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Brasileira:
conhecendo os impostos federais,
estaduais e municipais
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1. Introdução
Normalmente, ouvimos falar de impostos todos os dias. Também já cresce-
mos ouvindo as pessoas dizerem que o Brasil tem impostos muito altos e que
tudo no país é tributado. E quando a inflação sobe, aí sim é que esse assunto
não sai da boca da população. Mas afinal, o que são esses impostos e porque
eles impactam tanto sobre o preço final dos produtos e serviços aqui no Bra-
sil? Qual o objetivo deles?
Por isso, é importante estar atento em quem você vota para lhe representar
perante um cargo público, seja ele federal, estadual ou municipal. No final
das contas, os impostos pagos desde o pãozinho do café da manhã até a gaso-
lina que abastece os veículos, vai para os cofres públicos e será diretamente
administrado por esses políticos.
Agora que entendemos que este material vai apresentar os mais importantes
tributos do país, vamos partir de fato para o assunto. Aproveite este ebook
para nortear o seu futuro conhecimento a respeito do tema. Boa leitura!
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Há muito vem se falando sobre reforma tributária, algo que ainda está na
pauta do governo, mas que não foi concluído. Essa reforma busca fazer al-
guns ajustes no sistema tributário do Brasil que já é de longe, bastante com-
plexo. Administrar um “país continental” não é algo simples, o que aumenta
muito a burocracia do governo.
Esses impostos incidem sobre diversos produtos e serviços, desde os que cir-
culam no país quanto os exportados e importados. E por se tratar de algo que
nos impacta diariamente, é necessário estarmos familiarizados com eles.
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Agora que entendemos o impacto dos impostos federais para os cofres pú-
blicos, vamos conhecer os principais impostos que o governo brasileiro arre-
cada de empresas e pessoas físicas.
As taxas são:
• Por meio do recolhimento cumulativo: 3% sobre o faturamento.
• Por meio do recolhimento não cumulativo: 7,6% sobre o faturamento.
• COFINS-Importação: 9,65% sobre o faturamento.
Vale ressaltar que essas tributações devem ser analisadas por um especialis-
ta, no caso, um contador, pois dentro desses cenários existem algumas par-
ticularidades que precisam de atenção. Por exemplo, o cálculo do COFINS
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Mas, atenção, nem todos podem sacar o FGTS deliberadamente. Existem re-
gras em que o colaborador precisa estar enquadrado para que, aí sim, consi-
ga sacar esse dinheiro.
O valor do FGTS pode variar entre 2%, 8% e 11,2% do salário bruto do fun-
cionário. Essa taxa vai depender do tipo de contratação: jovem aprendiz, tra-
balhadores domésticos ou outras ocupações. A taxa de 8% é a mais comum.
Nacional
Certamente o INSS é uma contribuição que muitos conhecem, pois, além dos
profissionais da área de departamento pessoal e contabilidade que lidam
mensalmente com ele, os colaboradores CLT conseguem acompanhar na fo-
lha de pagamento o desconto feito referente a essa contribuição.
O INSS é um órgão público que foi criado em 1990 após outros órgãos se
juntarem. Foram eles: o Instituto de Administração Financeira da Previdên-
cia e Assistência Social (IAPAS) e o Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS).
Essa contribuição é feita tanto por pessoas físicas quanto jurídicas, mas
quem paga é o contribuinte beneficiário. No caso de pessoas jurídicas, por
exemplo, quem paga é o MEI - Microempreendedor Individual, pois ele é uma
PJ, mas ao mesmo tempo é ele quem vai se beneficiar do INSS.
Esse tributo deve ser pago por todas as empresas do país, porém a sua alí-
quota varia de acordo com o regime tributário de cada empresa. Hoje, no
Brasil, as empresas estão enquadradas em quatro tipos de regimes: Simples
Nacional, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e Lucro Real.
As empresas que estão isentas de pagar a CSLL são as organizações sem fins
lucrativos. Por exemplo:
• Entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão);
• Sociedades cooperativas;
• Entidades beneficentes de assistência social.
Esse imposto é bem parecido com o IPTU, o imposto municipal pago pelos
donos de propriedades nas zonas urbanas. A diferença é que o ITR é para
propriedades no campo e deve ser pago ao governo federal, e não ao muni-
cípio.
Um detalhe importante sobre esse imposto é que não são apenas mercado-
rias fabricadas fora do Brasil. Se uma empresa brasileira exportar algo para
outro país e esse algo tiver que retornar ao Brasil, ele também será tributa-
do. Portanto, o imposto de importação não é apenas de produtos totalmente
fabricados, ou seja, não se trata, por exemplo, de uma televisão, podem ser
aparelhos, instrumentos, peças e acessórios que compõem esse produto.
A base de cálculo para este imposto pode ser feita pelo seguinte:
• Quando a alíquota for ad valorem (percentual), o valor aduaneiro apu-
rado segundo as normas do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio – GATT (1994); e
• Quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria expressa
na unidade de medida estabelecida.
Para entender bem as alíquotas, que inclusive podem variar ou também não
ter incidência para alguns casos, é importante que um contador seja consul-
tado.
