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AMERICANA-SP
PREFEITURA MUNICIPAL DE
AMERICANA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Escriturário

CONCURSO PÚBLICO 01/2022

CÓD:SL-055OT-22
7908433228547
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários)................................................................. 7
2. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras................................................................................................ 22
3. Pontuação.................................................................................................................................................................................... 23
4. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido
que imprimem às relações que estabelecem................................................................................................................................ 24
5. Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................... 29
6. Regência verbal e nominal............................................................................................................................................................ 29
7. Colocação pronominal................................................................................................................................................................. 30
8. Crase............................................................................................................................................................................................ 30

Matemático e Raciocínio Lógico


1. Operações com números reais..................................................................................................................................................... 33
2. Mínimo múltiplo comum e máximo divisor comum.................................................................................................................... 37
3. Razão e proporção....................................................................................................................................................................... 38
4. Porcentagem............................................................................................................................................................................... 40
5. Regra de três simples e composta................................................................................................................................................ 41
6. Média aritmética simples e ponderada........................................................................................................................................ 41
7. Juro simples................................................................................................................................................................................. 43
8. Sistema de equações do 1º grau.................................................................................................................................................. 44
9. Relação entre grandezas: tabelas e gráficos................................................................................................................................. 49
10. Sistemas de medidas usuais......................................................................................................................................................... 51
11. Noções de geometria: forma, perímetro, área, volume, ângulo, teorema de Pitágoras.............................................................. 53
12. Resolução de situações-problema............................................................................................................................................... 65
13. Estrutura lógica das relações arbitrárias entre pessoas, lugares, coisas, eventos fictícios; dedução de novas informações
das relações fornecidas e avaliação das condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Identificação de
regularidades de uma sequência, numérica ou figural, de modo a indicar qual é o elemento de uma dada posição. Estruturas
lógicas, lógicas de argumentação, diagramas lógicos, sequências............................................................................................... 66

Conhecimentos Gerais e Atualidades


1. Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, s ociais, culturais, científicos, ambientais, de âmbito nac ional e
internacional, ocorridos a partir do segundo semestre do ano de 2021, divulgados na mídia nacional...................................... 93

Noções de Informática
1. MS-Windows 7: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação de
arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos MS-Office 2016.......... 95
2. MS-Word 2016: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes, colunas,
marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas, legendas, índices,
inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto......................................................................................................... 102
3. MS-Excel 2016: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de tabelas
e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle de quebras e
numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados.......................................................................... 109

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4. MS-PowerPoint 2016: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e
rodapés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de ação,
animação e transição entre slides................................................................................................................................................ 116
5. Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos........................................ 122
6. Internet: navegação internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas....................................................... 124

Conhecimentos Específicos
Escriturário
1. Contabilidade: princípios e convenções. Contabilidade Geral. Princípios fundamentais da contabilidade ................................. 131
2. Escrituração: contábil e conciliação de contas, conceitos básicos de ativo, passivo, receita, despesa, investimento .................. 133
3. Sistema de Análise de Apuração de Custos. Conceitos básicos de custo ..................................................................................... 134
4. Estrutura conceitual básica da contabilidade ............................................................................................................................. 137
5. Noções de direito trabalhista: decreto-lei n.º 5.452/1943 (Clt). Título ii – das normas gerais de tutela do trabalho: capítulo
ii – da duração do trabalho. Capítulo iv – das férias anuais. Capítulo v – da segurança e da medicina do trabalho. Título iv –
do contrato individual de trabalho. Título vi – convenções coletivas de trabalho .................................................................. 164
6. Noções de direito administrativo: servidores públicos: conceito e classificação. Deveres e proibições dos servidos públi-
cos. Regime disciplinar dos servidores públicos. Sanções disciplinares. Processo administrativo disciplinar: apuração pre-
liminar e sindicância. Responsabilidade civil dos servidores públicos ...................................................................................... 187
7. Atos administrativos. Ato administrativo e fato administrativo. Conceito, classificação, espécies de ato administrativo.
Existência, validade e eficácia do ato administrativo. Elementos e pressupostos. Atributos. Extinção e modificação do ato
administrativo. Revogação. Retificação e invalidação. Convalidação ....................................................................................... 198
8. Processo administrativo: conceito, requisitos, objetivos, fases, espécies, princípios do processo administrativo .................... 202
9. Licitações públicas. Lei Federal nº 8.666/93. Dever de licitar, Princípios da licitação. Modalidades licitatórias. Pregão, Lei
Federal 10.520/02. Processo licitatório. Registros cadastrais. Registro de preços ................................................................... 209
10. Contratos administrativos. Conceito, natureza jurídica. Peculiaridade e características dos contratos administrativos. Pra-
zo e prorrogação do contrato. Formalidades, instrumento contratual. Eficácia. Extinção ...................................................... 220
11. Serviços públicos. Conceito, pressupostos constitucionais, regime jurídico, princípios do serviço público, usuário, titulari-
dade. Serviços de interesse local. .............................................................................................................................................. 229
12. Noções de direito tributário: competência tributária ............................................................................................................... 234
13. Impostos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Código Tributário Nacional: conceito e natureza jurídica do tri-
buto. Impostos, taxas, contribuições de melhoria .................................................................................................................... 236
LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE
TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS)

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
ou que faça com que você realize inferências. lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. com a não-verbal.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.

7
LÍNGUA PORTUGUESA
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti- O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
ca e, por fim, uma leitura interpretativa. principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
do, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
gráficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
lêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- estudos?
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Sublinhe as ideias mais importantes. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. CACHORROS

– Separe fatos de opiniões. Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma


O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
tável). zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
– Retorne ao texto sempre que necessário. precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
enunciados das questões. comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
– Reescreva o conteúdo lido. casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- outro e a parceria deu certo.
picos ou esquemas.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
distração, mas também um aprendizado. do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- As informações que se relacionam com o tema chamamos de
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
do texto. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- capaz de identificar o tema do texto!
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica- Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na cundarias/
prova.
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
extrapole a visão dele.

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LÍNGUA PORTUGUESA
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM Ironia dramática (ou satírica)
TEXTOS VARIADOS A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
Ironia tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
novo sentido, gerando um efeito de humor. da narrativa.
Exemplo: Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
NERO EM QUE SE INSCREVE
Ironia de situação Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- principal. Compreender relações semânticas é uma competência
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
morte. -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Busca de sentidos tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
apreensão do conteúdo exposto. curto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
citadas ou apresentando novos conceitos. nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas como horas ou mesmo minutos.
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
Importância da interpretação imagens.
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
específicos, aprimora a escrita. que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- vencer o leitor a concordar com ele.
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de de destaque sobre algum assunto de interesse.
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea- crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para berdade para quem recebe a informação.
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Fato
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
Diferença entre compreensão e interpretação ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do Exemplo de fato:
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- A mãe foi viajar.
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
leitor tira conclusões subjetivas do texto. Interpretação
É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
Gêneros Discursivos quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- sas, previmos suas consequências.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- ças sejam detectáveis.
dárias.
Exemplos de interpretação:
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- tro país.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações do que com a filha.
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Opinião
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O que fazemos do fato.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên- Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto-
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
odo, e o tópico que o antecede.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
anteriores: ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- para a clareza do texto.
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
do que com a filha. Ela foi egoísta. vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
sem coerência.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
mos expressando nosso julgamento. mais direto.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando NÍVEIS DE LINGUAGEM
analisamos um texto dissertativo.
Definição de linguagem
Exemplo: Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
com o sofrimento da filha. gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e o do leitor. e caem em desuso.

Parágrafo Língua escrita e língua falada


O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
sentada na introdução. conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Linguagem popular e linguagem culta
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria o diálogo é usado para representar a língua falada.
prova.
Linguagem Popular ou Coloquial
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con- expressão dos esta dos emocionais etc.
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A Linguagem Culta ou Padrão Exemplo:
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que Era uma casa muito engraçada
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins- Não tinha teto, não tinha nada
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên- Ninguém podia entrar nela, não
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Porque na casa não tinha chão
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Ninguém podia dormir na rede
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, Porque na casa não tinha parede
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Ninguém podia fazer pipi
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Gíria Na rua dos bobos, número zero
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como (Vinícius de Moraes)
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os comportamentos, nas leis jurídicas.
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário Características principais:
de pequenos grupos ou cair em desuso. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
“mina”, “tipo assim”. do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
Linguagem vulgar pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar Exemplo:
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
comida”. ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
Linguagem regional nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, perior para formação de oficiais.
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
Tipo textual expositivo
Tipos e genêros textuais A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e pode ser expositiva ou argumentativa.
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
exemplos e as principais características de cada um deles. Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
Tipo textual descritivo • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo mar.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
um movimento etc. de ponto de vista.
Características principais: • Apresenta linguagem clara e imparcial.
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função Exemplo:
caracterizadora. O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
meração. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• A noção temporal é normalmente estática. terminado tema.
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
ção. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.

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Tipo textual dissertativo-argumentativo GÊNEROS TEXTUAIS
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur- Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
(leitor ou ouvinte). síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
Características principais: apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento ais que neles predominam.
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- Descritivo Diário
gestão/solução). Relatos (viagens, históricos, etc.)
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Biografia e autobiografia
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Notícia
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Currículo
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Lista de compras
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Cardápio
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Anúncios de classificados
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Injuntivo Receita culinária
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Bula de remédio
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Manual de instruções
Regulamento
Exemplo: Textos prescritivos
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Expositivo Seminários
administração política (tese), porque a força governamental certa- Palestras
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Conferências
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Entrevistas
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Trabalhos acadêmicos
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Enciclopédia
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Verbetes de dicionários
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Carta de opinião
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Resenha
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Artigo
cobrança efetiva (conclusão). Ensaio
Monografia, dissertação de mes-
Tipo textual narrativo trado e tese de doutorado
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
Narrativo Romance
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
Novela
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
Crônica
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Contos de Fada
Fábula
Características principais:
Lendas
• O tempo verbal predominante é o passado.
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
onisciente). ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em nitos e mudam de acordo com a demanda social.
prosa, não em verso.
INTERTEXTUALIDADE
Exemplo: A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou
Solidão seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- ambos: forma e conteúdo.
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
Nelson S. Oliveira forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurreais/4835684
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri-

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ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
provérbios, charges, dentre outros. que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
Tipos de Intertextualidade O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego enunciador está propondo.
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
ticos. missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), mento de premissas e conclusões.
significa a “repetição de uma sentença”. Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- A é igual a B.
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha A é igual a C.
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- Então: C é igual a B.
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior)
e “graphé” (escrita). Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção que C é igual a A.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa Outro exemplo:
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Todo ruminante é um mamífero.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- A vaca é um ruminante.
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Logo, a vaca é um mamífero.
“citação” (citare) significa convocar.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois também será verdadeira.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem. mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
ARGUMENTAÇÃO confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
propõe. outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo der bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
sos de linguagem. essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de zado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- Tipos de Argumento
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- mento. Exemplo:
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna

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Argumento de Autoridade cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí-
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur- tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
dadeira. Exemplo: correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- indevidas.
cimento. Nunca o inverso.
Alex José Periscinoto. Argumento do Atributo
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, que é mais grosseiro, etc.
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
acreditar que é verdade. alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
Argumento de Quantidade de.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
largo uso do argumento de quantidade. em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Argumento do Consenso Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as por bem determinar o internamento do governador pelo período
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases tal por três dias.
carentes de qualquer base científica.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
Argumento de Existência tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- texto tem sempre uma orientação argumentativa.
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
do que dois voando”. traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser outras, etc. Veja:
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- vam abraços afetuosos.”
vios, etc., ganhava credibilidade.
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
Argumento quase lógico e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi-

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Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra- organizar um texto dissertativo. É necessária também a exposição
tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: dos fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- de vista.
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
injustiça, corrupção). seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
o argumento. ver as seguintes habilidades:
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por mente contrária;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir ria contra a argumentação proposta;
outros à sua dependência política e econômica”. - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
ta.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
o assunto, etc). válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
dades não se prometem, manifestam-se na ação. ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
comportamento. da verdade:
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- - evidência;
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- - divisão ou análise;
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio - ordem ou dedução;
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em - enumeração.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
mica e até o choro. e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
Desse ponto de vista, a dissertação pode ser definida como dis- caracteriza a universalidade.
cussão, debate, questionamento, o que implica a liberdade de pen- Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
samento, a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
A liberdade de questionar é fundamental, mas não é suficiente para particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à

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conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
o efeito. Exemplo: que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
pesquisa.
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
Fulano é homem (premissa menor = particular) a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
Logo, Fulano é mortal (conclusão) todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O calor dilata o ferro (particular) das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
O calor dilata o bronze (particular) o relógio estaria reconstruído.
O calor dilata o cobre (particular) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
O ferro, o bronze, o cobre são metais meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, relacionadas:
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de lha dos elementos que farão parte do texto.
sofisma no seguinte diálogo: Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Lógico, concordo. racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Claro que não! por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Exemplos de sofismas: lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
Indução nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
cular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
– conclusão falsa)
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- sabiá, torradeira.
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
ados nos sentimentos não ditados pela razão.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais

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importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração diferenças).
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
(Garcia, 1973, p. 302304.) paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- vra e seus significados.
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
de vista sobre ele. mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- mentação coerente e adequada.
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
- o termo a ser definido; elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
- o gênero ou espécie; cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
- a diferença específica. raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
ma espécie. Exemplo: argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
Elemento especiediferença apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
a ser definidoespecífica causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, virtude de, em vista de, por motivo de.
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta assim, desse ponto de vista.
ou instalação”; Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
dida;d

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forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
que, melhor que, pior que. desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: elaboração de um Plano de Redação.
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- tecnológica
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- ta, justificar, criando um argumento básico;
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
caráter confirmatório que comprobatório. que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- (rever tipos de argumentação);
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
caso, incluem-se dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, ência);
mortal, aspira à imortalidade); - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- argumento básico;
dos e axiomas); - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se mento básico;
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
parece absurdo). quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de menos a seguinte:
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
cretos, estatísticos ou documentais. Introdução
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se - função social da ciência e da tecnologia;
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- - definições de ciência e tecnologia;
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- Desenvolvimento
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- vimento tecnológico;
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade condições de vida no mundo atual;
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
gumentação: desenvolvidos;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; sado; apontar semelhanças e diferenças;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- banos;
dadeira; - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- mais a sociedade.
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
dade da afirmação; Conclusão
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- ências maléficas;
ridade que contrariam a afirmação apresentada; - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de- apresentados.
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados ção: é um dos possíveis.
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen- Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra- criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
que gera o controle demográfico”.

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tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela o aspecto global do texto;
é inserida. - estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. Coesão
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
textos caracterizada por um citar o outro. tem-se a coesão lexical.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou nentes do texto.
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di- Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
mencionar um provérbio conhecido. advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com A coesão:
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou- - assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- - situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
zá-lo ou ao compará-lo com outros. componentes do texto;
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres-
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con- entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de é inserida.
um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre- não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili- Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada. cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
Coerência textos caracterizada por um citar o outro.
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou
outra”). de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen- pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos mencionar um provérbio conhecido.
elementos formativos de um texto. Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to-
elementos textuais. má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante zá-lo ou ao compará-lo com outros.
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo- Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística, grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres-
imediato a coerência de um discurso. samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
A coerência: tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei- alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
tual;

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Tipos de Intertextualidade Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
A intertextualidade acontece quando há uma referência ex- A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali-
dade. A intertextualidade explícita:
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – é facilmente identificada pelos leitores;
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá- – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. – não exige que haja dedução por parte do leitor;
– apenas apela à compreensão do conteúdos.
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea- A intertextualidade implícita:
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com – não é facilmente identificada pelos leitores;
outras palavras o que já foi dito. – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto te dos leitores;
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada a compreensão do conteúdo.
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces- PONTO DE VISTA
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente- vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
demagogia praticada pela classe dominante. diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos servador e o narrador-personagem.
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con-
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re- Primeira pessoa
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra- Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
cultura é o melhor conforto para a velhice”. leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro- só descobrimos ao decorrer da história.
dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex-
pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro Segunda pessoa
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá-
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta
termo “citação” (citare) significa convocar. quase como outro personagem que participa da história.

A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros Terceira pessoa


textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser-
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al-
Pastiche é uma recorrência a um gênero. guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse.

A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi-
a recriação de um texto. tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci- outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao leitura não fique confuso.
produtor e ao receptor de textos.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
daquela citação ou alusão em questão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos que
compõem este estudo.

Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.

O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o significado
de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de mulher.

Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:


Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é Travessão ( — )
justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com
palavra, frase ou textos inteiros. o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta-
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter-
PONTUAÇÃO calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de
um diálogo, com ou sem aspas.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.
Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE- tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados
CHARA, 2009, p. 514) aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns rem uma nova inserção.
sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon- Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti- vernador)
cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos
[ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], Aspas ( “ ” )
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]). particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
Ponto ( . ) apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain-
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau- da, para marcar o discurso direto e a citação breve.
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
reticências. Vírgula
Estaremos presentes na festa. São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
Ponto de interrogação ( ? ) disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati- vírgula:
va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica. 1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti-
Você vai à festa? mos” o momento certo de fazer uso dela.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
Ponto de exclamação ( ! ) alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama- leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
tiva. cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
Ex: Que bela festa! 3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
Reticências ( ... ) menos importante e que pode ser colocada depois.
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo. Maria foi à padaria ontem.
Ex: Essa festa... não sei não, viu. Sujeito Verbo Objeto Adjunto

Dois-pontos ( : ) Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. re por alguns motivos:
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. verbo e o adjunto.
Ponto e vírgula ( ; ) Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, é necessária:
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- Ontem, Maria foi à padaria.
ração (frequente em leis), etc. Maria, ontem, foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- À padaria, Maria foi ontem.
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
sário:

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Separa termos de mesma função sintática, numa enumera- SUBSTANTIVOS Rodrigo
ção. PRÓPRIOS: designa /Brasil
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a determinado ser entre outros /Belo Horizonte/Estátua
serem observadas na redação oficial. da mesma espécie. São da Liberdade
• Separa aposto. sempre iniciados por letra
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. maiúscula.
• Separa vocativo.
Brasileiros, é chegada a hora de votar. SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
• Separa termos repetidos. referem-se qualquer ser de cachorro/prima
Aquele aluno era esforçado, esforçado. uma mesma espécie.
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli- SUBSTANTIVOS Leão/corrente
ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo, CONCRETOS: nomeiam seres /estrelas/fadas
ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com com existência própria. Esses /lobisomem
efeito, digo. seres podem ser animadoso /saci-pererê
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou inanimados, reais ou
ou seja, de fácil compreensão. imaginários.
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
tos). SUBSTANTIVOS Mistério/
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula- ABSTRATOS: nomeiam bondade/
res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares) ações, estados, qualidades confiança/
• Separa orações coordenadas assindéticas. e sentimentos que não tem lembrança/
Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as existência própria, ou seja, só amor/
ideias na cabeça... existem em função de um ser. alegria
• Isola o nome do lugar nas datas. SUBSTANTIVOS Elenco (de atores)/
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006. COLETIVOS: referem-se a um acervo (de obras
• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa conjunto de seres da mesma artísticas)/buquê (de flores)
forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões espécie, mesmo quando
conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor- empregado no singular e
mações comprovam, etc. constituem um substantivo
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame- comum.
nizar o problema.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS
PALAVRAS QUE NÃO ESTÃO AQUI!
CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUME-
RAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CON- Flexão dos Substantivos
JUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELA- • Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
ÇÕES QUE ESTABELECEM no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
CLASSES DE PALAVRAS
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
Substantivo
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
macho/palmeira fêmea.
Classificação dos substantivos
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/ testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/ c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
sua estrutura. macaco/João/sabão para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
SUBSTANTIVOS Macacos-prego/ o/a estudante, o/a colega.
COMPOSTOS: são formados porta-voz/
por mais de um radical em sua pé-de-moleque • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
estrutura. – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
SUBSTANTIVOS Casa/
PRIMITIVOS: são os que dão mundo/ • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
origem a outras palavras, ou população diminutivo.
seja, ela é a primeira. /formiga – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
SUBSTANTIVOS Caseiro/mundano/ – Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
DERIVADOS: são formados populacional/formigueiro – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
por outros radicais da língua. – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula.

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Adjetivo
É a palavra invariável que especifica e caracteriza o substantivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão compos-
ta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: golpe
de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vespertino).

Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria japo-
nesa, aluno chorão/ aluna chorona.

• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela, Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Empregado nas correspondências e textos
Vossa Senhoria
escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas,
pouco, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas,
Variáveis
vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer,
qual, quais, um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

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• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc.
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

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Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portan-
Conclusivas
to...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante,
Conformativas
etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor,
Comparativas
etc.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que,
Consecutivas
etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

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CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância Nominal • Regência Nominal


Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan-
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-
referem. -lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple-
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto- mento é estabelecida por uma preposição.
sa.
• Regência Verbal
Casos Especiais de Concordância Nominal A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio: verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam Isto pertence a todos.
alerta.
Regência de algumas palavras
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma-
ção de palavras compostas: Esta palavra combina com Esta preposição
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.
Acessível a
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de Apto a, para
acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas. Atencioso com, para com
Coerente com
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
Conforme a, com
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan-
do advérbios: Dúvida acerca de, de, em, sobre
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou Empenho de, em, por
meia dúzia de ovos.
Fácil a, de, para,
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio: Junto a, de
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
Pendente de
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o Preferível a
substantivo estiver determinado por artigo:
Próximo a, de
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
Respeito a, com, de, para com, por
Concordância Verbal Situado a, em, entre
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Ajudar (a fazer algo) a
mes. Aludir (referir-se) a

Concordância ideológica ou silepse Aspirar (desejar, pretender) a


• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne- Assistir (dar assistência) Não usa preposição
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no Deparar (encontrar) com
contexto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Implicar (consequência) Não usa preposição
Blumenau estava repleta de turistas. Lembrar Não usa preposição

• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú- Pagar (pagar a alguém) a
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con- Precisar (necessitar) de
texto.
Proceder (realizar) a
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
sos. Responder a
Visar ( ter como objetivo a
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes- pretender)
soa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po- NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
líticos. QUE NÃO ESTÃO AQUI!

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LÍNGUA PORTUGUESA
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
COLOCAÇÃO PRONOMINAL Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da Exemplos:
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono- Devo-lhe dizer a verdade.
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Devo dizer-lhe a verdade.
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise. Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- do auxiliar ou depois do principal.
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Exemplos:
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, Não lhe devo dizer a verdade.
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Não devo dizer-lhe a verdade.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju- o pronome átono ficará depois do auxiliar.
dique a eufonia da frase. Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.

Próclise Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do


Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
cientemente. do infinitivo.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Exemplos:
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Hei de dizer-lhe a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Observação
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Devo-lhe dizer tudo.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Estava-lhe dizendo tudo.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Havia-lhe dito tudo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá. CRASE
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem.
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a
Ênclise é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. demonstrativo.
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
indicativo: Trago-te flores. • Devemos usar crase:
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade! – Antes palavras femininas:
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- Iremos à festa amanhã
posição em: Saí, deixando-a aflita. Mediante à situação.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com O Governo visa à resolução do problema.
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Apressei-me a convidá-los. – Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas
Mesóclise locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti-
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
futuro do pretérito que iniciam a oração. Mas... há crase, sim!
Dir-lhe-ei toda a verdade. Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
Far-me-ias um favor? -me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.

Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de – Expressões fixas


qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
Eu lhe direi toda a verdade. crase:
Tu me farias um favor?

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LÍNGUA PORTUGUESA
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von- Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris-
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se-
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon- 16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições
didas, à medida que, à proporção que. de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar
• NUNCA devemos usar crase: órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
– Antes de substantivos masculinos: Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015,
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um
pé. tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco
regulatório da mineração, por sua vez, também concede priorida-
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou de à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos ju-
plural) usado em sentido generalizador: diciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz
Depois do trauma, nunca mais foi a festas. Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho- o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
mem. FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+-
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
– Antes de artigo indefinido “uma”
Iremos a uma reunião muito importante no domingo. 2. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
– Antes de pronomes fato.
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa. II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
gênero textual editorial.
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela. III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
A quem vocês se reportaram no Plenário? que se trata de uma reportagem.
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico. IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
se trata de um editorial.
– Antes de verbos no infinitivo Analise as assertivas e responda:
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar. (A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta
QUESTÕES
(D) A III e IV são corretas.
3. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ain-
1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é da suja o Brasil”:
a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
se fundamenta em intertextualidade é: no desenvolvimento do assunto.
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
há muito tempo.” blemas no uso de conjunções e preposições.
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
mete onde não é chamada.” de palavras e da ordem sintática.
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
mesmo!” temática e bom uso dos recursos coesivos.
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,
Analise as assertivas e responda:
tudo bem.”
(A) Somente a I é correta.
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”
(B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta.
Leia o texto abaixo para responder a questão.
(D) Somente a IV é correta.
A lama que ainda suja o Brasil
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) 4. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo
metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um
de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre-
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei-
sente no texto:
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam-
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho,
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
cada sujeito possui atribuições próprias.
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole-
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro,
sujeito.
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica,
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.
se tornou uma bomba relógio na região.”

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LÍNGUA PORTUGUESA
5. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS –
2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem, GABARITO
o seguinte par de palavras:
(A) estrondo – ruído;
(B) pescador – trabalhador;
(C) pista – aeroporto; 1 E
(D) piloto – comissário; 2 C
(E) aeronave – jatinho.
3 D
6. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode ser 4 D
retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma pa- 5 E
drão na seguinte sentença:
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente. 6 B
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho. 7 B
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião. 8 A
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso. 9 E
10 A
7. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
nhados classificam-se, respectivamente, em
ANOTAÇÕES
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo. ______________________________________________________
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome. ______________________________________________________
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio. ______________________________________________________

8. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberdades ______________________________________________________


...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a nossa
Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase aci- ______________________________________________________
ma, na ordem dada, as expressões: ______________________________________________________
(A) a que – de que;
(B) de que – com que; ______________________________________________________
(C) a cujas – de cujos;
(D) à que – em que; ______________________________________________________
(E) em que – aos quais.
9. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011) ______________________________________________________
Assinale a alternativa em que a concordância verbal está correta.
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo. ______________________________________________________
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
______________________________________________________
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que
35% deles fosse despejado em aterros. ______________________________________________________
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta _____________________________________________________
de lixo.
_____________________________________________________
10. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL
– 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen- ______________________________________________________
te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos. ______________________________________________________
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta. ______________________________________________________
(C) Pretendo viajar a Paraíba.
(D) Ele gosta de bife à cavalo. ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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32
MATEMÁTICA E
RACIOCÍNIO LOGÍCO

4 + 23
OPERAÇÕES COM NÚMEROS REAIS 27

Exemplo 3
Números Naturais 25-(50-30)+4x5
Os números naturais são o modelo matemático necessário 25-20+20=25
para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, Números Inteiros
obtemos o conjunto infinito dos números naturais Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Este conjunto pode ser representado por:

- Todo número natural dado tem um sucessor


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001. Subconjuntos do conjunto :
c) O sucessor de 19 é 20. 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. {...-2, -1, 1, 2, ...}

2) Conjuntos dos números inteiros não negativos


{1,2,3,4,5,6... . }
{0, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces-
sor (número que vem antes do número dado). 3) Conjunto dos números inteiros não positivos
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero.
a) O antecessor do número m é m-1. {...-3, -2, -1}
b) O antecessor de 2 é 1.
c) O antecessor de 56 é 55. Números Racionais
d) O antecessor de 10 é 9. Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
Expressões Numéricas São exemplos de números racionais:
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul-
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em -12/51
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili- -3
zamos alguns procedimentos:
-(-3)
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações, -2,333...
devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub- As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são portanto são consideradas números racionais.
resolvidos primeiro. Como representar esses números?

Exemplo 1 Representação Decimal das Frações


10 + 12 – 6 + 7 Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
22 – 6 + 7
16 + 7 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
23 cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.

Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas Identificação de números irracionais
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio- – Todas as dízimas periódicas são números racionais.
nal – Todos os números inteiros são racionais.
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se – Todas as frações ordinárias são números racionais.
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que – Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
trataremos mais a frente. – Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

– O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-


ro racional.
Representação Fracionária dos Números Decimais
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
denominador seguido de zeros.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa, – O produto de dois números irracionais, pode ser um número
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante. racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por 10. Fonte: www.estudokids.com.br


10x=3,333...
Representação na reta
E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.


Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Intervalos limitados Intervalo:[a,+ ∞[
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a Conjunto:{x ϵ R|x≥a}
e menores do que b ou iguais a b.
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores
que a.

Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}
Intervalo:]a,+ ∞[
Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que Conjunto:{x ϵ R|x>a}
b.
Potenciação
Multiplicação de fatores iguais

2³=2.2.2=8
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{xϵR|a<x<b} Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou
iguais a A e menores do que B.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e


menores ou iguais a b. 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
Intervalos Ilimitados em um número negativo.
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


Intervalo:]-∞,b] para positivo e inverter o número que está na base.
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
Intervalo:]-∞,b[ expoente, o resultado será igual a zero.
Conjunto:{x ϵ R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores


ou iguais a A.

Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos: Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
24 . 23 = 24+3= 27 e multiplica.
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

Observe:

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base. 1 1


1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
Conserva-se a base e subtraem os expoentes. 2 2
2

Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94 De modo geral, se

a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se Então:


os expoentes.

Exemplos:
n
a.b = n a .n b
(52)3 = 52.3 = 56
O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é
igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
cando.

Raiz quadrada de frações ordinárias


4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente. 1 1
(4.3)²=4².3² 2  2 2 22 2
Observe: =  = 1 =
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos 3 3 3
elevar separados. 32
a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n =
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
Radiciação radicando.
Radiciação é a operação inversa a potenciação
Raiz quadrada números decimais

Operações
Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:
64 2
32 2 Operações
16 2
8 2 Multiplicação
4 2
2 2 Exemplo
1

64=2.2.2.2.2.2=26

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36
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo

Divisão

Exemplo

O conjunto de múltiplos de um número natural não-nulo é in-


finito e podemos consegui-lo multiplicando-se o número dado por
todos os números naturais.
Adição e subtração
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. Divisores


Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é divisor de
8 2 20 2 12 e 15.
D(12)={1,2,3,4,6,12}
4 2 10 2
D(15)={1,3,5,15}
2 2 5 5
1 1 Observações:
– Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
– Todo número natural é múltiplo de 1.
– Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múlti-
plos.
Caso tenha: - O zero é múltiplo de qualquer número natural.

Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. Máximo Divisor Comum
O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
Racionalização de Denominadores não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
Normalmente não se apresentam números irracionais com Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos as etapas:
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador. • Decompor o número em fatores primos
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela • Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.

Exemplo:

15 3 24 2
5 5 12 2
1 6 2
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. 3 3
1

15 = 3.5 24 = 23.3

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
quadrados no denominador: m.d.c
(15,24) = 3

Mínimo Múltiplo Comum


O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é
o menor número, diferente de zero.
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM E MÁXIMO DIVISOR COMUM
Para calcular devemos seguir as etapas:
• Decompor os números em fatores primos
Múltiplos • Multiplicar os fatores entre si
Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos o pri-
meiro pelo segundo, o resto é zero.

37
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: 20,30,44 2
15,24 2 10,15,22 2
15,12 2 5,15,11 3
15,6 2 5,5,11 5
15,3 3 1,1,11 11
5,1 5 1,1,1
1
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão 1h---60minutos
com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí- x-----660
veis ao mesmo tempo. x=660/60=11
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua
aparecendo. Então será depois de 11horas que se encontrarão
7+11=18h
Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120

Exemplo RAZÃO E PROPORÇÃO


O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros,
de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os Razão
ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão
possível. Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com
Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir b ≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por
a/b ou a : b.
(A) mais de 30 cm.
(B) menos de 15 cm. Exemplo:
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm. Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm. Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm. (lembrando que razão é divisão)
Resposta: A.

352 2 416 2
176 2 208 2
88 2 104 2 Proporção
44 2 52 2
Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
22 2 26 2 A/B e C/D é a igualdade:
11 11 13 13
1 1

Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível Propriedade fundamental das proporções
E são os fatores que temos iguais:25=32 Numa proporção:
Exemplo
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero-
porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-
companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi- meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com- é igual ao produto dos extremos, isto é:
panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse
mesmo dia, às: AxD=BxC
(A) 16h 30min.
(B) 17h 30min. Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:
(C) 18h 30min.
(D) 17 horas.
(E) 18 horas.

Resposta: E. Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja


em proporção com 4/6.

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38
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma: Grandezas Diretamente Proporcionais
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Segunda propriedade das proporções Exemplo


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois Distância percorrida e combustível gasto
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
13 1
26 2
39 3
Ou 52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Ou Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-


porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...
Ou
Exemplo
Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


Terceira propriedade das proporções 5 200
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an- 8 125
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as-
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen- 10 100
te. Temos então: 16 62,5
20 50

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Inversamente proporcional
Ou Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
Ou p1+p2+...+pn=P.

Ou A solução segue das propriedades das proporções:

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio 10 x 1,10 = R$ 11,00
de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro- Desconto
porcional? No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
Veja a tabela abaixo:

DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO


10% 0,90
25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
Inversamente Proporcionais
Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
10 X 0,90 = R$ 9,00
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2,
..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas


formas:

cuja solução segue das propriedades das proporções:

PORCENTAGEM Exemplo
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x%
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
para x é igual a
bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
(A) 8.
nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
(B) 15.
cular, etc.
(C) 10.
(D) 6.
Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda
(E) 12.
muito na resolução do exercício.
Resolução
Acréscimo
45------100%
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
X-------60%
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
X=27
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to-
abaixo:
dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.

ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO


10% 1,10
15% 1,15
20% 1,20 Resposta: C.
47% 1,47
67% 1,67

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40
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

HORAS CAMINHÕES VOLUME


REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
Regra de três simples
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro- A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três está o x.
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
conhecidos. Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
Passos utilizados numa regra de três simples: nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
espécies diferentes em correspondência. de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen- para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
te proporcionais. termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
3º) Montar a proporção e resolver a equação. das setas.
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? HORAS CAMINHÕES VOLUME
Solução: montando a tabela: 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓
1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:
400 ----- 3
480 ----- X HORAS CAMINHÕES VOLUME
8 ----- 20 ----- 160
2) Identificação do tipo de relação:
5 ----- X ----- 125

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↑
480 ↓ ----- X↑
Logo, serão necessários 25 caminhões
Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-
meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES E PONDERADA
segunda coluna vai para cima

VELOCIDADE Tempo Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se


400 ↓ ----- 3↓ obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos
do conjunto.
480 ↓ ----- X↓ Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na
480x=1200 pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti-
X=25 ca para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen-
Regra de três composta tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe-
Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos
jogadores é:
Exemplos:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em 1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar +2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0
125m³?
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-
Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as remos a média aritmética das alturas:
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem:

A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.

41
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Média Ponderada grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi- qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama- medidas de dispersão.
da média aritmética ponderada.
Variância
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um
conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é
chamado de variância. Esse índice é assim definido:
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua
Mediana (Md) média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se
Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn por , o número:

Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-


ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de
termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit- Isto é:
mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequ-
ência (xn) em rol.

Exemplo 1: E para amostra


Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10, Exemplo 1:
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12 Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o se-
Resposta: Md=12. guinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

Exemplo 2: JOGO NÚMERO DE PONTOS


Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}. 1 22
2 18
Solução:
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se: 3 13
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética 4 24
entre os dois termos centrais do rol.
5 26
Logo: 6 20
7 19
Resposta: Md=15
8 18
Moda (Mo)
Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda a) Qual a média de pontos por jogo?
aquele valor que ocorre com maior frequência. b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Observação: Solução:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
a) A média de pontos por jogo é:
Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.

Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
b) A variância é:
Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o

42
42
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Desvio médio acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é
Definição superior ao valor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o
Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma se- nome de juros.
quência. Esta medida representa a média das distâncias entre cada
elemento da amostra e seu valor médio. Capital
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação finan-
ceira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Pre-
sente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado
pela tecla PV nas calculadoras financeiras).
Desvio padrão
Definição Taxa de juros e Tempo
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua mé- A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro
dia aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente
por , o número: expressa da forma percentual, em seguida da especificação do perí-
odo de tempo a que se refere:
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).

Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que


Isto é: é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)

Montante
Também conhecido como valor acumulado é a soma do Capi-
tal Inicial com o juro produzido em determinado tempo.
Exemplo: Essa fórmula também será amplamente utilizada para resolver
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: questões.
2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular: M=C+J
a) A estatura média desses jogadores. M = montante
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas. C = capital inicial
J = juros
Solução: M=C+C.i.n
M=C(1+i.n)
Sendo a estatura média, temos:
Juros Simples
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo em-
préstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada, por um
prazo determinado, produzida exclusivamente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado
é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação.
Sendo o desvio padrão, tem-se: A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações
envolvendo juros simples é a seguinte:
J = C i n, onde:
J = juros
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre,
ano...)

JURO SIMPLES Observação importante: a taxa de juros e o tempo de aplica-


ção devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os dois
devem estar em meses, bimestres, trimestres, semestres, anos... O
Matemática Financeira que não pode ocorrer é um estar em meses e outro em anos, ou
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual qualquer outra combinação de períodos.
sistema econômico. Algumas situações estão presentes no cotidia- Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras “JU-
no das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações ROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
de empréstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito, Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser tra-
aplicações financeiras, investimentos em bolsas de valores, entre balhada de várias maneiras para se obter cada um de seus valores,
outras situações. Todas as movimentações financeiras são baseadas ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir o quarto, ou
na estipulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um emprés- seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C)
timo a forma de pagamento é feita através de prestações mensais e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para
qualquer combinação.

43
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo
Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista. SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU
Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações de
R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa de
juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de: Equação 1º grau
(A) 5,0% Equação é toda sentença matemática aberta representada por
(B) 5,9% uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que representam
(C) 7,5% números desconhecidos.
(D) 10,0% Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutível
(E) 12,5% à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chamados coefi-
Resposta Letra “e”. cientes, com a≠0.

O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri- Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numérico de x
meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45) e a que, substituindo no 1º membro da equação, torna-se igual ao 2º
parcela a ser paga de R$45. membro.
Aplicando a fórmula M = C + J:
45 = 40 + J Nada mais é que pensarmos em uma balança.
J=5
Aplicando a outra fórmula J = C i n:
5 = 40 X i X 1
i = 0,125 = 12,5%

Juros Compostos
o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo
no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada in-
tervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render
juros também. A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a equação
também.
Quando usamos juros simples e juros compostos? No exemplo temos:
A maioria das operações envolvendo dinheiro utilizajuros com- 3x+300
postos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras Outro lado: x+1000+500
com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações finan- E o equilíbrio?
ceiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos 3x+300=x+1500
de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de
juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do pro- Quando passamos de um lado para o outro invertemos o sinal
cesso de desconto simples de duplicatas. 3x-x=1500-300
2x=1200
O cálculo do montante é dado por: X=600

M = C (1 + i)t Exemplo
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas – FGV/2015) A idade
Exemplo de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das idades de
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação de seus dois filhos, Paulo e Pierre. Pierre é três anos mais velho do que
R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses Paulo. Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade
C = 25000 que Pedro tem hoje.
i = 25%aa = 0,25 A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é:
i = 72 meses = 6 anos (A) 72;
(B) 69;
M = C (1 + i)t (C) 66;
M = 25000 (1 + 0,25)6 (D) 63;
M = 25000 (1,25)6 (E) 60.
M = 95367,50
Resolução
M=C+J A ideia de resolver as equações é literalmente colocar na lin-
J = 95367,50 - 25000 = 70367,50 guagem matemática o que está no texto.
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3

“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade


que Pedro tem hoje.”

44
44
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das
idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa

Lembrando que:
Pi=Pa+3

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Se ∆ < 0 não há solução, pois não existe raiz quadrada real de


Pa+3+10=2Pa+3 um número negativo.
Pa=10
Pi=Pa+3 Se ∆ = 0, há duas soluções iguais:
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69
Resposta: B.
Se ∆ > 0, há soluções reais diferentes:
Equação 2º grau

A equação do segundo grau é representada pela fórmula geral:

ax2+bx+c=0 Relações entre Coeficientes e Raízes


Onde a, b e c são números reais, a≠0. Dada as duas raízes:
Discussão das Raízes

Soma das Raízes

Se for negativo, não há solução no conjunto dos números


reais. Produto das Raízes
Se for positivo, a equação tem duas soluções:

Composição de uma equação do 2ºgrau, conhecidas as raízes

Podemos escrever a equação da seguinte maneira:


Exemplo
x²-Sx+P=0

Exemplo
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau.

Solução
S=x1+x2=-2+7=5
, portanto não há solução real. P=x1.x2=-2.7=-14
Então a equação é: x²-5x-14=0

45
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo Inequação - Produto
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A soma das Quando se trata de inequações - produto, teremos uma desi-
idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando somamos os qua- gualdade que envolve o produto de duas ou mais funções. Portanto,
drados dessas idades, obtemos 1000. A mais velha das duas tem: surge a necessidade de realizar o estudo da desigualdade em cada
(A) 24 anos função e obter a resposta final realizando a intersecção do conjunto
(B) 26 anos resposta das funções.
(C) 31 anos Exemplo
(D) 33 anos
a)(-x+2)(2x-3)<0
Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0

Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Inequação -Quociente
Na inequação- quociente, tem-se uma desigualdade de funções
fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está dividindo
a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da função
que se encontra no denominador, pois não existe divisão por zero.
Com isso, a função que estiver no denominador da inequação deve-
rá ser diferente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolução de
uma inequação - produto, de modo que devemos analisar o sinal
Substituindo em A das funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções.
A=44-26=18
Ou A=44-18=26 Exemplo
Resposta: B. Resolva a inequação a seguir:

Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa por uma
ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza um sinal x-2≠0
de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os sinais de x≠2
desigualdade:
>: maior
<: menor
≥: maior ou igual
≤: menor ou igual

O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da equa-


ção, onde temos que organizar os termos semelhantes em cada
membro, realizando as operações indicadas. No caso das inequa-
ções, ao realizarmos uma multiplicação de seus elementos por
–1com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva, invertemos
o sinal representativo da desigualdade.

Exemplo 1 Sistema de Inequação do 1º Grau


4x + 12 > 2x – 2 Um sistema de inequação do 1º grau é formado por duas ou
4x – 2x > – 2 – 12 mais inequações, cada uma delas tem apenas uma variável sendo
2x > – 14 que essa deve ser a mesma em todas as outras inequações envol-
x > –14/2 vidas.
x>–7 Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º grau:

46
46
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Vamos achar a solução de cada inequação.
4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x≤-4:4
x≤-1

S1 = {x ϵ R | x ≤ - 1}

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:


x+1≤0
x≤-1

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.

S2 = { x ϵ R | x ≤ - 1}

Calculando agora o CONJUNTO SOLUÇÃO da inequação S = {x ϵ R / –7/3 < x < –1}


Temos:
S = S1 ∩ S2
Sistema do 1º grau
Um sistema de equação de 1º grau com duas incógnitas é for-
mado por: duas equações de 1º grau com duas incógnitas diferen-
tes em cada equação. Veja um exemplo:

Portanto:
• Resolução de sistemas
S = { x ϵ R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1] Existem dois métodos de resolução dos sistemas. Vejamos:

Inequação 2º grau • Método da substituição


Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que pode ser Consiste em escolher uma das duas equações, isolar uma das
escrita numa das seguintes formas: incógnitas e substituir na outra equação, veja como:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0 Dado o sistema , enumeramos as equações.
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c≤0
ax²+bx+c≠0

Exemplo
Vamos resolver a inequação3x² + 10x + 7 < 0.
Escolhemos a equação 1 (pelo valor da incógnita de x ser 1) e
Resolvendo Inequações isolamos x. Teremos: x = 20 – y e substituímos na equação 2.
Resolver uma inequação significa determinar os valores reais 3 (20 – y) + 4y = 72, com isso teremos apenas 1 incógnita. Re-
de x que satisfazem a inequação dada. solvendo:
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x que 60 – 3y + 4y = 72 → -3y + 4y = 72 -60 → y = 12
tornem a expressão 3x² + 10x +7negativa. Para descobrir o valor de x basta substituir 12 na equação x =
20 – y. Logo:
x = 20 – y → x = 20 – 12 →x = 8
Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12)

47
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Método da adição Substituindo a II e a III equação na I:
Esse método consiste em adicionar as duas equações de tal
forma que a soma de uma das incógnitas seja zero. Para que isso
aconteça será preciso que multipliquemos algumas vezes as duas
equações ou apenas uma equação por números inteiros para que a
soma de uma das incógnitas seja zero.

Dado o sistema Substituindo na equação II


x = 320 + 50 = 370
z=320+30=350
Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma das in- A equipe que mais arrecadou foi a amarela com 370kg
cógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira equação por
– 3. Resposta: E

(SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDADE – FCC) Em


um campeonato de futebol, as equipes recebem, em cada jogo, três
pontos por vitória, um ponto em caso de empate e nenhum ponto
se forem derrotadas. Após disputar 30 partidas, uma das equipes
desse campeonato havia perdido apenas dois jogos e acumulado 58
Teremos: pontos. O número de vitórias que essa equipe conquistou, nessas
30 partidas, é igual a
(A) 12
(B) 14
(C) 16
(D) 13
(E) 15
Adicionando as duas equações:
Resolução:
Vitórias: x
Empate: y
Derrotas: 2
Pelo método da adição temos:

Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma das duas


equações e substituir o valor de y encontrado:
x + y = 20 → x + 12 = 20 → x = 20 – 12 → x = 8
Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12).

Exemplos:
(SABESP – APRENDIZ – FCC) Em uma gincana entre as três equi-
pes de uma escola (amarela, vermelha e branca), foram arrecada-
dos 1 040 quilogramas de alimentos. A equipe amarela arrecadou
50 quilogramas a mais que a equipe vermelha e esta arrecadou 30
quilogramas a menos que a equipe branca. A quantidade de alimen- Resposta: E
tos arrecadada pela equipe vencedora foi, em quilogramas, igual a
(A) 310 Sistema do 2º grau
(B) 320 Utilizamos o mesmo princípio da resolução dos sistemas de
(C) 330 1º grau, por adição, substituições, etc. A diferença é que teremos
(D) 350 como solução um sistema de pares ordenados.
(E) 370
Sequência prática
Resolução: – Estabelecer o sistema de equações que traduzam o problema
Amarela: x para a linguagem matemática;
Vermelha: y – Resolver o sistema de equações;
Branca: z – Interpretar as raízes encontradas, verificando se são compatí-
x = y + 50 veis com os dados do problema.
y = z - 30
z = y + 30 Exemplos:
(CPTM - MÉDICO DO TRABALHO – MAKIYAMA) Sabe-se que o
produto da idade de Miguel pela idade de Lucas é 500. Miguel é 5
anos mais velho que Lucas.

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48
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Qual a soma das idades de Miguel e Lucas? -Complementar ou melhorar a visualização sobre aspectos des-
(A) 40. critos ou mostrados numericamente através de tabelas.
(B) 55. -Utilizar escalas adequadas.
(C) 65. -Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.
(D) 50.
(E) 45. Tipos de gráficos
Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.
Resolução: Barra vertical
Sendo Miguel M e Lucas L:
M.L = 500 (I)
M = L + 5 (II)
substituindo II em I, temos:
(L + 5).L = 500
L2 + 5L – 500 = 0, a = 1, b = 5 e c = - 500
∆ = b² - 4.a.c
∆ = 5² - 4.1.(-500)
∆ = 25 + 2000
∆ = 2025
x = (-b ± √∆)/2a
x’ = (-5 + 45) / 2.1 → x’ = 40/2 → x’ = 20
x’’ = (-5 - 45) / 2.1 → x’’ = -50/2 → x’’ = -25 (não serve)

Então L = 20
M.20 = 500 Barra horizontal
m = 500 : 20 = 25
M + L = 25 + 20 = 45
Resposta: E

(TJ- FAURGS) Se a soma de dois números é igual a 10 e o seu


produto é igual a 20, a soma de seus quadrados é igual a:
(A) 30
(B) 40
(C) 50
(D) 60
(E) 80

Resolução:

Histogramas

São gráfico de barra que mostram a frequência de uma variável


Eu quero saber a soma de seus quadrados x2 + y2 específica e um detalhe importante que são faixas de valores em x.
Vamos elevar o x + y ao quadrado:
(x + y)2 = (10)2
x2 + 2xy + y2 = 100 , como x . y=20 substituímos o valor :
x2 + 2.20 + y2 = 100
x2 + 40 + y2 = 100
x2 + y2 = 100 – 40
x2 + y2 = 60
Resposta: D

RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS: TABELAS E GRÁFICOS

Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre dois da-


dos relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre vão de-
pender do contexto, mas de uma maneira geral um bom gráfico
deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro o con-
texto, o conteúdo e a mensagem.

49
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço como numa pizza.

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito comum na representação de tendências e relacionamentos de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais fácil a compreensão de todos sobre um tema.

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visualização de dados e muitas vezes é através dela que vamos fazer os tipos de grá-
ficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:

Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

APARELHO QUANTIDADE
Televisão 3
Celular 4
Geladeira 1

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50
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

SISTEMAS DE MEDIDAS USUAIS

UNIDADES DE COMPRIMENTO
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medi-
das milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a unidade imedia-
tamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

UNIDADES DE ÁREA
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.

UNIDADES DE VOLUME
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³
1L=1dm³

UNIDADES DE CAPACIDADE
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Unidades de Capacidade
kg hg dag g g dg cg mg
Quilograma Hectograma Decagrama Grama Grama Decigrama Centigrama Miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,1g 0,01g 0,001

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo
A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).
É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades
Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo
Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou 30 minutos
para chegar em casa. Que horas ela chegou?

15h 35 minutos
1 minutos 25 segundos
30 minutos
--------------------------------------------------
15h 66 minutos 25 segundos

Não podemos ter 66 minutos, então temos que transferir para as horas, sempre que passamos de um para o outro tem que ser na
mesma unidade, temos que passar 1 hora=60 minutos
Então fica: 16h6 minutos 25segundos
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação inversa.

Subtração
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as 16h6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minutos. Quanto tempo
ficou fora?

11h 60 minutos
16h 6 minutos 25 segundos
-15h 35 min
--------------------------------------------------

Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da mesma forma que conta de subtração.
1hora=60 minutos

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52
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

15h 66 minutos 25 segundos


15h 35 minutos
--------------------------------------------------
0h 31 minutos 25 segundos

Multiplicação
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas demo-
Ângulo Raso:
rou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo?
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
2h 40 minutos
x2
----------------------------
4h 80 minutos OU
5h 20 minutos

Divisão Ângulo Reto:


5h 20 minutos : 2 - É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.

5h 20 minutos 2

1h 20 minutos 2h 40 minutos
80 minutos
0

1h 20 minutos, transformamos para minutos :60+20=80minu-


tos
Triângulo
NOÇÕES DE GEOMETRIA: FORMA, PERÍMETRO, ÁREA, VO- Elementos
LUME, ÂNGULO, TEOREMA DE PITÁGORAS Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que liga um
vértice ao ponto médio do lado oposto.
Ângulos Na figura, é uma mediana do ABC.
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas se- Um triângulo tem três medianas.
mirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome de la-
dos do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo intercepta o


lado oposto
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.
Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da bissetriz de
um ângulo do triângulo que liga um vértice a um ponto do lado
oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Altura de um triângulo é o segmento que liga um vértice a um Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.
ponto da reta suporte do lado oposto e é perpendicular a esse lado.

Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

Triângulo equilátero: três lados iguais.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular a


esse segmento pelo seu ponto médio.

Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo: tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do triângulo


que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo: tem um ângulo reto

Classificação

Quanto aos lados


Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso
Triângulo escaleno: três lados desiguais.

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54
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos
Num triângulo o comprimento de qualquer lado é menor que
a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao maior ângulo
opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes propriedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos. Diagonal de um polígono é um segmento cujas extremidades
são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
(iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são perpendiculares
entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos inter-
nos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas
Ângulos Internos
1- Trapézio: , onde B é a medida da base maior, b é a A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono con-
medida da base menor e h é medida da altura. vexo de n lados é (n-2).180
Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenientemente es-
2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é a colhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das medidas dos ângu-
medida da altura. los internos do polígono é igual à soma das medidas dos ângulos
internos dos n-2 triângulos.
3 - Retângulo: A = b.h

4 - Losango: , onde D é a medida da diagonal maior e d


é a medida da diagonal menor.

5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são chamados
lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vértices do
polígono.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Ângulos Externos 2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes proporcio-
nais e os ângulos compreendidos entre eles congruentes, então es-
ses dois triângulos são semelhantes.

A soma dos ângulos externos=360°


Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, então a
razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal é igual à ra-
zão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que são váli-
das as seguintes proporções:

3º Caso: LLL (lado - lado - lado)


Se dois triângulos têm os três lado correspondentes proporcio-
nais, então esses dois triângulos são semelhantes.

Exemplo

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.

Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os seus ân-
gulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas medidas, e os
lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança
1º Caso: AA(ângulo - ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vértices
correspondentes, então esses triângulos são congruentes.

Temos:

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
a: hipotenusa
b e c: catetos
h: altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipotenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes entre os
diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenusa


pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

Fórmulas Trigonométricas
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa pela
Relação Fundamental
altura relativa à hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cosseno de
um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das projeções dos


catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos


catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo plano.
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²
Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem também não
Dividindo os membros por c²
estar no mesmo plano. Nesse caso, são denominadas retas rever-
sas.

Retas Coplanares

a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Como

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado trian-


-Duas retas concorrentes podem ser:
gulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:
1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
2. Oblíquas: r e s não são perpendiculares.

57
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são coinci- Área
dentes. Área da base: Sb=πr²

Volume

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α, um pon-
to V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os segmen-
tos de reta que tem uma extremidade no ponto V e a outra num
ponto do círculo denomina-se cone circular.

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro O
contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião de to-
dos os segmentos paralelos a s, com extremidades no círculo e no
outro plano.

Classificação
-Reto: eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângulo em tor-
no de um de seus catetos. Por isso o cone reto é também chamado
de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é denomi-
nado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando as geratri-
zes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é equilá-
tero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.
g2 = h2 + r2

-Oblíquo: eixo não é perpendicular

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58
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Área Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião de todos
os segmentos paralelos a r, com extremidades no polígono R e no
plano β.

Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao número de
lados da base.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruentes e


paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos ligando-se
os vértices correspondentes das duas faces paralelas.

Classificação
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

PRISMA RETO PRISMA OBLÍQUO


Área e Volume

Área lateral: Sl = n. área de um triângulo

Onde n = quantidade de lados

Stotal = Sb + Sl

Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R contido Classificação pelo polígono da base
em α e uma reta r concorrente aos dois.
TRIANGULAR QUADRANGULAR

E assim por diante...

59
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Paralelepípedos Podemos localizar um ponto P em um plano α utilizando um
Os prismas cujas bases são paralelogramos denominam-se pa- sistema de eixos cartesianos.
ralelepípedos. - A é a abscissa do ponto P
- B é a ordenada do ponto P
PARALELEPÍPEDO RETO PARALELEPÍPEDO OBLÍQUO - P ϵ 1ºQuad

Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces quadra-


das.

Fonte: www.matematicadidatica.com.br

1º Quadrante: x>o e y>o


2º Quadrante: x<0 e y>0
3º Quadrante: x<0 e y<0
4º Quadrante: x>0 e y>0

Para representar o par ordenado P(x,y)


Vale a pena lembrar que o eixo x é chamado de abscissa e o
eixo y de ordenada.
Prisma Regular
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regulares, o
Exemplo: Um P(3,-1) está em qual quadrante?
prisma é dito regular.
x>0 e y<0 IV quadrante.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases são con-
gruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)
Distância entre Dois Pontos
Dados os pontos P(xp,yp) e Q(xq,yq), a distância dAB entre eles é
Área
uma função das coordenadas de P e Q:
Área cubo: St = 6a2

Área paralelepípedo: St = 2(ab + ac + bc)

A área de um prisma: St = 2Sb + St

Onde: St = área total


Sb = área da base
Sl = área lateral, soma-se todas as áreas das faces laterais.

Volume
Paralelepípedo: V = a . b . c
Cubo: V = a³

Demais: V = Sb . h

Estudo do Ponto

60
60
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Ponto Médio Os pontos somente estarão alinhados se o determinante da
matriz quadrada calculado pela regra de Sarrus for igual a 0.

Estudo da Reta
Cálculo do coeficiente angular
Consideremos a reta r que passa pelos pontos A(x1,y1) e B(x2,y2),
com x1 ≠ x2, e que forma com o eixo x um ângulo de medida a.

1º caso: 0° < a < 90°

Dados os pontos P(xp,yp) e Q(xq,yp), as coordenadas do ponto


M(xM, yM) médio entre A e B, serão dadas pelas semi-somas das co-
ordenadas de P e Q.

O ponto M terá as seguintes coordenadas:

Três pontos estão alinhados se, e somente se, pertencerem à


mesma reta. Sendo o triângulo ABC retângulo ( é reto), temos:

2º caso: 90° < a < 180°

Para verificarmos se os pontos estão alinhados, podemos uti-


lizar a construção gráfica determinando os pontos de acordo com
suas coordenadas posicionais. Outra forma de determinar o alinha-
mento dos pontos é através do cálculo do determinante pela regra
de Sarrus envolvendo a matriz das coordenadas.

Do triângulo retângulo ABC, vem:

Exemplo
Dados os pontos A (2, 5), B (3, 7) e C (5, 11), vamos determinar
se estão alinhados.

Portanto, para os dois casos, temos:

(14 + 25 + 33)–(35 + 22 + 15)


72 – 72 = 0

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Coeficiente angular A equação fundamental de r é dada por:
Coeficiente angular m de uma reta não - perpendicular ao eixo
é o valor da tangente do ângulo de inclinação dessa reta.

m = tan a
Equação Geral da Reta
Ax + by + c = 0

Equação Segmentária

O valor do coeficiente angular m varia em função de a.

0 < a < 90° → m > 0

Equação reduzida da reta


Vamos determinar a equação da reta r que passa por Q(0,q) e
tem coeficiente angular m = tan a:

y - q = m(x - 0)
y - q = mx
y = mx + q

a=0→m=0

Toda equação na forma y = mx + q é chamada equação reduzi-


da da reta, em que m é o coeficiente.

a = 90° → m Posições relativas de duas retas


Considere duas retas distintas do plano cartesiano:

Podemos classificá-las como paralelas ou concorrentes.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Retas paralelas
As retas r e s têm o mesmo coeficiente angular.
ar = as ↔ mr = ms

Como:

Assim, para r // s, temos: Então:

E, reciprocamente, se
Retas concorrentes
As retas r e s têm coeficientes angulares diferentes.

ar ≠ as ↔ mr ≠ ms
Logo,
Assim, para r e s concorrentes, temos:

Distância de ponto a reta


Considere uma reta r, de equação ax + by + c = 0, e um ponto
P( x0, y0 ) não pertencente a r. Pode-se demonstrar que a distância
entre P e r( dPr ) é dada por:

Retas perpendiculares
Duas retas, r e s, não - verticais são perpendiculares se, e so-
mente se, os seus coeficientes angulares são tais que

Ângulo entre duas retas


Conhecendo os coeficientes angulares mr e ms de duas retas, r
e s, não paralelas aos eixos , podemos determinar o ângu-
lo 0 agudo formado entre elas:
De fato:

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Portanto, (x - a)2 + (y - b)2 =r2 é a equação reduzida da circunfe-


rência e permite determinar os elementos essenciais para a cons-
trução da circunferência: as coordenadas do centro e o raio.
Se uma das retas for vertical, teremos: Observação: Quando o centro da circunfer6encia estiver na ori-
gem (C(0,0)), a equação da circunferência será x2 + y2 = r2.

Equação Geral
Desenvolvendo a equação reduzida, obtemos a equação geral
da circunferência:

Como exemplo, vamos determinar a equação geral da circunfe-


rência de centro C(2, -3) e raio r = 4.

A equação reduzida da circunferência é:


Circunferência: Equações da circunferência e Equação reduzida
Circunferência é o conjunto de todos os pontos de um plano ( x - 2 )2 +( y + 3 )2 = 16
equidistantes de um ponto fixo, desse mesmo plano, denominado
centro da circunferência: Desenvolvendo os quadrados dos binômios, temos:

Determinação do centro e do raio da circunferência, dada a


equação geral
Dada a equação geral de uma circunferência, utilizamos o pro-
cesso de fatoração de trinômio quadrado perfeito para transformá-
-la na equação reduzida e, assim, determinamos o centro e o raio
da circunferência.
Assim, sendo C(a, b) o centro e P(x, y) um ponto qualquer da Para tanto, a equação geral deve obedecer a duas condições:
circunferência, a distância de C a P(dCP) é o raio dessa circunferên- - Os coeficientes dos termos x2 e y2 devem ser iguais a 1;
cia. Então: - Não deve existir o termo xy.

Então, vamos determinar o centro e o raio da circunferência


cuja equação geral é x2 + y2 - 6x + 2y - 6 = 0.

Observando a equação, vemos que ela obedece às duas con-


dições.

Assim:

1º passo: agrupamos os termos em x e os termos em y e isola-


mos o termo independente
x2 - 6x + _ + y2 + 2y + _ = 6

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
2º passo: determinamos os termos que completam os quadra- 02. (IFNMG – Matemática - Gestão de Concursos) Uma linha
dos perfeitos nas variáveis x e y, somando a ambos os membros as de produção monta um equipamento em oito etapas bem defini-
parcelas correspondentes das, sendo que cada etapa gasta exatamente 5 minutos em sua
tarefa. O supervisor percebe, cinco horas e trinta e cinco minutos
depois do início do funcionamento, que a linha parou de funcionar.
Como a linha monta apenas um equipamento em cada processo de
oito etapas, podemos afirmar que o problema foi na etapa:
(A) 2
(B) 3
(C) 5
3º passo: fatoramos os trinômios quadrados perfeitos (D) 7
( x - 3 ) 2 + ( y + 1 ) 2 = 16
Resolução:
4º passo: obtida a equação reduzida, determinamos o centro Um equipamento leva 8.5 = 40 minutos para ser montado.
e o raio 5h30 = 60.5 + 30 = 330 minutos
330min : 40min = 8 equipamentos + 20 minutos (resto)
20min : 5min = 4 etapas
Como as alternativas não apresentam a etapa 4, provavelmen-
te, o problema ocorreu na etapa 3.
Resposta: B.

RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA

03. (EBSERH/HU-UFGD – Técnico em Informática – AOCP) Joa-


Os problemas matemáticos são resolvidos utilizando inúmeros na pretende dividir um determinado número de bombons entre
recursos matemáticos, destacando, entre todos, os princípios algé- seus 3 filhos. Sabendo que o número de bombons é maior que 24 e
bricos, os quais são divididos de acordo com o nível de dificuldade menor que 29, e que fazendo a divisão cada um dos seus 3 filhos re-
e abordagem dos conteúdos. A prática das questões é que faz com ceberá 9 bombons e sobrará 1 na caixa, quantos bombons ao todo
que se ganhe maior habilidade para resolver problemas dessa na- Joana possui?
tureza. (A) 24.
(B) 25.
Exemplos: (C) 26.
01. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista (D) 27.
Técnico Legislativo – Designer Gráfico – VUNESP) Em um condomí- (E) 28
nio, a caixa d’água do bloco A contém 10 000 litros a mais de água
do que a caixa d’água do bloco B. Foram transferidos 2 000 litros de Resolução:
água da caixa d’água do bloco A para a do bloco B, ficando o bloco Sabemos que 9 . 3 = 27 e que, para sobrar 1, devemos fazer 27
A com o dobro de água armazenada em relação ao bloco B. Após a + 1 = 28.
transferência, a diferença das reservas de água entre as caixas dos Resposta: E.
blocos A e B, em litros, vale
(A) 4 000. 04. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista
(B) 4 500. Técnico Legislativo – Designer Gráfico – VUNESP) Na biblioteca de
(C) 5 000. um instituto de física, para cada 2 livros de matemática, existem 3
(D) 5 500. de física. Se o total de livros dessas duas disciplinas na biblioteca é
(E) 6 000. igual a 1 095, o número de livros de física excede o número de livros
de matemática em
Resolução:
A = B + 10000( I ) (A) 219.
Transferidos: A – 2000 = 2.B , ou seja,A = 2.B + 2000( II ) (B) 405.
Substituindo a equação ( II ) na equação ( I ), temos: (C) 622.
2.B + 2000 = B + 10000 (D) 812.
2.B – B = 10000 – 2000 (E) 1 015.
B = 8000 litros (no início)
Assim, A = 8000 + 10000 = 18000 litros (no início) Resolução:
Portanto, após a transferência, fica:
A’ = 18000 – 2000 = 16000 litros 𝑀 2 , ou seja, 3.M = 2.F( I )
=
B’ = 8000 + 2000 = 10000 litros 𝐹 3
Por fim, a diferença é de : 16000 – 10000 = 6000 litros M + F = 1095 , ou seja, M = 1095 – F( II )
Resposta: E. Vamos substituir a equação ( II ) na equação ( I ):
3 . (1095 – F) = 2.F
3285 – 3.F = 2.F
5.F = 3285

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
F = 3285 / 5 O mais importante é praticar o máximo de questões que envol-
F = 657 (física) vam os conteúdos:
Assim: M = 1095 - 657 = 438 (matemática) - Lógica sequencial
A diferença é: 657 – 438 = 219 - Calendários
Resposta: A.
RACIOCÍNIO VERBAL
05. (CEFET – Auxiliar em Administração – CESGRANRIO) Caio Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
é 15 cm mais alto do que Pedro. Pedro é 6 cm mais baixo que João. conclusões lógicas.
João é 7 cm mais alto do que Felipe. Qual é, em cm, a diferença Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-
entre as alturas de Caio e de Felipe? bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
(A) 1 vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
(B) 2 gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
(C) 9 conhecimento por meio da linguagem.
(D) 14 Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
(E) 16 trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
ções, selecionando uma das possíveis respostas:
Resolução: A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-
Caio = Pedro + 15cm formações ou opiniões contidas no trecho)
Pedro = João – 6cm B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-
João = Felipe + 7cm, ou seja:Felipe = João – 7 formações ou opiniões contidas no trecho)
Caio – Felipe = ? C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
Pedro + 15 – (João – 7) = verdadeira ou falsa sem mais informações)
João – 6 + 15 – João + 7 = 16
Resposta: E. ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições.
Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
ESTRUTURA LÓGICA DAS RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos.
PESSOAS, LUGARES, COISAS, EVENTOS FICTÍCIOS; DE- Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
DUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FOR-
NECIDAS E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES USADAS PARA Elas podem ser:
ESTABELECER A ESTRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES. IDEN- • Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
TIFICAÇÃO DE REGULARIDADES DE UMA SEQUÊNCIA, co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
NUMÉRICA OU FIGURAL, DE MODO A INDICAR QUAL É O não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
ELEMENTO DE UMA DADA POSIÇÃO. ESTRUTURAS LÓ- - Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
GICAS, LÓGICAS DE ARGUMENTAÇÃO, DIAGRAMAS – Fez Sol ontem?
LÓGICOS, SEQUÊNCIAS - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
televisão.
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble- bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife- do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte • Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
consiste nos seguintes conteúdos: valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
- Operação com conjuntos. rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé- Proposições simples e compostas
tricos e matriciais. • Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
- Geometria básica. nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
- Álgebra básica e sistemas lineares. proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
- Calendários. p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
- Numeração.
- Razões Especiais. • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
- Análise Combinatória e Probabilidade. cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
- Progressões Aritmética e Geométrica. simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO
Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
Argumentação. por duas proposições simples.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL Proposições Compostas – Conectivos


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem As proposições compostas são formadas por proposições sim-
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação ples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo. podemos vê na tabela a seguir:

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Assinale a alternativa que apresenta exemplos de conjunção, • Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade
negação e implicação, respectivamente. (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q composta que não é tautologia e nem contradição.
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p Exemplos:
(D) p v p, p -> q, ¬ q 4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
(E) p v q, ¬ q, p v q objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto
à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Resolução: Q: Cometeu o crime B.
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- regime fechado.
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
da pelo símbolo (→). qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Resposta: B. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
que se segue.
Tabela Verdade A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi- dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a falsas.
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen- ( ) Certo
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com- ( ) Errado
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
Resolução:
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú- Considerando P e Q como V.
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se- (V→V) ↔ ((F)→(F))
guinte teorema: (V) ↔ (V) = V
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro- Considerando P e Q como F
posições simples componentes contém 2n linhas.” (F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Exemplo: Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim- Resposta: Certo.
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro-
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a: Equivalência
(A) 2; Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quan-
(B) 4; do mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
(C) 8; mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
(D) 16; Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
(E) 32. GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima,
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade
(última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver-


dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da
Tautologia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição,
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ... Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é
rico, ou Maria é pobre” é:

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo por
“e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão 5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não dis-
o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argu- se o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
mentos lógicos, tiverem valores verdadeiros. Temos então sua tabela verdade:

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente.
(Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando


a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Conectivo “ou” (v) Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa). condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
verdade:

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das
proposições é verdadeira, podendo ser ambas. Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as pro-
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das posições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
proposições poderá ser verdadeira
ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi- tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
vo”(considera apenas um dos casos) quer questão referente ao assunto.

Exemplo: Ordem de precedência dos conectivos:


R: Paulo é professor ou administrador O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos
S: Maria é jovem ou idosa ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate-
mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das
proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeiro
Em resumo:
Conectivo “Se... então” (→)
Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)

73
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que pode ou não existir entre duas proposições.
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res-
pectivamente. Exemplo:
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- Observe:
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- - Toda proposição implica uma Tautologia:
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos: - Somente uma contradição implica uma contradição:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo- Propriedades
sição ~P ∧ P é: • Reflexiva:
(A) uma tautologia. – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência. • Transitiva:
(E) uma disjunção. – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
Resolução: P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
Montando a tabela teremos que: – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R

P ~p ~p ^p Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
V F F de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
V F F tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.
F V F
F V F Regras de Inferência obtidas da implicação lógica

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante


de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Silogismo Disjuntivo Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético

Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
• Modus Ponens p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
• Modus Tollens te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.

Vejamos algumas formas:


- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
Tautologias e Implicação Lógica categórica em afirmativa ou negativa.
• Teorema – Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...) uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

Observe que: • Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das Teremos duas possibilidades.
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no • Negação das Proposições Categóricas
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam- Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de seguintes convenções de equivalência:
“Todo B é A”. – Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular.
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B” – Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum categórica particular geramos uma proposição categórica universal.
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes- – Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
mo que dizer “nenhum B é A”. sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia- negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
grama (A ∩ B = ø): uma proposição de natureza afirmativa.

Em síntese:

• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”


Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
dos.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo pardo.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”.
Resolução:
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
representações possíveis:
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C

Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
que Algum B não é A. (A) Todos os não psicólogos são professores.
(B) Nenhum professor é psicólogo.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(C) Nenhum psicólogo é professor. Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor. negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo. Resposta: D

Resolução: Diagramas lógicos


Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega- Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra- mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
menos um professor não é psicólogo. dem ser formadas por proposições categóricas.
Resposta: E
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
• Equivalência entre as proposições conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões. Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto


A, então pertence também a B.

Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”? NENHUM
(A) Todo número natural é menor do que cinco. E
AéB
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
Existe pelo menos um elemento que
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
pertence a A, então não pertence a B, e
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.
vice-versa.
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.
Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das se-
ALGUM guintes formas:
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
- Algum teatro é casa de cultura

ALGUM
O
A NÃO é B Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
Perceba-se que, nesta sentença, a aten- menos um dos cinemas é considerado teatro.
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
(A) existem cinemas que não são teatros. mo princípio acima.
(B) existe teatro que não é casa de cultura. (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
(D) existe casa de cultura que não é cinema. afirma isso
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

- Existem teatros que não são cinemas

Resposta: E

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Exemplo: Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
P1: Todos os cientistas são loucos. lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
P2: Martiniano é louco. de uma total dissociação entre os dois conjuntos.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
Exemplo: “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
O silogismo... comum.
P1: Todos os homens são pássaros. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
P2: Nenhum pássaro é animal. vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-


TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-


do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé- NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
essa frase da seguinte maneira:
Argumentos Inválidos
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu-
são.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam de
chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo artifício,
que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.

Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argumen-
to é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, AL-
GUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.

- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposições simples?


A resposta também é não! Portanto, descartamos também o 2º método.
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposição simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos seguir
adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta também
é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo 3º e pelo 4º métodos.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução pelo 3º Método A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão utilizando isso temos:
verdadeira. Teremos: O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa! estava estudando. // B → ~E
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, Iniciando temos:
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am- = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores tem que ser F.
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
argumento é ou NÃO VÁLIDO. vai ao cinema tem que ser V.
2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
Resolução pelo 4º Método = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- sai de casa tem que ser F.
mos: 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
deiro! ser V ou F.
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
verdadeiras! Teremos:
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
r é verdadeiro. Resposta: Errado
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que bruxa.
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
Exemplos: (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
seguintes proposições sejam verdadeiras. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Resolução:
• Quando Fernando está estudando, não chove. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é
• Durante a noite, faz frio. bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão
o valor lógico (V), então:
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o (4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)
item subsecutivo. →V
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
( ) Certo (F) → V
( ) Errado (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F)
→V
Resolução: (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: Logo:
A = Chove Temos que:
B = Maria vai ao cinema Esmeralda não é fada(V)
C = Cláudio fica em casa Bongrado não é elfo (V)
D = Faz frio Monarca não é um centauro (V)
E = Fernando está estudando Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verda-
F = É noite deiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) que contém esse valor lógico é:
Lembramos a tabela verdade da condicional: Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elemen-
tos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Veja-
mos o passo a passo:

82
82
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N

83
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).

84
84
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está − Luiz não viajou para Fortaleza.
resolvido:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS Luiz N N N
Carlos Engenheiro Patrícia Arnaldo N N
Luís Médico Maria Mariana N N S N
Paulo Advogado Lúcia Paulo N N
Exemplo: Agora, completando o restante:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
TRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
todos para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curi-
tiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram,
sabe-se que: Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; Luiz N S N N
− Mariana viajou para Curitiba;
Arnaldo S N N N
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza. Mariana N N S N
Paulo N N N S
É correto concluir que, em janeiro,
(A) Paulo viajou para Fortaleza. Resposta: B
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia. Quantificador
(D) Mariana viajou para Salvador. É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
(E) Luiz viajou para Curitiba. tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.
Resolução:
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA

Tipos de quantificadores
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N • Quantificador universal (∀)
Arnaldo N O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:

Mariana
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;

Exemplo:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Todo homem é mortal.
Luiz N N A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
Arnaldo N N mortal.
Na representação do diagrama lógico, seria:
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
Arnaldo N N
ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Mariana N N S N mem.
Paulo N N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
2ª) Se José é homem, então José é mortal.

A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.


A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B).

85
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão Resolução:
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional. A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
Aplicando temos: sões:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for- – Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x – Se é cavalo, então é um animal.
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira? Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador, de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul- de conclusão).
gar, logo, é uma proposição lógica. Resposta: B

• Quantificador existencial (∃) (CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas: ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
Exemplo: os valores de x devem satisfazer a propriedade.
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
é: cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃ reto.
(x)) (A (x) ∧ B). Resposta: CERTO

Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈ Sequências
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x As sequências podem ser formadas por números, letras, pes-
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença soas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma se-
será verdadeira? quência, o importante é que existem pelo menos três elementos
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos necessitam de mais elementos para definir sua lógica1. Um bom co-
julgar, logo, é uma proposição lógica. nhecimento em Progressões Algébricas (PA) e Geométricas (PG),
fazem com que deduzir as sequências se tornem simples e sem
ATENÇÃO: complicações. E o mais importante é estar atento a vários detalhes
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B” que elas possam oferecer. Exemplos:
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. número.

Forma simbólica dos quantificadores


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).

Exemplos:
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo.
(D) Nenhum animal é cavalo.
1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-nu-
meros-com-figuras-de-palavras/
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86
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Progressão Geométrica: Multiplica-se constantemente um mesmo número.

Sequência de Figuras: Esse tipo de sequência pode seguir o mesmo padrão visto na sequência de pessoas ou simplesmente sofrer
rotações, como nos exemplos a seguir. Exemplos:

Exemplos:
Analise a sequência a seguir:

Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a 277ª
posição dessa sequência é:

Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277 ocu-
pa, então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.
Resposta: B

(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.

Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:

Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548

87
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era de 5%. Se,
para roda voltar à posição inicial) exatamente às 9 horas de um determinado dia, as luzes das 3 caixas
1548 / 48 = vai ter o resto “12”. acenderam ao mesmo tempo, então é verdade que o número má-
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na ximo de premiações de 5% de desconto que esse mercado poderia
posição dos 12 segundos. ter dado aos seus clientes, das 9 horas às 21 horas e 30 minutos
Resposta: B daquele dia, seria igual a
(A) 8.
(B) 10.
(C) 21.
QUESTÕES (D) 27.
(E) 33.

1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL 6. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – AGENTE ADMINISTRATIVO –


SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 can- MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C. na matemáti-
didatos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio. ca significa Mínimo Múltiplo Comum e que M.D.C. significa Máximo
Sabe-se que: Divisor Comum, pergunta-se: qual o valor do M.M.C. de 6 e 8 dividi-
• dentre os candidatos, 82 são homens; do pelo M.D.C. de 30, 36 e 72?
• o número de candidatos homens de nível superior é igual ao (A) 8
de mulheres de nível médio; (B) 6
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres. (C) 4
O número de candidatos homens de nível médio é (D) 2
(A) 42.
(B) 45. 7. (IPRESB/SP – AGENTE PREVIDENCIÁRIO – VUNESP/2017)
(C) 48. A tabela, onde alguns valores estão substituídos por letras, mostra
(D) 50. os valores, em milhares de reais, que eram devidos por uma empre-
(E) 52. sa a cada um dos três fornecedores relacionados, e os respectivos
valores que foram pagos a cada um deles.
2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e José FORNECEDOR A B C
foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o competidor que
obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam incrementados VALOR PAGO 22,5 X 37,5
6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria VALOR DEVIDO Y 40 z
Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni
fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a colo- Sabe-se que os valores pagos foram diretamente proporcionais
cação, é correto afirmar que o vencedor foi: a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nessas condições, é cor-
(A) José reto afirmar que o valor total devido a esses três fornecedores era,
(B) Isabella antes dos pagamentos efetuados, igual a
(C) Maria Eduarda (A) R$ 90.000,00.
(D) Raoni (B) R$ 96.500,00.
(C) R$ 108.000,00.
3. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS- (D) R$ 112.500,00.
CONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: (E) R$ 120.000,00.
(A) 0,2222...
(B) 0,6666... 8. (CRM/MG – TÉCNICO EM INFORMÁTICA- FUNDEP/2017)
(C) 0,1616... Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom Preço:
(D) 0,8888... Aproveite a Promoção!
Forno Micro-ondas
4. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2017) De R$ 720,00
Se, numa divisão, o divisor e o quociente são iguais, e o resto é 10, Por apenas R$ 504,00
sendo esse resto o maior possível, então o dividendo é
(A) 131. Nessa oferta, o desconto é de:
(B) 121. (A) 70%.
(C) 120. (B) 50%.
(D) 110. (C) 30%.
(E) 101. (D) 10%.
5. (TJM/SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU- 9. (CRMV/SC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IESES/2017)
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu fazer uma Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produzem 600 peças. De-
promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas registradoras foi pro- termine quantas peças serão produzidas por sete operários traba-
gramada para acender uma luz, em intervalos de tempo regulares: lhando por 8 dias:
na caixa 1, a luz acendia a cada 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 (A) 1120 peças
minutos; e na caixa 3, a luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que (B)952 peças
a luz de uma caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado (C) 875 peças
com um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quando as 3 (D) 1250 peças

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
10. (PREF. DE NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO – FGV/2015) 14. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VUNESP/2017)
Os 12 funcionários de uma repartição da prefeitura foram submeti- Uma professora elaborou um gráfico de setores para representar
dos a um teste de avaliação de conhecimentos de computação e a a distribuição, em porcentagem, dos cinco conceitos nos quais fo-
pontuação deles, em uma escala de 0 a 100, está no quadro abaixo. ram agrupadas as notas obtidas pelos alunos de uma determinada
classe em uma prova de matemática. Observe que, nesse gráfico, as
50 55 55 55 55 60 porcentagens referentes a cada conceito foram substituídas por x
62 63 65 90 90 100 ou por múltiplos e submúltiplos de x.

O número de funcionários com pontuação acima da média é:


(A) 3;
(B) 4;
(C) 5;
(D) 6;
(E) 7.

11. (DPE/PR – CONTADOR – INAZ DO PARÁ/2017) Em 15 de


junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu imposto de
renda. Como estava tranquilo financeiramente, resolveu realizar
uma aplicação financeira para retirada em 15/12/20xx, período
que vai realizar as compras de natal. A uma taxa de juros de 3%
a.m., qual é o montante do capital, sabendo-se que a capitalização Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida do ângulo
é mensal: interno correspondente ao setor circular que representa o conceito
(A) R$ 2.985,13 BOM é igual a
(B) R$ 2.898,19 (A) 144º.
(C) R$ 3.074,68 (B) 135º.
(D) R$ 2.537,36 (C) 126º
(E) R$ 2.575,00 (D) 117º
(E) 108º.
12. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – PROFESSOR –
PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raízes iguais a x1 e 15. (TCE/PR – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CESPE/2016)
x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
(A) 1/2 .
(B) 3.
(C) 3/2 .
(D) 12.
(E) 28.

13. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VUNESP/2017)


O gráfico mostra o número de carros vendidos por uma concessio-
nária nos cinco dias subsequentes à veiculação de um anúncio pro-
mocional.

Tendo como referência o gráfico precedente, que mostra os va-


lores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação de receitas e aos
gastos com despesas do estado do Paraná nos doze meses do ano
O número médio de carros vendidos por dia nesse período foi de 2015, assinale a opção correta.
igual a (A) No ano considerado, o segundo trimestre caracterizou-se
(A) 10. por uma queda contínua na arrecadação de receitas, situação
(B) 9. que se repetiu no trimestre seguinte.
(C) 8. (B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um período de
(D) 7. queda simultânea dos gastos com despesas e da arrecadação
(E) 6. de receitas e dois períodos de aumento simultâneo de gastos
e de arrecadação.

89
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram registrados tanto 20. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VUNESP/2017)
o maior gasto com despesas quanto a maior arrecadação de De um reservatório com formato de paralelepípedo reto retângulo,
receitas. totalmente cheio, foram retirados 3 m³ de água. Após a retirada, o
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os únicos nível da água restante no reservatório ficou com altura igual a 1 m,
meses em que a arrecadação de receitas foi ultrapassada por conforme mostra a figura.
gastos com despesas.
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor gasto
mensal com despesas foram verificados, respectivamente, no
primeiro e no segundo semestre do ano de 2015.

16. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-


FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km em
1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em 1h20min.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com a época
em que era jovem, Arquimedes precisa de mais:
(A) 10 minutos;
(B) 7 minutos; Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura total do
(C) 5 minutos; reservatório, indicada por h na figura, é, em metros, igual a
(D) 3 minutos; (A) 1,8.
(E) 2 minutos. (B) 1,75.
(C) 1,7.
17. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO- (D) 1,65.
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um horário de (E) 1,6.
trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem trânsito intenso,
Lucas foi de carro para o trabalho a uma velocidade média 20km/h
maior do que no dia de trânsito intenso e gastou 48min. GABARITO
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é:
(A) 36;
(B) 40; 1. Resposta: B.
(C) 48; 150-82=68 mulheres
(D) 50; Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são de
(E) 60. nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
18. (EMDEC - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR – IBFC/2016) 82-37=45 homens de nível médio.
Carlos almoçou em certo dia no horário das 12:45 às 13:12. O total
de segundos que representa o tempo que Carlos almoçou nesse dia 2. Resposta: D.
é: Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vencedor.
(A) 1840
(B) 1620 3. Resposta: B.
(C) 1780 Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
(D) 2120 X=0,4444....
10x=4,444...
19. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI- 9x=4
SOR – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular resolveu
cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de madeira. Colocou uma
estaca em cada um dos quatro cantos do terreno e as demais igual-
mente espaçadas, de 3 em 3 metros, ao longo dos quatro lados do
terreno.
O número de estacas em cada um dos lados maiores do terre-
no, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do número de estacas
em cada um dos lados menores, também incluindo os dois dos can-
tos. 4. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número 11 que
A área do terreno em metros quadrados é: é igua o quociente.
(A) 240; 11x11=121+10=131
(B) 256;
(C) 324; 5. Resposta: D.
(D) 330; 15,30,45 2
(E) 372.
15,15,45 3
5,5,15 3
5,5,5 5
1,1,1

90
90
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Mmc(15, 30, 45)=90 minutos 9. Resposta: A
Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos ↑ DIAS ↑ OPERÁRIOS PEÇAS ↑
6 ----- 5 ----- 600
8 ----- 7 ----- X

9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

6. Resposta: C.
30x=33600
6,8 2 X=1120
3,4 2 10. Resposta: A
3,2 2
3,1 3
1,1
M=66,67
Mmc(6,8)=24 Apenas 3 funcionários estão acima da média.

30 2 36 2 72 2 11. Resposta: A
D junho a dezembro: 6 meses
15 3 18 2 36 2
M=C(1+i)t
5 5 9 3 18 2 M=2500(1+0,03)6
1 3 3 9 3 M=2500.1,194=2985
1 3 3 12. Resposta: C.
1 ∆=(-28)²-4.8.12
∆=784-384
Mdc(30, 36, 72) =2x3=6 ∆=400
Portanto: 24/6=4

7. Resposta: E

Y=90/3=30

X=120/4=30 13. Resposta: C.

Z=150/3=50
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000 14. Resposta: A.

8. Resposta: C. X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de 30%.


OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não errar con-
forme a pergunta feita.

91
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
15. Resposta: B. 20. Resposta: E
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os dois V=2,5.2.1=5m³
primeiros meses de receita diminuem e os dois meses seguintes Como foi retirado 3m³
aumentam, o mesmo acontece com a despesa. 5+3=2,5.2.h
8=5h
H=1,6m

ANOTAÇÕES
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
16. Resposta: D.
1h45min=60+45=105 minutos ______________________________________________________
15km-------105
1--------------x ______________________________________________________
X=7 minutos
1h20min=60+20=80min ______________________________________________________
8km----80 ______________________________________________________
1-------x
X=10minutos ______________________________________________________
A diferença é de 3 minutos
______________________________________________________
17. Resposta: B.
V------80min ______________________________________________________
V+20----48
______________________________________________________
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversamente)
_____________________________________________________

_____________________________________________________
80v=48V+960
32V=960 ______________________________________________________
V=30km/h
30km----60 min ______________________________________________________
x-----------80
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
60x=2400
X=40km ______________________________________________________

18 Resposta: B. ______________________________________________________
12:45 até 13:12 são 27 minutos ______________________________________________________
27x60=1620 segundos
______________________________________________________
19. Resposta: C
Número de estacas: x ______________________________________________________
X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contando duas ve-
zes o canto ______________________________________________________
6x=30
X=5 ______________________________________________________

______________________________________________________
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas a cada 3m
4 espaços de 3m=12m ______________________________________________________
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m ______________________________________________________
A=12⋅27=324 m²
______________________________________________________

92
92
Atualidades

O mundo da informação está cada vez mais virtual e tecnoló-


QUESTÕES RELACIONADAS A FATOS POLÍTICOS, ECONÔ- gico, as sociedades se informam pela internet e as compartilham
MICOS, SOCIAIS, CULTURAIS, CIENTÍFICOS, AMBIENTAIS, em velocidades incalculáveis. Pensando nisso, a editora prepara
DE ÂMBITO NACIONAL E INTERNACIONAL, OCORRIDOS mensalmente o material de atualidades de mais diversos campos
A PARTIR DO SEGUNDO SEMESTRE DO ANO DE 2021, DI- do conhecimento (tecnologia, Brasil, política, ética, meio ambiente,
VULGADOS NA MÍDIA NACIONAL. jurisdição etc.) na “área do cliente”.
Lá, o concurseiro encontrará um material completo com ilus-
trações e imagens, notícias de fontes verificadas e confiáveis, tudo
A importância do estudo de atualidades preparado com muito carinho para seu melhor aproveitamento.
Dentre todas as disciplinas com as quais concurseiros e estu- Com o material disponibilizado online, você poderá conferir e che-
dantes de todo o país se preocupam, a de atualidades tem se tor- car os fatos e fontes de imediato através dos veículos de comunica-
nado cada vez mais relevante. Quando pensamos em matemática, ção virtuais, tornando a ponte entre o estudo desta disciplina tão
língua portuguesa, biologia, entre outras disciplinas, inevitavelmen- fluida e a veracidade das informações um caminho certeiro.
te as colocamos em um patamar mais elevado que outras que nos
parecem menos importantes, pois de algum modo nos é ensinado a
hierarquizar a relevância de certos conhecimentos desde os tempos ANOTAÇÕES
de escola.
No, entanto, atualidades é o único tema que insere o indivíduo
no estudo do momento presente, seus acontecimentos, eventos ______________________________________________________
e transformações. O conhecimento do mundo em que se vive de
modo algum deve ser visto como irrelevante no estudo para concur- ______________________________________________________
sos, pois permite que o indivíduo vá além do conhecimento técnico
______________________________________________________
e explore novas perspectivas quanto à conhecimento de mundo.
Em sua grande maioria, as questões de atualidades em con- ______________________________________________________
cursos são sobre fatos e acontecimentos de interesse público, mas
podem também apresentar conhecimentos específicos do meio po- ______________________________________________________
lítico, social ou econômico, sejam eles sobre música, arte, política,
economia, figuras públicas, leis etc. Seja qual for a área, as questões ______________________________________________________
de atualidades auxiliam as bancas a peneirarem os candidatos e se-
lecionarem os melhores preparados não apenas de modo técnico. ______________________________________________________
Sendo assim, estudar atualidades é o ato de se manter cons-
______________________________________________________
tantemente informado. Os temas de atualidades em concursos são
sempre relevantes. É certo que nem todas as notícias que você vê ______________________________________________________
na televisão ou ouve no rádio aparecem nas questões, manter-se
informado, porém, sobre as principais notícias de relevância nacio- ______________________________________________________
nal e internacional em pauta é o caminho, pois são debates de ex-
trema recorrência na mídia. ______________________________________________________
O grande desafio, nos tempos atuais, é separar o joio do trigo.
Com o grande fluxo de informações que recebemos diariamente, é ______________________________________________________
preciso filtrar com sabedoria o que de fato se está consumindo. Por
diversas vezes, os meios de comunicação (TV, internet, rádio etc.) ______________________________________________________
adaptam o formato jornalístico ou informacional para transmitirem
______________________________________________________
outros tipos de informação, como fofocas, vidas de celebridades,
futebol, acontecimentos de novelas, que não devem de modo al- ______________________________________________________
gum serem inseridos como parte do estudo de atualidades. Os in-
teresses pessoais em assuntos deste cunho não são condenáveis de ______________________________________________________
modo algum, mas são triviais quanto ao estudo.
Ainda assim, mesmo que tentemos nos manter atualizados ______________________________________________________
através de revistas e telejornais, o fluxo interminável e ininterrupto
de informações veiculados impede que saibamos de fato como es- ______________________________________________________
tudar. Apostilas e livros de concursos impressos também se tornam
______________________________________________________
rapidamente desatualizados e obsoletos, pois atualidades é uma
disciplina que se renova a cada instante. ______________________________________________________

93
ATUALIDADES
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94
94
Noções de Informática

MS-WINDOWS 7: CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, ÁREA DE TRABALHO, ÁREA DE TRANS-
FERÊNCIA, MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS MENUS, PROGRAMAS E APLICATIVOS, INTERAÇÃO COM
O CONJUNTO DE APLICATIVOS MS-OFFICE 2016

O Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais populares desenvolvido pela Microsoft1.


Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos do
Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável.
Algumas características não mudam, inclusive porque os elementos que constroem a interface são os mesmos.

Edições do Windows 7
– Windows 7 Starter;
– Windows 7 Home Premium;
– Windows 7 Professional;
– Windows 7 Ultimate.

Área de Trabalho

Área de Trabalho do Windows 7.2

A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Windows
7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma área de
trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudanças significativas.

1 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/AulaDemo-4147.pdf
2 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2012/05/como-ocultar-lixeira-da-area-de-trabalho-do-windows.html

95
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de tarefas
– Avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão) ati-
vo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas
ou entre programas.

Alternar entre janelas.3

– A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de inicialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio.
– É organizada, consolidando os botões quando há muitos acumulados, ou seja, são agrupados automaticamente em um único botão.
– Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de ta-
refas.

Pré-visualização de janela.4

Botão Iniciar

Botão Iniciar5

O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus que,
por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser acionado, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.
3 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d
4 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar-do-windows-7.html
5 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-windows-vista-acaba-em-11-de-abril

96
96
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Menu Iniciar.6

Desligando o computador
O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador, Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, Sus-
pender ou Hibernar.

Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode excluir.
Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.

Windows Explorer
No computador, para que tudo fique organizado, existe o Windows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Windows
e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na barra de tarefas.
Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organizada
do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, copiá-las e até mesmo apagá-las.

6 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.ghtml

97
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e movê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e tam-
bém renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponibiliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados gravados.

Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por padrão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus arquivos
e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca para que
você organize da forma como desejar.

Bibliotecas no Windows 7.8

Aplicativos de Windows 7
O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferramen-
tas para melhorar o desempenho do computador, calculadora e etc.
A pasta Acessórios é acessível dando-se um clique no botão Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas e no
submenu, que aparece, escolha Acessórios.

Bloco de Notas
Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utilizado
normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo sistema da sua máquina.

7 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-explorer-clover-2.html
8 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-windows-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm

98
98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arquivos
com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente no formato ASCII (somente texto).

Bloco de Notas.

WordPad
Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter imagens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se comparado
com o Word. A extensão padrão gerada pelo WordPad é a RTF. Por meio do programa WordPad podemos salvar um arquivo com a exten-
são DOC entre outras.

WordPad.9

9 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpad-a-new-life

99
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Paint
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG
ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Paint.10

• Calculadora
Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e estatística.

10 Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2017/03/microsoft-paint-todas-versoes-do-famoso-editor-de-fotos-do-windows.html

100
100
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Painel de Controle
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas administrativas com finalidades especiais que podem ser usadas para confi-
gurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel de Controle inclui itens padrão que podem ser usados para tarefas comuns
(por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo usuário também podem
inserir ícones no Painel de controle.

Painel de Controle.11

Novidades do Windows 7
Ajustar: o recurso Ajustar permite o redimensionamento rápido e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as bordas
pré-definidas e o sistema a ajustará às grades.
Aero Peek: exclusivo das versões Home Premium, Professional e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as janelas que
ficam ocultadas pela janela principal.
Nova Barra de Tarefas: o usuário pode ter uma prévia do que está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item minimizado.
Alternância de Tarefas: a barra de alternância de tarefas do Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação de
ícones em determinado local, a reorganização de ícones para facilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria barra.
Gadgets: diferentemente do Windows Vista, que prendia as gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o usuário
redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não dependendo de grades determinadas.
Windows Media Center: o novo Windows Media Center tem compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do suporte a
TVs on-line de várias qualidades, incluindo HD. Também conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas locais, o TurboScroll.
Windows Backup: além do já conhecido Ponto de Restauração, o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite a
restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os programas e configurações.
Windows Touch: uma das inovações mais esperadas do novo OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do toque na
tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de janelas e a interação com aplicativos.
Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas virtuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e mais
simples de ser configurado e usado.
Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração de
perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes variados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele ficou com
realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento de screens atualizadas.

11 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/06/como-mudar-o-idioma-do-windows-7.html
101
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários
MS-WORD 2016: ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS, usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.
EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS, CABEÇALHOS, PARÁ-
GRAFOS, FONTES, COLUNAS, MARCADORES SIMBÓLICOS
E NUMÉRICOS, TABELAS, IMPRESSÃO, CONTROLE DE QUE-
BRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, LEGENDAS, ÍNDICES,
INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CAI-
XAS DE TEXTO

Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e


novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe docu-
mentos de maneira fácil e prática12.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo
tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de do-
cumentos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar
um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pou-
quíssimas novidades, seguiu as tendências atuais da computação,
permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo inte- Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no Sha-
gração direta com vários outros serviços da web, como Facebook, rePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou
Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros. Word On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no
documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, cli-
Novidades no Word 2016 que em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por
– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em
realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho
a caixa Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um ter- em tempo real.
mo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que
procurar.

– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da


Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre
qualquer palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função
Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela
do programa e lista todas as entradas na internet relacionadas com
a palavra digitada.

12 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf

102
102
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o dedo
ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhecer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento
e para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no
OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.
– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout13.

Interface Gráfica

Guia de Início Rápido.14

13 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.


14 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf

103
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 201615.

Área de trabalho do Word 2016.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).

15 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.

104
104
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.

– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferên-
cia.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferên-
cia para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela fica-
rá toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

105
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente esti-
ver sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

106
106
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados
diferentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em
tabela e vice-versa.

107
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.

108
108
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS-EXCEL 2016: ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS, CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS, COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS,
ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS, USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO, INSERÇÃO DE OBJETOS,
CAMPOS PREDEFINIDOS, CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, OBTENÇÃO DE DADOS EXTERNOS, CLASSI-
FICAÇÃO DE DADOS

O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manutenção de Planilhas Eletrônicas.


A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação as
versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel 2003). O
Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e 2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já estamos acostumados, além de implementar alguns novos, como16:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histograma, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões anteriores
era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map disponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus dados.

Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais fácil
e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.

Tela Inicial do Excel 2016.

16 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/

109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas17.

As cinco principais funções do Excel são18:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.


17 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf
18 http://www.prolinfo.com.br

110
110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.

Linhas e colunas.

Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao
MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Criando uma fórmula
Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

113
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde que
atenda a uma condição especificada:

Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter texto
neste intervalo.

Exemplo:
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gênero. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.

Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solicitado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e o
critério para ser verificado.

Sintaxe
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai analisar o critério.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no intervalo a ser analisado.

Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos contar a quantidade de homens e mulheres.
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE (B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.

115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS-POWERPOINT 2016: ESTRUTURA BÁSICA DAS APRESENTAÇÕES, CONCEITOS DE SLIDES, ANOTAÇÕES, RÉGUA, GUIAS,
CABEÇALHOS E RODAPÉS, NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE APRESENTAÇÕES, INSERÇÃO DE OBJETOS, NUMERAÇÃO
DE PÁGINAS, BOTÕES DE AÇÃO, ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES

O aplicativo Power Point 2016 é um programa para apresentações eletrônicas de slides. Nele encontramos os mais diversos tipos de
formatações e configurações que podemos aplicar aos slides ou apresentação de vários deles. Através desse aplicativo, podemos ainda,
desenvolver slides para serem exibidos na web, imprimir em transparência para projeção e melhor: desenvolver apresentações para pa-
lestras, cursos, apresentações de projetos e produtos, utilizando recursos de áudio e vídeo.
O MS PowerPoint é um aplicativo de apresentação de slides, porém ele não apenas isso, mas também realiza as seguintes tarefas19:
– Edita imagens de forma bem simples;
– Insere e edita áudios mp3, mp4, midi, wav e wma no próprio slide;
– Insere vídeos on-line ou do próprio computador;
– Trabalha com gráficos do MS Excel;
– Grava Macros.

Tela inicial do PowerPoint 2016.

– Ideal para apresentar uma ideia, proposta, empresa, produto ou processo, com design profissional e slides de grande impacto;
– Os seus temas personalizados, estilos e opções de formatação dão ao utilizador uma grande variedade de combinações de cor, tipos
de letra e feitos;
– Permite enfatizar as marcas (bullet points), com imagens, formas e textos com estilos especiais;
– Inclui gráficos e tabelas com estilos semelhantes ao dos restantes programas do Microsoft Office (Word e Excel), tornando a apre-
sentação de informação numérica apelativa para o público.
– Com a funcionalidade SmartArt é possível criar diagramas sofisticados, ideais para representar projetos, hierarquias e esquemas
personalizados.
– Permite a criação de temas personalizados, ideal para utilizadores ou empresas que pretendam ter o seu próprio layout.
– Pode ser utilizado como ferramenta colaborativa, onde os vários intervenientes (editores da apresentação) podem trocar informa-
ções entre si através do documento, através de comentários.

19 FRANCESCHINI, M. Ms PowerPoint 2016 – Apresentação de Slides.

116
116
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Novos Recursos do MS PowerPoint
Na nova versão do PowerPoint, alguns recursos foram adicionados. Vejamos quais são eles.
• Diga-me: serve para encontrar instantaneamente os recursos do aplicativo.
• Gravação de Tela: novo recurso do MS PowerPoint, encontrado na guia Inserir. A Gravação de Tela grava um vídeo com áudio das
ações do usuário no computador, podendo acessar todas as janelas do micro e registrando os movimentos do mouse.

• Compartilhar: permite compartilhar as apresentações com outros usuários on-line para edição simultânea por meio do OneDrive.
• Anotações à Tinta: o usuário pode fazer traços de caneta à mão livre e marca-texto no documento. Esse recurso é acessado por
meio da guia Revisão.

• Ideias de Design: essa nova funcionalidade da guia Design abre um painel lateral que oferece sugestões de remodelagem do slide
atual instantaneamente.

117
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Guia Arquivo
Ao clicar na guia Arquivo, serão exibidos comandos básicos: Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e
Fechar20.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido21


Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de
comandos independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões que representam comandos à barra e mover a barra
de um dos dois locais possíveis.

Barra de Título
Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o nome do documento ativo.

20 popescolas.com.br/eb/info/power_point.pdf
21 http://www.professorcarlosmuniz.com.br

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Botões de Comando da Janela

Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a janela do programa PowerPoint.

Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são organiza-
dos em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição de uma página.
Para diminuir a desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferramentas de Imagem
somente é exibida quando uma imagem for selecionada.
Grande novidade do Office 2007/2010, a faixa de opções elimina grande parte da navegação por menus e busca aumentar a produti-
vidade por meio do agrupamento de comandos em uma faixa localizada abaixo da barra de títulos22.

Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.

Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o número de slides; tema e idioma.

Nível de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.

22 LÊNIN, A; JUNIOR, M. Microsoft Office 2010. Livro Eletrônico.

119
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Modos de Exibição do PowerPoint Layout
O menu das versões anteriores, conhecido como menu Exibir, O layout é o formato que o slide terá na apresentação como
agora é a guia Exibição no Microsoft PowerPoint 2010. O Power- títulos, imagens, tabelas, entre outros. Nesse caso, você pode esco-
Point 2010 disponibiliza aos usuários os seguintes modos de exi- lher entre os vários tipos de layout.
bição: Para escolher qual layout você prefere, faça o seguinte proce-
– Normal, dimento:
– Classificação de Slides, 1. Clique em Página Inicial;
– Anotações, 2. Após clique em Layout;
– Modo de exibição de leitura, 3. Em seguida, escolha a opção.
– Slide Mestre,
– Folheto Mestre,
– Anotações Mestras.

O modo de exibição Normal é o principal modo de edição, onde


você escreve e projeta a sua apresentação. Então basta começar a digitar.

Criar apresentações Formatar texto


Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2013 englo- Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para
ba: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e conteúdo; selecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo
escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar, alterando sobre o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão
o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de estrutura pressionado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o bo-
e criar efeitos, como transições de slides animados. tão esquerdo.
Ao iniciarmos o aplicativo Power Point 2016, automaticamente Para formatar nossa caixa de texto temos os grupos da guia
é exibida uma apresentação em branco, na qual você pode começar Página Inicial. O primeiro grupo é a Fonte, podemos através deste
a montar a apresentação. Repare que essa apresentação é montada grupo aplicar um tipo de letra, um tamanho, efeitos, cor, etc.
sem slides adicionais ou formatações, contendo apenas uma caixa Fonte: altera o tipo de fonte.
de texto com título e subtítulo, sem plano de fundo ou efeito de Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte.
preenchimento. Para dar continuidade ao seu trabalho e criar uma Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser
outra apresentação em outro slide, basta clicar em Página Inicial e acionado através do comando Ctrl+N.
em seguida Novo Slide. Itálico: aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+I.
Sublinhado: sublinha o texto selecionado. Também pode ser
acionado através do comando Ctrl+S.
Tachado: desenha uma linha no meio do texto selecionado.
Sombra de Texto: adiciona uma sombra atrás do texto selecio-
nado para destacá-lo no slide.
Espaçamento entre Caracteres: ajusta o espaçamento entre
caracteres.
Maiúsculas e Minúsculas: altera todo o texto selecionado para
MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros usos comuns de maiúsculas/
minúsculas.
Cor da Fonte: altera a cor da fonte.
Alinhar Texto à Esquerda: alinha o texto à esquerda. Também
pode ser acionado através do comando Ctrl+Q.
Centralizar: centraliza o texto. Também pode ser acionado
através do comando Ctrl+E.
Alinhar Texto à Direita: alinha o texto à direita. Também pode
ser acionado através do comando Ctrl+G.

120
120
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Justificar: alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra entre as palavras conforme o necessário, promoven-
do uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
Colunas: divide o texto em duas ou mais colunas.

Excluir slide
Selecione o slide com um clique e tecle Delete no teclado.

Salvar Arquivo
Para salvar o arquivo, acionar a guia Arquivo e sem sequência, salvar como ou pela tecla de atalho Ctrl + B.

Inserir Figuras
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar em um desses botões:
– Imagem do Arquivo: insere uma imagem de um arquivo.
– Clip-Art: é possível escolher entre várias figuras que acompanham o Microsoft Office.
– Formas: insere formas prontas, como retângulos e círculos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.
– SmartArt: insere um elemento gráfico SmartArt para comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde
listas gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.
– Gráfico: insere um gráfico para ilustrar e comparar dados.
– WordArt: insere um texto com efeitos especiais.

Transição de Slides
A Microsoft Office PowerPoint 2016 inclui vários tipos diferentes de transições de slides. Basta clicar no guia transição e escolher a
transição de slide desejada.

Exibir apresentação
Para exibir uma apresentação de slides no Power Point.
1. Clique na guia Apresentação de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides.
2. Clique na opção Do começo ou pressione a tecla F5, para iniciar a apresentação a partir do primeiro slide.
3. Clique na opção Do Slide Atual, ou pressione simultaneamente as teclas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide
atual.

121
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Slide mestre Funcionamento básico de correio eletrônico
O slide mestre é um slide padrão que replica todas as suas ca- Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro-
racterísticas para toda a apresentação. Ele armazena informações gramas funcionando em uma máquina servidora:
como plano de fundo, tipos de fonte usadas, cores, efeitos (de tran- – Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de
sição e animação), bem como o posicionamento desses itens. Por transferência de correio simples, responsável pelo envio de men-
exemplo, na imagem abaixo da nossa apresentação multiuso Power sagens.
View, temos apenas um item padronizado em todos os slides que é – Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office)
a numeração da página no topo direito superior. ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de
Ao modificar um ou mais dos layouts abaixo de um slide mes- correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa-
tre, você modifica essencialmente esse slide mestre. Embora cada gens.
layout de slide seja configurado de maneira diferente, todos os
layouts que estão associados a um determinado slide mestre con- Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
têm o mesmo tema (esquema de cor, fontes e efeitos). e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
Para criar um slide mestre clique na Guia Exibição e em seguida e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
em Slide Mestre. mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa
SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
CORREIO ELETRÔNICO: USO DE CORREIO ELETRÔNICO, ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS, ANEXAÇÃO DE AR- e-mail do destinatário.
QUIVOS
Ações no correio eletrônico
Independente da tecnologia e recursos empregados no correio
E-mail eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men- – Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
sagem atualmente23. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha – Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descarta-
e-mail, não importando a distância ou a localização. dos pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru- Lixeira. Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. mensagens definitivamente (este é um processo de segurança para
O resultado é algo como: garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por en-
gano). Para apagar definitivamente um e-mail é necessário entrar,
maria@apostilassolucao.com.br de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails
existentes.
Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio – Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensa-
eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook. gem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário – Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em
preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun- geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails
to de regras para o uso desses serviços. de destino separados por ponto-e-vírgula.
– CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repas-
Correio Eletrônico samos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor- da mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um – CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repas-
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio samos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destina-
e recebimento de mensagens24. Estas mensagens são armazenadas tários principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também
no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos – Assunto: título da mensagem.
e extração de cópias das mensagens. – Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte
da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio
ao usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação
de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente
23 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E-
ele será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso,
7ado.pdf
recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiá-
24 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-webmail-
veis e, em geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem
-e-mozilla-thunderbird/

122
122
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus e pragas. Alguns antivírus permitem analisar anexos de e-mails antes
que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail, permitem analisar preliminarmente se um anexo contém
arquivos com malware.
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

25

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.

25 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b

123
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

26

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

INTERNET: NAVEGAÇÃO INTERNET, CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES, BUSCA E IMPRESSÃO DE PÁGINAS

Internet
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, cabos
submarinos, canais de satélite, etc27. Ela nasceu em 1969, nos Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa e se cha-
mava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o número de
adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas instituições
possuíam internet.
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a partici-
par da rede. O grande atrativo da internet era a possibilidade de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com outras pessoas
que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente.

Conectando-se à Internet
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de acesso
à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computador à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio de um con-
junto como modem, roteadores e redes de acesso (linha telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.).

World Wide Web


A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma linguagem
que serviria para interligar computadores do laboratório e outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de forma sim-
ples e fácil de acessar.
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interligados por
meio de palavras-chave, tornando a navegação simples e agradável.

26 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
27 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E7ado.pdf

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124
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Protocolo de comunicação Hipertexto
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- Navegadores
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como Um navegador de internet é um programa que mostra informa-
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de- ções da internet na tela do computador do usuário.
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- Além de também serem conhecidos como browser ou web
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi-
computador de origem. vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec-
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das tados à internet.
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
Internet. e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive internauta.
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor.
externo. Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer
página ou site na rede.
TCP / IP Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro- servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet). tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
nas literaturas como sendo: gador e os servidores.
- O protocolo principal da Internet;
- O protocolo padrão da Internet; Funcionalidades de um Navegador de Internet
- O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o
ao funcionamento da Internet e seus serviços. usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de
Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que: códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon- Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans- através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
porte dos pacotes). do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
site na internet.
Domínio O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en- pretado pelos navegadores.
dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP imagens e outros tipos de dados.
– 74.125.234.180. Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos- meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
sível associar um endereço de um site a um número IP na rede. parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como página.
http://www.empresa.com.br, em que: Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:
www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende- – Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-
reço pertence à web. do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser- a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer
viço. página na web.
com: indica que é comercial. – Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos
br: indica que o endereço é no Brasil. que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.
URL – Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do
Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali- usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en-
zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui- dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite
vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet, de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais
ou uma rede corporativa, uma intranet. recorrentes da sua rotina diária de tarefas.
Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca- – Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque-
minho/recurso. le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
HTTP no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res- para mostrar as atualizações.
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços – Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto). rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
apagado, caso o usuário queira.

125
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo- Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
navegador de internet.
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas Outras características do Edge são:
no navegador. – Experiência de navegação com alto desempenho.
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são quer lugar conectado à internet.
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co- – Funciona com a assistente de navegação Cortana.
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na- – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
virtual da Internet. Firefox
Internet Explorer Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
atualizadas no Edge. talado no PC, ele poderá ser instalado.
Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.

Algumas características de destaque do Firefox são:


Principais recursos do Internet Explorer: – Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, – Não exige um hardware poderoso para rodar.
permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos – Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur-
instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas sos.
manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente – Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
através de ícones. – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
– Gerenciador de downloads integrado. vacidade.
– Mais estabilidade e segurança. – Disponível em desktop e mobile.
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos Google Chorme
implementados nos sites mais modernos. É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega- sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
oferecem funcionalidades adicionais. compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google convidativo à navegação simplificada.
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
vra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer28.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.

28 https://bit.ly/2WITu4N

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Principais recursos do Google Chrome: – Compatível também com sistemas operacionais que não seja
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur- da Apple (Windows e Linux).
sos RAM suficientes. – Disponível em desktops e mobile.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas
funcionalidades. Intranet
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte- A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
údos otimizados. sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
TPS). que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
– Disponível em desktop e mobile. internos29.
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
Opera intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para
Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo- tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
luindo como um dos melhores navegadores de internet. situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar. Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida- alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
de da experiência do usuário. podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
de informações.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
Outros pontos de destaques do Opera são: nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este-
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener- jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre
gia. a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a significativo em termos de segurança.
velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
(3G ou 4G). QUESTÕES
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
páginas bancárias e de vendas on-line.
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas 1. (PREFEITURA DE CANANÉIA/SP - ORIENTADOR SOCIAL - VU-
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado. NESP/2020) Em um computador com Microsoft Windows 7 insta-
– Disponível em desktop e mobile. lado, em sua configuração original, um usuário clicou com o botão
invertido do mouse sobre um ponto vazio da Área de Trabalho e
Safari obteve o seguinte menu de contexto, exibido parcialmente na ima-
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela gem a seguir.
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
confiáveis para usar.

A opção Novo permite que se crie um(a) novo(a)


(A) Usuário
(B) Atalho
O Safari também se destaca em: (C) Papel de parede
– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi- (D) Barra de ferramentas
tivo Apple (iOS). (E) Pesquisa por arquivos
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio-
namento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
pos de informação.
29 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-ferramen-
tas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/

127
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2. (PREFEITURA DE CANANÉIA/SP - MÉDICO 20H - VUNESP/2020) Assinale a alternativa que apresenta apenas extensões de arquivos
reconhecidas por padrão, no MS-Windows 7, em sua configuração padrão, como arquivos de imagens.
(A) bmp e pptx.
(B) xlsx e docx.
(C) txt e jpg.
(D) jpg e png.
(E) png e doc.

3. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE SOCIAL - COTEC/2020) No processador de texto Microsoft Word, pertencente
à suíte de Escritório Microsoft Office 2016, um rodapé permite a inclusão de informações na parte inferior da página. Por padrão, rodapés
são incluídos:
(A) Na primeira página.
(B) Na última página.
(C) Em todas as páginas.
(D) Em páginas ímpares.
(E) Em páginas pares.

4. (PREFEITURA DE TAUBATÉ/SP - AUDITOR PLENO - INSTITUTO EXCELÊNCIA/2019) Utilizando o Microsoft Word 2016 para formatar
o texto em um documento como colunas. Qual das alternativas contém o caminho certo para realizar essa ação?
(A) Selecione o texto - Guia Inserir - Opção Colunas.
(B) Selecionar o texto - Guia Layout - Opção Colunas.
(C) Selecione o texto - Guia Página Inicial - Opção Colunas.
(D) Nenhuma das alternativas.

5. (TJ/RN - TÉCNICO DE SUPORTE SÊNIOR - COMPERVE/2020) Um técnico de suporte recebeu uma planilha elaborada no Microsoft
Excel, com os quantitativos de equipamentos em 3 setores diferentes e o valor unitário em reais de cada equipamento, conforme imagem
abaixo.

Para que uma célula mostre o valor em reais do somatório dos valores de todos os equipamentos do departamento de informática,
seria necessário utilizar a fórmula:
(A) =SOMA(B3:B8 + C3:C8)
(B) =SOMA(B3:B8 * C3:C8)
(C) =SOMA(B3:B8 * D3:D8)
(D) =SOMA(B3:B8 + D3:D8)

6. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP - MÉDICO - INSTITUTO EXCELÊNCIA/2018) Tendo por base o programa Microsoft Excel na sua
configuração padrão e versão mais recente, responda: Qual operador aritmético é utilizado quando for preciso inserir uma potenciação?
(A) !
(B) $
(C) *
(D) @
(E) ^

7. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) O PowerPoint permite, ao preparar uma apresentação, inserir efeitos de transições entre os slides.
Analise os passos para adicionar a transição de slides.
( ) Selecionar Opções de Efeito para escolher a direção e a natureza da transição
( ) Selecionar a guia Transições e escolher uma transição; selecionar uma transição para ver uma visualização.
( ) Escolher o slide no qual se deseja adicionar uma transição.
( ) Selecionar a Visualização para ver como a transição é exibida.

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128
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
A sequência está correta em 12. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE AD-
(A) 3, 2, 1, 4. MINISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide
(B) 1, 2, 3 ,4. Web (WWW) são frequentemente usados como sinônimos na lin-
(C) 3, 4, 1, 2. guagem corrente, e não são porque
(D) 1, 4, 2, 3. (A) a internet é uma coleção de documentos interligados (pági-
nas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço de
8. (PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PSICÓLOGO - IBADE/2020) acesso a um computador.
O programa utilizado para criação/edição e exibição de slides é: (B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co-
(A) Excel. nexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço
(B) Word. especial de acesso ao Google.
(C) Photoshop. (C) a internet é uma rede mundial de computadores especial,
(D) Power Point. enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que fun-
(E) Media Player. cionam dentro da internet.
(D) a internet possibilita uma comunicação entre vários compu-
9. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI- tadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço eletrônico.
NISTRATIVO - COTEC/2020) Em observação aos conceitos e compo- (E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, enquan-
nentes de e-mail, faça a relação da denominação de item, presente to a WWW é uma rede mundial de computadores com acesso
na 1.ª coluna, com a sua definição, na 2.ª coluna. especial ao Google.
Item
1- Spam
2- IMAP GABARITO
3- Cabeçalho
4- Gmail
1 B
Definição
( ) Protocolo de gerenciamento de correio eletrônico. 2 B
( ) Um serviço gratuito de webmail. 3 C
( ) Mensagens de e-mail não desejadas e enviadas em massa
para múltiplas pessoas. 4 B
( ) Uma das duas seções principais das mensagens de e-mail. 5 B
6 E
A alternativa CORRETA para a correspondência entre colunas é:
(A) 1, 2, 3, 4. 7 A
(B) 3, 1, 2, 4. 8 D
(C) 2, 1, 4, 3.
(D) 2, 4, 1, 3. 9 D
(E) 1, 3, 4, 2. 10 A

10. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO 11 B


AMBIENTAL - COTEC/2020) LEIA as afirmações a seguir: 12 C
I - É registrada a data e a hora de envio da mensagem.
II - As mensagens devem ser lidas periodicamente para não
acumular. ANOTAÇÕES
III - Não indicado para assuntos confidenciais.
IV - Utilizada para comunicações internacionais e regionais,
economizando despesas com telefone e evitando problemas com ______________________________________________________
fuso horário.
V - As mensagens podem ser arquivadas e armazenadas, per- ______________________________________________________
mitindo-se fazer consultas posteriores.
______________________________________________________
São vantagens do correio eletrônico aquelas dispostas em ape- ______________________________________________________
nas:
(A) I, IV e V. ______________________________________________________
(B) I, III e IV.
(C) II, III e V. ______________________________________________________
(D) II, IV e V.
(E) III, IV e V. ______________________________________________________

11. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA - ______________________________________________________


GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet:
______________________________________________________
(A) Acesso restrito e Rede Local (LAN).
(B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras. ______________________________________________________
(C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados.
(D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito. ______________________________________________________

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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130
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CONHECIMENTOS
LÍNGUA PORTUGUESA
ESPECÍFICOS
Escriturário
Externos - Esses usuários costumam analisar qual situação da
NOÇÕES DE CONTABILIDADE: PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES. empresa no mercado, eles procuram saber quais as condições fi-
CONTABILIDADE GERAL. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA nanceiras da empresa, tem capacidade de cumprir com suas obri-
CONTABILIDADE gações para realizar operações de crédito (score), se estão em dia
com suas obrigações tributárias. Resumindo, os usuários externos
precisão saber se empresa está cumprindo com os seus compromis-
Conceito sos para que assim possam negociar.
Contabilidade é ciência social que registra fenômenos financei- • Concorrentes;
ros e econômicos que estão atrelados com PATRIMÔNIO (bens, di- • Bancos;
reitos e obrigações) da entidade (pode ser pessoa física ou jurídica; • Fornecedores;
exemplo empresa, organização ou cia). Gerar relatórios com inter- • Governo; e
pretação das mudanças que ocorreram com patrimônio da empresa • Investidores.
e auxiliando na tomada de decisões pelos usuários.
Funções da Contabilidade
Objetivo As principais funções na contabilidade é:
Objetivo da Contabilidade é estudar e compreender o patrimô- • Registrar os fatos ocorridos identificado na escrituração em
nio, que é formado por: livros contábeis;
• BENS – prédios, veículos, máquinas, estoque, etc; • Organizar adequar sistema para empresa, exemplo, arquiva-
• DIREITOS – contas a receber (exemplo, cliente que efetua o mento de documentos físicos ou eletrônicos;
pagamento) que pode ser de curto ou longo prazo; • Demonstrar, expor por meio de relatórios a situações econô-
• OBRIGAÇÕES – contas a pagar (exemplo, boletos de fornece- mica, com base nos dados adquiridos no registro, exemplo elaborar
dores, empréstimos) que são em curto ou longo prazo; balanço das contas contábeis;
• Analisar as demonstrações com finalidade de apuração de re-
E com identificação das alterações do patrimônio expor os da- sultado, exemplo análise do balanço patrimonial;
dos aos usuários ligados a entidade (internos e externos) para de- • Acompanhar o planejamento financeiro definidos após aná-
senvolver objetivos a organização. lise dos resultados. Normalmente fica uma equipe responsável por
controlar o desempenho dos eventos financeiro, e verificando se os
Finalidade planos estabelecidos estão sendo cumpridos e se existe necessida-
Contabilidade tem finalidade de organizar, analisar e mensu- de de ajustes.
rar a riqueza da empresa. Com coleta e registro das mudanças do
patrimônio, é possível visualizar o desenvolvimento da organização Princípios Contábeis
junto ao mercado. A contabilidade é estudo das mudanças econômicas por acom-
Além de acompanhar os resultados, compreendendo os da- panhar as alterações do mercado é definida como ciência social, e
dos financeiro é possível a tomada de decisão pelos usuários da para manter confiabilidade e segurança sobre estes estudos surgi
entidade. Com atual cenário econômico no mundo, a contabilidade os Princípios Fundamentas da Contabilidade. Resumindo, os princí-
passou a ser importante direcionador de estratégias definindo dire- pios são como “leis” para regulamentar os conhecimentos técnicos
trizes a serem tomadas pelas empresas. e nenhum órgão (como Banco Central, Receita Federal ou Comitê
de Pronunciamentos Contábeis) pode ultrapassá-las.
Usuários Os princípios contábeis foram elaborados pela Resolução do
Com as informações contábeis analisadas e registradas, os da- CFC (Conselho Federal de Contabilidade) nº 750, de 29/12/1993
dos para criação de medidas ficam adequadas para os usuários in- (posteriormente alterado pela Resolução nº 1282/2010), e nº 774,
ternos e externos. Que são: de 16/12/1994. São eles:
Internos – São aqueles que estão ligados diretamente com — Princípio da Entidade – reconhece que o patrimônio da em-
empresa, que precisam acompanhar o crescimento, rentabilidade, presa é independente dos patrimônios dos sócios. Objetivo é dife-
verificar a criação de projetos. Com os dados os usuários internos renciar as contas da pessoa física, no caso dos proprietários, das
podem saber o melhor momento de expansão da empresa, como contas da pessoa jurídica (entidade).
criação de filial; aumentar folha de pagamento; aumenta ou dimi- — Princípio da Continuidade – determina a continuidade das
nuição dos lucros. atividades da entidade, considerando as mudanças patrimoniais,
• Sócios e proprietários; classificando e avaliando de forma quantitativa e qualitativa. Exem-
• Acionista; plo, é confirmação que a contabilidade vai manter os registros atu-
• Empregados; alizados das mutações financeiras durante tempo de vida da enti-
• Administradores. dade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
— Princípio da Oportunidade – afirma que os registros financeiros devem ser computados no mesmo tempo que são realizadas.

Exemplo:
Empresa fez compra de matéria prima no dia 25/04/2021 por R$ 50.000,00. Essa movimentação deve ser lançada no livro:
Data: 25/04/2021 D - Estoque
C - Banco 50.000,00

Obs.: D – DÉBITO
C - CRÉDITO

— Princípio do Registro pelo valor Original – considera os registros dos verdadeiros valores dos componentes do patrimônio fiéis as
transações e configuração em moeda nacional.

Usando o exemplo acima, no momento de registrar o valor da compra correto, identificar os descontos, e no caso de moeda estran-
geira, dever realizar a conversão para moeda do país.
— Princípio da atualização monetária - este princípio estabelece que os valores originais do patrimônio devam sempre ser atualizados,
e utilizando indexadores econômicos para ajustar conforme moeda nacional.
— Princípio da Prudência – procurar medidas aceitáveis e que não sofram grandes impactos no patrimônio, seria cautela para que as
ações realizadas não prejudiquem o Patrimônio Líquido da empresa. Exemplo, seria controlar os gastos mensais para que isso não interfira
no lucro no fechamento do balanço.

Todos esses princípios tem intenção de ajudar o contabilista salvar- guarda informações ligados a entidade. Por tanto o contador se-
guindo esses princípios auxilia os gestores e sócios na realização de tomadas de decisão mantendo segurança financeira, realiza atividades
dentro da conduta ética do profissional de contabilidade.

Patrimônio
Patrimônio é conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa. Bens e direitos são denominados como ATIVO e as obrigações
denominados PASSIVO, junto com passivo inclui o PQTRIMÔNIO LIQUIDO.

▪ Ativos
Onde constitui os direitos e bens da empresa e é identificada no lado esquerdo do Balanço Patrimonial.
Os bens são classificados como Tangíveis (que são materiais), exemplo carro, computador, e bens Intangíveis (não são materiais),
exemplo: no hall, marcas e patentes.
Direitos é tudo que é de direito da empresa, exemplo, é direito da empresa receber seus dividendos, manter conta bancária e que
pode ser mensurado.
No ativo é identificado as seguintes contas:
• Caixa;
• Banco;
• Estoque;
• Duplicatas a receber;
• Imobilizado.

▪ Passivos
Representado pelas obrigações da empresa, conhecidas como as dívidas, que pode ser boleto, cobranças, empréstimos, folha de pa-
gamento, recolhimento de tributos. O passivo fica no lado direito do Balanço Patrimonial, e com o total somado das obrigações tem que
igualar ao valor do total do ativo. Exemplo:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
As contas do passivo são classificadas em Circulante, Exigível e) Conta(s) de crédito.
a longo prazo e Patrimônio Líquido. No circulante é identificado as f) Histórico.
obrigações de curto prazo (mensais): g0 Valor.
• Fornecedores;
• Alugueis a pagar; FÓRMULAS DE LANÇAMENTO
• Salários a pagar; Para a realização dos lançamentos existem quatro fórmulas:
• Impostos a pagar. 1ª Fórmula: para um lançamento com uma conta debitada e
outra creditada.
As contas do exigível a longo prazo, são os que tem mais de Fato: recebimento de uma duplicata nº 1210, no valor de R$
um ano: 700,00.
• Empréstimos a longo prazo;
• Financiamento.
São Paulo, 30 de junho de XX
Patrimônio Liquido Caixa
Patrimônio Líquido pode ser identificado como riqueza liquida (Débito)
da empresa, é a dedução entre o ativo e passivo e as contas, são:
• Capital Social;
a Duplicatas a receber
• Reserva de Capital; (Crédito)
• Lucros Acumulados. Recebimento de duplicata nº 1210 de Alpha e CIA
. R$ 700,00
Todas as contas identificadas a cima representa o patrimônio
da empresa e agrupadas formam o demonstrativo BALANÇO PATRI- 2ª Fórmula: para um lançamento com uma conta debitada e
MONIAL, onde o profissional de contabilidade irá informar a evolu- diversas creditadas.
ção financeira da instituição frequentemente seguindo os princípios Fato: recebimento de uma duplicata nº 1210, no valor de R$
contábeis: 700,00. Venda de mercadorias à vista, nº 8200, no valor de R$
• Princípio da Entidade; 400,00.
• Princípio da Continuidade;
• Princípio da Oportunidade;
• Princípio do Registro pelo valor Original; São Paulo, 30 de agosto de XX
• Princípio da atualização monetária; e Caixa
• Princípio da Prudência.
(Débito)
Desta forma a contabilidade como uma ciência constitui de a Diversos
princípios éticos para evitar irregularidades e distorções dos fatos (Crédito)
contábeis, isso faz com que exista uma padronização na apresenta-
ção da movimentação financeira das organizações.
a Duplicatas a receber
Recebimento de duplicata nº 1210 de Alpha e CIA.
R$ 700,00
ESCRITURAÇÃO: CONTÁBIL E CONCILIAÇÃO DE CONTAS,
CONCEITOS BÁSICOS DE ATIVO, PASSIVO, RECEITA, DESPE- a Vendas
SA, INVESTIMENTO Vendas de mercadorias à vista conf. NF. 8200
R$ 400,00 R$ 1.100,00
CONCEITOS 3ª Fórmula: para um lançamento com diversas contas debita-
Escrituração é a técnica contábil que tem por objetivo o regis- das e uma conta creditada.
tro em livros específicos de todos os fatos que alteram o patrimô- Fato: pagamento da duplicata nº 1330, no valor de R$ 300,00.
nio. É a partir da escrituração que se desenvolvem as técnicas de Pagamento do imposto predial, guia nº 223, no valor de R$ 200,00.
demonstração, análises, auditoria, etc., e também a gestão do Pa-
trimônio das empresas.
São Paulo, 30 de Julho de XX
LANÇAMENTOS CONTÀBEIS Diversos
Lançamento é o meio pelo qual se processa a escrituração. (Débito)
Os fatos administrativos são registrados através do lançamen-
to, primeiramente no livro Diário, mediante documentos que com- a Caixa
provem a operação (Notas fiscais, recibos, contratos, etc.). (Crédito)
Duplicatas a pagar
ELEMENTOS ESSENCIAIS
O lançamento no livro Diário é realizado em ordem cronológi- Pagamento de duplicata nº 1330 R$
ca e os elementos que o compõem obedecem a uma determinada 300,00
disposição:
Impostos e Taxas Diversas
a) Local e data da ocorrência do fato.
b) Veracidade do documento que foi emitido na operação. Pagamento de imposto predial Guia nº 223
c) Identificação de elementos envolvidos na operação. R$ 200,00 R$ 500,00
d) Conta(s) de débito.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4ª Fórmula: para um lançamento com diversas contas debita- vrado na última página do livro, e assinado por profissional habilita-
das e diversas contas creditadas. do e por um dirigente da empresa e, ser registrado na Junta Comer-
Fato: pagamento de duplicata nº 3332, no valor de R$ 450,00. cial ou no Cartório em que foram arquivados os atos constitutivos.
Recebimento de duplicata nº 55, no valor de R$ 520,00. Vendas de Livro Razão: tem a função de registrar a movimentação indi-
mercadorias a vista nº 3321 à 3328, no valor de R$ 420,00. Paga- vidual das contas contábeis. É obrigatório e deve ser escriturado
mento de imposto predial guia nº 4567, no valor de R$ 310,00. sem rasuras, entrelinhas, borrões, rasuras ou qualquer indício que
impeça a clareza dos registros.
Livro Caixa: a finalidade do Livro Caixa é registrar a movimenta-
São Paulo, 30 de setembro de XX ção de entrada e saída de dinheiro da empresa.
Diversos Livro Contas – Correntes: é o auxiliar o Razão, serve para con-
(Débito) trolar as contas que representam Direitos e Obrigações para a em-
presa.
a Diversos
(Crédito) MÉTODOS E PROCESSOS
Duplicatas a pagar São as formas em que ocorrem as escriturações de fatos e atos
administrativos.
Duplicatas a pagar Métodos das partidas dobradas: Método de aceitação univer-
a Caixa sal, que consiste em que o registro de qualquer operação implica
que, um débito em uma ou mais contas, deverá corresponder a um
Pagamento de duplicata nº 3332 Betys R$ crédito de valor igual em uma ou mais contas. Dessa maneira, a
450,00 soma dos valores debitados sempre será a mesma dos valores cre-
Caixa ditados.
Método das partidas simples: Método que envolve os elemen-
a Duplicatas a receber tos de maneira individual (conta a conta), sem relacioná-las entre si;
Recebimento da duplicata nº 55 Xfactor R$ registrando as operações através do controle de um só elemento.
520,00 REGIME DE COMPETENCIA E REGIME DE CAIXA
Regime de Competência: O procedimento do registro de lança-
Caixa mentos contábeis é efetuado no período de competência da receita
a Mercadorias ou despesa, ou seja, quando estas forem de fato realizadas.
Regime de Caixa: É considerado o registro dos documentos
Vendas a vista Conf. Nf. 3321 à 3328 R$ apenas na data em que foram pagos ou recebidos.
420,00
Impostos e taxas diversas
SISTEMA DE ANÁLISE DE APURAÇÃO DE CUSTOS. CONCEI-
a Caixa TOS BÁSICOS DE CUSTO
Pagamento de imposto predial guia 4567 R$ 310,
00 R$ 1.700,00
Contabilidade de custos
LIVROS DE ESCRITURAÇÃO Seguindo o exemplo da Contabilidade Geral, a Contabilidade
Os livros de escrituração contábeis obrigatórios são o livro Diá- de Custos não nasceu completa, porém,entrou em processo evo-
rio e o livro Razão. Cada um tem sua formalidade no que consiste a lutivo de constante aperfeiçoamento que se verifica até os dias de
estruturas e obrigatoriedades de conteúdos. hoje, estando, pois, em constante formação. Atualmente, a Con-
Existem ainda, alguns livros que são utilizados como apoio aos tabilidade de Custos, em todas as atividades empresariais, reflete
lançamentos, que são os Livros Auxiliares do Diário e do Razão, sua utilidade como instrumento gerencial do planejamento e do
como o Caixa, o Contas-Correntes, Registro de Duplicatas, Contas controle, e principalmente, na tomada de decisão. Pode-se afirmar
a Pagar, etc. então que a Contabilidade de Custos mensura e relata informações
financeiras e não financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo
Livro Diário: tem a função de registrar diariamente todos os de recursos pela organização.
fatos contábeis que afetam o Patrimônio da empresa. Os registros A avaliação dos estoques e a apuração do resultado econômi-
devem ser efetuados de maneira individualizada, em ordem crono- co, por meio do controle de custos, criam condições para acompa-
lógica de dia, mês e ano, todas as movimentações que provocam al- nhar o desempenho empresarial, vinculando a aplicação do ciclo da
terações no Patrimônio. É obrigatório, devendo obedecer algumas contabilidade de custos aos resultados preestabelecidos.
formalidades:
a) Formalidades intrínsecas (internas): ser escriturado em idio- Objetivos da Contabilidade de Custos
ma e moeda corrente nacionais; com linguagem contábil, de forma • Determinação do Lucro
individualizada e transparente; fundamentado em documentos ve- • Tomadas de Decisões
rídicos que comprovem as operações registradas; sem conter rasu- • Controle Operacional
ras, emendas, intervalos, borrões; por ordem cronológica (dia, mês
e ano). Nomenclaturas
b) Formalidades extrínsecas (externas): deve ser encadernado Gasto - é a renúncia de um ativo feita pela empresa (dinheiro
e conter numeração em todas as folhas de forma seqüencial; conter ou promessa de entrega de bens e direitos), para obtenção de um
Termo de Abertura na primeira folha, Termo de Encerramento la- bem ou serviço - seja para uso, troca, transformação ou consumo.
Podem ser classificados em:
• Investimentos;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Custo; • Materiais de embalagem - são os materiais destinados a
• Despesa; acondicionar ou embalar os produtos antes que eles deixem a área
• Perda de produção. Ex: sacos plásticos, caixas de papelão.

Investimentos – são gastos destinados à obtenção de bens, di- Mão de obra


reitos ou serviços que serão ativados em função de sua vida útil ou É o esforço do homem aplicado na fabricação dos produtos.
de benefícios atribuíveis à períodos futuros. Compreende os gastos com salários, com benefícios a que os em-
Custo - são gastos que a entidade realiza com o objetivo de pregados têm direito (cestas básicas, vale-transporte, vale-refeição
por o seu produto pronto para ser comercializado, fabricando-o ou e outros) e com encargos sociais (Previdência Social, FGTS, etc).
apenas revendendo-o, ou o de cumprir com o seu serviço contrata-
do. É todo dispêndio efetuado (ou ainda devido) pela empresa, que Custos indiretos de fabricação (cif)
esteja diretamente relacionado ao processo de industrialização, • Materiais indiretos – são materiais auxiliares empregados no
comercialização ou de prestação de serviços. Em uma indústria, o processo de produção e que não integram fisicamente os produtos
preço pago ou a pagar pela matéria prima, pelos salários dos em- (Serras, lixas, estopas, solventes etc.) e os materiais diretos, cujo
pregados da fábrica, pela energia elétrica da fábrica, pelo aluguel da consumo não pode ser quantificado nos produtos (Colas, vernizes,
fábrica etc., representam custos porque estão “ligados” ao processo pregos etc.) em função do princípio da materialidade;
de produção de outros bens e serviços. • Mão-de-obra indireta – corresponde à mão de obra que não
Despesas – são gastos efetuados para obtenção de bens ou ser- trabalha diretamente na transformação da matéria-prima em pro-
viços aplicados nas áreas administrativa, comercial ou financeira, duto, ou cujo tempo gasto na fabricação dos produtos não pode ser
visando a obtenção de receitas. determinado;
Desembolso – é o pagamento resultante da aquisição de bens • Outros custos indiretos – são os demais custos indiretos in-
ou serviços e pode ocorrer antes, durante ou depois da entrega dos corridos na fábrica, cujo consumo não pode ser quantificado de for-
bens ou serviços comprados, portanto, pode haver ou não defasa- ma direta, objetiva nos produtos.
gem em relação ao momento do gasto.
Classificação dos custos
Diferença entre Custo e Despesa Em relação ao produto
Despesa - vai para o Resultado, não é recuperada nas vendas, • Custos Diretos – são os custos que estão relacionados a um
provoca redução do Ativo (adquiridas a vista) ou aumento do Passi- determinado objeto de custo e que podem ser identificados com
vo (adquiridas a prazo). este de maneira economicamente viável (custo efetivo). Como
Custo - Vai para o produto, é recuperado diretamente nas ven- exemplo tem-se: matéria-prima, mão de obra dos operários, ener-
das, vai para o estoque e aumenta o Ativo. gia elétrica (quando se tem condições objetivas de medir o consu-
Perda – gasto não intencional, ocorrido no processo de fabrica- mo efetivo).
ção, no transporte ou manuseio de produtos. • Custos Indiretos estão relacionados a um determinado objeto
• Decorrente de fatores externos/fortuitos: Considera-se des- de custo, mas não podem ser identificados com este de maneira
pesa e vai para o Resultado do Exercício. economicamente viável (custo efetivo). Os custos indiretos são alo-
• Decorrente da atividade produtiva da empresa: Integra o cus- cados ao objeto de custo através de um método de alocação de
to do produto. custo denominado rateio. A alocação tem de ser feita de maneira
estimada e muitas vezes arbitrária. Exemplo: aluguel da fábrica, de-
Apropriar e Alocar - Identificar gastos, ou “distribuir recursos” preciação (método linear), manutenção, seguro.
a um determinado produto ou fim específico. Pode também signifi-
car agregar, ou somar, quando estiver relacionado à acumulação de Em relação ao volume de produção:
gastos em um centro de custo. Custos Fixos - São aqueles cujos valores são os mesmos qual-
Objeto de custeio – é qualquer item, como produtos, clientes, quer que seja o volume de produção da empresa. É o caso, por
departamentos, processos, atividades, e assim por diante, para o exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo va-
qual os custos são medidos e atribuídos. lor qualquer que seja o nível da produção, inclusive no caso de a
Custeio – é a técnica ou procedimento de se obter o custo de fábrica nada produzir. Os custos fixos se tornam progressivamente
um objeto de custo qualquer (um produto, um serviço, um cliente menores em termos unitários à medida que o direcionador de custo
etc.). aumenta. Exemplos: Imposto Predial, depreciação dos equipamen-
tos (pelo método linear), salários de vigias e porteiros da fábrica,
Elementos de custos prêmios de seguros.
Materiais Custos Variáveis – São aqueles cujos valores se alteram em
• Materiais - Os materiais que integram fisicamente o produto função do volume de produção da empresa. Os custos variáveis
(Matérias-primas e materiais secundários), e as embalagens quan- aumentam à medida que aumenta o volume de produção. Outros
do aplicadas aos produtos dentro da área de produção são chama- exemplos matéria-prima consumida, materiais indiretos consumi-
dos de materiais diretos. dos, depreciação dos equipamentos quando esta for feita em fun-
• Matéria-prima - é a substância bruta principal e indispensável ção das horas/máquina trabalhadas, gastos com horas-extras na
na fabricação de um produto. produção.
• Materiais secundários - entram na composição dos produtos, Custos semivariáveis – São custos que variam com o nível de
juntamente com a matéria-prima, complementando-a ou até mes- produção, entretanto, têm uma parcela fixa mesmo que nada seja
mo dando o acabamento necessário ao produto. produzido. Exemplo: conta de energia elétrica da fábrica, na qual a
• Materiais Auxiliares - são todos os materiais que, embora ne- concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto
cessários ao processo de fabricação, não entram na composição dos no período. Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual
produtos. Ex. Numa indústria de móveis de madeira, são as lixas, as
estopas, os pincéis, a graxa etc.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma cópia seja tirada; Sistema de Produção para Grandes Projetos: Tem-se uma se-
gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, já que a qüência de tarefas ao longo do tempo, geralmente de longa dura-
caldeira não pode esfriar. ção, com pouca ou nenhuma repetitividade. Caracteriza-se por ter
Custos semifixos – Também chamados Custos por Degraus, um alto custo e dificuldade de gerenciamento nas fases de planeja-
são custos que são fixos em uma determinada faixa de produção, mento e controle.
mas que variam se houver uma mudança desta faixa. Considere,
por exemplo, a necessidade de supervisores de produção de uma Sistemas de custeio
empresa. Os sistemas ou métodos de custeio referem-se às formas como
os custos são registrados e transferidos internamente dentro da en-
Outras classificações de custos tidade. É o fundamento da Contabilidade de Custos ligado à decisão
Custo de Produção = custos com matéria prima + mão de obra de como deve ser mensurado o custo do produto. Então, podemos
direta + custos indiretos. dizer que é o método de custeio um modelo para a decisão, men-
Custo Primário = matéria prima + mão de obra direta. suração e informação.
Custo de Transformação ou de conversão = mão de obra direta A mensuração da receita dos produtos e serviços, recursos,
+ custos indiretos de fabricação. atividades e da empresa tem como o fundamento o preço de mer-
Custo de Transformação ou de conversão = mão de obra direta cado. Custeio significa método de Apropriação de Custos. Assim,
+ custos indiretos de fabricação. existe Custeio por Absorção, Custeio Direto, Custeio Padrão, Margi-
nal, ABC, RKW e etc.
Classificação de despesas Custeio por absorção:É aquele que utiliza todos os custos, se-
Despesas são os gastos que a empresa tem com a sua gestão jam eles fixos ou variáveis diretas ou indiretas, para apuração do
e são necessários para manter o negócio funcionando, embora não custo dos produtos. Esse método derivado da aplicação dos princí-
ajudem a aumentar a receita e não colaboram com o aumento da pios fundamentais da contabilidade, sendo no Brasil adotado pela
produção de produtos ou serviços. São gastos que não estão direta- legislação comercial e pela legislação fiscal.
mente ligados com as vendas, dentre eles comumente estão: Custeio Direto ou Variável:É aquele que se utilizam apenas os
• Aluguel do imóvel; custos diretos e variáveis, não utilizando os custos fixos e indiretos.
• Pró-labore; Fundamenta-se na separação dos gastos em gastos variáveis e gas-
• Salários dos administradores; tos fixos. Isto é, os gastos oscilam proporcionalmente ao volume de
• Contas fixas (água, luz, telefone, internet, etc); produção/venda e gastos que se mantêm estável perante o volume
• Salários dos funcionários em geral; de produção/venda oscilante dentro de certos limites.
• Material de escritório; No custeio direto ou variável causam em relação as suas vanta-
• FGTS, INSS e outras despesas relacionadas aos salários;etc. gens causam divergências entre os doutrinadores. CREPALDI (2002)
defende esse método de custeio com três argumentos:
Despesas variáveis ou extraordinárias, são os gastos que fogem • Os custos fixos, por sua própria natureza, existem indepen-
da previsibilidade dos gestores, ocorrendo justamente por conta de dentemente da sua fabricação ou não de determinado produto ou
imprevistos ou outros problemas. Podemos considerar esses gastos do aumento ou redução da quantidade produzida. Os custos fixos
como: podem ser encarados como necessário para empresa por si só exis-
• Multas e encargos por atrasos; tir.
• Manutenções não previstas; • A maioria dos rateios é feita através da utilização de fatores,
• Avarias; que na realidade, não vinculam cada custo a cada produto. Em ter-
• Acidentes ou incidentes na produção; mo de avaliação de estoque, o rateio é mais ou menos lógico. Assim
• Gastos com processos; etc. qualquer decisão em base de custo deve levar em conta, também o
volume da produção.
Os sistemas de produção • Esse método não vincula nenhum produto especifico a uma
Sistema de Produção é um conjunto de atividades e operações unidade de produção, eles sempre são distribuídos aos produtos
inter-relacionadas envolvidas na produção de bens ou serviços a por meio de critério de rateio.
partir do uso de recursos (inputs) para mudar o estado ou condição
de algo para produzir saídas/resultados (outpus). Tradicionalmente Em contrapartida, há três argumentos que mostram as desvan-
os sistemas de produção são agrupados em três categorias: tagens desse método.
Sistemas de Produção Contínua: Os sistemas de produção con- • A exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos esto-
tínua, também chamado de fluxo em linha apresentam uma se- ques causa a sua subavaliação, fere os princípios contábeis e altera
qüência linear para se fazer o produto ou serviço; os produtos são o resultado do período.
bastante padronizados e fluem de um posto de trabalho a outro • Na pratica a separação de custos fixos e variáveis não é tão
numa seqüência prevista. Por exemplo, o processo de engarrafa- clara como parece, pois existem custos semivariáveis e semifixos,
mento de uma empresa de bebidas. podendo o custeamento direto incorrer em problemas semelhan-
Sistemas de Produção Intermitente: A produção é feita em tes de identificação dos elementos de custeio.
lotes. Terminando-se a fabricação do lote de um produto, outros • O custeamento direto é um custeamento e análise de cus-
produtos tomam o seu lugar nas máquinas. O produto original só tos para decisão a curto prazo, mas subestima os custos fixos, que
voltará a ser feito depois de algum tempo, caracterizando-se assim são ligados à capacidade de produção e de planejamento de longo
uma produção intermitente de cada um dos produtos. Por exemplo, prazo, podendo trazer problemas de continuidade para a empresa”
em metalúrgicas que dividem as operações em etapas e na mesma (PADOVESE, 2003, p.326).
máquina, faz-se o primeiro processo, para-se a máquina e começa Entendemos que, o custeio variável/Direto é conceitualmente
a produção do segundo processo, quando terminado volta-se ao adequado para a gestão econômica do sistema empresa no âmbi-
primeiro processo. to da contabilidade de custos, enquanto o método de custeio por

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
absorção não é adequada para a tomada de decisão, as maiores com os recursos à sua disposição. Nesse sentido, encontra-sea im-
criticas a este método centram-se nos critérios de rateio e custos portância dos relatórios contábeis para os seus usuários, os quais
indiretos fixos a serem distribuídos. acabam por ter uma função fiscalizatória sobre o dinheiro público.
Custeio Padrão:É o Custo cientificamente predeterminado, Além disso, há outras informações que podem ser retiradas
constituindo base para avaliação do desempenho efetivo. Repre- desses relatórios, como:
senta o quanto o produto deveria custar, equivalem aos custos reais - a capacidade de prestação de serviços da entidade;
apurados no final do período. Representam o custo alocado ao pro- - os recursos disponíveis para gastos futuros;
duto mediante taxas predeterminadas de CIF, elaboradas com base - mudanças na carga tributária.
na média dos CIF´s passados, em possíveis mudanças futuras e no
volume de produção. Agora, quem são os usuários desses relatórios emitidos pelas
Custeio Marginal:Esse método, ainda constitui novidade para entidades do setor público?
muitos administradores de empresa do país. Essa forma é o modo Os principais usuários dos Relatórios Contábeis de Propósito
pelo quais todos os gastos despendidos por uma empresa, de na- Geral das Entidades do Setor Público (RCPGs) - como são conheci-
tureza variável, são alocados ao produto. Esse método propicia dos – são:
meios bastante objetivos de se identificar os custos e a margem de - Aqueles que utilizam os serviços oferecidos pelo Governo e
contribuição de cada produto vendido, além de a administração da pelas entidades do setor público;
empresa conhecer, de uma forma instantânea, os seus custos estru- - Os provedores dos recursos que financiam esses serviços.
turais fixos que estão, de certa forma diretamente relacionados à
capacidade instantânea. Observação: Assim como os usuários citados acima, os mem-
Custeio ABC:É o método de custeio baseado em atividades. É o bros do Poder Legislativo são considerados usuários primários dos
novo método de análise de custos que busca “rastrear” o gasto de RCPGs, já que são os representantes dos mais interessados na des-
uma empresa para analisar, monitorar as diversas rotas de consumo tinação dos recursos - os cidadãos -, que exercem fortemente a fun-
dos recursos “diretamente identificáveis” com suas atividades mais ção fiscalizadora desses relatórios.
relevantes, e destas para os produtos de serviços; com o objetivo
de facilitar as mudanças de atitudes dos gestores de uma empresa, Além dos usuários primários, os RCPGs também devem aten-
a fim de que estes, paralelamente a otimização de lucros para os der àqueles que não são considerados cidadãos, mas que utilizam
investidores, busquem também a otimização do valor dos produtos os serviços, ou seja, provedores de recursos e que dependam dos
para os clientes. Assim define (NAKAGAWA, 2001). O custeamento RCPGs para a tomada de decisão, prestação de contas e responsa-
com base em atividades é fundamentado no seguinte conceito: pro- bilização (accountability).
dutos consomem atividades, atividades consomem recursos. Logo, a própria NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL exemplifica
Custeio RKW:Esse método de custeio, não é recomendado, os “indivíduos que pagam tributos e recebem benefícios, mas não
nem muito utilizado, tem por procedimento ratear e alocar aos cus- são cidadãos; agências bilaterais ou multilaterais; fornecedores de
tos unitários. Ele é considerado uma despesa operacional e lançado recursos e corporações que realizam transações com o Governo; e
pelo seu valor total na demonstração de resultados como gasto do aqueles que financiam e/ou se beneficiam dos serviços fornecidos
período. por organizações governamentais internacionais” como interessa-
dos nas informações contidas no RCPGs.
No entanto, há outros usuários dos relatórios, os quais podem
ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE se apropriar da informação para usá-la de distintas formas. Como,
por exemplo:
“os responsáveis pelas estatísticas de finanças públicas, os ana-
Diante da globalização e do estreitamento das relações entre listas, a mídia, os consultores financeiros, os grupos de interesse
os países, viu-se a necessidade de uma padronização das Normas público ou privado”
Internacionais da Contabilidade. Isso se tornou importante para Além das organizações que possuem a prerrogativa de exigir a
que a comparabilidade e transparência dos relatórios fossem pre- elaboração do relatório contábil, há também:
servadas. “agências reguladoras e supervisoras, entidades de auditoria,
Dessa maneira, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) pas- comissões do Poder Legislativo ou outro órgão do Governo, órgãos
sou a ter como uma de suas funções a tradução das normas inter- centrais de orçamento e controle, gestão da entidade, agências de
nacionais, que, no caso do Setor Público, são produzidas e emitidas classificação de risco e, em alguns casos, entidades emprestadoras
pelo International Federation of Accountants (IFAC) e adaptadas de recursos e de fomento”
para o contexto brasileiro. Em 23 de Setembro de 2016, o CFC apro- Portanto, a essencialidade dos RCPGs é que eles devem ser ela-
vou a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) e suas técnicas apli- borados de modo que as necessidades de todos os usuários sejam
cadas ao Setor Público, formando, assim, a NBC TSP ESTRUTURA atendidas, contendo informações úteis e relevantes para a tomada
CONCEITUAL. de decisão, prestação de contas e responsabilização (accountabili-
Portanto, a Estrutura Conceitual traz os conceitos que devem ty).
ser levados em consideração pelas entidades públicas, na elabora- Nesse sentido, a ilustração abaixo demonstra a relação de co-
ção e divulgação dos seus relatórios contábeis. laboração entre o Governo e os principais usuários dos RCPGs, a
Agora, se a atividade finalística do Estado é prestação de servi- qual enfatiza a conversão dos recursos monetários - entregues pe-
ços à sociedade, qual a utilidade dessas informações para os seus los usuários - em prestação de serviços – geridos e executados pelo
usuários? Governo e entidades públicas.
Então, para que haja a prestação de serviços pelo Estado são
necessários recursos que financiem esses gastos. Diante do princi-
pio Constitucional da “Eficiência”, o Estado deve oferecer o máximo

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(a) se a entidade prestou seus serviços à sociedade de maneira
eficiente e eficaz;
(b) quais são os recursos atualmente disponíveis para gastos
futuros, e até que ponto há restrições ou condições para a utilização
desses recursos;
(c) a extensão na qual a carga tributária, que recai sobre os con-
tribuintes em períodos futuros para pagar por serviços correntes,
tem mudado; e
(d) se a capacidade da entidade para prestar serviços melhorou
ou piorou em comparação com exercícios anteriores.

