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Miguel Primaz
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Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)
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IRS – Reforma Fiscal
-A necessidade de reforma da tributação das pessoas singulares impunha-se desde, pelo menos,
a aprovação da Constituição da República Portuguesa (CRP), uma vez que esta impunha:
“O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será único e
progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar.” – atual
artigo 104.º, n.1, da CRP.
-Efetivamente, o sistema anterior – resultante da Reforma Fiscal dos anos 60 – não era
conforme às normas programáticas da nossa Constituição Fiscal, porquanto assentava num
conjunto de impostos cedulares, cada um deles incidindo sobre um tipo de rendimento
(profissional, industrial, de capitais, predial, mais-valias, etc.)
-Além disso, alguns deles ainda eram objeto de um tributo de sobreposição, o imposto
complementar.
IRS – Exigência da Reforma Fiscal
-Com o IRS pretendeu-se adotar um sistema de tributação global, caraterizado pela sujeição da totalidade dos rendimentos
individuais a uma única tabela de taxas escalonadas em progressividade.
-Todavia, na realidade, o IRS não logrou uma real concretização da perspetiva unitária da tributação, uma vez que os residentes
nunca tiveram a totalidade dos seus rendimentos sujeita a um esquema racional de progressividade, em consonância com a
respetiva capacidade contributiva.
-Segmentos importantes dos rendimentos de capitais e das mais-valias ficaram excluídos do englobamento, sujeitos a taxas
fixas, proporcionais (taxas liberatórias ou taxas especiais), gozando, em alguns de benefícios fiscais que os excluíam de
tributação.
-Sistema semi-dual.
IRS – Características
O Código do IRS foi aprovado pelo decreto-lei n.º 442-A/88, de 30 de novembro, e entrou em vigor em 1 de janeiro de 1989 e assume as
seguintes características:
-O IRS é um imposto.
-É um imposto estadual, porque tem como sujeito ativo o Estado.
-É um imposto de âmbito nacional, porque aplicável em todo o território nacional.
-É um imposto sobre o rendimento, distinguindo-se dos impostos de capital/património e dos impostos de despesa/consumo.
-É um imposto pessoal e tendencialmente subjetivo (e não um imposto real ou meramente objetivo), porque comporta elementos de
subjectivização, tais como, a situação pessoal e familiar do sujeito passivo.
-É um imposto periódico, renovando-se anualmente, coincidindo com o ano civil, e assim se distinguindo dos impostos de obrigação única.
-É um imposto de avaliação direta por oposição a impostos de avaliação indireta ou assentes em presunções.
IRS – Características
-É um imposto de quota variável (i.e. um imposto em que a coleta varia em função da matéria coletável do contribuinte que seja seu
sujeito passivo, sendo determinada através da aplicação de uma taxa a esta última).
-Os impostos de quota variável podem ser de dois tipos:
proporcionais (em que se aplica uma taxa fixa ao rendimento do contribuinte independentemente do seu montante) ou de taxa
variável.
Estes últimos podem ser progressivos (em que a taxa de imposto aumenta quanto maior seja o rendimento do contribuinte) ou
regressivos (que estabelecem uma redução gradual das taxas de imposto à medida que o rendimento aumenta).
-O imposto progressivo pode ser de várias espécies:
por dedução, por classes ou por escalões (sendo o IRS desta última espécie).
IRS – Características
-O IRS tem ambas situações (taxas proporcionais e progressivas), mas na parte da taxa variável a mesma advém de um sistema de progressividade
por escalões, pelo que não é um imposto meramente progressivo ou de progressividade total.
-É um imposto de prestação variável por oposição aos impostos de prestação fixa.
-É um imposto de quotidade, assim se distinguindo dos impostos de repartição.
-É um imposto principal.
-É um imposto hetero-liquidável (a liquidação cumpre sempre à AT).
-É um imposto auto-declarável (a obrigação de declaração cumpre ao sujeito passivo).
-É um imposto direto (existe uma coincidência entre o sujeito passivo contribuinte e a pessoa que deve suportar o encargo económico do
imposto).
IRS – Princípios
-Princípios especiais:
O IRS incide sobre o valor anual dos rendimentos das categorias seguintes, mesmo quando provenientes de atos ilícitos, depois de efetuadas as correspondentes deduções e abatimentos:
- Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente;
- Categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais;
- Categoria E - Rendimentos de capitais;
- Categoria F - Rendimentos prediais;
- Categoria G - Incrementos patrimoniais;
- Categoria H - Pensões.
Os rendimentos, quer em dinheiro quer em espécie, ficam sujeitos a tributação, seja qual for o local onde se obtenham, a moeda e a forma por que sejam auferidos.
Categoria A – Rendimentos do Trabalho Dependente
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IRS – Incidência Real
a) Trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo de contrato individual de trabalho ou de outro a ele legalmente equiparado;
b) Trabalho prestado ao abrigo de contrato de aquisição de serviços ou outro de idêntica natureza, sob a autoridade e a direção da pessoa ou entidade que ocupa a posição de sujeito ativo na
relação jurídica dele resultante;
- trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo de contrato individual de trabalho ou de outro a ele legalmente equiparado;
- trabalho prestado ao abrigo de contrato de aquisição de serviços ou outro de idêntica natureza, sob a autoridade e a direção da pessoa ou entidade que ocupa a posição de
sujeito ativo na relação jurídica dele resultante;
- exercício de função, serviço ou cargo públicos;
- as remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas e entidades equiparadas, com exceção dos que neles participem como revisores oficiais de
contas;
IRS – Incidência Real
A atual categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais resulta da aglutinação de três categorias de rendimentos previstos na versão inicial do Código do IRS:
- Categoria B - Rendimentos do trabalho independente;
- Categoria C – Rendimentos comerciais e industriais;
- Categoria D - Rendimentos agrícolas;
Categoria B – Rendimentos Empresariais e Profissionais
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Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais
Ficam abrangidos pelo regime simplificado os sujeitos passivos que, no exercício da sua
atividade, não tenham ultrapassado no período de tributação imediatamente anterior um
montante anual ilíquido de rendimentos desta categoria de (euro) 200 000.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais
Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado podem optar pela determinação
dos rendimentos com base na contabilidade.
