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Curso CFP – Preparatório Módulo V

2020
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Esta apostila é parte integrante do Curso Preparatório


CFP da Pro Educacional. Este é um material
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1. Normas Tributárias Básicas
1. Normas Tributárias Básicas
1.1 Conceito de tributo
1.1.1 Características
1.1.1.1 Fato gerador
1.1.1.2 Base de cálculo
1.1.1.3 Alíquota
1.1.1.4 Sujeito da relação tributária: contribuinte e fisco
1.1.1.5 Obrigação tributária
1.1.2 Espécies de tributos
1.1.2.1 Impostos
1.1.2.2 Taxas: pelo exercício do poder de polícia e pela utilização de serviços públicos
1.1.2.3 Contribuição de melhoria
1.1.2.4 Contribuições sociais (seguridade social; intervenção no domínio econômico; interesse de
categorias profissionais)
1.1.2.5 Empréstimos compulsórios
1.2 Princípios constitucionais tributários
1.2.1 Princípio da legalidade
1.2.2 Princípio da anterioridade
1.2.3 Princípio da irretroatividade
1.2.4 Princípio da isonomia ou igualdade tributária
1.2.5 Princípio da competência
1.2.6 Princípio da capacidade contributiva
1.2.7 Imunidade
1.2.8 Isenção
1.3 Tributos relevantes para o planejamento fiscal
1.3.1 ITCMD –Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações
1.3.2 ITBI –Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis
1.3.3 IR –Imposto de Renda

Introdução às Normas Tributárias Básicas


Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Prestação pecuniária compulsória é o dever do contribuinte pagar o tributo devido


em dinheiro, o qual não pode ser exigido o pagamento em produtos, animais ou através
do trabalho.

Neste capítulo, você encontrará 3 aulas e o resumo. Inicialmente apresenta-se o


conceito de tributo, as espécies de tributos e os principais conceitos tributários, assim
como os tributos relevantes para o planejamento central.

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1.1. Conceito e Espécies de Tributo
“O candidato deverá ser capaz de entender as regras básicas da tributação
visando a coletar informações que permitam uma análise da situação tributária
atual do cliente.” – (Planejar, 2018).

A Constituição Federal, base do ordenamento jurídico brasileiro e no topo da


organização hierárquica, prevê em seu artigo 146, inciso III, alínea “a”, que cabe a Lei
Complementar definir o conceito de tributo e suas espécies.

Assim o conceito de tributo está definido no Artigo 3o do Código Tributário Nacional


(CTN), como segue:

Art. 3º. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

O tributo corresponde a receita recolhida do patrimônio dos cidadãos pelo Estado, em


decorrência do seu poder fiscal e para custear as despesas de toda a coletividade,
respeitada as regras e normas de direito público/direito tributário.

O Direito Tributário é pautado em 2 princípios: Princípio da Supremacia do Interesse


Público sobre o Privado e o Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. Um
exemplo é o artigo 150, § 6º, da Constituição Federal.

Da definição de Tributo do Artigo 3o do CTN, é possível extrair cinco principais


características de tributo:
 é prestação pecuniária;
 é compulsório;
 é instituído por meio de lei;
 não é multa; e
 é cobrado mediante lançamento.

Interpretando a definição de Tributo do CTN:


 Pecúnia significa dinheiro, de modo que a obrigação é de entregar dinheiro ao
Estado. Trata-se de regra que busca evitar a instituição de tributos cujo o
pagamento ocorra in labore (pago com o trabalho ou serviço) ou in natura (pago
com bens);
 A moeda pode se exprimir em, por exemplo, unidades fiscais de referência
utilizadas para a indexação, como a UFIR-RJ, UFESP, etc.;
 O tributo é uma prestação compulsória (requisito para a sua “existência”), ou
seja, é obrigatória. Não decorre da vontade do cidadão, de contrato firmado com
o Estado, por ato voluntário ou faculdade do cidadão. Considerando o interesse
público envolvido, independe da anuência do cidadão, sendo receita derivada
cobrada pelo Estado e proveniente do patrimônio do cidadão;

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 Objetivo de arrecadação estatal para o custeio de suas atividades, não é de
punir. Portanto, o tributo não é multa. Enquanto o tributo é cobrado em
decorrência do poder fiscal do Estado, a multa é cobrada em decorrência do
poder penal do Estado;
 O tributo deve ser instituído em lei, como requisito para a sua validade. Em
decorrência da previsão legal que o tributo possui as características de
pecuniário e compulsório. Não haverá tributo sem a previsão legal;
 O tributo é cobrado mediante o lançamento. Isso significa que todas as vez que
ocorrer o fato gerador, ou seja, aquele acontecimento previsto na Lei como o
gerador de imposto (ser proprietário de um veículo é fato gerador para o IPVA;
ser proprietário de um imóvel é fato gerador do IPTU), o Estado ainda deverá
iniciar o procedimento de exigibilidade do tributo chamado de lançamento, o qual
por sua vez corresponde a expressão “atividade administrativa plenamente
vinculada” que trata o artigo 3 do CTN.

O conjunto de regras básicas de tributação está ligado ao conceito de Natureza da


Operação (como, por exemplo, de venda, de compra, de amostra grátis, de conserto,
de transferência, de devolução, de bonificação, etc.), e, em sincronia com isso, então
elas classificam o(s) item(s) de uma Nota Fiscal – qualquer que seja – conforme o tipo
de operação (ou prestação) fiscal que é realizada, por sua vez, contendo:
1. Origem,
2. Destino, e
3. Uso (ou seja, a entrada ou saída de mercadorias, bens e aquisição de serviços).

Consequentemente, uma análise que parta da Natureza de Operação Fiscal pode


servir para coletar informações que permitam uma avaliação bastante específica da
situação tributária atual do cliente, em termos do recolhimento de impostos.

Operacionalmente, por meio das informações básicas sobre cada operação fiscal
realizada pelo cliente, em geral, discriminadas em cada nota fiscal subjacente, permite
verificar as regras de tributação sobre qualquer imposto envolvido, por sua vez, com a
necessidade de ser recolhido, como, por exemplo, ICMS, CONFINS, IPI, PIS, ISSQN,
entre outros.

