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a solução para o seu concurso!

SAQUAREMA
-RJ
PREFEITURA MUNICIPAL DE SAQUAREMA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RJ

Assistente Administrativo

EDITAL Nº 02/2022

CÓD: SL-092NV-22
7908433229728
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Organização textual: interpretação dos sentidos construídos nos textos; características de textos descritivos, narrativos e
dissertativos................................................................................................................................................................................ 7
2. Discursos direto e indireto .......................................................................................................................................................... 20
3. Elementos de coesão e coerência .............................................................................................................................................. 22
4. Aspectos semânticos e estilísticos: Metáfora, metonímia, antítese, eufemismo, ironia ............................................................ 23
5. Sentido e emprego dos vocábulos; tempos, modos e aspectos do verbo; uso dos pronomes; Aspectos morfológicos:
reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais em textos; mecanismos de flexão dos nomes e dos verbos............. 26
6. Processos de formação de palavras ............................................................................................................................................ 29
7. Processos de constituição dos enunciados: coordenação, subordinação; Colocação e ordem de palavras na frase................... 31
8. Concordância verbal e nominal .................................................................................................................................................. 34
9. Regência verbal e nominal .......................................................................................................................................................... 35
10. Sistema gráfico: ortografia ......................................................................................................................................................... 35
11. Regras de acentuação ................................................................................................................................................................. 36
12. Uso dos sinais de pontuação; aspas e outros recursos ............................................................................................................... 36
13. Funções da linguagem E Elementos da comunicação ............................................................................................................... 38

Informática
1. MS Office 2016/2019/2021 BR 32/64 bits (Word, Excel, Powerpoint, Access) - conceitos, características, ícones, atalhos
de teclad o, uso do software e emprego dos recursos. ............................................................................................................ 45
2. Internet e Web. Conceitos, características, sites de pesquisa, browsers Edge, Firefox Mozilla e Google Chrome nas versões
atuais de 32 e 64 bits, em português. Correio Eletrônico. Webmail. Mozilla Thunderbird BR nas versões atuais de 32 e 64
bits. .......................................................................................................................................................................................... 49
3. Redes Sociais: Facebook, LinkedIn, Instagram e Twitter. .......................................................................................................... 55
4. Segurança: Conceitos, características, proteção de equipamentos, de sistemas, em redes e na internet. Vírus. Backup.
Firewall. .................................................................................................................................................................................... 57
5. Microinformática – conceitos de hardware e software. Componentes e Funções. Dispositivos de entrada e saída de dados.
Dispositivos de armazenamento. Mídias e conectores. Operação de microcomputadores e notebooks................................. 62
6. Sistema operacional Windows 10/11 BR - conceitos, ícones, atalhos de teclado, uso dos recursos. ....................................... 65

Conhecimentos Gerais do Município


1. Texto Conhecimentos sobre o Município de Saquarema* Parte Origem e dados históricos da região de Saquarema. Pri-
meiras ocupações, evolução histórica, econômica e administrativa: dados relevantes. Informações básicas sobre
área, altitude, clima, relevo; Sistemas costeiro, lagunar e hidrográfico; Parques, unidades de conservação e áreas de
proteção ambiental da região. Localização do Município, população, limites municipais, distritos; vias de acesso; Car-
acterísticas urbanas; Atividades econômicas predominantes; Serviços básicos. Patrimônio natural, histórico, materi-
al e imaterial. Datas comemorativas; atrações, eventos e espaços de destaque do Município; Posição do Município
na divisão regional turística do Estado e sua classificação. Aspectos e indicadores sociais, econômicos e financeir
os................................................................................................................................................................................................ 79
2. Aspectos e indicadores sociais, econômicos e financeiros ......................................................................................................... 83
3. Aspectos da administração municipal de Saquarema conforme sua Lei Orgânica: Autonomia, poderes e símbolos municipais.
Divisão administrativa do Município. Competências municipais: privativas, comuns e suplementares. Vedações .................... 83

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ÍNDICE

4. Organização dos poderes: Câmara e Prefeitura. Câmara Municipal: funções, competências privativas, posse, funcionamento.
Conceitos sobre mandato, legislatura, sessão legislativa, sessões ordinárias e extraordinárias; comissões permanentes e
especiais. Regimento Interno, Processo Legislativo. Mesa Diretora: membros, eleição, atribuições e composição. Número
de vereadores na Câmara Municipal de Saquarema. Convocações da Câmara e prazo para os órgãos do poder executivo
prestarem informações e apresentarem documentos requisitados pela Câmara ...................................................................... 84
5. Prefeito Municipal: Competências privativas, posse, substituição, proibições, licenças. Leis de sua iniciativa. Auxiliares di-
retos. Julgamento de crimes e infrações do Prefeito. Atos de competência do Prefeito e seus conteúdos específicos. Atos
municipais: publicidade. Prazos da Câmara e da Prefeitura para o fornecimento de certidões aos interessados. Estrutura
administrativa da Prefeitura: órgãos de administração direta e indireta ................................................................................... 85
6. Fiscalização contábil e financeira; Controle interno e externo. Tributos municipais e administração tributária. Administração
de bens patrimoniais e de obras e serviços públicos. Orçamento, suas leis e características, vedações, emendas e execução
orçamentária .............................................................................................................................................................................. 112

Conhecimentos Específicos
Assistente Administrativo
1. Gestão de Arquivos: conceito, finalidade, tipos e técnicas de arquivamento. Planejamento e organização de arquivos.
Terminologia e funções arquivísticas. Tipos de arquivos; Tabela de temporalidade: objetivos, eliminação, transferência
e recolhimento de documentos. Controle de acesso e grau de sigilo de documentos, conforme sua classificação; prazos
de restrição de acesso e sua vigência. Funções de protocolo e gerenciamento de processos: procedimentos e rotinas
de recebimento, registro, expedição, controle, movimentação e arquivamento. Conceitos sobre autuação, tramitação,
instrução, abertura e encerramento de volumes, anexação, juntada, apensação e desapensação, desentranhamento,
desmembramento, acautelamento, encerramento, arquivamento e reativação. .................................................................. 115
2. Gestão de materiais e estoques: Conceitos, finalidade, atribuições. Procedimentos de recebimento, aceite, registro.
guarda e movimentação de materiais. Normatização e padronização de materiais, identificação, classificação e codificação.
Métodos de controle de estoques e previsão de compras. Instalações, equipamentos e códigos de segurança das áreas
de armazenamento. Avaliação do Sistema de Material. ......................................................................................................... 127
3. Gestão patrimonial de bens móveis. Incorporação e seus fatos geradores; Movimentação; modalidades de controle físico;
formas de desincorporação de bens; Avaliação e Reavaliação; Depreciação; Inventários e Auditoria; Conceitos sobre
identificação, carga e tombamento......................................................................................................................................... 142
4. Atos administrativos: Conceitos, classificação e espécies dos seguintes atos: alvará, apostila, ata, aviso, carta, certidão,
correspondência interna, decreto, deliberação, despacho, edital, exposição de motivos, instrução normativa, mensagem,
ofício, oficio circular, ordem de serviço, parecer, portaria, relatório, regimento, requerimento, resolução, regulamento...... 146
5. Atendimento ao público. Elementos da comunicação. Qualidade e Atendimento ao público: Conceitos sobre qualidade,
seus princípios e dimensões; o foco no cliente. Princípios e ações para o bom atendimento. Ruídos e barreiras (tecnológicas,
psicológicas e de linguagem) na comunicação. Atendimento telefônico e presencial: atitudes indispensáveis; princípios de
atendimento presencial. Atendimento e tratamento. ............................................................................................................ 157
6. Dimensões da qualidade nos deveres dos servidores públicos. .............................................................................................. 168
7. Conhecimentos sobre o Estatuto dos Servidores públicos do Município: Conceitos básicos sobre cargo público, efetivo e
em comissão. Formas de provimento, posse, exercício e vacância; direitos e vantagens. Cargos de provimento em comissão
e funções gratificadas. Regime disciplinar, penalidades, processo administrativo e suas fases............................................... 171

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


ORGANIZAÇÃO TEXTUAL: INTERPRETAÇÃO DOS SENTI- fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
DOS CONSTRUÍDOS NOS TEXTOS; CARACTERÍSTICAS DE
TEXTOS DESCRITIVOS, NARRATIVOS E DISSERTATIVOS

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro. com a não-verbal.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?
Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.

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LÍNGUA PORTUGUESA
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti- O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
ca e, por fim, uma leitura interpretativa. principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
É muito importante que você: identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, es- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
tado, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
gráficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
lêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto:
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. estudos?
– Sublinhe as ideias mais importantes. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
principal e das ideias secundárias do texto.
CACHORROS
– Separe fatos de opiniões.
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu-
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
tável).
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
– Retorne ao texto sempre que necessário. precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
enunciados das questões. comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó-
outro e a parceria deu certo.
picos ou esquemas.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
distração, mas também um aprendizado.
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a com- ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
preensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nos- mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
sa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora
As informações que se relacionam com o tema chamamos de
nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória.
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
do texto. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a capaz de identificar o tema do texto!
identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou ex- -secundarias/
plicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas
na prova.
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
extrapole a visão dele.
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IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM Ironia dramática (ou satírica)
TEXTOS VARIADOS A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
Ironia tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
da narrativa.
novo sentido, gerando um efeito de humor.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
Exemplo:
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.
Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
Ironia de situação ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o NERO EM QUE SE INSCREVE
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a principal. Compreender relações semânticas é uma competência
morte. imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Busca de sentidos tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
apreensão do conteúdo exposto. curto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
citadas ou apresentando novos conceitos. mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
como horas ou mesmo minutos.
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. imagens.
Importância da interpretação Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
vencer o leitor a concordar com ele.
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
específicos, aprimora a escrita. Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
de destaque sobre algum assunto de interesse.
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea- berdade para quem recebe a informação.
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Fato
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
Exemplo de fato:
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, A mãe foi viajar.
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Interpretação
Diferença entre compreensão e interpretação É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- sas, previmos suas consequências.
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
leitor tira conclusões subjetivas do texto. tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
Gêneros Discursivos ças sejam detectáveis.
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Exemplos de interpretação:
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma tro país.
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
romance nós temos uma história central e várias histórias secun-
do que com a filha.
dárias.
Opinião
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações que fazemos do fato.
encaminham-se diretamente para um desfecho. Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.

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Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
anteriores: bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. sem coerência.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
do que com a filha. Ela foi egoísta. tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
mais direto.
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- NÍVEIS DE LINGUAGEM
mos expressando nosso julgamento.
Definição de linguagem
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
analisamos um texto dissertativo. ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
Exemplo:
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
com o sofrimento da filha. linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. e caem em desuso.
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento Língua escrita e língua falada
e o do leitor.
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
Parágrafo falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
sentada na introdução. berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- Linguagem popular e linguagem culta
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você o diálogo é usado para representar a língua falada.
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo Linguagem Popular ou Coloquial
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
prova.
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma expressão dos esta dos emocionais etc.
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. A Linguagem Culta ou Padrão
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto- É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí- cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
odo, e o tópico que o antecede. escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
para a clareza do texto. cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
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Gíria Porque na casa não tinha parede
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como Ninguém podia fazer pipi
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam Porque penico não tinha ali
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa-
Mas era feita com muito esmero
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Na rua dos bobos, número zero
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de (Vinícius de Moraes)
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os
TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
de pequenos grupos ou cair em desuso. instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
“mina”, “tipo assim”. comportamentos, nas leis jurídicas.
Características principais:
Linguagem vulgar
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
comida”. pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Linguagem regional Exemplo:

Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
Tipos e genêros textuais suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- perior para formação de oficiais.
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem
Tipo textual expositivo
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns pode ser expositiva ou argumentativa.
exemplos e as principais características de cada um deles. A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
Tipo textual descritivo
neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo Características principais:
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto,
um movimento etc. • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
mar.
Características principais:
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
caracterizadora. de ponto de vista.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- • Apresenta linguagem clara e imparcial.
meração. Exemplo:
• A noção temporal é normalmente estática. O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
ção. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
terminado tema.
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
Exemplo: sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
Era uma casa muito engraçada
Tipo textual dissertativo-argumentativo
Não tinha teto, não tinha nada
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Ninguém podia entrar nela, não
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Porque na casa não tinha chão apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Ninguém podia dormir na rede
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clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- GÊNEROS TEXTUAIS
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
(leitor ou ouvinte).
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
Características principais: texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
gestão/solução). ais que neles predominam.
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Descritivo Diário
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Relatos (viagens, históricos, etc.)
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Biografia e autobiografia
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Notícia
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Currículo
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Lista de compras
Exemplo: Cardápio
Anúncios de classificados
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Injuntivo Receita culinária
administração política (tese), porque a força governamental certa- Bula de remédio
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Manual de instruções
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Regulamento
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Textos prescritivos
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Expositivo Seminários
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Palestras
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Conferências
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Entrevistas
cobrança efetiva (conclusão). Trabalhos acadêmicos
Tipo textual narrativo Enciclopédia
Verbetes de dicionários
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Carta de opinião
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). Resenha
Características principais: Artigo
• O tempo verbal predominante é o passado. Ensaio
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his- Monografia, dissertação de mes-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – trado e tese de doutorado
onisciente).
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em Narrativo Romance
prosa, não em verso. Novela
Exemplo: Crônica
Solidão Contos de Fada
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era Fábula
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- Lendas
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se.
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
nitos e mudam de acordo com a demanda social.
Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre- INTERTEXTUALIDADE
ais/4835684
A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou
seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção

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de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos Para compreender claramente o que é um argumento, é bom
existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
ambos: forma e conteúdo. obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de escolher entre duas ou mais coisas”.
forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri- vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar.
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
provérbios, charges, dentre outros. cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
Tipos de Intertextualidade uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
ticos. enunciador está propondo.
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
significa a “repetição de uma sentença”. missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- mento de premissas e conclusões.
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
e “graphé” (escrita). A é igual a B.
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção A é igual a C.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa
Então: C é igual a B.
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo que C é igual a A.
“citação” (citare) significa convocar. Outro exemplo:
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Todo ruminante é um mamífero.
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois A vaca é um ruminante.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Logo, a vaca é um mamífero.
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
também será verdadeira.
Argumentação
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
propõe. fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo outro fundado há dois ou três anos.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
vista defendidos. impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a der bem como eles funcionam.
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
sos de linguagem. pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
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associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos, a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci-
essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa
não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser
de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori- vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela
zado numa dada cultura. comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
vios, etc., ganhava credibilidade.
Tipos de Argumento
Argumento quase lógico
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa- É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu- e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são
mento. Exemplo: chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi-
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os
Argumento de Autoridade
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí-
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur- Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
dadeira. Exemplo: tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- indevidas.
cimento. Nunca o inverso. Argumento do Atributo
Alex José Periscinoto. É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- que é mais grosseiro, etc.
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela,
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
acreditar que é verdade. alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
Argumento de Quantidade de.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
largo uso do argumento de quantidade. em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Argumento do Consenso Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as por bem determinar o internamento do governador pelo período
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases tal por três dias.
carentes de qualquer base científica. Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
Argumento de Existência tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- texto tem sempre uma orientação argumentativa.
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
do que dois voando”. traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante
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O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó- expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa-
dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen-
outras, etc. Veja: ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca- dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
vam abraços afetuosos.” “tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de-
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra- um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun-
tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
injustiça, corrupção).
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir ver as seguintes habilidades:
o argumento.
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e mente contrária;
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
ria contra a argumentação proposta;
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
outros à sua dependência política e econômica”. - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
ta.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
o assunto, etc). válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani-
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men-
sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas
tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente,
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
dades não se prometem, manifestam-se na ação. ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar-
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che-
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo
regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se
série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu
da verdade:
comportamento.
- evidência;
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- - divisão ou análise;
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio - ordem ou dedução;
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em - enumeração.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen-
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí-
e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
mica e até o choro.
encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
A forma de argumentação mais empregada na redação acadê- Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral
mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que – conclusão falsa)
contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con- Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão
clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con- pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro-
clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden-
maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou
caracteriza a universalidade. infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo- superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base-
gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do ados nos sentimentos não ditados pela razão.
particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda-
uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem
conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os
verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par-
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
o efeito. Exemplo: demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
Fulano é homem (premissa menor = particular) que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
pesquisa.
Logo, Fulano é mortal (conclusão)
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
O calor dilata o ferro (particular) reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o bronze (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O calor dilata o cobre (particular) todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
O ferro, o bronze, o cobre são metais
o relógio estaria reconstruído.
Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são relacionadas:
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
sofisma no seguinte diálogo: a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
lha dos elementos que farão parte do texto.
- Lógico, concordo.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Claro que não! racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
Exemplos de sofismas: um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
Dedução A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Todo professor tem um diploma (geral, universal) lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Fulano tem um diploma (particular) confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Indução Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
cular) nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e

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espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís- - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial. realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, ou instalação”;
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
sabiá, torradeira. exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé- não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
dida;d
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou diferenças).
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
(Garcia, 1973, p. 302304.) paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- vra e seus significados.
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
de vista sobre ele. mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- mentação coerente e adequada.
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
- o termo a ser definido;
cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
- o gênero ou espécie; raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
- a diferença específica. cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
ma espécie. Exemplo: argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
Elemento especiediferença relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
a ser definidoespecífica nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é virtude de, em vista de, por motivo de.
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
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segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;
assim, desse ponto de vista. Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver-
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração dadeira;
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de- nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de- dade da afirmação;
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
ridade que contrariam a afirmação apresentada;
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
que, melhor que, pior que.
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar que gera o controle demográfico”.
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no elaboração de um Plano de Redação.
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
tecnológica
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
caráter confirmatório que comprobatório. a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
ta, justificar, criando um argumento básico;
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli-
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
caso, incluem-se que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
(rever tipos de argumentação);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
mortal, aspira à imortalidade); - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula-
dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
dos e axiomas);
ência);
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature-
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão
argumento básico;
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
parece absurdo). poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
mento básico;
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
cretos, estatísticos ou documentais. - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau-
menos a seguinte:
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, Introdução
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini-
- função social da ciência e da tecnologia;
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- - definições de ciência e tecnologia;
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- Desenvolvimento
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
gumentação: vimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
condições de vida no mundo atual;
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- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica- Terceira pessoa
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser-
desenvolvidos;
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al-
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse.
sado; apontar semelhanças e diferenças; Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi-
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur- tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
banos; por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
mais a sociedade. leitura não fique confuso.

Conclusão
DISCURSOS DIRETO E INDIRETO
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
ências maléficas;
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos Discurso direto
apresentados.
É a fala da personagem reproduzida fielmente pelo narrador,
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
ou seja, reproduzida nos termos em que foi expressa.
ção: é um dos possíveis.
— Bonito papel! Quase três da madrugada e os senhores com-
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
pletamente bêbados, não é?
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida- Foi aí que um dos bêbados pediu:
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- — Sem bronca, minha senhora. Veja logo qual de nós quatro é
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções o seu marido que os outros querem ir para casa.
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela (Stanislaw Ponte Preta)
é inserida.
Observe que, no exemplo dado, a fala da personagem é intro-
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, duzida por um travessão, que deve estar alinhado dentro do pará-
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. grafo.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume O narrador, ao reproduzir diretamente a fala das personagens,
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a conserva características do linguajar de cada uma, como termos de
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, gíria, vícios de linguagem, palavrões, expressões regionais ou caco-
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois etes pessoais.
textos caracterizada por um citar o outro.
O discurso direto geralmente apresenta verbos de elocução (ou
PONTO DE VISTA declarativos ou dicendi) que indicam quem está emitindo a mensa-
gem.
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
Os verbos declarativos ou de elocução mais comuns são:
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com- acrescentar
preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se afirmar
da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir concordar
diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
consentir
sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
servador e o narrador-personagem. contestar
continuar
Primeira pessoa
declamar
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto determinar
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
dizer
o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma esclarecer
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas exclamar
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e explicar
só descobrimos ao decorrer da história.
gritar
Segunda pessoa indagar
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá- insistir
logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta interrogar
quase como outro personagem que participa da história. interromper
intervir
mandar
ordenar, pedir

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perguntar Discurso indireto
prosseguir No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala
protestar da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e
reclamar passa para o leitor o que ouviu da personagem. Na transcrição, o
verbo aparece na terceira pessoa, sendo imprescindível a presen-
repetir
ça de verbos dicendi (dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar,
replicar pedir, exclamar, contestar, concordar, ordenar, gritar, indagar, de-
responder clamar, afirmar, mandar etc.), seguidos dos conectivos que (dicendi
retrucar afirmativo) ou se (dicendi interrogativo) para introduzir a fala da
personagem na voz do narrador.
solicitar
A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava
Os verbos declarativos podem, além de introduzir a fala, indicar
muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.
atitudes, estados interiores ou situações emocionais das persona-
gens como, por exemplo, os verbos protestar, gritar, ordenar e ou- (Ciro dos Anjos)
tros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou Fui ter com ela, e perguntei se a mãe havia dito alguma coisa;
advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou respondeu-me que não.
histérica, respondeu irritada, explicou docemente. (Machado de Assis)
Exemplo:
Discurso indireto livre
— O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realização de nos-
sas vidas. Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe
Ao utilizar o discurso direto – diálogos (com ou sem travessão) uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado discurso
entre as personagens –, você deve optar por um dos três estilos a indireto livre, processo de grande efeito estilístico. Por meio dele,
seguir: o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas das
personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, so-
Estilo 1:
nham, desejam etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde
João perguntou: ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador.
— Que tal o carro? As orações do discurso indireto livre são, em regra, indepen-
Estilo 2: dentes, sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passa-
João perguntou: “Que tal o carro?” (As aspas são optativas) gem da fala do narrador para a da personagem, mas com transpo-
sições do tempo do verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes
Antônio respondeu: “horroroso” (As aspas são optativas)
(terceira pessoa). O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse
Estilo 3: discurso é muito empregado na narrativa moderna, pela fluência e
Verbos de elocução no meio da fala: ritmo que confere ao texto.
— Estou vendo, disse efusivamente João, que você adorou o Fabiano ouviu o relatório desconexo do bêbado, caiu numa in-
carro. decisão dolorosa. Ele também dizia palavras sem sentido, conversa
— Você, retrucou Antônio, está completamente enganado. à toa. Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era
bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se.
Verbos de elocução no fim da fala: Estava preso por isso? Como era? Então mete- se um homem na
— Estou vendo que você adorou o carro — disse efusivamente cadeia por que ele não sabe falar direito?
João. (Graciliano Ramos)
— Você está completamente enganado — retrucou Antônio. Observe que se o trecho “Era bruto, sim” estivesse um discur-
Os trechos que apresentam verbos de elocução podem vir com so direto, apresentaria a seguinte formulação: Sou bruto, sim; em
travessões ou com vírgulas. Observe os seguintes exemplos: discurso indireto: Ele admitiu que era bruto; em discurso indireto
— Não posso, disse ela daí a alguns instantes, não deixo meu livre: Era bruto, sim.
filho. (Machado de Assis) Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo inte-
— Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse rior da personagem (seus pensamentos, desejos, sonhos, fantasias
ele, escarrachando-se diante de mim. (Machado de Assis) etc.), o narrador precisa ser onisciente. Observe que os pensamen-
— Vale cinquenta, ponderei; Sabina sabe que custou cinquenta tos da personagem aparecem, no trecho transcrito, principalmente
e oito. (Machado de Assis) nas orações interrogativas, entremeadas com o discurso do narra-
dor.
— Ainda não, respondi secamente. (Machado de Assis)
Verbos de elocução depois de orações interrogativas e excla- Transposição de discurso
mativas: Na narração, para reconstituir a fala da personagem, utiliza-se
— Nunca me viu? perguntou Virgília vendo que a encarava com a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. O
insistência. (Machado de Assis) domínio dessas estruturas é importante tanto para se empregar
— Para quê? interrompeu Sabina. (Machado de Assis) corretamente os tipos de discurso na redação.
— Isso nunca; não faço esmolas! disse ele. (Machado de Assis) Os sinais de pontuação (aspas, travessão, dois-pontos) e outros
Observe que os verbos de elocução aparecem em letras minús- recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não
culas depois dos pontos de exclamação e interrogação. aparecem no discurso indireto, a não ser que se queira insistir na
atribuição do enunciado à personagem, não ao narrador. Tal insis-

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tência, porém, é desnecessária e excessiva, pois, se o texto for bem Discurso Indireto
construído, a identificação do discurso indireto livre não oferece
dificuldade. • Pretérito imperfeito
A enfermeira afirmou que era uma menina.
Discurso Direto • Futuro do pretérito
• Presente Pedrinho gritou que não sairia do carro.
A enfermeira afirmou: • Pretérito mais-que-perfeito
– É uma menina. Retrucou com indignação que já esperara (ou tinha esperado)
• Pretérito perfeito demais.
– Já esperei demais, retrucou com indignação. • Pretérito imperfeito do subjuntivo
• Futuro do presente Olhou-a e disse secamente que o deixasse em paz.
Pedrinho gritou: Outras alterações
– Não sairei do carro. • Terceira pessoa
• Imperativo Maria disse que não queria sair com Roberto naquele dia.
Olhou-a e disse secamente: • Objeto indireto na oração principal
– Deixe-me em paz. A prima perguntou a João se ele queria café.
Outras alterações • Forma declarativa
• Primeira ou segunda pessoa Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa pelo
Maria disse: amarelo.
– Não quero sair com Roberto hoje. lá, dali, de lá, naquele momento, naquele dia, no dia anterior,
na véspera, no dia seguinte, aquela(s), aquele(s), aquilo, seu,
• Vocativo
sua (dele, dela), seu, sua (deles, delas)
– Você quer café, João?, perguntou a prima.
• Objeto indireto na oração principal
A prima perguntou a João se ele queria café. ELEMENTOS DE COESÃO E COERÊNCIA
• Forma interrogativa ou imperativa
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa: Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de
– E o amarelo? um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre-
• Advérbios de lugar e de tempo
ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili-
aqui, daqui, agora, hoje, ontem, amanhã zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além
• Pronomes demonstrativos e possessivos de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.
essa(s), esta(s)
Coerência
esse(s), este(s)
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
isso, isto
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se-
meu, minha mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na
teu, tua linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com
nosso, nossa outra”).
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos
elementos formativos de um texto.
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
elementos textuais.
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
imediato a coerência de um discurso.
A coerência:
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
tual;

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- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com Outros conceitos que agem diretamente no sentido das pala-
o aspecto global do texto; vras são os seguintes:
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
Conotação e Denotação
Coesão Observe as frases:
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, Amo pepino na salada.
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo Tenho um pepino para resolver.
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo,
tem-se a coesão lexical.
não!
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja,
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionari-
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
zado.
nentes do texto.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo cono-
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
tativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do
que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
contexto para ser entendida.
néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conota-
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais. tivo começa com C de contexto.
A coesão: Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propa-
gandas:
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial; Ambiguidade
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes Observe a propaganda abaixo:
componentes do texto;
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.

ASPECTOS SEMÂNTICOS E ESTILÍSTICOS: METÁFORA, ME-


TONÍMIA, ANTÍTESE, EUFEMISMO, IRONIA

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-
que compõem este estudo. -na-propaganda/
Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção.
Antônimo e Sinônimo Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja,
Começaremos por esses dois, que já são famosos. por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato,
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi- Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é
ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma
homem que é antônimo de mulher. palavra, frase ou textos inteiros.
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e Figuras de Linguagem
que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é mui-
to importante para produções textuais, porque evita que você fi- As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para
que repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten- curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências
tamento e homem é sinônimo de macho/varão. comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor-
nando-o poético.
Hipônimos e Hiperônimos As figuras de linguagem classificam-se em
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa - figuras de palavra;
uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperôni- - figuras de pensamento;
mo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, ca-
chorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais - figuras de construção ou sintaxe.
domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido Figuras de palavra: emprego de um termo com sentido dife-
mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com rente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conse-
substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das guir um efeito mais expressivo na comunicação.
palavras, beleza?!?!
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Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co- (José Cândido de Carvalho)
nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase. Figuras Sonoras
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral-
Exemplos
mente em posição inicial da palavra.
...a vida é cigana
Exemplo:
É caravana
É pedra de gelo ao sol. Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve-
ladas.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
(Cruz e Sousa)
Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um
(Carlos Drummond de Andrade)
verso ou poesia.
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal Exemplo:
como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
Sou Ana, da cama,
paração: parecer, assemelhar-se e outros.
da cana, fulana, bacana
Exemplo: Sou Ana de Amsterdam.
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando (Chico Buarque)
você entrou em mim como um sol no quintal. Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou
(Belchior) na prosódia, mas diferentes no sentido.
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
Exemplo:
qual não existe uma designação apropriada.
Exemplos Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
– folha de papel [erro
– braço de poltrona quero que você ganhe que
– céu da boca [você me apanhe
– pé da montanha sou o seu bezerro gritando
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen- [mamãe.
tidos físicos. (Caetano Veloso)
Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro-
Exemplo:
duzido por seres animados e inanimados.
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva)
mecânica. Exemplo:
(Carlos Drummond de Andrade) Vai o ouvido apurado
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste- na trama do rumor suas nervuras
sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen- inseto múltiplo reunido
ça gelada”.
para compor o zanzineio surdo
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade,
atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o. circular opressivo
Exemplos zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
O filósofo de Genebra (= Calvino). da noite em branco
O águia de Haia (= Rui Barbosa). (Carlos Drummond de Andrade)
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que Observação: verbos que exprimem os sons são considerados
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida. onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.
Figuras de sintaxe ou de construção: dizem respeito a desvios
Exemplos: em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem,
possíveis repetições ou omissões.
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras)
Podem ser formadas por:
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
Tomei um Danone. (iogurte)
repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné-
doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural. inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
ruptura: anacoluto;
Exemplo:
concordância ideológica: silepse.
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período,
sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo frase ou verso.
plural)

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Exemplo: Ele dormiu duas horas. (durante)
Dentro do tempo o universo No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
[na imensidão. (Camões)
Dentro do sol o calor peculiar Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior-
mente.
[do verão.
Dentro da vida uma vida me Exemplos:
[conta uma estória que fala Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
[de mim. (Camilo Castelo Branco)
Dentro de nós os mistérios Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
[do espaço sem fim! (Machado de Assis)
(Toquinho/Mutinho) Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen-
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam tos na frase.
vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
vírgulas. Exemplos:
Passeiam, à tarde, as belas na avenida.
Exemplo:
(Carlos Drummond de Andrade)
Não nos movemos, as mãos é
Paciência tenho eu tido...
que se estenderam pouco a
(Antônio Nobre)
pouco, todas quatro, pegando-se,
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a
apertando-se, fundindo-se. frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do
(Machado de Assis) período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde- função sintática definida.
nativa mais vezes do que exige a norma gramatical.
Exemplos:
Exemplo: E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas.
Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem (Manuel Bandeira)
tuge, nem muge. Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo-
(Rubem Braga) tassem as mãos.
Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter- (José Lins do Rego)
mo já expresso. Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres- pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase).
são, dando ênfase à mensagem.
Exemplo:
Exemplos:
...em cada olho um grito castanho de ódio.
Não os venci. Venceram-me (Dalton Trevisan)
eles a mim. ...em cada olho castanho um grito de ódio)
(Rui Barbosa)
Silepse:
Morrerás morte vil na mão de um forte.
(Gonçalves Dias) Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo
ou pronome com a pessoa a que se refere.
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia-
na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado. Exemplos:
Exemplos: Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
Ouvir com os ouvidos. (Rachel de Queiroz)
Rolar escadas abaixo. V. Ex.a parece magoado...
Colaborar juntos. (Carlos Drummond de Andrade)
Hemorragia de sangue. Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
o sujeito da oração.
Repetir de novo.
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben- Exemplos:
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con-
Os dois ora estais reunidos...
junções, preposições e verbos.
(Carlos Drummond de Andrade)
Exemplos: Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
Compareci ao Congresso. (eu) (Machado de Assis)
Espero venhas logo. (eu, que, tu)
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Silepse de número: Não há concordância do número verbal SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
com o sujeito da oração. referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
Exemplo: de seres da mesma espécie, buquê (de flores)
mesmo quando empregado
Corria gente de todos os lados, e gritavam. no singular e constituem um
(Mário Barreto) substantivo comum.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
SENTIDO E EMPREGO DOS VOCÁBULOS; TEMPOS, MODOS QUE NÃO ESTÃO AQUI!
E ASPECTOS DO VERBO; USO DOS PRONOMES; ASPECTOS Flexão dos Substantivos
MORFOLÓGICOS: RECONHECIMENTO, EMPREGO E SENTI-
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
DO DAS CLASSES GRAMATICAIS EM TEXTOS; MECANIS-
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
MOS DE FLEXÃO DOS NOMES E DOS VERBOS
uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
CLASSES DE PALAVRAS uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
Substantivo
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
Classificação dos substantivos veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
macho/palmeira fêmea.
SUBSTANTIVO SIMPLES: apre- Olhos/água/ b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
sentam um só radical em sua que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
muro/quintal/caderno/maca- testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
estrutura. co/sabão
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
são formados por mais de um porta-voz/ o/a estudante, o/a colega.
radical em sua estrutura.
pé-de-moleque • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/ – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
são os que dão origem a mundo/ – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
outras palavras, ou seja, ela é • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
população
a primeira. diminutivo.
/formiga
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/populacio-
são formados por outros radi- nal/formigueiro – Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
cais da língua. – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula.
designa determinado ser en- /Brasil Adjetivo
tre outros da mesma espécie.
/Belo Horizonte/Estátua da
São sempre iniciados por letra É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo:
Liberdade
maiúscula. imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão com-
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/ca- posta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por
referem-se qualquer ser de chorro/prima preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo:
uma mesma espécie. golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vesper-
tino).
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
Flexão do Adjetivos
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas
própria. Esses seres podem • Gênero:
/lobisomem
ser animadoso ou inanimados, – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
reais ou imaginários. /saci-pererê no: homem feliz, mulher feliz.
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/ – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
nomeiam ações, estados, para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
bondade/
qualidades e sentimentos que japonesa, aluno chorão/ aluna chorona.
confiança/
não tem existência própria, ou • Número:
seja, só existem em função de lembrança/
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
um ser. amor/ número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
alegria res, japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
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• Grau: 2º pessoa do sin- Tu Te, ti, contigo
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vito- gular
rioso (do) que o seu.
3º pessoa do sin- Ele, ela, Se, si, consigo, lhe,
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vito- gular o, a
rioso (do) que o seu.
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso
quanto o seu. 2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssi- 3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes,
mo. os, as
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito fa- • Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pesso-
moso. as, normalmente, em situações formais de comunicação.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o
mais famoso de todos. Pronomes de Tratamento Emprego
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é me- Utilizado em situações infor-
nos famoso de todos. Você
mais.
Artigo Tratamento para pessoas mais
Senhor (es) e Senhora (s)
velhas.
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o
substantivo, determinando de modo particular ou genérico. Usados para pessoas com alta
Vossa Excelência
autoridade
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as. Usados para os reitores das
Vossa Magnificência
Universidades.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
Empregado nas correspondên-
As meninas brincavam com as bonecas. Vossa Senhoria
cias e textos escritos.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas. Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Um menino carregava um brinquedo. Utilizado para príncipes, prin-
Vossa Alteza
Umas meninas brincavam com umas bonecas. cesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Numeral
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou
coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série. Utilizado para sacerdotes e
Vossa Reverendíssima
religiosos em geral.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade: • Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso,
atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.
Trezentos e vinte moradores.
Pessoa do Discurso Pronome Possessivo
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
Quinto ano. Primeiro lugar.
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma
quantidade é multiplicada: 3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo: 2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas
Dois terços dos alunos foram embora.
• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posi-
Pronome ção de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no
tempo ou no espaço.
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam,
indicando a pessoa do discurso.
Pronomes Demonstrativos Singular Plural
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em
uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso. esta, essa, estas, essas,
Feminino
aquela aquelas
Pronomes Oblí- este, esse, estes, esses,
Pessoas do Dis- Pronomes Retos Masculino
quos aquele aqueles
curso Função Subjetiva
Função Objetiva • Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso,
1º pessoa do sin- Eu Me, mim, comigo designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os prono-
gular mes indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e
invariáveis (não variam em gênero e número).

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Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns,
nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca,
poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros,
Variáveis
outras, certo, certa, certos, certas, vário, vária, vários, várias,
tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas,
qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas,
Variáveis
quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.
• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).
• Formas nominais do verbo
Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).
• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes
A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:

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LÍNGUA PORTUGUESA
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, ama- pois (antes do verbo), por-
nhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, Explicativas
quanto, porque, que...
brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-
-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez • Conjunções Subordinativas
em quando, em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, Tipos Conjunções Subordinativas
perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em Porque, pois, porquanto,
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc. Causais
como, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapi- Embora, conquanto, ainda
damente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às Concessivas que, mesmo que, posto que,
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc. etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, Se, caso, quando, conquanto
efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. Condicionais
que, salvo se, sem que, etc.
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo al-
Conforme, como (no sentido
gum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
Conformativas de conforme), segundo, con-
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, as- soante, etc.
saz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco,
de todo, etc. Para que, a fim de que, porque
Finais
(no sentido de que), que, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, por-
ventura, etc. À medida que, ao passo que, à
Proporcionais
proporção que, etc.
Preposição
Quando, antes que, depois
Temporais
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo com- que, até que, logo que, etc.
plete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:
Que, do que (usado depois de
Comparativas mais, menos, maior, menor,
melhor, etc.
Que (precedido de tão, tal,
Consecutivas tanto), de modo que, De ma-
neira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções,
apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações
das pessoas.
• Principais Interjeições
Conjunção Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!
Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma
é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a
oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para enten-
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que li-
der o estudo da Sintaxe.
gam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é
determinante e o outro é determinado).
• Conjunções Coordenativas PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Tipos Conjunções Coordenativas


Estrutura e formação das palavras
e, mas ainda, mas também,
Aditivas As palavras são formadas por estruturas menores, com signifi-
nem...
cados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem para
contudo, entretanto, mas, não a formação das palavras.
Adversativas obstante, no entanto, porém,
todavia... Estrutura das palavras
já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas
Alternativas
ora…, quer…, quer… menores - os morfemas, também chamados de elementos mórfi-
assim, então, logo, pois (de- cos:
Conclusivas pois do verbo), por conseguin- – radical e raiz;
te, por isso, portanto... – vogal temática;
– tema;

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– desinências; Exemplos
– afixos; passa + tempo = passatempo
– vogais e consoantes de ligação. gira + sol = girassol
Radical: Elemento que contém a base de significação do vocá- Aglutinação: Formação de palavra composta com alteração da
bulo. estrutura fonética das primitivas.
Exemplos Exemplos
VENDer, PARTir, ALUNo, MAR. em + boa + hora = embora
Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos. vossa + merce = você
Dividem-se em: Derivação:
Nominais Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva. Te-
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos. mos:
Exemplos Prefixação: Formação de palavra derivada com acréscimo de
pequenO, pequenA, alunO, aluna. um prefixo ao radical da primitiva.
pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas. Exemplos
Verbais CONter, INapto, DESleal.
Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo de um su-
Exemplos fixo ao radical da primitiva.
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo) Exemplos
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número) cafezAL, meninINHa, loucaMENTE.
Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem. Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de
Exemplos um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva ao mesmo tempo.
1ª conjugação: – A – cantAr Exemplos
2ª conjugação: – E – fazEr EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR.
3ª conjugação: – I – sumIr Derivação imprópria: Alteração da função de uma palavra pri-
mitiva.
Observação Exemplo
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica Todos ficaram encantados com seu andar: verbo usado com
oposição masculino/feminino. valor de substantivo.
Exemplos Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura fonética
livrO, dentE, paletó. de uma palavra primitiva para a formação de uma derivada. Em ge-
Tema: União do radical e a vogal temática. ral de um verbo para substantivo ou vice-versa.
Exemplos Exemplos
CANTAr, CORREr, CONSUMIr. combater – o combate
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se inter- chorar – o choro
põem aos vocábulos por necessidade de eufonia.
Exemplos Prefixos
chaLeira, cafeZal. Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em:
vernáculos, latinos e gregos.
Afixos Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou fo-
Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois ram aportuguesados: a, além, ante, aquém, bem, des, em, entre,
do radical de uma palavra para a formação de outra palavra. Divi- mal, menos, sem, sob, sobre, soto.
dem-se em: Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como: abor-
Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical. dar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engarrafar, maldição, me-
Exemplos nosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc.
DISpor, EMpobrecer, DESorganizar. Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina
Sufixo original:
Afixo que se coloca depois do radical. a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar.
Exemplos a, ad – aproximação, direção: amontoar.
contentaMENTO, reallDADE, enaltECER. ambi – dualidade: ambidestro.
bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário.
Processos de formação das palavras
centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado.
Composição: Formação de uma palavra nova por meio da jun- circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante.
ção de dois ou mais vocábulos primitivos. Temos:
cis – aquem de: cisalpino, cisgangético.
Justaposição: Formação de palavra composta sem alteração na
estrutura fonética das primitivas. com, con, co – companhia, concomitância: combater, contem-
porâneo.
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contra – oposição, posição inferior: contradizer. epi – por cima: epiderme, epígrafe.
de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento: de- eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia.
crescer, deportar. hecto – cem: hectômetro.
des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar. hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária: dis- hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole.
trair, dimanar.
hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia.
entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha, en-
homo – semelhança, identidade: homônimo.
trevista.
meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase.
ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade, priva-
ção, situação cessante: exportar, espalmar, ex-professor. míria – dez mil: miriâmetro.
extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordiná- mono – um: monóculo, monoculista.
rio. neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar, para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo.
ingrato. penta – cinco: pentágono.
inter – no meio de: intervocálico, intercalado. peri – em volta de: perímetro.
intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer. poli – muitos: polígono, polimorfo.
justa – perto de: justapor. pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
multi – pluralidade: multiforme.
Sufixos
ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo.
pene – quase: penúltimo, península. Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial.
per – movimento através de, acabamento de ação; ideia pejo- Nominais
rativa: percorrer. Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, -ama.
post, pos – posteridade: postergar, pospor. Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão, -aço, -astro,
pre – anterioridade: predizer, preclaro. -az.
preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural. Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista.
pro – movimento para diante, a favor de, em vez de: prosseguir, Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório.
procurador, pronome. Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato.
re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, repeti- Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho, -aico.
ção: regressar, revirar. Origem, procedência: -estre, -este, -esco.
retro – movimento para trás: retroceder. Verbais
satis – bastante: satisdar. Comuns: -ar, -er, -ir.
sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobraçar, sopé. Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar.
subter – por baixo: subterfúgio. Incoativos: -escer, -ejar, -itar.
super, supra – posição superior, excesso: super-homem, super- Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar.
povoado.
Adverbial = há apenas um
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
MENTE: mecanicamente, felizmente etc.
tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro.
ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo.
PROCESSOS DE CONSTITUIÇÃO DOS ENUNCIADOS: COOR-
uni – um: unânime, unicelular.
DENAÇÃO, SUBORDINAÇÃO; COLOCAÇÃO E ORDEM DE PA-
Grego: Os principais prefixos de origem grega são: LAVRAS NA FRASE
a, an – privação, negação: ápode, anarquia.
ana – inversão, parecença: anagrama, analogia. Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos
anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, anfiteatro. estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo
anti – oposição: antipatia, antagonista. da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita
coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar al-
apo – afastamento: apólogo, apogeu.
gumas questões importantes:
arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, arcanjo.
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sen-
caco – mau: cacofonia. tido completo.
cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia. Os jornais publicaram a notícia.
deca – dez: decâmetro. Silêncio!
dia – através de, divisão: diáfano, diálogo. • Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma
dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia. locução verbal.
en – sobre, dentro: encéfalo, energia. Este filme causou grande impacto entre o público.
endo – para dentro: endocarpo. A inflação deve continuar sob controle.
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• Período Simples: formado por uma única oração.
O clima se alterou muito nos últimos dias.
• Período Composto: formado por mais de uma oração.
O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.
Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção.
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

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Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lanchamos.
no vestibular. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Alternativas Manuela ora quer comer hambúrguer, ora quer Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.
comer pizza. João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
iremos mais lá.
Explicativas Marina não queria falar, ou seja, ela estava de
mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a refei-
Exercem a função de predicativo ção no lugar.
Orações Subordinadas Substantivas
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se aborre-
Exercem a função de aposto cesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de quin-


Explicam um termo dito anteriormen- ta, terão aula de reforço.
te. SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo dito terão aula de reforço.
anteriormente. NUNCA serão acompa-
nhadas por vírgula.

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Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de con-
sequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Assumem a função de advérbio de con- previsto.
Orações Subordinadas Adverbiais
formidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que
Assumem a função de advérbio de todos tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem
Assumem a função de advérbio de de suas casas.
tempo
Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amistosa.
Casos Especiais de Concordância Nominal
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam alerta.
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na formação de palavras compostas:
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quando
advérbios:
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou meia dúzia de ovos.
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o substantivo estiver determinado por artigo:

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É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados. Ajudar (a fazer algo) a
Concordância Verbal
Aludir (referir-se) a
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
Aspirar (desejar, pretender) a
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor-
mes. Assistir (dar assistência) Não usa preposição
Concordância ideológica ou silepse Deparar (encontrar) com
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne- Implicar (consequência) Não usa preposição
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no Lembrar Não usa preposição
contexto.
Pagar (pagar a alguém) a
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Precisar (necessitar) de
Blumenau estava repleta de turistas.
Proceder (realizar) a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con- Responder a
texto. Visar ( ter como objetivo a
pretender)
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
sos. NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes- QUE NÃO ESTÃO AQUI!
soa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po- SISTEMA GRÁFICO: ORTOGRAFIA
líticos.

ORTOGRAFIA OFICIAL
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein-
troduzidas as letras k, w e y.
• Regência Nominal O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan- PQRSTUVWXYZ
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar- • Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple- letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
mento é estabelecida por uma preposição. gui, que, qui.
• Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o Regras de acentuação
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). – Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
Isto pertence a todos. palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima
sílaba)
Regência de algumas palavras
Como era Como fica
Esta palavra combina com Esta preposição alcatéia alcateia
Acessível a apóia apoia
Apto a, para apóio apoio
Atencioso com, para com
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas
Coerente com continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
Conforme a, com – Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no
u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
Dúvida acerca de, de, em, sobre
Empenho de, em, por Como era Como fica
Fácil a, de, para, baiúca baiuca
Junto a, de bocaiúva bocaiuva
Pendente de Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
Preferível a posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
Próximo a, de
Respeito a, com, de, para com, por
Situado a, em, entre

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– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
e ôo(s). muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
vamos passar para mais um ponto importante.
Como era Como fica
abençôo abençoo
REGRAS DE ACENTUAÇÃO
crêem creem
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/ Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Atenção: Vejamos um por um:
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. aberto.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural Já cursei a Faculdade de História.
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
reter, conter, convir, intervir, advir etc.). fechado.
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
palavras forma/fôrma. Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
Uso de hífen caso afundo mais à frente).
Sou leal à mulher da minha vida.
Regra básica:
As palavras podem ser:
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem. – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
-já, ra-paz, u-ru-bu...)
Outros casos
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
1. Prefixo terminado em vogal: sa-bo-ne-te, ré-gua...)
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
semicírculo. As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis- • São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
mo, antissocial, ultrassom. íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on- • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
das. R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
2. Prefixo terminado em consoante: fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub- • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
-bibliotecário. E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su- dói, coronéis...)
persônico. • São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante. (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)
Observações: Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra nar e fixar as regras.
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. USO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO; ASPAS E OUTROS RE-
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pa- CURSOS
lavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, Pontuação
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
rar, cooperação, cooptar, coocupante. Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al- de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a
mirante. organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE-
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, CHARA, 2009, p. 514)
pontapé, paraquedas, paraquedista.
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon-
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti-
cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos

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[ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses vernador)
retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
Aspas ( “ ” )
Ponto ( . )
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau- particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain-
reticências. da, para marcar o discurso direto e a citação breve.
Estaremos presentes na festa. Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.

Ponto de interrogação ( ? ) Vírgula


Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati- São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica. ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
Você vai à festa? disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
vírgula:
Ponto de exclamação ( ! ) 1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti-
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama- mos” o momento certo de fazer uso dela.
tiva. 2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
Ex: Que bela festa! alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
Reticências ( ... ) cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou 3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor menos importante e que pode ser colocada depois.
nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo. Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
Ex: Essa festa... não sei não, viu. dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
Dois-pontos ( : ) Maria foi à padaria ontem.
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. Sujeito Verbo Objeto Adjunto
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, re por alguns motivos:
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
Ponto e vírgula ( ; ) 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
verbo e o adjunto.
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ração (frequente em leis), etc. é necessária:
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- Ontem, Maria foi à padaria.
bém uma linda decoração e bebidas caras. Maria, ontem, foi à padaria.
À padaria, Maria foi ontem.
Travessão ( — )
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com sário:
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta-
• Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir
ção.
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter-
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
um diálogo, com ou sem aspas. serem observadas na redação oficial.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. • Separa aposto.
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
• Separa vocativo.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico Brasileiros, é chegada a hora de votar.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
• Separa termos repetidos.
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados Aquele aluno era esforçado, esforçado.
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
rem uma nova inserção.
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• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli- praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomendado
ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo, para garantir um crescimento saudável e um envelhecimento de
ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esquele-
efeito, digo. tos fortes e funções cognitivas preservadas. De “A” a “F”, a maioria
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, dos países tirou nota “D”.
ou seja, de fácil compreensão. Função Emotiva
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen- Caracterizada pela subjetividade com o objetivo de emocionar.
tos). É centrada no emissor, ou seja, quem envia a mensagem. A mensa-
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula- gem não precisa ser clara ou de fácil entendimento.
res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares) Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que
• Separa orações coordenadas assindéticas. empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro in-
conscientemente.
Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
ideias na cabeça... Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utili-
zação da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, da-
• Isola o nome do lugar nas datas.
quele que fala.
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
Exemplo: Nós te amamos!
• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões Função Conativa
conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
A função conativa ou apelativa é caracterizada por uma lingua-
mações comprovam, etc.
gem persuasiva com a finalidade de convencer o leitor. Por isso, o
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame- grande foco é no receptor da mensagem.
nizar o problema.
Trata-se de uma função muito utilizada nas propagandas, pu-
blicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o receptor por
FUNÇÕES DA LINGUAGEM E ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO meio da mensagem transmitida.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na ter-
ceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do
Funções da linguagem são recursos da comunicação que, de vocativo.
acordo com o objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem trans-
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com
mitida, em função do contexto em que o ato comunicativo ocorre.
a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de ma-
São seis as funções da linguagem, que se encontram direta- neira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios
mente relacionadas com os elementos da comunicação. publicitários que nos dizem como seremos bem-sucedidos, atraen-
tes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos
Funções da Linguagem Elementos da Comunica- certos produtos.
ção
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos,
Função referencial ou denotativa contexto que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
Função emotiva ou expressiva emissor lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza-
dos, que se deixam conduzir sem questionar.
Função apelativa ou conativa receptor
Exemplos: Só amanhã, não perca!
Função poética mensagem
Vote em mim!
Função fática canal
Função metalinguística código Função Poética
Esta função é característica das obras literárias que possui
Função Referencial como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
A função referencial tem como objetivo principal informar, re- Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será
ferenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das
comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural, figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunica-
o que enfatiza sua impessoalidade. tivo é a mensagem.
Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os A função poética não pertence somente aos textos literários.
materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou
meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas
sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem. (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
Exemplo de uma notícia: Exemplo:
O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global “Basta-me um pequeno gesto,
para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedica- feito de longe e de leve,
da ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi para que venhas comigo
decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o e eu para sempre te leve...”
objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo (Cecília Meireles)
exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentá-
rias. Em 75% das nações participantes, o nível de atividade física

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Função Fática sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
se tornou uma bomba relógio na região.”
A função fática tem como principal objetivo estabelecer um ca-
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris-
nal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para iniciar a
transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua continuação. cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se-
A ênfase dada ao canal comunicativo. gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos
16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições
Esse tipo de função é muito utilizado nos diálogos, por exem-
de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar
plo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao tele-
órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
fone, etc.
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015,
Exemplo: do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um
-- Calor, não é!? tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco
-- Sim! Li na previsão que iria chover. regulatório da mineração, por sua vez, também concede priorida-
-- Pois é... de à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos ju-
diciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz
Função Metalinguística Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com
o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a lingua-
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA
gem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um
MA+QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
código utilizando o próprio código.
Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem des- 2. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
taque são as gramáticas e os dicionários. I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um do- fato.
cumentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
são alguns exemplos. gênero textual editorial.
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
Exemplo:
que se trata de uma reportagem.
Amizade s.f.: 1. sentimento de grande afeição, simpatia, apreço IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
entre pessoas ou entidades. “sentia-se feliz com a amizade do seu se trata de um editorial.
mestre” Analise as assertivas e responda:
2. POR METONÍMIA: quem é amigo, companheiro, camarada. (A) Somente a I é correta.
“é uma de suas amizades fiéis” (B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta
(D) A III e IV são corretas.
QUESTÕES
3. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ain-
da suja o Brasil”:
1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO no desenvolvimento do assunto.
se fundamenta em intertextualidade é: II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido blemas no uso de conjunções e preposições.
há muito tempo.” III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se de palavras e da ordem sintática.
mete onde não é chamada.” IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente temática e bom uso dos recursos coesivos.
mesmo!” Analise as assertivas e responda:
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, (A) Somente a I é correta.
tudo bem.” (B) Somente a II é incorreta.
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.” (C) Somente a III é correta.
Leia o texto abaixo para responder a questão. (D) Somente a IV é correta.
A lama que ainda suja o Brasil Leia o texto abaixo para responder as questões.
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) UM APÓLOGO
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um Machado de Assis.
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu- — Deixe-me, senhora.
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica- der na cabeça.
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro- Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, outros.
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— Mas você é orgulhosa. 4. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis
— Decerto que sou. e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona-
— Mas por quê? gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os
ama, quem é que os cose, senão eu? elementos dos textos:
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
que quem os cose sou eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
daço ao outro, dou feição aos babados…
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
isto uma cor poética. E dizia a agulha:
e mando...” (L.14-15)
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
e acima…
abaixo e acima.” (L.25-26)
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
(E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a 5. (PREFEITURA DE PINHAIS - PR - AGENTE DE COMBATE DE
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até ENDEMIAS - INSTITUTO AOCP -2017)
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. O que é Profissionalismo
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que Profissionalismo é o conjunto de características que compõem
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para um profissional, formado por suas competências, responsabilida-
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da des e ética, no que rege o seu campo de trabalho.
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, O profissionalismo é a chave para a construção de uma carreira
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, de sucesso no trabalho.
perguntou-lhe: Entre as ações que atestam o profissionalismo de um traba-
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da lhador está o seu comprometimento com as normas e a ética da
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que empresa para qual presta serviços.
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para Mesmo trabalhando num ambiente descontraído e com ami-
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? gos, o profissional deve pôr as suas obrigações de trabalho acima
Vamos, diga lá. de qualquer laço de amizade ou intimidade.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- A falta de profissionalismo consiste em agir com parcialidade,
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: por exemplo, favorecendo pessoas apenas por estas serem amigas
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é e não pelas suas competências profissionais.
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze Saiba mais sobre o significado de competência.
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, Além da ética, o profissionalismo deve ter como base a humil-
fico. dade, ou seja, a capacidade do profissional de reconhecer os seus
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- erros, suas limitações e de estar sempre disposto a aprender.
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a Entre as competências básicas que são apreciadas dos profis-
muita linha ordinária! sionais, destacam-se: a proficiência, a responsabilidade, a serieda-
de, a pontualidade, a ética, entre outros.
Fonte: https://www.significados.com.br/profissionalismo/.
Texto adaptado.
Assinale a alternativa correta quanto à característica do texto.

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(A) É um texto não-verbal, pois se trata de texto escrito.
(B) É um texto literário, tem função estética e destina-se ao en-
tretenimento.
(C) Trata-se de uma narrativa, pois apresenta fatos em uma se-
quência temporal e causal.
(D) É um texto informativo, que conduz o leitor a identificar
os acontecimentos e fatos que constituem o assunto do texto.
(E) É um texto em prosa, composto por 3 estrofes e uma com-
posição poética escrita considerando a métrica das sílabas e o
8. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
ritmo das frases.
oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
6. (CÂMARA DE FORTALEZA - CE - CONSULTOR TÉCNICO LEGIS- lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
LATIVO- FCC – 2019) nhados classificam-se, respectivamente, em
De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Ver- (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
de. Eram furiosos, eram mansos, eram monomaníacos, era toda (B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de quatro meses, a (C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os primeiros cubícu- (D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
los; mandou-se anexar uma galeria de mais trinta e sete. O padre (E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
Lopes confessou que não imaginara a existência de tantos doidos
no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos. Um, 9. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX-
por exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois CELÊNCIA - 2019)
do almoço, fazia regularmente um discurso acadêmico, ornado de Na tirinha abaixo, há dois exemplos de figura de linguagem,
tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de grego e identifique-os e assinale a alternativa CORRETA:
latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não
queria acabar de crer. Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes,
jogando peteca na rua!
− Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é
o que Vossa Reverendíssima está vendo. Isto é todos os dias.
− Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela con-
fusão das línguas na torre de Babel, segundo nos conta a Escritura;
provavelmente, confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-
-las agora, desde que a razão não trabalhe...
− Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno,
concordou o alienista, depois de refletir um instante, mas não é
impossível que haja também alguma razão humana, e puramente
científica, e disso trato...
− Vá que seja, e fico ansioso. Realmente
(ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das
Letras, 2014, p. 24-25) (A) Metáfora e pleonasmo.
No discurso indireto livre, a voz do personagem mistura-se à (B) Metáfora e antítese.
voz do narrador, a exemplo do que se observa em: (C) Metonímia e hipérbole.
(A) Ao cabo de quatro meses, a Casa Verde era uma povoação. (D) Metonímia e ironia.
Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-se anexar uma (E) Nenhuma das alternativas.
galeria de mais trinta e sete. (1° parágrafo)
(B) De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa 10. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX-
Verde. Eram furiosos, eram mansos, eram monomaníacos, era CELÊNCIA - 2019)
toda a família dos deserdados do espírito. (1° parágrafo) Em “Tempos Modernos”, fez-se o uso de figuras de linguagem,
(C) O vigário não queria acabar de crer. Quê! um rapaz que ele assinale a alternativa em que os termos destacados têm a classifi-
vira, três meses antes, jogando peteca na rua! (1° parágrafo) cação corretamente:
(D) – Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela ”Hoje o tempo voa, amor
confusão das línguas na torre de Babel, segundo nos conta a escorre pelas mãos
Escritura... (3° parágrafo) ...Vamos viver tudo que há pra viver .
(E) – Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenôme- ..eu vejo um novo começo de era
no, concordou o alienista, depois de refletir um instante... (4° de gente fina, elegante, sincera
parágrafo) com habilidade para dizer mais sim do que não
(A) Prosopopeia / pleonasmo / gradação / antítese.
7. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação (B) Metáfora / pleonasmo / gradação / antítese.
morfológica do pronome “alguém” (l. 44). (C) Metáfora / hipérbole / gradação / antítese.
(A) Pronome demonstrativo. (D) Pleonasmo / metáfora / antítese / gradação.
(B) Pronome relativo. (E) Nenhuma das alternativas.
(C) Pronome possessivo.
(D) Pronome pessoal.
(E) Pronome indefinido.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
11. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) – 16. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo 2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor-
mesmo processo de formação é: reta.
(A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso; (A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.
(B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer; (B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(C) deslealdade, colunista, incrível; (C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que
(D) anoitecer, festeiro, infeliz; 35% deles fosse despejado em aterros.
(E) reeducação, dignidade, enriquecer. (D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta
12. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
de lixo.
2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso
cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação 17. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a
utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a série em que o hífen está corretamente empregado nas cinco pa-
palavra primitiva foi formada respectivamente é: lavras:
(A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté- (A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra-
tica (en + trist + ecer); -vermelho.
(B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria (B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in-
(en + triste + cer); fra-assinado.
(C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin- (C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico.
tética (en + trist + ecer); (D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
(D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi- trarregra.
xal (des + entristecer); (E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra-
(E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti- -mencionado.
ca (des + entristecer).
18. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alter-
13. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia nativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer (A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas (B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
orações. (C) “sérios”, “potência”, “após”.
(A) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver- (D) “Goiás”, “já”, “vários”.
sativa. (E) “solidária”, “área”, “após”.
(B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva.
19. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode
(C) Oração coordenada assindética e oração coordenada adi-
ser retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma
tiva.
padrão na seguinte sentença:
(D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu-
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
tiva.
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
(E) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver-
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
bial consecutiva.
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
14. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Ana- (E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
lise sintaticamente a oração em destaque:
20. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen-
DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de
sados” (Machado de Assis).
pontuação em:
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal.
(A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi-
(B) oração subordinada adverbial causal.
dados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
(C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida.
(B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
(D) oração coordenada sindética conclusiva.
teiramente pela porta?
(E) oração coordenada sindética explicativa.
(C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
15. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda- tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui-
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os
acima, na ordem dada, as expressões: irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
(A) a que – de que; (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
(B) de que – com que; penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
(C) a cujas – de cujos; cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
(D) à que – em que;
(E) em que – aos quais.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

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GABARITO
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1 E ______________________________________________________

2 C ______________________________________________________
3 D
______________________________________________________
4 E
______________________________________________________
5 D
6 C ______________________________________________________
7 E ______________________________________________________
8 B
______________________________________________________
9 C
10 A ______________________________________________________

11 A ______________________________________________________
12 A ______________________________________________________
13 C
______________________________________________________
14 E
15 A ______________________________________________________
16 E ______________________________________________________
17 D
______________________________________________________
18 A
______________________________________________________
19 B
20 E ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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INFORMÁTICA

• Iniciando um novo documento


MS OFFICE 2016/2019/2021 BR 32/64 BITS (WORD, EXCEL,
POWERPOINT, ACCESS) - CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS,
ÍCONES, ATALHOS DE TECLAD O, USO DO SOFTWARE E EM-
PREGO DOS RECURSOS

Microsoft Office

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.