A opção a que se refere o número anterior deve ser formulada pelos sujeitos passivos:
A opção referida no n.º 3 mantém-se válida até que o sujeito passivo proceda à entrega
de declaração de alterações, a qual produz efeitos a partir do próprio ano em que é
entregue, desde que seja efetuada até ao final do mês de março.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais
A aplicação do regime simplificado cessa apenas quando o montante a que se refere o n.º
2 seja ultrapassado em dois períodos de tributação consecutivos ou, quando o seja num
único exercício, em montante superior a 25 %, caso em que a tributação pelo regime de
contabilidade organizada se faz a partir do período de tributação seguinte ao da
verificação de qualquer desses factos.
No exercício de início de atividade, o enquadramento no regime simplificado faz-se,
verificados os demais pressupostos, em conformidade com o valor anual de rendimentos
estimado, constante da declaração de início de atividade, caso não seja exercida a opção
pelo regime da contabilidade.
Se os rendimentos auferidos resultarem de serviços prestados a uma única entidade,
exceto tratando-se de prestações de serviços efetuadas por um sócio a uma sociedade
abrangida pelo regime de transparência fiscal, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo
6.º do Código do IRC, o sujeito passivo pode, em cada ano, optar pela tributação de
acordo com as regras estabelecidas para a categoria A.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais
Os sujeitos passivos que pratiquem atos isolados estão sempre dispensados de dispor de
contabilidade organizada por referência a esses atos.
b) Sendo o rendimento anual ilíquido superior a (euro) 200 000, aplicam-se, com as
devidas adaptações, as regras aplicáveis aos sujeitos passivos com contabilidade
organizada.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais
d) 0,95 aos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou
utilização temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de
informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial
ou científico, aos rendimentos de capitais imputáveis a atividades geradoras de
rendimentos empresariais e profissionais, ao resultado positivo de rendimentos
prediais, ao saldo positivo das mais e menos-valias e aos restantes incrementos
patrimoniais;
e) 0,30 aos subsídios ou subvenções não destinados à exploração;
f) 0,10 aos subsídios destinados à exploração e restantes rendimentos da categoria B
não previstos nas alíneas anteriores;
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais
O disposto no número anterior não é aplicável nos casos em que tenha ocorrido cessação
de atividade há menos de cinco anos.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais
A dedução ao rendimento que decorre da aplicação dos coeficientes previstos nas alíneas
b) e c) está parcialmente condicionada à verificação de despesas e encargos efetivamente
suportados, acrescendo ao rendimento tributável apurado nos termos dos números
anteriores a diferença positiva entre 15 % dos rendimentos brutos das prestações de
serviços previstas naquelas alíneas e o somatório das seguintes importâncias:
a) Montante de dedução específica previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º ou,
quando superior, os montantes comprovadamente suportados com contribuições
obrigatórias para regimes de proteção social, conexas com as atividades em causa,
que não sejam dedutíveis nos termos do n.º 2;
b) Despesas com pessoal e encargos a título de remunerações, ordenados ou salários,
comunicados pelo sujeito passivo à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos
previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 119.º;
c) Rendas de imóveis afetas à atividade empresarial ou profissional que constem de
faturas e outros documentos, comunicados à Autoridade Tributária e Aduaneira, nos
termos previstos no n.º 2 do artigo 78.º-E;
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais
A dedução ao rendimento que decorre da aplicação dos coeficientes previstos nas alíneas b) e c) está parcialmente
condicionada à verificação de despesas e encargos efetivamente suportados, acrescendo ao rendimento tributável
apurado nos termos dos números anteriores a diferença positiva entre 15 % dos rendimentos brutos das prestações
de serviços previstas naquelas alíneas e o somatório das seguintes importâncias:
d) 1,5 % do valor patrimonial tributário dos imóveis afetos à atividade empresarial ou profissional ou, quanto aos
imóveis afetos a atividades hoteleiras ou de alojamento local, 4 % do respetivo valor patrimonial tributário, de
que o sujeito passivo seja o proprietário, usufrutuário ou superficiário;
e) Outras despesas com a aquisição de bens e prestações de serviços relacionadas com a atividade, que constem
de faturas comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos do Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de
agosto, ou emitidas no Portal das Finanças, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 115.º, designadamente
despesas com materiais de consumo corrente, eletricidade, água, transportes e comunicações, rendas,
contencioso, seguros, rendas de locação financeira, quotizações para ordens e outras organizações
representativas de categorias profissionais respeitantes ao sujeito passivo, deslocações, viagens e estadas do
sujeito passivo e dos seus empregados;
f) Importações ou aquisições intracomunitárias de bens e serviços relacionados com a atividade.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais
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Categoria F – Rendimentos Prediais
• Desde 2015, é opção do sujeito passivo manter os rendimentos prediais na categoria F ou enquadrá-los na
categoria B, porquanto reconheceu-se que o arrendamento pode constituir uma autêntica atividade
empresarial, em função:
- do número de prédios arrendados,
- e das ações que poderão os senhorios ter que desenvolver para gerir o seu património imobiliário.
