Você está na página 1de 28

Técnico em Contabilidade

Tributos: federais, estaduais e municipais


Tributo representa toda a participação financeira que o contribuinte paga para financiar as
atividades do estado. O contribuinte corresponde ao sujeito passivo de uma obrigação tributária
oriunda de um fato gerador. O tributo representa os impostos, as taxas, as contribuições de
melhoria, os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais.

A esfera tributária contempla a federal, estadual e municipal. As esferas tributárias são


independentes na administração dos seus tributos, sendo obrigadas a cumprir o que está definido
na Constituição Federal e nas leis complementares, permitindo uma relação entre elas.

(index.html?page=2) (index.html?page=3) (index.html?page=4)


Tributos federais
A esfera tributária é a que contempla uma abrangência maior com relação à cobrança de
tributos. Para todo o cálculo de tributo existe uma alíquota específica que é aplicada, e essas
alíquotas são variáveis, pois são diferentes de acordo, por exemplo, com tipo de produto, tipo de
contribuinte, entre outros. O cálculo da carga tributária muitas vezes pode parecer elevado
demais, no entanto, o valor é calculado atendendo ao que define a legislação.

O quadro 1 demonstra os principais tributos federais cobrados pela União.

IRPF - Imposto de Renda de Pessoa Física

IRPJ - Imposto de Renda de Pessoa Jurídica

IRRF - Imposto sobre a Renda Retido na Fonte

CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

IOF - Imposto sobre Operações Financeiras

ITR - Imposto Territorial Rural

IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados

II - Imposto de Importação

IE - Imposto de Exportação

Contribuições previdenciárias de pessoa física

Contribuições previdenciárias de pessoa jurídica

Contribuição para PIS/Pasep

Cofins - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico

AFRMM - Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante

Quadro 1 - Tributos federais cobrados pela Receita Federal do Brasil


Fonte: Ziese (2015, p. 40)

IRPJ
IRPJ

O IRPJ é o imposto devido ao governo, no qual o contribuinte e o responsável são os


mesmos, considerando que a própria empresa que recebeu o rendimento será a responsável pelo
recolhimento do imposto.

A base de cálculo do IRPJ corresponde ao lucro definido conforme o regime de apuração


escolhido pela empresa, podendo optar entre lucro real, lucro presumido, Simples Nacional ou,
ainda, pertencer ao lucro arbitrado (HAUSER, 2017).

Conforme Hauser (2017, p. 86), a base de cálculo do IR trimestral ocorre da seguinte forma:

A base de cálculo do IR será determinada por meio de períodos de apuração trimestrais,


encerrados em: (I) 31 de março; (II) 30 de junho; (III) 30 de setembro; e (IV) 31 de dezembro de
cada ano-calendário, de acordo com as regras previstas na legislação. Temos ainda uma base de
cálculo com embasamento no resultado anual (31 de dezembro), com pagamentos mensais na
forma de antecipação, porém é aplicado somente para o lucro real.

De acordo com Ziese (2015), a alíquota aplicada ao IRPJ é estabelecida de acordo com a
legislação, ficando estipulada em 15% sobre o lucro apurado para o período.

A legislação define um adicional para o IR (Imposto de Renda), considerando a alíquota de


10% que deve ser calculada sobre o valor do lucro que exceder R$ 20.000,00 multiplicado pela
quantidade de meses do período de apuração.

Veja um exemplo, adaptado segundo Hauser (2017, p. 87), para o cálculo do IRPJ com
alíquota de 15% e do adicional com alíquota de 10%:
Em resumo, o cálculo do adicional só acontecerá se o valor do lucro mensal exceder R$
20.000,00. No exemplo, a empresa obteve um lucro de R$ 80.000,00 no trimestre, ou seja, uma
média de R$ 26.666,67 por mês. Então, nesse caso, será necessário pagar o adicional sobre o
excedente de cada mês. Como é preciso calcular o imposto no trimestre, basta multiplicar R$
6.666,67 por 3 meses, o que resultará naqueles R$ 20.000,00. Então, R$ 20.000,00 x 10% = R$
2.000,00.
Considera-se como prazo de pagamento para o IRPJ o último dia útil posterior ao período de
apuração, podendo ser mensal ou trimestral. Quando é mensal, o pagamento deverá ocorrer no
mês seguinte ao da apuração. O pagamento poderá ser mensal ou trimestral. No entanto, para
empresas do Simples Nacional, a regra não se enquadra, pois o recolhimento é sempre mensal.