GUIA PÁGINA TECLA DE


O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – Justificar (arruma a direito
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – e a esquerda de acordo Ctrl + J
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum: com a margem

Alinhamento à direita Ctrl + G


Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
Centralizar o texto Ctrl + E
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.
Alinhamento à esquerda Ctrl + Q
• Área de trabalho do Word
Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo • Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
com a necessidade. Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.

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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO – Planilha de custos.

Tipo de letra Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-
tomaticamente.

Tamanho • Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
Aumenta / diminui tamanho pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
Recursos automáticos de caixa-altas entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )
e baixas

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos: – Podemos também ter o intervalo A1..B3

• Outros Recursos interessantes:

GUIA ÍCONE FUNÇÃO


- Mudar Forma
- Mudar cor de
Página inicial Fundo
- Mudar cor do
texto – Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
uma planilha.
- Inserir Tabelas
Inserir
- Inserir Imagens • Formatação células

Verificação e cor-
Revisão
reção ortográfica

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;

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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
• Fórmulas básicas Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo
tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY) Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referen-
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY) te ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos,
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY) tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
• Fórmulas de comum interesse trabalho com o programa.

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários


no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
apresentado anteriormente.

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-


ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro


slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
uma posição para outra utilizando o mouse.
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
para passagem entre elementos das apresentações.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- • Atualizações no Word
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando – No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- • Atualizações no Excel
vando a experiência dos usuários a outro nível. – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
Office 2013 veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar questão do compartilhamento dos arquivos.
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque • Atualizações no PowerPoint
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
tos com telas simples funciona normalmente. riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem, além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- tão do compartilhamento dos arquivos;
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart- – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
fones diversos. 3D na apresentação.

• Atualizações no Word Office 2019


– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
– As imagens podem ser editadas dentro do documento; 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; • Atualizações no Word
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
editar PDF(s). desenvolvimento de documentos;

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”. • Atualizações no PowerPoint
Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você. – Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

• Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
algum mapa que deseja construir.

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

INTERNET E WEB. CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS, SITES


DE PESQUISA, BROWSERS EDGE, FIREFOX MOZILLA E GOO-
GLE CHROME NAS VERSÕES ATUAIS DE 32 E 64 BITS, EM
PORTUGUÊS. CORREIO ELETRÔNICO. WEBMAIL. MOZILLA
THUNDERBIRD BR NAS VERSÕES ATUAIS DE 32 E 64 BITS

Internet
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca-
bos submarinos, canais de satélite, etc1. Ela nasceu em 1969, nos
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency).
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú-
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época,
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas
instituições possuíam internet.
1 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com http://www.empresa.com.br, em que:
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
reço pertence à web.
Conectando-se à Internet empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma viço.
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de com: indica que é comercial.
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- br: indica que o endereço é no Brasil.
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha URL
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
World Wide Web vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu ou uma rede corporativa, uma intranet.
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e minho/recurso.
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de
forma simples e fácil de acessar. HTTP
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
e agradável. Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).

Protocolo de comunicação Hipertexto


Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- Navegadores
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como Um navegador de internet é um programa que mostra informa-
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de- ções da internet na tela do computador do usuário.
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- Além de também serem conhecidos como browser ou web
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi-
computador de origem. vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec-
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das tados à internet.
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
Internet. e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive internauta.
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor.
externo. Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer
página ou site na rede.
TCP / IP Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro- servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet). tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
nas literaturas como sendo: gador e os servidores.
- O protocolo principal da Internet;
- O protocolo padrão da Internet; Funcionalidades de um Navegador de Internet
- O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o
ao funcionamento da Internet e seus serviços. usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de
Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que: códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon- Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans- através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
porte dos pacotes). do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
site na internet.
Domínio O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en- pretado pelos navegadores.
dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP imagens e outros tipos de dados.
– 74.125.234.180.
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por Principais recursos do Internet Explorer:
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na – Transformar a página num aplicativo na área de trabalho,
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos
página. instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet: manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza- através de ícones.
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar – Gerenciador de downloads integrado.
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer – Mais estabilidade e segurança.
página na web. – Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do implementados nos sites mais modernos.
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. – Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite oferecem funcionalidades adicionais.
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais – One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
recorrentes da sua rotina diária de tarefas. Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque- Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para vra-chave digitando-a na barra de endereços.
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache Microsoft Edge
para mostrar as atualizações. Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer2.
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe- aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
apagado, caso o usuário queira. vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
navegador de internet.
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do Outras características do Edge são:
navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis- – Experiência de navegação com alto desempenho.
tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas – Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
no navegador. quer lugar conectado à internet.
– Funciona com a assistente de navegação Cortana.
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co- – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo Firefox
virtual da Internet. Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Internet Explorer Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de talado no PC, ele poderá ser instalado.
algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
atualizadas no Edge.
Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.

Algumas características de destaque do Firefox são:


– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
– Não exige um hardware poderoso para rodar.
2 https://bit.ly/2WITu4N
Editora
51
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur- Safari
sos. O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário. sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri- é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
vacidade. confiáveis para usar.
– Disponível em desktop e mobile.

Google Chorme
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
convidativo à navegação simplificada.

O Safari também se destaca em:


– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi-
tivo Apple (iOS).
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio-
namento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
Principais recursos do Google Chrome: pos de informação.
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur- – Compatível também com sistemas operacionais que não seja
sos RAM suficientes. da Apple (Windows e Linux).
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas – Disponível em desktops e mobile.
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte- Intranet
údos otimizados. A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
TPS). um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
– Disponível em desktop e mobile. que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
internos3.
Opera Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo- intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para
luindo como um dos melhores navegadores de internet. tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar. situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
de da experiência do usuário. Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
de informações.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
Outros pontos de destaques do Opera são: a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener- nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este-
gia. jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho
velocidade de conexões de baixo desempenho. significativo em termos de segurança.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
(3G ou 4G).
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
páginas bancárias e de vendas on-line.
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Disponível em desktop e mobile.
3 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-fer-
ramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/
Editora
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52
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
E-mail Ações no correio eletrônico
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men- Independente da tecnologia e recursos empregados no correio
sagem atualmente4. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha – Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
e-mail, não importando a distância ou a localização. recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru- – Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descarta-
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido dos pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. Lixeira. Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na
O resultado é algo como: lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as
mensagens definitivamente (este é um processo de segurança para
maria@apostilassolucao.com.br garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por en-
gano). Para apagar definitivamente um e-mail é necessário entrar,
Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails
eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook. existentes.
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário – Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensa-
preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun- gem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
to de regras para o uso desses serviços. – Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em
geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails
Correio Eletrônico de destino separados por ponto-e-vírgula.
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor- – CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repas-
reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um samos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio da mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
e recebimento de mensagens5. Estas mensagens são armazenadas – CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repas-
no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas samos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destina-
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos tários principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também
e extração de cópias das mensagens. foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
Funcionamento básico de correio eletrônico – Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte
Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro- da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio
gramas funcionando em uma máquina servidora: ao usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente
transferência de correio simples, responsável pelo envio de men- ele será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso,
sagens. recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiá-
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office) veis e, em geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem
ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus
correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa- e pragas. Alguns antivírus permitem analisar anexos de e-mails an-
gens. tes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por
exemplo, o Gmail, permitem analisar preliminarmente se um anexo
Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de contém arquivos com malware.
e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber – Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem
e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial- a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail
sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples
de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui e padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails.
o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar, Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de
nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu- “joao@blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem
nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que
enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti- um e-mail com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa cai-
natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora xa de entrada, ele seja diretamente excluído.
de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa
SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
e-mail do destinatário.

4 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
5 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
-webmail-e-mozilla-thunderbird/
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INFORMÁTICA

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

6 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
Editora
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Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

REDES SOCIAIS: FACEBOOK, LINKEDIN, INSTAGRAM E TWITTER

Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da internet, por pessoas e organizações que se conectam a partir de interesses
ou valores comuns8. Muitos confundem com mídias sociais, porém as mídias são apenas mais uma forma de criar redes sociais, inclusive
na internet.
O propósito principal das redes sociais é o de conectar pessoas. Você preenche seu perfil em canais de mídias sociais e interage com
as pessoas com base nos detalhes que elas leem sobre você. Pode-se dizer que redes sociais são uma categoria das mídias sociais.
Mídia social, por sua vez, é um termo amplo, que abrange diferentes mídias, como vídeos, blogs e as já mencionadas redes sociais.
Para entender o conceito, pode-se olhar para o que compreendíamos como mídia antes da existência da internet: rádio, TV, jornais, re-
vistas. Quando a mídia se tornou disponível na internet, ela deixou de ser estática, passando a oferecer a possibilidade de interagir com
outras pessoas.
No coração das mídias sociais estão os relacionamentos, que são comuns nas redes sociais — talvez por isso a confusão. Mídias sociais
são lugares em que se pode transmitir informações para outras pessoas.
Estas redes podem ser de relacionamento, como o Facebook, profissionais, como o Linkedin ou mesmo de assuntos específicos como
o Youtube que compartilha vídeos.
As principais são: Facebook, WhatsApp, Youtube, Instagram, Twitter, Linkedin, Pinterest, Snapchat, Skype e agora mais recentemente,
o Tik Tok.

Facebook
Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pessoais de seus membros.

O Facebook é uma rede social versátil e abrangente, que reúne muitas funcionalidades no mesmo lugar. Serve tanto para gerar negó-
cios quanto para conhecer pessoas, relacionar-se com amigos e família, informar-se, dentre outros9.
7 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
8 https://resultadosdigitais.com.br/especiais/tudo-sobre-redes-sociais/
9 https://bit.ly/32MhiJ0
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INFORMÁTICA
WhatsApp Twitter
É uma rede para mensagens instantânea. Faz também ligações Rede social que funciona como um microblog onde você pode
telefônicas através da internet gratuitamente. seguir ou ser seguido, ou seja, você pode ver em tempo real as atu-
alizações que seus contatos fazem e eles as suas.

A maioria das pessoas que têm um smartphone também o têm


instalado. Por aqui, aliás, o aplicativo ganhou até o apelido de “zap zap”.
Para muitos brasileiros, o WhatsApp é “a internet”. Algumas
operadoras permitem o uso ilimitado do aplicativo, sem debitar do O Twitter atingiu seu auge em meados de 2009 e de lá para cá
consumo do pacote de dados. Por isso, muita gente se informa atra- está em declínio, mas isso não quer dizer todos os públicos pararam
vés dele. de usar a rede social.
YouTube A rede social é usada principalmente como segunda tela em
Rede que pertence ao Google e é especializada em vídeos. que os usuários comentam e debatem o que estão assistindo na
TV, postando comentários sobre noticiários, reality shows, jogos de
futebol e outros programas.
Nos últimos anos, a rede social acabou voltando a ser mais uti-
lizada por causa de seu uso por políticos, que divulgam informações
em primeira mão por ali.

LinkedIn
O YouTube é a principal rede social de vídeos on-line da atuali- Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede quer
dade, com mais de 1 bilhão de usuários ativos e mais de 1 bilhão de manter contatos para ter ganhos profissionais no futuro, como um
horas de vídeos visualizados diariamente. emprego por exemplo.

Instagram
Rede para compartilhamento de fotos e vídeos.

A maior rede social voltada para profissionais tem se tornado


cada vez mais parecida com outros sites do mesmo tipo, como o
Facebook.
A diferença é que o foco são contatos profissionais, ou seja: no
O Instagram foi uma das primeiras redes sociais exclusivas para lugar de amigos, temos conexões, e em vez de páginas, temos com-
acesso por meio do celular. E, embora hoje seja possível visualizar panhias. Outro grande diferencial são as comunidades, que reúnem
publicações no desktop, seu formato continua sendo voltado para interessados em algum tema, profissão ou mercado específicos.
dispositivos móveis. É usado por muitas empresas para recrutamento de profissio-
É possível postar fotos com proporções diferentes, além de ou- nais, para troca de experiências profissionais em comunidades e
tros formatos, como vídeos, stories e mais. outras atividades relacionadas ao mundo corporativo
Os stories são os principais pontos de inovação do aplicativo.
Já são diversos formatos de post por ali, como perguntas, enquetes, Pinterest
vídeos em sequência e o uso de GIFs. Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas tam-
Em 2018, foi lançado o IGTV. E em 2019 o Instagram Cenas, bém compartilha vídeos.
uma espécie de imitação do TikTok: o usuário pode produzir vídeos
de 15 segundos, adicionando música ou áudios retirados de outro
clipezinho. Há ainda efeitos de corte, legendas e sobreposição para
transições mais limpas – lembrando que esta é mais uma das fun-
cionalidades que atuam dentro dos stories.

O Pinterest é uma rede social de fotos que traz o conceito de


“mural de referências”. Lá você cria pastas para guardar suas inspi-
rações e também pode fazer upload de imagens assim como colocar
links para URLs externas.
Os temas mais populares são:
– Moda;
– Maquiagem;
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INFORMÁTICA
– Casamento;
– Gastronomia;
– Arquitetura;
– Faça você mesmo;
– Gadgets;
– Viagem e design.

Seu público é majoritariamente feminino em todo o mundo.


Além de vídeos simples, é possível usar o TikTok para postar
Snapchat duetos com cantores famosos, criar GIFs, slideshow animado e sin-
Rede para mensagens baseado em imagens. cronizar o áudio de suas dublagens preferidas para que pareça que
é você mesmo falando.
O TikTok cresceu graças ao seu apelo para a viralização. Os usu-
ários fazem desafios, reproduzem coreografias, imitam pessoas fa-
mosas, fazem sátiras que instigam o usuário a querer participar da
brincadeira — o que atrai muito o público jovem.

O Snapchat é um aplicativo de compartilhamento de fotos, ví- SEGURANÇA: CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS, PROTEÇÃO


deos e texto para mobile. Foi considerado o símbolo da pós-moder- DE EQUIPAMENTOS, DE SISTEMAS, EM REDES E NA INTER-
nidade pela sua proposta de conteúdos efêmeros conhecidos como NET. VÍRUS. BACKUP. FIREWALL
snaps, que desaparecem algumas horas após a publicação.
A rede lançou o conceito de “stories”, despertando o interesse
de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que diversas vezes tentou Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção
adquirir a empresa, mas não obteve sucesso. Assim, o CEO lançou de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para
a funcionalidade nas redes que já haviam sido absorvidas, criando um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi-
os concorrentes WhatsApp Status, Facebook Stories e Instagram zação11.
Stories. É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma corpo-
Apesar de não ser uma rede social de nicho, tem um público ração, sendo também fundamentais para as atividades do negócio.
bem específico, formado por jovens hiperconectados. Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata-
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém,
Skype qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro-
O Skype é um software da Microsoft com funções de videocon- blemas.
ferência, chat, transferência de arquivos e ligações de voz. O serviço A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares12:
também opera na modalidade de VoIP, em que é possível efetuar – Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí-
uma chamada para um telefone comum, fixo ou celular, por um vel somente a pessoas autorizadas.
aparelho conectado à internet – Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja,
de modo permanente a elas.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja,
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto-
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada.
O Skype é uma versão renovada e mais tecnológica do extinto
MSN Messenger. Existem outros termos importantes com os quais um profissio-
Contudo, o usuário também pode contratar mais opções de nal da área trabalha no dia a dia.
uso – de forma pré-paga ou por meio de uma assinatura – para Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do
realizar chamadas para telefones fixos e chamadas com vídeo em conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re-
grupo ou até mesmo enviar SMS. fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria,
É possível, no caso, obter um número de telefone por meio pró- que permite examinar o histórico de um evento de segurança da
prio do Skype, seja ele local ou de outra região/país, e fazer ligações informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada
a taxas reduzidas. uma delas.
Tudo isso torna o Skype uma ferramenta válida para o mundo
corporativo, sendo muito utilizado por empresas de diversos nichos Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares
e tamanhos. – Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro-
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança
Tik Tok da informação, ainda que sem intenção
O TikTok, aplicativo de vídeos e dublagens disponível para iOS – Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne-
e Android, possui recursos que podem tornar criações de seus usu- rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio.
ários mais divertidas e, além disso, aumentar seu número de segui-
dores10.
11 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
10 https://canaltech.com.br/redes-sociais/tiktok-dicas-e-truques/ 12 https://bit.ly/2E5beRr
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser explorada por uma ameaça.
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o conteúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, ajudando a determinar onde concentrar investimentos em segurança da
informação.

Tipos de ataques
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles13:
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a sessão pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adulteração,
fraude, reprodução, bloqueio).
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados coletados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, infectar
o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: interceptação, mo-
nitoramento, análise de pacotes).
Política de Segurança da Informação
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança da organização através de regras de alto nível que representam os prin-
cípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível tático) e proce-
dimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão para informar
sobre o que pode e o que é proibido, incluindo:
• Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra
de formação e periodicidade de troca.
• Política de backup: define as regras sobre a realização de cópias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de retenção e
frequência de execução.
• Política de privacidade: define como são tratadas as informações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
• Política de confidencialidade: define como são tratadas as informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas a ter-
ceiros.

Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técnica, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar o
conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Ele pode ser aplicado de duas formas:
– Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à informação
ou infraestrutura que dá suporte a ela
– Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um antivírus,
firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos de en-
criptação, que transformam as informações em códigos que terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a certificação
e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.

Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por profissional habilitado conforme o plano de segurança da informação da
empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.

Criptografia
É uma maneira de codificar uma informação para que somente o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de uma
chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a informação14.
Tem duas maneiras de criptografar informações:
• Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma sequ-
ência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensagem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto o emissor
quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a chave secreta para poder ler a mensagem.
• Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pessoa
que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da infor-
mação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação. A
chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

13 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca-da-informacao/
14 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
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Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.15

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser16.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

Códigos maliciosos (Malware)


Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas em
um computador17. Algumas das diversas formas como os códigos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador são:
– Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos programas instalados;
– Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como pen-drives;
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegadores vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o computador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em páginas
Web ou diretamente de outros computadores (através do compartilhamento de recursos).

Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso aos dados armazenados no computador e podem executar ações em
nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usuário.
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens financeiras,
a coleta de informações confidenciais, o desejo de autopromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são muitas vezes usa-
dos como intermediários e possibilitam a prática de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais detalhes nos Capítulos
Golpes na Internet, Ataques na Internet e Spam, respectivamente).
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos maliciosos existentes.

15 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%-
C3%A7%C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
16 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/
17 https://cartilha.cert.br/malware/
Editora
59
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Vírus Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente,
normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes- sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de
mo e se tornando parte de outros programas e arquivos. spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor
Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo de e-mails e o utiliza para o envio de spam.
de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com-
hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas
preciso que um programa já infectado seja executado. executadas pelos bots.
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios
começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu- ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que
almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal desejem que uma ação maliciosa específica seja executada.
meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente, Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas
pelo uso de pen-drives. por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço,
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul- propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta
tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi- de informações de um grande número de computadores, envio de
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro-
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em xies instalados nos zumbis).
datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são:
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane- Spyware
xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida-
este arquivo, fazendo com que seja executado. des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por
informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail
informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
escrito em formato HTML.
– Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em
próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por
ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que
autorizado.
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre outros).
– Malicioso: quando executa ações que podem comprometer a
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para
privacidade do usuário e a segurança do computador, como monitorar
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS
e capturar informações referentes à navegação do usuário ou inseridas
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu-
em outros programas (por exemplo, conta de usuário e senha).
ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa.
Alguns tipos específicos de programas spyware são:
– Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
Worm
pelo usuário no teclado do computador.
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen-
– Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para
sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
computador.
que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu-
mouse é clicado.
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas
– Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto-
gandas.
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em
computadores.
Backdoor
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos
Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor
recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que
a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços
costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem-
criados ou modificados para este fim.
penho de redes e a utilização de computadores.
Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que
tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes,
Bot e botnet
que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados
Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação
no computador para invadi-lo.
com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente.
Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu-
Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou
turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces-
seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne-
sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova-
rabilidades existentes em programas instalados em computadores.
mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção
A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo
e, na maioria dos casos, sem que seja notado.
bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo
P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar
Cavalo de troia (Trojan)
instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des-
Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que,
ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam.
além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje-
tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e
sem o conhecimento do usuário.

Editora
60
60
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém – AVG;
de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani- – Norton;
mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros. – Avira;
Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne- – Kaspersky;
cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados – McAffe.
no computador.
Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após Filtro anti-spam
invadirem um computador, alteram programas já existentes para Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
que, além de continuarem a desempenhar as funções originais, tados, que geralmente são enviados para um grande número de
também executem ações maliciosas. pessoas.
Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
Rootkit comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
malicioso em um computador comprometido. de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou anonimato que tanto os protege.
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis- Anti-malwares
mos de proteção. Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
Ransomware dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí- de ferramentas deste tipo.
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan-
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para Procedimento de Backup
restabelecer o acesso ao usuário18. Backup é uma cópia de segurança que você faz em outro dis-
positivo de armazenamento como HD externo, armazenamento na
O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins. nuvem ou pen drive por exemplo, para caso você perca os dados
Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns originais de sua máquina devido a vírus, dados corrompidos ou ou-
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que tros motivos e assim possa restaurá-los (recuperá-los)19.
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades Backups são extremamente importantes, pois permitem20:
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de • Proteção de dados: você pode preservar seus dados para que
segurança. sejam recuperados em situações como falha de disco rígido, atua-
lização malsucedida do sistema operacional, exclusão ou substitui-
Antivírus ção acidental de arquivos, ação de códigos maliciosos/atacantes e
O antivírus é um software de proteção do computador que eli- furto/perda de dispositivos.
mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi- • Recuperação de versões: você pode recuperar uma versão
car o computador. antiga de um arquivo alterado, como uma parte excluída de um tex-
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có- to editado ou a imagem original de uma foto manipulada.
pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados.
O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa- Muitos sistemas operacionais já possuem ferramentas de ba-
drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em ckup e recuperação integradas e também há a opção de instalar
algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com programas externos. Na maioria dos casos, ao usar estas ferramen-
isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro- tas, basta que você tome algumas decisões, como:
vidência. • Onde gravar os backups: podem ser usadas mídias (como CD,
O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro- DVD, pen-drive, disco de Blu-ray e disco rígido interno ou externo)
cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos ou armazená-los remotamente (on-line ou off-site). A escolha de-
os dias são criados vírus novos. pende do programa de backup que está sendo usado e de ques-
Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do tões como capacidade de armazenamento, custo e confiabilidade.
usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail Um CD, DVD ou Blu-ray pode bastar para pequenas quantidades de
ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou dados, um pen-drive pode ser indicado para dados constantemen-
mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma te modificados, ao passo que um disco rígido pode ser usado para
contaminação. grandes volumes que devam perdurar.
Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze-
namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de-
vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
gas. Entre as principais estão:
19 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/02/procedimentos-de-
– Avast;
-backup/
18 https://cartilha.cert.br/ransomware/ 20 https://cartilha.cert.br/mecanismos/
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61
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
• Quais arquivos copiar: apenas arquivos confiáveis e que Para que todos esses componentes sejam usados apropriada-
tenham importância para você devem ser copiados. Arquivos de mente dentro de um computador, é necessário que a funcionalida-
programas que podem ser reinstalados, geralmente, não precisam de de cada um dos componentes seja traduzida para algo prático.
ser copiados. Fazer cópia de arquivos desnecessários pode ocupar Surge então a função do sistema operacional, que faz o intermédio
espaço inutilmente e dificultar a localização dos demais dados. Mui- desses componentes até sua função final, como, por exemplo, pro-
tos programas de backup já possuem listas de arquivos e diretórios cessar os cálculos na CPU que resultam em uma imagem no moni-
recomendados, podendo optar por aceitá-las ou criar suas próprias tor, processar os sons de um arquivo MP3 e mandar para a placa de
listas. som do seu computador, etc. Dentro do sistema operacional você
• Com que periodicidade realizar: depende da frequência com ainda terá os programas, que dão funcionalidades diferentes ao
que os arquivos são criados ou modificados. Arquivos frequente- computador.
mente modificados podem ser copiados diariamente ao passo que
aqueles pouco alterados podem ser copiados semanalmente ou Gabinete
mensalmente. O gabinete abriga os componentes internos de um computa-
dor, incluindo a placa mãe, processador, fonte, discos de armaze-
Tipos de backup namento, leitores de discos, etc. Um gabinete pode ter diversos
• Backups completos (normal): cópias de todos os arquivos, tamanhos e designs.
independente de backups anteriores. Conforma a quantidade de
dados ele pode ser é um backup demorado. Ele marca os arquivos
copiados.
• Backups incrementais: é uma cópia dos dados criados e al-
terados desde o último backup completo (normal) ou incremental,
ou seja, cópia dos novos arquivos criados. Por ser mais rápidos e
ocupar menos espaço no disco ele tem maior frequência de backup.
Ele marca os arquivos copiados.
• Backups diferenciais: da mesma forma que o backup incre-
mental, o backup diferencial só copia arquivos criados ou alterados
desde o último backup completo (normal), mas isso pode variar em
diferentes programas de backup. Juntos, um backup completo e
um backup diferencial incluem todos os arquivos no computador,
alterados e inalterados. No entanto, a diferença deste para o incre-
mental é que cada backup diferencial mapeia as modificações em
relação ao último backup completo. Ele é mais seguro na manipula-
ção de dados. Ele não marca os arquivos copiados.
Gabinete.22
• Arquivamento: você pode copiar ou mover dados que deseja
ou que precisa guardar, mas que não são necessários no seu dia a Processador ou CPU (Unidade de Processamento Central)
dia e que raramente são alterados. É o cérebro de um computador. É a base sobre a qual é cons-
truída a estrutura de um computador. Uma CPU funciona, basica-
mente, como uma calculadora. Os programas enviam cálculos para
MICROINFORMÁTICA – CONCEITOS DE HARDWARE E SOF- o CPU, que tem um sistema próprio de “fila” para fazer os cálculos
TWARE. COMPONENTES E FUNÇÕES. DISPOSITIVOS DE mais importantes primeiro, e separar também os cálculos entre os
ENTRADA E SAÍDA DE DADOS. DISPOSITIVOS DE ARMA- núcleos de um computador. O resultado desses cálculos é traduzido
ZENAMENTO. MÍDIAS E CONECTORES. OPERAÇÃO DE MI- em uma ação concreta, como por exemplo, aplicar uma edição em
CROCOMPUTADORES E NOTEBOOKS uma imagem, escrever um texto e as letras aparecerem no monitor
do PC, etc. A velocidade de um processador está relacionada à velo-
cidade com que a CPU é capaz de fazer os cálculos.
Hardware
O hardware são as partes físicas de um computador. Isso inclui
a Unidade Central de Processamento (CPU), unidades de armazena-
mento, placas mãe, placas de vídeo, memória, etc.21. Outras partes
extras chamados componentes ou dispositivos periféricos incluem
o mouse, impressoras, modems, scanners, câmeras, etc.

CPU.23
21 https://www.palpitedigital.com/principais-componentes-inter- 22 https://www.chipart.com.br/gabinete/gabinete-gamer-gamemax-
nos-pc-perifericos-hardware-software/#:~:text=O%20hardware%20 -shine-g517-mid-tower-com-1-fan-vidro-temperado-preto/2546
s%C3%A3o%20as%20partes,%2C%20scanners%2C%20c%C3%A2me- 23 https://www.showmetech.com.br/porque-o-processador-e-uma-pe-
ras%2C%20etc. ca-importante
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Coolers Fonte
Quando cada parte de um computador realiza uma tarefa, elas É responsável por fornecer energia às partes que compõe um
usam eletricidade. Essa eletricidade usada tem como uma consequ- computador, de forma eficiente e protegendo as peças de surtos
ência a geração de calor, que deve ser dissipado para que o compu- de energia.
tador continue funcionando sem problemas e sem engasgos no de-
sempenho. Os coolers e ventoinhas são responsáveis por promover
uma circulação de ar dentro da case do CPU. Essa circulação de ar
provoca uma troca de temperatura entre o processador e o ar que
ali está passando. Essa troca de temperatura provoca o resfriamen-
to dos componentes do computador, mantendo seu funcionamento
intacto e prolongando a vida útil das peças.

Fonte 26

Placas de vídeo
Permitem que os resultados numéricos dos cálculos de um pro-
cessador sejam traduzidos em imagens e gráficos para aparecer em
um monitor.

Cooler.24

Placa-mãe
Se o CPU é o cérebro de um computador, a placa-mãe é o es-
queleto. A placa mãe é responsável por organizar a distribuição dos
cálculos para o CPU, conectando todos os outros componentes ex-
ternos e internos ao processador. Ela também é responsável por
enviar os resultados dos cálculos para seus devidos destinos. Uma
placa mãe pode ser on-board, ou seja, com componentes como pla-
cas de som e placas de vídeo fazendo parte da própria placa mãe,
ou off-board, com todos os componentes sendo conectados a ela.

Placa de vídeo 27

tar-b360mhd-pro-ddr4-lga-1151
Placa-mãe.25
26 https://www.magazineluiza.com.br/fonte-atx-alimentacao-pc-
24 https://www.terabyteshop.com.br/produto/10546/cooler-deep- -230w-01001-xway/p/dh97g572hc/in/ftpc
cool-gammaxx-c40-dp-mch4-gmx-c40p-intelam4-ryzen 27https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2012/12/conheca-
25 https://www.terabyteshop.com.br/produto/9640/placa-mae-bios- -melhores-placas-de-video-lancadas-em-2012.html
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63
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Periféricos de entrada, saída e armazenamento
São placas ou aparelhos que recebem ou enviam informações
para o computador. São classificados em:
– Periféricos de entrada: são aqueles que enviam informações
para o computador. Ex.: teclado, mouse, scanner, microfone, etc.

Periféricos de entrada e saída.30

– Periféricos de armazenamento: são aqueles que armazenam


informações. Ex.: pen drive, cartão de memória, HD externo, etc.

Periféricos de entrada.28

– Periféricos de saída: São aqueles que recebem informações


do computador. Ex.: monitor, impressora, caixas de som.

Periféricos de armazenamento.31

Software
Software é um agrupamento de comandos escritos em uma lin-
guagem de programação32. Estes comandos, ou instruções, criam as
ações dentro do programa, e permitem seu funcionamento.
Um software, ou programa, consiste em informações que po-
dem ser lidas pelo computador, assim como seu conteúdo audiovi-
sual, dados e componentes em geral. Para proteger os direitos do
criador do programa, foi criada a licença de uso. Todos estes com-
ponentes do programa fazem parte da licença.
Periféricos de saída.29 A licença é o que garante o direito autoral do criador ou dis-
tribuidor do programa. A licença é um grupo de regras estipuladas
– Periféricos de entrada e saída: são aqueles que enviam e re- pelo criador/distribuidor do programa, definindo tudo que é ou não
cebem informações para/do computador. Ex.: monitor touchscre- é permitido no uso do software em questão.
en, drive de CD – DVD, HD externo, pen drive, impressora multifun- Os softwares podem ser classificados em:
cional, etc. – Software de Sistema: o software de sistema é constituído pe-
los sistemas operacionais (S.O). Estes S.O que auxiliam o usuário,
para passar os comandos para o computador. Ele interpreta nossas
ações e transforma os dados em códigos binários, que podem ser
processados
– Software Aplicativo: este tipo de software é, basicamente,
os programas utilizados para aplicações dentro do S.O., que não es-
tejam ligados com o funcionamento do mesmo. Exemplos: Word,
Excel, Paint, Bloco de notas, Calculadora.

28https://mind42.com/public/970058ba-a8f4-451b-b121-3ba- 30 https://almeida3.webnode.pt/trabalhos-de-tic/dispositivos-de-en-
35c51e1e7 trada-e-saida
29 https://aprendafazer.net/o-que-sao-os-perifericos-de-saida-para- 31 https://www.slideshare.net/contatoharpa/perifricos-4041411
-que-servem-e-que-tipos-existem 32 http://www.itvale.com.br
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
– Software de Programação: são softwares usados para criar outros programas, a parir de uma linguagem de programação, como
Java, PHP, Pascal, C+, C++, entre outras.
– Software de Tutorial: são programas que auxiliam o usuário de outro programa, ou ensine a fazer algo sobre determinado assunto.
– Software de Jogos: são softwares usados para o lazer, com vários tipos de recursos.
– Software Aberto: é qualquer dos softwares acima, que tenha o código fonte disponível para qualquer pessoa.

Todos estes tipos de software evoluem muito todos os dias. Sempre estão sendo lançados novos sistemas operacionais, novos games,
e novos aplicativos para facilitar ou entreter a vida das pessoas que utilizam o computador.

SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS 10/11 BR - CONCEITOS, ÍCONES, ATALHOS DE TECLADO, USO DOS RECURSOS

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma única
plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console Xbox One e
produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens33.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e note-
book), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

33 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Área de Trabalho (pacote aero)
Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.34


Aero Glass (Efeito Vidro)
Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.35

34 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
35 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
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66
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Aero Flip (Alt+Tab)
Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.

Aero Shake (Win+Home)


Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)


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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)
Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.

Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)


O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

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68
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.36


Nova Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.37

36 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
37 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
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INFORMÁTICA
Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.38

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.

38 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
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INFORMÁTICA
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visu-
alizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por
Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

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INFORMÁTICA
Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.39

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.40

39 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
40 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
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INFORMÁTICA
Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de ar-
quivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

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INFORMÁTICA
Central de Segurança do Windows Defender
A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e seguran-
ça > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.41

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho do
HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades).

Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na área de trabalho do Windows 10.

Outros Acessórios do Windows 10

Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
– Calculadora.
– Calendário.
– Clima.
– E-mail.
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes físicos).
– Ferramenta de Captura.
– Gravador de passos.
– Internet Explorer.
– Mapas.
41 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
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INFORMÁTICA
– Mapa de Caracteres. • Processador: 1 GHz (gigahertz) ou mais rápido com 2 ou mais
– Paint. núcleos em um Processador de 64 bits compatível ou SoC (System
– Windows Explorer. on a Chip).
– WordPad. • RAM: 4 GB (gigabytes).
– Xbox. • Armazenamento: Dispositivo com armazenamento de 64 GB
ou mais.
Principais teclas de atalho • Firmware do sistema: UEFI, compatível com Inicialização Se-
CTRL + F4: fechar o documento ativo. gura.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela. • TPM: TPM (Trusted Platform Module) versão 2.0.
CTRL + Y: refazer. • Placa gráfica: Compatível com DirectX 12 ou posterior com
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar. driver WDDM 2.0.
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas. • Tela: Tela de alta definição (720p) com mais de 9 polegadas
WIN + A: central de ações. na diagonal, 8 bits por canal de cor.
WIN + C: cortana. • Conexão com a Internet e conta Microsoft: O Windows 11
WIN + E: explorador de arquivos. Home Edition requer conectividade com a Internet.
WIN + H: compartilhar.
WIN + I: configurações. Tirar um dispositivo do Windows 11 Home no modo S (simplifi-
WIN + L: bloquear/trocar conta. cado) também requer conectividade com a Internet.
WIN + M: minimizar as janelas. Em todas as edições do Windows 11, o acesso à internet é ne-
WIN + R: executar. cessário para realizar atualizações e para baixar e aproveitar alguns
WIN + S: pesquisar. recursos. Uma conta Microsoft também é necessária.
WIN + “,”: aero peek. Por fim, concluímos que o Windows 11 melhorou a experiência
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas. de usuário e o desempenho através da introdução de nova tecnolo-
WIN + TAB: task view (visão de tarefas). gias e implementações funcionais no sistema.
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas.
WIN + X: menu de acesso rápido.
QUESTÕES
F1: ajuda.

Windows 11
O Windows 11 foi desenvolvido pela Microsoft e anunciado em 1. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
24 de junho de 2021, tendo sido lançado em foi em 5 de outubro (A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
de 2021. nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
Nele temos novos recursos e novas tecnologias e uma atuali- de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
zação gratuita para usuários que já possuem o Windows 10 devida- meros e letras.
mente registrado. (B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
Mudanças Visuais (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
— Nova barra de tarefas centralizada, é possível descentralizar útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
esta barra se desejado; que o Excel.
— As janelas são arredondadas; (D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
— Restruturação do menu iniciar; gens de correio eletrônico.
— O Windows 11 possui vários Widgets (tipo de atalho para (E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
um determinado aplicativo que oferece valor ao usuário: informa- e recebimento de páginas web.
ções sobre a temperatura, mapas, etc.)
— Introdução da tecnologia DirectStorage: Esta tecnologia pro- 2. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresenta
mete o carregamento mais rápido, aproveitando a tecnologia SSD; uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Página
— Possibilidade da Instalação de aplicativos de celulares; Inicial” do Word 2010.
— O sistema permite a criação de várias áreas de trabalho. (A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
Requerimentos para o Windows 11 do documento.
Veremos aqui os requisitos mínimos do sistema para instalar (C) Definir o alinhamento do texto.
o Windows 11 em um Computador. Se você não tiver certeza se o (D) Inserir uma tabela no texto
computador atende a esses requisitos, pode verificar com o OEM
(fabricante original do equipamento) do computador.
Use um aplicativo para verificação de Integridade do PC para
avaliar a compatibilidade. Observe que esse aplicativo não verifica
a placa gráfica ou tela, visto que a maioria atende aos requisitos
indicados abaixo.
O computador deve ter o Windows 10, versão 2004 ou poste-
rior, para fazer upgrade. As atualizações gratuitas estão disponíveis
por meio do Windows Update em Configuração e atualização e se-
gurança.
Dentro deste contexto temos os seguintes requisitos mínimos:
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INFORMÁTICA
3. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint 2002 7. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI-
ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse aplicativo. NISTRATIVO - COTEC/2020) Em observação aos conceitos e compo-
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?. nentes de e-mail, faça a relação da denominação de item, presente
na 1.ª coluna, com a sua definição, na 2.ª coluna.
Item
1- Spam
2- IMAP
3- Cabeçalho
4- Gmail

Definição
( ) Protocolo de gerenciamento de correio eletrônico.
( ) CERTO ( ) Um serviço gratuito de webmail.
( ) ERRADO ( ) Mensagens de e-mail não desejadas e enviadas em massa
para múltiplas pessoas.
4. (CRN - 3ª REGIÃO (SP E MS) - OPERADOR DE CALL CENTER - ( ) Uma das duas seções principais das mensagens de e-mail.
IADES/2019) A navegação na internet e intranet ocorre de diversas
formas, e uma delas é por meio de navegadores. Quanto às funções A alternativa CORRETA para a correspondência entre colunas é:
dos navegadores, assinale a alternativa correta. (A) 1, 2, 3, 4.
(A) Na internet, a navegação privada ou anônima do navegador (B) 3, 1, 2, 4.
Firefox se assemelha funcionalmente à do Chrome. (C) 2, 1, 4, 3.
(B) O acesso à internet com a rede off-line é uma das vantagens (D) 2, 4, 1, 3.
do navegador Firefox. (E) 1, 3, 4, 2.
(C) A função Atualizar recupera as informações perdidas quan-
do uma página é fechada incorretamente. 8. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO
(D) A navegação privada do navegador Chrome só funciona na AMBIENTAL - COTEC/2020) LEIA as afirmações a seguir:
intranet. I - É registrada a data e a hora de envio da mensagem.
(E) Os cookies, em regra, não são salvos pelos navegadores II - As mensagens devem ser lidas periodicamente para não
quando estão em uma rede da internet. acumular.
III - Não indicado para assuntos confidenciais.
5. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA - IV - Utilizada para comunicações internacionais e regionais,
GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet: economizando despesas com telefone e evitando problemas com
(A) Acesso restrito e Rede Local (LAN). fuso horário.
(B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras. V - As mensagens podem ser arquivadas e armazenadas, per-
(C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados. mitindo-se fazer consultas posteriores.
(D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito.
São vantagens do correio eletrônico aquelas dispostas em ape-
6. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI- nas:
NISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide Web (A) I, IV e V.
(WWW) são frequentemente usados como sinônimos na linguagem (B) I, III e IV.
corrente, e não são porque (C) II, III e V.
(A) a internet é uma coleção de documentos interligados (pági- (D) II, IV e V.
nas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço de (E) III, IV e V.
acesso a um computador.
(B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co- 9. (PREFEITURA DE LINHARES/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO
nexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço - IBADE/2020) Facebook, Instagram e Twiter são softwares conhe-
especial de acesso ao Google. cidos como:
(C) a internet é uma rede mundial de computadores especial, (A) Redes Sociais.
enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que fun- (B) WebMail.
cionam dentro da internet. (C) Correio Eletrônico.
(D) a internet possibilita uma comunicação entre vários compu- (D) Sistema operacional.
tadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço eletrônico. (E) Comércio Eletrônico.
(E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, enquan-
to a WWW é uma rede mundial de computadores com acesso
especial ao Google.

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INFORMÁTICA
10. (CRF/AC - ADVOGADO - INAZ DO PARÁ/2019) “Trata-se da 14. (PREFEITURA DE CUNHA PORÃ/SC - ENFERMEIRO - INSTI-
maior rede social voltada para profissionais, formada por comuni- TUTO UNIFIL/2020) Considerando os conceitos de segurança da in-
dades que reúnem interessados em algum tema, profissão ou mer- formação e os cuidados que as organizações e particulares devem
cado específico. É usado por muitas empresas para recrutamento ter para proteger as suas informações, assinale a alternativa que
de pessoas, para troca de experiências profissionais e outras ativi- não identifica corretamente um tipo de backup.
dades relacionadas ao mundo corporativo”. (A) Backup Incremental.
O trecho textual acima se refere a(o): (B) Backup Excepcional.
(A) Instagram. (C) Backup Diferencial.
(B) Pinterest. (D) Backup Completo ou Full.
(C) Linkedln.
(D) Snapchat. 15. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETIVA/2019)
(E) Google Corp. São exemplos de dois softwares e um hardware, respectivamente:
(A) Placa de vídeo, teclado e mouse.
11. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETIVA/2019) (B) Microsoft Excel, Mozilla Firefox e CPU.
Para que a segurança da informação seja efetiva, é necessário que (C) Internet Explorer, placa-mãe e gravador de DVD.
os serviços disponibilizados e as comunicações realizadas garantam (D) Webcam, editor de imagem e disco rígido.
alguns requisitos básicos de segurança. Sobre esses requisitos, assi-
nalar a alternativa CORRETA: 16. (GHC-RS - CONTADOR - MS CONCURSOS/2018) Nas alter-
(A) Repúdio de ações realizadas, integridade, monitoramento nativas, encontram-se alguns conceitos básicos de informática, ex-
e irretratabilidade. ceto:
(B) Protocolos abertos, publicidade de informação, incidentes (A) Hardware são os componentes físicos do computador, ou
e segurança física. seja, a máquina propriamente dita.
(C) Confidencialidade, integridade, disponibilidade e autentica- (B) Software é o conjunto de programas que permite o funcio-
ção. namento e utilização da máquina.
(D) Indisponibilidade, acessibilidade, repúdio de ações realiza- (C) Entre os principais sistemas operacionais, pode-se destacar
das e planejamento. o Windows, Linux e o BrOffice.
(D) O primeiro software necessário para o funcionamento de
12. (PREFEITURA DE JAHU/SP - MONITOR DE ALUNOS COM um computador é o Sistema Operacional.
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS - OBJETIVA/2019) Em (E) No software livre, existe a liberdade de estudar o funciona-
conformidade com a Cartilha de Segurança para Internet, quanto mento do programa e de adaptá-lo as suas necessidades.
a alguns cuidados que se deve tomar ao usar redes, independente-
mente da tecnologia, analisar os itens abaixo: 17. (PREFEITURA DE SENTINELA DO SUL/RS - FISCAL - OBJETI-
I. Manter o computador atualizado, com as versões mais recen- VA/2020) Considerando-se o Internet Explorer 11, marcar C para as
tes e com todas as atualizações aplicadas. afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa
II. Utilizar e manter atualizados mecanismos de segurança, que apresenta a sequência CORRETA:
como programa antimalware e firewall pessoal. (---) No Windows 10, é necessário instalar o aplicativo do Inter-
III. Ser cuidadoso ao elaborar e ao usar suas senhas. net Explorer.
Estão CORRETOS: (---) É possível fixar o aplicativo do Internet Explorer na barra de
(A) Somente os itens I e II. tarefas do Windows 10.
(B) Somente os itens I e III. (A) C - C.
(C) Somente os itens II e III. (B) C - E.
(D) Todos os itens. (C) E - E.
(D) E – C
13. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR-
SOS/2018) Um vírus de computador é um software malicioso que 18. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE SOCIAL
é desenvolvido por programadores geralmente inescrupulosos. Tal - COTEC/2020) Um usuário de computador realiza comumente um
como um vírus biológico, o programa infecta o sistema, faz cópias conjunto de atividades como copiar, recortar e colar arquivos uti-
de si e tenta se espalhar para outros computadores e dispositivos lizando o Windows Explorer. Dessa forma, existe um conjunto de
de informática. ações de usuários, como realizar cliques com o mouse e utilizar-se
As alternativas a seguir apresentam exemplos de vírus de com- de atalhos de teclado, que deve ser seguido com o fim de realizar
putador, exceto o que se apresenta na alternativa: o trabalho desejado. Assim, para mover um arquivo entre partições
(A) Vírus de boot. diferentes do sistema operacional Windows 10, é possível adotar o
(B) Crackers. seguinte conjunto de ações:
(C) Cavalo de troia. (A) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man-
(D) Time Bomb. tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des-
tino e escolher a ação de colar.
(B) Clicar sobre o arquivo com o botão esquerdo do mouse,
mantendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de
destino. Por fim soltar o botão do mouse.
(C) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man-
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des-
tino. Por fim soltar o botão do mouse.
(D) Clicar uma vez sobre o arquivo com o botão direito do mou-
se e mover o arquivo para a partição de destino.
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INFORMÁTICA
(E) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- 11 C
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des-
tino e escolher a ação de mover. 12 D
13 B
19. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO
AMBIENTAL - COTEC/2020) Sobre organização e gerenciamento de 14 B
informações, arquivos, pastas e programas, analise as seguintes 15 B
afirmações e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas.
16 C
( ) - Arquivos ocultos são arquivos que normalmente são re-
lacionados ao sistema. Eles ficam ocultos, pois alterações podem 17 D
danificar o Sistema Operacional. 18 E
( ) - Existem vários tipos de arquivos, como arquivos de textos,
arquivos de som, imagem, planilhas, sendo que o arquivo .rtf só é 19 B
aberto com o WordPad. 20 B
( ) - Nas versões Vista, 7, 8 e 10 do Windows, é possível usar
criptografia para proteger todos os arquivos que estejam armazena-
dos na unidade em que o Windows esteja instalado. ANOTAÇÕES
( ) - O Windows Explorer é um gerenciador de informações,
arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da
Microsoft. ______________________________________________________
( ) - São bibliotecas padrão do Windows: Programas, Documen-
tos, Imagens, Músicas, Vídeos. ______________________________________________________
A sequência CORRETA das afirmações é:
(A) F, V, V, F, F. ______________________________________________________
(B) V, F, V, V, F.
______________________________________________________
(C) V, F, F, V, V.
(D) F, V, F, F, V. ______________________________________________________
(E) V, V, F, V, F.
______________________________________________________
20. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - ASSISTENTE SOCIAL - OBJETI-
VA/2019) Em relação ao sistema operacional Windows 10, analisar ______________________________________________________
os itens abaixo:
I. Possibilita o gerenciamento do tempo de tela. ______________________________________________________
II. Disponibiliza somente uma atualização de segurança por
ano. ______________________________________________________
III. Possibilita a conexão de contas da Microsoft entre usuários. ______________________________________________________
IV. Possui recursos de segurança integrados, incluindo firewall
e proteção de internet para ajudar a proteger contra vírus, malware ______________________________________________________
e ransomware.
Estão CORRETOS: ______________________________________________________
(A) Somente os itens I, II e III.
(B) Somente os itens I, III e IV. ______________________________________________________
(C) Somente os itens II, III e IV
(D) Todos os itens. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 A
______________________________________________________
2 D
______________________________________________________
3 CERTO
4 A ______________________________________________________
5 B ______________________________________________________
6 C
______________________________________________________
7 D
8 A ______________________________________________________
9 A ______________________________________________________
10 C
______________________________________________________

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CONHECIMENTOS GERAIS
DO MUNICÍPIO

Tendo abastecido seus navios, de água, lenha e frutos nativos,


TEXTO CONHECIMENTOS SOBRE O MUNICÍPIO DE Martim Afonso de Souza prosseguiu em sua viagem na direção sul.
SAQUAREMA* PARTE ORIGEM E DADOS HISTÓRICOS Permaneceu na Baía de Guanabara por cerca de oito meses, indo
DA REGIÃO DE SAQUAREMA. PRIMEIRAS OCUPAÇÕES, depois para São Paulo, onde fundou a primeira vila do Brasil, em
EVOLUÇÃO HISTÓRICA, ECONÔMICA E ADMINISTRATIVA: 1532, São Vicente.1
DADOS RELEVANTES. INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE ÁREA, Em 1534 foram criadas as capitanias hereditárias como forma
ALTITUDE, CLIMA, RELEVO; SISTEMAS COSTEIRO, LAGUNAR de divisão territorial e administrativa para promover a colonização
E HIDROGRÁFICO; PARQUES, UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E do Brasil. D. João III doou a Martim Afonso de Souza a Capitania
ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA REGIÃO. LOCALIZAÇÃO de São Vicente; que compreendia, inclusive; as terras da região de
DO MUNICÍPIO,POPULAÇÃO,LIMITES MUNICIPAIS,DISTRITOS; Saquarema.
VIAS DE ACESSO; CARACTERÍSTICAS URBANAS; ATIVIDADES No entanto, a ocupação efetiva do território terra continua-
ECONÔMICAS PREDOMINANTES; SERVIÇOS BÁSICOS. va sendo problemática, pelas grandes extensões das capitanias e
PATRIMÔNIO NATURAL, HISTÓRICO, MATERIAL E IMATERIAL. pouco interesse dos donatários em se fixar em locais remotos sem
DATAS COMEMORATIVAS; ATRAÇÕES, EVENTOS E ESPAÇOS qualquer recurso para, inclusive, enfrentar ataques de franceses e
DE DESTAQUE DO MUNICÍPIO; POSIÇÃO DO MUNICÍPIO piratas que vinham à costa para explorar o pau brasil.
NA DIVISÃO REGIONAL TURÍSTICA DO ESTADO E SUA
Ao mesmo tempo que a presença dos franceses se intensificava
CLASSIFICAÇÃO. ASPECTOS E INDICADORES SOCIAIS,
na região, o tráfico prosperava com a ajuda dos Tamoios. As desa-
ECONÔMICOS E FINANCEIROS
venças entre os índios e os portugueses teriam iniciado logo no iní-
cio da colonização, quando as relações começaram a se desgastar2.
A história do desbravamento do território do atual Município A guerra travada entre portugueses e Tamoios em 1575 foi con-
de Saquarema teve início no princípio do século XVI, poucos anos sequência dessa situação, como parte dos inúmeros conflitos que
depois do descobrimento do Brasil. Após 26 anos da expedição de concorreram para a morte e escravização de milhares de indígenas
Américo Vespúcio, que em 1503 aportou na região de Cabo Frio e no período colonial. Em 1575, o governador do Rio de Janeiro, An-
ali permaneceu até o início de 1504, retornando a Portugal com um tônio Salema, comandou um destacamento de 400 homens das re-
carregamento de pau brasil, D. João III, rei de Portugal, concebeu giões da Baía de Guanabara, São Vicente e Espírito Santo acrescido
outra estratégia de ocupação do novo território: estabelecer pontos de grande contingente de índios catequizados, que seguiram por
onde se provesse de mantimentos e homens e fundar uma colônia terra e mar em direção a Cabo Frio.
nas margens do Rio da Prata. Na ocasião, muitos franceses desertaram e após sangrentos
Para tanto, foi organizada uma frota composta de 2 naus, 1 embates, os Tamoios foram vencidos. Salema chegou a matar mais
galeão, 2 caravelas e 400 pessoas, entre tripulantes e passageiros. de dois mil índios e escravizar mais de quatro mil deles. Outros nú-
Por uma carta régia de 20 de novembro de 1530, confiou a direção meros apontam para uma quantidade incontável de mortos e cifras
dessa frota a Martim Afonso de Souza, dando-lhe poderes extraor- de oito a dez mil tamoios escravizados. Salema dividiu as famílias
dinários, entre os quais “tomar posse e colocar marcos em todo o indígenas, enviando uns para São Vicente e outros para o Rio de
território até a linha demarcada.” Janeiro”3.
A frota zarpou do porto de Lisboa em 3 de dezembro de 1530, A esse respeito, é de referir a tese, segundo a qual o embate te-
chegando à baía de Todos os Santos em 13 de março de 1531. No ria ocorrido na região de Saquarema, mais precisamente na região
dia 17 deste mês, Martim Afonso de Souza reiniciou sua viagem de Sampaio Correa, então denominada Maranguá, segundo repor-
para o sul. Passados dias, após contornar o Cabo Frio, fundeou no tagem do jornal de Saquarema, “O Saquá” (Ed. 240, 2019).
Costão em frente ao antigo ‘Morro do Sambaqui’, hoje conhecido Saquarema teve como núcleo inicial de povoamento um lugar
pelo nome de Morro do Canto. chamado Carmo, onde, em 1594, padres da Ordem do Carmo ob-
Nesse local, encontrou regular número de índios Tamoios, obe- tiveram algumas sesmarias. Os religiosos iniciaram, logo ao chegar,
dientes à chefia de um índio denominado ‘Sapuguaçu’. Habitavam a construção de um convento que denominaram de Santo Alberto,
choças construídas em troncos de árvores e cobertas com palhas do qual existe apenas imagem em um dos altares da atual igreja
de tabua ou pita. Suas embarcações, feitas de um só tronco, eram matriz.
ligeiríssimas, causando pasmo a rapidez e perícia com que eram di- Após a chegada dos carmelitas, outras sesmarias foram conce-
rigidas. Denominavam o local onde moravam de socoa-y-rema (lago didas nas redondezas, o que motivou a criação de várias fazendas
sem conchas, na língua indígena). Em outra versão, soco-rema sig- nas terras de Saquarema.
nificaria bando de socós, referindo-se a uma espécie de ave pernal- Entre 1660 e 1662, Manoel Aguilar Moreira e sua mulher Cata-
ta que abundava na lagoa. rina mandaram erigir, em torno de 1660, no outeiro à beira do mar,
debruçada sobre a orla da lagoa de Saquarema, uma capela para
os moradores da localidade dedicada à Nossa Senhora de Nazaré.
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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Quinze anos depois, o prédio foi substituído por outro de maiores A estação de trem de Bacaxá foi o principal indutor do desen-
dimensões. Por volta de 1820 foi construída, sobre os alicerces da volvimento do centro comercial de Saquarema. Ali era embarcada
antiga capela, a igreja de Nossa Senhora de Nazaré com as feições a produção local, ao mesmo tempo que chegavam ao seus desti-
que conhecemos4 nos os bens e itens da capital e das cidades vizinhas. A população
Em 1755, o povoado foi elevado à condição de Freguesia, su- acorria para ver a chegada e saída dos trens, o espaço se animava,
bordinada a Cabo Frio. A pesca era principal atividade local. estabelecimentos eram abertos. A cidade crescia.
Em 1841, foi desmembrada de Cabo Frio e elevada à categoria A partir dos anos 1950, teve início uma política de abertura de
de vila com a denominação de Nossa Senhora de Nazaré de Saqua- estradas e priorização do transporte rodoviário, que nesse caso foi
rema. primeiramente traduzida com a pavimentação da RJ 106. A medida
permitiu acesso mais fácil e rápido aos municípios da Região dos
O desenvolvimento reduzido do município, no entanto, deter-
Lagos e se tornou uma alternativa mais competitiva em relação ao
minou sua extinção em 1859, sendo seu território anexado à vila de
transporte ferroviário. Posteriormente, ocorreram a abertura da BR
Cabo Frio e sua sede passando para Araruama.
101 e a construção da Ponte Rio Niteroi.
Em meados do século XIX, um súbito progresso provocado pelo
O trecho da linha férrea Maricá - Cabo frio teve suas atividades
avanço do café, no entanto, fez com que Saquarema fosse restituída
encerradas em 1962.
à condição de vila em 1860 com a denominação de Nossa Senhora
de Nazaré de Saquarema, com território desmembrado dos muni- Usina Santa Luiza
cípios de Cabo Frio e Araruama. Sua reinstalação ocorreu em 1861. Criada em 1936, a S/A Agrícola Santa Luiza ocupava cerca de
Em 1890, a vila foi elevada à categoria de cidade e sede do mu- 17 fazendas no terceiro distrito de Saquarema, (atual Sampaio Cor-
nicípio com a denominação de Saquarema pelo Decreto Estadual rea) . Em sua melhor fase, produzia e exportava 1 milhão de sacas
n.º 28, de 03-01-1890. de açúcar, produção superada apenas por Campos dos Goytacazes,
maior produtor do Estado do Rio.
Em 1892 foram criados os distritos de Mato Grosso e Palmi-
tal e anexados ao novo município de Saquarema. Ambos tiveram A Usina produzia açúcar, álcool e melaço e para o escoamen-
suas denominações alteradas na primeira metade do século XX: Em to de sua produção tinha um trem próprio, com uma locomotiva a
1938, o distrito de Palmital passou a denominar-se Bacaxá; e em vapor e 8 vagões. Chegou a empregar cerca de 4 mil trabalhadores,
1943, o distrito de Mato Grosso passou a denominar-se Maranguá, movimentando a economia e o desenvolvimento do município de
denominação alterada para Sampaio Correa em1946. Saquarema e da região.
Com relação à economia local, cabe destacar também o papel Foi fechada na década de 1970, restando no local as ruínas de
da mão de obra escrava, fundamental para a produção e o desen- suas duas torres e outras edificações.
volvimento da região, bem como os maus tratos e a crueldade de Aeroporto
seus senhores, citados por vários autores. Nesse sentido, deve ser Em 1937 a Força Aérea Brasileira – FAB construiu um campo
registrado o episódio da revolta na fazenda Ipitangas e do Quilom- de pouso na restinga do distrito- sede, com o propósito de ser uti-
bo de Bacaxá, ambos tendo como resultado os castigos e mortes lizado como ponto de defesa e vigilância da costa na guerra que se
dos envolvidos. Ao final, a abolição e o êxodo dos trabalhadores anunciava (Segunda Guerra Mundial). Após o término desta guerra,
gerou um forte retrocesso na economia da região. o campo de pouso e as duas casas da Aeronáutica construídas na
Também no século XIX, duas expedições passaram pela região praia então absolutamente deserta, passaram a ficar subordinados
de Saquarema: à Escola de Cadetes da FAB e a serem utilizados para o treinamento
Entre 1815 e 1817, o Príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied, de pilotos.
naturalista alemão, percorreu os atuais estados do Rio de Janeiro, A partir de 1955, Saquarema começou a se transformar, pas-
Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia e pernoitou nas fazendas Ipi- sando de um município agro- pesqueiro e centro religioso de ro-
tangas, de propriedade de Francisco Leite Pereira de Andrade e Tiri- marias para local de veraneio das camadas médias e médias baixas
rica, de Francisco de Macedo Freire de Azeredo Coutinho. metropolitanas. Essa função de local de veraneio passou a consti-
Nos anos 1830 Charles Darwin, naturalista britânico esteve em tuir o principal vetor de crescimento urbano, baseado na doação
expedição no Brasil e no entorno da Lagoa de Jaconé fez descober- de terras públicas do distrito-sede a veranistas metropolitanos de
tas e registros importantes sobre rochas de praia (beachrocks), suas classes médias, que ali edificaram residências secundárias, de ve-
características e propriedades. raneio. Através de tais doações a Prefeitura buscava desenvolver o
local, baseada na premissa de que urbanização significa desenvol-
Principais eventos da primeira parte do século XX
vimento.
Estrada de Ferro Maricá
Durante as décadas de 70 e 80, a especulação mobiliária desen-
A Estrada de Ferro Maricá (EFM) teve seu primeiro trecho inau- cadeou o veraneio que passou a ser a maior fonte de arrecadação
gurado em 1887, ligando os municípios de São Gonçalo a Maricá. dos municípios litorâneos, como conseqüência, gerou a criação de
Desde então, a ferrovia se tornou o principal meio de transporte da diversos loteamentos.
região, até então desprovida de outras vias de acesso e com estra-
O processo de parcelamento acelerado do solo e o surgimento
das vicinais precárias.
da atividade de veraneio com o fenômeno da “segunda residência”,
No território de Saquarema foram construídas as estações de visível em todo litoral brasileiro, trouxe como conseqüência a urba-
Sampaio Correa (antiga Mato Grosso) e Bacaxá, em 1913. Buscava- nização crescente e desordenada, sem a necessária infra-estrutura
-se a realização do transporte de cargas em menor tempo e com básica de saneamento, abastecimento de água e de um local para
maior segurança, além de ser um meio de escoamento de produtos disposição final dos resíduos sólidos.
vindos do interior fluminense, e de facilitar o acesso da população
à Niterói, então capital do Estado.

