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PARTE 2 TRABALHO

JOCEAN DUARTE DE SOUZA

Abrir um negócio exige atenção extra quanto aos tributos que uma empresa
tem que pagar, a fim de se planejar e superar os desafios da pesada carga de
impostos no Brasil. O primeiro passo é pensar antecipadamente em qual
enquadramento ela se encaixa, para pagar apenas os valores devidos.
Afinal, administrar um negócio exige informação. Ao coletar todos os dados,
pode-se investir em um planejamento tributário, para manter as contas
organizadas e as obrigações fiscais sempre em dia.

Ressaltamos que sonegar ou fraudar impostos não é boa ideia, pois pode
comprometer o futuro do empreendimento, além de colocar em risco todo o
capital investido.

O valor a ser pago depende de alguns fatores, como o porte da empresa, o seu
segmento de atuação e o regime de tributação escolhido. No entanto, existem
7 principais tributos que todos os empreendimentos pagam para exercer as
suas atividades dentro da lei. São eles:

– Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);


– Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
– Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
– Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
– Contribuição à Previdência Social (INSS);
– Contribuição ao PIS/PASEP;
– Imposto Sobre Serviços (ISS).

Tributos municipais, estaduais e federais


Para não se perder em meio à cascata de impostos a serem pagos, listamos
abaixo os tipos de tributos que devem ser recolhidos, de acordo com cada
esfera de arrecadação. Acompanhe!

Tipos de tributos federais


Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
É uma tributação bastante recorrente na vida de todos os brasileiros. O IOF é
cobrado sobre operações de crédito, seguros e câmbio. A sua incidência é a
mesma para empresas e pessoas físicas.

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)


Trata-se de tributo a ser pago por comerciantes, importadores e donos de
indústrias. Ele é cobrada sobre mercadorias nacionais e importadas, desde que
tenham passado por algum tipo de industrialização.

Muitas vezes, para incentivar o consumo, o próprio governo federal lança


programas de isenção do IPI por um determinado período.
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
Incide sobre a arrecadação bruta das empresas, independentemente de seu
porte ou regime de tributação escolhido. Atualmente, existem duas alternativas:
6%, quando cobrado sobre o lucro acumulado inflacionário, e de 15%, no lucro
real.

Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)


É recolhido anualmente de todos os proprietários rurais, inclusive de pessoas
jurídicas. Se não quitado até a data de vencimento, há a cobrança de 1% de
juros ao mês.

Contribuição ao Instituto Nacional da Seguridade Nacional (INSS)


Criada em 1988 e destinada à aposentadoria social e outros benefícios
previdenciários. Quanto maior o salário do empregado, mais alto é o desconto
em folha, que pode variar entre 8% e 11%.

Contribuição ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)


Outro tributo que incide sobre os recebimentos dos funcionários que trabalham
com carteira assinada. Então, todos os meses, 8% do salário de cada
colaborador é depositado em um fundo nominal na Caixa Econômica Federal.

O valor acumulado pode ser sacado pelo empregado nos casos de demissão,
determinação do governo ou aquisição da casa própria.

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)


Todas as organizações brasileiras devem recolher o COFINS, que é destinado
para auxiliar o governo a financiar programas da seguridade social, como a
Previdência e a saúde pública, com alíquotas que variam de 3% a 7,6%, de
acordo com a modalidade de lucros na qual a empresa está enquadrada.

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)


É um tributo agregado ao uso do petróleo, gás natural e os seus derivados. Os
valores são de R$ 100 por metro cúbico de gás natural e R$ 50 por metro
cúbico do diesel.

No entanto, produtos destinados ao mercado externo ou que serão utilizados


na produção de petroquímicos são isentos de seu pagamento.

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)


É cobrado sobre a renda líquida das empresas. O seu percentual varia entre
9% e 20%, determinado de acordo com o valor do lucro líquido auferido no
período.

Contribuição ao Programa de Integração Social e Programa de Formação do


Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP)
São contribuições destinadas ao pagamento de abonos e seguro-desemprego
a funcionários de instituições públicas e da iniciativa privada.

Tipos de tributos estaduais


Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
Trata-se de uma tributação que incide sobre os mais diversos serviços e
mercadorias comercializados no país. Cada estado da federação tem liberdade
para atribuir a alíquota a ser cobrada do ICMS.
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)
Empresas que possuem carros, motos, ônibus ou caminhões devem fazer seu
pagamento anualmente. A porcentagem cobrada também varia de acordo com
o estado, considerando também em seu cálculo o valor de cada veículo, de
acordo com a tabela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

Então, metade do valor recolhido vai para o estado correspondente e a outra


para o município no qual o bem foi registrado.

Tipos de tributos municipais


Imposto sobre Serviços (ISS)
É recolhido por empresas de quase todos os segmentos de prestação de
serviços. A sua alíquota de cobrança é de 2% a 5%, que varia de acordo com o
município competente. O ISS é cobrado de pessoas jurídicas e também dos
profissionais autônomos.

Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)


Assim como o IPVA é calculado sobre a frota de veículos da empresa, o IPTU
incide sobre imóveis de qualquer espécie que sejam de propriedade da pessoa
jurídica. Vários fatores são considerados para estimar o seu preço de venda,
que é multiplicado pela alíquota estabelecida pelo município.

