canais;
do‐se sua ocorrência como normal ou administrando‐os a um nível 7. Relacionamento com os clientes;
aceitável de tolerância 8. Estrutura de custos;
9. Fluxos de receitas.
6. Confusão entre Informação e Opinião
- Dificuldade comum quando o processo é coletivo Com os eixos acima apresentados, os gestores de uma organi-
- Motivada, muitas vezes, pelas opiniões manifestadas com zação conseguem ter maior visibilidade do andamento do negócio
base em informações insuficientes podendo assim tomar decisões mais rápidas e com mais segurança.
- Predomínio de intuição sobre racionalidade
Obs.: O modelo de negócios CANVAS não será abordado com
Técnicas e Ferramentas de Apoio ao Processo Decisório profundidade neste tópico, pois não faz parte do presente edital,
A função de decisão está essencialmente ligada às posições ge- apenas realizado um breve comentário para conhecimento de uma
renciais, ou seja, aos berços da liderança. Para diversos autores, a das técnicas mais utilizadas nos presentes dias e que têm sido um
liderança é importante para a eficácia das organizações tendo sem- forte aliado no gerenciamento de informações e que tem contribuí-
pre em vista as frequentes turbulências e mudanças do cenário eco- do para a competitividade das organizações.
nômico em geral. Havemos de concordar que a autoridade pode ser
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Modelo Racional de Tomada de Decisão


Organizações que pesam suas opções e calculam níveis de risco ótimos estão usando o modelo racional de tomada de decisão. O
modelo racional é o processo de quatro etapas que ajudam os administradores a pesar alternativas e escolher a que tiver melhor chance
de sucesso.

Árvores de Decisão
São representações gráficas dos problemas e do impacto das decisões tomadas. Se for provável que chova, por exemplo, o leitor pode
decidir munir-se de um guarda-chuva quando sair. A árvore de decisão neste caso irá representar um nó com a pergunta: É provável que
chova? Irá então representar dois caminhos de decisões possíveis: um para a resposta sim e outro para um não como resposta. É claro
que o contexto de decisão nas empresas seja muito mais complexo do que este, pelo que na maioria das situações terá de construir ár-
vores de decisão com muitos ramos. Uma árvore de decisão utiliza uma estratégia de dividir-para-conquistar: – Um problema complexo
é decomposto em subproblemas mais simples. Recursivamente a mesma estratégia é aplicada a cada subproblema. São fáceis de serem
implementadas e utilizadas.

Diagramas de Influência
Procuram retratar todos os fatores que possam influenciar as decisões e as suas inter-relações. Por exemplo, o objetivo de vender a
um preço superior normalmente influencia a sua decisão de investir numa ação. Os movimentos nos câmbios influenciam as suas expec-
tativas sobre o aumento ou queda de preços no futuro. Os próprios movimentos de preços podem ser influenciados por “sentimentos”
por parte dos investidores ou pelo desempenho da empresa. Pela representação em diagrama de todos estes fatores que influenciam as
decisões das relações entre si, terá uma ideia clara do que deve considerar nas suas decisões.

A análise de decisões é um conjunto de procedimentos complexos, que visa:


- Identificar e avaliar a situação;
- Prescrever um curso de ação recomendado maximizando a probabilidade de alcançar os objetivos;
- Representar a decisão de forma estruturada, incluindo a escolha de diferentes cursos de acção para diferentes cenários;
- Fornecer uma visão clara do processo de decisão (não só para o tomador de decisão como para outras pessoas envolvidas).

A análise de decisão visa integrar o processo:


- Os objetivos a serem alcançados em função da sua prioridade;
- As incertezas envolvidas, através de diagramas de probabilidade;
- As alternativas disponíveis, juntamente com os riscos associados a cada uma;
- A atitude do decisor em relação aos riscos e a objetivos conflituantes.

O Processo Decisório nas Organizações


As decisões são estágios para diversos problemas, e sua complexidade é demasiadamente ampliada pela ambiguidade de um pro-
cesso decisório deficiente. O pressuposto básico dessa afirmação é que o processo decisório envolve diferentes tipos de decisão, e em
resumo, o processo decisório é uma questão de múltiplas variáveis. Alguns autores consideram a possibilidade de as decisões também
serem influenciadas por outros fatores, como outras organizações, legislações e fornecedores, por exemplo, o que agrava (complica) ainda
mais o processo de tomada de decisão.
Considerando o ambiente das organizações, no qual diversas mudanças motivadas pelo atual cenário econômico vêm ocorrendo,
podemos analisar algumas tendências se destacando em relação à tomada de decisão, tais como: o estudo da concorrência, análise se
cenários, uso expansivo de tecnologias da informação, assim como outras atividades que visam melhorar e facilitar a tomada de decisão
dentro das organizações.
Portanto, o processo decisório é substancial a qualquer organização, seja esta pública ou privada. Toda organização necessita tomar
um posicionamento frente às diversas questões, e é esse posicionamento que irá indicar como a empresa irá competir no mercado.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Para tanto, é necessário entender que cada nível estratégico a máquina parou de produzir e por isso acarretou em um prejuízo
dentro da organização realiza seu tipo de decisões corresponden- para a produção de uma maneira geral e no cumprimento de pra-
tes, afinal faz parte de um tipo de planejamento distinto, como a zos. Como já citado, na reunião só participa os que compõem o ní-
seguir: vel estratégico, e por esse fato é muito provável que ocorra alguma
informação distorcida ou mesmo a falta de informações mais pre-
O nível estratégico toma decisões estratégicas e realiza um cisas sobre o que realmente ocorreu com a máquina. Isso porque o
planejamento estratégico problema surgiu em outro nível hierárquico, neste caso como o pro-
O nível tático toma decisões táticas e realiza um planejamen- blema foi na linha de produção o nível envolvido foi o operacional.
to tático Sendo assim, para uma melhor tomada de decisão, o nível
O nível operacional toma decisões operacionais e realiza um estratégico pensando de maneira mais sensata e para maior segu-
planejamento operacional rança e credibilidade das informações deveria ter convidado um
responsável por operar a máquina que apresentou problema, ou
A tomada de decisão não basta apenas o envolvimento da ge- mesmo o responsável pela linha de produção da máquina, para que
rência ou da Alta Administração, mas todos os stakeholders14 pre- juntos pudessem discutir sobre o problema e possíveis sugestões
cisam estar inteirados com a situação-problema para que seja uma de como resolvê-lo. O nível estratégico é um nível muito preparado
decisão estrategicamente tomada. intelectualmente e, portanto, detém muitas competências e habili-
Para melhor entender sobre a importância de uma gestão par- dades, porém alguns conhecimentos técnicos e informações ficam
ticipativa no processo decisório, vamos analisar a composição dos restritos somente ao profissional que lida com a atividade no dia a
cargos e funções por nível hierárquico, e entender melhor quem faz dia, é o que chamamos de know-how (saber como fazer).
parte de cada nível, lembrando que a explicação da pirâmide hie- Ainda que um dos integrantes do nível estratégico tivesse total
rárquica será da base para o topo, sendo assim no nível operacional conhecimento a respeito de como operar a máquina, os problemas
até o nível estratégico. que esta máquina já havia apresentado e tudo mais, precisamos
O nível operacional é composto pelos cargos que são conside- levar em consideração a comunicação. Quando um colaborador
rados como base a uma organização, são eles: operadores de má- passa para o outro uma determinada informação, ela pode vir dis-
quina, líderes de produção, supervisores, que contribuem para a torcida, com perdas significativas de conteúdo, ou mesmo com o
formulação de objetivos e metas que fazem parte do planejamento conteúdo exacerbado. A melhor opção é sempre trabalhar com
operacional. Que estão mais relacionadas com a linha de produção, uma comunicação limpa, transparente, dessa forma é essencial que
ou seja, com o produto que chega até o consumidor final. a informação seja transmitida direto da fonte, ou em outras pala-
O nível tático é composto pelos cargos que são considerados vras, conversar direto com o colaborador que estava manuseando a
como a interligação entre o operacional e o estratégico, ou seja, não máquina e presenciou o problema.
os níveis gerenciais, é o nível da gerência média ou intermediária. Essa interação entre níveis diferentes, entre áreas e funções
São compostos por cargos como: gerentes, coordenadores adminis- diferentes é extremamente essencial para o processo decisório. Os
trativos, gerentes de seção, gerentes de filiais, líderes de projetos e níveis precisam ter visão sistêmica e para isso precisam unir habi-
funções similares. Os cargos e funções que fazem parte desse nível lidades e experiências diferentes para conseguir ter o máximo de
são responsáveis por assegurarem que as o planejamento estraté- precisão no momento de decidir.
gico, isto é, os objetivos e metas delineados pela Alta Administração
sejam colocados em prática pelo nível operacional. Além de colocar
em ação os processos, as pessoas e os recursos para assegurar que PROCESSOS PARTICIPATIVOS DE GESTÃO PÚBLICA. CONSE-
seu segmento de atuação estará alinhado às decisões estratégicas LHOS DE GESTÃO, ORÇAMENTO PARTICIPATIVO, PARCERIA
e para assegurar também que estará colaborando para a obtenção ENTRE GOVERNO E SOCIEDADE
dos resultados gerais da Organização.
E por fim o nível estratégico que é onde são tomadas as ações
estratégicas, neste nível é configurado o Planejamento Estratégico Processos Participativos de Gestão Pública
formado pela Missão, Visão, valores e objetivos de todas as áreas, Os Processos Participativos de Gestão Pública, são formas de
de todos os produtos que a empresa oferta e os planos de ação gestão política que expandem o processo de tomada de decisão
para que sejam possíveis de serem alcançados. Esse nível é com- da sociedade, entendendo que a democracia não se dá apenas nos
posto por cargos e funções como: diretores, presidentes, conselho processos eleitorais, que ocorrem de quatro em quatro anos, mas
administrativo, sócios, proprietários, acionistas, etc. A função típica também na construção das bases orientadoras da política, na defi-
deste nível é tomar decisões estratégicas. nição de prioridades e controle social de sua implementação.15
Essa explicação foi necessária não somente para que você estu- A legislação brasileira, após a implantação da Constituição Fe-
dante entenda como é a composição da pirâmide hierárquica, mas deral em 1988 (CF)16, assegurou várias possibilidades de participa-
para que você consiga compreender de maneira mais aprofundada ção na gestão pública para os cidadãos. São exemplos de processos
o exemplo que será dado. participativos previstos na legislação:
Suponha uma reunião que ocorra somente entre o nível estra- - Os conselhos de políticas públicas;
tégico, e o assunto seja sobre um problema ocorrido em umas má- - As conferências;
quinas da produção, considerada a mais produtiva em questão de - As audiências; e
agilidade e menor índices de retrabalho. Por um problema técnico - As consultas públicas.
14 Stakeholders: todos os agentes envolvidos no negócio de uma empresa são 15 http://www.deolhonosplanos.org.br/processos-participativos/
eles: fornecedores, concorrentes, clientes, colaboradores, acionistas, pesquisado- 16 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm - Acesso em
res, investidores, parceiros em geral. 25.10.2019
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

De acordo com o artigo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econô- A participação social teria, portanto, um papel relevante tanto
mica Aplicada)17, o texto constitucional de 1988 é um marco na de- no que diz a respeito à expressão de demandas como em relação
mocratização e no reconhecimento dos direitos sociais, articulada à democratização da gestão e da execução das políticas sociais. A
com tais princípios, a CF alargou o projeto de democracia, compati- consolidação desta participação, na última década, efetuou-se prin-
bilizando princípios da Democracia Representativa e da Democracia cipalmente por meio dos diferentes formatos de conselhos e dos
Participativa, e reconhecendo a participação social como um dos diversos mecanismos de parceria colocados em prática nas políticas
elementos-chave na organização das políticas públicas. sociais. A constituição de conselhos e parcerias no interior destas
De fato, com a CF a participação social passa a ser valorizada políticas responde a impulsos variados que atuaram sobre sua cria-
não apenas quanto ao controle do Estado, mas também no pro- ção e desenvolvimento.
cesso de decisão das políticas sociais e na sua implementação, em
caráter complementar à ação estatal. Desde então, a participação Os conselhos surgem, sobretudo, das demandas de democra-
social tem sido reafirmada no Brasil como um fundamento dos me- tização da sociedade em face do processo decisório que permeia as
canismos institucionais que visam garantir a efetiva proteção social políticas sociais. Já as parcerias, por sua vez, inspiram-se em uma
contra riscos e vulnerabilidades, assim como a vigência dos direitos demanda de reorganização da intervenção do Estado no campo
sociais. social, em busca de maior igualdade, equidade ou eficiência.
Com maior ou menor sucesso, esta foi uma das importantes
inovações institucionais ocorridas no Brasil pós-Constituinte. A ga- Estes impulsos, entretanto, longe de convergirem em torno de
rantia de direitos sociais nos campos da educação, saúde, assistên- princípios comuns, tendem a se contradizer em diversos aspectos,
cia social, previdência social e trabalho foi acompanhada da conso- consolidando importantes tensões tanto internas (tensões que se
lidação de uma nova institucionalidade com o objetivo principal de desenvolvem no interior de cada um destes espaços de participa-
assegurar a presença de múltiplos atores sociais, seja na formula- ção), quanto externas (tensões que se estabelecem entre os dois
ção, na gestão, na implementação ou no controle das políticas so- espaços, conselhos e parcerias.)
ciais. Três enunciados resumem os sentidos que passam a tomar a No primeiro caso, a demanda de democratização implicou a
participação no que se refere aos direitos sociais, à proteção social reafirmação da ideia da democracia participativa, de representação
e à democratização das instituições que lhes correspondem: social junto às instâncias do Poder Executivo, como também a am-
1) A participação social promove transparência na deliberação pliação desses espaços decisórios. A necessidade de representação
e visibilidade das ações, democratizando o sistema decisório; da pluralidade de atores junto a uma determinada política pública,
2) A participação social permite maior expressão e visibilida- reduzindo a lacuna entre aqueles que atuam nos diversos níveis de
de das demandas sociais, provocando um avanço na promoção da decisão e seus beneficiários, passou a ser amplamente reconhecida.
igualdade e da equidade nas políticas públicas; e A demanda pela participação social nos processos decisórios
3) A sociedade, por meio de inúmeros movimentos e formas de das políticas sociais consolidou-se, na CF, por meio da determina-
associativismo, permeia as ações estatais na defesa e alargamento ção da gestão democrática e participativa, e institucionalizou-se na
de direitos, demanda ações e é capaz de executá-las no interesse esfera federal com a criação de Conselhos Nacionais.
público. Estes colegiados, criados ou reorganizados durante a década
de 1990, foram integrados por representantes do Estado e da so-
A importância da Participação da Sociedade ciedade, e ocupam um espaço, no interior do aparato estatal, de
A ampliação dos processos participativos está pautada pelos apresentação e processamento de demandas, expressão e articula-
princípios da inclusão, do pluralismo e da justiça social, procurando ção de interesses, concertação e negociação, de acompanhamento
responder problemas não resolvidos pela democracia representati- e controle da política e, em muitos casos, de decisão.
va, ou seja, a não representação de vários interesses existentes na Sendo assim, podemos concluir que por trás do aparente con-
sociedade. senso em torno da relevância da participação social, existem diver-
Apesar de vivermos em uma democracia, o acesso aos serviços gências de concepções sobre suas virtualidades e dificuldades e, em
de garantia dos direitos sociais, por exemplo, ainda não se dá de especial, sobre a capacidade de somar-se ao Estado em busca de
forma equitativa18 em nossa sociedade. Os processos participativos, uma maior justiça social.
neste contexto, podem captar interesses e informações por vezes
não percebidos nos processos representativos, embora fundamen- Conselhos de Gestão19
tais para garantir os direitos dos cidadãos. Os conselhos gestores de políticas públicas são institutos im-
Se por um lado os processos participativos são importantes portantes de participação pública e decorrentes da Constituição
para captar melhor as demandas, interesses e problemas sociais, Federal de 1988. O objetivo principal desses conselhos é aproximar
por outro, permitem a formação dos cidadãos, ampliando a visão a sociedade do Estado e influenciá-lo numa atuação segundo de-
acerca da realidade, bem como dos aspectos que limitam ou facili- mandas sociais. São de composição plural e paritária, assim, devem
tam a ação dos governos. funcionar como um colegiado institucionalizado, federal, estadual
ou municipal, de forma a incentivar troca de experiências e fiscali-
zação, onde a sociedade pode cobrar e colaborar com programas,
17 http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/Cap_8-10.pdf projetos e ações voltadas à implantação e efetivação de políticas
18 Equitativo é um adjetivo da língua portuguesa e refere-se ao que é justo, equi- públicas.
valente, imparcial e igual. De acordo com a definição, ser equitativo está relacio- Segundo Gohn, os princípios constitucionais de participação
nado com o “ser justo”, em um sentido moral e/ou ético. Ser honesto e imparcial. popular, as legislações regulamentadoras das políticas sociais e o
No entanto, a partir de uma análise filosófica do termo, o filósofo grego Aristóteles processo de descentralização estimularam a implantação de diver-
diz que o “ser equitativo” é superior ao justo. 19 http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/urbano/gohn.pdf
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

