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Monteiro, Alexandre
Tributação da economia digital : desafios no Brasil, experiência internacional e novas
perspectivas / Alexandre Monteiro, Renato Faria, Ricardo Maitto. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2018.
1. Direito tributário 2. Internet - Legislação 3. Comércio eletrônico - Impostos -
Legislação 4. Tributação - Tratados I. Título II. Faria, Renato III. Maitto, Ricardo.
18-0495 CDU 34:336.2:004.738.5
Produção editorial Ana Cristina Garcia (coord.) | Carolina Massanhi | Luciana Cordeiro
Shirakawa | Rosana Peroni Fazolari
Arte e digital Mônica Landi (coord.) | Claudirene de Moura Santos Silva | Guilherme H.
M. Salvador | Tiago Dela Rosa | Verônica Pivisan Reis
2
Livro digital (E-pub)
Dúvidas?
Acesse www.editorasaraiva.com.br/direito
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia
autorização da Editora Saraiva.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
3
Sumário
Apresentação
4
As operações internacionais envolvendo software e o imposto de
renda
1. Introdução
2. Definição de software. Tipos de software. Propósitos com a sua
criação
2.1. Definição de software
2.2. Tipos de software
2.3. Finalidade da sua criação
2.4. Software como direito real do autor
3. Os diferentes negócios envolvendo software em transações
internacionais e o IRRF
4. Transações com software sob encomenda
5. Transações com software-produto
5.1. Cessão integral dos direitos de propriedade sobre o software
5.2. Cessão parcial de direitos de exploração econômica sobre o
software
5.3. Licença de uso do software (copyrighted article)
5.3.1. Licenças perpétuas
5.3.2. Licenças temporárias
5.4. Compra e venda de licenças de direito de uso (copyrighted
articles) para a distribuição no mercado interno
6. Transações com software adaptável (“customizável”)
Qualificação de operações envolvendo software no Brasil à luz dos
tratados contra a bitributação: visão da OCDE e a prática brasileira
1. Introdução
2. Software: conceito, tipos e características relevantes em função
das diferentes formas de comercialização
2.1. Objeto do estudo: software de aplicação
2.2. Variações conforme o contrato e a natureza jurídica do
rendimento
5
2.3. Observação sobre licenças de uso
3. Qualificação dos rendimentos relacionados a operações com
software à luz dos tratados contra a bitributação
3.1. Possíveis qualificações de rendimento com base na CM-
OCDE
3.2. Comentários Oficiais da OCDE à CM-OCDE
3.3. Posicionamento do Brasil
4. Considerações Finais
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão? A tributação
internacional da renda no ambiente de cloud computing
Introdução
1. Definição e modelos de “cloud computing”: novos tempos,
novos paradigmas
2. A tributação brasileira das remessas ao exterior para
remuneração do cloud computing
3. A qualificação dos rendimentos no contexto do cloud computing
para a aplicação dos acordos de bitributação e a questão dos
estabelecimentos permanentes
3.1. A qualificação dos rendimentos no contexto do cloud
computing
3.2. A questão do estabelecimento permanente
4. A solução acenada pelas autoridades fiscais brasileiras para os
rendimentos decorrentes de cloud computing
5. Considerações finais: apenas o início pela busca de soluções
Os princípios da tributação no Estado da fonte e no Estado da
residência e os impactos da economia digital no Brasil e no mundo
1. Introdução: economia digital e seus impactos no direito
2. Economia digital e seus impactos no Direito Tributário
2.1. Os princípios da tributação no estado da fonte e no estado da
residência
2.2. Desafios da economia digital para o princípio de fonte e
residência
6
3. Análise sob a perspectiva brasileira
4. Conclusões
Potenciais impactos tributários do CPC 47 nos negócios voltados à
economia digital
1. Introdução
2. Afinal, o que é a economia digital? Que atividades estão por ela
abrangidas?
2.1. Generalidades
2.2. As atividades na economia digital
3. Análise do CPC 47
3.1. Generalidades
3.2. Exame dos passos para reconhecimento da receita do CPC
47
3.2.1. Identificar as características do contrato
3.2.2. Identificar obrigações de desempenho
3.2.3. Determinar o preço da transação
3.2.4. Alocar o preço da transação
3.2.5. Reconhecer a receita
3.3. Contabilidade, Direito e o reconhecimento de receitas
3.3.1. Contabilidade e tributação
3.3.2. Conceito de receita para fins tributários
3.3.3. Conteúdos do CPC 47 frente ao Direito
4. Reflexos tributários das metodologias contábeis
4.1. Royalties
4.1.1. Tratamento jurídico-tributário
4.1.2. Tratamento contábil
4.2. Licenciamento
4.2.1. Tratamento jurídico-tributário
4.2.2. Tratamento contábil
7
5. Os negócios digitais e seus reflexos tributários
6. Outras questões controversas relacionadas à contabilização e
tributação de negócios na economia digital
7. Conclusões
Questões controversas relacionadas à contabilização de negócios na
economia atual e os seus possíveis reflexos tributários
1. Aspectos introdutórios
2. Breves considerações acerca dos objetivos da contabilidade
3. A estrutura conceitual básica da contabilidade adotada no Brasil
4. Os critérios para o reconhecimento de receitas contábeis
5. Os efeitos tributários do reconhecimento de receita contábil
6. Conclusões
Desafios da tributação doméstica de operações com software na era
da economia digital
1. Introdução
2. Qualificação das transações com software
2.1. Direito
2.2. Mercadoria
2.2.1. Aspectos gerais do software como mercadoria
2.2.2. Transferência via download do software como
mercadoria
2.3. Serviço
2.3.1. Obrigações de dar e de fazer
2.3.2. Software como serviço e a “computação em nuvem”
2.3.3. Novas tentativas de tributação do software pelo fisco
paulistano
3. Outros Aspectos Tributários: Regime do Lucro Presumido; PIS e
COFINS
3.1. Regime do lucro presumido
3.2. PIS e COFINS: regimes de apuração
8
3.2.1. Regime cumulativo
3.2.2. Regime não cumulativo
4. Conclusão
Preços de transferência e a criação de valor: distribuição de software
no Brasil
1. Introdução
2. Preços de transferência e a criação de valor
2.1. Análise funcional de preços de transferência na era pós-
BEPS
3. Economia Digital: Modelos de negócios e a criação de valor
3.1. Distribuição de software: intangíveis na realidade brasileira
3.2. Caso prático
3.2.1. Centralização no exterior
3.2.2. Reestruturação: vendas diretas no Brasil (Buy/Sell)
3.2.3. Conclusão do caso prático
4. Conclusão
A economia digital e as regras brasileiras de preços de transferência:
os problemas na aplicação dos métodos aos serviços, intangíveis e
direitos
Introdução
1. As regras brasileiras de preços de transferência
2. Da exclusão da aplicação das regras de preços de transferência
sobre royalties
3. A adequação das regras brasileiras de preços de transferência
para serviços e intangíveis no âmbito da economia digital
4. Conclusões
Transferências cross-border de direitos de uso sobre software de
prateleira: aquisição de mercadoria ou licenciamento? Tributação na
fonte e dedutibilidade de despesas
1. Introdução e definições
9
2. Natureza da contraprestação pelo uso do software
3. Dedutibilidade
3.1. Tratamento contábil de ativos intangíveis
3.2. Tratamento fiscal de ativos intangíveis
4. Conclusão
Tratamento jurídico-tributário do download de software no Brasil
1. Introdução
2. Os conceitos de “mercadoria” e “serviços” na economia digital
3. O download de software: aspectos jurídico-tributários
4. Reflexos na tributação sobre a renda
5. Conclusões
Aspectos da tributação decorrente da importação do cloud computing
no Brasil
1. Introdução
2. Conceito de Cloud computing e suas modalidades
3. Tributação da Economia Digital
3.1. A legislação tributária: definindo-se o cloud computing por
intermédio do conflito entre o ICMS e o ISS
4. Cloud computing e a tributação federal
4.1. As interpretações da RFB
4.2. As interpretações dos autores
5. Conclusão
Seção B - Aspectos relacionados à tributação sobre o consumo
Internet das Coisas à luz do ICMS e do ISS: entre mercadoria,
prestação de serviço de comunicação e serviço de valor adicionado
Introdução
1. O que é Internet das Coisas?
2. A Internet das Coisas e os Conflitos de Competência:
perspectivas à luz do ICMS versus ISS
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3. A venda de mercadoria deixa de ser uma operação relativa à
circulação de mercadoria pelo fato de ter valor agregado (ser
inteligente)?
3.1. ICMS sobre Operações de Circulação de Mercadorias:
considerações acerca do seu critério material
3.2. Operações de circulação de mercadorias: bens corpóreos e
incorpóreos
4. É possível que em transações envolvendo objetos inteligentes
também haja uma prestação de serviço?
4.1. A atuação do legislador complementar: imposição da regra
tudo ou nada
4.2. A Internet das Coisas e o acirramento da alocação entre
ICMS e ISS
4.2.1. Roupas Inteligentes como exemplo de fácil solução
4.2.2. Chamada de Emergência Inteligente como exemplo de
difícil solução
4.3. Breves considerações sobre o problema da alocação das
obrigações na Contabilidade
5. Há prestação de serviço de comunicação ou serviço de valor
adicionado no âmbito da Internet das Coisas?
5.1. ICMS sobre a Prestação do Serviço de Comunicação:
considerações acerca do seu critério material
5.1.1. Do Imposto sobre Serviços de Comunicações antes de
sua aglutinação ao ICM
5.1.2. Da aglutinação do Imposto sobre Serviços de
Comunicações no ICM
5.1.3 Da busca por uma noção de cadeia de prestação
comunicativa
5.1.4. Do núcleo comum do critério material do ICMS-C às
controvérsias
5.2. ISS sobre Serviços de Valor Adicionado: breves
considerações acerca de sua definição
5.3. Internet das Coisas: ICMS-C ou ISS-SVA?
11
Conclusão
A Lei Complementar n. 157/2016 à luz da Constituição Federal:
aspectos relacionados à retroatividade e aos campos de incidência do
ICMS e do ISS na atividade de difusão de vídeos, áudio e textos pela
internet
1. Lei Complementar n. 157/2016 – Pontos Básicos
2. Planos Jurídicos: Validade, Vigência, Eficácia, Irretroatividade
3. Streaming (Difusão de vídeos, imagens, textos e sons pela
internet)
3.1 Considerações Jurídicas
3.2. Significado
3.3. Natureza Jurídica
3.4. ISS
3.5. ICMS
3.6. Imunidade
4. Conclusões
Determinação dos limites de incidência do ICMS na modalidade
“comunicação” e do ISS nas atividades de veiculação de
textos/imagens e divulgação de publicidade na internet
1. Introdução
2. O fato gerador do ICMS na modalidade de Comunicação
(posições doutrinárias, posição fazendária e nosso posicionamento)
3. Da incidência do ICMS nas atividades de veiculação de
textos/imagens e divulgação de publicidade na internet por contrato
oneroso prestado por meio das empresas do setor de internet
4. O Panorama da tributação pelo ISS antes e após a edição da Lei
Complementar n. 157/2016. A veiculação de textos/imagens e
divulgação de publicidade na internet por contrato oneroso estava e
continua inserida no campo de incidência do ICMS, conforme
preconiza o artigo 155, inciso II, da Constituição Federal/1988
5. Da não configuração da imunidade constitucional prevista na
alínea “d”, do inciso X, do artigo 155 da CF/88
12
6. Nossas Conclusões
E-Commerce: aspectos tributários sob a perspectiva brasileira
1. Introdução
2. O Comércio Eletrônico e o ICMS Devido na Origem
3. A Emenda Constitucional n. 87/2015 e a Tributação do ICMS no
Destino
4. O Convênio ICMS n. 93 e as Controvérsias da Tributação pelo
Estado de Destino
5. Conclusão
O Paradigma da Economia Digital e os Novos Conceitos de Serviço e
Mercadoria — Reflexos na Tributação
Introdução
1. Federação e Competências Tributárias na Constituição Federal
de 1988
2. Conceitos de Direito Privado e as Competências Constitucionais
3. Os conceitos de mercadoria e serviço no contexto da Economia
Digital e seu impacto tributário
Conclusão
ICMS sobre software: evolução do conceito constitucional de
mercadorias em face da inovação tecnológica
1. A Tributação na Economia Digital
2. Circulação de Mercadorias na Constituição Federal: tipos ou
conceitos?
3. Circulação de Mercadorias na Legislação Infraconstitucional:
Lei Complementar em matéria de ICMS
4. Da Interpretação da Legislação Tributária
5. A tributação de bens digitais no âmbito do Convênio CONFAZ
n. 106/2017: (in)constitucionalidade?
5.1. Evolução semântica de “mercadorias” no contexto da
economia digital
5.2. A circulação ou disponibilização de bens digitais
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5.3. Adoção do critério de destino nas operações com bens
digitais
5.4. Atribuição de responsabilidade tributária por convênio
5.5. Analogia ou mera interpretação: nova incidência sobre bens
digitais?
6. Conflito Federativo Vertical: ICMS ou ISS sobre Bens Digitais
7. Considerações Finais
Tributação da economia digital e os conflitos de competência entre
ICMS e ISS
1. Introdução
2. Primeira aproximação do problema: dificuldade de
enquadramento dos negócios da economia digital no modelo
adotado pelo sistema constitucional tributário
3. A instauração do conflito de competências
4. Algumas reações do judiciário
5. Proposta conclusiva
Operações de Cloud Computing (SaaS, IaaS, PaaS etc.): ICMS vs.
ISS
1. Guerra Fiscal na Tributação de Software – ISS vs. ICMS
1.1. Conflito de competência para tributação entre os Municípios
e os Estados (serviço vs. mercadoria)
2. Materialidade da Tributação do Software pelo Município (Cloud
Computing como Serviço)
3. Materialidade da Tributação do Software pelo Estado (Cloud
Computing como Mercadoria)
4. Conclusão
A Tributação pelo ISS e pelo ICMS das Operações com Software
1. Introdução
2. Definição de Software
3. A Incidência do ISS e do ICMS nas Operações com Software
3.1. Considerações preliminares
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3.2. ISS
3.3. ICMS
4. Controvérsias da Tributação de Software pelo ISS e pelo ICMS
5. Conclusões
O ISS e a exportação de serviços: conceito de resultado e o princípio
do destino nas atividades voltadas à economia digital
1. O ISS e as operações de exportação
1.1. Seu critério espacial e o princípio da territorialidade
2. O tratamento tributário dado às operações de exportação:
finalidade constitucional e o princípio do destino
3. Proposta conceitual: operação de exportação de serviços
4. O sentido e o alcance do artigo 2º da LC n. 116/2003:
compreensão do termo resultado
5. Análise crítica
5.1. Decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
5.2. Parecer Normativo n. 4, de 2016 e precedentes
administrativos do Município de São Paulo
6. Aplicação aos serviços relacionados à economia digital
7. Nossa conclusão
Jogando com o conceito de valor aduaneiro: um estudo sobre a
valoração aduaneira na importação de jogos eletrônicos
1. Introdução
2. O valor aduaneiro na importação de jogos eletrônicos: as normas
internacionais e a posição brasileira
2.1. Valoração aduaneira de bem incorpóreo no Direito
Internacional e no ordenamento jurídico brasileiro
2.2. O entendimento do Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (CARF)
2.3. O entendimento do Poder Judiciário no âmbito do Tribunal
Regional Federal da 3ª Região
3. Natureza jurídica dos jogos eletrônicos
15
3.1. A Lei Federal n. 12.485/2011 – Obras Audiovisuais
3.2. A Lei Federal n. 9.609/98 – Software
3.3. Opiniões de especialistas
3.4. Nossa opinião quanto à natureza jurídica
3.5. A cortina de fumaça em torno da Decisão 4.1
4. Considerações Finais
Aspectos tributários do download de software: equívocos comuns e
implicações decorrentes da edição do Convênio CONFAZ n.
181/2015
O conceito de software no ordenamento jurídico brasileiro
O software como mercadoria
As espécies de software
A tributação do software adquirido por meio digital (download)
A posição dos tribunais superiores
O Convênio ICMS n. 181/2015
Considerações Finais
Aspectos da tributação sobre o consumo no cloud computing
Introdução
1. Cloud computing
1.1. Delimitação do conceito de cloud computing, natureza
jurídica e principais espécies
2. Questões tributárias relativas ao cloud computing
2.1. Panorama global
2.1.1. Desafios gerais e tendências
2.2. Principais questões no ambiente norte-americano
2.3. A tributação sobre o consumo na Europa quanto às
transações realizadas na nuvem
3. O problema da tributação do cloud computing no Brasil
3.1. Controvérsias identificadas no cenário brasileiro
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Conclusões
Seção C - Tributação de produtos ou negócios selecionados
ICMS sobre a divulgação de material publicitário na internet por
provedor
1. Considerações Iniciais
2. A atividade do provedor. A distinção necessária entre os
contratos: provedor e usuários e os contratos de divulgação de
publicidade
3. Regra Matriz do ICMS-Comunicação e a jurisprudência do STJ
3.1. A Ausência de Obrigação de Fazer no Contrato de Cessão
de Espaço Virtual
4. Síntese conclusiva
Tributação de atividades de streaming de áudio e vídeo: guerra fiscal
entre ISS e ICMS
1. Introdução
2. O Conceito Constitucional de Serviço de Comunicação
2.1. Serviço de comunicação não se confunde com serviços de
informática prestados pela internet
3. Alguns Serviços de Comunicação
3.1. Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) – TV por
Assinatura
3.2. Serviço de Comunicação Multimídia (SCM)
4. Serviços Over The Top (OTT)
4.1. O que é o Serviço de Streaming?
4.1.1. Tipos e Exemplos de Serviços de Streaming
4.1.2. Televisão por Protocolo de Internet (IPTV – Internet
Protocol TV)
4.1.3. As Receitas das Empresas de Streaming
5. Papel da Lei Complementar Tributária (art. 146 da Constituição
Federal) a fim de prevenir o conflito entre Serviço de Qualquer
Natureza e o Serviço de Comunicação560
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6. Conclusões
O alcance da imunidade tributária sobre os livros digitais e seus
acessórios
1. Introdução
2. Sobre a interpretação das imunidades tributárias
3. O alcance da imunidade de livros eletrônicos (e-books)
4. Sobre o alcance da imunidade aos acessórios (softwares
educativos)
5. Conclusões
IaaS, PaaS, SaaS e os reflexos tributários da Cloud Computing
desenvolvida no exterior
I. Introdução
II. As diferentes modalidades do Cloud Computing
III. As principais questões fiscais relacionadas ao Cloud
Computing no Brasil
III.1 Aspectos Gerais
III.2 A posição da jurisprudência a respeito da questão
III.3 Nosso entendimento quanto à tributação do Cloud
Computing (IaaS, PaaS, SaaS)
IV. Conclusões
Tributação de negócios desenvolvidos por meio de aplicativos
associados aos serviços de transporte
1. Introdução
2. A natureza jurídica da atividade econômica
3. Análise de aspectos relativos à tributação sobre o consumo no
Brasil
4. Conclusão
Tributação da atividade de armazenamento digital de dados
Introdução
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1. Um pouco do histórico sobre a tributação das operações
realizadas pela internet
2. Algumas notas sobre a computação em nuvem (cloud
computing)
3. Trata-se, efetivamente, de um serviço?
4. Conceito de “local da prestação” e de “estabelecimento
prestador”
5. Dificuldades de ordem técnica
Considerações finais
Tributação de marketing digital por meio de websites: Caso Google
Adworks e o contraponto entre as perspectivas brasileira e
internacional
Introdução
1. Contexto geral: o mundo virtual ou digital3
2. Formas usuais de marketing digital7
2.1. Banners
2.2. Cookies
2.3. “Links Patrocinados”: Pay Per Click
3. Impulsionamento de campanhas na internet: AdWords26 e sua
natureza jurídica
3.1. Programa de Computador: o software
3.2. Licença de uso de software
4. Aspectos Tributários: impulsionamento de marketing digital
4.1. Tributação Direta38 nas operações cross-border
4.1.1. Royalties
4.2. Tributação indireta
4.3. AdWords: tributação indireta no mundo
5. Considerações finais
Regime Jurídico Tributário do VoIP
1. Introdução
19
2. Serviços VoIP: características técnicas
3. Modus Operandi dos Provedores de Serviços VoIP e Sistemática
de Medição desses Serviços
4. Hipótese Tributária do ICMS-Comunicação
5. Definição de “Serviço de Telecomunicação” e Hipótese de
Incidência Tributária
6. Não incidência do ICMS-Comunicação sobre os SVAs
7. Serviços de Voz sobre IP (VoIP)
8. Jurisprudência
Conclusões
Tributação de Data Center no Brasil
1. Introdução e Noções sobre Data Center
2. A Posição da RFB e do Fisco Municipal de São Paulo acerca do
Tema
3. Natureza Jurídica da Atividade de Acesso ao Data Center e sua
Distinção da Prestação de Serviços
3.1. Discussão sobre o Conceito de Prestação de Serviços para
Fins Fiscais
3.2. Natureza Jurídica do Data Center
4. Tributação do Data Center nas Relações Locais e Internacionais
4.1. Relações locais
4.1.1. IRPJ/CSLL
4.1.2. PIS/COFINS
4.1.3. ISS
4.2. Relações internacionais
4.2.1. IRRF
4.2.2. CIDE
4.2.3. PIS/COFINS-Importação
4.2.4. ISS
4.2.5. IOF
20
4.3 Outros comentários – Discussões recentes sobre o regime
tributário do data center
5. Conclusões
Breves Considerações sobre o Tratamento Legal, Contábil e Fiscal
das Moedas Virtuais
I. Introdução
II. Das Moedas Virtuais – Elementos Definidores, Experiência
Internacional e Disciplina Brasileira
II.1 Elementos Definidores
II.2 Breves Apontamentos sobre a Experiência Internacional
II.3 O tratamento na Legislação Brasileira
III. Do Tratamento Contábil e Fiscal Aplicável às Moedas Virtuais
III.1 Do Tratamento Contábil Atribuído às Moedas Virtuais
III.2 Do Tratamento Fiscal Atribuído às Moedas Virtuais
IV. Conclusão
IRF e IOF sobre remessas realizadas por empresas de intermediação
de pagamento e regulação do BACEN
1. Introdução
2. Imposto de Renda retido na Fonte
3. Imposto sobre Operações Financeiras na modalidade Câmbio
4. Conclusões
A Tributação de SaaS e SaaP no Brasil por ISS ou ICMS: Estudo de
Casos de Massively Multiplayer Online Games (MMOGs)
Introdução
1. Definições relevantes
1.1. IaaS e PaaS
1.2. SaaS e SaaP
1.3. MMOGs
2. Apresentação dos Três Casos de Estudo
3. Aspectos Tributários dos Três Casos de Estudo
21
3.1. Caso 1: MMOG, Jogador e Acesso a Área de Jogo
3.2. Caso 2: MMOG, Jogador e Pacote de Benefícios
3.3. Caso 3: Jogador, Jogador e Item de Jogo
Considerações Finais
Desafios na tributação dos programas de fidelização
1. Introdução
2. Principais controvérsias tributárias
2.1. A atipicidade da atividade desenvolvida pelas empresas
gestoras do programa de fidelização
2.2. O momento do reconhecimento da receita auferida pela
empresa gestora do programa de fidelização para fins de
tributação do PIS/COFINS
3. Conclusões e alternativas quanto aos desafios legislativos
Tributação das Aplicações Over-The-Top no Brasil: visão geral e
análise das atividades de transmissão de conteúdo audiovisual, envio
de mensagens e realização de chamadas de voz por meio da internet
1. Introdução
2. Delimitação do Conceito de Aplicações OTT
3. Interpretação Dinâmica da Lei Tributária
4. Visão Geral sobre a Tributação das Aplicações OTT no Brasil
5. Transmissão de conteúdo audiovisual por meio da internet
5.1. ICMS-Mercadoria
5.2. ICMS-Comunicação
5.3. ISS
6. Envio de mensagens multimídia e realização de chamadas de
voz pela internet
6.1. ICMS-Mercadoria
6.2. ICMS-Comunicação
6.3. ISS
7. Considerações finais
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O Software as a Service (SaaS) e a tributação pelo ISS
1. Noções introdutórias: a inovação tecnológica e seus reflexos no
universo jurídico-tributário
2. A natureza jurídica do software, a sua proteção e o tratamento
conferido pela Lei n. 9.609/98
3. Contratos de licença de uso do software: a forma jurídica de
exploração econômica mais comum na disponibilização de
programas de computador pela internet
4. O Software as a Service (SaaS) como modelo de business no
licenciamento de uso do software
4.1. Da unicidade do negócio jurídico SaaP para a complexidade
do negócio jurídico SaaS
5. O licenciamento eletrônico de uso de software e o ISS
5.1. A licença de uso de software no formato tradicional
(Software as a Product) e o ISS
5.2. A licença de uso na modalidade Software as a Service
(SaaS) e o ISS
Tributação de software “embarcado” e os conflitos ICMS vs. ISS
1. Introdução
2. Análise jurídica dos conflitos ICMS vs. ISS: perspectiva
brasileira e a discussão sobre a fragmentação de contratos
2.1. Comentários sobre as formas contratuais de disponibilização
de software embarcado
2.2. Comentários pertinentes ao conflito de competência de ISS
e ICMS em casos de software embarcado: nossa visão sobre a
matéria
2.3. Comentários pertinentes ao conflito de competência de ISS
e ICMS em casos de software embarcado: evolução dos
precedentes administrativos sobre a matéria
3. Conclusão
Tributação de negócios desenvolvidos por meio de aplicativos
associados aos serviços de hospedagem no Brasil
1. Introdução
23
2. O modelo de negócio e suas atividades
3. A tributação da atividade
3.1. A tributação do consumo
3.1.1. A ausência de tributação sobre atividade marketplace e
a tributação da intermediação de contratos pelo ISS
3.1.2. Onde é devido o ISS sobre intermediação online de
contratos?
3.2. Tributação sobre a renda
4. Conclusões
Aspectos fiscais aplicáveis à cessão e disponibilização de dados
1. Introdução
2. Os diferentes modelos adotados nas operações de
disponibilização de dados
2.1. Disponibilização personalizada de dados (build to order)
2.2. Disponibilização de dados gerais para todos os clientes
(Plug and Play)
3. Questões específicas verificadas no âmbito da economia digital
4. Considerações adicionais relacionadas a operações cross-border
5. Aplicação de Tratados firmados para Evitar a Dupla Tributação
6. Conclusões
24
6. Desafios supervenientes
7. Conclusão
Economia digital e a criação de um IVA para o Brasil
1. Introdução
2. Os novos modelos de negócios na economia digital e seus
impactos socioeconômicos
3. Economia digital e seus impactos tributários
4. O atual modelo de tributação do consumo no Brasil e a sua
incompatibilidade com a nova economia digital
5. A economia digital e a exigência de um IVA para o Brasil
6. Considerações Finais
Os desafios da tributação indireta do comércio eletrônico: estratégias
para a simplificação da arrecadação tributária em operações B2C
1. Introdução
2. Os princípios da Convenção de Ottawa e a estrutura fundamental
da tributação no comércio eletrônico
3. O princípio do destino e a complexidade da arrecadação de
tributos nas operações envolvendo serviços e intangíveis virtuais
4. Registro único de fornecedores e prestadores não residentes no
território do ente tributante: a experiência europeia
5. Conclusões: recomendações para o sistema tributário nacional
Reforma tributária: desafios da evolução da economia digital versus
complexidades da Federação brasileira
1. Introdução
2. Como chegamos aqui?
3. A acomodação pela repartição de receitas
4. Perspectivas internacionais92
5. Perspectiva interna
6. Propostas de reforma tributária
7. Conclusões
25
Jogos de realidade virtual e robótica: desafios para a tributação de
humanos no mundo virtual e robôs no mundo real
1. Tributação sobre jogos de realidade virtual
1.1. Transações no mundo virtual
1.1.1. World of Warcraft (jogos estruturados, de economia
híbrida)
1.1.2. Second Life (jogos desestruturados, de economia
aberta)
1.2. Propostas para tributação de jogos de realidade virtual
1.2.1. Tributação dentro do mundo virtual
1.2.2. Tributação na passagem do mundo virtual para o mundo
real
2. Tributação sobre robôs
2.1. Definição de robôs
2.2. Propostas para a tributação de robôs
2.2.1. A capacidade contributiva dos robôs (ou decorrente de
seu uso)
2.2.2. Tributos específicos sobre o uso ou propriedade de
robôs
Tributação direta vs. tributação indireta na economia digital:
reflexões sobre os impactos da concentração de tributos sobre o
consumo em detrimento da tributação sobre a renda para a
praticabilidade e justiça fiscal
1. Tributação do consumo: tendências e desafios da era digital nos
mercados internacionais e no Brasil
2. Tributação indireta. Praticabilidade vs. Capacidade Contributiva
e Justiça Fiscal
3. Conclusões
A Competitividade no Mercado Global e a Tendência à Migração
para um Sistema de Tributação Territorial
1. Introdução
2. A tendência de migração para um modelo de territorialidade
26
2.1. A competição fiscal internacional
2.2. As operações de inversão da estrutura societária
2.3. O impacto negativo para competitividade das empresas no
cenário global
2.4. Os benefícios socioeconômicos colaterais da repatriação de
lucros
3. Os problemas da migração para um regime de territorialidade
parcial
3.1. Ausência de conjunto sistemático e orgânico de regras para
a determinação da fonte dos rendimentos
3.2. Aprimoramento do conceito de estabelecimento permanente
ou a adoção de medidas substitutivas
3.3. O fortalecimento das regras de preços de transferência
4. Conclusões
Impressão 3D e sistema tributário disfuncional
Deveres instrumentais na economia digital: o Siscoserv e os limites
ao controle do comércio internacional de serviços
1. Considerações iniciais
2. Os deveres instrumentais no sistema tributário brasileiro e seus
limites normativos
3. A informatização fiscal e o pioneirismo do Brasil na exigência
de deveres instrumentais
4. O Siscoserv e o controle do comércio internacional de serviços
4.1. Considerações sobre a exigência das informações
relacionadas ao Siscoserv
4.2. Considerações sobre as penalidades impostas pelo
descumprimento dos deveres instrumentais relacionados ao
Siscoserv
5. Conclusão
Seção B - Economia digital, a Ação 1 do BEPS e a visão da ONU:
proposições e críticas
27
As estruturas de planejamento tributário adotadas pelas empresas de
tecnologia, as proposições da Ação 1 do BEPS e as iniciativas
legislativas dos países ao redor do mundo
1. Introdução
2. As principais estruturas de planejamento tributário adotadas
pelas empresas de tecnologia
2.1. Apresentação do tópico
2.2. Venda de produtos online para consumidores finais (online
retailer)
2.2.1. Descrição da estrutura
2.2.2. Principais efeitos tributários da estrutura para os países
envolvidos
2.3. Venda de publicidade pela internet (internet advertising)
2.3.1. Descrição da estrutura
2.3.2. Principais efeitos tributários da estrutura para os países
envolvidos
2.4. Venda de aplicativos online (internet app store)
2.4.1. Descrição da estrutura
2.4.2. Principais efeitos tributários da estrutura para os países
envolvidos
3. Iniciativas legislativas para combater os planejamentos
tributários agressivos
3.1. O Plano BEPS 1 e a visão da União Europeia
3.2. O diverted tax profit do Reino Unido
3.3. O equalization tax da Índia
3.4. Iniciativas legislativas na França e na Itália
4. Conclusões
Uma proposta para a modificação da Convenção Modelo da OCDE
em face da digitalização da economia
Introdução
1. O Relatório de 2015 da OCDE
28
1.1. Opção 1: Modificar o rol de isenções admissíveis, no artigo
5º, parágrafo 4º, da Convenção Modelo da OCDE, quando do
reconhecimento do status de estabelecimento permanente
1.2. Opção 2: Estabelecer um novo “nexo” (ou elemento de
conexão) para determinar a existência de um estabelecimento
permanente, baseado na existência de presença digital
significativa
1.3. Opção 3: Substituir os critérios para caracterização de um
estabelecimento permanente por um teste de “presença
significativa”
1.4. Opção 4: Criar impostos de incidência na fonte para
transações digitais
1.5. Opção 5: Introduzir um imposto sobre o fluxo de dados pela
internet (bandwidth ou bit tax)
2. Considerações gerais acerca das opções propostas
2.1. Considerações político-fiscais acerca do nexo negocial e da
substância econômica das atividades exercidas pela via digital
2.2. Valoração das transações a partir dos diferentes modelos
negociais
2.3. Mudanças à Convenção Modelo da OCDE
3. Conclusões
Operações de Inversão (Inversions) ou Redomiciliação Fiscal
(Reparanting) na Economia Digital
1. Introdução e escopo do artigo
2. Residência Fiscal e a Mobilidade dos Fatores Produtivos na
Economia Digital
3. Operações de Inversão (tax inversions) nos Estados Unidos
3.1. Origem e evolução no Sistema Tributário Americano
3.1.1. Caso McDermott
3.1.2. Caso Helen of Troy
3.1.3. Casos Pós-Helen of Troy
3.1.4. Section 7874 do IRC e seus desdobramentos
29
3.1.5. Estruturações e Inversão fiscal na Economia Digital
4. Regra brasileira de tributação de controladas e coligadas no
exterior (CFC) e Operações de Inversão Fiscal
4.1. Caso Magnesita451
4.2. Principais questões tributárias e perspectivas do cenário
digital
5. Síntese conclusiva
A aplicação dos acordos de bitributação aos negócios da economia
digital: as visões do Brasil, da OCDE e da ONU sobre software e
serviços técnicos
Introdução
1. A prestação de serviços técnicos e do software e sua qualificação
nos acordos de bitributação brasileiros
2. A perspectiva da OCDE
3. A perspectiva da ONU
4. Conclusões
Alocação da propriedade intelectual e a tributação dos royalties no
Projeto BEPS: o combate aos planejamentos tributários “abusivos” e
o “nexus approach”
1. Introdução
2. O que exatamente o Projeto BEPS busca coibir em relação à
alocação de ativos intangíveis?
3. Relatório BEPS e propriedade intelectual: coerência, “nexus
approach” e substância
3.1. Ação 5
3.2. Ações 8, 9 e 10
4. Impactos das recomendações do Projeto BEPS para estruturas
que segregam atividade econômica substantiva, tomada de decisão
e propriedade intelectual
5. Consequências para o Brasil
6. Conclusões
30
Parte III - Direito comparado: a tributação da economia digital sob a
perspectiva de outros países
Evolução da Tributação da Economia Digital na Alemanha
Introdução
1. A economia digital, o e-commerce e seus desafios tributários
2. Peculiaridades dos principais impostos alemães envolvidos no
comércio digital
2.1. Imposto sobre vendas (Umsatzsteuer, doravante designado
USt)
2.2. Imposto de Renda da Pessoa Física (Einkommensteuer,
doravante designado ESt) e o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
(Körperschaftsteuer, doravante designado KSt)
3. Imposto sobre vendas (Umsatzsteuer – USt), o Imposto de Renda
(ESt) e o Imposto sobre Entidades (KSt) no e-commerce
3.1. Vendas offline e vendas online
3.2. A tributação de pagamentos pela utilização de software e de
bancos de dados, conforme § 13b da UStG e do § 50 da EStG552
3.3. Tributação dos negócios B2B e B2C no cloud computing
3.3.1. Imposto de renda (ESt) e da pessoa jurídica (KSt)
3.3.2. Imposto sobre vendas (USt)
4. Tributação limitada e desconto na fonte na disponibilização de
software e bancos de dados na Alemanha
Conclusão
As disputas de Cost Sharing Agreements envolvendo empresas de
tecnologia nos Estados Unidos
I. Introdução
II. O caso Veritas
III. O caso Amazon
IV. As Final Regulations emitidas em 2011
V. O Projeto BEPS e a reforma tributária dos Estados Unidos
VI. Conclusão
31
European VAT and the Digital Economy
1. Introduction
2. Overview of EU VAT System
3. Supplies of Digital Products
3.1. Concept of electronically supplied services
3.2. Place of supply
3.3. One Stop Shop
3.4. Intermediaries
4. Supplies of Goods Ordered Online
5. EU Initiatives Regarding Taxation of the Digital Economy
5.1. Expert Group of the Taxation of the Digital Economy
5.2. Strategy for the EU Digital Single Market
5.3. Modernising VAT for E-commerce
5.3.1. Expansion of the One Stop Shop
5.3.2. Simplified VAT rules for small businesses
5.3.3. Importation of low-value consignments
6. Conclusions
Canada: Taxing Global Digital Income in a Post-BEPS World
1. Introduction
2. Overview of BEPS and Global Digital Taxation
2.1. Background on Related OECD Reform Efforts
2.2. BEPS and Digital Taxation
3. BEPS Digital Tax Reforms
3.1. Tax Treaty Changes
3.2. Rejected BEPS Reforms
4. Impact of BEPS on Global Digital Taxation
4.1. Cross-border Structures with Digital Taxation
4.2. Impact of BEPS Reforms on Cross-border Structures
32
5. Conclusion
Taxation of the Digital Economy: A U.S. Subnational Perspective
1. Introduction
2. Direct Tax Issues
2.1. Nexus
2.2. Income Attribution
3. Indirect Tax Issues
3.1. Nexus
3.2. US State Strategies for Addressing the Distance Selling
Problem under the RST
3.2.1. Business-to-Business (B2B) Sales: Reverse Charge
(Direct Pay)
3.2.2. Business-to-Consumer (B2C) Sales
4. Conclusion
Australia’s Multinational Anti-Avoidance Law (2016): Treating the
symptom rather than the disease
1. Introduction
2. Background
3. Google’s “Double Irish” and “Dutch Sandwich” tax avoidance
structure
3.1. Subpart F of the US Tax Code
3.2. Google’s tax history in Australia
3.3. UK House of Commons Committee of Public Accounts:
Google, MNEs and tax morality
4. Australian Senate Economic References Committee inquiries
4.1. Google’s operations in Australia prior to MAAL
4.2. 2015 parliamentary inquiry
4.3. 2017 parliamentary inquiry
5. Australia’s Multinational Anti-Avoidance Law 2016
5.1. The scope of the MAAL
33
5.2. Definitions
5.3. Activities are undertaken in Australia and are directly
connected with the supply
5.3.1. Activities are undertaken in Australia
5.3.2. The foreign entity derives ordinary income or statutory
income from the supply
5.4. The principal purpose test
5.4.1. Obtaining a tax benefit
5.4.1.1. Having regard to certain factors
5.5. Additional matters for the MAAL
6. Multilateral instrument
7. Conclusion
Taxation of the Digital Economy: Argentina Perspective
1. Importance of the Digital Economy
2. Current Taxation of the DE in Argentina
2.1. Income Tax (IT)
2.1.1. General Sourcing Rules
2.1.2. Special Sourcing Rules
2.2. Value Added Tax (VAT)
2.3. Gross Turnover Tax (GTT)
3. International Context: BEPS and Country’s Experiments
3.1. Direct Taxation
3.2. Indirect Taxation
4. The Argentine Experiment
4.1. The DE on the Spot
4.2. The Argentine Tax Reform Bill
4.2.1. Direct Taxation
4.2.2. Indirect Taxation
5. What’s Next?
34
Taxation of the digital economy in France
Introduction
1. Questions raised by taxation of individuals
1.1. Cost-sharing issue
1.2. Compliance issues for income generated via online platforms
1.3. The distinction between professional and non-professional
income
2. Companies’ taxation in a global economy
2.1. Difficulties raised by the taxation of income
2.1.1. Issues raised by an activity exercised without material
presence in a State
2.1.2. A subsidiary: material presence separated from the main
activity?
2.2. Alternatives to the taxation of income
2.2.1. Reasons of a failure to introduce a diverted profits tax in
France
2.2.2. New approach to taxation of the digital economy
Conclusion
Taxation of Digital Economy: India Perspective
1. Introduction
2. Digital Economy in India
3. Historical Taxation of Digital Economy
3.1. Royalty
3.2. Fees for Technical Service (FTS)
3.3. Permanent Establishment (PE)
4. India’s approach
5. Action Taken by India
6. Concerns about Equalization Levy
6.1. What is the nature of Equalization Levy? Is it a direct or
indirect tax?
35
6.2. Is Equalization Levy a tax on income?
6.3. Burden of Equalization Levy
6.4. Is Equalization Levy beyond the purview of tax treaties?
6.5. Even though Equalization Levy is not incorporated in the
IITA, can treaty provisions apply?
6.6. How consistent is Equalization Levy with the present bilateral
tax treaties entered into by India?
7. Conclusion
Taxation of the Digital Economy: Japan Perspective
1. Personal income tax and corporate income tax
1.1. 2014 amendment from entire income principle to attributed
income principle
1.2. To be a PE or not to be a PE
1.2.1. Co-Location service near Tokyo Stock Exchange
1.2.2. Amazon
1.2.3. Internet auction: Tokyo High Court (28 January 2016)
1.3. Quasi general anti-avoidance rule for dealings of PEs
1.4. Virtual PE
2. Value added tax
2.1. Before the 2015 amendment
2.1.1. Destination principle for goods
2.1.2. Incomplete destination principle for services
2.1.3. Place of supply of services: Tokyo District Court (13
October 2010)
2.1.4. Tourists: Tokyo High Court (9 February 2016)
2.2. After the 2015 amendment: supply of service using electric
communication
2.2.1. B2B: reverse charge
2.2.2. B2C: registration
36
2.2.3. Incomplete destination principle after the 2015
amendment
2.2.4. 2017 amendment concerning bitcoins and other virtual
currencies
Challenges of the tax systems in the digital economy era: Mexico
perspective
1. Introduction
1.1. What’s the so called digital economy?
1.2. Which market offerings are included within such concept?
1.2.1. Sharing culture – P2P
1.2.2. Fintech
1.2.3. Crowdfunding
1.2.4. Software & Cloud as a service
2. Income Tax Considerations
2.1. Technical analysis of source rules contained in the domestic
law and their inability to tax the earnings proceeding from the
market to the hands of the offshore offerors
2.2. Technical analysis of the general structure of double taxation
treaties and the classification of income
2.3. Expected practical reactions from the Federal tax authorities
2.3.1. Permanent Establishment (PE)
2.3.2. Transfer pricing (TP)
2.3.3. United Nations Report
3. Value Added Tax Considerations
3.1. Importation of Services
3.2. Exportation of Services
4. Local (State) Tax Considerations
4.1. Diverse and non-organized types of reactions
37
Apresentação
38
É a partir desse contexto que sugiram iniciativas como o Projeto
BEPS, encabeçado pela OCDE e pelos países do G20, que tem como
propósito ampliar o debate acerca do tema e rever as regras tributárias em
caráter global. Em paralelo, vislumbram-se duas fortes tendências em
matéria de política fiscal: a criação de regras para tributar as atividades
empresarias desenvolvidas sem a necessidade de presença física da
empresa no mercado onde atua e uma progressiva redução das alíquotas do
imposto de renda corporativo.
É nesse cenário que surgiu a ideia de criar uma obra abrangente sobre a
tributação da economia digital. Além de debater a forma de aplicação das
normas tributárias vigentes em face dessa nova realidade e de analisar os
produtos e serviços que surgiram com a Economia Digital, pretende-se
trazer ao conhecimento do público brasileiro os desafios e as soluções que
vêm sendo discutidas nas principais economias do mundo. O livro tem
também um caráter propositivo, na medida em que suscita a discussão
acerca da necessidade de reforma do sistema tributário brasileiro.
39
numa obra com um total de 70 artigos, divididos em três partes, sendo as
duas primeiras voltadas primordialmente para o direito brasileiro e a
terceira focada em direito comparado.
40
A coordenação de uma obra de tamanha envergadura representou um
enorme desafio, já que envolveu um grupo de mais de 100 autores e
coautores, cujos artigos foram cuidadosamente revisados e uniformizados
pelos coordenadores. O resultado final, porém, não poderia ser mais
gratificante. A criteriosa escolha dos autores se traduziu em uma obra de
altíssimo nível técnico. Assim, os coordenadores não poderiam deixar de
reiterar o agradecimento a cada um dos autores pela sua inestimável
colaboração. Da mesma forma, agradecemos a Editora Saraiva por apoiar
o projeto e pelo gentil suporte de seu time editorial.
Boa leitura!
Os Coordenadores
Fevereiro de 2018
41
Parte I
TRIBUTAÇÃO E OS DESAFIOS DA
ECONOMIA DIGITAL NO BRASIL
42
Seção A
Aspectos relacionados à tributação direta local e
internacional
1. INTRODUÇÃO
43
de arrecadação decorrente do incremento das relações comerciais entre
ambos os países.
44
de competência no Direito Tributário internacional, notadamente das
regras calcadas no princípio da residência. De fato, questiona-se se o
princípio da residência ainda se sustenta em um cenário econômico
globalizado e desmaterializado, no qual empresas multinacionais exercem
poucas funções no Estado da residência, mas acessam, de forma
substancial, o mercado consumidor do Estado da fonte.
45
Antes de iniciarmos nossa exposição sobre o conceito de
estabelecimento permanente, cabe examinarmos o motivo pelo qual é
importante determinar o alcance exato dessa expressão. Para isso,
investiguemos o conteúdo do artigo 7º da Convenção Modelo da OCDE.
Essa é a regra geral prevista no artigo 7º. Mas esse mesmo dispositivo
prevê que, excepcionalmente, o Estado onde a atividade é exercida – no
caso do exemplo, a Argentina – também pode tributar esse lucro desde
que, na Argentina, a empresa brasileira mantenha um estabelecimento
permanente.
46
Estando caracterizada a existência do estabelecimento permanente, o lucro
por ele apurado poderá ser tributado pelo Estado da fonte de produção do
rendimento. Não estando caracterizada a sua existência, o Estado da fonte
ficará impedido de tributar o lucro auferido pela empresa.
47
“soberania tributária” do Estado da fonte, desenvolveu-se a ideia de
presença física, a qual passou a ser considerada como elemento
característico de um estabelecimento permanente. O referido elemento
representa, como anotaram Yariv Brauner e Andrés Baez, um
compromisso justo e legítimo para atender aos reclamos dos Estados
de fonte e de residência. Por esse conceito, o país da fonte somente pode
tributar o não residente se ele participar de forma significativa de sua
economia – e apenas na extensão dessa participação – revelando-se o
modelo de estabelecimento permanente baseado na presença física um
proxy aceitável para a delimitação da referida participação8.
48
Nessa breve exposição, notar-se-á que a OCDE, na definição de
estabelecimento permanente, atribuiu competência tributária ao Estado da
fonte em conformidade com a vinculação do bem à sua economia (teoria
da pertença econômica11), limitando tal conceito nas hipóteses em que não
há, no território do Estado da fonte, instalações responsáveis por adquirir
ou realizar diretamente o lucro tributável, é dizer, instalações sem caráter
imediatamente produtivo (teoria da realização)12.
49
ou o escritório de compras como hipóteses que não se enquadram no
conceito (enumeração negativa)14.
50
Essa conclusão se impõe se considerarmos que a lista negativa de
estabelecimentos permanentes do § 4º enumera instalações de negócios
que não dispõem de autonomia suficiente para gerar rendimentos de forma
independente, tratando-se na verdade de locais onde são desenvolvidas
atividades meramente auxiliares da empresa sediada no exterior15.
51
formas distintas: a primeira, como agente dependente da empresa não
residente (§ 5º); e a segunda, como agente independente (§ 6º).
52
residente do outro Estado Contratante, ou que exerça sua atividade nesse
outro Estado (quer por meio de um estabelecimento permanente quer de
outro modo), não é suficiente para fazer de qualquer dessas sociedades
estabelecimento permanente da outra17.
Isso quer dizer que os lucros auferidos pelas filiais, sucursais, agências
ou representações devem ser quantificados e tributados de acordo com as
mesmas regras aplicáveis às demais pessoas jurídicas sediadas no país.
53
A contabilidade deve ser escriturada regularmente, de acordo com a
legislação comercial e fiscal, espelhando exclusivamente as operações
desenvolvidas por elas próprias. Isso porque, sendo equiparadas a pessoas
jurídicas autônomas e independentes, somente as suas próprias mutações
patrimoniais é que devem ser objeto de registro. As operações realizadas
diretamente pela empresa estrangeira no país, portanto – sem a
participação das filiais, sucursais, agências ou representações –, não
integram os resultados por elas apurados.
54
remuneração do comissário ajustada com o comitente, na verdade, é paga
sob a forma de comissões pela realização do negócio.
55
Registre-se que o comissário deve lançar nos seus livros contábeis os
resultados das operações realizadas com o comitente no exterior de forma
segregada, separando adequadamente o seu próprio rendimento do lucro
do comitente.
56
Como também não se justifica a aplicação desse regime de tributação
quando o agente ou representante no país eventualmente firmar contrato na
qualidade de procurador do vendedor não residente.
57
Assim sendo, em matéria de caracterização do estabelecimento
permanente, nossa legislação apresenta adequação com os tratados
internacionais, embora não discipline o tema de forma idêntica ao disposto
do art. 7º da Convenção Modelo da OCDE23.
Além disso, há que se salientar que os países com baixa tributação são
normalmente utilizados pelas empresas da economia digital para evitar ou
reduzir o pagamento de tributos aos países onde se desenvolvem as suas
atividades.
Assim, embora a baixa tributação, segundo a OCDE, não seja, por si só,
um indicador de defeitos no atual sistema, as especificidades da economia
digital exigem que se identifique como as empresas da economia digital
adicionam valor e geram seus lucros, determinando-se, assim, em que
medida é necessário adaptar as regras atuais para evitar a erosão da base
tributável e a realocação de lucros25.
58
natureza. Segundo a OCDE, o maior problema a ser enfrentado nesse caso
reside na definição de estabelecimento permanente. O conceito de
estabelecimento permanente, conforme demonstrado no tópico anterior,
abrangia – e continua a abranger – situações em que se verificava presença
física substancial no país da fonte, bem como situações em que o não
residente exercia negócios no país da fonte por meio de um agente
dependente. Mas, para a OCDE, como atualmente é possível estar
fortemente envolvido na vida econômica de outro país sem nele ter um
local fixo de negócios ou um agente dependente, a definição de
estabelecimento permanente traçada na Convenção Modelo tornou-se
inadequada para atingir os objetivos que dela eram esperados26.
59
Conforme dão conta os relatos da OCDE acima mencionados, sem
dúvida alguma, uma das principais discussões apresentadas durante os
trabalhos relativos à Ação n. 1 diz respeito à conceituação de
estabelecimento permanente. Seria necessária uma revisão desse conceito,
notadamente do estabelecimento permanente material, de modo a
eliminar, nas transações da economia digital, a noção de tangibilidade, ou
de presença física, vista no tópico anterior? Mais ainda, não seria
necessária uma revisão ou adaptação do princípio da fonte?
60
é de natureza preparatória ou auxiliar, não constituindo elemento principal ou
central do negócio desenvolvido. Outra sugestão seria eliminar a palavra
“entrega” do art. 5º, § 4º, alíneas “a” e “b”, de sorte a excluir desses parágrafos
certos tipos de armazéns30.
•Novo nexo para a qualificação do estabelecimento permanente, baseado na
presença digital significativa. O objetivo seria estabelecer um nexo
alternativo para abordar situações em que certas atividades comerciais são
realizadas de forma totalmente digital. Sob essa proposta, poderia ser
qualificada a existência de um estabelecimento permanente em outro país
quando uma empresa envolvida em certas “atividades digitais totalmente
desmaterializadas” mantivesse “presença digital significativa” na economia de
outro país. Nesse caso, haveria estabelecimento permanente somente se
verificadas certas condições, como, por exemplo, nas hipóteses de: (i) o
desempenho da atividade principal requerer, integral ou substancialmente, o
uso de bens digitais ou de serviços digitais; (ii) nenhum elemento físico e
nenhuma atividade envolver a criação de bens e serviços e sua entrega; (iii) os
contratos geralmente serem concluídos remotamente via internet ou por
telefone; (iv) os pagamentos serem feitos unicamente por intermédio de
cartões de crédito ou outros meios de pagamentos eletrônicos, utilizando-se de
formas ou plataformas online ligadas ou integradas aos respectivos websites;
etc.31.
•Conceito de estabelecimento permanente baseado em “presença
significativa”. De acordo com esta proposta, passaria a ser realizado um teste
de “presença significativa” para caracterizar o estabelecimento permanente,
destinado a responder à mudança da natureza das relações com clientes na
economia digital, continuando a depender, em parte, da presença física. Este
teste pretende apurar, segundo a OCDE, a contribuição das relações com o
cliente para a agregação de valor. Os critérios para esse teste seriam: (i)
relacionamentos com clientes ou usuários que se estendem ao longo de seis
meses, combinados com alguma presença física no país, diretamente ou por
meio de um agente dependente; (ii) venda de bens ou serviços por meio do
envolvimento com clientes no país, incluindo (a) website redigido em língua
local; (b) entrega feita por fornecedores na jurisdição; (c) uso de serviços
bancários e outras instalações de fornecedores no país; ou (d) fornecimento de
bens ou serviços provenientes de fornecedores no país; (iii) fornecimento de
bens ou serviços a clientes do país envolvendo o uso de dados ou
contribuições de conteúdo de pessoas no país32.
