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AULA 1
Saiba mais
2
TEMA 1 – DEFINIÇÃO E OBJETIVO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
CF/88
Emendas Constitucionais
Decretos
3
No caso da isonomia, CF/88, art. 150, II, o tratamento tributário deve ser
igual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente (Brasil,
1988). Nesse caso, temos como exemplo as alíquotas do Imposto de Renda
aplicadas de acordo com as faixas salariais. Os indivíduos que auferem maior
renda são aqueles que pagam mais, assim, há isonomia tributária entre todos os
contribuintes.
O princípio da irretroatividade, CF/88, art. 150, III, a, garante que os
tributos não serão cobrados em relação a fatos geradores ocorridos antes do
início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Uma nova lei
não poderá incidir sobre fatos geradores ocorridos. Por exemplo, se uma
empresa comercializou mercadorias que não incidiam ICMS e foi publicada uma
nova lei que estabelece a incidência, esta não poderá atingir as mercadorias
comercializadas anteriormente.
E, por fim, conforme CF/88, art. 150, III, b e c, o princípio da anterioridade
estabelece que um tributo não pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro
em tenha sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou e deve cumprir o
período nonagesimal. Por exemplo, uma lei institui determinado tributo em 8 de
novembro. De acordo com a anterioridade de exercício, o tributo somente poderá
ser cobrado em 1 de janeiro do próximo ano. Entretanto, conforme a
anterioridade nonagesimal, o tributo apenas poderá ser cobrado em 6 de
fevereiro. O período a ser cumprido será aquele de maior prazo. Em consonância
com os princípios tributários, os entes federativos poderão instituir tributos de
espécies distintas. Os tributos são classificados em impostos, taxas,
contribuições de melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios.
Essa classificação indica se há a vinculação ou não de um determinado serviço
público.
Os impostos são tributos não vinculados, cobrados sem a exigência de
qualquer contraprestação específica por parte do governo. Por exemplo, o
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é arrecadado aos
cofres públicos, mas não tem destinação específica para a recuperação de
rodovias. Sua arrecadação é destinada conforme lei orçamentária, seja para a
educação, saúde etc. Em contrapartida, as taxas, contribuições de melhoria e
especiais e empréstimos compulsórios são tributos vinculados a um serviço
público, mesmo que em parte. A destinação específica ocorre quando o governo
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realiza uma obra de melhoria de mobilidade urbana e para isso cobra um tributo
da espécie denominada contribuição de melhoria.
Os tributos podem ser diretos ou indiretos. Os tributos diretos são aqueles
que incidem diretamente sobre a renda ou o patrimônio. Os tributos indiretos são
aqueles que atingem indiretamente o consumidor final, incidindo sobre a
produção e circulação de bens ou serviços.
Em um sistema tributário complexo, os gestores são desafiados
constantemente a encontrar uma forma eficiente de reduzir o ônus tributário. O
número expressivo de normas e as alterações na legislação dificultam a atuação
dos gestores, exigindo maior atenção na interpretação e apuração dos tributos
que incidem sobre diferentes atividades e operações. A execução dessas
normas reflete no desempenho econômico-financeiro das empresas. E, quando
da incompreensão da legislação vigente no país, os erros cometidos na
elaboração do planejamento tributário são significativos, podendo comprometer
sua sobrevivência no mercado.
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4. Deixar de acompanhar o planejamento: a empresa faz uma análise inicial
e deixa de acompanhar a legislação. Essa falta de monitoramento legal
das normas coloca a empresa em situação de risco, uma vez que as
normas são atualizadas diariamente.
5. Planejar os tributos de forma isolada: os tributos precisam ser analisados
em conjunto. Por exemplo, o estudo isolado de um tributo não quer dizer
que a empresa esteja enquadrada no melhor regime tributário.
O Código Tributário Nacional (CTN), arts. 128 a 135, define como crimes
contra a ordem tributária as ações que envolvem dolo, má-fé e intenção como
descrito no Quadro 1 na sequência. Dolo consiste no ato de tirar proveito de algo
para atingir um determinado fim. A má-fé está associado a fraude ou intenção
dolosa, é a ação consciente de maldade. E, por fim, a intenção é o propósito de
fazer algo.
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Assim, o sujeito passivo é denominado de devedor da obrigação tributária
e é a pessoa (física e jurídica) obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária (CTN, art. 121) (Brasil, 1966). Atribui-se ao sujeito passivo o dever de
contribuir e a responsabilidade na prestação de contas sobre o fato jurídico
tributário. As informações são fornecidas por meio do preenchimento de
documentos e livros fiscais e são chamadas de obrigações acessórias.
O sujeito passivo da obrigação classifica-se em contribuinte ou
responsável. O contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com o
evento que constitui o respectivo fato gerador, isto é, é aquele quem irá pagar o
tributo conforme determinado em lei. O contribuinte do ICMS é aquele que realiza
a comercialização de mercadorias para revenda. O responsável é aquele que,
mesmo não sendo o contribuinte, é obrigado a pagar o tributo, ou seja, se o
contribuinte não pagar, o responsável terá que arcar com o pagamento. No caso
do ICMS, se a empresa que realizou a venda de mercadorias não efetua o
pagamento, a empresa que está adquirindo para revenda será responsável.
O contribuinte tem o dever de apresentar as obrigações acessórias com
o objetivo de facilitar a fiscalização da obrigação principal. O sujeito ativo, o
Estado, depende da informação correta do sujeito passivo para proporcionar a
constituição do crédito tributário. Sendo assim, as empresas devem entregar as
declarações de suas operações ao governo como obrigação acessória a fim de
possibilitar a verificação do tributo a ser recolhido. É o caso da Escrituração
Fiscal Digital (EFD), em que todas as compras e vendas são evidenciadas,
proporcionando o cálculo do ICMS devido.
2.1 Benefícios
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significativo, pois, apesar de demandar tempo para o estudo, o ganho financeiro
tende a ser maior.
2.2 Finalidades
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Diminuir o custo burocrático por intermédio da simplificação de processos
e atividades, assim como da uniformização e informatização de
procedimentos.
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Dessa forma, ao evitar a ocorrência do fato gerador, a empresa evitará o
surgimento da obrigação de recolher o tributo. A relação contribuinte (empresa)
e fisco (governo) é observada pelo interesse de o contribuinte reduzir os custos
com a carga tributária, utilizando-se das lacunas da legislação enquanto o fisco
procura criar e incluir na legislação procedimentos de combate à evasão e elisão
fiscal, visto que reduz a arrecadação aos cofres públicos.
