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Carga Tributária

Brasileira:
conhecendo os impostos federais,
estaduais e municipais
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1. Introdução
Normalmente, ouvimos falar de impostos todos os dias. Também já cresce-
mos ouvindo as pessoas dizerem que o Brasil tem impostos muito altos e que
tudo no país é tributado. E quando a inflação sobe, aí sim é que esse assunto
não sai da boca da população. Mas afinal, o que são esses impostos e porque
eles impactam tanto sobre o preço final dos produtos e serviços aqui no Bra-
sil? Qual o objetivo deles?

Neste ebook, buscamos de forma mais simplória apresentar os principais im-


postos incidentes no Brasil e mostrar em qual esfera eles se enquadram. Isso
mesmo! A depender do imposto, o seu dinheiro pode estar indo para destinos
diferentes. De um modo geral, os impostos são recolhidos pelos governos, a
fim de ter uma fonte de dinheiro para investimentos na sociedade.

Por isso, é importante estar atento em quem você vota para lhe representar
perante um cargo público, seja ele federal, estadual ou municipal. No final
das contas, os impostos pagos desde o pãozinho do café da manhã até a gaso-
lina que abastece os veículos, vai para os cofres públicos e será diretamente
administrado por esses políticos.

Se você é empresário, é de suma importância conhecer esses impostos, já se


você é contador, é mais importante ainda estar por dentro de algo que im-
pacta diretamente o seu trabalho no dia a dia.

Agora que entendemos que este material vai apresentar os mais importantes
tributos do país, vamos partir de fato para o assunto. Aproveite este ebook
para nortear o seu futuro conhecimento a respeito do tema. Boa leitura!
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2. Como funciona a carga


tributária no Brasil?
Essa é uma pergunta bastante comum, pois ela é feita cerca de 100 vezes por
dia diretamente no campo de pesquisa do Google. Mas ao mesmo tempo é
uma pergunta um tanto quanto complexa de responder. Afinal, a carga tribu-
tária do Brasil é tão grande quanto sua extensão territorial.

Há muito vem se falando sobre reforma tributária, algo que ainda está na
pauta do governo, mas que não foi concluído. Essa reforma busca fazer al-
guns ajustes no sistema tributário do Brasil que já é de longe, bastante com-
plexo. Administrar um “país continental” não é algo simples, o que aumenta
muito a burocracia do governo.

Devido a isso, o sistema de arrecadação de impostos do Brasil é bem amplo,


portanto ele é dividido em três importantes esferas: impostos federais, im-
postos estaduais e impostos municipais.

Esses impostos incidem sobre diversos produtos e serviços, desde os que cir-
culam no país quanto os exportados e importados. E por se tratar de algo que
nos impacta diariamente, é necessário estarmos familiarizados com eles.
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3. Quais são os impostos federais?


Como o próprio nome diz, esses impostos são recolhidos pelo governo fede-
ral. Eles representam cerca de 60% dos impostos arrecadados no Brasil, por-
tanto, podemos dizer que entre municípios e estados federativos, o governo
federal é o que mais arrecada dinheiro por meio de tributos.

Segundo o site Agência Brasil, no ano de 2021, o governo federal arreca-


dou R$ 1,87 trilhão somente em impostos, isso representou um aumento de
17,36% em relação ao ano anterior, 2020.

Todo esse aumento foi puxado pelo recolhimento extraordinário de R$ 40


bilhões em Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e na Contribuição So-
cial sobre o Lucro Líquido (CSLL). Além disso, a diminuição dos diferimentos
(adiamentos de pagamentos de tributos) que vigorou em 2020 e o aumento
das alíquotas do IOF, que financiou o Auxílio Brasil no fim do ano passado,
também foram dois fatores importantes para esse aumento.

Agora que entendemos o impacto dos impostos federais para os cofres pú-
blicos, vamos conhecer os principais impostos que o governo brasileiro arre-
cada de empresas e pessoas físicas.

3.1 - COFINS - Contribuição para o Financiamento


da Seguridade Social
Popularmente conhecido como COFINS, a Contribuição para o Financia-
mento da Seguridade Social foi criado em 1991. Esse imposto é calculado em
cima da receita bruta das empresas e pessoas jurídicas.
O principal objetivo desse imposto é bancar algumas das principais esferas
básicas da seguridade social, ou seja, o dinheiro arrecadado com esse impos-
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to é empregado na saúde pública, previdência social e outros programas re-


lacionados à assistência social.

Quem está obrigado a contribuir?


O COFINS está obrigado a todas as empresas legalmente constituídas. Mas
algumas empresas optantes pelo Simples Nacional, como é o caso das micro
empresas e MEIs, são “isentas” desse tipo de tributação. Na verdade, não são
exatamente isentas, acontece que elas pagam uma guia única e mensal, em
que essa tributação já está embutida. Por isso, não precisam fazer um cálculo
e o pagamento exclusivamente do COFINS.

Qual o percentual pago de COFINS?


O cálculo não é difícil, pois se trata de um percentual aplicado ao faturamen-
to mensal da empresa. O que precisa ser levado em consideração é o tipo de
empresa e o modelo de negócio dela. Por exemplo, existe uma taxa por meio
do recolhimento cumulativo, especialmente para empresas enquadradas a
partir do lucro presumido, e existe por meio do recolhimento não cumula-
tivo, especialmente para empresas enquadradas a partir do lucro real. Além
disso, quando falamos de modelo de negócio, por exemplo, estão as empre-
sas que trabalham com importação, pois elas possuem uma taxa aplicada ex-
clusivamente para importação.

As taxas são:
• Por meio do recolhimento cumulativo: 3% sobre o faturamento.
• Por meio do recolhimento não cumulativo: 7,6% sobre o faturamento.
• COFINS-Importação: 9,65% sobre o faturamento.

