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SANTO ANDRÉ - SP

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTO ANDRÉ -


SÃO PAULO

Agente Legislativo I

EDITAL Nº 01/2023

CÓD: SL-146DZ-23
7908433247036
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Interpretação de Texto................................................................................................................................................................ 7
2. Significação das palavras: sinônimos, antônimos, sentido próprio e figurado das palavras....................................................... 11
3. Ortografia Oficial......................................................................................................................................................................... 12
4. Pontuação................................................................................................................................................................................... 12
5. Acentuação................................................................................................................................................................................. 14
6. Emprego das classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção (classifi-
cação e sentido que imprime às relações entre as orações)....................................................................................................... 16
7. Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................. 25
8. Regência verbal e nominal.......................................................................................................................................................... 26
9. Crase........................................................................................................................................................................................... 29
10. Colocação pronominal................................................................................................................................................................ 29

Raciocínio Lógico
1. Estruturas lógicas........................................................................................................................................................................ 37
2. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões.................................................................................. 38
3. Lógica sentencial (proposicional): proposições simples e compostas; tabelas verdade; equivalências; leis de Morgan; diagra-
mas lógicos................................................................................................................................................................................. 38
4. Lógica de primeira ordem........................................................................................................................................................... 44
5. Princípios de contagem e probabilidades................................................................................................................................... 45
6. Raciocínio lógico envolvendo problemas.................................................................................................................................... 47

Conhecimentos Básicos de Legislação Interna e Municipal


1. Lei Orgânica do Município de Santo André (atualizada e/ou alterada)...................................................................................... 53
2. Regimento Interno da Câmara Municipal de Santo André (atualizado e/ou alterado)............................................................... 84

Conhecimentos Específicos
Agente Legislativo I
1. Protocolo: finalidade, objetivos e atividades gerais; Serviços e rotinas de protocolo, expedição e arquivo; Classificação de
documentos e correspondências................................................................................................................................................ 117
2. Princípios da Administração Pública........................................................................................................................................... 120
3. Atos Administrativos: noções gerais, espécies, elementos, atributos, validade, extinção e controle jurisdicional.................... 129
4. Administração Direta, Indireta e Fundacional............................................................................................................................. 140
5. Controle da Administração Pública............................................................................................................................................. 141
6. Contrato Administrativo.............................................................................................................................................................. 143
7. Serviços públicos......................................................................................................................................................................... 153
8. Bens públicos.............................................................................................................................................................................. 164
9. Gestão de material e controle de estoques e almoxarifado....................................................................................................... 167
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ÍNDICE

10. Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos correntes e protocolo; Controle de expedição, recebimento e
arquivamento de documentos em geral..................................................................................................................................... 187
11. Qualidade no atendimento ao público....................................................................................................................................... 201
12. Formas de tratamento; Relacionamento interpessoal................................................................................................................ 203
13. Constituição Federal (Artigos 5º, 7º e 37)................................................................................................................................... 206
14. Manual de Redação da Presidência da República: Comunicação oficial: características (formalidade, uniformidade, parece-
res, clareza, precisão, concisão e harmonia) Elaboração de documentos oficiais (relatório, ofício, memorando, carta, ata,
despachos, portaria, ordem de serviço, requerimento)............................................................................................................. 212
15. Noções Básicas das Leis: Lei Federal n.º 12.527/2011 – Lei de Acesso à Informação................................................................ 233
16. Lei Federal n.º 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa............................................................................................... 240
17. Lei Geral de Proteção de Dados (atualizada e/ou alterada)........................................................................................................ 249

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A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem menos severas.”
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito 1988.
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
evento. severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
Interpretação de Textos ou não.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias incluídos socialmente.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Comentário da questão:
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
texto, seja ele escrito, oral ou visual. com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado afirmativa correta.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
podendo ser diferente entre leitores. Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
Exemplo de compreensão e interpretação de textos além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
um texto misto (verbal e visual): afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Esco- Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
lar Especial > 2015 afirmativa correta.
Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
deias-secundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que Gêneros Discursivos
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Interpretação


romance nós temos uma história central e várias histórias secun- É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
dárias. quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
sas, previmos suas consequências.
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações ças sejam detectáveis.
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Exemplos de interpretação:
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a tro país.
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- do que com a filha.
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais Opinião
curto. A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que que fazemos do fato.
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
como horas ou mesmo minutos. pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.

Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, anteriores:
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imagens. tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a do que com a filha. Ela foi egoísta.
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
vencer o leitor a concordar com ele. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. mos expressando nosso julgamento.
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
de destaque sobre algum assunto de interesse. principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as Exemplo:
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. com o sofrimento da filha.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo GÊNEROS E TIPOS DE TEXTOS
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
berdade para quem recebe a informação. Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais
são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
Fato classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei- dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica.
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro. Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos.

Exemplo de fato: Como se classificam os tipos e os gêneros textuais


A mãe foi viajar. As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
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de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro
tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a
com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma
são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo. de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe Hiperonímia e hiponímia
abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo,
inserem em cada tipo textual: palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um
Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam Exemplos:
pela apresentação das ações de personagens em um tempo e – Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem – Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
e fábulas. Polissemia e monossemia
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra
lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o
texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas
em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de palavras apresentam apenas um significado. Exemplos:
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc. – “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida.
ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição, – A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não
conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica.
jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
expositivos. Sinonímia e antonímia
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem
de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é, semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados
caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras
composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos expressam proximidade e contrariedade.
argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido =
abaixo-assinado. veloz.
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x
orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor atrasado.
procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem Homonímia e paronímia
a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais A homonímia diz respeito à propriedade das palavras
de instruções, entre outros. apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas
o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma, distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas).
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de
texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos. forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja
os exemplos:
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS: SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS, caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer).
SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS – Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar
roxo).
Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo – Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar);
da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo
palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas. chorar) .
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e
Denotação e conotação apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das (saudação).
palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
palavras. Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.”
“Meu vizinho é um gato.”

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Porque, Por que, Porquê ou Por quê?


ORTOGRAFIA OFICIAL – Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
— Definições
porque/pois nada está molhado.  
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
cancelamento do show.  
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas,
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave);
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
do show.  
decorrentes dessas funções, entre outros.  
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
Por quê?  
ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da
Parônimos e homônimos
vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
apreender (capturar).
um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
demonstrativo).
As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma). PONTUAÇÃO
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
York.   — Visão Geral
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
regras: e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos: gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum, compreensão da frase.
abacaxi.   O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa. – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar. tipos textuais;
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, – Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
mexerica.    – Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, — Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
verminose. enunciado
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos.
Exemplo: amazonense, formosa, jocoso. Vírgula
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa, para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
burguês/burguesa. da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”. se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar. não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo

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tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em 3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser principal:
empregada: “Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”

• No interior da sentença 4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas


1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição: ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal:

ENUMERAÇÃO Por ser sempre assim, ninguém dá


Reduzida
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate. atenção!

Paguei as contas de água, luz, telefone e gás. Porque é sempre assim, já ninguém dá
Desenvolvida
atenção!

REPETIÇÃO 5 – Separar as sentenças intercaladas:


Os arranjos estão lindos, lindos! “Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
leito, até que você se recupere por completo.”
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
• Antes da conjunção “e”
2 – Isolar o vocativo 1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire
“Crianças, venham almoçar!” valores que não expressam adição, como consequência ou
“Quando será a prova, professora?” diversidade, por exemplo.
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.” 2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
4 – Isolar expressões explicativas: alguma ideia, por exemplo:
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi “(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
responsabilizado.” e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
5 – Separar conjunções intercaladas
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.” 3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas
apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado: “A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos
funcionários do setor.” O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.” e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado: e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
“Estas alegações, não as considero legítimas.” substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
apositiva nem se apresente inversamente).
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
por conjunções) Ponto
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.” 1 – Para indicar final de frase declarativa:
“O almoço está pronto e será servido.”
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”. 2 – Abrevia palavras:
– “p.” (página)
10 – Marcar a omissão de um termo: – “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo – “Dr.” (Doutor)
“fazer”).
3 – Para separar períodos:
• Entre as sentenças “O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.” Ponto e Vírgula
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”: “Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos nossa amiga, de praticar esportes.”
ajudasse.”

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2 – Para separar os itens de uma sequência de itens: 3 – Após vocativo


“Os planetas que compõem o Sistema Solar são: “Ana, boa tarde!”
Mercúrio;
Vênus; 4 – Para fechar de frases imperativas:
Terra; “Entre já!”
Marte;
Júpiter; Parênteses
Saturno; a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
Urano; intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou
Netuno.” a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como
Dois Pontos sempre)
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, quem seria promovido.”
enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores. Travessão
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.” 1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela “O rapaz perguntou ao padre:
grande ofensa.” — Amar demais é pecado?”

2 – Para introduzirem citação direta: 2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente “— Vou partir em breve.
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se — Vá com Deus!”
transforma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens: 3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Ele gritava repetidamente: “Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
– Sou inocente!”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
Reticências “Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
sintaticamente: Aspas
“Quem sabe um dia...” 1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar “Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
ainda.” “A reunião será feita ‘online’.”

3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o 2 – Para indicar uma citação direta:
objetivo de prolongar o raciocínio: “A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas Assis)
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).

4 – Suprimem palavras em uma transcrição: ACENTUAÇÃO


“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
Raimundo Fagner).
— Definição
Ponto de Interrogação A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
1 – Para perguntas diretas: palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
“Quando você pode comparecer?” regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras.
Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com
destacar o enunciado: as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na
“Não brinca, é sério?!” língua portuguesa:
– Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
Ponto de Exclamação aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
1 – Após interjeição: – Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
“Nossa Que legal!” “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico,
âncora, avô.
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
“Infelizmente!”

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– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com – Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus,
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba tônus.  
tônica! – Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons.
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de – Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns,
determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a quórum, quóruns.  
sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que – Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs,
indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.  
(˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro
exemplo semelhante é a palavra bênção.   Acentuação das palavras Proparoxítonas
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
— Monossílabas Tônicas e Átonas tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe tática, trânsito.
o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos, Ditongos e Hiatos
percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, Acentuam-se:
temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. – Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como mausoléu, sóis, véus.
abaixo: – As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.” um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
“Finalmente encontrei a chave do carro.” (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).

Recebem acento gráfico:   Não se acentuam:


– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s); – A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.:
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs. moinho, rainha, bainha.
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, – As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói. juuna, xiita. xiita.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
Não recebem acento gráfico: enjoo, magoo.
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas O Novo Acordo Ortográfico
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem
acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou
lêem leem. em vigor em 2009:

Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos 1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”. Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo;
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → vôo – voo; zôo – zoo.
Eles têm; Ele vem → Eles vêm.
2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Acentuação das palavras Oxítonas Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide;
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e européia – europeia.
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Ex.: caqui, urubu. Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo –
taoismo.
Acentuação das palavras Paroxítonas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as possuem -e tônico em hiato.
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
abaixo. Observe as exceções: ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, revêem.
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.   portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue;
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, linguïça – linguiça.
grátis, júri, lápis, oásis, táxi.

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6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo PARAR:
pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição “para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / preposição]
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / preposição]

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO,
CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE IMPRIME ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES)

— Definição
As classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


– Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para se referirem a um ser específico por já ter sido mencionado ou
por ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
– Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento
não é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


– Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.
– Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo: “No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”  
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronomes possessivo dela.
– Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe: “Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.” e Acrescente aproximadamente umas três ou quatro
gotas de baunilha.”

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Contração de artigos com preposições – Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que
Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.”/”Menina
uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse travessa”.
processo ocorre:
O número dos adjetivos
Por concordarem com o número do substantivo a que se
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim,
a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos
formosos.

O grau dos adjetivos


Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades).
– Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom
quanto o anterior.”  
– Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do
que Luciana.”
— Substantivo
– Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais,
do que a equipe.”   
qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os
– Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo,
substantivos se subdividem em:
podendo ser:
– Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que
• Analítico: “A modelo é extremamente bonita.”
nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula)
• Sintético: “Pedro é uma pessoa boníssima.”
ou lugares (São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na
– Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:
sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
• Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.”
– Primitivos ou derivados: se não for formado por outra
• Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”  
palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por
outra palavra, é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Pronome adjetivo
– Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
nomeiam sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
– Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é
pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de
a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o
gado), constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de
substantivo comum professora).
cães).  
Locução adjetiva
— Adjetivo
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio. Exemplos:
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
ou extensão à palavra, locução, oração ou pronome.
– Paixão sem freio (paixão desenfreada).
– Associação de comércios (associação comercial).
Os tipos de adjetivos
– Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo
— Verbo
simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo,
mais de um radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente,
fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
amarelo-limão).  
– Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados,
– Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos
não têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.:
“-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe
substantivo morte → adjetivo mortal; verbo lamentar → adjetivo
o exemplo do verbo “nutrir”:
lamentável).
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
– Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou
significado).
origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).  

O gênero dos adjetivos


– Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino,
isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.”
/ “Ana é uma amiga leal.”  
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– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e, tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular ou
plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse no presente
do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações, tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; tu nutre; ele/
ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e/ou têm
desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito do indicativo: Eu
disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda conjugação (-er) tem seu
radical, diz, alterado, além de apresentar duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer fosse regular, sua conjugação
no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.

— Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou
acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos.

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemento), sendo que, para cada o caso reto, existe
um correspondente oblíquo.

CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nós, conosco.
Vós Vós, convosco.
Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3a pessoa – Ele / Ela Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se de termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação).
São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de
expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos
pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na 3a pessoa.

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Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


Os seres ou objetos estão
Este, esta, estes, estas,
1a pessoa próximos da pessoa que
isto.
fala.

Os seres ou objetos estão


Esse, essa, esses, essas,
2a pessoa próximos da pessoa com
isso.
quem se fala.

Aquele, aquela, aqueles,


3a pessoa De quem/ do que se fala.
aquelas, aquilo.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada.
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.

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Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS

Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo,


VARIÁVEIS
um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.

Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais,


INVARIÁVEIS
outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, ou seja, para prevenir a repetição
indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto,
VARIÁVEIS
quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.
— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
vlugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, “Coloquei-o cuidadosamente no
depressa, devagar. Grande parte berço.”
ADVÉRBIO DE MODO das palavras que terminam em
“-mente”, como cuidadosamente, “Andou depressa por causa da
calmamente, tristemente. chuva.”
“O carro está fora.”

“Procurei pelas chaves aqui e


Perto, longe, dentro, fora, aqui, lá,
ADVÉRBIO DE LUGAR acolá, mas elas estavam aqui, na
atrás.
gaveta”

“Demorou, mas chegou longe.”


“Sempre que precisar de algo,
Antes, depois, hoje, ontem, ama-
ADVÉRBIO DE TEMPO basta chamar-me.” “Cedo ou tar-
nhã, sempre, nunca, cedo, tarde
de, far-se-á justiça.”

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“Eles formam um casal tão boni-


Muito, pouco, bastante, tão, de- to!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE
mais, tanto “Elas conversam demais!” “Você
saiu muito depressa.”
Sim e decerto; palavras afirmativas “Decerto passaram por aqui.”
com sufixo “-mente” (certamente,
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO realmente). Palavras como claro e “Claro que irei!”
positivo podem ser advérbio, de-
pendendo do contexto “Entendi, sim.”

Não e nem; palavras como negati- “Jamais reatarei meu namoro com
vo, nenhum, nunca, jamais, entre ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO
outras, podem ser advérbio de ne- “Sequer pensou para falar.” “Não
gação, dependendo do contexto. pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura, e pala- “Quiçá seremos recebidas.” “Pro-
vras que expressem dúvida, acres- vavelmente, sairei mais cedo.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA
cidas do sufixo “: -mente”, como
possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (Oração
interrogativa direta, que indica
Quando, como, onde, aonde, don- causa)
de, por que; esse advérbio pode
“Quando posso sair?” (oração
indicar circunstâncias de modo,
ADVÉRBIO DE INTERROGAÇÃO interrogativa direta que indica
tempo, lugar e causa; é usado
tempo)
somente em frases interrogativas
diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”(o-
ração interrogativa indireta, que
indica modo.

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado maior clareza e precisão.

– Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

– Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
– Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função
o sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

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Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:
“É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

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Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência.
Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três...), ordinais (primeiro, segundo, terceiro...), fracionários (meio, terço, quarto...) e
multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo...). Antes de nos profundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais e suas três
principais finalidades:
1 – indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10° (Parágrafo 10).
2 – indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – indicar capítulos, séculos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo utiliza-se o
numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

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Os tipos de numerais – Exemplo 1) ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.”


– Cardinais: são os números em sua forma fundamental e Em ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
exprimem quantidades. preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil. linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas
– alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, conforme o contexto.
quinhentos/quinhentas). – Exemplo 2) “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
– alguns números cardinais variam em número, como é o caso: o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante. preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– a palavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste, que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
mas os dois/ambos foram reprovados. valor estrutural (gramática).
– Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro,
segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a Classificação das preposições
ordem de sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de – Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
objetos. apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
– os numerais ordinais variam em gênero (masculino e podem assumir essa atribuição. São elas:
feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas,
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.
– alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo.
Exemplo: A carne de segunda está na promoção. Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
– Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
quartos (¾), 1/12 avos. por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.
– os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de Locuções prepositivas
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
– Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo. prepositivas.
– em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios,
duplos sentidos.
– Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12
unidades).
– os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.

— Preposição
Essa classe de palavras tem o objetivo de marcar as relações
gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e
advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas
relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado,
as preposições não possuem significado próprio se isoladas no
discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe
gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização
e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico,
— Interjeição
que gera significado e sentido, esteja presente, apenas possui um
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
menor valor.
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc.,
Classificação das preposições
por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades
Preposições essenciais: só aparecem na língua propriamente
autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais
como preposições, sem outra função. São elas:
elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas
também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do
interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
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– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”. da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!” em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!” imperativos.

Os tipos de interjeição Exemplos:


De acordo com as reações que expressam, as interjeições “Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
podem ser de: “Foram proibidos de realizar o atendimento.”

Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,


verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»

– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas


professoras vigiando as crianças.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
duas horas que estamos esperando.”

Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes


tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer
no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL do que ocorreria.”

Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo,


ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal
permanece na 3a pessoa do singular:
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a,
concorda com o termo que antecede o pronome:
2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
flexionado para concordar com o sujeito.
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
ou por verbos transitivos indiretos:
concordância ocorre em gênero e pessoa
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
Casos específicos de concordância verbal
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
I – Quando houver um sujeito definido;
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,
forem distintos.
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode
Observe os exemplos:
ser empregada:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos
“Isto é para nós solicitarmos.”
entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das
pessoas entenderam.”
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Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, mas
também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”

Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, se
houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve estar no plural:

– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”


– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou
adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”

Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a

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anterior a desatento a inacessível a prestes a


apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

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No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

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4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que


CRASE expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada
se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou Exemplos:
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, “Tudo às avessas.”
em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a “Barcos à deriva.”
(preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela
(pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + 5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras “moda de”, ficando somente o à explícito.
femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos Exemplos:
aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal “Arroz à (moda) grega.”
inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno “Bife à (moda) parmegiana.”
de união representado pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com: Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não de horas especificadas e definidas: Exemplos:
assistiu às aulas.” “À uma hora.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.” “Às cinco e quinze”.
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
“Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às COLOCAÇÃO PRONOMINAL
quais devemos o maior respeito e consideração”.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
construção sintática. me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
Técnicas para o emprego da crase após o verbo – ênclise.
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
palavra feminina. gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
Exemplos: formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.” Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.” as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
“Comprei o carro / a moto.” não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
“Irei ao evento / à festa.” dique a eufonia da frase.

2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, Próclise


chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da, Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não
deve ser empregado. Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Exemplos: Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.” cientemente.
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.” Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.” Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá. posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Exemplos: Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
de estudar / Insiste em estudar.” jam reduzidas: Percebia que o observavam.
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.” tudo dá.
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
Gosto de você / Penso em você.” tentos são para nos prejudicarem.

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a solução para o seu concurso!
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Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. QUESTÕES

Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do


indicativo: Trago-te flores.
1. CÂMARA DE ITAUÇU-GO – PROFESSOR NÍVEL III – ITAME –
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
2019
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
Texto 1:
posição em: Saí, deixando-a aflita.
Opiniões diferentes
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
Em um fim de tarde, ao pôr do sol, Jane Andrews, Gilbert Blythe
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
e Anne Shirley se encontraram junto a uma cerca, à sombra dos
Apressei-me a convidá-los.
galhos de abetos que uma brisa balançava gentilmente, onde um
atalho no bosque conhecido como Rosa das Bétulas se juntava à
Mesóclise
estrada principal. Jane havia passado a tarde com Anne, que agora
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
acompanhava a amiga até uma parte do caminho de volta, e, ao
passarem pela cerca, depararam-se com Gilbert. Os três estavam
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
conversando sobre a fatídica manhã do dia seguinte, que seria a
futuro do pretérito que iniciam a oração.
primeira de setembro, quando as escolas voltam a abrir suas portas.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
[...]
Far-me-ias um favor?
— Vocês dois têm certa vantagem — suspirou Anne.
— Vão lecionar para crianças que não conhecem, enquanto
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
eu terei que dar aulas para os meus antigos colegas, e a senhora
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Lynde disse que tem medo de que eles não me respeitem como
Eu lhe direi toda a verdade.
fariam com um estranho, a menos que eu seja muito severa desde o
Tu me farias um favor?
primeiro momento. Mas eu não acredito que uma professora deva
ser severa. Ai, parece tanta responsabilidade!
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
— Creio que vamos nos sair bem — apaziguou Jane. [...] — O
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
mais importante é manter a ordem, e um professor tem que ser um
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
pouco severo para isso. Se meus alunos não fizerem o que digo, eu
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
os castigarei.
Exemplos:
— Como?
Devo-lhe dizer a verdade.
— Dando-lhes uma boa palmatória, é claro.
Devo dizer-lhe a verdade.
— Jane, você não faria isso! — Lamentou Anne, chocada. —
Você não poderia! [...] Eu jamais conseguiria bater em uma criança.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
— Replicou Anne, igualmente decidida. — Não acredito de forma
do auxiliar ou depois do principal.
alguma nesse método. A senhorita Stacy nunca surrou nenhum
Exemplos:
de nós, e ela mantinha a ordem perfeitamente; e o senhor Phillips
Não lhe devo dizer a verdade.
estava sempre fazendo isso e não tinha nenhum controle sobre a
Não devo dizer-lhe a verdade.
classe. Não, se eu não conseguir dar aulas sem palmatória, desistirei
de lecionar. [...]
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
Trecho do livro Anne de Avonlea, de Lucy Maud Montgomery.
o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Considerando as classes de palavras, no trecho “Ai, parece
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
tanta responsabilidade!”, a palavra destacada é:
(A) Um advérbio.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
(B) Uma conjunção.
auxiliar.
(C) Uma interjeição.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
(D) Uma preposição.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
2. FADCT - 2022 - Prefeitura de Ibema - PR - Assistente Adminis-
do infinitivo.
trativo- A frase “ O estudante foi convidado para assistir os debates
Exemplos:
políticos.” apresenta, de acordo com a norma padrão da Língua por-
Hei de dizer-lhe a verdade.
tuguesa, um desvio de:
Tenho de dizer-lhe a verdade.
(A) Concordância nominal.
(B) Concordância verbal.
Observação
(C) Regência verbal.
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
(D) Regência nominal
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

3. FUNCERN - 2019 - Prefeitura de Apodi - RN - Professor de sobrevivência. Mas essas informações são salpicadas, incom-
Ensino Fundamental I ( 1º ao 5º ano)- pletas e mutáveis. Traçar uma linha que contextualize todos es-
Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de aciden- ses dados não é simples. Eventualmente, esse jogo mental de
tes ligar pontinhos cria armadilha para nós mesmos, pois por vezes
Luciano Melo um ponto que deveria ser descartado é inserido em uma lógica
O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu apenas por ser chamativo. E outro, ao contrário, deveria ser
carro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atra- considerado, mas é menosprezado, pois à primeira vista não
vessará e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre atendeu a um pressuposto.
o caminho pela via transversal à sua frente. Enquanto espera, Essas interpretações podem provocar outras tragédias além
olha de um lado a outro a vigiar a pista quase livre. Finalmente de acidentes de carro.
não avista mais nenhum veículo que poderá atrapalhar seu pla- Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em:
nejado movimento. É hora de dirigir, mas, no meio da traves- 20 abr. 2019. (texto adaptado)
sia, ele é surpreendido por uma grave colisão. Uma motocicleta No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a
atinge a traseira de seu veículo. ocorrência do acento grave é justificada
Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproxi- (A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um ver-
mar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação bo, e pela exigência de preposição do termo regido, que é um
semelhante, mas, caso você seja exceção e acredite que en- nome.
xergaria a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que (B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
existe sobre isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos nome, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
que de repente somem ou aparecem em uma cena. verbo.
Nossa condição humana está casada com uma inabilidade (C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome,
de perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alte- e pela exigência de artigo do termo regido, que é um verbo.
rações à nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto (D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
alvo da modificação no momento em que ela ocorrerá. Assim, verbo, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
se olharmos fixamente para uma janela cheia de vasos de flores, nome.
poderemos assistir à queda de um deles. Mas, se desviarmos
brevemente nossos olhos da janela, justamente no momento 4. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital nº
do tombo, é possível que nem notemos a falta do enfeite. O fe- 006
nômeno se chama cegueira para mudança: nossa incapacidade A importância dos debates
de visualizar variações do ambiente entre uma olhada e outra. É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham
No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de inte-
uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um resse específico dos eleitores
limiar atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alte- O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite
ração considerada dominante. Por sua vez, modificações que (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado
não ultrapassam o limiar não provocarão divergência da aten- em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa de-
ção e serão ignoradas. mocrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das
Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela
termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior de-
estende por todo nosso campo visual. A consciência de nossa talhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais
percepção não é limitada, mas nossa atenção e nossa memó- votados na primeira etapa.
ria de curtíssimo prazo são. Não somos capazes de memorizar Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao
tudo instantaneamente à nossa volta e nem podemos nos ater Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rá-
a tudo que nos cerca. Nossa introspecção da grandiosidade de dio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões
nossa experiência visual confronta com nossas limitações per- importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as
ceptivas práticas e cria uma vivência rica, porém efêmera e su- principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depen-
jeita a erros de interpretações. Dimensiona um gradiente entre der acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise
o que é real e o que se presume, algo que favorece os acidentes das finanças públicas.
de trânsito. Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir
Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos
do texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para pro-
partes centrais da pista, por onde os carros preferencialmente paganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação
circulam sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas lar-
último carro passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista gamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar
permaneceria vazio por um intervalo de tempo seguro para a os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As
travessia. As laterais da pista, locais em que motocicletas geral- respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de im-
mente trafegam, não tiveram a atenção merecida, e a velocida- prensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por
de da moto não estava no padrão esperado. parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade.
O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público
nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, pra-
possamos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa ticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de go-
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verno. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados pre- 6. FGV - 2022 - TJ-DFT - Oficial de Justiça Avaliador Federal-
dominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento
venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfei-
de interesse específico dos eleitores. tores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo
Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discus- é:
sões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informa- (A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu ma-
ções essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e rido ficará em casa;
menos passionalismo. (B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o
(A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de que ele também procura;
2018. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso (C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei
em: 30 de agosto de 2022) para comprar isso amanhã;
No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente (D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um
a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportu- guarda-chuva;
nidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos (E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar
eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há intransitáveis.
ocorrência da crase.
Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a 7. FGV - 2022 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Segurança da Infor-
alternativa em que há o emprego da crase indevidamente: mação- “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo
(A) cara a cara; às ocultas; à procura. menos do que com a vida. Apenas um livro me ensinou muito: o
(B) face a face; às pressas; à deriva. dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas também adoro a estrada,
(C) à frente; à direita; às vezes. um dicionário muito mais maravilhoso.”
(D) à tarde; à sombra de; a exceção de. Depreende-se desse pensamento que seu autor:
(A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;
5. INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para res- (B) deve tudo que conhece ao dicionário;
ponder à questão que a ele se refere. (C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
Texto 01 (D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E)constatou que os dicionários registram o melhor da vida.

8. COTEC - 2022 - Prefeitura de Paracatu - MG - Técnico Higiene


Dental - INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para
responder à questão que a ele se refere.
Texto 01

Disponível em: http://bichinhosdejardim.com/triste-fim-rela-


coes-afetivas/. Acesso em: 18 set. 2022.
A vírgula, na fala do primeiro quadro, foi usada de acordo com
a norma para separar um
(A) vocativo.
(B) aposto explicativo.
(C) expressão adverbial.
(D) oração coordenada.
(E) predicativo.

9. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Mé-


Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/38102601. Aces- dico Texto CG1A1
so em: 18 set. 2022. Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo
De acordo com o texto, “[...] sair de um acidente em alta velo- eram consideradas incapazes de aprender simplesmente por
cidade pelo vidro da frente” indica uma possuírem uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não
(A) solução. era diferente. Essa visão capacitista só começou a mudar a
(B) alternativa. partir do século XVI, com transformações que ocorreram, num
(C) prevenção. primeiro momento, na Europa, quando educadores, por conta
(D) consequência. própria, começaram a se preocupar com esse grupo.
(E) precaução.

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Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação 10. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era - Área Judiciária- A chama é bela
conhecido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audi- Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma bela
ção ainda aos 12 anos; contudo, como era membro de uma lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do
família nobre da França, teve, desde cedo, acesso à melhor fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolu-
educação possível de sua época e, assim, aprendeu a língua de tamente novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles
sinais francesa no Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Pa- deixavam a televisão de lado. A chama era mais bela e variada
ris. No Brasil, tomando-se como inspiração a iniciativa de Huet, do que qualquer programa, contava histórias infinitas, não se-
fundouse, em 26 de setembro de 1856, o Imperial Instituto de guia esquemas fixos como um programa televisivo.
SurdosMudos, instituição de caráter privado. No seu percur- O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do in-
so, o instituto recebeu diversos nomes, mas a mudança mais flamar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode
significativa se deu em 1957, quando foi denominado Instituto ser a luz ofuscante que os olhos não podem fixar, como não
Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está em funcio- podem encarar o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol),
namento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de moder- mas devidamente amestrado, quando se transforma em luz de
nização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, com vela, permite jogos de claro-escuro, vigílias noturnas nas quais
suas discussões sobre educação de surdos. uma chama solitária nos obriga a imaginar coisas sem nome...
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância
grande influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à
foi ganhando espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada chama branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sen-
pelos surdos brasileiros. Contudo, nesse mesmo período, mui- tido, a natureza do fogo é ascensional, remete a uma transcen-
tos educadores ainda defendiam a ideia de que a melhor ma- dência e, contudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele
neira de ensinar era pelo método oralizado, ou seja, pessoas vive no coração da Terra, é também símbolo de profundidades
surdas seriam educadas por meio de línguas orais. Nesse caso, infernais. É vida, mas é também experiência de seu apagar-se e
a comunicação acontecia nas modalidades de escrita, leitura, de sua contínua fragilidade.
leitura labial e também oral. No Congresso de Milão, em 11 de (Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janei-
setembro de 1880, muitos educadores votaram pela proibição ro: Record, 2021, p. 54-55)
da utilização da língua de sinais por não acreditarem na efetivi- Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
dade desse método na educação das pessoas surdas. (A) Os filhos do autor diante da lareira, não deixaram de se es-
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da pantar, com o espetáculo inédito daquelas chamas bruxulean-
Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, tes.
a Libras continuou sendo utilizada devido à persistência dos (B) Como metáfora, o fogo por conta de seus inúmeros atribu-
surdos. Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua tos, chega mesmo a propiciar expansões, simbólicas e metafó-
Brasileira de Sinais, e os surdos continuaram lutando pelo seu ricas.
reconhecimento e regulamentação por meio de um projeto de (C) Tanto como a do Sol, a luz do fogo, uma vez expandida,
lei escrito em 1993. Porém, apenas em 2002, foi aprovada a pode ofuscar os olhos de quem, imprudente, ouse enfrentá-la.
Lei 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (D) O autor do texto em momentos descritivos, não deixa de
(Libras) como meio legal de comunicação e expressão no país. insinuar sua atração, pela magia dos poderes e do espetáculo
Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações) do fogo.
Assinale a opção correta a respeito do emprego das formas ver- (E) Disponíveis metáforas, parecem se desenvolver quando,
bais e dos sinais de pontuação no texto CG1A1. por amor ou por ódio extremos somos tomados por paixões
(A) A correção gramatical e a coerência do texto seriam preser- incendiárias.
vadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “mas”
(primeiro período do quarto parágrafo) fosse eliminada. 11. AGIRH - 2022 - Prefeitura de Roseira - SP - Enfermeiro 36
(B) A forma verbal “tiveram” (primeiro período do terceiro pa- horas - Assinale o item que contém erro de ortografia.
rágrafo) poderia ser substituída por “obtiveram” sem prejuízo (A) Na cultura japonesa, fica desprestigiado para sempre quem
aos sentidos e à correção gramatical do texto. inflinge as regras da lealdade.
(C) A forma verbal “continuou” (primeiro período do quarto (B) Não conseguindo prever o resultado a que chegariam, sen-
parágrafo) está flexionada no singular para concordar com o tiu-se frustrado.
artigo definido “a”, mas poderia ser substituída, sem prejuízo (C) Desgostos indescritíveis, porventura, seriam rememorados
à correção gramatical, pela forma verbal “continuaram”, que durante a sessão de terapia.
estabeleceria concordância com o termo “Libras”. (D) Ao reverso de outros, trazia consigo autoconhecimento e
(D) A forma verbal “acreditarem” (quarto período do terceiro autoafirmação.
parágrafo) concorda com “educadores” e por isso está flexio-
nada no plural.
(E) No primeiro período do terceiro parágrafo do texto, é facul-
tativo o emprego da vírgula imediatamente após “Libras”.

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12. Unoesc - 2022 - Prefeitura de Maravilha - SC - Agente Admi- 14. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Mé-
nistrativo - Edital nº 2- Considerando a acentuação tônica, assinale dico- Texto CG1A1
as alternativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso.
( ) As palavras “gramática” e “partir” são, respectivamente, Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram
proparoxítona e oxítona. consideradas incapazes de aprender simplesmente por possu-
( ) “Nós” é uma palavra oxítona. írem uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era di-
( ) “César” não é proparoxítona, tampouco oxítona. ferente. Essa visão capacitista só começou a mudar a partir do
( ) “Despretensiosamente” é uma palavra proparoxítona. século XVI, com transformações que ocorreram, num primeiro
( ) “Café” é uma palavra paroxítona. momento, na Europa, quando educadores, por conta própria,
A sequência correta de cima para baixo é: começaram a se preocupar com esse grupo.
(A) F, V, V, F, V. Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação
(B) V, V, F, V, F. dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era
(C) V, F, V, F, V. conhecido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audi-
(D) V, V, V, F, F. ção ainda aos 12 anos; contudo, como era membro de uma
família nobre da França, teve, desde cedo, acesso à melhor
13. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TCE-PB - Médico- Texto CB1A1-I educação possível de sua época e, assim, aprendeu a língua de
A história da saúde não é a história da medicina, pois ape- sinais francesa no Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Pa-
nas de 10% a 20% da saúde são determinados pela medicina, ris. No Brasil, tomando-se como inspiração a iniciativa de Huet,
e essa porcentagem era ainda menor nos séculos anteriores. fundouse, em 26 de setembro de 1856, o Imperial Instituto de
Os outros três determinantes da saúde são o comportamento, SurdosMudos, instituição de caráter privado. No seu percur-
o ambiente e a biologia – idade, sexo e genética. As histórias so, o instituto recebeu diversos nomes, mas a mudança mais
da medicina centradas no atendimento à saúde não permitem significativa se deu em 1957, quando foi denominado Instituto
uma compreensão global da melhoria da saúde humana. A his- Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está em funcio-
tória dessa melhoria é uma história de superação. Antes dos namento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de moder-
primeiros progressos, a saúde humana estava totalmente es- nização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, com
tagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil anos, até meados suas discussões sobre educação de surdos.
do século XVIII, a expectativa de vida dos seres humanos oci- Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram
dentais não evoluíra de modo significativo. Estava paralisada grande influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que
na faixa dos 25-30 anos. Foi somente a partir de 1750 que o foi ganhando espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada
equilíbrio histórico se modificou positivamente. Vários elemen- pelos surdos brasileiros. Contudo, nesse mesmo período, mui-
tos alteraram esse contexto, provocando um aumento pratica- tos educadores ainda defendiam a ideia de que a melhor ma-
mente contínuo da longevidade. Há 200 anos, as suecas deti- neira de ensinar era pelo método oralizado, ou seja, pessoas
nham o recorde mundial com uma longevidade de 46 anos. Em surdas seriam educadas por meio de línguas orais. Nesse caso,
2019, eram as japonesas que ocupavam o primeiro lugar, com a comunicação acontecia nas modalidades de escrita, leitura,
uma duração média de vida de 88 anos. Mesmo sem alcançar leitura labial e também oral. No Congresso de Milão, em 11 de
esse recorde, as populações dos países industrializados podem setembro de 1880, muitos educadores votaram pela proibição
esperar viver atualmente ao menos 80 anos. Desde 1750, cada da utilização da língua de sinais por não acreditarem na efetivi-
geração vive um pouco mais do que a anterior e prepara a se- dade desse método na educação das pessoas surdas.
guinte para viver ainda mais tempo. Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da
Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição,
cada vez mais? a Libras continuou sendo utilizada devido à persistência dos
Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11 surdos. Posteriormente, buscou-se a legitimidade da Língua
(com adaptações). Brasileira de Sinais, e os surdos continuaram lutando pelo seu
No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, jul- reconhecimento e regulamentação por meio de um projeto de
gue o item seguinte. lei escrito em 1993. Porém, apenas em 2002, foi aprovada a
A inserção de uma vírgula imediatamente após o termo “au- Lei 10.436/2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais
mento” (nono período) prejudicaria a correção gramatical e o sen- (Libras) como meio legal de comunicação e expressão no país.
tido original do texto. Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações)
( )CERTO A conjunção “contudo”, no segundo período do segundo pará-
( )ERRADO grafo do texto CG1A1, poderia ser substituída, mantidas a coesão e
a coerência textuais, por
(A) destarte.
(B) entretanto.
(C) ademais.
(D) embora.
(E) portanto.

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15. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro - 17 SELECON - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em
RS - Controlador Interno- Considerando-se a concordância nominal, Nutrição Escolar- Considerando a regência nominal e o emprego do
marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assi- acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta festa” está
nalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: corretamente substituído em:
( ) Agora que tudo passou, sinto que tenho menas tristezas na (A) inerentes à determinado momento
minha vida. (B) inerentes à regras de convivência
( ) Posso pedir teu bloco e tua caneta emprestada? (C) inerentes à regulamentos anteriores
( ) É proibido a entrada de animais na praia. (D) inerentes à evidência de incorreções
(A) C - E - C.
(B) C - E - E. 18. Assinale a frase com desvio de regência verbal.
(C) E - E - C. (A) Informei-lhe o bloqueio do financiamento de pesquisas.
(D) E - C - E. (B) Avisaram-no a liberação de recursos para ciência e tecno-
logia.
16. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário (C) Os acadêmicos obedecem ao planejamento estratégico.
- Área Judiciária (D) Todos os homens, por natureza, aspiram ao saber.
O meu ofício (E) Assistimos ao filme que apresentou a obra daquele grande
O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. Es- cientista.
pero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo
que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me 19. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
extraordinariamente à vontade e me movo num elemento que nº 007- Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas,
tenho a impressão de conhecer extraordinariamente bem: uti- assinale a alternativa com a sequência certa considerando a obser-
lizo instrumentos que me são conhecidos e familiares e os sinto vância das normas da língua portuguesa:
bem firmes em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se ( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta.
estudo uma língua estrangeira, se tento aprender história ou ( ) Visitei a cidade onde você nasceu.
geografia, ou tricotar uma malha, ou viajar, sofro e me pergun- ( ) É perigoso o local a que você se dirige.
to como é que os outros conseguem fazer essas coisas. E tenho ( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram
a impressão de ser cega e surda como uma náusea dentro de milhões.
mim. (A) E – E – E – C
Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo (B) C – C – C – E
mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me (C) C – E – E – E
importa nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei (D) C – C – C – C
escrever histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou
um artigo sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. 20. PREFEITURA DE SANTANA DO DESERTO-MG –
O que escrevo nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E FISIOTERAPEUTA – PREFEITURA DE SANTANA DO DESERTO-MG –
sempre tenho a sensação de enganar o próximo com palavras 2019
tomadas de empréstimo ou furtadas aqui e ali. INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto abaixo para responder
Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em à questão que se segue.
seu país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as ár- A zica do Planalto
vores e os muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei Zica com “c” é uma gíria brasileira que significa mau agouro,
até a morte. Entre os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às azar, maldição, momento de baixoastral, quando tudo dá errado.
vezes imaginava que podia pintar, ou conquistar países a cava- A origem da palavra não se sabe ao certo, mas há quem jure que
lo, ou inventar uma nova máquina. Mas a primeira coisa séria seria uma contração da palavra ziquizira. Faz sentido. Não tem nada
que fiz foi escrever um conto, um conto curto, de cinco ou seis a ver com a zika, triste doença transmitida pelo mosquito Aedes
páginas: saiu de mim como um milagre, numa noite, e quando aegypti. Triste porque infecta o cérebro de bebês no útero materno,
finalmente fui dormir estava exausta, atônita, estupefata. triste porque atesta nossa incompetência de país subdesenvolvido
(Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. diante do mosquito que também transmite a dengue, triste porque
Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, pode atingir 1,5 milhão de pessoas no Brasil neste ano, segundo a
passim) Organização Mundial da Saúde (OMS).
As normas de concordância verbal encontram-se plenamente Cada fala da presidente Dilma Rousseff sobre a zika vira uma
observadas em: festa para humoristas e um constrangimento para a maioria da
(A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam população – não, claro, para os militantes dilmistas, que a perdoam
por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu. sempre e atribuem esses lapsos à pressão da dieta argentina ou da
(B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca “inquisição medieval” contra ela e contra Lula. Dilma já chamou o
falta a espontaneidade dos bons escritos. mosquito de vírus. Dilma já chamou a zika de vetor. Dilma já disse
(C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa- que a doença é transmitida por ovos infectados por vírus. Dilma já
cilidade que encontra ela em escrever seus textos. inventou um outro inseto que seria especializado em zika, e que
(D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au- não seria o mesmo da dengue.
tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa. Dilma também disse que “o Brasil não parou e nem vai parar” –
(E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri- e não vai mesmo parar de piorar enquanto ela achar que o inferno
tora, do que os que a levaram a imaginar histórias. são os outros. A microcefalia do Planalto não permite que criatura
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e criador caiam na real. Dilma e Lula estão juntos na saúde e na Tendo em vista a significação das palavras, é CORRETO afirmar
doença, na alegria e na tristeza. Juntos no idioma maltratado. Juntos que as palavras negritadas são:
na solidariedade a Zé Dirceu, o consultor-modelo que mais voou (A) Homônimas homógrafas.
em jatinhos de empreiteiros e lobistas, abastecidos por propinas. (B) Parônimas.
Juntos no discurso de perseguição da “mídia”, da Lava Jato e dos (C) Homônimas homófonas.
delatores premiados. (D) Sinônimas.
Pode continuar a trocar o ministro da Saúde, o ministro da
Fazenda, o ministro do Planejamento, o ministro da Educação (aliás,
por onde anda Aloizio Mercadante, qual será seu bloco escolar este GABARITO
ano?). De nada vai adiantar essa dança das cadeiras ministeriais para
agradar a um ou outro partido. Não são eles os mosquitos vetores
que contaminaram o Brasil com uma ziquizira da qual será muito
1 C
difícil sair. O da Saúde, Marcelo Castro, formado em psiquiatria,
depois de espalhar piadinhas de mau gosto com mulheres grávidas, 2 C
cometeu o pecado fatal: foi sincero. Marcelo Castro disse que o 3 D
Brasil “está perdendo feio” a guerra contra o mosquito – e isso é o
fim da picada, não é, presidente? 4 D
Dilma não convive com a sinceridade. Seu governo não erra. 5 D
Aliás, “se erra”, como admitiu há alguns meses, erra pouco e sem
maldade – e tudo tem conserto. Erra porque foi vítima. Suas amigas, 6 E
do gênero Erenice Guerra, também sempre acertam. Se erram, é 7 D
por ingenuidade ou por falta de memória. A ex-ministra Erenice é
8 A
ingênua, dá para sentir. E nem lembra quem pagou viagens aéreas
dela. Dilma também já se esqueceu de muitas canetadas nessa 9 D
roda-viva de Petrobras, Casa Civil, Presidência da República. Seu 10 C
problema não foi o mosquito, mas a mosca azul.
Para a mosca azul não há antídoto nem vacina. A mosca, num 11 A
passe de mágica, tira as contas do vermelho num gráfico ilusório, 12 D
com a sua, a nossa ajuda. Uns bilhões do FGTS aqui, outros da CPMF
ali, e pronto. O país fica cor-de-rosa, a cor dos programas eleitorais 13 CERTO
do PT. Só que não, a conta não fecha mesmo assim, porque o Estado 14 B
brasileiro é voraz e gigantesco. Não há foco na redução do tamanho. 15 D
Só no aumento de taxas, impostos e contas de serviços públicos. A
dívida pública federal terminou 2015 em R$ 2.793 trilhões. A dívida 16 B
– assim como o Brasil – não vai parar. 17 D
Diante do Conselhão de quase uma centena de empresários,
empreendedores, banqueiros e autoridades – sem a presença 18 B
incômoda da imprensa –, Dilma lançou um plano de sete medidas 19 D
para liberar R$ 83 bilhões em crédito para habitação, agricultura,
20 C
infraestrutura, pequenas e médias empresas. A maior parte desse
dinheiro viria do FGTS. Crédito para um país em recessão, que não
acredita na capacidade do governo para enfrentar a crise. Dilma ANOTAÇÕES
disse que, para “a travessia a um porto seguro”, a CPMF é “a melhor
solução disponível”. ______________________________________________________
Não existe nem espaço para o crédito moral, quando se vê
Lula, o fiador de Dilma, acuado por delações que o envolvem em ______________________________________________________
reformas milionárias e obscuras de imóveis como o tríplex do
Guarujá ou o sítio de Atibaia – hoje amaldiçoados. Na vida real, os ______________________________________________________
juros batem recorde e famílias endividadas precisam refinanciar
seus débitos porque não podem lançar mão do dinheiro alheio. ______________________________________________________
O Solaris não nasce para todos. A zica que contaminou o país tem
origem na Capital. ______________________________________________________
(Disponível em : https://oglobo.globo.com/epoca/colunas-e-
______________________________________________________
-blogs/ruth-de)
Considere o trecho: “Zica com “c” é uma gíria brasileira que ______________________________________________________
significa mau agouro, azar, maldição, momento de baixo-astral,
quando tudo dá errado. A origem da palavra não se sabe ao certo, ______________________________________________________
mas há quem jure que seria uma contração da palavra ziquizira. Faz
sentido. Não tem nada a ver com a zika, triste doença transmitida ______________________________________________________
pelo mosquito Aedes aegypti. ” (Parágrafo 1º)
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RACIOCÍNIO LÓGICO

Nos próximos exemplos, veremos como relacionar uma ou


ESTRUTURAS LÓGICAS mais proposições através de conectivos.

Existem cinco conectivos fundamentais, são eles:


Raciocínio lógico é o modo de pensamento que elenca
hipóteses, a partir delas, é possível relacionar resultados, obter ^: e (aditivo) conjunção
conclusões e, por fim, chegar a um resultado final. Posso escrever “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o
Mas nem todo caminho é certeiro, sendo assim, certas Real”, posso escrever p ^ q.
estruturas foram organizadas de modo a analisar a estrutura da
lógica, para poder justamente determinar um modo, para que v: ou (um ou outro) ou disjunção
o caminho traçado não seja o errado. Veremos que há diversas p v q: Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real
estruturas para isso, que se organizam de maneira matemática.
A estrutura mais importante são as proposições.
: “ou” exclusivo (este ou aquele, mas não ambos) ou
Proposição: declaração ou sentença, que pode ser verdadeira disjunção exclusiva (repare o ponto acima do conectivo).
ou falsa. p v q: Ou Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real (mas
nunca ambos)
Ex.: Carlos é professor.
¬ ou ~: negação
As proposições podem assumir dois aspectos, verdadeiro ou ~p: Carlos não é professor
falso. No exemplo acima, caso Carlos seja professor, a proposição é
verdadeira. Se fosse ao contrário, ela seria falsa. ->: implicação ou condicional (se… então…)
Importante notar que a proposição deve afirmar algo, p -> q: Se Carlos é professor, então a moeda do Brasil é o Real
acompanhado de um verbo (é, fez, não notou e etc). Caso a nossa
frase seja “Brasil e Argentina”, nada está sendo afirmado, logo, a ⇔: Se, e somente se (ou bi implicação) (bicondicional)
frase não é uma proposição. p ⇔ q: Carlos é professor se, e somente se, a moeda do Brasil
Há também o caso de certas frases que podem ser ou não é o Real
proposições, dependendo do contexto. A frase “N>3” só pode
ser classificada como verdadeira ou falsa caso tenhamos algumas Vemos que, mesmo tratando de letras e símbolos, estas
informações sobre N, caso contrário, nada pode ser afirmado. estruturas se baseiam totalmente na nossa linguagem, o que torna
Nestes casos, chamamos estas frases de sentenças abertas, devido mais natural decifrar esta simbologia.
ao seu caráter imperativo. Por fim, a lógica tradicional segue três princípios. Podem
O processo matemático em volta do raciocínio lógico nos parecer princípios tolos, por serem óbvios, mas pensemos aqui, que
permite deduzir diversas relações entre declarações, assim, estamos estabelecendo as regras do nosso jogo, então é primordial
iremos utilizar alguns símbolos e letras de forma a exprimir estes que tudo esteja extremamente estabelecido.
encadeamentos.
As proposições podem ser substituídas por letras minúsculas 1 – Princípio da Identidade
(p.ex.: a, b, p, q, …) p=p
Literalmente, estamos afirmando que uma proposição é igual
Seja a proposição p: Carlos é professor (ou equivalente) a ela mesma.
Uma outra proposição q: A moeda do Brasil é o Real
2 – Princípio da Não contradição
É importante lembrar que nosso intuito aqui é ver se a p=qvp≠q
proposição se classifica como verdadeira ou falsa. Estamos estabelecendo que apenas uma coisa pode acontecer
às nossas proposições. Ou elas são iguais ou são diferentes, ou seja,
Podemos obter novas proposições relacionando-as entre si. não podemos ter que uma proposição igual e diferente a outra ao
Por exemplo, podemos juntar as proposições p e q acima obtendo mesmo tempo.
uma única proposição “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o
Real”. 3 – Princípio do Terceiro excluído
pv¬p

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Por fim, estabelecemos que uma proposição ou é verdadeira No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse
ou é falsa, não havendo mais nenhuma opção, ou seja, excluindo encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a
uma nova (como são duas, uma terceira) opção). resultados falsos. Por exemplo:

DICA: Vimos então as principais estruturas lógicas, como A água do mar é feita de água e sal
lidamos com elas e quais as regras para jogarmos este jogo. Então, A bolacha de água e sal é feita de água e sal
escreva várias frases, julgue se são proposições ou não e depois Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito
tente traduzi-las para a linguagem simbólica que aprendemos. de bolacha)
Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada
de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo
DEDUÇÕES E CONCLUSÕES de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
Quanto mais queijo, mais buraco
Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos Quanto mais buraco, menos queijo
nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de Então quanto mais queijo, menos queijo?
argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo
assunto.
No entanto, a construção desta argumentação não é LÓGICA SENTENCIAL (PROPOSICIONAL): PROPOSIÇÕES
necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação, SIMPLES E COMPOSTAS; TABELAS VERDADE; EQUIVALÊN-
e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras CIAS; LEIS DE MORGAN; DIAGRAMAS LÓGICOS
falsas.

Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente) PROPOSIÇÃO


Todo ser humano é mortal Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa-
Sócrates é um ser humano mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa-
Logo Sócrates é mortal mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
respeito de determinados conceitos ou entes.
Inferências: Argumentar através da dedução
Se Carlos for professor, haverá aula Valores lógicos
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
contrário, então Carlos não é professor verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos
Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
específica Com isso temos alguns aximos da lógica:
Roraima fica no Brasil – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não
A moeda do Brasil é o Real pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
Logo, a moeda de Roraima é o Real – PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma existindo um terceiro caso.
parte específica e chegando ao todo
Todo professor usa jaleco
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores,
Todo médico usa jaleco
que são: V ou F.”
Então todo professor é médico
Classificação de uma proposição
Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades
Elas podem ser:
universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
sofismo1.
– Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
movimentos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC, do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
sendo considerados muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensa-
mento. Desta forma, o termo sofismo se refere a quando a estrutura
foge da lógica tradicional e se obtém uma conclusão falsa.
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RACIOCÍNIO LÓGICO

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

CONECTIVOS (CONECTORES LÓGICOS)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclu-
v p ou q
siva

Disjunção Exclu-
v Ou p ou q
siva

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo: Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou • Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- (última coluna), V (verdades).
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia,
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res- sejam as proposições P0, Q0, R0, ...
pectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q • Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver-
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
(C) p -> q, p v q, ¬ p Tautologia e vice versa.
(D) p v p, p -> q, ¬ q Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição,
(E) p v q, ¬ q, p v q então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...
Resolução: • Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- composta que não é tautologia e nem contradição.
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma Exemplos:
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- 4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
da pelo símbolo (→). objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
Resposta: B. qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto
à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
TABELA VERDADE ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi- P: Cometeu o crime A.
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a Q: Cometeu o crime B.
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen- R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com- regime fechado.
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados. S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú- qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se- Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
guinte teorema: que se segue.
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro- A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
posições simples componentes contém 2n linhas.” dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
falsas.
Exemplo: ( ) Certo
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim- ( ) Errado
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro- Resolução:
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a: Considerando P e Q como V.
(A) 2; (V→V) ↔ ((F)→(F))
(B) 4; (V) ↔ (V) = V
(C) 8; Considerando P e Q como F
(D) 16; (F→F) ↔ ((V)→(V))
(E) 32. (V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resolução: Resposta: Certo.
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima,
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

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RACIOCÍNIO LÓGICO

EQUIVALÊNCIA
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

LEIS DE MORGAN
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
exprimem que NEGAÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

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RACIOCÍNIO LÓGICO

DIAGRAMAS LÓGICOS
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS


ALGUM
O
A NÃO é B

TODO
A
AéB
Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
Se um elemento pertence ao conjunto A, ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
então pertence também a B. não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B
NENHUM
E
AéB Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
Existe pelo menos um elemento que – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
pertence a A, então não pertence a B, e cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
vice-versa. casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Existe pelo menos um elemento co- Cinema = C
mum aos conjuntos A e B. Casa de Cultura = CC
Podemos ainda representar das seguin- Teatro = T
tes formas: Analisando as proposições temos:
ALGUM - Todo cinema é uma casa de cultura
I
AéB

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RACIOCÍNIO LÓGICO

- Existem teatros que não são cinemas (D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.

(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM

Uma certa evolução de uma lógica sentencial é a lógica de


primeira ordem ou lógica de predicados, onde além dos conectivos,
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC estão presente os quantificadores (com expressões como qualquer
Segundo as afirmativas temos: e algum, por exemplo)2.
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último Esta forma de raciocinar segue os mesmos preceitos que a
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo lógica com conectivos (e, ou, ou exclusivo, implicação, …), tendo
menos um dos cinemas é considerado teatro. também novos símbolos, que são:

∀: qualquer, todo
∀x(A(x) -> B(x))
Para todo elemento, se pertence a A, pertence a B.

∃: existe, algum, pelo menos um


∃x(A(x)^B(X): existe elemento que pertence a A e a B

∄: Não existe, nenhum


Nenhum A é B = Todo A é não B

A negativa de tais estruturas não são tão diretas como às


apresentadas nas Leis de Morgan. A negativa de ∃ (existe,) é ∄ (não
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes- existe), mas a negativa de ∄ pode ser ∃ ou ∀ (para todo), assim
mo princípio acima. como a negativa de ∀ pode ser tanto ∃ e ∄, por isso, cada caso deve
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, ser analisado atentamente.
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos Tendo elencado estas novas estruturas, basta construirmos
afirma isso tabelas verdade com elas, para resolvermos questões.
Repare que agora estamos trabalhando não só com o aspecto
verdadeiro/falso mas com a ideia de quantidade (existe um, todo,
nenhum), então nosso estudo das afirmações devem levar em
consideração estas novas peculiaridades.

2 Dizemos que a lógica de primeira ordem é uma extensão da lógica


sentencial.
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RACIOCÍNIO LÓGICO

Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos


PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADES 3 elementos tomados 2 a 2.

Indica-se A3,2
A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos
problemas de contagem.

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM


Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de
um evento composto de duas ou mais etapas. Permutação Simples
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão E2 Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer
pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de se agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2. O número de permutações simples de n elementos é indicado
por Pn.
Exemplo Pn = n!

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).
3(blusas)=6 maneiras

Fatorial
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto
de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu- Exemplo
tivos. Para facilitar adotamos o fatorial. Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)
Solução
Arranjo Simples Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permutações.
Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p, toda Como temos uma letra repetida, esse número será menor.
sequência de p elementos distintos de E.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E
Exemplo
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2
algarismos distintos podemos formar?

Combinação Simples
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, pode-
mos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto com
i elementos é chamado combinação simples.

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que po-
demos formar a partir de um grupo de 5 alunos.

Solução

Observe que os números obtidos diferem entre si:


Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
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RACIOCÍNIO LÓGICO

Números Binomiais Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo de


O número de combinações de n elementos, tomados p a p, tam- Pascal.
bém é representado pelo número binomial .

Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos de-
nominadores é igual ao numerador são iguais:
PROBABILIDADE

Experimento Aleatório
Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível,
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento
Relação de Stifel de um dado.

Espaço Amostral
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para
Triângulo de Pascal cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}

No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para


cima:
E={Ca,Co}

Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}

Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer


um número par, tem-se {2,4,6}.

Exemplo
Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas
para cima em três lançamentos de uma moeda.
LINHA 0 1
LINHA 1 1 1 a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
b) Descreva o espaço amostral.
LINHA 2 1 2 1
LINHA 3 1 3 3 1 Solução
LINHA 4 1 4 6 4 1 a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento,
há duas possibilidades.
LINHA 5 1 5 10 10 5 1
LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1 2x2x2=8

Binômio de Newton b)
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a + E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}
b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
n = 0 → (a + b)0 = 1 Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com
n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.
n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3

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RACIOCÍNIO LÓGICO

Eventos complementares Probabilidade Condicional


Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um evento É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o
de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por , o evento evento B, definido por:
formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.

E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6
B={2,4,6} n(B)=3
A={2}

Note que

Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas. Sa-
Eventos Simultâneos
be-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha
Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos-
é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:
seja vermelha.

Solução

RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS


São complementares.

Este é um assunto muito cobrado em concursos e exige que o


candidato (a) tenha domínio de habilidades e conteúdos matemá-
ticos (aritméticos, algébricos e geométricos) para sua resolução e
Adição de probabilidades também noções sobre deduzir informações de relações arbitrárias
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não entre objetos, lugares, pessoas e/ou eventos fictícios dados. Exer-
vazio. Tem-se: citar faz com que se ganhe gradativamente essas habilidades e o
domínio dos conteúdos. Vejamos algumas questões que abordam
o assunto.

Questões
Exemplo
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter 01. (TJ/PI – Analista Judiciário – Escrivão Judicial – FGV) Em
um número par ou menor que 5, na face superior? um prédio há três caixas d’água chamadas de A, B e C e, em certo
momento, as quantidades de água, em litros, que cada uma contém
Solução aparecem na figura a seguir.
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6

Sejam os eventos
A={2,4,6} n(A)=3
B={1,2,3,4} n(B)=4

Abrindo as torneiras marcadas com x no desenho, as caixas fo-


ram interligadas e os níveis da água se igualaram.
Considere as seguintes possibilidades:
1. A caixa A perdeu 300 litros.
2. A caixa B ganhou 350 litros.
3. A caixa C ganhou 50 litros.
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RACIOCÍNIO LÓGICO

É verdadeiro o que se afirma em: É/são verdadeira(s):


(A) somente 1; (A) nenhuma afirmativa;
(B) somente 2; (B) apenas uma;
(C) somente 1 e 3; (C) apenas duas;
(D) somente 2 e 3; (D) apenas três;
(E) 1, 2 e 3. (E) todas as afirmativas.

Resposta: C. Resposta: B.
Somando os valores contidos nas 3 caixas temos: 700 + 150 + Imaginem que isso é o círculo antes e depois:
350 = 1200, como o valor da caixa será igualado temos: 1200/3 =
400l. Logo cada caixa deve ter 400 l.
Então de A: 700 – 400 = 300 l devem sair
De B: 400 – 150 = 250 l devem ser recebidos Dessa forma podemos dizer que:
De C: Somente mais 50l devem ser recebidos para ficar com - Diogo é o vizinho à direita de Bruno. ERRADO: Diogo é o vizi-
400 (400 – 350 = 50). Logo As possibilidades corretas são: 1 e 3 nho à direita de Elias
- Abel e Bruno permaneceram vizinhos. ERRADO: Abel e Bruno
02. (TJ/PI – Analista Judiciário – Escrivão Judicial – FGV) Cada não são vizinhos
um dos 160 funcionários da prefeitura de certo município possui - Caio é o vizinho à esquerda de Abel. CERTO:
nível de escolaridade: fundamental, médio ou superior. O quadro a - Elias e Abel não são vizinhos. ERRADO: Elias e Abel são vizi-
seguir fornece algumas informações sobre a quantidade de funcio- nhos
nários em cada nível:
04. (TJ/PI – Analista Judiciário – Escrivão Judicial – FGV) Fran-
cisca tem um saco com moedas de 1 real. Ela percebeu que, fazen-
do grupos de 4 moedas, sobrava uma moeda, e, fazendo grupos de
3 moedas, ela conseguia 4 grupos a mais e sobravam 2 moedas.
Sabe-se também que, desses funcionários, exatamente 64 têm O número de moedas no saco de Francisca é:
nível médio. Desses funcionários, o número de homens com nível (A) 49;
superior é: (B) 53;
(A) 30; (C) 57;
(B) 32; (D) 61;
(C) 34; (E) 65.
(D) 36;
(E) 38. Resposta: B.
Fazendo m = número de moedas e g = número de grupos te-
Resposta: B. mos:
São 160 funcionários Primeiramente temos: m = 4g + 1
No nível médio temos 64, como 30 são homens, logo 64 – 30 Logo após ele informa: m = 3(g +4) + 2
= 34 mulheres Igualando m, temos: 4g + 1 = 3(g + 4) + 2 → 4g + 1 = 3g + 12 + 2
Somando todos os valores fornecidos temos: 15 + 13 + 30 + 34 → 4g – 3g = 14 -1 → g = 13
+ 36 = 128 Para sabermos a quantidade de moedas temos: m = 4.13 + 1 =
160 – 128 = 32, que é o valor de homens com nível superior. 52 + 1 = 53.
03. (CODEMIG – Advogado Societário – FGV) Abel, Bruno, 05. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016) Em uma fes-
Caio, Diogo e Elias ocupam, respectivamente, os bancos 1, 2, 3, 4 e ta com 15 convidados, foram servidos 30 bombons: 10 de morango,
5, em volta da mesa redonda representada abaixo. 10 de cereja e 10 de pistache. Ao final da festa, não sobrou nenhum
bombom e
- quem comeu bombom de morango comeu também bombom
de pistache;
- quem comeu dois ou mais bombons de pistache comeu tam-
bém bombom de cereja;
- quem comeu bombom de cereja não comeu de morango.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
São feitas então três trocas de lugares: Abel e Bruno trocam de É possível que um mesmo convidado tenha comido todos os 10
lugar entre si, em seguida Caio e Elias trocam de lugar entre si e, bombons de pistache.
finalmente, Diogo e Abel trocam de lugar entre si. ( ) CERTO
Considere as afirmativas ao final dessas trocas: ( ) ERRADO
- Diogo é o vizinho à direita de Bruno.
- Abel e Bruno permaneceram vizinhos. Resposta: Errado.
- Caio é o vizinho à esquerda de Abel.
- Elias e Abel não são vizinhos.
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RACIOCÍNIO LÓGICO

Vamos partir da 2ª informação, utilizando a afirmação do enun- 3. (CRF – GO 2022) Julgue o item:
ciado que ele comeu 10 bombons de pistache: A frase “Dois mil mais vinte mais dois” não é uma proposição.
- quem comeu dois ou mais bombons (10 bombons) de pista- ( ) CERTO
che comeu também bombom de cereja; - CERTA. ( ) ERRADO
Sabemos que quem come pistache come morango, logo:
- quem comeu bombom de morango comeu também bombom 4. (IBGE – 2022) De acordo com a proposição lógica a frase “Se
de pistache; - CERTA o coordenador realizou a previsão orçamentária, então o trabalho
Analisando a última temos: foi realizado com sucesso” é equivalente a frase:
- quem comeu bombom de cereja não comeu de morango. – (A) Se o coordenador não realizou a previsão orçamentária, en-
ERRADA, pois esta contradizendo a informação anterior. tão o trabalho não foi realizado com sucesso.
(B) O coordenador realizou a previsão orçamentária e o traba-
06. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016) Em uma fes- lho foi realizado com sucesso.
ta com 15 convidados, foram servidos 30 bombons: 10 de morango, (C) O coordenador realizou a previsão orçamentária ou o traba-
10 de cereja e 10 de pistache. Ao final da festa, não sobrou nenhum lho foi realizado com sucesso.
bombom e (D) Se o trabalho não foi realizado com sucesso, então o coor-
- quem comeu bombom de morango comeu também bombom denador não realizou a previsão orçamentária.
de pistache; (E) Se o trabalho foi realizado com sucesso, então o coordena-
- quem comeu dois ou mais bombons de pistache comeu tam- dor realizou a previsão orçamentária.
bém bombom de cereja;
- quem comeu bombom de cereja não comeu de morango. 5. (MPU – 1996) Se Ana não é advogada, então Sandra é
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir. secretária. Se Ana é advogada, então Paula não é professora. Ora,
Quem comeu bombom de morango comeu somente um bom- Paula é professora. Portanto:
bom de pistache. (A) Ana é advogada
( ) CERTO (B) Sandra é secretária
( ) ERRADO (C) Ana é advogada, ou Paula não é professora
(D) Ana é advogada, e Paula é professora
Resposta: Certo. (E) Ana não é advogada e Sandra não é secretária
Se a pessoa comer mais de um bombom de pistache ela obri-
gatoriamente comerá bombom de cereja, e como quem come bom- 6. Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou Rui vai
bom de cereja NÃO come morango. a Roma. Se Ana vai à África, então Luís compra um livro. Se Luís
compra um livro, então Rui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma,
logo:
QUESTÕES (A) Celso compra um carro e Ana não vai à África
(B) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro
(C) Ana não vai à África e Luís compra um livro
1. (IBGE – 2022) Sabendo que o valor lógico da proposição
(D) Ana vai à África ou Luís compra um livro
simples p: “Carlos acompanhou o trabalho da equipe” é verdadeira
(E) Ana vai à África e Rui não vai a Roma
e que o valor lógico da proposição simples q: “O recenseador visitou
todos os locais” é falso, então é correto afirmar que o valor lógico
7. Ou A = B, ou B = C, mas não ambos. Se B = D, então A = D.
da proposição composta:
Ora, B = D. Logo:
(A) p disjunção q é falso
(A) B v C
(B) p conjunção q é falso
(B) B v A
(C) p condicional q é verdade
(C) C = A
(D) p bicondicional q é verdade
(D) C = D
(E) p disjunção exclusiva q é falso
(E) D v A
2. (PC – BA) “O acidente foi investigado e o autor foi
8. Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária para
encontrado”. De acordo com a lógica proposicional, a negação da
a ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrência de D.
frase é descrita como:
Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condição necessária e
(A) “o acidente não foi investigado e o autor não foi encontra-
suficiente para a ocorrência de A Assim quando C ocorre,
do”
(A) D ocorre e B não ocorre
(B) “o acidente não foi investigado ou o autor não foi encon-
(B) D não ocorre ou A não ocorre
trado”
(C) B e A ocorrem
(C) “o acidente não foi investigado e o autor foi encontrado”
(D) Nem B nem D ocorrem
(D) “o acidente foi investigado e o autor não foi encontrado”
(E) B não ocorre ou A não ocorre
(E) “o acidente não foi investigado ou o autor foi encontrado”

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9. Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática. 14. (FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Po-
Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina. Ora, lícia) O diagrama abaixo representa no universo dos adolescentes
Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo, segue-se os indivíduos que possuem carteira nacional de habilitação, ensino
necessariamente que: médio completo e passaporte.
(A) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina
(B) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
(C) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Medicina
(D) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática
(E) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia

10. (Prefeitura de Itapeva – 2021) Considere a proposição:


“Se algum esquilo é capaz de voar, então existem esquilos que
não voam.”
Equivalente a anterior, a proposição a seguir está incompleta.
“Nenhum esquilo é capaz de voar ou ____________.”
Diante do exposto, assinale a alternativa que preenche a lacuna
corretamente segundo a teoria lógica matemática.
(A) esquilos correm
A alternativa que representa os indivíduos correspondentes às
(B) esquilos tem asas
regiões sombreadas é:
(C) existem esquilos que não voam
Alternativas
(D) nenhum esquilo voa
(A) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita-
(E) esquilos não voam
ção, ensino médio completo e passaporte.
(B) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita-
11. (IBFC – 2020) Uma empresa é especialista na fabricação de
ção, ensino médio completo ou passaporte.
três tipos de produtos, eles aqui serão chamados de tipo A, tipo B e
(C) Os adolescentes que possuem carteira nacional de habilita-
tipo C. Considere que “Algum B é C”, que “Algum A é B” e
ção e ensino médio completo, mas não possuem passaporte.
“Nenhum C é A” e assinale a alternativa correta.
(D) Os adolescentes que possuem somente carteira nacional
(A) “Algum produto do tipo A é também do tipo C” é uma afir-
de habilitação ou somente ensino médio completo ou somente
mação correta.
passaporte.
(B) “Algum produto do tipo C não é do tipo B” é uma afirmação
(E) Os adolescentes que possuem somente carteira nacional de
falsa.
habilitação ou somente ensino médio completo, mas não pos-
(C) “Algum produto do tipo B não é do tipo A” é uma afirmação
suem passaporte.
correta.
(D) “Todo produto do tipo A não é do tipo C” é uma afirmação
15. (UPENET/IAUPE - 2017 - UPE - Administrador) Uma área
falsa.
em uma universidade dispõe de 100 professores. Os professores
(E) “Nenhum produto do tipo B é do tipo C” é uma afirmação
são mestres ou doutores, contratados em regime de dedicação ex-
correta.
clusiva ou parcial. Atualmente existem 35 professores com dedica-
ção exclusiva, 40 doutores em regime parcial e 45 mestres. Quantos
12. (BANCO DO BRASIL – 2008) Se a proposição “Algum banco
são os doutores com dedicação exclusiva?
lucra mais no Brasil que nos EUA” tiver valor lógico V, a proposição
Alternativas
“Se todos os bancos lucram mais nos EUA que no Brasil, então os
(A) 55
correntistas tem melhores serviços lá do que aqui” será F.
(B) 65
( ) CERTO
(C) 60
( ) ERRADO
(D) 15
(E) 40
13. (TRT-6 2006) As afirmações seguintes são resultados de
uma pesquisa feita entre os funcionários de certa empresa.
16. Na lógica proposicional, as proposições compostas são
Todo indivíduo que fuma tem bronquite.
constituídas de conectivos e proposições simples. Na sentença
Todo indivíduo que tem bronquite costuma faltar ao trabalho.
“Doze é número par, mas é múltiplo de três”, temos uma sentença
Relativamente a esses resultados, é correto concluir que:
composta com o conectivo da ______________ e respectivo valor
(A) Existem funcionários fumantes que não faltam ao trabalho.
lógico ______________.
(B) Todo funcionário que tem bronquite é fumante.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
(C) Todo funcionário fumante costuma faltar ao trabalho.
te, as lacunas do trecho acima.
(D) É possível que exista algum funcionário que tenha bronqui-
Alternativas
te e não falte habitualmente ao trabalho.
(A) negação – falsa
(E) É possível que exista algum funcionário que seja fumante e
(B) disjunção – verdadeira
não tenha bronquite.
(C) disjunção – falsa
(D) conjunção – verdadeira
(E) conjunção – falsa
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17. Os conectivos lógicos são palavras ou símbolos utilizados 22. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA -
para conectar proposições de acordo com as regras da lógica for- MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pessoas, entre
mal. A alternativa que apresenta uma disjunção, uma conjunção e homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a probabilidade de se
uma condicional, nessa ordem, é: sortear um homem é de 5/12 . Quantas mulheres foram à excursão?
Alternativas (A) 20
(A) p → q, p v q e p ^ q (B) 24
(B) p → q, p ^ q e p v q (C) 28
(C) p v q, p ^ q e p → q (D) 32
(D) p ^ q, p v q e p → q
(E) p v q, p → q e p ^ q 23. (UPE – TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO – UPENET/2017)
Qual a probabilidade de, lançados simultaneamente dois dados ho-
18. Diz-se que duas preposições são equivalentes entre si nestos, a soma dos resultados ser igual ou maior que 10?
quando elas possuem o mesmo valor lógico. A sentença logicamen- (A) 1/18
te equivalente a: “ Se Maria é médica, então Victor é professor” é: (B) 1/36
Alternativas (C) 1/6
(A) Se Victor não é professor então Maria não é médica (D) 1/12
(B) Se Maria não é médica então Victor não é professor (E) ¼
(C) Se Victor é professor, Maria é médica
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor 24. (Pref. Petrópolis/RJ – Auxiliar de coveiro- Fundação Dom
(E) Se Maria é médica ou Victor não é professor Cintra) Uma garrafa de suco dá para encher 5 (cinco) copos. 6 (Seis)
pessoas, tendo todas bebido a mesma quantidade de suco, consu-
19. (UFES - Assistente em Administração – UFES/2017) Uma miram juntas 3 (três) jarras de sucos. A quantidade de copos que
determinada família é composta por pai, por mãe e por seis filhos. cada pessoa bebeu foi:
Eles possuem um automóvel de oito lugares, sendo que dois lugares (A) 2;
estão em dois bancos dianteiros, um do motorista e o outro do ca- (B) 2,5;
rona, e os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão no (C) 3;
automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão um dos dois (D) 3,5;
bancos dianteiros. O número de maneiras de dispor os membros da (E) 4
família nos lugares do automóvel é igual a:
(A) 1440 25. (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – Auxiliar de Serviços
(B) 1480 Gerais – IDECAN) A tabela apresenta as datas de algumas inven-
(C) 1520 ções. Observe.
(D) 1560 Invenção Ano
(E) 1600
Micro-ondas 1945
20. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Tomando os al- Telefone celular 1956
garismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números pares de 4 algarismos
Televisão a cores 1954
distintos podem ser formados?
(A) 120. Guitarra elétrica 1932
(B) 210. Lâmpada fluorescente 1938
(C) 360.
(D) 630. A invenção mais recente e a mais antiga são, respectivamente,
(E) 840. (A) micro-ondas e televisão a cores.
(B) televisão a cores e micro-ondas.
21. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Em cada (C) telefone celular e guitarra elétrica.
um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são numeradas de 1 (D) guitarra elétrica e lâmpada fluorescente.
a 6. Lançando os dois dados simultaneamente, cuja ocorrência de (E) lâmpada fluorescente e telefone celular.
cada face é igualmente provável, a probabilidade de que o produto
dos números obtidos seja um número ímpar é de:
(A) 1/4.
(B) 1/3.
(C) 1/2.
(D) 2/3.
(E) 3/4.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 B
2 B ______________________________________________________
3 CERTO ______________________________________________________
4 D
______________________________________________________
5 B
6 A ______________________________________________________

7 A ______________________________________________________
8 C
______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 D
11 C ______________________________________________________
12 CERTO ______________________________________________________
13 D
______________________________________________________
14 D
15 D ______________________________________________________

16 D ______________________________________________________
17 C ______________________________________________________
18 A
______________________________________________________
19 A
20 C ______________________________________________________
21 A ______________________________________________________
22 C
______________________________________________________
23 C
______________________________________________________
24 B
25 C ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO
INTERNA E MUNICIPAL

volvimento de suas funções sociais, garantindo o bem-estar de sua


LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ (ATUALI- população, cabendo-lhe privativamente: (NR) (com redação dada
ZADA E/OU ALTERADA) pela Emenda nº 28, de 05/05/1999).
I - elaborar o plano diretor;
II - elaborar o orçamento anual e, plurianual de investimentos,
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ prevendo a receita e fixando a despesa, com base no planejamento
1990 adequado, com a participação popular;
III - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços públicos;
A CÂMARA MUNICIPAL DE SANTO ANDRÉ faz saber que, em IV - dispor sobre organização, administração e execução dos
sessão de 02 de abril de 1990, aprovou a presente LEI ORGÂNICA serviços públicos locais;
DO MUNICÍPIO, a qual passa a vigorar com o seguinte texto: V - dispor sobre administração, utilização e alienação dos bens
O povo do Município de Santo André, por seus representantes, públicos;
reunidos em Constituinte Municipal, invocando a proteção de Deus, VI - adquirir bens, inclusive mediante desapropriação por ne-
estabelece, decreta e promulga a seguinte cessidade ou utilidade pública, ou interesse social;
VII - fiscalizar a venda de fogos de artifício e similares na forma
LEI ORGÂNICA da lei;
(Atualizada até a Emenda nº 62, de 16/02/2023.) VIII - fiscalizar as condições de segurança dos estabelecimen-
tos comerciais do Município, especialmente aqueles que comer-
TÍTULO I cializam ou utilizam gás liquefeito de petróleo ou outros produtos
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS inflamáveis;
IX - planejar, implantar e administrar o sistema de transporte,
Art. 1º - O Município de Santo André, parte integrante da Re- no âmbito do Município, buscando recursos que visem a garantir o
pública Federativa do Brasil e do Estado de São Paulo, exerce a au- seu investimento, operação e fiscalização;
tonomia política, legislativa, administrativa e financeira que lhe é X - gerir, na forma da lei, a documentação governamental e
garantida pela Constituição Federal, nos termos desta Lei Orgânica. franquear sua consulta à coletividade;
Parágrafo único - É assegurado a todo habitante do Município o XI - disciplinar a comercialização de bens e serviços;
direito à educação, saúde, informação, trabalho, alimentação, lazer, XII - regulamentar o uso do espaço através de legislação pró-
livre trânsito, segurança, previdência social, assistência à materni- pria;
dade, à infância e aos desamparados, transporte, habitação, sanea- XIII - organizar o abastecimento alimentar;
mento básico e meio ambiente equilibrado. XIV - apoiar a criação de cooperativas e outras formas de orga-
Art. 1º-A - São símbolos do Município, a bandeira, o brasão de nização que tenham por objetivo a realização de programas comu-
armas e o hino. (NR) (acrescido pela Emenda nº 45, de 11/10/2005). nitários;
Art. 2º - O Município, dentro de sua competência constitucio- XV - assegurar o amplo acesso da população às informações so-
nal, organizará a ordem econômica e social fundada na valorização bre cadastro atualizado das terras públicas e planos de desenvolvi-
do trabalho humano e na livre iniciativa, tendo por objetivo estimu- mento urbano, regional, agrícola, localizações industriais, projetos
lar e orientar a produção, defender os interesses da coletividade e de infra-estrutura e informações referentes à gestão dos serviços
promover a justiça e a solidariedade sociais. públicos;
XVI - planejar o uso e a ocupação do solo em seu território;
TÍTULO II XVII - estabelecer normas de edificação, loteamento, arrua-
DO PODER LEGISLATIVO E DO PODER EXECUTIVO mento e zoneamento, bem como as limitações urbanísticas conve-
nientes à ordenação do seu território, observada a legislação fede-
CAPÍTULO I ral;
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO XVIII - conceder e renovar licença para localização e funciona-
mento de estabelecimentos industriais, comerciais, prestadores de
SEÇÃO I serviços e quaisquer outros;
DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA XIX - cassar licença concedida a estabelecimento que se tornar
prejudicial à saúde, higiene, sossego, segurança ou bons costumes,
Art. 3º - Ao município compete, além das atribuições contidas fazendo cessar a atividade ou determinando o seu fechamento;
nas Constituições Federal e Estadual, prover a tudo quanto respeite XX - estabelecer servidões administrativas necessárias à reali-
aos assuntos de interesse local, tendo por objetivo o pleno desen- zação de seus serviços, inclusive de suas concessionárias;

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

XXI - regular a disposição, traçado e demais condições dos bens III - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à
públicos de uso comum; ciência;
XXII - regulamentar a utilização dos logradouros públicos; IV - estabelecer e implantar política de educação para a segu-
XXIII - prover sobre limpeza das vias e logradouros públicos, re- rança do trânsito;
moção e destino do lixo domiciliar e resíduos de qualquer natureza; V - zelar pela segurança;
XXIV - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horá- VI - prover sobre a extinção de incêndios;
rio para funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais VII - fazer cessar, no exercício do poder de polícia administra-
e de serviços, observadas as normas federais pertinentes; tiva, as atividades que violarem as normas de saúde, defesa civil,
XXV - dispor sobre serviço funerário e cemitérios, encarregan- sossego, higiene, segurança, funcionalidade, estética, moralidade e
do-se da administração daqueles que forem públicos e fiscalizando outras de interesse da coletividade;
os pertencentes a entidades privadas; VIII - controlar a qualidade dos alimentos produzidos e distribu-
XXVI - regulamentar, autorizar e fiscalizar a afixação de carta- ídos no seu território do ponto de vista da saúde pública, e fiscalizar,
zes e anúncios, bem como utilização de quaisquer outros meios de nos locais de venda, as condições sanitárias dos gêneros alimentí-
publicidade e propaganda nos locais sujeitos ao poder de polícia cios.
municipal;
XXVII - organizar e manter os serviços de fiscalização necessá- CAPÍTULO II
rios ao exercício do seu poder de polícia administrativa; DAS VEDAÇÕES
XXVIII - dispor sobre depósito e venda de animais e mercado-
rias apreendidas em decorrência de transgressão da legislação mu- Art. 5º - Ao Município é vedado:
nicipal; I - permitir ou fazer uso de estabelecimento gráfico, jornal, es-
XXIX - dispor sobre registro, vacinação e captura de animais, tação de rádio, televisão, serviço de alto-falante ou outro meio de
com a finalidade precípua de erradicação da raiva e outras molés- comunicação de sua propriedade ou com recursos pertencentes
tias de que possam ser portadores ou transmissores; aos cofres públicos, para propaganda político-partidária ou fins es-
XXX - estabelecer e impor penalidades por infração a suas leis tranhos à Administração;
e regulamentos; II - outorgar isenções e anistias fiscais ou permitir a remissão
XXXI - regulamentar o serviço de táxi, inclusive o uso do taxí- de dívidas, sem interesse público justificado, sob pena de nulidade
metro; do ato;
XXXII - integrar consórcio com outros municípios para a solução III - destinar recursos públicos a instituições particulares de ca-
de problemas comuns. ráter lucrativo.
Parágrafo único - As normas de loteamento e arruamento a que
se refere o inciso XVII deste artigo deverão reservar áreas destina- TÍTULO III
das a: DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
I - áreas verdes e demais logradouros públicos;
II - vias de tráfego de passagem de canalizações públicas, de CAPÍTULO I
esgoto e de águas pluviais nos fundos de vales; DO PODER LEGISLATIVO
III - passagem de canalizações públicas de esgotos e de águas
pluviais, com largura mínima de dois metros nos fundos de lotes, SEÇÃO I
cujo desnível seja superior a um metro da frente ao fundo. DA CÂMARA MUNICIPAL

SEÇÃO II Art. 6º - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal,


DA COMPETÊNCIA COMUM composta de Vereadores, representantes do povo, eleitos pelo sis-
tema proporcional, em pleito direto.
Art. 4º - É da competência administrativa comum do Município, §1º - Cada legislatura terá duração de quatro anos, compreen-
do Estado e da União, observada a lei complementar federal, o exer- dendo cada ano uma sessão legislativa. (Parágrafo único transfor-
cício das seguintes medidas: mado em §1º pela Emenda nº 08, de 13/03/1992).
I - manter cooperação técnica e financeira para: §2º- O número de Vereadores à Câmara Municipal será o limite
a) promover e executar programas de construção de moradias proporcional ao estabelecido pela Constituição Federal, desde que
populares e melhoria das condições habitacionais e de saneamento o número mínimo seja de 27 (vinte e sete) e será fixado no último
básico, em nível compatível com a dignidade da pessoa humana, ano de cada legislatura, para vigorar na seguinte, com base na po-
bem como acesso ao transporte; pulação do ano anterior. (NR) (§2º com redação dada pela Emenda
b) combater as causas da pobreza e os fatores de marginaliza- nº 59, de 24/09/2021).
ção, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; §3º - A população, para fim de cálculo do número de Vereado-
c) promover a proteção do meio ambiente local, florestas, caça, res, será a certificada pelo I.B.G.E. com a efetiva ou projetada na
pesca, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos natu- época considerada. (NR)
rais, e combater a poluição em qualquer de suas formas, observada §4º - O número de Vereadores será fixado nos termos dos §§2º
a legislação e a ação fiscalizadora estadual e federal; e 3º deste artigo, por Ato da Mesa da Câmara e comunicado às au-
d) prover sobre a defesa da fauna e da flora; toridades competentes. (NR) (§§2º ao 4º acrescidos pela Emenda
e) proteger a infância e a juventude; nº 08, de 13/03/1992).
II - impedir a evasão, destruição e descaracterização de obras
de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

SEÇÃO II V - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito quando eleitos, co-


DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL nhecer de sua renúncia e afastá-los definitivamente do exercício do
cargo;
Art. 7º - Compete à Câmara legislar sobre assuntos de interesse VI - conceder licença ao Prefeito e aos Vereadores para afasta-
do Município, observadas as determinações e a hierarquia consti- mento do cargo;
tucionais, suplementar a legislação federal e estadual, bem como VII - autorizar o Prefeito a se ausentar do Município por mais
fiscalizar, mediante controle externo, a administração direta e indi- de quinze dias;
reta e, ainda, as empresas em que o Município detenha a maioria VIII - criar comissões parlamentares de inquérito, sobre o fato
do capital social com direito a voto. determinado que se, inclua na competência municipal, sempre que
Art. 8º - Cabe à Câmara, com a sanção do Prefeito, dispor sobre o requerer pelo menos um terço de seus membros; (NR) (com reda-
as matérias de competência do Município e especialmente: ção dada pela Emenda nº 19, de 18/06/1997).
I - legislar sobre tributos municipais, arrecadação e aplicação IX - requisitar informações ao Prefeito sobre assuntos referen-
de rendas, bem como autorizar isenções, anistias fiscais e remissão tes à administração. (NR) (com redação dada pela Emenda nº 50,
de dívidas; de 04/11/2009).
II - votar o orçamento anual e plurianual de investimentos, a X - convocar os Secretários Municipais, responsáveis pela ad-
lei de diretrizes orçamentárias, bem como autorizar a abertura de ministração direta, indireta, fundacional, de empresas públicas de
créditos suplementares e especiais; economia mista, servidores municipais, bem como o titular da Ou-
III - deliberar sobre obtenção e concessão de empréstimos e vidoria da Cidade de Santo André para, pessoalmente, prestarem
operações de crédito, bem como a forma e os meios de pagamento; informações sobre matéria de suas respectivas competências ou so-
IV - autorizar a concessão de auxílios e subvenções; bre assuntos de interesse público previamente estabelecidos; (NR)
V - autorizar a concessão de serviços públicos;(Inciso V declara- (com redação dada pela Emenda nº 36, de 16/08/2000).
do constitucional em parte, em controle concentrado, com obser- XI - conceder título de cidadão honorário ou qualquer outra
vação¹ e efeitos ex nunc, pelo Tribunal de Justiça nos autos da ADIN honraria e homenagem a pessoas que reconhecidamente tenham
nº 2229881-14.2017.8.26.0000, julgada em 31/07/2019. prestado relevantes serviços ao Município, mediante decreto-legis-
1 - interpretação conforme os artigos 29, inciso XI; 30, inciso V; lativo, aprovado pelo voto de dois terços de seus membros;
70; 175, inciso I, da Constituição Federal e os artigos 47, inciso XVIII XII - julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores nos casos
e 144 da Constituição Estadual, harmonizando-se com o artigo 2º previstos em lei;
da Lei Federal nº 9074/95, para estabelecer que a necessidade de XIII - tomar e julgar as contas, do Prefeito e da Mesa, presta-
autorização legislativa ‘prévia’ fica restrita aos casos de delegação das anualmente, no prazo de noventa dias após o recebimento do
da execução dos serviços públicos para entidades da administração parecer prévio do Tribunal de Contas, observados os seguintes pre-
indireta, ou paraestatais, do Município de Santo André, sempre por ceitos:
projeto de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo). a) o parecer somente poderá ser rejeitado por decisão de dois
VI - autorizar a concessão do direito real de uso de bens mu- terços dos membros da Câmara;
nicipais; b) (declarada inconstitucional, em controle concentrado, pelo
VII - autorizar a concessão administrativa de uso de bens mu- Tribunal de Justiça, nos autos da ADIN nº 151.813-0/8, julgada em
nicipais; 18/06/2008);
VIII - autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se c) rejeitadas as contas, serão estas imediatamente remetidas
tratar de doação sem encargo ao Município; ao Ministério Público para fins de direito;
IX - autorizar a alienação de bens imóveis; XIV - zelar pela preservação de sua competência, sustando os
X - criar, alterar e extinguir cargos e funções públicas e fixar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o poder regu-
respectivos vencimentos, inclusive os dos serviços da Câmara; lamentar;
XI - aprovar o plano diretor; XV - aprovar iniciativas do Poder Executivo que repercutam so-
XII - - (declarado inconstitucional, em controle concentrado, bre o meio ambiente;
pelo Tribunal de Justiça nos autos da ADIN nº 149.484.0/5-00, jul- XVI - apreciar os relatórios anuais do Prefeito sobre a execu-
gada em 27/02/2008). ção orçamentária, operações de crédito, dívida pública, aplicação
XIII - organizar o território municipal, especialmente em distri- das leis relativas ao planejamento urbano, concessão ou permis-
tos, observada a legislação estadual; são de serviços públicos, desenvolvimento dos convênios, situação
XIV - dar e alterar a denominação de próprios, vias e logradou- dos bens imóveis do Município, número de servidores públicos e
ros públicos, bem como autorizar a mudança de denominação. (NR) preenchimento de cargos e funções, bem como à política salarial e
(com redação dada pela Emenda nº 32, de 19/05/2000). apreciação de relatórios anuais da Mesa;
Art. 9º - À Câmara compete, privativamente, entre outras, as XVII - fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Execu-
seguintes atribuições: tivo, incluídos os da administração indireta;
I - eleger sua Mesa, bem como destituí-la na forma regimental; XVIII - autorizar referendo e plebiscito;
II - elaborar o regimento interno; XIX - dispor sobre sua organização política, criação e transfor-
III - organizar os seus serviços administrativos; mação de cargos e funções de seus servidores, e fixação da respec-
IV - deliberar, mediante resolução, sobre assuntos de sua eco- tiva remuneração, observando os parâmetros legais, especialmente
nomia interna e nos demais casos de sua competência privativa, por a lei de diretrizes orçamentárias;
meio de decreto-legislativo;

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XX - exercer, mediante controle externo, fiscalização contábil, §2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município, decidida pela Câmara, por voto secreto e maioria absoluta, me-
das entidades da administração direta e indireta e das fundações diante provocação da Mesa ou de partido político representado na
instituídas pelo Poder Público; Casa, assegurada ampla defesa.
§1º - Os subsídios dos Vereadores serão fixados por resolução §3º - Nos casos previstos nos incisos III e V, a perda será decla-
em cada legislatura para a subsequente, nos termos do artigo 29, rada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de
incisos VI e VII da Constituição Federal. (NR) (Parágrafo único re- seus membros, ou de partido político representado na Casa, asse-
numerado para §1º e com redação dada pela Emenda nº 44, de gurada ampla defesa.
29/06/2004). Art. 13 - Não perderá o mandato considerando-se automatica-
§2º - Os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretá- mente licenciado, o vereador investido em cargo de primeiro esca-
rios Municipais serão fixados por lei de iniciativa da Câmara Muni- lão da Administração Pública Municipal, Estadual ou Federal, tais
cipal, nos termos do artigo 29, inciso V da Constituição Federal, em como Secretário Municipal; (Artigo 13, “caput”, com redação dada
cada legislatura para a subsequente. (NR) (acrescido pela Emenda pela Emenda nº 57, de 10/12/2020).(Expressão “Superintendente
nº 44, de 29/06/2004). ou cargo equivalente de Autarquia, Sociedade de Economia Mista
ou Empresa Pública” foi declarada inconstitucional pelo Tribunal de
SEÇÃO III Justiça nos autos da ADI nº 2168778-64.2021.8.26.0000, julgada em
DOS VEREADORES 27/04/2022).
§1º - (declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça
Art. 10 - Além da inviolabilidade prevista no inciso VI do artigo nos autos da ADI nº 2168778-64.2021.8.26.0000, julgada em
29 da Constituição Federal, os Vereadores não serão obrigados a 27/04/2022).
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão §2º - Na hipótese prevista no “caput”, o Vereador poderá optar
do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiarem pela remuneração do mandato. (Parágrafo único transformado em
ou deles receberem informações. §2º pela Emenda nº 57, de 10/12/2020).
Art. 11 - Os Vereadores não poderão: Art. 14 - O Vereador poderá licenciar-se somente:
I - desde a expedição do diploma: I - por moléstia devidamente comprovada ou em licença-ges-
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú- tante;
blico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou II - para tratar de interesse particular, sem remuneração, por
empresa concessionária de serviço público, no âmbito e em ope- um prazo nunca inferior a quinze dias;
ração no Município, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas III - para desempenhar missões temporárias de caráter cultural
uniformes; ou de interesse do Município.
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, §1º - Para fins de remuneração, considerar-se-á como em exer-
inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades cício o Vereador licenciado nos termos dos incisos I e III.
constantes da alínea anterior; §2º - A licença prevista no inciso II depende de aprovação do
II - desde a posse: Plenário e, nos demais casos, será deferida pelo Presidente.
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa §3º - A licença-gestante será concedida segundo os mesmos
que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de critérios e condições estabelecidos para a funcionária pública mu-
direito público, ou nela exercer função remunerada; nicipal.
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu- §4º - O vereador afastado do respectivo mandato eletivo, nas
tum”, nas entidades referidas no inciso I, “a”; hipóteses que a Lei Orgânica de Santo André autoriza a sua licença,
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti- poderá reassumir seu mandato após comunicar seu retorno ao Pre-
dades a que se refere o inciso I, “a”; sidente da Mesa Diretora. (NR) (acrescido pela Emenda nº 57, de
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele- 10/12/2020).
tivo. Art. 15 - Em caso de vaga por licença ou perda de mandato será
Art. 12 - Perderá o mandato o Vereador: convocado o respectivo suplente, que deverá tomar posse dentro
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo do prazo de quinze dias, salvo motivo aceito pela Câmara.
anterior; Parágrafo único - Nos casos previstos neste artigo, não havendo
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro suplente, o Presidente comunicará o fato, dentro de quarenta e oito
parlamentar; horas, diretamente ao Tribunal Regional Eleitoral.
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à ter-
ça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou missão SEÇÃO IV
por esta autorizada; DA POSSE
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Art. 16 - No início da primeira sessão legislativa de cada legis-
Constituição Federal; latura, no dia 1º de janeiro, às dez horas, em sessão solene de ins-
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em talação, independentemente de número, sob a presidência do mais
julgado. votado dentre os presentes, os Vereadores prestarão compromisso
§1º - Além de outros casos definidos no Regimento Interno da e tomarão posse.
Câmara, considerar-se-á incompatível com o decoro parlamentar o §1º - O Vereador que não tomar posse na sessão prevista neste
abuso das prerrogativas asseguradas ao Vereador ou a percepção artigo deverá fazê-lo no prazo de quinze dias, salvo motivo justo
de vantagens indevidas. aceito pela Câmara.
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

§2º - No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibi- II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e admi-
lizar-se. Na mesma ocasião e ao término do mandato deverão fazer nistrativos da Câmara;
declaração de seus bens, a qual será transcrita em livro próprio, III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno;
constando de ata o seu resumo. IV - promulgar as resoluções e os decretos-legislativos, bem
como as leis com sanção tácita:
SEÇÃO V V - fazer publicar os atos da Mesa, decretos-legislativos, resolu-
DA MESA DA CÂMARA MUNICIPAL ções e leis por, ele promulgadas;
VI - declarar extinto o mandato do Prefeito, Vice-Prefeito e Ve-
Art. 17 - Imediatamente depois da posse, os Vereadores reu- readores, nos casos previstos em lei;
nir-se-ão, sob a Presidência do mais votado dentre os presentes, VII - requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara e
e, havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão os gerir os seus recursos;
componentes da Mesa, que ficarão automaticamente empossados. VIII - apresentar ao plenário, até o dia vinte de cada mês, o
Parágrafo único - Não havendo número legal, o Vereador mais balancete relativo aos recursos recebidos e às despesas do mês an-
votado dentre os presentes permanecerá na Presidência e convoca- terior;
rá sessões diárias até que seja eleita a Mesa. IX - representar sobre a inconstitucionalidade de lei ou ato mu-
Art. 18 - A eleição para renovação da Mesa far-se-á, obrigato- nicipal;
riamente, na última sessão ordinária da segunda sessão legislativa, X - solicitar a intervenção no Município, nos casos admitidos
considerando-se automaticamente empossados os eleitos a partir pela Constituição Estadual;
de primeiro de janeiro subsequente. XI - manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar a
Art. 19 - Em toda eleição de membros da Mesa, os candidatos força necessária para esse fim.
a um mesmo cargo que obtiverem igual número de votos concorre-
rão a um segundo escrutínio e, se persistir o empate, disputarão o SEÇÃO VI
cargo por sorteio. DAS REUNIÕES
Art. 20 - A Mesa será composta de, no mínimo, três Vereado-
res, sendo um deles o Presidente. Art. 24 As sessões da Câmara deverão ser realizadas em recinto
Art. 21 - O mandato da Mesa será de dois anos, proibida a ree- destinado a seu funcionamento, considerando-se nulas as que se
leição de qualquer de seus membros para o mesmo cargo. realizarem fora dele. (NR)
Parágrafo único - Qualquer componente da Mesa poderá ser §1º Comprovada a impossibilidade de acesso àquele recinto,
destituído, pelo voto de dois terços dos membros da Câmara, quan- ou outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser realizadas
do faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas atribui- em outro local designado pelo Presidente da Mesa Diretora. (NR)
ções regimentais, elegendo-se outro Vereador para completar o §2º Em situações excepcionais, devidamente justificadas, as
mandato. sessões ordinárias e/ou extraordinárias, poderão ser realizadas em
Art. 22 - À Mesa, dentre outras atribuições, compete: ambiente virtual, mediante a instituição do Sistema de Deliberação
I - tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos tra- Remota, pelo Presidente da Mesa Diretora, empregando-se as solu-
balhos legislativos; ções tecnológicas disponíveis. (NR)
II - propor projetos de lei que criem ou extingam cargos dos §3º O Sistema de Deliberação Remota terá seu procedimento
servidores da Câmara e fixem os respectivos vencimentos; regulamentado por Ato da Mesa Diretora. (NR)
III - elaborar e expedir, mediante ato, a discriminação analítica §4º As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recin-
das dotações orçamentárias da Câmara, bem como alterá-las, quan- to da Câmara. (NR) (com redação dada pela Emenda nº 56, de
do necessário; 24/04/2020).
IV - apresentar projetos de lei dispondo sobre abertura de cré- Art. 25 - As sessões da Câmara serão sempre públicas, salvo
ditos suplementares ou especiais, através de anulação parcial ou deliberação em contrário, tomada pela maioria de dois terços de
total da dotação da Câmara; seus membros, quando ocorrer motivo relevante de preservação
V - suplementar, mediante ato, as dotações do orçamento da do decoro parlamentar.
Câmara, observando o limite de autorização constante da lei orça- Art. 26 - As sessões só poderão ser abertas com a presença de,
mentária, desde que os recursos para sua cobertura sejam prove- no mínimo, um terço de seus membros.
nientes de anulação total ou parcial de suas dotações orçamentá- Parágrafo único - Considerar-se-á presente à sessão o Vereador
rias; que assinar o livro de presença e participar dos trabalhos do plená-
VI - promulgar a Lei Orgânica do Município e suas emendas; rio e das votações.
VII - devolver à tesouraria da Prefeitura o saldo de caixa exis-
tente na Câmara ao final do exercício; SUBSEÇÃO I
VIII - enviar ao Prefeito, até o dia primeiro de março, as contas DA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
do exercício anterior;
IX - nomear, promover, comissionar, conceder gratificações, li- Art. 27 - A Câmara reunir-se-á, anualmente, na sede do Muni-
cenças, pôr em disponibilidade, exonerar, demitir, aposentar e pu- cípio, de primeiro de fevereiro a trinta de junho e de primeiro de
nir funcionários ou servidores da Câmara, nos termos da lei. agosto a cinco de dezembro.
Art. 23 - Ao Presidente da Câmara, dentre outras atribuições, Parágrafo único - As reuniões marcadas para essas datas serão
compete: transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem
I - representar a Câmara em juízo e fora dele; em sábados, domingos ou feriados.