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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Área do Municípío em 2021: 352,130 km 3º - Sampaio Correa
Clima: tropical úmido Características urbanas
Relevo: O relevo da região é constituído por serras que formam Saquarema está situada a 100 km do Rio de Janeiro. A RJ-106 é
um arco ao norte, delimitando-a, por colinas e por amplas baixa- o principal acesso ao município, tendo Maricá a oeste e Araruama
das formadas por restingas e material trazido pelos rios. Ali se en- a leste. A RJ-128 atravessa o território no sentido sul-norte, alcan-
contram na divisa com Rio Bonito as serras de Amar e Querer, Boa çando a Via Lagos (RJ 124) em Rio Bonito. A RJ-118 liga o distrito de
Esperança, Portela, Boqueirão, Catimbau e Tingui. Nos limites com Sampaio Correia à localidade de Ponta Negra, em Maricá. O percur-
Tanguá, a serra Redonda e na divisa com Maricá as serras de Jaconé, so litorâneo é servido pela RJ-102.
Ponta Negra e Urussanga. Além dessas, distinguem-se também as A sede municipal apresenta topografia extremamente suave e
de Mato Grosso, Palmital e Castilhana. Seus pontos culminantes se caracteriza-se como centro histórico constituído pelas áreas próxi-
localizam nas serras de Mato Grosso e Tingui. Nas baixadas domi- mas à Igreja Matriz, implantada no século XVI, no alto do pontal
nam as lagoas e extensos brejos periféricos. rochoso, entre a Lagoa de Saquarema e o oceano.
As matas de baixada foram quase totalmente suprimidas, inclu- O município tem os seguintes serviços regulares de transporte
sive as situadas nas margens dos rios, sendo substituídas por pasta- de passageiros: ônibus intramunicipal, ônibus intermunicipal (que
gens. Todavia, boas parcelas de Mata Atlântica podem ser vistas nas atende também ao deslocamento entre bairros), táxi, serviço por
montanhas e uma amostra valiosa de mata de restinga encontra-se aplicativo e ciclovia.
preservada na Reserva Ecológica de Jacarepiá.
Na economia local, são destaques as atividades de comércio e
O Município integra a Região Hidrográfica IV (Lagos São João) serviços, a pesca e a pecuária, a construção civil, bem como as ini-
do Estado do Rio de Janeiro, conformando, com Maricá, uma área ciativas do poder local de apoio ao pequeno produtor e de atração
específica que reúne as bacias das lagoas de Saquarema, Jaconé e de empreendimentos para o Polo de Desenvolvimento localizado
Jacarepiá e a área de restinga. em Sampaio Correa.
Unidades de Conservação: Recentemente, a Prefeitura firmou convenio com a FIPERJ vi-
Saquarema faz parte das seguintes unidades de conservação sando desenvolver e fomentar, de forma sustentável, a pesca e a
estaduais aquicultura no município.
Parque Estadual da Costa do Sol Em Sampaio Correa está o Horto Municipal, onde a Secretaria
Criação: Decreto Estadual nº 42.929 de 18 de abril de 2011 Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca desenvolve um
projeto de produção e doação de mudas de plantas nativas, frutífe-
Abrange os Municípios de Araruama, Armação de Búzios, Ar-
ras e hortaliças.
raial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema e São Pedro da Aldeia.
O Parque de Exposições do Município, em Sampaio Correa, foi
-APA de Massambaba
inaugurado em abril de 2022.
Criação: Decreto Estadual nº 9.529, de 15 de dezembro de
Com relação ao turismo, Saquarema faz parte da categoria B
1986. A Lei Estadual nº 6.128, de 28 de dezembro de 2011, mo-
no Mapa do Turismo brasileiro, ou seja, o segundo grau mais alto
dificou os limites na porção situada no município de Saquarema.
de desempenho econômico do setor. No Plano Diretor de Turismo
Abrange os Municípios de Araruama, Arraial do Cabo e Saquarema.
do Estado, foram estabelecidas doze regiões o Município integra a
Constam, ainda, do território municipal: região Costa do Sol, juntamente com os Municípios de Araruama,
Reserva Ecológica de Jacarepiá – compreende um sistema de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Carapebus, Casimi-
lagoa e terrenos alagadiços, isolados do mar pela Restinga de Mas- ro de Abreu, Macaé, Maricá, Quissamã, Rio das Ostras, São Pedro
sambaba. Situada em Villatur, bairro de Saquarema. da Aldeia.
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) – categoria de O conjunto formado pela Região Metropolitana, a Costa do Sol,
unidade de conservação de domínio privado, prevista no Sistema a Costa Verde, a Serra Verde Imperial, as Agulhas Negras e o Vale do
Nacional de Unidades de Conservação. No território de Saquarema Café é considerado estratégico para o desenvolvimento do turismo.
existe uma RPPN, denominada Mato Grosso, com 26, 11 ha. Essas seis regiões apresentam produtos e roteiros já consolidados
Localização: Conforme o Mapa das Regiões de Governo e Mu- ou com potencial de rápida consolidação, com vistas à comerciali-
nicípios do Estado (2019) e a Divisão Regional segundo as mesorre- zação.
giões, microrregiões geográficas e Municípios12, Saquarema tem a Patrimônio material
seguinte localização: Igreja Nossa Senhora de Nazareth – Concluída no século XIX,
Região:Baixadas Litorâneas, juntamente com os Municípios de anos 1830, e majestosamente erguida sobre um penhasco, é um
Araruama, Armação dos Buzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casemi- dos cartões-postais da cidade. Também conhecida como igreja ma-
ro de Abreu, Iguaba Grande, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia e triz de Saquarema. Considerado um dos primeiros templos ergui-
Silva Jardim. dos em devoção a Nossa Senhora de Nazareth, a igreja possui nave
Mesorregião: Baixadas única e um corredor lateral junto da torre sineira. Ao fundo fica o
cemitério municipal, que abriga em uma pequena capela a imagem
Microrregião: dos Lagos, da qual também fazem parte os Mu-
da virgem achada pelos pescadores. Este culto veio de Portugal, da
nicípios de Araruama, Armação dos Buzios, Arraial do Cabo, Cabo
localidade de pescadores denominada Nazaré, em homenagem à
Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia.
cidade de nascimento da Virgem. Em geral, as igrejas dedicadas à
Limites municipais: Araruama, Maricá, Rio Bonito e Tanguá Nossa Senhora de Nazaré se localizam sobre um rochedo à beira-
População no último censo 2010 74.234 pessoas -mar e devem ser vistas a grande distância, pois a devoção está li-
População estimada para 2021 91.938 gada à proteção dos navegantes e pescadores. Este parece ter sido
o primeiro templo erguido no Brasil sob esta invocação de Nossa
Distritos: O Município é formado por três distritos: Senhora. Foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultu-
1º - Sede 2º - Bacaxá ral (Inepac) em 2001.
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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Praça Nossa Senhora de Nazareth Mirante da Cruz – Situado no Morro do Cruzeiro, proporciona
Câmara Municipal - Construída no século XIX, foi a primeira vista espetacular das lagoas e serras da região. No Mirante encon-
sede da câmara municipal e prefeitura da cidade de 1841 até 1978. tra-se uma cruz metálica com 15 metros de altura, em memória da
Atualmente funciona no local a Casa de Cultura Walmir Ayala. primeira missa celebrada no Brasil.
Patrimônio imaterial Feriados e datas comemorativas
Banda Sociedade Musical Santo Antônio de Bacaxá – Fundada -Aniversário da cidade - 08 de maio
em 17 de abril de 1979, a banda pertence à cultura de Saquarema. -Santo Antonio – 13 de junho
São ao todo 26 integrantes. Em geral, apresenta-se em eventos cul- -Festa da Padroeira, Nossa Senhora de Nazaré – 08 de setem-
turais, religiosos e desfiles cívicos. Rua Ernestina Bravo. bro
Espaços culturais Os distritos de Bacaxá e Sampaio Correa têm como padroeiros,
Casa de Cultura Walmir Ayala – Funciona na antiga sede da câ- respectivamente, Santo Antonio (13 de junho) e Nossa Senhora da
mara municipal e prefeitura da cidade. Possui uma exposição per- Conceição (8 de dezembro).
manente do acervo do escritor e crítico de arte Walmir Ayala, que Festas tradicionais
morou em Saquarema. No espaço funciona a biblioteca municipal
Círio de Nazaré - teve sua 392º edição em 2022 e faz parte das
José Bandeira, com acervo de mais de 20 mil títulos.
comemorações da festa da padroeira da cidade. Conforme a Vene-
A casa também conta com o Teatro Mário Lago, com capacida- rável Irmandade de Nossa Senhora de Nazareth de Saquarema, é o
de para 162 pessoas e programação cultural variada. O teatro tem primeiro Círio de Nazaré do país, o que faz com que Saquarema seja
um espaço, a Salarte, dedicado a exposições artísticas. Rua Cel. Ma- o berço desta devoção no Brasil. Estima-se que a cidade, por oca-
dureira. sião do Círio, receba um fluxo de romeiros e peregrinos em torno de
Casa do Nós – Promove espetáculos teatrais que valorizam te- 200 mil fiéis. Ocorre entre os dias finais de agosto e 08 de setembro,
mas e tradições da região. Quinzenalmente, acontece o Show das dia da padroeira, Nossa Senhora de Nazaré de Saquarema.
Ondas, um programa de auditório com teatro, música, dança e po- Festa do Divino Espírito Santo– é realizada no dia de Pentecos-
esia, aberto para quem quiser participar. Conta com um teatro de tes, sete semanas após o domingo de Páscoa. A Folia do Divino já
bolso de 60 lugares e a Lona Cultural Renato Aragão, onde acon- existia antes de 1769, mas a data ficou marcada devido à constru-
tecem os espetáculos teatrais e as sessões de cinema. O projeto ção do coreto denominado Império do Divino (mais antigo do que
é realizado em parceria com o Sesc-Rio e o grupo Nós do Morro e a própria Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazareth, datada de
procura expandir a experiência bem-sucedida do grupo que oferece 1837), doada pelo fazendeiro Sr. Tomás Cotrim de
cursos de formação nas áreas de teatro e cinema para jovens do
Carvalho, para abrilhantar a festa. A Folia do Divino faz parte da
morro do Vidigal, no Rio de Janeiro. Rua Beatriz Amaral Pereira.
cultura e da religiosidade do povo saquaremense, tendo mantido
Templo do Rock – Exibe peças de roupas, discos, prêmios, li- a tradição da Benção da Mesa, uma espécie de banquete coletivo,
vros, cartazes, filmes em VHS e outros materiais sobre a vida do quando se oferece frutas, pão e vinho aos devotos; este culto reli-
cantor Serguei, morador de Saquarema e personalidade emblemá- gioso hoje é único no Estado do Rio de Janeiro.
tica da Região dos Lagos. A casa cenográfica já recebeu mais de 20
Também se destacam no Município as festas de Semana Santa,
mil visitantes e retrata os anos 60 nos ambientes, decoração e obje-
Corpus Christi, Santo Antonio, São João, São Pedro e Nossa Senhora
tos expostos. Avenida Vila Mar, Itaúna.
da Conceição Aparecida.
Círculo Artístico de Saquarema – O Cacs elabora projetos cul-
Surf – Conhecida como capital do surf, Saquarema sedia, além
turais e ambientais, promove festivais, exposições de arte, feiras,
do “Saquarema Surf Festival” campeonatos e torneios, nacionais e
concertos e mostras de cinema na cidade. No Lake’s Shopping, Ave-
internacionais, com recordes de público, em face tanto da beleza e
nida Saquarema.
qualidade de suas praias e ondas como pela ascensão do esporte
Destaques em nível mundial.
Museu do Sambaqui da Beirada – É a primeira exposição ar- Outros Eventos
queológica ao ar livre de sambaquis no Brasil. Abriga esqueletos in-
Canta Saquá – É um festival de corais realizado pela Secretaria
dígenas, além de conchas, lâminas de machado, cascas de ostras e
Municipal de Educação e Cultura, que reúne entre 20 e 30 corais de
restos de cozinha, cercados e expostos ao público. Datado de 4.520
todo o estado. Em julho, na Praça Oscar Macedo.
anos, o sambaqui – palavra de origem indígena que significa, em
tupi, tambá (concha) e ki (amontoado) – constitui a mais antiga ocu- Poesia na Rua – O projeto é desenvolvido pelo Núcleo de Poe-
pação humana de Saquarema. Os primitivos habitantes da região sia Alberto de Oliveira, um grupo de poetas, músicos e artistas que
viviam em grupos familiares e confeccionavam armas, adornos e se reuniu para promover atividades literárias no município e criou
instrumentos com pedras, ossos, dentes de animais, conchas de um sarau a céu aberto no calçadão de Bacaxá, com varal de livros e
moluscos e outros materiais há muito desaparecidos. poesias. Os encontros são realizados toda terça-feira, nas chamadas
Terças Poéticas. O público pode participar apresentando poesias,
Os sambaquis de Saquarema são protegidos por lei federal e
peças, músicas, depoimentos, filmes etc.
registrados pelo Centro Nacional de Arqueologia do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Cadastro Na- Feira Cultural de Saquarema – Reúne artistas, artesãos, pesca-
cional de Sítios Arqueológicos15 por sua relevância arqueológica dores e agricultores que divulgam a cultura local, produtos regionais
e fonte de conhecimento sobre a cultura do homem pré-histórico e incrementam o agronegócio no município. Cerca de 40 barracas
brasileiro. Rua do Sambaqui da Beirada – Barra Nova. são montadas com artesanato, comidas típicas e produtos agrope-
cuários. Também acontecem mostras de literatura, artes plásticas e
Coral Escola que Canta – O projeto é da escola municipal Pre-
turismo. O evento conta com apresentações de dança, teatro, con-
sidente Castelo Branco. Composto por 40 alunas, costuma se apre-
cursos de moda e poesia, além de premiações. O evento inclui uma
sentar em eventos nas datas comemorativas da cidade
exposição de trabalhos feitos durante o ano por alunos das escolas
municipais. Em novembro, na Praça Oscar Macedo Soares.
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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Feira de Artesanato – Existe há mais de 30 anos e conta com a A estrutura administrativa municipal dispõe de 4.351 servido-
participação de artesãos de toda a cidade: há joalheria em prata, res, o que resulta em uma média de 48 funcionários por mil habi-
bijuterias, trabalhos em couro, biscuit, cerâmica, cordoaria com si- tantes.
sal e folhas de bananeira, entre outros. Praça Oscar Macedo Soares. A receita total do município de Saquarema foi a 13ª do estado
Personalidades do Município (em comparação que não inclui a capital). Suas receitas correntes
José Pereira dos Santos, Barão de Saquarema – fazendeiro no estão comprometidas em 63% com o custeio da máquina adminis-
Município de Saquarema e natural de Rio Bonito, era Tenente Coro- trativa.
nel da Guarda Nacional e Comendador da Imperial Ordem da Rosa. Em relação às receitas vinculadas ao petróleo, o município teve
Muito influente na corte, foi determinante no processo de eman- nelas 60% de sua receita corrente total, no ano de 2020, 3ª coloca-
cipação do município de Saquarema, juntamente com o Barão de ção no estado.
Itaboraí e outros fazendeiros da região. Liderou a convocação de Com relação aos itens Trabalho e Rendimento em 2020, con-
voluntários e donativos para a Guerra do Paraguai e realizou benfei- forme o IBGE
torias em Saquarema. Doou o prédio da Câmara ao Município, onde
-O salário médio mensal dos trabalhadores formais está situa-
exerceu funções de primeiro juiz substituto e delegado de polícia.
do na faixa de 1,7 salários mínimos
Humanista e pré abolicionista, deixou, ao morrer (em 1874) todos
os seus bens para seus escravos: -O quantitativo de pessoal ocupado é de 18.696 pessoas
José Bandeira - Nascido em 1909, o pescador e poeta foi o au- -O percentual da população ocupada é de 20,6 %
tor do hino oficial do município. Faleceu em 1989.
Alberto de OIiveira – Poeta, nasceu em Saquarema, em abril ASPECTOS E INDICADORES SOCIAIS, ECONÔMICOS E FI-
de 1857, e foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, NANCEIROS
além de membro da Academia Fluminense de Letras.. É conside-
rado um dos precursores do parnasianismo no Brasil, ao lado de ECONOMIA
Olavo Bilac e Raimundo Corrêa. Faleceu em janeiro de 1937.
Francisco José de Oliveira Viana – Sociólogo, professor e jurista, PIB per capita [2019] 120.175,92 R$
nasceu na localidade fluminense do Rio Seco de Saquarema, em Percentual das receitas oriun-
1883. Autor de extensa obra, faleceu em 1951, após ingressar na das de fontes externas [2015]
Academia Brasileira de Letras e ter uma participação ativa no go-
Índice de Desenvolvimento 0,709
verno Getúlio Vargas. Colaborou na escrita da legislação trabalhista
Humano Municipal (IDHM)
promulgada durante o Estado Novo. Sua casa em Niterói foi trans-
[2010]
formada em museu, depois de sua morte.
Walmir Ayala – foi poeta, romancista, memorialista, teatrólogo, Total de receitas realizadas 302.249,54 R$ (×1000)
e crítico de arte. Autor de uma obra bastante extensa em todos os [2017]
gêneros, inclusive para o público infanto juvenil, foi um dos escri- Total de despesas empenhadas 247.728,14 R$ (×1000)
tores mais premiados de sua geração em todos os gêneros de sua [2017]
atuação. Viveu por um período em Saquarema, até o final dos anos
1980. TRABALHO E RENDIMENTO
Serguei – Sergio Augusto Bustamante, cantor e compositor
brasileiro, extravagante, símbolo do rock performático, nasceu em Salário médio mensal dos tra- 1,7 salários mínimos
1933 e iniciou sua carreira em 1966. Morou nos Estados Unidos, balhadores formais [2020]
conviveu com roqueiros lendários, era considerado o cantor oficial Pessoal ocupado [2020] 18.696 pessoas
dos Hell’s Angels do Brasil. A partir de 1982 passou a residir em
População ocupada [2020] 20,6 %
Saquarema, tornando-se figura emblemática da Região dos Lagos.
Faleceu em 2019. Percentual da população com 36,3 %
Aspectos e indicadores sociais, econômicos e financeiros. rendimento nominal mensal
per capita de até 1/2 salário
Conforme dados do TCE, edição 2021: mínimo [2010]
Com referência aos resíduos sólidos urbanos, Saquarema inte-
gra o consórcio público Lagos I e dispõe seus resíduos em aterro
controlado. ASPECTOS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE SAQUARE-
MA CONFORME SUA LEI ORGÂNICA: AUTONOMIA, PODE-
A cobertura de mata atlântica abrange 17,05% do território RES E SÍMBOLOS MUNICIPAIS. DIVISÃO ADMINISTRATIVA
municipal. DO MUNICÍPIO. COMPETÊNCIAS MUNICIPAIS: PRIVATI-
O ensino infantil, fundamental e médio de Saquarema teve VAS, COMUNS E SUPLEMENTARES. VEDAÇÕES
18.817 alunos matriculados em 2020, uma variação de -2,9% em
relação ao ano anterior. Quanto ao Índice de Desenvolvimento da Administração pública
Educação Básica, a rede municipal alcançou a meta estabelecida
Poder Executivo:
pelo Ministério da Educação somente nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. A atual Prefeita de Saquarema é Manoela Ramos de Souza Go-
mes Alves, popularmente conhecida como Manoela Peres (DEM),
Em Saquarema, a cobertura de atenção básica alcança 61%
eleita em 2016, com 23.600 votos, correspondendo a 51.20% dos
da população, os agentes comunitários de saúde atendem 57% e a
votos válidos.
saúde bucal beneficia 53%. Os leitos destinados à internação hospi-
talar no município somam 96.

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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Poder Legislativo:
O Poder Legislativo é representado pela Câmara municipal, ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: CÂMARA E PREFEITURA.
composta por treze vereadores com mandato de 4 anos. Cabe aos CÂMARA MUNICIPAL: FUNÇÕES, COMPETÊNCIAS PRIVATI-
vereadores na Câmara Municipal de Saquarema, especialmente fis- VAS, POSSE, FUNCIONAMENTO. CONCEITOS SOBRE MAN-
calizar o orçamento do município, além de elaborar projetos de lei DATO, LEGISLATURA, SESSÃO LEGISLATIVA, SESSÕES ORDI-
fundamentais à administração, ao Executivo e principalmente para NÁRIAS E EXTRAORDINÁRIAS; COMISSÕES PERMANENTES
beneficiar a comunidade. Foram eleitos em 2016, para o período E ESPECIAIS. REGIMENTO INTERNO, PROCESSO LEGISLATI-
2017-2020, os seguintes vereadores: VO. MESA DIRETORA: MEMBROS, ELEIÇÃO, ATRIBUIÇÕES
Adriana de Vander (Presidente) E COMPOSIÇÃO. NÚMERO DE VEREADORES NA CÂMARA
MUNICIPAL DE SAQUAREMA. CONVOCAÇÕES DA CÂMA-
Roger Gomes
RA E PRAZO PARA OS ÓRGÃOS DO PODER EXECUTIVO
Bebeto do Rio Seco PRESTAREM INFORMAÇÕES E APRESENTAREM DO-
Abraão da Melgil CUMENTOS REQUISITADOS PELA CÂMARA
Evanildo Ferreira (Vanildo de Jaconé)
Draª Raquel Oliveira Tripartição do Poder
Janderson da Educação Na Constituição Federal encontramos a chamada “tripartição
Elisia Rangel do Poder” onde fundamentam suas respectivas existências o Poder
Rodrigo Borges Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Assim o municí-
pio dispõe de dois dos três poderes constituídos: o Poder Executivo
Bruno Pinheiro e o Poder Legislativo. Município é a unidade territorial e política,
Taeta componente da ordem federativa que enfeixa a União, os Estados,
Marcel Chagas os Municípios e o Distrito Federal tem a sua autonomia adminis-
trativa, política e financeira, entretanto, respeitando mutuamente
Eduardo Melo
as respectivas esferas de atuação e competência (Estado e União).
SÍMBOLO DO MUNICÍPIO
Câmara Municipal (Órgão Legislativo)
Câmara Municipal: funções, competências privativas, posse,
funcionamento. Conceitos sobre mandato, legislatura, sessão legis-
lativa, sessões ordinárias e extraordinárias; comissões permanentes
e especiais. Regimento Interno, Processo Legislativo. Mesa Direto-
ra: membros, eleição, atribuições e composição. Número de verea-
dores na Câmara Municipal de Saquarema. Convocações da Câmara
e prazo para os órgãos do poder executivo prestarem informações e
apresentarem documentos requisitados pela Câmara.
Vereador
A palavra vem de “verear” que define a pessoa que tem a in-
cumbência de cuidar do bem-estar dos moradores do lugar, por-
tanto, ele é o representante do povo na esfera municipal. Os Ve-
readores como agentes políticos agem de três formas: propondo,
estudando e aprovando leis; recomendando providências à Admi-
nistração Municipal, para atender as reclamações e necessidades
da população para melhoria de sua vida comunitária (indicações,
requerimento, moções), fiscalizando as atribuições e contas da Pre-
feitura, inclusive, da própria Câmara juntamente com o TCE (Tribu-
nal de Contas do Estado).
A Câmara Municipal de Saquarema possui por estrutura, es-
sencialmente, a sua Mesa Diretora e as Comissões Permanentes
(existindo, em casos específicos, a possibilidade da criação de Co-
missões Especiais e Comissões Parlamentares de Inquérito - CPI).
A Mesa Diretora da Câmara Municipal, como diz o próprio
nome, é o órgão de direção do Legislativo. Ela é composta pelo Pre-
sidente, Primeiro Vice-Presidente e Primeiro e Segundo Secretários.
A Mesa Diretora é quem preside as reuniões e sessões do Legislati-
vo e tem diversas atribuições estabelecidas no Regimento Interno
da Casa. Por seu turno, o Regimento Interno é a resolução que re-
gula as funções do vereador, seus direitos e deveres, o processo le-
gislativo, o modo de ser das reuniões e as penalidades ao vereador.
As Comissões Permanentes também previstas no Regimento
Interno possuem atribuições específicas por tema.
Segundo o art. 48 do Regimento Interno da Câmara Municipal
de Saquarema, “As Comissões são órgãos técnicos compostos de
03 (três) vereadores com a finalidade de examinar matéria em tra-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
mitação na Câmara e emitir parecer sobre a mesma, ou ainda de I- população, eleitorado e arrecadação não inferiores à quinta
investigar fatos determinados de interesse da Administração ou dos parte exigida para a criação de Município;
Munícipes.” II- existência, na povoação - sede, de pelo menos, treze mora-
dias, escola pública, posto de saúde e posto policial.
PREFEITO MUNICIPAL: COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS, POS- Parágrafo único - A comprovação do atendimento às exigências
SE, SUBSTITUIÇÃO, PROIBIÇÕES, LICENÇAS. LEIS DE SUA enumeradas neste artigo far-se-á mediante :
INICIATIVA. AUXILIARES DIRETOS. JULGAMENTO DE CRI- a)declaração emitida pela Fundação Instituto Brasileiro de Ge-
MES E INFRAÇÕES DO PREFEITO. ATOS DE COMPETÊNCIA ografia e Estatística, de estimativa de população;
DO PREFEITO E SEUS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS. ATOS b)certidão, emitida pelo Tribunal Regional Eleitoral, certifican-
MUNICIPAIS: PUBLICIDADE. PRAZOS DA CÂMARA E DA do o número de eleitores;
PREFEITURA PARA O FORNECIMENTO DE CERTIDÕES AOS
INTERESSADOS. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA PRE- c)certidão, emitida pelo agente municipal de estatística ou re-
FEITURA: ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO DIRETA E IN- partição fiscal do Município, certificando o número de moradias;
DIRETA d)certidão do órgão fazendário estadual e do municipal certifi-
cando a arrecadação na respectiva área territorial;
e)certidão, emitida pela Prefeitura ou pelas Secretarias de Edu-
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SAQUAREMA cação, de Saúde e de Segurança Pública do Estado, certificando a
existência de escola pública e dos postos de saúde e policial na po-
PREÂMBULO voação sede.
Nós os representantes do povo de Saquarema, constituídos em Art. 7º - Na fixação das divisas distritais serão observadas as
Poder Legislativo Orgânico deste Município, reunidos em Câmara seguintes normas :
Municipal, com as atribuições previstas no art. 29 da Constituição I - evitar-se-ão, tanto quanto possível, formas assimétricas, es-
Federal, votamos e promulgamos a seguinte LEI ORGÂNICA. trangulamentos e alongamentos exagerados;
I - dar-se-á preferência, para a delimitação, às linhas naturais,
TÍTULO I facilmente identificáveis; III - na existência de linhas naturais, utili-
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL zar-se-á linha reta, cujos extremos, pontos naturais ou não, sejam
facilmente identificáveis e tenham condições fixidez;
CAPÍTULO I
IV - é vedada a interrupção de continuidade territorial do Mu-
DO MUNICÍPIO
nicípio ou Distrito de origem.
SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único - As divisas distritais serão descritas trecho a
Art. 1º - O § 2°, do art. 15 da Lei Orgânica do Município de Sa- trecho, salvo para evitar duplicidade. Nos trechos que coincidirem
quarema passa ter a seguinte redação: com os limites municipais.
Art. 2º - São poderes municipais, independentes e colaborati- Art. 8º - A alteração de divisão administrativa do Município so-
vos entre si, o Legislativo e o Executivo. mente pode ser feita quadrienalmente, no ao anterior ao das elei-
ções municipais.
Parágrafo único - São símbolos do Município o Brasão, a Ban-
deira e o Hino, representativos de sua cultura e história. Art. 9º - A instalação do Distrito se fará perante o Juiz de Direito
da Comarca, sede do Distrito.
Art. 3º - Constituem patrimônio do Município os seus direitos,
os bens móveis e imóveis de seu domínio pleno direto ou útil, e a
renda proveniente do exercício das atividades de sua competência CAPÍTULO II
e prestação de serviços. DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
Art. 4º - A sede do Município dá - Ihe o nome e tem categoria SEÇÃO I
de cidade. DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA

SEÇÃO II Art. 10 - Ao Município compete prover a tudo quanto diga res-


peito ao seu peculiar interesse e ao bem estar de sua população,
DA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO
cabendo - Ihe, privativamente, dentre outras, as seguintes atribui-
Art. 5º - O Município poderá dividir - se, para fins administrati- ções:
vos em Distritos a serem criados, organizados, supridos ou fundidos I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - elaborar o Plano
após consulta plebiscitária à população diretamente interessada Diretor
observada a legislação estadual e o atendimento aos requisitos es- Nova redação dada pela Emenda n° 01/92
tabelecidos no art. 6º desta Lei Orgânica.
III- elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
§ 1º - A criação do Distrito poderá efetuar-se mediante dois ou
IV- criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação
mais Distritos, que serão supridos, sendo dispensada, nessa hipóte-
estadual;
se, a verificação dos requisitos do art. 6° desta Lei Orgânica.
V- manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
§ 2° - A extinção do Distrito somente se efetuará mediante con-
do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino funda-
sulta plebiscitária à população da área interessada.
mental e ainda; atendimento especial aos que não freqüentaram a
§ 3° - O Distrito terá o nome da respectiva sede, categoria será escola na idade própria;
de vila.
VI- elaborar o orçamento anual e plurianual de investimentos,
Art. 6º - São requisitos para a criação de Distrito : bem como a Lei de Diretrizes Orçamentárias
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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Nova Redação dada pela Emenda n.° 01/92 XXXII- organizar e manter os serviços de fiscalização necessá-
VII- instituir e arrecadar tributos, bem como aplicar as suas ren- rios ao exercício do seu poder de polícia administrativa;
das; VIII - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços público; XXXIII- fiscalizar, nos locais de vendas, peso, medidas e condi-
IX - dispor sobre organização, administração e execução dos ções sanitárias dos gêneros alimentícios;
serviços locais; X - dispor sobre administração, utilização e aliena- XXXIV- dispor sobre o depósito de venda de animais e merca-
ção dos bens públicos; dorias apreendidos em decorrência de transgressão da legislação
XI- organizar o quadro e estabelecer o regime jurídico e o plano municipal;
de carreira dos servidores públicos; XXXV- dispor sobre registro, vacinação e captura de animais,
XII- organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- com a finalidade perspícua de erradicar as moléstias de que possam
são ou permissão, os serviços públicos locais; ser portadores ou transmissores; XXXVI - estabelecer e impor pena-
lidades por infração de suas leis e regulamentos; XXXVII - promover
XIII- planejar o uso e a ocupação do solo em seu território, es-
os seguintes serviços :
pecialmente em sua zona urbana;
a)mercados, feiras e matadouros;
XIV- estabelecer normas de edificação, de loteamento, de arru-
amento e de zoneamento urbano e rural, bem como as limitações b)construção e conservação de estradas e caminhos munici-
urbanísticas convenientes à ordenação de seu território, e de ex- pais;
pansão urbana observadas a Lei Federal e Estadual. Nova Redação c)transportes coletivos estritamente municipais;
dada pela Emenda n.° 01/92 d)iluminação pública;
XV- concedere renovar licença para a localização e funciona- XXXVIII - regulamentar e padronizar o serviço de táxi, inclusive
mento de estabelecimentos industriais, comerciais, prestadores o uso de taxímetro; XXXIX - assegurar a expedição de certidões re-
de serviços e quaisquer outros; XVI - cassar a licença que houver queridas às repartições administrativas municipais, para defesa de
concedido ao estabelecimento que se tornar prejudicial à saúde, direitos e esclarecimento de situações, estabelecendo os prazos de
à higiene, ao sossego, à segurança ou aos bons costumes, fazendo atendimento;
cessar atividade ou determinando o fechamento do estabelecimen-
XL - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
to;
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
XVII- estabelecer servidões administrativas necessárias à reali-
§ 1° - As normas de loteamento e arruamento a que se refere
zação de seus serviços, inclusive à dos seus concessionários;
ao inciso XIX deste artigo deverão exigir reserva de área destinadas
XVIII- adquirir bens, inclusive mediante desapropriação; a:
XIX- regular a disposição, o traçado e as demais condições dos a)zonas verdes e demais logradouros públicos;
bens públicos de uso comum;
b)vias de tráfego e de passagem de canalizações públicas, de
XX- regulamentar a utilização dos logradouros públicos e, espe- esgotos e de águas pluviais nos fundos dos vales;
cialmente no perímetro urbano, determinar o itinerário e os pontos
c)passagem de canalizações públicas de esgotos e de águas
de parada dos transportes coletivos;
pluviais com largura mínima de dois metros nos fundos de lotes,
XXI- fixar os locais de estacionamento de táxis e demais veícu- cujo desnível seja superior a um metro da frente ao fundo.
los; Nova Redação dada pela Emenda n.° 01/92
§ 2° - A lei complementar de criação de guarda municipal esta-
XXII- conceder, permitir ou autorizar os serviços de transporte belecerá a organização e competência dessa força auxiliar na prote-
coletivo e de táxis, fixando as respectivas tarifas; ção dos bens, serviços e instalações municipais.
XXIII- fixar e sinalizar as zonas de silêncio, de trânsito e tráfego XLI - promover a integração, política social e cultural da Região
em condições especiais; dos Lagos, objetivando a união com os demais Municípios no de-
XXIV- disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar a tone- senvolvimento e a solução dos problemas regionais;
lagem máxima permitida a veículos que circulem em vias públicas XLII - manter contato com as entidades representativas das
municipais; comunidades situadas na Região dos Lagos, autoridades das três
XXV- tornar obrigatória a utilização da estação rodoviária, esferas de governo e quaisquer outras entidades nacionais e estran-
quando vier; geiras, cuja atuação e objetivos sejam úteis à integração e desenvol-
XXVI- sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais bem vimento da região, estimulando o associativismo e dando cumpri-
como regulamentar e fiscalizar sua utilização; mento ao disposto no inciso anterior;
XXVII- prover sobre a limpeza das vias e logradouros públicos, Parágrafo único -
remoção e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos de qual- Nova Redação dada pela Emenda n.° 01/92
quer natureza; XLIII - tornar obrigatório os plantões de Farmácias e Drogarias
XXVIII- ordenar as atividades, fixando condições e horários para estabelecidas no Município, aos domingos e feriados tendo a Pre-
funcionamento de estabelecimento industriais, comercias e de ser- feitura a incumbência de organizá-las; XLIV - tornar obrigatório o
viços, observadas as normas federais pertinentes; uso de lonas ou assemelhados nos veículos que estiverem trafegan-
XXIX- dispor sobre os serviços funerários e de cemitérios; do em perímetro urbano do Município transportando pedras brita-
das, areias, saibros ou assemelhados.
XXX- regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar a afi-
xação de publicidade e propaganda, nos locais sujeitos ao poder de
polícia municipal;
XXXI- hospitalares de pronto-socorro, por seus próprios servi-
ços ou mediante convênio com instituição especializada;

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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
SEÇÃO II V- manter a publicidade de atos, programas, obras, serviços e
DA COMPETÊNCIA COMUM campanhas de órgão públicos que não tenham caráter educativo,
informativo ou de orientação social, assim como a publicidade da
Art. 11 - É da competência administrativa comum do Municí- qual constem nomes, símbolos que caracterizem promoção pessoal
pio, da União e do Estado, observada a lei complementar federal, o de autoridades ou servidores públicos;
exercício das seguintes medidas : VI- outorgar isenções e anistias fiscais, ou permitir a remissão
I- zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições, de dívidas, sem interesse público justificado, sob pena de nulidade
democráticas e conservar o patrimônio público; do ato;
II- cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia VII- exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
das pessoas portadoras de deficiência; VIII- instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
III- proteger os documentos, impedindo a evasão, a destruição encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção
e a descaracterização das obras e outros bens de valor histórico, em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, in-
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis dependentemente da denominação jurídica dos rendimentos títu-
e os sítios arqueológicos; los ou direitos;
IV- proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à IX- estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de
ciência; qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino;
V- proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual- X- cobrar tributos:
quer de suas formas; VI - preservar as florestas, a fauna e a flora; a - Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
VII- fomentar a produção agropecuária e organização do abas- vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
tecimento alimentar; b - no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
VIII- promover o programa de construção de moradias e a me- lei que os instituiu ou aumentou;
lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; XI- utilizar tributos com efeito de confisco;
IX- combater as causas da pobreza e os fatores de marginaliza- XII- estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por
ção, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; meio de tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização
X- registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de vias conservadas pelo Poder Público;
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seu XIII- instituir impostos sobre :
território;
a)patrimônio, renda ou serviço da União, do Estado e de outros
XI- estabelecer e implantar política de educação para seguran- Municípios;
ça do trânsito;
b)templos de qualquer outro culto;
XII- fomentar e desenvolver o turismo no Município, através de
c)patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusi-
programas específicos.
ve suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência, sem fins lucrativos, aten-
SEÇÃO III didos ou requisitos da lei federal;
DA COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR d)livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão;
§ 1 ° - A vedação do inciso XIII, a, é extensiva às autarquias e às fun-
Art. 12°. - Ficam Revogados o art. 12 e seu § 1 ° do ato das dis- dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere
posições Transitórias da Lei Orgânica do Município de Saquarema. ao patrimônio, à renda, e aos serviços, vinculados às sua finalidades
Nova Redação dada pela Emenda n.° 01/92 essenciais ou às delas decorrentes;
Parágrafo único - A competência prevista neste artigo será § 2° - As vedações do inciso XIII, a, e do § anterior não se apli-
exercida em relação às legislações federal e estadual no que digam cam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com ex-
respeito ao peculiar interesse municipal, visando a adaptá-las à re- ploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis
alidade local. empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o pro-
CAPÍTULO III mitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente
DAS VEDAÇÕES ao bem imóvel;
§ 3° - As vedações expressas no inciso XIII alíneas “b “ e “c “,
Art. 13° - Ao Município é vedado : compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços rela-
I- Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, em- cionados com as finalidades essenciais das entidades nelas men-
baraçar-Ihes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre- cionadas;
sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada na forma Fica Revogado conforme Emenda n.° 01/92 Nova Redação
da lei, a colaboração de interesse público; dada pela Emenda n.° 01/92.
II- recusar fé aos documentos públicos;
III- criar distinções entre brasileiros ou preferência entre si;
IV- subvencionar ou auxiliar de qualquer modo, com recursos
pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa, rádio, tele-
visão, serviço de alto-falante ou qualquer meio de comunicação,
propaganda político-partidária com fins estranhos à administração;

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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
TÍTULO II Art. 21 - As sessões somente poderão ser abertas com a pre-
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES sença de, no mínimo, um terço (1/3) dos membros da Câmara.
CAPITULO I Parágrafo único - Considerar-se-á presente a sessão o Vereador
que assinar o livro de presença até o início da Ordem do Dia, parti-
DO PODER LEGISLATIVO
cipar dos trabalhos do Plenário e das votações.
SEÇÃO I
DA CÂMARA MUNICIPAL SEÇÃO II
Art. 14 - O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câ- DO FUNCIONALISMO DA CÂMARA
mara Municipal. Parágrafo único - Cada legislatura terá a duração
Art. 22 - A Câmara Municipal reunir-se-á logo após a posse, no
de quatro anos, compreendendo cada ano uma sessão legislativa.
primeiro ano da legislatura, sob a presidência do Vereador mais ido-
Art. 15 - A Câmara Municipal é composta de Vereadores eleitos so, dentre os presentes, para eleição de seu Presidente e de sua
pelo sistema proporcional, com representante do povo, com man- Mesa Diretora, por escrutínio secreto e maioria simples, conside-
dato de quatro anos. rando - se automaticamente empossados os eleitos; no caso de em-
§ 1 ° - São condições de elegibilidade para o mandato de Ve- pate, ter-se-á por eleito o mais votado pelo povo.
reador, obedecendo os ditames do § 3° do art. 14 da Constituição § 1° - A posse ocorrerá em sessão solene, que se realizará in-
Federal. dependentemente de número, sob a Presidência do vereador mais
§ 2° - O número de Vereadores será fixado pela Câmara Mu- idoso dentre os presentes.
nicipal, por Resolução, com base na população do Município, ob- § 2° - O Vereador que não tomar posse na sessão prevista no §
servados os limites de que trata o inciso IV, art. 29, da Constituição anterior deverá fazê-lo dentro do prazo de 15 (quinze ) dias do início
Federal. do funcionamento normal da Câmara, sob pena de perda de man-
Nova Redação dada pela Emenda n.° 02/95 dato, salvo motivo justo, aceito pela maioria absoluta dos membros
Art. 16 - A Câmara Municipal, reunir-se anualmente, na sede da Câmara .
do Município, de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1° de agosto a § 3° - Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-ão
15 de dezembro. sob a Presidência do mais idoso dentre os presentes e, havendo
§ 1° - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão os componen-
para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, tes da Mesa, que serão automaticamente empossado.
domingos ou feriados. § 4° - Inexistindo número legal, o Vereador mais idoso dentre
§ 2° - A Câmara se reunirá em sessões ordinárias, extraordiná- os presentes permanecerá na presidência e convocará sessões diá-
rias só eles, conforme dispuser o seu Regime Interno. rias, até que seja eleita a Mesa.
§ 3° - A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-se- § 5° - A eleição da Mesa da Câmara, para o segundo biênio,
-á : I - Pelo Prefeito, quando este a entender necessária; far-se-á no dia 15 de fevereiro do terceiro ano de cada legislatura,
considerando-se automaticamente empossados os eleitos.
II- pelo Presidente da Câmara para o compromisso e a posse do
Prefeito e do Vice- Prefeito ; § 6° - No ato da posse e ao término do mandato os vereadores
deverão fazer declaração de seus bens, as quais ficarão arquivadas
III- pelo Presidente da Câmara ou a requerimento da maioria
na Câmara, constando das respectivas atas o seu resumo.
dos membros da Casa, em caso de urgência ou interesse público
relevante; Art. 23 - O mandato da Mesa Diretora será de dois anos, per-
mitindo a recondução de seus membros para qualquer cargo, na
IV- pela Comissão Representativa da Câmara , conforme previs-
eleição imediatamente subsequente na mesma legislatura.
to no art.36, desta Lei Orgânica.
Nova Redação dada pela Emenda 6/98.
§ 4° - Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal
somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada. Art. 24 - A Mesa da Câmara se compõe do Presidente, do Vice-
-Presidente, do Primeiro Secretário e segundo Secretário, os quais
Art. 17 - As deliberações da Câmara serão tomadas por maioria
se substituirão nessa ordem.
de votos, presente a maioria de seus membros, salvo disposição em
contrário constante na Constituição Federal e nesta Lei Orgânica. § 1° - Na constituição da Mesa é assegurada, tanto quanto pos-
sível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos par-
Art. 18 - A sessão legislativa ordinária não será interrompida
lamentares que participam da Casa.
sem a deliberação sobre o projeto de lei orçamentária.
§ 2° - Na ausência dos membros da Mesa, o Vereador mais ido-
Art. 19 - As sessões da Câmara deverão ser realizadas em recin-
so assumirá a Presidência.
to destinado ao seu funcionamento, observado o disposto no art.
35, XII desta Lei Orgânica. § 3° - Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído da
mesma, pelo voto de dois terços ( 2/3 ) dos membros da Câmara,
§ 1° - Comprovada a impossibilidade de acesso ao recinto da
quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas atri-
Câmara, ou outra causa que impeça a sua utilização, poderão ser
buições regimentais, elegendo - se outro Vereador para a comple-
realizadas em outro local designado pelo Juiz de Direito da Comarca
mentação do mandato.
no auto de verificação da ocorrência.
Art. 25 - A Câmara terá comissões permanente e especiais.
§ 2° - As sessões solenes poderão ser realizadas fora do recinto
da Câmara. § 1° - Às comissões permanentes em razão da matéria de sua
competência cabem :
Art. 20 - As sessões serão públicas, salvo deliberação em con-
trário, de dois terços ( 2/3 ) dos Vereadores, adotada em razão de I- Discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do Re-
motivo relevante. gimento Interno, a competência do Plenário, salvo se houver recur-
so de um terço (1/3) dos membros da Casa;

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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
II- realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci- nadas caracterizará procedimento incompatível com a dignidade da
vil; Câmara, para instauração do respectivo processo, na forma da lei
III- convocar os Secretários municipais ou Diretores equivalen- federal, e conseqüente cassação do mandato.
te: para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atri- Art. 30 - O Secretário Municipal ou Diretor equivalente, a seu
buições; pedido, poderá comparecer perante o Plenário ou qualquer co-
IV- receber petições, reclamações, representações ou queixas missão da Câmara para expor assunto e discutir projeto de lei ou
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades de en- qualquer outro ato normativo relacionado com o seu serviço ad-
tidades públicas; ministrativo.
V- solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; Art. 31 - A Mesa da Câmara poderá encaminhar pedidos escri-
tos de informação aos Secretários Municipais ou Diretores equiva-
VI- exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização dos
lentes, importando crimes de responsabilidades a recusa ou o não
atos Executivo e da Administração Indireta.
atendimento no prazo de trinta dias, bem como a prestação de in-
§ 2° - As comissões especiais, criadas por deliberação do Plená- formação falsa.
rio, serão destinadas ao estudo de assuntos específicos e à repre-
Art. 32 - À Mesa, dentre outras atribuições, compete:
sentação da Câmara em congressos, solenidades ou atos públicos.
I- tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos tra-
§ 3° - Na formação das comissões, assegurar-se-á, tanto quanto
balhos legislativos,
possível, a representação proporcional dos Partidos ou dos blocos
parlamentares que participem da Câmara. II- propor projetos que criem ou extinguem cargos nos serviços
da Câmara e fixem os respectivos vencimentos;
§ 4° - As comissões parlamentares de inquérito, que terão po-
deres de investigações próprios das autoridades judiciais, além de III- apresentar projetos de resolução dispondo sobre remane-
outros previstos no Regimento Interno da Casa, serão criadas pela jamento de verbas, através do aproveitamento total ou parcial das
Câmara Municipal, mediante requerimento de um terço (1/3) dos consignações orçamentárias da Câmara, com exceção das verbas
seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo destinadas ao pessoal;
certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Minis- IV- promulgar a Lei Orgânica e sua emendas;
tério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal V- representar junto ao Executivo, sobre necessidades de eco-
dos infratores. nomia interna;
Art. 26 - A maioria, a minoria, as Representações Partidárias VI- representar por decisão da Câmara sobre a inconstitucio-
com número de membros superior a 1/6 ( um sexto ) da compo- nalidade de Lei ou ato municipal em face da Constituição Estadual;
sição da Casa, e os blocos parlamentares terão Líder e Vice-Líder.
VII- elaborar e encaminhar ao Prefeito a proposta orçamen-
§ 1° - A indicação dos Líderes será feita em documento subs- tária da Câmara Municipal, até o dia 31 de agosto, aprovada pelo
crito pelos membros das representações majoritárias, minoritárias, plenário a ser incluída na proposta do Município, e fazer, mediante
blocos parlamentares ou Partidos Políticos à Mesa, nas vinte e qua- ato, a discriminação analítica das dotações respectivas, bem como
tro horas que se seguirem à instalação do primeiro legislativo anual. alterá-las quando necessário, se a proposta não for encaminhada
§ 2° - Os Líderes indicarão os receptivos Vice-Líderes , dando no prazo previsto, será tomado com base o orçamento vigente para
conhecimento à Mesa da Câmara dessa designação. a Câmara Municipal;
Art. 27 - Além de outras atribuições prevista no Regimento In- Parágrafo único - A Mesa decidirá sempre pela maioria de seus
terno, os Líderes indicarão os representantes partidários nas comis- membros;
sões da Câmara. . VIII- declarar extinto o mandato do Prefeito, do e dos Vereado-
Parágrafo único - Ausente ou impedido o Líder, suas atribuições res, no caso previsto em Lei;
serão exercidas pelo Vice - Líder. IX- apresentar ao plenário, até o dia 20 de cada mês, o balan-
Art. 28 - A Câmara Municipal, observado o disposto nesta Lei ço relativo aos recursos recebidos e as despesas realizadas no mês
Orgânica, compete elaborar seu Regimento Interno, dispondo so- anterior;
bre sua organização, política e provimento de cargos de seus servi- X- requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara;
ços e, especialmente, sobre :
XI- designar comissões especiais nos termos regimentais, ob-
I - Sua instalação e funcionamento; II - posse de seus membros; servadas as indicações partidárias;
III - eleição da Mesa, sua composição e suas atribuições; IV - XII- realizar audiências públicas com entidades da sociedade
número de reuniões mensais; civil e com membros da comunidade;
V- comissões; XIII- o Presidente da Câmara, ou quem o substituir, somente
VI- sessões; manifestará o seu voto nas seguintes hipóteses :
VII- deliberações; a)na eleição da mesa diretora;
VIII- todo e qualquer assunto de sua administração interna. b)quando a matéria exigir, para sua aprovação o voto favorável
Art. 29 - Por deliberação da maioria de seus membros, a Câ- de 2 ( dois terços ) ou de maioria absoluta dos membros da Câmara;
mara poderá convocar Secretário Municipal ou Diretor equivalente c)quando ocorrer empate em qualquer votação, no plenário.
para, pessoalmente, prestar informações acerca de assuntos pre- Art. 33 - Dentre outras deliberações, compete ao Presidente da
viamente estabelecidos. Câmara : I - representar a Câmara em juízo fora dele;
Parágrafo único - A falta de comparecimento do Secretário II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e ad-
Municipal ou Diretor equivalente, sem justificativa razoável, será ministrativos da Câmara; III - interpelar e fazer cumprir ó Regimento
considerado desacato à Câmara, e , se o Secretário ou Diretor for Interno;
Vereador licenciado, o não comparecimento nas condições mencio-
IV- promulgar as resoluções e decretos legislativos.
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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
V- promulgar as leis com sanção tácita ou cujo veto tenha sido b)à proteção de documentos, pobres e outros bens de valor
rejeitado pelo Plenário desde que não aceita esta decisão, em tem- histórico, artístico e cultural, com os monumentos, as paisagens na-
po hábil pelo Prefeito; turais notáveis e os sítios arqueológicos do município;
VI- Fazer publicar os atos da mesa, as resoluções, decreto legis- c)a impedir a evasão, destruição e descaracterização de obras
lativos e as leis que vier a promulgar; de arte e outros bens de valor histórico, artístico e cultural do Mu-
VII- autorizar as despesas da Câmara; nicípio;
VIII- administrar os serviços da Câmara Municipal, fazendo la- d)abertura de meios de acesso à cultura, à educação e a ciên-
vrar o atos pertinentes a essa área de gestão; cia;
IX- solicitar, por decisão da maioria absoluta da Câmara, inter- e)à proteção do meio ambiente ao combate à poluição;
venção no município nos casos admitidos pela Constituição Federal f)ao incentivo a industria e ao comércio;
pela Constituição Estadual; g)criação de Distritos industriais;
X- manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar a h)ao fomento da proteção agropecuária e à organização do
força necessária para esse fim; abastecimento alimentar;
XI- encaminhar para parecer prévio, a prestação de contas do i)à promoção de programas de construção de moradias, melho-
Município ao Tribunal de Contas do Estado ou órgão a que for atri- rando as condições habitacionais e de saneamento básico;
buída tal competência;
j)ao combate as causas da pobreza e aos fatores de marginali-
XII- exercer, em substituição, a chefia do executivo municipal zação , promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
nos casos previstos em Lei ;
k)ao registro, ao acompanhamento e á fiscalização das conces-
XIII- mandar prestar informações por escrito e expedir certi- sões de pesquisa de exploração dos recursos hídricos e minerais em
dões requeridas para defesa de direito e esclarecimento de situa- seu território ;
ções.
l)ao estabelecimento e a implantação da política de educação
para o trânsito;
SEÇÃO III
m)a cooperação com a União e o Estado, tendo em vista o equi-
DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL líbrio do desenvolvimento e do bem estar, atendidas as normas fixa-
das em lei complementar federal;
Art. 34 - Compete à Câmara Municipal, com a sanção do Pre-
feito, dispor sobre todas as matérias de competência do Município n)ao uso e ao armazenamento dos agrotóxicos, seus compo-
e, especialmente : nentes e afins;
I- autorizar isenções e anistias fiscais e remissão de dívidas; o)as políticas públicas do Município;
II- votar o orçamento anual e o plurianual de investimentos, XII - guarda municipal destinada a proteger bens, serviços e ins-
bem como autorizar a abertura de créditos suplementares e espe- talações do Município; XIII - criação e organização e supressão de
ciais; Distritos, observados a legislação estadual.
III- deliberar sobre obtenção e concessão de empréstimos e Art. 35 - Compete privativamente à Câmara Municipal exercer
operações de créditos, bem como a forma e os meios de pagamen- as seguintes atribuições, dentre outras :
tos; I- eleger sua Mesa;
IV- autorizar a concessão de auxílios e subvenções; V - autorizar II- elaborar o Regimento Interno;
a concessão de serviços públicos; III- organizar os serviços administrativos internos e prover os
VI - autorizar a concessão de direito real de uso de bens mu- cargos respectivos;
nicipais; VII - autorizar a concessão administrativa de uso de bens IV- propor a criação ou a extinção dos cargos dos serviços admi-
municipais; VIII - autorizar a alienação de bens imóveis; nistrativos internos e a fixação dos respectivos vencimentos;
IX- autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tra- V- conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Verea-
tar de doação sem encargo; dores;
X- autorizar a criação, transformação e extinção de cargos, em- VI- autorizar a ausentar-se do Município, por mais de vinte dias
pregos, funções públicas bem como fixação dos respectivos venci- por necessidade de serviço;
mentos;
VII- tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre pa-
XI- aprovar o plano diretor. recer do Tribunal de Contas do Estado no prazo máximo de sessenta
Nova Redação dada pela Emenda n.° 01/92 (60) dias de seu recebimento, observando os seguintes preceitos:
XII- Fica revogado conforme a emenda n.° 01/92 a)o parecer do Tribunal somente deixará de prevalecer por de-
XIII- delimitar o perímetro urbano e a zona de expansão urbana cisão de dois terços 2/3 dos membros da Câmara;
do Município. Nova Redação dada pela Emenda n.° 01/92 b)decorrido o prazo de sessenta dias, sem deliberação pela
XIV- autorizar a alteração da denominação de próprios, vias e Câmara as contas serão consideradas aprovadas ou rejeitadas , de
logradouros públicos; XV - estabelecer normas urbanísticas, parti- acordo com a conclusão do parecer do Tribunal de Contas;
cularmente as relativas a zoneamento e loteamento; c)rejeitadas as contas, serão estas imediatamente remetidas a
XVI - delibera sobre assuntos de interesse local, inclusive su- Ministério Público para os fins de direito;
plementando a legislação Federal e Estadual, notadamente no que VIII- decretar a perda do mandato do Prefeito e dos Vereado-
diz respeito : res, nos casos indicados na Constituição Federal, nesta Lei Orgânica
a)à saúde, à assistência pública e à proteção e garantia das pes- e na Legislação Federal aplicáveis;
soas portadoras de deficiência;
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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
IX- autorizar a realização de empréstimo, operação ou acordo XXV- a lei fixará critérios de indenização de despesas de viagem
externo de qualquer natureza, do interesse do Município; do Prefeito, do Vice- Prefeito e dos Vereadores.
Fica revogado conforme a emenda n.° 01/92 Parágrafo único - A indenização de que se trata este inciso não
XII- estabelecer e mudar temporariamente o local de suas reu- será considerada com representação;
niões; XXVI- sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbi-
XIII- convocar o Secretário do Município ou Diretor equivalente tem do Poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
para prestar esclarecimento, aprazando dia e hora para compare- XXVII- dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
cimento; criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções
Nova Redação dada pela Emenda n.° 02/95. de seus serviços e fixar a respectiva remuneração;
XIV- deliberar sobre o atendimento e a suspensão de suas reu- XXVIII- autorizar referendo e convocar plebiscito;
niões; XXIX- é fixado em 30 dias, prorrogável por igual período, desde
XV- criar comissão parlamentar de inquérito sobre fato deter- que solicitado e devidamente justificado o prazo para que os res-
minado e prazo certo, mediante requerimento de um terço de seus ponsáveis e os órgãos da administração direta, indireta e fundações
membros; públicas do Município prestem as informações e encaminhem os
documentos requisitados pela Câmara Municipal na forma desta Lei
XVI- conceder título de cidadão honorário ou conferir homena-
Orgânica.
gem a pessoas que reconhecidamente tenham prestado relevantes
serviços ao Município ou nele se destacado pela atuação exemplar Art. 36 - Ao término de cada sessão legislativa à Câmara ele-
na vida pública e particular, mediante proposta pelo voto de dois gerá dentre seus membros, em votação secreta, uma Comissão
terços (2/3) dos membros da Câmara; Representativa, cuja composição reproduzirá, tanto quanto possí-
vel, a proporcionalidade da representação partidária ou dos blocos
XVII- solicitar intervenção do Estado no Município;
parlamentares da Casa, que funcionará nos interregnos das sessões
XVIII- julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores, nos ca- legislativas ordinárias com as seguintes atribuições :
sos previstos em lei federal;
I- reunir-se ordinariamente um vez por semana e extraordina-
XIX- fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos riamente sempre que convocada pelo Presidente;
os da Administração Indireta;
II- zelar pelas prerrogativas do Poder Legislativo;
XX- A remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereado-
III- zelar pela observância da Lei Orgânica e dos direitos e ga-
res será fixada pela Câmara Municipal no última ano da legislatura,
rantias individuais; IV - autorizara o Prefeito a se ausentar do Muni-
até trinta dias antes das eleições municipais, vigorando para legisla-
cípio por mais de vinte (20) dias;
tura seguinte, observando o disposto na Constituição Federal;
V - convocar extraordinariamente a Câmara em caso de urgên-
XXI- a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Verea-
cia ou interesse público relevante.
dores será fixada determinando-se o valor em moeda corrente do
Pais, vedada qualquer vinculação: § 1° - A Comissão Representativa, constituída por número ím-
par de Vereadores, será presidida pelo Presidente da Câmara.
a)a remuneração de que se trata este inciso será atualizada
pelo índice de inflação com a periodicidade estabelecida no decreto § 2° - A Comissão Representativa, deverá apresentar relatório
legislativo e na resolução fixadores; dos trabalhos por ela realizados, quando do reinicio do período de
funcionamento ordinário da Câmara.
b)a remuneração do Prefeito será composta de subsídios e ver-
bas de representação; Art. 37 - Aos Vereadores aplica-se o disposto nos § 1° , 2°,3°,5°
e 6° do art. 102 da Constituição Estadual.
c)a verba de representação do Prefeito municipal não poderá
exceder a dois terço (2/3) de seus subsídios; Parágrafo único - Os Vereadores serão submetidos a julgamen-
to perante o Juiz competente da Comarca nos crimes comuns e de
d)a verba de representação do Vice-Prefeito não poderá exce-
responsabilidade.Nova Redação dada pela Emenda n.° 01/92.
der a metade do que for fixado para o Prefeito Municipal;
Art. 38 - É vedado ao Vereador:
e)a remuneração dos Vereadores será dividida em parte fixa a
parte variável vedados acréscimo a qualquer título; I- desde a expedição do diploma :
f)a verba de representação do Presidente da Câmara, que inte- a)firmar ou manter contrato com o Município, com sua autar-
gra a remuneração não poderá exceder a 2/3 (dois terços) da que quias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mis-
for fixada para o Prefeito Municipal; ta ou com suas empresas concessionárias de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
XII - a remuneração dos Vereadores terá como limite máximo o
valor percebido como remuneração do Prefeito Municipal; b)aceitar cargo, emprego ou função no âmbito da Administra-
ção Pública Direta ou Indireta municipal, salvo mediante aprovação
XXIII- poderá ser prevista a remuneração para sessões extra-
em concurso público e observado o disposto no art. 86, I, IV e V
ordinárias, desde que observado o limite fixado no artigo anterior;
desta Lei Orgânica.
XXIV- a não fixação da remuneração do Prefeito Municipal, do
II- desde a posse :
Vice-Prefeito e dos Vereadores até a data prevista nesta Lei Orgâni-
ca implicará na responsabilidade prevista nos crimes contra a admi- a)ocupar cargo, função ou emprego, na Administração Pública
nistração pública. Nova Redação dada pela Emenda 06/98 Direta ou Indireta municipal, de que seja exonerável ad nutum, sal-
vo o cargo de Secretário Municipal ou Diretor equivalente, desde
Parágrafo único - No caso da não fixação prevalecerá a remu-
que se licencie do exercício do mandato;
neração prevista na Resolução anterior, da última legislatura, sendo
aquele valor atualizado monetariamente pelo índice oficial. b)exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou municipal;
Nova Redação dada pela Emenda n.° 05/97