3. Os governos geralmente têm amplos poderes, incluindo a


capacidade de estabelecer e fazer cumprir requisitos legais e alterar
esses requisitos. Globalmente, o setor público varia consideravel-
O equilíbrio entre esses agentes internos da economia só é mente em suas disposições constitucionais e em suas metodolo-
permitido pela evidenciação e registros contábeis emitidos pelo gias de funcionamento. No entanto, a governança no setor público,
Governo e suas entidades. Mas, de que valeria, no contexto mun- geralmente, envolve a realização de prestação de contas do Poder
dial da globalização, um país equilibrado internamente e que não Executivo para o Poder Legislativo.
se comunica com os demais, economicamente? Por isso a Estrutura 4. As seções a seguir destacam as características do setor pú-
Conceitual é importante, pois auxilia no diálogo do Brasil com os blico selecionadas para serem incluídas no desenvolvimento desta
demais países, transmitindo suas informações com maior transpa- estrutura conceitual.
rência e fidedignidade, no momento em que seguem um “padrão
internacional”.1 Volume e significância das transações sem contraprestação
5. Em transação sem contraprestação, a entidade recebe o
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE - NBC TSP ESTRUTURA valor da outra parte sem dar diretamente em troca valor aproxi-
CONCEITUAL, DE 23.09.2016 madamente igual. Tais transações são comuns no setor público. A
quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados a um in-
Aprova a NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL - Estrutura Concei- divíduo ou a um grupo de indivíduos, normalmente, não são direta-
tual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Pro- mente proporcionais ao volume de tributos cobrados. O indivíduo
pósito Geral pelas Entidades do Setor Público. ou o grupo pode ter que pagar tarifa ou taxa adicional e/ou pode
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de estar sujeito a cobranças específicas para ter acesso a determina-
suas atribuições legais e regimentais e com fundamento no dispos- dos serviços.
to na alínea “f” do Art. 6º do Decreto-Lei nº 9.295/1946, alterado No entanto, essas operações são, geralmente, transações sem
pela Lei nº 12.249/2010, faz saber que foi aprovada em seu Plenário contraprestação, porque o valor dos benefícios que indivíduo ou
a seguinte Norma Brasileira de Contabilidade (NBC): grupo de indivíduos pode obter não será aproximadamente igual
NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL – ESTRUTURA CONCEITUAL ao valor de quaisquer cobranças pagas por eles. A natureza das
PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL DE transações sem contraprestação pode impactar a forma pela qual
PROPÓSITO GERAL PELAS ENTIDADES DO SETOR PÚBLICO elas são reconhecidas, mensuradas e evidenciadas, no sentido de
dar suporte às avaliações por parte dos usuários dos serviços e dos
Prefácio provedores de recursos.
Introdução 6. A tributação é uma transação que ocorre por força de lei e,
1. A Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de In- portanto, uma transação sem contraprestação entre entidades (ou
formação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Pú- indivíduos) e o governo. A distribuição das competências tributárias
blico (Estrutura Conceitual) estabelece os conceitos que devem ser entre os níveis de governo não é uniforme e depende da relação
aplicados no desenvolvimento das demais Normas Brasileiras de entre as competências tributárias do governo federal, dos demais
Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCs TSP) do Conselho entes federativos e de outras entidades do setor público. As entida-
Federal de Contabilidade (CFC) destinados às entidades do setor des internacionais do setor público são financiadas principalmente
público. por meio de transferências oriundas dos governos. Tal financiamen-
Além disso, tais conceitos são aplicáveis à elaboração e à divul- to pode ser regido por tratados e convenções e pode também ser
gação formal dos Relatórios Contábeis de Propósito Geral das Enti- voluntário.
dades do Setor Público (RCPGs). 7. Os governos e outras entidades do setor público são res-
2. O objetivo principal da maioria das entidades do setor pú- ponsabilizáveis perante os provedores de recursos, especialmente
blico é prestar serviços à sociedade, em vez de obter lucros e gerar àqueles que provêm esses recursos por meio do pagamento de
retorno financeiro aos investidores. Consequentemente, o desem- obrigações tributárias e de outras obrigações da mesma natureza.
penho de tais entidades pode ser apenas parcialmente avaliado por O objetivo da prestação de contas e responsabilização (accountabi-
meio da análise da situação patrimonial, do desempenho e dos flu- lity) relacionado com a elaboração e divulgação dos RCPGs consta
xos de caixa. no Capítulo 2, intitulado Objetivos e Usuários da Informação Contá-
Os RCPGs fornecem informações aos seus usuários para subsi- bil de Propósito Geral das Entidades do Setor Público.
diar os processos decisórios e a prestação de contas e responsabili-
zação (accountability). Importância do orçamento público
Portanto, os usuários dos RCPGs das entidades do setor público 8. O governo e outras entidades do setor público elaboram
precisam de informações para subsidiar as avaliações de algumas orçamentos. No Brasil, a Constituição exige a elaboração do orça-
questões, tais como: mento anual, a sua aprovação pelo poder Legislativo e a sua dis-
ponibilização à sociedade. A legislação brasileira define o que a
1 Fonte: www.mmpcursos.com.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
peça orçamentária deve conter. A sociedade fiscaliza a gestão das Em razão dos tipos de serviços prestados, uma parcela signifi-
entidades públicas diretamente, respaldada pela Constituição, ou cativa dos ativos utilizados pelas entidades do setor público é espe-
indiretamente, por meio de representantes. O orçamento aprovado cializada, como, por exemplo, os ativos de infraestrutura e os ativos
é utilizado como base para a definição dos níveis de tributação e de militares.
outras receitas, compondo o processo de obtenção de autorização Pode existir mercado limitado para esses ativos e, mesmo as-
legislativa para a realização do gasto público. sim, eles podem necessitar de uma considerável adaptação para
9. Devido à importância do orçamento público aprovado, as in- serem utilizados por outros operadores. Esses fatores têm implica-
formações que possibilitam aos usuários compararem a execução ções para a mensuração desses ativos. O Capítulo 7, intitulado Men-
orçamentária com o orçamento previsto facilitam a análise quanto suração de Ativos e Passivos nas Demonstrações Contábeis, discute
ao desempenho das entidades do setor público. Tais informações as bases de mensuração dos ativos no setor público.
instrumentalizam a prestação de contas e a responsabilização (ac- 15. Governos e outras entidades do setor público podem man-
countability) e fornecem subsídios para o processo decisório rela- ter itens que contribuam para o legado cultural e histórico da nação
tivo aos orçamentos dos exercícios subsequentes. A elaboração de ou da região, como, por exemplo, obras de arte, prédios históricos
demonstrativo que apresenta e compara a execução do orçamento e outros artefatos. Os entes públicos também podem ser responsá-
com o orçamento previsto é o mecanismo normalmente utilizado veis por parques nacionais e outras áreas naturais relevantes com
para demonstrar a conformidade com os requisitos legais relativos fauna e flora nativas. Esses itens geralmente não são mantidos para
às finanças públicas. As necessidades dos usuários quanto às infor- serem vendidos, mesmo que o mercado para eles exista. Além dis-
mações orçamentárias são discutidas no Capítulo 2. so, os governos e as entidades do setor público, normalmente, têm
a responsabilidade de preservá-los e mantê-los para as gerações
Natureza dos programas e longevidade do setor público atuais e futuras.
10. Muitos programas do setor público são de longo prazo, e a 16. Governos frequentemente exercem poderes sobre recursos
capacidade para cumprir os compromissos depende dos tributos e naturais e outros recursos, como reservas minerais, água, áreas de
das contribuições a serem arrecadados no futuro. Muitos compro- pesca, florestas e o espectro eletromagnético (bandas de frequên-
missos decorrentes dos programas do setor público e as prerroga- cia de transmissões de telecomunicações). Esses poderes conferem
tivas para cobrar e arrecadar tributos futuros não se encaixam nas aos governos a prerrogativa de concessão de licenças, a obtenção
definições de ativo e passivo apresentados no Capítulo 5, intitulado de royalties ou a arrecadação de tributos pela utilização desses re-
Elementos das Demonstrações Contábeis. Portanto, os compromis- cursos. A definição e os critérios de reconhecimento de ativo são
sos e as prerrogativas com essa característica não são reconhecidos discutidos nos capítulos 5, intitulado Elementos das Demonstrações
nas demonstrações contábeis. Contábeis, e 6, intitulado Reconhecimento nas Demonstrações Con-
11. Consequentemente, as demonstrações que evidenciam a tábeis.
situação patrimonial e o desempenho não fornecem todas as in- 17. Governos e outras entidades do setor público incorrem em
formações que os usuários precisam conhecer a respeito dos pro- passivos relacionados aos seus objetivos de prestação de serviços.
gramas de longo prazo. Os efeitos financeiros de determinadas de- Muitos passivos são oriundos de transações sem contrapres-
cisões poderão ser observados após muitos anos. Dessa forma, os tação e isso inclui aqueles relacionados a programas direcionados
RCPGs, ao conterem informações financeiras prospectivas acerca ao fornecimento de benefícios sociais. Os passivos também podem
da sustentabilidade em longo prazo das finanças e de programas ser oriundos do papel governamental de credor em última instân-
essenciais da entidade do setor público, são documentos necessá- cia de entidades com problemas financeiros, e podem ser oriundos
rios para fins de prestação de contas e responsabilização (accounta- de quaisquer obrigações de transferência de recursos para afetados
bility) e tomada de decisão, como será visto no Capítulo 2. por desastres.
12. Embora o controle político possa mudar periodicamente, os A definição de passivo e os critérios de reconhecimento são
estados soberanos, geralmente, têm existências muito longas. Eles discutidos nos capítulos 5 e 6.
continuam a existir mesmo que passem por severas dificuldades fi-
nanceiras e se tornem inadimplentes com as obrigações oriundas Papel regulador das entidades do setor público
da sua respectiva dívida soberana. Se os entes subnacionais passa- 18. Muitos governos e outras entidades do setor público pos-
rem por dificuldades financeiras, os governos nacionais podem, por suem poder de regulação de entidades que operam em determina-
exemplo, agir como credores em última instância ou podem prestar dos setores da economia, de forma direta ou por meio de agências
garantias em larga escala para os empréstimos tomados por esses reguladoras. A principal razão da regulação é assegurar o interesse
entes. Nesse exemplo, os principais compromissos de prestação de público de acordo com objetivos definidos nas políticas públicas.
serviços das entidades subnacionais podem continuar a serem fi- A intervenção regulatória também pode ocorrer quando exis-
nanciados pelo governo nacional (ou central). Em outros exemplos, tem mercados imperfeitos ou falhas de mercado para determinados
as entidades do setor público que são incapazes de liquidar as suas serviços, ou, ainda, para mitigar alguns fatores, como, por exemplo,
obrigações na data de vencimento podem continuar a existir por a poluição. Essas atividades regulatórias são conduzidas de acordo
meio da reestruturação de suas operações. com o estabelecido na legislação.
13. A continuidade das entidades do setor público (going con- 19. Governos podem também se autorregularem e regularem
cern principle) fundamenta a elaboração das demonstrações con- outras entidades do setor público. Pode ser necessário um julga-
tábeis. mento para determinar se a regulação cria direitos ou obrigações
É necessário que a interpretação desse princípio expresse as para as entidades do setor público, os quais irão requerer o reco-
questões discutidas nos itens 11 e 12. nhecimento de ativos e passivos, ou se a prerrogativa de modificar
essa regulação exerce impacto na forma que tais direitos e obriga-
Natureza e propósito dos ativos e passivos no setor público ções são contabilizados.
14. No setor público, a principal razão de se manterem ativos O Capítulo 5 aborda os direitos e as obrigações das entidades
imobilizados e outros ativos é voltada para o potencial de serviços do setor público.
desses ativos e, não, para a sua capacidade de gerar fluxos de caixa.
Relacionamento com as estatísticas de finanças públicas (EFP)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
20. Muitos governos produzem dois tipos de informações fi- 1.2B Em caso de eventual conflito entre esta estrutura concei-
nanceiras ex-post: (a) Estatísticas de Finanças Públicas (EFP) do tual e outras NBCs TSP, prevalecem as disposições específicas vigen-
Setor Governo Geral (SGG), com o propósito de permitir a análise tes nestas últimas em relação às constantes na primeira. As referên-
macroeconômica e a tomada de decisão; e (b) Demonstrações Con- cias às NBCs TSP abrangem as NBCs T 16 nas partes não revogadas
tábeis de Propósito Geral (Demonstrações Contábeis) para a pres- destas últimas (ver dispositivos de revogação nas disposições finais
tação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de desta estrutura conceitual e nas demais NBCs TSP).
decisão ao nível da entidade, incluindo as demonstrações contábeis 1.3 Esta estrutura conceitual pode fornecer orientações para
consolidadas do governo. lidar com situações a serem evidenciadas pelas entidades do setor
20A. Os objetivos das informações contábeis e das estatísticas público que não são tratadas por outras NBCs TSP ou por outras
de finanças públicas são distintos e podem ocasionar interpreta- disposições do CFC aplicáveis às entidades do setor público. Nessas
ções diferentes para o mesmo fenômeno, mas deve-se buscar, sem- circunstâncias, os profissionais da contabilidade podem consultar
pre que possível, o alinhamento entre essas informações. e considerar a aplicabilidade das definições, dos critérios de reco-
21. (Não convergido). nhecimento, dos princípios de mensuração e de outros conceitos
22. As demonstrações contábeis e os relatórios de EFP têm identificados nesta estrutura conceitual.
muito em comum. Ambas as estruturas de relatórios estão voltadas
para (a) informação contábil, baseada no regime de competência, Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor
(b) ativos, passivos, receitas e despesas governamentais e (c) infor- Público (RCPG)
mações abrangentes sobre os fluxos de caixa. Há uma considerável 1.4 Os RCPGs são os componentes centrais da transparência da
sobreposição entre as duas estruturas de relatórios que sustentam informação contábil dos governos e de outras entidades do setor
essas informações. público, aprimorando-a e favorecendo-a. Os RCPGs são relatórios
23. No entanto, as NBCs TSP e as diretrizes para relatórios de contábeis elaborados para atender às necessidades dos usuários
EFP têm objetivos diferentes. O objetivo das demonstrações con- em geral, não tendo o propósito de atender a finalidades ou neces-
tábeis das entidades do setor público é o fornecimento de infor- sidades específicas de determinados grupos de usuários.
mações úteis sobre a entidade que reporta a informação, voltadas 1.5 Alguns usuários da informação contábil podem ter a prer-
para os usuários dos RCPGs para fins de prestação de contas e rogativa de exigir a elaboração de relatórios para atender às suas
responsabilização (accountability) e para a tomada de decisão. Os necessidades específicas. Mesmo que esses usuários identifiquem
relatórios de EFP são utilizados, principalmente, para: (a) analisar que a informação fornecida pelos RCPGs seja útil aos seus propósi-
opções de política fiscal, definir essas políticas e avaliar os seus im- tos, esses relatórios não são elaborados especificamente para aten-
pactos; (b) determinar o impacto sobre a economia; e (c) comparar der a essas necessidades.
os resultados fiscais nacional e internacionalmente. O foco é sobre 1.6 Os RCPGs podem compreender múltiplos relatórios, cada
a avaliação do impacto do SGG e do setor público em geral sobre a qual atendendo a certos aspectos dos objetivos e do alcance da ela-
economia, no âmbito da estrutura conceitual das estatísticas ma- boração e divulgação da informação contábil. Os RCPGs abrangem
croeconômicas. as demonstrações contábeis, incluindo as suas notas explicativas
24. Os objetivos e o alcance distintos levam ao tratamento tam- (doravante referido como demonstrações contábeis, a menos que
bém distinto de algumas transações e eventos. A eliminação das especificado em contrário). Os RCPGs abrangem também a apre-
diferenças não fundamentais para os objetivos das duas estruturas sentação de informações que aprimoram, complementam e suple-
conceituais e a utilização de um único sistema de informação con- mentam as demonstrações contábeis.
tábil integrado para gerar tanto as demonstrações contábeis quanto 1.7 O alcance da elaboração e divulgação da informação con-
os relatórios de EFP podem proporcionar benefícios aos usuários tábil estabelece o limite relacionado às transações e outros even-
em termos de qualidade, tempestividade e compreensibilidade dos tos e atividades que podem ser reportados nos RCPGs. O alcance
relatórios. dos relatórios é determinado pela necessidade de informações dos
Essas questões e suas implicações foram consideradas no de- usuários primários dos RCPGs e pelos objetivos da elaboração e
senvolvimento dos capítulos 2, 4, e 7. divulgação da informação contábil. Os fatores que determinam o
que deve estar no alcance da informação contábil são abordados
Capítulo 1 - Função, Autoridade e Alcance da Estrutura Con- no Capítulo 2.
ceitual
Alcance da estrutura conceitual e das NBCs TSP
Função 1.8 (Não convergido).
1.1 A estrutura conceitual estabelece os conceitos que funda- 1.8A Esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP aplicam-
mentam a elaboração e a divulgação dos Relatórios Contábeis de -se, obrigatoriamente, às entidades do setor público quanto à ela-
Propósito Geral das Entidades do Setor Público (RCPGs), os quais boração e divulgação dos RCPGs. Estão compreendidos no conceito
devem ser elaborados com base no regime de competência. O Con- de entidades do setor público: os governos nacionais, estaduais,
selho Federal de Contabilidade (CFC) aplicará estes conceitos no de- distrital e municipais e seus respectivos poderes (abrangidos os
senvolvimento das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas tribunais de contas, as defensorias e o Ministério Público), órgãos,
ao Setor Público (NBCs TSP) e nas demais disposições aplicáveis à secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações (insti-
elaboração e divulgação dos RCPGs. Autoridade tuídas e mantidas pelo poder público), fundos, consórcios públicos
1.2 (Não convergido). e outras repartições públicas congêneres das administrações direta
1.2A Os requisitos obrigatórios relacionados ao reconhecimen- e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes).
to, mensuração e apresentação das transações e outros eventos e 1.8B As empresas estatais dependentes são empresas contro-
atividades evidenciados nos RCPGs são especificados nas demais ladas que recebem do ente controlador recursos financeiros para
NBCs TSP, aplicando-se, subsidiariamente, os conceitos descritos pagamento de despesas com pessoal, despesas de custeio em geral
nesta estrutura conceitual. ou despesas de capital, excluídos, no último caso, aqueles prove-
nientes de aumento de participação acionária.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1.8C As empresas estatais independentes são todas as demais 2.6 Os RCPGs, elaborados para atender às necessidades de in-
empresas controladas pelas entidades do setor público que não se formações dos usuários dos serviços e provedores de recursos com
enquadram nas características expostas no item 1.8B, as quais, em a finalidade de prestação de contas e responsabilização (accounta-
princípio, não estão no alcance desta estrutura conceitual e das de- bility) e tomada de decisão, podem também fornecer informações
mais NBCs TSP (ver item 1.8D). úteis para outros indivíduos ou entidades para propósitos distintos.
1.8D As demais entidades não compreendidas no item 1.8A, Por exemplo, os responsáveis pelas estatísticas de finanças pú-
incluídas as empresas estatais independentes, poderão aplicar esta blicas, os analistas, a mídia, os consultores financeiros, os grupos
estrutura conceitual e as demais NBCs TSP de maneira facultativa de interesse público ou privado podem entender que a informação
ou por determinação dos respectivos órgãos reguladores, fiscaliza- fornecida pelos RCPGs é útil para os seus propósitos. As organiza-
dores e congêneres. ções que possuem a prerrogativa de exigir a elaboração de relatório
contábil estruturado para atender as suas necessidades específicas
Capítulo 2 - Objetivos e Usuários da Informação Contábil de de informação podem também utilizar a informação fornecida pe-
Propósito Geral das Entidades do Setor Público los RCPGs para os seus propósitos - como, por exemplo: agências
reguladoras e supervisoras, entidades de auditoria, comissões do
Objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil poder Legislativo ou de outro órgão do governo, órgãos centrais
2.1 Os objetivos da elaboração e divulgação da informação de orçamento e controle, agências de classificação de risco e, em
contábil estão relacionados ao fornecimento de informações sobre alguns casos, entidades emprestadoras de recursos e de fomento.
a entidade do setor público que são úteis aos usuários dos RCPGs Mesmo que esses outros indivíduos ou entidades encontrem infor-
para a prestação de contas e responsabilização (accountability) e mações úteis nos RCPGs, eles não são usuários primários desses
tomada de decisão. relatórios. Assim, os RCPGs não são elaborados e divulgados para
2.2 A elaboração e a divulgação de informação contábil não são atender a necessidades de informações específicas ou particulares.
um fim em si mesmas. O propósito é o de fornecer informações
úteis aos usuários dos RCPGs. Os objetivos da elaboração e divulga- Prestação de contas e responsabilização (accountability) e to-
ção da informação contábil são determinados com base nos usuá- mada de decisão
rios dos RCPGs e suas necessidades de informações. 2.7 A principal função dos governos e de outras entidades do
setor público é a de fornecer serviços que aprimorem ou mante-
Usuários dos RCPGs nham o bem-estar dos cidadãos e dos outros indivíduos. Esses ser-
2.3 Governos e outras entidades do setor público obtêm re- viços incluem, por exemplo: programas e políticas de bem-estar,
cursos dos contribuintes, doadores, credores por empréstimos e de educação pública, segurança nacional e defesa nacional. Na maioria
outros provedores de recursos para serem utilizados na prestação dos casos, esses serviços são fornecidos como resultado de transa-
de serviços aos cidadãos e aos outros usuários. Essas entidades são ção sem contraprestação em ambiente não competitivo.
responsáveis pela gestão e utilização dos recursos perante os usu- 2.8 Governos e outras entidades do setor público devem pres-
ários desses serviços. Aqueles que provêm os recursos também re- tar contas àqueles que provêm os seus recursos, bem como àqueles
querem informações que sirvam de base para a tomada de decisão. que dependam deles para que os serviços sejam prestados durante
2.4 Consequentemente, os RCPGs devem ser elaborados e di- determinado exercício ou em longo prazo. O atendimento das obri-
vulgados, principalmente, para atender às necessidades de infor- gações relacionadas à prestação de contas e responsabilização (ac-
mações dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos, countability) requer o fornecimento de informações sobre a gestão
quando estes não detêm a prerrogativa de exigir que a entidade do dos recursos da entidade confiados com a finalidade de prestação
setor público divulgue as informações que atendam às suas neces- de serviços aos cidadãos e aos outros indivíduos, bem como a sua
sidades específicas. Os membros do poder Legislativo são também adequação à legislação, regulamentação ou outra norma que dis-
usuários primários dos RCPGs e utilizam extensiva e continuamente ponha sobre a prestação dos serviços e outras operações. Em razão
esses relatórios enquanto atuam como representantes dos interes- da maneira pela qual os serviços prestados pelas entidades do se-
ses dos usuários de serviços e dos provedores de recursos. Assim, tor público são financiados (principalmente pela tributação e outras
para os propósitos desta estrutura conceitual, os usuários primários transações sem contraprestação) e da dependência dos usuários
dos RCPGs são os usuários dos serviços e seus representantes e os dos serviços no longo prazo, o atendimento das obrigações relacio-
provedores de recursos e seus representantes (doravante identifi- nadas à prestação de contas e responsabilização (accountability)
cados como usuários dos serviços e provedores de recursos, a não requer também o fornecimento de informação sobre o desempe-
ser que sejam identificados de outra forma). nho da prestação dos serviços durante o exercício e a capacidade
2.5 Os cidadãos recebem os serviços do governo e de outras de continuidade dos mesmos em exercícios futuros.
entidades do setor público e proveem parte dos recursos para esse 2.9 Os usuários dos serviços e os provedores de recursos tam-
fim. Assim, eles são usuários primários dos RCPGs. Alguns usuários bém exigem informações como insumo para a tomada de decisão,
dos serviços e alguns provedores de recursos que dependem dos como, por exemplo:
RCPGs para obter informações que eles necessitam para os propó- (a) credores, doadores e outros que provêm recursos volunta-
sitos de prestação de contas e responsabilização (accountability) e riamente, incluindo transação com contraprestação, tomam deci-
tomada de decisão podem não ser cidadãos, como, por exemplo: sões sobre se provêm recursos para dar suporte às atividades atuais
indivíduos que pagam tributos e recebem benefícios e não são con- ou futuras do governo ou de outra entidade do setor público. Em
siderados cidadãos; agências bilaterais ou multilaterais; provedores algumas circunstâncias, os membros do legislativo ou órgão repre-
de recursos e corporações que realizam transações com o governo; sentativo semelhante, que dependem dos RCPGs para obter a in-
bem como aqueles que financiam e/ou se beneficiam dos serviços formação de que necessitam, podem tomar ou influenciar as deci-
fornecidos por organizações governamentais internacionais. Na sões sobre os objetivos da prestação do serviço dos departamentos,
maioria dos casos, os governos que provêm recursos para as organi- órgãos ou programas do governo e os recursos alocados para dar
zações governamentais internacionais são dependentes dos RCPGs suporte à sua realização; e
daquelas organizações para fins de prestação de contas e responsa-
bilização (accountability) e tomada de decisão.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(b) os contribuintes normalmente não provêm recursos ao 2.12 A informação que os usuários dos serviços e os provedo-
governo ou a outra entidade do setor público voluntariamente ou res de recursos precisam para os propósitos citados no item 2.11,
como resultado de transação com contraprestação. Além disso, em provavelmente, se sobrepõe em muitos aspectos. Por exemplo, os
muitos casos, eles não detêm a prerrogativa de escolher se aceitam usuários de serviços exigem informação como insumo para avalia-
ou não os serviços prestados pela entidade do setor público ou de ção de questões tais como se:
escolher um prestador alternativo do serviço. Consequentemente, (a) a entidade está utilizando os recursos com eficácia, eficiên-
eles têm pouca capacidade direta ou imediata para tomar decisões cia e economicidade, e da maneira pretendida, e se tal uso corres-
sobre prover recursos ao governo, sobre os recursos a serem alo- ponde ao interesse público;
cados para a prestação dos serviços por entidade do setor públi- (b) o alcance, o volume e o custo dos serviços prestados duran-
co em particular ou, ainda, se compram ou consomem os serviços te o exercício são apropriados, bem como os montantes e as fontes
prestados. Entretanto, os usuários dos serviços e os provedores de de recuperação dos custos; e
recursos podem tomar decisões sobre as suas preferências de voto (c) a carga tributária atual e outros recursos angariados são su-
e das representações que delegam aos eleitos ou aos órgãos gover- ficientes para manter o volume e a qualidade dos serviços presta-
namentais essas decisões, em tese, podem ter implicação na aloca- dos atualmente.
ção de recursos para determinadas entidades, setores ou serviços Os usuários dos serviços exigem, também, informação sobre
públicos. as consequências das decisões tomadas e das atividades realizadas
pela entidade durante o exercício e sobre os recursos disponíveis
2.10 A informação fornecida nos RCPGs para fins de prestação para dar suporte à prestação de serviços em períodos futuros, às
de contas e responsabilização (accountability) subsidia e contribui atividades e objetivos da prestação de serviços, aos montantes e
para a tomada de decisão. Por exemplo, as informações sobre os às fontes de recuperação dos custos necessários para dar suporte
custos, a eficiência ou a eficácia das atividades de prestação de ser- a essas atividades.
viços no passado, o montante e as fontes de recuperação de custos
e os recursos disponíveis para dar suporte às atividades futuras, são 2.13 Os provedores de recursos exigem informação como sub-
necessárias para o atendimento da prestação de contas e respon- sídio para as avaliações sobre se a entidade:
sabilização (accountability). Essa informação também é útil para a (a) está alcançando os objetivos estabelecidos de modo a justi-
tomada de decisão pelos usuários dos RCPGs, inclusive as decisões ficar os recursos angariados durante o exercício;
que os doadores e outros patrocinadores tomam sobre o provimen- (b) financiou as operações atuais a partir dos recursos anga-
to de recursos à entidade. riados dos contribuintes, de empréstimos ou de outras fontes no
período atual; e
Necessidade de informação dos usuários dos serviços e dos (c) provavelmente necessita de recursos adicionais (ou menos
provedores de recursos recursos) no futuro e as fontes prováveis destes recursos.
2.11 Para fins de prestação de contas e responsabilização (ac- Os credores por empréstimos e outros credores exigem in-
countability) e tomada de decisão, os usuários de serviço e os pro- formação como insumo para avaliações da liquidez da entidade
vedores de recursos necessitam de informações que possam dar e, portanto, se o montante e o prazo para pagamento estarão em
suporte às avaliações de questões como: conformidade com o que foi contratado. Os doadores exigem infor-
(a) o desempenho da entidade durante o exercício como, por mação para dar suporte às avaliações se a entidade está utilizando
exemplo, em: os recursos com eficácia, eficiência e economicidade, e da maneira
(I) satisfazer a sua prestação de serviços e outros objetivos ope- pretendida.
racionais e financeiros;
(II) administrar os recursos pelos quais é responsável; e Eles também exigem informação sobre as atividades previstas
(III) estar em conformidade com a legislação, regramentos or- de prestação de serviços e as necessidades de recursos.
çamentários ou com os pronunciamentos de outro órgão ou entida-
de que regulamente a captação e a utilização dos recursos; Informação fornecida pelos RCPGs
(b) a liquidez (por exemplo, a capacidade de satisfazer as obri-
gações atuais) e a solvência (por exemplo, a capacidade de satisfa- Situação patrimonial, desempenho e fluxos de caixa
zer as obrigações em longo prazo) da entidade; 2.14 A informação sobre a situação patrimonial do governo ou
(c) a sustentabilidade da prestação de serviços pela entidade outra entidade do setor público possibilita aos usuários identifica-
e de outras operações em longo prazo, e as mudanças decorrentes rem os recursos da entidade e as demandas sobre esses recursos na
como resultado das atividades da entidade durante o exercício, in- data de divulgação do relatório. Isso fornece informação útil como
cluindo, por exemplo: subsídio às avaliações de questões tais como:
(I) a capacidade de a entidade de continuar a financiar as suas (a) a extensão na qual a administração cumpriu suas obriga-
atividades para satisfazer aos seus objetivos operacionais em futuro ções em salvaguardar e administrar os recursos da entidade;
(a sua capacidade financeira), inclusive as fontes prováveis de finan- (b) a extensão na qual os recursos estão disponíveis para dar
ciamento e a extensão na qual a entidade depende de tais fontes e, suporte às atividades relativas à prestação de serviços futuros e as
portanto, é vulnerável ao financiamento ou a pressões por deman- mudanças durante o exercício relativas ao montante ou à composi-
das que estariam fora do seu controle; e ção desses recursos, bem como as demandas sobre esses recursos;
(II) os recursos físicos e outros disponíveis atualmente para dar e
suporte à prestação de serviços no futuro (a sua capacidade opera- (c) os montantes e o cronograma de fluxos de caixa futuros
cional); e necessários aos serviços e ao pagamento das demandas existentes
(d) a capacidade da entidade de se adaptar a novas situações, sobre os recursos da entidade.
devido a mudanças demográficas ou nas condições econômicas
nacionais ou globais que provavelmente irão impactar a natureza 2.15 A informação sobre o desempenho do governo ou de outra
ou a composição das atividades que realiza ou os serviços que são entidade do setor público orienta as avaliações de questões, como,
prestados. por exemplo, se a entidade adquiriu recursos com economicidade e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
os utilizou com eficácia e eficiência para atingir os seus objetivos de dade durante o exercício, os ativos e os passivos na data do relatório
prestação de serviços. A informação sobre os custos da prestação e as alterações realizadas nesses itens durante o período (situação
de serviços e os montantes e fontes de recuperação desses custos patrimonial), bem como os resultados obtidos na prestação de ser-
durante o exercício irá auxiliar os usuários a determinar se os custos viços.
operacionais foram recuperados a partir de, por exemplo, tributos, 2.21 A inclusão nos RCPGs de informação que auxilia os usu-
cobranças aos usuários, contribuições e transferências, ou se foram ários na avaliação da extensão na qual as receitas, as despesas, os
financiados pelo aumento do nível de endividamento da entidade. fluxos de caixa e os resultados financeiros da entidade devem es-
2.16 A informação sobre os fluxos de caixa do governo ou de tar em conformidade com as estimativas refletidas nos orçamentos
outra entidade do setor público contribui para as avaliações do de- aprovados, bem como a aderência da entidade à legislação ou outra
sempenho e da liquidez e da solvência da entidade. Ela indica como regulamentação acerca da captação e da utilização dos recursos, é
a entidade arrecadou e utilizou os recursos durante o período, in- importante para a determinação de quão bem a entidade do setor
clusive os empréstimos tomados e pagos, bem como as suas aqui- público alcançou os seus objetivos financeiros. Tal informação é ne-
sições e vendas, por exemplo, do seu ativo imobilizado. Identifica cessária para a prestação de contas e responsabilização (accounta-
também os recursos recebidos a partir de, por exemplo, tributos e bility) do governo ou de outra entidade do setor público perante os
investimentos ou as transferências de recursos concedidas ou rece- administrados, para o aprimoramento da avaliação do desempenho
bidas em transações com outros governos, órgãos governamentais da entidade e para a tomada de decisão.
ou organismos internacionais. A informação sobre os fluxos de caixa
também pode subsidiar as avaliações sobre a conformidade da en- Resultado da prestação de serviços
tidade com o que foi definido pelos responsáveis pela gestão finan- 2.22 O objetivo principal dos governos e da maioria das en-
ceira e informar a avaliação dos montantes e fontes prováveis de tidades do setor público é prestar os serviços necessários para a
recursos para dar suporte aos objetivos da prestação de serviços. sociedade. Consequentemente, o desempenho dos governos e da
2.17 As informações sobre a situação patrimonial, sobre o de- maioria das entidades do setor público não está total ou adequa-
sempenho e sobre os fluxos de caixa são normalmente apresenta- damente refletido em qualquer medida de resultados financeiros.
das nas demonstrações contábeis. Para auxiliar os usuários a en- Portanto, os resultados financeiros necessitam ser avaliados no
tender, interpretar e inserir em contexto a informação apresentada contexto dos resultados da prestação de serviços à sociedade.
nas demonstrações contábeis, os RCPGs também podem fornecer 2.23 Em alguns casos, as mensurações quantitativas dos pro-
informações financeiras e não financeiras que aprimoram, comple- dutos e resultados das atividades de prestação de serviços da enti-
mentam e suplementam as demonstrações contábeis, inclusive as dade durante o exercício fornecem informações relevantes sobre o
informações sobre questões relacionadas ao governo ou outra enti- cumprimento dos objetivos da prestação de serviços - por exemplo,
dade do setor público, tais como: a informação sobre o custo, o volume e a frequência da prestação
(a) a conformidade com os orçamentos aprovados e outra re- de serviços e a relação dos serviços prestados com a quantidade de
gulamentação relativa às suas operações; recursos da entidade. Em outros casos, pode ser necessário comu-
(b) as atividades de prestação de serviços e os seus respectivos nicar a realização dos objetivos da prestação de serviços por meio
resultados durante o exercício; e da explicação da qualidade de determinados serviços prestados ou
(c) as expectativas relacionadas às atividades da prestação de do resultado de determinados programas.
serviços e outras atividades no futuro, bem como as consequências, 2.24 A divulgação de informações não financeiras e de infor-
em longo prazo, das decisões tomadas e das atividades realizadas mações financeiras das atividades de prestação de serviços, desem-
durante o exercício, inclusive aquelas que possam impactar as ex- penho e/ou os resultados durante o exercício, fornecem insumos
pectativas sobre o futuro. para avaliações da economicidade, da eficiência e da eficácia das
Essa informação pode ser apresentada nas notas explicativas operações da entidade. A divulgação dessas informações é necessá-
às demonstrações contábeis ou em relatórios separados incluídos ria para que o governo ou outra entidade do setor público cumpra
nos RCPGs. com suas obrigações de prestação de contas e responsabilização
(accountability) - isto é, justificar a utilização dos recursos capta-
Informação orçamentária e cumprimento da legislação ou ou- dos da sociedade ou em nome dela. Decisões de doadores sobre
tra regulamentação relativa à captação e à utilização de recursos a alocação de recursos para entidades e programas específicos são
2.18 O governo elabora, aprova e divulga o orçamento anual. também tomadas com base em informação sobre os resultados da
O orçamento fornece informação financeira aos interessados prestação de serviços durante o período e os objetivos da prestação
sobre os planos operacionais da entidade para o período futuro, de serviços no futuro (pelo menos em parte).
as suas necessidades de capital e, frequentemente, os seus obje-
tivos e as suas expectativas em relação à prestação de serviços. O Informações financeiras e não financeiras prospectivas
orçamento é utilizado para justificar a captação de recursos dos 2.25 Dada a longevidade das entidades do setor público e de
contribuintes e de outros provedores de recursos e estabelece os muitos programas governamentais, os efeitos financeiros de muitas
regramentos para os dispêndios de recursos. decisões tomadas no exercício somente podem se tornar evidentes
2.19 Alguns recursos para dar suporte às atividades das enti- vários anos depois. As demonstrações contábeis que apresentam
dades do setor público podem ser recebidos de doadores, credores informação sobre a situação patrimonial em um ponto no tempo e
por empréstimos ou como resultado de transações com contrapres- sobre o desempenho e os fluxos de caixa durante o exercício preci-
tação. sam ser avaliadas no contexto de longo prazo.
Entretanto, os recursos se originam, predominantemente, de 2.26 As decisões tomadas pelo governo ou por outra entidade
transações sem contraprestação advindas dos contribuintes e de do setor público em determinado período sobre programas para a
outros, de acordo com as expectativas refletidas no orçamento prestação e financiamento de serviços no futuro podem ter conse-
aprovado. quências significativas para:
2.20 Os RCPGs fornecem informação sobre os resultados (sen- (a) os usuários que são dependentes desses serviços no futuro;
do descritos como “superávit ou déficit”, “lucro ou prejuízo”, ou por e
outros termos cabíveis), o desempenho e os fluxos de caixa da enti-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(b) as gerações atuais e futuras de contribuintes e outros pro- jetadas, orçamentos e conjunturas governamentais, além de infor-
vedores involuntários que recolhem tributos e taxas para financiar mação sobre as iniciativas de políticas governamentais não relata-
as atividades planejadas de prestação de serviços e os compromis- das nos RCPGs.
sos financeiros relacionados.
Capítulo 3 - Características Qualitativas
2.27 As informações sobre os objetivos e atividades previstas
de prestação de serviços futuros, bem como o impacto provável Introdução
nas necessidades futuras de recursos pela entidade e as fontes de 3.1 Os RCPGs apresentam informações financeiras e não finan-
financiamento prováveis, são necessárias como subsídio para qual- ceiras sobre fenômenos econômicos, além de outros fenômenos.
quer avaliação da capacidade do governo ou de outra entidade do As características qualitativas da informação incluída nos RCP-
setor público em satisfazer aos seus compromissos financeiros e de Gs são atributos que tornam a informação útil para os usuários e
prestação de serviços no futuro. A evidenciação de tais informações dão suporte ao cumprimento dos objetivos da informação contábil.
nos RCPGs permite avaliações da sustentabilidade da prestação de O objetivo da elaboração e divulgação da informação contábil é for-
serviços pelo governo ou outra entidade do setor público, aprimora necer informação para fins de prestação de contas e responsabiliza-
a prestação de contas e responsabilização (accountability) e fornece ção (accountability) e tomada de decisão.
informação útil adicional para fins de tomada de decisão. 3.2 As características qualitativas da informação incluída nos
RCPGs são a relevância, a representação fidedigna, a compreensi-
Informação explicativa bilidade, a tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade.
2.28 As informações sobre os principais fatores relacionados 3.3 As restrições inerentes à informação contida nos RCPGs são
ao desempenho e aos resultados da prestação de serviços da enti- a materialidade, o custo-benefício e o alcance do equilíbrio apro-
dade durante o exercício e sobre as premissas que corroboram as priado entre as características qualitativas.
expectativas sobre esses fatores que provavelmente irão influen- 3.4 Cada uma das características qualitativas é integrada e
ciar o desempenho futuro da entidade podem ser apresentadas funciona em conjunto com as outras características, de modo a
nos RCPGs em notas explicativas às demonstrações contábeis ou fornecer informação útil nos RCPGs para cumprir os objetivos da
em relatórios separados. Tal informação irá auxiliar os usuários a informação contábil. Entretanto, na prática, talvez não seja possível
entenderem melhor, e no contexto adequado, as informações fi- alcançar todas as características qualitativas e, nesse caso, um equi-
nanceiras e não financeiras incluídas nos RCPGs e, ainda, aprimorar líbrio ou compensação entre algumas delas poderá ser necessário.
o papel dos RCPGs, no sentido de fornecer informação útil para fins 3.5 As características qualitativas se aplicam a todas as infor-
de prestação de contas e responsabilização (accountability) e toma- mações financeiras e não financeiras apresentadas nos RCPGs, in-
da de decisão. clusive às informações histórica e prospectiva, além da informação
explicativa. Contudo, pode haver variação no grau que as caracte-
Demonstrações contábeis e a informação que as aprimore, rísticas qualitativas podem ser alcançadas, dependendo do nível
complemente e suplemente de incerteza e de avaliação subjetiva envolvidos na compilação das
2.29 O alcance da informação contábil estabelece o limite das informações financeiras e não financeiras. A necessidade de orien-
transações, outros eventos e atividades que podem ser reporta- tação adicional na interpretação e aplicação das características
das nos RCPGs. Para responder às necessidades de informação dos qualitativas àquilo que estende o alcance da informação contábil
usuários, esta estrutura conceitual reflete o alcance da informa- para além das demonstrações contábeis deve ser considerada no
ção contábil, que é mais abrangente do que é evidenciado pelas desenvolvimento de qualquer NBC TSP ou de outras disposições do
demonstrações contábeis. Ela fornece a apresentação nos RCPGs CFC inerentes às entidades do setor público e que tratam de tais
de informação adicional que aprimore, complemente e suplemente questões.
essas demonstrações.
2.30 Mesmo que a estrutura conceitual preveja que o alcance Relevância
da informação contábil seja mais abrangente do que aquela evi- 3.6 As informações financeiras e não financeiras são relevan-
denciada nas demonstrações contábeis, a informação apresentada tes caso sejam capazes de influenciar significativamente o cumpri-
nestas últimas permanece sendo o núcleo da informação contábil. mento dos objetivos da elaboração e da divulgação da informação
A forma na qual os elementos das demonstrações contábeis são contábil. As informações financeiras e não financeiras são capazes
definidos, reconhecidos e mensurados e as formas de apresentação de exercer essa influência quando têm valor confirmatório, prediti-
e comunicação que podem ser adotadas para a informação incluída vo ou ambos. A informação pode ser capaz de influenciar e, desse
nos RCPGs são consideradas em outros capítulos desta estrutura modo, ser relevante, mesmo se alguns usuários decidirem não con-
conceitual, e no desenvolvimento de outras normas, quando for siderá-la ou já estiverem cientes dela.
apropriado. 3.7 As informações financeiras e não financeiras têm valor
confirmatório se confirmarem ou alterarem expectativas passadas
Outras fontes de informação (ou presentes). Por exemplo, a informação é relevante, para fins de
2.31 Os RCPGs têm papel significativo em fornecer a informa- prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada
ção necessária para dar suporte ao cumprimento da obrigação do de decisão, se confirmar as expectativas sobre questões, tais como:
governo ou de outra entidade do setor público em prestar contas, a extensão na qual os gestores cumpriram as suas responsabilida-
assim como o de fornecer informação útil para a tomada de deci- des pelo uso eficiente e eficaz dos recursos; a realização dos obje-
são. tivos especificados da prestação de serviços; e o cumprimento da
Entretanto, é improvável que os RCPGs forneçam todas as in- legislação e de regulamentos orçamentários, além de outros.
formações que os usuários necessitem para fins de prestação de 3.8 Os RCPGs podem apresentar informação acerca dos objeti-
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. vos, custos e atividades previstas de prestação de serviços, além do
Consequentemente, os usuários dos serviços e os provedores de montante e das fontes de recursos que se destinam a serem aloca-
recursos podem também considerar informação de outras fontes, das na prestação de serviços no futuro. Tal informação voltada para
inclusive os relatórios sobre as condições econômicas atuais e pro- o futuro tem valor preditivo e é relevante para fins de prestação de
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. A A relevância é uma característica qualitativa, e, por definição, a
informação sobre fenômenos econômicos e outros que existam ou informação relevante é capaz de influenciar as avaliações e as deci-
já tenham ocorrido também pode ter valor preditivo ao auxiliar a sões dos seus usuários.
formar expectativas sobre o futuro. Por exemplo, a informação que 3.15 Os fenômenos econômicos e outros fenômenos represen-
confirma ou refuta expectativas passadas pode reforçar ou alterar tados nos RCPGs ocorrem normalmente sob condições de incerteza.
expectativas sobre o desempenho e os resultados da prestação de Desse modo, a informação incluída nos RCPGs frequentemente
serviços que possam ocorrer no futuro. apresenta estimativas que incorporam o julgamento de valor dos
3.9 As funções confirmatória e preditiva da informação são in- gestores. Para representar fielmente o fenômeno econômico ou de
ter-relacionadas, por exemplo, a informação sobre o nível e a es- outra natureza, a estimativa deve ser baseada em dados apropria-
trutura atual dos recursos da entidade e as demandas por esses dos e cada um deles precisa refletir a melhor informação disponível.
recursos auxilia os usuários a confirmarem o resultado das estraté- Deve-se ter o devido cuidado ao se lidar com condições de incer-
gias de gestão durante o período, além de preverem a capacidade teza. Às vezes, pode ser necessário divulgar explicitamente o nível
da entidade em responder às mudanças e às necessidades previstas de incerteza das informações financeiras e não financeiras para re-
relacionadas à prestação de serviços no futuro. A mesma informa- presentar fielmente fenômenos econômicos ou de outra natureza.
ção auxilia a confirmar ou a corrigir as expectativas e previsões pas- 3.16 Estar livre de erro material não significa exatidão completa
sadas dos usuários acerca da capacidade da entidade de responder em todos os aspectos. Estar livre de erro material significa que não
a tais alterações. Auxilia também a confirmar ou corrigir as informa- há erros ou omissões que sejam individualmente ou coletivamente
ções financeiras prospectivas incluídas nos RCPGs anteriores. relevantes na descrição do fenômeno, e que o processo utilizado
para produzir a informação relatada foi aplicado conforme descri-
Representação fidedigna to. Em alguns casos, pode ser possível determinar a exatidão de
3.10 Para ser útil como informação contábil, a informação deve alguma informação incluída nos RCPGs, por exemplo, o montante
corresponder à representação fidedigna dos fenômenos econômi- da transferência de disponibilidades para outra esfera de governo,
cos e outros que se pretenda representar. A representação fidedig- o volume dos serviços prestados ou o valor pago pela aquisição
na é alcançada quando a representação do fenômeno é comple- de item do imobilizado. Entretanto, em outros casos pode não ser
ta, neutra e livre de erro material. A informação que representa possível determinar a exatidão da informação, por exemplo, pode
fielmente um fenômeno econômico ou outro fenômeno retrata a não ser possível estimar a eficácia de programa de prestação de
substância da transação, a qual pode não corresponder, necessaria- serviços com exatidão ou o valor ou custo do item. Nesses casos, a
mente, à sua forma jurídica. estimativa está livre de erro material se o montante for descrito cla-
3.11 Na prática, pode não ser possível ter certeza ou saber se a ramente como sendo uma estimativa, se a natureza e as limitações
informação apresentada nos RCPGs está completa, neutra e livre de do processo de estimativa forem explicadas e se nenhum erro ma-
erro material. Entretanto, a informação deve estar completa, neutra terial tiver sido identificado na seleção e na aplicação do processo
e livre de erro material tanto quanto possível. de elaboração da estimativa.
3.12 A omissão de algumas informações pode fazer com que
a representação do fenômeno econômico ou outro qualquer seja Compreensibilidade
falsa ou enganosa, não sendo útil para os usuários dos RCPGs. Por 3.17 A compreensibilidade é a qualidade da informação que
exemplo, a descrição completa de item do imobilizado nos RCPGs permite que os usuários compreendam o seu significado. Os RCP-
deve incluir a representação numérica do montante agregado do Gs devem apresentar a informação de maneira que corresponda às
item juntamente com outras informações quantitativas, descriti- necessidades e à base do conhecimento dos usuários, bem como a
vas e explicativas necessárias para representar fielmente essa clas- natureza da informação apresentada. Por exemplo, as explicações
se de ativo. Em alguns casos, isso pode incluir a evidenciação de acerca das informações financeiras e não financeiras e as informa-
informação sobre questões, tais como: as classes importantes do ções adicionais acerca da prestação de serviços e outros resultados
imobilizado; os fatores que afetaram a sua utilização no passado ou durante o exercício, além das expectativas para os períodos futu-
que podem impactar a sua utilização no futuro; e a base e o pro- ros, devem ser escritas em linguagem simples e apresentadas de
cesso para determinar a sua representação numérica. Do mesmo maneira que sejam prontamente compreensíveis pelos usuários. A
modo, as informações financeiras e não financeiras prospectivas e compreensão é aprimorada quando a informação é classificada e
a informação sobre o cumprimento dos objetivos e dos resultados apresentada de maneira clara e sucinta. A comparabilidade pode
incluídos nos RCPGs devem ser apresentadas em conjunto com as também aprimorar a compreensibilidade.
premissas-chave e quaisquer explicações que sejam necessárias 3.18 Espera-se que os usuários dos RCPGs tenham conheci-
para assegurar que a sua representação seja completa e útil para mento razoável das atividades da entidade e do ambiente no qual
os usuários. ela funciona, além de serem capazes e preparados para lerem os
3.13 A neutralidade da informação contábil corresponde à au- RCPGs e revisar e analisar a informação apresentada com a diligên-
sência de viés. Isso significa que a seleção e a apresentação das in- cia apropriada. Alguns fenômenos econômicos e de outra natureza
formações financeiras e não financeiras não devem ser feitas com a são particularmente complexos e difíceis de serem representados
intenção de se atingir um resultado particular predeterminado, por nos RCPGs, e alguns usuários podem precisar de ajuda de assistente
exemplo, para influenciar a avaliação dos usuários acerca da pres- para auxiliá-los em sua compreensão. Todos os esforços devem ser
tação de contas e responsabilização (accountability) por parte da realizados para representar os fenômenos econômicos e de outra
entidade, para uma decisão ou julgamento que está para ser feito, natureza incluídos nos RCPGs de maneira que seja compreensível
ou, ainda, para induzir a determinado comportamento. para a grande quantidade de usuários. Contudo, a informação não
3.14 A informação neutra representa fielmente os fenômenos deve ser excluída dos RCPGs somente pelo fato de ser muito com-
econômicos e outros fenômenos que ela se propõe a representar. plexa ou ser difícil para alguns usuários compreenderem sem a de-
Contudo, exigir que a informação incluída nos RCPGs seja neu- vida assistência.
tra não significa que não haja propósito ou que não influencie al-
gum comportamento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Tempestividade 3.25 A aplicação consistente dos princípios contábeis, das polí-
3.19 Tempestividade significa ter informação disponível para os ticas e da base de elaboração para as informações financeiras e não
usuários antes que ela perca a sua capacidade de ser útil para fins financeiras prospectivas aprimora a utilidade de qualquer compa-
de prestação de contas e responsabilização (accountability) e toma- ração entre os resultados projetados e os reais. A comparabilidade
da de decisão. Ter informação disponível mais rapidamente pode com outras entidades pode ser menos significativa para as explica-
aprimorar a sua utilidade como insumo para processos de avalia- ções da percepção ou opinião dos gestores acerca de fatores rela-
ção da prestação de contas e responsabilização (accountability) e a cionados ao desempenho atual da entidade.
sua capacidade de informar e influenciar os processos decisórios. A
ausência de tempestividade pode tornar a informação menos útil. Verificabilidade
3.20 Alguns itens de informação podem continuar sendo úteis 3.26 A verificabilidade é a qualidade da informação que ajuda
por bastante tempo após a publicação do relatório ou após o encer- a assegurar aos usuários que a informação contida nos RCPGs re-
ramento do exercício. Por exemplo, para fins de prestação de contas presenta fielmente os fenômenos econômicos ou de outra natureza
e responsabilização (accountability) e tomada de decisão, os usuá- que se propõe a representar. A suportabilidade, ou seja, a qualidade
rios dos RCPGs podem precisar avaliar as projeções do desempenho referente àquilo que dá suporte a algo, algumas vezes é utilizada
e da prestação de serviços da entidade e a sua conformidade com para descrever esta qualidade, quando aplicada em relação à in-
os orçamentos por vários exercícios. Adicionalmente, o resultado e formação explicativa e à informação quantitativa financeira e não
os efeitos de alguns programas de prestação de serviços podem não financeira prospectiva divulgada nos RCPGs. Quer referida como ve-
ser determináveis até períodos futuros, por exemplo, em relação rificabilidade ou como suportabilidade, a característica implica que
aos programas em que se tenha a intenção de aprimorar o bem-es- dois observadores esclarecidos e independentes podem chegar ao
tar econômico da sociedade, reduzir a incidência de determinada consenso geral, mas não necessariamente à concordância comple-
doença ou aumentar os níveis de alfabetização de determinados ta, em que:
grupos etários. (a) a informação representa os fenômenos econômicos e de
outra natureza, os quais se pretende representar sem erro material
Comparabilidade ou viés; ou
3.21 Comparabilidade é a qualidade da informação que possi- (b) o reconhecimento apropriado, a mensuração ou o método
bilita aos usuários identificar semelhanças e diferenças entre dois de representação foi aplicado sem erro material ou viés.
conjuntos de fenômenos. A comparabilidade não é uma qualidade 3.27 Para ser verificável, a informação não precisa ser um pon-
de item individual de informação, mas, antes, a qualidade da rela- to único estimado. Um intervalo de possíveis valores e suas proba-
ção entre dois ou mais itens de informação. bilidades relacionadas também pode ser utilizado.
3.22 A comparabilidade difere da consistência. A consistência
se refere à utilização dos mesmos princípios ou políticas contábeis e 3.28 A verificação pode ocorrer de forma direta ou indireta.
da mesma base de elaboração, seja de período a período dentro da Com a verificação direta, o montante ou outra representação
entidade ou de um único período entre duas ou mais entidades. A podem ser verificados em si mesmos, tais como: pela contagem de
comparabilidade é o objetivo, enquanto que a consistência auxilia a caixa; pela observação de títulos negociáveis e suas cotações de
atingi-lo. Em alguns casos, os princípios ou políticas contábeis ado- preço; ou pela confirmação de que os fatores identificados que in-
tados pela entidade podem ser revisados para melhor representar fluenciaram o desempenho passado estejam presentes e relaciona-
determinada transação ou evento nos RCPGs. dos com os efeitos identificados. Com a verificação indireta, o mon-
Nesses casos, a inclusão de evidenciação ou explicação adicio- tante ou outra representação podem ser verificados ao se checar os
nal pode ser necessária para satisfazer às características da compa- dados e recalcular os resultados utilizando a mesma convenção ou
rabilidade. metodologia contábil.
3.23 A comparabilidade também difere da uniformidade. Para Um exemplo corresponde à verificação do valor contábil do
que a informação seja comparável, coisas semelhantes devem pare- estoque por meio da conferência das entradas (quantidades e cus-
cer semelhantes e coisas distintas devem parecer distintas. A ênfase tos) e do recálculo do estoque final utilizando o mesmo método
demasiada na uniformidade pode reduzir a comparabilidade ao fa- de mensuração (por exemplo, custo médio ou “primeiro que entra,
zer com que coisas distintas pareçam semelhantes. A comparabili- primeiro que sai” (PEPS)).
dade da informação nos RCPGs não é aprimorada ao se fazer com 3.29 A qualidade da verificabilidade (ou suportabilidade, se tal
que coisas distintas pareçam semelhantes, assim como ao fazer termo for utilizado para descrever essa característica) não é absolu-
com que coisas semelhantes pareçam distintas. ta - alguma informação pode ser mais ou menos passível de verifi-
3.24 A informação sobre a situação patrimonial da entidade, o cação do que outra. Contudo, quanto mais verificável for a informa-
desempenho, os fluxos de caixa, a conformidade com os orçamen- ção incluída nos RCPGs, mais se irá assegurar aos usuários de que a
tos aprovados ou com outra legislação relevante ou com os demais informação representa fielmente os fenômenos econômicos, ou de
regulamentos relacionados à captação e à utilização dos recursos, outra natureza os quais se pretende representar.
o desempenho da prestação de serviços e os seus planos futuros, 3.30 Os RCPGs podem incluir informação financeira e outra in-
é necessária para fins de prestação de contas e responsabilização formação quantitativa, além de explicação sobre (a) as influências-
(accountability) e tomada de decisão. A utilidade de tal informação -chave a respeito do desempenho da entidade durante o período;
é aprimorada se puder ser comparada com, por exemplo: (b) os efeitos ou resultados futuros projetados dos programas de
(a) informações financeiras e não financeiras prospectivas ante- prestação de serviços realizados durante o período; e (c) informa-
riormente apresentadas para aquele exercício ou data do relatório; ções financeiras e não financeiras prospectivas. Pode não ser pos-
(b) informação similar sobre a mesma entidade referente a al- sível verificar a exatidão de todas as representações quantitativas e
gum outro exercício ou a algum outro momento no tempo; e explicações de tal informação até período futuro.
(c) informação similar sobre outras entidades (por exemplo, 3.31 Para ajudar a assegurar aos usuários de que a informação
entidades do setor público prestando serviços semelhantes em ju- quantitativa financeira e não financeira (prospectivas) e as expli-
risdições distintas) para o mesmo exercício. cações incluídas nos RCPGs representam fielmente os fenômenos
econômicos ou de outra natureza os quais se pretende representar,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
deve haver transparência nas premissas observadas em relação à assumir os custos desses esforços, uma vez que os recursos são re-
informação divulgada, nas metodologias adotadas na compilação direcionados da prestação de serviços para a elaboração da infor-
dessa informação e nos fatores e nas circunstâncias que apoiam mação dos RCPGs.
quaisquer opiniões expressas ou evidenciações feitas. Isso possi- 3.38 Os usuários em geral obtêm a maior parte dos benefícios
bilita aos usuários formar opinião sobre a adequabilidade dessas das informações fornecidas nos RCPGs. Contudo, a informação ela-
premissas e sobre o método de compilação, mensuração, represen- borada para os RCPGs também pode ser utilizada internamente
tação e interpretação da informação. pela administração, influenciando o processo decisório por parte
dela. A evidenciação da informação nos RCPGs, consistente com os
Restrições acerca da informação incluída nos RCPGs Materia- conceitos desta estrutura conceitual e das NBCs TSP e com outras
lidade disposições do CFC, deve aprimorar e reforçar as percepções da
3.32 A informação é material se a sua omissão ou distorção transparência da informação contábil pelos governos e outras en-
puder influenciar o cumprimento do dever de prestação de contas tidades do setor público, além de contribuir para a avaliação mais
e responsabilização (accountability), ou as decisões que os usuá- precisa da dívida pública por agentes externos. Portanto, as entida-
rios tomam com base nos RCPGs elaborados para aquele exercício. des do setor público podem beneficiar-se de diversas maneiras da
A materialidade depende tanto da natureza quanto do montante informação fornecida nos RCPGs.
do item analisado dentro das particularidades de cada entidade. 3.39 A aplicação da restrição custo-benefício envolve avaliar se
Os RCPGs podem englobar informação qualitativa e quantitativa os benefícios de divulgar a informação provavelmente justificam os
acerca do cumprimento da prestação de serviços durante o período custos incorridos para fornecê-la e utilizá-la. Ao fazer essa avalia-
de referência e das expectativas sobre a prestação de serviço e o ção, é necessário considerar se uma ou mais características quali-
desempenho no futuro. Consequentemente, não é possível especi- tativas podem ser sacrificadas até certo ponto para reduzir o custo.
ficar um limite quantitativo uniforme no qual determinada informa- 3.40 Ao se desenvolverem as NBCs TSP, leva-se em considera-
ção se torna material. ção a informação obtida dos responsáveis pelas demonstrações,
3.33 As avaliações de materialidade são feitas no contexto do dos usuários, da academia e de outros atores, acerca da natureza
ambiente legislativo, institucional e operacional dentro do qual as e dos benefícios esperados, bem como dos custos dos requisitos
entidades funcionam e, em relação às informações financeiras e propostos.
não financeiras prospectivas, o conhecimento de quem as elabora
e as expectativas acerca do futuro. A evidenciação da informação Equilíbrio entre as características qualitativas
sobre a conformidade, ou não, com a legislação, regulamentação ou 3.41 As características qualitativas funcionam, conjuntamente,
outro normativo pode ser material devido à sua natureza, indepen- para contribuir com a utilidade da informação. Por exemplo, nem a
dentemente da magnitude de quaisquer dos montantes envolvidos. descrição que represente fielmente um fenômeno irrelevante, nem
Nesse contexto, ao se determinar se um item é material, deve-se a descrição que represente de modo não fidedigno um fenômeno
levar em consideração questões, tais como a natureza, a legalidade, relevante resultam em informação útil. Do mesmo modo, para ser
a sensibilidade e os efeitos de eventos e transações passados ou relevante, a informação precisar ser tempestiva e compreensível.
previstos; as partes envolvidas em tais transações; e as circunstân- 3.42 Em alguns casos, o equilíbrio ou a compensação (tradeoff)
cias que deram origem a essas transações. entre as características qualitativas pode ser necessário para se al-
3.34 De acordo com esta estrutura conceitual, a materialidade cançar os objetivos da informação contábil. A importância relativa
é classificada como uma restrição na informação incluída nos RCP- das características qualitativas em cada situação é uma questão de
Gs. Ao se desenvolver as NBCs TSP e outras disposições, deve-se julgamento profissional. A meta é alcançar o equilíbrio apropriado
considerar a materialidade dos efeitos da aplicação de uma polí- entre as características para satisfazer aos objetivos da elaboração
tica contábil específica. Sujeitas aos requisitos de quaisquer NBCs e da divulgação da informação contábil.
TSP, a entidade, ao elaborar os RCPGs, deve considerar também a
materialidade, por exemplo, da aplicação de uma política contábil Capítulo 4 - Entidade que Reporta a Informação Contábil
específica e da evidenciação em separado de determinados itens
da informação. Introdução
4.1 A entidade do setor público que reporta a informação con-
Custo-benefício tábil é um ente governamental ou outra organização, programa ou
3.35 A informação contábil impõe custos, e seus benefícios de- outra área identificável de atividade (doravante referida como enti-
vem justificá-los. Avaliar se os benefícios da informação justificam dade ou entidade do setor público) que elabora os RCPGs.
seus custos é, com frequência, uma questão de julgamento de valor, 4.2 A entidade do setor público que reporta a informação con-
pois não é possível identificar todos os custos e todos os benefícios tábil pode compreender duas ou mais entidades que apresentem
da informação incluída nos RCPGs. os RCPGs como se fossem uma única entidade - tal entidade é refe-
3.36 Os custos, para fornecerem a informação, incluem os de rida como grupo de entidades que reportam a informação contábil.
coleta, de processamento e de verificação e/ou de apresentação Características-chave de entidade do setor público que reporta
das premissas e das metodologias que dão suporte a elas, além dos a informação contábil
de disseminação. Os usuários incorrem nos custos da análise e in- 4.3 As características-chave de entidade do setor público que
terpretação. reporta a informação contábil são:
A omissão da informação útil também impõe custos, inclusive (a) ser uma entidade que capta recursos da sociedade ou em
aqueles em que os usuários incorrem na obtenção de informação nome desta e/ou utiliza recursos para realizar atividades em bene-
necessária de terceiros, além dos custos advindos da tomada de fício dela; e
decisão utilizando dados incompletos fornecidos pelos RCPGs. (b) existir usuários de serviços ou provedores de recursos de-
3.37 Os responsáveis pelos RCPGs envidam a maior parte dos pendentes de informações contidas nos RCPGs para fins de pres-
seus esforços para agregar informação aos relatórios. Entretanto, tação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de
os usuários dos serviços e os provedores de recursos acabam por decisão.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4.4 O governo pode estabelecer e/ou funcionar por meio de 4.10 Contudo, nem sempre está claro se há usuários de servi-
unidades administrativas como, por exemplo, ministérios, secreta- ços ou provedores de recursos que dependam dos RCPGs de, por
rias ou departamentos. Ele pode funcionar também por meio de exemplo, departamentos ou órgãos individuais do governo, progra-
fundos, autoridades estatutárias, empresas estatais e outras enti- mas especiais ou áreas identificáveis de atividades com informação
dades com identidade jurídica própria ou autonomia operacional para fins de prestação de contas e responsabilização (accountabi-
para realizar, ou de outra maneira dar suporte à prestação de ser- lity) e tomada de decisão. Determinar se essas organizações, pro-
viços à sociedade. gramas ou atividades devem ser identificados como entidades que
Outras organizações do setor público, inclusive organizações reportam a informação e, consequentemente, serem exigidas a ela-
internacionais do setor público e autoridades municipais, podem borarem os RCPGs envolve o exercício de julgamento profissional.
realizar também determinadas atividades por intermédio das en- 4.11 O governo e algumas outras entidades do setor público
tidades com identidade jurídica própria ou autonomia operacional têm identidade e enquadramento legal específicos (personalidade
e podem beneficiar-se e estarem sujeitas a encargo financeiro ou jurídica).
perda resultante das atividades. Entretanto, as organizações, os programas e as atividades do
4.5 Os RCPGs são elaborados para reportar informação útil setor público sem personalidade jurídica também podem captar ou
aos usuários para fins de prestação de contas e responsabilização empregar recursos, adquirir e administrar ativos, incorrer em obri-
(accountability) e tomada de decisão. Os usuários de serviços ou gações, realizar atividades para atingir os objetivos da prestação de
os provedores de recursos são os usuários primários dos RCPGs. serviços ou, de outra maneira, implementar a política governamen-
Consequentemente, uma característica-chave da entidade do setor tal.
público que reporta a informação, inclusive de grupo dessas en- Os usuários de serviços e os provedores de recursos podem de-
tidades, é a existência de usuários de serviços ou provedores de pender dos RCPGs para obter informação para os fins de prestação
recursos que são dependentes dos RCPGs para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Consequentemente, a entidade que reporta a informação contábil
4.6 Os RCPGs englobam as demonstrações contábeis e a infor- do setor público pode ter personalidade jurídica específica ou ser,
mação que as aprimore, complemente e suplemente. As demons- por exemplo, organização, acordo administrativo ou programa sem
trações contábeis apresentam informação sobre os recursos e as personalidade jurídica.
demandas sobre estes, além dos fluxos de caixa da entidade ou gru-
po de entidades que reportam a informação durante o exercício. Capítulo 5 - Elementos das Demonstrações Contábeis
Portanto, para possibilitar a elaboração das demonstrações contá-
beis, a entidade que reporta a informação deve captar recursos e/ Introdução
ou deve utilizar recursos captados anteriormente para realizar ativi-
dades em benefício da sociedade ou em nome dela. Propósito
4.7 A existência de usuários dos RCPGs de entidade do setor 5.1 Este capítulo define os elementos utilizados nas demons-
público ou grupo de entidades pressupõe a existência de entidade trações contábeis e fornece explicação adicional acerca dessas de-
que tenha a responsabilidade ou a capacidade de captar ou utilizar finições.
recursos, adquirir ou administrar bens públicos, incorrer em passi-
vos ou realizar atividades para atingir os objetivos da prestação de Elementos e sua importância
serviços. 5.2 As demonstrações contábeis retratam os efeitos financei-
Quanto maiores os recursos que a entidade do setor públi- ros e não financeiros das transações e outros eventos ao agrupá-los
co capta, administra e/ou tem a capacidade de utilizar, e quanto em classes amplas que compartilham características econômicas
maiores as obrigações que incorre e maior o impacto econômico comuns.
ou social das suas atividades, é mais provável que existam usuários Essas classes amplas são denominadas elementos das demons-
de serviços ou provedores de recursos que sejam dependentes dos trações contábeis. Os elementos correspondem às estruturas bási-
RCPGs para obter informação para fins de prestação de contas e cas a partir das quais as demonstrações contábeis são elaboradas.
responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Na ausên- Essas estruturas fornecem um ponto inicial para reconhecer, clas-
cia desses fatores, em que eles não sejam significativos, é imprová- sificar e agregar dados e atividades econômicas de maneira a for-
vel que existam usuários dos RCPGs dessas entidades. necer aos usuários informação que satisfaça aos objetivos e atinja
4.8 A elaboração dos RCPGs não é um processo sem custos. as características qualitativas da informação contábil, levando em
Portanto, se a imposição de requisitos para a informação contá- consideração as restrições sobre a informação incluída nos RCPGs.
bil pressupõe que estas devam ser eficientes e eficazes, é importan- 5.3 Os elementos definidos neste capítulo não se referem aos
te que seja exigido que os RCPGs sejam elaborados somente pelas itens individuais que são reconhecidos como resultado de transa-
entidades do setor público para as quais existam usuários. ções e eventos. As subclassificações dos itens individuais dentro de
4.9 Em muitos casos, é clara a existência, ou não, de usuá- um elemento e as agregações de itens são utilizadas para aprimorar
rios de serviços ou de provedores de recursos que dependam dos a compreensibilidade das demonstrações contábeis. A apresenta-
RCPGs para fornecer informação para fins de prestação de con- ção dos RCPGs é tratada no Capítulo 8, intitulado Apresentação de
tas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão. Por Informação no Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades
exemplo, tais usuários, provavelmente, existem para os RCPGs de do Setor Público.
governo em nível nacional, estadual ou municipal e para as organi- 5.4 Em algumas circunstâncias, para assegurar que as demons-
zações internacionais do setor público. Isso porque esses governos trações contábeis forneçam informação útil para uma avaliação sig-
e organizações normalmente têm a capacidade de captar recursos nificativa do desempenho e da situação patrimonial da entidade, o
substanciais e/ou empregar esses recursos em nome da sociedade, reconhecimento de fenômenos econômicos não capturados pelos
incorrer em responsabilidades e impactar o bem-estar econômico elementos definidos neste capítulo pode ser necessário. Conse-
e/ou social das comunidades que dependem deles para a prestação quentemente, a identificação dos elementos neste capítulo não im-
de serviços. pede as NBCs TSP de exigirem ou permitirem o reconhecimento de
recursos ou obrigações que não satisfaçam a definição de elemento
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
identificada neste capítulo (doravante referidos como “outros re- 5.12 Para avaliar se a entidade controla o recurso no presente,
cursos” ou “outras obrigações”), quando necessário no sentido de deve ser observada a existência dos seguintes indicadores de con-
se alcançarem os objetivos da informação contábil. trole:
(a) propriedade legal;
Elementos (b) acesso ao recurso ou a capacidade de negar ou restringir o
5.5 Os elementos definidos neste capítulo são: acesso a esses;
(a) ativo; (c) meios que assegurem que o recurso seja utilizado para al-
(b) passivo; cançar os seus objetivos; ou
(c) receita; (d) a existência de direito legítimo ao potencial de serviços ou
(d) despesa; à capacidade para gerar os benefícios econômicos advindos do re-
(e) contribuição dos proprietários; curso.
(f) distribuição aos proprietários. Embora esses indicadores não sejam determinantes conclu-
Ativo sivos acerca da existência do controle, sua identificação e análise
podem subsidiar essa decisão.
Definição 5.12A A propriedade legal do recurso, tal como terreno ou
5.6 Ativo é um recurso controlado no presente pela entidade equipamento, é um dos métodos para se verificar o potencial de
como resultado de evento passado. serviços ou os benefícios econômicos de um ativo. No entanto, os
direitos ao potencial de serviços ou à capacidade de gerar benefí-
Recurso cios econômicos podem existir sem que se verifique a propriedade
5.7 Recurso é um item com potencial de serviços ou com a ca- legal do recurso. Por exemplo, os direitos ao potencial de serviços
pacidade de gerar benefícios econômicos. A forma física não é uma ou à capacidade de gerar benefícios econômicos por meio da ma-
condição necessária para um recurso. O potencial de serviços ou nutenção e utilização de item patrimonial arrendado são verifica-
a capacidade de gerar benefícios econômicos podem surgir direta- dos sem que haja a propriedade legal do próprio item arrendado.
mente do próprio recurso ou dos direitos de sua utilização. Alguns Portanto, a propriedade legal do recurso não é uma característica
recursos incluem os direitos da entidade a uma série de benefícios, essencial de um ativo. No entanto, a propriedade legal é um indica-
inclusive, por exemplo, o direito a: dor de controle.
(a) utilizar o recurso para a prestação de serviços (inclusive 5.12B O direito de acesso ao recurso pode fornecer à entidade
bens); a capacidade para determinar se pode, ou não:
(b) utilizar os recursos de terceiros para prestar serviços como, (a) utilizar diretamente o potencial de serviços do recurso para
por exemplo, arrendamento mercantil; prestar serviços aos usuários;
(c) converter o recurso em caixa por meio da sua alienação; (b) trocar o recurso por outro ativo, tal como caixa; ou
(d) beneficiar-se da valorização do recurso; ou (c) utilizar o ativo em quaisquer outras maneiras de modo a
(e) receber fluxos de caixa. prestar serviços ou gerar benefícios econômicos.

5.8 O potencial de serviços é a capacidade de prestar serviços 5.12C Enquanto o acesso ao recurso é crucial, existem recur-
que contribuam para alcançar os objetivos da entidade. O potencial sos aos quais a entidade tem acesso que não dá origem a ativos
de serviços possibilita a entidade alcançar os seus objetivos sem, como, por exemplo, o ar. Portanto, a capacidade de acessar o recur-
necessariamente, gerar entrada líquida de caixa. so precisa ser suplementada pela capacidade de negar ou restringir
5.9 Os ativos do setor público que ensejam potencial de ser- o acesso de terceiros ao recurso, por exemplo, (a) a entidade pode
viços podem ser representados pelos ativos de recreação, do pa- decidir se estabelece entrada grátis ao museu ou restringe o aces-
trimônio cultural, comunitários, de defesa nacional e outros que so daqueles que não pagam a taxa, e (b) o governo pode controlar
sejam mantidos pelos governos e outras entidades do setor público um recurso natural sob o seu território ao qual pode restringir o
e que sejam utilizados para a prestação de serviços a terceiros. Tais acesso de terceiros. Demandas legalmente aplicáveis relativas a re-
serviços podem ser para consumo coletivo ou individual. Vários ser- cursos específicos como, por exemplo, o direito de acesso a uma
viços podem ser fornecidos em áreas onde não haja concorrência rodovia ou o direito de explorar um território na busca por recursos
de mercado ou concorrência limitada de mercado. A utilização e a minerais, poderia representar um ativo para o titular. No entanto,
alienação de tais ativos podem ser restritas, já que muitos ativos a entidade pode ser capaz de acessar o potencial de serviços ou a
que ensejam potencial de serviços são especializados por natureza. capacidade de gerar benefícios econômicos associados ao recurso
5.10 Os benefícios econômicos correspondem a entradas de sem que haja a necessidade de obtenção de direitos jurídicos.
caixa ou a reduções das saídas de caixa. As entradas de caixa (ou as
reduções das saídas de caixa) podem derivar, por exemplo: Evento passado
(a) da utilização do ativo na produção e na venda de serviços; 5.13 A definição de ativo exige que o recurso controlado pela
ou entidade no presente tenha surgido de transação ou outro even-
(b) da troca direta do ativo por caixa ou por outros recursos. to passado. Podem existir diversas transações passadas ou outros
eventos que resultem no ganho do controle do recurso pela enti-
Controlado no presente pela entidade dade e, por conseguinte, o caracterize como ativo. As entidades
5.11 A entidade deve ter o controle do recurso. O controle do podem obter ativos por intermédio da sua compra em transação
recurso envolve a capacidade da entidade em utilizar o recurso (ou com contraprestação, bem como pelo seu desenvolvimento. Os
controlar terceiros na sua utilização) de modo que haja a geração ativos também podem surgir de transações sem contraprestação,
do potencial de serviços ou dos benefícios econômicos originados inclusive por meio do exercício dos direitos soberanos. O poder de
do recurso para o cumprimento dos seus objetivos de prestação de tributar ou emitir licenças, acessar, restringir ou negar acesso aos
serviços, entre outros. benefícios oriundos de recursos intangíveis como, por exemplo, o
espectro eletromagnético (bandas de frequência de transmissões
de telecomunicações), são exemplos dos poderes específicos do
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setor público e dos direitos que podem dar origem a ativos. Ao se vulgado publicamente a intenção de se comportar de determinado
avaliar o surgimento do direito de controle de recursos, os seguin- modo. A identificação de terceiros é uma indicação da existência de
tes eventos devem ser considerados: obrigação que dá origem a um passivo. Entretanto, não é essencial
(a) a capacidade geral para exercer o poder; saber a identidade dos terceiros antes da época da extinção do pas-
(b) a constituição de poder por meio de lei, estatuto ou instru- sivo para que a obrigação presente exista.
mento congênere; 5.19 Muitas transações que dão origem à obrigação preveem
(c) o exercício do poder de criar um direito; e prazos de liquidação. A existência de prazo de liquidação pode for-
(d) o evento que dá origem ao direito de receber recursos de necer uma indicação de que a obrigação envolve a saída de recur-
terceiros. sos e origina um passivo. Entretanto, existem muitos contratos ou
acordos que não preveem prazos para a liquidação. A ausência de
O ativo surge quando o poder for exercido e os direitos de re- data de liquidação não impede que a obrigação origine um passivo.
ceber recursos existirem.
Obrigações legais
Passivo 5.20 Obrigação legal (ou legalmente vinculada) é exigível por
força de lei. Tais obrigações exigíveis podem advir de uma série de
Definição dispositivos legais. Transações com contraprestação normalmente
5.14 Passivo é uma obrigação presente, derivada de evento são de natureza contratual e, portanto, exigíveis por meio do direi-
passado, cuja extinção deva resultar na saída de recursos da enti- to contratual ou equivalente. Para alguns tipos de transações sem
dade. contraprestação, é necessário julgamento profissional para se de-
terminar se a obrigação é exigível por força de lei. Quando for defi-
Obrigação presente nido que a obrigação é exigível por força de lei, não há dúvida que
5.15 As entidades do setor público podem ter uma série de a entidade não tem realisticamente alternativa alguma para evitar a
obrigações. Obrigação presente é uma obrigação que ocorre por obrigação e que, consequentemente, o passivo existe.
força de lei (obrigação legal ou obrigação legalmente vinculada) ou 5.21 Algumas obrigações relacionadas a transações com con-
uma obrigação que não ocorre por força de lei (obrigação não legal- traprestação não são rigorosamente exigíveis por terceiros na data
mente vinculada), as quais não possam ser evitadas pela entidade. de apresentação das informações contábeis, mas serão exigíveis no
transcurso do tempo sem que terceiros tenham que satisfazer ou-
Saída de recursos da entidade tras condições - ou ter que realizar qualquer outra ação - antes da
5.16 Um passivo deve envolver uma saída de recursos da en- liquidação.
tidade para ser liquidado ou extinto. A obrigação que pode ser li- As demandas que são exigíveis incondicionalmente em razão
quidada ou extinta sem a saída de recursos da entidade não é um do transcurso do tempo são obrigações exigíveis no contexto da de-
passivo. finição de passivo.
5.16A Para os fins desta estrutura conceitual, os termos “liqui- 5.22 O poder soberano é a autoridade maior do governo para
dado” ou “liquidação” não se confundem com os termos corres- fazer, aditar e vetar os dispositivos legais. A existência do poder so-
pondentes utilizados na execução orçamentária, conforme legisla- berano não é uma condição para se concluir que a obrigação não
ção brasileira sobre orçamento. satisfaz a definição de passivo conforme esta estrutura conceitual.
A situação jurídica deve ser avaliada a cada apresentação da infor-
Evento passado mação contábil para determinar se a obrigação deixa de ser vincu-
5.17 Para satisfazer a definição de passivo, é necessário que a lada e de satisfazer a definição de passivo.
obrigação presente surja como resultado de transação ou de ou-
tro evento passado e necessite da saída de recursos da entidade Obrigações não legalmente vinculadas
para ser extinta. A complexidade inerente ao setor público faz com 5.23 Passivos podem surgir de obrigações não legalmente vin-
que eventos diversos referentes ao desenvolvimento, implantação culadas. Estas se diferenciam das obrigações legais, pois as partes a
e execução de determinado programa ou atividade possam gerar quem as obrigações dizem respeito não podem tomar ações legais
obrigações. Para fins de elaboração e divulgação da informação para liquidá-las. Obrigações não legalmente vinculadas que geram
contábil, é necessário determinar se tais compromissos e obriga- passivos têm as seguintes características:
ções, inclusive aqueles que não possam ser evitados pela entidade, (a) a entidade indica a terceiros, por meio de um padrão esta-
mas que não ocorrem por força de lei (obrigações não legalmente belecido de práticas passadas, políticas publicadas ou de declaração
vinculadas), são obrigações presentes e satisfazem a definição de específica, que aceitará certas responsabilidades;
passivo. Quando a transação tem forma jurídica e é vinculada, tal (b) como resultado de tal indicação, a entidade cria uma ex-
como um contrato, o evento passado pode ser identificado de for- pectativa válida da parte de terceiros de que cumprirá com essas
ma inequívoca. Em outros casos, pode ser mais difícil identificar o responsabilidades; e
evento passado e é necessário fazer uma avaliação de quando a en- (c) a entidade tem pouca ou nenhuma alternativa realista para
tidade tem pouca ou nenhuma alternativa realista de evitar a saída evitar o cumprimento da obrigação gerada a partir dessas respon-
de recursos. Ao se fazer tal avaliação, fatores jurisdicionais devem sabilidades.
ser levados em consideração pela entidade.
5.24 No setor público, as obrigações podem surgir em uma sé-
Obrigações legais e não legalmente vinculadas rie de eventos. Por exemplo, na implementação de programa ou
5.18 As obrigações vinculadas podem ser obrigações legais (ou serviço, a obrigação pode decorrer:
legalmente vinculadas) ou não legalmente vinculadas. As obriga- (a) da realização de promessa política, tal como compromisso
ções vinculadas podem originar-se tanto de transações com contra- eleitoral;
prestação quanto de transações sem contraprestação. A obrigação (b) do anúncio de política; e
deve estar relacionada a um terceiro para poder gerar um passivo. (c) da proposta (e aprovação) do orçamento (que podem ser
A entidade não pode obrigar a si mesma, mesmo quando tenha di- dois eventos distintos).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os estágios iniciais de implementação não devem dar origem Receita e despesa
a obrigações presentes que atendem à definição de passivo. Fases 5.29 Receita corresponde a aumentos na situação patrimonial
posteriores como, por exemplo, requerimentos que cumpram os líquida da entidade não oriundos de contribuições dos proprietá-
critérios de elegibilidade para o serviço a ser prestado, pode dar rios.
lugar a obrigações que atendem à definição de passivo. 5.30 Despesa corresponde a diminuições na situação patrimo-
nial líquida da entidade não oriundas de distribuições aos proprie-
5.25 O momento no qual a obrigação dá origem ao passivo tários.
depende da natureza da obrigação. Os fatores que provavelmente 5.31 Receitas e despesas originam-se de transações com con-
irão impactar os julgamentos de que terceiros podem concluir de traprestação e sem contraprestação, de outros eventos, tais como:
maneira válida que a obrigação é tal que a entidade tem pouca ou aumentos e decréscimos não realizados de ativos e passivos; do
nenhuma alternativa realista de evitar a saída de recursos incluem: consumo dos ativos por meio da depreciação; e da redução do po-
(a) a natureza do evento ou eventos passados que dão origem tencial de serviços e da capacidade de gerar benefícios econômi-
à obrigação. Por exemplo, a promessa feita em eleição é improvável cos por meio da redução ao valor recuperável. Receitas e despesas
que dê origem a uma obrigação presente, porque uma promessa podem ser originadas de transações individuais ou de grupos de
eleitoral raramente cria uma expectativa válida por parte de tercei- transações.
ros de que a entidade tem obrigação que tem pouca ou nenhuma
alternativa realista para evitar o seu cumprimento. No entanto, um Superávit ou déficit do exercício
anúncio em relação a evento ocorrido pode ter apoio político tal 5.32 O superávit ou o déficit da entidade para o exercício é a di-
que o governo não possa se desobrigar de cumpri-lo. Onde o gover- ferença entre as receitas e as despesas que constam na demonstra-
no se comprometeu a introduzir e a assegurar a dotação orçamen- ção que evidencia o desempenho das entidades do setor público.
tária necessária, tal anúncio pode dar origem a uma obrigação não
legalmente vinculada; Contribuição dos proprietários e distribuição aos proprietários
(b) a capacidade da entidade em modificar ou alterar a obri- 5.33 Contribuição dos proprietários corresponde a entrada de
gação antes que ela se cristalize. Por exemplo, o anúncio de uma recursos para a entidade a título de contribuição de partes exter-
política geralmente não vai dar origem a uma obrigação não legal- nas, que estabelece ou aumenta a participação delas no patrimônio
mente vinculada, que não possa ser modificada antes de ser imple- líquido da entidade.
mentada. Da mesma forma, se a obrigação depende da ocorrência 5.34 Distribuição aos proprietários corresponde a saída de re-
de eventos futuros, pode haver discernimento para evitar a saída de cursos da entidade a título de distribuição a partes externas, que
recursos antes de ocorrerem esses eventos; e representa retorno sobre a participação ou a redução dessa partici-
(c) pode haver uma correlação entre a disponibilidade de fun- pação no patrimônio líquido da entidade.
dos para liquidar uma obrigação particular e a criação de uma obri- 5.35 É importante distinguir os conceitos de despesa e receita
gação presente. Por exemplo, quando a despesa orçamentária foi dos conceitos de distribuição aos proprietários e contribuição dos
aprovada e seu financiamento vinculado é assegurado por meio proprietários, inclusive as entradas que estabelecem inicialmente
de apropriação, quando há disponibilidade de financiamento para suas participações na entidade. Além do aporte de recursos e do
uma contingência ou quando há transferência de nível diferente de pagamento de dividendos que podem ocorrer, é relativamente co-
governo, a obrigação não legalmente vinculada pode existir. No en- mum que ativos e passivos sejam transferidos entre entidades do
tanto, a ausência de dotação orçamentária própria não significa que setor público. Sempre que tais transferências satisfizerem as defini-
a obrigação presente não surgiu. ções de contribuição dos proprietários ou de distribuição aos pro-
5.26 “Coerção econômica”, “necessidade política” ou outras prietários, elas devem ser contabilizadas como tal.
circunstâncias podem criar situações em que, apesar de o setor pú- 5.36 As participações dos proprietários podem surgir na cria-
blico não ser legalmente obrigado a incorrer na saída de recursos, ção da entidade quando outra entidade contribui com recursos
as consequências políticas ou econômicas de não as atender são para dar à nova entidade a capacidade de iniciar suas operações.
tão significativas que não deixam alternativa à entidade a não ser a No setor público, as contribuições ou as distribuições de recursos
de despender recursos para liquidá-las. são, algumas vezes, relacionadas à reestruturação do governo e
irão tomar a forma de transferências de ativos e passivos em vez de
Situação patrimonial líquida, outros recursos e outras obriga- transações em espécie. As participações dos proprietários podem
ções tomar diferentes formas, podendo não ser evidenciadas por meio
5.27 Conforme o item 5.4, em alguns casos, ao se desenvolver de instrumento de capital próprio.
ou revisar uma NBC TSP, pode-se determinar que, para alcançar os 5.37 A contribuição dos proprietários pode tomar a forma de
objetivos da informação contábil, o recurso ou a obrigação que não aporte inicial de recursos na criação da entidade ou de aporte de
satisfaça a definição de elemento definido nesta estrutura concei- recursos subsequente, inclusive quando da reestruturação da en-
tual precise ser reconhecido nas demonstrações contábeis. Nesses tidade.
casos, as NBCs TSP podem exigir ou permitir que esses recursos ou Já a distribuição aos proprietários pode ser: (a) o retorno sobre
obrigações sejam reconhecidos como outros recursos ou outras investimento;
obrigações, os quais são itens adicionais aos seis elementos defini- (b) o retorno total ou parcial de investimentos; ou (c) no caso
dos nesta estrutura conceitual. da extinção ou reestruturação da entidade, o retorno de qualquer
5.28 A situação patrimonial líquida é a diferença entre os ativos recurso residual.
e os passivos após a inclusão de outros recursos e a dedução de
outras obrigações, reconhecida na demonstração que evidencia a Capítulo 6 - Reconhecimento nas Demonstrações Contábeis
situação patrimonial como patrimônio líquido. A situação patrimo-
nial líquida pode ser um montante residual positivo ou negativo. Critérios de reconhecimento e sua relação com a evidenciação
6.1 Este capítulo identifica os critérios que devem ser satisfei-
tos para que um elemento seja reconhecido nas demonstrações
contábeis. O reconhecimento é o processo de incorporar e de in-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
cluir um item, expresso em valores a serem demonstrados no corpo fornecer informação útil sobre as técnicas de estimativa emprega-
da demonstração contábil apropriada, que satisfaça a definição de das. Pode haver raras circunstâncias nas quais o nível de incerteza
elemento e possa ser mensurado de maneira que observe as carac- em um único ponto da estimativa é tão grande que a relevância e
terísticas qualitativas, levando em consideração as restrições sobre a representação fidedigna da medida utilizada são questionáveis,
a informação incluída nos RCPGs. mesmo que haja a evidenciação das técnicas de estimativa utiliza-
6.2 O item deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis das. Nessas circunstâncias, o item não deve ser reconhecido.
quando:
(a) satisfizer a definição de elemento; e Evidenciação e reconhecimento
(b) puder ser mensurado de maneira que observe as caracte- 6.9 A falha ao se reconhecer itens que satisfazem a definição de
rísticas qualitativas, levando em consideração as restrições sobre a elemento e os critérios de reconhecimento utilizados não é convali-
informação incluída nos RCPGs. dada pela evidenciação das políticas contábeis, notas ou outro deta-
lhe explicativo. Contudo, a evidenciação pode fornecer informação
6.3 Todos os itens que satisfaçam os critérios de reconhecimen- sobre os itens que satisfazem muitas características que definem o
to são inseridos nas demonstrações contábeis. Em algumas circuns- elemento, mas nem todas. A evidenciação pode também fornecer
tâncias, determinada NBC TSP pode também especificar que, para informação sobre os itens que satisfazem a definição de elemen-
alcançar os objetivos da elaboração e da divulgação da informação to, mas que não podem ser mensurados de maneira que satisfa-
contábil, um recurso ou obrigação que não satisfaça a definição ça suficientemente as características qualitativas e ir de encontro
de elemento deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis aos objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil.
desde que possa ser mensurado de maneira que satisfaça as ca- A evidenciação é apropriada quando o conhecimento sobre o item
racterísticas qualitativas e as restrições sobre a informação incluída é considerado relevante para a avaliação da situação patrimonial
nos RCPGs. Outros recursos e outras obrigações são discutidos no líquida da entidade e, portanto, satisfaz os objetivos da elaboração
Capítulo 5. e divulgação da informação contábil.
6.4 O reconhecimento envolve a avaliação da incerteza relacio-
nada à existência e à mensuração do elemento. As condições que Desreconhecimento
dão origem à incerteza, se existirem, podem mudar. Portanto, é im- 6.10 O desreconhecimento é o processo de avaliar se ocorre-
portante que a incerteza seja avaliada em cada data de divulgação ram mudanças, desde a data do relatório anterior, que justifiquem
do relatório. a remoção de elemento que tenha sido previamente reconhecido
nas demonstrações contábeis, bem como remover esse item se tais
Definição de elemento mudanças ocorrerem. Ao se avaliar a incerteza sobre a existência
6.5 Para ser reconhecido como elemento, o item precisa satis- do elemento, os mesmos critérios devem ser utilizados para o des-
fazer a definição de um dos elementos descritos no Capítulo 5. A reconhecimento, tais como aqueles utilizados no reconhecimento
incerteza sobre a existência de elemento é examinada ao conside- inicial.
rar a evidência disponível para emitir julgamento neutro sobre se
o item satisfaz todas as características essenciais da definição de Capítulo 7 - Mensuração de Ativos e Passivos nas Demonstra-
elemento, considerando todos os fatos e circunstâncias disponíveis ções Contábeis
na data do relatório.
6.6 Caso se determine que o elemento, de fato, existe, a incer- Introdução
teza sobre o montante do potencial de serviços ou da capacidade 7.1 Este capítulo identifica os conceitos que orientam a seleção
de gerar benefícios econômicos representados por ele deve ser le- das bases de mensuração de ativos e passivos para as NBCs TSP e
vado em consideração na sua mensuração (ver itens 6.7 e 6.8). Os pelos responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis
responsáveis pela elaboração dos RCPGs revisam e avaliam toda a quando não existirem regramentos específicos constantes das NBCs
evidência disponível ao determinarem se o elemento existe e deve TSP.
ser reconhecido, se aquele elemento continua a se qualificar para o
reconhecimento (ver item 6.9), ou se houve mudança em elemento Objetivo da mensuração
existente. 7.2 O objetivo da mensuração é selecionar bases que reflitam
de modo mais adequado o custo dos serviços, a capacidade opera-
Incerteza quanto à mensuração cional e a capacidade financeira da entidade de forma que seja útil
6.7 Para se reconhecer um item nas demonstrações contábeis, para a prestação de contas e responsabilização (accountability) e
é necessário atribuir um valor monetário a ele. Isso requer escolher tomada de decisão.
a base de mensuração apropriada e determinar se a mensuração do 7.3 A seleção da base de mensuração para ativos e passivos
item cumpre as características qualitativas, levando-se em conside- contribui para satisfazer aos objetivos da elaboração e divulgação
ração as restrições acerca da informação nos RCPGs, inclusive que da informação contábil pelas entidades do setor público ao forne-
a mensuração seja suficientemente relevante e fidedignamente re- cer informação que possibilita os usuários avaliarem:
presentativa para o item a ser reconhecido nas demonstrações con- (a) o custo dos serviços prestados no período, em termos his-
tábeis. A seleção da base de mensuração adequada é considerada tóricos ou atuais;
no Capítulo 7. (b) a capacidade operacional - a capacidade da entidade em
6.8 Pode haver incerteza associada à mensuração de montantes dar suporte à prestação de serviços no futuro por meio de recursos
apresentados nas demonstrações contábeis. O uso de estimativas é físicos e outros; e
parte essencial da contabilidade sob o regime de competência. (c) a capacidade financeira - a capacidade da entidade em fi-
Uma decisão acerca da relevância e da representação fidedig- nanciar as suas próprias atividades.
na da mensuração envolve a consideração de técnicas como, por 7.4 A seleção da base de mensuração também pressupõe a
exemplo, utilizar intervalos de resultados e estimativas pontuais, avaliação do grau de observância das características qualitativas
e se uma evidência adicional sobre as circunstâncias econômicas enquanto considera as restrições sobre a informação nos RCPGs.
existentes na data do relatório está disponível. A evidenciação pode
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Bases de mensuração e sua seleção. de cunho econômico ou político presentes que afetam as utiliza-
7.5 No nível de estrutura conceitual, não é possível identificar ções possíveis de ativo e a extinção de passivo. As medidas especí-
uma única base de mensuração que melhor atenda ao objetivo ficas para a entidade podem refletir as oportunidades econômicas
da mensuração. Portanto, a estrutura conceitual não propõe uma que não estão disponíveis para outras entidades e os riscos que não
única base de mensuração (ou a combinação de bases de mensu- são vivenciados por estas. As medidas não específicas para a enti-
ração) para todas as transações, eventos e condições. A estrutura dade refletem as oportunidades e os riscos gerais de mercado. A
conceitual fornece orientação na seleção da base de mensuração decisão de se utilizar ou não uma medida específica para a entidade
para ativos e passivos. é tomada com base no objetivo da mensuração e nas características
7.6 As seguintes bases de mensuração para os ativos são identi- qualitativas.
ficadas e discutidas à luz da informação que fornecem sobre o custo
de serviços prestados, a capacidade operacional e a capacidade fi- Nível de agregação ou desagregação para fins de mensuração
nanceira da entidade, além da extensão na qual fornecem informa- 7.12 Para apresentar os ativos e os passivos nas demonstrações
ção que satisfaça as características qualitativas: contábeis de modo a fornecer a informação que melhor satisfaça
(a) custo histórico; o objetivo da mensuração e a observar as características qualita-
(b) valor de mercado; tivas pode ser necessário agregá-los ou desagregá-los para fins de
(c) custo de reposição ou substituição; mensuração. Os custos são comparados com os benefícios para se
(d) preço líquido de venda; avaliar se tal agregação ou desagregação é apropriada.
(e) valor em uso.
Bases de mensuração para os ativos
7.7 As seguintes bases de mensuração dos passivos são identi- Custo histórico
ficadas e discutidas à luz (a) da informação que fornecem sobre o 7.13 Custo histórico de um ativo é a importância fornecida para
custo dos serviços prestados, da capacidade operacional e da capa- se adquirir ou desenvolver um ativo, o qual corresponde ao caixa ou
cidade financeira da entidade, e (b) da extensão na qual fornecem equivalentes de caixa ou o valor de outra importância fornecida à
informação que satisfaça as características qualitativas: época de sua aquisição ou desenvolvimento.
(a) custo histórico; 7.14 Custo histórico é o valor de entrada, específico para a enti-
(b) custo de cumprimento da obrigação; dade. No modelo do custo histórico, os ativos devem ser inicialmen-
(c) valor de mercado; te reconhecidos pelo custo incorrido na sua aquisição. Subsequen-
(d) custo de liberação; e temente ao reconhecimento inicial, esse custo pode ser alocado
(e) preço presumido. como despesa do exercício na forma de depreciação ou amortiza-
ção para determinados ativos, à medida que o potencial de serviços
Valores de entrada e de saída ou a capacidade de gerar benefícios econômicos fornecidos por tais
7.8 As bases de mensuração podem fornecer valores de entra- ativos são consumidos durante a sua vida útil. Após o reconheci-
da e valores de saída. Para o ativo, os valores de entrada refletem mento inicial, a mensuração de ativo não é alterada para refletir as
o custo da compra. O custo histórico e o custo de reposição são mudanças nos preços ou aumentos no valor do ativo.
valores de entrada. Os valores de saída refletem os benefícios eco- 7.15 No modelo do custo histórico, o montante do ativo pode
nômicos da venda e também o montante que será obtido com a uti- ser reduzido ao se reconhecer a redução ao valor recuperável. O
lização do ativo. Em economia diversificada, os valores de entrada e referido ajuste corresponde à extensão na qual o potencial de ser-
saída diferem à medida que as entidades, normalmente: viços ou a capacidade de gerar benefícios econômicos fornecidos
(a) adquirem ativos concebidos para suas particularidades ope- por ativo diminuiu devido às mudanças nas condições econômicas
racionais para as quais outros participantes do mercado não esta- ou em outras condições, as quais são distintas do seu consumo. Isso
riam dispostos a pagar valor semelhante; e envolve avaliações da capacidade de recuperação. Por outro lado,
(b) incorrem em custos de transação na aquisição. o montante do ativo pode ser aumentado para refletir o custo das
adições e aprimoramentos (excluindo aumentos de preço para os
7.9 As bases de mensuração para o passivo também podem ativos sem melhorias) ou outros eventos como, por exemplo, o in-
ser classificadas em termos de valores de entrada ou de saída. Os cremento do valor de face de ativo financeiro.
valores de entrada se relacionam à transação na qual a obrigação
é contraída ou ao montante que a entidade aceitaria para assumir Custo dos serviços
um passivo. Os valores de saída refletem o montante exigido para 7.16 Quando o custo histórico for utilizado, o custo dos serviços
cumprir a obrigação ou o montante exigido para liberar a entidade reflete o montante dos recursos gastos para se adquirir ou desen-
da obrigação. volver ativos consumidos na prestação de serviços. Normalmente,
o custo histórico fornece um elo direto com as transações que, de
Medidas observáveis e não observáveis fato, foram realizadas pela entidade. Como os custos utilizados são
7.10 Determinadas medidas podem ser classificadas como sen- aqueles trazidos de exercícios anteriores sem ajuste pelas mudan-
do ou não observáveis em mercado aberto, ativo e organizado. As ças do preço, eles não refletem o custo dos ativos quando consu-
medidas observáveis em mercado são, provavelmente, mais fáceis midos.
de serem compreendidas e verificadas do que as medidas não ob- Na medida em que o custo dos serviços é evidenciado utilizan-
serváveis. do-se preços passados, a informação fornecida pelo custo histórico
Elas também podem representar mais fielmente os fenômenos não irá facilitar a avaliação do custo futuro de prestação de serviços
que estejam mensurando. caso as mudanças no valor cumulativo desde a sua aquisição sejam
significativas.
Medidas específicas e não específicas para a entidade
7.11 As medidas podem ser também classificadas conforme o
fato de serem ou não específicas para a entidade. As bases de men-
suração que são específicas para a entidade refletem as restrições
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Capacidade operacional Mensurações a valor corrente
7.17 Caso o ativo tenha sido adquirido em transação com con- 7.22 As mensurações a valor corrente refletem o ambiente eco-
traprestação, o custo histórico fornece informação sobre os recur- nômico vigente na data de apresentação do relatório.
sos disponíveis para a prestação de serviços no futuro, baseada no 7.23 Existem quatro bases de mensuração a valor corrente para
seu custo de aquisição. À época em que o ativo é comprado ou de- os ativos:
senvolvido, pode-se assumir que o valor do seu potencial de servi- (a) valor de mercado;
ços para a entidade é igual ou maior do que o custo da aquisição. (b) custo de reposição ou substituição;
Quando a depreciação ou amortização é reconhecida, ela re- (c) preço líquido de venda; e
flete a extensão na qual o potencial de serviços do ativo foi con- (d) valor em uso.
sumido. A informação do custo histórico mostra que os recursos
disponíveis para serviços futuros são equivalentes ao montante no Valor de mercado
qual foram evidenciados. 7.24 Valor de mercado para ativos é o montante pelo qual um
Os aumentos no valor do ativo não são refletidos no modelo ativo pode ser trocado entre partes cientes e dispostas, em transa-
do custo histórico. Caso o ativo tenha sido adquirido em transação ção sob condições normais de mercado.
sem contraprestação, o valor da transação não fornece informação 7.25 Na aquisição, o valor de mercado e o custo histórico são os
sobre a capacidade operacional. mesmos, caso os custos da transação sejam ignorados e a transação
seja uma transação com contraprestação. A extensão na qual o va-
Capacidade financeira lor de mercado satisfaz os objetivos da elaboração e divulgação da
7.18 O montante no qual os ativos são apresentados nas de- informação contábil e as necessidades de informação dos usuários
monstrações contábeis auxilia na avaliação da capacidade financei- depende, parcialmente, da qualidade das evidências do mercado.
ra. Essas, por sua vez, dependem das características do mercado no
O custo histórico pode fornecer informação sobre o montante qual o ativo é comercializado. O valor de mercado é especialmente
dos ativos que pode ser utilizado como garantia efetiva para em- apropriado quando se julga que a diferença entre os valores de en-
préstimos. trada e de saída provavelmente não será significativa ou o ativo é
A avaliação da capacidade financeira também exige informação mantido com a intenção de ser vendido.
sobre o montante que poderia ser recebido pela venda do ativo e 7.26 Em princípio, os valores de mercado fornecem informa-
reinvestido em outros ativos para fornecer serviços diferentes. ção útil porque refletem, de maneira adequada, o valor do ativo
O custo histórico não fornece essa informação quando é signi- para a entidade. Em mercado aberto, ativo e organizado (ver item
ficativamente diferente dos valores de saída atuais. 7.28), o ativo não pode valer menos do que o valor de mercado,
uma vez que a entidade pode obter esse montante pela venda, e o
Aplicação das características qualitativas ativo também não pode valer mais do que o valor de mercado, uma
7.19 Os itens 7.16 a 7.18 explicam as áreas nas quais o cus- vez que a entidade pode obter potencial de serviços equivalente ou
to histórico fornece informação relevante em termos do seu valor capacidade de gerar benefícios econômicos pela compra do mesmo
confirmatório ou preditivo. Frequentemente, a aplicação do custo ativo.
histórico é direta, porque a informação da transação está disponível 7.27 A utilidade dos valores de mercado é mais questionável
prontamente. Como resultado, os montantes derivados do modelo quando não se observa a premissa de que os mercados são abertos,
do custo histórico são, geralmente, representações fidedignas na ativos e organizados. Em tais circunstâncias, não se pode presumir
medida em que representam o que pretendem representar, isto é, que o ativo possa ser vendido pelo mesmo valor pelo qual ele pode
o custo de se adquirir ou desenvolver um ativo baseado nas tran- ser adquirido e é necessário determinar se o valor de saída ou de
sações efetivamente ocorridas. As estimativas de depreciação e re- entrada é a medida mais útil. Os valores de mercado baseados em
dução ao valor recuperável utilizadas no modelo do custo histórico, valores de saída são úteis para ativos que são mantidos para co-
particularmente para ativos não geradores de caixa, podem afetar mercialização como, por exemplo, certos instrumentos financeiros,
a fidedignidade da representação da informação. Pelo fato da apli- mas pode não ser útil para ativos operacionais especializados. Além
cação do custo histórico geralmente refletir os recursos consumidos disso, enquanto a compra de um ativo fornece evidência de que o
com referência às transações efetivamente ocorridas, as medidas valor do ativo para a entidade é, pelo menos, tão grande quanto o
dessa aplicação são verificáveis, compreensíveis e podem ser ela- seu preço de compra, os fatores operacionais podem significar que
boradas em tempo hábil. o valor para a entidade pode ser maior. Desse modo, os valores de
7.20 A informação do custo histórico é comparável na extensão mercado podem não refletir o valor do ativo para a entidade, repre-
em que os ativos tenham a mesma data de aquisição ou data simi- sentado pela sua capacidade operacional.
lar. Como o custo histórico não reflete o impacto das mudanças do
preço, não é possível comparar os montantes dos ativos que foram Valores de mercado em mercado aberto, ativo e organizado
adquiridos em épocas distintas quando os preços variarem signifi- 7.28 Os mercados abertos, ativos e organizados têm as seguin-
cativamente. tes características:
7.21 Em determinadas circunstâncias, a aplicação do custo his- (a) não existem barreiras que impeçam a entidade de realizar
tórico pressupõe o uso de alocações, por exemplo, quando: transações no mercado;
(a) vários ativos são adquiridos em uma única transação; (b) eles são mercados ativos e, assim, há frequência e volume
(b) os ativos são construídos pela própria entidade e os custos suficientes de transações para fornecer informação sobre o valor; e
operacionais e outros gastos têm que ser atribuídos; e (c) eles são organizados, com compradores e vendedores bem
(c) a utilização de método de mensuração, tal como o primeiro informados, agindo sem impulsos, de modo a haver garantia de im-
a entrar é o primeiro a sair (PEPS), é necessária quando vários ativos parcialidade na determinação dos preços correntes, inclusive que
semelhantes são mantidos. Na medida em que tais alocações forem os preços não representem vendas precipitadas.
arbitrárias, faz com que se reduza a extensão na qual a mensuração
atende às características qualitativas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Mercado organizado é aquele que funciona de maneira con- Capacidade financeira
fiável, segura, precisa e eficiente. Tais mercados lidam com ativos 7.34 A avaliação da capacidade financeira requer a informação
que são idênticos e, portanto, mutuamente intercambiáveis como, sobre o montante que deveria ser recebido na venda do ativo. Essa
por exemplo, commodities, moedas e títulos em que os preços são informação é fornecida pelo valor de mercado.
públicos.
Na prática, poucos mercados, se houver, exibem plenamente Aplicação das características qualitativas
todas essas características, mas alguns poderão se aproximar de 7.35 Os valores determinados em mercados abertos, ativos
mercado organizado tal como descrito. e organizados podem ser prontamente utilizados para fins de ela-
boração e divulgação da informação contábil. Nesses casos, a in-
Valores de mercado em que os mercados não podem ser consi- formação irá satisfazer as características qualitativas, isto é, é rele-
derados abertos, ativos e organizados vante, fidedignamente representada, compreensível, comparável e
7.29 Os mercados de ativos que sejam únicos e raramente co- verificável. Em tais condições de mercado, os valores de entrada e
mercializados não são abertos, ativos e organizados, ou seja, quais- de saída podem ser assumidos como sendo os mesmos ou muito
quer compras e vendas são negociadas individualmente e pode ha- semelhantes. Pelo fato de ser em tempo hábil, tal informação, pro-
ver grande amplitude de valores pelos quais uma transação pode vavelmente, também é tempestiva.
ser acordada. Portanto, os participantes incorrem em custos signi- 7.36 A extensão na qual os valores de mercado satisfazem as
ficativos para comprar ou vender um ativo. Em tais circunstâncias, características qualitativas diminui na medida em que a qualidade
é necessário utilizar uma estimativa do valor de venda, à data de das evidências de mercado diminui e a determinação de tais valo-
mensuração e conforme as condições presentes de mercado. res é baseada em estimativas. Conforme indicado acima, os valores
de mercado baseados em valores de saída somente são relevantes
Custos dos serviços para avaliações da capacidade financeira e, não, para as avaliações
7.30 A receita da prestação de serviços evidenciada nas de- dos custos dos serviços e da capacidade operacional.
monstrações contábeis deve ser mensurada com base nos valores
relativos ao exercício. Caso os ativos utilizados para prestar os servi- Custo de reposição ou substituição
ços sejam mensurados pelo valor de mercado, a alocação do custo 7.37 Custo de reposição ou substituição é o custo mais econô-
dos ativos para refletir o seu consumo no período se baseia nele. mico exigido para a entidade substituir o potencial de serviços de
7.31 A utilização de valores do mercado permite que o retorno ativo (inclusive o montante que a entidade recebe a partir de sua
sobre os ativos seja determinado. Contudo, as entidades do setor alienação ao final da sua vida útil) na data do relatório.
público normalmente não realizam atividades com o objetivo prin- 7.38 O custo de reposição difere do valor de mercado porque:
cipal de gerar lucros, e os serviços, com frequência, são prestados (a) no contexto do setor público, é, explicitamente, um valor de
por meio de transações sem contraprestação ou em condições sub- entrada que reflete o custo de reposição do potencial de serviços
sidiadas. do ativo;
(b) inclui todos os custos que seriam, necessariamente, incorri-
Consequentemente, pode haver pouca relevância nas informa- dos na reposição do potencial de serviços do ativo; e
ções de resultados decorrentes de saídas baseadas em valores de (c) é específico à entidade e, portanto, reflete a posição eco-
mercado. nômica da entidade em vez da posição predominante em mercado
7.32 Conforme observado no item 7.30, a receita da presta- hipotético. Por exemplo, o custo de reposição de veículo é menor
ção de serviços evidenciada nas demonstrações contábeis deve ser para a entidade que normalmente adquire grande número de veí-
mensurada com base nos valores correntes no exercício. Assim, o culos em uma única transação e é capaz de negociar descontos do
superávit ou o déficit do período inclui movimentações de valores que para a entidade que compra os veículos individualmente.
que acontecem durante o período no qual os ativos e passivos são 7.39 Como as entidades normalmente adquirem os seus ativos
mantidos e nenhum resultado é evidenciado na venda do ativo. pelo meio mais econômico disponível, o custo de reposição reflete
Quando o ativo é comercializado em mercado aberto, ativo e or- o processo de compra ou de construção que a entidade geralmente
ganizado, a existência do mercado fornece segurança à entidade observa. O custo de reposição reflete a substituição do potencial de
para constatar o valor de mercado (e nada além disso) à data do serviços no curso normal das operações e, não, os custos que pode-
relatório. Portanto, é desnecessário adiar o reconhecimento das riam ser incorridos caso surgisse a necessidade urgente resultante
mudanças no valor até que o ganho seja realizado no ato da venda. de evento imprevisível, tal como um incêndio.
Contudo, quando os ativos utilizados para prestar serviços não são 7.40 O custo de reposição corresponde ao custo para substi-
comercializados em mercados abertos, ativos e organizados (ou em tuir o potencial de serviços do ativo. O custo de reposição adota
mercados assemelhados), a relevância da receita e da despesa rela- a abordagem otimizada e difere do custo de reprodução, que é o
cionadas às mudanças no valor de mercado é questionável. custo de se adquirir um ativo idêntico. Ainda que, em muitos ca-
sos, a substituição mais econômica do potencial de serviços corres-
Capacidade operacional ponda à compra de ativo semelhante ao que é controlado, o custo
7.33 A informação sobre o valor de mercado dos ativos manti- de reposição se baseia em ativo alternativo caso forneça o mesmo
dos para prestar serviços futuros é útil se refletir o valor que a enti- potencial de serviços, com custo menor. Para os fins da informação
dade é capaz de obter deles ao utilizá-los na prestação de serviços. contábil, portanto, é necessário evidenciar a diferença no potencial
Entretanto, se o valor de mercado baseado em valores de saída de serviços entre o ativo existente e o ativo substituto.
for significativamente menor do que o custo histórico, o valor de 7.41 O potencial de serviços apropriado é aquele no qual a en-
mercado é provavelmente menos relevante do que o custo históri- tidade seja capaz de utilizar ou espera utilizar, tendo em vista a ne-
co para fornecer informação sobre a capacidade operacional. Além cessidade de se manter capacidade de serviços suficiente para lidar
disso, esse valor de mercado também é provavelmente menos re- com as contingências. Dessa maneira, o custo de reposição do ativo
levante do que as medidas correntes baseadas em valores de en- reflete a redução na capacidade de serviço exigida. Por exemplo,
trada. se a entidade possui uma escola que comporte quinhentos alunos,
mas, devido a mudanças demográficas desde a sua construção, seja
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
adequada uma escola para cem alunos para as necessidades atuais 7.48 A informação do custo de reposição é comparável dentro
e razoavelmente requeridas, o custo de reposição do ativo é aquele da entidade quando os ativos que fornecem potencial de serviços
de uma escola para cem alunos. equivalentes são informados em montantes semelhantes, inde-
7.42 Em alguns casos, o valor a ser obtido do ativo será maior pendentemente de quando tiverem sido adquiridos. Em princípio,
do que o seu custo de reposição. Contudo, não seria apropriado entidades diferentes podem evidenciar ativos semelhantes em
mensurar o ativo por aquele valor, uma vez que ele inclui os be- montantes diferentes porque o custo de reposição é uma medida
nefícios das atividades futuras, em vez do potencial de serviços na específica que reflete as oportunidades de substituição que estão
data do relatório. O custo de reposição representa o maior valor disponíveis para a entidade. As oportunidades de substituição po-
potencial do ativo, já que, por definição, a entidade deve ser capaz dem ser as mesmas ou semelhantes para diferentes entidades do
de assegurar o potencial de serviços equivalente ao incorrer no cus- setor público. Quando são diferentes, a vantagem econômica da en-
to de reposição. tidade que é capaz de adquirir o ativo de forma menos dispendiosa
é evidenciada nas demonstrações contábeis por meio de valores
Custo dos serviços mais baixos dos ativos e de menor custo de serviços, de modo a ser
7.43 O custo de reposição fornece uma medida relevante do uma representação fidedigna.
custo de prestação de serviços. O custo de consumo do ativo é equi-
valente ao montante do sacrifício do potencial de serviços incorrido Preço líquido de venda
por essa utilização. Esse montante é o seu custo de reposição - a 7.49 Preço líquido de venda é o montante que a entidade pode
entidade é capaz de restaurar a sua posição para aquela imedia- obter com a venda do ativo após deduzir os gastos para a venda.
tamente anterior ao consumo do ativo pelo desembolso igual ao 7.50 O preço líquido de venda é diferente do valor de mercado,
custo de reposição. uma vez que não exige mercado aberto, ativo e organizado ou esti-
7.44 Os custos dos serviços devem ser evidenciados em ter- mativa de preço em tal mercado e que inclua os gastos para a venda
mos presentes quando baseados no custo de reposição. Assim, o da entidade. Portanto, o preço líquido de venda reflete as restrições
montante do ativo consumido deve ser reconhecido pelo valor dos na venda e é específico à entidade.
ativos à época em que foram consumidos - e não na época em que 7.51 A utilidade potencial de mensurar ativos pelo preço líqui-
foram adquiridos, como custo histórico. Isso fornece uma base vá- do de venda é que o ativo não pode valer menos para a entidade
lida para a comparação entre o custo dos serviços e o montante de do que o montante que ela poderia obter na venda do ativo. Entre-
tributos e outras receitas recebidos no período - os quais são ge- tanto, não é apropriado como base de mensuração se a entidade
ralmente as transações do período atual e mensuradas aos valores for capaz de utilizar os seus recursos de maneira mais eficiente ao
atuais - e para avaliar se os recursos foram utilizados com economi- empregar o ativo de outra maneira, por exemplo, ao utilizá-lo na
cidade e eficiência. prestação de serviços.
Fornece também uma base útil para comparação com outras 7.52 O preço líquido de venda é útil, portanto, quando o em-
entidades que evidenciam na mesma base, já que os valores do ati- prego mais eficiente para a entidade, sob o ponto de vista dos re-
vo não são afetados pelas diferentes datas de aquisição, além de cursos, for vender o ativo. Esse é o caso quando o ativo não puder
possibilitar a avaliação do custo de se prestar serviços futuros e das fornecer potencial de serviços ou gerar benefícios econômicos ao
necessidades futuras de recursos, já que os custos futuros prova- menos tão valiosos quanto seu preço líquido de venda. O preço lí-
velmente serão mais assemelhados aos custos presentes do que quido de venda pode fornecer informação útil quando a entidade
aqueles incorridos no passado, quando os valores eram diferentes estiver obrigada contratualmente a vender o ativo abaixo do valor
(ver também o item 7.48). de mercado. Pode haver casos em que o preço líquido de venda
pode indicar uma oportunidade de negócios.
Capacidade operacional
7.45 Em princípio, o custo de reposição fornece uma medida Custo dos serviços
útil dos recursos disponíveis para prestar os serviços no futuro, uma 7.53 Não é apropriado quantificar o custo da prestação de ser-
vez que está centrado no valor atual dos ativos e o seu potencial de viços pelo preço líquido de venda. Tal abordagem envolveria a utili-
serviços para a entidade. zação do valor de saída como base da despesa evidenciada.