• Anexo F da Declaração de IRS (Modelo 3): visa a declaração dos rendimentos prediais
obtidos em território português.
• Não devem ser declarados prédios ou frações que não produziram rendimentos.
Categoria F – Rendimentos Prediais
Categoria F – Rendimentos Prediais
Noção de renda:
• prédio rústico – uma parte delimitada do solo e as construções nele existentes que
não tenham autonomia económica;
• prédio urbano – qualquer edifício incorporado no solo e os terrenos que lhe sirvam
de logradouro;
• prédio misto – o que comporte parte rústica e parte urbana.
• Considera-se ainda construção todo o bem móvel assente no mesmo local por um
período superior a 12 meses (ex. barco-restaurante ancorado sempre no mesmo local).
Categoria F – Rendimentos Prediais
• As importâncias relativas à cedência do uso, total ou parcial, de bens imóveis, para quaisquer fins
especiais, designadamente publicidade;
Categoria F – Rendimentos Prediais
b) Desde o momento em que a prestação pecuniária anual constitua rendimento ou seja deduzida pelo
proprietário em virtude do não cumprimento pelo morador das suas obrigações nos termos previstos
no diploma que cria o direito real de habitação duradoura, na parte respeitante à caução inicial.
Categoria F – Rendimentos Prediais
•Caso o sujeito passivo detenha mais do que uma fração autónoma do mesmo prédio em
regime de propriedade horizontal, os encargos são imputados de acordo com a permilagem
atribuída a cada fração ou parte de fração no título constitutivo da propriedade horizontal.
•Na sublocação, a diferença entre a renda recebida pelo sublocador e a renda paga
por este não beneficia de qualquer dedução.
•
Categoria F – Rendimentos Prediais
•Exemplos de gastos:
- Despesas de conservação e manutenção
- Despesas de condomínio (ex. “quota”)
- IMI e Imposto do Selo
- Taxas autárquicas e outras
- Seguros legalmente obrigatórios
•
Categoria F – Rendimentos Prediais
•Relativamente a cada titular de rendimentos, o resultado líquido negativo (RLN) apurado em determinado ano na
categoria F pode ser reportado aos seis anos seguintes àquele a que respeita, sendou unicamente dedutível aos
resultados líquidos positivos da mesma categoria de rendimentos (categoria F).
•Exemplo: RLN em 2020 na categoria F, pode ser reportado (i.e. utilizado) até 2026 no âmbito da categoria F.
•O direito ao reporte do RLN fica sem efeito quando os prédios a que os gastos digam respeito não gerem
rendimentos da categoria F em pelo menos 36 meses, seguidos ou interpolados, dos cinco anos subsequentes
àquele em que os gastos foram incorridos.
•Tem sido entendimento da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) que deverá ser efetuada a opção de
englobamento para que o mecanismo da dedução de perdas produza efeito.
•Várias decisões do CAAD contestam este entendimento.
Categoria F – Rendimentos Prediais
•Rendimentos prediais são tributados à taxa especial de 28% - quer os beneficiários sejam
residentes fiscais ou não-residentes fiscais.
•Taxa especial e não taxa liberatória.
•De acordo com a alínea h) do n.º 1 do artigo 18.º do Código do IRS, consideram-se obtidos em
território português os rendimentos respeitantes a imóvel nele situado.
•Estes rendimentos não são englobados para efeitos de tributação, sem prejuízo da opção pelo
englobamento passível de ser exercida pelos respetivos titulares residentes em território
português – artigo 72.º, n.13, do Código do IRS.
•Quando o SP exerça a opção de englobamento de rendimentos, fica, por esse facto, obrigado a
englobar a totalidade dos rendimentos da mesma categoria de rendimentos – artigo 22.º, n.5,
do Código do IRS.
•O englobamento implica a sujeição às taxas gerais progressivas – artigo 68.º do Código do IRS.
Categoria F – Rendimentos Prediais
Taxa Especial – artigo 72.º, n.ºs 2 a 5, do Código do IRS – Anos de 2019 e seguintes
•Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente com duração
igual ou superior a dois anos e inferior a cinco anos, é aplicada uma redução de dois pontos percentuais da
respetiva taxa autónoma; e por cada renovação com igual duração, é aplicada uma redução de dois pontos
percentuais até ao limite de catorze pontos percentuais.
•Quando decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente celebrados com duração igual ou
superior a 5 anos e inferior a 10 anos, é aplicada uma redução de cinco pontos percentuais (de 28% para 23%).
•E por cada renovação com igual duração, é aplicada uma redução de cinco pontos percentuais até ao limite de
quatorze de pontos percentuais.
• Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente com duração
igual ou superior a dez anos e inferior a vinte anos, é aplicada uma redução de catorze pontos percentuais da
respetiva taxa autónoma (de 28% para 14%).
•Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente com duração
igual ou superior a vinte anos, bem como aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de direito real de
habitação duradoura (DHD), na parte respeitante ao pagamento da prestação pecuniária mensal, é aplicada uma
redução de 18 pontos percentuais da respetiva taxa autónoma (de 28% para 10%).