•Instituição de imposto na fonte sobre transações digitais em determinados
pagamentos relacionados à aquisição de bens ou serviços. Para tornar esta
opção viável, especialmente nas transações envolvendo consumidores pessoas
físicas, as instituições financeiras teriam responsabilidade pela retenção do
tributo na fonte. Esta modalidade de tributação existiria independentemente de
qualquer modificação no conceito de estabelecimento permanente.
Alternativamente, o imposto poderia ser utilizado como ferramenta primária
61
de execução de novos padrões relacionados ao nexo necessário e suficiente
para a qualificação do estabelecimento permanente. Sendo este o caso, a
empresa não residente asseguraria a tributação em uma base líquida33, como
requer, por exemplo, o art. 7º da Convenção Modelo da OCDE.
•Instituição de um “Bit tax”. Neste caso, a tributação recairia sobre o uso da
banda larga dos sites. Tal imposto seria baseado no número de “bytes”
utilizados pelo site34.
62
de lucros, proposta pela OCDE, em conformidade com a Ação n. 15 do
BEPS, não foram adotadas, em sua inteireza e de forma suficiente, as
propostas relativas à readequação do conceito de estabelecimento
permanente para se ajustar à economia digital. Alterações foram feitas
nesse conceito, mas não de modo a reescrevê-lo ou redefini-lo. Tais
alterações tiveram como finalidade, apenas, evitar abusos praticados pelas
partes com o propósito de impedir a caracterização do estabelecimento
permanente, em linha com as sugestões da Ação n. 7 do BEPS (Preventing
the Artificial Avoidance of Permanent Status). Foram feitas modificações:
(i) nos contratos de comissão ou estratégias similares; (ii) na utilização das
isenções previstas para atividades específicas; e (iii) na divisão de
contratos entre diferentes contribuintes, ocorrida em situações concretas
para evitar o período de tempo exigido para a caracterização do
estabelecimento permanente no Estado da fonte38.
63
algumas práticas abusivas, estando longe de resolver os inúmeros
problemas advindos da era digital.
64
entanto, o novo conceito proposto pelos autores traz dificuldades de ordem
prática relacionadas à identificação dos requisitos necessários à qualificação
do estabelecimento permanente; e
•Yariv Brauner e Andrés Baez propuseram a instituição de um imposto de renda
na fonte, e não a remodelação do conceito de estabelecimento permanente,
dadas as dificuldades para a criação de um novo conceito. Conquanto os
autores tenham reconhecido que a solução não é suficiente para resolver todos
os problemas da economia digital, ainda assim ela se apresenta como uma
abordagem pragmática, simples e que carrega em si certeza, preferível à
solução incompleta vivida na atualidade45.
65
BEPS. Timidamente, o protocolo adotou apenas parte das sugestões
contidas no texto da Convenção Multilateral da OCDE – a qual, como
visto no tópico 3, também não abordou convenientemente a problemática
da economia digital.
66
redação do ato é abrangente, de modo que ele inclui, também, os contratos
que não envolvam transferência de tecnologia. O mesmo ato determina
que a tributação será regida pelo artigo que trata de profissões
independentes ou de serviços profissionais ou pessoais independentes –
correspondente ao antigo artigo 14 da Convenção Modelo da OCDE –, nos
casos da prestação de serviços técnicos e de assistência técnica
relacionados com a qualificação técnica de uma pessoa ou grupo de
pessoas. Não se enquadrando em nenhuma das hipóteses anteriores, as
remessas para pagamento de serviços técnicos ficam sujeitas ao art. 7º dos
acordos internacionais de bitributação (lucro das empresas), que seguem a
redação da Convenção Modelo da OCDE, e não ao art. 21 dos tratados
(outros rendimentos) – que tem caráter residual e específico.
67
Outros países em desenvolvimento, à semelhança do Brasil, incluem
disposições especiais em seus tratados autorizando a tributação de serviços
técnicos no Estado na fonte, ainda que não se configure um
estabelecimento permanente. Essa postura revela uma tendência recente e
consistente, em tratados internacionais, de expandir os direitos do Estado
da fonte de exercer sua competência tributária, ao menos em matéria de
tributação da renda proveniente de serviços48.
6. CONCLUSÃO
68
como as atividades econômicas se desenvolvem na era da economia
digital. Em resumo, trata-se de legislação anacrônica, que exige urgente
renovação.
O Brasil, desde sempre, abriu mão da busca pela tributação dos lucros
auferidos por estabelecimentos permanentes aqui localizados. E direcionou
sua pretensão tributária à incidência na fonte sobre as remessas ao exterior
como remuneração pela prestação de serviços. Essa política era justificada
pela dificuldade de tributação dos lucros auferidos por estabelecimentos
permanentes no Brasil. E em termos práticos, fazia mais sentido tributar na
fonte a importação de serviços do que controlar o lucro auferido por
estabelecimentos permanentes no país.
69
A tributação de IRRF na importação de cloud
computing no Brasil e as soluções analisadas
na Ação 1 do BEPS
João Dácio Rolim49 e Daniela Silveira Lara50
1. INTRODUÇÃO
70
da renda. Dessa forma, o elemento de conexão para a tributação
internacional definido pelo conceito de estabelecimento permanente do
atual modelo OCDE acaba por ser ineficiente para a justa alocação da
jurisdição tributária na Economia Digital.
71
Ao analisar de forma mais detida o texto da Convenção Modelo da
OCDE de acordos para evitar a dupla tributação, verifica-se que houve
uma tendência em priorizar a receita tributária no “Estado de Residência”
do fornecedor de serviços e de capital (passive income referente a
dividendos, juros e royalties), ou seja, nos países desenvolvidos e
exportadores de capital, em detrimento do “Estado Fonte” da renda,
normalmente, países em desenvolvimento, importadores de capital. Isso se
verifica pela regra geral de tributação dos lucros das empresas no Estado
de Residência do fornecedor, com a exceção para a tributação no Estado
Fonte da renda apenas quando o fornecedor possuir estabelecimento
permanente em seu território, elemento de conexão de exceção à regra
geral.
Por outro lado, a aplicação dos tratados contra dupla tributação fez com
que grandes conglomerados empresariais multinacionais passassem a
formatar novos negócios transnacionais e desenvolver planejamentos
tributários menos conservadores.
72
Dessa forma, com a justificativa de melhoria da justiça fiscal, os países
do G20 requereram um estudo pela OCDE com a análise das causas e a
propositura de ações para combater a erosão da base tributária e a
transferência de lucros das empresas multinacionais para jurisdições com
baixa tributação da renda.
73
intuito de abordar esses desafios na tributação internacional dessa
atividade.
74
tributária, o relatório final apenas reconheceu que essa crescente
desnecessidade de presença física para o desenvolvimento dessas
atividades tem o condão de questionar se as regras baseadas no
estabelecimento permanente, dotado de presença física ou econômica,
permanecem adequadas.
75
contributiva se tornou ainda mais questionável pela troca de informações,
a pedido e automática, entre os países. Por outro lado, a justificativa da
preponderância para o país da fonte (ou seja, o princípio do benefício
proporcionado pelo país da fonte) ainda continua válida.
76
Nesse trabalho, os autores mencionaram o estudo da força-tarefa do
IBFD elaborada por Hongler e Pistone57, que sustentaram a alteração do
elemento de conexão para a definição da jurisdição tributária no caso da
Economia Digital para a presença digital.
77
entender que as medidas desenvolvidas no âmbito geral do BEPS teriam
impacto também na própria Economia Digital60.
Assim, pelo menos até a implementação das ações gerais do BEPS, seja
pelo acordo multilateral previsto na Ação 15, seja por alterações na
Convenção Modelo da OCDE para os tratados para evitar dupla tributação,
ou mesmo por alterações bilaterais dos tratados assinados pelo Brasil,
devemos analisar a tributação da Economia Digital de acordo com as
regras nacionais e os tratados atualmente existentes. É necessário, também,
acompanhar a evolução das tratativas do BEPS, principalmente no que
tange ao conceito de estabelecimento permanente e suas consequências
para a tributação nos países fonte da renda, como o Brasil.
78
sendo um grande desafio para as autoridades fiscais que utilizam
legislação obsoleta para tributar essas inovações tecnológicas.
79
Com a evolução da tecnologia, verificamos outras formas de
contratação de bens digitais, como o cloud computing, foco deste trabalho.
80
aquisição via download, mas sempre com a instalação do software na
máquina, hardware, do cliente. Outro exemplo era o caso do provedor de
data center, em que o cliente contratava a disponibilização do local físico
para armazenamento de seus dados. O hardware poderia ser do cliente ou
locado pelo provedor.
81
paga pelo que usar ou pelo tempo disponível. Para Millard e Hon, “the use
of ‘as a Service’ emphasizes a change in focus, from obtaining products or
licenses, to renting the use of resources as services”66. Ademais, esses
recursos podem estar atrelados a uma licença de uso de software. Veja que,
normalmente, o usuário, ao contratar as atividades, concorda com os
“Termos de Uso” da empresa fornecedora e adquire, além do direito de
acesso à utilidade contratada, normalmente denominada de “serviço”, a
licença do software67, quando for o caso.
Vale mencionar, neste ponto, que o próprio STF tem avançado, mesmo
que lentamente, na análise da natureza jurídica de contratos complexos
para fins tributários, em que há o envolvimento de diversas obrigações,
não mais se limitando à separação dicotômica entre “obrigação de fazer” e
“obrigação de dar”, mas sim, na prevalência da análise da utilidade
contratada como forma de privilegiar o princípio da capacidade
contributiva para atribuir a competência tributária.
82
No caso, por exemplo, do Software as a Service – SaaS, há a aquisição
pelo usuário de um aplicativo final, desenvolvido pelo provedor,
normalmente disponibilizado para acesso por múltiplos usuários que
pagam pelo direito de uso por um período determinado. O provedor de
SaaS pode ter contratado o IaaS e o PaaS de outros provedores para
desenvolver o seu aplicativo que é comercializado para os usuários finais.
Um exemplo de SaaS são os aplicativos de conteúdo, desenvolvidos em
Plataformas e Infraestruturas próprias ou de terceiros, para a posterior
oferta ao mercado consumidor final.
83
Se considerada a contratação do aplicativo pelo usuário brasileiro como
uma licença de uso de software, em uma operação de importação, as
remessas ao exterior serão tributadas, pelo Imposto de Renda e pela CIDE
(com exceções especificas para software), de forma diferente de uma
remessa ao exterior para pagamento de uma prestação de serviço,
principalmente, se entendido como um serviço técnico. É o que veremos a
seguir.
84
ao exterior para pagamentos de prestação de serviços técnicos ou
assistência técnica, royalties ou de contratos que impliquem transferência
de tecnologia, sendo reduzida a alíquota do Imposto de Renda na Fonte,
nesses casos, para 15%. Vale ressaltar que, desde 2007, a lei isenta de
tributação da CIDE-Royalties a importação de licenças de uso e de
distribuição de software quando não houver transferência de tecnologia.
85
com o art. 710 do RIR/99, mas com isenção pela CIDE-Royalties pelo §
1º-A do art. 1º da Lei n. 10.168/2000.
86
Nos comentários às respectivas convenções modelo, a ONU e a OCDE
têm demonstrado essa mesma conclusão do STF no sentido de que o
licenciamento de software padrão para comercialização não configura
royalty, devendo ser tributado de acordo com o Artigo da Convenção que
trata de lucros das empresas.
87
Vale lembrar que a RFB, com base no Ato COSIT n. 01/2000, até junho
de 2014, entendia que as remessas ao exterior para pagamento de serviços
técnicos sem transferência de tecnologia deveriam ter a incidência de
IRRF com base no art. 685, II do RIR/99 e, quando existente tratado para
evitar a dupla tributação, deveria ser aplicado o art. 21 do Tratado no
Modelo OCDE, considerando tais remessas como “Rendimentos não
expressamente mencionados”.
88
entendimento sobre a aplicação dos tratados internacionais contra a dupla
tributação para a incidência do IRRF nas remessas ao exterior para
pagamento de contratação de serviços técnicos.
89
setor industrial, comercial ou científico’, mencionada no parágrafo 3 do
Artigo 12, compreende os rendimentos provenientes da prestação de
serviços técnicos e assistência técnica”.
90
a execução de serviço que dependa de conhecimentos técnicos especializados ou
que envolva assistência administrativa ou prestação de consultoria, realizado por
profissionais independentes ou com vínculo empregatício ou, ainda, decorrente de
estruturas automatizadas com claro conteúdo tecnológico.
91
importação desses serviços, especialmente quando existente tratado contra
a dupla tributação firmado pelo Brasil com o país do fornecedor.
92
especializados em informática e que decorrem de estruturas automatizadas
com claro conteúdo tecnológico”.
93
períodos mensais para que o usuário possa ter acesso às utilidades do
software, a operação teria característica de prestação de serviço técnico,
nos termos do art. 17, § 1º, II, “a”, da IN n. 1.455/2014, por “depender de
conhecimentos técnicos especializados e decorrer de estruturas
automatizadas com claro conteúdo tecnológico”. Por consequência, e por
não haver tratado contra a dupla tributação do Brasil com os Estados
Unidos, a RFB entendeu que deveria haver a incidência do IRRF,
conforme art. 3º da MP n. 2.159/2001 e CIDE-Royalties, com base no § 2º
do art. 2º da Lei n. 10.168/2000, por se tratar de serviço técnico e, por isso,
não ser possível se beneficiar da isenção da CIDE-Royalties na licença de
uso ou distribuição de software.
94
limitada pelo período que contratar, sendo que adquire essa licença por
meio da empresa brasileira.
95
técnica e a prestação de serviços gerais. Isso porque a prestação de serviço
técnico ou assistência técnica deve estar atrelada a um contrato de
transferência de tecnologia, como um acessório. E esse não é o caso do
SaaS.
Alberto Xavier75 nos auxilia nessa análise ao explicar, ainda com base
na definição da IN n. 252/2002, mas que serve também a nosso propósito,
que:
96
será revendido no Brasil, mas não como serviço técnico na concepção da
IN n. 1.455/2014 da RFB.
5. CONCLUSÕES
97
dos negócios e do crescimento global, com a necessidade de criação de
regras globais para evitar a dupla tributação e fomentar o desenvolvimento
econômico. Surgem as convenções modelo, sendo as mais utilizadas, a da
OCDE e da ONU.
Para isso, foi criado o BEPS, plano de ação da OCDE com o objetivo de
buscar a justiça fiscal internacional por meio da análise e recomendação de
mecanismos a serem adotados pelos países para evitar a erosão da base
tributária e a transferência de lucros para países sem tributação da renda.
Especificamente quanto à Economia Digital, a Ação 1 do Plano BEPS visa
identificar os problemas e propor as soluções para os desafios da
tributação nesse setor.
98
o usuário busca é a utilidade. Por isso, a sua natureza jurídica é
determinada caso a caso.
Sabemos que essa atitude das autoridades fiscais no Brasil está dentro
do escopo dos esforços dos países em desenvolvimento para evitar que a
tributação se concentre cada vez mais, e no caso da Economia Digital com
risco de maior erosão fiscal, nos países desenvolvidos ou mesmo em países
com baixa tributação. Todavia, por outro lado, o Brasil acaba por conflitar
com as próprias disposições dos Tratados internacionais que assinou com
99
outros países em busca de melhorar a captação de investimentos
internacionais.
Por outro lado, essa posição do Brasil de tentar tributar a fonte, apesar
de entrar em choque com a melhor interpretação da aplicação dos Tratados
contra a dupla tributação, está em linha com um dos objetivos principais
do BEPS e da Ação 1 de alcançar a justiça fiscal pela redistribuição da
receita tributária entre os países, respeitando a capacidade contributiva e
privilegiando a tributação no Estado fonte da renda.
100
No entanto, vimos que o relatório final da Ação 1, apesar de reconhecer
os desafios da tributação internacional da Economia Digital e estabelecer
boas propostas de solução – como a inclusão do novo elemento de
conexão, qual seja, da presença digital, no conceito de estabelecimento
permanente e a possibilidade de cobrança de imposto de renda no Estado
Fonte da renda para certos tipos de transações digitais –, não recomendou
a sua adoção, por entender que as demais Ações do BEPS já englobariam
essas questões.
101
As operações internacionais envolvendo
software e o imposto de renda
Gustavo Lian Haddad76 e Vinícius Nogueira77
1. INTRODUÇÃO
102
A partir da nova Solução de Divergência Cosit n. 18/2017, a RFB
passou a entender que os pagamentos remetidos ao exterior relacionados
ao licenciamento para comercialização ou distribuição de software de
prateleira teriam a natureza de royalties e, assim, estariam sujeitos à
incidência do IRRF à alíquota de 15%.
103
operação envolve mercadorias, serviços, licença ou outro fenômeno.
Conclusões apriorísticas ou voltadas exclusivamente à nomenclatura dos
contratos e direitos envolvidos devem ser afastadas, ainda mais em se
tratando de setor da vida econômica em constante mutação e adaptação a
novas necessidades e funcionalidades.
104
incidência do IRRF nas contraprestações envolvidas nas mais diversas
operações com software sob encomenda, software-produto e software
customizável, sob a perspectiva do direito interno e dos tratados
internacionais para evitar a bitributação.
105
ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los
funcionar de modo e para fins determinados.
106
A OCDE assim distinguiu os programas operacionais e os programas
aplicativos85:
(...) there are two kinds of software. System software is aimed at the operational
process of the computer itself (i.e., operational software), while application
software consists of programmes for using a computer to accomplish specific tasks.
These purposes may be specified by a single client/user, a group of client/users, or
may result from a marketing effort by the software developer.
107
Para o primeiro tipo usaremos a denominação de “software-produto”.
Preferimo-la à expressão “software de prateleira”, mais disseminada, por
melhor refletir o fato de se tratar de software desenvolvido para circular
como produto, ainda que não para ser vendido em massa no varejo.
108
conforme as especificidades informadas pelo adquirente, buscando atender
um tipo específico de máquina (hardware) e um tipo específico de
problema ou necessidade. Embora o tema venha a ser abordado mais
adiante, vale adiantar que a titularidade do software sob encomenda não
precisa ser transferida pelo criador ao encomendante, na medida em que a
lei de proteção ao software já estabelece que a propriedade sobre o
intangível nasce, na origem, sob a titularidade do próprio encomendante.
Portanto, nesse tipo de desenvolvimento de software não haveria a
necessidade de transferência de direitos entre o desenvolvedor e o
usuário/encomendante.
109
Como explica o Ministro Sepúlveda Pertence: “por fim, os ‘programas
adaptados ao cliente (customized) constituem uma forma híbrida entre os
programas standard e os programas à medida do cliente. Baseiam-se em
programas standard que são modificados para se adequarem às
necessidades de um cliente particular (customization). Essa adaptação
pode ser realizada tanto pelo fornecedor do programa como pelo próprio
utilizador”.
110
Propriedade Industrial e o Direito Autoral (copyrights).
Computer programs are a good example of a type of work not included in the
list in the Berne Convention, but that now qualifies as a production in the literary,
scientific and artistic domain within the meaning of Article 2. Computer programs
are protected under the copyright laws of a number of countries as well as under
the WIPO Copyright Treaty (WCT) (1996).
111
ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que
se invente no futuro, tais como: (...) XII – os programas de computador;
(...)”.
De acordo com o art. 3º, da Lei n. 9.610/98, e o art. 83, II, do Código
Civil brasileiro, o direito autoral é um bem móvel e, assim sendo, a
propriedade sobre um software constitui um direito real. Por essa razão,
considerando os princípios da compatibilidade e da transmissibilidade dos
direitos reais92, o titular do direito autoral figura necessariamente como
112
único proprietário do software, podendo, contudo, transmiti-lo a terceiros
se assim quiser.
113
Como tratamos acima, as transações comerciais com software podem
ter como objeto um software-produto, software sob encomenda ou, ainda,
um software adaptável. A depender do tipo de software negociado entre as
partes, as formas jurídicas do negócio tendem a variar substancialmente.
114
uma dessas figuras e os respectivos regimes de IRRF.
115
Portanto, nesse tipo de negócio não costuma haver qualquer
transferência de propriedade entre o desenvolvedor do software e seu
encomendante. Esse direito é atribuído ao encomendante desde o início da
operação.
116
As transações com software-produto, por sua vez, ocorrem em
momento lógico posterior ao desenvolvimento do próprio software. O
criador da obra é o único detentor de direitos de propriedade sobre o
software e, assim, pode explorá-lo economicamente ou dispor de seus
direitos conforme sua conveniência.
117
Tarcísio Queiroz Cerqueira102 apresenta a questão ao afirmar que a
“licença” é espécie do gênero “cessão”. A licença visa apenas permitir, em
caráter precário, o gozo das utilidades produzidas pelo software, isto é, o
seu uso pleno pelo usuário. A cessão, em contrapartida, visa transferir os
próprios direitos de propriedade sobre o intangível, no todo ou em parte103.
118
fizesse um pagamento ao desenvolvedor não residente em função da
aquisição desse direito de uso também estaria remetendo royalties ao
exterior, ainda que se tratasse de preço pela aquisição de um software-
produto.
119
Por se tratar de uma transferência total, ela pode ser realizada uma única
vez pelo desenvolvedor do software, não se configurando transação
habitual de compra e venda de bens e serviços.
A eventual incidência do IRRF, a nosso ver, deveria ser regida pelo art.
26, da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003108, segundo o qual o
imposto incidiria sobre eventual ganho de capital auferido por não
residente ao alienar bens localizados no Brasil.
120
o direito de propriedade do software adquirido pelo residente no Brasil não
seria bem aqui localizado se não tiver o registro ou uso no mercado
brasileiro.
Referido dispositivo foi utilizado pela RFB como base para determinar
a incidência de IRRF em valores pagos em parcela única pela aquisição de
direitos no exterior, ainda que sem conexão ou localização no Brasil,
relacionados à transferência em definitivo de intangível para o Brasil111.
121
Pois bem. Dentre os dois enunciados aparentemente aplicáveis – art. 26
da Lei n. 10.833/2003, que regula o IRRF sobre ganhos de capital na
alienação de bens e direitos localizados no Brasil, e o art. 72 da Lei n.
9.430/96, que regula o IRRF sobre valores pagos por suposta aquisição de
direitos –, parece-nos que deve prevalecer o primeiro.
122
celebrados pelo Brasil (à exceção do tratado com o Japão) prevê-se em
regra a competência concorrente do país de residência e do país de fonte
(Brasil no caso).
123
As operações envolvendo a aquisição de direitos de reprodução e
comercialização de software por residente no Brasil comumente envolvem
a transferência, pelo desenvolvedor não residente, do direito à reprodução
e à comercialização das licenças de uso do software no Brasil.
Tal contraprestação fica sujeita ao IRRF a ser retido pela fonte pagadora
brasileira, cabendo cogitar da aplicação de dois regimes jurídicos distintos,
ambos resultando na aplicação da alíquota de 15%.
124
Sendo o software objeto de direito real de autor, como explicamos no
item 2.4, a remuneração pelo direito a sua exploração econômica paga por
fonte brasileira caracteriza em princípio royalties, sujeita à alíquota de
IRRF de 15% a teor do que prevê o art. 710 do RIR/99115.
125
chegam à conclusão quanto à aplicação da alíquota de IRRF de 15% por
fundamentos diversos.
Neste caso é o art. 72, da Lei n. 9.430/96, referido no item 5.1 acima,
que rege a incidência do IRRF, eis que o caso é claramente de
remuneração por qualquer forma de direito (no caso direito patrimonial de
autor), resultando igualmente na aplicação da alíquota de 15%.
the solution of these crucial differences of view must lie in the definitions of
royalties in paragraph 2 of Article 12: “the term ‘royalties’ as used in this Article
means payments of any kind received as consideration for the use of, or right to use,
any copyright [...] any patent […]”. On the broad interpretation, the mere purchase
of a product protected by copyright or a patent is likely to result in the payment of a
royalty as consideration for the use of the product. The narrower interpretation is
that “use” as referred to in the Model Convention is limited to use by an acquirer
who seeks to exploit commercially the intellectual property of another. A substantial
majority of the Committee took the firm view that the narrower interpretation was
correct. […]
126
Assim, a alíquota de IRRF de 15% pode ser reduzida se o beneficiário
for residente de país com o qual o Brasil tenha celebrado tratado para
evitar a bitributação que preveja limite inferior de alíquota para
rendimentos de royalties em geral ou para royalties de direito de autor em
particular. É o caso, por exemplo, dos tratados com Espanha120, França121,
Finlândia122, Israel123 e Japão124.
127
sobre a cópia recebida (copyrighted article), podendo utilizá-la
indefinitivamente.
128
período da licença. O risco de obsolescência é mitigado na medida em que
o usuário possui acesso direto a patches, updates e upgrades durante o
prazo de vigência da licença. Assim, qualquer evolução tecnológica
introduzida no software pelo seu desenvolvedor torna-se disponível ao
usuário independentemente de contraprestação adicional.
129
A argumentação da OCDE é impactante. De fato, o usuário de uma
licença temporária de software faz o pagamento para ter o direito de uso de
um bem por determinado período de tempo, aspectos que preenchem os
elementos do contrato de locação131, inclusive no direito privado
brasileiro.
130
software, direito autoral, o regime tributário aplicável não seria, a nossa
ver, o de royalties, por conta da ressalva constante da parte final da letra
“d” do art. 22, da Lei n. 4.506/64, de que tratamos no item 5.2 acima.
131
Por outro lado, nos casos em que o licenciador é residente em país com
o qual o Brasil celebrou tratado para evitar dupla tributação, o pagamento
pelo uso temporário do software não teria o tratamento de royalties caso se
adotasse a interpretação restritiva da OCDE no sentido de que somente a
remuneração pelo uso “econômico” do software configuraria royalties,
albergado pelo art. 12 da Convenção Modelo da OCDE.
132
o rendimento que compõe o lucro não estiver albergado nas disposições
mais especificas do tratado137.
133
5.4. Compra e venda de licenças de direito de uso (copyrighted articles) para a
distribuição no mercado interno
134
Nessas operações resta ainda mais evidente que o software deveria ser
tratado como uma mercadoria sujeita a compra e venda. O distribuidor
paga o preço pela aquisição e assume o risco de estoque, caso não o venda
aos usuários finais, e de crédito, caso o usuário final não honre suas
obrigações. O preço normalmente é fixado por unidade de cópia do
software adquirida.
135
realizadas com o exemplar do programa”. E segue com o raciocínio
citando Rui Saavedra (p. 79, 80):
136
temporais do contrato. Nesse caso ele não precisa necessariamente formar
um estoque de cópias do software, posto que pode reproduzi-lo sempre que
necessário para fazer frente à demanda.
137
mercado interno, remunerando o desenvolvedor pela cessão com base na
receita obtida com a venda (ou com base no número de cópias produzidas).
138
direito a uso apenas temporário ao adquirente (usuário final). Tendo em
vista os limites deste artigo, nos dedicaremos a tal questão em outra
oportunidade.
139
não residentes, seria qualificada como remuneração pela prestação de
serviços técnicos para fins de incidência do IRRF.
140
Qualificação de operações envolvendo
software no Brasil à luz dos tratados contra a
bitributação: visão da OCDE e a prática
brasileira
Rodrigo Maito da Silveira140 e Antonio Carlos de Almeida Amendola141
1. INTRODUÇÃO
Qual critério deve ser utilizado para identificar, para fins tributários, a
natureza de um rendimento em um negócio envolvendo software? A
natureza do negócio jurídico celebrado? A finalidade do software? A
forma como o software é acessado e utilizado? O modo de pagamento? A
extensão do universo de usuários? A transferência da propriedade do
software? A identificação do titular do software como autor ou não?
Inúmeras são as possibilidades.
141
poderá proporcionar ao contribuinte previsibilidade e segurança jurídica no
tratamento fiscal a ser aplicado à luz do tratado.
142
Como o software está presente em inúmeras situações, cabe aqui uma
primeira observação. O software objeto do presente trabalho é aquele que
constitui um bem em si mesmo e é objeto de contrato próprio com
remuneração específica correspondente. Em outras palavras, não se trata
aqui de software que constitui um meio, um instrumento ou uma
engrenagem para que outro bem funcione. Fora de dúvida, portanto, que
não são alcançados pela análise aqui realizada softwares incorporados em
bens tangíveis, que são indispensáveis para o adequado funcionamento dos
últimos, como aqueles embutidos em aeronaves, embarcações,
automóveis, telefones celulares, equipamentos, eletrodomésticos etc.143.
143
software é combinado com serviços, como de treinamento, help desk,
atualização do software etc. (mesmo na ausência de um equipamento), é
bem provável que tal solução seja considerada, em sua inteireza, como
uma prestação de serviços.
144
royalties), como na aquisição de mercadoria, concluindo-se não haver a
incidência de Imposto de Renda na Fonte – IRRF148. Todavia, esse
posicionamento parece ter sofrido alteração recentemente, voltando-se à
conclusão inicial de que o licenciamento de software ensejaria o
pagamento de royalties, tributável na fonte pelo imposto de renda149.
145
constitui preço. Nesse particular, ressalte-se desde já que, dependendo da
atividade econômica do cedente, esse preço pode ser considerado como
receita operacional ou ganho de capital. Se o cedente for empresa dedicada
ao desenvolvimento de software para um determinado setor da economia
(e.g., instituições financeiras), o preço na cessão do software constitui
receita operacional de tal empresa. Por outro lado, se o cedente for
empresa fora do segmento tecnológico, com o software utilizado em sua
atividade operacional, daí o preço configura recuperação de custo e,
potencialmente, ganho ou perda de capital152-153.
146
titular do software não só permite ao usuário acesso ao programa, mas
também proporciona os meios para uso, como servidor, espaço virtual para
armazenamento de dados, dentre outros. O tema ainda é controverso e
cada contrato específico deve ser analisado, mas já há manifestações
doutrinárias157 e fiscais158 no sentido de que o SaaS configura “serviços”,
de forma que a remuneração constituiria preço de serviços.
147
intelectual e a natureza jurídica das respectivas remunerações
envolvidas162.
Em 2010, o STF indicou que essa conclusão pode ser revista, com a
possibilidade de exigência do ICMS sobre licenciamento de software,
ainda que este não esteja materializado em um suporte físico,
148
entendimento esse firmado em sede de ação cautelar, a ser eventualmente
confirmado quando do julgamento do mérito164.
149
As sempre precisas lições deixadas por Alberto Xavier não apenas
confirmam tal afirmação, mas denotam a importante constatação de que “a
determinação da natureza jurídica dos pagamentos relativos a programas
de computador resulta (...) da pluralidade de formas que podem revestir os
negócios jurídicos que os tenham por objeto, tendo em vista a extensão dos
direitos adquiridos”169. É dizer, a caracterização da remuneração paga em
contrapartida da licença ou cessão de software depende da natureza dos
respectivos direitos que o adquirente pode, nos termos do contrato
firmado, usar e explorar.
150
software, os rendimentos correspondentes podem ser qualificados de
formas distintas a depender das características encontradas no caso
concreto171.
151
ou patenteadas, ou, ainda, quando não reputadas como categorias de
direitos de propriedade intelectual) e cujo uso possa gerar resultados
econômicos. Dessa forma, novas informações dessa mesma natureza,
quando obtidas como resultado da contratação de serviços, não devem ser
consideradas como contrapartida do pagamento de royalties.
152
cliente (encomenda) ou mesmo a customização de software (na qual pode
haver a alteração do código-fonte), por sua vez, também se caracterizam
como prestações de serviço, cuja remuneração se enquadra como lucro de
empresa, à luz da CM-OCDE.
153
dificuldades práticas de se determinar qual parte é mais importante dentre
todos os elementos do contrato, os Comentários à CM-OCDE acabam se
curvando à ideia de preponderância, ou seja, de que o tratamento tributário
aplicável ao elemento mais importante deve prevalecer e ser igualmente
aplicado aos demais176.
154
Em conclusão, a qualificação como royalty está associada
essencialmente à existência de um arranjo contratual em que se paga pelo
direito de usar determinado bem de propriedade intelectual, sobretudo
quando tal uso tenha um condão econômico, isto é, seja destinado à
geração de resultados econômicos em favor do usuário/licenciado.
155
sentido de incluir a remuneração dentro do escopo do art. 12, permitindo-
se, com isso, a tributação na fonte desse rendimento nas hipóteses de
pagamentos efetuados em favor de não residentes. Exemplo desse tipo de
posicionamento por ser verificado na Solução de Divergência COSIT n. 4,
de 13 de maio de 2016, e na Solução de Consulta n. 6.026, de 13 de junho
de 2016.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
156
nas esferas administrativa e judicial), o tratamento tributário, no Brasil, das
diversas operações envolvendo software, segue as diretrizes lançadas nos
Comentários à CM-OCDE.
157
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão?
A tributação internacional da renda no
ambiente de cloud computing
Luís Flávio Neto181 e Giácomo Paro182
INTRODUÇÃO
What is the Cloud? Where is the Cloud? Are we in a Cloud now? These are the
questions you have probably heard or even asked yourself. The term “Cloud
computing” is omnipresent. Cloud computing is technically borderless by nature,
but domestic, foreign tax regulations and compliance requirements are not. This
simple difference can give rise to complex and potentially significant tax issues for
business operating beyond their borders. What makes it more interesting (or
frustrating, depending on how you look at it!) is that there are still more questions
than definitive answers when it comes to taxation of Cloud computing transactions.
Piyush Gupta183
158
discussões e incertezas. Assim como o avanço da economia digital não
identifica fronteiras, a incapacidade dos sistemas tributários para lhe
atribuir o adequado tratamento não parece ser um problema isolado de um
ou outro país, mas um desafio enfrentado pelas mais diferentes nações e
pelo Direito tributário internacional184.
159
legislações nacionais) e, outro, atinente ao respectivo acordo internacional
(norma que irá se sobrepor à norma brasileira e delimitar a sua eficácia).
160
software. Atualmente, contudo, há uma tendência cada vez maior pela
terceirização dessa capacidade de armazenamento, com um substancial
redimensionamento do espaço físico demandado, bem como a dispensa da
aquisição de equipamentos que rapidamente se tornam obsoletos e cuja
atualização demandaria periódica paralização das atividades186.
161
modelo SaaS, o usuário acessa e faz uso de software que está na nuvem,
sem necessidade de aquisição de licença ou realização de download e sem
controle sobre a plataforma ou características fundamentais do software
que utiliza.
162
25٪, na hipótese de seu pagamento, creditamento, entrega, emprego ou
remessa, “por fonte situada no País, a pessoa física ou jurídica residente no
exterior”.
163
Em um outro exemplo, suponha-se que uma pessoa necessite de um
editor de texto para computadores e se depare com duas opções (B2C). A
primeira alternativa seria a compra de um software em uma livraria, que
lhe seria vendido em um CD de instalação ou por meio de um código para
o download pela internet. A segunda opção, por sua vez, seria o acesso de
um software desenvolvido por empresa estrangeira em ambiente de cloud
computing, sem a necessidade de qualquer download ou instalação (SaaS).
164
Assim, ao menos duas perguntas podem ser fundamentais: Qual a razão
de ser do contrato? Na hipótese de remuneração pela prestação de um
serviço, trata-se de um serviço técnico ou de assistência técnica?
165
ambos) dos Estados contratantes exercerá a tributação sobre a renda em
questão.
166
Quando um acordo de bitributação é celebrado entre países com
marcantes diferenças econômicas, a opção pelo Estado de residência
adotada pelo art. 7º da CM-OCDE claramente beneficia países
desenvolvidos, onde estão instalados os entes produtores de bens,
tecnologia e prestadores de serviços, em detrimento da arrecadação
verificada nos países subdesenvolvidos194. Trata-se de fator relevante a ser
considerado quando da negociação dos tratados, mas, uma vez celebrado o
acordo nesses termos, pacta sunt servanda.
167
recursos ao exterior a título de remuneração por royalties, as autoridades
fiscais brasileiras seriam legitimadas à exigência de imposto de renda
mesmo se o país de residência do beneficiário for signatário de tratado
para evitar a bitributação.
168
Art. 12 (...)
3. O termo “royalties”, usado neste Artigo, significa as retribuições de qualquer
natureza atribuídas ou pagas pelo uso ou pela concessão do uso de um direito de
autor sobre uma obra literária, artística ou científica, incluindo os filmes
cinematográficos, bem como os filmes e gravações para transmissão pela rádio ou
pela televisão, de uma patente, de uma marca de fabrico ou de comércio, de um
desenho ou de um modelo, de um plano, de uma fórmula ou de um processo
secretos, bem como pelo uso ou pela concessão do uso de um equipamento
industrial, comercial ou científico e por informações respeitantes a uma experiência
adquirida no setor industrial, comercial ou científico.
169
Para a identificação da norma aplicável, parece ser necessária a análise
pormenorizada das relações estabelecidas nos contratos de cloud
computing (licença de uso, locação de espaço, suporte técnico, venda de
mercadoria etc.), verificando-se eventual predominância de cada uma delas
nas hipóteses de contratações complexas201.
170
A CM-ONU assume relevante importância para países em
desenvolvimento como o Brasil, distinguindo-se da CM-OCDE pela
adoção, por exemplo, de conceitos mais amplos de estabelecimento
permanente204. De fato, diversos acordos de dupla tributação celebrados
pelo Brasil possuem traços da CM-ONU, ainda que em geral se alinhem à
CM-OCDE, sem repetir qualquer desses modelos em sua integralidade. A
maior parte dos acordos de dupla tributação brasileiros205 adota a cláusula
do artigo 5(3) da CM-OCDE para a definição de estabelecimento
permanente, temperada com a previsão do período de seis meses (183 dias)
colhida da CM-ONU, a qual, na CM-OCDE, é de doze meses. O acordo
Brasil-China, embora único nesse sentido, adota em sua integralidade a
cláusula do artigo 5(3) da CM-ONU206 (estabelecimento permanente de
prestação de serviços). Por sua vez, a maior parte dos acordos
brasileiros207 adota o artigo 5(6) da CM-ONU, atinente ao estabelecimento
permanente de companhias seguradoras, sem correspondente na CM-
OCDE, embora também possua dispositivos semelhantes ao artigo 5 (5),
(6) e (7) desta. A segunda sentença do artigo 5(7) da CM-ONU, ausente na
CM-OCDE, foi adotada nos acordos celebrados com Chile, China, Índia e
México208.
171
publicação, em 2003, do relatório “Implementation of the Ottawa Taxation
Framework Conditions”210, que recomenda a adoção de princípios básicos
para o tratamento dos novos modelos de comércio eletrônico que
emergiam desde a década de 1990, como neutralidade, eficiência, certeza,
simplicidade, equidade e flexibilidade. No contexto de então, tais
recomendações consideravam a presença física no âmbito territorial do
Estado da fonte como algo fundamental para a caracterização de um
estabelecimento permanente.
172
Singapura, que não considerem servidores estruturas suficientes para a
caracterização de estabelecimentos permanentes211.
Em seu plano de ações para fazer face à erosão das bases tributáveis
(Base Erosion and Profit Shifting – BEPS), a OCDE observa a necessidade
de se enfrentar o descompasso existente entre as previsões existentes na
convenção modelo e a evolução da forma como as empresas realizam os
seus negócios. Isso pode ser especialmente verificado na Ação 1, que tem
como escopo a economia digital e em que se constata que os novos
modelos de empreendedorismo moldados à economia digital permitem que
as empresas ganhem escala e acessem outros mercados sem
necessariamente estar fisicamente presente nestes, evidenciando, entre
173
outras coisas, a necessidade de reformulação das regras para a
caracterização de estabelecimentos permanentes.
174
Diante desse cenário, a Solução de Consulta COSIT n. 191, de 23 de
março de 2017, compreendeu tratar-se de um serviço técnico prestado em
favor de um cliente brasileiro, in verbis:
175
A Solução de Consulta COSIT n. 191 parece acenar para o
entendimento de que todas as atividades desenvolvidas em ambiente de
nuvem, por decorrerem de “estruturas automatizadas com claro conteúdo
tecnológico”, seriam qualificadas sempre como “serviços técnicos”.
176
Pelo referido ato declaratório, a administração fiscal brasileira,
seguindo algo que já havia sido mencionado no Parecer PGFN n. 2.362,
esclarece qual é, no seu entender, o caminho adequado a ser percorrido
para classificação de um determinado rendimento entre as cláusulas dos
acordos de bitributação:
177
(“profissões independentes ou de serviços profissionais ou pessoais
independentes”) “nos casos da prestação de serviços técnicos e de
assistência técnica relacionados com a qualificação técnica de uma pessoa
ou grupo de pessoas”. Contudo, não parece ser esse o caso de atividades de
cloud computing.
178
Em linhas gerais, a Ação 1 proposta pelo Projeto BEPS sugere a
discussão de parâmetros para a identificação de presença econômica
significativa do contribuinte no Estado da fonte, o que, em contraposição à
tradicional presença física exigida pelos milhares de acordos de
bitributação atualmente existentes, poderia ser considerado um elemento
de conexão caracterizador do estabelecimento permanente. Basicamente
três fatores, se combinados, evidenciariam a presença econômica
significativa naquele Estado capaz de caracterizar um estabelecimento
permanente: (i) receitas obtidas; (ii) presença digital e; (iii) número de
usuários alcançados219.
179
presença do não residente no mercado consumidor. Foi sugerida a
imposição de tributos específicos sobre essas modalidades de negócios ou,
ainda, normas de equalization levy. A Índia pode ser citada como exemplo
da recente adoção desta medida220.
180
OCDE (Multilateral Convention to Implement Tax Treaty Related
Measures to Prevent Base Erosion and Profit Shifting), de forma a
prescindir de instalações fixas para a caracterização deste, com a adoção
de critérios como número de usuários em um certo período e receitas
auferidas. Alternativamente, sustentam que o mesmo resultado poderia ser
alcançado afastando-se distinções tributárias entre os negócios tradicionais
e aqueles relacionados à economia digital, com uma interpretação
compreensiva dos acordos já celebrados, capaz de incluir no conceito de
estabelecimento permanente não apenas estruturas com efetiva presença
física, mas também cuja presença virtual possa ser evidenciada.
181
de negócios. Torna-se urgente a discussão e a adoção de medidas em
conjunto por parte dos Estados.
182
Os princípios da tributação no Estado da
fonte e no Estado da residência e os impactos
da economia digital no Brasil e no mundo
Matheus Bertholo Piconez225
183
descrever os mercados que se concentram em tecnologias digitais, que
visam facilitar o comércio de bens e serviços por meio do comércio
eletrônico. Portanto a economia digital não pode ser caracterizada como
uma parte separada da economia dominante.
184
segurança empresarial, proteção de direitos autorais etc.), recorrendo à
análise da doutrina tradicional aplicável à área de tecnologia afetada e, em
seguida; (b) avaliar se o direito está sendo indevidamente violado pela
respectiva mudança tecnológica.
185
para se tributar de forma equânime a renda decorrente da economia
digital? É o que será analisado nos tópicos a seguir.
186
recebem renda decorrente de empresas de comércio eletrônico para que
seus nomes apareçam nos resultados de busca. Tais empresas também
podem se beneficiar do tratamento dos dados, quando informações
relativas às buscas e hábitos dos usuários são vendidas a terceiros, para
fins de direcionamento de publicidade. A qual jurisdição essa renda deve
ser atribuída? Ao país dos consumidores, ao país onde a ferramenta foi
criada ou ao país de domicílio da empresa?
187
jurisdição se vale do elemento de conexão, é “integrado na hipótese de
norma de conflitos – desempenhando a função de ‘lançar a ponte’ (na
célebre terminologia de Raape) entre o fato descrito pelo conceito-quadro
e o ordenamento jurídico aplicável”233.
188
Além disso, determinados países complementam a sua regra fiscal com
um teste de “domicílio fiscal”, que busca elementos mais subjetivos para
determinar a residência, como a localização da morada principal, laços
familiares e outros. Os dois testes (presença física e domicílio fiscal) foram
incorporados aos acordos internacionais contra a dupla tributação, e que
também é o caso dos acordos assinados pelo Brasil.
Tal conceito é tão amplo que, por vezes, não é raro que determinado
contribuinte esteja sujeito à tributação em um determinado ano por conta
de sua residência, e em outro, não. Além disso, é extremamente comum
surgirem situações de dupla residência fiscal.
189
consuetudinário, sendo incorporada nos modelos da OCDE e das Nações
Unidas.
190
princípio da residência, tributando o lucro onde quer que ele tenha sido
produzido, favorece a neutralidade na exportação de capitais238.
191
Portanto, enquanto os princípios de fonte e residência são importantes
para se delimitar e repartir as competências tributárias, eles não deixam
claro qual seria a extensão da competência do ente tributante. Existem
inúmeras formas de se combinar e limitar tais competências tributárias,
porém a distinção tradicional é a de estabelecer um princípio de tributação
universal de renda, segundo o qual todos os residentes de um país sejam
tributados por sua renda, independentemente de onde os rendimentos
sejam produzidos, ou adotar o princípio da territorialidade, limitando a
competência tributária apenas aos rendimentos decorrentes de fontes
localizadas dentro do território240.
192
forma lícita, transferindo 9,8 bilhões de dólares para as Bermudas, o que
representava cerca de 80% dos seus lucros antes dos impostos em 2011241.
193
Em outras palavras, “renda sem estado” pode ser considerada a
movimentação da renda tributável dentro de um grupo multinacional de
uma jurisdição de alta tributação para uma de baixa tributação sem a
mudança da localização do capital e de atividades desempenhadas por
terceiro que geraram essa renda. A “renda sem estado”, na verdade, tem
como seu destino final um estado que não tem tributação, ou baixa
tributação.
194
controlada) fossem diferentes para fins de alocação de riscos tomados
pelas partes.
195
Os países mais desenvolvidos – tipicamente exportadores de capital –
aplicam a residência ou princípio de jurisdição do domicílio, enquanto
países importadores de capital, em geral, tem interesse em aplicar o
princípio da fonte no exercício de sua competência tributária sobre os
eventos que acontecem dentro do seu território. Assim, se o critério da
residência é adotado como principal critério para se tributar a economia
digital, a grande parte das receitas derivadas de tais atividades serão
alocadas para os países desenvolvidos. Por outro lado, se o elemento de
conexão com determinada jurisdição tributária é o site do servidor ou,
ainda, onde o conteúdo eletrônico é consumido, seria possível que países
menos desenvolvidos obtenham rendas com base no fato de que a fonte
dessa renda está em suas respectivas jurisdições.
196
facilidade, o domicílio fiscal das pessoas físicas ou jurídicas e qual
jurisdição tinha papel importante na geração da renda.
197
(transporte de passageiros por motoristas). Assim, apesar de se tratar de
atividade claramente presencial (transporte de passageiros), não há mais
segregação entre o que é digital e o que é convencional, e a digitalização
da economia é um fenômeno observável como um todo.
198
salvaguardas adicionais contra o BEPS, desde que respeitassem os tratados
contra a dupla tributação existentes e as obrigações internacionais.
199
e Espanha, os Ministros das Finanças de dez países da União Europeia
(que também incluíram Áustria, Grécia, Portugal, Bulgária, Romênia e
Eslovênia) pediram que Comissão da UE explorasse opções compatíveis
com a legislação comunitária europeia com base no conceito de “imposto
de compensação” para se tributar empresas digitais.
200
de atrair investimentos tanto domésticos quanto internacionais, e por essa
razão muitas vezes a tributação nesses países não é eficiente.
201
Assim, conclui-se que, na linha do Relatório Final da Ação 1 do BEPS
de 2015, a economia digital não pode ser vista como uma parte separada
da economia e que não seria adequada a criação de regras específicas para
“modelos de negócio altamente digitalizados”, sob pena de violação aos
princípios da isonomia e da neutralidade em matéria tributária.
202
jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção” e
que “na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua
disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo”.
203
nacional estejam localizados, simultaneamente, a fonte de produção
(atividade que dá origem à renda) e a fonte de pagamento (a fonte
pagadora deve ser residente no Brasil). Heleno Tôrres260, por sua vez,
defende uma aplicação ainda mais ampla da regra, sustentando que apenas
o requisito de a fonte de produção estar localizada no Brasil é necessário,
independentemente de o pagamento ter sido realizado por residente ou
não.
204
Embora a incidência do imposto de renda na fonte seja bem abrangente,
é possível que determinadas rendas decorrentes de plataformas digitais
fujam à tributação no Brasil. Curiosamente, esse trabalho tem sido
realizado, indiretamente e de forma ineficiente, por meio da cobrança do
Imposto sobre Operações de Câmbio (IOF/Câmbio) à alíquota de 6,38%
sobre todas as transações realizadas com cartão de crédito ou débito (e
cartão pré-pago) em moeda estrangeira261. Enquanto o objetivo da regra é
desincentivar os gastos em viagens no exterior, o tributo de certa forma
funciona como uma tributação da renda derivada de aquisição de
conteúdos digitais, por exemplo. No entanto, o efeito negativo dessa
sistemática de cobrança é a tributação da renda em hipóteses em que não
há elemento de conexão suficiente com o país, como o simples fato de um
residente brasileiro utilizar um cartão de crédito para pagar um hotel no
exterior, por ele ter sido emitido por um banco brasileiro, o que gera
inevitáveis distorções no sistema.
205
Logo, o objetivo seria permitir que as autoridades fiscais questionassem
atos praticados pelo contribuinte que tenham eventualmente evitado ou
minimizado a carga tributária de suas operações, mesmo que esses atos
tenham obedecido à legislação vigente.
4. CONCLUSÕES
206
fluxo de informações e maior importância a conteúdos intangíveis.
207
ativa enquanto o país de residência tem prioridade em tributar rendas
passivas, porque o sistema atual pode não produzir um resultado que reflita
a substância econômica ou a localização da atividade econômica.
O que se sabe é que existem ainda muitas dúvidas sobre quais são os
efetivos impactos da digitalização da economia e como ela vem alterando
as relações econômicas tradicionais, e que há uma necessidade de
cooperação internacional na área para se buscar a solução de problemas.
208
tributação formular ainda parece algo muito distante no cenário
internacional e exigiria mudanças fundamentais nas regras de fonte e
residência atualmente existentes para sua implementação.
209
Potenciais impactos tributários do CPC 47
nos negócios voltados à economia digital
Elidie Palma Bifano263 e Bruno Fajersztajn264
1. INTRODUÇÃO
210
A economia, atividade, como se observa, é a forma organizada pela
qual a sociedade resolve os problemas da escassez dos bens econômicos.
Nesse sentido, enfatiza Alvin E. Roth que a economia trata da alocação
eficiente de recursos escassos e como tornar esses recursos menos
escassos266. A escassez, pois, marca a economia e, no dizer de Carlos
Roberto M. Passos e Otto Nogami, é a preocupação básica da própria
Ciência Econômica267.
211
acessível aos cidadãos, nos termos hoje conhecidos, o que só viria a
ocorrer ao longo da segunda metade da década de 1990, com a instalação
dos primeiros provedores de acesso à internet no País.
2.1. Generalidades
212
Esse avanço da tecnologia possibilitou a comunicação entre os homens
em tal dimensão que a grande riqueza do mundo atual é a informação, ou
seja, o objeto da comunicação. Nasce a economia digital na qual os bens
econômicos escassos são a informação e a tecnologia que a cerca. A
economia digital passa a ser a prioridade de todos os países desenvolvidos,
foco de investimento e de proteção.
213
7. Promover competências e habilidades relacionadas com as tecnologias de
informação e comunicação, básicas ou especializadas.
8. Responder aos desafios de carácter mundial, como a governança de Internet,
as mudanças climáticas e a cooperação para o desenvolvimento. (Grifamos.)
214
Por fim, o documento da OCDE contempla especial referência ao
Brasil, esclarecendo que na última década o tamanho e a importância da
economia digital brasileira vem crescendo, exponencialmente, em termos
de assinaturas, valor agregado, resultados e vagas. Paralelamente ao
crescimento dos salários e à demanda por bens e serviços, o Governo
brasileiro priorizou o segmento, melhorando a oferta de infraestrutura,
fomentando o setor de tecnologia e introduzindo a Lei n. 12.965, de 23 de
abril de 2014, Marco Civil da Internet.
215
Os negócios que se processam na internet têm natureza diversa, pois o
cliente tem acesso a um programa desenvolvido pelo fornecedor do bem
ou utilidade, mediante pagamento de uma assinatura e recebimento de uma
senha, assim adentrando em informações as quais utiliza a seu critério.
Essas informações são mantidas em bancos de dados e fornecidas nas
condições descritas em contrato. A operação pode ou não envolver
interatividade entre o assinante e o conteúdo disponibilizado, não
efetivando nem se comprometendo, a empresa detentora desses conteúdos,
a executar qualquer tarefa adicional a favor do assinante, além da
contratada.