sos conselhos setoriais nos estados e municípios. De uma maneira Benefícios do Orçamento Participativo
mais simples, o autor explica que os conselhos são canais de par- No orçamento participativo, o poder de decisão passa da alta
ticipação que articulam representantes da população e membros burocracia e de pessoas influentes  para  toda a  sociedade, e isso
do poder público estatal em práticas que dizem respeito à gestão reforça  a vontade popular para a execução das  políticas públicas,
pública.20 outro benefício do orçamento participativo é a prestação de contas
Os Conselhos de Gestão, ou também chamados de Conselhos do Estado aos cidadãos.
Gestores, se originam de demandas populares e de pressões da O OP reforça a transparência por meio da publicação de infor-
sociedade civil pela redemocratização do país, é por isso que eles mações orçamentárias e pela prestação de contas das autoridades
possuem uma grande importância atualmente. e dos delegados, esses mecanismos geram confiança e melhoram
Esses conselhos estão inscritos na CF na qualidade de instru- a qualidade da governança nas cidades, e assim, contribuem para
mentos de expressão, representação e participação da população. reduzir a corrupção e o mau gasto dos recursos públicos. Porém, os
As novas estruturas inserem-se, portanto, na esfera pública e, por maiores benefícios são o desenvolvimento de uma cultura demo-
força de lei, integram-se com os órgãos públicos vinculados ao po- crática dentro da comunidade e fortalecimento da sociedade local,
der executivo, voltados para políticas públicas específicas, assim inclusive na criação de lideranças locais que representam a vontade
sendo responsáveis pela assessoria e suporte ao funcionamento das suas comunidades.
das áreas onde atuam. Eles são compostos por representantes do Sendo um processo decisório, o Orçamento Participativo se es-
poder público e da sociedade civil organizada e integram-se aos ór- tende por todo o ano fiscal. Em assembleias organizadas com esse
gãos públicos vinculados ao Executivo. fim, os cidadãos se engajam, juntamente com funcionários da ad-
Sendo novos instrumentos de expressão, representação e ministração, em negociações sobre a alocação de gastos que envol-
participação, os conselhos de gestão são dotados de potencial de vam novos investimentos de capital em projetos, tais como clínicas
transformação política. Se efetivamente representativos, poderão de assistência médica, escolas e pavimentação de vias públicas.23
imprimir um novo formato às políticas sociais pois relacionam-se ao Ocorrendo por meio de assembleias abertas e periódicas, o or-
processo de formação das políticas e à tomada de decisões. çamento participativo, incluem etapas de negociação direta com o
Com os conselhos, é gerado uma nova institucionalidade pú- governo. Depois, as deliberações nessas assembleias são conside-
blica, pois eles são capazes de criar uma nova esfera socialpública radas na elaboração da proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA),
ou pública não-estatal. Isto é, um novo padrão de relações entre que será enviada para a câmara municipal.
Estado e sociedade porque viabilizam a participação de segmentos Ele é um programa inovador, pois suas regras promovem jus-
sociais na formulação de políticas sociais, e possibilitam à popula- tiça social ao assegurar mais recursos para áreas mais pobres, ao
ção o acesso aos espaços onde se tomam as decisões políticas. encorajar a participação através da distribuição de recursos para
A legislação em vigor no nosso país atualmente preconiza, des- cada uma das regiões do município em função da mobilização dos
de o ano de 1996, que, para o recebimento de recursos destinados membros das respectivas comunidades e ao estabelecer novos me-
às áreas sociais, os municípios devem criar seus conselhos. Esta ai a canismos de responsabilização que acabam desvendando e inviabi-
explicação porque a maioria dos conselhos municipais surgiu após lizando procedimentos orçamentários obscuros.
esta data. Nos municípios, as áreas básicas dos conselhos gestores Segundo Abers e Wampler, nos casos em que o programa foi
são: educação, assistência social, saúde, habitação, criança e ado- aplicado com mais sucesso, os cidadãos têm autoridade para to-
lescente. mar importantes decisões em relação às políticas públicas, o que
realça seu potencial para transformar o processo decisório de base
Orçamento Participativo21 na política brasileira. Os programas de OP combinam elementos de
O orçamento participativo (OP) é um mecanismo governamen- democracia direta (por exemplo a mobilização direta de cidadãos
tal de democracia participativa que permite aos cidadãos influen- em assembleias decisórias) e de democracia representativa (como
ciar ou decidir sobre os  orçamentos públicos, geralmente o orça- a eleição de delegados). 24
mento de investimentos de  prefeituras municipais  para assuntos
locais, através de processos de participação da comunidade. Os Parceria entre Governo e Sociedade Civil
resultados costumam ser obras de infraestrutura, saneamento, ser- A Lei n° 13.019 de 201425 institui o Termo de Colaboração e
viços para todas as regiões da cidade. o Termo de Fomento, que são instrumentos pelo qual são forma-
Segundo Montero22, o sistema federativo brasileiro assegura lizadas as parcerias estabelecidas entre governo e sociedade civil,
aos municípios a transferência de cerca de 15% de todos os gastos essa lei permite que organizações, movimentos sociais e cidadãos
públicos, o que ajuda a explicar por que movimentos sociais, ONGs, enviem propostas durante etapas de políticas públicas.
associações comunitárias e políticos dedicam tanta atenção aos or-
çamentos municipais. Os prefeitos dispõem de considerável auto-
nomia, o que permite que desenvolvam novos programas com um 23 WAMPLER, B.; Orçamento participativo: uma explicação para as amplas
grau mínimo de interferência por parte das instâncias legislativas variações nos resultados. In: AVRITZER, L. & NAVARRO, Z. (orgs.). A inovação
municipais, as câmaras de vereadores. democrática no Brasil: o orçamento participativo. São Paulo: Cortez.
24 Idem
20 GOHN, Maria da Glória. Os Conselhos de Educação e a Reforma do Estado. 25 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm - Esta-
Em Conselhos Gestores de Políticas Públicas. São Paulo, Pólis, 2000. belece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organiza-
21 WAMPLER, Brian. A difusão do Orçamento Participativo brasileiro: “boas ções da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de
práticas” devem ser promovidas? Opin. Publica, Campinas, 2008. finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades
22 MONTERO, A.; SAMUELS, D. Decentralization and democracy in Latin Ameri- ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em
ca. Notre Dame: University of Notre Dame Press. 2004. termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Tanto o termo de colaboração quanto o termo de fomento26 Conforme Paludo (2013, p. 128), governabilidade significa
visam regularizar as parcerias entre as instituições sem fins lucrati- também que “o governo deve tomar decisões amparadas num
vos, as chamadas Organizações da Sociedade Civil (OSC) e as insti- processo que inclua a participação dos diversos setores da so-
tuições do poder público. Essa lei previa a substituição dos antigos ciedade, dos poderes constituídos, das instituições públicas e
convênios, pelos termos de colaboração e de fomento. Esses instru- privadas e segmentos representativos da sociedade, para garan-
mentos devem ser usados para todas as relações que envolverem a tir que as escolhas efetivamente atendam aos anseios da socie-
transferência de recursos financeiros, e essas medidas foram adota- dade, e contem com seu apoio na implementação dos progra-
das visando diminuir os esquemas de corrupção que haviam. mas/projetos e na fiscalização dos serviços públicos”.
A fonte ou origem da governabilidade é representada pelos
Termo de Colaboração cidadãos e pela cidadania organizada, os partidos políticos, as
O termo de colaboração delimita as parcerias feitas entre as associações e demais agrupamentos representativos da socie-
OSC e o poder público, onde a própria organização pública traça a dade (PALUDO, 2013).
proposta e a questão que ela deseja resolver. No termo de colabo-
ração, cabe ao governo estipular quais são os objetivos, metas, qual Sendo assim, o desafio maior da governabilidade está em
será o prazo para atingi-los e qual será o valor repassado para a OSC conciliar as divergências constantes nos interesses dos diver-
resolver o problema. sos atores da sociedade, e uní-las em um ou vários objetivos
A OSC escolhida irá trabalhar em conjunto com o governo para comuns. Portanto, a viabilização dos objetivos políticos do Esta-
sanar aquele problema identificado previamente pela organização do está muito relacionada com a capacidade de articulação em
pública. Vale lembrar que o termo de colaboração serve apenas alianças políticas e pactos sociais.
para quando há algum repasse financeiro, em casos onde há apenas
o trabalho, sem quaisquer verbas, a parceria é formalizada através Governança
do Acordo de Cooperação. A governança possui um caráter mais amplo que a governa-
bilidade e refere-se a uma capacidade administrativa de execu-
Termo de Fomento tar as políticas públicas.
Se no termo de Colaboração, fica a cargo do poder público reali- Pereira (1997) explica que um governo pode ter governabi-
zar a proposta apresentando o problema que deseja suprir, no caso lidade, na medida em que seus dirigentes contem com os neces-
do termo de fomento a questão se inverte. Cabem as OSC, aos ci- sários apoios políticos para governar, e no entanto pode gover-
dadãos e aos movimentos sociais apresentarem propostas que não nar mal por lhe faltar a capacidade da governança.
estejam inseridas em nenhum programa de governo, expondo seus A governança no contexto da administração pública é um
objetivos e metas, quais os prazos e custos estimados da ação. Essa reflexo da governança corporativa da administração privada.
proposta elaborada é apresentada ao governo, que caso tenha inte-
resse e verba disponível, poderão entregar oficialmente os planos As boas práticas de governança corporativa surgiram como
governamentais dos anos seguintes. uma busca para solucionar conflitos entre acionistas e gestores
a respeito do desempenho do patrimônio, da sustentabilidade
financeira e da transparência na gestão. A governança é tam-
GOVERNABILIDADE E GOVERNANÇA bém reflexo das relações da organização com seus stakeholders
(partes interessadas).
De acordo com Paludo (2013), a governança é instrumental,
Com o passar dos anos, a administração pública tem incor- pois é o braço da governabilidade. Além disso, relaciona-se com
porado - e aplicado - alguns conceitos oriundos da administra- competência técnica, abrangendo as capacidades gerencial, fi-
ção privada, como: nanceira e técnica propriamente dita.
• governabilidade, a qual diz respeito a uma capacidade
política do Estado; A fonte de origem da governança é, em sentido lato, os
• governança, que refere-se à capacidade da administra- agentes públicos, e em sentido estrito os servidores públicos.
ção de executar as políticas públicas; e
• accountability, que corresponde principalmente à Accountability
prestação de contas da administração para a sociedade, mas Por sua vez, a accountability trata da prestação de contas,
não fica limitada a isto. mas não apenas isso. A accountability possui três planos:
1. Prestação de contas: irá refletir na transparência do
Governabilidade governo com a população. Exemplo: o Relatório de Gestão Fis-
A governabilidade da administração pública tem forte re- cal, instituído pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF);
lação com a afinidade de legitimidade do gestor público em re- 2. Responsabilização dos agentes: os agentes devem res-
lação à sociedade. Sem legitimidade não há como se falar em ponsabilizar-se pela correta utilização dos recursos. Exemplo: a
governabilidade. Diz respeito a uma capacidade política do Esta- Lei de Improbidade Administrativa (LIA), que instituiu mecanis-
do, refletindo na credibilidade e imagem pública da burocracia. mos para punir maus gestores;
define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com 3. Responsividade dos agentes: diz respeito à capacidade
organizações da sociedade civil; e altera as Leis nºs 8.429, de 2 de junho de 1992, de resposta do poder público às demandas sociais. Um governo
e 9.790, de 23 de março de 1999. responsivo buscará satisfazer as necessidades da população e
26 https://fenixassessoriacontabil.com.br/artigos/qual-diferenca-entre-termo-de- colocar em prática as políticas escolhidas pelos cidadãos.
-colaboracao-e-o-termo-de-fomento/
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Podemos ainda classificar a accountability em dois tipos:


1. Horizontal: não há hierarquia, pois corresponde a uma mútua fiscalização e controle existente entre os poderes. Exem-
plos: prefeitura recebe recursos do governo e a CGU faz uma auditoria; atuação dos Tribunais de Contas, do Ministério Público;
2. Vertical: trata do controle da população sobre o governo. É uma relação entre desiguais, pois o povo pode fiscalizar e
punir as más gestões, principalmente através do voto em eleições livres e justas. “É algo que depende de mecanismos institucionais,
sobretudo da existência de eleições competitivas periódicas, e que é exercido pelo povo” (Miguel, 2005).

Conclusões
A governabilidade, a governança e a accountability constituem diferentes conceitos, mas que trabalhados conjuntamente correspon-
dem a fatores essenciais para a boa gestão de um Estado.

Para finalizar, cabe ressaltar que a governabilidade está fortemente relacionada com a legitimidade; a governança é mais am-
pla que a governabilidade, e está relacionada com a capacidade de execução e com competência técnica; já a accountability está
relacionada com o uso do poder e dos recursos públicos, em que o titular da coisa pública é o cidadão e não os políticos eleitos.

Sendo assim:
Podemos dizer que a governança mostra a direção que uma empresa deve seguir para alcançar os resultados esperados.
A governança corporativa tem suas bases fundamentadas na Teoria da Agência, que trata das questões associadas à relação
entre principais e agentes.
Você deve estar se perguntando: “Tá, mas quem são essas pessoas?”
Atribui-se a posição de principais aos donos da empresa. Já os agentes são as pessoas contratadas pelos donos para administrar
o negócio e representar seus interesses. Contudo, nem sempre é isso o que acontece.
Os administradores também possuem suas próprias demandas e podem acabar cometendo deslizes, por diversos motivos. Mas,
você sabia que dá para evitar e contornar esses deslizes?

Para que serve a governança corporativa?


A governança corporativa assegura que os interesses dos administradores estejam alinhados aos interesses dos donos do negó-
cio. Ela garante que os processos e as estratégias estão sendo corretamente seguidos, além de promover uma cultura de prestação
de contas na empresa.
Afinal de contas, como as empresas dependem das pessoas para conduzir seus processos, é importante que haja um monitora-
mento para minimizar impactos em caso de deslizes. A regulação da relação entre administradores e donos é feita de três formas:
através de regras, auditorias e restrições de autonomia.

1. Regras
Estabelecer regras significa estipular normas para estruturar a organização e limitar o comportamento indesejável dos adminis-
tradores, conduzindo as suas decisões.

2. Auditorias
Fazer auditorias é fundamental para checar se as regras estabelecidas previamente estão sendo cumpridas ou não, além de
monitorar as ações dos administradores.

3. Restrições de autonomia
Impor restrições de autonomia se trata de limitar a atuação dos administradores e determinar ações que eles estão autorizados
a fazer.

Vale lembrar que, dependendo da intensidade de como esse controle é feito, pode-se obter diferentes efeitos, como veremos
no próximo tópico.

Impactos da governança corporativa nas empresas


Você já parou para pensar o que acontece quando os donos do negócio impõem muitas regras e restrições? Ou pior, quando
não estabelecem regras e restrições suficientes?
Em uma governança muito forte, o administrador não consegue fazer seu trabalho, pois não possui autonomia para isso. Ele
está sempre “amarrado” à decisão de outras pessoas. Podemos observar esse tipo de governança na área pública e em grandes
empresas. Já em uma governança muito fraca, as chances do administrador usar de má-fé para buscar apenas seus próprios inte-
resses aumentam significativamente. Ou, pode ser que ele não atue com a competência necessária. Esse tipo de governança pode
ser observado em startups e em pequenas empresas.
Encontrar um ponto de equilíbrio é o grande dilema da governança corporativa ideal! Por isso, é preciso cuidar para que os
instrumentos de controle não sejam mais caros que eventuais prejuízos dos administradores.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O conceito de governança também pode ser aplicado em outros campos de negócio, para além da esfera organizacional.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

NOVA GESTÃO PÚBLICA

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

GERENCIALISMO PURO NOVA GESTÃO PÚBLICA: OBJETIVOS

CONSUMERISMO

CRÍTICAS AO MODELO DE CONSUMIDOR

GOVERNANÇA

SERVIÇO ORIENTADO AO CIDADÃO

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

NOVA GESTÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS

GESTÃO BUROCRÁTICA x GERENCIAL

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atores sociais e políticos e arranjos institucionais que coordenam e


GOVERNO ELETRÔNICO. TRANSPARÊNCIA DA ADMINIS- regulam transações dentro e através das fronteiras do sistema eco-
TRAÇÃO PÚBLICA. CONTROLE SOCIAL E CIDADANIA. AC- nômico”, incluindo-se aí “não apenas os mecanismos tradicionais
COUNTABILITY de agregação e articulação de interesses, tais como os partidos po-
líticos e grupos de pressão, como também redes sociais informais
(de fornecedores, famílias, gerentes), hierarquias e associações de
diversos tipos” (Santos, 1997). Ou seja, enquanto a governabilidade
tem uma dimensão essencialmente estatal, vinculada ao sistema
político-institucional, a governança opera num plano mais amplo,
englobando a sociedade como um todo.

O Sistema de Intermediação é uma das características da go-


vernabilidade e se refere a grupos que se associam em redes com a
intenção de manifestar suas preferencias frente à atividade estatal.

Temos como formas de sistemas de intermediação:


Clientelismo – podemos considera-lo como uma relação entre
classes sociais diferentes, onde percebe-se uma dependência entre
as partes e uma relação de lealdade e necessidade. Outra coisa que
percebemos nessa forma de intermediação é que esta apresenta
Governar significa “deter uma posição de força a partir da qual muito mais um aspecto politico, do que cultural ou social, envol-
seja possível desempenhar uma função imediatamente associada vendo lealdades pessoais e troca de vantagens através da estrutura
ao poder de decidir e implementar decisões ou, ainda, de coman- pública que controlam.
dar e mandar nas pessoas”.
Já as expressões governabilidade e governança são muito mais Corporativismo – trata-se de um sistema representativo de in-
qualificativas, ou seja, representam atribuições e qualidades (no teresses econômicos e profissionais nos âmbitos políticos, organiza-
caso da governabilidade) ou qualidades e meios/processos (no caso dos através de entidades singulares, compulsórias, que seguem or-
da governança). Não é simples fazer distinções precisas entre os denação hierárquica, não competitivas entre si, e à elas é concedido
dois conceitos – governabilidade e governança, mas pode-se assim monopólio de representação dentro de sua categoria ou segmento,
delimitar os campos: sem nenhum tipo de participação no processo decisório da gestão
a) A governabilidade refere-se mais à dimensão estatal do exer- publica, sendo na verdade muito mais uma forma de controle do
cício do poder. Diz respeito às “condições sistêmicasinstitucionais próprio Estado. Ex.: Câmaras Setoriais.
sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as características
do sistema político, a forma de governo, as relações entre os Po- Neocorporativismo: forma de intermediação de interesses
deres, o sistema de intermediação de interesses” (Santos, 1997). entre sociedade e Estado. Como característica destacável temos a
Ainda segundo Luciano Martins, o termo governabilidade refere- existência de corporações de interesse privado na intermediação
-se à arquitetura institucional, distinto, portanto de governança, publica, surgido dentro da sociedade e indo para o cenário estatal
basicamente ligada à performance dos atores e sua capacidade no através de negociações diretas com a gestão publica. Nesse siste-
exercício da autoridade política (apud Santos, 1997, p. 342). Se ob- ma, o que temos é a criação de um canal participativo dessas corpo-
servadas as três dimensões envolvidas no conceito de governabili- rações na tomada de decisão publica, atuando como parceiros, que
dade apresentadas por Diniz (1995): capacidade do governo para como contrapartida, poderá oferecer apoio para criação e execução
identificar problemas críticos e formular políticas adequadas ao seu de politicas governamentais.
enfrentamento; capacidade governamental de mobilizar os meios e
recursos necessários à execução dessas políticas, bem como à sua O termo accountability refere-se a ideia de responsabilização,
implementação; e capacidade liderança do Estado sem a qual as refere-se ao controle e à fiscalização dos agentes públicos. Porém
decisões tornam-se inócuas, ficam claros dois aspectos: a) gover- ainda não possuímos um consenso em relação ao seu conceito. Al-
nabilidade está situada no plano do Estado; b) representa um con- guns autores defendem a noção menos abrangente do termo, que
junto de atributos essencial ao exercício do governo, sem os quais não compreende em seus limites as relações informais de fiscali-
nenhum poder será exercido; zação e controle, não considerando assim como agentes de accou-
b) Já a governança tem um caráter mais amplo. Pode englobar ntability, a imprensa e organizações da sociedade civil que comu-
dimensões presentes na governabilidade, mas vai além. Veja-se, mente se incumbem de monitorar e denunciar abusos e condutas
por exemplo, a definição de Melo (apud Santos, 1997): “refere- sem ética de agentes públicos no exercício do poder. Outros autores
-se ao modus operandi das políticas governamentais – que inclui, admitam um rol de relações bem mais abrangente, estipulando que
dentre outras, questões ligadas ao formato político institucional do tais relações devem necessariamente incluir a capacidade de san-
processo decisório, à definição do mix apropriado de financiamento ção aos agentes públicos.
de políticas e ao alcance geral dos programas”. Como bem salienta
Santos (1997) “o conceito (de governança) não se restringe, contu- Neste sentido, destaca-se que:
do, aos aspectos gerenciais e administrativos do Estado, tampouco A melhor participação cidadã na democracia, em resumo, não
ao funcionamento eficaz do aparelho de Estado”. Dessa forma, a é a que se manifesta sempre e em todas as partes, porém a que se
governança refere-se a “padrões de articulação e cooperação entre mantém alerta; a que se manifesta quando é necessário impedir os
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desvios daqueles que têm a responsabilidade de governo, ou assu- como igualdade, dignidade humana, participação, representativida-
mir demandas justas que não são atendidas com a devida profundi- de. A inevitável necessidade o desenvolvimento de estruturas buro-
dade. Porém é preciso que os espectadores não percam de vista o cráticas para o atendimento das responsabilidades do Estado traz
espetáculo. Neles (nos espectadores) reside a chave da participação consigo a necessidade de proteção dos direitos do cidadão contra
democrática. os usos (e abusos) do poder pelo governo como um todo, ou qual-
quer indivíduo investido em função pública.
Em que se pese, accountability implica não apenas responsa- Destaca-se que na medida em que as organizações públicas au-
bilização do governante ou burocrata, mas também a capacidade mentam seu tamanho, a complexidade e penetração na vida do ci-
de o agente fiscalizador demandar justificação do governante ou dadão comum, cresce também a necessidade de salvaguardar este
burocrata por seus atos ou omissões. Entende-se que accountabi- último dos riscos da concentração de poder nas mãos dos servido-
lity significa manter indivíduos e organizações passíveis de serem res públicos, quando esses muitas vezes não são representantes ati-
responsabilizadas pelo seu desempenho, sendo portanto um con- vos dos cidadãos. Neste sentido, a inexistência de controle efetivo e
junto de abordagens, mecanismos e práticas usados pelos atores de penalidades aplicáveis ao serviço público, em caso de falhas na
interessados em garantir um nível e um tipo desejados de desem- execução de diretrizes legítimas enfraquece o ideal democrático do
penho dos serviços públicos. governo pelo povo, pois expõe os cidadãos aos riscos potenciais da
burocracia.
Accountability e democracia participativa
Em primeira instância, entende-se que o desenvolvimento de Accountability e a administração pública atual
uma cultura política e da consciência popular são os primeiros pas- Na história da democracia brasileira, destacam-se os períodos
sos para uma democracia verdadeiramente participativa e para a alternados de autoritarismo e de populismo. Cada um, explica a
accountability do serviço público. A medida que a democracia vai distância entre governo e a sociedade civil, já que ambos dispen-
amadurecendo, o cidadão, individualmente passa do papel de con- sam as instituições. Enquanto o governo ditatorial, apoiado pela
sumidor de serviços públicos e objeto de decisões públicas a um tecnocracia, toma a si a tarefa de definir bem-estar social, o gover-
papel ativo de sujeito. A mudança do papel passivo para o de ativo no populista tenta estabelecer uma relação direta entre a liderança
guardião de seus direitos individuais constitui um avanço pessoal, personalista e os segmentos populares não organizados. O autorita-
mas, para alcançar resultados, há outro pré-requisito: o sentimento rismo apoiado pela tecnocracia acredita que a participação popular
de comunidade. A cidadania organizada pode influenciar não ape- é prejudicial à obtenção de um rápido crescimento econômico, a
nas o processo de identificação de necessidades e canalização de distribuição de rendas e riqueza vai sendo protelada até o país atin-
demandas, como também cobrar melhor desempenho do serviço gir determinado nível de acumulação. Entretanto, antes que esse
público. Destaca-se aqui o caminho ideal para a accountability. nível seja atingido, as desigualdades acumulam-se em tal proporção
A sociedade atual precisa atingir um certo nível de organiza- que a tendência é a massa insatisfeita expandir.
ção de seus interesses públicos e privados, antes de torna-se capaz Neste contexto, a sociedade atual está marcada por intensas
de exercer controle sobre o Estado. A extensão, qualidade e força transformações nas relações sociais, políticas, econômicas, pelo
dos controles são consequências do fortalecimento da malha ins- acelerado desenvolvimento tecnológico e eletrônico. É a mudança
titucional da sociedade civil na avaliação das políticas públicas, fa- da era industrial para a digital e o predomínio da cultura dos es-
zendo recomendações a partir dessa avaliação. O desenvolvimento paços plurais e virtuais. Assiste-se um ‘descortinar’ dos chamados
da consciência popular é condição essencial para uma democracia novos direitos dentro de uma nova percepção de realidade. São as
participativa. necessidades, os conflitos e os novos problemas de caráter social
A atual realidade exige um novo padrão de deliberação que e ambiental, colocados pela sociedade atual que permitem surgir
considere o cidadão como o foco da ação pública. O processo ins- ‘novas’ formas de direitos como um verdadeiro desafio.
titucional de diferenciação e de complementaridade de funções Observa-se nas últimas décadas deste século, a criação de leis
entre Estado, mercado e sociedade civil organizada é um processo e orientação para políticas públicas que envolvem a administração
essencialmente político, que tem reflexo nas competências cons- pública atual. Num primeiro momento essas discussões aparecem
titucionais, nos grandes objetivos de governos legitimados pelas na área dos direitos humanos e políticos, ao final do regime militar.
urnas e nas demandas identificadas pelo sistema político e pela bu- Posteriormente, tem-se os direitos sociais, no período de transição
rocracia governamental. para a democracia, especialmente na fase da elaboração da Cons-
Neste contexto, nas sociedades democráticas mais modernas tituição de 1988 e ao final dos anos 90 e início deste novo milênio,
aceita-se como natural e espera-se que os governos e o serviço os direitos culturais, ligados ao tema da justiça e da equidade social.
público sejam responsáveis perante os cidadãos. Acredita-se que o A nova cidadania inclui o processo de invenção e criação de
fortalecimento da accountability e o aperfeiçoamento das práticas novos direitos, que surgem de lutas e práticas reais. Destaca-se o
administrativas caminham juntos. direito aos povos indígenas, direitos à diversidade cultural, a toda
Vale destacar que Accountability não é apenas uma questão coletividade, a proteção a cultura , o direito à autonomia sobre o
de desenvolvimento organizacional ou de reforma administrativa. próprio corpo, o direito à proteção do meio ambiente, o direito à
Entende-se que a simples criação de mecanismos de controle buro- moradia, a construção da cidadania de baixo para cima, a adapta-
crático não se tem mostrado suficiente para tornar efetiva a respon- ção dos próprios movimentos sociais à nova democracia, a formu-
sabilidade dos servidores públicos. lação de um projeto para uma nova sociabilidade, que permitem
Neste sentido, a accountability deve ser compreendida como construção da experiência democrático-participativa, no interior da
uma questão de democracia, pois quanto mais avançado o estágio própria sociedade.
democrático, maior o interesse pela accountability. E a accounta-
bility tende a acompanhar o avanço de valores democráticos, tais
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Para BOBBIO, o desenvolvimento e a mudança social são os exercício da cidadania. Portanto, esses ‘novos’ direitos emergiram
fatores condicionantes para o ‘nascimento’, a ampliação e a univer- no final do século XX e projetam grandes e desafiadoras discussões
salização dos ‘novos’ direitos. Ocorre uma espécie de multiplicação nos primórdios do novo milênio.
histórica dos ‘novos’ direitos. Entende-se que a cidadania é enten- Percebe-se que os novos direitos estão diretamente relacio-
dida como os direitos que decorrem da relação de participação que nados com as necessidades humanas essenciais de cada época.
se estabelece entre Estado e todos os integrantes da Sociedade Ci- Estão em permanente redefinição e criação dentro do seu contex-
vil, da qual aquele é instrumento, seja numa perspectiva individual, to histórico, abrindo espaço para múltipla gama de direitos emer-
seja coletiva. genciais. Essas necessidades são diversas como: qualidade de vida,
No tocante a forte presença do tema dos direitos e da justiça bem-estar, materialidade social, políticas, religiosas, psicológicas,
social na agenda da sociedade civil e política brasileira, nas últimas biológicas e culturais. São as ‘situações de carência’ que constituem
décadas do século XX, verifica-se que os direitos apareceram como a razão motivadora para a possibilidade dos novos direitos. Contu-
demanda e reivindicação em diferentes formas: direitos civis, so- do, compreender o que são hoje os ‘novos’ direitos é fundamental
ciais, políticos, econômicos, humanos, culturais etc. parao exercício da cidadania. No tocante aos aspectos políticos, a
No que se refere aos direitos civis, estão relacionados com as sociedade brasileira amadureceu sua opção pela via democrática.
liberdades individuais, considerados fundamentais para a ação dos Destaca-se os conceitos como transparência, participação e contro-
indivíduos circunscritos ao direito à vida, à liberdade, à propriedade le social estão cada vez mais presentes nos debates, visto como um
e à igualdade perante a lei. Os direitos políticos são os relativos ao desafio.
direito de votar e ser votado e o direito de participação em organi-
zações, de se organizar por afinidade de interesses e opinião. Já os
direitos sociais, tidos como modernos são os direitos trabalhistas, QUESTÕES
greves, direitos a um salário que assegure uma dada renda real, à
educação pública universal, laica e gratuita, à saúde, à habitação, á
previdência, á assistência etc. A maioria destes direitos deveria ser 1. FCC - Agente Administrativo da Assistência Social (Pref Re-
assegurada por um Estado de Bem-Estar Social. cife)/2022
Para GOHN, na sociedade civil destacou-se o ‘direito à diferen-
ça” das chamadas minorias. É certo que em vários contextos histó- Em uma rede social, Marcos publicou um comentário, afir-
ricos eram e são a maioria da população, tais como as mulheres, mando que a Administração Pública deveria seguir todos os
negros, índios etc. Os novos direitos vem assegurar, garantir os di- princípios da Administração Privada. Júlia respondeu ao seu co-
reitos dessas minorias. mentário com três argumentos que diferenciam os dois tipos de
Em que se pese essas demandas e reivindicações geraram vá- administração. Os argumentos válidos publicados na resposta da
rios movimentos sociais assim como deram origem a inúmeras Or- Júlia encontram-se em:
ganizações Não-Governamentais – ONGS. Essa movimentação per- (A) o governo tem que pensar no lucro de todas as empresas,
mite unir cultura e constrói uma nova cultura política na sociedade, e as empresas, somente no seu. Na Administração Pública, o
a partir da redefinição de valores, símbolos e significados, num jogo pagamento pelos serviços é feito através dos impostos e mui-
de interação e reciprocidade entre o instituído e o instituinte. Hoje, tos pagam mesmo sem usar o serviço, já na iniciativa privada, a
a Constituição da República Federativa do Brasil consagra entre os pessoa paga pelo bem ou serviço que consome. No governo os
direitos e garantias fundamentais direitos e deveres individuais e interesses dos cidadãos são irrelevantes, ao contrário da em-
coletivos, disciplinando entre eles uma gama de direitos e deveres presa privada.
que se inserem nas relações sociais e não somente nas relações (B) o governo tem que pensar no lucro de todas as empresas,
diante do Estado. e as empresas, somente no seu. Na Administração Pública, o
Já para COMPARATO para abordar a questão dos novos direitos pagamento pelos serviços é feito através dos impostos e mui-
de maneira completa, deve-se entender a importância histórica dos tos pagam mesmo sem usar o serviço; já na iniciativa privada,
Direitos Humanos. Da mesma forma para Cesar Luiz Pasold, a ques- a pessoa paga pelo bem ou serviço que consome. No governo
tão estratégica hoje é encontrar o modo mais seguro para garantir há a intenção de servir a sociedade e a empresa privada visa
os direitos humanos, entre os quais estão incluindo os chamados atender aos interesses de um indivíduo ou grupo.
‘Novos Direitos’. Isto implica, o conhecimento de suas origens, na- (C) o governo tem que pensar no bem-estar coletivo, e as em-
tureza e evolução, além do estudo de seus aspectos fundamentais, presas, no seu impacto para a sociedade. Na Administração
éticos e dos mecanismos efetivos de sua defesa e aplicação. Pública, o pagamento pelos serviços é feito através de boletos,
Como bem observa WOLKMER, para entender os chamados quando o cidadão usa um serviço específico; já na iniciativa pri-
‘novos’ direitos, deve-se percorrer a trajetória da moderna concep- vada, a pessoa paga pelo bem ou serviço mesmo sem usar. No
ção dos direitos do homem. Também estão relacionados aos ‘direi- governo há a intenção de servir aos interesses econômicos da
tos humanos’ ou ‘fundamentais’, sendo os direitos humanos uma nação, e a empresa privada visa atender aos interesses de um
esfera mais global, válidos para todos os homens em todos os luga- indivíduo ou grupo.
res e os direitos fundamentais consagrados na constituição do país.
Interessa-nos observar que os ‘novos direitos’ estão ligados aos
direitos que decorrem da ‘relação de cidadania’ e abrem caminhos
para a ‘participação cidadã’ na gestão de um Estado mais democrá-
tico e participativo. Estão relacionados com as políticas públicas e a
administração pública. Eles envolvem o Estado e a Sociedade com o

