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ISCAP - Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto

Miguel Primaz

1
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)

2
IRS – Reforma Fiscal

- A entrada em vigor do Código do IRS como o principal momento da Reforma


Fiscal dos Anos 80.
- Reforma Fiscal dos Anos 80:
- entrada em vigor do Código do IVA - 01/01/1986
- entrada em vigor do Código do IRS e IRC - 01/01/1989
- entrada em vigor do Código da Contribuição Autárquica - 01/01/1989
- entrada em vigor do Estatuto dos Benefícios Fiscais - 01/01/1989
- Motivações para a introdução do Código do IRS:
(i) de ordem política constitucional; (ii) de ordem legislativa; (iii) de ordem
financeira; (iv) de ordem internacional.
IRS – Exigência da Reforma Fiscal

-A necessidade de reforma da tributação das pessoas singulares impunha-se desde, pelo menos,
a aprovação da Constituição da República Portuguesa (CRP), uma vez que esta impunha:

“O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades e será único e
progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar.” – atual
artigo 104.º, n.1, da CRP.

-Efetivamente, o sistema anterior – resultante da Reforma Fiscal dos anos 60 – não era
conforme às normas programáticas da nossa Constituição Fiscal, porquanto assentava num
conjunto de impostos cedulares, cada um deles incidindo sobre um tipo de rendimento
(profissional, industrial, de capitais, predial, mais-valias, etc.)
-Além disso, alguns deles ainda eram objeto de um tributo de sobreposição, o imposto
complementar.
IRS – Exigência da Reforma Fiscal

-O sistema não era único, pois os diferentes


rendimentos eram sujeitos a impostos autónomos.
-Nem era progressivo, pois nem todos os rendimentos
sofriam a incidência do imposto complementar.
-Além disso, os rendimentos profissionais eram sujeitos
a dois impostos com taxas progressivas (o próprio
imposto profissional e o imposto complementar).
IRS – Exigência da Reforma Fiscal

-Passou-se, assim, de uma estrutura dualista ou de sistema misto/compósito, que


se repartia em:
impostos cedulares ou de produto incidentes sobre as diferentes fontes de
rendimento e prescindindo das circunstâncias pessoais dos contribuintes e
imposto complementar sobrepondo-se ao conjunto global dos rendimentos já
submetidos aos impostos reais e tendo em conta a situação pessoal dos
contribuintes.

-Para um sistema de imposto único/unitário/sintético ou de tributação global:


só a perspetiva unitária permite a distribuição da carga fiscal segundo um esquema
racional de progressividade, em consonância com a capacidade contributiva.
IRS – Tentativa de Criação do Imposto
Único

-Com o IRS pretendeu-se adotar um sistema de tributação global, caraterizado pela sujeição da totalidade dos rendimentos
individuais a uma única tabela de taxas escalonadas em progressividade.

-Todavia, na realidade, o IRS não logrou uma real concretização da perspetiva unitária da tributação, uma vez que os residentes
nunca tiveram a totalidade dos seus rendimentos sujeita a um esquema racional de progressividade, em consonância com a
respetiva capacidade contributiva.

-Segmentos importantes dos rendimentos de capitais e das mais-valias ficaram excluídos do englobamento, sujeitos a taxas
fixas, proporcionais (taxas liberatórias ou taxas especiais), gozando, em alguns de benefícios fiscais que os excluíam de
tributação.

-Sistema semi-dual.
IRS – Características

O Código do IRS foi aprovado pelo decreto-lei n.º 442-A/88, de 30 de novembro, e entrou em vigor em 1 de janeiro de 1989 e assume as
seguintes características:
-O IRS é um imposto.
-É um imposto estadual, porque tem como sujeito ativo o Estado.
-É um imposto de âmbito nacional, porque aplicável em todo o território nacional.
-É um imposto sobre o rendimento, distinguindo-se dos impostos de capital/património e dos impostos de despesa/consumo.
-É um imposto pessoal e tendencialmente subjetivo (e não um imposto real ou meramente objetivo), porque comporta elementos de
subjectivização, tais como, a situação pessoal e familiar do sujeito passivo.
-É um imposto periódico, renovando-se anualmente, coincidindo com o ano civil, e assim se distinguindo dos impostos de obrigação única.
-É um imposto de avaliação direta por oposição a impostos de avaliação indireta ou assentes em presunções.
IRS – Características

-É um imposto de quota variável (i.e. um imposto em que a coleta varia em função da matéria coletável do contribuinte que seja seu
sujeito passivo, sendo determinada através da aplicação de uma taxa a esta última).
-Os impostos de quota variável podem ser de dois tipos:
proporcionais (em que se aplica uma taxa fixa ao rendimento do contribuinte independentemente do seu montante) ou de taxa
variável.
Estes últimos podem ser progressivos (em que a taxa de imposto aumenta quanto maior seja o rendimento do contribuinte) ou
regressivos (que estabelecem uma redução gradual das taxas de imposto à medida que o rendimento aumenta).
-O imposto progressivo pode ser de várias espécies:
por dedução, por classes ou por escalões (sendo o IRS desta última espécie).
IRS – Características

-O IRS tem ambas situações (taxas proporcionais e progressivas), mas na parte da taxa variável a mesma advém de um sistema de progressividade
por escalões, pelo que não é um imposto meramente progressivo ou de progressividade total.
-É um imposto de prestação variável por oposição aos impostos de prestação fixa.
-É um imposto de quotidade, assim se distinguindo dos impostos de repartição.
-É um imposto principal.
-É um imposto hetero-liquidável (a liquidação cumpre sempre à AT).
-É um imposto auto-declarável (a obrigação de declaração cumpre ao sujeito passivo).
-É um imposto direto (existe uma coincidência entre o sujeito passivo contribuinte e a pessoa que deve suportar o encargo económico do
imposto).
IRS – Princípios

-Unicidade, Familiaridade, Compreensividade, Progressividade.

-Outros princípios gerais:

- Estado de Direito (legalidade, tipicidade, a segurança e proibição do excesso);


- Igualdade;
- Proteção da família;
- Proteção da propriedade privada.
IRS – Princípios

-Princípios especiais:

- Generalidade ou totalidade – todas as pessoas singulares estão sujeitas a imposto;

- Universalidade – todos os rendimentos estão sujeitos a imposto;

- Tributação individual da capacidade contributiva – avaliada pelo rendimento real e líquido;

- Territorialidade (artigo 15.º do CIRS);

- Realização – atenuação ao princípio do acréscimo patrimonial;

- Imediatismo – que se concretiza na retenção na fonte e nos pagamentos por conta.


IRS – Incidência Real

O IRS incide sobre o valor anual dos rendimentos das categorias seguintes, mesmo quando provenientes de atos ilícitos, depois de efetuadas as correspondentes deduções e abatimentos:
- Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente;
- Categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais;
- Categoria E - Rendimentos de capitais;
- Categoria F - Rendimentos prediais;
- Categoria G - Incrementos patrimoniais;
- Categoria H - Pensões.
Os rendimentos, quer em dinheiro quer em espécie, ficam sujeitos a tributação, seja qual for o local onde se obtenham, a moeda e a forma por que sejam auferidos.
Categoria A – Rendimentos do Trabalho Dependente

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IRS – Incidência Real

Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente


Consideram-se rendimentos do trabalho dependente todas as remunerações pagas ou postas à disposição do seu titular provenientes de:

a) Trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo de contrato individual de trabalho ou de outro a ele legalmente equiparado;

b) Trabalho prestado ao abrigo de contrato de aquisição de serviços ou outro de idêntica natureza, sob a autoridade e a direção da pessoa ou entidade que ocupa a posição de sujeito ativo na
relação jurídica dele resultante;

c) Exercício de função, serviço ou cargo públicos;


IRS – Incidência Real

Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente


Consideram-se rendimentos do trabalho dependente todas as remunerações pagas ou postas à disposição do seu titular provenientes de:

- trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo de contrato individual de trabalho ou de outro a ele legalmente equiparado;
- trabalho prestado ao abrigo de contrato de aquisição de serviços ou outro de idêntica natureza, sob a autoridade e a direção da pessoa ou entidade que ocupa a posição de
sujeito ativo na relação jurídica dele resultante;
- exercício de função, serviço ou cargo públicos;
- as remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas e entidades equiparadas, com exceção dos que neles participem como revisores oficiais de
contas;
IRS – Incidência Real

Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente


As remunerações compreendem, designadamente, ordenados, salários, vencimentos, gratificações, percentagens, comissões, participações, subsídios ou prémios,
senhas de presença, emolumentos, participações em multas e outras remunerações acessórias, ainda que periódicas, fixas ou variáveis, de natureza contratual ou
não.
Consideram-se ainda rendimentos do trabalho dependente:
As remunerações acessórias, nelas se compreendendo todos os direitos, benefícios ou regalias não incluídos na remuneração principal que sejam auferidos devido
à prestação de trabalho ou em conexão com esta e constituam para o respetivo beneficiário uma vantagem económica, designadamente:
IRS – Incidência Real

Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente


Os abonos de família e respetivas prestações complementares, exceto na parte em que não excedam os limites legais estabelecidos;
O subsídio de refeição na parte em que exceder o limite legal estabelecido ou em que o exceda em 60 % sempre que o respetivo subsídio seja atribuído através de
vales de refeição:
- em dinheiro – limite diário de € 4,77
- em espécie (i.e. vales de refeição) – limite diário de € 7,63
IRS – Incidência Real

Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente


As importâncias despendidas, obrigatória ou facultativamente, pela entidade patronal:
i) Com seguros e operações do ramo «Vida», contribuições para fundos de pensões, fundos de poupança-reforma ou quaisquer regimes
complementares de segurança social, desde que constituam direitos adquiridos e individualizados dos respetivos beneficiários;
ii) Para os fins previstos na subalínea anterior e que, não constituindo direitos adquiridos e individualizados dos respetivos beneficiários,
sejam por estes objeto de resgate, adiantamento, remição ou qualquer outra forma de antecipação da correspondente disponibilidade;
IRS – Incidência Real

A atual categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais resulta da aglutinação de três categorias de rendimentos previstos na versão inicial do Código do IRS:
- Categoria B - Rendimentos do trabalho independente;
- Categoria C – Rendimentos comerciais e industriais;
- Categoria D - Rendimentos agrícolas;
Categoria B – Rendimentos Empresariais e Profissionais

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Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

- Base legal da incidência: artigos 3.º e 4.º do Código do IRS.

Consideram-se rendimentos empresariais e profissionais:

- a) Os decorrentes do exercício de qualquer atividade comercial, industrial, agrícola, silvícola ou


pecuária;

- b) Os auferidos no exercício, por conta própria, de qualquer atividade de prestação de serviços,


incluindo as de carácter científico, artístico ou técnico, qualquer que seja a sua natureza, ainda que
conexa com atividades mencionadas na alínea anterior;

- c) Os provenientes da propriedade intelectual (i.e. direitos de autor e direitos conexos) ou industrial ou


da prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou
científico, quando auferidos pelo seu titular originário.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

- Consideram-se ainda rendimentos desta categoria:

- a) Os rendimentos prediais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais;

- b) Os rendimentos de capitais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais;

- c) As mais-valias apuradas no âmbito das atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais,


definidas nos termos do artigo 46.º do Código do IRC, designadamente as resultantes da transferência para o
património particular dos empresários de quaisquer bens afetos ao ativo da empresa e, bem assim, os outros
ganhos ou perdas que, não se encontrando nessas condições, decorram das operações referidas no n.º 1 do
artigo 10.º, quando imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais;
Não é considerada mais-valia a transferência para o património particular do empresário de bem imóvel
habitacional que seja imediatamente afeto à obtenção de rendimentos da categoria F.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

Consideram-se ainda rendimentos desta categoria:

- d) As importâncias auferidas, a título de indemnização, conexas com a atividade exercida,


nomeadamente a sua redução, suspensão e cessação, assim como pela mudança do local do
respetivo exercício;

- e) As importâncias relativas à cessão temporária de exploração de estabelecimento;

- f) Os subsídios ou subvenções no âmbito do exercício de atividade abrangida na alínea a) do n.º 1;

- g) Os subsídios ou subvenções no âmbito do exercício de atividade abrangida na alínea b) do n.º


1;
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

- h) Os provenientes da prática de atos isolados referentes a atividade abrangida na


alínea a) do n.º 1;

- i) Os provenientes da prática de atos isolados referentes a atividade abrangida na alínea


b) do n.º 1.

Consideram-se rendimentos provenientes de atos isolados os que não resultem de uma


prática previsível ou reiterada.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

- Os rendimentos referidos neste artigo ficam sujeitos a tributação desde o momento em


que para efeitos de IVA seja obrigatória a emissão de fatura ou documento equivalente
ou, não sendo obrigatória a sua emissão, desde o momento do pagamento ou
colocação à disposição dos respetivos titulares, sem prejuízo da aplicação do disposto
no artigo 18.º do Código do IRC, sempre que o rendimento seja determinado com base
na contabilidade.
- Nos casos em que o rendimento não seja determinado com base na contabilidade deve
ainda observar-se que as importâncias recebidas a título de provisão ou a qualquer
outro título destinadas a custear despesas da responsabilidade dos clientes são
consideradas como rendimento do ano posterior ao da sua receção sempre que até ao
final desse ano não seja apresentada a conta final relativa ao trabalho prestado.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

Consideram-se atividades comerciais e industriais, designadamente, as seguintes:


- a) Compra e venda;
- b) Fabricação;
- c) Pesca;
- d) Explorações mineiras e outras indústrias extrativas;
- e) Transportes;
- f) Construção civil;
- g) Urbanísticas e exploração de loteamentos;
- h) Atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas, bem como a venda ou exploração do direito real de habitação
periódica;
- i) Agências de viagens e de turismo;
- j) Artesanato;
- l) Atividades agrícolas e pecuárias não conexas com a exploração da terra ou em que esta tenha carácter manifestamente
acessório;
- m) Atividades agrícolas, silvícolas e pecuárias integradas noutras de natureza comercial ou industrial;
- n) Arrendamento, quando haja opção pela tributação no âmbito da categoria B.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

A determinação dos rendimentos empresariais e profissionais, salvo no caso da


imputação prevista no artigo 20.º, faz-se:
a) Com base na aplicação das regras decorrentes do regime simplificado;
b) Com base na contabilidade.