216
A atividade de acesso e oferta de conteúdo na internet vem regulada na
Norma n. 004/95, aprovada pela Portaria n. 148, de 3 de maio de 1995,
item 3, letras “e” e “f”, do Ministério das Comunicações, nos seguintes
termos: provedor de serviço de informações é a entidade que possui
informações de interesse e as dispõe na internet, por intermédio do serviço
de conexão à internet, que lhe é provido, enquanto o usuário de serviço de
informações é a pessoa que utiliza, por intermédio do serviço de conexão à
internet, que lhe é provido, as informações dispostas pelos provedores de
serviço de informações. As empresas que se dedicam a essa atividade
econômica são usualmente designadas como portais, provedores de
conteúdos e/ou serviços de informação pela internet, sites ou páginas
eletrônicas e todos contêm informações em linguagem própria, acessíveis
por protocolos específicos.
217
digital o qual passamos a examinar no contexto do tema proposto, a receita
gerada por sua exploração.
3. ANÁLISE DO CPC 47
3.1. Generalidades
CPC 30
• Efetiva transferência, para o comprador, dos riscos e benefícios mais
significativos inerentes à propriedade dos bens
• Não envolvimento da entidade na gestão dos bens vendidos e tampouco efetivo
controle sobre tais bens
• Mensuração do valor da receita com confiabilidade
• Provável fluência, para o vendedor, de benefícios econômicos
• Mensuração confiável das despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes
à transação
218
CPC 47
• Regras unificadas de reconhecimento de receitas
• Separação dos elementos da transação: preço, contraprestação, licenças,
opções, recompra e outros
• Efetiva transferência do controle de bens/serviços ao comprador
• Receita/despesa mensuráveis com confiabilidade
• Benefícios econômicos: provável que fluam para o vendedor
219
chamadas parcerias, hoje muito comuns, dos contratos idênticos firmados
seguidamente, como se fossem um único contrato, dentre outras situações.
É conveniente, nas empresas, que essa tarefa seja feita em conjunto com
advogados, dada a repercussão jurídica que pode trazer, como adiante se
comentará.
220
verificar se a promessa de transferir o bem ou o serviço ao cliente é
separadamente identificável de outras promessas contidas no contrato.
221
desempenho identificada no contrato, com base no preço de venda
individual, os descontos e a contraprestação que inclua valores variáveis e
alterações subsequentes no preço da transação, da mesma forma que no
início do contrato.
222
aplicação por todas as entidades que preparam demonstrações contábeis. O
balanço patrimonial, apurado a partir da escrituração contábil, é uma
universalidade de direitos e obrigações, formando um bem coletivo, na
forma do art. 89 do Código Civil. Esse bem coletivo pode ser objeto de
relações jurídicas próprias, sendo que o balanço patrimonial assim como a
escrituração contábil de uma entidade são suporte para a apuração de
haveres em demandas envolvendo recuperações e falências de empresas,
cálculo de direitos e obrigações trabalhistas, cálculo para remuneração de
sócios bem como alguns tributos, como é o caso do Imposto sobre a Renda
– IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro – CSL subsidiando,
também, a apuração da base de cálculo do Programa de Integração Social
– PIS e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social –
COFINS. Dessa forma, contabilidade, escrituração contábil e
demonstrações financeiras interessam, também, ao Direito, de forma geral.
223
e controladas em separado. A adaptação da legislação tributária, após a
mudança dos padrões contábeis, se fazia necessária, pois como comentado,
diversos tributos são calculados a partir da contabilidade; essa adaptação
foi feita pela Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014.
224
Uma análise apressada da redação do parágrafo único poderia sugerir
que a RFB teria recebido competência para, por meio de ato normativo
infralegal por ela editado, neutralizar ou dar efeitos tributários aos novos
CPCs editados. Contudo, não é correto esse entendimento, por diversas
razões:
225
entidade/patrimônio; e Direito – fruto das atividades sociais incorporado
em definitivo ao patrimônio da entidade. Ainda, receita é o primeiro passo
da formação do lucro societário, fruto da atividade empresarial, tendo sido
incorporada ao Direito Tributário em diversas situações como é o caso das
contribuições devidas ao PIS e à COFINS, da Contribuição Previdenciária
sobre a Receita Bruta – CPRB, dos tributos sobre o consumo (ICMS e
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS) e do IRPJ e da CSL.
Por fim, são intermináveis as discussões, nos tribunais, em busca de uma
definição de receita.
Para fins da Lei n. 6.404, art. 187, receita é gênero com as espécies
receita bruta e receita líquida. A receita bruta corresponde ao fruto das
vendas de bens e serviços, objeto da atividade da entidade, enquanto a
receita líquida corresponde à receita bruta menos deduções de vendas,
abatimentos, impostos e custos. Para a Contabilidade (CPC
Pronunciamento Conceitual Básico (R1)) é este o conceito de receita:
4.25 (...) receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período
contábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição
de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam
relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais (...).
(...)
I – o produto da venda de bens nas operações de conta própria;
II – o preço da prestação de serviços em geral;
III – o resultado auferido nas operações de conta alheia;
IV – as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não
compreendidas nos incisos I a III.
226
venda de bens, da prestação de serviços, da utilização, por parte de
terceiros, de ativos da entidade que geram juros, royalties e dividendos.
227
reputando-se perfeitos, acabados e obrigatórios quando estiverem
definidos partes, objeto e contraprestação.
228
O preço a ser pago, contrapartida da transferência de bem ou serviço,
gera os seguintes efeitos para fins fiscais: receita, para fins de IRPJ, CSL e
CPRB; faturamento, para fins de PIS e de COFINS; valor da operação
tributável, para fins de IPI e ICMS; preço do serviço tributável para fins de
ISS e ICMS.
229
obrigação tributária, a menos que a lei assim determine expressamente.
Assim, as regras do CPC 47 devem ser vistas com muitas reservas, para
fins tributários. Em primeiro lugar, porque o referido CPC impõe
justamente a implementação de lançamentos contábeis e, em segundo,
porque, no âmbito do IRPJ, CSL PIS e COFINS, o art. 58 da Lei n. 12.973
estabelece expressamente a sua neutralidade.
4.1. Royalties
230
tributação da renda, consideram o aluguel como uma espécie de royalty,
tal seria a similaridade desses institutos.
231
cobrança de royalties (art. 2º). O uso comercial do programa de
computador, a cessão de uso, é objeto de contrato de licença ou
licenciamento, nos termos do art. 9º, da Lei n. 9.609, havendo muitas
variáveis pelas quais o licenciamento pode ocorrer. A remuneração pela
cessão de uso é receita que integra o lucro líquido e, como tal, deve ser
tributada pelo IRPJ e pela CSL apurados com base no lucro real. A receita
correspondente também pode ser tributada no regime do lucro presumido,
podendo o respectivo percentual a ser aplicado variar entre 32%, se for
considerado serviço, ou 8%, se classificado como outras receitas. A Lista
anexa à Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003, alterada pela
Lei Complementar n. 157, de 29 de dezembro de 2016, considera como
sujeita à tributação pelo ISS a cessão de softwares, bem como o seu
licenciamento (item 1.06). Por fim, o faturamento do licenciamento ou
cessão sujeita-se à tributação pelo PIS e pela COFINS282.
232
intelectual ou quando a licença de propriedade intelectual é o item
predominante ao qual o royalty diz respeito. Esclarece que a licença de
propriedade intelectual pode ser o item predominante, a que o royalty se
refere, quando a entidade tem expectativa razoável de que o cliente vai
atribuir significativamente mais valor à licença do que aos outros bens ou
serviços com os quais o royalty se relaciona. Por fim, o item 63B preceitua
que somente se o requisito do item B63A for atendido, a receita de royalty
com base na venda ou com base no uso deve ser reconhecida
integralmente, em conformidade com o item B63. Quando o requisito do
item B63A não for cumprido, os requisitos relativos à contraprestação
variável, tratados no CPC 47, devem ser aplicados para royalty com base
na venda ou no uso.
233
jurídico e tributário. Tampouco a consideração de a licença de propriedade
intelectual ser o item predominante, a que o royalty se refere, no caso de a
entidade ter expectativa razoável de que o cliente vai atribuir mais valor à
licença do que para os outros bens ou serviços com os quais o royalty se
relaciona, é fundamento para qualquer tipo de distinção no reconhecimento
da receita para fins tributários. Para fins de determinação das bases de
cálculo dos tributos que incidem sobre receita, é o contrato que deve
prevalecer, independentemente do tratamento contábil. Divergências
podem surgir quando a aplicação do referido item B63A implicar o
reconhecimento de receitas de royalties em situações às quais o
regramento jurídico-tributário impuser tratamento diferente. Como já
apontado, nesse caso, prevalecerá a regência jurídica do negócio praticado,
a par do tratamento contábil.
4.2. Licenciamento
O tema é tratado nos itens de B52 a B56 do CPC 47 restando claro que,
para fins contábeis, a licença estabelece os direitos do cliente à
propriedade intelectual da entidade. As licenças de propriedade intelectual
podem incluir, mas não estão limitadas a, licenças de qualquer um dos
seguintes itens: (i) software e tecnologia; (ii) filmes, música e outras
234
formas de mídia e entretenimento; (iii) franquias; e (iv) patentes, marcas
registradas e direitos autorais.
235
ofertados, pode haver duas diferentes ofertas de utilidades, submetidas a
incidências diversas. Mais adiante essas hipóteses serão comentadas.
No que tange ao IRPJ e à CSLL apurados com base no lucro real, quer
nos parecer que do uso do CPC 47 não advirão impactos muito relevantes,
a princípio, eis que, tratadas individualmente, como royalties, ou
segregadamente, com base nos contratos, as receitas serão operacionais e
como tal irão compor o lucro líquido, o qual, por sua vez, é o ponto de
partida do lucro real e da base de cálculo da CSLL. Alguma divergência
poderá haver em relação ao valor da receita a ser reconhecida com base no
CPC 47, a qual pode ser registrada por valor inferior ao montante
contratado se a prática indicar determinados índices de inadimplência dos
clientes. Como já exposto, para fins de IRPJ e CSLL, a receita deve ser
reconhecida com base no valor do contrato, devendo eventual
inadimplência ser deduzida como “perdas no recebimento de créditos”,
segundo os requisitos do art. 9º da Lei n. 9.430, em período posterior ao
reconhecimento da receita. Pode haver então alguma divergência quanto
ao período de apuração em que a perda será deduzida. Mas a qualificação
das receitas em si, ou sua segregação em diferentes obrigações de
desempenho não gera impactos relevantes para os tributos sobre a renda,
que consideram em sua apuração a totalidade das receitas, seja qual for a
sua natureza.
236
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante
a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida
mensalmente, observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei n. 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei
n. 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
(...)
§ 2º No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual
correspondente a cada atividade.
237
que desenvolvem atividade na nuvem (cloud computing), como adiante se
comenta.
238
De toda sorte, a RFB colocou em consulta pública, em 13 de setembro
de 2017, minuta de Instrução Normativa objetivando regular os efeitos do
CPC 47 para fins fiscais, o que ocorreu em 20 de dezembro de 2017, com
a edição de Instrução Normativa n. 1.771. No que tange ao
reconhecimento da receita de licenciamento, especialmente o
reconhecimento da promessa de transferir bens e serviços, além da licença
(itens B53 e B54 do CPC 47), esclarece que não se trata de novo critério
contábil, estando neutralizado, nos termos de art. 58 da Lei n. 12.973, na
apuração dos tributos federais. Somente o item B56, contraprestação
variável decorrente de promessa de conceder licença distinta dos outros
bens ou serviços previstos no contrato, portanto obrigação de desempenho
separada, é considerada como nova prática, também neutralizada para fins
fiscais.
239
competência dos Municípios, nos termos da Lei Complementar n. 87, de
13 de janeiro de 1997. O ISS envolve obrigação de fazer e incide sobre
serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar (art. 156,
Constituição Federal). Ressalvadas as exceções de lei, os serviços
mencionados na lista não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua prestação
envolva fornecimento de mercadorias (Lei Complementar n. 116, de 31-7-
2003).
240
De acordo com o NIST (National Institute of Standards and
Technology), agência governamental não regulatória da administração de
tecnologia do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, o cloud
computing pode ser definido como:
241
Ainda, de acordo com o NIST, há três grandes modalidades de
utilidades ofertadas em cloud computing: (i) Infrastructure as a Service ou
Infraestrutura como serviço – IaaS; (ii) Platform as a Service ou
Plataforma como serviço – PaaS e (iii) Software as a Service ou Software
como serviço – SaaS.
242
dessa utilidade obter todos os licenciamentos necessários à operação. A
hipótese aparenta ser de uma locação de estrutura ou cessão de uso e não
de prestação de serviços, embora o Fisco possa arguir que a essência desse
negócio está capturada no item 1.06, assessoria e consultoria em
informática, da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar n. 116.
243
qual é serviço de valor adicionado à telecomunicação, conforme a
Resolução n. 148, já referida.
244
prontidão para fornecer esses bens ou serviços, inclusive eventuais
atualizações não especificadas de softwares, nos termos do CPC 47.
7. CONCLUSÕES
245
definir o regime de tributação das contribuições ao PIS e COFINS
(cumulativo ou não cumulativo), e ainda para definir a incidência do ISS e
do ICMS, sempre gerou controvérsias e discussões, eis que, já na
perspectiva jurídica e contratual, muitas vezes é difícil estabelecer uma
segregação precisa. O CPC 47, apesar de neutro para fins fiscais, pode
trazer ainda mais tais questões à tona, dado que estabelece forma peculiar
de contabilização de tais receitas.
Seja como for, não é a contabilização com base no CPC 47 que irá
determinar o regime tributário, seja porque o art. 58 da Lei n. 12.973
impõe sua neutralidade para tributos como IRPJ, CSLL, PIS e COFINS,
seja porque impostos como o ICMS e o ISS não incidem sobre fatos
contábeis e sim sobre negócios jurídicos, tal como regidos pelo Direito.
246
Questões controversas relacionadas à
contabilização de negócios na economia atual
e os seus possíveis reflexos tributários
Bárbara Melo Carneiro286 e Fernando Daniel de Moura Fonseca287
1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
247
da redução de ativos ou assunção de passivos, há uma necessária
vinculação entre esses conceitos (ativo e passivo) e a definição de
resultado.
248
praticado em negócios jurídicos já realizados, ignora a necessidade da
propriedade em sentido jurídico e pode desconsiderar a forma jurídica
adotada sempre que ela conflitar com os efeitos econômicos que se espera
derivem da transação ocorrida. Portanto, a referência principal para o
registro contábil deixa de ser a ocorrência de negócios jurídicos e passa a
ser a visão da ciência contábil acerca da realidade econômica, resultado da
máxima accounting follows economics ou apenas accounting as
economics.
249
variação patrimonial seja atribuída a uma determinada unidade de tempo,
no intuito de se evidenciar a performance da entidade.
250
determinados critérios previamente definidos, o que pressupõe um certo
grau de discricionariedade. Dessas constatações deve decorrer uma
necessária limitação do escopo e da validade da informação contábil, algo
presente desde a criação do método das partidas dobradas, conforme
noticia a doutrina293.
251
Dessa forma, faz-se necessário compreender qual seria o evento crítico
contábil298 que deflagraria o reconhecimento da variação patrimonial, no
intuito de tentar conferir maior racionalidade à vinculação da oscilação a
determinado período. Entretanto essa é a grande questão que se debate na
contabilidade atual: qual seria o evento crítico que desencadearia a leitura
do fato patrimonial pela contabilidade. Não obstante o desenvolvimento da
doutrina contábil, no intuito de se alinhar temporalmente os esforços às
realizações da entidade, impondo o reconhecimento conjunto de receitas e
despesas, os desafios continuam se perpetuando, tendo em vista,
justamente, a ausência de definição acerca do referido evento crítico
relacionado à confrontação de receitas e despesas, ou até mesmo o
reconhecimento do acréscimo ou da diminuição do valor dos ativos e
passivos.
252
potencializam esses desafios. A facilidade e a simplicidade no acesso às
informações de mercado, a utilização de softwares que possibilitam a
leitura quase que imediata e desvinculada de altos custos sobre as
transações ocorridas, enfim, a nova dinâmica e fluidez das informações é
capaz de alterar as informações contábeis, na medida em que se facilita a
determinação do valor justo dos ativos e passivos.
Nesse ponto, cabe abrir um parêntese. Essa hipótese não pode, contudo,
ser admitida como um axioma das ciências econômicas, embora não se
possa negar a importância desse modelo, dos trabalhos de seus adeptos e
das suas repercussões práticas, principalmente no âmbito dos mercados
financeiro e de capitais. Sem o objetivo de fugir ao objeto do presente
artigo, até mesmo em razão da absoluta incapacidade técnica dos seus
autores para lidar com questões econômicas, vale mencionar os trabalhos
de Eugene Fama301, laureado com o Prêmio Nobel de Economia em 2013,
exatamente em razão da sua tese em torno da hipótese da eficiência dos
mercados.
253
economia comportamental (behavioral economics), que ganha cada vez
mais importância no cenário mundial. Em linhas gerais, procura-se
demonstrar que determinadas decisões são tomadas pelas pessoas com
base em critérios não totalmente racionais, pois diversos outros fatores são
levados em consideração pelos agentes econômicos ao fazer suas escolhas.
Por essa razão, especificamente em relação ao mercado de ações, não seria
possível estabelecer uma relação entre o preço de mercado dos papéis e o
valor intrínseco das companhias a eles relacionadas. Essa é a linha seguida
por autores como Robert Shiller302, igualmente laureado com o Prêmio
Nobel de Economia em 2013, e por Richard Thaler303, vencedor do mesmo
prêmio em 2017, entre tantos outros autores.
254
Para evidenciar os conceitos básicos utilizados pela contabilidade
brasileira, adotar-se como ponto de partida o “Pronunciamento Conceitual
Básico (R1) – CPC 00”, elaborado pelo Comitê de Pronunciamentos
Contábeis, e que possui correlação direta com a estrutura conceitual básica
do IFRS, representada por The Conceptual Framework for Financial
Reporting.
255
especialmente se a premissa adotada pelo intérprete envolver a
necessidade de prévia realização para a existência jurídica de renda.
256
apenas para a sua forma legal” (CPC 00_R1, 4.6). Mais especificamente
em relação aos ativos, há o expresso reconhecimento de que o seu registro
não está vinculado à ocorrência de transações, concorrendo igualmente
com elas o que se denomina de “outros eventos passados” (CPC 00_R1,
4.13).
257
reconhecido quando “for provável que uma saída de recursos detentores de
benefícios econômicos seja exigida em liquidação de obrigação presente e
o valor pelo qual essa liquidação se dará puder ser mensurado
confiabilidade” (CPC 00_R1, 4.46).
258
o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período observado no curso
das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio
líquido, exceto os aumentos de patrimônio líquido relacionados às contribuições dos
proprietários.
259
forma, o montante a ser contabilizado como receita não está subordinado
ao preço praticado no negócio jurídico firmado entre as partes.
260
no que concerne ao licenciamento de propriedade intelectual, os grandes
desafios estão vinculados à identificação e à individualização da obrigação
de desempenho e à dificuldade em alocar o preço da transação.
261
É dizer, por mais que as normas contábeis se aproximem da realidade
econômica, nada impede que a realidade jurídica seja distinta e imponha
critérios divergentes para se apurar a receita jurídica. Dessa forma, caso o
negócio jurídico firmado seja, por exemplo, de prestação de serviços, por
mais que haja entrega de mercadorias e que a contabilidade se valha desse
fato para segregar as transações e imputar determinada receita quando a
mercadoria for entregue, não há que se falar, para fins fiscais, em venda de
mercadoria.
Sendo assim, o negócio jurídico firmado somente pode ser afastado por
vícios jurídicos e nunca por interpretação econômica, segundo critérios
determinados pela norma contábil.
262
recurso fazia o mais absoluto sentido para fins de conformação da norma
tributária, em razão da conformidade de critérios contábeis e jurídicos
outrora existente, com a adoção de uma nova estrutura conceitual contábil,
a conclusão pode levar a um resultado diverso.
263
ainda não ocorridos, mas que se espera ocorrer, o direito regula os efeitos
de fatos já definitivamente ocorridos no passado.
264
Trata-se de uma questão de fundamental importância, pois
extremamente útil à compreensão de que a interação de Direito Tributário
e contabilidade deve ser analisada sempre com muita atenção, sob pena de
a norma tributária capturar elementos patrimoniais incompatíveis com
conceitos jurídicos. Não se pode ignorar o fato de que o direito tem
autonomia para elaborar as suas próprias definições, sem que para isso
esteja vinculado a eventuais qualificações levadas a efeito por outras
ciências, como é o caso da economia e da contabilidade.
265
Sem que sejam necessárias maiores digressões, admite-se uma evidente
diversidade de objetivos e parâmetros entre os critérios contábeis e fiscais,
o que tem como resultado um distanciamento natural, resultado da
relativização, pela contabilidade, de regras absolutamente caras ao Direito
Tributário, com especial destaque para a realização.
266
Conforme já mencionado ao longo do presente trabalho, a realidade
brasileira demonstrava que a contabilidade era elaborada com base em
critérios que a colocavam em uma posição de elevada proximidade com
princípios essenciais ao Direito Tributário, de modo que os ajustes eram
realmente uma situação anormal.
De todo modo, não se pode negar que uma atuação prévia do legislador,
no sentido de prever a neutralidade dos efeitos tributários das novas
práticas contábeis deve ser visto com bons olhos, por colocar em compasso
de espera os possíveis reflexos que não tenham sido objeto de um estudo
mais aprofundado pela comunidade jurídica, garantindo uma menor
litigiosidade e maior segurança jurídica.
267
6. CONCLUSÕES
268
definitivamente realizados, motivo pelo qual as variações retratadas pela
contabilidade que evidenciem expectativas devem ser expurgadas.
269
Desafios da tributação doméstica de
operações com software na era da economia
digital
Paulo César Teixeira Duarte Filho312 e Arthur Pereira Muniz Barreto313
1. INTRODUÇÃO
270
prateleira ou feito integralmente para atender as necessidades de um
determinado usuário, assim chamado o software por encomenda.
271
da doutrina à figura da prestação de serviços, sendo, desta forma,
submetidos à tributação pelo Imposto sobre Serviços (ISS), e não pelo
ICMS. Não se nega que, em qualquer caso, o software possui natureza
imaterial, não se confundindo com o suporte que lhe permite a
distribuição; não obstante, a forma como era produzido tornou possível
indicar campos de incidência tanto de um, quanto de outro imposto319.
272
formas, esgotando os modelos de discussão e impondo maiores desafios ao
intérprete.
273
suas consequências tributárias de três maneiras, que podem ou não andar
juntas:
a. Direito:
• cessão de direito: a cessão ou transferência definitiva de todos os direitos
patrimoniais sobre o bem, como marca, patente, tecnologia ou bem material
configurado em software, é remunerada por preço. É uma aquisição/venda e
não locação de um direito, é a aquisição/venda de direito próprio, não o direito
de uso de um direito alheio. Um exemplo: a Microsoft ceder a uma outra
empresa os direitos sobre o Windows, passando seu adquirente ou cessionário
a exercer todos esses direitos, como desenvolvimento do próprio software,
exploração econômica, exploração da marca etc.
• licença ou cessão de uso de direito: por seu lado, a remuneração pela licença
de exploração, por tempo determinado ou indeterminado sob condição, é
denominada royalty, praticamente um aluguel daquele direito ou a
transferência de parte dele, podendo ser oneroso ou gratuito. Exemplo disso é
a licença para distribuição ou reprodução de um software a um distribuidor em
outro país.
b. Mercadoria: por conta do tipo de padronização e desenvolvimento, o
software produzido em escala e direcionado a um número indefinido de
pessoas, é tratado como mercadoria, e as transações podem ser de dois tipos,
independentemente do meio de transmissão, se por via física ou não
(download). Embora a jurisprudência e grande parte da doutrina não façam
essa distinção, a nosso ver, as transações têm as seguintes naturezas:
• venda ou doação: a transferência (circulação econômica) dos direitos sobre
cópia de um software produzido em larga escala, seja essa transferência via
meio físico (pendrive, CD-Rom etc.) ou por download. Neste caso, pelo
entendimento da jurisprudência, há a transferência de uma mercadoria
acabada, independente e pronta para uso ou aplicação pelo adquirente. Em
nossa visão, a circulação de mercadoria só se concretiza, caso haja a
transmissão definitiva da cópia, sem limitação no tempo.
• locação ou comodato (cessão de uso): transferência dos direitos sobre cópia
de um software produzido em larga escala, seja por meio físico ou não, por
tempo determinado, tem natureza de locação ou comodato caso seja onerosa
ou gratuita, muito próxima da licença ou cessão de uso de direito, no item “a”
acima. A diferença, aqui, se dá pelo caráter do software de prateleira, tão e
somente neste caso. Sua remuneração se chama aluguel (próxima ao conceito
de royalties).
c. Serviço: o software customizado, aquele desenvolvido e produzido do início,
e aquele pré-existente ajustado, alterado ou atualizado, todos por encomenda
do usuário, têm natureza de serviço. A remuneração pelo serviço se chama
preço.
274
Para que se consiga determinar a incidência dos tributos sobre
transações com software, precisa-se, portanto, ter claro o tipo de:
2.1. Direito
275
jurídica, caso haja lucro; IRPF, para as pessoas físicas; PIS e COFINS
incidirão sobre a receita oriunda dessa transação.
276
Além dos tributos acima especificados, em ambas as situações, cessão
ou licença, no momento da remessa o cessionário ou licenciado deverá
recolher, sobre a transação de câmbio, o IOF à alíquota de 0,38%.
277
Recurso Extraordinário n. 688.223, o qual teve repercussão geral
reconhecida.
278
Diante do exposto, tanto o item 1.04 quanto o 1.05 da lista de serviços
tributáveis que fazem referência a operações com software, levantam
questionamentos de duas ordens: primeiro, quanto à sua limitação aos
programas de computador elaborados sob encomenda (customizados); e,
segundo, no que diz respeito à possibilidade de incidência do ISS sobre a
parcela da remuneração pelo software que diz respeito à licença, não à
atividade de confecção, elaboração em si, e que se assemelha a uma
entrega de bem (obrigação de dar), ainda que imaterial.
2.2. Mercadoria
279
Trata-se de uma aproximação problemática, quando se tem em mente
que não se está a adquirir, precisamente, um bem físico, mas, via de regra,
uma licença de uso daquele programa, ainda que tal licença não sofra
limitações temporais, por exemplo. Aquela matéria era apenas um veículo
para se chegar ao verdadeiro fim, à sua funcionalidade, imaterial. Essa
constatação leva alguns autores a questionar as distinções elaboradas pela
doutrina e pela jurisprudência, chegando à conclusão de que não há que se
comparar software a uma mercadoria, salvo transferência integral de todos
os direitos a ele inerentes, tal como se houvesse a transferência de
propriedade de certo bem, por exemplo325. Noutros casos, o que há,
apenas, é a concessão de uma licença, a qual é remunerada na forma de
royalties.
Como se viu, o STF decidiu repetidas vezes que o software deve ser
tratado como mercadoria, quando padronizado e produzido em escala,
chamando-o de “software de prateleira”, e, por via de consequência, as
transações com este tipo de software estariam sujeitas ao ICMS.
280
coisa já existente” e, prosseguindo, anota que as obrigações de fazer
“impõem a execução, a elaboração, o fazimento de algo até então
inexistente326”.
Nem por isso, era tarefa simples determinar como sujeitar o software à
tributação indireta, já que é um bem intangível. Por esse motivo, ao
mesmo tempo que se buscou adequar um dos tipos de software à noção de
mercadoria, procurou-se estabelecer critério de base de cálculo, o que foi
feito a partir de seu suporte material.
281
software “personalizado ou não”, o que dava margem a críticas pelo
possível alargamento da competência tributária do fisco estadual.
a. requisito para ser tratado como mercadoria: que seja o software aquele
“de prateleira”, padronizado, comercializado de maneira uniforme no
282
mercado, como determina o STF;
b. circulação de mercadoria – software de prateleira sujeito ao ICMS: seja a
cópia de aplicação do software definitiva, não retornável, ou sua licença
concedida por prazo indeterminado;
c. locação ou licença de uso por prazo determinado – software de prateleira
não sujeito ao ICMS: nesta situação, haverá apenas a remuneração pelo uso
temporal de um direito, tal como se dá, por exemplo, na locação.
283
De fato, na concepção do STF não é porque o software vem deixando
de ter suporte físico, que deixa também de poder ser mercadoria, ao menos
pela noção, acima discutida, de que, sendo “de prateleira”, é
comercializado como qualquer outro tipo de bem a um número indefinido
de consumidores327. Como já exposto, mesmo no caso de download, o que
ocorre é a entrega de cópia do software para uso do adquirente, atendidas
as condições definidas em contrato, de modo que, também aqui, na visão
da jurisprudência, favorece-se a aproximação do software de prateleira à
espécie de mercadoria. Contudo, sem o suporte físico, isto é, sem base de
cálculo, como tributar?
284
Do lado do ICMS, a situação se desenvolve de forma mais rápida. A
possibilidade de aquisição de software por download levou a mudanças na
legislação estadual. Fazendo referência à legislação paulista, o Governo do
Estado revogou a antiga previsão quanto à tributação de software pelo
dobro do valor de seu suporte físico. Tal mudança teve por objetivo alterar
a base de cálculo do ICMS no caso de operações envolvendo software, que
passou a seguir a regra geral, isto é, o valor da operação.
285
em que situado o adquirente do software (cláusula terceira); contribuinte é
a pessoa jurídica detentora da página eletrônica que venda o software,
sendo que deverá ter inscrição estadual nas Unidades Federadas em que
efetuar vendas (cláusula quarta), entre outros.
286
obrigações tributárias. Espera-se, como permite o Convênio, que os
Estados criem formas simplificadas, ou mesmo de dispensa, da inscrição
estadual.
287
2.3. Serviço
288
adquirente que almeje obter um software que seja compatível com seus
negócios, ou que atenda a necessidades específicas.
289
este trabalho, cumpre discutir brevemente o caso do software as a service
(SaaS), modalidade de hospedagem de dados online por meio de um
software específico. Trata-se de hipótese em que o cliente usufrui da
funcionalidade de um software, sem, no entanto, adquiri-lo. Paga-se uma
taxa ou mensalidade por seu acesso332.
290
Com efeito, em relação ao item 1.04, não há qualquer elaboração de
software dirigida ao cliente. Há, isso sim, disponibilização do ambiente
virtual previamente criado, ainda que seja possível, por exemplo,
“personalizar” a experiência de uso fornecendo maior capacidade de
armazenamento.
291
se referindo a “services”, é a disponibilização, a locação da funcionalidade
do software ao cliente. Os eventuais serviços que a acompanham, são
secundários e não lhe retiram a essência.
292
Ademais, é importante destacar que a pretensão fiscal se aplica,
expressamente, para qualquer tipo de software, seja aquele desenvolvido
de maneira customizada, ou não. Neste ponto, andou mais rigidamente o
fisco municipal, quando comparado ao estadual, que, por meio do
Convênio ICMS n. 106/2017, acima analisado, tratou apenas da incidência
do ICMS sobre programas de computador padronizados, mesmo que
passíveis de adaptação.
293
tipos de tributos.
294
coerente com o entendimento exposto na Solução de Divergência n.
18/2017, que equiparou tais casos à comercialização de mercadorias.
295
Não parece haver grandes controvérsias no que diz respeito à incidência
das contribuições sobre operações com software, seja de prateleira ou por
encomenda. Em qualquer caso, o software será tratado como parte do
faturamento da empresa, de modo que as receitas decorrentes da atividade
ficarão sujeitas às contribuições.
296
admitir o registro dos créditos, tal como se fosse um bem adquirido para
revenda. Quanto ao software obtido mediante licença de uso, e que pode
ter características de personalização, ou não, para uso próprio do
adquirente, esse item passa a ser inaplicável, sendo necessário avaliar as
outras hipóteses.
297
legislação do IPI é excessivamente restrito, adotando uma abordagem
pautada pelo critério das despesas necessárias à atividade da empresa,
típico da legislação do imposto de renda. Ainda que um critério tão amplo
não venha a prevalecer ao final do julgamento, há boas chances de que um
posicionamento favorável, mesmo que intermediário, seja o resultado
final.
4. CONCLUSÃO
298
Buscou-se, com o estudo realizado, levantar os principais aspectos
relativos à tributação das operações envolvendo programas de computador,
particularmente doméstica, ainda que alguns comentários tenham sido
necessários em relação às operações internacionais envolvendo
consumidores brasileiros.
299
Viu-se que uma das principais marcas dessa distinção é o seu
“desrespeito” por parte do fisco estadual e municipal, o que se percebe
inclusive diante de recentes atos normativos expedidos pelas
administrações fazendárias que se, por um lado, tentam endereçar o tema
da tributação de software de maneira mais atualizada, criam margens até
mesmo para a sobreposição de competências tributárias, em particular
quanto ao ISS e o ICMS. Aguarda-se com grande expectativa o
julgamento, por parte dos tribunais superiores, de processos que serão
essenciais para solucionar tais impasses.
300
Preços de transferência e a criação de valor:
distribuição de software no Brasil
Alexandre Siciliano Borges338 e Igor Scarano Brandão339
1. INTRODUÇÃO
301
Quando o assunto é preços de transferência, o princípio arm’s length340
continua a ser o padrão preconizado pelas diretrizes da OCDE
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)341 que,
em sua nova versão, deu especial atenção para a relevância da alocação de
lucro com base na criação de valor. Ao relacionar a alocação de lucros
com a criação de valor no ambiente mencionado acima, deve-se falar sobre
transações envolvendo bens intangíveis e sua relevância para preços de
transferência.
Não é novidade que nos últimos anos atenção especial tem sido dada
aos planejamentos tributários internacionais. Por diversas vezes, grandes
grupos multinacionais se viram envolvidos em notícias ao redor do mundo,
por conta de suas estratégias e opções tributárias, o que na maioria das
vezes causou enorme impacto negativo sobre a percepção pública de suas
marcas. Discussões em diversos âmbitos se desenvolveram, sendo que,
sem sombra de dúvida, as mais relevantes aconteceram no âmbito do
302
projeto BEPS (Base Erosion and Profit Shifting) liderado pela OCDE com
o apoio dos países do G20.
303
associadas e as condições e circunstâncias economicamente relevantes
estabelecidas nessas relações, para que a transação controlada seja
delineada com precisão343. Essa escolha foi feita justamente porque o
interesse da presente reflexão está nas atividades economicamente
significativas que contribuem para a criação de valor.
304
A análise funcional busca identificar as atividades e responsabilidades
economicamente significativas realizadas, os ativos utilizados ou
contribuídos e os riscos assumidos pelas partes nas transações, e tal análise
tem o foco no que as entidades realmente fazem e as contribuições que
elas trazem ao grupo econômico. Tais atividades econômicas relevantes
estão sempre relacionadas à tomada de decisões, principalmente as
estratégicas e quanto aos riscos de negócios. Nesse sentido, é necessário
compreender a estrutura e a organização do grupo multinacional, e como
tais atividades influenciam a maneira pela qual o grupo opera. Ou seja, é
importante entender de que modo o grupo é gerido como um todo, as
interdependências das funções desempenhadas pelas empresas no contexto
do grupo e a contribuição que as empresas associadas fazem para a criação
de valor.
305
VALOR
A economia digital veio para mudar não somente as empresas que são
tipicamente consideradas como de tecnologia, mas também para mudar
como a economia tradicional funciona, fazendo com que vários aspectos
da cadeia de valor dos grupos multinacionais sejam transformados
completamente, como, por exemplo, o mercado de varejo que hoje é
disputado por lojas físicas e virtuais (e-commerce).
306
pelas ações 8-10 do projeto BEPS têm como um dos principais objetivos
limitar as possibilidades de planejamento tributário de grandes grupos de
tecnologia, que dependem de pesquisa e desenvolvimento tecnológico
intensivo.
307
reflitam a realidade dos negócios das empresas de tecnologia. Por
exemplo, ainda que as regras brasileiras de preços de transferência sejam
aplicáveis às operações com bens, serviços e direitos, toda a
regulamentação tem como paradigma operações com bens tangíveis.
Transações envolvendo serviços e direitos, bens intangíveis por natureza,
são claramente tratadas da mesma forma que bens tangíveis, sem que haja
qualquer definição de regras separadas ou mesmo explicação ou
elucidação das regras comuns.
308
No caso da distribuição de software no Brasil, inevitavelmente
estaremos falando de transações envolvendo bens intangíveis. Uma
demanda comum das empresas organizadas no Brasil é a clara preferência
por transações domésticas, ou seja, as empresas ou pessoas físicas
residentes no Brasil, quando podem, evitam fazer pagamentos para o
exterior. Vários motivos surgem, dentre eles os tributários, haja vista a
difícil caracterização da transação que leva a incertezas tributárias.
309
quanto ao campo de uso, prazo de uso, geografia ou outras formas. Tais
direitos limitados são intangíveis na exata acepção do conceito da
OCDE349. Sendo assim, tais transações são tratadas como operações
envolvendo intangíveis pela OCDE, devendo, portanto, se submeter às
diretrizes acerca deste tema.
310
Imagine que, em nosso caso, a subsidiária brasileira executa funções de
marketing e vendas que beneficiam o proprietário legal da marca
registrada e da tecnologia, que é sua vinculada no exterior. A maneira
escolhida para tal relação foi por meio de um acordo de distribuição e
comercialização. A OCDE orienta que, nesse caso, é necessário determinar
como o distribuidor deve ser compensado por suas atividades. Surge,
então, a dúvida: o distribuidor deve ser compensado apenas pelo
fornecimento de serviços de promoção e de distribuição ou ele também
deve ser compensado por aumentar o valor das marcas registradas e outros
intangíveis em virtude de suas funções desempenhadas, ativos usados e
riscos assumidos352? A análise desta questão requer uma avaliação dos
seguintes fatores:
•as obrigações e direitos implícitos nos registros legais e acordos entre as partes;
•as funções desempenhadas, os ativos utilizados e os riscos assumidos pelas
partes;
•o valor intangível antecipado a ser criado por meio das atividades do
distribuidor; e
•a compensação prevista para as funções desempenhadas pelo distribuidor
(tendo em conta os ativos utilizados e os riscos assumidos).
311
3.2.1. Centralização no exterior
HQ $
Custos 400
P&D 150
312
Margem Operacional 25%
Reestruturação – A
HQ $ SUB-BRA $
313
Margem Bruta 51% Margem Bruta 100%
Reestruturação – B
314
HQ $ SUB-BRA $
315
utilizado. Como se tratava de uma transação intragrupo, entenderam que o
conjunto de regras usado para determinar o limite da dedutibilidade no
pagamento de royalties na distribuição de software foi o contido nas regras
de preços de transferência, da Lei n. 9.430/96 (e suas alterações).
Reestruturação – C
HQ $ SUB-BRA $
316
Vendas & Marketing 60 Vendas & Marketing 60
O resultado, como pode ser observado, foi uma adequação das regras de
preços de transferência das duas jurisdições. No Brasil, os custos
relacionados às compras de licenças foram deduzidos até o ponto em que o
PRL permite, e o limite de royalties de uso de marca foi limitado a 1%.
Nos Estados Unidos, a entidade norte-americana manteve a remuneração
desejada com base no estudo de preços de transferência que havia sido
feito, em que a subsidiária brasileira deveria ficar com margem
operacional de 9%.
317
A abordagem que emula a compra e venda de um bem tangível parece
mais razoável simplesmente pelo fato de que uma margem bruta de 20%
(exigida pela aplicação do método PRL) para distribuidores não é
descabida para uma série de setores, e esse pode ser o caso da indústria de
software. Isto ocorre porque as despesas operacionais comuns de
distribuidores tendem a ser parecidas (vendas, marketing e
administrativas) e possuem níveis de relevância semelhantes. No entanto,
pode acontecer que 20% de margem bruta seja muito mais ou muito menos
do que o necessário para que a entidade brasileira seja devidamente
recompensada pela criação de valor na cadeia que ela proporcionou. Caso
isso aconteça, infelizmente não existem alternativas realisticamente
aplicáveis, uma vez que dificilmente existiriam transações comparáveis a
esta com terceiros, para a aplicação do método dos preços independentes
comparados (PIC), bem como a consideração do custo de produção
contábil de um intangível, para a aplicação do método do custo de
produção mais lucro (CPL), não seria economicamente justificável.
4. CONCLUSÃO
318
As regras brasileiras que controlam as transações intragrupo
envolvendo intangíveis precisam ser revisitadas caso o Brasil queira se
juntar à abordagem apresentada pela OCDE, principalmente nos casos em
que a empresa brasileira atua como distribuidora com riscos limitados.
Utilizar as regras de dedutibilidade de royalties da década de 1950 para
remunerar a entidade que desenvolve, aperfeiçoa, mantém e protege
intangíveis que são comercializados no Brasil não parece ser capaz de
alocar o lucro da transação a quem majoritariamente contribuiu na cadeia
de valor.
319
A economia digital e as regras brasileiras de
preços de transferência: os problemas na
aplicação dos métodos aos serviços,
intangíveis e direitos
Diego Marchant358
INTRODUÇÃO
320
entre partes vinculadas. Esse conceito é conhecido como princípio arm´s
lenght.
321
envolvendo commodities, o Método do Preço sob Cotação na Exportação
(PECEX)363.
322
opção do legislador pela praticabilidade causa distorções para os
contribuintes que se encontram fora das médias estipuladas pelo legislador.
Art. 18
(...)
§ 9º O disposto neste artigo não se aplica aos casos de royalties e assistência
técnica, científica, administrativa ou assemelhada, os quais permanecem
subordinados às condições de dedutibilidade constantes da legislação vigente.
323
percentuais que variam de 1% a 5%, considerados os tipos de produção ou
atividade, segundo o grau de essencialidade.
324
Essa diferenciação foi, inclusive, reconhecida pela jurisprudência do
antigo Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, que
reconheceu que o pagamento de quantias (ou royalties) não se sujeita aos
limites de dedução do Regulamento do Imposto de Renda:
325
Da leitura das normas brasileiras de preços de transferência, nota-se
uma clara inspiração nas atividades industriais na confecção das referidas
normas. São exemplos a constante utilização de termos como “planilha de
custos da empresa”, “tributos incidentes sobre as vendas” etc.
Nessa situação, o método PIC estaria disponível aos casos em que seja
possível identificar operações envolvendo remuneração por serviços ou
intangíveis celebradas com terceiros, envolvendo serviços ou intangíveis
idênticos ou similares, como por exemplo uma desenvolvedora de software
que licencia seus produtos para terceiros.
Por outro lado, o método PCI estaria disponível aos casos envolvendo
intangíveis sujeitos a cotação na bolsa de mercadorias e futuros. Este seria
o caso de compra e venda de moedas virtuais (e.g. Bitcoins) entre
empresas do grupo, as quais começam a ter cotação em bolsas de
mercadorias e futuros, como a Chicago Mercantile Exchange (CME)371.
326
O método PRL, por sua vez, estaria disponível para situações que
envolvam a revenda de serviço/intangível ou a sua aplicação em outro
bem, serviço ou direito, os quais sejam vendidos a terceiros. Nesse caso, a
empresa deverá controlar os custos de revenda ou produção do item
vendido a terceiros, os quais são essenciais para a aplicação do método
PRL. Essa situação poderia ser ilustrada por um licenciamento, entre
empresas do mesmo grupo, de um aplicativo destinado a motoristas
independentes. Caso a subsidiária controle o custo dos serviços prestados a
terceiros, tecnicamente seria possível a aplicação do método PRL.
327
das matérias-primas e outros bens ou serviços utilizados na produção, planilhas de
rateio do custo de mão de obra e cópias das folhas de pagamentos, comprovantes de
custos com locação, manutenção e reparo dos equipamentos aplicados na produção,
demonstrativos dos percentuais e dos encargos de depreciação, amortização ou
exaustão utilizados e das quebras e perdas alocadas, observando-se o disposto no §
5º do artigo 15 da IN RFB n. 1.312, de 2012. Devendo ainda apresentar a cópia da
declaração do imposto sobre a renda entregue ao fisco do outro país, equivalente a
DIPJ do Brasil. Esclarece-se, outrossim, que qualquer documento de procedência
estrangeira, para produzir efeitos legais no País e para valer contra terceiros e em
repartições da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios ou em qualquer instância, juízo ou tribunal, deve ser vertido em
vernáculo. Além disso, deve ser legalizado em seu país de origem, ou seja,
notarizado, consularizado e registrado em Cartório de Registro de Títulos e
Documentos.
328
estrangeira deverão ser traduzidos, notarizados, consularizados e registrados em
Cartório de Registro de Títulos e Documentos, em substituição das cópias de faturas
comerciais. A apresentação do relatório de auditores externos independentes para
fins de comprovação de preços não afasta a possibilidade de serem requeridos,
durante procedimento de fiscalização, quaisquer outros documentos, tais como
faturas comerciais de entrada de mercadorias, previstos pela legislação brasileira.
Nesse caso, o método PVEX estaria disponível aos casos em que seja
possível identificar operações envolvendo remuneração por serviços ou
intangíveis celebradas com terceiros residentes ou domiciliados no
exterior, envolvendo serviços ou intangíveis idênticos ou similares, como,
por exemplo, uma desenvolvedora de aplicativos de celular que licencia
seus produtos para terceiros.
Por outro lado, método PECEX seria aplicável aos casos envolvendo
intangíveis sujeitos a cotação na bolsa de mercadorias e futuros, como é o
caso dos Bitcoins, que são cotados na CME.
329
informações que estão disponíveis nas demonstrações contábeis da
empresa brasileira. Um fator que complicaria a aplicação do método CAP
é a contabilização de custos de intangíveis, sujeita a regras contábeis
específicas positivadas no Pronunciamento Técnico CPC 04 do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis.
4. CONCLUSÕES
330
Transferências cross-border de direitos de
uso sobre software de prateleira: aquisição de
mercadoria ou licenciamento? Tributação na
fonte e dedutibilidade de despesas
Carlos Cornet Scharfstein375 e Juliana Vargas Sallouti376
1. INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES
331
quando seguidas por um computador, trazem um resultado esperado pelo
usuário.
332
Tendo sido delimitada a abrangência deste artigo, coloca-se a grande
questão: em uma aquisição internacional de software, na qual o cedente é
domiciliado no exterior, e o adquirente/usuário, no Brasil, como se deve
qualificar – jurídica e tributariamente – a operação? Seria a
contraprestação paga pelo usuário um tipo de royalty, ou preço de
aquisição de um ativo? A resposta a essa indagação traz consequências
tributárias bastante distintas380.
333
programa de computador no País será objeto de contrato de licença e,
no caso de inexistência do contrato de licença, o documento fiscal relativo
à aquisição servirá para a comprovação de regularidade de seu uso.
334
considerado “mercadoria”, cuja comercialização, portanto, estaria sujeita
ao ICMS381.
335
Bem mais recentemente, o Conselho Nacional de Política Fazendária
(CONFAZ) publicou o Convênio ICMS n. 106, de 29 de setembro de
2017, estabelecendo que as operações com software padronizado,
comercializado por meio da transferência eletrônica de dados (isto é, sem
caixinha), estão sujeitas à incidência do ICMS nos termos ali
estabelecidos.
336
(i) a aquisição do direito de uso de um software, licenciado/cedido por um
residente no exterior (em geral, o produtor do software) para uma parte no
Brasil, que, na qualidade de usuário final, pretendia utilizar o programa de
computador para fins próprios, e que não podia nem pretendia comercializá-
lo para terceiros (a “licença de uso”); ou
(ii) a aquisição do direito de comercializar o software por uma parte no Brasil,
que tinha a intenção de vendê-lo ou licenciá-lo a terceiros, com lucro (a
“licença de comercialização”).
337
relacionadas a software – fosse na aquisição de direito de uso ou de
comercialização. A matéria acabou chegando à Coordenação de
Tributação (COSIT), que, por meio da Solução de Divergência n. 27/2008
(SD 27/08), afirmou, no tocante às aquisições de direitos de
comercialização:
338
O entendimento adotado pela COSIT na SD 27/08, relativamente às
licenças de comercialização, não se manteve incólume por muito tempo:
em novembro de 2016, por meio da Solução de Consulta n. 154, a COSIT
decidiu que a remessa de recursos para beneficiário no exterior pela
licença de comercialização ou distribuição de software não customizado é
classificado como um pagamento de royalties e, portanto, se sujeita à
tributação do IRF à alíquota de 15%.
339
justamente por entender que essa jurisprudência não alcança as licenças de
comercialização).
Se assim não fosse, cada usuário que adquirisse uma licença de uso do
exterior teria de reter o IRF incidente sobre o pagamento. E esse seria o
caso não apenas do software, mas também dos livros, filmes, músicas e
demais obras intelectuais – que são igualmente licenciadas. Chegar-se-ia,
assim, à situação no mínimo inusitada de o contribuinte ter que ir ao banco
pagar um DARF ao assistir um filme baixado na internet!
340
complexa (ainda que se trate de um software de prateleira). Afinal, nesses
casos, o adquirente não está interessado na mercadoria em si – mas sim em
explorar comercialmente um direito. Por isso, nesses casos, parece-nos que
os contribuintes teriam mais dificuldades de sustentar que não se trata de
um royalty.
3. DEDUTIBILIDADE
341
Ao elencar os grupos de contas que compõem o ativo, o
Pronunciamento CPC n. 26 (CPC/26), emitido pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis e aprovado pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) em 13 de dezembro de 2011 por meio da Deliberação
n. 676, e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em 2 de
novembro de 2011 (tornando-se, portanto, de observância obrigatória para
todas as pessoas jurídicas que mantenham escrituração contábil completa),
que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis, estabelece que o
grupo “não circulante” é subdividido em realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível (item 67A).
Ativo intangível
9. As entidades frequentemente despendem recursos ou contraem obrigações
com a aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou o aprimoramento de recursos
intangíveis como conhecimento científico ou técnico, projeto e implantação de
novos processos ou sistemas, licenças, propriedade intelectual, conhecimento
mercadológico, nome, reputação, imagem e marcas registradas (incluindo nomes
comerciais e títulos de publicações). Exemplos de itens que se enquadram nessas
categorias amplas são: softwares, patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes
cinematográficos, listas de clientes, direitos sobre hipotecas, licenças de pesca,
quotas de importação, franquias, relacionamentos com clientes ou fornecedores,
fidelidade de clientes, participação no mercado e direitos de comercialização.
342
4. Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em elementos que possuem
substância física, como um disco (como no caso de software), documentação
jurídica (no caso de licença ou patente) ou em um filme. Para saber se um ativo que
contém elementos intangíveis e tangíveis deve ser tratado como ativo imobilizado
de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado ou como
ativo intangível, nos termos do presente Pronunciamento, a entidade avalia qual
elemento é mais significativo. (...).
343
que, por sua vez, pode refletir uma redução dos benefícios econômicos futuros
incorporados no ativo (Alterado pela Revisão CPC 08).
344
O artigo 58 da Lei n. 4.506/64 já estabelecia que a recuperação do
capital aplicado na aquisição de direitos cuja existência ou exercício tenha
duração limitada pode ser deduzida do lucro real. Embora à época não
existissem programas de computador, e o conceito de ativo intangível não
estivesse em voga, a lei mencionou textualmente os direitos autorais:
Art. 58. Poderá ser computada como custo ou encargo, em cada exercício, a
importância correspondente à recuperação do capital aplicado na aquisição de
direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada, ou de bens cuja
utilização pelo contribuinte tenha o prazo legal ou contratualmente limitada, tais
como:
a) patentes de invenção, fórmulas e processos de fabricação, direitos autorais,
licenças, autorizações ou concessões; (...)”.
345
I – Fixar em cinco anos o prazo de vida útil admissível para fins de depreciação
de computadores e periféricos (“hardware”);
II – Fixar em cinco anos o prazo mínimo admissível para amortização de custos
e despesas de aquisição e desenvolvimento de logiciais (“software”), utilizados em
processamento de dados.
346
Em ambos os casos, apenas o software com vida útil limitada pode ser
submetido a amortização – e, em ambos, a amortização é tratada como
uma despesa dedutível, desde que a aquisição do software seja relacionada
às atividades da pessoa jurídica. No primeiro caso, a própria legislação
fiscal exigia, diretamente, que a existência ou exercício do direito fossem
limitados; no segundo, a legislação fiscal faz referência à normatização
contábil – que, como visto, determina que apenas intangíveis com vida útil
definida são amortizáveis.
347
O fisco glosou a dedução de tais despesas. Ao analisar o recurso do
contribuinte, o relator do acórdão, Conselheiro Antônio Bezerra Neto,
afirmou que:
4. CONCLUSÃO
348
incidência do IRF (que seria devido caso se tratasse de royalties).
Uma vez definido que, para fins fiscais, a aquisição de uma licença de
uso de um software de prateleira equivale à aquisição de uma mercadoria,
as consequências para fins de dedutibilidade de despesas são praticamente
automáticas: o software adquirido (ou, melhor dizendo, a licença a ele
relativa) deve ser contabilizado como um ativo intangível pelo usuário – e,
como tal, estará sujeito a amortização pelo prazo de duração e/ou vida útil,
determinado de acordo com as regras contábeis (CPC/4).
349
custo por ele incorrido seria (em regra) inteiramente dedutível do lucro
real e da base de cálculo da CSL.