Observa-se no art. 116 do CTN que são dados plenos poderes para a
autoridade administrativa desconsiderar atos ou negócios jurídicos com a
finalidade de mascarar a ocorrência do fato gerados do tributo ou a natureza dos
elementos originários da obrigação tributária, cumpridos os procedimentos a
serem determinados em lei ordinária (Brasil, 1966).
Existem duas correntes de pensamentos sobre a elisão fiscal. A primeira
trata a elisão como um fator negativo e defende que é ilícito o contribuinte
promover a redução da carga tributária pela lesão causada ao governo. A
segunda entende que a elisão fiscal é um benefício legal aprovado, com a
justificativa fiscal de que acontece antes da ocorrência do fato gerador, não
gerando a obrigação tributária e, com isso, o governo não sofre qualquer
prejuízo. Assim, ao passo que alguns idealizados afirmam que a elisão fiscal
significa evasão fiscal, outros não entendem dessa forma.
Os termos brecha e lacuna mencionados no texto têm origem no Direito
Romano e são citados por importantes tributaristas brasileiros. Suponha-se que
o governo, com intuito de beneficiar o pequeno empresário, atribua por meio de
uma lei vantagens com a redução de tributos às empresas com capital igual ou
inferior a R$ 500.000. Consequentemente, uma empresa que possua capital de
R$ 1.000.000 resolve desmembrar a empresa em duas menores com capital de
R$ 500.000 cada uma. O procedimento adotado com o propósito de diminuir a
carga tributária estaria correto, uma vez que os benefícios são atribuídos às
empresas com capital igual ou inferior a R$ 500.000.
Outra medida adotada por profissionais liberais com rendimentos
elevados (por exemplo, médicos, dentistas, advogados) que possuem diversos
imóveis alugados, para evitar a tributação do Impostos de Renda na pessoa
física, utilizam as lacunas da legislação constituindo uma empresa em seu nome
e registrando todos os imóveis na empresa. Logo, o Imposto de Renda tributado
na pessoa jurídica será inferior ao tributado na pessoa física, pois a distribuição
do lucro não é tributada.
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Portanto, a elisão fiscal consiste em uma prática lícita de economia
tributária. É tarefa dos gestores apresentar medidas de elisão fiscal como
gerenciamento de resultados.
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território e nas relações que ocorrem entre Estado, povo e território (Rezende;
Pereira; Alencar, 2010, p. 23)
Em razão da necessidade de organizar-se e oportunizar a realização de
ações direcionadas ao bem-estar comum, a sociedade remete ao Estado
(governo) o poder de desenvolver essas ações.
O poder atribuído ao Estado não obrigatoriamente deve ser formal ou
voluntário, ou seja, pode haver apenas um contrato, o qual pode ser dogmático
ou não, em que o governo se compromete a proteger pelo bem da sociedade e,
em contrapartida, o povo se compromete a fornecer subsídio para isso.
Com o objetivo de manter essa administração sob responsabilidade do
Estado, faz-se necessária a cobrança de tributos. Essa administração, ao longo
do tempo, foi responsabilidade das instituições religiosas, monarquias, impérios,
dentre outras formas de conciliar os desejos da comunidade.
A tributação é necessária para manter a máquina pública funcionando. O
tributo garante o poder autoritário do Estado de manter um equilíbrio do bem-
estar social. A cobrança, sob ponto de vista contemporâneo, está associada à
teoria dos contratos.
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Instituições financeiras oferecem capitais e recebem juros, sendo
tributadas;
Fornecedores fornecem produtos, mercadorias e serviços e recebem
dinheiro e são onerados;
Governo contribui de certa forma com as entidades garantindo
estabilidade e recebem tributos.
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analisar um tributo específico ou até mesmo a estudar a forma de
reconhecimento das contas contábeis.
Tratando-se do melhor regime de tributação, tem-se a apuração pelo lucro
real, lucro presumido, lucro arbitrado, Simples Nacional e até mesmo atuando
como microempreendedor individual. Cabe à empresa analisar cada um dos
regimes e decidir qual é o mais adequado para suas atividades.
Segundo Crepaldi (2017, p. 31), o primeiro passo para realizar o
planejamento tributário é analisar o regime de tributação. Para saber qual é o
melhor regime, deve-se realizar um levantamento do fluxo financeiro da empresa
e estabelecer metas e ações por um período de cinco anos. Assim, o gestor
poderá comparar a redução dos tributos nos diferentes regimes, tão logo
reconhecer a importância dos benefícios fiscais federais, estaduais e municipais
que incidem sobre os produtos, mercadorias e serviços da empresa.
Com base na definição do regime, o gestor deve se concentrar no
planejamento das operações da empresa em conformidade com o modelo
escolhido. Na sequência, é possível encontrar formas de redução de gastos
tributários no próprio regime por meio da redução da base de cálculo e alíquotas
dos tributos e ainda recuperação dos impostos.
O planejamento tributário depende de um estudo histórico da empresa
para projetar ganhos futuros, fundamentado na origem dos fatos ocorridos. Além
disso, exige que a empresa verifique a incidência do fato gerador para que não
seja pago valor maior ou que ocorra uma cobrança indevida. Ainda, devem-se
comprovar os fatos geradores previstos em lei a fim de se evitarem sanções
fiscais, além de revisar ao final de cada exercício social para verificar se o regime
tributário adotado realmente continua sendo o mais adequado para fins de
recolhimento do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
E, por fim, auditar os tributos com objetivo de averiguar a existência de créditos
fiscais não aplicados.
Chaves (2017, p. 4) descreve os seguintes procedimentos para revisão
fiscal:
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3. Analisar se houve ação fiscal após cinco anos da ocorrência do fato
gerador;
4. Estudar anualmente o regime tributário mais vantajoso para a empresa
para fins de tributação do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido;
5. Verificar o total de tributos pagos nos últimos cinco anos para compensar
possíveis créditos fiscais.