Capacidade financeira Capacidade operacional


7.46 O custo de reposição não fornece informação sobre os 7.54 O registro de ativos mantidos para utilização na prestação
montantes que seriam recebidos na venda de ativos. Portanto, não de serviços ao preço líquido de venda não fornece informação útil
facilita a avaliação da capacidade financeira. para a avaliação da capacidade operacional. O preço líquido de ven-
da demonstra o montante que poderia ser obtido na venda do ativo
Aplicação das características qualitativas em vez do valor do potencial de serviços que poderia ser obtido
7.47 Conforme observado anteriormente, o custo de reposição daquele ativo.
é relevante para avaliações do custo dos serviços e da capacidade
operacional, mas não é relevante para avaliações da capacidade Capacidade financeira
financeira. Em algumas circunstâncias, o cálculo do custo de repo- 7.55 Conforme observado anteriormente, a avaliação da ca-
sição é complexo e exige opiniões subjetivas. Esses fatores podem pacidade financeira exige informação sobre o montante que seria
reduzir a representação fidedigna do custo de reposição. Nesse recebido na venda do ativo. Tal informação é fornecida pela utiliza-
contexto, a tempestividade, a comparabilidade e a verificabilidade ção do preço líquido de venda. Entretanto, essa mensuração não é
da informação elaborada com base no custo de reposição podem relevante para ativos que podem gerar potencial de serviços mais
ser afetadas e o custo de reposição pode ser mais dispendioso do significativos ao continuar utilizando-os para prestar serviços.
que outras alternativas. A informação do custo de reposição pode
também não ser de compreensão direta, especialmente quando a
informação reflete a redução na capacidade de serviços exigida (ver
item 7.41).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Aplicação das características qualitativas mativa do montante líquido que a entidade receberá pela alienação
7.56 Conforme indicado no item 7.52, o preço líquido de ven- do ativo. Entretanto, a sua aplicabilidade limitada reduz a sua rele-
da fornece informação relevante somente quando o emprego mais vância para as avaliações da capacidade financeira.
eficiente para a entidade, sob o ponto de vista dos recursos, for ven-
der o ativo. As avaliações do preço líquido de venda podem ser fei- Aplicação das características qualitativas
tas por meio de referência aos mercados ativos onde eles existirem. 7.64 Enquanto o valor em uso pode ser utilizado nas avaliações
Para os ativos mais importantes, pode ser possível obter, com de determinadas perdas por redução ao valor recuperável, a sua
custo benefício razoável, avaliações de profissionais. O preço líqui- relevância para a informação contábil é limitada às circunstâncias
do de venda geralmente fornece informação compreensível. delineadas no item 7.61.
7.57 Na maioria dos casos em que é relevante, o preço líquido 7.65 A extensão na qual o valor em uso satisfaz as outras ca-
de venda cumpre as características qualitativas da representação racterísticas qualitativas depende de como ele for determinado. Em
fidedigna, da verificabilidade e da tempestividade. alguns casos, o valor em uso do ativo pode ser quantificado ao se
calcular o valor que a entidade pode obter do ativo assumindo a
Valor em uso sua utilização continuada. Isso pode se basear nas entradas de caixa
7.58 Valor em uso é o valor presente, para a entidade, do po- futuras relacionadas ao ativo ou nas reduções de custo que se acu-
tencial de serviços ou da capacidade de gerar benefícios econômi- mulam para a entidade por meio do controle do ativo. O cálculo do
cos remanescentes do ativo, caso este continue a ser utilizado, e do valor em uso leva em consideração o valor temporal do dinheiro e,
valor líquido que a entidade receberá pela sua alienação ao final da em princípio, o risco das variações no montante e no cronograma
sua vida útil. dos fluxos de caixa.
7.66 O cálculo do valor em uso pode ser complexo. Os ativos
Adequação do valor em uso que são empregados nas atividades geradoras de caixa fornecem,
7.59 O valor em uso é um valor específico à entidade que refle- muitas vezes, fluxos de caixa juntamente com outros ativos.
te o montante que pode ser obtido do ativo por meio da sua opera- Nesses casos, o valor em uso pode ser estimado somente ao
ção e de sua alienação ao final da sua vida útil. Como observado no calcular o valor presente dos fluxos de caixa de grupo de ativos e
item 7.42, o valor que deriva do ativo é, muitas vezes, maior do que então fazer a alocação para os ativos individuais.
seu custo de reposição - normalmente é, também, maior do que o 7.67 No setor público, a maioria dos ativos é mantida com o
seu custo histórico. objetivo primordial de contribuir para o fornecimento de serviços
Quando for esse o caso, evidenciar o ativo pelo seu valor em em vez da geração de retorno comercial, sendo que tais ativos são
uso é de utilidade limitada, uma vez que, por definição, a entidade referidos como ativos não geradores de caixa. Como o valor em uso
é capaz de garantir o potencial de serviços equivalente pelo custo normalmente é derivado dos fluxos de caixa esperados, a sua ope-
de reposição. racionalização em tal contexto pode ser difícil. Pode ser inapropria-
7.60 O valor em uso também não é base de mensuração apro- do calcular o valor em uso com base nos fluxos de caixa esperados
priada quando for menor que o preço líquido de venda, já que, nes- porque tal mensuração não seria uma representação fidedigna do
se caso, o uso mais eficiente do ativo é vendê-lo em vez de conti- valor em uso de tal ativo para a entidade. Portanto, seria necessário
nuar a utilizá-lo. utilizar, subsidiariamente, o custo de reposição para fins de elabo-
7.61 Portanto, o valor em uso é apropriado quando for menor ração e divulgação da informação contábil.
do que o custo de reposição e maior do que o seu preço líquido de 7.68 O método de se determinar o valor em uso reduz a sua
venda. Isso ocorre quando não vale a pena substituir o ativo, mas representação fidedigna em muitos casos. Afeta também a tempes-
o valor do seu potencial de serviços ou da capacidade de gerar be- tividade, a comparabilidade, a compreensibilidade e a verificabili-
nefícios econômicos for maior do que o seu preço líquido de venda. dade da informação elaborada com base no valor em uso.

Em tais circunstâncias, o valor em uso representa o valor do Bases de mensuração para os passivos
ativo para a entidade. 7.69 Esta seção discute as bases de mensuração para os pas-
7.62 O valor em uso é base de mensuração apropriada para a sivos, não repete toda a discussão sobre os ativos e considera as
avaliação de determinados ajustes de redução ao valor recuperável seguintes bases de mensuração:
porque é utilizado na determinação do montante recuperável para (a) custo histórico;
o ativo ou grupo de ativos. (b) custo de cumprimento da obrigação;
(c) valor de mercado;
Custo dos serviços, capacidade operacional e capacidade finan- (d) custo de liberação; e
ceira (e) preço presumido.
7.63 Dada a sua complexidade potencial (ver item 7.66), a sua
aplicabilidade limitada e o fato de que a sua operacionalização no Custo histórico
contexto do setor público para ativos não geradores de caixa envol- 7.70 Custo histórico para o passivo é a importância recebida
ve, subsidiariamente, a utilização do custo de reposição, em regra, o para se assumir uma obrigação, a qual corresponde ao caixa ou
valor em uso é inapropriado para determinar o custo dos serviços e equivalentes de caixa, ou ao valor de outra importância recebida à
sua utilidade para avaliações da capacidade operacional é limitada época na qual a entidade incorreu no passivo.
e provavelmente só deve ser significativa em circunstâncias atípi- 7.71 No modelo do custo histórico, as mensurações iniciais po-
cas quando as entidades têm grande número de ativos que não se dem ser ajustadas para refletir fatores como o acúmulo de juros, o
justifique substituir, mas o seu valor em uso é maior do que o seu acréscimo de descontos ou a amortização de prêmio.
preço líquido de venda. Esse pode ser o caso, por exemplo, da des- 7.72 Quando o valor temporal do passivo é material – por
continuidade da prestação do serviço no futuro, em que os recursos exemplo, quando o prazo de vencimento for significativo - o mon-
advindos da venda imediata sejam menores do que o potencial de tante do pagamento futuro é descontado de modo que, quando do
serviços gerado pelos ativos. O valor em uso não envolve uma esti- reconhecimento inicial do passivo, ele represente o valor do mon-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
tante recebido. A diferença entre o montante a ser pago no futuro e Valor de mercado
o valor presente do passivo é amortizada ao longo da vida do passi- 7.80 Valor de mercado para passivos é o montante pelo qual
vo, sendo registrada conforme a data do fato gerador. um passivo pode ser liquidado entre partes cientes e interessadas
7.73 As vantagens e as desvantagens de se utilizar a base do em transação sob condições normais de mercado.
custo histórico para passivos são semelhantes às aplicadas em re- 7.81 As vantagens e desvantagens do valor de mercado para os
lação aos ativos. O custo histórico é apropriado quando os passivos passivos são as mesmas que para os ativos. Tal base de mensuração
provavelmente forem liquidados nos termos estabelecidos. No en- pode ser adequada, por exemplo, quando o passivo for atribuível a
tanto, o custo histórico não pode ser aplicado para os passivos que mudanças em determinada taxa, preço ou índice cotado em mer-
não se originam de transação como, por exemplo, passivo para o cado aberto, ativo e organizado. Entretanto, quando a capacidade
pagamento de danos civis. É também improvável que o custo his- para transferir o passivo for restrita e os termos nos quais a trans-
tórico forneça informação relevante quando o passivo decorrer de ferência puder ser feita não estiverem claros, os casos nos quais os
transação sem contraprestação, uma vez que esta não fornece uma valores de mercado são aplicáveis, mesmo que existam, serão signi-
representação fidedigna das demandas sobre os recursos da enti- ficativamente mais frágeis. Esse é particularmente o caso dos passi-
dade. Também se torna difícil aplicar o custo histórico aos passivos vos originados das obrigações nas transações sem contraprestação,
que podem variar em seu montante como, por exemplo, aqueles dado ser improvável que exista mercado aberto, ativo e organizado
relacionados a passivos previdenciários. para tais passivos.

Custo de cumprimento da obrigação Custo de liberação


7.74 Custo de cumprimento da obrigação corresponde aos cus- 7.82 O custo de liberação é o termo utilizado no contexto dos
tos nos quais a entidade incorre no cumprimento das obrigações passivos para se referir ao mesmo conceito de preço líquido de ven-
representadas pelo passivo, assumindo que o faz da maneira menos da utilizado no contexto dos ativos. O custo de liberação se refere ao
onerosa. montante que corresponde à baixa imediata da obrigação. O custo
7.75 Quando o custo de cumprimento depender de eventos fu- de liberação é o montante que o credor aceita no cumprimento da
turos incertos, todos os resultados possíveis devem ser levados em sua demanda, ou que terceiros cobrariam para aceitar a transferên-
consideração em sua estimativa, visando refletir todos esses possí- cia do passivo do devedor. Quando há mais de um modo de garantir
veis resultados de forma imparcial. a liberação do passivo, o custo de liberação é aquele que representa
7.76 Quando o cumprimento da obrigação exigir que algum o menor montante - isso é consistente com a abordagem para os
trabalho venha a ser feito (obrigação de fazer) - por exemplo, quan- ativos, em que, por exemplo, o preço líquido de venda não refletiria
do o passivo for para sanar dano ambiental -, os custos relevantes o montante que deveria ser recebido na venda a sucateiro, caso o
devem corresponder àqueles em que a entidade irá incorrer; pode preço maior pudesse ser obtido na venda para o comprador que
corresponder ao custo de reparação por conta própria ou por meio utilizaria o ativo.
de terceiros. Contudo, os custos de contratar um terceiro somente 7.83 Para alguns passivos, especialmente no setor público, a
são relevantes quando se tratar da maneira menos onerosa para se transferência de passivo é praticamente impossível e, assim, o custo
liquidar a obrigação. de liberação corresponde ao montante que o credor aceita para o
7.77 Quando o cumprimento da obrigação vier a ser realizado cumprimento da sua demanda. Esse montante é conhecido se esti-
por conta própria, o custo de cumprimento da obrigação não deve ver especificado no acordo com o credor - por exemplo, quando o
incluir qualquer ganho, dado que tais ganhos não representam a contrato inclui cláusula específica de cancelamento.
utilização dos recursos da entidade. Quando o cumprimento for 7.84 Em alguns casos, pode haver evidência do valor pelo qual
baseado em terceiros, o montante deve incluir, implicitamente, o o passivo poderá ser transferido - por exemplo, no caso do passivo
lucro exigido pelo contratado, já que o valor total cobrado por este de algumas obrigações por pensões. Transferir o passivo pode ser
é uma demanda por recursos da entidade - isso é consistente com diferente de celebrar um acordo com a parte que cumprirá a obri-
a abordagem para ativos, em que o custo de reposição incluiria o gação da entidade ou arcará com todos os custos decorrentes do
lucro exigido pelo fornecedor, mas nenhum lucro seria incluído no passivo. Para o passivo ser transferido é necessário que todos os
custo de reposição para ativos que a entidade deve substituir por direitos do credor em relação à entidade sejam extintos. Caso esse
meio de desenvolvimento próprio. não seja o efeito do acordo, o passivo da entidade permanece com
7.78 Quando o cumprimento da obrigação não acontecer por ela.
período prolongado, os fluxos de caixa devem ser descontados para 7.85 Ao se avaliar se o custo de liberação é adequado para
refletir o valor do passivo na data do relatório. mensurar passivos, é necessário considerar se a maneira prevista
7.79 Geralmente, o custo de cumprimento da obrigação é rele- é uma opção que, na prática, está aberta para entidade, estando
vante para mensurar passivos, com exceção das seguintes circuns- ciente de quaisquer consequências da obtenção da liberação como,
tâncias: por exemplo, dano à reputação da entidade.
(a) quando a entidade puder ser dispensada da obrigação em 7.86 Assim como o preço líquido de venda é relevante somente
montante menor do que o custo de seu cumprimento, então o cus- quando a alternativa mais eficiente do recurso para a entidade for
to dessa dispensa é a mensuração mais relevante do ônus do pas- vender o ativo, o custo de liberação é relevante somente quando a
sivo, do mesmo modo que, para o ativo, o preço líquido de venda é alternativa mais eficiente for buscar a liberação imediata da obriga-
mais relevante quando for maior do que o valor em uso; e ção. Em especial, quando o custo do cumprimento da obrigação for
(b) no caso dos passivos assumidos por determinada impor- menor do que o custo de liberação, o primeiro fornece informação
tância, o preço presumido (ver itens 7.87 a 7.91) é mais relevante mais relevante do que o segundo, mesmo se for viável negociar a
quando for maior que o custo de cumprimento da obrigação e o liberação da obrigação, conforme os métodos de transferência de
custo da liberação. passivos previstos no item 7.84.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Preço presumido (a) a definição dos elementos afeta os itens que podem ser
7.87 O preço presumido é o termo utilizado no contexto dos apresentados nas demonstrações contábeis;
passivos para se referir ao mesmo conceito do custo de reposição (b) a aplicação dos critérios de reconhecimento afeta a locali-
para os ativos. Do mesmo modo que o custo de reposição represen- zação da informação; e
ta o montante que a entidade pagaria racionalmente para adquirir o (c) a seleção das bases de mensuração impacta a informação
ativo, o preço presumido representa o montante que a entidade ra- apresentada nas metodologias de mensuração.
cionalmente aceitaria na troca pela assunção do passivo existente.
As transações com contraprestação realizadas em condições nor- Idioma no qual as demonstrações contábeis e outros RCPGs
mais fornecem evidência do preço presumido - esse não é o caso são divulgados
das transações sem contraprestação. 8.3 O idioma (ou idiomas) no qual as demonstrações contábeis
7.88 No contexto da atividade que é realizada visando lucro, a e outros RCPGs são divulgados dá suporte à realização dos objetivos
entidade assumirá o passivo somente se o montante pago para as- da elaboração e da divulgação da informação contábil e as caracte-
sumi-lo for maior do que o custo de cumprimento da obrigação ou rísticas qualitativas. Todas as versões traduzidas precisam ser fiéis à
que o custo de liberação, isto é, o montante da liquidação. Uma vez versão do idioma original. A versão traduzida é disponibilizada para
que o preço presumido tiver sido aceito pela entidade, a entidade satisfazer as necessidades dos usuários em referência a:
tem a obrigação com o seu credor. (a) dispositivos legais na jurisdição da entidade; e
7.89 Quando se incorre em passivo pela primeira vez em (b) relação custo-benefício da tradução.
transação com contraprestação, o preço presumido representa
o montante que foi aceito pela entidade para assumi-lo - é razo- Apresentação
ável considerar que o preço presumido é o valor que a entidade 8.4 A apresentação corresponde à seleção, à localização e à or-
racionalmente aceitaria para assumir um passivo semelhante. Se- ganização da informação que é evidenciada nos RCPGs.
ria cobrado um valor maior caso algumas pressões concorrenciais 8.5 A apresentação visa fornecer informação que contribua
permitissem fazê-lo, mas não necessariamente um menor. Assim, com os objetivos da elaboração e da divulgação da informação con-
como o custo de reposição é o valor atual, conceitualmente o preço tábil e alcança as características qualitativas, enquanto considera
presumido também é. Existem, contudo, problemas práticos ao se as restrições na informação incluída nos RCPGs. As decisões sobre
refletir mudanças nos valores das obrigações que são informadas a seleção, a localização e a organização da informação são tomadas
no preço presumido. em resposta às necessidades dos usuários pela informação sobre os
7.90 Uma consequência de se informar as obrigações do exer- fenômenos econômicos, financeiros e de outra natureza.
cício com base no preço presumido é que nenhum ganho é infor- 8.6 O Capítulo 1 explica que os RCPGs compreendem relatórios
mado à época na qual a obrigação é aceita. O ganho ou a perda é múltiplos, cada um respondendo mais diretamente a determinados
evidenciado nas demonstrações contábeis no período em que ocor- aspectos dos objetivos da elaboração e divulgação da informação
re o cumprimento da obrigação (ou liberação), já que corresponde contábil ou no alcance dessas informações. Adicionalmente às de-
à diferença entre a receita originada e o custo de cumprimento da monstrações contábeis, os RCPGs fornecem informação relevante,
obrigação. por exemplo, para avaliações do desempenho dos serviços da enti-
7.91 A entidade pode ter a obrigação potencial que seja maior dade e a sustentabilidade das suas finanças. Os objetivos da elabo-
do que o preço presumido. Caso a entidade tenha que buscar a li- ração e divulgação da informação contábil aplicados à área coberta
beração do contrato, a outra parte no contrato poderá ser capaz de por determinado relatório orientam as decisões sobre a apresenta-
demandar compensação por perdas, bem como o retorno de quais- ção daquele relatório.
quer montantes pagos. Contudo, dado que a entidade pode liquidar 8.7 As decisões sobre a apresentação podem:
a obrigação, ela pode evitar tais obrigações adicionais e seria uma (a) resultar no desenvolvimento de novo RCPG, na movimen-
representação fidedigna evidenciar a obrigação por valor inferior tação da informação entre os relatórios ou na fusão dos relatórios
ao preço presumido - esta é uma situação análoga à situação do existentes; ou
ativo que gera benefícios superiores ao custo de reposição. Em tais (b) ser decisões detalhadas sobre a seleção, a localização e a
circunstâncias, como explicado no item 7.42, o custo de reposição organização da informação no RCPG.
(em vez do valor em uso) é a base de mensuração mais relevante.
Decisões sobre a apresentação estão interligadas
Capítulo 8 - Apresentação de Informação no Relatório Contábil 8.8 As decisões sobre a seleção, a localização e a organização
de Propósito Geral das Entidades do Setor Público da informação estão interligadas e, na prática, provavelmente são
consideradas em conjunto. O montante ou o tipo de informação
Introdução selecionada pode ter implicações sobre se relatório é elaborado em
8.1 Este capítulo estabelece os conceitos aplicáveis à apresen- separado ou organizado em quadros ou tabelas separados. As três
tação da informação nos RCPGs, inclusive nas demonstrações con- seções seguintes focam separadamente em cada decisão sobre a
tábeis dos governos e outras entidades do setor público. apresentação.
8.2 A apresentação das informações nos RCPGs possui ligação
com os capítulos 1 a 4 - os objetivos da elaboração e da divulga- Seleção da informação
ção da informação contábil, as necessidades dos usuários, as ca- 8.9 As decisões sobre a seleção da informação tratam da infor-
racterísticas qualitativas, as restrições na informação incluída nos mação que é evidenciada:
RCPGs e a entidade que reporta a informação contábil influenciam (a) nas demonstrações contábeis; e
as decisões relativas à apresentação das informações. Para a infor- (b) nos RCPGs que não correspondam às demonstrações con-
mação evidenciada nas demonstrações contábeis, a apresentação é tábeis (outros RCPGs).
relacionada também às definições dos elementos, critérios de reco-
nhecimento e bases de mensuração identificados nos capítulos 5 a 8.10 Como explica o Capítulo 2, os objetivos da elaboração e da
7, por exemplo: divulgação da informação contábil são o de fornecer informação so-
bre a entidade que seja útil para os usuários dos RCPGs para fins de
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada
de decisão. O Capítulo 2 descreve os tipos de informações que os Informação selecionada para exposição
usuários necessitam para satisfazer esses objetivos. Aquela descri- 8.17 Todos os RCPGs contêm mensagens-chave que são co-
ção orienta as decisões sobre se determinados tipos de relatórios municadas, uma vez que todos eles contêm informação exposta. A
são necessários. Este capítulo foca na seleção da informação a ser informação exposta observa um nível conciso e compreensível de
apresentada nos RCPGs, incluindo as demonstrações contábeis e modo que os usuários possam focar nas mensagens-chave apresen-
outros relatórios. tadas e não serem distraídos por algum detalhe que, de outra ma-
neira, poderia obscurecer essas mensagens. A informação exposta
Seleção e natureza da informação é destacadamente apresentada utilizando-se técnicas de apresenta-
Natureza da informação nas demonstrações contábeis ção apropriadas, como classificações, margens, quadros e gráficos.
8.11 As necessidades de informação dos usuários identificados 8.18 Os itens expostos nas demonstrações contábeis fornecem
no Capítulo 2 corroboram a seleção da informação para as demons- informação sobre questões como, por exemplo, a situação patrimo-
trações contábeis. Essas necessidades incluem a informação sobre nial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade que reporta a
a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da enti- informação.
dade para: 8.19 A avaliação se o item satisfaz os critérios de reconhecimen-
(a) possibilitar aos usuários identificarem os recursos da enti- to é um dos principais mecanismos para se determinar se a infor-
dade e as demandas por estes recursos na data do relatório; mação deve ser exposta no demonstrativo que evidencia a situação
(b) informar as avaliações de questões como se a entidade ad- patrimonial ou no demonstrativo que evidencia o desempenho das
quiriu recursos com economicidade e os utilizou de forma eficiente entidades do setor público e/ou divulgada nas notas explicativas
e eficaz para alcançar os seus objetivos na prestação de serviços; e ou em outro lugar nos RCPGs. Em outros casos, por exemplo, a de-
(c) informar as avaliações do desempenho e a liquidez e solvên- monstração dos fluxos de caixa apoia também o cumprimento dos
cia da entidade. objetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil.
8.20 O desenvolvimento de requisitos para a exposição das
8.12 As demonstrações contábeis podem fornecer também in- rubricas dos relatórios e os respectivos totais envolve equilibrar a
formação que auxilia os usuários na avaliação da extensão na qual: padronização da informação exposta (a qual facilita a compreensibi-
(a) a entidade satisfez os seus objetivos financeiros; lidade) com a informação que é elaborada para os fatores específi-
(b) as receitas, as despesas, os fluxos de caixa e o desempenho cos à entidade. O objetivo tanto dos requisitos da exposição padro-
da entidade estão em conformidade com os orçamentos aprova- nizada como da informação específica à entidade é assegurar que a
dos; e informação necessária para satisfazer aos objetivos da elaboração
(c) a entidade observou a legislação vigente e outros regula- e da divulgação da informação contábil esteja disponível para todas
mentos que regem a captação e a utilização de recursos públicos. as entidades, ao permitir que a informação seja exposta de maneira
que reflita a natureza e as operações de entidades específicas.
8.13 As demonstrações contábeis não evidenciam de modo
abrangente o desempenho dos serviços da entidade. Contudo, a in- Informação selecionada para evidenciação
formação nas demonstrações contábeis pode fornecer informação 8.21 A informação evidenciada deve incluir:
relevante aos aspectos financeiros do desempenho dos serviços, (a) a base para a informação exposta como, por exemplo, polí-
como informação sobre: ticas e metodologias aplicáveis;
(a) receita, despesa e fluxos de caixa relativos aos serviços; e (b) detalhamentos da informação exposta; e
(b) os ativos e os passivos que orientam as avaliações dos usuá- (c) itens que compartilham alguns, mas nem todos os aspectos
rios em relação à capacidade operacional da entidade ou aos riscos da informação exposta, por exemplo, evidenciações de itens que sa-
financeiros que podem impactar no fornecimento do serviço. tisfaçam algumas, mas nem todas as características da definição de
elemento ou evidenciações sobre itens que satisfaçam a definição
8.14 Outros relatórios nos RCPGs apresentam informação adi- de elemento, mas não os critérios de reconhecimento. O Capítulo
cional às demonstrações contábeis. Tal informação poderia, por 5 explica quais os outros recursos e outras obrigações que não sa-
exemplo, incluir: tisfazem a definição de elementos e que podem ser reconhecidos
(a) informação sobre a sustentabilidade das finanças públicas para contribuir com os objetivos da elaboração e da divulgação da
da entidade; informação contábil.
(b) discussão e análise das demonstrações contábeis; ou
(c) informação sobre o desempenho dos serviços. 8.22 O nível de detalhe fornecido pela informação exposta con-
tribui para a realização dos objetivos da elaboração e da divulgação
Informação selecionada para exposição ou evidenciação da informação contábil, desde que não seja excessivo. A informação
8.15 A informação é selecionada para exposição ou para evi- evidenciada, assim como a informação exposta, é necessária para a
denciação nos RCPGs. A informação selecionada para exposição realização dos objetivos da elaboração e da divulgação da informa-
comunica mensagens-chave no RCPG, enquanto a informação sele- ção contábil.
cionada para evidenciação torna a informação exposta mais útil ou 8.23 A informação evidenciada nas notas explicativas às de-
fornece detalhes que auxiliam os usuários a entenderem a informa- monstrações contábeis:
ção exposta. A evidenciação não substitui a exposição. (a) é necessária para a compreensão dos usuários das demons-
8.16 A repetição da informação no RCPG geralmente precisa trações contábeis;
ser evitada. Contudo, a mesma informação pode ser tanto exposta (b) fornece informação que apresenta as demonstrações con-
como evidenciada. Por exemplo, o montante exposto nas demons- tábeis no contexto da entidade e o seu ambiente operacional; e
trações contábeis pode ser repetido nas notas explicativas quando (c) geralmente tem relação clara e demonstrável com a infor-
tais notas fornecem o detalhamento do total exposto. Do mesmo mação exposta nas demonstrações contábeis às quais ela pertence.
modo, a mesma informação pode ser apresentada em RCPGs dife-
rentes para tratar diferentes propósitos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
8.24 A informação evidenciada nas notas explicativas pode in- 8.30 Os benefícios para os usuários ao receberem a informação
cluir também: precisam justificar os custos das entidades em coletar e apresentar
(a) os fatores relacionados à entidade que podem influenciar as a informação. Ao se fazer essa avaliação, é importante considerar
opiniões sobre a informação evidenciada (por exemplo, informação como os itens individuais impactam o quadro geral apresentado e
sobre as partes relacionadas e entidades controladas ou participa- a natureza da informação apresentada. Os itens que aparentarem
ções em outras entidades); gerar pouco benefício quando vistos isoladamente, podem contri-
(b) a fundamentação para o que é exposto (por exemplo, a in- buir significativamente para o conjunto completo da informação
formação sobre as políticas contábeis e critérios de mensuração, apresentada.
inclusive os métodos e as incertezas quanto à mensuração, quando 8.31 A informação precisa ser apresentada em base suficiente-
aplicáveis); mente oportuna para possibilitar aos usuários manter a administra-
(c) os detalhamentos dos montantes expostos nas demonstra- ção sujeita à prestação de contas e responsabilização (accountabi-
ções (por exemplo, a divisão do imobilizado em classes diferentes); lity) e para subsidiar a tomada de decisão por parte dos usuários.
(d) os itens que não satisfazem a definição de elemento ou os 8.32 Os RCPGs podem incluir informação adicional derivada de
critérios de reconhecimento, mas são importantes para a devida fontes distintas do sistema de informação financeira. As caracterís-
compreensão das finanças e da capacidade de prestar serviços da ticas qualitativas se aplicam a essa informação e a data da entrega
entidade, por exemplo, a informação sobre os eventos e as condi- dela precisa ser mais próxima possível da data da divulgação das
ções que podem afetar fluxos de caixa ou potencial de serviços futu- demonstrações contábeis, de modo que seja tempestiva.
ros, inclusive as suas naturezas, os efeitos possíveis sobre os fluxos
de caixa ou potencial de serviços, as probabilidades de ocorrência e Princípios para a seleção da informação para a exposição ou
as sensibilidades a mudanças nas condições; e evidenciação
(e) a informação que pode explicar as tendências subjacentes 8.33 As decisões sobre a exposição e a evidenciação se aplicam
afetando os totais expostos. tanto às demonstrações contábeis quanto aos outros RCPGs.
Os objetivos da elaboração e da divulgação da informação con-
Princípios aplicáveis à seleção da informação tábil são aplicados à área coberta por relatório em particular para
8.25 As decisões sobre qual informação precisa ser exposta e orientar a identificação da informação para exposição ou evidencia-
evidenciada envolve considerar: ção. A identificação da informação para exposição e evidenciação
(a) os objetivos da elaboração e da divulgação da informação em RCPG em particular pode envolver o desenvolvimento de:
contábil; (a) princípios de classificação;
(b)as características qualitativas e as restrições das informa- (b) lista de tipos gerais de informações que são expostas e de
ções contidas nos RCPGs; e lista semelhante de tipos gerais de informações que são evidencia-
(c) os fenômenos econômicos relevantes e outros fenômenos das; e/ou
sobre os quais a informação seja necessária. (c) listas de informação específica que aqueles que elaboram a
informação precisam expor ou evidenciar.
8.26 A seleção da informação contribui para satisfazer aos ob-
jetivos da elaboração e da divulgação da informação contábil, uma 8.34 As decisões sobre a seleção da informação a ser exposta e
vez que deve ser aplicada à informação coberta por relatório em evidenciada são tomadas:
particular e fornecer o nível de detalhe apropriado. As decisões so- (a) com referência umas às outras, em vez de estarem isoladas;
bre a seleção da informação envolvem priorizar e resumir e evita e
a sobrecarga de informação, a qual reduz a compreensibilidade. (b) para comunicar efetivamente o conjunto integrado de in-
Informação em demasia pode dificultar a compreensão das mensa- formação.
gens- chave por parte dos usuários e, consequentemente, compro-
meter a realização dos objetivos da elaboração e da divulgação da 8.35 As decisões sobre a seleção da informação em outros RCP-
informação contábil. Gs são tomadas após considerar, cuidadosamente, a relação dos
8.27 Os responsáveis pela elaboração das demonstrações con- outros RCPGs com as demonstrações contábeis.
tábeis, que aplicam as normas e o julgamento profissional, são res-
ponsáveis por assegurar que a informação que satisfaça aos obje- Localização da informação
tivos da elaboração e da divulgação da informação contábil e que 8.36 As decisões sobre a localização da informação são toma-
alcance as características qualitativas fornecidas nos RCPGs. das sobre:
8.28 As decisões sobre a seleção da informação exigem revisão (a) o local no qual a informação é contida no relatório; e
contínua e crítica. A informação identificada para possível seleção (b) o local no qual o componente do relatório está localizado.
é revisada à medida que for desenvolvida e considerada para apre-
sentação, com referência especial à sua relevância, materialidade e 8.37 A localização da informação tem impacto sobre a contri-
custo-benefício, embora todas as características qualitativas e res- buição da informação para a realização dos objetivos da elaboração
trições sejam aplicadas às decisões sobre a seleção da informação. e da divulgação da informação contábil e para o atendimento das
As decisões passadas podem exigir reconsideração porque nova in- características qualitativas. A localização pode afetar a maneira que
formação pode tornar redundante a informação existente, fazendo os usuários interpretam a informação e a comparabilidade da in-
com que esses itens não alcancem mais as características qualitati- formação.
vas e/ou as restrições. A localização pode ser utilizada para:
8.29 Todas as transações materiais, eventos e outros itens re- (a) transmitir a importância relativa da informação e as suas
portados são apresentados de maneira que transmitam a sua es- conexões com os outros itens da informação;
sência em vez da sua forma jurídica ou outra forma, de modo que (b) transmitir a natureza da informação;
as características qualitativas da relevância e da representação fide- (c) ligar itens de informação diferentes que se combinam para
digna sejam alcançadas. satisfazer a necessidade de um usuário em particular; e

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(d) distinguir entre a informação selecionada para exposição e 8.46 A organização da informação envolve uma série de deci-
a informação selecionada para evidenciação. sões incluindo as decisões sobre a utilização de referência cruzada,
quadros, tabelas, gráficos, cabeçalhos, numeração e a disposição
Princípios para a alocação da informação entre diferentes re- dos itens dentro de determinado componente de relatório, incluin-
latórios do decisões sobre a ordem dos itens. A forma na qual a informação
8.38 Os fatores relevantes para as decisões sobre alocar a infor- está organizada pode afetar a sua interpretação por parte dos usu-
mação entre as demonstrações contábeis e outros RCPGs incluem: ários.
(a) Natureza: se a natureza da informação - por exemplo, histó-
rica versus prospectiva - indica a inclusão da informação no mesmo Natureza da informação relevante para fins de organização
ou em RCPG diferente em razão das considerações relacionadas a, 8.47 As decisões sobre a organização da informação levam em
por exemplo, comparabilidade e/ou compreensibilidade; consideração:
(b) Especificidade à jurisdição: se os fatores específicos à juris- (a) importantes relacionamentos entre a informação; e
dição, como, por exemplo, os dispositivos legais vigentes, especifi- (b) se a informação é para exposição ou para evidenciação.
carem regras acerca da localização da informação; e
(c) Conexão: se a informação adicional considerada precisa ou Tipos de relacionamentos
não estar conectada de modo estreito com a informação já incluída 8.48 Os relacionamentos importantes incluem, mas não se res-
em relatório existente. As conexões entre todas as informações pre- tringem a:
cisam ser avaliadas, não se restringindo somente à conexão entre a (a) aprimoramento;
informação nova e a já existente. (b) similaridade; e
(c) propósito comum.
8.39 Os fatores expostos nos itens 8.36 a 8.38, os quais repre-
sentam a perspectiva de se adicionar informação ao conjunto de 8.49 Aprimoramento: a informação em determinado lugar no
informação já existente, também se aplicam à consideração se o RCPG pode ser aprimorada por meio de informação fornecida em
agrupamento da informação existente pode ser aprimorado, o que outro local. Por exemplo, o orçamento, a informação prospectiva e
é discutido na seção sobre a organização da informação. do desempenho de serviços aprimoram a informação das demons-
8.40 Um RCPG específico pode ser necessário quando: trações contábeis. Os quadros e os gráficos podem ser utilizados
(a) necessidades adicionais de informação do usuário, não sa- para aprimorar a compreensão da informação narrativa. Os elos
tisfeitas por relatório existente, são identificadas; e com a informação evidenciada fora dos RCPGs podem aprimorar a
(b) um RCPG específico para satisfazer essas necessidades é compreensibilidade da informação evidenciada pelos RCPGs.
mais adequado ao alcance dos objetivos da elaboração e da divul- 8.50 Similaridade: a relação de similaridade existe quando a
gação da informação contábil e do cumprimento das características informação evidenciada em um lugar se baseia na informação rela-
qualitativas do que a inclusão da informação em relatório já exis- tada em outro local nos RCPGs, e a informação ou não foi ajustada
tente. ou teve ajustes relativamente menores. Por exemplo, caso a infor-
mação do desempenho dos serviços inclua o custo dos serviços, ou
Princípios para a localização da informação dentro do relatório o valor dos ativos utilizados em diferentes serviços, pode auxiliar
8.41 O item 8.17 afirma que a informação exposta é destaca- a demonstrar como aqueles totais se relacionam à despesa e aos
damente apresentada utilizando-se técnicas de apresentação apro- ativos evidenciados nas demonstrações contábeis. Outro exemplo
priadas - a localização é o modo de se alcançar isso. A localização da é a relação entre a despesa total evidenciada no orçamento e o
informação dentro do relatório assegura que a informação exposta total da despesa evidenciada na demonstração de desempenho. A
tenha o destaque apropriado e não fique obscurecida por informa- conciliação ou aproximação, na medida do possível, entre os dois
ção evidenciada com mais detalhe e extensão. montantes diferentes, pode aprimorar a compreensão dos usuários
8.42 A localização da informação nas demonstrações contábeis sobre as finanças da entidade.
contribui para representar um panorama financeiro mais abrangen- 8.51 Propósito comum: o relacionamento de propósito comum
te da entidade. existe quando a informação relatada em locais diferentes contribui
8.43 Para as demonstrações contábeis, a informação exposta é para os mesmos fins. Um exemplo é quando demonstrações e evi-
mostrada na demonstração apropriada, enquanto as evidenciações denciações diferentes fornecem informação necessária para avalia-
encontram-se nas notas explicativas. Distinguir a informação ex- ções de responsabilização pelos serviços prestados. As informações
posta e a informação evidenciada por meio da localização assegura sobre (a) o custo real e orçado de serviços diferentes, (b) os recur-
que esses itens, os quais se relacionam diretamente a questões de sos financeiros e não financeiros utilizados na prestação de serviços
comunicação, como, por exemplo, os itens da demonstração que diferentes e (c) o fornecimento futuro de serviços diferentes podem
evidencia a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa ser incluídos em locais diferentes. Para tornar clara a relação entre
da entidade, podem ser realçados, com informação ainda mais de- a informação em locais diferentes, é adequado organizar a infor-
talhada fornecida por meio da evidenciação em notas explicativas. mação por intermédio da utilização de técnicas como cabeçalhos
8.44 Para outros RCPGs, a informação exposta pode estar lo- e referências.
calizada separadamente da informação evidenciada ou no mesmo 8.52 Podem existir relações entre informações expostas em di-
local, mas difere-se da informação evidenciada e do destaque dado ferentes:
por meio de outra técnica de apresentação. (a) RCPGs;
(b) componentes dentro do RCPG;
Organização da informação (c) partes de um único componente.
8.45 A organização da informação trata da disposição, agrupa-
mento e ordenamento da informação, a qual inclui decisões sobre: Agrupamento da informação
(a) como a informação está disposta no RCPG; 8.53 Os três fatores constantes do item 8.38 da seção sobre
(b) a estrutura geral do RCPG. localização da informação - natureza, especificidade à jurisdição e
conexão - se aplicam também às considerações se o agrupamento
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
da informação existente puder ser aprimorado. As decisões sobre o (b) o detalhamento dos totais em subcategorias significativas;
agrupamento efetivo da informação consideram as conexões entre (c) o ordenamento e o agrupamento de itens expostos em cada
os conjuntos de informações, a natureza dos diferentes conjuntos demonstração;
de informações e, na extensão apropriada, os fatores específicos à (d) a identificação de agregados (aditivos ou subtrativos); e
determinada jurisdição. (e) a identificação de outra informação para inclusão na de-
monstração.
Princípios aplicáveis à organização da informação 8.61 A informação evidenciada nas notas explicativas às de-
8.54 A organização da informação: monstrações contábeis é organizada de modo que as relações com
(a) dá suporte ao alcance dos objetivos da elaboração e da di- os itens evidenciados nas demonstrações contábeis sejam claras.
vulgação da informação contábil; e As notas explicativas são parte integrante das demonstrações con-
(b) auxilia a informação evidenciada a satisfazer as caracterís- tábeis.
ticas qualitativas.
Princípios para a organização da informação em outros RCPGs
8.55 A organização da informação: 8.62 A organização da informação em outros RCPGs, assim
(a) busca assegurar que as mensagens-chave sejam compreen- como para as demonstrações contábeis, busca assegurar que as
síveis; mensagens-chave que são transmitidas pela informação exposta
(b) identifica claramente as relações importantes; são compreensíveis. A apresentação que identifica claramente as
(c) fornece o destaque apropriado à informação que transmite relações relevantes aprimora a extensão na qual o relatório:
mensagens-chave; e (a) satisfaça os objetivos da elaboração e da divulgação da in-
(d) facilita as comparações. formação contábil;
(b) alcance as características qualitativas.
8.56 A informação evidenciada está conectada por meio da
utilização de cabeçalhos consistentes, ordem de apresentação e/ 8.63 Conectar informações relacionadas auxilia os usuários a
ou outros métodos apropriados à relação e ao tipo de informação. encontrar informações importantes. Algumas informações são mais
Quando há conexões com informações evidenciadas fora dos RCP- compreensíveis quando organizadas em gráficos, quadros, tabelas,
Gs é importante que: percentuais ou indicadores-chave de desempenho. Outra informa-
(a) as conexões com a informação proveniente de outras fontes ção pode ser representada mais efetivamente de forma narrativa. A
não prejudiquem o alcance das características qualitativas do RCPG; e organização da informação apoia a compreensão por parte dos usu-
(b) a data de emissão de qualquer informação conectada seja tão ários acerca das conexões entre as informações no mesmo RCPG.
próxima quanto possível à data da divulgação das demonstrações con- 8.64 A organização da informação facilita as comparações ao
tábeis, de modo que a informação evidenciada seja tempestiva. tornar mais claro quando determinados itens são semelhantes ou
não.
Comparabilidade A comparabilidade intertemporal é facilitada ao se evitar alte-
8.57 A organização da informação leva em consideração os rações no modo em que a informação é organizada, para a mesma
benefícios da apresentação consistente no decorrer do tempo. A entidade, ano após ano, a menos que tais mudanças aprimorem a
apresentação consistente dá suporte à capacidade dos usuários em relevância e a compreensibilidade. A comparação entre entidades
entenderem a informação e facilitam o seu acesso. Além disso, au- é facilitada quando diferentes entidades que reportam a informa-
xilia o alcance da característica qualitativa da comparabilidade. ção contábil organizam de maneira semelhante a informação que
apresentam.
Princípios da organização da informação nas demonstrações
contábeis Disposições Finais
8.58 A informação exposta nas demonstrações contábeis, usu- 1A. Esta estrutura conceitual entra em vigor na data de sua pu-
almente, é organizada em totais e subtotais numéricos. A sua or- blicação, tendo os seus efeitos aplicados a partir de 1º de janeiro
ganização fornece um resumo estruturado de tais parâmetros por de 2017.
meio dos itens das demonstrações que evidenciam a situação patri- 2B. Ficam revogados, a partir de 1º de janeiro de 2017:
monial, o desempenho e os fluxos de caixa. (a) a Resolução CFC nº 750/1993, publicada no D.O.U., Seção
8.59 Nas demonstrações contábeis, algumas relações podem 1, de 31.12.1993;
existir entre: b) a Resolução CFC nº 1.111/2007, publicada no D.O.U., Seção
(a) subconjuntos de montantes expostos ou mudanças nos 1, de 5.12.2007;
montantes expostos e o seu impacto nos itens das demonstrações (c) a Resolução CFC nº 1.128/2008, publicada no D.O.U., Seção
que evidenciam a situação patrimonial, o desempenho e os fluxos 1, de 25.11.2008;
de caixa da entidade; (d) a Resolução CFC nº 1.129/2008, publicada no D.O.U., Seção
(b) os diferentes montantes expostos em demonstrações con- 1, de 25.11.2008;
tábeis diferentes, os quais refletem o impacto de determinado (e) a Resolução CFC nº 1.130/2008, publicada no D.O.U., Seção
evento externo comum ou contribuem juntos para a compreensão 1, de 25.11.2008;
de aspecto das demonstrações que evidenciam a situação patrimo- (f) a Resolução CFC nº 1.131/2008, publicada no D.O.U., Seção
nial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade; e 1, de 25.11.2008;
(c) os montantes expostos e as evidenciações respectivas nas (g) a Resolução CFC nº 1.132/2008, publicada no D.O.U., Seção
notas explicativas que explicam ou podem, de outra maneira, dar 1, de 25.11.2008;
suporte à compreensão dos usuários acerca dos itens expostos. (h) os arts. 1º, 2º e 3º da Resolução CFC nº 1.268/2009, publi-
cada no D.O.U., Seção 1, de 21.12.2009;
8.60 A organização da informação nas demonstrações contá- (i) a Resolução CFC nº 1.282/2010, publicada no D.O.U., Seção
beis inclui decisões sobre: 1, de 2.6.2010;
(a) o tipo e o número de demonstrações;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(j) a Resolução CFC nº 1.367/2011, publicada no D.O.U., Seção Outras entidades ou especialistas poderão ser convidados. Po-
1, de 29.11.2011; derão ser formadas Comissões e Grupos de Trabalho para temas
(k) os arts. 1º e 2º da Resolução CFC nº 1.437/2013, publicada específicos.
no D.O.U., Seção 1, de 2.4.2013; Produtos do CPC:
Pronunciamentos Técnicos;
Orientações; e
(l) os itens 12(a), 12(b), 12(c), 12(d), 27 e 28 da NBC T 16.6 (R1), Interpretações.
publicada no D.O.U., Seção 1, de 31.10.2014.
FICADICA
JOSÉ MARTONIO ALVES COELHO Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente subme-
Presidente do Conselho tidos a audiências públicas. As Orientações e Interpretações pode-
rão, também, sofrer esse processo.
Comitê de Pronunciamentos Contábeis
Estrutura
Origem Assembleia dos Presidentes das Entidades elegem os membros
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a do CPC (representantes das seis entidades), com mandatos de qua-
partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes tro anos (exceto metade dos primeiros membros, com dois anos);
entidades: - podem, por 3/4 de seus membros, indicar outros membros
ABRASCA; do CPC;
APIMEC NACIONAL; - podem alterar o Regimento Interno do CPC.
BOVESPA;
Conselho Federal de Contabilidade; Quatro Coordenadorias:
FIPECAFI; e - de Operações;
IBRACON. - de Relações Institucionais;
- de Relações Internacionais;
Em função das necessidades de: - Técnica.2
- convergência internacional das normas contábeis (redução
de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e
custo nas análises e decisões, redução de custo de capital); NOÇÕES DE DIREITO TRABALHISTA: DECRETO-LEI N.º
- centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, 5.452/1943 (CLT). TÍTULO II – DAS NORMAS GERAIS DE
diversas entidades o fazem); TUTELA DO TRABALHO: CAPÍTULO II – DA DURAÇÃO DO
TRABALHO. CAPÍTULO IV – DAS FÉRIAS ANUAIS. CAPÍ-
Representação e processos democráticos na produção dessas TULO V – DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABA-
informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, LHO. TÍTULO IV – DO CONTRATO INDIVIDUAL DE TRA-
intermediário, academia, governo). BALHO. TÍTULO VI – CONVENÇÕES COLETIVAS DE
TRABALHO
Criação e Objetivo
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como obje-
tivo “o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943
sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informa-
ções dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela enti- Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
dade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização
do seu processo de produção, levando sempre em conta a conver- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe
gência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais”. confere o art. 180 da Constituição,

Características Básicas DECRETA:


- O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, Art. 1º Fica aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho, que
deliberando por 2/3 de seus membros; a este decreto-lei acompanha, com as alterações por ela introduzi-
- O Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura ne- das na legislação vigente.
cessária;
- As seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a Parágrafo único. Continuam em vigor as disposições legais tran-
ser convidadas futuramente; sitórias ou de emergência, bem como as que não tenham aplicação
- Os membros do CPC, dois por entidade, na maioria Contado- em todo o território nacional.
res, não auferem remuneração.
Art. 2º O presente decreto-lei entrará em vigor em 10 de no-
Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a par- vembro de 1943.
ticipar representantes dos seguintes órgãos:
- Banco Central do Brasil; Rio de Janeiro, 1 de maio de 1943, 122º da Independência e
- Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 55º da República.
- Secretaria da Receita Federal;
- Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

2 Fonte: www.cpc.org.br
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO § 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tem-
po parcial converter um terço do período de férias a que tiver direi-
TÍTULO II to em abono pecuniário. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO 2017) (Vigência)
§ 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo
CAPÍTULO II disposto no art. 130 desta Consolidação. (Incluído pela Lei
DA DURAÇÃO DO TRABALHO nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida
SEÇÃO I de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Art. 57 - Os preceitos deste Capítulo aplicam-se a todas as ativi- § 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cin-
dades, salvo as expressamente excluídas, constituindo exceções as quenta por cento) superior à da hora normal. (Redação
disposições especiais, concernentes estritamente a peculiaridades dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
profissionais constantes do Capítulo I do Título III. § 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força
de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas
SEÇÃO II em um dia for compensado pela correspondente diminuição em
DA JORNADA DE TRABALHO outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um
ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. (Redação
qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
desde que não seja fixado expressamente outro limite. § 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que
§ 1o Não serão descontadas nem computadas como jornada tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não ex- forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito ao
cedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez mi- pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o
nutos diários. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.243, valor da remuneração na data da rescisão. (Redação dada
de 19.6.2001) pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua resi- § 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá
dência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu re- ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensa-
torno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o ção ocorra no período máximo de seis meses. (Incluído
fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de tra- pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
balho, por não ser tempo à disposição do empregador. (Re- § 6o É lícito o regime de compensação de jornada estabele-
dação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) cido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação
§ 3o (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) no mesmo mês. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial (Vigência)
aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolida-
possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele ção, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, con-
cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a pos- venção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário
sibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininter-
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) ruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de repouso e alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos 2017) (Vigência)
empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horá-
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) rio previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e
parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de
na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coleti- trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º
va. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) do art. 73 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467,
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal de 2017) (Vigência)
normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para com-
sobre o salário-hora normal. (Incluído pela Lei nº 13.467, pensação de jornada, inclusive quando estabelecida mediante acor-
de 2017) (Vigência) do tácito, não implica a repetição do pagamento das horas exceden-
§ 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tem- tes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima
po parcial ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (In-
semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consi- cluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
deradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3o, Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não
estando também limitadas a seis horas suplementares semanais. descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) horas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as
poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamen- constantes dos quadros mencionados no capítulo “Da Segurança
te posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na e da Medicina do Trabalho”, ou que neles venham a ser incluídas
folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compen- por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer
sadas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das
autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho, as
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e SEÇÃO III
à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamen- DOS PERÍODOS DE DESCANSO
te, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estadu-
ais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim. Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um perío-
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia do mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas inin- Trabalho aos domingos
terruptas de descanso. (Incluído pela Lei nº 13.467, de Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso se-
2017) (Vigência) manal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo mo-
Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração tivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço,
do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fa- deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
zer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domin-
conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar gos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida
prejuízo manifesto. escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de
§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido in- quadro sujeito à fiscalização.
dependentemente de convenção coletiva ou acordo coletivo de Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma
trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) do art. 67, será sempre subordinado à permissão prévia da autori-
(Vigência) dade competente em matéria de trabalho.
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força Parágrafo único - A permissão será concedida a título perma-
maior, a remuneração da hora excedente não será inferior à da hora nente nas atividades que, por sua natureza ou pela conveniência
normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a re- pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro
muneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) supe- do Trabalho, Industria e Comercio, expedir instruções em que sejam
rior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) especificadas tais atividades. Nos demais casos, ela será dada sob
horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite. forma transitória, com discriminação do período autorizado, o qual,
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultan- de cada vez, não excederá de 60 (sessenta) dias.
te de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a im- Art. 69 - Na regulamentação do funcionamento de atividades
possibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser sujeitas ao regime deste Capítulo, os municípios atenderão aos
prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, preceitos nele estabelecidos, e as regras que venham a fixar não
durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo poderão contrariar tais preceitos nem as instruções que, para seu
perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em perí- cumprimento, forem expedidas pelas autoridades competentes em
odo não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa matéria de trabalho.
recuperação à prévia autorização da autoridade competente. Art. 70 - Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado o tra-
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capí- balho em dias feriados nacionais e feriados religiosos, nos têrmos
tulo: (Redação dada pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994) da legislação própria. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível 229, de 28.2.1967)
com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser ano- Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda
tada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para
empregados; (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994) repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e,
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá
gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste arti- exceder de 2 (duas) horas.
go, os diretores e chefes de departamento ou filial. (Inclu- § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entre-
ído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994) tanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a
III - os empregados em regime de teletrabalho que prestam ser- duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
viço por produção ou tarefa. (Redação dada pela Lei nº 14.442, § 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na du-
de 2022) ração do trabalho.
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicá- § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição
vel aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e
o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdên-
função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo cia Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente
acrescido de 40% (quarenta por cento). (Incluído pela Lei às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando
nº 8.966, de 27.12.1994) os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho
Art. 63 - Não haverá distinção entre empregados e interessa- prorrogado a horas suplementares.
dos, e a participação em lucros e comissões, salvo em lucros de § 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intra-
caráter social, não exclui o participante do regime deste Capítulo. jornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urba-
Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado men- nos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, ape-
salista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à nas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por
duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
o número de horas dessa duração. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), § 5o O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/
adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de ou fracionado, e aquele estabelecido no § 1o poderá ser fraciona-
trabalho por mês. do, quando compreendidos entre o término da primeira hora tra-
Art. 65 - No caso do empregado diarista, o salário-hora normal balhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto
será obtido dividindo-se o salário diário correspondente à duração em convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do
do trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número de horas de efe- serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a que são
tivo trabalho. submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, SEÇÃO VI
empregados no setor de transporte coletivo de passageiros, manti- DAS PENALIDADES
da a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores
ao final de cada viagem. (Redação dada pela Lei nº 13.103, Art. 75 - Os infratores dos dispositivos do presente Capítulo in-
de 2015) (Vigência) correrão na multa de cinquenta a cinco mil cruzeiros, segundo a
Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilogra- natureza da infração, sua extensão e a intenção de quem a praticou,
fia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minu- aplicada em dobro no caso de reincidência e oposição à fiscalização
tos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) ou desacato à autoridade.
minutos não deduzidos da duração normal de trabalho. Parágrafo único - São competentes para impor penalidades, no
Distrito Federal, a autoridade de 1ª instância do Departamento Na-
SEÇÃO IV cional do Trabalho e, nos Estados e no Território do Acre, as auto-
DO TRABALHO NOTURNO ridades regionais do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio.

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, CAPÍTULO II-A
o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.467, DE 2017) (VIGÊNCIA)
esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por DO TELETRABALHO
cento), pelo menos, sobre a hora diurna. (Redação dada
pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946) Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo. (In-
minutos e 30 segundos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº cluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
9.666, de 1946) Art. 75-B. Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o tra- prestação de serviços fora das dependências do empregador, de
balho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia se- maneira preponderante ou não, com a utilização de tecnologias de
guinte. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946) informação e de comunicação, que, por sua natureza, não configure
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tra- trabalho externo. (Redação dada pela Lei nº 14.442, de 2022)
tando de empresas que não mantêm, pela natureza de suas ativida- § 1º O comparecimento, ainda que de modo habitual, às de-
des, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista os quan- pendências do empregador para a realização de atividades espe-
titativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em cíficas que exijam a presença do empregado no estabelecimento
relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de não descaracteriza o regime de teletrabalho ou trabalho remoto.
suas atividades, o aumento será calculado sobre o salário mínimo (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022)
geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse § 2º O empregado submetido ao regime de teletrabalho ou tra-
limite, já acrescido da percentagem. (Redação dada pelo balho remoto poderá prestar serviços por jornada ou por produção
Decreto-lei nº 9.666, de 1946) ou tarefa. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022)
§ 4º As prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto § 3º Na hipótese da prestação de serviços em regime de tele-
neste capítulo. trabalho ou trabalho remoto por produção ou tarefa, não se aplica-
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem rá o disposto no Capítulo II do Título II desta Consolidação. (Inclu-
períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho notur- ído pela Lei nº 14.442, de 2022)
no o disposto neste artigo e seus parágrafos. (Redação § 4º O regime de teletrabalho ou trabalho remoto não se con-
dada pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946) funde nem se equipara à ocupação de operador de telemarketing
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto ou de teleatendimento. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022)
neste capítulo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946) § 5º O tempo de uso de equipamentos tecnológicos e de infra-
estrutura necessária, bem como de softwares, de ferramentas digi-
SEÇÃO V tais ou de aplicações de internet utilizados para o teletrabalho, fora
DO QUADRO DE HORÁRIO da jornada de trabalho normal do empregado não constitui tempo
à disposição ou regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto se
Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de em- houver previsão em acordo individual ou em acordo ou convenção
pregados. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) coletiva de trabalho. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) § 6º Fica permitida a adoção do regime de teletrabalho ou tra-
§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) traba- balho remoto para estagiários e aprendizes. (Incluído pela Lei nº
lhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, 14.442, de 2022)
em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções § 7º Aos empregados em regime de teletrabalho aplicam-se
expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Mi- as disposições previstas na legislação local e nas convenções e nos
nistério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de acordos coletivos de trabalho relativas à base territorial do estabe-
repouso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) lecimento de lotação do empregado. (Incluído pela Lei nº 14.442,
§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o de 2022)
horário dos empregados constará do registro manual, mecânico ou § 8º Ao contrato de trabalho do empregado admitido no Brasil
eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste que optar pela realização de teletrabalho fora do território nacional
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) aplica-se a legislação brasileira, excetuadas as disposições constan-
§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exce- tes da Lei nº 7.064, de 6 de dezembro de 1982, salvo disposição em
ção à jornada regular de trabalho, mediante acordo individual escri- contrário estipulada entre as partes. (Incluído pela Lei nº 14.442,
to, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Incluído de 2022)
pela Lei nº 13.874, de 2019)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 9º Acordo individual poderá dispor sobre os horários e os II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6
meios de comunicação entre empregado e empregador, desde que (seis) a 14 (quatorze) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei
assegurados os repousos legais. (Incluído pela Lei nº 14.442, de nº 1.535, de 13.4.1977)
2022) III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quin-
Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletraba- ze) a 23 (vinte e três) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei
lho deverá constar expressamente do instrumento de contrato in- nº 1.535, de 13.4.1977)
dividual de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 14.442, de 2022) IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e
§ 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. (Incluído pelo Decre-
de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, regis- to-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
trado em aditivo contratual. (Incluído pela Lei nº 13.467, § 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do em-
de 2017) (Vigência) pregado ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535,
§ 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletraba- de 13.4.1977)
lho para o presencial por determinação do empregador, garantido § 2º - O período das férias será computado, para todos os efei-
prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente re- tos, como tempo de serviço. (Incluído pelo Decreto-lei
gistro em aditivo contratual. (Incluído pela Lei nº 13.467, nº 1.535, de 13.4.1977)
de 2017) (Vigência) Art. 130-A. (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3º O empregador não será responsável pelas despesas resul- Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos
tantes do retorno ao trabalho presencial, na hipótese de o empre- do artigo anterior, a ausência do empregado: (Redação
gado optar pela realização do teletrabalho ou trabalho remoto fora dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
da localidade prevista no contrato, salvo disposição em contrário I - nos casos referidos no art. 473; (Incluído pelo
estipulada entre as partes. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022) Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por
aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecno- motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para
lógicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência So-
trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas cial; (Redação dada pela Lei nº 8.921, de 25.7.1994)
pelo empregado, serão previstas em contrato escrito. (In- III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade ates-
cluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) tada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste ar- hipótese do inciso IV do art. 133; (Redação dada pela Lei
tigo não integram a remuneração do empregado. (Incluído nº 8.726, de 5.11.1993)
pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que
Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de não tiver determinado o desconto do correspondente salário;
maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
de evitar doenças e acidentes de trabalho. (Incluído pela V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado
Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de res- ou absolvido; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
ponsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas 13.4.1977)
pelo empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipóte-
Art. 75-F. Os empregadores deverão conferir prioridade aos se do inciso III do art. 133. (Incluído pelo Decreto-lei nº
empregados com deficiência e aos empregados e empregadas com 1.535, de 13.4.1977)
filhos ou criança sob guarda judicial até quatro anos de idade na Art. 132 - O tempo de trabalho anterior à apresentação do em-
alocação em vagas para atividades que possam ser efetuadas por pregado para serviço militar obrigatório será computado no perío-
meio do teletrabalho ou trabalho remoto. (Incluído pela Medida do aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro
Provisória nº 1.108, de 2022) de 90 (noventa) dias da data em que se verificar a respectiva baixa.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
CAPÍTULO IV Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso
DAS FÉRIAS ANUAIS do período aquisitivo: (Redação dada pelo Decreto-lei
(REDAÇÃO DADA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977) nº 1.535, de 13.4.1977)
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (ses-
SEÇÃO I senta) dias subseqüentes à sua saída; (Incluído pelo
DO DIREITO A FÉRIAS E DA SUA DURAÇÃO Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários,
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) por mais de 30 (trinta) dias; (Incluído pelo Decreto-lei
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de nº 1.535, de 13.4.1977)
um período de férias, sem prejuízo da remuneração. (Re- III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de
dação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos servi-
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do ços da empresa; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535,
contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte de 13.4.1977)
proporção: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de aci-
13.4.1977) dente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses,
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao ser- embora descontínuos. (Incluído pelo Decreto-lei nº
viço mais de 5 (cinco) vezes; (Incluído pelo Decreto-lei 1.535, de 13.4.1977)
nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anota-
da na Carteira de Trabalho e Previdência Social. (Incluído
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo
o empregado, após o implemento de qualquer das condições pre- de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva
vistas neste artigo, retornar ao serviço. (Incluído pelo remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535,
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) de 13.4.1977)
§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa § 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador te-
comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antece- nha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação
dência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da para- pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.
lisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da ca- § 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cen-
tegoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais to) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja
de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995) cumprida. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
§ 4º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995) 13.4.1977)
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será re-
SECÇÃO II metida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de apli-
DA DURAÇÃO DAS FÉRIAS cação da multa de caráter administrativo. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
SEÇÃO II Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar
DA CONCESSÃO E DA ÉPOCA DAS FÉRIAS serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em
(REDAÇÃO DADA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977 virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador,
em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em SECÇÃO III
que o empregado tiver adquirido o direito. (Redação dada DA CONCESSÃO E DA ÉPOCA DAS FÉRIAS
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias SEÇÃO III
poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles DAS FÉRIAS COLETIVAS
não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não po- (REDAÇÃO DADA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977
derão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimen-
de 2017) tos ou setores da empresa. (Redação dada pelo Decreto-lei
§ 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que an- nº 1.535, de 13.4.1977
tecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. (In- § 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anu-
cluído pela Lei nº 13.467, de 2017) ais desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. § 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comu-
Dessa participação o interessado dará recibo. (Redação nicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedên-
dada pela Lei nº 7.414, de 9.12.1985) cia mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias,
§ 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela
que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previ- medida. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
dência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão. 13.4.1977
(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida
§ 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro comunicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria
ou nas fichas de registro dos empregados. (Incluído pelo profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de traba-
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) lho. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
§ 3º Nos casos em que o empregado possua a CTPS em meio Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze)
digital, a anotação será feita nos sistemas a que se refere o § 7º do meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se,
art. 29 desta Consolidação, na forma do regulamento, dispensadas então, novo período aquisitivo. (Redação dada pelo De-
as anotações de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído creto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
pela Lei nº 13.874, de 2019) Art. 141 - (Revogada pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor
consulte os interesses do empregador. (Redação dada SEÇÃO IV
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) DA REMUNERAÇÃO E DO ABONO DE FÉRIAS
§ 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo (REDAÇÃO DADA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977
estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo
período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remune-
o serviço. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) ração que lhe for devida na data da sua concessão. (Redação
§ 2º Aos menores de 18 anos e aos maiores de 50 anos de ida- dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
de, as férias serão sempre concedidas de uma só vez. § 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas variá-
§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, veis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor
terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. do salário na data da concessão das férias. (Incluído pelo
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por base de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14
a media da produção no período aquisitivo do direito a férias, apli- (quatorze) dias. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535,
cando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão de 13.4.1977
das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa causa, ou
§ 3º - Quando o salário for pago por percentagem, comissão cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado,
ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo empregado nos 12 antes de completar 12 (doze) meses de serviço, terá direito à remu-
(doze) meses que precederem à concessão das férias. (In- neração relativa ao período incompleto de férias, de conformidade
cluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 com o disposto no artigo anterior. (Redação dada pelo
§ 4º - A parte do salário paga em utilidades será computada Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
de acordo com a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Art. 148 - A remuneração das férias, ainda quando devida após
Social. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 a cessação do contrato de trabalho, terá natureza salarial, para os
§ 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insa- efeitos do art. 449. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
lubre ou perigoso serão computados no salário que servirá de base 1.535, de 13.4.1977
ao cálculo da remuneração das férias. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 SEÇÃO VI
§ 6º - Se, no momento das férias, o empregado não estiver per- DO INÍCIO DA PRESCRIÇÃO
cebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o va- (REDAÇÃO DADA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977
lor deste não tiver sido uniforme será computada a média duodeci-
mal recebida naquele período, após a atualização das importâncias Art. 149 - A prescrição do direito de reclamar a concessão das
pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamentos sa- férias ou o pagamento da respectiva remuneração é contada do tér-
lariais supervenientes. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, mino do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessa-
de 13.4.1977 ção do contrato de trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) nº 1.535, de 13.4.1977
do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no va-
lor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. SEÇÃO VII
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 (Vide DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Lei nº 7.923, de 1989) (INCLUÍDA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977
§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze)
dias antes do término do período aquisitivo. (Incluído pelo Art. 150 - O tripulante que, por determinação do armador, for
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 transferido para o serviço de outro, terá computado, para o efeito
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refe- de gozo de férias, o tempo de serviço prestado ao primeiro, ficando
re este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empre- obrigado a concedê-las o armador em cujo serviço ele se encontra
gador e o sindicato representativo da respectiva categoria profis- na época de gozá-las. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
sional, independendo de requerimento individual a concessão do 1.535, de 13.4.1977
abono. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 1º - As férias poderão ser concedidas, a pedido dos interes-
§ 3o (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) sados e com aquiescência do armador, parceladamente, nos portos
Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem de escala de grande estadia do navio, aos tripulantes ali residentes.
como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
do regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, des- § 2º - Será considerada grande estadia a permanência no porto
de que não excedente de vinte dias do salário, não integrarão a re- por prazo excedente de 6 (seis) dias. (Incluído pelo Decre-
muneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho. to-lei nº 1.535, de 13.4.1977
(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1998) § 3º - Os embarcadiços, para gozarem férias nas condições des-
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o te artigo, deverão pedi-las, por escrito, ao armador, antes do início
caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) da viagem, no porto de registro ou armação. (Incluído pelo
dias antes do início do respectivo período. (Redação dada Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 § 4º - O tripulante, ao terminar as férias, apresentar-se-á ao ar-
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, mador, que deverá designá-lo para qualquer de suas embarcações
com indicação do início e do termo das férias. (Incluído ou o adir a algum dos seus serviços terrestres, respeitadas a condi-
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 ção pessoal e a remuneração. (Incluído pelo Decreto-lei
nº 1.535, de 13.4.1977
SEÇÃO V § 5º - Em caso de necessidade, determinada pelo interesse pú-
DOS EFEITOS DA CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO blico, e comprovada pela autoridade competente, poderá o arma-
(REDAÇÃO DADA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977 dor ordenar a suspensão das férias já iniciadas ou a iniciar-se, res-
salvado ao tripulante o direito ao respectivo gozo posteriormente.
Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração sim- § 6º - O Delegado do Trabalho Marítimo poderá autorizar a
ples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de acumulação de 2 (dois) períodos de férias do marítimo, mediante
férias cujo direito tenha adquirido. (Redação dada pelo requerimento justificado: (Incluído pelo Decreto-lei nº
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 1.535, de 13.4.1977
Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após I - do sindicato, quando se tratar de sindicalizado; e (In-
12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido cluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao pe- II - da empresa, quando o empregado não for sindicalizado.
ríodo incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 151 - Enquanto não se criar um tipo especial de caderneta Art. 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei
profissional para os marítimos, as férias serão anotadas pela Capi- nº 6.514, de 22.12.1977)
tania do Porto na caderneta-matrícula do tripulante, na página das I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina
observações. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
de 13.4.1977 II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quan-
Art. 152 - A remuneração do tripulante, no gozo de férias, será to às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho
acrescida da importância correspondente à etapa que estiver ven- ou doenças ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
cendo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 22.12.1977)
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo ór-
SEÇÃO VIII gão regional competente; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
DAS PENALIDADES 22.12.1977)
(INCLUÍDA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977 IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade compe-
tente. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 153 - As infrações ao disposto neste Capítulo serão puni- Art. 158 - Cabe aos empregados: (Redação dada pela
das com multas de valor igual a 160 BTN por empregado em situa- Lei nº 6.514, de 22.12.1977
ção irregular. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho,
Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço ou resis- inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior;
tência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com o obje- (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
tivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em dobro. (Redação Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste
dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
III - conhecer, em segunda e última instância, dos recursos vo-
CAPÍTULO V luntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Re-
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO gionais do Trabalho em matéria de segurança e higiene do trabalho.
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 6.514, DE 22.12.1977) (Incluído pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967)
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa
SEÇÃO I injustificada: (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
DISPOSIÇÕES GERAIS a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na
forma do item II do artigo anterior; (Incluído pela Lei nº
Art. . 154 - A observância, em todos os locais de trabalho, do 6.514, de 22.12.1977)
disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas do cumprimen- b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos
to de outras disposições que, com relação à matéria, sejam inclu- pela empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
ídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados Art. 159 - Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Tra-
ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, balho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais
bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho. ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo.
Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
em matéria de segurança e medicina do trabalho: (Reda-
ção dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) SEÇÃO II
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a DA INSPEÇÃO PRÉVIA E DO EMBARGO OU INTERDIÇÃO
aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 6.514, DE 22.12.1977)
no art. 200; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização Art. 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas ativi-
e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina dades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações
do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Na- pela autoridade regional competente em matéria de segurança e
cional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; (Incluído medicina do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 22.12.1977)
III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou § 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modifica-
de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Tra- ção substancial nas instalações, inclusive equipamentos, que a em-
balho, em matéria de segurança e medicina do trabalho. (In- presa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional
cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do § 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela
Trabalho, nos limites de sua jurisdição: (Redação dada Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de construção e res-
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) pectivas instalações. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de se- Embargo ou interdição
gurança e medicina do trabalho; (Incluído pela Lei nº Art. 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo
6.514, de 22.12.1977) técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente ris-
II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das co para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de
disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na
em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; (In- decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as provi-
cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) dências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios
III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das nor- de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
mas constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201. (In- § 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão
cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regional
do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo § 2º - Os representantes dos empregados, titulares e suplen-
serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho e, ain- tes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, inde-
da, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical. pendentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) interessados. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão 22.12.1977)
os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de § 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração
âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina de 1 (um) ano, permitida uma reeleição. (Incluído pela
do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recur- Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
so. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) § 4º - O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao mem-
§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas pe- bro suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de me-
nais cabíveis, quem, após determinada a interdição ou embargo, nos da metade do número de reuniões da CIPA. (Incluído
ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o § 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os seus
prosseguimento de obra, se, em conseqüência, resultarem danos a representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão,
terceiros. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) dentre eles, o Vice-Presidente. (Incluído pela Lei nº 6.514,
§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de re- de 22.12.1977)
curso, e após laudo técnico do serviço competente, poderá levantar Art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas
a interdição. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se
§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, eco-
interdição ou embargo, os empregados receberão os salários como nômico ou financeiro. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
se estivessem em efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº de 22.12.1977)
6.514, de 22.12.1977) Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empre-
gador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a
SEÇÃO III existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob
DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA E DE MEDICINA DO TRABA- pena de ser condenado a reintegrar o empregado. (Re-
LHO NAS EMPRESAS dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem ex- SEÇÃO IV


pedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
Parágrafo único - As normas a que se refere este artigo estabe- gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao
lecerão: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sem-
a) classificação das empresas segundo o número de emprega- pre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa prote-
dos e a natureza do risco de suas atividades; (Incluído ção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
b) o numero mínimo de profissionais especializados exigido de Redistribuição de aprovações burocráticas emitidas pelo
cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na forma extinto Ministério do Trabalho
da alínea anterior; (Incluído pela Lei nº 6.514, de Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à
22.12.1977) venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do
c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o Ministério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
seu regime de trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
de 22.12.1977)
d) as demais características e atribuições dos serviços especia- SEÇÃO V
lizados em segurança e em medicina do trabalho, nas empresas. DAS MEDIDAS PREVENTIVAS DE MEDICINA DO TRABALHO
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta do em-
de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções pregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas instruções
expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou lo- complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho:
cais de obra nelas especificadas. (Redação dada pela Lei nº 6.514, (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
de 22.12.1977) I - a admissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de
Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamenta- 24.10.1989)
rá as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPA (s). II - na demissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 24.10.1989)
Art. 164 - Cada CIPA será composta de representantes da em- III - periodicamente. (Incluído pela Lei nº 7.855, de
presa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a 24.10.1989)
ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do § 1º - O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos
artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) casos em que serão exigíveis exames: (Redação dada
§ 1º - Os representantes dos empregadores, titulares e suplen- pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
tes, serão por eles designados. (Redação dada pela Lei nº 6.514, a) por ocasião da demissão; (Incluído pela Lei nº
de 22.12.1977) 7.855, de 24.10.1989)
b) complementares. (Incluído pela Lei nº 7.855,
de 24.10.1989)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º - Outros exames complementares poderão ser exigidos, SEÇÃO VII
a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física e DA ILUMINAÇÃO
mental do empregado para a função que deva exercer. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Art. 175 - Em todos os locais de trabalho deverá haver ilumi-
§ 3º - O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com nação adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da ati-
o risco da atividade e o tempo de exposição, a periodicidade dos vidade. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
exames médicos. (Redação dada pela Lei nº 7.855, § 1º - A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral
de 24.10.1989) e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras
§ 4º - O empregador manterá, no estabelecimento, o material e contrastes excessivos. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
necessário à prestação de primeiros socorros médicos, de acordo 22.12.1977)
com o risco da atividade. (Redação dada pela Lei nº § 2º - O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos
7.855, de 24.10.1989) de iluminamento a serem observados. (Incluído pela
§ 5º - O resultado dos exames médicos, inclusive o exame com- Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
plementar, será comunicado ao trabalhador, observados os precei-
tos da ética médica. (Redação dada pela Lei nº 7.855, SEÇÃO VIII
de 24.10.1989) DO CONFORTO TÉRMICO
§ 6o Serão exigidos exames toxicológicos, previamente à
admissão e por ocasião do desligamento, quando se tratar de mo- Art. 176 - Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural,
torista profissional, assegurados o direito à contraprova em caso de compatível com o serviço realizado. (Redação dada pela
resultado positivo e a confidencialidade dos resultados dos respec- Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
tivos exames. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) Parágrafo único - A ventilação artificial será obrigatória sem-
(Vigência) pre que a natural não preencha as condições de conforto térmico.
§ 7o Para os fins do disposto no § 6o, será obrigatório (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
exame toxicológico com janela de detecção mínima de 90 (noventa) Art. . 177 - Se as condições de ambiente se tornarem descon-
dias, específico para substâncias psicoativas que causem dependên- fortáveis, em virtude de instalações geradoras de frio ou de calor,
cia ou, comprovadamente, comprometam a capacidade de direção, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho
podendo ser utilizado para essa finalidade o exame toxicológico em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isola-
previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de mento térmico e recursos similares, de forma que os empregados
Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos últimos 60 (sessenta) fiquem protegidos contra as radiações térmicas. (Re-
dias. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 169 - Será obrigatória a notificação das doenças profissio- Art. . 178 - As condições de conforto térmico dos locais de tra-
nais e das produzidas em virtude de condições especiais de traba- balho devem ser mantidas dentro dos limites fixados pelo Minis-
lho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as tério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho. (Re- 22.12.1977)
dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
SEÇÃO IX
SEÇÃO VI DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
DAS EDIFICAÇÕES
Art. 179 - O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições
Art. 170 - As edificações deverão obedecer aos requisitos téc- de segurança e as medidas especiais a serem observadas relativa-
nicos que garantam perfeita segurança aos que nelas trabalhem. mente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção,
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) transmissão, distribuição ou consumo de energia. (Redação dada
Art. 171 - Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
metros de pé-direito, assim considerada a altura livre do piso ao Art. . 180 - Somente profissional qualificado poderá instalar,
teto. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas. (Re-
Parágrafo único - Poderá ser reduzido esse mínimo desde que dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
atendidas as condições de iluminação e conforto térmico compatí- Art. . 181 - Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou
veis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução ao con- instalações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de
trole do órgão competente em matéria de segurança e medicina do socorro a acidentados por choque elétrico. (Redação dada
trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 172 - 0s pisos dos locais de trabalho não deverão apre-
sentar saliências nem depressões que prejudiquem a circulação de SEÇÃO X
pessoas ou a movimentação de materiais. (Redação dada DA MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) MATERIAIS
Art. 173 - As aberturas nos pisos e paredes serão protegi-
das de forma que impeçam a queda de pessoas ou de objetos. Art. . 182 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas so-
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) bre: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 174 - As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, I - as precauções de segurança na movimentação de materiais
pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais de trabalho de- nos locais de trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente
verão obedecer às condições de segurança e de higiene do trabalho utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas a operação e
estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de pesso-
estado de conservação e limpeza. (Redação dada pela al habilitado; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