Categoria F – Rendimentos Prediais
Este regime apenas se aplica aos contratos de arrendamento para habitação permanente celebrados a partir de 1
de janeiro de 2019, bem como às renovações dos contratos de arrendamento verificadas a partir da mesma data.
Categoria F – Rendimentos Prediais
Categoria F – Rendimentos Prediais
Situações especiais
Situações especiais
•Os contratos de arrendamento no âmbito do PAA podem ter uma das seguintes finalidades:
- Residência permanente, com um prazo mínimo de 5 anos;
- Residência temporária de estudantes universitários do ensino superior, com um prazo mínimo de 9
meses.
•Caso o contribuinte opte pelo englobamento dos rendimentos prediais, os rendimentos isentos são
obrigatoriamente englobados para efeito de determinação da taxa a aplicar aos restantes rendimentos
(isenção com progressividade).
Categoria F – Rendimentos Prediais
Situações especiais
Situações especiais
•Esta dispensa não pode ser exercida por titulares que, no ano anterior, tenham
auferido rendimentos de montante igual ou superior ao limite.
Categoria F – Rendimentos Prediais
Pagamento do Imposto
Exemplo 1
•Partindo do princípio que, no ano em curso, certo sujeito
passivo obteve de rendimentos prediais € 20.000, em que
não houve lugar a retenção na fonte de IRS, por o locatário
não dispor nem ser obrigado a dispor de contabilidade
organizada, e suportou despesas, devidamente
documentadas, no valor de € 5.000, como o rendimento
líquido positivo é de € 15.000 (€ 20 000 - € 5 000), o IRS a
pagar seria de:
€ 4.200 (€ 15 000 x 28%).
Categoria F – Rendimentos Prediais
Exemplo 2
• O Sr. Amaral, solteiro, proprietário de um prédio urbano, que se encontra
arrendado a uma sociedade comercial, recebeu (valor bruto) € 10.000 de
rendas no ano de 2019.
• Durante o ano 2019, o Sr. Amaral suportou as seguintes despesas relativas
àquele imóvel, as quais se encontram devidamente comprovadas e
documentadas:
- Seguro: € 500,00
- IMI: € 150,00
- Obra de reparação no teto do imóvel por motivo de humidade: €
1.500,00
• Qual o rendimento líquido?
• Rendimento Bruto: € 10.000,00 (art. 8º n.º 1 e n.º 2 al. a)
Categoria F – Rendimentos Prediais
Exemplo 2
• Deduções específicas:
- Despesas de manutenção documentadas: € 500,00 (art. 41º)
- Despesas de conservação documentadas: € 1.500,00 (art. 41º)
- IMI: € 150,00 (art. 41º)
Base do Imposto
-O IRS incide sobre o valor anual dos rendimentos das
categorias nele previstas, depois de efetuadas as
correspondentes deduções e abatimentos – artigo 1.º, n.1,
do CIRS.
-Os rendimentos, quer em dinheiro, quer em espécie, ficam
sujeitos a tributação seja qual for o local onde se obtenham,
a moeda e a forma por que sejam auferidos - artigo 1.º, n.2,
do CIRS.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
Base do Imposto
Entre as categorias com principal relevo aqui:
-Categoria B – Rendimentos empresariais e profissionais – ex.
arrendamento ou venda de bens imobiliários num contexto de uma
atividade empresarial – norma especial
-Categoria F – Rendimentos prediais – ex. arrendamento de bens
imobiliários num contexto exercido fora de uma atividade empresarial –
norma geral
-Categoria G – Incrementos patrimoniais (especificamente as mais-valias
imobiliárias) – venda de bens imobiliários num contexto fora de uma
atividade empresarial – norma geral
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
Constituem incrementos patrimoniais, desde que não considerados rendimentos de outras categorias:
a)As mais-valias (“rendimentos excecionais” - ponto 12 do preâmbulo do diploma que aprovou o Código do IRS
- i.e. Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de novembro);
a)Alienação onerosa de direitos reais (ainda que se trate de direitos reais menores) sobre bens
imóveis e afetação de quaisquer bens do património particular a atividade empresarial e
profissional exercida em nome individual pelo seu proprietário;
Exs.
-direito de propriedade (previsto nos artigos 1302.º a 1438.º do Código Civil),
-direito de usufruto (previsto nos artigos 1439.º a 1483.º do Código Civil),
-direito de superfície (previsto nos artigos 1529.º a 1542.º do Código Civil),
-direito real de habitação periódica.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
-Constituem mais-valias imobiliárias, os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos empresariais e
profissionais, de capitais ou prediais, resultem de alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis - artigo
10.º, n.1, alínea a), do CIRS.
-Correspondem a ganhos ou rendimentos de carácter ocasional ou fortuito e que não decorrem de uma atividade do
sujeito passivo especificamente destinadas à sua obtenção, mas relativamente aos quais o princípio da capacidade
contributiva determina a sua sujeição a imposto.
-Este tipo de ganhos abrange quer os derivados de prédios urbanos, nas suas diferentes espécies, quer os emergentes
de prédios rústicos e/ou mistos.
-O resultado decorrente da alienação de um direito real menor, como é o caso do direito de superfície, do direito real
de habitação periódica, ou do usufruto, tem enquadramento no conceito de mais-valia (quando não origine ganhos
considerados rendimentos da Categoria B).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
Mais-Valias Imobiliárias Não Tributadas – Regime Transitório (cf. artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de
novembro)
-Não são tributadas as mais-valias imobiliárias quando estas resultam da alienação de imóveis adquiridos anteriormente à
entrada em vigor do CIRS, isto é, 1 de janeiro de 1989.