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

Art. 28 - A Câmara reunir-se-á em sessões ordinárias, extraor- Art. 34 - As comissões parlamentares de inquérito, que terão
dinárias ou solenes, conforme dispuser o seu Regimento Interno. poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de
Parágrafo único - As sessões extraordinárias serão convocadas outros previstos no Regimento Interno, serão constituídas pela Câ-
pelo Presidente da Câmara em sessão ou fora dela, mediante, nes- mara, mediante requerimento de um terço de seus membros, para
te último caso, comunicação pessoal e escrita aos Vereadores, com a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas con-
antecedência mínima de vinte e quatro horas. clusões, se for caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
Art. 29 - A sessão legislativa ordinária não será interrompida promova ação, para apuração de responsabilidade civil ou criminal
sem a deliberação sobre o projeto de lei de diretrizes orçamentá- dos infratores. (NR) (“caput”, com redação dada pela Emenda nº 19,
rias. de 18/06/1997).
Art. 30 - Durante a realização das sessões ordinárias será garan- §1º - os membros das comissões parlamentares de inquérito a
tida a participação popular, através da tribuna livre, na forma que que se refere este artigo, no interesse da investigação, poderão, em
dispuser o Regimento Interno. conjunto ou isoladamente: (NR) (com redação dada pela Emenda nº
19, de 18/06/1997).
SUBSEÇÃO II I - proceder a vistorias e levantamentos nas repartições públi-
DA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA cas municipais e entidades descentralizadas, onde terão livre in-
gresso e permanência;
Art. 31 - A convocação extraordinária da Câmara, somente pos- II - requisitar de seus responsáveis a exibição de documentos e
sível no período de recesso, far-se-á: prestação dos esclarecimentos necessários;
I - pelo Prefeito, quando este a entender necessária; III - transportar-se aos lugares onde se fizer mister sua presen-
II - pelo Presidente da Câmara, para o compromisso e posse do ça, ali realizando os atos que lhes competir.
Prefeito e do Vice-Prefeito; §2º - E fixado em quinze dias, prorrogável por igual período,
III - por maioria absoluta de seus membros. desde que solicitado e devidamente justificado, o prazo para que os
§1º - A convocação será feita mediante ofício ao Presidente da responsáveis pelos órgãos da administração direta e indireta pres-
Câmara, para reunir-se, no mínimo, dentro de dois dias. tem as informações e encaminhem os documentos requisitados pe-
§2º - O Presidente da Câmara dará conhecimento da convoca- las comissões especiais de inquérito.
ção aos Vereadores em sessão ou fora dela, mediante, neste último §3º - No exercício de suas atribuições, poderão, ainda, as co-
caso, comunicação pessoal escrita que lhes será encaminhada no missões especiais de inquérito, através de seu presidente:
prazo previsto no Regimento Interno. I - determinar as diligências que reputarem necessárias;
§3º - Durante a sessão legislativa extraordinária a Câmara de- II - requerer a convocação de Secretário ou qualquer outro ser-
liberará exclusivamente sobre a matéria para a qual foi convocada. vidor municipal;
III - tomar o depoimento de quaisquer autoridades, intimar tes-
SEÇÃO VII temunhas e inquiri-las sob compromisso;
DAS COMISSÕES IV - proceder a verificações contábeis em livros, papéis e docu-
mentos dos órgãos da administração direta e indireta.
Art. 32 - A Câmara terá comissões permanentes e temporárias, §4º - O não atendimento às determinações contidas nos pa-
conforme o estabelecido em seu Regimento Interno. rágrafos anteriores, no prazo estipulado, faculta ao presidente da
Parágrafo único - Na constituição da Mesa e das comissões comissão solicitar, na conformidade da legislação federal, a inter-
permanentes é assegurada, tanto quanto possível, a representação venção do Poder Judiciário para fazer cumprir a lei.
proporcional dos partidos políticos com assento na Casa. §5º - Nos termos do artigo 3º da Lei Federal nº 1.579, de 18 de
Art. 33 - Às comissões, em razão da matéria de sua competên- março de 1952, alterada pela Lei nº 10.679, de 23 de maio de 2003,
cia, cabe: as testemunhas serão intimadas de acordo com as prescrições es-
I - estudar as proposições e outras matérias submetidas ao seu tabelecidas na legislação penal e, em caso de não comparecimento,
exame, dando-lhes parecer, podendo oferecer-lhes substitutivos e sem motivo justificado, a intimação será solicitada ao juiz criminal
emendas; da localidade onde reside ou se encontra, na forma do artigo 218
II - promover estudos, pesquisas e investigações sobre proble- do Código de Processo Penal. O depoente poderá fazer-se acompa-
mas de interesse público, relativos à sua competência, tomando a nhar de advogado, ainda que em reunião secreta. (NR) (com reda-
iniciativa da elaboração de proposições ligadas ao estudo de tais ção dada pela Emenda nº 42, de 10/10/2003).
problemas;
III - realizar audiências públicas com entidades representativas SEÇÃO VIII
da população, para efetiva discussão de projetos de relevância so- DAS DELIBERAÇÕES
cial e de interesse público;
IV - convocar Secretários Municipais, Diretores, ou qualquer Art. 35 - A discussão e votação da matéria constante da ordem
servidor municipal para prestar informações sobre assuntos ineren- do dia só poderão ser efetuadas com a presença da maioria absolu-
tes às suas atribuições; ta dos membros da Câmara.
V - receber petições, reclamações, representações ou queixas Art. 36 - Excetuando-se as matérias previstas nos parágrafos
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou seguintes, as deliberações da Câmara serão tomadas por maioria
entidades públicas; de votos, presente a maioria de seus membros, salvo disposição
VI - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; constitucional em contrário.
VII - apreciar programas de obras, planos de desenvolvimento, §1º - Dependerão do voto favorável da maioria absoluta dos
e sobre eles emitir parecer. membros da Câmara:
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

I - a aprovação e as alterações das seguintes matérias: §2º - A propositura de que trata o parágrafo anterior poderá ser
a) Código Tributário do Município; apresentada por qualquer Vereador e deverá ser aprovada por dois
b) Código de Obras ou de Edificações; terços dos membros da Câmara.
c) Estatuto dos Servidores Públicos Municipais; §3º - O restabelecimento do processo legislativo não poderá,
d) Estatuto do Magistério Público Municipal; em nenhuma hipótese, comprometer os prazos para deliberação da
e) Regimento Interno da Câmara; matéria.
f) criação de cargos e aumento de vencimento dos servidores;
g) plano plurianual; SUBSEÇÃO I
h) lei de diretrizes orçamentárias; DAS EMENDAS À LEI ORGÂNICA
i) lei orçamentária;
II - rejeição de veto; Art. 39 - A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante pro-
III - convocação de Secretários, superintendentes e diretores de posta:
autarquias e empresas públicas, bem como servidores municipais I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara;
para, pessoalmente, prestarem informações a respeito de assuntos II - do Prefeito;
de interesse público previamente estabelecidos. III - de iniciativa popular, subscrita por, no mínimo, cinco por
§2º - Dependerão do voto favorável de dois terços dos mem- cento dos eleitores do Município.
bros da Câmara: §1º - A proposta será discutida e votada em dois turnos, con-
I - as leis concernentes a: siderando-se aprovada quando obtiver, em ambos, dois terços dos
a) aprovação e alteração do plano diretor; votos dos membros da Câmara.
b) zoneamento urbano; §2º - A emenda será promulgada pela Mesa, com o respectivo
c) concessão de serviços públicos; número de ordem.
d) concessão de direito real de uso; §3º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
e) alienação de bens imóveis; havida por prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na
f) aquisição de bens imóveis por doação com encargo; mesma sessão legislativa.
g) alteração de denominação de próprios, vias e logradouros
públicos; SUBSEÇÃO II
h) obtenção de empréstimos de particular; DAS LEIS COMPLEMENTARES
II - realização de sessão secreta;
III - rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas; Art. 40 - As leis complementares são as concernentes aos códi-
IV - concessão de título de cidadão honorário ou qualquer ou- gos e estatutos municipais.
tra honraria ou homenagem; Parágrafo único - As leis complementares serão aprovadas pela
V - aprovação de representação solicitando a alteração do maioria absoluta dos membros da Câmara, observados os demais
nome do Município; termos de votação das leis ordinárias.
VI - destituição de componentes da Mesa;
VII - projetos de lei que criem, adaptem ou regulem os conse- SUBSEÇÃO III
lhos, comissões e demais colegiados previstos nesta Lei. DAS LEIS
§3º - O Presidente da Câmara ou seu substituto só terá voto:
I - na eleição da Mesa; Art. 41 - A iniciativa dos projetos de lei cabe aos Vereadores,
II - quando a matéria exigir para sua aprovação o voto favorável individualmente ou em conjunto, à Mesa da Câmara, ao Prefeito e
da maioria absoluta ou de dois terços dos membros da Câmara; aos cidadãos.
III - quando houver empate em qualquer votação no plenário. Art. 42 - É da competência exclusiva do Prefeito a iniciativa dos
§4º - O Vereador que tiver interesse pessoal na deliberação não projetos de lei que disponham sobre: (NR)
poderá votar, sob pena de nulidade da votação, se o seu voto for I - manutenção da Guarda Municipal. bem como fixação ou mo-
decisivo. dificação de seu efetivo; (NR)
§5º - O voto será sempre público nas deliberações da Câmara. II - criação, extinção o transformação de cargos ou funções pú-
(NR)(com redação dada pela Emenda nº 38, de 22/08/2001). blicas na administração direta e indireta ou aumento de sua remu-
neração; (NR)
SEÇÃO IX III - organização administrativa do Executivo; (NR)
DO PROCESSO LEGISLATIVO IV - serviços públicos; (NR)
V - servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de car-
Art. 37 - O processo legislativo compreende a elaboração de: gos, estabilidade e aposentadoria; (NR)
I - emendas à Lei Orgânica; VI - criação, estruturação e atribuições das secretarias e órgãos
II - leis complementares; da Administração. (NR) (com redação dada pela Emenda nº 03, de
III - leis ordinárias; 08/03/1991).
IV - decretos-legislativos; Art. 43 - É da competência exclusiva da Mesa a iniciativa de
V - resoluções. projetos de lei que:
Art. 38 - A Câmara deverá reformar seus atos para fins de sanar I - autorizem a abertura de créditos suplementares ou espe-
vícios, desde que tais atos não tenham produzido efeitos legais. ciais, através de anulação parcial ou total da dotação da Câmara;
§1º - Para os casos previstos neste artigo, o plenário aprovará II - criem, alterem ou extingam cargos ou funções dos serviços
propositura restabelecendo o processo legislativo. da Câmara e fixem os respectivos vencimentos.
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Art. 44 - Não será admitido aumento da despesa prevista: I - a concessão administrativa de serviço público, em qualquer
I - nos projetos de iniciativa privativa do Prefeito, ressalvado o de suas modalidades; (NR)
disposto no artigo 166, §§3º e 4º da Constituição Federal; II - a realização de obras de valor elevado, ou que tenham signi-
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos ficativo impacto ambiental; (NR)
da Câmara. III - a instituição de conselhos públicos consultivos e de audi-
Art. 45 - O Prefeito poderá enviar à Câmara, projetos de lei tagem, sua configuração, forma de organização e área de atuação;
sobre qualquer matéria, os quais, se assim o solicitar, deverão ser (NR)
apreciados dentro de noventa dias, a contar do recebimento. IV - a mudança de qualificação dos bens públicos de uso co-
§1º - O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de mum do povo e os de uso especial; (NR)
projetos de sua iniciativa. V - a alienação, pela Prefeitura Municipal, do controle de em-
§2º - Se, no caso do parágrafo anterior, a Câmara não se mani- presas; (NR)
festar, em até quarenta e cinco dias, sobre a proposição, será esta VI - a incorporação, a fusão e o desmembramento do Municí-
incluída na ordem do dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos pio; (NR)
demais assuntos, para que se ultime a votação. VII - a concessão administrativa para a exploração de fontes e
§3º - Os prazos previstos neste artigo não correm nos períodos reservatórios públicos de água. (NR)
de recesso. §1º - O plebiscito será convocado com anterioridade e o refe-
§4º - O disposto neste artigo não é aplicável à tramitação dos rendo com posterioridade ao processo legislativo ou administrativo,
projetos de codificação. cabendo aos eleitores diretamente interessados na matéria aprovar
Art. 46 - Aprovado o projeto de lei, na forma regimental, será ou denegar pelo voto a que lhes tenha sido submetido. (NR)
enviado ao Prefeito que, aquiescendo, o sancionará. §2º - A iniciativa para realização de plebiscitos e referendos
§1º - Se o Prefeito considerar e julgar o projeto, no todo ou em compete ao próprio povo, ou a um terço dos membros da Câmara
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á Municipal, e será dirigida ao Presidente desta. (NR)
total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da Art. 49-B - O plebiscito ou referendo será convocado mediante
data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito ho- decreto legislativo aprovado pela maioria absoluta dos membros da
ras, ao Presidente da Câmara, os motivos do veto. Câmara, em dois turnos de votação, sendo obrigatória a subscrição
§2º - O veto parcial somente abrangerá o texto integral de arti- do projeto por, no mínimo, um terço dos membros da Câmara Mu-
go, parágrafo, inciso ou alínea. nicipal. (NR)
§3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Prefeito Parágrafo único - Compete à Mesa Diretora autorizar in limine,
importará sanção. mediante expedição de Ato Administrativo, a realização de plebisci-
§4º - O veto será sempre apreciado em sessão única, dentro de to e referendo sempre que a iniciativa partir de cidadão que repre-
trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado sentem, no mínimo, cinco por cento do eleitorado. (NR)
pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores. (NR) (com redação Art. 49-C - Aprovada a realização do plebiscito ou do referendo,
dada pela Emenda nº 38, de 22/08/2001). o Presidente da Câmara dará ciência à Justiça Eleitoral, que definirá
§5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para os procedimentos a serem adotados para a sua realização. (NR)
promulgação, ao Prefeito. §1º - A votação do plebiscito ou do referendo, tanto quanto
§6º - Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no pará- possível, coincidirá com o pleito eleitoral, devendo, também, ser
grafo 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, realizada no prazo máximo de seis meses e prazo mínimo de três
sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. meses após a sua aprovação. (NR)
§7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito §2º - Fica assegurada a publicidade gratuita, nos termos da le-
horas pelo Prefeito, nos casos dos §§3º e 5º, o Presidente da Câ- gislação federal, aos defensores e opositores da questão submetida
mara a promulgará, e, se este não o fizer, em igual prazo, caberá ao à votação, incluindo partidos políticos e frentes suprapartidárias or-
Vice-Presidente fazê-lo. ganizadas pela sociedade civil. (NR)
Art. 47 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado so- §3º - A decisão do eleitorado, em plebiscito ou referendo, con-
mente poderá constituir objeto de novo projeto na mesma sessão siderar-se-á tomada, quando obtiver a maioria dos votos válidos,
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da desde que tenha votado, pelo menos, mais da metade dos eleitores
Câmara. de acordo com o resultado proclamado pelo Tribunal Regional Elei-
Art. 48 - As resoluções e decretos-legislativos far-se-ão na for- toral. (NR)
ma do Regimento Interno. §4º - Conforme o resultado do plebiscito, os Poderes compe-
Art. 49 - É vedada a delegação legislativa. tentes tomarão as providencias necessárias à sua implementação,
inclusive, se for o caso, com a votação de lei ou de emenda à Lei
SEÇÃO IX-A Orgânica.(NR)
DO PLEBISCITO, DO REFERENDO E DA INICIATIVA POPU- Art. 49-D - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresen-
LAR (NR) tação à Câmara Municipal de projeto de lei subscrito por, no míni-
- Seção IX-A acrescida pela Emenda nº 47, de 19/10/2007. mo, cinco por cento do eleitorado municipal. (NR)
§1º - Os signatários da iniciativa popular devem declarar o seu
Art. 49-A - Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao nome completo e a sua data de nascimento, vedada a exigência de
povo para que delibere sobre matéria de absoluta relevância, de qualquer outra informação adicional. (NR)
natureza legislativa ou administrativa da cidade e de bairros, princi- §2º - O projeto de lei de iniciativa popular deverá circunscrever-
palmente sobre: (NR) -se a um só assunto. (NR)

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

§3º - O projeto de lei de iniciativa popular não poderá ser re- §5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer,
jeitado por vício de forma, cabendo à Câmara Municipal, por seu em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação,
órgão competente, providenciar a correção de eventuais improprie- qualificar-se-á o mais idoso.
dades de técnica legislativa ou de redação. (NR)
§4º - O projeto de lei de iniciativa popular receberá o mesmo SEÇÃO II
tratamento dos demais projetos, facultada sua solicitação de urgên- DA POSSE
cia para a sua apreciação e assegurada a realização de audiência
pública com a participação dos interessados, que poderão fazer a Art. 53 - O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia pri-
defesa do projeto, através de representante para tal fim credencia- meiro de janeiro do ano subsequente ao da eleição em sessão da
do, na forma regimental.(NR) (Artigos 49-A ao 49-D acrescidos pela Câmara, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir
Emenda nº 47, de 19/10/2007). a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica
§5º - A iniciativa popular prevista nesta lei poderá ser realizada do Município, observar as leis, promover o bem geral, sustentar a
com assinaturas digitais, mediante adesão via rede mundial de com- união, a integridade e a independência do Município, defendendo a
putadores. (NR). (acrescido pela Emenda nº 53, de 03/10/2012). justiça social, a paz e a equidade de todos os cidadãos.
§1º - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Pre-
SEÇÃO X feito ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver assu-
DO PLENÁRIO E DAS VOTAÇÕES mido o cargo, este será declarado vago.
§2º - O Prefeito e o Vice-Prefeito deverão, no ato da posse e
Art. 50 - Em decorrência da soberania do plenário, todos os no término do mandato, fazer declaração pública de bens, que será
atos da Mesa, da Presidência e das comissões estão sujeitos ao seu transcrita em livro próprio, cuja guarda caberá à Câmara.
império.
SEÇÃO III
CAPÍTULO II DA SUBSTITUIÇÃO
DO PODER EXECUTIVO
Art. 54 - Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, e su-
SEÇÃO I cedê-lo-á, no de vaga, o Vice-Prefeito.
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO Parágrafo único - O Vice-Prefeito auxiliará o Prefeito na condu-
ção do Poder Executivo, devendo cumprir as missões especiais que
Art. 51 - O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado lhe forem outorgadas, além de outras atribuições que lhe forem
pelos Secretários Municipais e os responsáveis pelos órgãos da ad- conferidas em lei.
ministração direta e indireta. Art. 55 - Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefei-
Parágrafo único - São condições de elegibilidade para o manda- to ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente cha-
to de Prefeito, na forma da lei federal: mados ao exercício da chefia do Poder Executivo o Presidente da
I - a nacionalidade brasileira; Câmara e o Secretário de Assuntos Jurídicos.
II - o pleno exercício dos direitos políticos; Art. 56 - Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito far-se-á
III - o alistamento eleitoral; eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; §1º - Ocorrendo a vacância no último ano do período governa-
V - a filiação partidária; mental, aplica-se o disposto no artigo anterior.
VI - a idade mínima de vinte e um anos; §2º - Em qualquer dos casos, os sucessores deverão completar
VII - ser alfabetizado. o período de governo restante.
Art. 52 - A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se-
-á, conforme o disposto no artigo 29, incisos I e II da Constituição SEÇÃO IV
Federal, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o DA LICENÇA
País, até noventa dias antes do término do mandato dos que devem
suceder. Art. 57 - O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, sem licença
§1º - A eleição do Prefeito importará a do Vice-Prefeito com da Câmara, ausentar-se do Município por período superior a quinze
ele registrado. dias, sob pena de perda do cargo.
§2º - Será considerado eleito Prefeito o candidato que, regis- §1º - O Prefeito regularmente licenciado terá direito a perceber
trado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não a remuneração quando:(Parágrafo único transformado em §1º pela
computados os brancos e os nulos. Emenda nº 21, de 06/03/1998).
§3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na pri- I - impossibilitado do exercício do cargo por motivo de doen-
meira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a procla- ça devidamente comprovada ou em licença-gestante, observado
mação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados quanto a esta o disposto no parágrafo 3º do artigo 14;
e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos II - a serviço ou em missão de representação do Município;
válidos. III - em gozo de férias anuais, de 30(trinta) dias, devendo comu-
§4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, nicar previamente à Câmara Municipal de seu afastamento, para
desistência ou impedimento legal do candidato, convocar-se-á, convocação do substituto legal nesse período, se necessário. (NR)
dentre os remanescentes, o de maior votação. (acrescido pela Emenda nº 21, de 06/03/1998).

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§2º - O Prefeito e o Vice-Prefeito poderão ausentar-se, ainda XXIII - dar denominação a próprios, vias e logradouros públicos,
na forma do “caput” deste artigo e com prejuízo da percepção da observados os critérios da lei;
remuneração, para tratar de interesses particulares, por prazo nun- a) terá prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar da data de
ca inferior a 15 (quinze) dias. (NR) (acrescido pela Emenda nº 21, de publicação da lei denominando logradouro público, para executar
06/03/1998). a afixação de placas indicativas com a denominação aprovada. (NR)
(acrescida pela Emenda nº 26, de 19/03/1999).
SEÇÃO V XXIV - aprovar projetos de edificação e planos de loteamento,
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO arruamento e zoneamento;
XXV - solicitar o auxílio da Polícia do Estado para garantia de
Art. 58 - Ao Prefeito compete, entre outras atribuições: cumprimento de seus atos;
I - representar o Município em juízo ou fora dele; XXVI - apresentar à Câmara, na sua sessão inaugural, mensa-
II - exercer, com o auxílio do Vice-Prefeito e dos Secretários Mu- gem sobre a situação do Município, solicitando as medidas de inte-
nicipais, a direção superior da administração; resse público que julgar necessárias;
III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como ex- XXVII - realizar audiências públicas com entidades representati-
pedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; vas da população, de classe e de trabalhadores, para efetiva discus-
IV - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; são de projetos de relevância social e interesse público.
V - prover e extinguir os cargos públicos do Município com as XXVIII - encaminhar, dentro de quinze dias, os documentos soli-
restrições das Constituições Federal e Estadual, desta Lei Orgânica, citados pela Câmara, referentes a atos municipais, os quais poderão
e na forma que a lei estabelecer; ser substituídos por cópias autênticas. (NR) (acrescido pela Emenda
VI - nomear e exonerar livremente os Secretários Municipais; nº 05, de 19/04/1991).
VII - nomear e exonerar os dirigentes das autarquias, observa- Parágrafo único - O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus
das as condições estabelecidas na Constituição Federal; auxiliares, funções administrativas que não sejam de sua exclusiva
VIII - elaborar e enviar à Câmara o plano diretor; competência.
IX - elaborar e enviar à Câmara o plano plurianual, o projeto de
lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previs- SEÇÃO VI
tas na Constituição Federal; DA EXTINÇÃO E CASSAÇÃO DO MANDATO
X - prestar, anualmente, à Câmara, dentro de sessenta dias
após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exer- Art. 59 - A extinção ou a cassação do mandato do Prefeito e Vi-
cício anterior; ce-Prefeito, bem como a apuração dos crimes de responsabilidade
XI - decretar desapropriações, por necessidade ou utilidade pú- do Prefeito ou de seu substituto, ocorrerão na forma e nos casos
blica ou interesse social, e instituir servidões administrativas; previstos na legislação federal.
XII - expedir decretos, portarias e outros atos administrativos;
XIII - permitir ou autorizar o uso de bens municipais por ter- SEÇÃO VII
ceiros; DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO
XIV - permitir ou autorizar a execução de serviços públicos, por
terceiros, em conformidade com a lei; Art. 60 - São crimes de responsabilidade do Prefeito os atos que
XV - encaminhar aos órgãos competente os planos de aplicação atentem contra a Constituição Federal, a Constituição Estadual, esta
e as prestações de contas exigidas em lei, bem como enviar à Câ- Lei Orgânica e, especialmente, contra:
mara, até o dia 20 (vinte) de cada mês, cópia do balancete Oficial, I - a existência da União, do Estado e do próprio Município;
referente ao mês anterior. (NR) (com redação dada pela Emenda nº II - o livre exercício do Poder Legislativo;
35, de 04/07/2000). III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
XVI - fazer publicar os atos oficiais; IV - a probidade na administração;
XVII - prestar, dentro de quinze dias, as informações solicitadas V - a lei orçamentária;
pela Câmara, entidades representativas da população, de classe e VI - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
de trabalhadores do Município, referentes a atos municipais; Art. 61 - Admitida a acusação contra o Prefeito, por dois terços
XVIII - superintender a arrecadação de tributos e preços, bem da Câmara, será ele submetido a julgamento perante o Tribunal de
como a guarda e a utilização da receita, o gerenciamento das dis- Justiça do Estado, nas infrações comuns, e perante a Câmara, nos
ponibilidades financeiras, autorizando as despesas e pagamentos crimes de responsabilidade.
dentro dos recursos orçamentários ou dos créditos aprovados pela §1º - O Prefeito ficará suspenso de suas funções:
Câmara; I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou
XIX - colocar à disposição da Câmara, dentro de quinze dias de queixa-crime pelo Tribunal de Justiça do Estado;
sua requisição, as quantias que devem ser despendidas de uma só II - nos crimes de responsabilidade, após instauração de pro-
vez, e, até o dia vinte de cada mês, a parcela correspondente ao cesso pela Câmara;
duodécimo de sua dotação orçamentária; §2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamen-
XX - aplicar multas previstas em leis e contratos, bem como re- to não estiver concluído, cessará o afastamento do Prefeito, sem
levá-las quando impostas irregularmente; prejuízo do regular prosseguimento do processo.
XXI - resolver sobre os requerimentos, reclamações ou repre- §3º - O Prefeito, na vigência de seu mandato, não pode ser res-
sentações que lhe forem dirigidos; ponsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
XXII - oficializar, obedecidas as normas urbanísticas aplicáveis,
os logradouros públicos;
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

SEÇÃO VIII §1º - Em toda publicidade de atos, programas. obras, serviços e


DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS campanhas, a administração pública direta fica obrigada a usar so-
mente o símbolo do Município de Santo André, representado pelo
Art. 62 - Os Secretários Municipais e dirigentes de autarquias brasão oficial sendo vedada a utilização de nomes, símbolos, sons
serão escolhidos entre brasileiros maiores de vinte e um anos e no e imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
exercício dos direitos políticos. servidores públicos. (NR) (com redação dada pela Emenda nº 17,
Parágrafo único - Compete ao Secretário Municipal, além de de 04/09/1996).
outras atribuições: §2º - A veiculação da publicidade fica restrita ao território do
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e Município, exceto aquela inserida em órgãos de comunicação que
entidades da administração, na área de sua competência; abranjam além do Município.
II - expedir instruções para execução das leis, decretos e regula- §3º - O Executivo publicará e enviará ao Legislativo, no máximo
mentos relativos aos assuntos de sua secretaria; trinta dias após o encerramento de cada trimestre, relatório com-
III - apresentar ao Prefeito relatório anual de sua gestão na se- pleto sobre os gastos publicitários da administração direta, indireta,
cretaria; fundacional e de órgãos controlados pelo Poder Público, na forma
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem da lei.
outorgadas ou delegadas pelo Prefeito. §4º - As empresas públicas ou aquelas controladas pelo Muni-
Art. 63 - A lei disporá sobre criação e extinção de Secretarias. cípio que sofram concorrência de mercado deverão restringir sua
(NR)(com redação dada pela Emenda nº 49, de 02/06/2009). publicidade ao seu objeto social.
Art. 64 - Os Secretários Municipais, auxiliares diretos e da con- §§5º, 6º e 7º declarados inconstitucionais, em controle concen-
fiança do Prefeito, serão responsáveis pelos atos que praticarem ou trado, pelo Tribunal de Justiça, nos autos da ADIN nº 13.866-0/1,
referendarem no exercício do cargo. julgada em 12/02/1992.
Art. 65 - A competência dos Secretários abrangerá todo o ter- Art. 71 - O Município, para aproximar a Administração dos mu-
ritório do Município, nos assuntos pertinentes às respectivas secre- nícipes e com a função descentralizadora, além de outros meios,
tarias. dividir-se-á territorial e administrativamente na forma estipulada
Art. 66 - Os Secretários Municipais serão sempre nomeados em em lei.
comissão, farão declaração pública de bens no ato da posse e no Art. 72 - O Município instalará uma central de informações e
término do exercício do cargo, e terão os mesmos impedimentos referências ou similar para uso da comunidade.
dos Vereadores, enquanto nele permanecerem.
SEÇÃO II
TÍTULO IV DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Art. 73 - A Gestão Democrática dar-se-á, dentre outras formas,
CAPÍTULO I através da participação da população em canais institucionais de-
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL nominados conselhos.
Parágrafo único - Os canais de que trata este artigo são órgãos
SEÇÃO I vinculados tecnicamente ao Executivo.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 74 - Os Poderes Executivo e Legislativo garantirão as infor-
mações e espaços públicos para o funcionamento dos canais insti-
Art. 67 - A Administração Municipal compreende: tucionais de participação popular, conforme regulamentação legal.
I - administração direta: secretarias ou órgãos equiparados e Art. 75 - Os conselhos compor-se-ão paritariamente.
organizações distritais ou regionais. §1º - Fica garantida a representação do Executivo, dos servido-
II - administração indireta ou fundacional: entidades dotadas res públicos quando for compatível, das entidades representativas
de personalidade jurídica própria. da sociedade civil e dos movimentos populares.
Parágrafo único - As entidades compreendidas na administra- §2º - O mandato dos membros dos conselhos será de, no máxi-
ção indireta serão criadas por leis específicas e vinculadas às secre- mo, dois anos, sendo permitida uma reeleição.
tarias ou órgãos equiparados, em cuja área de competência estiver §3º - Quando da mudança do Chefe do Executivo fica facultada
enquadrada sua atividade. a este a renovação de seus representantes no conselho.
Art. 68 - Fica garantida a participação popular em todos os ní- §4º - Os membros do conselho não farão jus a remuneração.
veis de decisão do Executivo, através de suas entidades representa- Art. 76 - Cabe aos Poderes Executivo e Legislativo providenciar
tivas devidamente organizadas. o cadastramento das entidades e movimentos populares interessa-
Art. 69 - A administração pública direta ou indireta do Muni- dos em participar dos conselhos, sem poder vetá-los.
cípio obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo- Parágrafo único - Cada conselho promoverá anualmente, no
ralidade, publicidade, razoabilidade, transparência e participação mínimo, uma plenária aberta à participação de todos os cidadãos,
popular. entidades da sociedade civil e movimentos populares, com o objeti-
Art. 70 - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e vo de analisar seu trabalho pretérito, orientar sua atuação e propor
campanhas da administração pública direta e indireta, fundações projetos futuros.
e órgãos controlados pelo Poder Público, ainda que custeada por
entidades privadas, deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social.

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CAPÍTULO II comprovado tempo de efetivo exercício nas funções de magistério


DOS SERVIDORES MUNICIPAIS na educação infantil, no ensino fundamental e ensino médio, fixa-
do em Lei Complementar. (NR) (acrescido pela Emenda nº 58, de
Art. 77 - O Município instituirá regime jurídico único e planos 01/07/2021).
de carreira para os servidores da administração pública direta das Art. 82 - A duração do trabalho normal não poderá ser superior
autarquias e das fundações públicas. a oito horas diárias e quarenta horas semanais, facultada a com-
§1º - A lei assegurará aos servidores da administração direta, pensação de horários e a redução da jornada mediante acordo ou
isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou asse- convenção coletiva de trabalho.
melhadas do mesmo Poder ou entre os servidores dos Poderes Exe- Art. 83 - O Poder Público, anualmente, revisarão o treinamen-
cutivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de caráter individual e to dados aos servidores municipais, visando proporcionar melhor
as relativas à natureza ou ao local de trabalho. atendimento aos munícipes e aumento da produtividade no serviço
§2º - No caso do parágrafo anterior, não haverá alteração dos público, aplicando, para tanto, métodos racionais de trabalho. (NR)
vencimentos dos demais cargos da carreira a que pertencem aque- (“caput”, com redação dada pela Emenda nº 20, de 10/11/1997).
les cujos vencimentos forem alterados por força da isonomia. Parágrafo único - O Poder Público investirá na realização de cur-
§3º - É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, sos especializados, pesquisas e processos que venham em benefí-
exceto quando houver compatibilidade de horários: (NR) cio da Administração Municipal, no aprimoramento tecnológico de
I - de dois cargos de professor; (NR) seus servidores.
II - de um cargo de professor com outro técnico ou científico; Art. 84 - Os Poderes Públicos Municipais afixarão em lugares
(NR) visíveis ao público, em todos os postos de trabalho, quadro onde
III - de dois cargos privativos de médico. (NR) constem nome, cargo ou função, sua natureza e o horário de traba-
§4º - A proibição de acumular, a que se refere o parágrafo an- lho de todos os servidores lotados no respectivo local.
terior, estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, em- Art. 85 - O Executivo enviará semestralmente à Câmara lista
presas públicas, sociedades de economia mista e fundações instituí- contendo o nome, número de matrícula, remuneração mensal e
das ou mantidas pelo poder público. (NR) (§§3º e 4º acrescidos pela natureza do cargo de todos os servidores da administração direta
Emenda nº 31, de 30/03/2000). e indireta.
Art. 78 - Aplicam-se aos servidores públicos municipais os prin- Parágrafo único - Incluem-se, para os fins deste artigo, os servi-
cípios e direitos assegurados pela Constituição Federal, além de ou- dores municipais que exerçam cargos de confiança ou em comissão,
tros conquistados pela categoria. a qualquer título, bem como os pertencentes a autarquias, empre-
Art. 79 - Fica garantido, também, aos servidores públicos mu- sas públicas e sociedades de economia mista.
nicipais: Art. 86 - Ao servidor público que tiver a capacidade de trabalho
I - livre associação sindical e livre filiação à Associação dos Ser- reduzida em decorrência de acidente de trabalho ou doença, será
vidores Públicos Municipais de Santo André e à Associação dos Ser- garantida a transferência para locais ou atividades compatíveis com
vidores do SEMASA; (NR) sua situação, sem prejuízo da remuneração.
II - estabilidade do servidor sindicalizado ou associado às enti- Art. 87 - Em obediência ao disposto no §1º do artigo 19 das Dis-
dades mencionadas no inciso I, a partir do registro da candidatura posições Transitórias da Constituição Federal, o tempo de serviço
a cargo de direção ou de representação e, se eleito, ainda que su- dos servidores estabilizados na forma do “caput” do mesmo artigo,
plente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta será contado como título quando se submeterem a concurso para
grave, nos termos da lei; (NR) fins de efetivação.
III - afastamento remunerado de, no mínimo, três diretores Art. 87-A - É vedada a nomeação ou designação para cargos
para o exercício de suas atividades sindicais e de um diretor para o comissionados de livre nomeação e exoneração do Poder Legislati-
exercício de suas atividades nas Associações mencionadas no inciso vo e Poder Executivo, bem como em suas administrações indiretas,
I. (NR) (Incisos I, II e III com redação dada pela Emenda nº 22, de pessoa que tenha sido condenada em decisão judicial transitada em
23/06/1998). julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condena-
Art. 80 - Aos servidores públicos efetivos ou estáveis do Municí- ção até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento
pio e suas autarquias fica assegurada, para efeito de aposentadoria, da pena decorrente de qualquer ato ilícito previsto na Lei Comple-
a contagem recíproca de tempo de serviço prestado em atividades mentar nº 135, de 4 de junho de 2010. (NR) (acrescido pela Emenda
de natureza privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos nº 54, de 18/10/2013).
sistemas de previdência social se compensarão financeiramente,
segundo critérios estabelecidos em lei. CAPÍTULO III
Art. 81 - (declarado inconstitucional, em controle concentrado, DOS ATOS MUNICIPAIS
pelo Tribunal de Justiça, nos autos da ADIN nº 30.121-0/7-SP, julga-
da em 27/03/1996). SEÇÃO I
Art. 81-A - O servidor público municipal, abrangido pelo regime DISPOSIÇÃO GERAL
próprio de previdência social, será aposentado aos 62 (sessenta e
dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de Art. 88 - As decisões administrativas em processos de interesse
idade, se homem, observados o tempo de contribuição e os demais dos servidores e dos munícipes, ocorrerão em um prazo máximo de
requisitos estabelecidos em Lei Complementar. (NR) trinta dias, prorrogáveis por igual período, contados a partir da data
Parágrafo único - Para os ocupantes do cargo efetivo de pro- de protocolo do respectivo expediente.
fessor, a idade mínima será de 57 (cinquenta e sete) anos de idade,
se mulher, e 60 (sessenta) anos de idade, se homem, desde que
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Parágrafo único - O descumprimento do disposto no “caput”, b) instituição, modificação e extinção de atribuições não priva-
acarretará a responsabilidade do agente público e indenização à ví- tivas de lei;
tima do ato omisso, quando for o caso, na forma da lei. c) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite
autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários;
SEÇÃO II d) declaração de utilidade ou necessidade pública, ou de inte-
DA PUBLICAÇÃO resse social, para efeito de desapropriação ou de servidão adminis-
trativa;
Art. 89 - A publicação das leis e atos municipais das administra- e) aprovação de regulamento ou regimento;
ções direta e indireta é obrigatória e será feita no órgão oficial da f) permissão de uso de bens e serviços municipais;
imprensa do Município, obedecido, também, o disposto no artigo g) medidas executórias do plano diretor;
70 desta lei. (NR) (“caput”, com redação dada pela Emenda nº 09, h) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos
de 09/04/1992). administrados, não privativos de lei;
§1º - O órgão de imprensa oficial do Município deverá ser de i) normas de efeitos externos, não privativos de lei;
amplo acesso e circular, obrigatoriamente, nas repartições públicas j) fixação e alteração de preços;
municipais e entidades representativas da comunidade. II - portaria, nos seguintes casos:
§2º - A publicação dos atos não normativos, pela imprensa, po- a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos de
derá ser resumida. efeitos individuais;
§3º - Os atos de efeitos externos só terão eficácia após sua pu- b) lotação e relotação nos quadros do pessoal;
blicação. c) autorização para contrato e dispensa de servidores sob o re-
§4º - A publicação ou divulgação de atos, atividades e fatos da gime da legislação trabalhista;
Administração Municipal poderá, eventualmente, a critério do Pre- d) abertura de sindicância e processos administrativos, aplica-
feito ou dos dirigentes de entidades da administração indireta, ser ção de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos;
feita através de outros órgãos de imprensa, observadas as formali- e) outros casos determinados em lei ou decreto.
dades legais. Parágrafo único - Os atos constantes do inciso II deste artigo
poderão ser delegados.
SEÇÃO III
DO REGISTRO SEÇÃO V
DAS CERTIDÕES
Art. 90 - O Município terá os livros que forem necessários aos
seus serviços e obrigatoriamente os de: Art. 92 - Todo órgão ou entidade municipal prestará aos inte-
I - termo de compromisso e posse; ressados, no prazo máximo de dez dias úteis, e sob pena de respon-
II - declaração de bens; sabilidade funcional, as informações de interesse particular, coleti-
III - atas das sessões da Câmara; vo ou geral, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível, nos
IV - registros de leis, decretos, resoluções, regulamentos, ins- casos referidos na Constituição Federal.
truções e portarias; Art. 93 - A certidão relativa ao exercício de mandato de Prefeito
V - cópia de correspondência oficial; e de Vereador será fornecida pela Câmara.
VI - protocolo, índice de papéis e livros arquivados;
VII - licitações e contratos para obras e serviços; CAPÍTULO IV
VIII - contrato de servidores; DOS BENS MUNICIPAIS
IX - contratos em geral;
X - contabilidade e finanças; Art. 94 - Constituem bens municipais todas as coisas móveis e
XI - concessões e permissões de bens imóveis e de serviços; imóveis, direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao Mu-
XII - tombamento de bens imóveis; nicípio.
XIII - registro de loteamentos aprovados. Art. 95 - Pertencem ao patrimônio municipal as terras devolu-
§1º - Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo Pre- tas que se localizam dentro do Município.
feito e pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por funcio- Art. 96 - Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais,
nário designado para tal fim. respeitando a competência da Câmara quanto àqueles utilizados
§2º - Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos em seus serviços.
por fichas ou outro sistema, convenientemente autenticados. Art. 97 - Todos os bens municipais deverão ser cadastrados,
§3º - Os livros, fichas, ou outro sistema, estarão abertos a con- com identificação respectiva, numerando-se os móveis, segundo o
sulta de qualquer munícipe, bastando, para tanto, apresentar re- que for estabelecido em regulamento, os quais ficarão sob a res-
querimento. ponsabilidade do titular do órgão competente.
Art. 98 - Os bens patrimoniais do Município deverão ser clas-
SEÇÃO IV sificados:
DA FORMA I - pela sua natureza;
II - em relação a cada serviço.
Art. 91 - Os atos administrativos de competência do Prefeito Parágrafo único - Deverá ser feita, anualmente, a conferência
devem ser expedidos com observância das seguintes normas: da escrituração patrimonial com os bens existentes e, na prestação
I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos casos de: de contas de cada exercício, será incluído o inventário de todos os
a) regulamentação de lei; bens municipais.
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Art. 99 - A Administração deverá tornar públicos todos os seus poderá ser dispensada, mediante lei, quando o uso se destinar a
atos de alienação, permissão e concessão de uso dos bens munici- concessionária de serviço público, a entidade assistencial, ou quan-
pais, definindo claramente seus critérios. do houver interesse público relevante, devidamente justificado.
Art. 100 - A alienação de bens municipais, subordinada à exis- §2º - A concessão administrativa de bens públicos de uso co-
tência de interesse público devidamente justificado, será sempre mum somente poderá ser outorgada para finalidades escolares,
precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: turísticas ou de assistência social, mediante autorização legislativa.
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e de §3º - A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem pú-
licitação, excetuadas as hipóteses legais de dispensa do procedi- blico, será feita a título precário, por decreto.
mento licitatório. (NR) §4º - A autorização, que poderá incidir sobre qualquer bem pú-
II - quando móveis, dependerá de licitação, excetuadas as hipó- blico, será feita por portaria, para atividades ou usos específicos e
teses legais de dispensa do procedimento licitatório. (NR) (Incisos I transitórios, pelo prazo máximo de noventa dias, salvo quando para
e II com redação dada pela Emenda nº 60, de 02/03/2022). o fim de formar canteiro de obra pública, caso em que o prazo cor-
§1º - O Município, preferentemente à venda ou doação de seu responderá ao da duração da obra.
bens imóveis, outorgará concessão de direito real de uso, mediante Art. 104 - Poderá ser permitido a particular, a título oneroso
prévia autorização legislativa e concorrência. A concorrência pode- ou gratuito, conforme o caso, o uso do subsolo ou do espaço aéreo
rá ser dispensada por lei, quando o uso se destinar a concessionária de logradouros públicos para construção de passagem destinada à
de serviço público, a entidades assistenciais, ou quando houver re- segurança ou conforto dos transeuntes e usuários ou para outros
levante interesse público, devidamente justificado. fins de interesse urbanístico.
§2º - A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas Art. 105 - A utilização e administração dos bens públicos de
urbanas remanescentes e inaproveitáveis para edificação, resul- uso especial, como mercados, matadouros, estações, recintos de
tantes de obras públicas, dependerá apenas de prévia avaliação espetáculos e campos de esportes, serão feitas na forma da lei e
e autorização legislativa. As áreas resultantes de modificação de regulamentos respectivos.
alinhamento serão alienadas nas mesmas condições, quer sejam
aproveitáveis ou não. CAPÍTULO V
Art. 100-A - Fica autorizada a retrocessão administrativa, nos DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS
termos do artigo 519 do Código Civil, desde que requerida pelo pró-
prio titular do direito, nos seguintes casos: (NR) Art. 106 - A execução das obras públicas municipais deverá
I - Caberá pedido de retrocessão administrativa em até 180 ser precedida de projeto elaborado, mediante planilhas de custos
(cento e oitenta) dias contados a partir da manifestação inequívoca circunstanciadas, acompanhadas de demonstração detalhada de
do Poder Executivo da perda da utilidade pública do bem expro- preços, obedecendo à legislação edilícia e urbanística cabível, e às
priado ou quando não lhe der a destinação pública que motivou a normas técnicas em âmbito nacional, sob pena de suspensão da
desapropriação; (NR) despesa ou de invalidade da contratação.
II - Caberá ainda pedido de retrocessão administrativa quando Parágrafo único - As obras e serviços públicos poderão ser exe-
o Poder Executivo desistir da desapropriação do bem; (NR) cutados diretamente pela Prefeitura, por suas autarquias e entida-
§1º - O bem expropriado que perdeu a utilidade pública nos des paraestatais e, indiretamente, por terceiros, mediante licitação.
termos dos incisos I e II, ficará automaticamente desafetado. (NR) Art. 107 - Incumbe ao Município, respeitadas as legislações fe-
§2º - O expropriado é o titular exclusivo do direito de retroces- deral e estadual, a prestação de serviços públicos, diretamente ou
são e de preferência sobre o imóvel, cujo preço atual será apurado sob regime de concessão ou permissão, através de licitação.
pela Comissão Especial de Avaliação, vedada sua cessão a terceiros §1º - A permissão de serviço público, sempre a título precário,
ou herdeiros, nos termos do artigo 520 do Código Civil. (NR) (Artigo será outorgada por decreto após edital de chamamento de interes-
100-A acrescido pela Emenda nº 60, de 02/03/2022). sados, para escolha do melhor pretendente, mediante contrato,
Art. 101 - A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, precedido de concorrência. (A expressão “enquanto a concessão só
dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa. será feita com autorização legislativa” foi declarada inconstitucio-
Art. 102 - Os logradouros públicos, como bens públicos de uso nal em parte, em controle concentrado, com observação² e efeitos
comum, são inalienáveis e imprescritíveis. ex nunc, pelo Tribunal de Justiça nos autos da ADIN nº 2229881-
§1º - Tornar-se-á alienável a via municipal, praça ou largo que, 14.2017.8.26.0000, julgada em 31/07/2019). (2 – declarada por ar-
no todo ou em parte, seja desafetada ou desqualificada juridica- rasto para conformação da declaração de constitucionalidade par-
mente. cial do inciso V do artigo 8º).
§2º - A via municipal, praça ou largo, só será desafetada me- §2º - Serão nulas de pleno direito as permissões, as conces-
diante lei municipal e somente terá validade se o logradouro efeti- sões, bem como quaisquer ajustes feitos em desacordo com o esta-
vamente houver perdido sua utilização pública, sendo obrigatória belecido neste artigo.
a mais ampla divulgação do fato, em especial nos bairros ou áreas §3º - Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sempre su-
interessadas, com determinação de prazo para impugnação. jeitos à regulamentação e fiscalização do Município, incumbindo,
Art. 103 - O uso de bens municipais por terceiros poderá ser fei- aos que os executem, sua permanente utilização e adequação às
to mediante concessão, permissão ou autorização, a título precário necessidades dos usuários.
e por tempo determinado, conforme o caso e o interesse público §4º - O Município poderá retomar, sem indenização, os serviços
exigir. permitidos ou concedidos, desde que executados em desconformi-
§1º - A concessão administrativa dos bens públicos de uso dade com o ato ou contrato, bem como aqueles que se revelarem
especial e dominicais dependerá de lei e concorrência, e se fará insuficientes para o atendimento dos usuários.
mediante contrato, sob pena de nulidade do ato. A concorrência
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§5º - As concorrências para a concessão de serviço público §3º - A administração pública direta e indireta, fundações e ór-
deverão ser precedidas de ampla publicidade, mediante edital ou gãos controlados pelo Poder Público Municipal, ficam obrigadas a
comunicado resumido. encaminhar, semanalmente, à Câmara Municipal, cópias de todos
Art. 108 - As tarifas dos serviços públicos e de utilidade pública, os editais de licitação, excetuando-se as cartas-convite. (NR) (acres-
inclusive a remuneração da fase de atacado dos serviços públicos cido pela Emenda nº 06, de 16/06/1991).
de abastecimento de água potável e de esgotamento sanitário, de- Art. 113 - A licitação será realizada para compras, obras e servi-
verão ser fixadas por entidade de regulação designada pelo Execu- ços e deverá ser precedida da indicação do local onde serão execu-
tivo, tendo em vista a justa remuneração e interesse social, e em tados e do respectivo projeto técnico completo, que permita a de-
observância à legislação específica. (NR) finição precisa de seu objeto e previsão de recursos orçamentários,
§1º - O exercício da regulação não poderá contrariar as diretri- sob pena de invalidade.
zes fixadas por decisão de entidade metropolitana, quando houver. Art. 114 - Os valores, prazos e validades das propostas licitató-
(NR) rias e demais procedimentos, obedecerão aos critérios da legisla-
§2º - Para fins do §1º, entende-se por decisão de entidade me- ção federal.
tropolitana a decisão de órgão colegiado instituído por lei comple- Art. 114-A - Todos os editais de convite, assim como as contra-
mentar estadual e na qual não haja preponderância de interesses tações por dispensa e inexigibilidade de licitação, na administração
exclusivos do estado, conforme decisão do Supremo Tribunal Fede- direta e indireta, devem ser publicados nos atos oficiais com, no
ral – STF no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº mínimo, 05 (cinco) dias de antecedência do início efetivo da referida
1.842-RJ. (NR) contratação. (NR)
§3º - Enquanto não for designada a entidade de regulação, a §1º - A não observância do prazo aludido no artigo anterior
fixação das tarifas e de outros preços públicos dar-se-á pelo Exe- ensejará, ao funcionário responsável pela contratação, penalidade
cutivo, mediante decreto. (NR) (Artigo 108 com redação dada pela prevista no artigo 187 da Lei Municipal nº 1.492, de 02 de outubro
Emenda nº 55, de 02/07/2015). de 1959. (NR)
Art. 109 - Ressalvados os casos especificados na legislação, as §2º - Lei ordinária estabelecerá valor mínimo dos editais de
obras, serviços e alienações serão contratados mediante processo convite, bem como dispensa e inexigibilidade de licitação, a serem
de licitação que assegure igualdade de condições a todos os concor- publicados. (NR) (Artigo 114-A acrescido pela Emenda nº 33, de
rentes, com cláusulas que estabeleçam as obrigações de pagamen- 29/05/2000).
to, mantidas as condições efetivas da proposta nos termos da lei, a
qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e eco- CAPÍTULO VI
nômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E FINANCEIRA
Parágrafo único - É vedada à administração pública direta ou
indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Pú- SEÇÃO I
blico, a contratação de serviços e obras de empresas que não aten- DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
dam às normas relativas à saúde e segurança no trabalho.
Art. 110 - O Município poderá realizar obras e serviços de inte- Art. 115 - Tributos municipais são os impostos, taxas e contri-
resse comum, mediante consórcios com outros municípios. buição de melhoria, instituídos por lei, atendidos os princípios es-
Parágrafo único - Os consórcios manterão um Conselho Con- tabelecidos na Constituição Federal e as normas gerais de direito
sultivo do qual participarão os municípios integrantes, além de uma tributário.
autoridade executiva e um Conselho Fiscal composto por munícipes Parágrafo único - Os tributos não deverão sacrificar o nível de
não pertencentes ao serviço público. vida compatível com a dignidade humana.
Art. 111 - O Município não poderá paralisar a execução de Art. 116 - São de competência do Município os seguintes im-
obras e serviços de caráter intermunicipal já iniciados, salvo por de- postos, além de outros criados por lei:
liberação de dois terços dos membros da Câmara. I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso,
SEÇÃO I de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais
DAS LICITAÇÕES sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos
à sua aquisição;
Art. 112 - A licitação destina-se a selecionar a proposta mais III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto
vantajosa para a Administração e será processada e julgada em es- óleo diesel;
trita conformidade com os princípios básicos de igualdade, publici- IV - serviços de qualquer natureza, definidos em lei comple-
dade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convo- mentar federal e não compreendidos na competência estadual.
catório, julgamento objetivo e os que lhe são correlatos. §1º - Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere
§1º - Nas concorrências públicas, para transparência do proces- o artigo 143, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (NR)
so licitatório, será constituída a Comissão de Acompanhamento de I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (NR)
Licitação, a ser disciplinada em lei, com a finalidade de acompanhar II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e
todo o procedimento licitatório. uso do imóvel. (NR) (com redação dada pela Emenda nº 39, de
§2º - Quando a Comissão referida no parágrafo anterior con- 11/12/2001).
cluir que o resultado da licitação é contrário ao interesse público, §2º - O imposto de que trata o inciso II:
deverá a Administração publicar essa conclusão juntamente com a a) incide sobre os imóveis situados no território do Município
respectiva homologação. ou sobre os quais versem os direitos transmitidos ou cedidos;

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

b) não incide sobre a transmissão de bens, direitos incorpo- §1º - Ao final de cada semestre e exercício, o relatório de que
rados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, trata este artigo deverá apresentar, adicionalmente, a somatória
nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, dos dados lançados nos relatórios bimestrais, no período.
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nes- §2º - O Executivo encaminhará ao Legislativo, até trinta dias
ses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e após cada trimestre, relatório contendo:
venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arren- I - a avaliação da situação econômico-social do Município;
damento mercantil. II - o comparativo entre os valores mensalmente arrecadados
Art. 117 - As taxas só poderão ser instituídas por lei, em razão no período e os valores de receita previstos no orçamento já atuali-
do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou po- zado por suas alterações;
tencial, de serviços públicos, específicos e divisíveis, prestados ao III - as previsões atualizadas de seu valores até o final do exer-
contribuinte ou postos à sua disposição pelo Município. cício financeiro.
Art. 118 - A contribuição de melhoria poderá ser cobrada dos Art. 126 - Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento
proprietários de imóveis valorizados por obras públicas municipais. de qualquer tributo lançado pela Prefeitura, sem prévia notificação.
Art. 119 - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de §1º - A notificação ao contribuinte ou, na ausência deste, ao
impostos nem serão instituídas em razão: seu representante ou preposto, far-se-á por uma das seguintes for-
a) do exercício do direito de petição em defesa de direitos ou mas:
contra ilegalidade ou abuso de poder; I - no próprio auto, mediante entrega de cópia, contra recibo
b) de certidões fornecidas, pelas repartições públicas, para de- assinado no original;
fesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pesso- II - no processo respectivo, mediante termo de ciência, datado
al, incluídas, entre aquelas, as certidões negativas de tributos. e assinado;
Art. 120 - O Município manterá Junta de Recursos Fiscais, ór- III - nos livros fiscais, mediante termo lavrado pela autoridade
gão colegiado a ser regulado em lei, constituído por servidores de- fiscal;
signados pelo Prefeito e contribuintes do Município indicados por IV - por via postal, sob registro, para o endereço indicado à re-
entidades de classe, com atribuição de decidir, em grau de recurso, partição fiscal;
as reclamações fiscais. V - por meio de publicação no jornal oficial do Município e
§1º - A Junta de Recursos Fiscais poderá proferir decisão fun- comunicação por via postal, ressalvando-se que a falta de entrega
dada na equidade e com base na capacidade econômica do contri- desta não prejudicará os efeitos da publicação.
buinte, na forma estabelecida em lei ou regulamento. §2º - A lei deverá estabelecer recurso contra o lançamento,
§2º - O contribuinte que compuser a Junta não poderá votar assegurando prazo mínimo de quinze dias para sua interposição, a
nas matérias que forem de seu interesse e de seus representados. contar da notificação.
Art. 121 - O Código Tributário Municipal será elaborado em §3º - Os prazos contar-se-ão singelamente da data do recibo,
conformidade com as diretrizes da política urbana expressas no pla- da ciência ou da lavratura do termo nas hipóteses dos incisos I, II e
no diretor. III do §1º e, em dobro, da data da postagem ou da publicação nas
Art. 122 - O Município poderá instituir contribuição de seus hipóteses dos incisos IV e V, respectivamente, do mesmo parágrafo.
servidores, para o custeio, em benefício destes, do sistema de pre- Art. 127 - A despesa pública atenderá aos princípios estabeleci-
vidência e assistência social. dos na Constituição Federal e as normas de direito financeiro.

SEÇÃO II SEÇÃO III


DA RECEITA E DA DESPESA DOS ORÇAMENTOS

Art. 123 - A Receita constituir-se-á da arrecadação dos tributos Art. 128 - Leis de iniciativa do Executivo estabelecerão, em
municipais, da participação em tributos do Estado e da União, dos compatibilidade com o piano diretor:
recursos resultantes do Fundo de Participação dos Municípios e da I - o plano plurianual;
utilização de seus bens, serviços, atividades e outros ingressos. II - as diretrizes orçamentárias;
Art. 124 - O Município divulgará, até o último dia do mês sub- III - os orçamentos anuais.
sequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos §1º - O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orça-
arrecadados e dos recursos recebidos. mentos anuais deverão, obrigatoriamente, atender as diretrizes e
Art. 125 - O Executivo fará publicar, até trinta dias após o encer- projetos estabelecidos no plano diretor.
ramento de cada bimestre, relatório resumido contendo: §2º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de for-
I - os montantes de cada um dos tributos arrecadados, transfe- ma setorizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração
rências e demais ingressos recebidos, no mínimo a nível de alínea, pública municipal para as despesas de capital e outras delas decor-
abrangendo, inclusive, a administração indireta; rentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
II - os montantes dos recursos já realizados pelo Município, no §3º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas
mínimo a nível de órgão e subcategoria econômica; e prioridades da administração pública municipal, incluindo as des-
III - a quantidade de servidores existentes no período e o mon- pesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará
tante de recursos despendidos para o seu pagamento, no mínimo a elaboração da lei orçamentária anual e disporá sobre as altera-
a nível de órgão; ções na legislação tributária.
IV - as obras concluídas e os principais serviços prestados ou §4º - Os planos e programas municipais previstos nesta Lei Or-
postos à disposição da população. gânica serão elaborados em consonância com o plano plurianual.
§5º - A lei orçamentária compreenderá:
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I - o orçamento fiscal referente aos Poderes Municipais, seus Art. 131- São vedados:
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclu- I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
sive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; mentária anual;
II - o orçamento de investimento das empresas em que o Mu- II - a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas
nicípio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
com direito a voto; III - a realização de operações de crédito que excedam o mon-
III - o orçamento de seguridade social, abrangendo todas as tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
entidades e órgãos a elas vinculados, da administração direta ou créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, apro-
indireta, inclusive fundos e fundações instituídos e mantidos pelo vados pela Câmara por maioria absoluta;
Poder Público. IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
§6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de de- despesa, ressalvada a destinação de recursos para manutenção e
monstrativo do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de desenvolvimento do ensino, como determina o artigo 260, e a pres-
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza fi- tação de garantias às operações de crédito por antecipação de re-
nanceira, tributária e creditícia. ceita, bem como o disposto no §4º deste artigo; (NR) (com redação
§7º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho dada pela Emenda nº 10, de 10/11/1993).
à previsão da receita e à fixação da despesa não se incluindo na V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
proibição a autorização para a abertura de créditos suplementares autorização legislativa e sem indicação dos recursos corresponden-
e contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de tes;
receita, nos termos da lei. VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
Art. 129 - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um
orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Executivo órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
à Câmara, obedecidos os seguintes prazos: VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
I - o projeto do plano plurianual para vigência até o final do VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
primeiro exercício financeiro do mandato do Executivo subsequen- recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social, para suprir
te, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações ou fundos;
primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerra- IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
mento da sessão legislativa; autorização legislativa.
II - O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminha- §1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer-
do até 08 (oito) meses antes do encerramento do exercício financei- cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
ro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão.
da Sessão Legislativa. (NR) (com redação dada pela Emenda nº 37, §2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
de 18/04/2001). exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de au-
III - O Projeto de Lei Orçamentaria será encaminhado até 03 torização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercí-
(três) meses antes do encerramento do exercício financeiro e de- cio, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos, poderão ser
volvido para sanção até o encerramento da Sessão Legislativa. (NR) incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
(com redação dada pela Emenda nº 18, de 28/05/1997). §3º - A abertura de crédito extraordinário somente será ad-
Art. 130 - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual mitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as
ou aos projetos que o modifiquem somente poderão ser aprovadas decorrentes de calamidade pública, observado o disposto na Cons-
caso: tituição Federal.
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de §4º - é permitida a vinculação de receitas próprias geradas pe-
diretrizes orçamentárias; los impostos a que se refere o artigo 116 e dos recursos de que tra-
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os pro- tam os artigos 158 e 159, inciso I, letra “b” da Constituição Federal,
venientes de anulação da despesa, excluídas as que incidam sobre: para a prestação de garantia à União e para pagamento de débitos
a) dotação para pessoal e seus encargos; para com esta. (NR) (acrescido pela Emenda nº 10, de 10/11/1993).
b) serviço da dívida; Art. 132 - Fica criado o Conselho Municipal de Orçamento a ser
III - sejam relacionadas: regulado em lei.
a) com a correção de erros ou omissões;
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. SEÇÃO IV
§1º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMEN-
não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plu- TÁRIA
rianual.
§2º - O Executivo poderá enviar mensagem à Câmara para pro- Art. 133 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
por modificações nos projetos relativos ao plano plurianual, às dire- operacional e patrimonial do Município, das entidades da admi-
trizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais, nistração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, eco-
enquanto não iniciada a votação da parte cuja alteração é proposta. nomicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
§3º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou re- exercida pela Câmara, mediante controle externo, e pelo sistema de
jeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesa controle interno do Executivo, instituído em lei.
correspondente, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica auto-
rização legislativa.
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa física ou en- §1º - Depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
tidade pública que utilize, arrecade, guarde ou administre dinheiro, ção de subsidiárias das entidades mencionadas no “caput”, assim
bens e valores públicos ou pelos quais o Município responda, ou como a participação de qualquer delas em empresa privada.
que em nome deste assuma obrigações da natureza pecuniária. §2º - As entidades a que se refere este artigo enviarão à Câma-
Art. 134 - O Prefeito remeterá ao Tribunal de Contas do Estado, ra, mensalmente, cópia dos respectivos balancetes e, quando ocor-
até trinta e um de março do exercício seguinte, as suas contas e as rer, cópia das atas das reuniões ordinárias e extraordinárias de seus
da Câmara, apresentadas pela Mesa, as quais ser-lhes-ão entregues respectivos conselhos.
até o dia primeiro de março.
Art. 135 - As contas do Prefeito e da Câmara, prestadas anu- TÍTULO V
almente, serão por esta apreciadas dentro de noventa dias após o DO DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL
recebimento do parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado,
considerando-se aprovadas nos termos das conclusões daquele pa- CAPÍTULO I
recer se não houver deliberação dentro do prazo estipulado. DISPOSIÇÃO GERAL
Parágrafo único - As contas relativas à aplicação de recursos
transferidos pela União e pelo Estado serão prestadas na forma da Art. 139 - O trabalho é obrigação social, garantido a todos o
legislação federal e estadual em vigor, podendo o Município su- direito ao emprego e à justa remuneração, que proporcione exis-
plementá-las, sem prejuízo de sua inclusão na prestação anual de tência digna na família e na sociedade.
contas. Parágrafo único - O Município considerará o capital não apenas
Art. 136 - Os poderes Legislativo e Executivo manterão, de for- como instrumento produtor de lucro, mas também como meio de
ma integrada, sistema de controle interno, com a finalidade de: expansão econômica e de bem-estar coletivo.
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plu-
rianual, a execução dos programas de governo e do orçamento do CAPÍTULO II
Município; DA COMPETÊNCIA
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimo- Art. 140 - Compete ao Município, quanto à ordem econômica:
nial dos órgãos e entidades da Administração Municipal, bem como I - estabelecer diretrizes sobre o seu desenvolvimento eco-
da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; nômico, inclusive exercendo, na forma da lei e no âmbito de suas
III - exercer controle sobre o deferimento de vantagens e a for- atribuições, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,
ma de calcular qualquer parcela integrante da remuneração, venci- sendo este determinante para o setor público e indicativo para o
mento ou salário de seus membros e servidores; setor privado;
IV - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan- II - dispensar às microempresas e de pequeno e médio por-
tias, bem como dos direitos e haveres do Município; tes, nós termos da lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a
V - apoiar o controle externo, no exercício de sua missão insti- incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas,
tucional. tributárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas, além
§1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co- de incentivar a criação e o desenvolvimento de indústrias;
nhecimento de qualquer irregularidade, ilegalidade ou ofensa aos III - disciplinar o funcionamento das atividades urbanas;
princípios do artigo 37 da Constituição Federal, dela darão ciência IV - promover os meios de acesso à cultura, à educação e à
à Mesa da Câmara, que imediatamente comunicará o Tribunal de ciência;
Contas do Estado, sob pena de responsabilidade solidária. V - estimular, no que couber, as atividades que contribuam para
§2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou entida- melhoria do meio ambiente, ampliem o nível de emprego e renda e
de sindical é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregu- melhorem a qualidade de vida da população.
laridades à Câmara. Art. 141 - O Município designará entidades especializadas in-
Art. 137 - O Poder Executivo manterá sistema de controle inter- cumbidas de exercer ampla regulação e fiscalização dos serviços pú-
no, com a finalidade de: blicos por ele prestados de forma direta ou contratada, objetivando
I - criar condições indispensáveis para assegurar eficácia ao o estabelecimento de padrões e normas para a adequada prestação
controle externo e regularidade à realização da receita e da des- dos serviços e para a satisfação dos usuários, a garantia do cumpri-
pesa; mento das condições e metas estabelecidas, a prevenção e repres-
II - acompanhar as execuções de programas de trabalho e do são do abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos
orçamento; órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência,
III - verificar a execução de contratos e demais normas admi- e a definição de tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico
nistrativas. e financeiro dos contratos como a modicidade tarifária. (NR) (com
redação dada pela Emenda nº 55, de 02/07/2015).
CAPÍTULO VII Art. 142 - A política de desenvolvimento econômico municipal
DAS AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES E EMPRESAS PÚBLICAS deverá:
I - incentivar o desenvolvimento de atividades primárias com-
Art. 138 - As autarquias, empresas públicas, empresas de capi- patíveis com as áreas de proteção dos mananciais;
tal misto e fundações serão criadas por leis específicas, por iniciati- II - potenciar as mais importantes economias de aglomeração e
va do Executivo. vantagens locacionais do Município;
III - estimular o turismo ecológico;
IV - estimular o crescimento do setor terciário.
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CAPÍTULO III jo ecológico das espécies e ecossistemas, controlando a produção,


DO PLANEJAMENTO URBANO comercialização e emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a qualidade de vida e o meio ambiente;
Art. 143 - É facultado ao Município, mediante lei específica VII - acesso de todos os cidadãos aos serviços e equipamentos
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, públicos, observando critérios equânimes de qualidade, quantida-
que o proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou de e distribuição espacial;
não utilizado, promova seu adequado aproveitamento, sob pena, VIII - mecanismo de recuperação, pelo Poder Público, da valori-
sucessivamente, de: zação imobiliária decorrente de sua ação ou de terceiros;
I - parcelamento ou edificação compulsórios, a contar da data IX - programas de urbanização e regularização de terras urba-
da notificação pela Prefeitura ao proprietário do imóvel, devendo nas e titulação das áreas voltadas à população de baixa renda, sem
esta ser averbada no Cartório de Registro de Imóveis; remoção dos moradores, salvo em áreas de risco, mediante con-
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana sulta obrigatória à população envolvida, garantindo, neste caso, o
progressivo no tempo; reassentamento;
III - desapropriação com pagamento, mediante títulos da dívi- X - acesso adequado das pessoas portadoras de deficiência a
da pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, edifícios públicos e particulares, a logradouros públicos e ao trans-
com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais iguais e porte coletivo.
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Art. 148 - Para assegurar as funções sociais da cidade e da pro-
§1º - A alienação do imóvel posterior à data da notificação não priedade, o Município poderá utilizar os seguintes instrumentos:
interrompe o prazo fixado para o parcelamento e edificação com- I - planejamento urbano;
pulsórios. II - tributários e financeiros;
§2º - A lei estabelecerá os prazos para o cumprimento do dis- III - institutos jurídicos.
posto neste artigo. Art. 149 - O Município elaborará seu plano diretor compatibili-
Art. 144 - A política de desenvolvimento municipal a ser formu- zando o reordenamento territorial, desenvolvimento econômico e
lada, planejada e implementada pelo Município, em conformidade social, construção de identidade municipal e proteção e recupera-
com as diretrizes gerais fixadas pela União e o Estado, tem por ob- ção do patrimônio cultural e ambiental.
jetivo assegurar o desenvolvimento das funções sociais da cidade e Art. 150 - A lei estabelecerá os procedimentos de elaboração,
garantir o bem estar de seus habitantes. aprovação, alteração e revogação do plano diretor e da legislação
Art. 145 - Leis, em conformidade com o plano diretor, disporão correspondente.
sobre perímetro, parcelamento, uso e ocupação do solo, edifica- Parágrafo único - A revisão do plano diretor deverá ser feita
ções, posturas, licenciamento e fiscalização dos projetos de parce- no prazo máximo de dezoito meses, a contar da posse do Prefeito.
lamentos e edificações. Art. 151 - O plano diretor conterá as políticas urbana e de de-
Parágrafo único - As entidades da comunidade poderão partici- senvolvimento econômico e social para o Município em conformi-
par da elaboração das leis referidas no “caput”. dade com a política ambiental.
Art. 146 - Fica criado o Conselho Municipal de Desenvolvimen- Parágrafo único - As políticas serão expressas em diretrizes, em
to Urbano. conformidade com o disposto nesta Lei Orgânica, que nortearão a
Art. 147 - A execução da política urbana está condicionada às elaboração de normas, planos, programas e projetos.
funções sociais da cidade, compreendidas como direito de todo ci- Art. 152 - O plano de alinhamento de via municipal deverá
dadão a moradia, transporte público, saneamento, energia elétrica, ser aprovado por lei, ficando as áreas remanescentes desafetadas,
gás, abastecimento, iluminação pública, comunicação, educação, passíveis, portanto, de alienação aos proprietários dos imóveis lin-
saúde, lazer e segurança. deiros, ressalvadas as normas e procedimentos específicos para os
§1º - A propriedade imobiliária urbana, pública ou privada, bens patrimoniais.
cumprirá sua função social quando atender às exigências expressas Art. 153 - O plano diretor deverá abranger a totalidade do ter-
no plano diretor. ritório municipal.
§2º - Para os fins previstos neste artigo, o Poder Público exigirá §1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara, estabelecerá
do proprietário a adoção de medidas que visem a direcionar a pro- normas legais e diretrizes técnicas para o desenvolvimento do Mu-
priedade para o uso produtivo de forma a assegurar: nicípio, sob os aspectos físico, social, econômico e administrativo,
I - acesso de todos à propriedade e moradia; assegurando:
II - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do pro- I - diretrizes gerais para um prazo mínimo de vinte anos;
cesso de urbanização; II - participação das respectivas entidades comunitárias no es-
III - prevenção e correção das distorções da valorização da pro- tudo, encaminhamento e solução dos problemas, planos, progra-
priedade; mas e projetos que lhe sejam concernentes;
IV - regularização dos loteamentos clandestinos, abandonados III - preservação, proteção e recuperação do meio ambiente
ou não tributados, independentemente do cumprimento das obri- urbano e cultural;
gações previstas em lei; IV - criação e manutenção de áreas de especial interesse social,
V - adequação do direito de construir às normas urbanísticas; histórico, urbanístico, ambiental, turístico e de utilização pública;
VI - meio ambiente ecologicamente equilibrado, como um bem V - observância das normas urbanísticas, de segurança, higiene
de uso comum essencial à sadia qualidade de vida, preservando e e qualidade de vida;
restaurando os processos ecológicos essenciais e provendo o mane- VI - restrição à utilização de áreas de riscos geológicos;

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

VII - proibição de alteração da desatinação, fins e objetivos ori- II - prestar assistência, responsabilidade e supervisão técnica
ginariamente estabelecidos às áreas definidas em projeto de lotea- para construção de imóvel por parte de indivíduos ou associações
mento como áreas verdes ou institucionais; populares;
VIII - recuperação do equilíbrio ecológico da bacia do Rio Ta- III - desenvolver e apoiar pesquisas de tecnologias alternativas
manduateí, no prazo de vinte anos, através de ações do Poder Pú- e de padronização de componentes, visando a garantir a qualidade
blico junto aos demais municípios daquela bacia e ao Governo do e o barateamento da construção;
Estado. IV - elaborar o plano municipal de habitação, em estreita cola-
§2º - O Código de Obras, aprovado pela Câmara, reunirá os boração com a comunidade local e em cooperação com as entida-
preceitos referentes às construções urbanas, especialmente para as des estaduais e federais da área habitacional;
edificações, nos aspectos de estrutura, função e forma, convenien- V - formular, em estreita colaboração com a comunidade, pro-
tes à obra individualmente considerada. gramas específicos de:
Art. 154 - O Município deverá organizar sua administração e a) reurbanização de favelas;
exercer suas atividades dentro de um processo de planejamento b) recuperação de áreas e edificações degradadas;
permanente. c) loteamentos populares;
Parágrafo único - Considera-se processo de planejamento a d) conjuntos habitacionais;
definição de objetivos determinados em função da realidade local, e) apoio à autoconstrução;
preparação dos meios para atingi-los, controle de sua aplicação e f) regularização fundiária.
avaliação dos resultados obtidos. Parágrafo único - As cooperativas habitacionais que forem cria-
Art. 155 - Os planos, programas e projetos de transporte, sis- das deverão receber assistência técnica do órgão municipal com-
tema viário, habitação, saneamento básico e a localização de equi- petente.
pamentos de saúde, educação, cultura, lazer, segurança, comunica- Art. 163 - O Município deverá, com a participação conjunta do
ção, esportes, deverão estar compatibilizados com as diretrizes do Estado, promover programas de moradias populares, de melhoria
plano diretor. de condições habitacionais e de saneamento básico.
Art. 156 - O Poder Público regulamentará procedimentos que Art. 164 - Compete ao Município elaborar e implementar a po-
garantam padrões mínimos de segurança, conforto e higiene nos lítica municipal de habitação:
logradouros públicos e áreas particulares, contemplando: I - instituindo linhas de financiamento para habitação popular;
I - autorização e fiscalização de qualquer tipo de publicidade II - promovendo a captação e gerenciamento de recursos pro-
em áreas adjacentes aos logradouros públicos ou que neles inter- venientes de fontes externas ao Município, privadas ou governa-
firam; mentais;
II - execução de serviços de limpeza pública, coleta e transporte III - promovendo a formação de reserva de terras para viabilizar
de resíduos, remoção de entulhos, conservação de terrenos bal- programas habitacionais.
dios, muros e fachadas. Art. 165 - A lei estabelecerá a política municipal de habitação,
Art. 157 - A lei regulamentará a aplicação de instrumentos le- a qual deve prever a articulação e integração das ações do Poder
gais capazes de propiciar a implementação de uma política de terras Público e a participação popular através das comunidades organi-
urbanas e habitacional compatível com as necessidades da popula- zadas, bem como os instrumentos institucionais e financeiros para
ção e das diretrizes de política urbana mencionadas nesta Lei. sua execução.
Art. 158 - Nos assentamentos em terras públicas e ocupadas Parágrafo único - O montante dos investimentos do Município
por população de baixa renda ou em terras não utilizadas ou subu- em programas habitacionais será destinado a suprir a deficiência de
tilizadas, a concessão real de uso será feita ao homem ou à mulher, moradia de famílias de baixa renda.
ou a ambos, independente de estado civil, nos termos e condições Art. 166 - Nenhum alvará de construção será liberado pela Pre-
previstos em lei. feitura sem a aprovação do respectivo projeto de proteção e com-
Art. 159 - A Assistência Judiciária promoverá as ações de usuca- bate a incêndio, pela Unidade do Corpo de Bombeiros da Polícia
pião urbano para aqueles que comprovem insuficiência de recursos. Militar do Estado, de acordo com a legislação estadual.
Art. 160 - A lei disciplinará o sistema integrado de informação e Parágrafo único - Excetua-se da exigência prevista neste artigo
documentação que subsidiará a elaboração dos planos municipais a construção unifamiliar.
e regionais. Art. 167 - Nenhum “habite-se” será expedido pela Prefeitura
Art. 161 - As terras públicas não utilizadas ou subutilizadas se- sem a apresentação do comprovante de vistoria fornecido pela Uni-
rão destinadas, prioritariamente, aos equipamentos públicos e pro- dade do Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Estado existente
jetos de interesse social. no Município.
Parágrafo único - Excetua-se da exigência prevista neste artigo
CAPÍTULO IV a construção unifamiliar.
DA HABITAÇÃO Art. 168 - Fica criado o Conselho Municipal de Habitação, a ser
regulado em lei.
Art. 162 - A política habitacional do Município terá como dire-
trizes: CAPÍTULO V
I - estimular o surgimento de cooperativas habitacionais, entre DOS TRANSPORTES E DAS VIAS PÚBLICAS
outras formas associativas com o propósito de promover a constru-
ção habitacional por auto-gestão; Art. 169 - O transporte coletivo é responsabilidade do Muni-
cípio, direito fundamental do cidadão e serviço público de caráter
essencial.
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Art. 170 - O Poder Executivo estabelecerá a estrutura e a forma Art. 179 - Fica garantido às entidades e aos movimentos po-
de gerência integrada nos diversos sistemas de transporte de passa- pulares, ligados à área de transporte coletivo, o direito de fiscalizar
geiros e de cargas, para as áreas conurbadas e regionais. todo o sistema de transporte coletivo municipal, por meio de repre-
Art. 171 - A empresa pública de transportes terá a concessão sentantes por eles designados.
dos serviços de transportes públicos, podendo contratar terceiros Art. 180 - As entidades e os movimentos populares ligados à
para sua operação em caráter complementar. área de transporte coletivo terão direito de designar seus repre-
Art. 172 - Os veículos destinados ao transporte público equipa- sentantes na Comissão de Tráfego, ou outro órgão que a substitua,
ram-se aos bens públicos, para efeito de garantia da continuidade para que possam dar parecer a respeito de tarifa, percurso, criação
do serviço, resguardado o direito de propriedade. ou fechamento de linhas, de frequência, limpeza e outras decisões
Art. 173 - Os coletivos utilizados nas linhas municipais deverão ligadas à questão do transporte coletivo municipal.
ter lugares destinados aos idosos, as gestantes, às pessoas obesas Art. 181 - A organização no planejamento do transporte cole-
e às pessoas portadoras de deficiência física e sensorial. (NR) (com tivo de passageiros deve ser feita com observância dos seguintes
redação dada pela Emenda nº 30, de 19/11/1999). princípios:
Art. 174 - A concessão de qualquer tipo de gratuidade no trans- I - compatibilização entre transporte e uso do solo;
porte coletivo urbano só poderá ser feita mediante lei municipal II - integração física, operacional e tarifária entre as diversas
que contenha a fonte de recursos para custeá-la. modalidades de transporte;
Art. 175 - Fica garantido o vale transporte ou o transporte atra- III - racionalização dos serviços;
vés de ônibus, dentro das normas de segurança estabelecidas em IV - análise de alternativas mais eficientes ao sistema.
lei, aos servidores municipais. Art. 182 - Os serviços de transporte coletivo urbano prestados
Art. 176 - Compete ao Município: aos usuários ou postos à sua disposição, de modo específico e di-
I - planejar, implantar e administrar o sistema de transporte; visível, serão remunerados mediante tarifa cobrada pelos serviços
II - garantir ao usuário transporte coletivo compatível com sua efetivamente prestados, a qual poderá ser diferenciada em função
dignidade humana, permanentemente à sua disposição, prestado do custo e da capacidade econômica do usuário.
com eficiência, regularidade, segurança e conforto; Parágrafo único - Serão contribuintes da taxa transporte, se-
III - operar, controlar e fiscalizar o trânsito e o transporte urba- gundo critérios fixados em lei, as pessoas jurídicas estabelecidas no
no, dentro dos limites do Município; Município, excetuando-se as sem fins lucrativos.
IV - regulamentar e fiscalizar o uso do sistema viário; Art. 183 - As taxas e tarifas serão cobradas sem prejuízo da con-
V - conceder, permitir ou autorizar os serviços especiais de tribuição de melhoria, decorrente de obras e serviços de infra-es-
transporte, tais como táxi, escolar, fretado, aluguel e de mercado- trutura viária.
rias; Art. 184 - A implantação de via ou sistema de transporte fede-
VI - determinar o itinerário e os pontos de parada dos trans- ral ou estadual ou qualquer outra obra no território do Município,
portes coletivos; ou que nele interfira, fica condicionada à aprovação prévia de seu
VII - fixar os locais de estacionamento de táxis e demais veícu- projeto pelo Poder Público Municipal, ouvidas as entidades e os
los; movimentos populares que se manifestarem sobre a questão.
VIII - fixar e sinalizar os limites das zonas de silêncio e de trânsi- Art. 185 - No planejamento e implantação do sistema de trans-
to e tráfego em condições especiais; porte, incluindo-se as respectivas vias e a organização do tráfego,
IX - disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar a tone- terão prioridade o idoso, a gestante e as pessoas portadoras de de-
lagem máxima permitida a veículos que circulem em vias públicas ficiência física.
municipais; Art. 186 - O Município, no tocante ao planejamento do sistema
X - fixar as tarifas do transporte coletivo urbano e táxi; de transporte, poderá conveniar-se com o Estado e com outros mu-
XI - explorar os serviços de transporte público, diretamente ou nicípios, estabelecendo contratos na forma da lei.
por concessão. Parágrafo único - O Município, ao elaborar o planejamento do
Parágrafo único - Como sistema de transporte compreende-se: transporte coletivo de caráter regional a que se refere o artigo 158
I - o transporte coletivo de passageiros, seletivo, especial e in- da Constituição do Estado, levará em consideração os interesses
dividual; dos demais municípios da região do Grande ABC envolvidos.
II - as vias e a circulação viária; Art. 187 - O Município permanecerá integrado à Região Metro-
III - a estrutura operacional; politana da Grande São Paulo, inclusive com relação ao transporte
IV - os mecanismos de regulamentação; coletivo urbano de passageiros, devendo a Prefeitura celebrar con-
V - o transporte de cargas. vênios nesse sentido com os demais municípios a ela pertencentes,
Art. 177 - Compete, concorrentemente ao Município, nos ter- e fazer parte da Assembléia Metropolitana.
mos das Constituições Federal e Estadual: Art. 188 - O Município, tendo em vista as diretrizes nacionais
I - participar do planejamento do transporte coletivo de caráter sobre a ordenação dos transportes, estabelecerá metas prioritárias
regional; de circulação dos coletivos urbanos e, no que couber, dos metropo-
II - executar serviços públicos de interesse comum do Estado e litanos, que terão preferência em relação às demais modalidades.
dos Municípios da Região Metropolitana, na forma da lei. Art. 189 - As áreas contíguas às vias e sistemas de transportes
Art. 178 - O Município criará e manterá um Conselho de Trans- deverão ter tratamento específico através de disposições urbanísti-
porte e outros mecanismos que propiciem a participação comuni- cas de defesa da segurança dos cidadãos e do patrimônio paisagís-
tária na administração do sistema de transportes que garanta ao tico e arquitetônico da cidade.
usuário informações sobre planejamento, funcionamento, planilha
tarifária, investimento e operação.
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CAPÍTULO VI Art. 196 - As áreas verdes, dentro do Distrito de Paranapiaca-


DO MEIO AMBIENTE ba, do Parque do Pedroso. da Chácara Pignatari, do Parque Regio-
nal da Criança, Palhaço Estrimilique e do Parque Regional Duque
Art. 190 - Cabe ao Município, concorrentemente à ação do Es- de Caxias, não poderão, sob qualquer pretexto, ser incluídas para
tado e da União, conforme preceitos constitucionais, resguardar os reforma urbana habitacional e industrial, devendo ser consideradas
direitos dos munícipes com respeito à qualidade de vida, fiscalizan- intocáveis, para manutenção do ecossistema local, excetuando-se a
do e controlando as atividades que, de maneira direta ou indireta, realização de projetos diretamente relacionados com as finalidades
alterem o meio ambiente. de uso das referidas áreas. (NR) (“caput”, com redação dada pela
Art. 190-A - As áreas verdes, conforme definição do inciso VII, Emenda nº 04, de 02/04/1991).
artigo 180, da Constituição Estadual, deverão ter garantida a diver- Parágrafo único - As áreas não consideradas no “caput” deve-
sidade de espaço, funções e atividades de forma a atender as de- rão possuir o Relatório de Impacto no Meio Ambiente – RIMA, para
mandas de uso diferenciadas. (NR) a instalação de qualquer projeto, que deverá ser de conhecimento
§1º - As demandas de uso podem diferenciar-se por idade, gê- público.
nero ou condição física. (NR) Art. 197 - As regiões do Parque do Pedroso e do Parque Guara-
§2º - Visando o atendimento dessas demandas deverá ser asse- ciaba ficam definidas como áreas ecológicas, sendo a Guarda Mu-
gurada a implantação de espaços apropriados e seguros, com equi- nicipal responsável por sua fiscalização e preservação. (NR) (com
pamento adequado para: (NR) redação dada pela Emenda nº 52, de 04/07/2011).
a) o encontro; (NR) Art. 198 - Compete ao Poder Público, através dos órgãos de
b) a contemplação; (NR) administração direta, indireta e fundacional:
c) a reposição da força de trabalho; (NR) I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais das
d) a recreação infantil, juvenil, adulta e senil; (NR) espécies e dos ecossistemas;
e) as mulheres em período de amamentação; (NR) II - preservar e restaurar a diversidade e integridade do patri-
f) os cuidados com os bebês. (NR) mônio genético, biológico e paisagístico, no âmbito municipal, e
§3º - Em toda ação de urbanização e tratamento paisagístico fiscalizar as entidades ligadas à pesquisa e manipulação genética;
dessas áreas verdes será obrigatória a eliminação de barreiras de III - exigir, na forma da lei, para a instalação de obra pública,
acesso e circulação aos portadores de necessidades especiais. (NR) privada ou de atividade potencialmente causadora de significativa
(Artigo 190-A acrescido pela Emenda nº 25, de 26/08/1998). degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambien-
Art. 191 - A fim de atender ao disposto no parágrafo único do tal, a que se dará publicidade, garantidas audiências públicas, nos
artigo 183 da Constituição Estadual, somente poderão ser instala- seguintes casos:
das no Município indústrias com alto grau de poluição mediante a) em consonância com órgão federal ou estadual que tiver fei-
consulta popular na forma de plebiscito. to a mesma exigência;
Parágrafo único - O alto grau de poluição deverá ser definido b) caso não tenha sido exigido por órgãos da administração fe-
por um órgão técnico competente. deral ou estadual;
Art. 192 - Todos têm direito ao meio ambiente saudável e eco- IV - promover a educação ambiental em todos os níveis e mo-
logicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à dalidades de ensino e conscientização pública para a preservação
adequada qualidade de vida, impondo-se a todos e, em especial, ao do meio ambiente;
Poder Público e à coletividade, o dever de defendê-lo e preservá-lo V - proteger a fauna e a flora, vedadas as práticas que colo-
para o benefício das gerações atuais e futuras. quem em risco sua função ecológica, provoquem extinção de espé-
Parágrafo único - O direito ao ambiente saudável estende-se cies ou submetam os animais à crueldade, fiscalizando a extração,
ao ambiente de trabalho, ficando o Município obrigado a garantir captura, produção, transporte, comercialização e consumo de seus
e proteger o trabalhador contra toda e qualquer condição nociva à espécimes e subprodutos;
sua saúde física e mental, em colaboração com os órgãos federais e VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
estaduais que tenham essa mesma função. quer de suas formas, em comum com o Estado e a União;
Art. 193 - O Município identificará os bens físicos municipais, VII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos
relacionando-os como parte integrante do seu patrimônio ambien- de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seu
tal. território;
Art. 194 - A área de proteção aos mananciais será especialmen- VIII - definir o uso e ocupação do solo, subsolo e águas, através
te preservada, disciplinando-se o uso e ocupação do solo, de acordo de planejamento que englobe diagnóstico, análise técnica e defini-
com estudo a ser realizado, elaborando-se o zoneamento ambiental ção de diretrizes de gestão dos espaços, respeitada a conservação
e efetuando-se procedimento de controle e fiscalização. da qualidade ambiental, com especial atenção às áreas de proteção
Parágrafo único - Os estudos a serem elaborados, de acordo aos mananciais;
com o “caput”, deverão estabelecer normas que limitem ou proí- IX - estimular e promover o reflorestamento ecológico em áre-
bam a implantação ou desenvolvimento de atividades que afetem as degradadas, objetivando a proteção de encostas, dos recursos
as características ambientais, atendendo à adequação e orientação hídricos e a recuperação das matas, em especial as ciliares;
das atividades humanas e características naturais da área. X - estimular e contribuir para a recuperação da vegetação em
Art. 195 - As áreas definidas como de proteção permanente áreas urbanas, com o plantio de árvores, preferencialmente frutí-
não poderão ser incluídas em planos regionais e estaduais por se- feras, objetivando a consecução de índices mínimos de cobertura
rem consideradas patrimônio ecológico do Município. vegetal;
Parágrafo único - Deverão as áreas de proteção permanente ser
consideradas como tal no plano diretor.
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XI - controlar e fiscalizar a produção, estocagem de substância, Art. 200 - E obrigatória a recuperação da vegetação nativa nas
transporte, comercialização e utilização de técnicas, métodos e as áreas protegidas por lei e todo proprietário que não respeitar as
instalações que comportem risco efetivo ou potencial para a sau- restrições ao desmatamento deverá recuperá-la.
dável qualidade de vida e ao meio ambiente natural e de trabalho, Parágrafo único - Serão definidos em lei os critérios, prazos e
incluindo materiais geneticamente alterados pela ação humana, muitas referentes ao “caput”.
resíduos químicos e fontes de radioatividade em consonância com Art. 201 - A instalação de reatores e usinas nucleares no Muni-
órgãos federais e estaduais encarregados das mesmas atribuições; cípio só será permitida através de plebiscito, com exceção daqueles
XII - requisitar a realização periódica e prevenção de riscos de destinados ao uso terapêutico, cuja localização e especificação se-
acidentes das instalações e atividades de significativo potencial po- rão definidas em lei federal, respeitada a legislação estadual perti-
luidor, incluindo a avaliação detalhada dos efeitos de sua operação nente.
sobre a qualidade física, química e biológica dos recursos ambien- Art. 202 - É vedada a instalação de indústrias de equipamento
tais, em conjunto com órgãos federais e estaduais que exerçam a bélico, armamentos e qualquer material com finalidades não pací-
mesma função; ficas.
XIII - garantir o amplo acesso dos interessados a informação Art. 203 - O Município poderá integrar consórcio com outros
sobre as fontes e causas da poluição e da degradação ambiental e, municípios da região do Grande ABC, objetivando a solução de pro-
em particular, aos resultados das monitorizações e das auditorias a blemas relativos à proteção ambiental, em particular a preservação
que se refere o inciso XII deste artigo; dos recursos hídricos e o uso equilibrado dos recursos naturais.
XIV - informar sistemática e amplamente a população sobre os Parágrafo único - Os consórcios firmados nos termos deste arti-
níveis de poluição, qualidade de meio ambiente, situações de risco go deverão contar com o apoio do Estado, consoante o que dispõe
de acidentes e a presença de substâncias potencialmente danosas o artigo 201 da Constituição Estadual.
à saúde na água potável e nos alimentos; Art. 204 - O Poder Público elaborará o plano municipal de meio
XV - promover medidas judiciais e administrativas de respon- ambiente contemplando a necessidade do conhecimento das ca-
sabilização aos causadores de poluição ou degradação ambiental; racterísticas e recursos dos meios físico e biológico, de diagnóstico
XVI - incentivar a integração das universidades, instituições de de sua utilização e definição de diretrizes para seu melhor aprovei-
pesquisa e associações civis, nos esforços para garantir e aprimorar tamento no processo de desenvolvimento econômico-social, con-
o controle da poluição, inclusive no ambiente de trabalho; tendo normas e padrões para fiscalização e intervenção, corretiva
XVII - incentivar e auxiliar tecnicamente as associações e mo- e punitiva, nas diversas formas de poluição e degradação do meio
vimentos de proteção ao meio ambiente, legalmente constituídos, ambiente, incluído o de trabalho, estabelecido em lei.
respeitando a sua autonomia e independência de atuação;
XVIII - vedar a concessão de recursos públicos ou incentivos fis- CAPÍTULO VII
cais às atividades que desrespeitem as normas e padrões de prote- DO SANEAMENTO BÁSICO
ção ao meio ambiente natural e de trabalho;
XIX - discriminar por lei: Art. 205 - O Município, dentro de sua competência, adminis-
a) as áreas e atividades de significativa potencialidade de de- trará o saneamento básico, conforme o plano diretor, através da
gradação ambiental; administração direta ou indireta, ou através de concessão às em-
b) os critérios para o estudo de impacto ambiental e elabora- presas públicas ou privadas, fiscalizando e cumprindo os interesses
ção do respectivo relatório; da coletividade no que diz respeito à qualidade de vida.
c) o licenciamento de obras causadoras de impacto ambiental, Art. 206 - O tratamento de água para consumo, o tratamento
obedecendo aos estágios de licença prévia de instalação e funcio- de esgoto, assim como o transporte intermunicipal, são assuntos
namento em consonância com as legislações federal e estadual per- a serem estudados e planejados em conjunto com os municípios
tinentes; limítrofes que exijam planejamento integrado e ação conjunta per-
d) as penalidades para empreendimentos já iniciados ou con- manente.
cluídos sem licenciamento, e a recuperação de área de degradação, Art. 207 - Em atendimento aos incisos II e III do Artigo 215 da
segundo os critérios e métodos definidos pelos órgãos competen- Constituição Estadual, caracterizando a sua responsabilidade nas
tes; soluções do tratamento e destinação final dos despejos urbanos e
XX - definir prazos e critérios para o repasse das informações de industriais e de resíduos sólidos, competirá ao Município, em coo-
caráter ambiental à população; peração técnica e financeira com o Estado, estabelecer solução in-
XXI - definir espaços territoriais e seus componentes a serem tegrada mediante consórcio, resguardadas as suas peculiaridades.
especialmente protegidos; Art. 208 - Fica proibido o lançamento de efluentes e esgotos
XXII - estabelecer, controlar, fiscalizar e manter a população in- urbanos e industriais, sem o devido tratamento, em qualquer corpo
formada sobre padrões de qualidade ambientar; de água.
XXIII - disciplinar o transporte, carga, descarga, armazenamen- Art. 209 - Os serviços de saneamento básico, incluída a presta-
to de materiais tóxicos, inflamáveis, combustíveis, radioativos, cor- ção dos serviços de abastecimento de água potável; esgotamento
rosivos e outros que possam constituir fonte de riscos em vias pú- sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; drenagem
blicas, bem como disciplinar local de estacionamento ou pernoite e manejo das águas pluviais urbanas, poderão ser executados pela
destes veículos; Administração Direta e Indireta, bem como por concessão de servi-
XXIV - instituir o Conselho Municipal do Meio Ambiente. ços ou parcerias público-privadas, vedada a privatização. (NR) (com
Art. 199 - A pessoa que explorar recursos naturais fica obrigada redação dada pela Emenda nº 51, de 01/10/2010).
a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução
técnica exigida pelo órgão público competente.
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Art. 210 - É assegurado o controle social dos serviços públicos II - no abastecimento de água, prioridade para o atendimento
de saneamento básico, de forma que permita à sociedade infor- do consumo domiciliar, assegurando-se a todos os munícipes quan-
mações, representações técnicas e participações nos processos de tidade suficiente para a adequada higiene com qualidade compatí-
formulação de políticas de planejamento e avaliação. (NR) (com re- vel com os padrões de potabilidade;
dação dada pela Emenda nº 55, de 02/07/2015). III - preservação do equilíbrio ecológico;
Art. 211 - As compensações financeiras e os produtos da par- IV - melhor aproveitamento da estrutura físico-territorial das
ticipação do Município no resultado da exploração de potenciais bacias hidrográficas e dos respectivos recursos hídricos e a promo-
hidroenergéticos ou devido às restrições ao seu desenvolvimento ção do uso racional da água, visando à sua conservação;
urbano, em razão das leis de proteção aos mananciais, serão rever- V - incentivo ao desenvolvimento econômico;
tidos, prioritariamente, para serviços e obras de proteção e conser- VI - necessidade de planejamento das ações de saneamento
vação das águas e afastamento e tratamento de esgotos. básico de modo integrado ao planejamento do desenvolvimento
Art. 212 - Compete ao Município, com relação aos serviços pú- municipal e das ações de saúde e de proteção ao meio ambiente;
blicos de saneamento básico: VII - reaproveitamento de resíduos de qualquer natureza, vi-
I - formular e implantar a política municipal de saneamento sando à conservação dos recursos naturais e energéticos.
básico, bem como controlar, fiscalizar e avaliar seu cumprimento; Art. 214 - Os serviços de abastecimento de água e de coleta e
II - participar da formulação da política estadual de saneamen- disposição de esgotos sanitários, prestados aos usuários ou postos
to básico; à sua disposição, de modo específico e divisível, serão remunerados
III - planejar, projetar, executar, operar e manter os serviços de mediante:
abastecimento de água e esgotamento sanitário; I - taxa instituída em razão da utilização efetiva ou potencial
IV - estabelecer áreas de preservação das águas utilizáveis para da infra-estrutura e do serviço público necessários à sua prestação;
o abastecimento da população, nos termos da Constituição Esta- II - tarifa cobrada pelos serviços, efetivamente prestados, a
dual; qual poderá ser diferenciada em função do consumo e da capacida-
V - implantar sistemas de alerta e defesa civil para garantir a de econômica do usuário, definidos em lei.
segurança e a saúde pública quando de eventos hidrológicos inde-
sejáveis; CAPÍTULO VIII
VI - instituir programas permanentes de racionalização do uso DO ABASTECIMENTO
das águas destinadas ao abastecimento público e industrial e de
irrigação, assim como de combate às inundações e à erosão; Art. 215 - Os locais destinados ao abastecimento de alimentos
VII - planejar, projetar, executar, operar e manter a limpeza dos no Município, ligados diretamente ao Poder Público, poderão ser
logradouros públicos, remoção, tratamento e destinação do lixo do- fiscalizados pela população através de uma comissão popular de
miciliar e de outros resíduos; abastecimento de alimentos.
VIII - designar entidade competente para regulamentar e fisca- Art. 216 - O Município poderá participar de consórcio intermu-
lizar a geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, trans- nicipal visando à implantação do sistema regional de abastecimen-
porte, tratamento e destino final de resíduos de qualquer natureza; to popular de alimentos de primeira necessidade.
(NR) (com redação dada pela Emenda nº 55, de 02/07/2015).
IX - estabelecer formas de cooperação com os outros municí- TÍTULO VI
pios da Região Metropolitana de São Paulo, com o Estado ou de- DA ORDEM SOCIAL
mais entidades de governo para o planejamento, execução e ope-
ração das ações relativas à produção de água potável, tratamento CAPÍTULO I
de esgotos sanitários, drenagem das águas pluviais e tratamento DISPOSIÇÕES GERAIS
e destinação de resíduos sólidos, tendo em vista as características
de função de interesse comum de que tais ações se revestem na Art. 217 - O Município atuará, dentro de sua esfera de com-
Região Metropolitana. petência, no sentido de assegurar, prioritariamente, o bem-estar
X - efetuar o controle de qualidade da água distribuída à popu- social.
lação, nos termos da legislação vigente; (NR) Art. 218 - Ao Município compete ainda, no âmbito de seu ter-
XI - exercer a vigilância da qualidade da água para consumo ritório:
humano, observadas as diretrizes e os parâmetros estabelecidos I - observar e fazer cumprir as normas constitucionais, conju-
pela Legislação Federal, Estadual e Municipal. (NR) (Incisos X e XI gando suas ações com o Estado e a União quando for o caso;
acrescidos pela Emenda nº 41, de 14/04/2003). II - zelar pela educação, cultura, esportes, lazer, saúde, higiene,
Parágrafo único - Fica garantida a divulgação das informações moradia, transporte, defesa civil, segurança e promoção social, ple-
sobre o controle e vigilância da qualidade da água para consumo no acesso à ciência, assim como pela proteção à família, à materni-
humano, pelo órgão responsável, observada a periodicidade míni- dade, à criança, ao adolescente, à mulher, ao idoso e à pessoa por-
ma anual. (NR) (acrescido pela Emenda nº 41, de 14/04/2003). tadora de deficiência, vedada discriminação de qualquer natureza.
Art. 213 - O abastecimento de água, coleta e disposição ade- Art.218-A - O Poder Público Municipal de Santo André deverá
quada de esgotos e resíduos sólidos, e drenagem das águas pluviais, reservar para as pessoas de raça negra percentual mínimo de vagas
deverão ser executados observando-se, entre outros, os seguintes para preenchimento de cargos e empregos públicos nos órgãos da
preceitos: Administração Pública Municipal Direta e Indireta. (NR)
I - prioridade para as ações que visem à proteção e promoção Parágrafo único - A lei deverá fixar os critérios e o percentual
da saúde pública; para o preenchimento dos referidos cargos e empregos públicos.
(NR) (Artigo 218-A acrescido pela Emenda nº 40, de 18/10/2002).
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CAPÍTULO II §2º As ações e serviços de saúde serão realizados, preferencial-


DA SEGURIDADE SOCIAL mente, de forma direta, pelo Poder Público, ou através de terceiros,
e pela iniciativa privada.
SEÇÃO I §3º - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
DISPOSIÇÃO GERAL §4º - A participação da iniciativa privada no sistema único de
saúde terá caráter complementar e se efetivará mediante convênio
Art. 219 - O Município garantirá, em seu território, o planeja- ou contrato de direito público, firmado preferencialmente com en-
mento e desenvolvimento de ações que viabilizem, no âmbito de tidades filantrópicas ou sem fins lucrativos.
sua competência, os princípios de seguridade social assegurados §5º - As pessoas físicas ou jurídicas de direito privado ficarão
pelos artigos 194 e 195 da Constituição Federal. sujeitas, quando participarem do sistema único de saúde, às diretri-
zes deste e às normas administrativas incidentes sobre o objeto do
SEÇÃO II convênio ou do contrato.
DA SAÚDE §6º - O Município poderá celebrar consórcios intermunicipais
para atender às necessidades do sistema de saúde, quando houver
Art. 220 - Saúde é direito do cidadão e dever do Poder Público indicação técnica e consenso dos participantes.
e será garantida, em articulação com a União e o Estado, mediante: Art. 223 - Compete à autoridade municipal de saúde, mediante
I - políticas sociais, econômicas e ambientais que visem ao convênio com a União ou o Estado, ou em obediência a determina-
bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade e ções legais, de ofício ou por denúncia de risco à saúde, proceder à
à redução e eliminação do risco de doenças e de outros agravos; avaliação das fontes de riscos do ambiente de trabalho e determi-
II - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde, nar adoção das devidas providências, para que cessem os motivos
em todos os níveis; que lhe deram causa, ou requerê-las às autoridades estaduais ou
III - direito à obtenção de informações e esclarecimentos de federais.
interesse da saúde individual e coletiva, assim como das atividades Art. 224 - A participação da população é garantida através dos
desenvolvidas pelo sistema; seguintes mecanismos, que terão sua composição, organização e
IV - atendimento integral do indivíduo, abrangendo a promo- competência fixadas em lei:
ção, preservação e recuperação de sua saúde. I - Conferência Municipal de Saúde;
Art. 221 - O conjunto de ações e serviços de saúde desenvolvi- II - Conselho Municipal de Saúde;
dos por órgãos e instituições públicas municipais da administração III - Conselho Diretor de Unidade de Saúde.
direta, indireta e fundacional, constitui o sistema único de saúde, Art. 225 - Compete ao sistema único de saúde, no âmbito mu-
que se organizará no Município de acordo com as seguintes dire- nicipal, nos termos da lei, além de outras atribuições:
trizes básicas: I - dar assistência integral à saúde, respeitadas as necessidades
I - direção única exercida pelo órgão previsto na organização especificas de todos os segmentos da população, inclusive os insti-
administrativa do Poder Executivo; tucionalizados, através de ações, serviços e promoção nutricional;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades II - identificar e controlar os fatores determinantes da saúde
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; individual e coletiva mediante a formulação, organização e coorde-
III - gratuidade dos serviços prestados, vedada a cobrança de nação de programas e ações referentes, em especial, a:
despesas e taxas, a qualquer título; a) vigilância sanitária;
IV - integração das ações e serviços das três esferas com vistas b) vigilância epidemiológica;
ao atendimento individual e coletivo, adequado à realidade epide- c) saúde da mulher;
miológica local; d) saúde do trabalhador;
V - universalização da assistência de igual qualidade, com ins- e) saúde da criança e do adolescente;
talação e acessos aos serviços de saúde prestados a todos os níveis f) saúde do idoso;
da população; g) saúde das pessoas portadoras de deficiências;
VI - garantia de atendimento preventivo de endemias e epi- h) saúde e higiene bucal;
demias, incluindo-se a importação de medicamentos, sempre que i) saúde mental;
necessário, observados a legislação específica e os recursos dispo- III - participar da formulação da política e da execução das
níveis; ações de saneamento básico;
VII - garantia aos profissionais de saúde de planos de carreira, IV - colaborar na proteção do meio ambiente, inclusive o do
isonomia salarial, admissão através de concurso público, incentivo trabalho, atuando em relação ao processo produtivo para garantir:
à dedicação exclusiva e tempo integral, capacitação e reciclagem a) acesso dos trabalhadores, individual ou coletivamente, atra-
permanentes e condições adequadas de trabalho para a execução vés de seus respectivos sindicatos, referente às atividades que com-
de suas atividades em todos os níveis; portem riscos à saúde e aos métodos de controle, bem como suas
VIII - participação da comunidade, na forma da lei. avaliações;
Art. 222 - São de relevância pública as ações e serviços de saú- b) adoção de medidas preventivas de acidentes e de doenças
de, cabendo ao Município suplementar, no que couber, a legislação do trabalho;
federal e estadual relativamente à sua regulamentação, fiscalização V - analisar e emitir parecer técnico sobre projetos de constru-
e controle. ção e ampliação de prédios que se destinem ao trabalho médico;
§1º - As ações e serviços de preservação da saúde abrangem o VI - formular, desenvolver e implantar serviços de atendimento
ambiente natural, os locais públicos e de trabalho. integral aos idosos e aos aposentados por invalidez;

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VII - desenvolver programa de atenção aos portadores de defi- Parágrafo único - O fundo municipal de saúde será vinculado ao
ciências em nível de reabilitação e tratamento, garantindo o forne- órgão do Executivo responsável pela saúde.
cimento de equipamentos necessários à sua integração social; Art. 229 - O Município proporcionará as condições necessárias:
VIII - criar serviço odontológico especializado para atender os I - à criação de bancos de órgãos, tecidos e substâncias huma-
portadores de deficiências que não possuam condições de ser aten- nas, acessíveis a toda a população;
didos na rede normal; II - à implantação e funcionamento, garantido pelo Estado, de
IX - acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores de morbi- unidades terapêuticas destinadas à recuperação de usuários de
-mortalidade; substâncias que geram dependência física ou psíquica.
X - fiscalizar e controlar o equipamento e a aparelhagem do Art. 230 - É vedada a nomeação ou designação, para cargo ou
sistema de saúde, conjuntamente com o Estado, na forma da lei; função de chefia ou assessoramento na área de saúde, de pessoa
XI - regulamentar e executar a política nacional de equipamen- que participe de direção, gerência ou administração de entidades
tos e insumos, bem como participar, supletivamente às ações do que mantenham contratos ou convênios com o sistema único de
Estado e da União, do controle e fiscalização da produção, armaze- saúde, a nível municipal, ou sejam pelo menos credenciadas.
namento, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos Art. 231 - O Município desenvolverá ações integradas aos de-
psicoativos, tóxicos e teratogênicos; mais municípios da região do Grande ABC visando a garantir, junto
XII - implantar o plano municipal de alimentação e nutrição, de ao Estado e à União, a implantação e manutenção do sistema único
conformidade com os planos estadual e nacional, de forma articu- de saúde, de acordo com os princípios de universalização, hierar-
lada e supletiva em relação ao órgão específico de abastecimento; quização, regionalização, descentralização e integração, com a par-
XIII - incrementar a pesquisa e o desenvolvimento científico e ticipação da comunidade.
tecnológico visando à elaboração, por instituições de ensino supe- Art. 232 - O município destinará recursos no orçamento para o
rior em conjunto com a direção do sistema único de saúde munici- atendimento da saúde materno-infantil a cargo da Fundação de As-
pal, de diretrizes orientadoras dos projetos de pesquisas científicas sistência à Infância de Santo André, FAISA, os quais deverão ser su-
e tecnológicas para cuja realização concorram, direta ou indireta- ficientes para garantir a manutenção do atual nível de atendimento.
mente, recursos humanos, materiais ou físicos daquele sistema, as
quais deverão ser referendadas pelo conselho municipal de saúde; SEÇÃO III
XIV - complementar as normas referentes às relações com o DA PROMOÇÃO SOCIAL
setor privado e celebrar contratos com serviços privados de abran-
gência municipal, fiscalizando-lhes o funcionamento; Art. 233 A promoção social consiste num conjunto de ações
XV - garantir o direito à auto-regulação da fertilidade, com a que assegurem o bem-estar social, garantindo o pleno acesso dos
livre decisão do homem, da mulher ou do casal, tanto para exercer cidadãos aos bens e serviços essenciais ao desenvolvimento indivi-
a procriação como para evitá-la, assegurando-o por meios educa- dual e coletivo.
cionais, científicos e assistenciais, vedada qualquer forma coercitiva Parágrafo único - As ações de promoção social devem cumprir
ou de indução por parte de instituições públicas ou privadas. os objetivos constitucionais de:
Parágrafo único - Para atender ao disposto na alínea “h” deste I - proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência
artigo serão desenvolvidas ações de caráter preventivo e corretivo. e à pessoa idosa;
Art. 226 - A direção do sistema único de saúde estabelecerá a II - amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
planificação necessária para o desenvolvimento de ações preventi- III - promoção da integração ao mercado de trabalho;
vas e extra-hospitalares que preservem e valorizem a dignidade e a IV - habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de defici-
reintegração social do doente mental. ências e promoção de sua integração à vida comunitária.
§1º - Respeitados os preceitos éticos, a internação psiquiátrica Art. 234 - As ações do Município, através de programas e proje-
compulsória deverá ser obrigatoriamente comunicada, nos termos tos de assistência e de serviço social, serão organizadas, elaboradas,
da lei, à Assistência Judiciária, a qual emitirá parecer sobre a legali- executadas e acompanhadas com base nas seguintes diretrizes;
dade da internação. I - participação da comunidade;
§2º - É vedada, no âmbito do Município, a utilização de celas II - integração das ações dos órgãos públicos federais, estadu-
fortes e outras ações violentas contra o doente mental. ais e municipais, com as instituições beneficentes e de assistência
§3º - Cabe à direção municipal do sistema único de saúde, ba- social e/ou entidade que as represente, compatibilizando-se nos
seada em critérios definidos pelo conselho municipal de saúde, e programas, projetos e recursos de toda ordem, de forma a evitar a
concomitantemente à ação do Estado e da União, intervir em todo duplicidade de atendimento na esfera do município.
e qualquer estabelecimento de saúde, nos casos que comprovada- III - garantia ao cidadão, do direito à dignidade, ao respeito, à
mente coloquem em risco a integridade dos seus usuários e nos liberdade e ao acesso igualitário aos benefícios e serviços públicos
casos de infringência grave à legislação sanitária municipal, nos ter- prestados.
mos da lei. Parágrafo único - Os programas de assistência social não pode-
Art. 227 - É garantida a prestação de atendimento médico, atra- rão prevalecer sobre a formulação e aplicação de políticas sociais
vés da rede pública de saúde, para a prática do aborto, nos casos básicas nas áreas de saúde, educação, abastecimento, transporte
excludentes de antijuridicidade previstos na legislação penal. e habitação.
Art. 228 - O sistema único de saúde será financiado com recur- Art. 235 - Será criado o Conselho Municipal de Promoção Social
sos do orçamento do Município, do Estado, da União, da Segurida- – C.M.P.S., com composição, funcionamento e competências regu-
de Social, além de outras fontes, que constituirão o fundo municipal lados por lei.
de saúde, a ser criado por lei.