Ficam abrangidos pelo regime simplificado os sujeitos passivos que, no exercício da sua
atividade, não tenham ultrapassado no período de tributação imediatamente anterior um
montante anual ilíquido de rendimentos desta categoria de (euro) 200 000.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado podem optar pela determinação
dos rendimentos com base na contabilidade.

A opção a que se refere o número anterior deve ser formulada pelos sujeitos passivos:

a) Na declaração de início de atividade;

b) Até ao fim do mês de março do ano em que pretendem alterar a forma de


determinação do rendimento, mediante a apresentação de declaração de alterações.

A opção referida no n.º 3 mantém-se válida até que o sujeito passivo proceda à entrega
de declaração de alterações, a qual produz efeitos a partir do próprio ano em que é
entregue, desde que seja efetuada até ao final do mês de março.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

A aplicação do regime simplificado cessa apenas quando o montante a que se refere o n.º
2 seja ultrapassado em dois períodos de tributação consecutivos ou, quando o seja num
único exercício, em montante superior a 25 %, caso em que a tributação pelo regime de
contabilidade organizada se faz a partir do período de tributação seguinte ao da
verificação de qualquer desses factos.
No exercício de início de atividade, o enquadramento no regime simplificado faz-se,
verificados os demais pressupostos, em conformidade com o valor anual de rendimentos
estimado, constante da declaração de início de atividade, caso não seja exercida a opção
pelo regime da contabilidade.
Se os rendimentos auferidos resultarem de serviços prestados a uma única entidade,
exceto tratando-se de prestações de serviços efetuadas por um sócio a uma sociedade
abrangida pelo regime de transparência fiscal, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo
6.º do Código do IRC, o sujeito passivo pode, em cada ano, optar pela tributação de
acordo com as regras estabelecidas para a categoria A.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

Na determinação do rendimento só são considerados proveitos e custos os relativos a


bens ou valores que façam parte do ativo da empresa individual do sujeito passivo ou que
estejam afetos às atividades empresariais e profissionais por ele desenvolvidas.
No caso de afetação de quaisquer bens do património particular do sujeito passivo à sua
atividade empresarial e profissional, o valor de aquisição pelo qual esses bens são
considerados corresponde ao valor de mercado à data da afetação.
No caso de transferência para o património particular do sujeito passivo de bens afetos à
sua atividade empresarial e profissional, o valor dos bens corresponde ao valor de
mercado dos mesmos à data da transferência.
O valor de mercado a que se referem os números anteriores, atribuído pelo sujeito
passivo no momento da afetação ou da transferência dos bens, pode ser objeto de
correção sempre que a Autoridade Tributária e Aduaneira considere,
fundamentadamente, que o mesmo não corresponde ao que seria praticado entre
pessoas independentes.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

Os sujeitos passivos que pratiquem atos isolados estão sempre dispensados de dispor de
contabilidade organizada por referência a esses atos.

Na determinação do rendimento tributável dos atos isolados:

a) Aplicam-se os coeficientes previstos para o regime simplificado, quando o respetivo


rendimento anual ilíquido seja inferior ou igual a (euro) 200 000;

b) Sendo o rendimento anual ilíquido superior a (euro) 200 000, aplicam-se, com as
devidas adaptações, as regras aplicáveis aos sujeitos passivos com contabilidade
organizada.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

No âmbito do regime simplificado, a determinação do rendimento tributável obtém-se


através da aplicação dos seguintes coeficientes:

a) 0,15 às vendas de mercadorias e produtos, bem como às prestações de serviços


efetuadas no âmbito de atividades de restauração e bebidas e de atividades hoteleiras
e similares, com exceção daquelas que se desenvolvam no âmbito da atividade de
exploração de estabelecimentos de alojamento local na modalidade de moradia ou
apartamento;
b) 0,75 aos rendimentos das atividades profissionais especificamente previstas na tabela
a que se refere o artigo 151.º;
c) 0,35 aos rendimentos de prestações de serviços não previstos nas alíneas anteriores;
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

No âmbito do regime simplificado, a determinação do rendimento tributável obtém-se


através da aplicação dos seguintes coeficientes:

d) 0,95 aos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou
utilização temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de
informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial
ou científico, aos rendimentos de capitais imputáveis a atividades geradoras de
rendimentos empresariais e profissionais, ao resultado positivo de rendimentos
prediais, ao saldo positivo das mais e menos-valias e aos restantes incrementos
patrimoniais;
e) 0,30 aos subsídios ou subvenções não destinados à exploração;
f) 0,10 aos subsídios destinados à exploração e restantes rendimentos da categoria B
não previstos nas alíneas anteriores;
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

No âmbito do regime simplificado, a determinação do rendimento tributável obtém-se


através da aplicação dos seguintes coeficientes:

g) 1 aos rendimentos decorrentes de prestações de serviços efetuadas a:

i) Sociedades abrangidas pelo regime da transparência fiscal, nos termos da alínea b) do


n.º 1 do artigo 6.º do Código do IRC, de que o sujeito passivo seja sócio; ou
ii) Sociedades nas quais, durante mais de 183 dias do período de tributação:
1) O sujeito passivo detenha, direta ou indiretamente, pelo menos 5% das respetivas
partes de capital ou direitos de voto;
2) O sujeito passivo, o cônjuge ou unido de facto e os ascendentes e descendentes
destes detenham no seu conjunto, direta ou indiretamente, pelo menos 25% das
respetivas partes de capital ou direitos de voto.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

No âmbito do regime simplificado, a determinação do rendimento tributável obtém-se


através da aplicação dos seguintes coeficientes:

h) 0,50 aos rendimentos da exploração de estabelecimentos de alojamento local na


modalidade de moradia ou apartamento, localizados em área de contenção.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

Os sujeitos passivos que obtenham os rendimentos previstos nas alíneas b) e c):


a) 0,15 às vendas de mercadorias e produtos, bem como às prestações de serviços
efetuadas no âmbito de atividades de restauração e bebidas e de atividades hoteleiras
e similares, com exceção daquelas que se desenvolvam no âmbito da atividade de
exploração de estabelecimentos de alojamento local na modalidade de moradia ou
apartamento;
b) 0,75 aos rendimentos das atividades profissionais especificamente previstas na tabela
a que se refere o artigo 151.º
após aplicação dos coeficientes aí previstos, podem deduzir, até à concorrência do
rendimento líquido assim obtido, os montantes comprovadamente suportados com
contribuições obrigatórias para regimes de proteção social, conexas com as atividades em
causa, na parte em que excedam 10 % dos rendimentos brutos, quando não tenham sido
deduzidas a outro título.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

Os coeficientes previstos nas alíneas b), c) e f), isto é:


- 0,75 aos rendimentos das atividades profissionais especificamente previstas na tabela a
que se refere o artigo 151.º;
- 0,35 aos rendimentos de prestações de serviços não previstos nas alíneas anteriores;
- 0,10 aos subsídios destinados à exploração e restantes rendimentos da categoria B não
previstos nas alíneas anteriores;

são reduzidos em 50 % e 25 % no período de tributação do início da atividade e no


período de tributação seguinte, respetivamente, desde que, nesses períodos, o sujeito
passivo não aufira rendimentos das categorias A ou H.

O disposto no número anterior não é aplicável nos casos em que tenha ocorrido cessação
de atividade há menos de cinco anos.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

A dedução ao rendimento que decorre da aplicação dos coeficientes previstos nas alíneas
b) e c) está parcialmente condicionada à verificação de despesas e encargos efetivamente
suportados, acrescendo ao rendimento tributável apurado nos termos dos números
anteriores a diferença positiva entre 15 % dos rendimentos brutos das prestações de
serviços previstas naquelas alíneas e o somatório das seguintes importâncias:
a) Montante de dedução específica previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 25.º ou,
quando superior, os montantes comprovadamente suportados com contribuições
obrigatórias para regimes de proteção social, conexas com as atividades em causa,
que não sejam dedutíveis nos termos do n.º 2;
b) Despesas com pessoal e encargos a título de remunerações, ordenados ou salários,
comunicados pelo sujeito passivo à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos
previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 119.º;
c) Rendas de imóveis afetas à atividade empresarial ou profissional que constem de
faturas e outros documentos, comunicados à Autoridade Tributária e Aduaneira, nos
termos previstos no n.º 2 do artigo 78.º-E;
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

A dedução ao rendimento que decorre da aplicação dos coeficientes previstos nas alíneas b) e c) está parcialmente
condicionada à verificação de despesas e encargos efetivamente suportados, acrescendo ao rendimento tributável
apurado nos termos dos números anteriores a diferença positiva entre 15 % dos rendimentos brutos das prestações
de serviços previstas naquelas alíneas e o somatório das seguintes importâncias:
d) 1,5 % do valor patrimonial tributário dos imóveis afetos à atividade empresarial ou profissional ou, quanto aos
imóveis afetos a atividades hoteleiras ou de alojamento local, 4 % do respetivo valor patrimonial tributário, de
que o sujeito passivo seja o proprietário, usufrutuário ou superficiário;
e) Outras despesas com a aquisição de bens e prestações de serviços relacionadas com a atividade, que constem
de faturas comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos do Decreto-Lei n.º 198/2012, de 24 de
agosto, ou emitidas no Portal das Finanças, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 115.º, designadamente
despesas com materiais de consumo corrente, eletricidade, água, transportes e comunicações, rendas,
contencioso, seguros, rendas de locação financeira, quotizações para ordens e outras organizações
representativas de categorias profissionais respeitantes ao sujeito passivo, deslocações, viagens e estadas do
sujeito passivo e dos seus empregados;
f) Importações ou aquisições intracomunitárias de bens e serviços relacionados com a atividade.
Categoria B – Rendimentos
Empresariais e Profissionais

O rendimento coletável é objeto de englobamento e tributado nos termos


gerais.

Na determinação dos rendimentos empresariais e profissionais não abrangidos


pelo regime simplificado, aplicam-se as regras estabelecidas no Código do IRC,
com exceção do previsto nos artigos 51.º, 51.º-A, 51.º-B, 51.º-C e 54.º-A, com as
adaptações resultantes do presente Código.
Categoria F - Rendimentos Prediais

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Categoria F – Rendimentos Prediais

Preâmbulo do Código do IRS:


“No domínio dos rendimentos prediais (categoria F), incluem-se na base de incidência apenas os
rendimentos efectivamente percebidos dos prédios arrendados, tanto urbanos como rústicos, e
não já, como acontecia no sistema de contribuição predial, o valor locativo ou a renda fundiária
dos prédios não arrendados, pois apenas se visa tributar os rendimentos realmente auferidos.”.

• Por outras palavras, só existe rendimento tributável existindo renda recebida.

• Regime de caixa: se o recebimento ocorrer em 2020, é na declaração respeitante a esse ano,


a entregar até 30 de junho de 2021, que os rendimentos devem ser declarados,
independentemente do período de arrendamento a que respeite.
Ex. renda respeitante ao mês de janeiro de 2021, mas paga em dezembro de 2020 deve
“entrar” na declaração de rendimentos referente a 2020.
Categoria F – Rendimentos Prediais

• Os rendimentos prediais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos empresariais e profissionais


são rendimentos da categoria B (artigo 3.º do Código do IRS).

• Desde 2015, é opção do sujeito passivo manter os rendimentos prediais na categoria F ou enquadrá-los na
categoria B, porquanto reconheceu-se que o arrendamento pode constituir uma autêntica atividade
empresarial, em função:
- do número de prédios arrendados,
- e das ações que poderão os senhorios ter que desenvolver para gerir o seu património imobiliário.

• A opção pela categoria B é feita através da declaração de início de atividade ou em declaração de


alterações no caso de já haver atividade iniciada e deve ser comunicada ao locatário.
• Os titulares de rendimentos da exploração de estabelecimentos de alojamento local na modalidade de
moradia ou apartamento podem, a cada ano, optar pela tributação de acordo com as regras estabelecidas
para a categoria F (ao invés, das regras da categoria B).
Categoria F – Rendimentos Prediais

• Anexo F da Declaração de IRS (Modelo 3): visa a declaração dos rendimentos prediais
obtidos em território português.

• Sendo que consideram-se obtidos em território português quando dizem respeito a


imóveis nele localizados.

• Ao invés, se forem rendimentos prediais obtidos no estrangeiro devem estes ser


declarados no anexo J da Declaração de IRS (Modelo 3).

• Não devem ser declarados prédios ou frações que não produziram rendimentos.
Categoria F – Rendimentos Prediais
Categoria F – Rendimentos Prediais

Fonte legal dos rendimentos prediais: artigo 8.º do Código do IRS

Consideram-se rendimentos prediais:

• as rendas (em dinheiro ou em espécie),


• dos prédios rústicos, urbanos e mistos (tipos de prédios),
• pagas ou colocadas à disposição (momento da obtenção do rendimento).
Consideram-se “colocadas à disposição” dos titulares dos rendimentos as rendas
depositadas nos termos legais,
• dos respetivos titulares,
• quando estes não optem pela sua tributação no âmbito da categoria B
(rendimentos empresariais e profissionais).
Categoria F – Rendimentos Prediais

Noção de renda:

• A renda, ou preço locativo, enquanto elemento constitutivo do contrato de


arrendamento, é uma prestação retributiva, periódica, pela qual o arrendatário
executa o cumprimento da obrigação em que fica constituído por força do referido
contrato e que consiste no pagamento ao senhorio de um preço pelo direito
temporário de uso e fruição da coisa imóvel arrendada.
• Contudo, o conceito de renda acolhido na lei fiscal é um conceito amplo,
porquanto consideram-se rendimentos prediais, não só as rendas propriamente
ditas, i. e., as resultantes de um contrato de arrendamento, mas também outras
realidades económicas que dificilmente se reconduzem à noção de renda em
sentido próprio, ainda que algumas delas sejam igualmente relativas à cedência do
uso de um prédio ou de parte dele.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Para este efeito, são considerados:

• prédio rústico – uma parte delimitada do solo e as construções nele existentes que
não tenham autonomia económica;
• prédio urbano – qualquer edifício incorporado no solo e os terrenos que lhe sirvam
de logradouro;
• prédio misto – o que comporte parte rústica e parte urbana.