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c)ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze § 1 ° - O Suplente convocado deverá tomar posse no prazo de
de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito pú- quinze (15) dias, contadas da data de convocação, salvo justo moti-
blico do Município, ou nela exercer função remunerada; vo aceito pela Câmara, quando se prorrogará o prazo.
d)patrocinar causa junto ao município em que seja interessada § 2° - Enquanto a vaga a que se refere o § anterior não for pre-
qualquer das entidades a que se refere a alínea “a” do inciso I. enchida, calcular-se-á o quorum em função dos Vereadores rema-
Art. 39 - Perderá o mandato o Vereador : nescentes.
I- que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo Art. 42 - O exercício da Vereança se dará de acordo com as de-
anterior; terminações da Constituição Federal.
II- cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro Parágrafo único - O Vereador ocupante do cargo, emprego ou
parlamentar ou atentatório às instituições vigentes; função pública municipal é inamovível de ofício pelo tempo de du-
ração do seu mandato.
III- que utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrup-
ção ou de improbidade administrativa;
SEÇÃO IV
IV- que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa anual,
à terça parte das sessões ordinárias da Câmara , salvo doença, com- DO PROCESSO LEGISLATIVO
provada, licença ou missão autorizada pela edilidade;
Art. 43 - O processo Legislativo Municipal compreende a elabo-
V- que fixar residência fora do Município; ração de: I - emendas á Lei Orgânica Municipal;
VI- que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; II - leis complementares; III - leis ordinárias;
VII- quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos IV- leis delegadas;
na Constituição Federal; VIII - que sofrer condenação criminal em
V- resoluções;
sentença transitada em julgado.
VI- decretos legislativos.
§ 1° - Além de outros casos definidos no Regimento Interno
da Câmara Municipal, considerar-se-á incompatível com o decoro Art. 44 - A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada me-
parlamentar o abuso das prerrogativas asseguradas ao Vereador ou diante proposta : I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câ-
a percepção de vantagens ilícitas ou imorais. mara Municipal;
§ 2° - Nos casos incisos I, II, III e VIII a perda do mandato será II - do Prefeito Municipal; III - de iniciativa popular.
declarada pela Câmara por voto secreto e maioria absoluta, me- § 1 ° - a proposta será votada em dois turnos com interstício
diante aprovação da Mesa ou de Partido Político representado na mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da
Câmara, assegurada ampla defesa. Câmara Municipal.
§ 3° - Nos casos previstos nos incisos IV a VII, a perda será de- § 2° - A Emenda à Lei Orgânica Municipal, será prorrogada pela
clarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou mediante aprovação de mesa da Câmara com respectivo número de ordem.
qualquer de seus membros ou de Partido Político representado na § 3° - A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de
Casa, assegurada ampla defesa. estado de sítio ou de intervenção no Município e estado de defesa.
Art. 40 - O Vereador poderá licenciar-se: Art. 45 - A iniciativa das leis cabe a qualquer Vereador, ao Pre-
I- por motivo de doença; feito e ao eleitorado que exercerá sob a forma de moção articulada,
II- para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde subscrita, no mínimo por cinco por cento do total do número de
que o afastamento não ultrapasse cento e vinte ( 120 ) dias por eleitores do Município.
sessão legislativa; Art. 46 - As leis complementares somente serão aprovadas se
III- para desempenhar missões temporárias, de caráter cultural obtiveram maioria absoluta dos votos dos membros da Câmara Mu-
ou de interesse do Município. nicipal, observados os demais termos de votação das leis ordinárias.
§ 1 ° - Não perderá o mandato, considerando-se automatica- Parágrafo único - Serão leis complementares, dentre outras
mente licenciado, o Vereador investido no cargo de Secretário Mu- previstas nesta Lei Orgânica:
nicipal ou Diretor equivalente, conforme previsto, no art. 38, inciso I - Código Tributário do Município; II - Código de Obras;
II, alínea “a “desta Lei Orgânica. III - Plano Diretor.
§ 2° - Ao Vereador licenciado nos termos dos incisos I e III, a Nova Redação dada pela Emenda n.° 01/92 IV - Código de Pos-
Câmara poderá determinar o pagamento, no valor que estabelecer turas;
e na forma que especificar, de auxílio-doença ou de auxílio especial.
V - Lei Instituidora do Regime Jurídico dos Servidores Munici-
§ 3° - O auxílio de que se trata o § anterior poderá ser fixado no pais; VI - Lei Orgânica Instituidora da Guarda Municipal;
curso da legislatura e não será computado para o efeito de cálculo
da remuneração dos Vereadores. VII - Lei de Criação de Cargos, Funções ou Empregos Públicos.
§ 4° - A licença para tratar de interesse particular não será in- Art. 47 - São de iniciativa exclusiva do Prefeito as leis que dis-
ferior a trinta dias(30) dias e o Vereador não poderá reassumir o ponham sobre :
exercício do mandato antes do término da licença. I- criação, transformação ou extinção de cargos, funções ou
§ 5° - Independente de requerimento, considerar-se-á como empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumen-
licença o não compa- recimento às reuniões de Vereador, Privado, to de sua remuneração;
temporariamente de sua liberdade, em virtude de processo crimi- II- servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de car-
nal em curso. gos, estabilidade e aposentadoria;
Art. 41 - Dar-se-á convocação do Suplente de Vereador nos ca- III- criação, estruturação e atribuições das Secretarias ou De-
sos de vaga ou de licença. partamentos equivalentes e órgãos da Administração Pública;

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IV- matéria orçamentária, e a que autorize a abertura de crédi- § 2° - A delegação ao Prefeito será efetuada sob forma de de-
tos ou conceda auxílios, prêmios e subvenções. creto legislativo, que especificará e seu conteúdo e os termos de
Parágrafo único - Não será admitido aumento da despesa pre- seu exercício.
vista nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito Municipal, res- § 3° - O decreto legislativo poderá determinar a apreciação do
salvado o disposto no inciso IV, primeira parte, observado o dispos- projeto pela Câmara que fará em votação única, vedada a apresen-
to do § 2° do art., 138 desta Lei Orgânica. tação de emenda.
Art. 48 - É de competência exclusiva da Mesa da Câmara, a ini- Art. 52 - Os projetos de resolução disporão sobre matérias de
ciativa das leis que dispunham sobre : interesse interno da Câmara e os projetos de decreto legislativo so-
I- apresentar projeto de resolução dispondo sobre remaneja- bre os demais casos de sua competência privativa.
mento de verbas através do aproveitamento total ou parcial das Parágrafo único - Nos casos de projeto de decreto legislativo,
consignações orçamentárias da Câmara com exceção das verbas considerar-se-á encerrada com a votação final a elaboração da nor-
destinadas ao pessoal; ma jurídica, que será promulgada pelo Presidente da Câmara.
II- organização dos serviços administrativos da Câmara, criação, Art. 53 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somen-
transformação ou extinção dos seus cargos, empregos e funções e te poderá constituir objeto, na mesma sessão legislativa, mediante
fixação da respectiva remuneração. proposta da maioria do membros da Câmara.
Parágrafo único - nos projetos de competência exclusiva da
Mesa da Câmara não serão admitidas emendas que aumentem a SEÇÃO V
despesa prevista, ressalvando o disposto na parte final do inciso II, DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
deste artigo, se assinada pela metade dos Vereadores.
Art. 49 - O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de Art. 54 - A fiscalização contábil, financeira e orçamentária do
projetos de sua iniciativa. Município será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle
externo, e pelos sistemas de controle interno do Executivo, institu-
§ 1 ° - Solicitada a urgência, a Câmara deverá se manifestar em
ídos em lei.
até trinta ( 30 ) dias sobre a proposição, contados da data em que
for feita a solicitação. § 1 ° - O controle externo da Câmara será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas do Estado ou órgão estadual a que for atribu-
§ 2° - Esgotado o prazo previsto no § anterior sem deliberação
ída essa incumbência, e compreenderá a apreciação das Contas do
pela Câmara, será a proposição incluída na Ordem do Dia, sobres-
Prefeito e da Mesa da Câmara , o acompanhamento das atividades
tando-se as demais proposições, para que se ultime a votação. .
financeiras e orçamentárias do Município, o desempenho das fun-
§ 3° - O prazo do § 1° não corre no período de recesso da Câma- ções de auditoria financeira e orçamentária, bem com o julgamento
ra nem se aplica os projetos de lei complementar. das contas dos administrativos e demais responsáveis por bens e
Art. 50 - Aprovado o projeto de lei será este enviado ao prefei- valores públicos.
to, que, aquiescendo, o sancionará. § 2° - As contas do Prefeito e da Câmara Municipal, prestadas
§ 1° - O Prefeito considerando o projeto, no todo ou em parte anualmente, serão julgadas pela Câmara dentro de quarenta e cin-
inconstitucional ou contrário ao interesse público vetá-lo à total ou co (45) dias após o recebimento do parecer prévio do Tribunal de
parcialmente, no prazo de quinze (15) dias úteis, contados da data Contas ou órgão estadual a que for atribuída essa incumbência,
do recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria ab- considerando-se julgadas nos termos das conclusões desse parecer,
soluta dos Vereadores, em escrutínio secreto. se não houver deliberação dentro desse prazo.
§ 2° - O veto somente abrangerá texto integral de artigo, de §, § 3° - Somente por decisão de dois terços dos membros da Câ-
de inciso ou de alínea. mara Municipal deixará de prevalecer o parecer emitido pelo Tribu-
§ 3° - A apreciação do veto pelo plenário da Câmara será , nal de Contas do Estado ou órgão estadual dessa missão.
dentro de 30(trinta) dias a contar do seu recebimento, em uma só § 4° - As contas relativas à aplicação dos recursos transferidos
discussão e votação com parecer ou sem ele, considerando-se rejei- pela União e Estado serão prestadas na forma da legislação federal
tado pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores, em escrutínio e estadual em vigor, podendo o Município suplementar essas con-
secreto; tas, sem prejuízo de sua incisão na prestação anual de contas.
§ 4° - Decorrido o prazo de quinze(15) dias, o silêncio do Prefei- Art. 55 - o Executivo manterá sistema de controle interno, a
to importará sanção. fim de:
§ 5° - Rejeitado o veto, será o projeto enviado ao Prefeito para I- criar condições indispensáveis para assegurar eficácia ao con-
a promulgação. trole externo e regularidade à realização da receita e da despesa;
§ 6° - Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 3°, II- acompanhar as execuções de programas de trabalho e do
o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão imediata, sobres- orçamento; III - avaliar os resultados alcançados pelos administra-
tadas as demais proposições, até a sua votação final, ressalvadas as dores;
matéria de que trata o art. 49 desta Lei orgânica. IV - verificar a execução dos contratos.
§ 7° - A não promulgação da lei no prazo de quarenta e oito Art. 56 - As contas do Município ficarão, a partir de 15 de abril
horas pelo Prefeito, nos casos dos § 3° e 4°, criará para o Presidente de cada exercício, durante 60 (sessenta ) dias, anualmente, à dis-
da Câmara a obrigação de fazê-lo em igual prazo. posição de qualquer contribuinte, no horário de funcionamento da
Art. 51 - As leis delegadas serão elaborados pelo Prefeito, que Câmara Municipal, em local de fácil acesso ao público, para exame e
deverá solicitar a delegação à Câmara Municipal. apreciação o qual poderá questionar-lhe a legitimidade nos termos
§ 1 ° - Os atos de competência privativa da Câmara, a matéria da Lei.
reservada á lei complementar e os planos plurianuais e orçamentos
não serão objeto de delegação.
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§ 1° - A consulta às contas municipais, poderá ser feita por qual- § 2° - O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem
quer cidadão, independente de requerimento, autorização ou des- conferidas por lei, auxiliará o Prefeito, sempre que por ele for con-
pacho de qualquer autoridade. vocado para missões especiais.
§ 2° - A consulta só poderá ser feita no recinto da Câmara e Art. 62 - Em caso de impedimento do Prefeito e do , ou vacân-
haverá pelo menos 3( três ) cópias à disposição do público. cia do cargo assumirá a administração municipal o Presidente da
§ 3° - A reclamação apresentada deverá : Câmara.
I- Ter a identificação e a qualificação do reclamante; Art. 63 - Verificando-se a vacância do cargo de prefeito e inexis-
tindo Vice-Prefeito, observar-se-á o seguinte :
II- ser apresentada em 4(quatro) vias no protocolo da Câmara;
I- ocorrendo a vacância nos três primeiros anos de mandato,
III- conter elementos e trocas nas quais se fundamenta o re-
dar-se-á eleição noventa(90) dias após sua abertura cabendo aos
clamante.
eleitos completar o período dos seus antecessores;
§ 4° - As vias da reclamação apresentadas no protocolo da Câ-
II- ocorrendo a vacância no último ano de mandato, assumirá o
mara terão a seguinte destinação :
Presidente da Câmara que completará o período.
I- a primeira via deverá ser encaminhada pela Câmara ao Tribu-
Art. 64 - mandato do Prefeito e Vice-Prefeito é de quatro anos,
nal de Contas ou Órgão equivalente, mediante ofício:
vedada a reeleição para o período subsequente, e terá inicio em
II- a Segunda via deverá anexada ás contas à disposição do pú- primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.
blico pelo prazo que restar ao exame e apreciação;
Art. 65 - o Prefeito e , quando no exercício do cargo, não po-
III- a terceira via se constitui em recibo do reclamante e deverá derão, sem licença da Câmara Municipal, ausentar-se do Município
ser autenticada pelo servidor que a receber do protocolo; por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo ou
IV- a Quarta via será arquivada na Câmara Municipal; da mandato.
V- a anexação da segunda via, de que trata o inciso II do § 4° Parágrafo único - o prefeito regularmente licenciado terá direi-
deste artigo, independerá do despacho de qualquer autoridade e to a perceber a remuneração, quando :
deverá ser feito no prazo de 48 ( quarenta e oito) horas pelo servi- I - impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença
dor que as tenha recebido no protocolo da Câmara sob a pena de devidamente comprovada; II - a serviço ou em missão de represen-
suspensão, sem vencimentos, pelo prazo de 15 ( quinze ) dias. tação do município.
Art. 57 - A Câmara Municipal enviará ao reclamante cópia da III - a remuneração será estipulada na forma do inciso XXI, do
correspondência que encaminhou ao Tribunal de Contas ou órgão Art. 35 desta Lei Orgânica.
equivalente.
Art. 66 - na ocasião da posse e ao término do mandato, o Pre-
feito e o farão declarações de seus bens, as quais ficarão arquivadas
CAPÍTULO III na Câmara, constando das respectivas Atas, o seu resumo.
DO PODER EXECUTIVO
SEÇÃO I SEÇÃO II
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO

Art. 58 - O Poder Executivo Municipal é exercido pelo Prefeito, Art. 67 - Ao Prefeito como chefe da administração, compete dar
auxiliado pelos Secretários Municipais ou Diretores equivalentes. cumprimento às deliberações da Câmara, dirigir, fiscalizar e defen-
Parágrafo único - Aplica-se à elegibilidade para o Prefeito e Vi- der os interesses do Município bem com adotar, de acordo com a
ce-Prefeito o disposto no Lei, todas as medidas administrativas de utilidade pública, se exce-
der as verbas orçamentárias.
§ 1° do art. 15 desta Lei Orgânica e a idade mínima de vinte e
um anos. Art. 68 - Compete ao Prefeito, privativamente entre outras atri-
buições: I - a iniciativa das leis, na forma e casos previstos nesta Lei
Art. 59 - A eleição do Prefeito e a do Vice-Prefeito realizar-se-á
Orgânica; II - representar o Município em Juízo e fora dele;
simultaneamente, nos termos estabelecidos no art. 29, incisos I e II
da Constituição Federal III- sancionar, promulgar e fazer publicar leis aprovadas pela Câ-
mara e expedir os regulamentos para sua fiel execução;
Parágrafo único - A eleição do Prefeito importará a do Vice-
-Prefeito com ele registrado, Nova Redação dada pela Emenda n.° IV- Vetar, no todo ou em parte os projetos de lei aprovados pela
02/95 Câmara;
Art. 60 - O Prefeito e Vice-Prefeito tomarão posse no dia 1 ° de V- Decretar, nos termos da lei, a desapropriação por necessida-
janeiro do ano subsequente à eleição em sessão da Câmara Munici- de ou utilidade pública, ou por interesse social;
pal, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Lei VI- Expedir decretos, portarias e outros atos administrativos;
Orgânica, observar as leis da União, do Estado e do Município, pro- VII- enviar a Câmara os projetos de lei relativos ao orçamento
mover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo sob a inspiração anual e ao plano plurianual do Município e suas autarquias;
da democracia, da legitimidade e da legalidade.
VIII- encaminhar à Câmara, até l5 de abril, a prestação de con-
Parágrafo único - Decorridos dez (10) dias da data fixada para a tas, bem como os balanços do exercício findo;
posse, o Prefeito ou Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não
IX- encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação
tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
e as prestações de contas exigidas em lei;
Art. 61 - Substituirá o Prefeito, no caso, de impedimento e su-
X- fazer publicar os atos oficiais;
ceder-lhe-á, no de vaga o Vice-Prefeito .
XI- prestar à Câmara, dentro de quinze (15) dias as informações
§ 1 ° - O Vice-Prefeito não poderá se recusar a substituir o Pre-
pela mesma solicitadas, salvo prorrogação, a seu pedido e por prazo
feito, sobre pena de extinção do mandato.
determinado, nunca superior a
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15 dias, em face da complexidade da matéria ou da dificuldade SEÇÃO III
de obtenção nas respectivas fontes, dos dados pleiteados; DA PERDA E EXTINÇÃO DO MANDATO
XII- prover os serviços e obras da administração pública;
Art. 70 - É vedado ao Prefeito assumir outro cargo ou função
XIII- superintender a arrecadação do tributos, bem como a
na Administração Pública direta ou indireta, ressalvada a posse em
guarda e aplicação da receita, autorizando as despesas e pagamen-
virtude de concurso público e observado o disposto no art. 86 I, IV
tos dentro das responsabilidades orçamentárias ou dos créditos vo-
e V desta Lei Orgânica.
tados pela Câmara;
Art. 71 - As incompatibilidades declaradas no art. 38, seus inci-
XIV- colocar à disposição da Câmara, dentro de dez (10) dias de
sos e letras desta Lei Orgânica, estende-se no que forem aplicáveis,
sua requisição, as quantias que devem ser dispensadas, de uma só
ao Prefeito e aos Secretários Municipais ou Diretores equivalentes.
vez e até o dia 20 de cada mês, os recursos correspondentes às sua
dotações orçamentárias, compreendendo os créditos suplementa- Art. 72 - Até 30 (trinta) dias antes das eleições municipais, o
res e especiais; Prefeito Municipal deverá preparar ao sucessor e para publicação
imediata, relatório da situação da Administração Municipal que
XV- aplicar multas previstas em leis e contratos, bem com revê-
conterá, entre outras, informações atualizadas sobre :
-las quando impostas irregularmente;
I- dívidas do Município, por credor, com as datas dos respec-
XVI- resolver sobre requerimentos, reclamações ou represen-
tivos vencimentos, inclusive das dívidas a longo prazo e encargos
tações que Ihe forem dirigidas;
decorrentes de operações de crédito, informando sobre a capaci-
XVII- oficializar, obedecidas as normas urbanísticas aplicáveis, dade da Administração municipal realizar operações de crédito de
as vias e logradouros públicos, mediante denominação aprovada qualquer natureza;
pela Câmara;
II- mediadas necessárias à regularização das contas municipais
XVIII- convocar extraordinariamente à Câmara quando o inte- perante o Tribunal de Contas ou órgão equivalente, se for o caso;
resse da administração o exigir;
III- prestações de contas de convênios celebrados com organis-
XIX- aprovar projetos de edificação e planos de loteamento, ar- mos da União e do Estado, bem como do recebimento de subven-
ruamento e zoneamento urbano ou para fins urbanos; ções ou auxílios;
XX- apresentar, anualmente, á Câmara, relatório circunstancia- IV- situação dos contratos com concessionárias e permissioná-
do sobre o estado das obras e dos serviços municipais, bem como o rias de serviços públicos; V - estado dos contratos de obras e servi-
programa da administração para o ano seguinte; ços em execução ou apenas formalizados, informando sobre o que
XXI- organizar os serviços internos das repartições criadas por foi realizado e pago e o que há por executar e pagar, com os prazos
lei, sem exceder as verbas para tal destinadas; respectivos;
XXII- contrair empréstimos e realizar operações de crédito, me- VI- transferências a serem recebidas da União e do Estado por
diante prévia autorização da Câmara; força de mandamento constitucional ou de convênios;
XXIII- providenciar sobre a administração dos bens do Municí- VII- projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo em curso na
pio e sua alienação, na forma da lei; Câmara Municipal, para permitir que a nova Administração decida
XXIV- organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços relativos quanto à conveniência de Ihes dar prosseguimento, acelerar seu an-
às terras do Município; damento ou retirá-los;
XXV- desenvolver o sistema; VIII- situação dos servidores do Município, seu custo, quantida-
de e órgãos em que estão lotados e em exercício.
XXVI- conceder auxílios, prêmios e subvenções, nos limites das
respectivas verbas orçamentárias e do plano de distribuição, prévia Art. 73 - É vedado ao Prefeito Municipal assumir, por qualquer
e anualmente aprovado pela Câmara; XXVII - providenciar sobre o forma, compromissos financeiros para execução de programas ou
incremento do ensino; projetos após o término do seu mandato, não previstos na legisla-
ção orçamentária.
XXVIII - solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado
para a garantia do comprimento de seus atos; § 1 ° - O disposto neste artigo não se aplica nos casos compro-
vados de calamidade pública.
XXX- solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara para au-
sentar-se do Município por tempo superior a quinze (15) dias; § 2° - Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os empe-
nhos e atos praticados em desacordo neste artigo, sem prejuízo da
XXXI- adotar providências para a conservação e salvaguarda do
responsabilidade do Prefeito Municipal.
patrimônio municipal; XXXII - publicar, até trinta (30) dias após o
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução Art. 74 - São crimes de responsabilidade do Prefeito os previs-
orçamentária; tos em Lei Federal. Parágrafo único - O Prefeito será processado e
julgado, nos crimes comuns e de responsabilidade, perante o Tribu-
XXXIII - fica revogado conforme a emenda n.° 01/92
nal de Justiça.
Art. 69 - O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus auxi-
Art. 75 - São infrações político-administrativas do Prefeito as
liares, as funções administrativas previstas nos incisos XII e XXI do
previstas em lei federal. Parágrafo único - O Prefeito será julgado,
art. 68.
pela prática de infrações político administrativas, perante a Câmara.
Art. 76 - Será declarado vago, pela Câmara Municipal, o cargo
de Prefeito quando : I - ocorrer falecimento, renúncia ou condena-
ção por crime funcional ou eleitoral;
II- deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara,
dentro do prazo de dez
(10) dias;

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III- infringir as normas dos art. 38 e 65 a art. 68, XI, desta Lei SEÇÃO V
Orgânica; IV - perder ou tiver suspensos os direitos políticos. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SEÇÃO IV Art.85 - A administração pública direta ou indireta, de qualquer


dos Poderes do Município, obedecerá aos princípios de legalidade,
DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO
impessoalidade, moralidade, publicidade e, também ao seguinte :
Art.77 - São auxiliares direto do Prefeito : I- os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
I - os Secretários Municipais ou Diretores equivalentes; II - os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei;
Subprefeitos. II- a investidura em cargo ou emprego público depende de
Parágrafo único : Os cargos são de livre nomeação e demissão aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
do Prefeito. títulos, livre ressalvadas as nomeações para cargo em comissão de-
clarado em lei de nomeação e exoneração.
Art. 78 - A lei municipal estabelecerá as atribuições dos auxi-
liares diretos do Prefeito, definindo-Ihes a competência, deveres e Parágrafo único - Os regulamentos dos concursos públicos ob-
responsabilidades. servarão o seguinte :
Art. 79 - São condições essenciais para a investidura no cargo a)correção de provas sem identificação dos candidatos;
de Secretário ou Diretor equivalente: b)divulgação, concomitantemente com o resultado, dos gabari-
I- ser brasileiro; tos das provas objetivas;
II- estar no exercício dos direitos políticos; III - ser maior de vin- c)direito de revisão de provas quanto a erro material, por meio
te e um anos. de recursos requeridos em prazo não superior a 48 horas, a contar
da data de publicação dos resultados;
Art. 80 - Além das atribuições fixadas em lei, compete aos Se-
cretários ou Diretores : I - subscrever atos, e regulamentos referen- d)fica vedada a prova oral eliminatória.
tes aos seus órgãos; III- o prazo de validade do concurso público será de até dois
II- expedir instruções para a boa execução das leis, decretos e anos prorrogável uma vez, por igual período;
regulamentos; IV- durante o prazo improrrogável no edital de convocação,
III- apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços reali- aquele aprovado em concurso público de provas e títulos será con-
zados por suas repartições; IV - comparecer à Câmara Municipal, vocado com prioridade sobre novos concursados para assumir car-
sempre que convocados pela mesma, para a prestação de esclare- go ou emprego, na carreira;
cimentos oficiais. V- os cargos em comissão e as funções de confiança serão exer-
§ 1° - Os atos, decretos e regulamentos referentes aos serviços cidos, preferencialmente, por servidores ocupante de cargo de car-
autônomos ou autárquicos serão referendados pelo Secretário ou reira técnica ou profissional, nos casos e condições previstas em lei;
Diretor da Administração. VI- é garantido ao servidor público civil o direito à livre associa-
§ 2° - O não comparecimento da autoridade prevista no caput ção sindical;
deste artigo, fica o Prefeito no prazo de 15(quinze) dias obrigado a VII- o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
fazê-lo sob pena de responsabilidade político-administrativa. definidos em lei complementar federal;
Art. 81 - Os Secretários ou Diretores são solidariamente res- VIII- a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
ponsáveis com o Prefeito pelos atos que assinarem, ordenarem ou para as pessoas portadoras de deficiências e definirá os critérios de
praticarem. sua admissão;
Art. 82 - A competência do Subprefeito limitar-se-á ao Distrito IX- a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
para o qual foi nomeado. Parágrafo único - Aos Subprefeitos, como terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
delegados do Executivo, compete : interesse público;
I - cumprir e fazer cumprir de acordo com as instruções recebi- X- a revisão geral da remuneração dos servidores da Adminis-
das do Prefeito, as leis, resoluções, regulamentos e demais atos do tração direta e fundacional será feita com base em índice único, que
Prefeito e da Câmara ; garanta, no mínimo, a reposição das perdas causadas pela inflação
I II - fiscalizar os serviços distritais; e a manutenção da remuneração real;
III- atender as reclamações das partes e encaminhá-las ao Pre- Nova Redação dada pela Emenda 01/92
feito, quando se tratar de matéria estranha às sua atribuições ou XI- a lei fixará o limite e a relação de valores entre a maior e
quando Ihes for favorável a decisão proferida; a menor remuneração dos servidores públicos, observado, como
IV- indicar ao Prefeito as providências necessárias ao Distrito; limite máximo, os valores percebidos como remuneração, em es-
pécie, pelo Prefeito;
V- prestar contas ao Prefeito mensalmente ou quando Ihe fo-
rem solicitadas. XII- os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não pode-
rão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
Art. 83 - O Subprefeito, em caso de licença, ou impedimento,
será substituído por pessoa de livre escolha do Prefeito. XIII- é vedada a vincularão ou equiparação de vencimentos,
para efeito de remuneração pessoal do serviço público, ressalvado
Art. 84 - Os auxiliares diretos do Prefeito farão declaração de
0 disposto no inciso anterior e no art. 87, § 1 °, desta Lei Orgânica;
bens no ato de posse e no término do exercício do cargo.
XIV- os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
não serão computados nem acumulados, para fins de concessão de
acréscimos anteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento;

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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
XV- os vencimentos dos servidores públicos são irredutí- III- investindo no mandato de Vereador, havendo compatibili-
veis e a remuneração observará o que dispõem os art. 37,X1, dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
X11;150,11;153,III;,e,153, § 2°, I da Constituição Federal; XVI - é ve- ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
dada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando havendo compatibilidade, será aplicada a norma no inciso anterior;
houver compatibilidade de horários: IV- em qualquer caso que exija afastamento para mandato ele-
a)a de dois cargos de professor; tivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,
b)a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; exceto para promoção por merecimento;
c)a de dois cargos privativos de médico; V- para efeito de benefício previdenciário, no caso de afasta-
mento, os valores serão determinados como se no exercício esti-
XVII- a proibição de acumular, estende-se a empregos e fun-
vesse.
ções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de eco-
nomia mista e fundações mantidas pelo Poder Público;
SEÇÃO VI
XVIII- a administração fazendária e seus serviços fiscais terão,
dentro de sua áreas de competência e jurisdição, precedência sobre DOS SERVIDORES PÚBLICOS
os demais setores administrativos, na forma da lei;
Art. 87 - O Município instituíra regime único e planos de car-
XIX- somente por lei específica poderão ser criadas empresa reira para os servidores da administração pública direta, das autar-
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pú- quias e das fundações públicas.
blica;
§ 1° - A lei assegurará, aos servidores da administração direta,
XX- depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou asse-
de subsistiras das entidades mencionadas no inciso anterior, assim melhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Execu-
como a participação de qualquer delas em empresa privada; tivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
XXI- ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, relativas à natureza ou ao local de trabalho.
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- § 2° - Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7°, IV, VI,
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a VII, VIII, IX, XII, XIII, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXIII, XXX da Constituição
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações Federal.
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
§ 3° - O pagamento dos servidores do Município será pago im-
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
preterivelmente até o quinto dia útil de cada mês subsequente;
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações § 4° - O prazo do § anterior será obrigatoriamente incluído no
calendário anual de pagamentos dos servidores municipais.
§ 1 ° - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam-
panha dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo Art. 88 - O servidor será aposentado:
ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos I- por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
ou imagem que caracterizam em promoção pessoal de autoridades quando decorrentes de acidentes em serviço, moléstia profissional
ou servidores públicos. ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e
§ 2° - A não observância do disposto nos incisos II e III impli- proporcionais nos demais casos;
cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos II- compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
termos da lei. tos proporcionais ao tempo de serviço;
§ 3° - As reclamações relativas às prestações de serviços públi- III- voluntariamente:
cos serão disciplinadas por Lei. aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, de
§ 4 ° - Os atos de improbidade administrativa importarão a sus- mulher, com proventos integrais;
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a disponi- a)aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério,
bilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação se professor, e vinte e cinco se professora, com proventos integrais;
prevista em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
b)aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se
§ 5° - A lei federal estabelecerá os prazos de prescrição para mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
ilícitos praticados por qualquer agente, que causem prejuízos ao
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. c)aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessen-
ta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
Nova Redação dada pela Emenda 01/92
§ 1° - Lei complementar poderá estabelecer exceções ao dis-
§ 6° - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- posto no inciso III, “a” e “c’, no caso de exercício de atividades con-
vado qualidade, causarem a terceiros, assegurado 0 direito de re- sideradas penosas, insalubres ou perigosas.
gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 2° - A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empre-
Art. 86 - Ao servidor público e em exercício de mandato eletivo gos temporários.
aplicam-se as seguintes disposições:
§ 3° - O tempo de serviço público federal, estadual ou munici-
I- tratando-se de mandato eletivo federal, ou estadual, ficará pal será computado integralmente para os efeitos de aposentadoria
afastado de seu cargo, emprego ou função; e de disponibilidade.
II- investindo no mandato de Prefeito, será afastado de seu car- § 4° - É assegurada, para efeito de aposentadoria, a contagem
go, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remu- recíproca do tempo de serviço nas atividades públicas ou privadas,
neração; inclusive do tempo de trabalho comprovadamente exercido na qua-
lidade de autônomo, fazendo-se a compensação financeira segun-
do os critérios estabelecidos em lei.

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§ 5° - Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma II- empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurí-
proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remune- dica de direito privado, com patrimônio e capital exclusivo do Muni-
ração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos cípio, criada por Lei, para prestação de serviços públicos comerciais
inativos qualquer benefícios, ou vantagens posteriormente conce- ou industriais, podendo revestir-se de qualquer das formas admiti-
didos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de das em direito;
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu III- sociedade de economia mista é a entidade dotada de perso-
a aposentadoria, na forma da lei. nalidade jurídica de direito privado, criada por Lei, para a prestação
§ 6° - O benefício da pensão por morte corresponderá a totali- de serviços públicos comerciais ou industriais, cujas ações com di-
dade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limi- reito a voto pertençam, em sua maioria, ao Município ou a entidade
te estabelecido em lei, observado o disposto no parágrafo anterior. da Administração Indireta.
Art. 89 - São estáveis, após 2 (dois) anos de efetivo exercício, Nova Redação dada pela Emenda 01/92
aos servidores nomeados em virtude de concurso público. IV- fundação pública - a entidade dotada de personalidade jurí-
§ 1° - O servidor público estável só perderá o cargo em virtude dica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de au-
de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo torização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não
administrativo em que Ihe seja assegurada ampla defesa. exijam execução por órgão ou entidades de direito público, com
§ 2° - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respec-
estável, será, ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga recon- tivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos do
duzido ao cargo de origem sem direito a indenização, aproveitando Município e de outras fontes.
em outro cargo ou posto em disponibilidade. § 3° - A entidade de que trata o inciso IV - do § 2° , adquire per-
§ 3° - Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servi- sonalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua cons-
dor estável ficará em disponibilidade remunerada, até seu adequa- tituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhe aplicando
do aproveitamento em outro cargo. as demais disposições do Código Civil concernentes às funções.

SEÇÃO VII CAPÍTULO II


DA SEGURANÇA PÚBLICA DOS ATOS MUNICIPAIS
SEÇÃO I
Art. 90 - O Município poderá constituir guarda municipal, força
DA PUBLICIDADE DOS ATOS MUNICIPAIS
auxiliar destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações,
nos termos da lei complementar. Art. 92 - A publicação das leis e atos municipais far-se-á em
§ 1 ° - A lei complementar de criação da guarda municipal dis- órgão da imprensa local ou regional ou por afixação na sede da Pre-
porá sobre acesso, direitos, deveres, vantagens e regime de traba- feitura ou da Câmara Municipal, conforme o caso.
lho, com base da hierarquia e disciplina. § 1° - “A escolha do órgão particular de imprensa para a divul-
§ 2° - A investidura nos casos de guarda municipal far-se-á me- gação das Leis, resoluções e atos administrativos far-se-á através de
diante concurso público de provas ou de provas e títulos. atos vinculados as Leis pertinentes a matéria, em que se levarão em
§ 3° 0 Município dentro de sua necessidades poderá constituir conta os princípios da isonomia, da legalidade, da impessoalidade,
a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - COMDEC - a ser regula- da moralidade , da publicidade, bem como do julgamento objetivo
mentada nos termos da lei complementar. dos que lhe serão correlatos”.
Nova Redação dada pela Emenda 05/97
TÍTULO III § 2° - Nenhum ato produzirá efeito antes de sua publicação.
DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA MUNICIPAL § 3° - A publicação dos atos não normativos, pela imprensa,
CAPÍTULO 1 poderá ser resumida.
DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA Art. 93 - O Prefeito fará publicar :
I- diariamente, por edital, o movimento de caixa do dia ante-
Art. 91 - A administração municipal é constituída dos órgãos rior, afixando-se no quadro de avisos;
integrados na estrutura administrativa da Prefeitura e de entidades
II- mensalmente, o balancete resumido da receita e da despe-
dotadas de personalidade jurídica própria.
sa;
§ 1 ° - Os órgãos da administração direta que compõem a es-
II - anualmente, até 15 de março, pelo órgão oficial do Estado,
trutura administrativa da Prefeitura se organizam e se coordenam,
as contas de administração, constituídas do balanço financeiro, do
atendendo aos princípios técnicos recomendáveis ao bom desem-
balanço patrimonial, do balanço orçamentário e demonstração das
penho de suas atribuições.
variações patrimoniais, em forma sintética.
§ 2° - As entidades dotadas de personalidade jurídica própria
Seção II
que compõem a Administração Indireta do Município se classificam
em : Dos Livros
I- autarquia é o serviço autônomo, criado por lei, com perso- Art. 94 - O município manterá os livros que forem necessários
nalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprias, ao registro de seus serviços.
para executar atividades típicas da administração pública, que re- § 1 ° - Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo
queiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e Prefeito ou pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por
financeira descentralizadas; funcionário designado para tal! fim.
§ 2° - Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos
por ficha outro sistema, convenientemente autenticado.
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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
SEÇÃO III SEÇÃO V
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS DAS CERTIDÕES

Art. 95 - Os atos administrativos de competência do Prefeito Art. 98 - A Prefeitura e a Câmara são obrigados a fornecer a
devem ser expedidos com obediência às seguintes normas: qualquer interessado, no prazo máximo de quinze (15) dias, certi-
I - Decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes dões dos atos, contratos e decisões, desde que requeridas para fim
casos: de direito determinado, sob pena de responsabilidade da autorida-
de ou servidor que negar ou retardar a sua expedição. No mesmo
a)regulamentação em lei;
prazo deverão atender às requisições se outro não for fixado pelo
b)instituição, modificação ou extinção de atribuições não cons- Juiz.
tantes de lei;
Parágrafo único - As certidões relativas ao Poder Executivo se-
c)regulamentação interna dos órgãos que forem criados na ad- rão fornecidas pelo Secretário ou Diretor da Administração da Pre-
ministração municipal; feitura, exceto as declaratórias de efetivo exercício do Prefeito, que
d)abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite serão fornecidas pelo Presidente da Câmara sem cobrança de qual-
autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários; quer taxa. Nova Redação dada pela Emenda 01/92
e)declaração de utilidade pública ou necessidade social, para
fins de desapropriação ou de servidão administrativa; CAPÍTULO III
f)aprovação de regulamento ou de regimento das entidades DOS BENS MUNICIPAIS SEÇÃO I
que compõem a administração municipal;
Art. 99 - Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais,
g)permissão de uso dos bens municipais;
respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utilizados em
h)medidas executórias do Plano Diretor. Nova Redação dada seus serviços.
pela Emenda 01/92
Art. 100 - Constituem patrimônio do Município:
i)normas de efeitos externos, não privativos da lei;
I- os seus direitos ;
j)fixação e alteração de preços. II - Portaria, nos seguintes casos
II- os seus bens imóveis por natureza ou acessão física;
:
III- os bens móveis e imóveis que sejam de seu domínio pleno,
a)provimento e vacância do cargos públicos e demais atos de
ou útil, na data da promulgação desta Lei Orgânica, ou á ele per-
efeitos individuais;
tençam;
b)lotação e relotação nos quadros de pessoal;
IV- a renda proveniente do exercício das atividades de sua com-
c)abertura de sindicância e processos administrativos, aplica- petência e exploração dos seus serviços;
ção de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos;
V- os bens que lhe vierem a ser atribuídos por lei;
d)outros casos determinados em lei ou decreto. III - Contrato,
VI- os bens que se incorporem ao seu patrimônio por ato jurí-
nos seguintes casos :
dico perfeito.
a)admissão de servidores para serviços de caráter temporário,
§ 1°- Entre os direitos do Município referidos no inciso I inclui-
nos termos do art. 85,IX, desta Lei Orgânica;
-se o de participação no resultado da exploração de petróleo ou gás
b)execução de obras e serviços municipais, nos termos da lei. natural, de recursos hídricos para geração de energia elétrica e de
Parágrafo único - Os atos constantes nos itens II e III deste arti- outros recursos minerais ou naturais de seu território.
go, poderão ser delegados. § 2° - O patrimônio imobiliário do Município é constituído por :
a)bens públicos de uso comum do povo;
SEÇÃO IV
b)bens públicos de uso comum do povo decorrentes da execu-
DAS PROIBIÇÕES ção da legislação referente ao parcelamento do solo urbano;
Art. 96 - O prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores e os servi- c)bens de uso especial, edifícios ou terrenos, aplicados á servi-
dores municipais, bem como as pessoas ligadas a qualquer deles ço ou estabelecimento municipal;
por matrimônio ou parentesco, afim ou consangüíneo, até o segun- d)bens públicos de uso comum do povo decorrentes da execu-
do grau, ou por adoção, não poderão contratar com o Município, ção de projetos de urbanização aprovados, concluídos ou em exe-
subsistindo a proibição até 6(seis) meses após findas as respectivas cução;
funções. Parágrafo único - Não se incluem nesta proibição os con- Nova Redação dada pela Emenda 01/92
tratos cujas cláusulas e condições sejam uniformes para todos os
§ 3° - Os bens imóveis de propriedades do Município não serão
interessados.
adquiridos por usucapião.
Art. 97 - A pessoa jurídica em débito com o sistema de seguran-
Art. 101 - Constituem recursos Materiais do Município seus di-
ça social, como estabelecido em lei federal, não poderá contratar
reitos e bens de qualquer natureza.
com o Poder Público municipal nem dele receber benefícios ou in-
centivos fiscais ou creditícios. Art. 102 - Os bens públicos municipais são imprescritíveis, im-
penhoráveis, inalienáveis e imemoráveis, admitidas às exceções
que a Lei estabelecer para os bens do patrimônio disponível.
§ 1° - Os bens públicos tornar-se-ão indisponíveis ou disponí-
veis por meio, respectivamente, da afetação ou desafetação, nos
termos da lei.

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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
§ 2° - São indisponíveis todas as áreas destinadas por terceiros § 6° - Na hipótese de privatização de empresa pública ou socie-
ao patrimônio Municipal com finalidades específicas, estabelecidas dade de economia mista, mediante expressa autorização legislati-
em gravame restritivo, por obrigatoriedade da Lei de parcelamento va, seus empregados terão preferência, em igualdade de condições,
de solo urbano. para assumi-las sob a forma de cooperativas.
Nova Redação dada pela Emenda 01/92 § 7° - Formalidades previstas neste artigo poderão ser dispen-
Art. 103 - A alienação dos bens do Município, de suas autar- sadas no caso de imóveis destinados ao assentamento de popula-
quias e fundações públicas subordinadas à existência de interesse ção de baixa renda para fins de reformatura urbana.
público, expressamente justificado, será sempre procedida da ava- § 8° - É vedada a concessão de uso de bem imóvel do Município
liação e observará o seguinte: à empresa privada com fins lucrativos, quando o bem possuir desti-
I- quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e con- nação social específica.
corrência, esta última dispensável até o valor máximo de 300 UFIR’s Art. 105 - Com prévia autorização e mediante concessão de
nos seguintes casos : direito real de uso, o Município poderá transferir áreas de seu pa-
a)doação em pagamento; trimônio para implantação de industrias, formação de distritos in-
dustriais ou implantação de pólos de desenvolvimento econômico
Nova Redação dada pela Emenda 01/92
e tecnológico, mediante cobrança de preços e concorrência pública.
b)permuta; Nova Redação dada pela Emenda 01/92
c)investidura Parágrafo único - A remuneração ou encargos pelo uso de bem
II- quando móveis, dependerá de licitação, esta dispensável imóvel municipal serão fixados em Unidade Padrão Fiscal do Muni-
quando o valor for inferior a 300 UFIS nos seguintes casos: cípio - UFIS.
a)doação, desde que, exclusivamente, para fins de interesse Art. 106 - As áreas verdes, praças, parques, jardins e unidades
social; de conservação são Patrimônio público inalienável, sendo proibida
b)permuta; ainda sua concessão ou cedência, bem como qualquer atividade ou
empreendimento público ou privado que danifique ou altere suas
§ 1° - A administração concederá direito real de uso preferen-
características originais.
cialmente à venda de bens imóveis.
§ 2° - A doação com encargos poderá ser objeto de licitação e
SEÇÃO II
de seu instrumento constarão os encargos, o prazo de cumprimen-
to e a cláusula de reversão, sob pena de nulidade. DOS BENS IMÓVEIS
Art. 104 - Os bens imóveis do Município não podem ser objetos Art. 107 - Conforme sua destinação, os imóveis do Município
de doação nem de utilização gratuita por terceiros, salvo, median- são de uso comum, uso especiais ou dominicais.
te autorização do Prefeito, se o beneficiário for pessoa jurídica de
Art. 108 - Admitir-se-á o uso de bens imóveis do Município por
direito público interno, entidade componente de sua administração
terceiros, mediante concessão de uso real, ou cessão, na forma da
indireta ou fundação instituída pelo Município.
Lei.
§ 1° - Exceto no caso de imóveis residenciais destinados à po-
Nova Redação dada pela Emenda 03/97
pulação de baixa renda, através de órgão próprio Municipal, a alie-
nação, a título oneroso, de bens imóveis do Município ou de suas Art. 109 - A utilização e administração dos bens públicos de uso
autarquias dependerá de autorização prévia da Câmara Municipal, especial, com mercados, matadouros, estações, recintos de espetá-
salvo nos casos previstos em lei com previstos em Lei complemen- culos e campos de esportes, serão feitas na forma da lei e regula-
tar, e será precedida de licitação dispensada quando o adquirente mentos respectivos.
for pessoa referida neste artigo ou nos casos de dação em paga- § 1° - A concessão de uso real tem caráter de direito real resolú-
mento, permuta ou investidura. Nova Redação dada pela Emenda vel e será outorgada após autorização legislativa e avaliação prévia,
01/92 mediante remuneração ou imposição de encargos, por tempo certo
§ 2° - A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de área ur- ou indeterminado, para fins específicos de urbanização, industria-
bana remanescente e inaproveitáveis para edificações, resultantes lização, edificação, cultivo da terra ou outra utilização de interesse
de obras públicas, dependerá apenas de prévia avaliação e autori- social, podendo o contrato ou termo administrativo ser levado ao
zação legislativa, dispensada a licitação. As áreas resultantes de mo- registro imobiliário competente.
dificações de alinhamento serão alienadas nas mesmas condições, § 2° - É dispensada a autorização legislativa e a avaliação prévia
quer sejam aproveitáveis ou não. quando a concessão se destinar ao assentamento de pessoas ne-
§ 3° - O disposto no § primeiro não se aplica aos bens imóveis cessitadas, no atendimento de programa habitacional de interesse
das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias, que não social.
sejam de uso próprio para o desenvolvimento de sua atividade nem § 3° - Exige-se autorização legislativa, dispensada avaliação pré-
aos que constituam exclusivamente objeto dessa mesma atividade via,, quando;
nem aos que constituam exclusivamente objeto dessa mesma ati- I- a concessionária for pessoa jurídica de direito público in-
vidade. terno, entidade da administração indireta ou fundacional mantida
§ 4° - As entidades beneficiárias de doação do Município ficam pelo Poder Público.
impedidas de alienar bem imóvel que dela tenha sido objeto. II- A concessionária for entidade educacional, cultural, religio-
§ 5° - No caso de o bem doado não mais servir às finalidades sa, sindical, fundacional privada, partido político, ou de finalidade
que motivaram o ato de disposição, reverterá ao domínio do Muni- social ou filantrópica, reconhecida como de utilidade pública, Nova
cípio, sem qualquer indenização, inclusive por benfeitorias de qual- Redação dada pela Emenda 03/97
quer natureza nele introduzidas. Art. 110 - São cláusulas do contrato ou termo de concessão,
cessão ou permissão de uso as que :
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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
I- á construção ou benfeitoria realizada no imóvel incorpora-se Art. 116 - A concessão de serviço público somente será efe-
a este, tornando-se propriedade pública, sem direito á retenção ou tivada com autorização legal e mediante contrato, precedido de
indenização; concorrência pública, sendo a permissão outorgada por Decreto,
II- a par da satisfação da remuneração ou dos encargos especí- precedido de licitação simplificada.
ficos, incube ao concessionário ou permissionário manter o imóvel Nova Redação dada pela Emenda 01/92
em condições adequados á sua destinação, assim devendo restitui- § 1 ° - Serão nulas de pleno direito as permissões, as conces-
-lo. sões, bem com quaisquer outros ajustes feitos em desacordo com o
Art. 111 - A concessão, a cessão ou a permissão de uso de imó- estabelecido neste artigo.
vel municipal, vincular- se-á atividade definida no contrato ou ter- § 2° - Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sempre su-
mo respectivo, constituindo o desvio de finalidade causa necessária jeitos a regulamentação e fiscalização do Município, incumbido, aos
de extinção, independentemente de qualquer outra. que executem, sua permanente atualização e adequação às neces-
Art. 112 - A utilização de imóvel municipal por funcionário ou sidades dos usuários.
empregado público municipal será efetuada sob regime de permis- § 3° - O Município poderá retomar, sem indenização, os servi-
são de uso cobrada a respectiva remuneração, por meio de descon- ços permitidos ou concedidos, desde que executados em descon-
to em folha. formidade com o ato o contrato, bem com aqueles que se revela-
§ 1 ° - O servidor de que trata este artigo será responsável pela rem insuficientes para o atendimento dos usuários.
guarda do imóvel e responderá administrativamente pelo uso ad- § 4° - As concorrências para concessão de serviço público deve-
verso daquele previsto no ato de permissão. rão ser precedidas de ampla publicidade, em jornais e rádios locais,
§ 2° - Revogada a permissão de uso, ou implementado 0 seu inclusive em órgãos da imprensa da capital do Estado, mediante
termo, o servidor desocupará o imóvel. edital ou comunicado resumido.
§ 3° - Será sem ônus a utilização de imóvel por servidor resi- Art. 117 - Os usuários estarão representados nas entidades
dente, o qual terá noventa dias para desocupar o imóvel no caso de prestadoras de serviços públicos na forma que dispuser a legislação
aposentadoria, relotação ou afastamento do cargo ou emprego por municipal, assegurando-se sua participação em decisões relativas
qualquer motivo. a:
§ 4° - A obrigação de desocupação no prazo citado no § 3° - I- planos e programas de expansão dos serviços;
estende-se, no caso de morte deste, aos dependentes do servidor. II- revisão da base de cálculo dos custos operacionais; III - po-
§ 5° - Resolução das Secretarias que contarem com servidores- lítica tarifária;
-residentes regulará a utilização de imóveis municipais por estes. IV- nível de atendimento da população em termos de quanti-
dade e qualidade;
SEÇÃO III V- mecanismos para atendimento de pedidos e reclamações
DOS BENS MÓVEIS dos usuários, inclusive para apuração de danos causados a tercei-
ros.
Art. 113 - Aplicam-se à cessão de uso de bens móveis munici-
Nova Redação dada pela Emenda 01/92
pais as regras dos artigos referentes aos Bens Imóveis.
Parágrafo único - Em se tratando de empresas concessionárias
Art. 114 - Fica proibida a cessão de qualquer bem móvel do
ou permissionárias de serviços públicos, a obrigatoriedade men-
Município a particulares.
cionada neste artigo deverá constar do contrato de concessão ou
permissão .
CAPÍTULO IV Art. 118 - As entidades prestadoras de serviços são obrigadas,
DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS pelo menos um vez por ano, a dar ampla divulgação de sua ativida-
des, informando, em especial, sobre planos de expansão, aplicação
Art. 115 - Nenhum empreendimento de obras e serviços do de recursos financeiros e realização de programas de trabalho.
Município poderá ter início sem prévia elaboração do plano respec-
tivo, em que obrigatoriamente, conste : Art. 119 - Nos contratos de concessão ou permissão de serviços
públicos serão estabelecidos entre outros :
I- a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e opor-
tunidade para o interesse comum; I- os direitos dos usuários, inclusive as hipóteses de gratuidade;
II- os pormenores para sua execução; II- as regras para remuneração do ,capital e para garantir o
equilíbrio econômico e financeiro do contrato;
III- os recursos para o atendimento das respectivas despesas;
III- as normas que possam comprovar eficiência no atendimen-
IV- os prazos para seu início e conclusão, acompanhados da res- to do interesse público, bem como permitir a fiscalização pelo Mu-
pectiva justificação. nicípio, de modo a manter o serviço contínuo, adequado e acessível;
§ 1 ° - Nenhuma obra, serviço ou melhoramento, salvo casos IV- as regras para orientar a revisão periódica das bases de cál-
de extrema urgência, será executada sem prévio orçamento de seu culo dos custos operacionais e de remuneração do capital, ainda
custo. que estipulada em contrato anterior;
§ 2° - As obras públicas poderão ser executadas pela Prefeitura, V- a remuneração dos serviços prestados aos usuários diretos,
por suas autarquias e demais entidades da administração indireta, assim como a possibilidade de cobertura dos custos por cobrança a
e, por terceiros, mediante licitação. outros agentes beneficiados pela existência dos serviços;
§ 3° - As obras públicas á executar, deverão Ter placas afixadas VI- as condições de prorrogação, caducidade, rescisão e rever-
em lugar visível com dizeres do seu custo e tempo de sua execução. são da concessão ou permissão.

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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Parágrafo único - Na concessão ou permissão de serviços pú- Parágrafo único - As taxas não poderão ter base de calculo pró-
blicos, o Município reprimirá qualquer forma de abuso do poder prio de impostos.
econômico, principalmente as que visem à dominação do mercado, Art. 128 - O Município poderá instituir contribuição, cobrada de
à exploração monopolística e ao aumento abusivo de lucros. seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de
Art. 120 - As tarifas dos serviços públicos deverão ser fixadas previdência e assistência social.
pelo Executivo, tendo-se em vista a justa remuneração.
Art. 121 - Nos serviços, obras e concessões do Município, bem SEÇÃO II
como nas compras e alienações será adotada a licitação, nos termos DA RECEITA E DA DESPESA
da lei.
Art. 122 - O Município poderá realizar, mediante convênio com Art. 129 - A receita municipal, constituir-se-á da arrecadação
o Estado, a União ou entidades particulares, bem assim, através de dos tributos municipais, da participação em tributos da União e do
consórcio, com outros Municípios. Estado, dos recursos resultantes do Fundo de Participação do Mu-
nicípios e da utilização de seus bens serviços, atividades e de outros
ingressos.
CAPÍTULO V
Art. 130 - Pertencem ao Município :
DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E FINANCEIRA
I- o produto da arrecadação do imposto da união sobre rendas
SEÇÃO I
e proventos de qualquer natureza, incidente da fonte, sobre rendi-
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS mentos pagos, a qualquer título, pela administração direta, autar-
quia e fundações municipais;
Art. 123 - São tributos municipais os impostos, as taxas e as
contribuições de melhoria, decorrentes de obras públicas, institu- II- cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto
ídos por Lei Municipal, atendidos os princípios estabelecidos na da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos
Constituição Federal e nas normas gerais de direito tributário. imóveis situados no Município;
Art. 124 - São de competência do Município os impostos sobre II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto
: I - propriedade predial e territorial urbana; do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados
no território municipal;
II- transmissão, inter-vivos, a qualquer título, por ato oneroso,
de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e direitos reais so- IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do im-
bre imóveis, exceto os de garantia, bem com cessão de direitos a posto do Estado sobre operações relativas á circulação de mercado-
sua aquisição; rias e sobre prestações de serviços de transportes interestadual e
intermunicipal de comunicação.
III- vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto
óleo díesel; Art. 131 - A fixação dos preços públicos, devidos pela utilização
de bens, serviços e atividades municipais, será feita pelo Prefeito
IV- serviços de quaisquer natureza, não compreendidos na
mediante edição de decreto.
competência do Estado, definidos na lei complementar.
Parágrafo único - As tarifas dos serviços públicos deverão cobrir
§ 1 ° - O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos
os seus custos, sendo reajustáveis quando se tornarem deficientes
termos da lei, de forma a assegurar o cumprimento da Fundação
ou excedentes.
social da propriedade.
Art. 132 - Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento
§ 2° - O imposto previsto no inciso II não incide sobre transmis-
de qualquer tributo lançado pela Prefeitura, sem prévia notificação.
são de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurí-
dica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou § 1 ° - Considera-se notificação a entrega do aviso de lança-
direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de mento no domicílio fiscal do contribuinte, nos termos da legislação
pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante federal pertinente.
do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos locação § 2° - Do lançamento do tributo cabe recurso ao Prefeito , asse-
de bens imóveis ou arredamento mercantil. gurado para sua interposição no prazo de quinze (15) dias, contados
§ 3° - A lei determinará medidas para que os consumidores se- da notificação.
jam esclarecidos acerca do impostos previstos nos incisos III e IV. Art. 133 - A despesa pública atenderá aos princípios estabeleci-
Art. 125 - As taxas só poderão ser instituídas por lei, em razão dos na Constituição Federal e ás normas de direito financeiro.
do exercício do Poder de Polícia ou pela utilização efetiva ou po- Art. 134 - Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita sem
tencial de serviços públicos, específicos e divisíveis, prestados ao que exista recurso disponível e crédito votado pela Câmara, salvo a
contribuinte ou postos à disposição pelo Município. que ocorrer por conta do crédito extraordinário.
Art. 126 - A contribuição de melhoria, decorrente de obras pú- Art. 135 - Nenhuma lei que crie ou aumente despesa será sem
blicas, será cobrada de todo contribuinte que tiver seu patrimônio que dela conste a indicação do recurso para atendimento do cor-
beneficiado pela realização da obra, sendo o custo total desta rate- respondente cargo.
ado entre os beneficiários. Art. 136 - As disponibilidades de caixa do Município, de sua
Nova Redação dada pela Emenda 01/92 autarquias e fundações e das empresas por ele controladas serão
Art. 127 - Sempre que possível os impostos terão caráter pes- depositadas e aplicadas em conta que incida correção monetária
soal e serão graduados segundo a capacidade econômica do con- em instituições financeiras oficiais, salvo os casos previstos em lei.
tribuinte, facultado à administração municipal, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os di-
reitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos
e as atividades econômicas do contribuinte.