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Parágrafo único - O C.M.P.S. exercerá suas atribuições através CAPÍTULO III


de comissões, com competências específicas em suas respectivas DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA, DO ESPORTE, DO LAZER E
áreas, quais sejam: DO TURISMO
I - Comissão da Família;
II - Comissão da Criança e do Adolescente; SEÇÃO I
III - Comissão do Idoso; DA EDUCAÇÃO
IV - Comissão da Pessoa Portadora de Deficiência.
Art. 236 - O Município destinará recursos no orçamento para Art. 243 - A educação, direito de todos, é dever do Estado e da
garantir a execução dos programas, projetos e ações de assistência Sociedade, e deve ser baseada nos princípios de democracia, liber-
e promoção social. dade de expressão, solidariedade e respeito aos direitos humanos,
Art. 237 - O Município, com a colaboração da comunidade, pro- visando a se constituir em instrumento de desenvolvimento da ca-
moverá programas especiais voltados ao combate à mendicância e pacidade de elaboração e reflexão crítica da realidade.
à indigência, com vistas a tornar as pessoas que as praticam inde- Parágrafo único - O Município garantirá o direito à educação
pendentes da ação assistencial e a integrá-las à sociedade. mediante políticas sociais, econômicas e ambientais que visem ao
Art. 238 - O Município poderá subvencionar, ouvido sempre o bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da coletividade.
Conselho Municipal de Promoção Social, programas desenvolvidos Art. 244 - Ao Poder Executivo compete a manutenção, amplia-
por entidades assistenciais, filantrópicas e confessionais, sem fins ção de acordo com a demanda e organização do sistema municipal
lucrativos, consoante critérios definidos em lei, desde que cumpri- de ensino, providenciando o atendimento escolar nas modalidades
das as exigências de fins sociais dos serviços a serem prestados. oferecidas, e assegurando ainda as condições necessárias ao desen-
Art. 239 - Fica assegurada às entidades assistenciais legalmente volvimento das atividades previstas nesta Lei.
constituídas, de caráter estritamente filantrópico e sem fins lucrati- Art. 245 - O ensino será ministrado no Município com base nos
vos, isenção de todos os tributos municipais. seguintes princípios:
Art. 240 - O Município poderá permitir, ouvido o Conselho Mu- I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es-
nicipal de Promoção Social, às entidades filantrópicas, sem fins lu- cola;
crativos e legalmente constituídas, o uso de áreas livres e ociosas, II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pen-
de quiosques, boxes e assemelhados, parques, praças e jardins, edi- samento, a arte e o saber;
fícios e outros logradouros públicos, na forma da lei. III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
Parágrafo único - A renda auferida na atividade que a entidade IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
venha a desenvolver nos bens de que trata o “caput” será destinada V - valorização dos profissionais de ensino garantindo, na for-
exclusivamente às suas finalidades sociais, com a devida prestação ma da lei, plano de carreira em estatuto próprio para o magistério
de contas ao C.M.P.S. público, com piso salarial profissional nunca inferior ao mínimo es-
Art. 241 - No caso de reversão ao patrimônio público de bem tabelecido a nível nacional, ingresso exclusivamente por concurso
cujo uso ou direito real de uso tenha sido concedido a entidade público de provas e títulos, e formação e aperfeiçoamento perma-
assistencial, desde que esteja o mesmo sendo utilizado para o fim nentes;
previsto no respectivo contrato, fica assegurado o ressarcimento VI - liberdade de participação da iniciativa privada;
pelas benfeitorias realizadas. VII - garantia de padrão de qualidade;
Parágrafo único - Quando houver interesse público na reversão VIII - gestão democrática do ensino público, na forma da lei.
do bem para o Município, far-se-á gestão no sentido de dar con- Art. 246 - O material didático e demais ações educativas de-
tinuidade às atividades sociais desenvolvidas pela concessionária. senvolvidas no sistema municipal de ensino devem contemplar a
Art. 242 - O Município criará um órgão de Assistência Judiciária pluralidade social existente eliminando estereótipos racistas, sexis-
encarregado de defender os consumidores e assistir gratuitamente tas e sociais.
munícipes que não possam constituir advogado. Art. 247 - O Município organizará o sistema municipal de en-
§1º - O órgão de que trata o “caput” será regulado por lei. sino, providenciando o atendimento escolar nas modalidades de:
§2º - A assistência a que se refere este artigo poderá ser pres- I - educação infantil;
tada diretamente pelo Poder Público ou mediante celebração de II - educação de jovens e adultos;
convênio. III - educação especial.
§3º - Fica assegurado à criança e ao adolescente o direito à re- §1º - A educação infantil tem por objetivo atender ao pleno
presentação legal e defesa técnica por profissional habilitado, assim desenvolvimento da criança de zero a seis anos de idade através de
como acompanhamento psicológico e social, realizado por meio de creches e pré-escolas.
organismos próprios. §2º - A educação de jovens e adultos tem por objetivo atender
àqueles que, na idade própria, a ela não tiveram acesso.
§3º - A educação especial tem por objetivo atender o aluno
portador de deficiência ou o autista.
Art. 248 - O sistema municipal de ensino poderá sofrer altera-
ções por iniciativa do Executivo, desde que referendadas pelo Con-
selho Municipal de Educação e aprovadas pelo Legislativo.
Art. 249 - O Município poderá atuar no ensino fundamental re-
gular, ouvido o Conselho Municipal de Educação, desde que o faça
em cooperação técnica e financeira com o Estado e a União.

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Art. 250 - Poderá o Município instituir cursos de ensino médio §1º - A supervisão referida neste artigo deverá ser efetuada por
regular e supletivo, uma vez atendida, plena e satisfatoriamente, a meio de ação conjugada entre representantes dos pais e da comu-
demanda nos níveis inferiores. nidade em geral e o órgão competente da organização administrati-
Art. 251 - O sistema municipal de ensino dar-se-á através de va do Executivo, na forma que dispuser a lei.
rede própria, assegurando a existência de escolas com corpo técni- §2º - Ficam assegurados ao educando e aos seus pais, nos ter-
co qualificado. mos da lei, o conhecimento do processo pedagógico e a participa-
§1º - O ensino público municipal assegurará, individual e cole- ção na definição das propostas educacionais do ensino no Municí-
tivamente, a prática de esportes e recreação, a expressão artística pio.
em suas diferentes linguagens e o estímulo à preservação do meio Art. 259 - A participação do Município no plano estadual de
ambiente como complemento à formação integral do educando, educação dar-se-á através do plano municipal de educação, consti-
sem perder de vista as necessidades dos portadores de deficiências. tuído pelos elementos formadores do diagnóstico e demais necessi-
§2º - É obrigatório em todas as unidades da rede municipal: dades, na forma do Art. 241 da Constituição do Estado.
I - o ensino dos Hinos Nacional Brasileiro e de Santo André; Art. 260 - O Município obriga-se a aplicar, anualmente, vinte
II - o ensino de princípios de higiene pessoal e de saúde, nota- e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de imposto,
damente os de natureza bucal; compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
III - o estimulo à preservação do meio ambiente, através de co- desenvolvimento do ensino.
nhecimentos da ecologia; §1º - A concessão de assistência financeira, pelo Município, às
IV - a educação para a segurança do trânsito; instituições de ensino filantrópicas, comunitárias e confessionais,
V - a atividade de educação física, voltada ao desenvolvimen- conforme definidas em lei, não poderá ser incluída no percentual
to motor do educando; (NR) (acrescido pela Emenda nº 11, de mínimo de que trata o “caput”.
10/03/1994). §2º - O Município publicará, até trinta dias após o encerramen-
VI - a educação para a cidadania, através do conhecimento da to de cada trimestre, informações completas sobre receitas arre-
Declaração Universal dos Direitos Humanos. (NR) (acrescido pela cadadas e transferências de recursos destinados ao ensino, nesse
Emenda nº 16, de 04/09/1996). período, discriminadas por seus respectivos níveis.
§3º - Para a desativação de salas de aula no ensino público do Art. 261 - Parcela dos recursos públicos destinados à educação
Município será ouvido o Conselho Municipal de Educação. deverá ser utilizada em programas integrados de aperfeiçoamento
§4º - É vedado nas unidades de ensino da rede oficial do Muni- e atualização para os educadores em exercício no ensino público.
cípio o direcionamento do educando a quaisquer filosofia e ideolo- Art. 262 - O plano municipal de educação deverá ser elabora-
gia político-partidária. do, podendo, também, ser alterado pelo Executivo, desde que esses
Art. 252 - É obrigatória a avaliação da criança em creche, pré- atos sejam referendados pelo Conselho Municipal de Educação.
-escola e ensino fundamental, com a finalidade de se diagnosticar
deficiência física e mental. SEÇÃO II
Art. 253 - O Município assegurará, em sua rede oficial de en- DA CULTURA
sino, educação especial às pessoas portadoras de deficiência e às
autistas, por meio de ações educativas com vistas às suas particula- Art. 263 - O Município, atendo-se à existência de especificida-
ridades, com a finalidade de garantir o máximo desenvolvimento de des e multiplicidade de universos culturais, garantirá a todos, ob-
suas potencialidades, bem como sua integração no convívio social. servada a legislação federal e estadual, o pleno exercício dos direi-
Art. 254 - E dever do Executivo assegurar ao educando do siste- tos culturais e acesso às fontes de cultura, apoiará e incentivará a
ma municipal de ensino: valorização e difusão de suas manifestações.
I - programas suplementares de alimentação e saúde; Art. 264 - Constituem patrimônio cultural do Município os bens
II - programa suplementar de material didático. de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
Parágrafo único - As despesas com os programas previstos no conjunto, portadores de referências à identidade, à ação e à memó-
inciso I não poderão ser incluídas no limite mínimo de recursos fixa- ria dos diferentes grupos formadores da sociedade andreense, nos
dos para manutenção e desenvolvimento do ensino previsto nesta quais se incluem:
Lei. I - formas de expressão e comunicação;
Art. 255 - É vedada a cessão de uso de próprios públicos muni- II - criações científicas, artísticas e tecnológicas;
cipais para o funcionamento de estabelecimentos de ensino priva- III - documentos, objetos, obras de arte e outros bens de valor
do de qualquer natureza. histórico, artístico e cultural;
Art. 256 - Será criado o Conselho Municipal de Educação - IV - edificações e demais espaços destinados às manifestações
C.M.E., com composição, funcionamento e competência regulados artístico-culturais;
na forma da lei. V - monumentos, conjuntos urbanos e sítios de valor históri-
Parágrafo único - O C.M.E. terá, entre outras, competência para co, paisagístico, arqueológico, paleontológico, artístico, científico e
fiscalizar a aplicação dos recursos da educação. ecológico.
Art. 257 - Em cada unidade de ensino vinculada ao órgão com- Art. 265 - É dever do Município identificar, pesquisar, proteger
petente do Executivo funcionará um conselho de unidade, com e valorizar o patrimônio cultural andreense, através do Conselho
composição, funcionamento e competência regulados em lei. Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetô-
Art. 258 - Deverá o Município obter do Estado, de conformidade nico e Paisagístico de Santo André – COMDEPHAAPASA, que será
com o que dispõe o parágrafo único do artigo 248 da Constituição criado na forma da lei.
Estadual, competência para fiscalizar as instituições de educação de Art. 266 - O Município incentivará a livre manifestação cultural
caráter privado, no sentido de preservar a qualidade do ensino. mediante:
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I - criação, manutenção e abertura de espaços públicos devi- §1º - Compete ao Município estimular e apoiar as entidades e
damente equipados e capazes de garantir a produção, divulgação e associações da comunidade dedicadas às práticas esportivas e de
apresentação das manifestações culturais e artísticas; lazer.
II - desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico com a §2º - No que concerne ao esporte competitivo e de alto ren-
União, o Estado e outros municípios e apoio à instalação de espaços dimento, poderá o Município desenvolver suas ações, desde que
culturais e de bibliotecas públicas, inclusive com acervo no sistema com a participação da iniciativa privada, do Estado ou da União, na
braile centralizado numa só unidade; forma que a lei estabelecer.
III - acesso aos acervos das bibliotecas, museus, arquivos e as- Art. 276 - Fica garantida a gestão democrática das ações de es-
semelhados; porte e lazer desenvolvidas pelo Poder Público.
IV - promoção do aperfeiçoamento e valorização dos profissio- Parágrafo único - Será criado o Conselho Municipal dos Espor-
nais da Administração da área de cultura; tes e do Lazer com composição, funcionamento e competência re-
V - planejamento e gestão do conjunto das ações, garantida a gulados na forma de Lei. (NR) (acrescido pela Emenda nº 13, de
participação da comunidade; 14/02/1996).
VI - cumprimento, por parte do Município, de uma política cul- SEÇÃO IV
tural não intervencionista, visando à participação de todos na vida DO TURISMO
cultural;
VII - preservação dos documentos, obras e demais registros de Art. 277 - O Município promoverá e incentivará o turismo, no
valor histórico ou científico; âmbito de seu território, como fator de desenvolvimento cultural,
VIII - criação do Museu e Arquivo Histórico Municipal. social e econômico, observadas obrigatoriamente as normas de
Art. 267 - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão pu- preservação do meio ambiente.
nidos na forma da lei.
Art. 268 - As áreas, locais, prédios e demais bens declarados CAPÍTULO IV
de interesse histórico, artístico, cultural, monumental ou turístico, DA MULHER
ficarão sujeitos às restrições de uso, conservação e disponibilidade,
na forma estabelecida em lei. Art. 278 - Fica garantido, na estrutura administrativa do Exe-
Art. 269 - O patrimônio histórico, cultural e científico dos mu- cutivo, órgão destinado a elaborar, coordenar, executar e fiscalizar
seus e institutos da administração direta, indireta e fundacional é políticas públicas, de forma integrada com todos os órgãos da ad-
inalienável e intransferível. ministração pública direta e indireta, que garanta o atendimento
Art. 270 - Será criado o Conselho Municipal de Cultura com das necessidades específicas e enfrente as diferentes formas de
composição, funcionamento e competência regulados na forma da discriminação da mulher, no próprio Poder Público e no Município.
lei. Parágrafo único - Fica garantida a participação popular, respei-
Art. 271 - Fica garantida a criação do fundo municipal de cultu- tada a autonomia dos movimentos sociais organizados, que deverá
ra, a ser instituído por lei. ser definida em lei.
Art. 272 - O Município deverá integrar movimento regional de Art. 279 - Compete à Administração promover políticas pre-
proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico e paisagístico. ventivas e educativas visando a diminuição da violência pública e
privada contra as mulheres.
SEÇÃO III Art. 280 - O Poder Público deverá promover medidas contra a
DOS ESPORTES E LAZER violência que garantam a defesa e segurança das mulheres, bem
como a criação ou ampliação de equipamentos sociais de atendi-
Art. 273 - O Município apoiará e incentivará as práticas esporti- mento jurídico, social e psicológico.
vas formais e não formais, como direito de todos. Art. 281 - Cabe ao Poder Público providenciar as condições
Art. 274 - O Poder Público apoiará e incentivará o lazer como para a instalação de:
forma de integração e promoção social. I - delegacia de defesa da mulher, com o fim de prestar atendi-
Art. 275 - As ações do Município, através de programas e pro- mento diferenciado, através de profissionais habilitados, às mulhe-
jetos, e a destinação de recursos orçamentários para o setor darão res vítimas de violência;
prioridade: II - serviço de apoio às vítimas de violência, destinado a prestar
I - ao esporte educacional e ao esporte comunitário; atendimento às mulheres e seus filhos, com assistência social, jurí-
II - ao lazer da população, mediante o desenvolvimento de po- dica e psicológica, objetivando sua reintegração à família.
lítica urbana que propicie espaços adequados à recreação, à educa-
ção física de tempo livre e outros; CAPÍTULO V
III - à construção e manutenção de espaços devidamente equi- DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO
pados para as práticas esportivas e o lazer; E DA PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
IV - à promoção, estímulo e orientação à prática e difusão da
educação física; Art. 282 - Cabe ao Município, conjuntamente com o Estado e a
V - à adequação dos locais já existentes e previsão de medidas União, garantir assistência à família, na pessoa de cada um dos que
necessárias quando da construção de novos espaços, incrementan- a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito
do a prática de esportes e atividades de lazer por parte das crianças de suas relações.
e adolescentes, pessoas portadoras de deficiência, idosos e gestan- Art. 283 - O Município, a sociedade e a família têm o dever de
tes, de maneira integrada aos demais cidadãos e, sempre que pos- assegurar à criança, ao adolescente, ao idoso e à pessoa portadora
sível, mediante orientação técnica especializada. de deficiência, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
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à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à profis- Art. 289 - As travessias de pedestres sinalizadas deverão ter
sionalização, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência suas guias rebaixadas, com a finalidade de facilitar a travessia das
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma pessoas portadoras de deficiência física.
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e Art. 290 - Cabe ao Poder Público, através do órgão responsá-
opressão. vel pelo trânsito no Município, garantir vagas reservadas no centro
Art. 284 - A fim de garantir os direitos assinalados no artigo an- da cidade, destinadas ao estacionamento de veículos automotores,
terior, o Poder Público promoverá programas e projetos especiais, cujo condutor ou um dos passageiros seja pessoa portadora de de-
admitindo a participação de entidades não governamentais, com as ficiência física. (NR)
seguintes finalidades: §1º - Os estabelecimentos que possuem estacionamentos pri-
I - assistência integral à saúde da criança e do adolescente me- vativos para seus usuários deverão reservar e garantir vagas desti-
diante: nadas às pessoas de que trata este artigo. (NR)
a) aplicação de percentual de recursos próprios destinados à §2º - O disposto neste artigo será regulamentado por lei. (NR)
saúde na assistência materno-infantil; (Artigo 290 com redação dada pela Emenda nº 34, de 15/06/2000).
b) prevenção de deficiências físicas, mental e sensorial; Art. 291 - Em toda obra, seja ela pública ou particular, desti-
II - atendimento especializado e integração social das pessoas nada a atividades que demandem a frequência do público, fica o
portadoras de deficiência, através de treinamento para o trabalho Executivo obrigado a exigir, para aprovação do respectivo projeto,
e para a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços as condições de acesso para as pessoas portadoras de deficiência
coletivos; física.
III - criação e manutenção de serviços de prevenção, orienta- Art. 292 - Fica o Poder Público incumbido de promover estudos
ção, recebimento e encaminhamento de denúncias referentes às e pesquisa com a finalidade de estabelecer dados estatísticos sobre
vítimas de violência com atendimento jurídico, social, psicológico e a população analfabeta, deficiente, subnutrida e desnutrida a cada
assistência material, na forma que a lei estabelecer; quatro anos. (NR) (“caput”, com redação dada pela Emenda nº 24,
IV - garantia às pessoas idosas de condições de vida apropria- de 26/08/1998).
das, preferentemente em seus lares, com respeito à sua vontade e Parágrafo único - Os estudos e a pesquisa de que trata o “caput”
preservação de seus direitos, assegurada sua participação em todos deverão ser concluídos até o final do segundo ano de mandato do
os equipamentos, serviços e programas culturais, educacionais, es- Prefeito.
portivos, recreativos e de lazer, defendendo sua dignidade e visan- Art. 293 - É garantida a gratuidade dos transportes coletivos
do à sua integração à sociedade; urbanos, no Município:
V - criação e manutenção de serviços destinados à prevenção e I - aos maiores de sessenta anos;
orientação contra substâncias que gerem dependência física e psí- II - aos aposentados por invalidez e acidentária, com mais de
quica, bem como de encaminhamento de denúncias e atendimento cinquenta e cinco anos;
especializado, referentes ao dependente de qualquer idade.
§1º - Como forma de atender ao disposto no inciso I, nos hos- CAPÍTULO VI
pitais e maternidades da rede de atendimento médico do Municí- DA SEGURANÇA
pio, a criança recém-nascida ficará, preferencialmente, em berço no
mesmo quarto da mãe, ressalvados os casos em que recomendação SEÇÃO I
médica determine tratamento diverso. DA GUARDA MUNICIPAL
§2º - Nos internamentos de crianças com até doze anos nos
hospitais vinculados aos órgãos da administração direta e indireta Art. 294 - A Guarda Municipal, entidade de caráter civil man-
é assegurada a permanência da mãe, também nas enfermarias, na tida pelo Município, terá a finalidade precípua de proteger o patri-
forma da lei. mônio, bens, serviços e instalações públicas, além do que a lei dis-
Art. 285 - A pessoa jurídica de direito privado que venha a re- puser. (NR) (com redação dada pela Emenda nº 23, de 24/06/1998).
ceber do Município recursos financeiros para a realização de pro- Art. 295 - Compete à Guarda Municipal, além de outras atri-
gramas, projetos e atividades culturais, educacionais, esportivas, buições:
de lazer e assemelhados, fica obrigada a prever e dar condições de I - vigilância permanente dos logradouros e próprios públicos;
acesso e participação de pessoas portadoras de deficiência. II - guarda das repartições públicas;
Art. 286 - O Município, através de cooperação técnica e finan- III - prestação de socorros públicos e de salvamento;
ceira, procurará desenvolver centros de convivência destinados a IV - proteção e defesa da população e seu patrimônio, nos ca-
possibilitar aos cidadãos, especialmente às crianças, aos adolescen- sos de calamidade pública;
tes e aos idosos, o desenvolvimento de atividades culturais, educa- V - prestação de honra, desde que não seja de caráter militar.
tivas, sociais, esportivas, de lazer e outras de natureza comunitária, Art. 296 - A Guarda Municipal exercerá suas atribuições legais
promovendo sua integração social. mediante a elaboração de programas, projetos e ações, com a coor-
Art. 287 - O Município organizará e implantará serviço espe- denação, fiscalização e controle de um conselho, cuja composição,
cializado adequado, multidisciplinar, destinado ao atendimento das funcionamento e competência serão estabelecidos em lei.
pessoas portadoras de deficiência, com vistas ao diagnóstico, tra- Parágrafo único - O conselho de que trata este artigo encami-
tamento, reabilitação e orientação familiar, como forma de desen- nhará regularmente à Câmara cópia das atas das reuniões ordiná-
volver os programas previstos nas Constituições Federal e Estadual. rias e extraordinárias.
Art. 288 - O Município disporá sobre a adaptação de veículos
de transporte coletivo com equipamentos próprios ao ingresso e
acomodação do idoso e das pessoas portadoras de deficiência.
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Art. 297 - Fica garantida, com a fiscalização do conselho, a for- I - regularização de loteamentos, cujas áreas verdes ou institu-
mação e o aperfeiçoamento permanente dos membros da Guarda cionais estejam total ou parcialmente ocupadas por núcleos habita-
Municipal, assegurando-lhes formação humanista com conheci- cionais de interesse social, destinados à população de baixa renda e
mentos gerais dos direitos humanos e jurídicos. cuja situação esteja consolidada; (NR)
II - regularização de equipamentos públicos implantados com
SEÇÃO II uso diverso da destinação, fim e objetivos originariamente previstos
DA DEFESA CIVIL quando da aprovação do loteamento; (NR)
III - desafetação de áreas institucionais ociosas e que não de-
Art. 298 - Será criado o Conselho Municipal de Defesa Civil – sempenham a finalidade para as quais foram destinadas, mediante
COMUDEC, cuja composição, funcionamento e competência serão compensação por área equivalente à proporção da área desafeta-
estabelecidos em lei, incumbido de promover todas as atividades da; (NR)
de defesa civil no âmbito do Município, caracterizadas pela existên- IV - desafetação de áreas destinadas originalmente à implan-
cia de situação de emergência ou de estado de calamidade pública, tação de áreas verdes que não desempenham a finalidade para as
bem como a efetivação de outras medidas preventivas e assisten- quais foram destinadas, mediante compensação por área equiva-
ciais, voltadas à consecução do bem-estar social.(NR) (“caput”, com lente ao triplo da área desafetada. (NR) (Artigo 307 com redação
redação dada pela Emenda nº 43, de 31/03/2004). dada pela Emenda nº 60, de 02/03/2022). (Artigo 307 regulamen-
Parágrafo único - A situação de emergência ou de calamidade tado pelo Decreto nº 18161, de 20/09/2023 - regulamenta o proce-
pública poderá ter atendimento descentralizado, mediante a cria- dimento de compensação de áreas verdes e institucionais desafeta-
ção de comissões de defesa civil, que funcionarão nos bairros e edi- das no Município de Santo André).
ficações residenciais. Art. 308 - Terão preferência na concessão de licença para o co-
mércio ambulante e a exploração de bancas de jornais e revistas
TÍTULO VII as pessoas com deficiência, chefes de famílias uniparentais, idosos
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS FINAIS e aposentados. (NR) (com redação dada pela Emenda nº 62, de
16/02/2023).
Art. 299 - É vedado ao Município destinar recursos públicos Art. 309 - As Administrações Direta e Indireta do Município,
para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucra- bem como a Câmara Municipal, ficam obrigadas a promover o des-
tivos. conto em folha de pagamento dos valores correspondentes às con-
Art. 300 - A lei regulará a composição, competência e funcio- tribuições devidas ao Sindicato por seus filiados e à Associação dos
namento dos conselhos, comissões e demais colegiados previstos Servidores Públicos Municipais por seus associados. (NR) (acrescido
nesta Lei. pela Emenda nº 12, de 23/11/1994).
Art. 301 - Os conselhos municipais previstos nesta Lei, ou os Parágrafo único. Os valores de que trata o “caput” serão repas-
que vierem a ser criados, obedecerão os princípios estabelecidos sados às respectivas entidades em até 5 (cinco) dias úteis, contados
no Título IV, Capítulo I, Seção II - Da Gestão Democrática. da data do pagamento dos vencimentos do servidor. (NR) (acresci-
Art. 302 - Fica vedada a remuneração, a qualquer título, aos do pela Emenda nº 12, de 23/11/1994).
componentes dos diversos conselhos e comissões de que trata esta Art. 309 310 - Esta Lei Orgânica e suas Disposições Transitórias,
Lei. depois de assinadas pelos Vereadores Constituintes e promulgadas
Art. 303 - Ressalvados os efeitos da Lei Municipal n.º 6.596, de pela Mesa da Constituinte Municipal, entram em vigor em 08 de
21 de dezembro de 1989, ficam vedadas no Município a criação e abril de 1990, revogadas as disposições em contrário. (Artigo 309
manutenção, com recursos públicos, de carteiras especiais de pre- renumerado para 310 pela Emenda nº 12, de 23/11/1994).
vidência social para ocupantes de cargos eletivos.
Art. 304 - A lei reservará percentual dos cargos e empregos pú- DAS DISPOSLÇÕES TRANSLTÓRIAS
blicos para as pessoas com deficiência, garantindo as adaptações
necessárias para sua participação nos concursos públicos e definirá Art. 1º - O Estatuto dos Servidores Públicos Municipais será
os critérios de sua admissão. (NR) (com redação dada pela Emenda elaborado por comissão designada especialmente para esse fim e
nº 61, de 22/06/2022). será encaminhado pelo Chefe do Executivo, à Câmara, até 28 de
Art. 305 - O Município estabelecerá, respeitada a legislação fe- fevereiro de 1991. (NR) (com redação dada pela Emenda nº 01, de
deral e estadual pertinente, penalidades pecuniárias e administra- 26/09/1990).
tivas sobre atividades industriais e outras que sobrecarreguem ou Art. 2º - A Administração Municipal deverá promover, no prazo
perturbem a comunidade junto à qual se localizem. de dois anos, a ação discriminatória das terras devolutas urbanas.
Art. 306 - O Município participará de um Fórum Regional Per- Art. 3º - A partir do ano de 1992 deverão ser consignadas, nos
manente, que se reunirá pelo menos trimestralmente, para a dis- planos plurianuais de investimentos, verbas próprias para o plano
cussão de problemas comuns aos municípios da Região do Grande viário e o plano de captação de águas pluviais, de forma a garantir
ABC. sua execução no prazo máximo de dez anos.
Parágrafo único - A Câmara Municipal, em rodízio com os de- Art. 4º - Os Poderes Legislativo e Executivo, no prazo de cento
mais Legislativos da região, sediará os encontros e custeará suas e oitenta dias, proporão uma forma de integração de seus controles
despesas. internos, em conformidade com o artigo 136 desta Lei Orgânica.
Art. 307 - As áreas definidas em projetos de loteamentos, como Art. 5º - Fica o Executivo obrigado a encaminhar à Câmara o
áreas verdes ou institucionais, não poderão ter sua destinação, fim projeto do plano diretor até trezentos e sessenta dias da promul-
e objetivos originais alterados, exceto quando a alteração da desti- gação desta Lei.
nação tiver como finalidade: (NR)
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Art. 6º - O Município elaborará, no prazo de seis meses conta- Art. 18 - O Município buscará, junto às esferas federal e esta-
dos da aprovação do plano diretor: dual, em integração com os demais municípios do Grande ABC, a
I - a lei de uso e ocupação do solo; implantação e funcionamento do Hospital Regional de Clínicas.
II - a lei de parcelamento do solo; Art. 19 - O Poder Público, em conjunto com os demais municí-
III - o Código Tributário do Município; pios da região, promoverá ações necessárias junto ao Governo do
IV - o plano municipal de meio ambiente; Estado para a implantação da Universidade do Grande ABC, confor-
V - o Código de Obras do Município. me disposto no artigo 52 das Disposições Transitórias da Constitui-
Art. 7º - O Poder Público tomará providências para que, no pra- ção Estadual.
zo de vinte anos, o Município tenha dezesseis metros quadrados de CONSTITUINTE MUNICIPAL, em 08 de abril de 1990, 437º ano
área verde por habitante. da fundação da cidade de Santo André.
Art. 8º - No prazo de três anos, a contar da promulgação desta
Lei Orgânica, fica o Município obrigado a tomar medidas eficazes
para impedir o lançamento de efluentes e esgotos industriais, em REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTO
qualquer corpo d’água, sem o devido tratamento. ANDRÉ (ATUALIZADO E/OU ALTERADO)
Art. 9º - Fica estabelecido o prazo de cento e oitenta dias, con-
tados da promulgação desta Lei, para o Chefe do Executivo remeter
ao Legislativo projeto assegurando a garantia a que se refere o inci- REGIMENTO INTERNO
so VII do artigo 221.
Art. 10 - O Poder Executivo poderá, enquanto não dispuser de RESOLUÇÃO Nº 02, DE 1981
rede própria para atender ao serviço de creche, às crianças de zero (Atualizada até Resolução nº 14, de 30/08/2023, em vigor a
a seis anos, estabelecer ação conjugada com entidades de caráter partir de 01/09/2023.)
confessional, comunitário e filantrópico, conforme definidas em lei,
devendo progressivamente assumir este serviço. Dispõe sobre o Regimento Interno da Câmara Municipal de
Parágrafo único - Fica assegurado programa suplementar de Santo André.
alimentação às crianças de zero a seis anos atendidas em obras de
entidades assistenciais sem fins lucrativos. TÍTULO I
Art. 11 - O Município obriga-se a construir, anualmente, salas DA CÂMARA MUNICIPAL
de aula objetivando atender à demanda na área de educação infan-
til, visando a eliminar o funcionamento do terceiro turno. CAPÍTULO I
Art. 12 - No prazo de dois anos, contados da promulgação des- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ta Lei, o Poder Público tomará todas as providências necessárias à
efetivação dos dispositivos nela previstos, relativos ao atendimen- Artigo 1º - A Câmara Municipal de Santo André é o órgão legis-
to das pessoas portadoras de deficiência, em especial, bem como lativo do Município, compondo-se de Vereadores eleitos de acordo
quanto aos recursos financeiros, humanos, técnicos e materiais. com a legislação vigente e tendo como sede edifício próprio, sito no
Art. 13 - Os prédios já existentes destinados a atividades que Centro Cívico de Santo André.
demandem a frequência do público, e que não atendam às exigên- §1º - Os Vereadores exercem seus mandatos por uma legisla-
cias desta Lei, terão o prazo de dois anos, a contar de sua promul- tura, abrangendo quatro sessões legislativas, que se iniciam a 1º de
gação, para se adaptarem de forma a permitir o acesso das pessoas fevereiro de cada ano e terminam no dia 05 de dezembro.
portadoras de deficiência física. §2º - Na sede da Câmara Municipal de Santo André não se re-
Art. 14 - Até 30 de junho de 1991 o Executivo deverá concluir a alizam atos estranhos às suas funções, sem prévia autorização do
primeira pesquisa de que trata o artigo 292. Presidente.
Art. 15 - O Poder Público promoverá ações visando à participa- Artigo 2º - À Câmara Municipal compete:
ção dos municípios da bacia hidrográfica do Rio Tamanduateí, bem a) exercer funções legislativas;
como do Governo Estadual, para a recuperação do equilíbrio ecoló- b) exercer funções de fiscalização externa, financeira e orça-
gico daquela bacia, no prazo de vinte anos. mentária;
Art. 16 - Visando a atender ao disposto no artigo 46 das Dis- c) exercer funções de controle político-administrativo;
posições Transitórias da Constituição Estadual, o Município, em d) exercer funções de assessoramento dos atos do Executivo; e
conjunto com os demais do Grande ABC, em cooperação técnica e e) exercer funções de administração interna.
financeira com o Estado, deverá obrigatoriamente, até 05 de outu- §1º - As funções legislativas consistem em deliberar, por meio
bro de 1991, tornar medidas eficazes para impedir o bombeamento de leis, decretos-legislativos e resoluções, sobre todas as matérias
de águas servidas, dejetos e outras substâncias poluentes para a de competência do Município, respeitadas as reservas constitucio-
Represa Billings. nais da União e do Estado. (Vide artigo 37 da L.O.M.)
Art. 17 - O Município, em conjunto com os demais do Grande §2º - As funções de fiscalização externa, financeira e orçamen-
ABC, articular-se-á no prazo máximo de três meses para, junto ao tária, são exercidas com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado,
Governo do Estado, solucionar de forma integrada o abastecimento e compreendem: (Vide artigo 133 da L.O.M.)
de água na região que, sendo da sua responsabilidade, deverá pro- a) apreciação e julgamento das contas do exercício financeiro,
mover a captação, adução, tratamento e armazenamento de água apresentadas pelo Prefeito, pela Mesa da Câmara e por autarquias
para atender, em volume suficiente e qualidade, à demanda da po- municipais;
pulação local. b) acompanhamento das atividades financeiras e orçamentá-
rias do Município;
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c) julgamento da regularidade das contas dos administradores §8º - O suplente de Vereador, tendo tomado posse uma vez,
e demais responsáveis por bens e valores. fica dispensado de todas as exigências deste artigo, nas vezes sub-
§3º - As funções de controle político-administrativo se exercem sequentes em que é convocado.
sobre o Prefeito, os Secretários Municipais, a Mesa da Câmara e os §9º - Ao término do mandato, os Vereadores, o Prefeito e o Vi-
Vereadores. (Vide artigo 136 e §§, da L.O.M.) ce-Prefeito devem fazer novamente suas declarações de bens, que
§4º - As funções de assessoramento dos atos do Executivo con- são apresentadas à Mesa, nos termos dos §§2º e 3º deste artigo.
sistem em sugerir a este órgão medidas de interesse público, me- Artigo 4º - Ainda sob a Presidência do Vereador mais votado,
diante indicações. entre os presentes, e observando-se o disposto no artigo 10 deste
§5º - As funções administrativas são restritas à sua organização Regimento, é procedida a eleição da Mesa, cujo mandato é de dois
interna, à regulamentação de seu funcionalismo e à estruturação e (2) anos, proibida a reeleição de seus membros e de seus substi-
direção de seus serviços auxiliares. tutos, no segundo biênio da mesma legislatura. (Vide artigo 17 e
seguintes da L.O.M.)
CAPÍTULO II Parágrafo único - Não havendo número legal para a eleição da
DA INSTALAÇÃO Mesa, o Vereador mais votado, entre os presentes, permanece na
(Vide artigo 16 da L.O.M.) Presidência e convoca sessões diárias, até que se consiga “Quorum”
e seja eleita a Mesa.
Artigo 3º - No início da primeira sessão legislativa de cada le- Artigo 5º - Na Sessão Solene de Instalação, podem fazer uso
gislatura, no dia e horário fixados pela Lei Orgânica dos Municípios, da palavra um representante de cada bancada, o Prefeito, o Vice-
os Vereadores eleitos, independente de número e convocação, reú- -Prefeito, o Presidente e as autoridades presentes, que a solicitem.
nem-se sob a presidência do mais votado dos presentes, em Sessão
Solene de Instalação, e são empossados, juntamente com o Prefeito TÍTULO II
e o Vice-Prefeito. DOS ÓRGÃOS DA CÂMARA
§1º - Aberta a Sessão, o Presidente convida dois Vereadores
presentes, de preferência de partidos diferentes, para secretaria- CAPÍTULO I
rem os trabalhos. DA MESA
§2º - No ato da posse, os Vereadores, o Prefeito e o Vice-Prefei-
to devem desincompatibilizar-se e apresentar à Mesa seus diplomas SEÇÃO I
e suas declarações de bens, que são transcritas em livro próprio e DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
inseridas em ata resumidamente. (Vide §2º do artigo 16 da L.O. M.).
§3º - As declarações de bens do Prefeito e do Vice-Prefeito são Artigo 6º - A Mesa compõe-se do Presidente, do 1º e do 2º
lidas pelo 1º Secretário, para conhecimento do público, enquan- Secretários. (Vide artigo 20 da L.O.M.)
to as dos Vereadores permanecem sobre a Mesa, à disposição de §1º - Para substituir o Presidente e os Secretários há o Vice-Pre-
quem queira examiná-las. sidente e o 3º Secretário.
§4º - Os Vereadores são declarados empossados, pelo Presi- §2º - Nenhum membro da Mesa pode deixar o seu lugar, du-
dente, após a seguinte cerimônia: rante a Sessão, sem que, no ato, esteja presente o seu substituto.
a) leitura, pelo Vereador mais idoso dos presentes, a qual será §3º - O Presidente convida qualquer Vereador para substituir
ouvida em pé, por todos que estiverem no Plenário, do seguinte os Secretários, na falta eventual do substituto.
compromisso: §4º - Ausentes todos os membros da Mesa e seus respectivos
“Prometo exercer o meu mandato com dedicação e lealdade, substitutos, o Vereador mais idoso, entre os presentes, à hora regi-
respeitando a lei e promovendo o bem geral do Município de Santo mental, assume a Presidência e abre a Sessão, convidando dois (2)
André.” dos Vereadores, que estão em Plenário, para secretariar os traba-
b) pronunciamento, pelos demais Vereadores presentes, da se- lhos.
guinte firmação: Artigo 7º - As funções dos membros da Mesa e de seus respec-
“Assim o prometo.” tivos substitutos somente cessam:
§5º - O Prefeito e o Vice-Prefeito, a seguir, são empossados I - no término da segunda sessão legislativa, com a eleição da
pelo Presidente, após a leitura do mesmo compromisso, feita su- nova Mesa;
cessivamente por eles e ouvida em pé por todos os presentes. II - pela renúncia, apresentada por escrito;
§6º - No caso da posse não se verificar na ocasião prevista nes- III - pela destituição, mediante o voto de dois terços (2/3) dos
te artigo, deve ela ocorrer: (Vide §1º, artigo 16 da L.O.M.) Vereadores da Câmara, quando os membros da Mesa e seus res-
a) dentro de quinze (15) dias, a contar da realização da Sessão pectivos substitutos são considerados faltosos, omissos ou inefi-
Solene de Instalação, salvo motivo justo, aceito pela Câmara, quan- cientes no desempenho de suas atribuições regimentais;
do se tratar de Vereador; IV - pela destituição automática, prevista no §3º do artigo 84
b) dentro de dez (10) dias, a contar da ocorrência do mesmo deste Regimento;
fato, salvo motivo justificado, aceito pela Câmara, quando se tratar V - pela perda do mandato;
do Prefeito ou do Vice-Prefeito. VI - pela morte;
§7º - Quando a posse se dá em Sessão posterior à da instalação VII - no término da legislatura.
ou algum suplente de Vereador vem a suceder ou a substituir ou- Parágrafo único - A destituição, de que trata o inciso III deste
tro Vereador, o Presidente nomeia uma Comissão para recebê-lo e artigo, pode ser proposta por qualquer Vereador, em processo em
acompanhá-lo até a Mesa, onde, observadas as exigências e os ritos que se assegure amplo direito de defesa, observadas, no que cou-
deste artigo, é empossado. berem, as disposições do processo de cassação de mandato.
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Artigo 8º - Vago qualquer cargo da Mesa e dos substitutos, a VI - elaborar e expedir, mediante Ato, a discriminação analítica
eleição para o seu preenchimento é realizada no Pequeno Expe- das dotações orçamentárias da Câmara, bem como alterá-la, quan-
diente de uma das Sessões Ordinárias determinada pelo Presiden- do necessário;
te, dentro dos quinze (15) dias subsequentes à data da vacância, VII - apresentar projetos de lei, dispondo sobre a abertura de
observando-se o disposto no artigo 4º, quanto ao impedimento de créditos suplementares ou especiais, através da anulação parcial ou
reeleição, e também as disposições do artigo 10, referentes à elei- total da dotação da Câmara;
ção da Mesa e dos substitutos. VIII - suplementar, mediante Ato, as dotações do orçamento da
Parágrafo único - Em caso de renúncia ou destituição total da Câmara, observado o limite de autorização, constante da lei orça-
Mesa e dos substitutos, o Vereador mais votado assume interina- mentária, desde que os recursos para sua cobertura sejam prove-
mente a Presidência, até que se eleja a nova Mesa, observando-se nientes da anulação, total ou parcial, de suas dotações orçamentá-
as disposições deste artigo. rias;
Artigo 9º - Os membros da Mesa e os seus substitutos não po- IX - devolver à Tesouraria da Prefeitura o saldo de caixa existen-
dem fazer parte de nenhuma Comissão Permanente. te na Câmara, ao final do exercício;
X - enviar ao Prefeito, até o dia 1º de março de cada ano, as
SEÇÃO II contas do exercício anterior, para fins de encaminhamento ao Tri-
DA ELEIÇÃO DA MESA bunal de Contas do Estado;
(Vide artigos 18 e 19 da L.O.M.) XI - nomear, promover, comissionar, conceder gratificações, li-
cenças, pôr em disponibilidade, exonerar, demitir, aposentar e punir
Artigo 10 - A eleição para renovação da Mesa far-se-á, obrigato- funcionários ou servidores da Câmara Municipal, nos termos da lei;
riamente, na última sessão ordinária da segunda sessão legislativa, XII - assinar os autógrafos das leis destinadas à sanção e pro-
com a presença da maioria absoluta dos membros da Câmara, e mulgação pelo Chefe do Executivo;
figurará como item único da Ordem do Dia. XIII - opinar sobre as reformas do Regimento Interno;
– Artigo 10 com redação dada pela Resolução nº 08, de XIV - permitir ou não sejam irradiados, fotografados, televisio-
03/12/2002. nados ou filmados os trabalhos da Câmara, no Plenário ou nas Co-
§1º - Os candidatos a um mesmo cargo que obtêm igual núme- missões, sem ônus para os cofres públicos;
ro de votos concorrem a um segundo escrutínio. XV - decidir os recursos interpostos contra atos ou decisões do
§2º - Persistindo o empate, o cargo é disputado por sorteio. Presidente;
§3º- Os eleitos são considerados automaticamente empossa- XVI - convocar sessões extraordinárias, quando há matéria de
dos, embora as solenidades de posse fiquem para a primeira Sessão interesse público relevante e urgente a deliberar.
Ordinária, que se realizar após o dia da eleição. Artigo 13 - Os membros da Mesa e os seus substitutos reúnem-
§4º - Os suplentes de Vereadores, em exercício da vereança, -se, pelo menos quinzenalmente, a fim de deliberar, por maioria de
não podem concorrer às eleições para membros da Mesa e seus votos, sobre todos os assuntos da Câmara, sujeitos ao seu exame,
substitutos. assinando e dando à publicação os respectivos atos e decisões.
Artigo 11 - Artigo 11 revogado pela Resolução nº 03, de
14/11/1990. SEÇÃO IV
DO PRESIDENTE
SEÇÃO III (Vide artigo 23 da L.O.M.)
DAS ATRIBUIÇÕES DA MESA
(Vide artigo 22 da L.O.M.) Artigo 14 - O Presidente é o representante da Câmara, em ju-
ízo ou fora dele, cabendo-lhe, além das funções administrativa e
Artigo 12 - Além de outras atribuições, consignadas neste Re- diretiva de todas as atividades internas, exercer privativamente o
gimento, ou dele implicitamente resultantes, compete especial ou seguinte:
privativamente à Mesa: I - QUANTO ÀS ATIVIDADES LEGISLATIVAS:
I - dirigir, sob a orientação da Presidência, os trabalhos em Ple- a) Comunicar aos Vereadores, com antecedência, a convocação
nário; de sessões extraordinárias, solenes e secretas;
II - propor projetos de lei, que criem ou extingam cargos dos b) determinar, por requerimento do autor, a retirada de propo-
serviços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos; sição, que ainda não tenha parecer das comissões ou, em havendo,
III - propor projetos de decreto-legislativo, dispondo sobre: for-lhe contrário;
a) licença ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, para se afastarem do c) não aceitar substitutivo ou emenda que não sejam pertinen-
cargo; tes à proposição inicial;
b) autorização ao Prefeito, para, por necessidade de serviço, d) declarar prejudicada a proposição, em face da rejeição ou
ausentar-se do Município, por mais de quinze (15) dias; aprovação de outra, com o mesmo objetivo;
c) infrações político-administrativas julgadas procedentes pela e) determinar o desarquivamento de proposições;
Câmara; f) encaminhar as proposições, os processos e outros documen-
d) julgamento das contas do Prefeito. tos às Comissões, assim que são lidos em Plenário, salvo nos reces-
IV - propor projetos de resolução, dispondo sobre licença aos sos regimentais, quando são encaminhados às mesmas, logo após
Vereadores, para se afastarem do cargo; o seu recebimento;
V - propor, conforme o caso, projetos de decreto-legislativo ou g) ordenar a inclusão na pauta da Ordem do Dia de todos os
de resolução, criando Comissões Especiais de Inquérito, na forma processos em tramitação na Casa e que dependem de deliberação
prevista neste Regimento; do Plenário;
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h) devolver ao autor, quando não atendidas as formalidades re- l) declarar esgotado o tempo destinado aos Expedientes e à Or-
gimentais, proposição em que é pretendido o reexame de matéria dem do Dia, bem como os relativos à duração das Sessões e ao uso
anteriormente rejeitada ou vetada, e cujo veto tenha sido mantido; da palavra pelos Vereadores;
i) aceitar ou recusar as proposições apresentadas; m) anunciar a Ordem do Dia, bem como toda matéria que se
j) retirar da pauta da Ordem do Dia proposição em desacordo deva discutir e votar, submetendo-a à discussão e votação e procla-
com as exigências regimentais; mando o resultado desta;
l) despachar requerimentos verbais ou escritos, processos e n) estabelecer o ponto da questão sobre o qual deva ser feita
demais papéis submetidos à sua apreciação; a votação;
m) zelar pelos prazos do processo legislativo, bem como dos o) resolver sobre a votação por partes;
concedidos às Comissões e ao Prefeito; p) votar nos casos de empate, na eleição da Mesa e quando a
n) solicitar informações e colaborações técnicas, para estudo matéria exigir “quorum” de dois terços (2/3) dos membros da Câ-
de matéria sujeita à apreciação da Câmara; mara; (Vide inciso II, §3º, artigo 36 da L.O.M. - também M.A.)
o) devolver proposição que contenha expressões anti-regimen- q) decidir sobre os requerimentos, que, por este Regimento,
tais; são de sua alçada;
p) nomear os membros das Comissões Especiais de Inquérito e r) resolver, soberanamente, qualquer questão de ordem e,
de Representação; quando omisso o Regimento, submetê-la ao Plenário, mandando
- Alínea p com redação dada pela Resolução nº 02, de anotar a decisão, como precedente regimental, para solução de ca-
11/06/1997. sos análogos;
q) designar substitutos para os membros de todas as Comis- s) anotar, em cada documento, a decisão do Plenário;
sões, em caso de vaga, licença ou impedimento ocasional, observa- t) manter a ordem no recinto da Câmara, advertindo os assis-
da a indicação partidária; tentes e, se necessário, determinando que se retirem das galerias,
r) declarar a destituição dos membros das Comissões, que dei- usando, para tanto, até de força policial;
xam de comparecer a cinco (5) reuniões consecutivas, sem motivo u) organizar a Ordem do Dia da Sessão subsequente, fazendo
justificado; constar obrigatoriamente e mesmo sem parecer das Comissões,
s) convocar e presidir reuniões dos Presidentes das Comissões pelo menos nas três (3) últimas Sessões, antes do término do prazo,
Permanentes; os projetos de lei com prazo de aprovação;
t) fazer publicar os atos da Mesa e da Presidência, a saber: Por- v) comunicar ao Plenário e fazer constar da ata a declaração de
tarias, Resoluções, Decretos e Atos Legislativos e Leis por ele pro- extinção do mandato do vereador, na primeira Sessão subsequente
mulgadas; à ocorrência do ato ou à apuração do fato, convocando imediata-
u) convocar reunião extraordinária conjunta de mais de uma mente o respectivo suplente;
das Comissões Permanentes, quando não convocada na forma da x) dar posse aos Suplentes convocados e aos Vereadores, quan-
letra “c” do artigo 48 deste Regimento Interno. do estes são empossados, após a Sessão Solene de Instalação.
II - QUANTO ÀS SESSÕES: III - QUANTO À ADMINISTRAÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL:
a) Convocar, abrir, presidir, suspender, prorrogar e encerrar as a) decidir sobre os requerimentos e as representações dos fun-
Sessões, observando e fazendo observar as normas legais vigentes cionários da Câmara Municipal; conceder-lhes afastamentos, férias,
e as determinações do presente Regimento Interno; diárias, ajudas de custo e outras vantagens, na forma da lei;
b) colocar em discussão e votação a Ata da Sessão anterior; b) contratar advogado, mediante autorização do Plenário, para
c) mandar proceder à chamada dos Vereadores e à leitura dos a propositura de ações judiciais e, independentemente de autori-
papéis e proposições; zação, para defesa nas ações que são movidas contra a Câmara ou
d) determinar de ofício ou a requerimento de Vereador, em contra ato da Mesa ou da Presidência;
qualquer fase dos trabalhos, a verificação de presença dos Verea- c) superintender os serviços da Secretaria da Câmara; autori-
dores; zar, nos limites do orçamento, as despesas e pagamentos; ordenar
e) manter a ordem dos trabalhos, interpretar e fazer cumprir o abertura de licitações e homologá-las; requisitar numerário ao Exe-
Regimento Interno; cutivo;
f) transmitir ao Plenário, a qualquer momento, as comunica- d) apresentar ao Plenário, até o dia vinte (20) de cada mês, o
ções que julgar convenientes; balancete relativo às verbas recebidas e às despesas realizadas, no
g) conceder ou negar a palavra aos Vereadores nos termos do mês anterior;
Regimento Interno e não permitir divagações ou apartes estranhos e) determinar a abertura de sindicâncias e inquéritos adminis-
ao assunto em discussão; trativos;
h) interromper o orador, que se desviar da questão em deba- f) rubricar os livros destinados aos serviços da Câmara e de sua
te ou falar sem o respeito devido à Câmara ou a qualquer de seus Secretaria;
membros, advertindo-o, chamando-o à ordem, e, em caso de insis- g) providenciar, no prazo máximo de quinze (15) dias, a expedi-
tência, cassando-lhe a palavra, podendo, ainda, suspender a Ses- ção das certidões, que lhe são solicitadas, bem como atender às re-
são, quando não atendido e as circunstâncias o exigirem; quisições judiciais, no mesmo prazo, se outro não é fixado pelo Juiz;
i) censurar as palavras, expressões ou conceitos anti-regimen- h) apresentar ao Plenário, ao final de seu mandato de Presiden-
tais, emitidos pelo orador, ordenando que os mesmos não constem te, o relatório dos trabalhos da Câmara.
dos anais desta Casa; IV - QUANTO ÀS RELAÇÕES EXTERNAS DA CÂMARA:
j) chamar a atenção do orador, quando se esgotar o tempo a a) dar audiências públicas, na Câmara, em dias e horas pré-fi-
que tem direito; xados;

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b) superintender e censurar a publicação dos trabalhos da Câ- XI - expedir e assinar os autógrafos dos projetos de lei aprova-
mara, impedindo a inserção de palavras, expressões ou conceitos dos;
anti-regimentais; XII - representar sobre a inconstitucionalidade de lei ou ato mu-
c) manter, em nome da Câmara, todos os contatos de direito nicipal;
com o Prefeito e demais autoridades; XIII - solicitar a intervenção no Município, nos casos admitidos
d) agir judicialmente em nome da Câmara “ad referendum” ou pela Constituição do Estado;
por deliberação do Plenário; XIV - interpelar judicialmente o Prefeito, quando este deixar de
e) encaminhar ao Prefeito as indicações e os pedidos de infor- colocar à disposição da Câmara, no prazo legal, as quantias requi-
mações formulados pela Câmara; sitadas ou a parcela correspondente ao duodécimo das dotações
f) dar ciência ao Prefeito em quarenta e oito (48) horas, sob orçamentárias;
pena de responsabilidade, sempre que se tenham esgotado os pra- XV - dar conhecimento à Câmara, na última Sessão Ordinária
zos previstos para a apreciação de projetos do Executivo, sem deli- de cada ano, da resenha dos trabalhos realizados durante a Sessão
beração da Câmara, ou rejeitados os mesmos, na forma regimental; Legislativa;
g) promulgar as resoluções e os decretos-legislativos, bem XVI - interpretar e fazer cumprir as disposições deste Regimen-
como as leis, com sanção tácita ou cujo veto tenha sido rejeitado to Interno.
em Plenário; Artigo 16 - O Presidente, para ausentar-se do Município, por
h) convidar autoridades e outras personalidades ilustres a visi- mais de quinze (15) dias, deve necessariamente licenciar-se na for-
tar a Câmara; ma regimental.
i) credenciar representantes da imprensa, junto à Câmara, bem Parágrafo único - Nos períodos de recesso da Câmara, a licen-
como lhes designar lugar reservado, a fim de que desempenhem ça do Presidente se efetiva mediante comunicação escrita ao seu
suas funções; substituto legal.
j) designar, nos casos previstos em lei e mediante aprovação Artigo 17 - Ao Presidente é facultado o direito de apresentar
do Plenário, as pessoas que devem representar a Câmara Municipal proposições à consideração do Plenário, que são discutidas e vo-
em órgãos consultivos ou de deliberação coletiva; tadas.
l) manter a correspondência oficial da Câmara, nos assuntos §1º - Durante a discussão e votação de matéria de sua autoria,
que lhe são afetos; bem como para discutir qualquer outra matéria, o Presidente passa
m) zelar pelo prestígio da Câmara e pelos direitos, garantias e a Presidência ao seu substituto legal e só pode reassumi-la após
respeito, devidos aos seus membros; encerrado o assunto.
V - QUANTO ÀS REUNIÕES DA MESA: §2º - Ao Vereador, que substituir o Presidente, aplica-se tam-
a) convocar e presidir as reuniões da Mesa; bém o disposto no parágrafo anterior.
b) tomar parte nas suas discussões e deliberações com direito a Artigo 18 - A presença do Presidente aos trabalhos é sempre
voto, e assinar os seus respectivos Atos e decisões; computada, para efeito de “quorum” previsto, para discussão e vo-
c) distribuir as matérias que dependem de parecer da Mesa; tação das matérias.
d) ser órgão das decisões da Mesa, cuja execução não é atribu- Artigo 19 - O Presidente não pode ser interrompido, nem apar-
ída a outro de seus membros. teado, quando faz uso da palavra, nas Sessões Plenárias no exercí-
Artigo 15 - Compete, ainda, ao Presidente: cio de suas funções de Presidente.
I - declarar a extinção do mandato do Prefeito e do Vice-Prefei- Artigo 20 - A verba de representação da Presidência da Câma-
to, nos casos previstos em lei; ra é fixada por Resolução, na forma estabelecida neste Regimento,
II - substituir o Prefeito e o Vice-Prefeito, na falta de ambos, para vigorar na legislatura seguinte.
completando o seu mandato, ou até que se realizem novas eleições,
nos termos da legislação pertinente; SEÇÃO V
III - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, quando esta se dá DO VICE-PRESIDENTE
após a Sessão Solene de Instalação;
IV - justificar a ausência do Vereador às sessões Plenárias e às Artigo 21 - Sempre que o Presidente não se achar no recinto, à
reuniões das Comissões Permanentes, quando motivada pelo de- hora regimental do início das Sessões, o Vice-Presidente o substitui
sempenho de suas funções em Comissão Especial ou de Represen- no desempenho de suas funções, cedendo-lhe, porém, o lugar, as-
tação, em caso de doença, nojo ou gala, mediante requerimento do sim que ele for presente.
interessado; §1º - O mesmo fazem os Secretários, em relação ao Vice-Presi-
V - executar as deliberações do Plenário; dente, pela ordem de sucessão.
VI - assinar a ata das Sessões, os editais, as portarias e o expe- §2º - Quando o Presidente tem de deixar a Presidência, duran-
diente da Câmara; te a Sessão, a substituição processa-se da mesma forma.
VII - dar andamento legal aos recursos interpostos contra atos Artigo 22 - O Vice-Presidente substitui o Presidente em suas fal-
seus, da Mesa ou da Câmara, de modo a garantir o direito das par- tas, ausências, impedimentos ou licenças, ficando, nas duas últimas
tes; hipóteses, investido na plenitude das respectivas funções.
VIII - presidir a eleição da Mesa, para o segundo biênio da legis- Parágrafo único - Compete ainda ao Vice-Presidente:
latura, e dar posse aos eleitos; a) desempenhar plenamente as atribuições do Presidente,
IX - fixar e prorrogar prazo para conclusão dos trabalhos das quando o cargo lhe é oficialmente transmitido;
Comissões Especiais;
X - despachar toda matéria de expediente;

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b) praticar todos os atos previstos nos incisos I, II e V, e nas §1º - Não se encontrando presente na Sessão o Vereador re-
letras a, b, e, f, h, l, n, do inciso IV, todos do artigo 14, e incisos I, III, nunciante, o ofício só é lido se estiver com firma reconhecida.
IV, V, VII, VIII, IX, X, XI e XVI, do artigo 15, deste Regimento, quando §2º - Em caso de renúncia total da Mesa e dos Substitutos, o
o Presidente está ausente, em representação oficial. ofício respectivo é levado ao conhecimento do Plenário, pelo Verea-
dor mais votado, exercendo o mesmo as funções de Presidente, nos
SEÇÃO VI termos do parágrafo único do artigo 8º deste Regimento.
DOS SECRETÁRIOS Artigo 28 - Os membros da Mesa e seus substitutos, isolada-
mente ou em conjunto, podem ser destituídos dos seus cargos, me-
Artigo 23 - São atribuições do 1º Secretário: diante Resolução, aprovada por dois terços (2/3) dos Vereadores
I - ler, durante a Sessão, os ofícios e petições dirigidos à Câma- da Câmara, assegurado o direito de ampla defesa. (Vide artigo 21,
ra, os requerimentos, as indicações, os projetos de lei, de resolução §único da L.O.M.)
e de decreto-legislativo, as emendas, os substitutivos, os pareceres Parágrafo único - São passíveis de destituição os membros da
e os demais documentos sujeitos à deliberação ou conhecimento Mesa e seus substitutos, quando faltosos, omissos ou ineficientes
do Plenário; no desempenho de suas atribuições regimentais, ou, então, exorbi-
II - fiscalizar a redação das atas e proceder à sua leitura; tem das atribuições a eles conferidas por este Regimento.
III - assinar, depois do Presidente, os atos da Mesa, as reso- Artigo 29 - O processo de destituição tem início, por represen-
luções da Câmara, os decretos-legislativos, as atas das Sessões e tação subscrita, necessariamente, por um dos Vereadores, a qual é
as portarias nos casos constantes do inciso XI do artigo 12 deste lida em Plenário, em qualquer fase da Sessão, por seu autor, apre-
Regimento; sentando ampla e circunstanciada fundamentação, sobre as irregu-
IV - recolher e guardar, em boa ordem, as proposições e os pa- laridades imputadas.
péis, para o devido encaminhamento; §1º - Oferecida a representação, nos termos do presente arti-
V - lavrar auto de prisão em flagrante. go, e uma vez recebida pelo Plenário, a mesma é transformada pela
Artigo 24 - São atribuições do 2º Secretário: Comissão de Justiça e Redação, em Projeto de Resolução, dispondo
I - fazer a chamada dos Vereadores nos casos previstos neste sobre a constituição da Comissão de Investigação e Processante, o
Regimento, assinando as respectivas folhas, na impossibilidade de qual é incluído na Ordem do Dia da Sessão subsequente àquela em
funcionamento do painel eletrônico; que foi apresentada a representação.
- Inciso I com redação dada pela Resolução nº 10, de §2º - Aprovado, por maioria simples, o projeto a que alude o
03/08/2000. parágrafo anterior, são sorteados três (3) Vereadores, entre os de-
II - lavrar e transcrever as atas das Sessões Secretas; simpedidos, para compor a Comissão de Investigação e Processan-
III - registrar os votos dos Vereadores, nos casos de votação te, que se reúne dentro das quarenta e oito (48) horas seguintes,
nominal; sob a Presidência do mais votado de seus membros.
IV - assinar, depois do 1º Secretário, os atos da Mesa, as reso- §3º - Da Comissão de Investigação e Processante não podem
luções da Câmara, os decretos-legislativos, as atas das Sessões e fazer parte o acusado ou acusados, e também o denunciante ou
as portarias, nos casos constantes do inciso XI do artigo 12 deste denunciantes.
Regimento; §4º - Instalada a Comissão de Investigação e Processante, o
V - receber e registrar, pela ordem cronológica, a inscrição dos acusado ou acusados são notificados, dentro de três (3) dias, abrin-
oradores; do-se-lhes, então, o prazo de dez (10) dias, para apresentação, por
VI - anotar o tempo e o número de vezes que cada Vereador escrito, de defesa prévia.
ocupar a tribuna, comunicando ao Presidente as infrações regimen- §5º - Findo o prazo estabelecido no parágrafo anterior, a Co-
tais; missão de Investigação e Processante, de posse ou não da defesa
VII - registrar a hora do início das Sessões, comunicando ao Pre- prévia, procede às diligências que entender necessárias, emitindo,
sidente o transcurso dos prazos regimentais; ao final, seu parecer.
VIII - lavrar, nos respectivos diplomas, o termo de posse dos §6º - O acusado ou acusados podem acompanhar todos os atos
Suplentes convocados; e diligências da Comissão de Investigação e Processante.
IX - transcrever, nos papéis em tramitação, as decisões do Ple- §7º - A Comissão de Investigação e Processante tem o prazo
nário e os despachos do Presidente. máximo e improrrogável de vinte (20) dias, para emitir e dar à publi-
Artigo 25 - Compete ao 3º Secretário auxiliar e substituir o 2º cação o parecer a que alude o §5º deste artigo, o qual deve concluir
Secretário. pela improcedência das acusações, se julgá-las infundadas, ou, em
Artigo 26 - Os Secretários substituem-se mutuamente, confor- caso contrário, por projeto de Resolução, propondo a destituição do
me sua numeração ordinal, e, nessa ordem também, substituem o acusado ou acusados.
Presidente, na falta do Vice-Presidente. §8º - O parecer da Comissão de Investigação e Processante,
quando concluir pela procedência das acusações, é apreciado, em
SEÇÃO VII discussão e votação únicas, nas fases do Expediente da primeira
DA RENÚNCIA E DA DESTITUIÇÃO DA MESA Sessão Ordinária, subsequente à publicação.
§9º - Se, por qualquer motivo, não se conclui, nas fases do Ex-
Artigo 27 - A renúncia dos membros da Mesa e de seus respec- pediente da primeira Sessão Ordinária, a apreciação do parecer, as
tivos substitutos dá-se por ofício a ela dirigido, e efetiva-se, inde- Sessões Ordinárias subsequentes, ou as Sessões Extraordinárias
pendentemente de deliberação do Plenário, a partir do momento para esse fim convocadas, são integral e exclusivamente destinadas
em que é lido em Sessão. ao prosseguimento do exame da matéria, até a definitiva delibera-
ção do Plenário sobre a mesma.
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§10 - O Parecer da Comissão de Investigação e Processante, CAPÍTULO II


que concluir pela improcedência das acusações, é votado por maio- DAS COMISSÕES
ria simples, procedendo-se:
a) ao arquivamento do processo, se aprovado o parecer; SEÇÃO I
b) a remessa do processo à Comissão de Justiça e Redação, se DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
rejeitado o parecer.
§11 - Ocorrendo a hipótese prevista na letra “b” do parágrafo Artigo 32 - Comissões são órgãos técnicos constituídos pelos
anterior, a Comissão de Justiça e Redação, dentro de três (3) dias da membros da Câmara e destinados a proceder estudos, a emitir pa-
deliberação do Plenário, elabora parecer que conclui por projeto de receres especializados, a realizar investigações ou a representar a
Resolução, propondo a destituição do acusado ou acusados. Câmara.
§12 - O parecer, mencionado no parágrafo anterior, é apreciado Artigo 33 - As comissões da Câmara são:
na forma prevista pelos §§8º e 9º deste artigo, exigindo-se, para sua I - permanentes, as que subsistem através da Legislatura;
aprovação, o voto favorável de, no mínimo, dois terços (2/3) dos II - temporárias, as que são constituídas com finalidades espe-
membros da Câmara. ciais ou de representação, e que se extinguem com o término da
§13 - Aprovado o Projeto de Resolução, propondo a destitui- Legislatura ou antes dela, quando preenchidos os fins para as quais
ção do acusado ou acusados, o fiel traslado dos autos é remetido foram constituídas.
à Justiça.
§14 - Sem prejuízo do afastamento, que é imediato, a Reso- SEÇÃO II
lução respectiva é promulgada e enviada à publicação, dentro de DAS COMISSÕES PERMANENTES E SUA CONSTITUIÇÃO
quarenta e oito (48) horas da deliberação do Plenário:
a) pela Presidência ou seu substituto legal, se a destituição não Artigo 34 – As comissões permanentes são em número de 8
houver atingido a totalidade da Mesa; (oito) composta cada uma de 3 (três) vereadores, excetuando-se a
b) pelo Vereador mais votado, nos termos do parágrafo único, Comissão de Ética que será composta por 5 (cinco) membros com
do artigo 8º, deste Regimento, se a destituição for total. as seguintes denominações: (com a redação dada pela Resolução nº
Artigo 30 - O membro ou membros da Mesa, envolvidos nas 05, de 20/04/2018).
acusações, não podem presidir nem secretariar os trabalhos, quan- I - Justiça e Redação;
do e enquanto estiver sendo apreciado o parecer ou projeto de Re- II - Finanças e Orçamento;
solução da Comissão de Investigação e Processante ou da Comissão III – Desenvolvimento Urbano;
de Justiça e Redação, conforme o caso, estando igualmente impedi- IV - Educação e Cultura;
dos de participarem de sua votação, prevalecendo, se necessário, o V - Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social;
critério fixado no parágrafo único, do artigo 8º, mais o disposto no VI - Saúde, Saneamento Básico, Ecologia e Meio Ambiente;
§1º, do artigo 3º, deste Regimento. VII - Segurança Pública;
§1º - O denunciante ou denunciantes são impedidos de votar VIII - Ética e decoro parlamentar. (Inciso VIII com redação dada
sobre a denúncia, devendo ser convocado o respectivo suplente ou pela Resolução nº 05, de 20/04/2018).
suplentes, para que exerçam o direito de voto, para efeito de “quo- Artigo 35 - As Comissões Permanentes são organizadas, anual-
rum”. mente, figurando a sua constituição como item único da Ordem do
§2º - Para discutir o parecer ou projeto de Resolução da Co- Dia da primeira Sessão Ordinária de cada Sessão Legislativa.
missão de Investigação e Processante ou da Comissão de Justiça e §1º - A Constituição das Comissões Permanentes é feita por
Redação, conforme o caso, cada Vereador dispõe de quinze (15) mi- acordo escrito, entre o Presidente da Câmara e os líderes ou repre-
nutos, exceto o relator e o acusado ou acusados, que podem falar sentantes dos Partidos, observado o disposto no artigo seguinte.
durante sessenta (60) minutos cada um, sendo vedada a cessão de §2º - Não havendo acordo, procede-se à escolha por eleição,
tempo. mediante votação pública, em uma única cédula, considerando-se
§3º - Têm preferência, na ordem de inscrição para falar, respec- eleitos os Vereadores mais votados para cada Comissão Permanen-
tivamente, o relator do parecer e o acusado ou acusados. te, respeitando-se também o disposto no artigo seguinte.
§3º - Em caso de empate, na eleição, considera-se eleito o Ve-
SEÇÃO VIII reador cujo Partido ainda não esteja representado naquela Comis-
DAS CONTAS DA MESA são Permanente; se todos os empatados se encontram , porém, em
igualdade de condições, é considerado eleito o mais idoso deles.
Artigo 31 - As contas da Mesa da Câmara compõem-se de: §4º - Só os Vereadores efetivos podem ter seus nomes incluí-
I - balancetes mensais, relativos aos recursos recebidos e às dos na constituição das Comissões Permanentes, mesmo que, no
despesas realizadas, durante o mês, que devem ser apresentadas ato, estejam licenciados.
ao Plenário e encaminhados, pelo Presidente, ao Tribunal de Contas §5º - O Presidente da Câmara, uma vez constituídas as Comis-
do Estado e à publicação no órgão oficial do Município, até o dia 20 sões Permanentes, proclama os nomes dos Vereadores que as cons-
de cada mês, seguinte ao vencido. tituem e, se for o caso, indica também seus substitutos, de acordo
II - balanço anual e geral, que deve ser encaminhado, pela com o disposto na letra p, do inciso I, do artigo 14, deste Regimento.
Mesa, à Prefeitura Municipal, até o dia 1º de março de cada ano, a §6º - Se, por qualquer motivo, não se efetiva a constituição de
fim de ser remetido ao Tribunal de Contas do Estado. (Vide artigo todas as Comissões Permanentes, na primeira Sessão Legislativa, a
134 da L.O.M.) Ordem do Dia das Sessões Ordinárias subsequentes destina-se ao
mesmo fim, até plena consecução desse objetivo.

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Artigo 36 - Assegura-se, na constituição das Comissões Perma- Artigo 41 - Compete especificamente à Comissão de Finanças e
nentes, tanto quanto possível, a representação proporcional dos Orçamento emitir parecer sobre todos os assuntos de caráter finan-
partidos com assento na Câmara Municipal, não podendo, porém, ceiro e, de modo especial, sobre: (“caput” com a redação dada pela
cada Vereador, fazer parte de mais de 3 (três) Comissões. (Vide Resolução nº 04, de 05/05/1992).
§único do artigo 32 da L.O.M.) (com redação dada pela Resolução I - proposta orçamentária, anual e plurianual;
nº 04, de 02/08/2001). II - prestação de contas do Prefeito e da Mesa da Câmara, me-
Artigo 37 - Constituídas as Comissões Permanentes, reúne-se diante o parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado, concluin-
cada uma delas, sob a Presidência do mais idoso de seus membros, do por projeto de decreto-legislativo e projeto de resolução, res-
para proceder à eleição de seu Presidente. pectivamente;
Parágrafo único - Enquanto não é possível a eleição prevista III - proposições referentes a matéria tributária, abertura de
neste artigo, cada uma das Comissões Permanentes é presidida, in- créditos adicionais, empréstimos públicos e as que, direta ou indi-
terinamente, pelo mais idoso de seus membros. retamente, alteram a despesa ou a receita do Município, acarretam
Artigo 38 - O órgão de imprensa encarregado da divulgação dos responsabilidade ao erário municipal ou interessam ao crédito pú-
atos oficiais do Município, publica, anualmente, a constituição das blico;
Comissões Permanentes. IV - proposições que fixam os vencimentos do funcionalismo,
os subsídios e a verba de representação do Prefeito, Vice-Prefeito,
SEÇÃO III Presidente da Câmara e Vereadores;
DA COMPETÊNCIA DAS COMISSÕES PERMANENTES V - as que, direta ou indiretamente, representam mutação pa-
(Vide artigo 33 da L.O.M.) trimonial do Município.
§1º - Compete, ainda, às Comissões de Justiça e Redação e de
Artigo 39 - Às Comissões Permanentes compete: Finanças e Orçamento:
I - estudar as proposições e as outras matérias submetidas ao a) apresentar, até a última sessão ordinária do mês de maio
seu exame, dando-lhes parecer, oferecendo-lhes substitutivos e do último ano de cada legislatura, projeto de decreto-legislativo,
emendas; fixando os subsídios e a verba de representação do Prefeito e do
II - promover estudos, pesquisas e investigações sobre proble- Vice-Prefeito, para vigorarem na legislatura seguinte;
mas de interesse público, relativos à sua competência; b) apresentar, até a data fixada na alínea anterior, projeto de
III - tomar a iniciativa da elaboração de proposições ligadas ao resolução fixando a verba de representação do Presidente da Câ-
estudo de tais problemas, ou decorrentes de indicação da Câmara mara e os subsídios dos Vereadores para vigorarem na legislatura
ou de dispositivos regimentais. seguinte.
§1º - A esfera de competência de cada Comissão abrange os §2º - Na falta de iniciativa das Comissões de Justiça e Redação
assuntos que, diretamente ou por afinidade, relaciona-se com a sua e de Finanças e Orçamento, para as proposições enumeradas nas
denominação. alíneas “a” e “b” do parágrafo anterior, a Mesa apresenta os men-
§2º - É vedado a uma Comissão, ao apreciar proposição ou cionados projetos de decreto-legislativo e de resolução na primeira
qualquer matéria submetida ao seu exame, opinar sobre aspectos sessão ordinária do mês de junho do mesmo ano.
que não são de sua competência específica. §3º - No caso de omissão da Mesa sobre o assunto, qualquer
§3º - É facultado às Comissões Permanentes exararem parecer Vereador poderá fazê-lo logo em seguida, desde que as proposições
em conjunto, quando uma mesma proposição é distribuída a duas sejam assinadas por um terço (1/3) dos membros da Câmara.
(2) ou mais Comissões e há entre elas unidade de pensamento so- §4º - Os projetos apresentados em conformidade com o pará-
bre o assunto. grafo anterior receberão os pareceres das Comissões de Justiça e
Artigo 40 - É de competência específica da Comissão de Jus- Redação e de Finanças e Orçamento no prazo máximo de 5 (cinco)
tiça e Redação manifestar-se sobre o aspecto constitucional, legal dias úteis, contados da data da apresentação, desde que não pre-
e jurídico, e também gramatical e lógico, de todas as proposições judiquem o prazo previsto no parágrafo único do artigo 9º da Lei
submetidas à sua apreciação, por imposição regimental ou delibe- Orgânica do Município.
ração do Plenário. §5º - Em qualquer um dos casos previstos neste artigo, os pro-
§1º - É obrigatória a audiência da Comissão de Justiça e Reda- jetos de que tratam as alíneas “a” e “b” do §1º obrigatoriamente
ção sobre todos os processos que tramitam pela Câmara, ressalva- deverão constar da pauta da Ordem do Dia da antepenúltima ses-
dos os que, explicitamente, têm outro destino por este Regimento. são ordinária do mês de junho do último ano de cada legislatura.
§2º - Concluindo a Comissão de Justiça e Redação pela ilegali- §6º - As matérias referidas nos incisos I a V deste artigo não
dade de um projeto, deve o seu parecer ir a Plenário, para ser discu- podem ser submetidas à discussão e votação sem parecer da Co-
tido, e o processo somente tem prosseguimento caso seja o parecer missão de Finanças e Orçamento, ressalvado o disposto no §2º do
rejeitado. artigo 56 deste Regimento.
§3º - A Comissão de Justiça e Redação pode também manifes- Artigo 42 - É da competência específica da Comissão de De-
tar-se quanto ao mérito de qualquer proposição sujeita ao seu exa- senvolvimento Urbano exarar parecer sobre: (“caput” com redação
me, sendo obrigatória essa manifestação nos casos de: dada pela Resolução nº 07, de 18/12/1997).
a) organização administrativa da Câmara e da Prefeitura; I - proposições e matérias relativas a planos gerais ou parciais
b) contratos, ajustes, convênios e consórcios; de urbanização e ao cadastro imobiliário do Município;
c) licença ao Prefeito e Vereadores. II - proposições atinentes à realização de obras e serviços pú-
§4º - A Comissão de Justiça e Redação oferece parecer final a blicos e ao seu uso e gozo, à venda, hipoteca, permuta ou à outorga
todos os projetos, aprovados com emendas, desde que aquele não de direito real de concessão de uso de bens imóveis de propriedade
tenha sido dispensado pelo Plenário. do Município;
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III - proposições e matérias relativas aos serviços de utilidade V - conceder a palavra aos membros de sua Comissão, durante
pública, sejam ou não de concessão municipal; as reuniões;
IV - proposições e matérias relativas aos serviços públicos re- VI - advertir o orador que se exalta nos debates ou falta com a
alizados pelo Município, por intermédio de autarquias ou órgãos consideração devida aos seus pares;
paraestatais; VII - interromper o orador que está falando sobre matéria ven-
V - Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado e suas modi- cida ou estranha aos debates;
ficações. VIII - suspender ou encerrar as reuniões, quando as circunstân-
Artigo 43 - É da competência específica da Comissão de Educa- cias o exigem;
ção e Cultura exarar parecer sobre: (com redação dada pela Resolu- IX - submeter a votos o parecer do relator e proclamar o resul-
ção nº 07, de 18/12/1997). tado da votação;
I - proposições e matérias relativas à educação, ensino, forma- X - resolver as reclamações e as questões de ordem sobre o
ção profissional, artes, patrimônio histórico, cultura, esportes, lazer andamento dos trabalhos de sua comissão;
e turismo; XI - assinar os pareceres e convidar os demais membros de sua
II - proposições que alterem denominações de logradouros pú- Comissão a fazê-lo;
blicos; XII - enviar ao Presidente da Câmara toda a matéria destinada à
III - concessão de medalhas do mérito ou outorga de honrarias leitura, discussão e votação no Plenário;
e prêmios; XIII - zelar pela observância dos prazos concedidos à sua Co-
Artigo 43-A – É da competência específica da Comissão Perma- missão;
nente de Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social exarar XIV - representar sua Comissão nas relações com a Mesa e o
parecer sobre: Plenário;
I - proposições e matérias relativas à defesa das cidadãs e ci- XV - conceder “vista” de proposições aos membros de sua Co-
dadãos; missão, não podendo esta “vista” exceder a dois (2) dias, para as
II - proposições e matérias relativas aos direitos de grupos e proposições em regime de tramitação ordinária;
questões específicas; XVI - solicitar ao Presidente da Câmara substitutos para os
III - proposições e matérias sobre a assistência e o bem estar membros de sua Comissão, que estão impedidos de comparecer às
social no município. (Artigo 43-A acrescido pela Resolução nº 07, reuniões, por motivo de licença ou de outros impedimentos tem-
de 18/12/1997). porários;
Artigo 43-B - É da competência específica da Comissão perma- XVII - fazer ao Plenário, em nome de sua Comissão, as comuni-
nente de Saúde, Saneamento, Ecologia e Meio Ambiente exarar pa- cações que são necessárias;
recer sobre: XVIII - apresentar ao Presidente da Câmara relatório anual dos
I – proposições e matérias relativas à saúde, higiene pública e trabalhos de sua Comissão;
profilaxia sanitária; XIX - justificar ao Presidente da Câmara as faltas dos membros
II – proposições e matérias relativas à ecologia e meio ambien- de sua Comissão às reuniões.
te. (Artigo 43-B acrescido pela Resolução nº 07, de 18/12/1997). §1º - Os Presidentes das Comissões Permanentes podem fun-
Artigo 43-C - É da competência da Comissão se Segurança Pú- cionar como relatores e votar em todas as deliberações de sua Co-
blica exarar parecer sobre: missão.
I - proposições e matérias relativas à segurança pública. (Artigo §2º - Dos atos praticados pelo Presidente de uma Comissão
43-C acrescido pela Resolução nº 03, de 28/05/2001). Permanente cabe recursos ao Plenário, desde que interposto por
Artigo 43-D - A competência, bem como todas as atribuições do um de seus membros.
Código de Ética e Decoro Parlamentar são previstas na Resolução nº §3º - Os Presidentes das Comissões Permanentes são substituí-
8, de 26/8/2011. (acrescido pela Resolução nº 05, de 20/04/2018). dos, em suas ausências, faltas, impedimentos e licenças, pelo mem-
bro mais idoso de cada Comissão.
SEÇÃO IV Artigo 46 - Quando duas ou mais Comissões Permanentes apre-
DOS PRESIDENTES DAS COMISSÕES PERMANENTES ciam proposições ou qualquer matéria em reunião conjunta, a pre-
sidência dos trabalhos fica a cargo do Presidente mais idoso, dentre
Artigo 44 - Cada Comissão Permanente, logo que constituída, os participantes, se da reunião não estiver participando a Comissão
reúne-se, sob a direção do mais idoso dos seus membros, para ele- de Justiça e Redação, caso em que cabe ao seu Presidente a direção
ger o seu Presidente. dos trabalhos.
Artigo 45 - Aos Presidentes das Comissões Permanentes com- Artigo 47 - Os Presidentes das Comissões Permanentes reú-
pete: nem-se, sempre que necessário, sob a Presidência do Presidente
I - convocar reuniões extraordinárias, ainda que a Câmara este- da Câmara, para examinar assuntos de interesse comum das Comis-
ja em recesso, de ofício ou a requerimento da maioria dos membros sões Permanentes e assentar providências sobre o melhor e mais
de cada Comissão; rápido andamento das proposições, especialmente as de maior im-
II - presidir as reuniões da sua Comissão, zelando pela ordem portância.
dos trabalhos e pelas solenidades necessárias;
III - receber as matérias destinadas à sua Comissão, distribuin-
do-as aos relatores por eles designados;
IV - dar conhecimento à sua Comissão das matérias recebidas,
bem como dos relatores por eles designados ou substituídos;

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SEÇÃO V SEÇÃO VI
DAS REUNIÕES DAS COMISSÕES PERMANENTES DOS TRABALHOS E DOS PRAZOS NAS COMISSÕES PER-
MANENTES
Artigo 48 - As Comissões Permanentes reúnem-se:
a) ordinariamente, 1 (uma) vez por semana, sempre 1 (um) dia Artigo 53 - Recebidos os processos, os Presidentes das Comis-
antes das sessões. (NR) (Alínea a com redação dada pela Resolução sões devem designar relatores, obrigatoriamente, até a sessão se-
nº 14, de 30/08/2023, em vigor a partir de 01/09/2023). guinte àquela em que a proposição foi apresentada, servindo como
b) extraordinariamente, sempre que necessário, mediante tal, automaticamente, no seu silêncio, o mais idoso da Comissão,
convocação escrita, com antecedência mínima de quarenta e oito excluído o Presidente.
(48) horas, feita de ofício pelos respectivos Presidentes, ou a re- Parágrafo único - Cabe ao Assistente Técnico designado no pro-
querimento da maioria dos membros da Comissão a ser convocada, cesso anotar o relator, quando ocorrer o caso previsto neste artigo.
fixando dia e hora da reunião, e mencionando-se a matéria a ser Artigo 54 - As proposições, sobre as quais deve pronunciar-se
apreciada; mais de uma Comissão Permanente, são encaminhadas diretamen-
c) extraordinariamente, para reunião conjunta, quando convo- te de uma Comissão para outra, mediante registro, devendo o seu
cadas pelo Presidente da Câmara. trânsito observar a ordem constante do despacho do Presidente da
§1º - Não é permitido às Comissões Permanentes se reunirem Câmara.
extraordinariamente, durante o transcorrer das Sessões Ordinárias §1º - A Comissão de Justiça e Redação é sempre ouvida em pri-
e Extraordinárias da Câmara. meiro lugar, sendo imediatamente arquivadas as proposições que,
§2º - As reuniões ordinárias ou extraordinárias das Comissões pelo voto da maioria dos seus membros, são julgadas inconstitucio-
Permanentes só se realizam na sala a elas reservada e têm a dura- nais, dando-se ciência por escrito ao autor da proposição, tratando-
ção máxima de uma hora, salvo deliberação em contrário da maio- -se de Vereador do Município.
ria dos seus membros. §2º - O arquivamento das proposições, previsto no parágrafo
§3º - É permitida a convocação de reunião extraordinária das anterior, não se aplica aos projetos de lei oriundos do Executivo.
Comissões Permanentes, no recesso, pelo Presidente da respectiva §3º - Uma vez arquivadas, as proposições só podem ser de-
Comissão ou pelo Presidente da Câmara. sarquivadas mediante requerimento subscrito, pelo menos, por um
Artigo 49 - É facultado a duas (2) ou mais Comissões Perma- terço (1/3) dos Vereadores da Câmara e aprovado pelo Plenário.
nentes reunirem-se conjuntamente, mediante ajuste entre seus Artigo 55 - As comissões Permanentes a que é remetida uma
Presidentes. proposição podem propor a sua aprovação, arquivamento ou rejei-
Artigo 50 - As reuniões das Comissões Permanentes, salvo de- ção, apresentar-lhe emendas ou substitutivos.
liberação em contrário da maioria de seus membros, são públicas, Artigo 56 - Excluído o prazo em que o projeto deva estar na
podendo ser assistidas por qualquer pessoa que o desejar. Ordem do Dia, os dias restantes são proporcionalmente distribuí-
§1º - Às reuniões secretas só podem estar presentes os mem- dos aos membros das Comissões para o parecer, cabendo ao relator
bros da Comissão e as pessoas por ela convocadas. dois terços (2/3) do prazo atribuído à sua Comissão.
§2º - Nas reuniões secretas delibera-se sempre sobre a conve- §1º - Em qualquer caso, os outros membros das Comissões Per-
niência ou não de ser discutido e votado também em sessão secreta manentes podem desistir de seus prazos para parecer em favor do
da Câmara o assunto nelas tratado. relator.
§3º - Os documentos, relativos à matéria, que, a juízo da Co- §2º - Esgotados os prazos, sem que os relatores e os respecti-
missão, deva ser apreciada em sessão secreta da Câmara, são entre- vos membros hajam exarado o seu parecer, o processo é automa-
gues em sigilo à Mesa, diretamente pelo Presidente da Comissão. ticamente encaminhado ao Presidente da Câmara, por despacho,
Artigo 51 - As Comissões Permanentes só se reúnem com a pre- através do Diretor Geral, para inclusão na Ordem do Dia.
sença da maioria de seus membros, sendo suas deliberações toma- Artigo 57 - Os membros das Comissões Permanentes podem
das também por maioria de votos. solicitar “vista” das proposições, que lhes é concedida, por dois (2)
§1º - Constatando-se falta de “quorum”, para a realização da dias, desde que não comprometa o prazo em que o projeto deva
reunião, é lavrado um “Termo de Comparecimento”, que é assinado obrigatoriamente estar na Ordem do Dia.
pelos membros presentes, para os efeitos regimentais. Parágrafo único - O pedido de “vista” ou a desistência do res-
§2º - Havendo empate na deliberação, a decisão fica adiada, pectivo prazo em favor dos relatores só podem ser feitos em reu-
até que se tome o voto dos membros ausentes e se forme a maioria. nião da Comissão, decaindo desse direito os membros ausentes.
Artigo 52 - Das reuniões das Comissões Permanentes lavram- Artigo 58 - As proposições oriundas do Executivo têm preferên-
-se atas, com o sumário do que nelas houver ocorrido, as quais são cia nos trabalhos das Comissões Permanentes.
assinadas pelos membros presentes e podem ser datilografadas em Artigo 59 - Dos trabalhos das Comissões Permanentes podem
folhas avulsas, que são arquivadas em ordem cronológica. participar, sem direito a voto, os Assistentes Técnicos da Câmara
Parágrafo único - As atas das reuniões secretas, uma vez apro- e, nas mesmas condições destes, como membros credenciados,
vadas e assinadas pelos membros presentes, são rubricadas em to- outros técnicos de reconhecida competência ou representantes de
das as folhas e lacradas pelo Presidente da Comissão, e, finalmente, entidades idôneas, que têm legítimo interesse no esclarecimento
recolhidas aos arquivos da Câmara. de assunto submetido à apreciação das mesmas.
Artigo 60 - Independentemente de solicitação das Comissões
Permanentes, a Assistência Técnica pode representar ao Presidente
da Comissão de Justiça e Redação, por cota no processo, exclusi-
vamente sobre vícios de inconstitucionalidade ou ilegalidade das
proposições em andamento.
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Artigo 61 - Os projetos de lei apresentados por Vereadores, não §1º - A renúncia de qualquer membro da Comissão é ato per-
havendo disposição superior em contrário, devem receber parecer feito e acabado, desde que feita por escrito ao Presidente da Câma-
das Comissões no prazo de sessenta (60) dias, sob pena da aplica- ra e lida em Plenário.
ção do §2º, do artigo 56, deste estatuto. §2º - O membro da Comissão Permanente, de Inquérito ou Es-
Artigo 62 - Havendo solicitação de informações ao Executivo, pecial que, sem estar regularmente licenciado do exercício de seu
sobre o projeto de lei em tramitação nas Comissões, os seus relato- mandato, não comparece a duas (2) reuniões consecutivas ou três
res e membros que as solicitaram podem exarar o seu parecer após (3) alternadas, no mesmo mês, perde o lugar, não podendo mais
o recebimento dessas informações, mesmo após o prazo em que participar de qualquer Comissão Permanente, de Inquérito ou Es-
a proposição deva estar obrigatoriamente na Ordem do Dia. (Vide pecial na mesma sessão legislativa. (acrescido pela Resolução nº 02,
artigo 45, §2º da L.O.M.) de 11/06/1997).
Artigo 63 - Os projetos em andamento nas Comissões serão ar- §3º - As faltas às reuniões da Comissão podem ser justificadas,
quivados conforme disposição do artigo 128-A. (NR) (com redação quando ocorre justo motivo, tais como doença, nojo ou gala, de-
dada pela Resolução nº 5, de 23/11/2022). sempenho de missões oficiais da Câmara ou do Município, que im-
pedem a presença às mesmas.
SEÇÃO VII §4º - O pedido de destituição dá-se por simples representação
DOS PARECERES E VOTOS de qualquer dos membros das Comissões Permanentes, dirigida ao
Presidente da Câmara, que, após ouvir o membro faltoso, declara
Artigo 64 - Parecer é o pronunciamento de uma Comissão so- ou não vago o seu lugar na Comissão.
bre matéria sujeita ao seu estudo, concluindo, em termos explíci- §5º - O Presidente da Câmara, por indicação do líder da Banca-
tos, pela aprovação, rejeição ou arquivamento da matéria. da do Vereador destituído, nomeia novo membro para a Comissão.
Artigo 65 - O parecer de uma Comissão versa exclusivamente §6º - Tratando-se de licença do exercício do mandato do Vere-
sobre o mérito das matérias submetidas ao seu exame, nos termos ador, a nomeação recai, obrigatoriamente, no respectivo suplente
de sua competência, salvo o da Comissão de Justiça e Redação, que que assume a vereança.
aprecia a matéria também quanto a sua constitucionalidade e le- Artigo 74 - Ocorrendo o caso de faltas previstas no §3º, do ar-
galidade. tigo 73, deste Regimento Interno, pode o Presidente da Câmara “ex
Artigo 66 - O parecer escrito compõem-se de duas partes: officio” ou a requerimento verbal do Presidente da Comissão res-
I - relatório, com exposição a respeito da matéria; pectiva, indicar substituto, apresentado pelo líder do partido a que
II - conclusão, expressando o pensamento das Comissões. pertencer o ausente.
Artigo 67 - As proposições têm pareceres independentes, salvo
se houver identidade ou afinidade de seus objetos, caso em que SEÇÃO IX
podem ser juntadas, a critério da Comissão. DAS COMISSÕES TEMPORÁRIAS
Artigo 68 - As Comissões podem apresentar parecer conjunto.
Artigo 69 - Ressalvados os casos previstos neste Regimento, SUBSEÇÃO I
nenhuma proposição pode ser posta em discussão, sem que tenha DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
se manifestado a Comissão respectiva, mediante parecer escrito,
constante do processo e publicado na Ordem do Dia. Artigo 74-A – Comissões temporárias são as constituídas com
Artigo 70 - Independentemente de deliberação do Plenário, finalidades especiais e se extinguem com o término da legislatura,
podem as Comissões propor ao Presidente da Mesa o arquivamen- ou antes dela, quando atingidos os fins propostos. E poderão ser:
to de proposições, ofícios, circulares e outros documentos que não I – Comissão de Assuntos Relevantes;
tenham sido apresentados por Vereadores ou pelo Prefeito Muni- II – Comissão de Representação;
cipal. III – Comissão Processante;
Artigo 71 - Os pareceres constituem peças informativas das IV – Comissão Parlamentar de Inquérito.
proposições e não constituem objeto de votação.
Artigo 72 - Excepcionalmente, os pareceres podem ser emiti- SUBSEÇÃO II
dos oralmente em Plenário, nos seguintes casos: DAS COMISSÕES DE ASSUNTOS RELEVANTES
a) quando o processo tiver sido incluído na Ordem do Dia, sem
parecer, por força do disposto no §2º, do artigo 56, deste Regimen- Artigo 74-B – Comissões de Assuntos Relevantes são aquelas
to; que se destinam à elaboração e apreciação de estudos de proble-
b) nos casos de reconhecida urgência, desde que requerido por mas municipais e à tomada de posição da Câmara em assuntos de
qualquer Vereador e aprovado pela maioria dos membros das Co- reconhecida relevância.
missões que devam se manifestar sobre o projeto. §1º - As Comissões de Assuntos Relevantes serão constituí-
das mediante apresentação de projeto de resolução, aprovado por
SEÇÃO VIII maioria simples.
DAS VAGAS §2º - O projeto de resolução a que alude o parágrafo 1º do art.
74-B, independentemente de parecer, terá uma única discussão e
Artigo 73 - As vagas nas Comissões verificam-se: votação na ordem do dia da mesma sessão de sua apresentação.
I - com a renúncia ao lugar na Comissão ou ao mandato legis- §3º - O projeto de resolução que constituir a Comissão de As-
lativo; suntos Relevantes deverá indicar:
II - com a perda do mandato legislativo ou do lugar na Comis- I – a finalidade, devidamente fundamentada;
são. II – o número de membros, não superior a cinco;
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III – o prazo de funcionamento. SUBSEÇÃO IV


§4º - Ao Presidente da Câmara caberá indicar os vereadores DAS COMISSÕES PROCESSANTES
que comporão a Comissão de Assuntos Relevantes, assegurando-se,
tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos. Artigo 74-D – As Comissões Processantes, sempre observando
§5º - O primeiro ou o único signatário de projeto de resolução o disposto no artigo 227 deste Regimento, serão constituídas com
que propõe a criação da Comissão de Assuntos Relevantes obrigato- as seguintes finalidades:
riamente dele fará parte, na qualidade de seu Presidente. I – apurar infrações político-administrativas do prefeito e dos
§6º - Concluídos seus trabalhos, a Comissão de Assuntos Rele- vereadores, no desempenho de suas funções, nos termos deste Re-
vantes elaborará parecer sobre a matéria, o qual será protocolado gimento;
no Setor de Protocolo da Câmara, para sua leitura em Plenário, na II – destituir dos membros da mesa, nos termos dos artigos 28,
primeira sessão ordinária subsequente. 29 e 30 deste Regimento.
§7º - Do parecer será extraída cópia ao vereador que a solicitar,
pelo Setor de Protocolo da Câmara. SUBSEÇÃO V
§8º - Se a Comissão de Assuntos Relevantes deixar de concluir DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO
seus trabalhos dentro do prazo estabelecido, ficará automaticamen-
te extinta, salvo se o Plenário houver aprovado, em tempo hábil, Artigo 74-E – As Comissões Parlamentares de Inquérito desti-
projeto de resolução prorrogando o seu prazo de funcionamento. nar-se-ão a apurar irregularidades sobre fato determinado que se
§9º - Não caberá constituição de Comissão de Assuntos Rele- incluam na competência municipal, devendo ser constituídas me-
vantes para tratar de assuntos de competência de qualquer das Co- diante requerimento subscrito por, no mínimo, um terço dos mem-
missões Permanentes. bros da Câmara (Vide artigo 34 da L.O.M.)
Parágrafo único – O requerimento para sua constituição deverá
SUBSEÇÃO III conter:
DAS COMISSÕES DE REPRESENTAÇÃO I - a especificação do fato ou dos fatos a serem apurados;
II - o número de membros que integrarão a comissão, não po-
Artigo 74-C – As Comissões de Representação têm por finali- dendo ser inferior a três;
dade representar a Câmara em atos externos, de caráter social ou III - o prazo de seu funcionamento, que não poderá ser superior
cultural, inclusive participação em congressos. a 90 dias, salvo previsão expressa aprovada em Plenário;
§1º - As Comissões de Representação serão constituídas: IV - a indicação, se for o caso, dos vereadores que servirão
I – mediante projeto de resolução, aprovado por maioria sim- como testemunhas.
ples e submetido à discussão e votação únicas na ordem do dia da Artigo 74-F – Apresentando o requerimento, o Presidente da
sessão seguinte à de sua apresentação, se acarretar despesas; Câmara nomeará, de imediato, os membros da Comissão Parlamen-
II – mediante simples requerimento, submetido à discussão e tar de Inquérito, mediante sorteio dentre os vereadores desimpe-
votação única durante a “ORDEM DO DIA” da mesma sessão de sua didos.
apresentação, quando não acarretar despesas. §1º - Consideram-se impedidos os vereadores que estiverem
§2º - No caso do inciso I do §1º do art.74-C, será obrigatoria- envolvidos no fato a ser apurado, aqueles que tiverem interesse
mente ouvida a Comissão de Finanças e Orçamentos, no prazo de pessoal na apuração e os que forem indicados para servir como tes-
três dias, contados da apresentação do projeto respectivo. temunha.
§3º - Qualquer que seja a forma de constituição da Comissão §2º - Não havendo número de vereadores desimpedidos sufi-
de Representação, o ato constitutivo deverá conter: ciente para a formação da comissão, deverá o Presidente da Câmara
I – a finalidade; proceder sorteio dentre os vereadores anteriormente impedidos.
II – o número de membros, não superior a cinco; Artigo 74-G – Composta a Comissão Parlamentar de Inquéri-
III – o prazo de duração. to, seus membros elegerão, desde logo, o presidente e o relator,
§4º - Os membros da Comissão de Representação serão no- cabendo ao primeiro designar o local, horário e data das reuniões
meados pelo Presidente da Câmara, que poderá, a seu critério, in- e requisitar funcionário, se for o caso, para secretariar os trabalhos
tegrá-la ou não observada, sempre que possível, a representação da comissão.
proporcional dos partidos. Parágrafo único – A comissão poderá reunir-se em qualquer lo-
§5º - A Comissão de Representação será sempre presidida pelo cal, sempre com a maioria de seus membros.
único ou primeiro dos signatários da Resolução que a criou, quando Artigo 74-H – Todos os atos e diligências da comissão serão
dela não fizer parte o Presidente ou o Vice-Presidente da Câmara. transcritos e autuados em processo próprio, em folhas numeradas,
§6º - Os membros da Comissão de Representação, requererão datadas e rubricadas pelo seu presidente, contendo também assi-
licença a Câmara, quando necessário. natura dos depoentes, quando se tratar de depoimentos tomados
§7º - Os membros da Comissão de Representação constituída de autoridades ou de testemunhas.
nos termos do inciso I, do §1º do artigo 74-C, deverão apresentar Artigo 74-I – Os membros da Comissão Parlamentar de Inqué-
ao Plenário relatórios das atividades desenvolvidas durante a repre- rito, no interesse da investigação, poderão, em conjunto ou isola-
sentação, bem como prestação de contas das despesas efetuadas, damente:
no prazo de dez dias após o seu término. I – proceder a vistorias e levantamentos nas repartições pú-
blicas municipais e entidades descentralizadas, onde terão livre in-
gresso e permanência;
II – requisitar de seus responsáveis a exibição de documentos e
a apresentação de esclarecimentos necessários;
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III – transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua pre- §7º- O relatório final independerá de apreciação do Plenário,
sença, ali realizando os atos que lhe competirem. devendo o Presidente da Câmara dar-lhe encaminhamento de acor-
Parágrafo único – É de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual do com as recomendações nele propostas. (Artigos 74-A a 74-O
período, desde que solicitado e devidamente justificado, o prazo acrescidos pela Resolução nº 02, de 14/03/2002).
para que os responsáveis pelos órgãos da administração direta e
indireta prestem as informações e encaminhem os documentos re- TÍTULO III
quisitados pelas Comissões Parlamentares de Inquérito. DOS VEREADORES
Artigo 74-J – No exercício de suas atribuições, poderão, ainda,
as Comissões Parlamentares de Inquérito, através de seu presiden- CAPÍTULO I
te: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
I – determinar as diligências que reputarem necessárias; (Vide artigo 10 e seguintes da L.O.M.)
II – requerer a convocação de secretário municipal;
III – tomar o depoimento de quaisquer autoridades, intimar Artigo 75 - Os Vereadores são agentes políticos, investidos no
testemunhas e inquirí-las sob compromisso; mandato legislativo municipal.
IV – proceder a verificações contábeis em livros, papéis e docu- Artigo 76 - Os Vereadores são obrigados a:
mentos dos órgãos da administração direta e indireta. I - comparecer à Câmara na hora determinada para o início das
Artigo 74-L – O não atendimento às determinações contidas sessões, nela permanecendo até o final dos trabalhos;
nos artigos anteriores, no prazo estipulado, faculta ao presidente a II - desempenhar-se dos encargos para os quais são designados
intervenção do Poder Judiciário. em decorrência do seu mandato;
Artigo 74-M – as testemunhas serão intimadas e deporão sob III - propor à Câmara todas as medidas que julgar convenientes
penas do falso testemunho previstas na legislação penal, e em caso ao interesse do Município, bem como impugnar as que lhe parecem
de não comparecimento, sem motivo justificado, a intimação será prejudiciais ou contrárias ao interesse público;
solicitada ao juiz criminal da localidade onde reside ou se encontra, IV - fazer, no início e no término do seu mandato, declaração
na forma do art. 218 do Código de Processo Penal. pública dos seus bens;
Artigo 74-N – Se não concluir seus trabalhos no prazo que lhe V - exercer o mandato com dignidade, zelando pelo prestígio e
tiver sido estipulado, a comissão ficará extinta, salvo se, antes do decoro da Câmara Municipal;
término do prazo, seu presidente requerer a prorrogação por me- VI - votar, obrigatoriamente, as proposições submetidas à deli-
nor ou igual prazo e o requerimento for aprovado pelo Plenário, em beração da Câmara;
sessão ordinária ou extraordinária. VII - desligar o comando colocado à sua disposição e que aciona
Parágrafo único – Esse requerimento considerar-se-á aprovado o painel eletrônico, ao se retirar do Plenário; (com redação dada
se obtiver o voto favorável de um terço dos membros da Câmara. pela Resolução nº 10, de 03/08/2000).
Artigo 74-O – A comissão concluirá seus trabalhos por relatório VIII - comparecer aos atos solenes oficiais da Câmara trajado
final, que deverá conter: com paletó e gravata e, às Sessões, em traje social, facultando-se,
I – A exposição dos fatos submetidos à apuração; neste caso, o uso de paletó e gravata;
II – a exposição e análise das provas colhidas; XI - residir no território do Município.
III – a conclusão sobre a comprovação ou não da existência dos Artigo 77 - Se qualquer Vereador comete, dentro do recinto da
fatos; Câmara, excesso que deva ser reprimido, o Presidente conhece o
IV – a conclusão sobre a autoria dos fatos apurados como exis- fato e toma as seguintes providências, conforme sua gravidade:
tentes; a) advertência pessoal;
V – a sugestão das medidas a serem tomadas, com sua fun- b) advertência em Plenário;
damentação legal, e a indicação das autoridades ou pessoas que c) proposta de cassação do mandato, se o procedimento é in-
tiverem competência para a adoção das providências reclamadas. compatível com a dignidade da Câmara.
§1º - Considera-se relatório final o elaborado pelo relator elei- Artigo 78 - Os Vereadores não podem desde a posse: (Vide ar-
to, desde que aprovado pela maioria dos membros da comissão. tigo 11, II, da L.O.M.)
§2º - rejeitado o relatório a que se refere o “caput” do art. 74-O I - firmar ou manter contrato com o Município, com suas enti-
considera-se relatório final o elaborado por um dos membros com dades descentralizadas ou com pessoas que realizam serviços ou
voto vencedor, designado pelo presidente da comissão. obras municipais, salvo quando o contrato obedece a cláusula e
§3º - O relatório será assinado primeiramente por quem o redi- condições, uniformes para todos os interessados.
giu e, em seguida, pelos demais membros da comissão. II - exercer outro mandato eletivo;
§4º - Poderá o membro da comissão exarar voto separado, de- III - patrocinar causa contra o Município ou suas entidades des-
vidamente fundamentado pelas conclusões, aditiva ou contraria- centralizadas;
mente. IV - ocupar cargo em comissão ou aceitar, salvo mediante con-
§5º - Elaborado e assinado o relatório final, será protocolado curso público, emprego ou função, no âmbito da Administração Pú-
no Setor de Protocolo da Câmara, para ser lido em Plenário, na fase blica Direta ou Indireta Municipal.
do pequeno expediente da primeira sessão ordinária subsequente. Artigo 79 - Para o Vereador que, na data da posse, é funcionário
§6º - O Setor de Protocolo da Câmara deverá fornecer cópia do público, aplica-se o disposto nas Emendas Constitucionais nºs 06 e
relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito ao vereador 10, respectivamente de 04 de junho de 1976 e 14 de novembro de
que a solicitar, independentemente de requerimento. 1977, ou outras que venham regular a matéria.