Vale ressaltar que essas tributações devem ser analisadas por um especialis-
ta, no caso, um contador, pois dentro desses cenários existem algumas par-
ticularidades que precisam de atenção. Por exemplo, o cálculo do COFINS
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pode considerar ou não os créditos tributários em relação a custos, despesas


e encargos da empresa.

A conta é simples, mas podem existir normas específicas de tributação. Por-


tanto, se você não tem conhecimento pleno sobre esse imposto, procure aju-
da para evitar algum erro.

3.2 - CIDE - Contribuição de Intervenção no


Domínio Econômico
A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, também chamada de
CIDE, é um imposto talvez considerado polêmico para alguns. Esse imposto
tem natureza extrafiscal, com vinculação obrigatória de suas receitas, isso
quer dizer que qualquer Contribuição de Intervenção no Domínio Econômi-
co tem um fim específico para o uso de sua arrecadação.

A finalidade técnica desse imposto é corrigir possíveis distorções e preve-


nir possíveis abusos econômicos em um setor para, assim, desenvolvê-lo. De
uma forma bem resumida e realmente prática, a CIDE é tida como uma con-
tribuição que visa cobrir despesas do governo em determinada área.

Talvez ela seja um pouco polêmica porque, se comparado a outros tributos,


a CIDE tem um entendimento mais complexo e uma finalidade questionável.
Ela também tem alíquotas diferentes de acordo com cada CIDE existente.
Por isso, é sempre importante o amparo de um excelente contador. As alí-
quotas podem variar conforme:
• Cide-combustíveis
• Cide-royalties
• Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante
• Incra
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• Cide Sebrae

3.3 - FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de


Serviço
O FGTS, provavelmente, é uma das contribuições mais conhecidas da popu-
lação brasileira. Afinal, ele é bastante comentado pelos colaboradores de um
modo geral, já que essa contribuição vai para a conta do funcionário durante
todo o período em que está empregado de carteira assinada.

O FGTS é uma obrigação do empregador, ou seja, da empresa que o cola-


borador é contratado. Essa contribuição não resulta em nenhum desconto
na folha do funcionário, sendo, portanto, uma contribuição inteiramente da
empresa.

O principal objetivo do FGTS, que o torna tão famoso entre os brasileiros, é


uma garantia diante de um eventual desemprego. Por isso, se chama Fundo
de Garantia.

Mas, atenção, nem todos podem sacar o FGTS deliberadamente. Existem re-
gras em que o colaborador precisa estar enquadrado para que, aí sim, consi-
ga sacar esse dinheiro.

O valor do FGTS pode variar entre 2%, 8% e 11,2% do salário bruto do fun-
cionário. Essa taxa vai depender do tipo de contratação: jovem aprendiz, tra-
balhadores domésticos ou outras ocupações. A taxa de 8% é a mais comum.

3.4 - INSS - Instituto Nacional da Seguridade


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Nacional
Certamente o INSS é uma contribuição que muitos conhecem, pois, além dos
profissionais da área de departamento pessoal e contabilidade que lidam
mensalmente com ele, os colaboradores CLT conseguem acompanhar na fo-
lha de pagamento o desconto feito referente a essa contribuição.

O objetivo do INSS é fazer o pagamento da aposentadoria e benefícios aos


trabalhadores e demais segurados, por exemplo: microempreendedores in-
dividuais e contribuintes individuais.

O INSS é um órgão público que foi criado em 1990 após outros órgãos se
juntarem. Foram eles: o Instituto de Administração Financeira da Previdên-
cia e Assistência Social (IAPAS) e o Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS).

Essa contribuição é feita tanto por pessoas físicas quanto jurídicas, mas
quem paga é o contribuinte beneficiário. No caso de pessoas jurídicas, por
exemplo, quem paga é o MEI - Microempreendedor Individual, pois ele é uma
PJ, mas ao mesmo tempo é ele quem vai se beneficiar do INSS.

A alíquota varia entre 7% e 14% para empregados e de 5% a 20% para con-


tribuintes individuais e facultativos. Portanto, o contador pode ser um ótimo
profissional que vai te ajudar com esses detalhes.

As alíquotas estão sujeitas a mudanças do governo. Essas taxas são referentes ao


ano em que este eBook foi lançado, em 2022.
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3.5 - CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro


Líquido
Já deu para perceber que existem várias contribuições sociais e a CSLL é mais
uma delas. Essa é uma contribuição que o governo arrecada para financiar a
Seguridade Social, a Saúde Pública e a Assistência Social.

Esse tributo deve ser pago por todas as empresas do país, porém a sua alí-
quota varia de acordo com o regime tributário de cada empresa. Hoje, no
Brasil, as empresas estão enquadradas em quatro tipos de regimes: Simples
Nacional, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e Lucro Real.

Vale destacar que o Lucro Arbitrado tem uma particularidade e, portanto,


uma empresa só pode estar enquadrada nele perante situações em que não é
possível determinar o desempenho financeiro da empresa, por razões diver-
sas, que vão de fatalidades a fraudes.

As empresas que estão isentas de pagar a CSLL são as organizações sem fins
lucrativos. Por exemplo:
• Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão);
• Sociedades cooperativas;
• Entidades beneficentes de assistência social.

A alíquota de contribuição da CSLL varia entre 9% e 15% de acordo com o


tipo de empresa. Em destaque, podemos dizer que a contribuição das empre-
sas do Simples Nacional não utilizam essa base de porcentagem, pois esse
imposto já é incluso na guia única mensal em que as empresas desse regime
são obrigadas.
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3.6 - ITR - Imposto sobre a Propriedade Territorial


Rural
O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é uma contribuição feita
ao governo pelas pessoas proprietárias de imóveis que estão localizados na
zona rural.

Esse imposto é bem parecido com o IPTU, o imposto municipal pago pelos
donos de propriedades nas zonas urbanas. A diferença é que o ITR é para
propriedades no campo e deve ser pago ao governo federal, e não ao muni-
cípio.