• Considera-se ainda construção todo o bem móvel assente no mesmo local por um
período superior a 12 meses (ex. barco-restaurante ancorado sempre no mesmo local).
Categoria F – Rendimentos Prediais

São havidas como rendas:

• As importâncias relativas à cedência do uso do prédio ou de parte dele e aos serviços


relacionados com aquela cedência (ex. serviços de limpeza);

• As importâncias relativas ao aluguer de maquinismos e mobiliários instalados no imóvel locado;

• A diferença, auferida pelo sublocador, entre a renda recebida do subarrendatário e a paga ao


senhorio;

• As importâncias relativas à cedência do uso, total ou parcial, de bens imóveis, para quaisquer fins
especiais, designadamente publicidade;
Categoria F – Rendimentos Prediais

São havidas como rendas:

• As importâncias relativas à cedência do uso de partes comuns de prédios em regime


de propriedade horizontal (ex. arrendamento da casa do porteiro);

• As importâncias relativas à constituição, a título oneroso, de direitos reais de gozo


temporários, ainda que vitalícios, sobre prédios rústicos, urbanos ou mistos (exs.
servidões administratativas ou outras, conforme IV 5312/2008, de 08.06.2009);

• As indemnizações que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria;


Categoria F – Rendimentos Prediais

São havidas como rendas:

• As importâncias relativas aos contratos de direito real de habitação duradoura.

• Os rendimentos decorrentes de contratos de direito real de habitação duradoura ficam sujeitos a


tributação:

a) Desde o seu recebimento ou colocação à disposição na parte respeitante ao pagamento da


prestação pecuniária mensal;

b) Desde o momento em que a prestação pecuniária anual constitua rendimento ou seja deduzida pelo
proprietário em virtude do não cumprimento pelo morador das suas obrigações nos termos previstos
no diploma que cria o direito real de habitação duradoura, na parte respeitante à caução inicial.
Categoria F – Rendimentos Prediais

São havidas como rendas – códigos do anexo F:

Códigos Natureza das Rendas


01 Arrendamento
02 Cedência de uso ou de parte dele, que não arrendamento
03 Aluguer de maquinismos e mobiliários instalados no imóvel locado

04 Constituição, a título onerosos, de direitos reais de gozo temporários, ainda


que vitalícios, sobre prédios rústicos, urbanos ou mistos
Indemnizações que visem compensar perdas de rendimentos da categoria
05
F
Categoria F – Rendimentos Prediais

Informação Vinculativa n.º 2210/2010 – 05/05/2010:

• As importâncias relativas à cedência do uso de partes comuns de


prédios em regime de propriedade horizontal (PH) são rendimentos
prediais (ex. cedência das paredes de um imóvel para efeitos de
publicidade).
• Sendo os diversos condóminos do edificio comproprietários das partes
comuns do mesmo, deverão tais rendimentos ser-lhes imputados na
proporção do valor respetivo das respetivas frações autónomas
(percentagem ou permilagem).
• Cada comproprietário deverá declarar no seu anexo F, a respetiva
quota-parte do rendimento.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Determinação do Rendimento Líquido – Deduções Específicas – artigo 41.º do Código


do IRS

•O rendimento líquido predial obtém-se deduzindo aos rendimentos brutos,


relativamente a cada prédio ou parte de prédio, todos os gastos efetivamente
suportados e pagos pelo sujeito passivo para obter ou garantir tais rendimentos,
Exemplos: comissões pelo arrendamento pagas a imobiliárias e custo do certificado
de desempenho energético passam a ser dedutíveis.

•Gastos não passíveis de dedução: gastos de natureza financeira, depreciações e gastos


com mobiliário, eletrodomésticos e artigos de conforto ou decoração, bem como o
adicional ao imposto municipal sobre imóveis (AIMI).

•Os gastos devem ser documentalmente comprovados.


Categoria F – Rendimentos Prediais

Determinação do Rendimento Líquido – Deduções Específicas – artigo 41.º do Código do IRS

•No caso de fração autónoma de prédio em regime de propriedade horizontal, são


dedutíveis, relativamente a cada fração ou parte de fração, outros encargos que, nos termos
da lei, o condómino deva obrigatoriamente suportar e que sejam efetivamente pagos pelo
sujeito passivo.

•Caso o sujeito passivo detenha mais do que uma fração autónoma do mesmo prédio em
regime de propriedade horizontal, os encargos são imputados de acordo com a permilagem
atribuída a cada fração ou parte de fração no título constitutivo da propriedade horizontal.

•Caso o sujeito passivo arrende parte de prédio suscetível de utilização independente, os


encargos são imputados de acordo com o respetivo valor patrimonial tributário ou, na falta
deste, na proporção da área utilizável de tal parte na área total utilizável do prédio.

Categoria F – Rendimentos Prediais

Determinação do Rendimento Líquido – Deduções Específicas – artigo 41.º do


Código do IRS

•O imposto municipal sobre imóveis (IMI) e o imposto do selo, pagos em


determinado ano, apenas são dedutíveis quando respeitem a prédio ou parte de
prédio cujo rendimento seja objeto de tributação nesse ano fiscal.

•Podem ainda ser deduzidos no início do arrendamento gastos suportados e pagos


nos 24 meses anteriores ao início do arrendamento relativos a obras de
conservação e manutenção do prédio, desde que entretanto o imóvel não tenha
sido utilizado para outro fim que não o arrendamento (aplicam-se apenas aos gastos
realizados após 1 de janeiro de 2015).

•Na sublocação, a diferença entre a renda recebida pelo sublocador e a renda paga
por este não beneficia de qualquer dedução.

Categoria F – Rendimentos Prediais

Determinação do Rendimento Líquido – Deduções Específicas –


artigo 41.º do Código do IRS

•Exemplos de gastos:
- Despesas de conservação e manutenção
- Despesas de condomínio (ex. “quota”)
- IMI e Imposto do Selo
- Taxas autárquicas e outras
- Seguros legalmente obrigatórios

Categoria F – Rendimentos Prediais

Dedução de Perdas – artigo 55.º do Código do IRS

•Relativamente a cada titular de rendimentos, o resultado líquido negativo (RLN) apurado em determinado ano na
categoria F pode ser reportado aos seis anos seguintes àquele a que respeita, sendou unicamente dedutível aos
resultados líquidos positivos da mesma categoria de rendimentos (categoria F).

•Exemplo: RLN em 2020 na categoria F, pode ser reportado (i.e. utilizado) até 2026 no âmbito da categoria F.

•O direito ao reporte do RLN fica sem efeito quando os prédios a que os gastos digam respeito não gerem
rendimentos da categoria F em pelo menos 36 meses, seguidos ou interpolados, dos cinco anos subsequentes
àquele em que os gastos foram incorridos.

•Tem sido entendimento da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) que deverá ser efetuada a opção de
englobamento para que o mecanismo da dedução de perdas produza efeito.
•Várias decisões do CAAD contestam este entendimento.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Taxa Especial – artigo 72.º, n.1, alínea e), do Código do IRS

•Rendimentos prediais são tributados à taxa especial de 28% - quer os beneficiários sejam
residentes fiscais ou não-residentes fiscais.
•Taxa especial e não taxa liberatória.
•De acordo com a alínea h) do n.º 1 do artigo 18.º do Código do IRS, consideram-se obtidos em
território português os rendimentos respeitantes a imóvel nele situado.
•Estes rendimentos não são englobados para efeitos de tributação, sem prejuízo da opção pelo
englobamento passível de ser exercida pelos respetivos titulares residentes em território
português – artigo 72.º, n.13, do Código do IRS.
•Quando o SP exerça a opção de englobamento de rendimentos, fica, por esse facto, obrigado a
englobar a totalidade dos rendimentos da mesma categoria de rendimentos – artigo 22.º, n.5,
do Código do IRS.
•O englobamento implica a sujeição às taxas gerais progressivas – artigo 68.º do Código do IRS.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Taxa Especial – artigo 72.º, n.ºs 2 a 5, do Código do IRS – Anos de 2019 e seguintes
•Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente com duração
igual ou superior a dois anos e inferior a cinco anos, é aplicada uma redução de dois pontos percentuais da
respetiva taxa autónoma; e por cada renovação com igual duração, é aplicada uma redução de dois pontos
percentuais até ao limite de catorze pontos percentuais.
•Quando decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente celebrados com duração igual ou
superior a 5 anos e inferior a 10 anos, é aplicada uma redução de cinco pontos percentuais (de 28% para 23%).
•E por cada renovação com igual duração, é aplicada uma redução de cinco pontos percentuais até ao limite de
quatorze de pontos percentuais.
• Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente com duração
igual ou superior a dez anos e inferior a vinte anos, é aplicada uma redução de catorze pontos percentuais da
respetiva taxa autónoma (de 28% para 14%).
•Aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento para habitação permanente com duração
igual ou superior a vinte anos, bem como aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de direito real de
habitação duradoura (DHD), na parte respeitante ao pagamento da prestação pecuniária mensal, é aplicada uma
redução de 18 pontos percentuais da respetiva taxa autónoma (de 28% para 10%).
Categoria F – Rendimentos Prediais

Taxa Especial – artigo 72.º, n.ºs 2 a 5, do Código do IRS

•Duração do contrato de arrendamento habitacional e taxa (síntese):

- menos de 2 anos – 28%

- de 2 anos e menos de 5 anos – 26%

- de 5 anos e menos de 10 anos - 23%

- de 14 anos e menos de 20 anos – 14%

- Igual ou mais de 20 anos – 10%

Este regime apenas se aplica aos contratos de arrendamento para habitação permanente celebrados a partir de 1
de janeiro de 2019, bem como às renovações dos contratos de arrendamento verificadas a partir da mesma data.
Categoria F – Rendimentos Prediais
Categoria F – Rendimentos Prediais

Situações especiais

•Rendimentos prediais auferidos por residentes em território português são


tributados à taxa de 5%, sem prejuízo da opção pelo englobamento, quando
sejam inteiramente decorrentes do arrendamento de:

- imóveis situados em “área de reabilitação urbana”, recuperados nos termos


das respetivas estratégias de reabilitação;

- imóveis arrendados passíveis de atualização faseada das rendas nos termos


dos artigos 27.º e seguintes do NRAU, que sejam objeto de ações de reabilitação.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Situações especiais

•Arrendamentos abrangidos pelo Programa de Arrendamento Acessível (PAA).

•Os contratos de arrendamento no âmbito do PAA podem ter uma das seguintes finalidades:
- Residência permanente, com um prazo mínimo de 5 anos;
- Residência temporária de estudantes universitários do ensino superior, com um prazo mínimo de 9
meses.

•Os rendimentos derivados do PAA são rendimentos isentos.

•Caso o contribuinte opte pelo englobamento dos rendimentos prediais, os rendimentos isentos são
obrigatoriamente englobados para efeito de determinação da taxa a aplicar aos restantes rendimentos
(isenção com progressividade).
Categoria F – Rendimentos Prediais

Situações especiais

•Rendimentos prediais derivados de arrendamentos efetuados a Entidades e


Unidades de Gestão Florestal de prédios rústicos – taxa de IRS reduzida a
metade (14%), sem prejuízo da opção pelo englobamento – artigo 59.º,
n.11, do EBF.

•Este regime é aplicável aos arrendamentos efetuados até 31/12/2020 e tem


a duração de 12 anos.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Situações especiais

•Os rendimentos prediais decorrentes de contratos de direito real


de habitação duradoura, na parte respeitante ao pagamento da
prestação pecuniária mensal beneficiam de uma redução de 18
pontos percentuais da respetiva taxa autónoma.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Rendimentos de Anos Anteriores

•Estando incluídas rendas relativas a anos anteriores, se o titular dos rendimentos


fizer a correspondente imputação na declaração Modelo 3 (anexo F), a taxa a aplicar
à globalidade dos rendimentos é a correspondente à soma do quociente dos
rendimentos de anos anteriores pelo número de anos a que respeita, incluindo do
ano do recebimento, com o restantes rendimentos.
•Pode também o contribuinte imputar os rendimentos a anos anteriores em
concreto nos termos do artigo 74.º do CIRS.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Retenção na Fonte – artigo 101.º do Código do IRS

•Retenção na fonte à taxa de 25% - feita aquando do pagamento


por entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade
organizada – artigo 101.º, n.1, alínea e), do Código do IRS.

•É uma retenção por conta do imposto devido no final.


Categoria F – Rendimentos Prediais

Dispensa de Retenção na Fonte – artigo 101.º - B do Código do IRS

•Dispensa de retenção na fonte quanto o titular preveja auferir um montante anual


inferior a € 11.000,00 – artigo 101.º-B, n.1, alínea a), do Código do IRS.

•Todavia, a dispensa de retenção é facultativa devendo os titulares que dela


queiram aproveitar exercer o direito mediante aposição, nos recibos de quitação das
importâncias recebidas, da seguinte menção: “Sem retenção, nos termos do n.º 1
do artº 101-B, do Código do IRS”.