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CAPÍTULO II CAPÍTULO III


DAS LICENÇAS DAS VAGAS

Artigo 80 - O Vereador pode licenciar-se somente: (Vide artigo SEÇÃO I


14 da L.O.M.) DISPOSIÇÕES GERAIS
I - por moléstia, devidamente comprovada;
II - para desempenhar missões temporárias de caráter cultural Artigo 83 - As vagas na Câmara dão-se por extinção ou cassação
ou de interesse do Município; do mandato.
III - para tratar de interesses particulares, por prazo determi- Artigo 84 - Extingue-se o mandato do Vereador e assim é decla-
nado, nunca inferior a trinta (30) dias, não podendo reassumir o rado pelo Presidente da Câmara, quando:
exercício do mandato antes do término da licença; a) ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direi-
IV - para exercer o cargo de Secretário Municipal. tos políticos ou condenação por crime funcional ou eleitoral;
Parágrafo único - Tratando-se de Vereador servidor público, b) deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara,
que percebe as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem dentro do prazo estabelecido em lei;
prejuízo dos subsídios a que faz jus, a licença a que se refere o inciso c) deixar de comparecer, em cada sessão legislativa anual,
I, quando concedida, é sobrestada se idêntica licença não é solicita- à terça parte das sessões ordinárias, salvo por motivo de doença
da no serviço público. comprovada, licença ou missão autorizada pela Câmara, ou, ainda,
Artigo 81 - O requerimento de licença, devidamente justificado, deixar de comparecer a cinco (5) sessões extraordinárias convoca-
deve ser apresentado por escrito à Mesa que, depois de proceder à das pelo Prefeito, por escrito e mediante recibo de recebimento,
sua leitura o coloca em votação, independente de discussão. para apreciação de matéria urgente, assegurada ampla defesa em
§1º - O disposto neste artigo não se aplica ao caso de licença ambos os casos;
para tratamento de saúde, cujo requerimento é de pronto decidido d) incidir nos impedimentos para exercício do mandato, esta-
pelo Presidente da Câmara. belecidos em lei e não se desincompatibilizar até a posse e, nos
§2º - A licença para tratamento de saúde somente é concedida casos supervenientes, no prazo fixado em lei ou pela Câmara;
se o pedido estiver acompanhado de competente atestado médico, e) tiver cassado o diploma ou o mandato por decisão da justiça
sendo facultado ao Presidente determinar a sua confirmação, por eleitoral.
junta médica de sua designação. §1º - Ocorrido e comprovado o ato ou fato extintivo, o Presi-
Artigo 82 - A concessão de licença determina a imediata convo- dente da Câmara, na primeira sessão comunica ao Plenário e faz
cação do respectivo suplente, que é feita por ofício ou, se não en- constar da ata a declaração da extinção do mandato e convoca ime-
contrado, por edital publicado no jornal encarregado da divulgação diatamente o respectivo suplente.
dos atos oficiais do Município. §2º - Se o Presidente da Câmara omite-se nas providências
§1º - O suplente convocado tem o prazo de quinze (15) dias mencionadas no parágrafo anterior, o suplente do Vereador ou o
para tomar posse, podendo esse prazo ser prorrogado pela Câmara, Prefeito Municipal pode requerer a declaração de extinção do man-
por igual período, a requerimento justificado do interessado ou do dato, por via judicial.
seu partido. §3º - Se a decisão judicial, no caso do §2º deste artigo, é julgada
§2º - No ato da posse, o suplente, pessoalmente, fará a leitura procedente, o Presidente é automaticamente destituído do cargo
do seguinte compromisso: “Prometo exercer o meu mandato com da Mesa e fica impedido para nova investidura durante toda a le-
dedicação e lealdade, respeitando a lei e promovendo o bem geral gislatura.
do Município de Santo André”. (com redação dada pela Resolução §4º - O disposto na letra “c”, deste artigo, não se aplica às ses-
nº 04, de 31/10/1997). sões extraordinárias que são convocadas pelo Prefeito durante o
§3º - Se o suplente não atende à convocação ou renuncia ex- recesso da Câmara Municipal.
pressamente ao direito de substituição, são convocados, sucessi- Artigo 85 - A Câmara pode cassar o mandato do Vereador,
vamente, os suplentes imediatos, tendo, cada um deles, o mesmo quando:
prazo para tomar posse, com igual sanção. I - utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrupção ou
§4º - O suplente que não atende à convocação ou renuncia ao de improbidade administrativa:
direito de substituição, não prejudica o seu direito a substituições II - fixar residência fora do Município;
posteriores, salvo se a renúncia expressamente a elas se referir. III - proceder de modo incompatível com a dignidade da Câma-
§5º - Esgotado o prazo de licença, cessa a substituição pelo su- ra ou faltar com o decoro na sua conduta pública;
plente, ainda que o titular não reassuma as suas funções. IV - proceder de modo atentatório às instituições vigentes.
§6º - Para fins de remuneração considera-se como em exercício §1º - O processo de cassação do mandato do Vereador é o es-
o Vereador licenciado nos termos dos incisos I e II do artigo 80. tabelecido pela legislação federal, se outro não é determinado pela
legislação estadual.
§2º - O Presidente da Câmara pode afastar de suas funções o
Vereador acusado, desde que a denúncia seja recebida pela maio-
ria absoluta dos membros da Câmara, convocando o respectivo su-
plente, até o julgamento final.
§3º - O suplente convocado na forma do §2º deste artigo não
intervém nem vota nos atos do processo do substituído.

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Artigo 86 - O suplente convocado tem prazo de quinze (15) dias §3º - Os líderes são substituídos, nos seus impedimentos tem-
para tomar posse no cargo, sob pena de perda do mandato, obser- porários, pelo Vereador mais votado da Bancada a que pertence, e,
vando-se as disposições do §1º, do artigo 82. nos casos de extinção ou cassação do mandato, pelo que é indicado
Artigo 87 - Se o suplente convocado para o preenchimento da no mesmo prazo de que trata este artigo, contado da data da extin-
vaga renuncia, expressamente, ao direito que lhe assiste, são con- ção ou cassação.
vocados, sucessivamente, os suplentes imediatos, sujeitos todos §4º - É da competência do Líder, além de outras atribuições que
aos prazos e sanções previstos no artigo anterior. lhe conferem este Regimento, a indicação dos substitutos dos mem-
Artigo 88 - Se não há suplentes para convocar, o Presidente faz bros da bancada partidária nas Comissões Permanentes.
a devida comunicação ao Juiz Eleitoral, para os fins de direito. (Vide Artigo 94 – É facultado aos líderes, em caráter excepcional, e
artigo 15, §único da L.O.M.) a critério da Presidência, em qualquer momento da sessão, salvo
quando está procedendo à votação ou há orador na Tribuna, usar
SEÇÃO II da palavra para tratar de assunto que, por sua relevância e urgên-
DO FALECIMENTO cia, interesse ao conhecimento da Câmara.
§1º - A juízo da Presidência, podem os líderes, se por motivo
Artigo 89 - A vaga, por motivo de falecimento de Vereador, é ponderável não lhes é possível ocupar pessoalmente a Tribuna,
declarada à vista da respectiva certidão de óbito, providenciada transferis a palavra a um dos seus liderados.
pela Mesa, de ofício, ou apresentada por qualquer pessoa. §2º - O orador que pretende usar da faculdade estabelecida
§1º - A certidão de óbito deve estar revestida das formalidades neste artigo não pode falar por prazo superior a cinco (5) minutos.
legais. Artigo 95 – A reunião de líderes, para tratar de assunto de inte-
§2º - É dispensada a exigência de que trata este artigo quando resse geral, realiza-se por proposta de qualquer deles ou por inicia-
o fato de falecimento é público e notório. tiva do Presidente da Câmara.

SEÇÃO III TÍTULO IV


DA RENÚNCIA DAS SESSÕES

Artigo 90 - A renúncia do Vereador faz-se por ofício, com firma CAPÍTULO I


reconhecida, dirigido à Câmara. DISPOSIÇÕES GERAIS
§1º - A renúncia independe de aceitação, bastando, para pro- (Vide artigo 24 e seguintes da L.O.M.)
duzir seus efeitos, que seja lido o ofício em qualquer fase da sessão.
§2º - A Mesa não recebe renúncia condicionada. Artigo 96 - As sessões da Câmara deverão ser realizadas em
§3º - A renúncia é irrevogável e irretratável, uma vez procedida recinto destinado ao seu funcionamento, considerando-se nulas as
a leitura do ofício. que se realizarem fora dele.
§1º - Comprovada a impossibilidade de acesso àquele recinto,
SEÇÃO IV ou outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser realizadas
DA SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO DO MANDATO em outro local designado pelo Presidente da Mesa Diretora.
§2º- Em situações excepcionais, devidamente justificadas, as
Artigo 91 – Dá-se a suspensão do exercício do cargo de Vere- sessões ordinárias e/ou extraordinárias, poderão ser realizadas em
ador: ambiente virtual, mediante a instituição do Sistema de Deliberação
I – por incapacidade civil absoluta, julgada por sentença de in- Remota, pelo Presidente da Mesa Diretora, empregando-se as solu-
terdição; ções tecnológicas disponíveis.
II – por condenação criminal que impõe pena de privação de §3º- O Sistema de Deliberação Remota terá seu procedimento
liberdade e enquanto durar seus efeitos. (Vide artigo 12, VI da regulamentado por Ato da Mesa Diretora.
L.O.M.) §4º- As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto
Artigo 92 – A substituição do titular pelo respectivo suplente da Câmara. (Artigo 96 com redação dada pela Resolução nº 01, de
dá-se até o final da suspensão. 24/04/2020).
Artigo 97 – As sessões são públicas, salvo deliberação em con-
SEÇÃO V trário, tomada pela maioria de dois terços (2/3) dos membros da
DOS LÍDERES Câmara, na ocorrência de motivo relevante.
Parágrafo único – Em casos excepcionais, a Câmara, por de-
Artigo 93 – Líder é o porta-voz de uma representação partidária cisão da maioria absoluta de seus membros, pode declarar-se em
e o intermediário autorizado entre ela e os órgãos da Câmara. sessão permanente.
§1º - As representações partidárias devem indicar à Mesa, den- Artigo 98 – As sessões da Câmara Municipal são:
tro de dez (10) dias contados do início de cada sessão legislativa, a) Solene de Instalação, para posse dos Vereadores, Prefeito e
os líderes e vice-líderes, o que não ocorrendo, são considerados lí- Vice-Prefeito, e eleição da Mesa;
deres e vice-líderes os vereadores mais votados de cada uma das b) Ordinárias, as que se realizam às terças-feiras, sendo a pri-
bancadas. meira com início às 9 horas e a segunda com início às 15 horas,
§2º - Sempre que há alteração nas indicações, a Mesa deve ser podendo ser antecipadas, retardadas ou transferidas por delibe-
comunicada. ração da Câmara a requerimento de, pelo menos, 3 (três) Verea-
dores. (NR) (Alínea b com redação dada pela Resolução nº 14, de
30/08/2023, em vigor a partir de 01/09/2023).
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c) Extraordinárias, as que se realizam em dias ou horários dife- Artigo 104 – As sessões, uma vez abertas, não podem ser sus-
rentes dos fixados para as ordinárias; pensas, a não ser por requerimento verbal de qualquer vereador
d) Solenes, as convocadas pelo Presidente ou deliberação da ou vereadora, aprovado pela maioria dos presentes, estando em
Câmara para prestação de homenagens ou comemorações de fatos plenário a maioria absoluta dos vereadores, e pelo prazo máximo
cívicos. de 30 (trinta) minutos. (“caput” com redação dada pela Resolução
§1º - O horário a que se refere a letra “b”, deste artigo pode ser nº 06, de 01/12/2004).
alterado desde que aprovado pelo Plenário, a requerimento de pelo §1º - O requerimento a que se refere este artigo não é admitido
menos três (3) Vereadores. na mesma sessão, a não ser uma única vez para cada bancada com
§2º - Não há sessões ordinárias de 05 de dezembro a 31 de representação na Câmara, podendo, todavia, ser apresentado em
janeiro e durante todo o mês de julho. conjunto pelas lideranças partidárias, caso em que os prazos deste
Artigo 99 – As sessões extraordinárias podem ser diurnas ou artigo são somados.
noturnas e serão convocadas pelo Presidente da Câmara, em sessão §2º - Transcorrido o prazo da suspensão e não reaberta a ses-
ou fora dela, não se podendo tratar de assuntos estranhos à sua são pelo Presidente, por outro membro da Mesa ou por qualquer
convocação. Vereador, esta é considerada como se aberta estivesse para os fins
§1º - A convocação é levada ao conhecimento dos Vereadores do artigo 103 deste Regimento.
pelo Presidente da Câmara, através de comunicação pessoal e escri- §3º - O Presidente da Câmara pode suspender as Sessões “ex
ta, com antecedência mínima de vinte e quatro (24) horas. officio”: (com redação dada pela Resolução nº 01, de 08/02/1984).
§2º - Excetuam-se do disposto neste artigo a leitura de expe- a) por prazo indeterminado, após o encerramento da Ordem
diente que independa de votação, bem como a apreciação e apro- do Dia;
vação de requerimentos de votos de júbilo, pesar, protesto e con- b) no caso previsto pelo §1º do artigo 110 deste Regimento.
gratulações. §4º - Nos casos não previstos neste Regimento, o Presidente
Artigo 100 – A Câmara poderá ser convocada extraordinaria- da Câmara só pode suspender a Sessão por motivo previamente
mente, durante o recesso, pelo Prefeito, sempre que entender ne- justificado por ele e com audiência do Plenário. (acrescido pela Re-
cessário. solução nº 01, de 08/02/1984).
§1º - A convocação será feita mediante ofício ao Presidente da
Câmara, para reunir-se, no mínimo, dentro de dois (2) dias. CAPÍTULO II
§2º - O Presidente da Câmara dará conhecimento da convoca- DAS SESSÕES ORDINÁRIAS
ção aos Vereadores, em sessão ou fora dela, mediante, neste último
caso, comunicação pessoal e escrita, que lhes será encaminhada Artigo 105 - As sessões da Câmara compõem-se das seguin-
vinte e quatro (24) horas, no máximo, após recebimento do ofício tes fases: (“caput” com redação dada pela Resolução nº 06, de
do Prefeito. 01/12/2004).
§3º - Durante a sessão legislativa ordinária, a Câmara delibera- I - Pequeno Expediente;
rá exclusivamente sobre a matéria para a qual foi convocada. II - Grande Expediente;
Artigo 101 – As sessões e atos solenes obedecem ao protocolo III - Ordem do Dia;
que é preparado pela Assessoria de Comunicação e previamente IV - Explicação Pessoal;
aprovado pelo Presidente, podendo ser realizados fora do recinto V – Tribuna Livre.
da Câmara. §1º - A Tribuna Livre de que trata o inciso II deste artigo é um
§1º - O Presidente designa com antecedência o Vereador que espaço destinado à participação dos(as) munícipes, organizados(as)
usa da palavra em nome da Câmara Municipal. em movimentos ou entidades constituídas, para apresentar temas
§2º - Nas sessões solenes de que trata este artigo, após sua de interesse geral ou coletivo, que devam ser levados ao conheci-
abertura, o Presidente poderá fazer a leitura de trechos da Bíblia. mento dos vereadores e das vereadoras.
(acrescido pela Resolução nº 02, de 11/04/1991). §2º A Tribuna Livre realizar-se-à, ordinariamente, na última
§3º As sessões solenes e os atos solenes serão realizados todas sessão do mês e, excepcionalmente poderá ser realizada na segun-
as quartas e quintas-feiras, sendo permitida suas realizações outros da sessão do mês. (NR) (com redação dada pela Resolução nº 14, de
dias da semana, desde que haja justificativa razoável. (NR) (com re- 30/08/2023, em vigor a partir de 01/09/2023).
dação dada pela Resolução nº 14, de 30/08/2023, em vigor a partir §3º - A excepcionalidade de que trata o §2º deverá ser aprecia-
de 01/09/2023). da pelo Plenário, após requerimento verbal de qualquer vereador
§4º - Excetua-se do disposto no parágrafo anterior a sessão so- ou vereadora, aprovado por maioria simples.
lene comemorativa ao aniversário do município, que será realizada §4º - A Tribuna Livre poderá ser utilizada por:
em data previamente acertada entre o Presidente da Câmara e o I – munícipes residentes em Santo André, representantes de
Prefeito Municipal para inclusão no calendário oficial dos festejos movimentos ou entidades constituídas, com idade igual ou superior
do mês de abril de cada ano. (acrescido pela Resolução nº 03, de a 16 (dezesseis) anos, representando 20 pessoas ou abaixo-assina-
08/06/1994). do de 20 pessoas;
Artigo 102 – As sessões solenes são consideradas extraordiná- II – vereador ou vereadora que se inscrever.
rias quando realizadas em dias que não coincidam com as ordiná- §5º - A inscrição para o uso da Tribuna Livre deverá ser feita até
rias, salvo se estas tiverem sido antecipadas ou transferidas. às 14h30min, do dia anterior à sessão ordinária em que a mesma
Artigo 103 – As sessões ordinárias ou extraordinárias têm a du- será realizada, em formulário apropriado, fornecido pelo Departa-
ração máxima de seis (6) horas. mento de Comunicação.

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§6º - Fica estipulado o tempo máximo de 3 (três) minutos para Artigo 106 – À hora do início das sessões, os membros da Mesa,
a fala de cada orador(a) inscrito(a),respeitando-se o limite de 2 os vereadores e vereadoras ocupam seus respectivos lugares, de-
(dois) oradores(as) por movimento ou entidade. vendo todos acionar a chave de comando do painel eletrônico.
§7º - Fica facultado ao movimento ou entidade a inscrição de (“caput” com redação dada pela Resolução nº 06, de 01/12/2004).
apenas um(a) orador(a), que terá o tempo máximo de 6 (seis) mi- §1º - Para efeito de abertura da sessão, a presença dos vere-
nutos. adores e vereadoras é feita pela lista respectiva, organizada na or-
§8º - Os(as) oradores(as) inscritos(as) deverão preencher de dem alfabética dos seus nomes parlamentares, ou através da lista
modo legível a ficha de identificação pessoal, contendo nome e de verificação de presença gerada pelo painel eletrônico.
endereço completos, bem como número de documento de iden- §2º - Verificada a presença de pelo menos um terço (1/3) dos
tidade, mencionando o órgão expedidor, além de informações do membros da Câmara, o(a) Presidente(a) declara aberta a sessão e
movimento ou entidade e do tema a ser tratado. determina a leitura do expediente, salvo quando houver a Tribuna
§9º - Não será permitido a exibição de vídeo durante a utiliza- Livre, passando para o final da Ordem do Dia toda a matéria que de-
ção da Tribunal Livre penda de deliberação (§§1º e 2º com redação dada pela Resolução
§10 - O(a) orador(a) inscrito(a) receberá por escrito as seguin- nº 06, de 01/12/2004).
tes informações quanto ao uso da Tribuna Livre: §3º - Não havendo o número previsto no §2º deste artigo, o
I – o tempo de fala é de 3 (três) minutos por orador(a), havendo Presidente determina que se aguarde quinze (15) minutos, findos
um limite de até 2 (dois) oradores(as) inscritos(as) por movimento os quais, e persistindo a falta daquele “quorum” , declara que a ses-
ou entidade, ou de 6 (seis) minutos caso haja um(a) único(a) ora- são não será realizada.
dor(a) inscrito(a); §4º - Todas as sessões são abertas pelo Presidente, com as se-
II – todas as sessões da Câmara serão gravadas em vídeo, inclu- guintes palavras: “Havendo número legal, sob a proteção de Deus,
sive o tempo destinado à Tribuna Livre; declaro aberta a presente sessão”.
III – O(a) orador(a) deve comportar-se de forma compatível
com o Regimento Interno, podendo ser responsabilizado(a) civil e SEÇÃO I
criminalmente pelo conteúdo de seu discurso; DO PEQUENO EXPEDIENTE
IV – O(a) orador(a) será advertido(a) pela Presidência, podendo
ter a palavra cassada na hipótese de reincidência, caso seu discurso Artigo 107 – Esgotada a matéria relativa à Tribuna Livre ou o
não se limite ao tema proposto, falte com respeito ou não se com- tempo que lhe é reservada, passa-se ao Pequeno Expediente, que
porte de forma urbana e ordeira; tem duração máxima de 01 (uma) hora, vedada a prorrogação, e
V – para fazer uso da Tribuna Livre, o(a) orador(a) deve estar nele se procede apenas à leitura das matérias a serem despacha-
trajando roupas compatíveis com o recinto, sendo vedado o uso de das. (com redação dada pela Resolução nº 06, de 01/12/2004).
camisetas regatas, shorts, calções ou bermudas; Parágrafo único - O vereador terá 5 (cinco) minutos para justifi-
VI – O(a) orador(a) que fizer uso da Tribuna Livre representan- car todas as proposituras apresentadas, vedados apartes. (acresci-
do algum movimento ou entidade, somente poderá se reapresentar do pela Resolução nº 08, de 28/04/2010).
após o decurso de 08 (oito) sessões ordinárias, contados da última
participação. SEÇÃO II
VII – O(a) orador(a) que fizer denúncia não fundamentada per- DO GRANDE EXPEDIENTE
derá o direito a usar a Tribuna Livre enquanto não fundamentar a
denúncia e, caso apresente fundamentação em data posterior, a Artigo 108 – Esgotada a matéria do Pequeno Expediente ou o
mesma será encaminhada à Comissão de Justiça e Redação para tempo que lhe é reservado, passa-se ao Grande Expediente, que
análise e deliberação. tem a duração máxima de uma (1) hora, vedada a prorrogação.
§11 - O(a) orador(a) que tiver a palavra cassada pela Presidên- Artigo 109 – O tempo do Grande Expediente será destinado às
cia, por não ter respeitado o disposto no inciso IV do parágrafo an- bancadas dos partidos para versar assunto de interesse do Municí-
terior, somente poderá fazer nova inscrição para utilização da Tribu- pio. (com redação dada pela Resolução nº 02, de 20/09/1989).
na Livre após transcorridos 180 (cento e oitenta) dias daquela data. §1º - A palavra será concedida aos membros das bancadas par-
§12 - O(a) vereador(a) que se inscrever para falar durante a Tri- tidárias, desde que os respectivos líderes façam a devida inscrição
buna livre terá o limite de: junto à Mesa até o final do Pequeno Expediente.
I – 3 (três) minutos, caso haja apenas um movimento ou enti- §2º - A Mesa receberá as inscrições para o Grande Expediente e
dade; fará observar o rodízio entre as bancadas partidárias.
II – 6 (seis) minutos, caso haja dois ou mais movimentos ou §3º - O rodízio de que trata o parágrafo anterior será elaborado
entidades participantes. na primeira Sessão Ordinária de cada Sessão Legislativa, através de
§13 - Os discursos proferidos na parte destinada à Tribuna Livre acordo entre os líderes das bancadas, devendo vigorar até o dia 31
serão taquigrafados e constarão em Ata e nos Anais da Câmara. de dezembro de cada ano.
§14 - Poderá haver permuta na seqüência cronológica de inscri- §4º - O tempo destinado ao Grande Expediente será assim dis-
ção, por iniciativa da Mesa ou acordo entre as partes. tribuído:
§15 - Compete à Presidência da Mesa a direção e coordena- a) três (3) minutos para cada Vereador, quando a bancada par-
ção do uso da Tribuna Livre, bem como resolver as omissões e con- tidária possuir mais de um representante;
tradições. (Artigo 105 com redação dada pela Resolução nº 02, de b) cinco (5) minutos, quando a bancada partidária possuir ape-
20/04/2007). nas um representante; e

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c) três (3) minutos para o Vereador que estiver sem filiação par- §1º - Ocorrendo sobrestamento da Ordem do Dia, o Plenário
tidária, podendo este tempo ser agrupado com outros Vereadores poderá aprovar, por maioria absoluta, requerimento de inclusão de
em situação semelhante, observando-se, neste caso, o rodízio de outras proposituras, cuja apreciação estará condicionada à votação
que trata o parágrafo 3º. final da matéria sobrestada.
§5º - O tempo de uma bancada poderá ser cedido para outra, §2º - Persistindo o sobrestamento, o Presidente da Mesa decla-
desde que a bancada cedente esteja previamente inscrita. rará prejudicada a deliberação das proposituras incluídas em con-
formidade com o parágrafo anterior.
SEÇÃO III Artigo 115 – Esgotada a matéria da Ordem do Dia ou seu prazo
DA ORDEM DO DIA de duração, passa-se à parte relativa à Explicação Pessoal.

Artigo 110 – A discussão e a votação das matérias constantes SEÇÃO IV


na Ordem do Dia só podem ser efetuadas com a presença da maio- DA EXPLICAÇÃO PESSOAL
ria absoluta dos membros da Câmara.
§1º - Para efeito de abertura da ordem do dia e votação das Artigo 116 – Na Explicação Pessoal pode o orador versar assun-
matérias, a presença dos vereadores e vereadoras é verificada to de sua livre escolha.
através da chamada regimental, que pode ser realizada através do Artigo 117 – A inscrição para falar em Explicação Pessoal deve
painel eletrônico, ou manualmente, através das listas nominais de ser feita junto à Mesa, por ordem cronológica, até o final da Ordem
chamada. do Dia.
§2º - Existindo matérias urgentes e não havendo número legal Artigo 118 – A parte de Explicação Pessoal tem a duração máxi-
para deliberação, o Presidente suspende a sessão pelo prazo máxi- ma de uma (1) hora, só comportando prorrogações pelo tempo das
mo de até 30 (trinta) minutos, excluindo este do respectivo prazo sobras de prazo havidas no Expediente e na Ordem do Dia, de modo
de duração. a ser observado o limite estabelecido no artigo 103.
§3º - Se, esgotado o prazo de suspensão, ainda não houver nú- Parágrafo único – O requerimento de prorrogação é discutido e
mero legal, a discussão e votação das matérias serão adiadas para votado logo em seguida à sua formulação.
a subseqüente, encerrando-se a sessão. (Artigo 110 com redação
dada pela Resolução nº 06, de 01/12/2004). CAPÍTULO III
Artigo 111 - A Ordem do Dia será elaborada e comunicada aos DAS ATAS
Vereadores antes do início de cada sessão.(NR) (“caput”, com reda-
ção dada pela Resolução nº 14, de 30/08/2023, em vigor a partir de Artigo 119 – De cada sessão da Câmara lavra-se uma ata resu-
01/09/2023). mida, contendo o nome dos Vereadores presentes, dos ausentes
Parágrafo único – Cabe ao 1º Secretário efetuar a leitura do que e dos que se ausentarem, e uma exposição sucinta dos trabalhos
tiver de ser discutido e votado, caso a matéria tenha sido incluída realizados.
por deliberação do Plenário, com dispensa de publicação. §1º - A ata é lavrada ainda que não haja sessão por falta de
Artigo 112 – A parte relativa à Ordem do Dia tem a duração de número, mencionando-se, nesse caso, além do expediente despa-
duas (2) horas, prazo esse que pode ser prorrogado por mais uma chado, os nomes dos Vereadores presentes e dos que deixaram de
(1) hora, a requerimento de qualquer Vereador. comparecer, com ou sem causa justificada.
Parágrafo único – O requerimento de prorrogação é verbal, dis- §2º - As informações e documentos oficiais de caráter reserva-
cutido e votado em seguida à sua formulação. do não são mencionados nas atas, citando-se tão somente o núme-
Artigo 113 – As matérias constam da Ordem do Dia na seguinte ro do processo e a condição de sigilo.
disposição: Artigo 120 – A ata é considerada aprovada se, após consulta
I – Projetos: ao Plenário, nenhum Vereador usa da palavra para impugná-la ou
a) com redação final; pede sua retificação.
b) em Segunda discussão e votação; §1º - Nenhum Vereador pode falar sobre a ata por mais de uma
c) em primeira discussão e votação. vez e por mais de três (3) minutos.
II – Outras matérias: §2º - Feita a impugnação ou solicitada retificação da ata, o Ple-
a) Indicações; nário delibera a respeito, procedendo da seguinte forma:
b) Requerimentos; a) aceita a impugnação, é lavrada nova ata e apreciada na ses-
c) Moções; são seguinte;
d) Outras matérias de origem externa. b) aprovada a retificação, esta fica constando da ata.
§1º - Em igualdade de condições têm preferência as proposi- Artigo 121 – A ata da última sessão de cada legislatura é redi-
ções adiadas. gida e submetida à apreciação do Plenário, antes do encerramento
§2º - A Ordem do Dia pode ser alterada por motivo de urgên- da sessão.
cia, preferência ou adiamento da matéria, mediante requerimen-
to verbal de qualquer Vereador, sujeito a discussão e votação pelo
Plenário.
Artigo 114 – Os projetos de lei, com prazo legal para delibera-
ção, deve, obrigatoriamente, constar da Ordem do Dia, indepen-
dente de parecer das Comissões, para discussão e votação, pelo
menos nas três (3) últimas sessões antes do término do prazo.

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TÍTULO IV-A Artigo 121-F - O edital ou aviso de convocação será publicado


DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS na imprensa oficial do Município, devendo ser afixado também no
Título IV-A acrescido pela Resolução nº 01, de 22/02/2006 quadro de avisos e em outros locais visíveis nas dependências deste
Legislativo, além de ser disponibilizado no site da Câmara Municipal
Artigo 121-A - A Câmara Municipal de Santo André poderá re- de Santo André, por, no mínimo, sete dias antes da data estipulada
alizar audiências públicas para instruir matéria legislativa ou qual- para realização da audiência pública.
quer outro assunto de interesse público relevante, mediante reque- Artigo 121-G – A audiência Pública será presidida, preferencial-
rimento escrito de qualquer vereador ou vereadora, aprovado pelo mente, pelo Presidente da Câmara, pelo Presidente da Comissão
Plenário. Permanente relacionada com o tema da audiência pública, pelo(a)
Artigo 121-B - As audiências públicas terão por finalidade: vereador(a) autor(a) do requerimento de convocação, ou, ainda,
I – propiciar publicidade ao tema nelas discutido; por outro parlamentar indicado pelo Presidente desta Edilidade
II - colher subsídios e informações acerca da matéria tema da Artigo 121-H - São atribuições do Presidente da audiência pú-
audiência; blica:
III – possibilitar e aprofundar o debate sobre as matérias de I - manter a ordem, podendo conceder e cassar a palavra do
interesse do Município e dos seus cidadãos; participante, bem como determinar a retirada de pessoas que per-
IV – colher opiniões e sugestões dos munícipes, entidades e turbarem a realização dos trabalhos;
associações de interesse público; II - decidir, definitivamente, as questões de ordem e as recla-
V - identificar, da forma mais ampla possível, todos os aspectos mações sobre os procedimentos adotados em audiência.
relevantes da matéria objeto da audiência; Artigo 121-I – A audiência pública será integralmente gravada
Artigo 121-C - Aprovado o requerimento para realização da au- em equipamento de áudio e vídeo e registrada em ata, contendo na
diência pública, e observado o disposto no artigo 14, inciso IV, alí- íntegra todos os pronunciamentos orais e referência aos documen-
nea “a”, deste Regimento, o proponente selecionará os expositores tos que os acompanharem.
e debatedores, comunicando o Cerimonial desta Casa para confec- §1º A ata será subscrita pelo Presidente da Audiência e pelo
ção e envio dos convites. secretário designado para acompanhar os trabalhos.
§1º Na hipótese de haver defensores e opositores relativamen- §2º Será admitido, a qualquer tempo, o traslado de peças ou
te à matéria posta em discussão, o Presidente da Audiência Pública fornecimento de cópias aos interessados no prazo determinado
providenciará para que as duas correntes se manifestem em tem- pelo Presidente da Câmara.
pos iguais. Artigo 121-J - Conforme a peculiaridade do tema a ser abor-
§2º O orador deverá limitar-se ao tema em debate e disporá, dado na audiência pública, o edital ou aviso de convocação poderá
para tanto, de 15 (quinze) minutos, prorrogáveis a juízo do Presi- conter outras disposições que regulamentem o bom andamento
dente da Audiência, cabendo breves apartes. dos trabalhos, desde que não contrarie as regras deste Regimento.
§3º Caso o orador se desvie do assunto, ou perturbe a ordem Artigo 121-K - Os casos omissos neste Regimento e no edital ou
dos trabalhos, o Presidente da Audiência poderá adverti-lo, cassar- aviso de convocação serão dirimidos pelo Presidente da Audiência.
-lhe a palavra ou determinar as medidas cabíveis.
§4º Os oradores e debatedores poderão valer-se de assessores TÍTULO V
credenciados, se para tal fim tiver obtido previamente o consenti- DAS PROPOSIÇÕES
mento do Presidente da Audiência.
§5º Os vereadores presentes à audiência, após inscrição da CAPÍTULO I
Mesa Diretora, poderão interpelar o expositor estritamente sobre o DISPOSIÇÕES GERAIS
assunto em discussão, pelo prazo de 10 (dez) minutos para pergun-
tas e respostas, sendo permitida a prorrogação do prazo por 3 (três) Artigo 122 – Proposição é toda matéria sujeita à deliberação ou
minutos para a conclusão das respostas. encaminhamento do Plenário.
§6º Os espectadores presentes à audiência, após inscrição na Artigo 123 – As proposições consistem em:
Mesa Diretora, poderão interpelar o expositor estritamente sobre 1 – projetos;
o assunto em discussão, pelo prazo de 3 (três) minutos, tendo o 2 – substitutivos, emendas e subemendas;
interpelado 5 (cinco) minutos para a resposta. 3 – indicações;
§7º Fica vedada a realização de Audiências Públicas nos horá- 4 – requerimentos;
rios das sessões ordinárias. (Artigo 121-C com redação dada pela 5 – moções.
Resolução nº 01, de 03/03/2008). Artigo 124 – A Mesa deixa de aceitar a proposição que:
Artigo 121-D - Será expedido edital ou aviso de convocação co- a) não esteja redigida com clareza, em termos explícitos e sin-
municando a realização da audiência pública, podendo dela partici- téticos;
par qualquer interessado. b) verse sobre assunto alheio à competência da Câmara;
Parágrafo único - A participação dos interessados nas audiên- c) seja manifestamente inconstitucional, ilegal ou anti-regi-
cias públicas poderá ser feita de forma individual ou por intermédio mental;
de organizações e entidades associativas que os representem. d) contenha expressões ofensivas ou incompatíveis com o de-
Artigo 121-E - Constará no edital ou aviso de convocação o lo- coro parlamentar.
cal, a data e o horário da realização da audiência pública, bem como Artigo 125 Considera-se autor da proposição o seu signatário.
a matéria objeto de debate. (com redação dada pela Resolução nº 02, de 20/09/1989).

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§1º - As proposições também poderão ser apresentadas por III - destituição da Mesa ou de qualquer de seus membros;
bancada partidária, devendo, neste caso, conter a assinatura do lí- IV - organização dos serviços administrativos da Câmara;
der e, na sua ausência, a do vice-líder. V - substituição ou alteração do Regimento Interno.
§2º - A propositura de bancada, de que trata o parágrafo ante- Artigo 130 - Os projetos devem ser:
rior, representa a manifestação da vontade de todos os integrantes I – precedidos de ementa enunciativa do seu objeto;
da bancada partidária. II – acompanhados da devida exposição de motivos;
§3º - O Vereador que não concordar com a proposição apre- III – divididos em artigos numerados, concisos e claros;
sentada pela bancada a que pertencer poderá solicitar à Mesa que IV – assinado pelos autores. (Artigo 130 com redação dada pela
registre em ata sua discordância. Resolução nº 09, de 23/11/2005).
§4º - O autor ou o líder da bancada poderá justificar a proposi- §1º - Os projetos de autoria das Comissões Permanentes de-
ção oralmente, por ocasião da discussão da matéria. vem conter a assinatura da maioria dos seus membros, e , se são
Artigo 126 - As proposições idênticas ou versando sobre maté- subscritos pela Comissão de Justiça e Redação, independem de pa-
ria correlata são anexadas à mais antiga, desde que possível o exa- recer.
me em conjunto. §2º - Os projetos de que trata o §1º deste artigo são lidos no
Artigo 127 - Quando, por extravio ou retenção indevida, não é Pequeno Expediente e , independentemente de consulta ao Plená-
possível o andamento de qualquer proposição depois de vencidos rio, são impressos na próxima Ordem do Dia para discussão e vo-
os prazos regimentais, o Presidente determina a imediata reconsti- tação, salvo se, a requerimento de qualquer Vereador, aprovado
tuição do processo, pelos meios ao seu alcance e providencia a sua pelo Plenário, é incluído na Ordem do Dia da sessão em que for
pronta tramitação. apresentado.
Artigo 128 - As proposições que recebem, quanto ao mérito, §3º - Cada projeto deve conter, simplesmente, a enunciação da
parecer contrário de todas as Comissões Permanentes da Câmara, vontade legislativa, de acordo com sua ementa, não se admitindo
são tidas como rejeitadas, sendo publicadas em apenso na Ordem dispositivos que tratem de matéria diversa.
do Dia. Artigo 131 - O projeto é lido pelo 1º Secretário e, em seguida,
Artigo 128-A - Ao final de cada legislatura, as proposições em o Presidente consulta o Plenário para decidir se a proposição deve
tramitação nesta Câmara Municipal serão arquivadas e só podem ou não ser objeto de deliberação, dando-lhe andamento, em caso
ser desarquivadas mediante requerimento subscrito, pelo menos, afirmativo, e determinando seu arquivamento, em caso contrário.
por 1/3 (um terço) dos membros da Câmara, aprovado pelo Plená- §1º - Independente de consulta ao Plenário os projetos oriun-
rio. (NR) dos do Executivo, os apresentados pela Mesa e os referidos no §1º
§1º O disposto neste artigo não se aplica às proposições oriun- do artigo 130.
das do Executivo, que têm curso através das legislaturas. §2º - É dispensada a leitura de projetos que tenham sido objeto
§2º Não se aplica as proposituras de autoria do Vereador (a) de publicação prévia.
reeleito. Artigo 132 - Os projetos são encaminhados às Comissões Per-
§3º No caso de óbito do vereador (a) serão automaticamen- manentes pelo Presidente da Mesa.
te arquivadas. (Artigo 128-A acrescido pela Resolução nº 5, de §1º - Mediante requerimento verbal, devidamente justificado,
23/11/2022). qualquer Vereador pode solicitar audiência de qualquer das Comis-
sões Permanentes, para as quais não houver o Presidente endere-
CAPÍTULO II çado o projeto.
DOS PROJETOS §2º - O requerimento de que trata este artigo deve ser formu-
lado logo em seguida ao despacho do Presidente, devendo ser dis-
Artigo 129 - A Câmara exerce sua função legislativa por meio cutido e votado no ato de sua apresentação.
de: (Vide artigo 37 da L.O.M.) Artigo 133 - A matéria constante de projeto de lei, rejeitado ou
I - projetos de lei; não sancionado, somente pode constituir objeto de novo projeto,
II - projetos de decreto-legislativo; na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absolu-
III - projetos de resolução. ta dos membros da Câmara, ressalvadas as proposições de iniciativa
§1º - Projetos de lei são as proposições destinadas a regular as do Prefeito.
matérias de competência legislativa da Câmara Municipal, sujeitas §1º - Considera-se não sancionado, para os fins deste artigo, o
à sanção do Prefeito Municipal. projeto cujo veto tiver sido aceito pelo Plenário.
§2º - Projetos de decreto-legislativo são os destinados a regular §2º - No caso de rejeição de projetos oriundos do Executivo,
as matérias de competência privativa da Câmara, tais como: deve o Presidente, no prazo de quarenta e oito (48) horas, comuni-
I - a perda de mandato do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores; car o fato ao Prefeito Municipal.
II - a licença de afastamento para Prefeito;
III - a fixação de subsídios e verbas de representação do Prefei-
to e Vice-Prefeito;
IV - a concessão de títulos de cidadão honorário ou qualquer
outra honraria ou homenagem a pessoa;
V - a aprovação de contas do Prefeito e da Mesa da Câmara.
§3º - Projetos de resolução são os destinados a regular os as-
suntos administrativos de economia interna, tais como:
I - fixação de subsídios de Vereadores;
II - fixação de verba de representação da Presidência;
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CAPÍTULO III Parágrafo único - As emendas referidas neste artigo indepen-


DOS PROJETOS SUBSTITUTIVOS, EMENDAS E SUBEMEN- dem de exame e parecer das Comissões Permanentes, salvo se a
DAS audiência das mesmas houver sido aprovada pelo Plenário, a reque-
rimento de qualquer Vereador.
SEÇÃO I Artigo 144 - Subemenda é uma emenda que se faz a outra
PROJETOS SUBSTITUTIVOS emenda.
Parágrafo único - As subemendas só podem ser apresentadas
Artigo 134 - Projeto substitutivo é a proposição que visa suce- por Comissão, em seu parecer, e estão para as emendas como estas
der outra, por inteiro. para a proposição principal.
§1º - Os substitutivos só são admitidos quando constantes de
parecer de Comissão Permanente ou em Plenário, durante a pri- CAPÍTULO IV
meira discussão, desde que subscritos por um terço (1/3) dos mem- DAS INDICAÇÕES
bros da Câmara.
§2º - No caso de projetos de competência exclusiva do Prefeito, Artigo 145 - Indicação é a propositura na qual são sugeridas às
não são admitidos substitutivos que aumentem a despesa prevista, autoridades municipais medidas de interesse público, e indepen-
diminuam a receita, nem os que alterem a criação de cargos e o dem de deliberação do Plenário.
regime jurídico dos servidores. §1º - As indicações serão formuladas por escrito e despachadas
§3º - Não são também admitidos substitutivos nos mesmos ca- somente com a presença do vereador ou vereadora em Plenário
sos do parágrafo anterior, nos projetos de competência exclusiva da §2º - Após a leitura do protocolo, do nome do vereador ou ve-
Mesa, exceto os que criem, alterem ou extingam cargos dos servi- readora, e da ementa, as indicações serão encaminhadas a quem
ços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos quando assina- de direito. (§§1º e 2º com redação dada pela Resolução nº 05, de
dos pela metade, no mínimo, dos membros da Câmara. 06/06/2005).
Artigo 135 - Os projetos substitutivos somente podem ser apre- §3º - Excepcionalmente, por motivo relevante, o conteúdo da
sentados no decorrer da primeira discussão. indicação poderá ser lido em Plenário, durante o Pequeno Expe-
Artigo 136 - Não é permitido ao Vereador ou Comissão apre- diente, após requerimento verbal do autor, deferido pelo(a) Presi-
sentar substitutivo parcial ou mais de um substitutivo ao mesmo dente(a) da Mesa.
projeto. §4º - As indicações independem de audiência das comissões,
Artigo 137 - Os substitutivos das Comissões Permanentes têm salvo:
preferência sobre os demais. I – se o Plenário, a requerimento de qualquer vereador ou ve-
Artigo 138 - A preferência entre substitutivos das Comissões, radora, deliberar o contrário;
assim como entre substitutivos dos Vereadores, é regulada pela or- II – se o(a) Presidente(a) considerar necessário. (Artigo 145
dem cronológica da apresentação. com redação dada pela Resolução nº 06, de 01/12/2004).

SEÇÃO II CAPÍTULO V
EMENDAS E SUBEMENDAS DOS REQUERIMENTOS

Artigo 139 - Emenda é a proposição apresentada como aces- SEÇÃO I


sório à outra. DISPOSIÇOES GERAIS
Artigo 140 - As emendas são supressiva, aditivas, modificativas
ou substitutivas, quando, respectivamente, suprimam, acresçam, Artigo 146 - Requerimento é todo pedido verbal ou escrito di-
modifiquem ou substituam parte de outra proposição. rigido ao Presidente ou à Mesa, sobre qualquer assunto, por Vere-
Artigo 141 - Não são admitidas emendas que não tenham rela- ador ou Comissão.
ção direta e imediata com a matéria da proposição principal. §1º - Quanto à competência para decidi-los, os requerimentos
§1º - No caso de projeto de competência exclusiva do Prefeito, são de duas (2) espécies:
não são admitidas emendas que aumentem a despesa prevista ou I - sujeitos apenas a despacho do Presidente ou da Mesa;
diminuam a receita, nem as que alterem a criação de cargos e o II - sujeitos à deliberação do Plenário.
regime jurídico dos servidores. §2º - Os requerimentos verbais podem ser formulados em
§2º - Não são também admitidas emendas, nos mesmos ca- qualquer fase da sessão, mas não interrompem a votação que já
sos do parágrafo anterior, nos projetos de competência exclusiva tiver sido iniciada.
da Mesa, exceto nos que criem, alterem ou extingam cargos dos
serviços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos, quando as- SEÇÃO II
sinadas pela metade, no mínimo, dos membros da Câmara. DOS REQUERIMENTOS SUJEITOS À DECISÃO DO PRESI-
Artigo 142 - As emendas podem ser apresentadas até o encer- DENTE
ramento da segunda discussão.
Parágrafo único - Podem ser apresentadas emendas à redação Artigo 147 - São verbais e resolvidos imediatamente pelo Presi-
final, exclusivamente para evitar incorreção de linguagem, incoe- dente os requerimentos que solicitem:
rência notória, contradição evidente ou absurdo manifesto. I - a palavra ou a sua desistência;
Artigo 143 - As emendas que alterem de qualquer forma os II - a posse de Vereador;
requerimentos, somente são admitidas antes do encerramento da III – leitura de qualquer matéria sujeita ao conhecimento do
discussão respectiva e desde que haja consentimento do autor. Plenário;
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IV - observância de disposição regimental; XI - constituição de Comissões de Representação;


V - retirada pelo autor de proposição com parecer contrário ou XII - constituição de Comissões Parlamentares de Inquérito
sem parecer; (Vide artigo 34 da L.O.M.);
VI - verificação de votação ou de presença; XIII - informações que versem sobre atos do Executivo e dos
VII - informações sobre a ordem dos trabalhos ou sobre a Or- órgãos a ele subordinados, da administração direta e indireta;
dem do Dia; XIV -inclusão de projetos na Ordem do Dia, com parecer, desde
VIII - preenchimento de lugares nas Comissões; que assinados pela maioria absoluta dos membros da Câmara.
IX - votação de proposições, por partes; §1º - Os requerimentos referidos nos itens II, III e VIII deste
X - permissão para falar sentado; artigo devem ser assinados, no mínimo, por 3 (três) Vereadores(as).
XI - retificações e impugnações de atas; §2º - Os requerimentos mencionados nos itens I, X e XII deste
XII – a leitura do conteúdo da indicação em Plenário. (acrescido artigo devem ser devidamente justificados e assinados por um ter-
pela Resolução nº 06, de 01/12/2004). ço (1/3) dos membros da Câmara, pelo menos.
Parágrafo único - Não é admitido requerimento de verificação §3º - Os requerimentos independem de parecer das Comis-
de presença, quando é evidente a existência de “quorum”, a juízo sões, exceto os referidos nos itens I, IV e XII deste artigo, e aqueles
do Presidente. que o Presidente determinar, sobre os quais a Comissão de Justiça
Artigo 148 - São escritos e imediatamente resolvidos pelo Pre- e Redação deve se manifestar.
sidente os requerimentos que solicitem: §4º - Os requerimentos são apresentados no Pequeno Expe-
I - juntada ou desentranhamento de documentos; diente, e discutidos e votados no final da Ordem do Dia, salvo os
II - informações que versem sobre ato da Mesa ou da Câmara; referidos nos itens VI e VII que podem ser apresentados, discutidos
III - licença de afastamento para tratamento de saúde. e votados em qualquer fase da sessão.
§5º - Aplica-se aos requerimentos o disposto no inciso II, do
SEÇÃO III §4º, do artigo 145, deste Regimento.
DOS REQUERIMENTOS SUJEITOS À DELIBERAÇÃO DO §6º - A matéria constante de requerimento rejeitado somente
PLENÁRIO poderá constituir objeto de nova propositura, na mesma sessão le-
gislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da
Artigo 149 - Dependem de deliberação do Plenário e são ver- Câmara.
bais os requerimentos que solicitem: §7º - Os requerimentos de que trata o inciso XIII e os que con-
I - audiência das Comissões Permanentes sobre qualquer pro- têm abaixo-assinados serão colocados em votação na Ordem do Dia
posição; mencionando-se somente o número do protocolo e o nome do(a)
II - prorrogação de prazo de qualquer das partes da sessão; Vereador(a) autor(a).
III - urgência, para apreciação da proposição, com dispensa de §8º - Serão rejeitados pelo Plenário os requerimentos de vere-
parecer ou de publicação; adores ou vereadoras ausentes. (Artigo 150 com redação dada pela
IV - votação por determinado processo; Resolução nº 05, de 06/06/2005).
V - preferência;
VI - retirada de proposição com parecer favorável; CAPÍTULO VI
VII - inclusão de projeto aprovado, em primeira discussão, na DAS MOÇÕES
Ordem do Dia de Sessão Extraordinária já convocada;
VIII - adiamento, encerramento ou reabertura de discussão de Artigo 151 - Moção é a propositura em que a Câmara se ma-
proposição, nos casos previstos neste Regimento; nifesta sobre determinado assunto, hipotecando solidariedade ou
IX - encerramento antecipado da Sessão; apoio, apelando, protestando ou repudiando.
X - instalação de Sessões Permanentes; §1º - As moções devem ser subscritas, no mínimo, por um terço
XI - dispensa da exigência da redação final. (1/3) dos membros da Câmara, e após lidas são despachadas para o
XII – Inciso XII revogado pela Resolução nº 05, de 06/06/2005. final da Ordem do Dia, para serem discutidas e votadas, salvo se re-
Artigo 150 - São escritos e estão sujeitos à deliberação do Ple- querida a audiência da Comissão de Justiça e Redação, por qualquer
nário os requerimentos que solicitem: Vereador ou por determinação do Presidente.
I - comparecimento dos(as) Secretários(as) Municipais, para §2º - As moções de solidariedade ou apoio não podem ser
prestar informações; apresentadas quando o fato ou o assunto decorrer do exercício de
II - votos de aplauso, regozijo, louvor ou congratulações, por funções públicas. (acrescido pela Resolução nº 01, de 11/02/1994).
atos públicos ou acontecimentos de alta significação, desde que
não decorram do exercício de funções públicas; CAPÍTULO VII
III - votos de pesar pelo falecimento de pessoas que tenham DA RETIRADA DE PROPOSIÇÕES
prestado serviços ao Município, Estado, Nação ou humanidade;
IV – inserção, nos Anais, de notas, discursos ou documentos Artigo 152 - Em qualquer fase da elaboração legislativa pode o
não oficiais; autor requerer a retirada de qualquer proposição, cabendo ao Pre-
V - constituição de Comissões Especiais; sidente deferir o pedido, quando não houver parecer das Comis-
VI - convocação de Sessões Solenes; sões Permanentes ou este for contrário à proposição.
VII - realização de Sessões Secretas; §1º - Se a proposição estiver com parecer favorável, cabe ao
VIII - antecipação ou transferência de sessões; Plenário a decisão.
IX - licença de afastamento, exceto para tratamento de saúde;
X - desarquivamento de proposições;
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§2º - As proposições da Comissão só podem ser retiradas a re- Artigo 161 - Nenhum Vereador pode usar da palavra sem que
querimento do relator ou dos respectivos Presidentes, com anuên- antes o Presidente a conceda.
cia da maioria dos seus membros. §1º - Se o Vereador pretende falar sem que lhe haja sido con-
§3º - As proposições da Mesa só podem ser retiradas por de- cedida a palavra ou usá-la de forma anti-regimental, o Presidente o
liberação da maioria de seus membros, obedecido o seguinte rito: adverte, convidando-o a sentar-se.
a) sem ou com parecer contrário, o Presidente comunica a re- §2º - Se, apesar da advertência e desse convite, o Vereador não
tirada ao Plenário; atende ao Presidente, este dá o seu discurso por terminado.
b) com parecer favorável cabe ao Plenário a decisão. §3º - Sempre que o Presidente dá por terminado um discurso,
suspende o apanhamento taquigráfico, podendo, também, deter-
TÍTULO VI minar a suspensão ou encerramento dos trabalhos.
DOS DEBATES E DELIBERAÇÕES §4º - Se o Vereador insiste em falar e perturbar a ordem, o Pre-
sidente convida-o a retirar-se do Plenário. Se este último convite
CAPÍTULO I não é atendido, o Presidente toma as providências que julgar ne-
DAS DISCUSSÕES cessárias.
Artigo 162 - Ao ocupar a tribuna, o Vereador deve dirigir suas
SEÇÃO I palavras ao Presidente e à Câmara de um modo geral, sempre vol-
DISPOSIÇÕES GERAIS tado para a Mesa.
§1º - Nenhum Vereador pode referir-se aos colegas de um
Artigo 153 - Discussão é a fase dos trabalhos destinada aos de- modo geral, a qualquer representante do Poder Público, de forma
bates em Plenário. injuriosa ou descortês, sob pena de censura às palavras proferidas.
Artigo 154 - Os projetos, em geral, passam, obrigatoriamente, §2º - Ao referir-se ou dirigir-se a um colega, o Vereador fica
por duas (2) discussões, independentemente da relativa à redação com a faculdade de dispensar-lhe o tratamento de “Senhor”, “Exce-
final, quando for o caso. lência”,”Nobre Colega” ou “Nobre Vereador”.
§1º - São discutidos em dois (2) turnos, com um intervalo mí- §3º - Os membros da Mesa, para intervir nos debates, devem
nimo de quarenta e oito (48) horas, os projetos de Resolução que deixar seus lugares.
disponham sobre a alteração, reforma ou substituição do Regimen- Artigo 163 - O Vereador só pode fazer uso da palavra:
to Interno, bom como os projetos de lei que criem cargos no Legis- I - para tratar de assuntos de interesse do Município, durante o
lativo. Grande Expediente, desde que previamente inscrito;
§2º - São discutidos em sessão única os projetos de decreto- II - para discutir a matéria em debate;
-legislativo que concedam título de cidadão honorário ou qualquer III - para levantar questão de ordem, quanto à inobservância de
outra honraria ou homenagem. (acrescido pela Resolução nº 06, de disposições regimentais;
16/11/1994). IV - pela ordem, para solicitar esclarecimentos da Presidência;
§3º - Todas as demais proposições são submetidas a uma única V - para apartear;
discussão. VI - para encaminhar a votação;
Artigo 155 - Nas discussões, debate-se o projeto englobada- VII - para declaração de voto;
mente, salvo se, por decisão do Presidente, “ex officio” ou a reque- VIII - em Explicação Pessoal;
rimento de qualquer Vereador, for determinada a discussão por IX - para apresentar Requerimentos.
partes. Artigo 164 - O Vereador, ao usar da palavra não pode:
Artigo 156 - Se, ao projeto principal são apresentados substitu- I - tratar de questão estranha à matéria em debate;
tivos ou emendas, é o mesmo devolvido às Comissões respectivas, II - tratar de matéria vencida;
com as proposições acessórias, para o exame destas e parecer, sem III - tratar, nos Expedientes, de matéria constante da Ordem
prejuízo dos prazos para discussão e votação do projeto principal. do Dia;
Artigo 157 - Sempre que há mais de uma propositura sobre o IV - discutir proposição cujo debate ainda não tenha sido aber-
mesmo assunto, a discussão obedece à ordem cronológica de apre- to;
sentação, não cabendo, neste caso, requerimento de preferência. V - usar de linguagem imprópria;
Parágrafo único - As proposições restantes só são discutidas VI - ultrapassar os prazos regimentais;
caso as anteriores sejam rejeitadas. VII - deixar de atender às advertências do Presidente.
Artigo 158 - As proposições com discussão encerrada na legis- Artigo 165 - Nenhum Vereador pode pedir a palavra quando há
latura anterior podem ter a discussão reaberta, mediante requeri- orador na tribuna, exceto para solicitar prorrogação de tempo da
mento de qualquer Vereador, aprovado pelo Plenário. sessão ou levantar questão de ordem.
§1º - O Presidente pode solicitar ao orador que interrompa o
SEÇÃO II seu discurso, nos seguintes casos:
DOS ORADORES I - para receber e dirimir questão de ordem;
II - para comunicação importante ao Plenário;
Artigo 159 - Os debates devem realizar-se com ordem e digni- III - para recepção de pessoa de excepcional relevo, em visita
dade. à Câmara;
Artigo 160 - Os Vereadores, com exceção do Presidente, falam IV - para votação de requerimento de prorrogação de parte em
em pé, e somente por enfermidade, podem obter permissão para curso da sessão.
falar sentados.

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§2º - Nos casos dos itens II e III, do parágrafo anterior, o Presi- b) dois (2) minutos para formular questões de ordem ou recla-
dente deve ter ciência antecipada dos motivos do pedido, afim de mação, bem como para contraditá-las;
verificar da sua procedência. c) três (3) minutos para declaração de voto, vedados apartes;
Artigo 166 - Quando mais de um Vereador pede a palavra, si- d) cinco (5) minutos para encaminhamento de votação, veda-
multaneamente, o Presidente a concede na seguinte ordem: dos apartes;
I - ao autor da proposição; e) cinco (5) minutos para discutir requerimentos verbais, que
II - ao relator; comportem discussão, desde que outro prazo não tenha sido fixado
III - ao autor de voto em separado; neste Regimento;
IV - ao autor da emenda; f) dez (10) minutos para discutir proposição de sua autoria ou
V - ao Vereador favorável à proposição; não;
VI - ao Vereador contrário à proposição. g) dez (10) minutos para discutir cada Emenda ou Projeto Subs-
Artigo 167 - O Vereador que queira falar no Grande Expediente titutivo;
ou sobre matéria em discussão obtém a palavra na ordem de inscri- h) quinze (15) minutos para discutir Vetos, Projetos de Lei, de
ção ou solicitação. Resolução, ou de Decreto-Legislativo, constantes da Ordem do Dia.
§1º - Havendo inscrição, deve cada Vereador declarar, no ato, IV - NA EXPLICAÇAO PESSOAL
se é a favor ou contra a proposição em debate, para que, alternada- a) quinze (15) minutos, quando houver mais de dois (2) orado-
mente, a cada orador favorável suceda o que for contrário. res inscritos;
§2º - O Vereador que, inscrito para falar, não se achar presente b) trinta (30) minutos, quando houver, no máximo, dois (2) ora-
quando lhe couber a palavra, perde a vez e, se pedir, será reinscrito dores inscritos.
em último lugar na lista organizada. §1º - Nos casos dos incisos I e III, pode o Presidente conceder
uma prorrogação a cada orador, equivalente à metade dos tempos
SEÇÃO III fixados neste artigo, para a conclusão do assunto que estiver sendo
DOS APARTES versado.
§2º - Exceto nos casos dos incisos II e IV, o Vereador inscrito
Artigo 168 - Aparte é a interrupção ao orador, para indagação pode ceder a outro, no todo ou em parte, o tempo a que tiver di-
ou esclarecimento da matéria em debate. reito, devendo o cessionário falar na ocasião em que caberia ao ce-
§1º - O aparte deve ser breve e cortês. dente usar da palavra, ficando este último, na discussão da mesma
§2º - O Vereador só pode apartear com permissão do orador. matéria, sem direito à palavra.
§3º - Não são permitidos apartes:
I - à palavra do Presidente; SEÇÃO V
II - cruzados ou paralelos ao discurso; DO ENCERRAMENTO
III - por ocasião do encaminhamento de votação ou declaração
de voto; Artigo 170 - Aberta a discussão sobre qualquer proposição e
IV - quando o orador declara que não permite; não havendo oradores que queiram fazer uso da palavra, o Presi-
V - quando o orador estiver suscitando questão de ordem ou dente a encerra.
reclamação; §1º - Após terem usado da palavra três (3) Vereadores a favor
VI - Inciso VI revogado pela Resolução nº 06, de 22/11/2006. e três (3) contra a proposição, qualquer Vereador pode formular
§4º - Os apartes subordinam-se às disposições relativas aos de- requerimento, sujeito apenas à votação, visando o encerramento
bates, no que aplicável, e à matéria em discussão. da discussão.
§5º - Não são aplicados os apartes proferidos em desacordo §2º - Encerra-se, também, a discussão, pelo decurso dos prazos
com as disposições regimentais. regimentais.
§3º - Declarado pelo Presidente o encerramento da discussão,
SEÇÃO IV nenhum Vereador pode mais falar sobre a proposição, a não ser
DOS PRAZOS para o encaminhamento da votação.
§4º - A discussão não é encerrada quando há requerimento de
Artigo 169 - O Vereador pode usar da palavra nos seguintes adiamento e este não pode ser votado por falta de número, caso
casos: (com redação dada pela Resolução nº 04, de 06/09/1983). em que a discussão é adiada para a próxima Ordem do Dia.
I - NO PEQUENO EXPEDIENTE
a) três (3) minutos para pedir retificação ou impugnar a Ata, CAPÍTULO II
vedados apartes; DAS VOTAÇÕES
b) cinco (5) minutos para justificar todas as proposituras apre-
sentadas, vedados apartes. (com redação dada pela Resolução nº SEÇÃO I
08, de 28/04/2010). DISPOSIÇÕES GERAIS
II - NO GRANDE EXPEDIENTE
a) pelo tempo que lhe for destinado pelo líder de seu Partido, Artigo 171 - Votação é o ato complementar da discussão, atra-
para versar assunto de interesse do Município, conforme o artigo vés do qual o Plenário manifesta a sua vontade deliberativa.
109 deste Regimento, permitidos apartes. Artigo 172 - A votação, salvo disposição em contrário, é feita
III - NA ORDEM DO DIA por maioria de votos, desde que presentes Vereadores em número
a) um (1) minuto para apartear; legal.

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Artigo 173 - Quando, no curso de uma votação, esgota-se o Artigo 177 - O voto será sempre público nas deliberações da
tempo destinado à Ordem do Dia, este é dado por prorrogado até Câmara. (com redação dada pela Resolução nº 08, de 03/12/2002).
que se conclua a votação.
§1º - A declaração do Presidente de que a matéria está em vo- SEÇÃO II
tação constitui o termo inicial desta. DO PROCESSO DE VOTAÇÃO
§2º - A votação, uma vez iniciada, não pode ser interrompida,
a não ser para reclamações e questões de ordem ou por motivo de Artigo 178 - São 2 (dois) os processos de votação:
força maior. I – simbólico;
§3º - Tratando-se de projeto cujo prazo expire no dia da sessão, II – nominal, que pode ser realizado manualmente, através da
a votação, mesmo que iniciada, é encerrada se não estiver conclu- lista de chamada de votação, ou eletronicamente, através do painel
ída até zero hora desse dia, caso em que o Presidente declara o de votação.
projeto aprovado por decurso de prazo. §1º - As matérias que exigem quorum qualificado de maioria
Artigo 174 – O vereador ou vereadora presente à sessão pode absoluta ou de dois terços serão sempre votadas através do pro-
abster-se de votar, devendo, inclusive, assim agir em assuntos de cesso nominal.
seu interesse particular, ou de pessoas das quais seja ele procura- §2º - As demais matérias serão votadas sempre através do pro-
dor ou representante, bem como quando envolver parentes até o cesso simbólico, excetuados os casos expressos neste Regimento
terceiro grau de parentesco civil, sob pena de nulidade da votação, e na Lei Orgânica, bem como por deliberação em contrário do Ple-
quando seu voto for decisivo. nário.
§1º - O vereador ou vereadora que se considerar atingido pela §3º - Escolhido um processo de votação, não é admitido ou-
disposição deste artigo comunica o fato à Mesa, antes de iniciada tro, quer para a proposição principal, quer para o substitutivo ou
a votação, devendo a sua presença ser havida para efeito de “quo- emenda a ela referentes, salvo na fase de votação correspondente
rum. a outra discussão. (Artigo 178 com redação dada pela Resolução nº
§2º - A abstenção em plenário é computada como voto efetivo, 06, de 01/12/2004).
devendo a proposição ser considerada aprovada ou rejeitada, con- Artigo 179 - Pelo processo simbólico, o Presidente, ao anunciar
forme o resultado da votação. (Artigo 174 com redação dada pela a votação de qualquer matéria, convida os Vereadores que forem
Resolução nº 06, de 01/12/2004). favoráveis à aprovação a permanecerem sentados, e proclama o re-
Artigo 175 - Dependem de voto de, no mínimo, dois terços sultado manifesto dos votos.
(2/3) dos membros da Câmara, as deliberações para: (Vide artigo Parágrafo único - Se algum Vereador tem dúvidas quanto ao re-
36,§2º da L.O.M.) sultado, pode pedir, imediatamente, verificação, caso em que deve
I - contrair empréstimo com particular ou com instituições fi- ser observado o disposto no artigo 185 e seus parágrafos deste Re-
nanceiras oficiais que exijam esse “quorum”; gimento.
II - outorgar concessão de serviços públicos; Artigo 179-A - A votação nominal realizada eletronicamente
III - alienar bens imóveis; através do painel reger-se-á pelas seguintes disposições:
IV - adquirir bens imóveis, por doação com encargo; §1º - Após a declaração do(a) Presidente(a) de que a matéria
V - outorgar o direito real de concessão de uso de bens imóveis; está em votação, este(a) disponibilizará, ato contínuo, o sistema
VI - autorizar a alteração da denominação de vias e logradouros eletrônico para registro de votos pelos(as) vereadores e vereadoras,
públicos; que deverão acionar os comandos “SIM”, “NÃO” ou “ABSTENÇÃO”.
VII - aprovar a lei do Plano Diretor de Desenvolvimento Integra- §2º - O vereador ou vereadora poderá registrar e retificar o seu
do do Município; (alterado pela L.O.M. para Plano Diretor) voto antes que o(a) Presidente(a) declare encerrada a votação.
VIII - conceder títulos de cidadão honorário ou qualquer outra §3º- Concluída a votação, será encaminhada à Mesa a respec-
honraria ou homenagem a pessoas; tiva lista impressa de votação, que conterá os seguintes registros:
IX - cassar mandato do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores; I – indicação da matéria objeto de votação, em especial o nú-
(Vide artigo 59 da L.O.M. - Prefeito e Vice) mero do item da Ordem do Dia e o número e natureza da propo-
X - requerer a intervenção do Estado, nos casos previstos em situra;
lei; II – indicação de qual votação se refere, se única, primeira, se-
XI - realização de sessão secreta; gunda, ou redação final;
XII - rejeição de veto; III – data da votação.
XIII - rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas; §4º - De posse da lista de votação, o(a) Presidente(a) declarará
XIV - aprovação de representação, solicitando alteração do o seu resultado, rubricando a respectiva lista, que deverá ser ao fi-
nome do Município; nal anexada ao processo.
XV - destituição dos componentes da Mesa. §5º - Não se anulará a votação se por qualquer motivo o verea-
Artigo 176 - Dependem do voto favorável da maioria absoluta dor presente à sessão deixou de registrar o seu voto. (Artigo 179-A
dos membros da Câmara as deliberações sobre: (Vide artigo 36,§1º, acrescido pela Resolução nº 06, de 01/12/2004).
da L.O.M.) Artigo 180 – Quando o painel eletrônico de votação não es-
I - Regimento Interno da Câmara; tiver em condições de funcionamento, seja antes ou no curso de
II - Código de Obras ou de Edificação; uma votação, a mesma será realizada manualmente, pela lista de
III - Estatuto dos Servidores Municipais; vereadores, que serão chamados pelo 2º Secretário a responderem
IV - Código Tributário do Município; “Sim” ou “NÃO”, conforme sejam favoráveis ou contrários à matéria
V - realização de sessões permanentes; em votação. (“caput” com redação dada pela Resolução nº 06, de
VI - criação de cargos públicos e aumento de vencimentos. 01/12/2004).
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§1º - A medida que procede à chamada, o 2º Secretário anota §2º - A Mesa considera prejudicado o requerimento quando
as respostas e as repete em voz alta. constatar, durante a verificação, o afastamento de qualquer Verea-
§2º - Terminada a chamada a que se refere o parágrafo ante- dor do Plenário ou a entrada de Vereador que não esteve presente
rior, renova-se, ato contínuo, a chamada dos Vereadores ausentes. quando da votação, se um destes fatos puder modificar o resultado
§3º - Enquanto não é proclamado o resultado da votação, é da votação.
lícito ao Vereador registrar o seu voto. §3º - É considerado presente o Vereador que requeira a verifi-
§4º - revogado pela Resolução nº 10, de 03/08/2000. cação de votação ou de “quorum”.
§5º - O Vereador pode retificar o seu voto, mediante declara- §4º - Nenhuma votação admite mais de uma verificação, sendo
ção em Plenário, antes da proclamação do resultado da votação. o requerimento desta privativo do processo simbólico.
§6º - Só podem ser feitas reclamações sobre o resultado da §5º - Nas votações nominais, as dúvidas quanto ao seu resulta-
votação, antes de ser anunciada a discussão ou votação da matéria do serão sanadas por meio dos relatórios processados pelo sistema
seguinte. de informática, e, na impossibilidade de funcionamento do painel
§7º - Ressalvados os casos de disposição expressa em lei ou eletrônico, através das notas taquigráficas ou por meio de gravação.
neste Regimento, é necessário, para se praticar a votação nominal, (com redação dada pela Resolução nº 10, de 03/08/2000).
que algum Vereador a requeira e o Plenário aprove. §6º - se a dúvida for levantada contra o resultado da votação
§8º - A votação de matérias que exigem “quorum” qualificado secreta, o Presidente solicita aos escrutinadores a recontagem de
para sua aprovação é sempre nominal, independentemente de de- votos.
liberação do Plenário.
Artigo 181 - Os requerimentos verbais não admitem votação CAPÍTULO III
nominal. DA URGÊNCIA
Artigo 182 - A votação de cada projeto é sempre feita englo-
badamente, salvo se, a requerimento de qualquer Vereador ou por Artigo 186 - Urgência é a dispensa de exigências regimentais
iniciativa do Presidente, é decidida a votação por títulos, capítulos, relativas a parecer e publicação da matéria.
seções, grupos de artigos ou artigos. §1º - O requerimento de urgência visando a dispensa de pare-
§1º - O pedido de votação por partes deve ser feito antes de cer somente é admitido nos casos de:
iniciada a votação. I - emendas;
§2º - Os requerimentos relativos a qualquer proposição são II - substitutivos em geral;
sempre resolvidos antes da votação desta. III - votos de aplauso, regozijo, louvor ou congratulações, por
§3º - A votação, quando da primeira discussão, faz-se, inicial- ato público ou acontecimento de alta significação;
mente, do projeto sem prejuízo das emendas; quando da segunda IV - votos de pesar pelo falecimento de pessoas de reconhecida
discussão, ou nos casos de discussão única, as emendas são votadas notoriedade ou que tenham prestado serviços ao município;
antes do projeto. V - constituição de Comissões Especiais;
§4º - Os projetos substitutivos são votados antes do projeto VI - convocação de sessões solenes;
principal e, se aprovado um, os demais e o principal ficam prejudi- VII - inclusão de proposições na Ordem do Dia, sobre as quais a
cados e considerados como rejeitados. Comissão não houver dado parecer no prazo, salvo se depender da
§5º - A rejeição do projeto substitutivo aprovado em primeira audiência de outras Comissões;
discussão não restabelece os demais. VIII - realização de sessões secretas;
IX - antecipação ou transferência de sessões;
SEÇÃO III X - desarquivamento de proposições;
DO ENCAMINHAMENTO DA VOTAÇÃO XI - constituição de Comissões de Representação;
XII - inciso revogado pela Resolução nº 02, de 11/06/1997.
Artigo 183 - O encaminhamento da votação tem lugar logo após §2º - Não é concedida urgência, visando a dispensa de parecer,
esta ter sido anunciada, não cabendo em requerimentos verbais. quando este já tiver sido emitido.
Parágrafo único - Ainda que haja, no processo, projeto substi- §3º - Nos casos de dispensa de publicação, a proposição e o
tutivo, emendas e subemendas, há apenas um encaminhamento de respectivo parecer devem ser lidos da tribuna pelo relator ou, na
votação que verse sobre todas as peças do processo. ausência deste, pelo Presidente da Comissão ou pelo membro que
Artigo 184 - No encaminhamento da votação só é permitida é por ele indicado.
a palavra a dois (2) Vereadores, desde que um seja a favor e outro
contra. CAPÍTULO IV
DA PREFERÊNCIA
SEÇÃO IV
DA VERIFICAÇÃO DA VOTAÇÃO Artigo 187 - Preferência é a primazia de uma proposição sobre
as outras, para discussão e votação.
Artigo 185 - Proclamado o resultado da votação, é permitido ao Parágrafo único - Não é admitido requerimento de preferência
Vereador requerer a sua verificação. para uma proposição sobre outra, para a qual já houver sido conce-
§1º - Para verificação, o Presidente, invertendo o processo usa- dido o mesmo benefício.
do na votação simbólica, convida os Vereadores que tenham votado
contra a matéria a permanecerem sentados.

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CAPÍTULO V Artigo 193 - Os autógrafos dos projetos de lei aprovados devem


DO ADIAMENTO ser enviados pelo Presidente da Câmara ao Prefeito Municipal, no
prazo de dez (10) dias, para fins de sanção, promulgação e publica-
Artigo 188 - Não é admitido requerimento de adiamento rela- ção.
tivo à proposição que esteja com seu prazo esgotado, para a qual já Parágrafo único - Se o Prefeito Municipal não sancionar e pro-
tenha sido concedida urgência, nem para os requerimentos verbais. mulgar o projeto no prazo de quinze (15) dias úteis contados do
§1º - O pedido de adiamento deve ser feito por sessões certas seu recebimento, ou não comunicar ao Presidente da Câmara os
e só pode ser apresentado durante a discussão, não sendo permi- motivos do veto, dentro de quarenta e oito (48) horas após esse
tido, entretanto, interromper o orador que esteja falando sobre a prazo será o mesmo considerado sancionado, devendo o Presidente
matéria. da Câmara promulgá-lo em quarenta e oito (48) horas. (vide artigo
§2º - Apresentado mais de um requerimento de adiamento, 46,§7º, da L.O.M.)
tem preferência aquele que fixar menor prazo.
TÍTULO VII
CAPÍTULO VI DA ELABORAÇÃO LEGISLATIVA ESPECIAL
DA REDAÇÃO FINAL
CAPÍTULO I
Artigo 189 - Realizada a última votação o projeto é enviado à DOS CÓDIGOS
Comissão de Justiça e Redação, juntamente com as emendas apro- (vide artigo 45,§4º, da L.O.M.)
vadas para, no prazo de dois (2) dias, apresentar a redação final.
§1º - Os requerimentos, quando emendados, também têm sua Artigo 194 - Código é a reunião de disposições legais sobre a
redação final dada pela Comissão de Justiça e Redação, à qual de- mesma matéria, de modo orgânico e sistemático, visando a estabe-
vem ser enviados logo que ultimada a respectiva votação. lecer os princípios gerais do sistema adotado e a prover, completa-
§2º - A redação pode ser dispensada mediante requerimento mente, a matéria tratada.
de qualquer Vereador, aprovado pelo Plenário. Artigo 195 - Os projetos de Códigos, depois de apresentados ao
Artigo 190 - Só cabem emendas à redação final para evitar in- Plenário, são publicados, distribuídos por cópia aos Vereadores e
correção de linguagem, incoerência notória, contradição evidente encaminhados à Comissão de Justiça e Redação.
ou absurdo manifesto. §1º - Durante o prazo de dez (10) dias, podem os Vereadores
§1º - A votação dessas emendas tem preferência sobre a reda- encaminhar à Comissão emendas a respeito.
ção final. §2º - A Comissão tem mais quinze (15) dias para exarar parecer
§2º - Aprovada qualquer emenda, volta a propositura à Comis- ao projeto e às emendas apresentadas.
são de Justiça e Redação, para apresentar a redação final, no prazo §3º - Decorrido o prazo, ou antes, se a Comissão antecipa o seu
de quarenta e oito (48) horas. parecer, entra o processo para a pauta da Ordem do Dia.
Artigo 191 - Quando, após a aprovação definitiva da proposi- Artigo 196 - Na primeira discussão, o projeto é discutido e vo-
ção, com ou sem redação final e até a expedição do autógrafo, se tado por capítulos, salvo requerimento de destaque, aprovado pelo
verificar inexatidão do texto, a Mesa procede à necessária correção, Plenário.
da qual dá conhecimento ao Plenário. Não havendo impugnação, §1º - Aprovado em primeira discussão, com emendas. volta à
considera-se aceita a correção, em caso contrário, é aberta a discus- Comissão de Justiça e Redação, por mais quinze (15) dias, para in-
são da questão, para decisão final pelo Plenário. corporação das mesmas ao texto do projeto original.
§2º - Esgotado o prazo do §1º deste artigo, o projeto tem a
CAPÍTULO VII tramitação normal dos demais.
DA APROVAÇÃO FINAL Artigo 197 - Não se aplica o regime deste Capítulo aos projetos
que cuidem de alterações parciais de Códigos.
Artigo 192 - As proposições são consideradas aprovadas, em
caráter definitivo, nos seguintes casos: CAPÍTULO II
I - terem sido aprovadas em redação final; DO ORÇAMENTO
II - tendo sofrido emendas, terem sido aprovadas em segunda
ou única discussão com dispensa de redação final; Artigo 198 - A proposta orçamentária, acompanhada das ta-
III - não tendo sofrido emendas, terem sido aprovadas em se- belas discriminativas da receita e da despesa, deve dar entrada na
gunda ou única discussão; Câmara até o dia 30 de setembro de cada ano.
IV - pelo decurso de prazo legal para deliberação, os projetos Artigo 199 - Recebida a proposta orçamentária, o Presidente
oriundos do Executivo; comunica o fato ao Plenário na sessão imediata e, independente
V - pelo decurso de prazo legal para deliberação, os projetos de sua leitura, determina a sua publicação e distribuição aos Vere-
apresentados por Vereadores, desde que contem com as assinatu- adores.
ras exigidas pela lei Orgânica dos Municípios. §1º - Publicado o projeto, é o mesmo enviado à Comissão de
Parágrafo único - No caso previsto no inciso IV, deste artigo, Finanças e Orçamento e passa a figurar na pauta das 4 (quatro)
deve o Presidente, sob pena de destituição, no prazo de quarenta e sessões seguintes, exclusivamente para fins de conhecimento dos
oito (48) horas, comunicar o fato ao Prefeito. Vereadores e recebimento de emendas, que deverão ser apresen-
tadas até o primeiro dia útil do mês de novembro, às 18 horas. (com
redação dada pela Resolução nº 02, de 13/03/2006).

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§2º - A Mesa seleciona as emendas sobre as quais deva incidir TÍTULO VIII
parecer da Comissão, excluindo aquelas que: DO REGIMENTO INTERNO
I - sejam estranhas à lei de orçamento;
II - sejam constituídas de várias partes, que devam ser redigidas CAPÍTULO I
como emendas distintas; DA INTERPRETAÇÃO E DOS PRECEDENTES
III - não indiquem a dotação que pretendam alterar;
IV - aumentem a despesa proposta ou reduzam a receita; Artigo 207 - As interpretações do Regimento, feitas pelo Presi-
V - sejam manifestamente inconstitucionais, ilegais ou anti-re- dente da Câmara, em assunto controverso, constituem preceden-
gimentais. tes, desde que a Presidência assim o declare, por iniciativa própria
§3º - Transcorrido o prazo fixado pelo §1º deste artigo, a Mesa ou a requerimento de qualquer Vereador, exceto se o recurso a que
não receberá mais emendas. se refere o §4º, do artigo 209, deste Regimento, for provido.
§4º - A Comissão de Finanças e Orçamento deverá emitir pare- §1º - Os precedentes regimentais são anotados em livro pró-
cer até a terceira Sessão Ordinária anterior ao término do mês de prio, para orientação na solução de casos análogos.
novembro, podendo oferecer substitutivo. (com redação dada pela §2º - Ao final de cada sessão legislativa, a Mesa faz a consolida-
Resolução nº 02, de 13/03/2006). ção de todas as modificações feitas no Regimento, bem como dos
Artigo 200 - Aprovado o projeto com emendas, é transmitido à precedentes regimentais, publicando-os em separata.
Comissão de Finanças e Orçamento para, no prazo de três (3) dias, Artigo 208 - Os casos não previstos neste Regimento são resol-
apresentar a redação final. vidos soberanamente pelo Plenário e as soluções constituem pre-
§1º - A redação final proposta pela Comissão é incluída na Or- cedentes regimentais.
dem do Dia da sessão seguinte.
§2º - A aprovação de projeto substitutivo da Comissão ou a ine- CAPÍTULO II
xistência de emendas aprovadas dispensam a redação final, expe- DA QUESTÃO DE ORDEM
dindo a Mesa o competente autógrafo.
Artigo 201 - Sempre que a Comissão de Finanças e Orçamento Artigo 209 - Questão de ordem é toda dúvida levantada pelo
não observar os prazos estabelecidos neste Capítulo, a proposição Plenário, quanto à interpretação do Regimento, sua aplicação ou
passa à fase imediata de sua tramitação, independentemente de sua legalidade.
parecer, inclusive de relator especial. §1º - As questões de ordem devem ser formuladas com clareza
Artigo 202 - A competência da Comissão de Finanças e Orça- e com a indicação precisa das disposições regimentais que se pre-
mento abrange todos os aspectos do projeto. tende elucidar.
Artigo 203 - O projeto de lei orçamentária deve ser enviado à §2º - Não observando o proponente o disposto neste artigo,
sanção até o dia 05 de dezembro. (com redação dada pela Resolu- pode o Presidente cassar-lhe a palavra e não tomar em considera-
ção nº 05, de 26/10/1989). ção a questão levantada.
§3º - Cabe ao Presidente da Câmara resolver, soberanamente,
CAPÍTULO III as questões de ordem, não sendo lícito a qualquer Vereador opor-
DA TOMADA DE CONTAS DO PREFEITO, DA MESA DA -se à decisão ou criticá-la.
CÂMARA E DAS AUTARQUIAS MUNICIPAIS §4º - Cabe ao Vereador recurso da decisão, o qual é encami-
nhado à Comissão de Justiça e Redação, cujo parecer é submetido
Artigo 204 - Logo que o processo de prestação de contas seja ao Plenário, na forma deste Regimento.
recebido do Tribunal de Contas, o Presidente da Câmara, indepen- Artigo 210 - Em qualquer fase da sessão pode o Vereador pedir
dente de sua leitura no Expediente, remete-o à Comissão de Finan- a palavra “pela ordem”, para fazer reclamação quanto à aplicação
ças e Orçamento. do Regimento, desde que observe o disposto no artigo anterior.
Artigo 205 - É de quinze (15) dias o prazo para a Comissão de
Finanças e Orçamento emitir o seu parecer sobre as contas do Pre- CAPÍTULO III
feito e da Mesa da Câmara. DA REFORMA DO REGIMENTO
Parágrafo único - Esgotado o prazo de que trata este artigo, o
Presidente da Câmara incluirá as contas na Ordem do Dia da sessão Artigo 211 - O projeto de resolução destinado a alterar, refor-
seguinte, com ou sem parecer da Comissão. mar ou substituir o Regimento, obedece ao rito a que estão sujeitos
Artigo 206 - A Câmara deve tomar e julgar, no prazo de noventa os projetos de lei. (Vide §1º do artigo 36 da L.O.M.)
(90) dias após o seu recebimento, as contas do Prefeito, da Mesa e §1º - As deliberações sobre o Regimento Interno dependem de
das autarquias municipais, bem como dos responsáveis pela arre- voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara.
cadação, guarda e aplicação da receita e bens públicos, cabendo ao §2º - São discutidos em dois (2) turnos, com um intervalo mí-
Presidente expedir o respectivo decreto-legislativo. nimo de quarenta e oito (48) horas, os projetos de resolução que
Parágrafo único - Rejeitadas as contas, por votação ou pelo de- disponham sobre a alteração, reforma ou substituição do Regimen-
curso do prazo, são imediatamente remetidas ao Ministério Público. to Interno.

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TÍTULO IX TÍTULO X
DA PROMULGAÇÃO DAS LEIS, DECRETOS-LEGISLATIVOS E DA CONVOCAÇÃO E COMPARECIMENTO DOS SECRETÁ-
RESOLUÇÕES RIOS MUNICIPAIS

CAPÍTULO ÚNICO CAPÍTULO I


DA SANÇÃO, DO VETO E DA PROMULGAÇÃO DA CONVOCAÇÃO

Artigo 212 - Aprovado um projeto de lei, na forma regimental, é Artigo 217 - Os Secretários Municipais podem ser convocados
ele no prazo de dez (10) dias úteis, enviado ao Prefeito para fins de pela Câmara para prestar esclarecimentos sobre a administração
sanção e promulgação. (Vide artigo 46 da L.O.M.) municipal, arrecadação, guarda e utilização do patrimônio público.
Parágrafo único - Decorrido o prazo de quinze (15) dias úteis, (vide artigos 9º, X, e 33, IV, da L.O.M.)
contados da data do recebimento do respectivo autógrafo, sem a §1º - O requerimento, devidamente justificado, deve indicar,
sanção do Prefeito, considera-se sancionado o projeto, sendo obri- com precisão, o objeto da convocação, e está sujeito à deliberação
gatória a sua imediata promulgação pelo Presidente da Câmara, do Plenário, devendo, para a sua apresentação, conter a assinatura
dentro de quarenta e oito (48) horas. de pelo menos um terço (1/3) dos membros da Câmara. (vide inciso
Artigo 213 - Se o Prefeito tiver exercido o direito de veto, par- III, do §1º, do artigo 36 da L.O.M. - quórum de maioria absoluta.)
cial ou total, dentro do prazo de quinze (15) dias úteis, contados da §2º - Resolvida a convocação, o Presidente da Câmara faz a
data do recebimento do respectivo autógrafo, por julgar o projeto competente comunicação, através de ofício, em que indica as in-
inconstitucional, ilegal ou contrário ao interesse público, o Presi- formações pretendidas para que escolham, dentro de prazo não
dente da Câmara deve ser comunicado dentro de quarenta e oito superior a vinte (20) dias, a data e a hora da sessão a que deva
(48) horas do aludido ato, a respeito dos motivos do veto. (Vide §1º comparecer.
do artigo 46 da L.O.M.)
§1º - O veto, obrigatoriamente justificado, pode ser total ou CAPÍTULO II
parcial, devendo neste último caso abranger o texto do artigo, pará- DO COMPARECIMENTO
grafo, inciso, item ou alínea.
§2º - Recebido o veto pelo Presidente da Câmara, é encaminha- Artigo 218 - Quando o Secretário Municipal desejar compare-
do à Comissão de Justiça e Redação, que pode solicitar audiência de cer à Câmara espontaneamente para prestar esclarecimentos so-
outras Comissões. bre a matéria legislativa em andamento, o Presidente designa, para
§3º - As Comissões têm o prazo conjunto e improrrogável de esse fim, a data e a hora, comunicando-o por ofício.
quinze (15) dias para a manifestação. Artigo 219 - Quando comparecer à Câmara ou a qualquer de
§4º - Se a Comissão de Justiça e Redação não se pronuncia no suas Comissões, o Secretário tem assento à direita do Presidente
prazo indicado, a Presidência da Câmara inclui a proposição na pau- respectivo.
ta da Ordem do Dia da Sessão imediata, independente de parecer. Artigo 220 - Na sessão ou reunião a que comparecer, o Secre-
Artigo 214 - A apreciação do veto é feita em uma única dis- tário Municipal faz, inicialmente, uma exposição do objeto de seu
cussão e votação; a discussão se faz englobadamente e a votação comparecimento, respondendo, a seguir, às interpelações de qual-
pode ser feita por partes, caso seja o veto parcial e se requerida e quer Vereador.
aprovada pelo Plenário. §1º - O Secretário, durante a sua exposição ou respostas às
§1º - Cada Vereador tem o prazo de trinta (30) minutos para interpelações, bem como o Vereador, ao anunciar suas perguntas,
discutir o veto. não podem, se desviar do objeto da convocação, nem sofrem apar-
§2º - Para a rejeição do veto é necessário o voto de, no mínimo, tes.
dois terços (2/3) dos membros da Câmara, em votação pública. §2º - O Secretário fala, em primeiro lugar, pelo prazo máximo
§3º - Se o veto não for apreciado no prazo de quarenta e cinco de uma (1) hora, prorrogável por igual período, por deliberação do
(45) dias, contados a partir do seu recebimento, considera-se aco- Plenário, mediante proposta do Presidente.
lhido pela Câmara. §3º - Encerrada a exposição do Secretário, podem os Vereado-
§4º - O prazo para apreciação de vetos não corre nos períodos res formular perguntas elucidativas, não podendo, cada um, exce-
de recesso da Câmara. der o prazo de dez (10) minutos.
Artigo 215 - Rejeitado o veto, as disposições aprovadas são §4º - É lícito ao Vereador, após a resposta do Secretário à sua
promulgadas pelo Presidente da Câmara, dentro de quarenta e oito interpelação, manifestar, durante dez (10) minutos, sua concordân-
(48) horas. cia ou discordância às respostas dadas.
Artigo 216 - Para a promulgação de leis, com sanção tácita ou §5º - O Vereador que desejar formular as perguntas previstas
por rejeição de vetos totais, utiliza-se a numeração subsequente no §3º deve inscrever-se previamente.
àquela existente na Prefeitura Municipal. Quando se trata de veto §6º - O Secretário tem prazo igual ao do Vereador para o escla-
parcial, a lei tem o mesmo número da anterior a que pertence. recimento que lhe for solicitado.
Artigo 221 - Se o Secretário desejar consultar documentos ou
dados dos arquivos da Prefeitura, pode solicitar ao Presidente a
suspensão dos debates, para voltar à sessão seguinte, com novos
esclarecimentos.

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

TÍTULO XI CAPÍTULO III


DO COMPARECIMENTO DO PREFEITO MUNICIPAL DAS INFRAÇÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS

CAPÍTULO ÚNICO Artigo 227 - São infrações político-administrativas, e como tais


DO PROCEDIMENTO A SER ADOTADO sujeitas ao julgamento da Câmara, as previstas na legislação federal.
Parágrafo único - O processo de cassação do mandato do Pre-
Artigo 222 - Quando o Prefeito Municipal desejar comparecer feito é o estabelecido pela legislação federal, se outro não for deter-
à Câmara para prestar esclarecimentos sobre matéria legislativa em minado pela legislação estadual.
andamento, o Presidente designa, para esse fim, a data e a hora,
comunicando-o por ofício. TÍTULO XIII
Parágrafo único - O comparecimento do Prefeito Municipal DA POLÍCIA INTERNA
observa as normas previstas para o comparecimento do Secretá-
rio Municipal, exceto quanto ao prazo de formulação de perguntas Artigo 228 - O policiamento da Câmara compete, privativamen-
pelo autor do requerimento de convocação, que é de trinta (30) te, à Mesa, sob a direção do Presidente.
minutos. (Vide artigo 9º, X, da L.O.M.) §1º - O policiamento é feito por elementos das polícias civil e
Artigo 223 - Toda matéria constante da Ordem do Dia da Ses- militar requisitadas às autoridades competentes.
são a que comparecer o Prefeito ou o Secretário Municipal, fica, §2º - Excetuados os casos das autoridades referidas no parágra-
automaticamente, adiada para a sessão seguinte, salvo projeto com fo anterior, é vedado o porte de armas no recinto da Câmara.
prazo fatal para deliberação. Artigo 229 - A Mesa pode prender, em flagrante, qualquer pes-
soa que, durante a sessão, perturbe a ordem dos trabalhos ou de-
TÍTULO XII sacate a corporação ou seus membros.
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO Parágrafo único - O auto de prisão em flagrante é lavrado pelo
1º Secretário, assinado pelo Presidente e duas (2) testemunhas e
CAPÍTULO I encaminhado, juntamente com o preso, nos casos em que este não
DO SUBSÍDIO E DA VERBA DE REPRESENTAÇÃO se livrar solto, à autoridade competente, para o respectivo inqué-
rito.
Artigo 224 - A fixação dos subsídios do Prefeito, bem como a Artigo 230 - Se algum Vereador cometer, no recinto da Câmara,
sua verba de representação e a do Vice-Prefeito, é feita, obedecidas qualquer excesso passível de repressão, a Mesa, ao conhecer o fato,
a legislação federal e estadual pertinentes. (Vide artigo 29, V, da faz exposição do mesmo ao Plenário, em sessão secreta especial-
C.F) mente convocada, para deliberar a respeito.
Artigo 231 - No recinto do Plenário e em outras dependências
CAPÍTULO II da Câmara, a critério da Mesa, só são admitidos Vereadores e fun-
DA LICENÇA DO PREFEITO cionários da Câmara, quando em serviço.
(Vide artigo 57 da L.O.M.) Artigo 232 - Qualquer cidadão pode assistir às sessões públicas,
dos lugares especialmente designados para esse fim, desde que se
Artigo 225 - A Câmara concede licença ao Prefeito, mediante apresente decentemente trajado, não porte armas e guarde silên-
solicitação expressa deste, nos seguintes casos: cio ,sendo compelido a se retirar, imediatamente, caso perturbe os
I - para ausentar-se do Município, por prazo superior a quinze trabalhos.
(15) dias consecutivos: Artigo 233 - Quando notar que a assistência quer influir, através
a) por motivo de doença, devidamente comprovada; de manifestação de aplauso ou reprovação, nos debates ou na vo-
b) a serviço ou em missão de representação do Município. tação, o Presidente manda evacuar a galeria ou retirar determinada
II - para afastar-se do cargo, por prazo superior a quinze (15) pessoa do recinto, solicitando força policial, inclusive, se tanto for
dias consecutivos: necessário.
a) por motivo de doença, devidamente comprovada; Artigo 234 - Há lugares reservados para representantes da im-
b) para tratar de interesses particulares. prensa, rádio e televisão, previamente credenciados pela presidên-
Parágrafo único - O ato que concede a licença para o Prefeito cia, para o exercício de sua função junto à Câmara.
ausentar-se do Município ou afastar-se do cargo estabelece direi-
to à percepção dos subsídios e da verba de representação quando: TÍTULO XIV
(Vide Parágrafo único do artigo 57 da L.O.M.) DA ADMINISTRAÇÃO
I - por motivo de doença, devidamente comprovada;
II - a serviço ou em missão de representação do Município. Artigo 235 - Os serviços administrativos da Câmara regem-se
Artigo 226 - Somente pelo voto de dois terços (2/3) dos presen- pelas normas regulamentares que forem baixadas pela Presidência
tes é que pode ser rejeitado o pedido de licença do Prefeito. e pela Diretoria Geral.
Parágrafo único - No caso de licença por motivo de doença, o Artigo 236 - Qualquer interpelação por parte dos Vereadores,
pedido independe de deliberação do Plenário, cabendo à Mesa bai- referente aos serviços administrativos, deve ser dirigida e encami-
xar o ato respectivo. nhada ao Presidente que, depois de ouvir a Diretoria Geral, delibera
a respeito, dando ciência, por escrito, ao interessado.
Artigo 237 - A pedido de qualquer Vereador, a Divisão Adminis-
trativa da Câmara fornece, por escrito e exclusivamente para fins
internos, informações sobre o andamento de papéis.
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

Artigo 238 - A Divisão Administrativa somente expede certi-


dões relativas a despachos e atos ou a informações e pareceres a QUESTÕES
que os mesmos expressamente se refiram.
Parágrafo único - As certidões de que trata este artigo devem
ser expedidas no prazo de quinze (15) dias, contados da data do 1. FGV - 2022 - Prefeitura de Santo André - SP - Agente de Polí-
respectivo requerimento, que deve estar instruído com a prova de ticas Públicas e Gestão Governamental
pagamento dos emolumentos que forem devidos. De acordo com a Lei Orgânica do Município de Santo André
Artigo 239 - São arquivados na Câmara dois (2) exemplares dos (LO), em seu Art. 3º, ao Município compete, além das atribuições
Anais, sendo uma via original e uma cópia. contidas nas Constituições Federal e Estadual, prover a tudo quanto
Parágrafo único - É facultado ao Vereador fazer a revisão dos respeite aos assuntos de interesse local, tendo por objetivo o pleno
Anais, desde que não seja alterado o sentido original. desenvolvimento de suas funções sociais, garantindo o bem-estar
Artigo 240 - Os atos administrativos, na Câmara, são realizados de sua população, cabendo-lhe privativamente, dentre outras, as
através de atos, portarias, circulares e ordens de serviço. seguintes ações, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Elaborar o plano diretor.
TÍTULO XV (B) Elaborar o orçamento anual e plurianual de investimentos.
DISPOSIÇÕES GERAIS (C) Fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços públicos.
(D) Adquirir bens, exceto mediante desapropriação por neces-
Artigo 241 - Os visitantes oficiais, nos dias de sessão, são rece- sidade ou utilidade pública.
bidos e introduzidos no Plenário, por uma Comissão de Vereadores (E) Dispor sobre administração, utilização e alienação dos bens
designados pelo Presidente. públicos.
Parágrafo único - A saudação oficial ao visitante é feita em
nome da Câmara, pelo Vereador que o Presidente designar para 2. FGV - 2022 - Prefeitura de Santo André - SP - Agente de Polí-
esse fim, não sendo permitidos discursos de outros Vereadores. ticas Públicas e Gestão Governamental
Artigo 242 - Nos dias de sessão, devem estar hasteadas, na Sala Avalie se, de acordo com a Lei Orgânica do Município de Santo
das Sessões, as Bandeiras Brasileira, Paulista e Municipal. André, ao Município é vedado:
Artigo 243 - Os projetos oriundos do Executivo, que forem re- I. permitir ou fazer uso de estabelecimento gráfico, jornal, es-
cebidos pela Câmara nos períodos de recesso, são encaminhados tação de rádio, televisão, serviço de alto-falante ou outro meio de
diretamente às Comissões Permanentes. comunicação de sua propriedade ou com recursos pertencentes
Artigo 244 - Os prazos previstos neste Regimento não correm aos cofres públicos, para propaganda político-partidária ou fins es-
durante os períodos de recesso da Câmara. tranhos à Administração.
Artigo 245 - Na contagem dos prazos regimentais, observa-se, II. outorgar isenções e anistias fiscais ou permitir a remissão
no que aplicáveis, as normas da legislação civil. de dívidas, sem interesse público justificado, sob pena de nulidade
Artigo 246 - Observados os limites e restrições legais, a Câmara do ato.
fixa, até o término de uma legislatura, para vigorar na seguinte, os III. destinar recursos públicos a instituições particulares de ca-
subsídios dos Vereadores e do Prefeito e, se for o caso, a verba de ráter lucrativo.
representação do Presidente da Câmara, Prefeito e Vice-Prefeito. Está correto o que se afirma em
(Vide artigo 29,V,da C.F) (A) I, apenas.
Artigo 247 - Em todos os atos da Câmara são mencionados, ao (B) I e II, apenas.
final, o número do ano civil e o da fundação da cidade de Santo (C) I e III, apenas.
André, em relação àquele. (D) II e III, apenas.
Artigo 248 - Esta resolução entra em vigor na data de sua publi- (E) I, II e III.
cação, revogadas as disposições em contrário, e as Resoluções nºs
14, de 14 de setembro de 1970, 02, de 12 de setembro de 1979, e 3. FGV - 2022 - Prefeitura de Santo André - SP - Agente de Polí-
03, de 18 de agosto de 1980. ticas Públicas e Gestão Governamental
Câmara Municipal de Santo André, em 31 de julho de 1981, Leia o fragmento a seguir.
428º ano da fundação da cidade. De acordo com a Lei Orgânica do Município de Santo André
(LO), o Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, com-
posta de Vereadores, representantes do povo, eleitos pelo sistema
proporcional, em pleito direto. Cada legislatura terá duração de
_____ anos, compreendendo cada ano a uma sessão legislativa.
Assinale a opção que apresenta o termo que completa correta-
mente a lacuna do fragmento acima.
(A) dois.
(B) três.
(C) quatro.
(D) cinco.
(E) seis.