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(D) o governo tem que pensar no bem-estar coletivo, e as em- 5. FCC - Consultor Técnico Legislativo (CL DF)/Técnico em Co-
presas, no seu lucro financeiro. Na Administração Pública, o municação Social/Produtor de Multimídia/2018
pagamento pelos serviços é feito através dos impostos e mui- A Estratégia de Governança Digital (https://www.governodi-
tos pagam mesmo sem usar o serviço; já na iniciativa privada, gital.gov.br/EGD) brasileira é sintetizada em um documento pu-
a pessoa paga pelo bem ou serviço que consome. O governo blicado pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges-
existe para servir a sociedade e a empresa privada visa atender tão, cujo propósito é orientar e integrar iniciativas de governança
aos interesses de um indivíduo ou grupo. digital no âmbito do Executivo Federal, de modo que a conver-
(E) o governo tem que pensar no bem-estar coletivo, e as em- gência de esforços em termos de infraestrutura, plataformas, sis-
presas, no seu lucro financeiro. Na Administração Pública, o temas e serviços da Administração pública impulsionem a prática
pagamento pelos serviços é feito através dos impostos e o ci- em todo o Estado brasileiro.
dadão paga somente pelo serviço que usar; já na iniciativa pri-
vada, a pessoa paga diretamente para a empresa pelo bem ou Entre os princípios da governança digital está o de “governo
serviço que consome. No governo há o desejo de servir às em- como plataforma” (p. 14)
presas para que atendam aos seus consumidores, e a empresa Governo como plataforma: o governo deve constituir-se
privada visa atender aos interesses de um indivíduo ou grupo. como uma plataforma aberta, sobre a qual os diversos atores so-
ciais possam construir suas aplicações tecnológicas para a presta-
2. FCC - Analista Judiciário (TRT 4ª Região)/Administrativa/”- ção de serviços e o desenvolvimento social e econômico do país,
Sem Especialidade”/2022 permitindo a expansão e a inovação.
É(São) exemplo(s) de convergência de práticas entre a Admi-
nistração pública direta e a iniciativa privada: A realização desse princípio depende de outros agentes, se-
(A) avaliação por resultados e participação nos lucros. jam públicos ou privados, fazendo uso de dados governamentais.
(B) participação nos lucros e demissão sem justa causa. No entanto, para não entrar em conflito com outros princípios da
(C) direito a férias remuneradas com salário maior do que o governança digital no Brasil se faz necessário
normal e avaliação por resultados. (A) estabelecer classificação sigilosa de modo que os interes-
(D) direito a férias remuneradas com salário maior do que o sados em desenvolver aplicações não acessem dados inconve-
normal e demissão sem justa causa. nientes de gestão pública.
(E) participação nos lucros. (B) abertura de dados, mantendo sigilo das informações do ci-
dadão, apenas a quem dispõe de conhecimento técnico para
3. FCC - Assistente Técnico de Defensoria (DPE AM)/Assistente construir aplicações.
Técnico Administrativo/2022 (C) criar estruturas paralelas para conseguir atender grande es-
A boa governança abrange a implementação de boas práticas cala de solicitações de dados, permitindo assim a manutenção
de transparência, relatórios e auditoria, para uma prestação de do sigilo a informações do cidadão.
contas eficaz. A afirmação traz características relacionadas (D) oferecer em meios digitais a consulta a dados bancários e
(A) à accountancy. de previdência, delimitando a informações estatísticas e dados
(B) ao gerenciamento de riscos. numéricos.
(C) à definição de resultados. (E) disponibilizar dados abertos e confiáveis, mantendo o sigilo
(D) à integridade e valores éticos. das informações do cidadão.
(E) à accountability.
6. FCC - Especialista em Regulação de Transporte (ARTESP)/
4. FCC - Analista Legislativo (ALAP)/Atividade Administrativa/ Administração de Empresas/I/2017
Administrador/2020 O modelo de referência para estudo e análise de “governo
A aplicação dos preceitos de governança corporativa a insti- eletrônico” considera que o relacionamento entre os atores e as
tuições públicas ou privadas, pressupõe, entre outros princípios e etapas do processo reflete o grau de intervenção deles em seus
preceitos, a denominada accountability, que significa que os agen- diversos momentos de construção. Neste modelo, os principais
tes de governança devem atores são: “alta cúpula do governo”, “alta cúpula local” e “equipe
(A) zelar pelo tratamento justo e isonômico de todos as partes técnica”. A “alta cúpula local” possui forte intensidade de relação
interessadas (stakeholders), levando em consideração seus in- nas etapas de
teresses e expectativas. (A) concepção de projetos e avaliação e controle.
(B) prestar informações de modo claro, conciso e tempesti- (B) elaboração de políticas e avaliação e controle.
vo de sua atuação, sendo responsabilizados por suas ações e (C) concepção de projetos e implantação de projetos.
omissões. (D) implantação de projetos e operação de projetos.
(C) procurar a maximização dos resultados financeiros da enti- (E) elaboração de políticas e implantação de projetos.
dade, atuando com eficiência e reduzindo perdas.
(D) adotar práticas de sustentabilidade social, voltadas à inser-
ção da entidade em políticas inclusivas e de respeito à diversi-
dade.
(E) atuar de forma ambientalmente sustentável, privilegiando
processos de produção de bens e serviços que não consumam
recurso naturais de forma excessiva.

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7. FCC - Agente Administrativo da Assistência Social (Pref Re- 10. FCC - Analista Judiciário (TRT 4ª Região)/Administrativa/”-
cife)/2022 Sem Especialidade”/2022
Para que os objetivos organizacionais possam ser alcançados, Entre os diversos estudiosos que desenvolveram teorias bus-
eles precisam cumprir, simultaneamente, seis critérios. Devem ser cando explicar o fenômeno da motivação no ser humano, destaca-
focalizados -se Abraham Maslow, que preconizou a
(A) no desenvolvimento do produto, consistentes, específicos, (A) organização das necessidades humanas segundo uma hie-
mensuráveis, definidos sempre a cada ano e alcançáveis. rarquia a ser atendida, começando pelas fisiológicas e culmi-
(B) em um resultado, consistentes, genéricos, mensuráveis, de- nando com as ligadas à autorrealização.
finidos sempre a cada ano e alcançáveis. (B) divisão entre fatores extrínsecos, ligados ao ambiente e que
(C) emum resultado, consistentes, específicos, mensuráveis, re- potencializam a motivação individual, e intrínsecos, inerentes à
lacionados com um período determinado e alcançáveis. personalidade e de difícil modulação.
(D) em um resultado, consistentes, genéricos, mensuráveis, de- (C) natureza negativa do ser humano, sustentando que o ho-
finidos no plano plurianual e alcançáveis. mem médio é avesso ao trabalho e precisa de fatores induto-
(E) no desempenho das ações no mercado, consistentes, espe- res para produzir, devendo ser controlado e não propriamente
cíficos, mensuráveis, relacionados com o prazo de divulgação motivado.
de balanços patrimoniais e alcançáveis. (D) natureza positiva do ser humano, sustentando que a maior
parte dos indivíduos busca satisfação e autorrealização no tra-
8. FCC - Analista Judiciário (TRT 22ª Região)/Apoio Especializa- balho e não apenas subsistência.
do/Biblioteconomia/2022 (E) importância do reforço positivo para gerar motivação e
Consiste em comprometer os recursos – físicos, de pessoal e aumentar a produtividade, abandonando a ideia anterior de
materiais – da unidade de informação com o melhor conhecimen- punições, que funcionam como reforço negativo e geram in-
to possível do futuro. Isso requer a organização sistemática do es- satisfação.
forço necessário para utilizar esses recursos e a mensuração dos
resultados das decisões tomadas, por meio de retroalimentação 11. FCC - Técnico Judiciário (TRT 4ª Região)/Administrativa/”-
sistemática, de maneira a que as mudanças necessárias possam Sem Especialidade”/2022
ser implementadas. Trata-se É assentada entre os estudiosos a conveniência de estudar o
(A) da elaboração de políticas. chamado ciclo PDCA também conhecido como “roda de
(B) da alocação de recursos. (A) Deming” e segue o acrônimo plan, do, check e act.
(C) da tomada de decisão. (B) Maslow” e segue o acrônimo plan, do, check e act.
(D) da avaliação. (C) Deming” e segue o acrônimo “planejar”, “direcionar”, “con-
(E) do planejamento. trolar” e “antecipar”.
(D) Maslow” e segue o acrônimo “planejar”, “direcionar”, “con-
9. FCC - Técnico em Gestão Procuratorial (PGE AM)/Adminis- trolar” e “antecipar”.
tração/2022 (E) Fayol” e segue o acrônimo “planejar”, “direcionar”, “contro-
Ao estudar a dinâmica da motivação no ambiente organiza- lar” e “antecipar”.
cional, diversos estudiosos, a exemplo de Frederick Herzberg, se-
param os fatores motivacionais dos fatores higiênicos com base 12. FCC - Técnico Judiciário (TRT 4ª Região)/Administrativa/”-
no seguinte conceito: Sem Especialidade”/2022
(A) Os fatores motivacionais são intrínsecos, enquanto os higiê- O denominado Ciclo PDCA consiste
nicos dizem respeito ao ambiente de trabalho e apenas evitam (A) em uma ferramenta para gerenciamento de projetos, que
a insatisfação. identifica o caminho crítico para a execução de suas etapas e
(B) Os fatores higiênicos são determinantes para aumentar a busca eliminar os obstáculos.
produtividade da organização, enquanto os motivacionais ape- (B) em uma técnica usada para controle de processos de traba-
nas impulsionam o indivíduo. lho buscando melhoria contínua, com planejamento, execução,
(C) A relação entre ambos é inversamente proporcional, pois na controle e correção, buscando evitar erros lógicos.
medida em que os motivacionais declinam, os higiênicos são (C) nas etapas verificadas no planejamento estratégico de uma
ampliados. organização, divididas entre diagnóstico interno e externo.
(D) Existe uma relação de precedência no incremento de tais (D) no caminho percorrido para gestão de pessoal de uma orga-
fatores para obter aumento de produtividade, devendo-se ini- nização buscando o alinhamento a seus objetivos estratégicos
ciar pelos motivacionais. através de ações de desenvolvimento e aprimoramento.
(E) Os fatores higiênicos, quando melhorados, operam sensível (E) em um sistema automatizado de controle de projetos e de
incremento na produtividade, tornando irrelevantes os moti- processos, voltado à verificação de conformidade (complian-
vacionais. ce).

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13. FCC - Analista de Suporte à Regulação de Transporte (AR- 16. FCC - Assistente Técnico de Defensoria (DPE AM)/Assisten-
TESP)/2017 te Técnico Administrativo/2022
Considere os pressupostos do conceito de Qualidade de Con- Ao tratar sobre liderança, sabe-se que ela engloba diversas
formação: competências que o líder deve possuir para assumir a responsabi-
I. Quando o aumento de peças defeituosas decorre do au- lidade de liderar. Pela Teoria dos Traços, essas competências são
mento de controles, se é verdade que os custos com peças defei- identificadas como
tuosas caem, também é real que aumenta o custo com controles, (A) algumas inatas e outras adquiridas pela experiência.
provocando, igualmente, o aumento dos custos totais. (B) adquiridas pela experiência.
II. Quando o percentual de peças defeituosas diminui, tem-se (C) adquiridas pelo estudo.
uma redução das ações de controle e, portanto, dos custos cor- (D) inatas.
respondentes. (E) algumas inatas e outras adquiridas pelo estudo.
III. Se existe 100% de peças defeituosas, o custo é, igualmente
em tese, infinito, já que toda a produção está perdida (custo da
ocorrência de peças defeituosas). GABARITO
IV. O custo de um processo sem nenhuma peça defeituosa
é, teoricamente, infinitamente elevado, já que essa situação seria
devida aos controles intensivos que deveriam ser desenvolvidos. 1 D
Está correto o que consta APENAS em 2 C
(A) II e III. 3 E
(B) I e III.
(C) II e IV. 4 B
(D) I e II. 5 E
(E) III e IV.
6 A
14. FCC - Analista Judiciário (TRE PR)/Apoio Especializado/Bi- 7 C
blioteconomia/2017 8 E
Os 4 pilares da Teoria da Qualidade são
(A) a separação entre planejamento e execução, o foco no 9 A
cliente, a metodologia científica e a orientação para os proble- 10 A
mas da qualidade.
(B) a formação de equipes, o trabalho cooperativo, a melhoria 11 A
contínua e a gestão por processos. 12 B
(C) o foco no cliente, a melhoria contínua, a orientação para os
13 E
problemas da qualidade e a gestão por processos.
(D) a melhoria contínua, a separação entre planejamento e 14 C
execução, a orientação para os problemas da qualidade e a for- 15 D
mação de equipes.
(E) o trabalho cooperativo, a metodologia científica, a separa- 16 D
ção entre planejamento e execução e a formação de equipes.

15. FCC - Analista Judiciário (TRT 3ª Região)/Administrativa/”- ANOTAÇÕES


Sem Especialidade”/2009
Na gestão de contratos, o método mais adequado de custeio
quando os custos indiretos constituem um porcentual elevado dos ______________________________________________________
custos totais é o de custeio ______________________________________________________
(A) tradicional.
(B) variável. ______________________________________________________
(C) por absorção.
(D) ABC. ______________________________________________________
(E) por objetivos.
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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NOÇÕES DE ORÇAMENTO
PÚBLICO

autorização do gasto, que além de conter a previsão de receitas


ORÇAMENTO PÚBLICO. CONCEITO. TÉCNICAS ORÇAMEN- e a estimativa de despesas a serem realizadas por um governo,
TÁRIAS. ORÇAMENTO-PROGRAMA: CONCEITOS E OBJETI- em um determinado exercício financeiro mas um documento
VOS. legal, que contém programas e ações vinculados a um processo
de planejamento público, com objetivos e metas a alcançar no
exercício (a ênfase no Orçamento-programa é nas realizações do
Orçamento é um dos mais antigos e tradicionais instrumentos Governo).
utilizados na gestão dos negócios públicos, sendo concebido O orçamento é utilizado hodiernamente como instrumento
inicialmente como um mecanismo eficaz de controle parlamentar de planejamento da ação governamental, possuindo um aspecto
sobre o Executivo. Ao longo do tempo, sofreu mudanças no plano dinâmico, ao contrário do orçamento tradicional já superado, que
conceitual e técnico (aspectos jurídico, econômico, financeiro, de possuía caráter eminentemente estático.
planejamento e programação, gerencial e controle administrativo, Apesar de todas as divergências existentes na doutrina,
por exemplo) para acompanhar a própria evolução das funções do considera-se o orçamento como uma lei formal, que apenas prevê
Estado. as receitas públicas e autoriza os gastos, não criando direitos
subjetivos nem modificando as leis tributárias e financeiras.
Conceito Sendo uma lei formal, a simples previsão de despesa na lei
Os primeiros Orçamentos de que se têm notícia eram os orçamentária anual não cria direito subjetivo, não sendo possível
chamados orçamentos tradicionais, que se importavam apenas se exigir, por via judicial, que uma despesa específica fixada no
com o gasto. Eram meros documentos de previsão de receita e orçamento seja realizada.
autorização de despesas sem nenhum vínculo com um sistema
de planejamento governamental. Simplesmente se fazia uma São listadas as seguintes características da lei orçamentária:
estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que comprar, - Lei Formal: formalmente o orçamento é uma lei, mas,
sem nenhuma prioridade ou senso distributivo na alocação dos conforme vimos acima, em vários casos ela não obriga o Poder
recursos públicos. Público, que pode, por exemplo, deixar de realizar uma despesa
Era compreendido como uma peça que continha apenas a autorizada pelo legislativo; embora lei, em sentido formal não
previsão das receitas e a fixação das despesas para determinado possui coercibilidade.
período, sem preocupação com planos governamentais de
desenvolvimento, tratando-se, assim, de mera peça contábil- - Lei Temporária: a lei orçamentária tem vigência limitada.
financeira. Tal conceito se revela ultrapassado, pois a intervenção
Estatal na vida da sociedade aumentou de forma acentuada e, com - Lei Ordinária: todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA)
isso, o planejamento das ações do Estado é imprescindível. são leis ordinárias. Os créditos suplementares e especiais também
A história divide a evolução conceitual do Orçamento Público são aprovados como leis ordinárias.
em duas fases: o Orçamento tradicional e o Orçamento moderno.
Até o século XIX, os doutrinadores consideram que perdurou o - Lei Especial: possui processo legislativo diferenciado e trata
Orçamento Tradicional, que, é marcado pelo controle político de matéria específica.
(orçamento como instrumento de controle) cuja preocupação,
seria controlar os gastos públicos. Os gastos públicos eram vistos O orçamento compreende quatro aspectos fundamentais:
como um mal necessário. a) o jurídico, que envolve a natureza do ato orçamentário
quanto aos direitos e obrigações que ele gera à Administração, aos
A partir dos primórdios do século XX, tendo como indutor agentes públicos e aos administrados.
os EUA, desenvolveu-se na Administração Pública a preocupação b) o político, que indica para qual direção o poder político está
em ser mais eficiente, visando promover o desenvolvimento atuando, isto é, qual necessidade coletiva entendeu ser de interesse
econômico e social. O orçamento, antes era considera do um mero público e usará, para sua satisfação, o serviço público mediante seu
demonstrativo de autorizações legislativas e que não atendia as critério de gasto.
necessidades, passou a ser visto como algo mais que uma simples c) o econômico, quanto às diretrizes econômicas e políticas
previsão de receitas ou estimativa de despesa. Este passaria a fiscais adotadas em sua elaboração e que se tornarão postulados
ser considerado como um instrumento de administração visando a serem seguidos.
cumprir os programas de governo. d) técnico-financeiro, estabelecendo metodologias e
Desta forma, o Orçamento evoluiu ao longo da história para procedimentos administrativos e contábeis adotados à persecução
um conceito de Orçamento-programa, segundo o qual o Orçamento dos fins do instrumento orçamentário.
não é apenas um mero documento de previsão da arrecadação e
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

Os objetivos da política orçamentária são corrigir as falhas de referentes à construção de novas rodovias. Neste caso, trata-se tão
mercado e as distorções, visando manter a estabilidade, melhorar somente de uma intenção. No curso do exercício financeiro, antes
a distribuição de renda, e alocar os recursos com mais eficiência. de assinar qualquer contrato, o Governo poderá desistir da obra.
O Orçamento tem a função de também regular o mercado e coibir Nesse contexto, tem sido o posicionamento do STF: “o simples
abusos, reduzindo falhas de mercado e externalidades negativas fato de ser incluída no orçamento uma verba de auxílio a esta ou
(fatores adversos causados pela produção, como poluição, àquela instituição não gera, de pronto, direito a esse auxílio; (...) a
problemas urbanos, dentre outros). previsão de despesa, em lei orçamentária, não gera direito subjetivo
O Estado intervém de várias formas no mercado, como através a ser assegurado por via judicial” (Recursos Extraordinários nº
da política fiscal e da política monetária, com controle de preços, 34.581-DF e nº 75.908-PR).
salários, inflação, dentre outros. São exemplos de instrumentos e Deixando as controvérsias doutrinárias atinentes à natureza
recursos utilizados pelo Estado para intervir na economia: jurídica do orçamento no seu lugar, cabe dizer que o ordenamento
jurídico brasileiro trata o orçamento público como LEI (arts. 165 e
- Política Fiscal: envolve a administração e a geração de receitas, 84, XXIII, da
além do cumprimento de metas e objetivos governamentais no CF/1988). Trata-se, contudo, de uma LEI:
orçamento, utilizado para a alocação, distribuição de recursos - TEMPORÁRIA (vigência limitada);
e estabilização da economia. É possível, com a política fiscal, - ESPECIAL (de conteúdo determinado e processo legislativo
aumentar a renda e o PIB e aquecer a economia, com uma melhor peculiar);
distribuição de renda. - LEI ORDINÁRIA (aprovada por maioria simples).