•Esta dispensa não pode ser exercida por titulares que, no ano anterior, tenham
auferido rendimentos de montante igual ou superior ao limite.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Dispensa de Retenção na Fonte – artigo 101.º - B do Código do IRS

Enquadramento no artigo 53.º do CIVA e por remissão para o Limite


artigo 101.º-b do CIRS
Janeiro de 2020, feito com base em faturação de 2019 anualizada € 10.000,00
2020, para quem iniciou/iniciar atividade entre 01/01/2020 e € 10.000,00
31/03/2020, feito com base em faturação anualizada prevista para
2020
2020, para quem iniciou/iniciar atividade desde 01/04/2020, feito € 11.000,00
com base em faturação anualizada prevista para 2020
Janeiro de 2021, feito com base em faturação de 2020 anualizada € 12.500,00
Categoria F – Rendimentos Prediais

Retenção na Fonte – artigo 101.º do Código do IRS


•Dispensa de retenção na fonte: cessa no mês seguinte àquele em
que tiver sido atingido o limite de € 11.000,00.
Ex. a 5 novembro de 2020 é ultrapassado o limite, tal significa que
qualquer pagamento efetuado em dezembro de 2020 já será
sujeito a retenção na fonte.
Ao invés, outros eventuais recebimentos ocorridos em novembro
de 2020, não serão sujeitos a retenção na fonte.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Recibo de Renda – artigo 115.º do Código do IRS


•Os titulares de rendimentos prediais são obrigados a passar recibo de
quitação (recibo de renda eletrónico), em modelo oficial, de todas as
importâncias recebidas dos seus inquilinos, pelo pagamento das
rendas, ainda que a título de caução, adiantamento ou reembolso de
despesas.
ou
•A entregar à AT, até ao final de janeiro, com referência ao ano
anterior, uma declaração de modelo oficial (Modelo 44) que
discrimine os rendimentos auferidos.
Categoria F – Rendimentos Prediais

Pagamento do Imposto

•Havendo rendimentos da categoria F, o pagamento


deverá ser feito, em condições normais, até 31 de agosto
do ano seguinte à obtenção dos rendimentos.
Categoria F – Rendimentos Prediais
Categoria F – Rendimentos Prediais

Exemplo 1
•Partindo do princípio que, no ano em curso, certo sujeito
passivo obteve de rendimentos prediais € 20.000, em que
não houve lugar a retenção na fonte de IRS, por o locatário
não dispor nem ser obrigado a dispor de contabilidade
organizada, e suportou despesas, devidamente
documentadas, no valor de € 5.000, como o rendimento
líquido positivo é de € 15.000 (€ 20 000 - € 5 000), o IRS a
pagar seria de:
€ 4.200 (€ 15 000 x 28%).
Categoria F – Rendimentos Prediais

Exemplo 2
• O Sr. Amaral, solteiro, proprietário de um prédio urbano, que se encontra
arrendado a uma sociedade comercial, recebeu (valor bruto) € 10.000 de
rendas no ano de 2019.
• Durante o ano 2019, o Sr. Amaral suportou as seguintes despesas relativas
àquele imóvel, as quais se encontram devidamente comprovadas e
documentadas:
- Seguro: € 500,00
- IMI: € 150,00
- Obra de reparação no teto do imóvel por motivo de humidade: €
1.500,00
• Qual o rendimento líquido?
• Rendimento Bruto: € 10.000,00 (art. 8º n.º 1 e n.º 2 al. a)
Categoria F – Rendimentos Prediais

Exemplo 2
• Deduções específicas:
- Despesas de manutenção documentadas: € 500,00 (art. 41º)
- Despesas de conservação documentadas: € 1.500,00 (art. 41º)
- IMI: € 150,00 (art. 41º)

• Total das deduções: € 2.150,00

• Rendimento Líquido: € 10.000,00 - 2.150,00 = € 7.850,00


Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Base do Imposto
-O IRS incide sobre o valor anual dos rendimentos das
categorias nele previstas, depois de efetuadas as
correspondentes deduções e abatimentos – artigo 1.º, n.1,
do CIRS.
-Os rendimentos, quer em dinheiro, quer em espécie, ficam
sujeitos a tributação seja qual for o local onde se obtenham,
a moeda e a forma por que sejam auferidos - artigo 1.º, n.2,
do CIRS.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Base do Imposto
Entre as categorias com principal relevo aqui:
-Categoria B – Rendimentos empresariais e profissionais – ex.
arrendamento ou venda de bens imobiliários num contexto de uma
atividade empresarial – norma especial
-Categoria F – Rendimentos prediais – ex. arrendamento de bens
imobiliários num contexto exercido fora de uma atividade empresarial –
norma geral
-Categoria G – Incrementos patrimoniais (especificamente as mais-valias
imobiliárias) – venda de bens imobiliários num contexto fora de uma
atividade empresarial – norma geral
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Base legal: artigo 9.º do Código do IRS – base taxativa

Constituem incrementos patrimoniais, desde que não considerados rendimentos de outras categorias:

a)As mais-valias (“rendimentos excecionais” - ponto 12 do preâmbulo do diploma que aprovou o Código do IRS
- i.e. Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de novembro);

b)As indemnizações que visem:


-a reparação de danos não patrimoniais, excetuadas as fixadas por decisão judicial ou arbitral ou
resultantes de acordo homologado judicialmente,
-de danos emergentes não comprovados e
-de lucros cessantes, considerando-se neste último caso como tais apenas as que se destinem a ressarcir
os benefícios líquidos deixados de obter em consequência da lesão;

c) As importâncias auferidas em virtude da assunção de obrigações de não concorrência,


independentemente da respetiva fonte ou título;
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Base legal: artigo 9.º do Código do IRS – base taxativa

Constituem incrementos patrimoniais, desde que não considerados rendimentos


de outras categorias:

d)Os acréscimos patrimoniais não justificados, determinados nos termos dos


artigos 87.º, 88.º ou 89.º-A da Lei Geral Tributária (LGT);

e)As indemnizações devidas por renúncia onerosa a posições contratuais ou


outros direitos inerentes a contratos relativos a bens imóveis, com exceção das
indemnizações legalmente devidas pela denúncia de contratos de arrendamento
sem termo, relativos a imóveis que constituam habitação permanente do sujeito
passivo, nos casos previstos no artigo 1101.º do Código Civil.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS


Constituem mais-valias os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos
empresariais e profissionais, de capitais ou prediais, resultem de:

a)Alienação onerosa de direitos reais (ainda que se trate de direitos reais menores) sobre bens
imóveis e afetação de quaisquer bens do património particular a atividade empresarial e
profissional exercida em nome individual pelo seu proprietário;

Exs.
-direito de propriedade (previsto nos artigos 1302.º a 1438.º do Código Civil),
-direito de usufruto (previsto nos artigos 1439.º a 1483.º do Código Civil),
-direito de superfície (previsto nos artigos 1529.º a 1542.º do Código Civil),
-direito real de habitação periódica.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS


Constituem mais-valias os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos empresariais e
profissionais, de capitais ou prediais, resultem de:

b) Alienação onerosa de parte sociais e de outros valores mobiliários, incluindo:


1) A remição e amortização com redução de capital de partes sociais;
2) A extinção ou entrega de partes sociais das sociedades fundidas, cindidas ou adquiridas no
âmbito de operações de fusão, cisão ou permuta de partes sociais;
3) O valor atribuído em resultado da partilha, bem como em resultado da liquidação, revogação ou
extinção de estruturas fiduciárias aos sujeitos passivos que as constituíram, nos termos dos artigos 81.º
e 82.º do Código do IRC;
4) O reembolso de obrigações e outros títulos de dívida;
5) O resgate de unidades de participação em fundos de investimento e a liquidação destes fundos.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS


Constituem mais-valias os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos empresariais e
profissionais, de capitais ou prediais, resultem de:

c) Alienação onerosa da propriedade intelectual ou industrial ou de experiência adquirida no setor comercial,


industrial ou científico, quando o transmitente não seja o seu titular originário;
d) Cessão onerosa de posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a bens imóveis;
e) Operações relativas a instrumentos financeiros derivados, com exceção dos ganhos previstos na alínea q)
do n.º 2 do artigo 5.º - ganhos dos swaps de taxas de juros;
f) Operações relativas a warrants autónomos, quer o warrant seja objeto de negócio de disposição
anteriormente ao exercício ou quer seja exercido, neste último caso independentemente da forma de
liquidação;
g) Operações relativas a certificados que atribuam ao titular o direito a receber um valor de determinado ativo
subjacente, com exceção das remunerações previstas na alínea r) do n.º 2 do artigo 5.º;
h) Cessão onerosa de créditos, prestações acessórias e prestações suplementares.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias Imobiliárias – Quadro Geral

-Constituem mais-valias imobiliárias, os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos empresariais e
profissionais, de capitais ou prediais, resultem de alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis - artigo
10.º, n.1, alínea a), do CIRS.
-Correspondem a ganhos ou rendimentos de carácter ocasional ou fortuito e que não decorrem de uma atividade do
sujeito passivo especificamente destinadas à sua obtenção, mas relativamente aos quais o princípio da capacidade
contributiva determina a sua sujeição a imposto.
-Este tipo de ganhos abrange quer os derivados de prédios urbanos, nas suas diferentes espécies, quer os emergentes
de prédios rústicos e/ou mistos.
-O resultado decorrente da alienação de um direito real menor, como é o caso do direito de superfície, do direito real
de habitação periódica, ou do usufruto, tem enquadramento no conceito de mais-valia (quando não origine ganhos
considerados rendimentos da Categoria B).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias Imobiliárias Não Tributadas – Regime Transitório (cf. artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de
novembro)
-Não são tributadas as mais-valias imobiliárias quando estas resultam da alienação de imóveis adquiridos anteriormente à
entrada em vigor do CIRS, isto é, 1 de janeiro de 1989.
Exemplo 1 - SP adquire um prédio urbano habitacional a 1 de dezembro de 1988 e vende a 1 de dezembro de 2018 – não
é tributado em IRS
Exemplo 2 - SP adquire um prédio urbano habitacional a 1 de janeiro de 1989 e vende em 1 de dezembro de 2018 – é
tributado em IRS
-Esta regra não é aplicável a terrenos para construção (momento de aferição adotado - 1 de janeiro de 1989, mas há
quem sustente que seja na aquisição)
Exemplo 1 - SP adquire um terreno para construção em 1984, cuja obra termina em 1986, e vende a 1 de dezembro de
2018 – não é tributado em IRS
Exemplo 2 - SP adquire um terreno para construção em 1987, cuja obra termina em 1989, e vende a 1 de dezembro de
2018 – é tributado em IRS
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias Imobiliárias Não Tributadas – Regime Transitório (cf. artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30
de novembro)
-De acordo com o Acórdão do Tribunal Central Administrativo Norte, no processo n.º 00224/07, de 15-12-2011:
“Os ganhos obtidos com a transmissão onerosa de terreno para construção adquirido como rústico antes da
entrada em vigor do C.I.R.S. e que só adquire a natureza urbana depois da entrada em vigor deste Código, não
estão sujeitos a I.R.S. – artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de Novembro”.
-De acordo com o Acórdão do Supremo Tribunal Administrativos, no processo n.º 01266/13, de 12-02-2015: “I -
Por força do disposto no art. 5.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de Novembro, diploma que aprovou o
CIRS, fixando um regime transitório para os rendimentos da categoria G, os ganhos que não eram sujeitos ao
imposto de mais-valias só ficam sujeitos a IRS se a aquisição dos bens ou direitos de cuja transmissão provêm se
houver efetuado após a entrada em vigor daquele código, em 1 de Janeiro de 1989. II - Assim, não estão
sujeitos a tributação em IRS os ganhos resultantes da venda efetuada em 2007 de um prédio adquirido em 1973
como prédio rústico e que mantinha essa natureza à data da entrada em vigor do CIRS.”.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias Imobiliárias Não Tributadas – Regime Transitório (cf. artigo 5.º do Decreto-Lei
n.º 442-A/88, de 30 de novembro)
-Mesmo não sendo tributadas, o sujeito passivo deve declarar estas situações na declaração
de IRS (Modelo 3) – anexo G1.
-Quer haja uma mais ou menos-valia.
-A entrega ocorre por transmissão eletrónica de dados e nos prazos normais.
-Devem ser identificados os imóveis, os respetivos valores de aquisição e de realização, bem
como a data da aquisição, respeitantes às transmissões onerosas de direitos reais sobre bens
imóveis adquiridos antes da entrada em vigor do Código do IRS (1 de janeiro de 1989), cujos
ganhos não estavam sujeitos ao Imposto de Mais-Valias (Código aprovado pelo Decreto-Lei n.º
46 673, de 9 de junho de 1965).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

a) Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis sobre bens imóveis e afetação de quaisquer bens
do património particular a atividade empresarial e profissional exercida em nome individual pelo seu
proprietário;

Mais-Valias Imobiliárias – Cálculo


-O apuramento do ganho tributável é apurado sob a seguinte fórmula:
Mais-valia (MV) ou menos-valia (mv) =
Valor de Realização – [(Valor de Aquisição x Coeficiente de Desvalorização Monetária) + Despesas de
Alienação + Despesas de Aquisição + Encargos com a Valorização + Indemnização comprovadamente paga
pela renúncia onerosa a posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a esses bens]
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

a) Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis sobre bens imóveis e afetação de quaisquer bens
do património particular a atividade empresarial e profissional exercida em nome individual pelo seu
proprietário;

Mais-Valias Imobiliárias – Cálculo


-O apuramento do ganho tributável é apurado sob a seguinte fórmula:
Mais-valia (MV) ou menos-valia (mv) =
Valor de Realização – [(Valor de Aquisição x Coeficiente de Desvalorização Monetária) + Despesas de
Alienação + Despesas de Aquisição + Encargos com a Valorização + Indemnização comprovadamente paga
pela renúncia onerosa a posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a esses bens]
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

Mais-Valias Imobiliárias – Valor de Realização


-Valor de Realização – corresponde, num caso de alienação, ao valor da respetiva contraprestação (i.e. o preço)
a receber pelo alienante (cf. artigo 44.º, n.º 1, alínea f), do Código do IRS).
-No caso de troca (i.e. permuta), o valor atribuído ao contrato aos bens ou direitos recebidos, ou o valor de
mercado, quando aquele não exista ou este for superior, acrescidos ou diminuídos, um ou outro, da
importância da receber ou a pagar.
-No caso de troca por bens futuros, os valores reportam-se à data da celebração do contrato.
-Prevalecerá, quando superior, o valor por que os bens sejam considerados para efeitos de liquidação de
imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) ou não havendo lugar à liquidação deste
imposto, o que devesse ser, caso fosse devida, sem prejuízo de prova em contrário (cf. artigo 44.º, n.2 e n.5, do
CIRS).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