350
Tratamento jurídico-tributário do download
de software no Brasil
Matheus Carneiro Assunção385
1. INTRODUÇÃO
351
mercadorias (ICMS) e do imposto sobre serviços de qualquer natureza
(ISSQN) é limitada, não podendo extrapolar o alcance semântico dessas
expressões. Cabe, porém, indagar: mas o que se entende por “mercadoria”
para fins de incidência do ICMS? O fornecimento de programas de
computador por meio de transferências eletrônicas de dados pode ser
considerado uma operação de circulação de mercadoria ou um serviço?
352
energia elétrica (art. 155, § 3º), que é um bem intangível por natureza. Ou
seja, a tangibilidade não é requisito intrínseco às mercadorias, ao menos
para fins tributários.
353
suporte físico (corpus mechanicum) no qual ela esteja incorporada. Em
verdade, a tecnologia digital tem desmaterializado o suporte físico das
obras intelectuais, permitindo a criação de um novo tipo de suporte, digital
e intangível, desterritorializado no ciberespaço397. Os downloads por meio
da internet possibilitam a reprodução ilimitada e simultânea de bens
digitais sem necessidade de entrega de suportes físicos. No entanto, não
implicam a transferência dos direitos patrimoniais sobre a obra,
disciplinados pelo contrato firmado entre as partes, com fundamento no
art. 49 da Lei n. 9.610/98398.
354
deve olvidar o regime jurídico de proteção da propriedade intelectual do
software. A depender do tipo de negócio jurídico envolvendo o programa
de computador, as consequências tributárias podem ser diversas.
355
Com efeito, as transferências digitais escapam à noção tradicional de
“circulação de mercadorias”, pois possibilitam a obtenção de softwares
diretamente por meio da internet, sem que ocorra qualquer mudança de
domínio sobre a utilidade em si mesma considerada (o “estoque” da
empresa que as comercializa no ciberespaço não diminui em função da
quantidade de aquisições).
356
às operações de circulação de cópias ou exemplares dos programas de
computador, produzidos em série e comercializados no varejo, não
abrangendo o licenciamento ou cessão de uso dos programas.
357
infraconstitucional, admitindo-se uma interpretação mais ampla,
desvinculada do conceito de “obrigação de fazer”405, traz novas
dificuldades para a demarcação dos espaços para o exercício das
competências tributárias previstas para o Estado, o Distrito Federal e os
Municípios. Dificuldades que já se refletem nos planos legislativo,
consultivo e jurisprudencial.
358
Na mesma linha de raciocínio, o Parecer Normativo SF n. 1, de 18 de
julho de 2017, da Secretaria de Finanças do Município de São Paulo, a
pretexto de “uniformizar a interpretação acerca do enquadramento
tributário dos negócios jurídicos de licenciamento ou cessão de direito de
uso de programas de computação”, seja por meio de suporte físico ou no
caso de transferência eletrônica de dados (download de software) ou
quando instalados em servidor externo (Software as a Service – SaaS),
consignou que tais negócios se inserem na previsão normativa da lista de
serviços veiculada pela legislação do ISSQN.
359
percentual para determinação da base de cálculo do imposto é de 32%
sobre a receita bruta” (arts. 518 e 519 do Decreto n. 3.000/99). Caso seja
desempenhada concomitantemente mais de uma atividade, “o percentual
de presunção correspondente deve ser aplicado sobre o valor da receita
bruta auferida em cada atividade”.
360
5. CONCLUSÕES
361
Aspectos da tributação decorrente da
importação do cloud computing no Brasil
Henrique Munia e Erbolato409 e Lucas Di Francesco Veiga410
1. INTRODUÇÃO
362
2. CONCEITO DE CLOUD COMPUTING E SUAS MODALIDADES
363
OCDE/G20 conhecido como Base Erosion and Profit Shifting Program
(BEPS)414:
364
3.1. A legislação tributária: definindo-se o cloud computing por intermédio do
conflito entre o ICMS e o ISS
365
propriedade. Já a “mercadoria” remete ao bem corpóreo resultante da
atividade empresarial de um produtor/industrial/comerciante, que será
distribuída para consumo. A “operação” é sinônimo de “negócio jurídico”
decorrente da vontade humana de criar, extinguir ou modificar direitos
e/ou relações jurídicas. Desta forma, toda operação que implique
transferência de propriedade de um bem móvel com intuito mercantil
(obrigação de dar), será fato jurídico tributário para incidência do
ICMS420.
366
consequência às operações transfronteiriças relacionadas ao cloud
computing?
367
utilizados (exemplos seriam o Google Drive ou o Dropbox, que são softwares
de armazenamento em nuvem, que permitem o arquivo de documentos ou o
encaminhamento destes a terceiros, ou, então, o Netflix, o Paypal, o primeiro
para armazenamento de filmes e séries, o segundo uma plataforma para
realização de pagamentos); e
•PaaS (Platform as a Service): os contratos celebrados são para uso de
plataforma de computação sob medida ao usuário, com a possibilidade de
desenvolvimento e/ou implementação de aplicativos e isenção do usuário sob
administração e controle da infraestrutura para criação de novos aplicativos e
serviços auxiliares, por limitação ou inexistência de algum fornecedor em
modelo SaaS (exemplos seriam o Microsoft Azure e o Google App Engine, que
são softwares que permitem desenvolver aplicações fundamentais ao modelo
de negócio específico do usuário e que não são encontradas em SaaS já
existentes).
368
4.1. As interpretações da RFB
369
e caberia ao fornecedor prover a manutenção e o suporte técnico para o
funcionamento do software425.
370
eles compõem o preço do software licenciado, novamente via download ou
por meio do cloud computing.
371
comercialização ou distribuição de software não sofre a incidência da
CIDE.
5. CONCLUSÃO
372
Atualmente, a RFB entende que cloud computing engloba serviços que
dependem de conhecimentos especializados em informática e decorrem de
estruturas automatizadas com claro conteúdo tecnológico e, portanto,
estariam sujeitos à incidência do IRRF, da CIDE e do PIS/COFINS-
Importação.
373
Seção B
Aspectos relacionados à tributação sobre o consumo
INTRODUÇÃO
374
Já o segundo exemplo é o de roupas dotadas de tecnologia que podem
informar o consumo diário de calorias, padrões de sono e até detectar
problemas de saúde mesmo antes de os sintomas se manifestarem3. Da
mesma forma que no exemplo acima, a mercadoria (roupa) compartilha
informações como aquelas relacionadas ao percentual de gordura, índice
de massa corporal, peso e pressão arterial, disponibilizando-as
oportunamente para diversas finalidades, como uma avaliação médica4.
375
aventados em virtude da transformação das condições materiais causada
pela Internet das Coisas.
376
A Internet das Coisas é formada por quatro elementos, pois consiste em
uma rede de (i) objetos físicos (ou “coisas”) que se (ii) conectam à Internet
e/ou entre si, com (iii) capacidade de recolher e trocar dados, (iv) sem
necessariamente depender da ação humana9.
377
tornando-se mais eficientes13. A Internet das Coisas pode, assim, constituir
uma expressiva extensão de dados, propiciando aos usuários uma gama de
utilidades14.
378
A Constituição Federal atribui a cada uma das pessoas jurídicas de
direito público uma área própria para instituir seus tributos, a qual se
denomina competência tributária. Em virtude da fluidez própria dos tipos
escolhidos pelo constituinte, não é incomum que dois ou mais entes se
considerem intitulados a tributar determinada situação. Há, assim, o
chamado conflito de competência.
379
mercadoria pelo fato de ter valor agregado (ser inteligente)?; (4) É possível
que em transações envolvendo objetos inteligentes também haja uma
prestação de serviço?; (5) Há serviço de comunicação ou serviço de valor
adicionado no âmbito da Internet das Coisas?.
380
contornos provenientes desde a origem desse tributo, i.e., antes mesmo da
Constituição de 1988. Embora tenha ele evoluído, principalmente no que
diz respeito ao aumento das hipóteses de sua incidência, sempre teve em
seu critério material operações relativas à circulação de mercadorias.
381
caráter mercantil da operação sujeita ao ICMS. Portanto seu vendedor
deve apresentar a intenção de colocar o bem à disposição do mercado24.
382
(standard), produzidos em série e comercializados no varejo, e não sobre
softwares adaptados ao cliente (customized), desenvolvidos para atender a
necessidades específicas de determinado usuário27. Nesse caso, conquanto
não tenha julgado bens digitais adquiridos pela internet, o STF utilizou, em
sua ratio decidendi, o critério do bem corpóreo para caracterizar incidência
do ICMS.
Dessa forma, houve uma evolução do ICMS, pois sua incidência passou
a incluir mercadorias que tenham sido objeto de circulação, i.e., de
transmissão, seja ela virtual ou física.
383
Aliás, essa já era a linha da jurisprudência do STF, que assim decidira
no caso das fitas cassetes com filmes30. Afinal, só se poderia cogitar sobre
incidência do ISS caso houvesse contratação para a gravação de fitas,
ainda que houvesse “o fornecimento do suporte físico exigido” para tal
prestação de serviço31, ao passo que sobre a comercialização de fitas
gravadas caberia o ICMS.
384
única diferença entre um objeto comum e um dotado de inteligência
artificial seria que o último detém maior valor agregado (intangível), sendo
a venda de ambos sujeita à incidência do ICMS.
385
imprópria tal redação, pois os produtos empregados na prestação de um
serviço, ao se materializarem no atividade executada, despem-se da
natureza de “mercadoria”; melhor teria andado o legislador complementar
se tivesse dito “ainda que sua prestação envolva o emprego de bens de
qualquer natureza”. Por outro lado, ao versar sobre o ICMS, a Lei
Complementar n. 87, de 13 de setembro de 1996 (LC n. 87/96), também
denominada “Lei Kandir”, estabeleceu sua hipótese tributária,
determinando sua incidência tanto sobre o “fornecimento de mercadorias
com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária
dos Municípios” (art. 2º, IV) quanto sobre o “fornecimento de mercadorias
com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços”, quando a
própria LC 116/03 expressamente previr a exigência do ICMS (art. 2º, V).
É claro que, na primeira hipótese, ainda que não prevista a incidência do
ICMS, sequer se poderia cogitar incidência do ISS por estar fora da
competência municipal, ao passo que, na segunda, existe uma busca pelo
acoplamento entre as incidências do ICMS e do ISS para contemplar as
situações concretas de modo a reparti-las, formando dois campos de
incidência distintos, sem bitributação.
386
O raciocínio cartesiano acima proposto enfrenta obstáculo, entretanto,
quando se encontram relações jurídicas complexas, envolvendo mais de
um contrato, posto que coligados. Ainda sem entrarmos no campo da
Internet das Coisas, tomamos um exemplo mais corriqueiro. Consideremos
o caso de uma empresa que fornece, para uma festa, alimentos e bebidas, e
também o serviço de limpeza. Nessa hipótese, constata-se a existência de
duas obrigações distintas: de um lado, o fornecimento de mercadorias
(alimentos e bebidas), sujeito ao ICMS (art. 2º, I, da LC n. 87/96), e, de
outro, a prestação de serviços (limpeza), sujeita ao ISS (item 7.10 da Lista
Anexa). Ainda assim, é comum que seja feito o pagamento em um só
montante, sem qualquer discrímen acerca de qual parcela pertence a qual
obrigação. Surge, daí, o problema de se alocar quanto se refere ao
fornecimento de mercadorias e quanto à prestação de serviços.
387
pudesse prestar um serviço, admitir-se-ia um serviço sem a figura de um
prestador, pois não há um terceiro que realiza o serviço. E tanto para a
incidência do ICMS quanto para a do ISS faz-se necessária a existência de
um prestador. Se, para o ICMS, o próprio constituinte pressupôs uma
prestação – existência de um sujeito que detém o direito de exigir de
outrem o cumprimento da execução do serviço34 – para o ISS, o legislador
complementar optou, diante do silêncio do constituinte, por exigir a figura
do prestador. Afinal, além de definir o fato gerador do ISS exigindo uma
prestação (art. 1º), a LC n. 116/2003 elegeu o prestador do serviço como
seu contribuinte (art. 5º)35. Dessa forma, para fins de incidência de ISS e de
ICMS, é impossível uma prestação de serviço por uma mercadoria, pois
inexistiria o aspecto pessoal da hipótese tributária, qual seja, a figura do
prestador, necessariamente distinto do tomador do serviço. Portanto, o fato
de haver inteligência artificial não implica a prestação de um serviço pelo
objeto, mas apenas a execução de uma função, em geral, distinta da sua
específica.
388
inexiste qualquer prestação de serviços contratada pelo consumidor. Nessa
situação, não só a roupa constitui mercadoria, mas também a licença de
uso do software. Basta comparar com o download de um software,
conforme o precedente do STF narrado acima: adquirido o software, o
usuário tem acesso a atualizações sem por isso cogitar-se a incidência de
nova tributação (ISS). Conforme o entendimento pacificado pela Corte, a
operação está sujeita ao ICMS. Não vemos como distinguir esse
precedente do exemplo das roupas inteligentes, acima descrito. Portanto,
há apenas incidência de ICMS.
389
incide ICMS, quanto uma obrigação de prestação de serviços
(monitoramento e acionamento de emergência), sobre a qual incide ISS.
Deve-se, assim, alocar qual a parcela para cada um.
390
comparando com dados colhidos de outros sistemas instalados em outros
clientes, otimizando, daí, seu funcionamento. Nessa hipótese, a conclusão
é a mesma que na Chamada de Emergência Inteligente: encontram-se duas
obrigações. Enquanto a primeira consiste na entrega de uma mercadoria
(equipamento de irrigação), sujeita ao ICMS, a segunda é uma prestação
de serviços (monitoramento), sujeita ao ISS. Mais uma vez, há o problema
de se alocar a parcela para cada atuação do vendedor/prestador.
391
cliente”. Na hipótese de esse preço não ser “diretamente observável”, deve
a entidade estimá-lo, de acordo com determinados métodos, considerando
todos os “dados que estejam razoavelmente disponíveis à entidade”, como
“condições de mercado, fatores específicos da entidade e informações
sobre o cliente ou classe de clientes”37.
Tendo isso em vista, verifica-se que a Internet das Coisas acaba por
acirrar um problema já existente, qual seja, o conflito de competências
entre ICMS e ISS. Ao fim e ao cabo, as relações contratuais devem ser
segregadas caso apresentem mais de uma obrigação, pois podem implicar
a ocorrência de mais de um fato jurídico tributário. Assim, com o crescente
surgimento de objetos inteligentes, mais situações como a da Chamada de
Emergência Inteligente poderão implicar a alocação das parcelas relativas
à circulação de mercadoria e à prestação de serviço. Sem disposição
contratual a esse respeito, Fiscos estaduais e municipais procurarão impor
preços mínimos com o escopo de se chegar à base de cálculo do tributo em
questão.
Além disso, pode surgir dúvida se tais objetos inteligentes (e.g., roupas
e carros) são instrumentos de um serviço de comunicação ao executar suas
funções. Diante disso, alternativamente, poder-se-ia também cogitar que
tais atribuições não passariam de um serviço de valor adicionado, passível
de incidência do ISS.
392
de tais transmissões envolverem ou não serviço de comunicação ou serviço
de valor adicionado.
393
processo, de mensagens escritas, faladas ou visuais”, ressalvando o caso de
prestação de serviço intramunicipal. Desse modo, já antes da Constituição
Federal de 1988, o tributo não incidia sobre a comunicação em si, mas
somente sobre a prestação de um serviço de comunicação. Portanto, apesar
de não se encontrar sujeita ao imposto a mensagem enviada pelo emissor,
mas, nos termos do CTN, sua transmissão e recebimento39, pressupõe-se a
existência de um terceiro, distinto do emissor e do receptor40, que realiza
onerosamente a comunicação.
394
resultou de 1988, não se teve a criação de tributos novos, com uma
racionalidade econômica própria. Ao contrário, o constituinte partiu de um
sistema tributário preexistente (na realidade, surgido já com a EC n. 18/65)
e apenas cuidou de distribuir, entre as pessoas jurídicas de Direito Público,
os tributos que existiam. Em muitas ocasiões, tal processo implicou apenas
reprodução do que já havia no passado (como o Imposto de Renda ou o
Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana); noutras, houve
um desmembramento (o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis foi
dividido entre Municípios e Estados, conforme a onerosidade da
transferência); e noutros, finalmente, houve a fusão de impostos. É este
último o caso do ICMS, em que o constituinte de 1988 tomou o antigo
ICM e a ele acresceu os transportes e as comunicações, antes de
competência federal.
395
serviços de comunicação, mas em possibilitar que o tributo fosse exigido
nas várias etapas da cadeia de prestação comunicativa. Afinal, o art. 155, §
2º, I, da Constituição de 1988 estabeleceu a não cumulatividade tanto para
as operações relativas à circulação de mercadorias quanto para as
prestações de serviços alocadas ao ICMS.
396
comunicação e seus efeitos na não cumulatividade, isto sim uma novidade
de 1988.
397
Superior Tribunal de Justiça (STJ), de que a prestação do serviço de
comunicação não consiste na manutenção do funcionamento do sistema de
comunicação, nos atos suplementares ou preparatórios à sua realização,
mas na consumação do serviço50.
398
com o emissor, ao passo que tais elementos constituiriam requisitos ao se
falar em comunicação54.
399
Em terceiro, existem justificativas outras para a segregação de tais
expressões como é o caso da política governamental, pois a da
“radiodifusão sempre divergiu daquela destinada às telecomunicações”. A
título de exemplo, esta somente deixou de ser monopólio da União após a
edição da Emenda Constitucional n. 8, de 15 de agosto de 1995, ao passo
que os serviços de radiodifusão podiam, desde antes, “ser explorados por
particulares”58.
400
incidir em mais de uma etapa (art. 2º, III, da LC n. 87/96), não se faz
necessário que o receptor seja determinado, tampouco que tenha
participação ativa.
401
acrescentar uma utilidade àquele relativa ao acesso, armazenamento,
apresentação, movimentação ou recuperação de informações. Desse modo,
o serviço de valor adicionado é “autônomo” 62, agregando valor ao serviço
de telecomunicação e não implicando, em qualquer hipótese, a prestação
de um serviço de comunicação.
402
Apresentado o critério material do ICMS-C e o conceito de serviço de
valor adicionado, verifica-se que, no âmbito da Internet das Coisas, pode
haver tanto uma prestação de serviço de comunicação quanto um serviço
de valor adicionado.
403
serviço de valor adicionado, pois se vale da estrutura das telecomunicações
para oferecer uma utilidade relacionada à movimentação de informações.
404
Tendo isso em vista, fica claro que a Internet das Coisas pode envolver
tanto uma prestação de serviço de comunicação quanto um serviço de
valor adicionado. Enquanto a constatação do primeiro vai depender de que
haja um terceiro executando onerosamente a transmissão de uma
mensagem, o segundo depende do uso da rede de telecomunicações a fim
de propiciar uma nova utilidade relacionada ao acesso, armazenamento,
apresentação, movimentação ou recuperação de informações.
CONCLUSÃO
405
A Lei Complementar n. 157/2016 à luz da
Constituição Federal: aspectos relacionados à
retroatividade e aos campos de incidência do
ICMS e do ISS na atividade de difusão de
vídeos, áudio e textos pela internet
66
José Eduardo Soares de Melo
406
4) Alíquota mínima
5) Incentivos fiscais.
407
propagar efeitos, tão logo aconteçam, no mundo fático, os eventos que elas
descrevem68.
408
O Código Tributário Nacional (art. 106, I e II) dispõe sobre os casos em
que a legislação será aplicada a situações pretéritas, como norma de
natureza interpretativa; e às situações de retroatividade benigna (exclusão
de situação infracional, minoração de penalidades), de conformidade com
a sistemática do Código Penal (art. 2º, § único).
Conclusões:
409
prestadores dos serviços deixam de ter competência, a partir do momento
da publicação da LC n. 157/2016 (com aditamento em 30-5-2017), com a
consequente desoneração da sujeição passiva.
410
remuneração, não compreendido na competência de outra esfera de
governo”71.
411
Existindo controvérsia jurisprudencial sobre as implicações tributárias,
o STF assentara repercussão geral sobre a “incidência, ou não, de ISS em
contrato a envolver cessão ou licenciamento de programas de computador
(software), desenvolvidos para clientes de forma personalizada” (Tema
590 – RE 688.223).
3.2. Significado
412
execução.
Modalidades
413
direitos autorais (Lei federal n. 9.610/98), estipulando as modalidades de
utilização da obra (artística, musical etc.), observando-se o seguinte:
3.4. ISS
414
nela concebido, não havendo esforço humano envolvido na via direta ou
indireta, sendo impensável, pela ausência de permissivo constitucional, a
instituição de imposto sobre serviços em tal hipótese75.
415
que é o provedor de conexão e não a empresa que disponibiliza o
conteúdo79.
Pois bem, os arquivos digitais que compõem o conteúdo ao qual o usuário tem
acesso integram o gênero “obra intelectual” e os direitos que sobre eles podem ser
exercidos constituem direitos autorais.
Enquanto bens incorpóreos ou imateriais, tanto os arquivos digitais como os
direitos patrimoniais a eles relativos podem ser transmitidos mediante cessão.
O licenciamento dos direitos autorais relativos aos arquivos digitais corresponde
a uma cessão parcial dos direitos relativos a esses bens incorpóreos. No
licenciamento da empresa para os usuários é cedido apenas o direito de uso. Trata-
se, portanto, de uma simples cessão do uso.
E a cessão de uso, como se viu, envolve uma típica obrigação de dar.
Diga-se que a própria redação do subitem 1.09, ao se referir á
“disponibilização”, e à “cessão”, evidencia que se está diante de um obrigação de
80
dar, e não de uma obrigação de fazer .
3.5. ICMS
416
quaisquer, de imagens, acompanhadas ou não de sons, que resulta na entrega de
conteúdo audiovisual exclusivamente a assinantes;
VII – Conteúdo Audiovisual: resultado da atividade de produção que consiste na
fixação ou transmissão de imagens, acompanhadas ou não de som, que tenha a
finalidade de criar a impressão de movimento, independentemente dos processos de
captação, do suporte utilizado inicial ou posteriormente para fixá-las ou transmiti-
las, ou dos meios utilizados para sua veiculação, reprodução, transmissão ou
difusão;
(...)
XXIII – Serviço de Acesso Condicionado: serviço de telecomunicações de
interesse coletivo prestado no regime de direito privado, cuja recepção é
condicionada à contratação remunerada por assinantes e destinado a distribuição de
conteúdos audiovisuais na forma de pacotes, de canais nas modalidades avulsa de
programação e avulsa de conteúdo programado e de canais de distribuição
obrigatória, por meio de tecnologias, processos, meios eletrônicos e protocolos de
comunicação qualquer.
Art. 92. A atividade de distribuição é regida pela Lei n. 9.472, de 16-7-97, e na
regulamentação editada pela Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel.
417
12.2. O provimento de acesso à internet pode ser considerado como uma
prestação de serviço que utiliza, necessariamente, uma base de comunicação (mídia)
preexistente e que viabiliza o acesso aos serviços prestados na rede mundial, por
sistemas específicos de tratamento de informações.
12.3. Os Estados e Distrito Federal não detêm competência tributária para
instituir o imposto sobre prestação de serviços de comunicação que incida sobre a
83
prestação de serviços de provimento de acesso á internet .
418
e recuperação de informações, possibilitando os meios de perfazimento da
comunicação.
419
Cláusula sétima. Este convênio entra em vigor na data da publicação de sua
ratificação nacional no Diário Oficial da União, produzindo efeitos a partir do
primeiro dia do sexto mês subsequente ao da sua publicação.
3.6. Imunidade
420
materialidades, o próprio texto da CF/88 também estabelece outras
específicas situações que são afastadas dos gravames tributários.
421
e cultura, veiculados por estes instrumentos, traduzindo procedimento
peculiar a um autêntico regime democrático.
422
computador (emprego de tecnologia, natureza digital) operam idênticos
objetivos e efeitos, quais sejam, a transmissão de conhecimentos
implicadores da imunidade tributária, pelo fundamento de que possibilitam
a liberdade e a plena veiculação do pensamento.
4. CONCLUSÕES
423
4. A aplicação dos preceitos contidos na LC n. 157/2016 – atinentes à
inclusão de novos serviços tributáveis; local do domicílio do tomador dos
serviços; revogação de benefícios fiscais e majoração de alíquotas –
somente pode ocorrer a partir de 1º de janeiro de 2018, desde que a
legislação municipal tenha sido editada até 30 de setembro de 2017.
424
Determinação dos limites de incidência do
ICMS na modalidade “comunicação” e do
ISS nas atividades de veiculação de
textos/imagens e divulgação de publicidade
na internet
88
Roberto Biava Júnior
1. INTRODUÇÃO
425
87/96) para a tributação dessas atividades desenvolvidas por essas
empresas do setor de internet, especificamente quanto ao campo de
incidência do ICMS-Comunicação (fato gerador do ICMS) e do ISS
(especialmente no que concerne à inserção – prevista no item 17.25 na
Lista de Serviços da Lei Complementar n. 116/2003).
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...)
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior (...)
(...)
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III – serviços de
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.
426
Dessa forma, coube à Lei Complementar do ICMS (lei “Kandir”)
delimitar o que são as prestações de serviço de comunicação, tendo sido
feita essa delimitação de forma bastante abrangente. Ou seja, as prestações
de serviço de comunicação, que na definição da Lei Complementar n.
87/96 configuram-se como as “prestações onerosas de serviços de
comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a
recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de
comunicação de qualquer natureza”, constituem, exclusivamente, fato
gerador da exação estadual, estando, portanto, fora da competência
municipal do ISS.
427
pelo ICMS seria o de telefonia e acabaria por excluir da tributação todos
os demais serviços comunicacionais como a televisão por assinatura, a
banda larga etc., sendo que o legislador constitucional e complementar
teria adotado um critério econômico mais amplo e abrangente. Nesse
sentido, Aliomar Baleeiro92 adotou uma definição bastante ampla ao
interpretar o antigo Imposto Sobre Serviços de Transportes e de
Comunicações (que antecedeu o ICMS-Comunicação), então de
competência da União, propugnando que quaisquer modalidades que
importem em transmitir ou receber mensagens por qualquer processo
técnico de emissão de sons, imagens ou sinais, papéis etc. estão sob o
alcance do imposto sobre serviços de comunicação (na época de
competência federal).
428
assim, em função da diversidade de meios, podem existir distintos tipos de
serviço de comunicação. Para o Professor Alcides Jorge Costa95, da mesma
forma, o imposto é devido na ocorrência não da comunicação em si mesma
considerada, mas na prestação de serviços que possibilitem a comunicação
a distância; destaca, ainda, que não importam para a incidência do imposto
as diversas formas de comunicação (“a comunicação pode ser oral,
escrita, por gestos ou por meio de imagens”).
429
onerosidade pela prestação de serviço. Assim, por exemplo, não há
possibilidade de ocorrência do fato gerador quando a própria empresa
presta o serviço para suas próprias filiais. Por fim, pela ótica do tomador
há uma utilidade objetiva, ou seja, independente da forma e da roupagem
jurídica estabelecida, o que importa é que sejam oferecidos ao tomador os
meios necessários à comunicação da sua mensagem; sejam os destinatários
identificados, identificáveis ou não plenamente identificados; sejam estes
destinatários proativos ou não, em relação a possibilidade de responder à
mensagem recebida.
430
considerada prestação de serviço de comunicação tributável pelo ICMS,
como ocorre na divulgação em meios como: placas do tipo “outdoors”;
“backlights”; “frontlights”; sítios da internet; folhetos e encartes
publicitários; comerciais em programação de TV por assinatura.
431
internet, quando realizadas onerosamente, são prestações de serviços de
comunicação e se sujeitam à incidência do ICMS. Isto porque a atividade
publicitária visa tornar públicas informações que pretendem influenciar
mercados consumidores, por meio dos diversos veículos de comunicação,
sendo, portanto, uma atividade comunicativa que visa atingir destinatários
determinados, determináveis ou mesmo indeterminados (mas destinatários
potenciais daquela mensagem). E, quando a publicidade é veiculada na
forma de serviço com contraprestação de serviços de terceiros, ocorre
prestação de serviço de comunicação.
432
pelos principais sites de busca na internet a seus clientes, que consiste
numa plataforma sistêmica em que o cliente customiza sua informação
para ser exibida aos usuários de sua página na internet de forma que estes
textos e imagens patrocinados apareçam ao lado e acima dos resultados
numa busca na internet. Ou seja, o serviço de comunicação oneroso
consiste numa divulgação privilegiada das informações dos textos e
imagens escolhidos pelos contratantes.
433
Dessa forma, conclui-se que, quanto a este novo modelo de negócio
utilizado pelas empresas de internet (principalmente sites de busca) e
quanto à sua natureza jurídico-tributária, estes são sim serviços de
comunicação tributáveis pelo ICMS102 na modalidade de veiculação de
publicidade pela internet e não são meros serviços de gerenciamento,
organização de dados ou de cessão ou locação de espaço.
434
forma contratual adotada pelas empresas) é a de que deve haver a
divulgação privilegiada das informações (textos/imagens) dos contratantes
na internet, ficando evidenciada a prestação de serviço de comunicação na
modalidade de veiculação de publicidade e propaganda pela internet.
435
Nesse sentido, alguns tribunais (a exemplo do TJ-SC e TJ-SP) têm se
posicionado no sentido de que a veiculação de publicidade seja pelo rádio,
televisão ou pela internet não está no campo da incidência do ISS:
436
diretamente a comunicação por intermédio da telecomunicação.
Portanto, o que o Decreto-lei n. 834/69 quis foi mesmo suprimir da tributação
municipal a propaganda por meio de difusão pela televisão, a fim de ajustar o texto
ao dispositivo” G.N. (STF – RE 90749-1/BA – Rel. Min. Cunha Peixoto).
437
competência já que caberia ao Município tributar a criação da propaganda
e sua elaboração artística, mas não a veiculação e divulgação que são
naturalmente atinentes ao serviço de comunicação tributável pelo ICMS:
438
comunicacional nunca houve a incidência do ISS municipal, uma vez que
não houve nenhuma alteração nem na Constituição Federal, 1988, nem na
Lei Complementar n. 87/96 no que concerne à competência estadual para
tributar os serviços de comunicação.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior;
(...).
439
1993)
Ademais, esta discussão não seria sequer nova, sendo que anteriormente
já havia ocorrido uma tentativa frustrada de inserção do item 17.07 na
Lista de Serviços anexa à Lei Complementar n. 116/2003 (“Item 17.07 –
Veiculação e divulgação de textos, desenhos e outros materiais de
propaganda e publicidade, por qualquer meio – vetado”), e que tinha sido
objeto de veto presidencial embasado em sólidos fundamentos assim
expostos:
440
Surge, então, competência tributária da União, a teor da jurisprudência do STF, RE
no 90.749-1/BA, Primeira Turma, Rel.: Min. Cunha Peixoto, DJ de 03.07.1979,
ainda aplicável a teor do inciso II do art. 155 da Constituição de 1988, com a
redação da Emenda Constitucional n. 3, de 17 de março de 1993 (...)” G.N.
441
As empresas que fazem publicidade na internet costumam interpretar
que sua atividade não deveria ser tributada pelo ICMS, ainda que seja
considerada a veiculação de publicidade como serviço oneroso de
comunicação, pois o seu sítio (site na internet) seria de recepção livre e
gratuita pelos destinatários, e encontraria fundamento na alínea “d”, inciso
X, do artigo 155 da Constituição Federal para gozar de imunidade. Ou
seja, alegam que o acesso de qualquer cidadão a seu sítio na internet
demonstraria que caso se trate de serviço de comunicação, este se daria na
modalidade de radiodifusão sonoro e de sons e de imagem de recepção
livre e gratuita, albergado por esta imunidade constitucional.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
(...)
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 3, de 1993)
442
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(...)
X – não incidirá:
(...)
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão
sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 42, de 19.12.2003) G.N.
443
“Art. 6º Quanto aos fins a que se destinam, as telecomunicações assim se
classificam:
a) (...)
d) serviço de radiodifusão, destinado a ser recebido direta e livremente pelo
público em geral, compreendendo radiodifusão sonora e televisão;
(...)
f) serviço especial, relativo a determinados serviços de interesse geral, não
abertos à correspondência pública e não incluídos nas definições das alíneas
anteriores, entre os quais: 1) o de sinais horários; 2) o de frequência padrão; 3) o de
boletins meteorológicos; 4) o que se destine a fins científicos ou experimentais; 5) o
de música funcional; 6) o de Radiodeterminação”.
6.2 – Regulamento Geral para execução da Lei 4.117 de 62, aprovado pelo
Decreto 52.026, de 20-5-63:
“Art. 1º Os serviços de telecomunicações em todo o território nacional, inclusive
águas territoriais e espaço aéreo, assim como nos lugares em que princípios e
convenções internacionais lhes reconheçam extraterritorialidade obedecerão aos
preceitos da Lei número 4.117, de 27 de agosto de 1962, no presente Regulamento
Geral, aos Regulamentos Específicos e aos Especiais.
§ 1º Os Regulamentos Específicos, referidos neste artigo, são os que tratam das
diversas modalidades de telecomunicações, compreendendo:
a) Regulamento dos Serviços de Telefonia;
b) Regulamento dos Serviços de Telegrafia;
c) Regulamento dos Serviços de Radiodifusão;
d) Regulamento dos Serviços de Radioamador;
e) Regulamento dos Serviços Especiais e dos Serviços Limitados;
f) Outros que se fizerem necessários.
§ 2º Os Regulamentos Especiais tratarão de assuntos referentes às
telecomunicações que não sejam objeto de Regulamento Específico.
§ 3º Os Regulamentos Específicos e os Especiais serão baixados por decreto do
Presidente da República.
“Art. 6º Para os efeitos deste Regulamento, os termos que figuram a seguir têm
os significados definidos após cada um deles.
(...)
26) Radiodifusão – é o serviço de telecomunicações que permite a transmissão
de sons (radiodifusão sonora) ou a transmissão de sons e imagens (televisão),
destinado a ser direta e livremente recebida pelo público.”
“Art. 41. Constituem modalidades dos serviços de telecomunicações:
a) Serviço de Telefonia Público (Interior ou Internacional);
b) Serviço de Telegrafia Público (Interior ou Internacional);
c) Serviço Público Restrito (Interior ou Internacional);
d) Serviços Especiais;
e) Serviço Limitado Interior;
f) Serviço de Radiodifusão;
g) Serviço de Radioamador.”
444
6.3 – Regulamento dos Serviços de Radiodifusão, aprovado pelo Decreto
52.795, de 31-10-63:
Art 1º Os serviços de radiodifusão, compreendendo a transmissão de sons
(radiodifusão sonora), e a transmissão de sons e imagens (televisão), a serem direta
e livremente recebidas pelo público em geral [..]” G.N.
6. NOSSAS CONCLUSÕES
445
materiais de propaganda e publicidade” como serviço de comunicação
tributado pelo ICMS, por estarem preenchidos os requisitos traçados sobre o
fato gerador do ICMS-Comunicação. Assim, correto o entendimento do Fisco
estadual em entender a veiculação publicitária, a título oneroso, como
prestação de serviço de comunicação tributável pelo ICMS, como ocorre na
divulgação em meios como: placas do tipo “outdoors”, “backlights”,
“frontlights”, sítios da internet, folhetos e encartes publicitários, comerciais
em programação de TV por assinatura.
c) Há, de fato, a incidência do ICMS nas atividades de veiculação de
textos/imagens e divulgação de publicidade na internet por contrato oneroso
prestado por meio das empresas do setor de internet. Isto porque a atividade
publicitária visa tornar públicas informações que pretendem influenciar
mercados consumidores, por meio dos diversos veículos de comunicação,
sendo, portanto, uma atividade comunicativa que visa atingir destinatários
determinados, determináveis ou mesmo indeterminados (mas destinatários
potenciais daquela mensagem). E, quando a publicidade é veiculada na forma
de serviço com contraprestação de serviços de terceiros, ocorre prestação de
serviço de comunicação. Dessa forma, as atividades de veiculação ou
divulgação de publicidade de terceiros na internet, quando realizadas
onerosamente, são prestações de serviços de comunicação e se sujeitam à
incidência do ICMS.
d) Em relação ao item 17.06 da Lei Complementar n. 116/2003 não haveria o
conflito de competência com o Fisco municipal, uma vez que caberia ao
Município tributar a criação da propaganda e sua elaboração artística, mas
não a veiculação e divulgação que são naturalmente atinentes ao serviço de
comunicação tributável pelo ICMS.
e) Houve recente alteração da Lei Complementar n. 116/2003 pela Lei
Complementar n. 157/2016, em especial com a inclusão do item 17.25 na
lista de serviços do ISS. Mas, na verdade, a modificação da Lei
Complementar n. 116/2003 pela Lei Complementar n. 157/2016 foi uma
tentativa constitucionalmente frustrada dos Municípios em passar para o
campo da incidência do ISS (e tirar do campo de tributação do ICMS) as
atividades de veiculação de textos/imagens e divulgação de publicidade na
internet por contrato oneroso. Tal inserção de dispositivo legislativo, só vem
a reforçar o entendimento de que para estas prestações de serviço
comunicacional nunca houve a incidência do ISS municipal, uma vez que não
houve nenhuma alteração nem na CF/88, nem na Lei Complementar n. 87/96
no que concerne à competência estadual para tributar os serviços de
comunicação.
f) De se ressaltar, ainda, o disposto no artigo 156, inciso III, da Constituição
Federal/1988 que prevê a incidência do ISS sobre os serviços de qualquer
natureza definidos em lei complementar, desde que não compreendidos no
artigo 155, II, de maneira que, para serviços compreendidos no inciso II
incide o ICMS e não o ISS. Dessa forma, ainda que conste na Lista de
446
Serviços anexa à Lei Complementar n. 116/2003, incluído pela Lei
Complementar n. 157/2016, o item 17.25 (“17.25 – Inserção de textos,
desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade, em qualquer meio
[exceto em livros, jornais, periódicos e nas modalidades de serviços de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita]”), a
veiculação e divulgação de publicidade na internet por contrato oneroso
continua inserida no campo de incidência do ICMS, conforme preconiza o
artigo 155, inciso II, da Constituição Federal/88, sendo portanto, plenamente
inconstitucional a cobrança pelo Fisco municipal do ISS nestas prestações de
serviço comunicacionais.
g) Por fim, essas prestações de serviços de comunicação não estão abarcadas
pela imunidade constitucional das modalidades de serviços de radiodifusão
sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita prevista na alínea “d”,
do inciso X, do artigo 155 da CF/88. O dispositivo constitucional é
claramente destinado a albergar a imunidade constitucional das emissoras de
televisão abertas e das rádios, sendo que a imunidade é aplicável aos casos
em que o serviço de comunicação é prestado por radiodifusão, o que não é o
caso da veiculação da publicidade na internet.
447
E-Commerce: aspectos tributários sob a
perspectiva brasileira
109
Adma Felícia Barbosa Murro Nogueira
1. INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que até 2015, o sistema fixado pela Constituição Federal
de 1988 (CF/88) implicava concentração da tributação pelo ICMS nos
Estados onde estavam localizados os estabelecimentos físicos dos
vendedores virtuais. Independentemente de onde estivesse localizado o
consumidor final112 ou o destino da mercadoria por ele adquirida, o ICMS
era integralmente devido ao Estado de onde a mercadoria saísse (onde
estivesse localizado o estabelecimento físico do vendedor).
448
Embora, de um lado, esse sistema fosse favorável aos contribuintes, já
que suas obrigações relativas ao ICMS se restringiam ao Estado onde
estivessem localizados, era muito criticada por boa parte dos governos
estaduais. A tributação apenas na origem impedia a repartição do produto
da arrecadação do ICMS, que permanecia concentrada apenas em Estados
que, historicamente, são aqueles com maior capacidade de geração de
riqueza.
449
da unidade federada de destino e a alíquota interestadual devida à unidade
de origem.
Eis o comando contido no artigo 155, § 2º, VII, da CF/88, aplicável até
31 de dezembro de 2015:
450
Diante de tal cenário, alguns Estados passaram a argumentar que o
comércio eletrônico favorecia ainda mais a distorção da destinação do
ICMS originalmente vislumbrada pela CF/88, já que impossibilitava a
repartição desse imposto entre a unidade federada de origem e a de
destino. Algumas Fazendas Estaduais, inclusive, passaram a considerar
como local da operação, para fins de incidência do ICMS, aquele onde a
venda tivesse sido negociada e concluída (onde se localizava um
showroom), e não onde ocorresse a saída física da mercadoria.
451
No entanto, nem todas as operações envolvem apenas estabelecimentos
de um mesmo contribuinte, o que pode tornar mais complexa a análise
quanto à competência para cobrança do imposto. É dizer, a depender do
grau de participação desses showrooms na efetivação das operações de
compra e venda, conforme, inclusive, contratado entre as partes, em vez de
sua atuação caracterizar mera prestação de serviços, pode ser interpretada
como efetiva atividade de revenda, sendo apenas a entrega realizada por
terceiro, “por sua conta e ordem”.
452
nas entradas interestaduais de mercadorias, destinadas a consumidores
finais.
453
(Redação original do art. 3º-G, acrescentado pelo Decreto n. 12.533, de
23/12/10, em vigor de 24/12/10 a 30/11/13)
Art. 3º-G. Nas saídas interestaduais de mercadorias comercializadas via internet
ou serviços de telemarketing, destinadas a pessoa jurídica não contribuinte do ICMS
ou a pessoa física, fica concedido crédito presumido de forma que a carga tributária
seja equivalente a 3% (três por cento) do valor da operação, constituindo-se como
opção do contribuinte em substituição à utilização de quaisquer outros créditos
fiscais vinculados às saídas dos produtos.
Pernambuco – Decreto Estadual n. 35.690, de 18 de outubro de 2010
(Redação original, em vigor de 18/10/2010 a 23/12/2015)
Art. 1º O Decreto n. 14.876, de 12 de março de 1991, e alterações, passa a
vigorar com as seguintes modificações:
Art. 36. Fica concedido crédito presumido:
XL – a partir de 1º de novembro de 2010, ao estabelecimento comercial varejista
que realize vendas diretas a consumidor final de outra Unidade da Federação,
exclusivamente por meio da Internet ou de telemarketing, de tal forma que a carga
tributária líquida seja equivalente ao resultado da aplicação do percentual de 2%
(dois por cento) sobre o valor da operação, vedada a utilização do crédito relativo à
aquisição da mercadoria objeto da referida operação, observado o disposto no § 20.
(ACR) (...)
454
Diante disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem se manifestado, de
forma reiterada, no sentido de que “(...) revela-se inconstitucional a
concessão unilateral, por parte de Estado-membro ou do Distrito Federal,
sem anterior convênio interestadual que a autorize, de quaisquer benefícios
tributários referentes ao ICMS, tais como, exemplificativamente, (a) a
outorga de isenções, (b) a redução de base de cálculo e/ou de alíquota, (c)
a concessão de créditos presumidos, (d) a dispensa de obrigações
acessórias, (e) o diferimento do prazo para pagamento e (f) o cancelamento
de notificações fiscais”116.
455
Com objetivo de
(...)
5. O ICMS incidente na aquisição decorrente de operação interestadual e por
meio não presencial (internet, telemarketing, showroom) por consumidor final não
contribuinte do tributo não pode ter regime jurídico fixado por Estados-membros
não favorecidos, sob pena de contrariar o arquétipo constitucional delineado pelos
arts. 155, § 2º, inciso VII, b, e 150, IV e V, da CRFB/88.
6. A alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte do ICMS, é
devida à unidade federada de origem, e não à destinatária, máxime porque regime
456
tributário diverso enseja odiosa hipótese de bitributação, em que os signatários do
protocolo invadem competência própria daquelas unidades federadas (de origem da
mercadoria ou bem) que constitucionalmente têm o direito de constar como sujeitos
ativos da relação tributária quando da venda de bens ou serviços a consumidor final
não contribuinte localizado em outra unidade da Federação.
7. O princípio do não confisco, que encerra direito fundamental do contribuinte,
resta violado em seu núcleo essencial em face da sistemática adotada no
cognominado Protocolo ICMS n. 21/2011, que legitima a aplicação da alíquota
interna do ICMS na unidade federada de origem da mercadoria ou bem,
procedimento correto e apropriado, bem como a exigência de novo percentual, a
diferença entre a alíquota interestadual e a alíquota interna, a título também de
ICMS, na unidade destinatária, quando o destinatário final não for contribuinte do
respectivo tributo.
(...)
10. Os Estados membros, diante de um cenário que lhes seja desfavorável, não
detêm competência constitucional para instituir novas regras de cobrança de ICMS,
em confronto com a repartição constitucional estabelecida.
(...)
13. Os imperativos constitucionais relativos ao ICMS se impõem como
instrumentos de preservação da higidez do pacto federativo, et pour cause, o fato de
tratar-se de imposto estadual não confere aos Estados membros a prerrogativa de
instituir, sponte sua, novas regras para a cobrança do imposto, desconsiderando o
altiplano constitucional.
14. O Pacto Federativo e a Separação de Poderes, erigidos como limites
materiais pelo constituinte originário, restam ultrajados pelo Protocolo n. 21/2011,
tanto sob o ângulo formal quanto material, ao criar um cenário de guerra fiscal
difícil de ser equacionado, impondo ao Plenário desta Suprema Corte o dever de
expungi-lo do ordenamento jurídico pátrio.
15. Ação direta de inconstitucionalidade julgada PROCEDENTE. Modulação
dos efeitos a partir do deferimento da concessão da medida liminar, ressalvadas as
118
ações já ajuizadas .
457
CF, alterando-se a competência para exigência do ICMS nas citadas
operações. Com efeito, desde janeiro de 2016, nas operações que destinem
bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do ICMS,
localizado em outra unidade da Federação, devem ser aplicadas:
458
tributação das operações realizadas junto a consumidores finais, está longe
de pôr fim às questões relativas ao comércio interestadual e, em especial,
àquelas derivadas do comércio eletrônico.
459
Em outras palavras, as operações comerciais passam a ser cada dia mais
complexas, e tal complexidade nem sempre é acompanhada pelo
necessário ajuste da normatização que deve lhe dar respaldo, seja em
relação ao cumprimento da obrigação principal, seja em relação às
obrigações acessórias.
460
Art. 4º O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do
imposto e definição do estabelecimento responsável, é: (...)
§ 5º Na hipótese do inciso XV do art. 3º, consideram-se destinadas a este Estado
as operações nas quais o bem ou a mercadoria seja entregue, pelo remetente ou
121
por sua conta e ordem, ao destinatário em território catarinense . (Grifamos.)
Art. 26. As alíquotas do imposto, nas operações e prestações internas, inclusive
na entrada de mercadoria importada e nos casos de serviços iniciados ou prestados
no exterior, são: (...)
§ 4º Para fins do disposto neste artigo, são internas as operações com
mercadorias entregues a consumidor final não contribuinte do imposto em
território catarinense, independentemente do seu domicílio ou da sua eventual
inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS de outra unidade da Federação.
(Grifamos.)
461
Note-se, mesmo na hipótese de venda presencial, em que todas as
etapas da compra e venda são realizadas no estabelecimento do vendedor
(entrega da mercadoria, recebimento do preço e emissão do respectivo
documento fiscal), o Distrito Federal exige o recolhimento do diferencial
de alíquotas. Por certo, também o exige nas vendas virtuais em que, não
obstante o recebimento do preço seja efetuado por meio da loja virtual, a
entrega da mercadoria e a emissão do respectivo documento fiscal são
realizadas através de loja física, tal como numa venda presencial.
462
4. O CONVÊNIO ICMS N. 93 E AS CONTROVÉRSIAS DA TRIBUTAÇÃO
PELO ESTADO DE DESTINO
463
Parágrafo único. As unidades federadas de destino podem dispensar o
contribuinte de obrigações acessórias, exceto a emissão de documento fiscal.
Cláusula nona – Aplicam-se as disposições deste convênio aos contribuintes
optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte –
Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de
2006, em relação ao imposto devido à unidade federada de destino.
Cláusula décima – Nos exercícios de 2016, 2017 e 2018, no caso de operações
e prestações que destinem bens ou serviços a consumidor final não contribuinte
localizado em outra unidade federada, o imposto correspondente à diferença
entre a alíquota interna e a interestadual deve ser partilhado entre as unidades
federadas de origem e de destino (...)
§ 1º A critério da unidade federada de origem, a parcela do imposto a que
se refere o inciso II do caput deve ser recolhida em separado. (...). (Grifamos.)
464
Como não é possível, no presente artigo, esgotar todas as controvérsias
existentes em virtude da adoção, pela CF/88, da tributação pelo ICMS na
origem e, posteriormente, no destino, a análise, neste momento, será
restrita às duas primeiras questões apontadas acima.
465
Primeiramente, há que se ressaltar que aos Convênios atribuiu-se
competência para delimitar hipóteses de concessão de isenções, benefícios
e incentivos fiscais, nos moldes do artigo 155, § 2º, XII, g, da CRFB/88 e
da Lei Complementar n. 24/75125.
Esta matéria foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal quando do julgamento
do Recurso Extraordinário 136.215-RJ. No caso, examinava-se situação em que a
Constituição Federal conferira aos estados a competência para instituir um adicional
ao imposto de Renda e não havia lei complementar sobre o assunto. A indagação
466
era se, na falta desta, os Estados poderiam ou não instituir o referido adicional. No
julgamento, enfrentou-se o tema do limite da competência concorrente cumulativa,
já que havia matéria cujos efeitos extrapolavam os lindes dos poderes tributantes.
Afinal, em muitas situações, uma mesma matéria poderia ser alcançada por mais de
um Estado, simultaneamente, sendo necessário definir a quem caberia instituir o
imposto. Se ficasse para os Estados essa decisão, então haveria uma cumulação de
tributação. A contenda deveria ser decidida pela lei complementar, a quem cabe
dispor sobre conflitos de competência. Tais conflitos não podem ser resolvidos
unilateralmente. Basta imaginar o caso de um contribuinte que, no começo do ano,
resida em um Estado e, durante o ano, se mude para outro. Por tal razão, decidiu,
por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, como se lê em sua
emenda, pela “Impossibilidade de sua cobrança, sem prévia lei complementar (art.
146 da CF). Sendo ela materialmente indispensável à dirimência de conflitos de
competência entre os Estados da Federação, não bastam, para dispensar sua edição,
os permissivos inscritos no art. 24, § 3º, da Constituição e no art. 34 e seus
127
parágrafos do ADCT”(...) .
467
já que, lá, suas leis não têm voga, por força do já estudado princípio da
territorialidade.
De qualquer forma, a lei complementar estadual só poderá estabelecer normas
128
gerais que observem as restrições acima apontadas .
468
Nesse contexto, com vistas a afastar suas disposições, a Associação
Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM) ingressou com Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI n. 5.469), por meio da qual requereu
a suspensão dos efeitos das cláusulas 1ª, 2ª, 3ª, 6ª e 9ª do Convênio ICMS
n. 93/2015, sob o fundamento de que tais disposições ferem o princípio da
legalidade tributária e da reserva legal, impondo obrigação de pagamento
do tributo sem a prévia regulamentação por meio de lei complementar130.
469
Além disso, a depender do Estado onde esse contribuinte estiver
localizado, sequer será admitida a compensação escritural integral do
montante devido à origem. Isto porque, na medida em que o Convênio
ICMS determinou, no § 1º da sua Cláusula Décima, que a parcela do
imposto relativa à diferença entre as alíquotas devida à origem, no período
de transição (o chamado ICMS-Partilha), deve ser recolhida em separado,
a critério da unidade federada de origem, há Estados que passaram a
efetivamente exigir tal recolhimento, proibindo a sua compensação com os
créditos apropriados relativos às operações antecedentes.
470
vai de encontro ao princípio da não cumulatividade do ICMS, que,
importante frisar, estabelece o seguinte:
5. CONCLUSÃO
471
prejudicando as operações comerciais, em especial aquelas relativas ao e-
commerce, e trazendo insegurança jurídica aos seus partícipes.
472
O Paradigma da Economia Digital e os
Novos Conceitos de Serviço e Mercadoria —
Reflexos na Tributação
131 132
Carlos Augusto Daniel Neto e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco
INTRODUÇÃO
473
uma perspectiva de política tributária e igualdade – estar sujeitas à
tributação, como todas as demais atividades. Todavia o problema reside
exatamente na condição de a tributação, dentro do sistema constitucional
tributário criado pela Constituição Federal de 1988, não poder ser
operacionalizada exclusivamente por meio da verificação da capacidade
econômica dos contribuintes envolvidos na atividade que se pretende
tributar – é preciso também que essa materialidade esteja prevista em uma
regra de competência tributária, que atribui poderes aos entes
federados para que instituam, por intermédio de lei, a exação sobre a
situação que se pretende alcançar.
474
•O aumento exponencial das transações realizadas pelo e-commerce,
dificultando a determinação de quem seria o ente federado competente para
cobrar o tributo sobre a transação e, ainda mais complexo, o caso de
transações feitas inteiramente em ambiente de negócios virtual.