Se a empresa for optante pelo lucro real, o pagamento mensal corresponde ao pagamento
por estimativa, sendo apurado o IR definitivo no término do período de apuração. Em se tratando
de IR mensal por estimativa, no final do período pode ocorrer um recolhimento maior que o devido
pela empresa, mas, nesse caso, ela poderá se compensar com outros tributos que sejam de
competência da União. Do contrário, se, ao final do período, for constatado que a empresa
recolheu tributo menor que o devido, ela poderá realizar o recolhimento faltante com competência
de dezembro, fazendo desse modo o ajuste do imposto anual.

A figura 1 apresenta o modelo de DARF (Documento de Arrecadação de Tributos Federais),


usado para o pagamento do IRPJ devido pelas pessoas jurídicas não obrigadas, mas optantes
pelo lucro real:

Figura 1 - Modelo de DARF


Fonte: <https://www.sitesa.com.br/contabil/conteudo_trabalhista/modelos/darf.pdf>. Acesso em: 4 jan. 2022.

A Receita Federal dispõe de um programa para cálculo de DARFs, o Sicalc. Quando


precisar realizar o cálculo de um Imposto de Renda em atraso, por exemplo, basta acessar o
Sicalc - Sistema de Acréscimos Legais no site da Receita Federal, colocar todos os dados e o
sistema já calculará automaticamente a multa e os juros.
CSLL

O cálculo da CSLL é apurado junto com o IRPJ. A base de cálculo usada para definir o IR
a pagar será usada como base de cálculo para definir a parcela da CSLL a recolher.

A base de cálculo do IR e da CSLL geralmente será a mesma, exceto em casos específicos.


Enquanto o IR é um imposto, a CSLL é uma contribuição e, dessa forma, mesmo que ambos
tenham a mesma base de cálculo para a sua apuração, não estarão sendo recolhidos dois
impostos.

O modo de apurar a base de cálculo é distinto para os tipos de regimes tributários


existentes, considerando o lucro real, lucro presumido, lucro arbitrado e Simples Nacional. Depois
de definida a base de cálculo, a alíquota aplicada para a CSLL é de 9%, exceto em casos de
Simples Nacional, pois esse já contém as alíquotas específicas para o tipo de atividade.

Em casos em que a CSLL for recolhida mensalmente e apresentar recolhimento a menor no


final do período, ela poderá fazer a apuração da diferença do que é devido no mês de dezembro,
realizando assim o ajuste. Da mesma forma como ocorre para o IR, quando o recolhimento for a
maior, será possível realizar a compensação com outros tributos que sejam de competência da
Receita Federal do Brasil.

Contribuição para o PIS/Pasep

O PIS (Programa de Interação Social) corresponde a uma contribuição social de


competência da União. Ele tem incidência sobre o faturamento decorrente de prestação de
serviços ou de venda de mercadorias.

O PIS tem por objetivo fazer o financiamento de programas de desenvolvimento econômico


mediante o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); o salário mínimo,
que é pago ao ano referente ao PIS destinado aos colaboradores que recebem renda de até dois
salários mínimos por mês, e o seguro-desemprego.

O PIS representa um tributo que todas as pessoas que habitam o território nacional pagam,
direta ou indiretamente. As pessoas acabam pagando o tributo por meio das mercadorias
adquiridas pelas indústrias, por exemplo, que incluem a alíquota do tributo nos produtos que são
comercializados.

A base de cálculo do PIS é o faturamento da empresa, mas considera-se também para sua
base o valor do produto importado. Em situações de produto importado, a incidência do PIS
ocorrerá para a pessoa física e para a pessoa jurídica.

As alíquotas usadas para o cálculo do PIS são diversas, pois a alíquota vai depender do tipo
de regime tributário adotado pela empresa. Quando se trata de importação de mercadorias, a
alíquota varia de acordo com o produto, sendo necessário muitas vezes pesquisar na legislação
sobre a alíquota a ser aplicada em virtude da sua diversidade.