Mais-Valias Imobiliárias – Valor de Aquisição a título oneroso


-Valor de Aquisição – considera-se ser aquele que tiver servido para efeitos de liquidação de IMT, ou, não
havendo lugar à liquidação de IMT, o valor que lhe serviria de base, caso fosse devida, determinado de
harmonia com as regras próprias daquele imposto.
-O valor de aquisição de imóvel construído pelo próprio sujeito passivo corresponde ao valor patrimonial
inscrito na matriz (quando a construção do imóvel está concluída) ou ao valor do terreno (determinado com as
regras do IMT), acrescido dos custos de construção devidamente comprovados, se superiores àquele (cf. artigo
46.º, n.3, do CIRS).
-No caso de bens imóveis adquiridos através do exercício do direito de opção de compra no termo da vigência
do contrato de locação financeira, considera-se valor de aquisição o somatório do capital incluído nas renas
pagas durante a vigência do contrato e o valor pago para efeitos de exercício do direito de opção, como
exclusão de quaisquer encargos.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

Mais-Valias Imobiliárias – Valor de Aquisição a título gratuito


-Valor de Aquisição – para a determinação dos ganhos sujeitos a IRS considera-se o valor de aquisição, no caso de bens ou
direitos adquiridos a título gratuito:
a) o valor que tenha sido considerado para efeitos de liquidação de imposto do selo;
b) o valor que serviria de base à liquidação de imposto do selo, caso este fosse devido.
-No caso de direitos reais sobre bens imóveis adquiridos por doação isenta, nos termos da alínea e) do artigo 6.º do Código do
Imposto do Selo (CIS), considera-se valor de aquisição o valor patrimonial tributário constante da matriz até aos dois anos
anteriores à doação.
-Artigo 6.º, alínea e), do CIS: São isentos de imposto do selo, quanto este constitua seu encargo: o cônjuge ou unido de facto,
descendentes e ascendentes, nas transmissões gratuitas sujeitas à verba 1.2 da tabela geral de que são beneficiários.
-Verba 1.2 - Aquisição gratuita de bens, incluindo por usucapião, a acrescer, sendo caso disso, à da verba 1.1 – sobre o valor - 10%
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

Mais-Valias Imobiliárias – Coeficiente de Desvalorização Monetária


-Coeficiente de Desvalorização Monetária
Sempre que tenham decorrido mais de 24 meses entre a data da aquisição e a data da alienação, será
aplicado um coeficiente aprovado por Portaria ministerial de forma a proceder à correção monetária
do valor de aquisição e evitando, com isso, a tributação das mais-valias nominais, isto é, os ganhos
atribuíveis à desvalorização da moeda (cf. artigo 50.º do CIRS).
-Data de Aquisição
Em conformidade com o artigo 50.º, n.2, alínea a), do CIRS, “data de aquisição” é a que constar do
título aquisitivo, mas nos casos de imóveis construídos pelos próprios sujeitos passivos é a data
relevante para a inscrição do prédio na matriz (isto é, quando a construção do mesmo foi concluída).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

Mais-Valias Imobiliárias – Despesas de Alienação e de


Aquisição
Ao valor de aquisição são acrescidas as despesas necessárias e
efetivamente praticadas pelo SP, inerentes à aquisição e alienação do bem
imóvel transmitido (exs. emolumentos notariais e registais, IMT ou SISA,
Imposto do Selo ou Imposto sobre as Sucessões e Doações, comissão paga
ao agente imobiliário que intermediou a venda, despesas efetuadas com a
certificação energética) - cf. artigo 51.º, alínea a), do CIRS.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS


Mais-Valias Imobiliárias – Despesas de Alienação e de Aquisição
-Comissão ao Mediador Imobiliário
Uma vez preenchidos todos os requisitos necessários para demonstrar de forma inequívoca a conexão do montante
pago ao mediador imobiliário com a transação concreta que originou a mais-valia tributável e estando devidamente
documentada a intervenção do respetivo mediador nos termos legais aplicáveis, poderá considerar-se a comissão
de intermediação como “despesa necessária” para efeitos da alínea a) do artigo 51.º do Código do IRS (cf.
informação vinculativa prestada pela AT, processo 12/2008, com despachos concordantes de 2008-07-14 e 2008-08-
12, do Substituto Legal do Senhor Diretor-Geral dos Impostos).

-Despesas efetuadas com a Certificação Energética


Na informação vinculativa prestada pela AT, processo 3089/2010, com despacho concordante da Subdiretora-Geral,
de 08/07/2010, foi esclarecido que poderão ser consideradas as despesas efetuadas com a certificação energética
prevista no Decreto-Lei n.º 78/2006, de 4 de Abril.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS


Mais-Valias Imobiliárias – Encargos de Valorização
-Encargos de Valorização
Ao valor de aquisição serão acrescidos os encargos com a valorização do bem
imóvel, comprovadamente realizados nos últimos 12 anos, “uma vez que, nessa
medida, o maior valor obtido na alienação relativamente ao de aquisição não
traduz um qualquer ganho, mas tão só a compensação pelo investimento
efetuado” como, por exemplo, as obras de beneficiação (cf. artigo 51.º, alínea
a), do CIRS);
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

Mais-Valias Imobiliárias – Indemnizações


-Indemnização comprovadamente paga pela renúncia onerosa a posições
contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a esses bens – a
possibilidade de acrescer estas indemnizações ao valor de aquisição foi
expressamente aditada pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro, tendo sido
justificada pela necessidade de fazer face a um regime injustificadamente
restritivo ao nível das despesas elegíveis para efeitos da determinação destes
ganhos (cf. artigo 51.º, alínea a), do Código do IRS).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

Mais-Valias Imobiliárias – Taxas Aplicáveis aos Residentes Fiscais em Portugal


-A venda do prédio urbano terá impacto fiscal na esfera do SP alienante, nomeadamente, em sede
de mais-valias imobiliárias.
-Para determinação do impacto fiscal, importa referir que apenas o saldo final positivo, tendo por
base as mais e as menos-valias imobiliárias realizadas num mesmo ano fiscal, será tributado em
IRS.
-Depois de se quantificar esse saldo final positivo, aplicar-se-á uma dedução específica de 50%,
pelo que, em rigor, só 50% da mais-valia (i.e do saldo final positivo) será adicionado aos demais
rendimentos para com isso determinar-se as taxas progressivas que irão ser aplicadas ao total do
rendimento tributável auferido pelo contribuinte (cf. artigo 43.º, n.2, do Código do IRS).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

Mais-Valias Imobiliárias – Taxas Aplicáveis aos Não-Residentes Fiscais em Portugal


-Consideram-se obtidos em território português os rendimentos respeitantes a imóveis nele situados, incluindo as mais-valias
resultantes da sua transmissão – cf. artigo 18.º, n.1, alínea d), do CIRS.
-De acordo com o artigo 13.º, n.1, do Modelo de Convenção da OCDE para evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em
matérias de Impostos sobre o Rendimento: “Os ganhos que um residente de um Estado Contratante aufira da alienação de bens
imobiliários, conforme são definidos no artigo 6.º e situados no outro Estado Contratante podem ser tributados nesse outro
Estado.”.
-Em face disto, Portugal tem poder para tributar a eventual mais-valia imobiliária realizada pelos alienantes não-residentes no
território português, desde que os imóveis estejam aqui situados.
-Contudo, ao invés da tributação progressiva aplicável aos residentes, a tributação das mais-valias imobiliárias obtidas por um
não-residente relativamente à venda de imóvel situado no território português é feita mediante uma taxa autónoma de 28%.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

Mais-Valias Imobiliárias – Taxas Aplicáveis aos Não-Residentes Fiscais em Portugal


-Por outro lado, a tributação incide sobre a integralidade (100%) da mais-valia realizada, ao invés, da
situação dos residentes fiscais em Portugal, na qual apenas 50% da mais-valia é sujeita tributação.
-De qualquer maneira, nestas situações, os não-residentes fiscais devem, à semelhança dos residentes
fiscais em Portugal, apresentar no ano seguinte àquele que procedam à venda, uma declaração de
rendimentos (Modelo 3), com o respetivo anexo G, através de suporte eletrónico, para efeitos da
Administração Fiscal Portuguesa proceder à liquidação do IRS que seja devido.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias Imobiliárias – Reinvestimento


-Os ganhos provenientes da transmissão onerosa de imóveis destinados a habitação própria e permanente do sujeito
passivo ou do seu agregado familiar são excluídos de tributação se verificadas cumulativamente as seguintes
condições:
-O valor de realização, deduzido da amortização de eventual empréstimo contraído para a aquisição do imóvel, seja
reinvestido na:
- na aquisição da propriedade de outro imóvel;
- na aquisição de terreno para construção de imóvel e ou respetiva construção;
- na ampliação ou melhoramento de outro imóvel exclusivamente com o mesmo destino.
-E que, em qualquer dos casos, o objeto do reinvestimento esteja situado em território português ou no território de
outro Estado membro da UE ou do EEE (aqui, desde que exista intercâmbio de informações em matéria fiscal).
-O reinvestimento seja efetuado entre os 24 meses anteriores e os 36 meses posteriores contados da data de
realização.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias Imobiliárias – Reinvestimento – nova modalidade de exclusão tributária


Os ganhos provenientes da transmissão onerosa de imóveis destinados a habitação própria e permanente do sujeito
passivo ou do seu agregado familiar são excluídos de tributação se verificadas cumulativamente as seguintes condições:
O valor de realização, deduzido da amortização de eventual empréstimo contraído para a aquisição do imóvel, e se
aplicável, do reinvestimento previsto no artigo 10.º, n.5, al. a), do CIRS, seja utilizado, no prazo de seis meses contados
desde a data de realização, na (i) aquisição de um contrato de seguro ou (ii) na adesão individual a um fundo de pensões
aberto, ou ainda (iii) na contribuição para o regime público de capitalização;
O sujeito passivo ou o respetivo cônjuge, na data da transmissão do imóvel, se encontre, comprovadamente, em situação
de reforma, ou tenha, pelo menos, 65 anos de idade;
Sendo o investimento realizado nos produtos (i) ou (ii) referidos supra, estes visem, exclusivamente, proporcionar ao
adquirente ou ao respetivo cônjuge, uma prestação regular periódica, de montante máximo anual igual a 7,5% do valor
investido;
O sujeito passivo manifeste intenção de proceder ao reinvestimento, ainda que parcial, mencionando o respetivo
montante na declaração de rendimentos respeitante ao ano da alienação.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias Imobiliárias – Reinvestimento


Tratando-se de reinvestimento na aquisição de outro imóvel, o adquirente o não afete à sua
habitação ou do seu agregado familiar, até decorridos doze meses após o reinvestimento.
Nos demais casos, o adquirente não requeira a inscrição na matriz do imóvel ou das alterações
decorridos 48 meses desde a data da realização, devendo afetar o imóvel à sua habitação ou do seu
agregado até ao fim do quinto ano seguinte ao da realização.
Em qualquer caso, o sujeito passivo tem de manifestar a intenção de proceder ao reinvestimento,
ainda que parcial, mencionando, no Anexo G da Declaração Modelo 3 do IRS respeitante ao ano da
alienação, o valor que tenciona reinvestir e comprovando o efetivo reinvestimento nessa declaração e
nas dos três anos seguintes, se aplicável.
No caso do reinvestimento parcial do valor de realização, verificadas as condições acima referidas, o
benefício respeitará apenas à parte proporcional dos ganhos correspondente ao valor reinvestido.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

b)Alienação onerosa de parte sociais e de outros valores mobiliários:


O ganho sujeito a IRS determina-se de acordo com a seguinte fórmula:

Valor de realização – (valor de aquisição + despesas de aquisição e de alienação)

O valor de aquisição é o preço pago pelo alienante, documentalmente provado, ou o valor


que serviu ou serviria de base à liquidação de imposto do selo se a aquisição foi efetuada a
título gratuito.

As despesas são as necessárias e efetivamente praticadas, inerentes à aquisição e alienação.


Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

b)Alienação onerosa de parte sociais e de outros valores mobiliários

Residentes: O saldo anual entre as mais e as menos-valias destas alienações é


tributado à taxa especial de 28%, sem prejuízo da opção pelo englobamento.

Não Residentes: São tributadas à taxa especial de 28% sobre 100% da mais-valia.

Retenção na fonte: Seguindo o regime geral das mais-valias, não há retenção na


fonte.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS


c) Alienação onerosa da propriedade intelectual ou industrial ou de experiência
adquirida no setor comercial, industrial ou científico, quando o transmitente não seja
o seu titular originário;

Residentes: O saldo anual entre as mais e as menos-valias destas alienações contam


apenas em 50% do seu valor. São tributadas à taxa especial de 28%, sem prejuízo da
opção pelo englobamento.

Não Residentes: São tributadas à taxa especial de 28% sobre 100% da mais-valia.

Retenção na fonte: Seguindo o regime geral das mais-valias, não há retenção na fonte.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

h) Cessão onerosa de créditos, prestações acessórias e prestações suplementares.

O ganho sujeito a IRS determina-se de acordo com a seguinte fórmula:

Valor de realização – valor de aquisição

O valor de aquisição é o preço pago pelo alienante, documentalmente provado, ou o


valor que serviu de base à liquidação de imposto do selo se a aquisição foi efetuada a
título gratuito.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Mais-Valias – Artigo 10.º do Código do IRS

h) Cessão onerosa de créditos, prestações acessórias e prestações suplementares.

Residentes: O saldo anual entre as mais e as menos-valias destas alienações é tributado


à taxa especial de 28%, sem prejuízo da opção pelo englobamento.

Não Residentes: São tributadas à taxa especial de 28% sobre 100% da mais-valia.