O contador é o profissional adequado para ajudar a entender esse imposto e


informar os valores e prazos para declaração e pagamentos.

3.7 - II - Imposto de Importação


O Imposto de Importação tem o nome bem sugestivo, se trata de um tributo
pago ao governo federal em cima de mercadorias internacionais que estão
dando entrada no território brasileiro. Ou seja, produtos comprados fora do
país são tributados com esse imposto para que possam entrar no Brasil.

Um detalhe importante sobre esse imposto é que não são apenas mercado-
rias fabricadas fora do Brasil. Se uma empresa brasileira exportar algo para
outro país e esse algo tiver que retornar ao Brasil, ele também será tributa-
do. Portanto, o imposto de importação não é apenas de produtos totalmente
fabricados, ou seja, não se trata, por exemplo, de uma televisão, podem ser
aparelhos, instrumentos, peças e acessórios que compõem esse produto.

Geralmente, os impostos relacionados a produtos ou serviços estrangeiros


são mais complexos e é preciso se aprofundar bem para evitar problemas
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com a Receita Federal.

A base de cálculo para este imposto pode ser feita pelo seguinte:
• Quando a alíquota for ad valorem (percentual), o valor aduaneiro apu-
rado segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio – GATT (1994); e
• Quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria expressa
na unidade de medida estabelecida.

Para entender bem as alíquotas, que inclusive podem variar ou também não
ter incidência para alguns casos, é importante que um contador seja consul-
tado.

3.8 - IE - Imposto sobre exportação


Ao contrário do II, o Imposto sobre exportação é tributado em cima de pro-
dutos que saem do Brasil com destino a outros países. O IE possui como ca-
racterísticas básicas suas funções fiscais e regulatórias em relação ao fluxo
de exportação.

Mas a boa notícia é que são apenas dois tipos de produtos que têm incidência
desse imposto. São eles:
• Cigarros que contenham tabaco
• Armas e munições, suas partes e acessórios

Qualquer outro produto que não esteja enquadrado nos listados acima, es-
tão isentos de pagar o imposto de exportação. Como vem sendo reforçado
nos tópicos anteriores, antes de qualquer coisa é sempre bom ter um conta-
dor para ajudar a entender o cenário.
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A base para o cálculo do IE é o preço normal que o produto, ou seu similar, al-
cançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre con-
corrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo
Poder Executivo. Na prática, é o valor da mercadoria que consta no campo
“valor total no local de embarque” da DU-E.

É importante ressaltar aqui, que o governo possui um programa de incenti-


vos fiscais para a exportação. Portanto, cabe conferir quais são esses incen-
tivos com o contador.

3.9 - IPI - Imposto sobre Produtos


Industrializados
Pode-se dizer que praticamente tudo que é industrializado acaba sendo tri-
butado pelo IPI. Um carro, um caderno, uma impressora, um celular, uma TV,
um pneu, um calçado e todos os demais. Esse imposto cobrado pela União é
considerado uma tributação extrafiscal, ou seja, tem o caráter de estimular
ou desestimular o consumo de algo. Dessa forma, o governo pode alterar a
alíquota para alguns produtos por meio de um decreto.

Para se ter um exemplo prático, digamos que o governo resolveu aplicar um


IPI bem mais alto para a indústria de cigarros, a fim de diminuir o consumo
do produto. Isso acontece porque, com o imposto mais caro, o produto chega
mais caro também ao consumidor. Esse exemplo, inclusive, já aconteceu no
Brasil.

É importante destacar que o IPI incide tanto sobre os produtos nacionais


quanto os importados que teve, em seu processo, a industrialização. Ao re-
fletir, fica difícil listar muitos produtos que estejam isentos desse imposto,
não é mesmo?
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Para incentivar o consumo de alguns produtos e a economia por meio da


venda de produtos para outros países, o governo conta com um programa de
incentivo fiscal, isentando produtos como:
• Livros (inclusive os eletrônicos), jornais, periódicos e o papel destinado
à sua impressão: pois são considerados materiais que possibilitam a cir-
culação de informação e conhecimento
• Produtos industrializados destinados à exportação: aqui trata-se de
mais um mecanismo do governo de regulamentar a economia. Pois o
produto nacional fica mais barato e, consequentemente, mais competiti-
vo no exterior;
• Ouro: quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cam-
bial;
• Energia elétrica: derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país.

A alíquota do IPI pode variar de acordo com cada tipo de empresa, então
é preciso consultar a tabela e verificar em qual deles a empresa se encaixa.
Após conferir a alíquota, é preciso saber qual é a base de cálculo do produ-
to. A base de cálculo é composta pelo valor do produto + seguro + frete +
demais despesas de produção. Em seguida, basta multiplicar pelo valor da
alíquota.

3.10 - IOF - Imposto sobre Operação Financeira


O IOF é comum, mas poucos o enxergam no dia a dia. Esse é mais um impos-
to federal que o governo arrecada por meio de transações financeiras como
operações de crédito, câmbio, seguro ou operações de títulos e valores mo-
biliários.

Além de ser uma forma de arrecadação de dinheiro por parte do governo,


este imposto também pode ser um termômetro da economia do país. Pois, se
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o IOF é cobrado em cada transação financeira, dá pra entender como o país


está economicamente devido ao volume das transações. Mas os economistas
dizem que de fato é apenas um termômetro, pois não pode ser um parâmetro
conclusivo para dizer que quanto maior é IOF arrecadado mais a economia
está crescendo. Afinal, esse imposto é cobrado também nos empréstimos.