O quadro a seguir apresenta as alíquotas aplicadas para o PIS, de acordo com cada tipo de
regime tributário:

Regime tributário Alíquota

Lucro real 1,65%

Lucro presumido 0,65%

Lucro arbitrado 0,65%

Simples Nacional Conforme atividade e faturamento

Quadro 2 - Alíquotas do PIS para diferentes regimes tributários


Fonte: adaptado de Ziese (2015, p. 46)

IRPF
O IRPF é o imposto devido pelo contribuinte pessoa física. O imposto é calculado sobre toda
a renda auferida pela pessoa física, sem considerar a origem do rendimento. Cabe ao contribuinte
buscar na legislação as possibilidades de isenção, assim como as parcelas dedutíveis da base de
cálculo para o IR (ZIESE, 2015).

É disponibilizada anualmente pelo governo, mediante atualização, uma tabela progressiva


para o cálculo do IRPF. Espera-se com a tabela ao menos a inflação do exercício anterior.

As empresas têm a responsabilidade de recolher o IR das pessoas físicas que prestam


serviços a elas, no instante do pagamento e mediante força da legislação. Nesse caso, a pessoa
física receberá o valor líquido pelo pagamento referente ao serviço prestado, já deduzido o IR
(HAUSER, 2017).

Sobre a declaração do IRPF, Ziese (2015, p. 47) afirma que

a Pessoa Física que estiver sujeita à retenção do Imposto de Renda pela prestação de
serviços, deverá apresentar anualmente a Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física.
Essa declaração é disponibilizada pelo Governo Federal, em sua página na internet, normalmente
entre os meses de março e abril.

Dessa forma, tem a obrigação de entregar a declaração do IRPF a pessoa física que
receber, no mesmo exercício social, o valor excedente daquele considerado isento. É importante
considerar que a declaração deve ser entregue de acordo com prazo definido pela Receita
Federal do Brasil. Depois de preenchida a declaração e apresentado o valor a pagar, o valor que
já foi recolhido pela fonte pagadora no mesmo exercício social poderá ser descontado (ZIESE,
2015).

No caso de constatar o pagamento devido a maior, posterior à declaração, a pessoa física


poderá restituir-se dessa diferença do valor devido que foi recolhido a mais. Para receber o valor
a que tem direito, o contribuinte deverá informar uma conta bancária para que o valor seja
depositado.

Existe ainda a possibilidade, posterior à entrega da declaração, de o contribuinte ter que


pagar para a Receita Federal do Brasil a diferença em caso de recolhimento a menor durante o
exercício social. Nesse caso, será realizada a emissão de um DARF com o relativo valor, podendo
ser pago à vista ou ser parcelado, desde que esteja dentro das normas definidas pela legislação
(ZIESE, 2015).

IRRF

O IRRF é o imposto que tem por base de cálculo o rendimento bruto mensal decorrente do
trabalho.

Conforme o site da Receita Federal do Brasil (s.d.), esse imposto é considerado também
como base de cálculo do IRRF:

5.1.2. Rendimentos de Capital (aplicações financeiras): Valor do rendimento constituído pela


diferença positiva entre o valor de resgate e o valor da aplicação financeira;
5.1.3. Remessas ao Exterior: Valor bruto dos juros/comissões rendimentos pagos creditados
entregues ou remetidos ao exterior; e
5.1.4. Outros Rendimentos:
5.1.4.1. Prêmios e sorteios em geral: Valor do prêmio em dinheiro obtido em loterias, concursos
desportivos (turfe) ou concursos de prognósticos desportivos;
5.1.4.2. Serviços de propaganda prestado por pessoa jurídica: Valor do rendimento obtido pela
prestação de serviços de propaganda e publicidade; e
5.1.4.3. Remuneração de serviços prestados por pessoa jurídica: Valor da remuneração recebida
em razão da prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional.

A alíquota aplicada para o IRRF tem variação de acordo com tabela progressiva vigente,
com alíquotas entre 15% e 27,5%.

O prazo para o recolhimento é de até o terceiro dia útil da semana seguinte à semana em
que ocorreu o fato gerador.

IOF
Conforme Ziese (2015), o imposto tem incidência sobre toda movimentação financeira que
envolva empréstimos e remessas para fora do território nacional. A incidência contempla tanto
pessoa física quanto pessoa jurídica.