Retenção na fonte: Seguindo o regime geral das mais-valias, não há retenção na fonte.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Momento da obtenção do rendimento: artigos 9.º,


n.4 e 10.º, n.3, ambos do Código do IRS

As indemnizações – referidas nas alíneas b) e e)-,


bem como as importâncias recebidas a título de
assunção de obrigação de não concorrência
constituem rendimento do ano em que são pagos
ou colocados à disposição.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Momento da obtenção do rendimento: artigos 9.º, n.4 e 10.º, n.3, ambos do Código do IRS

Já os ganhos (i.e. mais-valias) consideram-se obtidos no momento da prática dos atos previstos no
n.1 do artigo 10.º do Código do IRS, sem prejuízo de:
-nos casos de promessa de compra e venda ou de troca, presume-se que o ganho é obtido logo que
verificada a tradição ou posse dos bens ou direitos objeto do contrato;
-nos casos de afetação de quaisquer bens do património particular a atividade empresarial e
profissional exercida pelo seu proprietário, o ganho só se considera obtido no momento da ulterior
alienação onerosa dos bens em causa ou da ocorrência de outro facto que determine o apuramento
de resultados em condições análogas, exceto no caso de restituição ao património particular de
imóvel habitacional que seja afeto à obtenção de rendimentos da categoria F, mantendo-se o
diferimento da tributação do ganho enquanto o imóvel mantiver aquela afetação;
-Nos contratos de permuta de bens presentes por bens futuros, a tributação apenas ocorre no
momento da celebração do contrato que formaliza a aquisição do bem futuro, ou no momento da sua
tradição, se anterior.
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Momento da obtenção do rendimento: artigos 9.º, n.4 e 10.º, n.3, ambos do Código do IRS
Mais-Valias Imobiliárias – Momento da Obtenção
-Estes ganhos consideram-se, em regra, obtidos no momento da prática dos atos de
alienação – escritura pública ou documento particular autenticado (cf. artigo 10.º, n.3,
CIRS).
-Isto significa que o ganho é tributável no ano fiscal (i.e. ano civil) em que ocorra a operação
de alienação (tal coincidirá, em princípio, com a transmissão civil).
-E não, necessariamente, no ano do efetivo recebimento (total ou parcial) do preço (cf. Despacho, Informação 1351/89, de
9 de Agosto de 1989, citado no Código do IRS, Edição da DGCI, 1989, onde se refere que “A forma de pagamento
estipulada entre as partes é irrelevante para determinar o momento da sujeição, o qual coincide com o da realização que,
nos casos de promessa de compra e venda ou de troca, é o da tradição ou da posse, nos termos do nº 3 do artigo 10º do
CIRS.”).
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

Declaração de IRS – Modelo 3 – Anexo G e Anexo G1

O envio deste anexo à Autoridade Tributária e Aduaneira deve ser feito por
transmissão eletrónica de dados, de 1 de abril a 30 de junho,
independentemente de este dia ser útil ou não útil, juntamente com a
declaração de rendimentos modelo 3 do IRS, da qual faz parte integrante, tal
como se encontra estabelecido no n.º 1 do artigo 60.º do Código do IRS, sem
prejuízo da aplicação de outros prazos nas situações expressamente previstas na
lei.

Salvo se beneficiarem do regime transitório (não sujeição) previsto no n.º 1 do


artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30/11, caso em que serão de levar ao
anexo G1.
Categoria H – Pensões

115
Categoria H – Pensões

- A Categoria H corresponde às Pensões.

- Base legal: artigo 11.º do CIRS - incidência objetiva.

- Conceito amplo – abarca outras realidades para além das pensões em sentido estrito.

- Quer sejam pagas por entidades públicas (ex. Segurança Social ou Caixa Geral de
Aposentações) ou entidades privadas (ex. companhias de seguros).

- Esta categoria abrange, pois, quer prestações que têm por base mediata uma relação de
trabalho dependente ou um vínculo a regimes de segurança públicos e privados, quer
prestações a que não subjaz este tipo de vínculos.
Categoria H – Pensões

Consideram-se Pensões (artigo 11.º, n.1, do CIRS):

a) As prestações devidas a título de pensões de aposentação ou de reforma, velhice, invalidez ou sobrevivência,


bem como outras de idêntica natureza;
b) As pensões de alimentos;
c) As prestações a cargo de companhias de seguros, fundos de pensões, ou quaisquer outras entidades, devidas no
âmbito de regimes complementares de segurança social em razão de contribuições da entidade patronal, e que
não sejam consideradas rendimentos do trabalho dependente;
d) Outras pensões e subvenções;
e) As rendas temporárias e vitalícias;
f) As indemnizações que visem compensar perdas de rendimentos desta categoria de rendimentos (adveio da
Reforma do IRS - Lei n.º 82-E/2014, de 31/12).

Nota: esta categoria inclui os rendimentos auferidos após a extinção do contrato de trabalho, sempre que o titular
seja colocado numa situação equivalente à de reforma, segundo o regime de segurança social que lhe seja aplicável.
Categoria H – Pensões

Consideram-se Pensões (artigo 11.º, n.1, do CIRS):


Anexo A:
Código Descrição
403 Pensões (com exceção das pensões de sobrevivência e de
alimentos)
404 Pensões de sobrevivência
405 Pensões de alimentos
406 Rendas temporárias e vitalícias
Categoria H – Pensões

Consideram-se Pensões (artigo 11.º, n.2, do CIRS):

- A remição ou qualquer outra forma de antecipação de disponibilidade dos rendimentos


da categoria H não lhes modifica a natureza de pensões.

- A remição consiste na extinção de uma obrigação periódica através do pagamento da


importância em dinheiro que represente a capitalização daquela à taxa legal de juros.

- Ou seja, por força do princípio da substituição, a periodicidade acaba por não ser um
elemento essencial ao conceito fiscal de renda/pensão.
Categoria H – Pensões

Momento da obtenção do Rendimento (artigo 11.º, n.3, do CIRS):

- Estes rendimentos ficam sujeitos a tributação desde que pagos ou colocados à


disposição dos respetivos titulares.
Categoria H – Pensões

Determinação do Rendimento Coletável (artigos 53.º e 54.º do CIRS):

- Tratam-se das regras que permitem apurar o rendimento líquido tributável desta categoria
de rendimentos.

- Assim, aos rendimentos brutos da categoria H de valor anual igual ou inferior a € 4.104,00
deduz-se, até à sua concorrência, a totalidade do seu quantitativo por cada titular que os
tenha auferido.

Ex. o António recebeu rendimentos de pensões durante o ano de 2020 de € 3.500,00


(rendimento bruto).

- Neste caso, vai poder deduzir a totalidade destes € 3.500,00 (dedução específica), o que
significa que o rendimento líquido será igual a zero.
Categoria H – Pensões

Determinação do Rendimento Coletável (artigos 53.º e 54.º do CIRS):

- Já no tocante aos rendimentos brutos da categoria H de valor anual superior a €


4.104,00 deduz-se este montante.

Ex. o António recebeu rendimentos de pensões durante o ano de 2020 de € 14.104,00


(rendimento bruto).

- Neste caso, vai poder deduzir a totalidade destes € 4.104,00 (dedução específica), o que
significa que o rendimento líquido será igual a € 10.000,00.
Categoria H – Pensões

Determinação do Rendimento Coletável (artigos 53.º e 54.º do CIRS):

- Aos rendimentos brutos da categoria H são ainda deduzidos:

a) As quotizações sindicais,
na parte em que não constituam contrapartida de benefícios relativos à saúde, educação,
apoio à terceira idade, habitação, seguros ou segurança social
e
desde que não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1 % do rendimento bruto
desta categoria, sendo acrescidas de 50 %;

b) As contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e para subsistemas


legais de saúde, na parte que exceda o montante da dedução prevista dos € 4.104,00.
Categoria H – Pensões

Determinação do Rendimento Coletável (artigos 53.º e 54.º do CIRS):

- As rendas temporárias e vitalícias que não se destinem ao pagamento de pensões


enquadráveis nas alíneas a), b) ou c) do n.1 do artigo 11.º do CIRS não beneficiam da
dedução específica dos € 4.104,00.

Ex. durante o ano de 2020, o António recebeu uma renda temporária que não se destina
ao pagamento de qualquer uma das pensões referidas nas alíneas a), b) e c), do n.1 do
artigo 11.º do CIRS, no valor de € 25.000,00 (rendimento bruto).

- Neste caso, o rendimento líquido do António será igual (€ 25.000,00), porquanto não
terá acesso a qualquer dedução específica.
Categoria H – Pensões

Determinação do Rendimento Coletável (artigos 53.º e 54.º do CIRS):

Em síntese, aos rendimentos brutos da categoria H:

- Valor anual ≤ € 4.104,00 - dedução, até à sua concorrência, da totalidade do seu


quantitativo por cada titular que os tenha auferido;

- Valor anual > € 4.104,00 - dedução igual a este montante.


Categoria H – Pensões

Determinação do Rendimento Coletável (artigos 53.º e 54.º do CIRS):

- Um outro aspeto relevante quanto à determinação do rendimento coletável da categoria


H prende-se com a distinção entre capital e renda, quando estamos perante rendas
temporárias e vitalícias, bem como perante prestações pagas no âmbito de regimes
complementares de segurança social qualificadas como pensões, que compreendam
importâncias pagas a título de reembolso do capital.
- Nestes casos, para efeitos de determinação do rendimento coletável, deduz-se a parte
correspondente ao reembolso do capital (tal corresponde, por exemplo, ao valor dos
prémios que forem sendo pagos), o que se compreende pois só o “fruto” desse
investimento de capital é rendimento.
- Quando a parte da renda correspondente ao capital não puder ser discriminada (v.g.
pela entidade devedora das rendas), abate-se à totalidade da renda, para efeitos de
determinação do rendimento coletável, uma importância igual a 85%.
Categoria H – Pensões

Determinação do Rendimento Coletável (artigos 53.º e 54.º do CIRS):

- Isto não é aplicável (i.e. a dedução do capital) relativamente às prestações devidas no


âmbito de regimes complementares de segurança social, seja qual for a entidade
devedora ou a sua designação, se as contribuições constitutivas do direito de que derivam
tiverem sido suportadas por pessoa ou entidade diferente do respetivo beneficiário e
neste não tiverem sido, comprovadamente, objeto de tributação.

- Considera-se não terem sido objeto de tributação no respetivo beneficiário,


designadamente, os prémios e as contribuições constitutivos de direitos adquiridos
referidos no n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º do CIRS que beneficiarem de isenção.

- Neste caso, é sujeito a imposto o total do valor recebido.


Categoria H – Pensões

Determinação do Rendimento Coletável (artigos 53.º e 54.º do CIRS):

- Para este efeito, compete ao titular do direito aos rendimentos comprovar junto da
entidade devedora que a prestação que lhe é devida comporta reembolso de capital por
si pago ou que, tendo sido pago por terceiro, todavia foi total ou parcialmente tributado
como rendimento seu.
Categoria H – Pensões

Deficientes (artigo 56.º-A):

- Os rendimentos auferidos por sujeitos passivos deficientes com grau de incapacidade


permanente ou igual a 60%, são considerados por 90% do seu valor, não podendo o
valor excluído exceder o valor de € 2.500,00.

Ex. Senhor António, deficiente, com grau de incapacidade de 70% recebeu em 2020
pensões no valor de € 20.000,00. Qual o rendimento líquido?
- Dedução específica: € 4.104,00
- Rendimento líquido: € 20.000,00 x 90% = € 18.000,00 - € 4.104,00 = € 13.896,00

Nota: O rendimento isento são € 2.000,00 (€ 20.000,00 x 90%), pelo que não ultrapassa o
limite dos € 2.500,00
Categoria H – Pensões

Regime de Tributação:

- O rendimento líquido da categoria H apurado por sujeitos passivos residentes é de


englobamento obrigatório (artigo 22.º, n.1, e n.3, al. b) a contrario, do CIRS).

- Existe, contudo, uma situação específica de um rendimento da categoria H obtido por


residentes que não segue o regime de englobamento obrigatório. É o caso das pensões
de alimentos enquadráveis no artigo 83.º-A, do CIRS, já que estas são tributadas
autonomamente, à taxa especial de 20%, conforme artigo 72.º, n.9, do CIRS.

- De qualquer modo, os sujeitos passivos residentes podem optar pelo englobamento


deste rendimento, conforme artigo 72.º, n.13, do CIRS.
Categoria H – Pensões

Pensões de Alimentos:

- As pensões de alimentos compreendem, nos termos do artigo 2003.º do Código Civil,


tudo o que é indispensável ao sustento, habitação e vestuário da pessoa que a eles tem
direito.
- Sendo o alimentando menor, incluirão também o indispensável à sua instrução e
educação.
- As pensões de alimentos são, em regra, fixadas em prestações pecuniárias mensais.
Categoria H – Pensões

Regime de Tributação:

a) Residentes fiscais em Portugal


Ao rendimento global líquido obtido por residentes fiscais – e que integra os rendimentos
da categoria H de englobamento obrigatório e, ainda, os de englobamento facultativo
relativamente aos quais o seu titular tenha exercido a opção de englobar – são aplicadas
as taxas progressivas de IRS, previstas no artigo 68.º do CIRS.

b) Não-residentes fiscais em Portugal


Quanto aos não-residentes que aufiram rendimentos da categoria H em território
português, os mesmos estão excluídos do regime do englobamento, sendo antes
tributados por retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25%, conforme
artigo 71.º, n.4, alínea c), do CIRS.
Categoria H – Pensões

Retenção na Fonte:

- As entidades devedoras de pensões são obrigadas a reter o imposto no momento do


seu pagamento ou colocação à disposição dos respetivos beneficiários, mediante a
dedução das importâncias correspondentes à aplicação das taxas de retenção legalmente
previstas.

- Excecionam-se desta obrigação de retenção na fonte as pensões de alimentos.

- Para os casos previstos no artigo 11.º, n.1, alíneas a) e b), do CIRS, considera-se como
entidade devedora dos rendimentos aquela que os pagar ou colocar à disposição do
respetivo beneficiário.
Categoria H – Pensões

Retenção na Fonte:

- As retenções na fonte incidentes sobre rendimentos da categoria H auferidos por


residentes em território português têm a natureza de um adiantamento por conta do IRS
devido em termos finais (este é liquidado pela AT, no ano seguinte àquele a que diz
respeito o imposto).
Categoria H – Pensões

Retenção na Fonte (residentes fiscais em Portugal):

- A retenção de IRS é efetuada sobre o valor das pensões mensalmente pagas ou postas
à disposição dos seus titulares, mediante a aplicação das taxas que lhes correspondam,
constantes da respetiva tabela.