Mas a boa notícia é que são apenas dois tipos de produtos que têm incidência
desse imposto. São eles:
• Cigarros que contenham tabaco
• Armas e munições, suas partes e acessórios
Qualquer outro produto que não esteja enquadrado nos listados acima, es-
tão isentos de pagar o imposto de exportação. Como vem sendo reforçado
nos tópicos anteriores, antes de qualquer coisa é sempre bom ter um conta-
dor para ajudar a entender o cenário.
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A base para o cálculo do IE é o preço normal que o produto, ou seu similar, al-
cançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre con-
corrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo
Poder Executivo. Na prática, é o valor da mercadoria que consta no campo
“valor total no local de embarque” da DU-E.
A alíquota do IPI pode variar de acordo com cada tipo de empresa, então
é preciso consultar a tabela e verificar em qual deles a empresa se encaixa.
Após conferir a alíquota, é preciso saber qual é a base de cálculo do produ-
to. A base de cálculo é composta pelo valor do produto + seguro + frete +
demais despesas de produção. Em seguida, basta multiplicar pelo valor da
alíquota.
O IOF é pago tanto por pessoas físicas quanto por pessoas jurídicas. A sua
alíquota pode variar de acordo com cada operação, por exemplo:
• IOF para compras internacionais no cartão: 6,38% sobre o valor das
compras;
• IOF para compra ou venda de moeda estrangeira: 1,1% pela operação
de câmbio;
• IOF para transferências internacionais: 0,38% para terceiros e 1,1%
para contas de mesma titularidade;
• IOF para empréstimo ou financiamento: 0,38% sobre o valor total mais
uma porcentagem de 0,0082% por dia, calculada de acordo com o prazo
de pagamento;
• IOF para cheque especial ou crédito rotativo: 0,38% sobre o valor atra-
sado mais 0,0082% por dia, até que a conta seja quitada;
• IOF para investimentos: varia de acordo com o tempo entre a aplicação
e o resgate, indo de zero a 96% dos rendimentos (nem todos os investi-
mentos têm incidência de IOF);
• IOF para seguros: varia entre 0,38% e 25% e pode ser aplicado sobre o
prêmio ou o valor pago (à vista ou em parcelas) à seguradora;
Assim como o CSLL, o imposto de renda pessoa jurídica é um tributo que in-
cide sobre o lucro das empresas. Esse imposto é cobrado de todas as empre-
sas que têm CNPJ ativo no Brasil.
Apesar de ser um imposto que está obrigado para todas as empresas, existe
isenção para alguns casos. Para pessoas físicas que exercem atividades com
fins lucrativos, estão livres do IRPJ:
• Médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor, econo-
mista, contador, jornalista, pintor, escritor e escultor;
• Profissão, ocupação e prestação de serviços não comerciais;
• Agente, representante e outras pessoas sem vínculo empregatício que,
tomando parte em atos de comércio, não os pratiquem, todavia, por con-
ta própria;
• Serventuário da justiça, como tabelião, notário, oficial público e outros;
• Corretor, leiloeiro e despachante, seus prepostos ou adjuntos;
• Exploração individual de contratos de empreitada unicamente de lavor,
qualquer que seja a natureza, quer se trate de trabalhos arquitetônicos,
topográficos, terraplenagem, construções de alvenaria e outras congê-
neres, quer de serviços de utilidade pública, tanto de estudos como de
construções;
• Exploração de obras artísticas, didáticas, científicas, urbanísticas, proje-
tos técnicos de construção, instalações ou equipamentos, salvo quando
não explorados diretamente pelo autor ou criador do bem ou da obra.
A declaração desse imposto pode ser feita por qualquer pessoa por meio do
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Bem similar ao IRPJ, o imposto de renda para pessoas físicas tem cunho so-
cial. O objetivo é que a parcela da população com rendimentos maiores pos-
sa contribuir mais para o governo gerando dinheiro para melhorias na quali-
dade de vida de toda população.
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Esse imposto é anual e é arrecadado por meio de todo brasileiro que tem
posse de um veículo no Brasil. O IPVA tem alíquotas que variam de 1% a 6%
e pode depender de cada estado.
Mas se tratando do imposto, o ICMS é uma taxa cobrada pelos estados e inci-
de sobre mercadorias e serviços, o que gera arrecadação tanto internamente
quanto para exportação. No dia a dia, o imposto é acrescentado ao preço dos
bens e serviços gerando receita para os estados quando o produto é comer-
cializado ou o serviço é prestado ao cliente.
Como o ICMS não é um tipo de imposto preto no branco, mas que exige aten-
ção por parte de quem o opera, é importante reforçar a importância de um
profissional de contabilidade, pois qualquer falta de atenção pode se trans-
formar em um prejuízo ou problemas com o fisco.
Por isso, se você é pessoa física ou jurídica, vale a pena ficar de olho nesses
impostos e entender qual o objetivo deles.
Esse imposto pode ser pago à vista ou parcelado, sendo que à vista é aplica-
do um desconto sobre o valor. Como se trata de um imposto municipal, a sua
alíquota pode variar de município para município.