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CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
SEÇÃO III Art. 142 - Rejeitado pela Câmara o projeto de lei orçamentária
DO ORÇAMENTO anual, prevalecerá, para o ano seguinte, o orçamento do exercício
em curso, aplicando-se-lhe a atualização de valores.
Art. 137 - A elaboração e a execução da lei orçamentária anual Art. 143 - Aplicam-se ao projeto de lei orçamentária, no que
e plurianual de investimentos obedecerá às regras estabelecidas na não contrair o disposto nesta Seção, as regras do processo legisla-
de Constituição Federal, na Constituição do Estado, nas normas de tivo.
c Direito Financeiro e nos preceitos desta Lei Orgânica.
Art. 144 - O Município, para execução de projetos, programas,
Parágrafo único - O poder Executivo publicará, até trinta dias obras, serviços ou despesas cuja execução se prolongue além de
após o A encerramento de cada bimestre, relatório resumido da um exercício financeiro, deverá ‘ elaborar orçamentos plurianuais
execução I orçamentária. de investimentos.
Art. 138 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, e ao Parágrafo único - As dotações anuais dos orçamentos pluria-
orçamento anual e os créditos adicionais serão apreciados pela Co- nuais deverão ser incluídas no orçamento de cada exercício, para
missão permanente de Orçamentos e Finanças à qual caberá : utilização do respectivo crédito.
I- Examinar e emitir parecer sobre os projetos e as contas apre- Art. 145 - O orçamento será uno, incorporando-se, obrigatoria-
sentadas anualmente pelo Prefeito Municipal; mente, na receita, todos os tributos, rendas e suprimentos de fun-
II- examinar e emitir parecer sobre os planos e programas de dos, e incluindo-se, discriminadamente, da despesa, as dotações
investimentos e exercer a acompanhamento e fiscalização A orça- necessárias ao custeio de todos os serviços municipais.
mentária, sem prejuízo de atuação das demais Comissões da Câ- Art. 146 - O orçamento não conterá dispositivo estranho à pre-
mara. visão da receita, nem à fixação da despesa anteriormente de crédi-
§ 1 ° - As emendas serão apresentadas na Comissão, que escore tos suplementares;
elas emitirá parecer, e apreciadas na forma regimental. I- autorização para abertura de créditos suplementares;
§ 2° - As emendas ao projeto de lei do orçamento anua ou aos II- contratações de operações de crédito, ainda que por anteci-
projetos que modifiquem somente podem ser aprovados caso: b pação da receita, nos termos da lei.
I - sejam compatíveis com o plano plurianual;
Art.147 - São vedados :
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
I- o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
provenientes de anulação de despesas, excluídas as que indicam
mentária anual;
e sobre :
II- a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas
a)dotações para pessoal e seus encargos;
que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
b)serviço de dívida; ou III sejam relacionados:
III- a realização de operações de crédito que excedam o mon-
a)com a correção de erros ou omissões; ou tante das despesa de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
b)com os dispositivos do texto do projeto de lei. créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, apro-
§ 3° - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou vados pela Câmara com maioria absoluta;
reedição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despe- IV- a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou des-
sas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, me- pesas, ressalvadas a repartição do produto de arrecadação dos im-
diante crédito especiais ou suplementares, com prévia e específica postos a que se referem ao art. 158 e 159 da Constituição Federal,
autorização legislativa. a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do
Art. 139 - A lei orçamentária anua corresponderá : ensino, como determinado pelo art. 177 desta Lei Orgânica e a pres-
tação de garantias às operações por antecipação de receita, previs-
I- o orçamento fiscal referente aos poderes do Município, seus
ta no art. 146,11 desta Lei Orgânica.
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta;
V- a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
II- o orçamento de investimento das empresas em que o Muni-
autorização legislativa e sem indicação dos recursos corresponden-
cípio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
tes;
com direto voto;
VI- a transposição, o remanejamento ou a transferência de re-
III- o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as en-
cursos de uma categoria de programação para outra ou de órgão
tidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta e indire-
para outro, sem prévia autorização legislativa;
ta, bem com os fundos instituídos pelo Poder Público.
VII- a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
Art. 140 - O Prefeito enviará a Câmara , no prazo consignado na
lei complementar federal, a proposta de orçamento anual do Muni- VIII- a utilização, sem autorização legislativa específica, de re-
cípio para o exercício seguinte. cursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir ne-
cessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclu-
§ 1 ° - O não cumprimento no disposto no caput deste artigo
sive dos mencionados no art. 139 desta Lei Orgânica;
implicará a elaboração pela Câmara independente do envio da pro-
posta, da competente Lei de meios, tomando por base a lei orça- IX- a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
mentária em vigor. autorização legislativa.
§ 2° - O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara , para pro- § 1 ° - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer-
por a modificação do projeto de lei orçamentária, enquanto não cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
iniciada a votação da parte que deseja alterar. plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
Art. 141 - A Câmara não enviando, no prazo consignado na lei
complementar federal, o projeto da lei orçamentária à sanção, será
promulgada como lei, pelo Prefeito, o projeto originário do Execu-
tivo.
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§ 2° - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência Art. 156 - o Município dispensará a microempresa e a empresa
no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de pequeno porte, assim definidas em lei federal, tratamento jurí-
de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele dico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de sua
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente. ou pela eliminação ou redução destas, por meio de lei.
§ 3° - A abertura de crédito extraordinário somente será admi-
tida para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as de- CAPÍTULO II
correntes de calamidade pública. DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 148 - Os recursos correspondentes às dotações orçamen-
tárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, des- Art. 157 - O Município, dentro de sua competência, regulará o
tinados à Câmara Municipal, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de serviço social, favorecendo e coordenando as iniciativas particula-
cada mês. res que visem este objetivo.
Art. 149 - A despesa com pessoal ativo e inativo do Município § 1 ° - Caberá ao Município promover e executar as obras que,
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. por sua natureza e extensão, não possam ser atendidas pela insti-
tuições de caráter privado.
Parágrafo único - A concessão de qualquer vantagem ou au-
mento de remuneração, a criação de cargos ou alteração de estru- § 2° - O plano de assistência social do Município nos termos
tura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer títu- que a lei estabelecer, terá por objetivo a correção dos desequilíbrios
lo, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, só do sistema social e a recuperação dos elementos desajustados, vi-
poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária suficien- sando a um desenvolvimento social harmônico, consoante previsto
te para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acrésci- no art. 203 da Constituição Federal.
mos dela decorrentes. ‘ Art. 158 - Compete ao Município suplementar, se for o caso, os
planos de previdência social, estabelecidos na Lei Federal.
TÍTULO IV
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL CAPÍTULO III
CAPÍTULO I DA SAÚDE
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 159 - a saúde é direito de todos e dever do Município, as-
segurada mediante políticas sociais, econômicas e ambientais que
Art. 150 - O Município, dentro de sua competência, organizará
visem a prevenção de doenças físicas e mentais, e outros agravos,
a ordem econômica e social, conciliando a liberdade de iniciativa
o acesso universal e igualitário as ações de saúde e a soberana li-
com os superiores interesses da coletividade.
berdade de escolha dos serviços, quando esses constituírem ou
Parágrafo único - O Município poderá criar empresas públicas complementarem o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde,
e sociedades de economia mista, com fundamento no art. 173 da guardada a regionalização para sua promoção, proteção e recupe-
Constituição Federal, prevendo em Lei as hipóteses em que ocorra ração.
relevante interesse coletivo para tal, e indicando as explorações e
Art. 160 - Sempre que possível, o Município promoverá:
econômicas dessas empresas com tais características.
I- formação de consciência sanitária individual nas primeiras
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idades, através do ensino primário;
Art. 151 - A intervenção do Município, no domínio econômico,
II- serviços hospitalares e dispensários, cooperando com a
terá por objetivo estimular e orientar a produção, defender os inte-
União e o Estado, bem como as iniciativas particulares e filantró-
resses do povo e promover a justiça e solidariedade sociais.
picas;
Art. 152 - O trabalho é obrigação social, garantido a todos o
III- combate às moléstias específicas, contagiosas e infecto con-
direito ao emprego e à justa remuneração, que proporcione exis-
tagiosas; IV - combate ao uso de tóxico;
tência digna na família e na sociedade.
V - serviços de assistência à maternidade e á infância.
Art. 153 - O Município considerará o capital não apenas como
instrumento produtor de lucro, mas também como meio de expan- Parágrafo único - Compete ao Município suplementar, se ne-
são econômica e de bem-estar coletivo. cessário, a legislação federal e a estadual que disponham sobre a
regulamentação, fiscalização e controle das ações e serviços de saú-
Art. 154 - O Município assistirá os trabalhadores rurais e sua
de, que constituem um sistema único.
organizações legais, procurando proporcionar-lhes, entre outros
benefícios, meios de produção e de trabalho, crédito fácil e preço Art. 161 - O Município cuidará do desenvolvimento das obras e
justo, saúde e bem-estar social. serviços relativos ao saneamento e ao urbanismo, com assistência
da União e do Estado, sob condições estabelecidas na lei comple-
Parágrafo único - São isentas de impostos as respectivas Coo-
mentar federal.
perativas.
Art. 162 - Fica assegurada as empresas prestadoras de serviços,
Art. 155 - O Município manterá órgãos especializados, incum-
de auxílios diagnóstico na área de saúde, desde que atuem no Mu-
bidos de exercer ampla fiscalização dos serviços públicos por ele
nicípio, convênio com a municipalidade através do SUDS.
concedidos e da revisão de sua tarifas.
Art. 163 - Fica assegurada a participação na elaboração e con-
Parágrafo único - A fiscalização de que trata este artigo com-
trole das políticas e ações de saúde de membros de entidades re-
preende o exame contábil e as perícias necessárias à apuração das
presentativas de usuários e de profissionais de saúde, através de
inversões de capital e dos lucros auferidos pelas empresas conces-
conselho municipal de saúde, deliberativo e partidário, estruturado
sionárias.
por lei complementar.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Art. 164 - Obriga-se o Município a dar atendimento integral, b)se a gravidez resulta de estupro e o aborto é procedido do
universal e igualitário, com acesso a todos dos serviços de saúde consentimento da gestante, ou, quando incapaz, do seu represen-
da população urbana e rural, contemplando as ações de promoção, tante legal, respeitando-se os ditames da deontologia médica.
proteção e recuperação de saúde individual e coletiva, com priori-
dade para as atividades preventivas de atendimento de emergência CAPÍTULO IV
e urgência, sem prejuízo dos demais serviços assistências.
DA FAMÍLIA, DA CULTURA, DA EDUCAÇÃO, DO DESPORTO E
Art. 165 - Compete a municipalidade, através do seu órgão di- DO TRANSPORTE
retor:
SEÇÃO I
I- garantir aos profissionais da área de saúde um plano de car-
DA FAMÍLIA
gos e salários único, o estímulo ao regime de tempo integral e con-
dições adequadas de trabalho em todos os níveis; Art. 170 - Compete ao Município suplementar a legislação fe-
II- desenvolver ações visando à segurança e á saúde do traba- deral e estadual dispondo sobre à infância, à juventude, aos idosos
lhador, compreendendo fiscalização, prestação de serviços e recu- e as pessoas portadoras de deficiência, garantindo-Ihes o acesso a
peração; logradouros, edifícios públicos e veículos de transporte coletivo.
III- controle e fiscalização dos ambientes e processos de traba- Parágrafo único - para execução do previsto neste artigo, serão
lho nos órgãos ou empresas públicas, incluindo os departamentos adotadas, entre outras, as seguintes medidas:
médicos; I- amparo às famílias numerosas em recursos;
IV- direito de recusa ao trabalho em ambientes sem controle II- ação contra os males que são instrumentos da dissolução
adequado de riscos, assegurada a permanência no emprego; da família;
V- intervenção, interrompendo as atividades em local de traba- III- estímulo aos pais e às organizações sociais para formação
lho em que haja risco eminente ou naqueles em que tenham ocor- moral, cívica, física e intelectual da juventude;
rido graves danos à saúde do trabalhador;
IV- colaboração com as entidades assistências que visem à pro-
VI- coordenar e estabelecer diretrizes e estratégias das ações teção e educação da criança;
de vigência sanitária e epidemiológica e colaborar no controle do
meio ambiente e saneamento; V- amparo ás pessoas idosas, assegurando sua participação na
comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-
VII- determinar que todo estabelecimento público ou privado, -Ihes o direito à vida;
sob fiscalização de órgãos do sistema único de saúde, seja obrigado
a utilizar coletor seletivo de lixo hospitalar; VI- colaboração com a União, com o Estado e com outros Mu-
nicípios para a solução do problema dos menores desamparados
VIII- formular e implantar política de atendimento à saúde de ou desajustados, através de processos adequados de permanentes
portadores de deficiências, bem como coordenar e fiscalizar os ser- recuperação.
viços e ações específicas, de modo a garantir a prevenção de do-
enças ou condições que favoreçam o seu surgimento, assegurando
o direito à habilitação, reabilitação e integração social, com todos SEÇÃO II
os recursos necessários, inclusive o acesso aos materiais e equipa- DA CULTURA
mentos de reabilitação; IX - implantar a política de atendimento à
saúde das pessoas consideradas doentes mentais, com prioridade e Art. 171 - O Município estimularão desenvolvimento das ciên-
atenção extra-hospitalar, incluindo atendimento ao grupo familiar. cias, das artes, das letras e da cultura em geral, observando o dis-
posto na Constituição Federal.
Art. 166 - O Município mediante ação conjunta de sua áreas de
educação e saúde garantirá aos alunos da rede municipal de ensino § 1° - Ao Município compete suplementar, quando necessário,
acompanhamento médico- odontológico, e as crianças que ingres- a legislação federal e estadual dispondo sobre a cultura.
sem no pré-escolar exames e tratamentos oftalmológico. § 2° - A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de
Art. 167 - As empresas privadas prestadoras de serviços de as- ata significação para o Município.
sistência médica, administradoras de planos de saúde, deverão res- § 3° - À administração municipal cabe, na forma da lei, a gestão
sarcir o Município das despesas com o atendimento dos segurados da documentação governamental e as providências para franquear
respectivos em unidades de saúde pertencentes ao poder público sua consulta a quantos dela necessitem.
municipal. § 4° - O Município protegerá os bens de valor histórico, artístico
Parágrafo único - O pagamento será de responsabilidade das e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis, obser-
empresas a que estejam associados as pessoas atendidas em uni- vando a legislação e a ação fiscalizadora Federal e Estadual .
dade dos municípios. Nova Redação dada pela Emenda 01/92
Art. 168 - Ficam assegurados aos funcionários da área da saú- § 5° - Incentivo municipal às festas populares locais folclóricas
de do Município, todos os direitos constantes dos arts. 37 a 41 da e religiosas. Apoio municipal às atividades artísticas locais, festivais
Constituição Federal. e feiras de artesanato.
Nova Redação dada pela Emenda 01/92 § 6° - Estudo de áreas de preservação da história da cultura
Art. 169 - Caberá á rede de serviços de saúde do Município local, observada a ação fiscalizadora federal e estadual.
através do seu corpo clínico, prestar o atendimento médico para a § 7° - Estudos para obtenção de recursos financeiros, através de
prática do aborto, nos casos excludentes de antijuricidade, previs- imposto de renda, para atividades culturais.
tos no Código Penal, quais sejam :
a)senão há outro meio de salvar a vida da gestante;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Art. 172 - O Conselho Municipal da Cultura, incumbindo de XIV- erradicar o analfabetismo através de programa especial e
regulamentar, orientar e acompanhar a política cultural do Muni- Ter início no prazo máximo de um (1 ) ano após a promulgação des-
cípio, terá suas atribuições e composições definidas em lei, obser- ta Lei Orgânica.
vando-se representação das áreas de trabalhadores e empresários Parágrafo único - O Não atendimento às normas
da cultura.
legais relativas ao ensino e a seus profissionais acarretará crime
Parágrafo único - A Lei disporá sobre a composição do Conselho de responsabilidade político-administrativa.
municipal de Cultura, devendo a indicação de seus membros ser
Art. 174 - O sistema de ensino municipal assegurará aos alunos
submetida a Câmara Municipal.
necessitados, condições de eficiência escolar.
Art. 175 - O ensino oficial do Município será gratuito em todos
SEÇÃO III
os graus e atuará prioritariamente no ensino fundamental e pré-
DA EDUCAÇÃO -escolar.
Art. 173 - O dever do Município com a educação será efetivan- § 1° - O Município orientará e estimulará, por todos os meios a
do mediante a garantia de: educação física, que será obrigatória nos estabelecimentos munici-
pais de ensino e nos particulares que recebam auxílio do Município.
I- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa-
mento, a arte e o saber, vedada qualquer discriminação; Art. 176 - O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as se-
guintes condições : I - cumprimento das normas gerais de educação
II- ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os
nacional;
que a ele não tiver acesso na idade própria;
II - autorização e avaliação de qualidade pelos órgãos compe-
III- progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
tentes.
ensino médio;
Art. 177 - Os recursos do Município serão destinados às escolas
IV- atendimento educacional especializado aos portadores de
públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessio-
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
nais ou filantrópicas, definidas em lei federal, que :
V- atendimento em creche e pré escolar às crianças de zero a
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus exce-
seis anos de idade;
dentes financeiros em educação;
VI- acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confes-
criação artística, segundo a capacidade de cada um;
sional, ou ao Município, no caso de encerramento de suas ativida-
VII- oferta de ensino noturno regular, adequado às condições des.
do educando;
§ 1 ° - Os recursos de que trata este artigo serão destinados
VIII- atendimento ao educando, no ensino fundamental, atra- a bolsas de estudo fundamental, na forma da lei, para os que de-
vés de programas suplementares de material didático-escolar, ali- monstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de va-
mentação e assistência à saúde. gas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência
§ 1° - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público do educando, ficando o Município obrigado a investir prioritaria-
subjetivo, acionável mediante mandado de injunção. mente na expansão de sua rede na localidade.
§ 2° - O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Municí- Art. 178 - O Município manterá o professorado municipal em
pio, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade nível econômico, social e moral à altura de suas funções.
competente. Art. 179 - A lei regulará a composição, o funcionamento e as
§ 3° - Compete ao Poder Público recensear os educandos no atribuições do Conselho Municipal de Educação.
ensino fundamental, fazer- lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou Art. 180 - O Município aplicará, anualmente, nunca menos de
responsáveis, pela freqüência à escola. 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, da receita resultante de
IX- valorização dos profissionais de ensino, garantidos na forma impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manu-
da lei. planos de carreira para o magistério público; tenção e desenvolvimento do ensino.
X- gestão democrática do ensino público, na forma da lei aten- Nova Redação dada pela Emenda 01/92
dendo às seguintes diretrizes: Art. 181 - É da competência comum da União , do Estado e do
participação do magistério na formulação da política educacio- Município proporcionar os meios de acesso à educação.
nal; criação de mecanismos para prestação de contas à sociedade Art. 182 - O Conselho Municipal de Educação, incumbido de
da utilização dos recursos destinados à educação; normalizar, orientar e acompanhar o ensino das redes públicas e
a) participação de estudantes, professores, pais e funcionários, privadas, com atribuições e composição a serem definidas em lei,
através de funcionamentos de Conselhos Comunitários em todas as terá os seus membros indicado pelo Prefeito Municipal entre pesso-
unidades escolares, com o objetivo de acompanhar o nível pedagó- as de comprovado saber, com representantes das entidades mante-
gico da escola, segundo norma do Conselho Estadual e Municipal nedoras de ensino, dos trabalhadores de ensino e usuários. O con-
de Educação; selho a que se refere este artigo terá a indicação dos seus membros
XI- garantia de padrão de qualidade; referendados pela Câmara Municipal.
XII- Fica revogado conforme a Emenda n.° 01/92 Art. 183 - Os membros do magistério público não poderá ser
afastados do exercício de regência de turmas, salvo para ocupar
XIII- eleições anuais diretas com direito a reeleição pelo mesmo funções diretivas, chefias ou cargos comissionados.
período para Direção das escolas da rede municipal, com a partici-
pação dos professores, pais e funcionários, regulamentada por lei
complementar;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
SEÇÃO IV II- alunos uniformizados dá rede pública de ensino de 1°, 2°
DO DESPORTO graus e bolsistas do Município nos dias de aula;
III- policiais e vigilantes uniformizados, em serviço;
Art. 184 - É dever do Município fomentar práticas desportivas
IV- deficientes físicos, portadores de doenças crônicas que exi-
formais e não formais, inclusive para pessoas portadoras de defici-
gem tratamento continuado, e seu respectivo acompanhante, com-
ência como direito de cada um, observados:
provada sua carência de recursos financeiros;
I- autonomia das entidades desportivas, dirigentes e associa-
V- crianças até cinco anos.
dos quanto a sua organização e o seu funcionamento;
Parágrafo único - Os beneficiários mencionados nos incisos I e
II- o voto unitário nas decisões das entidades desportivas;
IV farão prova antecipada do requisito junto ao órgão competente
III- a destinação de recursos públicos à promoção prioritária do Município para receber o passe que assegurará seu direito.
dos desportos educacionais e, em casos específicos para o desporto
Art. 192 - Lei complementar disporá sobre as diretrizes gerais
de alto rendimento;
do sistema de transportes, observados os seguintes princípios:
IV- o tratamento diferenciado pelo desporto profissional e não
I - integração dos principais sistemas e meios de transportes.
profissional;
Art. 193 - É vedado o monopólio de áreas ou linhas por empre-
Art. 185 - O Poder Público incentivará as práticas desportivas,
sas na exploração de serviços de transporte coletivo rodoviário de
inclusive através de:
passageiros.
I- criação e manutenção de espaços adequados para prática de
Art. 194 - É obrigatória a manutenção das linhas de transporte
esportes nas escolas e praças públicas;
coletivo no período noturno em freqüência a ser estabelecida por
II- promoção de jogos e competições esportivas amadoras re- lei.
gionais, inclusive de alunos da rede pública;
III- implantação de programas municipais para apoio às práticas CAPÍTULO V
esportivas e de lazer, criando condições adequadas, especialmente
DA POLÍTICA URBANA
junto aos jovens;
IV- regularização e preservação dos campos e áreas de esportes Art. 195 - A política de desenvolvimento urbano, executada
já existentes as suas respectivas agremiações. pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em
Art. 186 - A Educação Física é disciplina curricular regular e lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
obrigatória nos ensinos fundamental e médio. sociais e garantir o bem-estar de seus habitantes.
Parágrafo único - Nos estabelecimentos de ensino municipal e § 1 ° - As funções sociais da cidade são compreendidas como
privados deverão ser reservados espaços para prática de atividades o direito de todo o cidadão de aceso a moradia, transporte públi-
físicas, equipados materialmente e com recursos humanos qualifi- co, saneamento básico, energia elétrica, abastecimento, iluminação
cados. pública, saúde, educação, cultura, creche, lazer, água potável, cole-
ta de lixo, drenagem das vias de circulação, contenção de encostas,
Seção V
segurança e preservação do patrimônio ambiental e cultural.
Do Transporte
§ 2° - o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é o
Art. 187 - O Transporte coletivo de passageiros é um serviço de instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
interesse público e essencial, sendo reservado ao Poder Executivo o urbana.
seu planejamento e sua prestação direta ou sob regime de conces-
§ 3° - A propriedade urbana cumpre sua função social quando
são ou permissão .
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade, expres-
Art. 188 - O transporte subordinado à competência do sas no plano diretor.
Município será planejado e operado de acordo com o Plano § 4° - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com
Diretor. prévia e justa indenização em dinheiro.
Art. 189 - O Poder Público estabelecerá entre outras, as seguin- § 5° - As intervenções de órgãos municipais. deverão estar de
tes condições para execução dias serviços de transporte coletivo de acordo com as diretrizes definidas pelo plano diretor.
passageiros:
§ 6° - É garantida a participação popular através de entidades
I- valor da tarifa; representativas, nas fases de elaboração e implementação do plano
II- freqüência de circulação ; III - itinerário a ser percorrido; IV diretor, em Conselhos Municipais a serem definidas em lei de com-
- tipo de veículo; , petência da Câmara Municipal.
V- padrões de segurança e manutenção; § 7° - A municipalidade promoverá a associação entre os Muni-
VI- normas de proteção ambiental relativas ás populações so- cípios situados na Região dos lagos, de modo a discutir e executar
nora e ambiental; projetos, atividades e soluções comuns quanto à questão urbana,
inclusive para a edição de normas legais edilícias e de parcelamen-
VII- reformas relativas ao conforto e á saúde dos passageiros e
to, uso e ocupação do solo em padrões semelhantes.
operadores dos veículos.
Art. 196 - O direito à propriedade é inerente à natureza do ho-
Art. 190 - Nenhuma alteração do itinerário será autorizada às
mem, dependendo seus limites e uso da conveniência social.
empresa de transporte coletivo intermunicipal, na malha viária mu-
nicipal, sem prévia autorização do Prefeito, respeitadas a autono- § 1 ° - o Município poderá, mediante lei específica, para área
mia municipal e as diretrizes e critérios do Plano Diretor. incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do pro-
prietário do solo urbano não edificado, subtilizado ou não utilizado,
Art. 191 - A lei disporá sobre isenção de pagamento de tarifas
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessiva-
de transportes coletivos urbanos, assegurada a gratuidade para:
mente, de :
I- maiores de sessenta e cinco anos;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
I- parcelamento ou edificação compulsória; V- criação de áreas de especial interesse urbanístico, social,
II- imposto sobre propriedade predial e territorial urbana pro- ambiental, turístico e de utilização pública;
gressivo no tempo; VI- especialmente às pessoas portadoras de deficiência, livre
III- desapropriação, com pagamento mediante título da dívida acesso e edifícios públicos e particulares e a logradouros públicos,
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, mediante eliminação de barreiras arquitetônicas e ambientais;
com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e VII- apoiar o reflorestamento econômico integrado, com essên-
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. cias diversificadas, em áreas ecologicamente adequadas, visando a
§ 2° - Poderá também o Município organizar fazendas coletivas, suprir a demanda de matérias-primas de origem vegetal.
orientadas ou administradas pelo Poder Público, destinadas à for-
mação de elementos aptos ás atividades agrícolas. CAPÍTULO VI
Art. 197 - São isentos de tributos os veículos de tração animal, DO MEIO AMBIENTE
e os demais instrumentos de trabalho do pequeno agricultor, em-
pregados no serviço da própria lavoura e no transporte de seus pro- Art. 202 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
dutos. equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qua-
lidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e à cole-
Art. 198 - Aquele que possuir como sua área urbana de até du-
tividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
zentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterrup-
futuras gerações.
tamente e sem oposição, utilizando-se para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio desde que não seja proprietário de § 1° - Para assegurar a efetividade desse direito, incube ao Po-
outro imóvel ou rural. der Público:
§ 1° - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos I- preservar e restaurar os processos ecológicos essências e
ao homem ou à mulher, ou ambos, independentemente do i estado prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
civil. II- proteger e restaurar a diversidade e a integridade do patri-
§ 2° - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mônio genético, biológico, ecológico, paisagístico, histórico e arqui-
mais de uma vez. I tetônico;
Art. 199 - Será isento de imposto sobre propriedade predial e III- definir espaços territoriais e seus componentes a serem
territorial urbana o prédio ou terreno destinado à moradia do pro- especialmente protegidos, sendo a alteração e a suspensão permi-
prietário de pequenos recursos, que não possua outro imóvel, nos tidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que com-
termos e no limite do valor que a lei fixar. prometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
Art. 200 - Para assegurar as funções sociais das cidades e da IV- exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou ativida-
propriedade o Município, nos limites de sua competência, poderá des potencialmente causadora de significativa degradação do meio
utilizar os seguintes instrumentos: ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará pu-
blicidade;
I - tributários e financeiros:
V- controlar a produção, a comercialização e o emprego de téc-
a)imposto predial e territorial urbano progressivo e diferencia-
nicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a
do por zonas e outros critérios de ocupação e uso do solo;
qualidade de vida e o meio ambiente;
b)taxas e tarifas diferenciadas por zonas, segundo os serviços
VI- promover a educação ambiental em todos os níveis de en-
públicos oferecidos; c)contribuição de melhoria;
sino e a conscientização pública para a preservação do meio am-
d)incentivos e benefícios fiscais e financeiros, nos limites das biente;
legislações próprias;
VII- proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prá-
e)fundos destinados ao desenvolvimento urbano. II - institutos ticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
jurídicos: extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade;
a) discriminação de terras públicas; . b) servidão administrati- VIII- fiscalizar e zelar pela utilização racional dos recursos na-
va; c)limitação administrativa; turais;
d)tombamento de imóveis; IX- implantar unidades de conservação representativa dos
e)declaração de área de preservação ou proteção ambiental; ecossistemas originais do espaço territorial do Município, vedando
f)cessão ou permissão; qualquer utilização ou atividade que comprometa seus atributos
essenciais;
g)poder de polícia;
X- estimular e promover o reflorestamento ecológico em áreas
h)outras medida previstas em lei.
degradadas, objetivando especialmente a proteção de encostas e
Art. 201 - No plano diretor a ser elaborado deverão constar: dos recursos hídricos;
I- proibição de construções e edificações sob dutos, canais, XI- promover, respeitadas as competências da União e do Esta-
valões e vias similares de esgotamentos ou passagens de curso d’ do, o gerenciamento integrado dos recursos hídricos do Município,
água; considerando o sistema ambiental da região dos Lagos;
II- condicionamento de desafetação de bens de uso comum do XII- promover os meios defensivos necessários para evitar a
povo à prévia aprovação das populações circunvizinhas ou direta- pesca predatória;
mente interessadas;
XIII- controlar e fiscalizar a produção, a estocagem, o transpor-
III- restrição à utilização de área que apresente riscos geológi- te, a comercialização e a utilização de técnicas, métodos e instala-
cos; ção que comportem risco efetivou potencial para a qualidade de
IV- preservação, proteção e recuperação do meio ambiente ur- vida e o meio ambiente;
bano e cultural;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
XIV- condicionar, na forma da lei, a implantação de instalação § 4° - O Conselho Municipal de Meio Ambiente deverá ser con-
ou atividades efetivas ou potencialmente causadora de alterações sultado quando da implantação de projetos em área de relevante
significativas do meio ambiente à prévia elaboração de estudo de interesse ecológico, em áreas limítrofes àquelas de preservação
impacto ambiental, a que se dará publicidade; permanente e quando se tratar de projetos de grande porte ou que
XV- criar mecanismos junto aos órgãos estaduais e federais envolva suspeita de danos ao meio ambiente.
para conhecer e informar sistematicamente a população sobre ní- Art. 205 - São áreas de preservação permanente:
veis de poluição, a qualidade do meio ambiente, as situações de I- os manguezais, o espelho d’ água dos lagos e lagunas, áreas
rico de acidentes e a presença de substâncias potencialmente da- estuarinas e as restingas, na forma da lei;
nosas à saúde na água potável e nos alimentos;
II- as praias;
XVI– Fica Revogado conforme a Emenda n.° 01/92
III- as nascentes e as faixas marginais de proteção de águas su-
XVII- acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pes- perficiais;
quisas e exploração de recursos hídricos e minerais efetuados pela
IV- as áreas que abriguem exemplares ameaçados de extin-
União ou pelo Estado nos territórios do Município;
ção, raros, vulneráveis ou menos conhecidos, na fauna e flora, bem
XVIII- promover a conscientização da população e a adequação como aqueles que sirvam com local de pouso, alimentação ou re-
do ensino de forma a incorporar. os princípios e objetivos de prote- produção;
ção ambiental;
V- as áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, pai-
XIX- implementar política setorial visando a coleta seletiva, sagístico e cultural;
transporte, tratamento e disposição final de resíduos urbanos, hos-
VI- as falésias fósseis e as encostas das colinas localizadas às
pitalares e industriais, com ênfase nos processos que envolvem sua
margens das lagoas e sua respectiva vegetação;
reciclagem;
VII- a vegetação nativa de faixa marginal das lagoas de Saqua-
XX- criar o Conselho Municipal do Meio Ambiente, de compo-
rema, Jaconé, Jaconé Pequena, Jacarepiá, Marrecas, Vermelha e
sição paritária, com a participação dos Poderes Executivo e Legisla-
Ipiranga;
tivo, Comunidades científicas e Associações Civis, na forma da lei;
VIII- os brejos do entorno da lagoa de Jacarepiá e a ilha res-
Nova Redação dada pela Emenda 01/92
pectiva.
XXI- fiscalizar e controlar, na forma da lei, a utilização de áreas
Art. 206 - São áreas de relevante interesse ecológico, cuja uti-
biologicamente ricas de manguezais, estuários e outros espaços de
lização dependerá de prévia autorização dos órgãos competentes,
reprodução e crescimento de espécies aquáticas, em todas as ativi-
preservados seus atributos essenciais :
dades humanas capazes de comprometer esses ecossistemas; XXII
- promover juntamente com o Estado e a União a recuperação dos I- aqueles com coberturas florestais nativas;
ecossistemas já degradados; II- a faixa marginal de proteção das lagoas do Município;
§ 2° - aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a re- III- as lagoas de Jaconé, Saquarema, Jaconé Pequena, Marre-
cuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técni- cas; IV - os brejos no entorno das lagoas de Saquarema;
ca exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. V - as ilhas da lagoa do Município.
§ 3° - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio Art. 207 - A iniciativa do Poder Público de criação de unida-
ambientes sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a des de conservação, com a finalidade de preservar a integridade
sanções penais a administrativas, independentemente da obriga- de exemplares de ecossistemas, será imediatamente seguida dos
ção de reparar os danos causados. procedimentos necessários à regularização fundiária, demarcação
XXIII - promover a associação entre os Municípios situados na e implantação de estrutura de fiscalização adequadas.
Região do Lagos, de modo a discutir e executar projeto, atividades e Art. 208 - O Poder Público poderá estabelecer restrições admi-
soluções comuns quanto á questão ambiental, inclusive para edição nistrativas de uso de áreas privadas para fins de proteção de ecos-
de normas legais em padrões semelhantes. sistemas.
Art. 203 - A utilização dos recursos naturais com fins econômi- Parágrafo único - As restrições administrativas de uso, a que se
cos será objeto de preços públicos correspondentes aos custos ne- refere este artigo, deverá ser averbada no registro imobiliário no
cessários à fiscalização, à recuperação e a manutenção dos padrões prazo máximo de um ano a contar de seu estabelecimento.
de qualidade ambiental.
Art. 209 - É vedada a privação do entorno das lagoas do Muni-
Nova Redação dada pela Emenda 01/92 cípio numa faixa mínima de quinze (15) metros, contados a partir
Art. 204 - O Município promoverá, com a participação do Esta- da orla máxima.
do e das comunidades, o zoneamento ambiental do seu território. Art. 210 - A implantação e a operação de atividades efetiva ou
§ 1 ° - A implantação de áreas ou pólos industriais, bem como potencialmente poluidoras dependerão de adoção das melhores
as transformações de uso do solo, dependerão de estudos de im- tecnologias de controle para proteção do meio ambiente, na forma
pacto ambiental e do correspondente licenciamento. da lei.
§ 2° - O registro dos projetos de loteamento, de hotel, de gru- Art. 211 - Os lançamentos finais dos sistemas públicos e parti-
pamento de edificações multifamiliares e unifamiliares, marinas e culares de coleta de esgotos sanitários deverão ser precedidos, no
clubes dependerá do prévio licenciamento na forma da legislação mínimo, de tratamento secundário completo, na forma da lei.
de proteção ambiental. § 1 ° - Fica vedada a implantação de sistemas de coleta conjun-
§ 3° - Os proprietários rurais ficam obrigados, na forma da lei, ta de águas pluviais e esgotos domésticos ou industriais.
a preservar e a recuperar com espécies nativas as áreas de preser- § 2° - as atividades poluidoras deverão dispor de bacias de con-
vação permanentes e de relevante interesse ecológico em sua pro- tenção para águas de drenagem, na forma da lei.
priedade.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Art. 212 - É vedada a disposição de lixo á margem de rios, lagos, Art. 219 - O Município terá um plano de desenvolvimento agro-
lagoas, manguezais e mananciais. pecuário, com programas anual e plurianual de desenvolvimento
rural, elaborado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Ru-
CAPÍTULO VII ral, organizado pelo Poder público municipal, constituído em sua
maioria de produtores rurais, suas organizações e lideranças co-
DA PESCA
munitárias, e de instituições públicas instaladas no Município e da
Art. 213 - O Município definirá política específica para setor iniciativa privada, sob a coordenação do executivo municipal e que
pesqueiro local, em consonância com as diretrizes dos Governos contemplará atividades de interesse da coletividade e o uso dos re-
Estadual e Federal, promovendo seu planejamento, ordenamento cursos disponíveis resguardada a política de desenvolvimento do
e desenvolvimento, enfatizando sua função de abastecimento ali- Município.
mentar através de implantação de mercados de peixes nas sedes § 1° - O Programa de Desenvolvimento Rural será integrado por
distritais, provimento de infra-estrutura de suporte à pesca, incen- atividades agropecuárias, agro-industriais, reflorestamento, preser-
tivo á aquicultura e implantação do sistema de informação setorial vação do meio ambiente e bem estar social, incluídas as infra-estru-
e controle estatístico da produção. turas físicas e de serviços na zona rural e o abastecimento alimentar.
§ 1° - Na elaboração da Política pesqueira do Município garan- § 2° - O Programa de Desenvolvimento Rural no Município
tirá efetiva participação da comunidade da pesca, através de suas deve assegurar prioridade, incentivos e gratuidade do serviço de
representações de classe. assistência técnica e extensão rural, aos pequenos e médios produ-
§ 2° - Incumbe ao Município criar mecanismos de proteção e tores rurais (proprietários ou não), trabalhadores, mulheres rurais,
preservação de áreas ocupadas por comunidades de pescadores, jovens rurais e associações.
assegurando o seu espaço vital. Art. 220 - Compete ao Município, em articulações e co-partici-
Art. 214 - Cabe ao Município criar base institucional comunitá- pação com o Estado e a União garantir:
ria e participativa, para promover o gerenciamento pesqueiro, atra- I- apoio à geração, à difusão e à implementação de tecnologias
vés da implantação de Conselho Municipal de Pesca, constituído de adaptadas as condições ambientais locais;
representantes dos poderes executivo e legislativo municipal, de II- os mecanismos para proteção e a recuperação dos recursos
instituições ligadas à pesca e ao meio ambiente e das comunidades naturais e preservação do meio ambiente;
pesqueiras locais.
III- repassar, através da Secretaria Municipal de Agricultura do
§ 1 ° - São de responsabilidade do Conselho Municipal de Pesca Município, 1 % do Fundo de Participação dos Municípios, em convê-
a coordenação e a normalização dos assuntos relacionados à pesca nio com a EMATER-RIO ( Empresa de Assistência Técnica e Extensão
a nível municipal em coerência com a legislação pertinente, o apoio Rural do Estado do Rio de Janeiro ) para a prestação de serviços de
à fiscalização da pesca, bem como a mediação em conflitos de inte- Assistência Técnica e extensão Rural do Município.
resses relacionados à mesma.
IV- as infra-estruturas físicas, viárias, sociais e de serviços da
§ 2° - o apoio à fiscalização da pesca será exercido por delega- zona rural, eles incluídos a eletrificação, telefonia, armazenagem,
ção do Conselho, contará com o apoio logístico do executivo muni- irrigação e drenagem, estradas e transportes, mecanização agrícola,
cipal e será exercido por membros do Conselho Municipal de pesca educação, saúde, segurança, assistência social e cultural, desporto
e por cidadãos escolhidos dentre aqueles indicados pelas comuni- e lazer.
dades pesqueiras organizadas do Município.
§ 3° - Serão coibidas práticas que contrariem as normas vi- CAPÍTULO IX
gentes relacionadas ás atividades da pesca, que causem riscos aos
DO TURISMO
ecossistemas aquáticos interiores e na zona costeira do mar territo-
rial adjacente ao Município no limite de 12 milhas náuticas. Art. 221 - o município considera o turismo atividade essencial
Art. 215 - O Município articulará com os Governos Federal e para o progresso da cidade e definirá uma política com o objetivo
Estadual as formas de implantação e operação do serviço de busca de proporcionar as condições necessárias para o pleno desenvolvi-
e salvamento no limite do mar territorial, do qual é ribeirinho. mento dessa atividade.
Art. 216 - O Município deve promover permanente adequação Art. 222 - A lei disporá sobre a organização e o funcionamento
dos conteúdos dos currículos escolares das comunidades relaciona- do Conselho Municipal de Turismo.
das econômica e socialmente à pesca, á sua vivência; realidade e Art. 223 - Caberá ao Poder Público promover:
potencialidade pesqueira.
I- o inventário e a regulamentação do uso, ocupação e fluição
dos bens naturais e culturais de interesse turístico;
CAPÍTULO VIII
II- a criação de infra-estrutura básica necessária a prática do
DA AGRICULTURA turismo, apoiando e realizando investimentos na produção, criação
e qualificação de empreendimentos, equipamentos, instalações e
Art. 217 - Compete ao Município planejar o desenvolvimento
serviços turísticos;
rural em seu território, observando o disposto na Constituição Fe-
deral e Constituição Estadual, de forma a garantir o uso rentável e III- o levantamento da demanda turística, a definição dos prin-
auto-sustentável dos recursos disponíveis. cipais centros para a promoção turística do Município;
Art. 218 - Criar Conselho municipal de Desenvolvimento rural, IV- o fomento ao intercâmbio permanente com outras regiões
no prazo de 1 (um) ano após a promulgação desta Lei Orgânica. do estado, do país e do exterior;
Parágrafo único - A lei disporá sobre a composição do Conselho V- a adoção de medidas específicas para o desenvolvimento
Municipal de Desenvolvimento Rural, devendo a indicação de seus dos recursos humanos para o turismo;
membros ser submetida à Câmara Municipal.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
VI- a implantação de albergues populares, de albergues da ju- Art. 7° - Até a entrada em vigor da lei complementar federal, o
ventude e do turismo social, diretamente ou em convênio com o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do mandato
estado e outros municípios; em curso do prefeito e o projeto de lei orçamentário anula serão
VII- a conscientização da vocação turística da cidade de Saqua- encaminhados á Câmara até quatro meses do encerramento do
rema; exercício financeiro e devolvidos para sanção até o encerramento
da sessão legislativa.
VIII- a adoção de um plano que vise, treinar e aperfeiçoar jo-
vens para que sirva de guia turismo no Município. Art. 8° - Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os
adicionais, bem com os proventos de aposentadoria que estejam
Art. 224 - O Município manterá um calendário anual de eventos
sendo percebidos em desacordo com a Constituição serão imedia-
turísticos.
tamente reduzidos aos limites dela decorrentes, não se admitindo,
Art. 225 - O Município poderá celebrar convênios com entida- neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção de excesso
des do setor privado para promover a recuperação e a conservação a qualquer título.
de monumentos, logradouros de interesse turístico, obras de arte e
Art. 9° - Os servidores públicos municipais, em exercício na data
pontos turísticos.
de 05/10/88, há pelo menos cinco ( 5 ) anos continuados, e que
Art. 226 - Lei de iniciativa do Prefeito instituirá fundo de nature- não tenham sido admitidos por concurso público, são considerados
za contábil, constituído por, pelo menos um por cento da receita do estáveis no serviço público.
Município, para a promoção do turismo no Município.
Art. 10 - O Município editará lei estabelecendo critério para a
compatibilização de seus quadros de pessoal ao disposto no art. 39
TÍTULO V da Constituição Federal e art. 87 desta Lei Municipal e á reforma ad-
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS ministrativa dela decorrente no prazo de oito ( 8 ) meses contados
da sua promulgação.
Art. 1° - Incube ao Município: Art. 11 - As empresas públicas e sociedade de economia mista
I- auscultar, permanentemente, a opinião pública; para isso, do Município promoverão a adequação dos seus estatutos às dis-
sempre que o interesse público não aconselhar o contrário, os Po- posições desta Lei Orgânica no prazo de cento e oitenta (180) dias a
deres Executivo e Legislativo divulgarão, com a devida antecedên- contar de respectiva promulgação.
cia, os projetos de lei para o recebimento de sugestões; Art. 12 - É assegurado o exercício cumulativo de dois cargos ou
II- adotar medidas para assegurar a celeridade na tramitação empregos privativos de profissionais de Saúde que estejam sendo
e solução dos expedientes administrativos, punindo, disciplinada- exercidos na administração pública direta ou indireta.
mente, nos termos da lei, os servidores faltosos; III - facilitar, no § 1° -
interesse educacional do povo, a difusão de jornais e outras publi-
cações periódicas, assim como das transmissões pelo rádio e pela Fica revogado conforme Emenda n.° 01/92
televisão. Art. 13 - É estabelecido o prazo máximo de doze (12) meses a
Art. 2° - As seguintes disposições do Ato das Disposições Transi- contar da promulgação desta Lei Orgânica, para que os poderes do
tórias da lei Orgânica do Município de Saquarema passam a vigorar Município assumam, mediante iniciativa em matéria de sua com-
com as seguintes alterações: petência, o processo legislativo das leis complementares a esta Lei
orgânica, a fim de que possam ser discutidas e aprovadas no prazo,
Nova Redação dada pela Emenda 01/92 também máximo, de dezoito (18) meses da mencionada promul-
Art. 3° - É licito a qualquer cidadão obter informações e cer- gação.
tidões sobre assuntos referentes á Administração Municipal, nos Art. 14 - o plano diretor urbano, ou a lei de diretrizes gerais
termos dos incisos XXXIII e XXXIV do art. 5° da Constituição Federal. de ocupação do território, deverão ser elaborados e aprovados no
Nova Redação dada pela Emenda 01/92 prazo de até um (1) ano da data da promulgação da Lei Orgânica.
Art. 4° - o Município não poderá dar nome de pessoas vivas a Art. 15 - os jogos tidos como de azar poderão ser explorados,
bens e serviços públicos de qualquer natureza. mediante concessão do Município, com fim de incentivo ao turis-
Parágrafo único - para fins deste artigo, poderá ser homenagea- mo e como forma de lazer social nos termos em que dispuser a lei
da qualquer pessoa que reconhecidamente tenha contribuído para federal.
este Município ou personalidades marcantes que tenham desem- Parágrafo único - a definição de zonas turísticas para o funcio-
penhado altas funções na vida administrativa, esportiva, cultural e namento de cassinos dependerá de lei.
social do Município, do Estado ou do País, reconhecidas pelo Poder Art. 16 - Fica criada a Zona Franca de Turismo com incentivo
Legislativo Municipal. com incentivo de livre acesso do comércio e indústria do ramo de
Nova redação dada pela Emenda n.° 06/97 hotelaria e turismo, com isenção de impostos municipais, com base
Art. 5° - Os cemitérios, no Município, terão sempre caráter se- de permuta por construção, instalação e manutenção de hospitais
cular, e serão administrados pela autoridade municipal, sendo per- de atendimento público, a ser regida por lei complementar.
mitido a todas ás confissões religiosas praticar neles seus ritos. Art. 17 - Serão revistos pela Câmara Municipal, no prazo de dois
Parágrafo único - As associações religiosas e as particulares (2) anos, através de comissão especial, todas as locações, vendas,
poderão, na forma da lei, manter cemitérios próprios, fiscalizados, concessões ou cessões, a qualquer título, de terras públicas munici-
porém, Município. pais com área superior a 900 m2 ( novecentos metros quadrados).
Art. 6° - Até a promulgação da lei complementar referida no Art. 18 - na conformidade do art. 60 - das Disposições transitó-
art. 149 desta Lei Orgânica, é vedado ao Município dispensar mais rias da Constituição da República, o Município implementará, a par-
do que sessenta e cinco por cento do valor da receita corrente, li- tir de 1990, o Plano Emergêncial de Erradicação do Analfabetismo,
mite este a ser alcançado no máximo, em cinco anos, á razão de um valendo-se de meios inexistentes no sistema municipal de ensino e
quinto por ano. de recursos comunitários. ‘

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
Art. 19 - Será constituído pelo legislativo um Conselho Munici-
pal de Defesa do Direitos Humanos para conhecer qualquer viola- FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA; CONTROLE IN-
ção de direitos humanos, providenciar sua reparação, abrir inqué- TERNO E EXTERNO. TRIBUTOS MUNICIPAIS E ADMINISTRA-
ritos, processos e encaminhá-los aos órgãos públicos competentes. ÇÃO TRIBUTÁRIA. ADMINISTRAÇÃO DE BENS PATRIMO-
Parágrafo único - Lei complementar definirá sua organização, estru- NIAIS E DE OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS. ORÇAMENTO,
tura e composição. SUAS LEIS E CARACTERÍSTICAS, VEDAÇÕES, EMENDAS E
Art. 20 - Fica criado o Conselho Municipal de Defesa da Criança EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
e do Adolescente, com órgãos normativo, consultivo, deliberativo
e controlador da política integrada de assistência á infância e à ju- Prezado(a),
ventude. A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
Parágrafo único - A lei disporá sobre a organização, composição será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re-
e funcionamento do Conselho, garantindo a participação de repre- servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila,
sentações do Poder Judiciário, ministério Público, Defensoria Públi- sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona-
ca, Ordem dos Advogados do Brasil, órgãos públicos encarregados dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não
da execução da política de atendimento à infância e á juventude, cabem na estrutura de nossas apostilas.
assim como, em igual número, de representantes de organização Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são
populares de defesa dos direitos da criança e do adolescente, le- organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po-
galmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ( 1 dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
) ano. material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno.
Art. 21 - O Município promoverá a criação do Conselho Munici- Bons estudos!
pal de Alimentação e Nutrição (COMAN), no prazo de um (1) ano da
promulgação da Lei Orgânica, na forma da lei.
Art. 22 - As indústrias não poluentes, hotéis e pousadas que se QUESTÕES
instalarem no Município, dentro de dois (2) anos, a contar da data
da promulgação desta Lei Orgânica, ficam isentas do pagamento de
todos os impostos e taxas municipais, com exceção das taxas de 1.CEPERJ - 2015 - Prefeitura de Saquarema - RJ - Auditor Fiscal
serviços urbanos, pelo período de dois (2) anos a contar da data de Para os efeitos do imposto sobre a propriedade predial e ter-
sua inauguração. ritorial urbana (IPTU), entende-se como zona urbana toda área em
Parágrafo único - Farão jus a isenção que se refere ao artigo an- que existam melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos
terior as indústrias que proporcionarem, com seu funcionamento, critérios estabelecidos no Código Tributário Municipal, construídos
mais de quarenta (40) empregos diretos. ou mantidos pelo Poder Público, dentre os quais destaca-se:
Art. 23 - Caberá ao Hospital Municipal, após parto, expedir (A) meio-fi o ou calçamento, exceto canalização de águas plu-
atestado médico de nascimento, cabendo ao cartório competente viais
o registro correspondente á vista do atestado mencionado. (B) abastecimento de água e de gás canalizado
Nova Redação dada pela Emenda 01/92 (C) sistema de esgotos sanitários e infraestrutura de telecomu-
nicações
Art. 24 - O Vale Transporte será emitido, comercializado e dis-
(D) rede de iluminação pública, desde que apresente postea-
tribuído pelas empresas operadoras de transporte coletivo de pas-
sageiros, custeado pelo empregadores, sendo vedado 0 repasse mento para distribuição domiciliar
tarifário e admitida a delegação. (E) escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima
de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado
Parágrafo único - Ficam estendidos os benefícios do vale-trans-
porte a todos os servidores públicos municipais, da administração 2.CEPERJ - 2015 - Prefeitura de Saquarema - RJ - Auditor Fiscal
direta ou indireta. Nos termos do Código Tributário Municipal, são isentos do im-
Art. 25 - Ficam proibidos, em todo território do Município, a posto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN):
comercialização, uso ou utilização de qualquer produto à base de (A) as empresas prestadoras de serviços de limpeza no muni-
clorofluorcarbonos (CFC’s) e à base de cloro (Befemilas Policlora- cípio
das) Ascarel. (B) as associações de classe e os sindicatos, exceto quanto aos
Saquarema, 05 de abril de 1990. serviços prestados aos não sócios
(C)
Anselmo Amorim dos Santos Presidente
os serviços de carpintaria prestados por profissionais liberais,
Alair Francisco de Almeida Vice-Presidente exceto quando o tomador de serviços for entidade da administra-
João Evêncio Machado 1º Secretário ção indireta municipal
José Luiz da Mota Nunes 2º Secretário (D) os serviços de estacionamento
Antonio Peres Alves Ademir Amorim (E) os serviços de pintura e de construção civil prestados por
profissionais liberais
Abel Barbosa Ferreira Paulo Cesar Melo de Sá
João Alberto Teixeira de Oliveira Silvio Antonio Bueno Vidal
Jair Rodrigues Moreira Miguel Martineli de Azeredo Euzébio
Souza de Farias

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS GERAIS DO MUNICÍPIO
3.CEPERJ - 2015 - Prefeitura de Saquarema - RJ - Auditor Fiscal ______________________________________________________
Nos termos do Código Tributário Municipal, a incidência do
imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) independe: ______________________________________________________
(A) da existência de relação de emprego
______________________________________________________
(B) do tipo de atividade comercial exercida
(C) do resultado contábil e administrativo obtido ______________________________________________________
(D) da destinação dos serviços
(E) dos bens industrializados produzidos ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

1 E ______________________________________________________
2 B ______________________________________________________
3 D
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS
LÍNGUA PORTUGUESA
ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo
- Bibliotecas: reúnem documentos de biblioteca, que são mate-
GESTÃO DE ARQUIVOS: CONCEITO, FINALIDADE, TIPOS riais ordenados para estudo, pesquisa e consulta.
E TÉCNICAS DE ARQUIVAMENTO. PLANEJAMENTO E OR- - Museus: colecionam documentos (bidimensionais e/ou tridi-
GANIZAÇÃO DE ARQUIVOS. TERMINOLOGIA E FUNÇÕES mensionais) de museu, que são criações artísticas ou culturais de
ARQUIVÍSTICAS. TIPOS DE ARQUIVOS; TABELA DE TEMPO- uma civilização ou comunidade, possuindo utilidade cultural, de in-
RALIDADE: OBJETIVOS, ELIMINAÇÃO, TRANSFERÊNCIA E formação, educação e entretenimento.
RECOLHIMENTO DE DOCUMENTOS. CONTROLE DE ACES- - Centros de documentação ou informação: é um órgão/insti-
SO E GRAU DE SIGILO DE DOCUMENTOS, CONFORME SUA tuição/serviço que busca juntar, armazenar, classificar, selecionar e
CLASSIFICAÇÃO; PRAZOS DE RESTRIÇÃO DE ACESSO E SUA disseminar informação das mais diversas naturezas, incluindo aque-
VIGÊNCIA. FUNÇÕES DE PROTOCOLO E GERENCIAMENTO las próprias da biblioteconomia, da arquivística, dos museus e da
DE PROCESSOS: PROCEDIMENTOS E ROTINAS DE RECEBI- informática.
MENTO, REGISTRO, EXPEDIÇÃO, CONTROLE, MOVIMENTA-
ÇÃO E ARQUIVAMENTO. CONCEITOS SOBRE AUTUAÇÃO, Princípios
TRAMITAÇÃO, INSTRUÇÃO, ABERTURA E ENCERRAMEN- A arquivologia possui uma série de princípios fundamentais
TO DE VOLUMES, ANEXAÇÃO, JUNTADA, APENSAÇÃO E para o seu funcionamento. São eles:
DESAPENSAÇÃO, DESENTRANHAMENTO, DESMEM- - Princípio da proveniência, respeito aos fundos ou método his-
BRAMENTO, ACAUTELAMENTO, ENCERRAMENTO, tórico: fundo é um conjunto de documentos de uma mesma prove-
ARQUIVAMENTO E REATIVAÇÃO niência. Eles podem ser fundos abertos ou fechados.
Fundo aberto é aquele ao qual podem ser acrescentados novos
documentos em função do fato de a entidade produtora continuar
Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, em atividade.
temos quatro definições para o termo arquivologia: Fundo fechado é aquele que não recebe acréscimo de docu-
1. Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma mentos, uma vez que a entidade produtora não se encontra mais
entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desem- em atividade. Porém, ele pode continuar recebendo acréscimo de
penho de suas atividades, independentemente da natureza do su- documentos desde que seja proveniente da mesma entidade pro-
porte. dutora de quando a organização estava funcionando.
2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o - Princípio da indivisibilidade ou integridade arquivística: é ne-
processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos. cessário manter a integridade do arquivo, sem dispersar, mutilar,
3. Instalações onde funcionam arquivos. alienar, destruir sem autorização ou adicionar documento indevido.
4. Móvel destinado à guarda de documentos.
- Princípio do respeito à ordem original, ordem primitiva ou
Podemos entender ela como um conjunto de princípios, nor- “santidade” da ordem original: o arquivo deve conservar o arranjo
mas, técnicas e procedimentos para gerenciar as informações no dado por quem o produziu, seja uma entidade coletiva, pessoa ou
processo de produção, organização, processamento, guarda, utili- família. Ou seja, ele deve ser colocado no seu lugar de origem den-
zação, identificação, preservação e uso de documentos de arquivos. tro do fundo de onde provém.
Um arquivo é o conjunto de documentos produzidos e acu-
mulados por uma entidade coletiva, pública e privada, pessoa ou - Princípio da Organicidade: é o princípio que possibilita a dife-
família, no desempenho de suas atividades, independentemente da renciação entre documentos de arquivo e outros documentos exis-
natureza do suporte. tentes no ambiente organizacional.
Um documento é o registro de informações, independente da
natureza do suporte que a contém. - Princípio da Unicidade: independentemente de forma, gêne-
Já informação é um “elemento referencial, noção, ideia ou ro, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu cará-
mensagem contidos num documento. ter único, em função do contexto em que foram produzidos.
O suporte é o meio física, aquela que o contém o documento,
podendo ser: papel; pen-drive; película fotográfica; microfilme; CD; - Princípio da cumulatividade ou naturalidade: seus registros
DVD; entre outros. são formados de maneira progressiva, natural e orgânica em função
do desempenho natural das atividades da organização, família ou
Outros conceitos importantes de se ter claro na mente: pessoa, por produção e recebimento, e não de maneira artificial.
- Arquivos: órgãos que recolhem naturalmente os documentos
de arquivo, que são acumulados organicamente pela entidade, de - Princípio da reversibilidade: todo procedimento ou tratamen-
forma ordenada, preservando-os para a consecução dos objetivos to aplicado aos arquivos poderá, necessariamente, ser revertido,
funcionais, legais e administrativos, tendo em conta sua utilidade caso seja necessário. Para se evitar a desintegração ou perda de
futura. unidade do fundo.
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aa solução
solução para
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seu concurso!
concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Princípios da inalienabilidade e imprescritibilidade: aplicado SINAR
ao setor público, estabelecendo que a transferência de propriedade Sistema Nacional de Arquivos, em 1978, não obstante os es-
dos arquivos públicos a terceiros é proibida; e que o direito público forços realizados no sentido de estimular a adoção de políticas que
sobre os seus arquivos não prescreve com o tempo. assegurassem a preservação do patrimônio documental em decor-
rência da implementação do sistema foi bastante prejudicada em
- Princípio da universalidade: implica ao arquivista uma abor- decorrência da concepção estreita que norteou o Governo Feral, à
dagem mais geral sobre a gestão dos documentos de arquivo antes época, com relação à problemática arquivística.
que ele possa se aprofundar em maiores detalhes sobre cada natu- A promulgação da Lei n.º 8159/91 retorna a questão da Política
reza documental. Nacional de Arquivos, reconhecendo e legitimando a necessidade
- Princípio da proveniência territorial/territorialidade: estabe- de um Sistema que promova a efetiva integração sistêmica dos ar-
lece que os documentos deverão ser arquivados no território onde quivos públicos e privados nos moldes legais e tecnicamente corre-
foram produzidos. tos, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos
de arquivo.
- Princípio da pertinência territorial: afirma que os documentos
deverão ser arquivados no local de sua pertinência, e não de sua Legislação Federal
acumulação. (Caro candidato(a) indicamos a consulta das Leis e decretos
abaixo para aprofundar os estudos)
Os arquivos públicos são conjuntos de documentos produzidos - Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a Po-
e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de lítica Nacional de Arquivos Públicos e Privados.
âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e Municipal em decor- - Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968. Regula a microfilmagem
rência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. (Lei de documentos oficiais e dá outras providências.
nº 8.159/91). - Decreto no 1.799, de 30 de janeiro de 1996. Regulamenta a
Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos Lei no 5.433, de 8 de maio de 1968, que regula a microfilmagem de
produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decor- documentos oficiais.
rência de suas atividades. Os arquivos privados podem ser identifi- - Portaria da Secretaria da Justiça nº 58, de 20 de junho de
cados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde 1996. Regulamenta o registro e a fiscalização do exercício da ativi-
que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para dade de microfilmagem de documentos, em conformidade com o
a história e desenvolvimento científico nacional. (Lei nº 8.159/91). parágrafo único do artigo 15 do Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro
de 1996.
CONARQ - Decreto nº 2.134, de 24 de janeiro de 1997. Regulamenta o
O Conselho Nacional de Arquivos é um órgão colegiado, vin- art. 23 da Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a
culado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei 8159, de 8 categoria dos documentos públicos sigilosos e o acesso a eles, e dá
de Janeiro de 1991, que dispõe da Política Nacional de Arquivos e outras providências.
regulamentado pelo decreto n.º 1173 de 19 de Junho de 1994, al- Citamos alguns artigos importantes da Legislação Federal:
terado pelo decreto n.º 1491, de 25 de Abril de 1995, que tem por - A eliminação de documentos produzidos por instituições pú-
finalidade: blicas e de caráter público será realizada mediante autorização da
I - Definir a Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados; instituição arquivística pública, na sua específica esfera de compe-
II - Exercer a orientação normativa visando à Gestão Documen- tência (Lei no. 8.159, de 08/01/91, Art. 9°.);
tal e à proteção especial aos documentos de arquivo. - Os documentos, em tramitação ou em estudo, poderão, a
critério da autoridade competente, ser microfilmados, não sendo
Dentre as competências delegadas ao órgão, destacam-se as permitida a sua eliminação até a definição de sua destinação final
seguintes: (Decreto no. 1.799, de 30/01/96, Art. 11);
- Definir normas gerais e estabelecer diretrizes para o pleno - A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á
funcionamento do SINAR. Visando à Gestão, à preservação e ao por meios que garantam sua inutilização, sendo a mesma precedida
acesso aos documentos do arquivo; de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme
- Promover o inter-relacionamento de arquivos público de pri- cópia (idem, Art. 12);
vados com vistas ao intercâmbio e à integração sistêmica das ativi- - A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá
dades arquivísticas; ocorrer se prevista na tabela de temporalidade do órgão, aprovada
- Zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e le- pela autoridade competente na esfera de sua atuação e respeitado
gai que preservam o funcionamento e acesso aos arquivos públicos; o disposto no art. 9° da Lei no. 8.159, de 8 de janeiro de 1991 (idem,
- Estimular programas de preservação e gestão de documentos Art. 12 parágrafo único).
produzido (orgânicos) e recebidos por órgãos e entidades, no âmbi-
to federal, estadual e municipal, em decorrência da função executi- Constituição da República Federativa do Brasil (1988)
va, legislativa e judiciária; - É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
- Subsidiar a elaboração de planos nacionais nos Poderes Le- sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional (Art.5°,
gislativo, Executivo e Judiciário, bem como nos Estado, no Distrito XIV);
Federal e Municípios; - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
- Declarar que como de interesse público e social os arquivos de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
privados que contenham fontes relevantes para a história e o de- serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, res-
senvolvimento nacionais, nos termos do art. 13 da Lei n.º 8159/91. salvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so-
ciedade e do Estado (Art. 5°., XXXIII);

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- São a todos assegurados, independentemente do pagamen- - Compete aos Órgãos Setoriais e Seccionais do Sistema: ... III
to de taxas, ... b) a obtenção de certidões em repartições públicas, - preservar os documentos sob sua guarda, responsabilizando-se
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pela sua segurança (Art. 5º.); Decreto no. 1799, de 30 de janeiro de
pessoal (Art. 5°., XXXIV); 1996: Regulamenta a Lei no. 5.433, de 8 de maio de 1968, que regu-
- A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais la a microfilmagem de documentos oficiais, e a outras providências)
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (Art. - Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda per-
5°., LX); manente, não poderão ser eliminados após a microfilmagem de-
- Conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimen- vendo ser recolhidos ao arquivo público de sua esfera de atuação
to de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de ou preservados pelo próprio órgão detentor (Art.13).
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se pre- RESOLUÇÃO N.º 4, DE 28 DE MARÇO DE 1996.
fira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (Art. 5°, Dispõe sobre o Código de Classificação de Documentos de Ar-
LXXII); quivo para a Administração Pública.
- É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios: ... II recusar fé aos documentos públicos (Art.19); Levando em consideração que o acumulo da massa docu-
- É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe- mental é um retrocesso da agilidade da obtenção da informação
deral e dos Municípios: ... V- proporcionar os meios de acesso à o presidente do CONARQ dentro de suas atribuições e baseado na
cultura, à educação e à ciência (Art.23); Resolução 1º (adoção de um Plano de Classificação para arquivos
- Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da correntes) resolve aprovar medidas e definir funções.
documentação governamental e as providências para franquear sua Para os Arquivos Públicos foi aprovado, para as Atividades-
consulta a quantos dela necessitem (Art. 216, parág. 2°.); -Meio, o Código de Classificação da Administração Pública que ser-
- A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a ve como modelo. Também foi atribuído que as entidades poderão
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão adaptar esse Código de Classificação de acordo com a decorrência
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição (Art. de suas atividades, estipulando mudanças nos prazos de guarda, de
220). destinação (eliminação ou guarda permanente), inserção de novas
- É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe- classes, subclasses e assim por diante.
deral e dos Municípios: ... III- proteger os documentos, as obras e
outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, Classificação, Temporalidade e Destinação de Documentos de
as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV- impedir Arquivos Relativos às Atividade – Meio da Administração Pública.
a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de A Política Nacional de Arquivos, de acordo com os princípios
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural (Art. 23); teóricos da moderna Arquivologia, compreende a definição e a no-
- Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de nature- ção de um conjunto de normas e procedimentos técnicos e admi-
za material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, nistrativos para disciplinar as atividades relativas aos serviços ar-
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos di- quivísticos da administração pública, trazendo, por consequência, a
ferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se melhoria dos arquivos públicos. A implantação dessa política inclui
incluem: ... IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais necessariamente o processo de restauração da própria administra-
espaços destinados às manifestações artístico-culturais (Art. 216); ção pública.
- O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promo- No entanto, com essa modernização, pressupõem novas for-
verá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inven- mas de relacionamento entra máquina administrativa governamen-
tários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de ou- tal e seus arquivos, como condição imprescindível para que estes
tras formas de acautelamento e preservação (Art. 216, parág. 1º.); últimos sirvam como instrumento de apoio à organização do estado
e da sociedade.
Lei no. 8.159, de 08/01/91: dispõe sobre a Política Nacional de O controle sobre a produção documental e a racionalização de
Arquivos Públicos e Privados seu fluxo, atreves da aplicação de modernas técnicas e recursos tec-
- É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção nológicos, são objetivos de um programa de gestão de documentos,
especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à que levará à melhoria dos serviços arquivísticos, reganhando, com
administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como ele- isso, a função social que os arquivos devem ter, aumentando-lhes
mentos de prova e informação (Art. 1º.); a eficácia garantindo o cumprimento dos direitos de cidadania e
-Os documentos de valor permanente são inalienáveis e im- sendo, para o próprio Estado suporte para as decisões políticos-ad-
prescritíveis (Art. 10); ministrativas.
- Ficará sujeito a responsabilidade penal, civil e administrativa, Contudo, o Código de Classificação de Documentos de Arquivo
na forma da legislação em vigor aquele que desfigurar ou destruir para a Administração Pública: atividades meio e a tabela básica de
documentos de valor permanente ou considerado como de interes- temporalidade e destinação de documentos de arquivos relativos
se público e social (Art. 25); às atividades meio da Administração Pública foram elaborados por
técnicos do Arquivo Nacional, da antiga Secretaria de Administra-
Decreto no. 82.308, de 25/09/78: institui o Sistema Nacional de ção Federal e do Ministério do Planejamento e Orçamento e cons-
Arquivo (SINAR) tituem elementos essenciais à organização do arquivos correntes
- Fica instituído o Sistema Nacional de Arquivo (SINAR) com a e intermediários, permitindo o acesso aos documentos através da
finalidade de assegurar, com vistas ao interesse da comunidade, ou racionalização e controlo eficazes das informações neles contidas.
pelo seu valor histórico, a preservação de documentos do Poder
Público (Art. 1o.);
- Compete ao Órgão Central do Sistema: ... III-supervisionar a
conservação dos documentos sob sua custódia (Art. 4°.);

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
É importante focar que, a utilização desses instrumentos (Tabe- b) Arquivamento
la de Temporalidade e Destinação), além de possibilitar o controle Com a efetuação da classificação o documento, ele deve ser
e a rápida recuperação de informações, orientará as atividades de encaminhado para o seu destino: a tramitação ou despacho final.
racionalização da produção e fluxo documentais, avaliação e desti- O arquivamento tem o objetivo de preservar a ordem estabelecida
nação dos documentos produzidos e recebidos, aumentando a efi- pelos códigos aplicados na fase de classificação (Princípio da Pro-
cácia dos serviços arquivísticos da administração pública em todas veniência) visando o acelerar o arquivamento. Uma característica
as esferas. importante no processo de arquivamento é a preocupação com a
utilização do espaço (hoje em dia praticamente todos os Arquivos
Código de Classificação de Documentos de Arquivo sofrem com esse problema) por isso neste processo há a preocupa-
É o principal instrumento para a classificação dos documentos ção se existem réplicas ou documentos que falam do mesmo assun-
no Arquivo Corrente ou na massa documental. A ordem estabeleci- to, havendo isso, serão encaminhados para a eliminação.
da é baseada no agrupamento de documentos de um mesmo tema,
com a preocupação de agilizar o recolhimento, transferência e o Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo da
acesso ao documento. Atividades-Meio da Administração Pública
Para a administração pública federal o modo de classificação Na necessidade de medidas que definam quais são as atitudes
adotado foi o Método de Classificação Decimal (técnica de Melvil a serem tomadas com os documentos, em relação a preservação,
Dewey). As dez principias são representadas por números inteiros destinação intermediária ou permanente de acordo com seu valor
com três algarismos: Classe 100; Classe 200; Classe 300; Classe 400; secundário representado para a sociedade, é necessário a elabora-
Classe 500; Classe 600; Classe 700; Classe 800; Classe 900. ção de uma Tabela de Temporalidade.
Essas classes podem ser divididas em subclasses, que podem
ser divididas em grupo, que podem ser divididas em subgrupos. Os a) Disposição da Tabela de Temporalidade
números sempre estarão se submetendo a uma subordinação ao Sendo resultante de várias análises a Tabela de Temporalidade
anterior. Vejamos: tem os objetivos de definir guarda, destinação e garantir o fácil e
Classe 000 rápido acesso às informações. Em sua estrutura básica são encon-
Subclasse 010 trados os prazos de guarda na fase corrente e intermediária, e sua
Grupo 012 destinação final além de observações para maior entendimento.
Subgrupo 012.11
b) Elaboração da Tabela de Temporalidade
Neste modelo de Plano de Classificação as classes de 000 e 900 O Princípio das Três Idades é fundamental, pois ele rege toda a
já vem rotuladas com seus respectivos assuntos: Administração Ge- vida da informação, atendendo as necessidades da Tabela de Tem-
ral e Assuntos Diversos. Mesmo com essas definições essas duas poralidade. Para a determinação do caráter primário ou secundário
classes poderão sofrer alterações no seu contexto de subclasses, é necessário a verificação se a informação tem caráter administra-
grupos e subgrupos. Alterações que poderão acrescentar ou reduzir tivo ou probatório/informativo, respectivamente. Em seguida vem
seu volume de informação. Essas duas classes já foram incluídas no a formação de uma Comissão Permanente de Avaliação. Essa Co-
modelo Plano de Classificação porque segundo seus elaboradores missão levantará dados sobre as atividades desenvolvidas pela Ad-
essas são duas classes comuns a toda Atividades-Meio de uma orga- ministração Geral e suas subsidiárias afim de determinar o melhor
nização. O restante das classes fica aberto para o uso de acordo com período de tempo que documento dever permanecer em cada fase.
as atividades documentais executadas pela organização. Depois de sua elaboração, a Tabela de Temporalidade é en-
caminhada para a instituição arquivística pública responsável pela
Aplicação do Código de Classificação de Documentos de Ar- área de situação do Arquivo requerente (onde será aprovada ou
quivo não), também há a necessidade de edição da mesma em Diário
A classificação faz parte do importante processo de Gestão Do- Oficial e é esperado 45 dias para possíveis manifestações. Depois
cumental de Arquivos, pois a classificação faz parte da eficiência, do desse processo e com a aprovação, a Tabela de Temporalidade, da
controle e da agilidade no gerenciamento das informações. empresa pública ou privada, será implantada com a orientação e
Duas etapas caracterizam a aplicação do Código de Classifica- acompanhamento de um Arquivista.
ção: Classificação e Arquivamento.
c) Aplicação da Tabela de Temporalidade
a) Classificação O usuário da Tabela de Temporalidade terá a sua disposição,
Primeiramente, essa etapa deve ser realizada por servidores na própria tabela, as orientações e explicações. A principal preo-
treinado e aptos. O processo de classificação é lento pois necessita cupação na aplicação da Tabela de Temporalidade é a verificação
da leitura de cada documento com o intuito de aplicar o código de da organicidade estabelecida aos documentos de arquivo. Esse é
classificação (ESTUDO). Quando a informação se refere a dois ou a principal mudança que os Arquivos estão sofrendo hoje em dia.
mais assuntos é usado um mecanismo, chamado Referência Cruza- A aplicação da Tabela de Temporalidade tem sido comprome-
da, onde é usado uma folha de referência. Essa folha é colocada na tida pois muitos Arquivos não têm profissionais com nível superior
pasta ou nas pastas onde a referência é menor e, consequentemen- de Arquivologia, ou seja, o responsável, que não tem o curso, na
te, o documento vai ocupar o lugar onde ele tem maior importân- maioria das vezes não é condizente com a utilização do Plano de
cia. A codificação é importante na classificação pois faz uma revisão Classificação e a aplicação da Tabela de Temporalidade, comprome-
dos códigos utilizados e sua confirmação é feita com o registro do tendo a ênfase da Arquivologia: a organicidade.
código na primeira folha do documento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A Tabela de Temporalidade é um modo de controlar o fluxo dos documentos em cada fase. Na fase corrente, o valor primário é o
importante; na fase intermediária, o valor primário perde importância e é feita uma averiguação do seu valor secundário e é dado um
prazo de precação (para possíveis pesquisas); em seguida é eliminado ou passa para a guarda permanente (quando constatado seu valor
secundário). Baseado nesses princípios a Tabela de Temporalidade estipula o tempo que o documento deve permanecer na fase corrente
e intermediária ou se será eliminado ou destinado à guarda permanente.