Tais regras (conforme os critérios exigidos para as mesmas) estabelecem a alíquota, a


base de cálculo do imposto, e a situação tributária, aplicáveis, por sua vez, aos
produtos que nelas se enquadrem.

Lembrando que, por exemplo, VGBL ou PGBL são produtos financeiros, que, entre
outros, devem ter as suas respectivas regras de tributação analisadas.

1.1.1 Características
“O candidato deve entender e explicar os conceitos de: fato gerador, base de
cálculo, alíquota, sujeito da relação tributária (contribuinte e fisco) e obrigação
tributária.” (Planejar, 2018).

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Fato gerador
O fato gerador é o acontecimento ou situação, prevista em lei, da qual nasce a
obrigação passiva do pagamento de tributo. Em outras palavras, fato gerador pode ser
definido como o ato conforme o direito do qual surge o dever de pagar tributo.

Por exemplo, uma Pessoa Física (PF) que Aufere Renda possui como obrigação legal
o recolhimento de Imposto de Renda (IR). No entanto, o fato gerador do IR se baseia
na cobrança e expectativa de que a PF venha a Auferir Renda. Por sua vez, apenas
quando a Pessoa Física efetivamente Aufere Renda é que existe um fato gerador para
o eventual recolhimento compulsório do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).
Em outras palavras, o fato gerador do IR é auferir acréscimo patrimonial, com isso uma
PF que aufere acréscimo patrimonial (se não tiver benefício de imunidade ou de
isenção) está obrigada a recolher o IR, em data estabelecida por lei.

Consequentemente, enquanto a hipótese de incidência prevista na lei não se efetiva,


ela ainda não é um fato (por definição do termo), mas uma expectativa do fato gerador.

Base de cálculo
A base de cálculo é a grandeza econômica em que se aplica a alíquota para calcular a
quantia a pagar. Por exemplo:
 A base de cálculo do IRPF em venda (alienação) de imóvel se dá em razão do
ganho de capital, isto é, a diferença entre o valor de venda (alienação) e o valor
declarado do imóvel.
 A base de cálculo do ICMS é o somatório do montante da operação, de frete e
despesas adicionais, que são cobradas do consumidor ou adquirente.
 A base de cálculo de contribuição previdenciária dos segurados da Previdência
Social (regime geral) é o salário de contribuição (ou seja, a média aritmética do
período total de contribuição) e serve para a fixação dos valores das prestações
asseguradas aos beneficiários.

Alíquota
A alíquota é o percentual, ou o valor fixo, que haverá de ser aplicado sobre a base de
cálculo para obter a estimativa do valor de um tributo.
 Se a base de cálculo for um valor econômico, então a alíquota deverá de ser um
percentual.
 Se a base de cálculo for uma unidade não monetária, então a alíquota haverá de
ser um valor.

Existe a requisição de que o valor, ou o percentual, de qualquer alíquota seja instituído


por lei.

A alíquota (conforme as suas características) pode ser classificada em:


 Fixa: a que possui uma quantia que é determinada para todos os contribuintes.
 Variável: a que é estipulada conforme a base de cálculo. Em geral é progressiva,
isto é, proporcionalmente positiva à base de cálculo.

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No momento em que a alíquota é zero (o que é característica de impostos com alíquota
variável), então acontece a isenção total:
 Tem-se o caso do IRPF em que a alíquota para os rendimentos anuais em até
determinado valor é igual à zero.

Por exemplo (sobre uma base de cálculo subjacente aplicar-se-á a alíquota do ICMS):
 Valor total dos produtos: R$ 264,90;
 Valor do frete: R$ 46,05;
 Base de cálculo do ICMS: R$ 310,95;
 Alíquota ICMS: 12%;
 Valor do ICMS: R$ 37,31.

Sujeitos da relação tributária (contribuinte e fisco)


Existem dois sujeitos na relação tributária: o ativo e o passivo. O Código Tributário
Nacional conceitua sujeito ativo no artigo 119 e o sujeito passivo no artigo 121 e 122.

Para o referido código o “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito


público titular da competência para exigir o seu cumprimento”. De modo que o sujeito
ativo é aquele que a lei atribuir legitimidade para exigir a obrigação tributária imposta
ao sujeito passivo. Em outras palavras o sujeito ativo da relação tributária é o credor,
aquele que tem o direito de receber o valor do tributo.

Os exemplos mais clássicos de sujeitos ativos são as entidades federativas como


União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Contudo, em tributos para fiscais, o
sujeito ativo poderá ser outra pessoa jurídica de direito público, desde que previsto em
Lei.

Por sua vez, o sujeito passivo, também chamado de contribuinte, é aquele que possui a
responsabilidade de pagar o tributo e cumprir com sua obrigação tributária, cujo o CTN
divide em contribuinte e responsável.

O contribuinte é aquele que arca com o tributo, ou seja, dispende de seu patrimônio
para entrega-lo ao sujeito ativo. São classificados em: contribuinte de direito (aquele
que realmente tem a obrigação de pagar o tributo); ou o contribuinte de fato (aquele
que não é o responsável pelo pagamento, mas indiretamente paga o valor relativo ao
tributo).

Por sua vez, o responsável é aquele que não tem diminuição de seu patrimônio e não
contribui com o valor do tributo, mas é obrigado pela Lei a realizar o recolhimento do
tributo, como é o caso do empregador.

A obrigação tributária principal e/ou acessória é dever do sujeito passivo, bem como o
crédito tributário é direito do sujeito ativo. Assim, se estabelece a relação jurídica
tributária entre sujeitos: passivo e ativo.

Borges (1981) destaca “que o direito de crédito tributário é (…) o reflexo de uma
obrigação de determinado sujeito passivo com relação ao Fisco”.
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Borges, S. M. Lançamento Tributário. Rio de Janeiro: Forense, 1981, p. 14.

Obrigação tributária
A obrigação tributária é a relação jurídica entre o sujeito ativo e o sujeito passivo, criada
por Lei e regida pelas normas de direito tributário, destina a estabelecer prestações de
dar, fazer e não fazer. Ou seja, a obrigação tributária é uma relação jurídica criada para
ligar um sujeito ativo a um sujeito passivo, atribuindo ao sujeito ativo o direito de
receber o crédito tributário, e ao sujeito passivo o dever da pagar o tributo.