O valor devido de IOF varia de acordo com a espécie de movimentação financeira do


período que contempla o empréstimo e do seu objetivo.

O IOF contém alíquotas mais baixas, que são aplicadas para operações de necessidades
primordiais, como na aquisição de imóveis residenciais, por exemplo: nesse caso as alíquotas são
reduzidas.

O IOF para a pessoa jurídica tem incidência sobre financiamentos de máquinas e equipamentos,
pagamento de serviços oriundos do exterior, ou seja, fora do território nacional, e mútuo
executado entre pessoa jurídica.

Já para a pessoa física, o IOF tem incidência sobre os financiamentos realizados para aquisição
de veículos, assim como os empréstimos bancários para qualquer finalidade.

ITR

Conforme a Lei n.º 9.393/1996, o ITR é o imposto, com apuração anual, que tem como fato
gerador a propriedade rural, ou seja, aquela localizada fora do território considerado como zona
urbana.

A incidência do ITR ocorre sobre imóvel que foi declarado como sendo de utilidade social
com o intuito de uso para a reforma agrária, cabendo a exceção em caso de transferência da
propriedade.

A legislação compreende como área rural a extensão de terras que estão localizadas fora da
parte centralizada de municípios, sendo assim a zona mais afastada denominada de rural.

Conforme a Lei n.º 9.393/1996, a não incidência do ITR ocorre na seguinte situação:
Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre
pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua
outro imóvel.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área
igual ou inferior a:
I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal
mato-grossense e sul-mato-grossense;
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia
Oriental;
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

A legislação também considera casos de isenção do imposto em situações específicas,


como, por exemplo, pela ocupação da área por comunidades quilombolas que utilizem tal área
para a exploração, individual ou coletivamente. Por meio da Lei n.º 9.393/1996, são
compreendidas algumas das formas de isenção, entre elas as seguintes:

Art. 3º São isentos do imposto:


I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária, caracterizado pelas
autoridades competentes como assentamento, que, cumulativamente, atenda aos seguintes
requisitos:
a) seja explorado por associação ou cooperativa de produção;
b) a fração ideal por família assentada não ultrapasse os limites estabelecidos no artigo anterior;
c) o assentado não possua outro imóvel.
II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total observe os limites
fixados no parágrafo único do artigo anterior, desde que, cumulativamente, o proprietário:
a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros;
b) não possua imóvel urbano.

O contribuinte do ITR é o proprietário ou o responsável pela propriedade rural, desde que


seu domicílio seja considerado a localização da propriedade.

A SRF (Secretaria da Receita Federal) deve receber toda a informação dos dados cadastrais
do contribuinte, mediante DIAC (Documento de Informação e Atualização Cadastral) do ITR. Com
relação à entrega da declaração anual, a obrigação é do contribuinte, que deve enviar as
informações relativas a VTN (valor de terra nua) relativo ao imóvel.

Cabe ao contribuinte realizar a apuração e o pagamento do imposto do ITR, com base nos
prazos definidos pela SRF.

IPI

O IPI é o imposto que incide sobre a importação de produtos fora do território nacional. Ele é
devido por indústrias ou empresas equiparadas à indústria, conforme define a legislação federal.

O IPI não tem alíquota única, sendo assim, existem alíquotas diferenciadas conforme
apresenta a TIPI (tabela de incidência do imposto sobre produtos industrializados).

A apuração do IPI é decendial e o prazo de recolhimento considera até o terceiro dia útil do
decêndio subsequente ao período de ocorrência dos eventos, especialmente para veículos e
bebidas, por exemplo. Para os outros produtos, o prazo de recolhimento é até o último dia útil do
decêndio, posterior à ocorrência dos fatos geradores, conforme o que esclarece a Receita Federal
do Brasil (s.d.).

É permitido ao governo a elevação das alíquotas de IPI quando se tem o intuito de reduzir o
consumo de um produto, assim como poderá reduzi-las quando se busca a situação inversa, por
exemplo, a promoção de um produto.

Quando o contribuinte apresentar saldo credor, ele poderá fazer a compensação do valor,
posterior ao período subsequente ao encerramento do trimestre, podendo ser compensado com
outro tributo que seja de cobrança da Receita Federal do Brasil. Para que o contribuinte faça a
compensação do crédito de IPI, é necessário demonstrar a PERD/COMP (Pedido Eletrônico de
Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação) (ZIESE, 2015).