Além de ter uma variação na alíquota de acordo com cada cidade, os valores
também variam de acordo com cada imóvel e região. Quanto maior o me-
tro quadrado ou mais luxuoso for o imóvel e o bairro em que ele se localiza,
maior poderá ser o imposto desta propriedade. De um modo geral, o IPTU se
trata de uma taxa capaz de prever e regular o valor do imóvel perante uma
projeção do seu valor à vista, com base em como está o mercado de imóveis
do município.
Ou seja, esse imposto é pago na compra de qualquer imóvel, seja ele na plan-
ta ou já construído.
O valor desse imposto pode variar de acordo com cada situação, pois, além
de ser calculado com base no valor venal do imóvel, esse valor venal ainda é
definido de acordo com a alíquota de cada município.
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O ITBI precisa ser pago para que o imóvel possa ter acesso a serviços básicos
de infraestrutura como energia elétrica, saneamento e rua asfaltada. Fora
que o imóvel só pode ter sua transferência de proprietários concluída após o
pagamento do imposto.
De um modo geral, esse imposto é pago pelo comprador e não pelo vendedor.
Porém, essa questão pode ser algo negociado entre as partes, não se tratan-
do de uma regra obrigatória caso o vendedor queira assumir a dívida como
forma de negociação na venda.
O ISS tem incidência sobre serviços que vão desde serviços de saúde, como
médicos e dentistas, serviços gráficos e informática, até transporte, constru-
ção, entre outros.
Mas, vale lembrar: essas taxas são estabelecidas de um modo geral, porém,
é importante entender as regras para a cidade onde o serviço é prestado.
Afinal, os municípios têm liberdade de estabelecer programas de incentivo
fiscal para determinados segmentos, assim como isenções e taxas fixas. Por
isso, busque entender os detalhes.
6. A importância de conhecer
todos os impostos e ter um
contador ao seu lado
Conforme foi reforçado várias vezes no decorrer do ebook, o contador é o
melhor profissional para auxiliar nesse processo que envolve pagamento de
impostos. Ele pode ajudar tanto na parte operacional quanto com consulto-
rias. Afinal, ele é o profissional que foi capacitado, além de outros conheci-
mentos, para lidar com esses pontos específicos.
Já se você é contador e está lendo este ebook, nossa dica é que acompanhe
e se aprofunde em cada imposto apresentado no material. Você, como pro-
fissional, já sabe da complexidade de cada um deles e que problemas podem
surgir perante qualquer falha.
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Mas o importante não é apenas entender para que serve cada imposto, mas
sim fazer um trabalho comercial na sua empresa contábil a partir dessas in-
formações.
Entre os principais impostos que vimos até aqui, a SEFAZ é responsável por
arrecadar, o ICMS, ITCD e o IPVA. Com isso você deve se perguntar: então a
SEFAZ não é um órgão federal presente em todos os estados? E a resposta é
não!
Tributos mensais:
• ISS — as alíquotas aplicadas variam (entre 2,5% e 5%) de acordo com as
atividades exercidas pela empresa e as regras estabelecidas pelo muni-
cípio detentor do imposto;
• PIS — a alíquota é de 0,65%;
• COFINS — alíquota de 3%.
Tributos trimestrais:
• IRPJ — alíquota de 15%;
• CSLL — alíquota de 9%.
A Elisão Fiscal é uma manobra legal que permite às empresas fazerem ajus-
tes fiscais que reduzem a quantidade de impostos pagos. Enquanto isso, a
evasão fiscal também é uma manobra que faz com que a empresa pague me-
nos impostos, porém, de forma totalmente ilegal.
Para que a elisão fiscal aconteça, geralmente a empresa conta com o conta-
dor e o advogado, que irão fazer um planejamento tributário eficiente e con-
forme a legislação permite. Portanto, cometer um crime fiscal não é a única
saída para tornar sua empresa mais rentável, já que isso acaba sendo uma
desculpa para muitos.
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10. Conclusão
Neste ebook, conhecemos alguns dos principais impostos arrecadados no
Brasil. Cada um desses impostos contém uma enorme quantidade de regras
e detalhes, pois, como já vimos, a carga tributária do Brasil é uma das mais
complexas do mundo.
Por esse motivo, vale ter este material como um norte para conhecer o ce-
nário tributário do país e, principalmente, o que significa cada uma das esfe-
ras apresentadas. Mas é importante que cada tópico desse seja aprofundado
por meio de leituras, cursos, palestras, webinars e consultorias. Afinal, nem
mesmo os mais experientes profissionais da área conseguem ter todos os de-
talhes memorizados.
Outro motivo para que o conhecimento seja adquirido com mais profundida-
de em outros canais, é o fato de que essas regras e leis podem estar mudando
a qualquer momento. E dessa forma, a informação corre o risco de ficar desa-
tualizada, caso o detalhamento dos dias atuais fossem inseridas aqui.
E, caso você seja um contador, use este material como norte para se especia-
lizar e conhecer um assunto específico. Aproveite a complexidade do siste-
ma tributário para encontrar a estratégia de negócio ideal para sua empresa
contábil.
Agradecemos por ler o nosso ebook. Aproveite e acompanhe nosso blog para
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