O CTN trata da obrigação tributaria nos artigos 113, 114 e 115, dividindo-a em
obrigação principal e obrigação acessória, sendo:
113 – § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com
o crédito dela decorrente.

113 – § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as


prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.

Mostra-se importante destacar que todas as vezes em que uma obrigação acessória
é descumprida, ela se converte em obrigação principal sujeita ainda a incidência de
penalidade pecuniária.

Também há diferenças entre o fato gerador da obrigação principal e o fato gerador da


obrigação acessória. Como anteriormente abordado, o fato gerado é aquele
acontecimento previsto na Lei como o gerador de imposto. Ocorre que o “Fato gerador
da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência”, como é o caso da transferência por compra e venda de bens imóveis, fato
gerador do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis. Por sua vez, o “Fato
gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na formada legislação
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal”, como é caso da emissão de nota fiscal na compra e venda bens móveis.

Obrigação tributária principal


A obrigação tributária principal tem como objeto o pagamento do tributo ou da
penalidade pecuniária. A prestação do contribuinte será o pagamento de tributo ou
penalidade, pois no direito tributário a multa é obrigação principal.

A obrigação tributária principal apenas termina com o pagamento (recolhimento) do


valor integral cobrado. Com isso, se o tributo for recolhido parcialmente, não será
extinta a obrigação tributária.

A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e extingue-se


juntamente com o crédito tributário dela decorrente (art. 113, §1º, CTN) tema se repetir.

Por exemplo: o fato gerador do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviço é a


circulação de mercadorias.
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Obrigação tributária acessória
A obrigação tributária acessória é aquela cujo objeto impõe ao sujeito passivo atos
positivos ou negativos que constituem uma gama de deveres que asseguram pelo
Estado o controle da arrecadação e da fiscalização tributária. Como exemplos práticos:
escriturar livros, não receber mercadoria desacompanhada dos documentos fiscais, e
tolerar a fiscalização, etc.

Consequentemente, se a obrigação acessória não for cumprida, nascerá uma


obrigação principal, pois, como punição pelo seu descumprimento, há imposição de
multa (i.e., penalidade pecuniária).

O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações (dever de


prestar) que constitui o seu objeto – (Artigo 122 do CTN).

O sujeito passivo da obrigação acessória se distingue do sujeito passivo da obrigação


principal em decorrência do fato deste ser o responsável pelo pagamento do tributo ou
da penalidade pecuniária, enquanto aquele somente cumpre com as obrigações
impostas pela legislação tributária no interesse da arrecadação ou ainda da fiscalização
de tributos.

Além do mais, independente da exigência ou não do cumprimento de obrigação


principal, o contribuinte poderá estar obrigado a cumprir uma obrigação acessória.
Como, por exemplo, uma venda isenta do ICMS não desobriga o vendedor a emitir a
Nota Fiscal subjacente.

ESPÉCIES DE TRIBUTOS
“O candidato deve identificar e conhecer os diversos tipos de tributos: Impostos.
Taxa pelo exercício do poder de polícia e pela utilização de serviços públicos.
Contribuição de melhoria. Contribuições sociais (seguridade social; intervenção
no domínio econômico; interesse de categorias profissionais). Empréstimos
compulsórios.” – (Planejar, 2018).

O tributo é o gênero do qual decorre algumas “espécies tributárias” cuja à enumeração


e organização, bem como, regras e princípios subjacentes para as hipóteses de
incidência tributária também são distribuídas (entre União, Estados, Municípios e
Distrito Federal) e delimitadas (por exemplo, com um conjunto de princípios tributários
em favor dos contribuintes) pala Lei.

A classificação das espécies tributárias depende da interpretação doutrinária. As


teorias divergem sobre a quantidade de tributos que subsistem no ordenamento
jurídico. Entretanto, atualmente a grande maioria dos doutrinadores, baseados na
constituição federal de 1988, defendem a existência de 5 espécies tributárias,
chamada teoria pentapartida.

A doutrina brasileira defende a existência de 5 espécies tributárias, porém, se a


questão perguntar segundo o CTN, este defende a teoria tripartida, no

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qual existem 3 espécies tributárias, conforme art. 5º do CTN (impostos, taxas e
contribuição de melhoria).

Conforme o Artigo 145 da Constituição Federal Brasileira, os principais tributos são


identificados e conhecidos como:

Impostos
Os impostos são aqueles tributos cujo fato gerador está desvinculado de uma atividade
Estatal especifica vinculada ao sujeito passivo. É pecúnia paga à
União/Estado(s)/Município(s), por pessoa(s) física(s) ou por pessoa(s) jurídica(s), com
caráter contributivo. O imposto é um tributo cujo objetivo é o de custear parte das
despesas de administração pública e das políticas públicas.

Taxa (pelo exercício do poder de polícia e pela utilização de serviços públicos)

As taxas são aqueles tributos cujo fato gerador é vinculado alguma atividade atuação
estatal, como, por exemplo, o exercício do poder de polícia (Artigo 78 do CTN) ou a
prestação estatal de serviços públicos específicos e diviseis (Artigo 79 do CTN). Por
sua vez, se refere direta ou indiretamente ao contribuinte, destinatário da ação estatal,
beneficiário da ação. Assim, taxas possuem caráter retributivo.

A prestação estatal de serviço público haverá de ser: Específica – destacável em


unidades autônomas. Divisível – sendo suscetível de uso individual pelo contribuinte.
Essa subcategoria inclui as seguintes taxas (prestação de serviços):
 Taxas Federais;
 Taxas Estaduais;
 Taxas Municipais.

Exemplo de taxas: taxa de vigilância sanitária

Contribuição de melhoria
A contribuição de melhoria pode ser entendida como o tributo cujo fato gerador é algum
benefício resultante de alguma externalidade positiva de política pública. Por exemplo:
a valorização imobiliária, auferido por pessoa física como resultado de uma ação
estatal que parta de política fiscal (ou seja, o reinvestimento do pagamento de
impostos), como, por exemplo, de asfaltamento de uma rua que proporciona a
valorização do imóvel do indivíduo tributado. – (Lei 5.172, CTN).