O IOF é pago tanto por pessoas físicas quanto por pessoas jurídicas. A sua
alíquota pode variar de acordo com cada operação, por exemplo:
• IOF para compras internacionais no cartão: 6,38% sobre o valor das
compras;
• IOF para compra ou venda de moeda estrangeira: 1,1% pela operação
de câmbio;
• IOF para transferências internacionais: 0,38% para terceiros e 1,1%
para contas de mesma titularidade;
• IOF para empréstimo ou financiamento: 0,38% sobre o valor total mais
uma porcentagem de 0,0082% por dia, calculada de acordo com o prazo
de pagamento;
• IOF para cheque especial ou crédito rotativo: 0,38% sobre o valor atra-
sado mais 0,0082% por dia, até que a conta seja quitada;
• IOF para investimentos: varia de acordo com o tempo entre a aplicação
e o resgate, indo de zero a 96% dos rendimentos (nem todos os investi-
mentos têm incidência de IOF);
• IOF para seguros: varia entre 0,38% e 25% e pode ser aplicado sobre o
prêmio ou o valor pago (à vista ou em parcelas) à seguradora;

Para calcular o IOF é só multiplicar o montante sobre o qual o IOF incide


pelo valor do imposto. Por exemplo, nas compras internacionais com cartão,
o imposto é sobre o valor total da compra, já para os investimentos, o valor é
sobre o rendimento do investimento e não sobre o valor total investido.

3.11 - IRPJ - Imposto de Renda de Pessoa Jurídica


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Assim como o CSLL, o imposto de renda pessoa jurídica é um tributo que in-
cide sobre o lucro das empresas. Esse imposto é cobrado de todas as empre-
sas que têm CNPJ ativo no Brasil.

Esse imposto, diferente do imposto de pessoas físicas (IRPF), tem mais de um


prazo para ser entregue, além de modelos de apuração. A alíquota fixa é de
15% sobre o lucro e pode ainda ter um adicional de 10% sobre a parcela do
lucro que exceder R$ 20 mil ao mês.

Apesar de ser um imposto que está obrigado para todas as empresas, existe
isenção para alguns casos. Para pessoas físicas que exercem atividades com
fins lucrativos, estão livres do IRPJ:
• Médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor, econo-
mista, contador, jornalista, pintor, escritor e escultor;
• Profissão, ocupação e prestação de serviços não comerciais;
• Agente, representante e outras pessoas sem vínculo empregatício que,
tomando parte em atos de comércio, não os pratiquem, todavia, por con-
ta própria;
• Serventuário da justiça, como tabelião, notário, oficial público e outros;
• Corretor, leiloeiro e despachante, seus prepostos ou adjuntos;
• Exploração individual de contratos de empreitada unicamente de lavor,
qualquer que seja a natureza, quer se trate de trabalhos arquitetônicos,
topográficos, terraplenagem, construções de alvenaria e outras congê-
neres, quer de serviços de utilidade pública, tanto de estudos como de
construções;
• Exploração de obras artísticas, didáticas, científicas, urbanísticas, proje-
tos técnicos de construção, instalações ou equipamentos, salvo quando
não explorados diretamente pelo autor ou criador do bem ou da obra.

Já em relação a algumas entidades, a isenção pode se aplicar a:


• Templos de qualquer culto;
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• Partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades sindicais dos
trabalhadores, sem fins lucrativos;
• Instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos;
• Instituições de caráter filantrópico, recreativo cultural e científico;
• Entidades sem fins lucrativos componentes do Sistema Nacional do Des-
porto;
• Instituições privadas de ensino superior que aderirem ao Prouni (isen-
ção durante a vigência do termo de adesão);
• Entidades de previdência complementar sem fins lucrativos;
• Companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea se, no país de
sua nacionalidade, as companhias brasileiras tiverem as mesmas condi-
ções.

O objetivo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica é destinar o dinheiro para


as ações e projetos públicos, com o intuito de desenvolver a economia nacio-
nal e melhorar as condições de vida da população.

3.12 - IRPF - Imposto de Renda de Pessoa Física


O IRPF, teoricamente bem parecido com o imposto do tópico anterior, é um
imposto aplicado às pessoas que possuem um determinado rendimento. Atu-
almente, ele é obrigatório para pessoas físicas que tiveram rendimento anual
acima de R$ 28.559,70.

Diferente do Imposto Pessoa Jurídica, o prazo para a declaração do IRPF é


apenas um, e sempre ocorre nos primeiros meses do ano. Geralmente co-
meça em março e termina em abril. Mas esse prazo pode sofrer mudanças.
Por exemplo, em 2020, o prazo foi alterado devido ao início da crise sanitária
causada pela COVID-19.

A declaração desse imposto pode ser feita por qualquer pessoa por meio do
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sistema da Receita Federal, mas o recomendado é contar com o apoio de um


contador, pois qualquer erro que passe despercebido pode levar a pessoa a
cair na malha fina, ou seja, ter problemas fiscais com a Receita Federal.

Bem similar ao IRPJ, o imposto de renda para pessoas físicas tem cunho so-
cial. O objetivo é que a parcela da população com rendimentos maiores pos-
sa contribuir mais para o governo gerando dinheiro para melhorias na quali-
dade de vida de toda população.
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4. Quais são os impostos


estaduais?
Agora chegou a vez de falarmos dos impostos estaduais, ou seja, aqueles tri-
butos que pagamos para as unidades federativas. Apesar de os estados re-
ceberem verbas federais para o desenvolvimento de projetos estaduais, eles
também contam com as próprias tributações. Isso contribui para que exista
outra fonte de arrecadação e os estados não fiquem dependentes exclusiva-
mente da União.

Vamos agora conhecer quais os principais impostos incididos pelos estados e


como eles funcionam.

4.1 - IPVA - Imposto sobre a Propriedade de


Veículos Automotores
Chega todo começo de ano e logo vem uma das principais preocupações do
brasileiro, pagar o IPVA.

Esse imposto é anual e é arrecadado por meio de todo brasileiro que tem
posse de um veículo no Brasil. O IPVA tem alíquotas que variam de 1% a 6%
e pode depender de cada estado.