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II - as exigências similares relativas ao manuseio e à armaze- Art. . 188 - As caldeiras serão periodicamente submetidas a
nagem de materiais, inclusive quanto às condições de segurança e inspeções de segurança, por engenheiro ou empresa especializada,
higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e os equi- inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com as instru-
pamentos de proteção individual; (Incluído pela Lei ções que, para esse fim, forem expedidas. (Redação dada
nº 6.514, de 22.12.1977) pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida § 1º - Toda caldeira será acompanhada de “Prontuário”, com
nos equipamentos de transporte, dos avisos de proibição de fumar documentação original do fabricante, abrangendo, no mínimo: es-
e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde pecificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes realizados
das substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das durante a fabricação e a montagem, características funcionais e a
recomendações de primeiros socorros e de atendinento médico e pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indica-
símbolo de perigo, segundo padronização internacional, nos rótu- da, em local visível, na própria caldeira. (Incluído pela Lei
los dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados. nº 6.514, de 22.12.1977)
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) § 2º - O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atua-
Parágrafo único - As disposições relativas ao transporte de ma- lizado e apresentar, quando exigido pela autoridade competente, o
teriais aplicam-se, também, no que couber, ao transporte de pesso- Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematicamente,
as nos locais de trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer
Art. . 183 - As pessoas que trabalharem na movimentação de outras ocorrências. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
materiais deverão estar familiarizados com os métodos raciocinais 22.12.1977)
de levantamento de cargas. (Redação dada pela Lei nº § 3º - Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipien-
6.514, de 22.12.1977) tes sob pressão deverão ser submetidos à aprovação prévia do
órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho.
SEÇÃO XI (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
DAS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 6.514, DE 22.12.1977) SEÇÃO XIII
DAS ATIVIDADES INSALUBRES OU PERIGOSAS
Art.184 - As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 6.514, DE 22.12.1977)
de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem neces-
sários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente Art. . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insa-
quanto ao risco de acionamento acidental. (Redação lubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de
dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
Parágrafo único - É proibida a fabricação, a importação, a ven- acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
da, a locação e o uso de máquinas e equipamentos que não aten- intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
dam ao disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 6.514, (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
de 22.12.1977) Art. . 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das
Art. . 185 - Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os cri-
executados com as máquinas paradas, salvo se o movimento for térios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância
indispensável à realização do ajuste. (Redação dada pela aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de
Lei nº 6.514, de 22.12.1977) exposição do empregado a esses agentes. (Redação dada
Art. . 186 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adi- pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
cionais sobre proteção e medidas de segurança na operação de Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão me-
máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das didas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que
partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômo-
e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, dos. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
sua adequação e medidas de proteção exigidas quando motoriza- Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade
das ou elétricas. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
22.12.1977) I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de
SEÇÃO XII trabalho dentro dos limites de tolerância; (Incluído pela
DAS CALDEIRAS, FORNOS E RECIPIENTES SOB PRESSÃO Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art.187 - As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral II - com a utilização de equipamentos de proteção individual
que operam sob pressão deverão dispor de válvula e outros disposi- ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo
tivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão interna a limites de tolerância. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
de trabalho compatível com a sua resistência. (Redação 22.12.1977)
dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho,
Parágrafo único - O Ministério do Trabalho expedirá normas comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando
complementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e reci- prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.
pientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento inter- (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
no, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de elimina- Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, aci-
ção de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ma dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Tra-
ou equipamentos necessários à execução segura das tarefas de balho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%
cada empregado. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento)
22.12.1977) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus má-
ximo, médio e mínimo. (Redação dada pela Lei nº
6.514, de 22.12.1977)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, mendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspon-
na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho dente, segundo a padronização internacional. (Redação
e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente Parágrafo único - Os estabelecimentos que mantenham as ati-
do trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, vidades previstas neste artigo afixarão, nos setores de trabalho atin-
de 2012) gidas, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (In- substâncias perigosos ou nocivos à saúde. (Redação
cluído pela Lei nº 12.740, de 2012) dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (In- SEÇÃO XIV
cluído pela Lei nº 12.740, de 2012) DA PREVENÇÃO DA FADIGA
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao
empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário Art. . 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo
sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou partici- que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as
pações nos lucros da empresa. (Incluído pela Lei nº disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher.
6.514, de 22.12.1977) (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubrida- Parágrafo único - Não está compreendida na proibição deste
de que porventura lhe seja devido. (Incluído pela Lei artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de vago-
nº 6.514, de 22.12.1977) netes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar
da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços
meio de acordo coletivo. (Incluído pela Lei nº 12.740, superiores às suas forças. (Redação dada pela Lei nº
de 2012) 6.514, de 22.12.1977)
§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de tra- Art.199 - Será obrigatória a colocação de assentos que asse-
balhador em motocicleta. (Incluído pela Lei nº 12.997, de gurem postura correta ao trabalhador, capazes de evitar posições
2014) incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que
Art.194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade trabalhe sentado. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde 22.12.1977)
ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedi- Parágrafo único - Quando o trabalho deva ser executado de pé,
das pelo Ministério do Trabalho. (Redação dada pela os empregados terão à sua disposição assentos para serem utiliza-
Lei nº 6.514, de 22.12.1977) dos nas pausas que o serviço permitir. (Redação dada
Art. . 195 - A caracterização e a classificação da insalubrida- pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
de e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Tra-
balho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho SEÇÃO XV
ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. DAS OUTRAS MEDIDAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposi-
profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho ções complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo
a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho,
objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insa- especialmente sobre: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
lubres ou perigosas. (Redação dada pela Lei nº 6.514, 22.12.1977)
de 22.12.1977) I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de
§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja proteção individual em obras de construção, demolição ou reparos;
por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, in-
houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do flamáveis e explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas
Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) respectivas; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras,
ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex sobretudo quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoro-
officio da perícia. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de namentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e fa-
22.12.1977) cilidades de rápida saída dos empregados; (Incluído pela
§ 4º Antes de aceso um forno, serão tomadas precauções para Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
evitar explosões ou retrocesso de chama. (Incluído pelo IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventi-
Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967) vas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas
Art.196 - Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros an-
condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a con- teparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores
tar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprova- de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização;
dos pelo Ministro do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, so-
Art. . 197 - Os materiais e substâncias empregados, manipula- bretudo no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de
dos ou transportados nos locais de trabalho, quando perigosos ou água potável, alojamento profilaxia de endemias;(Incluído pela Lei
nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, reco- nº 6.514, de 22.12.1977)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas TÍTULO IV
nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e DO CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO
trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com
especificação das medidas cabíveis para eliminação ou atenuação CAPÍTULO I
desses efeitos limites máximos quanto ao tempo de exposição, à DISPOSIÇÕES GERAIS
intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do tra-
balhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade controle Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou
permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que expresso, correspondente à relação de emprego.
se façam necessárias; (Incluído pela Lei nº 6.514, de Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da
22.12.1977) sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e
VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exi- seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços da-
gências, instalações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, quela. (Incluído pela Lei nº 8.949, de 9.12.1994)
lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condi- Art. 442-A. Para fins de contratação, o empregador não exi-
ções de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água girá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia
potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade.
execução, tratamento de resíduos industriais; (Incluído (Incluído pela Lei nº 11.644, de 2008).
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este
VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma
sinalizações de perigo. (Incluído pela Lei nº 6.514, de contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art.
22.12.1977) 3o desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explo- Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acorda-
sivos, as normas a que se referem este artigo serão expedidas de do tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo
acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico. determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho in-
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) termitente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de
SEÇÃO XVI trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução
DAS PENALIDADES de serviços especificados ou ainda da realização de certo aconteci-
ATUALIZAÇÃO DO VALOR DAS MULTAS mento suscetível de previsão aproximada. (Parágrafo único
renumerado pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 201 - As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se
medicina do trabalho serão punidas com multa de 3 (três) a 30 tratando: (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
(trinta) vezes o valor de referência previsto no artigo 2º, parágrafo a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a pre-
único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, e as concernentes determinação do prazo; (Incluída pelo Decreto-lei nº 229,
à segurança do trabalho com multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) de 28.2.1967)
vezes o mesmo valor. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de b) de atividades empresariais de caráter transitório; (In-
22.12.1977) cluída pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço ou resis- c) de contrato de experiência. (Incluída pelo Decre-
tência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com o ob- to-lei nº 229, de 28.2.1967)
jetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu valor máximo. § 3o Considera-se como intermitente o contrato de trabalho
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua,
Art. 202. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços
Art. 203. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, inde-
Art. 204 - (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) pendentemente do tipo de atividade do empregado e do empre-
Art. 205. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) gador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.
Art. 206. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 207. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto
Art. 208. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não
Art. 209. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos
Art. 210. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades
Art. 211. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) competentes.
Art. 212. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput des-
Art. 213. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) te artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Con-
Art. 214. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) solidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os
Art. 215 (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a
Art. 217. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Pre-
Art. 218. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) vidência Social. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 219. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não
Art. 220. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra
Art. 221. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) do art. 451. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
Art. 222. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 28.2.1967)
Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder
de 90 (noventa) dias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 446 - (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) § 5o O período de inatividade não será considerado tempo à
Art. 447 - Na falta de acordo ou prova sobre condição essencial disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços
ao contrato verbal, esta se presume existente, como se a tivessem a outros contratantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
estatuído os interessados na conformidade dos preceitos jurídicos § 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o em-
adequados à sua legitimidade. pregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas:
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos I - remuneração; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
empregados. II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; (Inclu-
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de em- ído pela Lei nº 13.467, de 2017)
pregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as III - décimo terceiro salário proporcional; (Incluído pela Lei
obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os nº 13.467, de 2017)
empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de respon- IV - repouso semanal remunerado; e (Incluído pela Lei nº
sabilidade do sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.467, 13.467, de 2017)
de 2017) V - adicionais legais. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidaria- § 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos
mente com a sucessora quando ficar comprovada fraude na trans- valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6o
ferência. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 449 - Os direitos oriundos da existência do contrato de tra- § 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição
balho subsistirão em caso de falência, concordata ou dissolução da previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de
empresa. Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período
§ 1º - Na falência constituirão créditos privilegiados a totalida- mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento
de dos salários devidos ao empregado e a totalidade das indeniza- dessas obrigações. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
ções a que tiver direito. (Redação dada pela Lei nº 6.449, § 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a usu-
de 14.10.1977) fruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no
§ 2º - Havendo concordata na falência, será facultado aos qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo
contratantes tornar sem efeito a rescisão do contrato de trabalho empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
e conseqüente indenização, desde que o empregador pague, no Art. 453 - No tempo de serviço do empregado, quando read-
mínimo, a metade dos salários que seriam devidos ao empregado mitido, serão computados os períodos, ainda que não contínuos,
durante o interregno. em que tiver trabalhado anteriormente na empresa, salvo se hou-
Art. 450 - Ao empregado chamado a ocupar, em comissão, in- ver sido despedido por falta grave, recebido indenização legal ou se
terinamente, ou em substituição eventual ou temporária, cargo di- aposentado espontaneamente. (Redação dada pela Lei
verso do que exercer na empresa, serão garantidas a contagem do nº 6.204, de 29.4.1975)
tempo naquele serviço, bem como volta ao cargo anterior. § 1º (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997) (Vide ADIN
Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, 1.770-4)
tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará § 2º O ato de concessão de benefício de aposentadoria a em-
a vigorar sem determinação de prazo. (Vide Lei nº 9.601, pregado que não tiver completado 35 (trinta e cinco) anos de servi-
de 1998) ço, se homem, ou trinta, se mulher, importa em extinção do vínculo
Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato empregatício. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)
que suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo (Vide ADIN 1.721) ((Vide ADIN 1.770-3)
determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de Art. 454 - Na vigência do contrato de trabalho, as invenções do
serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos. empregado, quando decorrentes de sua contribuição pessoal e da
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser ce- instalação ou equipamento fornecidos pelo empregador, serão de
lebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora propriedade comum, em partes iguais, salvo se o contrato de traba-
de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário lho tiver por objeto, implícita ou explicitamente, pesquisa científica.
mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabeleci- (Vide Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
mento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou Parágrafo único. Ao empregador caberá a exploração do inven-
não. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) to, ficando obrigado a promovê-la no prazo de um ano da data da
§ 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comu- concessão da patente, sob pena de reverter em favor do emprega-
nicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será do da plena propriedade desse invento. (Vide Lei nº
a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência. 9.279, de 14.5.1996)
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 455 - Nos contratos de subempreitada responderá o su-
§ 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um bempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho
dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a que celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de recla-
recusa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) mação contra o empreiteiro principal pelo inadimplemento daque-
§ 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para las obrigações por parte do primeiro.
fins do contrato de trabalho intermitente. (Incluído pela Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos
Lei nº 13.467, de 2017) termos da lei civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a re-
§ 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a par- tenção de importâncias a este devidas, para a garantia das obriga-
te que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo ções previstas neste artigo.
de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita
que seria devida, permitida a compensação em igual prazo. (Inclu- pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instru-
ído pela Lei nº 13.467, de 2017) mento escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito.
(Vide Decreto-Lei nº 926, de 1969)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula ex- III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho
pressa e tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou e retorno, em percurso servido ou não por transporte público;
a todo e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal. (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)
Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimen- IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada di-
ta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de retamente ou mediante seguro-saúde; (Incluído pela
logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de ou- Lei nº 10.243, de 19.6.2001)
tros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada. V – seguros de vida e de acidentes pessoais; (Incluído
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)
Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabili- VI – previdência privada; (Incluído pela Lei nº 10.243,
dade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários de 19.6.2001)
procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higieni- VII – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.243, de
zação das vestimentas de uso comum. (Incluído pela Lei 19.6.2001)
nº 13.467, de 2017) VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. (Inclu-
ído pela Lei nº 12.761, de 2012)
CAPÍTULO II § 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-u-
DA REMUNERAÇÃO tilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão
exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20%
Alimentação (vinte por cento) do salário-contratual. (Incluído pela Lei
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, nº 8.860, de 24.3.1994)
para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago direta- § 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utili-
mente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gor- dade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo
jetas que receber. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qual-
1.10.1953) quer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais
§ 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratifi- de uma família. (Incluído pela Lei nº 8.860, de 24.3.1994)
cações legais e as comissões pagas pelo empregador. (Redação § 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço médico
dada pela Lei nº 13.467, de 2017) ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas
§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órte-
ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em ses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quan-
dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a do concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas,
remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o
trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o
trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (In-
de 2017) cluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontanea- Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a moda-
mente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor co- lidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior
brado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e
destinado à distribuição aos empregados. (Redação dada gratificações.
pela Lei nº 13.419, de 2017) § 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês,
§ 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês sub-
empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a em- sequente ao vencido. (Redação dada pela Lei nº 7.855,
pregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho su- de 24.10.1989)
perior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. Art. 460 - Na falta de estipulação do salário ou não havendo
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a per-
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no ceber salário igual ao daquela que, na mesma empresa, fizer serviço
salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, ves- equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço seme-
tuário ou outras prestações “in natura” que a empresa, por fôrça lhante.
do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual va-
Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas lor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento
ou drogas nocivas. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo,
de 28.2.1967) etnia, nacionalidade ou idade. (Redação dada pela Lei nº 13.467,
§ 1º Os valôres atribuídos às prestações “in natura” deverão de 2017)
ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos § 1o Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será
percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição
e 82).Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o
§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão considera- mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença
das como salário as seguintes utilidades concedidas pelo emprega- de tempo na função não seja superior a dois anos. (Re-
dor: (Redação dada pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) dação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos § 2o Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando
aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou
do serviço; (Incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de ter- coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de
ceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalida- homologação ou registro em órgão público. (Redação
de, anuidade, livros e material didático; (Incluído pela Lei dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
nº 10.243, de 19.6.2001)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser § 1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é
feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes disse-
critérios, dentro de cada categoria profissional. (Redação rem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação.
dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica a per-
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de cepção das comissões e percentagens devidas na forma estabeleci-
deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Pre- da por este artigo.
vidência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo
salarial. (Incluído pela Lei nº 5.798, de 31.8.1972) controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o emprega-
§ 5o A equiparação salarial só será possível entre empregados dor é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à
contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena
de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo te- de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento. (Re-
nha obtido a vantagem em ação judicial própria. (Incluído dação dada pela Lei nº 10.272, de 5.9.2001)
pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 6o No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo CAPÍTULO III
ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças DA ALTERAÇÃO
salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no
valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alte-
do Regime Geral de Previdência Social. (Incluído pela Lei ração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda
nº 13.467, de 2017) assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos
Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta
nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adianta- garantia.
mentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. § 1o Não se considera alteração unilateral a determinação do
§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo
será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de
na ocorrência de dolo do empregado. (Parágrafo único confiança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
renumerado pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem
§ 2º - É vedado à emprêsa que mantiver armazém para venda justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção
de mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcio- do pagamento da gratificação correspondente, que não será incor-
nar-lhes prestações “ in natura “ exercer qualquer coação ou indu- porada, independentemente do tempo de exercício da respectiva
zimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
ou dos serviços. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado,
de 28.2.1967) sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do con-
§ 3º - Sempre que não fôr possível o acesso dos empregados a trato, não se considerando transferência a que não acarretar neces-
armazéns ou serviços não mantidos pela Emprêsa, é lícito à auto- sariamente a mudança do seu domicílio .
ridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, § 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo:
visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços presta- os empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos
dos a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a trans-
das empregados. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de ferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.
28.2.1967) (Redação dada pela Lei nº 6.203, de 17.4.1975)
§ 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às em- § 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do esta-
prêsas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de belecimento em que trabalhar o empregado.
dispôr do seu salário. (Incluído pelo Decreto-lei nº § 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador po-
229, de 28.2.1967) derá transferir o empregado para localidade diversa da que resul-
Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga em tar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas,
moeda corrente do País. nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca
Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inob- inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empre-
servância deste artigo considera-se como não feito. gado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.
Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.203, de 17.4.1975)
recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, Art. 470 - As despesas resultantes da transferência correrão
mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu por conta do empregador. (Redação dada pela Lei nº
rogo. 6.203, de 17.4.1975)
Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de de-
pósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada CAPÍTULO IV
empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de DA SUSPENSÃO E DA INTERRUPÇÃO
crédito próximo ao local de trabalho. (Parágrafo incluído
pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997) Art. 471 - Ao empregado afastado do emprego, são assegu-
Art. 465. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil radas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua
e no local do trabalho, dentro do horário do serviço ou imediata- ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na
mente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por de- empresa.
pósito em conta bancária, observado o disposto no artigo anterior. Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigên-
(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997) cias do serviço militar, ou de outro encargo público, não constituirá
Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exi- motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte
gível depois de ultimada a transação a que se referem. do empregador.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em
cargo do qual se afastou em virtude de exigências do serviço militar caso de realização de exames preventivos de câncer devidamente
ou de encargo público, é indispensável que notifique o empregador comprovada. (Incluído pela Lei nº 13.767, de 2018)
dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo Parágrafo único. O prazo a que se refere o inciso III do caput
máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se verificar a será contado a partir da data de nascimento do filho. (Incluído
respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado. pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)
§ 2º - Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afas- Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta)
tamento, se assim acordarem as partes interessadas, não será com- dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de tra-
putado na contagem do prazo para a respectiva terminação. balho.
§ 3º - Ocorrendo motivo relevante de interesse para a seguran- Art. 475 - O empregado que for aposentado por invalidez terá
ça nacional, poderá a autoridade competente solicitar o afastamen- suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas
to do empregado do serviço ou do local de trabalho, sem que se leis de previdência social para a efetivação do benefício.
configure a suspensão do contrato de trabalho. (Incluído § 1º - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e
pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966) sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à
§ 4º - O afastamento a que se refere o parágrafo anterior será função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém,
solicitado pela autoridade competente diretamente ao emprega- ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de
dor, em representação fundamentada com audiência da Procurado- trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser
ria Regional do Trabalho, que providenciará desde logo a instaura- ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga
ção do competente inquérito administrativo. (Incluído na forma do art. 497. (Redação dada pela Lei nº 4.824,
pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966) de 5.11.1965)
§ 5º - Durante os primeiros 90 (noventa) dias desse afasta- § 2º - Se o empregador houver admitido substituto para o apo-
mento, o empregado continuará percebendo sua remuneração. sentado, poderá rescindir, com este, o respectivo contrato de traba-
(Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966) lho sem indenização, desde que tenha havido ciência inequívoca da
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao servi- interinidade ao ser celebrado o contrato.
ço sem prejuízo do salário: (Redação dada pelo Decre- Art. 476 - Em caso de seguro-doença ou auxílio-enfermidade,
to-lei nº 229, de 28.2.1967) o empregado é considerado em licença não remunerada, durante o
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do prazo desse benefício.
cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada Art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por
em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua de- um período de dois a cinco meses, para participação do empregado
pendência econômica; (Inciso incluído pelo Decreto-lei em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
nº 229, de 28.2.1967) empregador, com duração equivalente à suspensão contratual,
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho
(Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) e aquiescência formal do empregado, observado o disposto no art.
III - por cinco dias consecutivos, em caso de nascimento de fi- 471 desta Consolidação. (Incluído pela Medida Provi-
lho; (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022) sória nº 2.164-41, de 2001)
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em § 1o Após a autorização concedida por intermédio de conven-
caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; ção ou acordo coletivo, o empregador deverá notificar o respectivo
(Inciso incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) sindicato, com antecedência mínima de quinze dias da suspensão
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar contratual. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-
eleitor, nos têrmos da lei respectiva. (Inciso incluído 41, de 2001)
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 2o O contrato de trabalho não poderá ser suspenso em con-
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências formidade com o disposto no caput deste artigo mais de uma vez
do Serviço Militar referidas na letra “c” do art. 65 da Lei nº 4.375, no período de dezesseis meses. (Incluído pela Medida
de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). (Incluído Provisória nº 2.164-41, de 2001)
pelo Decreto-lei nº 757, de 12.8.1969) § 3o O empregador poderá conceder ao empregado ajuda
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando compensatória mensal, sem natureza salarial, durante o período de
provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de suspensão contratual nos termos do caput deste artigo, com valor a
ensino superior. (Inciso incluído pela Lei nº 9.471, de ser definido em convenção ou acordo coletivo.
14.7.1997) § 4o Durante o período de suspensão contratual para parti-
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que cipação em curso ou programa de qualificação profissional, o em-
comparecer a juízo. (Incluído pela Lei nº 9.853, de pregado fará jus aos benefícios voluntariamente concedidos pelo
27.10.1999) empregador. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41,
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de 2001)
de representante de entidade sindical, estiver participando de reu- § 5o Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do
nião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja mem- período de suspensão contratual ou nos três meses subseqüentes
bro. (Incluído pela Lei nº 11.304, de 2006) ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará ao empregado,
X - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para além das parcelas indenizatórias previstas na legislação em vigor,
acompanhar sua esposa ou companheira em até seis consultas mé- multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo
dicas, ou exames complementares, durante o período de gravidez; de, no mínimo, cem por cento sobre o valor da última remuneração
(Redação dada pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022) mensal anterior à suspensão do contrato. (Incluído
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
anos em consulta médica. (Incluído dada pela Lei nº § 6o Se durante a suspensão do contrato não for ministrado
13.257, de 2016) o curso ou programa de qualificação profissional, ou o empregado
permanecer trabalhando para o empregador, ficará descaracteriza-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
da a suspensão, sujeitando o empregador ao pagamento imediato no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, nas hipóteses legais,
dos salários e dos encargos sociais referentes ao período, às pe- desde que a comunicação prevista no caput deste artigo tenha sido
nalidades cabíveis previstas na legislação em vigor, bem como às realizada. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
sanções previstas em convenção ou acordo coletivo. (In- Art. 477-A. As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou
cluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo necessida-
§ 7o O prazo limite fixado no caput poderá ser prorrogado de de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de
mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetiva-
formal do empregado, desde que o empregador arque com o ônus ção. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
correspondente ao valor da bolsa de qualificação profissional, no Art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para
respectivo período. (Incluído pela Medida Provisória dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção
nº 2.164-41, de 2001) coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e ir-
revogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo
CAPÍTULO V disposição em contrário estipulada entre as partes. (In-
DA RESCISÃO cluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 478 - A indenização devida pela rescisão de contrato por
Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador prazo indeterminado será de 1 (um) mês de remuneração por ano
deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência de serviço efetivo, ou por ano e fração igual ou superior a 6 (seis)
Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o meses. (Vide Lei nº 2.959, de 1956)
pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabeleci- § 1º - O primeiro ano de duração do contrato por prazo indeter-
dos neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) minado é considerado como período de experiência, e, antes que se
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) complete, nenhuma indenização será devida.
§ 2º - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qual- § 2º - Se o salário for pago por dia, o cálculo da indenização
quer que seja a causa ou forma de dissolução do contrato, deve terá por base 25 (vinte e cinco) dias. (Vide Constituição
ter especificada a natureza de cada parcela paga ao empregado e Federal Art.7 inciso XIII)
discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativa- § 3º - Se pago por hora, a indenização apurar-se-á na base de
mente às mesmas parcelas. (Redação dada pela Lei nº 200 (duzentas) horas por mês. (Vide Constituição Fe-
5.584, de 26.6.1970) deral Art.7 inciso XIII)
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 4º - Para os empregados que trabalhem a comissão ou que
§ 4o O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado: tenham direito a percentagens, a indenização será calculada pela
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) média das comissões ou percentagens percebidas nos últimos 12
I - em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme (doze) meses de serviço. (Redação dada pelo Decreto-lei
acordem as partes; ou (Incluído pela Lei nº 13.467, de nº 229, de 28.2.1967)
2017) § 5º - Para os empregados que trabalhem por tarefa ou serviço
II - em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for feito, a indenização será calculada na base média do tempo costu-
analfabeto. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) meiramente gasto pelo interessado para realização de seu serviço,
§ 5º - Qualquer compensação no pagamento de que trata o calculando-se o valor do que seria feito durante 30 (trinta) dias.
parágrafo anterior não poderá exceder o equivalente a um mês de Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o em-
remuneração do empregado. (Redação dada pela Lei pregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obriga-
nº 5.584, de 26.6.1970) do a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a remunera-
§ 6o A entrega ao empregado de documentos que compro- ção a que teria direito até o termo do contrato. (Vide Lei
vem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes nº 9.601, de 1998)
bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de Parágrafo único - Para a execução do que dispõe o presente
rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias artigo, o cálculo da parte variável ou incerta dos salários será feito
contados a partir do término do contrato. (Redação dada de acordo com o prescrito para o cálculo da indenização referente à
pela Lei nº 13.467, de 2017) rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
a) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.467, de Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se po-
2017) derá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obriga-
b) (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, do a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resul-
de 2017) tarem. (Vide Lei nº 9.601, de 1998)
§ 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, § 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que
de 2017) teria direito o empregado em idênticas condições. (Renu-
§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará merado do parágrafo único pelo Decreto-lei nº 6.353, de 20.3.1944)
o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pa- Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contive-
gamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao rem cláusula asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de
seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direi-
salvo quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora. to por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos
(Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) contratos por prazo indeterminado.
§ 9º (vetado). (Incluído pela Lei nº 7.855, de Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de
24.10.1989) trabalho pelo empregador:
§ 10. A anotação da extinção do contrato na Carteira de Traba- a) ato de improbidade;
lho e Previdência Social é documento hábil para requerer o bene- b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
fício do seguro-desemprego e a movimentação da conta vinculada

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem per- II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. (In-
missão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à cluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao § 1o A extinção do contrato prevista no caput deste artigo per-
serviço; mite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20
caso não tenha havido suspensão da execução da pena; da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta
e) desídia no desempenho das respectivas funções; por cento) do valor dos depósitos. (Incluído pela Lei nº
f) embriaguez habitual ou em serviço; 13.467, de 2017)
g) violação de segredo da empresa; § 2o A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste
h) ato de indisciplina ou de insubordinação; artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.
i) abandono de emprego; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço con- Art. 485 - Quando cessar a atividade da empresa, por morte
tra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, sal- do empregador, os empregados terão direito, conforme o caso, à
vo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; indenização a que se referem os art. 477 e 497.
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas pratica- Art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do
das contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou
de legítima defesa, própria ou de outrem; federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a
l) prática constante de jogos de azar. continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização,
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei que ficará a cargo do governo responsável. (Redação dada
para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do pela Lei nº 1.530, de 26.12.1951) (Vide Medida Provisória nº
empregado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 1.045, de 2021)
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dis- § 1º - Sempre que o empregador invocar em sua defesa o pre-
pensa de empregado a prática, devidamente comprovada em in- ceito do presente artigo, o tribunal do trabalho competente notifi-
quérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. cará a pessoa de direito público apontada como responsável pela
(Incluído pelo Decreto-lei nº 3, de 27.1.1966) paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, ale-
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contra- gue o que entender devido, passando a figurar no processo como
to e pleitear a devida indenização quando: chamada à autoria. (Incluído pelo Decreto-lei nº 6.110, de
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos 16.12.1943)
por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; § 2º - Sempre que a parte interessada, firmada em documento
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierár- hábil, invocar defesa baseada na disposição deste artigo e indicar
quicos com rigor excessivo; qual o juiz competente, será ouvida a parte contrária, para, dentro
c) correr perigo manifesto de mal considerável; de 3 (três) dias, falar sobre essa alegação. (Redação dada pela
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; Lei nº 1.530, de 26.12.1951)
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pes- § 3º - Verificada qual a autoridade responsável, a Junta de Con-
soas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; ciliação ou Juiz dar-se-á por incompetente, remetendo os autos ao
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual correrá o feito nos termos
salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; previstos no processo comum. (Incluído pela Lei nº 1.530, de
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou 26.12.1951)
tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços CAPÍTULO VI
ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações DO AVISO PRÉVIO
legais, incompatíveis com a continuação do serviço. (VIDE LEI Nº 12.506, DE 2.011)
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em em-
presa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem jus-
trabalho. to motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua
§ 3º - Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá o empregado resolução com a antecedência mínima de:
pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das I - oito dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo
respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até fi- inferior; (Redação dada pela Lei nº 1.530, de 26.12.1951)
nal decisão do processo. (Incluído pela Lei nº 4.825, de II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que
5.11.1965) tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. (Reda-
Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a ção dada pela Lei nº 1.530, de 26.12.1951)
rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao
indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do em- empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do avi-
pregador, por metade. so, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de
Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acor- serviço.
do entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as § 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao
seguintes verbas trabalhistas: (Incluído pela Lei nº empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao
13.467, de 2017) prazo respectivo.
I - por metade: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cál-
a) o aviso prévio, se indenizado; e (Incluído pela Lei nº culo, para os efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo
13.467, de 2017) com a média dos últimos 12 (doze) meses de serviço.
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo § 4º - É devido o aviso prévio na despedida indireta. (Pa-
de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de rágrafo incluído pela Lei nº 7.108, de 5.7.1983)
maio de 1990; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 5o O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso Art. 497 - Extinguindo-se a empresa, sem a ocorrência de mo-
prévio indenizado. (Parágrafo incluído pela Lei nº tivo de força maior, ao empregado estável despedido é garantida
10.218, de 11.4.2001) a indenização por rescisão do contrato por prazo indeterminado,
§ 6o O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso paga em dobro.
do aviso prévio, beneficia o empregado pré-avisado da despedida, Art. 498 - Em caso de fechamento do estabelecimento, filial ou
mesmo que tenha recebido antecipadamente os salários corres- agência, ou supressão necessária de atividade, sem ocorrência de
pondentes ao período do aviso, que integra seu tempo de serviço motivo de força maior, é assegurado aos empregados estáveis, que
para todos os efeitos legais. (Parágrafo incluído pela ali exerçam suas funções, direito à indenização, na forma do artigo
Lei nº 10.218, de 11.4.2001) anterior.
Art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante Art. 499 - Não haverá estabilidade no exercício dos cargos de
o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo emprega- diretoria, gerência ou outros de confiança imediata do empregador,
dor, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário ressalvado o cômputo do tempo de serviço para todos os efeitos
integral. legais.
Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a re- § 1º - Ao empregado garantido pela estabilidade que deixar de
dução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que exercer cargo de confiança, é assegurada, salvo no caso de falta gra-
poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) ve, a reversão ao cargo efetivo que haja anteriormente ocupado.
dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese § 2º - Ao empregado despedido sem justa causa, que só tenha
do inciso lI do art. 487 desta Consolidação. (Incluído exercido cargo de confiança e que contar mais de 10 (dez) anos de
pela Lei nº 7.093, de 25.4.1983) serviço na mesma empresa, é garantida a indenização proporcional
Art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva de- ao tempo de serviço nos termos dos arts. 477 e 478.
pois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante § 3º - A despedida que se verificar com o fim de obstar ao em-
reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado pregado a aquisição de estabilidade sujeitará o empregador a paga-
aceitar ou não a reconsideração. mento em dobro da indenização prescrita nos arts. 477 e 478.
Parágrafo único - Caso seja aceita a reconsideração ou continu- Art. 500 - O pedido de demissão do empregado estável só será
ando a prestação depois de expirado o prazo, o contrato continuará válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato e,
a vigorar, como se o aviso prévio não tivesse sido dado. se não o houver, perante autoridade local competente do Minis-
Art. 490 - O empregador que, durante o prazo do aviso prévio tério do Trabalho e Previdência Social ou da Justiça do Trabalho.
dado ao empregado, praticar ato que justifique a rescisão imediata (Revigorado com nova redação, pela Lei nº 5.584, de 26.6.1970)
do contrato, sujeita-se ao pagamento da remuneração correspon-
dente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que CAPÍTULO VIII
for devida. DA FORÇA MAIOR
Art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio,
cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para Art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento
a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo. inevitável, em relação à vontade do empregador, e para a realização
do qual este não concorreu, direta ou indiretamente.
CAPÍTULO VII § 1º - A imprevidência do empregador exclui a razão de força
DA ESTABILIDADE maior.
§ 2º - À ocorrência do motivo de força maior que não afetar
Art. 492 - O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de substâncialmente, nem for suscetível de afetar, em tais condições,
serviço na mesma empresa não poderá ser despedido senão por a situação econômica e financeira da empresa não se aplicam as
motivo de falta grave ou circunstância de força maior, devidamente restrições desta Lei referentes ao disposto neste Capítulo.
comprovadas. Art. 502 - Ocorrendo motivo de força maior que determine a
Parágrafo único - Considera-se como de serviço todo o tempo extinção da empresa, ou de um dos estabelecimentos em que tra-
em que o empregado esteja à disposição do empregador. balhe o empregado, é assegurada a este, quando despedido, uma
Art. 493 - Constitui falta grave a prática de qualquer dos fatos a indenização na forma seguinte:
que se refere o art. 482, quando por sua repetição ou natureza re- I - sendo estável, nos termos dos arts. 477 e 478;
presentem séria violação dos deveres e obrigações do empregado. II - não tendo direito à estabilidade, metade da que seria devi-
Art. 494 - O empregado acusado de falta grave poderá ser sus- da em caso de rescisão sem justa causa;
penso de suas funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva III - havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se
após o inquérito e que se verifique a procedência da acusação. refere o art. 479 desta Lei, reduzida igualmente à metade.
Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará Art. 503 - É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devi-
até a decisão final do processo. damente comprovados, a redução geral dos salários dos emprega-
Art. 495 - Reconhecida a inexistência de falta grave praticada dos da empresa, proporcionalmente aos salários de cada um, não
pelo empregado, fica o empregador obrigado a readmiti-lo no ser- podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento),
viço e a pagar-lhe os salários a que teria direito no período da sus- respeitado, em qualquer caso, o salário mínimo da região.
pensão. Parágrafo único - Cessados os efeitos decorrentes do motivo de
Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for força maior, é garantido o restabelecimento dos salários reduzidos.
desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do Art. 504 - Comprovada a falsa alegação do motivo de força
dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o maior, é garantida a reintegração aos empregados estáveis, e aos
tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indeni- não-estáveis o complemento da indenização já percebida, assegu-
zação devida nos termos do artigo seguinte. rado a ambos o pagamento da remuneração atrasada.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO IX I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS constitucionais; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - banco de horas anual; (Incluído pela Lei nº
Art. 505 - São aplicáveis aos trabalhadores rurais os dispositivos 13.467, de 2017)
constantes dos Capítulos l, lI e VI do presente Título. III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta
Art. 506 - No contrato de trabalho agrícola é lícito o acordo que minutos para jornadas superiores a seis horas; (Incluído
estabelecer a remuneração in natura, contanto que seja de produ- pela Lei nº 13.467, de 2017)
tos obtidos pela exploração do negócio e não exceda de 1/3 (um IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a
terço) do salário total do empregado. Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015; (Incluído
Art. 507 - As disposições do Capítulo VII do presente Título não pela Lei nº 13.467, de 2017)
serão aplicáveis aos empregados em consultórios ou escritórios de V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a con-
profissionais liberais. dição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos
Parágrafo único - (Revogado pela Lei nº 6.533, de 24.5.1978) que se enquadram como funções de confiança; (Incluído
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remune- pela Lei nº 13.467, de 2017)
ração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para VI - regulamento empresarial; (Incluído pela Lei
os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser nº 13.467, de 2017)
pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho;
iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996. VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermiten-
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) te; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vi- IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas per-
gência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação cebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho indivi-
anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos emprega- dual; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
dos da categoria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) X - modalidade de registro de jornada de trabalho; (In-
Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar cluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual XI - troca do dia de feriado; (Incluído pela Lei nº
dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele es- 13.467, de 2017)
pecificadas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) XII - enquadramento do grau de insalubridade; (Incluído
Art. 508 - (Revogado pela Lei nº 12.347, de 2010) pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 509 - (Revogado pela Lei nº 6.533, de 24.5.1978) XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem li-
Art. 510 - Pela infração das proibições constantes deste Títu- cença prévia das autoridades competentes do Ministério do Traba-
lo, será imposta à empresa a multa de valor igual a 1 (um) salário lho; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
mínimo regional, elevada ao dobro, no caso de reincidência, sem XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente
prejuízo das demais cominações legais. (Redação dada pela concedidos em programas de incentivo; (Incluído pela
Lei nº 5.562, de 12.12.1968) Lei nº 13.467, de 2017)
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa.
TÍTULO VI (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO § 1o No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de
trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3o do art.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) (Vide 8o desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467,
Medida Provisória nº 1.046, de 2021) de 2017)
§ 2o A inexistência de expressa indicação de contrapartidas
Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acôrdo de ca- recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho
ráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio
de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de jurídico. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às § 3o Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jorna-
relações individuais de trabalho. (Redação dada pelo da, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada du-
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias rante o prazo de vigência do instrumento coletivo. (Inclu-
profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais emprê- ído pela Lei nº 13.467, de 2017)
sas da correspondente categoria econômica, que estipulem condi- § 4o Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusu-
ções de trabalho, aplicáveis no âmbito da emprêsa ou das acordan- la de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando
tes respectivas relações de trabalho. (Redação dada houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anu-
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) lada, sem repetição do indébito. (Incluído pela Lei nº
§ 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações repre- 13.467, de 2017)
sentativas de categorias econômicas ou profissionais poderão § 5o Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de
celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes
das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto
âmbito de suas representações. (Redação dada pelo a anulação de cláusulas desses instrumentos. (Incluído pela Lei
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) nº 13.467, de 2017)
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de traba- Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou
lho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a
sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) redução dos seguintes direitos: (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do traba-
na Carteira de Trabalho e Previdência Social; (Incluído lhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia
pela Lei nº 13.467, de 2017) anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; (In-
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) cluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); (Incluído sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
pela Lei nº 13.467, de 2017) por meio dele defender; (Incluído pela Lei nº 13.467,
IV - salário mínimo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de de 2017)
2017) XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essen-
V - valor nominal do décimo terceiro salário; (Incluído ciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades
pela Lei nº 13.467, de 2017) inadiáveis da comunidade em caso de greve; (Incluído
VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; pela Lei nº 13.467, de 2017)
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) XXIX - tributos e outros créditos de terceiros; (Incluído
VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua pela Lei nº 13.467, de 2017)
retenção dolosa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A,
VIII - salário-família; (Incluído pela Lei nº 13.467, 394, 394-A, 395, 396 e 400 desta Consolidação. (Incluído
de 2017) pela Lei nº 13.467, de 2017)
IX - repouso semanal remunerado; (Incluído pela Lei Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos
nº 13.467, de 2017) não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança
X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, do trabalho para os fins do disposto neste artigo. (Incluído
em 50% (cinquenta por cento) à do normal; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou
XI - número de dias de férias devidas ao empregado; (In- Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembléia Ge-
cluído pela Lei nº 13.467, de 2017) ral especialmente convocada para êsse fim, consoante o disposto
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do
terço a mais do que o salário normal; (Incluído pela Lei comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois
nº 13.467, de 2017) terços) dos associados da entidade, se se tratar de Convenção, e dos
XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e interessados, no caso de Acôrdo, e, em segunda, de 1/3 (um têrço)
vinte dias; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) dos mesmos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei; 28.2.1967)
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Parágrafo único. O “quorum” de comparecimento e votação
XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in- será de 1/8 (um oitavo) dos associados em segunda convocação,
centivos específicos, nos termos da lei; (Incluído pela nas entidades sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco mil) asso-
Lei nº 13.467, de 2017) ciados. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obriga-
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; (Incluído pela tòriamente: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
Lei nº 13.467, de 2017) 28.2.1967)
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previs- I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e
tas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Traba- emprêsas acordantes; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229,
lho; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) de 28.2.1967)
XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, II - Prazo de vigência; (Incluído pelo Decreto-lei nº
insalubres ou perigosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 229, de 28.2.1967)
2017) III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos
XIX - aposentadoria; (Incluído pela Lei nº 13.467, respectivos dispositivos; (Incluído pelo Decreto-lei nº
de 2017) 229, de 28.2.1967)
XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do emprega- IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de
dor; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) trabalho durante sua vigência; (Incluído pelo Decreto-lei
XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de tra- nº 229, de 28.2.1967)
balho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas en-
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do con- tre os convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos;
trato de trabalho; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário VI - Disposições sôbre o processo de sua prorrogação e de revi-
e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; (In- são total ou parcial de seus dispositivos; (Incluído pelo
cluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a VII - Direitos e deveres dos empregados e emprêsas; (In-
menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de de- cluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
zesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empre-
anos; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) gados e as emprêsas em caso de violação de seus dispositivos.
XXIV - medidas de proteção legal de crianças e adolescentes; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XXV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso; (Inclu-
ído pela Lei nº 13.467, de 2017)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados § 4º - Nenhum processo de dissídio coletivo de natureza econô-
por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos fo- mica será admitido sem antes se esgotarem as medidas relativas à
rem os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes, além de formalização da Convenção ou Acordo correspondente. (In-
uma destinada a registro. (Incluído pelo Decreto-lei cluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
nº 229, de 28.2.1967) Art. 617 - Os empregados de uma ou mais emprêsas que de-
Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordan- cidirem celebrar Acôrdo Coletivo de Trabalho com as respectivas
tes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) emprêsas darão ciência de sua resolução, por escrito, ao Sindicato
dias da assinatura da Convenção ou Acôrdo, o depósito de uma via representativo da categoria profissional, que terá o prazo de 8 (oito)
do mesmo, para fins de registro e arquivo, no Departamento Nacio- dias para assumir a direção dos entendimentos entre os interes-
nal do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional sados, devendo igual procedimento ser observado pelas emprêsas
ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho interessadas com relação ao Sindicato da respectiva categoria eco-
e Previdência Social, nos demais casos. (Redação dada pelo nômica. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 28.2.1967)
§ 1º As Convenções e os Acôrdos entrarão em vigor 3 (três) dias § 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha
após a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. se desincumbido do encargo recebido, poderão os interessados dar
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) conhecimento do fato à Federação a que estiver vinculado o Sindi-
§ 2º Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão cato e, em falta dessa, à correspondente Confederação, para que,
ser afixados de modo visível, pelos Sindicatos convenentes, nas res- no mesmo prazo, assuma a direção dos entendimentos. Esgotado
pectivas sedes e nos estabelecimentos das emprêsas compreendi- êsse prazo, poderão os interessados prosseguir diretamente na
das no seu campo de aplicação, dentro de 5 (cinco) dias da data negociação coletiva até final. (Incluído pelo Decreto-lei
do depósito previsto neste artigo. (Redação dada pelo nº 229, de 28.2.1967)
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 2º Para o fim de deliberar sôbre o Acôrdo, a entidade sindical
§ 3o Não será permitido estipular duração de convenção co- convocará assembléia geral dos diretamente interessados, sindica-
letiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo lizados ou não, nos têrmos do art. 612. (Incluído pelo
vedada a ultratividade. (Redação dada pela Lei nº 13.467, Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
de 2017) Art. 618 - As emprêsas e instituições que não estiverem in-
Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou cluídas no enquadramento sindical a que se refere o art. 577 desta
revogação total ou parcial de Convenção ou Acôrdo ficará subor- Consolidação poderão celebrar Acôrdos Coletivos de Trabalho com
dinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembléia Geral dos os Sindicatos representativos dos respectivos empregados, nos têr-
Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do mos dêste Título. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
disposto no art. 612. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
229, de 28.2.1967) Art. 619. Nenhuma disposição de contrato individual de tra-
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revo- balho que contrarie normas de Convenção ou Acôrdo Coletivo de
gação de Convenção ou Acôrdo será depositado para fins de registro Trabalho poderá prevalecer na execução do mesmo, sendo conside-
e arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi rada nula de pleno direito. (Redação dada pelo Decreto-lei
depositado observado o disposto no art. 614. (Incluído nº 229, de 28.2.1967)
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de
§ 2º As modificações introduzidos em Convenção ou Acôrdo, trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção
por fôrça de revisão ou de revogação parcial de suas claúsulas pas- coletiva de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467,
sarão a vigorar 3 (três) dias após a realização de depósito previsto de 2017)
no § 1º. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) Art. 621. As Convenções e os Acordos poderão incluir entre
Art. 616 - Os Sindicatos representativos de categorias econô- suas cláusulas disposição sôbre a constituição e funcionamento de
micas ou profissionais e as emprêsas, inclusive as que não tenham comissões mistas de consulta e colaboração, no plano da emprêsa e
representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se sôbre participação, nos lucros. Estas disposições mencionarão a for-
à negociação coletiva. (Redação dada pelo Decreto-lei ma de constituição, o modo de funcionamento e as atribuições das
nº 229, de 28.2.1967) comissões, assim como o plano de participação, quando fôr o caso.
§ 1º Verificando-se recusa à negociação coletiva, cabe aos Sin- (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
dicatos ou emprêsas interessadas dar ciência do fato, conforme Art. 622. Os empregados e as emprêsas que celebrarem con-
o caso, ao Departamento Nacional do Trabalho ou aos órgãos re- tratos individuais de trabalho, estabelecendo condições contrárias
gionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, para con- ao que tiver sido ajustado em Convenção ou Acôrdo que lhes fôr
vocação compulsória dos Sindicatos ou emprêsas recalcitrantes. aplicável, serão passíveis da multa nêles fixada. (Redação
(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º No caso de persistir a recusa à negociação coletiva, pelo Parágrafo único. A multa a ser imposta ao empregado não po-
desatendimento às convocações feitas pelo Departamento Nacio- derá exceder da metade daquela que, nas mesmas condições seja
nal do Trabalho ou órgãos regionais do Ministério de Trabalho e estipulada para a emprêsa. (Redação dada pelo Decre-
Previdência Social, ou se malograr a negociação entabolada, é fa- to-lei nº 229, de 28.2.1967)
cultada aos Sindicatos ou emprêsas interessadas a instauração de Art. 623. Será nula de pleno direito disposição de Convenção
dissídio coletivo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de ou Acôrdo que, direta ou indiretamente, contrarie proibição ou
28.2.1967) norma disciplinadora da política econômico-financeira do Govêrno
§ 3º - Havendo convenção, acordo ou sentença normativa ou concernente à política salarial vigente, não produzindo quais-
em vigor, o dissídio coletivo deverá ser instaurado dentro dos 60 quer efeitos perante autoridades e repartições públicas, inclusive
(sessenta) dias anteriores ao respectivo termo final, para que o para fins de revisão de preços e tarifas de mercadorias e serviços.
novo instrumento possa ter vigência no dia imediato a esse termo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Parágrafo único. Na hipótese dêste artigo, a nulidade será de- Vamos analisar cada uma dessas categorias:
clarada, de ofício ou mediante representação, pelo Ministro do Tra- a) Agentes políticos: agentes políticos exercem uma função
balho e Previdência Social, ou pela Justiça do Trabalho em processo pública de alta direção do Estado. São os que ocupam lugar de co-
submetido ao seu julgamento. (Incluído pelo Decreto-lei mando e chefia de cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e
nº 229, de 28.2.1967) Judiciário). São titulares dos cargos estruturais à organização polí-
Art. 624. A vigência de cláusula de aumento ou reajuste sala- tica do País.
rial, que implique elevação de tarifas ou de preços sujeitos à fixação Ingressam em regra, por meio de eleições, desempenhando
por autoridade pública ou repartição governamental, dependerá mandatos fixos e quando termina o mandato a relação com o Esta-
de prévia audiência dessa autoridade ou repartição e sua expressa do também termina automaticamente.
declaração no tocante à possibilidade de elevação da tarifa ou do A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governa-
preço e quanto ao valor dessa elevação. (Redação dada mental não é profissional, mas institucional e estatutária.
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) Os agentes políticos serão remunerados exclusivamente por
Art. 625. As controvérsias resultantes da aplicação de Conven- subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
ção ou de Acôrdo celebrado nos têrmos dêste Título serão dirimidas gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
pela Justiça do Trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei outra espécie remuneratória.
nº 229, de 28.2.1967)
b) Servidores Públicos: são as pessoas que executam serviços
ao Estado e também às entidades da Administração Pública direta e
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: SERVIDORES PÚ- indireta (sentido amplo). Os servidores têm vínculo empregatício e
BLICOS: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO. DEVERES E PROI- sua remuneração é paga pelos cofres públicos.
BIÇÕES DOS SERVIDOS PÚBLICOS. REGIME DISCIPLINAR Também chamados de servidores estatais engloba todos aque-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS. SANÇÕES DISCIPLINARES. les que mantêm com o Estado relação de trabalho de natureza pro-
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR: APURAÇÃO fissional, de caráter não eventual e sob o vínculo de dependência.
PRELIMINAR E SINDICÂNCIA. RESPONSABILIDADE CI- Servidores públicos podem ser:
VIL DOS SERVIDORES PÚBLICOS - estatutários: são os ocupantes de CARGOS PÚBLICOS e estão
sob o regime estatutário. Quando nomeados, ingressam numa situ-
ação jurídica previamente definida, à qual se submetem com o ato
CONCEITO da posse. Assim, não tem como modificar as normas vigentes por
Em seu conceito mais amplo Agente Público é a pessoa física meio de contrato entre o servidor e a Administração, mesmo que
que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública com a concordância de ambos, por se tratar de normas de ordem
Direta ou Indireta, também são aqueles que exercem função públi- pública. Não há contrato de trabalho entre os estatutários e a Ad-
ca, seja qual for a modalidade (mesário, jurado, servidor público, ministração, tendo em vista sua natureza não contratual mas sim
etc.). regida por um estatuto jurídico condicionada ao termo de posse.
A Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92) conceitua - empregados públicos: são ocupantes de empregos públicos
Agente Público: contratados sob o regime da CLT, com vínculo contratual, precisam
“Artigo 2° - Reputa-se agente público, para os efeitos desta de aprovação em concurso público ou processo seletivo e sua de-
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem missão precisa ser motivada;
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou - temporários ou em regime especial: são os contratados por
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, tempo determinado, com base no artigo 37, IX, CF. Não ocupam
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”. cargos ou empregos públicos e não exige aprovação em concurso
público, mas a Administração Pública deve respeitar os princípios
Para o jurista administrativo Celso Antonio Bandeira de Mello constitucionais da impessoalidade e da moralidade, realizando um
“...esta expressão – agentes públicos – é a mais ampla que se pode processo seletivo simplificado.
conceber para designar genérica e indistintamente os sujeitos que
servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua Para que tenha a contratação de temporários, se faz necessária
vontade ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou episo- a existência de lei regulamentadora, com a previsão dos casos de
dicamente. Quem quer que desempenhe funções estatais, enquan- contratação, o prazo da contratação, a necessidade temporária e a
to as exercita, é um agente público.” motivação do interesse público.
A denominação “agente público” é tratada como gênero das - cargos comissionados: são os de livre nomeação e exonera-
diversas espécies que vinculam o indivíduo ao estado a partir da ção, tem caráter provisório e se destina às atribuições de direção,
sua natureza jurídica. As espécies do agente público podem ser di- chefia e assessoramento. Os efetivos também podem ser comissio-
vididas como do qual são espécies os agentes políticos, servidores nados. Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão
públicos (servidores estatais, empregado público, temporários e co- aplica-se o regime geral de previdência social previsto na Constitui-
missionados), particulares em colaboração, agentes militares e os ção Federal, artigo 40, § 13.
agentes de fato.
c) Agentes militares: são as pessoas físicas que prestam ser-
ESPÉCIES (CLASSIFICAÇÃO) viços à Forças Armadas (Marinha, Aeronáutica, Exército - art. 142,
Agentes públicos abrangem todas as demais categorias, sendo caput, e § 3º, CF, Polícias Militares, Corpo de Bombeiros - art. 42,
que alguns deles fazem parte da estrutura administrativa do Estado, CF).
seja em sua estrutura direta ou então na organização indireta. Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças
Outros, no entanto, não compõe os quadros internos da admi- militares possuem vinculação estatutária, e não contratual, mas o
nistração Pública, isto é, são alheios ao aparelho estatal, permane- regime jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da
cendo externamente. aplicável aos servidores civis.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Possui vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, me- a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
diante remuneração paga pelos cofres públicos. dores ocupantes de cargo efetivo, e destinadas ás atribuições de
chefia, direção e assessoramento;
d) Particulares em colaboração / honoríficos: são prestadores b) Funções exercidas por contratados por tempo determinado
de serviços ao Estado sem vinculação permanente de emprego e para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
sem remuneração. Essa categoria de agentes públicos pode ser público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada
prestada de diversas formas, segundo entendimento de Celso An- ente federado.
tônio Bandeira de Mello, se dá por:
- requisitados de serviço: como mesários e convocados para o REGIME JURÍDICO
serviço militar (conscritos); Regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de nor-
- gestores de negócios públicos: são particulares que assumem mas e princípios referentes a direitos, deveres e demais regras ju-
espontaneamente uma tarefa pública, em situações emergenciais, rídicas normas que regem a vida funcional do servidor. A lei que
quando o Estado não está presente para proteger o interesse pú- reúne estas regras é denominada de Estatuto e o regime jurídico
blico. passa a ser chamado de regime jurídico Estatutário.
- contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exem- No âmbito de cada pessoa política - União, Estados, Distrito Fe-
plo, de jurista famoso contratado para emitir um parecer; deral e Municípios - há um Estatuto. A Lei nº 8.112 de 11/12/1990
- concessionários e permissionários: exercem função pública (por exemplo) estabeleceu que o regime jurídico Estatutário é o
por delegação estatal; aplicável aos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e
- delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares fundações públicas federais, ocupantes de cargos públicos.
de cartórios.
Provimento
e) Agentes de fato: é o particular que sem vínculo formal e le- Segundo Hely Lopes Meirelles, é o ato pelo qual se efetua o
gítimo com o Estado exerce função pública, acreditando estar de preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular.
boa-fé e com o objetivo de atender o interesse público. Neste caso, Configura-se no ato de designação de um sujeito para titularizar
não há investidura prévia nos cargos, empregos e funções públicas. cargo público Podendo ser:
Agente de fato putativo: é aquele que desempenha atividade a) originário ou inicial: quando o agente não possui vinculação
pública com a presunção de que tem legitimidade, mas há alguma anterior com a Administração Pública;
ILEGALIDADE em sua INVESTIDURA. É aquele servidor que toma b) derivado: pressupõe a existência de um vínculo com a Ad-
posse sem cumprir algum requisito do cargo. ministração.
Agentes de fato necessário: são os que atuam em situações de
calamidade pública ou emergência. Posse: é o ato pelo qual uma pessoa assume, de maneira efe-
tiva, o exercício das funções para que foi nomeada, designada ou
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA eleita, ou seja, é sua investidura no cargo público. O ato da posse
Cargo, emprego e função pública são tipos de vínculos de tra- determina a concordância e a vontade do sujeito em entrar no exer-
balho na Administração Pública ocupadas por servidores públicos. cício, além de cumprir a exigência regulamentar.
A Constituição Federal, em vários dispositivos, emprega os vocábu-
los cargo, emprego e função para designar realidades diversas, po- Exercício: é o momento em que o servidor dá início ao desem-
rém que existem paralelamente na Administração. penho de suas atribuições de trabalho. A data do efetivo exercício
é considerada como o marco inicial para a produção de todos os
Cargo público: unidade de atribuições e competências funcio- efeitos jurídicos da vida funcional do servidor público e ainda para
nais. É o lugar dentro da organização funcional da Administração o início do período do estágio probatório, da contagem do tempo
Direta de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por de contribuição para aposentadoria, período aquisitivo para a per-
servidor público, submetidos ao regime estatuário. cepção de férias e outras vantagens remuneratórias.
Possui funções específicas e remuneração fixada em lei ou di- São formas de provimento: nomeação, promoção, readapta-
ploma a ela equivalente. Todo cargo tem uma função, porém, nem ção, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução.
toda função pressupõe a existência de um cargo. a) Nomeação: é o único caso de provimento originário, já que o
Para Celso Antônio Bandeira de Mello são as mais simples e servidor dependerá da aprovação prévia em concurso público e não
indivisíveis unidades de competência a serem titularizadas por um possuirá relação anterior com o Estado;
agente. São criados por lei, previstos em número certo e com deno- b) Promoção: é forma de provimento derivado (neste caso o
minação própria. agente público já se encontra ocupando o cargo) onde o servidor
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição passará a exercer um cargo mais elevado dentro da carreira exer-
para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res- cida.
pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de c) Readaptação: espécie de transferência efetuada com a finali-
cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi- dade de prover o servidor em outro cargo compatível com eventual
ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração. limitação de capacidade física ou mental, condicionada a inspeção
médica.
Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho per- d) Reversão: trata-se do reingresso de servidor aposentado de
manentes a serem preenchidos por pessoas contratadas para de- seu ofício por não subsistirem mais as razões que lhe determinarão
sempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista (CLT) de natureza a aposentadoria por invalidez.
contratual e somente podem ser criados por lei. e) Aproveitamento: relaciona-se com a retomada do servidor
Função pública: é a atividade em si mesma, é a atribuição, as posto em disponibilidade (ato pelo qual se transfere o servidor à
tarefas desenvolvidas pelos servidores. São espécies: inatividade remunerada de servidor estável em razão de extinção

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do cargo ocupado ou destinado a reintegração de servidor), seja Hipóteses:
no mesmo cargo anteriormente ocupado ou em cargo equivalente a) em razão de sentença judicial com trânsito em julgado (art.
quanto as atribuições e vencimentos. 41, §1º, I, da CF);
f) Reintegração: retorno de servidor ilegalmente desligado de b) por meio de processo administrativo em que lhe seja assegu-
seu cargo. O reconhecimento do direito a reintegração pode decor- rada a ampla defesa (art. 41, § 1º, II, da CF);
rer de decisão proferida na esfera administrativa ou judicial. c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempe-
g) Recondução: retorno de servidor estável ao cargo que an- nho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa (art.
teriormente ocupava, seja por não ter sido habilitado no estágio 41, § 1º, III, da CF);
probatório relativo a outro cardo para o qual tenha sido nomeado d) em virtude de excesso de despesas com o pessoal ativo e
ou por ter sido desalojado do cargo em razão de reintegração do inativo, desde que as medidas previstas no art. 169, § 3º, da CF, não
servidor que ocupava o cargo anteriormente. surtam os efeitos esperados (art. 169, § 4º, da CF).

Vacância A estabilidade é a prerrogativa atribuída ao servidor que pre-


A vacância é a situação jurídica atribuída a um cargo que está encher os requisitos estabelecidos na Constituição Federal que lhe
sem ocupante. Vários fatos levam à vacância, entre os quais: garante a permanência no serviço.
- o servidor pediu o desligamento (exoneração a pedido); O servidor estável, que tiver seu cargo extinto, não estará fora
- o servidor foi desligado do cargo em comissão ou não iniciou da Administração Pública, porque a norma constitucional lhe garan-
exercício (exoneração ex officio); te estabilidade no serviço e não no cargo. Nesta hipótese o servidor
- o servidor foi punido com a perda do cargo (demissão); é colocado em disponibilidade remunerada, seguindo o disposto no
- o servidor passou a exercer outro cargo ante limitações em art. 41, § 3.º, da Constituição sendo sua remuneração calculada de
sua capacidade física ou mental (readaptação); forma proporcional ao tempo de serviço.
- aposentadoria ou falecimento do servidor; O servidor aprovado em concurso público de cargo regido pela
- acesso ou promoção. lei 8112/90 e consequentemente nomeado passará por um período
de avaliação, terá o novo servidor que comprovar no estágio proba-
Para Di Pietro3, vacância é o ato administrativo pelo qual o ser- tório que tem aptidão para exercer as atividades daquele cargo para
vidor é destituído do cargo, emprego ou função. o qual foi nomeado em tais fatores:
Decorre de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção e a) Assiduidade;
falecimento. O artigo 33 da Lei 8.112/90 prevê ainda a readaptação b) Disciplina;
e a posse em outro cargo inacumulável. Mas a ascensão e a trans- c) Capacidade de iniciativa;
formação deixaram de existir por força da Lei 9.527/97. d) Produtividade;
A exoneração não é penalidade; ela se dá a pedido ou ex offi- e) Responsabilidade.
cio, neste caso quando se tratar de cargo em comissão ou função
de confiança; no caso de cargo efetivo, quando não satisfeitas as Atualmente o prazo mencionado de 3 anos de efetivo exercício
exigências do estágio probatório ou quando, tendo tomado posse, para o servidor público (de forma geral), adquirir estabilidade é o
o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. que está previsto na Constituição, que foi alterado após a Emenda
Já a demissão constitui penalidade decorrente da prática de ilí- nº 19/98.
cito administrativo; tem por efeito desligar o servidor dos quadros Muito embora, a Lei nº 8.112/90, no artigo 20 cite o prazo de 2
do funcionalismo. anos, para que o servidor adquira estabilidade devemos considerar
A promoção é, ao mesmo tempo, ato de provimento no cargo que o correto é o texto inserido na Constituição Federal, repita-se 3
superior e vacância no cargo inferior. anos de efetivo exercício.
A readaptação, segundo artigo 24 da 8.112/90, “é a investidura Como não houve uma revogação expressa de tais normas elas
do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatí- permanecem nos textos legais, mesmo que na prática não são apli-
veis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou cadas, pois ferem a CF (existe uma revogação tácita dessas normas).
mental verificada em inspeção médica”.
- Requisitos para adquirir estabilidade:
Efetividade, estabilidade e vitaliciedade a) estágio probatório de três anos;
Efetividade: cargos efetivos são aqueles que se revestem de ca- b) nomeação em caráter efetivo;
ráter de permanência, constituindo a maioria absoluta dos cargos c) aprovação em avaliação especial de desempenho.
integrantes dos diversos quadros funcionais.
Com efeito, se o cargo não é vitalício ou em comissão, terá que Vitaliciedade: Cargos vitalícios são aqueles que oferecem a
ser necessariamente efetivo. Embora em menor escala que nos maior garantia de permanência a seus ocupantes. Somente através
cargos vitalícios, os cargos efetivos também proporcionam segu- de processo judicial, como regra, podem os titulares perder seus
rança a seus titulares; a perda do cargo, segundo art. 41, §1º da cargos (art. 95, I, CF). Desse modo, torna-se inviável a extinção do
Constituição Federal, só poderá ocorrer, quando estáveis, se houver vínculo por exclusivo processo administrativo (salvo no período ini-
sentença judicial ou processo administrativo em que se lhes faculte cial de dois anos até a aquisição da prerrogativa). A vitaliciedade
ampla defesa, e agora também em virtude de avaliação negativa de configura-se como verdadeira prerrogativa para os titulares dos
desempenho durante o período de estágio probatório. cargos dessa natureza e se justifica pela circunstância de que é ne-
cessária para tornar independente a atuação desses agentes, sem
Estabilidade: confere ao servidor público a efetiva permanên- que sejam sujeitos a pressões eventuais impostas por determina-
cia no serviço após três anos de estágio probatório, após os quais dos grupos de pessoas.
só perderá o cargo se caracterizada uma das hipóteses previstas no Existem três cargos públicos vitalícios no Brasil:
artigo 41, § 1º, ou artigo 169, ambos da CF. - Magistrados (Art. 95, I, CF);
- Membros do Ministério Público (Art. 128, § 5º, I, “a”, CF);
- Membros dos Tribunais de Contas (Art. 73, §3º).
3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Por se tratar de prerrogativa constitucional, em função da qual Remuneração: é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das
cabe ao Constituinte aferir a natureza do cargo e da função para vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. O acrés-
atribuí-la, não podem Constituições Estaduais e Leis Orgânicas mu- cimo de vantagens permanentes ao vencimento do cargo efetivo é
nicipais, nem mesmo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com irredutível.
a garantia da vitaliciedade. Consequentemente, apenas Emenda à Constitui vedação legal o pagamento de remuneração inferior
Constituição Federal poderá fazê-lo. ao salário mínimo

Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun- IMPORTANTE: tanto o vencimento com a remuneração e o pro-
ções públicas vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res-
pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de DIREITOS E DEVERES
cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi- Os direitos e vantagens dos servidores públicos, quais sejam:
ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração. vencimento, indenizações, gratificações, diárias, adicionais, férias,
Criar um cargo é oficializá-lo, atribuindo a ele denominação licenças, concessões e direito de petição.
própria, número certo, funções determinadas, etc. Somente se cria Indenizações: de acordo com o art. 51 da Lei nº 8.112/90 as in-
um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas com- denizações são constituídas pela ajuda de custo, diárias, transporte
petências podem criar um cargo por meio da lei. No caso dos cargos e auxílio moradia.
públicos da União, o vencimento é pago pelos cofres públicos, para Ajuda de custo: A ajuda de custo destina-se a compensar as
provimento em caráter efetivo ou em comissão. despesas de instalação do servidor que, no atendimento do inte-
A transformação ocorre quando há modificação ou alteração resse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, desde que
na natureza do cargo de forma que, ao mesmo tempo em que o acarrete mudança de domicílio em caráter permanente.
cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há Constitui vedação legal o duplo pagamento de indenização, a
o aproveitamento de todos os servidores quando o novo cargo tiver qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que dete-
o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior. nha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma
A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser sede.
efetuada por meio de lei. Diárias: essa prerrogativa está regulamentada no art. 58 da Lei
No entanto, o art. 84, VI, “b” da Constituição Federal revela nº 8.112/90. É devida ao servidor que se afastar da sede em caráter
exceção a norma geral ao atribuir competência para o Presidente eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
da República para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de para o exterior. São destinadas a indenizar as parcelas de despesas
funções ou cargos públicos quando vagos. extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana.
Gratificações e Adicionais: são tratados no art. 61 da Lei nº
Desvio de função 8.112/90 que as discrimina, a saber:
O servidor público deve exercer suas atividades funcionais res- - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
peitando as competências e atribuições previstas para o cargo que sessoramento,
ocupa. Cumpre ressaltar que a lei que cria o cargo estabelece quais - gratificação natalina,
são os limites das atribuições e competências do cargo. - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou
No entanto, não raro identificar o servidor exercendo atribui- penosas,
çoes diversas daquelas previstas em lei para o cargo atualmente - adicional pela prestação de serviço extraordinário,
ocupado. - adicional noturno,
Por definição, o desvio de função do servidor público ocorre - adicional de férias,
quando este desempenha função diversa daquela correspondente - outros (relativos ao local ou à natureza do trabalho),
ao cargo por ele legalmente investido mediante aprovação em con- - gratificação por encargo de curso ou concurso.
curso público. Férias: é um direito que o servidor alcança após cumprir o pe-
Quando constatada a ocorrência de desvio de função, o servi- ríodo aquisitivo (12 meses). Consiste em um período de 30 dias de
dor que teve suas atribuições desviadas faz jus a indenização relati- descanso que podem ser cumuladas até o máximo de dois perío-
vas as diferenças salarias decorrentes do desvio. dos, bem como podem ser parceladas em até três etapas.
Este é o entendimento já consolidado pelo Superior Tribunal de Licenças: de acordo com o art. 81 da referida lei a licença é con-
Justiça que editou Sumula a respeito. cedida por motivo de doença em pessoa da família, de afastamento
Súmula nº 378 STJ do cônjuge ou companheiro, para o serviço militar, para a atividade
“Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferen- política, para capacitação, para tratar de interesses particulares e
ças salariais decorrentes”. para desempenho de mandato classista.
Concessões: existem quando é permitido ao servidor se ausen-
Importante esclarecer que em caso de desvio de função, o ser- tar sem ter que arcar com quaisquer prejuízos.
vidor público que teve as atribuições do cargo para o qual foi inves- O art. 97 da Lei nº 8.112/90 elenca as hipóteses de concessão,
tido desviadas não tem direito ao reenquadramento funcional. Isso vejamos:
porque inafastável o princípio da imprescindibilidade de concurso - por um dia para doação de sangue,
público para o preenchimento de cargos pela administração públi- - pelo período comprovadamente necessário para alistamen-
ca, No entanto, tem direito a receber os vencimentos correspon- to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso a dois
dentes à função desempenhada. dias,
- por oito dias consecutivos em razão de casamento, falecimen-
REMUNERAÇÃO to de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, en-
Vencimento: é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo teados, menor sob guarda ou tutela ou irmãos.
público, com valor fixado em lei.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Direito de Petição: o direito de petição existe para a defesa do Os crimes funcionais estão definidos no Código Penal, artigos
direito ou interesse legítimo. É instrumento utilizado pelo servidor 312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a
e dirigido à autoridade competente que deve decidir. prevaricação etc. Outros estão previstos em leis especiais federais.
A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo Cri-
RESPONSABILIDADE minal. Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma
Ao exercer funções públicas, os servidores públicos não estão sanção penal, que pode ser privativa de liberdade (reclusão ou de-
desobrigados de se responsabilizar por seus atos, tanto atos públi- tenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens
cos quanto atos administrativos, além dos atos políticos, dependen- e valores, prestação de serviço à comunidade ou a entidades públi-
do de sua função, cargo ou emprego. cas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana)
Esta responsabilidade é algo indispensável na atividade admi- ou multa (Código Penal, art. 32).
nistrativa, ou seja, enquanto houver exercício irregular de direito ou Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa
de poder a responsabilidade deve estar presente. da responsabilidade penal do servidor, só terá reflexo na responsa-
Quanto o Estado repara o dano, em homenagem à responsa- bilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo
bilidade objetiva do Estado, fica com direito de regresso contra o patrimonial (ilícito civil).
responsável que efetivamente causou o dano, isto é, com o direito
de recuperar o valor da indenização junto ao agente que causador Nos termos do que estabelece o artigo 125 da Lei 8.112/90, as
do dano. sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo
Efetivamente, o direito de regresso, em sede de responsabilida- independentes entre si.
de estatal, configura-se na pretensão do Estado em buscar do seu A responsabilidade administrativa do servidor será afastada
agente, responsável pelo dano, a recomposição do erário, uma vez se, no processo criminal, o servidor for absolvido por ter sido de-
desfalcado do montante destinado ao pagamento da indenização clarada a inexistência do fato ou, quando o fato realmente existiu,
à vítima. não tenha sido imputada sua autoria ao servidor. Notem que, se o
Nesse aspecto, o direito de regresso é o direito assegurado ao servidor for absolvido por falta ou insuficiência de provas, a respon-
Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra o sabilidade administrativa não será afastada.
agente responsável pelo dano, quando tenha este agido com culpa
ou dolo. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Neste contexto, o agente público poderá ser responsabilizado O Regime Disciplinar é o conjunto de deveres, proibições, que
nos âmbitos civil, penal e administrativo. geram responsabilidades aos agentes públicos. Descumprido este
a) Responsabilidade Civil: A responsabilidade civil decorre de rol, se apura os ilícitos administrativos, onde gera as sanções dis-
ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em pre- ciplinares.
juízo ao erário ou a terceiros. Com o intuito de responsabilizar quem comete faltas adminis-
Neste caso, responsabilidade civil se refere à responsabilidade trativas, atribui-se à Administração o Poder Disciplinar do Estado,
patrimonial, que faz referência aos Atos Ilícitos e que traz consigo a que assegura a responsabilização dos agentes públicos quando co-
regra geral da responsabilidade civil, que é de reparar o dano cau- mentem ações que contrariam seus deveres e proibições relacio-
sado a outrem. nados às atribuições do cargo, função ou emprego de que estão
A Administração Pública, confirmada a responsabilidade de investidos. Por consequência dos descumprimentos legais, há a
seus agentes, como preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto aplicação de sanções disciplinares, conforme dispõe a legislação.
Maior, é “assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa”, descontará nos vencimentos do servidor Dos Deveres
público, respeitando os limites mensais, a quantia exata para o res- Via de regra, os estatutos listam condutas e proibições a serem
sarcimento do dano. observadas pelos servidores, configurando, umas e outras, os seus
deveres como dois lados da mesma moeda. Por exemplo: a proibi-
b) Responsabilidade Administrativa: A responsabilidade admi- ção de proceder de forma desidiosa equivale ao dever de exercer
nistrativa é apurada em processo administrativo, assegurando-se com zelo as atribuições do cargo. Por isso, podem ser englobados
ao servidor o contraditório e a ampla defesa. sob a rubrica “deveres” os que os estatutos assim intitulam e os que
Uma vez constatada a prática do ilícito administrativo, ficará os estatutos arrolam como proibições.
o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que - Dever de Agir: Devem os administradores agirem em benefí-
poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposen- cio da coletividade.
tadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou - Dever de Probidade: O agente público deve agir de forma
destituição de função comissionada. honesta e em conformidade com os princípios da legalidade e da
moralidade.
A penalidade deve sempre ser motivada pela autoridade com- - Dever de Prestar Contas: Todo administrador deve prestar
petente para sua aplicação, sob pena de nulidade. contas do dinheiro público.
Se durante a apuração da responsabilidade administrativa a - Dever de Eficiência: Deve elaborar suas funções perfeição e
autoridade competente verificar que o ilícito administrativo tam- rendimento funcional.
bém está capitulado como ilícito penal, deve encaminhar cópia do - Dever de Urbanidade: Deve o servidor ser cordial com os de-
processo administrativo ao Ministério Público, que irá mover ação mais colegas de trabalho e com o público em geral.
penal contra o servidor - Dever de Assiduidade: O servidor deve comparecer em seu
serviço, a fim de cumprir seu horário conforme determinado.
c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do servi-
dor é a que resulta de uma conduta tipificada por lei como infração
penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Das Proibições Para uma aplicação de penalidade justa deve ser considerada
De acordo com o estatuto federal, aplicável aos Servidores Pú- a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
blicos Civis da União, das autarquias e fundações públicas federais, provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
ocupantes de cargos público, seu artigo 117 traz um rol de proibi- atenuantes e os antecedentes funcionais.
ções sendo elas: É necessário que cada penalidade imposta mencione o funda-
- ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au- mento legal e a causa da sanção disciplinar.
torização do chefe imediato;
- retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qual- DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS
quer documento ou objeto da repartição;
- recusar fé a documentos públicos; A Constituição Federal, em capítulo específico determina as
- opor resistência injustificada ao andamento de documento e diretrizes a serem adotadas pela Administração Pública no trata-
processo ou execução de serviço; mento de normas específicas aos ocupantes de cargos e empregos
- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto públicos da Administração Direta ou Indireta.
da repartição; Vejamos os dispositivos constitucionais relativos ao tema.
- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previs-
tos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabi- CAPÍTULO VII
lidade ou de seu subordinado; DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a as-
sociação profissional ou sindical, ou a partido político; SEÇÃO I
- manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de con- DISPOSIÇÕES GERAIS
fiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
em detrimento da dignidade da função pública; dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
- participar de gerência ou administração de sociedade privada, cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
A essa vedação existe duas exceções, já que o servidor poderá: como aos estrangeiros, na forma da lei;
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de em- II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
presas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta- aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
constituída para prestar serviços a seus membros; prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car-
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
forma do art. 91 (8.112), observada a legislação sobre conflito de III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
interesses. anos, prorrogável uma vez, por igual período;
- atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou com- vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
panheiro; dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
- receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual- V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
quer espécie, em razão de suas atribuições; vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
- aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
- praticar usura sob qualquer de suas formas; percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
- proceder de forma desidiosa; buições de direção, chefia e assessoramento;  
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em servi- VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
ços ou atividades particulares; ciação sindical;
- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; definidos em lei específica;
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
- recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicita- sua admissão;
do. IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
Infrações e Sanções Administrativas/Penalidades interesse público;
Os servidores públicos de cada âmbito - União, Estados, Distrito X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Federal e Municípios - têm um Estatuto próprio. Quanto aos agen- trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
tes públicos Federais rege a Lei nº 8.112/1990, já o regimento dos lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
demais depende de cada Estado/Município. rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
Devido ao princípio da Legalidade, todos os agentes devem fazer de índices;
aquilo que está restrito em lei, e caso algum deles descumpram a legisla- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
ção, ocorre uma infração administrativa, pelo poder disciplinar, os agen- ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
tes infratores estão sujeitos a penalidades, que podem ser: advertência, fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada. mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa- § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou- panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa-
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li- símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto-
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no ridades ou servidores públicos.
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do da lei.
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen- § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
aos Defensores Públicos; ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder dos serviços;
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
tivo; mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- e XXXIII;   
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
serviço público; ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi- § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
co não serão computados nem acumulados para fins de concessão pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo-
de acréscimos ulteriores; nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada-
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci- § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
§ 2º, I; ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva-
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em do prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
qualquer caso o disposto no inciso XI: seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
a) a de dois cargos de professor; direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu-
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
saúde, com profissões regulamentadas; possibilite o acesso a informações privilegiadas.
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
direta ou indiretamente, pelo poder público; dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência I - o prazo de duração do contrato;
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- III - a remuneração do pessoal.
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
timo caso, definir as áreas de sua atuação; sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
como a participação de qualquer delas em empresa privada; geral.
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação exoneração.
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera-
obrigações. tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do caráter indenizatório previstas em lei.
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
tésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea- § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis-
daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida- posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, admissão quando a natureza do cargo o exigir.  
desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori- Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
gem.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) cípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser- neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que disposto no art. 37, XI.
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) empregos públicos.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- cípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenien-
guintes disposições: tes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune- inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
ração; § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emen-
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício da Constitucional nº 103, de 2019)
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdên- mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
SEÇÃO II social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
DOS SERVIDORES PÚBLICOS nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
e planos de carreira para os servidores da administração pública verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
direta, das autarquias e das fundações públicas.         (Vide ADIN nº são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa-
2.135-4) tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
instituirão conselho de política de administração e remuneração de de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
deres.         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo- e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
nentes do sistema remuneratório observará: idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
cargos componentes de cada carreira;   demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
II - os requisitos para a investidura;   ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
III - as peculiaridades dos cargos. de 2019)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisi- ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração Social, obser vado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
de convênios ou contratos entre os entes federados.   Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria se-
rão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em re-
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so- gime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e
cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Reda-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
dos para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi- emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
profissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
nº 103, de 2019) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins-
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
dos para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peniten- de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re-
ciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e
tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado
52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Constitucional nº 103, de 2019) 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do § 15. O regime de previdência complementar de que trata o §
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferen- 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui-
ciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio- intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima posto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver in-
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da gressado no serviço público até a data da publicação do ato de ins-
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tituição do correspondente regime de previdência complementar.
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cál-
infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei comple- culo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
mentar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda na forma da lei.
Constitucional nº 103, de 2019) § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos rias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên- geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitu- respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que
cional nº 103, de 2019) tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abo-
da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- no de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua con-
nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do tribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente 2019)
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora des-
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- se regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes,
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
estabelecidos em lei. veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres- § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape-
pondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os bene-
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta- fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201
gem de tempo de contribuição fictício. desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for por-
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos tador de doença incapacitante (Incluído pela Emenda Constitucio-
proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu- nal nº 47, de 2005) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103,
lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi- de 2019) (Vigência) (Vide Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ-
social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi- dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que
dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons- já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de
tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos,
exoneração, e de cargo eletivo. sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Conforme ressaltado pela melhor doutrina, Celso António Ban-
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- deira de Mello afirma que “o regime normal dos servidores públicos
tucional nº 103, de 2019) teria mesmo de ser o estatutário, pois este (ao contrário do regime
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re- trabalhista) é o concebido para atender a peculiaridades de um vín-
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) culo no qual não estão em causa tão-só interesses empregatícios,
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído mas onde avultam interesses públicos são os próprios instrumentos
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de atuacão do Estado”.
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela A jurisprudência já se manifestou neste sentido no julgamento
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) da cautelar da ADin no 2.310, o Supremo examinou a lei que trata
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ- dos agentes públicos de agências reguladoras (Lei no 9.985/2000),
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos e ali se posicionou contrário à contratação de servidores em regime
provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer celetista para a execução de atos revestidos com o Poder de Polícia
natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) no ato de fiscalização. De acordo com o ministro Marco Aurélio, re-
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Inclu- lator:
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) “...prescindir, no caso, da ocupação de cargos públicos, com os
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- direitos e garantias a eles inerentes, é adotar flexibilidade incom-
servados os princípios relacionados com governança, controle in- patível com a natureza dos serviços a serem prestados, igualizando
terno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, os servidores das agências a prestadores de serviços subalternos,
de 2019) dos quais não se exige, até mesmo, escolaridade maior, como são
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles serventes, artífices, mecanógrafos, entre outros. Atente-se para as
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta- espécies. Está-se diante de atividade na qual o poder de fiscaliza-
mente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucio- ção, o poder de polícia fazem- se com envergadura ímpar, exigindo,
nal nº 103, de 2019) por isso mesmo, que aquele que a desempenhe sinta-se seguro,
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela atue sem receios outros, e isso pressupõe a ocupação de cargo pú-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) blico (…). Em suma, não se coaduna com os objetivos precípuos das
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição agências reguladoras, verdadeiras autarquias, embora de caráter
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído especial, a flexibilidade inerente aos empregos públicos, impondo-
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) -se a adoção da regra que é revelada pelo regime de cargo público,
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- tal como ocorre em relação a outras atividades fiscalizadoras — fis-
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de cais do trabalho, de renda, servidores do Banco Central, dos Tribu-
concurso público. nais de Contas etc.”
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado Portanto, muito embora não tenha previsão legal, o entendi-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- mento construído pela doutrina e jurisprudência entende que o
rada ampla defesa; emprego público, de natureza contratual (CLT) é incompatível com
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- a atividade a ser desenvolvida quando se exige a incidência de ato
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. com poder de polícia. O cargo público, sim, é cercado de garantias
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor institucionais, destinadas a dar proteção e independência ao servi-
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es- dor para prestar a manifestação do Estado quando no exercício do
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, Poder de Polícia.
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
muneração proporcional ao tempo de serviço. REGIME CONSTITUCIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor- Concurso público
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em Via de regra, para que ocorra a legal investidura em cargou ou
outro cargo. emprego público é necessária prévia aprovação em concurso de
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga- prova ou de provas e títulos, levando em consideração a natureza e
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída a complexidade do cargo ou emprego.Quanto as normas constitu-
para essa finalidade. cionais acerca da obrigatoriedade de concurso para o preenchimen-
to de cargos públicos
EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA POR SERVIDORES CELETISTA A jurisprudência é pacífica quanto a necessidade de aprovação
A Polícia Administrativa é manifestada por meio de atos norma- previa em concurso público para ocupar cargo na estrutura admi-
tivos e de alcance geral, bem como de atos concretos e específicos. nistrativa.
Além disso, outra característica marcante dos atos expedidos Súmula Vinculante 43 É inconstitucional toda modalidade de
por força da Polícia Administrativa são os atos revestidos de contro- provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia apro-
le e fiscalização. vação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo
A atividade administrativa que envolve atos fiscalizadores e de que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
controle , os quais a Administração Pública pretende a prevenção
de atos lesivos ao bem estar social ou saúde pública não podem ser Exceção: As nomeação efetuadas pela Administração Pública
proferidos por servidores com regime contratual – CLT. para preenchimento de cargo em comissão declarado em lei de li-
Esta é a grande polêmica envolvendo a prática de atos admi- vre nomeação e exoneração dispensa a realização e aprovação em
nistrativos revestidos de Poder de Polícia quando praticados por concurso público.
servidores celetistas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O concurso público terá prazo de validade de até dois anos, igualitário entre os interessados, sendo certo que a ausência desse
podendo ser prorrogável uma única vez por igual período. Em ho- tratamento causaria fraude a ordem constitucional de realização de
menagem ao princípio constitucional da impessoalidade, durante o concurso público.
prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele que Neste contexto, são inválidas as disposições constantes em edi-
for aprovado será convocado com prioridade sobre novos concursa- tais ou normas de admissão em cargos e empregos públicos que
dos para assumir cargo ou emprego. desvirtuam as finalidades da realização do concurso público.

Direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas. Caso se identifique qualquer norma ou cláusula constante em
A Constituição Federal estabelece o Princípio da Ampla Aces- edital que inviabilize ou dificulte a ampla participação daqueles que
sibilidade aos cargos, funções e empregos públicos aos brasileiros preencham os requisitos mínimos ou então que direcione, de qual-
que preencham os requisitos estabelecidos em lei específica, bem quer forma, com o objetivo de beneficiar ou prejudicar alguem em
como aos estrangeiros, na forma da lei. concurso público poderá acarretar na invalidação de todo o certame.
Tal princípio que garante a ampla acessibilidade tem por objeti-
vo proporcionar iguais oportunidades de disputar, por meio de con- O direito à revisão judicial de provas e exames seletivos à luz
curso público, o preenchimento em cargos ou empregos públicos dos tribunais pátrios
na Administração Direta ou Indireta. O controle judicial dos atos administrativos é preceito básico do
Estado de Direito com status de garantia constitucional, nos termos
Requisito de inscrição e requisitos de cargos do que estabelece o artigo 5º, XXXV da Constituição Federal de 1988.
Nas regras gerais constantes nos editais de concursos públicos Art. 5º
é vedada a inclusão de cláusulas discriminatórias entre brasileiros [...]
natos e naturalizados, salvo para preenchimento de cargos específi- XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
cos mencionados no artigo 12, § 3º da Constituição Federal. ou ameaça a direito;
Artigo 12.
[...] Esta, inclusive, se configura em função típica do Poder Judici-
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: ário, exercer o controle legal dos atos editados pela ente estatal,
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; como forma de controle externo da Administração Pública.
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; Neste contexto, ainda é complexa a discussão sobre a legiti-
III - de Presidente do Senado Federal; midade do Poder Judiciário exercer revisão judicial de questões e
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; resultados em provas de concurso público.
V - da carreira diplomática; É crescente a demanda de candidatos que buscam na tutela do
VI - de oficial das Forças Armadas. Poder Judiciário a revisão de resultados de concursos públicos, atri-
VII - de Ministro de Estado da Defesa. buindo as bancas organizadoras, entre outros argumentos, a carên-
cia de razoabilidade, proporcionalidade, isonomia e transparência
Ademais, em decorrência do mandamento constitucional do durante a realização do certame.
artigo 7º, XXX, em princípio não seria admissível restrições de con- A jurisprudência dos nossos Tribunais tem-se orientado no sen-
crrencia em concurso público por motivos de idade ou sexo para tido de que só são passíveis de reexame judicial as questões cuja
a regular admissão em cargos e empregos públicos, no entanto, o impugnação se funda na ilegalidade da avaliação ou dos graus con-
mencionado artigo constitucional prevê a possibilidade de se insti- feridos pelos examinadores ou ainda a ausência de impessoalidade
tuírem requisitos específicos e diferenciados de admissão quando dedicada nas provas com privilégios exorbitantes a determinados
a natureza do cargo assim exigir. Exemplo: Teste de Aptidão Física candidatos, com a exclusão arbitrária de outros.
– TAF - permite exigência sequência de exercícios fisicos diferencia- Nos Estados de Direito, em que vige o princípio da legalidade,
dos entre homens e mulheres. não há espaço para arbitrariedades estatais, ao impor a Ordem Jurí-
Quanto aos requisitos específicos para investidura em cargos dica, não ficando de toda sorte excluída da apreciação judicial toda
públicos, a Lei 8.112/90, em seu artigo 5º assim determina: lesão ou ameaça a direito, inclusive quanto ao possível reexame
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público: judicial de atos praticados durante os concursos públicos ou pro-
I - a nacionalidade brasileira; cessos de seleção.
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; Da investidura do servidor público
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; A investidura em cargo público, mesmo nos casos em que o
V - a idade mínima de dezoito anos; cargo não é vitalício ou em comissão, terá que ser necessariamente
VI - aptidão física e mental. efetivo.
Embora em menor escala que nos cargos vitalícios, os cargos
Ainda em homenagem ao Princípio da Acessibilidade aos car- efetivos também proporcionam segurança a seus titulares; a perda
gos e empregos públicos, o texto constitucional determina que a lei do cargo, segundo art. 41, §1º da Constituição Federal, só poderá
deverá reservar percentual do total das vagas a serem preenchidas ocorrer, quando estáveis, se houver sentença judicial ou processo
por concurso público de cargos e empregos públicos para as pesso- administrativo em que se lhes faculte ampla defesa, e agora tam-
as portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão. bém em virtude de avaliação negativa de desempenho durante o
período de estágio probatório.
Invalidação do concurso. Isso lhe garante que, uma vez legalmente investido em cargo
Conforme mencionado, os concursos públicos devem ser rea- público passa a ser representante do Estado nas manifestações
lizados previamente para o preenchimento de cargos e empregos proferidas durante o exercício do cargo, e assim, passa a gozar de
públicos, devendo para tanto dispensar tratamento impessoal e prerrogativas especiais (típicas de direito público) com o objetivo de
satisfazer as demandas coletivas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Estágio experimental, estágio probatório e Estabilidade Além da competência para a prática do ato, se faz necessário
O instituto da Estabilidade corresponde à proteção ao ocupan- que não exista impedimento e suspeição para o exercício da ativi-
te do cargo, garantindo, não de forma absoluta, a permanência no dade.
Serviço Público, o que permite a execução regular de suas ativida- Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não
des, visando exclusivamente o alcance do interesse coletivo. sendo possível um agente que contenha competência ilimitada,
No entanto, para se conquistar a estabilidade prevista constitu- tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios
cionalmente é necessário superar a etapa de estágio experimental de legitimação para a prática de atos.
ou também chamada de estágio probatório, que pressupõe a reali-
zação de avaliação de desempenho e transpor o período de 3 (três) - Finalidade: O ato administrativo deve ser editado pela Admi-
anos de efetivo desempenho da função. nistração Pública em atendimento a uma finalidade maior, que é a
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de pública; se o ato praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso
Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise sistemática do de poder.
desempenho do profissional em função das atividades que realiza, Em outras palavras, o ato administrativo deve ter como fina-
das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu poten- lidade o atendimento do interesse coletivo e do atendimento das
cial de desenvolvimento. demandas da sociedade.

- Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exte-


ATOS ADMINISTRATIVOS. ATO ADMINISTRATIVO E riorização e demais procedimentos prévios que forem exigidos com
FATO ADMINISTRATIVO. CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, a expedição do ato administrativo.
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO. EXISTÊNCIA, VALI- Via de regra, os atos devem ser escritos, permitindo de ma-
DADE E EFICÁCIA DO ATO ADMINISTRATIVO. ELEMEN- neira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que
TOS E PRESSUPOSTOS. ATRIBUTOS. EXTINÇÃO E MODI- não sejam produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são
FICAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. REVOGAÇÃO. os casos dos semáforos, por exemplo.
RETIFICAÇÃO E INVALIDAÇÃO. CONVALIDAÇÃO A forma não configura a essência do ato, mas apenas o ins-
trumento necessário para que a conduta administrativa atinja seus
objetivos. O ato deve atender forma específica, justamente porque
CONCEITO se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um pro-
Ato Administrativo, em linhas gerais, é toda manifestação lícita cesso administrativo prévio, que se caracterize por uma série de
e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe faça às atos concatenados, com um propósito certo.
vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir,
transferir, modificar ou extinguir direitos e obrigações. - Motivo: O motivo será válido, sem irregularidades na prática
Para Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilateral de do ato administrativo, exigindo-se que o fato narrado no ato prati-
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, te- cado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na
nha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, ex- conduta estatal.
tinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das
ou a si própria”. razões que levaram à prática do ato.
Para Maria Sylvia Zanella di Pietro ato administrativo é a “de-
claração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos - Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa rece-
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de ber com sua expedição. Todo e qualquer ato administrativo tem por
direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”. objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídi-
Conforme se verifica dos conceitos elaborados por juristas cas referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da
administrativos, esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde Administração Pública.
serão definidas prerrogativas, que digam respeito à supremacia do Entende-se por objeto, aquilo que o ato dispõe, o efeito causa-
interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do pelo ato administrativo, em decorrência de sua prática. Trata-se
do interesse público. do objeto como a disposição da conduta estatal, aquilo que fica de-
Os atos administrativos podem ser delegados, assim os parti- cidido pela prática do ato.
culares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos
referidos atos. ATRIBUTOS
Dessa forma, os atos administrativos podem ser praticados pelo Atributos são qualidades, prerrogativas ou poderes especiais
Estado ou por alguém que esteja em nome dele. Logo, pode-se con- que revestem os atos administrativos para que eles alcancem os
cluir que os atos administrativos não são definidos pela condição fins almejados pelo Estado.
da pessoa que os realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público. Existem por conta dos interesses que a Administração repre-
senta, são as qualidades que permitem diferenciar os atos adminis-
REQUISITOS trativos dos outros atos jurídicos. Decorrem do princípio da supre-
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Os macia do interesse público sobre o privado.
requisitos dos atos administrativos são cinco:
- Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz. Tra- São atributos dos atos administrativos:
ta-se de requisito vinculado, ou seja, para que um ato seja válido a) Presunção de Legitimidade/Legitimidade: É a presunção de
deve-se verificar se foi praticado por agente competente. que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação
todo aquele que atue em nome do Estado, podendo ser de qual- dos serviços públicos.
quer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo deter- A presunção de legitimidade não pressupõe no entanto que Ios
minado ou vínculo de natureza permanente. atos administrativos não possam ser combatidos ou questionados,
no entanto, o ônus da prova é de quem alega.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O atributo de presunção de legitimidade confere maior cele- Gerais: são os atos que têm por destinatário final uma catego-
ridade à atuação administrativa, já que depois da prática do ato, ria de sujeitos não especificados. Os atos gerais tem a finalidade
estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse vá- de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica que
lido, até que se declare sua ilegalidade por decisão administrativa abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange
ou judicial. todas as pessoas que se encontram na mesma situação, por tratar-
-se de imposição geral e abstrata para determinada relação.
b) Imperatividade: É a prerrogativa que os atos administrativos
possuem de gerar unilateralmente obrigações aos administrados, Quanto à posição jurídica da Administração:
independente da concordância destes. É o atributo que a Adminis- Atos de império: Atos onde o poder público age de forma impe-
tração possui para impor determinado comportamento a terceiros. rativa sobre os administrados, impondo-lhes obrigações. São atos
praticados sob as prerrogativas de autoridade estatal. Ex. Interdição
c) Exigibilidade ou Coercibilidade: É a prerrogativa que pos- de estabelecimento comercial.
suem os atos administrativos de serem exigidos quanto ao seu cum- Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem
primento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade, as prerrogativas do Estado (ausente o poder de comando estatal),
em regra, nascem no mesmo momento. sendo que a Administração irá atuar em situação de igualdade com
Caso não seja cumprida a obrigação imposta pelo administrati- o particular. Nesses casos, a atividade será regulada pelo direito pri-
vo, o poder público, se valerá dos meios indiretos de coação, reali- vado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que
zando, de modo indireto o ato desrespeitado. tenham relação com a supremacia do interesse público.
Exemplo: a alienação de um imóvel público inservível ou alu-
d) Autoexecutoriedade: É o poder de serem executados mate- guel de imóvel para instalar uma Secretaria Municipal.
rialmente pela própria administração, independentemente de re-
curso ao Poder Judiciário. Quanto à natureza das situações jurídicas que o ato cria:
A autoexecutoriedade é atributo de alguns atos administrati- Atos-regra: Criam situações gerais, abstratas e impessoais.Tra-
vos, ou seja, não existe em todos os atos. Poderá ocorrer quando çam regras gerais (regulamentos).
a lei expressamente prever ou quando estiver tacitamente prevista Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito
em lei sendo exigido para tanto situação de urgência; e inexistência determinado. Criam situações particulares e geram efeitos indivi-
de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão. duais.
Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condi-
CLASSIFICAÇÃO ção se cumpra.
Os atos administrativos podem ser objeto de várias classifica-
ções, conforme o critério em função do qual seja agrupados. Men- Quanto ao grau de liberdade da Administração para a prática
cionaremos os agrupamentos de classificação mais comuns entre do ato:
os doutrinadores administrativos. Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados
em lei, não existindo possibilidade de apreciação por parte do ad-
Quanto à composição da vontade produtora do ato: ministrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao ad-
Simples: depende da manifestação jurídica de um único órgão, ministrador apenas a verificação da existência de todos os elemen-
mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portan- tos expressos em lei para a prática do ato.
to, a vontade para manifestação do ato deve ser unitária, obtida Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o mo-
através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um tivo e sobre o objeto do ato, devendo pautar suas escolhas de acor-
agente em órgãos singulares. do com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionarie-
Complexo: resulta da manifestação conjugada de vontades de dade é sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo
órgãos diferentes. É necessária a manifestação de vontade de dois com o princípio da finalidade pública. O poder judiciário não pode
ou mais órgãos para formar um único ato. avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a
Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um legalidade, os motivos e o conteúdo ou objeto do ato.
edita o ato principal e o outro será acessório. Como se nota, é com-
posto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão pú- Quanto aos efeitos:
blico, em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatá-
deve contar com o que ocorrer com o primeiro. rios. Pode ser outorgado um novo direito, como permissão de uso
de bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um pe-
Quanto a formação do ato: ríodo de suspensão.
Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já
partes. Exemplo: licença existente, seja de fato ou de direito. Não cria, transfere ou extingue
Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes. a situação existente, apenas a reconhece.
Exemplo: contrato administrativo; Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extin-
Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes. ta, não retirando direitos ou obrigações. A alteração do horário de
Exemplo: convênios. atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato.
Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato
Quanto aos destinatários do ato: que põe termo a um direito ou dever existente. Cite-se a demissão
Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo e do servidor público.
determinado, impondo a norma abstrata ao caso concreto. Nesse
momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é Quanto à situação de terceiros:
geral restringindo seu âmbito de atuação. Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno
da Administração Pública, não atingindo terceiros, como as circula-
res e pareceres.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Externos: Destinados a produzir efeitos sobre terceiros, e, por- 2. Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e vi-
tanto, necessitam de publicidade para que produzam adequada- sam inovar o ordenamento jurídico, determinando normas sobre
mente seus efeitos. matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem
ser considerados atos expedidos como substitutos da lei e não fa-
Quanto à validade do ato: cilitadores de sua aplicação, já que são editados sem contemplar
Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competên- qualquer previsão anterior.
cia, finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto
para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro. Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não
Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito de serem expedidos regulamentos autônomos, em decorrência do
que não pode ser corrigido. Não produz qualquer efeito entre as princípio da legalidade.
partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, - Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Cons-
ele deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, tituição Federal, em seu artigo 87, inciso II. São atos administrativos
seja judicial, declarando sua nulidade, que terá efeito retroativo, ex privativos dos Ministros de Estado.
tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os - Regimentos – São atos administrativos internos que emanam
direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato do poder hierárquico do Executivo ou da capacidade de auto-orga-
nulo. nização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta ma-
Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser neira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
sanados, convalidados. Ressalte-se que, se mantido o defeito, o - Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimen-
ato será nulo; se corrigido, poderá ser “salvo” e passar a ser válido. tos e regulamentos, expedidos pelas autoridades do executivo.
Atente-se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles - Deliberações – São atos normativos ou decisórios que ema-
expressamente previstos em lei. nam de órgãos colegiados provenientes de acordo com os regula-
Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato admi- mentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos
nistrativo, mas falta a manifestação de vontade da Administração para seus beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Ad-
Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente ministração.
público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impos-
sível. b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcio-
namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
Quanto à exequibilidade: Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por
Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação, chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos
estando apto a produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde particulares.
com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se São eles:
às etapas de sua formação. - Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierár-
Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portan- quico em desempenhar determinada função;
to, não está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a - Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determi-
homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei. nados funcionários ou agentes;
Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou - Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Mi-
termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas nistério;
aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confun- - Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos
de com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o aos seus subalternos que determinam a realização de atos especiais
casamento. Termo é evento futuro e certo, como uma data espe- ou gerais;
cífica. - Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos res-
Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada ponsáveis por obras ou serviços públicos;
mais havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a - Provimentos – atos administrativos intermos, com determina-
concessão de licença para doar sangue. ções e instruções em que a Corregedoria ou os Tribunais expedem
para regularização ou uniformização dos serviços;
ESPÉCIES - Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Adminis-
a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando ge- tração a terceiros;
ral do Executivo visando o cumprimento de uma lei. Podem apre- - Despachos administrativos – são decisões tomadas pela auto-
sentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto ridade executiva (ou legislativa e judiciária, quando no exercício da
geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção função administrativa) em requerimentos e processos administrati-
(decreto de nomeação de um servidor). vos sujeitos à sua administração.
Os atos normativos se subdividem em:
- Regulamentos: São atos normativos posteriores aos decretos, c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declara-
que visam especificar as disposições de lei, assim como seus man- ção de vontade da Administração apta a concretizar determinado
damentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas con-
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto- dições impostas ou consentidas pelo Poder Público.
-executáveis independem de regulamentos para produzir efeitos. - Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a
1. Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execu- Administração concede ao Administrado a faculdade de realizar de-
ção da lei, é um ato administrativo que não tem o foto de inovar o terminada atividade.
ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto - Autorização – ato discricionário e precário em que a Adminis-
legal. Os regulamentos executivos são atos normativos que comple- tração confere ao administrado a faculdade de exercer determinada
mentam os dispositivos legais, sem que ivovem a ordem jurídica, atividade.
com a criação de direitos e obrigações.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Permissão - ato discricionário e precário em que a Administra- tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou
ção confere ao administrado a faculdade de promover certa ativida- inconvenientes. Quando a anulação é feita por via administrativa,
de nas situações determinadas por ela; pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros.
- Aprovação - análise pela própria administração de atividades De acordo com entendimento consolidado pelo Supremo Tri-
prestadas por seus órgãos; bunal Federal, a anulação de um ato não pode prejudicar terceiro
- Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato pra- de boa-fé.
ticado pela própria Administração como maneira de exequibilidade; Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF:
- Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato - SÚMULA 346: A administração pública pode declarar a nulida-
praticado pelos seus órgãos como meio de lhe dar eficácia; de dos seus próprios atos.
- Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cum- - SÚMULA 473: A administração pode anular seus próprios
primento de certa obrigação até então conferida por lei. atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
- Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extin- não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
gue de forma unilateral um direito próprio, liberando definitiva- ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
mente a pessoa obrigada perante a Administração Pública. em todos os casos, a apreciação judicial.

d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administra- Revogação: É a retirada do ato administrativo em decorrência
ção se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses
sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo
arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao com a lei. A revogação somente poderá ser feita por via adminis-
motivo e ao conteúdo. trativa.
- Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública com- Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu
prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por o interesse na manutenção deste, ainda que não exista vício que o
meio dos órgãos competentes; tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito adminis-
- Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autentica- trativo, por set um ato legal, todos os atos já foram produzidos de
das de atos ou fatos existentes em processos, livros ou documentos forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir, contudo
que estejam na repartição pública; mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc).
- Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a Não há limite temporal para a revogação de atos administrati-
assuntos submetidos à sua consideração. vos, não se configurando a decadência, no prazo quinquenal, tendo
em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado
e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta a qualquer tempo.
pela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por
administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de parti- razões de conveniência e oportunidade.
culares perante a Administração.
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as dispo- Convalidação ou Sanatória: É o ato administrativo que, com
sições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços. efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a torná-
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação -lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que
externa e interna. Quando for interna, compete à Administração sana um vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde
punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que o momento em que foi praticado. Alguns autores, ao se referir à
contenham defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos, convalidação, utilizam a expressão sanatória.
fazendo com que se respeite as normas administrativas. O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majori-
tária), constitutiva, secundária, e eficácia ex tunc.
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos,
Os atos administrativos são produzidos e editados com a fina- sustentando que os atos administrativos somente podem ser nu-
lidade de produzir efeitos jurídicos. Cumprida a finalidade a qual los. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos
fundamenta a edição do ato o mesmo deve ser extinto. anuláveis.
Outras vezes, fatos ou atos posteriores interferem diretamente Existem três formas de convalidação:
no ato e geram sua suspensão ou elimina definitivamente seus efei- a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade
tos, causando sua extinção. que praticou o ato;
Ademais, diversas são as causas que determinam a extinção b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior
dos atos adminsitrativos ou de seus efeitos, vejamos: àquela que praticou o ato;
Cassação: Ocorre a extinção do ato administrativo quando o c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou
administrado deixa de preencher condição necessária para perma- seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem por autoridade
nência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição superior.
indispensável para manutenção do ato administrativo.
Anulação ou invalidação (desfazimento): É a retirada, o desfazi- Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação
mento do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, ou será discricionária, ou seja, a Administração convalidará ou não o
seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base
ou pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc. o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via admi- convalidação deverá ser obrigatória, visto que, se houver como sa-
nistrativa. Ocorrerá por via judicial quando alguém solicita ao Ju- nar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto,
diciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando que existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra
a própria Administração expede um ato anulando o antecedente, alternativa senão anular o ato.
utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja, a Administração

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA Assim, a punição para condutas do servidor público de natu-
A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos reza leve é de advertência ou suspensão de até 30 dias. Nota-se
potestativos, que “são poderes que a lei confere a determinadas que caso conclua-se, diante da apuração do PAD simplificado, que a
pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre situ- infração é gravíssima, finaliza-se o PAD simplificado e instaura-se o
ações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou PAD propriamente dito.
seja, quando a lei ou a vontade fixam determinado prazo para se- Ex. Ocorre uma denuncia de um servidor, que está vendendo
rem exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito ma- pão de mel dentro da administração pública, as pessoas sabem que
terial. este servidor não sabe cozinhar. A autoridade recebe a informação.
O instituto da decadência tem a finalidade de garantir a segu- Sabe-se que essa conduta não é gravíssima, assim abre-se um PAD
rança jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem simplificado para apurar a situação, mas com a informação de que
pública, não podendo ser renunciada. Entretanto, se o prazo deca- a pessoa não sabe cozinhar, ao abrir o PAD simplificado ele não se
dencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por confirma, assim arquiva-se. No caso de confirmação, por exemplo,
convenção entre as partes, pode ser renunciado, que correspon- não era pão de mel, mas cocada, aqui não se arquiva o processo,
derá a uma revogação da condição para o exercício de um direito mas aplica-se uma advertência.
dentro de determinado tempo.
Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se Obs. Cuidado com o termo sindicância, na doutrina do Direito
como de decadência administrativa os prazos estabelecidos por Administrativo em Geral (Processo Administrativo – Lei 9.784/99),
diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Adminis- existe o termo sindicância, no sentido investigativo-inquisitório e
tração. E isso porque a prescrição, como instituto jurídico, pressu- acusatória- punitivo. Assim, dentro do Processo Administrativo Ge-
põe a existência de uma ação judicial apta à defesa de um direito. ral, existem duas modalidades de sindicância.
Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o
administrado pode interpor recursos administrativos ou pode a Ad- O PAD simplificado possui uma sindicância punitiva/acusatória,
ministração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre a conduta uma vez que ao final ela apresenta uma penalidade. Esta distinção
de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou ocorre, pois, caso esteja-se diante de uma sindicância investigati-
outras obrigações com os administrados, refere-se a esses prazos va/ inquisitória, não é necessário fornecer a ninguém o direito de
denominando-os de prescricionais. ampla defesa e contraditório, uma vez que não se está acusando
Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso do ninguém, mas apenas investigando.
prazo, impedindo a prática de um ato pela própria Administração. Não existe muitas regras sobre o processo administrativo dis-
ciplinar simplificado, de modo que, de maneira geral, utiliza-se o
procedimento do propriamente dito como margem.
PROCESSO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, REQUISITOS, O prazo para a conclusão de um PAD simplificado é de 30 dias,
OBJETIVOS, FASES, ESPÉCIES, PRINCÍPIOS DO PROCESSO ou seja, após o início da sindicância tem-se 30 dias para encerrar,
ADMINISTRATIVO podendo ser prorrogados por mais 30 dias.

II. Processo Administrativo Disciplinar Propriamente Dito: utili-


Processo administrativo zado nos casos de infrações gravíssimas. Este processo administra-
O Processo Administrativo Disciplinar tem como objetivo apu- tivo disciplinar possui três fases, sendo elas:
rar possíveis infrações disciplinares e, conforme o caso, aplicar a * Primeira Fase: Compreende a instauração do processo. Para a
penalidade cabível. instauração do processo é necessário que o Administrador Público
As regras disciplinares são de competência de cada ente fede- tome conhecimento de uma conduta indisciplinar, assim, é preciso
rativo, que irão regular os devidos procedimentos disciplinares de conhecer a conduta, para depois instaurar um PAD.
seus respectivos servidores públicos. *Diante de uma denuncia anônima é preciso instaurar o PAD? A
Na esfera federal, temos o nosso estudo baseado na Lei Lei 8.112/90 de a entender que a denuncia anônima está vedada de
8.112/90, sendo o estatuto dos servidores públicos. Vale destacar, maneira geral para evitar o chamado denuncismo. Uma vez que, a
que as regras estatutárias não podem desrespeitar os princípios e Lei fala que a denúncia deve ser clara, demonstrando seu endereço,
as regras constitucionais. nome, ou seja, você tem que ser responsável pela sua denúncia –
Dentro da Lei 8.112/90 existem três modalidades de Processo assumir a responsabilidade. Ocorre que, nessa situação, ao exigir
Administrativo Disciplinar, logo nas três hipóteses, por se tratar de que a denúncia seja sempre clara, pode estar evitando que certas
processo administrativo disciplinar é possível à existência de uma denúncias cheguem à Administração Pública. Assim, conclui-se que
penalidade ao final. São modalidades do PAD: a denúncia anônima não deve ser desconsiderada de fato, sendo
I. Processo Administrativo Disciplinar Simplificado/ Sindicância necessário analisar a presença de elementos concretos na denúncia
(Art. 145 da Lei 8.112/90): possui como objetivo a apuração das anônima.
condutas que em tese são de menor potencial ofensivo, pressupõe De modo que, ao receber a denúncia anônima a Autoridade
então que os tipos de penalidade a serem aplicadas aqui possuem competente não pode abrir um PAD de prontidão. Mas, caso a Au-
natureza leve. toridade verifique elementos concretos nesta denúncia anônima,
Caso ao dar início a esta modalidade de PAD e, verifica-se a não instaura-se um PAD de sindicância investigatório, se neste proces-
existência do fato, o PAD é arquivado, uma vez que está ausente de so for confirmado os elementos instaura-se um PAD propriamente
provas/ elementos probatórios. dito, para apurar a fundo as infrações e aplicar as penalidades ne-
Por outro lado, caso o PAD simplificado seja confirmado, apli- cessárias.
ca-se uma advertência, ou então, uma suspensão de até 30 dias ao O PAD Propriamente Dito pode ser instaurado de prontidão
servidor público. caso verifique-se uma conduta gravíssima, de uma denúncia clara
(pessoa assumi a responsabilidade), desta forma percebe-se que a
sindicância não é pré-requisito para a instauração do PAD, desde
que a denúncia seja clara.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Um dos elementos da Portaria que instaura o PAD é o afasta- Caso a conduta leve a suspensão do servidor, a Administração
mento preventivo da servidor público (Ato Administrativo – Porta- Pública tem dois anos, a partir do conhecimento da conduta, para
ria). Esse afastamento ocorre, pois muitas vezes, os demais servi- abrir o PAD sob pena de prescrição.
dores não se sentem confortáveis em testemunharem algo com o Por outro lado, caso a conduta leve a advertência ao servidor,
acusado ainda ocupando o cargo, pois ele poderia utilizar sua in- a Administração Pública tem 180 dias, a partir do conhecimento da
fluência – por exemplo, se vocês testemunharem acontecerá algo. conduta, para abrir o PAD, sob pena de prescrição.
Assim, o afastamento é utilizado como um acautelamento do Admi- Vale ressaltar, que nos três casos acima (demissão, suspen-
nistrador Público em relação ao processo administrativo disciplinar. são e advertência), caso a Autoridade competente, tome conheci-
Vale ressaltar que o afastamento temporário não é uma puni- mento da conduta e não instaure o PAD ela sofre as sanções da Lei
ção, tendo em vista que ainda não houve PAD. Sendo assim, neste 8.112/90, ou seja, assume a responsabilidade.
afastamento é razoável que o servidor público continue recebendo Ademais, importante ressaltar que no momento em que o PAD
a sua remuneração. O prazo de afastamento temporário do servidor é aberto, o prazo prescricional do mesmo se interrompe até a de-
público é de no máximo 60 dias, prorrogáveis, desde que justificá- cisão da autoridade competente (Art. 142, § 3º da Lei 8.112/90).
vel, por mais 60 dias (Art. 147 da Lei 8.112/90). Entretanto existem discussões acerca da razoabilidade desse tempo
Caso passe o período total de 120 dias (60 + 60 prorrogáveis), e de decisão da autoridade competente, de modo que a previsão le-
a Autoridade necessite de mais tempo para a investigação, não tem gal diverge da jurisprudencial.
como aumentar o prazo e o servidor continuar afastado, assim o A lei entende que a Autoridade tem o tempo necessário para
servidor retorna para o seu cargo e o PAD continua. se chegar a uma decisão, já a jurisprudência, entende que, uma vez
O Ato Administrativo que instaura o PAD indica o nome de três interrompido o prazo prescricional do PAD, após 140 dias, diante
servidores públicos para compor uma Comissão Processante. Ou da ausência de uma decisão pela autoridade competente, o pra-
seja, uma autoridade instaura o PAD, sendo somente os Ministros zo prescricional volta a correr. Isto é, uma vez instaurado o PAD, a
que possuem competência para tanto, entretanto não são os Minis- autoridade competente tem 140 dias para concluí-lo, uma vez que
tros que tocam o Processo Administrativo Disciplinar, mas sim uma o PAD normalmente deve durar 60 dias, prorrogáveis por mais 60,
Comissão Processante. após isso a autoridade competente tem 20 dias para julgá-lo – to-
Dentro do ato de instauração o Ministro já indica os servido- talizando 140 dias.
res públicos, sendo a regra geral que a Comissão Processante seja
composta por três Servidores Estáveis (estabilidade é um requisito * Segunda Fase: esta se subdivide em:
– Artigo 149 da Lei 8.112/90). Um desses três Servidores será Presi- - Inquérito Administrativo: é tocado pela Comissão Processan-
dente da Comissão, este tem que ter o cargo superior ou similar ao te, composta por três servidores públicos que possuem estabilida-
do servidor púbico acusado. de.
A regra geral prevê a estabilidade, pois esta funciona como - Instrução do Processo: nesta fase mantem-se a regra funda-
uma garantia do servidor público que compõe a comissão, de modo mental inserida no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal. Em
a garantir que este não pode ser retirado/ perder o cargo a não ser que, toda fase de Processo Administrativo Disciplinar será acom-
nas hipóteses do artigo 41 da CF, ou seja, não sofro o risco de ser panhada pelo Servidor acusado, uma vez que, caso não tenha este
ameaça a ser mandada embora. (Obs. Não pode estar este Servidor acompanhamento não existirá a possibilidade do contraditório e
Público somente no cargo de comissão, uma vez que cargos em co- nem da ampla defesa.
missão não possuem a estabilidade).
Obs. É muito comum na jurisprudência quando se anula um Outro princípio que rege esta fase é o Princípio da Oficialidade,
processo administrativo, anula-se a comissão processante em um no sentido de que a Comissão Processante ao tocar o inquérito ad-
sentido geral. Assim qual é o ato que a autoridade competente tem ministrativo age de ofício, não sendo necessário que a Autoridade
que fazer? Instaurar um novo PAD, com a nomeação de novas pes- Administrativa de comandos para a Comissão Processante.
soas para compor a comissão processante, uma vez que a anterior Nesta fase também é necessário buscar a verdade material/
foi desfeita, pois não garantiu a ampla defesa e o contraditório. real, ou seja, a verdade mais próxima do que realmente aconteceu,
Caso anteriormente tenha ocorrido alguma nulidade que tenha ge- nesse sentido, pode se falar que o PAD é muito parecido com o pro-
rado o desfazimento da comissão processante, pode esta mesma cesso penal.
comissão ser escolhida novamente. Assim, a Comissão Processante Durante a Instrução do Processo serão tomadas todas as me-
só não pode ser a mesma caso esta não garanta o contraditório e a didas necessárias como, por exemplo: oitiva de testemunhas, pe-
ampla defesa. rícias, acareações, sempre com a possibilidade de o servidor pú-
A Suspensão e Advertência podem ser aplicadas no PAD, no blico causado intervir no procedimento, ou seja, apresentar seus
momento em que o Servidor Público é suspenso ou advertido, próprios laudos, testemunhas.
começa a correr um prazo para o cancelamento desse registro de Nota-se que caso ocorra à violação ao contraditório e a ampla
penalidades na sua ficha de servidor público. De modo que, após defesa, o PAD deverá ser arquivado.
3 (para o caso de advertência) ou 5 (para a suspensão) anos o servi-
dor cometa outro ilícito/ não sofra nenhuma outra sanção, ele não Obs. É possível emprestar provas produzidas em processos ju-
será considerado como reincidente. Assim, aqui não se cancela os dicias em andamento? Sim, desde que esta prova emprestada seja
efeitos da suspensão e da advertência, mas o Registro de Penalida- lícita.
des em sua ficha. Obs. É necessário que se dê a possibilidade de participação de
Prazo de Prescrição do PAD: o Servidor Público no exercício da advogado, não podendo ser vedada a sua participação no PAD.
sua atividade, pratica uma conduta em que a penalidade típica é
demissão, assim, o poder público / administração pública, tem o Esta situação do Advogado gerou a Súmula Vinculante nº 5 do
prazo de 5 anos, a partir do conhecimento do fato da conduta pela STF, que prevê que a falta de defesa técnica, ou seja, de advoga-
autoridade competente para abrir um PAD, sob pena de prescrição. do em um PAD não ofende a Constituição Federal. Entretanto o STJ
acredita que é necessária a presença do advogado no PAD. O que
vale, neste caso, é a posição do STF na Súmula Vinculante nº 5.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Defesa CAPÍTULO II
- Relatório DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

* Terceira Fase: Julgamento Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad-
ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999 I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração suas obrigações;
Pública Federal. II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da deci-
CAPÍTULO I são, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
quando obrigatória a representação, por força de lei.
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo ad-
ministrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, CAPÍTULO III
visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração,
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
de função administrativa. I - expor os fatos conforme a verdade;
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad- III - não agir de modo temerário;
ministração direta e da estrutura da Administração indireta; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo-
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade rar para o esclarecimento dos fatos.
jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder CAPÍTULO IV
de decisão. DO INÍCIO DO PROCESSO
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, pro- Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a
porcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, seguran- pedido de interessado.
ça jurídica, interesse público e eficiência. Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observa- que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e
dos, entre outros, os critérios de: conter os seguintes dados:
I - atuação conforme a lei e o Direito; I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia to- II - identificação do interessado ou de quem o represente;
tal ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co-
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada municações;
a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e fundamentos;
boa-fé; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada
hipóteses de sigilo previstas na Constituição; de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o in-
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri- teressado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita- Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar
mente necessárias ao atendimento do interesse público; modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter- pretensões equivalentes.
minarem a decisão; Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula-
direitos dos administrados; dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade-
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi- CAPÍTULO V
nistrados; DOS INTERESSADOS
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de ale-
gações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos Art. 9o São legitimados como interessados no processo admi-
processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; nistrativo:
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de
as previstas em lei; direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de re-
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem preju- presentação;
ízo da atuação dos interessados; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que me- ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
lhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada III - as organizações e associações representativas, no tocante a
aplicação retroativa de nova interpretação. direitos e interesses coletivos;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quan- Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor
to a direitos ou interesses difusos. que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos inte-
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os ressados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato nor- e afins até o terceiro grau.
mativo próprio. Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser
objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de
delegação e avocação legalmente admitidos. forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou- vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica- autoridade responsável.
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns- § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos ser feita pelo órgão administrativo.
presidentes. § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencial-
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: mente e rubricadas.
I - a edição de atos de caráter normativo; Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis,
II - a decisão de recursos administrativos; no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori- o processo.
dade. Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi- atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do pro-
cados no meio oficial. cedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob- autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele
jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo mo-
de exercício da atribuição delegada. tivo de força maior.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela au- Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado
toridade delegante. até o dobro, mediante comprovada justificação.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar ex- Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencial-
plicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo dele- mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for
gado. o local de realização.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de CAPÍTULO IX
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publi-
camente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo
unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. administrativo determinará a intimação do interessado para ciência
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo de decisão ou a efetivação de diligências.
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor § 1o A intimação deverá conter:
grau hierárquico para decidir. I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade ad-
ministrativa;
CAPÍTULO VII II - finalidade da intimação;
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o ser- representar;
vidor ou autoridade que: V - informação da continuidade do processo independente-
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; mente do seu comparecimento;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, teste- VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
munha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias
cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; úteis quanto à data de comparecimento.
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o inte- § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por
ressado ou respectivo cônjuge ou companheiro. via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen- que assegure a certeza da ciência do interessado.
to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos
de atuar. ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi- meio de publicação oficial.
mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância
das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su-
pre sua falta ou irregularidade.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reco- § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na
nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo motivação do relatório e da decisão.
administrado. § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun-
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garanti- damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam
do direito de ampla defesa ao interessado. ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou
que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão
sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo,
de outra natureza, de seu interesse. forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o ór-
CAPÍTULO X gão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a
DA INSTRUÇÃO omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respec-
de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces- tiva apresentação implicará arquivamento do processo.
so, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência
probatórias. ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionan-
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos au- do-se data, hora e local de realização.
tos os dados necessários à decisão do processo. Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quin-
devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. ze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas prazo.
obtidas por meios ilícitos.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emiti-
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho do no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser
a parte interessada. emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade
pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos- de quem se omitiu no atendimento.
sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de ale- Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser
gações escritas. previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res-
a condição de interessado do processo, mas confere o direito de ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór-
obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.
comum a todas as alegações substancialmente iguais. Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú- legalmente fixado.
blica para debates sobre a matéria do processo. Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a
relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de prévia manifestação do interessado.
administrados, diretamente ou por meio de organizações e associa- Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob-
ções legalmente reconhecidas. ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de ou- o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote-
tros meios de participação de administrados deverão ser apresen- gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
tados com a indicação do procedimento adotado. Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emi-
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiên- tir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o
cia de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser reali- conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de deci-
zada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou repre- são, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autori-
sentantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a dade competente.
ser juntada aos autos.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale- CAPÍTULO XI
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a DO DEVER DE DECIDIR
instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir
registrados em documentos existentes na própria Administração decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou recla-
responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o ór- mações, em matéria de sua competência.
gão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad-
documentos ou das respectivas cópias. ministração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorro-
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da gação por igual período expressamente motivada.
tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili-
gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
objeto do processo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO XI-A Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada
DA DECISÃO COORDENADA será consolidada em ata, que conterá as seguintes informações:
(Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
I - relato sobre os itens da pauta; (Incluído pela Lei nº 14.210,
Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as de- de 2021)
cisões administrativas que exijam a participação de 3 (três) ou mais II - síntese dos fundamentos aduzidos; (Incluído pela Lei nº
setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante deci- 14.210, de 2021)
são coordenada, sempre que: (Incluído pela Lei nº 14.210, de III - síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação;
2021) (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
I - for justificável pela relevância da matéria; e (Incluído pela IV - registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das
Lei nº 14.210, de 2021) propostas de atos governamentais relativos ao objeto da convoca-
II - houver discordância que prejudique a celeridade do pro- ção; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
cesso administrativo decisório. (Incluído pela Lei nº 14.210, de V - posicionamento dos participantes para subsidiar futura atu-
2021) ação governamental em matéria idêntica ou similar; e (Incluído
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada pela Lei nº 14.210, de 2021)
a instância de natureza interinstitucional ou intersetorial que atua VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria su-
de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o proces- jeita à sua competência. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
so administrativo mediante participação concomitante de todas as § 1º Até a assinatura da ata, poderá ser complementada a fun-
autoridades e agentes decisórios e dos responsáveis pela instrução damentação da decisão da autoridade ou do agente a respeito de
técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compatibilida- matéria de competência do órgão ou da entidade representada.
de do procedimento e de sua formalização com a legislação perti- (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
nente. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) § 3º A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União,
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) do qual deverão constar, além do registro referido no inciso IV do
§ 4º A decisão coordenada não exclui a responsabilidade origi- caput deste artigo, os dados identificadores da decisão coordenada
nária de cada órgão ou autoridade envolvida. (Incluído pela Lei e o órgão e o local em que se encontra a ata em seu inteiro teor,
nº 14.210, de 2021) para conhecimento dos interessados. (Incluído pela Lei nº 14.210,
§ 5º A decisão coordenada obedecerá aos princípios da legali- de 2021)
dade, da eficiência e da transparência, com utilização, sempre que
necessário, da simplificação do procedimento e da concentração CAPÍTULO XII
das instâncias decisórias. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) DA MOTIVAÇÃO
§ 6º Não se aplica a decisão coordenada aos processos admi-
nistrativos: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
I - de licitação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
II - relacionados ao poder sancionador; ou (Incluído pela Lei I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
nº 14.210, de 2021) II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distin- III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
tos. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) pública;
Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da decisão coorde- IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
nada, na qualidade de ouvintes, os interessados de que trata o art. tatório;
9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) V - decidam recursos administrativos;
Parágrafo único. A participação na reunião, que poderá incluir VI - decorram de reexame de ofício;
direito a voz, será deferida por decisão irrecorrível da autoridade VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
responsável pela convocação da decisão coordenada. (Incluído ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
pela Lei nº 14.210, de 2021) VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
Art. 49-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) ção de ato administrativo.
Art. 49-D. Os participantes da decisão coordenada deverão ser § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, po-
intimados na forma do art. 26 desta Lei. (Incluído pela Lei nº dendo consistir em declaração de concordância com fundamentos
14.210, de 2021) de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é responsável neste caso, serão parte integrante do ato.
pela elaboração de documento específico sobre o tema atinente à § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode
respectiva competência, a fim de subsidiar os trabalhos e integrar ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das
o processo da decisão coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210, decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos inte-
de 2021) ressados.
Parágrafo único. O documento previsto no caput deste artigo § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis-
abordará a questão objeto da decisão coordenada e eventuais pre- sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo
cedentes. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) escrito.
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto da decisão
coordenada deverá ser manifestado durante as reuniões, de forma CAPÍTULO XIII
fundamentada, acompanhado das propostas de solução e de alte- DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
ração necessárias para a resolução da questão. (Incluído pela Lei
nº 14.210, de 2021) Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria estranha ao desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-
objeto da convocação. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) nunciar a direitos disponíveis.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no
atinge somente quem a tenha formulado. qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree-
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.
não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem
considerar que o interesse público assim o exige. efeito suspensivo.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o proces- Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou
so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida
impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar
efeito suspensivo ao recurso.
CAPÍTULO XIV Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo
de cinco dias úteis, apresentem alegações.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quan- Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de I - fora do prazo;
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. II - perante órgão incompetente;
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos adminis- III - por quem não seja legitimado;
trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários IV - após exaurida a esfera administrativa.
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a auto-
salvo comprovada má-fé. ridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de de- § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administra-
cadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. ção de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer me- administrativa.
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali- Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá con-
dade do ato. firmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a deci-
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão são recorrida, se a matéria for de sua competência.
ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresen- Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder
tarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Ad- decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientifi-
ministração. cado para que formule suas alegações antes da decisão.
CAPÍTULO XV Art. 64-A.Se o recorrente alegar violação de enunciado da sú-
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO mula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explici-
tará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, con-
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de forme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Vigência
razões de legalidade e de mérito. Art. 64-B.Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á
a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julga-
à autoridade superior. mento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões admi-
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administra- nistrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização
tivo independe de caução. pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.(Incluído pela Lei
§ 3oSe o recorrente alegar que a decisão administrativa contra- nº 11.417, de 2006). Vigência
ria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora Art. 65. Os processos administrativos de que resultem san-
da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabili- quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí-
dade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela veis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Lei nº 11.417, de 2006).Vigência Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três agravamento da sanção.
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: CAPÍTULO XVI
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro- DOS PRAZOS
cesso;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cienti-
afetados pela decisão recorrida; ficação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluin-
III - as organizações e associações representativas, no tocante a do-se o do vencimento.
direitos e interesses coletivos; § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
difusos. ou este for encerrado antes da hora normal.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ci- § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a
ência ou divulgação oficial da decisão recorrida. data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àque-
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis- le do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
trativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado,
do recebimento dos autos pelo órgão competente. os prazos processuais não se suspendem.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO XVII Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios
DAS SANÇÕES da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade,
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa,
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade compe- da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
tente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fa- segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do
zer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi-
CAPÍTULO XVIII cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1.942,
(Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a O objetivo da Lei de Licitações é regular a seleção da proposta
reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente que for mais vantajosa para a Administração Pública. No condizente
os preceitos desta Lei. à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, entende-se
Art. 69-A.Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão que este possui como foco, determinar que a licitação seja destina-
ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como da com o objetivo de garantir a observância do princípio constitu-
parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). cional da isonomia.
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;(In- Denota-se que a quantidade de princípios previstos na lei não
cluído pela Lei nº 12.008, de 2009). é exaustiva, aceitando-se quando for necessário, a aplicação de ou-
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído tros princípios que tenham relação com aqueles dispostos de forma
pela Lei nº 12.008, de 2009). expressa no texto legal.
III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). Verificamos, por oportuno, que a redação original do caput do
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, art. 3º da Lei 8.666/1993 não continha o princípio da promoção do
neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan- desenvolvimento nacional sustentável e que tal menção expressa,
te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anqui- apenas foi inserida com a edição da Lei 12.349/2010, contexto no
losante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da qual foi criada a “margem de preferência”, facilitando a concessão
doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, de vantagens competitivas para empresas produtoras de bens e
síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, serviços nacionais.
com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
doença tenha sido contraída após o início do processo.(Incluído Princípio da legalidade
pela Lei nº 12.008, de 2009). A legalidade, que na sua visão moderna é chamado também de
§ 1oA pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando juridicidade, é um princípio que pode ser aplicado à toda atividade
prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra- de ordem administrativa, vindo a incluir o procedimento licitatório.
tiva competente, que determinará as providências a serem cumpri- A lei serve para ser usada como limite de base à atuação do gestor
das. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). público, representando, desta forma, uma garantia aos administra-
§ 2oDeferida a prioridade, os autos receberão identificação pró- dos contra as condutas abusivas do Estado.
pria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela No âmbito das licitações, pondera-se que o princípio da lega-
Lei nº 12.008, de 2009). lidade é fundamental, posto que todas as fases do procedimento
§ 3o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). licitatório se encontram estabelecidas na legislação. Considera-se
§ 4o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). que todos os entes que participarem do certame, têm direito pú-
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. blico subjetivo de fiel observância do procedimento paramentado
na legislação por meio do art. 4° da Lei 8.666/1993, podendo, caso
venham a se sentir prejudicados pela ausência de observância de
LICITAÇÕES PÚBLICAS. LEI FEDERAL Nº 8.666/93. DEVER alguma regra, impugnar a ação ou omissão na esfera administrativa
DE LICITAR, PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO. MODALIDADES ou judicial.
LICITATÓRIAS. PREGÃO, LEI FEDERAL 10.520/02. PRO- Diga-se de passagem, não apenas os participantes, mas qual-
CESSO LICITATÓRIO. REGISTROS CADASTRAIS. REGIS- quer cidadão, pode por direito, impugnar edital de licitação em de-
TRO DE PREÇOS corrência de irregularidade na aplicação da lei, vir a representar ao
Ministério Público, aos Tribunais de Contas ou aos órgãos de con-
trole interno em face de irregularidades em licitações públicas, nos
Princípios termos dos arts. 41, § 1º, 101 e 113, § 1º da Lei 8666/1993.
Diante do cenário atual, pondera-se que ocorreram diversas
mudanças na Lei de Licitações. Porém, como estamos em fase Princípio da impessoalidade
de transição em relação às duas leis, posto que nos dois primei- Com ligação umbilical ao princípio da isonomia, o princípio da
ros anos, as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na impessoalidade demonstra, em primeiro lugar, que a Administra-
aplicação para processos que começaram na Lei anterior, deverão ção deve adotar o mesmo tratamento a todos os administrados que
continuar a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que estejam em uma mesma situação jurídica, sem a prerrogativa de
começarem após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos quaisquer privilégios ou perseguições. Por outro ângulo, ligado ao
com a aplicação da nova Lei. princípio do julgamento objetivo, registra-se que todas as decisões
Aprovada recentemente, a Nova Lei de Licitações sob o nº. administrativas tomadas no contexto de uma licitação, deverão ob-
14.133/2.021, passou por significativas mudanças, entretanto, no servar os critérios objetivos estabelecidos de forma prévia no edital
que tange aos princípios, manteve o mesmo rol do art. 3º da Lei nº. do certame. Desta forma, ainda que determinado licitante venha a
8.666/1.993, porém, dispondo sobre o assunto, no Capítulo II, art. apresentar uma vantagem relevante para a consecução do objeto
5º, da seguinte forma:

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do contrato, afirma-se que esta não poderá ser levada em consi- Princípio da Probidade Administrativa
deração, caso não haja regra editalícia ou legal que a preveja como A Lei de Licitações trata dos princípios da moralidade e da pro-
passível de fazer interferências no julgamento das propostas. bidade administrativa como formas distintas uma da outra. Os dois
princípios passam a noção de que a licitação deve ser configurada
Princípios da moralidade e da probidade administrativa pela honestidade, boa-fé e ética, tanto por parte da Administração
A Lei 8.666/1993, Lei de Licitações, considera que os princípios Pública, como por parte dos licitantes. Desta forma, para que um
da moralidade e da probidade administrativa possuem realidades comportamento tenha validade, é necessário que seja legal e esteja
distintas. Na realidade, os dois princípios passam a informação de em conformidade com a ética e os bons costumes.
que a licitação deve ser pautada pela honestidade, boa-fé e ética, Existe divergência quanto à distinção entre esses dois princí-
isso, tanto por parte da Administração como por parte dos entes pios. Alguns doutrinadores usam as duas expressões com o mesmo
licitantes. Sendo assim, para que um comportamento seja conside- significado, ao passo que outros procuram diferenciar os conceitos.
rado válido, é imprescindível que, além de ser legalizado, esteja nos O correto é que, enquanto a moralidade se constitui num conceito
ditames da lei e de acordo com a ética e os bons costumes. Exis- vago, a probidade administrativa, ou melhor dizendo, a improbida-
tem desentendimentos doutrinários acerca da distinção entre esses de administrativa se encontra eivada de contornos definidos na Lei
dois princípios. Alguns autores empregam as duas expressões com 8.429/1992.
o mesmo significado, ao passo que outros procuram diferenciar
os conceitos. O que perdura, é que, ao passo que a moralidade é Princípio da igualdade
constituída em um conceito vago e sem definição legal, a probidade Conhecido como princípio da isonomia, decorre do fato de que
administrativa, ou melhor dizendo, a improbidade administrativa a Administração Pública deve tratar, de forma igual, todos os licitan-
possui contornos paramentados na Lei 8.429/1992. tes que estiverem na mesma situação jurídica. O princípio da igual-
dade garante a oportunidade de participar do certame de licitação,
Princípio da Publicidade todos os que tem condições de adimplir o futuro contrato e proíbe,
Possui a Administração Pública o dever de realizar seus atos pu- ainda a feitura de discriminações injustificadas no julgamento das
blicamente de forma a garantir aos administrados o conhecimento propostas.
do que os administradores estão realizando, e também de manei- Aplicando o princípio da igualdade, o art. 3º, I, da Lei
ra a possibilitar o controle social da conduta administrativa. Em se 8.666/1993, veda de forma expressa aos agentes públicos admitir,
tratando especificamente de licitação, determina o art. 3º, § 3º, da prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação por meio de edital
Lei 8.666/1993 que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e ou convite, as cláusulas que comprometam, restrinjam ou frustrem
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao o seu caráter de competição, inclusive nos casos de sociedades co-
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”. operativas, e estabeleçam preferências ou diferenças em decorrên-
Advindo do mesmo princípio, qualquer cidadão tem o direito cia da naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes ou de
de acompanhar o desenvolvimento da licitação, desde que não in- “qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
terfira de modo a atrapalhar ou impedir a realização dos trabalhos específico objeto do contrato”, com ressalva ao disposto nos §§ 5º a
(Lei 8.666/1993, art. 4º, in fine). 12 do mesmo artigo, e no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991.
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que “a publici- Ante o exposto, conclui-se que, mesmo que a circunstância
dade é tanto maior, quanto maior for a competição propiciada pela restrinja o caráter de competição do certame, se for pertinente ou
modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na concorrên- relevante para o objeto do contrato, poderá ser incluída no instru-
cia, em que o interesse maior da Administração é o de atrair maior mento de convocação do certame.
número de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o O princípio da isonomia não impõe somente tratamento igua-
valor do contrato dispensa maior divulgação. “ litário aos assemelhados, mas também a diferenciação dos desi-
Todo ato da Administração deve ser publicado de forma a for- guais, na medida de suas desigualdades.
necer ao cidadão, informações acerca do que se passa com as ver-
bas públicas e sua aplicação em prol do bem comum e também por Princípio do Planejamento
obediência ao princípio da publicidade. A princípio, infere-se que o princípio do planejamento se en-
contra dotado de conteúdo jurídico, sendo que é seu dever fixar o
Princípio da eficiência do interesse público dever legal do planejamento como um todo.
Trata-se de um dos princípios norteadores da administração Registra-se que a partir deste princípio, é possível compreen-
pública acoplado aos da legalidade, finalidade, motivação, razoabili- der que a Administração Pública tem o dever de planejar toda a
dade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, licitação e também toda a contratação pública de forma adequada
da segurança jurídica e do interesse público. e satisfatória. Assim, o planejamento exigido, é o que se mostre de
Assim sendo, não basta que o Estado atue sobre o manto da forma eficaz e eficiente, bem como que se encaixe a todos os outros
legalidade, posto que quando se refere serviço público, é essencial princípios previstos na CFB/1.988 e na jurisdição pátria como um
que o agente público atue de forma mais eficaz, bem como que todo.
haja melhor organização e estruturação advinda da administração Desta forma, na ausência de justificativa para realizar o pla-
pública. nejamento adequado da licitação e do contrato, ressalta-se que a
Vale ressaltar que o princípio da eficiência deve estar subme- ausência, bem como a insuficiência dele poderá vir a motivar a res-
tido ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a ponsabilidade do agente público.
atuação administrativa agindo de forma contrária ao ordenamento
jurídico, posto que por mais eficiente que seja, ambos os princípios Princípio da transparência
devem atuar de forma acoplada e não sobreposta. O princípio da transparência pode ser encontrado dentro da
Por ser o objeto da licitação a escolha da proposta mais vanta- aplicação de outros princípios, como os princípios da publicidade,
josa, o administrador deverá se encontrar eivado de honestidade ao imparcialidade, eficiência, dentre outros.
cuidar da Administração Pública.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Boa parte da doutrina afirma o princípio da transparência não é Nos ditames do art. 3º da Lei nº 8.666/93, a licitação destina-se
um princípio independente, o incorporando ao princípio da publici- a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a
dade, posto ser o seu entendimento que uma das inúmeras funções seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a pro-
do princípio da publicidade é o dever de manter intacta a trans- moção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada
parência dos atos das entidades públicas. Entretanto, o princípio e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da le-
da transparência pode ser diferenciado do princípio da publicida- galidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publi-
de pelo fato de que por intermédio da publicidade, existe o dever cidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
das entidades públicas consistente na obrigação de divulgar os seus convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
atos, uma vez que nem sempre a divulgação de informações é feita O princípio da vinculação ao instrumento convocatório princí-
de forma transparente. pio se destaca por impor à Administração a não acatar qualquer
O Superior Tribunal de Justiça entende que o “direito à infor- proposta que não se encaixe nas exigências do ato convocatório,
mação, abrigado expressamente pelo art. 5°, XIV, da Constituição sendo que tais exigências deverão possuir total relação com o obje-
Federal, é uma das formas de expressão concreta do Princípio da to da licitação, com a lei e com a Constituição Federal.
Transparência, sendo também corolário do Princípio da Boa-fé Ob-
jetiva e do Princípio da Confiança […].” (STJ. RESP 200301612085, Princípio do julgamento objetivo
Herman Benjamin – Segunda Turma, DJE DATA:19/03/2009). O objetivo desse princípio é a lisura do processo licitatório. De
acordo com o princípio do julgamento objetivo, o processo licitató-
Princípio da eficácia rio deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório,
Por meio desse princípio, deverá o agente público agir de for- para o julgamento das propostas apresentadas, devendo seguir de
ma eficaz e organizada promovendo uma melhor estruturação por forma fiel ao disposto no edital quando for julgar as propostas.
parte da Administração Pública, mantendo a atuação do Estado Esse princípio possui o condão de impedir quaisquer interpre-
dentro da legalidade. tações subjetivas do edital que possam favorecer um concorrente e,
Vale ressaltar que o princípio da eficácia deve estar submetido por consequência, vir a prejudicar de forma desleal a outros.
ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação
administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficien- Princípio da razoabilidade
te que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de Trata-se de um princípio de grande importância para o contro-
maneira conjunta e não sobrepostas. le da atividade administrativa dentro do processo licitatório, posto
que se incumbe de impor ao administrador, a atuação dentro dos
Princípio da segregação de funções requisitos aceitáveis sob o ponto de vista racional, uma vez que ao
Trata-se de uma norma de controle interno com o fito de evitar trabalhar na interdição de decisões ou práticas discrepantes do mí-
falhas ou fraudes no processo de licitação, vindo a descentralizar o nimo plausível, prova mais uma vez ser um veículo de suma im-
poder e criando independência para as funções de execução opera- portância do respeito à legalidade, na medida em que é a lei que
cional, custódia física, bem como de contabilização determina os parâmetros por intermédio dos quais é construída a
Assim sendo, cada setor ou servidor incumbido de determina- razão administrativa como um todo.
da tarefa, fará a sua parte no condizente ao desempenho de fun- Pondera-se que o princípio da razoabilidade se encontra aco-
ções, evitando que nenhum empregado ou seção administrativa plado ao princípio da proporcionalidade, além de manter relação
venha a participar ou controlar todas as fases relativas à execução e com o princípio da finalidade, uma vez que, caso não seja atendida
controle da despesa pública, vindo assim, a possibilitar a realização a razoabilidade, a finalidade também irá ficar ferida.
de uma verificação cruzada.
O princípio da segregação de funções, advém do Princípio da Princípio da competitividade
moralidade administrativa e se encontra previsto no art. 37, caput, O princípio da competição se encontra relacionado à competiti-
da CFB/1.988 e o da moralidade, no Capítulo VII, seção VIII, item 3, vidade e às cláusulas que são responsáveis por garantir a igualdade
inciso IV, da IN nº 001/2001 da Secretaria Federal de Controle Inter- de condições para todos os concorrentes licitatórios. Esse princípio
no do Ministério da Fazenda. se encontra ligado ao princípio da livre concorrência nos termos do
inciso IV do art. 170 da Constituição Federal Brasileira. Desta manei-
Princípio da motivação ra, devido ao fato da lei recalcar o abuso do poder econômico que
O princípio da motivação predispõe que a administração no pretenda eliminar a concorrência, a lei e os demais atos normativos
processo licitatório possui o dever de justificar os seus atos, vindo pertinentes não poderão agir com o fulcro de limitar a competitivi-
a apresentar os motivos que a levou a decidir sobre os fatos, com dade na licitação.
a observância da legalidade estatal. Desta forma, é necessário que Assim, havendo cláusula que possa favorecer, excluir ou infrin-
haja motivo para que os atos administrativos licitatórios tenham gir a impessoalidade exigida do gestor público, denota-se que esta
sido realizados, sempre levando em conta as razões de direito que poderá recair sobre a questão da restrição de competição no pro-
levaram o agente público a proceder daquele modo. cesso licitatório.
Obs. importante: De acordo com o Tribunal de Contas, não é
Princípio da vinculação ao edital aceitável a discriminação arbitrária no processo de seleção do con-
Trata-se do corolário do princípio da legalidade e da objetivi- tratante, posto que é indispensável o tratamento uniforme para si-
dade das determinações de habilidades, que possui o condão de tuações uniformes, uma vez que a licitação se encontra destinada
impor tanto à Administração, quanto ao licitante, a imposição de a garantir não apenas a seleção da proposta mais vantajosa para a
que este venha a cumprir as normas contidas no edital de maneira Administração Pública, como também a observância do princípio
objetiva, porém, sempre zelando pelo princípio da competitividade. constitucional da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumário).
Denota-se que todos os requisitos do ato convocatório devem
estar em conformidade com as leis e a Constituição, tendo em vista
que se trata de ato concretizador e de hierarquia inferior a essas
entidades.
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Princípio da proporcionalidade Princípio da obrigatoriedade
O princípio da proporcionalidade, conhecido como princípio Consagrado no art. 37, XXI, da CF, esse princípio está disposto
da razoabilidade, possui como objetivo evitar que as peculiaridades no art. 2º do Estatuto das Licitações. A determinação geral é que
determinadas pela Constituição Federal Brasileira sejam feridas ou as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e
suprimidas por ato legislativo, administrativo ou judicial que possa locações da Administração Pública, quando forem contratadas por
exceder os limites por ela determinados e avance, sem permissão terceiros, sejam precedidas da realização de certame licitatório,
no âmbito dos direitos fundamentais. com exceção somente dos casos previstos pela legislação vigente.

Princípio da celeridade Princípio do formalismo


Devidamente consagrado pela Lei nº 10.520/2.002 e conside- Por meio desse princípio, a licitação se desenvolve de acordo
rado um dos direcionadores de licitações na modalidade pregão, o com o procedimento formal previsto na legislação. Assim sendo, o
princípio da celeridade trabalha na busca da simplificação de pro- art. 4º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993 determina que “o pro-
cedimentos, formalidades desnecessárias, bem como de intransi- cedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrati-
gências excessivas, tendo em vista que as decisões, sempre que for vo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração
possível, deverão ser aplicadas no momento da sessão. Pública”.

Princípio da economicidade Princípio do sigilo das propostas


Sendo o fim da licitação a escolha da proposta que seja mais Até a abertura dos envelopes licitatórios em ato público ante-
vantajosa para a Administração Pública, pondera-se que é neces- cipadamente designado, o conteúdo das propostas apresentadas
sário que o administrador esteja dotado de honestidade ao cuidar pelos licitantes deve ser mantido em sigilo nos termos do art. 43,
coisa pública. O princípio da economicidade encontra-se relaciona- § 1º, da Lei 8.666/1993. Deixando claro que violar o sigilo de pro-
do ao princípio da moralidade e da eficiência. postas apresentadas em procedimento licitatório, ou oportunizar
Sobre o assunto, no que condiz ao princípio da economicidade, a terceiro a oportunidade de devassá-lo, além de prejudicar os de-
entende o jurista Marçal Justen Filho, que “… Não basta honestida- mais licitantes, constitui crime tipificado no art. 94 do Estatuto das
de e boas intenções para validação de atos administrativos. A eco- Licitações, vindo a sujeitar os infratores à pena de detenção, de 2
nomicidade impõe adoção da solução mais conveniente e eficiente (dois) a 3 (três) anos, e multa;
sob o ponto de vista da gestão dos recursos públicos”. (Justen Filho,
1998, p.66). Princípio da adjudicação compulsória ao vencedor
Significa que a Administração não pode, ao concluir o procedi-
Princípio da licitação sustentável mento, atribuir o objeto da licitação a outro agente ou ente que não
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “o princípio da susten- seja o vencedor. Esse princípio, também impede que seja aberta
tabilidade da licitação ou da licitação sustentável liga-se à ideia de nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior.
que é possível, por meio do procedimento licitatório, incentivar a Registra-se que a adjudicação é um ato declaratório que ga-
preservação do meio ambiente”. rante ao vencedor que, vindo a Administração a celebrar um con-
Esse princípio passou a constar de maneira expressa do contido trato, o fará com o agente ou ente a quem foi adjudicado o objeto.
na Lei 8.666/1993 depois que o seu art. 3º sofreu alteração pela Lei Entretanto, mesmo que o objeto licitado tenha sido adjudicado, é
12.349/2010, que incluiu entre os objetivos da licitação a promoção possível que não aconteça a celebração do contrato, posto que a
do desenvolvimento nacional sustentável. licitação pode vir a ser revogada de forma lícita por motivos de in-
Da mesma maneira, a Lei 12.462/2011, que institui o Regime teresse público, ou anulada, caso seja constatada alguma irregula-
Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), dispõe o desenvolvi- ridade Insanável.
mento nacional sustentável como forma de princípio a ser obser-
vado nas licitações e contratações regidas por seu diploma legal. Princípio da competitividade
Assim, prevê a mencionada Lei que as contratações realizadas com É advindo do princípio da isonomia. Em outras palavras, ha-
fito no Regime Jurídico Diferenciado de Contratações Públicas de- vendo restrição à competição, de maneira a privilegiar determi-
vem respeitar, em especial, as normas relativas ao art. 4º, § 1º: nado licitante, consequentemente ocorrerá violação ao princípio
A) disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só- da isonomia. Por esse motivo, como manifestação do princípio da
lidos gerados pelas obras contratadas; competitividade, tem-se a regra de que é proibido aos agentes pú-
B) mitigação por condicionantes e compensação ambiental, blicos “admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental; cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
c) utilização de produtos, equipamentos e serviços que, comprova- o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coope-
damente, reduzam o consumo de energia e recursos naturais; rativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da natu-
D) avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação ralidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
urbanística; circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto
E) proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e do contrato”, com exceção do disposto nos §§ 5º a 12 deste art. e
imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi- no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991” .
reto causado pelas obras contratadas; Convém mencionar que José dos Santos Carvalho Filho, enten-
F) acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou de que o dispositivo legal mencionado anteriormente é tido como
com mobilidade reduzida. manifestação do princípio da indistinção.

Princípios correlatos Princípio da vedação à oferta de vantagens imprevistas


Além dos princípios anteriores determinados pela Lei É um corolário do princípio do julgamento objetivo. No referen-
8.666/1993, a doutrina revela a existência de outros princípios que te ao julgamento das propostas, a comissão de licitação não poderá,
também são atinentes aos procedimentos licitatórios, dentre os por exemplo, considerar qualquer oferta de vantagem que não es-
quais se destacamos: teja prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos sub-
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sidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas 2) As normas de direito penal que deverão ser aplicadas na se-
ofertas dos demais licitantes, nos ditames do art. 44, parag. 2°da ara dos processos de contratação, que, por sua vez, deixarão de ser
Lei 8.666/1993. regulados pelos arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/93; e
3) Os critérios de desempate de propostas, sendo que a Lei nº
Competência Legislativa 13.303/16 dispõe de forma expressa, dentre os critérios de desem-
A União é munida de competência privativa para legislar sobre pate contidos no art. 55, inc. III, a adoção da previsão que se encon-
normas gerais de licitações, em todas as modalidades, para a admi- tra inserida no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, que por sua vez,
nistração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito passará a ter outro tratamento pela Nova Lei de Licitações.
Federal e dos Municípios, conforme determinação do art. 22, XXVII,
da CFB/1988. Dispensa e inexigibilidade
Desse modo, denota-se que de modo geral, as normas edita- Verificar-se-á a inexigibilidade de licitação sempre que houver
das pela União são de observância obrigatória por todos os entes inviabilidade de competição. Com a entrada em vigor da Nova Lei
federados, competindo a estes, editar normas específicas que são de Licitações, Lei nº. 14.133/2.021 no art. 74, I, II e III, foi disposto
aplicáveis somente às suas próprias licitações, de modo a comple- as hipóteses por meio das quais a competição é inviável e que, por-
mentar a disciplina prevista na norma geral sem contrariá-la. tanto, nesses casos, a licitação é inexigível. Vejamos:
Nessa linha, a título de exemplo, a competência para legislar
supletivamente não permite: a) a criação de novas modalidades li- Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,
citatórias ou de novas hipóteses de dispensa de licitação; b) o esta- em especial nos casos de:
belecimento de novos tipos de licitação (critérios de julgamento das I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
propostas); c) a redução dos prazos de publicidade ou de recursos. contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor,
É importante registrar que a EC 19/1998, em alteração ao art. empresa ou representante comercial exclusivos;
173, § 1º, da Constituição Federal, anteviu que deverá ser editada II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente
lei com o fulcro de disciplinar o estatuto jurídico da empresa pú- ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
blica, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que crítica especializada ou pela opinião pública;
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
bens ou de prestação de serviços, sendo que esse estatuto deverá de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
dispor a respeito de licitação e contratação de obras, serviços, com- empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
pras e alienações, desde que observados os princípios da adminis- serviços de publicidade e divulgação:
tração pública. a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje-
A mencionada modificação constitucional, teve como objeti- tos executivos;
vo possibilitar a criação de normas mais flexíveis sobre licitação e b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
contratos e com maior adequação condizente à natureza jurídica c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
das entidades exploradoras de atividades econômicas, que traba- ou tributárias;
lham sob sistema jurídico predominantemente de direito privado. d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
O Maior obstáculo, é o fato de que essas instituições na maioria das viços;
vezes entram em concorrência com a iniciativa privada e precisam e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
ter uma agilidade que pode, na maioria das situações, ser prejudi- f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
cada pela necessidade de submissão aos procedimentos burocráti- g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
cos da administração direta, autárquica e fundacional. h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en-
Em observância e cumprimento à determinação da Constitui- saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento
ção Federal, foi promulgada a Lei 13.303/2016, Lei das Estatais, que de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
criou regras e normas específicas paras as licitações que são dirigi- serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso;
das por qualquer empresa pública e sociedade de economia mista IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ponde- credenciamento;
ra-se que tais regras forma mantidas pela nova Lei de Licitações, Lei V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins-
nº: 14.133/2.021 em seu art. 1º, inciso I. talações e de localização tornem necessária sua escolha.
De acordo com as regras e normas da Lei 13.303/2016, tais em- Em entendimento ao inc. I, afirma-se que o fornecedor exclu-
presas públicas e sociedades de economia mista não estão dispen- sivo, vedada a preferência de marca, deverá a comprovar a exclu-
sadas do dever de licitar. Mas estão somente adimplindo tal obriga- sividade por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro do
ção com seguimento em procedimentos mais flexíveis e adequados comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o
a sua natureza jurídica. Assim sendo, a Lei 8.666/1993 acabou por serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
não mais ser aplicada às estatais e às suas subsidiárias. ainda, pelas entidades equivalentes.
Entretanto, com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações de Em relação ao inc. II do referido diploma legal, verifica-se a dis-
nº. 14.133/2.021, advinda do Projeto de Lei nº 4.253/2020, obser- pensabilidade da exigência de licitação para a contratação de profis-
va-se que ocorreu um impacto bastante concreto para as estatais sionais da seara artística de forma direta ou através de empresário,
naquilo que se refere ao que a Lei nº 13.303/16 expressa ao reme- levando em conta que este deverá ser reconhecido publicamente.
ter à aplicação das Leis nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02. Por fim, o inc. III, aduz sobre a contratação de serviços técnicos
Nesse sentido, denota-se em relação ao assunto acima que são especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas
pontos de destaque com a aprovação da Nova Lei de Licitações de de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
nº. 14.133/2.021: publicidade e divulgação.
1) O pregão, sendo que esta modalidade não será mais regula-
da pela Lei nº 10.520/02, que consta de forma expressa no art. 32,
IV, da Lei nº 13.303/16;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ressalta-se que além das mencionadas hipóteses previstas de Nesta espécie de licitação, vencerá a proposta que oferecer e
forma exemplificativa na legislação, sempre que for impossível a comprovar maiores vantagens para a Administração Pública, ape-
competição, o procedimento de inexigibilidade de licitação deverá nas em questões de valores, o que, na maioria das vezes, termina
ser adotado. por prejudicar a população, tendo em vista que ao analisar apenas
Vale destacar com grande importância, ainda, em relação ao a questão de menor preço, nem sempre irá conseguir contratar um
inc. III da Nova Lei de Licitações, que nem todo serviço técnico espe- trabalho de qualidade.
cializado está apto a ensejar a inexigibilidade de licitação, fato que
se verificará apenas se ao mesmo tempo, tal serviço for de natureza Maior desconto
singular e o seu prestador for dotado de notória especialização. O Pondera-se que caso a licitação seja julgada pelo critério de
serviço de natureza singular é reconhecido pela sua complexidade, maior desconto, o preço com o valor estimado ou o máximo aceitá-
relevância ou pelos interesses públicos que estiverem em jogo, vin- vel, deverá constar expressamente do edital. Isso acontece, por que
do demandar a contratação de prestador com a devida e notória nessas situações específicas, a publicação do valor de referência da
especialização. Administração Pública é extremamente essencial para que os pro-
Por sua vez, a legislação considera como sendo de notória ponentes venham a oferecer seus descontos.
especialização, aquele profissional ou empresa que o conceito no Denota-se que o texto de lei determina que a administração li-
âmbito de sua especialidade, advindo de desempenho feito ante- citante forneça o orçamento original da contratação, mesmo que tal
riormente como estudos, experiências, publicações, organização, orçamento tenha sido declarado sigiloso, a qualquer instante tanto
equipe técnica, ou de outros atributos e requisitos pertinentes com para os órgãos de controle interno quanto externo. Esse fato é de
suas atividades, que permitam demonstrar e comprovar que o seu grande importância para a administração Pública, tendo em vista
trabalho é essencial e o mais adequado à plena satisfação do objeto que a depender do mercado, a divulgação do orçamento original no
do contrato. instante de ocorrência da licitação acarretará o efeito âncora, fazen-
Vale mencionar que em situações práticas, a contratação de do com que os valores das propostas sejam elevados ao patamar
serviços especializados por inexigibilidade de licitação tem criado mais aproximado possível no que diz respeito ao valor máximo que
várias controvérsias, principalmente quando se refere à contrata- a Administração admite.
ção de serviços de advocacia e também de contabilidade.
Conforme já estudado, a licitação é tida como dispensada Melhor técnica ou conteúdo artístico
quando, mesmo a competição sendo viável, o certame deixou de Nesse tipo de licitação, a escolha da empresa vencedora leva
ser realizado pelo fato da própria lei o dispensar. Tem natureza dife- em consideração a proposta que oferecer mais vantagem em ques-
rente da ausência de exigibilidade da licitação dispensável porque tão de fatores de ordem técnica e artística. Denota-se que esta es-
nesta, o gestor tem a possibilidade de decidir por realizar ou não o pécie de licitação deve ser aplicada com exclusividade para serviços
procedimento. de cunho intelectual, como ocorre na elaboração de projetos, por
A licitação dispensada está acoplada às hipóteses de alienação exemplo incluindo-se nesse rol, tanto os básicos como os executi-
de bens móveis ou imóveis da Administração Pública. Em grande vos como: cálculos, gerenciamento, supervisão, fiscalização e ou-
parte das vezes, quando, ao pretender a Administração alienar bens tros pertinentes à matéria.
de sua propriedade, sejam estes móveis ou imóveis, deverá proce-
der à realização de licitação. No entanto, em algumas situações, em Técnica e preço
razão das peculiaridades do caso especifico, a lei acaba por dispen- Depreende-se que esta espécie de licitação é de cunho obriga-
sar o procedimento, o que é verificado, por exemplo, na hipótese da tório quando da contratação de bens e serviços na área tecnológica
doação de um bem para outro órgão ou entidade da Administração como de informática e áreas afins, e também nas modalidade de
Pública de qualquer esfera de governo. Ocorre que nesse caso, a concorrência, segundo a nova lei de Licitações. Nesse caso espe-
Administração já determinou previamente para qual órgão ou en- cífico, o licitante demonstra e apresenta a sua proposta e a docu-
tidade irá doar o bem. Assim sendo, não existe a necessidade de mentação usando três envelopes distintos, sendo eles: o primeiro
realização do certame licitatório. para a habilitação, o segundo para o deslinde da proposta técnica e
o terceiro, com o preço, que deverão ser avaliados nessa respectiva
Critérios de Julgamento ordem.
Os novos critérios de julgamento tratam-se das referências que
são utilizadas para a avaliação das propostas de licitação. Registra- Maior lance (leilão)
-se que as espécies de licitação encontram-se dotadas de caracte- Nos ditames da nova Lei de Licitações, esse critério se encon-
rísticas e exigências diversas, sendo que as espécies de licitação ten- tra restrito à modalidade de leilão, disciplina que estudaremos nos
dem sempre a variam de acordo com seus prazos e ritos específicos próximos tópicos.
como um todo. Com a aprovação da Lei 14.133/2.021 em seu art.
33, foram criados novos tipos de licitação designados para a com- Maior retorno econômico
pra de bens e serviços. Sendo eles: menor preço, maior desconto, Registra-se que esse tema se trata de uma das maiores novida-
melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior lance des advindas da Nova Lei de Licitações, pelo fato desse requisito ser
(leilão), maior retorno econômico. um tipo de licitação de uso para licitações cujo objeto e fulcro sejam
Vejamos: uma espécie de contrato de eficiência.
Assim dispõe o inc. LIII do Art. 6º da Nova Lei de Licitações:
Menor preço LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação
Trata-se do principal objetivo da Administração Pública que é de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento
o de comprar pelo menor preço possível. É o critério padrão bási- de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante,
co e o mais utilizado em qualquer espécie de licitação, inclusive o na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra-
pregão. Desta forma, vence, aquele que apresentar o preço menor tado com base em percentual da economia gerada;
entre os participantes do certame, desde que a empresa licitante
atenda a todos os requisitos estipulados no edital.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Desta forma, depreende-se que a pretensão da Administração Leilão
não se trata somente da obra, do serviço ou do bem propriamente Disposto no art. 31 da Nova Lei de Licitações, o leilão poderá
dito, mas sim do resultado econômico que tenha mais vantagens ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela auto-
advindas dessas prestações, razão pela qual, a melhor proposta de ridade competente da Administração, sendo que seu regulamento
ajuste trata-se daquela que oferece maior retorno econômico à ma- deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais.
quina pública. Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro
oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante credencia-
Modalidades mento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de jul-
De antemão, infere-se que com o advento da nova Lei de Li- gamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas,
citações de nº. 14.133/2.021, foram excluídas do diploma legal da utilizados como parâmetro máximo, os percentuais definidos na lei
Lei 8.666/1.993 as seguintes modalidades de licitação: tomada de que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a
preços, convite e RDC – Lei 12.462/2.011. Desta forma, de acordo serem leiloados
com a Nova Lei de Licitações, são modalidades de licitação: concor- O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de
rência, concurso, leilão, pregão e diálogo competitivo. habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase
Lembrando que conforme afirmado no início desse estudo, de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo
pelo fato do ordenamento jurídico administrativo estar em fase de licitante vencedor, na forma definida no edital.
transição em relação às duas leis, posto que nos dois primeiros anos Quaisquer interessados podem participar do leilão. Denota-se
as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na aplicação que o bem será vendido para o licitante que fizer a oferta de maior
para processos que começaram na Lei anterior, deverão continuar lance, o qual deverá obrigatoriamente ser igual ou superior ao valor
a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que começarem de avaliação do bem.
após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos com a aplica- A realização do leilão poderá ser por meio de leiloeiro oficial ou
ção da nova Lei. por servidor indicado pela Administração, procedendo-se conforme
os ditames da legislação pertinente.
Concorrência Destaca-se ainda, que algumas entidades financeiras da Admi-
Com fundamento no art. 29 da Lei 14.133/2.021, concorrência nistração indireta executam contratos de mútuo que são garantidos
é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na por penhor e que, restando-se vencido o contrato, se a dívida não
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requi- for liquidada, promover-se-á o leilão do bem empenhado que deve-
sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de rá seguir as regras pertinentes à Lei de licitações.
seu objeto.
Em termos práticos, trata-se a concorrência de modalidade Pregão
licitatória conveniente para contratações de grande aspecto. Isso Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata-
ocorre, por que a Lei de Licitações e Contratos dispôs uma espécie -se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço,
de hierarquia quando a definição da modalidade de licitação acon- designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns.
tece em razão do valor do contrato. Ocorre que quanto maiores Existem duas maneiras de ocorrência dos pregões, sendo estas nas
forem os valores envolvidos, mais altos e maiores serão o nível de formas eletrônica e presencial.
publicidade bem como os prazos estipulados para a realização do Pondera-se que a Lei geral que rege os pregões é a Lei
procedimento. Em alguns casos, não obstante, é permitido uso da 10.520/02. No entanto, em âmbito federal, o pregão presencial é
modalidade de maior publicidade no lugar das de menor publicida- fundamentado e regulamentado pelo Decreto3.555/00, já o pregão
de, jamais o contrário. eletrônico, por meio do Decreto 5.450/05.
Nesta linha de pensamento, a regra passa a exigir o uso da con- Os referidos decretos, em razão da natureza institucional de
corrência para valores elevados, vindo a permitir que seja realizada processamento dos pregões, são estabelecidos por meio de regras
a tomada de preços ou concorrência para montantes de cunho in- diferentes que serão adotadas pelo Poder Público.
termediário e convite (ou tomada de preços ou concorrência), para Em âmbito federal, a modalidade pregão é obrigatória para
contratos de valores mais reduzidos. Os gestores, na prática, ge- contratação de serviços e bens comuns. No entanto, o Decreto
ralmente optam por utilizar a modalidade licitatória que seja mais 5.459/05 determina que a forma eletrônica é, via de regra, prefe-
simplificada dentro do possível, de maneira a evitar a submissão a rencial.
prazos mais extensos de publicidade do certame. Ressalta-se que aqueles que estiverem interessados em partici-
par do pregão presencial, deverão comparecer em hora e local nos
Concurso quais deverá ocorrer a Sessão Pública, onde será feito o credencia-
Disposto no art. 30 da Nova Lei de Licitações, esta modalidade mento, devendo ainda, apresentar os envelopes de proposta, bem
de licitação pode ser utilizada para a escolha de trabalho técnico, como os documentos pertinentes.
científico ou artístico. Vejamos o que dispõe a Nova Lei de Licita- Referente ao pregão eletrônico, deverão os interessados fazer
ções: cadastro no sistema de compras a ser usado pelo ente licitante, vin-
Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas do, por conseguinte, cadastrar a sua proposta.
em edital, que indicará: A classificação a respeito das formas de pregão está também
I - a qualificação exigida dos participantes; eivada de diferenças. Infere-se que no pregão presencial, o prego-
II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho; eiro deverá fazer a seleção de todas as propostas de até 10% acima
III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser da melhor proposta e as classificar para a fase de lances. Havendo
concedida ao vencedor. ausência de propostas que venham a atingir esses 10%, restarão
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de selecionadas, por conseguinte, as três melhores propostas.
projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter-
mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao
projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e
oportunidade das autoridades competentes.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Diversamente do que ocorre no pregão eletrônico, levando em Habilitação, Julgamento e recursos
conta que todos os participantes são classificados e tem o direito de Habilitação
participar da fase na qual ocorrem os lances por meio do sistema, Com determinação expressa no Capítulo VI da Nova Lei de Lici-
dentro dos parâmetros pertinentes ao horário indicado no edital ou tações, art. 62, denota-se que a habilitação se mostra como a fase
carta convite. da licitação por meio da qual se verifica o conjunto de informações
Inicia-se a fase de lances do pregão presencial com o lance da e documentos necessários e suficientes para demonstrar a capaci-
licitação que possui a maior proposta, vindo a seguir, por conse- dade do licitante de realizar o objeto da licitação.
guinte, a lista decrescente até alcançar ao menor valor. Registra-se no dispositivo legal, que os critérios inseridos foram
É importante destacar que no pregão eletrônico, os lances são renovados pela Nova Lei, como por exemplo, a previsão em lei de
lançados no sistema na medida em que os participantes vão ofer- aceitação de balanço de abertura.
tando, devendo ser sempre de menor valor ao último lance que por No que condiz à habilitação econômico-financeira, com supe-
este foi ofertado. Assim, lances são lançados e registrados no siste- dâneo legal no art. 68 da Nova Lei, observa-se que possui utilidade
ma, até que esta fase venha a se encerrar. para demonstrar que o licitante se encontra dotado de capacidade
Desde o início da Sessão, no pregão presencial o pregoeiro de- para sintetizar com suas possíveis obrigações futuras, devendo a
verá se informar de antemão, quem são os participantes, tendo em mesma ser comprovada de forma objetiva, por intermédio de coefi-
vista que estes se identificam no momento do em que fazem o cre- cientes e índices econômicos que deverão estar previstos no edital
denciamento. e devidamente justificados no processo de licitação.
No pregão eletrônico, até que chegue a fase de habilitação, De acordo com a Nova lei, os documentos exigidos para a ha-
o pregoeiro não possui a informação sobre quem são os licitantes bilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito de falência ex-
participantes, para evitar conluio. pedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por último, exige-se
A intenção de recorrer no pregão presencial, deverá por parâ- o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios sociais, salvo das
metros legais, ser manifestada e eivada com as motivações ao final empresas que foram constituídas no lapso de menos de dois anos.
da Sessão. Registra-se que base legal no art. 66 da referida Lei, habilita-
No pregão eletrônico, havendo a intenção de recorrer, deverá ção jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer
de imediato a parte interessada se manifestar, devendo ser regis- direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada
trado no campo do sistema de compras pertinente, no qual deverá por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e,
conter as exposições com a motivação da interposição. quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser
contratada.
Diálogo competitivo Já o art. 67, dispõe de forma clara a respeito da documentação
Com supedâneo no art. 32 da Nova Lei de Licitações, modali- exigida para a qualificação técnico-profissional e técnico-operacio-
dade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Admi- nal. Vejamos:
nistração: Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis-
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata- sional e técnico-operacional será restrita a:
ções em que a Administração: I - apresentação de profissional, devidamente registrado no
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
a) inovação tecnológica ou técnica; atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser-
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade viço de características semelhantes, para fins de contratação;
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse-
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem defini- lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
das com precisão suficiente pela Administração; capacidade operacional na execução de serviços similares de com-
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem
alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta- como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do
que para os seguintes aspectos: art. 88 desta Lei;
a) a solução técnica mais adequada; III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare-
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi- lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da
nida; licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc-
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato. nica que se responsabilizará pelos trabalhos;
IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe-
Obs. Importante: § 1º, inc. VIII , Lei 14.133/2021- a Adminis- cial, quando for o caso;
tração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos V - registro ou inscrição na entidade profissional competente,
autos do processo licitatório os registros e as gravações da fase de quando for o caso;
diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de edital con- VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de to-
tendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades das as informações e das condições locais para o cumprimento das
e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta obrigações objeto da licitação.
mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis,
para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste Julgamento
parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão conter os ele- Sob a vigência do nº. 14.133/2.021, a Nova Lei de Licitações
mentos necessários para a realização do projeto. trouxe em seu art. 33, a nova forma de julgamento, sendo que de
agora em diante, as propostas deverão ser julgadas de acordo sob
os seguintes critérios:
1. Menor preço;
2. Maior desconto;
3. Melhor técnica ou conteúdo artístico;
4. Técnica e preço;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5. Maior lance, no caso de leilão; quando tais compras estiverem sob a condição de entregas parcela-
6. Maior retorno econômico. das. O objetivo destas ações é evitar que se formem estoques, uma
Observa-se que os títulos por si só já dão a noção a respeito do vez que estes geram alto custo de manutenção, além do risco de
seu funcionamento, bem como já foram estudados anteriormente tais bens vir a perecer ou deteriorar.
nesta obra. Entretanto, é possível afirmar que a maior novidade, Por fim, vejamos os dispositivos legais contidos na Nova lei de
trata-se do critério de maior retorno econômico, que é uma espécie Lictações que regem o sistema de registro de preços:
de licitação usada somente para certames cujo objeto seja contrato Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará
de eficiência de forma geral. as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre:
Nesta espécie de contrato, busca-se o resultado econômico I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a
que proporcione a maior vantagem advinda de uma obra, serviço quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida;
ou bem, motivo pelo qual, a melhor proposta deverá ser aquela que II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou,
trouxer um maior retorno econômico. no caso de serviços, de unidades de medida;
III - a possibilidade de prever preços diferentes:
Recursos a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife-
Com base legal no art. 71 da nova Lei de Licitações, não ocor- rentes;
rendo inversão de fases na licitação, pondera-se que os recursos em b) em razão da forma e do local de acondicionamento;
face dos atos de julgamento ou habilitação, deverão ser apresenta- c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do
dos no término da fase de habilitação, tendo em vista que tal ato lote;
deverá acontecer em apenas uma etapa. d) por outros motivos justificados no processo;
Caso os licitantes desejem recorrer a despeito dos atos do jul- IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em
gamento da proposta e da habilitação, denota-se que deverão se quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se
manifestar de imediato o seu desejo de recorrer, logo após o térmi- nos limites dela;
no de cada sessão, sob pena de preclusão V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor
Havendo a inversão das fases com a habilitação de forma pre- preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no
cedente à apresentação das propostas, bem como o julgamento, mercado;
afirma-se que os recursos terão que ser apresentados em dois in- VI - as condições para alteração de preços registrados;
tervalos de tempo, após a fase de habilitação e após o julgamento VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi-
das propostas. ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante
vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com
Adjudicação e homologação a ordem de classificação;
O Direito Civil Brasileiro conceitua a adjudicação como sendo VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais
o ato por meio do qual se declara, cede ou transfere a propriedade de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de
de uma pessoa para outra. Já o Direito Processual Civil a conceitua validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de
como uma forma de pagamento feito ao exequente ou a terceira ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto
pessoa, por meio da transferência dos bens sobre os quais incide no edital;
a execução. IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços
Ressalta-se que os procedimentos legais de adjudicação têm e suas consequências
início com o fim da fase de classificação das propostas. Adilson § 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de
Dallari (1992:106), doutrinariamente separando as fases de classi- itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia-
ficação e adjudicação, ensina que esta não é de cunho obrigatório, bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a
embora não seja livre. sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de
Podemos conceituar a homologação como o ato que perfaz o preços unitários máximos deverá ser indicado no edital.
encerramento da licitação, abrindo espaço para a contratação. Ho- § 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados
mologação é a aprovação determinada por autoridade judicial ou os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei,
administrativa a determinados atos particulares com o fulcro de a contratação posterior de item específico constante de grupo de
produzir os efeitos jurídicos que lhes são pertinentes. itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua
Considera-se que a homologação do processo de licitação re- vantagem para o órgão ou entidade.
presenta a aceitação da proposta. De acordo com Sílvio Rodrigues § 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a
(1979:69), a aceitação consiste na “formulação da vontade concor- unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido,
dante e envolve adesão integral à proposta recebida.” apenas nas seguintes situações:
Registre-se por fim, que a homologação vincula tanto a Admi- I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou
nistração como o licitante, para buscar o aperfeiçoamento do con- entidade não tiver registro de demandas anteriores;
trato. II - no caso de alimento perecível;
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento
Registro de preços de bens.
Registro de preços é a modalidade de licitação que se encontra § 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória
apropriada para possibilitar diversas contratações que sejam conco- a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação
mitantes ou sucessivas, sem que haja a realização de procedimento de outro órgão ou entidade na ata.
de licitação de forma específica para cada uma destas contratações. § 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para
Registra-se que o referido sistema é útil tanto a um, quanto a a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de
mais órgãos pertencentes à Administração. engenharia, observadas as seguintes condições:
De modo geral, o registro de preços é usado para compras cor- I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
riqueiras de bens ou serviços específicos, em se tratando daqueles II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re-
que não se sabe a quantidade que será preciso adquirir, bem como gulamento;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle; • Com a aprovação da Nova Lei, nos ditames do §2º do art. 17,
IV - atualização periódica dos preços registrados; será utilizada como regra geral, a forma eletrônica de contratação
V - definição do período de validade do registro de preços; para todos os procedimentos licitatórios.
VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que • Como exceção, caso seja preciso que a forma de contratação
aceitar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante seja feita presencialmente, o órgão deverá expor os motivos de fato
vencedor na sequência de classificação da licitação e inclusão do e de direito no processo administrativo, porém, ficará incumbido da
licitante que mantiver sua proposta original. obrigação de gravar a sessão em áudio e também em vídeo.
§ 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu- • O foco da Nova Lei, é buscar o incentivo para o uso do siste-
lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen- ma virtual nos certames, vindo, assim, a dar mais competitividade,
sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de segurança e isonomia para as licitações de forma geral.
serviços por mais de um órgão ou entidade. • A Nova Lei de Licitações criou o PNCP (Portal Nacional de
Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro- Contratações Públicas), que irá servir como um portal obrigatório.
misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri- • Todos os órgãos terão obrigação de divulgar suas licitações,
gará a Administração a contratar, facultada a realização de licitação sejam eles federais, estaduais ou municipais.
específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente • Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as de-
motivada. mandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finali-
1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que dades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo.
comprovado o preço vantajoso. • Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação
preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis- de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de va-
posições nela contidas. lor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
• São atos da Administração Pública antes de formalizar ou
Revogação e anulação da licitação prorrogar contratos administrativos: verificar a regularidade fiscal
De antemão, em relação à revogação e a anulação do proce- do contratado; consultar o Cadastro Nacional de Empresas idôneas
dimento licitatório, aplica-se o mesmo raciocínio, posto que caso e suspensas (CEIS) e punidas (CNEP).
tenha havido vício no procedimento, busca-se por vias legais o a • A Nova Lei de Licitações inseriu vários crimes do Código Pe-
possibilidade de corrigi-lo. Em se tratando de caso de vício que não nal, no que se refere às licitações, dentre eles, o art. 337-H do Có-
se possa sanar, ou haja a impossibilidade de saná-lo, a anulação se digo Penal de 1.940:
impõe. Entretanto, caso não exista qualquer espécie de vício no cer-
tame, mas, a contratação tenha sido deixada de ser considerada de Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo-
interesse público, impõe-se a aplicação da revogação. dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor
Nos ditames do art. 62 da Lei nº 13.303/2016, após o início da do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a
fase de apresentação de lances ou propostas, “a revogação ou a Administração Pública sem autorização em lei, no edital da licitação
anulação da licitação somente será efetivada depois de se conceder ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatu-
aos licitantes que manifestem interesse em contestar o respectivo ra com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade:
ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao contraditó- Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
rio e à ampla defesa”.
Já na seara da lei nº 8.666/93, ressalta-se que a norma tratou Perturbação de processo licitatório
de limitar a indicar, por meio do art. 49, §3º, que em caso de des- • Os valores fixados na Lei, serão anualmente corrigidos pelo
fazimento do processo licitatório, ficará assegurado o contraditório IPCA-E, nos termos do art. 182: O Poder Executivo federal atuali-
e a ampla defesa. zará, a cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao
Por fim, registra-se que em se tratando da obrigatoriedade da Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a
aprovação de espaço aos licitantes interessados no exercício do di- substituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão divulga-
reito ao contraditório e à ampla defesa, de forma anterior ao ato dos no PNCP.
de decisório de revogação e anulação, criou-se de forma tradicio-
nal diversos debates tanto na doutrina quanto na jurisprudência LEI N° 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.
nacional. Um exemplo da informação acima, trata-se dos diversos
julgados que ressalvam a aplicação contida no art. 49, §3º da Lei Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municí-
8.666/1.993 nas situações de revogação de licitação antes de sua pios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, mo-
homologação. Pondera-se que esse entendimento afirma que o dalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e
contraditório e a ampla defesa apenas seriam exigíveis quando o serviços comuns, e dá outras providências.
procedimento de licitação tiver sido concluído.
Obs. Importante: Ainda que em situações por meio das quais é O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
considerado dispensável dar a oportunidade aos licitantes do con- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
traditório e a ampla defesa, a obrigação da administração em mo-
tivar o ato revogatório não será afastada, uma vez que devendo se Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser
ater aos princípios da transparência e da motivação, o gestor por adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por
força de lei, deverá sempre evidenciar as razões pelas quais foram esta Lei.
fundamentadas a conclusão pela revogação do certame, bem como Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para
os motivos de não prosseguir com o processo licitatório. os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempe-
nho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital,
Breves considerações adicionais acerca das mudanças no pro- por meio de especificações usuais no mercado.
cesso de licitação após a aprovação da Lei 14.133/2.021 Art. 2º (VETADO)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes,
recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamen- apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plena-
tação específica. mente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes con-
§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da tendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propos-
bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos tas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;
e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais bai-
recursos de tecnologia da informação. xo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores
§ 3º As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar organi- àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a pro-
zadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a clamação do vencedor;
participação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições
unificados de pregões. definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores pro-
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte: postas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e
I - a autoridade competente justificará a necessidade de contra- sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;
tação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, X - para julgamento e classificação das propostas, será adota-
os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimple- do o critério de menor preço, observados os prazos máximos para
mento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de
para fornecimento; desempenho e qualidade definidos no edital;
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quan-
vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desne- to ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a
cessárias, limitem a competição; respeito da sua aceitabilidade;
III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o
definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis ele- pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os docu-
mentos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o mentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor propos-
orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licita- ta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;
ção, dos bens ou serviços a serem licitados; e XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante
IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade
do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respec- Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fa-
tiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebi- zendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a compro-
mento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua vação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação
classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;
certame ao licitante vencedor. XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Uni-
por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da adminis- ficado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos
tração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais
órgão ou entidade promotora do evento. licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de prego- XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edital,
eiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas o licitante será declarado vencedor;
por militares XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convoca- às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subse-
ção dos interessados e observará as seguintes regras: qüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e
I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital,
publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado sendo o respectivo licitante declarado vencedor;
ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro
por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de poderá negociar diretamente com o proponente para que seja ob-
grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. tido preço melhor;
2º; XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá mani-
II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indi- festar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando
cação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das
íntegra do edital; razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intima-
III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma dos para apresentar contra-razões em igual número de dias, que
do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes
e a minuta do contrato, quando for o caso; assegurada vista imediata dos autos;
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas
disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998; XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante
V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do
partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis; objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;
VI - no dia, hora e local designados, será realizada sessão públi- XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a ad-
ca para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu judicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;
representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o
dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prá- adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo de-
tica de todos os demais atos inerentes ao certame; finido em edital; e

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de
validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. CONCEITO, NATUREZA
disposto no inciso XVI. JURÍDICA. PECULIARIDADE E CARACTERÍSTICAS DOS CON-
Art. 5º É vedada a exigência de: TRATOS ADMINISTRATIVOS. PRAZO E PRORROGAÇÃO DO
I - garantia de proposta; CONTRATO. FORMALIDADES, INSTRUMENTO CONTRA-
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para par- TUAL. EFICÁCIA. EXTINÇÃO
ticipação no certame; e
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a
fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua No desempenho da função administrativa, o Poder Público
reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecno- empraza diversas relações jurídicas com pessoas físicas e jurídicas,
logia da informação, quando for o caso. públicas e privadas. A partir do momento em que tais relações se
Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) constituem por intermédio da manifestação bilateral da vontade
dias, se outro não estiver fixado no edital. das partes, afirmamos que foi celebrado um contrato da Adminis-
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua tração.
proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar Denota-se que os contratos da Administração podem ser nas
documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamen- formas:
to da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou Contratos Administrativos: são aqueles comandados pelas nor-
fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo mas de Direito Público.
ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com Contratos de Direito Privado firmados pela Administração: são
a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descreden- aqueles comandados por normas de Direito Privado.
ciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores
a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 Princípios
(cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no con- Princípio da legalidade
trato e das demais cominações legais. Disposto no art. 37 da CRFB/1988, recebe um conceito como
Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes um produto do Liberalismo, que propagava evidente superioridade
de meios eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, do Poder Legislativo por intermédio da qual a legalidade veio a ser
com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle, bipartida em importantes desdobramentos:
nos termos do regulamento previsto no art. 2º. 1) Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os
Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de atos da Administração;
pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 2) Reserva de lei: a apreciação de certas matérias deve ser for-
Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na malizada pela legislação, deletando o uso de outros atos de caráter
Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001. normativo.
Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como o
no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- principal conceito para a configuração do regime jurídico-adminis-
pios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto trativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública só
no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos executivos,
a modalidade de pregão, conforme regulamento específico. agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo com o
Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a princípio em análise, todo ato que não possuir base em fundamen-
vigorar acrescida do seguinte artigo: tos legais é ilícito.
“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios poderão adotar, nas licitações de registro de preços destinadas Princípio da impessoalidade
à aquisição de bens e serviços comuns da área da saúde, a moda- Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui
lidade do pregão, inclusive por meio eletrônico, observando-se o duas interpretações possíveis:
seguinte: a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Pública
I - são considerados bens e serviços comuns da área da saúde, deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico aos
aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sis- particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas a
tema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da
possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especi- CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata-
ficações usuais do mercado. mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em
II - quando o quantitativo total estimado para a contratação posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade
ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei
admitir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem neces- 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para
sários para o atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada portadores de deficiência.
a ordem de classificação, desde que os referidos licitantes aceitem b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações
praticar o mesmo preço da proposta vencedora. públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como
III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso II, feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais
excepcionalmente, poderão ser registrados outros preços diferen- toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter
tes da proposta vencedora, desde que se trate de objetos de quali- educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art.
dade ou desempenho superior, devidamente justificada e compro- 37, § 1. °, da CRFB: “dela não podendo constar nomes, símbolos
vada a vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao limite ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
máximo admitido.” servidores públicos”.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Princípio da moralidade para, por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due pro-
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua- cess of law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos
ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia- contra abusos do Estado).
pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo
administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da
segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo: constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons-
a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13 trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos
do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada direitos fundamentais dispostos na legislação pátria.
súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das te-
parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é orias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento
um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho-
a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política. mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito
do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber,
Princípio da publicidade na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em
Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor-
do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art. cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado
2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a de Direito.
transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di-
o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin- ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro-
do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi-
praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma
atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade,
Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di- vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos
reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais, excessos cometidos pelo Poder Público.
com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por O princípio da proporcionalidade é subdividido em três
lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ- subprincípios:
ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo- a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será
tivação dos atos administrativos. adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado
pretendido.
Princípio da eficiência b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição
Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998, do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan-
com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá
Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio- o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda-
nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das mentais.
finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo: c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma tí-
duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita- pica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004), atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual
bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art. a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica-
37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998). da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental
Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que que será efetivado.
garantem sua eficiência:
a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse
eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio- privado (princípio da finalidade pública)
rar a situação de outrem. É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional,
b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas de tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas
forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número de categorias:
pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”). a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a
Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo
acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi-
econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por
de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre
serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as- outros.
pectos. b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró-
prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se
Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple-
Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna mentado através de atividades administrativas instrumentais que
Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no são necessárias ao atendimento do interesse público primário.
direito norte-americano por intermédio da evolução jurispruden- Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes
cial da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ público e ao patrimônio público.
da Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu
caráter procedimental (procedural due process of law: direito ao
contraditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Princípio da continuidade De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma-
Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos
tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con-
ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa
satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação. ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final
Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú- é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o
blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do
do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação
serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen- dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atu-
tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito ação coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de
às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA
pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que NETO, 2006, p. 337-338).
o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular. Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio-
Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico-
impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente -políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos
e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser seus institutos participativos e consensuais.
prestado sempre na medida em que a necessidade da população
vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne- Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da bo-
cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado a-fé
sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne- Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem- boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si.
plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou- O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti-
tros. dos:
a) objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em
Princípio da autotutela conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido,
Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re- o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB);
ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de b) subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas rela-
legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência cionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais.
e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas
346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999. Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções:
A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades, a) objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos
bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela particulares;
própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal b) subjetiva: está ligada a relação com o caráter psicológico da-
e revogação de ato inconveniente ou inoportuno. quele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteriza-
Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que ção da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do
esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela
à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti- atuação do Estado.
culares de modo geral. Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi-
ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização
Princípios da consensualidade e da participação abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi-
Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor- nam por surpreender os seus receptores.
naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí-
de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com
a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí-
contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da
atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei-
mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988.
responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o
comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos. princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei
Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o 9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti-
Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:
assumir um importante papel no condizente ao processo de iden- a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar
tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos:
tutela da Administração Pública. confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente;
Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida- confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi-
de e da participação, a administração termina por voltar-se para a ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de
coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações que as suas expectativas são razoáveis;
da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi-
resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien-
entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o tam o cidadão a adotar determinada conduta;
ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in- c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa-
teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola- ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio
boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável;
consenso e da participação.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con- D) Bilateralidade – independentemente de serem de direito
fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to- privado ou de direito público, os contratos são formados a partir de
lerância da Administração); e manifestações bilaterais de vontades da Administração contratante
e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga- e do particular contratado;
ções no caso. E) Consensualidade – são o resultado de um acordo de vonta-
des plenas e livres, e não de ato impositivo;
Elementos F) Formalidade – não basta que haja a vontade das partes para
Aduz-se que sobre esta matéria, a lei nada menciona a respei- que o contrato administrativo se aperfeiçoe, sendo necessário o
to, porém, a doutrina tratou de a conceituar e estabelecer alguns cumprimento de determinações previstas na Lei 8.666/1993;
paradigmas. Refere-se à classificação que a doutrina faz do contrato H) Onerosidade – o contrato possui valor econômico conven-
administrativo. Desta forma, o contrato administrativo é: cionado;
1) Comutativo: trata-se dos contratos de prestações certas e I) Comutatividade – os contratos exigem equidade das presta-
determinadas. Possui prestação e contraprestação já estabelecidas ções do contratante e do contratado, sendo que estas devem ser
e equivalentes. Nesta espécie de contrato, as partes, além de rece- previamente definidas e conhecidas;
berem da outra prestação proporcional à sua, podem apreciar ime- J) Caráter sinalagmático – constituído de obrigações recíprocas
diatamente, verificando previamente essa equivalência. Ressalta-se tanto para a Administração contratante como para o contratado;
que o contrato comutativo se encontra em discordância do contrato K) Natureza de contrato de adesão – as cláusulas dos contratos
aleatório que é aquele contrato por meio do qual, as partes se ar- administrativos devem ser fixadas de forma unilateral pela Admi-
riscam a uma contraprestação que por ora se encontra desconheci- nistração.
da ou desproporcional, dizendo respeito a fatos futuros. Exemplo: Registra-se que deve constar no edital da licitação, a minuta
contrato de seguro, posto que uma das partes não sabe se terá que do contrato que será celebrado. Desta maneira, os licitantes ao
cumprir alguma obrigação, e se tiver, nem sabe qual poderá ser. fazerem suas propostas, estão acatando os termos contratuais es-
Com referência a esse tipo de contrato, aduz o art. 4 do Decre- tabelecidos pela Administração. Ainda que o contrato não esteja
to-Lei n.7.568/2011: precedido de licitação, a doutrina aduz que é sempre a adminis-
Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse com tração quem estabelece as cláusulas contratuais, pelo fato de estar
entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de chama- vinculada às normas e também ao princípio da indisponibilidade do
mento público a ser realizado pelo órgão ou entidade concedente, interesse público;
visando à seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz L) Caráter intuitu personae – por que os contratos administra-
o objeto do ajuste. (Redação dada pelo Decreto n. 7.568, de 2011) tivos são firmados tomando em conta as características pessoais do
2) Oneroso: por ter natureza bilateral, comporta vantagens contratado. Por esta razão, de modo geral, é proibida a subcontra-
para ambos os contraentes, tendo em vista que estes sofrem um tação total ou parcial do objeto contratado, a associação do contra-
sacrifício patrimonial equivalente a um proveito almejado. Existe tado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem
um benefício recebido que corresponde a um sacrifício, por meio como a fusão, cisão ou incorporação, cuja desobediência é motivo
do qual, as partes gozam de benefícios e deveres. Ocorre de forma para rescisão contratual (art. 78, VI, Lei 8.666/1993). Entretanto, a
contrária do contrato gratuito, como a doação, posto que neste, só regra anterior é amparada pelo art. 72 da mesma lei, que determina
uma das partes possui obrigação, que é entregar o bem, já a outra, a possibilidade de subcontratação de partes de obra, serviço ou for-
não tem. necimento, até o limite admitido pela Administração. Aduz-se que a
3) Formal: é dotado de condições específicas previstas na legis- possibilidade de subcontratação é abominada pela doutrina, tendo
lação para que tenha validade. A formalização do contrato encon- em vista vez que permite que uma empresa que não participou por
tra-se paramentada no art. 60 Lei 8.666/1993. Denota-se, por opor- meios legais da licitação de forma indireta, acabe contratando com
tuno, que o contrato administrativo é celebrado pela forma escrita, o Poder Público, o que ofende o princípio da licitação previsto no
nos ditames art. 60, parágrafo único. art. 37, XXI, da Constituição Federal.