Contribuições sociais (seguridade social)


As contribuições sociais para a seguridade social são aqueles tributos cujo fato gerador
parte do que são devidos pelos empregados, empregadores ou autônomos, que
confiram direito a benefício social futuro (pensões, aposentadoria, etc.). Não se incluem
nessa subcategoria os tributos incidentes sobre folha e que não assegurem benefício
social futuro e tampouco aqueles com natureza de seguro (estritamente).

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Contribuições sociais (intervenção no domínio econômico)
O artigo 149 da Constituição Federal de 1988 prevê a Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico (CIDE), que é cobrada pela União pelo exercício do poder de
polícia sobre os setores econômicos, ou seja, é destinado ao Estado para que ele
como agente normativo e regulador da atividade econômica, exerça na forma da lei, as
funções de fiscalização, incentivo e planejamento nos setores econômicos”

Contribuições sociais (interesse de categorias profissionais)


O mesmo artigo 149 da Constituição Federal de 1988 prevê também às contribuições
sociais para interesse de categorias profissionais, arrecadadas pela União mas
destinadas as entidades de classes buscando o custeio das suas atividades.

Empréstimos compulsórios
Os empréstimos compulsórios são tributos de cobrança imediata cujo destino
constitucional é estritamente específico para atender situações excepcionais (como,
para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, guerra
externa ou sua eminência e, também, no caso de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional); e são restituíveis. Bem como, a
arrecadação se dá de maneira provisória pelo estado.

Operacionalmente, consiste pela deliberada tomada compulsória, podendo até mesmo


ser repentina, de certa quantia de dinheiro do contribuinte pelo Estado. Por sua vez, a
título de “empréstimo” a ser resgatado em determinado prazo estabelecido por Lei.

O empréstimo compulsório está previsto no artigo 149 da CF de 1988 em conjunto com


o Artigo 15 do CTN.

Contribuições Parafiscais: tributos com vínculo exclusivo à órgão, fundo ou despesa.

1.2. Princípios Constitucionais Tributários


Os princípios constitucionais tributários se destinam a estabelecer preceitos
fundamentais que o legislador e os órgãos fiscais devem sempre observar, sob pena
de nulidade do tributo e da cobrança tributária.

A Constituição Federal previu alguns dos princípios tributários, sendo eles: legalidade
(arts. 150, I, da CF e 97 do CTN);anterioridade (art. 150, III, b e c, da CF); isonomia
(art. 150, II, da CF); irretroatividade (art. 150, III, a, da CF); vedação do confisco (art.
150, IV, da CF); uniformidade geográfica (art. 151, I, da CF); não limitação (art. 150, V,
da CF); não cumulatividade (arts. 153, § 3º, II, e 155, § 2º, I, da CF); seletividade (arts.
153, § 3º, I, e 155, § 2º, III, da CF); não discriminação quanto à procedência ou destino
(art. 152 da CF).

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Princípio da legalidade
“O candidato deverá ser capaz de entender e explicar a dinâmica da instituição
de um novo tributo, ou aumento de um tributo existente, conforme as normas
tributárias vigentes.” – (Planejar, 2018).

Estritamente, o Princípio da Legalidade significa que o Estado (aqui entendido como


União, Estados e Municípios), não poderá exigir tributos se eles não estiverem
estabelecidos em Lei.

O requisito de que o tributo seja instituído em lei (ordinária, complementar, ou por meio
de medida provisória) é condição para a sua validade. A compulsoriedade da obrigação
tributária é requisito para a sua existência. Assim, se um tributo for instituído por
decreto, não deixará de ser tributo, mas será inválido, pois não atende ao princípio da
legalidade. Por vezes, chamado de “estrita legalidade”. Vis-à-vis, uma obrigação que
não seja compulsória será inútil ao conceito de tributo, pois este é um requisito de
existência.

Não basta que Lei institua o tributo, ela deve conter o conjunto de elementos para
haver a obrigação tributária, bem como a definição do fato gerador, a fixação de
alíquota e a base de cálculo do tributo. (Artigo 97 do CTN).

Princípio da anterioridade
“O candidato deverá ser capaz de: Entender e explicar o princípio da
anterioridade, que veda expressamente a cobrança de tributos no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o institui ou aumenta
sua alíquota. Recomendar eventual antecipação de pagamento de tributos antes
de uma eventual majoração das alíquotas.” – (Planejar, 2018).

O Princípio da Anterioridade busca assegurar um intervalo mínimo entre a publicação


da Lei que institui o tributo e a data de sua exigência. Possibilita que o contribuinte não
seja pego de surpresa com a obrigação tributária.

Trata-se de princípio que estabelece condições temporais para a cobrança de tributos.


No caso do Princípio da Anterioridade (de exercício), fica impedida a cobrança de
tributo no mesmo exercício em que ocorra a publicação de Lei que o institui ou que o
aumento. Por sua vez, no caso do Princípio da Anterioridade (nonagesimal), fica
impedida a cobrança de tributo antes da decorrência de 90 dias da publicação da lei
que o instituir ou majorar.

O princípio da anterioridade de exercício e nonagesimal é aplicável para as taxas e


para as contribuições de melhoria para os impostos.

A extrafiscalidade é um instrumento legal capaz de fazer a não observância do


Princípio da Anterioridade, por vezes usado, como, por exemplo, em II, IE, IPI, e o IOF.
Com isso, o Poder Executivo possui o poder de elevar as alíquotas de alguns tributos,
a qualquer tempo, respeitando os limites previstos em lei.

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As contribuições parafiscais estão sujeitas somente ao princípio da anterioridade
nonagesimal.

Os empréstimos compulsórios a serem instituídos e iminência de guerra externa, dada


o seu caráter emergencial, não há a sujeição pra nenhuma anterioridade. São os
chamados tributos de cobrança imediata.