Os valores também podem variar de acordo com o modelo e ano do veículo,


sendo que alguns proprietários podem até ficar isentos desse imposto.

Cada estado define um prazo e forma de pagamento para o IPVA, portanto, é


possível pagar à vista com desconto ou parcelado. A quantidade de parcelas
também vai depender das regras de cada unidade federativa.
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4.2 - ICMS - Imposto sobre Circulação de


Mercadorias e Serviços
Esse imposto é bastante mencionado pelos veículos de notícias, principal-
mente quando o assunto é o combustível. Pois muitos dizem que o preço da
gasolina é culpa do ICMS, apesar de sabermos que não é bem assim.

Mas se tratando do imposto, o ICMS é uma taxa cobrada pelos estados e inci-
de sobre mercadorias e serviços, o que gera arrecadação tanto internamente
quanto para exportação. No dia a dia, o imposto é acrescentado ao preço dos
bens e serviços gerando receita para os estados quando o produto é comer-
cializado ou o serviço é prestado ao cliente.

Cada estado e o Distrito Federal são responsáveis por regulamentar esse


imposto, sendo que cada Unidade Federativa é responsável por estipular a
porcentagem cobrada do ICMS. Dessa forma, cada região do país tem sua
própria tarifa e, dessa forma, é preciso consultar a tabela para que os cálcu-
los do ICMS sejam feitos corretamente.
No Brasil, o ICMS incide sobre grande parte das operações comerciais do
país. Como adiantamos, é uma das principais fontes de receitas dos governos
estaduais, pois sua incidência abrange tanto empresas quanto clientes finais.
No caso das pessoas jurídicas, o ICMS é incidido nestas transações:

• Importação de mercadorias, mesmo que para consumo próprio e não


com o objetivo de revenda;
• Serviços de telecomunicação;
• Prestação de serviço no exterior;
• Venda e transferência de mercadorias;
• Transporte entre municípios ou estados brasileiros, seja de bens, pesso-
as ou valores;
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Em algumas operações não incidem o ICMS. São elas:


• Operações de arrendamento mercantil;
• Exportação de mercadorias;
• Venda de propriedades ou bens móveis, sejam de estabelecimentos in-
dustriais, comerciais, ou de outra espécie;
• Venda e circulação de jornais e periódicos, livros, o que inclui o papel uti-
lizado em sua impressão;
• Operações relacionadas a ouro, quando considerado ativo financeiro ou
instrumento cambial;
• Produtos destinadas à prestação de serviço de pessoa física ou jurídica,
caso seja autorizado pela lei complementar do município;
• Transações comerciais envolvendo à energia elétrica, petróleo e com-
bustíveis;
• Operações de alienação fiduciária em garantia;
• Casos específicos da lei estadual.

Como o ICMS é um imposto estadual, as alíquotas são definidas por cada um


deles. Dessa forma, o tributo pode variar tanto por esse motivo quanto pelo
tipo de transação: transações internas e interestaduais.

Para movimentações internas, a alíquota é fixa conforme o estado em que


ocorre a movimentação. Por exemplo, uma operação feita entre as cidades
de Campinas e Ribeirão Preto, o ICMS é de 18%, pois ambas fazem parte do
estado de São Paulo.
• Acre – 17%;
• Alagoas – 18%;
• Amazonas – 18%;
• Amapá – 18%;
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• Bahia – 18%;
• Ceará – 18%;
• Distrito Federal – 18%;
• Espírito Santo – 17%;
• Goiás -17%;
• Maranhão – 18%;
• Mato Grosso – 17%;
• Mato Grosso do Sul – 17%;
• Minas Gerais – 18%;
• Pará – 17%;
• Paraíba – 18%;
• Paraná – 18%;;
• Pernambuco – 18%;
• Piauí – 18%;
• Rio Grande do Norte – 18%;
• Rio Grande do Sul – 18%;
• Rio de Janeiro – 20%;
• Rondônia – 17,5%;
• Roraima – 17%;
• Santa Catarina – 17%;
• São Paulo – 18%;
• Sergipe – 18%;
• Tocantins – 18%.

Já para operações entre cidades de estados diferentes, o governo criou o DI-


FAL. Ele é o Diferencial de Alíquota que visa manter a competitividade co-
mercial entre os estados. Esse consta da diferença entre a alíquota interna
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do destinatário e a alíquota interestadual do remetente. De uma modo geral,


as alíquotas interestaduais são:
• 7% para o Espírito Santo e estados da região norte, nordeste e centro-o-
este
• 12% para os estados da região sul e sudeste (exceto o Espírito Santo).

Como o ICMS não é um tipo de imposto preto no branco, mas que exige aten-
ção por parte de quem o opera, é importante reforçar a importância de um
profissional de contabilidade, pois qualquer falta de atenção pode se trans-
formar em um prejuízo ou problemas com o fisco.

4.3 - ITCMD - Imposto sobre Transmissão Causa


Mortis e Doação
O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação é um imposto que
ocorre na transferência de propriedades de bens e direitos devido à morte
do proprietário ou por causa de uma doação.

Essa incidência acontece em situações em que os herdeiros constantes no


inventário herdam os bens. Mas também pode acontecer em situações onde
o bem foi doado, inclusive entre herdeiros, e também em casos de divórcios.

Esse imposto é estadual, como já se sabe, portanto as regras e alíquotas po-


dem variar de acordo com cada um deles. É importante ficar por dentro do
que diz a lei para o seu estado na hora de fazer a transferência de bens.

Um detalhe importante, é que o ITCMD pode ter alterações na sigla em ou-


tros estados. São eles:
• Rio de Janeiro - ITD.
• Minas Gerais - ITCD.
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5. Quais são os impostos


municipais?
Assim como os estados, os municípios também contam com três importantes
impostos. Dessa forma, podemos notar que, no Brasil, os impostos são arre-
cadados por meio de três esferas: governos federal, estadual e municipal.