- Política Regulatória: envolve o uso de medidas legais como Funções


decretos, leis, portarias, etc., expedidas como alternativa para se Dentre as funções consubstanciadas no Orçamento Público,
alocar, distribuir os recursos e estabilizar a economia. Com o uso destacamos:
das normas, diversas condutas podem ser banidas, como a criação a) A Função Alocativa: diz respeito a promover ajustamentos
de monopólios, cartéis, práticas abusivas, poluição, etc. na alocação de recursos, justifica-se quando o funcionamento do
mecanismo de mercado (sistema de ação privada) não garante a
- Política Monetária: envolve o controle da oferta de moeda, necessária eficiência na utilização desses recursos. Portanto, a
da taxa de juros e do crédito em geral, para efeito de estabilização utilização desse instrumento de atuação se efetiva em situações
da economia e influência na decisão de produtores e consumidores. de “falha de mercado”, como, por exemplo, na presença de
Com a política monetária, pode-se controlar a inflação, preços, externalidades ou de bens públicos.
restringir a demanda, etc.
b) A Função Distributiva: por sua vez, diz respeito a promover
O Orçamento Público funciona como um balizador na ajustamentos na distribuição de renda. Justifica-se seu emprego
economia; existindo elevados investimentos governamentais no nos casos em que o resultado distributivo do mecanismo de ação
orçamento, provavelmente haverá reflexos na criação de empregos privada não for considerado socialmente justificável ou desejado.
e aumento de renda; em contraposição, um orçamento restritivo Mais uma vez a justificativa está ligada à correção das falhas de
em investimentos, provocará desemprego, desaceleração da mercado.
economia e decréscimo no produto interno bruto.
c) A função Estabilizadora: por fim, está associada à
Natureza Jurídica do Orçamento manutenção da estabilidade econômica, justificada como meio
O debate sobre a natureza jurídica do orçamento público de atenuar o impacto social e econômico na presença de inflação
não é pacífico e a controvérsia nesta matéria ainda é comum. Há ou depressão. Portanto, seu emprego gera estabilidade dos
entendimentos de que o orçamento público seria uma lei formal. níveis de preço (combate às pressões inflacionárias), diminui os
Para outros seria uma lei material. Há quem afirme tratar-se de uma potenciais efeitos da depressão e mantém o nível de emprego
lei especial. (combate ao desemprego), tendo à disposição dois instrumentos
A posição que nos parece mais adequada ao atual ordenamento macroeconômicos: a política fiscal e a política monetária.
jurídico brasileiro, em que a arrecadação de receitas e a realização
de despesas, no mais das vezes, decorrem de atos-regra (leis, Tipos e Técnicas de Orçamento
contratos, convênios etc.) – sendo o orçamento um pré-requisito As técnicas orçamentárias também conhecidas como espécies
para a realização da despesa –, é a de Ricardo Lobo Torres. Para ou tipos de orçamento, podem ser classificadas da seguinte forma:
ele, “a teoria de que o orçamento é lei formal, que apenas prevê as
receitas públicas e autoriza os gastos, sem criar direitos subjetivos e - Orçamento Clássico ou Tradicional: Era aquele onde consta-
sem modificar as leis tributárias e financeiras, é, a nosso ver, a que vam apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem ne-
melhor se adapta ao direito constitucional brasileiro”.1 nhuma espécie de planejamento das ações do governo. Era peça
Deste modo, pode-se afirmar que, no Brasil, o orçamento é meramente contábil – financeira, um documento de previsão de
apenas AUTORIZATIVO. Os gestores só podem realizar as despesas receita e de autorização de despesas.
que estejam previstas no orçamento, mas a efetivação das despesas Neste tipo de orçamento não havia preocupação com a
não é obrigatória só pelo fato de estarem projetadas no orçamento. realização dos programas de trabalho do governo, preocupando-se
Exemplo: o Governo incluiu no orçamento do próximo ano despesas apenas com as necessidades dos órgãos públicos para realização
1 J. Teixeira Machado Jr. e Heraldo da Costa Reis. A Lei no 4.320 Comentada. das suas tarefas, sem se questionar sobre objetivos e metas.
30. ed., Rio de Janeiro: IBAM, 2000
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

- Orçamento de Desempenho ou por Realizações: Uma evolu- Em sua elaboração, o Orçamento-Programa tem uma lógica
ção do orçamento clássico foi o chamado orçamento de desempe- que o distingue de outros modelos. Essa lógica pode ser traduzida
nho em um contexto de Administração por Resultados. Neste tipo em fases que, ao serem cumpridas, dão ao orçamento-programa
de orçamento, o gestor começa a se preocupar com o resultado dos toda a sua peculiaridade. São elas:
gastos e não apenas com o gasto em si, ou seja, preocupa-se agora -Determinação da situação: identificação dos problemas exis-
em saber “as coisas que o governo faz e não as coisas que o gover- tentes.
no compra”. Apesar de ser um passo importante, o orçamento de -Diagnóstico da situação: identificação das causas que concor-
desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento rem para o aparecimento dos problemas.
central das ações do governo e, embora já ligado aos objetivos, não -Apresentação das soluções: identificação das alternativas viá-
pode, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que veis para solucionar os problemas. Estabelecimento das priorida-
lhe falta uma característica essencial, que é a vinculação ao Sistema des: ordenamento das soluções encontradas.
de Planejamento.2 -Definição dos objetivos: estabelecimento do que se pretende
Nesse tipo de orçamento, a ênfase era as coisas que o governo fazer e o que se conseguirá com isso.
fazia, ou seja, o foco era, basicamente, nos resultados, com -Determinação das tarefas: identificação das ações necessárias
desvinculação entre planejamento e orçamento. para atingir os objetivos.
Como objetivos do orçamento de desempenho podem ser -Determinação dos recursos: arrolamento dos meios: recursos
citados a melhoria da priorização das despesas e o aprimoramento humanos, materiais, técnicos, institucionais e serviços de terceiros
da eficiência técnica. Como meio de alcançar os objetivos realiza- necessários.
se a vinculação de dotações orçamentárias a resultados, utilizando -Determinação dos meios financeiros: expressão monetária
Informações de Desempenho (ID). Pode abranger todo governo ou dos recursos alocados.
ser setorial.
Orçamento por desempenho leva tempo para ser realizado, Em síntese, o Orçamento-programa é aquele que apresenta os
uma vez que demanda um Sistema de Informações de Desempenho. propósitos, objetivos e metas para os quais a administração solicita
Ressalta-se que este orçamento possui sua Contabilidade orientada os recursos necessários, identifica os custos dos programas propos-
por resultados. Outro ponto de destaque é que a capacitação é tos para alcançar tais objetivos e os dados quantitativos que me-
crucial, tanto para os ministros responsáveis pela gestão, como dem as realizações e o trabalho realizado dentro de cada programa.
o Ministério da Fazenda e outras agências federais, sendo assim, Foi introduzido no Brasil por meio da Lei no 4.320/64 e do Decreto-
requerendo grandes esforços de capacitação. Por fim, este -Lei no 200/67. A Constituição Federal de 1988 consolidou definiti-
orçamento de desempenho demanda reformas mais amplas, estas vamente a adoção do orçamento-programa, ao vincular o processo
são cruciais e necessitam de muito compromisso político. orçamentário ao PPA, à LDO e à LOA.

- Orçamento Programa: Esse tipo de orçamento foi introdu- Orçamento de Base Zero ou por Estratégia
zido no Brasil pela Lei 4320/64 e do Decreto-lei 200/67 e funciona É um orçamento de baixo para cima, como se o orçamento
como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da estivesse sendo preparado pela primeira vez. Todos os gastos
ação do governo, pela identificação dos seus programas de traba- propostos devem ser revistos. A metodologia do OBZ não é adotada
lho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e no Brasil, em nenhuma das unidades da Federação.
metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos O orçamento de base zero é uma metodologia orçamentária
relacionados. a qual exige que todas as despesas dos órgãos ou das entidades
públicas, programas ou projetos governamentais sejam
A CF/88 implantou definitivamente o orçamento – programa detalhadamente justificadas a cada ano, como se cada item de
no Brasil, ao estabelecer a normatização da matéria orçamentária despesa se tratasse de uma nova iniciativa do governo.
pelo PPA, da LDO e da LOA, ficando evidente o extremo zelo do O foco principal do orçamento de base zero é o controle das
constituinte para com o planejamento das ações do governo. despesas de capital (investimentos), ou seja, parte-se da premissa
Alguns autores têm destacado as seguintes vantagens do orça- do que precisa ser feito e não o que seria bom ser feito. Assim
mento-programa em relação a métodos de elaboração orçamentá- sendo, o orçamento se torna o mais próximo possível da realidade.
ria tradicionais: Essa espécie de orçamento consiste basicamente em uma aná-
a) melhor planejamento de trabalho; lise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governa-
b) maior precisão na elaboração dos orçamentos; mentais. Neste tipo de abordagem, na fase de elaboração da pro-
c) melhor determinação das responsabilidades; posta orçamentária, questionar-se-ão as reais necessidades de cada
d) maior oportunidade para redução dos custos; área, sem compromisso com nenhum montante inicial de dotação.
e) maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Os órgãos governamentais, por sua vez, deverão justificar
Executivo, do Legislativo e da população em geral anualmente, na fase de elaboração da sua proposta orçamentária,
f) facilidade para identificação de duplicação de funções; a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor
g) melhor controle da execução do programa; inicial mínimo3.
h) identificação dos gastos e realizações por programa e sua
comparação em termos absolutos e relativos;
i) apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do
inter-relacionamento entre custos e programas; e
j) ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta.
2 ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público. 3 ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público.
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

Orçamento Participativo
Os orçamentos públicos nas democracias representativas são elaborados pelos poderes Executivo e Legislativo. Aliás, segundo os juris-
tas especializados, a principal razão da existência do Legislativo na sua função precípua de representação popular, está na co-participação
com o executivo na alocação dos recursos públicos por intermédio da elaboração dos orçamentos. O orçamento participativo incorpora a
população ao processo decisório da elaboração orçamentária, seja por meio de lideranças da sociedade civil, seja por meio de audiências
públicas ou por outras formas de consulta direta à sociedade. Trata-se de ouvir de forma direta as comunidades para a definição das ações
do Governo para resolução dos problemas por elas considerados prioritários. É exercitado no Brasil em alguns estados da federação e em
muitas Prefeituras. Na União, não tem sido aplicado, embora sejam feitas audiências públicas durante.

Tabela Resumida de Técnicas e Práticas Orçamentárias


A tabela abaixo objetiva dar uma visão agregada das técnica orçamentárias vistas até aqui, bem como contempla outras práticas de
elaboração orçamentária.

Denominação Características Observações


Apresenta valores para as despesas com pessoal,
Orçamento Processo orçamentário em que é explicitado apenas o objeto material, serviços etc., sem relacionar os gastos a
Tradicional de gasto. nenhuma finalidade (programa ou ação). Também é
conhecido como Orçamento Clássico.
Processo orçamentário que apresenta duas dimensões do
orçamento:
Orçamento de
- objeto de gasto; Também conhecido como orçamento funcional
Desempenho
- um programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas.
Enfatiza o desempenho organizacional
Orçamento que expressa, financeira e fisicamente, os progra-
mas de trabalho de governo, possibilitando:
a) a integração do planejamento com o orçamento; Originalmente, integrava o sistema de planejamen-
b) a quantificação de objetivos e a fixação de metas; to, programação e orçamentação introduzido nos
Orçamento
c) as relações insumo-produto; Estados Unidos, no final da década de 1950, sob a
Programa
d) as alternativas programáticas; denominação PPBS (Planning Programming Budge-
e) o acompanhamento físicofinanceiro; ting System)
f) a avaliação de resultados;
g) a gerência por objetivos
Processo orçamentário que contempla a população no pro- Necessidade de um maior discricionariedade do
cesso decisório, por meio de lideranças ou audiências públicas governo na alocação dos gastos, a fim de que possa
Orçamento Existência de uma coparticipação do Executivo e Legislativo atender os anseios da Sociedade.
Participativo na elaboração dos orçamentos Requer auto grau de mobilização social.
Transparência dos critérios e informações que nortearão a Deve haver disposição do poder público em descen-
tomada de decisões tralizar e repartir o poder.
Processo orçamentário que se apoia na necessidade de justi-
ficativa de todos os programas cada vez que se inicia um novo Abordagem orçamentária desenvolvida nos Estados
Orçamento ciclo orçamentário. Unidos, pela Texas Instruments Inc., durante o ano de
Base-Zero Analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não 1969. Foi adotada pelo Estado da Geórgia (governo
apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já Jimmy Carter), com vistas ao ano fiscal de1973.
existente.
Orçamento
Orçamento elaborado através de ajustes marginais nos seus Repetição do orçamento anterior acrescido da varia-
Incremental
itens de receita e despesa. ção de preços ocorrida no período.
(ou inercial)
Critério de alocação de recursos através do estabelecimento
Esse percentual único serve de base para que os
Orçamento de um quantitativo financeiro fixo (teto), obtido mediante a
órgãos/unidades elaborem suas propostas orçamen-
Com Teto Fixo aplicação de um percentual único sobre as despesas realiza-
tárias parciais.
das em determinado período

Fonte: ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público.

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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de


ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos
legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto
SEÇÃO II nos §§ 11 e 12 do art. 166.(Redação dada pela Emenda Constitucio-
DOS ORÇAMENTOS nal nº 100, de 2019) (Produção de efeito )
§ 10. A administração tem o dever de executar as programa-
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: ções orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários,
I - o plano plurianual; com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e servi-
II - as diretrizes orçamentárias; ços à sociedade.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de
III - os orçamentos anuais. 2019) (Produção de efeito)
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de for- § 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de dire-
ma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração trizes orçamentárias:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 102,
pública federal para as despesas de capital e outras delas decorren- de 2019) (Produção de efeito)
tes e para as relativas aos programas de duração continuada. I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucio-
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas nais e legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas
e prioridades da administração pública federal, estabelecerá as di- e não impede o cancelamento necessário à abertura de créditos
retrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com adicionais;
trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica
lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tri- devidamente justificados;
butária e estabelecerá a política de aplicação das agências financei- II - aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricioná-
ras oficiais de fomento.(Redação dada pela Emenda Constitucional rias.
nº 109, de 2021) § 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercí-
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerra- cio a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subse-
mento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamen- quentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos
tária.(Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020) recursos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais pre- anual para a continuidade daqueles em andamento.(Incluído pela
vistos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)
plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. § 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: artigo aplica-se exclusivamente aos orçamentos fiscal e da segurida-
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fun- de social da União.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de
dos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 2019) (Produção de efeito)
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; § 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos in-
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com vestimentos plurianuais e daquele s em andamento.(Incluído pela
direito a voto; Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as en- § 15. A União organizará e manterá registro centralizado de
tidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indi- projetos de inve stimento contendo, por Estado ou Distrito Federal,
reta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e infor-
Poder Público. mações sobre a execução física e financeira.(Incluído pela Emenda
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de de- Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)
monstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, § 16. As leis de que trata este artigo devem observar, no que
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios couber, os resultados do monitoramento e da avaliação das políti-
de natureza financeira, tributária e creditícia. cas públicas previstos no § 16 do art. 37 desta Constituição.(Incluído
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, com- pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
patibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às di-
reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacio- retrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicio-
nal. nais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho forma do regimento comum.
à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e e Deputados:
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste
receita, nos termos da lei. artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente
§ 9º Cabe à lei complementar: da República;
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas na-
elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes cionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer
orçamentárias e da lei orçamentária anual; o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Ca-
administração direta e indireta bem como condições para a institui- sas, criadas de acordo com o art. 58.
ção e funcionamento de fundos.
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que § 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo
sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo aplica-se também às programações incluídas por todas as emendas
Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos Federal, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: líquida realizada no exercício anterior.(Redação dada pela Emenda
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito) (Vide) (Vide)
diretrizes orçamentárias; § 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os pro- deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impe-
venientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: dimentos de ordem técnica.(Redação dada pela Emenda Constitu-
a) dotações para pessoal e seus encargos; cional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
3iib3iibb) serviço da dívida; § 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 des-
3iic3iicc) transferências tributárias constitucionais para Esta- te artigo, os órgãos de execução deverão observar, nos termos da
dos, Municípios e Distrito Federal; ou lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verifica-
III - sejam relacionadas: ção de eventuais impedimentos das programações e demais pro-
a) com a correção de erros ou omissões; ou cedimentos necessários à viabilização da execução dos respectivos
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. montantes.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias 2019) (Produção de efeito)
não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plu- I - (revogado);(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
rianual. 100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao II - (revogado);(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se 100, de 2019) (Produção de efeito)
refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão III - (revogado);(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
mista, da parte cuja alteração é proposta. 100, de 2019) (Produção de efeito)
66§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes or- IV - (revogado).(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
çamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente 100, de 2019) (Produção de efeito)
da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complemen- § 15. (Revogado)(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
tar a que se refere o art. 165, § 9º. 100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que 161616.016.0§ 16. Quando a transferência obrigatória da
não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas União para a execução da programação prevista nos §§ 11 e 12 des-
ao processo legislativo. te artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios,
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou re- independerá da adimplência do ente federativo destinatário e não
jeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de
correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, median- aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput
te créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica au- do art. 169.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de
torização legislativa. 2019) (Produção de efeito)
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária se- § 17. Os restos a pagar provenientes das programações orça-
rão aprovadas no limite de 2% (dois por cento) da receita corrente mentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser con-
líquida do exercício anterior ao do encaminhamento do projeto, siderados para fins de cumprimento da execução financeira até o
observado que a metade desse percentual será destinada a ações limite de 1% (um por cento) da receita corrente líquida do exercício
e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitu- anterior ao do encaminhamento do projeto de lei orçamentária,
cional nº 126, de 2022) para as programações das emendas individuais, e até o limite de
§ 9º-A Do limite a que se refere o § 9º deste artigo, 1,55% (um 0,5% (cinco décimos por cento), para as programações das emen-
inteiro e cinquenta e cinco centésimos por cento) caberá às emen- das de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Dis-
das de Deputados e 0,45% (quarenta e cinco centésimos por cento) trito Federal.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 126, de
às de Senadores.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 126, de 2022)
2022) § 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da des-
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços pú- pesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado
blicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes
para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até
destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais.(Incluí- a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto das
do pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) demais despesas discricionárias.(Redação dada pela Emenda Cons-
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das titucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
programações oriundas de emendas individuais, em montante cor- § 19. Considera-se equitativa a execução das programações de
respondente ao limite a que se refere o § 9º deste artigo, conforme caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais e
os critérios para a execução equitativa da programação definidos na que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresen-
lei complementar prevista no § 9º do art. 165 desta Constituição, tadas, independentemente da autoria, observado o disposto no §
observado o disposto no § 9º-A deste artigo.(Redação dada pela 9º-A deste artigo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Emenda Constitucional nº 126, de 2022) 126, de 2022)