Características Formalização
A doutrina não é unânime quanto às características dos contra- Em regra, os contratos administrativos são precedidos da reali-
tos administrativos. Ainda assim, de modo geral, podemos aduzir zação de licitação, ressalvado nas hipóteses por meio das quais a lei
que são as seguintes: estabelece a dispensa ou inexigibilidade deste procedimento. Além
A) Presença da Administração Pública – nos contratos admi- disso, a minuta do futuro contrato a ser firmado pela Administração
nistrativos, a Administração Pública atua na relação contratual na com o licitante vencedor, constitui anexo do edital de licitação, dele
posição de Poder Público, por esta razão, é dotada de um rol de sendo parte integrante (art. 40, § 2º, III).
prerrogativas que acabam por a colocar em posição de hierarquia Os contratos administrativos são em regra, formais e escritos.
diante do particular, sendo que tais prerrogativas se materializam Registre-se que o instrumento de contrato, á ato obrigatório
nas cláusulas exorbitantes; nas situações de concorrência ou de tomadas tomada de preços,
B) Finalidade pública – do mesmo modo que nos contratos de bem como ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de
direito privado, nos contratos administrativos sempre deverá estar licitação, nas quais os valores contratados estejam elencados nos
presente a incessante busca da satisfação do interesse público, sob limites daquelas duas modalidades licitatórias.
pena de incorrer em desvio de poder; Aduz-se que nos demais casos, o termo de contrato será facul-
C) Procedimento legal – são estabelecidos por meio de lei pro- tativo, fato que enseja à Administração adotar o instrumento con-
cedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos contratos tratual ou, ainda, vir a optar por substituí-lo por outro instrumento
administrativos, que contém, dentre outras medidas, autorização hábil a documentar a avença, conforme quadro a seguir (art. 62, §
legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização pela auto- 2º):
ridade competente, indicação de recursos orçamentários e licita-
ção;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Todo contrato administrativo tem natureza de contrato de ade- b) quando necessária a modificação do regime de execução da
são, pois todas as cláusulas contratuais são fixadas pela Adminis- obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
tração. Contrato de adesão é aquele em que todas as cláusulas são verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori-
fixadas por apenas uma das partes, no caso do contrato administra- ginários;
tivo, a Administração. c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
Prazo inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
Tendo em vista que os contratos administrativos devem ter ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra-
prazo determinado, sua vigência deve ficar adjunta à vigência dos prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
respectivos créditos orçamentários. Assim sendo, em regra, os con- d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
tratos terão duração de um ano, levando em conta que esse é o mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-
prazo de vigência dos créditos orçamentários que são passados aos tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
órgãos e às entidades. Nos ditames da Lei 4.320/1964, o crédito objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
orçamentário tem duração de um ano, vindo a coincidir com o ano cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
civil. previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
Entretanto, o art. 57 da Lei 8.666/1993 determina outras situa- impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
ções que não seguem ao disposto na regra acima. Vejamos: maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
• Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me- mica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº
tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro- 8.883, de 1994)
gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha Desta maneira, percebe-se que o contrato administrativo per-
sido previsto no ato convocatório; mite de forma regulamentada, que haja alteração em suas cláu-
• À prestação de serviços a serem executados de forma contí- sulas durante sua execução. Registre-se que contrato não é um
nua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces- documento rígido e inflexível, tendo em vista que o mesmo pode
sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais sofrer alterações para que venha a se adequar às modificações que
vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Reda- forem preciso durante a execução contratual. Além disso, a lei fixa
ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998); percentuais por meio dos quais a Administração pode promover al-
• Ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de terações no objeto do contrato, restando o contratado obrigado a
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 acatar as modificações realizadas, desde que dentro dos percentu-
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. ais fixados pela legislação.
De acordo com a Carta Magna, toda programação de longo pra-
zo do Governo tem o dever de estar contida do plano plurianual. Revisão
Desta maneira, estando o contrato contemplado nessa programa- A princípio, denota-se que as causas que justificam a inexecu-
ção a longo prazo – PPA –, sua duração será estendida enquanto ção contratual possuem o condão de gerar apenas a interrupção
existir a previsão nessa lei específica. momentânea da execução contratual, bem como a total impos-
Em relação aos serviços contínuos na Administração Pública, sibilidade de sua conclusão com a consequente rescisão. Em tais
denota-se que são aqueles que exigem uma permanência do servi- situações, pelo ato de as situações não decorrem de culpa do con-
ço. Sendo uma espécie de serviço que é mais coerente manter por tratado, este poderá vir a paralisar a execução de forma que não
um período maior ao invés de ficar renovando e trocando todos os seja considerado descumpridor. Assegurado pela CFB/1988, em seu
anos. Por isso, em razão da Lei n. 12.349/2010, foi acrescentado art. 37, XXI, o equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual
mais um dispositivo que determina que o contrato pode ter dura- consiste na manutenção das condições de pagamento estabeleci-
ção superior a um ano, que é a regra geral das quando do início do contrato, de forma que a relação se mante-
nha estável entre as obrigações do contratado e haja correta e justa
Alteração retribuição da Administração pelo fornecimento do bem, execução
Em consonância com o art. 65 da Lei 8.666/1993, Lei de Lici- de obra ou prestação de serviço.
tações, a Administração Pública possui o poder de fazer alterações Havendo qualquer razão que cause a alteração do contrato sem
durante a execução de seus contratos de maneira unilateral, inde- que o contratado tenha culpa, tal razão terá que ser restabelecida.
pendentemente da vontade do ente contratado. Registra-se que essa garantia é de cunho constitucional. Nesse sen-
Infere-se aqui, que o contrato administrativo possui o condão tido, caso o contrato seja atingido por acontecimentos posteriores
de ser alterado unilateralmente ou por meio de acordo. Além dis- à sua celebração, vindo a onerar o contratado, o equilíbrio econô-
so, ressalte-se que as alterações unilaterais podem ser de ordem mico-financeiro inicial deverá, nos termos legais que lhe assiste, ser
qualitativa ou quantitativa. Vejamos o dispositivo legal acerca do restabelecido por intermédio da recomposição contratual. Desta
assunto: maneira, a inexecução sem culpa do contratado virá a acarretar a
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, revisão contratual, caso tenha havido alteração do equilíbrio eco-
com as devidas justificativas, nos seguintes casos: nômico-financeiro
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- Prorrogação
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; Via regra geral, os contratos administrativos regidos pela Lei
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de- 8.666/1993 possuem duração determinada e vinculada à vigência
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, dos respectivos créditos orçamentários. No entanto, há exceções a
nos limites permitidos por esta Lei; essa regra nas seguintes situações:
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a) Quando o contrato se referir à execução dos projetos cujos B) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra-
produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse ções de execução do contrato;
da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato con- C) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo
vocatório (art. 57, I); de trabalho por ordem e no interesse da Administração; aumento
b) Quando o contrato for relativo à prestação de serviços a se- das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites per-
rem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração mitidos por essa Lei;
prorrogada por iguais e sucessivos períodos visando à obtenção de D) impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada terceiro reconhecido pela Administração em documento contem-
a 60 meses (art. 57, II); porâneo à sua ocorrência; omissão ou atraso de providências a car-
c) No caso do aluguel de equipamentos e da utilização de pro- go da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de
gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na exe-
de até 48 meses após o início da vigência do contrato (art. 57, IV); cução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos
d) Nos contratos celebrados com dispensa de licitação pelos responsáveis.
seguintes motivos:
I) possibilidade de comprometimento da segurança nacional; Renovação
II) para as compras de material de uso das forças armadas, Cuida-se a renovação do contrato da inovação no todo ou em
exceto materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver parte do ajuste, desse que mantido seu objeto inicial. A finalidade
necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de da renovação contratual é a manutenção da continuidade do servi-
apoio logístico naval, aéreo e terrestre; ço público, tendo em vista a admissão da recontratação direta do
III) para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou pres- atual contratado, isso, desde que as circunstâncias a justifiquem e
tados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade permitam seu enquadramento numa das hipóteses dispostas por
tecnológica e defesa nacional; lei de dispensa ou inexigibilidade de licitação, como acontece por
IV) para contratação de empresas relacionadas à pesquisa e de- exemplo, quando o contrato original é extinto, vindo a faltar ínfima
senvolvimento tecnológico, conforme previsto nos arts. 3º, 4º, 5º e parte da obra, serviço ou fornecimento para concluída, ou quando
20 da Lei 10.973/2004. durante a execução, surge a necessidade de reparação ou amplia-
Denota-se que esses contratos terão vigência por até 120 me- ção não prevista, mas que pode ser feita pelo pessoal e equipamen-
ses, por interesse da Administração (art. 57, V, dispositivo incluído tos que já se encontram em atividade.
pela Lei 12.349, de 2010). Via regra geral, a renovação é realizada por meio de nova lici-
É importante registrar que em se tratando de casos de contra- tação, com a devida observância de todas as formalidades legais.
tos celebrados com dispensa de licitação por motivos de emergên- Ocorrendo isso, a lei impõe vedações ao estabelecimento no edital
cia ou calamidade pública, a duração do contrato deverá se esten- de cláusulas que venham a favorecer o atual contratado em preju-
der apenas pelo período necessário ao afastamento da urgência, ízo dos demais concorrentes, com exceção das que prevejam sua
tendo prazo máximo de 180 dias, contados da ocorrência da emer- indenização por equipamentos ou benfeitorias que serão utilizados
gência ou calamidade, vedada a sua prorrogação (art. 24, IV). pelo futuro contratado.
Embora a lei determine a proibição da prorrogação de contrato
com fundamento na dispensa de licitação por emergência ou cala- Reajuste contratual
midade pública, ressalta-se que o TCU veio a consolidar entendi- Reajuste contratual é uma das formas de reequilíbrio econô-
mento de que pode haver exceções a essa regra em algumas hipó- mico-financeiro dos contratos. É caracterizado por fazer parte de
teses restritas, advindas de fato superveniente, e também, desde uma fórmula prevista no contrato que é utilizada para proteger os
que a duração do contrato se estenda por período de tempo razo- contratados dos efeitos inflacionários.
ável e suficiente para enfrentar a situação emergencial (AC- 1941- Infere-se que a Lei 8.666/1993, no art. 55, III, prevê o reajus-
39/07-P). te como cláusula estritamente necessária em todo contrato a que
Em análise ao art. 57, § 3º, da Lei 8.666/1993, percebe-se que estabeleça o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
este proíbe a existência de contrato administrativo com prazo de -base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de
vigência indeterminado. No entanto, tal regra não é aplicada ao atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga-
contrato de concessão de direito real de uso de terrenos públicos ções e a do efetivo pagamento.
para finalidades específicas de regularização fundiária de interes-
se social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, Execução e inexecução
aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comuni- Por determinação legal a execução do contrato será acompa-
dades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modali- nhada e também fiscalizada por um representante advindo da Ad-
dades de interesse social em áreas urbanas, que poderá ser firmado ministração designado, sendo permitida a contratação de terceiros
por tempo certo ou indeterminado (Decreto-lei 271/1967, art. 7º, para assisti-lo e subsidiá-lo de informações relativas a essa atribui-
com redação dada pela Lei 11.481/2007). ção.
Afirma-se que a princípio, as partes devem se prestar ao fiel Deverá ser anotado em registro próprio todas as ocorrências
cumprimento dos prazos previstos nos contratos. Entretanto, exis- pertinentes à execução do contrato, determinando o que for pre-
tem situações nas quais não é possível o cumprimento da avença no ciso à regularização das faltas bem como dos defeitos observados.
prazo originalmente previsto. Ocorrendo isso, a lei admite a prorro- Ressalta-se, que tanto as decisões como as providências que ultra-
gação dos prazos contratuais, desde que tal fato seja justificado e passarem a competência do representante deverão ser requeridas
autorizado de forma antecedente pela autoridade competente para a seus superiores em tempo suficiente para a adoção das medidas
celebrar o contrato, o que é aceito pela norma nos casos em que que se mostrarem pertinentes.
houver (art. 57, § 1º): Em relação ao contratado, deverá manter preposto, admitido
A) alteração do projeto ou especificações, pela Administração; pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo
na execução contratual. O contratado possui como obrigação o de-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ver de reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas São também chamadas de cláusulas leoninas, porque só dão
custas, no total ou em parte, o objeto do contrato no qual forem esses poderes para a Administração Pública, consideradas como
encontrados vícios, defeitos ou incorreções advindas da execução exorbitantes porque saem fora dos padrões de normalidade, vindo
ou de materiais empregados. a conferir poderes apenas a uma das partes.
Além do exposto a respeito do contratado, este também é res- O contratado não pode se valer das cláusulas exorbitantes ou
ponsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a leoninas em contrato de direito privado, tendo em vista a ilegali-
terceiros, advindos de sua culpa ou dolo na execução contratual, dade de tal ato, posto que é ilegal nesses tipos de contratos, além
não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou disso, as partes envolvidas devem ter os mesmos direitos e obriga-
o acompanhamento por meio do órgão interessado. O contratado ções. Havendo qualquer tipo de cláusula em contrato privado que
também se encontra responsável pelos encargos trabalhistas, previ- atribua direito somente a uma das partes, esta cláusula será ilegal
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. e leonina.
Em se tratando da inexecução do contrato, percebe-se que a São exemplos de cláusulas exorbitantes: a viabilidade de alte-
mesma está prevista no art. 77 da Lei de licitações 8.666/93. Veja- ração unilateral do contrato por intermédio da Administração, sua
mos: rescisão unilateral, a fiscalização do contrato, a possibilidade de
Art. 77 - A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua aplicação de penalidades por inexecução e a ocupação, na hipótese
rescisão com as consequências contratuais e as previstas em lei ou de rescisão contratual.
regulamento.
Anulação
Observação importante: Cumpre Ressaltar que a Administra- Apenas a Administração Pública detém o poder de executar a
ção Pública responde solidariamente com o contratado pelos encar- anulação unilateral. Isso significa que caso o contratado ou outro
gos previdenciários resultantes da execução do contrato interessado desejem fazer a anulação contratual, terão que recorrer
às esferas judiciais para conseguir a anulação. A anulação do contra-
Pondera-se que a inexecução pode ocorrer de forma parcial ou to é advinda de ilegalidade constatada na sua execução ou, ainda,
total, posto que ocorrendo a inexecução parcial de uma das partes, na fase de licitação, posto que os vícios gerados no procedimento
não é observado um prazo disposto em cláusula específica em ha- licitatório causam a anulação do contrato.
vendo a inexecução total, se o contratado não veio a executar o ob- Nos parâmetros do art. 59 da Lei de Licitações, é demonstrado
jeto do contrato. Infere-se que qualquer dessas situações são passí- que a nulidade não possui o condão de exonerar a Administração
veis de propiciar responsabilidade para o inadimplente, resultando do dever de indenização ao contratado pelo que este houver feito
em sanções contratuais e legais proporcionais à falta cometida pela até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos causados
parte inadimplente, vindo tais sanções a variar desde as multas, a comprovados, desde que não lhe seja imputável, vindo a promover
revisão ou a rescisão do contrato. a responsabilização de quem deu motivo ao ocorrido. Assim sendo,
Registre-se que a inexecução do contrato pode ser o resulta- caso ocorra anulação, o contratado deverá auferir ganhos pelo que
do de um ato ou omissão da parte contratada, tendo tal parte agi- já executou, pois, caso contrário, seria considerado enriquecimen-
do com negligência, imprudência e imperícia. Podem também ter to ilícito da Administração Pública. Porém, caso seja o contratado
acontecido causas justificadoras por meio das quais o contratan- que tenha dado causa à nulidade, infere-se que este não terá esse
te tenha dado causa ao descumprimento das cláusulas contratu- mesmo direito.
ais, vindo a agir sem culpa, podendo se desvencilhar de qualquer
responsabilidade assumida, tendo em vista que o comportamento Observação importante: A anulação possui efeito ex tunc, ou
ocorreu de forma alheia à vontade da parte. seja, retroativo (voltado para o sentido passado), posto que a lei
Por fim, ressalte-se que a inexecução total ou parcial do contra- dispõe que ela acaba por desconstituir os efeitos produzidos e im-
to enseja à Administração Pública o poder de aplicar as sanções de pede que se produzam novos efeitos.
natureza administrativa dispostas no art. 87:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Adminis- Revogação
tração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as A questão da possibilidade de desfazimento do processo de
seguintes sanções: licitação e do contrato administrativo por meio da própria Adminis-
I – advertência; tração Pública é matéria que não engloba discussões doutrinárias e
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou jurisprudenciais. Inclusive, o controle interno dos atos administra-
no contrato; tivos se encontra baseado no princípio da autotutela, que se trata
III – suspensão temporária de participação em licitação e impe- do poder - dever da Administração Pública de revogar e anular seus
dimento de contratar com a Administração, por prazo não superior próprios atos, desde que haja justificação pertinente, com vistas a
a 2 (dois) anos; preservar o interesse público, bem como sejam respeitados o devi-
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a do processo legal e os direitos e interesses legítimos dos destinatá-
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi- rios, conforme determina a Súmula 473 do STF. Vejamos:
nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus próprios
a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
no inciso anterior. em todos os casos, a apreciação judicial.
Conforme determinação do art. 49 da Lei Federal 8.666/93,
Cláusulas exorbitantes assim preceitua quanto ao desfazimento dos processos licitatórios:
De todas as características, essa é a mais importante. As Cláu-
sulas exorbitantes conferem uma série de poderes para a Adminis- Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedi-
tração em detrimento do contratado. Mesmo que de forma implíci- mento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse
ta, se encontram presentes em todos os contratos administrativos. público decorrente de fato superveniente devidamente compro-
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vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
Para efeitos de rescisão unilateral do contrato administrativo, técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das
por motivos de interesse público, a discricionariedade administra- obrigações.
tiva exige que a questão do interesse público deve ser justificada Denota-se que os mencionados dispositivos determinam que
em fatos de grande relevância, o que torna insuficiente a simples as condições efetivas da proposta devem ser mantidas, não tendo
alegação do interesse público, se restarem ausentes a comprovação como argumentar de maneira contrária no que diz respeito à le-
das lesões advindas da manutenção do contrato e das circunstân- galidade da modificação do valor contratual original, com o obje-
cias extraordinárias, bem como dos danos irreparáveis ou de difícil tivo de equilibrar o que foi devidamente avençado e pactuado no
reparação. momento da assinatura, bem como ao que foi disposto a pagar a
contratante ao contratado.
Extinção e Consequências Isso não quer dizer que toda alteração deveria ser feita para
A extinção do contrato administrativo diz respeito ao término adicionar valor ao contrato original, tendo em vista que também
da obrigação vinculada existente entre a Administração e o contra- pode ser para diminuir, isso, desde que se comprove por vias ade-
tado, podendo ocorrer de duas maneiras, sendo elas: quadas que o valor do serviço ou produto contratado se encontra
A) de maneira ordinária, pelo cumprimento do objeto (ex.: na acima do valor proposto inicialmente, ocasionado por deflação ou
finalização da construção de instituição pública) ou pelo aconteci- queda de valores nos insumos, produtos ou serviços, ou até mesmo
mento do termo final já previsto no contrato (ex.: a data final de um em decorrência de uma desvalorização cambial. Além disso, o Po-
contrato de fornecimento de forma contínua); der Público não tem a obrigação de pagar além do que se propôs,
B) de maneira extraordinária, pela anulação ou pela rescisão nem valor menor ao acordado inicialmente, devendo sempre haver
contratual. equilíbrio em relação aos pactos contratuais.
Em relação à extinção ordinária, denota-se que esta não com- Os artigos 57, 58 3 65 da Lei 8666/93, aliados aos artigos 9 1e
porta maiores detalhamentos, sendo que as partes, ao cumprir suas 10 da Lei Federal nº 8987/95, conforme descrição, se completam
obrigações, a consequência natural a ocorrer é a extinção do víncu- em relação a esse tema e, se referindo ao princípio da legalidade,
lo obrigacional, sem maiores necessidades de manifestação por via existe a necessidade de se apreciar os contratos sujeitos aos entes
administrativa ou judicial. públicos. Vejamos:
Já a extinção extraordinária do contrato por meio da anulação, Art. 57: A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
considera-se que a lei prevê consequências diferentes para o caso adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto
de haver ou não haver culpa do contratado no fato que deu causa à quanto aos relativos:
rescisão contratual. Existindo culpa do contratado pela rescisão do § 1º. Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e
contrato, as consequências são as seguintes (art. 80, I a IV): de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
1) assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; -financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devida-
2) ocupação e utilização provisória do local, instalações, equi- mente autuados em processo:
pamentos, material e pessoal empregados na execução do contra- I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
to, necessários à sua continuidade, que deverá ser precedida de II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra-
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secre- nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-
tário Estadual ou Municipal, conforme o caso (art. 80, § 3º); ções de execução do contrato;
3) execução da garantia contratual, para ressarcimento da Ad- III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit-
ministração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos; mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
4) retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contra-
dos prejuízos causados à Administração. to, nos limites permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
Em síntese, temos: terceiro reconhecido pela Administração em documento contem-
porâneo à sua ocorrência;
EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Adminis-
tração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte,
ORDINÁRIA EXTRAORDINÁRIA diretamente, impedimento ou retardamento na execução do con-
I –Pelo cumprimento do objeto; trato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
I – Pela anulação; Como se observa, existe previsão explicita na Lei no. 8666/93,
II – Pelo advento do termo final do
II – Pela rescisão. art. 57, § 1º., I, II, III, IV, V, VI, de que o contrato deve ser equilibrado
contrato.
sempre que houver uma das condições dos incisos I a VI, de forma
Equilíbrio Econômico-financeiro que o legislador previu quais as hipóteses que se encaixam para o
Em alusão ao tratamento do equilíbrio econômico - contratual, equilíbrio. Entretanto, não apresenta de forma clara, cabendo ao
a Constituição Federal de 1.988 em seu art. 37, inciso XXI dispõe o administrador agir com legalidade e bom senso nos casos concretos
seguinte: específicos. No entanto, a aludida previsão não se restringe somen-
Art. 37: A administração pública direta e indireta, de qualquer te ao art. 57, § 1º, incisos I, II, III, IV, V e VI da Lei no. 8666/93, tendo
dos poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos previsão ainda no art. 58 do mesmo diploma legal. Vejamos:
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e Art. 58: O regime jurídico dos contratos administrativos ins-
eficiência e também, ao seguinte: tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, prerrogativa de:
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às do, especificamente da concessão de serviço público, a Lei 8.987/95
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra- dispõe no art. 9º a revisão de tarifa como uma forma de equilíbrio
tado; financeiro. Vejamos:
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no in- Art. 9º: A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo
ciso I do art. 79 desta Lei; preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras
III – fiscalizar-lhes a execução; de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. § 2º. Os con-
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial tratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de
do ajuste; manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. § 3º. Ressalvados os
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quais-
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do quer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta,
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi- quando comprovado seu impacto, implicara a revisão da tarifa, para
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó- mais ou para menos, conforme o caso. § 4º. Em havendo alteração
tese de rescisão do contrato Administrativo. unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômi-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con- co-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo, concomi-
tratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con- tantemente à alteração.
cordância do contratado. Art. 10º. Sempre que forem atendidas as condições do contra-
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômi- to, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.
co-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante- Atentos às fundamentações legais, observamos que parte na
nha o equilíbrio contratual. inicial da Constituição Federal, verifica-se que na Administração Pú-
Assim, o legislador ao repetir no art. 58 da Lei 8666/93 o direi- blica é possível haver o equilíbrio econômico-financeiro, entretan-
to ao equilíbrio contratual, fica bastante clara a preocupação em to, há diversas dúvidas a respeito da utilização do ajuste contratual,
manter a igualdade entre as partes. Note que o parágrafo 2º prevê principalmente pela ausência de conhecimento da legislação, o que
respeito ao direito do contratado, uma vez que é admitido que a acaba por causar problemas de ordem econômica, tanto em relação
administração, desde que seja motivos de interesse público se ne- ao contratado quanto ao contratante. Registre-se, por fim, que o
gue a equilibrar um contrato que esteja resultando em prejuízos ao pacto contratual deve ser mantido durante o período completo de
contratado, desde que o fato do prejuízo se encaixe em uma das execução, e o equilíbrio financeiro acaba por se tornar a ferramenta
hipóteses dispostas no art. 57, Lei no. 8666/93. Proposta que não mais adequada para proporcionar essa condição.
pode ser executada, não é passível de equilíbrio.
Ante o exposto, acrescenta-se ainda que a Lei 8666/93 destaca Convênios e terceirização
o equilíbrio no art. 65, I e II. Vejamos: Os convênios podem ser definidos como os ajustes entre o
Art. 65: Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera- Poder Público e entidades públicas ou privadas, nos quais estejam
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: estabelecidos a previsão de colaboração mútua, com o fito de reali-
I - unilateralmente pela Administração: zação de objetivos de interesse comum.
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- Não obstante, o convênio possua em comum com o contrato
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; o fato de ser um acordo de vontades, com este não se confunde.
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de- Denota-se que pelo convênio, os interesses dos signatários são
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, comuns, ao passo que nos contratos, os interesses são opostos e
nos limites permitidos por esta Lei; contraditórios.
II - por acordo das partes: Em decorrência de tal diferença de interesses, é que se alude
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; que nos contratos existem partes e nos convênios existem partíci-
b) quando necessária a modificação do regime de execução da pes.
obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori- De acordo com o art. 116 da Lei 8.666/1993, a celebração de
ginários; convênio, acordo ou ajuste por meio dos órgãos ou entidades da
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, Administração Pública depende de antecedente aprovação de com-
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor petente plano de trabalho a ser proposto pela organização interes-
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela- sada, que deverá conter as seguintes informações:
ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra- A) identificação do objeto a ser executado;
prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; B) metas a serem atingidas;
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- C) etapas ou fases de execução;
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da Adminis- D) plano de aplicação dos recursos financeiros;
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, E) cronograma de desembolso;
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- F) previsão de início e fim da execução do objeto e, bem assim,
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou da conclusão das etapas ou fases programadas;
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força Em relação à terceirização na esfera da Administração Pública,
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô- depreende-se que é exigida do administrador muito cuidado, posto
mica extraordinária e extracontratual. que, embora haja contrariamento ao art. 71 da Lei 8.666/93, a dívi-
Verifica-se que o art. 65 determina que, de início, deve haver da trabalhista das empresas terceirizadas acabam por recair sobre
o restabelecimento do que foi pactuado no contrato avençado, o órgão tomador dos serviços, que é o que chamamos de respon-
devendo ser dotados de equilíbrio os encargos, bem como a retri- sabilidade subsidiária. Assim sendo, o administrador público deverá
buição da administração para que haja justa remuneração, sendo exigir garantias, bem como passar a acompanhar o cumprimento
mantidas as condições originais do termo contratual. Em se tratan- das obrigações trabalhistas advindos da empresa prestadora de ser-
viços, com fito especial quando do encerramento do contrato.
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Registre-se que a responsabilidade subsidiária pela tomadora - Continuidade: não se pode suspender ou interromper a pres-
dos serviços é o que entende a Justiça do trabalho, com base no tação do serviço público.
Enunciado nº 331, item IV editado pelo Tribunal Superior do Traba- - Regularidade: todos os serviços devem obedecer às normas
lho – TST, que aduz: técnicas.
“O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do - Modicidade: o serviço deve ser prestado da maneira mais ba-
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos rata possível, de acordo com a tarifa mínima. Deve-se considerar a
serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da capacidade econômica do usuário com as exigências do mercado,
administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das evitando que o usuário deixe de utilizá-lo por motivos de ausência
empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que de condições financeiras.
haja participado da relação processual e constem também do título - Eficiência: para que o Estado preste seus serviços de maneira
executivo judicial.” eficiente é necessário que o Poder Público atualize-se com novos
Com fulcro no Enunciado retro citado, denota-se que incon- processos tecnológicos, devendo a execução ser mais proveitosa
táveis são as decisões condenatórias à Administração Pública, em com o menos dispêndio.
relação ao pagamento de obrigações trabalhistas que cabem de for-
ma original à empresa prestadora de serviços, onerando o erário, Em caso de descumprimento de um dos elementos supra men-
vindo a contrariar o que se espera da Terceirização que é a redução cionado, o usuário do serviço tem o direito de recorrer ao Judiciário
de custos à Administração Pública. e exigir a correta prestação.

REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE
SERVIÇOS PÚBLICOS. CONCEITO, PRESSUPOSTOS A regulação de serviços públicos
CONSTITUCIONAIS, REGIME JURÍDICO, PRINCÍPIOS DO Pode ser definida como sendo a atividade administrativa de-
SERVIÇO PÚBLICO, USUÁRIO, TITULARIDADE. SERVI- sempenhada por pessoa jurídica de direito público que consiste no
ÇOS DE INTERESSE LOCAL. disciplinamento, na regulamentação, na fiscalização e no controle
do serviço prestado por outro ente da Administração Pública ou
por concessionário ou permissionário do serviço público, à luz de
CONCEITO poderes que lhe tenham sido, por lei, atribuídos para a busca da
Serviços públicos são aqueles serviços prestados pela Adminis- adequação daquele serviço, do respeito às regras fixadoras da po-
tração, ou por quem lhe faça às vezes, mediante regras previamente lítica tarifária, da harmonização, do equilíbrio e da composição dos
estipuladas por ela para a preservação do interesse público. interesses de todos os envolvidos na prestação deste serviço, assim
A titularidade da prestação de um serviço público sempre será como da aplicação de penalidades pela inobservância das regras
da Administração Pública, somente podendo ser transferido a um condutoras da sua execução.
particular a prestação do serviço público. As regras serão sempre A regulação do serviço público pode ocorrer sobre serviços
fixadas unilateralmente pela Administração, independentemente executados de forma direta, outorgados a entes da administração
de quem esteja executando o serviço público. Qualquer contrato indireta ou para serviços objeto de delegação por concessão, per-
administrativo aos olhos do particular é contrato de adesão. missão ou autorização. Em qualquer um desses casos, a atividade
Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se regulatória é diversa e independente da prestação dos serviços.
utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal. Desta forma é necessário que o órgão executor do serviço seja di-
Quando não houver definição constitucional a respeito, deve-se ob- verso do órgão regulador, do contrário, haverá uma tendência na-
servar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem como o tural a que a atividade de regulação seja deixada de lado, em detri-
regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo regras de di- mento da execução, ou que aquela seja executada sem a isenção,
reito público, será serviço público; sendo regras de direito privado, indispensável a sua adequada realização.
será serviço privado.
O fato de o Ente Federado ser o titular dos serviços não signifi- Regulamentação e controle
ca que deva obrigatoriamente prestá-los por si. Assim, tanto poderá A regulamentação e o controle competem ao serviço público,
prestá-los por si mesmo, como poderá promover-lhes a prestação, independente da forma de prestação de serviço público ao usuário.
conferindo à entidades estranhas ao seu aparelho administrativo, Caso o serviço não esteja sendo prestado de forma correta, o
titulação para que os prestem, segundo os termos e condições fixa- Poder Público poderá intervir e retirar a prestação do terceiro que
das, e, ainda, enquanto o interesse público aconselhar tal solução. se responsabilizou pelo serviço. Deverá ainda exigir eficiência para
Dessa forma, esses serviços podem ser delegados a outras entida- o cumprimento do contrato.
des públicas ou privadas, na forma de concessão, permissão ou au- Como a Administração goza de poder discricionário, poderão
torização. ter as cláusulas contratuais modificadas ou a delegação do serviço
Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é público revogada, atendendo ao interesse público.
a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado; O caráter do serviço público não é a produção de lucros, mas
já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra- sim servir ao público donde nasce o direito indeclinável da Adminis-
ção pública. tração de regulamentar, fiscalizar, intervir, se não estiver realizando
a sua obrigação.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
Os serviços públicos possuem quatro caracteres jurídicos funda- Características jurídicas:
mentais que configuram seus elementos constitutivos, quais sejam: As características do serviço público envolvem alguns elemen-
- Generalidade: o serviço público deve ser prestado a todos, ou tos, tais quais: elemento subjetivo, elemento formal e elemento
seja à coletividade. material.
- Uniformidade: exige a igualdade entre os usuários do serviço - Elemento Subjetivo – o serviço público compete ao Estado
público, assim todos eles devem ser tratados uniformemente. que poderá delegar determinados serviços públicos, através de lei
e regime de concessão ou permissão por meio de licitação. O Es-
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tado é responsável pela escolha dos serviços que em determinada a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re-
ocasião serão conhecidos como serviços públicos. Exemplo: energia dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
elétrica; navegação aérea e infraestrutura portuária; transporte fer- b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
roviário e marítimo entre portos brasileiros e fronteiras nacionais; mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-
transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
portos fluviais e lacustres; serviços oficiais de estatística, geografia c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
e geologia tuária;
- Elemento Material – o serviço público deve corresponder a d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
uma atividade de interesse público. tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limi-
- Elemento Formal – a partir do momento em que os particula- tes de Estado ou Território;
res prestam serviço com o Poder Público, estamos diante do regime e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
jurídico híbrido, podendo prevalecer o Direito Público ou o Direito cional de passageiros;
Privado, dependendo do que dispuser a lei. Para ambos os casos, a f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
responsabilidade é objetiva. (os danos causados pelos seus agentes
serão indenizados pelo Estado) Titularidade não-exclusiva do Estado: os particulares podem
prestar, independentemente de concessão, são os serviços sociais.
FORMAS DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO Ex: serviços de saúde, educação, assistência social.
Titularidade
A titularidade da prestação de um serviço público sempre será De acordo com nossa Lei maior compete aos Estados e ao Dis-
da Administração Pública, somente podendo ser transferido a um trito Federal:
particular a execução do serviço público. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
As regras serão sempre fixadas de forma unilateral pela Admi- ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Consti-
nistração, independentemente de quem esteja executando o servi- tuição.
ço público. § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes
Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se sejam vedadas por esta Constituição.
utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal. § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
Quando não houver definição constitucional a respeito, de- concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei,
ve-se observar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
como o regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo re- § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
gras de direito público, será serviço público; sendo regras de direito regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
privado, será serviço privado. constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
Desta forma, os instrumentos normativos de delegação de ser- grar a organização, o planejamento e a execução de funções públi-
viços públicos, como concessão e permissão, transferem apenas a cas de interesse comum.
prestação temporária do serviço, mas nunca delegam a titularidade
do serviço público. Ao Distrito Federal:
Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado; reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício
já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra- mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla-
ção pública. tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Portanto, a execução de serviços públicos poderá ser realizada Constituição.
pela administração direta, indireta ou por particulares. Oportuno § 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis-
lembrar que a administração direta é composta por órgãos, que não lativas reservadas aos Estados e Municípios.
têm personalidade jurídica, que não podem estar, em regra, em ju- [...]
ízo para propor ou sofrer medidas judiciais.
A administração indireta é composta por pessoas, surgindo O artigo 30 da Constituição Federal, traz os serviços de compe-
como exemplos: autarquias, fundações, empresas públicas, socie- tência dos municípios, destacando-se o disposto no inciso V
dades de economia mista.
Por outro lado, o serviço público também pode ser executado Art. 30. Compete aos Municípios:
por particulares, por meio de concessão, permissão, autorização. I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Competência III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
São de competência exclusiva do Estado, não podendo delegar como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
a prestação à iniciativa privada: os serviços postais e correio aéreo tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
nacional. IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
Art. 21, CF Compete à União: estadual;
() V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
Além desses casos, veja estes incisos ainda trazidos no mesmo VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
artigo constitucional: do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-
Art. 21, CF Compete à União: tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
() VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
ou permissão:
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VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri- lares beneficiários da autorização; são chamados serviços públicos,
torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento porque atribuídos à titularidade exclusiva do Estado, que pode, dis-
e da ocupação do solo urbano; cricionariamente, atribuir a sua execução ao particular que queira
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, prestá-lo, não para atender à coletividade, mas às suas próprias ne-
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. cessidades.

Formas de prestação do serviço público Concessão de serviço público:


a). Prestação Direta: É a prestação do serviço pela Administra- É a delegação da prestação do serviço público feita pelo poder
ção Pública Direta, que pode se realizar de duas maneiras: concedente, mediante licitação na modalidade concorrência, à pes-
- pessoalmente pelo Estado: quando for realizada por órgãos soa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade
públicos da administração direta. de desempenho por sua conta e risco, com prazo determinado.
- com auxílio de particulares: quando for realizada licitação, Essa capacidade de desempenho é averiguada na fase de habi-
celebrando contrato de prestação de serviços. Apesar de feita por litação da licitação. Qualquer prejuízo causado a terceiros, no caso
particulares, age sempre em nome do Estado, motivo pelo qual a de concessão, será de responsabilidade do concessionário – que
reparação de eventual dano é de responsabilidade do Estado. responde de forma objetiva (art. 37, § 6.º, da Constituição Federal)
tendo em vista a atividade estatal desenvolvida, respondendo a Ad-
b) Prestação Indireta por outorga: nesse caso a prestação de ministração Direta subsidiariamente.
serviços públicos pode ser realizada por pessoa jurídica especializa- É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato
da criada pelo Estado, se houver lei específica. Este tipo de presta- de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder
ção é feita pela Administração Pública Indireta, ou seja, pelas autar- concedente. A subconcessão corresponde à transferência de par-
quias, fundações públicas, associações públicas, empresas públicas cela do serviço público concedido a outra empresa ou consórcio
e sociedades de economia mista. A responsabilidade pela reparação de empresas. É o contrato firmado por interesse da concessionária
de danos decorrentes da prestação de serviços, neste caso, é objeti- para a execução parcial do objeto do serviço concedido.
va e do próprio prestador do serviço, mas o Estado (Administração
Direta) tem responsabilidade subsidiária, caso a Administração In- Extinção da concessão de serviço público e reversão dos bens
direta não consiga suprir a reparação do dano. A remuneração paga São formas de extinção do contrato de concessão:
pelo usuário tem natureza de taxa. - Advento do termo contratual (art. 35, I da Lei 8987/95).
- Encampação (art. 35, II da Lei 8987/95).
c) Prestação Indireta por delegação: é realizada por conces- - Caducidade (art. 35, III da Lei 8987/95).
sionários e permissionários, após regular licitação. Se a delegação - Rescisão (art. 35, IV da Lei 8987/95).
tiver previsão em lei específica, é chamada de concessão de servi- - Anulação (art. 35, V da Lei 8987/95).
ço público e se depender de autorização legislativa, é chamada de - Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento
permissão de serviço público. ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual (art. 35,
A prestação indireta por delegação só pode ocorrer nos cha- VI da Lei 8987/95).
mados serviços públicos uti singuli e a responsabilidade por danos
causados é objetiva e direta das concessionárias e permissionárias, Assunção (reassunção): é a retomada do serviço público pelo
podendo o Estado responder apenas subsidiariamente. A natureza poder concedente assim que extinta a concessão.
da remuneração para pelo usuário é de tarifa ou preço público. Nos termos do que estabelece o artigo 35 §2º da Lei 8.987/75:
Importante lembrar, que o poder de fiscalização da prestação “Art. 35, § 2º - Extinta a concessão, haverá a imediata assunção
de serviços públicos é sempre do Poder Concedente. do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamen-
tos, avaliações e liquidações necessários).
DELEGAÇÃO
As formas de delegação por concessões de serviços públicos e Reversão: é o retorno de bens reversíveis (previstos no edital e
de obras públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão no contrato) usados durante a concessão.
pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, pela lei 8.987/95, Nos termos do que estabelece o artigo 35 §1º da Lei 8.987/75:
pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensá- “Art. 35, § 1º - Extinta a concessão, retornam ao poder conce-
veis contratos. dente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos
Vamos conferir a redação do artigo 175 da Constituição Fede- ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no
ral: contrato”.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, direta- a) Advento do termo contratual: É uma forma de extinção dos
mente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através contratos de concessão por força do término do prazo inicial previs-
de licitação, a prestação de serviços públicos. to. Esta é a única forma de extinção natural.
Parágrafo único. A lei disporá sobre: b) Encampação: É uma forma de extinção dos contratos de con-
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias cessão, mediante autorização de lei específica, durante sua vigên-
de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua cia, por razões de interesse público. Tem fundamento na suprema-
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e cia do interesse público sobre o particular.
rescisão da concessão ou permissão; O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o
II - os direitos dos usuários; fará de forma unilateral, pois um dos atributos do ato administra-
III - política tarifária; tivo é a autoexecutoriedade. - O concessionário terá direito à inde-
IV - a obrigação de manter serviço adequado. nização.

Note-se que o dispositivo não faz referência à autorização de


serviço público, talvez porque os chamados serviços públicos auto-
rizados não sejam prestados a terceiros, mas aos próprios particu-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Nos termos do que estabelece o artigo 37 da Lei 8.987/75: d) Rescisão é uma forma de extinção dos contratos de conces-
“Art. 37 - Considera-se encampação a retomada do serviço pelo são, durante sua vigência, por descumprimento de obrigações pelo
poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de in- poder concedente.
teresse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio O concessionário tem a titularidade para promovê-la, mas pre-
pagamento da indenização na forma do artigo anterior” cisa ir ao Poder Judiciário. Nesta hipótese, os serviços prestados
pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados
c) Caducidade: É uma forma de extinção dos contratos de con- até decisão judicial transitada em julgado
cessão durante sua vigência, por descumprimento de obrigações Nos termos do que estabelece o artigo 39 da Lei 8.987/75:
contratuais pelo concessionário. “Art. 39 - O contrato de concessão poderá ser rescindido por
O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das nor-
fará de forma unilateral, sem a necessidade de ir ao Poder Judici- mas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial es-
ário. pecialmente intentada para esse fim”
O concessionário não terá direito a indenização, pois cometeu Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os
uma irregularidade, mas tem direito a um procedimento adminis- serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrom-
trativo no qual será garantido contraditório e ampla defesa. pidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
Nos termos do que estabelece o artigo 38 da Lei 8.987/75:
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, O artigo 78 da Lei 8.666/93 traz motivos que levam à rescisão
a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da do contrato, tais como:
concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as XV- Atraso superior a 90 dias do pagamento devido pela Ad-
disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas ministração, decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou
entre as partes. parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de cala-
§ 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo po- midade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, as-
der concedente quando: segurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cum-
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou primento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâ- XIV- Suspensão da execução do serviço público pela Adminis-
metros definidores da qualidade do serviço; tração Pública por prazo superior a 120 dias, sem a concordância do
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou dispo- concessionário, salvo em caso de calamidade pública, grave pertur-
sições legais ou regulamentares concernentes à concessão; bação da ordem interna ou guerra.
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tan- O artigo 79 da Lei 8.666/93 prevê três formas de rescisão dos
to, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força contratos administrativo, sendo elas:
maior; 1. Rescisão por ato unilateral da Administração;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técni- 2. Rescisão amigável,
cas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço 3. Rescisão judicial.
concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por Entretanto, na lei de concessão é diferente, existindo apenas
infrações, nos devidos prazos; uma forma de rescisão do contrato, ou seja, aquela promovida pelo
VI - a concessionária não atender a intimação do poder conce- concessionário no caso de descumprimento das obrigações pelo
dente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e poder concedente.
VII - a concessionária não atender a intimação do poder conce- e) Anulação: É uma forma de extinção os contratos de conces-
dente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documenta- são, durante sua vigência, por razões de ilegalidade.
ção relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma Tanto o Poder Público com o particular podem promover esta
do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. espécie de extinção da concessão, diferenciando-se apenas quanto
§ 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser pre- à forma de promovê-la. Assim, o Poder Público pode fazê-lo unilate-
cedida da verificação da inadimplência da concessionária em pro- ralmente e o particular tem que buscar o poder Judiciário.
cesso administrativo, assegurado o direito de ampla defesa. A administração pode anular seus próprios atos, quando eiva-
§ 3o Não será instaurado processo administrativo de inadim- dos de vícios que os tornem ilegais, porque deles não originam di-
plência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, reitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos,
dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões aponta- a apreciação judicial, é o que dispõe a Súmula do STF nº 473.
das e para o enquadramento, nos termos contratuais.
§ 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a ina- f) Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimen-
dimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder con- to ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual:
cedente, independentemente de indenização prévia, calculada no - Falência: É uma forma de extinção dos contratos de conces-
decurso do processo. são, durante sua vigência, por falta de condições financeiras do
§ 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devi- concessionário. - Tanto o Poder Público com o particular podem
da na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor promover esta espécie de extinção da concessão.
das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária. - Incapacidade do titular, no caso de empresa individual: É uma
§ 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder con- forma de extinção dos contratos de concessão, durante sua vigên-
cedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos en- cia, por falta de condições financeiras ou jurídicas por parte do con-
cargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com cessionário.
empregados da concessionária.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Permissão de Serviço Público: Serviços indelegáveis são aqueles que só podem ser prestados
É a delegação a título precário, mediante licitação feita pelo po- pelo Estado diretamente, por seus órgãos ou agentes. Ex: serviço de
der concedente à pessoa física ou jurídica que demonstrem capaci- segurança nacional.
dade de desempenho por sua conta e risco.
b) Serviços administrativos e de utilidade pública:
A Lei n. 8.987/95 é contraditória quando se refere à natureza O chamado serviço de utilidade pública é o elenco de serviços
jurídica da permissão, pois muito embora afirma que seja “precá- prestados à população ou postos à sua disposição, pelo Estado e
ria”, mas exige que seja precedida de “licitação”, o que pressupõe seus agentes, basicamente de infraestrutura e de uso geral, como
um contrato e um contrato de natureza não precária. correios e telecomunicações, fornecimento de energia, dentre ou-
Em razão disso, diverge a doutrina administrativa majoritária tros.
entende que concessão é uma espécie de contrato administrativo Ex: imprensa oficial
destinado a transferir a execução de um serviço público para tercei-
ros enquanto permissão é ato administrativo unilateral e precário. c) Serviços coletivos e singulares:
Nada obstante, a Constituição Federal iguala os institutos - Coletivo (uti universi): São serviços gerais, prestados pela Ad-
quando a eles se refere ministração à sociedade como um todo, sem destinatário determi-
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar con- nado e são mantidos pelo pagamento de impostos.
cessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão so- - Serviços singulares (uti singuli): são os individuais onde os
nora e de sons e imagens, observado o princípio da complementa- usuários são determinados e são remunerados pelo pagamento de
ridade dos sistemas privado, público e estatal. taxa ou tarifa.
[...] Ex: serviço de telefonia domiciliar
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de ven-
cido o prazo, depende de decisão judicial. d) Serviços sociais e econômicos:
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para - Serviços sociais: são os que o Estado executa para atender aos
as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. reclamos sociais básicos e representam; ou uma atividade propicia-
dora de comodidade relevante; ou serviços assistenciais e proteti-
Autorização: vos. Ex: serviços de educação e saúde.
É um ato administrativo unilateral, discricionário e precário, - Serviços econômicos: são aqueles que, por sua possibilidade
pelo qual o Poder Público transfere por delegação a execução de de lucro, representam atividades de caráter industrial ou comercial.
um serviço público para terceiros. O ato é precário porque não tem Ex: serviço de fornecimento de gás canalizado.
prazo certo e determinado, possibilitando o seu desfazimento a
qualquer momento. e). Serviços próprios
O que diferencia, basicamente, a autorização da permissão é o Compreendem os que se relacionam intimamente com as atri-
grau de precariedade. A autorização de serviço público tem preca- buições do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde
riedade acentuada e não está disciplinada na Lei n. 8.987/95. É apli- públicas etc.) devendo ser usada a supremacia sobre os administra-
cada para execução de serviço público emergencial ou transitório dos para a execução da Administração Pública. Em razão disso não
Relativamente à permissão de serviço público, as suas caracte- podem ser delegados a particulares. Devido a sua essência, são na
rísticas assim se resumem: maioria das vezes gratuitos ou de baixa remuneração.
a) é contrato de adesão, precário e revogável unilateralmente
pelo poder concedente, embora tradicionalmente seja tratada pela f). Serviços impróprios
doutrina como ato unilateral, discricionário e precário, gratuito ou Por não afetarem substancialmente as necessidades da socie-
oneroso, intuitu personae. dade, apenas irá satisfazer alguns de seus membros, devendo ser
b) depende sempre de licitação, conforme artigo 175 da Cons- remunerado pelos seus órgãos ou entidades administrativas, como
tituição; é o caso das autarquias, sociedades de economia mista ou ainda
c) seu objeto é a execução d e serviço público, continuando a por delegação.
titularidade do serviço com o Poder Público;
d) o serviço é executado e m nome d o permissionário, por sua PRINCÍPIOS
conta e risco; Vamos conferir os princípios fundamentais que ditam as dire-
e) o permissionário sujeita-se à s condições estabelecidas pela trizes do serviço público:
Administração e a sua fiscalização; a) Princípio da continuidade da prestação do serviço público:
f) como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer Em se tratando de serviço público, o princípio mais importante é o
momento pela Administração, por motivo de interesse público; da continuidade de sua prestação.
g) não obstante seja de sua natureza a outorga sem prazo, tem Na vigência de contrato administrativo, quando o particular
a doutrina admitido a possibilidade de fixação de prazo, hipótese descumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se a Adminis-
em que a revogação antes do termo estabelecido dará ao permis- tração, entretanto, que descumpre suas obrigações, o particular
sionário direito à indenização. não pode rescindir o contrato, tendo em vista o princípio da conti-
nuidade da prestação.
CLASSIFICAÇÃO Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar à Admi-
A doutrina administrativa assim classifica os Serviços Públicos: nistração Pública uma prerrogativa que não existe para o particular,
colocando-a em uma posição superior em razão da supremacia do
a) Serviços delegáveis e indelegáveis: interesse público.
Serviços delegáveis são aqueles que por sua natureza, ou pelo
fato de assim dispor o ordenamento jurídico, comportam ser execu-
tados pelo estado ou por particulares colaboradores. Ex: serviço de
abastecimento de água e energia elétrica
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) Princípio da mutabilidade: Fica estabelecido que a execução Ela é comum quando todos os entes federativos podem insti-
do serviço público pode ser alterada, desde que para atender o in- tuir os mesmos tributos, como por exemplo as taxas e contribuição
teresse público. Assim, nem os servidores, nem os usuários de ser- de melhoria.
viços públicos, nem os contratados pela administração pública, têm
direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico. • Competência Tributária Cumulativa
c) Princípio da igualdade dos usuários: Esse princípio estipula Prevista no art. 147 da CF/88, refere-se à competência da União
que não haverá distinção entre as pessoas interessadas em con- em instituir impostos estaduais nos Territórios, os Municipais, caso
tratar com a administração pública. Dessa forma, se tais pessoas eles não sejam divididos em Municípios, e da competência do DF
possuírem condições legais de contratação, não poderão ser dife- instituir os impostos municipais em seu território.
renciadas. CF, Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os im-
d) Princípio da adequação: na própria Lei 8.897/95, resta claro postos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios,
que o serviço adequado é aquele que preenche as condições de re- cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal ca-
gularidade, continuidade, eficiência, segurança, entre outros. Dessa bem os impostos municipais.
forma, se nota que à Administração Pública e aos seus delegados é
necessário que se respeite o que a legislação exige. • Competência Tributária Plena
e) Princípio da obrigatoriedade: o Estado não tem a faculdade A União poderá instituir e cobrar todos os tributos previstos
discricionária em prestar o serviço público, ele é obrigado a fazer, na Constituição da República, em caso de criação de Território e
sendo, dessa maneira, um dever jurídico. não sendo este, subdividido em Municípios. Seria o único caso de
f) Princípio da modicidade das tarifas: significa que o valor exi- competência tributária plena.
gido do usuário a título de remuneração pelo uso do serviço deve Entretanto, ela pode também, no caso de guerra externa ou
ser o menor possível, reduzindo-se ao estritamente necessário para sua iminência, exercer a bitributação e o bis in idem.
remunerar o prestador com acréscimo de pequena margem de lu-
cro. Daí o nome “modicidade”, que vem de “módico”, isto é, algo Exercício da competência tributária
barato, acessível. O exercício do poder atribuído é uma faculdade, não uma im-
Como o princípio é aplicável também na hipótese de serviço posição constitucional. Cada ente decide, de acordo com seus cri-
remunerado por meio de taxa, o mais apropriado seria denominá-lo térios de oportunidade e conveniência política, sobre seu exercício.
princípio da modicidade da remuneração. No entanto, importante ressaltar que constituem requisitos es-
g) Princípio da transparência: o usuário tem direito de receber senciais da responsabilidade fiscal, a instituição, previsão e efetiva
do poder concedente e da concessionária informações para defesa arrecadação de todos os tributos da competência constitucional
de interesses individuais ou coletivos. do ente da federação (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, art. 11).
Isso deve ser entendido com razoabilidade, já que se o tributo for
antieconômico, não há como se entender pela obrigatoriedade de
NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO: COMPETÊNCIA TRIBU- sua instituição.
TÁRIA Além disso, impôs a LRF a proibição de transferências volun-
tárias para os entes federados que deixem de instituir impostos de
sua competência (art. 11, p. único).
Classificação
A doutrina majoritária classifica a competência tributária em: Capacidade tributária ativa
A competência tributária se distingue da capacidade tributária
• Competência Privativa ativa. A primeira é o poder, a aptidão de criar tributos, é legislar
Refere-se à competência para criar impostos atribuída com ex- instituindo tributos, já a segunda diz respeito à capacidade de ser
clusividade a um ente político. Os impostos tiveram sua competên- sujeito ativo da relação jurídica tributária.
cia para instituição definida pela CF de maneira privativa. A capacidade tributária ativa é a aptidão para ser colocado,
Assim, cabe privativamente a instituição dos seguintes impos- por lei, na posição de sujeito ativo da relação tributária, ou seja, na
tos: posição de credor, com as prerrogativas que lhe são inerentes de
a) À União: IR, II, IE, IOF, IPI, IEG, IGF, ITR, impostos residuais. fiscalizar o cumprimento das obrigações pelos contribuintes, lançar
b) Aos Estados e DF: IPVA, ITCMD, ICMS. e cobrar os respectivos créditos tributários.
c) Aos Municípios e DF; ISS, IPTU, ITBI. Apenas as pessoas jurídicas de direito público é que têm capa-
cidade tributária ativa, podendo, pois, ser colocadas na posição de
A lista de impostos dos Estados, DF e Municípios é absoluta- sujeito ativo de obrigações tributárias (art. 119 do CTN); aliás só as
mente exaustiva, não podendo instituírem quaisquer outros. Já a pessoas políticas de direito público desenvolvem atividade adminis-
da União é exemplificativa, já que os impostos residuais permitem trativa plenamente vinculada (art. 3º do CTN).
a criação de uma série de outros impostos por meio de lei comple- O sujeito ativo será o próprio ente político do qual a lei institui-
mentar, inclusive permitindo a bitributação4 e o bis in idem5. dora do tributo emana (posição esta que se presume) ou, se a lei
expressamente designar, outras pessoas jurídicas de direito público,
• Competência Tributária Comum ou seja, uma autarquia ou uma fundação6.
4 Bitributação é um fenômeno do direito tributário que leva à tributação dupla
de um mesmo fato gerador, realizada por dois entes diferentes. Ou seja: dois
poderes públicos (União, estados e municípios, por exemplo) cobram um tributo
do contribuinte sobre a mesma operação. gerador várias vezes. É importante destacar que o bis in idem não pode ser
5 O bis in idem é um fenômeno do direito que consiste na repetição (bis) de confundido com a bitributação, que ocorre quando entes distintos realizam a
uma sanção sobre o mesmo fato (in idem). Ele pode ocorrer em diversas áreas cobrança do mesmo tributo sobre um mesmo contribuinte.
do direito brasileiro, como no ramo do Direito Tributário, quando o mesmo 6 PAULSEN, L. Direito Tributário – Constituição e Código Tributário à Luz da
ente tributante cobra um tributo do mesmo contribuinte sobre o mesmo fato Doutrina e da Jurisprudência. 6ª ed. rev. e atual. Porto Alegre, 2004.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A capacidade tributária ativa é o poder de cobrar e fiscalizar o 1 - Se dá quando o fato não se enquadra (não se subsume) ao
tributo; esta, ao contrário da competência tributária, é delegável a campo material que se pretende correlacionar;
outras pessoas jurídicas de direito público. A delegação da capaci- 2 – Ocorre quando o fato não corresponde ao campo territorial
dade tributária compreende as garantias e os privilégios processuais próprio (incompetência territorial);
que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. 3 – Situação de “não incidência”, assim qualificados pela pró-
pria Constituição.
Imunidade tributária
A imunidade ocorre quando a Constituição Federal impede os Imunidades em espécie
entes de tributar determinadas situações, isso ocorre quando da • Imunidade Recíproca
delimitação da competência. A Imunidade Recíproca está contida na CF, art. 150, IV, ‘a’, é
Em termos simples, pode-se dizer que a imunidade é o impe- cláusula pétrea, pois protege o pacto federativo. Proíbe que um
dimento constitucional de se tributar pessoas, coisas ou situações. ente tribute, por meio de imposto, a renda, o patrimônio e os ser-
Trata-se de hipótese de não incidência. viço de outro.
Difere da isenção porque essa é concedida por meio de lei e é Como essa regra só é aplicável aos impostos, fica permitido a
exercício de competência, podendo ser definida como a dispensa tributação por meio das demais espécies tributárias. Deve-se ob-
legal do pagamento. Trata-se de hipótese de exclusão do crédito servar o disposto no § 2º do mesmo dispositivo legal que estende
tributário, uma vez que impede a formação do mesmo. a imunidade para as autarquias e fundações públicas, porém, dife-
Perceba-se que na isenção há o fato gerador abstrato e con- rentemente dos entes federados, esses órgãos somente terão imu-
creto, porém não haverá o lançamento, uma vez que exclusão im- nidade se seu patrimônio, renda e serviços estiverem vinculados às
pede sua feitura. Já na imunidade sequer há fato gerador abstrato, suas finalidades essenciais.
portanto não poderá haver sua realização e tampouco lançamento, O § 3º veda a aplicação das imunidades ao patrimônio, à renda
isso porque a imunidade é uma limitação constitucional ao poder e aos serviços das empresas ou sociedades que, embora tenham ca-
de tributar. pital público, se sujeitam às normas de direito privado ou que haja
A isenção ocorre quando, o ente competente para instituir de- contraprestação ou pagamento pelo usuário. Isso se deve ao fato de
terminado tributo, resolve dispensar do pagamento certas pessoas a própria Constituição proibir a concorrência desleal.
e ou situações. É, portanto, uma faculdade daquele que detém a
competência constitucional para instituir o tributo. • Imunidade Religiosa
O rol de imunidades contidos nesse capítulo não é exaustivo, A Imunidade Religiosa se dá devido ao Brasil ser considera-
haja vista haver previsão de outras na Constituição Federal. Assim, do um estado laico, assim, entendeu por bem o constituinte, não
sempre que a CF proibir a tributação de determinada situação ou permitir que fossem cobrados impostos das instituições religiosas,
pessoa, haverá imunidade. visto que esse poderia ser um meio utilizado para dificultar ou até
Nem sempre a CF usa as expressões “imune”, “imunidade”. mesmo impedir o exercício de determinada religião.
Muitas vezes as imunidades estão descritas com as seguintes ex- Esse dispositivo deve ser interpretado em conjunto com o § 4º,
pressões “não incidem”, “são isentos”. de sorte que não somente o templo (prédio) seja imune, mas todo
patrimônio, renda e serviços relacionados às atividades essenciais
Ainda que se utilize a expressão isenção, em se tratando de im- da instituição religiosa.
pedimento constitucional à tributação, haverá imunidade. Vejamos
o art. 5°, LXXIII que a um só tempo é exemplo de imunidade cons- • Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos de Trabalhado-
tante fora do rol do art. 150 e exemplo de imunidade veiculada sob res e Entidades Educacionais e Assistenciais sem fins lucrativos
a expressão “isento”: Ao conferir imunidade aos partidos políticos, buscou o legisla-
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação dor constituinte proteger o pluralismo político, necessário para a
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de manutenção da democracia. Já as entidades sindicais são imunes
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, devido à necessidade de efetivar a liberdade de associação sindical,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o prevista constitucionalmente.
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus Para que as entidades educacionais e assistenciais sem fins lu-
da sucumbência. crativos gozem da imunidade precisam atender aos requisitos pre-
vistos em lei complementar, obedecendo ao disposto no art. 146, II,
Distinção entre imunidade, isenção e não incidência CF, além de estar em concordância com o art. 14 do CTN:
Imunidade é um instituto que será regrado em âmbito cons- Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é su-
titucional, ou seja, a dispensa ao pagamento de tributo deve ser bordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades
disciplinado na Constituição Federal. Isenção é uma dispensa legal, nele referidas:
isso significa que a desobrigação ao pagamento decorrerá da lei. I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de
Incidência tributária nada mais é do que a situação em que o suas rendas, a qualquer título;
tributo passa a ser devido por ter ocorrido o fato gerador. A hipóte- II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manu-
se de incidência tributária representa o momento abstrato, previsto tenção dos seus objetivos institucionais;
em lei, hábil a deflagrar a relação-jurídico tributária7. III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em li-
Assim, numa leitura a contrario sensu a não incidência tribu- vros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
tária, é a ausência do surgimento da relação jurídico-tributária em § 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no
face da não ocorrência do fato gerador. Há três situações que carac- § 1º do artigo 9º, a autoridade competente pode suspender a apli-
terizam a não-incidência8: cação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo
9º são exclusivamente, os diretamente relacionados com os objeti-
vos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos
7 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. Saraiva.
nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
8 CASSONE, Vittorio, 1999, p.116.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Imunidade Cultural II- Não se pode tributar ato ilícito, ou seja, não se pode ter por
A Imunidade Cultural tem por objetivo facilitar o acesso à cul- fato gerador de um tributo um ato ilícito. Isso não significa que a
tura, promover a livre manifestação do pensamento, proporcionar renda e os bens que são obtidos por meios ilícitos não estejam su-
a expressão artística, científica e intelectual bem como favorecer o jeitos à tributação.
acesso à informação.
4 Todo tributo é uma prestação instituída em lei, em decor-
• Imunidade da Música Nacional rência do princípio da legalidade e do princípio democrático. Logo,
A Imunidade da Música Nacional foi introduzida pela EC somente a lei pode criar um tributo.
75/2013, oriunda da aprovação da chamada PEC da Música, que De acordo com o princípio da legalidade previsto no art. 5º, II,
proíbe a tributação de fonogramas e videofonogramas musicais da Constituição Federal, somente a lei pode obrigar alguém a fazer
desde que produzidos no Brasil e que contenham obras de autores ou deixar de fazer alguma coisa. Ora, se o tributo implica em obri-
brasileiros ou interpretadas por artistas nacionais. A intenção do le- gação, ele somente pode ser instituído mediante lei.
gislador foi combater à pirataria e facilitar o acesso à cultura.
5 Deve o tributo ser cobrado mediante atividade administra-
tiva plenamente vinculada, o que significa que o agente público
IMPOSTOS DA UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E não exerce nenhum juízo de discricionariedade no que reporta à
MUNICÍPIOS. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL: CON- cobrança. Não se pode escolher entre cobrar ou não o tributo, ao
CEITO E NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO. IMPOSTOS, contrário, deve-se total obediência à lei e se é a lei quem determina
TAXAS, CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA a cobrança, o agente obedece.

Natureza jurídica
Conceito A natureza jurídica do tributo é regulamentada pelo art. 4º do
A primeira palavra utilizada para a descrição de tributo, foi Código Tributário Nacional:
“prestação”, haja vista que toda obrigação jurídica tem por objeto Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada
uma prestação, seja ela de dar, de fazer, de não fazer, etc. Logo, vê- pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para
-se que o tributo tem natureza jurídica obrigacional. qualificá-la:
O tributo possui conceito legal expresso no art. 3º do Código I - a denominação e demais características formais adotadas
Tributário Nacional (CTN): pela lei;
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua san-
ção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade Da leitura do artigo supracitado, conclui-se que, fato gerador
administrativa plenamente vinculada. é o elemento que define a natureza jurídica do tributo, não impor-
tando o nome que a ele foi atribuído e nem mesmo o destino da
O tributo compõe-se de cinco elementos essenciais, quais se- arrecadação.
jam: Pelo fato gerador, os tributos podem ser classificados como:
1 O tributo é prestação pecuniária, em moeda, ou cujo valor • Vinculados: são aqueles em que há uma contraprestação es-
que nela se possa exprimir, ou seja, o tributo é uma obrigação men- pecífica por parte do Estado;
surável economicamente, que deve ser cumprida, em regra, em di- • Não Vinculados: o contribuinte tem o dever de pagar o tribu-
nheiro, na moeda corrente no País, o que exclui o pagamento do to porque realizou o fato gerador, mas, não receberá nada específi-
tributo por meio do recebimento de coisas ou através da prestação co por parte do Estado a exemplo dos impostos.
de serviços.
A exceção para este elemento é a dação em pagamento, previs- Assim, para que se defina a natureza jurídica do tributo deve-se
ta no art. 156, IX, CTN. Por esse instituto é possível que o devedor analisar seus elementos e verificar em qual espécie tributária ele se
entregue para a Fazenda Pública um bem imóvel a fim de extinguir enquadra. O Código Tributário Nacional adotou a teoria tripartida,
o crédito tributário. através da qual, a natureza jurídica do tributo vinculado são as ta-
xas ou contribuição de melhoria e dos não vinculados que são os
2 O tributo é uma prestação compulsória, ou seja, na relação impostos.
jurídico-tributária, diferentemente da relação contratual cível, não
cabe manifestação de vontade das partes. Assim, a prestação é Espécies
obrigatória porque decorre da vontade da lei, não cabendo disposi- Existem três principais correntes sobre as espécies de tributos:
ção de vontade das partes. a) Teoria dualista: Para teoria dualista considera-se tributo ape-
O sujeito deve cumprir com a obrigação tributária não porque nas as taxas e os impostos;
quer, mas porque realizou o fato gerador e, portanto, incidiu em hi- b) Teoria tripartida: Teoria adotada pelo CTN, são espécies de
pótese que a lei determina o cumprimento de obrigação, qual seja, tributos, as taxas, os impostos e as contribuições de melhoria;
o pagamento. c) Teoria pentapartida ou quinquipartida: adotada pelo STF,
engloba-se como tributos, os impostos, as taxas, os empréstimos
3 O tributo não deve constituir sanção de ato ilícito e essa ca- compulsórios, as contribuições de melhoria e as contribuições es-
racterística deve ser analisada sob dois ângulos: peciais.
I- Tributo não é sanção, não é penalidade, não é castigo, logo,
ele não é instituído para punir o cidadão, ao contrário, o instrumen- Os tributos podem ser de cinco espécies: Imposto, Taxa, Con-
to sancionatório é a multa. tribuição de Melhoria, Empréstimo Compulsório e Contribuições
(especiais).

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Imposto • Poder de Polícia
Impostos são tributos não vinculados, que tem incidência so- O Poder de Polícia é definido pelo Art. 78 do CTN:
bre as manifestações de riqueza, por isso, diz-se que os mesmos Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administra-
promovem a solidariedade social, afinal, aquele que, de alguma for- ção pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou li-
ma manifesta riqueza se obriga a fornecer recursos para o Estado e berdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
cumprir com suas obrigações e objetivos. interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
Alguns doutrinadores preferem dizer que os impostos incidem costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
sobre fatores econômicos, como a renda, a produção e a proprie- atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização
dade. Ambas as posições são harmônicas, haja vista que os fatos do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à proprie-
econômicos nada mais são, do que manifestações de riqueza. dade e aos direitos individuais ou coletivos.
A definição legal de imposto está prevista no art. 16 do CTN: Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gera- polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites
dor uma situação independente de qualquer atividade estatal espe- da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se
cífica, relativa ao contribuinte. de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou des-
vio de poder.
Percebe-se que o próprio conceito de imposto afirma ser esse Pelo poder de polícia os interesses individuais são restringidos
um tributo não vinculado. Suas receitas, em regra, também não são de forma que o bem coletivo seja preservado. É exercido pela polí-
vinculadas, cabendo ao administrador público, utilizando os crité- cia administrativa.
rios de conveniência e oportunidade, decidir pela melhor destina-
ção, que decorre unicamente da lei. • Serviços Públicos Específicos e Divisíveis, Efetivos ou Poten-
ciais
Embora não se receba contraprestação direta e específica, os Os serviços públicos são específicos quando o contribuinte
contribuintes de todos os impostos são beneficiados pela renda ar- sabe o que está pagando. Já para ser divisível é preciso que se pos-
recadada pelos mesmos, haja vista que essas financiam vários ser- sa identificar os usuários daquele serviço, que se possa mensurar
viços públicos como segurança, saúde, educação. quem e quanto cada um utilizou daquele serviço.
De acordo com o art. 145, § 1º da Constituição Federal, sempre O serviço efetivo é aquele efetivamente prestado ao contri-
que for possível os impostos devem respeitar a capacidade contri- buinte. Já o serviço potencial é aquele posto à disposição do con-
butiva: tribuinte.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Sobre os serviços dispõe o CTN:
poderão instituir os seguintes tributos: Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consi-
(....); deram-se:
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e I - utilizados pelo contribuinte:
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
facultado à administração tributária, especialmente para conferir b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória,
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos in- sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa
dividuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as em efetivo funcionamento;
atividades econômicas do contribuinte. II - específicos, quando possam ser destacados em unidades
autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades pú-
Taxa blicas;
Taxas são tributos vinculados e de competência comum, pois III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente,
podem ser instituídos por todos os entes da Federação, desde que por parte de cada um dos seus usuários.
prestem o serviço ou exerçam o poder de polícia9. Tem definição no
art. 145, II da Constituição Federal: Contribuição de melhoria
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios A Contribuição de melhoria é um tributo de competência co-
poderão instituir os seguintes tributos: mum, assim, todo o ente que fizer uma obra pública que valorize
(....); imóveis, é competente para a sua cobrança. Está descrita no art.
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela 145, III, da Constituição Federal:
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; poderão instituir os seguintes tributos:
Igualmente, as taxas também possuem definição no artigo 77 (....);
do Código Tributário Nacional: III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Dis- O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização
trito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas imobiliária decorrente de obra pública. A contribuição de melhoria
atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder possui dois limites, quais sejam:
de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público a) Individual - o contribuinte não pode pagar valor maior que o
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua dis- quantum da valorização experimentada;
posição. b) Geral - a soma das contribuições não pode ultrapassar o va-
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato ge- lor total da obra.
rador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada
em função do capital das empresas. A Contribuição de Melhoria tem previsão legal nos artigos 81
e 82 do CTN:
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de
9 Poder de Polícia: é uma atividade administrativa fundamentada no princípio
suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de
da supremacia do interesse público. O art. 78 do CTN o define.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime
de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progres-
seguintes requisitos mínimos: sivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proven-
I - publicação prévia dos seguintes elementos: tos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela Emenda
a) memorial descritivo do projeto; Constitucional nº 103, de 2019)
b) orçamento do custo da obra; § 1º-A. Quando houver déficit atuarial, a contribuição ordiná-
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada ria dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos
pela contribuição; proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mí-
d) delimitação da zona beneficiada; nimo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
e) determinação do fator de absorção do benefício da valori- § 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no §
zação para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, 1º-A para equacionar o déficit atuarial, é facultada a instituição de
nela contidas; contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impug- públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela
nação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
inciso anterior; § 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B
III - regulamentação do processo administrativo de instrução deverá ser instituída simultaneamente com outras medidas para
e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem equacionamento do déficit e vigorará por período determinado,
prejuízo da sua apreciação judicial. contado da data de sua instituição. (Incluído pela Emenda Consti-
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada tucional nº 103, de 2019)
pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio eco-
inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos nômico de que trata o caput deste artigo:
respectivos fatores individuais de valorização. I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte II - incidirão também sobre a importação de produtos estran-
deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos geiros ou serviços;
prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respec- III - poderão ter alíquotas:
tivo cálculo. a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta
ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro.
Empréstimo compulsório b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
Nessa espécie tributária, o contribuinte é obrigado a emprestar § 3º A pessoa natural destinatária das operações de importa-
dinheiro para o Estado sempre que realizar o fato gerador, em con- ção poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.
formidade com o art. 148 da Constituição: § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidi-
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir rão uma única vez.
empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de ca- Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir
lamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do servi-
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de re- ço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
levante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de em- se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
préstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou Da leitura dos dispositivos supracitados, extrai-se que a União
sua instituição. é a única competente para instituir as contribuições sociais, as con-
tribuições de intervenção no domínio econômico e as contribuições
Os empréstimos compulsórios são tributos de competência pri- de interesse de categorias profissionais ou econômicas.
vativa da União, portanto, somente ela pode instituí-los. Para fazer
isso, deve utilizar de lei complementar, sob pena de inconstitucio- IMPOSTO DE RENDA
nalidade formal. Tributação Das Pessoas Físicas
O empréstimo compulsório somente pode ser instituído quan- A ideia de tributação pode ser entendida de duas formas. Por
do ocorrerem os motivos descritos nos incisos do artigo supracitado um lado, a tributação aparece no plano da realidade humana e
e todos os recursos angariados com essa espécie devem ser aplica- social, que evoluiu ao longo do tempo e que hoje corresponde ao
dos na situação que motivou sua instituição, logo, são classificados conjunto de instrumentos, técnicas e procedimentos fundamentais
como tributos de receita vinculada. para a arrecadação de recursos necessários a serem utilizados pelo
Estado no financiamento das demandas da sociedade. É neste sen-
Contribuições tido que se fala de tributação enquanto produto das lutas de clas-
O Art. 149 da CF dispõe sobre as contribuições especiais. Ve- ses, com suas consequências sociais, políticas e econômicas. Trata-
jamos: -se de um fenômeno da vida e que por isso mesmo se submete ao
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribui- regramento jurídico10.
ções sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse Esta perspectiva identifica a tributação no contexto dos anseios
das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de de satisfação das “necessidades públicas”, assim entendidas as pri-
sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. vações, os desejos ou os estados de insatisfação experimentados
146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, pelos indivíduos, que somente puderam ser satisfeitos a partir da
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
10 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador:
UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis; Superintendência de Educa-
ção a Distância, 2018.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
construção da vida em sociedade. O indivíduo, nas sociedades pri- O ramo do direito financeiro objetiva exatamente a explicação
mitivas, isolado, pode caçar, pescar ou colher frutos e raízes alimen- das modalidades de ingresso de receitas financeiras e efetuação das
tícias, mas a repulsa ao ataque de outra tribo, a luta contra animais despesas públicas pelos entes políticos, regidas por meio de disci-
ferozes de grande porte, a abertura das primeiras sendas na floresta plinamento específico. A vinculação com o direito tributário dar-se
deveria ter exigido a conjunção de esforços na ação coletiva. em função da importância do papel dos tributos nessa aquisição
Seria exatamente a conjugação de todos estes esforços que te- das receitas.
ria provocado a necessidade de gerar recursos financeiros, por meio
da tributação, para serem utilizados em prol da própria sociedade. Incidência
Essa ideia de tributação enquanto realidade no tempo e no espaço A incidência de um tributo não se trata de um fato isolado. Em
pode ser observada historicamente nos vários motins e mudanças realidade, a incidência é o resultado de uma série de condicionan-
de regime em consequência de reivindicações fiscais, como na In- tes que já se encontram estabelecidas muito antes do momento da
confidência Mineira, na “Gloriosa Revolução” britânica de 1688, na aplicação da norma tributária12.
Independência das 13 colônias norte-americanas, nas dificuldades Por outro lado, a incidência tributária não finaliza um processo.
do Tesouro que levaram Luís XVI à convocação dos Estados Gerais, e Em realidade, vem a ser um momento fundamental para que se
que por sua vez culminaram com a Revolução Francesa, entre mui- abra uma série de atos e procedimentos tendentes ao pagamento
tos outros exemplos. de um tributo.
Há, entretanto, uma segunda forma por meio da qual é possí- Assim, deve-se imaginar a incidência de um tributo como um
vel se compreender a ideia de tributação. Pode-se compreendê-la grupo de situações que antecedem a incidência em si e também a
numa perspectiva estritamente jurídica, enquanto conjunto de ele- sucedem, e das quais possivelmente decorrerá a obrigação de pa-
mentos fáticos e normativos que resultam na incidência tributária. gar tributo. A todo o complexo de atos e institutos que compõem a
Neste sentido, a tributação é o fenômeno jurídico que tem no incidência tributária denomina-se fenômeno da incidência tributá-
tributo o seu elemento nuclear, considerando desde o fato jurídico ria, ou fenomenologia da incidência tributária.
tributário, passando pela previsão normativa, até o exaurimento da Trata-se de um complexo cuja origem lógico-jurídica encon-
relação jurídica tributária subjacente, com todas as suas implica- tra-se na norma que prevê a aplicação do tributo, a chamada nor-
ções. ma material tributária, ou “regra-matriz de incidência tributária”
A compreensão sobre a existência da relação jurídico tributária (RMIT).
e o dever em arcar com suas prestações exige entendimentos que A RMIT é uma norma jurídica que se divide em duas partes:
antecedem ao próprio ramo do direito tributário, requerendo com-
preensão de aspectos relacionados à atividade financeira do estado a) o “antecedente normativo”, no qual estará prevista a “hipó-
e ao direito financeiro. A realização de despesas por qualquer sujei- tese de incidência tributária”, que pode ser entendida como a des-
to pressupõe a obediência ao ingresso de receitas, as quais são vi- crição do fato gerador;
tais para aquisição dos bens utilizados em suas básicas atividades11. b) o “consequente normativo”, no qual será descrita a obriga-
Essa busca por receitas será uma constante não apenas entre ção de pagamento do tributo, ou obrigação tributária, conforme
pessoas físicas, mas também entre pessoas jurídicas de direito pri- esquema a seguir:
vado ou público como forma de custear seus fins estruturais.

Tributação Das Pessoas Físicas


Tratando-se das pessoas físicas, a obtenção de receitas (aquisi-
ção da renda), advinda ou não de relações trabalhistas, objetiva o
alcance de valores para manutenção da própria vida, fundamentais
para o custeio de moradia, alimentação, vestuário, educação, den-
tre outros.
Nas pessoas jurídicas de direito privado, a obtenção de receitas
poderá ser encarada sob dois pontos. O primeiro se relaciona à ne-
cessidade de valores para manutenção da própria estrutura empre-
sarial, vinculados aos custos operacionais de aluguéis, maquinário,
fornecedores, trabalhadores etc. O segundo atrela-se à obtenção
de lucro a ser dividido entre os sócios, gerentes e fundadores da
própria pessoa jurídica.
Nessa mesma linha de pensamento, as pessoas jurídicas de
direito público (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) tam- https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28124/1/Legisla%c3%a7%-
bém necessitam de receitas para a consecução de suas atividades c3%a3o%20Tribut%c3%a1ria.pdf
estatais em benefício da coletividade. Com efeito, para que esses
entes políticos executem as atribuições estampadas na Carta Mag- Rendimento
na, será necessária a realização das denominadas despesas públi- O Imposto de Renda - IR tem como fato gerador o auferimento
cas. de renda. De maneira mais precisa, o CTN, Art. 43, prevê que o im-
A limpeza pública, saneamento básico, contratação em licita- posto deverá incidir sobre a “disponibilidade econômica ou jurídica
ção pública, saúde pública, remuneração de servidores públicos, de renda ou proventos de qualquer natureza”.
retratam apenas algumas das atividades essenciais que devem ser
prestadas pelos entes federados e que acarretam custos operacio-
nais.
11 Novais, Rafael. Direito tributário facilitado / Rafael Novais. – 3. ed. 12 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador:
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis; Superintendência de Educa-
2018. ção a Distância, 2018.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
“Disponibilidade” remete à ideia de moeda corrente. Disso decorre que o IR somente deverá incidir sobre valores que o contribuinte
venha a receber em dinheiro13.
As chamadas verbas in natura, em princípio, estariam excluídas da incidência do imposto. Significa, por outro lado, que não é o mero
acréscimo patrimonial que constitui fato gerador do IR. É necessário que este acréscimo se dê por meio de recebimento pecuniário.
“Disponibilidade econômica” e “disponibilidade jurídica” da renda são expressões que remetem ao momento em que se deve consi-
derar ocorrido o rendimento para fins de incidência do IR. O contribuinte tem “disponibilidade econômica” a partir do momento em que
a quantia lhe é efetivamente paga.
Disponibilidade econômica corresponde à ideia de “regime de caixa”, segundo o qual o rendimento é considerado ocorrido no mo-
mento em que a quantia é recebida pelo beneficiário. Por outro lado, o contribuinte tem “disponibilidade jurídica” desde o momento em
que a quantia lhe é devida, ou seja, desde o momento em que ele tenha direito ao recebimento, ainda que não a tenha ainda efetivamente
recebido.
Corresponde à ideia de “regime de competência”, segundo o qual o rendimento considera-se ocorrido no momento em que se tem
direito de receber o pagamento. Embora o CTN ofereça as duas possibilidades acima, a regra geral no Brasil é a da incidência do IR segundo
o regime de competência, ou seja, em conformidade com a disponibilidade jurídica da renda.
O IR incide sobre o rendimento auferido em qualquer parte do território nacional e, em função do princípio da universalidade, é
possível que também venha a ter uma incidência extraterritorial. Assim, o rendimento auferido por uma subsidiária de uma empresa mul-
tinacional brasileira, localizada no estrangeiro, poderá ser alcançado pelo IR brasileiro.
Nesse caso, é possível que um mesmo rendimento venha a gerar a pretensão de cobrança, tanto do IR brasileiro como também do
país onde esteja localizada a subsidiária da multinacional brasileira. A tal situação se denomina “conflito de competência tributária” em
matéria de IR.
Tal conflito internacional se caracteriza sempre que dois ou mais países pretendam cobrar seus respectivos impostos de renda sobre
um mesmo rendimento. A incidência do IR ocorre, em regra, conforme o regime de competência, ou seja, no momento em que o rendi-
mento passa a ser devido ao contribuinte, mesmo que o valor não tenha ainda sido efetivamente pago.
Por outro lado, a incidência do IR é anual. Significa que é considerado “renda” o valor que se tenha direito a receber entre 1º de janeiro
a 31 de dezembro de cada ano. Portanto, rendimento, para o IR, não é o que se recebe num determinado mês, ou num determinado dia,
mas o conjunto de rendas e proventos auferidos ao longo do ano.

Rendimento Tributável
O estudo do aspecto quantitativo do IR exige a distinção entre a incidência do imposto no tocante à pessoa física (IRPF) e a incidência
sobre os rendimentos da pessoa jurídica (IRPJ), posto que os regimes são fundamentalmente diferentes14.
A base de cálculo anual do IRPF corresponde ao rendimento tributável do contribuinte, menos as deduções legalmente permitidas:

https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28124/1/Legisla%c3%a7%c3%a3o%20Tribut%c3%a1ria.pdf

O rendimento tributável equivale ao rendimento bruto, total, auferido pelo contribuinte, menos os rendimentos isentos, os rendimen-
tos não-tributáveis e os rendimentos de tributação exclusiva e definitiva na fonte:

https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/28124/1/Legisla%c3%a7%c3%a3o%20Tribut%c3%a1ria.pdf

13 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador: UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis; Superintendência de Educação a
Distância, 2018.
14 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador: UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis; Superintendência de Educação a
Distância, 2018.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Rendimentos Isentos Ou Não Tributáveis Contribuintes
Rendimentos não-tributáveis são aqueles que sequer se en- A obrigação tributária possui elementos essenciais à sua con-
quadram na condição de renda, ou proventos de qualquer nature- formação, consistentes no sujeito ativo, sujeito passivo, objeto, cré-
za, nos termos do CTN, Art. 43. É o caso das verbas indenizatórias, dito tributário e débito tributário.
que não constituem renda, para fins de incidência do IR15. Sujeito ativo é aquele que tem o direito de exigir o pagamento
Rendimentos isentos são aqueles que se enquadram na condi- do tributo ou da multa tributária. Poderá ser um ente político da fe-
ção de renda, nos termos do CTN, Art. 43, porém a legislação trata deração, ou uma entidade, conforme definido em lei, as chamadas
de excecionar da incidência do imposto por uma questão de política entidades “parafiscais”, como é o caso de uma autarquia.
legislativa. É o caso, por exemplo, da isenção do IRPF quanto ao Os Conselhos Profissionais são exemplos de entidades parafis-
rendimento decorrente da participação societária (lucros e dividen- cais, na medida em que podem cobrar as anuidades dos seus filia-
dos). dos, que nada mais são do que contribuições de caráter tributário18.