1. Legislação tributária;
2. Documentos contábeis da empresa;
3. Livros de escrituração contábil e fiscal;
4. Guias de recolhimentos dos tributos e declarações.
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A contabilidade tributária é essencial para qualquer tipo de planejamento,
visto que é por meio da contabilidade que se obtêm relatórios confiáveis e
eficazes para demonstrar a real situação do patrimônio e do resultado da
empresa para fins de tributação. A situação patrimonial é evidenciada no Balanço
Patrimonial, conjunto de bens, direitos e obrigações. O resultado econômico é
apresentado na Demonstração do Resultado do Exercícios, ou seja, receitas
menos despesas.
O Regulamento do Imposto de Renda de 2018 determina as adições e
exclusões ao lucro líquido contábil. Com base nesses ajustes, obtém-se o lucro
real, base de cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
2. Pedro precisa optar pelo regime tributário menos oneroso, Lucro Real,
Lucro Presumido ou Simples Nacional. A empresa de Pedro presta serviços de
elaboração e manutenção de softwares e também comercializa equipamentos
de informática. A empresa de Pedro faturou nos últimos 12 meses R$ 224.000,00
e apurou os tributos pelo Simples Nacional. Nesse sentido, Pedro refez o
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movimento contábil e aplicou as três formas de tributação e, ao final, decidiu pela
que pagava menos tributos. Qual foi o tipo de planejamento tributário realizado?
Justifique sua resposta.
O gabarito para as questões pode também ser encontrado ao final deste
material, após a seção Referências.
FINALIZANDO
20
REFERÊNCIAS
21
GABARITO
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
22
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
AULA 2
CONTEXTUALIZANDO
Saiba mais
Contabilidade: atuais desafios e alternativa para seu melhor desempenho
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-
70772005000200003>. Acesso em: 12 fev. 2020.
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TEMA 1 – A CONTABILIDADE COMO BASE DO PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO
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A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é obrigatória e
fundamental para apuração do lucro real. O lucro contábil apurado é ajustado
conforme Regulamento do Imposto de Renda (2018) para apuração do lucro real.
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Quadro 1 – Modelo de DRE
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Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se
dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas
daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não
verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos
contraentes do negócio jurídico simulado.
Saiba mais
Assista à entrevista realizada com o professor de pós-graduação de
Direito Nacional e Internacional, Douglas Yamashita, à Contabilidade na TV.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=iMNx99xR5fM>. Acesso
em: 12 fev. 2020.
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Nesse sentido, com a alteração da legislação e da jurisprudência, os
contribuintes são obrigados a adquirir mais substância econômica para realizar
o planejamento tributário, visto que os casos considerados dissimulados, de
abuso de estruturas indefensáveis, foram resultado da falta de compreensão da
contabilidade e do direito.
Conforme descreve Crepaldi (2017, p. 102) “não há nenhum abuso na
iniciativa federal, pois a legislação qualificada até exige a edição da legislação
de obrigação”. No entanto, a decisão da autoridade administrativa é subjetiva e
terá que discernir sobre um negócio jurídico legal de uma sonegação fiscal.
A imposição de tributos, seu recolhimento, suas penalidades e as
obrigações acessórias exigidas do contribuinte pela legislação tributária já é
rigorosa e abrangente e requer que o contribuinte opte pelo procedimento mais
oneroso, agravando ainda mais sua sobrevivência no mercado.
O fisco é a autoridade fazendária, com função de controlar e fiscalizar o
cumprimento da legislação tributária. Este credor possui poder absoluto e com
inúmeros direitos. Ao inserir no CTN a condição de dissimulação ou cláusula
elisiva, o fisco está declarando que qualquer manipulação, formalmente correta,
mas ocultando a intenção de sonegar, pode ser desconsiderada em razão da
verdade tributária (Crepaldi, 2017, p. 103).
Conciliar a voracidade do fisco em arrecadar e a gestão das empresas ou
mesmo da gestão individual do patrimônio não é fácil. Uma situação é ocultar de
forma maliciosa a ludibriar o fisco ocultando o fato, por exemplo, baixar um
imóvel pelo valor registrado e pagar a diferença “por fora” para evitar a incidência
do imposto de renda sobre o ganho de capital. Outra situação é o contribuinte
escolher um negócio que apresente menor tributação, por exemplo, optar pelo
leasing ao invés de locação normal.
O art. 150 da CF impõe limites ao poder de tributar, isto é, o princípio da
legalidade proíbe a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de
exigir ou aumentar tributos sem lei que o constitua.
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Federal do Brasil (RFB) frente ao planejamento tributário abusivo. Na sequência,
o julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF):
Evidentemente que cada caso deve ser analisado com cautela, pois o
planejamento tributário somente pode ser considerado abusivo se não houver
como comprovar os fatos com base em documentos e provas, e a razão estaria
com a autoridade fiscalizadora.
A Receita Federal do Brasil (RFB) questiona a falta de propósito negocial
de determinados planejamentos, como quando uma empresa lucrativa incorpora
uma empresa deficitária com o objetivo de compensar os prejuízos fiscais. Não
há previsão legal, mas a RFB argumenta com intuito de inibir a utilização dos
planejamentos tributários.
Entre duas alternativas consideradas válidas, não há de se considerar
abuso de forma, ou seja, dissimulação. O contribuinte autuado em razão da
realização de planejamento tributário lícito deve procurar seus direitos e entrar
com recurso por intermédio dos órgãos administrativos e judiciários competentes
e não se intimidar na presença de fiscais ou autoridades alegando a falta de
propósito negocial.
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patrimônio pessoal quando não puder honrar com os custos tributários. Assim,
há um confronto de interesses entre o sujeito ativo e passivo.
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Qualquer pessoa jurídica de direito
União, Estados, Distrito Federal e
público que receba a transferência do
Municípios
ente competente
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ICMS é transferida para o tomador do serviço concomitantemente à
realização do fato gerador, conforme observa-se na Figura 2 a seguir.
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Figura 3 – Substituição tributária subsequente
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Ainda, se não couber as regras estabelecidas no art. 127, o domicílio
tributário do contribuinte ou responsável será o lugar da situação dos bens ou da
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação (art. 127, parágrafo
1º, CTN). Caso o domicílio eleito não possibilite ou dificulte a arrecadação ou a
fiscalização do tributo, a autoridade pode recusar o domicílio eleito (art. 127,
parágrafo 2º, CTN). Consequentemente, serão aplicadas as regras do parágrafo
1º do art. 127, CTN.
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Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador
seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem
assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais
• Sucessão
bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos de
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua imóveis
quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-
rogação ocorre sobre o respectivo preço.