O IPI corresponde a um imposto que não tem cumulatividade, oportunizando assim que “[...]
o contribuinte sujeito à apuração desse imposto se aproprie do crédito dos produtos adquiridos e
para os quais haverá uma nova saída tributada” (ZIESE, 2015, p. 49). É importante destacar que
o crédito relativo ao IPI só ocorrerá se houver uma nova venda da mercadoria que já foi adquirida.
II

O II é o imposto, de competência da União, que é calculado sobre a importação de produtos


(de fora do território nacional), tendo como fato gerador a entrada destes no âmbito nacional.

A base de cálculo do imposto, conforme a Receita Federal do Brasil e a Lei n.º 5.172, de 25
de outubro de 1966, é:

Art. 20. A base de cálculo do imposto é:


I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria,
ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no
porto ou lugar de entrada do produto no País;
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da
arrematação.

O Poder Executivo tem o domínio de modificar as alíquotas ou mesmo as bases de cálculo


do imposto, dentro do que define a legislação, buscando assim fazer um ajuste segundo os
objetivos da política cambial e do comércio exterior.

O II é devido pelo contribuinte que realiza a importação de um produto, por aquele que
arremata produtos que foram apreendidos pelos órgãos responsáveis pela fiscalização dessa
mercadoria que entra no território nacional ou mesmo por produtos que foram abandonados.

IE

Esse imposto, também de competência da União, tem por base a exportação de produtos
nacionais ou nacionalizados para fora do território nacional. O IE tem como fato gerador a saída
de produtos do âmbito nacional.
O IE tem como base de cálculo para o imposto uma alíquota definida, segundo o que
apresentam a Receita Federal do Brasil e a Lei n.º 5.172, de 25 de outubro de 1966:

Art. 24. A base de cálculo do imposto é:


I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria,
ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada no porto ou
lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de
exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o
custo do financiamento.

De acordo com a Receita Federal do Brasil (2021), para que o pagamento do Imposto sobre
Exportação seja realizado, deve ser usada como base de cálculo a taxa de câmbio da compra
relacionada ao dia útil anterior ao que corresponde ao registro da DU-E (declaração única de
exportação).

Contribuições previdenciárias de pessoa física

A base de cálculo é o salário de contribuição mensal (BRASIL, 2020).


A alíquota para empresas ou equiparados é de 20% sobre o valor total das remunerações
que foram pagas, devidas ou creditadas dentro do período, contemplando os empregados
segurados e os trabalhadores avulsos que realizam a prestação de serviços.

Para instituições financeiras, como, por exemplo, bancos comerciais, cooperativas de


crédito, sociedades de crédito, sociedades corretoras, entre outras, é devida uma contribuição
adicional com a alíquota de 2,5%, que deve ser aplicada sobre a remuneração dos segurados
empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais.

As alíquotas são variáveis até mesmo por considerar o grau de risco ao qual estão expostos
os trabalhadores avulsos e segurados empregados. As alíquotas variáveis serão aplicadas de
acordo com a atividade da empresa. Para as demais entidades e fundos (terceiros), ocorrerá a
incidência sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, dentro
do período, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que tiverem realizado alguma
prestação de serviços.

Cabe destacar que existe o limite mínimo para o salário de contribuição que envolve as
categorias: segurados empregados e trabalhador avulso; empregado doméstico e segurado
contribuinte individual e facultativo. O recolhimento das contribuições sociais previdenciárias é de
responsabilidade da empresa (BRASIL, 2020).
Contribuições previdenciárias de pessoa jurídica

Representam a contribuição devida por empresas ou equiparada e que incide sobre a folha
de pagamento, no entanto, alguns contribuintes têm a incidência sobre a receita, como, por
exemplo, os produtores rurais pessoa jurídica, entre outros.