Princípio da irretroatividade
“O candidato deverá ser capaz de: Entender e explicar o princípio da
irretroatividade, que veda a cobrança de tributos em relação a fatos geradores
ocorridos antes da legislação entrar em vigor. Orientar o cliente a buscar apoio
jurídico adequado, caso uma mudança de legislação fira o princípio da
irretroatividade e tenha impacto financeiro relevante.” – (Planejar, 2018).

O Princípio da Irretroatividade tributária estabelece que não ocorra a cobrança de


tributo sobre fato gerador com ocorrência antes do começo da vigência da lei que o
institui. Tem como principal objetivo garantir a segurança jurídica. O princípio da
irretroatividade é aplicável a todo e qualquer tributo.

Desde modo, a lei publicada na data X, é valida apenas para os fatos presentes e os
fatos futuros, não atingindo os fatos geradores que ocorreram antes de sua publicação.

Este princípio comporta duas exceções que foram previstas no CTN: quando a lei for
interpretativa, ou seja, não cria o tributo; ou se a Lei for mais benéfica ao contribuinte
em matéria de infração.

Princípio da isonomia ou igualdade tributária


“O candidato deverá ser capaz de: Entender e explicar o princípio da isonomia
tributária, segundo o qual não se deve cobrar tributos de forma diferenciada
entre contribuintes em situações jurídicas iguais. Orientar o cliente a buscar
apoio jurídico adequado, caso uma mudança de legislação fira o princípio da
igualdade tributária e tenha impacto financeiro relevante.” – (Planejar, 2018).

O Artigo 150, inciso II, da Constituição Federal, prevê o Princípio da Isonomia ou


Igualdade Tributária: é vetado à União, aos Estados e aos Municípios instituir
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles
exercida, independentemente, da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos.

O Princípio da Isonomia ou Igualdade Tributária é aplicável a todos os tributos. Busca


assegurar que os contribuintes que estejam em situações equivalentes tenham o
mesmo tratamento tributário.

Por fim, a isonomia não impede as medidas que buscam a diminuição de


desigualdades, como é o caso do IR com a forma progressiva e o IPI e o ICMS
seletivos.
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Princípio da competência
“O candidato deverá ser capaz de: Entender e explicar o sistema de repartição de
competências tributárias adotado no Brasil. Identificar os casos de imunidade
tributária (delimitações da competência). Orientar o cliente a buscar apoio
jurídico adequado, caso uma mudança de legislação fira o princípio da
competência e tenha impacto financeiro relevante.” – (Planejar, 2018).

No Brasil o poder de tributação é repartido entre os entes federativos, União, Estados,


Distrito Federal e Municípios, que, por sua vez, observando os limites constitucionais e
conforme edição de leis; fazem a cobrança de seus tributos subjacentes.

A repartição do poder; delimitada e normatizada, conferida aos entes a que foram


conferidos de poder legislativo, que limitam sua atividade de tributar ao assunto que
lhes foi conferido, é tida por “competência tributária”.

Em outras palavras, a competência tributária é o poder impositivo que cada ente


federativo tem para cobrar tributos dos contribuintes, atendendo o que é definido pela
CF.

Importante destacar que competência tributária é diferente de capacidade tributária. A


capacidade tributária é o que estabelece a figura de sujeito ativo na relação de
tributação (que se exerce por atos administrativos).

Compete à União a instituição de empréstimos compulsórios e contribuições


parafiscais.

Compete à União, Estados e Municípios as taxas e contribuições de melhoria,


conforme a atuação subjacente. Tal que, a União cabe somente a instituição de taxas
que são vinculadas para os serviços públicos que presta (como prevê a CF).

A distribuição para a instituição de impostos entre os entes federativos foi de maneira


exemplificativa para a União e taxativa para Estados e Municípios. Ou seja, Estados e
Municípios somente podem dar à luz a impostos cuja CF prevê -, enquanto a União
pode dar origem à novos impostos não previstos pela CF (desde que não invada a
competência dos outros entes federativos), isto é, a competência tributária residual da
União.

Competências tributárias de impostos (conforme CF)


Impostos cuja competência é da União:
 IR – Imposto sobre a Renda;
 II – Imposto sobre a Importação;
 IE – Imposto sobre a Exportação;
 IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados;

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 IOF – Imposto sobre Operações Financeiras de crédito, câmbio e seguro, ou
relativas a títulos e valores mobiliários;
 IGF – Imposto sobre as Grandes Fortunas;
 Outros Impostos (ou seja, aqueles que partem da competência tributária residual
da União).
 ITR – Imposto sobre a propriedade Territorial Rural (entretanto a capacidade
tributária é do Município);

Impostos cuja competência é dos Estados:


 ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa mortis e Doação;
 ICMS – Imposto sobre operações de Circulação de Mercadorias e prestações de
Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;
 IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores.
 Impostos cuja competência é dos Municípios:
 IPTU – Imposto sobre Propriedade predial e Territorial Urbana;
 ITBI – Imposto sobre a Transmissão inter-vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de Bens Imóveis e de direitos reais sobre bens imóveis;
 ISS – Imposto Sobre a prestação de Serviços (não incidindo ICMS).

Princípio da capacidade contributiva


“O candidato deverá ser capaz de entender e explicar o princípio da capacidade
contributiva, e relacioná-lo ao princípio da isonomia tributária.” – (Planejar, 2018).

O Princípio da Capacidade Contributiva estabelece que os impostos devam possuir


caráter pessoal e ser ponderados segundo a capacidade contributiva do contribuinte
(Artigo 145 da CF, 1988).

Por sua vez, entende-se pelo Artigo 5o da CF (1988) que “sempre que possível” os
impostos deverão obedecer ao princípio da capacidade contributiva.

Trata-se de princípio que busca evitar o confisco, ou seja, que o cidadão perca todo
seu patrimônio para o pagamento de tributo.

Imunidade

“O candidato deverá ser capaz de entender e explicar o conceito de imunidade e


sua diferença em relação à isenção.” – (Planejar, 2018).

A imunidade assegura que determinada pessoa física ou jurídica que teria condições
de figurar como contribuinte, não seja atingido pela obrigação tributária. As imunidades
estão previstas no texto constitucional e correspondem a uma forma de não incidência
constitucional.