Por isso, se você é pessoa física ou jurídica, vale a pena ficar de olho nesses
impostos e entender qual o objetivo deles.

Assim como o governo federal é o maior arrecadador de impostos, os muni-


cípios são os menores se tratando de valores.

Confira adiante quais são esses impostos municipais!

5.1 - IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial e


Territorial Urbana
Assim como o imposto estadual (IPVA), o imposto sobre a propriedade pre-
dial e territorial começa a ser arrecadado logo nos primeiros meses do ano.
Geralmente, o primeiro boleto do IPTU vem para o mês de fevereiro.

Esse imposto pode ser pago à vista ou parcelado, sendo que à vista é aplica-
do um desconto sobre o valor. Como se trata de um imposto municipal, a sua
alíquota pode variar de município para município.

O IPTU basicamente é incidido sobre cada imóvel ou terreno construído na


zona urbana. Portanto, quem paga esses valores são pessoas físicas ou ju-
rídicas, afinal, um imóvel pode pertencer tanto a uma pessoa quanto a uma
24

empresa. Independente do proprietário, o IPTU será cobrado.

Além de ter uma variação na alíquota de acordo com cada cidade, os valores
também variam de acordo com cada imóvel e região. Quanto maior o me-
tro quadrado ou mais luxuoso for o imóvel e o bairro em que ele se localiza,
maior poderá ser o imposto desta propriedade. De um modo geral, o IPTU se
trata de uma taxa capaz de prever e regular o valor do imóvel perante uma
projeção do seu valor à vista, com base em como está o mercado de imóveis
do município.

Por se tratar de um imposto municipal, a sua finalidade é garantir o auxílio


na manutenção de toda a zona urbana. Portanto, esse dinheiro arrecadado
serve para investir, por exemplo, em asfaltamento das ruas, infraestrutura de
um modo geral, saúde, educação e saneamento básico.

5.2 - ITBI - Imposto sobre Transmissão de Bens


Inter Vivos
De uma certa forma, o ITBI lembra um pouco o ITCMD, a diferença é que
esse imposto sobre transmissão de bens inter vivos acontece no momento
em que um bem é transferido a outra pessoa por meio de um processo de
compra e venda.

Ou seja, esse imposto é pago na compra de qualquer imóvel, seja ele na plan-
ta ou já construído.

O valor desse imposto pode variar de acordo com cada situação, pois, além
de ser calculado com base no valor venal do imóvel, esse valor venal ainda é
definido de acordo com a alíquota de cada município.
25

O ITBI precisa ser pago para que o imóvel possa ter acesso a serviços básicos
de infraestrutura como energia elétrica, saneamento e rua asfaltada. Fora
que o imóvel só pode ter sua transferência de proprietários concluída após o
pagamento do imposto.

De um modo geral, esse imposto é pago pelo comprador e não pelo vendedor.
Porém, essa questão pode ser algo negociado entre as partes, não se tratan-
do de uma regra obrigatória caso o vendedor queira assumir a dívida como
forma de negociação na venda.

5.3 - ISS - Imposto sobre Serviços


E para finalizar sobre os impostos municipais, vamos agora falar do ISS - Im-
posto Sobre Serviços. Esse tipo de imposto também é bastante comum, prin-
cipalmente para empresas. Já para pessoas físicas, ele se torna bem conhe-
cido entre aqueles que prestam serviços de forma autônoma e frequente,
emitindo, então, notas fiscais avulsas.

O ISS tem incidência sobre serviços que vão desde serviços de saúde, como
médicos e dentistas, serviços gráficos e informática, até transporte, constru-
ção, entre outros.

Esse imposto é cobrado de serviços nacionais e, até mesmo, de serviços im-


portados. A isenção desse imposto se dá para a exportação de serviços. Ou
seja, serviços destinados a outros países. Apesar de os impostos municipais
comumente terem variação de acordo com cada município, essa isenção para
exportação de serviços é considerada universal.

As alíquotas para o ISS dependem de cada município, mas de um modo geral


variam de 2% a 5% do valor do serviço prestado. Portanto, se um serviço for
R$ 1.000,00 e a alíquota for de 5%, o imposto devido é de R$ 50,00.
26

Por isso, os cuidados de um contador na hora de começar um negócio é tão


importante. Assim é possível entender as dimensões tributárias do empre-
endimento.

Mas, vale lembrar: essas taxas são estabelecidas de um modo geral, porém,
é importante entender as regras para a cidade onde o serviço é prestado.
Afinal, os municípios têm liberdade de estabelecer programas de incentivo
fiscal para determinados segmentos, assim como isenções e taxas fixas. Por
isso, busque entender os detalhes.

De uma modo geral, a regra é simples: os impostos federais costumam ser


cobrados de um modo universal para o Brasil inteiro, já os estaduais e muni-
cipais, podem ter regras e alíquotas específicas. Sendo os impostos munici-
pais aqueles que mais podem sofrer variações.
27

6. A importância de conhecer
todos os impostos e ter um
contador ao seu lado
Conforme foi reforçado várias vezes no decorrer do ebook, o contador é o
melhor profissional para auxiliar nesse processo que envolve pagamento de
impostos. Ele pode ajudar tanto na parte operacional quanto com consulto-
rias. Afinal, ele é o profissional que foi capacitado, além de outros conheci-
mentos, para lidar com esses pontos específicos.

Não podemos deixar de assumir que o Brasil é um país com um complexo


sistema tributário. São diversos impostos cobrados das pessoas e empresas
brasileiras, e cada um desses impostos conta com uma gama de informações,
detalhes e regras. Por isso, é importante também assumirmos que não esta-
mos totalmente preparados para fazer qualquer processo relacionado a essa
questão, sendo, dessa forma, uma especialidade dos contadores.