Exemplo 1 - SP adquire um prédio urbano habitacional a 1 de dezembro de 1988 e vende a 1 de dezembro de 2018 – não
é tributado em IRS
Exemplo 2 - SP adquire um prédio urbano habitacional a 1 de janeiro de 1989 e vende em 1 de dezembro de 2018 – é
tributado em IRS
-Esta regra não é aplicável a terrenos para construção (momento de aferição adotado - 1 de janeiro de 1989, mas há
quem sustente que seja na aquisição)
Exemplo 1 - SP adquire um terreno para construção em 1984, cuja obra termina em 1986, e vende a 1 de dezembro de
2018 – não é tributado em IRS
Exemplo 2 - SP adquire um terreno para construção em 1987, cuja obra termina em 1989, e vende a 1 de dezembro de
2018 – é tributado em IRS
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
Mais-Valias Imobiliárias Não Tributadas – Regime Transitório (cf. artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30
de novembro)
-De acordo com o Acórdão do Tribunal Central Administrativo Norte, no processo n.º 00224/07, de 15-12-2011:
“Os ganhos obtidos com a transmissão onerosa de terreno para construção adquirido como rústico antes da
entrada em vigor do C.I.R.S. e que só adquire a natureza urbana depois da entrada em vigor deste Código, não
estão sujeitos a I.R.S. – artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de Novembro”.
-De acordo com o Acórdão do Supremo Tribunal Administrativos, no processo n.º 01266/13, de 12-02-2015: “I -
Por força do disposto no art. 5.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de Novembro, diploma que aprovou o
CIRS, fixando um regime transitório para os rendimentos da categoria G, os ganhos que não eram sujeitos ao
imposto de mais-valias só ficam sujeitos a IRS se a aquisição dos bens ou direitos de cuja transmissão provêm se
houver efetuado após a entrada em vigor daquele código, em 1 de Janeiro de 1989. II - Assim, não estão
sujeitos a tributação em IRS os ganhos resultantes da venda efetuada em 2007 de um prédio adquirido em 1973
como prédio rústico e que mantinha essa natureza à data da entrada em vigor do CIRS.”.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
Mais-Valias Imobiliárias Não Tributadas – Regime Transitório (cf. artigo 5.º do Decreto-Lei
n.º 442-A/88, de 30 de novembro)
-Mesmo não sendo tributadas, o sujeito passivo deve declarar estas situações na declaração
de IRS (Modelo 3) – anexo G1.
-Quer haja uma mais ou menos-valia.
-A entrega ocorre por transmissão eletrónica de dados e nos prazos normais.
-Devem ser identificados os imóveis, os respetivos valores de aquisição e de realização, bem
como a data da aquisição, respeitantes às transmissões onerosas de direitos reais sobre bens
imóveis adquiridos antes da entrada em vigor do Código do IRS (1 de janeiro de 1989), cujos
ganhos não estavam sujeitos ao Imposto de Mais-Valias (Código aprovado pelo Decreto-Lei n.º
46 673, de 9 de junho de 1965).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
a) Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis sobre bens imóveis e afetação de quaisquer bens
do património particular a atividade empresarial e profissional exercida em nome individual pelo seu
proprietário;
a) Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis sobre bens imóveis e afetação de quaisquer bens
do património particular a atividade empresarial e profissional exercida em nome individual pelo seu
proprietário;
Não Residentes: São tributadas à taxa especial de 28% sobre 100% da mais-valia.
Não Residentes: São tributadas à taxa especial de 28% sobre 100% da mais-valia.
Retenção na fonte: Seguindo o regime geral das mais-valias, não há retenção na fonte.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
Não Residentes: São tributadas à taxa especial de 28% sobre 100% da mais-valia.
Retenção na fonte: Seguindo o regime geral das mais-valias, não há retenção na fonte.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
Momento da obtenção do rendimento: artigos 9.º, n.4 e 10.º, n.3, ambos do Código do IRS
Já os ganhos (i.e. mais-valias) consideram-se obtidos no momento da prática dos atos previstos no
n.1 do artigo 10.º do Código do IRS, sem prejuízo de:
-nos casos de promessa de compra e venda ou de troca, presume-se que o ganho é obtido logo que
verificada a tradição ou posse dos bens ou direitos objeto do contrato;
-nos casos de afetação de quaisquer bens do património particular a atividade empresarial e
profissional exercida pelo seu proprietário, o ganho só se considera obtido no momento da ulterior
alienação onerosa dos bens em causa ou da ocorrência de outro facto que determine o apuramento
de resultados em condições análogas, exceto no caso de restituição ao património particular de
imóvel habitacional que seja afeto à obtenção de rendimentos da categoria F, mantendo-se o
diferimento da tributação do ganho enquanto o imóvel mantiver aquela afetação;
-Nos contratos de permuta de bens presentes por bens futuros, a tributação apenas ocorre no
momento da celebração do contrato que formaliza a aquisição do bem futuro, ou no momento da sua
tradição, se anterior.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
Momento da obtenção do rendimento: artigos 9.º, n.4 e 10.º, n.3, ambos do Código do IRS
Mais-Valias Imobiliárias – Momento da Obtenção
-Estes ganhos consideram-se, em regra, obtidos no momento da prática dos atos de
alienação – escritura pública ou documento particular autenticado (cf. artigo 10.º, n.3,
CIRS).