Art. 134 I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou
curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por
estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida
ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos
tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em
razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de
penalidades, às de caráter moratório.
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Logo, verifica-se a responsabilidade de terceiros perante o patrimônio de
outras pessoas. Ao contrário do que prevê a responsabilidade de sucessores
que vincula à transmissão patrimonial, a responsabilidade de terceiros não há
essa transferência. É o que acontece com pessoas naturais incapazes ou entes
que não possuem natureza jurídica, como o espólio. Apesar de serem incapazes
e não terem personalidade jurídica, possuem capacidade tributária passiva.
O art. 135 do CTN refere-se à responsabilidade pessoal e exclusiva dos
representantes em caráter abusivo, ilegal ou não autorizados.
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TEMA 5 – INCENTIVOS FISCAIS
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5.2 Incentivos fiscais estaduais
TROCANDO IDEIAS
19
NA PRÁTICA
Resposta esperada:
FINALIZANDO
20
fornecer informações aos acionistas ou sócios, a fim de verificar as contas
da diretoria;
comprovar ao fisco o cumprimento da legislação fiscal;
suprir os administradores de informações para a tomada de decisões;
apresentar de forma correta as obrigações acessórias;
demonstrar valor dos ativos e passivos de acordo com seu valor justo.
21
REFERÊNCIAS
22
e Municípios. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 out. 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm>. Acesso em: 12 fev. 2020.
23
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
AULA 3
CONTEXTUALIZANDO
Saiba mais
2
operacoes-societarias--criterios-de-validade-utilizados-pelo-carf-->. Acesso em:
15 fev. 2020.
3
Gráfico 2 – Receita Bruta por regime de tributação
Saiba mais
4
O valor das contribuições mensais é fixo, correspondendo a um total de
R$ 48,70 para o comércio e indústria, R$ 52,70 para serviços e R$ 53,70 para o
comércio e serviços no exercício de 2018. Assim, o microempreendedor terá
diversos benefícios previdenciários.
O Quadro 1, na sequência, apresenta a contribuição do MEI por atividade:
O valor do salário mínimo é de R$ 998,00 (novecentos e cinquenta e quatro reais), por mês,
conforme Decreto nº 9.961, de 1° de janeiro 2019.
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Quadro 2 – Exemplo de apuração do Simples Nacional
6
antes da compensação. A legislação permite apurar o lucro trimestralmente ou
anualmente.
O ICMS, PIS/PASEP e COFINS devem ser apurados pelo regime não
cumulativo. Estão automaticamente obrigadas as empresas que se
enquadrarem nas condições descritas no art. 257 do RIR/2018.
É importante considerar a realidade econômico-financeira da empresa,
verificar todos os tributos e fazer uma simulação para ter certeza da melhor
opção.
7
transformação: alteração do tipo da sociedade;
incorporação: uma ou mais sociedades são incorporadas por outra;
fusão: união de duas ou mais sociedades em uma única empresa, sendo
extintas todas as sociedades, dando origem a uma nova;
cisão: uma única empresa transfere seu patrimônio para outras empresas
e deixa de existir.
8
Art. 584. A pessoa jurídica não poderá compensar os seus próprios
prejuízos fiscais se, entre a data da apuração e da compensação,
houver ocorrido, cumulativamente, modificação do seu controle
societário e do ramo de atividade.
9
benefício, será necessário analisar qual é o impacto da reorganização societária
na apuração do tributo.
Por exemplo, os Estados concedem a isenção do ICMS à determinada
pessoa jurídica. O gestor deverá verificar se há alguma restrição para a
reorganização societária e o mesmo procedimento deve ser realizado para
qualquer benefício concedido.
Saiba mais
Outros resultados podem ser verificados na pesquisa de Mocivuna,
Thompson e Silva (2019). Disponível em: <https://www.sumarios.org/artigo/o-
prop%C3%B3sito-negocial-como-crit%C3%A9rio-de-validade-de-
planejamentos-tribut%C3%A1rios-segundo-o>. Acesso em: 15 fev. 2020.
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inúmeras leis, instruções normativas, decretos, dentre outras normas. A seguir,
há a definição de cisão.
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Figura 1 – Cisão total
Empresa "A"
Receptora
Empresa
Empresa "B"
"ABC"
Receptora
Extinta
Empresa "C"
Receptora
Empresa "A"
Receptora
Empresa
Empresa "B"
"ABC"
Receptora
Cindida
Empresa "C"
Receptora
3.2 Fusão societária — Código Civil, arts. 1.119 a 1.121, e LSA, art. 228
Figura 3 – Fusão
Empresa
A
Empresa AB
Empresa
B
3.3 Incorporação
Exemplo 1
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escriturados na parte B do Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real (E-
LALUR). Portanto, deverá baixar R$ 200.000 x 20% = R$ 40.000,00 dos
prejuízos registrados na parte B do E-LALUR. O restante R$ 160.000,00 (R$
200.000,00 – R$ 40.000,00) poderá compensar com seus próprios prejuízos
fiscais, apurados após a cisão. Nos casos de fusão e incorporação, não há
previsão legal de a empresa sucessora compensar os prejuízos fiscais apurados
na empresa sucedida.
Exemplo 2
Exemplo 1
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equivalência patrimonial, também sem tributação, conforme art. 509 do
RIR/2018.
Na sequência, a empresa Benvinda S.A. tem participação na empresa
Fortes S.A. A empresa Futurística faz uma oferta a um valor contábil superior
pela aquisição da Fortes S.A. Logo, há a permuta das contas contábeis e
contabilização do ágio na aquisição do investimento (Futurística S.A). Este ágio
não é tributado. Então, a empresa investidora (Futurística S.A) é cindida,
constituindo uma nova empresa (Pensante S.A), em que os bens e direitos são
transferidos para esta nova sociedade cuja participação pertencerá à empresa
investidora (Futurística S.A). Os recursos financeiros ficarão com a investidora
para posteriormente serem transferidos para a empresa vendedora (Benvinda
S.A.), por meio da extinção da nova sociedade, após a conclusão da operação
de cisão.
Exemplo 1
Discriminação R$
Valor contábil 100.000,00
Valor de venda 150.000,00
Ganho de capital 50.000,00
IRPJ e Adicional do IR (15% + 10%) 12.500,00
CSLL (9%) 4.500,00
Total IRPJ e CSLL 17.000,00
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Crédito: participações – Fortes S.A. (ativo não circulante – investimentos)
– R$ 100.000,00;
Histórico: integralização de capital, por meio de transferência de
participação societária da Fortes S.A. para a Futurística S.A.