Se você é um empreendedor e está lendo este ebook, saiba que os problemas


com o fisco são uns dos que mais geram dores de cabeça. Afinal, pendências
junto à Receita Federal ou órgãos estaduais e municipais, podem transformar
a gestão da sua empresa em um verdadeiro incômodo e transtorno. Portanto,
a dica é fechar contrato com uma empresa contábil que possa te auxiliar em
cada situação como essa. Além de contar com esses profissionais para gestão
financeira, departamento pessoal, planejamento tributário e muito mais.

Já se você é contador e está lendo este ebook, nossa dica é que acompanhe
e se aprofunde em cada imposto apresentado no material. Você, como pro-
fissional, já sabe da complexidade de cada um deles e que problemas podem
surgir perante qualquer falha.
28

Mas o importante não é apenas entender para que serve cada imposto, mas
sim fazer um trabalho comercial na sua empresa contábil a partir dessas in-
formações.

Quais as dificuldades tributárias específicas de empresas do Lucro Real? E


das empresas de Lucro Presumido? Minha carteira é composta por empre-
sas do Simples Nacional, quais questões elas mais sofrem relacionadas aos
impostos?

Entender o seu mercado, o seu posicionamento e as dores do seu cliente pe-


rante este assunto, pode lhe ajudar a se especializar em serviços contábeis
exclusivos. Isso gera autoridade e menos concorrência.
29

7. O que é a SEFAZ - Secretaria de


Estado da Fazenda
A SEFAZ - Secretaria de Estado da Fazenda é um órgão público que faz o con-
trole das receitas e despesas de todos os estados brasileiros, assim como do
Distrito Federal. Ela é responsável por fiscalizar, pagar, arrecadar e controlar
os recursos públicos de cada estado.

Esse órgão pratica serviços de suporte das operações financeiras, especial-


mente para o fisco financeiro, oferecendo apoio aos microempreendedores,
empresários e empresas de modo geral, assim como para os consumidores.
Além disso, algumas funções da SEFAZ são:
• Arrecadar;
• Fiscalizar;
• Realizar a contabilidade;
• Estruturar as receitas e despesas de cada Estado e do Distrito Federal;
• Contabilizar recursos públicos dos Estados e DF;
• Realizar a defesa de cada um dos estados da União.

Entre os principais impostos que vimos até aqui, a SEFAZ é responsável por
arrecadar, o ICMS, ITCD e o IPVA. Com isso você deve se perguntar: então a
SEFAZ não é um órgão federal presente em todos os estados? E a resposta é
não!

A SEFAZ é estadual, por isso se responsabiliza por esses impostos estaduais.


No âmbito federal, o órgão responsável é o Ministério da Fazenda. Ele é o ór-
gão que define e executa a política econômica nacional, além de gerir as contas
da União, através da Secretaria do Tesouro Nacional. É também responsável
por questões relativas ao imposto de renda, por meio da Receita Federal.
30

8 - Principais regimes tributários


no Brasil
É impossível falarmos de imposto e não falarmos dos regimes tributários.
Eles são responsáveis por enquadrar as empresas conforme suas caracterís-
ticas.

Os impostos são arrecadados e calculados conforme o tipo de empresa e o


seu faturamento. Afinal, se uma pequena empresa fosse tributada como uma
empresa de grande porte, ela não conseguiria sobreviver. Da mesma forma
que se uma grande empresa fosse tributada como uma pequena, a arrecada-
ção seria desproporcional.

Para isso, as políticas legislativas do Brasil definiram que as empresas devem


ser enquadradas em regimes tributários que condizem com as suas realida-
des.

Vamos agora saber quais são os principais deles!

8.1 - Simples Nacional


Provavelmente, o Simples Nacional seja o regime tributário com maior nú-
mero de empresas. Afinal, ele é responsável por enquadrar a maioria das em-
presas de pequeno porte, assim como o microempreendedor individual.

De um modo geral, esse é um regime unificado de arrecadação, cobrança e


fiscalização de tributos para microempresas e empresas de pequeno porte.
Ele foi criado em 2006 e consiste em uma única guia de pagamento, com oito
tributos municipais, estaduais e federais.
Por esse motivo, ele é chamado de Simples Nacional, pois, ao invés de se-
31

rem feitas várias guias de pagamentos de impostos, ele centraliza tudo em


apenas uma. E, ao depender do tipo de empresa dentro do Simples Nacional,
essa guia de pagamento tem um valor fixo que não muda com o faturamento,
desde que obedeça o limite máximo do faturamento no ano.

O programa do Simples Nacional acolhe empresas do seguintes portes:


• Microempresas (ME) - faturamento anual de até R$ 360 mil.
• Empresa de Pequeno Porte (EPP) - faturamento anual de até R$ 4,8 mi-
lhões.
• Microempreendedor Individual (MEI) - faturamento anual de até R$ 81
mil.

Apesar de o Simples Nacional ser de fato um regime simples se comparado


aos outros, é importante ressaltar que ele contém diversas regras e especifi-
cações, principalmente por abranger um maior número de empresas que são
diferentes, mesmo sendo pequenas.

O limite de faturamento, como vimos, pode variar conforme o tamanho da


empresa. Além disso, no Simples Nacional as empresas estão obrigadas ou
não a pagarem alguns dos impostos que vimos até aqui. Por isso, é importan-
te contar com uma consultoria especializada.

8.2 - Lucro Presumido


De certa forma, embora não seja um Simples Nacional, o Lucro Presumido
também tem sua parcela de simplificação. Ela aparece na forma em que se
faz a apuração tanto do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) quanto do
CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

Isso porque, como a própria nomenclatura indica, o Fisco considera (presu-


me) determinada porcentagem do faturamento como o lucro auferido pela
32

empresa. Desse modo, a organização fica dispensada da obrigatoriedade de


comprovação de lucro ao longo do intervalo de apuração em questão. Para
certos casos — comentados no momento oportuno —, esse é o melhor dos
mundos.

Os impostos considerados para esse tipo de apuração são mensais e trimes-


trais.