Para a pessoa jurídica, a contribuição também é variável, segundo a Receita Federal do


Brasil (2015):

1.1 Empresa ou Equiparado


- 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer
título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestam
serviços.
Nota 1: tratando-se de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento,
caixas econômicas, sociedades de crédito, de financiamento ou de investimento, sociedades de
crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos ou de valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados ou
de capitalização, agentes autônomos de seguros privados ou de crédito e entidades de
previdência privada abertas ou fechadas, é devida a contribuição adicional de 2,5% (dois e meio
por cento) incidente sobre a remuneração dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e
contribuintes individuais.
- 1% (risco leve), 2% (risco médio) ou 3% (risco grave) incidente sobre o total das remunerações
pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e
trabalhadores avulsos que lhes prestam serviços, para o financiamento dos benefícios concedidos
em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho.
Nota 2: o enquadramento nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da empresa,
que deverá fazê-lo mensalmente, com base na atividade econômica preponderante, observando a
Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes Graus de Risco contida no Anexo V do
Decreto 3.048, de 1999.
- 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no
decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhes prestam serviços, para fatos
geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2000.
- 15% (quinze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de
serviços, relativamente aos serviços que lhes são prestados por cooperados por intermédio de
cooperativas de trabalho, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2000.
- Alíquotas variáveis, a depender da atividade da empresa, para outras entidades e fundos
(terceiros), incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer
título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestam
serviços.
Nota 3: a empresa ou equiparado sujeita-se também ao recolhimento de contribuições a terceiros
(entidades e fundos), incidentes sobre o total de remuneração de empregados e trabalhadores
avulsos a seu serviço, de acordo com o enquadramento de sua atividade no FPAS e as alíquotas
constantes do Anexo III da Instrução Normativa MPS/SRP n. 03, de 2005.

Cofins
Conforme Ziese (2015), a Cofins representa uma contribuição que é direcionada ao
financiamento de programas sociais. Geralmente, as regras aplicadas ao PIS também são
aplicadas à Cofins, havendo situações específicas que exigem um tratamento diferente.

A EFD (Escrituração Fiscal Digital) é usada pelas pessoas jurídicas para a escrituração do
PIS e da Cofins, em regime de apuração cumulativo ou não cumulativo, com base em
documentos e operações representativos das receitas auferidas, bem como dos custos, das
despesas, dos encargos e das aquisições geradores de créditos da não cumulatividade (Lei n.º
12.546/2011).

O fato gerador da Cofins tem por base o recebimento da receita e do faturamento da pessoa
jurídica, segundo o que define o artigo 5.º da Instrução Normativa n.º 1.911/2019. A importação de
bens de fora do país também sofre incidência da Cofins.

Posterior à identificação da base de cálculo da Cofins, é necessário aplicar a alíquota de


acordo com o registro tributário escolhido pela pessoa jurídica.

O quadro 3 apresenta as alíquotas aplicadas para a Cofins, conforme cada tipo de regime
tributário.

Regime tributário Alíquota

Lucro real 7,6%

Lucro presumido 3%

Lucro arbitrado 3%

Simples Nacional Varia de acordo com a atividade e o faturamento

Quadro 3 - Alíquotas da Cofins para diferentes regimes tributários


Fonte: adaptado de Ziese (2015, p. 46)

Os contribuintes da Cofins são as pessoas jurídicas de direito privado que também são
contempladas pela legislação que define o IR.

CIDE
CIDE

Essa contribuição representa tributos brasileiros que são contribuições especiais de


cobrança única da União e que estão definidos na legislação, no artigo 149 da Constituição
Federal (CF).

A Portaria n.º 228/2007 apresenta os procedimentos utilizados para uniformizar as


informações relacionadas à infraestrutura de transportes, os relatórios anuais de aplicação
orçamentária e financeira e os métodos para situações nas quais ocorram alterações de
programas de trabalho dos estados e do Distrito Federal (BRASIL, 2020).

A legislação que define sobre a CIDE é a Lei n.º 10.336/2001, visando a garantir um total
mínimo de recursos para o investimento aplicáveis em infraestrutura dos transportes, assim como
projetos relacionados ao meio ambiente que estão vinculados à indústria de petróleo “[...] e em
subsídios ao transporte de álcool combustível, de gás natural e derivados, e de petróleo e
derivados”, segundo informações do site do Senado (s.d.).

AFRMM

É um tributo que surgiu a partir da Lei n.º 2.404/1987, que visa a responder aos encargos
relacionados à intervenção da União como suporte ao avanço da marinha mercante e da indústria
de construção e manutenção naval brasileira.