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações dire-
versarem sobre o início de investimentos com duração de mais de tas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido inicia- III - a realização de operações de créditos que excedam o mon-
da, deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
a cada exercício, até a conclusão da obra ou do empreendimento. créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, apro-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção vados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;(Vide Emenda
de efeito) constitucional nº 106, de 2020)
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
ao projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a Es- despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos
tados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:(Incluído pela impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de re-
Emenda Constitucional nº 105, de 2019) cursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manuten-
I - transferência especial; ou(Incluído pela Emenda Constitucio- ção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades
nal nº 105, de 2019) da administração tributária, como determinado, respectivamente,
II - transferência com finalidade definida.(Incluído pela Emenda pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
Constitucional nº 105, de 2019) operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;(Redação dada
não integrarão a receita do Estado, do Distrito Federal e dos Mu- pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
nicípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da des- V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
pesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e autorização legislativa e sem indicação dos recursos corresponden-
de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer caso, a tes;
aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no pa- VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
gamento de:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019) recursos de uma categoria de programação para outra ou de um
I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
inativos, e com pensionistas; e(Incluído pela Emenda Constitucional VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
nº 105, de 2019) VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
II - encargos referentes ao serviço da dívida.(Incluído pela recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir
Emenda Constitucional nº 105, de 2019) necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, in-
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput clusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
deste artigo, os recursos:(Incluído pela Emenda Constitucional nº IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
105, de 2019) autorização legislativa.
I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de em-
independentemente de celebração de convênio ou de instrumento préstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Fe-
congênere;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019) deral e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de
II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferên- despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do
cia financeira; e(Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de Distrito Federal e dos Municípios.(Incluído pela Emenda Constitu-
2019) cional nº 19, de 1998)
III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições so-
competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado, ciais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas
observado o disposto no § 5º deste artigo.(Incluído pela Emenda distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdên-
Constitucional nº 105, de 2019) cia social de que trata o art. 201.(Incluído pela Emenda Constitucio-
§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a nal nº 20, de 1998)
que se refere o inciso I do caput deste artigo poderá firmar contra- XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o
tos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamen- § 22 do art. 40, a utilização de recursos de regime próprio de previ-
to da execução orçamentária na aplicação dos recursos.(Incluído dência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos
pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019) no art. 249, para a realização de despesas distintas do pagamento
§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere dos benefícios previdenciários do respectivo fundo vinculado àque-
o inciso II do caput deste artigo, os recursos serão:(Incluído pela le regime e das despesas necessárias à sua organização e ao seu
Emenda Constitucional nº 105, de 2019) funcionamento;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
I - vinculados à programação estabelecida na emenda parla- 2019)
mentar; e(Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019) XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de
II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União. avais, as garantias e as subvenções pela União e a concessão de em-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019) préstimos e de financiamentos por instituições financeiras federais
55§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na hipótese de
especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser descumprimento das regras gerais de organização e de funciona-
aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se mento de regime próprio de previdência social.(Incluído pela Emen-
refere o inciso II do § 1º deste artigo.(Incluído pela Emenda Consti- da Constitucional nº 103, de 2019)
tucional nº 105, de 2019)
Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
mentária anual;
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

XIV - a criação de fundo público, quando seus objetivos pude- II - criação de cargo, emprego ou função que implique aumento
rem ser alcançados mediante a vinculação de receitas orçamentá- de despesa;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
rias específicas ou mediante a execução direta por programação III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento
orçamentária e financeira de órgão ou entidade da administração de despesa;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
pública.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, res-
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer- salvadas:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acar-
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de retem aumento de despesa;(Incluído pela Emenda Constitucional
responsabilidade. nº 109, de 2021)
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de ou vitalícios;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão do art. 37 desta Constituição; e(Incluído pela Emenda Constitucio-
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente. nal nº 109, de 2021)
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será ad- d) as reposições de temporários para prestação de serviço mi-
mitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as litar e de alunos de órgãos de formação de militares;(Incluído pela
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
observado o disposto no art. 62. V - realização de concurso público, exceto para as reposições de
§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os vacâncias previstas no inciso IV deste caput;(Incluído pela Emenda
arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas “a”, “b”, “d” e “e” do inciso I e o Constitucional nº 109, de 2021)
inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento de VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abo-
débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. nos, verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza,
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de Po-
55§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de der, do Ministério Público ou da Defensoria Pública e de servidores
recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser e empregados públicos e de militares, ou ainda de seus dependen-
admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inova- tes, exceto quando derivados de sentença judicial transitada em
ção, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das
a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade medidas de que trata este artigo;(Incluído pela Emenda Constitu-
da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. cional nº 109, de 2021)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) VII - criação de despesa obrigatória;(Incluído pela Emenda
66§ 6º Para fins da apuração ao término do exercício financeiro Constitucional nº 109, de 2021)
do cumprimento do limite de que trata o inciso III do caput deste VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obri-
artigo, as receitas das operações de crédito efetuadas no contexto gatória acima da variação da inflação, observada a preservação do
da gestão da dívida pública mobiliária federal somente serão con- poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta Cons-
sideradas no exercício financeiro em que for realizada a respectiva tituição;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
despesa.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) IX - criação ou expansão de programas e linhas de financia-
§ 7º A lei não imporá nem transferirá qualquer encargo finan- mento, bem como remissão, renegociação ou refinanciamento de
ceiro decorrente da prestação de serviço público, inclusive despe- dívidas que impliquem ampliação das despesas com subsídios e
sas de pessoal e seus encargos, para a União, os Estados, o Distrito subvenções;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Federal ou os Municípios, sem a previsão de fonte orçamentária e X - concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de na-
financeira necessária à realização da despesa ou sem a previsão da tureza tributária.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de
correspondente transferência de recursos financeiros necessários 2021)
ao seu custeio, ressalvadas as obrigações assumidas espontanea- 11§ 1º Apurado que a despesa corrente supera 85% (oitenta
mente pelos entes federados e aquelas decorrentes da fixação do e cinco por cento) da receita corrente, sem exceder o percentual
salário mínimo, na forma do inciso IV docaputdo art. 7º desta Cons- mencionado no caput deste artigo, as medidas nele indicadas po-
tituição.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 128, de 2022) dem ser, no todo ou em parte, implementadas por atos do Chefe
Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a re- do Poder Executivo com vigência imediata, facultado aos demais
lação entre despesas correntes e receitas correntes supera 95% (no- Poderes e órgãos autônomos implementá-las em seus respectivos
venta e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do Distrito Federal âmbitos.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
e dos Municípios, é facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e 22§ 2º O ato de que trata o § 1º deste artigo deve ser sub-
Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e à Defen- metido, em regime de urgência, à apreciação do Poder Legislativo.
soria Pública do ente, enquanto permanecer a situação, aplicar o (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
mecanismo de ajuste fiscal de vedação da:(Incluído pela Emenda 33§ 3º O ato perde a eficácia, reconhecida a validade dos atos
Constitucional nº 109, de 2021) praticados na sua vigência, quando:(Incluído pela Emenda Constitu-
I - concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajus- cional nº 109, de 2021)
te ou adequação de remuneração de membros de Poder ou de ór- I - rejeitado pelo Poder Legislativo;(Incluído pela Emenda Cons-
gão, de servidores e empregados públicos e de militares, exceto dos titucional nº 109, de 2021)
derivados de sentença judicial transitada em julgado ou de determi- II - transcorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias sem que
nação legal anterior ao início da aplicação das medidas de que trata se ultime a sua apreciação; ou(Incluído pela Emenda Constitucional
este artigo;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) nº 109, de 2021)
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

III - apurado que não mais se verifica a hipótese prevista no § 1º Parágrafo único. Durante a vigência da calamidade pública de
deste artigo, mesmo após a sua aprovação pelo Poder Legislativo. âmbito nacional de que trata o art. 167-B, não se aplica o disposto
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) no § 3º do art. 195 desta Constituição.(Incluído pela Emenda Cons-
§ 4º A apuração referida neste artigo deve ser realizada bimes- titucional nº 109, de 2021)
tralmente.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) Art. 167-E. Fica dispensada, durante a integralidade do exercí-
§ 5º As disposições de que trata este artigo:(Incluído pela cio financeiro em que vigore a calamidade pública de âmbito nacio-
Emenda Constitucional nº 109, de 2021) nal, a observância do inciso III do caput do art. 167 desta Constitui-
I - não constituem obrigação de pagamento futuro pelo ente ção.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
da Federação ou direitos de outrem sobre o erário;(Incluído pela Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito
Emenda Constitucional nº 109, de 2021) nacional de que trata o art. 167-B desta Constituição:(Incluído pela
II - não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
dispositivos constitucionais e legais que disponham sobre metas fis- I - são dispensados, durante a integralidade do exercício finan-
cais ou limites máximos de despesas.(Incluído pela Emenda Consti- ceiro em que vigore a calamidade pública, os limites, as condições
tucional nº 109, de 2021) e demais restrições aplicáveis à União para a contratação de opera-
§ 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, ções de crédito, bem como sua verificação;(Incluído pela Emenda
até que todas as medidas nele previstas tenham sido adotadas por Constitucional nº 109, de 2021)
todos os Poderes e órgãos nele mencionados, de acordo com de- II - o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano
claração do respectivo Tribunal de Contas, é vedada:(Incluído pela imediatamente anterior ao reconhecimento pode ser destinado à
Emenda Constitucional nº 109, de 2021) cobertura de despesas oriundas das medidas de combate à calami-
I - a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de ga- dade pública de âmbito nacional e ao pagamento da dívida pública.
rantias ao ente envolvido;(Incluído pela Emenda Constitucional nº (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
109, de 2021) § 1º Lei complementar pode definir outras suspensões, dispen-
II - a tomada de operação de crédito por parte do ente envol- sas e afastamentos aplicáveis durante a vigência do estado de cala-
vido com outro ente da Federação, diretamente ou por intermédio midade pública de âmbito nacional.(Incluído pela Emenda Constitu-
de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas estatais depen- cional nº 109, de 2021)
dentes, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou pos- § 2º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica
tergação de dívida contraída anteriormente, ressalvados os finan- às fontes de recursos:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109,
ciamentos destinados a projetos específicos celebrados na forma de 2021)
de operações típicas das agências financeiras oficiais de fomento. I - decorrentes de repartição de receitas a Estados, ao Distri-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) to Federal e a Municípios;(Incluído pela Emenda Constitucional nº
Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública 109, de 2021)
de âmbito nacional, decretado pelo Congresso Nacional por iniciati- II - decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195,
va privativa do Presidente da República, a União deve adotar regime 198, 201, 212, 212-A e 239 desta Constituição;(Incluído pela Emen-
extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender às da Constitucional nº 109, de 2021)
necessidades dele decorrentes, somente naquilo em que a urgência III - destinadas ao registro de receitas oriundas da arrecada-
for incompatível com o regime regular, nos termos definidos nos ção de doações ou de empréstimos compulsórios, de transferências
arts. 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição.(Incluí- recebidas para o atendimento de finalidades determinadas ou das
do pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) receitas de capital produto de operações de financiamento celebra-
Art. 167-C. Com o propósito exclusivo de enfrentamento da das com finalidades contratualmente determinadas.(Incluído pela
calamidade pública e de seus efeitos sociais e econômicos, no seu Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
período de duração, o Poder Executivo federal pode adotar proces- Art. 167-G. Na hipótese de que trata o art. 167-B, aplicam-se à
sos simplificados de contratação de pessoal, em caráter temporá- União, até o término da calamidade pública, as vedações previstas
rio e emergencial, e de obras, serviços e compras que assegurem, no art. 167-A desta Constituição.(Incluído pela Emenda Constitu-
quando possível, competição e igualdade de condições a todos os cional nº 109, de 2021)11§ 1º Na hipótese de medidas de comba-
concorrentes, dispensada a observância do § 1º do art. 169 na con- te à calamidade pública cuja vigência e efeitos não ultrapassem a
tratação de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constitui- sua duração, não se aplicam as vedações referidas nos incisos II, IV,
ção, limitada a dispensa às situações de que trata o referido inciso, VII, IX e X do caput do art. 167-A desta Constituição.(Incluído pela
sem prejuízo do controle dos órgãos competentes.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)Art. 167-D. As proposições § 2º Na hipótese de que trata o art. 167-B, não se aplica a alínea
legislativas e os atos do Poder Executivo com propósito exclusivo de “c” do inciso I do caput do art. 159 desta Constituição, devendo a
enfrentar a calamidade e suas consequências sociais e econômicas, transferência a que se refere aquele dispositivo ser efetuada nos
com vigência e efeitos restritos à sua duração, desde que não impli- mesmos montantes transferidos no exercício anterior à decretação
quem despesa obrigatória de caráter continuado, ficam dispensa- da calamidade.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de
dos da observância das limitações legais quanto à criação, à expan- 2021)
são ou ao aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete § 3º É facultada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-
aumento de despesa e à concessão ou à ampliação de incentivo ou pios a aplicação das vedações referidas no caput, nos termos deste
benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de recei- artigo, e, até que as tenham adotado na integralidade, estarão sub-
ta.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) metidos às restrições do § 6º do art. 167-A desta Constituição, en-
quanto perdurarem seus efeitos para a União.(Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 109, de 2021)
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentá- § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo an-
rias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, desti- terior fará jus a indenização correspondente a um mês de remune-
nados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério ração por ano de serviço.(Incluído pela Emenda Constitucional nº
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 19, de 1998)
de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anterio-
se refere o art. 165, § 9º.(Redação dada pela Emenda Constitucional res será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego
nº 45, de 2004) ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de
§ 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros quatro anos.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
oriundos de repasses duodecimais.(Incluído pela Emenda Constitu- § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obe-
cional nº 109, de 2021) decidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela Emenda
§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na Constitucional nº 19, de 1998)
forma do caput deste artigo deve ser restituído ao caixa único do Te-
souro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras
parcelas duodecimais do exercício seguinte.(Incluído pela Emenda PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA: ELABORAÇÃO, DISCUSSÃO,
Constitucional nº 109, de 2021) VOTAÇÃO E APROVAÇÃO.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionis-
tas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não
pode exceder os limites estabelecidos em lei complementar.(Reda- 1. Elaboração da Proposta Orçamentária
ção dada pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) Trata-se do momento em que cada um dos diversos órgãos e
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu- entidades que compõem a Administração Pública faz o levantamen-
neração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de to das suas necessidades de e cursos para o exercício seguinte, le-
estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de vando em consideração os programas do Governo e os objetivos de
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administra- desenvolvimento econômico e social do país.
ção direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas O órgão central de planejamento recebe todas estas demandas
pelo poder público, só poderão ser feitas:(Renumerado do parágra- e as consolida num único documento, compatibilizando-o com a es-
fo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)(Vide Emenda timativa das receitas esperadas para o próximo ano.
constitucional nº 106, de 2020) Em seguida, redistribui a previsão de gastos de acordo com os
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para aten- parâmetros macroeconômicos, estabelecendo as quotas finais de
der às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela de- recursos para cada órgão.
correntes;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orça- Finalmente, é produzido o texto do projeto da Lei Orçamen-
mentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de tária Anual, juntamente com os diversos anexos que irão detalhar
economia mista.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de todas as receitas e despesas, de acordo com classificação orçamen-
1998) tária própria.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar refe- O projeto da LOA é então remetido ao Poder Legislativo, junto
rida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, se- com mensagem do chefe do Poder Executivo, para aprovação.
rão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais
ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que 2. Discussão e Aprovação da Lei Orçamentária
não observarem os referidos limites.(Incluído pela Emenda Consti- Ao chegar no Poder Legislativo, o projeto da LOA será aprecia-
tucional nº 19, de 1998) do pelos congressistas, que poderão propor emendas ao texto ini-
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base cial, dando origem a um texto substitutivo.
neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida O projeto da LOA cumprirá um rito semelhante ao das demais
no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios leis que tramitam pelo Congresso Nacional, sendo exigido apenas
adotarão as seguintes providências:(Incluído pela Emenda Consti- maioria simples para sua aprovação.
tucional nº 19, de 1998) Após a devida aprovação da LOA, com ou sem emendas, o Po-
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com der Legislativo devolve para o Poder Executivo, para sanção ou veto.
cargos em comissão e funções de confiança;(Incluído pela Emenda Sendo sancionada pelo Presidente da República, a LOA agora
Constitucional nº 19, de 1998) será promulgada, e com sua publicação no Diário Oficial da União,
II - exoneração dos servidores não estáveis.(Incluído pela estará produzindo os seus devidos efeitos legais.
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda Constitucio-
nal nº 19, de 1998) 3. Execução Orçamentária
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior Esta fase transcorre durante todo o exercício financeiro, pois
não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determi- consiste na efetiva arrecadação, por parte do Governo, das diversas
nação da lei complementar referida neste artigo, o servidor está- receitas previstas, bem como a realização das despesas programa-
vel poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de das para o período.
cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou
unidade administrativa objeto da redução de pessoal.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

4. Controle e Avaliação As emendas são apresentadas perante a CMO, que sobre elas
O controle se inicia junto com a execução do orçamento, uma emite parecer conclusivo e final, o qual somente poderá ser modifi-
vez que o próprio Governo, através dos seus órgãos de controle in- cado mediante a aprovação de destaque no Plenário do Congresso
terno ou de controle externo, iniciam a fiscalização sobre os gesto- Nacional.
res públicos, com relação à legalidade dos procedimentos executa-
dos. 04) RELATÓRIO: O relator deve analisar o projeto de plano plu-
No tocante à avaliação, trata-se de preocupação específica com rianual e as emendas apresentadas, tendo como orientação as re-
os resultados efetivos dos programas realizados durante o ano, em gras estabelecidas no Parecer Preliminar, e formalizar, em relatório,
termos de benefícios gerados para a população. as razões pelas quais acolhe ou rejeita as emendas. Deve também
justificar quaisquer outras alterações que tenham sido introduzidas
no texto do projeto de lei. O produto final desse trabalho, contendo
PLANO PLURIANUAL - PPA, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMEN- as alterações propostas ao texto do PPPA, decorrentes das emen-
TÁRIAS - LDO E LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA. das acolhidas pelo relator e das por ele apresentadas, constitui a
proposta de substitutivo.
O relatório e a proposta de substitutivo são discutidos e vota-
PLANO PLURIANUAL dos no Plenário da CMO, sendo necessário para aprová-los a mani-
O plano plurianual – PPA é instrumento de planejamento de festação favorável da maioria dos membros de cada uma das Casas,
médio prazo, que estabelece as diretrizes, objetivos e metas do que integram a CMO.
governo para os projetos e programas de longa duração, para um O relatório aprovado em definitivo pela Comissão constitui o
período de quatro anos. Nenhuma obra de grande vulto ou cuja parecer da CMO, o qual será encaminhado à Secretaria-Geral da
execução ultrapasse um exercício financeiro pode ser iniciada sem Mesa do Congresso Nacional, para ser submetido à deliberação das
prévia inclusão no plano plurianual. duas Casas, em sessão conjunta.
01) PROJETO DE LEI: O projeto de PPA (PPPA) é elaborado pela
Secretaria de Investimentos e Planejamento Estratégico (SPI) do 05) AUTÓGRAFOS E LEIS: Após aprovado, o parecer da CMO é
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e encaminhado submetido à discussão e votação no Plenário do Congresso Nacio-
ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, que possui nal. Os Congressistas podem solicitar destaque para a votação em
exclusividade na iniciativa das leis orçamentárias. Composto pelo separado de emendas, com o objetivo de modificar os pareceres
texto da lei e diversos anexos, o projeto de lei deve ser encami- aprovados na CMO. Esse requerimento deve ser assinado por um
nhado ao Congresso Nacional até 31 de agosto do primeiro ano de décimo dos congressistas e apresentado à Mesa do Congresso Na-
mandato presidencial, devendo vigorar por quatro anos. cional até o dia anterior ao estabelecido para discussão da matéria
Recebido pelo Congresso Nacional, o projeto inicia a tramita- no Plenário do Congresso Nacional.
ção legislativa, observadas as normas constantes da Resolução nº. Concluída a votação, a matéria é devolvida à CMO para a re-
01, de 2006 – CN. O projeto de lei é publicado e encaminhado à Co- dação final. Recebe o nome de Autógrafo o texto do projeto ou do
missão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO. substitutivo aprovado definitivamente em sua redação final assina-
02) PARECER PRELIMINAR: O parlamentar designado para ser do pelo Presidente do Congresso, que será enviado à Casa Civil da
o relator do projeto de plano plurianual (PPPA) deve, primeiramen- Presidência da República para sanção.
te, elaborar Relatório Preliminar sobre o projeto, o qual, aprovado O Presidente da República pode vetar o autógrafo, total ou
pela CMO, passa a denominar-se Parecer Preliminar. Esse parecer parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
estabelece regras e parâmetros a serem observados quando da recebimento. Nesse caso, comunicará ao Presidente do Senado os
análise e apreciação do projeto, tais como: motivos do veto. A parte não vetada é publicada no Diário Oficial
I) condições para o remanejamento e cancelamento de valores da União como lei. O veto deve ser apreciado pelo Congresso Na-
financeiros constantes do projeto; cional.
II) critérios para alocação de eventuais recursos adicionais de- A Lei 4320/64 estabelece dois sistemas de controle da exe-
correntes da reestimativa das receitas; e cução orçamentária: interno e externo. A Constituição Federal de
III) orientações sobre apresentação e apreciação de emendas. 1988 manteve essa concepção e deu-lhe um sentido ainda mais
amplo.
Em complemento à análise inicial, a CMO pode realizar audiên- Enquanto a Constituição anterior enfatizava a fiscalização fi-
cias públicas regionais para debater o projeto. nanceira e orçamentária, a atual ampliou o conceito, passando a
Ao relatório preliminar podem ser apresentadas emendas por abranger, também, as áreas operacional e patrimonial, além de
parlamentares, Comissões Permanentes da Câmara e do Senado e cobrir de forma explicita, o controle da aplicação de subvenções e
Bancadas Estaduais. a própria política de isenções, estímulos e incentivos fiscais. Ficou
demonstrado, igualmente de forma clara, a abrangência do con-
03) EMENDAS: Após aprovado o parecer preliminar, abre-se trole constitucional sobre as entidades de administração indireta,
prazo para a apresentação de emendas ao projeto de plano pluria- questão controversa na sistemática anterior.
nual, com vistas a inserir, suprimir, substituir ou modificar disposi- O controle da execução orçamentária compreenderá:
tivos constantes do projeto. I - a legalidade dos atos que resultem a arrecadação da receita
Ao projeto podem ser apresentadas até dez emendas por par- ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos
lamentar, até cinco emendas por Comissão Permanente da Câmara e obrigações;
e do Senado e até cinco emendas por Bancada Estadual. II- a fidelidade funcional dos agentes da administração respon-
sáveis por bens e valores públicos;
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