A principal característica da imunidade é que segue é formada a relação jurídico


tributária entre sujeito ativo e passivo, pois a norma imunizadora está fora do campo de
incidência do tributo. Alguns tipos de imunidade (conforme a CF):

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 Imunidade livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão (VI,
Artigo 150).
 Imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais e das instituições de
educação e assistência social sem fins lucrativos (VI, Artigo 150).
 Imunidade dos templos (VI, Artigo 150).
 Imunidade recíproca dos entes públicos (VI, Artigo 150).
 Imunidade das receitas de exportação em relação às contribuições sociais e de
intervenção no domínio econômico (2o, I do Artigo 149).

Mostra-se importante diferenciar a imunidade da isenção. Enquanto a imunidade é uma


dispensa constitucional de tributo, a isenção é uma dispensa legal, ou seja,
infraconstitucional, prevista apenas por lei e não pelo texto constitucional. Além disso,
na imunidade não se identifica o fato gerador por não há relação jurídica tributária.
Enquanto nas hipóteses de isenção o que se inibe é o lançamento do tributo, estando
presente o fato gerador e a relação entre sujeito ativo e passivo.

Isenção
“O candidato deverá ser capaz de: Entender e explicar o conceito de isenção.
Diferenciar o conceito de isenção do conceito de imunidade.” – (Planejar, 2018).

A isenção é criada por norma infraconstitucional, isto é, aquela que está abaixo da
Constituição Federal. Trata-se de instituto que poderá ser exercida, ou não, pelo ente
tributador.

A revogação da isenção é o mesmo que um crescimento de carga tributária e, com


isso, está sujeita as mesmas regras que são aplicáveis para a criação ou majoração de
tributo, ou seja, a legalidade, a anterioridade, e a irretroatividade.

As isenções são ferramentas usais de guerra fiscal entre municípios e estados, pois,
com elas, há a possibilidade de atrair investimentos para os territórios. Além disso, é
possível decidir em desonerar alguns contribuintes com isenções. Para isso, ISS,
ICMS, entre outros, as maiores ferramentas de guerra fiscal, contêm mecanismos
constitucionais de controle de competência tributária negativa para a desoneração de
estados e munícios.

Portanto, as isenções de ICMS e ISS carecem(para se tornarem legítimas)da


observação e do atendimento de critérios previstos em lei complementar, ou seja, os
Artigos 155, XII, g, e 156, §3o, III.

A Alíquota Zero é uma modalidade isenção que, em geral, serve para se referir a
desoneração de tributos pelo Poder Executivo, especificamente aos impostos em que
lhe é permitido aumentar as alíquotas conforme os limites legais, ou seja, IPI, II, IE, e
IOF.

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Note que, a diferença da alíquota zero para as outras isenções que podem acontecer, é
que se ela for sobre: IPI, II, IE, e IOF, o aumento de sua alíquota pode acontecer a
qualquer período, sem a necessidade do princípio da anterioridade.

1.3. Tributos Relevantes para o Planejamento Fiscal


ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações
“O candidato deverá ser capaz de conhecer e explicar as principais
características do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD).” –
(Planejar, 2018).

O Imposto de Transmissão Causa Mortis ou Doação (ITCMD) incide sobre a


transmissão não onerosa de bens ou direitos, seja por doação ou herança. Sendo isso,
portanto, o seu fato gerador.

De competência Estadual e do Distrito Federal : o ITCMD é uma quantia que se


paga ao Estado (tributador) para poder se receber um bem (móvel ou imóvel) ou direito
de alguma pessoa (em virtude de herança ou doação), dentro dos limites de um
território estadual.

Além disso, cada estado pode prever diferentes isenções para o ITCMD.

Base de cálculo: O valor venal é o valor de mercado do bem (móvel ou imóvel) ou


direito na data de abertura da sucessão ou na data de realização do contrato ou ato de
doação. O valor pode ser obtido de várias formas:
1) Utilizado para apuração do ITBI municipal, no caso de imóveis urbanos. A Lei
estabelece como piso o valor da base de cálculo o valor será utilizado para
cálculo do IPTU.
2) Disponibilizado pelo Instituto de Economia Agrícola – IEA, no caso de imóveis
rurais, terra nua e imóveis com benfeitorias. A Lei estabelece como poso o valor
da base de cálculo o valor utilizado para cálculo do ITR.

Ainda, existem alguns casos específicos em que a base de cálculo será de:
1. 1/3 do valor do bem, na transmissão onerosa do domínio útil;
2. 2/3 do valor do bem, na transmissão não onerosa do domínio direto;
3. 1/3 do valor do bem, na instituição do usufruto, por ato não oneroso;
4. 2/3 do valor do bem, na transmissão não onerosa de nua-propriedade.

O valor do bem ou direito na transmissão causa mortis é aquele atribuído em avaliação


judicial e com homologação do juiz:
1. Se não couber ou for prescindível a avaliação, o valor será o declarado pelo
inventariante, desde que haja expressa anuência da Fazenda.
2. Na hipótese de avaliação judicial ou administrativa, será considerado o valor do
bem ou direito na data da sua realização.
3. As disposições do artigo expressas em 1 e 2 se aplicam às demais partilhas ou
divisões sujeitas a processo judicial das quais resultem atos tributáveis.
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Consequentemente, pode haver implicações sobre o valor que é usado por contribuinte
para formalizar uma transmissão, se houver divergência com o respectivo valor de
mercado. Tal que, o valor usado por contribuinte é passível de revisão pelo estado,
pois é ele mesmo quem calcula o imposto e promove o recolhimento, estando sujeito a
conferência futura – com o prazo de até cinco anos. Podendo haver discordância, entre
as partes, sobre a base de cálculo para o tributo.

Alíquota: varia de 4% a 8% dependendo do Estado.

Contribuinte:
1. a) Em transmissões causa mortis é o herdeiro ou o legatário quem paga o ITCMD.
2. b) Em transmissões por doação é a pessoa que recebe os bens (donatários) ou
direitos quem paga o ITCMD.
3. c) Discussão sobre doações entre Estados (ex. SP): Donatários quando
residentes ou domiciliados no Estado de São Paulo; se os donatários não forem
domiciliado neste Estado, será contribuinte o doador residente neste Estado.