475
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
476
A competência tributária é espécie da competência legislativa, definível
como a aptidão de que são dotadas as pessoas políticas para expedir
regras jurídicas, inovando o ordenamento positivo, que, tomada em
sentido estrito, abrange o poder para criação de dois tipos de normas: (i) de
delimitação positiva do âmbito de incidência (normas tributárias stricto
sensu); e (ii) de delimitação negativa do âmbito de incidência (as isenções
tributárias). Naturalmente, essa competência não se restringe ao poder de
instituir/exonerar tributos, abrangendo um feixe de poderes que
correspondem aos seus elementos conaturais144.
477
que, não se verificando, invalida a exação – nesta hipótese o critério
fundamental envolve a relação de inclusão, ou seja, aferir se o fato
contemplado pela norma inferior está no âmbito semântico do conceito
utilizado na regra de competência; (ii) o modelo finalístico, no sentido de
que se justifica pela vinculação à busca de uma finalidade ou objetivo –
cria-se a exigência para atingir certo resultado – neste caso, o critério
envolve o elo entre o fim estipulado pela constituição e os meios adotados
para tanto, em uma relação de compatibilidade – ou seja, a lei será
constitucional porque sua previsão é compatível com a obtenção da
finalidade qualificada ou com o evento futuro nela considerada146.
478
Compulsando as competências listadas nos artigos 153 a 156 da CF/88,
verificamos claramente a adoção de conceitos típicos de Direito Privado
para a delimitação das competências tributárias (renda, mercadoria,
propriedade etc.).
479
material – com especificidade de conteúdo e informadora de princípios,
valores e finalidades aplicáveis às normas tributárias148.
480
abertura horizontal e vertical153 desse sistema de competências tributárias,
frente à rigidez constatada.
481
Essa abertura vertical relativa é corroborada pelo próprio Código
Tributário Nacional, em seu artigo 110157, tendo recebido reconhecimento
expresso do Supremo Tribunal Federal, que reiteradamente afirmou a
impossibilidade de se desconsiderar o sentido dos conceitos
constitucionais utilizados nas regras de competência. Veja-se, por
exemplo, trecho do voto do Ministro Marco Aurélio no julgamento do RE
n. 203.075-9, no qual se discutia a incidência de ICMS na importação feita
por pessoa física:
Costume dizer que o Estado tudo pode. O Estado legisla, o Estado executa a lei,
o Estado julga a aplicação da lei. Que o faça bem e, em se tratando de tributo, que
se atenha ao figurino constitucional. Este figurino, para mim – e não posso atribuir
ao legislador constituinte a inserção, na Carta, de termos inúteis – revela, em face
do que se contém na alínea “a”, inciso IX do § 2º do art. 155 da Carta de 1988, a
necessidade de ter-se, na importação, para que haja a transferência, como que em
passo de mágica, da obrigação tributária do vendedor para o comprador, como quer
a alínea “a” – na ponta, destarte, importando o bem, alguém que esteja estabelecido
158
no âmbito da mercancia .
482
Diante disso, pode-se afirmar que não possui o legislador plena
liberdade para desenhar os conceitos utilizados pela Constituição, ou
mesmo ampliá-los para além de seus compromissos semânticos básicos,
sob pena de se esvaziar de normatividade um sistema constitucional de
repartição de competências que, por sua própria estrutura, é dotado de
rigidez e densidade normativa elevadas.
483
competência para a tributação do licenciamento ou cessão de direito de uso
de programas de computador.
484
julgado em 1999 – veio a reconhecer a incidência do ICMS
exclusivamente na venda de software por meio de mídias físicas162.
485
Parece-nos, entretanto, que a linha da corporeidade do bem como
condição necessária de sua configuração como mercadoria não se sustenta
contemporaneamente, na linha exposta por Greco168 – parece
absolutamente claro que a configuração materialista da mercadoria foi
abandonada pela jurisprudência do STF – a exemplo o julgamento da
Medida Cautelar na ADI n. 4.389169, julgada pelo Pleno do Tribunal, no
qual se decidiu que a produção de embalagens sob encomenda seria objeto
de incidência do ICMS, ainda que se tratasse de um fazer, e não um dar
(que envolveria um bem corpóreo).
486
Desse modo, pode-se firmar aqui que o conceito de mercadoria
tributável pelo ICMS é qualquer bem material ou imaterial cuja
transmissão se dê dentro de uma cadeia de circulação, e que não esteja
abrangido por outras competências constitucionais (a exemplo do ouro,
tributado pelo IOF).
487
[serviço tributável é] o desempenho de atividade economicamente apreciável,
sem subordinação, produtiva de utilidade para outrem, sob regime de direito
privado, com fito de remuneração, não compreendido na competência de outra
174
esfera do governo .
488
intuito de lucro, podendo estar conjugadas ou não com a entrega de bens ao
tomador.
489
Desse modo, diferentemente do ICMS, cuja materialidade se encontra
adstrita materialmente por diversos elementos estruturais (a exemplo da
necessidade de transmissão do bem dentro de um ciclo comercial e da não
cumulatividade), o ISS encontra uma regra de competência mais fluida,
não apenas pelo fato de o vocábulo “serviço” trazer suas restrições de
forma expressa, mas por essa condição estar ligada a uma cláusula
genérica (“de qualquer natureza”) que indica a adoção de um conceito
mais amplo e, nesse sentido, mais próximo de um sentido econômico.
490
Desse modo, parece-nos que o atual conceito constitucional de serviço
para fins de ISS é o de oferecimento de uma utilidade para outrem, a partir
de um conjunto de atividades imateriais definidas em lei complementar,
prestadas com habitualidade e mediante contraprestação, podendo estar
conjugadas ou não com a entrega de bens ao tomador, excluídos os
serviços abrangidos pelo artigo 155, inciso II, e artigo 153, inciso V, da
CF/88 e as atividades de cessão de direitos de uso.
491
sobre o alcance ou não das competências do ICMS e do ISS sobre as
atividades econômicas emergentes no contexto da Economia Digital.
CONCLUSÃO
492
horizontal, por força da competência residual da União, e uma abertura
vertical moderada, que demanda uma validação condicional entre os
conceitos adotados pela constituição e as materialidades eleitas na
instituição dos impostos.
493
que eclodam conflitos federativos nessa seara e sem contrariar regras
constitucionais.
494
ICMS sobre software: evolução do conceito
constitucional de mercadorias em face da
inovação tecnológica
185 186
Carlos Otávio Ferreira de Almeida e Lucas Bevilacqua
495
novidades que a digitalização fornece, restaria investigar se seria possível
separar a economia digital da própria economia para fins tributários.
Sob este prisma, o Estado fiscal, que se faz projetar em nossos dias, é
ameaçado pelas incertezas do paradoxo entre tributação e soberania
tributária. Se aquela decorre desta, fato é que a soberania, a seu turno,
necessita da arrecadação para manter-se politicamente sólida. Com efeito,
a tributação não se perfaz em objetivo final do Estado, mas em meio que
lhe faculta o cumprimento de suas finalidades sociais. Assim, por fiscal e
social afigura-se o Estado de nossos dias191.
496
de negócios – cloud computing, blockchain, streaming, download etc. –
sob as balizas ditadas pela Constituição Federal.
497
o conflito federativo vertical, entre Estados e Municípios, já que estes
alegam deter competência exclusiva para tributar software por meio da
incidência do Imposto sobre Serviços (ISS).
498
ICMS, não serão objeto das seguintes análises, restritas a operações
relativas à circulação de mercadorias.
499
operações relativas a energia elétrica (art. 155, § 3º). Indubitável, neste
contexto, que energia elétrica se alberga sob o conceito de “mercadorias”.
500
interpretativo que traz a lume o sentido implícito do objeto sob análise.
Surge, então, a legítima dúvida quanto ao alcance de “mercadorias”, em
face dos bens digitais comercializados eletronicamente, sobre os quais, em
1988, naturalmente, não seria possível ao Constituinte fazer-lhes expressa
menção.
501
Logo, a Constituição Federal toma a realidade das “operações de
circulação de mercadorias” por aproximação tipológica, mas impõe ao
legislador complementar observar limites rígidos em sua tarefa de definir
fatos geradores de impostos, cabendo ao último abordar a mesma realidade
econômica, “operações de circulação de mercadorias”, por conceitos.
502
Desse comando constitucional se desincumbe a Lei Complementar n.
87/96 (Lei Kandir), autêntica lei nacional, ao dispor sobre materialidades,
contribuintes e responsáveis, bases de cálculo, momento da ocorrência do
fato gerador e local da operação ou prestação para efeitos de cobrança do
ICMS. Desse modo, assim prescreve a referida LC n. 87/96:
503
Diante das incertezas decorrentes da inércia do legislador
complementar, busca-se o conceito, a ideia de mercadoria, no âmbito
privado, daí resultando, em geral, coisa móvel, corpórea, submetida à
mercancia, que deverá circular sempre que houver transferência
patrimonial juridicamente.
Desse modo, não parece haver óbice a que institutos típicos do Direito
Privado, sem qualquer edição de lei tributária no curso de dado lapso
temporal, ganhem novos contornos e dispam-se de outros anacrônicos, em
vista da consideração acerca da realidade subjacente pelo próprio
hermeneuta privatista. É justamente este o caso sob vistas, em que poderá
haver ampliação ou alteração de concepções, ideias, acerca de objetos com
504
séculos de trato jurídico, como ocorre, justamente, com as mercadorias,
pela mera inserção do objeto na realidade subjacente, mas nunca pela ação
da lei tributária.
505
desnaturar a essência de mercadorias? Um breve estudo da interpretação
da legislação tributária deverá auxiliar no deslinde dessa questão.
506
comportamento das pessoas quanto ao comércio de livros, não se poderia
negar que o mesmo se dá com o comércio, por exemplo, de filmes e
músicas.
507
Em observância, pois, à coerência, restaria analisar se músicas ou filmes
veiculados eletronicamente podem ser tidos por “mercadorias”, a ponto de
justificarem a incidência do ICMS sobre sua respectiva circulação.
Assim como o que se entendia por livros há pouco tempo não mais se
coaduna com o valor semântico que lhe emprestam os dias atuais,
“mercadorias” não mais comportam a rigidez de representarem apenas
coisas móveis e corpóreas. Parece-nos que essa visão era apropriada para
indicar, dentre outras características, a oposição aos bens imóveis,
alcançados por tributos diversos que não o ICMS.
508
como segregar a economia digital da tradicional, uma vez que a primeira,
cada vez mais, abarca a segunda. Logo, o valor real de “mercadorias”
exige do intérprete que sejam observadas as relações da vida de hoje.
Como são comercializados filmes e livros, atualmente, por meio
eletrônico, razão não parece haver para que a mesma obra, apenas por estar
contida em suporte físico, escape à incidência do ICMS por não se
caracterizar como “mercadoria”.
509
5. A TRIBUTAÇÃO DE BENS DIGITAIS NO ÂMBITO DO CONVÊNIO
CONFAZ N. 106/2017: (IN)CONSTITUCIONALIDADE?
510
Com efeito, nada indica violação ao ordenamento quanto à disciplina
das isenções concedidas a operações anteriores à saída destinada ao
consumidor final. No entanto, a mesma convicção não resulta da
disposição sobre questões como incidência do ICMS sobre bens e
mercadorias digitais transferidas eletronicamente; adoção do princípio do
destino; e indicação de responsabilidade tributária pelo recolhimento do
ICMS.
511
físico, (iii) serviço de processamento eletrônico de cópia do software em
suporte magnético e proteção da cópia, e (iv) garantia do software ao
consumidor final.
512
ao cliente – ISS208, o que, inclusive, foi reiterado pelo STF ao corroborar a
incidência do ICMS sobre software de prateleira, i.e., aquele produzido em
série e comercializado no varejo209.
513
turno, deverá ser exercitado mediante a edição de leis estaduais, sob a
égide de lei complementar incumbida, dentre outros, do mister de definir o
fato gerador e a obrigação, além de dirimir eventuais conflitos de
competência entre os Estados, cujas políticas tributárias harmonizam-se
por meio de convênios firmados perante o CONFAZ.
514
atualmente, consomem bens digitais, para priorizar a mera literalidade,
tampouco parece razoável.
515
importação a consumidor final (iv) à administradora de cartão de crédito
ou débito ou intermediadora financeira responsável pelo câmbio nas
operações de importação.
516
Não é o que parece ocorrer no caso presente.
517
DIGITAIS
518
‘’disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdo de áudio, vídeo,
imagem e texto por meio da ‘internet’, respeitada a imunidade de livros,
jornais e periódicos’’ como hipótese de incidência de ISS, ainda
reformulou alguns itens da lista de serviços de informática e congêneres
com destaque para os itens 1.04 e 1.05, verbis:
519
transmissão ou cessão de direito de uso, mas a configuração básica do
consumo de mercadoria, e não de serviço.
Uma melhor apreciação das ADIs que tratam das leis dos Estados de SP
e MG deverá ser realizada a partir da visitação da própria jurisprudência
do STF, com destaque para o entendimento alcançado recentemente no
julgamento acerca da abrangência da imunidade prevista no artigo 150,
inciso VI, letra “d”, aos livros, jornais e periódicos eletrônicos221. Naquela
ocasião, como visto anteriormente, o STF definiu que, não obstante o meio
em que circule a informação, seja físico ou eletrônico, o exercício do poder
de tributar resta vedado pela Constituição, cuja interpretação deve observar
a evolução tecnológica.
520
de transferência eletrônica de dados”, mas apenas exemplifica uma das
espécies do gênero “mercadorias”, aquelas qualificadas por digitais. Do
mesmo modo, apenas exemplifica “circulação”, registrando que
transferência eletrônica de dados é a forma pela qual circulam,
prioritariamente, bens da economia digital.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
521
complementar, mas apenas exemplifica uma das características da
concepção corrente de “mercadorias”: a digitalização. Do mesmo modo, o
Convênio, ao registrar a transferência eletrônica de dados, somente
exemplifica a forma pela qual circulam, prioritariamente, bens da
economia digital.
522
Tributação da economia digital e os conflitos
de competência entre ICMS e ISS
222
Maurício Barros
1. INTRODUÇÃO
523
Expenditures ou OpEx) bem como a crescente utilização de processos
automatizados e conectados (via Internet das Coisas) têm contribuído para
a redução de custos e ganhos de eficiência em um ambiente empresarial
globalizado e cada vez mais competitivo.
524
conceitos de “mercadorias” e “serviços”, núcleos semânticos das
competências de Estados e Municípios para cobrar, respectivamente, o
ICMS e o ISS. Ultimamente, o conflito entre esses entes subnacionais tem
alcançado patamares nunca antes vistos, eis que uns e outros demonstram
total inflexibilidade quanto às suas posições, que nem sempre respeitam as
ordens constitucional e infraconstitucional vigentes.
525
originário de 1988 de promover o federalismo e a autonomia dos
Municípios, de modo a atribuir a cada esfera, dentro de uma pluralidade de
fontes de receitas, recursos suficientes para o desempenho de suas
competências administrativas em sentido lato. Por conta disso, o respeito a
essa demarcação é fundamental para a manutenção do pacto federativo
brasileiro e da própria República Federativa do Brasil, como deixam claro
os artigos 1º, caput, e 60, parágrafo 4º, inciso I, da Constituição Federal.
526
realizado em São Paulo, ao estremar as incidências entre ISS e ICMS,
concluiu o seguinte:
(...) tanto o IPI, como o ICMS são tributos da mesma família (fatos como
obrigação de dar), que não se confundem com prestações de serviços (exceto, é
claro, os serviços de transporte e de comunicação), como obrigação de fazer.
(...)
O fato gerador do IPI, é verdade, pressupõe um fazer anterior, mas prevalece a
obrigação de dar, pois o “ato de indústria” afasta toda espécie de produção pessoal
ou individualizada, artesanal, intelectual, artística ou científica.
(...)
Portanto, no fazer industrial para a venda, cria-se um produto-tipo, repetível,
representativo de uma série; por isso mesmo, sobrepõe-se-lhe o dar, o dar algo
padronizado e massificado. As necessidades atendidas são de massa, não as
específicas e individuais. No prestar serviços, que caracteriza o conceito nuclear do
fato gerador do ISS, o fazer é central, de tal modo que, mesmo corporificado em
materiais, o serviço executado ajusta-se às necessidades peculiares do usuário, daí a
sua personificação.
Parece-nos certo, portanto, que a incidência do ISS exclui a do ICMS, assim
como a do IPI. Onde houver obrigação de fazer, pode caber, como ensinou Geraldo
Ataliba, o imposto municipal sobre serviços, ISS, mas não IPI ou ICMS. Ao
contrário, onde houver obrigação de dar, pode caber a incidência do IPI e do ICMS,
mas não a do ISS. (Grifos originais.)
527
José Eduardo Soares de Melo230, “o cerne da materialidade da hipótese de
incidência do imposto em comento não se circunscreve a ‘serviço’, mas a
uma ‘prestação de serviço’, compreendendo um negócio (jurídico)
pertinente a uma obrigação de fazer, de conformidade com os postulados e
diretrizes do direito privado”.
528
Embora trate do software antes da Lei Complementar n. 116/2003, a
posição de Marco Aurélio Greco é clara quanto à possibilidade de
enquadrar intangíveis no conceito de “mercadoria” para fins de incidência
de ICMS.
A noção de serviço (objeto do ISS) não pode ser confundida com a de simples
“prestação de serviços” (contrato de direito civil, que corresponde ao fornecimento
de trabalho). O conceito de serviço nos vem da economia, do trabalho como
produto. De fato, o trabalho, aplicado à produção, pode dar como resultado duas
classes de bens: bens materiais, denominados material, produto ou mercadoria; e
bens imateriais, conhecidos como serviços. Serviço, assim, é expressão que abrange
qualquer bem imaterial, tanto atividades consideradas de “prestação de serviços”
(v.g.: atividade do médico, do advogado, do engenheiro, do corretor etc.) como as
demais vendas de bens imateriais (v.g.: atividade do locador de bens móveis, do
transportador, do albergueiro, do vendedor de bilhete da Loteria Federal etc.). (...)
Quem aluga um automóvel, na realidade não está fornecendo trabalho mas estará
fornecendo, a terceiros, um bem imaterial, ou melhor, um serviço (cessão de uso e
gozo da coisa). (...)
Assim, o ISS recai sobre serviços de qualquer natureza, entendendo-se como tal
a circulação (venda) de bens imateriais.
529
Em suma, as posições da doutrina mais clássica, que chegaram a ser
encampadas pelo Supremo Tribunal Federal de forma assistemática e em
distintos momentos238, convergem no sentido de que a incidência do ICMS
somente poderia afetar, à margem de serviços de comunicação e de
transporte interestadual e intermunicipal, operações de circulação de bens
corpóreos produzidos em massa e destinados à mercancia. Já o ISS estaria
restrito às chamadas “obrigações de fazer”, estremando-se do ICMS-
Mercadorias, justamente, porque esse decorre da circulação de bens
corpóreos no contexto de contratos que albergam “obrigações de dar”.
530
De fato, o exercício da competência tributária não pode permanecer
congelado pelas concepções existentes em 1988, pois, do contrário, ter-se-
ia um sistema tributário nacional disfuncional para o futuro. Nesse
espectro, deve ser admitida a absorção, pelas regras conformadoras da
competência tributária (desde que com ela – competência – compatíveis),
das mudanças sociais percebidas desde então e, principalmente, as que
surgirão no futuro, de modo que as mais variadas percepções de riqueza
sejam atingidas pela tributação e situações que claramente manifestam
capacidade contributiva sejam alcançadas pelo fisco. Essa evolução,
contudo, não pode permitir que a legalidade seja atropelada ou mesmo que
se aplique a capacidade contributiva de modo ativo sem qualquer reserva
legal, como se existisse no país um “estado permanente de sujeição
tributária”, na feliz expressão cunhada por Heleno Taveira Tôrres241. Pelo
contrário, a atualização semântica das regras de competência (tanto
positiva quanto negativa – imunidades) deve ser reconhecida (e aplicada
pelo legislador intermediário) sempre que o enquadramento de novas
realidades no texto constitucional seja fruto da mera evolução conceitual
sem que haja ruptura total com os termos242 empregados pelo texto
constitucional, como é o caso do livro eletrônico em relação à imunidade
dos livros. Não exatamente a realidade enquanto soma de fatos sociais,
mas como conformadora do âmbito normativo, que já compõe o plano
jurídico (processo de concretização normativa) e é formado pela parcela da
realidade a que se refere, de formas seletiva e valorativa, o programa
normativo (que, por sua vez, é construído do ponto de vista interpretativo
mediante a assimilação de dados linguísticos, dentre os quais o texto da
lei)243. Já situações que ensejariam interpretações extensivas das regras de
competência, como é o caso de estender a imunidade do papel e da tinta
destinada à impressão de livros a dispositivos de leitura de livros
eletrônicos, devem ser rechaçadas, seja para não onerar, seja para alargar
531
indevidamente competências tributárias. É uma linha tênue e com
considerável carga de subjetivismo que separa uma situação da outra, mas
nem por isso se deve permitir a abertura semântica irrestrita dos conceitos,
sob pena de se subverter completamente a divisão de competências
tributárias imposta pelo constituinte originário (afinal, ao repartir algo, o
constituinte se voltou ao estado de coisas corrente à época, sem qualquer
juízo de prognóstico).
532
tributária geral no enquadramento dos primeiros fenômenos ligados à
tecnologia, como foi o caso do reconhecimento, por parte do Supremo
Tribunal Federal245, de que o chamado “software de prateleira”, produzido
em série e comercializado em mídias físicas, correspondia a mercadoria
para fins de incidência de ICMS. Da mesma forma, outros conteúdos
distribuídos em meios físicos foram considerados “mercadorias” pelo STF,
como foi o caso de fitas de videocassete246 e conteúdos distribuídos via
CD-Roms247.
533
licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação
(item 1.05).
534
anexa à LC n. 116/2003. A bem da verdade, o referido Decreto fora
instituído no intuito de “resguardar a competitividade da economia paulista
diante de políticas tributárias implementadas por Estados vizinhos”, bem
como obter a “ampliação de investimentos e à oferta de empregos (...)”
(conforme Ofício GS 88-2007), não respeitando a competência tributária
dos municípios como seria de se supor.
535
Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e
Tocantins, que em tese ficaram “autorizados” a conceder redução de base
de cálculo nas citadas operações248, de forma que a carga tributária
corresponda ao percentual de, no mínimo, 5% (cinco por cento) do valor
da operação.
536
O alargamento do campo de incidência do ICMS, portanto, foi brutal,
tendo a Consultoria Tributária da Secretaria da Fazenda de São Paulo249
chegado ao extremo de declarar que as operações envolvendo Software
como Serviço (Software as a Service ou SaaS250) também se sujeitam ao
imposto estadual, na medida em que acarretam operações envolvendo
software, que em seu entendimento são mercadorias. Em contrapartida, a
Prefeitura Municipal de São Paulo, que já havia se manifestado em
resposta a consulta251 alguns anos antes, formalizou uma resposta às
intenções estaduais de tributar operações de software na nuvem, conforme
o Parecer Normativo n. 1/2017.
Por outro lado, sem prejuízo da plena vigência do item 1.05 da lista
anexa à Lei Complementar n. 116/2003, após a publicação do Convênio n.
181/2015 foi publicada a Lei Complementar n. 157/2016, que alterou a
lista nacional de serviços tributáveis pelo ISS, mormente no tocante a
operações relacionadas à economia digital. Tais itens colidem frontalmente
com as disposições do Convênio ICMS n. 181/2015, ao determinar a
prevalência do ISS nas operações de “processamento, armazenamento ou
hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos, páginas eletrônicas,
aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e congêneres”
(nova redação dada ao item 1.03) e “disponibilização, sem cessão
definitiva, de conteúdo de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da
internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a
distribuição de conteúdo pelas prestadoras de Serviço de Acesso
Condicionado, de que trata a Lei n. 12.485, de 12 de setembro de 2011,
sujeita ao ICMS) (novo item 1.09, incluído pela Lei n. 157/2016).
537
106/2017, que traz as regras gerais para a cobrança do imposto nas
operações com software, programas, jogos eletrônicos, aplicativos,
arquivos eletrônicos e congêneres, que sejam padronizados, ainda que
tenham sido ou possam ser adaptados, comercializadas por meio de
transferência eletrônica de dados. Não se trata de uma completa inovação,
uma vez que o Convênio ICMS n. 181/2015 já apontava essas operações
como suscetíveis à incidência do imposto estadual. Contudo, ao confirmar
tais incidências, o Convênio revela uma enorme afronta do Confaz ao
Congresso Nacional, ante a insistência dos Estados de tributar operações
que já foram definidas, pelo parlamento brasileiro, como não sujeitas ao
ICMS. Além disso, ao definir contribuintes, momento de incidência e
outras regras gerais para a cobrança, o Convênio abre caminho para que
Estados que vinham suspendendo cobrança, tal como São Paulo, passem a
exigir o imposto.
538
a locação de bens móveis poderia ser considerada “serviço” para fins de
incidência do imposto municipal252.
539
que pode fazer com que novas operações sejam abarcadas pelo imposto
municipal apenas pelo fato de serem incluídas na lista de serviços
passíveis de tributação.
540
os Estados têm insistido em afirmar a sujeição ao ICMS de tais operações
mesmo quando não há qualquer mídia envolvida, como restou consolidado
pelo Convênio ICMS n. 181/2015, não obstante a plena vigência do item
1.05 da lista anexa à Lei Complementar n. 116/2003, que prevê a
incidência do ISS sobre o licenciamento ou cessão de direito de uso de
programas de computação258, há mais de treze anos, e novos itens incluídos
pela Lei Complementar n. 157/2016.
Diante do imbróglio, o que vem à mente como solução para esse tipo de
problema é o desenvolvimento de uma ampla reforma tributária apta a
redefinir alguns pontos e simplificar o sistema. Porém, ante o grande
esforço político necessário para que uma verdadeira reforma seja
aprovada, bem como a necessidade de se mexer em pontos delicados como
autonomia financeira de Estados e Municípios, nenhum deles propenso a
correr o risco de perder receitas (e poder), uma reforma que redefina
541
competências e traga maior segurança jurídica aos contribuintes, nos
próximos anos, não parece ser tarefa das mais simples de ser cumprida.
5. PROPOSTA CONCLUSIVA
542
impraticável para o futuro, o que poderia levar a uma disrupção da própria
atividade tributária.
543
há uma ficção constitucional de que energia elétrica é mercadoria, pela
expressa equiparação de ambos.
544
apenas as “obrigações de fazer” seriam passíveis de tributação pelo ISS,
ainda que essa decisão tenha sido proferida por margem bastante apertada
(6 votos favoráveis × 5 votos contrários) e tenha inovado a posição do STF
quanto à matéria262. Desse modo, embora não houvesse a noção corrente,
quando do advento da CF/88, de que as obrigações de dar não poderiam
ser abrangidas pelo ISS, fato é que a posição do STF se consolidou nesse
sentido, tendo culminado na edição da Súmula Vinculante 31, embora essa
posição venha sendo posta à prova em julgados mais recentes. Por outro
lado, o aparente caráter residual da competência para a instituição do ISS
colide com a competência residual da União Federal, uma vez que,
logicamente, não é possível haver resíduo do resíduo. Logo, emerge uma
grande incerteza também com relação à materialidade do ISS, ante a
oscilação da jurisprudência do STF no tempo.
545
situações que possam ser objeto da incidência de mais de um imposto,
dirimir eventual conflito de competências entre os entes subnacionais,
sobretudo pela falta de definições claras na Constituição Federal quanto à
incidência de cada imposto. Além disso, a lei complementar é o
instrumento apto a incorporar novas realidades no âmbito do imposto
sobre serviços, de modo a incluir novas atividades na lista de serviços
tributáveis pelos municípios, bem como alcançar situações que não se
amoldam à incidência das materialidades de impostos presentes na CF/88,
por meio do exercício da competência residual da União Federal.
546
conflito de competências entre Estados e Municípios ou (2.2) preencher
uma lacuna de tributação – exercício da competência residual, ainda que
transferindo essa competência da União Federal para os Municípios. O
único senão, nesse raciocínio, seria o fato de o exercício da competência
residual dever se curvar à não cumulatividade. Contudo, a hipótese
sugerida não trata da criação de imposto residual, mas de assentamento de
conflitos de competência entre Estados e Municípios, razão pela qual a
inobservância desse limite (em prevalecendo o ISS) deve ser relativizada.
Não que seja vedado à lei complementar, com isso, decidir pela
incidência do ICMS mesmo em operações em que o fornecimento de
mercadoria não seja preponderante. Basta lembrar que os alimentos
servidos em restaurantes, hodiernamente, estão submetidos ao imposto
estadual e não ao ISS, em virtude de expressa previsão em lei
complementar265 devidamente chancelada pelo STF266, não obstante a
claríssima preponderância dos serviços oferecidos pelos restaurantes. Já
com relação às operações que tenham como objeto a comercialização de
bens digitais em massa, não há como negar que eles guardam muita
proximidade com seus predecessores corpóreos, como é o caso das
músicas e vídeos adquiridos via download e os CDs de música e DVDs
que sofreram disrupção. Nesse caso, seria extremamente radical negar por
completo sua proximidade do conceito de mercadorias, embora não seja
possível que os Estados instituam a cobrança diretamente, por meio de lei
547
interna (ou, o que é pior, via decretos e convênios interestaduais), pois de
“mercadorias”, em sua acepção clássica, não se trata e há uma
aproximação inegável à concepção de serviços, não na acepção de
“obrigação de fazer”, mas à visão mais aberta que, aparentemente, pode
ser retomada pelo STF.
548
Operações de Cloud Computing (SaaS, IaaS,
PaaS etc.): ICMS vs. ISS
267 268
Rodrigo de Freitas e Bruno Akio Oyamada
549
dados) que antes eram armazenadas no hardware de cada usuário, em um
ambiente virtual.
550
Remuneração “pay as you go” e desnecessidade de manutenção de
datacenter
551
atende as suas necessidades de forma conjunta, há um enorme potencial de
economia de escala, o que pode levar a uma redução do preço pago
exigido para se ter acesso às utilidades oferecidas no ambiente virtual,
conforme ilustrado a seguir:
552
O Plataform as a Service (PaaS), por sua vez, envolve a
disponibilização em ambiente virtual de uma plataforma de computação
que permite ao usuário o desenvolvimento e implementação de programas
e aplicativos274. Nesta vertente do cloud computing, em que pese o usuário
não gerenciar a infraestrutura, ele tem controle sobre as aplicações e
configurações do ambiente.
Pode ser citado como exemplo o Azure que, conforme indicado pelo
Grupo Microsoft, permite que o usuário acesse um conjunto diverso de
utilidades em ambiente digital, criando, implementando e gerenciado
aplicativos na rede global de datacenters da Microsoft275. Por meio dessa
plataforma, é possível substituir a estrutura física própria de hardware e
servidor, no qual estão instalados o sistema operacional e os aplicativos do
cliente, por uma plataforma toda utilizada na nuvem.
Infrastructure as a
Platform as a Service Software as a Service
Service
553
Ferramentas de
Ferramentas de Ferramentas de
Desenvolvimento,
Desenvolvimento, Desenvolvimento,
Gerenciamento de
Gerenciamento de dados, Gerenciamento de dados,
dados, Análise de
Análise de negócio Análise de negócio
negócio
554
Nesse contexto, foi conferido aos Municípios, nos termos do que dispõe
o artigo 156, III, da Constituição Federal, a competência para instituição
de imposto sobre serviços de qualquer natureza (com exceção dos serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, de
competência dos Estados):
Desse modo, no que diz respeito ao tema que é objeto deste artigo,
torna-se primordial a análise acerca da possibilidade de as operações de
cloud computing serem enquadradas como serviços para fins de incidência
do ISS.
555
A reserva constitucional material é estabelecida indiretamente nos casos em que
a Constituição, implementando a sua divisão de competências no Estado Federal, ao
atribuir poder para uma entidade política tributar um fato, implicitamente atribui
poder para outra entidade política tributar fato diverso. (...)
Esse é também o caso da regra de competência para instituir o Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza. Como o poder para tributar as vendas de bens e,
portanto, as obrigações de dar, foi atribuído aos Estados pela competência para
instituir o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias, a palavra “serviços”, na
regra de competência para tributar prestação de serviços, só pode ser conceituada
como uma obrigação de fazer.
Nesse sentido, é lícito afirmar que a Constituição pressupõe conceitos que não
podem ser desprezados pelo legislador ordinário.
556
da repartição constitucional de competências impositivas, eis que o ISS somente
pode incidir sobre obrigações de fazer, a cuja matriz constitucional não se ajusta a
figura contratual da locação de bens móveis.
Cabe advertir, neste ponto, que a locação de bens móveis não se identifica nem
se qualifica, para efeitos constitucionais, como serviço, pois esse negócio jurídico –
considerados os elementos essenciais que lhe compõem a estrutura material – não
envolve a prática de atos que consubstanciem um “prestare” ou um “facere”.
Tal conclusão foi alcançada pelo STF com base no entendimento de que
a Constituição, ao discriminar a competência tributária de cada um dos
entes federativos, valeu-se também de tipos e não apenas de conceitos, de
modo que o ISS poderia alcançar situações não contempladas no conceito
de serviço previsto no Direito Civil.
557
Passando agora à análise da delimitação de competência dos Estados,
dentro da divisão de materialidades passíveis de tributação, cumpre frisar
que o constituinte atribuiu a esses entes federativos a competência para
instituir imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias (e
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação):
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...)
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior (...). (g.n.)
O termo “circulação”, por sua vez, predica que, para que seja possível a
incidência do ICMS, deverá haver a passagem da mercadoria de uma
pessoa para a outra, com base em um título jurídico.
558
de uma pessoa a outra, decorrente de um ato jurídico de transmissão de
direito.
Não é qualquer bem móvel que é mercadoria, mas tão somente o bem móvel
corpóreo (bem material) que se submete à mercancia. Podemos, pois, dizer que
toda mercadoria é bem móvel, mas nem todo bem móvel é mercadoria. Só o bem
móvel que se destina à prática de operações mercantis é que assume a qualidade de
mercadoria.
Insistimos em que configura mercadoria o bem móvel corpóreo adquirido pelo
comerciante, industrial ou produtor, para servir de objeto de seu comércio, isto é,
para ser revendido. (g.n.)
559
serviços como atividades meio, tais ativos representam simples custos que
integrarão o preço da mercadoria.
Além dos potenciais conflitos nos casos (i) de mercadorias usadas como
insumos na prestação de serviço e (ii) de serviços como “atividades meio”
na venda de mercadorias, pode-se também vislumbrar conflitos quando o
Estado pretenda tributar como circulação de mercadoria uma atividade que
configure uma “obrigação de fazer”, o que não está na competência para
tributação pelo ICMS e representa uma invasão da competência dos
Municípios.
560
Conforme exposto anteriormente, para que possa haver tributação pelo
ISS das operações de cloud computing, deve-se analisar se tais operações
se qualificam como prestação de serviço nos termos em que definido pelo
Direito Civil, ou seja, como uma obrigação de fazer.
561
Ao analisar as operações SaaS, entendeu o Fisco Paulistano que estas se
enquadrariam na competência municipal para tributação pelo ISS em razão
de serem objeto de contratos de licenciamento ou cessão de direito de uso,
conforme Solução de Consulta SF/DEJUG n. 40 de 1º de agosto de 2013289
e Parecer Normativo n. 1 de 18 de julho de 2017290.
562
do contrato firmado entre a empresa impetrante e suas clientes, fica patente tratar-se
de prestação de serviço, tributável pelo ISS, inclusive o licenciamento e a cessão de
uso do software.
(Apelação n. 0006496-32.2013.8.26.0053) (g.n.)
563
Com efeito, embora esse item trate genericamente da atividade de
“licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação”,
o seu alcance está adstrito aos casos nos quais há o desenvolvimento de
um software sob encomenda, já que, nesta hipótese, haverá a necessária
verificação de uma obrigação de fazer.
564
22 Não é possível vislumbrar num licenciamento de softwares a presença de
uma obrigação de fazer, que caracteriza a prestação de serviços, a qual é realizada
com emprego da força humana que presta a realização, transformando materiais e
situações. Seu objeto trata-se de pura obrigação de dar, uma permissão para que
alguém use ou comercialize algo de que não detém a propriedade.
565
1.03 – Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos,
imagens, vídeos, páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre
292
outros formatos, e congêneres .
1.07 – Suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e
manutenção de programas de computação e bancos de dados.
566
Em relação à exigência do ISS sobre as operações de cloud computing
nas quais haja “processamento de dados e congêneres”, não é possível a
incidência do ISS com base no subitem 1.03, já que tal atividade, quando
presente nessas operações, será uma atividade meio para a obtenção da
utilidade final pretendida e não uma obrigação de fazer autônoma.
567
anexa da Lei Complementar n. 116/2003, não há nenhum item deste
diploma legal que trate dessas operações.
568
que as operações de SaaS estariam dentro do campo de incidência do
ICMS. Veja-se:
569
propriedade de qualquer tipo de bem nessas operações.
570
programas disponíveis. O fato é que, efetivamente, o usuário não adquire o
software, mas apenas acessa os recursos à distância, por meio da Internet, utilizando
senhas previamente definidas. Nesse contexto, observa-se que os direitos autorais
dos softwares envolvidos na prestação de serviços não são objeto de
comercialização, circunstância que, no presente caso, não foi sequer comentada pela
consulente.
571
No caso do software transferido por meio eletrônico, sem a utilização de suporte
físico, verifica-se a inexistência de um bem material que pudesse ser entendido
como mercadoria.
Com efeito, ao contrário do que tem sido defendido por alguns Estados,
o STF na referida decisão, não se posicionou no sentido de que seria
possível a incidência do ICMS sobre toda e qualquer operação envolvendo
software padronizado.
572
licenciamento, sobre a qual nunca incide o ICMS; (ii) transferência de
propriedade de bem corpóreo, sobre a qual pode incidir o ICMS.
573
Irrelevância. O Tribunal não pode se furtar a abarcar situações novas, consequências
do mundo real, com base em premissas jurídicas que não são mais totalmente
corretas. O apego a tais diretrizes jurídicas acaba por enfraquecer o texto
constitucional, pois não permite que a abertura dos dispositivos da Constituição
possa se adaptar aos novos tempos, antes imprevisíveis.
4. CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto, é possível afirmar que há hoje uma inegável
guerra fiscal travada entre Estados e Municípios pela tributação das
operações com bens digitais, entre as quais se incluem as operações de
574
cloud computing, que, sem dúvidas, são representativas de capacidade
contributiva e que, por um ideal de justiça, deveriam ser, em tese,
tributadas.
575
configurarem prestação de serviço, seja por não configurarem operação de
circulação de mercadoria.
576
A Tributação pelo ISS e pelo ICMS das
Operações com Software
300 301
João Victor Guedes Santos e Camila Caçador Xavier
1. INTRODUÇÃO
577
verificar a eventual tributação estadual e municipal incidente sobre as
operações com software.
2. DEFINIÇÃO DE SOFTWARE
578
brasileiro no decorrer das últimas duas décadas. O pano de fundo para a
discussão em comento sempre foi a possibilidade de incidência do Imposto
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre operações
relativas a software e sua interrelação com a possível incidência do
Imposto sobre Serviços (ISS) nas mesmas transações.
579
Atualmente, porém, o STF vem se posicionando de maneira diversa
quanto ao tema.
580
Firmou-se, assim, novo entendimento no STF de que não mais se exige
o caráter corpóreo do bem para a ele ser passível a atribuição da natureza
de mercadoria, o que sobremaneira impacta a possível incidência do ICMS
sobre operações com software, conforme será discutido adiante.
581
substancialmente as características do software, dando origem a um novo
produto.
582
como do próprio negócio jurídico levado a efeito (cessão temporária ou
definitiva do direito), conforme detalhado doravante.
583
Da análise das normas acima resulta que, embora em uma primeira
análise determinada operação possa estar potencialmente sujeita tanto ao
ISS como ao ICMS, o ordenamento tributário expressamente veda que os
dois impostos incidam sobre o mesmo evento, de modo que poderá haver,
apenas, sobre determinada atividade, a incidência de um desses impostos,
se e quando for aplicável.
3.2. ISS
584
que seja possível a incidência do ISS, em observância ao seu conceito
constitucional e legal. Não é raro, neste sentido, que sejam discutidas
perante o Poder Judiciário exclusões da lista de serviços anexa à LC n.
116/2003, por determinada atividade arrolada não traduzir, genuinamente,
um serviço.
3.3. ICMS
585
Já no âmbito do ICMS, o questionamento que se deve ter em mente
para analisar a possível incidência do imposto sobre as operações
relacionadas com programas de computador é se, além de ser enquadrado
como padronizado e disponibilizado a consumidores sem distinções
relevantes de características, o software pode ser caracterizado como
mercadoria cuja propriedade está sendo transferida a outrem.
586
Outra premissa a ser avaliada nas operações com software para fins de
incidência do ICMS, após a caracterização de sua natureza como
mercadoria, é se ocorre a efetiva tradição do bem a terceiro, ou seja, a
transferência de sua titularidade. De fato, a operação mercantil de
circulação pressupõe que a titularidade da mercadoria seja alterada do
vendedor para o adquirente.
587
Portanto, para que o ICMS seja devido, é imprescindível que o
adquirente do software não tenha apenas o direito de uso do programa de
computador por determinado lapso temporal, mas a sua efetiva
propriedade, nos exatos termos do artigo 11 da Lei n. 9.609/98306, o que
implica, inclusive, a transmissão do código-fonte, possibilitando que o
adquirente manuseie o software da maneira que desejar. Portanto, ainda
que o software possa ser qualificado como mercadoria (software de
prateleira), não se pode olvidar a natureza jurídica da operação praticada.
588
Tendo em vista o aludido Convênio, e com evidente intenção de tributar
tais operações, o Governo paulista editou o Decreto n. 61.791/2016307,
alterando o Regulamento do ICMS de São Paulo para prever a redução da
base de cálculo nas operações com software padronizado, de modo que a
carga tributária resulte em percentual de 5%. Contudo, em face do disposto
no artigo 37 das Disposições Transitórias308, suspendeu-se, por prazo
indeterminado, a cobrança do ICMS sobre transferências de dados via
download ou streaming até que ficasse definido o local de ocorrência do
fato gerador e, como consequência, o estabelecimento responsável pelo
pagamento do imposto.
589
Portanto, por meio desse ato, foi definido o local do fato gerador do
imposto, conforme almejado pelo Estado de São Paulo, muito embora
julguemos que o Convênio n. 106/2017 não pode fazer as vezes de lei
complementar federal para determinação do local de ocorrência do fato
gerador do ICMS nos casos de operações com software adquirido por
transferências eletrônicas de dados, conforme será comentado adiante.
590
De fato, a prestação de serviços pode claramente ser identificada nos
casos em que há o fornecimento de um software sob encomenda, sempre
que o contratado desenvolver o programa de computador conforme a
solicitação e especificações do adquirente.
591
consolidados dos Tribunais Superiores e em prejuízo à segurança jurídica e
à confiança do contribuinte na Administração Tributária.
592
Com efeito, trata-se de tecnologia que está se popularizando atualmente
nas empresas brasileiras, cuja tributação ainda não está claramente
definida. Apesar de o nome indicar ser um “software como serviço”, o fato
é que, pela análise da natureza de alguns destes SaaS, não predomina
genuína prestação de serviços.
A Prefeitura de São Paulo alega que o Parecer foi emitido como forma
de “uniformizar a interpretação” acerca do enquadramento tributário dos
negócios jurídicos de licenciamento ou cessão de direito de uso de
programas de computação, por meio de suporte físico ou por transferência
eletrônica de dados, ou quando instalados em servidor externo. No entanto,
em cenário de conflito de competência tributária quanto às operações com
software, o que se vê é justamente o efeito contrário do suposto intuito de
uniformização preconizado pela Prefeitura, com a instauração de maior
insegurança aos contribuintes.
593
De acordo com a Decisão Normativa CAT n. 4/2017, podem ser
tributadas pelo ICMS as operações com software não personalizado, que
pode ter suas cópias distribuídas em larga escala por meio físico ou ser
negociado em meio digital, tanto por download como por streaming, que
se daria justamente com a utilização do software “na nuvem”310.
594
No entanto, por meio de tal ato, o CONFAZ, além de definir o local de
incidência do ICMS nas aludidas operações, também definiu os
contribuintes e responsáveis pelo recolhimento do imposto, o que não lhe
cabe, porquanto tais matérias devem ser disciplinadas, privativamente, por
lei complementar.
595
Nessa situação, o enquadramento dos softwares customizáveis como de
prateleira está em consonância com o anteriormente citado Convênio
ICMS n. 106/2017, que trouxe os procedimentos de cobrança do ICMS nas
operações com mercadorias digitais comercializadas por meio de
transferência eletrônica de dados, incluindo neste rol os softwares
padronizados, ainda que tenham sido ou possam ser adaptados.
5. CONCLUSÕES
596
A segurança jurídica e a confiança do contribuinte na Administração
Pública são lesadas nas operações com software. O que se vê é a
instauração de verdadeira guerra fiscal entre os entes públicos para tributar
as operações envolvendo as novas figuras do software, por meio da
expedição de atos normativos por vezes ilegais, ou mesmo
inconstitucionais, no intento de garantir a arrecadação dos impostos.
597
software, sob pena de aumento progressivo da já elevada judicialização do
tema.
598
O ISS e a exportação de serviços: conceito de
resultado e o princípio do destino nas
atividades voltadas à economia digital
311
Fernanda Ramos Pazello
599
475/2017 (PLS n. 475/2017), aprovado em 14 de dezembro de 2017 no
Senado Federal, que busca pôr fim a essa controvérsia propondo a
alteração do artigo 2º da LC n. 116/2003, conforme mostraremos a seguir.
600
compartilhem hardware; (ii) os serviços over the top (serviços OTT), que
são as atividades de transmissão de conteúdo audiovisual, mensagens e
voz por meio de plataformas IP314; (iii) as operações de marketing por meio
de websites ou inserção de propaganda on-line (denominada publicidade
on-line); (iv) os serviços de informática, que envolvem desenvolvimento
de sistemas, processamento de dados, programação, data center; (v) os
novos serviços de pagamento, em que empresas se colocam como
intermediárias do pagamento e apresentam vantagens como proteção à
fraude, maior velocidade nas transações; (vi) cessão e licença de uso de
software, dentre outros que já existem ou que ainda surgirão.
601
Assim, o fato gerador do ISS é a prestação de serviço entendida como
aquela atividade caracterizada como um esforço humano (obrigação de
fazer) empreendido por alguém (prestador do serviço) a outrem (tomador
do serviço), em decorrência da celebração de contrato que possua um
conteúdo econômico (preço do serviço). Já o critério temporal do ISS é o
momento da efetiva ocorrência da prestação do serviço, que se conclui
com a entrega do resultado do trabalho.
602
Filio-me à corrente que entende que se trata de uma norma
constitucional que autoriza a instituição de uma isenção heterônoma, pois
permite que a lei complementar exclua da incidência do ISS as operações
de exportação. Portanto referida norma depende de lei complementar
excluindo a incidência do ISS sobre as operações de exportação e
disciplinando suas condições. Sem a lei complementar, não há isenção do
imposto municipal317. Nesse sentido, confira-se o entendimento de Regina
Helena Costa, atual Ministra do Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
603
permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou
profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de
sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de
representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas
(...)”.
604
Em razão do princípio da territorialidade e da ausência de previsão
constitucional, a prestação de serviços integralmente no exterior a tomador
estrangeiro, cujo resultado lá se verifique, escapa à incidência do imposto
municipal, uma vez que o fato não ocorre nos limites territoriais do Brasil
(hipótese de não incidência tributária). Ressalte-se que nas hipóteses em
que o serviço apenas iniciou-se no exterior ou foi prestado no exterior, mas
o resultado (beneficiário direto) ocorreu no Brasil, há regra expressa da LC
n. 116/2003 determinando sua tributação pelo ISS320.
605
c) impediu a incidência das contribuições sociais e de intervenção do domínio
324
econômico sobre as receitas decorrentes de exportação .
606
[...] o incremento da exportação significa, antes de mais, a expansão e
aperfeiçoamento do parque industrial, o desenvolvimento tecnológico da produção;
o incremento da comercialização respectiva; em suma – o reforço de uma
potencialidade de riqueza, de qualidade de vida, necessários ao bem-estar nacional
326
[...] .
607
possamos prosseguir no nosso objetivo, faz-se necessário delimitar o
conceito de operação de exportação, mais especificamente, de exportação
de serviço.
608
incluídos os produtos das indústrias, dos estabelecimentos comerciais, dos
serviços, das artes ou matérias-primas nacionais. As partes envolvidas nas
operações de exportação são: (i) no caso de produtos, o exportador
brasileiro e o importador estrangeiro; e (ii) no caso de serviços, o prestador
brasileiro e o tomador estrangeiro.
609
Assim, (i) no caso de serviço de meio, os esforços empreendidos pelo
prestador brasileiro no Brasil devem visar ao benefício direto do tomador
estrangeiro, ainda que o resultado obtido não lhe seja favorável; e (ii) no
caso de serviço de resultado, o fim alcançado deve beneficiar diretamente
o tomador estrangeiro. Nesses casos, teremos uma exportação de serviço.
610
A norma de isenção do ISS para a exportação de serviços, prevista na
LC n. 116/2003, cria um benefício à exportação de serviços e, ao mesmo
tempo, esclarece que o serviço não se considera exportado se o resultado
aqui se verificar.
i) companhia aérea com sede na Alemanha, com rotas aéreas que transitam pelo
Brasil, sofre danificações em território nacional. Contrata serviços de
técnicos brasileiros para conserto do equipamento. O resultado imediato é o
conserto do equipamento para seguimento das atividades normais da
empresa. Ou seja, o resultado imediato do reparo da aeronave terá como
beneficiário a empresa alemã, produzindo seus efeitos na Alemanha.
Portanto, trata-se de uma exportação de serviços; e
ii) investidor residente nos Estados Unidos contrata uma empresa que
desempenha trabalhos para análise econômico-financeira do País. Com base
no relatório produzido por empresa brasileira, o investidor-contratante
resolve investir no Brasil ou não. Na hipótese, o resultado do serviço verifica-
se nos Estados Unidos, onde se encontra o verdadeiro beneficiário. O que
importa para definir se o serviço foi exportado ou não é o resultado imediato
do serviço, ou seja, quem se beneficiou do serviço. Não importa o resultado
mediato (decisão de investir no Brasil ou não).
611
O que se verifica é que há dois elementos vitais para a caracterização do
“resultado”: o beneficiário efetivo do serviço (que deve estar fixado no
exterior) e a delimitação dos efeitos imediatos (diretos) da prestação do
serviço, descartando os efeitos secundários. O beneficiário efetivo
(tomador do serviço) deve residir no exterior e existir como fonte
produtora no exterior para que haja exportação de serviço.
612
Enquanto Gabriel Troianelle e Juliana Gueiros entendem que o
resultado identifica-se com a ideia de beneficiário efetivo do efeito
imediato, Marcelo Roncaglia considera que o resultado identifica-se com a
ideia de onde se dá a fruição da utilidade.
613
esclarecimento previsto no parágrafo único do artigo 2º da LC n.
116/2003.
614
I – As exportações de serviços para o exterior do País, quando os benefícios do
serviço se verificam em território estrangeiro e há ingresso de divisas no país.
Parágrafo único. Para fins do disposto no inciso I, o local onde os benefícios do
serviço são verificados independe do local onde o serviço é realizado. [...]
5. ANÁLISE CRÍTICA
615
oportunidades, uma em 2006 e agora, mais recentemente, em 2016.
616
qualifica-se como exportação de serviço para fins de aplicação da norma
de isenção do ISS prevista na LC n. 116/2003.
617
exportação de serviço, independentemente da confirmação de que o
produto do serviço foi executado no exterior ou no Brasil. Ora, o fato de o
produto do serviço não ser executado no exterior não retira a confirmação
de que o serviço foi prestado por brasileiro em prol de empresa
estrangeira. Portanto, se o benefício deu-se a beneficiário estrangeiro,
significa que houve exportação de serviço.
618
congêneres, se houver investimento ou aquisição no mercado nacional
619
aplicado pelos acórdãos do CMT deve ser afastado por contrariar a CF/88
e a LC n. 116/2003, inovando no ordenamento jurídico e, mais ainda,
impondo condições ilegais para definir o que seria uma exportação de
serviço.
620
resultado do serviço ocorre no local em que se encontra a pessoa ou bem
sobre o qual recai a ação do prestador, ou seja, onde se concretiza o
produto ou a utilidade gerada, independentemente de o beneficiário ou a
fruição ocorrer fora do Brasil. Ou seja, a divergência existe justamente na
concepção que se faz de resultado do serviço.
621
exercidas de forma descentralizada, sendo que as atividades centrais são
exercidas em dada localidade, e a execução ocorre em ambiente diverso.
