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SEMANA 02 – ELEMENTOS DO TRIBUTO

No dia a dia, praticamos diversas atividades sobre as quais incide alguma


forma de tributação. Para que possamos identificar como isso ocorre e o que
significa a incidência de um tributo sobre atividades e práticas sociais
cotidianas, precisamos conhecer como um tributo é formado, seus elementos
previstos na lei que o institui: fato gerador, a base de cálculo, a alíquota (e
adicionais) e o montante.

A imagem abaixo ilustra os elementos mencionados:

- Fato Gerador: é a situação fática que, ocorrendo, gera o dever de


pagamento de tributo, ou seja, a obrigação para o contribuinte (também
chamado de sujeito passivo, por ser a pessoa obrigada ao pagamento do(s)
tributo(s)) em relação ao Fisco (credor desse tributo).

De modo geral, a lei prevê em abstrato o fato gerador por meio do que
chamamos de uma hipótese de incidência tributária. Essas hipóteses são
situações da vida social cotidiana, como por exemplo a prestação de serviços, a
circulação de mercadoria (compra e venda de produtos, por exemplo), a
percepção de salário ou outro tipo de renda, transferência de propriedade, dentre
outras.

É possível separar os fatos geradores em instantâneos, periódicos,


complexivos e persistentes. Os fatos instantâneos são aqueles que se
concretizam em um único ato, ou seja, a obrigação tributária surge com a prática
desse ato único. É o caso, por exemplo, da transferência de propriedade, que é
apurada a cada negócio celebrado sobre aquele imóvel.

Por outro lado, os fatos geradores periódicos são aqueles que, ainda que
ocorram diariamente, só terão o montante do tributo apurado após determinado
período. É a partir do período que se tributa, e não do ato isolado. O imposto
pago na comercialização de bens e serviços, por exemplo, é apurado
mensalmente ou trimestralmente.

Já os complexivos são aqueles que dependem de diversas operações para


que a base de incidência do tributo seja identificada. Não é identificável, ao
menos não totalmente, apenas por algum ato ou período. É o caso do imposto de
renda, que embora incida diretamente sobre a renda recebida pelas pessoas com
base em estimativas, a confirmação de sua verdadeira base de cálculo depende
não só dos valores percebidos e de suas variações ao longo de um ano inteiro,
mas também daqueles despendidos em determinadas atividades, razão pela qual
demanda um ajuste ao final do período de apuração.

Por fim, o fato gerador persistente é aquele cujo fato é constante, como se
fosse praticado constantemente. Em geral se refere a um “estado” mais
permanente, e não a um ato em específico. Quem é proprietário de um carro, por
exemplo, é proprietário todos os dias, independente da atividade que faça. O
tributo não incide sobre um fato isolado, mas sobre uma situação constante (de
propriedade, por exemplo). Como não se trata de um fato isolado, a lei cria
artificialmente uma data em que se considera ocorrido o fato gerador para fins
de cálculo do tributo e atribuição da obrigação tributária.

- Base de Cálculo: é o conjunto/valor sobre o qual será apurado do


tributo, ou seja, sobre o qual incidirá a alíquota. A base de cálculo é definida
legalmente. É importante atentar que nem todo o valor gerado em determinada
atividade que constitui o fato gerador de um tributo integra a base de cálculo,
podendo haver variações. A título de exemplo, nem toda a remuneração recebida
pelo trabalhador integra a base de cálculo das contribuições sociais, visto que
verbas como auxílio alimentação, vale refeição, vale transporte, dentre outras,
estão fora da base de cálculo desse tributo.
- Alíquota: é a parcela (geralmente percentual) definida em lei que
incide sobre a Base de Cálculo, constituindo o tributo devido. As alíquotas
dividem-se em específicas, ad valorem, progressivas e regressivas.

As específicas consistem, ao invés de um percentual, em um valor


expresso em moeda, estabelecido em lei, e que incidem sobre determinada
unidade de medida (conforme a base de cálculo), como por exemplo metros,
metros cúbicos (m³), quilos, toneladas, etc. A CIDE-Combustíveis, por exemplo,
é calculada considerando um valor “x” (ex.: R$100,00) por m³ de combustível.

Já a alíquota ad valorem, é aquela em que se aplica um percentual fixo


sobre a base de cálculo. É o caso, por exemplo, do IRPJ (Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica), calculado sobre o lucro real, presumido ou arbitrado (base de
cálculo), sobre o qual incide alíquota fixa de 15%.

A alíquota progressiva, por sua vez, também é um percentual, mas não


fixo e sim variável conforme o montante da base de cálculo e de modo crescente,
tudo na forma prevista em lei. É o caso do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa
Física), para o qual a lei estabeleceu faixas de renda e alíquotas (percentuais)
distintos para cada faixa, de modo a tornar mais equilibrada a arrecadação,
permitindo alíquotas maiores quanto maior a remuneração do contribuinte.

Por fim, a alíquota regressiva é aquela na qual os percentuais também são


variáveis conforme o montante da base de cálculo, mas sã organizadas de modo
regressivo. É o caso também o Imposto de renda, mas quando este incide sobre
aplicações financeiras de renda fixa, onde quanto maior o tempo de permanência
na aplicação, menor o percentual de tributo incidente.

Além das alíquotas, a lei pode determinar o pagamento de valor adicional,


que irá incidir além da alíquota. É o caso do IRPJ de 10% do valor do lucro real
que
exceder a R$ 20.000,00 (mensal).

- Montante: o montante do tributo é o resultado obtido após esse


processo, ou seja, o valor devido de tributo a partir de determinado fato gerador,
apurado sobre determinada base de cálculo, utilizando alíquota pré-definida e
considerando os adicionais porventura envolvidos.

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