A responsabilidade solidária pelo recolhimento do ITCMD cabe para:


 Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de Cartórios e Tabelionatos;
 Empresas, instituições financeiras e bancárias e aqueles a quem haja a
responsabilidade pela transmissão de bens e ações;
 O doador, quando da inadimplência do donatário;
 Qualquer pessoa física ou jurídica que detenha bens transmitidos por causa
mortis ou doação.

Momento de recolher o imposto:


a) Doação:
I- extrajudicial, o imposto deverá ser recolhido antes da celebração do ato ou contrato
correspondente.
II – judicial, o imposto será pago no prazo de 15 dias do trânsito em julgado da
sentença.

b) Inventário:
I- judicial, até o prazo de 30 dias após a decisão homologatória do cálculo ou do
despacho que determinar seu pagamento, sendo que o prazo para o recolhimento não
poderá ser superior a 180 dias da abertura da sucessão.
II- extrajudicial, por escritura pública, antes da lavratura da escritura.

Para que não ocorra a incidência de multa, o inventário deverá ser aberto em 60 dias e
o ITCMD deverá ser recolhido no prazo de cento e oitenta dias, ambos contados do
falecimento.

Isenções são fixadas por cada Estado.

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ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis
“O candidato deverá ser capaz de conhecer e explicar as principais
características do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).” –
(Planejar, 2018).

O Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI) incide somente sobre
a transmissão (que corresponde ao fato gerador) do tipo onerosa, entre pessoas vidas
(inter-vivos), de bem imóvel (ou seja, de direitos sobre o imóvel).

De competência Municipal. A sua finalidade é a obtenção de recursos para os


municípios.

Essencialmente, trata-se da operação de compra e venda, permuta ou conferência à


pessoa física ou jurídica para a finalidade de integralizar o crescimento patrimonial
através de imóvel.

O ITBI é instituído pelo Artigo 156, II, da CF e determina o pagamento deste imposto

Operacionalmente, a cobrança é realizada pelo município onde o imóvel se localiza.


Por sua vez, o ITBI é calculado com base no valor venal ou no valor da operação
imobiliária.

O contribuinte do imposto é qualquer das partes envolvidas na operação tributada


como dispuser a lei municipal, em geral é o comprador do imóvel.

Bem como, a alíquota usada é fixada pela lei ordinária, sendo em média de 2% a 5%.

O prévio pagamento do ITBI é obrigatório para se realizar algum registro de imóvel


adquirido. Com isso, após o fechamento de algum negócio o prazo de pagamento é,
em geral, de 30 dias. Após o pagamento do ITBI, o cartório torna legal a situação e
transfere o imóvel.

As hipóteses de isenções também são definidas conforme a legislação municipal.

ITCMD e ITBI não incidem sobre a mesma operação, mesmo sendo um imóvel, pois
um é a título de gratuidade e o outro é a título de onerosidade. Com isso, ITBI não é
cobrado em herança.

O cálculo do ITBI
 O valor depende da alíquota municipal. Em geral, a taxa varia entre 2% e 5%.
 Exemplo:
o Se, o valor de um imóvel é de R$ 2.000.000,00 para uma taxa de 4%.
o Então, o valor do ITBI a ser pago é de R$ 80.000,00.
 Restrições (obtenção de desconto no valor da alíquota do imposto):
 Possibilidade de 50% no caso de o imóvel ser financiado pelo Sistema
Financeiro de Habitação.

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 Isenção (ou seja, desconto de 100%) na situação de o comprador estar
adquirindo o seu primeiro imóvel através do SFH. Por sua vez, depende do valor
pago na compra.
 Desconto ou isenção, que varia a depender do município, para aquele que
adquirir o imóvel por meio do Programa Minha Casa Minha Vida.
 Em fusão de empresas não há necessidade do pagamento do ITBI.

Lado a lado com o ITCMD ou com o ITBI, há o Imposto de Renda de Pessoa Física
(IR-PF).
 O IR-PF é de competência federal.
 O IR-PF incide sobre a transmissão de qualquer título oneroso ou qualquer título
não oneroso.

Basicamente, o fato gerador para haver a incidência do IR-PF é toda transmissão de


bem ou direito que seja com valor maior do que aquele com o que o vendedor, falecido
ou doador trouxe em sua “declaração de bens” na declaração de IR-PF como custo de
aquisição.

Em outras palavras, se há qualquer lucro (ganho de capital) na transmissão, então


esse é o fator gerador da obrigação com o IR-PF.

Por outro lado, se não há um lucro ou se há uma perda financeira – com a transmissão
– então, não há a incidência de IR-PF.

A alíquota que incide, pelo IR, é de 15% sobre o ganho de capital.

Quadro – Resumo-tabela (Aspectos Tributários).


Tributo IR ITCMD ITBI
Competência Federal Estadual Municipal
Depende do estado
Depende do município
(em geral, e, como,
(por exemplo, a cidade
Alíquota 15% por exemplo, no
de São Paulo é de
estado de São Paulo é
2%)
de 4%)
Sobre o valor venal ou
Sobre os ganhos Sobre o valor de valor da operação (por
Base de cálculo
(lucro) mercado sua vez, o maior
deles)
Os ganhos de capital
Toda transmissão
por meio de bens e/ou
Toda transmissão que onerosa
direitos,
seja gratuita para de bem imóvel,
Venda,
qualquer bem e/ou Troca,
Fato gerador Morte,
direito; Permuta,
Doação,
Doação, Transmissão
Transmissão
Falecimento. (conferência) para a
(conferência) para a
sociedade.
sociedade.
Fonte: Elaborado pelo autor.

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IR – Imposto de Renda
“O candidato deverá ser capaz de conhecer e explicar as características básicas
das regras que regem o Imposto de Renda das Pessoas Físicas.” – (Planejar,
2018).

O Código Tributário Nacional, Lei nº 5.172/1966, dispõe sobre o Sistema Tributário


Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e
Municípios. Em seu artigo 43 prevê o imposto sobre a rende ou proveito econômico de
qualquer natureza, cujo o fato gerador é a aquisição da disponibilidade econômica ou
jurídica.