Tributos mensais:
• ISS — as alíquotas aplicadas variam (entre 2,5% e 5%) de acordo com as
atividades exercidas pela empresa e as regras estabelecidas pelo muni-
cípio detentor do imposto;
• PIS — a alíquota é de 0,65%;
• COFINS — alíquota de 3%.

Tributos trimestrais:
• IRPJ — alíquota de 15%;
• CSLL — alíquota de 9%.

A incidência das alíquotas levantadas ocorre sobre os diferentes percentu-


ais de faturamento, determinados, por sua vez, pela natureza das atividades
econômicas das empresas. Logo, é essencial se manter atualizado quanto a
eventuais alterações da legislação tributária vigente.

8.3 - Lucro Real


O Lucro Real é um regime tributário que tem suas alíquotas calculadas com
base no lucro que foi obtido a partir das receitas e despesas gerados no pe-
ríodo.
33

A apuração do Lucro Real pode acontecer trimestralmente ou anualmente.


E assim como todos os outros regimes, ele tem suas vantagens e desvanta-
gens. Por isso, é sempre bom ter o contador como braço direito da empresa
para tomar as melhores decisões, pois somente ele tem total expertise para
lidar com esse tipo de análise.

Geralmente, as empresas do Lucro Real são:


• Cuja receita no ano calendário seja superior a 48.000.000,00 até
31/12/2013;
• Cuja receita no ano calendário seja superior a 78.000.000,00 a partir de
01.01/2014;
• Atividades que sejam de bancos, sociedades de créditos, corretoras de
títulos, empresas de arrendamento mercantil, empresas de seguros;
• Que tiveram lucros, rendimento ou ganho de capital oriundos do exte-
rior;
• Que possuam benefícios fiscais relativos à isenção ou redução de impos-
to;
• Que explorem atividades de assessoria creditícia, administração de con-
tas a pagar e a receber, factoring;
• Que optem pelo pagamento mensal por estimativa.

Uma grande vantagem do Lucro Real é poder fazer um estudo tri-


butário (planejamento tributário) e analisar com base no resultado
contábil e seus devidos ajustes se esse tipo de apuração é mais van-
tajoso para a empresa. Já as desvantagens estão relacionadas ao de-
talhamento exigido por esse regime. Duas delas muito importantes:

• Muito menos flexibilidade contábil quanto às regras tributárias. No Lu-


cro Real a burocracia é mais nítida;
• Alíquotas mais elevadas do PIS e COFINS. Sendo mais pesado para em-
34
presas de serviços com poucos créditos relacionados a essas contribui-
ções.
35

9. Diferença entre Elisão Fiscal e


Evasão Fiscal
Esses dois termos são bem parecidos e, na prática, têm objetivos bem idên-
ticos. Porém, os dois não são a mesma coisa e isso se dá pelo fato de que um
é lícito e o outro não.

A Elisão Fiscal é uma manobra legal que permite às empresas fazerem ajus-
tes fiscais que reduzem a quantidade de impostos pagos. Enquanto isso, a
evasão fiscal também é uma manobra que faz com que a empresa pague me-
nos impostos, porém, de forma totalmente ilegal.

Para que a elisão fiscal aconteça, geralmente a empresa conta com o conta-
dor e o advogado, que irão fazer um planejamento tributário eficiente e con-
forme a legislação permite. Portanto, cometer um crime fiscal não é a única
saída para tornar sua empresa mais rentável, já que isso acaba sendo uma
desculpa para muitos.
36

10. Conclusão
Neste ebook, conhecemos alguns dos principais impostos arrecadados no
Brasil. Cada um desses impostos contém uma enorme quantidade de regras
e detalhes, pois, como já vimos, a carga tributária do Brasil é uma das mais
complexas do mundo.

Por esse motivo, vale ter este material como um norte para conhecer o ce-
nário tributário do país e, principalmente, o que significa cada uma das esfe-
ras apresentadas. Mas é importante que cada tópico desse seja aprofundado
por meio de leituras, cursos, palestras, webinars e consultorias. Afinal, nem
mesmo os mais experientes profissionais da área conseguem ter todos os de-
talhes memorizados.

Outro motivo para que o conhecimento seja adquirido com mais profundida-
de em outros canais, é o fato de que essas regras e leis podem estar mudando
a qualquer momento. E dessa forma, a informação corre o risco de ficar desa-
tualizada, caso o detalhamento dos dias atuais fossem inseridas aqui.

Fale com um profissional da contabilidade, caso você seja um empreendedor,


e peça ajuda em todos os detalhes do planejamento tributário do seu negó-
cio. Eles vão te orientar da melhor forma e mostrar na ponta do lápis o que é
mais vantajoso e seguro para você.

E, caso você seja um contador, use este material como norte para se especia-
lizar e conhecer um assunto específico. Aproveite a complexidade do siste-
ma tributário para encontrar a estratégia de negócio ideal para sua empresa
contábil.

Agradecemos por ler o nosso ebook. Aproveite e acompanhe nosso blog para
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ficar por dentro de mais assuntos voltados à gestão contábil e obrigações


acessórias.
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SOBRE A FORTES TECNOLOGIA

A Fortes Tecnologia em Sistemas, empresa do Grupo Fortes de Serviços, atua


há 30 anos na área de Tecnologia da Informação. Desenvolve soluções para
gestão empresarial e abrange as seguintes áreas: gestão contábil, gestão fi-
nanceira, gestão de pessoas e gestão de transporte e logística.

A empresa conta com uma carteira de milhares de clientes em todo o Brasil


e uma rede de atendimento que inclui franquias e representações em vários
estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

O objetivo é oferecer um serviço dinâmico, moderno, de alto padrão e sim-


ples, sempre contando com a experiência de profissionais que entendem as
necessidades dos negócios.

Adapte sua empresa à contabi-


lidade em nuvem com a Fortes
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