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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

4. FGV - 2022 - Prefeitura de Santo André - SP - Agente de Polí-


ticas Públicas e Gestão Governamental
ANOTAÇÕES
De acordo com a Lei Orgânica do Município de Santo André, ______________________________________________________
acerca da publicação das leis e dos atos municipais das administra-
ções direta e indireta, assinale a afirmativa incorreta. ______________________________________________________
(A) É obrigatória.
(B) O órgão de imprensa oficial do Município deverá ser de am- ______________________________________________________
plo acesso e circular, obrigatoriamente, nas repartições públi-
cas municipais e entidades representativas da comunidade. ______________________________________________________
(C) A publicação dos atos não normativos, pela imprensa, não
______________________________________________________
poderá ser resumida.
(D) Os atos de efeitos externos só terão eficácia após sua pu- ______________________________________________________
blicação.
(E) A publicação ou divulgação de atos, atividades e fatos da ______________________________________________________
Administração Municipal poderá, eventualmente, a critério do
Prefeito ou dos dirigentes de entidades da administração indi- ______________________________________________________
reta, ser feita através de outros órgãos de imprensa, observa-
das as formalidades legais. ______________________________________________________

______________________________________________________
4. FGV - 2022 - Prefeitura de Santo André - SP - Agente de Polí-
ticas Públicas e Gestão Governamental ______________________________________________________
De acordo com a Lei Orgânica do Município de Santo André
(LO), analise as afirmativas acerca da Administração Municipal e as- ______________________________________________________
sinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.
( ) A administração indireta é composta por secretarias ou ór- ______________________________________________________
gãos equiparados e organizações distritais ou regionais.
( ) A administração direta ou fundacional é composta por enti- ______________________________________________________
dades dotadas de personalidade jurídica própria.
( ) Fica garantida a participação popular em todos os níveis de ______________________________________________________
decisão do Executivo, através de suas entidades representati-
______________________________________________________
vas devidamente organizadas.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente, ______________________________________________________
(A) F, F e V.
(B) F, V e F. ______________________________________________________
(C) V, V e F.
(D) V, F e F. ______________________________________________________
(E) V, V e V.
______________________________________________________
5. IBAM - 2019 - Câmara de Santo André - SP - Controlador In-
______________________________________________________
terno
Nos termos do Regimento Interno da Câmara Municipal de ______________________________________________________
Santo André, a eleição para preenchimento de cargo vago da Mesa
ocorrerá em sessão: ______________________________________________________
(A) solene.
(B) especial. _____________________________________________________
(C) extraordinária.
(D) ordinária. _____________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 D
2 E ______________________________________________________

3 C ______________________________________________________
4 A
______________________________________________________
5 D
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO INTERNA E MUNICIPAL

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CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
Agente Legislativo I

Separar as correspondências de caráter ostensivo das de cará-


PROTOCOLO: FINALIDADE, OBJETIVOS E ATIVIDADES GE- ter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos seus respectivos
RAIS; SERVIÇOS E ROTINAS DE PROTOCOLO, EXPEDIÇÃO destinatários;
E ARQUIVO; CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS E CORRES- Tomar conhecimento das correspondências de caráter ostensi-
PONDÊNCIAS vos por meio da leitura, requisitando a existência de antecedentes,
se existirem;
Classificar o documento de acordo com o método da institui-
Protocolo ção, carimbando-o em seguida;
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramitação e ex- Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao proto-
pedição de documentos. colo.
Para que todo esse processo acima seja desenvolvido é neces- Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a segun-
sário trabalhar com a gestão de documentos, que nada mais é que da via da ficha ao documento;
um conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora com os
sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase dados das fichas de protocolo;
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento Arquivar as fichas de protocolo.
para a guarda permanente. A tramitação de um documento dentro de uma instituição de-
Protocolo é a denominação geralmente atribuída a setores en- pende diretamente se as etapas anteriores foram feitas da forma
carregados do recebimento, registro, distribuição e movimentação correta. Se feitas, fica mais fácil, com o auxílio do protocolo, saber
dos documentos em curso. É de conhecimento comum o grande sua exata localização, seus dados principais, como data de entra-
avanço que a humanidade teve nos últimos anos, avanços esses que da, setores por que já passou, enfim, acompanhar o desenrolar de
contribuíram para o aumento da produção de documentos. Cabe suas funções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro da
ressaltar que tal aumento teve sua importância para a área da ar- instituição, acelerando assim, processos que anteriormente encon-
quivística, no sentido de ter despertado nas pessoas a importância travam dificuldades, como a não localização de documentos, não se
dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por falta de podendo assim, usá-los no sentido de valor probatório, por exem-
conhecimento, a acumulação de massas documentais desnecessá- plo.
rias foi um problema que foi surgindo. Essas massas acabam por Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos de-
inviabilizar que os arquivos cumpram suas funções fundamentais. vem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou reco-
Para tentar sanar esse e outros problemas, que é recomendável o lhimento. É nesta etapa que a expedição de documentos torna-se
uso de um sistema de protocolo. importante, pois por meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação
do documento, podendo-se assim decidir de uma forma mais confi-
É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos correntes ável, o destino do documento. Dentre as recomendações com rela-
podem exercer funções de protocolo (recebimento, registro, distri- ção à expedição de documentos, destacam-se:
buição, movimentação e expedição de documentos), daí a deno- Receber a correspondência, verificando a falta de anexos e
minação comum de alguns órgãos como Protocolo e Arquivo. No completando dados;
entanto, pode acontecer de as pessoas que lidam com o recebimen- Separar as cópias, expedindo o original;
to de documentos não saberem, ou mesmo não serem orientadas Encaminhar as cópias ao Arquivo.
sobre como proceder para que o documento cumpra a sua função É importante citar que essas rotinas são apenas sugestões, afi-
na instituição. nal, cada instituição desenvolverá os processos próprios, no entan-
Como alternativa para essa questão, sistemas de base de dados to, a aplicação dessas rotinas inquestionavelmente facilita todo o
podem ser utilizados, de forma que se faça o registro dos documen- processo de protocolo e arquivo.
tos assim que eles cheguem às repartições.
Algumas rotinas devem ser adotadas no registro documental, Classificação de Documentos de Arquivo
afim de que não se perca o controle, bem como administrar proble-
mas que facilmente poderiam ser destaca-se: Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utilizados em
Receber as correspondências, separando as de caráter oficial arquivos são:
da de caráter particular, distribuindo as de caráter particular a seus • Classificação Alfabética
destinatários. • Classificação Numérica
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Classificação Alfa-numérica c) Coerência


• Classificação Cronológica • Aplicação dos mesmos princípios e critérios de escolha para a
• Classificação Geográfica resolução de casos análogos, implicando uma uniformidade intrín-
• Classificação Ideológica seca ao próprio sistema.
• Classificação Decimal
• Classificação Decimal Universal (CDU) d) Pertinência
• Classificação Automática • A indexação deve ser feita sempre em função do utilizador.

A indexação é a operação que consiste em descrever e caracte- e) Eficácia


rizar um documento com o auxilio de representações dos conceitos • Capacidade de um sistema de informação recuperar a infor-
contidos nesses documentos, isto é, em transcrever para lingua- mação relevante, nele armazenada de uma forma eficaz e com o mí-
gem documental os conceitos depois de terem sido extraídos dos nimo de custo. A qualidade num processo de indexação é influen-
documentos por meio de uma análise dos mesmos. A indexação ciada pelos seguintes parâmetros:
permite uma pesquisa eficaz das informações contidas no acervo • Características dos instrumentos de indexação utilizados;
documental. • Características do indexador:
A indexação conduz ao registro dos conceitos contidos num do-
cumento de uma forma organizada e facilmente acessível, median- • Pessoais: objetividade, imparcialidade, espírito de análise,
te a constituição de instrumentos de pesquisa documental como capacidade de síntese, desenvolvimento intelectual, sociabilidade,
índices e catálogos alfabéticos de matérias. A informação contida cultura geral, cultura específica e outras.
num documento é representada por um conjunto de conceitos ou • Profissionais: conhecimento técnicos que permitam decisões
combinações de conceitos. acertadas, conhecimentos profundos acerca do sistema de indexa-
ção em que está integrado.
A indexação processa-se em duas fases:
Reconhecimento dos conceitos que contêm informação: Plano de Classificação
• Apreensão do conteúdo total do documento; O objetivo primordial de uma eficaz estruturação dos arquivos
• Identificação dos conceitos que representam esse conteúdo; consiste na criação de condições para a recuperação da informação
• Seleção dos conceitos necessários para uma pesquisa pos- de forma rápida, segura e eficaz. Por esta razão, se deve estabelecer
terior. no início de funcionamento de um arquivo, o plano de classificação
ou plano do arquivo.
Representação dos conceitos em linguagem documental com o O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo
auxílio dos instrumentos de indexação: a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de
• Servem ao indexador para indexar o documento; um plano de classificação que permita um bom funcionamento do
• Servem ao utilizador para recuperar a informação; arquivo. É uma tarefa muito importante, primordial, difícil e morosa
• Contribuem para a uniformidade e consistência da indexação; e deve ser elaborada com o máximo cuidado de forma a não se
cometerem erros que se repercutirão na estrutura e bom funciona-
Nos arquivos e centros, ou serviços de documentação, utili- mento do arquivo.
zam-se, normalmente, a indexação coordenada e a indexação por Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes ca-
temas. racterísticas:
• Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando
Os parâmetros a ter em conta para realizar tarefa de indexação critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais
são simples forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se
a) Exaustividade efetuará a ordenação da documentação;
• Todos os assuntos (conceitos) de que trata o documento es- • A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do
tão representados na indexação; organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando
• Não existe seleção de termos. Especificidade. a estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
• A descrição do conteúdo traduz, o mais próximo possível, a • Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do ser-
informação que o documento contém; viço deixando espaço livre para novas inclusões;
• Não se utilizam termos de indexação demasiados genéricos • Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classifica-
ou demasiado específicos, relativamente aos conceitos expressos ções mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se
no documento. entender conveniente.
b) Uniformidade
• É um parâmetro muito importante ligado a qualidade da in- A função da gestão de documentos e arquivos nos sistemas na-
dexação; cionais de informação, segundo o qual um programa geral de ges-
• Procura anular a sinonímia (palavras de significação idêntica tão de documentos, para alcançar economia e eficácia, envolve as
ou parecida, mas não tem o mesmo valor e emprego), representan- seguintes fases:
do para um mesmo conceito a escolha de um mesmo termo; - produção: concepção e gestão de formulários, preparação e
• Utiliza, sempre que possível, termos de estrutura idêntica gestão de correspondência, gestão de informes e diretrizes, fomen-
para a representação de conceitos análogos. to de sistemas de gestão da informação e aplicação de tecnologias
modernas a esses processos;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- utilização e conservação: criação e melhoramento dos sis- preocupação com a avaliação de documentos públicos não é recen-
temas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de correio te, mas o primeiro passo para sua regulamentação ocorreu efetiva-
e telecomunicações, seleção e uso de equipamento reprográfico, mente com a lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que em
análise de sistemas, produção e manutenção de programas de do- seu artigo 9º dispõe que “a eliminação de documentos produzidos
cumentos vitais e uso de automação e reprografia nestes processos; por instituições públicas e de caráter público será realizada median-
- destinação: a identificação e descrição das séries documen- te autorização de instituição arquivística pública, na sua específica
tais, estabelecimento de programas de avaliação e destinação de esfera de competência”.
documentos, arquivamento intermediário, eliminação e recolhi- O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técnico sob o
mento dos documentos de valor permanente às instituições arqui- título Orientação para avaliação e arquivamento intermediário em
vísticas. arquivos públicos, do qual constam diretrizes gerais para a realiza-
ção da avaliação e para a elaboração de tabelas de temporalida-
O código de classificação de documentos de arquivo é um ins- de. Em 1986, iniciaram-se as primeiras atividades de avaliação dos
trumento de trabalho utilizado para classificar todo e qualquer do- acervos de caráter intermediário sob a guarda da então Divisão de
cumento produzido ou recebido por um órgão no exercício de suas Pré-Arquivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação de
funções e atividades. A classificação por assuntos é utilizada com estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação e, consequen-
o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como temente, à redução do volume documental e racionalização do es-
forma de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas paço físico.
relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, A metodologia adotada à época envolveu pesquisas na legisla-
recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que o traba- ção que regula a prescrição de documentos administrativos, e en-
lho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, trevistas com historiadores e servidores responsáveis pela execução
o qual reflete a atividade que o gerou e determina o uso da infor- das atividades nos órgãos públicos, que forneceram as informações
mação nele contida. A classificação define, portanto, a organização relativas aos valores primário e secundário dos documentos, isto
física dos documentos arquivados, constituindo-se em referencial é, ao seu potencial de uso para fins administrativos e de pesqui-
básico para sua recuperação. sa, respectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que restrito à
No código de classificação, as funções, atividades, espécies e documentação já depositada no arquivo intermediário do Arquivo
tipos documentais genericamente denominados assuntos, encon- Nacional, foi constituída, em 1993, uma Comissão Interna de Ava-
tram-se hierarquicamente distribuídos de acordo com as funções e liação que referendou os prazos de guarda e destinação propostos.
atividades desempenhadas pelo órgão. Em outras palavras, os as- Com o objetivo de elaborar uma tabela de temporalidade para
suntos recebem códigos numéricos, os quais refletem a hierarquia documentos da então Secretaria de Planejamento, Orçamento e
funcional do órgão, definida através de classes, subclasses, grupos e Coordenação (SEPLAN), foi criado, em 1993, um grupo de trabalho
subgrupos, partindo-se sempre do geral para o particular. composto por técnicos do Arquivo Nacional e daquela secretaria,
A classificação deve ser realizada por servidores treinados, de cujos resultados, relativos às atividade-meio, serviriam de subsí-
acordo com as seguintes operações. dio ao estabelecimento de prazos de guarda e destinação para os
a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a fim de documentos da administração pública federal. A tabela, elaborada
verificar sob que assunto deverá ser classificado e quais as referên- com base nas experiências já desenvolvidas pelos dois órgãos, foi
cias cruzadas que lhe corresponderão. A referência cruzada é um encaminhada, em 1994, à Direção Geral do Arquivo Nacional para
mecanismo adotado quando o conteúdo do documento se refere a aprovação.
dois ou mais assuntos. Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq),
b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código correspon- em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, a Câmara Técnica
dente ao assunto de que trata o documento. de Avaliação de Documentos (Ctad) para dar suporte às atividades
do conselho. Sua primeira tarefa foi analisar e discutir a tabela de
Rotinas correspondentes às operações de classificação temporalidade elaborada pelo grupo de trabalho Arquivo Nacional/
1. Receber o documento para classificação; SEPLAN, com o objetivo de torná-la aplicável também aos docu-
2. Ler o documento, identificando o assunto principal e o(s) se- mentos produzidos pelos órgãos públicos nas esferas estadual e
cundário(s) de acordo com seu conteúdo; municipal, servindo como orientação a todos os órgãos participan-
3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação de docu- tes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
mentos de arquivo, utilizando o índice, quando necessário; O modelo ora apresentado constitui-se em instrumento básico
4. Anotar o código na primeira folha do documento; para elaboração de tabelas referentes às atividade-meio do serviço
5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assuntos se- público, podendo ser adaptado de acordo com os conjuntos docu-
cundários. mentais produzidos e recebidos. Vale ressaltar que a aplicação da
tabela deverá estar condicionada à aprovação por instituição arqui-
A avaliação constitui-se em atividade essencial do ciclo de vida vística pública na sua específica esfera de competência.
documental arquivístico, na medida em que define quais documen-
tos serão preservados para fins administrativos ou de pesquisa e em
que momento poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos in-
termediário e permanente, segundo o valor e o potencial de uso que
apresentam para a administração que os gerou e para a sociedade.
Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a avaliação de
documentos no serviço público datam do final do século passado,
em países da Europa, nos Estados Unidos e no Canadá. No Brasil, a
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Pondera-se que em decorrência do princípio da legalidade, não


PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA pode a Administração Pública, por mero ato administrativo, permitir
a concessão por meio de seus agentes, de direitos de quaisquer
espécies e nem mesmo criar obrigações ou impor vedações aos
— Princípios Expressos da Administração Pública administrados, uma vez que para executar tais medidas, ela
depende de lei. No entanto, de acordo com Celso Antônio Bandeira
Princípio da Legalidade de Mello, existem algumas restrições excepcionais ao princípio
Surgido na era do Estado de Direito, o Princípio da Legalidade da legalidade no ordenamento jurídico brasileiro, sendo elas: as
possui o condão de vincular toda a atuação do Poder Público, seja medidas provisórias, o estado de defesa e o estado de sítio.
de forma administrativa, jurisdicional, ou legislativa. É considerado Em resumo, temos:
uma das principais garantias protetivas dos direitos individuais no – Origem: Surgiu com o Estado de Direito e possui como
sistema democrático, na medida em que a lei é confeccionada por objetivo, proteger os direitos individuais em face da atuação do
intermédio dos representantes do povo e seu conteúdo passa a Estado;
limitar toda a atuação estatal de forma geral. – A atividade administrativa deve exercida dentro dos limites
Na seara do direito administrativo, a principal determinação que a lei estabelecer e seguindo o procedimento que a lei exigir,
advinda do Princípio da Legalidade é a de que a atividade devendo ser autorizada por lei para que tenha eficácia;
administrativa seja exercida com observância exata dos parâmetros – Dimensões: Princípio da supremacia da lei (primazia da lei
da lei, ou seja, a administração somente poderá agir quando estiver ou legalidade em sentido negativo); e Princípio da reserva legal
devidamente autorizada por lei, dentro dos limites estabelecidos (legalidade em sentido positivo);
por lei, vindo, por conseguinte, a seguir o procedimento que a lei – Aplicação na esfera prática (exemplos): Necessidade de
exigir. previsão legal para exigência de exame psicotécnico ou imposição
O Princípio da Legalidade, segundo a doutrina clássica, se de limite de Idade em concurso público, ausência da possibilidade
desdobra em duas dimensões fundamentais ou subprincípios, de decreto autônomo na concessão de direitos e imposição de
sendo eles: o Princípio da supremacia da lei (primazia da lei ou da obrigações a terceiros, subordinação de atos administrativos
legalidade em sentido negativo); e o Princípio da reserva legal (ou vinculados e atos administrativos discricionários;
da legalidade em sentido positivo). Vejamos: – Aplicação na esfera teórica: Ao passo que no âmbito
De acordo com os contemporâneos juristas Ricardo Alexandre particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na administração
e João de Deus, o princípio da supremacia da lei, pode ser pública só é permitido fazer o que a lei devidamente autorizar;
conceituado da seguinte forma: – Legalidade: o ato administrativo deve estar em total
conformidade com a lei e com o Direito, fato que amplia a seara do
O princípio da supremacia da lei, ou legalidade em sentido controle de legalidade;
negativo, representa uma limitação à atuação da Administração, na
medida em que ela não pode contrariar o disposto na lei. Trata-se – Exceções existentes: medida provisória, estado de defesa e
de uma consequência natural da posição de superioridade que a lei estado de sítio.
ocupa no ordenamento jurídico em relação ao ato administrativo.
(2.017, ALEXANDRE e DEUS, p. 103). Princípio da Impessoalidade
Entende-se, desta forma, que o princípio da supremacia da É o princípio por meio do qual todos os agentes públicos
lei, ou legalidade em sentido negativo, impõe limitações ao poder devem cumprir a lei de ofício de maneira impessoal, ainda que, em
de atuação da Administração, tendo em vista que esta não pode decorrência de suas convicções pessoais, políticas e ideológicas,
agir em desconformidade com a lei, uma vez que a lei se encontra considerem a norma injusta.
em posição de superioridade no ordenamento jurídico em Esse princípio possui quatro significados diferentes. São
relação ao ato administrativo como um todo. Exemplo: no ato de eles: a finalidade pública, a isonomia, a imputação ao órgão ou
desapropriação por utilidade pública, caso exista atuação que não entidade administrativa dos atos praticados pelos seus servidores
atenda ao interesse público, estará presente o vício de desvio de e a proibição de utilização de propaganda oficial para promoção
poder ou de finalidade, que torna o ato plenamente nulo. pessoal de agentes públicos.
Em relação ao princípio da reserva legal, ou da legalidade em Pondera-se que a Administração Pública não pode deixar
sentido positivo, infere-se que não basta que o ato administrativo de buscar a consecução do interesse público e nem tampouco,
simplesmente não contrarie a lei, não sendo contra legem, e a conservação do patrimônio público, uma vez que tal busca
nem mesmo de ele pode ir além da lei praeter legem, ou seja, o possui caráter institucional, devendo ser independente dos
ato administrativo só pode ser praticado segundo a lei secundum interesses pessoais dos ocupantes dos cargos que são exercidos
legem. Por esta razão, denota-se que o princípio da reserva legal ou em conluio as atividades administrativas, ou seja, nesta acepção
da legalidade em sentido positivo, se encontra dotado do poder de da impessoalidade, os fins públicos, na forma determinada em
condicionar a validade do ato administrativo à prévia autorização lei, seja de forma expressa ou implícita, devem ser perseguidos
legal de forma geral, uma vez que no entendimento do ilustre Hely independentemente da pessoa que exerce a função pública.
Lopes Meirelles, na administração pública não há liberdade nem Pelo motivo retro mencionado, boa parte da doutrina
vontade pessoal, pois, ao passo que na seara particular é lícito fazer considera implicitamente inserido no princípio da impessoalidade,
tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública, apenas é o princípio da finalidade, posto que se por ventura, o agente público
permitido fazer o que a lei disponibiliza e autoriza. vier a praticar o ato administrativo sem interesse público, visando
tão somente satisfazer interesse privado, tal ato sofrerá desvio de
finalidade, vindo, por esse motivo a ser invalidado.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É importante ressaltar também que o princípio da – Aspecto importante: A imputação da atuação administrativa
impessoalidade traz o foco da análise para o administrado. Assim ao Estado, e não aos agentes públicos que a colocam em prática.
sendo, independente da pessoa que esteja se relacionando com – Nota importante: proibição da utilização de propaganda
a administração, o tratamento deverá ser sempre de forma igual oficial com o fito de promoção pessoal de agentes públicos.
para todos. Desta maneira, a exigência de impessoalidade advém – Dispositivo de Lei combatente à violação do princípio da
do princípio da isonomia, vindo a repercutir na exigência de impessoalidade e a promoção pessoal de agentes públicos, por
licitação prévia às contratações a ser realizadas pela Administração; meio de propaganda financiada exclusivamente com os cofres
na vedação ao nepotismo, de acordo com o disposto na Súmula públicos: Art. 37, §1.º, da CFB/88:
Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal; no respeito à ordem §1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
cronológica para pagamento dos precatórios, dentre outros fatores. campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
Outro ponto importante que merece destaque acerca da informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
acepção do princípio da impessoalidade, diz respeito à imputação nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
da atuação administrativa ao Estado, e não aos agentes públicos de autoridades ou servidores públicos.
que a colocam em prática. Assim sendo, as realizações estatais não
são imputadas ao agente público que as praticou, mas sim ao ente Princípio da Moralidade
ou entidade em nome de quem foram produzidas tais realizações. A princípio ressalta-se que não existe um conceito legal ou
Por fim, merece destaque um outro ponto importante do constitucional de moralidade administrativa, o que ocorre na
princípio da impessoalidade que se encontra relacionado à proibição verdade, são proclamas de conceitos jurídicos indeterminados que
da utilização de propaganda oficial com o fito de promoção pessoal são formatados pelo entendimento da doutrina majoritária e da
de agentes públicos. Sendo a publicidade oficial, custeada com jurisprudência.
recursos públicos, deverá possuir como único propósito o caráter Nesse diapasão, ressalta-se que o princípio da moralidade
educativo e informativo da população como um todo, o que, assim é condizente à convicção de obediência aos valores morais, aos
sendo, não se permitirá que paralelamente a estes objetivos o princípios da justiça e da equidade, aos bons costumes, às normas
gestor utilize a publicidade oficial de forma direta, com o objetivo da boa administração, à ideia de honestidade, à boa-fé, à ética e por
de promover a sua figura pública. último, à lealdade.
Lamentavelmente, agindo em contramão ao princípio da A doutrina denota que a moral administrativa, trata-se daquela
impessoalidade, nota-se com frequência a utilização da propaganda que determina e comanda a observância a princípios éticos
oficial como meio de promoção pessoal de agentes públicos, agindo retirados da disciplina interna da Administração Pública.
como se a satisfação do interesse público não lhes fosse uma Dentre os vários atos praticados pelos agentes públicos
obrigação. Entretanto, em combate a tais atos, com o fulcro de violadores do princípio da moralidade administrativa, é coerente
restringir a promoção pessoal de agentes públicos, por intermédio citar: a prática de nepotismo; as “colas” em concursos públicos; a
de propaganda financiada exclusivamente com os cofres públicos, prática de atos de favorecimento próprio, dentre outros. Ocorre
o art. 37, §1.º, da Constituição Federal, em socorro à população, que os particulares também acabam por violar a moralidade
determina: administrativa quando, por exemplo: ajustam artimanhas em
Art. 37. [...] licitações; fazem “colas” em concursos públicos, dentre outros atos
§1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e pertinentes.
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, É importante destacar que o princípio da moralidade é
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar possuidor de existência autônoma, portanto, não se confunde com o
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal princípio da legalidade, tendo em vista que a lei pode ser vista como
de autoridades ou servidores públicos. imoral e a seara da moral é mais ampla do que a da lei. Assim sendo,
Desta maneira, em respeito ao mencionado texto constitucional, ocorrerá ofensa ao princípio da moralidade administrativa todas as
ressalta-se que a propaganda anunciando a disponibilização de um vezes que o comportamento da administração, embora esteja em
recente serviço ou o primórdio de funcionamento de uma nova concordância com a lei, vier a ofender a moral, os princípios de
escola, por exemplo, é legítima, possuindo importante caráter justiça, os bons costumes, as normas de boa administração bem
informativo. como a ideia comum de honestidade.
Em resumo, temos: Registra-se em poucas palavras, que a moralidade pode ser
– Finalidade: Todos os agentes públicos devem cumprir a lei definida como requisito de validade do ato administrativo. Desta
de ofício de maneira impessoal, ainda que, em decorrência de suas forma, a conduta imoral, à semelhança da conduta ilegal, também
convicções pessoais, políticas e ideológicas, considerem a norma se encontra passível de trazer como consequência a invalidade
injusta. do respectivo ato, que poderá vir a ser decretada pela própria
– Significados: A finalidade pública, a isonomia, a imputação administração por meio da autotutela, ou pelo Poder Judiciário.
ao órgão ou entidade administrativa dos atos praticados pelos seus Denota-se que o controle judicial da moralidade administrativa
servidores e a proibição de utilização de propaganda oficial para se encontra afixado no art. 5.º, LXXIII, da Constituição Federal, que
promoção pessoal de agentes públicos. dispõe sobre a ação popular nos seguintes termos:
– Princípio implícito: O princípio da finalidade, posto que se Art. 5.º [...]
por ventura o agente público vier a praticar o ato administrativo LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
sem interesse público, visando tão somente satisfazer interesse popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
privado, tal ato sofrerá desvio de finalidade, vindo, por esse motivo entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
a ser invalidado.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o Princípio da Publicidade


autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus Advindo da democracia, o princípio da publicidade é
da sucumbência. caracterizado pelo fato de todo poder emanar do povo, uma vez que
sem isso, não teria como a atuação da administração ocorrer sem
Pontua-se na verdade, que ao atribuir competência para que o conhecimento deste, fato que acarretaria como consequência
agentes públicos possam praticar atos administrativos, de forma a impossibilidade de o titular do poder vir a controlar de forma
implícita, a lei exige que o uso da prerrogativa legal ocorra em contundente, o respectivo exercício por parte das autoridades
consonância com a moralidade administrativa, posto que caso constituídas.
esse requisito não seja cumprido, virá a ensejar a nulidade do ato, Pondera-se que a administração é pública e os seus atos devem
sendo passível de proclamação por decisão judicial, bem como pela ocorrer em público, sendo desta forma, em regra, a contundente e
própria administração que editou a ato ao utilizar-se da autotutela. ampla publicidade dos atos administrativos, ressalvados os casos de
Registra-se ainda que a improbidade administrativa constitui-se sigilo determinados por lei.
num tipo de imoralidade administrativa qualificada, cuja gravidade Assim sendo, denota-se que a publicidade não existe como
é preponderantemente enorme, tanto que veio a merecer um fim em si mesmo, ou apenas como uma providência de ordem
especial tratamento constitucional e legal, que lhes estabeleceram meramente formal. O principal foco da publicidade é assegurar
consequências exorbitantes ante a mera pronúncia de nulidade do transparência ou visibilidade da atuação administrativa, vindo a
ato e, ainda, impondo ao agente responsável sanções de caráter possibilitar o exercício do controle da Administração Pública por
pessoal de peso considerável. Uma vez reconhecida, a improbidade meio dos administrados, bem como dos órgãos determinados por
administrativa resultará na supressão do ato do ordenamento lei que se encontram incumbidos de tal objetivo.
jurídico e na imposição ao sujeito que a praticou grandes Nesse diapasão, o art. 5º, inciso XXXIII da CFB/88, garante a todos
consequências, como a perda da função pública, indisponibilidade os cidadãos o direito a receber dos órgãos públicos informações
dos bens, ressarcimento ao erário e suspensão dos direitos políticos, de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, que deverão
nos termos do art. 37, §4.º da Constituição Federal. serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
Por fim, de maneira ainda mais severa, o art. 85, V, da com exceção daquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança
Constituição Federal Brasileira, determina e qualifica como crime da sociedade como um todo e do Estado de forma geral, uma vez
de responsabilidade os atos do Presidente da República que que esse dispositivo constitucional, ao garantir o recebimento de
venham a atentar contra a probidade administrativa, uma vez informações não somente de interesse individual, garante ainda que
que a prática de crime de responsabilidade possui como uma de tal recebimento seja de interesse coletivo ou geral, fato possibilita o
suas consequências determinadas por lei, a perda do cargo, fato exercício de controle de toda a atuação administrativa advinda por
que demonstra de forma contundente a importância dada pelo parte dos administrados.
legislador constituinte ao princípio da moralidade, posto que, na É importante ressaltar que o princípio da publicidade não
ocorrência de improbidade administrativa por agressão qualificada, pode ser interpretado como detentor permissivo à violação da
pode a maior autoridade da República ser levada ao impeachment. intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas,
Em resumo, temos: conforme explicita o art. 5.º, X da Constituição Federal, ou do sigilo
– Conceito doutrinário: Moral administrativa é aquela da fonte quando necessário ao exercício profissional, nos termos do
determinante da observância aos princípios éticos retirados da art. 5.º, XIV da CFB/88.
disciplina interna da administração; Destaca-se que com base no princípio da publicidade, com
– Conteúdo do princípio: Total observância aos princípios da vistas a garantir a total transparência na atuação da administração
justiça e da equidade, à boa-fé, às regras da boa administração, aos pública, a CFB/1988 prevê: o direito à obtenção de certidões em
valores morais, aos bons costumes, à ideia comum de honestidade, repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
à ética e por último à lealdade; situações de interesse pessoal, independentemente do pagamento
– Observância: Deve ser observado pelos agentes públicos e de taxas (art. 5.º, XXXIV, “b”); o direito de petição aos Poderes
também pelos particulares que se relacionam com a Administração Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
Pública; poder, independentemente do pagamento de taxas (art. 5.º, XXXIV,
– Alguns atos que violam o princípio da moralidade “a”); e o direito de acesso dos usuários a registros administrativos e
administrativa a prática de nepotismo; as “colas” em concursos atos de governo (art. 37, §3.º, II).
públicos; a prática de atos de favorecimento próprio, dentre outros. Pondera-se que havendo violação a tais regras, o interessado
– Possuidor de existência autônoma: O princípio da moralidade possui à sua disposição algumas ações constitucionais para a tutela
não se confunde com o princípio da legalidade; do seu direito, sendo elas: o habeas data (CF, art. 5.º, LXXII) e o
– É requisito de validade do ato administrativo: Assim quando mandado de segurança (CF, art. 5.º, LXIX), ou ainda, as vias judiciais
a moralidade não for observada, poderá ocorrer a invalidação do ordinárias.
ato; No que concerne aos mecanismos adotados para a
– Autotutela: Ocorre quando a invalidação do ato administrativo concretização do princípio, a publicidade poderá ocorrer por
imoral pode ser decretada pela própria Administração Pública ou intermédio da publicação do ato ou, dependendo da situação, por
pelo Poder Judiciário; meio de sua simples comunicação aos destinatários interessados.
– Ações judiciais para controle da moralidade administrativa Registra-se, que caso não haja norma determinando a
que merecem destaque: ação popular e ação de improbidade publicação, os atos administrativos não geradores de efeitos
administrativa. externos à Administração, como por exemplo, uma portaria que cria
determinado evento, não precisam ser publicados, bastando que
seja atendido o princípio da publicidade por meio da comunicação
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

aos interessados. Entendido esse raciocínio, pode-se afirmar que o – Não se trata de um princípio absoluto, necessitando que seja
dever de publicação recai apenas sobre os atos geradores de efeitos harmonizado com os demais princípios constitucionais;
externos à Administração. É o que ocorre, por exemplo, num edital – A publicação é exigida desde que exista previsão legal ou de
de abertura de um concurso público, ou quando exista norma legal atos que sejam produtores de efeitos externos;
determinando a publicação. – Não havendo exigência legal, a publicidade dos atos
Determinado a lei a publicação do ato, ressalta-se que esta internos poderá ser feita por intermédio de comunicação direta ao
deverá ser feita na Imprensa Oficial, e, caso a divulgação ocorra interessado;
apenas pela televisão ou pelo rádio, ainda que em horário oficial, – A Lei 12.527/2011 foi aprovada como um mecanismo amplo
não se considerará atendida essa exigência. No entanto, conforme e eficaz de concretização do acesso à informação, vindo a se tornar
o ensinamento do ilustre Hely Lopes Meirelles, onde não houver um genuíno corolário do princípio da publicidade.
órgão oficial, em consonância com a Lei Orgânica do Município, – A publicação deverá ser feita pela Imprensa Oficial, ou, onde
a publicação oficial poderá ser feita pela afixação dos atos e leis não houver órgão oficial, em consonância com a Lei Orgânica do
municipais na sede da Prefeitura ou da Câmara Municipal. Município, a publicação oficial poderá ser feita pela afixação dos
Dotada de importantes mecanismos para a concretização atos e leis municipais na sede da Prefeitura ou da Câmara Municipal.
do princípio da publicidade, ganha destaque a Lei 12.527/2011,
também conhecida como de Lei de Acesso à Informação ou Lei da Princípio da Eficiência
Transparência Pública. A mencionada Lei estabelece regras gerais, A princípio, registra-se que apenas com o advento da Emenda
de caráter nacional, vindo a disciplinar o acesso às informações Constitucional nº 19/1998, também conhecida como “Emenda da
contidas no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do §3º do art. 37 Reforma Administrativa”, o princípio da eficiência veio a ser previsto
e no §2º do art. 216 da Constituição Federal Brasileira de 1.988. no caput do art. 37 da Constituição Federal Brasileira de 1988.
Encontram-se subordinados ao regime da lei 12.527/2011, tanto Acrescido a tais informações, o princípio da eficiência também se
a Administração Direta, quanto as entidades da Administração encontra previsto no caput do art. 2.º da Lei 9.784/1999, lei que
Indireta e demais entidades controladas de forma direta ou indireta regula o processo administrativo na seara da Administração Pública
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. Federal.
Também estão submetidas à ordenança da Lei da Transparência Desta forma, elevado à categoria de princípio constitucional
Pública as entidades privadas sem fins lucrativos, desde que expresso pela Emenda Constitucional 19/1998, o dever de eficiência
recebam recursos públicos para a realização de ações de interesse corresponde ao dever de bem administrar a Máquina Pública.
público, especialmente as relativas à publicidade da destinação No entendimento de Hely Lopes Meirelles, “o princípio da
desses recursos, sem prejuízo de efetuarem as prestações de contas eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com
a que estejam obrigadas por lei. presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno
Por fim, pontua-se que embora a regra ser a publicidade, a princípio da função administrativa, que já não se contenta em
Lei 12.527/2011 excetua com ressalvas, o sigilo de informações ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados
que sejam imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das
de forma geral. Ocorre que ainda nesses casos, o sigilo não será necessidades da comunidade e de seus membros”.
eterno, estando previstos prazos máximos de restrição de acesso às Pondera-se que princípio da eficiência deverá estar eivado de
informações, conforme suas classificações da seguinte forma, nos valores e uma boa administração pública que dê preferência por
ditames do art. 24, §1º: produtividade elevada, economicidade, excelente qualidade e
a) Informação ultrassecreta (25 anos de prazo máximo de celeridade dos serviços prestados, vindo a reduzir os desperdícios
restrição ao acesso); e, ainda, que trabalhe pela desburocratização e pelo elevado
b) Informação secreta (15 anos de prazo máximo de restrição rendimento funcional como um todo.
ao acesso); De acordo com a Constituição Federal Brasileira, existem
c) Informação reservada (cinco anos de prazo máximo de normas inseridas no ordenamento jurídico pátrio que possuem o
restrição ao acesso). condão de tornar mais eficiente a prestação de serviços públicos.
Passemos a analisar almas destas regras:
Em síntese, temos: 1. Nos termos do art. art. 41, §4.º da CFB/88, com o fito de
– É advindo da democracia e se encontra ligado ao exercício da adquirir estabilidade, o servidor público, após ser aprovado
cidadania; em concurso, terá que passar por uma avaliação especial de
– Exige divulgação ampla dos atos da Administração Pública, desempenho por comissão instituída para essa finalidade;
com exceção das hipóteses excepcionais de sigilo; 2. Segundo o art. 41, §1º da CFB/88, após ter adquirido
– Se encontra ligado à eficácia do ato administrativo; estabilidade, o servidor não pode relaxar, uma vez que se encontra
– Possui como foco assegurar a transparência da atuação sujeito a passar por periódicas avaliações de desempenho, podendo
administrativa, vindo a possibilitar o exercício do controle da correr o risco de perder o cargo, caso seja declarado insuficiente,
Administração Pública de modo geral; assegurada ampla defesa;
– Em relação à sua manifestação, concede ao cidadão: direito
à obtenção de certidões em repartições públicas; direito de petição; Apelidada de “Lei de Responsabilidade das Estatais”, a Lei
direito de acesso dos usuários a registros administrativos e atos de 13.303/2016, dentre as diversas novidades estatuídas em seu
governo; direito a receber dos órgãos públicos informações de seu diploma, destacamos com ênfase no art. 17, a estipulação de notório
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, com exceção conhecimento, bem como tempo de experiência profissional e
daquelas informações, cujo sigilo seja indispensável à segurança da formação acadêmica como pré-requisitos legais para que alguém
sociedade e do Estado. possa ser nomeado para o Conselho de Administração ou Diretoria
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de uma Empresa Pública ou sociedade de economia mista. sejam desta advindos, como o interesse público, a segurança
Pondera-se que tais exigências são uma autêntica homenagem ao jurídica, a finalidade, a motivação, dentre outros. Desta maneira,
princípio da eficiência, bem como aos princípios da moralidade e depreende-se que quando um princípio administrativo é qualificado
da isonomia. Por fim, denota-se que o princípio da eficiência não como implícito, significa que ele não se encontra nominalmente
se sobrepõe aos demais princípios, aliás, acrescente-se, que ela se expresso no texto constitucional, fato que não importa para efeito
soma aos demais princípios administrativos, fatos que demonstram tal classificação, se ele se encontra ou não previsto de modo explícito
que a função administrativa executada de forma eficiente, deverá em alguma forma de norma respectivamente infraconstitucional.
sempre ser exercida nos parâmetros de conformidade com o
princípio da legalidade. Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade
Em suma, temos: Sendo princípios gerais de direito, a razoabilidade e a
– Se encontra expresso na Constituição Federal e foi inserido proporcionalidade, embora não estejam previstos expressamente
pela EC 19/1998; no texto da CFB/88, transpassam vários dispositivos da CF/1988,
– Princípio da eficiência ou dever de eficiência é o dever bem vindo a se constituir em princípios constitucionais implícitos.
administrar; Assim sendo, pondera-se que não existe nenhuma
– É o mais moderno princípio da função administrativa, que uniformidade na doutrina em relação ao conteúdo dos princípios
já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade, tendo em vista que há
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório autores que entendem os dois princípios como sendo sinônimos,
atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros; ao passo que consideram que a proporcionalidade se trata apenas
– Exigências legais: as atividades administrativas devem ser uma das características do princípio da razoabilidade, havendo
exercidas com presteza, perfeição e rendimento funcional; deverão ainda, uma corrente que considera os dois como princípios distintos
surtir resultados positivos para o serviço público, bem como um um do outro.
atendimento que possa satisfazer as necessidades da população Embora haja doutrinárias divergentes em relação ao assunto,
e de seus membros; prima-se por economicidade, produtividade entende-se de modo geral, que o princípio da razoabilidade está
elevada, qualidade e celeridade na prestação dos serviços bem relacionado ao aceitamento explícito da conduta em face de padrões
como pela redução dos desperdícios e desburocratização; racionais de comportamento, que buscam levar em conta tanto o
– Aspectos importantes: o modo como o agente público atua; a bom senso do homem médio, quanto a finalidade para a qual foi
forma de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública outorgada a competência legítima ao agente público. Assim sendo,
como um todo; o princípio da razoabilidade exige de maneira contundente do
– Trata-se de um princípio que se encontra relacionado à administrador, atuação com bom senso, coerência e racionalidade.
administração pública gerencial; Em relação ao princípio da proporcionalidade, entende-se que
– É um princípio de se soma-se aos demais princípios da este se refere à postura de conduta equilibrada, sendo proporcional
Administração Pública, não se sobrepõe a nenhum deles e deve ser à finalidade que se destina e também sem excessos em si mesmo.
exercido nos conformes ditados pelo princípio da legalidade. Ponto importante que merece registro, é que o que considera uma
conduta como proporcional em um caso concreto, uma vez que
Princípios da Administração Pública devem estar presentes três elementos, sendo eles:
1. A adequação: Trata-se da compatibilidade entre o meio
L Legalidade empregado e o fim almejado;
I Impessoalidade 2. A exigibilidade: Por meio da qual, a conduta praticada deve
ser necessária, não existindo meio menos gravoso para alcançar o
M Moralidade fim público;
P Publicidade 3. A proporcionalidade em sentido estrito: Por meio da
qual, as vantagens obtidas com conduta acabam por superar as
E Eficiência
desvantagens.
LIMPE
Na seara de controle de constitucionalidade, denota-se que o
Princípios Implícitos da Administração Pública Supremo Tribunal Federal tem adotado com enorme frequência os
No estudo anterior, foi exposto com ênfase os princípios princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de forma especial
aplicáveis à administração pública expressos na Constituição nas situações em que o legislador ordinário edita lei que, embora
Federal de 1988. Entretanto, a doutrina também reconhece outros aparentemente não contrarie qualquer dispositivo disposto na
princípios que, embora não estejam contidos de forma expressa no CFB/88, definha de ausência plena de razoabilidade.
texto constitucional, são retirados da Carta Magna e são igualmente Explicita-se ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal
acolhidos pelo sistema constitucional e importantes no estudo Federal tem usado de maneira contundente o princípio da
do direito administrativo. Trata-se dos princípios administrativos razoabilidade como forma de examinar se discriminações usadas
implícitos, os quais iremos abordar em estudo neste tópico. pelo legislador ordinário ou pela Administração Pública, são ou
Afirma-se que diversos desses princípios constitucionais não de fato agressivas ao princípio da isonomia que se encontra
implícitos são encontrados contemporaneamente em diversas inserido na Constituição Federal.
leis. A Lei 9.784/1999, por exemplo se encontra eivada de normas Ressalte-se, por fim, que o princípio da isonomia, além de
e regras básicas sobre o processo administrativo na seara da autorizar, exige também tratamentos de forma diferente entre
Administração Federal, vindo a citar diversos princípios que não pessoas que se encontram em situações distintas. Desta maneira,
se encontram dispostos na Constituição Federal de 1.988, embora o problema não é diferenciar, mas sim saber aplicar a razoabilidade
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do critério utilizado para a diferenciação. Um exemplo clássico b) Agravarem ou imporem deveres, encargos ou sanções;
disso, é a exigência de altura mínima para cargos de carreiras c) Decidirem a respeito de processos administrativos de
policiais, uma vez que esta é considerada razoável e válida, levando concurso ou seleção pública;
em conta que o porte físico é característica importante e relevante d) Dispensarem ou declararem a inexigibilidade de processo
para o exercício de tais cargos. licitatório;
Em resumo, temos: e) Decidirem a respeito de recursos administrativos;
f) Decorrerem de reexame de ofício;
Razoabilidade g) Sempre que deixarem de aplicar jurisprudência firmada
– Exige do administrador atuação coerente, racional e com sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e
bom senso; relatórios oficiais;
– Diz respeito à aceitabilidade de uma conduta, dentro de h) Importarem sobre anulação, suspensão, revogação ou
padrões e ditames normais de comportamento; convalidação de ato administrativo.
– Permite o controle de legalidade das leis e atos administrativos,
vindo a se constituir em limitação ao poder discricionário da De acordo com o art. 50, §1º da Lei 9.784/1999, a motivação
Administração Pública como um todo. deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via
de regra, que não exija uma forma específica. Por esse motivo, são
Proporcionalidade considerados nulos os atos que dependem de motivação. Porém,
– Exige do administrador conduta equilibrada, balanceada, sem a autoridade competente, de modo geral, compreende que ela
excessos, proporcional ao fim ao qual se destina; se encontra implícita nas circunstâncias causadoras da edição do
– É uma das características do princípio da razoabilidade; ato, ou que aponta motivos complexos, ou que não possuem nada
– Elementos: a ver com a medida tomada, ou, ainda, que estejam eivados da
1) adequação; necessidade de providência colocada de forma oposta à que foi
2) exigibilidade; adotada.
3) proporcionalidade em sentido estrito; Por fim, é importante registrar que o momento da motivação
pode ocorrer de forma prévia ou simultaneamente ao ato, caso
– É permissionário do controle de legalidade das leis e atos não se tenha atendido ao requisito com uma posterior declinação
administrativos, vindo a se constituir em limitação ao poder de motivos. Isso ocorre por que a doutrina e a jurisprudência
discricionário da Administração Pública. afugentam o uso de fórmulas prontas e vazias como forma de
motivação para a prática de atos administrativos. Desta maneira,
Princípio da motivação não se aceita por exemplo, como sendo suficiente a afirmação
Trata-se de um princípio implícito que determina à de que o ato administrativo foi praticado por causa de interesse
Administração Púbica a indicação dos fundamentos de fato e de público, ou, ainda porque os argumentos que foram demonstrados
direito referentes às suas decisões. Por permitir o controle por pelo administrado não são suficientes, sendo necessário que seja
meio dos administrados, tendo em vista a licitude, a existência e indicado, no primeiro caso, a correlação existente entre o ato
a ampla suficiência dos motivos indicados pela Administração na e o interesse público visado e, no segundo, o porquê da falta de
prática de seus atos, o princípio da motivação é considerado como suficiência dos argumento apresentados.
um princípio moralizador. Em síntese, temos:
Depreende-se que motivo é a circunstância de fato ou de – É um princípio implícito que determina à Administração
direito determinadora ou autorizadora da prática de ato específico. Púbica a indicação dos fundamentos de fato e de direito referentes
Referindo-se a atos vinculados, o motivo passa a determinar que o às suas decisões;
ato seja praticado. Porém, quando o ato é discricionário, havendo – É considerado como um princípio moralizador;
a presença do motivo, ela apenas irá validar a consumação do ato. – Motivo é a circunstância de fato ou de direito determinadora
Exemplo: contemplando uma manobra proibida no trânsito, sendo ou autorizadora da prática de ato específico;
esta o “motivo”, o agente deverá aplicar a multa correspondente,
não sendo permitido e nem lícito à autoridade de trânsito analisar – Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de
a conveniência e nem tampouco a oportunidade em relação à motivação de todos os atos ou decisões administrativas, fato que
punição da infração cometida, tendo em vista que o ato é vinculado indica que a Administração Pública deve, por força de lei, deixar
e a presença do motivo acabam por determinar sua prática. sempre expressos os motivos que a levaram a praticar um ato
Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de motivação ou a tomar certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato
de todos os atos ou decisões administrativas, fato que indica que discricionário;
a Administração Pública deve, por força de lei, deixar sempre – De acordo com o art. 50, §1º da Lei 9.784/1999, a motivação
expressos os motivos que a levaram a praticar um ato ou a tomar deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via
certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato discricionário. de regra, esta não exija uma forma específica.
Bastante reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência, o – O momento da motivação pode ocorrer de forma prévia ou
princípio da motivação encontra-se previsto em diversos diplomas simultaneamente ao ato, caso não se tenha atendido o requisito
normativos. Um exemplo disso, é o art. 50 da Lei 9.784/1999 que com uma posterior declinação de motivos.
ordena que os atos administrativos deverão ocorrer sempre de
forma motivada eivados da indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:
a) Negarem, limitarem ou vierem a afetar direitos ou interesses;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípio da autotutela b) Os atos que extenuaram seus efeitos. Isso ocorre pelo fato da
O princípio da autotutela consiste na possibilidade de a revogação não retroagir, mas apenas impedir que o ato continue a
Administração rever seus próprios atos. É o poder acompanhado produzir seus efeitos, uma vez que não haveria proveito em revogar
do dever concedido à administração para zelar pela legalidade, pela um ato que já produziu todos os seus efeitos;
conveniência e pela oportunidade dos atos que pratica. c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade
Levando em conta que a Administração Pública poderá de instância superior. Isso acontece, porque a competência da
agir apenas quando autorizada por lei e nos termos legalmente autoridade que o praticou para revogá-lo se esgotou;
estabelecidos, dessa enunciação, decorre a presunção de que os d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados,
atos administrativos são dotados de presunção de legalidade, ou votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são
seja, são legais e se encontram fundamentados em presunção de estabelecidos pela lei;
veracidade, sendo por isso, considerados verdadeiros. e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista
Tendo a Administração a prerrogativa de agir de ofício, que a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato
pode-se afirmar que esta possui o deve anular seus atos ilegais, anterior;
e pode, também revogar os atos que considerar inoportunos f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a
ou inconvenientes, independentemente de houver ou não a Constituição Federal Brasileira.
intervenção de terceiros.
Pondera-se que a autotutela possui dois aspectos do controle Em resumo, temos:
interno dos atos administrativos, sendo eles: – Consiste na possibilidade de a Administração rever seus
1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração próprios atos. É o poder acompanhado do dever concedido à
Pública anula os atos ilegais; administração para zelar pela legalidade, pela conveniência e pela
2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração oportunidade dos atos que pratica.
pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes. – A Administração pode de agir de ofício, deve anular seus
atos ilegais, e pode, também, revogar os atos que considerar
Registra-se com grande ênfase, o fato de o princípio autotutela inoportunos ou inconvenientes, independentemente de haver ou
se achar consagrado em duas súmulas do Supremo Tribunal Federal, não a intervenção de terceiros.
sendo elas: – Aspectos do controle interno dos atos administrativos:
STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a 1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração
nulidade dos seus próprios atos.” Pública anula os atos ilegais;
STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios 2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes.
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, – Súmulas:
em todos os casos, a apreciação judicial”. STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a
nulidade dos seus próprios atos.”
Denota-se que embora as Súmulas mencionadas acima STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios
afirmem que a administração “pode anular seus próprios atos”, atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
ela na verdade, “deve anular seus atos”, tendo em vista que anular não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
a revogação é um poder-dever, e não uma somente uma simples ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
possibilidade. em todos os casos, a apreciação judicial”.
Destaca-se com grande importância, o fato da autotutela, se – Para Maria Sylvia Zanella não podem ser revogados os
diferenciar do controle judicial no sentido de que ela depende de seguintes atos:
provocação externa para poder se manifestar, bem como pode ser a) Os atos vinculados;
exercida de ofício, ou, ainda por meio de provocação de terceiros b) Os atos que extenuaram seus efeitos;
estranhos à Administração. Colocando em prática, quando uma c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade de
autoridade pública recebe uma comunicação de irregularidade na instância superior;
Administração Pública, ela obtém a obrigação de dar ciência do d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados,
ocorrido ao seu chefe imediato ou, sendo esta competente, poderá votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são
a adotar as providências cabíveis para a apuração dos fatos, bem estabelecidos pela lei;
como dos demais procedimentos necessários para a correção da e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista
ilicitude ocorrida e, caso seja necessário, punir os culpados, sob pena que a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato
de ser responsabilizada por omissão. Assim sendo, é plenamente anterior;
possível afirmar que a provocação do exercício da autotutela pode f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a
vir de fora da Administração Pública. Constituição Federal Brasileira de 1.988.
A respeito da revogação de atos da Administração Pública,
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que não podem ser revogados
os seguintes atos:
a) Os atos vinculados, tendo em vista que não há nestes os
aspectos da oportunidade e conveniência de sua prática como um
todo;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípios da segurança jurídica, da proteção à confiança e da No entanto, os atos praticados, por terem aparência de legalidade e
boa-fé que vierem a gerar a crença nos destinatários de que realmente são
De antemão, salienta-se que a segurança jurídica é um dos válidos, deverão ser mantidos.
princípios fundamentais do direito e possui como atributos garantir Passemos à análise do princípio da boa-fé, que mesmo se
a estabilidade das relações jurídicas consolidadas, bem como a encontrando implícito no texto da Carta Magna, depreende-se que
certeza das consequências jurídicas dos atos praticados pelos ele pode ser extraído do princípio da moralidade. Ademais, esse
indivíduos em suas diversas relações sociais. princípio se encontra previsto nos artigos 2º, parágrafo único, IV, e
Tendo em vista garantir os retro mencionados atributos, 4.º, II, da Lei 9.784/1999.
em relação à estabilidade das relações jurídicas, o ordenamento Registra-se que a boa-fé está subdividida em dois aspectos,
jurídico pugna pela exigência do respeito ao direito adquirido e sendo eles:
também ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Já em relação à 1) Aspecto objetivo: Esta relacionado à conduta leal e honesta,
certeza das consequências jurídicas dos atos praticados, é possível considerada de forma objetiva;
se prever a regra geral da irretroatividade da lei acompanhada de 2) Aspecto subjetivo: Refere-se à crença do agente de que
sua interpretação de modo geral. está agindo de forma correta. Pois, caso contrário, se o agente
No âmbito do Direito Administrativo, são plenamente tiver ciência de que o seu comportamento não se encontra em
aplicáveis todas as regras mencionadas, porém, ganha destaque a consonância com as normas jurídicas, estará agindo de má-fé.
importância da vedação em relação à interpretação retroativa da
norma jurídica. Ocorre que ao expressar seu entendimento a Alguns doutrinadores identificam o princípio da boa-fé como
respeito de determinada matéria, a Administração Pública acaba sendo o princípio da proteção à confiança. Entretanto, entende-se
por submeter o administrado à orientação administrativa e passa que ao passo que a proteção à confiança visa proteger somente a
por boa-fé a guiar o seu comportamento. Entretanto, não pode a boa-fé dos administrados, é necessário que o princípio da boa-fé
Administração, sob pena de ferir o princípio da segurança jurídica, se encontre presente do lado da Administração Pública em geral e
prejudicar o particular, aplicando a este, nova interpretação a casos também do lado dos administrados.
retrógrados já interpretados em concordância com as concepções Por fim, vale a pena registrar que o princípio da boa-fé,
anteriormente vigentes. Por esse motivo, em âmbito federal, a Lei semelhantemente ao princípio da proteção à confiança, também
9.784/1999 em seu art. 2.º, parágrafo único, XIII, veda de forma tem sido invocado como forma de justificativa da manutenção de
expressa a aplicação retroativa de nova interpretação de matéria atos administrativos sem validade, bem como de atos praticados
administrativa que já fora anteriormente avaliada. por funcionário de fato.
Em suma, como consequências do princípio da segurança Em síntese:
jurídica, podemos citar: a vedação da interpretação retroativa da
norma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela; Princípio da segurança jurídica
o respeito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico – Objetivo: Busca a garantia da estabilidade das relações
perfeito. jurídicas consolidadas, bem como a certeza das consequências
Em relação ao princípio da proteção à confiança ou proteção à jurídicas dos atos que são praticados pelos indivíduos em suas
confiança legítima, denota-se que se trata esse princípio de aspecto distintas relações sociais;
subjetivo da segurança jurídica, de forma que é considerado como – Consequências: Busca vedar a interpretação retroativa da
um desdobramento deste. norma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela;
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, leciona que o “princípio o respeito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico
da proteção à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que perfeito.
acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam
lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Princípio da proteção à confiança
Administração e por terceiros”. – Foco: A proteção da confiança dos administrados nos atos da
Ressalte-se que o princípio da proteção à confiança possui Administração Pública;
o condão de fundamentar a manutenção de atos ilegais e – Aspecto ou dimensão subjetiva do princípio da segurança
inconstitucionais, condições nas quais, o juízo que os pondera jurídica;
tem tido como consequência, uma graduação redutiva do alcance – Consequências legais: A manutenção de atos ilegais ou
do princípio da legalidade como um todo. Um exemplo disso é o inconstitucionais, a manutenção de atos praticados por funcionários
que ocorre nos casos em que a Administração, em decorrência de de fato, dentre outros.
interpretação errônea da lei, adimple com o pagamento de valores
que não são devidos a servidores que, de boa-fé, entendem ter Princípio da boa-fé
direito a tais verbas. Ocorrendo esse tipo de erro, o Judiciário, para – Aspecto objetivo: Ter conduta leal e honesta;
proteger a confiança que os servidores possuem na Administração, – Aspecto subjetivo: A crença do agente de que está agindo de
tem se manifestado de maneira constante pela desnecessidade de forma correta;
reposição ao erário público de forma geral. – A boa-fé deve ser exigida da Administração e do Administrado;
Por fim, vale a pena mencionar outro efeito concreto do – Consequências: manutenção de atos ilegais ou
princípio da proteção à confiança, que trata-se da manutenção inconstitucionais, dentre outros.
de atos praticados por funcionário de fato, posto que, de forma
teórica, caso o servidor tenha sido investido de forma irregular no
cargo, via de regra, não teria este a competência para praticar atos
administrativos, uma vez que tais atos seriam considerados nulos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos segurança das instalações presentes, ou em decorrência de falta
O foco fundamental do Estado é a consecução do bem comum do de adimplemento do usuário, considerando, por conseguinte o
seu povo como um todo. Pondera-se que para atingir tal objetivo, é interesse da coletividade de modo geral.
necessário que a Administração disponibilize para os administrados Em suma, temos:
utilidades específicas, atenda necessidades determinadas, e, – Conteúdo: Vedação da interrupção da prestação de serviços
ainda que possa oferecer comodidades a depender de cada caso públicos;
específico. Ressalta-se que estas atividades podem ser encaixadas – Regras para garantir a continuidade do serviço público:
no sentido amplo do vocábulo da prestação de serviços públicos, restrição ao direito de greve no serviço público; inoponibilidade
tendo em vista que a interrupção da prestação de serviços públicos ou restrição a exceção do contrato não cumprido, exceptio non
não pode ser vedada. adimpleti contractus; encampação de serviços públicos delegados;
Sem sombra de dúvidas, a busca do bem comum deverá sempre – Objeto: A busca do bem comum deverá sempre acontecer de
acontecer de maneira incessante e sem vedação de continuidade. maneira incessante e sem cessação de continuidade.
Desse cenário, podemos extrair o conteúdo do princípio da – Inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido,
continuidade do serviço público, cuja materialização é assegurada exceptio non adimpleti contractus: nos contratos de concessão de
por inúmeros ordenamentos. Como exemplo, podemos citar o serviços públicos, ainda que o poder concedente se exima de cumprir
direito de greve no serviço público de modo geral, que, embora seja as normas contratuais, os serviços prestados pela concessionária
reconhecido, se encontra eivado de sujeições e restrições, tendo correspondente não poderão jamais ser interrompidos, nem
em vista que uma vez que o disposto no art. 37, VII da Constituição tampouco paralisados sem que haja decisão judicial transitada em
Federal que o explicita, prevê a edição de uma lei específica que julgado.
limita os seus termos e limites. – Hipóteses legais de interrupção dos serviços públicos:
Assim sendo, com vistas ao mesmo objetivo e reconhecendo Em situação de emergência e sem aviso prévio; razões de
que alguns serviços públicos são delegados a particulares, a ordem técnica ou de segurança das instalações, após prévio aviso;
Constituição Federal no art. 9º, §1º, ao disciplinar o direito de greve inadimplemento do usuário, após prévio aviso.
assegurado aos trabalhadores em geral, estipula que a lei deverá
elencar com ênfase os serviços ou atividades essenciais, vindo a Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade
dispor sobre o atendimento das necessidades da comunidade que Trata-se de um importante princípio que diz respeito a duas
são consideradas inadiáveis. características dos atos praticados pela Administração Pública,
Outro ponto importante que merece ser explanado é o fato da sendo elas:
existência da inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido, 1) A presunção de verdade: Que se encontra relacionada aos
exceptio non adimpleti contractus, nos contratos de concessão fatos;
de serviços públicos, fato que nos parâmetros legais, ainda que 2) A presunção de legalidade: Que se encontra relacionada ao
o poder concedente se exima de cumprir as normas contratuais, direito.
os serviços prestados pela concessionária correspondente não
poderão jamais ser interrompidos, nem tampouco paralisados sem Infere-se que em decorrência da presunção de legitimidade
que haja decisão judicial transitada em julgado, nos parâmetros do ou de veracidade dos atos administrativos, todos os fatos
art. 39, parágrafo único da Lei 8.987/1995. argumentados pela Administração são verdadeiros e os seus atos
Ressalta-se que relacionado ao princípio da continuidade dos são praticados de acordo com as normas determinadas por lei, até
serviços públicos, nos ditames do art. 80, II da Lei 8.666/1993, que se prove o contrário, assegurada a ampla defesa.
caso a administração venha a rescindir unilateralmente um Refere-se à presunção relativa ou juris tantum, vindo a acolher
contrato administrativo, ela passará a obter o direito à ocupação a produção de prova em contrário com o fito de afastá-la, sendo
e utilização do local, bem como das instalações, dos equipamentos que o efeito primordial e principal da referida presunção trata-se
ali utilizados, do material e pessoal empregados na execução do de inverter o ônus da prova. Desta maneira, caso um agente de
contrato e tudo o mais que for necessário à continuidade do serviço trânsito aplique uma autuação a um condutor de veículo automotor
público essencial. em decorrência de avanço de sinal, para que o motorista afaste a
Nos parâmetros do art. 36 da Lei 8.897/1995, depreende- multa, terá que provar que não cometeu a infração.
se que ao término da concessão, existe previsão de lei para Denota-se que como consequência da presunção de
reverter ao poder público os bens do concessionário necessários legitimidade, em regra, as decisões administrativas que podem
à continuidade e atualização dos serviços públicos que haviam ser feitas de forma imediata, vindo a gerar obrigações para os
sido concedidos. É importante registrar também a existência dos particulares, fato que independe de sua concordância. Ademais, em
institutos da suplência, da substituição de servidores públicos, bem determinadas situações, poderá a própria Administração Pública
como da delegação, para se possa evitar que diante da ausência vir a executar as suas próprias decisões, utilizando-se de meios
de um servidor público ao trabalho, possa a Administração Pública diretos bem como indiretos de coação que lhes forem disponíveis
e aqueles que dela dependem, vir a sofrer com a paralisação do e permitidos.
serviço público prestado. Em resumo:
Entretanto, ante o mencionado acima, ressalta-se que nos – Conteúdo: A presunção de que os atos praticados pela
parâmetros do art. 6.º, §3.º, da Lei 8.987/1995, é caracterizada como Administração são verdadeiros, bem como são praticados de
descontinuidade do serviço público a sua interrupção em situação acordo com as normas legais”;
de casos excepcionais de emergência, ou, após aviso previamente
dado, quando estiver motivada por razões de ordem técnica ou de

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Aspectos: A presunção da verdade no que diz respeito à Ressalta-se que a relação de hierarquia é condizente aos
veracidade das alegações da Administração Pública; e a presunção órgãos de uma mesma pessoa jurídica. Isso significa dizer que o
de legalidade; princípio da hierarquia se encontra diretamente relacionado à ideia
– Presunção relativa juris tantum: Possuindo o efeito de de desconcentração administrativa, fato que não diz respeito, por
inverter o ônus da prova; exemplo, ao processo de descentralização administrativa ou de
– Consequências da presunção de legitimidade: decisões criação de entidades da Administração Pública Indireta como um
administrativas possuem execução imediatas; decisões todo.
administrativas podem criar obrigações particulares, ainda que estes Em breve síntese:
não concordem; em algumas situações, a própria Administração – É composto por meio de uma relação de coordenação e
pode executar suas próprias decisões subordinação entre os órgãos da Administração Pública de modo
amplo e total;
Princípio da Especialidade – Consequências do princípio da hierarquia: Existe a
O princípio da especialidade consiste na criação de entidades possibilidade de o superior fazer revisão junto aos atos dos
da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de subordinados; há a possibilidade de o superior vir a delegar ou a
descentralização administrativa. Pondera-se que tais entidades, ao avocar competências; existe a possibilidade de punir na forma
serem criadas, terão como missão a prestação de serviços públicos, da lei ao subordinado; dever do subordinador de obedecer as
de forma descentralizada acrescida da especialização da função. ordens do seu superior imediato, ressalvadas as manifestamente
Além disso, podemos afirmar com concomitante certeza, que ilegais; o princípio da hierarquia se encontra relacionado à ideia
o princípio da especialidade se encontra diretamente ligado aos de desconcentração administrativa; o princípio da hierarquia
princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público. não se encontra relacionado ao processo de descentralização
Denota-se que esta ligação com a legalidade, decorre do fato da administrativa.
criação de entidades da Administração Indireta da Administração,
que só pode ser executada diretamente por lei ou, dependendo Disposições Gerais na Administração Pública
do caso, por autorização legal. E, ainda, da indisponibilidade do O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú-
interesse público, pelo motivo segundo o qual, a lei criadora ou blica:
autorizadora da criação de entidades da Administração Indireta,
detalha com exatidão as finalidades que deverão ser executadas Administração Pública
por essas entidades, de forma que não cabe ao administrador
da entidade criada, dispor com precisão a respeito dos objetivos Direta Indireta
definidos pela legislação equivalente. Federal Autarquias (podem ser
Registra-se, por fim, que o princípio da especialidade possui Estadual qualificadas como agências
abrangência somente para a criação de entidades da administração Distrital reguladoras)
indireta. Isso significa que sua abrangência não diz respeito, por Municipal Fundações (autarquias
exemplo, a parcerias feitas pelo poder público com as entidades do e fundações podem ser
terceiro setor e suas funções gerenciais como um todo. qualificadas como agências
Em breve síntese: executivas)
– O princípio da especialidade consiste na criação de entidades Sociedades de economia
da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de mista
descentralização administrativa. Empresas públicas
– É composto por meio da criação de entidades da Administração
Indireta, que se tornarão prestadoras de serviços públicos de forma Entes Cooperados
descentralizada acrescida com especialização de função; Não integram a Administração Pública, mas prestam
– Relaciona-se com princípios da legalidade e da serviços de interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI,
indisponibilidade do interesse público; ONG’s
– O princípio da especialidade não é adaptável às parcerias
firmadas pelo Poder Público com as organizações do terceiro setor.
ATOS ADMINISTRATIVOS: NOÇÕES GERAIS, ESPÉCIES, ELE-
Princípio da Hierarquia MENTOS, ATRIBUTOS, VALIDADE, EXTINÇÃO E CONTROLE
De antemão, afirma-se que existe em decorrência princípio da JURISDICIONAL
hierarquia, uma ligação correlata de coordenação e subordinação
entre os órgãos da Administração Pública. Depreende-se que
desta ligação advém um rol de funções laborativas para o superior Conceito
hierárquico. As que mais se destacam, são: fazer a revisão dos atos Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo
dos subordinados, fazer a delegação de competências e punir os “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
agentes subordinados. Em relação ao agente público subordinado que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
à relação hierárquica, por sua vez, é imposto o dever de prestar resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou
obediência às ordens imediatamente superiores, ressalvadas impor obrigações aos administrados ou a si própria”.
aquelas manifestamente ilegais.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade
declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico de
direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”. direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos
O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez, a controle judicial específico.
explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de Atos administrativos em sentido amplo
atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
regulamentos. Atos de Direito Privado
No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato Atos materiais
administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor
concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas Atos políticos
públicas, manifestada mediante providências jurídicas
Contratos
complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a
controle de legitimidade por órgão jurisdicional”. Atos normativos
Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos
B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição
anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta Requisitos
forma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência
exposta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência,
por exemplo, bem como os atos abstratos. finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a
Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir falta ou o defeito desses elementos pode resultar.
da análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em
conceitos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidando
fundamentais para a definição dos conceitos do ato administrativo. o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente.
De antemão, é importante observar que, embora o exercício No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra
da função administrativa consista na atividade típica do Poder designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está
Executivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer
de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos. pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para
Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada
nomear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo incompetente em termos jurídicos para executar tal tarefa.
benefícios legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades públicas,
que em todas essas atividades, a função administrativa estará de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
sendo exercida que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, não possui competência para conferir o passaporte e liberar a entrada
não é função exclusiva do Poder Executivo. de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o controle de imigração
Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício brasileiro é atividade exclusiva e privativa da Polícia Federal.
da função administrativa é ato administrativo, isso por que em Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo
inúmeras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado, o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às
desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar
de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: o desempenho de suas atividades.
a emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida A competência possui como fundamento do seu instituto
providência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de a divisão do trabalho com ampla necessidade de distribuição
direito privado e não público. do conjunto das tarefas entre os agentes públicos. Desta
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser forma, a distribuição de competências possibilita a organização
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que administrativa do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem a cada pessoa política, órgão ou agente.
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como Relativo à competência com aplicação de multa por infração
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de à legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas,
serviços públicos. a União é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o
imposto e também para estabelecer as respectivas infrações e
Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não penalidades. Já em relação à instituição do tributo e cominação de
apresentar caráter de definitividade, está sujeito a controle penalidades, que é de competência do legislativo, dentre os Órgãos
por órgão jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, Constitucionais da União, o Órgão que possui tal competência, é o
compreendemos que ato administrativo é a manifestação unilateral Congresso Nacional no que condizente à fiscalização e aplicação das
de vontade proveniente de entidade arremetida em prerrogativas respectivas penalidades.
estatais amparadas pelos atributos provenientes do regime jurídico Em relação às fontes, temos as competências primária e
de direito público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e secundária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos
sujeitos a controle judicial específico. abaixo:
Em suma, temos:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) Competência primária: quando a competência é estabelecida Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a
pela lei ou pela Constituição Federal. atribuição da autoridade delegante, que continua competente para
b) Competência Secundária: a competência vem expressa em o exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que
normas de organização, editadas pelos órgãos de competência foi delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de
primária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre
ou agente que possui competência primária. em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos.
Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando
Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também poderá
forma aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormente.
informando a distribuição de competências, como a matéria, o Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de
território, a hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer
critério da matéria, é a criação do Ministério da Saúde. impedimentos legais vigentes.
Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendências
Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia, É importante conhecer a respeito da delegação de competência
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo
órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal,
Receita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da incorporou grande parte da orientação doutrinária existente,
Verdade que trabalham na investigação de violações graves de dispondo em seus arts. 11 a 14:
Direitos Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
resulta na combinação dos critérios da matéria e do tempo. administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
A competência possui como características: delegação e avocação legalmente admitidos.
a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se
vez que se trata de um poder-dever de ambos. não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência
b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vontade a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão
que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo: de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e territorial.
da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
a crimes considerados menos graves. presidentes.
c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
acordo com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra I - a edição de atos de caráter normativo;
pessoa. Frise-se que a delegação de competência não provoca a II - a decisão de recursos administrativos;
transferência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
determinadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, autoridade.
que poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
revogar a delegação. publicados no meio oficial.
d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente, §1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes
quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os
estas normas poderão alterá-la. objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que de exercício da atribuição delegada.
não tenha sido utilizada por muito tempo. §2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista autoridade delegante.
em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo §3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar
mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua delegado.
prática.
Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica,
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma: social, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável
a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente
intermédio do qual um órgão administrativo ou um agente publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias
público delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de e poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do
executar parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a delegado, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
delegação é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico
inferior. No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando Importante ressaltar:
justificadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício
hierárquica. de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança
ou a medida judicial.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamento Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem
do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da
poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada. teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta
Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada, deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados
todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato.
deverão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada. Em suma, temos:

Seguindo temos: VÍCIOS DE COMPETÊNCIA


a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação
e se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer Em determinadas
para si de forma temporária o devido exercício de competências Excesso de poder situações é possível a
legalmente estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente convalidação
inferiores. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da Usurpação de função Ato inexistente
linha de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente
de poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas. Ato válido, se houver
Função de fato
Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de boa-fé do administrado
delegação: ABUSO DE AUTORIDADE
– Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e
Excesso de poder Vício de competência
temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competência
é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado, Desvio de poder Desvio de finalidade
sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
autoridade avocante. Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é
– Já na revogação de delegação, anteriormente, a competência uma das características do princípio da impessoalidade. Nesse
já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que diapasão, a Administração não pode atuar com o objetivo de
achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delegação, beneficiar ou prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que
voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por seu comportamento deverá sempre ser norteado pela busca do
cunho de mão própria. interesse público. Além disso, existe determinada finalidade típica
para cada tipo de ato administrativo.
Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies
ser exercido com autocontrole, o poder originário de avocar de finalidade pública. São elas:
competência também se constitui em regra na Administração a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse público
Pública, uma vez que é inerente à organização hierárquica como considerado de forma geral.
um todo. Entretanto, conforme a doutrina de forma geral, o órgão b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico
superior não pode avocar a competência do órgão subordinado em previsto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado
se tratando de competências exclusivas do órgão ou de agentes ato.
inferiores atribuídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança
Pública, mesmo estando alguns degraus hierárquicos acima de Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a
todos os Delegados da Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato.
a competência para presidir determinado inquérito policial, tendo Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas
em vista que esta competência é exclusiva dos titulares desses finalidades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado
cargos. desvio de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é
Não convém encerrar esse tópico acerca da competência vício que não pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser
sem mencionarmos a respeito dos vícios de competência que convalidado.
é conceituado como o sofrimento de algum defeito em razão de A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágrafo
problemas com a competência do agente que o pratica que se único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se verifica
subdivide em: quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”.
o ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência
além das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser
a praticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser
poderá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício
que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso. de finalidade.
b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce
atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se
atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra verifica em duas hipóteses. São elas:
casamentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz. a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública de punição.
ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com Motivo


a finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que
interesse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo.
perseguir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando Quando a autoridade administrativa não tem margem para
interesse público. decidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato
Em resumo, temos: administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao
ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade
Específica ou Imediata e Geral administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a
Finalidade Pública prática do ato.
ou Mediata
Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se
Ato praticado com finalidade trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser
diversa da prevista em Lei. verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática
Desvio de finalidade e Ato praticado formalmente do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo
ou desvio de poder com finalidade prevista em Lei, empírico da situação prevista em lei.
porém, visando a atender a fins Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato
pessoais de autoridade. administrativo depende da presença adjunta dos motivos de fato
e de direito, posto que para isso, são imprescindíveis à existência
Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas abstrata de previsão normativa bem como a ocorrência, de fato
distintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas: concreto que se integre à tal previsão.
A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de
modo de exteriorização do ato administrativo. ocorrer nas seguintes situações:
B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no a) quando o motivo é inexistente.
conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem b) quando o motivo é falso.
como todas as formalidades que devem ser destacadas e observadas c) quando o motivo é inadequado.
no seu curso de formação.
É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e
Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se motivação. Vejamos:
simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo – Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do ato
que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrativo,
exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legítimo
formação do ato administrativo. ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo.
– Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo,
Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade sendo a declaração das razões que motivaram à edição do
de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra ato. Já a motivação declarada e expressa dos motivos dos atos
é o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser administrativos, via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se
revestido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que for obrigatória pela lei, sua ausência causará invalidade do ato
ele seja escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo administrativo por vício de forma, e não de motivo.
em vista que em alguns casos, via de regra, o agente público
tem a possibilidade de se manifestar de outra forma, como Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o
acontece nas ordens verbais transmitidas de forma emergencial processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o
aos subordinados, ou, ainda, por exemplo, quando um agente seguinte:
de trânsito transmite orientações para os condutores de veículos Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
através de silvos e gestos. indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
vício de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
forma e sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
de regra, considera-se plenamente possível a convalidação do pública;
ato administrativo que contenha vício de forma. No entanto, tal IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
convalidação não será possível nos casos em que a lei estabelecer licitatório;
que a forma é requisito primordial à validade do ato. V - decidam recursos administrativos;
Devemos explanar também que a motivação declarada e VI - decorram de reexame de ofício;
escrita dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
for de caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
maneira, quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação
vício de forma, mas não vício de motivo. de ato administrativo.
Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela
autoridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no Prevê a mencionada norma em seu §1º, que a motivação deve
elemento motivo. ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

integrante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve
“motivação aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os
que está sendo admitida no direito brasileiro. padrões aceitos como éticos e justos.
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir
A motivação dos atos administrativos os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse
É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a sentido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam
respeito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos os seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos:
motivos determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspensão
não exigindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
só terá validade se os motivos declarados forem verdadeiros. b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo.
Exemplo c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de
A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas
servidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por
ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente autoridade pública ou flagradas no teste do bafômetro.
venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualidade d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de
habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá pessoas específicas para a ocupação noturna de determinado
a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já trecho de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo,
se o interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua o objeto é tido como imoral.
pontualidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial,
deverá ser anulada. Atributos do Ato Administrativo
É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito
pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos
aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado. são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos
Em suma, temos: privados.
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente
– Motivo do ato administrativo ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento,
– Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos
edição do ato administrativo. públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado
– Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
abstrata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo. Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos
– Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real atos administrativos são:
que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei,
caracterizando o motivo de direito. – Presunção de legitimidade
Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos
Vícios de motivo do ato atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos
administrativo administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente
quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a
Inexistente administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros
Falso legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade,
os atos administrativos presumem-se editados em conformidade
Inadequado com a lei, até que se prove o contrário.
De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e
– Teoria dos motivos determinantes da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
– O ato administrativo possui sua validade vinculada aos suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
motivos expostos mesmo que não seja exigida a motivação. presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da
– Só é aplicada apenas se o ato conter motivação. presunção de que o ato administrativo foi editado em conformidade
– STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzidas
quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não pela administração são verdadeiras.
está adequado à realidade fática”. As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos
e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
Objeto entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo
O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido
sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado
palavras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo por algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá
cuida-se da alteração da situação jurídica que o ato administrativo submetê-lo ao controle pela própria administração pública, bem
se propõe a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por como pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática
exemplo, o objeto é a punição do transgressor. não está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações
falsas, poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus
efeitos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Denota-se que a principal consequência da presunção – Tipicidade


de veracidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido, De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita a
relembremos que em regra, segundo os parâmetros jurídicos, tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo fato
o dever de provar é de quem alega o fato a ser provado. Desta de tal característica não estabelecer um privilégio da administração,
maneira, se o particular “X” alega que o particular “Y” cometeu ato mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de que
ilícito em prejuízo do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos
está alegando, de maneira que, em nada conseguir provar os fatos, atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos,
“Y” não poderá ser punido. deveremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que acabam
– Imperatividade por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administração
Em decorrência desse atributo, os atos administrativos são toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada.
impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria
concordância destes. Infere-se que a imperatividade é proveniente Sylvia Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato
do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente
editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim
para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado sendo, em consonância com esse atributo, para cada finalidade que
em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente a Administração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato
possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua previamente definido na lei.
expressa concordância. Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio
Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperatividade, da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar
característica presente exclusivamente nos atos que impõem atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o
obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da
ato administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberdade
exemplo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda, para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos
quando possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão, inominados.
atestado ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade. Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se
que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontrando
– Autoexecutoriedade presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer
Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha
executados diretamente pela Administração Pública, por a firmar com o particular um contrato inominado desprovido de
intermédio de meios coercitivos próprios, sem que seja necessário regulamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de
a intervenção prévia do Poder Judiciário. atender tanto ao interesse público como ao interesse particular.
Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do
interesse público, típico do regime de direito administrativo, fato Classificação dos Atos Administrativos
que acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada
à rapidez e eficiência. à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse
No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classificações
autoexecutoriedade somente é possível quando estiver mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade
expressamente prevista em lei, ou, quando se tratar de medida prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante
urgente, que não sendo adotada de imediato, ocasionará, por sua abordagem nas provas de concursos públicos.
vez, prejuízo maior ao interesse público.
a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais.
Exemplos de Atos Administrativos Autoexecutórios Os atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários
determinados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que
apreensão de mercadorias impróprias para o consumo de uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas
humano que correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o
demolição de edifício em situação de risco Regulamento do Imposto de Renda.
internação de pessoa com doença contagiosa – Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários
dissolução de reunião que ameace a segurança individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que
será singular quando alcançar um único sujeito determinado e
Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da será plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos
prestação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular determinados em si.
que considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado,
possa livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da Exemplo:
defesa dos seus direitos. O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel.
Por outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-
se: o ato de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto
aos destinatários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES
PLÚRIMOS
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem de um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo
ser atos vinculados e discricionários. praticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a
– Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração obtenção de um ato final e principal”.
Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que
comprovados os requisitos legais, a edição do ato se torna f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que
obrigatória, nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para este também decorre do resultado da manifestação de vontade de
a construção de imóvel. dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de
– Já os discricionários são aqueles em que a Administração que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem
Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos,
com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar um principal e outro acessório.
decisões quando e como o ato será praticado, com a definição de Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes
seu conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática. Meirelles, para quem o ato administrativo composto “é o que
resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação
c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos por parte de outro, para se tornar exequível”. A mencionada
administrativos podem ser atos de império, de gestão e de definição, embora seja discutível, vem sendo muito utilizada
expediente. pelas bancas examinadoras na elaboração de questões de provas
– Atos de império são atos por meio dos quais a Administração de concurso público. Isso ocorreu na aplicação da prova para
Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais usando Assistente Jurídico do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi
o poder de império para impô-los de modo unilateral e coercitivo considerado correto o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja
aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabelecimentos prática dependa de vontade única de um órgão da administração,
comerciais. mas cuja exequibilidade dependa da verificação de outro órgão, dá-
se o nome de ato administrativo composto”.
d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos
quais a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas Espécies
provenientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos
administração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos
com os particulares. normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e
Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam atos punitivos.
a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos.
– Atos normativos
Exemplo: Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é
uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de esmiuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução
forma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais,
contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos. não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas,
versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos.
– Já os atos de expediente são tidos como aqueles que
impulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos
e sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos podem ser:
e papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos. a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos
Exemplo: chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação
Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as geral ou individual prevista na legislação, englobando também de
devidas análises”. forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das
Casas Legislativas.
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos O decreto é de suma importância no direito brasileiro, motivo
simples, complexos e compostos. pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser
– O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas classificados em decreto geral e individual. Vejamos:
um órgão da administração pública, pouco importando se esse b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras
órgão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta
servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada aplicação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento
como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo do Imposto de Renda”.
administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação
colegiado. específica de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua
– O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou publicação produz de imediato, efeitos concretos.
mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os
sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo Exemplo:
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado. Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem
É importante não confundir ato complexo com procedimento para fim de desapropriação.
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato
complexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte
regulamentar, também designado de decreto de execução. desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão.
A doutrina o conceitua como sendo aquele que introduz um Vejamos:
regulamento, não permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance a) Licença: possui algumas características. São elas:
possam ir além daqueles do que é permitido por Lei. Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos
Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a
matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito. licença;
Pondera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a
autônomo admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84, Administração se torna conivente com o exercício da atividade
VI, “a”, da Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional privada como um todo;
32/2001, que predispõe a competência privativa do Presidente da Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do
República para dispor, mediante decreto, sobre a organização e particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício.
funcionamento da administração federal, quando não incorrer em b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. dotado da permissão do exercício de atividades específicas
realizadas pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado
– Atos ordinatórios bem público. Exemplo: a permissão para uso de bem público
Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem específico.
ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro A permissão é dotada de características essenciais. São elas:
de disciplinar as relações internas da Administração Pública. Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a
Detalharemos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as Administração Pública concorda com o exercício da atividade
instruções, as circulares, os avisos, as portarias, as ordens de privada, bem como da utilização de bem público por particulares;
serviço, os ofícios e os despachos. Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade
Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela administrativa é dotada de liberdade de análise referente à
autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar conveniência e à oportunidade do ato administrativo;
a atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo: Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui
as instruções que ordenam os atos que devem ser usados de somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não
forma interna na análise do pedido de utilização de bem público apenas de direito subjetivo ao ato.
formalizado unicamente por particular. c)Autorização: é detentora de características iguais às da
Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretanto, permissão, vindo a constituir ato administrativo discricionário
de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência. permissionário do exercício de atividade específica pelo particular
Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados ou, ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que
por Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos a permissão, a autorização possui como características: o ato de
correlatos aos respectivos Ministérios. consentimento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo.
Portarias: são atos administrativos respectivamente editados d)Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador
por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público
do Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual
determinando a instauração de processo disciplinar específico. o particular preencha devidamente os requisitos legais.
Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos
ordenadores da adoção de conduta específica em circunstâncias – Atos enunciativos
especiais. Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de São atos administrativos que expressam opiniões ou, ainda,
obra pública. que certificam fatos no campo da Administração Pública. A doutrina
Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres, as
responsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos:
e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar
de entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição a opinião do agente público a respeito de determinada questão de
de informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de
meio de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico.
Saúde.
Despachos: são atos administrativos eivados de poder De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espécies
decisório ou apenas de mero expediente praticados em processos de pareceres. São eles:
administrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo 1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação
disciplinar, é emitido despacho especifico determinando a oitiva de para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não
testemunhas. vincula a autoridade competente;
2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessariamente
– Atos negociais elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a
Também chamados de atos receptícios, são atos administrativos opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade
de caráter administrativo editados a pedido do particular, com o responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o
fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a parecer de forma motivada;
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções
de forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a
administrativa com o dever de acatá-lo. população em risco.
b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente,
o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos a autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas
administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade, à coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio,
porém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas. situação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para
momento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da
*Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal medida, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização
consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais, feita de forma prévia no processo administrativo, situação por
no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, intermédio da qual, a ampla defesa será postergada para momento
independentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de ulterior.
certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e Sanções disciplinares: também chamadas de sanções
esclarecimento de situações de interesse pessoal”. funcionais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores
públicos e aos administrados possuidores de relação jurídica
c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às especial com a Administração Pública, desde que tenha sido
certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência constatada a violação ao ordenamento jurídico, bem como aos
de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as termos do negócio jurídico. Um exemplo disso, é a demissão de
certidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do servidor público que tenha cometido falta grave.
ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de *Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas
retratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos aos particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia,
da Administração Pública. as sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de
d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem sujeição especial de administrados específicos do poder disciplinar
o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos da Administração Pública, como é o caso dos servidores e
pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar contratados. Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para
o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos o exterior da Administração - as chamadas sanções externas - as
contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda sanções disciplinares são aplicadas no interior da Administração
de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, §8.°, da Pública, - as denominadas sanções internas.
Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
Extinção do ato administrativo
– Atos punitivos Diversas são as causas que causam e determinam a extinção
Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de
são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá
interesses dos administrados que vierem a atuar em desalento com ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos,
a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito,
forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção
edição de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do
Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas beneficiário.
tenham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio
da legalidade. Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por
Podemos dividir as sanções em dois grupos: meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos
1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
supedâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
particulares em geral. Exemplo: multa de trânsito. situações:
2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com
embasamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às – Cassação
demais pessoas que se encontram especialmente vinculadas É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido
à Administração Pública. Exemplo: reprimenda imposta à condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar
determinada empresa contratada pela Administração. continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção
Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo
multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua
de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
espécie: de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de
Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas prostituição.
aos administrados.
Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação
suspensivos do exercício de atividades diversas. de um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua
vinculação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma
similar. Desta forma, a Administração Pública não detém o poder
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de demonstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode
justificar a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que ser invocado para anular o ato administrativo por motivo de
houver sido fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse ilegalidade, bem como para revogá-lo por razões de conveniência
entendimento, em geral, evita que os particulares sejam coagidos e oportunidade.
a conviver com extravagante insegurança jurídica, posto que, a A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por
qualquer momento a administração estaria apta a propor a cassação provocação do interessado.
do ato administrativo. Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no
Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada exercício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato
como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia administrativo havendo pedido do interessado.
ser proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria
agentes de fiscalização em descumprimento às condições de Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo
subsistência do ato, bem como por ato revisional que implicasse legalmente estabelecido. À vista da autonomia administrativa
auditoria, acoplando até mesmo questões relativas à intercepção atribuída de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e
de bases de dados públicas. Municípios, cada uma dessas esferas tem a possibilidade de,
Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos observado o princípio da razoabilidade e mediante legislação
parecidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação própria, fixar os prazos para o exercício da autotutela.
advém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no
para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os
que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
ocorreu na formação do ato. destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal
– Anulação norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a
É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo estipulação de prazos diferentes em outras esferas.
de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle – Revogação
de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela
legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito própria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade,
do ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de
o ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento
conseguinte, revogá-lo, e não o anular. do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e perfeito
Diferentemente da revogação, que mantém incidência se torna inconveniente ao interesse público, a administração pública
somente sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto poderá suprimi-lo por meio da revogação.
os atos discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado A revogação resulta de um controle de conveniência e
pelo fato de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de oportunidade do ato administrativo promovido pela própria
legalidade. Administração que o editou.
Em relação à competência, a anulação do ato administrativo É fundamental compreender que a revogação somente pode
viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que
Poder Judiciário. quando a administração está à frente do motivo que ordena a
Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando prática do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória,
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de não lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de
autotutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do analisar a conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo.
STF: Desta maneira, não havendo possibilidade de análise de mérito
para a edição do ato, essa abertura passará a não existir para que o
PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ato seja desfeito pela revogação.

a Administração Pública pode declarar Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a
Súmula 346
a nulidade dos seus próprios atos. princípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a
a Administração pode anular seus qualquer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de
próprios atos, quando eivados de vícios certos limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia
que os tornam ilegais, porque deles não Zanella Di Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos:
se originam direitos; ou revogá-los, por a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a
Súmula 473 análise de conveniência e oportunidade;
motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não
ressalvada, em todos os casos, a apreciação retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam
judicial. próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando
transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público,
após o gozo do direito, não há como revogar o ato;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem Artigo 54. O direito da administração de anular os atos
o praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
autoridade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticou deixou de ser competente para revogá-lo; praticados, salvo comprovada má-fé.
d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados, §1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
lei; §2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer
e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada medida de autoridade administrativa que importe impugnação à
novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior; validade do ato.”
f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF. O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai
no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi praticado.
– Convalidação Isso significa que durante esse decurso, o administrado permanecerá
É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando submetido a revisões ou anulações do ato administrativo que o
por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, beneficia.
inclusive aqueles que foram gerados antes da providência Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial,
saneadora. Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc, o administrado poderá ter suas relações com a administração
uma vez que retroage à data da edição do ato original, mantendo- consolidadas contando com a proteção da segurança jurídica.
lhe todos os efeitos. Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento
razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu:
efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez, “No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante
passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos. dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente
Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração
sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não
anuláveis. para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem
À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi que estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em
incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão, decadência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina
o art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a do Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da
possibilidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático
sanáveis, levando em conta que tal providência não acarrete lesão de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético,
ao interesse público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive,
destinada à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável
tem sido aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da o fato de que o Poder Público não se submente também a essa
existência de dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo
analogia com a esfera federal e também com fundamento na decurso do tempo.”
prevalência doutrinária vigente. Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe
Assim, é de suma importância esclarecermos que a de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux
jurisprudência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e
determinadas lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em Administração Pública, suprimindo da administração o poder de usar
decorrência do princípio da segurança jurídica. abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato administrativo, o
que proporciona maior equilíbrio entre as partes interessadas.
Decadência Administrativa Em resumo, é de grande importância o posicionamento
O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um adotado pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só
direito existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo tempo, propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de
determinado em lei e também pela vontade das próprias partes contagem do prazo decadencial.
e, ainda no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu
titular, que não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido
pela lei. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, INDIRETA E FUNDACIONAL
Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como
sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a Administração direta e indireta
única forma de expressão do direito coincide conaturalmente A princípio, infere-se que Administração Direta é correspondente
com o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas que
confunde com o exercício da ação para manifestá-lo”. executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O
Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a
disposto legal sobre a decadência do direito de a administração compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto
pública anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do
vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos: Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade
administrativa de maneira centralizada.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as distinção entre as Fundações de direito público ou de direito
Administrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa privado. O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as
de maneira descentralizada. fundações da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser ligação com a Administração Pública.
exercidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como
personalidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada
a particulares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de somente às entidades de direito público como um todo. Registra-se
direito público ou de direito privado para esta finalidade. Optando que o foro de ambas é na Justiça Federal.
pela segunda opção, as novas entidades passarão a compor a
Administração Indireta do ente que as criou e, por possuírem Administração fundacional é o conjunto de normas, princípios
como destino a execução especializado de certas atividades, são e procedimentos que regem a criação, a organização, o funciona-
consideradas como sendo manifestação da descentralização por mento e o controle das fundações públicas. As fundações públicas
serviço, funcional ou técnica, de modo geral. são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito públi-
co ou de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas pelo poder
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agen- público com patrimônio próprio, destinado ao desempenho de ati-
tes do Estado que procuram satisfazer as necessidades da socieda- vidades de interesse público, como educação, cultura, saúde, pes-
de, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras quisa, etc.
palavras, administração pública é a gestão dos interesses públicos As fundações públicas são integrantes da administração públi-
por meio da prestação de serviços públicos, sendo dividida em ad- ca indireta, e estão sujeitas à tutela ou ao controle finalístico do
ministração direta e indireta. órgão ou entidade da administração direta a que se vinculam. As
fundações públicas devem observar os princípios constitucionais da
Dica de Estudo: FASE legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
Fazem parte da Administração Pública Indireta: bem como as normas específicas que regulam a sua criação, extin-
F - FUNDAÇÕES PÚBLICAS ção, gestão, fiscalização e prestação de contas.
A - AUTARQUIAS
S - SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
E - EMPRESA PÚBLICA CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Fundações e outras entidades privadas delegatárias


Identifica-se no processo de criação das fundações privadas, Controle Interno1
duas características que se encontram presentes de forma O controle sobre os órgãos da Administração Direta é um
contundente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um controle interno e decorre do poder de autotutela que permite
instituidor e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa. à Administração Pública rever os próprios atos quando ilegais,
O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de inoportunos ou inconvenientes. É o poder de fiscalização e correção
1988 conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito que os Poderes exercem sobre seus próprios atos e agentes, ou
predominantemente de direito privado, sendo que a Constituição seja, é uma espécie de autocontrole.
Federal dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades O controle interno é aquele exercido por órgãos de um Poder
de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autorização sobre condutas administrativas produzidas dentro de sua esfera.
da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso das Desse modo, o controle que um órgão ministerial exerce sobre
autarquias. os vários departamentos administrativos que o compõem, se
Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que caracteriza como interno, e isso porque todos integram o Poder
a Fundação Pública poderá ser criada de forma direta por meio Executivo.
de lei específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica No Judiciário, por exemplo, é controle interno o que a
de direito público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Corregedoria exerce sobre os atos dos serventuários da Justiça. Esse
Fundação Autárquica. tipo de controle prescinde de lei expressa, porque a Constituição,
– Observação importante: a autarquia é definida como no art. 74, dispõe que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
serviço personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é devem manter, integradamente, o sistema de controle interno.
conceituada como sendo um patrimônio de forma personificada O controle interno é formado pelas estruturas de controle
destinado a uma finalidade específica de interesse social. existentes nos órgãos e entidades da Administração.
Na Administração Pública Federal, o controle interno foi
Vejamos como o Código Civil determina: estabelecido pelos arts. 76 a 80 da Lei n. 4.320/64, sendo exercido
Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...) prévia, concomitante e posteriormente, sem prejuízo da atuação do
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; controle externo.
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

1 Couto, Reinaldo, e Álvaro do Canto Capagio. Curso de Direito


Administrativo. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Editora
Saraiva, 2022.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O controle interno avalia o cumprimento das metas dos O Controle Externo Federal será exercido pelo Congresso
instrumentos orçamentários, comprova a legalidade, avalia a Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU);
eficácia e eficiência da gestão orçamentária financeira e patrimonial entretanto essa Corte de Contas não é subordinada ao Parlamento,
e avalia a aplicação de recursos públicos por pessoas jurídicas pois, como já se sabe, as suas atribuições decorrem diretamente da
de direito privado. Interessante notar que, no âmbito do Poder Carta Maior (art. 71 da CF/88).
Executivo, exerce a fiscalização das operações de crédito, avais e Quanto ao controle externo, no modelo adotado na República
garantias, bem como dos direitos e haveres. Federativa do Brasil, cabe enfatizar que figuram entre as funções
Além disso, o controle interno tem o dever de apoiar o típicas do Congresso Nacional o exercício da competência legislativa
controle externo na sua missão institucional, tendo também os e a função fiscalizatória, proclamadas, respectivamente, nos arts.
seus responsáveis, sob pena de responsabilização solidária, o dever 59 e 70 da Lei Maior.
funcional de dar ciência ao Tribunal de Contas das irregularidades Os Tribunais de Contas não têm atribuição jurisdicional, o seu
ou ilegalidades de que tiverem conhecimento. processo tem natureza administrativa.
O art. 71, caput, da Constituição Federal, enuncia que o controle
O sistema de controle interno do Poder Executivo Federal foi externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
regulamentado pela Lei n. 10.180/2001. O art. 19, caput, do diploma do Tribunal de Contas da União. Com efeito, o Tribunal de Contas da
legal dispõe que o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo União não é um órgão auxiliar, no sentido de subalternidade; é um
Federal visa à avaliação da ação governamental e da gestão dos órgão autônomo, tanto que lhe foram atribuídas as prerrogativas de
administradores públicos federais, por intermédio da fiscalização autogoverno própria dos tribunais integrantes do Poder Judiciário
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, e a (CF, arts. 73 e 96).
apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Assim, o controle externo exercido pelo Poder Legislativo
A coordenação e gestão do Sistema de Controle Interno do Poder Federal desdobra-se em duas vertentes: o controle político,
Executivo Federal compete à Controladoria-Geral da União, realizado pelas Casas Legislativas, e o controle técnico, exercido
conforme o art. 51, XII, da Lei n. 13.844/2019. com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Tal organização de
competências reflete-se na relação entre as casas legislativas e
O controle interno, quando bem realizado, reduz a necessidade cortes de contas dos outros entes federados.
de análises demoradas, ou seja, que podem refletir no bom As competências constitucionais das cortes de contas
andamento das atividades do órgão auditado, pelo controle externo. classificam-se em parajudicial (porquanto órgão administrativo)
Os agentes públicos do controle exercido no âmbito do próprio e fiscalizadora. A função parajudicial é desempenhada sobretudo
Poder devem ter autonomia e independência técnica na sua atuação, quando julgam esses órgãos julgam as contas dos administradores e
pois não é possível a realização de um bom controle quando existe demais responsáveis por bens, dinheiros e valores públicos.
dependência entre o agente fiscalizador e o fiscalizado.
O controle interno utiliza-se da autotutela para garantir a Na seara das licitações e contratos, as frentes de atuação
observância ao que fora estabelecido na lei e para garantir que do controle interno e externo organizam-se em linhas de defesa,
a função administrativa observou critérios de conveniência e indigitadas no art. 169 da Lei n. 14.133/2021, com vistas à gestão
oportunidade. de riscos, controle preventivo de legalidade, eficiência, eficácia e
A anulação e a revogação dos atos administrativos ilegais ou efetividade das contratações públicas:
inconvenientes e inoportunos são faces do controle interno, bem – Primeira linha de defesa: integrada por servidores e
como o controle finalístico das entidades estatais que possuem empregados públicos, agentes de licitação e autoridades que atuam
personalidade própria, mas estão vinculadas a uma pasta ministerial. na estrutura de governança do órgão ou entidade;
– Segunda linha de defesa, integrada pelas unidades de
Controle Externo assessoramento jurídico e de controle interno do próprio órgão ou
É o controle dos atos da Administração exercido pelos entidade;
Poderes Legislativo e Judiciário. O controle externo é o dever- – Terceira linha de defesa, integrada pelo órgão central de
poder conferido constitucionalmente e instituído por lei como controle interno da Administração e pelo tribunal de contas.
competência específica de determinados Poderes e órgãos, tendo
por objeto identificar e prevenir defeitos ou aperfeiçoar a atividade O dispositivo conforma-se ao conceito de barreiras de
administrativa, promovendo as medidas necessárias para tanto. contenção sucessivas, sendo a primeira barreira inerente aos
agentes de contratação e a última ao órgão de controle externo.
Ocorre o Controle Externo quando o órgão fiscalizador se
situa em Administração diversa daquela de onde a conduta Controle Social2
administrativa se originou. As normas jurídicas, tanto constitucionais como legais, têm
contemplado a possibilidade de ser exercido controle do Poder
É o controle externo que dá bem a medida da harmonia que Público, em qualquer de suas funções, por segmentos oriundos
deve reinar entre os Poderes, como o impõe o art. 2º da CF. Por da sociedade. É o que se configura como controle social, assim
envolver aspectos que de alguma forma atenuam a independência denominado justamente por ser uma forma de controle exógeno do
entre eles, esse tipo de controle está normalmente contemplado Poder Público nascido das diversas demandas dos grupos sociais.
na Constituição. É o caso do controle do Judiciário sobre atos do
Executivo em ações judiciais. Ou do Tribunal de Contas sobre atos
do Executivo e do Judiciário. 2 Filho, José dos Santos C. Manual de Direito Administrativo. Disponí-
vel em: Minha Biblioteca, (36th edição). Grupo GEN, 2022.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É um poderoso instrumento democrático, permitindo a Os exemplos significativos acima mencionados demonstram o


efetiva participação dos cidadãos em geral no processo de processo de evolução do controle social, como meio democrático
exercício do poder. Apesar de apesar de vir se revelando apenas de participação da sociedade na gestão do interesse público. Trata-
incipiente, já se vislumbra a existência de mecanismos jurídicos se, com efeito, de um processo, em que cada etapa representa um
que, gradativamente, vão inserindo a vontade social como fator fator de ampliação desse tipo de controle.
de avaliação para a criação, o desempenho e as metas a serem É importante, contudo, que o Poder Público reduza cada vez
alcançadas no âmbito de algumas políticas públicas. mais sua postura de imposição vertical, admitindo a cogestão
Em relação à função legislativa, é tradicional o instrumento comunitária das atividades de interesse coletivo, e que a sociedade
da iniciativa popular (art. 61, §2º, da Constituição Federal), muito também se organize para realçar a expressão de sua vontade e
embora não seja empregado com a frequência proporcional à a indicação de suas demandas, fazendo-se ouvir e respeitar no
quantidade de propostas legislativas exigidas pelas inúmeras âmbito dos poderes estatais.
demandas sociais. Importante ilustrar que, em razão do intenso debate produzido,
A ampliação do controle social, contudo, tem incidido de forma que o STF, decidiu (Recurso Extraordinário - RE 1055941) no sentido
mais expressiva sobre a função administrativa, ou seja, sobre o da legitimidade do compartilhamento de dados bancários e fiscais do
Estado-Administração. contribuinte entre, de um lado, a Receita Federal e outros órgãos de
A Constituição prevê, por exemplo, a edição de lei que regule as controle financeiro, como a Unidade de Inteligência Financeira (UIF,
formas de participação do usuário na administração direta e indireta, que substituiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras –
conforme art. 37, §3º. A Lei nº 13.460/2017 passou a regular as COAF), e, de outro, o Ministério Público, para apuração da eventual
formas de participação. Da mesma maneira, ocorre em relação às prática de ilícitos penais. Entendeu-se que, embora consagrada a
ações e serviços de saúde, cujo sistema deve admitir a participação proteção à intimidade e à vida privada (art. 5º, X, CF), bem como
da comunidade (art. 198, III, CF), o que foi regulamentado pela Lei à inviolabilidade de dados (art. 5º, XII, CF), tais garantias não são
nº 8.142, de 28.12.1990. absolutas e, por isso, não podem servir de escudo para a prática de
A participação social é também prevista no sistema da atividades criminosas.
seguridade social, ao qual se deve conferir caráter democrático e
cogestão entre Administração e administrados (art. 194, VII), com
regulamentação pela Lei nº 8.212/1991 (Lei da Seguridade Social). CONTRATO ADMINISTRATIVO
Em sede infraconstitucional, a legislação também tem voltado
suas atenções para o controle social. Como exemplo, podemos
citar a Lei no 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) que, inclui, No desempenho da função administrativa, o Poder Público
dentre os objetivos da política urbana, a gestão democrática empraza diversas relações jurídicas com pessoas físicas e jurídicas,
com a participação das comunidades na formulação, execução e públicas e privadas. A partir do momento em que tais relações se
acompanhamento dos planos de desenvolvimento urbano (art. 2o, constituem por intermédio da manifestação bilateral da vontade das
II). A Lei no 11.445/2007 expressa, como princípio, o controle social partes, afirmamos que foi celebrado um contrato da Administração.
(art. 2o, X), que define como sendo os mecanismos que garantem à Denota-se que os contratos da Administração podem ser nas
sociedade informações e participação na formulação, planejamento formas:
e avaliação dos serviços de saneamento básico (art. 3o, IV). A Lei no – Contratos Administrativos: são aqueles comandados pelas
9.784/1999, que regula o processo administrativo federal, admite, normas de Direito Público.
em situações de interesse geral, a consulta pública (art. 31) e a – Contratos de Direito Privado firmados pela Administração:
audiência pública (art. 32), instrumentos relevantes de controle são aqueles comandados por normas de Direito Privado.
social e participação comunitária nas atividades da Administração.
Por último, a Lei no 12.587/2012 previu a participação da sociedade — Princípios
civil no planejamento, fiscalização e avaliação da Política Nacional
de Mobilidade Urbana, através de Princípio da legalidade
(a) órgãos colegiados constituídos de representantes do Disposto no art. 37 da CRFB/1988, recebe um conceito como
governo, da sociedade e dos operadores dos serviços; um produto do Liberalismo, que propagava evidente superioridade
(b) ouvidorias; do Poder Legislativo por intermédio da qual a legalidade veio a ser
(c) audiências e consultas públicas; e bipartida em importantes desdobramentos:
(d) procedimentos sistemáticos de comunicação, avaliação e 1) Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os
prestação de contas (art. 15). atos da Administração;
2) Reserva de lei: a apreciação de certas matérias deve ser
A efetivação do controle social pode ocorrer basicamente de formalizada pela legislação, deletando o uso de outros atos de
duas formas: caráter normativo.
Pelo Controle Natural, executado diretamente pelas
comunidades, quer através dos próprios indivíduos que as integram, Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado
quer por meio de entidades representativas, como associações, como o principal conceito para a configuração do regime jurídico-
fundações, sindicatos e outras pessoas do terceiro setor. administrativo, tendo em vista que segundo ele, a administração
Pelo Controle Institucional, exercido por entidades e órgãos pública só poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos
do Poder Público instituídos para a defesa de interesses gerais da executivos, agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De
coletividade, como é o caso do Ministério Público, dos Procons, da acordo com o princípio em análise, todo ato que não possuir base
Defensoria Pública, dos órgãos de ouvidoria e outros do gênero. em fundamentos legais é ilícito.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípio da impessoalidade inserido pela EC 45/2004), bem como o contrato de gestão no


Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui interior da Administração (art. 37 da CRFB) e com as Organizações
duas interpretações possíveis: Sociais (Lei 9.637/1998).
a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Pública Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que
deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico aos garantem sua eficiência:
particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna
a discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem
da CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao piorar a situação de outrem.
tratamento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas
em posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a de forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número
igualdade material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, §2. °, de pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”).
da Lei 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos
para portadores de deficiência. Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados
b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma
públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação
feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade
toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter do serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros
educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art. aspectos.
37, §1. °, da CRFB: “dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou – Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
servidores públicos”. Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna
Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no
Princípio da moralidade direito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da
atuação administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu
Nesse diapasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 caráter procedimental (procedural due process of law: direito ao
ordena ao administrador nos processos administrativos, a autêntica contraditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais)
“atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa- para, por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due
fé”. Exemplo: a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula process of law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos
Vinculante 13 do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da contra abusos do Estado).
mencionada súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem
em geral não parece apropriado, tendo em vista que o princípio da sendo aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem
moralidade é um princípio geral e aplicável a toda a Administração como da constitucionalidade das leis e dos atos administrativos,
Pública, vindo a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política. demonstrando ser um dos mais importantes instrumentos de
defesa dos direitos fundamentais dispostos na legislação pátria.
Princípio da publicidade O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das
Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos teorias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento
do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art. no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao
2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a homem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito
transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber,
o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vindo na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento
a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos em que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a
praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a proporcionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio
atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos Estado de Direito.
Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Embora haja polêmica em relação à existência ou não de
Direito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais, diferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da
com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados proporcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da
por lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a fungibilidade entre os mencionados princípios que se relacionam
produção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade e forma paritária com os ideais igualdade, justiça material e
de motivação dos atos administrativos. racionalidade, vindo a consubstanciar importantes instrumentos de
contenção dos excessos cometidos pelo Poder Público.
Princípio da eficiência O princípio da proporcionalidade é subdividido em três
Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998, subprincípios:
com o fito de substituir a Administração Pública burocrática a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será
pela Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado
está relacionado de forma íntima com a necessidade de célere pretendido.
efetivação das finalidades públicas dispostas no ordenamento
jurídico. Exemplo: duração razoável dos processos judicial e
administrativo, nos ditames do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição Princípio da autotutela


do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de
alcançar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público rever os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de
terá o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência
fundamentais. e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas
c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma 346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999.
típica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades,
atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual a bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela
restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justificada, própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal
tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental e revogação de ato inconveniente ou inoportuno.
que será efetivado. Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que
esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos
Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse ante à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos
privado (princípio da finalidade pública) particulares de modo geral.
É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional,
tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas Princípios da consensualidade e da participação
categorias: Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade
a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a tornaram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo
necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo fato de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo
justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de a fazer a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais
atividades administrativas que são prestadas à coletividade, como freios contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo
por exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, a atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões
dentre outros. mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a
b) interesse público secundário: trata-se do interesse do responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os
próprio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra- comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos.
se ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o
implementado através de atividades administrativas instrumentais Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio
que são necessárias ao atendimento do interesse público primário. a assumir um importante papel no condizente ao processo de
Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes identificação de interesses públicos e privados que se encontram
público e ao patrimônio público. sob a tutela da Administração Pública.
Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualidade
Princípio da continuidade e da participação, a administração termina por voltar-se para a
Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações
tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para
ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou
satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação. entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando
Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço o ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do
público, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador interesse público, mas sim em forma de atividade aberta para a
do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o colaboração dos indivíduos, passando a ter importância o momento
serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigentes do consenso e da participação.
e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito às De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na
condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade tomada de decisões administrativas está refletido em alguns
pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que institutos jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de
o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular. informações, conselhos municipais, ombudsman, debate público,
Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não assessoria externa ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-
impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente se: a decisão final é do Poder Público; entretanto, ele deverá
e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser orientar sua decisão o mais próximo possível em relação à síntese
prestado sempre na medida em que a necessidade da população extraída na audiência do interesse público. Nota-se que ocorre
vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da a ampliação da participação dos interessados na decisão”, o que
necessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser poderá gerar tanto uma “atuação coadjuvante” como uma “atuação
prestado sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a determinante por parte de interessados regularmente habilitados à
população necessita de forma permanente da disponibilidade participação” (MOREIRA NETO, 2006, p. 337-338).
do serviço. Exemplos: hospitais, distribuição de energia, limpeza Desta forma, o princípio constitucional da participação é o
urbana, dentre outros. pioneiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico-
políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos
seus institutos participativos e consensuais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da 1) Comutativo: trata-se dos contratos de prestações certas e
boa-fé determinadas. Possui prestação e contraprestação já estabelecidas
Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da e equivalentes. Nesta espécie de contrato, as partes, além de
boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si. receberem da outra prestação proporcional à sua, podem apreciar
O princípio da segurança jurídica está dividido em dois sentidos: imediatamente, verificando previamente essa equivalência.
a) objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em Ressalta-se que o contrato comutativo se encontra em discordância
conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido, do contrato aleatório que é aquele contrato por meio do qual, as
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB); partes se arriscam a uma contraprestação que por ora se encontra
b) subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas desconhecida ou desproporcional, dizendo respeito a fatos futuros.
relacionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais. Exemplo: contrato de seguro, posto que uma das partes não sabe
se terá que cumprir alguma obrigação, e se tiver, nem sabe qual
Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções: poderá ser.
a) objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos Com referência a esse tipo de contrato, aduz o art. 4 do
particulares; Decreto-Lei n.7.568/2011:
b) subjetiva: está ligada a relação com o caráter psicológico Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse
daquele que atuou em conformidade com o direito. Esta com entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de
caracterização da confiança legítima depende em grande parte da chamamento público a ser realizado pelo órgão ou entidade
boa-fé do particular, que veio a crer nas expectativas que foram concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que
geradas pela atuação do Estado. tornem mais eficaz o objeto do ajuste. (Redação dada pelo Decreto
n. 7.568, de 2011)
Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifica-
se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização 2) Oneroso: por ter natureza bilateral, comporta vantagens
abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que terminam para ambos os contraentes, tendo em vista que estes sofrem um
por surpreender os seus receptores. sacrifício patrimonial equivalente a um proveito almejado. Existe
Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança um benefício recebido que corresponde a um sacrifício, por meio
jurídica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, do qual, as partes gozam de benefícios e deveres. Ocorre de forma
com supedâneo em fundamento constitucional que se encontra contrária do contrato gratuito, como a doação, posto que neste, só
implícito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° uma das partes possui obrigação, que é entregar o bem, já a outra,
da CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico não tem.
perfeito e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da 3) Formal: é dotado de condições específicas previstas na
CRFB/1988. legislação para que tenha validade. A formalização do contrato
Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o encontra-se paramentada no art. 60 Lei 8.666/1993. Denota-se, por
princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei oportuno, que o contrato administrativo é celebrado pela forma
9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança escrita, nos ditames art. 60, parágrafo único.
legítima, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:
Características
a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar A doutrina não é unânime quanto às características dos
no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos: contratos administrativos. Ainda assim, de modo geral, podemos
confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente; aduzir que são as seguintes:
confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação A) Presença da Administração Pública – nos contratos
jurídica que mantém com a Administração; ou confiança do afetado administrativos, a Administração Pública atua na relação contratual
de que as suas expectativas são razoáveis; na posição de Poder Público, por esta razão, é dotada de um rol de
b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade prerrogativas que acabam por a colocar em posição de hierarquia
administrativa, que, independentemente do caráter vinculante, diante do particular, sendo que tais prerrogativas se materializam
orientam o cidadão a adotar determinada conduta; nas cláusulas exorbitantes;
c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma B) Finalidade pública – do mesmo modo que nos contratos de
situação jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao direito privado, nos contratos administrativos sempre deverá estar
patrimônio jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade presente a incessante busca da satisfação do interesse público, sob
é confiável; pena de incorrer em desvio de poder;
d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a C) Procedimento legal – são estabelecidos por meio de
confiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou lei procedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos
tolerância da Administração); e contratos administrativos, que contém, dentre outras medidas,
e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e autorização legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização
obrigações no caso. pela autoridade competente, indicação de recursos orçamentários
e licitação;
Elementos D) Bilateralidade – independentemente de serem de direito
Aduz-se que sobre esta matéria, a lei nada menciona a respeito, privado ou de direito público, os contratos são formados a partir de
porém, a doutrina tratou de a conceituar e estabelecer alguns manifestações bilaterais de vontades da Administração contratante
paradigmas. Refere-se à classificação que a doutrina faz do contrato e do particular contratado;
administrativo. Desta forma, o contrato administrativo é:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

E) Consensualidade – são o resultado de um acordo de vontades Todo contrato administrativo tem natureza de contrato
plenas e livres, e não de ato impositivo; de adesão, pois todas as cláusulas contratuais são fixadas pela
F) Formalidade – não basta que haja a vontade das partes para Administração. Contrato de adesão é aquele em que todas as
que o contrato administrativo se aperfeiçoe, sendo necessário o cláusulas são fixadas por apenas uma das partes, no caso do
cumprimento de determinações previstas na Lei 8.666/1993; contrato administrativo, a Administração.
H) Onerosidade – o contrato possui valor econômico
convencionado; Prazo
I) Comutatividade – os contratos exigem equidade das Tendo em vista que os contratos administrativos devem ter
prestações do contratante e do contratado, sendo que estas devem prazo determinado, sua vigência deve ficar adjunta à vigência dos
ser previamente definidas e conhecidas; respectivos créditos orçamentários. Assim sendo, em regra, os
J) Caráter sinalagmático – constituído de obrigações recíprocas contratos terão duração de um ano, levando em conta que esse é o
tanto para a Administração contratante como para o contratado; prazo de vigência dos créditos orçamentários que são passados aos
K) Natureza de contrato de adesão – as cláusulas dos contratos órgãos e às entidades. Nos ditames da Lei 4.320/1964, o crédito
administrativos devem ser fixadas de forma unilateral pela orçamentário tem duração de um ano, vindo a coincidir com o ano
Administração. civil.
Registra-se que deve constar no edital da licitação, a minuta do Entretanto, o art. 57 da Lei 8.666/1993 determina outras
contrato que será celebrado. Desta maneira, os licitantes ao fazerem situações que não seguem ao disposto na regra acima. Vejamos:
suas propostas, estão acatando os termos contratuais estabelecidos – Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas
pela Administração. Ainda que o contrato não esteja precedido metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser
de licitação, a doutrina aduz que é sempre a administração quem prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso
estabelece as cláusulas contratuais, pelo fato de estar vinculada às tenha sido previsto no ato convocatório;
normas e também ao princípio da indisponibilidade do interesse – À prestação de serviços a serem executados de forma
público; contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e
L) Caráter intuitu personae – por que os contratos sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições
administrativos são firmados tomando em conta as características mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;
pessoais do contratado. Por esta razão, de modo geral, é proibida (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998);
a subcontratação total ou parcial do objeto contratado, a – Ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de
associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, cuja (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. De
desobediência é motivo para rescisão contratual (art. 78, VI, Lei acordo com a Carta Magna, toda programação de longo prazo do
8.666/1993). Entretanto, a regra anterior é amparada pelo art. 72 Governo tem o dever de estar contida do plano plurianual. Desta
da mesma lei, que determina a possibilidade de subcontratação de maneira, estando o contrato contemplado nessa programação a
partes de obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido pela longo prazo – PPA –, sua duração será estendida enquanto existir a
Administração. Aduz-se que a possibilidade de subcontratação é previsão nessa lei específica.
abominada pela doutrina, tendo em vista vez que permite que uma
empresa que não participou por meios legais da licitação de forma Em relação aos serviços contínuos na Administração Pública,
indireta, acabe contratando com o Poder Público, o que ofende denota-se que são aqueles que exigem uma permanência do
o princípio da licitação previsto no art. 37, XXI, da Constituição serviço. Sendo uma espécie de serviço que é mais coerente manter
Federal. por um período maior ao invés de ficar renovando e trocando todos
os anos. Por isso, em razão da Lei n. 12.349/2010, foi acrescentado
Formalização mais um dispositivo que determina que o contrato pode ter duração
Em regra, os contratos administrativos são precedidos da superior a um ano, que é a regra geral.
realização de licitação, ressalvado nas hipóteses por meio das quais
a lei estabelece a dispensa ou inexigibilidade deste procedimento. Alteração
Além disso, a minuta do futuro contrato a ser firmado pela Em consonância com o art. 65 da Lei 8.666/1993, Lei de
Administração com o licitante vencedor, constitui anexo do edital Licitações, a Administração Pública possui o poder de fazer
de licitação, dele sendo parte integrante (art. 40, §2º, III). alterações durante a execução de seus contratos de maneira
Os contratos administrativos são em regra, formais e escritos. unilateral, independentemente da vontade do ente contratado.
Registre-se que que o instrumento de contrato, á ato obrigatório Infere-se aqui, que o contrato administrativo possui o condão
nas situações de concorrência ou de tomadas tomada de preços, de ser alterado unilateralmente ou por meio de acordo. Além disso,
bem como ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de ressalte-se que as alterações unilaterais podem ser de ordem
licitação, nas quais os valores contratados estejam elencados nos qualitativa ou quantitativa. Vejamos o dispositivo legal acerca do
limites daquelas duas modalidades licitatórias. assunto:
Aduz-se que nos demais casos, o termo de contrato será Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,
facultativo, fato que enseja à Administração adotar o instrumento com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
contratual ou, ainda, vir a optar por substituí-lo por outro I - unilateralmente pela Administração:
instrumento hábil a documentar a avença, conforme quadro a a) quando houver modificação do projeto ou das especificações,
seguir (art. 62, §2º): para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) quando necessária a modificação do valor contratual em contratual. Desta maneira, a inexecução sem culpa do contratado
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, virá a acarretar a revisão contratual, caso tenha havido alteração do
nos limites permitidos por esta Lei; equilíbrio econômico-financeiro.
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; Prorrogação
b) quando necessária a modificação do regime de execução Via regra geral, os contratos administrativos regidos pela Lei
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face 8.666/1993 possuem duração determinada e vinculada à vigência
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais dos respectivos créditos orçamentários. No entanto, há exceções a
originários; essa regra nas seguintes situações:
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, a) Quando o contrato se referir à execução dos projetos cujos
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou convocatório (art. 57, I);
serviço; b) Quando o contrato for relativo à prestação de serviços a
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da prorrogada por iguais e sucessivos períodos visando à obtenção de
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico- a 60 meses (art. 57, II);
financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos c) No caso do aluguel de equipamentos e da utilização de
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, programas de informática, podendo a duração estender-se pelo
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em prazo de até 48 meses após o início da vigência do contrato (art.
caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando 57, IV);
álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada d) Nos contratos celebrados com dispensa de licitação pelos
pela Lei nº 8.883, de 1994) seguintes motivos:
I) possibilidade de comprometimento da segurança nacional;
Desta maneira, percebe-se que o contrato administrativo II) para as compras de material de uso das forças armadas,
permite de forma regulamentada, que haja alteração em suas exceto materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver
cláusulas durante sua execução. Registre-se que contrato não é um necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de
documento rígido e inflexível, tendo em vista que o mesmo pode apoio logístico naval, aéreo e terrestre;
sofrer alterações para que venha a se adequar às modificações que III) para o fornecimento de bens e serviços, produzidos
forem preciso durante a execução contratual. Além disso, a lei fixa ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
percentuais por meio dos quais a Administração pode promover complexidade tecnológica e defesa nacional;
alterações no objeto do contrato, restando o contratado obrigado a IV) para contratação de empresas relacionadas à pesquisa e
acatar as modificações realizadas, desde que dentro dos percentuais desenvolvimento tecnológico, conforme previsto nos arts. 3º, 4º, 5º
fixados pela legislação. e 20 da Lei 10.973/2004.