O AFRMM formou a fonte básica para o faturamento do FMM (Fundo da Marinha Mercante).

As alíquotas desse adicional se apresentam do seguinte modo, segundo o site do Ministério


da Infraestrutura (2021):

a. 25% para navegação de trajeto mais longo

b. 10% para navegação de cabotagem

c. 40% para navegação fluvial e lacustre


O tributo tem incidência sobre o frete decorrente do rendimento do transporte aquaviário.

(index.html?page=1)
Tributos estaduais
Conforme Simão (2021), os tributos de natureza estadual são pertencentes ao estado e ao
Distrito Federal. A tributação é recolhida como intuito de arrecadar recursos aos cofres públicos
para manter os serviços públicos, buscando beneficiar dessa forma a população, por meio de
investimentos aplicados à educação, segurança e saúde.

ICMS

Segundo Simão (2021), o ICMS é um imposto estadual que tem incidência sobre diversos
tipos de produtos.

O ICMS está inserido nas mercadorias adquiridas, assim como nos serviços, sendo
considerado o imposto que contém a maior arrecadação no âmbito nacional. As arrecadações do
ICMS são realizadas por meio de guias de recolhimento e cada estado tem seu próprio modelo e
um site específico, mas a finalidade será sempre a mesma, indiferentemente do estado: permitir
que cada contribuinte realize o recolhimento do tributo.

Observe a guia de recolhimento do Estado do Rio de Janeiro (GRE).


Figura 2 - Guia de ICMS
Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro

O fato gerador do ICMS representa as operações de circulação de mercadorias e também a


prestação de serviços, considerando a saída de mercadorias de empresas comerciais, indústrias
ou o produto; a prestação de serviços de transportes realizados de modo interestadual ou
intermunicipal; a prestação de serviços envolvendo a comunicação e as telecomunicações; as
ações que contemplam importações em empresas comerciais, industriais ou produtos, podendo
essa mercadoria ser de uso e consumo ou ainda um ativo imobilizado; e as operações
envolvendo o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não definidos mediante a
competência tributária para os municípios (SIMÃO, 2021).

A não cumulatividade do ICMS considera a compensação do imposto devido conforme a


operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o valor recolhido
sobre as transações anteriores pelo próprio ICMS, pelo estado ou Distrito Federal.

A alíquota do ICMS é definida pelo Senado Federal, que deve determinar as alíquotas a
serem executadas nas operações e prestações de serviços, tanto para serviços interestaduais
quanto para a exportação.
Para as operações interestaduais, o recolhimento do ICMS terá alíquota interna e
interestadual, e será de responsabilidade do destinatário, quando esse for o contribuinte do
imposto. Será de responsabilidade do remetente quando o destinatário não representar o
contribuinte do imposto (SIMÃO, 2021).

Observe um exemplo de cálculo de ICMS sobre produto que apresente valor de R$


2.000,00, considerando a alíquota interestadual de 7%, sendo que a alíquota do destinatário é de
23%.

ICMS próprio = R$ 2.000,00 x 7% = R$ 140,00


ICMS Difal = R$ 2.000,00 x 23% = R$ 460,00
R$ 460,00 - R$ 140,00 = R$ 320,00

A substituição tributária se refere a atribuir a responsabilidade do imposto para um terceiro


denominado de substituto tributário (SIMÃO, 2021).

Imagine um substituto tributário sujeito à apuração normal do ICMS, sendo esse não optante
pelo Simples Nacional, com operação dentro do mesmo estado e tendo como base de cálculo da
operação própria de R$ 1.000,00 e a base de cálculo da substituição de R$ 2.500,00, com
alíquota interna de 17%. Assim, confira o cálculo:

ICMS operação própria = R$ 1.000,00 x 17% = R$ 170,00


ICMS ST = (R$ 2.500,00 x 17%) - R$ 170,00 = R$ 255,00
A substituição tributária está definida na legislação por meio do Convênio ICMS n.º 18/2017
(Confaz).

IPVA

O IPVA representa o imposto que tem competência anual e é calculado sobre o valor de
veículos automotores.

Independentemente de o veículo automotor pertencer à pessoa física ou pessoa jurídica, o


imposto será cobrado. O pagamento do IPVA ocorre nos primeiros meses do exercício social,
tendo validade por 12 meses.