Futurística S.A.
Ativo R$
Banco Conta Movimento 150.000,00
Participações Societárias Fortes S.A. 100.000,00
Total do Ativo 250.000,00
Passivo R$
Capital Social Subscrito 166.666,67
Ágio na Emissão de Ações 83.333,33
Total do Passivo 250.000,00
Futurística S.A.
Ativo R$
Banco Conta Movimento 150.000,00
Participações Societárias Fortes S.A. 100.000,00
Total do Ativo 250.000,00
Passivo R$
Capital Social Subscrito 250.000,00
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Ágio na Emissão de Ações -
Total do Passivo 250.000,00
19
Após a conclusão de todas as operações, a empresa Pensante S.A. é
extinta, transferindo-se ao caixa da Benvinda S.A. os recursos financeiros. Não
há ganho de capital a calcular, uma vez que a participação é extinta (de R$
150.000,00 depois a equivalência patrimonial) é igual aos recursos financeiros
transferidos. A compradora poderá extinguir ou manter a Futurística S.A.
TROCANDO IDEIAS
FINALIZANDO
21
REFERÊNCIAS
22
______. RECEITA FEDERAL. Ministério da Economia. Dados, informações e
gráficos setoriais. Disponível em:
<http://receita.economia.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-
aduaneiros/estudos-e-estatisticas/estudos-diversos/dados-informacoes-e-
graficos-setoriais-2008-a-2012>. Acesso em: 14 out. 2019.
23
GABARITO
24
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
Saiba mais
Conheça os três regimes tributários. Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/conheca-os-tres-
regimes-tributarios,1ddf8178de8c5610VgnVCM1000004c00210aRCRD>.
Acesso em: 16 fev. 2020.
2
TEMA 1 – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ATRAVÉS DO LUCRO REAL
3
(SPE) e empresas que emitem ações admitidas à negociação em
segmento especial.
No lucro real trimestral, o imposto de renda será pago em quota única, até
o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do trimestre. No lucro
real anual, o pagamento poderá ser realizado mensalmente até o último dia útil
do mês subsequente sobre a base de cálculo estimada, ou apurado em balanço
ou balancete de suspensão ou redução ou o pagamento poderá ser realizado
até o último dia útil do mês de março do ano subsequente, acrescido de juros
sobre o ajuste anual.
A escolha da apuração trimestral ou anual refletirá no montante a pagar
do imposto, logo, deve-se considerar as expectativas de lucro e a
representatividade dos ganhos em relação à receita bruta etc.
A fiscalização das empresas optantes pelo lucro real tende a ser maior
que nas empresas optantes pelo lucro presumido. Enquanto, no lucro real as
empresas registram as despesas dedutíveis, no lucro presumido o fisco
determina os percentuais de presunção para apuração do imposto de renda.
Assim, a fiscalização está relacionada ao nível de complexidade de apuração de
tributos e ao cumprimento das obrigações acessórias.
4
lucro real após a compensação de prejuízo do 1º trimestre: R$
35.000,00.
5
Em contrapartida, lucro real anual impossibilita o pagamento parcelado do
IRPJ, como ocorre no real trimestral, sendo uma das desvantagens deste
sistema de apuração. Ainda, as empresas terão que manter uma escrituração
contábil mais apurada para evitar sanções fiscais.
6
II. os resultados, os rendimentos, as receitas e outros valores considerados
na apuração do lucro líquido que não sejam incluídos no lucro real; e
III. compensação de prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração
anteriores, limitada a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas
adições e exclusões desde que o prejuízo fiscal possa ser comprovado
por meio de livros e os documentos exigidos pela legislação fiscal.
8
1. a empresa possuía prejuízos fiscais acumulados de exercícios anteriores
em valor de R$ 1.400.000,00 (ver limitação de 30%);
2. a empresa possuía base de cálculo negativa de CSLL, no valor de R$
386.480,00 (ver limitação de 30%);
3. o valor da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é indedutível para
fins de cálculo do Lucro Real.
Informando-se ainda que o Imposto de Renda sobre o lucro real pela
alíquota de 15% e que o adicional é cobrado à alíquota de 10% sobre o lucro
que exceder a R$ 240.000,00 (anual), pergunta-se:
Qual é o valor da provisão para o Imposto de Renda?
Qual é o valor da provisão para a Contribuição Social?
Qual é o valor do Resultado do Exercício, após as provisões?
A apuração do IRPJ será:
9
Quadro 4 – Demonstração para apuração da CSLL
10
incentivos à participação em programas destinados ao trabalhador. Isto quer
dizer que é permitido às pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real deduzir do
IRPJ o valor equivalente à aplicação da alíquota do imposto sobre a soma das
despesas de custeio realizadas no período de apuração em Programas de
Alimentação do Trabalhador (PAT). A dedução direta no imposto, neste caso,
fica limitada a 4% do IRPJ sem a inclusão do adicional.
Exemplo 1
A Instrução Normativa SRF n. 267/92, art. 2º, parágrafo 2º, determina que
o benefício é limitado ao valor da aplicação da alíquota do imposto sobre o
resultado da multiplicação do número de refeições fornecidas no período de
apuração pelo valor de R$ 1,99, correspondente a 80% do custo máximo da
refeição de R$ 2,49. Aplicando-se 15% sobre a base de incentivo de R$ 1,99,
tem-se o limite dedutível por refeição de R$ 0,2985.
O incentivo ao PAT deduzido diretamente do IRPJ será o menor dos
seguintes valores:
aplicação da alíquota do imposto (15%) sobre a soma das despesas de
custeio realizadas no período de apuração limitada a 4%;
apuração de R$ 0,2985, multiplicado pelo número de refeições fornecidas
no período.
11
seus empregados ao custo médio unitário efetivo de R$ 15,00. O IRPJ devido
pela Afinada, com base no Lucro Real Anual, durante o ano-calendário de 20X1
foi de R$ R$ 2.500.000,00. O único incentivo fiscal de dedução do IRPJ foi o
PAT.