Revisão Denota-se que esses contratos terão vigência por até 120
A princípio, denota-se que as causas que justificam a meses, por interesse da Administração (art. 57, V, dispositivo
inexecução contratual possuem o condão de gerar apenas a incluído pela Lei 12.349, de 2010).
interrupção momentânea da execução contratual, bem como a É importante registrar que em se tratando de casos de contratos
total impossibilidade de sua conclusão com a consequente rescisão. celebrados com dispensa de licitação por motivos de emergência
Em tais situações, pelo ato de as situações não decorrem de ou calamidade pública, a duração do contrato deverá se estender
culpa do contratado, este poderá vir a paralisar a execução de apenas pelo período necessário ao afastamento da urgência, tendo
forma que não seja considerado descumpridor. Assegurado pela prazo máximo de 180 dias, contados da ocorrência da emergência
CFB/1988, em seu art. 37, XXI, o equilíbrio econômico-financeiro ou calamidade, vedada a sua prorrogação (art. 24, IV).
da relação contratual consiste na manutenção das condições Embora a lei determine a proibição da prorrogação de contrato
de pagamento estabelecidas quando do início do contrato, de com fundamento na dispensa de licitação por emergência ou
forma que a relação se mantenha estável entre as obrigações do calamidade pública, ressalta-se que o TCU veio a consolidar
contratado e haja correta e justa retribuição da Administração pelo entendimento de que pode haver exceções a essa regra em algumas
fornecimento do bem, execução de obra ou prestação de serviço. hipóteses restritas, advindas de fato superveniente, e também,
Havendo qualquer razão que cause a alteração do contrato sem desde que a duração do contrato se estenda por período de tempo
que o contratado tenha culpa, tal razão terá que ser restabelecida. razoável e suficiente para enfrentar a situação emergencial (AC-
Registra-se que essa garantia é de cunho constitucional. Nesse 1941-39/07-P).
sentido, caso o contrato seja atingido por acontecimentos Em análise ao art. 57, §3º, da Lei 8.666/1993, percebe-se que
posteriores à sua celebração, vindo a onerar o contratado, o este proíbe a existência de contrato administrativo com prazo
equilíbrio econômico-financeiro inicial deverá, nos termos legais de vigência indeterminado. No entanto, tal regra não é aplicada
que lhe assiste, ser restabelecido por intermédio da recomposição ao contrato de concessão de direito real de uso de terrenos
públicos para finalidades específicas de regularização fundiária de
interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios
comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras de atualização monetária entre a data do adimplemento das
modalidades de interesse social em áreas urbanas, que poderá ser obrigações e a do efetivo pagamento.
firmado por tempo certo ou indeterminado (Decreto-lei 271/1967,
art. 7º, com redação dada pela Lei 11.481/2007). Execução e inexecução
Afirma-se que a princípio, as partes devem se prestar ao fiel Por determinação legal a execução do contrato será
cumprimento dos prazos previstos nos contratos. Entretanto, acompanhada e também fiscalizada por um representante advindo
existem situações nas quais não é possível o cumprimento da da Administração designado, sendo permitida a contratação de
avença no prazo originalmente previsto. Ocorrendo isso, a lei terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações relativas a essa
admite a prorrogação dos prazos contratuais, desde que tal fato atribuição.
seja justificado e autorizado de forma antecedente pela autoridade Deverá ser anotado em registro próprio todas as ocorrências
competente para celebrar o contrato, o que é aceito pela norma pertinentes à execução do contrato, determinando o que for preciso
nos casos em que houver (art. 57, §1º): à regularização das faltas bem como dos defeitos observados.
A) alteração do projeto ou especificações, pela Administração; Ressalta-se, que tanto as decisões como as providências que
B) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho ultrapassarem a competência do representante deverão ser
à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições requeridas a seus superiores em tempo suficiente para a adoção
de execução do contrato; das medidas que se mostrarem pertinentes.
C) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo Em relação ao contratado, deverá manter preposto, admitido
de trabalho por ordem e no interesse da Administração; aumento pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-
das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites lo na execução contratual. O contratado possui como obrigação o
permitidos por essa Lei; dever de reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas
D) impedimento de execução do contrato por fato ou ato custas, no total ou em parte, o objeto do contrato no qual forem
de terceiro reconhecido pela Administração em documento encontrados vícios, defeitos ou incorreções advindas da execução
contemporâneo à sua ocorrência; omissão ou atraso de providências ou de materiais empregados.
a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos Além do exposto a respeito do contratado, este também é
de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis a terceiros, advindos de sua culpa ou dolo na execução contratual,
aos responsáveis. não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou
o acompanhamento por meio do órgão interessado. O contratado
Renovação também se encontra responsável pelos encargos trabalhistas,
Cuida-se a renovação do contrato da inovação no todo ou em previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do
parte do ajuste, desse que mantido seu objeto inicial. A finalidade contrato.
da renovação contratual é a manutenção da continuidade do Em se tratando da inexecução do contrato, percebe-se que
serviço público, tendo em vista a admissão da recontratação direta a mesma está prevista no art. 77 da Lei de licitações 8.666/93.
do atual contratado, isso, desde que as circunstâncias a justifiquem Vejamos:
e permitam seu enquadramento numa das hipóteses dispostas Art. 77 - A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
por lei de dispensa ou inexigibilidade de licitação, como acontece rescisão com as consequências contratuais e as previstas em lei ou
por exemplo, quando o contrato original é extinto, vindo a faltar regulamento.
ínfima parte da obra, serviço ou fornecimento para concluída, ou
quando durante a execução, surge a necessidade de reparação ou – Observação importante: Cumpre Ressaltar que a
ampliação não prevista, mas que pode ser feita pelo pessoal e Administração Pública responde solidariamente com o contratado
equipamentos que já se encontram em atividade. pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato.
Via regra geral, a renovação é realizada por meio de nova
licitação, com a devida observância de todas as formalidades legais. Pondera-se que a inexecução pode ocorrer de forma parcial
Ocorrendo isso, a lei impõe vedações ao estabelecimento no edital ou total, posto que ocorrendo a inexecução parcial de uma das
de cláusulas que venham a favorecer o atual contratado em prejuízo partes, não é observado um prazo disposto em cláusula específica
dos demais concorrentes, com exceção das que prevejam sua em havendo a inexecução total, se o contratado não veio a executar
indenização por equipamentos ou benfeitorias que serão utilizados o objeto do contrato. Infere-se que qualquer dessas situações
pelo futuro contratado. são passíveis de propiciar responsabilidade para o inadimplente,
resultando em sanções contratuais e legais proporcionais à falta
Reajuste contratual cometida pela parte inadimplente, vindo tais sanções a variar desde
Reajuste contratual é uma das formas de reequilíbrio as multas, a revisão ou a rescisão do contrato.
econômico-financeiro dos contratos. É caracterizado por fazer parte Registre-se que a inexecução do contrato pode ser o resultado
de uma fórmula prevista no contrato que é utilizada para proteger de um ato ou omissão da parte contratada, tendo tal parte agido
os contratados dos efeitos inflacionários. com negligência, imprudência e imperícia. Podem também ter
Infere-se que a Lei 8.666/1993, no art. 55, III, prevê o reajuste acontecido causas justificadoras por meio das quais o contratante
como cláusula estritamente necessária em todo contrato a que tenha dado causa ao descumprimento das cláusulas contratuais,
estabeleça o preço e as condições de pagamento, os critérios, vindo a agir sem culpa, podendo se desvencilhar de qualquer
responsabilidade assumida, tendo em vista que o comportamento
ocorreu de forma alheia à vontade da parte.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Por fim, ressalte-se que a inexecução total ou parcial do – Observação importante: A anulação possui efeito ex tunc,
contrato enseja à Administração Pública o poder de aplicar as ou seja, retroativo (voltado para o sentido passado), posto que a
sanções de natureza administrativa dispostas no art. 87: lei dispõe que ela acaba por desconstituir os efeitos produzidos e
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a impede que se produzam novos efeitos.
Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao
contratado as seguintes sanções: Revogação
I – advertência; A questão da possibilidade de desfazimento do processo
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou de licitação e do contrato administrativo por meio da própria
no contrato; Administração Pública é matéria que não engloba discussões
III – suspensão temporária de participação em licitação doutrinárias e jurisprudenciais. Inclusive, o controle interno
e impedimento de contratar com a Administração, por prazo dos atos administrativos se encontra baseado no princípio da
não superior a 2 (dois) anos; IV – declaração de inidoneidade autotutela, que se trata do poder-dever da Administração Pública
para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto de revogar e anular seus próprios atos, desde que haja justificação
perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja pertinente, com vistas a preservar o interesse público, bem como
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou sejam respeitados o devido processo legal e os direitos e interesses
a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir legítimos dos destinatários, conforme determina a Súmula 473 do
a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o STF. Vejamos:
prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. – Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
Cláusulas exorbitantes porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
De todas as características, essa é a mais importante. As conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
Cláusulas exorbitantes conferem uma série de poderes para a e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Administração em detrimento do contratado. Mesmo que de Conforme determinação do art. 49 da Lei Federal 8.666/93,
forma implícita, se encontram presentes em todos os contratos assim preceitua quanto ao desfazimento dos processos licitatórios:
administrativos. Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do
São também chamadas de cláusulas leoninas, porque só dão procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de
esses poderes para a Administração Pública, consideradas como interesse público decorrente de fato superveniente devidamente
exorbitantes porque saem fora dos padrões de normalidade, vindo comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta,
a conferir poderes apenas a uma das partes. devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de
O contratado não pode se valer das cláusulas exorbitantes ou terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
leoninas em contrato de direito privado, tendo em vista a ilegalidade Para efeitos de rescisão unilateral do contrato administrativo,
de tal ato, posto que é ilegal nesses tipos de contratos, além disso, por motivos de interesse público, a discricionariedade
as partes envolvidas devem ter os mesmos direitos e obrigações. administrativa exige que a questão do interesse público deve ser
Havendo qualquer tipo de cláusula em contrato privado que atribua justificada em fatos de grande relevância, o que torna insuficiente
direito somente a uma das partes, esta cláusula será ilegal e leonina. a simples alegação do interesse público, se restarem ausentes a
São exemplos de cláusulas exorbitantes: a viabilidade de comprovação das lesões advindas da manutenção do contrato e das
alteração unilateral do contrato por intermédio da Administração, circunstâncias extraordinárias, bem como dos danos irreparáveis ou
sua rescisão unilateral, a fiscalização do contrato, a possibilidade de de difícil reparação.
aplicação de penalidades por inexecução e a ocupação, na hipótese
de rescisão contratual. Extinção e Consequências
Anulação A extinção do contrato administrativo diz respeito ao término
Apenas a Administração Pública detém o poder de executar da obrigação vinculada existente entre a Administração e o
a anulação unilateral. Isso significa que caso o contratado ou contratado, podendo ocorrer de duas maneiras, sendo elas:
outro interessado desejem fazer a anulação contratual, terão A) de maneira ordinária, pelo cumprimento do objeto (ex.:
que recorrer às esferas judiciais para conseguir a anulação. A na finalização da construção de instituição pública) ou pelo
anulação do contrato é advinda de ilegalidade constatada na sua acontecimento do termo final já previsto no contrato (ex.: a data
execução ou, ainda, na fase de licitação, posto que os vícios gerados final de um contrato de fornecimento de forma contínua);
no procedimento licitatório causam a anulação do contrato. B) de maneira extraordinária, pela anulação ou pela rescisão
Nos parâmetros do art. 59 da Lei de Licitações, é demonstrado contratual.
que a nulidade não possui o condão de exonerar a Administração
do dever de indenização ao contratado pelo que este houver feito Em relação à extinção ordinária, denota-se que esta não
até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos causados comporta maiores detalhamentos, sendo que as partes, ao cumprir
comprovados, desde que não lhe seja imputável, vindo a promover suas obrigações, a consequência natural a ocorrer é a extinção do
a responsabilização de quem deu motivo ao ocorrido. Assim sendo, vínculo obrigacional, sem maiores necessidades de manifestação
caso ocorra anulação, o contratado deverá auferir ganhos pelo que por via administrativa ou judicial.
já executou, pois, caso contrário, seria considerado enriquecimento Já a extinção extraordinária do contrato por meio da anulação,
ilícito da Administração Pública. Porém, caso seja o contratado considera-se que a lei prevê consequências diferentes para o caso
que tenha dado causa à nulidade, infere-se que este não terá esse de haver ou não haver culpa do contratado no fato que deu causa à
mesmo direito. rescisão contratual. Existindo culpa do contratado pela rescisão do
contrato, as consequências são as seguintes (art. 80, I a IV):
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1) assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local Os artigos 57, 58 3 65 da Lei 8666/93, aliados aos artigos 9 1e
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; 10 da Lei Federal nº 8987/95, conforme descrição, se completam
2) ocupação e utilização provisória do local, instalações, em relação a esse tema e, se referindo ao princípio da legalidade,
equipamentos, material e pessoal empregados na execução do existe a necessidade de se apreciar os contratos sujeitos aos entes
contrato, necessários à sua continuidade, que deverá ser precedida públicos. Vejamos:
de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Art. 57: A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso (art. 80, §3º); adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto
3) execução da garantia contratual, para ressarcimento da quanto aos relativos:
Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela §1º. Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e
devidos; de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
4) retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
dos prejuízos causados à Administração. financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos,
devidamente autuados em processo:
Em síntese, temos: I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho
EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições
de execução do contrato;
Ordinária Extraordinária III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do
I –Pelo cumprimento do I – Pela anulação; ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
objeto; II – Pela rescisão. IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato,
II – Pelo advento do termo nos limites permitidos por esta Lei; V - impedimento de execução do
final do contrato. contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração
em documento contemporâneo à sua ocorrência; VI - omissão ou
Equilíbrio Econômico-financeiro atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto
Em alusão ao tratamento do equilíbrio econômico-contratual, aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento
a Constituição Federal de 1.988 em seu art. 37, inciso XXI dispõe o ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções
seguinte: legais aplicáveis aos responsáveis.
Art. 37: A administração pública direta e indireta, de qualquer
dos poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos Como se observa, existe previsão explicita na Lei no. 8666/93,
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e art. 57, §1º., I, II, III, IV, V, VI, de que o contrato deve ser equilibrado
eficiência e também, ao seguinte: sempre que houver uma das condições dos incisos I a VI, de forma
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as que o legislador previu quais as hipóteses que se encaixam para o
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante equilíbrio. Entretanto, não apresenta de forma clara, cabendo ao
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições administrador agir com legalidade e bom senso nos casos concretos
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações específicos. No entanto, a aludida previsão não se restringe somente
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ao art. 57, §1º, incisos I, II, III, IV, V e VI da Lei no. 8666/93, tendo
termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação previsão ainda no art. 58 do mesmo diploma legal. Vejamos:
técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das Art. 58: O regime jurídico dos contratos administrativos
obrigações. instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a
Denota-se que os mencionados dispositivos determinam prerrogativa de:
que as condições efetivas da proposta devem ser mantidas, não I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação
tendo como argumentar de maneira contrária no que diz respeito às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do
à legalidade da modificação do valor contratual original, com o contratado;
objetivo de equilibrar o que foi devidamente avençado e pactuado II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no
no momento da assinatura, bem como ao que foi disposto a pagar inciso I do art. 79 desta Lei;
a contratante ao contratado. III – fiscalizar-lhes a execução;
Isso não quer dizer que toda alteração deveria ser feita para IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial
adicionar valor ao contrato original, tendo em vista que também do ajuste;
pode ser para diminuir, isso, desde que se comprove por vias V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente
adequadas que o valor do serviço ou produto contratado se bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto
encontra acima do valor proposto inicialmente, ocasionado por do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
deflação ou queda de valores nos insumos, produtos ou serviços, ou administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na
até mesmo em decorrência de uma desvalorização cambial. Além hipótese de rescisão do contrato Administrativo.
disso, o Poder Público não tem a obrigação de pagar além do que §1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos
se propôs, nem valor menor ao acordado inicialmente, devendo contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia
sempre haver equilíbrio em relação aos pactos contratuais. concordância do contratado.
§2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha
o equilíbrio contratual.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Assim, o legislador ao repetir no art. 58 da Lei 8666/93 o direito alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio
ao equilíbrio contratual, fica bastante clara a preocupação em econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo,
manter a igualdade entre as partes. Note que o parágrafo 2º prevê concomitantemente à alteração.
respeito ao direito do contratado, uma vez que é admitido que a Art. 10º. Sempre que forem atendidas as condições do contrato,
administração, desde que seja motivos de interesse público se considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.
negue a equilibrar um contrato que esteja resultando em prejuízos
ao contratado, desde que o fato do prejuízo se encaixe em uma das Atentos às fundamentações legais, observamos que parte na
hipóteses dispostas no art. 57, Lei no. 8666/93. Proposta que não inicial da Constituição Federal, verifica-se que na Administração
pode ser executada, não é passível de equilíbrio. Pública é possível haver o equilíbrio econômico-financeiro,
Ante o exposto, acrescenta-se ainda que a Lei 8666/93 destaca entretanto, há diversas dúvidas a respeito da utilização do ajuste
o equilíbrio no art. 65, I e II. Vejamos: contratual, principalmente pela ausência de conhecimento da
Art. 65: Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, legislação, o que acaba por causar problemas de ordem econômica,
com as devidas justificativas, nos seguintes casos: tanto em relação ao contratado quanto ao contratante. Registre-se,
I - unilateralmente pela Administração: por fim, que o pacto contratual deve ser mantido durante o período
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, completo de execução, e o equilíbrio financeiro acaba por se tornar
para melhor adequação técnica aos seus objetivos; a ferramenta mais adequada para proporcionar essa condição.
b) quando necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, Convênios e terceirização
nos limites permitidos por esta Lei; Os convênios podem ser definidos como os ajustes entre o
II - por acordo das partes: Poder Público e entidades públicas ou privadas, nos quais estejam
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; estabelecidos a previsão de colaboração mútua, com o fito de
b) quando necessária a modificação do regime de execução realização de objetivos de interesse comum.
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face Não obstante, o convênio possua em comum com o contrato
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais o fato de ser um acordo de vontades, com este não se confunde.
originários; Denota-se que pelo convênio, os interesses dos signatários são
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, comuns, ao passo que nos contratos, os interesses são opostos e
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor contraditórios.
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com Em decorrência de tal diferença de interesses, é que se
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente alude que nos contratos existem partes e nos convênios existem
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou partícipes.
serviço; De acordo com o art. 116 da Lei 8.666/1993, a celebração
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram de convênio, acordo ou ajuste por meio dos órgãos ou entidades
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da da Administração Pública depende de antecedente aprovação de
Administração para a justa remuneração da obra, serviço ou competente plano de trabalho a ser proposto pela organização
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico- interessada, que deverá conter as seguintes informações:
financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos a) identificação do objeto a ser executado;
imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, b) metas a serem atingidas;
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em c) etapas ou fases de execução;
caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando d) plano de aplicação dos recursos financeiros;
álea econômica extraordinária e extracontratual. e) cronograma de desembolso;
f) previsão de início e fim da execução do objeto e, bem assim,
Verifica-se que o art. 65 determina que, de início, deve haver da conclusão das etapas ou fases programadas.
o restabelecimento do que foi pactuado no contrato avençado,
devendo ser dotados de equilíbrio os encargos, bem como a Em relação à terceirização na esfera da Administração Pública,
retribuição da administração para que haja justa remuneração, depreende-se que é exigida do administrador muito cuidado, posto
sendo mantidas as condições originais do termo contratual. Em se que, embora haja contrariamento ao art. 71 da Lei 8.666/93, a
tratando, especificamente da concessão de serviço público, a Lei dívida trabalhista das empresas terceirizadas acabam por recair
8.987/95 dispõe no art. 9º a revisão de tarifa como uma forma de sobre o órgão tomador dos serviços, que é o que chamamos
equilíbrio financeiro. Vejamos: de responsabilidade subsidiária. Assim sendo, o administrador
Art. 9º: A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo público deverá exigir garantias, bem como passar a acompanhar
preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras o cumprimento das obrigações trabalhistas advindos da empresa
de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. §2º. Os prestadora de serviços, com fito especial quando do encerramento
contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim do contrato.
de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. §3º. Ressalvados Registre-se que a responsabilidade subsidiária pela tomadora
os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de dos serviços é o que entende a Justiça do trabalho, com base no
quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da Enunciado nº 331, item IV editado pelo Tribunal Superior do
proposta, quando comprovado seu impacto, implicara a revisão da Trabalho – TST, que aduz:
tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. §4º. Em havendo “O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das Estado, 8como por exemplo, como se deu com o serviço de loterias.
empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que O elemento formal, por sua vez, também foi bastante atingido, na
haja participado da relação processual e constem também do título forma que aduz que nem todos os serviços públicos são prestados
executivo judicial.” sob regime de exclusividade pública, como por exemplo, a aplicação
Com fulcro no Enunciado retro citado, denota-se que de algumas normas de direito do consumidor e de direito civil a
incontáveis são as decisões condenatórias à Administração Pública, contratos feitos entre os particulares e a entidade prestadora de
em relação ao pagamento de obrigações trabalhistas que cabem de serviço público de forma geral.
forma original à empresa prestadora de serviços, onerando o erário, Assim sendo, em razão dessas inovações, os autores passaram,
vindo a contrariar o que se espera da Terceirização que é a redução por sua vez, a comentar em crise na noção de serviço público.
de custos à Administração Pública. Hodiernamente, os critérios anteriormente mencionados continuam
sendo utilizados para definir serviço público, porém, não é exigido
que os três elementos se façam presentes ao mesmo tempo para
SERVIÇOS PÚBLICOS que o serviço possa ser considerado de utilidade pública, passando
a existir no campo doutrinário diversas definições, advindas do uso
isolado de um dos elementos ou da combinação existente entre
Conceito eles.
De modo geral, não havendo a existência de um conceito legal Registra-se, que além da enorme variedade de definições
ou constitucional de serviço público, a doutrina se encarregou de advindas da combinação dos critérios subjetivo, material e formal,
buscar uma definição para os contornos do instituto, ato que foi é de suma importância compreendermos que o vocábulo “serviço
realizado com a adoção, sendo por algumas vezes isolada, bem público” pode ser considerado sob dois pontos de vista, sendo um
como em outras, de forma combinadas, vindo a utilizar-se dos subjetivo e outro objetivo. Façamos um breve estudo de cada um
critérios subjetivo, material e formal. Vejamos a definição conceitual deles:
de cada em deles: – Sentido objetivo
Infere-se que tal expressão é usada para fazer alusão ao sujeito
Critério subjetivo responsável pela execução da atividade. Exemplo: determinada
Aduz que o serviço público se trata de serviço prestado pelo autarquia com o dever de prestar de serviços para a área da
Estado de forma direta. educação.
Critério material – Sentido objetivo ou material
Sob esse crivo, serviço público é a atividade que possui como Nesse sentido, a administração pública está coligada à diversas
objetivo satisfazer as necessidades coletivas. atividades que são exercidas pelo Estado, por intermédio de
seus agentes, órgãos e entidades na diligência eficaz da função
Critério formal administrativa estatal.
Segundo esse critério, serviço público é o labor exercido sob Destaque-se, por oportuno, que o vocábulo serviço público
o regime jurídico de direito público denegridor e desmesurado do sempre está se referindo a uma atividade, ou, ainda, a um conjunto
direito comum. de atividades a serem exercidas, sem levar em conta qual o órgão
Passando o tempo, denota-se que o Estado foi se distanciando ou a entidade que as exerce.
dos princípios liberais, passando a desenvolver também atividades Mesmo com os aspectos expostos, boa parte da doutrina ainda
comerciais e industriais, que, diga se de passagem, anteriormente usa de definições de caráter amplo e restrito do vocábulo serviço
eram reservadas somente à iniciativa privada. De outro ângulo, público. Para alguns, tal vocábulo se presta a designar todas as
foi verificado em determinadas situações, que a estrutura de funções do Estado, tendo em vista que nesse rol estão inclusas as
organização do Estado não se encontrava adequada à execução funções administrativa, legislativa e judiciária. Já outra corrente
de todos os serviços públicos. Por esse motivo, o Poder Público doutrinária, utiliza-se de um conceito com menor amplitude, vindo
veio a delegar a particulares com o intuito de responsabilidade, a incluir somente as funções administrativas e excluindo, por sua
a prestação de alguns serviços públicos. Em outro momento, tais vez, as funções legislativa e judiciária. Destarte, infere-se que dentre
serviços públicos também passaram a ter sua prestação delegada aquelas doutrinas que adotam um sentido mais restrito, existem
a outras pessoas jurídicas, que por sua vez, eram criadas pelo ainda as que excluem do conceito atividades importantes advindas
próprio Estado para esse fim específico. Eram as empresas públicas do exercício do poder de polícia, de intervenção e de fomento.
e sociedades de economia mista, que possuem regime jurídico Denota-se com grande importância, que o direito brasileiro
de direito privado, cujo serviço era mais eficaz para que fossem acaba por diferenciar de forma expressa o serviço público e o poder
executados os serviços comerciais e industriais. de polícia. Em campo tributário, por exemplo, no disposto em
Esses acontecimentos acabaram por prejudicar os critérios seus arts. 77 e 78, o Código Tributário Nacional dispõe do ensino
utilizados pela doutrina para definir serviço público como um todo. e determinação de duas atuações como fatos geradores diversos
Denota-se que o elemento subjetivo foi afetado pelo fato de as do tributo de nome taxa. Nesse diapasão de linha diferenciadora,
pessoas jurídicas de direito público terem deixado de ser as únicas a ESAF, na aplicação da prova para Procurador do Distrito
a prestar tais serviços, posto que esta incumbência também passou Federal/2007, veio a considerar como incorreta a afirmação: “o
a ser delegada aos particulares, como é o caso das concessionárias, exercício da atividade estatal de polícia administrativa constitui a
permissionárias e autorizatárias. Já o elemento material foi atingido prestação de um serviço público ao administrado”.
em decorrência de algumas atividades que outrora não eram tidas
como de interesse público, mas que passaram a ser exercidas pelo
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De forma geral, a doutrina entende que os elementos subjetivo, os serviços que são considerados serviços públicos. Como exemplo,
material e formal tradicionalmente utilizados para definir serviço podemos citar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica,
público, continuam de forma ampla a servir a esse propósito, desde dentre outros serviços pertinentes à Administração Pública. Esse
que estejam combinados e harmonizados com o fito de acoplar de elemento determina que o serviço público deve ser prestado pelo
forma correta, as contemporâneas figuras jurídicas que vêm sendo Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pessoas jurídicas
inseridas e determinadas pelo legislador com força de lei, com o criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a terceiros
fulcro de oferecer conveniência e utilidades, bem como de atender para que possam prestá-lo.
as constantes necessidades da população que sempre acontecem Formal: A princípio, o regime jurídico é de Direito Público, ou
de forma mutante, a exemplo das parcerias público-privadas, das parcialmente público, sob o manto do qual o serviço público deverá
OSCIPs e organizações sociais. ser prestado. No entanto, quando particulares prestam seus serviços
Nesse sentido, com o objetivo de reinterpretar o elemento em conjunto com o Poder Público, ressalta-se que o regime jurídico
subjetivo em consonância com o atual estágio de evolução do direito é considerado como híbrido. Isso por que nesse caso, poderá haver
administrativo, podemos afirmar que a caracterização de um serviço a permanência do Direito Público ou do Direito Privado nos ditames
como público, em tempos contemporâneos passou a não exigir da lei. Porém, em ambas as situações, a responsabilidade será
mais que a prestação seja realizada pelo Estado, mas apenas que ele sempre objetiva.
passe a deter, nos termos legais dispostos na Constituição Federal Material: Por intermédio desse elemento, o serviço público
de 1988, a titularidade de tal serviço. Em relação a esse aspecto, deverá sempre prestar serviços condizentes a uma atividade de
destacamos a importância de não vir a confundir a expressiva interesse público como um todo. Denota-se que por meio da
titularidade do serviço com sua efetiva prestação. Registe-se que o aplicação desse elemento, o objetivo do serviço público será
titular do serviço, trata-se do sujeito que detém a atribuição legal sempre o de satisfazer de forma concreta as necessidades da
constitucional para vir a prestá-lo. Via de regra, aquele que detém coletividade.
a titularidade do serviço não se encontra obrigado a prestá-lo de Esquematizando, temos:
forma direta através de seus órgãos, mas tem o dever legal de
promover-lhe a prestação, de forma direta por meio de seu aparato ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
administrativo, ou, ainda, mediante a legal delegação a particulares Subjetivo: determina que o serviço público deve ser prestado
realizada por meio de concessão, permissão ou autorização. pelo Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pessoas
De maneira igual, contemporaneamente, o critério material jurídicas criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a
considerado de forma isolada não é suficiente para definir um serviço terceiros para que possam prestá-lo.
como público. Isso ocorre pelo fato de existirem determinadas Formal: o regime jurídico é de Direito Público, ou
atividades relativas aos direitos sociais como saúde e educação, por parcialmente público, sob o manto do qual o serviço público
exemplo, que apenas podem ser enquadradas no conceito quando deverá ser prestado.
forem devidamente prestadas pelo Estado, levando em conta que Material: o serviço público deverá sempre prestar serviços
a execução desses serviços por particulares deve ser denominada condizentes a uma atividade de interesse público como um todo.
como serviço privado. Subjetivo: é o próprio Estado que escolhe os serviços que
Finalmente, em relação ao critério formal, nos tempos são considerados serviços públicos. Como exemplo, podemos
modernos, infere-se que não é mais necessário que o regime citar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica, dentre
jurídico ao qual está submetido o serviço público seja realizado outros serviços pertinentes à Administração Pública.
de maneira integral de direito público, sendo que em algumas Formal: poderá haver a permanência do Direito Público
situações, acaba existindo um sistema híbrido que é formado por ou do Direito Privado nos ditames da lei. Porém, em ambas as
regras e normas de direito público e privado, principalmente em se situações, a responsabilidade será sempre objetiva.
tratando de caso de serviços públicos nos quais sua prestação tenha Material: por meio da aplicação desse elemento, o objetivo
sido delegada a terceiros. do serviço público será sempre o de satisfazer de forma concreta
as necessidades da coletividade.
– Observação importante: Com o entendimento acima
mencionado, a ilustre Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro Regulamentação e Controle
acaba por definir serviço público como sendo toda a atividade Tanto a regulamentação quanto o controle do serviço público
material que a lei atribui ao Estado, para que este a exerça de forma são realizados de maneira regular pelo Poder Público. Isso
direta ou por intermédio de seus delegados, com o condão de ocorre em qualquer sentido, ainda que o serviço esteja delegado
satisfazer de forma concreta as necessidades da coletividade, sob por concessão, permissão ou autorização, uma vez que nestas
regime jurídico total ou parcialmente público. situações, deverá o Estado manter sua titularidade e, ainda que
haja situações adversas e problemas durante a prestação, poderá
Elementos Constitutivos o Poder Público interferir para que haja a regularização do seu
Os elementos do serviço público podem ser classificados sob os funcionamento, com fundamento sempre na preservação do
seguintes aspectos: interesse público.
Subjetivo: Por meio do qual o serviço público está sempre sob Ressalta-se que esses serviços são controlados e também
a total responsabilidade do Estado. No entanto, registra-se que ao fiscalizados pelo Poder Público, que deve intervir em caso de
Estado como um todo, é permitido delegar determinados serviços má prestação, sendo que isso é uma obrigação que lhe compete
públicos, desde que sempre por intermediação dos parâmetros da segundo parâmetros legais.
lei e sob regime de concessão ou permissão, bem como por meio de A esse respeito, dispõe a Lei 8997 de 1995 em seus arts. 3º e
licitação. Denota-se que nesse caso, é o próprio Estado que escolhe 32, respectivamente:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 3º. As concessões e permissões sujeitar-se-ão à Em relação à forma de prestação dos serviços públicos,
fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, depreende-se que estes podem ser prestados de forma centralizada
com a cooperação dos usuários. ou descentralizada, sendo a primeira forma caracterizada quando o
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, serviço público for prestado pela própria pessoa jurídica federativa
com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem que detém a sua titularidade e a segunda forma, quando, em
como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares várias situações, o ente político titular de determinado serviço
e legais pertinentes. público, embora continue mantendo a sua titularidade, termina
por transferir a pessoas diferentes e desconhecida à sua estrutura
Deve-se registrar também, que outro aspecto que deve ser administrativa, a responsabilidade pela prestação.
enfatizado com destaque em relação à regulamentação e ao Lembremos que o ente político, mesmo ao transferir a
controle dos serviços públicos, são os requisitos do serviço e responsabilidade pela prestação de serviços públicos a terceiros,
direito dos usuários, sendo que o primeiro deles é a permanência, sempre poderá conservar a sua titularidade, fato que lhe garante
que possui como atributo, impor a continuidade do serviço. Logo a manutenção da competência para regular e controlar a prestação
após, temos o requisito da generalidade, por meio do qual, os dos serviços delegados a outrem.
serviços devem ser prestados de maneira uniforme para toda A descentralização dos serviços públicos pode ocorrer de duas
a coletividade. Em seguida, surge o requisito da eficiência, por maneiras:
intermédio do qual é exigida a eficaz atualização do serviço 1. Por meio de outorga ou delegação legal: por meio da qual
público. Em continuidade, vem a modicidade, por meio da qual, o Estado cria uma entidade que poderá ser autarquia, fundação
infere-se que as tarifas que são cobradas dos usuários devem pública sociedade de economia mista ou empresa pública,
ser eivadas de valor razoável e por fim, a cortesia, que por seu transferindo-lhe, por meios legais a execução de um serviço público.
intermédio, entende-se que o tratamento com o usuário público 2. Por meio de delegação ou delegação negocial: por
em geral, deverá ser oferecido com presteza. intermédio da qual, o Poder Público detém o poder de transferir
Havendo descumprimento de quaisquer dos requisitos retro por contrato ou ato unilateral a execução ampla do serviço, desde
mencionados, afirma-se que o usuário do serviço terá em suas que o ente delegado preste o serviço em nome próprio e por sua
mãos o direito pleno de recorrer ao Poder Judiciário para exigir conta e risco, sob o controle do Estado e dentro da mesma pessoa
a correta prestação desses serviços. Neste mesmo sentido, jurídica.
destaca-se que a greve de servidores públicos, não poderá jamais Esclarece-se ainda, a título de conhecimento, que a delegação
ultrapassar o direito dos usuários dos serviços essenciais, que se negocial admite a titularidade exclusiva do ente delegante sobre
tratam daqueles que por decorrência de sua natureza, colocam o serviço a ser delegado. Em se tratando de serviços nos quais a
a sobrevivência, a vida e a segurança da sociedade em risco se titularidade não for exclusiva do Poder Público, como educação e
estiverem ausentes. saúde, por exemplo, o particular que tiver a pretensão de exercê-lo
não estará dependente de delegação do Estado, uma vez que tais
Formas de prestação e meios de execução atos de exercício de educação e saúde, quando forem prestados por
O art. 175 da Constituição Federal de 1988 determina, que particulares, não serão mais considerados como serviços públicos,
compete ao Poder Público, nos parâmetros legais, de forma direta mas sim como atividade econômica da iniciativa privada.
ou sob regime de concessão ou permissão a prestação de serviços Em outras palavras, os serviços públicos podem ser executados
públicos de forma geral. De acordo com esse mesmo dispositivo, nas formas:
as concessões e permissões de serviços públicos deverão ser – Direta: Quando é prestado pela própria administração pública
sempre precedidas de licitação. por intermédio de seus próprios órgãos e agentes.
Entretanto, o parágrafo único do art. 175 da Carta Magna – Indireta: Quando o serviço público é prestado por intermédio
dispõe a implementação de lei para regulamentar as seguintes de entidades da Administração Pública indireta ou, ainda, de
referências: particulares, por meio de delegação, concessão, permissão e
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias autorização. Esta forma de prestação de serviço, deverá ser
de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua sempre sobrepujada de licitação, formalizada por meio de contrato
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização administrativo, seguida de adesão com prazo previamente
e rescisão da concessão ou permissão; estipulado e que por ato bilateral, buscando somente transferir
II – os direitos dos usuários; a execução, porém, jamais a titularidade que deverá sempre
III – política tarifária; permanecer com o poder outorgante.
IV – a obrigação de manter serviço adequado.

Considera-se que a Lei Federal 8.987/1995, em obediência


ao mandamento constitucional foi editada estabelecendo normas
generalizadas como um todo em matéria de concessão e permissão
de serviços públicos, devendo tais normas, ser aplicáveis à União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, da mesma forma que a Lei
Federal 9.074/1995, que, embora tenha o condão de estipular
regras especificamente voltadas a serviços de competência da
União, trouxe também em seu bojo, pouquíssimas regras gerais que
podem ser aplicadas a todos os entes federados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em resumo, temos:

Descentralização Transferência da execução do serviço para outra pessoa física ou jurídica.


Desconcentração Divisão interna do serviço com outros órgãos da mesma pessoa jurídica.

— Delegação

Concessão
Ocorre a delegação negocial de serviços públicos mediante: concessão, permissão ou autorização.
Nesse tópico, não esgotaremos todas as formas de concessões existentes e suas formas de aplicação e execução nos serviços públicos,
porém destacaremos as mais importantes e mais cobradas em provas de concursos públicos e áreas afins.
Conforme o Ordenamento Jurídico Brasileiro, as concessões de serviços públicos podem ser divididas em duas espécies:
1ª) Concessões comuns, que estão sob a égide das leis 8.987/1995 e 9.074/1995 e 2ª, que subdividem em: concessão de serviços
públicos e concessão de serviço público precedida da execução de obra pública.
2ª) Concessões especiais, que são as parcerias público-privadas previstas na Lei 11.079/2004, sujeitas a alguns dispositivos da Lei
8.987/1995. Se subdividindo em duas categorias: concessão patrocinada e concessão administrativa.

A concessão comum de serviço público é uma modalidade de contrato administrativo por intermédio do qual a Administração Pública
transfere delegação a pessoa jurídica ou, ainda, a consórcio de empresas a execução de certo serviço público pertencente à sua titularidade,
na qual o concessionário é obrigado, por meio de contratos legais a executar o serviço delegado em nome próprio, por sua conta e risco,
sendo sujeito a controle e fiscalização do poder concedente e remunerado através de tarifa paga pelo usuário ou outra modalidade de
remuneração advinda da exploração do serviço. Exemplo: as receitas adquiridas por empresas de transporte coletivo que cobram por
comerciais constantes na parte traseira dos ônibus.
Conforme mencionado, existem duas modalidades de concessão comum, quais sejam: a concessão de serviço público, também
conhecida como concessão simples e a concessão de serviço público antecedida de execução por meio de obra pública.
A concessão de serviço público ou concessão simples, pode ser definida pela lei como a “delegação da prestação de serviço público,
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado” (art. 2º, II).
Já a concessão de serviço público antecedida de execução de obra pública pode ser como “a construção, total ou parcial, conservação,
reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na
modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta
e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra
por prazo determinado” (art. 2º, III). Como hipótese de exemplo, citamos a concessão a particular, vitorioso de processo licitatório por
construção e conservação de rodovia, com o consequente pagamento realizado mediante a cobrança de pedágio aos particulares que
vierem a utilizar da via.
Pondera-se que a diferença entre as duas modalidades de concessão comum está apenas no objeto. Perceba que na concessão
simples, o objeto do contrato é somente a execução de atividade que foi caracterizada como sendo serviço público, ao passo que na
concessão de serviço público antecedida da execução de obra pública existe uma duplicidade de objeto, sendo que o primeiro deles se
refere ao ajuste existente entre o poder concedente e o concessionário para que certa obra pública seja executada. Em relação ao segundo,
a prestação do serviço público existe na exploração amplamente econômica do serviço ou da obra.

– Direitos e obrigações dos usuários


Nos ditames do art. 7º da Lei 8.987/1995, os direitos e obrigações dos usuários dos serviços públicos delegados são os seguintes:
a) Receber serviço adequado;
b) Receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre 8 – Modicidade das tarifas: aduz que o valora a ser pago
vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as pela prestação dos serviços, deverá, nos parâmetros legais,
normas do poder concedente; ser estabelecido de acordo com os padrões de razoabilidade,
d) Levar ao conhecimento do poder público e da concessionária buscando evitar que os prestadores de serviços venham o obter
as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao lucros extraordinários causando prejuízo aos usuários econômico-
serviço prestado; financeiros do contrato firmado com a administração.
e) Comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos
praticados pela concessionária na prestação do serviço; – Observação importante: A celebração de qualquer espécie
f) Contribuir para a permanência das boas condições dos bens de contrato de concessão ou permissão de serviço público deve
públicos pelos quais lhes são prestados os serviços. ser realizada mediante licitação, conforme previsto no art. 175 da
Constituição Federal. Concernente às concessões, a Lei 8.987/1995
Ademais, as concessionárias de serviços públicos, de direito determinou que a delegação dependerá da realização de prévio
público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são legalmente procedimento licitatório para que seja escolhido o concessionário,
obrigadas a dispor ao consumidor e ao usuário, desde que dentro na modalidade obrigatória da concorrência. Sendo a modalidade
do mês de vencimento, o mínimo de seis datas como opção licitatória regulada pela Lei de Licitações e Contratos, Lei
para escolherem os dias de vencimento de seus débitos a serem 8.666/1993, e tema dos próximos tópicos de estudo, mais adiante,
adimplidos, nos termos do art. 7º-A, da Lei 8.987/1995. detalharemos com maior aprofundamento sobre este importante
tema.
1. Serviço adequado
Os usuários detêm o direito de receber um serviço público Passemos a abordar a respeito do prazo que a Administração
adequado. Esse direito encontra-se regulamentado pelo seguinte Pública permite à concessão na execução dos serviços públicos como
dispositivo: um todo. A Lei 8.987/1995 estabelece que a concessão simples de
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação serviço público ou a concessão de serviço público precedida de
de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme obra pública deverá ser realizada por prazo determinado, mas não
estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo define quais seriam os limites desse prazo. Assim sendo, caberá à lei
contrato. reguladora específica de cada serviço público, devidamente editada
§1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de pelo ente federado detentor de competência para prestá-lo, aditar
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, definindo qual o prazo de duração do contrato de concessão. Caso
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. o legislador competente não estabeleça qualquer prazo, deverá,
por conseguinte, o poder concedente fixá-lo no ato da minuta do
Denota-se que além do conhecimento da previsão no citado contrato de concessão, que se encontra afixado como anexo no
dispositivo, é importante compreendermos o significado prático de edital da licitação.
cada condição citada, com o objetivo de garantir que cada exigência Denota-se que o prazo deve ser razoável, de forma a
legal seja cumprida para a qualificação do serviço como adequado. permitir o abatimento dos investimentos a serem realizados pelo
Desta forma, temos: concessionário.
1 – Regularidade: exige que os serviços públicos sejam Referente às concessões advindas de parceria público-privada,
prestados de forma a garantir a estabilidade e a manutenção dos infere-se que a vigência de tais contratos deverá ser sempre
requisitos essenciais, sendo prestados em perfeita harmonia com a compatível com o abatimento dos investimentos realizados,
lei e com o regulamento que disciplina a matéria. não podendo ser sendo inferior a 5 e nem superior a 35 anos, já
2 – Continuidade: impõe que o serviço público, uma vez restando-se incluído nesse prazo eventual prorrogação nos termos
instituído, seja prestado de forma permanente e sem interrupção, da Lei 11.079/2004, art. 5º, I.
com exceção de situações de emergência, bem como a que advém
de razões de ordem técnica ou de segurança das instalações – Cláusulas do contrato de concessão
elétricas, por exemplo. Nos ditames dos arts. 23 e 23-A da Lei 8.987/1995, as
3 – Eficiência: refere-se à obtenção de resultados eficazes na cláusulas do contrato de concessão tratam de modo geral sobre
prestação do serviço público, exigindo que o serviço seja realizado o modo, a forma e as condições de prestação dos serviços; os
de acordo com uma adequada relação de custo/benefício, para, direitos e as obrigações do concedente, do concessionário e dos
com isso, evitar desperdícios. usuários; os poderes de fiscalização do concedente; a obrigação
4 – Segurança: deverão os serviços públicos respeitar padrões, do concessionário de prestar contas; ou e disciplinam aspectos
bem como normas de segurança, de forma a preservar a integridade relativos à extinção da concessão.
da população de modo geral e dos equipamentos utilizados. Infere-se que as cláusulas podem ser divididas em: cláusulas
5 – Atualidade: possui como foco o impedimento de que o essenciais obrigatórias em qualquer contrato de concessão, quer
prestador se encontre alheio às inovações tecnológicas, suprimindo seja concessão simples, quer seja concessão de serviço público
o investimento em termos de disponibilização aos usuários das precedida de obra pública, cláusulas obrigatórias apenas nos
melhorias de qualidade e amplitude do serviço. contratos de concessão de serviço público precedida da execução
6 – Generalidade: deve oferecer a garantia de que o serviço de obra pública e cláusulas facultativas. Vejamos, em síntese:
seja ofertado da forma mais abrangente possível.
7 – Cortesia: o prestador do serviço deverá tratar o usuário de (São obrigatórias nas concessões):
forma educada e gentil. I – objeto, área e prazo da concessão;
II – modo, forma e condições de prestação do serviço;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores – Intervenção na concessão


da qualidade do serviço; A intervenção na concessão encontra-se submetida a um
IV – preço do serviço, critérios e procedimentos para o reajuste procedimento formal. De antemão, o poder concedente, por meio
e a revisão das tarifas; de ato do Chefe do Poder Executivo, ao tomar conhecimento da
V – direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da falta de adequação da prestação do serviço ou do descumprimento
concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidades pela concessionária das normas pertinentes, edita o decreto de
de futura alteração e expansão do serviço e consequente intervenção que deverá conter a designação do interventor, o prazo
modernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e da intervenção e os objetivos e limites da medida nos ditames do
das instalações; legais pertinentes.
VI – direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização Declarada a intervenção por intermédio de decreto, o poder
do serviço; concedente deverá, no prazo de até 30 dias, realizar a instauração
VII – forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, de procedimento administrativo com o fito de comprovar as causas
dos métodos e práticas de execução do serviço, bem como a determinadas na medida e apurar as responsabilidades. Esse
indicação dos órgãos competentes para exercê-la; simples e nas procedimento administrativo deverá ser concluído em até 180 dias,
concessões de serviço público precedida da execução de obra sob pena de ser considerada inválida a intervenção, nos termos do
pública (art. 23,caput); art. 33, §2º da Lei 8987/95.
VIII – penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita
a concessionária e sua forma de aplicação; – Extinção da concessão
IX – casos de extinção da concessão; A concessão pode ser extinta por várias causas, colocando
X – bens reversíveis; fim à prestação dos serviços pelo concessionário. O art. 35 da Lei
XI – critérios para o cálculo e a forma de pagamento das 8.987/1995, prevê de forma expressa algumas causas de extinção
indenizações devidas à concessionária, quando for o caso; da concessão. Sendo elas: o advento do termo contratual; a
XII – condições para prorrogação do contrato; encampação; a caducidade; a rescisão; a anulação; e a falência ou
XIII – à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade
contas da concessionária ao poder concedente; do titular, em se tratando de empresa individual.
XIV – exigência da publicação de demonstrações financeiras Pondera-se que além das causas anteriores, previstas na
periódicas da concessionária; e legislação e adotadas pela doutrina, a extinção da concessão de
XV – o foro e o modo amigável de solução das divergências serviço público também pode ocorrer por: desafetação do serviço;
contratuais. distrato; ou renúncia da concessionária.

Cláusulas obrigatórias somente nas concessões de serviços Vejamos:


públicos precedidas de obras públicas (art. 23, parágrafo único) 1 – Encampação (ou resgate)
I – estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das Consiste na extinção da concessão em decorrência da retomada
obras vinculadas à concessão; e do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão,
II – exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, por motivos de interesse público.
das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão.
2 – Caducidade (ou decadência)
Cláusulas facultativas (art. 23-A) Consiste na extinção do contrato de concessão de serviço
I – o contrato de concessão poderá prever o emprego de público em decorrência de inexecução total ou parcial do contrato,
mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes ou por razões que devem ser imputadas à concessionária. Poderá ser
relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada declarada pelo poder concedente pelas seguintes maneiras, nos
no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei 9.307, de termos do art. 38, §1º, I a VII:
23.09.1996; A) O serviço estiver sendo prestado de forma inadequada
II – qualquer outra que não seja obrigatória. ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e
parâmetros definidores da qualidade do serviço;
É importante, demonstrar que o contrato de concessão é firmado B) A concessionária descumprir cláusulas contratuais ou
tendo em vista, não apenas oferecimento da melhor proposta, disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;
mas incluindo também as características referentes à pessoa C) A concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto,
contratada, devendo o concessionário demonstrar capacidade ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força
técnica e econômico-financeira que faça haver a presunção de que maior;
haverá a perfeita execução do serviço. A esse aspecto, a doutrina D) A concessionária perder as condições econômicas, técnicas
denomina de contrato firmado intuitu personae, que se trata da ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço
prática de eventual transferência da concessão para outra pessoa concedido; a concessionária não cumprir as penalidades impostas
jurídica, bem como do controle societário da concessionária, sem por infrações, nos devidos prazos;
prévia aviso ou autorização do poder concedente, vindo a implicar a E) A concessionária não atender a intimação do poder
caducidade que nada mais é do que a extinção da concessão. concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
F) A concessionária não atender a intimação do poder
concedente para, em 180 dias, apresentar a documentação relativa
à regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da
Lei 8.666, de 21.06.1993.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3 – Rescisão – Independente da causa da extinção da concessão, os bens


De acordo com a Lei 8.987/1995 a rescisão é a forma de extinção reversíveis que ainda não se encontrem amortizados ou depreciados
da concessão, por iniciativa da respectiva concessionária, quando deverão ser indenizados ao concessionário, sob pena de, se não o
esta se encontrar motivada pelo descumprimento de normas fizer, haver enriquecimento sem causa do poder concedente.
contratuais advindas do poder concedente, nos ditames do art. 39.
Nesta hipótese, sendo a autoexecutoriedade privilégio aplicável — Permissão
somente à Administração Pública, para que o concessionário possa O art. 175 da Constituição Federal Brasileira determina que
rescindir o contrato de concessão, deverá fazê-lo por intermédio de “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
ação judicial, sendo que os serviços prestados pela concessionária regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
não deverão ser interrompidos e nem mesmo paralisados em prestação de serviços públicos”.
hipótese alguma, até que a decisão judicial que determine a Passível de observação, o ditado dispositivo constitucional não
rescisão transite em julgado. faz nenhum tipo de referência relativa à autorização de serviços
públicos. Entretanto, denota-se que existe a admissão da delegação
4 – Anulação de serviços públicos por intermédio de autorização com fulcro nos
Trata-se de hipótese de extinção do contrato de concessão art. 21, XI e XII, e art. 223 da Constituição Federal. Desta forma,
em decorrência de vício de legalidade, que pode, via de regra, ser infere-se que a delegação de serviços públicos pode ser realizada
declarado por via administrativa ou judicial. por meio de concessão, permissão ou autorização. Tratada
anteriormente, passemos a explorar os demais institutos.
5 – Falência ou extinção da empresa concessionária e Infere-se que a Lei 8.987/1995 não traz em seu bojo muitos
falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa dispositivos relacionados à permissão de serviços públicos, vindo
individual a limitar-se a estabelecer o seu conceito. A permissão de serviço
A Lei 8.987/1995, embora a Lei 8.987/95 mencione esse público, nos ditames da lei, pode ser conceituada como “a
tópico como formas de extinção da concessão no art. 35, VI, nada delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de
dispõe em relação aos efeitos dessas hipóteses de extinção. No serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou
entendimento de José dos Santos Carvalho Filho, tais fatos acabam jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
por provocar a extinção de pleno direito do contrato, pelo fato de conta e risco” (art. 2º, IV). Já o art. 40 da mesma Lei dispõe:
que tornam inviável a execução do serviço público objeto do ajuste. Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada
mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei,
6 – Desafetação do serviço público das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive
A Lei 8.987/1995 não se refere e nem minucia a desafetação de quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato
serviço público como causa de extinção da concessão. Entretanto, pelo poder concedente.
no entender de Diógenes Gasparini, a desafetação do serviço Proveniente do exposto, podemos expor com destaque as
público em decorrência de lei também é hipótese de extinção da principais características da permissão de serviço público. São elas:
concessão, tendo em vista que a desafetação ocorre no momento a) É uma forma de delegação de serviços públicos;
em que uma lei torna público um serviço. b) Deve ser precedida de licitação pública, mas a Lei não
determina a modalidade licitatória a ser seguida (diferencia-se da
7 – Distrato (acordo) concessão de serviço público que exige a licitação na modalidade
Mesmo não havendo referência legal à extinção da concessão concorrência);
por intermédio de acordo ou distrato entre o poder concedente c) É formalizada por meio de um contrato de adesão, de
e a concessionária, esta hipótese não foi vedada pela legislação. natureza precária, uma vez que a lei prevê que pode ser revogado
Por esse motivo, boa parte da doutrina vem admitindo a extinção de maneira unilateral pelo poder concedente (diferencia-se das
antecipada da concessão de forma amigável e também consensual. concessões de serviço público que não possuem natureza precária);
e
8 – Renúncia da concessionária d) Os permissionários podem ser pessoas físicas ou jurídicas
Nesse caso, a lei também não menciona essa hipótese como (diferencia-se das concessões de serviço público em razão de os
maneira de extinção da concessão. Porém, o ilustre Diogo de concessionários somente poderem ser pessoa jurídica ou consórcio
Figueiredo Moreira Neto, a renúncia da concessionária será aceita de empresas).
como forma de extinção da concessão, a partir do momento em
que houver previsão contratual nesse sentido vindo a disciplinar- Por motivos importantes relacionados às características
lhe as devidas consequências. anteriores, destacamos algumas observações.
Relativo a primeira, aduz-se que todo contrato administrativo
Nota importante acerca da concessão: é um contrato de adesão, posto que a minuta do contrato deve ser
– Outro efeito da extinção da concessão é a assunção imediata redigida pela Administração, bem como integra todos os anexos do
do serviço pelo poder concedente, ficando este autorizado a ocupar edital de licitação apresentado. Desta maneira, aquele que vence a
as instalações e a utilizar todos os bens reversíveis, tendo em vista a licitação e, por sua vez, assina o contrato, passa a aderir somente
necessidade de dar continuidade à prestação do serviço público nos ao que foi estipulado pela Administração Pública, não podendo
parâmetros do art. 35, §§2º e 3º. haver discussões sobre as cláusulas contratuais. Assim ocorrendo,
tanto a concessão quanto a permissão de serviço público estarão se
constituindo em contrato de adesão, sendo que essa circunstância,
não serve para diferenciar os dois institutos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Direcionado à segunda observação a ser feita, trata-se de uma Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente
relação à precariedade do vínculo, que de antemão, pode vir a ser na sua execução por particular para atender a interesses coletivos
extinto a qualquer tempo, havendo ou não indenização. Registra- instáveis ou emergência transitória”.
se que o texto da lei acabou por usar designação imprópria de Depreende-se que a autorização de serviço público não é
revogação do contrato, tendo em vista que este não é revogado, dependente de licitação, posto que esta somente é exigível para
é rescindido, o que se dá de forma contrária do ato administrativo a realização de contrato. Sendo a autorização ato administrativo,
que é sujeito à revogação. De qualquer maneira, a precariedade do entende- se que não deverá ser precedida de procedimento
vínculo encontra-se relacionada à possibilidade de extinção sem o licitatório. Entretanto, se houver uma quantidade limitada
pagamento de indenização. de autorizações a serem fornecidas e existindo determinada
Pondera-se que todo e qualquer tipo de contrato administrativo, pluralidade de possíveis interessados, em atendimento ao princípio
desde que esteja justificado pelo interesse público, pode ser da isonomia, é necessário que se faça um processo seletivo para
rescindido de forma unilateral pela Administração Pública, não facilitar a escolha dos entes que serão autorizados pelo Poder
configurando esse aspecto apenas uma particularidade do contrato Público.
de permissão de serviços públicos. Caso o ato de autorização seja precário, pode de antemão,
Infere-se que quando a rescisão do contrato de concessão não ser revogado a qualquer tempo, desde que seja por motivo de
for causada pelo concessionário, acarretará em direito a percepção interesse público, suprimindo o direito à indenização por parte do
de indenização pelos prejuízos sofridos, uma vez que a concessão eventual prejudicado. No entanto, a exemplo de exceção, existindo
é impreterivelmente celebrada por prazo certo. No tocante à estabelecimento de prazo para a autorização, ressalta-se que o
permissão, existem contradições, pois existem doutrinadores que vínculo acaba por perder a precariedade, passando a ser cabível
entendem que a permissão sempre ocorre, via de regra, por prazo o direito de indenização em se tratando de caso de revogação da
certo e determinado, ao passo que outros doutrinadores defendem autorização.
que a permissão ocorre, de antemão, por prazo indeterminado, Demonstramos, por fim, que embora seja tradição se definir
porém, também admitem que ocorre prazo determinado, desde a autorização como ato administrativo discricionário, a Lei Geral
que tal dispositivo esteja fixado no edital da correspondente de Telecomunicações determina que a autorização de serviço de
licitação. Essa última posição, é a que a Professora Maria Sylvia telecomunicações é ato administrativo vinculado, nos parâmetros
Zanella Di Pietro defende, para quem a fixação de prazo de vigência da Lei 9.472/1997, art. 131, §1º, de forma a não existir possibilidade
da permissão faz com que desapareçam as diferenças existentes de a administração denegar a prática da atividade para os
entre os institutos da permissão e da concessão. Por conseguinte, particulares que vierem a preencher devidamente as condições
em se tratando da permissão por prazo determinado, ressalta- objetivas e subjetivas necessárias.
se que não existe a precariedade do vínculo, vindo, desta forma,
o permissionário obter o direito de indenização quando não der — Classificação
causa à rescisão deste. Existem vários critérios adotados para classificar os serviços,
Em síntese, vejamos as principais características da concessão dentre os quais, vale à pena destacar os seguintes:
e da permissão de serviços públicos:
a) Serviços públicos propriamente ditos (essenciais) e serviços
PERMISSÃO DE SERVIÇO CONCESSÃO DE SERVIÇO de utilidade pública (não essenciais)
PÚBLICO PÚBLICO Em relação aos serviços públicos propriamente ditos, afirma-se
que são serviços classificados como essenciais à sobrevivência da
– Forma de delegação de sociedade e do próprio Estado. Como exemplo, podemos citar o
serviço público; – Forma de delegação de serviço de Polícia Judiciária e Administrativa. Tendo em vista que
– Depende de licitação, serviço público; tais serviços exigem a prática de atos de império relacionados aos
mas a lei não – Depende de licitação administrados, denota-se que os mesmos só podem ser prestados
– Predetermina a na modalidade obrigatória da de forma direta pelo Estado, sem a necessidade de delegação a
modalidade licitatória; concorrência; terceiros. Concernente aos serviços de utilidade pública, aduz-se
– Possui natureza precária, – Não possui natureza que são aqueles cuja prestação é de bom proveito à coletividade,
havendo controvérsias na precária; tendo em vista que, mesmo que estes visem a facilitação da vida
doutrina; – Os concessionários só do indivíduo na sociedade como um todo, não são considerados
– Os permissionários podem ser pessoa jurídica ou essenciais, podendo, por esse motivo, ser executados de forma
podem ser pessoa física ou consórcio de empresas. direta pelo Estado ou ter sua prestação delegada a particulares.
pessoa jurídica. Exemplo: a água tratada, o transporte coletivo, dentre outros.

— Autorização b) Serviços próprios e impróprios


De acordo com o entendimento da doutrina, a autorização se A classificação de serviços públicos próprios e impróprios é
constitui em ato administrativo unilateral, discricionário e precário apresentada com variações de sentido na doutrina.
por intermédio do qual, o poder público detém o poder de delegar No entendimento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a doutrina
a execução de um serviço público de sua titularidade, possibilitando clássica classifica como serviços públicos próprios aqueles que, em
que o particular o realize em seu próprio benefício. Nos ditames decorrência de sua importância, o Estado passa a assumir como
de Hely Lopes Meirelles, “serviços autorizados são aqueles que o seus e os coloca em execução de forma direta por intermédio de
seus agentes, ou, ainda, indireta que ocorre mediante delegação
a terceiros concessionários ou permissionários. Referente aos
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

serviços públicos impróprios, são aqueles que, embora atendam de modo geral são prestados a usuários indeterminados e
às necessidades coletivas, não estão sendo executados pelo indetermináveis, não sendo por esse motivo, passíveis de ter seu
Estado, nas suas formas direta ou indireta, mas estão autorizados, uso individualizado. Além disso são custeados através de impostos
regulamentados e fiscalizados pelo Poder Público. Exemplo: as ou contribuições especiais. Por esse motivo, o STF editou a Súmula
instituições financeiras, de seguro e previdência privada, dentre 670 (posteriormente convertida na Súmula Vinculante 41), na qual
outros. Entretanto, a própria autora explica que os serviços predomina o entendimento de que “o serviço de iluminação pública
considerados impróprios pela retro mencionado corrente não pode ser remunerado mediante taxa”, uma vez que se trata de
doutrinária, em sentido jurídico, sequer poderiam ser considerados serviço uti universi.
serviços públicos, tendo em vista que a lei não atribui a sua Por fim, ressalta-se que há uma correlação entre a conceituação
prestação ao Estado. do serviço como uti universi ou uti singuli e o seu custeio, pois,
Hely Lopes Meirelles ensina que serviços próprios do Estado quando o serviço é uti singuli, é possível identificar o usuário e
“são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do mencionar a utilização da expressão a “conta” deve ser paga pelo
Poder Público, como: segurança, polícia, higiene e saúde públicos próprio usuário, mediante o implemento de taxa, preço ou tarifa.
etc., sendo que para a execução destes, a Administração utiliza de Em se tratando de serviço uti universi, quando não é possível
seu poder de hierarquia sobre os administrados. Por esse motivo, saber quem são os usuários de forma individualizada, pois, o
infere-se que só devem ser prestados por órgãos ou entidades usuário é a “coletividade”, nem quantificar o uso, a “conta” é
públicas, sem delegação a particulares”. Por sua vez, os serviços paga pela coletividade, mediante o recolhimento de impostos ou
impróprios do Estado “são os que não afetam substancialmente contribuições especiais.
as necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses
comuns de seus membros, e, por isso, a Administração os presta — Princípios
remuneradamente, por seus órgãos ou entidades descentralizadas Os princípios jurídicos solidificam os valores fundamentais
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia da ordem jurídica. Em razão de sua fundamentalidade e abertura
mista, fundações governamentais), ou delega sua prestação a linguística, os princípios se espalham sobre todo o sistema jurídico,
concessionários, permissionários ou autorizatários”. vindo a garantindo-lhe harmonia e coerência.
Os princípios jurídicos são classificados a partir de dois
c) Serviços administrativos, econômicos (comerciais ou critérios. Partindo da amplitude de aplicação no sistema normativo,
industriais) e sociais os princípios podem ser divididos em três espécies:
São constituídos por atividades promovidas pelo Poder Público a) Princípios fundamentais: são princípios que representam
com o fulcro de atender às necessidades internas requeridas pela as decisões políticas de estrutura do Estado, servindo de base
Administração. Também podem preparar outros serviços que para todas as demais normas constitucionais, como por exemplo:
deverão ser prestados ao público, como por exemplo, as estações princípios republicanos, federativo, da separação de poderes,
experimentais e a imprensa oficial. dentre outros;
Nos ditames da lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o serviço b) Princípios gerais: via de regra, se referem a importantes
comercial ou industrial é aquele que a Administração Pública especificações dos princípios fundamentais, embora possuam
executa, direta ou indiretamente, com o objetivo de atender menor grau de abstração e acabam por se espalhar sobre todo o
às necessidades coletivas de ordem econômica, tendo como ordenamento jurídico. Exemplos: os princípios da isonomia e da
supedâneo no art. 175 da Constituição Federal, a exemplo dos legalidade;
serviços de telecomunicações, dentre outros. c) Princípios setoriais ou especiais: se destinam à aplicação de
Já o serviço público social, cuida-se daquele que atende certo tema, capítulo ou título da Constituição. Exemplos: princípios
a necessidades coletivas, em áreas cuja atuação do Estado é da Administração Pública dispostos no art. 37 da CRFB: legalidade,
considerada de caráter essencial, a exemplo dos serviços de impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
educação, saúde e previdência. De acordo com a doutrina
dominante, tais serviços, quando são prestados pela iniciativa Já a segunda classificação, acaba por levar em conta a menção
privada não são considerados como serviços públicos, mas sim expressa ou implícita dos princípios em seus textos normativos. São
como serviços de natureza privada. eles:
a) Princípios expressos: são os que se encontram
d) Serviços uti singuli (singulares) e uti universi (coletivos) expressamente mencionados no texto da norma. Exemplos:
Também chamados de serviços singulares ou individuais, princípios da Administração Pública que são elencados no art. 37
os serviços uti singuli são aqueles cuja finalidade é a satisfação da CRFB);
individual e direta das necessidades do indivíduo. Esses serviços b) Princípios implícitos: são os reconhecidos pela doutrina
têm usuários determinados, sendo, por esse motivo, possível a e pela jurisprudência advindo da interpretação sistemática do
mensuração de forma individualizada da utilização de cada usuário. ordenamento jurídico. Exemplos: princípios da razoabilidade e da
São incluídos nessa categoria os serviços de fornecimento de água, proporcionalidade, da segurança jurídica.
energia elétrica, telefone, etc. que podem ser remunerados por
intermédio de taxa ou tarifa. Em relação ao processo administrativo, denota-se que estes
Os serviços uti universi, também conhecidos como serviços são regulados por leis infraconstitucionais e que também elencam
universais, coletivos ou gerais, são os serviços prestados à outros princípios do Direito Administrativo. A nível federal, registra-
coletividade, porém, são usufruídos somente de forma indireta se que o art. 2. ° da Lei 9.784/1999 cita a existência dos seguintes
pelos indivíduos. Exemplos: serviço de iluminação pública, defesa
nacional, dentre outros. Denota-se que os serviços uti universi,
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

princípios: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, fé”. Exemplo: a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, Vinculante 13 do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da
segurança jurídica, interesse público e eficiência. mencionada súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina
Sem qualquer tipo de dependência da quantidade de princípios em geral não parece apropriado, tendo em vista que o princípio da
elencados pelo ordenamento e pela doutrina, podemos destacar, moralidade é um princípio geral e aplicável a toda a Administração
para fins de estudo os principais princípios do Direito Administrativo: Pública, vindo a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política.
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência,
razoabilidade, proporcionalidade, finalidade pública (supremacia – Princípio da publicidade
do interesse público sobre o interesse privado), continuidade, Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos
autotutela, consensualidade/participação, segurança jurídica, do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art.
confiança legítima e boa-fé. 2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a
Vejamos a definição e a importância de cada um deles: transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com
o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vindo
– Princípio da legalidade a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos
Previsto no art. 37 da CRFB/1988, é conceituado como um praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a
produto do Liberalismo, que pregava a superioridade do Poder atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos
Legislativo na qual a legalidade se divide em dois importantes Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de
desdobramentos: Direito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais,
a) supremacia da lei: a lei acaba por prevalecer e tem com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados
preferência sobre os atos da Administração; por lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a
b) reserva de lei: o tratamento de determinadas matérias deve produção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade
ser formalizado pela legislação, excluindo o uso de outros atos com de motivação dos atos administrativos.
caráter normativo.
– Princípio da eficiência
Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998,
como o principal conceito para a configuração do regime jurídico- com o fito de substituir a Administração Pública burocrática
administrativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pela Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência
pública só poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos está relacionado de forma íntima com a necessidade de célere
executivos, agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De efetivação das finalidades públicas dispostas no ordenamento
acordo com o princípio em análise, todo ato que não possuir base jurídico. Exemplo: duração razoável dos processos judicial e
em fundamentos legais é ilícito. administrativo, nos ditames do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988,
inserido pela EC 45/2004), bem como o contrato de gestão no
– Princípio da impessoalidade interior da Administração (art. 37 da CRFB) e com as Organizações
Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui Sociais (Lei 9.637/1998).
duas interpretações possíveis: Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que
a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Pública garantem sua eficiência:
deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico aos a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna
particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem
a discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, piorar a situação de outrem.
da CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas de
tratamento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número de
em posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”).
igualdade material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, §2. °,
da Lei 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados
para portadores de deficiência. acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma
b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação
públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade
feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais do serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros
toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter aspectos.
educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art.
37, §1.°, da CRFB : “dela não podendo constar nomes, símbolos ou – Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna
servidores públicos” . Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no
direito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial
– Princípio da moralidade da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu
atuação administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. caráter procedimental (procedural due process of law: direito ao
Nesse diapasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 contraditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais)
ordena ao administrador nos processos administrativos, a autêntica
“atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

para, por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due – Princípio da continuidade
process of law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que
contra abusos do Estado). tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode
Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de
sendo aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação.
como da constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço
demonstrando ser um dos mais importantes instrumentos de público, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador
defesa dos direitos fundamentais dispostos na legislação pátria. do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o
O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigentes
teorias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito às
no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade
homem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que
do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber, o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular.
na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não
em que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente
proporcionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser
Estado de Direito. prestado sempre na medida em que a necessidade da população
Embora haja polêmica em relação à existência ou não de vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da
diferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da necessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser
proporcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da prestado sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a
fungibilidade entre os mencionados princípios que se relacionam população necessita de forma permanente da disponibilidade
e forma paritária com os ideais igualdade, justiça material e do serviço. Exemplos: hospitais, distribuição de energia, limpeza
racionalidade, vindo a consubstanciar importantes instrumentos de urbana, dentre outros.
contenção dos excessos cometidos pelo Poder Público.
O princípio da proporcionalidade é subdividido em três – Princípio da autotutela
subprincípios: Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de
a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será rever os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de
adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência
pretendido. e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas
b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição 346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999.
do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades,
alcançar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela
terá o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal
fundamentais. e revogação de ato inconveniente ou inoportuno.
c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que
típica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos
atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual a ante à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos
restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justificada, particulares de modo geral.
tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental
que será efetivado. – Princípios da consensualidade e da participação
Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade
– Princípio da supremacia do interesse público sobre o tornaram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo
interesse privado (princípio da finalidade pública) fato de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo
É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional, a fazer a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais
tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas freios contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo
categorias: a atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões
a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a
necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os
justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos.
atividades administrativas que são prestadas à coletividade, como Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o
por exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio
dentre outros. a assumir um importante papel no condizente ao processo de
b) interesse público secundário: trata-se do interesse do identificação de interesses públicos e privados que se encontram
próprio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra- sob a tutela da Administração Pública.
se ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualidade
implementado através de atividades administrativas instrumentais e da participação, a administração termina por voltar-se para a
que são necessárias ao atendimento do interesse público primário. coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações
Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para
público e ao patrimônio público. resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou
entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação
interesse público, mas sim em forma de atividade aberta para a jurídica que mantém com a Administração; ou confiança do afetado
colaboração dos indivíduos, passando a ter importância o momento de que as suas expectativas são razoáveis;
do consenso e da participação. b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade
De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na administrativa, que, independentemente do caráter vinculante,
tomada de decisões administrativas está refletido em alguns orientam o cidadão a adotar determinada conduta;
institutos jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma
informações, conselhos municipais, ombudsman, debate público, situação jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao
assessoria externa ou pelo instituto da audiência pública. Salienta- patrimônio jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade
se: a decisão final é do Poder Público; entretanto, ele deverá é confiável;
orientar sua decisão o mais próximo possível em relação à síntese d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a
extraída na audiência do interesse público. Nota-se que ocorre confiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou
a ampliação da participação dos interessados na decisão”, o que tolerância da Administração); e
poderá gerar tanto uma “atuação coadjuvante” como uma “atuação e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e
determinante por parte de interessados regularmente habilitados à obrigações no caso.
participação” (MOREIRA NETO, 2006, p. 337-338).
Desta forma, o princípio constitucional da participação é o
pioneiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico- BENS PÚBLICOS
políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos
seus institutos participativos e consensuais.
Noções Gerais
– Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da A princípio, denota-se que existem controvérsias doutrinárias
boa-fé a respeito do conceito de bem público, vindo, com isso, a existir
Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da basicamente três posições distintas.
boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si. A primeira corrente doutrinária, defendida por José dos Santos
O princípio da segurança jurídica está dividido em dois sentidos: Carvalho Filho, entende que são bens públicos apenas aqueles que
– Objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em pertencem às pessoas jurídicas de direito público.
conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido, Hely Lopes Meirelles, na segunda corrente doutrinária,
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB); defende que bens públicos são todos aqueles que pertencem às
– Subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas pessoas jurídicas de Direito Público Interno e às pessoas jurídicas
relacionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais. de Direito Privado da Administração Indireta, o que acaba por
incluir na categoria de bens públicos, todos aqueles que forem
Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções: de propriedade das empresas públicas e sociedades de economia
– Objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos mista, independentemente de estas atuarem ou não na prestação
particulares; de serviço público ou na exploração de atividade econômica.
– Subjetiva: está ligada à relação com o caráter psicológico A terceira corrente, defendida por Celso Antônio Bandeira de
daquele que atuou em conformidade com o direito. Esta Mello, sustenta que bens públicos são todos aqueles pertencentes
caracterização da confiança legítima depende em grande parte da às pessoas jurídicas de Direito Público como a União, os Estados,
boa-fé do particular, que veio a crer nas expectativas que foram o Distrito Federal, os Municípios, e suas respectivas autarquias e
geradas pela atuação do Estado. fundações de direito público, e, ainda aqueles que, embora não
pertencendo a tais pessoas, encontram-se afetados à prestação de
Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifica- um serviço público.
se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização Com o intuito de tentar diminuir as dúvidas relativas à
abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que terminam abrangência do conceito de bens públicos, o art. 98 do Código Civil,
por surpreender os seus receptores. Lei 10.406, de 10.01.2002 predispôs que:
Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança Art. 98 - são públicos os bens do domínio nacional pertencentes
jurídica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são
com supedâneo em fundamento constitucional que se encontra particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
implícito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.°
da CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico Registra-se que a classificação que possui mais relevo para
perfeito e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da provas de certames em geral, é aquela que divide os bens com base
CRFB/1988. no seu uso. Tal classificação possui fundamento legal no art. 99 do
Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o Código Civil. Vejamos:
princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei Art. 99. São bens públicos:
9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,
legítima, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos: ruas e praças;
a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados
no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos: a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente; territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas não patrimonial e são insuscetíveis de alienação pelo poder
jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, público. São bens de uso comum do povo, sendo bens considerados
de cada uma dessas entidades. absolutamente indisponíveis, como os mares, os rios, as estradas,
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram- dentre outros.
se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito – Bens patrimoniais indisponíveis: deles, o poder público
público a que se tenha dado estrutura de direito privado. não pode dispor, possuem natureza patrimonial, devido ao fato
de estarem afetados a uma destinação pública específica. São
Espécies bens possuidores de valor patrimonial, mas que não podem ser
Vejamos a especificação de alguns tipos de bens: alienados pelo fato de serem utilizados efetivamente pelo Estado
– Bens de uso comum do povo - são aqueles bens que a para finalidade pública de ordem específica.
Administração Pública os mantém para o uso comum da população, – Bens patrimoniais disponíveis: são bens que possuidores
sendo de uso livre, gratuito ou mediante a cobrança de taxas, de natureza patrimonial e, pelo fato de não estarem afetados
no caso de uso anormal ou privativo. Existem doutrinadores que a determinada finalidade pública, são passíveis de alienação,
conceituam esse tipo de bens como bens do domínio público. na forma e nas condições que a lei estabelecer. Esse tipo de
– Bens de uso especial ou do Patrimônio Administrativo bens, correspondem aos bens dominicais, pelo motivo de serem
Indisponível: são bens que destinados à execução dos serviços exatamente aqueles que nem se destinam ao público em geral e
administrativos e serviços públicos em geral. nem são utilizados para a prestação de serviços públicos em sentido
amplo, não sendo bens de uso especial.
– Bens dominicais ou do Patrimônio Disponível: são bens que, – Observação importante: Pondera-se que os bens patrimoniais
embora sejam constituídos para o patrimônio público, acabam indisponíveis, os de uso especial e os bens de uso comum estão
por não possuir uma destinação pública determinada ou um fim sujeitos à avaliação patrimonial, sejam eles móveis ou imóveis.
administrativo específico. Exemplos: os veículos oficiais, as escolas públicas, as universidades
públicas, os hospitais públicos, dentre outros. O Código Civil
Os bens de uso especial podem ser diretos ou indiretos. claramente determina que “os bens públicos de uso comum do
Vejamos: povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a
A) Bens de uso especial direto: são os bens que compõem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
máquina estatal. Exemplos: escolas públicas, logradouros onde se
localizam as repartições públicas, automóvel oficial, etc. Afetação e Desafetação
B) Bens de uso especial indireto: são aqueles por meio dos Trata-se a afetação de preposição de um bem a um determinado
quais o ente público não usa os bens diretamente, porém, conserva destino categorial de uso comum ou especial. Já a desafetação, é
os mesmos com o intento de garantir proteção a determinado sua retirada do mencionado destino. Nesse sentido, registra-se
bem jurídico de interesse geral da coletividade. Exemplo: as terras que os bens dominicais são bens não afetados a qualquer destino
tradicionalmente ocupadas pelos índios. público.
A afetação ao uso comum pode provir do destino natural do bem,
Bens Dominicais como acontece com os mares, rios, ruas, quanto por determinação
São os bens desincumbidos de qualquer destinação e de lei ou por ato administrativo que ordene a aplicação de um bem
prontos para serem utilizados ou alienados ou, também, ter seu dominical ou de uso especial à utilização pública como um todo.
uso trespassado àqueles que por eles se interesse. Infere-se que MELLO, 2006, aduz que “a desafetação dos bens de uso comum,
pertencem à União, aos Estados-Membros, aos Municípios, ao isto é, seu trespasse para o uso especial ou sua conversão em bens
Distrito Federal, às autarquias e fundações públicas. Estas entidades meramente dominicais, depende de lei ou de ato do Executivo
exercem sobre os bens dominicais poderes de supremacia. Mesmo praticado na conformidade dela. É que, possuindo originariamente
assim, pondera-se que a alienação e o trespasse do uso podem destinação natural para o uso comum ou tendo-a adquirido em
exigir o cumprimento, previamente, de determinados requisitos, consequência de ato administrativo que os tenha preposto neste
como avaliação, concorrência e licitação. destino, haverão, de toda sorte, neste caso, terminado por assumir
São exemplos de bens dominicais os terrenos desprovidos uma destinação natural para tal fim. Só um ato de hierarquia
de qualquer afetação de propriedade das mencionadas pessoas jurídica superior, como o é a lei, poderia ulteriormente contrariar
públicas, podendo ser utilizados por seus proprietários para todos o destino natural que adquiriram ou habilitar o Executivo a fazê-lo
os fins de direito, observadas, especificamente, as legislações dos (MELLO, 2006, p. 868).
demais entes federados. Desta forma, a União, por exemplo, não A desafetação de bem de uso especial, trespassando-o para a
pode dar a bem dominial de sua propriedade utilização que venha a classe dos dominicais, é dependente de lei ou de ato do próprio
contrariar a lei municipal de uso e ocupação do solo. executivo. Vejamos como, por exemplo, o fato da transferência de
serviço que se realizava em determinado prédio para outro prédio,
Quanto à Disponibilidade restando o primeiro imóvel desligado de qualquer destinação.
Em relação à disponibilidade, os bens públicos classificam- Infere-se que o que este não pode fazer sem autorização legislativa,
se em: bens indisponíveis por natureza; bens patrimoniais é promover a desativação do próprio serviço instituído por
indisponíveis e bens patrimoniais disponíveis. Vejamos os conceitos legislação e que nele se prestava. Denota-se também, que um fato
de cada um deles: da natureza pode ensejar a passagem de um bem do uso especial
– Bens indisponíveis por natureza: são bens que devido à sua para a categoria dominical. Exemplo: um prédio público que desaba
natureza não patrimonial, não podem ser alienados ou onerados em local onde funcionava uma repartição pública.
pelas entidades a que pertencem. São considerados de natureza
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Atributos b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou


Os bens públicos são possuidores de um regime jurídico especial entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo,
que os distingue dos bens particulares. As principais características ressalvado o disposto nas alíneas “f”, “h” e “i”; (Redação dada pela
normativas desse regime diferenciado podem ser resumidas a Medida Provisória nº 458, de 2009)
quatro atributos considerados fundamentais aos bens públicos. São b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou
elas: inalienabilidade, impenhorabilidade, prescritibilidade e não entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo,
onerabilidade. ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº
A inalienabilidade aduz que os bens públicos não podem ser 11.952, de 2009)
vendidos de forma livre. Isso ocorre porque a legislação estabelece c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos
condições e procedimentos especiais para a venda de tais bens, constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
o que incorre em alienabilidade condicionada ao cumprimento d) investidura;
das exigências impostas por lei. Advém da inalienabilidade o e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública,
entendimento de que os bens públicos não podem ser embargados, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
hipotecados, desapropriados, penhorados, reivindicados, f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
usufruídos, nem objeto de servidão. direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
O atributo da impenhorabilidade advém do fato de que residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no
os bens públicos podem ser objeto de constrição judicial. A âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária
impenhorabilidade é uma decorrência da inalienabilidade na de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
medida em que, por não ser suscetível a alienação ou penhora administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
sobre bem público constitui medida sem utilidade. É importante g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art.
ressaltar, também, que a impenhorabilidade dos bens públicos é 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa
o que justifica a existência da execução especial contra a Fazenda e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja
Pública e da ordem dos precatórios, nos termos do art., 100 da competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº
CFB/88. Pelo fato de os bens do Estado não serem passíveis de 11.196, de 2005)
penhora, não é possível aplicar à cobrança de créditos contra a h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
Fazenda Pública o sistema tradicional de execução objetivado na direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de
constrição judicial de bens do devedor. uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e
Infere-se que a impenhorabilidade também se estende aos cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas
bens de empresas públicas, sociedades de economia mista e de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por
concessionários afetados à prestação de serviços públicos. Em órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº
relação à imprescritibilidade, entende-se que os bens públicos 11.481, de 2007)
não estão submetidos à possibilidade de prescrição aquisitiva, i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou
ou seja, os bens públicos não estão sujeitos sujeitam à usucapião onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde
nos ditames dos arts. 183 e 102 do Código Civil. De acordo com incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou
a corrente majoritária, a imprescritibilidade é atributo de todas as 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização
espécies de bens públicos, inclusive dos dominicais. Entretanto, fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº
existe uma exceção a essa regra que se encontra prevista no art. 2° 11.952, de 2009)
da Lei n6.969/81, que admite a possibilidade de usucapião especial i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou
sobre terras devolutas localizadas na área rural. onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde
incidam ocupações até o limite de que trata o §1º do art. 6º da
Requisitos para a alienação de bens públicos Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização
A alienação de bens públicos é dependente do cumprimento fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela Lei
de determinadas condições elencadas pelo art. 17 da Lei 8.666/93, nº 13.465, 2017)
que variam conforme o tipo de bem e a pessoa a quem pertençam. II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação,
Vejamos: dispensada esta nos seguintes casos:
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de
subordinada à existência de interesse público devidamente interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência
justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de
normas: alienação;
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e entidades da Administração Pública;
fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,
dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de observada a legislação específica;
concorrência, dispensada está nos seguintes casos: d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
a) dação em pagamento; e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou
ressalvado o disposto nas alíneas f e h; (Redação dada pela Lei nº entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por
11.481, de 2007) quem deles dispõe.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§1o Os imóveis doados com base na alínea b do inciso I deste II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na
artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais
ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas,
pelo beneficiário. desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas
§2º A Administração também poderá conceder título de unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da
propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
licitação, quando o uso se destinar: (Redação dada pela Lei nº §4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento
11.196, de 2005) constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do
qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público
11.196, de 2005); devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato §5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a
mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por
sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei
módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que nº 8.883, de 1994)
não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada §6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou
pela Lei nº 11.952, de 2009) globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23,
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamento inciso II, alínea b desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.
ou de ato normativo do órgão competente, haja implementado (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e
exploração direta sobre área rural limitada a quinze módulos
fiscais, desde que não exceda a 1.500ha (mil e quinhentos hectares); GESTÃO DE MATERIAL E CONTROLE DE ESTOQUES E ALMO-
(Redação dada pela Medida Provisória nº 759, de 2016) XARIFADO
II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos
mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
sobre área rural, observado o limite de que trata o §1o do art. 6o Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de
da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009; (Redação dada pela Lei forma efetiva, riqueza.
nº 13.465, 2017)
§2º-A. As hipóteses do inciso II do §2o ficam dispensadas Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que plane-
de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes ja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas,
condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009) o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e com-
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a prar até a entrega do produto terminado para o cliente.
vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante É um sistema integrado com a finalidade de prover à adminis-
atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) tração, de forma contínua, recursos, equipamentos e informações
II - fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, vedada a essenciais para a execução de todas as atividades da Organização.
dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; e (Redação
dada pela Medida Provisória nº 422, de 2008). Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patrimo-
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde niais
que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de A evolução da Administração de Materiais processou-se em
licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei várias fases:
nº 11.763, de 2008) - A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empre-
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde sa, pois comprar era a essência do negócio;
que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de - Atividades de compras como apoio às atividades produtivas
licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei se, portanto, integradas à área de produção;
nº 11.763, de 2008) - Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos
da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até acabados, em uma organização independente da área produtiva;
o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº - Agregação à área logística das atividades de suporte à área
11.196, de 2005) de marketing.
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
§3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-pri-
tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da ma, porém não haja excedentes.
avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por
cento) do valor constante da alínea a do inciso II do art. 23 desta lei;
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas - Preço;


fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de - Condições de pagamento.
produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administração
de Materiais tem como função principal o controle de produção e Qualidade do Material
estoque, como também a distribuição dos mesmos. O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua
aceitação dentro e fora da empresa (mercado).
As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Pa-
trimoniais Quantidade
1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência. Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades
2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar ou- da produção e estoque, evitando a falta de material para o abasteci-
tras áreas da Organização. Busca pela eficácia. mento geral da empresa bem como o excesso em estoque.
3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender
bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade. Prazo de Entrega
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendi-
Visão Operacional e Visão Estratégica mento aos consumidores e evitar falta do material.
Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a ativida-
des específicas. Melhorar algo que já existe. Menor Preço
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posi-
Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de ção da concorrência no mercado, proporcionando à empresa um
um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance lucro maior.
de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de
maneira interrelacional. Condições de pagamento
Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha
era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações maior flexibilidade na transformação ou venda do produto.
dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são
recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da Diferença Básica entre Administração de Materiais e Adminis-
Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar tração Patrimonial
investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos A diferença básica entre Administração de Materiais e Admi-
não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos nistração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a
invernos como, também, fazê-los em Paris. distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é respon-
Historicamente, a administração de recursos materiais e patri- sável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a
moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio- conservação e manutenção de bens.
nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de ativi-
de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na dades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada
melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais
e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições.
para a organização e maior satisfação dos clientes. Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento,
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estraté- inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o
gica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e não fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as opera-
baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica a ções gerais de controle de estoques etc.
Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser co- A Administração de Materiais destina-se a dotar a administração
nhecida por LOGISTICA. dos meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao
funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade
Sendo assim: necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo.
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de
VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do
momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das
EFICIENCIA EFETIVIDADE necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providên-
ESPECIFICA SISTEMICA cia do suprimento após esse momento poderá levar a falta do ma-
terial necessário ao atendimento de determinada necessidade da
QUANTITATIVA QUANTITATIVA E QUALTAITIVA administração.
MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO São tarefas da Administração de Materiais:
- Controle da produção;
QUANTO QUANDO
- Controle de estoque;
- Compras;
Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimo- - Recepção;
niais - Inspeção das entradas;
- Qualidade do material; - Armazenamento;
- Quantidade necessária; - Movimentação;
- Prazo de entrega - Inspeção de saída
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Distribuição. Especificação
Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten- Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do
dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza- material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor
ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de
atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção, material a ser requisitado.
aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for-
mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação Normalização
de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com o A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili-
serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à nature- zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização
za dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.), e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar
ou do tipo de demanda, estocagem, etc. e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino-
logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida
Classificação de Materiais e formato.
Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma,
dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confu- Codificação
são, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo que É a apresentação de cada item através de um código, com as
seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A classifica- informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou
ção, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de material letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armazena-
ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos químicos pode- dos no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande. Em
rão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre si. função de uma boa classificação do material, poderemos partir para
Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações
critérios adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, sem, necessárias, suficientes e desejadas por meios de números e/ou le-
contudo, causar confusão ou dispersão no espaço e alteração na tras. Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o al-
qualidade. fabético (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se
O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalo- a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico e
gação, simplificação, especificação, normalização, padronização numérico, também chamado “decimal”. A escolha do sistema utili-
e codificação de todos os materiais componentes do estoque da zado deve estar voltada para obtenção de uma codificação clara e
empresa. precisa, que não gere confusão e evite interpretações duvidosas a
O sistema de classificação é primordial para qualquer Departa- respeito do material. Este processo ficou conhecido como “código
mento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codificação está a de
eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento afastar todos os elementos de confusão que porventura se apresen-
correto do almoxarifado. tarem na pronta identificação de um material.
O sistema classificatório permite identificar e decidir priorida-
O princípio da classificação de materiais está relacionado à: des referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de
Catalogação estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da
A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate-
materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjun- riais.
to de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadas- Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas
trados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da características: ser abrangente, flexível e prático.
empresa. - Abrangência: deve tratar de um conjunto de características,
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversi- em vez de reunir apenas materiais para serem classificados;
dade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso - Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos
de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerencia-
simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simplifi- mento do estoque;
carmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos as - Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.
despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos com
capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária
haja a normalização. uma divisão que norteie os vários tipos de classificação.
Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário irá for- Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de
necer todos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o materiais.
que facilitará sobremaneira não somente sua aquisição, como tam- Para o autor Viana os principais tipos de classificação são:
bém o desempenho daqueles que se servem do material, pois a não - Por tipo de demanda
simplificação (padronização) pode confundir o usuário do material, - Materiais críticos
se este um dia apresentar uma forma e outro dia outra forma de - Pericibilidade
maneira totalmente diferente. - Quanto à periculosidade
- Possibilidade de fazer ou comprar
- Tipos de estocagem
- Dificuldade de aquisição
- Mercado fornecedor.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda se - Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de mo-
divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Mate- vimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gerarem custo
riais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após todos os itens
os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses das classes A e B terem sido avaliados. Em geral, somente 5% do valor
materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de monetário total representam esta classe, porém, mais de 50% dos
regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais itens formam sua estrutura (esses valores são orientadores e não
somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em são regra).
que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição
quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se Metodologia de cálculo da curva ABC
forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques,
estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são mate- para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de
riais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para prioridades, para a programação da produção.
que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimen-
to automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser
automático, com base na demanda prevista e na importância para
a empresa.