622
digital é uma exportação ou não, haja vista a dificuldade de identificar: (a)
o prestador do serviço e o tomador do serviço; (b) se o serviço está sendo
prestado em território brasileiro, pois se estiver sendo prestado no exterior,
estaremos diante de uma situação de não incidência do ISS em razão do
princípio da extraterritorialidade; e (c) quem é o beneficiário do serviço
prestado.
623
se entenda o modelo de negócio, mas são irrelevantes quando se foca no
beneficiário do serviço prestado (em vez de olharmos o modus operandi).
7. NOSSA CONCLUSÃO
624
beneficiário da utilidade obtida pelo esforço humano empreendido, pois
somente assim estaremos assegurando a não exportação de tributos
(finalidade constitucional) e a observância do critério material e espacial
do tributo.
625
2ª hipótese: se o serviço desenvolver-se no Brasil por prestador
brasileiro, e o benefício for auferido pelo tomador estrangeiro, configura-
se exportação de serviço, e aplica-se a norma de isenção do artigo 2º da LC
n. 116/2003;
626
Jogando com o conceito de valor aduaneiro:
um estudo sobre a valoração aduaneira na
importação de jogos eletrônicos
341 342
Carlos Eduardo de Arruda Navarro e João Vitor Kanufre Xavier da Silveira
1. INTRODUÇÃO
627
se o valor pago pelos games deve ser incluído no valor de transação dos
suportes físicos importados, sejam eles CDs, cartuchos, DVDs, blue-rays
etc.
Art. 81. O valor aduaneiro de suporte físico que contenha dados ou instruções
para equipamento de processamento de dados será determinado considerando
unicamente o custo ou valor do suporte propriamente dito (Acordo de Valoração
Aduaneira, Artigo 18, parágrafo 1, aprovado pelo Decreto Legislativo n. 3٠, de
1994, e promulgado pelo Decreto n. 1.355, de 1994; e Decisão 4.1 do Comitê de
Valoração Aduaneira, aprovada em 12 de maio de 1995).
Nesse contexto, portanto, essa dualidade foi tida como relevante para a
definição das bases de cálculo dos tributos incidentes sobre a importação
de bens no Brasil, tais como o Imposto de Importação, o IPI, a
Contribuição ao PIS e a Cofins.
628
Nos subtópicos subsequentes abordaremos as normas que tratam do
tema, assim como as posições (divergentes, diga-se) do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região (TRF3).
629
Essa orientação tem lugar no fato de que, embora o importador esteja
interessado especialmente (para não dizer exclusivamente) nos dados e
instruções gravados (software), a tributação aduaneira tem por interesse o
meio físico, que é o objeto essencial da própria importação347.
630
E não se diga aqui que, a despeito do reconhecimento de que software e
meio físico não se confundem, o valor do software poderia ser incluído no
conceito de valor aduaneiro, tal como ocorre com o frete internacional, os
juros (na venda financiada), o seguro internacional ou os serviços de
instalação e montagem realizados no país de importação, pois, em todos
estes casos, eventual inclusão de tais cobranças no valor aduaneiro da
mercadoria importada segue a lógica de que o principal (mercadoria) atrai
o acessório (frete, seguro etc.). Contudo, no caso do software, este é o
principal, não fazendo sentido alegar que o valor do principal deve seguir
o acessório (suporte físico).
631
artigo 81 do Decreto n. 4.543, de 26 de dezembro de 2002, e, atualmente, no artigo
350
81 do RA/2009 (...) .
632
Em pesquisas realizadas junto ao sítio do CARF na internet351,
verificamos que o tribunal administrativo apenas se debruçou sobre o tema
de importação dos jogos eletrônicos uma única oportunidade, motivado
por recurso de ofício contra decisão de 1ª instância administrativa que
cancelava autuação fiscal lavrada.
633
poderiam ser equiparados a software ou programa de computador
porque354:
634
Vale destacar que, com o encerramento do caso no CARF, a questão foi
judicializada pelo contribuinte, tendo sido concedida tutela de urgência
para suspender a exigibilidade do crédito tributário. Os argumentos
utilizados neste caso serão abordados no tópico seguinte.
635
porque, segundo o entendimento do Tribunal Federal, existiriam
programas de computador que visariam entreter, sem que, com isso,
perdessem a natureza de software364.
636
Muito embora sejamos da opinião de que o problema de valoração
aduaneira poderia ser resolvido da maneira mais simples, sem tamanho
esforço, não seria razoável simplesmente ignorar a dualidade existente.
Pelo contrário, em respeito ao CARF e ao TRF3, tomamos tal dualidade
como ponto de partida, conforme se verá adiante.
637
Nessa toada, o próprio edital, em seu subitem 1.5, letra “a”, define jogo
eletrônico como “conteúdo audiovisual interativo cujas imagens são
alteradas em tempo real a partir de ações do(s) jogador(es)”371.
Em função disso, parece-nos que uma boa parte dos órgãos do Governo
Federal classifica os jogos eletrônicos como obras audiovisuais, em linha
com o artigo 2º, inciso II, da Lei Federal n. 12.485/2011. E, bem assim,
desloca a competência de regular e fomentar a atividade ligada aos games
à ANCINE que, grosso modo, regula as atividades cinematográficas e
videofonográficas.
638
Outra premissa adotada pela ANCINE, relativamente ao ICMS, foi o
Convênio ICMS n. 181, de 28 de dezembro de 2015375, celebrado pelo
Conselho de Política Fazendária (CONFAZ), que autorizou os Estados a
reduzir a carga tributária sobre os jogos eletrônicos para o mínimo de 5%
(cinco por cento) do valor da operação, independentemente de por qual
meio o programa é comercializado.
639
O artigo 1º, caput, da Lei Federal n. 9.609/98, define programa de
computador como a:
640
Não há dúvida de que esta mercadoria deve ser tida como espécie de programa
de computador, pois são jogos virtuais de entretenimento, produzidos
eletronicamente e reproduzidos por meio de um computador pessoal, em geral por
console específico de videogame.
Tais jogos e qualquer outro programa de computador se enquadram
perfeitamente ao conceito de programa de computador mencionado no art 1º da Lei
381
9.609/1998 (...) .
641
Wachowicz situa os games como bens informáticos, provenientes das
chamadas “Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)”, estando
eles condicionados ao sistema informático, onde ele é nascido, elaborado e
emergido384.
642
mais pragmática sobre o assunto389.
Jogos eletrônicos são protegidos tanto como obras audiovisuais como programas
de computador. Além disso, permitem proteções particulares de criações ligadas à
obra, como a trilha sonora, protegida enquanto composição musical, o roteiro e os
personagens, enquanto obra literária, os desenhos e o design do jogo, e assim por
diante. Tal como na obra cinematográfica há vários elementos sendo protegidos
individualmente e que não parecem atribuir maiores complicações. A grande
394
questão permanece na autoria da obra de jogo eletrônico em sua totalidade .
643
Nada obstante, Wachowicz assevera que os jogos eletrônicos não são
obras audiovisuais, embora tenham aspectos semelhantes, não podem ser
confundidos, nem em sua forma de criação, desenvolvimento e suas
ferramentas tecnológicas, nem em sua tutela jurídica de propriedade
intelectual. Veja-se:
Daí a ideia de que não há uma posição peremptória sobre a natureza dos
jogos eletrônicos. Isso porque a natureza híbrida e ambivalente dos games
parece reforçar a ideia de uma classificação distributiva. Inclusive, em
termos de propriedade intelectual, a partir da leitura da discussão
doutrinária, os jogos eletrônicos teriam aspectos audiovisuais, literários e
de software a serem considerados.
Ignorar esses aspectos não nos parece adequado para nos posicionarmos
com olhar crítico sobre o tema. Assim, para fins de propriedade intelectual,
situá-los em um campo misto poderia ser uma boa escolha (embora não
seja a nossa pretensão opinar sobre esse assunto).
644
Em resumo, portanto, temos o entendimento de que os jogos eletrônicos
possuem características de software e de obras audiovisuais, sendo
impossível classificá-los exclusivamente como um ou outro.
645
Isso porque, em nossa opinião, pouco importa se os jogos eletrônicos
são ou não “predominantemente” um software. O que deveria importar
para a resolução do caso é se os jogos eletrônicos estão ou não incluídos
no parágrafo 3º do artigo 81, pois, se não estiverem, naturalmente estarão
abarcados no caput, independentemente de sua natureza jurídica (se
software etc.).
646
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
647
decisão final, mas errou nas razões de decidir, pois limitou a natureza
jurídica dos jogos eletrônicos ao software.
648
Aspectos tributários do download de
software: equívocos comuns e implicações
decorrentes da edição do Convênio CONFAZ
n. 181/2015
396 397
Matheus Augusto Ferraz Rector e Raphael de Campos Martins
649
como superar o fato de que não dispõem de um corpus? Se obras
intelectuais, como defender que sejam passíveis de venda?
650
expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou
codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário
em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos
ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los
funcionar de modo e para fins determinados.
Por mais etérea que tal ideia pareça, sua compreensão é de fundamental
relevância para as breves discussões que pretendemos propor neste tópico,
isto é, concluirmos se o software corresponde a uma mercadoria e se, de
fato, existem diversas espécies de software como se assentou na doutrina e
no Judiciário.
651
A doutrina clássica define mercadoria como bem móvel, corpóreo,
sujeito à mercancia. A natureza mercantil de um bem não deflui, como
bem assevera Paulo de Barros Carvalho399, de suas propriedades
intrínsecas, mas de sua destinação específica. Nesse sentido, podemos
atribuir a um software colocado à “venda” em uma loja de departamentos a
natureza de mercadoria?
652
de cessão ou licenciamento de uso e não de compra e venda, quando
livremente poderia tê-lo feito.
AS ESPÉCIES DE SOFTWARE
653
É conhecida a distinção do software em espécies, para fins de
incidência do ICMS e do ISS, feita pela doutrina. Embora não seja objeto
de maior estudo neste trabalho, o tema não pode ser ignorado.
654
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: II –
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior.
655
Também não assiste melhor sorte ao argumento de que, em razão de o
artigo 4º409 da Lei do Software conferir ao contratante os direitos relativos
ao programa de computador desenvolvido pelo contratado, estaríamos
diante de prestação de serviços pura. Ora, é inconcebível se falar em
licenciamento a si mesmo (autolicenciamento) do software desenvolvido.
Entendemos, ao contrário, que aquilo que a lei pretende prestigiar é a
relação comercial entre contratante e contratado após o nascimento do
direito do autor, jamais impedir sua própria existência.
656
detalhada neste trabalho, estudar a incidência do ICMS sobre sua aquisição
por meio digital, o download.
Por mais absurda que pareça a conclusão acima, fato é que a tecnologia
ainda não avançou ao ponto de dispensar o suporte físico para o transporte
e utilização do software, de forma que, ao abrigo da definição legal,
podemos admitir que o programa de computador continuará existindo por
tempo indeterminado.
657
Por certo, o que inexiste no download é algo tão perceptível quanto um
CD-ROM, o que não basta para se concluir que o software, o conjunto
organizado de instruções dadas à máquina, não está inserido, gravado em
algo. Ao contrário, o que existe entre o computador do usuário final e o
servidor no qual está gravado originalmente o software é uma incontável
quantidade de suportes físicos espalhados pelo planeta formando aquilo
que se convencionou chamar web.
658
Se as operações envolvendo a exploração econômica de programa de
computador são realizadas mediante a outorga de contratos de cessão ou licença de
uso de determinado “software” fornecido pelo autor ou detentor dos direitos sobre o
mesmo, com fim específico e para atender a determinada necessidade do usuário,
tem-se caracterizado o fenômeno tributário denominado prestação de serviços,
portanto, sujeito ao pagamento do ISS (item 24, da lista de serviços, anexo ao DL
406/68).
Se, porém, tais programas de computação são feitos em larga escala e de
maneira uniforme, isto é, não se destinando ao atendimento de determinadas
necessidades do usuário a que para tanto foram criados, sendo colocados no
mercado para aquisição por qualquer um do povo, passam a ser considerados
mercadorias que circulam, gerando vários tipos de negócio jurídico (compra e
venda, troca, cessão, empréstimo, locação, etc.), sujeitando-se, portanto, ao ICMS.
Definido no acórdão de segundo grau que os programas de computação
explorados pelas empresas recorrentes são uniformes, a exemplo do “Word 6,
Windows”, etc., e colocados à disposição do mercado, pelo que podem ser
adquiridos por qualquer pessoa, não é possível, em sede de mandado de segurança,
a rediscussão dessa temática, por ter sido ela assentada com base no exame das
provas discutidas nos autos.
Recurso Especial improvido. Confirmação do acórdão hostilizado para
reconhecer, no caso, a legitimidade da cobrança do ICMS.
(...) II. RE: questão constitucional: âmbito de incidência possível dos impostos
previstos na Constituição: ICMS e mercadoria. Sendo a mercadoria o objeto
material da norma de competência dos Estados para tributar-lhe a circulação, a
controvérsia sobre se determinado bem constitui mercadoria é questão
constitucional em que se pode fundar o recurso extraordinário. III. Programa de
computador (“software”): tratamento tributário: distinção necessária. Não tendo por
objeto uma mercadoria, mas um bem incorpóreo, sobre as operações de
659
“licenciamento ou cessão do direito de uso de programas de computador” – matéria
exclusiva da lide –, efetivamente não podem os Estados instituir ICMS: dessa
impossibilidade, entretanto, não resulta que, de logo, se esteja também a subtrair do
campo constitucional de incidência do ICMS a circulação de cópias ou exemplares
dos programas de computador produzidos em série e comercializados no varejo –
como a do chamado “software de prateleira” (“off the shelf”) – os quais,
materializando o “corpus mechanicum” da criação intelectual do programa,
constituem mercadorias postas no comércio.
660
(...) § 1º O imposto incide também:
(...) VI – sobre as operações com programa de computador – software –, ainda
que realizadas por transferência eletrônica de dados.
(...)
Art. 6º A base de cálculo do imposto é: (...)
§ 6º Integra a base de cálculo do ICMS, nas operações realizadas com programa
de computador – software – qualquer outra parcela debitada ao destinatário,
inclusive o suporte informático, independentemente de sua denominação.
661
A leitura dos votos proferidos no julgamento da ADI n.1.945/MT
denota que os Ministros, não obstante lapso temporal superior a 10 anos
entre a propositura da ação e o julgamento da sua liminar no já distante
ano de 2010, se limitaram a uma análise superficial do tema sob o
argumento de que apreciavam apenas a medida acautelatória.
414
Deferiu a
Ministro Argumento
liminar?19
Celso de
Adotou as razões do Min. Lewandowski. Sim
Mello
Gilmar
Razões de conveniência política. Não
Mendes
662
Eros Grau Adotou as razões do Min. Dias Toffoli. Não
663
o aproveitamento da carga reduzida, que possui caráter opcional, o
Convênio ICMS n. 181/2015 determinou o não aproveitamento, pelo
contribuinte optante, de créditos ou incentivos fiscais vinculados às
operações beneficiadas. Confira-se a sua redação:
664
tais débitos lançados ou não e incluindo eventuais cobranças de multas e
juros.
665
estabelecido o “adquirente” do software. Assim, a despeito da necessidade
de lei complementar para dirimir conflitos de competência e definir fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes responsáveis pelo pagamento
do ICMS, foi aberto o caminho que alguns Estados aguardavam para dar
início à cobrança do imposto estadual.
666
O Estado do Rio Grande do Sul, em um movimento idêntico, adotou a
redução da base de cálculo autorizada pelo Convênio ICMS n. 181/2015,
estabelecendo a suspensão da exigibilidade do tributo na forma prevista
pelo Estado de São Paulo418.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
667
e pela carência de pronunciamentos jurisdicionais que efetivamente
busquem endereçar a questão de forma definitiva.
668
Aspectos da tributação sobre o consumo no
cloud computing
419 420
Sérgio Papini de Mendonça Uchôa Filho e Iris Cintra Basilio
INTRODUÇÃO
1. CLOUD COMPUTING
669
O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, do Departamento de
Comércio dos Estados Unidos (NIST), define cloud computing como
sendo um modelo de acesso a uma rede compartilhada de recursos de
computação configuráveis (redes, servidores, armazenamento, aplicativos
e serviços, por exemplo) que podem ser rapidamente disponibilizados ao
usuário com o mínimo esforço de gerenciamento ou interação do provedor
de serviços421-422.
(...) toda tecnologia que permite a realização de uma atividade (i) sob demanda e
por autosserviço; (ii) com disponibilidade de recursos computacionais “infinitos”;
(iii) elasticidade e adaptabilidade rápidas dos serviços; (iv) eliminação do
compromisso de grandes investimentos em tecnologia iniciais (acesso barato e
racional aos recursos da tecnologia da informação); (v) possibilidade de pagamento
a curto prazo ou somente na proporção que o serviço for utilizado; (vi) acesso ao
serviço via internet por meio de múltiplos dispositivos eletrônicos (computador,
smartphone, tablet); (vii) agrupamento de recursos na mesma plataforma; e (viii)
serviços medidos e adaptados usuário a usuário.
670
necessidade, tais como o armazenamento de rede, sem que se exija
interação humana com cada provedor de serviços. O amplo acesso à rede
garante que ferramentas e recursos sejam disponibilizados e acessados por
meio de mecanismos padronizados que viabilizam o uso de plataformas
heterogêneas de clientes426.
671
O SaaS é mais que uma disponibilização pura e simples de software.
Envolve: (i) localização do software que se mantém do lado do provedor
de SaaS (pois seus aplicativos são instalados no local desse provedor); (ii)
ao lado desse provedor ficam também todos as atividades de “sobrecarga”,
que antes ficavam sob responsabilidade do departamento de TI da empresa
cliente do SaaS; (iii) manutenção dos aplicativos em funcionamento, dia
após dia; (iv) teste e instalação de patches (programa de computador
criado para atualizar ou corrigir um software); (v) gerenciamento de
atualizações; (vi) monitoramento de desempenho; (vii) diagnóstico de
falhas; (viii) resolução de problemas de TI relativos à segurança, à
confiabilidade, ao desempenho e à disponibilidade430.
672
O terceiro modelo (IaaS) fornece ao usuário processamento,
armazenamento, rede e outros recursos computacionais fundamentais,
conferindo-lhe a possibilidade de implementar e executar software de sua
livre escolha, incluindo sistemas operacionais e aplicativos.
Isso significa que bens que antes eram tributados (filmes e músicas em
DVD, por exemplo), agora se transformaram em produtos, a princípio, não
sujeitos à tributação (streaming), o que está corroendo a base tributável
dos Estados e tem sido motivo de preocupação.
673
eventos como novas regras de tributos sobre transações em nuvem ou a
integração da tecnologia da nuvem em operações comerciais433.
674
inconsistente) a tributação sobre o consumo em seus territórios, para
incluir as atividades desenvolvidas no ambiente de computação em nuvem.
A indústria da nuvem tem sido cada vez mais alvo de governos e das
autoridades tributárias, que questionam se as empresas de tecnologia estão
pagando tributos suficientes441-442. Compreender se a lei está sendo
observada e munir-se de documentação suficiente é, pois, de suma
importância atualmente.
Nos Estados Unidos, sales and use taxes são tributos sobre o consumo
que, historicamente, incidem sobre as transações nas quais um comprador
675
e um vendedor trocam bens pessoais tangíveis. Ao longo do tempo, vários
Estados ampliaram suas bases tributárias para que serviços
especificamente enumerados também ficassem sujeitos a tal imposto443. No
entanto não há um padrão de tributação das transações realizadas no
ambiente da computação em nuvem, nos Estados Unidos.
676
de recuperação de arquivos451, os quais sequer estão expressamente
previstos na referida lei. Tal entendimento pode servir para tributar um dos
principais modelos de serviço oferecidos pela computação em nuvem,
como o SaaS.
677
de fornecedores, dos mais tradicionais aos que possuem negócios na
internet, possam facilmente recolher seus tributos sobre o consumo455.
678
Dentro desse contexto, Cannas salienta que como a maioria dos casos
de cloud computing não envolve bens tangíveis, eles não podem se
qualificar como entrega de bens, quando prestação de serviços se qualifica
como qualquer operação ou utilidade econômica que não constitua entrega
de bens459, não deixando tantas dúvidas sobre a qualificação daqueles casos
como prestação de serviços.
679
empresariais (ERPs) para se prepararem para essa nova realidade nos 28
Estados-membros da União Europeia464.
680
116/2003. O item 1.05 (licenciamento ou cessão de direito de uso de
programas de computação) seria, portanto, uma alternativa para impedir
que o serviço de computação em nuvem não fosse tributado. Não obstante,
para os autores, a licença de uso prevista no item 1.05 abrange apenas
software de encomenda ou personalizados, e não software de prateleira.
681
dados e congêneres) e 1.07 (suporte técnico em informática, inclusive
instalação, configuração e manutenção de programas de computação e
bancos de dados), sujeitas às alíquotas de 5% e 3%, respectivamente.
Disso decorre que os contribuintes envolvidos com operações de SaaS, por
exemplo, que estiverem recolhendo o ISS à alíquota de 2%, considerando
o contrato como tendo um único objeto (licenciamento de software),
estarão vulneráveis à autuação fiscal, com base no desmembramento do
negócio473.
682
regra geral, abrange muito mais do que o direito de uso de programa de
computador em nuvem, incluindo uma variedade de prestação de serviços,
a depender da modalidade SaaS, IaaS e PaaS, sendo, portanto, tributável
pelo ISS.
683
utilidades econômicas que consistem em prestações de serviços eletrônicos
ou digitais em ambientes virtuais477.
684
a perpetuidade ou provisoriedade da licença cedida? (v) E a transferência
de código-fonte? Seria possível falar em circulação jurídica (para fins de
ICMS) nas licenças vendidas com transferência de tecnologia? São
questionamentos que deverão ser enfrentados pelos tribunais.
685
Na medida em que a competência dos Municípios para cobrar o ISS vai
se desenhando mais claramente, assumida a hipótese de que a tributação
deve se dar nos níveis municipais, seja nos termos do item 1.03 ou 1.05 da
Lista Anexa à LC n. 116/2003 ou de nova hipótese a ser aprovada nos
termos do PL n. 171/2012, como definir qual Município seria competente
para tributar? Ora, com a incidência do ISS, é fundamental analisar a
delimitação da competência dos Municípios. Sobre esse tema, são duas as
situações que merecem ser enfrentadas.
686
fonte dos valores pagos ao prestador de serviço localizado no exterior.
Com efeito, para verificar o local onde o ISS deve ser cobrado, é
importante registrar a oscilação jurisprudencial dos Tribunais Superiores,
em especial do STJ. Cabe então fazer um breve resumo histórico sobre a
sujeição ativa do ISS482:
687
iv) A jurisprudência da 1ª Seção acabou por se firmar no sentido de que o
Município competente seria aquele em que localizado o estabelecimento
prestador, inverso ao que adotara anteriormente.
v) Posteriormente, em 2012, o STJ apontou que, quando da existência de
unidades profissionais em mais de um Município, todas participativas de
atividades que concorram para a prestação do serviço, deve-se atribuir tal
competência ao Município em que localizado o estabelecimento que exerça a
atividade que configure “o núcleo” da operação tributada, fato gerador do
imposto. Isso porque a 1ª Seção do STJ (Resp 1.060.210/SC, de 28 de
novembro de 2012) adotou entendimento no sentido de que seria competente
o Município onde “se comprove haver unidade econômica ou profissional da
instituição financeira com poderes decisórios suficientes à concessão e
aprovação do financiamento – núcleo da operação de leasing e fato gerador
do tributo”.
vi) O STF não reconheceu repercussão geral sobre o tema (Repercussão Geral
no Agravo de Instrumento 790.283, de 13 de agosto de 2010).
688
profissional da empresa com poderes decisórios suficientes à contratação
das operações (núcleo da operação de cloud computing e fato gerador do
tributo); (ii) quando o serviço é prestado por quem não utiliza de
estabelecimento para realizar a atividade, como muitos profissionais
autônomos, hipótese em que o imposto é devido no local do domicílio do
prestador (LC n. 116/2003, art. 3º); (iii) e a última quando a hipótese se
encaixar nos 25 incisos (atualizados após a LC n. 157/2016) do art. 3º da
LC n. 116/2003, situação em que o imposto é devido no local onde o
serviço for efetivamente prestado.
À luz do que foi exposto acima (vide, por exemplo, art. 58 da Diretiva
2008/8/EC), a tributação brasileira no local do estabelecimento dos
prestadores de serviços digitais (inclusive as de cloud computing, se aceita
a competência municipal para tributar o ISS) caminha na contramão da
tendência mundial de tributar o consumo onde ele de fato ocorre. Isso
porque a legislação prejudica a receita dos Municípios menores, que
deixam de tributar os serviços virtuais prestados em seus territórios. Sem
falar que é possível ao contribuinte instalar os servidores em Municípios
com baixa tributação, causando uma corrida ao fundo do poço (race to the
bottom), gerando prejuízo para todos os entes municipais484.
689
improbidade administrativa do gestor que descumprir tais restrições. O
tempo dirá se os mecanismos de combate à evasão serão eficazes ou não.
CONCLUSÕES
690
inconsistente) a tributação sobre o consumo em seus territórios, para
incluir as atividades desenvolvidas no ambiente de computação em nuvem
fazem com que os Estados se afastem de premissas tributárias
fundamentais. Um Acordo de Tributação (SSUTA), no entanto, está em
votação no Congresso e visa uniformizar a legislação entre os diversos
Estados americanos.
691
licenciamento de uso em regra não há circulação jurídica, o que afastaria a
tributação de ICMS, gerando potencial tratamento anti-isonômico entre
venda de software de prateleira por meio físico, download de software não
customizado ou acesso a software não customizado por meio de nuvem
(todos com as mesmas funções). Há ainda certa insegurança sobre o
espectro de aplicação da Súmula Vinculante 31. Não obstante, o fato é que
na LC n. 116/2003 há a previsão do item 1.05, com constitucionalidade
presumida. Vale mencionar que há um projeto de Lei Complementar que
visa inserir novo serviço à LC n. 116/2003, prevendo expressamente a
tributação dos serviços de computação em nuvem.
692
Seção C
Tributação de produtos ou negócios selecionados
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
693
Deveras, a inserção de publicidade na internet não constitui serviço de
comunicação tributável pelo ICMS, por não reunir os requisitos
necessários à sua configuração, mormente porque o prestador do serviço
de comunicação deve possuir infraestrutura própria e suficiente para a
realização da comunicação, além da capacidade de intermediar a
mensagem com o objetivo de alcançar o alvo receptor determinado.
694
Uma vez que as empresas de telecomunicações já são tributadas pelo
ICMS, haveria, pois, dupla exigência de imposto sobre o mesmo fato, ao
cobrá-lo da atividade de inserção de material publicitário em páginas
eletrônicas ou aplicativos, como se esclarece facilmente.
695
vi) pelo fato de os usuários acessarem os sites do provedor de modo gratuito,
não há que se falar em incidência do ICMS, nos termos do art. 155, § 2º, X,
“d”, da CF/88, incluído pela Emenda Constitucional n. 42/2003, que dispõe
sobre a não incidência do ICMS: “nas prestações de serviço de comunicação
nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção
livre e gratuita”.
696
informação, decorrente de características particulares de transdução, de
transmissão, de apresentação da informação ou de combinação destas,
considerando-se formas de telecomunicação, entre outras, a telefonia, a
telegrafia, a comunicação de dados e a transmissão de imagens”.
O artigo 146, da nossa LGT, deixa claro que “as redes serão
organizadas como vias integradas de livre circulação”, enquanto meios
predispostos para a veiculação de mensagens. Por isso, veio definida, no
parágrafo único, a “interconexão” como a “ligação entre redes de
697
telecomunicações funcionalmente compatíveis, de modo que os usuários
de serviços de uma das redes possam comunicar-se com usuários de
serviços de outra ou acessar serviços nela disponíveis”. Em virtude de
todas essas determinações, a LGT, no seu artigo 152, dispõe como
obrigações das prestadoras de serviços titulares das redes: garantir um
provimento da interconexão não discriminatório (i), sob condições técnicas
adequadas (ii), garantindo preços isonômicos e justos (iii), atendendo ao
estritamente necessário à prestação do serviço. Esse é o conteúdo dos
deveres subjetivos da titular da rede na relação jurídica de interconexão,
em face dos direitos subjetivos da tomadora de serviços de interconexão,
decorrente da função social da propriedade de rede pública de telefonia.
698
Para realizar as atividades de acesso, o provedor contrata com
operadora de telecomunicações a disponibilidade de terminais
(unidirecionais – só para receber chamadas) suficientes para permitir as
conexões necessárias, que, portanto, lhes prestam serviços de
telecomunicações e aqueles pagam às prestadoras pelo uso desse serviço,
sem qualquer diferença com que fazem os usuários em relação às linhas
que possui.
699
observância e controle das atividades realizadas pelos usuários (acceptable
use policies).
700
veiculadas pela internet, especialmente aquelas patrocinadas por meio de
atribuição de protocolos TCP, para organização de conteúdos e endereços
IP que permitem identificar os computadores interligados na rede. E aqui,
sem qualquer dúvida, é onde poderemos verificar com maior clareza o que
seja a internet, tanto no seu aspecto institucional quanto no seu âmbito
funcional, sem confundi-la com serviços de telecomunicações ou com
provedores de acesso e de conteúdos.
701
acrescenta a uma rede preexistente de um serviço de telecomunicações,
meios ou recursos que criam novas utilidades específicas, ou novas
atividades produtivas, relacionadas com o acesso, armazenamento,
movimentação e recuperação de informações”.
702
A resposta é desenganadamente negativa.
703
Geralmente o provedor oferece diversos serviços para os usuários,
mediante o pagamento de assinatura. Esses serviços restam passíveis da
incidência dos tributos de estilo. Nessas relações jurídicas, os assinantes
pagam por serviços específicos que são prestados pelo provedor. São
obrigações típicas de dar, contratos de prestação de serviços bem
delineados nos arts. 593 e s. do Código Civil.
704
O contrato de divulgação de publicidade, como regra, equivale a um
contrato de cessão de uso do espaço virtual, ou de locação desse espaço496.
A obrigação imposta ao provedor não é obrigação de fazer, mas sim
obrigação de dar, de ceder o seu espaço virtual para o anunciante.
705
é de um determinado gosto ou comportamento, o fim da publicidade, pelo
qual a oferta é mais provável em uma página que em outra.
706
terceiros os meios e modos para que troquem mensagens, seja porque o destinatário
498
não é identificado, seja, ainda, porque não interage com o emissor .
707
Como se indicou no caso, já não se verifica a concretização da
atividade-fim de comunicação, em sentido próprio, entre os interlocutores,
a partir das atividades-meio (material publicitário inserto na internet)
colocadas à disposição dos usuários pelo prestador de serviço – o
provedor.
708
Mas, ainda que assim não fosse, haveria razão adicional para se afastar
a incidência de ICMS na espécie. É que, de modo decisivo, somente
coincidirão com o campo de incidência do ICMS aqueles serviços que se
prestem à efetiva concretização de um ato de comunicação entre os
utentes, a partir de alguma “prestação onerosa de serviços”501.
709
publicidades503. Pudera: já que não raro o usuário das páginas gostaria de
livrar-se delas.
710
contratada. Além de tal circunstância não ter sido contestada nem pelo impetrado
nem pela Fazenda do Estado, ela pode ser comprovada pelo simples acesso aos
sítios eletrônicos mencionados nos documentos trazidos com a inicial (cópias de
pedidos de inserção de publicidade).
Essa a razão pela qual o imposto não pode ser exigido em tais operações, uma
vez que a Emenda Constitucional n. 42/2003, de 19 de dezembro de 2003,
acrescentou ao artigo 155, § 2º, inciso X, da Constituição, a alínea “d”, que exclui a
incidência do imposto “nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades
de radiofusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita”. A esse
respeito, vale anotar que, ainda que o provimento do acesso à Internet seja oneroso
para o usuário, isso não desfigura o caráter “livre e gratuito” do acesso aos sites que
506
veiculam a publicidade, serviço de comunicação distinto daquele .
Esta decisão foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça, bem como
pelo Supremo Tribunal Federal, no RE 595.476/SP, Rel. Min. Carmem
Lucia, que negou seguimento ao recurso extraordinário da Fazenda
Estadual.
711
comunicação, ainda que as prestações se iniciem no exterior. Neste, os
serviços de telecomunicações somente coincidirão com seu campo de
incidência quando se prestem à efetiva concretização de um ato de
comunicação entre os utentes, a partir de alguma “prestação onerosa de
serviços”. Esta sempre foi a orientação do nosso Legislador nacional e de
todos os tribunais. Contudo esse é entendimento que precisa vir bem
demonstrado.
712
comunicação de qualquer natureza. Evidentemente, o elemento funcional
da comunicação deve estar garantido, e os meios devem ser aqueles aptos
à efetiva concretização do seu transporte, em típica prestação de serviço
que coincida com tal conceito.
Faz-se mister, portanto, que se opere um negócio jurídico que tenha por
objeto a prestação de serviço de comunicação, de caráter sinalagmático e
oneroso. Assim, não basta a simples colocação de meios à disposição ou
qualquer outro ato preparatório ou acessório da comunicação. O que
permitirá a incidência será sempre um ato de comunicação efetivamente
concretizado.
713
sem que antes se tenha a prestação onerosa de meios, de modo a tornar
efetiva e concreta a comunicação que serve de motivo para a incidência
tributária. Tampouco a colocação de meios que não coincidam com o
aperfeiçoamento de tal efetivação da relação comunicacional pelos utentes
interessados. Meios e fins hão de coincidir na efetiva prestação de
serviços.
714
87/96, bem se vê que, em se tratando do ICMS-Comunicação, ambas
gravitam sobre a “prestação de serviços de comunicação”.
715
processo de comunicação”. É o que se infere no julgamento do Recurso
Especial n. 402.047/MG, associado à Súmula 350 da referida Corte,
segundo a qual: “O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de
telefone celular”.
716
Por sua vez, o Ministro José Delgado levou em consideração o artigo
60, da LGT, afirmando que “os serviços necessários para que a
comunicação entre em fase de comunicação são autônomos e, para fins
tributários, com ela não se confundem”. Assim, aduz que não tipificam
prestações de serviços de comunicação as meras atividades-meio,
necessárias à sua concretização.
717
antes, ostentam a natureza de atos preparatórios ou posteriores à atividade
tributada”.
718
distribuição de sinais, por meio do qual se consolida a relação entre o
emissor e o receptor da informação”. A pena é firme no decidir.
719
de atividade-meio, não constituem, efetivamente, serviços de comunicação, razão
pela qual não é possível a incidência do ICMS.
3. Não merece reparo a decisão que admitiu o ingresso de terceiro no feito, pois
o art. 543-C, § 4º, do CPC autoriza que o Ministro Relator, considerando a
relevância da matéria tratada em recurso especial representativo da controvérsia,
admita a manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na questão
jurídica central.
4. Agravo regimental de fls. 871/874 não provido. Recurso especial não provido.
Acórdão sujeito ao regime previsto no art. 543-C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 –
511
Presidência/STJ .
720
3.1. A Ausência de Obrigação de Fazer no Contrato de Cessão de Espaço
Virtual
721
A prestação de serviço é tipo da obrigação de fazer, “por ela, o devedor
compromete-se a prestar uma atividade qualquer, lícita e vantajosa, ao seu
credor”, como explicou Álvaro Vilaça de Azevedo515.
Aquele que se obriga a ceder seu espaço virtual, não está vinculado à
obrigação de fazer. Ao contrário, obriga-se a dar, a ceder seu espaço por
tempo determinado para que o anunciante ali exponha sua publicidade.
722
Do último julgado, transcrevemos o irrepreensível voto do Min. Relator
Marco Aurélio: “Em síntese, há de prevalecer a definição de cada instituto,
e somente a prestação de serviços, envolvido na via direta o esforço
humano, é fato gerador do tributo em comento. Prevalece a ordem natural
das coisas cuja força surge insuplantável; prevalecem as balizas
constitucionais e legais, a conferirem segurança às relações Estado-
contribuinte; prevalece, alfim, a organicidade do próprio Direito, sem a
qual tudo será possível no agasalho de interesses do Estado, embora não
enquadráveis como primários”. E, nestes termos, no julgamento do RE n.
116.121-3 aqui tratado, o Plenário do STF declarou, incidentalmente, a
inconstitucionalidade do item do Decreto-lei n. 406/68, que autorizava a
instituição de ISS sobre “locação de bens móveis.” Tal entendimento foi
pacificado pela Súmula Vinculante 31, do STF, que estabelece:
723
designados como emissor e receptor (determinados) de uma mensagem;
serviço, este, consistente no fornecimento de utilidades que facilite a
comunicação.
724
contraprestação da colocação de meios à disposição de interessados em
promover atos de comunicação, os quais compreendem a efetiva
transmissão de mensagens entre uma fonte emissora e uma fonte receptora
determinada, sendo possível a resposta por meio desta última. Com efeito,
o elemento funcional da comunicação deve estar garantido e devem estar
presentes meios aptos à efetiva concretização do transporte da mensagem.
725
público-alvo incerto (receptores indeterminados) os anúncios, postos no
seu espaço virtual por um anunciante (emissor), mediante a cessão do
mesmo (obrigação de dar); (ii) não possibilita que os primeiros respondam,
a este último, através do espaço do provedor, deixando, assim, de
perfectibilizar o ato comunicacional, referido na doutrina de Roque
Antonio Carrazza520; (iii) sequer dispõe da estrutura (canais físicos) para
propiciar o transporte de mensagens entre os anunciantes e os usuários do
provedor que, para tanto, evidencia-se tomador, ele mesmo, de um serviço
de telecomunicação; e (iv) não é remunerada, pelos receptores
(indeterminados), em função da publicidade que chega aos mesmos, o que,
por fim, retira a onerosidade, sem a qual não haverá, validamente,
tributação por ICMS (art. 2º, III, da LC n. 87⁄96).
4. SÍNTESE CONCLUSIVA
726
natureza, quer dizer, de mensagem de qualquer espécie e veiculada por
quaisquer meios que tenham condições efetivas para o provimento daquela
finalidade.
727
dentre elas a veiculação de publicidade, por meio da aludida cessão de
espaço virtual (obrigação de dar), amoldar-se-ão, por razões lógicas, à
condição de serviço de valor adicionado; modalidade esta que, nos
termos da jurisprudência pacificada do STJ, escapa ao âmbito de
incidência do ICMS-Comunicação.
728
indeterminados), sequer dispõe da estrutura (canais físicos) para propiciar
o transporte de mensagens entre os anunciantes e os usuários do provedor;
e, por fim, não é remunerado, por seus usuários, em função da publicidade
que chega até estes de modo gratuito.
729
Tributação de atividades de streaming de
áudio e vídeo: guerra fiscal entre ISS e ICMS
521
Alberto Macedo
1. INTRODUÇÃO
730
natureza, residuais em relação aos serviços anteriores, e desde que haja
previsão em lista (tributáveis pelo ISS, art. 156, III, CF/88)524.
Na medida em que nossa missão aqui tem como uma das tarefas
delimitar o conceito constitucional de serviço de comunicação para fins de
tributação pelo ICMS (ICMS-Comunicação), nada mais correto do que
partir do dispositivo constitucional que nos apresenta sua materialidade:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: [...]
II – operações [...] sobre prestações de serviços de [...] comunicação, ainda que
[...] as prestações se iniciem no exterior (...) (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 3, de 1993.)
731
Não temos aqui a pretensão de construir um apanhado histórico
normativo do conceito constitucional de serviço de comunicação no Brasil
anterior à Constituição de 1988. Nesse sentido, André Mendes Moreira
cumpriu com mestria essa incumbência525.
732
§ 1º Serviço de valor adicionado não constitui serviço de telecomunicações,
classificando-se seu provedor como usuário do serviço de telecomunicações que lhe
dá suporte, com os direitos e deveres inerentes a essa condição.
§ 2º É assegurado aos interessados o uso das redes de serviços de
telecomunicações para prestação de serviços de valor adicionado, cabendo à
Agência, para assegurar esse direito, regular os condicionamentos, assim como o
relacionamento entre aqueles e as prestadoras de serviço de telecomunicações.
Já o artigo 22 diz:
733
A Lei n. 4.117/62 é clara em tratar os serviços de radiodifusão sonora
(rádio), e de sons e imagens (televisão), como espécie do serviço de
telecomunicação. Seguem alguns dispositivos a respeito:
734
Essa distinção, evidenciada no supracitado dispositivo, entre
“informática” e “telecomunicações”, e obviamente entre seus respectivos
serviços, revela-se constitucionalizada, demonstrando que para o direito
pátrio prevaleceu a existência de regimes jurídicos distintos para essas
acepções.
É seguindo essa linha que a LGT, em seu artigo 61, acima transcrito,
definiu serviço de valor adicionado (SVA).
735
Em síntese, o conceito constitucional de serviço de comunicação abarca
os serviços de telecomunicação, abrangidos aí a telefonia, o rádio, a
televisão e a TV por assinatura.
736
obrigatória, por meio de tecnologias, processos, meios eletrônicos e protocolos de
comunicação quaisquer.
737
comunicação, é tributável pelo ICMS.
738
§ 3º Na prestação do SCM é permitida a implementação da função de
mobilidade restrita nas condições previstas na regulamentação específica de uso de
radiofrequência.
Como o SCM não pode ser prestado de forma aberta a todos, mas
somente para assinantes, também não se confunde com o serviço de
radiodifusão, dado que a radiodifusão é um serviço aberto a todos,
independentemente de contratação532.
739
Telecomunicações); e (iii) da Lei n. 4.117/62 (serviços de radiodifusão
sonora e de sons e imagens).
740
Nesse sentido, exemplos de serviços OTT seriam: serviços de voz
providos na internet, conteúdo baseado na Web (sites de notícias, mídia
social etc.), ferramentas de busca, serviços de hospedagem, serviços de e-
mail, serviços de mensageria instantânea, conteúdo de vídeo e multimídia
etc.536.
741
terminasse no Serviço de Telefonia Pública (PATS – Publicly Available
Telephone Service).
OTT-0: serviço OTT que se qualifica como um ECS (exemplos: OTT de voz
com possibilidade de fazer chamadas para PATS);
OTT-1: serviço OTT que não é um ECS mas potencialmente compete com um
ECS (OTT de voz e mensageria instantânea);
OTT-2: outros serviços OTT (exemplo: comércio eletrônico, streaming de vídeo
e de áudio).
742
Acompanhando o conceito proposto pelo BEREC, entendemos que os
streamings de áudio e de vídeo não são serviços de comunicação, para fins
de incidência do ICMS, até porque estão no conceito legal nacional de
Serviço de Valor Adicionado e, ainda, no Serviço de Valor Adicionado
que não concorre com o setor de telefonia.
743
4.1.1. Tipos e Exemplos de Serviços de Streaming
744
próprias, enquanto numa WebTV a distribuição do sinal se dá na vastidão
da internet.
745
Além do baixo custo, apresentam grande versatilidade. Mas uma
dificuldade é a falta de garantia de qualidade de imagem e áudio que é
encontrada na TV.
746
publicitários na plataforma. Nesse caso, o prestador do serviço de
streaming se remunera de outro serviço, do serviço de inserção de
propaganda e publicidade, que ele presta para os anunciantes.
747
ii) para definir fato gerador dos impostos previstos na Constituição (art. 146, III,
“a”).
Quanto à alínea “a” do inciso III do artigo 146, não é possível aceitar a
sua literalidade na construção das normas jurídicas referentes ao
dispositivo. Se assim fosse, haveria certa antinomia jurídica, dado que os
fatos geradores dos impostos previstos na Constituição de 1988 já estão, de
certa forma, ainda que de maneira genérica (mais as suas materialidades),
previstos nos artigos 153 (competência da União), 155 (competência dos
Estados e do Distrito Federal) e 156 (competência dos Municípios). Nesse
sentido, Paulo de Barros Carvalho nos ensina:
748
competências tributárias, as quais foram outorgadas diretamente pela
Constituição563? Como ensina Misabel Abreu Machado Derzi:
Uma valoração mais forte que essa para as normas gerais do artigo 146,
III, “a”, mais próxima da literalidade do enunciado, feriria de morte a
autonomia dos Estados e Municípios ao ficarem sobremaneira dependentes
da lei complementar para poderem instituir seus impostos, quebrando a
harmonia do Sistema Tributário Nacional565.
749
Alguns doutrinadores567 entendem ser efetivamente impossível existir
conflitos de competência, havendo, sim, não mais que aparentes conflitos
de competência. Roque Antonio Carrazza, por exemplo, afirma que “(...)
no plano lógico-jurídico, não há qualquer possibilidade de surgirem
conflitos de competência tributária entre a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios”568.
Mas não é disso que falamos quando afirmamos que existem potenciais
conflitos de competência tributária. A ideia do conflito de competência
surge quando o constituinte, em que pese ter constituído muitos
enunciados vertidos em texto constitucional sobre as hipóteses de
incidências tributárias dos impostos, reconhece que esse texto não é
suficiente – ainda que após laborioso e esforçado percurso gerador de
sentido569 das normas constitucionais – para sanar todas as legítimas
dúvidas que surgem sobre competência tributária. E essa ideia foi inclusive
positivada pelo constituinte por meio do artigo 146, I, da Constituição,
quando expressamente diz que cabe à lei complementar “dispor sobre
conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios”570.
750
Assim, a ideia aqui posta, de existência de potenciais conflitos de
competência, está no plano da norma geral e abstrata, e não no plano da
aplicação dessa norma571.
Voltando à alínea “a” do inciso III do artigo 146, temos que atentar que
a expressão “fato gerador” é uma expressão ambígua, a qual pode se
referir tanto ao que podemos chamar de fato gerador in abstracto (o
previsto hipoteticamente em lei, denominado hipótese de incidência
tributária por Paulo de Barros Carvalho572), quanto ao fato gerador in
concreto (o detectado como fato da vida, ocorrido em determinado
momento e local, cuja subsunção à norma – hipótese de incidência
tributária – consubstancia a incidência tributária).
Pois bem, quando o artigo 146, III, “a”, da CF/88 diz que cabe à lei
complementar definir fatos geradores, para prevenir conflitos de
competência (aqui já o combinando com o inciso I do mesmo artigo),
considerando-se que esses fatos geradores são as hipóteses de incidência
tributária; e que estas, por sua vez, são compostas por três critérios: (i)
critério material; (ii) critério espacial; e (iii) critério temporal, podemos
inferir que, se uma lei complementar estiver definindo critério material do
ISS com a finalidade de prevenir conflitos de competência tributária, desde
que trabalhando na região de penumbra, na fronteira entre os dois
conceitos constitucionais imprecisos, estará assim cumprindo justamente o
papel que a Constituição lhe conferiu, já que o critério material é parte do
todo, hipótese de incidência tributária.
751
realidades da vida, quando se fala nessas duas materialidades, não
apresentam limites tão precisos entre si.
6. CONCLUSÕES
752
e/ou vídeo pela internet, a qual permite que essa transmissão seja realizada
sem a necessidade de se fazer o download de todo o conteúdo a ser
transmitido antes de se ouvir a música ou assistir ao vídeo.
753
O alcance da imunidade tributária sobre os
livros digitais e seus acessórios
573 574
Marcos Neder e Luciane Pimentel
1. INTRODUÇÃO
754
apenas em papel, passou a ser possível por meio de formas muito mais
eficientes tanto do ponto de vista da aprendizagem como na perspectiva do
acesso à informação.
755
Este artigo busca justamente examinar a conotação e a denotação do
vocábulo “livro”, disposto no artigo 150, III, “d”, da CF/88, determinando
o sentido e o alcance dessa imunidade tributária, bem como busca
equacionar sua aplicação aos acessórios que compõem o material didático
eletrônico, a exemplo de aplicativos e de elementos que auxiliem a leitura
digital.
756
As normas jurídicas, por serem objeto do mundo da cultura, estão
sempre impregnadas de valor, que variam de intensidade de norma para
norma. Tais valores podem ser encontrados de forma independente das
estruturas normativas, ou assentados em regra de forte hierarquia, como
limites objetivos. De modo que os valores sempre serão subjetivos,
cabendo ao intérprete graduá-los de acordo com suas ideologias. Já os
limites objetivos são regras objetivas que visam atingir certos fins, realizar
valores de forma indireta, sendo, portanto, ao contrário dos valores, de
fácil verificação.
757
constitucionais que as justificam. É o que se pode verificar no voto do
Desembargador Federal Johonsom di Salvo, na Apelação Cível n.
0023707-30.2008.403.6100/SP589, ao tratar da imunidade tributária de
álbum de figurinhas (cromos):
758
finalidade evitar embaraços ao exercício da liberdade de expressão
intelectual, artística, científica e de comunicação, consagrada no inciso IX,
do artigo 5º, da CF/88, além de facilitar o acesso da população à cultura, à
informação e à educação, com a redução do preço final de tais produtos.
759
No STF, havia um debate sobre se os livros eletrônicos (e-books)
estariam compreendidos no conceito de “livro” e, dessa forma, poderiam
usufruir a imunidade tributária. A primeira corrente, utilizando o método
de interpretação literal, defendia que a imunidade alcançava somente
aquilo que podia ser compreendido dentro da expressão “livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão”. Neste sentido, tem-se a
decisão monocrática proferida pelo Ministro Eros Grau no julgamento do
Recurso Extraordinário n. 282.387/RJ594, em que se debatia a imunidade
dos impostos incidentes sobre a importação de CD-ROMs que
acompanham livros técnicos de informática:
A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição, está restrita apenas
ao papel ou aos materiais a ele assemelhados, que se destinem à impressão de
livros, jornais e periódicos.
760
É preciso ter presente, na análise do tema em exame, que a garantia da
imunidade estabelecida pela Constituição republicana brasileira, em favor dos
livros, dos jornais, dos periódicos e do papel destinado à sua impressão (CF, artigo
15٠,VI, “d”), reveste-se de significativa importância de ordem política-jurídica,
destinada a preservar e a assegurar o próprio exercício das liberdades de livre
manifestação do pensamento e de informação jornalística, valores em função dos
quais essa prerrogativa de índole constitucional foi conferida, instituída e
assegurada.
De tudo até aqui exposto, importa notar que a Corte, seja na Carta Federal de
1969, seja na Constituição Federal de 1988, para considerar como imune
determinado bem (livro, jornal ou periódico) tem voltado o olhar para a finalidade
da norma, de modo a maximizar seu potencial de efetividade.
Assim o foi na decisão de se reconhecerem como imunes: a) as revistas técnicas,
em razão da importância de suas publicações e da grande circulação (RE n.
77.867/SP); b) a lista telefônica, por seu caráter informativo e sua utilidade pública
(RE n. 101.441/RS); c) as apostilas, por serem simplificações de livros e veicularem
mensagens de comunicação e de pensamento em contexto de cultura (RE n.
183.403/SP); d) os álbuns de figurinha, por estimular o público infantil a se
familiarizar com os meios de comunicação impressos (RE n. 221.239/SP); e) mapas
impressos e atlas geográfico, em razão de sua utilidade pública (RE n. 471.022/RS).
761
A contrario sensu, não foram reconhecidos como imunes os calendários, por não
serem veículos de transmissão de ideias (RE n. 87.633/SP).
Além disso, o Ministro Dias Toffoli, cujo voto foi seguido pelos demais
Ministros, deixou claro que a imunidade tem por objetivo a difusão da
informação e da cultura, sendo irrelevante o seu suporte físico.
762
CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO – IMUNIDADE – livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão – ART. 150, VI, D, DA CRFB/88 –
EXTENSÃO AO MATERIAL DEMONSTRATIVO QUE ACOMPANHA OS
FASCÍCULOS PERIÓDICOS DE CUNHO EDUCATIVO. 1. O ponto
controvertido cinge-se à apreciação do direito à imunidade prevista no art. 150, VI,
d, da CRFB/88, de modo a possibilitar o afastamento da incidência de imposto
sobre peças para montagem e funcionamento de laboratório de eletrônica que
acompanham os fascículos educativos relativos a curso de eletrônica, objeto de
importação pela apelante. 2. O escopo da norma constitucional em exame é garantir
a liberdade de comunicação e de pensamento, e, também, incentivar a divulgação
do conhecimento e a disseminação da cultura. 3. In casu, observa-se que as peças
que acompanham os fascículos têm nítido propósito educativo, destinando-se a
viabilizar uma melhor aprendizagem do material teórico. 4. Desta forma, o texto
constitucional deve ser interpretado de maneira teleológica, de forma a incluir as
amostras do kit no conceito de livros e periódicos da regra imunizante, pois são
peças indissociáveis para o reforço do aprendizado da matéria, assimilação e
fixação do conteúdo. 5. Além disso, os fascículos de nada servem sem as peças que
os acompanham. Tanto é assim que as peças não são comercializadas
separadamente, mas sim em conjunto, e adquirem feições de meros acessórios.
Portanto, aplica-se a regra de que o acessório segue o principal, inclusive na
extensão da imunidade. 6. Apelação interposta pela empresa impetrante provida,
para determinar à autoridade impetrada que proceda ao desembaraço aduaneiro da
mercadoria, independentemente do recolhimento de qualquer imposto.