Independente do tipo de negócio ou porte jurídico existem questões a serem


seguidas pelas empresas, de modo geral. Mas, dentre elas, há obrigações
contábeis e fiscais que se diferenciam dependendo do regime tributário.

Dentro das obrigações fiscais, encontram-se questões ligadas aos pagamentos


de impostos, emissão de notas fiscais, declarações, dentre outros.

Pagamentos de Impostos
Os pagamentos de tributos são obrigatórios para as empresas de maneira
geral e alguns impostos que refletem sobre elas são os Impostos sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISS); os Impostos sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS); os Impostos sobre Produtos Industrializados
(IPI); os pagamentos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); o
pagamento ao Programa de Integração Social (PIS); a Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e o Imposto de Renda para
Pessoa Jurídica (IRPJ).
O enquadramento tributário das empresas são os responsáveis por definir
quais impostos e quais serão as formas de recolhimento de cada um, mas tudo
isso, faz parte das obrigações fiscais.

O Microempreendedor Individual (MEI) contribui com um preço mensal fixo


através do DAS, podendo variar o valor de acordo com a empresa.

Declaração do recolhimento de impostos


São as obrigações tributárias que compreendem as informações que são
dadas ao governo como comprovação de que a empresa fez o recolhimento de
seus impostos.

As principais declarações variam de acordo como enquadramento jurídico de


cada empresa, podendo ser a Declaração de Informações Socioeconômicas e
Fiscais (DEFIS); as Declarações Anuais do Simples Nacional –
Microempreendedor Individual (DASN-SIMEI); as Declarações de Impostos de
Renda Retidos na Fonte (DIRF); as Declarações de Débitos Tributários
Federais (DCTF); e as Escriturações Fiscais Digitais (EFD) realizadas através
do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).

A contabilidade tem de conciliar informações fiscais, apuração de carga


tributária e faturamento da empresa para então poder mandar declarações e
relatórios que sirvam de prova para a questão patrimonial, financeira e a
regularidade de atividades. Sendo elas:

Formalização da empresa
Desde o começo da abertura da empresa já se inicia as obrigações da
empresa com questões contábeis. Para isso, é necessário pegar registros e
autorizações de órgãos competentes.

As principais atividades iniciais são a elaboração de contrato social; a definição


da natureza jurídica, o regime tributário e a atividade econômica (CNAE); o
registro do órgão competente (Junta Comercial, Cartório ou órgão de classe);
ter um CNPJ; fazer a inscrição municipal e estadual, ter alvará para
funcionamento, alvará sanitário e laudo de corpo de bombeiros; ter registro de
Previdência Social e ter autorização para emitir notas fiscais.

Demonstrações contábeis
São as demonstrações contábeis que conseguem informar ao governo a
situação financeira e patrimonial de sua empresa e elas são feitas através de
um contador e são levadas aos bancos, governo, sócios e investidores
podendo servir também para orientar os gestores.

As principais demonstrações que apresentam obrigatoriedade são: o Balanço


Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); a
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); a Demonstração
das Mutações Relativas ao Patrimônio Líquido (DMPL) e a Escrituração
Contábil Digital (ECD) realizada através do Sistema Público de Escrituração
Digital (SPED).
O assunto pode ser um pouco complicado para quem é leigo. Portanto, a
contratação de um escritório de contabilidade ou de um contador experiente é o
caminho para que sua empresa esteja sempre em dia e de acordo com a
legislação.

As obrigações pessoais são os deveres administrativos, que precisam ser


cumpridos dentro do prazo, a fim de evitar o pagamento de multas e outras
penalidades.

Na rotina do departamento pessoal temos várias ações para garantir a


regularidade deste trabalho. Por isso, ressaltamos que existem obrigações
mensais ou anuais, e não periódicas.

Mensais (periódicas)

 Admissão dos empregados;


 Registro no CAGED (cadastro Geral de Empregados e
Desempregados), podendo ser diário e mensal;
 GFIP/SEFIP (conjunto de informações que devem ser destinadas ao
FGTS e à Previdência Social);
 Emissão das guias para recolhimento: INSS, IRRF, FGTS, taxas
Sindicais, dentre outras;
 eSocial;
 Elaboração da Folha de Pagamento;
 EFD-Reinf: para empresas com faturamento em 2016 superior a 78
milhões;
 DCTFWeb (Declaração Previdenciária e de Terceiros): para empresas
com faturamento superior a 78 milhões em 2016;

Obrigações anuais

 Atualização das Carteiras de Trabalho;


 Atualização dos Livros e Fichas de Registro de Empregados;
 Contribuição Sindical Patronal e Laboral;
 Elaboração da DIRF;
 Envio da RAIS (Declaração de Informações Sociais);
 Folha de Pagamento do 13º Salário;
 Recolhimento do IRRF sobre o 13º salário;
 Recolhimento do INSS incidente sobre o 13º salário;
 GFIP/SEFIP do 13º Salário;

Obrigações que não são periódicas

 Aviso e recibo de férias;


 Rescisões de contrato de trabalho
 Comunicação de férias coletivas;
 CAT (comunicação de acidente de trabalho);
 Emissão da guia do Seguro Desemprego;
 Emissão de requerimentos para benefícios previdenciários;
 Encaminhar cópia da GPS recolhida ao sindicato da categoria

Fiscalização
Para garantir o cumprimento dessas obrigações acessórias, a Receita Federal
tem intensificado a fiscalização da entrega das informações.

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