A alíquota do IPVA é de 2% sobre o valor do veículo, conforme o exemplo a seguir:

Veículo de valor R$ 55.000,00 x 2% = R$ 1.100,00

O imposto poderá ser pago em parcelas nos meses de janeiro, fevereiro e março do
exercício social (SIMÃO, 2021).

ITCMD

É conhecido como o imposto que tem incidência sobre herança. Sua competência é do
estado e do Distrito Federal, de acordo com o que está definido no artigo 155 da CF.
A base de cálculo do ITCMD é o valor venal, ou seja, o valor de mercado de acordo com a
data da abertura da sucessão, com correção monetária até o período do pagamento do bem ou
direito transmitido.

O pagamento do ITCMD deve ocorrer integralmente, considerando o prazo de 60 dias


posterior ao conhecimento do lançamento, podendo ser parcelado em quatro vezes.

(index.html?page=1)
Tributos municipais
Os tributos municipais são cobrados pelos municípios, visando à arrecadação de recursos
financeiros para assegurar o atendimento das obrigações que o município tem a fim de atender à
comunidade. Os valores arrecadados são direcionados para a manutenção da administração
pública regional (SIMÃO, 2021).

ISS

O ISS representa um imposto de competência dos municípios e do Distrito Federal e está


previsto no artigo 156 da CF e na Lei Complementar n.º 116/2003 (modificada pela Lei
Complementar n.º 157/2016). A legislação define que o fato gerador do tributo é a prestação de
serviços, considerando onde esse tributo foi realizado.

O ISS incide sobre serviços de qualquer natureza, contemplando os que são realizados fora
do país, ou seja, aquele que a prestação de serviço tenha iniciado fora do território nacional,
desconsiderando os que forem tributados pelo ICMS.

Conforme Simão (2021, p. 50), “o contribuinte do ISS é o prestador de serviço, sendo que o
local de prestação vige a regra do recolhimento para o município do estabelecimento desse
prestador”.

Não há incidência de ISS nos seguintes casos específicos (SIMÃO, 2021, p. 50):
Exportações de serviços para o exterior do país

Prestação de serviços relacionados à empregabilidade, trabalhadores avulsos,


diretores e membros de conselho consultivo ou fiscal de sociedades e funções,
além de sócios gerentes e gerentes delegados

Intermediações no mercado de títulos e valores mobiliários

Transações bancárias e que incidem juros, como financiamentos e empréstimos


realizados por instituições financeiras

Não havendo a retenção do ISS, o recolhimento deve ser realizado pelo prestador de serviço
ao município.

ITBI

O imposto tem por finalidade a arrecadação de recursos financeiros que são direcionados
para a Fazenda Pública.

O ITBI está definido no artigo 156 da CF. Ele tem como base de cálculo o valor venal de um
bem e deverá ser pago se ocorrer a transferência de propriedade. O recolhimento do imposto é
destinado ao município no qual o imóvel está localizado.

Conforme Simão (2021, p. 52), “[...] o ITBI não é um imposto progressivo. A maioria dos
municípios brasileiros adota a alíquota de 2%”. Dessa forma, se um imóvel foi adquirido por R$
310.000,00, deve ser calculada a alíquota de 2% sobre seu valor, conforme segue:

Exemplo de cálculo do ITBI:

R$ 310.000,00 x 2% = R$ 6.200,00
IPTU

O IPTU tem incidência sobre os imóveis que estão localizados na zona urbana e tem por
finalidade a arrecadação de recursos financeiros. A cobrança do imposto ocorre sobre todas as
espécies de bens imóveis, independentemente de serem residenciais, comerciais ou industriais.
O fato gerador do IPTU é a posse da propriedade urbana.

O IPTU está estabelecido artigo 33 do Código Tributário Nacional, no qual fica compreendido
que o valor da escritura do imóvel determinado pelo proprietário não é o mesmo avaliado pelo
município.

As alíquotas aplicadas para a apuração do IPTU ocorrem progressivamente, dessa forma,


os imóveis maiores terão uma cobrança maior e os menores terão a cobrança com valor reduzido
(SIMÃO, 2021).

(index.html?page=1)

Você também pode gostar