Os materiais de estoque se subdividem ainda;


Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que
compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e in-
sumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo
produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
como materiais em processamento que estão sendo processados
ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque por-
que já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é
ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes,
prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em manu- desnecessária. É conveniente que os itens mais importantes, segun-
tenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais do algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes.
não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa. Assim, economiza-se tempo e recursos.
Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o
diversos setores da empresa. processo em 6 etapas a seguir:
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques
Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia na pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada
gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo um deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do
que é essencial do que é secundário em termos de valor de consu- estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.
mo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta 2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são:
chamada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela determina a im- quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com
portância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio esses dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a
consumo em determinado período. Curva ABC é um importante quantidade pelo custo unitário.
instrumento para se examinar estoques, permitindo a identifica- 3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é
ção daqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, em certo 4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram
espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumu-
em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, paraque lado e os percentuais do custo total acumulado de cada item em
eles possam ser classificados em ordem decrescente de importân- relação ao total.
cia. 5º) Construir a curva ABC
Os materiais são classificados em: Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distri-
- Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser tra- buídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo
balhados com uma atenção especial pela administração. Os dados total acumulado.
aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor mone-
tário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são
orientativos e não são regra).
- Classe B: São os itens intermediários que deverão ser tratados
logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são os se-
gundos em importância. Os dados aqui classificados correspondem
em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo
30% dos itens estudados (esses valores são orientadores e não são
regra).

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:


Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque
A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C
(sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais
rentável para a empresa do nosso exemplo.

Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter
o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.

Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem
colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais
classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em
curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas,
ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode ser
adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente?

Ainda em relação aos tipos de materiais temos;

- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o ris-
co. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto,
sujeitos ao controle de obsolescência.
A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínimo.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os materiais são classificados como críticos segundo os seguin- Recebimento e Armazenagem


tes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material impor- Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de
tado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil ob- compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade
tenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais a conferência dos materiais destinados à empresa.
de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; As atribuições básicas do Recebimento são:
Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais - Coordenar e controlar as atividades de recebimento e
perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimen- devolução de materiais;
sões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu - Analisar a documentação recebida, verificando se a compra
uso; Críticos por razões de segurança de materiais de alto custo de está autorizada;
reposição ou para equipamento vital da produção. - Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto
de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos;
- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados - Proceder a conferência visual, verificando as condições de
de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e,
físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classifica- se for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos
ção; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado documentos;
em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utiliza- - Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais
ção poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem recebidos;
por longos períodos. Ex. alimentos, remédios; - Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
- Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da
- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite liberação de pagamento ao fornecedor;
a identificação de materiais que devido a suas características físico- - Liberar o material desembaraçado para estoque no
-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, trans- almoxarifado;
porte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis.
A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir
- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa de- a função em quatro fases:
terminar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabri-
cados internamente ou comprados: 1a fase - Entrada de Materiais
- Fazer internamente: fabricados na empresa; A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria
- Comprar: adquiridos no mercado; da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; os seguintes objetivos:
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a - A recepção dos veículos transportadores;
análise de custos. - A triagem da documentação suporte do recebimento;
- Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise,
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em está autorizada pela empresa;
materiais de estocagem permanente e temporária. - Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis contratual;
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. - Constatação se o número do documento de compra consta
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri- na nota fiscal;
mento, ou seja, é um material não de estoque. - Cadastramento no sistema das informações referentes
a compras autorizadas, para as quais se inicia o processo de
- Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser classifica- recebimento;
dos por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisi- - O encaminhamento desses veículos para a descarga;
ção e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de:
Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogra- As compras não autorizadas ou em desacordo com a programa-
ma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no ção de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos
mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalida- no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as opera-
de: há alteração da oferta do material em determinados períodos ções de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conheci-
do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um mento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando
único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte es- do recebimento da mercadoria a ser transportada.
pecial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em
burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos. relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece-
bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circuns-
- Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente li- tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do
gada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mer- transportador. O exame para constatação das avarias é feito através
cado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens,
mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais quanto a evidências de quebras, umidade e amassados.
em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvol- Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser
vendo fornecedores nacionais. encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate-
rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de vo-
lumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das
é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam: operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não
paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes. se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
O cadastramento dos dados necessários ao registro do recebi- quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou trans-
mento do material compreende a atualização dos seguintes sistemas: porte.
- Sistema de Administração de Materiais e gestão de estoques:
dados necessários à entrada dos materiais em estoque, visando ao As atividades que compõem a armazenagem são:
seu controle; - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
- Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
posição de fornecedores; - Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda
- Sistema de Compras : dados necessários à atualização de do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque
saldos e baixa dos processos de compras; de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais
auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e
2a fase - Conferência Quantitativa estoques de materiais administrativos.
É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo forne- - Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
cedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A confe- envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem,
rência por acusação também conhecida como “contagem cega “ é a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu des-
aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desco- tino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de
nhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação saída para que haja controle do estoque.
do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Re-
gularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem. Tipos de armazenagem:
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po- A armanezagem temporária tem como função conseguir uma
dem ser contados utilizando os seguintes métodos: forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a coloca-
- Manual: para o caso de pequenas quantidades; ção de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Já a ar-
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens mazenagem permanente tem um local pré-definido para o depósito
padronizadas com grandes quantidades; de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição do
- Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantin-
envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos, do a organização do mesmo.
porcas, arruelas;
- Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesagem Vantagens da armazenagem:
pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias; A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode trazer
- Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas; muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de custos.
- Redução dos custos de movimentação bem como das
3a fase - Conferência Qualitativa existências;
Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina. A - Facilidade na fiscalização do processo;
análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da - Redução de perdas e inutilidades.
confrontação das condições contratadas na Autorização de Forneci- - Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores;
mento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa ga- - Agiliza o processo de entrega;
rantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame - Compensa defasagens de produção
dos seguintes itens: - Melhor aproveitamento do espaço;
- Características dimensionais;
- Características específicas; Desvantagens da armazenagem:
- Restrições de especificação; Algumas desvantagens segundo:
- Imobilização de capital;
A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções - A armazenagem requer serviços administrativos de controles
que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e e gerenciamento;
conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi – - A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser
acabados. respeitados;
Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resulta- - Um armazém de grande porte requer máquinas com
dos quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acres- tecnologia.
centar valor. A armazenagem pode ser definida como o compromis-
so entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática Armazenagem em função das prioridades
isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam Não existe nenhuma norma que regule o modo como os
os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos materiais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão
mesmos. depende de vários fatores. Senão veja-se:
A função de armazenamento de material é agir com maior agi-
lidade entre suprimento e as necessidades de produção.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Armazenagem por agrupamento: Armazenagem em função dos materiais


Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais
materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. É o de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo
caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais se importante classificá-los.
atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, identifi- - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e cereais;
cando-os com a divisão da estante respectiva . - Armazém para granel: A armazenagem deste material deve
ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte
Armazenagem por tamanho, peso e característica do mate- deste tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades
rial. deste material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de
Neste critério o talão de saída deve conter a informação relati- grandes dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões,
va ao setor do armazém onde o material se encontra. Este critério latas e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um - Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida
controlo rigoroso de todas as movimentações. congelada, etc;
- Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos
Armazenagem por frequência domésticos e mobiliário;
O controle através da ficha técnica permite determinar o local - Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O
onde o material deverá ser colocado, consoante a frequência com principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e
que este é movimentado. A ficha técnica também consegue veri- armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher
ficar o tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aproveita- o veiculo por completo.
mento do espaço. - Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de
precaução, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote di- a altas pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem
ário de garrafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de
Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de transporte são por norma de grandes dimensões.
pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia-
-a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de Critérios de Armazenagem
materiais. Dependendo das características do material, a armazenagem
pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:
Armazenagem por setores de montagem
Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas - Fragilidade;
num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por - Combustibilidade;
família de peças. Este critério conduz à organização das peças por - Volatilização;
prioridades dentro de cada grupo. - Oxidação;
- Explosividade;
A mecanização dos processos de armazenagem fará com que - Intoxicação;
o critério do percurso mais breve e de menor frequência seja - Radiação;
implementado na elaboração de novas técnicas de armazenagem - Corrosão;
- Inflamabilidade;
Tipos de Armazenagem - Volume;
Armazenagem temporária - Peso;
Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a conse- - Forma.
guir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados para
uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força da Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras ta-
gravidade joga a favor. xativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispostos
no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em conjunto, os
Armazenagem permanente parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo de
É um processo predefinido num local destinado ao depósito de arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que me-
matérias. lhor atenda ao fluxo de materiais:
O fluxo de material determina: 1. armazenagem por tamanho: esse critério permite bom apro-
- A disposição do armazém - critério de armazenagem; veitamento do espaço;
- A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém; 2. armazenamento por frequência: esse critério implica arma-
- Os acessórios do armazém; zenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que tenham
- A organização da armazenagem. maior frequência de movimento;
Armazenagem interior/exterior 3. armazenagem especial, onde destacam-se:
A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem a a) os ambientes climatizados;
nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de ferra- b) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas
gens e essencialmente material pesado. normas de segurança;
c) os produtos perecíveis (método FIFO)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4. Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, mui- ganizações que executam as funções necessárias para deslocar os
tos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o que produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os
diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que ne- intermediários que são as organizações que constituem o canal de
cessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os
pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”, pe- produtores e os clientes finais.
ças fundidas e chapas metálicas. - Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos
5. Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos,
almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que dis- de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se
pensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor custo. ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo
de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem,
Independentemente do critério ou método de armazenamento transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos sis-
adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embala- temas e equipamentos necessários para essas funções.
gens em geral.
INTERMEDIÁRIOS
Estudo do layout Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais interme-
Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do la- diários atuantes em um canal de distribuição:
yout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as seguintes - Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é reali-
condições: zar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final. Ex.:
1. Máxima utilização do espaço; Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc.
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e - Atacadista: intermediário que compra e revende mercadorias
equipamentos); para os varejistas e a outros comerciantes e/ou para estabelecimen-
3. Pronto acesso a todos os itens; tos industriais, institucionais e usuários comerciantes, mas que não
4. Máxima proteção aos itens estocados; vende em pequenas quantidades para clientes finais. Ex.: Martins,
5. Boa organização; Atacadão
6. Satisfação das necessidades dos clientes. - Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o
Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os se- da venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área
guintes aspectos: geográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender deman-
1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande das mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos
peso e volume); agrícolas em uma determinada região.
2. Corredores (facilidades de acesso); - Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de
3. Portas de acesso (altura, largura); curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma li-
4. Prateleiras e estruturas (altura x peso); nha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem
5. Piso (resistência). trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única em-
presa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares de
Distribuição De Materiais empresas diferentes (agentes não exclusivos).

O processo de distribuição: conceitos e estratégias IMPORTÂNCIA DOS INTERMÉDIARIOS


Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a necessi- Pode-se identificar diversos aspectos que justificam a impor-
dade que esse produto chegue até o cliente da melhor forma possí- tância dos intermediários no canal de distribuição, dentre esses
vel, seja esse um produto de consumo ou industrial. Nesse sentido, destacam-se:
é necessário identificar adequadamente os meios para distribuir o - Aumento da eficiência do processo de distribuição, pois não
produto, para que esse chegue ao cliente certo, na quantidade cer- seria eficiente para um fabricante ou produtor buscar atender
ta e no momento certo. clientes individualmente;
Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse - Transformação das transações em processos repetitivos
não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portan- e rotineiros, simplificando atividades e os processos de pedido,
to, o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de pagamento, etc.
sua disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O - Facilitação do processo de busca de produtos, ampliando o
cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a, acesso dos clientes a uma gama maior de produtos.
esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um
dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de Distri- As funções objetivam tornar o canal de distribuição mais efe-
buição. tivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em três categorias:
Transacionais: compreendem a compra, a venda dos produtos,
Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição bem como assumir os riscos comerciais envolvidos no processo;
e distribuição física Facilitação: relacionam-se com o financiamento de crédito,
- Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de orga- o controle de produtos (inspecionar e classificar produtos), bem
nizações interdependentes envolvidas na disponibilização de um como a coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis
produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa forma, os processos de compra e venda. Produtores e intermediários po-
entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de or- dem trabalhar juntos para criar valor para seus clientes por meio
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as FabricanteAtacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse
condições do mercado, focando atingir as reais necessidades dos tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando
clientes; a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de
Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação de pro- clientes (ampliar capilaridade).
dutos em quantidades que os tornem fáceis de comprar. Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva
pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamen-
DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO to, transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicio-
Para se projetar um canal de distribuição é necessário avaliar nais para alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc.
alguns atributos:
Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a serem FabricanteAgente(Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL
trabalhados. TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função de
- Determinar as características dos clientes (segmentação), em reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um inter-
termos de números de clientes, dispersão geográfica, frequência de mediário que não compra produtos, apenas representa o fabricante
compra, etc. ou o atacadista (aqueles que realmente compram os bens) na busca
- Determinar as características dos produtos quanto à perecibi- de mercados à produção dos fabricantes ou na localização de fontes
lidade, dimensões, grau de padronização e necessidades dos clien- de suprimento para esses fabricantes.
tes. Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços
- Determinar as características dos intermediários, quanto ao para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do que
tipo de transporte, sistema de equipamentos e armazenagem utili- a distribuição de bens tangíveis, em função das características dos
zado, sistemas de TI, etc. serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos preo-
- Diagnosticar as características ambientais quanto às condi- cupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque e,
ções locais, legislação, etc. normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a contí-
- Avaliar as características das empresas envolvidas quanto so- nua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais en-
lidez financeira, composto de produtos (bens e serviços), nível de tre produtores e usuários de serviços.
serviço, estratégias de marketing, etc.
Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de ser-
TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO viços também há a possibilidade da utilização de agentes, os quais
FabricanteCliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL ZERO) - é nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos mais co-
o canal de distribuição mais simples e direto do fabricante até o muns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo de in-
usuário final, sendo também o mais comum no cenário empresa- vestimentos, agentes de viagem, etc.
rial. Quando essse canal de distribuição é usado em mercados de
consumo, pode assumir duas formas. A primeira é a Venda Direta GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
que envolve contatos de vendas pessoais entre o comprador e o
vendedor, como aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas Conflitos no Canal
(feiras), processo Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marke- Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social dos
ting Direto, o qual abrange uma comunicação direta entre o com- relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de distribui-
prador e o vendedor, conforme ocorre nas vendas por meio de ca- ção, o conflito surge quando um membro do canal crê que outro
tálogos ou mala direta. Pode-se considerar que os canais diretos membro esteja impedindo a realização de seus objetivos especí-
são mais importantes no mercado empresarial (B2B), onde a maior ficos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de conflito
parte dos equipamentos, peças e matéria-prima são vendidas por entre os membros do canal:
meio de contatos diretos entre vendedores e compradores. Esse - Incongruência de papéis entre os membros;
canal é requisitado quando o fabricante prefere não utilizar os in- - Escassez de recursos e discordância na sua alocação;
termediários disponíveis no mercado, optando pela força de venda - Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos
própria e providenciando a movimentação física dos produtos até ambientais;
o cliente final. O mesmo oferece às empresas a vantagem de maior - Diferenças de expectativas em relação ao comportamento
controle das funções de Marketing a serem desempenhadas, sem esperado dos outros membros;
a necessidade de motivar intermediários e depender de resultados - Discordância no domínio da decisão;
de terceiros. Uma das desvantagens é a exigência de maiores inves- - Incompatibilidade de metas específicas dos membros;
timentos, uma vez que as funções mercadológicas são assumidas. - Dificuldades de comunicação.

FabricanteVarejistaCliente Final (NÍVEL UM) - é um dos canais Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos ca-
mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha, como nal de distribuição:
alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso, o fa- - O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre mem-
bricante transfere ao intermediário grande parte das funções mer- bros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus Ataca-
cadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas distas ou Varejistas. Quando um fabricante vende seus produtos
Bahia, Supermercado Extra, etc. diretamente aos clientes via internet, poderá gerar algum tipo de
conflito vertical entre esse e seus varejistas.
- O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências entre
membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus Ata-
cadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa franquia
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem ocorrer, Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra são
devido as diferenças quanto aos limites de território ou em termos vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem
dos preços praticados. conveniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva,
- Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um fabri- os clientes podem encontrar os produtos no maior número de
cante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem para o locais possíveis.
mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de repre- - Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato do fabri-
sentantes. cante vender produtos por meio de mais de um dos intermediários
disponíveis em uma região, mas não em todos. Sendo assim, os in-
Poder no canal termediários escolhidos são considerados osmelhores para vender
Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de os produtos com base em sua localização, reputação, clientela e
influenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro. outros pontos fortes. A distribuição seletiva é empregada quando
Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou até osclientes buscam produtos de compra comparada. Cabe ainda
modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. De destacar que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal,
uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à capaci- torna-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos com
dade de um membro particular do canal de controlar ou influenciar cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertu-
o comportamento de outro(s) membro(s) do canal. ra do mercado com mais controle e menos custos, comparado com
a distribuição intensiva.
Fontes de Poder no canal - Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende seus
Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são exer- produtos por meio de um único intermediário em uma determina-
cidos no canal: da região, onde esserecebe o direito exclusivo de distribuir tais pro-
- Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um dutos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando um determinado
outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A produto requer um esforço especializado de venda ou investimen-
recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas. tos em estoques e instalações específicas. A distribuição exclusiva é
- Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o oposta à distribuição intensiva, sendo mais adequada à medida em
exercício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos de canal
em relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se que possam apoiar ou servir o produto de forma adequada, ou seja,
submeta às tentativas de influência do primeiro. enfatizando uma determinada imagem que possa caraterizar luxo
- Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro ou exclusividade.
(contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de
influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência. A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de
- Informacional: origina-se pela posse de um membro de distribuição depende essencialmente de cada organização, da
informações valorizadas por outros membros do canal. forma com que ela compete no mercado e da estrutura geral da
- Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um cadeia de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores
membro detem em relação a outro membro. gerais, comum na maioria deles:
- Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado
Liderança do canal identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar
Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de coo- disponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo
peração entre os membros do canal, essas características podem correto;
resultar no surgimento de membros que, devido a fatores como, - Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob
alto poder de barganha, poder legítimo, poder de informação, tor- enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que
nam-se líderes do canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas;
um padrão consistente de condições que determinam o surgimento - Promover cooperação entre os participantes da cadeia
de uma liderança no canal: o líder do canal tende emergir quando de suprimentos, principalmente relacionada aos fatores mais
o canal de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles significativos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes
onde a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a incer- mínimos dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos
teza é elevada. especiais de acondicionamentos em embalagens, condições de
descarga, restrições de tempo de espera, etc.
Construindo a confiança no canal - Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos
Muitos canais estão rumando para a construção da confiança parceiros da cadeia de suprimentos;
mútua como base para o sucesso das relações entre os membros - Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os
do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros re- parceiros; e
conheçam sua interdependência e saibam compartilhar processos - Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando
e informações. em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos
na sua totalidade.
ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO
Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de distri- Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções
buição: básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply
- Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produto chain management:
disponível no maior número de estabelecimentos de uma região,
visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de venda.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos Se o produto não está disponível na prateleira, independente
necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não po-
mercadorias; derá ser comprado.
- Satisfação da demanda – é necessário comercializar os Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com
serviços ou mercadorias para satisfazer a demanda; uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível,
- Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços mas não disponível no mercado.
ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma
- Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informações instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica inter-
ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se também fere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração de
os consumidores que disponibilizam um retorno importante tanto uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser seguida
para os fabricantes quanto para os varejistas. pelos demais níveis hierárquicos.
A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a
Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer
podem ser levantadas as seguintes questões: com que os projetos sejam cumpridos e executados.
- Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris Para um melhor entendimento, seguem os níveis da adminis-
atendem às necessidades de mercado, tração da distribuição física.
- Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos • Estratégico;
custos de abastecimento são compatíveis, • Tático;
- Se a frequência de compras dos clientes, o número e o tama- • Operacional.
nho dos pedidos justificam o esforço distributivo,
- Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases a. Nível Estratégico
compatíveis com o mercado, Neste nível, a alta administração da empresa decide o modo
- Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificá- que deve ter a configuração do sistema de distribuição. Podem ser
veis com os resultados operacionais gerados, relacionadas às seguintes preocupações:
- Se os métodos de transporte adotados são adequados, • Localização dos armazéns;
• Seleção dos modais de transportes;
Em conformidade com o potencial do mercado, é importante • Sistema de processamento de pedidos etc.
analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o
tipo de sistema de distribuição adotado é adequado. b. Nível Tático
É o nível em que a média gerência da empresa estará envolvida
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA em utilizar seus recursos da melhor e maior forma possível. Suas
A distribuição física de produtos ou distribuição física são os preocupações são:
processos operacionais e decontrole que permitem transferir os • Ociosidade do equipamento de transmissão de pedidos ser
produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mer- a mínima;
cadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994). • Ocupação otimizada da área de armazéns;
Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos, • Otimização dos meios de transportes, sempre em níveis má-
para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço ximos possíveis à carga etc.
desejado, pelo menor custo possível.
A distribuição física tem, como foco principal, todos os produ- c. Nível Operacional
tos que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o instante É o nível em que a supervisão garante a execução das tarefas
em que a produção é terminada até o momento em que o cliente diárias para assegurar que os produtos se movimentem pelo canal
recebe a mercadoria (produto). de distribuição até o último cliente. Podem ser citadas:
Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do • Carregar caminhões;
consumidor. • Embalar produtos;
“Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma institui- • Manter registros dos níveis de inventário etc.
ção que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos desejam
que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que estes não MODALIDADES DE TRANSPORTE
sejam financeiros. O transporte de mercadorias é parte fundamental do
Uma boa distribuição, associada a um produto de boa qualida- comércio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega
de, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com que os pro- até o cliente final é o que define a satisfação do comprador e a
dutos sejam disponibilizados a seus consumidores, de modo que possibilidade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal
estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas prateleiras, o – meio de transporte – que atenda às expectativas do comprador.
produto passa a fazer parte de uma gama de produtos concorrentes Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos
que podem ser comprados ou não. logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na
O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de qualidade dos serviços logísticos, impactando diretamente no
compra é estar disponível nas prateleiras. tempo de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos.
Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do produ-
to, podem variar entre produtos concorrentes, mas a distribuição
é uma condição obrigatória para todas as empresas que querem
vender seus produtos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Qual o melhor modal? Vantagens Desvantagens


São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário,
aquaviário, aéreo e dutoviário. • Grande capacidade de • Alto custo de
Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas cargas implantação
vantagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de • Baixo custo de • Transporte lento
escolha e esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos transporte (Inexistência de devido às suas operações de
e características do serviço. pedágios) carga e descarga

O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior


• Adequado para longas • Pouca flexibilidade
distâncias de equipamentos.
classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em:
- Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário); • Baixíssimo nível de • Malha ferroviária
- Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário acidentes. insuficiente.
e Ferroviário); • Alta eficiência • Malha ferroviária
- Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido energética. sucateada
por um único contrato;
- Segmentados: envolve diversos contratos para diversos
• Melhores condições • Necessita de
modais; de segurança da carga. entrepostos especializados.
- Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, • Menor flexibilidade
necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da • Menor poluição do no trajeto (nem sempre chega
mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato). meio ambiente ao destino final, dependendo
de outros modais.)
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE
Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes de
Transporte Rodoviário cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) / Trajetos exclu-
É aquele que se realiza em estradas, com utilização de caminhões sivos (não há vias para outros modais)
e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no Brasil, apesar do
custo operacional e do alto consumo de óleo diesel. Transporte Aquaviário
Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto o
Vantagens Desvantagens transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os mares
abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transporte
• Capacidade de • Menor capacidade mais utilizado no comércio internacional.
tráfego por qualquer rodovia de cargas entre todos os
(flexibilidade operacional) modais;
Vantagens Desvantagens
• Usado em qualquer • Alto custo de
tipo de carga. operação
• Maior capacidade • Necessidade de
de carga transbordo nos portos
• Agilidade no • Alto risco de roubo/
transporte e no acesso às cargas Frota antiga- acidentes
• Menor custo de • Longas distâncias dos
transporte (Frete de custo
• Não necessita de • Vias com gargalos relativamente baixo)
centros de produção
gerando gastos extras e
entrepostos especializados
maior tempo para entrega.
• Apesar de limitado • Menor flexibilidade
às zonas costeiras, registra nos serviços aliado a
• Amplamente • Alto grau de grande competitividade para frequentes congestionamentos
disponível poluição longas distâncias nos portos
• Fácil contratação e • Alto valor de • É de gerenciamento
gerenciamento. transporte. • Mercadoria de baixo
complexo, exigindo muitos
• Adequado para curtas • Menos competitivo valor agregado.
documentos.
e médias distâncias à longa distância;
Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de
Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis, carga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não
mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400 há vias para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante /
Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais, quan- Encontra-se uma redução de custo de frete.
do o tempo de trânsito for valor agregado.
Tipos de navios:
Transporte Ferroviário
Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas Navios para cargas gerais ou convencionais:
férreas, para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados
transportadas neste modal são de baixo valor agregado e para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não.
em grandes quantidades como: minério, produtos agrícolas,
fertilizantes, carvão, derivados de petróleo, etc.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Navios especializados: Vantagens Desvantagens


Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e só-
lido), sem decks. • Muitas dutovias são • Pode ocasionar um
Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por subterrâneas e/ou submarinas,
grande acidente ambiental
rampa, vários decks de diversas alturas. considerado uma vantagem, pois
caso suas tubulações se
minimizam os riscos causados
rompam
Navios Multipropósito: por outros veículos;
Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados • O dutoviário transporta • Possui uma
ao mesmo tempo. de forma segura e para longas capacidade de serviço muito
Granel sólido + líquido distancias limitada
Minério + óleo
Ro-ro + container
• Proporciona um menor • Custos fixos são
índice de perdas e roubos mais elevados
Navios porta-container: • Baixo consumo de • Investimento inicial
Transportam exclusivamente cargas em container. energia. elevado.
Sólido, líquido, gasoso
• Alta confiabilidade. • Requer mais
Desde que seja em container licenças ambientais.
Tem apenas 01 (um) deck (o principal)
• Simplificação de carga
Transporte Aéreo e descarga
O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e • Transporte de volumes
pode ser dividido em Nacional e Internacional. granéis muito elevados.

Vantagens Desvantagens Tipos de dutos


- Subterrâneos
• É o transporte mais • Menor capacidade de - Aparentes
rápido carga (Limite de volume e peso|) - Submarinos
• Não necessita • Valor do frete mais
embalagem mais reforçada elevado em relação aos outros Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel.
(manuseio mais cuidadoso); modais Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático.
• Os aeroportos
Gasodutos = gás natural.
normalmente estão • Depende de terminais
Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais
localizados mais próximos de acesso
inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em
aos centros de produção.
escala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta
• Transporte de de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração
grandes distâncias. multimodal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada
• Seguro de transporte pelos setores privados e públicos.
é muito baixo.
Estoques
Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de “Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas
cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis / nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que des-
Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via creve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de estoques
para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante. é parte vital do composto logístico, pois estes podem absorver de 25 a
Tipos de Aeronaves: 40% dos custos totais, representando uma porção substancial do capi-
Full pax = somente de passageiros. tal da empresa. Portanto, é importante a correta compreensão do seu
Full cargo = somente de cargas. papel na logística e de como devem ser gerenciados”.
Combi = misto de carga e passageiros
Razões para manter estoque
Transporte Dutoviário A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exi-
Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma ge investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita
flexibilidade, visto que há uma limitação no número de produtos sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a
que podem utilizar este modal. O transporte é feito através de manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impos-
dutos cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo, sível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre
produtos derivados do minério, gases e grãos. os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se
acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias
e minimizar os custos totais de produção e distribuição.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades, A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada
ou seja: por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas
- Melhoram o nível de serviço. realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção.
- Incentivam economias na produção.
- Permitem economias de escala nas compras e no transporte. Técnicas de Administração de estoques
- Agem como proteção contra aumentos de preços.
- Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo CURVA ABC
de ressuprimento. Segrega os estoques em três grupos, demonstrando grafica-
- Servem como segurança contra contingências. mente com eixos de valores e quantidades, que considera os mate-
riais divididos em três grandes grupos, de acordo com seus valores
Abrangência da Administração de Estoques de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais “classe A” re-
A administração de estoques é de importância significativa na presentam a minoria da quantidade total e a maioria do valor total,
maioria das empresas, tanto em função do próprio valor dos itens “classe C” a maioria da quantidade total e a minoria do valor total,
mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da “classe B” valores e quantidades intermediárias.
empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe
estoques também dependem em grande parte do nível de vendas, B e C” menos sofisticados.
com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a
realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes MODELO DE LOTE ECONÔMICO
das realizações das vendas. Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os cus-
tos totais de estocagem de pedido para um item do estoque. Con-
Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as ven- siderando os custo de pedir e os custos de manter os materiais.
das antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e
sua administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unida-
os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das de da manutenção de um item de estoque por umdeterminado pe-
vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de es- ríodo (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de outros
tocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados), resi- investimentos.
dindo, portanto, na correta determinação dos níveis de estoques,
a importância da sua administração. Seu objetivo é garantir que os Custo total = custo de pedir + custo de manter
estoques necessários estejam disponíveis quando necessários para
manutenção do ritmo de produção, ao mesmo tempo em que os PONTO DE PEDIDO
custos de encomenda e manutenção de estoques sejam minimiza- Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando
dos. em consideração o tempo de entrega dos principais itens.

Os estoques podem ser classificados como: Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda
- Matéria-prima diária
- Produtos em processo
- Materiais de embalagem SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
- Produtos acabados Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques
- Suprimentos são:

A razão para manutenção de estoques depende fundamental- 1. FMS (Flexible Manufacturing System)
mente da natureza desses materiais. Nesse sistema, os computadores comandam as operações das
Para manutenção dos estoques de matérias primas, são utiliza- máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de ferramen-
das justificativas como a facilidade para o planejamento do proces- tas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, acessó-
so produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto, a pre- rios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de monitora-
venção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a obtenção de ção do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é aplicado
descontos por aquisição de grandes quantidades. em fábricas com grande diversidade de peças de produtos finais
Essas razões são contra-argumentadas de várias formas. montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do FMS,
Atualmente, as modernas técnicas de administração de estoques, as seguintes:
o conceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir • Permite maior produtividade das máquinas, que passam a
custos, representam alternativas eficientes para evitar-se falta de ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível.
materiais. Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode • Possibilita maior atenção aos consumidores em função da
representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de flexibilidade proporcionada.
eventual oscilação de preços de seus insumos básicos. • Diminui os tempos de fabricação.
Para manutenção de estoques de materiais em processos, jus- • Em função do aumento da flexibilidade, permite aumentar
tifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso ocorra a variedade dos produtos ofertados.
interrupção em alguma das linhas de produção da empresa. Obvia-
mente, essa questão deve ser substituída pela adoção de proces-
sos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências destas
interrupções.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2. MRP-Material Requirement Planing serem esvaziadas na montagem, são remetidas ao posto de traba-
O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabri- lho que faz a última operação a essa remessa, que funciona como
cação, de compras, controlar estoques e administrar a carteira de uma ordem de produção.
pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo com isso
uma previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a ge- 6. Sistema Just in Time
ração de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema pode É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de
operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras, distribuição. É assim que surge o Just in Time, que é derivado do
fabricação e montagem, operando ainda com diversos estoques de sistema Kanban. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a
material em processo, como estoque de matérias primas, partes, responsável pela implantação do Just in Time foi a Toyota, criando
submontagens e produtos acabados.A maior vantagem do MRP esse sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar
consiste em utilizar programas de computadores complexos, levan- em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando a res-
do em consideração todos os fatores relevantes para conseguir o ponsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção
melhor cumprimento de prazos de entrega, com estoques baixos, para seus terceirizados.
mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em quantidade, de O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal é
uma semana para outra. suprir produtos para a linha de produção e clientes da empresa,
Um ponto fundamental para o correto funcionamento do sis- somente quando for necessário. Ao longo da cadeia logística, as re-
tema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários que lações entre as empresas - inclusive com o emprego de recursos de
interagem com o sistema MRP, em relação à informação de dados comunicação e tecnologias de informação, devem ser garantidas de
para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP vai acu- tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços prestados pela
mulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades neces- logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços ex-
sárias. pressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja uma
cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus for-
3. Sistema Periódico necedores externos e internos. Um ponto muito favorável no Just
A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica em in Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram perdas
vários setores de processamento sucessivo de vários produtos simi- de produtos.
lares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação para
serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de cada Outros sistemas de estoques
período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho, não Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em
haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de cada duas partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da en-
setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas. comenda de um novo lote e a outra será utilizada entre a data da
Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas caracte- encomenda e a data do recebimento do novo lote. A grande van-
rísticas, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos, nos quais é tagem deste sistema está na substancial redução do processo bu-
possível à adoção de períodos curtos, menores que uma semana. rocrático de reposição de material (bujão de gás). A denominação
“DUAS GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em
4. OPT-Optimezed Production Technology duas gavetas distintas.
O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferen-
te dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente quando
de materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os a separação entre as duas partes do estoque não é feita fisicamen-
pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações ma- te, mas apenas registrada na ficha de controle de estoque, com o
temáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas como ponto de separação entre as partes. Enquanto o estoque mínimo
tendo de passar por filas de espera de atendimento nos diversos estiver sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo su-
postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de trabalho ficiente para adquirir e repor o material no estoque.
forma então uma rede de filas de espera.
O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais para Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos
ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou sub- para reposição dos estoques em intervalos de tempo pré-estabe-
montagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita ên- lecidos para cada item. Estes intervalos, para minimizar o custo de
fase é dedicada aos pontos de gargalo da produção. estoque, devem variar de item para item. A quantidade a ser com-
prada em cada encomenda é tal que, somada com a quantidade
5. Sistema KANBAN-JIT existente em estoque, seja suficiente para atender a demanda até
O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado onde os o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente, este siste-
empregados possuem motivação e mobilização, com grande liber- ma obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se adotar
dade de ação. Nessas fábricas, na certeza de que os empregados períodos iguais para um grande número de itens em estoque pois,
trabalham com dedicação e responsabilidade, é legítimo um traba- procedendo a compra simultânea de diversos itens, pode-se obter
lhador parar a linha de montagem ou produção porque achou algo condições vantajosas na transação (compra e transporte).
errado, os empregados mantém-se ocupados todo o tempo, aju-
dando-se mutuamente ou trocando de tarefas conforme as neces- Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas
sidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que “puxa” a produção subdivisões:
da fábrica, inclusive até o nível de compras, pelas necessidades ge- a) Estocagem para atender a um programa de produção pré-
radas na montagem final. As peças ou submontagens são colocadas -determinado:
em caixa feitas especialmente para cada uma dessas partes, que, ao
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontínuo que sivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremen-
estabelece, com antecedência de vários meses, os níveis de produ- to de outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de
ção. A programação (para vários períodos, semanas e meses) elabo- forma a manter preservado o valor do patrimônio público.
rada pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os segmentos, des-
de o recebimento do material até o embarque do produto acabado. TOMBAMENTO DE BENS
O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento
Vantagens: dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela con-
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, objetiva- ferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de entrada
mente controlados por se conhecer a demanda futura. do bem no sistema de gerenciamento de material no estoque, o
* Melhores condições de compra de materiais, pois pode-se responsável por este encaminhará uma comunicação ao Setor de
aceitarcontratos de grandes volumes para entregas parceladas. Aa- Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais e
tividade de compra fica reduzida, sem a necessidade de emitirpedi- outros que se fizerem necessários), informando o destino (centros
dos de fornecimento para cada lote de material. de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em esto-
b) Estocagem para atender especificamente a uma ordem de que, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de saí-
produção ou a uma requisição: É o método empregado nas produ- da deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo
ções do tipo intermitente, onde a indústria fabrica sob encomenda, Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino
sendo justificável no caso de materiais especiais ou necessários es- final, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio,
poradicamente. Os pedidos de material neste sistema são baseadas juntamente com os demais documentos do processo de empenho.
principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e na programa-
ção geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos em que o pe- O tombamento consiste na formalização da inclusão física de
dido para compra precisa ser feito mesmo antes do projeto do pro- um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de um
duto estar detalhado, ou seja, antes da listagem do material estar único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma se-
pronta, pois os itens necessários podem ter um ciclo de fabricação quência de registros patrimoniais quando for por lote, que é de-
excessivamente longo. Ex.: grandes motores, turbinas e navios. nominado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-se
uma conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada mate-
Enfim, o controle de estoques exerce influência muito grande rial, de acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do
na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia bem a ser registrado é o valor constante do respectivo documento
estar sendo investido de outras maneiras. Portanto, aumentar a ro- de incorporação (valor de aquisição).
tatividade do estoque auxilia a liberar ativos e economiza o custo A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de pla-
de manutenção e controle que podem absorver de 25 a 40% dos queta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual conterá
custos totais, conforme mencionado anteriormente. o número de registro patrimonial.
Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes
Gestão patrimonial aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação por
O patrimônio é o objeto administrado que serve para propi- meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do bem;
ciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que pos-
seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o sam acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes
elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo que não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremida-
econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos ele- des ou sobre alguma indicação importante do bem.
mentos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes
uma entidade que vise alcançar determinados fins. de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade do
Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado uma órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou a sua
riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade coletiva, própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também
sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto que sob terão número de tombamento, mas serão marcados e controlados
o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo (Ativo =Pas- em separado. Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja
sivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando se utiliza de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes en-
o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade visualiza o costadas na parede, que não possam ser movimentados devido ao
patrimônio de forma qualitativa. peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próximo
A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conhecida ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou deterioração da
como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus artigos plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem está localizado de-
44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio públi- verá comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio.
co. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens móveis A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação de
e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público não po- plaquetas (ou adesivos):
derá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se a lei auto- a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a plaqueta
rizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previdência deve ser fixada na parte frontal superior direita, no caso de arqui-
social, geral e própria dos servidores. vos de aço, e na parte lateral superior direita, no caso de armários,
Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de estantes e bens semelhantes, sempre com relação a quem olha o
ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados em móvel;
despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas (pas-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o recebi-
parte frontal central, contrária à posição de quem usa o bem, com mento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que pro-
exceção das estações de trabalho e/ou àqueles móveis que foram cederá ao tombamento e cadastramento em sistema específico,
projetados para ficarem encostados em paredes, nos quais as pla- utilizando diversos dados, tais como: número do registro; tipo de
quetas serão fixadas em parte de fácil visualização; imóvel; denominação do imóvel; características (descrição detalha-
c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa inferior do da do bem); valor de aquisição (valor histórico); forma de ingresso
motor; (compra, doação, permuta, comodato, construção, usucapião, de-
d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada no sapropriação, cessão, outras); classificação contábil/patrimonial;
lado externo direito, em relação a quem opera a máquina; número do empenho e data de emissão; fonte de recurso; núme-
e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a plaque- ro do processo de aquisição e ano; tipo/número do documento de
ta nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, couro aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção
ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança. A pla- Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão
queta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sólida; em Comodato, outros); nome do fornecedor (código); localização
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em apa- (identificação do centro de responsabilidade); situação do bem (re-
relhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais gistrado, alocado, cedido em comodato, em manutenção, em depó-
fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na sito para manutenção, em depósito para triagem, em depósito para
carcaça; redistribuição, em depósito para alienação, em sindicância, desa-
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada parecido, baixado, outros); estado de conservação (bom, regular,
na parte lateral direita do painel de direção, em relação ao motoris- precário, inservível); data da incorporação; unidade da federação;
ta, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em acessórios; tipo de logradouro; número; complemento;bairro/distrito; municí-
h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste pio; cartório de registro; matrícula; livro; folhas; data do registro;
caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem data da reavaliação; moeda da reavaliação; valor do aluguel; valor
diminua seu valor comercial; do arrendamento; valor de utilização; valor de atualização; moeda
i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada na base. de atualização; data da atualização; reavaliador; e CPF/CNPJ do rea-
Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, na lateral di- valiador.
reita;
j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a plaqueta CONTROLE DE BENS.
deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, caso não seja Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o
possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição na parte conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência,
posterior do quadro; e saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como ou- no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação.
tros bens aqueles materiais que não podem ser classificados cla- Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de
ramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em tais bens, a material permanente recém adquirido, de acordo com a destinação
plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde são manuseados. dada no processo administrativo de aquisição correspondente.
A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante o
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá conter
ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do tomba- no mínimo, as seguintes informações: número do Termo de Res-
mento; data do tombo; descrição padronizada do bem (descrição ponsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluindo tam-
básica pré-definida em um sistema de patrimônio); marca/modelo/ bém o nome do sublocal de lotação); declaração de responsabilida-
série (também pré-definidos em um sistema de patrimônio); carac- de; número do tombamento; descrição; quantidade; indicação se é
terísticas (descrição detalhada); valor unitário de aquisição (valor plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens arrolados no
histórico); agregação (acessório ou componente); forma de ingres- Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura do
so (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, outras); responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo.
classificação contábil/patrimonial; número do empenho e data A transferência é a operação de movimentação de bens, com a
de emissão; fonte de recurso; número do processo de aquisição e consequente alteração da carga patrimonial. A autoridade transfe-
ano; tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura, ridora solicita ao setor competente do órgão a oficialização do ato,
comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Ter- por meio das providências preliminares. É importante destacar que
mo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome do a transferência de responsabilidade com movimentação de bens
fornecedor (código); garantia (data limite da garantia e empresa de somente será efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicita-
manutenção); localização (identificação do centro de responsabili- ção do responsável pela carga cedente com anuência do recebedor.
dade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em comodato, A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, obsoletos
em manutenção, em depósito para manutenção, em depósito para ou sem utilização também se caracteriza como transferência. Neste
triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para aliena- caso, a autoridade da unidade onde o bem está localizado devolve-
ção, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de con- -o com a observância das normas regulamentares, a fim de que a o
servação (bom, regular, precário, inservível, recuperável); histórico Setor Patrimonial possa manter rigoroso controle sobre a situação
do bem vinculado a um sistema de manutenção, quando existir. Tal do bem. Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do
informação permitirá o acompanhamento da manutenção dos bens órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste setor (fiéis
e identificação de todos os problemas ocorridos nestes números depositários), e serão objetos de análise para a determinação da
do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não plaquetável. baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar que
uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor deverá ser
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho, visan- INVENTÁRIO
do facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de acesso ao O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque
setor). Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois e em processos, para comparar a quantidade física com os dados
setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão ser observados os contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias
seguintes parâmetros:solicitação, por escrito, do interessado em rece- que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que
ber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do setor cedente realmente existe em estoque.
com a autorização de transferência ; solicitação do agente patrimonial O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é
ao Setor de Patrimônio para emissão do Termo de Responsabilidade; elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com a
após a emissão do Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário ro-
remeterá o mesmo ao agente patrimonial, para que este colha assina- tativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer
turas do cedente e do recebedor. tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois grupo de itens em determinados períodos.
setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados Inventário na administração pública: Inventário são a discrimi-
os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado nação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de
em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momen-
setor cedente com a autorização de transferência e anuência das to, visando atender uma finalidade específica. É um instrumento
unidades de controle do patrimônio e do titular do órgão; solici- de controle para verificação dos saldos de estoques nos almoxari-
tação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão fados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão
do Termo de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do ou entidade, informando seu estado de conservação, e mantendo
Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao atualizados e conciliados os registros do sistema de administração
agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além
do recebedor. Quando a transferência de responsabilidade do bem disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as to-
ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer a mu- madas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularida-
dança da responsabilidade patrimonial de um servidor para outro, des e providenciar as medidas cabíveis.
desde que não pressuponha mudança de local do bem, deverão ser Através do inventário pode-se confirmar a localização e atribui-
observados os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos Hu- ção da carga de cada material permanente, permitindo a atualiza-
manos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio ção dos registros dos bens permanentes bem como o levantamento
cópia da portaria que substitui o servidor responsável; de posse das da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando a ocor-
informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o rência de dano, extravio ou qualquer outra irregularidade. Podem-
respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido o -se verificar também no inventário as necessidades de manutenção
Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade, e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens móveis,
que providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo; possibilitando maior racionalização e minimização de custos, bem
uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que uma como a correta fixação da plaqueta de identificação. Na Adminis-
das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e outra tração Pública, o inventário é entendido como o arrolamento dos
encaminhada ao Setor de Patrimônio. direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito periodica-
Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela movi- mente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos valores que
mentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou depen- são registrados na contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo
dência onde estão localizados, em decorrência da necessidade de ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos agen-
conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por outro tes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os diversos
centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente tipos de inventários são realizados por determinação de autorida-
autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provisória, esta de competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimônio e das
deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por outro unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor de car-
servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a ma- ga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamente ou a
nutenção de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública devem
ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e resulta- ser levantados não apenas por uma questão de rotina ou de dispo-
rá na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de Manutenção, sição legal, mas também como medida de controle, tendo em vis-
que tomará todas as providências para proceder à assistência de ta que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa física,
bem em garantia ou utilizando-se de seus recursos próprios. mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer
Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamento danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a
de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, sem legislação estabelece que o levantamento geral de bens móveis e
envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser evi- imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora
tado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos devem e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da
manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a devolução do Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964).
bem na mesma condição em que estava na ocasião do empréstimo. A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais,
Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao poder público bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam tais
é vedado, salvo exceções previstas em leis. bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário me-
Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros tam- diante verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para fins
bém deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum res- de atualização física e monetária e de controle, a época da inventa-
paldo legal. riação será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob-respon-
sabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confirmação
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dos dados apresentados no Balanço Geral); e no início e término da A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à alie-
gestão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no caso nação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido ao
de bens móveis. Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento respectivo;
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históri- sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes para que
cos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constan- seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão vistoria-
tes de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição. dos in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens, no pró-
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve- prio órgão, os quais, observando o estado de conservação, a vida
dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo de
endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante avaliação dos bens, classificando-os em:
autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for consta-
dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a Comis- tado serem os bens danificados, obsoletos, fora do padrão ou em
são de Inventário de Bens. desuso devido ao seu estado precário de conservação; e
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos: quando
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou for constatado estarem os bens em perfeitas condições de uso e
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento operação, porém sem utilização.
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos
componentes patrimoniais. Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando proi-
elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O simples bida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados, exceto
arrolamento não interessa para a contabilidade se não for comple- nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
tado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrolamento
serve apenas para controle da existência dos componentes patri- ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS
moniais. O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: compreen- ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu valor
de a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a retirada de
do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação, bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da transfe-
agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das carac- rência deste para o controle de bens baixados, feita exclusivamente
terísticas e quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O
pode apresentar os componentes patrimoniais deforma resumida número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado
e recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes são em outro bem.
relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Avaliação: A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a
é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento pa- seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; como-
trimonial. Os critérios de avaliação dos componentes patrimoniais dato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. Em
devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor aos com- qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa
ponentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua na- definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por
tureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade. seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço
público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em
ALIENAÇÃO DE BENS cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de ges-
De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-se tão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada.
como alienação a transferência de propriedade, remunerada ou Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em
gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em paga- utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições
mento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio. de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão
deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto,
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado
Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas. pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que
Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas
a autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assem- reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou bi-
bleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que bliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública existe interesse pelos bens.
37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação especí- Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar
fica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a alienação o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permane-
por leilão. cerá guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor- servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente
dinada à existência de interesse público devidamente justificado. proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de
A alienação de bens está sujeita à existência de interesse públi- baixa até sua destinação final.
co e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos previs-
tos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada por O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no
comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista para a Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados:
Administração Pública. número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando
se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; motivo
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Vi- – Defina projetos e metas;
sando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial, – Categorize as rotinas operacionais (semelhança e/ou afinida-
faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de des);
Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá por – Monitore o desempenho;
processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio – Divida as atividades de acordo com as prioridades;
verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do compro- – Delegue tarefas;
vante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procede- – Use ferramentas para gerenciar a rotina de trabalho;
rá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo, – Defina seu horário de trabalho.
o Setor de Patrimônio providenciará o documento de quitação de
responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha a Tenha em mente que o planejamento é a palavra chave para
responsabilidade do bem. uma boa rotina de trabalho.
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para que Arquivologia
seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou Conceitos
desfazimento.3 Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística,
temos quatro definições para o termo arquivologia:
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas 1. Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desem-
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de penho de suas atividades, independentemente da natureza do su-
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab- porte.
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção 2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos.
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge- 3. Instalações onde funcionam arquivos.
renciados”. 4. Móvel destinado à guarda de documentos.

Podemos entender ela como um conjunto de princípios, nor-


TÉCNICAS DE ARQUIVAMENTO: CLASSIFICAÇÃO, ORGANI- mas, técnicas e procedimentos para gerenciar as informações no
ZAÇÃO, ARQUIVOS CORRENTES E PROTOCOLO; CONTROLE processo de produção, organização, processamento, guarda, utili-
DE EXPEDIÇÃO, RECEBIMENTO E ARQUIVAMENTO DE DO- zação, identificação, preservação e uso de documentos de arquivos.
CUMENTOS EM GERAL • Um arquivo é o conjunto de documentos produzidos e acu-
mulados por uma entidade coletiva, pública e privada, pessoa ou
família, no desempenho de suas atividades, independentemente da
No dicionário, o significado de rotina significa: “sequência de natureza do suporte.
procedimentos, dos costumes habituais; modo como se realiza al- • Um documento é o registro de informações, independente
guma coisa, sempre da mesma forma; que se faz todos os dias”. da natureza do suporte que a contém.
Em nosso entendimento, rotina de trabalho é a sequência das • Já informação é um “elemento referencial, noção, ideia ou
atividades profissionais que realizamos diariamente. Não somente mensagem contidos num documento.
a sequência que compõe a rotina, mas também a forma que reali- O suporte é o meio física, aquela que o contém o documento,
zamos essas atividades. podendo ser: papel; pen-drive; película fotográfica; microfilme; CD;
Se definimos bem uma rotina de trabalho evitamos o acúmulo DVD; entre outros.
de tarefas, atrasos no cumprimento de prazos e outros contratem-
pos que podem surgir quando não existe uma programação a ser Outros conceitos importantes de se ter claro na mente:
seguida. Arquivos: órgãos que recolhem naturalmente os documentos
Mas é bom ter em mente que a rotina deve ser flexibilizada, de arquivo, que são acumulados organicamente pela entidade, de
atender as demandas mais urgentes. Devemos sempre ter em men- forma ordenada, preservando-os para a consecução dos objetivos
te as prioridades de cada momento e assim dar ênfase as mesmas. funcionais, legais e administrativos, tendo em conta sua utilidade
Uma rotina de trabalho muito rígida, faz com que os colaboradores futura.
fiquem insatisfeitos, justamente por não terem flexibilidade de fa- Bibliotecas: reúnem documentos de biblioteca, que são mate-
zer ajustes em casos de imprevisto ou quando necessário. riais ordenados para estudo, pesquisa e consulta.
Não existe uma fórmula exata, para se criar uma boa rotina Museus: colecionam documentos (bidimensionais e/ou tridi-
de trabalho. Ela pode variar de acordo com a empresa, o setor, o mensionais) de museu, que são criações artísticas ou culturais de
cargo, ou se o trabalho é realizado em home office. Alguns pontos uma civilização ou comunidade, possuindo utilidade cultural, de in-
devem ser levados em consideração para uma boa otimização de formação, educação e entretenimento.
sua rotina: Centros de documentação ou informação: é um órgão/insti-
– Mantenha um padrão nos processos; tuição/serviço que busca juntar, armazenar, classificar, selecionar e
3 Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de disseminar informação das mais diversas naturezas, incluindo aque-
materiais e distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo las próprias da biblioteconomia, da arquivística, dos museus e da
Rogério. Tecnologia de informação: planejamento e gestão/www. informática.
administradores.com.br /www.itsmnapratica.com.br/www.purainfo.
com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio Araujo)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípios • Princípio da universalidade: implica ao arquivista uma abor-


A arquivologia possui uma série de princípios fundamentais dagem mais geral sobre a gestão dos documentos de arquivo antes
para o seu funcionamento. São eles: que ele possa se aprofundar em maiores detalhes sobre cada natu-
reza documental.
• Princípio da proveniência, respeito aos fundos ou método
histórico: fundo é um conjunto de documentos de uma mesma pro- • Princípio da proveniência territorial/territorialidade: es-
veniência. Eles podem ser fundos abertos ou fechados. tabelece que os documentos deverão ser arquivados no território
Fundo aberto é aquele ao qual podem ser acrescentados novos onde foram produzidos.
documentos em função do fato de a entidade produtora continuar
em atividade. • Princípio da pertinência territorial: afirma que os documen-
Fundo fechado é aquele que não recebe acréscimo de docu- tos deverão ser arquivados no local de sua pertinência, e não de
mentos, uma vez que a entidade produtora não se encontra mais sua acumulação.
em atividade. Porém, ele pode continuar recebendo acréscimo de
documentos desde que seja proveniente da mesma entidade pro- Através da gestão de documentos podemos fazer um correto
dutora de quando a organização estava funcionando. arquivamento. Ela surgiu a partir da necessidade das organizações
em gerenciar a informação que se encontrava desestruturada, vi-
• Princípio da indivisibilidade ou integridade arquivística: é sando facilitar o acesso ao conhecimento explícito da corporação.
necessário manter a integridade do arquivo, sem dispersar, mutilar, Pode ser considerada como um conjunto de soluções utilizadas
alienar, destruir sem autorização ou adicionar documento indevido. para assegurar a produção, administração, manutenção e destina-
ção dos documentos possibilitando fornecer e recuperar as infor-
• Princípio do respeito à ordem original, ordem primitiva ou mações contidas nos documentos de uma maneira conveniente.
“santidade” da ordem original: o arquivo deve conservar o arranjo (SANTOS, 2002).
dado por quem o produziu, seja uma entidade coletiva, pessoa ou
família. Ou seja, ele deve ser colocado no seu lugar de origem den- No Brasil, a gestão documental é regulamentada na Lei nº
tro do fundo de onde provém. 8.159/91 que “Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos
e privados e dá outras providências”.
• Princípio da Organicidade: é o princípio que possibilita a
diferenciação entre documentos de arquivo e outros documentos A Gestão de documentos trata-se de um conjunto de medidas
existentes no ambiente organizacional. e rotinas que garante o efetivo controle de todos os documentos
de qualquer idade desde sua produção até sua destinação final
• Princípio da Unicidade: independentemente de forma, gê- (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e
nero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu eficiência administrativas, bem como à preservação do patrimônio
caráter único, em função do contexto em que foram produzidos. documental de interesse histórico-cultural. Pressupõe-se, portanto,
uma intervenção no ciclo de vida dos documentos desde a sua pro-
• Princípio da cumulatividade ou naturalidade: seus registros dução até serem eliminados ou recolhidos para guarda definitiva.
são formados de maneira progressiva, natural e orgânica em função Um programa geral de gestão compreende todas as atividades
do desempenho natural das atividades da organização, família ou inerentes às idades corrente e intermediária de arquivamento, o
pessoa, por produção e recebimento, e não de maneira artificial. que garante um efetivo controle da produção documental nos ar-
quivos correntes (valor administrativo/vigência), das transferências
• Princípio da reversibilidade: todo procedimento ou trata- aos arquivos centrais/intermediários (local onde os documentos ge-
mento aplicado aos arquivos poderá, necessariamente, ser rever- ralmente aguardam longos prazos precaucionais), do processamen-
tido, caso seja necessário. Para se evitar a desintegração ou perda to das eliminações e recolhimentos ao arquivo permanente (valor
de unidade do fundo. histórico-cultural).

• Princípios da inalienabilidade e imprescritibilidade: aplicado Ciclo de vidas de um documento


ao setor público, estabelecendo que a transferência de propriedade • Correntes: conjunto de documentos atuais, em curso, que
dos arquivos públicos a terceiros é proibida; e que o direito público são objeto de consultas e pesquisas frequentes.
sobre os seus arquivos não prescreve com o tempo. • Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos
correntes que aguardam remoção para depósitos temporários.
• Permanentes: conjunto de documentos de valor histórico,
científico ou cultural que devem ser preservados indefinidamente.
O termo arquivo morto, o que caracteriza um erro dentro do
estudo da arquivística. Documentos que não são consultados com
frequência, mas que possuem valor, devem ser classificados como
Documentos Permanentes.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1ª IDADE
– Documentos vigentes, frequentemente consultados
ARQUIVO CORRENTE
– Final de vigência; documentos que aguardam prazos longos de prescrição ou
2ª IDADE
precaução;
– Raramente consultados;
ARQUIVO INTERMEDIÁRIO E/OU CENTRAL
– Aguardam a destinação final: eliminação ou guarda permanente.
3ª IDADE
– Documentos que perderam a vigência administrativa, porém são providos de
valor secundário ou histórico-cultural
ARQUIVO PERMANENTE

IDADE DO DURAÇÃO FREQUÊNCIA DE LOCAL DE


VALOR
DOCUMENTO MÉDIA USO / ACESSO ARQUIVAMENTO
– Documentos vigentes
Imediato – Muito consultados Arquivo Corrente
ADMINISTRATIVA Cerca de 5 anos
ou Primário – Acesso restrito ao organismo (próximo ao produtor)
produtor
– Documentos vigentes
I – Primário – Regularmente consultados Arquivo Central
5 + 5 = 10 anos
reduzido – Acesso restrito ao organismo (próximo à administração)
produtor
INTERMEDIÁRIA II – Primário – Documentos vigentes
10 + 20 = 30 anos
mínimo – Prazo precaucional longo
Arquivo intermediário (exte-
– Referência ocasional
rior à Instituição ou anexo ao
III – Secundário – Pouca frequência de uso
30 + 20 = 50 anos Arquivo Permanente)
potencial – Acesso público mediante autori-
zação
– Documentos que perderam a
vigência Arquivo Permanente ou
HISTÓRICA Secundário Definitiva
– Valor permanente Histórico
– Acesso público pleno

Os três momentos de gestão são fáceis de serem reconhecidos e não são consecutivos. Eles são:
1. Produção dos documentos: elaboração de formulários, implantação de sistemas de organização da informação, aplicação de novas
tecnologias aos procedimentos administrativos.
2. Manutenção e uso: implantação de sistemas de arquivo, seleção dos sistemas de reprodução, automatização do acesso, mobiliário,
materiais, local.
3. Destinação final dos documentos: programa de avaliação que garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor permanente
e a eliminação de documentos rotineiros e desprovidos de valor probatório e informativo.

A avaliação de documentos de arquivo é uma etapa decisiva no processo de implantação de políticas de gestão de documentos, tanto
nas instituições públicas quanto nas empresas privadas. Consiste fundamentalmente em identificar valores e definir prazos de guarda para
os documentos de arquivo, independentemente de seu suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco ótico ou qualquer
outro.

Para a implantação do processo de avaliação de documentos é necessário seguir os seguintes passos:


1) Constituição formal da Comissão de Avaliação de Documentos, para garantir a legitimidade e autoridade à equipe responsável;
2) Elaboração de textos legais ou normativos que definam normas e procedimentos para o trabalho de avaliação;
3) Estudo da estrutura administrativa do órgão e análise das competências, funções e atividades de cada uma de suas unidades;
4) Levantamento da produção documental: entrevistas com funcionários, responsáveis e encarregados, até o nível de seção, para
identificar as séries documentais geradas no exercício de suas competências e atividades;
5) Análise do fluxo documental: origem, pontos de tramitação e encerramento do trâmite;
6) Identificação dos valores dos documentos de acordo com sua idade: administrativo, legal, fiscal, técnico, histórico;
7) Definição dos prazos de guarda em cada local de arquivamento.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Gestão eletrônica de documentos (GED) trativas, que estes estão sujeitos se não cumprirem a legislação em
A gestão eletrônica de documentos (GED) surge como mais vigor ou ainda, se destruírem documentos de valor permanente ou
uma ferramenta considerada importante e imprescindível para o de interesse público e social.
gerenciamento da massa documental. Ela gerencia não apenas do- A Gestão de Documentos no âmbito da administração pública
cumentos digitais, e sim todo e qualquer documento, independente atua na elaboração dos planos de classificação dos documentos,
do suporte físico. TTD (Tabela Temporalidade Documental) e comissão permanente
Para sua implantação, o primeiro passo é criar a infraestrutura de avaliação. Desta forma é assegurado o acesso rápido à informa-
necessária: cabeamento, aquisição de servidor, microcomputado- ção e preservação dos documentos.
res, instalação de redes, aquisição de softwares específicos para
cada área etc. Em seguida treinar toda a equipe de usuários, para Tabela de Temporalidade
enfim, proceder aos trabalhos de recebimento, registro, indexação, A tabela de temporalidade deverá contemplar as atividade-
controle e arquivamento dos documentos. -meio e atividades-fim de cada órgão público. Desta forma, caberá
Vantagens da GED: aos mesmos definir a temporalidade e destinação dos documentos
– Interação entre sistemas como correio eletrônico e mensa- relativos às suas atividades específicas, complementando a tabela
gens instantâneas; básica. Posteriormente, esta deverá ser encaminhada à instituição
– Aumento da disseminação da informação, através do acesso arquivística pública para aprovação e divulgação, por meio de ato
múltiplo a um documento digitalizado; legal que lhe confira legitimidade.
– Redução de custos com reprografia, duplicidade e extravio; A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico re-
– Rapidez no acesso à informação; sultante de avaliação, que tem por objetivos definir prazos de guar-
– Agilidade no atendimento; da e destinação de documentos, com vista a garantir o acesso à
– Informações mais precisas; informação a quantos dela necessitem. Sua estrutura básica deve
– Redução da área física. necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos
e recebidos por uma instituição no exercício de suas atividades, os
Administrar, organizar e gerenciar a informação é, hoje, uma prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação
preocupação entre as empresas e entidades públicas e privadas de final – eliminação ou guarda permanente, além de um campo para
pequeno, médio e grande porte de diversos segmentos, que encon- observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
tram na Tecnologia da Gestão de Documentos uma poderosa aliada
para a tomada de decisões e um facilitador para a gestão de suas Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do
atividades. instrumento:
A Gestão de Documentos é também um caminho seguro, rápi-
do e eficiente para as empresas se destacarem dos seus concorren- 1. Assunto: Neste campo são apresentados os conjuntos do-
tes e conquistarem certificações. cumentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos
A Gestão de Documentos contribui no processo de Acreditação de acordo com as funções e atividades desempenhadas pela ins-
e Certificação ISO, porque assegura que a informação produzida e tituição. Para possibilitar melhor identificação do conteúdo da in-
utilizada será bem gerenciada, garantindo a confidencialidade e a formação, foram empregadas funções, atividades, espécies e tipos
rastreabilidade das informações, além de proporcionar benefícios documentais, genericamente denominados assuntos, agrupados
como: racionalização dos espaços de guarda de documentos, efi- segundo um código de classificação, cujos conjuntos constituem o
ciência e rapidez no desenvolvimento das atividades diárias e o referencial para o arquivamento dos documentos.
controle do documento desde o momento de sua produção até a Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que
destinação final. contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para
Com relação à Acreditação, a Gestão de Documentos é fator agilizar a sua localização na tabela.
determinante também para cumprir a Resolução 1.639/2002, do
Conselho Federal de Medicina, onde é definido que os prontuários 2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário para arqui-
médicos são de guarda definitiva e, portanto, não podem ser des- vamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visan-
cartados sem o devido planejamento de como garantir a preserva- do atender exclusivamente às necessidades da administração que os
ção das informações. gerou, mencionado, preferencialmente, em anos. Excepcionalmente,
Administrar e gerenciar documentos, a partir de conceitos da pode ser expresso a partir de uma ação concreta que deverá neces-
Gestão Documental, proporciona às empresas privadas e entidades sariamente ocorrer em relação a um determinado conjunto docu-
públicas maior controle sobre as informações que produzem e re- mental. Entretanto, deve ser objetivo e direto na definição da ação
cebem. – exemplos: até aprovação das contas; até homologação da aposen-
A implantação da Gestão de Documentos associada ao uso ade- tadoria; e até quitação da dívida. O prazo estabelecido para a fase
quado da microfilmagem e das tecnologias do GED (Gerenciamento corrente relaciona-se ao período em que o documento é frequen-
Eletrônico de Documentos) deve ser efetiva visando à garantia no temente consultado, exigindo sua permanência junto às unidades
processo de atualização da documentação, interrupção no processo organizacionais. A fase intermediária relaciona-se ao período em que
de deterioração dos documentos e na eliminação do risco de perda o documento ainda é necessário à administração, porém com menor
do acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas que frequência de uso, podendo ser transferido para depósito em outro
permitam acesso à informação pela internet e intranet. local, embora à disposição desta.
A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais contribui A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas formas
para uma melhor administração dos recursos das cidades e municí- de concentração dos arquivos, seja ao nível da administração (fa-
pios, além de resguardar os mesmos de penalidades civis e adminis- ses corrente e intermediária), seja no âmbito dos arquivos públicos
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(permanentes ou históricos). Assim, a distribuição dos prazos de Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada mais é do
guarda nas fases corrente e intermediária foi definida a partir das que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sentido mais simples,
seguintes variáveis: guardar é arquivar.
I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com serviços Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre o ver-
de arquivamento intermediário: dadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indiscutivelmente,
Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se enqua- por anos e anos, estas instituições tiveram mais ou menos o mesmo
dram nesta variável, há necessidade de redistribuição dos prazos, objetivo. Eram elas depósitos de tudo o que se produzira a mente
considerando-se as características de cada fase, desde que o prazo humana, isto é, do resultado do trabalho intelectual e espiritual do
total de guarda não seja alterado, de forma a contemplar os seguin- homem.
tes setores arquivísticos: O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, evita re-
- arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao arquivo petição desnecessárias de experiências, diminui a duplicidade de
da unidade organizacional); documentos, revela o que está por ser feito, o que já foi feito e os
- arquivo central (fase intermediária I, que corresponde ao se- resultados obtidos. Constitui fonte de pesquisa para todos os ramos
tor de arquivo geral/central da instituição); administrativos e auxilia o administrador a tomada de decisões.
- arquivo intermediário (fase intermediária II, que corresponde
ao depósito de arquivamento intermediário, geralmente subordi- Um arquivo são coleções de documentos criados e acumulados
nado à instituição arquivística pública nas esferas federal, estadual por entidades coletivas. público ou privado indivíduos ou famílias
e municipal). durante as atividades independentemente da natureza da mídia.
II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam com
serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos situados nesta — Código de Classificação de Documentos de Arquivo
variável, as unidades organizacionais são responsáveis pelo arquiva- É tido como principal instrumento para a classificação dos
mento corrente e o arquivo central funciona como arquivo interme- documentos no Arquivo Corrente ou na massa documental. A
diário, obedecendo aos prazos previstos para esta fase e efetuando ordem estabelecida é baseada no agrupamento de documentos de
o recolhimento ao arquivo permanente. um mesmo tema, com a preocupação de agilizar o recolhimento,
III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam com transferência e o acesso ao documento.
serviços de arquivamento intermediário: Nesta variável, as unida- Para a administração pública federal o modo de classificação
des organizacionais também funcionam como arquivo corrente, adotado foi o Método de Classificação Decimal (técnica de Melvil
transferindo os documentos – depois de cessado o prazo previsto Dewey). As dez principias são representadas por números inteiros
para esta fase – para o arquivo intermediário, que promoverá o re- com três algarismos: Classe 100; Classe 200; Classe 300; Classe 400;
colhimento ao arquivo permanente. Classe 500; Classe 600; Classe 700; Classe 800; Classe 900.
IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem contam com Essas classes podem ser divididas em subclasses, que podem
serviços de arquivamento intermediário: ser divididas em grupo, que podem ser divididas em subgrupos. Os
Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades organi- números sempre estarão se submetendo a uma subordinação ao
zacionais são igualmente responsáveis pelo arquivamento corrente, anterior. Vejamos:
ficando a guarda intermediária a cargo das mesmas ou do arquivo Classe 000
público, o qual deverá assumir tais funções. Subclasse 010
Grupo 012
3. Destinação final: Neste campo é registrada a destinação es- Subgrupo 012.11
tabelecida que pode ser a eliminação, quando o documento não
apresenta valor secundário (probatório ou informativo) ou a guarda Neste plano de Classificação, estão atribuídas às classes 000
permanente, quando as informações contidas no documento são e 900 as respectivas disciplinas: Administração Geral e Diversos.
consideradas importantes para fins de prova, informação e pesquisa. Apesar dessas definições essas duas classes podem mudar no
A guarda permanente será sempre nas instituições arquivís- contexto de subclasses, grupos e subgrupos. Mudanças que podem
ticas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos estaduais, do aumentar ou diminuir informações. Essas duas classes estão
Distrito Federal e municipais), responsáveis pela preservação dos incluídas no modelo do esquema de classificação. Porque, segundo
documentos e pelo acesso às informações neles contidas. Outras os criadores dessas classes, essas são as duas classes comuns para
instituições poderão manter seus arquivos permanentes, seguindo todas as atividades de suporte organizacional. As restantes turmas
orientação técnica dos arquivos públicos, garantindo o intercâmbio estão abertas na sequência de eventos documentais administrados
de informações sobre os respectivos acervos. pela organização.

4. Observações: Neste campo são registradas informações Aplicação do Código de Classificação de Documentos de
complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da Arquivo
tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do supor- A classificação é um importante processo de gestão de
te da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos em arquivos, pois a classificação faz parte da eficiência,
documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documen- controle e agilidade da gestão da informação. Duas etapas
tais avaliados. caracterizam a aplicação do Código de Classificação: Classificação
A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação e Arquivamento.
da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia de se perpetuar,
teve sempre a preocupação de registrar suas observações, seu pen-
samento, para os legar às gerações futuras.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) Classificação A tabela de temporalidade é uma forma de gerenciar o fluxo


Primeiro, este procedimento deve ser executado por servidor de documentos em cada etapa. Na fase atual, o valor principal é
treinado e capaz. O processo de classificação é lento porque cada o importante. Na fase intermediária, o valor primário perde sua
documento deve ser lidado para aplicar o código de classificação importância e seu valor secundário é investigado e é dado um
(ESTUDO). Quando as informações se referem a dois ou mais período de guarda (para possível investigação). depois é eliminado
tópicos um mecanismo conhecido como referência cruzada é usado ou colocado em custódia permanente (quando é verificado o
em documentos de referência. Esta folha é colocada na pasta ou seu valor secundário). Com base nesses princípios, a Tabela de
pastas onde a referência é menor e por isso o documento vai ocupar Temporalidade estabelece por quanto tempo o documento deve
o lugar onde é de maior importância. A codificação é importante permanecer na fase corrente e intermediária ou se será alienado
durante a categorização pois revisa os códigos usados ​​e os corrobora ou colocado em custódia definitiva.
registrando o código na primeira página do documento.
Normas
b) Arquivamento (Caro(a) candidato(a) os arquivos das normas são extensivos e
Uma vez classificado o documento este deve ser encaminhado não tem como serem resumidos, por isso não colocamos os mesmos
ao seu destino: processamento ou expedição final. A finalidade em nosso material. Sugerimos para aprofundamento do seu estudo,
do arquivo é preservar a ordem estabelecida pelos códigos a leitura das normas.)
aplicados na fase de classificação (Princípio da ascendência para – ISAD(G) – Norma Geral Internacional de Descrição Arquivís-
agilizar o arquivo. Uma característica fundamental do processo de tica
arquivamento é a questão do uso do espaço (praticamente todos – ISAAR(CPF) – Norma Internacional de Registo de Autoridade
os arquivos modernos sofrem com isso). Assim, neste processo, Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias
interessa-nos saber se existem réplicas ou documentos que falem – ISDF – Norma Internacional para a Descrição de Funções
sobre o mesmo assunto enviado para reciclagem. – ISDIAH – Norma Internacional para Instituições com Acervo
Arquivístico.
Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo da
Atividades-Meio da Administração Pública Sistema “é o conjunto de princípios coordenados entre si, de
Na necessidade de tomar providências que determinam a modo que concorram para um determinado fim”. Paes (2005) ensi-
atitude a ser tomada com os documentos em relação à conservação, na que os métodos de arquivamento podem ser divididos em duas
destinação intermediária ou permanente de acordo com o valor classes:
secundário que figuram para a sociedade é necessária a elaboração
de uma Tabela Temporária.

a) Disposição da Tabela de Temporalidade


Em sua estrutura básica são encontrados os prazos de guarda
na fase corrente e intermediária, e sua destinação final além de
observações para maior entendimento.

b) Elaboração da Tabela de Temporalidade


O Princípio das Três Idades é fundamental, pois ele rege
toda a vida da informação, atendendo as necessidades da Tabela
de Temporalidade. Para a determinação do caráter primário ou
secundário é necessário a verificação se a informação tem caráter
administrativo ou probatório/informativo, respectivamente.
Em seguida vem a formação de uma Comissão Permanente de
Avaliação. Essa Comissão levantará dados sobre as atividades
desenvolvidas pela Administração Geral e suas subsidiárias afim
de determinar o melhor período de tempo que documento dever
permanecer em cada fase.

c) Aplicação da Tabela de Temporalidade


Os usuários da tabela de temporalidade têm orientações e No sistema direto buscamos os documentos diretamente onde
explicações dentro da própria tabela. A principal preocupação na estão localizados, sem o auxílio de instrumentos de pesquisa. Den-
aplicação de um cronograma é verificar a propriedade firme dos tro desse sistema temos os métodos de arquivamento:
materiais de arquivo. Esta é a principal mudança pela qual o arquivo - Alfabético: organização dos documentos feita palavra por pa-
está trespassando hoje. lavra e letra por letra. Devemos observar as regras de alfabetação
A utilização da tabela fica comprometida porque muitos para a utilização desse método.
arquivos não possuem um arquivista de nível superior, ou seja, - Geográfico: a utilização deste método é tomada quando a po-
um responsável que não possui curso, muitas vezes é incompatível lítica de arquivo define como primordial para organização dos docu-
com o uso do plano de Classificação, ou a aplicação da tabela de mentos é a procedência local do mesmo.
Temporalidade, violando a ênfase do arquivo: a organicidade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Método de Arquivamento ARQUIVAM- SE:


CLASSIFICAÇÃO POR AS- MÉTODO GEOGRÁFICO 1º CAMPO VERDE, Elza
SUNTO 2º CASA GRANDE, Teobaldo
3º VILLA LOBOS, Heitor
Brasília
PATRIMÔNIO Rio de Janeiro – Os nomes com SANTA, SANTO ou SÃO seguem a regra dos
nomes formados de um adjetivo e um substantivo.
São Paulo
EXEMPLO:
MÉTODO ALFABÉTICO Vera Maria São Gonçalo
Aguiar, Celso Carmem Santo Antônio
Maria da Paz Santa Cruz
PESSOAL - ADMISSÃO Borges, Francisco ARQUIVAM- SE:
Cardoso Jurandir 1º SANTA CRUZ, Maria da Paz
Castro, Lúcia 2º SANTO ANTÔNIO, Carmem
3º SÃO GONÇALO, Vera Maria
MÉTODO (SECUNDÁRIO)
CRONOLÓGICO – As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na clas-
DEMISSÃO - FOLHAS DE PAGA- Jan. a jul. de 1980 sificação de nomes iguais.
MENTO EXEMPLO:
Ago. a dez. 1980
Moacir Moreira
Jan. a jul 1981 Moisés Moreira
M. Moreira
- Correspondência com outros países: alfabeta-se em primeiro ARQUIVAM- SE:
lugar o país, seguido da capital e do correspondente. As demais ci- 1º MOREIRA, M.
dades serão alfabetadas em ordem alfabética, após as respectivas 2º MOREIRA, Moacir
capitais dos países a que se referem. 3º MOREIRA, Moisés

Regras de alfabetação4 – As partículas tais como de, d’, da, do, e, não são consideradas.
As seguintes as regras de alfabetação obedecem ao seguinte: EXEMPLO:
O arquivamento de NOMES obedece a algumas regras, deno- Virgínia Souza e Silva
minadas Regras de Alfabetação, que são as seguintes: Heloísa R. do Amparo
- Nos nomes individuais considera-se, primeiramente, o último Regina Viana d’Almeida
nome e depois o prenome. ARQUIVAM- SE:
ALMEIDA, Regina Viana d’
EXEMPLO: AMPARO, Heloísa R. do
Miguel Soares Brito SILVA, Virgínia Souza e
Cláudia Regina Vieira
Ivo Pereira da Paz – Os nomes que exprimem grau de parentesco, como: FILHO,
ARQUIVAM- SE: JUNIOR, NETO, SOBRINHO, são considerados parte integrante do úl-
1º BRITO, Miguel Soares timo sobrenome, mas não são considerados na alfabetação.
2º PAZ, Ivo Pereira da EXEMPLO:
3º VIEIRA, Cláudia Regina André Luís Silva Júnior
Marcos Soares Filho
– Quando houver sobrenomes iguais, prevalece a ordem alfa- Amaury Reis Serafim Filho
bética do prenome. ARQUIVAM-SE:
EXEMPLO: SERAFIM FILHO, Amaury Reis
Hermínia Ferreira SILVA JUNIOR, André Luís
Ana Lúcia Ferreira SOARES FILHO, Marcos
Mauro Ferreira
ARQUIVAM- SE: – Os títulos são colocados no fim, entre parênteses.
1º FERREIRA, Ana Lúcia EXEMPLO:
2º FERREIRA, Hermínia Maj Int Sérgio F. Brito
3º FERREIRA, Mauro Ministro Moreira Lima Pe. Antônio Vieira
– Nomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou liga- ARQUIVAM-SE:
dos por hífen não se separam. BRITO, Sérgio F. (Maj Int)
EXEMPLO: LIMA, Moreira (Ministro)
Heitor Villa Lobos VIEIRA, Antônio (Pe.)
Elza Campo Verde
Teobaldo Casa Grande – Os nomes estrangeiros comuns são considerados pelo sobre-
4 Fonte: Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica nome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

EXEMPLO: ARQUIVAM-SE:
John E. Bingham BANCO do Brasil
George Mac Donald COMPANHIA Estadual de Água e Esgoto
William Outhwaite EMPRESA Brasileira de Correios e Telégrafos
ARQUIVAM- SE:
BINGHAM, John E. – Os nomes de instituições ou órgãos de países estrangeiros
MAC DONALD, George devem ser precedidos pelo nome do país.
OUTHWAITE, William EXEMPLO:
Public Record Office
– As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser con- Editorial Hispano Europea, S.A
sideradas. O mais comum é considera-la como parte integrante do United State Air Force
nome, principalmente quando escritas em letra maiúscula. ARQUIVAM-SE:
EXEMPLO: ESPANHA Editorial
Francisco Di Cavalcanti Hispano Europea, S.A
Lilian Cruz D’Almada ESTADOS UNIDOS United
Maria Luiza O’Hara State Air Force
ARQUIVAM- SE: INGLATERRA Public
1º D’ALMADA, Lilian Cruz Record Office
2º DI CAVALCANTI, Francisco
3º O’HARA, Maria Luiza – Nos títulos de congressos, seminários, conferências, assem-
bleias, reuniões e outros eventos. Os números arábicos, romanos
– Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo sobreno- ou escritos por extenso, deverão aparecer no fim, entre parênteses.
me, que corresponde ao sobrenome da família do pai. EXEMPLO:
EXEMPLO: 1º Seminário sobre Medicina Aeroespacial
Angel Del Arco Y Molinero VII Congresso Brasileiro de Arquivologia
Juan Garcia Vasques Quarta Assembleia de Diretores Lojistas
Antonio de los Rios ARQUIVAM- SE:
ARQUIVAM-SE: ASSEMBLEIA de Diretores Lojistas (Quarta)
1º ARCO Y MOLINERO, Agel Del CONGRESSO Brasileiro de Arquivologia (VII)
3º RIOS, Antonio de los SEMINÁRIO sobre Medicina Aeroespacial (1º)
2º GARCIA VASQUES, Juan
Estas regras podem ser alteradas para melhor adaptarem-se à
– Os nomes orientais japoneses, chineses, árabes e outros são empresa, instituição, firma, órgão, desde que o critério escolhido
arquivados como se apresentam. seja uniforme para toda a empresa, e que sejam feitas remissivas*
EXEMPLO: para serem evitadas dúvidas futuras.
Li Yutang ex.: Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.
Adib Hassib ver EMBRAER
Al BenHur
ARQUIVAM-SE: Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
Adib Hassib ver INFRAERO
Al BenHur
Li Yutang Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica
ver CENDOC
– Os nomes de firmas e empresas devem ser considerados tais
como se apresentam. No sistema indireto, para recuperarmos os documentos de que
EXEMPLO: necessitamos, temos de nos valer de instrumento (s) de pesquisa
Transportadora Americana Ltda (s), como índices e catálogos, os principais métodos deste sistema
Sapataria Dengo e Denga S/A são:
Rezende Barros & Cia – Numérico: pode ser cronológico, simples ou digital. Precisa-
ARQUIVAM-SE: -se de uma espécie sumário ou índice para que possamos recuperar
REZENDE BARROS & CIA o documento. Tal método só deve ser utilizado para quantidade pe-
SAPATARIA DENGO e DENGA S/A quena de documentos.
TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA – Por assunto: método muito utilizado para tratar de grandes
massas de documentos. Este método requer, obrigatoriamente, a
– Os nomes de instituições e órgãos governamentais em portu- elaboração de um alfabético remissivo, além de uma grande espe-
guês, consideram-se como se apresentam. cialização do arquivista para atribuir os devidos termos (descrito-
EXEMPLO: res) aos respectivos documentos.
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Banco do Brasil
Companhia Estadual de Água e Esgoto
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A função primordial dos arquivos é disponibilizar as informa- II - Exercer a orientação normativa visando à Gestão Documen-
ções contidas nos documentos para a tomada de decisão e com- tal e à proteção especial aos documentos de arquivo.
provação de direitos e obrigações, o que só se efetivará se os do-
cumentos estiverem corretamente classificados e devidamente Dentre as competências delegadas ao órgão, destacam-se as
guardados. seguintes:
— Definir normas gerais e estabelecer diretrizes para o pleno
– Variadex: Segundo PAES (2002), a Remington Rand concebeu funcionamento do SINAR. Visando à Gestão, à preservação e ao
o método variadex, introduzindo as cores como elementos auxilia- acesso aos documentos do arquivo;
res para facilitar não só o arquivamento, como a localização de do- — Promover o inter-relacionamento de arquivos público de
cumentos. Nesse método, trabalha-se com uma chave constituída privados com vistas ao intercâmbio e à integração sistêmica das ati-
de cinco cores. vidades arquivísticas;
— Zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e
LETRAS CORES legai que preservam o funcionamento e acesso aos arquivos pú-
blicos;
A, B, C, D e abreviações Ouro — Estimular programas de preservação e gestão de documen-
E, F, G, H e abreviações Rosa tos produzido (orgânicos) e recebidos por órgãos e entidades, no
âmbito federal, estadual e municipal, em decorrência da função
I, J, K, L, M, N e abreviações Verde
executiva, legislativa e judiciária;
O, P, Q e abreviações Azul — Subsidiar a elaboração de planos nacionais nos Poderes Le-
R, S, T, U, V, W, Y, Z e abreviações Palha gislativo, Executivo e Judiciário, bem como nos Estado, no Distrito
Federal e Municípios;
– Automático: É utilizado somente na Europa. Nesse método — Declarar que como de interesse público e social os arquivos
os papéis são arquivados com guias alfabéticas numeradas uma a privados que contenham fontes relevantes para a história e o de-
uma. Este método é combina letras, números e cores. É considera- senvolvimento nacionais, nos termos do art. 13 da Lei n.º 8159/91.
do um método semidireto porque quando vai numerar é necessário
olhar uma tabela antes (indireto), mas o nome é alfabético (direto). SINAR
– Soundex: Utilizado somente na Europa. Este método utiliza Sistema Nacional de Arquivos, em 1978, não obstante os es-
a fonética (som das palavras) e não pela ordem alfabética. Método forços realizados no sentido de estimular a adoção de políticas que
soundex: ordenação que tem por eixo a fonética dos nomes que assegurassem a preservação do patrimônio documental em decor-
intitulam os documentos de um determinado arquivo. Usam‐se no- rência da implementação do sistema foi bastante prejudicada em
mes para a organização dos arquivos, reunindo‐os pela semelhança decorrência da concepção estreita que norteou o Governo Feral, à
da pronúncia, mesmo que a grafia seja diferente. época, com relação à problemática arquivística.
– Mnemônico: É considerado um método obsoleto. Busca com- A promulgação da Lei n.º 8159/91 retorna a questão da Política
binar as letras do alfabeto (símbolos) de forma a auxiliar a memória Nacional de Arquivos, reconhecendo e legitimando a necessidade
na busca da informação no material de arquivo. de um Sistema que promova a efetiva integração sistêmica dos ar-
– Rôneo: Também é considerado um método obsoleto. Conhe- quivos públicos e privados nos moldes legais e tecnicamente corre-
cido como um método híbrido. Ele combina letras, números e cores tos, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos
de arquivo.
Os arquivos públicos são conjuntos de documentos produzidos
e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de Legislação Federal
âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e Municipal em decor- (Caro candidato(a) indicamos a consulta das Leis e decretos
rência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. (Lei abaixo para aprofundar os estudos)
nº 8.159/91). – Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a
Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados.
produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decor- – Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968. Regula a microfilmagem
rência de suas atividades. Os arquivos privados podem ser identifi- de documentos oficiais e dá outras providências.
cados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde – Decreto no 1.799, de 30 de janeiro de 1996. Regulamenta a
que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para Lei no 5.433, de 8 de maio de 1968, que regula a microfilmagem de
a história e desenvolvimento científico nacional. (Lei nº 8.159/91). documentos oficiais.
– Portaria da Secretaria da Justiça nº 58, de 20 de junho de
CONARQ 1996. Regulamenta o registro e a fiscalização do exercício da ativi-
O Conselho Nacional de Arquivos é um órgão colegiado, vin- dade de microfilmagem de documentos, em conformidade com o
culado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei 8159, de 8 parágrafo único do artigo 15 do Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro
de Janeiro de 1991, que dispõe da Política Nacional de Arquivos e de 1996.
regulamentado pelo decreto n.º 1173 de 19 de Junho de 1994, al- – Decreto nº 2.134, de 24 de janeiro de 1997. Regulamenta o
terado pelo decreto n.º 1491, de 25 de Abril de 1995, que tem por art. 23 da Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a
finalidade: categoria dos documentos públicos sigilosos e o acesso a eles, e dá
I - Definir a Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados; outras providências.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Citamos alguns artigos importantes da Legislação Federal: – Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de nature-
– A eliminação de documentos produzidos por instituições pú- za material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
blicas e de caráter público será realizada mediante autorização da portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos di-
instituição arquivística pública, na sua específica esfera de compe- ferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
tência (Lei no. 8.159, de 08/01/91, Art. 9°.); incluem: ... IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais
– Os documentos, em tramitação ou em estudo, poderão, a espaços destinados às manifestações artístico-culturais (Art. 216);
critério da autoridade competente, ser microfilmados, não sendo – O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promo-
permitida a sua eliminação até a definição de sua destinação final verá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inven-
(Decreto no. 1.799, de 30/01/96, Art. 11); tários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de ou-
– A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á tras formas de acautelamento e preservação (Art. 216, parág. 1º.);
por meios que garantam sua inutilização, sendo a mesma precedida
de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme Lei no. 8.159, de 08/01/91: dispõe sobre a Política Nacional de
cópia (idem, Art. 12); Arquivos Públicos e Privados
– A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá – É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção
ocorrer se prevista na tabela de temporalidade do órgão, aprovada especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à
pela autoridade competente na esfera de sua atuação e respeitado administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como ele-
o disposto no art. 9° da Lei no. 8.159, de 8 de janeiro de 1991 (idem, mentos de prova e informação (Art. 1º.);
Art. 12 parágrafo único). – Os documentos de valor permanente são inalienáveis e im-
prescritíveis (Art. 10);
Constituição da República Federativa do Brasil (1988) – Ficará sujeito a responsabilidade penal, civil e administrativa,
– É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o na forma da legislação em vigor aquele que desfigurar ou destruir
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional (Art.5°, documentos de valor permanente ou considerado como de interes-
XIV); se público e social (Art. 25);
– Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que Decreto no. 82.308, de 25/09/78: institui o Sistema Nacional de
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, res- Arquivo (SINAR)
salvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so- – Fica instituído o Sistema Nacional de Arquivo (SINAR) com
ciedade e do Estado (Art. 5°., XXXIII); a finalidade de assegurar, com vistas ao interesse da comunidade,
– São a todos assegurados, independentemente do pagamen- ou pelo seu valor histórico, a preservação de documentos do Poder
to de taxas, ... b) a obtenção de certidões em repartições públicas, Público (Art. 1o.);
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse – Compete ao Órgão Central do Sistema: ... III-supervisionar a
pessoal (Art. 5°., XXXIV); conservação dos documentos sob sua custódia (Art. 4°.);
– A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais – Compete aos Órgãos Setoriais e Seccionais do Sistema: ... III
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (Art. - preservar os documentos sob sua guarda, responsabilizando-se
5°., LX); pela sua segurança (Art. 5º.); Decreto no. 1799, de 30 de janeiro de
– Conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimen- 1996: Regulamenta a Lei no. 5.433, de 8 de maio de 1968, que regu-
to de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de la a microfilmagem de documentos oficiais, e a outras providências)
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de – Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda per-
caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se pre- manente, não poderão ser eliminados após a microfilmagem de-
fira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (Art. 5°, vendo ser recolhidos ao arquivo público de sua esfera de atuação
LXXII); ou preservados pelo próprio órgão detentor (Art.13).
– É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios: ... II recusar fé aos documentos públicos (Art.19); ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DOCUMEN-
– É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe- TOS DE ARQUIVO.
deral e dos Municípios: ... V- proporcionar os meios de acesso à Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso
cultura, à educação e à ciência (Art.23); aos documentos, deverão ser observados procedimentos específi-
– Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da cos, de acordo com os diferentes gêneros documentais, com vistas
documentação governamental e as providências para franquear sua a assegurar sua preservação durante o prazo de guarda estabeleci-
consulta a quantos dela necessitem (Art. 216, parág. 2°.); do na tabela de temporalidade e destinação.
– A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição (Art.
220).
– É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios: ... III- proteger os documentos, as obras e
outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos,
as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV- impedir
a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural (Art. 23);

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diversas,
como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança,
a facilidade de acesso.

Armazenamento

Áreas de armazenamento

Áreas Externas
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-se, por
exemplo:
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inundações, como margens de rios e subsolos;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e depósitos de munições, de material bélico e aeroportos.

Áreas Internas
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão atender às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de arma-
zenamento de documentos devem ser totalmente independentes das demais.

Condições Ambientais
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos depósitos,
as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades específicas de preservação para cada tipo
de suporte.
A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por
flutuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações luminosas,
especialmente dos raios ultravioleta.
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa entre 45%
e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de investimento em
equipamentos, manutenção e energia.
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a ocorrên-
cia de infestações de insetos e o desenvolvimento de microorganismos, que aumentam as proporções dos danos.

Com base nessas constatações, recomenda-se:


- armazenar todos os documentos em condições ambientais que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabelecido, isto
é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte documental;
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previamente
definida;
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direcionadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa estabilizados
na média, evitando variações súbitas;
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em
funcionamento sem interrupção;
- proteger os documentos e suas embalagens da incidência direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas;
- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radiações ultravioleta;
- reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às luminárias;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- promover regularmente a limpeza e o controle de insetos ras- No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, re-
teiros nas áreas de armazenamento; comenda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para
- manter um programa integrado de higienização do acervo e evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis.5
de prevenção de insetos;
- monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e ARQUIVOS CORRENTES
poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, uti- Os arquivos correntes e intermediários são etapas importantes
lizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a do ciclo de vida dos documentos. Enquanto os arquivos correntes
abertura controlada de janelas; correspondem à fase em que os documentos ainda são utilizados
- armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos regularmente no cotidiano da instituição, os arquivos intermediários
e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa temperatura correspondem à fase em que os documentos já não são mais tão
e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos mecânicos frequentemente utilizados, mas ainda possuem valor administrativo,
bem dimensionados, sobretudo para a manutenção da estabilidade jurídico, fiscal, histórico ou científico. Neste texto, serão abordados
dessas condições, a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC ± alguns dos principais conceitos e práticas relacionados à gestão e
1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% organização dos arquivos correntes e intermediários.
filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%.
— Conceitos básicos sobre arquivos correntes e intermediários
Acondicionamento Os arquivos correntes e intermediários são etapas do ciclo
Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e in- de vida dos documentos que ocorrem após a fase de produção e
vólucros apropriados, que assegurem sua preservação. antes da fase de destinação final. Enquanto os arquivos correntes
A escolha deverá ser feita observando-se as características fí- correspondem à fase em que os documentos são utilizados
sicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição do rotineiramente, os arquivos intermediários correspondem à fase em
mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre qualidade e que os documentos não são mais tão frequentemente utilizados,
resistência e sobre segurança no trabalho. mas ainda possuem valor para a instituição.
O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, promove De acordo com a legislação brasileira, os arquivos correntes
a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os docu- correspondem aos documentos em curso ou que, mesmo sem
mentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários ou movimentação, são consultados frequentemente pela instituição.
prateleiras, apropriados a cada suporte e formato. Já os arquivos intermediários correspondem aos documentos
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes que, mesmo sem movimentação, são guardados por determinado
formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armazenados período de tempo em razão de seu valor administrativo, jurídico,
horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou fiscal, histórico ou científico.
enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino e acon- É importante ressaltar que a gestão dos arquivos correntes
dicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser e intermediários não se limita apenas à organização física dos
armazenado diretamente sobre o chão. documentos. Ela envolve também a utilização de ferramentas
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de compu- e técnicas de gestão da informação, como a classificação,
tador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos que indexação, recuperação e disseminação da informação contida nos
possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento documentos.
será preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura
sintética, de efeito antiestático. — Organização dos arquivos correntes
As embalagens protegem os documentos contra a poeira e da- A organização dos arquivos correntes é o que garante a
nos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e eficiência e a eficácia das atividades realizadas pela instituição. Para
umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em que isso ocorra, é preciso seguir algumas etapas e recomendações,
casos de desastre. são elas:
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao – Definir uma política de gestão documental que estabeleça as
peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas. normas e procedimentos para a gestão dos documentos desde a
Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpe- sua produção até a sua destinação final;
za, de forma a proteger os documentos. – Identificar e selecionar os documentos que devem ser
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar mantidos no arquivo corrente, de acordo com o seu valor e a sua
formatos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos docu- frequência de uso;
mentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser – Definir um plano de classificação e uma tabela de
preenchidos para proteger o documento. temporalidade que facilitem a organização e a localização dos
Todos os materiais usados para o armazenamento de docu- documentos;
mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis ao – Utilizar técnicas de indexação e recuperação da informação
longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afe- que permitam a rápida localização dos documentos;
tem a preservação dos documentos. – Estabelecer normas para a transferência dos documentos
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invó- para o arquivo intermediário, quando necessário.
lucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de pre-
servação dos documentos.

5 Adaptado de CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/ www.


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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Organização dos arquivos intermediários


A organização dos arquivos intermediários é fundamental para garantir a preservação e a acessibilidade dos documentos ao longo do
tempo. Para isso, é necessário seguir algumas práticas e recomendações, como:
– Definir uma política de gestão documental que estabeleça as normas e procedimentos para a gestão dos documentos intermediários;
– Definir um plano de classificação e uma tabela de temporalidade que facilitem a organização e a localização dos documentos;
– Utilizar técnicas de indexação e recuperação da informação que permitam a rápida localização dos documentos.

— Métodos de avaliação
Os arquivos correntes e intermediários devem ser avaliados constantemente para garantir a sua efetividade e eficiência. Existem
vários métodos que podem ser utilizados para avaliação de arquivos, incluindo:
– Análise de valor: essa técnica consiste em avaliar a importância e o valor dos documentos de acordo com o seu uso atual e potencial.
É importante considerar a frequência de uso dos documentos, o seu conteúdo e o contexto em que foram produzidos.
– Avaliação histórica: essa técnica considera a importância dos documentos para a história e a cultura de uma sociedade. É importante
considerar a relevância do documento em relação a eventos históricos e culturais, além da sua importância para a preservação da memória
coletiva.
– Análise jurídica: essa técnica leva em consideração as obrigações legais e regulatórias relacionadas aos documentos. É importante
verificar se os documentos cumprem os requisitos legais para a sua retenção e descarte.
– Análise administrativa: essa técnica avalia os documentos com base em sua importância para as atividades administrativas da
organização. É importante considerar a relevância dos documentos para as atividades correntes e futuras da organização.

Os arquivos correntes e intermediários são essenciais para o funcionamento das organizações, garantindo o acesso à informação
e a tomada de decisões efetivas. A gestão desses arquivos requer uma abordagem sistemática e eficiente, com base em princípios e
normas arquivísticas. É fundamental que as organizações invistam em capacitação e treinamento de seus profissionais de arquivologia
para garantir a qualidade da gestão de seus arquivos. Com uma gestão eficiente, os arquivos correntes e intermediários podem se tornar
uma fonte valiosa de informação para a organização e para a sociedade como um todo.

Recebimento:
Como o próprio nome diz, é onde se recebe os documentos e onde se separa o que é oficial e o que é pessoal.
Os pessoais são encaminhados aos seus destinatários.

Já os oficiais podem sem ostensivos e sigilosos. Os ostensivos são abertos e analisados, anexando mais informações e assim
encaminhados aos seus destinos e os sigilosos são enviados diretos para seus destinatários.

Registro:
Todos os documentos recebidos devem ser registrados eletronicamentecom seu número, nome do remetente, data, assunto dentre
outras informações.
Depois do registro o documento é numerado (autuado) em ordem de chegada.
Depois de analisado o documento ele é classificado em uma categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste momento
pode-se ate dar um código a ele.

Distribuição:
Também conhecido como movimentação, é a entrega para seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da empresa
seria feita pela expedição.

Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela empresa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada na
empresa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o protocolo consiga
localizar o documento. Quando os dados são colocados corretamente, como datas e setores em que o documento caminhou por exemplo,
ajudará aagilizar a sua localização.

Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar a correspondência
no original e nas cópias, pois as cópias são o acompanhamento da tramitação do documento na empresa e serão encaminhadas ao
arquivo. As originais são expedidas para seus destinatários.
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Sistemas de classificação
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de um
plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais simples
forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando a
estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se enten-
der conveniente.

A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sua
recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a
esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que
o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação define, portanto, a organização física dos documentos arquivados,
constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.
Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos documentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desempe-
nhadas pelo órgão.
A classificação deve ser realizada de acordo com as seguintes características:

De acordo com a entidade criadora


- PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de âmbito federal ou estadual ou municipal.
- INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou relacionados à instituições educacionais, igrejas, corporações não-lucrativas, sociedades
e associações.
- COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e companhias.
- FAMILIAR ou PESSOAL - arquivo organizado por grupos familiares ou pessoas individualmente.

De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo de vida de um arquivo)


- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a documentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser mantido
em local de fácil acesso para facilitar a consulta.
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de ser
usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situação
idêntica àquela que os gerou.
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se encontram os documentos que perderam o valor administrativo e cujo uso
deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conservados somente por causa de seu valor histórico, informativo para comprovar algo
para fins de pesquisa em geral, permitindo que se conheça como os fatos evoluíram.

De acordo com a extensão da atenção


Os arquivos se dividem em:
- ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacionais, cumprindo as funções de um arquivo corrente.
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os documentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram a
estrutura de uma instituição.

De acordo com a natureza de seus documentos


- ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas formas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas (fichas
microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das peças, mas
também quanto ao registro, acondicionamento, controle e conservação.
- ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo técnico, é responsável pela guarda os documentos de um determinado
assunto ou setor/departamento específico.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De acordo com a natureza do assunto que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte for-
- OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não prejudicam ma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas, de
a administração; expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo transmite,
- SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado, ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as quais
com divulgação restrita. correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preocupa-
ção, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o tem-
De acordo com a espécie po todo expressando e comunicando mensagens verbais àqueles
- ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente admi- com quem convivemos de forma natural e cotidiana.
nistrativas; A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co-
- JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais; municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem
- CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação jurí- clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi-
dica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas para do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem
evitar a esfera judicial. em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida.
A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento-
De acordo com o grau de sigilo nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co-
- RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-au- nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma
torizada possa comprometer planos, operações ou objetivos neles mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni-
previstos; cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um
- SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, insta- falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à
lações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a assun- um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificulda-
tos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, programas de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a
ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não autorizado possa língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada-
acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado; mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não
- ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobera- usado de maneira adequada.
nia e à integridade territorial nacional, a plano ou operações mi- Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex-
litares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu-
e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da defesa nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva
nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento não autori- comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi-
zado possa acarretar dano excepcionalmente grave à segurança da co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa-
sociedade e do Estado. ções, bem como a clareza e concisão do que recebe.