Dessa forma, como o custo médio efetivo das refeições fornecidas aos
trabalhadores foi de R$ 15,00, sendo superior ao custo máximo incentivado de
R$ 1,99, tem-se:
12
TEMA 4 – JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO
50% do lucro líquido do exercício antes da dedução dos juros sobre capital
próprio; ou
50% do total dos lucros acumulados e reserva de lucros, sem considerar
o resultado do período corrente.
Com relação à metade do lucro líquido do exercício antes da dedução dos
juros sobre capital próprio, o lucro líquido será aquele após a dedução da CSLL
e antes da dedução da provisão para o IRPJ sem considerar os juros sobre o
capital próprio. A economia tributária pode ser verificada sob três aspectos:
1. a alíquota do imposto de renda retido na fonte é de 15%, enquanto o IRPJ
da pessoa jurídica é de 25%, considerando o adicional de 10%. Portanto,
há uma economia de 10%;
2. reduz-se a base de cálculo da CSLL, sujeita à alíquota de 9%.
Consequentemente, há uma economia de 9%;
13
3. os juros podem ser atribuídos ao valor dos dividendos, tornando os
dividendos dedutíveis na apuração do IRPJ.
Na sequência, verifica-se um caso prático de juros sobre capital próprio e
a economia gerada pela empresa.
Contas R$
Capital Social 3.400.000,00
Reservas de Capital 68.000,00
Reservas de Reavaliação 336.974,00
Reservas de Lucros 40.897.656,00
Lucros Acumulados 1.020.000,00
Patrimônio Líquido 45.722.630,00
Quadro 10 – TJPL
Contas R$
Patrimônio Líquido em 31/12/X0 45.722.630,00
(-) Reservas de Reavaliação 336.974,00
Base de Cálculo 45.385.656,00
Juros sobre o capital próprio
3.063.531,78
45.385.656,00 x 6,75%
14
4.2 Cálculo do IR a pagar e da CSLL antes da contabilização dos juros sobre
o capital próprio
Contas R$
Lucro do exercício antes da CSLL 30.000.000,00
(-) CSLL (9%) 2.700.000,00
Lucro do exercício após a CSLL 27.300.000,00
Provisão para IRPJ: Lucro real 30.000.000,00
(-) Provisão para o IRPJ alíquota de 15%
4.500.000,00
(30.000.000,00 x 15%)
Adicional de 10% (30.000.000,00 –
240.000,00 = 29.760.000,00) – o adicional de
2.976.000,00
IRPJ é calculado sobre o valor que exceder
R$ 240.000,00
Provisão para IRPJ 7.476.000,00
Assim, tem-se:
Contas R$
Provisão para CSLL 2.700.000,00
Provisão para IRPJ 7.476.000,00
Total 10.176.000,00
DRE R$
Lucro do exercício antes da CSLL 30.000.000,00
(-) Provisão para CSLL 2.700.000,00
Lucro do exercício após a CSLL 27.300.000,00
(-) Provisão para IRPJ 7.476.000,00
Lucro líquido do exercício 19.824.000,00
15
Quadro 14 – Apuração CSLL e IRPJ com Juros sobre o Capital Próprio
Contas R$
Lucro do exercício 30.000.000,00
(-) Juros sobre o capital próprio 3.063.531,78
Lucro do exercício antes da CSLL 26.936.468,22
(-) CSLL (9%) 2.424.282,14
Lucro do exercício após a CSLL 24.512.186,08
Provisão para IRPJ: Lucro real 26.936.468,22
(-) Provisão para o IRPJ alíquota de 15%
4.040.470,23
(30.000.000,00 x 15%)
Adicional de 10% (26.936.468,22 –
240.000,00 = 26.696.468,22) – o adicional de
2.669.646,82
IRPJ é calculado sobre o valor que exceder
R$ 240.000,00
Provisão para IRPJ 6.710.117,05
Contas R$
Provisão para CSLL 2.424.282,14
Provisão para IRPJ 6.710.117,05
Total 9.134.399,19
Quadro 16 – Provisão para CSLL e IRPJ na DRE com Juros sobre o Capital
Próprio
DRE R$
Lucro do exercício 30.000.000,00
(-) Juros sobre o capital próprio 3.063.531,78
Lucro do exercício antes da CSLL 26.936.468,22
(-) Provisão para CSLL 2.424.282,14
Lucro do exercício após a CSLL 24.512.186,08
(-) Provisão para IRPJ 6.710.117,05
Lucro líquido do exercício 17.802.069,03
16
Quadro 17 – Comparativo IRPJ e CSLL com e sem Juros sobre o Capital Próprio
Dados R$
Lucro líquido do período 500.000,00
Participação dos trabalhadores no lucro líquido 10%
Valor contabilizável como despesa operacional 50.000,00
17
O registro contábil será:
débito: participação dos trabalhadores no lucro líquido (DRE) – R$
50.000,00;
crédito: participações a pagar (passivo circulante) – R$ 50.000,00.
TROCANDO IDEIAS
A fiscalização das empresas optantes pelo lucro real tende a ser maior
que nas empresas optantes pelo lucro presumido. A fiscalização está
relacionada ao nível de complexidade de apuração dos tributos e ao
cumprimento das obrigações acessórias. Nesse sentido, o custo das obrigações
acessórias pode superar a economia tributária da obrigação principal? Depois
de responder, leia a resposta esperada na seção Gabarito, após as referências
abaixo.
NA PRÁTICA
18
FINALIZANDO
19
REFERÊNCIAS
20
CREPALDI, S. Planejamento tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
21
GABARITO
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
Resposta esperada:
22
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
AULA 5
Saiba mais
Conheça os três regimes tributários. Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/conheca-os-tres-
regimes-tributarios,1ddf8178de8c5610VgnVCM1000004c00210aRCRD>.
Acesso em: 16 fev. 2020.
1.1 Contextualizando
2
2019. Considerando que a empresa realiza a apuração pelo regime tributário
pelo lucro presumido, qual será o montante total do IRPJ?
Saiba mais
Veja a matéria publicada no link a seguir: Disponível em: <
http://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-
demonstrativos/ecf-escrituracao-contabil-fiscal/erguntas-e-respostas-pessoa-
juridica-2019-arquivos/capitulo-xiii-irpj-lucro-presumido-2019.pdf>. Acesso em:
16 fev. 2020
3
1.1 Pessoas jurídicas autorizadas a optar
De acordo com o RIR/2018, art. 587, desde que a pessoa jurídica não
esteja obrigada à tributação pelo lucro real, cuja receita bruta total no ano-
calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 ou a R$
6.500.000,00 auferido por mês, poderá optar pelo lucro presumido. Dessa forma,
as pessoas jurídicas vetadas a optar pelo lucro presumido são aquelas que:
5
presunção de 32%. Sendo assim, a base de cálculo para o IRPJ e CSLL será de
57.600,00.
