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O IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares) trata-se de um

imposto que incide sobre o rendimento dos contribuintes. Apresenta-se como


um imposto progressivo, havendo um aumento da taxa que acompanha o
aumento do rendimento dos contribuintes.

Para apurar a taxa a aplicar ao rendimento deverá ser consultada a tabela das
taxas gerais de IRS, prevista no artigo 68º do Código de IRS.

Para além da taxa geral, existem outros regimes, nos quais se inclui a taxa
liberatória e a taxa especial.

A maiorias dos rendimentos resulta no englobamento (agregação) formando-se


o rendimento coletável ao qual são aplicadas as taxas gerais do artigo 68.º do
CIRS, conforme a tabela seguinte:

Taxas Liberatórias – artigo 71.º CIRS

O Código do IRS prevê a existência de alguns rendimentos em que o


contribuinte pode optar por tributar a uma taxa liberatória ou a uma taxa
especial e deste modo não sujeitar esses mesmos rendimentos às taxas gerais.
Já que a lei o permite, o contribuinte deve sempre optar pela situação que
produza uma maior economia fiscal.

A taxa liberatória (taxas liberatórias – artigo 71 CIRS) é uma taxa de IRS que se
distingue das taxas gerais pela particularidade de ser tributada a título definitivo
no momento em que os rendimentos são disponibilizados ao sujeito passivo.
Consequentemente, estes mesmos rendimentos já tributados não precisam de,
num momento posterior, ser declarados no preenchimento do modelo 3.

As especificidades relativas às taxas liberatórias encontram-se previstas no


artigo 71º do Código de IRS. A taxa liberatória a aplicar em sede de IRS
depende do tipo de rendimentos sujeitos a esta. Assim sendo, consoante os
rendimentos em análise, a taxa liberatória pode ser de 28%, 25% ou 35%.

Ideia a reter: A taxa liberatória libera o contribuinte da obrigação de declarar o


rendimento. O contribuinte apenas declara o rendimento se considerar que a
opção pelo seu englobamento produz redução da carga fiscal.

Taxas Especiais – artigo 72.º do CIRS

Quando um rendimento está abrangido pelas taxas especiais, o contribuinte é


obrigado a declarar o rendimento e será na própria declaração que exerce a sua
opção por englobar ou não englobar.

Ideia a reter: um rendimento sujeito a taxa especial (artigo 72.º CIRS) obriga o
contribuinte a declará-lo e será na própria declaração que fará a sua opção pelo
englobamento ou pelo seu não englobamento.
As taxas especiais são aplicadas pela própria Autoridade Tributária aquando da
liquidação anual do imposto.

Em qualquer dos casos tendo havido retenções na fonte nos prediais (25%) as
mesmas serão deduzidas à coleta.

Quando estiver a preencher a sua declaração de IRS e se for confrontado com


situações de opção, utilize o simulador disponibilizado no Portal das Finanças e
opte pela via que conduza a mais imposto a receber ou menos
imposto a pagar.
O que distingue as taxas liberatórias das taxas especiais em sentido estrito é o
facto de, enquanto as primeiras dizem respeito a rendimentos em que o IRS é
liquidado e cobrado por retenção na fonte a título definitivo, não estando esses
rendimentos sujeitos à declaração de rendimentos (a não ser que se opte pelo
seu englobamento), as segundas respeitam a rendimentos em que, por não ter
lugar qualquer retenção na fonte (como, por exemplo, no caso dos rendimentos
da categoria F – rendimentos prediais), se encontram sujeitos a declaração em
anexo à declaração anual de rendimentos.

DEDUÇÕES ESPECÍFICAS No âmbito do rendimento, o princípio da capacidade


contributiva pretende tributar o rendimento real, o rendimento efetivo, e não o
rendimento bruto. O rendimento bruto não traduz a nossa capacidade
contributiva, daí que tenhamos de passar a uma fase de deduções específicas
para tornar este rendimento bruto em rendimento líquido. O princípio da
capacidade contributiva diz-nos que os rendimentos auferidos devem ser
tributados e, simultaneamente, diz-nos que todas as despesas que tivemos
também devem ser deduzidas.

DEDUÇÕES À COLETA Já as deduções à coleta traduzem-se na dedução de


despesas de natureza familiar e têm subjacente o princípio da consideração
fiscal da família e o desiderato do nº 1 da 104º da Constituição. O que se visa
aqui é deduzir as despesas que são inerentes à vida e às necessidades
familiares.

Estas deduções não conferem direito a reembolso. As retenções na fonte e os


pagamentos por conta serão deduzidos depois de efetuadas as deduções atrás
referidas e poderão originar imposto a recuperar.

RETENÇÃO NA FONTE – artigos 98º e seguintes do CIRS De acordo com as


regras estabelecidas nos artigos 99º a 101º do CIRS, a entidade que paga os
rendimentos está sujeita a fazer retenções na fonte de uma parte desse
rendimento por conta do imposto devido a final, ficando com a obrigação de
entregar as quantias retidas ao Estado. Todas as quantias que as entidades
retenham têm de ser entregues ao Estado até ao dia 20 do mês seguinte.

PAGAMENTOS POR CONTA – artigo 102º do CIRS A retenção na fonte


pressupõe uma relação triangular – entre o sujeito ativo, o substituto (sujeito
passivo) e o substituído (contribuinte). Os pagamentos por conta,
contrariamente às retenções com natureza de pagamento de contas, consistem
em entregas antecipadas de imposto efetuadas pelos próprios contribuintes,
que se traduzem em adiantamentos por conta do imposto devido a final. Ou
seja, tanto as retenções na fonte como os pagamentos por conta são
adiantamentos; a diferença é que nos pagamentos por conta, o sujeito passivo é
o próprio contribuinte, enquanto que nas retenções na fonte o sujeito passivo é
o substituto, o terceiro.

Em termos de IRS, só na Categoria B é que se fazem pagamentos por conta. A


titularidade de rendimentos da Categoria B determina, para os respetivos
sujeitos passivos, a obrigatoriedade de efetuarem três pagamentos por conta
do imposto devido a final, até ao dia 20 de cada um dos meses de julho,
setembro e dezembro.

Há situações na Categoria B em que o contribuinte pode chegar ao final do ano


sem que tenham sido feitas retenções na fonte. Por exemplo, quando os
advogados, que dirigem mais a sua atividade aos particulares, recebem o
pagamento, os particulares não fazem retenções na fonte porque não têm
contabilidade organizada. Se porventura todos os rendimentos dos advogados
vierem de particulares, estes chegam ao final do ano sem ter feito nenhum
adiantamento.

Este artigo 102º do CIRS analisa a média dos últimos anos e, nos casos em que
o contribuinte tem poucas retenções na fonte, faz-se um cálculo para o
pagamento por conta, tendo em conta a média dos últimos anos – é
estabelecido um montante e esse é dividido por três períodos no ano.

No caso da categoria A, não fazia sentido fazerem-se pagamentos por conta,


uma vez que toda e qualquer entidade tem de fazer retenções na fonte.

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