763
incluindo os seus acessórios, também goza da referida imunidade:
O alcance da imunidade tributária, prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “d”,
da Constituição Federal, considerado o comércio de “bens e materiais eletrônicos”
764
que cumprem função didática e informativa em auxílio aos livros e periódicos
impressos em papel. Apenas os meios tradicionais de ensino e informação gozam da
imunidade ou os componentes eletrônicos, quando desempenham papel didático e
informativo complementar, em auxílio aos primeiros, também são abrangidos pela
norma constitucional? (Grifos nossos.)
765
e funcionalmente unitárias. Tenho como atendido o pressuposto básico da
imunidade de que cuida a alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da Carta da
República. (Grifos nossos.)
5. CONCLUSÕES
766
Como as imunidades existem para assegurar princípios fundamentais,
elas devem ser interpretadas de forma ampla e extensiva, considerando o
contexto em que se encontram inseridas e a finalidade que buscam atingir.
767
IaaS, PaaS, SaaS e os reflexos tributários da
Cloud Computing desenvolvida no exterior
606 607
Luciana Rosanova Galhardo e Pedro Augusto do Amaral Abujamra Asseis
I. INTRODUÇÃO
768
conflito, portanto, o problema se põe novamente à mesa, e de uma forma
bastante conflituosa, como comentaremos ao longo deste trabalho.
769
Geral de Tributação da Receita Federal do Brasil (Cosit): (1) a Solução de
Consulta n. 191, de 23-3-2017, na qual tratou da possível incidência de
Imposto sobre a Renda na Fonte (IRF) e da Contribuição de Intervenção
no Domínio Econômico (CIDE) em contratos SaaS celebrados com não
residentes; e (2) a Solução de Consulta n. 499, de 10-10-2017, na qual a
Cosit se manifestou quanto à necessidade de registro de operações
envolvendo SaaS perante o Sistema Integrado de Comércio Exterior de
Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no
Patrimônio (Siscoserv).
770
Por outro lado, não se resume apenas a uma série de vantagens e
apresenta também limitações, dentre as quais se destacam: a dificuldade
para a customização de opções, a impossibilidade de manutenção absoluta
de sigilo, a confidencialidade e privacidade de seus usuários e/ou
conteúdo, bem como a restrição ao acesso em caso de suspensão de
conexão à internet.
771
“serviço”, essa questão não se mostra tão simples, e manifestações
antagônicas já vêm sendo proferidas pelas autoridades fiscais. É o que
passaremos a comentar no item a seguir.
Tributos usualmente
Tributos usualmente incidentes na importação de
incidentes na importação
mercadorias
de serviços
Contribuição de
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Intervenção no Domínio
Econômico (CIDE)
772
Contribuições para o Programa de Integração Social e para o
Financiamento da Seguridade Social na importação PIS/COFINS-Importação
(PIS/COFINS-Importação)
ICMS ISS
773
IaaS, o PaaS e o SaaS, já que em nenhum desses casos haveria
efetivamente download de aplicações ou circulação de mercadorias. Não
foi bem assim o que ocorreu em relação a tal questão.
774
Nesse documento houve o reconhecimento da natureza híbrida das
operações de SaaS e da consequente possibilidade de fragmentação dos
contratos para que parte da contratação esteja enquadrada como
Ainda que sob tecnologia distinta, voltou a haver, como se pode notar,
os mesmos tipos de conflito de qualificação e de competência tributária
que levaram às manifestações do STJ e do STF a respeito da tributação de
software no final da década de 1990.
775
comercialização de programas de computador, baseada no conceito SaaS.
No acórdão, o Tribunal admitiu que os SaaS dispensam a customização do
software, que o gerenciamento é feito de um ponto centralizado (sede da
empresa), e não a partir de cada cliente, que o fornecimento do programa
se aproxima muito mais do modelo “um para muitos” do que do modelo
“um para um” e que esses contratos apresentam características de contrato
de adesão.
776
SaaSs sujeitos à incidência do ISS. Ao rever o caso, apesar de se tratar da
mesma turma que havia analisado o caso “VTEX Informática”, houve
alteração em relação à metade de sua composição, e o resultado dado pelo
TJ-SP acabou sendo diferente.
777
Mais recentemente, a Cosit se manifestou especificamente sobre o
regime fiscal aplicável aos SaaS em duas oportunidades: na Solução de
Consulta n. 191, de 23 de março de 2017, e na Solução de Consulta n. 499,
de 10 de outubro de 2017.
778
remessas realizadas ao fornecedor nos Estados Unidos estariam sujeitas, de
acordo com a Cosit, ao IRF, à alíquota de 15%, e à CIDE, à alíquota de
10%.
779
Contudo, considerando todas as questões acima apresentadas, quer nos
parecer que a qualificação mais apropriada para as atividades de Cloud
Computing se aproximaria da prestação de serviços, por não envolver,
essencialmente, uma circulação de mercadorias, tampouco uma licença
perpétua que possa ser considerada como um ato translativo de
propriedade de uma mercadoria.
780
o que ocorre com os IaaSs, PaaSs, SaaSs etc., nos quais se busca apenas a
utilização da infraestrutura, da plataforma ou do software originalmente
disponibilizado pelo fornecedor;
•a disponibilização de conteúdo, em si, não depende de conhecimentos técnicos
especializados ou de estruturas automatizadas com claro conteúdo
tecnológico. Aqui é importante diferenciar a montagem e o desenvolvimento
das plataformas IaaS, PaaS, SaaS, da própria liberação de seu conteúdo e
acesso ao público. A primeira atividade poderia, sim, envolver os conceitos de
que trata a IN n. 1.455/2014. Contudo a simples divulgação dessas plataformas
ao público, com cobrança pela utilização, mais se assemelha a uma cessão de
direito de uso de programa de computador;
•o Parecer Normativo n. 1/2017, emitido pelas autoridades fiscais de São Paulo,
parece ter identificado de forma mais acurada a natureza jurídica dessas
atividades, ao classificá-las como “atividades de licenciamento ou cessão de
direito de uso de programa de computador”; e
•especificamente no que diz respeito à possível incidência da CIDE sobre os
contratos envolvendo SaaS, não se pode deixar de considerar que a Cosit não
se posiciona quanto à aplicação do disposto na Lei n. 11.452, de 27 de
fevereiro de 2007 (Lei n. 11.452/2007), que afastou a incidência da CIDE às
remessas feitas por empresas brasileiras ao exterior em decorrência da
importação de licença de software nos casos em que não ocorra a efetiva
transferência da tecnologia.
IV. CONCLUSÕES
781
passado pela jurisprudência. Como visto, esses reflexos já se iniciaram,
ainda que pontualmente em alguns casos.
782
Tributação de negócios desenvolvidos por
meio de aplicativos associados aos serviços
de transporte
618 619
Rodrigo Brunelli Machado e Nathalia Xavier da Silveira de Mello Brandão
1. INTRODUÇÃO
783
O presente artigo tem por objetivo identificar os desafios relacionados à
tributação enfrentados pelas pessoas jurídicas que desenvolveram
aplicativos que permitem a conexão entre motoristas e passageiros
(pessoas físicas e jurídicas), que variam desde o conflito de competência
tributária entre Municípios e Estados, até a discussão quanto à natureza
jurídica da atividade explorada.
784
1.1 Através da Plataforma, a Cabify disponibilizará ao Usuário devidamente
cadastrado um serviço de agenciamento de transporte individual de passageiros e de
entregas de objetos.
(...)
1.3 A aceitação dos Termos de Uso, a Cabify concede ao Usuário direito e a
licença limitados, não exclusivos e intransferíveis de acesso, uso e exibição da
Plataforma e de seu conteúdo conforme descrito neste instrumento, apenas para o
uso pessoal, por meio de qualquer dispositivo compatível (smartphones, tablets,
622
computadores, dentre outros) . (Termos de Uso da CABIFY AGÊNCIA DE
SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS LTDA.)
785
entre as atividades para justificar qualificações diferentes entre os negócios
jurídicos.
786
sentido. Vejamos:
787
De fato, a redação adotada pelo item 1.05 da lista anexa à Lei
Complementar n. 116/2003 – serviços prestados por meio da cessão de
direitos – contém uma incoerência: ou é serviço, obrigação de fazer, ou
cessão, obrigação de dar. Aparentemente, essa redação foi a forma
encontrada pelo legislador para tentar preservar a incidência do ISS sobre
cessão de direitos mesmo após a decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF) no sentido da inconstitucionalidade da incidência do ISS sobre
locação de bem móveis, proferida em 11 de outubro de 2000, no
julgamento do Recurso Extraordinário – RE n. 116.121 (Tribunal Pleno,
Rel. p/ o Acórdão Min. Marco Aurélio), e que resultou na Súmula
Vinculante 31, nos seguintes termos:
788
desproporcional, aos usuários, independentemente da utilização do seu
software, as pessoas jurídicas têm adotado o modelo de licenciamento em
que precificam sua licença com base na utilização, nas funcionalidades e
no tipo de usuário (i.e., motoristas e passageiros).
789
serviços de agenciamento de serviços de transporte ou até mesmo, em
alguns casos, serviço de consultoria.
790
6.2. O modelo contratual da primeira empresa demonstra que é remunerada
substancialmente pela cessão de direito de uso do aplicativo e, adicionalmente, por
pequena taxa relativa a cada corrida efetivamente realizada. (...)
6.3. A atividade enquadra-se, portanto, nos serviços descritos pelo código 02798
do anexo 1 da Instrução Normativa SF/SUREM n. 08, de 18 de julho de 2011,
relativo ao subitem 1.05, do artigo 1º da Lei n. 13.701, de 24 de dezembro de 2003,
classificados como licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de
computação (...).
791
por isso, considerando o conceito de serviços para fins de ISS, não
estariam sequer prestando serviço.
792
cessão de direito de uso de programas de computação como atividade sujeita ao
ISS.
10. A definição legal não comporta nenhum tipo de distinção, razão pela qual o
ISS incide sobre quaisquer modalidades de licenciamento ou cessão de direito de
uso de programas de computação, independentemente do tipo de software
comercializado ou da denominação empregada.
11. Portanto, a concessão de licença de uso de Software de propriedade da
consulente, enquadra-se no subitem 1.05 da lista de serviços do art. 1º da Lei n.
13.701, de 24 de dezembro de 2003, relativo ao código de serviço 02798 do anexo 1
da Instrução Normativa SF/SUREM n. 08, de 18 de julho de 2011 – Licenciamento
ou cessão de direito de uso de programas de computação, inclusive distribuição.
(Solução de Consulta da Prefeitura de São Paulo n. 11, de 12 de abril de 2016)
1. Trata-se de Consulta Tributária formulada por ****, inscrita no CNPJ sob o n.
**** (“Consulente”), na qual informa ser prestadora de serviços de intermediação
comercial na venda de produtos de terceiros, promovendo a intermediação entre
anunciantes/vendedores e consumidores/compradores mediante a divulgação do
produto a ser vendido em seu sítio virtual na rede mundial de computadores.
(...)
8. O serviço de intermediação consiste na aproximação, pelo prestador de
serviço, do tomador do serviço com terceiro (que não participa da relação
prestacional), de modo que o tomador e o terceiro aproximado celebrem entre si
negócio jurídico, graças à aproximação efetuada pelo prestador, que recebe a
denominação de intermediário, ou corretor, a depender da espécie de intermediação
prestada. Ressalte-se que o tomador do serviço pode tanto ser o vendedor quanto o
comprador.
9. Portanto, o intermediador, prestador de serviço de intermediação, não é parte
na relação jurídica de compra e venda que se forma entre vendedor e comprador,
sendo que a relação jurídica da qual participa, seja com o vendedor, seja com o
comprador, é de prestação de serviço de intermediação – caracterizada pela
aproximação entre o tomador e um terceiro. A relação jurídica entre o prestador e o
tomador, portanto, é autônoma e diferente da relação jurídica entre o vendedor e o
comprador, embora venha a existir identidade entre o tomador do serviço e o
vendedor ou o comprador, conforme o caso.
10. Uma vez realizada a aproximação, ou seja, uma vez celebrada a compra e
venda de bem móvel ou imóvel, no caso do serviço descrito no item 10.05 da lista
do artigo 1º da Lei n. 13.701, de 2003, consumada está a intermediação e prestado
está o serviço, eis que reunidos todos os elementos necessários à sua ocorrência.
(Solução de Consulta da Prefeitura de São Paulo n. 22, de 07 de novembro de 2016)
793
que é o programa de computação que, por meio de seus algoritmos, pode
ser utilizado por motoristas e passageiros para viabilizar a prestação de
serviços de transporte daqueles a estes, entende haver uma intermediação
propriamente dita entre o passageiro e motorista.
794
disponibilizados por qualquer meio, inclusive mediante transferência de
dados (i.e., download).
795
lei de propriedade industrial (Lei n. 9.279/96, art. 10, inc. V) que afasta a
possibilidade jurídica de se requerer a patente de programa de computador, por não
o considerar seja invenção, seja modelo de utilidade.
Se o direito de propriedade industrial, como positivado no Brasil, expressamente
rechaça proteção ao software, não resta outra solução senão a de aceitá-lo enquanto
modalidade de direito de propriedade intelectual (autoral), pois do contrário ficaria
o seu titular despido de qualquer proteção jurídica a reprimir atos de contratação.
Além disso, ainda que seja licenciado em larga escala, parece-nos que o
conceito de software de prateleira, conforme definido pelo STF no RE n.
176.626-3, já não se mostra suficiente para analisar a tributação dos
aplicativos de celulares, especialmente os que envolvem os serviços de
transporte, visto que permitem personalizações em relação às
funcionalidades, conforme se verifica da comparação entre as
funcionalidades oferecidas aos passageiros, aos motoristas e às pessoas
jurídicas.
796
Necessário, portanto, que a legislação brasileira seja atualizada,
regulando o novo modelo de negócio explorado por diversos contribuintes,
dentre eles os aplicativos de transporte, e garantindo o respeito ao
princípio da segurança jurídica. O cenário de incertezas não poderá ser
solucionado pelo Poder Judiciário isoladamente, visto que permite
decisões diferentes em relação a fatos semelhantes, por decorrer de
interpretações diferentes de uma legislação que não prevê as situações que
estão sendo analisadas.
4. CONCLUSÃO
797
porque não há qualquer ingerência ou atuação da proprietária do software
em relação à conexão entre passageiros e motoristas. Ou seja, a suposta
intermediação promovida pelas pessoas jurídicas de aplicativos de
transporte, na verdade, é uma funcionalidade do próprio software e não
uma prestação autônoma de serviços.
798
Tributação da atividade de armazenamento
digital de dados
631 632
Hugo de Brito Machado Segundo e Raquel Cavalcanti Ramos Machado
INTRODUÇÃO
799
parece ser espécie. Pretendem-se analisar, primeiro, as dificuldades
jurídico-formais inerentes a essa nova modalidade de exação e, em
seguida, aspectos talvez mais relevantes, e problemáticos, ligados aos
aspectos técnicos ou factuais da tributação dessas novas realidades
advindas das novas tecnologias e da internet.
800
Esse entendimento, acolhido pela jurisprudência, pelas administrações
tributárias e pela literatura especializada em diversas partes do mundo635,
orientou inclusive o posicionamento do Supremo Tribunal Federal, como
se depreende do RE 176.626/SP, cujo julgamento deu-se há quase vinte
anos, em acórdão que restou assim ementado:
801
virtual, vale dizer, nele tanto a contratação, ou o acordo de vontades, como
a sua execução (e.g., entrega da “coisa” e pagamento do preço), dar-se-iam
por meio da internet ou meio virtual análogo. Já o segundo, o comércio
eletrônico indireto, consistiria naquele em que a contratação dar-se-ia por
meio eletrônico, mas a execução do contrato aconteceria em ambiente não
virtual, como é o caso de quando alguém, por meio de um site de vendas,
adquire uma garrafa de vinho, a qual terá de ser entregue no endereço do
comprador de forma “física” ou tradicional.
Por meio de cartas, apesar do muito tempo que levavam para ir desde o
remetente ao destinatário, há muitos anos a humanidade realiza atos de
comércio. A tecnologia informática apenas incrementou o grau de
informação das partes em torno do negócio que estão a realizar e a rapidez
com que ele acontece, fator que aumentou exponencialmente esse tipo de
comércio e implicou, inclusive, no Brasil, alterações constitucionais nas
regras de distribuição do imposto estadual sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e prestação de serviços de comunicação e de
transporte interestadual e intermunicipal (ICMS), aspecto que, todavia, por
não se comportar nos limites deste texto, não será examinado aqui
(Emenda Constitucional n. 87/2015).
802
alguns exemplos, do mercado da música e da disponibilização de filmes,
assistindo-se a um rapidíssimo desaparecimento de lojas de venda de CDs
e de locadoras de DVDs ou outras modalidades de suporte físico de filmes
e músicas, os quais têm sido substituídos pela possibilidade de se
adquirirem músicas, livros, filmes etc., por meio da internet.
803
Nos Estados Unidos, no que tange ao sales tax, problema muito
semelhante foi colocado, tendo o Estado da Pensilvânia passado a entender
que o software escrito previamente, e disponibilizado à comercialização
para o público de forma não personalizada, o mesmo antes vendido por
meio de caixas contendo incontáveis CDs e hoje objeto de um download, é
tributável pelo imposto estadual sobre vendas, independentemente do
método de “entrega”639. Muitos dos Estados americanos têm seguido esse
entendimento, mas parte considerável tem, de maneira contrária, entendido
que a falta do suporte físico – a entrega do software por meio de mero
download – torna juridicamente impossível a exigência do imposto.
Considera-se, por isso mesmo, que é preciso buscar, naquele país, uma
solução nacional, sendo necessário que uma legislação federal disponha
sobre o assunto, para uniformizá-lo, inclusive no que tange a possíveis
conflitos de competência.
804
download ao fornecimento de energia elétrica, sendo a última submetida
normalmente ao ICMS.
805
De uma forma ou de outra, mesmo não estando ainda sequer pacificada
a forma como devem ser tributadas as operações de comercialização (ou
de licença) de software, surge, novamente a indicar a velocidade com que
a tecnologia se modifica e aprimora nesse particular, a chamada
computação em nuvem, ou cloud computing, gênero do qual o
armazenamento digital de dados parece ser uma espécie, e ao qual se
dedica o próximo item deste trabalho. Nele, torna-se possível ao usuário
utilizar um software sem tê-lo transferido para seu computador, e mesmo
sem que seu computador tenha de processar as informações
correspondentes, o que torna ainda mais difícil a aplicação de conceitos e
categorias forjados no seio de uma economia não digital.
806
O leitor, se lê estas linhas em data não muito distante daquela em que
foram escritas (outubro de 2017)642, certamente conhece plataformas como
icloud, dropbox e onedrive, por meio das quais músicas, textos e fotos são
armazenados digitalmente, em meio virtual, podendo ser por seus usuários
acessados de qualquer dispositivo e em qualquer parte do globo, pela
internet. Esses são exemplos de computação por nuvem, mas há diversos
outros, não tão conhecidos do público em geral. A literatura especializada
enumera três formas básicas de computação em nuvem, a saber: (i) IaaS;
(ii) PaaS; (iii) SaaS643.
PaaS, por sua vez, designa Platform as a Service, e, por meio dela, o
fornecedor da atividade ou o prestador do serviço disponibiliza, além da
estrutura para computação e armazenagem, ferramentas que os
desenvolvedores (de softwares, de aplicativos etc.) utilizam para elaborar e
disponibilizar suas próprias criações. Seria o caso de uma plataforma em
que autores poderiam escrever, editar e, em seguida, vender seus próprios
e-books, por exemplo.
807
uma caixa contendo DVDs nos quais está gravado um jogo, ou um
processador de textos, ou, na sequência, quando o consumidor faz o
donwload de tais programas para a sua máquina, ficando com eles à sua
disposição para sempre, no caso da SaaS os programas não são
transferidos ao computador do usuário, que precisa acessar, remotamente,
os servidores do prestador do serviço para utilizá-los.
808
resenhada no item anterior deste texto. Principalmente no que tange à
chamada nuvem como software as service, se licencia o uso do software
de forma remota, sem transmissão definitiva dos conteúdos, o que afastaria
a incidência do ICMS (nem mesmo há o download), remetendo a que se
reanalise o tema, visto que no âmbito da nuvem a própria distinção entre
venda de software e prestação de serviço se torna bastante turva645. Tais
aspectos, porém, são aqui referidos apenas para ilustrar os desafios
trazidos pelas novas tecnologias a quem pretende encaixá-las em padrões
construídos por séculos à luz de realidades físicas; maior aprofundamento
neles e em suas especificidades, porém, não será levado a efeito, pois
fugiria ao propósito específico deste texto, voltado ao armazenamento
digital de dados (IaaS).
809
Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da incidência
do ISS sobre locação de bens móveis, precisamente por entender que nos
contratos de locação não há obrigação de fazer, o que impossibilitaria sua
subsunção ao conceito de serviço.
810
necessariamente estar atrelada a um “fazer” exclusivamente humano.
Quando surgirem veículos que dispensam motorista e se deslocam
sozinhos, uma companhia de táxis que passe a levar e trazer seus
passageiros em carros automatizados será ainda uma prestadora de
serviços de transporte? Ou haverá a “locação” do veículo? Essa questão
mostra o quanto a realidade é fluida e contínua, não tendo a rigor as
distinções e as divisões departamentalizadas que nela a mente humana
artificialmente traça para melhor entendê-la. Na verdade, se o veículo
automatizado leva o usuário de um local para outro, pré-definidos,
contratando-se o resultado, e não apenas se deixando o carro à disposição
do usuário, parece claro que há serviço, mas de qualquer modo o exemplo
mostra o quanto a distinção se torna cada vez menos nítida.
811
cada um a utilizar dela uma fração, o que parece subsumir a atividade na
definição corrente de serviço, mesmo que se parta da mais restrita delas.
812
No caso do armazenamento digital de dados, porém, assim como nas
hipóteses de tributação em nuvem como um todo, e de diversos outros
serviços prestados exclusivamente pela internet, não é simples identificar o
local onde se acha a unidade econômica na qual se presta o serviço. Seria o
escritório onde os representantes ou prepostos da pessoa jurídica
prestadora do serviço podem ser encontrados? O endereço físico indicado
para fins de correspondência e registro junto a cadastros de contribuintes,
inclusive para registro do domínio do site correspondente? O local onde
estão os servidores nos quais os dados são armazenados? Note-se que
esses lugares podem não coincidir, sendo certo, sobretudo no último
exemplo, do local onde estão os servidores que armazenam digitalmente os
dados, que estes podem mesmo estar espalhados por diversas regiões do
globo, uns servindo de espelho ou de backup para os outros.
813
quem a exerce, seria possível considerar devido o imposto em razão da
importação do serviço, assumindo a posição de responsável tributário,
neste caso, o importador, e de sujeito ativo o Município onde ele, o
importador/tomador do serviço, estiver estabelecido ou domiciliado (art.
3º, I e art. 6º, § 2º).
Embora não seja simples editar atos normativos como uma lei
complementar ou uma emenda constitucional, tais feitos são bem menos
difíceis de serem levados a efeito que a identificação do local em que se
acha fisicamente estabelecido um agente econômico que oferece o
armazenamento digital de dados, e, pior, do que a verificação de que um
usuário, tomador do referido serviço, pagou por ele e está fazendo uso de
tal armazenamento, se tudo acontece no âmbito da internet.
814
que “pode” nadar porque “sabe” ou “consegue” ou “tem a aptidão para”
nadar), enquanto no segundo à possibilidade (ou impossibilidade) por
razões normativas (alguém que não “pode” nadar porque, embora seja
exímio nadador, está “proibido” de fazê-lo).
815
bitcoin, esvaziaria por completo essa via de acesso à informação de que
teriam ocorrido possíveis fatos geradores.
816
O agente que exerce atividade no âmbito digital (v.g., dropbox, netflix
etc.), ainda que inteiramente virtual a prestação do serviço, tem vantagens
(não relacionadas à tributação) em se estabelecer fisicamente em cada
grande mercado consumidor. É preciso, nesse cenário, que o ônus
tributário não seja alto a ponto de eliminar essa vantagem. Nesse caso, a
formalização de um estabelecimento físico ocorrerá, permitindo a
tributação aqui referida. A digitalização da economia, nesse contexto, não
deixa de funcionar como limite saudável ao poder de tributar dos Estados
soberanos, o que poderá ser bastante saudável em um futuro não muito
distante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
817
Há, parece claro, contrato no qual o prestador se obriga a disponibilizar
ao usuário uma estrutura on-line na qual seus arquivos fiquem
armazenados em segurança, sendo passíveis de serem acessados por meio
da internet de qualquer ponto do planeta.
818
virtual, é técnico-informática, e diz respeito à localização de contribuintes
e identificação de fatos geradores, o que se tornará ainda mais
problemático com a popularização das chamadas criptomoedas, a exemplo
do bitcoin.
819
Tributação de marketing digital por meio de
websites: Caso Google Adworks e o
contraponto entre as perspectivas brasileira e
internacional
1
Luciana Ibiapina Lira Aguiar
INTRODUÇÃO
3
1. CONTEXTO GERAL: O MUNDO VIRTUAL OU DIGITAL
820
computadores e que viajam por redes representam o meio pelo qual os
negócios são viabilizados.
821
E é no meio desse contexto que este artigo se propõe a compreender o
marketing digital desenvolvido por ferramentas tipo “ad”, tais como
AdWords do Google e os Social Ads5. A plataforma do Google AdWords e
os anúncios dentro das redes sociais permitem opções de segmentação para
garantir resultados mais eficientes e eficazes em campanhas de marketing
e estão cada vez mais presentes na vida de pequenas, médias e grandes
empresas, já superando as formas tradicionais de marketing, pelo menos
nos Estados Unidos, desde 20156.
7
2. FORMAS USUAIS DE MARKETING DIGITAL
822
espaço virtual encontrou novos mecanismos e se tornou estratégico para a
maioria das campanhas publicitárias.
2.1. Banners
823
Outra importante diferença está em como se veicula a publicidade e em
quem as veicula. Na publicidade tradicional, anúncios são veiculados em
outdoors, TV, rádio, jornal e revista, enquanto na digital, normalmente os
veículos são websites com grande volume de acessos e que, produzem
conteúdos, ou que podem aparentar, ao usuário, não ter necessariamente a
intenção de proporcionar negócios. É o caso de redes sociais, blogs ou
webpages de notícias. Portanto, qualquer detentor de uma página na web é
um potencial anunciante de propagandas digitais
2.2. Cookies
824
Segundo a Central de Proteção e Segurança da Microsoft, cookies são
“pequenos arquivos que os sites colocam no disco rígido do seu
computador quando você os visita pela primeira vez”13. O cookie funciona
como um cartão de identificação exclusivo do usuário, e tem por função
notificar o site quando este mesmo usuário voltar, sendo capaz de gerar
informação, em relação a um determinado usuário, sobre quantidade de
acessos a uma página, preferências, registro de produtos e serviços de
interesses e ainda personalizar páginas14. Os cookies também podem ser
usados para registrar a localização do navegador, de modo a exibir
anúncios direcionados para um país ou uma cidade específica15.
825
empresas de publicidade especializadas em mídia digital, criam um perfil
dos hábitos de navegação e usam-no para exibir anúncios em seus sites
parceiros. As informações obtidas a partir dos cookies, muitas vezes, são
compartilhadas entre diversas entidades na internet.
826
Inicialmente, os anunciantes do AdWords pagavam com base no
número de vezes que seus anúncios apareciam ao lado da pesquisa de
resultados. Em 2002, o preço da transação passou a ser estabelecido em
função do “clique” (“pay per click”).
827
O AdSense é, portanto, um sistema no qual blogs e websites recebem a
contraprestação pela publicação/veiculação de anúncios criados no Google
AdWords. AdWords e AdSense são duas ferramentas de marketing
correlacionadas, na medida em que uma parte paga ao Google para criar e
publicar anúncio via Google AdWords, e o Google repassa percentual do
valor que lhe foi pago para o site de sua “Rede de Display” (sites
parceiros), que divulga o anúncio. Atualmente, portanto, somando-se os
dois programas, um anunciante poderá ter seus links patrocinados
divulgados da seguinte forma:
828
montam o conjunto de ferramentas e funcionalidades desse tipo de
marketing digital. O investimento para o interessado é mais baixo do que
em mídias tradicionais, sendo um meio, portanto, mais acessível a médias
e pequenas empresas que não poderiam fazer anúncios de outra forma em
função dos custos.
Por fim, deve-se mencionar que a exibição dos anúncios passa por um
processo prévio denominado “Leilão”, que acontece com cada pesquisa do
Google. Sempre que um anúncio estiver qualificado para exibição em uma
pesquisa, ele passa pelo leilão de anúncios, que irá determinar a sua
“posição de anúncio” na página24. Assim, quando alguém pesquisa na
página de busca Google, o sistema AdWords encontra todos os anúncios
cujas palavras-chave correspondem à pesquisa. A partir deles, o sistema
ignora aqueles que não são qualificados (p. ex., anúncios reprovados ou
segmentados para um país diferente). Dos restantes, apenas aqueles com
determinada classificação serão exibidos. A classificação do anúncio é
uma combinação do seu lance com a qualidade do seu anúncio, e o
impacto esperado de extensões e outros formatos de anúncio25.
26
3. IMPULSIONAMENTO DE CAMPANHAS NA INTERNET: ADWORDS
E SUA NATUREZA JURÍDICA
829
Publicidade da Google Inc., no Brasil (“Programa”). O Termo, em suas
próprias palavras, tem por finalidade reger:
830
o Google, ângulo pelo qual esta análise se desenvolve, certamente está
caracterizada a licença de uso de um programa de computador e, a
princípio, vislumbra-se a atividade de processamento de dados. O certo é
que há apenas um preço pago pelo conjunto deste negócio.
831
De acordo com o art. 7º, XII, da Lei n. 9.610/98, programas de
computador têm natureza jurídica de direito autoral, o que torna o direito,
em si, inalienável (impossível de ser comprado e vendido), havendo
apenas a possibilidade de transacionar a licença de seu uso32. A legislação
brasileira, portanto, equipara o esforço humano intelectual para
desenvolvimento do software a um direito de autor, de forma a protegê-lo
moral e patrimonialmente. A sua exploração é assegurada com
exclusividade a quem o desenvolveu que pode, no entanto, permitir o seu
uso dentro de determinadas condições, fazendo disso uma atividade
mercantil.
832
requerem nenhuma forma de download, mas decorrem de autorização para
acesso ao software pela internet ou na nuvem (cloud computing).
833
haverá ação humana por parte do contratado que se agregue a um
determinado resultado, necessária para a caracterização da prestação de
36
serviço .
834
O Google adota, como regra geral, que as operações iniciadas nos
países da América do Norte sejam contratadas junto à empresa nos Estados
Unidos. Já nos demais casos, a contratação é realizada junto ao Google na
Irlanda. Para alguns países, no entanto, a empresa optou por manter apenas
operações locais no que toca ao AdWords e ao AdSense. Este é o caso do
Brasil, e, certamente, uma das razões para esta opção é de natureza
tributária.
A seguir, será analisada a situação que seria a mais usual nesse tipo de
negócio: o pagamento de royalties.
4.1.1. Royalties
835
18/201742, a transferência de tecnologia se caracteriza pelo fornecimento
do código-fonte e dos conhecimentos necessários para alterá-lo. Caso não
fique caracterizada essa transferência, incidirá somente o IRRF.
836
de mercadorias e a prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações
se iniciem no exterior.
837
Segundo o que ficou assentado no RE 651.703/SP, de 29 de setembro
de 201652, a finalidade do enquadramento da obrigação como de dar ou de
fazer
838
da lista, para a atividade analisada neste estudo são destacados os
seguintes:
839
para que seja estabelecida a tributação indireta nessas transações, o que se
conclui com base no conteúdo do art. 11057 do Código Tributário Nacional.
840
Nesse sentido, as empresas baseadas no Reino Unido podem não ser
tributadas no IVA nas faturas emitidas pelo Google. No entanto, presentes
determinados requisitos, o IVA pode acabar incidindo por meio do
chamado “Mecanismo de cobrança reversa”58.
País Tributação
841
competências para tributar aspectos de incidência. O país parece ter optado
pelo caminho a nosso ver adequado: reformar sua legislação de modo a
afastar ou mitigar polêmicas acerca da incidência de tributos nesse tipo de
operação e assim garantir maior segurança jurídica ao Fisco e aos
contribuintes.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
842
haver a incidência de algum tributo indireto sobre essas transações.
Contudo, é certo que essa mudança deve ser feita dentro da melhor
interpretação de nossa matriz tributária definida em nossa Constituição,
respeitando os institutos jurídicos do Direito Privado, em obediência ao
art. 110 do CTN e eliminando a nova possibilidade de controvérsia que
pode levar a longas disputas no judiciário.
843
Regime Jurídico Tributário do VoIP
60
Renato Vilela Faria
1. INTRODUÇÃO
Este artigo tem por objetivo analisar o regime tributário aplicável aos
prestadores ou provedores de serviços de Voz sobre IP (VoIP), mais
especificamente em relação à sujeição dessa modalidade de serviço à
tributação pelo ICMS incidente sobre os serviços de comunicação/serviços
de telecomunicação (ICMS-Comunicação).
844
ICMS-Comunicação sobre os serviços em rede IP, como é o caso do VoIP,
pode não estar alinhada com a legislação vigente.
845
tradicionais na “última milha” (ponta final), utilizando-se o jargão mais
comumente utilizado.
846
iii) por fim, o estabelecimento de relação comunicativa entre clientes e não
clientes desse provedor, com a utilização parcial de sua rede IP (apoiado em
rede preexistente) e utilização parcial da rede de outras operadoras
(interconexão), onde não exista um POP do provedor VoIP.
Em que pese o fato de uma parte significativa dos valores cobrados dos
clientes corresponder aos serviços prestados em rede IP, como
contraprestação pelos altos investimentos em tecnologia que representam
essa rede IP (e por corresponderem à maior parcela de “saltos” dentro da
cadeia eletroeletrônica que cada chamada desempenha dentro dessa rede
IP), esses serviços em rede IP somente permitem o estabelecimento de
uma relação comunicativa em função da preexistência de um sistema de
telefonia64.
847
IP dos provedores VoIP, até o último ponto de conexão dessa rede IP (que
pode ser o destinatário da chamada). Uma das formas de medição dessa
chamada é a contagem do número de “saltos” que essa ligação realiza ao
longo da cadeia de circuitos e elementos ao longo da rede IP, até ser
entregue ao seu destinatário. Com isso, a natureza de uma determinada
chamada só é alterada quando há mudança para uma rede convencional de
telecomunicação, por meio dos procedimentos de interconexão com
operadoras, permissionárias ou concessionárias de serviços de
telecomunicações.
848
Como regra, a operacionalização da totalidade dos serviços oferecidos
por esses provedores VoIP é realizada sobre uma mesma base de
tecnologia, valendo-se integralmente de protocolos técnicos de Internet
(Internet Protocols). Os serviços prestados por esses provedores permitem
que os tráfegos de voz e de dados sejam despejados em uma nuvem virtual
(“nuvem IP”, geralmente denominada “Next Generation Networking” ou
“NGN”, conceito aplicável a plataformas inteligentes apoiadas em uma
rede IP com a oferta de multisserviços em um ambiente digital), a partir da
qual tais elementos são digitalmente processados e veiculados via
protocolos de Internet, por meio da conexão à internet.
849
daquele provedor. A infraestrutura necessária ao estabelecimento da
relação comunicativa é disponibilizada pela concessionária ou
permissionária, configurando-se, esse pedaço, hipótese típica de prestação
de serviços de telecomunicações (prestados pela concessionária ou
permissionária), com a cobrança desses serviços de forma segregada, parte
como contraprestação pela utilização da rede IP (de um determinado
produto ou serviço assentado em algum protocolo IP, como é o caso do
serviço VoIP), e parte como serviço de Telecom propriamente dito.
850
Com base em tal modelo, o provedor VoIP presta aos seus clientes
serviços em rede IP, que podem, conforme o caso, ser segregados entre
serviços de telefonia comum e SVA. Para o modelo acima, há situações
em que não se vislumbra a chamada “última milha”, situação em que não
ocorre a chamada interconexão. Tais casos correspondem às situações
onde o serviço é inteiramente executado em ambiente IP.
851
serviços de caráter oneroso, desempenhadas por um terceiro, efetivamente
realizadas, cujo objetivo consista no processo de levar uma mensagem do
emissor ao receptor, por meio da disponibilização dos meios e
instrumentos necessários ao estabelecimento da relação comunicativa.
852
comunicação estabelecida entre o emissor e o receptor da mensagem,
disponibilizando os meios e instrumentos físicos necessários para
efetivação da comunicação, por meio da cobrança de tarifas em
contrapartida à remuneração dos serviços de telefonia.
853
5. DEFINIÇÃO DE “SERVIÇO DE TELECOMUNICAÇÃO” E HIPÓTESE
DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
A LGT não é uma norma de natureza tributária. Ela apenas define quais
são os serviços de telecomunicação. Assim, não caberia a ela tratar da
incidência do ICMS – Comunicação, fazendo as vezes de norma geral em
matéria tributária. Esta função coube às normas de Direito tributário (LC
n. 87/96, Lei Complementar n. 116/2003 e o Código Tributário Nacional –
CTN), nos exatos termos do artigo 146 da CF/88.
O CTN por sua vez, em seu artigo 110, determina que as normas de
direito tributário não podem alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de Direito Privado. A despeito de o serviço
de telecomunicação ser serviço público (art. 175 da CF/88), à sua
definição se aplica o artigo 110 do CTN. Ou seja, a LGT definiu o
854
conteúdo, o alcance e o conceito dos serviços de telecomunicação, e a
norma tributária não pode alterá-los.
855
Paulo de Barros Carvalho69, ao analisar o regime jurídico-tributário dos
provedores de acesso à internet, entende que a palavra “comunicação” é
ambígua, com um conteúdo identificável no plano cotidiano, como sendo
algo utilizado em ocasiões diversas e com sentidos variados, e um
conteúdo mais científico. O professor elucida que esse conteúdo científico
está relacionado com o processo de intercâmbio de uma mensagem entre
um emissor e um receptor, e que o processo comunicacional pode ser
esquematizado da seguinte forma: emissor => canal => mensagem =>
código => receptor. Ao diferenciar os planos “comunicação” e “prestação
de serviços de comunicação”, Paulo de Barros Carvalho assim sintetiza:
856
apresentação, movimentação ou recuperação de informações”70. Ainda de
acordo com a LGT, o SVA “não constitui serviço de telecomunicações,
classificando-se seu provedor como usuário do serviço de
telecomunicações que lhe dá suporte, com os direitos e deveres inerentes a
essa condição”71.
857
Conforme veremos em mais detalhes no item 8, a jurisprudência do
STJ73 é firme no sentido da não tributação dos SVAs.
858
que, sem dúvida, agregam valor à prestação dos serviços de comunicação,
muito embora sejam remunerados por um componente tarifário específico,
ou até mesmo por um preço específico, conforme as diferentes
modalidades de contratação para cada um desses produtos74.
859
permitem o estabelecimento de uma relação comunicativa de forma
autônoma, neste caso, não necessariamente suportados em rede de
telefonia, preexistente tendo em vista a execução de tais serviços
exclusivamente em ambiente de internet.
860
serviço de telecomunicações como suporte para o uso da aplicação VoIP. Neste
caso específico, como a provedora de VoIP não prestará o serviço de
telecomunicações, não haverá a necessidade de uma autorização da Anatel para o
desenvolvimento da atividade, que estará caracterizada como Serviço de Valor
Adicionado. (Destacamos.)
861
daquela chamada, caso tenha um POP que assim permita, ou entrega essa
chamada a uma empresa concessionária de serviços de telecomunicações
ou, ainda, entrega a chamada a uma outra rede IP, que se encarrega de
levar/entregar a chamada ao destinatário final.
862
O serviço VoIP exige, para ser executado, a instalação de uma série de
equipamentos, interligados a sistemas de grande complexidade, que
necessariamente devem ser mantidos e gerenciados. Tais medidas, porém,
antecedem a prestação do serviço de comunicação, que se realiza somente ao serem
utilizados os telefones integrados ao STFC. Neste caso haverá incidência de ICMS,
mas sobre o serviço prestado pela empresa telefônica; e base de cálculo do tributo
será apenas o preço do serviço telefônico propriamente dito – excluído, portanto, o
do serviço Voz sobre IP (VoIP). Ressaltamos que, ao disponibilizar o serviço de
voz com acesso remoto, a empresa prestadora simplesmente estará colocando à
disposição do cliente o aparato necessário para que este, com maior comodidade e
com custos menores, frua da prestação do serviço de comunicação a cargo da
companhia telefônica. Logo, não se sujeitará sequer em tese, à tributação por meio
de ICMS.
Sob outra perspectiva, o provedor VoIP prestará SVA aos seus clientes
caso utilize os sistemas de telecomunicações apenas como suporte, na
condição de usuária, ofertando aos seus clientes um conjunto de
863
ferramentas para aprimorar/otimizar a relação comunicativa estabelecida
previamente nos sistemas de telecomunicações.
Nesse sentido, são hipóteses de SVA ofertadas pela provedora VoIP: (i)
a comunicação efetuada entre dois computadores pessoais conectados à
internet, pois a relação comunicativa se estabelece apenas via plataforma
IP, bem como (ii) a comunicação estabelecida, na origem (emissão), entre
um computador ou qualquer outro dispositivo identificado por um IP
(software embarcado) e, no destino (recepção), um telefone fixo ou móvel,
caso o encaminhamento da chamada pelo provedor VoIP a usuários dos
sistemas de telecomunicações seja efetuada mediante interconexão de
redes contratadas junto a operadoras de telefonia habilitadas pela Anatel.
864
Os serviços VoIP dependem, sim, de uma rede de telecomunicação
preexistente. Essa rede preexistente possibilita a realização dos serviços
prestados por esses provedores, que, baseados em protocolos de Internet,
permitem a captação e transmissão de voz, convertida em pacotes de
dados, para posteriormente converter para o sinal analógico, com a entrega
de voz do outro lado. Por isso, então, a denominação: Voz sobre Protocolo
de Internet (Voice over Internet Protocol).
8. JURISPRUDÊNCIA
865
preestabelecida (que, por sua vez, está sujeita ao ICMS); (iii) o provedor
de acesso à internet não efetua a comunicação, mas apenas a facilita; (iv)
portanto, não há serviço de telecomunicação ao provedor de acesso (que é
um SVA) e, assim, não há incidência de ICMS; (v) o ICMS-Comunicação
incidirá em relação àquele que estabelece a rede de telecomunicação em
que os provedores de acesso à Internet se baseiam.
866
serviço de comunicação multimídia (SCM), o qual não engloba as duas últimas
modalidades do VoIP citadas pelo impetrado e que dependem de autorização
específica da citada agência.
CONCLUSÕES
867
exigindo, assim, para que se promova uma relação comunicacional entre
dois pontos, a preexistência do serviço de telecomunicação.
A parcela dos serviços em rede IP, dentre eles os serviços VoIP, cuja
natureza é de um típico SVA, naturalmente não é – e não deve ser –
alcançada pela tributação do ICMS-Comunicação. Isso se deve tanto em
razão da ausência de previsão legal nesse sentido, quanto em razão da não
regulamentação, até o momento, de tais serviços, em especial os serviços
VoIP, pela legislação tributária nacional e pela legislação do Estado de São
Paulo.
868
Tributação de Data Center no Brasil
83 84
Thais Meira e Andrea Oliveira
869
ser totalmente processada e armazenada de forma virtual – por computação
na nuvem ou cloud computing85 –, diminuindo-se consideravelmente os
custos da atividade, ainda que o nível de armazenamento de informações
tenha aumentado.
870
não haver regulamentação da tributação desse tipo de atividade. É claro
que o nome IaaS traz consigo o termo “service”, mas será a
disponibilização do acesso ao data center, de fato, um “serviço” para fins
fiscais?
871
exterior para assegurar o funcionamento dos equipamentos. Com base
nessa segregação, o entendimento adotado seguiu a linha de que não
deveria haver incidência de PIS/COFINS-Importação (i) por se tratar de
aluguel, que não poderia ser equiparado a um serviço e (ii) pelo fato de os
serviços executados nos equipamentos terem seus resultados verificados
no exterior e, portanto, não restar configurada a importação de serviços
para fins de incidência dessas contribuições.
872
tributários remuneração pela prestação de serviços, e não remuneração decorrente
de contrato de aluguel de bem móvel.
873
plataforma como um banco de dados, capaz de gerar relatórios e análises
de acordo com as necessidades do cliente93.
874
volátil”94. Logo, poderia haver sobreposição entre os itens 1.03 e 1.09 no
momento de se classificar determinado serviço.
875
Mello ensina que “o cerne da materialidade da hipótese de incidência do
imposto em comento (ISS) não se circunscreve a “serviço”, mas a uma
“prestação de serviço”, compreendendo um negócio (jurídico) pertinente a
uma obrigação de “fazer”, de conformidade com os postulados e diretrizes
do direito privado98”.
Da análise desse artigo pode-se inferir, ainda que de forma breve, que o
contrato de prestação de serviço é bilateral (obrigações para ambas as
partes); é oneroso (obrigações e benefícios para as partes); é consensual
(acordo de vontades) e comutativo (equivalência de prestações e vantagens
mútuas).
876
Portanto a prestação de um serviço, para a legislação civil, é uma
obrigação de fazer, que não se confunde com o trabalho assalariado, pois o
prestador não está subordinado ao contratante, e não se confunde, ainda,
com a empreitada, já que o que se busca é o resultado, e, no caso do
contrato de serviço, o que se deve é a própria atividade, que
necessariamente exige esforço humano101.
877
constitucionais tributários, entendeu-se que é essencial que se reconheça a
interação entre Direito e Economia, para que princípios como a igualdade,
a capacidade contributiva e a solidariedade sejam alcançados.
878
No caso do data center, por trás da infraestrutura disponibilizada,
existem, de fato, diversas atividades, algumas delas serviços propriamente
ditos. No entanto, essas atividades (ou serviços) têm caráter de atividade-
meio e, a princípio, não são contratadas nem remuneradas de forma
individualizada pelo cliente do data center.
Pelo data center, o usuário apenas acessa e utiliza, por meio da internet,
recursos informáticos (equipamentos e/ou software) que armazenam e
processam seus dados. Esses recursos informáticos são sim adquiridos e/ou
licenciados pelo “proprietário” do data center junto a terceiros (e não pelo
usuário).
879
Se serviço não é, seria possível classificar o data center como uma
espécie de locação da infraestrutura disponibilizada? A RFB, na Solução
de Consulta n. 86/2012, já comentada, havia entendido que parte da
remuneração ao data center era formada pelo aluguel de equipamentos.
880
A nosso ver, o contrato de data center, no entanto, não decorre
unicamente da exploração de um direito. O “proprietário” do data center
disponibiliza uma infraestrutura para armazenamento das informações,
mas essa infraestrutura não poderia simplesmente ser classificada como
um direito, que então seria explorado. Ademais, não se pode afirmar que
se trata, exclusivamente, de um software (direito autoral) que estaria sendo
licenciado para o usuário do data center.
Sob outro prisma, também se discute se, pela reunião de atividades que
compõem o data center, não seria necessário analisá-las de forma
individual e, a depender de sua natureza, aplicar o tratamento tributário
específico de cada atividade (se houver). Ou seja, segregar do contexto
amplo do data center o licenciamento de software, a locação de
equipamentos, a manutenção do software e dos equipamentos etc.107.
881
Discussão similar se verifica no caso das atividades que compõem um
contrato de franquia, também listada na LC n. 116/2003 como serviço
(item 17.08), e que tem uma natureza híbrida e complexa, por envolver
diversos elementos em um mesmo contrato, não sendo, por vezes, possível
dissociar cada um deles, inclusive a sua remuneração. Esses elementos vão
desde o direito de uso das marcas, know-how, assistência do franqueador
ao franqueado, cobrança de taxa de publicidade até o aluguel de
equipamentos. Ou seja, o contrato é complexo porque envolve obrigações
de dar, de fazer e de não fazer108.
882
tributárias de tal atividade, seja no âmbito de relações jurídicas
estabelecidas localmente ou em caráter internacional (cross-border).
4.1.1. IRPJ/CSLL
4.1.2. PIS/COFINS
883
Na opção pelo lucro presumido, não haveria dúvida de que as receitas
decorrentes da disponibilidade de acesso ao data center estariam sujeitas
ao regime cumulativo, à alíquota de 3,65%.
884
No entanto, conforme mencionado, a possível segregação das atividades
que compõem o data center não parece adequada. As possíveis atividades
e/ou elementos que resultam na disponibilização de infraestrutura para o
armazenamento de dados e de informações não são independentes e não
poderiam implicar remuneração apartada. Além disso, as relações de
licenciamento de software e sua manutenção são firmadas entre o
detentor/proprietário do data center e o licenciador, não envolvendo
propriamente o usuário do data center. É certo que o usuário pode se
beneficiar diretamente do uso do intangível em questão, mas, como
explicado anteriormente, o licenciamento de software não representa o
núcleo central da atividade relativa ao data center. Portanto, em nossa
visão, seria mais adequado sujeitar a totalidade da receita auferida, no caso
do lucro real, à alíquota de 9,25% (regime não cumulativo), já que tal
posição seria compatível com o caráter indissociável das diversas
atividades que compõem o contrato complexo de data center.
4.1.3. ISS
885
data center como um serviço, já que, a princípio, os Municípios terão
respaldo legal para efetuar tal cobrança.
4.2.1. IRRF
No caso dos países com os quais o Brasil firmou tratado para evitar
dupla tributação, a discussão pode tomar outra direção.
886
Embora o Brasil não seja membro da OCDE, como os tratados
brasileiros são elaborados com inspiração na Convenção Modelo, valem
como referência interpretativa os Comentários da OCDE ao artigo 12, no
sentido de que, no caso de pagamentos associados a contratos mistos, se
não é possível segregar a remuneração de cada um dos seus elementos e se
um deles constitui o objeto principal do contrato, sendo os demais apenas
acessórios, todos os valores pagos devem ser tratados levando em
consideração apenas o objeto principal120.
887
tributados apenas no Estado Contratante/País do proprietário do data
center.
4.2.2. CIDE
4.2.3. PIS/COFINS-Importação
888
Importação (Lei n. 10.865/2004). Na importação de serviços, a alíquota
aplicável é de 9,25% sobre o valor cobrado do serviço, também sendo
devido pela empresa brasileira “importadora” do serviço. No entanto,
como a disponibilização de acesso ao data center não representa um
serviço (e tampouco pode ser assemelhada à compra de mercadoria), não
haveria que se falar na incidência de PIS/COFINS-Importação.
4.2.4. ISS
4.2.5. IOF
889
(art. 15-B, do Decreto n. 6.306, de 14-12-2007). O IOF/Câmbio representa
um custo tributário da contratante do data center no Brasil.
890
Aliás, aparentemente o estímulo a atividades envolvendo data centers
no País está intrinsecamente relacionado à segurança da informação. Nesse
sentido, é interessante notar, que, no âmbito regulatório, o Banco Central
do Brasil (BACEN) recentemente lançou um edital de consulta pública n.
57/2017 com proposta de resolução dispondo “sobre a política de
segurança cibernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços
de processamento, armazenamento de dados e de computação em nuvem, a
serem observados pelas instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil”.
5. CONCLUSÕES
891
Com base nas nossas considerações no sentido de que o acesso a data
center não representa uma prestação de serviço e, também, por ser uma
atividade complexa que envolve diversos elementos, não é passível de
segregação (e.g., em locação, licenciamento, manutenção dos
equipamentos etc.), sendo um contrato inominado em que o objeto é a
disponibilização de infraestrutura para armazenamento de dados e
informações, mostra-se ilegítima, na contratação de data center do
exterior, a incidência da CIDE e PIS/COFINS-Importação, bem como a
tentativa de inclusão desse serviço na lista de serviços da LC n. 116/2003,
ao enquadrá-lo no item 1.03 (tanto na atual redação, quanto na nova,
modificada pela LC n. 157/2017), resultando na incidência de ISS.
892
aplicável de forma individualizada. Isso pode trazer impactos tributários
diferentes tanto na contratação do data center no País, como do exterior,
os quais devem ser analisados caso a caso.
893
Breves Considerações sobre o Tratamento
Legal, Contábil e Fiscal das Moedas Virtuais
129 130
Thiago Rufalco Medaglia e Eric Simões Visini
I. INTRODUÇÃO
894
A verdade é que se mostra absolutamente impossível, com precisão,
definir e rotular diversos elementos trazidos pela (r)evolução tecnológica,
seja pela total inexistência de paradigmas, seja simplesmente pela contínua
mutação desses elementos. E exatamente no centro dessa temática é
encontrado aquilo que se convencionou chamar de “moedas virtuais”, e
mais especificamente as moedas criptografadas ou simplesmente
“criptomoedas”132.