-Isto significa que o ganho é tributável no ano fiscal (i.e. ano civil) em que ocorra a operação
de alienação (tal coincidirá, em princípio, com a transmissão civil).
-E não, necessariamente, no ano do efetivo recebimento (total ou parcial) do preço (cf. Despacho, Informação 1351/89, de
9 de Agosto de 1989, citado no Código do IRS, Edição da DGCI, 1989, onde se refere que “A forma de pagamento
estipulada entre as partes é irrelevante para determinar o momento da sujeição, o qual coincide com o da realização que,
nos casos de promessa de compra e venda ou de troca, é o da tradição ou da posse, nos termos do nº 3 do artigo 10º do
CIRS.”).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais
O envio deste anexo à Autoridade Tributária e Aduaneira deve ser feito por
transmissão eletrónica de dados, de 1 de abril a 30 de junho,
independentemente de este dia ser útil ou não útil, juntamente com a
declaração de rendimentos modelo 3 do IRS, da qual faz parte integrante, tal
como se encontra estabelecido no n.º 1 do artigo 60.º do Código do IRS, sem
prejuízo da aplicação de outros prazos nas situações expressamente previstas na
lei.
115
Categoria H – Pensões
- Conceito amplo – abarca outras realidades para além das pensões em sentido estrito.
- Quer sejam pagas por entidades públicas (ex. Segurança Social ou Caixa Geral de
Aposentações) ou entidades privadas (ex. companhias de seguros).
- Esta categoria abrange, pois, quer prestações que têm por base mediata uma relação de
trabalho dependente ou um vínculo a regimes de segurança públicos e privados, quer
prestações a que não subjaz este tipo de vínculos.
Categoria H – Pensões
Nota: esta categoria inclui os rendimentos auferidos após a extinção do contrato de trabalho, sempre que o titular
seja colocado numa situação equivalente à de reforma, segundo o regime de segurança social que lhe seja aplicável.
Categoria H – Pensões
- Ou seja, por força do princípio da substituição, a periodicidade acaba por não ser um
elemento essencial ao conceito fiscal de renda/pensão.
Categoria H – Pensões
- Tratam-se das regras que permitem apurar o rendimento líquido tributável desta categoria
de rendimentos.
- Assim, aos rendimentos brutos da categoria H de valor anual igual ou inferior a € 4.104,00
deduz-se, até à sua concorrência, a totalidade do seu quantitativo por cada titular que os
tenha auferido.
- Neste caso, vai poder deduzir a totalidade destes € 3.500,00 (dedução específica), o que
significa que o rendimento líquido será igual a zero.
Categoria H – Pensões
- Neste caso, vai poder deduzir a totalidade destes € 4.104,00 (dedução específica), o que
significa que o rendimento líquido será igual a € 10.000,00.
Categoria H – Pensões
a) As quotizações sindicais,
na parte em que não constituam contrapartida de benefícios relativos à saúde, educação,
apoio à terceira idade, habitação, seguros ou segurança social
e
desde que não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1 % do rendimento bruto
desta categoria, sendo acrescidas de 50 %;
Ex. durante o ano de 2020, o António recebeu uma renda temporária que não se destina
ao pagamento de qualquer uma das pensões referidas nas alíneas a), b) e c), do n.1 do
artigo 11.º do CIRS, no valor de € 25.000,00 (rendimento bruto).
- Neste caso, o rendimento líquido do António será igual (€ 25.000,00), porquanto não
terá acesso a qualquer dedução específica.
Categoria H – Pensões
- Para este efeito, compete ao titular do direito aos rendimentos comprovar junto da
entidade devedora que a prestação que lhe é devida comporta reembolso de capital por
si pago ou que, tendo sido pago por terceiro, todavia foi total ou parcialmente tributado
como rendimento seu.
Categoria H – Pensões
Ex. Senhor António, deficiente, com grau de incapacidade de 70% recebeu em 2020
pensões no valor de € 20.000,00. Qual o rendimento líquido?
- Dedução específica: € 4.104,00
- Rendimento líquido: € 20.000,00 x 90% = € 18.000,00 - € 4.104,00 = € 13.896,00
Nota: O rendimento isento são € 2.000,00 (€ 20.000,00 x 90%), pelo que não ultrapassa o
limite dos € 2.500,00
Categoria H – Pensões
Regime de Tributação:
Pensões de Alimentos:
Regime de Tributação:
Retenção na Fonte:
- Para os casos previstos no artigo 11.º, n.1, alíneas a) e b), do CIRS, considera-se como
entidade devedora dos rendimentos aquela que os pagar ou colocar à disposição do
respetivo beneficiário.
Categoria H – Pensões
Retenção na Fonte:
- A retenção de IRS é efetuada sobre o valor das pensões mensalmente pagas ou postas
à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas que lhes correspondam,
constantes da respetiva tabela.
- Estas tabelas são aprovadas anualmente por despacho do Ministro das Finanças.
Retenção na Fonte:
Retenção na Fonte:
- Na retenção sobre complementos de pensões, pagos por entidade diferente da que está
obrigada ao pagamento da respetiva pensão, pode ser tido em conta o montante desta,
por solicitação expressa do respetivo titular.
Categoria H – Pensões
Retenção na Fonte:
- As prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses e as pensões relativas a anos anteriores
àquele em que são pagas ou colocadas à disposição do sujeito passivo, são sempre objeto de retenção
autónoma, não podendo, para cálculo do imposto a reter, ser adicionadas às pensões dos meses em que são
pagas ou colocadas à disposição.