Normas
(Caro(a) candidato(a) os arquivos das normas são extensivos e não tem como serem resumidos, por isso não colocamos os mesmos
em nosso material. Sugerimos para aprofundamento do seu estudo, a leitura das normas.)
- ISAD(G) – Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística
- ISAAR(CPF) – Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias
- ISDF – Norma Internacional para a Descrição de Funções
- ISDIAH – Norma Internacional para Instituições com Acervo Arquivístico

Sistema “é o conjunto de princípios coordenados entre si, de modo que concorram para um determinado fim”. Paes (2005) ensina que
os métodos de arquivamento podem ser divididos em duas classes:

No sistema direto buscamos os documentos diretamente onde estão localizados, sem o auxílio de instrumentos de pesquisa. Dentro
desse sistema temos os métodos de arquivamento:
- Alfabético: organização dos documentos feita palavra por palavra e letra por letra. Devemos observar as regras de alfabetação para
a utilização desse método.
- Geográfico: a utilização deste método é tomada quando a política de arquivo define como primordial para organização dos docu-
mentos é a procedência local do mesmo.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Correspondência com outros países: alfabeta-se em primeiro 3º MOREIRA, Moisés
lugar o país, seguido da capital e do correspondente. As demais ci-
dades serão alfabetadas em ordem alfabética, após as respectivas - As partículas tais como de, d’, da, do, e, não são consideradas.
capitais dos países a que se referem. EXEMPLO:
Virgínia Souza e Silva
Regras de alfabetação1 Heloísa R. do Amparo
As seguintes as regras de alfabetação obedecem ao seguinte: Regina Viana d’Almeida
O arquivamento de NOMES obedece a algumas regras, deno- ARQUIVAM- SE:
minadas Regras de Alfabetação, que são as seguintes: ALMEIDA, Regina Viana d’
- Nos nomes individuais considera-se, primeiramente, o último AMPARO, Heloísa R. do
nome e depois o prenome. SILVA, Virgínia Souza e

EXEMPLO: - Os nomes que exprimem grau de parentesco, como: FILHO,


Miguel Soares Brito JUNIOR, NETO, SOBRINHO, são considerados parte integrante do
Cláudia Regina Vieira último sobrenome, mas não são considerados na alfabetação.
Ivo Pereira da Paz EXEMPLO:
ARQUIVAM- SE: André Luís Silva Júnior
1º BRITO, Miguel Soares Marcos Soares Filho
2º PAZ, Ivo Pereira da Amaury Reis Serafim Filho
3º VIEIRA, Cláudia Regina ARQUIVAM-SE:
SERAFIM FILHO, Amaury Reis
- Quando houver sobrenomes iguais, prevalece a ordem alfa- SILVA JUNIOR, André Luís
bética do prenome. SOARES FILHO, Marcos
EXEMPLO:
Hermínia Ferreira - Os títulos são colocados no fim, entre parênteses.
Ana Lúcia Ferreira EXEMPLO:
Mauro Ferreira Maj Int Sérgio F. Brito
ARQUIVAM- SE: Ministro Moreira Lima Pe. Antônio Vieira
1º FERREIRA, Ana Lúcia ARQUIVAM-SE:
2º FERREIRA, Hermínia BRITO, Sérgio F. (Maj Int)
3º FERREIRA, Mauro LIMA, Moreira (Ministro)
VIEIRA, Antônio (Pe.)
- Nomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou liga-
dos por hífen não se separam. - Os nomes estrangeiros comuns são considerados pelo sobre-
EXEMPLO: nome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais.
Heitor Villa Lobos EXEMPLO:
Elza Campo Verde John E. Bingham
Teobaldo Casa Grande George Mac Donald
ARQUIVAM- SE: William Outhwaite
1º CAMPO VERDE, Elza ARQUIVAM- SE:
2º CASA GRANDE, Teobaldo BINGHAM, John E.
3º VILLA LOBOS, Heitor MAC DONALD, George
OUTHWAITE, William
- Os nomes com SANTA, SANTO ou SÃO seguem a regra dos
nomes formados de um adjetivo e um substantivo. - As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser con-
EXEMPLO: sideradas. O mais comum é considera-la como parte integrante do
Vera Maria São Gonçalo nome, principalmente quando escritas em letra maiúscula.
Carmem Santo Antônio EXEMPLO:
Maria da Paz Santa Cruz Francisco Di Cavalcanti
ARQUIVAM- SE: Lilian Cruz D’Almada
1º SANTA CRUZ, Maria da Paz Maria Luiza O’Hara
2º SANTO ANTÔNIO, Carmem ARQUIVAM- SE:
3º SÃO GONÇALO, Vera Maria 1º D’ALMADA, Lilian Cruz
2º DI CAVALCANTI, Francisco
- As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na clas- 3º O’HARA, Maria Luiza
sificação de nomes iguais.
EXEMPLO: - Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo sobreno-
Moacir Moreira me, que corresponde ao sobrenome da família do pai.
Moisés Moreira EXEMPLO:
M. Moreira Angel Del Arco Y Molinero
ARQUIVAM- SE: Juan Garcia Vasques
1º MOREIRA, M. Antonio de los Rios
2º MOREIRA, Moacir ARQUIVAM-SE:
1º ARCO Y MOLINERO, Agel Del
1 Fonte: Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3º RIOS, Antonio de los Estas regras podem ser alteradas para melhor adaptarem-se à
2º GARCIA VASQUES, Juan empresa, instituição, firma, órgão, desde que o critério escolhido
seja uniforme para toda a empresa, e que sejam feitas remissivas*
- Os nomes orientais japoneses, chineses, árabes e outros são para serem evitadas dúvidas futuras.
arquivados como se apresentam. ex.: Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.
EXEMPLO: ver EMBRAER
Li Yutang Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
Adib Hassib ver INFRAERO
Al BenHur Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica
ARQUIVAM-SE: ver CENDOC
Adib Hassib
Al BenHur No sistema indireto, para recuperarmos os documentos de que
Li Yutang necessitamos, temos de nos valer de instrumento (s) de pesquisa
- Os nomes de firmas e empresas devem ser considerados tais (s), como índices e catálogos, os principais métodos deste sistema
como se apresentam. são:
EXEMPLO: - Numérico: pode ser cronológico, simples ou digital. Precisa-se
Transportadora Americana Ltda de uma espécie sumário ou índice para que possamos recuperar o
Sapataria Dengo e Denga S/A documento. Tal método só deve ser utilizado para quantidade pe-
Rezende Barros & Cia quena de documentos.
ARQUIVAM-SE: - Por assunto: método muito utilizado para tratar de grandes
REZENDE BARROS & CIA massas de documentos. Este método requer, obrigatoriamente, a
SAPATARIA DENGO e DENGA S/A elaboração de um alfabético remissivo, além de uma grande espe-
TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA cialização do arquivista para atribuir os devidos termos (descrito-
res) aos respectivos documentos.
- Os nomes de instituições e órgãos governamentais em portu-
guês, consideram-se como se apresentam. A função primordial dos arquivos é disponibilizar as informa-
EXEMPLO: ções contidas nos documentos para a tomada de decisão e com-
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos provação de direitos e obrigações, o que só se efetivará se os do-
Banco do Brasil cumentos estiverem corretamente classificados e devidamente
Companhia Estadual de Água e Esgoto guardados.
ARQUIVAM-SE:
BANCO do Brasil - Variadex: Segundo PAES (2002), a Remington Rand concebeu
COMPANHIA Estadual de Água e Esgoto o método variadex, introduzindo as cores como elementos auxilia-
EMPRESA Brasileira de Correios e Telégrafos res para facilitar não só o arquivamento, como a localização de do-
cumentos. Nesse método, trabalha-se com uma chave constituída
- Os nomes de instituições ou órgãos de países estrangeiros de- de cinco cores.
vem ser precedidos pelo nome do país.
EXEMPLO: LETRAS CORES
Public Record Office
Editorial Hispano Europea, S.A A,B,C,D E ABREVIAÇÕES OURO
United State Air Force E,F,G,H E ABREVIAÇÕES ROSA
ARQUIVAM-SE:
I,J,K,L,M,N E ABREVIAÇÕES VERDE
ESPANHA Editorial
Hispano Europea, S.A O,P,Q E ABREVIAÇÕES AZUL
ESTADOS UNIDOS United R,S,T,U,V,W,X,Y,Z E ABREVIAÇÕES PALHA
State Air Force
INGLATERRA Public - Automático: É utilizado somente na Europa. Nesse método
Record Office os papéis são arquivados com guias alfabéticas numeradas uma a
uma. Este método é combina letras, números e cores. É considera-
- Nos títulos de congressos, seminários, conferências, assem- do um método semidireto porque quando vai numerar é necessário
bleias, reuniões e outros eventos. Os números arábicos, romanos olhar uma tabela antes (indireto), mas o nome é alfabético (direto).
ou escritos por extenso, deverão aparecer no fim, entre parênteses. - Soundex: Utilizado somente na Europa. Este método utiliza a
EXEMPLO: fonética (som das palavras) e não pela ordem alfabética. Método
1º Seminário sobre Medicina Aeroespacial soundex: ordenação que tem por eixo a fonética dos nomes que
VII Congresso Brasileiro de Arquivologia intitulam os documentos de um determinado arquivo. Usam‐se no-
Quarta Assembleia de Diretores Lojistas mes para a organização dos arquivos, reunindo‐os pela semelhança
ARQUIVAM- SE: da pronúncia, mesmo que a grafia seja diferente.
ASSEMBLEIA de Diretores Lojistas (Quarta) - Mnemônico: É considerado um método obsoleto. Busca com-
CONGRESSO Brasileiro de Arquivologia (VII) binar as letras do alfabeto (símbolos) de forma a auxiliar a memória
SEMINÁRIO sobre Medicina Aeroespacial (1º) na busca da informação no material de arquivo.
- Rôneo: Também é considerado um método obsoleto. Conhe-
cido como um método híbrido. Ele combina letras, números e cores.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Através da gestão de documentos podemos fazer um correto arquivamento. Ela surgiu a partir da necessidade das organizações em
gerenciar a informação que se encontrava desestruturada, visando facilitar o acesso ao conhecimento explícito da corporação.
Pode ser considerada como um conjunto de soluções utilizadas para assegurar a produção, administração, manutenção e destinação
dos documentos possibilitando fornecer e recuperar as informações contidas nos documentos de uma maneira conveniente. (SANTOS,
2002).

No Brasil, a gestão documental é regulamentada na Lei nº 8.159/91 que “Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e pri-
vados e dá outras providências”.

A Gestão de documentos trata-se de um conjunto de medidas e rotinas que garante o efetivo controle de todos os documentos de
qualquer idade desde sua produção até sua destinação final (eliminação ou guarda permanente), com vistas à racionalização e eficiência
administrativas, bem como à preservação do patrimônio documental de interesse histórico-cultural. Pressupõe-se, portanto, uma inter-
venção no ciclo de vida dos documentos desde a sua produção até serem eliminados ou recolhidos para guarda definitiva.
Um programa geral de gestão compreende todas as atividades inerentes às idades corrente e intermediária de arquivamento, o
que garante um efetivo controle da produção documental nos arquivos correntes (valor administrativo/vigência), das transferências aos
arquivos centrais/intermediários (local onde os documentos geralmente aguardam longos prazos precaucionais), do processamento das
eliminações e recolhimentos ao arquivo permanente (valor histórico-cultural).

Ciclo de vidas de um documento


• Correntes: conjunto de documentos atuais, em curso, que são objeto de consultas e pesquisas frequentes.
• Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes que aguardam remoção para depósitos temporários.
• Permanentes: conjunto de documentos de valor histórico, científico ou cultural que devem ser preservados indefinidamente.
O termo arquivo morto, o que caracteriza um erro dentro do estudo da arquivística. Documentos que não são consultados com frequ-
ência, mas que possuem valor, Devem ser classificados como Documentos Permanentes.

1ª idade
- documentos vigentes, frequentemente consultados
ARQUIVO CORRENTE
2ª idade - final da vigência; documentos que aguardam prazos longos de prescrição ou precaução;
ARQUIVO INTERMEDIÁRIO - raramente consultados;
e/ou CENTRAL - aguardam a destinação final: eliminação ou guarda permanente
3ª idade - documentos que perderam a vigência administrativa, porem são providos de valor secundário ou histó-
ARQUIVO PERMANENTE rico-cultural

IDADE DO DURAÇÃO LOCAL DE


VALOR FREQÜÊNCIA DE USO / ACESSO
DOCUMENTO MÉDIA ARQUIVAMENTO
- documentos vigentes
Imediato ou Cerca de 5 Arquivo Corrente
ADMINISTRATIVA - muito consultados
Primário anos (próximo ao produtor)
- acesso restrito ao organismo produtor
- documentos vigentes
I - Primário 5 + 5 = 10 Arquivo Central
- regularmente consultados
reduzido anos (próximo à administração)
- acesso restrito ao organismo produtor
II - Primário 10 + 20 = 30
mínimo anos

INTERMEDIARIA - documentos vigentes


- prazo precaucional longo Arquivo Intermediário
- referência ocasional (exterior à Instituição ou anexo ao
III - Secundário 30 + 20 = 50 - pouca frequência de uso Arquivo Permanente)
Potencial anos - acesso público mediante autorização

- documentos que perderam a vigência


Secundário
HISTÓRICA Definitiva - valor permanente Arquivo Permanente ou Histórico
Máximo
- acesso público pleno

Os três momentos de gestão são fáceis de serem reconhecidos e não são consecutivos. Eles são:
1. Produção dos documentos: elaboração de formulários, implantação de sistemas de organização da informação, aplicação de novas
tecnologias aos procedimentos administrativos.
2. Manutenção e uso: implantação de sistemas de arquivo, seleção dos sistemas de reprodução, automatização do acesso, mobiliário,
materiais, local.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3. Destinação final dos documentos: programa de avaliação A produção de conhecimento arquivístico não está mais, espe-
que garanta a proteção dos conjuntos documentais de valor perma- cialmente a partir dos anos 1990, restrita às instituições arquivís-
nente e a eliminação de documentos rotineiros e desprovidos de ticas. É também um dever das universidades. Possivelmente essa
valor probatório e informativo. atribuição das universidades será mais eficazmente cumprida se
resultar de diálogos permanentes com os arquivos públicos. Tais di-
A avaliação de documentos de arquivo é uma etapa decisiva álogos são ainda raros e pouco densos no caso brasileiro.
no processo de implantação de políticas de gestão de documentos, A produção de conhecimento arquivístico que emerge das ins-
tanto nas instituições públicas quanto nas empresas privadas. Con- tituições arquivísticas – historicamente um lócus privilegiado de
siste fundamentalmente em identificar valores e definir prazos de produção de saber arquivístico – não se faz acompanhar de sufi-
guarda para os documentos de arquivo, independentemente de seu ciente difusão desse saber. Os arquivos públicos brasileiros ainda
suporte ser o papel, o filme, a fita magnética, o disquete, o disco difundem muito pouco o saber que, supõe-se, emerge das práticas
ótico ou qualquer outro. arquivísticas que desenvolvem.
Para a implantação do processo de avaliação de documentos é Outras questões que envolve este tema é a quantidade de
necessário seguir os seguintes passos: Universidades que ministram o curso de arquivistas, obras literá-
1) Constituição formal da Comissão de Avaliação de Documen- rias que abordam sobre o assunto, concurso público para a área
tos, para garantir a legitimidade e autoridade à equipe responsável; pouco realizado. Muitas são as variantes que interferem na reali-
2) Elaboração de textos legais ou normativos que definam nor- dade arquivística brasileira que contribuem para um diagnóstico da
mas e procedimentos para o trabalho de avaliação; situação. Segundo artigo publicado pela UFBA2 foi levantado essas
3) Estudo da estrutura administrativa do órgão e análise das variantes que se seguem:
competências, funções e atividades de cada uma de suas unidades;
4) Levantamento da produção documental: entrevistas com O perfil da atividade arquivística
funcionários, responsáveis e encarregados, até o nível de seção, Quais os profissionais que atuam no desenvolvimento de prá-
para identificar as séries documentais geradas no exercício de suas ticas arquivísticas?
competências e atividades; Quantos são arquivistas graduados? Em quais universidades?
5) Análise do fluxo documental: origem, pontos de tramitação Qual tipo de formação contínua esses profissionais desenvol-
e encerramento do trâmite; vem?
6) Identificação dos valores dos documentos de acordo com Quantos possuem pós-graduação lato sensu e stricto sensu?
sua idade: administrativo, legal, fiscal, técnico, histórico; Em quais áreas?
7) Definição dos prazos de guarda em cada local de arquiva- Quais são suas fontes de informação profissional?
mento. Qual a distribuição regional dessa comunidade profissional?
Quais as faixas salariais?
Gestão eletrônica de documentos (GED) Qual o gênero?
A gestão eletrônica de documentos (GED) surge como mais Qual a idade?
uma ferramenta considerada importante e imprescindível para o Quantos atuam no setor público? Quantos atuam no setor pri-
gerenciamento da massa documental. Ela gerencia não apenas do- vado?
cumentos digitais, e sim todo e qualquer documento, independente Que relações mantêm com as associações profissionais?
do suporte físico.
Para sua implantação, o primeiro passo é criar a infraestrutura Associativismo
necessária: cabeamento, aquisição de servidor, microcomputado- Quantas são, como estão distribuídas regionalmente e como
res, instalação de redes, aquisição de softwares específicos para funcionam as associações profissionais da área?
cada área etc. Em seguida treinar toda a equipe de usuários, para Quantos são os associados?
enfim, proceder aos trabalhos de recebimento, registro, indexação, Qual o perfil dos associados e dos quadros dirigentes?
controle e arquivamento dos documentos. Quais a atividades desenvolvidas?
Vantagens da GED:
- Interação entre sistemas como correio eletrônico e mensa- Docência e docentes em Arquivologia
gens instantâneas; Quantos são?
- Aumento da disseminação da informação, através do acesso Desde quando atuam na docência?
múltiplo a um documento digitalizado; Quantos possuem graduação em Arquivologia ou em outras
- Redução de custos com reprografia, duplicidade e extravio; áreas?
- Rapidez no acesso à informação; Quantos possuem pós-graduação?
- Agilidade no atendimento; Em quais áreas?
- Informações mais precisas; Quais as experiências prévias no campo dos arquivos?
- Redução da área física. Qual a distribuição regional dessa comunidade profissional?
Quais as faixas salariais?
Nos últimos anos vêm sendo ampliados no Brasil os debates so- Qual o gênero?
bre a formulação, desenvolvimento e avaliação de políticas públicas Qual a idade?
arquivísticas. Essas reflexões a respeito do tema, revelam cada vez Quais as linhas de pesquisa?
mais a complexidade de elementos envolvidos no desenho e imple- Quais os temas arquivísticos com maior ou menor incidência
mentação das políticas públicas no campo dos arquivos. de professores?
Como e em quais unidades acadêmicas se inserem os cursos
de Arquivologia?

2 Ponto de Acesso, Salvador, v. 3, n. 1, p. 46-59, abr. 2009.


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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Qual a relação acadêmica desses cursos de Arquivologia com Em quais bases?
cursos de Biblioteconomia, História, Administração etc.? Em consequência, há mais atendimentos remotos a usuários
nos arquivos?
Usos e usuários da informação arquivística Quais as perspectivas de efetiva ampliação de um Modelo de
Quais são os usos e quem são os usuários dos arquivos? Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de
Como se estruturam esses usos em diversos contextos? Documentos, preconizado pelo e-ARQ Brasil?
Qual o grau de satisfação dos usuários com os arquivos? Como desenharmos hoje nossos programas de gerenciamento
Quais as demandas dos usuários em relação aos arquivos? arquivístico, considerando essas tendências?
Quais as alterações no atendimento ao usuário com o acesso a Quais as perspectivas concretas de ampliação da formação de
informações arquivísticas na internet? arquivistas em níveis de graduação e pós-graduação?
Os setores de atendimento aos usuários estão se modificando Quais as tendências na pesquisa na área?
em função da internet? Quais as tendências do nosso associativismo?
Quem é o arquivista de referência hoje? Quais as tendências na forma pela qual os arquivos são visuali-
Quais as características da relação arquivistas - usuários em va- zados pela sociedade brasileira?
riados contextos institucionais? Quais os instrumentos para minimizarmos as nossas desigual-
Quais os usuários potenciais, porém não atendidos pelos ar- dades arquivísticas num quadro de diversidade?
quivos?
Por que e como tal situação ocorre? O protocolo de um arquivo é um serviço auxiliar responsável
Quais as ações desenvolvidas pelos arquivos públicos, asso- pelo controle tanto das correspondências recebidas por uma insti-
ciações profissionais e universidades para ampliar o uso social dos tuição tanto pelo trâmite dos documentos produzidos pela mesma.
arquivos? Não há um padrão para a execução da função exercida pelo
Quais as ações que podem favorecer o uso social dos arquivos? protocolo. No entanto, alguns parâmetros são utilizados para a ges-
Quais os obstáculos e aspectos favoráveis ao uso social dos ar- tão desse serviço. No que tange às correspondências temos as se-
quivos? guintes atividades:
- Recebimento: receber a correspondência ou outros materiais,
Produção e difusão de conhecimento separar os particulares dos oficiais, distribuir as correspondências
Qual a quantidade e o universo temático de trabalhos finais de particulares, separar as correspondências oficiais ostensivas das si-
graduação, dissertações, teses, anais de congressos, artigos de pe- gilosas. Abrir, ler, verificar a existência de antecedentes, analisar e
riódicos, livros etc.? classificar as correspondências ostensivas;
Qual é a produção de conhecimento arquivístico da universida- - Classificação: analisar ou interpretar o conteúdo do docu-
de e das instituições arquivísticas? mento, determinar o assunto do mesmo e enquadrá-lo no plano de
Quais os temas mais pesquisados? Quais os mecanismos de di- classificação de documentos adotado pela instituição;
fusão desse conhecimento? - Registro: colocar o carimbo com a data, número e outras in-
Qual a atuação das agências governamentais de apoio à pes- formações que o documento deve receber;
quisa em relação à produção de conhecimento arquivístico? - Recibo de entrega: entregar as correspondências ou outros
materiais mediante recibo;
Arquivos públicos (Serviços arquivísticos e instituições arquivís- - Expedição: receber a documentação expedida pelos setores
ticas governamentais) da instituição para envio, datar original e cópias, expedir o original
Quantos são? e devolver a cópia ao setor responsável;
Qual é a distribuição regional? - Atendimento: prestar informações de sua área de competên-
Qual a distribuição por segmentos do Estado brasileiro (União, cia, bem como realizar empréstimos.
Estados e Municípios / Executivo, Legislativo e Judiciário)?
Quais os desenhos de estrutura organizacional? No que se refere aos documentos produzidos e recebidos pela
Quantos são e quais as condições de conservação dos acervos? instituição em decorrência de suas atividades, são atribuições do
Qual o grau de autonomia financeira? protocolo:
Qual é o orçamento? - Análise do conteúdo: verificar a existência de despachos em
Quais instrumentos garantem respaldo legal? todos os documentos que chegar ao setor;
Qual é a infraestrutura física, tecnológica e humana? - Conservação para preservação: retirar o excesso de objetos
Quais os instrumentos de pesquisa? metálicos (grampos, clips) e se for imprescindível o uso dos mes-
Qual o grau de normatização? mos, tentar, dentro do possível substituir todos os objetos metáli-
Quais as normas arquivísticas utilizadas? cos por objetos de plásticos;
- Análise da classificação: avaliar se a classificação atribuída
Percepção social dos arquivos, da Arquivologia e dos arquivis- está correta (principalmente em caso de pedido de arquivamento
tas definitivo) retificando-a, se for o caso;
Como são visualizados os arquivos e os arquivistas pela socie- - Arquivamento: arquivar o documento de acordo com os cri-
dade brasileira? térios adotados;
Quais as ações desenvolvidas pelos arquivos públicos, associa- - Empréstimo: talvez a mais “especial” das atividades arquivísti-
ções profissionais e universidades para ampliar a percepção social cas, afinal, essa é uma das essências da criação dos arquivos.
dos arquivos, da Arquivologia e dos arquivistas? - Controle de empréstimo: controlar através de ficha manual
ou sistema.
Prospecção (construção de cenários e identificação de tendên-
cias com base em pesquisas)
Como se dá a ampliação crescente dos usos de tecnologias da
informação?
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Referências Bibliográficas: Difusão de documentos: trata-se da democratização do acer-
BERNARDES, Ieda Pimenta - Como avaliar documentos de ar- vo, abrangendo não só a acessibilidade aos documentos arquivísti-
quivo / Ieda Pimenta Bernardes. – São Paulo: Arquivo do Estado, cos, mas também à propagação de seu conteúdo. É uma ação que
1998. - 89 p.: il.; 23 cm. -- (Projeto como fazer; v. 1) requer integração de setores distintos, assim como de diferentes
FREIBERGER, Zélia - Gestão de Documentos e Arquivística conhecimentos e profissionais. Nesse contexto, os documentos ar-
quivísticos digitais têm maior vantagem, pois sua transmissão entre
Funções arquivísticas os interessados é mais simplificada.

Criação de documentos: etapa de determinação de sistemas Descrição de documentos: grupo de procedimentos que abor-
de normas, trâmites, formatos, modelos e conteúdo, com a finali- da os aspectos formais e de conteúdo dos documentos para a
dade de garantir total rigor na geração de documentos de arquivo, criação de ferramentas de pesquisa. A descrição é resultante dos
incluindo a integridade e da autenticidade em caso de arquivo ele- processos de classificação e de avaliação. Aliás, é a etapa da descri-
trônico. É importante que o profissional arquivista preze pela racio- ção que viabiliza que a classificação dos documentos atinja integral-
nalização, produzindo somente documentos fundamentais, além mente suas finalidades. Para isso, é necessário que esteja associada
da elaboração de modelos de formulários a serem aplicados pela a um grupo de metadados que reproduzam todo o conteúdo de
organização e conforme as necessidades de seus departamentos e identificação do acervo do arquivo, além de explicar a sua estru-
órgãos. turação. Os instrumentos de pesquisa que sustentam a descrição -
índices, guias, inventários, catálogos, etc. - ilustram os documentos
Aquisição de documentos: etapa de arquivamento corrente e arquivísticos no que se refere à sua identificação, localização e ge-
de recolhimento e transferência de arquivo. Em suma, consiste na renciamento, além de sinalizar o pesquisador quanto aos sistemas
admissão de documentos nos principais arquivos (correntes, inter- arquivísticos que os gerou quanto ao contexto local.
mediários e permanentes), de modo que garanta que o documen-
to adquirido é íntegro, autêntico e genuíno. A microfilmagem dos Indexação: elemento importante da descrição de documentos
documentos de propriedade de outras organizações faz parte des- e necessária nas três fases documentais, trata-se do sistema de de-
sa etapa, na qual também estão envolvidos os procedimentos de finição de pontos de acesso para simplificar a recuperação dos do-
empréstimo temporário, depósito, dação e doação. Tratando-se de cumentos ou das informações neles contidas. Abrange a elaboração
documentos arquivísticos digitais, o rigor n processo de aquisição e o uso de índices e de vocabulários controlados (feita no Brasil pela
deve ser redobrado, devido às necessidades de validação e verifica- NOBRADE - Norma Brasileira de Descrição Arquivística). Os docu-
ção, autenticidade e integridade do documento. mentos digitais devem ser indexados da mesma forma.

Classificação de documentos: a classificação conduz a ordena- Preservação de documentos: conjunto de ações e medidas re-
ção intelectual de todo o acervo de modo que represente o sistema lacionadas à manutenção da integridade física e da logicidade dos
decisório e organizacional da instituição, além de para simplificar o materiais no passar do tempo. Em outras palavras, a preservação
acesso aos documentos gerados. É a etapa de criação e aplicação de de condimentos visa à ampliação da vida útil do documento, bem
planos que contemplem as tarefas e as ações da instituição arma- como proteger o seu conteúdo de prováveis danos. É uma medida
zenadora dos documentos nos estágios corrente e intermediário, de ordem operacional, administrativa e política, pois muitos docu-
assim como a estruturação de quadros no arquivo permanente. O mentos expressam um registro cultural de um lugar ou período es-
arquivista é responsável pela monitoração e pelo controle de utili- pecíficos, podendo ser valiosos para pequenos grupos ou mesmo
zação do plano, assim como pelo contato com as repartições pro- para a Humanidade. Para a preservação do documento arquivístico,
dutoras, tendo em vista a identificação de potenciais necessidades deve-se observar os procedimentos aplicados nas etapas de pro-
de revisão do instrumento e sua execução, sempre que considerar dução, tramitação e armazenamento. Tais procedimentos são pro-
cabível. Os documentos arquivísticos podem ser classificados quan- postos em detalhes pelo Conselho Nacional de Arquivos, nas Reco-
to a: natureza assunto, tipologia, gênero, espécie, formato e forma. mendações para a Produção e Armazenamento de Documentos de
Arquivo.
Avaliação de documentos: etapa efetuada com base em parâ-
metros predeterminados e no estabelecimento de prazos de guarda Etapas da preservação/conservação de documentos: higieni-
e destinação (preservação permanente ou eliminação) dos docu- zação, estabilização, acondicionamento, área de armazenamento,
mentos arquivísticos. A avaliação requer a atuação de profissionais plano de emergência, manuseio e deslocamento dos documentos.
arquivistas na criação e na execução da tabela de temporalidade,
assim como dos editais e das listas de eliminação e descarte de do- Tipologia Documental: etapa integrante da identificação Arqui-
cumentos arquivísticos no âmbito de sua alçada e também no de- vística que consiste no tratamento de documentos, conhecimentos
sempenho da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos. e informações para identificação do documento arquivado (papel,
A avaliação compreende, ainda, as atividades de microfilmagem, microfilme, digital, etc.). Tem como objetivo os tipos documentais,
de digitalização de documentos e de fiscalização (para prevenir que bem como a configuração de sua espécie documental conforme a
documentos arquivísticos sejam eliminados sem autorização); para atividade que o originou, a natureza de suas informações método
documentos arquivísticos digitais, evita-se a sobrecarga, garantindo de registro.
que documentos que possam ser descartados não permaneçam no
ambiente eletrônico. Objetivos da análise documental arquivística: estabelecer a
lógica orgânica dos conjuntos documentais; aprimorar as diversas
ações arquivísticas, como a descrição, avaliação e a classificação. O
objetivo pode ser de natureza probatória, dispositiva ou informati-
va. Percurso: deve-se iniciar, obrigatoriamente, pela identificação
da instituição produtora. A partir disso, a análise deverá percorrer:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1. da sua competência à sua estrutura Decreto nº 79.099/1977: com base na legislação pós-guerra,
2. da sua estrutura ao seu funcionamento o regime militar procurou preservar a privacidade governamental
3. do seu funcionamento à atividade refletida no documento brasileira, aprovando a regulamentação de proteção de conteúdos
4. da atividade ao tipo do documento confidenciais, o que explica a eliminação de documentos concer-
5. do tipo à espécie do documento nentes ao período da ditadura.
6. da espécie ao documento
7. finalmente, chega-se alcançar o ponto de encontro pretendi- Constituição Federal de 1988: garantiu aos cidadãos a prerro-
do entre documento (meio, suporte, contextualização) e sua função gativa de obter das instituições públicas as informações de seu inte-
a finalidade da emissão do documento). resse, com exceção àquelas indispensáveis à proteção da sociedade
e do Estado. A CF determina, também, a obrigação da administra-
Sequência: deve-se identificar e/ou determinar: ção pública de gerenciar os documentos oficiais.

8. origem / entidade geradora Conselho Nacional de Arquivos e Arquivo Nacional: garantem


9. vinculo à competência e as funções da instituição acumula- a salvaguarda e o acesso à informação dos arquivos da administra-
dora ção pública nacional, sendo responsáveis pelo planejamento e pela
10. a relação entre espécie em foco e tipo do documento implementação da política federal de arquivos.
11. conteúdo
12. datação Arquivo Nacional: estabelecido em 1938, é o principal órgão
do Sistema de Gestão de Documentos de Arquivo (SIGA), tem o
Elementos importantes na análise tipológica (Grupo de Traba- objetivo implementar e acompanhar a política nacional de arqui-
lho dos Arquivistas de Madri): vos, determinada pelo CONARQ. Atua por meio do gerenciamento,
da coleta do tratamento técnico, da preservação e da difusão do
• Tipo espécie do documento + atividade relacionada: designa- patrimônio documental federal, visando à garantia do acesso à in-
ção a ser pesquisada na legislação, em dicionários terminológicos, formação, o suporte às decisões do governo de cunho político-ad-
em glossários, em manuais de rotinas burocráticas, ou a partir do ministrativo e a defesa dos direitos do cidadão, além de estimular a
documento em si; caracteres externos (formato, forma, gênero, su- produção de conhecimento cultural e científico.
porte).
• Código da série que referente ao tipo no plano de classifica- Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) / Lei nº 8.159/1991:
ção. é um órgão federal colegiado que, constituído por representantes
• Instituição produtora acumuladora (se houver subdivisões, governamentais e da sociedade e associado ao Arquivo Nacional do
estas serão funções) Ministério da Justiça, tem a missão de desenvolver a política fede-
• Destinatário (se houver) ral de arquivos públicos e privados, sendo responsável, também,
• Legislação: que estabelece a instituição e a atividade gerado- pela orientação das normas, prezando pelo gerenciamento dos do-
ra da série cumentos e pela salvaguarda aos materiais arquivados (Decreto nº
• Tramitação: conjunto de sequência das medidas e trâmites 4.073/ 2002).
definidos para progresso de documentos de cunho administrativo
• Documentos básicos que integram o processo SISTEMAS INFORMATIZADOS DE GESTÃO ARQUIVÍSTICA
• Ordenação: localização do documento dentro do acervo DE DOCUMENTOS (SIGAD)
• Conteúdo: informações recorrentes na tipologia analisada
• Vigência: período de arquivamento do acervo no setor Definição: conjunto de operações especializadas, próprio do
• Prazos: período de permanência no acervo setorial (preserva- sistema de gerenciamento arquivístico de documentos, processa-
ção em acervo permanente ou eliminação). Não se aplica na análise do pela computação. Pode englobar desde um software específi-
de documentos de guarda permanente co a uma determinada quantidade de softwares conectados, ou a
uma conciliação destes. É executável em sistemas que fazem uso de
Definição: instrumento fundamental para o aprimoramento documentos digitais ou físicos (sistemas híbridos) e suas principais
da utilização do conteúdo dos mais diversas bases e também para operações são: controle de versões, captura de documentos, con-
reduzir os potenciais danos que o descarte de tais suportes possa trole sobre a destinação e os prazos de guarda, aplicação do plano
ter sobre o meio ambiente. As políticas públicas de acesso aos do- de classificação, armazenamento seguro e garantia ao acesso e à
cumentos arquivísticos são propostas pelo poder público e também preservação a médio e longo prazo de arquivos físicos e digitais au-
pelo Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ). tênticos e confiáveis.

Pilares: Documentos digitais: um SIGAD compreende todos os tipos


1) direito do cidadão à informação; de documentos arquivísticos digitais de uma instituição, como ar-
2) suporte à administração, à preservação das memórias e ao quivos de imagens (fotografias e vídeos), textos, registros sonoros,
progresso da Ciência; correspondência eletrônica, banco de dados e páginas da Internet.
3) especificamente no Brasil, as políticas de acesso aos arqui-
vos estão alicerçadas na proteção das informações, com destaque Requisitos:
para conteúdos sigilosos.
▪ captura, armazenamento, indexação e recuperação integral
Objetivos: elaborar estratégias e objetivos para normatização dos elementos digitais do documento de arquivo como uma unida-
das etapas de produção, organização, utilização, preservação e de complexa
acesso dos materiais documentais gerados no contexto das atribui- ▪ captura, armazenamento, indexação e recuperação integral
ções administrativas, seja no contexto público ou privado. dos documentos de arquivo

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
▪ gerenciamento dos documentos arquivísticos com base do
plano de classificação para sustentar o vínculo orgânico entre do- GESTÃO DE MATERIAIS E ESTOQUES: CONCEITOS, FINALI-
cumentos DADE, ATRIBUIÇÕES. PROCEDIMENTOS DE RECEBIMENTO,
▪ exportação dos documentos para transferência e recolhimen- ACEITE, REGISTRO. GUARDA E MOVIMENTAÇÃO DE MA-
to TERIAIS. NORMATIZAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE MATE-
▪ armazenamento confiável para assegurar a autenticidade dos RIAIS, IDENTIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO.
documentos MÉTODOS DE CONTROLE DE ESTOQUES E PREVISÃO DE
▪ implementação dos metadados relacionados aos documen- COMPRAS. INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E CÓDIGOS
tos para descrever as circunstâncias desses próprios documentos DE SEGURANÇA DAS ÁREAS DE ARMAZENAMENTO.
▪ integração entre documentos convencionais e documentos AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE MATERIAL
digitais
▪ armazenamento confiável para assegurar a autenticidade dos
documentos ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
▪ aplicação de tabela de destinação e periodicidade Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de
▪ ferramentas para gerenciamento de estratégias de preserva- forma efetiva, riqueza.
ção dos documentos
▪ análise e triagem dos documentos para recolhimento e pre- Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que plane-
servação dos materiais de valor permanente ja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas,
o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e com-
METADADOS: em uma simples definição, metadados consti- prar até a entrega do produto terminado para o cliente.
tuem dados sobre outros dados. Em outras palavras, são informa- É um sistema integrado com a finalidade de prover à adminis-
ções ordenadas que dão suporte à identificação, à descrição, ao tração, de forma contínua, recursos, equipamentos e informações
gerenciamento, à localização, ao entendimento e à conservação de essenciais para a execução de todas as atividades da Organização.
documentos digitais, além de simplificar a interação e comunicação
entre sistemas armazenadores. Os metadados são fundamentais Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patrimo-
para a comunicação entre computadores, mas também podem ser niais
decifrados pela inteligência humana. Quaisquer dados descritivos A evolução da Administração de Materiais processou-se em
de um documento convencional ou eletrônico, sobre autor, data várias fases:
e local de criação, informação contida, dimensões e forma, cons- - A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empre-
tituem os metadados. Podem ser dados acessíveis sobre uma de- sa, pois comprar era a essência do negócio;
terminada obra registro de uma biblioteca, ou mesmo informações - Atividades de compras como apoio às atividades produtivas
técnicas subtraídas de uma fotografia digital (data da criação, tipo se, portanto, integradas à área de produção;
de câmera utilizada, formato, tamanho do arquivo, diagrama de co- - Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando
res, entre outros). com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos
acabados, em uma organização independente da área produtiva;
MICROFILMAGEM DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO - Agregação à área logística das atividades de suporte à área
de marketing.
Definição: técnica de captação de imagem fotográfica, empre-
gada para a preservação dos arquivos e dos dados neles contidos. Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente
A partir da redução considerável dos arquivos, constitui uma me- de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a
todologia de armazenamento eficiente e prática. A microfilmagem Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
também executa a indexação automática online por meio da leitura manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-pri-
de código de barras. Lei 5.433/68: em 1968, foi promulgada a Lei da ma, porém não haja excedentes.
Microfilmagem, dispositivo fundamental para a prática da microfil- Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas
magem no Brasil. A Lei autoriza a atividade e assegura a autentici- fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de
dade do microfilme, atribuindo às imagens valor legal equivalente produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administração
ao documento original. Outros tipos de computação não contam de Materiais tem como função principal o controle de produção e
com essa cobertura. A Lei exige que, para fins de segurança, sejam estoque, como também a distribuição dos mesmos.
conservados em locais diferentes os originais dos documentos mi-
crofilmados e seus microfilmes. As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Patri-
moniais
1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.
2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar ou-
tras áreas da Organização. Busca pela eficácia.
3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender
bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade.

Visão Operacional e Visão Estratégica


Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a ativida-
des específicas. Melhorar algo que já existe.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de Condições de pagamento
um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha
de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de maior flexibilidade na transformação ou venda do produto.
maneira interrelacional.
Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor Diferença Básica entre Administração de Materiais e Adminis-
era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações tração Patrimonial
dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são A diferença básica entre Administração de Materiais e Admi-
recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da nistração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a
Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é respon-
investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos sável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a
não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos conservação e manutenção de bens.
invernos como, também, fazê-los em Paris. A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de ativi-
Historicamente, a administração de recursos materiais e patri- dades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada
moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio- ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais
nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições.
de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento,
melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o
e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as opera-
para a organização e maior satisfação dos clientes. ções gerais de controle de estoques etc.
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estraté- A Administração de Materiais destina-se a dotar a adminis-
gica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e não tração dos meios necessários ao suprimento de materiais impres-
baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica a cindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno,
Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser co- na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor
nhecida por LOGISTICA. custo.
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de
Sendo assim: materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do
momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das
VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providên-
cia do suprimento após esse momento poderá levar a falta do ma-
EFICIENCIA EFETIVIDADE terial necessário ao atendimento de determinada necessidade da
ESPECIFICA SISTEMICA administração.
São tarefas da Administração de Materiais:
QUANTITATIVA QUANTITATIVA E QUALTAITIVA - Controle da produção;
MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO - Controle de estoque;
- Compras;
QUANTO QUANDO
- Recepção;
- Inspeção das entradas;
Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimo- - Armazenamento;
niais - Movimentação;
- Qualidade do material; - Inspeção de saída
- Quantidade necessária; - Distribuição.
- Prazo de entrega
- Preço; Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten-
- Condições de pagamento. dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza-
ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de
Qualidade do Material atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção,
O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for-
aceitação dentro e fora da empresa (mercado). mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação
de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com o
Quantidade serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à nature-
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades za dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.),
da produção e estoque, evitando a falta de material para o abasteci- ou do tipo de demanda, estocagem, etc.
mento geral da empresa bem como o excesso em estoque.
Classificação de Materiais
Prazo de Entrega Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma,
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendi- dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confu-
mento aos consumidores e evitar falta do material. são, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo que
seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A classifica-
Menor Preço ção, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de material
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posi- ocupe seu respectivo local.
ção da concorrência no mercado, proporcionando à empresa um
lucro maior.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Por exemplo: produtos químicos poderão estragar produtos A escolha do sistema utilizado deve estar voltada para obten-
alimentícios se estiverem próximos entre si. Classificar material, ção de uma codificação clara e precisa, que não gere confusão e
em outras palavras, significa ordená-lo segundo critérios adotados, evite interpretações duvidosas a respeito do material. Este proces-
agrupando-o de acordo com a semelhança, sem, contudo, causar so ficou conhecido como “código alfabético”. Entre as inúmeras
confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade. vantagens da codificação está a de afastar todos os elementos de
O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalo- confusão que porventura se apresentarem na pronta identificação
gação, simplificação, especificação, normalização, padronização de um material.
e codificação de todos os materiais componentes do estoque da O sistema classificatório permite identificar e decidir priorida-
empresa. des referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de
O sistema de classificação é primordial para qualquer Departa- estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da
mento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate-
eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento riais.
correto do almoxarifado. Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas
características: ser abrangente, flexível e prático.
O princípio da classificação de materiais está relacionado à: - Abrangência: deve tratar de um conjunto de características,
em vez de reunir apenas materiais para serem classificados;
Catalogação - Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos
A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerencia-
materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjun- mento do estoque;
to de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadas- - Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.
trados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da
empresa. Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversi- uma divisão que norteie os vários tipos de classificação.
dade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de
de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a materiais.
simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simplifi-
carmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos as Para o autor Viana os principais tipos de classificação são:
despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos com - Por tipo de demanda
capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que - Materiais críticos
haja a normalização. - Pericibilidade
Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário irá for- - Quanto à periculosidade
necer todos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o - Possibilidade de fazer ou comprar
que facilitará sobremaneira não somente sua aquisição, como tam- - Tipos de estocagem
bém o desempenho daqueles que se servem do material, pois a não - Dificuldade de aquisição
simplificação (padronização) pode confundir o usuário do material, - Mercado fornecedor.
se este um dia apresentar uma forma e outro dia outra forma de
maneira totalmente diferente. - Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda se
divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Mate-
Especificação riais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para
Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses
material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de
entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais
material a ser requisitado. somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em
que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição
Normalização quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se
A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili- forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no
zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são mate-
e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar riais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para
e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino- que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimen-
logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida to automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser
e formato. automático, com base na demanda prevista e na importância para
a empresa.
Codificação
É a apresentação de cada item através de um código, com as Os materiais de estoque se subdividem ainda;
informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou
letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armazena- Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que
dos no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande. Em compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
função de uma boa classificação do material, poderemos partir para processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e in-
a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações sumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo
necessárias, suficientes e desejadas por meios de números e/ou le- produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
tras. Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o al- como materiais em processamento que estão sendo processados
fabético (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque porque
a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico e já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque ain-
numérico, também chamado “decimal”. da não são produtos acabados.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Produtos acabados: produtos já prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em manutenção com utilização repetitiva.
Materiais improdutivos: materiais não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa. Materiais de consumo geral: materiais
de consumo, aplicados em diversos setores da empresa.

Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo
que é essencial do que é secundário em termos de valor de consumo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta cha-
mada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela determina a importância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo
em determinado período. Curva ABC é um importante instrumento para se examinar estoques, permitindo a identificação daqueles itens
que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, em certo espaço de tempo (nor-
malmente 6 meses ou 1 ano), do consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, paraque eles possam ser classificados
em ordem decrescente de importância.
Os materiais são classificados em:
- Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser trabalhados com uma atenção especial pela administração. Os dados aqui
classificados correspondem, em média, a 80% do valor monetário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são orienta-
tivos e não são regra).
- Classe B: São os itens intermediários que deverão ser tratados logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são os se-
gundos em importância. Os dados aqui classificados correspondem em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo
30% dos itens estudados (esses valores são orientadores e não são regra).
- Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gerarem custo
de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral, somente 5% do
valor monetário total representam esta classe, porém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são orientadores e não
são regra).

Metodologia de cálculo da curva ABC


A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de prio-
ridades, para a programação da produção.

Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes, desne-
cessária. É conveniente que os itens mais importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes. Assim,
economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o processo em 6 etapas a seguir:
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada um
deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.
2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são: quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com esses
dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a quantidade pelo custo unitário.
3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumulado
e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.
5º) Construir a curva ABC

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total
acumulado.

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C
(sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais
rentável para a empresa do nosso exemplo.

Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter
o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.

Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem
colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais
classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em
curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das pessoas,
ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode ser
adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente?