Tributação Exclusiva Sujeito Passivo


Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva e definitiva na fon- Sujeito passivo da obrigação tributária é aquele que ocupa o
te são rendimentos sobre os quais incide IRPF, porém, ao contrário polo passivo da relação jurídica tributária. Com base no CTN, Arts.
da regra geral, a incidência sobre os mesmos se dá apenas no mo- 121 e 122, é aquele sobre quem recai a obrigação a) de pagar tribu-
mento em que são recebidos pelo contribuinte. Em regra, o IRPF in- to, b) de pagar multa, ou c) de cumprir dever formal, tudo conforme
cide na fonte e posteriormente é feito um ajuste anual, definido por a legislação vigente.
meio da declaração do Imposto de Renda (DIRPF), a fim de verificar Somente a lei pode estabelecer quem será o sujeito passivo da
se o que foi recolhido na fonte corresponde a mais ou a menos do obrigação tributária (CTN, art. 97, III). Não cabe ao Decreto a sua
que deveria ter sido pago pelo contribuinte16. indicação, nem muito menos aos contratos firmados entre particu-
Não obstante, alguns rendimentos sofrem a incidência apenas lares (CTN, Art. 123).
ao longo do ano, sem serem oferecidos à tributação quando da de- É irrelevante, para o fisco, que um contrato de aluguel indique
claração anual do imposto. É o caso, por exemplo, do rendimento que a obrigação de pagar o IPTU será do inquilino, por exemplo,
auferido em função do lucro imobiliário, decorrente da compra e caso a lei do imposto determine que o sujeito passivo é o locador.
venda de imóveis. Não se deve confundir sujeito passivo tributário com “sujeito
Nesse caso, incidirá a alíquota de 15% apenas no momento do repercutido”. Este último não ocupa lugar na obrigação tributária,
recebimento do rendimento. Por este motivo, tal rendimento não mas terminará sofrendo os efeitos econômicos da tributação. É o
será incluído no universo dos rendimentos tributáveis, na definição que ocorre com o consumidor final no caso da incidência do ICMS,
da base de cálculo anual do imposto. por exemplo.
O consumidor final (“sujeito repercutido”) terminará arcando
Deduções com o efeito econômico da tributação, mas não cabe a ele ser co-
Já as deduções legais correspondem ao conjunto das despesas, brado do imposto, caso este imposto, por alguma razão, não tenha
efetivas ou presumidas, que o contribuinte tenha realizado ao longo sido recolhido pelo vendedor.
do ano e que poderão ser abatidas do rendimento tributável para Por outro lado, não importa que o sujeito passivo da obrigação
fins de definição da base de cálculo17. tributária seja um menor. O que importa é se ele realizou ou não o
A aferição da base de cálculo é realizada por meio da Declara- fato gerador da obrigação, ou se ele foi responsabilizado pelo paga-
ção de ajuste anual do IRPF (DIRPF), de realização obrigatória nos mento do tributo, segundo a legislação vigente.
seguintes casos: No caso das empresas, não importa se é uma empresa regular
ou irregular. Se realizou o fato gerador, será contribuinte do impos-
• contribuintes que tenham auferido rendimento superior ao to. Portanto, a capacidade jurídica do sujeito passivo tributário in-
teto de isenção; depende da sua capacidade civil, comercial, profissional ou de ad-
• contribuinte que seja sócio de empresa, ainda que inativa; ministração de bens ou negócios, bem como da regularidade da sua
• contribuintes que tenham auferido lucro imobiliário; constituição (CTN, Art. 126).
• contribuintes que tenham auferido rendimentos em bolsa de
valores; Espécies de sujeito passivo
• contribuintes que tenham posse ou propriedade de imóvel Segundo o CTN, Art. 121, parágrafo único, o sujeito passivo
superior a R$ 300.000,00 em 31.12 do ano considerado; classifica-se em:
• indivíduos que tenham passado a residir no Brasil no ano a
que se refira a declaração; a) contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a
• indivíduos que pretendam compensar prejuízos de atividade situação que constitua o respectivo fato gerador;
rural; e
• indivíduos que tenham auferido rendimentos isentos ou não- b) responsável, quando, sem revestir a condição de contribuin-
-tributáveis acima de R$40.000,00. te, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.

Contribuinte é o indivíduo que participa diretamente da situ-


15 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador:
ação que constitui fato jurídico tributário. Para identificar o contri-
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buinte, basta saber qual é o fato gerador do tributo respectivo.
ção a Distância, 2018.
Assim, contribuinte do IR, por exemplo, é aquele que aufere
16 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador:
renda; contribuinte do ISS é aquele que presta serviço; contribuinte
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do IPVA é o proprietário do veículo automotor.
ção a Distância, 2018.
17 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador: 18 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador:
UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis; Superintendência de Educa- UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis; Superintendência de Educa-
ção a Distância, 2018. ção a Distância, 2018.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O fato gerador poderá ser realizado por mais de um indivíduo A responsabilidade por sucessão é a situação na qual um indi-
ou contar com a participação de indivíduos na sua realização. Nes- víduo (o responsável) assume o lugar de outro (o contribuinte) na
se caso, está-se diante do que o CTN denomina de solidariedade condição de obrigado ao pagamento do tributo. Conforme previsto
tributária. no CTN, Arts. 129 a 133, a sucessão pode-se dar nos seguintes ca-
A solidariedade tributária poderá ser de dois tipos: “solidarie- sos:
dade de fato”, na qual duas ou mais pessoas têm interesse comum
na situação que constitui fato gerador da obrigação tributária; ou a) nos tributos que incidem sobre bens (“tributos reais”, a
“solidariedade de direito”, quando decorra de determinação ex- exemplo do IPTU e do IPVA) a responsabilidade se dá em função
pressamente designada pela lei (CTN, Art. 124). da transmissão do bem sobre o qual recai a dívida tributária. Nesse
É exemplo de solidariedade tributária a situação na qual dois caso, a responsabilidade recai sobre aquele que adquire a proprie-
indivíduos são coproprietários de um mesmo imóvel urbano. Nes- dade ou a posse do bem (“transmissário”);
se caso, haverá solidariedade entre tais indivíduos com relação ao
IPTU. b) nos tributos que incidem sobre pessoas físicas (“tributos
pessoais”, a exemplo do IRPF ou do ICMS), a sucessão se dá com
A solidariedade tributária provoca os seguintes efeitos (CTN, o falecimento (“abertura da sucessão”) daquele que está devendo
Art. 125): tributos. Nesse caso, o responsável por sucessão será:
a) não comporta benefício de ordem. Isso significa que não há • o conjunto de bens (“espólio”) deixado pelo contribuinte que
ordem de preferência entre os obrigados, para fins de pagamento tenha falecido (“de cujus”);
do tributo. Cada um pode ser cobrado pela totalidade da dívida. • o herdeiro a qualquer título e o “cônjuge meeiro” pelos tribu-
Por outro lado, o pagamento realizado por um dos obrigados apro- tos com relação aos quais ainda esteja em dívida no momento da
veita aos demais. Ou seja, se a totalidade da dívida foi paga por um divisão da herança (“partilha” ou “adjudição”).
dos obrigados, a Fazenda Pública não poderá cobrar nada mais dos Em ambas as situações, o valor a ser pago pelo responsável não
demais; poderá ultrapassar o montante que lhes caiba na herança.
b) a isenção ou a remissão (perdão) da dívida exonera todos os
obrigados. A única exceção ocorre naqueles casos em que a isenção c) nos tributos incidentes sobre pessoa jurídica, a responsabi-
ou a remissão seja concedida de forma pessoal a apenas um deles, lidade ocorre nos casos em que a empresa devedora de tributo é
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo sal- assumida por outro sujeito. A depender da situação específica, o
do remanescente (descontada a parte relativa àquele que recebeu responsável por sucessão será:
o benefício); • a pessoa jurídica resultante de fusão, cisão ou incorporação;
c) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obri- • o sócio, ou o seu espólio, que continuar a atividade da pessoa
gados, favorece ou prejudica aos demais. Se apenas um dos coo- jurídica extinta;
brigados realizou um ato que provoca a interrupção da prescrição, • a pessoa física ou jurídica adquirente de estabelecimento ou
essa interrupção valerá para todos. fundo de comércio.
Nesse caso, a responsabilidade do adquirente será:
Responsáveis 1. integral, se o antigo proprietário (vendedor ou alienante)
Responsável tributário, por sua vez, é o terceiro que, não tendo deixar de realizar a atividade empresarial. Nesse caso, o adquirente
realizado o fato gerador, responde pela obrigação tributária (CTN, responderá sozinho pela dívida;
Art. 128). Ou seja, o fato gerador é realizado pelo contribuinte, mas 2. subsidiária, se o alienante continua a realizar atividade em-
a legislação determina que a obrigação de pagamento seja cumpri- presarial, ou a retoma dentro de 6 meses, no mesmo ou noutro
da pelo responsável19. ramo.
Embora o responsável não tenha realizado o fato gerador, é ne- 3. Não obstante, se a aquisição de um estabelecimento ou fun-
cessário que ele tenha algum tipo de relação para com o fato, não do de comércio se der por meio judicial, no âmbito de um proces-
podendo ser alguém absolutamente alheio ao mesmo. A responsa- so de falência ou recuperação judicial, sem a ocorrência de fraude,
bilidade tributária subdivide-se em quatro categorias: responsável o adquirente não terá qualquer responsabilidade e, nesse caso, a
por substituição; por sucessão; responsabilidade de terceiro; e por obrigação continua a ser do alienante (vendedor).
infração.
A responsabilidade de terceiros encontra-se prevista no CTN,
Na responsabilidade por substituição, o legislador atribui a ter- Arts. 134 e 135 e ocorrerá em dois grupos de hipóteses. O primeiro
ceiro a condição de responsável por uma questão de conveniência deles se dá em função da existência de uma relação pessoal entre
da administração, que terá maior facilidade para fiscalizar e cobrar contribuinte e responsável.
o tributo considerado. Em geral, a responsabilidade por substitui- São casos nos quais o contribuinte não tem condição de rea-
ção é estabelecida onde se concentram situações que configuram lizar o pagamento da obrigação tributária, em função da situação
fatos geradores e onde, portanto, será possível concentrar os esfor- jurídica em que se em encontra. São hipóteses de responsabilidade
ços de fiscalização por parte da Fazenda Pública. de terceiro neste primeiro grupo:
É o caso do recolhimento do IRPF na fonte (IRRF). A empre- a) os pais, pelo pagamento dos tributos devidos pelos filhos
sa que emprega 1.000 trabalhadores costuma ser responsabiliza- menores;
da pelo recolhimento do IRPF, pois, para a Receita Federal, é mais b) os tutores e curadores, pelos tributos devidos pelos tutela-
conveniente essa modalidade de arrecadação a ter que cobrar o dos e curatelados;
imposto de cada um dos 1.000 empregados. c) o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
d) o administrador da falência, pelos tributos devidos pela mas-
sa falida; e
e) os sócios, pelos tributos devidos pela empresa em liquidação
19 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador:
de sociedades de pessoas.
UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis; Superintendência de Educa-
ção a Distância, 2018.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O segundo grupo de hipóteses de responsabilidade de terceiro Se após a utilização dessas regras específicas, permanecer au-
se dá naqueles casos em que exista relação pessoal entre o res- sente a identificação do domicílio tributário, utilizar-se-á o lugar da
ponsável e o fato gerador do tributo. Encontram-se incluídas neste situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram
grupo os seguintes casos: origem à obrigação (art. 127, § 1º, do CTN).
a) os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pe-
los tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante Base De Cálculo
eles, em razão do seu ofício; O objeto da obrigação tributária poderá ser de dois tipos, a de-
b) os administradores de bens de terceiros, pelos tributos de- pender de qual seja a espécie de obrigação considerada, conforme
vidos por estes. indicado no CTN, Art. 113. Na obrigação tributária principal, o obje-
to consistirá em pagar à Administração Tributária um determinado
Finalmente, a responsabilidade por infração é aquela que de- valor a título de tributo ou multa tributária21.
corre da comissão de ato ilícito. Segundo o CTN, Arts. 136 a 138, Na obrigação tributária acessória, o objeto será uma conduta
essa responsabilidade independe da intenção do agente, bem como do contribuinte, que deverá fazer ou deixar de fazer alguma coisa,
da sua efetividade, natureza e extensão dos seus efeitos. É excluída no interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos.
pela “denúncia espontânea”, assim entendida a confissão apresen- O valor a pagar a título de tributo poderá ser definido pela lei
tada pelo próprio infrator antes do início de qualquer procedimento de duas formas. Poderá ser um valor fixo, que não varia com relação
administrativo ou medida de fiscalização tendente à apuração da à riqueza que se esteja tributando. Nessa situação, trata-se daquilo
infração. que se denomina tributo de “alíquota fixa”, ou “alíquota específica”.
É o caso do ISS sobre profissionais liberais. Um contador, por
Domicílio Fiscal exemplo, não paga ISS em função do seu faturamento mensal. Paga
Inicialmente, precisamos perceber que a definição do domicílio um valor fixo, com independência de quanto tenha recebido de ho-
tributário beneficiará ambos os sujeitos da relação tributária. Para norários.
as fazendas públicas (sujeito ativo) a correta localização do devedor Por outro lado, é possível que o valor a pagar a título de tribu-
tributário, ao passo em que os contribuintes e responsáveis (sujei- to seja resultado da aplicação de duas variáveis previstas em lei:
tos passivos) tem o direito de obterem corretas informações sobre a base de cálculo (também denominada base imponível, matéria
sua vida fiscal e o dever de honrar eventuais exações20. tributável, pressuposto valorativo do tributo, etc.) e a alíquota (“ad
O legislador nacional estabeleceu no art. 127 do CTN específi- valorem” ou “ad rem”).
cas previsões sobre esse tema, extraindo-se dele a regra do domi- A base de cálculo é a variável matemática prevista em lei, que
cílio de eleição, quando o próprio sujeito passivo (contribuinte ou será utilizada como referência para aferir o tributo a pagar. Poderá
responsável) elegerá o local para sua localização. ser de dois tipos: monetária, quando o valor considerado for ex-
A importância dessa regra é percebida pela jurisprudência do presso em moeda, como no caso do IR; ou absoluta, quando o valor
Superior Tribunal de Justiça, ao inadmitir validade de notificação considerado for expresso em qualquer outra grandeza que não a
encaminhada para local diverso do endereço corretamente eleito monetária.
pelo contribuinte (REsp 33.837/MG). É o caso, por exemplo, do IPI incidente sobre a cerveja. Nesse
caso, a base de cálculo não é o valor monetário faturado pela in-
Jurisprudência dústria, mas o volume de cerveja produzido, aferido por meio de
Tributário. Domicílio tributário. Firma individual. CTN, art. 127, medidores de vazão.
II. Aplicação. I – O acórdão recorrido, ao admitir como válida noti-
ficação fiscal enviada para local diverso do domicílio tributário do Alíquotas
contribuinte, que era do conhecimento do Fisco, ofendeu o art. No consequente normativo, encontram-se indicados os ele-
127, II, do CTN. II – Recurso especial conhecido e provido (STJ, REsp mentos da obrigação tributária, assim divididos22:
199300094963, 2ª Turma, Antônio de Pádua Ribeiro, DJ 25.03.1996, a) Aspecto subjetivo, constituído pelos sujeitos que participa-
p. 8.560). rão da obrigação:
• Sujeito ativo: aquele que tem o direito de exigir o pagamento;
Essa eleição, entretanto, não poderá resultar em impossibili- • Sujeito passivo: aquele sobre quem recai a obrigação de pa-
dade ou dificuldade na arrecadação ou a fiscalização dos tributos, gamento.
pois, se assim ocorrer, a Fazenda Pública interessada deverá recusar
a eleição realizada e seguir a sequência das demais regras (art. 127, b) Aspecto objetivo ou quantitativo, constituído pelas variáveis
§ 2º, do CTN). que permitirão a definição do valor a pagar a título de tributo:
Inexistindo eleição do domicílio (ou recusa daquele anterior-
mente eleito), a identificação será feita nos moldes dos incisos do • Base de cálculo: variável definida em lei, que servirá de parâ-
art. 127 do CTN, determinando: metro para aferir o valor do tributo a pagar;
• Alíquota: variável definida em lei, a ser aplicada sobre a base
→ Pessoa Física (natural): residência habitual, ou, sendo esta de cálculo, para fins de definir o valor a pagar a título de tributo.
incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
→ Pessoa Jurídica de direito privado ou firmas individuais: o lu-
gar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem
à obrigação, o de cada estabelecimento;
→ Pessoa Jurídica de direito público: qualquer de suas reparti-
21 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador:
ções no território da entidade tributante.
UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis; Superintendência de Educa-
ção a Distância, 2018.
20 Novais, Rafael. Direito tributário facilitado / Rafael Novais. – 3. ed. 22 Portella, André. Legislação tributária / André Portella. - Salvador:
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, UFBA, Faculdade de Ciências Contábeis; Superintendência de Educa-
2018. ção a Distância, 2018.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A alíquota é a variável matemática que será aplicada sobre a Os únicos casos em que o lançamento deverá levar em conside-
base de cálculo para fins de definição do tributo a pagar. Também ração a norma nova, e não a revogada, se dá quando a norma nova
poderá ser de dois tipos: ad valorem, quando é expressa em por- tenha: a) instituído novos critérios de apuração ou fiscalização; b)
centagem; ou ad rem, quando é expressa em valor monetário. ampliado os poderes das autoridades administrativas; ou c) outor-
Sempre que uma alíquota for ad valorem, a base de cálculo do gado ao crédito maiores garantias, exceto, neste último caso, quan-
tributo será monetária. Sempre que a uma alíquota for ad rem, a do para atribuir responsabilidade a terceiros (CTN, Art. 144, §1º).
base de cálculo do tributo será absoluta.
Trata-se de uma necessidade lógica, tendo em vista que todo Modalidades de lançamento
tributo deve ser pago sempre em moeda. O CTN prevê três modalidades de lançamento: de ofício, por
declaração ou por homologação.
Lançamento
Em termos técnicos, o CTN utiliza a expressão “lançamento tri- Lançamento de ofício, ou direto, é aquele realizado pela Admi-
butário” para se referir à constituição do crédito tributário23. nistração, sem a intervenção do sujeito passivo na sua elaboração,
De forma mais precisa, o Art. 142 do Código refere-se a lan- ou a partir de uma participação que não mereça fé, nos termos do
çamento tributário como “procedimento administrativo tendente a CTN, Art. 148. Portanto, é lançamento direto tanto aquele ordina-
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, riamente realizado por iniciativa da Administração como também
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo de- aquele realizado a partir da omissão do sujeito passivo, ou da apre-
vido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação sentação de dados e documentos pelo mesmo ou por terceiro obri-
da penalidade cabível.” gado que não mereçam fé (CTN, Art. 148).
O parágrafo único indica, por outro lado, que “a atividade ad- Daí a classificação doutrinária que divide o lançamento direto
ministrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de em ordinário, ou por arbitramento, respectivamente, e cujas hipó-
responsabilidade funcional.” teses encontram-se elencadas no CTN, Art. 149. O IPTU e o IPVA
Assim, à luz do CTN, Art. 142, o lançamento constitui o crédito são exemplos de tributos submetidos, de forma ordinária, a lança-
tributário, o que significaria que o crédito somente passa a existir a mento de ofício.
partir do momento em que se realiza o lançamento. Trata-se de um
procedimento constituído por uma série de atos que resultarão na Lançamento por declaração, ou misto, é aquele realizado pela
indicação do valor a pagar, assim como dos sujeitos envolvidos, e Administração com base nas informações prestadas pelo sujeito
que podem ser assim sistematizados: passivo ou terceiro obrigado, sobre matéria de fato indispensáveis
a) verificação da ocorrência do fato gerador; à efetivação. É o que ocorre com o Imposto de Importação, no qual
b) determinação da matéria tributária; o importador deve informar ao Fisco todos os dados referentes ao
c) cálculo do montante do tributo devido, expresso em moeda fato gerador, por meio da declaração de importação.
nacional – quando o valor esteja expresso em moeda estrangeira,
deverá ser convertido em moeda nacional ao câmbio do dia da Lançamento por homologação, ou autolançamento, é aquele
ocorrência do fato gerador da obrigação (CTN, Art. 143); que o sujeito passivo realiza e com base no qual paga antecipada-
d) identificação do sujeito passivo. mente sem prévio exame da Administração (CTN, Art. 150). Nesse
caso, o lançamento estará sujeito a homologação da autoridade ad-
Tal procedimento será realizado tanto pela Administração ministrativa.
como pelo sujeito passivo, seja de forma a auxiliar a Administração, O pagamento antecipado não extingue o crédito tributário,
seja de forma autônoma, por meio da definição de valor a pagar. permanecendo condicionada a extinção à posterior homologação.
O lançamento tributário tem como características fundamen- IPI, ICMS, IR são tributos cujo lançamento é feito por homologação.
tais ser vinculado e obrigatório, sob pena de responsabilidade fun- A homologação deverá ser realizada pela Administração no
cional. Significa que o agente fazendário responsável pelo lança- prazo de 5 anos a contar do fato gerador da obrigação tributária. Em
mento não poderá deixar de realizar o lançamento sempre que o não o fazendo, considera-se extinta a prerrogativa da Administra-
mesmo seja aplicável e também não poderá deixar de se ater àquilo ção de homologar o lançamento e definitivamente extinto o crédi-
que esteja disposto na lei, ao realizá-lo. to, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação
Não poderá decidir sobre um ato qualquer de acordo com o (CTN, Art. 150, §4º).
que considera correto. Deverá aplicar o que a lei prevê para cada Caso o sujeito passivo realize o lançamento com dolo, fraude
caso, sob pena de nulidade e de penalizações. ou simulação, o prazo de 5 anos passará a contar a partir do primei-
O lançamento reporta-se à data do “fato gerador” e rege-se ro dia do ano seguinte, nos termos do CTN, Art. 173, I.
pela lei então vigente. Ou seja, mesmo que o lançamento venha a
ser realizado após a revogação de uma norma de incidência tributá- Revisão do lançamento
ria, no mesmo deverá ser aplicada tal norma, tendo em vista ser ela O lançamento pode ser revisado. A possibilidade de alteração
que estava vigente ao tempo do fato gerador. será mais ou menos limitada, a depender de se o lançamento foi ou
Imagine que uma lei de 2017 tenha alterado a alíquota do IPTU, não notificado pela Administração ao sujeito passivo. Antes de ter
de 1% para 2%. Imagine, por outro lado, que determinado contri- ocorrido a notificação, há maior liberdade para se alterar o lança-
buinte não tenha pago o IPTU dos anos de 2014 a 2016. Nesse caso, mento e, nesse caso, podem ocorrer as seguintes situações:
o lançamento a ser realizado em 2018 deverá aplicar a alíquota an- a) a Administração poderá alterar o lançamento em caso de
tiga, de 1%, tendo em vista que era ela que estava vigente no mo- constatar erros na declaração prestada, apuráveis pelo seu mero
mento em que ocorreram os fatos geradores. exame (erros claros, como os que podem ocorrer com a supressão
de uma letra ou de um número, sem que se alterem o sentido e os
fundamentos do lançamento, por exemplo);
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) o contribuinte pode solicitar a alteração numa declaração Possui também uma peculiaridade, que é a possibilidade de
que ele tenha prestado, salvo se a alteração visar a redução ou a formação de processos administrativos ou judiciais incidentalmente
exclusão do tributo, hipótese em que só será admissível se ele com- ao procedimento do lançamento.
provar a ocorrência do erro alegado.
Cálculo Do Tributo
Por outro lado, após a notificação do lançamento, o mesmo No art. 148, o CTN prevê a possibilidade de a autoridade admi-
não pode, em regra, ser modificado. De forma excepcional, entre- nistrativa arbitrar a base de cálculo do tributo fundada em preços
tanto, admite-se a revisão nos seguintes casos: ou valores de bens, direitos, serviços e atos jurídicos:
a) em função de uma impugnação pelo sujeito passivo e, por-
tanto, após a abertura de um processo administrativo no qual tan- Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome
to a Administração como o sujeito passivo irão apresentar as suas em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou
razões; atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular,
b) em função de um recurso apresentado pela Administração arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não
(“recurso de ofício”), que terminará tendo a mesma lógica da hipó- mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou
tese anterior, com a diferença de que quem terá iniciado o processo os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro le-
administrativo terá sido a Fazenda Pública, e não o sujeito passivo; galmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação
c) pela Administração, sem a necessidade de instauração de um contraditória, administrativa ou judicial.
processo administrativo (portanto, “de ofício”), nos casos em que
seja constatado dolo, fraude ou simulação por porte do responsável Conforme o dispositivo citado, o Fisco somente arbitrará a
pelo lançamento (CTN, Art. 149). base de cálculo dos tributos, “sempre que sejam omissos ou não
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os
Em todo caso, “a revisão do lançamento de ofício só pode ser documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legal-
iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública” de lan- mente obrigado”. A parte final do artigo em análise ressalva que, na
çar o crédito (CTN, Art. 149, parágrafo único). De maneira mais pre- hipótese de a Fazenda contestar a documentação apresentada pelo
cisa, 5 anos a contar da ocorrência do fato gerador, ou do primeiro contribuinte será dada oportunidade ao contraditório administrati-
dia do exercício seguinte ao que se poderia efetuar o lançamento, a vo ou o uso de medidas judiciais.
depender de cada caso. O acesso à justiça independe de qualquer “autorização” ou
“previsão” em normas administrativas, porque decorre do disposto
Prazo para proceder ao lançamento e o termo inicial da conta- no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal.
gem de tal prazo Com relação à impugnação administrativa quando o Fisco con-
O lançamento tributário deve ser realizado no prazo máximo siderar as informações do contribuinte inidôneas, o que servirá de
de 5 anos, sob pena de decadência do crédito tributário. O prazo motivação para o lançamento por arbitramento, será formado um
propriamente dito não varia, sendo sempre de 5 anos. Porém o iní- processo administrativo específico para se resolver este incidente.
cio da sua contagem irá variar, podendo-se dar: Caso acolhida a impugnação deverá o fisco realizar o lançamento
→ no 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamen- utilizando como base de cálculo a forma prevista na legislação para
to poderia ter sido efetivado (CTN, Art. 173, I). No caso do IR, por o tributo, sem o direito de arbitrar o valor.
exemplo, corresponderia ao dia 1º de janeiro do ano seguinte ao Por exemplo, no lançamento tributário do Imposto sobre a
que tenha ocorrido o auferimento de renda considerado; Transmissão de Bens Imóveis Intervivos - ITBI, o STJ tem entendido
→ a polêmica, nessa situação, ocorre no tocante ao termo ini- ser possível o arbitramento a que alude o art. 148 do CTN, des-
cial no caso dos tributos submetidos a lançamento por homologa- de que presentes seus requisitos legais, quais sejam, omissões de
ção. Há aqui duas interpretações possíveis: a) o termo inicial seria o declarações ou falta de idoneidade dos documentos apresentados
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorre o fato ge- pelo contribuinte, necessários para o cálculo do tributo.
rador; ou b) o termo inicial seria o primeiro dia do exercício seguinte Assim, o Fisco não está vinculado a utilizar o valor venal cons-
ao período dentro do qual o sujeito passivo poderia ter procedido à tante do IPTU porque este, por se fundar na Planta Genérica de
formalização do crédito e não o fez. No primeiro caso, o prazo tende Valores, que é abstrata e nem sempre está atualizada, pode não
a ser superior a 5 anos; no segundo, a 10 anos; retratar a realidade do mercado imobiliário.
→ a data em que se tornar definitiva a decisão que houver anu- Da mesma forma se o valor da escritura de compra e venda
lado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado (CTN, ou de direitos imobiliários não se mostrar idôneo, o Fisco poderá
Art. 173, II); utilizar o arbitramento para calcular o ITBI. Os precedentes do STJ
→ a data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito ressaltam, no entanto, que o arbitramento não poderá ocorrer sem
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida procedimento ou processo administrativo, especialmente porque o
preparatória indispensável ao lançamento (CTN, Art. 173, parágrafo contribuinte tem o direito de refutar as presunções de inidoneidade
único). da Fazenda Pública.
Encerrado o procedimento de arbitramento do lançamento
Cálculo Do Tributo com ou sem o incidente de impugnação do contribuinte, este será
Lançamento por arbitramento notificado da exigibilidade do crédito tributário conforme as demais
Pode-se considerar o lançamento por arbitramento não exata- modalidades de lançamento tributário.
mente como uma modalidade autônoma de lançamento, mas como
uma consequência do lançamento por declaração. Para fins didáti- Período De Apuração
cos, entendemos que esse procedimento fica em um meio termo O IRPJ — Imposto de Renda Pessoa Jurídica é um tributo federal
entre o lançamento por declaração e o de ofício24. que deve ser pago por todas as empresas com CNPJ ativo, isentas
apenas algumas exceções. Sua base de cálculo considera o regime
24 Nunes, Cleucio Santos. Curso Completo de Direito Processual Tribu-
tributário da pessoa jurídica e atribui a cada um uma alíquota para
tário / Cleucio Santos Nunes. – 4. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2020.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
cálculo. Podendo ser apurado mensalmente, trimestralmente, anu- Art. 2° A base de cálculo do imposto será o lucro real, presu-
almente ou por evento, o não cumprimento dessa obrigação é pas- mido ou arbitrado, apurada mensalmente, convertida em quanti-
sível de juros e taxas até que seja legalizada25. dade de Unidade Fiscal de Referência (Ufir) (Lei n° 8.383), de 30 de
dezembro de 1991, art. 1° diária pelo valor desta no último dia do
Período De Apuração período-base.
O IRPJ — Imposto de Renda Pessoa Jurídica pode ser apurado
em um desses 4 períodos: → Apuração trimestral do IRPJ
→ mensalmente; Essa opção é válida para os regimes tributários Lucro Real, Lu-
→ trimestralmente; cro Presumido e Lucro Arbitrado.
→ anualmente; O valor apurado para pagamento do IRPJ de forma trimestral
→ por evento. deve ser pago até o último dia útil do mês seguinte à apuração,
respeitando os seguintes vencimentos:
→ Apuração mensal do IRPJ → 1º Trimestre compreende janeiro a março com vencimento
A apuração mensal do IRPJ — Imposto de Renda Pessoa Jurídica das guias em 30 de março abril;
só é possível a pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real. → 2º Trimestre compreende abril a junho com vencimento das
Nesse caso, deve ser feita uma estimativa e, sobre esse valor, guias em 31 de junho julho;
realizar o pagamento todos os meses do IRPJ, seu adicional e da → 3º Trimestre compreende julho a setembro com vencimento
CSLL. das guias em 31 de setembro outubro;
CSLL é a sigla para Contribuição Social sobre Lucro Líquido. Tra- → 4º Trimestre compreende outubro a dezembro com venci-
ta-se de uma contribuição federal que também incide sobre as pes- mento das guias em 31 de dezembro janeiro do ano seguinte.
soas jurídicas domiciliadas no Brasil e que tem por objetivo gerar
recursos financeiros para a Seguridade Social. Ou seja, é um impos- Como o próprio nome sugere, o Lucro Presumido é um mo-
to que visa apoiar investimentos públicos relacionados à aposenta- delo de tributação que presume os lucros de uma empresa tendo
doria, desemprego e outras questões relacionadas. como base sua receita bruta e demais receitas passíveis de tributa-
O modelo de tributação com base no Lucro Real é o utilizado ção. Pode utilizar esse regime tributário, qualquer pessoa jurídica
por grandes bancos, financeiras, corretoras de títulos, que estão com faturamento anual até R$ 78 milhões e não se enquadrar em
obrigadas a este regime de apuração e outros tipos de empresas atividades e regras de obrigatoriedade ao Lucro Real. As alíquotas
que tiveram lucros acima de R$ 78 milhões no ano anterior à apura- utilizadas são as mesmas do Lucro Real, mudando apenas a base
ção. Essa forma de tributação tem como base de cálculo os valores de cálculo.
reais de lucros obtidos pela empresa ao longo do ano. Entende-se por Lucro Arbitrado o regime tributário aplicado
Ainda que seja considerado uma regra geral para a apuração pela autoridade tributária quando uma empresa deixa de cumprir
do IRPJ — Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da CSLL, o Lucro Real suas obrigações acessórias que determinam seu Lucro Real ou Lu-
consiste em um modelo de tributação um pouco mais complexo cro Presumido. Em outras palavras, esse modelo de tributação é
que os demais. No caso, é considerado o lucro contábil apurado utilizado quando uma pessoa jurídica é optante por um dos outros
pela empresa e, sobre ele, são somados os ajustes estipulados pela regimes, porém, não tem documentos (livro diário, livro inventário,
legislação fiscal. etc.) que comprovem seu faturamento.
Ou seja, são considerados os ajustes fiscais positivos (adições) Podendo também ser utilizado por iniciativa do contribuinte,
e os ajustes fiscais negativos (exclusões), para chegar ao resultado é necessário conhecer sua receita bruta para realizar o cálculo do
do Lucro Real ou do Prejuízo Fiscal. O ponto positivo é que, caso a IRPJ — Imposto de Renda Pessoa Jurídica de acordo com as regras
empresa aponte prejuízo no seu faturamento anual, não há cobran- do Lucro Arbitrado. As alíquotas no Lucro Arbitrado são as mesmas
ça de IRPJ — Imposto de Renda Pessoa Jurídica, nem da CSLL. do Lucro Real, contudo o cálculo não é feito sobre o lucro, é feito
Apuração mensal do IRPJ está prevista na Lei nº 8.541, de 23 de sobre a receita bruta.
dezembro de 1992, que altera a legislação do Imposto de Renda e Apuração trimestral do IRPJ está prevista na Lei nº 9.430, de
dá outras providências: 27 de dezembro de 1996, que dispõe sobre a legislação tributária
federal, as contribuições para a seguridade social, o processo admi-
TÍTULO I nistrativo de consulta e dá outras providências:
Do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas26
CAPÍTULO I Capítulo I
Do Imposto Sobre a Renda Mensal IMPOSTO DE RENDA - PESSOA JURÍDICA27
Seção I
Art. 1° A partir do mês de janeiro de 1993, o imposto sobre a Apuração da Base de Cálculo
renda e adicional das pessoas jurídicas, inclusive das equiparadas, Período de Apuração Trimestral
das sociedades civis em geral, das sociedades cooperativas, em re-
lação aos resultados obtidos em suas operações ou atividades es- Art. 1º A partir do ano-calendário de 1997, o imposto de ren-
tranhas a sua finalidade, nos termos da legislação em vigor, e, por da das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real,
opção, o das sociedades civis de prestação de serviços relativos às presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, en-
profissões regulamentadas, será devido mensalmente, à medida cerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de
em que os lucros forem sendo auferidos. dezembro de cada ano-calendário, observada a legislação vigente,
com as alterações desta Lei.
§ 1º Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da
base de cálculo e do imposto de renda devido será efetuada na data
do evento, observado o disposto no art. 21 da Lei nº 9.249, de 26 de
25 https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/irpj-imposto-de-
dezembro de 1995.
-renda-pessoa-juridica/
26 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8541.htm 27 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9430.htm
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2° Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da li- Importante notar que a contagem do tempo será feita a partir
quidação, a apuração da base de cálculo e do imposto devido será da data de cada depósito. Se o investidor estiver disposto e tiver
efetuada na data desse evento. capacidade financeira de esperar dez anos, se beneficiará da menor
alíquota atribuídas às aplicações sujeitas à incidência de imposto.
→ Apuração anual do IRPJ Só perde para as aplicações isentas.
Assim como a apuração mensal, a anual do IRPJ — Imposto de A opção por esse regime é irreversível. Não será possível alterar
Renda Pessoa Jurídica só pode ser utilizada por empresas optantes o regime por meio de portabilidade, por exemplo.
do Lucro Real.
No caso, o imposto deve ser apurado no dia 31 de dezembro do Base de cálculo
ano-calendário de recolhimento. A base de cálculo é a mesma do regime tributável. O valor do
imposto depende do produto, Plano Vida Gerador de Benefício Li-
Recolhimento Complementar vre – VGBL, ou Plano Gerador de Benefício Livre – PGBL (e simila-
Imposto de Renda Complementar res)30.
O recolhimento complementar é um pagamento opcional que No caso do VGBL, a alíquota incide sobre os rendimentos. No
pode ser realizado para antecipar o imposto de renda devido na De- caso do PGBL, que admitiu o deferimento de parte do Imposto de
claração de Ajuste Anual (DIRPF), no caso de recebimento de duas Renda devido no ano em que o aporte foi feito, a alíquota incide
ou mais fontes pagadoras pessoa física e jurídica, ou mais de uma sobre o valor total do resgate ou benefício de renda.
pessoa jurídica (Exemplo: pode ser utilizado por aposentados que O regime de tributação definitiva é adequado para quem pode
receberam de mais de uma fonte pagadora28. esperar dez anos. O investidor renuncia à liquidez para reduzir a
Nesses casos, como cada rendimento é analisado separada- carga fiscal.
mente pela fonte pagadora respectiva, não há o recolhimento sobre Interessa especialmente no caso do PGBL e planos similares
o montante global recebido no mês pelo contribuinte). que admitem o deferimento do imposto sobre o valor do aporte. O
Para fazer o cálculo do imposto complementar, deve ser utili- contribuinte troca a alíquota de 27,5%, por exemplo, pela de 10%,
zada a tabela progressiva anual do imposto de renda das pessoas dez anos depois.
físicas e podem ser deduzidas, desde que pagas até o mês do reco- A possibilidade de resgate antes do prazo é admitida. Entretan-
lhimento mensal, as despesas com instrução, médicas e as escritu- to, a alíquota do imposto será punitiva. Assim, é importante optar
radas em livro Caixa, além das deduções utilizadas na base de cál- por esse regime somente quando o investidor tem outras aplica-
culo mensal ou pagas até o mês do recolhimento mensal (mesmas ções de prazo mais curto, isentas, ou com tributação de 15%, alí-
deduções do carnê-leão). quota aplicável as aplicações de renda variável, e às de renda fixa,
O imposto complementar pode ser retido, mensalmente, por a partir de dois anos.
uma das fontes pagadoras, pessoa jurídica, desde que haja con-
cordância, por escrito, da pessoa física beneficiária, e nesse caso O que é contribuição previdenciária?
a pessoa jurídica torna-se solidariamente responsável com o con- A contribuição previdenciária é entendida como um pagamen-
tribuinte pelo pagamento do imposto correspondente à obrigação to mensal, de natureza tributária, destinado aos gastos de Previ-
assumida. dência Social.
O pagamento deve ser efetuado no curso do ano-calendário, Em outras palavras, a Previdência Social concede através do
até o último dia útil do mês de dezembro, por meio de DARF (Docu- programa de seguro público, benefícios como pensão por morte,
mento de Arrecadação de Receitas Federais). auxílio-reclusão, salário maternidade, auxílio-doença e aposenta-
doria. Entenda melhor!
Tributação Definitiva A Previdência Social tem como objetivo auxiliar mensalmente
O regime de tributação definitiva, também denominado tribu- um indivíduo e garantir que ele consiga o mínimo para se sustentar.
tação exclusiva na fonte, é muito comum, embora os investidores Aliás, ela é considerada um dos pilares da Seguridade Social.
talvez não o reconheçam dessa forma. Significa que a retenção do Porém, para que a Previdência funcione, ela institui um regi-
imposto na fonte foi feita de forma definitiva, não cabendo à Recei- me contributivo, no qual o trabalhador contribui financeiramente
ta Federal o direito de cobrar imposto adicional na declaração anual e tem seus direitos previdenciários garantidos. Ou seja, o recolhi-
nem ao contribuinte solicitar restituição, mesmo que seja isento29. mento previdenciário torna-se obrigatório para que a pessoa possa
Na Declaração de Imposto de Renda – DIRPF, os rendimentos usufruir dos benefícios.
tributados exclusivamente na fonte serão lançados em uma ficha Além disso, é estranho pensar numa aposentadoria sem nunca
específica que não se comunica com a renda tributável do contri- ter realizado uma contribuição, não acha? De onde vem esse di-
buinte. nheiro que a pessoa receberá no final da vida?
Geralmente as aplicações financeiras recebem esse tratamento Em outras palavras, no sistema contributivo, você paga para
fiscal, o investidor não tem a possibilidade de fazer escolhas. A úni- ser coberto em algum momento pelo regime da Previdência Social.
ca exceção são os planos de previdência, que, além desse regime, Porém, se você tem dúvidas sobre isso, confira a seguir para que
permitem que o contribuinte escolha o regime tributável. serve e como funciona a contribuição previdenciária. Saiba também
Nesse regime de tributação, as alíquotas são definidas em ra- o que mudou após a Reforma Previdenciária.
zão do prazo de acumulação, de 35% (até dois anos) a 10% (a partir
30 VGBL (Plano Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano
de dez anos). Não depende da faixa de renda do contribuinte, como
Gerador de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de seguro
acontece no regime tributável.
de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamente)
que, após um período de acumulação de recursos (período de diferi-
mento), proporcionam aos investidores (segurados e participantes) uma
28 https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/meu-imposto-de-ren- renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por período determinado - ou
da/pagamento/complementar um pagamento único. O primeiro (VGBL) é classificado como seguro
29 https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marciadessen/2022/01/enten- de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um plano de previdência
da-como-funciona-o-regime-de-tributacao-definitiva.shtml complementar.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para que serve e como funciona? Porém, durante a transição, houveram algumas mudanças,
A contribuição previdenciária serve para assegurar os direitos como:
previdenciários dos trabalhadores. Ela concede diversos direitos ao • Fixação da idade mínima para a aposentadoria, que seria de
colaborador, através de programas que dão assistência ao colabora- 62 anos para as mulheres e 65 para os homens;
dor quando ele precisa se afastar da empresa. • Tempo mínimo de contribuição no setor privado, de 15 anos
Então, se você possui uma empresa, já sabe que precisa lidar para mulheres e 20 para homens;
com tarefas burocráticas como fechar a folha de ponto, emitir hole- • O valor da aposentadoria para servidores e setor privado tem
rites e calcular horas extras. Mas também precisa cumprir algumas seu cálculo baseado na média do histórico das contribuições reali-
obrigações trabalhistas e previdenciárias após a contratação de um zadas pelo colaborador;
novo colaborador. Ou seja, realizar o repasse da contribuição para o • Regras de transição para trabalhadores ativos do setor priva-
INSS é apenas uma das várias obrigações do Departamento Pessoal do e setor público;
de uma empresa. • O valor descontado do salário, ou seja, a contribuição é dire-
Sendo assim, é dever do empregador realizar o cálculo e reco- tamente proporcional ao valor que a pessoa ganha;
lhimento das obrigações trabalhistas dos colaboradores que estão Agora que você já sabe o que mudou com a Reforma da Pre-
registrados na folha de pagamento. Ou seja, todos os empregado- vidência, confira a seguir os tipos de contribuição previdenciária.
res devem realizar o recolhimento mensal ou anual do seu traba-
lhador. E quando há atraso, multas e sanções podem ser aplicadas e Quais os tipos de contribuições previdenciárias?
prejudicar o setor financeiro. Existem dois tipos de contribuições previdenciárias: a obriga-
E certamente, ninguém deseja estar inadimplente ou receber tória e a facultativa. A diferença entre elas é a realização ou não
processos trabalhistas de ex-funcionários que se sentiram lesados da atividade remunerada. Vamos explicar sobre cada uma dessas
de alguma forma, não é mesmo? categorias.
Então, no caso dos trabalhadores com carteira assinada, a con-
tribuição é feita diretamente na folha de pagamento. Ademais, o Contribuição individual
responsável por conceder esse benefício e realizar o recolhimento Na contribuição individual, ou obrigatória, o contribuinte tem a
é o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Esse é um órgão do obrigação de realizar o pagamento do INSS sobre a sua remunera-
governo criado para garantir o bem-estar social dos cidadãos e pro- ção mensal. Ou seja, ele atua numa atividade remunerada e é obri-
teger os direitos individuais. gado a pagar ao INSS.
Mas no caso dos trabalhadores MEI, a contribuição é feita
através do pagamento de um boleto mensal. Dessa forma, para ter Contribuição facultativa
acesso aos programas, o segurado deve realizar uma contribuição Enquanto isso, na contribuição facultativa, o contribuinte é
mensal por meio do DAS. Essa é uma taxa obrigatória para quem é aquele que não realiza atividade remunerada, mas deseja recolher
Microempreendedor Individual, ou seja, pessoas que trabalham de e ter a proteção da Previdência Social. Ele não é obrigado a recolher
forma autônoma. o INSS, mas pode preservar os seus direitos previdenciários no que
tange a pensões, aposentadorias e auxílio-doença.
O que diz a legislação sobre contribuição previdenciária? Vale salientar que se o trabalhador realizar a contribuição pre-
Segundo o Art.1º da Lei 8.213, que dispõe sobre a finalidade e videnciária na categoria errada, poderá perder direitos. Além disso,
princípios básicos da previdência social: é importante que o trabalhador tenha um cuidado especial com a
“A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim as- regularidade das contribuições previdenciárias.
segurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manuten-
ção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade Cálculo da contribuição previdenciária
avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte O cálculo da contribuição previdenciária é simples de ser feito
daqueles de quem dependiam economicamente”. e ajuda a saber se o funcionário tem direito a aposentadoria. Além
Além disso, a Previdência Social obedecerá às seguintes dire- disso, se ele for feito de forma errada pelo INSS, há chances de que
trizes e princípios: o benefício do funcionário seja negado.
“a) universalidade de participação nos planos previdenciários, Por isso, é importante que a pessoa olhe o seu CNIS para sa-
mediante contribuição; ber quanto tempo de contribuição ela possui e quanto falta para
b) valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário- se aposentar.
-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não
inferior ao do salário mínimo; O que compõe o cálculo?
c) cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contri- A base da contribuição previdenciária cálculo deve levar em
buição, corrigidos monetariamente; consideração a Remuneração da pessoa X a % da alíquota da ati-
d) preservação do valor real dos benefícios; vidade do trabalhador. Por exemplo, R$ 1.000 x 18% = R$ 180. No
e) previdência complementar facultativa, custeada por contri- entanto, para realizar esse cálculo corretamente, é necessário saber
buição adicional.” o valor das alíquotas de cada categoria de contribuinte.
Ou seja, a legislação traz informações sobre a Previdência So- Para você entender melhor, vamos falar sobre as espécies de
cial, sobretudo as obrigações do empregador e quem tem direito segurados e suas correspondentes alíquotas. Vale dizer que as alí-
aos benefícios. quotas são porcentagens que incidem sobre a remuneração mensal
indicada. Ou seja, o resultado vai implicar no montante devido ao
Quais as mudanças com a Reforma da Previdência? INSS, como por exemplo.
Com a promulgação da nova reforma da previdência em no- Empregados domésticos com carteira assinada ou vínculo em-
vembro de 2019, novas regras para a aposentadoria foram estabe- pregatício – o que vai determinar as alíquotas é a faixa salarial:
lecidas. Vale dizer que o novo texto não mudou as diretrizes para 1. Até um salário: 7,5%
quem já estava aposentado ou com requisitos preenchidos para se 2. De 1 salário a R$ 2.089,60: 9%
aposentar. 3. De R$ 2.089,61 R$ 3.134,40: 12%
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. De R$ 3.134,41 a R$ 6.101,06: 14% Com relação a esse princípio, assinale a alternativa correta.
(A) Apesar da supremacia presente, não possibilita que a Admi-
• Contribuinte facultativo ou individual: 20% nistração Pública convoque particulares para a execução com-
• Contribuinte facultativo ou individual no plano simplificado: pulsória de atividades públicas.
11% (B) Só existe a supremacia do interesse público primário sobre
• Trabalhador avulso – 7,5; 9; 12 ou 14% o interesse privado. O interesse patrimonial do Estado como
• Segurado Facultativo e MEI: 5% pessoa jurídica, conhecido como interesse público secundário,
• Pequeno produtor rural ou Segurado especial: 1,2% da recei- não tem supremacia sobre o interesse do particular.
ta bruta + 0,1% (C) Não permite a requisição de veículo particular, pela polícia,
para perseguir criminoso. Referida atitude não é prevista no di-
Quem são os contribuintes? reito brasileiro.
Como vimos, as contribuições previdenciárias no Brasil são re- (D) Não permite que a Administração Pública transforme com-
alizadas pelas empresas diretamente na folha de pagamento. No pulsoriamente propriedade privada em pública.
entanto, esse tipo de cobrança tributária é criticada, quando com- (E) Estará presente em todos os atos de gestão da Administra-
parada com outros países. Isso porque pode causar um incentivo ção Pública.
ao emprego informal, visto que a carga tributária sobre ela é alta.
Fonte: https://www.pontotel.com.br/contribuicao-previden- 05. (TRT /8ª Região - Analista Judiciário – CESPE/2016). A res-
ciaria/ peito dos elementos do Estado, assinale a opção correta.
(A) Povo, território e governo soberano são elementos indisso-
ciáveis do Estado.
QUESTÕES (B) O Estado é um ente despersonalizado.
(C) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judi-
ciário e o Poder Executivo.
01. (Prefeitura de Jataí/GO - Auditor de Controladoria - Quadrix (D) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencia-
/2019) A cúpula diretiva investida de poder político para a condu- lista ou parlamentarista.
ção dos interesses nacionais consiste (E) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são
(A) no Estado. elementos do Estado brasileiro.
(B) na Administração Pública.
(C) no Poder Executivo. 06. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). No
(D) no governo. sistema de governo brasileiro, os chefes do Poder Executivo (presi-
(E) nos agentes políticos. dente da República, governadores e prefeitos) exercem, ao mesmo
tempo, as funções administrativa (Administração Pública) e política
02. (CRO-GO - Assistente Administrativo – Quadrix/2019) No (governo). No entanto, são funções distintas, com conceitos e ob-
que se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item. jetivos bem definidos. Acerca de Administração Pública e governo,
A noção de Estado de direito baseia‐se na regra de que, ao assinale a alternativa correta.
mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar‐se a ele. (A) Administração Pública e governo são considerados sinôni-
( ) CERTO mos, visto que ambos têm como objetivo imediato a busca da
( ) ERRADO satisfação do interesse coletivo.
(B) As ações de Administração Pública têm como objetivo a
03. (CRO-GO - CRO-GO - Fiscal Regional - Quadrix – 2019) No satisfação do interesse público e são voltadas à execução das
que se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item. políticas públicas.
Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário exercem suas res- (C) Administração Pública é a atividade responsável pela fixa-
pectivas funções com absoluta exclusividade. ção dos objetivos do Estado, ou seja, nada mais é que o Estado
( ) CERTO desempenhando sua função política.
( ) ERRADO (D) Governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídi-
cas de que o Estado dispõe para colocar em prática as políticas
04. (CRF-PR - Analista de RH – Quadrix/2019) A supremacia do públicas.
interesse público sobre o privado, também chamada simplesmente (E) A Administração pratica tanto atos de governo (políticos)
de princípio do interesse público ou da finalidade pública, princípio como atos de execução das políticas públicas.
implícito na atual ordem jurídica, significa que os interesses da co-
letividade são mais importantes que os interesses individuais, razão 07. (UFAL - Auxiliar em Administração – COPEVE-UFAL). O ter-
pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, mo Administração Pública, em sentido estrito e objetivo, equivale
recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. (A) às funções típicas dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju-
diciário.
Alexandre Mazza. Manual de direito administrativo. 8.ª ed. São (B) à noção de governo.
Paulo: Saraiva Educação, 2018. (C) ao conceito de Estado.
(D) ao conceito de função administrativa.
(E) ao Poder Executivo.

08. (CESPE – INSS - Perito Médico Previdenciário – CESPE).


Acerca do direito administrativo, julgue os itens a seguir.
Povo, território e governo soberano são elementos do Estado.
( ) CERTO
( ) ERRADO
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
09. (JARU-PREVI - RO - Assistente Administrativo – IBADE/2019) (C) criada por lei, poderá representar a Administração direta
Com base nos três poderes do estado e nas suas funções, afirma-se na celebração de acordos de cooperação técnica com outros
que ao: órgãos ou entidades integrantes da Administração indireta dos
(A) legislativo: cabe a ele criar leis em cada uma das três esferas demais entes federados, com a finalidade de expandir o alcan-
e fiscalizar e controlar os atos do poder executivo. ce das finalidades de interesse público que justificaram sua
(B) executivo: estabelece normas que regem a sociedade. criação.
(C) judiciário: responsável pela regulação da administração dos (D) cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa cien-
interesses públicos. tífica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preserva-
(D) legislativo: poder exercido pelos secretários do Estado. ção do meio ambiente, à cultura e à saúde, serão qualificadas
(E) executivo: sua principal tarefa é a de controle de constitu- como organizações da sociedade civil de interesse público,
cionalidade. podendo celebrar contrato de gestão com dispensa de chama-
mento público, com o poder público.
10. (CONRERP 2ª Região - Assistente Administrativo - Qua- (E) que tenha sido constituída e esteja em funcionamento regu-
drix/2019) Quanto à Administração Pública, julgue o item. lar há, no mínimo, três anos, poderá qualificar-se como organi-
À Administração Pública é facultado fazer tudo o que a lei não zação da sociedade civil de interesse público com fundamento
proíbe. no princípio da universalização dos serviços de interesse públi-
( ) Certo co que autorizaram sua criação.
( ) Errado
14. (AL-AP - Assistente Legislativo - FCC – 2020) A amplitude
11. (MPE-CE - Técnico Ministerial - CESPE – 2020) No que diz da Administração pública considera dois grupos de instituições, que
respeito à administração pública direta, à administração pública in- são classificados em Administração direta e indireta. Considera-se
direta e aos agentes públicos, julgue o item que se segue. Administração Direta,
A administração pública indireta é composta por órgãos e agen- (A) as Fundações públicas.
tes públicos que, no âmbito federal, constituem serviços integrados (B) as Autarquias.
na estrutura administrativa da presidência da República e dos mi- (C) as Empresas públicas.
nistérios. (D) as Sociedades de Economia mista.
( ) CERTO (E) a Casa Civil.
( ) ERRADO
15. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020)
12. (AL-AP - Analista Legislativo - FCC – 2020) A organização Assinale a alternativa que apresenta corretamente um conceito de
administrativa pode implicar desconcentração e descentralização. Desconcentração Administrativa.
A criação de empresas estatais (A) Distribuição de competências de uma para outra pessoa,
(A) depende da edição de lei instituidora dos entes, da qual física ou jurídica
também deverão constar as competências próprias atribuídas (B) Distribuição interna de competências, ou seja, uma distri-
a essas pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica de buição de competências dentro da mesma pessoa jurídica
direito privado ou de direito público. (C) Distribuição de competências de uma pessoa jurídica inte-
(B) difere da instituição de autarquias e fundações, pessoas grante da Administração Pública para uma pessoa física
jurídicas que expressam a desconcentração da Administração (D) Distribuição de competências de uma pessoa física inte-
pública. grante da Administração Pública para uma pessoa jurídica
(C) indica a desconcentração da organização administrativa,
que se caracteriza pela criação de pessoas jurídicas com com- 16. (TRF - 1ª REGIÃO - Estagiário – Direito - COPESE – UFPI/2019)
petências próprias. Considere o seguinte conceito.
(D) é expressão da descentralização administrativa, que implica “Pessoa jurídica de direito privado composta por capital exclu-
a criação de pessoas jurídicas com atribuições previstas em lei sivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou
e em seus atos constitutivos. exploração de atividades econômicas, sob qualquer modalidade
(E) e de outras pessoas jurídicas com personalidade jurídica de empresarial.”
direito público configura forma híbrida de organização admi-
nistrativa. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. São Paulo: Sarai-
va, 2016.
13. (FITO – Advogado - VUNESP – 2020) De acordo com o orde- Esse conceito aplica-se à:
namento jurídico brasileiro, uma fundação pública (A) Empresa pública.
(A) poderá celebrar parcerias com organizações da sociedade (B) Autarquia.
civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de (C) Agência executiva.
finalidades de interesse público e recíproco, mediante a exe- (D) Sociedade de economia mista.
cução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos
em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, 17. (Prefeitura de Porto Alegre /RS - Auditor Fiscal da Receita
em termos de fomento ou em acordos de cooperação. Municipal – FUNDATEC/2019) Acerca da administração pública in-
(B) poderá consorciar-se com outras fundações públicas que in- direta e do regime jurídico das empresas públicas e sociedades de
tegrem a Administração indireta de outros entes da federação, economia mista, analise as seguintes assertivas:
para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a I. Empresa pública é a entidade com criação autorizada por lei e
realização de objetivos de interesse comum, passando a cons- com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pelo
tituir consórcio público com personalidade jurídica de direito poder público, dotada de personalidade jurídica de direito público.
público. II. A criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade
de economia mista independe de autorização legislativa.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III. Sociedade de economia mista é a entidade com criação au- (D) As empresas públicas e as sociedades de economia mista
torizada por lei sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com fazem parte da Administração Pública Direta.
direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao (E) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, cria-
Distrito Federal, aos Municípios ou à entidade da administração in- das por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
direta, dotada de personalidade jurídica de direito privado. próprios, para executar atividades típicas da Administração Pú-
Quais estão corretas? blica.
(A) Apenas III.
(B) Apenas I e II. 21. (Prefeitura de São Roque - SP – Advogado - VUNESP – 2020)
(C) Apenas I e III. A respeito dos servidores públicos estatutários, assinale a alterna-
(D) Apenas II e III. tiva correta.
(A) O regime jurídico dos servidores estatutários não pode ser
18. (SPPREV - Analista em Gestão Previdenciária - FCC – 2019) alterado de forma prejudicial aos agentes públicos que estejam
As autarquias são pessoas jurídicas integrantes da Administração no exercício da função pública.
pública indireta, que podem ter receitas próprias e receber recur- (B) Os ocupantes de empregos públicos não dispõem de estabi-
sos orçamentários e financeiros do erário público. No caso de uma lidade no serviço público.
autarquia auferir receitas próprias em montante suficiente para su- (C) A estabilidade garante ao agente público a permanência no
portar todas as despesas e investimentos do ente, serviço público, de modo que o vínculo somente poderá ser
(A) fica excepcionada a aplicação do regime jurídico de direito desconstituído por decisão judicial com trânsito em julgado.
público durante o período em que perdurar a condição de pes- (D) É constitucional lei que propicie ao servidor investir-se em
soa jurídica não dependente. cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investi-
(B) poderá realizar contratações efetivas sem a necessidade de do, sem prévia aprovação em concurso público.
prévio concurso público, diante da não incidência da regra para (E) O candidato aprovado em concurso público dentro do nú-
os entes da Administração pública indireta que não sejam de- mero de vagas previstos no edital possui expectativa de direito
pendentes. à nomeação.
(C) permanece sujeita aos princípios e regras que regem a Ad-
ministração pública, tais como a impenhorabilidade de seus 22. (AL-AP - Assistente Legislativo - FCC – 2020) Ricardo Reis,
bens, exigência de autorização legislativa para alienação de servidor público, foi acusado, em processo disciplinar, de haver
bens imóveis e realização de concurso público para admissão subtraído da repartição um aparelho de ar condicionado, falta que
de servidores, com exceção de comissionados. ensejaria sua demissão a bem do serviço público. Em processo cri-
(D) permanecerá obrigada à regra geral de licitação para firmar minal instaurado concomitantemente, o juiz absolveu Ricardo, con-
contratos administrativos, com exceção das hipóteses de alie- cluindo que Bernardo Soares, pessoa totalmente estranha à reparti-
nação de bens imóveis, porque geram receita como resultado. ção, era o verdadeiro responsável pelo furto. Constatou-se, todavia,
(E) ficará equiparada, em direitos e obrigações, às empresas que Ricardo Reis havia se ausentado da repartição sem acionar os
estatais não dependentes, que podem adquirir bens e serviços alarmes antifurto, providência de sua exclusiva responsabilidade.
sem prévia realização de licitação, mas têm patrimônio sujeito Tal comportamento não gerou punição na esfera criminal, por se
à penhorabilidade e prescritibilidade. tratar de conduta criminalmente atípica.
Diante do relato hipotético, conclui-se que Ricardo Reis
19. (Prefeitura de Aracruz - ES – Contador - IBADE – 2019) Os (A) será absolvido da conduta que lhe foi inicialmente imputa-
órgãos públicos representam compartimentos internos da pessoa da, mas ainda poderá ser punido pela conduta omissiva, pois,
pública, podendo ser criados ou extintos por meio de lei. Já a es- embora considerada criminalmente atípica, pode configurar
truturação e as atribuições dos órgãos podem ser processadas por: falta disciplinar residual.
(A) lei, apenas. (B) deve pedir a inclusão de Bernardo Soares no processo dis-
(B) lei em tese do Chefe do Judiciário. ciplinar, na qualidade de corréu, de maneira a diminuir sua res-
(C) decreto do Chefe do Executivo. ponsabilidade no incidente.
(D) resolução legislativa. (C) não sofrerá punições em âmbito administrativo, visto que a
(E) ofício da Presidência da República. decisão criminal é vinculante na esfera administrativa.
(D) pode ser demitido pela subtração do equipamento, visto
20. (IF Baiano - Assistente em Administração - IF-BA – 2019) que as conclusões da decisão proferida na esfera criminal não
No que se refere à organização administrativa do Estado, assinale a vinculam a Administração.
afirmativa incorreta. (E) será indenizado pela injusta submissão a processo discipli-
(A) Compreende-se como Administração Pública Direta ou Cen- nar, o que é suficiente para configurar dano moral.
tralizada aquela constituída a partir de um conjunto de órgãos
públicos despersonalizados, através dos quais o Estado desem- 23. (CREFONO-5° Região - Assistente Administrativo - Quadrix
penha diretamente a atividade administrativa. – 2020) Acerca da Administração Pública e dos servidores públicos,
(B) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e julgue o item conforme o texto constitucional.
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readap-
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, tado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades
neste último caso, definir as áreas de sua atuação. sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capa-
(C) Compreende-se como Administração Pública Indireta ou cidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, des-
Descentralizada aquela constituída a partir de um conjunto de de que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para
entidades dotadas de personalidade jurídica própria, algumas o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
de direito público, outras de direito privado, responsáveis pelo ( ) CERTO
exercício, em caráter especializado e descentralizado, de certa ( ) ERRADO
e determinada atividade administrativa.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
24. (CREFONO-5° Região - Assistente Administrativo - Quadrix 28. (CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo - Quadrix
– 2020) Acerca da Administração Pública e dos servidores públicos, – 2020) Texto associado.
julgue o item conforme o texto constitucional. Considera‐se como agente público aquele que, mesmo que por
A investidura em cargo ou emprego público independe de apro- período determinado e sem remuneração, exerce mandato, cargo,
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, emprego ou função pública.
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, exceto para nomeações para cargo em Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Direito administrativo
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. descomplicado. 16.ª ed. 2008. p. 122.
( ) CERTO
( ) ERRADO Com relação aos agentes públicos, julgue o item.
Agentes políticos têm sua competência extraída da Constitui-
25. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) ção Federal e normalmente são investidos em seus cargos por elei-
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercí- ção, nomeação ou designação.
cio irregular de suas atribuições. Analise o texto abaixo e assinale ( ) CERTO
a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas. ( ) ERRADO
“A responsabilidade _____ abrange os crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade.” “A responsabilidade _____ 29. CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo - Quadrix –
decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resul- 2020) Com relação aos agentes públicos, julgue o item.
te em prejuízo ao erário ou a terceiros.” A responsabilidade _____ Agentes administrativos consistem naqueles agentes públicos
do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue que exercem funções de alta direção e orientação da Administração
a existência do fato ou sua autoria.” “As sanções civis, penais e ad- Pública e, por isso, possuem prerrogativas pessoais para garantir li-
ministrativas poderão cumular-se, sendo _____ entre si.” berdade para suas tomadas de decisão.
(A) penal / civil / administrativa / independentes ( ) CERTO
(B) civil / administrativa / penal / independentes ( ) ERRADO
(C) penal / administrativa / civil / dependentes
(D) penal / civil / administrativa / dependentes 30. (CREFONO - 1ª Região - Agente Fiscal - Quadrix – 2020) Jul-
gue o item no que se refere à Administração Pública.
26. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) Os requisitos para acesso a cargos públicos mediante concurso
Acerca do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União devem estar claramente estabelecidos na lei e(ou) no edital.
(Lei nº 8.112/1990), analise as afirmativas abaixo e dê valores Ver- ( ) CERTO
dadeiro (V) ou Falso (F). ( ) ERRADO
( ) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são cria-
dos por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos co- 31. (Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários VU-
fres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. NESP – 2020) É o de que dispõe a Administração para distribuir e
( ) Os requisitos básicos para investidura em cargo público es- escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de
tão contidos no artigo 5º e portanto, as atribuições do cargo não po- seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os ser-
dem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. vidores de seu quadro de pessoal. Dele decorrem algumas prerro-
( ) O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença gativas: delegar e avocar atribuições, dar ordens, fiscalizar e rever
judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disci- atividades de órgãos inferiores.
plinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. É correto afirmar que o texto do enunciado se refere ao poder
( ) A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção mé- (A) disciplinar.
dica oficial. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto (B) hierárquico.
física e mentalmente para o exercício do cargo. (C) de delegação.
(D) regulamentar.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de (E) de polícia.
cima para baixo.
(A) F, V, V, F 32. (MPE-CE - Técnico Ministerial - CESPE – 2020) Cada um do
(B) V, V, F, F item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida de uma
(C) F, V, F, V assertiva a ser julgada, acerca dos poderes administrativos.
(D) V, F, V, V O corpo de bombeiros de determinada cidade, em busca da
garantia de máximo benefício da coletividade, interditou uma esco-
27. (UFRJ – Administrador - CESGRANRIO – 2019) O servidor la privada, por falta de condições adequadas para a evacuação em
público W foi demitido do serviço público, após processo adminis- caso de incêndio. Nesse caso, a atuação do corpo de bombeiros de-
trativo disciplinar. Inconformado, ele propôs ação judicial, buscan- corre imediatamente do poder disciplinar, ainda que o proprietário
do o retorno ao serviço público, tendo obtido decisão favorável, da escola tenha direito ao prédio e a exercer o seu trabalho.
após dez anos de duração do processo. ( ) CERTO
Nos termos da Lei no 8.112/1990, quando invalidada a demis- ( ) ERRADO
são por decisão judicial, ocorre a denominada
(A) reinclusão
(B) reintegração
(C) recondução
(D) revisão
(E) repristinação

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
33. (SPPREV - Técnico em Gestão Previdenciária - FCC – 2019) 35. (SEAP-GO - Agente de Segurança Prisional - IADES/2019)
Um agente público, em regular diligência de fiscalização a es- C. L. V., agente de segurança prisional, estava realizando sua ronda
tabelecimentos de ensino, constatou potencial irregularidade no habitual durante o respectivo turno, quando observou que dois de-
procedimento de matrícula de determinado nível de escolaridade tentos – R. M. V. e J. O. M. – estavam em vias de fato no momento
e determinou a interdição do estabelecimento. Considerando os do “banho de sol”. Ao tentar separá-los, utilizou-se de força des-
fatos descritos, uma das possíveis conclusões para a atuação do proporcional, amarrando os dois detentos com uma corda, a qual
agente público é causou lesões contusas em ambos os detentos. Essa situação hipo-
(A) atuação com excesso de poder disciplinar, pois este somen- tética representa caso de
te incide na esfera hierárquica do quadro de servidores de ór- (A) desvio de poder.
gão da Administração direta ou pessoa jurídica integrante da (B) desvio de finalidade.
Administração indireta. (C) estrito cumprimento do dever legal.
(B) a regularidade da conduta, considerando o princípio da su- (D) excesso de poder.
premacia do interesse público, cabendo ao responsável pelo (E) abuso de direito.
estabelecimento regularizar o procedimento apontado e, após,
pleitear a reabertura da unidade de ensino. 36. (CFESS - Assistente Técnico Administrativo - CONSUL-
(C) a viabilidade jurídica da conduta, considerando que será PLAN/2017) Quando a Administração Pública aplica penalidade de
oportunizado contraditório e ampla defesa ao responsável pela cassação da carteira de motorista ao particular que descumpre as
escola, com possibilidade de reposição das aulas no caso de regras de direção de veículos configura-se o exercício do poder
procedência de suas alegações. (A) de polícia.
(D) ter agido com abuso de poder no exercício do poder de po- (B) disciplinar.
lícia inerente à sua atuação, não se mostrando razoável a me- (C) ordinatório.
dida adotada, que prejudicou o cronograma de aulas de todos (D) regulamentar
os alunos da instituição.
(E) que o poder regulamentar confere ao representante da Ad- 37. (PC/SE - Delegado de Polícia – CESPE/2018) Acerca do po-
ministração pública o poder de baixar atos normativos dotados der de polícia — poder conferido à administração pública para im-
de autoexecutoriedade, protegendo o direito à educação em por limites ao exercício de direitos e de atividades individuais em
detrimento do direito individual dos alunos. função do interesse público —, julgue o próximo item.
O poder de polícia é indelegável.
34. (IF Baiano - Contador IF-BA -2019) A respeito dos poderes ( ) CERTO
administrativos da Administração Pública, assinale a alternativa cor- ( ) ERRADO
reta.
(A) O Poder Normativo ou regulamentar se traduz no poder 38. (PC/AC - Escrivão de Polícia Civil - IBADE/2017) Consideran-
conferido à Administração Pública de expedir atos administra- do os Poderes e Deveres da Administração Pública e dos administra-
tivos gerais e abstratos, com efeitos erga omnes, podendo, in- dores públicos, é correta a seguinte afirmação:
clusive, inovar no ordenamento jurídico, criando e extinguindo (A) O dever-poder normativo viabiliza que o Chefe do Poder
direitos e obrigações a todos os cidadãos. Executivo expeça regulamentos para a fiel execução de leis.
(B) O Poder Hierárquico é característica que integra a estrutura (B) O dever-poder de polícia, também denominado de dever-
das pessoas jurídicas da Administração Pública, sejam os entes -poder disciplinar ou dever-poder da supremacia da admi-
da Administração Direta ou Indireta. Trata-se de atribuição con- nistração perante os súditos, é a atividade da administração
cedida ao administrador para organizar, distribuir e escalonar pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou li-
as funções de seus órgãos. berdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
(C) O Poder Disciplinar é a atribuição de aplicar sanções àque- de interesse público concernente à segurança, à higiene, à or-
les que estejam sujeitos à disciplina do ente estatal. Podem ser dem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
aplicadas sanções aos particulares, mesmo não possuindo vín- exercício de atividades econômicas dependentes de concessão
culo. ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
(D) O Poder de Polícia, segundo doutrina majoritária, não é ad- respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
mitido no ordenamento jurídico brasileiro, por ferir o Estado (C) Verificado que um agente público integrante da estrutura
Democrático de Direito. organizacional da Administração Pública praticou uma infração
(E) O Poder Discricionário se verifica quando a lei cria um ato funcional, o dever-poder de polícia autoriza que seu superior
administrativo estabelecendo todos os elementos de forma ob- hierárquico aplique as sanções previstas para aquele agente.
jetiva, sem que a autoridade pública possa valorar acerca da (D) O dever-poder de polícia pressupõe uma prévia relação en-
conduta exigida legalmente. tre a Administração Pública e o administrado. Esta é a razão
pela qual este dever-poder possui por fundamento a suprema-
cia especial.
(E) A possibilidade do chefe de um órgão público emitir ordens
e punir servidores que desrespeitem o ordenamento jurídico
não possui arrimo no dever-poder de polícia, mas sim no de-
ver-poder normativo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
39. (MPE/RN -Técnico do Ministério Público Estadual - COM- 42. (EBSERH - Assistente Administrativo - VUNESP/2020) O re-
PERVE/2017) Os poderes inerentes à Administração Pública são vestimento exteriorizador do ato administrativo normal é a escrita,
necessários para que ela sobreponha a vontade da lei à vontade embora existam atos consubstanciados em ordens verbais e até
individual, o interesse público ao privado. Nessa perspectiva, mesmo em sinais convencionais. Esse requisito do ato é denomi-
(A) no exercício do poder disciplinar, são apuradas infrações nado
e aplicadas penalidades aos servidores públicos sempre por (A) objeto.
meio de procedimento em que sejam asseguradas a ampla de- (B) motivo.
fesa e o contraditório. (C) forma.
(B) no exercício do poder normativo, são editados decretos re- (D) mérito.
gulamentares estabelecendo normas ultra legem, inovando na (E) finalidade.
ordem jurídica para criar direitos e obrigações.
(C) o poder de polícia, apesar de possuir o atributo da coerci- 43. (CRN - 2° Região - Assistente Administrativo - Quadrix –
bilidade, carece do atributo da autoexecutoriedade, de modo 2020) Atos administrativos são atos jurídicos que constituem ma-
que a Administração Pública deve sempre recorrer ao judiciário nifestações unilaterais de vontade. A respeito dos atos administra-
para executar suas decisões. tivos, julgue o item.
(D) o poder conferido à Administração Pública é uma faculdade A Administração pode anular seus próprios atos quando eiva-
que a Constituição e a lei colocam à disposição do administra- dos de vícios que os tornem ilegais ou revogá‐los, por motivo de
dor, que o exercerá de acordo com sua livre convicção. conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
40. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUN- ( ) CERTO
CAB/2016) No tocante aos poderes administrativos pode-se afirmar ( ) ERRADO
que a delegação e avocação decorrem do poder:
(A) hierárquico. 44. (MPE-CE - Promotor de Justiça de Entrância Inicial – CES-
(B) discricionário. PE/2020) Com o fim de assegurar a adequação na prestação do ser-
(C) disciplinar. viço e o fiel cumprimento das normas previstas em contrato de con-
(D) regulamentar. cessão de serviço público, o poder público concedente, mesmo sem
(E) de polícia. autorização judicial, interveio na concessão por meio de resolução
que previu a designação de interventor, o prazo da intervenção e os
41. (Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários - VU- objetivos e limites da medida interventiva.
NESP/2020) É correto afirmar que o ato administrativo do Analista Nessa situação hipotética, o ato administrativo de intervenção
de Benefícios Previdenciários é dotado de encontra-se eivado de vício quanto
(A) autoexecutoriedade, ante a inevitabilidade de sua execu- (A) ao objeto.
ção, porquanto reúne sempre poder de coercibilidade para (B) ao motivo.
aqueles a que se destina, havendo a possibilidade de ser revo- (C) à finalidade.
gado pela própria Administração e pelo Poder Judiciário, quan- (D) à competência.
do sua manutenção deixar de ser conveniente e oportuna. (E) à forma.
(B) imperatividade, ante a inevitabilidade de sua execução, por-
quanto reúne sempre poder de coercibilidade para aqueles a 45. (TJ-PA - Auxiliar Judiciário - CESPE – 2020) A propriedade da
que se destina, havendo a possibilidade de ser revogado pela administração de, por meios próprios, pôr em execução suas deci-
própria Administração quando sua manutenção deixar de ser sões decorre do atributo denominado
conveniente e oportuna. (A) exigibilidade.
(C) presunção de legitimidade, de legalidade e veracidade, por- (B) autoexecutoriedade.
que se presume legal a atividade administrativa, por conta da (C) vinculação.
inteira submissão ao princípio da legalidade, havendo a pos- (D) discricionariedade.
sibilidade de ser revogado pela própria Administração e pelo (E) E medidas preventivas.
Poder Judiciário, quando sua manutenção deixar de ser conve-
niente e oportuna. 46. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração – FA-
(D) imperatividade, uma vez que será executado, quando ne- DESP/2020) Um ato administrativo é o ato jurídico praticado, segun-
cessário e possível, ainda que sem o consentimento do seu des- do o Direito Administrativo, pelas pessoas administrativas, ou a Ad-
tinatário, havendo a possibilidade de ser revogado pelo Poder ministração Pública, por intermédio de seus agentes, no exercício
Judiciário, em razão de sua eventual ilegalidade. de suas competências funcionais, capaz de produzir efeitos com fim
(E) presunção de legitimidade, de legalidade e veracidade, por- público. Os atos administrativos podem ser invalidados pela própria
que se presume legal a atividade administrativa, por conta da Administração Pública ou pelo Poder Judiciário. O ato administrati-
inteira submissão ao princípio da legalidade, havendo a possi- vo pode vir a ser invalidado, quando o agente público
bilidade de ser revogado pelo Poder Judiciário, em razão de sua (A) foi empossado recentemente em cargo que lhe atribuiu a
eventual ilegalidade. competência para o ato administrativo.
(B) praticou ato administrativo de modo a melhorar o ambiente
organizacional de que faz parte, sem que, seja considerado um
ato com fim público.
(C) praticou ato administrativo motivado por fatores apresenta-
dos por terceiros que correspondem à realidade e foram apre-
sentados formalmente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(D) praticou ato administrativo formalmente, para contraste (D) Não pode ser decretada em hipótese alguma, pois o ato
com a lei e aferido, pela própria Administração ou pelo Judici- administrativo tem força de lei.
ário, que foi considerado estranho às vontades do gestor máxi-
mo da instituição pública. 51.(TRE-PA - Técnico Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) O
controle administrativo pode ser conceituado como “o conjunto de
47. (SPPREV - Técnico em Gestão Previdenciária – FCC/2019) A instrumentos definidos pelo ordenamento jurídico a fim de permitir
edição de um ato administrativo de natureza vinculada acarreta ou a fiscalização da atuação estatal por órgãos e entidades da própria
pressupõe, para a Administração pública, o dever Administração Pública, dos Poderes Legislativos e Judiciário, assim
(A) de ter observado o preenchimento dos requisitos legais como pelo povo”. Nesse sentido, analise as afirmativas abaixo e dê
para a edição, tendo em vista que nos atos vinculados a legis- valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
lação indica os elementos constitutivos do direito à prática do ( ) O Brasil adota o sistema de jurisdição única quanto ao con-
ato. trole da Administração Pública, razão pela qual não é possível a pro-
(B) subjetivo de emissão do mesmo, este que, em razão da na- vocação do Poder Judiciário para análise de controvérsias antes do
tureza, não admite anulação ou revogação. esgotamento das instâncias administrativas.
(C) de observar as opções legalmente disponíveis para decisão ( ) O controle administrativo decorre do poder de autotutela
do administrador, que deverá fundamentá-la em razão de con- conferido à Administração Pública que deve efetivar a fiscalização
veniência e interesse público. e revisão de seus atos, mediante provocação ou de ofício, com a
(D) do administrado destinatário do ato exercer o direito que finalidade de verificar os aspectos de ilegalidade ou inconveniência
lhe fora concedido, tendo em vista que os atos administrativos do ato.
são vinculantes para os particulares, que não têm opção de não ( ) O controle legislativo, realizado no âmbito do parlamento e
realizar o objeto ou finalidade do mesmo. dos órgãos auxiliares do Poder Legislativo, inclui o controle político
(E) de submeter o ato ao controle externo do Tribunal de Con- sobre o próprio exercício da função administrativa e o controle fi-
tas competente e do Poder Judiciário, sob o prisma da legalida- nanceiro sobre a gestão dos gastos públicos dos três poderes.
de, conveniência e oportunidade. ( ) A ação popular é considerada pela doutrina como remédio
constitucional que pode ser utilizado por pessoas físicas ou jurídicas
48. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Sobre a para provocar o controle judicial, visando a anulação de ato lesivo
revogação dos atos administrativos, assinale a alternativa INCOR- ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
RETA. moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio his-
(A) Nem todos os atos administrativos podem ser revogados. tórico e cultural.
(B) A revogação de ato administrativo é realizada, ordinaria-
mente, pelo Poder Judiciário, cabendo-lhe ainda examinar os Assinale a alternativa que representa a sequência correta de
aspectos de validade do ato revogador. cima para baixo:
(C) Considerando que a revogação atinge um ato que foi pra- (A) V, F, V, F
ticado em conformidade com a lei, seus efeitos são ex nunc. (B) V, V, V, F
(D) Pode a Administração Pública se arrepender da revogação (C) F, V, V, F
de determinado ato. (D) F, F, F, V
(E) O fundamento jurídico da revogação reside no poder discri-
cionário da Administração Pública 52. (TJ-PA - Oficial de Justiça Avaliador - CESPE – 2020) Acerca
do controle da administração pública, julgue os itens a seguir.
49. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Assinale I Em nenhuma hipótese é possível a revogação, pelo Poder Ju-
a alternativa CORRETA sobre os atos administrativos. diciário, de atos praticados pelo Poder Executivo.
(A) Atos individuais, também chamados de normativos, são II A reclamação para anulação de ato administrativo em des-
aqueles que se voltam para a regulação de situações jurídicas conformidade com súmula vinculante é uma modalidade de contro-
concretas, com destinatários individualizados, como instruções le externo da atividade administrativa.
normativas e regulamentos. III Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de con-
(B) Em razão do formalismo que o caracteriza, o ato administra- trole externo não prevista constitucionalmente.
tivo deve sempre ser escrito, sendo juridicamente insubsisten-
tes comandos administrativos verbais. Assinale a opção correta.
(C) Aprovação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Ad- (A) Apenas o item I está certo.
ministração Pública reconhece a legalidade de um ato jurídico. (B) Apenas o item II está certo.
(D) Tanto os atos vinculados como os atos discricionários po- (C) Apenas os itens I e III estão certos.
dem ser objeto de controle pelo Poder Judiciário. (D) Apenas os itens II e III estão certos.
(E) Os provimentos são exclusivos dos órgãos colegiados, ser- (E) Todos os itens estão certos.
vindo especificamente para demonstrar sua organização e seu
funcionamento.
53. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração - FADESP
50. (CONFERE - Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CIDA- – 2020) O controle da administração pública é realizado por meio
DES/2016). A anulação do ato administrativo: de um conjunto de mecanismos que permitem a vigilância, a orien-
(A) Pode ser decretada à revelia pelo administrador público. tação e a correção da atuação administrativa. Esse controle pode
(B) Pode ser decretada somente pelo poder judiciário, desde ser classificado como interno ou externo. É considerado um tipo de
que exista base legal para isso. controle interno
(C) Pode ser decretada tanto pelo poder judiciário como pela (A) análises do Tribunal de Contas da União – TCU.
administração pública competente. (B) apuração de irregularidades em Comissão Parlamentar de
Inquérito – CPI.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(C) controle administrativo por autotutela. 58. (TJ-PA - Analista Judiciário - Área Administração – CES-
(D) controle judicial mediante provocação. PE/2020) Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a op-
ção correta.
54. (DPE-AM - Assistente Técnico de Defensoria - FCC - 2019) (A) É vedado ao Estado realizar pagamento administrativo de-
Determinado órgão da Administração Estadual está sofrendo um dano causado a terceiro, devendo aguardar eventual condena-
processo de tomada de contas especial pelo Tribunal de Contas do ção em ação judicial para proceder ao pagamento mediante
Estado. Nesse caso, a tomada de contas é uma manifestação de precatório.
controle (B) O Estado não deve indenizar prejuízos oriundos de altera-
(A) prévio. ção de política econômico-tributária caso não se tenha com-
(B) interno. prometido previamente por meio de planejamento específico.
(C) jurisdicional. (C) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso
(D) político. público gera direito a indenização caso se comprove cabalmen-
(E) externo. te erro da administração pública.
(D) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito pri-
55. (TCE-RO - Auditor de Controle Externo - CESPE – 2019) A vado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a
competência para o julgamento das contas do chefe do Executivo terceiros usuários, mas subsidiária para não usuários.
é do: (E) O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos emprega-
(A) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer vincu- dos de empresa terceirizada não gera responsabilidade solidá-
lativo emitido pelo tribunal de contas. ria do poder público, mas tão somente subsidiária.
(B) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio
e vinculativo do tribunal de contas. 59. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração – FA-
(C) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer prévio DESP/2020) A responsabilidade civil do Estado é decorrente de ação
e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas. ou omissão estatal lícita ou ilícita que cause dano a alguém. São
(D) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio considerados excludentes de responsabilização civil do Estado
e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas. (A) força maior e caso fortuito.
(E) Tribunal de Contas da União (TCU), exclusivamente. (B) culpa exclusiva da vítima e danos exclusivamente morais.
(C) dano não intencional e culpa exclusiva de terceiros.
56. (MPE-CE - Técnico Ministerial – CESPE/2020) Acerca da res- (D) força maior e culpa de agentes públicos terceirizados.
ponsabilidade civil do Estado e de improbidade administrativa, jul-
gue o item seguinte. 60. (Prefeitura de Contagem - MG - Procurador Municipal –
A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público FUNDEP/ 2019) Analise a situação a seguir.
pelos atos causados por seus agentes é objetiva, enquanto a res- Dirigindo a serviço um veículo oficial, um motorista servidor
ponsabilidade civil dos agentes públicos é subjetiva. público municipal colide em um carro particular, ocasionando estra-
( ) CERTO gos em ambos os carros, sem que haja vítimas.
( ) ERRADO Nessa situação hipotética, analisando a responsabilidade civil
do estado em relação ao particular, é correto afirmar:
57. (TRE-PA - Técnico Judiciário – Administrativa – IBFC/2020) (A) Não se aplica a responsabilidade objetiva prevista no art.
A responsabilidade civil do Estado brasileiro pelos danos causados 37, §6º, da Constituição da República, pois o dano não foi cau-
a terceiros encontra-se disciplinada no artigo 37, parágrafo 6º, da sado por um ato administrativo, mas sim por um fato.
Constituição Federal de 1988 (CF/88). Sobre o tema, assinale a al- (B) A responsabilidade é subjetiva e recai sobre o servidor pú-
ternativa correta. blico motorista, que agiu com imprudência e imperícia no de-
(A) Segundo a teoria do risco integral, o ente público deve ser sempenho da função.
responsabilizado objetivamente pelos danos que seus agentes (C) O município responde de maneira objetiva pelo prejuízo de-
causarem a terceiros, sendo, contudo, admitida a exclusão da corrente da colisão, sofrido pelo particular podendo cobrar do
responsabilidade em determinadas situações, tais como culpa servidor o valor desembolsado em ação de regresso.
exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior, h aja vista ser (D) Aplica-se a teoria do risco administrativo, pois o servidor
o Estado garantidor universal de seus subordinados condutor do veículo estava dirigindo a serviço e não pode ser
(B) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito pú- responsabilizado pelo exercício de suas funções.
blico e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviços públicos não depende da comprovação de elementos 61. (METRÔ-SP - Analista Desenvolvimento Gestão Júnior - FCC
subjetivos ou da ilicitude do ato – 2019) Considere a seguinte situação.
(C) A Constituição Federal de 1988 admite ação de regresso do Em uma determinada metrópole, há duas linhas de trem me-
Estado em face do agente público que, nessa qualidade, causar tropolitano: uma é operada por uma empresa privada, mediante
danos a terceiros, cujo direito ao ressarcimento será aferido regime contratual de concessão, e o sistema de condução dos trens
por meio da responsabilidade objetiva do agressor é totalmente automatizado, sem maquinistas ou operadores manu-
(D) As empresas públicas e sociedades de economia mista, en- ais; na outra linha, gerida por empresa estatal, os trens são condu-
quanto exploradoras de atividade econômica, estão submeti- zidos por maquinistas.
das aos ditames da responsabilidade objetiva prevista no artigo Em caso de ocorrência de acidentes envolvendo usuários em
37, parágrafo 6º, da CF/88, uma vez que gozam das prerrogati- cada uma dessas linhas, é correto concluir que será aplicado o regi-
vas e sujeições inerentes ao regime jurídico administrativo me de responsabilidade
(A) subjetivo, em ambas as situações.
(B) objetivo, em ambas as situações.
(C) subjetivo na linha gerida pela concessionária e objetivo na
linha gerida pela empresa estatal.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(D) objetivo na linha gerida pela concessionária e subjetivo na 8 CERTO
linha gerida pela empresa estatal.
(E) integral, em ambas as situações. 9 A
10 ERRADO
62. (IF Baiano – Contador - IF-BA/2019) Em relação à responsa-
bilidade civil do Estado, assinale a alternativa correta. 11 ERRADO
(A) A responsabilidade civil do Estado prevista no art. 37, §6º 12 D
da CF/88 é subjetiva.
13 A
(B) A teoria do risco administrativo não admite excludente da
responsabilidade. 14 E
(C) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco integral. 15 B
(D) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco adminis-
trativo. 16 A
(E) Não se admite a responsabilidade por omissão do Estado, 17 A
segundo a doutrina majoritária e a jurisprudência consolidada
dos Tribunais Superiores. 18 C
19 C
63. (CRO-GO - Fiscal Regional - Quadrix – 2019) Com relação à
20 D
responsabilidade civil do Estado, julgue o item.
Para a teoria da responsabilidade objetiva, a responsabilização 21 B
do Estado prescinde da demonstração de culpa quanto ao fato da- 22 A
noso, bastando que esteja presente a relação causal entre o fato e
o dano. 23 CERTO
( ) CERTO 24 ERRADO
( ) ERRADO
25 A
64. (CRO-GO - Assistente Administrativo - Quadrix – 2019) Com 26 D
relação à responsabilidade civil do Estado, julgue o item. 27 B
É objetiva a responsabilidade das fundações públicas de natu-
reza autárquica. 28 CERTO
( ) CERTO 29 ERRADO
( ) ERRADO
30 ERRADO
65 (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário – Administrativa - FCC 31 B
– 2019) Julio exerce cargo público efetivo de motorista em uma
32 ERRADO
autarquia federal e, durante o exercício funcional, envolveu-se em
acidente que causou danos patrimoniais a terceiros. Nesse caso, no 33 D
tocante ao regime de responsabilidade civil, o referido servidor 34 B
(A) responderá de forma objetiva e solidária com a autarquia.
(B) não responderá em hipótese alguma, pois se trata de hipó- 35 D
tese de responsabilidade integral da União. 36 A
(C) responderá de forma subjetiva apenas se incluído no polo
passivo da ação pelo terceiro afetado. 37 ERRADO
(D) responderá de forma objetiva e subsidiária em relação à 38 A
autarquia.
39 A
(E) responderá de forma subjetiva e por meio de ação regres-
siva. 40 A
41 B
42 C
GABARITO
43 CERTO
44 E
45 B
1 D
46 B
2 CERTO
47 A
3 ERRADO
48 B
4 B
49 D
5 A
50 C
6 B
51 C
7 D
52 E
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

53 C ______________________________________________________

54 E ______________________________________________________
55 C ______________________________________________________
56 CERTO
______________________________________________________
57 B
58 B ______________________________________________________
59 A ______________________________________________________
60 C
______________________________________________________
61 B
______________________________________________________
62 D
63 CERTO ______________________________________________________
64 CERTO ______________________________________________________
65 E
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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