- Quando as prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses forem pagas fracionadamente, deve
ser retido, em cada pagamento, a parte proporcional do imposto calculado nos termos referidos supra.
- Quando forem pagas ou colocadas à disposição prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses
referentes a anos anteriores, o apuramento do imposto a reter, nos termos dos n.ºs 4 e 5, é efetuado
autonomamente por cada ano a que respeitam.
- No caso de pensões de anos anteriores, para efeitos de determinação da taxa de retenção na fonte que lhes
é aplicável, o respetivo valor é dividido pela soma do número de meses a que respeitam, aplicando-se a taxa
assim determinada à totalidade dessas pensões.
Categoria H – Pensões
- No que diz respeito às pensões obtidas por não-residente fiscais em Portugal, estas são
tributadas por retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25%.
- A retenção na fonte incide sobre o valor das pensões líquidas da dedução prevista no
artigo 53.º do CIRS.
Categoria H – Pensões
d) pagos por ou através de entidades que aqui tenham sede, direção efetiva ou
estabelecimento estável a que deva imputar-se o pagamento e
d) devidos por entidades que não tenham aqui domicílio a que possa imputar-se o
pagamento,
- Estas taxas previstas no artigo 71.º incidem sobre os rendimentos ilíquidos (i.e.
brutos),
- exceto no que se refere às pensões, as quais beneficiam da dedução prevista
no artigo 53.º, sem prejuízo do que se disponha na lei, designadamente no
Estatuto dos Benefícios Fiscais,
- Artigo 53.º
- 1 - Aos rendimentos brutos da categoria H de valor anual igual ou inferior a (euro) 4 104 deduz-se,
até à sua concorrência, a totalidade do seu quantitativo por cada titular que os tenha auferido.
2 - Se o rendimento anual, por titular, for superior ao valor referido no número anterior, a dedução
é igual ao montante nele fixado.
Taxas Liberatórias – Artigo 71.º
152
Taxas Especiais – Artigo 72.º
159
Taxas Gerais Progressivas – Artigo 68.º
Taxas Gerais Progressivas – Artigo 68.º
Continente
Rendimento coletável (€)
Parcela a
Taxa (%)
abater
Até 7.112
14,5 –
+ 80.882 48 8.401,21
Taxa Adicional de Solidariedade – Artigo 68.º A
162
Taxa Adicional de Solidariedade –
Artigo 68.º A
Quadro-síntese
164
Rendimento Residentes Não residentes
Categoria Taxas % Nota Taxas % Nota
Remunerações do trabalho A 0 a 45,1 RPC 25 (1) RL
Remunerações dos órgãos A 0 a 45,1 RPC 25 (1) RL
Comissões B 25 RPC 25 RL
Prestação de serviços B 11,5/25 RPC 25 RL
Royalties auferidos pelo B 16,5 RPC 25 RL
Royalties auferidos pelo E 28 RPC 25 RL
Aluguer de equipamento E 16,5 RPC 25 RL
Dividendos E 28 RL 28 RL
Juros de depósitos E 28 RL 28 RL
Juros de suprimentos E 28 RL 28 RL
Juros de títulos de dívida E 28 RL 28 RL
Outros rendimentos de E 28 RPC 28 RL
Rendimentos prediais F 25 RPC 25 RPC
mais-valias
de partes G 28 Trib. Esp. 28 Trib. Esp.
Incrementos
sociais
patrimoniais:
mais-valias 28 Trib. Esp.
G 14,5 a 48 Taxas Prog.
de imóveis
Pensões H 0 a 39,8 RPC 25 RL
165
Remunerações – Categoria A
166
IRS
Descrição
Tributação Isenção
Vencimentos, subsídios de férias e Natal, comissões sim –
Remuneração de órgãos sociais sim –
Abono para falhas – até 5% da remuneração mensal
Empréstimos concedidos pela Empresa – à habitação própria x (<= € 180.426,40) e (tx>= 70% * Tx.BCE )
Empréstimos concedidos por outra entidade – juros são x –
Empréstimos concedidos pela Empresa – outros x taxa juro > = taxa referência
Gratificações extraordinárias/gratificações de balanço x –
Indemnização por cessação contrato de trabalho – até (Rem. média dos últimos 12 meses) * anos trabalho (2)
168
Residentes Não Habituais
- Regime fiscal (ex. distingue-se do regime legal do “golden visa”) em vigor desde 23 de
setembro de 2009 (data em que entrou em vigor o Decreto-Lei n.º 249/2009 – diploma
que aprovou este regime).
- Trata-se de um regime especial de tributação em sede de IRS.
- Pretendeu-se atrair para o nosso país, cidadãos não-residentes, profissionais de
atividades de elevado valor acrescentado, bem como indivíduos com um elevado
património ou poder de compra.
- Em termos práticos, poderá significar pagar menos imposto (IRS) cada ano.
- Pode ser aplicado quer a cidadãos estrangeiros, quer a cidadão nacionais.
- O conceito chave é a residência fiscal e não a nacionalidade.
Residentes Não Habituais
Vantagens:
Residência Fiscal:
- Permanecer em Portugal mais de 183 dias, seguidos ou interpolados, em qualquer
período de 12 meses, com inicio ou fim no ano em causa,
ou
- Quando permanecer menos tempo, deter, em qualquer dia do ano, uma habitação que
faça supor a intenção atual de a manter e ocupar como residencia habitual,
ou
- Sendo, em 31 de dezembro, um membro da tripulação de um navio ou aeronave ao
serviço de uma entidades com residência, sede ou Direção efetiva em Portugal.