Ainda em relação aos tipos de materiais temos;

- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o ris-
co. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto,
sujeitos ao controle de obsolescência.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A quantidade de material cadastrado como material crítico Recebimento e Armazenagem
dentro de uma empresa deve ser mínimo. Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de
Os materiais são classificados como críticos segundo os seguin- compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade
tes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material impor- a conferência dos materiais destinados à empresa.
tado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil ob- As atribuições básicas do Recebimento são:
tenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais - Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devo-
de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; lução de materiais;
Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais - Analisar a documentação recebida, verificando se a compra
perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimen- está autorizada;
sões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu - Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto
uso; Críticos por razões de segurança de materiais de alto custo de de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos;
reposição ou para equipamento vital da produção. - Proceder a conferência visual, verificando as condições de
embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se
- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos docu-
de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades mentos;
físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classifica- - Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos mate-
ção; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado riais recebidos;
em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utiliza- - Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
ção poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem - Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da libe-
por longos períodos. Ex. alimentos, remédios; ração de pagamento ao fornecedor;
- Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxa-
- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite rifado;
a identificação de materiais que devido a suas características físico-
-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, trans- A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir
porte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis. a função em quatro fases:

- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa de- 1a fase - Entrada de Materiais
terminar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabri- A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria
cados internamente ou comprados: da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem
- Fazer internamente: fabricados na empresa; os seguintes objetivos:
- Comprar: adquiridos no mercado; - A recepção dos veículos transportadores;
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; - A triagem da documentação suporte do recebimento;
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a - Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise,
análise de custos. está autorizada pela empresa;
- Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em contratual;
materiais de estocagem permanente e temporária. - Constatação se o número do documento de compra consta
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis na nota fiscal;
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. - Cadastramento no sistema das informações referentes a com-
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri- pras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento;
mento, ou seja, é um material não de estoque. - O encaminhamento desses veículos para a descarga;

- Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser classifica- As compras não autorizadas ou em desacordo com a programa-
dos por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisi- ção de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos
ção e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de: no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as opera-
Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogra- ções de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conheci-
ma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no mento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando
mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalida- do recebimento da mercadoria a ser transportada.
de: há alteração da oferta do material em determinados períodos As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em
do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece-
único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte es- bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circuns-
pecial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do
burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos. transportador. O exame para constatação das avarias é feito através
da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens,
- Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente li- quanto a evidências de quebras, umidade e amassados.
gada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mer- Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser
cado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate-
mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de vo-
em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvol- lumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros
vendo fornecedores nacionais. e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador
é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam:
paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O cadastramento dos dados necessários ao registro do rece- As atividades que compõem a armazenagem são:
bimento do material compreende a atualização dos seguintes sis- - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
temas: identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
- Sistema de Administração de Materiais e gestão de esto- o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
ques: dados necessários à entrada dos materiais em estoque, vi- - Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda
sando ao seu controle; do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque
- Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais
pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e
posição de fornecedores; estoques de materiais administrativos.
- Sistema de Compras : dados necessários à atualização de sal- - Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
dos e baixa dos processos de compras; envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem,
a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu des-
2a fase - Conferência Quantitativa tino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de
É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo forne- saída para que haja controle do estoque.
cedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A confe-
rência por acusação também conhecida como “contagem cega “ é Tipos de armazenagem:
aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desco- A armanezagem temporária tem como função conseguir uma
nhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a coloca-
do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Re- ção de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Já a ar-
gularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem. mazenagem permanente tem um local pré-definido para o depósito
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po- de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição do
dem ser contados utilizando os seguintes métodos: armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantin-
- Manual: para o caso de pequenas quantidades; do a organização do mesmo.
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens
padronizadas com grandes quantidades; Vantagens da armazenagem:
- Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode
envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos, trazer muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de
porcas, arruelas; custos.
- Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesa- - Redução dos custos de movimentação bem como das exis-
gem pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias; tências;
- Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas; - Facilidade na fiscalização do processo;
- Redução de perdas e inutilidades.
3a fase - Conferência Qualitativa - Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores;
Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina. A - Agiliza o processo de entrega;
análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da - Compensa defasagens de produção
confrontação das condições contratadas na Autorização de Forneci- - Melhor aproveitamento do espaço;
mento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa ga-
rantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame Desvantagens da armazenagem:
dos seguintes itens: Algumas desvantagens segundo:
- Características dimensionais; - Imobilização de capital;
- Características específicas; - A armazenagem requer serviços administrativos de controles
- Restrições de especificação; e gerenciamento;
- A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser res-
A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções peitados;
que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e - Um armazém de grande porte requer máquinas com tecno-
conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi – logia.
acabados.
Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resulta- Armazenagem em função das prioridades
dos quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acres- Não existe nenhuma norma que regule o modo como os ma-
centar valor. A armazenagem pode ser definida como o compromis- teriais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão de-
so entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática pende de vários fatores. Senão veja-se:
isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam
os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos Armazenagem por agrupamento:
mesmos. Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de
A função de armazenamento de material é agir com maior agi- materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. É o
lidade entre suprimento e as necessidades de produção. caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais se
O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, identifi-
operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não cando-os com a divisão da estante respectiva .
se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou trans- Armazenagem por tamanho, peso e característica do material.
porte. Neste critério o talão de saída deve conter a informação relati-
va ao setor do armazém onde o material se encontra. Este critério
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um
controlo rigoroso de todas as movimentações.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Armazenagem por frequência - Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O
O controle através da ficha técnica permite determinar o local principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e
onde o material deverá ser colocado, consoante a frequência com armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher
que este é movimentado. A ficha técnica também consegue veri- o veiculo por completo.
ficar o tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aproveita- - Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de precau-
mento do espaço. ção, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos a altas
pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem de gar-
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote di- rafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de trans-
ário porte são por norma de grandes dimensões.
Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de
pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia- Critérios de Armazenagem
-a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de Dependendo das características do material, a armazenagem
materiais. pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:

Armazenagem por setores de montagem - Fragilidade;


Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas - Combustibilidade;
num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por - Volatilização;
família de peças. Este critério conduz à organização das peças por - Oxidação;
prioridades dentro de cada grupo. - Explosividade;
- Intoxicação;
A mecanização dos processos de armazenagem fará com que o - Radiação;
critério do percurso mais breve e de menor frequência seja imple- - Corrosão;
mentado na elaboração de novas técnicas de armazenagem - Inflamabilidade;
- Volume;
Tipos de Armazenagem - Peso;
- Forma.
Armazenagem temporária
Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a conse- Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras ta-
guir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados para xativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispostos
uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força da no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em conjunto, os
gravidade joga a favor. parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo de
arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que me-
Armazenagem permanente lhor atenda ao fluxo de materiais:
É um processo predefinido num local destinado ao depósito de 1. armazenagem por tamanho: esse critério permite bom apro-
matérias. veitamento do espaço;
O fluxo de material determina: 2. armazenamento por frequência: esse critério implica arma-
- A disposição do armazém - critério de armazenagem; zenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que tenham
- A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém; maior frequência de movimento;
- Os acessórios do armazém; 3. armazenagem especial, onde destacam-se:
- A organização da armazenagem. a) os ambientes climatizados;
Armazenagem interior/exterior b) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas
A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem a normas de segurança;
nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de ferra- c) os produtos perecíveis (método FIFO)
gens e essencialmente material pesado. 4. Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, mui-
tos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o que
Armazenagem em função dos materiais diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que ne-
A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais cessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos
de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”, pe-
importante classificá-los. ças fundidas e chapas metálicas.
- Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e cere- 5. Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do
ais; almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que dis-
- Armazém para granel: A armazenagem deste material deve pensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor custo.
ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte des-
te tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades deste Independentemente do critério ou método de armazenamento
material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de gran- adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embala-
des dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões, latas gens em geral.
e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
- Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida Estudo do layout
congelada, etc; Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do
- Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos layout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as seguin-
domésticos e mobiliário; tes condições:
1. Máxima utilização do espaço;
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e
equipamentos);
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3. Pronto acesso a todos os itens; - Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o
4. Máxima proteção aos itens estocados; Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além da
5. Boa organização; venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área ge-
6. Satisfação das necessidades dos clientes. ográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender demandas
mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os se- agrícolas em uma determinada região.
guintes aspectos: - Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de
1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma li-
peso e volume); nha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem
2. Corredores (facilidades de acesso); trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única em-
3. Portas de acesso (altura, largura); presa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares de
4. Prateleiras e estruturas (altura x peso); empresas diferentes (agentes não exclusivos).
5. Piso (resistência).
IMPORTÂNCIA DOS INTERMÉDIARIOS
Distribuição De Materiais Pode-se identificar diversos aspectos que justificam a impor-
tância dos intermediários no canal de distribuição, dentre esses
O processo de distribuição: conceitos e estratégias destacam-se:
Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a necessi- - Aumento da eficiência do processo de distribuição, pois não
dade que esse produto chegue até o cliente da melhor forma possí- seria eficiente para um fabricante ou produtor buscar atender clien-
vel, seja esse um produto de consumo ou industrial. Nesse sentido, tes individualmente;
é necessário identificar adequadamente os meios para distribuir o - Transformação das transações em processos repetitivos e ro-
produto, para que esse chegue ao cliente certo, na quantidade cer- tineiros, simplificando atividades e os processos de pedido, paga-
ta e no momento certo. mento, etc.
Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse - Facilitação do processo de busca de produtos, ampliando o
não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portan- acesso dos clientes a uma gama maior de produtos.
to, o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de
sua disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a, As funções objetivam tornar o canal de distribuição mais efe-
esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um tivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em três categorias:
dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema Transacionais: compreendem a compra, a venda dos produtos,
bem como assumir os riscos comerciais envolvidos no processo;
e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de Distri-
Facilitação: relacionam-se com o financiamento de crédito,
buição.
o controle de produtos (inspecionar e classificar produtos), bem
como a coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis
Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição e
os processos de compra e venda. Produtores e intermediários po-
distribuição física
dem trabalhar juntos para criar valor para seus clientes por meio
- Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de orga-
de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as
nizações interdependentes envolvidas na disponibilização de um
condições do mercado, focando atingir as reais necessidades dos
produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa forma,
clientes;
entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de or- Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação de pro-
ganizações que executam as funções necessárias para deslocar os dutos em quantidades que os tornem fáceis de comprar.
produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os
intermediários que são as organizações que constituem o canal de DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os Para se projetar um canal de distribuição é necessário avaliar
produtores e os clientes finais. alguns atributos:
- Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a serem
para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos, trabalhados.
de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se - Determinar as características dos clientes (segmentação), em
ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo termos de números de clientes, dispersão geográfica, frequência de
de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem, compra, etc.
transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos sis- - Determinar as características dos produtos quanto à perecibi-
temas e equipamentos necessários para essas funções. lidade, dimensões, grau de padronização e necessidades dos clien-
tes.
INTERMEDIÁRIOS - Determinar as características dos intermediários, quanto ao
Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais interme- tipo de transporte, sistema de equipamentos e armazenagem utili-
diários atuantes em um canal de distribuição: zado, sistemas de TI, etc.
- Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é re- - Diagnosticar as características ambientais quanto às condi-
alizar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final. ções locais, legislação, etc.
Ex.: Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc. - Avaliar as características das empresas envolvidas quanto so-
- Atacadista: intermediário que compra e revende mercadorias lidez financeira, composto de produtos (bens e serviços), nível de
para os varejistas e a outros comerciantes e/ou para estabelecimen- serviço, estratégias de marketing, etc.
tos industriais, institucionais e usuários comerciantes, mas que não
vende em pequenas quantidades para clientes finais. Ex.: Martins,
Atacadão
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
FabricanteCliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL ZERO) - é o
canal de distribuição mais simples e direto do fabricante até o usu- Conflitos no Canal
ário final, sendo também o mais comum no cenário empresarial. Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social dos
Quando essse canal de distribuição é usado em mercados de con- relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de distribui-
sumo, pode assumir duas formas. A primeira é a Venda Direta que ção, o conflito surge quando um membro do canal crê que outro
envolve contatos de vendas pessoais entre o comprador e o ven- membro esteja impedindo a realização de seus objetivos especí-
dedor, como aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas (fei- ficos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de conflito
ras), processo Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marketing entre os membros do canal:
Direto, o qual abrange uma comunicação direta entre o comprador - Incongruência de papéis entre os membros;
e o vendedor, conforme ocorre nas vendas por meio de catálogos - Escassez de recursos e discordância na sua alocação;
ou mala direta. Pode-se considerar que os canais diretos são mais - Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos am-
importantes no mercado empresarial (B2B), onde a maior parte bientais;
dos equipamentos, peças e matéria-prima são vendidas por meio - Diferenças de expectativas em relação ao comportamento es-
de contatos diretos entre vendedores e compradores. Esse canal é perado dos outros membros;
requisitado quando o fabricante prefere não utilizar os intermediá- - Discordância no domínio da decisão;
rios disponíveis no mercado, optando pela força de venda própria - Incompatibilidade de metas específicas dos membros;
e providenciando a movimentação física dos produtos até o cliente - Dificuldades de comunicação.
final. O mesmo oferece às empresas a vantagem de maior controle
das funções de Marketing a serem desempenhadas, sem a necessi- Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos ca-
dade de motivar intermediários e depender de resultados de tercei- nal de distribuição:
ros. Uma das desvantagens é a exigência de maiores investimentos, - O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre mem-
uma vez que as funções mercadológicas são assumidas. bros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus Ataca-
distas ou Varejistas. Quando um fabricante vende seus produtos
FabricanteVarejistaCliente Final (NÍVEL UM) - é um dos canais diretamente aos clientes via internet, poderá gerar algum tipo de
mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha, como conflito vertical entre esse e seus varejistas.
alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso, o fa- - O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências entre
bricante transfere ao intermediário grande parte das funções mer- membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus Ata-
cadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas cadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa franquia
Bahia, Supermercado Extra, etc. competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem ocorrer,
devido as diferenças quanto aos limites de território ou em termos
FabricanteAtacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse dos preços praticados.
tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando - Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um fabri-
a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de cante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem para o
clientes (ampliar capilaridade). mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de repre-
Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva sentantes.
pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamen-
to, transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicio- Poder no canal
nais para alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc. Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de
influenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro.
FabricanteAgente(Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou até
TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função de modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. De
reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um inter- uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à capaci-
mediário que não compra produtos, apenas representa o fabricante dade de um membro particular do canal de controlar ou influenciar
ou o atacadista (aqueles que realmente compram os bens) na busca o comportamento de outro(s) membro(s) do canal.
de mercados à produção dos fabricantes ou na localização de fontes
de suprimento para esses fabricantes. Fontes de Poder no canal
Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são exer-
para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do que cidos no canal:
a distribuição de bens tangíveis, em função das características dos - Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um
serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos pre- outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A
ocupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque e, recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas.
normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a contí- - Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o exer-
nua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais en- cício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes em
tre produtores e usuários de serviços. relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se sub-
meta às tentativas de influência do primeiro.
Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de ser- - Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro
viços também há a possibilidade da utilização de agentes, os quais (contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de
nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos mais co- influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência.
muns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo de in- - Informacional: origina-se pela posse de um membro de infor-
vestimentos, agentes de viagem, etc. mações valorizadas por outros membros do canal.
- Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um
membro detem em relação a outro membro.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Liderança do canal - Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob
Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de coo- enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que
peração entre os membros do canal, essas características podem possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas;
resultar no surgimento de membros que, devido a fatores como, - Promover cooperação entre os participantes da cadeia de su-
alto poder de barganha, poder legítimo, poder de informação, tor- primentos, principalmente relacionada aos fatores mais significati-
nam-se líderes do canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram vos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes mínimos
um padrão consistente de condições que determinam o surgimento dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos especiais de
de uma liderança no canal: o líder do canal tende emergir quando acondicionamentos em embalagens, condições de descarga, restri-
o canal de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles ções de tempo de espera, etc.
onde a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a incer- - Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos
teza é elevada. parceiros da cadeia de suprimentos;
- Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os par-
Construindo a confiança no canal ceiros; e
Muitos canais estão rumando para a construção da confiança - Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando
mútua como base para o sucesso das relações entre os membros em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos
do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros re- na sua totalidade.
conheçam sua interdependência e saibam compartilhar processos
e informações. Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções
básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply
ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO chain management:
Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de distri- - Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos
buição: necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou merca-
- Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produ- dorias;
to disponível no maior número de estabelecimentos de uma região, - Satisfação da demanda – é necessário comercializar os servi-
visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de venda. ços ou mercadorias para satisfazer a demanda;
Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra são - Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços
vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem con- ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e
veniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva, os - Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informa-
clientes podem encontrar os produtos no maior número de locais ções ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se tam-
possíveis. bém os consumidores que disponibilizam um retorno importante
- Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato do fabri- tanto para os fabricantes quanto para os varejistas.
cante vender produtos por meio de mais de um dos intermediários
Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo
disponíveis em uma região, mas não em todos. Sendo assim, os in-
podem ser levantadas as seguintes questões:
termediários escolhidos são considerados osmelhores para vender
- Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris
os produtos com base em sua localização, reputação, clientela e
atendem às necessidades de mercado,
outros pontos fortes. A distribuição seletiva é empregada quando
- Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos
osclientes buscam produtos de compra comparada. Cabe ainda
custos de abastecimento são compatíveis,
destacar que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal,
- Se a frequência de compras dos clientes, o número e o tama-
torna-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos com
nho dos pedidos justificam o esforço distributivo,
cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertu-
- Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases
ra do mercado com mais controle e menos custos, comparado com compatíveis com o mercado,
a distribuição intensiva. - Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificá-
- Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende seus veis com os resultados operacionais gerados,
produtos por meio de um único intermediário em uma determina- - Se os métodos de transporte adotados são adequados,
da região, onde esserecebe o direito exclusivo de distribuir tais pro-
dutos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando um determinado Em conformidade com o potencial do mercado, é importante
produto requer um esforço especializado de venda ou investimen- analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o
tos em estoques e instalações específicas. A distribuição exclusiva é tipo de sistema de distribuição adotado é adequado.
oposta à distribuição intensiva, sendo mais adequada à medida em
que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos de canal DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
que possam apoiar ou servir o produto de forma adequada, ou seja, A distribuição física de produtos ou distribuição física são os
enfatizando uma determinada imagem que possa caraterizar luxo processos operacionais e decontrole que permitem transferir os
ou exclusividade. produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mer-
cadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994).
A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de dis- Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos,
tribuição depende essencialmente de cada organização, da forma para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço
com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia desejado, pelo menor custo possível.
de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores gerais, A distribuição física tem, como foco principal, todos os produ-
comum na maioria deles: tos que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o instante
- Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado em que a produção é terminada até o momento em que o cliente
identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar dis- recebe a mercadoria (produto).
ponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo cor- Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do
reto; consumidor.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
“Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma institui- MODALIDADES DE TRANSPORTE
ção que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos desejam O transporte de mercadorias é parte fundamental do comér-
que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que estes não cio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega até o
sejam financeiros. cliente final é o que define a satisfação do comprador e a possibili-
Uma boa distribuição, associada a um produto de boa qualida- dade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal – meio
de, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com que os pro- de transporte – que atenda às expectativas do comprador.
dutos sejam disponibilizados a seus consumidores, de modo que Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos
estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas prateleiras, o logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na qua-
produto passa a fazer parte de uma gama de produtos concorrentes lidade dos serviços logísticos, impactando diretamente no tempo
que podem ser comprados ou não. de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos.
O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de
compra é estar disponível nas prateleiras. Qual o melhor modal?
Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do produ- São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário, aqua-
to, podem variar entre produtos concorrentes, mas a distribuição viário, aéreo e dutoviário.
é uma condição obrigatória para todas as empresas que querem Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas van-
vender seus produtos. tagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de escolha
Se o produto não está disponível na prateleira, independente e esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos e carac-
de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não po- terísticas do serviço.
derá ser comprado.
Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível, classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em:
mas não disponível no mercado. - Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário);
A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma - Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário
instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica inter- e Ferroviário);
fere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração de - Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido
uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser seguida por um único contrato;
pelos demais níveis hierárquicos. - Segmentados: envolve diversos contratos para diversos mo-
A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a dais;
operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer - Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino fi-
com que os projetos sejam cumpridos e executados. nal, necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da
Para um melhor entendimento, seguem os níveis da adminis- mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato).
tração da distribuição física.
• Estratégico; VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE
• Tático;
• Operacional. Transporte Rodoviário
É aquele que se realiza em estradas, com utilização de cami-
a. Nível Estratégico nhões e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no Brasil,
Neste nível, a alta administração da empresa decide o modo apesar do custo operacional e do alto consumo de óleo diesel.
que deve ter a configuração do sistema de distribuição. Podem ser
relacionadas às seguintes preocupações: Vantagens Desvantagens
• Localização dos armazéns;
• Seleção dos modais de transportes; •Capacidade de •Menor capacidade
• Sistema de processamento de pedidos etc. tráfego por qualquer rodovia de cargas entre todos os
(flexibilidade operacional) modais;
b. Nível Tático •Usado em qualquer •Alto custo de
É o nível em que a média gerência da empresa estará envolvida tipo de carga. operação
em utilizar seus recursos da melhor e maior forma possível. Suas
preocupações são:
•Agilidade no •Alto risco de roubo/
• Ociosidade do equipamento de transmissão de pedidos ser transporte e no acesso às
Frota antiga- acidentes
a mínima; cargas
• Ocupação otimizada da área de armazéns; •Não necessita de •Vias com gargalos
• Otimização dos meios de transportes, sempre em níveis má- gerando gastos extras e
ximos possíveis à carga etc. entrepostos especializados
maior tempo para entrega.

c. Nível Operacional
•Amplamente •Alto grau de
disponível poluição
É o nível em que a supervisão garante a execução das tarefas
diárias para assegurar que os produtos se movimentem pelo canal •Fácil contratação e •Alto valor de
de distribuição até o último cliente. Podem ser citadas: gerenciamento. transporte.
• Carregar caminhões; •Adequado para curtas •Menos competitivo
• Embalar produtos; e médias distâncias à longa distância;
• Manter registros dos níveis de inventário etc.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis, Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de
mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400 carga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não
Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais, quan- há vias para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante /
do o tempo de trânsito for valor agregado. Encontra-se uma redução de custo de frete.

Transporte Ferroviário Tipos de navios:


Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas férreas,
para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias transpor- Navios para cargas gerais ou convencionais:
tadas neste modal são de baixo valor agregado e em grandes quan- Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados
tidades como: minério, produtos agrícolas, fertilizantes, carvão, de- para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não.
rivados de petróleo, etc.
Navios especializados:
Vantagens Desvantagens Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e só-
lido), sem decks.
•Grande capacidade •Alto custo de Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por
de cargas implantação rampa, vários decks de diversas alturas.
•Baixo custo de •Transporte lento
transporte (Inexistência de devido às suas operações de Navios Multipropósito:
pedágios) carga e descarga Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados
ao mesmo tempo.
•Adequado para •Pouca flexibilidade Granel sólido + líquido
longas distâncias de equipamentos. Minério + óleo
•Baixíssimo nível de •Malha ferroviária Ro-ro + container
acidentes. insuficiente.
•Alta eficiência •Malha ferroviária Navios porta-container:
Transportam exclusivamente cargas em container.
energética. sucateada
Sólido, líquido, gasoso
•Melhores condições •Necessita de Desde que seja em container
de segurança da carga. entrepostos especializados. Tem apenas 01 (um) deck (o principal)
•Menor flexibilidade
•Menor poluição do no trajeto (nem sempre chega Transporte Aéreo
meio ambiente ao destino final, dependendo O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e
de outros modais.) pode ser dividido em Nacional e Internacional.

Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes de Vantagens Desvantagens


cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) / Trajetos exclu- •É o transporte mais •Menor capacidade de
sivos (não há vias para outros modais) rápido carga (Limite de volume e peso|)
Transporte Aquaviário •Não necessita emba- •Valor do frete mais
Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto lagem mais reforçada (manu- elevado em relação aos outros
o transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os ma- seio mais cuidadoso); modais
res abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transpor- •Os aeroportos nor-
te mais utilizado no comércio internacional. malmente estão localizados •Depende de termi-
mais próximos aos centros de nais de acesso
Vantagens Desvantagens produção.
•Maior capacidade •Necessidade de •Transporte de gran-
de carga transbordo nos portos des distâncias.
•Menor custo de •Seguro de transporte
•Longas distâncias dos é muito baixo.
transporte (Frete de custo
centros de produção
relativamente baixo)
•Apesar de limitado •Menor flexibilidade Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de
cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis /
às zonas costeiras, registra nos serviços aliado a frequen- Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via
grande competitividade para tes congestionamentos nos para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante.
longas distâncias portos Tipos de Aeronaves:
•Mercadoria de baixo •É de gerenciamento Full pax = somente de passageiros.
complexo, exigindo muitos Full cargo = somente de cargas.
valor agregado. Combi = misto de carga e passageiros
documentos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Transporte Dutoviário Razões para manter estoque
Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma flexi- A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exi-
bilidade, visto que há uma limitação no número de produtos que ge investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita
podem utilizar este modal. O transporte é feito através de dutos sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a
cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo, produtos manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impos-
derivados do minério, gases e grãos. sível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre
os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se
Vantagens Desvantagens acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias
e minimizar os custos totais de produção e distribuição.
•Muitas dutovias são •Pode ocasionar um
subterrâneas e/ou submarinas, Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades,
grande acidente ambiental
considerado uma vantagem, ou seja:
caso suas tubulações se rom-
pois minimizam os riscos - Melhoram o nível de serviço.
pam
causados por outros veículos; - Incentivam economias na produção.
•O dutoviário transporta •Possui uma ca- - Permitem economias de escala nas compras e no transporte.
de forma segura e para longas pacidade de serviço muito - Agem como proteção contra aumentos de preços.
distancias limitada - Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo
de ressuprimento.
•Proporciona um menor •Custos fixos são - Servem como segurança contra contingências.
índice de perdas e roubos mais elevados
•Baixo consumo de •Investimento inicial Abrangência da Administração de Estoques
energia. elevado. A administração de estoques é de importância significativa na

•Alta confiabilidade. •Requer mais licen- maioria das empresas, tanto em função do próprio valor dos itens
mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da
ças ambientais.
empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de
•Simplificação de carga estoques também dependem em grande parte do nível de vendas,
e descarga com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a
•Transporte de volumes realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes
granéis muito elevados. das realizações das vendas.

Tipos de dutos Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as ven-


- Subterrâneos das antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna
- Aparentes sua administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que
- Submarinos os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das
vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de es-
Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel. tocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados), resi-
Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático. dindo, portanto, na correta determinação dos níveis de estoques,
Gasodutos = gás natural. a importância da sua administração. Seu objetivo é garantir que os
estoques necessários estejam disponíveis quando necessários para
Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais manutenção do ritmo de produção, ao mesmo tempo em que os
inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em es- custos de encomenda e manutenção de estoques sejam minimiza-
cala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta dos.
de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração multi-
modal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada pelos Os estoques podem ser classificados como:
setores privados e públicos. - Matéria-prima
- Produtos em processo
Estoques - Materiais de embalagem
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas - Produtos acabados
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que - Suprimentos
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab- A razão para manutenção de estoques depende fundamental-
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção mente da natureza desses materiais.
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta Para manutenção dos estoques de matérias primas, são utiliza-
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge- das justificativas como a facilidade para o planejamento do proces-
renciados”. so produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto, a pre-
venção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a obtenção de
descontos por aquisição de grandes quantidades.
Essas razões são contra-argumentadas de várias formas. Atu-
almente, as modernas técnicas de administração de estoques,
o conceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir
custos, representam alternativas eficientes para evitar-se falta de
materiais. Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode
representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de
eventual oscilação de preços de seus insumos básicos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para manutenção de estoques de materiais em processos, jus- 2. MRP-Material Requirement Planing
tifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso ocorra O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabri-
interrupção em alguma das linhas de produção da empresa. Obvia- cação, de compras, controlar estoques e administrar a carteira de
mente, essa questão deve ser substituída pela adoção de proces- pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo com isso
sos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências destas uma previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a ge-
interrupções. ração de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema pode
A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras,
por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas fabricação e montagem, operando ainda com diversos estoques de
realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção. material em processo, como estoque de matérias primas, partes,
submontagens e produtos acabados.A maior vantagem do MRP
Técnicas de Administração de estoques consiste em utilizar programas de computadores complexos, levan-
do em consideração todos os fatores relevantes para conseguir o
CURVA ABC melhor cumprimento de prazos de entrega, com estoques baixos,
Segrega os estoques em três grupos, demonstrando grafica- mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em quantidade, de
mente com eixos de valores e quantidades, que considera os mate- uma semana para outra.
riais divididos em três grandes grupos, de acordo com seus valores Um ponto fundamental para o correto funcionamento do sis-
de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais “classe A” re- tema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários que
presentam a minoria da quantidade total e a maioria do valor total, interagem com o sistema MRP, em relação à informação de dados
“classe C” a maioria da quantidade total e a minoria do valor total, para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP vai acu-
“classe B” valores e quantidades intermediárias. mulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades neces-
O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe sárias.
B e C” menos sofisticados.
3. Sistema Periódico
MODELO DE LOTE ECONÔMICO A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica em
Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os cus- vários setores de processamento sucessivo de vários produtos simi-
tos totais de estocagem de pedido para um item do estoque. Con- lares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação para
siderando os custo de pedir e os custos de manter os materiais. serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de cada
Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho, não
receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unida- haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de cada
de da manutenção de um item de estoque por umdeterminado pe- setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas.
ríodo (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de outros Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas ca-
racterísticas, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos,
investimentos.
nos quais é possível à adoção de períodos curtos, menores que uma
semana.
Custo total = custo de pedir + custo de manter
4. OPT-Optimezed Production Technology
PONTO DE PEDIDO
O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferen-
Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando
te dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo
em consideração o tempo de entrega dos principais itens.
de materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os
pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações ma-
Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda di- temáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas como
ária tendo de passar por filas de espera de atendimento nos diversos
postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de trabalho
SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES forma então uma rede de filas de espera.
Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais para
são: ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou sub-
montagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita ên-
1. FMS (Flexible Manufacturing System) fase é dedicada aos pontos de gargalo da produção.
Nesse sistema, os computadores comandam as operações das
máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de ferramen- 5. Sistema KANBAN-JIT
tas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, acessó- O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado onde os
rios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de monitora- empregados possuem motivação e mobilização, com grande liber-
ção do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é aplicado dade de ação. Nessas fábricas, na certeza de que os empregados
em fábricas com grande diversidade de peças de produtos finais trabalham com dedicação e responsabilidade, é legítimo um traba-
montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do FMS, lhador parar a linha de montagem ou produção porque achou algo
as seguintes: errado, os empregados mantém-se ocupados todo o tempo, aju-
Permite maior produtividade das máquinas, que passam a ter dando-se mutuamente ou trocando de tarefas conforme as neces-
utilização de 80% a 90% do tempo disponível. sidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que “puxa” a produção
Possibilita maior atenção aos consumidores em função da flexi- da fábrica, inclusive até o nível de compras, pelas necessidades ge-
bilidade proporcionada. radas na montagem final. As peças ou submontagens são colocadas
Diminui os tempos de fabricação. em caixa feitas especialmente para cada uma dessas partes, que, ao
Em função do aumento da flexibilidade, permite aumentar a serem esvaziadas na montagem, são remetidas ao posto de traba-
variedade dos produtos ofertados. lho que faz a última operação a essa remessa, que funciona como
uma ordem de produção.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
6. Sistema Just in Time * Melhores condições de compra de materiais, pois pode-se
É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de aceitarcontratos de grandes volumes para entregas parceladas. Aa-
distribuição. É assim que surge o Just in Time, que é derivado do tividade de compra fica reduzida, sem a necessidade de emitirpedi-
sistema Kanban. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a dos de fornecimento para cada lote de material.
responsável pela implantação do Just in Time foi a Toyota, criando b) Estocagem para atender especificamente a uma ordem de
esse sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar produção ou a uma requisição: É o método empregado nas produ-
em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando a res- ções do tipo intermitente, onde a indústria fabrica sob encomenda,
ponsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção sendo justificável no caso de materiais especiais ou necessários es-
para seus terceirizados. poradicamente. Os pedidos de material neste sistema são baseadas
O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal é principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e na programa-
suprir produtos para a linha de produção e clientes da empresa, ção geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos em que o pe-
somente quando for necessário. Ao longo da cadeia logística, as re- dido para compra precisa ser feito mesmo antes do projeto do pro-
lações entre as empresas - inclusive com o emprego de recursos de duto estar detalhado, ou seja, antes da listagem do material estar
comunicação e tecnologias de informação, devem ser garantidas de pronta, pois os itens necessários podem ter um ciclo de fabricação
tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços prestados pela excessivamente longo. Ex.: grandes motores, turbinas e navios.
logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços ex-
pressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja uma Enfim, o controle de estoques exerce influência muito grande
cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus for- na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia
necedores externos e internos. Um ponto muito favorável no Just estar sendo investido de outras maneiras. Portanto, aumentar a ro-
in Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram perdas tatividade do estoque auxilia a liberar ativos e economiza o custo
de produtos. de manutenção e controle que podem absorver de 25 a 40% dos
custos totais, conforme mencionado anteriormente.
Outros sistemas de estoques
Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em
duas partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da en- GESTÃO PATRIMONIAL DE BENS MÓVEIS. INCORPORAÇÃO
comenda de um novo lote e a outra será utilizada entre a data da E SEUS FATOS GERADORES; MOVIMENTAÇÃO; MODALI-
encomenda e a data do recebimento do novo lote. A grande van- DADES DE CONTROLE FÍSICO; FORMAS DE DESINCORPO-
tagem deste sistema está na substancial redução do processo bu- RAÇÃO DE BENS; AVALIAÇÃO E REAVALIAÇÃO; DEPRECIA-
rocrático de reposição de material (bujão de gás). A denominação ÇÃO; INVENTÁRIOS E AUDITORIA; CONCEITOS SOBRE
“DUAS GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em IDENTIFICAÇÃO, CARGA E TOMBAMENTO
duas gavetas distintas.

Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente quando Gestão patrimonial


a separação entre as duas partes do estoque não é feita fisicamen- O patrimônio é o objeto administrado que serve para propi-
te, mas apenas registrada na ficha de controle de estoque, com o ciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio
ponto de separação entre as partes. Enquanto o estoque mínimo seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o
estiver sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo su- elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo
ficiente para adquirir e repor o material no estoque. econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos ele-
mentos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a
Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos uma entidade que vise alcançar determinados fins.
para reposição dos estoques em intervalos de tempo pré-estabe- Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado uma
lecidos para cada item. Estes intervalos, para minimizar o custo de riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade coletiva,
estoque, devem variar de item para item. A quantidade a ser com- sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto que sob
prada em cada encomenda é tal que, somada com a quantidade o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo (Ativo =Pas-
existente em estoque, seja suficiente para atender a demanda até sivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando se utiliza
o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente, este siste- o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade visualiza o
ma obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se adotar patrimônio de forma qualitativa.
períodos iguais para um grande número de itens em estoque pois, A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conhecida
procedendo a compra simultânea de diversos itens, pode-se obter como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus artigos
condições vantajosas na transação (compra e transporte). 44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio públi-
co. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens móveis
Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público não po-
subdivisões: derá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se a lei auto-
a) Estocagem para atender a um programa de produção pré- rizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previdência
-determinado: social, geral e própria dos servidores.
É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontínuo que Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de
estabelece, com antecedência de vários meses, os níveis de produ- ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados em
ção. A programação (para vários períodos, semanas e meses) elabo- despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas (pas-
rada pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os segmentos, des- sivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremen-
de o recebimento do material até o embarque do produto acabado. to de outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de
forma a manter preservado o valor do patrimônio público.
Vantagens:
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, objetiva-
mente controlados por se conhecer a demanda futura.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
TOMBAMENTO DE BENS e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a plaque-
O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento ta nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, couro
dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela con- ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança. A pla-
ferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de entrada queta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sólida;
do bem no sistema de gerenciamento de material no estoque, o f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em apa-
responsável por este encaminhará uma comunicação ao Setor de relhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais
Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais e fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na
outros que se fizerem necessários), informando o destino (centros carcaça;
de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em esto- g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada
que, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de saí- na parte lateral direita do painel de direção, em relação ao motoris-
da deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo ta, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em acessórios;
Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste
final, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio, caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem
juntamente com os demais documentos do processo de empenho. diminua seu valor comercial;
i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada na base.
O tombamento consiste na formalização da inclusão física de Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, na lateral di-
um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de um reita;
único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma sequ- j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a plaqueta
ência de registros patrimoniais quando for por lote, que é denomi- deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, caso não seja
nado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-se uma possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição na parte
conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada material, de posterior do quadro; e
acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do bem k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como ou-
a ser registrado é o valor constante do respectivo documento de tros bens aqueles materiais que não podem ser classificados cla-
incorporação (valor de aquisição). ramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em tais bens, a
A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de pla- plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde são manuseados.
queta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual conterá
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários
o número de registro patrimonial.
ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do tomba-
Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes
mento; data do tombo; descrição padronizada do bem (descrição
aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação por
básica pré-definida em um sistema de patrimônio); marca/modelo/
meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do bem; série (também pré-definidos em um sistema de patrimônio); carac-
evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que pos- terísticas (descrição detalhada); valor unitário de aquisição (valor
sam acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes histórico); agregação (acessório ou componente); forma de ingres-
que não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremida- so (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, outras);
des ou sobre alguma indicação importante do bem. classificação contábil/patrimonial; número do empenho e data
Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes de emissão; fonte de recurso; número do processo de aquisição e
de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade do ano; tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura,
órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou a sua comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Ter-
própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também mo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome do
terão número de tombamento, mas serão marcados e controlados fornecedor (código); garantia (data limite da garantia e empresa de
em separado. Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja manutenção); localização (identificação do centro de responsabili-
de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes en- dade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em comodato,
costadas na parede, que não possam ser movimentados devido ao em manutenção, em depósito para manutenção, em depósito para
peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próximo triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para aliena-
ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou deterioração da ção, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de con-
plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem está localizado de- servação (bom, regular, precário, inservível, recuperável); histórico
verá comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio. do bem vinculado a um sistema de manutenção, quando existir. Tal
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação de informação permitirá o acompanhamento da manutenção dos bens
plaquetas (ou adesivos): e identificação de todos os problemas ocorridos nestes números
a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a plaqueta do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não plaquetável.
deve ser fixada na parte frontal superior direita, no caso de arqui- O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o recebimen-
vos de aço, e na parte lateral superior direita, no caso de armários, to da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que procederá
estantes e bens semelhantes, sempre com relação a quem olha o ao tombamento e cadastramento em sistema específico, utilizando
móvel; diversos dados, tais como: número do registro; tipo de imóvel; de-
nominação do imóvel; características (descrição detalhada do bem);
b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na
valor de aquisição (valor histórico); forma de ingresso (compra, do-
parte frontal central, contrária à posição de quem usa o bem, com
ação, permuta, comodato, construção, usucapião, desapropriação,
exceção das estações de trabalho e/ou àqueles móveis que foram
cessão, outras); classificação contábil/patrimonial; número do em-
projetados para ficarem encostados em paredes, nos quais as pla-
penho e data de emissão; fonte de recurso; número do processo
quetas serão fixadas em parte de fácil visualização; de aquisição e ano; tipo/número do documento de aquisição (nota
c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa inferior do fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de
motor; Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros);
d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada no nome do fornecedor (código); localização (identificação do centro
lado externo direito, em relação a quem opera a máquina; de responsabilidade); situação do bem (registrado, alocado, cedido
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
em comodato, em manutenção, em depósito para manutenção, em do Termo de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do
depósito para triagem, em depósito para redistribuição, em depó- Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao
sito para alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e
estado de conservação (bom, regular, precário, inservível); data da do recebedor. Quando a transferência de responsabilidade do bem
incorporação; unidade da federação; tipo de logradouro; número; ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer a mu-
complemento;bairro/distrito; município; cartório de registro; ma- dança da responsabilidade patrimonial de um servidor para outro,
trícula; livro; folhas; data do registro; data da reavaliação; moeda desde que não pressuponha mudança de local do bem, deverão ser
da reavaliação; valor do aluguel; valor do arrendamento; valor de observados os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos Hu-
utilização; valor de atualização; moeda de atualização; data da atu- manos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio
alização; reavaliador; e CPF/CNPJ do reavaliador. cópia da portaria que substitui o servidor responsável; de posse das
informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o
CONTROLE DE BENS. respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido o
Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade,
conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência, que providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo;
saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que uma
no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação. das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e outra
Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de
encaminhada ao Setor de Patrimônio.
material permanente recém adquirido, de acordo com a destinação
Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela movi-
dada no processo administrativo de aquisição correspondente.
mentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou depen-
A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante o
dência onde estão localizados, em decorrência da necessidade de
preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá conter
no mínimo, as seguintes informações: número do Termo de Res- conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por outro
ponsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluindo tam- centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente
bém o nome do sublocal de lotação); declaração de responsabilida- autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provisória, esta
de; número do tombamento; descrição; quantidade; indicação se é deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por outro
plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens arrolados no servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a ma-
Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura do nutenção de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá
responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo. ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e resulta-
A transferência é a operação de movimentação de bens, com a rá na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de Manutenção,
consequente alteração da carga patrimonial. A autoridade transfe- que tomará todas as providências para proceder à assistência de
ridora solicita ao setor competente do órgão a oficialização do ato, bem em garantia ou utilizando-se de seus recursos próprios.
por meio das providências preliminares. É importante destacar que Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamento
a transferência de responsabilidade com movimentação de bens de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, sem
somente será efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicita- envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser evi-
ção do responsável pela carga cedente com anuência do recebedor. tado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos devem
A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, obsoletos manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a devolução do
ou sem utilização também se caracteriza como transferência. Neste bem na mesma condição em que estava na ocasião do empréstimo.
caso, a autoridade da unidade onde o bem está localizado devolve- Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao poder público
-o com a observância das normas regulamentares, a fim de que a o é vedado, salvo exceções previstas em leis.
Setor Patrimonial possa manter rigoroso controle sobre a situação Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros tam-
do bem. Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do bém deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum res-
órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste setor (fiéis paldo legal.
depositários), e serão objetos de análise para a determinação da
baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar que INVENTÁRIO
uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor deverá ser O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque
fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho,
e em processos, para comparar a quantidade física com os dados
visando facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de
contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias
acesso ao setor). Para que ocorra a transferência de responsabili-
que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que
dade entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão
realmente existe em estoque.
ser observados os seguintes parâmetros:solicitação, por escrito, do
interessado em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é
acordo” do setor cedente com a autorização de transferência ; soli- elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com a
citação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário ro-
do Termo de Responsabilidade; após a emissão do Termo de Res- tativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer
ponsabilidade, o Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e do rece- grupo de itens em determinados períodos.
bedor. Inventário na administração pública: Inventário são a discrimi-
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois nação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de
setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momen-
os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado to, visando atender uma finalidade específica. É um instrumento
em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do de controle para verificação dos saldos de estoques nos almoxari-
setor cedente com a autorização de transferência e anuência das fados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão
unidades de controle do patrimônio e do titular do órgão; solici- ou entidade, informando seu estado de conservação, e mantendo
tação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão atualizados e conciliados os registros do sistema de administração
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além O inventário é dividido em três fases: Levantamento: compre-
disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as to- ende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos
madas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularida- do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação,
des e providenciar as medidas cabíveis. agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das carac-
Através do inventário pode-se confirmar a localização e atribui- terísticas e quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento
ção da carga de cada material permanente, permitindo a atualiza- pode apresentar os componentes patrimoniais deforma resumida
ção dos registros dos bens permanentes bem como o levantamen- e recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes são
to da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Avaliação:
a ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra irregularidade. é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento pa-
Podem-se verificar também no inventário as necessidades de ma- trimonial. Os critérios de avaliação dos componentes patrimoniais
nutenção e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor aos com-
móveis, possibilitando maior racionalização e minimização de cus- ponentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua na-
tos, bem como a correta fixação da plaqueta de identificação. Na tureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade.
Administração Pública, o inventário é entendido como o arrolamen-
to dos direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito pe- ALIENAÇÃO DE BENS
riodicamente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos valo- De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-se
res que são registrados na contabilidade e que formam o Ativo e o como alienação a transferência de propriedade, remunerada ou
Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em paga-
agentes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os di- mento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio.
versos tipos de inventários são realizados por determinação de au-
toridade competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimônio Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela
e das unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor de Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas.
carga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamente ou Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que
a qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública devem a autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assem-
ser levantados não apenas por uma questão de rotina ou de dispo- bleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que
sição legal, mas também como medida de controle, tendo em vis- institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
ta que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa física, 37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação especí-
mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer fica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a alienação
danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a por leilão.
legislação estabelece que o levantamento geral de bens móveis e Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor-
imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade gesto- dinada à existência de interesse público devidamente justificado.
ra e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 A alienação de bens está sujeita à existência de interesse públi-
da Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964). co e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos previs-
A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, tos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada por
bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam tais comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista para a
bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário median- Administração Pública.
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à alie-
te verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para fins de
nação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido ao
atualização física e monetária e de controle, a época da inventaria-
Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento respectivo;
ção será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob-respon-
sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes para que
sabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confirmação
seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão vistoria-
dos dados apresentados no Balanço Geral); e no início e término
dos in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens, no pró-
da gestão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no
prio órgão, os quais, observando o estado de conservação, a vida
caso de bens móveis.
útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo de
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históri- avaliação dos bens, classificando-os em:
cos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constan- a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for consta-
tes de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição. tado serem os bens danificados, obsoletos, fora do padrão ou em
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve- desuso devido ao seu estado precário de conservação; e
dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos: quando
endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante for constatado estarem os bens em perfeitas condições de uso e
autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do operação, porém sem utilização.
dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a Comis-
são de Inventário de Bens. Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando proi-
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou bida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados, exceto
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos
componentes patrimoniais. ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente
elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O simples ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu valor
arrolamento não interessa para a contabilidade se não for comple- do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a retirada de
tado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrolamento bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da transfe-
serve apenas para controle da existência dos componentes patri- rência deste para o controle de bens baixados, feita exclusivamente
moniais. pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser
utilizado em outro bem. ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a ESPÉCIES DOS SEGUINTES ATOS: ALVARÁ, APOSTILA, ATA,
seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; como- AVISO, CARTA, CERTIDÃO, CORRESPONDÊNCIA INTERNA,
dato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. Em DECRETO, DELIBERAÇÃO, DESPACHO, EDITAL, EXPOSIÇÃO
qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa DE MOTIVOS, INSTRUÇÃO NORMATIVA, MENSAGEM, OFÍ-
definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por CIO, OFICIO CIRCULAR, ORDEM DE SERVIÇO, PARECER,
seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço PORTARIA, RELATÓRIO, REGIMENTO, REQUERIMEN-
público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em TO, RESOLUÇÃO, REGULAMENTO
cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de ges-
tão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada.
Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em Conceito
utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo
de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto, que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, res-
o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado guardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que obrigações aos administrados ou a si própria”.
poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a
reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou bi- declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
bliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
existe interesse pelos bens. direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez,
o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permane- explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
cerá guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de
servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de regulamentos.
baixa até sua destinação final. No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato
administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um
Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados: concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando públicas, manifestada mediante providências jurídicas complemen-
se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; motivo tares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de
de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Vi- legitimidade por órgão jurisdicional”.
sando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial, B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição
faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta for-
Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá por ma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele expos-
processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio ta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, por
verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do compro- exemplo, bem como os atos abstratos.
vante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procede- Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir da
rá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo, análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos concei-
o Setor de Patrimônio providenciará o documento de quitação de tos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos funda-
responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha a mentais para a definição dos conceitos do ato administrativo.
responsabilidade do bem. De antemão, é importante observar que, embora o exercício
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao da função administrativa consista na atividade típica do Poder Exe-
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para que cutivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função
seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos.
desfazimento.3 Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem no-
mear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo benefícios
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece que em
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que todas essas atividades, a função administrativa estará sendo exerci-
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de da que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, não é função
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab- exclusiva do Poder Executivo.
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta da função administrativa é ato administrativo, isso por que em inú-
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge- meras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado,
renciados”. desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico
de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: a
emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida provi-
dência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de direito
privado e não público.
3Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de materiais e dis-
tribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo Rogério. Tecnologia de
informação: planejamento e gestão/www.administradores.com.br /www.itsm-
napratica.com.br/www.purainfo.com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio Araujo)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser Relativo à competência com aplicação de multa por infração à
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas, a União
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o imposto e tam-
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como bém para estabelecer as respectivas infrações e penalidades. Já em
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de ser- relação à instituição do tributo e cominação de penalidades, que
viços públicos. é de competência do legislativo, dentre os Órgãos Constitucionais
Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não apre- da União, o Órgão que possui tal competência, é o Congresso Na-
sentar caráter de definitividade, está sujeito a controle por órgão cional no que condizente à fiscalização e aplicação das respectivas
jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, compreendemos penalidades.
que ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade pro-
veniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais ampara- Em relação às fontes, temos as competências primária e secun-
das pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito públi- dária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos abaixo:
co, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a controle a) Competência primária: quando a competência é estabeleci-
judicial específico. da pela lei ou pela Constituição Federal.
Em suma, temos: b) Competência Secundária: a competência vem expressa em
ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade normas de organização, editadas pelos órgãos de competência pri-
proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais am- mária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão ou
paradas pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito agente que possui competência primária.
público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a con-
trole judicial específico. Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de forma
aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico informan-
ATOS ADMINISTRATIVOS EM SENTIDO AMPLO do a distribuição de competências, como a matéria, o território, a
hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao critério da
Atos de Direito Privado matéria, é a criação do Ministério da Saúde.
Atos materiais Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendên-
cias Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF),
Atos políticos órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da Re-
Contratos ceita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da Ver-
dade que trabalham na investigação de violações graves de Direitos
Atos normativos Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que resulta
Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos na combinação dos critérios da matéria e do tempo.
A competência possui como características:
Requisitos a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma
A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência vez que se trata de um poder-dever de ambos.
de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência, b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vonta-
finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a de da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez
falta ou o defeito desses elementos pode resultar. que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo:
De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e
simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidan- da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá
do o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente. jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos
No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra a crimes considerados menos graves.
designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou acordo
legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra pessoa.
pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para Frise-se que a delegação de competência não provoca a transfe-
fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada in- rência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de deter-
competente em termos jurídicos para executar tal tarefa. minadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, que
Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades pú- poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, revogar a
blicas, de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação delegação.
Civil (ANAC) não possui competência para conferir o passaporte e d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente,
liberar a entrada de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente
controle de imigração brasileiro é atividade exclusiva e privativa da estas normas poderão alterá-la.
Polícia Federal. e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que
Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo não tenha sido utilizada por muito tempo.
o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista
pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo
o desempenho de suas atividades. mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a
A competência possui como fundamento do seu instituto a di- tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua
visão do trabalho com ampla necessidade de distribuição do con- prática.
junto das tarefas entre os agentes públicos. Desta forma, a distri-
buição de competências possibilita a organização administrativa
do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis a cada pessoa
política, órgão ou agente.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a Importante ressaltar:
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma: Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercí-
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por in- cio de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segu-
termédio do qual um órgão administrativo ou um agente público rança ou a medida judicial.
delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de executar Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamen-
parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a delegação to do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não
é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico inferior. poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada.
No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando justifi- Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada,
cadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha hie- todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato deve-
rárquica. rão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.
Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a atri-
buição da autoridade delegante, que continua competente para o Seguindo temos:
exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que foi
delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação e
atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer para si
em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos. de forma temporária o devido exercício de competências legalmen-
Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando te estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente inferio-
cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também pode- res. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da linha
rá revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormen- de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente de
te. Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de dele-
impedimentos legais vigentes. gação:

É importante conhecer a respeito da delegação de competên- • Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e
cia o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competên-
Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal, cia é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, dis- sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
pondo em seus arts. 11 a 14: autoridade avocante.
• Já na revogação de delegação, anteriormente, a competên-
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos cia já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delega-
delegação e avocação legalmente admitidos. ção, voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não cunho de mão própria.
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica- Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever ser exer-
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns- cido com autocontrole, o poder originário de avocar competência
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. também se constitui em regra na Administração Pública, uma vez
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à que é inerente à organização hierárquica como um todo. Entretan-
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos to, conforme a doutrina de forma geral, o órgão superior não pode
presidentes. avocar a competência do órgão subordinado em se tratando de
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: competências exclusivas do órgão ou de agentes inferiores atribu-
I - a edição de atos de caráter normativo; ídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança Pública, mesmo es-
II - a decisão de recursos administrativos; tando alguns degraus hierárquicos acima de todos os Delegados da
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori- Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si a competência para
dade. presidir determinado inquérito policial, tendo em vista que esta
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi- competência é exclusiva dos titulares desses cargos.
cados no meio oficial. Não convém encerrar esse tópico acerca da competência sem
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes mencionarmos a respeito dos vícios de competência que é concei-
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob- tuado como o sofrimento de algum defeito em razão de problemas
jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva com a competência do agente que o pratica que se subdivide em:
de exercício da atribuição delegada. a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica o
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo além
autoridade delegante. das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo a pra-
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar ticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre po-
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de- derá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista
legado. que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso.
Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce
leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica, so- atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse
cial, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra casa-
a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de mentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz.
delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente
publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias e
poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do delega-
do, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com a
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de inte-
ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo resse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de perse-
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento. guir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando interesse
Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem público.
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta Em resumo, temos:
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato.
Em suma, temos:
Específica ou Imediata e
FINALIDADE PÚBLICA
Geral ou Mediata
Ato praticado com finalidade
diversa da prevista em Lei.

e
DESVIO DE FINALIDADE
OU DESVIO DE PODER Ato praticado formalmente
com finalidade prevista em
Lei, porém, visando a atender
a fins pessoais de autoridade.

Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas dis-


tintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas:
A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o
Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é uma modo de exteriorização do ato administrativo.
das características do princípio da impessoalidade. Nesse diapasão, B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no
a Administração não pode atuar com o objetivo de beneficiar ou conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem
prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que seu compor- como todas as formalidades que devem ser destacadas e observa-
tamento deverá sempre ser norteado pela busca do interesse públi- das no seu curso de formação.
co. Além disso, existe determinada finalidade típica para cada tipo Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se
de ato administrativo. simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo
Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto
de finalidade pública. São elas: exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da for-
a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse públi- mação do ato administrativo.
co considerado de forma geral.
b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico pre- Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade
visto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra é
ato. o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser reves-
Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a tido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que ele seja
lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato. escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo em vista
que em alguns casos, via de regra, o agente público tem a possibi-
Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas finali- lidade de se manifestar de outra forma, como acontece nas ordens
dades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado desvio verbais transmitidas de forma emergencial aos subordinados, ou,
de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é vício que não ainda, por exemplo, quando um agente de trânsito transmite orien-
pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser convalidado. tações para os condutores de veículos através de silvos e gestos.
A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágra- Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado vício
fo único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se veri- de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à forma e
fica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via de regra,
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”. considera-se plenamente possível a convalidação do ato adminis-
Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência trativo que contenha vício de forma. No entanto, tal convalidação
estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser não será possível nos casos em que a lei estabelecer que a forma é
seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser requisito primordial à validade do ato.
praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício Devemos explanar também que a motivação declarada e escri-
de finalidade. ta dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando for de
O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se ve- caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta maneira,
rifica em duas hipóteses. São elas: quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja vício de for-
a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da ma, mas não vício de motivo.
prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela au-
de punição. toridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no
elemento motivo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Motivo A motivação dos atos administrativos
O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a res-
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo. peito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos motivos
Quando a autoridade administrativa não tem margem para de- determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei não exi-
cidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato gindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele só terá
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao validade se os motivos declarados forem verdadeiros.
ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade
administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a prá- Exemplo
tica do ato. A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de ser-
vidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de
Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente
trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualida-
verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática de habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já se o
empírico da situação prevista em lei. interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua pontua-
Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato adminis- lidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial, deverá
trativo depende da presença adjunta dos motivos de fato e de direi- ser anulada.
to, posto que para isso, são imprescindíveis à existência abstrata de É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes
previsão normativa bem como a ocorrência, de fato concreto que pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto
se integre à tal previsão. aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado.
De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de ocor- Em suma, temos:
rer nas seguintes situações:
a) quando o motivo é inexistente. • Motivo do ato administrativo
b) quando o motivo é falso. — Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a
c) quando o motivo é inadequado. edição do ato administrativo.
— Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma abs-
É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e trata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo.
motivação. Vejamos: — Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real
• Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei, ca-
ato administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrati- racterizando o motivo de direito.
vo, sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legíti-
mo ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo. VÍCIOS DE MOTIVO DO ATO ADMINISTRATIVO
• Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, sen-
do a declaração das razões que motivaram à edição do ato. Já a mo- Inexistente
tivação declarada e expressa dos motivos dos atos administrativos, Falso
via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se for obrigatória pela
Inadequado
lei, sua ausência causará invalidade do ato administrativo por vício
de forma, e não de motivo.
Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o • Teoria dos motivos determinantes
processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o se- — O ato administrativo possui sua validade vinculada aos moti-
guinte: vos expostos mesmo que não seja exigida a motivação.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com — Só é aplicada apenas se o ato conter motivação.
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: — STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; está adequado à realidade fática”.
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
pública; Objeto
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici- O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como
tatório; sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras pala-
V - decidam recursos administrativos; vras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo cuida-se
VI - decorram de reexame de ofício; da alteração da situação jurídica que o ato administrativo se propõe
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por exemplo, o
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; objeto é a punição do transgressor.
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida- Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve
ção de ato administrativo. ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os pa-
Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve drões aceitos como éticos e justos.
ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, infor- os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse sen-
mações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte inte- tido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam os
grante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de “motiva- seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos:
ção aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas que está
sendo admitida no direito brasileiro.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspen- • Imperatividade
são por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica. Em decorrência desse do atributo, os atos administrativos são
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo. concordância destes. Infere-se que a imperatividade é provenien-
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de te do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por au- para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado
toridade pública ou flagradas no teste do bafômetro. em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de pes- possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua
soas específicas para a ocupação noturna de determinado trecho expressa concordância.
de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, o objeto Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperativida-
é tido como imoral. de, característica presente exclusivamente nos atos que impõem
obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o ato
Atributos do Ato Administrativo administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por exem-
Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito plo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda, quan-
público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos do possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão, atestado
são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos pri- ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade.
vados.
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente • Autoexecutoriedade
ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento, Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem exe-
bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos cutados diretamente pela Administração Pública, por intermédio de
públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado meios coercitivos próprios, sem que seja necessário a intervenção
pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. prévia do Poder Judiciário.
Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do inte-
atos administrativos são: resse público, típico do regime de direito administrativo, fato que
acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente à
• Presunção de legitimidade rapidez e eficiência.
Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a autoexecuto-
atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos riedade somente é possível quando estiver expressamente previs-
administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente ta em lei, ou, quando se tratar de medida urgente, que não sendo
quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a adotada de imediato, ocasionará, por sua vez, prejuízo maior ao
administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros interesse público.
legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade,
os atos administrativos presumem-se editados em conformidade EXEMPLOS DE ATOS ADMINISTRATIVOS AUTOEXECUTÓRIOS
com a lei, até que se prove o contrário.
De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e Apreensão de mercadorias impróprias para o consumo humano
da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que Demolição de edifício em situação de risco
suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
Internação de pessoa com doença contagiosa
presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da
presunção de que o ato administrativo foi editado em conformida- Dissolução de reunião que ameace a segurança
de com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzi-
das pela administração são verdadeiras. Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da pres-
As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos tação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular que
e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado, possa
entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da defesa
ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido dos seus direitos.
contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado por
algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá sub- Tipicidade
metê-lo ao controle pela própria administração pública, bem como De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita
pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática não a tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo
está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações falsas, fato de tal característica não estabelecer um privilégio da adminis-
poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus efeitos. tração, mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de
Denota-se que a principal consequência da presunção de vera- que a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos
cidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido, relembremos atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, de-
que em regra, segundo os parâmetros jurídicos, o dever de provar veremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos
é de quem alega o fato a ser provado. Desta maneira, se o particu- que apenas são considerados atributos as prerrogativas que aca-
lar “X” alega que o particular “Y” cometeu ato ilícito em prejuízo bam por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administra-
do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que está alegando, de ção toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada.
maneira que, em nada conseguir provar os fatos, “Y” não poderá Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria Syl-
ser punido. via Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato admi-
nistrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela
lei como aptas a produzir determinados resultados”.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assim sendo, em consonância com esse atributo, para cada fi- c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos admi-
nalidade que a Administração Pública pretender alcançar, deverá nistrativos podem ser atos de império, de gestão e de expediente.
haver um ato previamente definido na lei. • Atos de império são atos por meio dos quais a Administra-
Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio ção Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais
da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar usando o poder de império para impô-los de modo unilateral e co-
atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o ercitivo aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabeleci-
atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da mentos comerciais.
autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberda-
de para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos quais
inominados. a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas prove-
Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se nientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de admi-
que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontran- nistração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais com os
do presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer particulares.
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha a Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam
firmar com o particular um contrato inominado desprovido de regu- a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos.
lamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de atender
tanto ao interesse público como ao interesse particular. Exemplo:
Uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de for-
Classificação dos Atos Administrativos ma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do
A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse • Já os atos de expediente são tidos como aqueles que im-
motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classifica- pulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante e
ções mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos e
prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos.
abordagem nas provas de concursos públicos.
Exemplo:
a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. Os
Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as
atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários deter-
devidas análises”.
minados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que de
uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas que
correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o Regula- e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos
mento do Imposto de Renda. simples, complexos e compostos.
• O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas
• Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários um órgão da administração pública, pouco importando se esse ór-
individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que gão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um
será singular quando alcançar um único sujeito determinado e será servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada
plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos deter- como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo
minados em si. administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples cole-
giado.
Exemplo: • O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou
O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. Por mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os
outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-se: o ato sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo
de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto aos desti- Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado.
natários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES PLÚRIMOS É importante não confundir ato complexo com procedimento
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato com-
b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem plexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção de
ser atos vinculados e discricionários. um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo pra-
• Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração ticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a obtenção
Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que com- de um ato final e principal”.
provados os requisitos legais, a edição do ato se torna obrigatória,
nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para a construção f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que
de imóvel. este também decorre do resultado da manifestação de vontade de
• Já os discricionários são aqueles em que a Administração dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de
Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem
com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar de-
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos,
cisões quando e como o ato será praticado, com a definição de seu
um principal e outro acessório.
conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes Mei-
relles, para quem o ato administrativo composto “é o que resulta da
vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte
de outro, para se tornar exequível”. A mencionada definição, em-
bora seja discutível, vem sendo muito utilizada pelas bancas exa-
minadoras na elaboração de questões de provas de concurso pú-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
blico. Isso ocorreu na aplicação da prova para Assistente Jurídico Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi considerado correto autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar a
o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja prática dependa de atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo: as instru-
vontade única de um órgão da administração, mas cuja exequibili- ções que ordenam os atos que devem ser usados de forma interna
dade dependa da verificação de outro órgão, dá-se o nome de ato na análise do pedido de utilização de bem público formalizado uni-
administrativo composto”. camente por particular.
Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretan-
Espécies to, de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência.
O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados por
administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos corre-
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e latos aos respectivos Ministérios.
atos punitivos. Portarias: são atos administrativos respectivamente editados
por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe do
• Atos normativos Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria de-
Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é es- terminando a instauração de processo disciplinar específico.
miuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos ordena-
da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais, dores da adoção de conduta específica em circunstâncias especiais.
não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas, Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de obra públi-
versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos. ca.
Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se res-
Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos po- ponsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita
dem ser: e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como de
a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição de
chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por meio
geral ou individual prevista na legislação, englobando também de de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de Saú-
forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das de.
Casas Legislativas. Despachos: são atos administrativos eivados de poder decisó-
O decreto é de suma importância no direito brasileiro, moti- rio ou apenas de mero expediente praticados em processos admi-
vo pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser nistrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo disciplinar,
classificados em decreto geral e individual. Vejamos: é emitido despacho especifico determinando a oitiva de testemu-
nhas.
b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras
gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta apli-
• Atos negociais
cação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento do
Também chamados de atos receptícios, são atos administrati-
Imposto de Renda”.
vos de caráter administrativo editados a pedido do particular, com
c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação específi-
o fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a
ca de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua publicação
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração
produz de imediato, efeitos concretos.
Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte
desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão.
Exemplo: Vejamos:
Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem a) Licença: possui algumas características. São elas:
para fim de desapropriação. — Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos
Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto re- legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a li-
gulamentar, também designado de decreto de execução. A doutrina cença;
o conceitua como sendo aquele que introduz um regulamento, não — Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Admi-
permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance possam ir além da- nistração se torna conivente com o exercício da atividade privada
queles do que é permitido por Lei. como um todo;
Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre — Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do
matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito. Pon- particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício.
dera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto autônomo
admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84, VI, “a”, da b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário do-
Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional 32/2001, tado da permissão do exercício de atividades específicas realizadas
que predispõe a competência privativa do Presidente da República pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado bem pú-
para dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamen- blico. Exemplo: a permissão para uso de bem público específico.
to da administração federal, quando não incorrer em aumento de A permissão é dotada de características essenciais. São elas:
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. — Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Ad-
ministração Pública concorda com o exercício da atividade privada,
• Atos ordinatórios bem como da utilização de bem público por particulares;
Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem — Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade
ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro de dis- administrativa é dotada de liberdade de análise referente à conve-
ciplinar as relações internas da Administração Pública. Detalhare- niência e à oportunidade do ato administrativo;
mos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as instruções, as — Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui
circulares, os avisos, as portarias, as ordens de serviço, os ofícios e somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não ape-
os despachos. nas de direito subjetivo ao ato.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c) Autorização: é detentora de características iguais às da per- • Atos punitivos
missão, vindo a constituir ato administrativo discricionário permis- Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos
sionário do exercício de atividade específica pelo particular ou, são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de in-
ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que a per- teresses dos administrados que vierem a atuar em desalento com
missão, a autorização possui como características: o ato de consen- a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer
timento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo. forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na edi-
ção de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição
d) Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas te-
do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público nham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio
específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual da legalidade.
o particular preencha devidamente os requisitos legais Podemos dividir as sanções em dois grupos:
1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com supe-
• Atos enunciativos dâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos particu-
São atos administrativos que expressam opiniões ou, ain- lares em geral. Exemplo: multa de trânsito.
da, que certificam fatos no campo da Administração Pública. A dou- 2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com em-
trina reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres, basamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às demais
as certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos: pessoas que se encontram especialmente vinculadas à Administra-
a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar ção Pública. Exemplo: reprimenda imposta à determinada empresa
a opinião do agente público a respeito de determinada questão de contratada pela Administração.
ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as
licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico. multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições
De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espé- de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada
cies de pareceres. São eles: espécie:
1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas
para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não aos administrados.
vincula a autoridade competente; Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou suspen-
2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessaria- sivos do exercício de atividades diversas.
mente elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções
opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a
responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o pa- população em risco.
recer de forma motivada; Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, a
3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado de autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas à
forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade adminis- coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, si-
trativa com o dever de acatá-lo. tuação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para mo-
mento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da medi-
b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem da, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização feita
o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos de forma prévia no processo administrativo, situação por intermé-
administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade, po- dio da qual, a ampla defesa será postergada para momento ulterior.
rém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas. Sanções disciplinares: também chamadas de sanções funcio-
*Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal nais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores públicos
consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais, e aos administrados possuidores de relação jurídica especial com a
no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, indepen- Administração Pública, desde que tenha sido constatada a violação
dentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de certidões em ao ordenamento jurídico, bem como aos termos do negócio jurídi-
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de co. Um exemplo disso, é a demissão de servidor público que tenha
situações de interesse pessoal”. cometido falta grave.
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas aos
c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, as
certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de sujei-
de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as cer- ção especial de administrados específicos do poder disciplinar da
tidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do Administração Pública, como é o caso dos servidores e contratados.
ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para o exterior
públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de re- da Administração - as chamadas sanções externas - as sanções dis-
tratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos da ciplinares são aplicadas no interior da Administração Pública, - as
Administração Pública. denominadas sanções internas.