Desta forma, a carga tributária efetiva precisa ser análise para fins de
planejamento tributário.
Ao analisar uma única atividade, o lucro real seria o mais vantajoso, visto
que o lucro real é menor que o lucro presumido.
Antes de optar pelo lucro presumido, também deve-se considerar as
adições e exclusões da base de cálculo. Os ganhos na venda de bens do ativo
imobilizado são adicionados à base de cálculo do IRPJ.
O estudo da obrigação tributária é indispensável, mas as obrigações
acessórias também precisam fazer parte da análise. As pessoas jurídicas que
não possuem um rigor na contabilidade, uma administração consistente e as
alíquotas no simples nacional sejam elevadas, recomenda-se a apuração pelo
lucro presumido.
7
Substituição. E, por fim, na esfera municipal Nota Fiscal de Serviço Eletrônica
(NFS-e); DES – Declaração Eletrônica de Serviço.
A maior parte das obrigações mencionadas faz parte do projeto do
Sistema Público de Escrituração Digital (SPED).
8
Quadro 5 – Distribuição sem incidência do Imposto de Renda
Descrição R$
Faturamento trimestral 100.000,00
Valor da base de cálculo do IRPJ e CSLL (32% base presumida) 32.000,00
(-) IRPJ devido no trimestre – 15% 4.800,00
(-) CSLL devida no trimestre – 9% 2.880,00
(-) PIS devido no trimestre – 0,65% 650,00
(-) COFINS devida no trimestre – 3% 3.000,00
(=) valor que pode ser distribuído sem tributação do imposto de renda 20.670,00
O lucro arbitrado pode ser adotado pelo contribuinte ou pode ser exigido
pela autoridade tributária. O arbitramento do lucro pela Receita Federal ocorre
quando a empresa não cumpre as obrigações necessárias. A utilização do lucro
arbitrado normalmente ocorre pela imposição do fisco, pois tende a resultar em
uma carga tributária maior.
9
A apuração corresponderá a todos os trimestres do ano, sendo submetida
à tributação com base no lucro real ou presumido nos meses em que não houver
arbitramento.
A base de cálculo no lucro arbitrado será determinada por meio da
aplicação dos percentuais de presunção, acrescidos de 20% sobre a receita
bruta conhecida e, quando a receita não for conhecida, sobre valores fixados
pela legislação fiscal.
IRPJ CSLL
Receita
Descrição Base de Base de
(R$) % %
Cálculo (R$) Cálculo (R$)
Receita com serviços
200.000,00 38,4 76.800,00 32 64.000,00
prestados
10
Receita com venda
50.000,00 9,6 4.800,00 12 6.000,00
de mercadorias
Ganho de capital 2.000,00 100 2.000,00 100 2.000,00
Base de cálculo do lucro arbitrado 83.600,00
IRPJ devido – 15% 12.540,00 Base CSLL 72.000,00
IRPJ adicional – 10% 2.360,00
CSLL a
IRPJ a recolher 14.900,00 6.480,00
recolher – 9%
11
Então, a carga tributária para as receitas desconhecidas no lucro
presumido é extremamente alta. O interesse do fisco é inibir ações fraudulentas
elevando as alíquotas.
a opção é facultativa;
a escolha é irrevogável para todo o ano-calendário;
o recolhimento é realizado em documento único de arrecadação – DAS e
compreende os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, COFINS, IPI,
ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à
Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP);
o sistema eletrônico é disponibilizado para as microempresas e empresas
de pequeno porte para geração do DAS, e desde janeiro de 2012 para
constituição do crédito tributário;
a entrega de declaração é única e simplificada de informações
socioeconômicas e fiscais;
o prazo para pagamento do DAS é até o dia 20 do mês seguinte àquele
em que tiver sido obtida a receita bruta;
a possibilidade de os Estados admitirem sublimites para as empresas de
pequeno porte em função da participação no Produto Interno Bruto (PIB).
Caso exista essa possibilidade, as empresas deverão recolher o ICMS e
o ISS diretamente ao Estado e ao Município.
12
de até R$ 360.000,00. A empresa de pequeno porte é aquela que, em cada ano-
calendário, aufira receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$
4.800.000,00.
Conforme a referida lei, art. 3º, parágrafo 1º, a receita bruta corresponde
à “venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos
serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas
as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos”.
A legislação descreve as empresas que não poderão beneficiar-se deste
regime tributário, como é o caso das pessoas jurídicas cujo capital participe de
outra sociedade.
As alíquotas utilizadas para apuração do DAS constam nos Anexos I a V
e dependerá da atividade. O Anexo I é utilizado para as empresas comerciais, o
Anexo II para as empresas industriais, o Anexo III para as receitas de locação
de bens móveis e de prestação de serviços não relacionados no parágrafo 5º-C
do art. 18 da Lei Complementar n. 123/2006, o Anexo IV sobre as receitas
decorrentes da prestação de serviços relacionados no parágrafo 5º-C do art. 18
e o Anexo V para as receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados
no parágrafo 5º-I do art. 18.
13
O valor do Salário Mínimo é de R$ 1.045,00 (um mil e quarenta e cinco reais), por mês,
conforme Medida Provisória n. 919, de 30 de janeiro de 2020.
Fonte: Portal do Empreendedor, 2020.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
14
FINALIZANDO
15
REFERÊNCIAS
16
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9718compilada.htm>. Acesso em:
16 fev. 2020.
17
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
AULA 6
CONTEXTUALIZANDO
Saiba mais
2
TEMA 1 – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA PESSOA FÍSICA, QUANDO TEM
PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA E QUANDO NÃO TEM
De acordo com a Receita Federal (2019, p. 24), a pessoa física não estará
obrigada a entregar a declaração em razão de ser titular ou sócio de empresa,
exceto se preencher os requisitos constantes na Instrução Normativa n.
1.871/2019, art. 2º.