III- o cumprimento do programa de trabalho, expresso em ter- As emendas ao projeto de LOA ou aos projetos que o modi-
mos monetários e em termos de realização de obras e prestação fiquem terão que ser compatíveis com o PPA e com a LDO, para
de serviços. serem aprovadas.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO O prazo para envio do projeto da LOA ao Poder Legislativo é
até 31 de agosto.
A LDO, devidamente compatibilizada com o PPA, deverá con- No prazo de trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
ter: o Poder Executivo publicará relatório resumido da execução orça-
● As metas e prioridades da Administração Pública, incluindo mentária.
as despesas de capital, para o exercício seguinte;
● Orientações para a elaboração da Lei Orçamentária Anual;
● Disposições sobre alterações na Legislação Tributária; LEI Nº 4.320/1964: DA LEI DE ORÇAMENTO; DA RECEITA; DA
● A política de aplicação das agências financeiras oficiais de DESPESA; DOS CRÉDITOS ADICIONAIS; DA EXECUÇÃO DO
fomento; ORÇAMENTO.
● Autorização específica para a concessão de qualquer vanta-
gem ou aumento de remuneração, criação de cargos ou alteração
de estrutura de carreiras,bem como admissão de pessoal, a qual- LEI N° 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964
quer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Pú- Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração
blico, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de econo- e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
mia mista; Municípios e do Distrito Federal.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
Os limites para elaboração da proposta orçamentária dos po- seguinte Lei;
deres judiciário e legislativo
Na União, o prazo para envio do projeto de Lei da LDO pelo DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Executivo ao Legislativo é até o dia 15 de abril do exercício anterior
ao da Lei Orçamentária Anual. Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para
A sessão legislativa ordinária não será interrompida até que o elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Es-
projeto de Lei da LDO seja aprovado. tados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo com o dis-
Vale lembrar que, conforme a Emenda Constitucional nº 50, posto no art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição Federal.
de14/02/2006, a sessão legislativa vai do período de 02 de feverei-
ro a 17 de julho, e de 1º. de agosto a 22 de dezembro. TÍTULO I
DA LEI DE ORÇAMENTO
A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA
A composição da Lei Orçamentária Anual está prevista na CAPÍTULO I
CF/88, art. 165, § 5°: DISPOSIÇÕES GERAIS
●Orçamento fiscal, incluindo todas as receitas e despesas, re-
ferentes aos Poderes do Estado, seus fundos, órgãos da administra- Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita
ção direta, autarquias, fundações instituídas e mantidas pelo Poder e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e
Público; o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de
●Orçamento de investimento das empresas em que o Estado, unidade universalidade e anualidade.
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital com direito § 1° Integrarão a Lei de Orçamento:
a voto; I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções
●Orçamento da seguridade social, abrangendo todos os ór- do Governo;
gãos e entidades da administração direta ou autárquica, bem como II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Ca-
os fundos e fundações instituídas pelo Poder Público, vinculados à tegorias Econômicas, na forma do Anexo nº 1;
saúde, previdência e assistência social. III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva
legislação;
Constitui matéria exclusiva da lei orçamentária a previsão da IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Admi-
receita e a fixação da despesa, podendo conter, ainda segundo a nistração.
norma constitucional: § 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:
●Autorização para abertura de créditos suplementares; I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos
● Autorização para contratação de operações de crédito, inclu- fundos especiais;
sive por antecipação de receita orçamentária (ARO) na forma da lei. II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos
nºs 6 a 9;
Os orçamentos fiscais e de investimentos serão compatibiliza- III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do
dos com o PPA; terão a função de reduzir as desigualdades inter-re- Governo, em termos de realização de obras e de prestação de ser-
gionais, segundo critérios de população e renda per capita. viços.
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas,
inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades ge-
as operações de credito por antecipação da receita, as emissões de rais ou especificas exercidas por essas entidades (Veto rejeitado no
papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo DOU, de 5.5.1964)
financeiros . (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964) Art. 10. (Vetado).
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias eco-
próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou nômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. (Redação dada
que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
no artigo 2°. § 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contri-
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais buições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras
destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, ma- e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de ou-
terial, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, res- tras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a
salvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único. atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. (Redação
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orça- dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
mento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva trans- recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da con-
ferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade versão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de
obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender
deva receber. despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit
§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o do Orçamento Corrente. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939,
calculo das cotas terá por base os dados apurados no balanço do de 1982)
exercício anterior aquele em que se elaborar a proposta orçamen- § 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balan-
tária do governo obrigado a transferência. (Veto rejeitado no DOU, ceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na
de 5.5.1964) demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não constituirá item
Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Exe- de receita orçamentária. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939,
cutivo para: de 1982)
I - Abrir créditos suplementares até determinada importância § 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte esque-
obedecidas as disposições do artigo 43; (Veto rejeitado no DOU, de ma: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
5.5.1964) RECEITAS CORRENTES
II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações RECEITA TRIBUTÁRIA
de crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências Impostos.
de caixa. Taxas.
§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes Contribuições de Melhoria.
de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
atender a sua cobertura. RECEITA PATRIMONIAL
§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de aliena- RECEITA AGROPECUÁRIA
ção de bens imóveis somente se incluirá na receita quando umas RECEITA INDUSTRIAL
e outras forem especificamente autorizadas pelo Poder Legislativo RECEITA DE SERVIÇOS
em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá- TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
-las no exercício. OUTRAS RECEITAS CORRENTES
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo ante- RECEITAS DE CAPITAL
rior, no tocante a operações de crédito, poderá constar da própria OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Lei de Orçamento. ALIENAÇÃO DE BENS
Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de cada AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
órgão do Governo ou unidade administrativa, a que se refere o arti- TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
go 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo nº 2. OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
§ 1° Os itens da discriminação da receita e da despesa, mencio-
nados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão identificados por números de CAPÍTULO III
códigos decimal, na forma dos Anexos nºs 3 e 4. DA DESPESA
§ 2º Completarão os números do código decimal referido no
parágrafo anterior os algarismos caracterizadores da classificação Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias
funcional da despesa, conforme estabelece o Anexo nº 5. econômicas: (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não prejudicará a DESPESAS CORRENTES
adoção de códigos locais. Despesas de Custeio
Transferências Correntes
CAPÍTULO II DESPESAS DE CAPITAL
DA RECEITA Investimentos
Inversões Financeiras
Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades Transferências de Capital
de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contri-
buições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações Diversas Transferências Correntes.


para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as DESPESAS DE CAPITAL
destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens Investimentos
imóveis. Obras Públicas
§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações Serviços em Regime de Programação Especial
para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em Equipamentos e Instalações
bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções desti- Material Permanente
nadas a atender à manutenção de outras entidades de direito pú- Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empre-
blico ou privado. sas ou Entidades Industriais ou Agrícolas
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as Inversões Financeiras
transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entida- Aquisição de Imóveis
des beneficiadas, distinguindo-se como: Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empre-
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públi- sas ou Entidades Comerciais ou Financeiras
cas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em
lucrativa; Funcionamento
II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas Constituição de Fundos Rotativos
públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou Concessão de Empréstimos
pastoril. Diversas Inversões Financeiras
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o pla- Transferências de Capital
nejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisi- Amortização da Dívida Pública
ção de imóveis considerados necessários à realização destas últi- Auxílios para Obras Públicas
mas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição Auxílios para Equipamentos e Instalações
de instalações, equipamentos e material permanente e constituição Auxílios para Inversões Financeiras
ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter co- Outras Contribuições.
mercial ou financeiro.
§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de ser-
destinadas a: viços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão con-
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização; signadas dotações próprias. (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consignadas do-
ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a opera- tações a unidades administrativas subordinadas ao mesmo órgão.
ção não importe aumento do capital; Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou em- -á no mínimo por elementos. (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
presas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive § 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa
operações bancárias ou de seguros. com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimen- serve a administração publica para consecução dos seus fins. (Veto
tos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação § 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se mate-
direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxí- rial permanente o de duração superior a dois anos.
lios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Or-
çamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações SEÇÃO I
para amortização da dívida pública. DAS DESPESAS CORRENTES
Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a dis-
criminação ou especificação da despesa por elementos, em cada SUBSEÇÃO ÚNICA
unidade administrativa ou órgão de governo, obedecerá ao seguin- DAS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
te esquema:
DESPESAS CORRENTES I) Das Subvenções Sociais
Despesas de Custeio Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades
Pessoa Civil financeiras a concessão de subvenções sociais visará a prestação
Pessoal Militar de serviços essenciais de assistência social, médica e educacional,
Material de Consumo sempre que a suplementação de recursos de origem privada aplica-
Serviços de Terceiros dos a esses objetivos, revelar-se mais econômica.
Encargos Diversos Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível,
Transferências Correntes será calculado com base em unidades de serviços efetivamente
Subvenções Sociais prestados ou postos à disposição dos interessados obedecidos os
Subvenções Econômicas padrões mínimos de eficiência previamente fixados.
Inativos Art. 17. Somente à instituição cujas condições de funcionamen-
Pensionistas to forem julgadas satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização
Salário Família e Abono Familiar serão concedidas subvenções.
Juros da Dívida Pública II) Das Subvenções Econômicas
Contribuições de Previdência Social
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Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que
públicas, de natureza autárquica ou não, far-se-á mediante subven- não comprometidos: (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
ções econômicas expressamente incluídas nas despesas correntes I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do
do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Fe- exercício anterior; (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
deral. II - os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto rejeitado
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções no DOU, de 5.5.1964)
econômicas: III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; (Veto
de mercado e os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros ali- rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
mentícios ou outros materiais; IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma
b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a pro- que juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-las. (Veto
dutores de determinados gêneros ou materiais. rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva
qualquer título, a empresa de fins lucrativos, salvo quando se tratar entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ain-
de subvenções cuja concessão tenha sido expressamente autoriza- da, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de
da em lei especial. credito a eles vinculadas. (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste
SEÇÃO II artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre
DAS DESPESAS DE CAPITAL a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a ten-
dência do exercício. (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
SUBSEÇÃO PRIMEIRA § 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes
DOS INVESTIMENTOS de excesso de arrecadação, deduzir-se-a a importância dos crédi-
tos extraordinários abertos no exercício. (Veto rejeitado no DOU,
Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orça- de 5.5.1964)
mento segundo os projetos de obras e de outras aplicações. Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto
Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por do Poder Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Po-
sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas der Legislativo.
gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exer-
globais, classificadas entre as Despesas de Capital. cício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição
legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.
SUBSEÇÃO SEGUNDA Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importân-
DAS TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL cia, a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for
possível.
Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para inves-
timentos que se devam incorporar ao patrimônio das emprêsas pri- TÍTULO VI
vadas de fins lucrativos. DA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às transfe-
rências de capital à conta de fundos especiais ou dotações sob regi- CAPÍTULO I
me excepcional de aplicação. DA PROGRAMAÇÃO DA DESPESA

TÍTULO V Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orça-


DOS CRÉDITOS ADICIONAIS mento e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo apro-
vará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não orçamentária fica autorizada a utilizar.
computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: atenderá aos seguintes objetivos:
I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamen- a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma
tária; de recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu pro-
II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja grama anual de trabalho;
dotação orçamentária específica; b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equi-
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e im- líbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a
previstas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pú- reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.
blica. Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para efeito
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autoriza- do disposto no artigo anterior, levará em conta os créditos adicio-
dos por lei e abertos por decreto executivo. nais e as operações extra-orçamentárias.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais de- Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o
pende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa exercício, observados o limite da dotação e o comportamento da
e será precedida de exposição justificativa. (Veto rejeitado no DOU, execução orçamentária.
de 5.5.1964)

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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

CAPÍTULO II § 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será


DA RECEITA dispensada a emissão da nota de empenho.
§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo mon-
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que tante não se possa determinar.
a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem § 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e
prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o outras, sujeitas a parcelamento.
imposto lançado por motivo de guerra. Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento de-
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quais- nominado “nota de empenho” que indicará o nome do credor, a
quer outras rendas com vencimento determinado em lei, regula- representação e a importância da despesa bem como a dedução
mento ou contrato. desta do saldo da dotação própria.
Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição competen- Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando or-
te, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é denado após sua regular liquidação.
devedora e inscreve o débito desta. Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do di-
Art. 54. Não será admitida a compensação da obrigação de reito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos
recolher rendas ou receitas com direito creditório contra a Fazenda comprobatórios do respectivo crédito.
Pública. § 1° Essa verificação tem por fim apurar:
Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
importâncias que arrecadarem. II - a importância exata a pagar;
§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obri-
soma arrecadada, proveniência e classificação, bem como a data gação.
a assinatura do agente arrecadador. (Veto rejeitado no DOU, de § 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou servi-
5.5.1964) ços prestados terá por base:
§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via. I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita II - a nota de empenho;
observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qual- III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação
quer fragmentação para criação de caixas especiais. efetiva do serviço.
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3. Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por au-
desta lei serão classificadas como receita orçamentária, sob as ru- toridade competente, determinando que a despesa seja paga.
bricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as prove- Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada
nientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orça- em documentos processados pelos serviços de contabilidade (Veto
mento. (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964) rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria
CAPÍTULO III ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos ban-
DA DESPESA cários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adian-
tamento.
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades orçamen-
competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pen- tárias poderão quando expressamente determinado na Lei de Or-
dente ou não de implemento de condição. (Veto rejeitado no DOU, çamento ser movimentadas por órgãos centrais de administração
de 5.5.1964) geral.
Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das
dos créditos concedidos. (Redação dada pela Lei nº 6.397, de 1976) dotações de pessoal, de uma para outra unidade orçamentária,
§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição Federal, quando considerada indispensável à movimentação de pessoal
é vedado aos Municípios empenhar, no último mês do mandato do dentro das tabelas ou quadros comuns às unidades interessadas, a
Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa prevista no orça- que se realize em obediência à legislação específica.
mento vigente. (Incluído pela Lei nº 6.397, de 1976) Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em vir-
§ 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo período, tude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de apresentação
assumir, por qualquer forma, compromissos financeiros para exe- dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo proibida
cução depois do término do mandato do Prefeito. (Incluído pela Lei a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e
nº 6.397, de 1976) nos créditos adicionais abertos para esse fim.
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de
§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de
nos casos comprovados de calamidade pública. (Incluído pela Lei numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação
nº 6.397, de 1976) própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordi-
§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empenhos e atos nar-se ao processo normal de aplicação.
praticados em desacordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem
deste artigo, sem prejuízo da responsabilidade do Prefeito nos ter- a responsável por dois adiantamento. (Veto rejeitado no DOU, de
mos do Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro 5.5.1964)
de 1967. (Incluído pela Lei nº 6.397, de 1976) Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudica-
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. ção de obras e serviços serão regulados em lei, respeitado o princí-
pio da concorrência.
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias,


LEI COMPLEMENTAR Nº101/2000 - LEI DE RESPONSABILI- de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de servi-
DADE FISCAL ATUALIZADA: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES, ços, transferências correntes e outras receitas também correntes,
PLANEJAMENTO, RECEITA E DESPESA PÚBLICA, TRANSFE- deduzidos:
RÊNCIAS VOLUNTÁRIAS, DESTINAÇÃO DE RECURSOS PARA a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios
O SETOR PRIVADO, DÍVIDA E ENDIVIDAMENTO. TRANS- por determinação constitucional ou legal, e as contribuições men-
PARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO cionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art.
239 da Constituição;
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por deter-
LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000 minação constitucional;
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos
Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a respon- servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistên-
sabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. cia social e as receitas provenientes da compensação financeira ci-
tada no § 9º do art. 201 da Constituição.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- § 1o Serão computados no cálculo da receita corrente líquida
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar
no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60
CAPÍTULO I do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES § 2o  Não serão considerados na receita corrente líquida do
Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos
Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com am- inciso V do § 1o do art. 19.
paro no Capítulo II do Título VI da Constituição. § 3o  A receita corrente líquida será apurada somando-se as
§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação pla- receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores,
nejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem des- excluídas as duplicidades.
vios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a CAPÍTULO II
obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, DO PLANEJAMENTO
geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dí-
vidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por SEÇÃO I
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos DO PLANO PLURIANUAL
a Pagar.
§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, Art. 3o  (VETADO)
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
§ 3o Nas referências: SEÇÃO II
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, DA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
estão compreendidos:
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Art. 4o  A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto
Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; no § 2o do art. 165 da Constituição e:
b)  as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, I - disporá também sobre:
fundações e empresas estatais dependentes; a) equilíbrio entre receitas e despesas;
II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal; b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art.
União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município. c)  (VETADO)
Art. 2o  Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se d)  (VETADO)
como: e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos re-
I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal sultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
e cada Município; f) demais condições e exigências para transferências de recur-
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital so- sos a entidades públicas e privadas;
cial com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da II -  (VETADO)
Federação; III -  (VETADO)
III - empresa estatal dependente: empresa controlada que re- § 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Ane-
ceba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de xo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluí- valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, re-
dos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participa- sultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o
ção acionária;      (Regulamento) exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
§ 2o O Anexo conterá, ainda:
I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano ante-
rior;
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e § 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei
metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e
comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evi- encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a
denciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.
política econômica nacional;  § 7o  (VETADO)
III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três Art. 6o  (VETADO)
exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após
com a alienação de ativos; a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesou-
IV - avaliação da situação financeira e atuarial: ro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subseqüente à
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servi- aprovação dos balanços semestrais.
dores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; § 1o  O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natu- para com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação
reza atuarial; específica no orçamento.
V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia § 2o O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo
de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de Banco Central do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos
caráter continuado. termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União.
§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos § 3o  Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil con-
Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros ris- terão notas explicativas sobre os custos da remuneração das dis-
cos capazes de afetar as contas públicas, informando as providên- ponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas
cias a serem tomadas, caso se concretizem. cambiais e a rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os
§ 4o  A mensagem que encaminhar o projeto da União apre- de emissão da União.
sentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, Seção IV
creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas
seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos
para o exercício subseqüente. termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e obser-
vado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo
SEÇÃO III estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execu-
DA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL ção mensal de desembolso.              (Vide Decreto nº 4.959, de
2004)                (Vide Decreto nº 5.356, de 2005)
Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de for- Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalida-
ma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orça- de específica serão utilizados exclusivamente para atender ao ob-
mentárias e com as normas desta Lei Complementar: jeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da que ocorrer o ingresso.
programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização
do documento de que trata o § 1o do art. 4o; da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de re-
II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do sultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fis-
art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação cais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio
a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limita-
caráter continuado; ção de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão § 1o  No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram
a)  (VETADO) limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e § 2º  Não serão objeto de limitação as despesas que constituam
eventos fiscais imprevistos. obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas desti-
§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou nadas ao pagamento do serviço da dívida, as relativas à inovação e
contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orça- ao desenvolvimento científico e tecnológico custeadas por fundo
mentária anual. criado para tal finalidade e as ressalvadas pela lei de diretrizes orça-
§ 2o  O refinanciamento da dívida pública constará separada- mentárias.   (Redação dada pela Lei Complementar nº 177, de 2021)
mente na lei orçamentária e nas de crédito adicional. § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Minis-
§ 3o A atualização monetária do principal da dívida mobiliária tério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido
refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços pre- no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores finan-
visto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica. ceiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentá-
§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finali- rias.              (Vide ADI 2238)
dade imprecisa ou com dotação ilimitada. § 4o  Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o
§ 5o  A lei orçamentária não consignará dotação para investi- Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas
mento com duração superior a um exercício financeiro que não es- fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão re-
teja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclu- ferida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas
são, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição. Legislativas estaduais e municipais.

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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

§ 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de cada nos uma das seguintes condições:                (Vide Medida Provisória
semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião con- nº 2.159, de 2001)        (Vide Lei nº 10.276, de 2001)       (Vide ADI
junta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, 6357)
avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas mo- I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi con-
netária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal siderada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do
de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços. art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas
Art. 10.  A execução orçamentária e financeira identificará os no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de II - estar acompanhada de medidas de compensação, no perí-
sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de odo mencionado no caput, por meio do aumento de receita, pro-
observância da ordem cronológica determinada no  art. 100 da veniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo,
Constituição. majoração ou criação de tributo ou contribuição.
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédi-
CAPÍTULO III to presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração
DA RECEITA PÚBLICA de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redu-
ção discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios
SEÇÃO I que correspondam a tratamento diferenciado.
DA PREVISÃO E DA ARRECADAÇÃO § 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou bene-
fício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas
na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de to- as medidas referidas no mencionado inciso.
dos os tributos da competência constitucional do ente da Federa- § 3o O disposto neste artigo não se aplica:
ção. I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos inci-
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências volun- sos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º;
tárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao
refere aos impostos. dos respectivos custos de cobrança.
Art. 12.  As previsões de receita observarão as normas técni-
cas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, CAPÍTULO IV
da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de DA DESPESA PÚBLICA
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demons-
trativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os SEÇÃO I
dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cál- DA GERAÇÃO DA DESPESA
culo e premissas utilizadas.
§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só Art. 15.  Serão consideradas não autorizadas, irregulares e le-
será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica sivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de
ou legal. obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.
§ 2o O montante previsto para as receitas de operações de cré- Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação go-
dito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes vernamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado
do projeto de lei orçamentária.                (Vide ADI 2238) de:        (Vide ADI 6357)
§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício
demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;
do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentá- II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem
rias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício sub- adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual
seqüente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
de cálculo. orçamentárias.
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão § 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arre- I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto
cadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das de dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por cré-
medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valo- dito genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma
res de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho,
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobran- não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
ça administrativa. II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orça-
mentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos,
SEÇÃO II prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja
DA RENÚNCIA DE RECEITA qualquer de suas disposições.
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de § 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompa-
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar nhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considera-
no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, da irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orça-
atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo me- mentárias.
§ 4o As normas do caput constituem condição prévia para:
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra
execução de obras; que se referem à substituição de servidores e empregados públicos
II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o  § serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”.
3o do art. 182 da Constituição. § 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a
realizada no mês em referência com as dos 11 (onze) imediatamen-
SUBSEÇÃO I te anteriores, adotando-se o regime de competência, independen-
DA DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO temente de empenho.   (Redação dada pela Lei Complementar nº
178, de 2021)
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a des- § 3º Para a apuração da despesa total com pessoal, será ob-
pesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administra- servada a remuneração bruta do servidor, sem qualquer dedução
tivo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua exe- ou retenção, ressalvada a redução para atendimento ao disposto
cução por um período superior a dois exercícios.        (Vide ADI 6357) no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal.        (Incluído pela Lei
§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata Complementar nº 178, de 2021)
o  caput  deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inci- Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Cons-
so I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu cus- tituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração
teio.     (Vide Lei Complementar nº 176, de 2020) e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais
§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompa- da receita corrente líquida, a seguir discriminados:
nhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não I - União: 50% (cinqüenta por cento);
afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no II - Estados: 60% (sessenta por cento);
§ 1o do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos se- III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
guintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou § 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste
pela redução permanente de despesa.        (Vide Lei Complementar artigo, não serão computadas as despesas:
nº 176, de 2020) I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
§ 3o  Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do
base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribui- art. 57 da Constituição;
ção.      (Vide Lei Complementar nº 176, de 2020) IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de perío-
§ 4o  A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo pro- do anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18;
ponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá
sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as de- e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na for-
mais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentá- ma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da
rias.       (Vide Lei Complementar nº 176, de 2020) Emenda Constitucional no 19;
§ 5o  A despesa de que trata este artigo não será executada VI - com inativos e pensionistas, ainda que pagas por intermé-
antes da implementação das medidas referidas no § 2o, as quais dio de unidade gestora única ou fundo previsto no art. 249 da Cons-
integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.      (Vide Lei Com- tituição Federal, quanto à parcela custeada por recursos provenien-
plementar nº 176, de 2020) tes:       (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021)
§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pesso- b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201
al de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição. da Constituição;
§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela c) de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial
criada por prazo determinado. do regime de previdência, na forma definida pelo órgão do Poder
Executivo federal responsável pela orientação, pela supervisão e
SEÇÃO II pelo acompanhamento dos regimes próprios de previdência social
DAS DESPESAS COM PESSOAL dos servidores públicos.      (Redação dada pela Lei Complementar
nº 178, de 2021)
SUBSEÇÃO I § 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas
DEFINIÇÕES E LIMITES com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no
limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
Art. 18.  Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se § 3º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste
como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente artigo, é vedada a dedução da parcela custeada com recursos apor-
da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos tados para a cobertura do déficit financeiro dos regimes de previ-
a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e dência.       (Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021)
de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá
como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proven- exceder os seguintes percentuais:
tos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gra- I - na esfera federal:
tificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legisla-
bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às tivo, incluído o Tribunal de Contas da União;
entidades de previdência. b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