Residentes Não Habituais
- O SP deve solicitar a inscrição como residente não habitual no ato da inscrição como
residente em território português ou, posteriormente, até 31 de março, inclusive, do
ano seguinte àquele em que se torne residente nesse território.
- Se o RNH deixar de ser residente fiscal, perde acesso ao regime RNH, contudo se voltar
dentro do prazo inicial volta automaticamente a beneficiar do regime.
- Ex. um cidadão inglês passa a viver em Portugal como residente fiscal em 01.01.2020 e
inscreve-se como RNH, o regime ser-lhe-á aplicado até 31.12.2029, contudo,
imaginando que deixa de ser residente fiscal em 31.12.2025, mas regressa dois anos
depois em 31.12.2027, então fica automaticamente enquadrado no regime RNH até ao
final do prazo que estava inicialmente previsto – 31.12.2029.
Residentes Não Habituais
- A nova tabela de atividades de elevado valor acrescentado aprovada pela Portaria n.º
230/2019, de 23 de julho, que veio alterar a tabela de atividades constante na Portaria
n.º 12/2010, de 7 de janeiro, produz efeitos desde 1 de janeiro de 2020.
- Significa que o cidadão considerado residente não habitual com direito ao regime fiscal
deverá em 2021, de abril a junho, enviar a declaração de rendimentos/modelo 3 de
IRS/2020 através do Portal das Finanças anexando, entre outros, o Anexo L com a
inscrição do código(s) da(s) atividade(s) de elevado valor acrescentado constantes na
nova tabela.
Residentes Não Habituais
- A nova tabela de atividades não deve ser usada nas seguintes situações:
• O cidadão que em 1 de janeiro de 2020 já se encontre inscrito como RNH, ainda que
o estatuto de residente não habitual se encontre suspenso (n.12. do artigo 16.ºdo
CIRS);
• O cidadão que em 1 de janeiro de 2020 tem o pedido de inscrição RNH pendente;
• O cidadão que solicite a inscrição nas Finanças como RNH até 31 de março de 2020
com efeitos ao ano de 2019.
- Contudo estes cidadãos podem optar pelos códigos(s) da nova tabela de atividades
enquanto não tiverem esgotado o período de 10 anos a que têm direito (n.9 do artigo
16.º do CIRS).
Residentes Não Habituais
Forma de tributação:
- Rendimentos de fonte portuguesa – tributados nos termos normais, com exceção dos
rendimentos originados por atividades de elevado valor acrescentado, que poderão ser
sujeitos a uma taxa especial de 20% (categorias A e B), ao invés das taxas progressivas
de tributação.
Enquadramento Fiscal
Atividades de Elevado Demais Atividades
Valor Acrescentado
Categorias A e B 20% Regime fiscal igual a dos
demais residentes fiscais
Outros Rendimentos Regime fiscal igual a dos demais residentes fiscais
Residentes Não Habituais
Forma de tributação:
- Rendimentos de fonte estrangeira
Os rendimentos de trabalho dependente são isentos de tributação em Portugal, desde que
tenham sido efectivamente tributados no Estado da fonte e desde que não sejam de
considerar obtidos em território português.
- A isenção supra não será aplicável se o outro país for um território de tributação
privilegiada.
Residentes Não Habituais
Forma de tributação:
- Rendimentos de fonte estrangeira
Os rendimentos das categorias E, F e G, aplica-se o método da isenção, bastando que se
verifique qualquer uma das condições previstas nas alíneas seguintes:
Forma de tributação:
- Rendimentos de fonte estrangeira
- Os RNH’s são ainda tributados à taxa de 10 % relativamente aos rendimentos líquidos de pensões,
incluindo os da categoria H e os previstos na alínea d) do n.º 1 e subalíneas 3) e 11) da alínea b) do
n.º 3 do artigo 2.º, quando, pelos critérios previstos no n.º 1 do artigo 18.º, não sejam de
considerar obtidos em território português, na parte em que os mesmos, quando tenham origem
em contribuições, não tenham gerado uma dedução para efeitos do n.º 2 do artigo 25.º.
- O regime anterior (isenção) continua a ser aplicável enquanto não estiver esgotado o período de 10
anos, relativamente aos sujeitos passivos que, à data de entrada em vigor da alteração (01-01-
2020), já se encontrem inscritos como RNH’s no registo de contribuintes da AT ou cujo pedido de
inscrição já tenha sido submetido e esteja pendente para análise, bem como aos sujeitos passivos
que, à data de entrada em vigor da presente lei, sejam considerados residentes para efeitos fiscais
e que solicitem a respetiva inscrição como residentes não habituais até 31 de março de 2020 ou
2021, por reunirem as respetivas condições em 2019 ou 2020, respetivamente.
Residentes Não Habituais
Obrigação Declarativa:
- Têm as mesmas obrigações declarativas que os demais residentes fiscais em Portugal.
- Deste modo, caso preencham os requisitos legais, devem entregar anualmente a
declaração de rendimentos de IRS (modelo 3).
- Na declaração de rendimentos devem, para invocarem este direito ou condição fiscal,
incorporar o anexo L – Residente não habitual.
- De qualquer modo, para poderem gozar deste direito é necessário que, em cada um dos
anos em que pretendam beneficiar do mesmo, sejam considerados residentes fiscais
nom território português.
Residentes Não Habituais