Protocolo: Prezado (a), o tema acima supracitado, já foi abor- Apresentação


dado em tópicos anteriores Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo
deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex-
tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e
QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre
sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente
na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên-
Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente al- cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa
guns comportamentos e requisitos importantes não apenas para em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com
comunicar uma mensagem ao seu público, mas também para me- cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis
diar, facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este para causar uma boa primeira impressão.
recebe a mensagem através de seu emissor. O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas
Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento ao pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação de des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo.
uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, facili- Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante
tando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreendi- uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o
mento. público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que
Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente estu- diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes-
dada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público, soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar
pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que
colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica- possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen-
ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em
mensagem e a empatia para com o outro. outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de
seu público.
Comunicabilidade De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape-
Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e
que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos gestos, confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito
de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas e a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es-
transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é algo tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so-
como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou
tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo. descontentamento.
O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas
Atenção quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios,
Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações
abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer são importantes para a evolução da empresa como um todo. De-
ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian- monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um
te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um
relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte-
os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente resse no que seu público precisa e deseja.
durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar
interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que Presteza
ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais
ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem-
público espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone-
está comunicando. mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma
Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer
mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou-
o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran- ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à
te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo.
mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente
mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne- Eficiência
cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro-
do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com
de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para ex-
importância. ceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser prá-
tico na hora de comunicar e transmitir as informações, mas paciente
Cortesia o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tranquilo, sa-
A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza- bendo que está em boas mãos e pode se expressar honestamente.
do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também
um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta-
sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es- refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter-
colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é
trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões, eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas
a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do
excelente profissional. profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público
Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento,
clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento
chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta eficiente e ágil são muito maiores.
da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em
mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte Tolerância
de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em- A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito a
presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês, respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a função
prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras pessoas,
sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais, tempera-
emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza. mento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e humanos
do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas se comuni-
Interesse cam e expressam suas necessidades. Ter em mente que as diferen-
Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni- ças não são impedimentos para realizar uma comunicação efetiva é
cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em o primeiro passo para se tornar um ser humano e um profissional
questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram tolerante e respeitoso.
nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação
uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro, equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para
você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciên-
postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de- cia, muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar
nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando outras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas
o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive empresas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como
um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não é

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir com


tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando con- FORMAS DE TRATAMENTO; RELACIONAMENTO INTERPES-
flitos desnecessários onde eles se veem iminentes. SOAL

Discrição
Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente, Você ainda fica confuso sobre quando usar Srta, Sra. ou Sr? Estes
deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce- são apenas três exemplos de honoríficos - palavras que implicam ou
dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são expressam status, educação ou respeito - que ainda são usados no
sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado local de trabalho ao endereçar cartas de apresentação e e-mails,
do público, por sua vez, também existem informações e dados dos apresentar alguém ou conhecer um novo colega.
clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo Embora possam parecer bastante semelhantes, não são
uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten- termos intercambiáveis, e é sempre importante praticar a etiqueta
dente o mediador desta relação. profissional e respeitosa sempre que possível ao interagir com
outras pessoas no local de trabalho. A seguir, apresentaremos a
Conduta história desses títulos honoríficos, como decidir qual termo usar em
Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um diferentes situações e contextos e como tornar a conversa sobre
indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no tra- esse tópico mais progressiva e inclusiva no local de trabalho.
balho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empresa.
Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e o Uma introdução de cada termo e seu uso
funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta não Qual termo você prefere usar depende inteiramente de você.
está adequada ao que a empresa espera dele. Mas, historicamente, os termos denotaram o estado civil e/ou a
A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o idade das mulheres. Aqui está um guia rápido sobre todos os três:
espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real
de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um Srta ou Senhorita
rosto, nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim O termo “senhorita” geralmente se refere a uma mulher
e por isso ele representa a instituição em que trabalha. O cliente solteira ou menina mais jovem (alguns dizem que 30 anos é o limite
pode não fazer distinção entre uma má postura de um único funcio- para usar esse termo). Pode ser usado sozinho, sem fazer referência
nário e de toda a empresa, o que pode manchar a sua reputação e a nomes (ex: “com licença, senhorita, você deixou cair seu livro”),
fazer com que ela perca clientes diante da sua falta de credibilidade, ou pode ser combinado com o nome e/ou sobrenome de alguém
tudo isso pois seu colaborador não se portou adequadamente, não (ex: A senhorita Silva é o nossa nova estagiário de engenharia”). O
agiu de maneira correta, com boas intenções, com ética e de forma termo senhorita não foi usado para se referir a mulheres adultas
respeitosa. até meados do século 18, e antes disso, a palavra era usada apenas
para meninas.
Objetividade
Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efetiva Sra ou Senhora
é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito a “Sra.”, uma abreviação de “senhora”, existe desde o século
comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é 16 e geralmente se refere a uma mulher casada. Às vezes, uma
uma característica que deve estar presente durante o atendimento mulher divorciada ou viúva ainda será chamada de Sra. Ao usar Sra.,
ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo. costuma-se combinar o termo com o sobrenome de uma mulher
Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação (ex: Sra. Campos).
à um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para
um SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja Sr ou Senhor
expressar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu des- Sr. é um título usado antes de um sobrenome ou nome completo
contentamento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa de um homem, seja ele casado ou não. Sr. é uma abreviatura de
intervir, compreendendo sua função como solucionadora de pro- Senhor. É um título de respeito e uma forma de tratamento formal.
blemas, tendo em mente a necessidade de manter laços entre a Ex: O Senhor Gomes está na sala de espera. A abreviação Sr. é usada
empresa e o consumidor em prol de suas vendas, de sua reputação em cartas e mensagens escritas em e-mails, mas a palavra completa
e seu sucesso. é usada no dia a dia.
Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade
enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição Os tipos de personalidade podem contribuir ou não para o de-
da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo sempenho das equipes. Cada personalidade possui características
que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma definidas com seus respectivos focos de atenção, que, todavia, se
mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido, interagem, definindo indivíduos com certas características mais sa-
prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar lientes e que incorporam características de um outro estilo.
de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden- Vistos de maneira objetiva, nenhum dos tipos de personalida-
tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência de é bom ou mau, certo ou errado. Cada um é uma combinação
não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um distinta de força e fraqueza, beleza e feiura. Nenhum padrão é me-
grupo de profissionais. lhor ou o melhor, pior ou o pior. Às vezes, determinada pessoa pode

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

achar que o seu padrão é o melhor, outra vezes, que é o pior. Mas ção, repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior
é possível, num momento, encontrar força em um padrão e, num produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos de antipatia e
outro, encontrar uma fraqueza. rejeição tenderão à diminuição das interações, ao afastamento nas
O que se observa é que as pessoas acabam ficando perplexas atividades, com provável queda de produtividade.
umas com as outras quando começam a perceber os segredos que Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona
as outras pessoas ocultam das suas personalidades. diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio-
Na análise das personalidades, nada é estanque e tudo pode se nais competentes individualmente podem render muito abaixo de
ajustar, desde que se esteja disposto a fazê-lo. Nunca um protetor, sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho.
por exemplo, carrega somente as características da sua tipologia. Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma
Uma pessoa com o centro emocional predominante não será ne- base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe-
cessariamente uma boa artista. Talvez brilhe mais como administra- cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos,
dora, quem sabe? Todos os tipos são interligados e se movimentam crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças
fazendo contrapontos e complementos. de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação
Cada tipo de personalidade é formado por três aspectos: o pre- compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório
dominante, que vigora na maior parte do tempo, quando as coisas novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são
transcorrem normalmente e que é chamado de seu tipo; o aspecto encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento
que vigora quando se é colocado em ação, gerando situações de es- entre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subor-
tresse; e o terceiro, que surge nos momentos em que não se sente dinados. Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do ou-
em plena segurança. tro, se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se uma
Exemplificando, ao ver-se numa situação de estresse, o obser- modalidade de relacionamento diferente daquela em que não há
vador (em geral, quieto e retraído) torna-se repentinamente extro- respeito pela opinião do outro, quando ideias e sentimentos não
vertido e amistoso, características típicas do epicurista, num esfor- são ouvidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. A
ço de reduzir o estresse. Sentindo-se em segurança, o observador maneira de lidar com diferenças individuais criam certo clima entre
tende a se tornar o patrão, direcionando os outros e controlando o as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, prin-
espaço pessoal. cipalmente nos processos de comunicação, no relacionamento in-
Todos têm virtudes e aspectos negativos. Então, vivem-se os terpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade.
aspectos mais positivos de cada tipo. Essas qualidades pode se so- Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es-
mar a outras de outro tipo, promovendo integração. pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente
Se o tipo empreendedor se integra com o sonhador, ele pode ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta
passar a ter autoestima apurada e a saber levar a vida sem dramas. ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, baseado
Ficará mais otimista, espontâneo e criativo também. Não se prende naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os
a fazer coisas que não satisfazem seus desejos e os dos outros. Se valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
o tipo individualista integra-se com o empreendedor, provavelmen- Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis
te ele poderá ser capaz de agir no presente e com objetividade, ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refle-
aceitando a realidade e vivendo suas emoções como são, sem ten- tem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. Quan-
tar ampliá-las. Já se o sonhador integrar-se com o observador, sua do digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha atitude
capacidade de introspecção será imensa e saberá como ninguém em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valo-
apreciar o silêncio e a reflexão. res, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três componen-
Para o sucesso das equipes, se faz necessário que os seus inte- tes: cognitivo, afetivo e comportamental.
grantes utilizem-se de empatia, coloquem-se no lugar dos outros, A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava-
estejam receptivos ao processo de integração e, dessa forma, per- liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude. Ela
mitam-se amoldar. Se não houver esse tipo de abertura, em que estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu
cada um dos elementos ceda, a equipe será composta de pessoas componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere
que competem entre si, o que traz o retrocesso da equipe ao con- ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto
ceito simplista de grupo, ou seja, apenas um agrupamento de indi- de João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento
víduos que dividem o mesmo espaço físico, mas que possuem obje- pode provocar resultados no comportamento. O componente com-
tivos e metas diferentes, bem como não buscam o aprimoramento portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar
e crescimento dos outros.6 de determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. En-
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos tão, para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de
desenvolver relações interpessoais. João por causa dos meus sentimentos em relação a ele.
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades Encarar a atitude como composta por três componentes – cog-
são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender
alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor-
de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respeito, tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis.
amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem, os
sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados ini-
cialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influenciarão
as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos positivos
de simpatia e atração provocarão aumento de interação e coopera-
6 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Eficácia no relacionamento interpessoal humanas, pode-se afirmar que o sucesso dos relacionamentos in-
A competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente terpessoais depende do grau de compreensão entre os indivíduos.
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma Quando há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor
adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da situa- e conseguem resolver conflitos de modo saudável.
ção. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente
com relações interpessoais de acordo com três critérios: Empoderamento
Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, é uma
relevantes e respectiva interrelação. ação que permite melhorar a qualidade e a produtividade dos co-
Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo laboradores, fazendo com que o resultado do serviço prestado seja
que não haja regressões. satisfatoriamente melhor. Estas melhorias acontecem através de
Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas delegação de autoridade e de responsabilidade, fomentando a co-
continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, laboração sistêmica entre diferentes níveis hierárquicos e a propa-
como quando começaram a resolver seus problemas. gação de confiança entre os liderados e os líderes.
Dois componentes da competência interpessoal assumem im- Ele simboliza a estratégia da organização e de seus gestores de
portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O delegar a tomada de decisão para seus colaboradores, promovendo
processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo de tomada de
da situação interpessoal. decisão da empresa.
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- O empowerment permite aos funcionários da empresa
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em tomarem decisões com base em informações fornecidas pelos
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. gestores, aumentando sua participação e responsabilidade nas
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres- atividades da empresa. Geralmente é utilizado em organizações com
sões de uma outra na esperança de compreendê-la. cultura participativa, que utilizam equipes de trabalho autodirigidas
e que compartilham o poder com todos os seus funcionários.
Empatia O empowerment está diretamente ligado ao conceito de
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e situa- liderança e, também, cultura organizacional. Uma vez que não se
ções vivenciadas. pode criar uma cultura de delegação de poder aos funcionários
“Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao envolvi- em uma empresa engessada e burocrática, sem uma estrutura
mento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da perspectiva dos de hábitos e pensamentos preparada para isso. A empresa que
outros quebra estereótipos tendenciosos e assim leva a tolerância e pretende se utilizar de uma prática como o empowerment não pode
a aceitação das diferenças. A empatia é um ato de compreensão tão ter uma cultura de tomada de decisões centralizada, por exemplo.
seguro quanto à apreensão do sentido das palavras contidas numa
página impressa. O empowerment possui quatro bases principais, que são:
A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana: reprimir • Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e
a inclinação natural de sentir com o outro nos faz tratar o outro responsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa
como um objeto. dar importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e
O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente a empa- autonomia de ação.
tia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos apelos dos outros. • Motivação – proporcionar motivação às pessoas para
Suprimir essa inclinação natural de sentir com outro desencadeia a incentivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom
crueldade. desempenho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas
Empatia implica certo grau de compartilhamento emocional - participem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance das
um pré-requisito para realmente compreender o mundo interior do metas.
outro. • Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de
capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa
A empatia nas empresas treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento,
ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos
Qual a relação entre empatia e produtividade? na organização.
“O conceito de empatia está relacionado á capacidade de ouvir • Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso
o outro de tal forma a compreender o mundo a partir de seu ponto significa orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos
de vista. Não pressupõe concordância ou discordância, mas o en- horizontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.
tendimento da forma de pensar, sentir e agir do interlocutor. No
momento em que isso ocorre de forma coletiva, a organização dia- Alguns gestores pensam que o ato de delegar a tomada de
loga e conhece saltos de produtividade e de satisfação das pessoas”. decisão para um funcionário é sinônimo de perda de controle ou
“A empatia é primordial para o desenvolvimento das organi- liderança. Este é um ponto que merece uma discussão maior, uma
zações pois, ela é que define no comportamento individual a preo- vez que abrange diversos aspectos, mas o mais importante de se
cupação de cada indivíduo no equilíbrio comportamental de todos destacar é que o empowerment valoriza os funcionários e melhora
os envolvidos no processo, pois, empatia pressupõe o respeito ao a condução dos processos internos à empresa.
outro.”
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou seja, um
tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem os va-
lores, deficiências e virtudes do outro. No contexto das relações
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Vantagens do empowerment A importância da qualidade


Com mencionado anteriormente, a adoção do empowerment As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contí-
por parte das empresas traz diversos benefícios para elas, como por nuas aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao
exemplo: o aumento da motivação e da satisfação dos funcionários, fenômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupa-
aumentando assim a taxa de retenção dos talentos da empresa, o ção com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores.
compartilhamento das responsabilidades e tarefas, maior agilidade Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu
e flexibilidade no processo de tomada de decisão, etc. Além, claro, perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajustando
de estimular o aparecimento de novos líderes dentro das empresas. às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar os no-
Por este motivo, é cada vez maior o número de gestores que vos desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos
preparam suas organizações para a prática do empowerment, clientes, as empresas precisam de profissionais competentes e que
treinando e doutrinando seus funcionários para que possam realizem suas atividades com qualidade.
receber tais responsabilidades de forma correta.
Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a uma Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem cor-
relação que envolve poder e responsabilidade, como duas faces porativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia,
de uma mesma moeda. Para promovê-lo, não basta transferir significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou
verbalmente poder às pessoas; elas precisam ter reais condições seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma po-
de agir no pleno exercício da sua responsabilidade, desenvolvendo sitiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agregam
o que chamamos de “ownership“, ou seja, agirem como valor ao seu trabalho.
intraempreendedores e como se fossem “proprietárias” do negócio, Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o
pensando como empresários. profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas
a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O
Aplicação do empowerment grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber
Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se
empowerment é necessário: disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compa-
tível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se
1. Um profundo compartilhamento das informações com todos fazer entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir).
os envolvidos. A informação é o objeto que destrói a incerteza. Ela Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâmi-
é fundamental para a correta tomada de decisões. A Informação co, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que representa
deve circular, de maneira clara, transparente e adaptada à condição qualidade para uma empresa não necessariamente o é para outra.
e necessidade de cada equipe em particular. Algumas informações Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional, procure en-
gerais para o bom entendimento do negócio e do cenário devem tender quais são as competências valorizadas naquele ambiente de
ser compartilhadas com todas as pessoas, outras mais restritas e trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para realizar suas tarefas
sigilosas, apenas com as pessoas-chave. com qualidade.
2. A abertura para uma real autonomia dando às pessoas não
somente as informações, mas o apoio e a liberdade necessária para
agirem. É preciso confiar nestes profissionais e incentivá-los a liderar CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ARTIGOS 5º, 7º E 37)
os processos em que estão envolvidos, e sob os quais assumiram
responsabilidades. Uma cultura punitiva impede a autonomia;
erros devem ser corrigidos, não punidos. A autonomia deve guiar- Os direitos individuais estão elencados no caput do Artigo 5º
se pela visão, missão e valores da empresa, assim como por seus da CF. São eles:
objetivos e metas, dentro do contexto dos sistemas e processos em
vigor na organização. Direito à Vida
3. Redução dos níveis hierárquicos e da burocracia que tornam O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito
as empresas lentas e rígidas. Através da prática de empowerment, de permanecer vivo e o direito de uma vida digna.
equipes auto-gerenciadas podem atingir alta performance e O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exemplo,
buscar a excelência em níveis muito superiores aos de empresas na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra declarada).
centralizadoras. Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais
Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura,
adaptação mais fácil e menos traumática. Gerando um ambiente penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc.
apropriado para o aprendizado dos funcionários a fim de torná-los
tomadores de decisão dentro da empresa.7 Direito à Liberdade
O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém será
Eficácia no comportamento interpessoal. obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de
A postura profissional é o comportamento adequado dentro lei. Tal dispositivo representa a consagração da autonomia privada.
das organizações, na qual busca seguir os valores da empresa para Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende,
um resultado positivo. dentre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de loco-
moção, de consciência, de crença, de reunião, de associação e de
expressão.

7 Texto adaptado de Gustavo Periard


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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Direito à Igualdade V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,


A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constitui- além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
ção Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
ser encarada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
formal. ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
didos aos membros da coletividade por meio da norma. religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e prestação alternativa, fixada em lei;
desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam. IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí-
Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com- gem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano ma-
pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da terial ou moral decorrente de sua violação;
formação social. XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
Direito à Privacidade te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero, determinação judicial;
do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima- XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunica-
gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura- ções telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
-se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
de sua violação. lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução pro-
cessual penal;
Direito à Honra XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti- atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado
tal motivo, são previstos no Código Penal. o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
Direito de Propriedade podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
É assegurado o direito de propriedade, contudo, com cer ou dele sair com seus bens;
restrições, como por exemplo, de que se atenda à função social da XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
propriedade. Também se enquadram como espécies de restrição do cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
e o usucapião. mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu- petente;
ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
intelectual) e os direitos reativos à herança. a de caráter paramilitar;
Destes direitos, emanam todos os incisos do Art. 5º, da CF/88, XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
conforme veremos abaixo: rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
estatal em seu funcionamento;
TÍTULO II XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
CAPÍTULO I XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS necer associado;
XXI- as entidades associativas, quando expressamente autori-
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de zadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros extrajudicialmente;
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à XXII- é garantido o direito de propriedade;
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXIII- a propriedade atenderá a sua função social;
I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
termos desta Constituição; por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coi- diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
sa senão em virtude de lei; previstos nesta Constituição;
III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desu- XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade com-
mano ou degradante; petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro-
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- prietário indenização ulterior, se houver dano;
nimato;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, podendo evitá-los, se omitirem;
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru-
ros pelo tempo que a lei fixar; pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
XXVIII- são assegurados, nos termos da lei: Estado Democrático;
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
desportivas; bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; outras, as seguintes:
XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi- a) privação ou restrição de liberdade;
légio temporário para sua utilização, bem como às criações indus- b) perda de bens;
triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros c) multa;
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- d) prestação social alternativa;
mento tecnológico e econômico do País; e) suspensão ou interdição de direitos;
XXX- é garantido o direito de herança; XLVII- não haverá penas:
XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos artigo 84, XIX;
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal b) de caráter perpétuo;
do de cujus; c) de trabalhos forçados;
XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- d) de banimento;
sumidor; e) cruéis;
XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa- XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da moral;
sociedade e do Estado; L- às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do paga- permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
mento de taxas: LI- nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de com-
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; provado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe- afins, na forma da lei;
sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; LII- não será concedida extradição de estrangeiro por crime po-
XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão lítico ou de opinião;
ou ameaça a direito; LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão por au-
XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico toridade competente;
perfeito e a coisa julgada; LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção; devido processo legal;
XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
que lhe der a lei, assegurados: acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
a) a plenitude da defesa; com os meios e recursos a ela inerentes;
b) o sigilo das votações; LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
c) a soberania dos veredictos; meios ilícitos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julga-
a vida; do da sentença penal condenatória;
XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena LVIII- o civilmente identificado não será submetido à identifica-
sem prévia cominação legal; ção criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; LIX- será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos esta não for intentada no prazo legal;
e liberdades fundamentais; LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres- quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
litar, definidos em lei;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre §1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família têm aplicação imediata.
ou à pessoa por ele indicada; §2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
lia e de advogado; Federativa do Brasil seja parte.
LXIV- o preso tem direito a identificação dos responsáveis por §3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
sua prisão ou por seu interrogatório policial; humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autorida- Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
de judiciária; §4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico brasileiro às
LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável leis ordinárias. Em que pese tenha adquirido este caráter, o men-
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen- cionado tratado diz respeito a direitos humanos, porém não possui
tícia e a do depositário infiel; característica de emenda constitucional, pois entrou em vigor em
LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer nosso ordenamento jurídico antes da edição da Emenda Constitu-
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda- cional nº 45/04. Para que tal tratado seja equiparado às emendas
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; constitucionais deverá passar pelo mesmo rito de aprovação destas.
LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habe- CAPÍTULO II
as data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder DOS DIREITOS SOCIAIS
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de ( )
atribuições de Poder Público; Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: outros que visem à melhoria de sua condição social:
a) partido político com representação no Congresso Nacional; I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em indenização compensatória, dentre outros direitos;
defesa dos interesses de seus membros ou associados; II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta III - fundo de garantia do tempo de serviço;
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali- capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
dade, à soberania e à cidadania; mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
LXXII- conceder-se-á habeas data: higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados para qualquer fim;
de entidades governamentais ou de caráter público; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo trabalho;
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação ou acordo coletivo;
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, percebem remuneração variável;
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus ou no valor da aposentadoria;
da sucumbência; IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
aos que comprovarem insuficiência de recursos; retenção dolosa;
LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- sa, conforme definido em lei;
ma da lei: XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
a) o registro civil de nascimento; dor de baixa renda nos termos da lei;
b) a certidão de óbito. XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas di-
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data árias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
e, na forma da lei, os atos necessário ao exercício da cidadania; horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- coletiva de trabalho;
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
celeridade de sua tramitação. ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
Constitucional nº 115, de 2022) mingos;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni- CAPÍTULO VII


mo, em cinquenta por cento à do normal; DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
terço a mais do que o salário normal; SEÇÃO I
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, DISPOSIÇÕES GERAIS
com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in- dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
centivos específicos, nos termos da lei; cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
normas de saúde, higiene e segurança; como aos estrangeiros, na forma da lei;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
insalubres ou perigosas, na forma da lei; aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
XXIV - aposentadoria; títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas- prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car-
cimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
trabalho; anos, prorrogável uma vez, por igual período;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre- cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
incorrer em dolo ou culpa; dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha- vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
contrato de trabalho; percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
a) (Revogada). buições de direção, chefia e assessoramento;
b) (Revogada). VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de fun- ciação sindical;
ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
estado civil; definidos em lei específica;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e sua admissão;
intelectual ou entre os profissionais respectivos; IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis interesse público;
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo trata o §4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
empregatício permanente e o trabalhador avulso. lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado- gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, de índices;
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim- ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida- Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
a sua integração à previdência social. pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável §3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
aos Defensores Públicos; I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
tivo; dos serviços;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X
serviço público; e XXXIII;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi- III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
co não serão computados nem acumulados para fins de concessão ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
de acréscimos ulteriores; §4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci- indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§2º, I; §5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
qualquer caso o disposto no inciso XI: ressarcimento.
a) a de dois cargos de professor; §6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
saúde, com profissões regulamentadas; assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- de dolo ou culpa.
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- §7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
direta ou indiretamente, pelo poder público; possibilite o acesso a informações privilegiadas.
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- §8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl- dispor sobre:
timo caso, definir as áreas de sua atuação; I - o prazo de duração do contrato;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
como a participação de qualquer delas em empresa privada; III - a remuneração do pessoal.”
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, §9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- em geral.
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação §10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
obrigações. remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- exoneração.
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades §11. Não serão computadas, para efeito dos limites
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e §12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
de autoridades ou servidores públicos. respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
§2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste
da lei. parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
Vereadores.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que • Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto agramatical
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o § Parágrafo
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
adj. adv. Adjunto adverbial
a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) arc. Arcaico
§14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo art.; arts. Artigo; artigos
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o cf. Confronte
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. CN Congresso Nacional
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Cp. Compare
§15. É vedada a complementação de aposentadorias de
servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes EM Exposição de Motivos
que não seja decorrente do disposto nos §§14 a 16 do art. 40 ou que f.v. Forma verbal
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
fem. Feminino
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ind. Indicativo
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional masc. Masculino
nº 109, de 2021) obj. dir. Objeto direto
obj. ind. Objeto indireto
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA: p. Página
COMUNICAÇÃO OFICIAL: CARACTERÍSTICAS (FORMALI- p. us. Pouco usado
DADE, UNIFORMIDADE, PARECERES, CLAREZA, PRECISÃO,
CONCISÃO E HARMONIA) ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS pess. Pessoa
OFICIAIS (RELATÓRIO, OFÍCIO, MEMORANDO, CARTA, ATA, pl. Plural
DESPACHOS, PORTARIA, ORDEM DE SERVIÇO, REQUE- pref. Prefixo
RIMENTO)
pres. Presente
Res. Resolução do Congresso Nacional
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re-
pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado RISF Regimento Interno do Senado Federal
em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos
à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando s. Substantivo
se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas. s.f. Substantivo feminino
O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re- s.m. Substantivo masculino
gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres-
sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa SEI! Sistema Eletrônico de Informações
Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno sing. Singular
ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas
tb. Também
por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público
entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento v. Ver ou verbo
diferenciado. v.g. verbi gratia
A redação oficial é
A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações ofi- var. pop. Variante popular
ciais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e pre-
cisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade, A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua por- escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
tuguesa. a) alguém que comunique: o serviço público.
b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do
órgão que comunica.
c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti-
tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu-
tivo ou dos outros Poderes.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação co-
municativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento dos
órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O mesmo
ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade.

Atributos da redação oficial:


• clareza e precisão;
• objetividade;
• concisão;
• coesão e coerência;
• impessoalidade;
• formalidade e padronização; e
• uso da norma padrão da língua portuguesa.

CLAREZA PRECISÃO
Para a obtenção de clareza, sugere-se: O atributo da precisão complementa a clareza e caracteriza-se
a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, por:
salvo quando o texto versar sobre assunto técnico, hipótese em a) articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita
que se utilizará nomenclatura própria da área; compreensão da ideia veiculada no texto;
b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações b) manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas pa-
na ordem direta e evitar intercalações excessivas. Em certas oca- lavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito mera-
siões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da ordem mente estilístico; e
inversa da oração; c) escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido
c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto; ao texto.
d) não utilizar regionalismos e neologismos;
e) pontuar adequadamente o texto;
f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela; e
g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando
indispensáveis, em razão de serem designações ou expressões
de uso já consagrado ou de não terem exata tradução. Nesse
caso, grafe-as em itálico.

Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso, é
fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor ao contato
mais direto com o assunto e com as informações, sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetivida-
de suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.

Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma enten-
dê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo em
tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elementos
de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos
estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são:
• Referência (termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação);
• Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro ou no lugar de uma oração);
• Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto);
• Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, períodos ou parágrafos).

A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo
assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as
comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais documentos impressos. Recomendações:
• A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
• O uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo literário;
• A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com • Local e data:


agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível a) composição: local e data do documento;
hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião. b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o
documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da uni-
Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino dade da federação depois do nome da cidade;
e para o plural. c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do
mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se
São formas de tratamento vedadas: deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo; d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
II - Vossa Senhoria; e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data;
III - Vossa Magnificência; f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem
IV - doutor; direita da página.
V - ilustre ou ilustríssimo;
VI - digno ou digníssimo; e • Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento
VII - respeitável. que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar :
a) vocativo;
Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos prono- b) nome: nome do destinatário do expediente;
mes de tratamento, mediante invocação de normas especiais refe- c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
rentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo
modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente,
ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja erro dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/
na forma de tratamento empregada. logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão,
O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes pú- informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede-
blicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome ração, separados por espaço simples. Na separação entre cidade e
do agente público. Poderão constar o pronome de tratamento e o unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou
nome do destinatário nas hipóteses de: pelo travessão. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obriga-
I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da ad- tória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da
ministração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou cidade/unidade da federação;
II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público e) alinhamento: à margem esquerda da página.
específico.
• Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expe- o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte
dientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela for- maneira:
ma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá- a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o
-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
o que chamamos de padrão ofício. b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do
documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utili-
Consistem em partes do documento no padrão ofício: zar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
• Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o títu-
do documento, centralizado na área determinada pela formatação. lo, deve ser destacado em negrito;
No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundá- e) alinhamento: à margem esquerda da página.
rios, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espa-
çamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como
endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio
eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé
do documento, centralizados.

• Identificação do expediente:
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com
todas as letras maiúsculas;
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”,
padronizada como Nº;
c) informações do documento: número, ano (com quatro dí-
gitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor
para a maior hierarquia, separados por barra (/);
d) alinhamento: à margem esquerda da página.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Texto: • Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assi-


nadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações
NOS CASOS EM QUE QUANDO FOREM USADOS oficiais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em le-
NÃO SEJA USADO PARA PARA ENCAMINHAMENTO
tras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do
ENCAMINHAMENTO DE DOCUMENTOS, A
signatário;
DE DOCUMENTOS, O ESTRUTURA É MODIFICADA:
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigi-
EXPEDIENTE DEVE CONTER
do apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
A SEGUINTE ESTRUTURA: palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
a) introdução: em que é a) introdução: deve iniciar com c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centra-
apresentado o objetivo da referência ao expediente que lizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar
comunicação. Evite o uso das solicitou o encaminhamento. a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa
formas: Tenho a honra de, Se a remessa do documento página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Tenho o prazer de, Cumpre-me não tiver sido solicitada, deve
informar que. Prefira empregar iniciar com a informação do • Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigató-
a forma direta: Informo, motivo da comunicação, que ria apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
Solicito, Comunico; é encaminhar, indicando a centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
b) desenvolvimento: em que o seguir os dados completos a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm
assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado da margem inferior; e
contiver mais de uma ideia (tipo, data, origem ou b) fonte: Calibri ou Carlito.
sobre o assunto, elas devem signatário e assunto de que se
Quanto a formatação e apresentação, os documentos do pa-
ser tratadas em parágrafos trata) e a razão pela qual está
drão ofício devem obedecer à seguinte forma:
distintos, o que confere maior sendo encaminhado;
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
clareza à exposição; e b) desenvolvimento: se o autor
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) conclusão: em que é da comunicação desejar fazer c) margem lateral direita: 1,5 cm;
afirmada a posição sobre o algum comentário a respeito d) margens superior e inferior: 2 cm;
assunto. do documento que encaminha, e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da mar-
poderá acrescentar parágrafos gem superior do papel;
de desenvolvimento. Caso f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
contrário, não há parágrafos g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode
de desenvolvimento em ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens es-
expediente usado para querda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares
encaminhamento de (margem espelho);
documentos. h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em pa-
pel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para
Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento gráficos e ilustrações;
deve ser formatado da seguinte maneira: i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o
a) alinhamento: justificado; negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado,
b) espaçamento entre linhas: simples; letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padroniza-
c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após ção do documento;
cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafa-
esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento das em itálico;
tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos
numeram o vocativo e o fecho; elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos; posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve
citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser
10 pontos. lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados no servi-
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, ço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings. l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos
arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu-
• Fechos para comunicações: O fecho das comunicações ofi- mento + número do documento + ano do documento (com 4 dígi-
ciais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar tos) + palavras-chaves do conteúdo.
o destinatário.
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, in-
clusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia infe-
rior ou demais casos: Atenciosamente,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional,
algumas possíveis variações: de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en- que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or-
via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na çamentos anuais e créditos adicionais.
epígrafe será apenas do órgão remetente. b) Encaminhamento de medida provisória.
c) Indicação de autoridades.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epí- e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de
grafe. concessão de emissoras de rádio e TV.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons- h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
tarão na epígrafe. i) Comunicação de veto.
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o de intervenção federal.
órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos
órgãos que receberão o expediente. As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco;
Exposição de motivos (EM) b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- margem esquerda, no início do texto;
Presidente para: c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o
a) propor alguma medida; pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou parágrafo dado ao texto;
c) informa-lo de determinado assunto. d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinha-
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República dos à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados
por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en- pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signa-
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada tário.
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape- A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica comum, não só em âmbito privado, mas também na administra-
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina ção pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos.
dentro de um mesmo ano civil. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endere-
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica- ço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso, Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documen-
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio- to oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de
nal ou ao Poder Judiciário. linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como en-
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais dereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re- ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge- sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República. recebimento de documentos na administração pública.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatá- Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto
rio são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para
do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurí- que possa ser aceito como documento original, é necessário existir
dico que assinou o parecer jurídico da Pasta. certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os os parâmetros de integridade, autenticidade e validade jurídica da
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover- certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; con-
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter tudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico re-
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que conhecido pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente
seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação. público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios os parâmetros da ICP-Brasil.
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi-
nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
Nacional têm as seguintes finalidades:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensagem
comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá receber
a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio
eletrônico.
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”,
seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.

Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser
utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas
vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular
seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção
ortográfica.

HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO


Emprega-se itálico em:
a) títulos de publicações
O hífen é um sinal usado para:
As aspas têm os seguintes (livros, revistas, jornais,
a) ligar os elementos de
empregos: periódicos etc.) ou títulos de
palavras compostas: vice-
a) antes e depois de uma congressos, conferências,
ministro;
citação textual direta, quando slogans, lemas sem o uso de Usa-se o negrito para realce
b) para unir pronomes átonos
esta tem até três linhas, sem aspas (com inicial maiúscula de palavras e trechos. Deve-se
a verbos: agradeceu-lhe; e
utilizar itálico; em todas as palavras, exceto evitar o uso de sublinhado para
c) para, no final de uma
b) quando necessário, para nas de ligação); realçar palavras e trechos em
linha, indicar a separação
diferenciar títulos, termos b) palavras e as expressões comunicações oficiais.
das sílabas de uma palavra
técnicos, expressões fixas, em latim ou em outras
em duas partes (a chamada
definições, exemplificações e línguas estrangeiras não
translineação): com-/parar,
assemelhados. incorporadas ao uso comum
gover-/no.
na língua portuguesa ou não
aportuguesadas.

PARÊNTESES E TRAVESSÃO USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS


Os parênteses são empregados para intercalar, em um texto, Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos
explicações, indicações, comentários, observações, como por normativos, serão adotados os conceitos sugeridos pelo Manual
exemplo, indicar uma data, uma referência bibliográfica, uma de Elaboração de Textos da Consultoria Legislativa do Senado
sigla. Federal (1999), em que:
O travessão, que é representado graficamente por um hífen a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um
prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos. título; e
b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas
sílabas ou partes dos vocábulos de um título.

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a frag- a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver
mentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige.
vezes dificulta a compreensão. b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re-
omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, dige.
pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível iden- c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es-
tificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem.
termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente;
dar a uma frase. e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado;
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa-
um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, do mais longínquo, ou histórico.
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto,
de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade ainda será mencionado;
de identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto;
mais de um antecedente na terceira pessoa. i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio-
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas nada no texto.
palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que depen-
dem. Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases
gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe
e pessoa (nos verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e con- são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa-
cordância verbal. lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi-
xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em
CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL que se apresenta.
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto
O verbo concorda com seu Adjetivos (nomes ou oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina-
sujeito em pessoa e número. pronomes), artigos e numerais da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões
concordam em gênero e ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao
número com os substantivos sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de-
de que dependem. vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordi- utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias
nação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de depen- ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para
dência que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o
rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite
ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos em deixar o texto como está.
regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que É importante lembrar que o idioma está em constante muta-
lhes completam o sentido. ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as se- política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas
guintes finalidades: palavras e de formas de dizer.
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na lei-
tura; A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações,
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o au- nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula-
tor, devem merecer destaque; e res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi-
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades. tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de
uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar.
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu-
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora- rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria-
ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es- ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez
truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar
marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re- o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu-
sumo ou uma consequência do que se afirmou. guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, da Língua Portuguesa.
é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta. O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega-
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo
admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in-
restrito aos discursos e às peças de retórica. corporação acrítica do estrangeirismo.
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir-
cunstâncias:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• A homonímia é a designação geral para os casos em que pa- nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos
lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos). controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa.
A análise da situação questionada deve contemplar as causas
• Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou
nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter
e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen-
(pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter-
verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de
sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente. leis antigas, mudanças de concepção etc.
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve-
em que são empregados. -se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro-
• Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere,
palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro- fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte-
núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que
descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri- efetivamente pretende.
gir) e ratificar (confirmar). A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada
e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por
de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem
justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou
harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras
objetivos da norma jurídica são expressos nas funções: vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e
I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com- simplesmente, a preservação do status quo.
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma
vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais); imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati-
II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização, va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas
de definição e de distribuição de competências; existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí- para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador,
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado; como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis-
IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar lativa.
condutas por meio de modelos; Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju- -se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de
rídica e no plano social. vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná-
lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b)
Requisitos da elaboração normativa: De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios
• Clareza e determinação da norma; de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados
• Princípio da reserva legal; mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De-
• Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece- vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais
didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada efeitos colaterais negativos.
situação ou destinada a atingir determinado objetivo); O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en-
• Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi- tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor-
nistrativo; mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração
• Princípio da proporcionalidade; normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências
• Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli- produzidas pelo novo ato normativo.
na suficientemente concreta); É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um
• Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi- espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia
sa julgada; interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção
• Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, se- no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa
jam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete apre- uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às
ender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido). exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem
uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro- Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática
cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló-
legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a gica) e sistemática externa (estrutura da lei).
tomada da decisão legislativa. Regras básicas a serem observadas para a sistematização do
Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es- texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação:
sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden- a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas
tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma- em um mesmo contexto ou agrupamento;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar
cronológica, se possível; determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas,
c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi-
que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta
d) institutos diversos devem ser tratados separadamente. de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre-
• O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le-
ao ato normativo que está sendo alterado. gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e
• Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo
não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti- com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos
alteração do trecho do artigo. de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro-
O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi- ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de
pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina- modo expresso ou implícito, na lei.
do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo • Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po-
de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou, dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade. referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de
após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re- nacionalidade, etc.).
publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos • Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são
com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado atos normativos subordinados ou secundários.
sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá • Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização
ser considerado inválido com efeitos retroativos. e funcionamento da administração pública federal, quando não im-
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori-
dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori-
a mera alteração da norma. dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento
A correção de erro material que não afete a substância do ato de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe-
singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de- tência.
nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno-
minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve- O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de-
por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais,
de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções.
nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário. A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati-
Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos- va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a
tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de- qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer
corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda- das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons-
ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias,
essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa
sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui- reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu-
co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o
de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio-
com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual,
a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual).
alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da
entrada em vigor de seu decreto. A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen- confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati-
tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis- vas.
lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto; Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra
a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato. proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda.
A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra, Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for
normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal- de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular
mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con- também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por
têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati- meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos
vo de efeitos concretos). Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen-
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri- tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re- servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa
vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a e que tenha estrita pertinência temática.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro- O Padrão Ofício


jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem O Manual de Redação da Presidência da República lista três
indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles tipos de expediente que, embora tenham finalidades diferentes,
provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo- possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e Memorando. A dia-
situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que gramação proposta para esses expedientes é denominada padrão
não guardem compatibilidade com o plano plurianual. ofício.
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as seguintes
do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje- partes:
to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo
qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von- o expede
tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a Exemplos:
formação da lei. Of. 123/2002-MME
O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san- Aviso 123/2002-SG
ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei. Mem. 123/2002-MF
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção:
a) inconstitucionalidade; ou Local e data
b) contrariedade ao interesse público. Devem vir por extenso com alinhamento à direita.
Exemplo:
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15 Brasília, 20 de maio de 2011
dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica-
do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi- Assunto
ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser Resumo do teor do documento. Exemplos:
superado por deliberação do Congresso Nacional. Assunto: Produtividade do órgão em 2010.
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da
República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor- Destinatário
rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação.
Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre- No caso do ofício, deve ser incluído também o endereço.
sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas
para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do Texto
Senado Federal, em prazo idêntico. Nos casos em que não for de mero encaminhamento de docu-
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é mentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis-
posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um Introdução
lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri- Que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apre-
gatoriedade (45 dias). sentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das for-
Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo: mas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpreme infor-
a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das mar que”,empregue a forma direta;
leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple-
mentares. Desenvolvimento
b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento No qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma
dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli- ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distin-
beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões tos, o que confere maior clareza à exposição;
Permanentes.
c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas Conclusão
regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir Em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posi-
urgência a certas proposições. ção recomendada sobre o assunto.
d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca- Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos
sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.
instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação.
e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le- Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos, a
gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação estrutura deve ser a seguinte:
das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex. Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que so-
para leis financeiras e delegadas. licitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento, sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có-
digos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as- - Para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser
sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
segundo a seguinte fórmula: documento + palavraschave do conteúdo. Exemplo:
“Of. 123 relatório produtividade
“Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011, en- ano 2010”
caminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2010, do
Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do Ato Administrativo
servidor Fulano de Tal.”
ou Toda manifestação unilateral de vontade da administração pú-
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do blica que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do Presidente da Con- resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou im-
federação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de moder- por obrigações aos administradores ou a si própria. (p.17 Bellotto,
nização de técnicas agrícolas na região Nordeste.” 2002).
Finalidade: O ato administrativo só pode ter um fim público,
Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer al- determinado pela lei, não cabendo ao administrador qualquer di-
gum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá reito de escolha. Este fim tem que atender de forma vinculada um
acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não interesse ou finalidade pública.
há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero en- Espécie: é a maneira pela qual se exterioriza o ato, ou seja, a
caminhamento. configuração que assume um documento de acordo com a disposição
- Fecho. e a natureza das informações. Como por exemplo espécies de:
- Assinatura. Deliberação, Resolução, Portaria, Instrução, Informação, Ofício,
- Identificação do Signatário Ofício circular e Memorando.

Forma de Diagramação Atestado


Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte
forma de apresentação: Atestado administrativo é o ato pelo qual a Administração com-
- Deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; seus órgãos competentes.
- Para símbolos não existentes na fonte Times New Roman, po- Estrutura
derseão utilizar as fontes symbol e Wíngdings;
- É obrigatório constar a partir da segunda página o número da Título: atestado (em maiúsculas e centralizado, sobre o texto).
página; Texto: exposição do fato.
- Os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- Local e data: por extenso.
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda Assinatura: titular da unidade organizacional corresponden-
e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem te ao assunto tratado. Dão
espelho”); Documento oficial, com base em documento original, objeti-
- O início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- vando comprovar a existência de ato ou assentamento de interesse
cia da margem esquerda; de alguém.
- O campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni-
mo 3,0 cm de largura; Certidão
- O campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
- Deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de Documento oficial, com base em documento original, objeti-
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não vando comprovar a existência de ato ou assentamento de interesse
comportar tal recurso, de uma linha em branco; de alguém. Deve reproduzir fielmente, de inteiro teor ou resumida-
- Não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, mente, atos ou fatos constantes de processo, livro ou documento
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer que se encontre nas repartições públicas. Sua expedição é no prazo
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do de 15 dias improrrogável – Lei nº 9.051, de 18/5/95.
documento;
- A impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel Estrutura
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos Título: certidão (em maiúscula e centralizado sobre o texto).
e ilustrações; Texto: transcrição do que foi requerido e encontrado referente
- Todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser im- ao pedido. Deve ser escrita em linhas corridas, sem emendas ou
pressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; rasuras. Qualquer engano ou erro poderá ser retificado, empregan-
- Deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo do-se a palavra “digo” ou “em tempo”: na linha........ , onde se
Rich Text nos documentos de texto; lê........., leia-se................. .
- Dentro do possível, todos os documentos elaborados devem Local e data: por extenso.
ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro- Assinatura: de quem lavrou a certidão e visto do titular da
veitamento de trechos para casos análogos; unidade organizacional que a autorizou.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Circular d) Mantenha conexão (imagem e texto) do trabalho tipográfico


ou mecanográfico com a parte e) que será digitada;
Correspondência oficial, de caráter interno, enviada, simulta- Os convites de maneira geral são realizados por cartas, en-
neamente, a diversos destinatários, com texto idêntico, transmitin- quanto as convocações ocorrem por meio de edital.
do informações, instruções, ordens, recomendações ou esclarecen-
do o conteúdo de leis, normas e regulamentos. Aviso e Ofício (Comunicação Externa)

Estrutura São modalidades de comunicação oficial praticamente


Título: circular, número, ano e sigla da unidade organizacional. idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido
Local e exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de
Data: por extenso. mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
Destinatários: nomes dos cargos dos destinatários. demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
Texto: desenvolvimento do assunto tratado. assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
Assinatura: Titular da unidade organizacional. no caso do ofício, também com particulares.
Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo do padrão
Comunicado ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, segui-
do de vírgula. Exemplos:
Correspondência oficial utilizada na unidade organizacional ou
entre unidades organizacionais para transmitir informações, solici- Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
tar esclarecimentos ou providências de ordem geral. Senhora Ministra,
Senhor Chefe de Gabinete,
Estrutura
Título: comunicado (iniciais em maiúsculas e o restante em mi- Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
núsculas), tes informações do remetente:
Seguida do número de ordem, ano e da sigla da unidade orga- - nome do órgão ou setor;
nizacional. - endereço postal;
Data: 1 cm abaixo do código de identificação com alinhamento - telefone e endereço de correio eletrônico.
à direita.
Destinatário: ao senhor (cargo que ocupa). Obs: Modelo no final da matéria.
Assunto: resumo do teor da comunicação em negrito.
Texto: desenvolvimento do teor da comunicação. Deve ser ini- Memorando ou Comunicação Interna
ciado a 1,5 cm
Verticais, abaixo do item assunto. Todos os parágrafos devem O Memorando é a modalidade de comunicação entre
ser numerados unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar
Na margem esquerda do corpo do texto, excetuado o fecho. hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Tratase,
Fecho: atenciosamente ou respeitosamente, conforme o caso. portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.
Assinatura: Titular e servidor da unidade organizacional. Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado
para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc. a serem adota-
Convite e Convocação dos por determinado setor do serviço público.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do me-
O convite é o instrumento pelo qual se faz uma solicitação, pe- morando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela
de-se o comparecimento de alguém ou solicita-se sua presença em simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desneces-
alguma parte ou em ato. sário aumento do número de comunicações, os despachos ao me-
A convocação corresponde ao convite, mas no sentido de inti- morando devem ser dados no próprio documento e, no caso de fal-
mação. Origina o comparecimento, devendo o não comparecimen- ta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite
to ser justificado. Já o convite é somente uma solicitação. formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
Nas relações oficiais ou particulares, há mensagens que não se transparência a tomada de decisões, e permitindo que se historie o
alinham puramente entre aquelas formais ou administrativas. São andamento da matéria tratada no memorando.
as mensagens sociais ou comemorativas: as primeiras, em razão de Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
acontecimentos de cunho social (instalação, festividades restritas a ofício, com a diferença de que seu destinatário deve ser menciona-
área da entidade, etc.), e as segundas, por motivo de datas come- do pelo cargo que ocupa. Exemplos:
morativas (Dia das Mães, da Secretaria, do Professor, Páscoa, Natal, Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
etc.). Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.
É preciso ter cuidado com as mensagens sociais, em que se
combinam técnica redacional, bom tom e arte: Obs: Modelo no final da matéria.
a) Faça um texto que se preste a homem e a mulher, no singular
e no plural;
b) Registre nome e endereço do destinatário corretamente;
c) Procure atualizar ou renovar sempre seu texto;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Exposição De Motivos - se o problema configura calamidade pública;


- por que é indispensável a vigência imediata;
É o expediente dirigido ao presidente da República ou ao vice- - se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
presidente para: nham sido previstos;
- informá-lo de determinado assunto; - se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já
- propor alguma medida; ou prevista.
- submeter a sua consideração projeto de ato normativo. - Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou medi-
da proposta possa vir a tê-lo)
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da - Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto;
República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto - Síntese do parecer do órgão jurídico.
tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos de-
verá ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa Com base em avaliação do ato normativo ou da medida propo-
razão, chamada de interministerial. sa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3.
Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação do A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apresenta duas formas retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusiva- a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
mente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou exame ou se reformule a proposta.
submeta projeto de ato normativo. O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen- motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a edição
te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, de ato normativo tem como finalidade:
sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. - permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- resolver;
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada - ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo, embora sigam blema e dos defeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
também a estrutura do padrão ofício, além de outros comentá- do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
apontar: cutivo (v. 10.4.3.)
- na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da - conferir perfeita transparência aos atos propostos.
medida ou do ato normativo proposto;
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even- na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
tuais alternativas existentes para equacionálo; o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
- na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de março motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
de 2010. providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério o problema.
ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de ______________ de Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (no-
201_. meação, promoção, ascenção, transferência, readaptação, rever-
são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exone-
- Síntese do problema ou da situação que reclama providên- ração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é
cias; necessário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição
- Soluções e providências contidas no ato normativo ou na me- de motivos. Ressalte-se que:
dida proposta; - a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não
- Alternativas existentes às medidas propostas. Mencionar: dispensa o encaminhamento do parecer completo;
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; - o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
- se há projetos sobre a matéria no Legislativo; pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
- outras possibilidades de resolução do problema. comentários a serem alí incluídos.
- Custos. Mencionar: Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial (clareza, conci-
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeála; são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeála; é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da
- valor a ser despendido em moeda corrente; República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em
tramitar em regime de urgência). Mencionar: parte.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ata Decreto

É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos Decretos são atos administrativos da competência exclusiva do
e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou assembleia. Chefe do Executivo, destinados a prover situações gerais ou individuais,
A ata deve ser redigida, se possível, no decorrer da reunião. Por abstratamente previstas, de modo expresso ou implícito, na lei.
isso é recomendável que o secretário, que a redige seja uma pessoa . Esta é a definição clássica, a qual, no entanto, é inaplicável aos
não envolvida nas discussões e deliberações a serem tomadas pelos decretos autônomos, tratados adiante.
participantes. Sendo que, o secretário atua como observador e
narrador fiel dos fatos. A ata é documento de valor jurídico. Decretos Singulares
Estrutura: Os decretos podem conter regras singulares ou concretas (v. g.,
- Título ATA. Em se tratando de atas elaboradas sequencial- decretos de nomeação, de aposentadoria, de abertura de crédito,
mente, indicar o respectivo número da reunião ou sessão, em cai- de desapropriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto de perda
xaalta, nome da entidade e local da reunião. de nacionalidade, etc.).
- Texto, incluindo: Preâmbulo registro da situação espacial e
temporal e participantes; Registro dos assuntos abordados e de
suas decisões, com indicação das personalidades envolvidas, se for Decretos Regulamentares
o caso; Fecho termo de encerramento com indicação, se neces- Os decretos regulamentares são atos normativos subordinados
sário, do redator, do horário de encerramento, de convocação de ou secundários.
nova reunião etc. A diferença entre a lei e o regulamento, no Direito brasilei-
Escreve-se tudo seguidamente, sem rasuras, emendas ou en- ro, não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre este.
trelinhas, em linguagem simples, clara e concisa. Deve-se evitar as A distinção substancial reside no fato de que a lei inova origina-
abreviaturas, e os números são escritos por extenso. riamente o ordenamento jurídico, enquanto o regulamento não
Verificando-se qualquer engano no momento da redação, de- o altera, mas fixa, tão-somente, as “regras orgânicas e proces-
verá ser imediatamente retificado empregando-se a palavra “digo”. suais destinadas a pôr em execução os princípios institucionais
Na hipótese de qualquer omissão ou erro depois de lavrada a Ata, estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos constantes
far-se-á uma ressalva: “em tempo”. “Na linha................., onde se da lei, expressos ou implícitos, dentro da órbita por ela circuns-
lê..................leia-se....................”. crita, isto é, as diretrizes, em pormenor, por ela determinadas”.
A ATA será assinada e/ou rubricada por todos os presentes à
reunião ou apenas pelo presidente e relator, dependendo das exi- Não se pode negar que, como observa Celso Antônio Bandei-
gências regimentais do órgão. ra de Mello, a generalidade e o caráter abstrato da lei permitem
particularizações gradativas quando não têm como fim a especifici-
Carta dade de situações insuscetíveis de redução a um padrão qualquer.
Disso resulta, não raras vezes, margem de discrição administrativa a
É a forma de correspondência emitida por particular, ou ser exercida na aplicação da lei.
autoridade com objetivo particular, não se confundindo com o me- Não se há de confundir, porém, a discricionariedade adminis-
morando (correspondência interna) ou o ofício (correspondência trativa, atinente ao exercício do poder regulamentar, com delega-
externa), nos quais a autoridade que assina expressa uma opinião ção disfarçada de poder. Na discricionariedade, a lei estabelece pre-
ou dá uma informação não sua, mas, sim, do órgão pelo qual res- viamente o direito ou dever, a obrigação ou a restrição, fixando os
ponde. Em grande parte dos casos da correspondência enviada por requisitos de seu surgimento e os elementos de identificação dos
deputados, devese usar a carta, não o memorando ou ofício, por destinatários. Na delegação, ao revés, não se identificam, na norma
estar o parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de regulamentada, o direito, a obrigação ou a limitação. Estes são es-
sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara dos Depu- tabelecidos apenas no regulamento.
tados. O parlamentar deverá assinar memorando ou ofício apenas Decretos Autônomos
como titular de função oficial específica (presidente de comissão ou Com a Emenda Constitucional no 32, de 11 de setembro de
membro da Mesa, por exemplo). Estrutura: 2001, introduziu-se no ordenamento pátrio ato normativo conheci-
- Local e data. do doutrinariamente como decreto autônomo, decreto que decorre
- Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, car- diretamente da Constituição, possuindo efeitos análogos ao de uma
go e endereço. lei ordinária.
- Vocativo. Tal espécie normativa, contudo, limita-se às hipóteses de or-
- Texto. ganização e funcionamento da administração federal, quando não
- Fecho. implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
- Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo. públicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vago
(art. 84, VI, da Constituição).
Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá numerálas.
Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no padrão básico de dia-
Forma e Estrutura
gramação.
Tal como as leis, os decretos compõem-se de dois elementos:
O fecho da carta segue, em geral, o padrão da correspondência
a ordem legislativa (preâmbulo e fecho) e a matéria legislada (texto
oficial, mas outros fechos podem ser usados, a exemplo de “Cor-
ou corpo da lei).
dialmente”, quando se deseja indicar relação de proximidade ou
igualdade de posição entre os correspondentes.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Assinale-se que somente são numerados os decretos que con- Art. 7o O Chefe da Casa Civil expedirá normas complementares
têm regras jurídicas de caráter geral e abstrato. para execução do disposto no art. 5o.
Os decretos que contenham regras de caráter singular não são Art. 8o As reuniões de servidores com integrantes da equipe de
numerados, mas contêm ementa, exceto os relativos a nomeação transição devem ser objeto de agendamento e registro sumário em
ou a designação para cargo público, os quais não serão numerados atas que indiquem os participantes, os assuntos tratados, as infor-
nem conterão ementa. mações solicitadas e o cronograma de atendimento das demandas
Todos os decretos serão referendados pelo Ministro competen- apresentadas.
te. Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Exemplo de Decreto: Brasília, 11 de julho de 2002; 181o da Independência e 114o da
República.
“DECRETO No 4.298, DE 11 DE JULHO DE 2002. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Dispõe sobre a atuação dos órgãos e entidades da Administra- Edital


ção Pública Federal durante o processo de transição governamen-
tal. O edital é um instrumento de comunicação externa, que atra-
vés de autoridade competente se publica pela imprensa ou se afixa
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe em locais de acesso dos interessados. Objetiva transmitir assuntos
confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, de interesse público, visando com isso o cumprimento de determi-
nações legais. PARTES DE UM EDITAL
D E C R E T A: 1) CABEÇALHO: Designação do órgão/unidade.
2) TÍTULO: EDITAL XXX/2015
Art. 1o Transição governamental é o processo que objetiva pro- 3) EDITAL (em maiúsculas, seguido do número de ordem, da
piciar condições para que o candidato eleito para o cargo de Presi- data e, quando for o caso, do número do processo).
dente da República possa receber de seu antecessor todos os dados 4) EMENTA: facultativo, mas oferece a vantagem de propiciar o
e informações necessários à implementação do programa do novo conhecimento prévio e sucinto do que é exposto em seguida. Apa-
governo, desde a data de sua posse. rece, principalmente, em editais de concorrência pública e tomada
Parágrafo único. Caberá ao Chefe da Casa Civil da Presidência de preço.
da República a coordenação dos trabalhos vinculados à transição 5) TEXTO: Deve conter todas as condições exigidas para preen-
governamental. chimento das formalidades legais.
Art. 2o O processo de transição governamental tem início seis 6) ASSINATURA: Nome da autoridade competente, indicando-
meses antes da data da posse do novo Presidente da República e -se cargo e função.
com ela se encerra. 7) OBSERVAÇÃO: Em virtude das diversas possibilidades de Edi-
Art. 3o O candidato eleito para o cargo de Presidente da tal, não será apresentado um modelo. Nota: Os editais de licitação
República poderá indicar equipe de transição, a qual terá acesso deverão seguir a Lei Federal nº 8.666 de 21/06/1993, atualizada
às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos pela Lei Federal nº 8.883 de 08/06/1994.
projetos do Governo Federal.
Parágrafo único. A indicação a que se refere este artigo será Requerimento (Petição)
feita por meio de ofício ao Presidente da República.
Art. 4o Os pedidos de acesso às informações de que trata o art. É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma
3o, qualquer que seja a sua natureza, deverão ser formulados por autoridade administrativa um direito do qual se julga detentor.
escrito e encaminhados ao Secretário-Executivo da Casa Civil da Estrutura:
Presidência da República, a quem competirá requisitar dos órgãos - Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja,
e entidades da Administração Pública Federal os dados solicitados da autoridade competente.
pela equipe de transição, observadas as condições estabelecidas no - Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente
Decreto no 4.199, de 16 de abril de 2002. (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação: naciona-
Art. 5o Os Secretários-Executivos dos Ministérios deverão lidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se
encaminhar ao Secretário-Executivo da Casa Civil da Presidência da maior de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do proces-
República as informações de que trata o art. 4o, as quais serão con- so, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja
solidadas pela coordenação do processo de transição. servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil
Art. 6o Sem prejuízo do disposto nos arts. 1o a 5o, o Secretá- deve ser colocado o número do registro funcional e a lotação); Ex-
rio-Executivo da Casa Civil solicitará aos Secretários-Executivos dos posição do pedido, de preferência indicando os fundamentos legais
Ministérios informações circunstanciadas sobre: do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática.
I - programas realizados e em execução relativos ao período do - Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
mandato do Presidente da República; - Local e data.
II - assuntos que demandarão ação ou decisão da administra- - Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.
ção nos cem primeiros dias do novo governo;
III - projetos que aguardam implementação ou que tenham sido Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindica-
interrompidos; e ção ou manifestação, o documento utilizado será um abaixoassina-
IV - glossário de projetos, termos técnicos e siglas utilizadas do, com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver
pela Administração Pública Federal. identificação das assinaturas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumentaliza por
meio de requerimento. No que concerne especificamente aos servidores públicos, a lei que institui o Regime único estabelece que o re-
querimento deve ser dirigido à autoridade competente para decidilo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente
subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).

Modelo de Carta

LOGOTIPO DA INSTITUIÇÃO

1,5 cm

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Ofício

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Aviso

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Memorando

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de ATA

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Requerimento

NOÇÕES BÁSICAS DAS LEIS: LEI FEDERAL N.º 12.527/2011 – LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.

Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição
Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de
8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de ga-
rantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Constituição Federal.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário
e do Ministério Público;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, CAPÍTULO II


as sociedades de economia mista e demais entidades controladas DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios. Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa-
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza- I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces-
ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente so a ela e sua divulgação;
do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade,
termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen- autenticidade e integridade; e
tos congêneres. III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal,
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en- observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even-
tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos tual restrição de acesso.
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen-
a que estejam legalmente obrigadas. de, entre outros, os direitos de obter:
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as- I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
executados em conformidade com os princípios básicos da adminis- obtida a informação almejada;
tração pública e com as seguintes diretrizes: II - informação contida em registros ou documentos, produ-
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
como exceção; não a arquivos públicos;
II - divulgação de informações de interesse público, indepen- III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
dentemente de solicitações; entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec- ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
nologia da informação; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
na administração pública; dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
V - desenvolvimento do controle social da administração pú- VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
blica. blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis-
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: trativos; e
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti- VII - informação relativa:
lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
qualquer meio, suporte ou formato; gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer como metas e indicadores propostos;
que seja o suporte ou formato; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
para a segurança da sociedade e do Estado; VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022)
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural §1º O acesso à informação previsto no caput não compreende
identificada ou identificável; as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu-
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, rança da sociedade e do Estado.
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena- §2º Quando não for autorizado acesso integral à informação
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa- por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
ção; sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co- parte sob sigilo.
nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au- §3º O direito de acesso aos documentos ou às informações ne-
torizados; les contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisó-
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in- rio respectivo.
divíduo, equipamento ou sistema; §4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in- mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não
clusive quanto à origem, trânsito e destino; fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, termos do art. 32 desta Lei.
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. §5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor- interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura
mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu-
ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com- mentação.
preensão.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§6º Verificada a hipótese prevista no §5º deste artigo, o res- I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de entidades do poder público, em local com condições apropriadas
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro- para:
vem sua alegação. a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in- ções;
dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte- pectivas unidades;
resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor-
§1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, de- mações; e
verão constar, no mínimo: II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à
I - registro das competências e estrutura organizacional, en- participação popular ou a outras formas de divulgação.
dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi-
mento ao público; CAPÍTULO III
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur- DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
sos financeiros;
III - registros das despesas; SEÇÃO I
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in- DO PEDIDO DE ACESSO
clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os
contratos celebrados; Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º
projetos e obras de órgãos e entidades; e desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. identificação do requerente e a especificação da informação reque-
§2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti- rida.
dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí- §1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi-
timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem
oficiais da rede mundial de computadores (internet). a solicitação.
§3º Os sítios de que trata o §2º deverão, na forma de regula- §2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar
mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o seus sítios oficiais na internet.
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em §3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
linguagem de fácil compreensão; determinantes da solicitação de informações de interesse público.
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce-
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani- der o acesso imediato à informação disponível.
lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; §1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura- I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta,
ção da informação; efetuar a reprodução ou obter a certidão;
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
disponíveis para acesso; parcial, do acesso pretendido; ou
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co- seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida- remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
de detentora do sítio; e interessado da remessa de seu pedido de informação.
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili- §2º O prazo referido no §1º poderá ser prorrogado por mais 10
dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da o requerente.
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada §3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008. e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po-
§4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha- derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar
bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a a informação de que necessitar.
que se refere o §2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em §4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor-
tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e fi- mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor-
nanceira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com- mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe-
Fiscal). tente para sua apreciação.
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me- §5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
diante: da nesse formato, caso haja anuência do requerente.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par-
em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi-
acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido
lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir pedido de acesso ou desclassificação;
a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa
ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi-
mesmo tais procedimentos. mentos previstos nesta Lei.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é §1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-
órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo
custo dos serviços e dos materiais utilizados. (Vide Lei nº 14.129, de 5 (cinco) dias.
de 2021) (Vigência) §2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado-
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa- te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto
zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos nesta Lei.
termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. §3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia-
é gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência) ção de Informações, a que se refere o art. 35.
§1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica-
valor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma- ção de informação protocolado em órgão da administração públi-
teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava-
entidade pública consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021) liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
(Vigência) §1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
§2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no §1º deste gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia-
artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças
Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº 14.129, Armadas, ao respectivo Comando.
de 2021) (Vigência) §2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta,
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de- caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações
verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta prevista no art. 35.
confere com o original. Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica-
interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró-
de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em
ponha em risco a conservação do documento original. seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
de negativa de acesso, por certidão ou cópia. Art. 19. (VETADO).
§1º (VETADO).
SEÇÃO II §2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
DOS RECURSOS marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do
Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou recurso, negarem acesso a informações de interesse público.
às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re- Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº
curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este
ciência. Capítulo.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui-
camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se CAPÍTULO IV
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti-
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à SEÇÃO I
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) DISPOSIÇÕES GERAIS
dias se:
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne- Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária
gado; à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. As informações ou documentos que versem I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do
sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati- Estado; e
cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
poderão ser objeto de restrição de acesso. defina seu termo final.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo SEÇÃO III
industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi- DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES
ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha SIGILOSAS
qualquer vínculo com o poder público.
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação
SEÇÃO II de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU assegurando a sua proteção.(Regulamento)
E PRAZOS DE SIGILO §1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas-
sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor- forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes
mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: públicos autorizados por lei.
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida- §2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
de do território nacional; obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as §3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a se-
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas rem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; divulgação não autorizados.
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-
ou monetária do País; cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi- conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
cos das Forças Armadas; rança para tratamento de informações sigilosas.
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen- Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne-
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori- cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes
dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou observem as medidas e procedimentos de segurança das informa-
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in- ções resultantes da aplicação desta Lei.
vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre-
venção ou repressão de infrações. SEÇÃO IV
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi- DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO,
cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à RECLASSIFICAÇÃO E DESCLASSIFICAÇÃO
segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como
ultrassecreta, secreta ou reservada. Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da
§1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, administração pública federal é de competência:(Regulamento)
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
de sua produção e são os seguintes: a) Presidente da República;
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; b) Vice-Presidente da República;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-
III - reservada: 5 (cinco) anos. gativas;
§2º As informações que puderem colocar em risco a segurança d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju- e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes
ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si- no exterior;
gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos
em caso de reeleição. titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda-
§3º Alternativamente aos prazos previstos no §1º , poderá ser des de economia mista; e
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
do prazo máximo de classificação. nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
§4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au- mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
tomaticamente, de acesso público. posto nesta Lei.
§5º Para a classificação da informação em determinado grau
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere SEÇÃO V


à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
no exterior, vedada a subdelegação. Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito
§2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre- de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada,
to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de- honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias
verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo individuais.
previsto em regulamento. §1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati-
§3º A autoridade ou outro agente público que classificar infor- vas à intimidade, vida privada, honra e imagem:
mação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que tra- I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica-
ta o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da
se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si- à pessoa a que elas se referirem; e
gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei-
seguintes elementos: ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa
I - assunto sobre o qual versa a informação; a que elas se referirem.
II - fundamento da classificação, observados os critérios esta- §2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este
belecidos no art. 24; artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou §3º O consentimento referido no inciso II do §1º não será exigi-
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites do quando as informações forem necessárias:
previstos no art. 24; e I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver
IV - identificação da autoridade que a classificou. física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen-
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no te para o tratamento médico;
mesmo grau de sigilo da informação classificada. II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi-
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au- dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a
toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe- identificação da pessoa a que as informações se referirem;
rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs- III - ao cumprimento de ordem judicial;
tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução IV - à defesa de direitos humanos; ou
do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.(Regulamento) V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
§1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar §4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto- honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito
ridades ou agentes públicos. de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o
§2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa- titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol-
minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. §5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata-
§3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, mento de informação pessoal.
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua
produção. CAPÍTULO V
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu- DAS RESPONSABILIDADES
blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à
veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili-
regulamento: dade do agente público ou militar:
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des-
últimos 12 (doze) meses; ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
identificação para referência futura; II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili-
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação
informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa- que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci-
ções genéricas sobre os solicitantes. mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
§1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi- função pública;
cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso
§2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de in- à informação;
formações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir
dos fundamentos da classificação. acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
de terceiros; e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con- I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul-
cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte-
agentes do Estado. gral da informação;
§1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se-
do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con- cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada,
sideradas: observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como
transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne- ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu
les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania
contravenção penal; ou nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro relações internacionais do País, observado o prazo previsto no §1º
de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão do art. 24.
ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela §2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno-
estabelecidos. vação.
§2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou §3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do §1º deve-
agente público responder, também, por improbidade administrati- rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação
va, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos
e 8.429, de 2 de junho de 1992. ou secretos.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor- §4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder Reavaliação de Informações nos prazos previstos no §3º implicará a
público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às desclassificação automática das informações.
seguintes sanções: §5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e
I - advertência; funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
II - multa; observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de-
III - rescisão do vínculo com o poder público; mais disposições desta Lei.(Regulamento)
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe- Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra-
dimento de contratar com a administração pública por prazo não tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
superior a 2 (dois) anos; e mendações constantes desses instrumentos.
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti-
administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran- tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre-
te a própria autoridade que aplicou a penalidade. denciamento (NSC), que tem por objetivos:(Regulamento)
§1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli- I - promover e propor a regulamentação do credenciamento
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. tratamento de informações sigilosas; e
§2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive
quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti- aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado,
aplicada com base no inciso IV. acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
§3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên- das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, órgãos competentes.
facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or-
de 10 (dez) dias da abertura de vista. ganização e funcionamento do NSC.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen- Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no-
te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori- vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí-
zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover-
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos namentais ou de caráter público.
casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea-
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi- valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre-
ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na- tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de
tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa vigência desta Lei.
ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. §1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre-
CAPÍTULO VI vistos nesta Lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS §2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co-
Art. 35. (VETADO). missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos
§1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa- desta Lei.
ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so- §3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da
competência para: legislação precedente.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§4º As informações classificadas como secretas e ultrassecretas Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e
não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, au- 123º da República.
tomaticamente, de acesso público.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi- LEI FEDERAL N.º 8.429/1992 – LEI DE IMPROBIDADE ADMI-
nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que NISTRATIVA
lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór-
gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre- Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de
sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada
e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao pela Lei nº 14.230, de 2021)
correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum- CAPÍTULO I
primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
tração pública federal responsável: Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo- administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no
mento à cultura da transparência na administração pública e cons- exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade
cientização do direito fundamental de acesso à informação; do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao pela Lei nº 14.230, de 2021)
desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi- Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
nistração pública; de 2021)
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad- §1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con-
ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi- dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados
cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório 2021)
anual com informações atinentes à implementação desta Lei. §2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan-
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu- bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230,
blicação. de 2021)
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem- §3º O mero exercício da função ou desempenho de competên-
bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: cias públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta
“Art. 116. ................................................................... a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. (Incluí-
............................................................................................ do pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do §4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona-
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
dade competente para apuração; §5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização
.................................................................................” (NR) do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patri-
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, mônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judici-
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: ário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci- União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído
vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su- pela Lei nº 14.230, de 2021)
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra §6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida-
autoridade competente para apuração de informação concernente de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba
à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú-
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun- blicos ou governamentais, previstos no §5º deste artigo. (Incluído
ção pública.” pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, §7º Independentemente de integrar a administração indireta,
em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica-
nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis- dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou
posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III. custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou
Art. 46. Revogam-se: receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In-
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
a data de sua publicação.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente CAPÍTULO II


de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais SEÇÃO I
do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE
7236) IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan-
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do-
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi- exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati-
das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con- imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
nº 14.230, de 2021) ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, agente público;
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou
pela Lei nº 14.230, de 2021) a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
§1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de preço superior ao valor de mercado;
pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im- III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de
em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela mercado;
Lei nº 14.230, de 2021) IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel,
§2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas
caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona- no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre-
do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação
12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe- ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni-
tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
14.230, de 2021) quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado-
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art.
de 2021) 1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda-
erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles,
obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa- bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput
trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô-
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo
desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária. Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara- nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi- omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei atividade;
decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
14.230, de 2021) ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara-
ção a que esteja obrigado;

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241
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
tidades mencionadas no art. 1° desta lei; de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
art. 1° desta lei. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
SEÇÃO II da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE nº 11.107, de 2005)
CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi-
ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe- XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo-
tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias,
Lei nº 14.230, de 2021) sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli-
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação pela administração pública a entidade privada mediante celebração
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula-
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri- mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo (Vigência)
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida-
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula-
à espécie; mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper- (Vigência)
sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren- XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca-
das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
por preço inferior ao de mercado; irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem pela Lei nº 13.204, de 2015)
ou serviço por preço superior ao de mercado; XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - realizar operação financeira sem observância das normas XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu-
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- tário contrário ao que dispõem o caput e o §1º do art. 8º-A da Lei
nea; Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser- 14.230, de 2021)
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es- §1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais
pécie; ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra- sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído
tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo- pela Lei nº 14.230, de 2021)
nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) §2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô-
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza- mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro-
das em lei ou regulamento; vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº
X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, 14.230, de 2021)
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
gular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
queça ilicitamente;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO II-A agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para
(Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230,
Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
§2º Aplica-se o disposto no §1º deste artigo a quaisquer atos de
SEÇÃO III improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis especiais
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade administrativa
ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
PÚBLICA §3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de Lei nº 14.230, de 2021)
legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda- §4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando §5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi-
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
14.230, de 2021) agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou CAPÍTULO III
de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº DAS PENAS
14.230, de 2021)
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano
de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató- patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon-
rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen-
desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº
irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei- I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores
ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus-
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú- ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
blica com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-35, incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei
X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 14.230, de 2021)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori- acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân-
dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratifica- e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene-
da na administração pública direta e indireta em qualquer dos Po- fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma-
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada
pela Lei nº 14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur- III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil
sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no §1º de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida
do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro- receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi- diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
§1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica- Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do de 2021)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in- Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser-
cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com 2021)
o poder público na época do cometimento da infração, podendo §1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em §2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo
caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas será atualizada anualmente e na data em que o agente público dei-
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela xar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside- §3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de
rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada
nº 14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
§3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con- §4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a
viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO V
14.230, de 2021) DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO
§4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida- JUDICIAL
mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
conforme disposto no §3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, §1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e
de 2021) assinada, conterá a qualificação do representante, as informações
§5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute- sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem conhecimento.
prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, §2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es-
Lei nº 14.230, de 2021) tabelecidas no §1º deste artigo. A rejeição não impede a represen-
§6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri- §3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação
os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen-
§7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
14.230, de 2021) procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
§8º A sanção de proibição de contratação com o poder público probidade.
deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus- Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho
pensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial, acompanhar o procedimento administrativo.
conforme disposto no §4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser
de 2021) formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis-
§9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo-
executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen- §1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter- §1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere
valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da
da sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº
(Vide ADI 7236) 14.230, de 2021)
§2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a
CAPÍTULO IV que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e
DA DECLARAÇÃO DE BENS o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man-
tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio- internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven- §3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o
tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração
no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re-
sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda- Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta
mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento
em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
§4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei
oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com- nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras §1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo §2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
a urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores §4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado §4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser
na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí- proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de §5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar-
dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste-
caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela
§7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de- Lei nº 14.230, de 2021)
monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu- I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen-
rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte-
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro- ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi-
cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230,
2021) de 2021)
§8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no II - será instruída com documentos ou justificação que con-
que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei nº tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluí- imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
do pela Lei nº 14.230, de 2021) apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
§9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in- vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei
disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provisó-
§10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem ex- rias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei
clusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in- nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil (Inclu-
cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de ído pela Lei nº 14.230, de 2021), (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade §6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da
lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
§11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve- bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem
ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo- os incisos I e II do §6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen-
ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei nº
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência 14.230, de 2021)
desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub- §7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará
sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem
longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do
§12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro-
do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre- §8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº §9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) §9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas
§13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Incluí-
até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de do pela Lei nº 14.230, de 2021)
poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. §10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode-
§14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de fa- rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes-
mília do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van- tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei
tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. nº 13.964, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor,
o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo,
observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida-
de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou
instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230,
§10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de- de 2021)
cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi- §20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a le-
dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar galidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis-
o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu- trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a
§10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre- (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, §21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen-
de 2021) to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita-
§10-E. Proferida a decisão referida no §10-C deste artigo, as das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro- 2021)
duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na §1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele §3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de §4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) §5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis- Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns-
tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce- tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil,
dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In-
§12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
§13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº
§14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica interes- 14.230, de 2021)
sada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (Incluído II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida
pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei nº
§15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju- 14.230, de 2021)
rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135, §1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste ar-
136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de tigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
§16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis- I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior
tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se- ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para 2021)
a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór-
demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im- gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções
probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação III - de homologação judicial, independentemente de o acordo
civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade
14.230, de 2021) administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre §2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere
os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a na-
implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato
§19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: de improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público,
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) da rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em §3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido,
caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§1º e se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo
2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide
Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ADI 7236)
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi- §4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso
Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere §1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não
o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de um configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor. (In- §2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual-
§6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con- quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in- §3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata
tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-
favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu- ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
§7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes
7043) públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou-
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí- tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba-
do pela Lei nº 14.230, de 2021) nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº
os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à
que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con-
Lei nº 14.230, de 2021) forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos §1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa
direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve- jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior
rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar-
pela Lei nº 14.230, de 2021) cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens.
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên-
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (Inclu- cias a que se refere o §1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses,
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida; ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre-
de 2021) juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Incluí-
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei do pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) §3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên- §4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (quaren-
cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela ta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débito
Lei nº 14.230, de 2021) resultante de condenação pela prática de improbidade adminis-
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de
2021) imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san- Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da
ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras
Lei nº 14.230, de 2021) já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con-
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o
quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior
concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe-
indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230,
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje- de 2021)
tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito,
14.230, de 2021) o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei,
e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre- será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por
ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações
anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
da denúncia o sabe inocente. prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per-
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
imagem que houver provocado. II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con- §1º A instauração de inquérito civil ou de processo administra-
denatória. tivo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso
§1º A autoridade judicial competente poderá determinar o do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias
afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não
ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído
necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática pela Lei nº 14.230, de 2021)
de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) §2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será
§2º O afastamento previsto no §1º deste artigo será de até 90 concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri-
(noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median- dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun-
te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) damentado submetido à revisão da instância competente do órgão
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo pela Lei nº 14.230, de 2021)
quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10 §3º Encerrado o prazo previsto no §2º deste artigo, a ação de-
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar-
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas. §4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter-
§1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con- rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela Lei
correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação nº 14.230, de 2021)
da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con- III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena-
§3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei
ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con- nº 14.230, de 2021)
duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu-
2021) nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
§4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa- acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal
qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen- Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór-
tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei §5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do
nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
§5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve- artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta §6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei-
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis- de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati- §7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen- deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito 2021)
policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) §8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público,
deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre-
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tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no II - a autodeterminação informativa;


§4º, transcorra o prazo previsto no §5º deste artigo. (Incluído pela III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação
Lei nº 14.230, de 2021) e de opinião;
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita- IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu-
nº 14.230, de 2021) midor; e
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali-
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento re-
Lei nº 14.230, de 2021) alizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público
§1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des- ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou do
pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230, país onde estejam localizados os dados, desde que:
de 2021) I - a operação de tratamento seja realizada no território nacio-
§2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso nal;
de improcedência da ação de improbidade se comprovada má-fé. II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri- indivíduos localizados no território nacional; ou(Redação dada pela
monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re- Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole-
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de tados no território nacional.
1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) §1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
CAPÍTULO VIII §2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de culares e não econômicos;
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições II - realizado para fins exclusivamente:
em contrário. a) jornalístico e artísticos; ou
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
104° da República. desta Lei;
III - realizado para fins exclusivos de:
a) segurança pública;
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ATUALIZADA E/OU b) defesa nacional;
ALTERADA) c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
ou
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pesso-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ais adequado ao previsto nesta Lei.
§1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será
CAPÍTULO I regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei.
inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí- §2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso
dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em
direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen- procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que
volvimento da personalidade da pessoa natural. serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de-
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de in- verão observar a limitação imposta no §4º deste artigo.
teresse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Dis- §3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco-
trito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput
Vigência deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac-
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como to à proteção de dados pessoais.
fundamentos:
I - o respeito à privacidade;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização
de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti-
tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos- das por esses entes públicos, ou entre entes privados;
sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: docu-
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência mentação do controlador que contém a descrição dos processos de
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden- civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas
tificada ou identificável; e mecanismos de mitigação de risco;
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração
étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem
organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen- fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com
te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em
vinculado a uma pessoa natural; seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
e disponíveis na ocasião de seu tratamento; XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res-
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta
estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853,
físico; de 2019) Vigência
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão
que são objeto de tratamento; observar a boa-fé e os seguintes princípios:
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí-
ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen- timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi-
to de dados pessoais; lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou finalidades;
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalida-
controlador; des informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento;
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
(ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência finalidades do tratamento de dados;
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, a integralidade de seus dados pessoais;
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão,
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne-
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
difusão ou extração; VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações cla-
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e dis- ras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamen-
poníveis no momento do tratamento, por meio dos quais um dado to e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos
perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indi- comercial e industrial;
víduo; VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
pessoais para uma finalidade determinada; comunicação ou difusão;
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
dados; IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata-
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
armazenados em banco de dados, independentemente do proce- X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
dimento empregado; pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro-
XV - transferência internacional de dados: transferência de da- var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da-
dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
qual o país seja membro;
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, trans-
ferência internacional, interconexão de dados pessoais ou trata-
mento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO II ficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular,


DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. (In-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
SEÇÃO I Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei
DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PES- deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre
SOAIS a manifestação de vontade do titular.
§1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de-
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu-
realizado nas seguintes hipóteses: ais.
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular; §2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti-
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei.
controlador; §3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício
III - pela administração pública, para o tratamento e uso com- de consentimento.
partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas §4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi-
previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, con- nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes-
vênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do soais serão nulas.
Capítulo IV desta Lei; §5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garanti- mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
da, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais; tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo
V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro- do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
o titular, a pedido do titular dos dados; do art. 18 desta Lei.
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, §6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao
de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; titular, com destaque de forma específica do teor das alterações,
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido,
ou de terceiro; revogá-lo caso discorde da alteração.
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida- sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza-
de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do características previstas em regulamentação para o atendimento do
controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi- princípio do livre acesso:
tos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos I - finalidade específica do tratamento;
dados pessoais; ou II - forma e duração do tratamento, observados os segredos
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na comercial e industrial;
legislação pertinente. III - identificação do controlador;
§1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) IV - informações de contato do controlador;
Vigência V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
§2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) controlador e a finalidade;
Vigência VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
§3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve to; e
considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que justifica- VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos conti-
ram sua disponibilização. dos no art. 18 desta Lei.
§4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no §1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi- será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
previstos nesta Lei. tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
§5º O controlador que obteve o consentimento referido no in- §2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
ciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou comparti- ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
lhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consen- não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
timento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
§6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não alterações.
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs- §3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para
tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício de di-
da garantia dos direitos do titular. reito, o titular será informado com destaque sobre esse fato e sobre
§7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re- os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados
ferem os §§3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas no art. 18 desta Lei.
finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e especí-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá §3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais
fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí- sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco-
timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem, nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
mas não se limitam a: parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder
I - apoio e promoção de atividades do controlador; e Público, no âmbito de suas competências.
II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus §4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais, objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
nos termos desta Lei. tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
§1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do e de assistência à saúde, desde que observado o §5º deste artigo,
controlador, somente os dados pessoais estritamente necessários incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí-
para a finalidade pretendida poderão ser tratados. cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação
§2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a trans- dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
parência do tratamento de dados baseado em seu legítimo inte- I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou
resse. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re- II - as transações financeiras e administrativas resultantes do
latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata- uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Incluí-
mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados do pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
os segredos comercial e industrial. §5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência à
saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção de
SEÇÃO II riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na con-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS tratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
2019) Vigência
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po- Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados
derá ocorrer nas seguintes hipóteses: pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anoni-
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma mização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusi-
específica e destacada, para finalidades específicas; vamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte- ser revertido.
ses em que for indispensável para: §1º A determinação do que seja razoável deve levar em con-
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários
lador; para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno-
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis §2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso-
ou regulamentos; ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem- comportamental de determinada pessoa natural, se identificada.
pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis; §3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e técni-
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro- cas utilizados em processos de anonimização e realizar verificações
cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Proteção
Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; de Dados Pessoais.
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos
terceiro; de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se-
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá- a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em
ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança pre-
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos vistas em regulamento específico e que incluam, sempre que pos-
processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas sível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como
eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- pesquisas.
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. §1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es-
§1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa hipótese poderá revelar dados pessoais.
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- §2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança da
fica. informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em cir-
§2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” do cunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades públi- §3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de
cas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento, regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida-
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra- I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as- lador;
sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in- II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí-
formação adicional mantida separadamente pelo controlador em vel, a anonimização dos dados pessoais;
ambiente controlado e seguro. III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi-
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou
SEÇÃO III IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E ro, e desde que anonimizados os dados.
DE ADOLESCENTES
CAPÍTULO III
Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado- DOS DIREITOS DO TITULAR
lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
deste artigo e da legislação pertinente. Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de
§1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser re- seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber-
alizado com o consentimento específico e em destaque dado por dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei.
pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal. Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con-
§2º No tratamento de dados de que trata o §1º deste artigo, os trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual-
controladores deverão manter pública a informação sobre os tipos quer momento e mediante requisição:
de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimentos I - confirmação da existência de tratamento;
para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei. II - acesso aos dados;
§3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza-
consentimento a que se refere o §1º deste artigo quando a coleta dos;
for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza- IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces-
dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto
em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen- nesta Lei;
timento de que trata o §1º deste artigo. V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou
§4º Os controladores não deverão condicionar a participação produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula-
dos titulares de que trata o §1º deste artigo em jogos, aplicações mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer-
de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên-
pessoais além das estritamente necessárias à atividade. cia
§5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
para verificar que o consentimento a que se refere o §1º deste ar- mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei;
tigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecno- VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais
logias disponíveis. o controlador realizou uso compartilhado de dados;
§6º As informações sobre o tratamento de dados referidas nes- VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen-
te artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e aces- timento e sobre as consequências da negativa;
sível, consideradas as características físico-motoras, perceptivas, IX - revogação do consentimento, nos termos do §5º do art. 8º
sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos desta Lei.
audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a infor- §1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em
mação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada ao relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade
entendimento da criança. nacional.
§2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda-
SEÇÃO IV mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em
DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS caso de descumprimento ao disposto nesta Lei.
§3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante
Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá requerimento expresso do titular ou de representante legalmente
nas seguintes hipóteses: constituído, a agente de tratamento.
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os §4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da provi-
dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da dência de que trata o §3º deste artigo, o controlador enviará ao
finalidade específica almejada; titular resposta em que poderá:
II - fim do período de tratamento; I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indi-
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito car, sempre que possível, o agente; ou
de revogação do consentimento conforme disposto no §5º do art. II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado-
8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou ção imediata da providência.
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio- §5º O requerimento referido no §3º deste artigo será atendido
lação ao disposto nesta Lei. sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em re-
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de gulamento.
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, §6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
autorizada a conservação para as seguintes finalidades: agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto CAPÍTULO IV
nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER
sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei PÚBLICO
nº 13.853, de 2019) Vigência
§7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso SEÇÃO I
V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni- DAS REGRAS
mizados pelo controlador.
§8º O direito a que se refere o §1º deste artigo também poderá Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas
ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor. de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso- 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ,
ais serão providenciados, mediante requisição do titular: deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública,
I - em formato simplificado, imediatamente; ou na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a ori- competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú-
gem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a blico, desde que:
finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e in- I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas
dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen-
do requerimento do titular. do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina-
§1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que fa- lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução
voreça o exercício do direito de acesso. dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente
§2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a crité- em seus sítios eletrônicos;
rio do titular: II - (VETADO); e
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera-
II - sob forma impressa. ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta
§3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica in- IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
tegral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial e §1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de
industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional, publicidade das operações de tratamento.
em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em §2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas men-
outras operações de tratamento. cionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de que
§4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferenciada trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo Informação) .
para os setores específicos. §3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação
decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa- específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507,
tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784,
decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) ,
consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda- e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência Informação) .
§1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, in- §4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter pri-
formações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro- vado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento
cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, nos
segredos comercial e industrial. termos desta Lei.
§2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata §5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso
o §1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo
industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri- em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo.
ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia
de dados pessoais. mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto
§3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento
Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo. termos desta Lei.
Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco-
dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instrumen- blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento
tos de tutela individual e coletiva. dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos
deste Capítulo.
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperá-
vel e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução
de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen-
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das
informações pelo público em geral.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Pú- CAPÍTULO V
blico deve atender a finalidades específicas de execução de políticas DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS
públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas,
respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so-
no art. 6º desta Lei. mente é permitida nos seguintes casos:
§1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas I - para países ou organismos internacionais que proporcionem
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso, grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei;
exceto: II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de
I - em casos de execução descentralizada de atividade pública cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de
que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de:
e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe-
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ; rência;
II - (VETADO); b) cláusulas-padrão contratuais;
III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente, c) normas corporativas globais;
observadas as disposições desta Lei. d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi-
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for respal- tidos;
dada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou(In- III - quando a transferência for necessária para a cooperação ju-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência rídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de inves-
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- tigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de direito
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e internacional;
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde IV - quando a transferência for necessária para a proteção da
que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
nº 13.853, de 2019) Vigência V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;
§2º Os contratos e convênios de que trata o §1º deste artigo VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
deverão ser comunicados à autoridade nacional. em acordo de cooperação internacional;
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- VII - quando a transferência for necessária para a execução de
soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva- política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti- publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
mento do titular, exceto: VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta pecífico e em destaque para a transferência, com informação prévia
Lei; sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada esta de outras finalidades; ou
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos
III - nas exceções constantes do §1º do art. 26 desta Lei. incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º
pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
Art. 28. (VETADO). mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo- âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional
mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por país
operações de tratamento de dados pessoais, informações específi- ou organismo internacional.
cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra- Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do
tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art.
para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em
13.853, de 2019)Vigência consideração:
Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de
complementares para as atividades de comunicação e de uso com- destino ou no organismo internacional;
partilhado de dados pessoais. II - a natureza dos dados;
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados
SEÇÃO II pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei;
DA RESPONSABILIDADE IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula-
mento;
Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res-
tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e
nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
cessar a violação. Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra-
Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Po- tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
der Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de da- para uma determinada transferência, normas corporativas globais
dos pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para
os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inciso SEÇÃO II


II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade na- DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PES-
cional. SOAIS
§1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, de-
verão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata-
mínimas para a transferência que observem os direitos, as garantias mento de dados pessoais.
e os princípios desta Lei. §1º A identidade e as informações de contato do encarrega-
§2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
normas corporativas globais submetidas à aprovação da autoridade preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.
nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou §2º As atividades do encarregado consistem em:
realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata- I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
mento, quando necessário. esclarecimentos e adotar providências;
§3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer- II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro-
tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que vidências;
permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu- III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res-
lamento. peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
§4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão pessoais; e
ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro-
com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados. lador ou estabelecidas em normas complementares.
§5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge- §3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas comple-
rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste mentares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusi-
artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas ve hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, confor-
e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto me a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de
nos §§1º e 2º do art. 46 desta Lei. tratamento de dados.
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi- §4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser SEÇÃO III
comunicadas à autoridade nacional. DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DA-
NOS
CAPÍTULO VI
DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí-
cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem
SEÇÃO I dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis-
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
§1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da-
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das dos:
operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe- I - o operador responde solidariamente pelos danos causados
cialmente quando baseado no legítimo interesse. pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de
Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro- proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas
lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes- do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con-
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei;
tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no
segredos comercial e industrial. tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon-
Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art.
relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados 43 desta Lei.
coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia §2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova
da segurança das informações e a análise do controlador com re- a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a
lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova
adotados. ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva-
Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as mente onerosa.
instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância §3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham por
das próprias instruções e das normas sobre a matéria. objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo podem
Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto na le-
interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos da- gislação pertinente.
dos e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos regis- §4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres-
tros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência. so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação
no evento danoso.
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza-
dos quando provarem:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
é atribuído; ou mitigar os efeitos do prejuízo.
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes- §2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente
soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro- e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti-
teção de dados; ou tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos como:
dados ou de terceiro. I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.
deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a segurança §3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual
que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias rele- comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas
vantes, entre as quais: que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e
I - o modo pelo qual é realizado; nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; a acessá-los.
III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados
época em que foi realizado. pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos
Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola- de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos
ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen-
deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta tares.
Lei, der causa ao dano.
Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito SEÇÃO II
das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de respon- DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA
sabilidade previstas na legislação pertinente.
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas
CAPÍTULO VII competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práti-
cas e de governança que estabeleçam as condições de organização,
SEÇÃO I o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclama-
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS ções e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões
técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de super-
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados visão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou tratamento de dados pessoais.
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer §1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o
forma de tratamento inadequado ou ilícito. operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e aos
§1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni- dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a gra-
cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo, vidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de
considerados a natureza das informações tratadas, as característi- dados do titular.
cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es- §2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII
pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura,
princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade
§2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para
observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço até os titulares dos dados, poderá:
a sua execução. I - implementar programa de governança em privacidade que,
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa no mínimo:
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga- a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar
rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de
dados pessoais, mesmo após o seu término. forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção
Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional de dados pessoais;
e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar- b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que este-
retar risco ou dano relevante aos titulares. jam sob seu controle, independentemente do modo como se reali-
§1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme de- zou sua coleta;
finido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo: c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope-
I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados; rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados;
II - as informações sobre os titulares envolvidos; d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em
III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacida-
para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in- de;
dustrial; e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o
IV - os riscos relacionados ao incidente; titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis-
V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter mos de participação do titular;
sido imediata; e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e esta- II - a boa-fé do infrator;


beleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e IV - a condição econômica do infrator;
h) seja atualizado constantemente com base em informações V - a reincidência;
obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi- VI - o grau do dano;
cas; VII - a cooperação do infrator;
II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro-
em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au- cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao
toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover o tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o
cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de disposto no inciso II do §2º do art. 48 desta Lei;
forma independente, promovam o cumprimento desta Lei. IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
§3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser pu- X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
blicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi-
e divulgadas pela autoridade nacional. dade da sanção.
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões §2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes- ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de
soais. 11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada
pela Lei nº 13.853, de 2019)
CAPÍTULO VIII §3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
DA FISCALIZAÇÃO artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
SEÇÃO I na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas)
§4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in- caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa-
frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não
seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio- dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial
nal: (Vigência) em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi- quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for
das corretivas; demonstrado de forma inequívoca e idônea.
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da §5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD,
pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa
no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de
R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. (Incluído
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in- pela Lei nº 13.853, de 2019)
ciso II; §6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste
IV - publicização da infração após devidamente apurada e con- artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
firmada a sua ocorrência; I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san-
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste arti-
a sua regularização; go para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; 2019)
VII - (VETADO); II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
VIII - (VETADO); entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
IX - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a §7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da- este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamen-
6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº to próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, que
13.853, de 2019) deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que orienta-
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio- rão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência)
nadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) §1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de-
§1º As sanções serão aplicadas após procedimento administra- vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata-
tivo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma gra- mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias
dativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão
caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios: conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de-
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei.
afetados;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden- §4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco)
de multa simples ou diária. e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In-
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano §5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional. membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será completa-
(Vigência) do pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo- seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada
ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis-
multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. trativo disciplinar.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de
CAPÍTULO IX Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis-
(ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS são especial constituída por servidores públicos federais estáveis.
PESSOAIS E DA PRIVACIDADE (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§2º Compete ao Presidente da República determinar o afasta-
SEÇÃO I mento preventivo, somente quando assim recomendado pela co-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS missão especial de que trata o §1º deste artigo, e proferir o julga-
(ANPD) mento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o
Art. 55. (VETADO). exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de
Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da- maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo
técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº
Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) 13.853, de 2019)
§1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es-
§2º(Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) §1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen-
Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853, da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In-
de 2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela §2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da
Lei nº 13.853, de 2019) ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções
V - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no-
V-A - Procuradoria; e(Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces- nº 13.853, de 2019)
sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de
de 2019) 2019)
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis-
(cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei nº lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial,
§1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi- observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informações
dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro- quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os
vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do 2019)
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de
nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
§2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre 2019)
brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa- IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados
ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para realizado em descumprimento à legislação, mediante processo ad-
os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ministrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o direi-
§3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 to de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

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259
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - apreciar petições de titular contra controlador após com- XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu- dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VI - promover na população o conhecimento das normas e das XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo,
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu- nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri-
que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra-
pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida- ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas
13.853, de 2019) para exercer suas competências em setores específicos de ativida-
IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote- des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e(Incluído
ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional pela Lei nº 13.853, de 2019)
ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por
X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra- meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamento
tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído pela
industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Lei nº 13.853, de 2019)
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú- §1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento de
blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in- dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles limi-
forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais tes, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de mí-
detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa- nima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e os
recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei; direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Federal e
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida- §2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem
des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná-
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de lises de impacto regulatório.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac- §3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela
to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento regulação de setores específicos da atividade econômica e gover-
representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes
de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas
de 2019) atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio-
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o
de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e pla- tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído pela Lei
nejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de §4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in-
gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o detalha- clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades
mento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, de da administração pública responsáveis pela regulação de setores
2019) específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci-
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm- litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo, §5º No exercício das competências de que trata o caput deste
sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do
tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853, segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei.
de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen- §6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V
tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e
situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas
acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe-
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi- te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no
cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi- que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências
croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública.
empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros
esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen-
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260
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das
diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853, categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº
de 2019) 13.853, de 2019)
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
13.853, de 2019) relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os pela Lei nº 13.853, de 2019)
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In-
passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
2019) §1º Os representantes serão designados por ato do Presidente
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e §2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e
imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu-
IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública.
das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
2019) §3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº
VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con- 13.853, de 2019)
tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi- I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei
cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no
VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da- Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon-
pela Lei nº 13.853, de 2019) dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di- §4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados
reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço pú-
I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da blico relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) 2019)
II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da-
14.460, de 2022) dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 56. (VETADO). I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela-
Art. 5 7. (VETADO). boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853,
SEÇÃO II de 2019)
DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PES- II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
SOAIS E DA PRIVACIDADE ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 58. (VETADO). III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela
Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais Lei nº 13.853, de 2019)
e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan- IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:(Incluído pela Lei nº sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído
13.853, de 2019) pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
13.853, de 2019) soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
II - 1 (um) do Senado Federal;(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
2019) Art. 59. (VETADO).
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) CAPÍTULO X
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;(Incluído pela Lei DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
nº 13.853, de 2019)
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí- Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
do pela Lei nº 13.853, de 2019) Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído “Art. 7º ..................................................................
pela Lei nº 13.853, de 2019) .......................................................................................
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela- X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853, determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi-
de 2019) no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova- obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) proteção de dados pessoais;
..............................................................................” (NR)
Editora
261
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

“Art. 16. ................................................................. 3. INSTITUTO MAIS - 2023 - Prefeitura de Santana de Parnaíba


II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finali- - SP
dade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto nas Os princípios constitucionais da Administração Pública são os
hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de dados princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
pessoais.” (NR) (A) eficiência.
Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to- (B) caráter.
dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de (C) retidão.
procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa (D) respeito.
do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial,
agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. 4. INSTITUTO MAIS - 2022 - Câmara de Santos - SP - Assistente
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos Legislativo
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas É a retirada de um ato administrativo válido porque ele pas-
competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a sou a ser inconveniente ou inoportuno e consiste em um novo juízo
dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no §2º acerca do mérito do ato administrativo. Vale notar que o motivo de
do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire- sua retirada não é alguma ilegalidade, mas sim uma mudança de
trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema juízo quanto ao seu mérito. O trecho refere-se à
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata a (A) anulação.
Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 . (B) convalidação.
Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a (C) revogação.
adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data (D) invalidação.
de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
operações de tratamento e a natureza dos dados. 5. INSTITUTO MAIS - 2022 - Câmara de Santos - SP - Assistente
Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não excluem Legislativo
outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à ma- Os atos administrativos, quanto à liberdade da Administração,
téria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa são considerados atos
do Brasil seja parte. (A) multilaterais.
Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº (B) de gestão.
13.853, de 2019) (C) plurilaterais.
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55- (D) vinculados.
C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 6. INSTITUTO MAIS - 2022 - Câmara da Estância Balneária de
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54; Praia Grande - SP - Oficial Legislativo
(Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020) A falta de ética está diretamente ligada ao mau atendimento.
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação, São fatores que contribuem para isso:
quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I. deixar o usuário esperando desnecessariamente.
Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º II. oferecer produtos/serviços já descontinuados.
da República. III. não cumprir os prazos.
É correto o que se afirma em
(A) I e II, apenas.
QUESTÕES (B) I e III, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I, II e III.
1. INSTITUTO MAIS - 2022 - Câmara da Estância Balneária de
Praia Grande - SP - Agente Administrativo
7. INSTITUTO MAIS - 2019 - Prefeitura de Guaxupé - MG
Compreende um conjunto de operações que possibilita o con-
A respeito dos direitos e garantias individuais, assinale a alter-
trole do fluxo documental no local, o qual se disponibiliza viabilizan-
nativa correta.
do a sua recuperação e o acesso à informação. Trata-se do(a)
(A) Para a garantia do interesse nacional, o indivíduo pode ser
(A) arquivo.
privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
(B) expedição.
legal.
(C) protocolo.
(B) É assegurado aos presos o respeito à integridade física e
(D) destinação.
moral.
(C) São admissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
2. INSTITUTO MAIS - 2022 - Câmara de Santos - SP - Assistente
ilícitos.
Legislativo
(D) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
São princípios administrativos constitucionais, previstos no ar-
serão comunicados em até 72 (setenta e duas) horas ao juiz
tigo 5º da Constituição Federal, EXCETO,
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicado.
(A) contraditório.
(B) ampla defesa.
(C) celeridade e razoável duração do processo administrativo.
(D) legalidade.
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262
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

8. INSTITUTO MAIS - 2022 - Câmara de Santos - SP - Assistente III. perceber vantagem econômica para intermediar a liberação
Legislativo ou aplicação de verba pública de qualquer natureza.
Sobre os direitos sociais, previstos na Constituição Federal, é IV. perceber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
correto afirmar que é direito do trabalhador, dentre outros, ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara-
(A) seguro-desemprego, em caso de desemprego voluntário. ção a que esteja obrigado.
(B) fundo de garantia por tempo de serviço. É correto o que ser afirma em
(C) redutibilidade do salário, desde que previsto em convenção (A) I e II, apenas.
ou acordo coletivo. (B) II e IV, apenas.
(D) proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua (C) III e IV, apenas.
retenção culposa. (D) I, II, III e IV.

9. INSTITUTO MAIS - 2022 - Câmara da Estância Balneária de 12. VUNESP - 2022 - Câmara de Olímpia - SP - Agente Legislativo
Praia Grande - SP - Oficial Legislativo Quando o Estado transfere, por contrato ou ato unilateral, uni-
As comunicações administrativas devem ser sempre formais. camente a execução do serviço, para que o ente o realize ao público
Sobre tal atributo, analise as proposições abaixo. em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do
I. A formalidade não é válida para as comunicações feitas em Estado, ocorre a descentralização administrativa, denominada
meio eletrônico, como o e-mail, por exemplo. (A) Outorga.
II. Refere-se, exclusivamente, ao correto emprego de pronome (B) Delegação.
de tratamento para uma autoridade. (C) Administração auxiliar.
III. O jargão burocrático deve ser evitado, pois terá sempre sua (D) Concessão.
compreensão limitada. (E) Designação.
É correto o que se afirma em
(A) III, apenas. 13. VUNESP - 2020 - Câmara de Boituva - SP - Agente Legislativo
(B) I e II, apenas. Considere que, no Município de Boituva, há um prédio munici-
(C) II e III, apenas. pal abandonado de 500 m2 , onde há anos funcionava uma creche,
(D) I, II e III. mas que, por razões de interesse público, foi transferida para outro
local. Soraia, cidadã do citado município, após perder o emprego,
10. INSTITUTO MAIS - 2022 - Câmara de Santos - SP - Assistente ocupou o referido prédio municipal, tendo inclusive realizado refor-
Legislativo mas em alguns cômodos, benfeitorias e acessões. Dois anos após a
Sobre a Lei de Acesso à Informação, analise as proposições ocupação de Soraia, o ente público deseja retomar o bem.
abaixo e assinale (V) para Verdadeiro ou (F) para Falso. Com base na situação hipotética e em súmula do Superior Tri-
( ) Informação é o conjunto de ações referentes à produção, re- bunal de Justiça, assinale a alternativa correta.
cepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transpor- (A) A ocupação indevida de bem público por parte de Soraia
te, transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, configura usucapião.
eliminação, avaliação, destinação ou controle da informação. (B) A ocupação indevida do bem público por Soraia configura
( ) Documento é a unidade de registro de informações, qual- mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção
quer que seja o suporte ou formato. ou indenização por acessões e benfeitorias.
( ) Informação sigilosa é aquela submetida temporariamente à (C) Ainda que a ocupação indevida do bem público seja consi-
restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilida- derada como detenção, o município deve indenizar Soraia pe-
de para a segurança da sociedade e do Estado. las benfeitorias, mas não pelas acessões.
( ) Informação pessoal é aquela relacionada à pessoa natural (D) O Município de Boituva deve indenizar Soraia pelas aces-
identificada ou identificável. sões, desde que ela apresente os documentos atestando o
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. montante que gastou.
(A) F / V / V / V (E) Soraia pode exercer seu direito de retenção pelas benfeito-
(B) V / F / F / V rias e acessões até que o Município de Boituva pague o mon-
(C) F / F / V / V tante gasto por ela com os melhoramentos no imóvel.
(D) V / F / F / F
14. VUNESP - 2022 - Câmara de Fernandópolis - SP - Técnico
11. INSTITUTO MAIS - 2023 - Prefeitura de Santana de Parnaí- Legislativo
ba - SP É exemplo de controle social
Constituem atos de improbidade administrativa importando (A) o controle exercido pelo Poder Legislativo.
em enriquecimento ilícito: (B) a atuação do Tribunal de Contas.
I. perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para faci- (C) o direito de petição.
litar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne- (D) a autotutela administrativa.
cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de (E) o controle exercido pelo Poder Judiciário.
mercado.
II. aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consulto-
ria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha inte-
resse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade.
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263
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

15. FCC - 2020 - AL-AP - Assistente Legislativo - Assistente Ad- ______________________________________________________


ministrativo
A amplitude da Administração pública considera dois grupos de ______________________________________________________
instituições, que são classificados em Administração direta e indire-
ta. Considera-se Administração Direta, ______________________________________________________
(A) as Fundações públicas.
______________________________________________________
(B) as Autarquias.
(C) as Empresas públicas. ______________________________________________________
(D) as Sociedades de Economia mista.
(E) a Casa Civil. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
2 D ______________________________________________________
3 A ______________________________________________________
4 C
______________________________________________________
5 D
6 D ______________________________________________________
7 B ______________________________________________________
8 B
______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 A
11 D ______________________________________________________
12 B ______________________________________________________
13 B
______________________________________________________
14 C
15 E ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
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a solução para o seu concurso!

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