d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem Extinção do ato administrativo


o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos Diversas são as causas que causam e determinam a extinção
pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de
o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá
contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos,
de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°, vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito,
da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações. vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção
objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do be-
neficiário.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos
ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu A Administração Pública pode declarar
SÚMULA 346
efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes a nulidade dos seus próprios atos.
situações: A Administração pode anular seus pró-
prios atos, quando eivados de vícios
Cassação que os tornam ilegais, porque deles
É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido não se originam direitos; ou revogá-
condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar SÚMULA 473 -los, por motivo de conveniência ou
continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção oportunidade, respeitados os direitos
do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo adquiridos, e ressalvada, em todos os
sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua casos, a apreciação judicial.
execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de prosti-
tuição. Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode ser in-
vocado para anular o ato administrativo por motivo de ilegalidade,
Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de bem como para revogá-lo por razões de conveniência e oportuni-
um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu- dade.
lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar. A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por
Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de- provocação do interessado.
monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no exer-
a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido cício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato admi-
fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento, nistrativo havendo pedido do interessado.
em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria
extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo legal-
a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis- mente estabelecido. À vista da autonomia administrativa atribuída
trativo. de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada
Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada uma dessas esferas tem a possibilidade de, observado o princípio
como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser da razoabilidade e mediante legislação própria, fixar os prazos para
proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen- o exercício da autotutela.
tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên-
cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria, Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no
acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os
dados públicas. atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa- destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos,
recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad- contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal
vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a
para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo estipulação de prazos diferentes em outras esferas.
que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
ocorreu na formação do ato. Revogação
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela pró-
Anulação pria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade,
É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de
de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento
e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e per-
de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou feito se torna inconveniente ao interesse público, a administração
legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito do pública poderá suprimi-lo por meio da revogação.
ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar o A revogação resulta de um controle de conveniência e oportu-
ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por conse- nidade do ato administrativo promovido pela própria Administra-
guinte, revogá-lo, e não o anular. ção que o editou.
Diferentemente da revogação, que mantém incidência somen- É fundamental compreender que a revogação somente pode
te sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto os atos atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que
discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado pelo fato quando a administração está à frente do motivo que ordena a prá-
de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de legalida- tica do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória, não
de. lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de analisar a
Em relação à competência, a anulação do ato administrativo conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. Desta ma-
viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo neira, não havendo possibilidade de análise de mérito para a edição
Poder Judiciário. do ato, essa abertura passará a não existir para que o ato seja des-
Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando feito pela revogação.
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de au- Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a prin-
totutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do STF: cípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a qual-
quer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de certos
limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia Zanella Di
Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a aná- Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o dis-
lise de conveniência e oportunidade; posto legal sobre a decadência do direito de a administração pú-
b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não blica anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses
retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos:
próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando Artigo 54. O direito da administração de anular os atos admi-
transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público, nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
após o gozo do direito, não há como revogar o ato; decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem o salvo comprovada má-fé.
praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de autori- § 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
dade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o praticou decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
deixou de ser competente para revogá-lo; § 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados, dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela dade do ato.”
lei; O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai
e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi prati-
novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior; cado. Isso significa que durante esse decurso, o administrado per-
f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito manecerá submetido a revisões ou anulações do ato administrativo
adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF. que o beneficia.
Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, o ad-
Convalidação ministrado poderá ter suas relações com a administração consolida-
É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando das contando com a proteção da segurança jurídica.
por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, inclu- Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
sive aqueles que foram gerados antes da providência saneadora. Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento
Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc, uma vez sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu:
que retroage à data da edição do ato original, mantendo-lhe todos “No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante
os efeitos. dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente
Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração
razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não
efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez, para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem que
passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos. estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em deca-
Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios dência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina do
sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da
anuláveis. proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático
À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético,
incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão, o social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive,
art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a possibi- as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável
lidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos sanáveis, o fato de que o Poder Público não se submente também a essa
levando em conta que tal providência não acarrete lesão ao interes- consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo de-
se público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja destinada curso do tempo.”
à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento tem sido Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe
aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da existência de de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux
dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante analogia com a promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e
esfera federal e também com fundamento na prevalência doutriná- Administração Pública, suprimindo da administração o poder de
ria vigente. usar abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato adminis-
Assim, é de suma importância esclarecermos que a jurispru- trativo, o que proporciona maior equilíbrio entre as partes interes-
dência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em determina- sadas.
das lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em decorrência do Em resumo, é de grande importância o posicionamento adota-
princípio da segurança jurídica. do pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só tempo,
propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de conta-
Decadência Administrativa gem do prazo decadencial.
O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi-
to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter-
minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda
no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que
não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei.
Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como
sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com
o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con-
funde com o exercício da ação para manifestá-lo”.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras de pronún-
ATENDIMENTO AO PÚBLICO. ELEMENTOS DA COMUNICA- cia que se aplique a todos os idiomas. Muitos idiomas utilizam um
ÇÃO. QUALIDADE E ATENDIMENTO AO PÚBLICO: CONCEI- alfabeto. Além do alfabeto latino, há também os alfabetos árabe,
TOS SOBRE QUALIDADE, SEUS PRINCÍPIOS E DIMENSÕES; cirílico, grego e hebraico. No idioma chinês, a escrita não é feita por
O FOCO NO CLIENTE. PRINCÍPIOS E AÇÕES PARA O BOM meio de um alfabeto, mas por meio de caracteres que podem ser
ATENDIMENTO. RUÍDOS E BARREIRAS (TECNOLÓGICAS, compostos de vários elementos.
PSICOLÓGICAS E DE LINGUAGEM) NA COMUNICAÇÃO. Esses caracteres geralmente representam uma palavra ou par-
ATENDIMENTO TELEFÔNICO E PRESENCIAL: ATITUDES te de uma palavra. Embora os idiomas japonês e coreano usem ca-
INDISPENSÁVEIS; PRINCÍPIOS DE ATENDIMENTO PRE- racteres chineses, estes podem ser pronunciados de maneiras bem
SENCIAL. ATENDIMENTO E TRATAMENTO diferentes e nem sempre ter o mesmo significado.
Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige que se
use o som correto para cada letra ou combinação de letras. Quando
Quando se fala em comunicação interna organizacional, auto- o idioma segue regras coerentes, como é o caso do espanhol, do
maticamente relaciona ao profissional de Relações Públicas, pois grego e do zulu, a tarefa não é tão difícil. Contudo, as palavras es-
ele é o responsável pelo relacionamento da empresa com os seus trangeiras incorporadas ao idioma às vezes mantêm uma pronúncia
diversos públicos (internos, externos e misto). parecida à original. Assim, determinadas letras, ou combinações de
As organizações têm passado por diversas mudanças buscan- letras, podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,
do a modernização e a sobrevivência no mundo dos negócios. Os simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise memorizar
maiores objetivos dessas transformações são: tornar a empresa as exceções e então usá-las regularmente ao conversar. Em chinês,
competitiva, flexível, capaz de responder as exigências do mercado, a pronúncia correta exige a memorização de milhares de caracteres.
reduzindo custos operacionais e apresentando produtos competiti- Em alguns idiomas, o significado de uma palavra muda de acordo
vos e de qualidade. com a entonação. Se a pessoa não der a devida atenção a esse as-
A reestruturação das organizações gerou um público interno pecto do idioma, poderá transmitir ideias erradas.
de novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais conscientes, Se as palavras de um idioma forem compostas de sílabas, é im-
responsáveis, inseridos e atentos às cobranças das empresas em to- portante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas que usam esse
dos os setores. Diante desse novo modelo organizacional, é que se tipo de estrutura têm regras bem definidas sobre a posição da sí-
propõe como atribuição do profissional de Relações Públicas ser o laba tônica (aquela que soa mais forte). As palavras que fogem a
intermediador, o administrador dos relacionamentos institucionais essas regras geralmente recebem um acento gráfico, o que torna
e de negócios da empresa com os seus públicos. Sendo assim, fica relativamente fácil pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se
claro que esse profissional tem seu campo de ação na política de houver muitas exceções às regras, o problema fica mais complica-
relacionamento da organização. do. Nesse caso, exige bastante memorização para se pronunciar
A comunicação interna, portanto, deve ser entendida como corretamente as palavras.
um feixe de propostas bem encadeadas, abrangentes, coisa signi- Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante atenção
ficativamente maior que um simples programa de comunicação aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo de determina-
impressa. Para que se desenvolva em toda sua plenitude, as empre- das letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç.
sas estão a exigir profissionais de comunicação sistêmicos, abertos, Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas armadilhas.
treinados, com visões integradas e em permanente estado de alerta A precisão exagerada pode dar a impressão de afetação e até de
para as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente. esnobismo. O mesmo acontece com as pronúncias em desuso. Tais
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos Rela- coisas apenas chamam atenção para o orador. Por outro lado, é
ções Públicas: estratégica, política, institucional, mercadológica, bom evitar o outro extremo e relaxar tanto no uso da linguagem
social, comunitária, cultural, etc.; atuando sempre para cumprir os quanto na pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já fo-
objetivos da organização e definir suas políticas gerais de relacio- ram discutidas no estudo “Articulação clara”.
namento. Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir de um
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações Públi- país para outro — até mesmo de uma região para outra no mesmo
cas, destaca-se como principal objetivo liderar o processo de comu- país. Um estrangeiro talvez fale o idioma local com sotaque. Os di-
nicação total da empresa, tanto no nível do entendimento, como no cionários às vezes admitem mais de uma pronúncia para determi-
nível de persuasão nos negócios. nada palavra. Especialmente se a pessoa não teve muito acesso à
instrução escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene-
Pronúncia correta das palavras ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o idioma lo-
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve: cal e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová queremos
- Usar os sons corretos para vocalizar as palavras; falar de uma maneira que dignifique a mensagem que pregamos e
- Enfatizar a sílaba certa; que seja prontamente entendida pelas pessoas da localidade.
- Dar a devida atenção aos sinais diacríticos No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se está bem
familiarizado. Normalmente, a pronúncia não constitui problema
Por que é importante? numa conversa, mas ao ler em voz alta você poderá se deparar com
A pronúncia correta confere dignidade à mensagem que prega- palavras que não usa no cotidiano.
mos. Permite que os ouvintes se concentrem no teor da mensagem
sem ser distraídos por erros de pronúncia.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Maneiras de aprimorar • agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou “bo-
Muitas pessoas que têm problemas de pronúncia não se dão a-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são ati-
conta disso. tudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome do
Em primeiro lugar, quando for designado a ler em público, con- cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é im-
sulte num dicionário as palavras que não conhece. Se não tiver prá- portante para a empresa ou instituição. O atendente deve também
tica em usar o dicionário, procure em suas páginas iniciais, ou finais, esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que
a explicação sobre as abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
usados ou, se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los. mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.
Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, de-
pendendo do contexto. Alguns dicionários indicam a pronúncia de No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal
letras que têm sons variáveis bem como a sílaba tônica. Antes de para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que
fechar o dicionário, repita a palavra várias vezes em voz alta. o atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas demandas
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler para al- de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua
guém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe que corrija seus portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores importan-
erros. tes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fundamental
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar atenção que o atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro-
aos bons oradores. misso e credibilidade.
Pronúncia de números telefônicos
O número de telefone deve ser pronunciado algarismo por al- Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir, pro-
garismo. cedimentos para a excelência no atendimento telefônico:
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo. • Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gosta
Lê-se em caso de uma sequencia de números de três em três de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atendente
algarismos, com exceção de uma sequencia de quatro números jun- da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por
tos, onde damos uma pausa a cada dois algarismos. outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o número o interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o interlo-
“11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado como “onze”. cutor se sinta importante;
Veja abaixo os exemplos • assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que aten-
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, zero – de ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja, com-
zero, três prometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta rápida.
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – três, três – Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediatamente
quatro, três saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”.Se não
031.386.1198 – zero, três, um – três, oito, meia – onze – nove, for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o atendente de-
oito verá apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer o
número do telefone direto de alguém capaz de resolver o problema
Exceções rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa responsável
110 -cento e dez procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de que alguém
111 – cento e onze confirmará a recepção do pedido ou chamada;
211 – duzentos e onze • Não negar informações: nenhuma informação deve ser nega-
118 – cento e dezoito da, mas há que se identificar o interlocutor antes de a fornecer, para
511 – quinhentos e onze confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é adequada a
0001 – mil ao contrario seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois entraremos em
contato com o senhor
Atendimento telefônico • Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tempo,
Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar
se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utili- que o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando fee-
zação de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, dback, mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;
que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível • Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra que o
para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens se- atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada;
jam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos pos- • Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catastrófi-
sam receber bom atendimento ao telefone. ca: as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas;
Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para • Manter o cliente informado: como, nessa forma de comuni-
o atendimento telefônico: cação, não se estabele o contato visual, é necessário que o aten-
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. dente, se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante
É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a alguns segundos, peça licença para interromper o diálogo e, depois,
ligação em seguida; peça desculpa pela demora. Essa atitude é importante porque pou-
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de cos segundos podem parecer uma eternidade para quem está do
se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços; outro lado da linha;
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o • Ter as informações à mão: um atendente deve conservar a
atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas; informação importante perto de si e ter sempre à mão as informa-
ções mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a rapi-
dez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga: A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem e
quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a julgar
voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição que não existe entusiasmo da sua parte.
vai retornar a chamada.
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao
Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitudes no cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpa-
atendimento telefônico: tia. Está relacionada a:
• Receptividade - demonstrar paciência e disposição para ser- • Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando
vir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos usu- prontamente a solicitação do usuário;
ários como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da mes- • Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cordia-
ma forma é necessário evitar que interlocutor espere por respostas; lidade;
• Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, dizer • Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-pre-
palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, anotar a vistas.
mensagem do interlocutor);
• Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pro- A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista,
nunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com-
como “meu bem”, “meu querido, entre outras); preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúmeras
• Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evitar variáveis que transformam a comunicação humana em um desafio
distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desviando-se constante para todos nós.
do tema da conversa, bem como evitar comer ou beber enquanto E essa complexidade aumenta quando não há uma comunica-
se fala); ção visual, como na comunicação por telefone, onde a voz é o único
• Comportamento ético na conversação – o que envolve tam- instrumento capaz de transmitir a mensagem de um emissor para
bém evitar promessas que não poderão ser cumpridas. um receptor. Sendo assim, inúmeras empresas cometem erros pri-
mários no atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil
Atendimento e tratamento consecução.
O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de
uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico, de
com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma, modo a atingirmos a excelência, confira:
uma relação entre o atendente, a organização e o cliente. 1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem for-
mal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito e se-
A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada riedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois assim fa-
por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a: zendo, você estará gerando uma imagem positiva de si mesmo por
• competência – recursos humanos capacitados e recursos tec- conta do profissionalismo demonstrado.
nológicos adequados; 2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamente
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele- prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo que
cidos previamente; atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de aparelhos
• credibilidade – honestidade no serviço proposto; eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário manter a linha
• segurança – sigilo das informações pessoais; “limpa” para que a comunicação seja eficiente, evitando desvios.
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de 3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que seja
contato; minimamente compreensível, evitando desconforto para o cliente
• comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser- que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o atendente
viços. fale mais alto.
4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você não co-
Fatores críticos de sucesso ao telefone: meta o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procure encontrar
• A voz / respiração / ritmo do discurso o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma que o cliente
• A escolha das palavras entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser transmitida com
• A educação clareza e objetividade.
5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coesão
Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro lado para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis erros
da linha não pode ver as suas expressões faciais e gestos, mas você de interpretação por parte do cliente.
transmite através da voz o sentimento que está alimentando ao 6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um cliente sem
conversar com ela. As emoções positivas ou negativas, podem ser educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o aten-
reveladas, tais como: tamente, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo, pois
• Interesse ou desinteresse, assim, você estará mantendo sua imagem intacta, haja vista, que
• Confiança ou desconfiança, esses “dinossauros” não precisam ser atacados, pois, eles se matam
• Alerta ou cansaço, sozinhos.
• Calma ou agressividade, 7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para
• Alegria ou tristeza, que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima
• Descontração ou embaraço, confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com criati-
• Entusiasmo ou desânimo. vidade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes.
8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o cliente
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras por para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, pois, o
minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por minuto cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone.
aproximadamente, tornando o discurso mais claro.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é atender - Calma: Ás vezes pode não ser fácil mas é muito importante
o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um ato que de- que você mantenha a calma e a paciência . A pessoa que esta cha-
monstra afabilidade e empenho em tentar entregar para o cliente mando merece ser atendida com toda a delicadeza. Não deve ser
a máxima eficiência. apressada ou interrompida. Mesmo que ela seja um pouco grossei-
10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o nome ra, você não deve responder no mesmo tom. Pelo contrário, procu-
da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda, das tra- re acalmá-la.
dicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso, quando - Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece atenção
for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agradecendo e especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser sempre simpá-
reafirmando o que foi acordado. tica e demonstrar interesse em ajudar.
11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que não - Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de detalhes
está presente na sua empresa no momento da ligação, jamais peça importantes sobre o assunto que será tratado. Esses detalhes são
a ele para ligar mais tarde, pois, essa é uma função do atendente, confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Você
ou seja, a de retornar a ligação quando essa pessoa estiver de volta deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra de sigilo nas
à organização. ligações telefônicas é considerada uma falta grave, sujeita às pena-
12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organização é um lidades legais.
dos princípios para um bom atendimento telefônico, haja vista, que
é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos principais que
O que dizer e como dizer
foram abordados.
Aqui seguem algumas sugestões de como atender as chama-
13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não tem
das externas:
responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demonstra
- Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome da
desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da
empresa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite.
uma ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esqueci- - Essa chamada externa vai solicitar um ramal ou pessoa. Você
mentos. deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que enten-
14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender o te- deu corretamente. Em seguida diga: “ Um momento, por favor,” e
lefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de quem transfira a ligação.
realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com os proble-
mas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de voz desinteres- Ao transferir as ligações, forneça as informações que já possui;
sado, melancólico e enfadado contribuem para a desmotivação do faça uso do seu vocabulário profissional; fale somente o necessário
cliente, sendo assim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa e evite assuntos pessoais.
para que a outra parte se sinta acolhida. Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar ao seu
15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atentamente, interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir a ligação, man-
sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positivamente para tenha-o ciente dos passos desse atendimento.
a identificação dos problemas existentes e consequentemente para Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar dela.
as possíveis soluções que os mesmos exigem. Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-se à disposi-
16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou ligar para ção dele, e se acontecer de não ser possível, transfira-o para quem
alguma empresa e teve que esperar um longo período de tempo realmente possa atendê-lo e resolver sua solicitação. Transferir o
para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo extremamente cliente de um setor para outro, quando essa ligação já tiver sido
inconveniente e constrangedor. Por esse motivo, busque não delon- transferida várias vezes não favorece a imagem da empresa. Nesse
gar as conversas e evite conversas pessoais, objetivando manter, na caso, anote a situação e diga que irá retornar com as informações
medida do possível, sua linha sempre disponível para que o cliente solicitadas.
não tenha que esperar muito tempo para ser atendido. - Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a transferência,
diga à pessoa que chamou: “O ramal está ocupado. Posso anotar
Buscar a excelência constantemente na comunicação huma- o recado e retornar a ligação.” É importante que você não deixe
na é um ato fundamental para todos nós, haja vista, que estamos uma linha ocupada com uma pessoa que está apenas esperando a
nos comunicando o tempo todo com outras pessoas. Infelizmente
liberação de um ramal. Isso pode congestionar as linhas do equipa-
algumas pessoas não levam esse importante ato a sério, compro-
mento, gerando perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em
metendo assim, a capacidade humana de transmitir uma simples
falar com o ramal ocupado, você deve interromper a outra ligação e
mensagem para outra pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos
dizer: “Desculpe-me interromper sua ligação, mas há uma chamada
para não repetirmos esses erros e consequentemente aumentar-
mos nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante. urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este ramal. O (a) senhor (a) pode
atender?” Se a pessoa puder atender , complete a ligação, se não,
Resoluções de situações conflitantes ou problemas quanto ao diga que a outra ligação ainda está em andamento e reafirme sua
atendimento de ligações ou transferências possibilidade em auxiliar.
O agente de comunicação é o cartão de visita da empresa.. Por
isso é muito importante prestar atenção a todos os detalhes do seu Lembre-se:
trabalho. Geralmente você é a primeira pessoa a manter contato Você deve ser natural, mas não deve esquecer de certas for-
com o público. Sua maneira de falar e agir vai contribuir muito para malidades como, por exemplo, dizer sempre “por favor” , “Queira
a imagem que irão formar sobre sua empresa. Não esqueça: a pri- desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a comunicação e induz
meira impressão é a que fica. a outra pessoa a ter com você o mesmo tipo de tratamento.
Alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina do A conversa: existem expressões que nunca devem ser usadas,
seu trabalho: tais como gírias, meias palavras, e palavras com conotação de inti-
- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural possí- midade. A conversa deve ser sempre mantida em nível profissional.
vel. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Equipamento básico 1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
Além da sala, existem outras coisas necessárias para assegurar • Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a raiva.
o bom andamento do seu trabalho: • Acima de tudo, mantenha-se calmo.
- Listas telefônicas atualizadas. • Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em um esta-
- Relação dos ramais por nomes de funcionários (em ordem al- do de nervosismo.
fabética). • Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está muito
- Relação dos números de telefones mais chamados. nervoso (a), tente acalmar-se”.
- Tabela de tarifas telefônicas. • Use frases adequadas ao momento. Frases que ajudam acal-
- Lápis e caneta mar o Cliente, deixando claro que você está ali para ajudá-lo
- Bloco para anotações 2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer?
- Livro de registro de defeitos. • O tratamento deverá ser sempre positivo, independentemen-
te das circunstâncias.
O que você precisa saber: • Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a entender
O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu mate- que você não é o alvo.
rial de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso você deve • Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando para não
saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipamento que você parecer ironia. Quando você toma a iniciativa e age positivamente,
usa é chamado de CPCT - Central Privada de Comunicação Telefôni- coloca uma pressão psicológica no Cliente, para que ele reaja de
ca, que permite você fazer ligações internas (de ramal para ramal) e modo positivo.
externas. Atualmente existem dois tipos: PABX e KS.
- PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sistema, 3ª – Diante de erros ou problemas causados pela empresa
todas as ligaçõesinternas e a maioria das ligações para fora da em- • ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido possível.
presa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as ligações que en- • Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que estiver ao seu
tram, passam pela telefonista. alcance para que o problema seja resolvido.
- KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entrada, de • CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai corrigir.
saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista • Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
Informações básicas adicionais • EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
- Ramal: são os terminais de onde saem e entram as ligações • Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFIQUE, mas
telefônicas. Eles se dividem em: com muita prudência. O Cliente não se interessa por “justificativas”.
* Ramais privilegiados: são os ramais de onde se podem fazer Este é um problema da empresa.
ligações para fora sem passar pela telefonista
* Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessário o auxi- 4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
lio da telefonista para ligar para fora. • Concentre-se para entender o que realmente o Cliente quer
* Ramais restritos: só fazem ligações internas. ou, exatamente, o que ele não está entendendo e o porquê.
-Linha - Tronco: linha telefônica que ligaa CPCT à central Tele- • Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até que
fônica Pública. o Cliente entenda.
- Número-Chave ou Piloto: Número que acessa automatica- • Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o gerente,
mente as linhas que estão em busca automática, devendo ser o úni- o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do possível, que o
co número divulgado ao público. Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações entre ramais e
linhas-tronco. 5ª – Discussão com o Cliente
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a realiza- Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você sem-
ção de ligações interurbanas. pre perde!
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano fran- Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou “dis-
queado, cuja cobrança das ligações é feita no telefone chamado. cutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta -, de forma
- DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas externas vão que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional do Clien-
direto para o ramal desejado, sem passar pela telefonista . Isto só é te, quando esta for negativa. Exemplos:
possível em algumas CPCTs do tipo PABX.
- Pulso : Critério de medição de uma chamada por tempo, dis- O Cliente está... Reaja de forma oposta
tância e horário.
- Consultores: empregados da Telems que dão orientação às
empresas quanto ao melhor funcionamento dos sistemas de tele- Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
comunicações.
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço e dar Irritado Mantenha a calma.
assistência às CPCTs.
- Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas nos horá- Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
rios fora do expediente para determinados ramais. Só é possível em
CPCTs do tipo PBX e PABX.
Diga-lhe que é possível resolver o
Em casos onde você se depara com uma situação que repre- Ameaçando problema sem a necessidade de uma
sente conflito ou problema, é necessário adequar a sua reação à ação extrema.
cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:
Diga-lhe que o compreende, que
1. Falta de uma política clara de serviços;
Ofendendo gostaria que ele lhe desse uma opor-
2. Indefinição do conceito de serviços;
tunidade para ajudá-lo.
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi-
mento;
6ª – Equilíbrio Emocional 4. Falta de um padrão de atendimento;
Em uma época em que manter um excelente relacionamento 5. Inexistência do follow up;
com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto coeficien- 6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
te de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os
profissionais, particularmente os que trabalham diretamente no Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação
atendimento a Clientes. de pessoas com características opostas ao necessário para atender
Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que: ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...
• For paciente e compreensivo com o Cliente.
• Tiver uma crescente capacidade de separar as questões pes- SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO
soais dos problemas da empresa. Observando estas duas condições principais que causam a vin-
• Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas, culação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar
sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie de “para- a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os serviços e
-raios”. a postura de atendimento.
• Não fizer pré julgamentos dos clientes. O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e,
• Entender que cada cliente é diferente do outro. como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio.
• Entender que para você o problema apresentado pelo cliente Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de servi-
é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o problema é ços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados
único, é o problema dele. os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como:
• Entender que seu trabalho é este: atender o melhor possível. o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan-
• Entender que você e a empresa dependem do cliente, não to, depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado
ele de vocês. com as condições sistêmicas.
• Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o
futuro da relação do cliente com a empresa. Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dispensa-
do às pessoas, está mais relacionado com o funcionário em si, com
POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordia- as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está
lidade) ligado às condições individuais.
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas
A FUGA DOS CLIENTES das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten-
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo- dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento,
gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento. como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes
Numa escala decrescente de importância, podemos observar dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de-
os seguintes percentuais: pendência recíproca para terem peso.
• 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de pos- Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se
tura no atendimento; necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento.
• 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
• 9% fogem pelo preço; Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
• 9% fogem por competição, mudança de endereço, morte. 01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compre-
ender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele
A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo
organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem um ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente
uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser- para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante-
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessida-
satisfazer plenamente o cliente. des. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto ou
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra- serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em relação
tam profissionais com características básicas para atender o públi- às necessidades dos clientes e atendê-las.
co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades
um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para
com as características individuais e o bom senso de cada um. entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha
A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente.
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante
tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupação. em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a
Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que perpas- felicidade do outro.
sam pela condição individual e por condições sistêmicas.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍRITO Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so-
POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos, para mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o
ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe que real sentido dos olhos.
é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia do Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de acolhi-
trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada mento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de von-
do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a tade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza e
consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissabor
a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços pelo atendimento.
para o cliente. Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho
nos nossos olhos ? A resposta é simples:
Os requisitos para contratação deste profissional Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos de ajudar o próximo.
são essenciais ao atendente. São eles: Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto,
• Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz. pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para
• Gostar de lidar com gente. o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender
• Ser extrovertido. as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito.
• Ter humildade.
• Cultivar um estado de espírito positivo. Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir:
• Satisfazer as necessidades do cliente. 01. Interesse quando:
• Cuidar da aparência. • Brilha;
• Tem atenção;
Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento. • Vem acompanhado de aceno de cabeça.
A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os as-
pectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua totali- 02. Desinteresse quando:
dade e nossa condição emocional. • É apático;
Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de • É imóvel, rígido;
POSTURA. São eles: • Não tem expressão.
01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por um O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar
posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponível nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar.
para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POSTURA A aproximação - raio de ação.
DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos positivos A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de
nos clientes, como por exemplo: RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente
a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito deste ser cliente ou não.
aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhi- Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros
mento; de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta-
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado mente.
transmite ao cliente a humildade do atendente; Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná-
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a
e segurança; interação, a tornam mais eficaz.
d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver-
e calorosidade. bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno
de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e
02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que se certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer
caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos e o os seus anseios.
que expressamos no nosso corpo.
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e confor- Alguns exemplos são:
táveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos senti- 1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de
mentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha
livres do stress, das doenças, dos medos. para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”.
2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as- do pagamento;
pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu- 3. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função carro entrando no posto e faz uma sudação...
social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos
sobre o observador e quem a expressa. A INVASÃO
Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA-
inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or- SÃO DE TERRITÓRIO.
ganismo e o seu meio ambiente. Vamos entender melhor isso.
Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ-
O olhar RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin-
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir
profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito. como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma
distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen-
privacidade, o que normalmente traz consequências negativas. te os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as
Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri- empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta,
queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas visitas, mas nem sempre são eficazes.
estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase se A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien-
encostando nele; dar um tapinha nas costas... tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca-
Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva- nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes
sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re-
mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho.
grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu- Quando as organizações atentam para essa importância, elas
des e situações mais comuns: passam a aplicar instrumentos de medição.
• Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem; Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida-
• Seguir o cliente por toda a loja; de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem
• O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente pas- a opinião aberta sobre o assunto.
sageiro; Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as
• O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos informações reais.
sem ser solicitado; A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da-
• O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beijinhos dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto
e tapinhas nas costas; adquiridos da empresa.
• O funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone
sem avisar. Apresentação pessoal
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio- atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas
nal do atendimento. mal cuidadas... ?
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta-
O sorriso to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir
O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni- confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá-
versal. rio, também, ter uma boa apresentação pessoal.
Imagine que você tem um exame de saúde muito importante Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com-
para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí- pleto. São eles:
nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso 01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função
caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante, higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça;
diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in- 02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos
terpretado como um ato de apaziguamento. cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as-
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das seadas, barba feita;
pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava- 03. Roupas limpas e conservadas;
liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes. 04. Sapatos limpos;
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu- 05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo
nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente cliente.
informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma,
podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais di- Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se
versas emoções no outro. questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência
pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “
Ir ao encontro do cliente A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso no para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente
atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a importân- e o atendente.
cia dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o aten-
dente faz tudo o que é possível para atender as suas necessidades, Cumprimento caloroso
pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao en- O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir-
contro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com meza ?
ele. Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al-
guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de
A primeira impressão mão.
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI- O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa
RA IMPRESSÃO É A QUE FICA. energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com
Você concorda com ela? o contato.
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre- Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca
sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial, a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal
se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar. estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres-
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien- peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão,
te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons-
desejos satisfeitos. tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e
compromisso com o contato.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado Agilidade
ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos, Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a quali-
totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal. dade do serviço prestado.
Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de cum- A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res-
primentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática. peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente
em relação à utilização adequada do seu tempo.
Tom de voz Quando há agilidade, podemos destacar:
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de • o atendimento personalizado;
intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as pala- • a atenção ao assunto;
vras, são mais importantes do que as próprias palavras. • o saber escutar o cliente;
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do • cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante todo
conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi- o seu percurso na empresa.
ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo
com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes O calor no atendimento
do cliente. O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran-
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados
pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com sobre postura.
calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para
do cliente será de compreensão. isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor-
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica, tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser
estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente
um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando... satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração.
As palavras são símbolos com significados próprios. A forma Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a
como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso, sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao
cada palavra tem a sua vibração especial. atendente como um bumerangue.
O EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações de
Saber escutar atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou não, do clien-
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se te em relação ao atendente. Com este efeito, as atitudes batem e
você respondeu que não, você errou. voltam, ou seja, se você atende bem, o cliente se sente bem e trata
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro o atendente com respeito. Se este atende mal, o cliente reage de
sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da forma negativa e hostil. O cliente não está na esteira da linha de
comunicação. produção, merecendo ser tratado com diferenciação e apreço.
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que
capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é
cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar- SERVIR AO PRÓXIMO.
reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação. Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re-
São elas: tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o
* os nossos PRECONCEITOS; atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá
* as DISTRAÇÕES; embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim,
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS; o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente
* as ANTIPATIAS. FELIZ.

Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos As gafes no atendimento


compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro, Depois de conhecermos a postura correta de atendimento,
fazendo uma leitura completa da situação. também é importante sabermos quais são as formas erradas, para
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recepti- jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um verdadei-
vidade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e uma boca, o que ro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas partes,
nos sugere que é preciso escutar mais do que falar. que são:
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa-
lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira- Postura inadequada
mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura física
e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença do
conseguir atende-las. cliente.
A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos Em relação à postura física, podemos destacar como inadequa-
conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar de fato, os sen- do, o atendente:
timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso * se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu
que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente. birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele inte-
Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já raja no raio de ação);
falamos antes. * mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento;
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só
devem ser feitas no banheiro);
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que ofere-
cem lanches ou têm cantina);

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
* gritar para pedir alguma coisa; Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da
* se coçar na frente do cliente; verdade, considerando-o único e fundamental para definir a satis-
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento). fação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATEN-
DIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é composto de
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar: elementos básicos do processo de interação, que são:
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por
exemplo; A ) a pessoa
* receber presentes do cliente em troca de um bom serviço; A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. En-
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços tão, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente
na frente do cliente; que está na frente e precisa de atenção.
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, o No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamen-
parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente; te com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades.
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do clien- Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e,
te; portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.
* usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
* reclamar na frente do cliente; B ) a hora
* lamentar; A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente,
* colocar problemas salariais; pois somente nele podemos atuar.
* “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente. O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o fu-
turo não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como
LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OUTROS E fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora
NÃO SE SERVIR DOS OUTROS. são os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisamos
fazer isto da melhor forma.
Usar chavões
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de C ) a tarefa
fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante
aqui, os mais comuns: diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais impor-
tante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, atendendo
PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A ESTE as suas necessidades.
ATENDENTE? Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver-
* o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER... dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcioná-
* o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA FAZ PELO rios de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham
SENHOR... poder de decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia
* o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS... aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos
* AÍ VEM ELE DE NOVO... da Verdade.
Teleimagem
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a libera- Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da
ção do lado bom da pessoa que atende o cliente. empresa e dele mesmo.
Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua
vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e , con-
(pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendi- sequentemente, sobre a empresa ( que é representada por este
mento ), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou sim- atendente).
plesmente não volta mais. Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente enca-
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical minhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa é
no pensamento e postura do atendente. comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é negativa,
vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no aten-
Impressões finais do cliente dimento telefônico, o único meio de interação com o cliente, é atra-
Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o vés da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário
cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequente- usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do cliente.
mente, sobre a empresa. Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as
Duas são as formas de impressões finais mais comuns do clien- atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM.
te:
1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pesso- São eles:
al) e/ou telefônico com o atendente; 01. O tom de voz: é através dele que transmitimos interesse e
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos conhe- atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passamos
cê-las com mais detalhes. ao cliente, a ideia de desatenção e desinteresse.
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e
Momentos da verdade atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir-
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer epi- -se assistido, valorizado, respeitado, importante.
sódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da
organização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço. 02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o atenden-
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do te passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica expressamente
cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzinho, chuchu,
o momento que separa o grande profissional dos demais. mulherzinha, queridinha, colega...
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a impressão de PERCEPÇÃO
educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de transferir a li- PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender e cap-
gação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; passar a ligação tar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no processo
para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que não ouviu de atendimento ao público. Para percebermos melhor, precisamos
o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, mais
atenção com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso
sem atender; dar risadas no telefone. mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas an-
tipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar
Aspectos psicológicos do atendente as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o que o
Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento. cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em
Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento. uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos,
Vamos a eles. usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada na
cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que imedia-
Empatia tamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois não era permi-
O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que sig- tido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, retirou de
nifica entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade de um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu
nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre entender quero comprar aquele carro ali”.
as suas necessidades, os seus anseios, os seus sentimentos. Dessa Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o
forma, é uma aptidão pessoal fundamental na relação atendente - que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações.
cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é muito
dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro a mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é harmôni-
partir de nossas referências e valores. co e com ele percebemos a essência dos fatos e situações.
A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar- Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a
mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na qual
isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interessa. Esta
outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen- seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que convém.
tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros. Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa condição
E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na física-psíquica emocional. Como é isso? Vamos entender:
capacidade de interpretar os canais não verbais de comunicação a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a
do outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais... sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso
Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar;
envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um cheiro
atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é impos- agradável de comida;
sível ser empático. c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte mais
Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira amena da repreensão e reprimir a mais severa.
deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do egoís-
mo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino mundo. Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo
O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humanida- de defesa.
de, impedindo-a de ser feliz.
Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian- O ESTADO INTERIOR
do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a condi-
achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar ção interna, o estado de espírito diante das situações.
para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que A atitude de quem atende o público está diretamente relacio-
podemos ajudar. nada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um
Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as suas
e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos atitudes serão mais positivas frente ao cliente.
e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis- Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e
tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos... sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as ati-
Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabemos tudes frente ao cliente.
repartir, não sabemos doar. Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne-
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes
lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão:
nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har- * Atitudes preconceituosas;
monização com o outro e passam por cima de tudo. * Atitudes de exclusão e repulsa;
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM * Atitudes de fechamento;
O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO * Atitudes de rejeição.
LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECES-
SIDADES. É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade,
para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os
Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois clientes e as situações.
as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos
lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Só
se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“. Isto é
empatia.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O ENVOLVIMENTO A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao processo de
A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e tomada de decisão. Onde existir uma situação na qual o funcionário
voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o precise decidir, deve haver autonomia.
verdadeiro sentido de atender. No atendimento ao público, é fundamental haver autonomia
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado, do pessoal de linha de frente e é uma das condições básicas para o
que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um ser- sucesso deste tipo de trabalho.
viço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende de Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo de po-
fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o aten- der para atuar de acordo com a situação e esse poder deve ser con-
dente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com quistado. O poder aos funcionários serve para agilizar o negócio.
clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o Às vezes, a falta de autonomia se relaciona com fraca liderança do
trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta deliderança, o chefe.
nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma intera- Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, desbu-
ção fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não permite rocratização, respeito, compromisso, organização.
captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz em insatis- Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro , não
fação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por parte precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes: “Esse as-
do atendente. Quando este divide a atenção no atendimento entre sunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure outro setor...”
o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente sente-se desres- A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra que a
peitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa empresa está totalmente voltada para o cliente, pois todo o sistema
é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre. funciona para atendê-lo integralmente, e essa postura é vital, visto
Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade que a imagem transmitida pelo atendente é a imagem que será ge-
de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tem- rada no cliente em relação à organização, dessa forma, ao atender,
po, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento. o atendente precisa se lembrar que naquele cargo, ele representa
Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade- uma marca, uma instituição, um nome, e que todas as suas atitudes
quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di- devem estar em conformidade com a proposta de visão que essa
vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quando organização possui, focando sempre em um atendimento efetiva-
normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste caso, o mente eficaz e de qualidade.
ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando proble-
mas desta espécie.
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são: DIMENSÕES DA QUALIDADE NOS DEVERES DOS SERVIDO-
* atender pessoalmente e interromper com o telefone RES PÚBLICOS
* atender o telefone e interromper com o contato direto
* sair para tomar café ou lanchar
* conversar com o colega do lado sobre o final de semana, fé- Cidadania é termo que advém do latim (com raiz em civitatis,
rias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente. de civitas, que significa cidade, palavra da qual deriva cidadão e ci-
dadania) (CUNHA, 200:182) e possui vários sentidos, que vão desde
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exibi- o técnico-jurídico, isto é, qualidade daquele que “usufrui de direitos
cionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O cliente civis e políticos garantidos pelo Estado e desempenha deveres que,
deve ser poupado dele. nesta condição, lhe são atribuídos” (HOUAISS, 2001:714), passando
pela associação ao ato de fazer valer os direitos, e havendo inclusi-
Os desafios do profissional de atendimento ve, no Estado Contemporâneo, quem fale em cidadania universal[1]
Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Algumas si- (BENEVIDES, 1998): exercitada pelo “cidadão do mundo”, ou seja,
tuações exigem um alto grau de maturidade do atendente e é nes- pelo indivíduo “que coloca suas obrigações para com a humanidade
tes momentos que este profissional tem a grande oportunidade de acima dos interesses de seu país” (BENEVIDES, 1998).
mostrar o seu real valor. Aqui estão duas destas situações. A polissemia ou ambiguidade do termo ao mesmo tempo que
aponta para um potencial ou riqueza de sentidos faz com que ele,
Encantando o cliente de certa forma, perca sua força originária, que deita raízes na Anti-
Fazer apenas o que está definido pela empresa como sendo o guidade greco-romana, conforme se exporá.
seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as necessidades do Atualmente, do ponto de vista estrito do Direito, costuma-se
cliente, mas talvez não ultrapasse o normal. dizer que cidadão é o nacional que está no gozo dos direitos po-
Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que faz a líticos. Trata-se, portanto, de quem possui título de eleitor e, por
grande diferença no atendimento. conseguinte, pode participar diretamente dos assuntos do Estado,
via de regra, por meio de eleição, plebiscito, referendo ou iniciativa
Atuação extra popular.
A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente que se Tal sentido, entretanto, enfraquece as potencialidades da no-
caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não estabelecidas ção de cidadania em um Estado Democrático de Direito. Cidadania
nos procedimentos de trabalho. É produzir um serviço acima da ex- é um conceito em construção e não algo dado ou acabado. Ade-
pectativa do cliente. mais, a construção da amplitude da noção de cidadania não se deu
de forma tranquila e pacífica, mas foi produto de lutas travadas
Autonomia contra privilégios infundados rumo à afirmação de direitos relacio-
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encantamento nados com a igualdade e consequentemente à universalização de
do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da empresa. Mas, seu exercício.
nem sempre a realidade é esta. Colocamos aqui porque o consumi-
dor brasileiro ainda se encanta ao encontrar numa loja, um balco-
nista que pode resolver as suas queixas sem se dirigir ao gerente.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Neste contexto, deve-se ressaltar que, no Brasil, a Constituição Assevere-se que, para os gregos, o espaço público era um re-
de 1988 representou um marco na transição de um regime auto- ferencial valorativo que apontava para a finalidade superior da vida
ritário para um Estado Democrático de Direito, o que implicou na dos homens livres, entendida como racional e justa. Nesta perspec-
necessidade de implementação de várias formas de participação da tiva, o desenvolvimento das virtudes políticas fazia parte do ideal
sociedade nos assuntos coletivos, que não se restringem às três ex- de educação (JAEGER, 2001:1098) do homem grego, para a garantia
pressões de democracia direta positivadas na Constituição (art. 14). de uma existência livre e ativa em face dos serviços públicos desen-
A cidadania, conforme especifica o artigo 1º, II, da Constituição volvidos para a coletividade.
Federal, é um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito.
Na realidade, rigorosamente falando, nem haveria necessidade de Barreiras históricas e culturais à vivência da cidadania plena
tal alusão, uma vez que as noções de democracia e cidadania são no Brasil
intrinsecamente indissociáveis. Cidadania, conforme visto é conceito relacionado com a atu-
A tendência, conforme o País avance no processo de consoli- ação dos indivíduos na condução dos negócios públicos. Trata-se,
dação da democracia, será a ampliação das formas de participação portanto, de circunstância relacionada com a democracia, que,
da coletividade nos assuntos de interesse geral, mediante o desen- quando transformada em realidade, exige e incentiva que o indiví-
volvimento de diversos expedientes, como audiências e consultas duo tenha uma postura ativa, no sentido de integrar-se, discutir e
públicas, conselhos de gestão e de fiscalização de serviços públicos, fazer-se ouvir perante o organismo político.
incremento dos espaços públicos de reivindicação e pelo fortaleci- O exercício pleno da cidadania é conquista social, relacionada
mento dos movimentos populares e das organizações criadas no com a afirmação e respeito aos Direitos Humanos. Mesmo que qua-
seio da sociedade civil. se todos os ordenamentos jurídicos nacionais tenham incorporado
Tal fenômeno resultará na ampliação dos estreitos limites da em seus preceitos normas que enunciam valores favoráveis ao de-
definição jurídica do conceito de cidadania de uma noção relativa- sempenho da cidadania, a sua prática (práxis) varia muito de Estado
mente passiva, onde o cidadão é visto da perspectiva de mero por- para Estado e de período para período no mesmo local.
tador de direitos e deveres para com o Estado, para uma concepção É pressuposto do pleno exercício da cidadania o desenvolvi-
mais ativa, na qual “os cidadãos participantes da esfera pública” mento de relações sociais mais igualitárias, por isso que incomo-
(BENEVIDES, 1998) serão potenciais agentes da exigência do res- da tanto a formulação feita por FRIEDRICH MÜLLER (2000, p.5-60):
peito aos direitos assegurados e, ainda, da criação de mais espaços que grau de exclusão social ainda pode ser tolerado por um sistema
públicos e quiçá de novos direitos não enunciados. democrático? Tender-se-ia responder cinicamente que em uma de-
mocracia material nenhum grau de exclusão social pode ser tole-
Sentido originário greco-romano de cidadania rado, contudo, a problemática denuncia que as pessoas, no geral,
Segundo expõe MARILENA CHAUÍ (2001, p. 371), o termo civi- como cidadãs que são, tendem a retirar de suas costas a respon-
tas (raiz etimológica de cidadania) é tradução latina da palavra gre- sabilidade de promover ações no sentido da inclusão social, pro-
ga polis, que indica cidade como ente público e coletivo. Também curando não se fazer essa verdadeira e, por isso mesmo, incômoda
res publica, por exemplo, é tradução latina de ta politika, “signifi- questão. Também é pressuposto do pleno exercício da cidadania: a
cando, portanto, os negócios públicos dirigidos pelo populus roma- consciência da diferenciação que existe entre vida privada e espaço
nus, isto é, os patrícios ou cidadãos livres e iguais, nascidos no solo público. Estes são aspectos que esbarram em problemas históricos
de Roma”. Polis e civitas correspondem ao conjunto de instituições e, consequentemente, culturais no Brasil.
públicas, incluindo leis, erário público, serviços públicos e sua admi- Sabe-se que o Brasil foi tratado ab ovo, como um local para ser
nistração pelos cidadãos. explorado para o enriquecimento de interesses de fora de seu terri-
Em Roma, cidadania designava uma situação política detida por tório. Diferentemente do que ocorreu em colônias de povoamento,
alguns, com exclusão, por exemplo, dos escravos, das mulheres e o objetivo precípuo de grande parte dos colonizadores que aqui se
das crianças, em relação à possibilidade de participação dos assun- fixaram foi o enriquecimento rápido mediante a produção extrati-
tos relativos ao Estado Romano. Segundo expõe DALMO DE ABREU vista (agrícola ou de mineração) baseada, via de regra, no latifún-
DALLARI: dio, no trabalho escravo e no suprimento de carências do mercado
“a cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa externo.
a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de Mesmo com a abolição da escravatura e a adoção do trabalho
seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído assalariado, que se deu no País na divisa dos séculos XIX e XX, pre-
da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de dominou, a partir da Proclamação da República, com a progressiva
inferioridade dentro do grupo social” (DALLARI, 1998:14). expansão dos direitos políticos no Brasil, o que se denominou de
Foi, contudo, na Grécia do auge da democracia, que a questão “coronelismo”. Este é fenômeno cuja análise é imprescindível para
da participação dos cidadãos na condução dos assuntos coletivos que se entenda o nascimento distorcido da noção de espaço públi-
assumiu uma dimensão mais pronunciada. Neste período, houve co no Brasil.
a cisão entre as concepções de esfera privada, na qual as pessoas O coronelismo, segundo VICTOR NUNES LEAL, representou a
desempenhavam atividades ligadas à sobrevivência, num espaço de decadência do poder privado e a ascensão do poder público, com a
sujeição (dos escravos, das mulheres e dos menores), e de esfera emergência do sufrágio universal a partir da Constituição de 1891,
pública, considerada como espaço de igualdade, no qual homens que transformou grande contingente de trabalhadores rurais (em
livres exerciam a cidadania. um país que era, à época, essencialmente agrário) em eleitores.
Os cidadãos gregos desta época eram iguais em dois sentidos: O poder privado, que existia relativamente inconteste desde as
(a) o da isonomia, que implicava a igualdade perante a lei; e (b) o da grandes divisões do território pelo sistema das sesmarias (que foi
isegoria, a qual atribuía idêntico direito a todos de expor e discutir fonte de origem dos grandes latifúndios no País), enfrentou acen-
em público sobre as ações que a polis deveria ou não realizar. Como tuada decadência em função de vários aspectos, dentre os quais se
os gregos conferiam elevado valor à noção de igualdade, o sorteio ressaltam: o êxodo rural, produto da industrialização, e a afirmação
foi considerado a mais justa forma de distribuição de encargos esta- e garantia dos direitos trabalhistas somente aos trabalhadores ur-
tais, uma vez que assim todos os cidadãos seriam, de fato, tratados banos, que transformou o campo em instância menos atraente.
com isonomia[2].
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Também houve a ascensão progressiva do poder público, ad- Ademais, a análise evidencia que diante da miséria e da ausên-
vinda da consolidação do modelo federativo de Estado. cia de informação da população, ela acaba sendo mais facilmente
Enfraquecidos diante de seus dependentes e rivais, os coronéis manipulada pelos detentores de poder que, por este motivo, preo-
se viram na necessidade de fazer alianças políticas com o Estado, cupam-se menos em promover um projeto efetivo de emancipação
que expandia sua influência na proporção em que diminuía a dos social do que com a sua permanência no poder.
donos de terra. A essência do compromisso coronelista repousou, Portanto, apesar de todo avanço que as instituições públicas
portanto, no acordo firmado entre o poder privado decadente e o foram objeto no Brasil, ao longo do século XX, com a industrializa-
poder público em ascensão, e este complicado arranjo, denomina- ção e a formação de uma classe média sustentadora de uma nova
do por NUNES LEAL de “sistema de reciprocidade”, envolveu: base de relações sociais, o coronelismo explica as origens da pro-
“de um lado, os chefes municipais e os coronéis, que conduzem pensão cultural brasileira à privatização de espaços públicos, o que
magotes de eleitores como que toca tropa de burros; de outro lado, surte efeitos até os dias atuais, prejudicando o livre exercício da ci-
a situação política dominante do Estado, que dispõe do erário, dos dadania.
empregos, dos favores e da força policial, que possui, em suma, o A partir de sua análise, entende-se parcela da razão pela qual o
cofre das graças e o poder da desgraça” (LEAL, 1975:43). povo brasileiro ainda prefere sofrer calado e aguentar a opressão[6]
O coronelismo caracterizou-se como sistema político baseado sem levar a sério as instituições públicas e as leis garantidoras de
na “troca de favores”. O Estado, de um lado, negociava a nomeação direitos, em vez de se unir para romper com a idéia distorcida de
dos cargos públicos, o erário e o controle da polícia e, de outro lado, que os direitos sejam mera concessão dos “donos do poder” aos
o coronel oferecia a liderança em relação aos trabalhadores de sua que estão abaixo (ou mais próximos) deles.
circunscrição rural, que com a República foram transformados em Não se pode ignorar, todavia, que a partir da década de trinta,
eleitores. A ideia era buscar um compromisso no qual haveria a ga- apesar de todo desenvolvimento ocorrido, o Brasil vivenciou longos
rantia de eleição dos governadores e simultaneamente a manuten- períodos de autoritarismo, com Getúlio Vargas e, posteriormente,
ção do poder privado dos coronéis, mesmo que em decadência. com o golpe militar, que durou de 1964 até meados da década de
O governo estadual, em troca do apoio político, concedia uma oitenta. Assim, pode-se dizer que apenas a partir da Constituição de
autonomia “extralegal” aos coronéis que compreendia: (1) o poder 1988 surgiu um cenário institucional mais favorável ao desabrochar
para a nomeação de cargos públicos, permitindo o surgimento do pleno da cidadania no País.
denominado “filhotismo”, pois o coronel nomeava pessoas com as Todavia, mesmo com todas as instituições e mecanismos de
quais mantinha relações; (2) o apoio do poder de polícia estadual participação assegurados no ordenamento e diante do avanço que
para a perseguição dos opositores do coronel, o que deu ensejo ao deve ser comemorado, ainda existem muitas barreiras à plena vi-
chamado “mandonismo”; e (3) o poder de administração dos recur- vência da cidadania no Brasil, pois esta pressupõe, inicialmente,
sos financeiros do município, que eram utilizados para fins pessoais, relações sociais mais igualitárias e, sobretudo, a predisposição do
ocasionando o que o autor denominou de “desorganização dos ser- povo em fazer valer os direitos assegurados, para que eles saiam do
viços públicos locais”. papel e transformem a realidade.
Assim, os coronéis falseavam os votos dos seus “rebanhos elei-
torais”, isto é, direcionavam os votos para o resultado pactuado Os direitos e deveres do cidadão são relacionados ao conceito
com os governantes, utilizando-se dos votos de cabresto e de ele- de cidadania. Ser um cidadão consciente e exercer a cidadania é sa-
mentos coercitivos, como a ação de pistoleiros, geralmente capan- ber quais são os seus direitos e deveres para participar ativamente
gas de sua confiança, ou grupo de jagunços, ou seja, de um “bando das decisões políticas e sociais que têm consequências na vida de
de caboclos dedicados ao ofício das armas, que viviam à sombra de todos.
sua autoridade”. É preciso conhecer os direitos que são garantidos para poder
Entretanto, após a Revolução de 30, com a promulgação do fiscalizar o cumprimento deles e cobrar do Estado que eles sejam
Código Eleitoral, houve a instauração do voto secreto, que acabru- prioridade nos governos. Ao mesmo tempo é preciso saber quais
nhou o sistema coronelista, porém, não foi suficiente para solapá- são os seus deveres para contribuir com desenvolvimento do país e
-lo, haja vista que a sua base de sustentação era a estrutura agrária com o bem comum.
do País, e não o voto em si.
Portanto, segundo NUNES LEAL, a estrutura agrária, aliada à Direitos do cidadão
falta de autonomia municipal, e ao sistema representativo, cuja uni- Os direitos garantidos são muitos e estão definidos na Consti-
versalização fez surgir no cenário local um novo ator político com tuição, na Declaração Universal dos Direitos do Homem e em outras
amplos poderes, isto é, o governador, são fatores que contribuíram leis. Os direitos podem ser classificados em civis, sociais e políticos.
para a manifestação plena do coronelismo em seu período auge,
que foi o da República Velha (de 1889 a 1930). Direitos civis
Contudo, mesmo com as mudanças que foram sentidas no Os direitos civis são os que têm o objetivo de garantir a liber-
Brasil a partir da década de trinta, a reflexão acerca do fenômeno dade individual e a igualdade entre as pessoas. São os principais:
é indispensável na medida em que provoca inferências que trans- -direito à vida;
cendem aos estreitos limites de contextualização de sua ocorrência -direito à liberdade de expressão;
mais evidente, fornecendo uma importante explicação sobre as ori- -liberdade de ir e vir;
gens distorcidas das relações entre o espaço público e privado no -igualdade entre homens e mulheres;
Brasil, ao contrário do que ocorreu, por exemplo, na Grécia no perí- -proteção da intimidade e da vida privada;
odo auge da democracia, onde artesãos e comerciantes não foram -liberdade para exercer sua profissão;
considerados cidadãos, à medida que não dispunham de “tempo -direito à propriedade.
livre” para se dedicarem às tarefas efetivamente públicas.
Direitos sociais
Os direitos sociais são os direitos que garantem e protegem a
qualidade de vida e dignidade do cidadão. Estão previstos no art. 6º
da Constituição Federal:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
-educação;
-saúde; DIMENSÕES DA QUALIDADE NOS DEVERES DOS SERVIDO-
-alimentação; RES PÚBLICOS. CONHECIMENTOS SOBRE O ESTATUTO DOS
-trabalho; SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO: CONCEITOS BÁSI-
-moradia; COS SOBRE CARGO PÚBLICO, EFETIVO E EM COMISSÃO.
-transporte; FORMAS DE PROVIMENTO, POSSE, EXERCÍCIO E VACÂN-
-lazer; CIA; DIREITOS E VANTAGENS. CARGOS DE PROVIMENTO
-segurança; EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS. REGIME DIS-
-previdência social; CIPLINAR, PENALIDADES, PROCESSO ADMINISTRATI-
-proteção à infância e à maternidade; VO E SUAS FASES
-assistência aos desamparados.

Direitos políticos Prezado(a),


Os direitos políticos são os que se referem à participação nas
decisões políticas do país. São os seguintes: A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
-garantia de voto direto e secreto, com igual valor para todos; será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re-
-direito a ser candidato a um cargo nas eleições. servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila,
sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona-
Deveres do cidadão dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não
Além de poder cobrar do Estado o cumprimento dos direitos, é cabem na estrutura de nossas apostilas.
preciso ser um cidadão que cumpre com os seus deveres.
São os principais deveres do cidadão brasileiro: Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são
participar das eleições, escolhendo e votando nos seus candi- organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po-
datos; dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
-estar atento ao cumprimento das leis do país; material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno.
-pagar os impostos devidos;
-participar da escolha das políticas públicas; Bons estudos!
-respeitar os direitos dos outros cidadãos;
-proteger o patrimônio público;
-proteger o meio ambiente. QUESTÕES
Dos Deveres
Via de regra, os estatutos listam condutas e proibições a serem
observadas pelos servidores, configurando, umas e outras, os seus 1. (CECULT-CE - BIBLIOTECÁRIO - UECE-CEV - 2018) É INCOMPA-
deveres como dois lados da mesma moeda. Por exemplo: a proibi- TÍVEL com as melhores práticas de preservação digital do conheci-
ção de proceder de forma desidiosa equivale ao dever de exercer mento em biblioteca:
com zelo as atribuições do cargo. Por isso, podem ser englobados (A) o caráter obrigatório da existência de uma política de pre-
sob a rubrica “deveres” os que os estatutos assim intitulam e os que servação.
os estatutos arrolam como proibições. (B) a garantia de autenticidade dos documentos digitais
– Dever de Agir: Devem os administradores agirem em benefí- (C) a confiança no equipamento, hardware, atualmente possu-
cio da coletividade. ído.
– Dever de Probidade: O agente público deve agir de forma (D) a replicação de documentos em locais fisicamente separa-
honesta e em conformidade com os princípios da legalidade e da dos.
moralidade.
– Dever de Prestar Contas: Todo administrador deve prestar 2. (SE-DF - ANALISTA EDUCACIONAL-ARQUIVOLOGIA - CESPE -
contas do dinheiro público. 2017) Julgue o seguinte item, relativo à análise tipológica dos docu-
– Dever de Eficiência: Deve elaborar suas funções perfeição e mentos de arquivo.
rendimento funcional. Para se proceder à análise tipológica do acervo de documentos
– Dever de Urbanidade: Deve o servidor ser cordial com os de- de uma entidade, é fundamental que se tenha conhecimento pré-
mais colegas de trabalho e com o público em geral. vio da estrutura organizacional dessa entidade e de suas sucessivas
– Dever de Assiduidade: O servidor deve comparecer em seu alterações.
serviço, a fim de cumprir seu horário conforme determinado. ( ) CERTO
( ) ERRADO

3. (IPHAN - AUXILIAR INSTITUCIONAL - CESPE - 2018) A política


de acesso aos documentos de arquivo no Brasil é recente, tendo sua
normatização passado a ser mais efetiva a partir do início da década
de 90 do século passado. No que se refere à política de acesso aos
documentos de arquivo, julgue o item que se segue.
A devida implantação das normas legais sobre políticas de
acesso aos documentos de arquivo em níveis federal, estadual ou
municipal exige respaldo em políticas arquivísticas institucionais.
( ) CERTO
( ) ERRADO
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. (IPHAN - AUXILIAR INSTITUCIONAL - CESPE - 2018) Acerca da 10. No que se refere à preservação de documentos, assinale a
gestão eletrônica de documentos arquivísticos e de sistemas infor- alternativa INCORRETA.
matizados de gestão arquivística, julgue o item subsecutivo. (A) Segundo Conway (1990), a preservação arquivística abrange
O uso de sistemas informatizados de gestão arquivística de do- o planejamento e implementação de políticas, procedimentos
cumentos supre a carência de gestão documental. e processos que juntos previnem a deterioração dos acervos.
( ) CERTO (B) O Projeto InterPARES (2012) compreende a preservação
( ) ERRADO como sendo um conjunto de princípios, políticas e estratégias
que orienta as atividades projetadas para assegura a estabili-
5. (SE-DF - ANALISTA DE GESTÃO EDUCACIONAL-ARQUIVOLO- dade física e tecnológica e a proteção do conteúdo intelectual
GIA - CESPE - 2017) A respeito dos sistemas informatizados de ges- dos materiais.
tão arquivística de documentos, julgue o item seguinte. (C) Recomenda-se, segundo orientações do Conarq (2005), o
O sistema informatizado de gestão arquivística de documentos monitoramento dos níveis de luminosidade, em especial das
(SIGAD) é aplicado em ambientes digitais, com repositórios digitais. radiações ultravioletas em espaços de armazenamento, com-
( ) CERTO preendendo que essas medidas podem favorecer o aumento
( ) ERRADO da vida útil dos suportes documentais.
(D) Segundo o Conarq (2005), recomenda-se o armazenamento
6. (UFG - BIBLIOTECÁRIO DOCUMENTALISTA - CS-UFG - 2017) O de todos os documentos em condições ambientais que asse-
padrão de metadados considerado simples e não estruturado, com gurem a sua preservação, pelo prazo de guarda estabelecido,
propósitos gerais e de semântica reduzida com domínio de aplica- com temperatura e umidade relativa do ar adequadas a cada
ção web, é denominado de: formato documental.
(A) Dublin Core (E) De acordo com o Conarq (2005), é recomendada a reava-
(B) MARK XML liação da utilidade de condicionadores mecânicos quando os
(C) OAIS equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em
(D) MetaTag(s) HTML funcionamento sem interrupção.

7. (SDE-DF - SECRETARIO ESCOLAR - CESPE - 2017) A respeito


da microfilmagem de documentos de arquivo, julgue o item sub- GABARITO
sequente.
Após a microfilmagem, os documentos de arquivo podem ser
eliminados, salvo os de valor permanente.
( ) CERTO
1 C
( ) ERRADO
2 CERTO
8. A tabela de temporalidade de documentos de arquivo pode
ser definida como 3 ERRADO
(A) um plano de proteção aplicado aos arquivos, que estabele- 4 ERRADO
ce medidas preventivas e de emergência em caso de sinistros.
(B) um instrumento de distribuição de documentos em classes 5 ERRADO
conforme métodos de arquivamento específicos. 6 D
(C) um esquema que apresenta a disposição das estantes, de
outros equipamentos de armazenamento e o espaço disponí- 7 CERTO
vel para ocupação futura de depósitos. 8 E
(D) uma sequência de operações que estabelece a disposição
dos documentos uns em relação aos outros e a identificação 9 C
de cada unidade. 10 D
(E) um instrumento de destinação, aprovado por autoridade
competente na instituição, que determina prazos e condições
de guarda.

9. O arquivo corrente institucional consiste em um conjunto de


(A) cópias que são arquivadas em local diverso daquele em que
os respectivos originais foram arquivados a fim de garantir a
integridade da informação.
(B) documentos de valor secundário que são originários dos ar-
quivos ativos com pouco uso que aguardam destinação.
(C) documentos de valor primário que estão em tramitação ou
não, e que são consultados com frequência na entidade pro-
dutora.
(D) documentos predominantemente de valor permanente de-
correntes do exercício das atividades-fim de uma instituição.
(E) documentos preservados em caráter permanente devido às
suas características de valor primário e secundário.

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