- Em 2020, as tabelas de retenção estão previstas no Despacho n.º 785/2020, de 21 de


janeiro.

- Estas tabelas são aprovadas anualmente por despacho do Ministro das Finanças.

- As tabelas de retenção são progressivas, tendo em conta o valor mensal auferido e a


situação pessoal e familiar do titular dos rendimentos.
Categoria H – Pensões

Retenção na Fonte (residentes fiscais em Portugal):

- As tabelas de retenção previstas no Despacho n.º 785/2020, de 21 de janeiro, e


repartem-se quanto às pensões nas tabelas:

VII – pensões auferidas por titulares não deficientes


VIII – pensões auferidas por titulares deficientes
IX – pensões auferidas por titulares deficientes das Forças Armadas

- Estas tabelas de retenção aplicam-se aos rendimentos a que se reportam, pagos ou


colocados à disposição de titulares residentes em território português, com exceção das
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.
Categoria H – Pensões

Retenção na Fonte:

- As entidades devedoras e os titulares de pensões são obrigados, respetivamente:

a) A solicitar ao sujeito passivo, no início do exercício de funções ou antes de ser


efetuado o primeiro pagamento ou colocação à disposição, os dados indispensáveis
relativos à sua situação pessoal e familiar;
b) A apresentar declaração à entidade devedora dos rendimentos contendo a
informação a que se refere a alínea anterior, bem como qualquer outra informação
fiscalmente relevante ocorrida posteriormente.
Categoria H – Pensões

Retenção na Fonte:

- Na retenção sobre complementos de pensões, pagos por entidade diferente da que está
obrigada ao pagamento da respetiva pensão, pode ser tido em conta o montante desta,
por solicitação expressa do respetivo titular.
Categoria H – Pensões

Retenção na Fonte:

- As prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses e as pensões relativas a anos anteriores
àquele em que são pagas ou colocadas à disposição do sujeito passivo, são sempre objeto de retenção
autónoma, não podendo, para cálculo do imposto a reter, ser adicionadas às pensões dos meses em que são
pagas ou colocadas à disposição.

- Quando as prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses forem pagas fracionadamente, deve
ser retido, em cada pagamento, a parte proporcional do imposto calculado nos termos referidos supra.

- Quando forem pagas ou colocadas à disposição prestações adicionais correspondentes ao 13.º e 14.º meses
referentes a anos anteriores, o apuramento do imposto a reter, nos termos dos n.ºs 4 e 5, é efetuado
autonomamente por cada ano a que respeitam.

- No caso de pensões de anos anteriores, para efeitos de determinação da taxa de retenção na fonte que lhes
é aplicável, o respetivo valor é dividido pela soma do número de meses a que respeitam, aplicando-se a taxa
assim determinada à totalidade dessas pensões.
Categoria H – Pensões

Retenção na Fonte (não-residentes fiscais em Portugal):

- No que diz respeito às pensões obtidas por não-residente fiscais em Portugal, estas são
tributadas por retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25%.

- A retenção na fonte incide sobre o valor das pensões líquidas da dedução prevista no
artigo 53.º do CIRS.
Categoria H – Pensões

Pagamentos por Conta (artigo 102.º, n.8, do CIRS):

- Regime opcional de pagamentos por conta na categoria H

- No caso de titulares de rendimentos, cujas entidades devedoras dos rendimentos não


se encontrem abrangidas pela obrigação de retenção na fonte prevista no CIRS, podem,
querendo, efetuar pagamentos por conta do imposto devido a final, desde que o
montante de cada entrega seja igual ou superior a € 50,00.

- Poder-se-á aplicar, por exemplo, quando a entidade devedora do rendimento de


pensões é ela própria não-residente fiscal em Portugal, e sem estabelecimento estável
cá localizado, caso em que não está sujeita às obrigações de retenção na fonte previstas
na lei portuguesa.
Categoria H – Pensões

Obrigações Acessórias (artigo 102.º, n.8, do CIRS):

- Relativamente ao cumprimento das obrigações declarativas anuais (modelo 3 – IRS), o


cumprimento far-se-á com base nestas regras:

Pensão de fonte Pensão de fonte


portuguesa estrangeira
Residente fiscal em PT Anexo A Anexo J
Não-residente fiscal em PT Retenção liberatória – Fora do âmbito do CIRS
25% - sem declaração
Categoria H – Pensões
Taxas Liberatórias – Artigo 71.º

Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 28%:


a) Os rendimentos de capitais

b) obtidos em território português,

c) por residentes ou não residentes,

d) pagos por ou através de entidades que aqui tenham sede, direção efetiva ou
estabelecimento estável a que deva imputar-se o pagamento e

e) que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada.


Taxas Liberatórias – Artigo 71.º

Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 28%:


a) Os rendimentos de valores mobiliários

b) pagos ou colocados à disposição dos respetivos titulares,

c) residentes em território português,

d) devidos por entidades que não tenham aqui domicílio a que possa imputar-se o
pagamento,

e) por intermédio de entidades que estejam mandatadas por devedores ou titulares ou


ajam por conta de uns ou outros.
Taxas Liberatórias – Artigo 71.º

Estes rendimentos podem ser englobados para efeitos da sua tributação,


por opção dos respetivos titulares,
residentes em território nacional,
desde que obtidos fora do âmbito do exercício de atividades empresariais e profissionais.
Feita esta opção, a retenção que tiver sido efetuada tem a natureza de pagamento por conta do
imposto devido a final.
Taxas Liberatórias – Artigo 71.º

Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25%,


os seguintes rendimentos obtidos em território português por não residentes:
- Os rendimentos do trabalho dependente e todos os rendimentos empresariais e
profissionais, ainda que decorrentes de atos isolados;
A estes rendimentos mensalmente pagos ou colocados à disposição dos respetivos titulares não é
aplicada qualquer retenção na fonte até ao valor da retribuição mínima mensal garantida (€ 635,00),
quando os mesmos resultem de trabalho ou serviços prestados a uma única entidade, aplicando-se a
taxa aí prevista à parte que exceda esse valor.
Para efeitos do número anterior, o titular dos rendimentos deve comunicar à entidade devedora,
através de declaração escrita, que não auferiu ou aufere o mesmo tipo de rendimentos de outras
entidades residentes em território português ou de estabelecimentos estáveis de entidades não
residentes neste território.
Taxas Liberatórias – Artigo 71.º

Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25%,


os seguintes rendimentos obtidos em território português por não residentes:
- Os rendimentos de capitais referidos nas alíneas m) e n) do n.º 2 do artigo 5.º :
m) Os rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou utilização
temporária de direitos da propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações
respeitantes a uma experiência adquirida no setor industrial, comercial ou científico, quando não
auferidos pelo respetivo autor ou titular originário, bem como os derivados de assistência
técnica;
n) Os rendimentos decorrentes do uso ou da concessão do uso de equipamento agrícola e
industrial, comercial ou científico, quando não constituam rendimentos prediais, bem como os
provenientes da cedência, esporádica ou continuada, de equipamentos e redes informáticas,
incluindo transmissão de dados ou disponibilização de capacidade informática instalada em
qualquer das suas formas possíveis;
Taxas Liberatórias – Artigo 71.º

Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 25%,


os seguintes rendimentos obtidos em território português por não residentes:
- As pensões;
- Os incrementos patrimoniais previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 9.º
b) As indemnizações que visem a reparação de danos não patrimoniais, excetuadas as fixadas
por decisão judicial ou arbitral ou resultantes de acordo homologado judicialmente, de danos
emergentes não comprovados e de lucros cessantes, considerando-se neste último caso como tais
apenas as que se destinem a ressarcir os benefícios líquidos deixados de obter em consequência da
lesão;
c) As importâncias auferidas em virtude da assunção de obrigações de não concorrência,
independentemente da respetiva fonte ou título;
Taxas Liberatórias – Artigo 71.º

- Estas taxas previstas no artigo 71.º incidem sobre os rendimentos ilíquidos (i.e.
brutos),
- exceto no que se refere às pensões, as quais beneficiam da dedução prevista
no artigo 53.º, sem prejuízo do que se disponha na lei, designadamente no
Estatuto dos Benefícios Fiscais,
- Artigo 53.º
- 1 - Aos rendimentos brutos da categoria H de valor anual igual ou inferior a (euro) 4 104 deduz-se,
até à sua concorrência, a totalidade do seu quantitativo por cada titular que os tenha auferido.
2 - Se o rendimento anual, por titular, for superior ao valor referido no número anterior, a dedução
é igual ao montante nele fixado.
Taxas Liberatórias – Artigo 71.º

Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa liberatória de 35%:


- Todos os rendimentos referidos anteriormente sempre que sejam pagos ou colocados à disposição
em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados,
exceto quando seja identificado o beneficiário efetivo, termos em que se aplicam as regras gerais;
- Os rendimentos de capitais, obtidos por entidades não residentes sem estabelecimento estável em
território português, que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime
fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças;
- Os rendimentos de valores mobiliários, pagos ou colocados à disposição dos respetivos titulares,
residentes em território português, devidos por entidades não residentes sem estabelecimento
estável em território português e que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um
regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do
Governo responsável pela área das finanças, por intermédio de entidades que estejam mandatadas
por devedores ou titulares ou ajam por conta de uns ou outros.
Taxas Especiais – Artigo 72.º

152
Taxas Especiais – Artigo 72.º

São tributados autonomamente à taxa especial de 28%:


- As mais-valias previstas nas alíneas a) e d) do n.º 1 do artigo 10.º auferidas por não
residentes em território português que não sejam imputáveis a estabelecimento estável
nele situado:
1) Constituem mais-valias os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos
empresariais e profissionais, de capitais ou prediais, resultem de:
a) Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis e afetação de quaisquer bens do
património particular a atividade empresarial e profissional exercida em nome individual pelo seu
proprietário;
d) Cessão onerosa de posições contratuais ou outros direitos inerentes a contratos relativos a
bens imóveis.
Taxas Especiais – Artigo 72.º

São tributados autonomamente à taxa especial de 28%:


- b) Outros rendimentos auferidos por não residentes em território português que não
sejam imputáveis a estabelecimento estável nele situado e que não sejam sujeitos a
retenção na fonte às taxas liberatórias;
- c) O saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias, resultante das operações
previstas nas alíneas b), c), e), f), g) e h) do n.º 1 do artigo 10.º;
- d) Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5.º, quando não sujeitos
a retenção na fonte, nos termos do artigo anterior;
- e) Os rendimentos prediais, incluindo os referidos na alínea b) do n.º 5 do artigo 8.º.
Taxas Especiais – Artigo 72.º

São tributados autonomamente à taxa especial de 25%:


- a) Os rendimentos auferidos por não residentes em território português que sejam
imputáveis a estabelecimento estável aí situado; e
- b) Não obstante o disposto no número anterior, os rendimentos previstos nas alíneas a)
e c) do n.º 4 do artigo anterior, obtidos em território português por não residentes,
quando não sujeitos a retenção na fonte.
Taxas Especiais – Artigo 72.º

São tributados autonomamente à taxa especial de 10%:


- As gratificações auferidas pela prestação ou em razão da prestação de trabalho, quando não
atribuídas pela entidade patronal nem por entidade que com esta mantenha relações de grupo,
domínio ou simples participação, independentemente da respetiva localização geográfica;
- Os RNH’s em território português são tributados à taxa de 10 % relativamente aos rendimentos
líquidos de pensões, quando não sejam de considerar obtidos em território português, na parte
em que os mesmos, quando tenham origem em contribuições, não tenham gerado uma dedução
para efeitos do n.º 2 do artigo 25.º.
São tributados autonomamente à taxa especial de 20%:
- As pensões de alimentos, quando enquadráveis no artigo 83.º-A, são tributadas autonomamente
à taxa de 20 %;
- Os rendimentos líquidos das categorias A e B auferidos em atividades de elevado valor
acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico, a definir em portaria do membro do
Governo responsável pela área das finanças, por RNH’s em território português.
Taxas Especiais – Artigo 72.º

São tributados autonomamente à taxa especial de 60%:


- Os acréscimos patrimoniais não justificados a que se refere a alínea d) do n.º 1 do artigo
9.º, de valor superior a (euro) 100 000.
São tributados autonomamente à taxa especial de 35%:
- Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5.º e mencionados nas alíneas a) e b) do n.º 1 do
artigo anterior, devidos por entidades não residentes sem estabelecimento estável em território português, que
sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante
de lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças, quando não sujeitos a
retenção na fonte nos termos da alínea b) do n.º 12 do artigo anterior;
- O saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias, resultante das operações previstas nos n.os 4) e 5) da alínea
b) do n.º 1 do artigo 10.º, quando respeitem a valores mobiliários cujo emitente seja entidade não residente sem
estabelecimento estável em território português, que seja domiciliada em país, território ou região sujeitos a um
regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças
Taxas Especiais – Artigo 72.º

São tributados autonomamente à taxa especial de 35%:


- Os ganhos previstos no n.º 3) da alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º relativos a estruturas fiduciárias domiciliadas em
país, território ou região sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por
portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.
- As mais-valias previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º auferidas por entidades não residentes sem
estabelecimento estável em território português, que sejam domiciliadas em país, território ou região sujeitos a
um regime fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças.
Taxas Gerais Progressivas – Artigo 68.º