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c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o SUBSEÇÃO II


Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas com DO CONTROLE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL
pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 Art. 21. É nulo de pleno direito:          (Redação dada pela Lei
da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repar- Complementar nº 173, de 2020)
tidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada I - o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não
um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, atenda:
verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anterio- a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o
res ao da publicação desta Lei Complementar;                   (Vide De- disposto no inciso XIII do caput do art. 37 e no § 1º do art. 169 da
creto nº 3.917, de 2001) Constituição Federal; e        (Incluído pela Lei Complementar nº 173,
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da de 2020)
União; b) ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas
II - na esfera estadual: com pessoal inativo;        (Incluído pela Lei Complementar nº 173,
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de de 2020)
Contas do Estado;          (Vide ADI 6533) II - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;        (Vide ADI 6533) 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;       (Vide de Poder ou órgão referido no art. 20;       (Redação dada pela Lei
ADI 6533) Complementar nº 173, de 2020)    
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Esta- III - o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que
dos;       (Vide ADI 6533) preveja parcelas a serem implementadas em períodos posteriores
III - na esfera municipal: ao final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art.
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de 20;     (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
Contas do Município, quando houver; IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Exe-
b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo. cutivo, por Presidente e demais membros da Mesa ou órgão deci-
§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os li- sório equivalente do Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal
mites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à do Poder Judiciário e pelo Chefe do Ministério Público, da União e
média das despesas com pessoal, em percentual da receita corren- dos Estados, de norma legal contendo plano de alteração, reajuste e
te líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição de ato, por
anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.       (Vide ADI esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público,
6533) quando:         (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
§ 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão: a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento
I - o Ministério Público; e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular do Poder
II - no Poder Legislativo: Executivo; ou         (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União; b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja
b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas; parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Con- do mandato do titular do Poder Executivo.        (Incluído pela Lei
tas do Distrito Federal; Complementar nº 173, de 2020)
d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas § 1º As restrições de que tratam os incisos II, III e IV:        (Inclu-
do Município, quando houver; ído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
III - no Poder Judiciário: I - devem ser aplicadas inclusive durante o período de recondu-
a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição; ção ou reeleição para o cargo de titular do Poder ou órgão autôno-
b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver. mo; e        (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
§ 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciá- II - aplicam-se somente aos titulares ocupantes de cargo eletivo
rio, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constitui- dos Poderes referidos no art. 20.       (Incluído pela Lei Complemen-
ção, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o. tar nº 173, de 2020)
§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Mu- § 2º Para fins do disposto neste artigo, serão considerados atos
nicípios, os percentuais definidos nas alíneas  a  e  c  do inciso II de nomeação ou de provimento de cargo público aqueles referidos
do caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% no § 1º do art. 169 da Constituição Federal ou aqueles que, de qual-
(quatro décimos por cento). quer modo, acarretem a criação ou o aumento de despesa obriga-
§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega tória.      (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020)
dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pes- Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabeleci-
soal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percen- dos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.
tuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes  Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95%
orçamentárias. (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou ór-
 § 6o  (VETADO) gão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
§ 7º Os Poderes e órgãos referidos neste artigo deverão apu- I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
rar, de forma segregada para aplicação dos limites de que trata este remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença ju-
artigo, a integralidade das despesas com pessoal dos respectivos dicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão
servidores inativos e pensionistas, mesmo que o custeio dessas des- prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
pesas esteja a cargo de outro Poder ou órgão.      (Incluído pela Lei II - criação de cargo, emprego ou função;
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III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento SEÇÃO III


de despesa; DAS DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL
IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação
de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade so-
aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, cial poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da
saúde e segurança; fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constitui-
V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no in- ção, atendidas ainda as exigências do art. 17.        (Vide ADI 6357)
ciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na § 1o  É dispensada da compensação referida no art. 17 o au-
lei de diretrizes orçamentárias. mento de despesa decorrente de:
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão re- I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de ha-
ferido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, bilitação prevista na legislação pertinente;
sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual exce- II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços pres-
dente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sen- tados;
do pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de
providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição. preservar o seu valor real.
§ 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o ob- § 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de
jetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções saúde, previdência e assistência social, inclusive os destinados aos
quanto pela redução dos valores a eles atribuídos.                (Vide ADI servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.
2238)
§ 2o  É facultada a redução temporária da jornada de tra- CAPÍTULO V
balho com adequação dos vencimentos à nova carga horá- DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
ria.                 (Vide ADI 2238)
§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido e enquan- Art. 25.  Para efeito desta Lei Complementar,  entende-se por
to perdurar o excesso, o Poder ou órgão referido no art. 20 não transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de ca-
poderá:    (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021) pital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou
I - receber transferências voluntárias; assistência financeira, que não decorra de determinação constitu-
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; cional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas § 1o São exigências para a realização de transferência voluntá-
ao pagamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das ria, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:
despesas com pessoal.      (Redação dada pela Lei Complementar I - existência de dotação específica;
nº 178, de 2021) II -  (VETADO)
§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a des- III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Consti-
pesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre tuição;
do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
no art. 20. a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, em-
§ 5º As restrições previstas no § 3º deste artigo não se apli- préstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem
cam ao Município em caso de queda de receita real superior a 10% como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele
(dez por cento), em comparação ao correspondente quadrimestre recebidos;
do exercício financeiro anterior, devido a:             (Incluído pela Lei b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educa-
Complementar nº 164, de 2018)       Produção de efeitos ção e à saúde;
 I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Parti- c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária,
cipação dos Municípios decorrente de concessão de isenções tribu- de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de
tárias pela União; e             (Incluído pela Lei Complementar nº 164, inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;
de 2018)       Produção de efeitos d) previsão orçamentária de contrapartida.
 II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participa- § 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em finalida-
ções especiais.             (Incluído pela Lei Complementar nº 164, de de diversa da pactuada.
2018)       Produção de efeitos § 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de trans-
 § 6º O disposto no § 5º deste artigo só se aplica caso a despesa ferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetu-
total com pessoal do quadrimestre vigente não ultrapasse o limite am-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência
percentual previsto no art. 19 desta Lei Complementar, considerada, social.
para este cálculo, a receita corrente líquida do quadrimestre corres- CAPÍTULO VI
pondente do ano anterior atualizada monetariamente.             (In- DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR
cluído pela Lei Complementar nº 164, de 2018)       Produção de PRIVADO
efeitos
Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente,
cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídi-
cas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no
orçamento ou em seus créditos adicionais.

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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

§ 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administração in- § 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a re-
direta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no lativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do
exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e Brasil.
o Banco Central do Brasil. § 3o  Também integram a dívida pública consolidada as ope-
§ 2o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, fi- rações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas te-
nanciamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorro- nham constado do orçamento.
gações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a § 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não
participação em constituição ou aumento de capital. excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do
Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pes- final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito au-
soa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou in- torizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas,
direto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres acrescido de atualização monetária.
não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.
Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as SEÇÃO II
prorrogações e composições de dívidas decorrentes de operações DOS LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E DAS OPERAÇÕES DE
de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financia- CRÉDITO
mentos em desacordo com o  caput, sendo o subsídio correspon-
dente consignado na lei orçamentária. Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei
Art. 28.  Salvo mediante lei específica, não poderão ser uti- Complementar, o Presidente da República submeterá ao:
lizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante
socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que da dívida consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo
mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financia- o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como
mentos para mudança de controle acionário. de limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo
 § 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo artigo;
de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites
Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei. para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere o inci-
§ 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil so XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração
de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de sua adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da
de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias. União, atendido o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.
§ 1o  As propostas referidas nos incisos I e II do  caput  e suas
CAPÍTULO VII alterações conterão:
DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO I - demonstração de que os limites e condições guardam coe-
rência com as normas estabelecidas nesta Lei Complementar e com
SEÇÃO I os objetivos da política fiscal;
DEFINIÇÕES BÁSICAS II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma
das três esferas de governo;
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas III - razões de eventual proposição de limites diferenciados por
as seguintes definições: esfera de governo;
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apu- IV - metodologia de apuração dos resultados primário e nomi-
rado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Fede- nal.
ração, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou trata- § 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput tam-
dos e da realização de operações de crédito, para amortização em bém poderão ser apresentadas em termos de dívida líquida, eviden-
prazo superior a doze meses; ciando a forma e a metodologia de sua apuração.
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por § 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera
Estados e Municípios; de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, § 4o Para fins de verificação do atendimento do limite, a apu-
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores ração do montante da dívida consolidada será efetuada ao final de
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento cada quadrimestre.
mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de § 5o  No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República
derivativos financeiros; enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional, conforme o
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de caso, proposta de manutenção ou alteração dos limites e condições
obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação previstos nos incisos I e II do caput.
ou entidade a ele vinculada; § 6o Sempre que alterados os fundamentos das propostas de
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos que trata este artigo, em razão de instabilidade econômica ou alte-
para pagamento do principal acrescido da atualização monetária. rações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da Repúbli-
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhe- ca poderá encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional
cimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem pre- solicitação de revisão dos limites.
juízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

§ 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do § 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autori-
orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida con- zadas, no texto da lei orçamentária ou de créditos adicionais, serão
solidada, para fins de aplicação dos limites. objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades.
Seção III § 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á,
Da Recondução da Dívida aos Limites em cada exercício financeiro, o total dos recursos de operações de
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultra- crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas,
passar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser observado o seguinte:
a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas
o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no pri- sob a forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com
meiro. o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de
§ 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver in- competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta
corrido: ou indireta, do ônus deste;
I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I
externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvadas as para for concedido por instituição financeira controlada pelo ente da Fe-
pagamento de dívidas mobiliárias;       (Redação dada pela Lei Com- deração, o valor da operação será deduzido das despesas de capital;
plementar nº 178, de 2021) III -  (VETADO)
II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívi- § 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e
da ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de em- do Banco Central do Brasil, o Ministério da Fazenda efetuará o regis-
penho, na forma do art. 9o. tro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna
§ 2o  Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e en- e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão:
quanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de re- I - encargos e condições de contratação;
ceber transferências voluntárias da União ou do Estado. II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada
§ 3o As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente se o mon- e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.
tante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último § 5o Os contratos de operação de crédito externo não conte-
ano do mandato do Chefe do Poder Executivo. rão cláusula que importe na compensação automática de débitos
§ 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a rela- e créditos.
ção dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas con- § 6o  O prazo de validade da verificação dos limites e das condi-
solidada e mobiliária. ções de que trata este artigo e da análise realizada para a concessão
§ 5o  As normas deste artigo serão observadas nos casos de de garantia pela União será de, no mínimo, 90 (noventa) dias e, no
descumprimento dos limites da dívida mobiliária e das operações máximo, 270 (duzentos e setenta) dias, a critério do Ministério da
de crédito internas e externas. Fazenda.                       (Incluído pela Lei Complementar nº 159, de
2017)
SEÇÃO IV § 7º Poderá haver alteração da finalidade de operação de cré-
DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO dito de Estados, do Distrito Federal e de Municípios sem a necessi-
dade de nova verificação pelo Ministério da Economia, desde que
SUBSEÇÃO I haja prévia e expressa autorização para tanto, no texto da lei orça-
DA CONTRATAÇÃO mentária, em créditos adicionais ou em lei específica, que se de-
monstre a relação custo-benefício e o interesse econômico e social
Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos da operação e que não configure infração a dispositivo desta Lei
limites e condições relativos à realização de operações de crédito Complementar.      (Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021)
de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles contro- Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de cré-
ladas, direta ou indiretamente. dito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida mobi-
§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando- liária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação
-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a atende às condições e limites estabelecidos.
relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação § 1o A operação realizada com infração do disposto nesta Lei
e o atendimento das seguintes condições: Complementar será considerada nula, procedendo-se ao seu cance-
I - existência de prévia e expressa autorização para a contra- lamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento
tação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei de juros e demais encargos financeiros.
específica; § 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos re- dos recursos, será consignada reserva específica na lei orçamentá-
cursos provenientes da operação, exceto no caso de operações por ria para o exercício seguinte.
antecipação de receita; § 3º Enquanto não for efetuado o cancelamento ou a amortiza-
III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado ção ou constituída a reserva de que trata o § 2º, aplicam-se ao ente
Federal; as restrições previstas no § 3º do art. 23.     (Redação dada pela Lei
IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar Complementar nº 178, de 2021)
de operação de crédito externo; § 4o Também se constituirá reserva, no montante equivalente
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Cons- ao excesso, se não atendido o disposto no inciso III do art. 167 da
tituição; Constituição, consideradas as disposições do § 3o do art. 32.
VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei
Complementar.
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SUBSEÇÃO II a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não


DAS VEDAÇÕES integralmente resgatada;
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou
Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida Prefeito Municipal.
pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Comple- § 1o As operações de que trata este artigo não serão computa-
mentar. das para efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição,
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.
ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autar- § 2o As operações de crédito por antecipação de receita reali-
quia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive zadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertu-
suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma ra de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo
de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.
anteriormente. § 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanha-
§ 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as opera- mento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobser-
ções entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, vância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.
inclusive suas entidades da administração indireta, que não se des-
tinem a: SUBSEÇÃO IV
I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes; DAS OPERAÇÕES COM O BANCO CENTRAL DO BRASIL
II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Cen-
concedente. tral do Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 e mais
§ 2o O disposto no caput não impede Estados e Municípios de às seguintes:
comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas dispo- I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no mer-
nibilidades. cado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo;
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de institui-
financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualida- ção financeira ou não, de título da dívida de ente da Federação por
de de beneficiário do empréstimo. título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição fi- venda, a termo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à
nanceira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida públi- permuta;
ca para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida III - concessão de garantia.
de emissão da União para aplicação de recursos próprios. § 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados: Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, existente na cartei-
I - captação de recursos a título de antecipação de receita de ra das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante
tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, novas operações de venda a termo.
sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição; § 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente
II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária fede-
Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do ca- ral que estiver vencendo na sua carteira.
pital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma § 3o  A operação mencionada no § 2o  deverá ser realizada à
da legislação; taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público.
III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou § 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pú-
operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou blica federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda
serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.
se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;
IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com SEÇÃO V
fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços. DA GARANTIA E DA CONTRAGARANTIA

SUBSEÇÃO III Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de


DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA crédito internas ou externas, observados o disposto neste artigo,
ORÇAMENTÁRIA as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as
condições estabelecidos pelo Senado Federal e as normas emitidas
Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita desti- pelo Ministério da Economia acerca da classificação de capacidade
na-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro de pagamento dos mutuários.     (Redação dada pela Lei Comple-
e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguin- mentar nº 178, de 2021)
tes: § 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento de contra-
I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do garantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida,
exercício; e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas
II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos inciden- obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas,
tes, até o dia dez de dezembro de cada ano; observado o seguinte:
III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do
não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou in- próprio ente;
dexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;
IV - estará proibida:
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II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, CAPÍTULO VIII


ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação DA GESTÃO PATRIMONIAL
de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de
transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garan- SEÇÃO I
tidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da DAS DISPONIBILIDADES DE CAIXA
dívida vencida.
§ 2o No caso de operação de crédito junto a organismo finan- Art. 43.  As disponibilidades de caixa dos entes da Federação
ceiro internacional, ou a instituição federal de crédito e fomento serão depositadas conforme estabelece o § 3o do art. 164 da Cons-
para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a tituição.
ente que atenda, além do disposto no § 1o, as exigências legais para § 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência
o recebimento de transferências voluntárias. social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas
§ 3o  (VETADO) a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Cons-
§ 4o  (VETADO) tituição, ficarão depositadas em conta separada das demais dispo-
§ 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo nibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado,
Senado Federal. com observância dos limites e condições de proteção e prudência
§ 6o É vedado às entidades da administração indireta, inclusive financeira.
suas empresas controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda § 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o
que com recursos de fundos. § 1o em:
§ 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em
por: ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo res-
I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à pectivo ente da Federação;
prestação de contragarantia nas mesmas condições; II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Po-
II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei. der Público, inclusive a suas empresas controladas.
§ 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:
I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às SEÇÃO II
normas aplicáveis às instituições financeiras privadas, de acordo DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO
com a legislação pertinente;
II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da
financeira por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público
operações de seguro de crédito à exportação. para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por
§ 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de ga- lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
rantia prestada, a União e os Estados poderão condicionar as trans- públicos.
ferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento. Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamen-
§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela tária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após
União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em ope- adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as
ração de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou finan- despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em
ciamentos até a total liquidação da mencionada dívida. que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
§ 11. A alteração da metodologia utilizada para fins de classifi- Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará
cação da capacidade de pagamento de Estados e Municípios deverá ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes
ser precedida de consulta pública, assegurada a manifestação dos orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cum-
entes.    (Incluído pela Lei Complementar nº 178, de 2021) primento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divul-
gação.
SEÇÃO VI Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imó-
DOS RESTOS A PAGAR vel urbano expedido sem o atendimento do disposto no § 3o do
art. 182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da in-
Art. 41.  (VETADO) denização.
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no Seção III
art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair Das Empresas Controladas pelo Setor Público
obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão
dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício se- em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na for-
guinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este ma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e finan-
efeito.      (Vide Lei Complementar nº 178, de 2021)          (Vigência) ceira, sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa Constituição.
serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pa- Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balan-
gar até o final do exercício. ços trimestrais nota explicativa em que informará:
I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com res-
pectivos preços e condições, comparando-os com os praticados no
mercado;
II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especi-
ficando valor, fonte e destinação;
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III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de em- Art. 48-A.  Para os fins a que se refere o inciso II do parágra-
préstimos e financiamentos com preços, taxas, prazos ou condições fo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qual-
diferentes dos vigentes no mercado. quer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes
a:                 (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
CAPÍTULO IX I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua
realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes
SEÇÃO I ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao
DA TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do paga-
mento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realiza-
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos do;                  (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a
de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orça- receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extra-
mentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; ordinários.                  (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de
o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de 2009).
Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo
§ 1o   A transparência será assegurada também median- ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder
te:                     (Redação dada pela Lei Complementar nº 156, de Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para
2016) consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
I – incentivo à participação popular e realização de audiências Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá de-
públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos pla- monstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais
nos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos;                 (Incluí- de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
do pela Lei Complementar nº 131, de 2009). nômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da segu-
sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a ridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circuns-
execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de aces- tanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.
so público; e                (Redação dada pela Lei Complementar nº 156,
de 2016) SEÇÃO II
III – adoção de sistema integrado de administração finan- DA ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS
ceira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade
estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade
art. 48-A.                 (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
2009)              (Vide Decreto nº 7.185, de 2010) I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de
§ 2º   A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obriga-
disponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamen- tória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada;
tários e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema esta- II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas
belecidos pelo órgão central de contabilidade da União, os quais segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter com-
deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso públi- plementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;
co.                (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e con-
§ 3o  Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminha- juntamente, as transações e operações de cada órgão, fundo ou en-
rão ao Ministério da Fazenda, nos termos e na periodicidade a se- tidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive
rem definidos em instrução específica deste órgão, as informações empresa estatal dependente;
necessárias para a constituição do registro eletrônico centralizado IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas
e atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que trata o em demonstrativos financeiros e orçamentários específicos;
§ 4o do art. 32.                   (Incluído pela Lei Complementar nº 156, V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e
de 2016) as demais formas de financiamento ou assunção de compromissos
§ 4o  A inobservância do disposto  nos §§ 2o e 3o ensejará as junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o
penalidades previstas  no § 2o do art. 51.                 (Incluído pela Lei montante e a variação da dívida pública no período, detalhando,
Complementar nº 156, de 2016) pelo menos, a natureza e o tipo de credor;
§ 5o   Nos casos de envio conforme disposto no § 2o, para VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque
todos os efeitos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de
nicípios cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere ativos.
o caput.              (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) § 1o  No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as
§ 6o  Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos operações intragovernamentais.
autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e § 2o  A edição de normas gerais para consolidação das contas
fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, en-
execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo quanto não implantado o conselho de que trata o art. 67.
Poder Executivo, resguardada a autonomia.                  (Incluído pela § 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que
Lei Complementar nº 156, de 2016) permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial.
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Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta § 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:
de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das con- I - da limitação de empenho;
tas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua II - da frustração de receitas, especificando as medidas de com-
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.       bate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações
§ 1º Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao de fiscalização e cobrança.
Poder Executivo da União até 30 de abril.      (Redação dada pela Lei
Complementar nº 178, de 2021)          (Vigência) SEÇÃO IV
§ 2º O descumprimento dos prazos previstos neste artigo im- DO RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL
pedirá, até que a situação seja regularizada, que o Poder ou órgão
referido no art. 20 receba transferências voluntárias e contrate Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titu-
operações de crédito, exceto as destinadas ao pagamento da dívida lares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão
mobiliária.       (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de Fiscal, assinado pelo:
2021)          (Vigência) I - Chefe do Poder Executivo;
II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão
SEÇÃO III decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do
DO RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA Poder Legislativo;
III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Cons- Administração ou órgão decisório equivalente, conforme regimen-
tituição  abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será tos internos dos órgãos do Poder Judiciário;
publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.
composto de: Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas auto-
I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria eco- ridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle
nômica, as: interno, bem como por  outras definidas por ato próprio de cada
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem Poder ou órgão referido no art. 20.
como a previsão atualizada; Art. 55. O relatório conterá:
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Comple-
para o exercício, a despesa liquidada e o saldo; mentar, dos seguintes montantes:
II - demonstrativos da execução das: a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a pensionistas;
previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita re- b) dívidas consolidada e mobiliária;
alizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar; c) concessão de garantias;
b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;
despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício; II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se
c) despesas, por função e subfunção. ultrapassado qualquer dos limites;
§ 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobili- III - demonstrativos, no último quadrimestre:
ária constarão destacadamente nas receitas de operações de crédi- a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um
to e nas despesas com amortização da dívida. de dezembro;
§ 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
o ente às sanções previstas no § 2o do art. 51. 1) liquidadas;
Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos 2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a
relativos a: uma das condições do inciso II do art. 41;
I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no 3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo
inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu da disponibilidade de caixa;
desempenho até o final do exercício; 4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos em-
II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso penhos foram cancelados;
IV do art. 50; c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do in-
III - resultados nominal e primário; ciso IV do art. 38.
IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o; § 1o O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos in-
V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no cisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as informações relativas
art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III.
a pagar. § 2o O relatório será publicado até trinta dias após o encerra-
§ 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será mento do período a que corresponder, com amplo acesso ao públi-
acompanhado também de demonstrativos: co, inclusive por meio eletrônico.
I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Cons- § 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita
tituição, conforme o § 3o do art. 32; o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51.
II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, § 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser ela-
geral e próprio dos servidores públicos; borados de forma padronizada, segundo modelos que poderão ser
III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos atualizados pelo conselho de que trata o art. 67.
e a aplicação dos recursos dela decorrentes.
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SEÇÃO V § 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos re-


DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS feridos no art. 20 quando constatarem:
I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inci-
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo so II do art. 4o e no art. 9o;
incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou
Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, 90% (noventa por cento) do limite;
referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separada- III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das
mente, do respectivo Tribunal de Contas.    (Vide ADI 2324) operações de crédito e da concessão de garantia se encontram aci-
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âm- ma de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;
bito: IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram
I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e acima do limite definido em lei;
dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais; V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos pro-
II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, con- gramas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.
solidando as dos demais tribunais. § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálcu-
§ 2o  O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será los dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão
proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista perma- referido no art. 20.
nente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente § 3o  O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumpri-
das Casas Legislativas estaduais e municipais.    (Vide ADI 2324) mento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.
§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação
das contas, julgadas ou tomadas. CAPÍTULO X
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclu- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
sivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se
outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores
leis orgânicas municipais. àqueles previstos nesta Lei Complementar para as dívidas consoli-
§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que te- dada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.
nham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e Art. 61.  Os títulos da dívida pública, desde que devidamente
oitenta dias. escriturados em sistema centralizado de liquidação e custódia, po-
§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto derão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou
existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes em outras transações previstas em lei, pelo seu valor econômico,
de parecer prévio. conforme definido pelo Ministério da Fazenda.
Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despe-
arrecadação em relação à previsão, destacando as providências sas de competência de outros entes da Federação se houver:
adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sone- I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orça-
gação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias adminis- mentária anual;
trativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legis-
das receitas tributárias e de contribuições. lação.
Art. 63.  É facultado aos Municípios com população inferior a
SEÇÃO VI cinqüenta mil habitantes optar por:
DA FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao final do
semestre;
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos II - divulgar semestralmente:
Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder a)  (VETADO)
e do Ministério Público fiscalizarão o cumprimento desta Lei Com- b) o Relatório de Gestão Fiscal;
plementar, consideradas as normas de padronização metodológica c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
editadas pelo conselho de que trata o art. 67, com ênfase no que se III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o
refere a:    (Redação dada pela Lei Complementar nº 178, de 2021) Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de dire-
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes or- trizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5o a
çamentárias; partir do quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei Com-
II - limites e condições para realização de operações de crédito plementar.
e inscrição em Restos a Pagar; § 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser
III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com pes- realizada em até trinta dias após o encerramento do semestre.
soal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23; § 2o Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com
IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para pessoal ou à dívida consolidada, enquanto perdurar esta situação,
recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e de
respectivos limites; retorno ao limite definidos para os demais entes.
V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, Art. 64.  A União prestará assistência técnica e cooperação fi-
tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Comple- nanceira aos Municípios para a modernização das respectivas admi-
mentar; nistrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, com
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos mu- vistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar.
nicipais, quando houver.
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

§ 1o A assistência técnica consistirá no treinamento e desen- § 3º No caso de aditamento de operações de crédito garantidas
volvimento de recursos humanos e na transferência de tecnologia, pela União com amparo no disposto no § 1º deste artigo, a garantia
bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trata o será mantida, não sendo necessária a alteração dos contratos de
art. 48 em meio eletrônico de amplo acesso público. garantia e de contragarantia vigentes.       (Incluído pela Lei Comple-
§ 2o A cooperação financeira compreenderá a doação de bens mentar nº 173, de 2020)
e valores, o financiamento por intermédio das instituições finan- Art. 65-A. Não serão contabilizadas na meta de resultado pri-
ceiras federais e o repasse de recursos oriundos de operações ex- mário, para efeito do disposto no art. 9º desta Lei Complementar,
ternas. as transferências federais aos demais entes da Federação, devida-
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo mente identificadas, para enfrentamento das consequências sociais
Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembléias Legis- e econômicas no setor cultural decorrentes de calamidades pú-
lativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a blicas ou pandemias, desde que sejam autorizadas em acréscimo
situação: aos valores inicialmente previstos pelo Congresso Nacional na lei
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições es- orçamentária anual.       (Incluído pela Lei Complementar nº 195,
tabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70; de 2022)
II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão du-
limitação de empenho prevista no art. 9o. plicados no caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto
§ 1º Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual
Congresso Nacional, nos termos de decreto legislativo, em parte ou ou superior a quatro trimestres.
na integralidade do território nacional e enquanto perdurar a situa- § 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real
ção, além do previsto nos inciso I e II do caput:        (Incluído pela Lei acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento),
Complementar nº 173, de 2020) no período correspondente aos quatro últimos trimestres.
I - serão dispensados os limites, condições e demais restrições § 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Ins-
aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- tituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a
pios, bem como sua verificação, para:     (Incluído pela Lei Comple- substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB
mentar nº 173, de 2020) nacional, estadual e regional.
a) contratação e aditamento de operações de crédito;       (In- § 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as me-
cluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) didas previstas no art. 22.
b) concessão de garantias;        (Incluído pela Lei Complementar § 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na con-
nº 173, de 2020) dução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado
c) contratação entre entes da Federação; e        (Incluído pela Lei Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado
Complementar nº 173, de 2020) em até quatro quadrimestres.
d) recebimento de transferências voluntárias;         (Incluído pela Art. 67.  O acompanhamento e a avaliação, de forma perma-
Lei Complementar nº 173, de 2020) nente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão reali-
II - serão dispensados os limites e afastadas as vedações e san- zados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes
ções previstas e decorrentes dos arts. 35, 37 e 42, bem como será de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e
dispensado o cumprimento do disposto no parágrafo único do art. de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a:
8º desta Lei Complementar, desde que os recursos arrecadados se- I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
jam destinados ao combate à calamidade pública;        (Incluído pela II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência
Lei Complementar nº 173, de 2020) na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de recei-
III - serão afastadas as condições e as vedações previstas nos tas, no controle do endividamento e na transparência da gestão
arts. 14, 16 e 17 desta Lei Complementar, desde que o incentivo ou fiscal;
benefício e a criação ou o aumento da despesa sejam destinados ao III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, pa-
combate à calamidade pública.         (Incluído pela Lei Complementar dronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstra-
nº 173, de 2020) tivos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas
§ 2º O disposto no § 1º deste artigo, observados os termos es- e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como
tabelecidos no decreto legislativo que reconhecer o estado de ca- outros, necessários ao controle social;
lamidade pública:        (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
2020) § 1o  O conselho a que se refere o  caput  instituirá formas de
I - aplicar-se-á exclusivamente:       (Incluído pela Lei Comple- premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder que
mentar nº 173, de 2020) alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvi-
a) às unidades da Federação atingidas e localizadas no territó- mento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pauta-
rio em que for reconhecido o estado de calamidade pública pelo da pelas normas desta Lei Complementar.
Congresso Nacional e enquanto perdurar o referido estado de cala- § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamen-
midade;    (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) to do conselho.
b) aos atos de gestão orçamentária e financeira necessários ao Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo
atendimento de despesas relacionadas ao cumprimento do decreto do Regime Geral de Previdência Social, vinculado ao Ministério da
legislativo;      (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recur-
II - não afasta as disposições relativas a transparência, controle sos para o pagamento dos benefícios do regime geral da previdên-
e fiscalização.        (Incluído pela Lei Complementar nº 173, de 2020) cia social.
§ 1o O Fundo será constituído de:
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacio- III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000
nal do Seguro Social não utilizados na operacionalização deste; (cinquenta mil) habitantes.                        (Incluído pela Lei Comple-
II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados mentar nº 131, de 2009).
ou que lhe vierem a ser vinculados por força de lei; Parágrafo único.  Os prazos estabelecidos neste artigo se-
III - receita das contribuições sociais para a seguridade social, rão contados a partir da data de publicação da lei complemen-
previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Consti- tar que introduziu os dispositivos referidos no  caput  deste arti-
tuição; go.                       (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou Art. 73-C.  O não atendimento, até o encerramento dos prazos
jurídica em débito com a Previdência Social; previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III
V - resultado da aplicação financeira de seus ativos; do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção
VI - recursos provenientes do orçamento da União. prevista no inciso I do § 3o do art. 23.                         (Incluído pela Lei
§ 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro So- Complementar nº 131, de 2009).
cial, na forma da lei. Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua
Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir publicação.
regime próprio de previdência social para seus servidores conferir- Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio
-lhe-á caráter contributivo e o organizará com base em normas de de 1999.
contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Independência e 112o da
atuarial. República.
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total
com pessoal no exercício anterior ao da publicação desta Lei Com-
plementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 QUESTÕES
deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eli-
minando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a.
(cinqüenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das 1. FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Con-
medidas previstas nos arts. 22 e 23. sultor Legislativo - Finanças Públicas- Se o orçamento público for
Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no pra- elaborado com base na concepção do orçamento-programa, terá
zo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no § 3o do art. 23. como um dos principais critérios de classificação da despesa orça-
Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Cons- mentária aquele por
tituição, até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à (A) natureza e o objetivo de um programa vinculado à função
entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pes- saúde poderá ser aumentar o número de vacinas adquiridas.
soal dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em (B) estrutura programática e o objetivo de um programa vin-
percentual da receita corrente líquida, a despesa verificada no exer- culado à função educação poderá ser aumentar o número de
cício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento), livros adquiridos.
se esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20. (C) estrutura programática e o objetivo de um programa vin-
Art. 72.  A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e culado à função educação poderá ser a redução do analfabe-
órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em percentual da tismo.
receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor (D) ações e o objetivo de um programa vinculado à função saú-
desta Lei Complementar, até o término do terceiro exercício seguin- de poderá ser aumentar o número de médicos contratados.
te. (E) elementos de despesa e o objetivo de um programa vincu-
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar lado à função assistência social poderá ser a redução da popu-
serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro lação em situação de vulnerabilidade.
de 1940  (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950;
o Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, 2 FCC - 2022 - TRT - 5ª Região (BA) - Analista Judiciário - Área
de 2 de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente. Administrativa - Contabilidade- É conteúdo obrigatório da Lei de Di-
Art. 73-A.   Qualquer cidadão, partido político, associação ou retrizes Orçamentárias, nos termos da legislação em vigor
sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal (A) o demonstrativo regionalizado de efeitos das renúncias de
de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o des- receitas.
cumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complemen- (B) o anexo com previsão de agregados fiscais.
tar.                   (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). (C) a estimativa de impacto da criação ou aperfeiçoamento das
Art. 73-B.  Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cum- ações governamentais nos dois exercícios subsequentes.
primento das determinações dispostas nos incisos II e III do pará- (D) o demonstrativo regionalizado de diretrizes, objetivos e
grafo único do art. 48 e do art. 48-A:                        (Incluído pela Lei metas.
Complementar nº 131, de 2009). (E) o anexo de projetos prioritários.
I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Fede-
ral e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitan-
tes;                     (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000
(cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes;                      (Incluí-
do pela Lei Complementar nº 131, de 2009).

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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

3. FCC - 2019 - Câmara de Fortaleza - CE - Contador- No Brasil o benefício social gerado.


o modelo orçamentário definido na Constituição Federal de 1988 é (C) caracteriza renúncia fiscal, demandando medidas de com-
composto pelo Plano Plurianual, a Lei das Diretrizes Orçamentárias pensação mediante redução de despesas ou aumento de re-
e a Lei Orçamentária Anual. A Lei Orçamentária anual ceitas.
(A) contempla o Orçamento Fiscal, que abrange o poder da (D) encontra vedação legal, somente sendo admissível o repas-
União, seus fundos, órgãos, autarquias, inclusive as fundações se a empresas privadas a título de subvenção econômica para
instituídas e mantidas pelo Poder Público. cobertura de déficit operacional.
(B) compreende o Orçamento da Seguridade Social, que abran- (E) constitui subvenção para investimento, demandado lei au-
ge todas as entidades e órgãos vinculados à seguridade social, torizativa específica, não sendo suficiente a mera previsão de
da Administração direta e indireta, excluídos os fundos e funda- dotação na Lei Orçamentária Anual.
ções instituídos e mantidos pelo Poder Público.
(C) inclui as programações de estatais cujos trabalhos integrem 7. FCC - 2019 - Câmara de Fortaleza - CE - Contador- Sobre os
os orçamentos fiscal e da seguridade social, dentro do Orça- três grandes instrumentos que compõem o modelo orçamentário
mento de Investimentos de Estatais. brasileiro, definido na Constituição Federal de 1988, considere:
(D) permite avaliar as fontes de recursos públicos no universo
dos contribuintes e quem são os beneficiários desses recursos, I. O Plano Plurianual (PPA) tem abrangência máxima de dois
sempre levando em conta o período de quatro exercícios finan- anos.
ceiros consecutivos. II. A Lei Orçamentária Anual (LOA) tem como principais obje-
(E) tem como papel ajustar as ações de governo, previstas no tivos estimar a receita e fixar a programação das despesas para o
PPA, às reais possibilidades de caixa do Tesouro Nacional e sele- exercício financeiro.
cionar dentre os programas incluídos no PPA aqueles que terão III. O Plano Plurianual (PPA), ao identificar na Lei de Diretrizes
prioridade na execução do orçamento. Orçamentárias (LDO) as ações que receberão prioridade no exercí-
cio seguinte, torna-se o elo entre a LDO, que funciona como um pla-
4. FCC - 2021 - MANAUSPREV - Procurador Autárquico- A Lei no de médio prazo do governo, e a Lei Orçamentária Anual (LOA),
federal no 4.320/1964 classifica as receitas e as despesas em cate- que é o instrumento que viabiliza a execução do plano de trabalho
gorias econômicas. De acordo com essa lei, as receitas se classifi- do exercício a que se refere.
cam como IV. O planejamento expresso no Plano Plurianual (PPA) assume
(A) tributárias, patrimoniais e extrapatrimoniais, e as despesas a forma de grande moldura legal e institucional para a ação nacio-
se classificam como correntes, facultativas e de pessoal. nal, bem como para a formulação dos planos regionais e setoriais.
(B) correntes e extracorrentes, e as despesas se classificam V. É papel da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) ajustar as
como correntes, necessárias, mobiliárias e imobiliárias. ações de governo, previstas no Plano Plurianual (PPA), às reais pos-
(C) tributárias e não tributárias, e as despesas se classificam sibilidades de caixa do Tesouro Nacional e selecionar dentre os pro-
como necessárias e facultativas. gramas incluídos no PPA aqueles que terão prioridade na execução
(D) tributárias e patrimoniais, e as despesas se classificam do orçamento subsequente.
como despesas de pessoal, mobiliárias e imobiliárias.
(E) correntes e de capital, e as despesas se classificam como Está correto o que se afirma APENAS em
despesas correntes e despesas de capital. (A) III, IV e V.
(B) II, IV e V.
5. FCC - 2023 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário Área - (C) I, III e V.
Contabilidade- Segundo a Lei nº 4.320/1964, (D) I e II.
(A) receitas tributárias arrecadadas são ativos permanentes. (E) I, II, III e IV.
(B) despesas com investimentos empenhadas são passivos per-
manentes. 8. FCC - 2022 - DETRAN-AP - Analista de Gestão em Trânsito-
(C) despesas com inversões financeiras liquidadas são passivos O Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
financeiros. e a Lei Orçamentária Anual (LOA) formam a gestão estratégica no
(D) receitas tributárias lançadas são ativos financeiros. setor público, no tocante à questão orçamentária. A LDO refere-se
(E) despesas correntes pagas são passivos financeiros. ao plano
(A) tático, gerencial, de médio prazo.
6. FCC - 2023 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário Área - (B) operacional, de curto prazo.
Contabilidade- Suponha que o Estado pretenda instituir um progra- (C) estratégico, de longo prazo.
ma de incentivo a indústrias, destinando recursos do Tesouro Esta- (D) continuado, de curto prazo.
dual à ampliação de linhas de produção tendo por objetivo geração (E) integrado, unindo-se etapas de longo, médio e curto prazo.
de novos empregos, fomento da atividade econômica e aumento da
arrecadação de impostos. De acordo com as disposições da Lei de
Responsabilidade Fiscal e da Lei federal nº 4.320/1964, tal medida
(A) representa despesa de caráter continuado, somente sendo
admissível se incluída autorização no Plano Plurianual por De-
creto do Chefe do Executivo.
(B) caracteriza subvenção social, somente podendo ser autori-
zada se comprovada a correlação direta entre o investimento e
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

9. FCC - 2022 - DPE-AM - Assistente Técnico de Defensoria - rão aprovadas no limite de 1,2% da receita corrente líquida pre-
Assistente Técnico Administrativo- Sobre o plano plurianual (PPA), vista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que
considere: a metade deste percentual será destinada a ações e serviços
I. A lei que estabelece o plano plurianual é de iniciativa do Po- públicos de saúde e educação.
der Executivo. (E) O Presidente da República poderá enviar mensagem ao
II. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de Congresso Nacional para propor modificação no projeto de lei
forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de do orçamento anual mesmo iniciada a votação, na comissão
avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual. mista, da parte cuja alteração é proposta.
III. A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração pú- 12. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área
blica para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para Administrativa - Contabilidade- A Lei Complementar 101/2000 es-
as relativas aos programas de duração continuada. tabeleceu condições para a geração de despesa ou assunção de
Está correto o que consta de obrigação, como a estimativa do impacto orçamentário-financeiro
(A) II e III, apenas. no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes
(B) I, apenas. e a declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem
(C) I e II, apenas. adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual
(D) III, apenas. e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
(E) I, II e III. orçamentárias. É EXCEÇÃO legal ao cumprimento dessas menciona-
das condições a despesa
10. FCC - 2018 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Área (A) relativa à subvenção social na área da assistência social,
Administrativa- O conceito de gestão fiscal responsável permeia saúde ou educação.
todo o ciclo orçamentário, incluindo a elaboração das principais pe- (B) por prazo determinado prorrogada.
ças: Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e (C) suportada pela receita corrente líquida.
Lei Orçamentária Anual (LOA). Insere-se, nesse contexto, a obriga- (D) considerada irrelevante.
toriedade de inclusão na LOA de (E) com terceirização de mão de obra.
(A) anexo de riscos fiscais, em que serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pú- 13. (FCC/2018 – PREFEITURA DE MACAPA/AP – ADMINISTRA-
blicas, informando as providências a serem tomadas, caso se DOR) A Lei de Responsabilidade Fiscal constitui um inegável marco
concretizem. para a gestão responsável das finanças públicas. Nesse diapasão,
(B) reserva de contingência, cuja forma de utilização e montan- entre outros controles, introduziu um tratamento bastante restrito
te, definido com base na receita corrente líquida, são estabe- para as operações de crédito, elencando, de um lado, as situações
lecidos na LDO, sendo destinada ao atendimento de passivos equiparáveis a operações de crédito e, de outro, as operações veda-
contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos. das. De acordo com o referido diploma legal, constituem exemplos
(C) anexo de metas fiscais, em que serão estabelecidas metas de operações expressamente vedadas,
anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, (A) compromisso financeiro assumido em razão de recebimen-
despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida to antecipado de valores provenientes da venda a termo de
pública. bens e serviços.
(D) ações e programas com duração superior a dois exercícios (B) recebimento de dividendos acima do mínimo legal de em-
financeiros que não tenham sido passíveis de previsão no PPA. presa da qual o ente detenha o controle acionário.
(E) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetiva- (C) captação de recursos a título de antecipação de receita tri-
da na hipótese de frustração de receitas que redunde em não butária com fato gerador já realizado.
cumprimento de resultado primário ou nominal. (D) operação de crédito por antecipação de receita orçamen-
tária destinada à insuficiência de caixa e liquidada no mesmo
11. FCC - 2022 - SEFAZ-PE - Auditor Fiscal do Tesouro Estadu- exercício financeiro.
al - Conhecimentos Específicos- Acerca do tema dos orçamentos, a (E) assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com
Constituição Federal estabelece: fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.
(A) As leis do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e
dos orçamentos anuais são de iniciativa privativa do Poder Exe-
cutivo, exceto nos municípios e no Distrito Federal em que a GABARITO
iniciativa é geral.
(B) Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes
orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais 1 C
serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na
forma do regimento comum, cabendo a uma comissão mista 2 B
examinar e emitir parecer. 3 A
(C) As emendas ao projeto de lei do orçamento anual somente
4 E
poderão ser aprovadas se indicarem os recursos necessários,
admitidos os provenientes de anulação de despesas com dota- 5 C
ção para pessoal e seus encargos e serviço da dívida. 6 E
(D) As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária se-
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NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

7 B ______________________________________________________

8 D ______________________________________________________
9 E
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10 B
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11 B
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