O artigo do referido Código traz a definição de renda e proventos de qualquer natureza


 I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos;
 II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

O imposto de renda é de competência da União, sendo ela o sujeito ativo. O


sujeito passivo é o contribuinte pessoa física ou jurídica que seja titular de renda
ou provento econômico.

Trata-se da principal fonte de receita tributária da União é sua incidência independe da


forma que receita ou do rendimento é chamado, da localização, de sua condição
jurídica ou nacionalidade de origem, ou da forma que é recebida. Entretanto, se a
receita ou o rendimento forem oriundos do exterior, as condições e o momento para
fins de incidência do imposto serão definidos por lei.

Pode-se dizer que o Imposto de Renda se divide em três, pois cada um possui sua
própria base de cálculo, alíquotas subjacentes e subespécies:

Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF


O IR-PF é aquele que incide sobre a renda do trabalho e do capital, no momento em
que ocorre sobre o ganho de capital em operações.

Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ


O IR-PJ é aquele que padece de eventuais transformações segundo a pessoa jurídica
se encontre no regime de lucro real ou de lucro presumido.

Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF


O IRRF é aquele com três subespécies:
1. IRRF sobre os rendimentos atribuídos para as pessoas, então, não-residentes
em Brasil.
2. IRRF definitivo para situação em que incide sobre aplicações financeiras, em
geral, bem como, sobre juros o capital próprio.
3. IRRF que é de antecipação ao devido por alguma pessoa física ou pessoa
jurídica que, por sua vez, é beneficiária dos rendimentos.

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O IR-PF é aquele que possui como base de cálculo o acréscimo patrimonial obtido por
pessoa física no decorrer de um exercício fiscal, ou seja, de primeiro de janeiro até
trinta e um dezembro de cada ano. Por sua vez, o acréscimo patrimonial se refere ao
somatório dos rendimentos que foram percebidos pela pessoa física durante o ano
base, não obstante com o desconte das deduções previstas pela legislação.

Além disso, o somatório dos rendimentos é cedular e não global, ou seja, alguns
rendimentos são tributados de forma especial, isto é, com alíquota reduzida, e não são
adicionados aos rendimentos comuns.

Consequentemente, os rendimentos são divididos em rendimentos tributáveis conforme


a regra geral, rendimentos isentos e não tributáveis, e, por fim, rendimentos tributados
exclusivamente na fonte.

Os rendimentos tributáveis são aqueles que se apresentam em alguma das seguintes


categorias classificadas:
 Rendimento de salários;
 Rendimento com imóveis;
 Rendimentos provenientes de pensão judicial;
 Rendimentos obtidos no exterior;
 Rendimentos com transporte de cargas e de passageiros.

Rendimentos isentos, não tributáveis, e tributados exclusivamente na fonte (em que há


obrigatoriedade de se declarar (rendimentos isentos e não tributáveis), não devem ser
pagos pelo contribuinte, considerando que o imposto pode ter sido previamente pago
exclusivamente pela fonte pagadora):
 Isento: Aposentadoria para pessoas com mais de 65 anos.
 Isento: Salário/PENSÃO anual abaixo da alíquota mínima da tabela.
 Isento: Lucros e dividendos.
 Isento: Restituição do Imposto de Renda.
 Isento: Rendimento com PIS/PASEP.
 Isento: Ganhos em causas trabalhistas (auxílio funeral, auxílio doença,
indenizações, FGTS, e aviso prévio) e seguro desemprego.
 Isento ou tributado na fonte: Benefício da PS em caso de morte, invalidez
permanente, acidente de serviço ou doença grave.
 Isento ou tributado na fonte: Rendimentos provenientes de aplicações
financeiras.
 Tributado na fonte: Programa de demissão voluntária.
 Não tributado: rendimentos provenientes de correção monetária.

Anualmente ocorre a publicação pelo governo de instrução normativa com as regras


para a declaração anual do IR, por exemplo, para a de 2019:
 O governo publicou em 22/02/2019, no Diário Oficial da União, a Instrução
Normativa RFB n.º 1871, com as regras para a declaração do Imposto de Renda
para o ano de 2019.
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Multa por não atender o prazo-limite para a declaração:
 Por exemplo: o contribuinte que perdeu o prazo de declaração se sujeita a uma
multa de 1% sobre o valor total do imposto devido.
 Por sua vez, a cobrança mínima por atraso foi fixada em R$ 165,74 e pôde
alcançar o valor máximo de até 20% do valor do imposto então devido.

A obrigatoriedade da declaração:
 Renda: A declaração do IR de 2019 se fez obrigatória para as PF que residem
no Brasil e que receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em
2018.
 Renda: Coube à declaração aos contribuintes que receberam rendimentos
isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte cuja soma foi
maior do que R$ 40.000,00.
 Ganhos de capital e operação em bolsa de valores: Coube à declaração às
pessoas físicas que receberam ganhos de capital na alienação de bens ou que
realizaram operações em bolsas de valores.
 Atividade rural: Aos trabalhadores rurais, à declaração se fez obrigatória para
quem obteve receita maior do que a quantia de R$ 142.798,50 no ano de 2018.
 Bens e direitos: aos proprietários de bens com valores acima de R$ 300.000,00.

A opção pelo desconto simplificado da declaração:


 Coube à opção aos contribuintes com poucas despesas, por sua vez, a versão
simplificada de declaração, em que a Receita Federal deduziu 20% sobre os
valores dos rendimentos tributáveis que somaram até a quantia de R$
16.754,34.

Envio da declaração, prazos, e o pagamento do IR em 2019:


 A declaração tinha de ser apresentada de 7 de março a 30 de abril, pela internet
(Receita federal: Programa Gerador da Declaração e “Meu Imposto de Renda”).
 Não puderam enviar as declarações por meio do aplicativo de celular: “Meu
Imposto de Renda” os contribuintes que tiveram rendimentos tributáveis que
somaram mais de R$ 5.000.000,00.
 O saldo do imposto devido pôde ser pago em até oito quotas, por sua vez,
mensais.
 As parcelas das quotas não podiam ser inferiores a R$ 50,00.
 O imposto com valor inferior a R$ 100,00 tinha de ser pago em quota única.

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