3
Se a pessoa física for obrigada a declarar o imposto de renda, deverá
informar a propriedade das cotas na ficha de bens e direitos da sua declaração
com o código 32 "Cotas ou quinhão de capital”. Nesse campo, devem ser
informados o número de cotas, o valor inicial, o nome e o CNPJ da empresa.
Os rendimentos auferidos pela empresa declarados na pessoa física
podem ser decorrentes de pró-labore ou de dividendos. O pró-labore significa
pelo trabalho e constitui o salário dos administradores. Essa forma de
remuneração não é obrigatória, ficando a cargo dos proprietários decidir em
aderir ou não. Essa informação deve constar nos rendimentos tributáveis
recebidos, sujeitos à tabela progressiva do imposto de renda.
No caso da distribuição de dividendos, há uma vantagem, ou seja, os
valores declarados como lucros ou dividendos estão isentos de imposto de renda
para a pessoa física, conforme RIR/2018, art. 35, inciso IV. No entanto, no caso
do Microempreendedor Individual (MEI), não obrigado à escrituração contábil,
deve-se aplicar a regra de presunção e informar na declaração apenas o lucro
presumido como isento. Então, o registro na ficha de rendimentos isentos e não
tributáveis será realizado na linha 05 “Lucros e dividendos recebidos pelo titular
e seus dependentes” ou na linha 09 “Rendimento de sócio ou titular de
microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional”,
conforme a situação.
Dessa forma, o contribuinte que tenha recebido como pessoa jurídica
deve declarar os ganhos como pessoa física. Os rendimentos decorrentes da
participação societária serão descritos como pró-labore ou lucro nos respectivos
campos da declaração.
Descrição R$
Remuneração auferida pelo segurado no mês 1.600,00
Contribuição individual (sem dedução) – R$ 1.600,00 x 20% 320,00
Contribuição patronal – empresa "A" – R$ 1.000,00 x 20% 200,00
Contribuição patronal – empresa "B" – R$ 600,00 x 20% 120,00
Possibilidade de dedução – (R$ 200,00 + R$ 120,00) x 45% 144,00
Limite de dedução – R$ 1.600,00 x 9% 144,00
Contribuição do segurado – R$ 320,00 – R$ 144,00 176,00
Saiba mais
5
2.1 Pró-labore versus plano de previdência privada
Situação 1
Situação 2
6
2.2 Planejamento tributário na previdência privada
Saiba mais
7
Sendo assim, é recomendável diminuir o pró-labore e aumentar a
distribuição de lucros. A competência para escolher a forma de remuneração é
dos proprietários, sendo os critérios estabelecidos no contrato social ou no
estatuto social. Não existe regra específica para definir o montante de pró-labore
ou de distribuição de lucros, mas a decisão refletirá na carga tributária.
8
diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a pessoa
jurídica. O contribuinte também tem o direito à isenção, uma vez que a empresa
pagou tributos sobre o faturamento e é vedada a bitributação.
Esta forma de remuneração demanda profissionais qualificados para
elaborar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício e
recomenda-se que a empresa tenha uma reserva de lucros para utilizar como
distribuição, caso seja necessário.
9
tributação do imposto de renda. O ganho de capital dessa operação também é
isento conforme art. 133, inciso III.
O imóvel residencial consiste em uma unidade construída em zona urbana
ou rural com a finalidade de moradia. Caso a aplicação do produto da venda
nesse imóvel residencial não seja integral, a parcela do ganho não aplicada será
tributada.
A falta de pagamento sobre a parcela do ganho que excede a aplicação
implicará em juros de mora, apurados a partir do segundo mês seguinte ao do
recebimento do valor ou da parcela do imóvel vendido e multa de mora ou de
ofício, apurada a partir do segundo mês subsequente, caso o imposto não seja
pago até 30 dias após o prazo de 180 dias da formalização do contrato.
O benefício da isenção do imposto de renda sobre a venda de imóvel
somente poderá ser utilizado a cada cinco anos, contados a partir da data da
formalização do contrato de venda ou quando realizada a venda de mais de um
imóvel residual, à data da primeira operação de venda.
A isenção do imposto de renda se aplica inclusive aos contratos de
permuta de imóveis residenciais e à venda ou compra de imóvel residencial em
construção ou na planta. Entretanto, o benefício pode ser extinguido em casos
específicos.
10
4.2 Redução do ganho de capital
O RIR/2018, art. 134, parágrafo 5º, dispõe que o valor pago de corretagem
pode ser utilizado para reduzir a base de cálculo tributável da operação de venda
de imóvel residencial com ganho de capital.
Outra forma de reduzir o ganho de capital na venda de imóveis é incluir
as despesas com reparos e conservação ao valor do bem, desde que ocorra o
aumento da vida útil com a devida comprovação e que as partes e peças
substituídas não tenham sido depreciadas.
Dessa forma, a pessoa física ao vender um imóvel deve planejar os
ganhos decorrentes dessa operação e as formas para reduzir a tributação,
vantagem do planejamento fiscal na pessoa física.
11
tributável, pensão alimentícia judicial quando houver obrigatoriedade de a fonte
pagadora reter.
O RIR/2018, art. 42, dispõe que não será considerado como rendimento
bruto, no caso de aluguéis de imóveis:
Despesas R$
Aluguel 2.000,00
Energia 560,00
Água e esgoto 200,00
ITPU 180,00
Condomínio 600,00
Total 3.540,00
Parcela dedutível (1/5) 708,00
12
Quadro 5 – Dedução de imóvel próprio
Despesas R$
Energia 560,00
Água e esgoto 200,00
ITPU 180,00
Condomínio 600,00
Total 1.540,00
Parcela dedutível (1/5) 308,00
Art. 133
a) R$ 20.000,00 (vinte mil reais), na hipótese de alienação de ações
negociadas no mercado de balcão; e
b) R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nas demais hipóteses;
13
III - a cada um dos bens ou dos direitos possuídos em comunhão e ao
valor do conjunto dos bens ou dos direitos da mesma natureza,
alienados no mesmo mês, na hipótese de sociedade conjugal.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
14
REFERÊNCIAS
IBPT. CNPL: Brasil é o País que proporciona pior retorno em serviços públicos
à sociedade. 19 jun. 2017. Disponível em:
15
<https://ibpt.com.br/noticia/2595/CNPL-Brasil-e-o-Pais-que-proporciona-pior-
retorno-em-servicos-publicos-a-sociedade>. Acesso em: 21 fev. 2020.
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GABARITO
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