159
Taxas Gerais Progressivas – Artigo 68.º
Taxas Gerais Progressivas – Artigo 68.º

              Continente
 
Rendimento coletável (€)
Parcela a
Taxa (%)
abater

Até 7.112
14,5 –

+ 7.112 a 10.732 23 604,54

+ 10.732 a 20.322 28,5 1.194,80

+ 20.322 a 25.075 35 2.515,63

+ 25.075 a 36.967 37 3.017,27

+ 36.967 a 80.882 45 5.974,54

+ 80.882 48 8.401,21
Taxa Adicional de Solidariedade – Artigo 68.º A

162
Taxa Adicional de Solidariedade –
Artigo 68.º A
Quadro-síntese

164
Rendimento Residentes Não residentes
Categoria Taxas % Nota Taxas % Nota
Remunerações do trabalho A 0 a 45,1 RPC 25 (1) RL
Remunerações dos órgãos A 0 a 45,1 RPC 25 (1) RL
Comissões B 25 RPC 25 RL
Prestação de serviços B 11,5/25 RPC 25 RL
Royalties auferidos pelo B 16,5 RPC 25 RL
Royalties auferidos pelo E 28 RPC 25 RL
Aluguer de equipamento E 16,5 RPC 25 RL
Dividendos E 28 RL 28 RL
Juros de depósitos E 28 RL 28 RL
Juros de suprimentos E 28 RL 28 RL
Juros de títulos de dívida E 28 RL 28 RL
Outros rendimentos de E 28 RPC 28 RL
Rendimentos prediais F 25 RPC 25 RPC
mais-valias
de partes G 28 Trib. Esp. 28 Trib. Esp.
Incrementos
sociais
patrimoniais:
mais-valias 28 Trib. Esp.
G 14,5 a 48 Taxas Prog.
de imóveis
Pensões H 0 a 39,8 RPC 25 RL

165
Remunerações – Categoria A

166
IRS
Descrição
Tributação Isenção
Vencimentos, subsídios de férias e Natal, comissões sim –
Remuneração de órgãos sociais sim –
Abono para falhas – até 5% da remuneração mensal

Diretores – até € 69,19/dia


Ajudas de custo para deslocações em Portugal
Outros – até € 50,20/dia
Ajudas de custo para deslocações no Diretores – até € 100,24/dia
estrangeiro
Outros – até € 89,35/dia
Carro próprio – pagamento de km – até € 0,36/Km
x (1) Acordo
Carro de serviço – aquisição / utilização particular –
Escrito

Empréstimos concedidos pela Empresa – à habitação própria x (<= € 180.426,40) e (tx>= 70% * Tx.BCE )
Empréstimos concedidos por outra entidade – juros são x –
Empréstimos concedidos pela Empresa – outros x taxa juro > = taxa referência
Gratificações extraordinárias/gratificações de balanço x –

Indemnização por cessação contrato de trabalho – até (Rem. média dos últimos 12 meses) * anos trabalho (2)

Planos de compra de ações x –


Pré-reformas x –
Subsídio de refeição – até € 4,77/dia
Vales de refeição – até € 7,63/dia
"Vales infância" – –
"Vales educação" x –
Subsídio de renda de casa x –
167
Residentes Não Habituais

168
Residentes Não Habituais

Noção de “residentes não habituais”:

- Regime fiscal (ex. distingue-se do regime legal do “golden visa”) em vigor desde 23 de
setembro de 2009 (data em que entrou em vigor o Decreto-Lei n.º 249/2009 – diploma
que aprovou este regime).
- Trata-se de um regime especial de tributação em sede de IRS.
- Pretendeu-se atrair para o nosso país, cidadãos não-residentes, profissionais de
atividades de elevado valor acrescentado, bem como indivíduos com um elevado
património ou poder de compra.
- Em termos práticos, poderá significar pagar menos imposto (IRS) cada ano.
- Pode ser aplicado quer a cidadãos estrangeiros, quer a cidadão nacionais.
- O conceito chave é a residência fiscal e não a nacionalidade.
Residentes Não Habituais

Vantagens:

- Isenção fiscal – com algumas exceções – para rendimentos obtidos no estrangeiro se


forem cumpridos determinados requisitos.

- Taxa reduzida de 20% (categoria A e/ou B) para determinadas atividades profissionais


consideradas de elevado valor acrescentado.
Residentes Não Habituais

Condições para poder aceder ao regime:


- Para se ser residente não habitual (RNH) é necessário ser-se, antes de mais, residente fiscal
em Portugal (cumprindo os requisitos que são aplicáveis a todos os residentes fiscais).
- Por outras palavras, só os residentes fiscais em Portugal é que poderão solicitar a sua
inscrição como RNH’s.
- Neste sentido, primeiro devem inscrever-se como residentes fiscais em Portugal.
- Depois disso, os interessados devem solicitar a emissão das passwords de acesso à área
reservada do Portal das Finanças.
- No seguimento disso, devem solicitar a inscrição como RNH’s por via eletrónica na área
reservada do Portal das Finanças.
- A partir do momento em que estão inscritos como RNH’s, os mesmos adquirem o direito a
serem tributados em IRS mediante um conjunto de regras diferenciadas.
Residentes Não Habituais

Residência Fiscal:
- Permanecer em Portugal mais de 183 dias, seguidos ou interpolados, em qualquer
período de 12 meses, com inicio ou fim no ano em causa,
ou
- Quando permanecer menos tempo, deter, em qualquer dia do ano, uma habitação que
faça supor a intenção atual de a manter e ocupar como residencia habitual,
ou
- Sendo, em 31 de dezembro, um membro da tripulação de um navio ou aeronave ao
serviço de uma entidades com residência, sede ou Direção efetiva em Portugal.
Residentes Não Habituais

Condições para poder aceder ao regime:


- O regime dos RNH é aplicável a sujeitos passivos que, tornando-se fiscalmente residentes
em Portugal, não tenham sido tributados como tal, como residentes, em sede do IRS, em
qualquer dos cinco anos anteriores (n.8 do artigo 16.º do Código do IRS).
- Ex. um cidadão brasileiro muda-se para Portugal em 01-01-2020, nunca viveu em Portugal,
pode inscrever-se como residente fiscal e depois solicitar a sua inscrição como RNH.
- Ex. um cidadão brasileiro muda-se para Portugal em 01-01-2020, viveu em Portugal até 31-
12-2014, pode inscrever-se como residente fiscal e depois solicitar a sua inscrição como
RNH.
- Ex. um cidadão brasileiro muda-se para Portugal em 01-01-2020, viveu em Portugal até 31-
03-2015, pode inscrever-se como residente fiscal, mas não pode solicitar a sua inscrição
como RNH.
Residentes Não Habituais

Prazo de aplicação do regime:


- Prazo máximo de 10 anos (consecutivos).
- Improrrogável (inicialmente este período era renovável, mas tal deixou de estar previsto
com as alterações introduzidas ao regime pela Lei n.º 20/2012, de 14/05).
- O SP que seja considerado RNH adquire o direito a ser tributado como tal pelo período
de 10 anos consecutivos a partir do ano, inclusive, da sua inscrição como residente em
território português.
- Se o RNH deixar de ser residente fiscal, perde acesso ao regime RNH, contudo se voltar
dentro do prazo inicial volta automaticamente a beneficiar do regime.
- Ex. um cidadão inglês passa a viver em Portugal como residente fiscal em 01.01.2020 e
inscreve-se como RNH, o regime ser-lhe-á aplicado até 31.12.2029.
Residentes Não Habituais

Prazo para o pedido de inscrição como RNH:

- O SP deve solicitar a inscrição como residente não habitual no ato da inscrição como
residente em território português ou, posteriormente, até 31 de março, inclusive, do
ano seguinte àquele em que se torne residente nesse território.
- Se o RNH deixar de ser residente fiscal, perde acesso ao regime RNH, contudo se voltar
dentro do prazo inicial volta automaticamente a beneficiar do regime.
- Ex. um cidadão inglês passa a viver em Portugal como residente fiscal em 01.01.2020 e
inscreve-se como RNH, o regime ser-lhe-á aplicado até 31.12.2029, contudo,
imaginando que deixa de ser residente fiscal em 31.12.2025, mas regressa dois anos
depois em 31.12.2027, então fica automaticamente enquadrado no regime RNH até ao
final do prazo que estava inicialmente previsto – 31.12.2029.
Residentes Não Habituais

Atividades de Elevado Valor Acrescentado:

- Os RNH’s podem ainda desempenhar atividades que sejam consideradas de elevado


valor acrescentado, o que permite que beneficiem de uma tributação com uma taxa
especial de 20%.

- Atividades exercidas até 31 de dezembro de 2019: Portaria n.º 12/2010, de 7 de


janeiro, em conjugação com os pontos 7 e 8 da Circular n.º 2/2010, de 6 de maio;
- Atividades exercidas desde 1 de janeiro de 2020: Portaria n.º 230/2019, de 23 de
julho.
Residentes Não Habituais

Fase de Transição – Nova Tabela de Atividades:

- A nova tabela de atividades de elevado valor acrescentado aprovada pela Portaria n.º
230/2019, de 23 de julho, que veio alterar a tabela de atividades constante na Portaria
n.º 12/2010, de 7 de janeiro, produz efeitos desde 1 de janeiro de 2020.
- Significa que o cidadão considerado residente não habitual com direito ao regime fiscal
deverá em 2021, de abril a junho, enviar a declaração de rendimentos/modelo 3 de
IRS/2020 através do Portal das Finanças anexando, entre outros, o Anexo L com a
inscrição do código(s) da(s) atividade(s) de elevado valor acrescentado constantes na
nova tabela.
Residentes Não Habituais

Fase de Transição – Nova Tabela de Atividades:

- A nova tabela de atividades não deve ser usada nas seguintes situações:
• O cidadão que em 1 de janeiro de 2020 já se encontre inscrito como RNH, ainda que
o estatuto de residente não habitual se encontre suspenso (n.12. do artigo 16.ºdo
CIRS);
• O cidadão que em 1 de janeiro de 2020 tem o pedido de inscrição RNH pendente;
• O cidadão que solicite a inscrição nas Finanças como RNH até 31 de março de 2020
com efeitos ao ano de 2019.
- Contudo estes cidadãos podem optar pelos códigos(s) da nova tabela de atividades
enquanto não tiverem esgotado o período de 10 anos a que têm direito (n.9 do artigo
16.º do CIRS).
Residentes Não Habituais

Forma de tributação:
- Rendimentos de fonte portuguesa – tributados nos termos normais, com exceção dos
rendimentos originados por atividades de elevado valor acrescentado, que poderão ser
sujeitos a uma taxa especial de 20% (categorias A e B), ao invés das taxas progressivas
de tributação.

Enquadramento Fiscal
Atividades de Elevado Demais Atividades
Valor Acrescentado
Categorias A e B 20% Regime fiscal igual a dos
demais residentes fiscais
Outros Rendimentos Regime fiscal igual a dos demais residentes fiscais
Residentes Não Habituais

Forma de tributação:
- Rendimentos de fonte estrangeira
Os rendimentos de trabalho dependente são isentos de tributação em Portugal, desde que
tenham sido efectivamente tributados no Estado da fonte e desde que não sejam de
considerar obtidos em território português.

- Os rendimentos de fonte estrangeira – trabalho independente derivado de atividade de


elevado valor acrescentado, ou provenientes da propriedade intelectual ou industrial -
são isentos de tributação em Portugal, desde que possam ser tributados no Estado da
fonte (em conformidade com o ADT ou, na ausência de ADT, em conformidade com o
MOCDE) e desde que não sejam de considerar obtidos em território português.

- A isenção supra não será aplicável se o outro país for um território de tributação
privilegiada.
Residentes Não Habituais

Forma de tributação:
- Rendimentos de fonte estrangeira
Os rendimentos das categorias E, F e G, aplica-se o método da isenção, bastando que se
verifique qualquer uma das condições previstas nas alíneas seguintes:

a) Possam ser tributados no outro Estado contratante, em conformidade com convenção


para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal com esse Estado; ou
b) Possam ser tributados no outro país, território ou região, em conformidade com o
modelo de convenção fiscal sobre o rendimento e o património da OCDE, interpretado
de acordo com as observações e reservas formuladas por Portugal, nos casos em que
não exista convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por Portugal, desde
que aqueles não constem de lista aprovada por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças, relativa a regimes de tributação privilegiada,
claramente mais favoráveis e, bem assim, desde que os rendimentos, pelos critérios
previstos no artigo 18.º, não sejam de considerar obtidos em território português
Residentes Não Habituais

Forma de tributação:
- Rendimentos de fonte estrangeira

- Os RNH’s são ainda tributados à taxa de 10 % relativamente aos rendimentos líquidos de pensões,
incluindo os da categoria H e os previstos na alínea d) do n.º 1 e subalíneas 3) e 11) da alínea b) do
n.º 3 do artigo 2.º, quando, pelos critérios previstos no n.º 1 do artigo 18.º, não sejam de
considerar obtidos em território português, na parte em que os mesmos, quando tenham origem
em contribuições, não tenham gerado uma dedução para efeitos do n.º 2 do artigo 25.º.
- O regime anterior (isenção) continua a ser aplicável enquanto não estiver esgotado o período de 10
anos, relativamente aos sujeitos passivos que, à data de entrada em vigor da alteração (01-01-
2020), já se encontrem inscritos como RNH’s no registo de contribuintes da AT ou cujo pedido de
inscrição já tenha sido submetido e esteja pendente para análise, bem como aos sujeitos passivos
que, à data de entrada em vigor da presente lei, sejam considerados residentes para efeitos fiscais
e que solicitem a respetiva inscrição como residentes não habituais até 31 de março de 2020 ou
2021, por reunirem as respetivas condições em 2019 ou 2020, respetivamente.
Residentes Não Habituais

Obrigação Declarativa:
- Têm as mesmas obrigações declarativas que os demais residentes fiscais em Portugal.
- Deste modo, caso preencham os requisitos legais, devem entregar anualmente a
declaração de rendimentos de IRS (modelo 3).
- Na declaração de rendimentos devem, para invocarem este direito ou condição fiscal,
incorporar o anexo L – Residente não habitual.
- De qualquer modo, para poderem gozar deste direito é necessário que, em cada um dos
anos em que pretendam beneficiar do mesmo, sejam considerados residentes fiscais
nom território português.
Residentes Não Habituais

Anexo L – Residente Não Habitual:


- Neste anexo L, devem ser declarados:
- os rendimentos auferidos em atividades de elevado valor acrescentado, com
caráter científico, artístico ou técnico (categorias A e B), bem como a respetiva opção de
tributação.
- a opção pelo método pretendido para eliminar a dupla tributação internacional
relativamente a rendimentos obtidos no estrangeiro das categorias A, E, F, G e H e da
categoria B de atividades de elevado valor acrescentado.

- O anexo é individual e, em cada um, apenas podem constar os elementos respeitantes a


um titular (A ou B).

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