De toda forma, as moedas virtuais não são hoje apenas uma realidade
(existem algumas centenas de moedas virtuais), como claramente possuem
um enorme impacto econômico. A título meramente exemplificativo, cite-
se a mais popular dessas moedas: o Bitcoin. Essa moeda virtual foi
originalmente quantificada em 5 de outubro de 2009 e, na ocasião, US$
1,00 (um dólar dos Estados Unidos da América) equivalia a 1.309 Bitcoins
(em Reais, na cotação da época, R$ 1,00 equivaleria a 746 Bitcoins). Esse
valor foi definido naquela data com base numa equação que quantificava o
gasto com energia elétrica utilizada para ligar o computador que gerava os
Bitcoins134.
895
Bitcoin supera o valor da onça do ouro. Em 30 de novembro desse mesmo
ano, os Bitcoins são “comercializados” em território nacional por R$
40.680,00 a unidade135.
896
moedas virtuais mostra-se simultaneamente fadada ao insucesso e
absolutamente desnecessária. Ademais, a própria definição do que seria
“moeda” já é um tema tormentoso, razão pela qual esse tipo de análise
excede consideravelmente o escopo do presente estudo137.
897
moedas virtuais (aqui entendidas como criptomoedas), de cinco
características básicas, assim listadas pelo já mencionado grupo de estudo
do FMI: (i) as moedas virtuais representam valores digitalmente; (ii) não
possuem curso legal; (iii) são “conversíveis” no mundo real em bens,
serviços e até mesmo em moedas oficiais; (iv) são “descentralizadas”, isto
é, não respondem a uma autoridade central (embora outros modelos, ainda
que híbridos, pareçam estar surgindo); e (v) fazem uso de tecnologia
criptográfica para validação.
898
A experiência internacional sugere que a maioria dos países não atribui
o caráter de “moeda” às moedas virtuais, embora exceções sejam
encontradas. Ademais, essa análise revela que foram poucas as jurisdições
que efetivamente editaram legislação tratando do tema, de forma que as
principais manifestações existentes são de órgãos governamentais (e não
propriamente na forma de leis).
899
Diversos outros países seguiram tal exemplo, usualmente estabelecendo
que a legalidade dessas moedas virtuais não precisaria ser objeto de lei,
contudo diferenciando tal instrumento de moedas propriamente ditas.
Alguns desses países são: Dinamarca, Rússia, Suécia, Itália, Espanha,
França, Portugal, Grécia, Turquia, Países Baixos, dentre tantos outros142.
900
Sendo o Real exclusivo, a legislação brasileira não reconhece as
moedas virtuais como moeda de referência, tampouco lhes impõe curso
legal. Por outro lado, a Lei n. 12.865/2013, que regula o chamado Sistema
de Pagamentos Brasileiro (SPB), traz definições importantes acerca dos
meios de pagamento aceitos no Brasil, incluindo uma definição do que
seria “moeda eletrônica”.
901
A título ilustrativo, convém ainda registrar a existência do Projeto de
Lei n. 2.303/2015, de autoria do deputado Áureo Lido Moreira Ribeiro
(SD-RJ), que trata especificamente da regularização das moedas virtuais
em território nacional. O texto em questão pretende classificar as
criptomoedas e os programas de milhagem aérea como arranjo de
pagamento sob a supervisão do Banco Central.
Como tal, para os fins do presente estudo, as moedas virtuais devem ser
tratadas como ativos financeiros, devendo ser assim consideradas para fins
902
contábeis e fiscais. Aparentemente, esse entendimento é compartilhado
pela RFB, que assim se manifestou no diretório intitulado “Perguntas e
Respostas”, ao tratar de como as moedas virtuais devem ser declaradas
pelas pessoas físicas. Confira-se:
903
III.1 Do Tratamento Contábil Atribuído às Moedas Virtuais
904
contábeis; ou se até mesmo um controle de “variação cambial” deve ser
realizado, equiparando as moedas virtuais às moedas estrangeiras, se assim
fossem considerados.
905
semelhante aos ganhos decorrentes de operações envolvendo outros ativos
financeiros.
906
avaliados a valor justo. Nos demais casos, a avaliação é feita por meio do
custo de aquisição/emissão. Neste último caso, nenhum reflexo fiscal deve
ser verificado, eis que tal operação não implica trânsito pelo resultado
contábil da empresa (isto é, o valor do ativo corresponderá aquilo que foi
“consumido” para a sua aquisição/emissão).
907
aquisição, e o “acréscimo” por força da avaliação a valor justo deve ser
contabilizado em subconta vinculada, em contrapartida a uma receita na
demonstração de resultados.
908
(SFN), podendo ser desempenhadas por pessoas físicas e jurídicas
“desreguladas”. Como tal, os regramentos aplicáveis aos atuantes no SFN,
incluindo as regras de natureza tributária, somente se mostram
eventualmente aplicáveis àqueles que atuem nesse segmento e também se
dediquem ao comércio de moedas virtuais.
909
percentual de presunção de 32% (trinta e dois por cento). Ainda que o
entendimento em questão possa ser objeto de inúmeras críticas, é de ser
presumir que o mesmo raciocínio seria estendido ao comércio de moedas
virtuais.
No que se refere aos contribuintes que devam tratar ditas receitas como
“operacionais”, ainda que submetidos ao lucro real, o tratamento tributável
pode variar a depender das atividades desses contribuintes. Em resumo,
instituições financeiras e assemelhadas estão sujeitas a disciplina
específica ao recolhimento de PIS/COFINS, recolhendo-as observando as
exclusões de base de cálculo previstas no parágrafo 6º do artigo 3º, da Lei
n. 9.718/98. Aos demais, deve ser aplicada a geral aos respectivos regimes,
cumulativo ou não cumulativo.
910
Um ponto relevante envolvendo o comércio de moedas virtuais é que,
nos termos anteriormente adiantados, além de negociadas em moeda
efetiva, elas podem ser “convertidas” em bens, serviços e direitos. Além
disso, prática cada vez mais comum é a permuta de diferentes tipos de
moedas virtuais, criptomoedas ou não.
911
A atividade de mineração de criptomoedas ainda não foi objeto de
grandes manifestações, em especial na seara fiscal. O único diploma
encontrado que trata especificamente dessa questão é o já mencionado
Notice 2014-21, editado pelo IRS dos Estados Unidos. Na Seção 4 desse
diploma, que traz perguntas e respostas sobre o tratamento fiscal aplicável
às moedas virtuais, as questões 8 e 9 tratam desse tema.
912
inexiste sinalagma típico unindo as partes (prestador e tomador). Da
mesma forma, o recebimento das moedas virtuais em “contrapartida” à
mineração não pode ser considerado uma doação, uma vez que o
beneficiário teve que atuar (e cumprir diversas condições) para assim ser
agraciado.
913
o valor justo. Essa diferença materializaria o ganho ou perda decorrente da
avaliação a valor justo.
914
momento. Ato contínuo, existe sim uma realização, decorrente do
adimplemento da promessa de recompensa, nos termos da legislação civil.
Ou seja, o ganho auferido não é por conta da simples diferença da forma
de avaliação do ativo negociado (em comparação àquele que serviu para
quantificar a operação), mas decorre da própria operação. Nesse passo,
mostra-se razoável que o recebimento de moedas virtuais em recompensa à
atividade de mineração deva ser objeto de tributação quando da respectiva
contabilização a valor justo.
915
De toda forma, as operações de compra e venda de moedas virtuais por
meio da arbitragem em nada diferem da disciplina anteriormente delineada
aplicável à compra e venda. Como tal, os ganhos e perdas anteriormente
mencionados, comporão o saldo positivo ou negativo decorrente da
arbitragem das moedas virtuais e terão os mesmos efeitos fiscais antes
verificados.
916
A tributação das moedas virtuais ainda se mostra longe de pacificação,
seja no Brasil seja alhures. Algumas jurisdições, tais como os já
mencionados Reino Unido155 e Austrália, se posicionaram no sentido de
que as moedas virtuais seriam ativos, podendo assim estar sujeitas à
tributação indireta.
917
signifique que uma reforma constitucional não se faz necessária, qualquer
alteração visando à tributação das moedas virtuais por esse imposto
prescindiria de uma sensível alteração da legislação infraconstitucional
vigente, incluindo a necessidade de regulação da atividade e a eventual
inclusão dos seus operadores no âmbito do SFN (o que parece ser o exato
oposto do objetivo proposto pelas moedas virtuais).
IV. CONCLUSÃO
918
reflexão e um convite a um debate mais aprofundado. Naturalmente, tantos
outros enfoques podem e devem ser dados, sendo o presente uma mera
tentativa de listar alguns dos principais pontos de atenção na esfera
tributária.
919
IRF e IOF sobre remessas realizadas por
empresas de intermediação de pagamento e
regulação do BACEN
161 162
Renato Souza Coelho e Gabriel Oura Chiang
1. INTRODUÇÃO
920
Esse descompasso é, ainda, agravado quando considerado o fato de o
Direito Tributário adotar frequentemente conceitos próprios e específicos,
inclusive, por vezes, conflitantes e/ou incongruentes com os conceitos
típicos de outras áreas do Direito. O recente julgamento pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) referente à discussão sobre a extensão da
imunidade tributária a livros eletrônicos163, por exemplo, evidencia a ainda
recente dificuldade de harmonização de conceitos consolidados em outra
época à atual realidade.
921
diz respeito ao Imposto de Renda retido na Fonte (IRF) e ao Imposto sobre
Operações Financeiras na modalidade Câmbio (IOF-Câmbio).
922
A partir da redação dos referidos dispositivos, merecem destaque os
conceitos de fonte e rendimento para fins de atribuição da
responsabilidade do recolhimento e satisfação da obrigação de pagamento
do imposto de renda. Como regra, a execução de quaisquer das ações
descritas no artigo 100 do Decreto n, 5.844/43 (isto é, pagar, creditar,
empregar, remeter ou entregar) que represente a transferência de
rendimentos ao beneficiário estrangeiro por uma fonte brasileira ensejaria
a realização do fato gerador do IRF.
923
segundo pensamos, não representa a figura de fonte nem tampouco
transfere rendimento ao não residente.
924
relação jurídica que ensejaria o surgimento de um rendimento sujeito ao
IRF no Brasil.
925
aplicação das regras do IRF, na medida em que representa “ato físico de
passar o dinheiro do pagamento para as mãos do beneficiário ou de alguém
por ele autorizado a receber”169.
926
pode este figurar, ao mesmo tempo, como fonte pagadora da mesma
riqueza.
927
tributária em decorrência da posse que um terceiro possui sobre os
recursos do contribuinte devem estar intrinsicamente ligados e limitados à
materialidade do imposto, que consiste no próprio acréscimo patrimonial.
A esse respeito, Renato Nunes indica que “não se pode perder de vista
que a relação de poder deve guardar referência com a materialidade de
hipótese da regra-matriz de incidência”173. No mesmo sentido, vale
relembrar os ensinamentos de Ricardo Mariz de Oliveira no sentido de
que, para a ocorrência do fato gerador do IRF, deve tratar-se de pagamento
de renda ou provento, e não de simples tradição de moeda174.
Não basta, assim, a existência de algum vínculo com o sujeito passivo direto
para que alguém seja colocado na condição de responsável por substituição. O
substituto tributário deve ter participação no fato, ato ou negócio sujeito à
tributação. Mas não uma participação qualquer. A testemunha de um contrato, por
exemplo, não pode ser responsabilizada pelo tributo eventualmente devido em razão
do negócio celebrado. O substituto deve ter participação relevante na situação que
configura o fato gerador, assumindo uma posição que lhe permita exigir do
contribuinte o valor correspondente ao tributo a ser recolhido aos cofres públicos,
evitando, dessa forma, o desfalque de seu próprio patrimônio. A possibilidade de
928
ressarcimento do responsável é indispensável para que se caracterize a vinculação
do fato gerador que legitima a substituição tributária.
Nesse sentido, entende-se que a posição adotada pelo CARF não parece
totalmente acertada, dado que, assim como sustentado no presente
trabalho, o fato gerador do IRF já teria ocorrido na transferência de
929
recursos do devedor brasileiro ao intermediário brasileiro que
operacionaliza a remessa ao exterior.
930
beneficiário do rendimento passa a deter disponibilidade econômica ou
jurídica, muito embora esse entendimento sofra diversas críticas176.
931
exemplo, dos Acórdãos ns. 2102-01.845 e 106-14.497, cujas ementas
seguem transcritas abaixo:
932
o momento a partir de quando o fornecedor estrangeiro possui
disponibilidade econômica e jurídica sobre o rendimento.
933
Todavia, esses elementos não são, por si só, suficientes para legitimar
tal atribuição de responsabilidade. Conforme o artigo 97, inciso III, do
CTN184, a determinação da sujeição passiva é matéria submetida à reserva
legal e, conforme já explicado, os dispositivos que fundamentam a
atribuição de responsabilidade nas remessas ao exterior não deveriam ser
aplicáveis à operação de intermediação de pagamentos porquanto a
operação não se subsume ao fato gerador do IRF.
934
Essa discussão é ainda mais presente nas situações nas quais o
intermediador transfere os recursos arrecadados para uma outra entidade
estrangeira do seu grupo, a qual também atua como intermediadora e faz o
pagamento ao beneficiário final.
935
Banco Central (BACEN), por sua vez, emitiu resoluções a fim de
regulamentar as referidas operações.
936
Mesmo considerando que a operação de fechamento de câmbio é
realizada no interesse do beneficiário estrangeiro, há de se notar que é o
intermediador do câmbio quem, efetivamente, compra moeda estrangeira
para fins de remessa ao exterior.
937
2. Nas operações de câmbio, as instituições que são autorizadas a vender moeda
estrangeira figuram como “responsáveis pela cobrança do imposto e pelo seu
recolhimento ao Banco Central do Brasil”, e não como contribuintes do IOF (art. 3º,
caput e III, do Decreto-Lei 1.783/80). Em tais operações, são contribuintes do
imposto “os compradores de moeda estrangeira” (art. 2º).
3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido – STJ,
REsp n. 675.828/RJ, Primeira Turma, Relatora Ministra Denise Arruda, j.
26/06/2007, DJ 26/06/2007.
938
contribuinte, enquanto tomador do empréstimo no exterior e beneficiário da
conversão da moeda estrangeira através de correspondente operação de câmbio.
Recurso Voluntário Conhecido em Parte.
Recurso Voluntário Negado.
Crédito Tributário Mantido – 4ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 3ª Seção de
Julgamento do CARF, Acórdão n. 3402-002.467, Relator João Carlos Cassuli
Junior, julgado em 20/08/2014, publicado em 17/09/2014.
939
ocorreria à alíquota geral de 0,38%, tal como dispõe o artigo 15-B do
Regulamento do IOF, conforme atualmente aplicável.
940
Em suma, muito embora o agente intermediador de pagamentos a
beneficiário no exterior não seja enquadrado como responsável pela
retenção e recolhimento do IOF-Câmbio, permanece-lhe a sujeição passiva
por figurar como contribuinte do imposto. Assim, não tendo sido o IOF-
Câmbio devidamente recolhido pela instituição financeira apta à operação
no mercado de câmbio como responsável pelo imposto, este ainda poderia
ser cobrado do intermediador do pagamento. Ademais, a despeito de
ambas as estruturas existentes para a realização do pagamento estarem
atualmente sujeitas à alíquota geral do IOF-Câmbio de 0,38%, caso haja
alteração de alíquota, pode haver uma controvérsia, no futuro, acerca da
natureza do câmbio – e, portanto, da alíquota aplicável – quando o
intermediário utilizar recursos externos para pagamento ao beneficiário
final.
4. CONCLUSÕES
941
Deve ser analisada a figura da fonte pagadora no âmbito da relação
jurídica que deu origem aos rendimentos sujeitos à materialidade do
imposto de renda. A participação do intermediador representa mera
liquidação financeira, e só ocorre por solicitação e no interesse do
beneficiário estrangeiro que, por sua vez, já demonstraria haver anterior
disponibilidade econômica e jurídica da renda.
942
controvérsias acerca da natureza da remessa feita pelo intermediador,
notadamente quando o pagamento ao beneficiário final é feito por meio de
recursos do intermediador mantidos no exterior.
943
A Tributação de SaaS e SaaP no Brasil por
ISS ou ICMS: Estudo de Casos de Massively
Multiplayer Online Games (MMOGs)
186 187
Lucas de Lima Carvalho e Rogério Baptista Fedele
INTRODUÇÃO
944
nos casos em que a adaptação seja efetiva customização do software para o
cliente, criando um programa feito sob medida, ou em casos nos quais o
desenvolvedor do software crie um “banco de dados relacional” para o
cliente190.
945
A abordagem direta ou indireta dos conceitos de SaaS e de SaaP em
manifestações do Fisco e das cortes administrativas se estende para os
conceitos de infraestrutura como serviço (no inglês, Infrastructure as a
Service, ou IaaS) e de plataforma como serviço (no inglês, Platform as a
Service, ou PaaS), ainda que de forma tímida.
946
equipamentos, personagens, territórios, entre outros. Por outro lado,
também permitem a aquisição de “novas funcionalidades”, como o acesso
a desafios específicos, a entrada em clãs ou guildas, o uso temporário de
poderes especiais, entre outros benefícios que poderiam, a princípio, ser
qualificados como bens ou serviços, ou, ainda, como direitos adquiridos
pelos jogadores.
1. DEFINIÇÕES RELEVANTES
947
Em essência, o Direito Tributário é o conjunto de normas destinadas a
reger as relações de instituição, imposição, arrecadação e fiscalização
tributárias entre Fisco e contribuintes197. No Estado Democrático de
Direito, o intuito primário desse arcabouço normativo é proteger os
últimos das investidas do primeiro, com o interesse de garantir que, no afã
de angariar recursos para o custeio de suas atividades, as autoridades
fiscais não vulnerem os direitos individuais de seus jurisdicionados198.
948
querer regular ou regulamentar a dita norma, incluir no rol de serviços a
locação de bens móveis200.
Definir, portanto, cada uma das siglas relevantes para o nosso artigo, a
saber, IaaS, PaaS, SaaS e SaaP e MMOGs, é um esforço para apreender o
seu sentido prático e, com a mesma ênfase, também o seu sentido jurídico-
tributário. Com esse exercício, pretendemos aproximar cada manifestação
econômica subjacente às hipóteses de imposição dos tributos relevantes no
Brasil.
The IaaS model provides the client with fundamental computing resources
(processing, storage, networks) where he is able to deploy and run his software.
The consumer does not manage or control the underlying cloud infrastructure but
has control over the operating systems and deployed applications. […] The PaaS
model offers a platform, typically including operating system, programming
language execution environment, database, and web server, for customers to use.
949
Application developers can develop and run their software solutions on a cloud
platform without the cost and complexity of buying and managing the underlying
hardware and software layers.
950
Ainda a título de comentários sobre a natureza jurídico-tributária dos
modelos de IaaS e PaaS, nenhum deles contempla, segundo os conceitos e
exemplos oferecidos, qualquer fornecimento de bens ou mesmo de direitos
ao cliente (tomador de serviços). Isso não impede que, em contratos
híbridos, um cliente seja ao mesmo tempo comprador de um bem digital
ou de um direito permanente, e que essa transação seja vinculada ao uso,
por parte do cliente, de uma infraestrutura ou de uma plataforma criada e
mantida pelo vendedor.
951
como das autoridades fiscais, de querer tributar a transferência de um
“software por encomenda” através do valor de uma suposta “licença de
software”209: ora, se pertence ao encomendante a propriedade dos direitos
relativos a programas de computador por ele encomendados210, como
admitir que o encomendante receba algo que não o próprio software
customizado, encerrado em sua inteireza como novo bem a integrar seu
domínio econômico? A distinção é relevante apenas para determinar qual a
natureza preponderante do liame estabelecido entre cliente e fornecedor:
em um modelo de fornecimento de “software por encomenda”, a busca do
cliente é por uma solução digital tailor-made, a justificar a tributação dessa
manifestação econômica como serviço, ordinariamente submetido ao ISS
no Brasil.
952
Para nos mantermos no ambiente de jogos virtuais, citemos o exemplo
do jogo World of Warcraft211, pertencente à categoria de Massive
Multiplayer Online Role-Playing Games (MMORPGs), integrante do
universo de MMOGs. O que o usuário do jogo World of Warcraft adquire
junto ao sítio eletrônico mantido pela Blizzard Entertainment é um
software oferecido como serviço, ou SaaS, em conformidade com os
seguintes trechos dos termos de uso do jogo212:
953
que é transferido ao comprador com todas as faculdades inerentes à
propriedade civil.
954
software, constante do item 1.05 da lista anexa à Lei Complementar n.
116/2003) e, ainda assim, apenas dentro da estrita competência oferecida
pela Constituição Federal aos Municípios (de tributar serviços de qualquer
natureza, hipótese tributária em que, a princípio, não se incluiria a mera
disponibilização de conteúdo de áudio pela internet, inaugurada pela Lei
Complementar n. 157/2016 como o item 1.09 da lista anexa à Lei
Complementar n. 116/2003)216.
955
entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados
no exterior como contraprestação por serviço prestado”.
1.3. MMOGs
MMOGs são definidos pelo Dicionário Oxford como “jogos online que
podem ser jogados por um número bastante grande de pessoas
simultaneamente”220. Essa definição é complementada por Tania E. Bilir221,
que traça um histórico da criação e do desenvolvimento de MMOGs desde
a década de 1970, quando Role-Playing Games (RPGs) como Dungeons
and Dragons, populares em meio físico, foram transportados para o meio
digital222. A autora aponta elementos comuns a diversos desses jogos nos
dias de hoje, como a criação e a evolução de perfis de jogadores por meio
das funcionalidades de seus personagens (avatares)223, o compartilhamento
de ambientes virtuais pertencentes a um enredo, ou a enredos específicos,
e a realização de tarefas ou desafios individuais ou em conjunto (no inglês,
quests)224.
956
A literatura especializada aponta uma arquitetura específica para o
funcionamento de MMOGs, a qual será relevante na análise dos casos
estudados em nosso trabalho. Segundo Devan Tanvir Ahmed e Shervin
Shirmohammadi225:
957
neste trabalho, as vendas são tributadas pelo jogo, na moeda oficial do
jogo, kamas228.
958
Diante dos nossos comentários nos Subcapítulos 1.1 e 1.2, resta
evidente que os MMOGs se qualificam como SaaS ou SaaP, com todas as
implicações jurídicas e tributárias a eles pertencentes, a depender da
relação que é criada entre a empresa responsável pelo jogo e o jogador.
959
2. APRESENTAÇÃO DOS TRÊS CASOS DE ESTUDO
960
itens regulares em lojas virtuais, bem como itens exclusivos. Esse caso é
adaptado a partir da oferta de assinaturas pagas pela empresa Jagex,
desenvolvedora e mantenedora do MMORPG RuneScape234, e nos
comentários do Capítulo seguinte, será intitulado “Caso 2 – MMOG,
Jogador e Pacote de Benefícios”.
961
O que temos no Caso 1 é a oferta de novas funcionalidades para o
mesmo software já licenciado, em particular, o acesso a áreas específicas
do jogo. A nosso ver, a discussão sobre se o Caso 1 está no âmbito de
incidência do ISS ou do ICMS passa por dois questionamentos específicos.
Em primeiro lugar, (1) indagamos se a oferta de novas funcionalidades de
um software configuraria uma “nova licença de um mesmo software”, ou a
“licença de um novo software”, ambas aptas a trazer a incidência de ISS.
Em segundo lugar, (2) indagamos a natureza das funcionalidades
ofertadas: o “acesso a áreas específicas do jogo” é qualificável como um
serviço, como um bem ou como um direito? Enfocaremos os dois
questionamentos nos parágrafos seguintes.
962
físico utilizado pela empresa desenvolvedora e mantenedora para oferecer
o jogo (como um servidor, por exemplo).
9.1 Right of use: Ankama allows you to acquire rights of use over Credits. The
rights of use over Credits allow you to access content made available to you by
Ankama on the Websites and/or Games. The content to which Ankama allows you
access in exchange for Ogrines, including subscriptions, booster packs, services
that can be used within certain Games and rights of use over virtual objects, over
Krosmaster virtual figurines or over Kamas that can be used in the DOFUS game,
in exchange for Goultines, including rights of use over virtual objects or services
that can be used within the DOFUS TOUCH game, or in exchange for Krosmaga
Kamas, including virtual cards (in the form of boosters or decks) or services that
can be used within the KROSMAGA game, is called the “Exchange Content”.
Whatever the terminology used, Ankama only supplies a right of use over
Credits and not a right of ownership, which you expressly acknowledge. […].
963
Quanto ao segundo questionamento, voltamos a uma discussão
apresentada ainda na Introdução deste trabalho, e consolidada na Solução
de Divergência COSIT RFB n. 6, de 3 de junho de 2014. Nas linhas
daquela Solução de Divergência, e aqui adotamos o mesmo raciocínio,
ainda que se pudesse caracterizar o acesso a áreas novas do MMOG como
um acesso físico a um território (ou seja, um direito de passagem, ou
mesmo o uso de um espaço físico por tempo determinado, o que se
assemelharia a uma “locação” virtual), o acesso físico a esse território é
suportado por uma gama de serviços, desde a hospedagem de dados, a
garantia de segurança da conta de cada usuário e as próprias
funcionalidades do jogo. A natureza dessa oferta aos usuários, portanto,
revela inegável caráter de serviço, e não de bem ou mesmo de direito.
964
consolidada238, mas entre serviços, com o intuito de identificar a atividade-
fim do contrato celebrado entre MMOG e jogador), o serviço mais
relevante seria o licenciamento de software, referido no item 1.05 da Lista
Anexa à Lei Complementar n. 116/2003. No Caso 1, não há nenhum
elemento individualizável obtido pelo jogador com a assinatura junto ao
MMOG que justifique tratamento tributário diverso, o que separa essa
hipótese daquela explorada no Caso 2, a seguir.
965
No tocante à aquisição de uma licença de software que reverta para o
tomador o benefício na compra de itens regulares em lojas virtuais do
MMOG relevante, ainda nesse caso a licença de software é preponderante
em relação ao desconto obtido, que seria em essência um direito conferido
pelo MMOG ao jogador. Ainda, como o desconto conferido ao jogador
não é transacionável, ou seja, não pode ser cedido onerosamente a outros
jogadores, não há que se falar em bem digital tributável pelo ICMS,
partindo da premissa, inaugurada pela Decisão Normativa CAT n. 4, de 20
de setembro de 2017, no Estado de São Paulo, de que o software sem
suporte físico poderia ser submetido a esse tributo.
966
comercialização entre usuários do jogo. Por exemplo, é possível cogitar de
um item exclusivo que seja pessoal e intransferível, e que represente para o
jogador de um MMOG, ou de um MMORPG como RuneScape, uma
armadura, uma arma, ou mesmo uma habilidade qualquer.
Selling Items
You can click “manage display” to put items on the window once you have it
placed to put things out for sale. You may also use this as extra storage for your
inventory. Some items will cost a storage tax to sell. The bigger the stack of items
put of for sale the more the storage tax is. If it is a stack of one item it is possible to
put it on sale for one or two kamas without being charged the storage tax, though
the prices can vary depending on the taxes set by the governor in each territory.
Items put on display for extra inventory storage and at 0 kama will have no storage
tax, but can be bought by other players.
967
Que a operação seja tributada pelo próprio jogo, por meio de uma
espécie de “tributo sobre armazenagem” (no inglês, storage tax), é um
dado relevante para a consideração de se há ou não operação tributável
ocorrendo entre jogadores. Para os fins do Caso 3, suponhamos que
comprador e vendedor sejam pessoas físicas residentes no Brasil, e que o
MMOG relevante esteja hospedado em um servidor localizado nos Estados
Unidos. Indaga-se: a operação em comento seria tributável pelo ICMS no
Brasil?
968
Para ilustrar este último cenário, suponhamos que determinada espada
seja comercializada entre Jogador 1 e Jogador 2, no MMORPG Wakfu ou
em qualquer MMOG relevante, pelo valor de 1.000.000,00 kamas (um
milhão de kamas). Suponhamos, ainda, que não exista um câmbio oficial
entre kamas e qualquer moeda real específica243. Uma forma de estabelecer
o valor da espada que foi transacionada, de modo a submeter essa
operação ao ICMS, seria, por exemplo, comparar os atributos dessa espada
aos atributos de outra espada vendida pelo jogo por moeda real (mediante
uma assinatura específica e premium, por exemplo), com o intuito de
arbitrar um valor aproximado para o valor em kamas da espada relevante.
Outra possibilidade seria utilizar o valor de cotação “não oficial” dos
kamas em moeda real, com o intuito de aferir o valor em reais da transação
entre o Jogador 1 e o Jogador 2, valor esse tributável por ICMS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
969
correspondente? São dúvidas resolvidas apenas de forma precária, e
apenas com o emprego de analogias, e não com o emprego de uma
legislação tributária que entenda o fenômeno digital sob análise e o tribute
de acordo com as suas qualidades intrínsecas. Outras questões enfrentadas
em nosso trabalho tiveram o mesmo destino.
970
Desafios na tributação dos programas de
fidelização
244 245
Jorge N. F. Lopes Jr. e Mariana Monte Alegre de Paiva
Para tanto, o presente artigo foi dividido nos seguintes capítulos: (1)
Introdução, onde indicaremos a relevância da análise; (2) Principais
controvérsias tributárias envolvendo os programas de fidelização, em que
discutiremos a atividade desenvolvida pela empresa que administra os
programas de fidelização e abordaremos os temas mais polêmicos da
tributação federal, estadual e municipal, em especial as questões sobre a
eventual incidência do ICMS e do ISS, além do momento de
reconhecimento da receita da empresa gestora, especialmente para efeitos
da incidência de PIS/COFINS; e, por fim, (3) Conclusões e possíveis
alternativas para os desafios legislativos.
1. INTRODUÇÃO
971
estima terem sido emitidos 60 bilhões de novos pontos no segundo
trimestre de 2017, sendo que 49 bilhões foram resgatados pelos
consumidores no mesmo período.
972
Os principais programas de fidelização foram desenvolvidos nas
décadas de 1980 e 1990: em 1980, a companhia aérea American Airlines
ofereceu seu primeiro programa de milhagem AAdvantage; em 1994, a
Varig lançou o programa SMILES no Brasil, hoje associado à GOL; em
1995, a empresa Subway lançou um programa de selos de descontos,
estreando assim uma série de novos programas. Com o sucesso desse
método de fidelização, o mercado foi crescendo para englobar grandes
varejistas, como redes de supermercado, lojas de departamento, farmácias,
postos de gasolina, hotéis, restaurantes, entre outros.
973
programas de fidelização, contando com centenas de outras empresas
participantes e milhares de consumidores.
974
descrever brevemente como, em regra, se estrutura o modelo básico de
geração, acúmulo e resgate de pontos e milhas nesses programas.
975
jurídica da atividade das gestoras, se seriam meras revendedoras de
produtos e serviços que teriam sido por ela adquiridos e revendidos em
nome próprio aos consumidores. Em caso positivo, haveria então a
incidência do ICMS e/ou PIS/COFINS nessa suposta “revenda”, ou seriam
essas empresas meras intermediadoras, caso em que haveria a incidência
do ISS sobre um serviço de intermediação? E o momento de
reconhecimento de sua receita ocorreria quando do recebimento dos
valores dos fornecedores para o “creditamento” dos pontos/milhas na
conta do participante, ou apenas quando do resgate desses pontos/milhas?
Vejamos esses pontos em maiores detalhes nos próximos itens.
976
tona um nicho de mercado que passou a ser explorado por tais empresas
gestoras.
977
administração dessas plataformas e do negócio de fidelização como um
todo exige que tenham relações diretas, de um lado, com os fornecedores
participantes e, de outro, com os consumidores daqueles bens e serviços.
Cabe assim analisar em maiores detalhes essas relações.
978
falar em receita de comercialização de pontos/milhas da gestora nesse
momento.
979
pelos fornecedores e os benefícios decorrentes da possibilidade de
acúmulo e resgate de pontos e milhas aos clientes, facilitando assim o
acesso a toda a gama de produtos e serviços oferecidos pelos fornecedores.
980
de produtos, devendo recolher o ICMS em suas operações. Dada a
atipicidade da atividade desempenhada pelas empresas gestoras, porém,
parece-nos a princípio que nem os Estados nem os Municípios teriam
competência para tributar a sua receita. Vejamos.
981
Ademais, como discutido acima, as gestoras não comercializam os
pontos/milhas. Na realidade, para fins de incidência do ICMS, é certo que
os pontos e milhas não seriam “mercadorias” propriamente ditas (mas sim
direitos imateriais). Mas, ainda que o fossem, não haveria circulação
econômica com intuito comercial e lucrativo, já que as gestoras assumem
apenas o dever de disponibilizar os pontos/milhas na conta dos
consumidores. Além disso, mesmo que os pontos e milhas sejam
entendidos como mercadorias, sua “venda” não implicaria qualquer
utilidade aos compradores, no caso, os fornecedores, já que os pontos e
milhas somente se tornam “consumíveis” para fins do resgate pelos
consumidores. Portanto também não seria factível, em nosso
entendimento, que as gestoras emitissem nota fiscal de venda de
pontos/milhas, sujeitando o valor recebido dos fornecedores como se fosse
preço de venda.
Em relação ao ISS, é preciso pontuar que esse tributo incide, nos termos
do artigo 156, III, da Constituição Federal, sobre serviços de qualquer
natureza, desde que definidos em lei complementar e que não estejam
compreendidos no campo de incidência do ICMS.
982
A esse respeito, vale mencionar que, durante muitos anos, a prestação
de serviço esteve associada a uma obrigação de fazer, ou seja, à
disponibilização de um bem imaterial produzido mediante o esforço
humano, físico ou intelectual250. Essa contraposição entre obrigação de
fazer e obrigação de dar era utilizada com frequência para identificar se
haveria prestação de serviço ou não e para dirimir conflitos de
competência entre ICMS e ISS.
Nesse sentido, seria até possível superar o fato de que não seria
obrigatória a existência de uma obrigação de fazer para que seja
caracterizada a prestação de serviço, mas continua sendo indispensável que
983
o serviço esteja previsto, de forma específica, na lista anexa da Lei
Complementar n. 116/2003, conforme determinado na própria
Constituição Federal.
984
conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet; e, ainda,
do item 17.25, que se refere à inserção de textos, desenhos e outros
materiais de propaganda e publicidade, em qualquer meio.
985
Primeiramente, em nosso entendimento, as gestoras não intermedeiam
relações entre fornecedores e consumidores: elas não unem as partes e as
colocam em contato direto, permitindo uma interação imediata.
Diferentemente de agências de viagens, agências de publicidade,
corretoras de imóveis, entre outras empresas que se dedicam a atividades
de intermediação, em nossa visão, as gestoras dos programas de
fidelização não atuam com o propósito de aproximar as partes envolvidas,
sendo remuneradas por uma das partes em razão justamente dessa
aproximação. No caso, elas têm como finalidade estruturar uma ampla
rede em que está inserido o maior número possível de fornecedores e
consumidores e fazer que a gestão do programa seja o mais eficiente para
que a diferença entre os valores pagos pelos fornecedores pelos pontos e
milhas e os valores de troca desses pontos e milhas seja interessante.
986
A despeito disso, vale mencionar que, em 2012, o Município de São
Paulo, por meio da Solução de Consulta SF/DEJUG n. 8 (Solução de
Consulta n. 8/12), analisou a atividade desenvolvida por empresa
responsável pela gestão de programa de fidelização e, na ocasião,
manifestou-se no sentido de que a gestora deveria reconhecer sua receita
no item 17.06 da lista de serviços como “propaganda e publicidade,
inclusive promoção de vendas, planejamento de campanhas ou sistemas de
publicidade, elaboração de desenhos, textos e demais materiais
publicitários”.
987
caracterizada como intermediação no item 10.05 da lista de serviços,
como, aliás, havia sido indicado pela própria consulente.
988
2.2. O momento do reconhecimento da receita auferida pela empresa gestora
do programa de fidelização para fins de tributação do PIS/COFINS
989
Nesse contexto, é importante esclarecer que a natureza dos pagamentos
efetuados aos fornecedores quando do resgate não consiste em custo das
gestoras, uma vez que estas últimas não realizam a aquisição e revenda de
produtos e serviços em nome próprio, nem prestam quaisquer serviços,
como discutido acima.
990
entrega/fornecimento dos benefícios (novos produtos e serviços) quando
do resgate, estão apenas repassando os valores que foram pagos pelos
próprios fornecedores para garantir que os seus consumidores possam
escolher quais produtos e serviços querem resgatar.
991
Por sua vez, a empresa defendeu que, quando recebe os valores
correspondentes aos pontos/milhas dos fornecedores, assume o dever
contratual de liquidar obrigações futuras perante os consumidores em
nome dos fornecedores participantes do programa, o que se caracterizaria,
a princípio, como assunção de dívida. A sua receita própria somente se
concretiza quando o consumidor de fato resgatar seus pontos/milhas, o que
é incerto; inclusive, essa incerteza se reflete no fato de que muitas vezes os
pontos/milhas expiram e também no fato de que ocasionalmente seu
spread pode até ser negativo (no caso de passagens internacionais
resgatadas pelos consumidores, por exemplo, que custam mais do que os
montantes originalmente recebidos dos fornecedores).
992
3. CONCLUSÕES E ALTERNATIVAS QUANTO AOS DESAFIOS
LEGISLATIVOS
993
Enquanto não tivermos uma regulamentação mais precisa, as empresas
que atuam nesse segmento de programas de fidelização vão continuar a
operar em um ambiente de insegurança jurídica, sujeitas a potenciais
questionamentos por parte dos Fiscos federal, estadual e municipal.
994
Tributação das Aplicações Over-The-Top no
Brasil: visão geral e análise das atividades de
transmissão de conteúdo audiovisual, envio
de mensagens e realização de chamadas de
voz por meio da internet
257
Ricardo Augusto Alves dos Santos
1. INTRODUÇÃO
995
desenvolvidas inteiramente pela internet e o fornecimento de bens e
serviços ocorre exclusivamente em ambiente virtual.
996
Nessa perspectiva, é possível afirmar que a expansão da internet no país
contribuiu, de um lado, para o aprimoramento da administração tributária
e, de outro, para a formatação de novos modelos de negócios executados
integralmente em ambiente digital.
997
qualificadas de acordo com a atividade desempenhada por seus
provedores, enquadrando-se como serviços de comunicação apenas
aquelas funcionalidades em que os provedores especializados se
responsabilizem pela transmissão do conteúdo aos usuários (como é o caso
dos serviços de VoIP262 que permitem a realização de chamadas, a partir de
um computador, destinadas a terminais ligados à rede pública de
telefonia).
998
regulatórios, que trate especificamente sobre a definição e o
enquadramento legal das Aplicações OTT.
999
se conclui pela impossibilidade de tributação das Aplicações OTT, visto
que tais funcionalidades não se caracterizam como mercadoria e tampouco
como serviços, segundo os sentidos originais dessas expressões previstos
na Constituição à época de sua promulgação.
1000
Diante disso, como é possível identificar a interpretação jurídica mais
adequada para determinado texto normativo? A resposta é a valoração dos
argumentos em face dos princípios constitucionais, tendo em vista que, ao
se valorar e sopesar argumentos que apontam em direções opostas, é
preciso que se dê prevalência àqueles que estejam em maior consonância
com os princípios constitucionais axiologicamente subjacentes ao
dispositivo interpretado264.
1001
fundamentam a interpretação estática. Essa forma de interpretação,
contudo, não deve prosperar, pois viola o princípio da igualdade tributária,
na medida em que não se pode alegar que as atividades de comercialização
de mercadorias em formato físico ou digital sejam fenômenos econômicos
tão distintos a ponto de justificar o tratamento tributário diferenciado entre
os contribuintes que se dedicam a esses negócios.
1002
circulação de produtos industrializados; (d) IOF, que se aplica aos serviços
financeiros e securitários; e, por fim, (e) ISS, que incide sobre os serviços
de qualquer natureza268.
1003
gera conflitos de competência verticais entre os entes da Federação. Esses
conflitos, importante frisar, não se verificam no plano da aplicação do
texto constitucional, como se costuma supor. Em verdade, esses conflitos
decorrem da própria técnica de que se vale o constituinte ao se referir aos
núcleos materiais das hipóteses de incidência dos impostos previstos na
Constituição, por meio de tipos abertos, e não de conceitos cerrados.
1004
consumo, de que são exemplos o ISS e o ICMS, assimilam considerações
econômicas, pois são baseados em conceitos elaborados pelo próprio
Direito Tributário ou em conceitos tecnológicos272.
Por tal razão, a discussão acerca dos tributos incidentes sobre a oferta
das Aplicações OTT deve ser realizada a cada caso concreto, com base na
natureza jurídica do bem ou do serviço fornecido ao usuário final pelos
provedores dessas funcionalidades. Deve-se verificar, inicialmente, em
qual das materialidades dos impostos descritos pela Constituição se
enquadram o bem e o serviço ofertados pelo provedor das Aplicações OTT
ao usuário final. Por vezes, esse expediente já será suficiente para
determinar o tributo incidente sobre o bem ou serviço em questão, como é
1005
o caso, por exemplo, das operações de crédito concedidas por meio de
Aplicações OTT, que se sujeitam à tributação do IOF.
1006
acaba por dispensar tratamento diverso a situações semelhantes, na medida
em que o formato físico ou digital da mercadoria comercializada não é
critério válido, em face do princípio da igualdade tributária, para
diferenciar esses fenômenos econômicos.
1007
disponibilização eletrônica por fluxo contínuo de dados ao usuário, sem
que o conteúdo seja gravado em seu computador, mediante a cobrança de
assinatura mensal (a Netflix e o Spotify são exemplos de empresas que
utilizam esse formato); (b) a venda de faixa musical, filmes e seriados com
a entrega do conteúdo ao usuário por meio de transferência eletrônica de
dados (download), mediante pagamento de valor fixo por música ou vídeo
(o ITunes e o Google Play são os provedores mais conhecidos desse
formato de negócios).
1008
provedores e os usuários é a transmissão das obras televisivas e musicais.
O software, por sua vez, é apenas instrumento que possibilita a entrega
dessas obras via internet aos usuários finais, constituindo apenas uma
atividade-meio necessária à oferta dessas Aplicações OTT.
5.1. ICMS-Mercadoria
1009
“mercadoria” deve ser interpretado de maneira dinâmica, razão pela qual
não pode ser limitado apenas aos bens corpóreos278. Resta investigar,
então, se a adoção dessa interpretação evolutiva do conceito de mercadoria
permite a tributação do ICMS-Mercadoria sobre o conteúdo audiovisual
ofertado por meio da internet.
1010
5.2. ICMS-Comunicação
1011
ICMS-Comunicação se caracterizam pelo “fornecimento, em caráter
continuado, das condições materiais para que ocorra a comunicação entre
o usuário e terceiro”281.
Isto posto, vale observar que, no caso das Aplicações OTT de conteúdo
audiovisual, os provedores especializados na oferta dessas funcionalidades
não podem ser enquadrados como prestadores de serviços de comunicação,
tendo em vista que esses provedores não fornecem o “ambiente de
comunicação”, ou seja, as “condições materiais” necessários à transmissão
do conteúdo audiovisual. Convém observar, nesse sentido, que o conteúdo
audiovisual ofertado aos usuários finais pelos provedores das Aplicações
OTT não se confunde, em absoluto, com os serviços de conexão à internet
e tampouco com os serviços de telecomunicações que dão suporte para
essa conexão282.
1012
destinado à distribuição de conteúdos audiovisuais na forma de pacotes e
canais de programação, por meio de tecnologias, processos, meios
eletrônicos e protocolos de comunicação quaisquer, incluindo a internet.
1013
Embora as prestadoras de SeAC e as provedoras de Aplicações OTT
sejam iguais sob um ponto de vista objetivo das operações que praticam
(isto é, transmissão das obras audiovisuais), o tratamento diferenciado
dispensado a essas empresas pela referida lei complementar justifica-se, a
nosso ver, em razão do princípio da igualdade tributária. Em atenção a esse
princípio, cada contribuinte deve ser tratado de modo diferente na medida
em que ele se diferencia dos demais, mediante as considerações de suas
particularidades, ou seja, de acordo com a capacidade tributária
subjetiva283.
5.3. ISS
1014
Por outro lado, há doutrinadores que defendem que esse dispositivo
apenas aprimorou as normas gerais aplicáveis à tributação dos serviços de
streaming de música e vídeo pelos Municípios, na medida em que tais
atividades se equiparariam à licença de uso de programas de computador e
já poderiam ser tributadas pelo ISS antes mesmo da edição da referida lei
complementar promulgada em 2016285.
1015
Ministro Marco Aurélio, em que restou afastada a incidência do ISS sobre
a locação de bem móvel, ficando consignado que somente constituiriam
serviços sujeitos ao ISS as atividades desenvolvidas pela via direta do
esforço humano, que perfaçam uma obrigação de fazer.
1016
prosperar. Além disso, ainda que não se possa alegar que o entendimento
refletido na Súmula Vinculante 31 tenha sido abandonado em definitivo
pelo STF, fato é que as atividades de oferta das Aplicações OTT de música
e vídeo pela internet não envolvem apenas uma obrigação de dar, como é o
caso da locação de bens móveis corpóreos.
1017
Em nosso sistema legal positivo, o Marco Civil da Internet, promulgado
em 2014, utiliza largamente a palavra “disponibilizar” ao se referir às
atividades desempenhadas pelos provedores de conexão à internet e pelos
provedores de aplicações de internet. Além disso, com a edição da Lei
Complementar n. 157, de 2016, o verbo “disponibilizar” passou a
constituir o núcleo material da hipótese de incidência do ISS incidente
sobre as atividades de provimento de conteúdo audiovisual pela internet,
como é o caso das Aplicações OTT de transmissão de áudio e vídeo.
1018
Essas funcionalidades permitem tanto o envio de mensagens
instantâneas de arquivos multimídia (texto, imagens, vídeos, documentos
em PDF e outros formatos) quanto a realização de chamadas de voz entre
usuários conectados à internet com emprego da tecnologia VoIP (e outras
similares).
1019
suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades relacionadas ao
acesso, armazenamento, apresentação, movimentação ou recuperação de
informações” (art. 61, § 1º).
6.1. ICMS-Mercadoria
1020
Vale destacar, inicialmente, que não há que se cogitar na incidência do
ICMS-Mercadoria sobre as funcionalidades que possibilitam o envio de
mensagens e a realização de chamadas de voz. Conforme detalhado nos
tópicos acima, esse imposto incide sobre as operações consistentes na
transferência de propriedade de bem móvel, que nada tem que ver com
serviços de transmissão de mensagens multimídia e realização de
chamadas por meio da internet. Sendo assim, descarta-se a tributação do
ICMS-Mercadoria sobre as Aplicações OTT em questão.
6.2. ICMS-Comunicação
1021
Justiça (STJ) é pacífica quanto à não incidência do ICMS-Comunicação
sobre a prestação de SVA290. Senso assim, o provimento das Aplicações
OTT de mensagens e chamadas de voz não devem ser tributadas pelo
referido imposto.
6.3. ISS
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1022
a) sob uma perspectiva geral, a análise acerca da tributação da oferta das
Aplicações OTT deve ser fundamentada em uma interpretação dinâmica da
legislação tributária, a qual se conforma ao princípio da igualdade tributária
previsto na Constituição e possibilita a evolução constante do Direito
Tributário, com sua adaptação à vida social e aos novos modelos de negócios
criados a partir de inovações disruptivas;
b) com base nessa interpretação evolutiva do Direito Tributário, é possível
afirmar que, em princípio, as Aplicações OTT podem se sujeitar aos
seguintes impostos sobre o consumo elencados na Constituição: (b.1) ICMS-
Mercadoria, sobre as operações em que haja a transferência da propriedade
de bens em formato digital; (b.2) IOF, sobre operações financeiras e
securitárias realizadas pela internet; e (b.3) ISS, nas prestações de serviços de
natureza diversa não sujeitos aos demais impostos previstos na Constituição,
na medida em que as funcionalidades disponibilizadas pela internet
caracterizam-se, usualmente, como uma obrigação de dar revestida por
diversos “fazeres” indispensáveis ao fornecimento da utilidade ao usuário
final;
c) no que diz respeito às Aplicações OTT na modalidade de disponibilização de
conteúdo audiovisual por meio da internet, entregues aos usuários finais via
download ou streaming, nosso entendimento é que tais funcionalidades
devem ser tributadas pelo ISS, nos termos da Lei Complementar n. 116, de
2003, alterada pela Lei Complementar n. 157, de 2016. Vale observar que a
oferta dessas funcionalidades caracteriza-se como uma obrigação de dar
suportada por diversos “fazeres” indispensáveis à entrega da utilidade
contratada pelo usuário final, razão pela qual essas Aplicações OTT devem se
sujeitar à incidência do ISS; e
d) por fim, entendemos que as Aplicações OTT na modalidade de envio de
mensagens multimídia e de realização de chamadas de voz entre usuários
conectados à internet constituem um tipo de serviço de valor adicionado
(SVA), pois acrescentam uma nova funcionalidade aos serviços de
telecomunicações e de conexão à internet contratados pelos usuários finais
junto a outros prestadores. Esse serviço é potencialmente tributável pelo ISS,
mas a incidência desse imposto sobre tal atividade deve ser descartada, em
razão da falta de previsão para tributação de SVA na Lei Complementar n.
116, de 2003.
1023
O Software as a Service (SaaS) e a tributação
pelo ISS
291
Maria Ângela Lopes Paulino Padilha
1024
sobre o modelo de negócio do Software as a Service (SaaS), contrastante
às tradicionais licenças de uso do Software as a Product (SaaP).
1025
acessória entre o software e o seu suporte físico resta mais inconteste no
atual estágio da era da informação, em que a grande maioria dos
programas são disponibilizados exclusivamente pela internet.
1026
para explorar economicamente o programa de computador, a cessão de
software292 e a licença de software293 não se confundem: enquanto, na
primeira, tem-se a transferência, sempre em caráter exclusivo e não
temporário, de parcela ou de todos os direitos patrimoniais do autor em
favor do cessionário, na segunda, é conferida uma autorização para que o
licenciado utilize ou explore o bem imaterial sob determinadas condições,
permanecendo com o licenciante a propriedade intelectual de todos os
direitos patrimoniais do software. Somente nos contratos de cessão total
aperfeiçoa-se a transferência plena da propriedade do programa de
computador.
1027
Junto com a formalização da licença de uso, em função do disposto no
artigo 8º da Lei n. 9.609/98, nada impede que as partes contratem
prestação de serviços técnicos, serviços de suporte, reparo, manutenção,
treinamento e consultoria para o uso correto do programa.
1028
consentimento com as disposições de uso do programa. Nessas espécies de
licenças, contrata-se uma versão do programa e passa-se a utilizá-la até o
lançamento de uma nova versão, a ser comercializada nas lojas físicas ou
estabelecimentos virtuais.
1029
atualização é baixada e instalada no programa licenciado. Já as grandes
atualizações ensejam a realização de upgrades (novas versões), ou seja, a
contratação de novas licenças.
1030
a contínua utilização dos aplicativos licenciados a qualquer momento, de
qualquer local, pelo consumidor.
1031
assinatura mensal ou anual que, acaso suspensa, torna o conteúdo digital
indisponível. Essas formas distintas de disponibilização do software
refletem no ciclo de upgrades: os usuários do pacote Office 365 têm suas
aplicações atualizadas automaticamente pelo provedor, assim que uma
nova “versão” sair, ao passo que os usuários do pacote Office tradicional
devem adquirir uma nova licença para obterem as mais recentes
atualizações294.
1032
licença perpétua, o usuário contrata a autorização para usufruir o software
associada a outros elementos negociais, com base num modelo de
assinatura: o provedor do SaaS fornece recursos informáticos, tanto em
ordem de software quanto em ordem de hardware, necessários e
indispensáveis para o uso, a manutenção e o funcionamento adequados do
programa, acessível por qualquer dispositivo conectado à internet, já que,
muitas vezes, sua instalação sequer é executada no computador do usuário.
Enquanto vigente o contrato de SaaS, o processo de atualização e
aprimoramento do software, efetivado pelo provedor externo, é contínuo,
acrescentando-lhe melhorias e novas funcionalidades, sem qualquer
interferência do usuário.
1033
sem descaracterizá-lo. Há um só negócio jurídico porque se lhe atribui
especificidade única, o que se identifica pela existência de um só fim (= objeto)
específico. Os negócios jurídicos típicos, considerados em seus suportes fáticos
específicos, são atos jurídicos unos (ex.: compra e venda, doação, locação). No
entanto, se no mesmo negócio jurídico há elementos de negócios jurídicos vários,
inclusive atípicos, o negócio jurídico se torna complexo, ou misto, mas essa
complexidade não exclui a unidade sempre que existir subordinação do todo à
especificidade deles, que é preponderante (= especificidade preponderante), e ao
fim comum do negócio jurídico complexo ou misto (ex.: contrato de leasing,
296
contrato de franquia, […]) .
Assim, a unidade do negócio jurídico nada tem que ver com o seu ato
de conclusão, com a sua forma de instrumentalização, tampouco com o seu
conteúdo, mas está sim relacionada à especificidade única ou
preponderante e ao fim comum da estrutura negocial.
1034
justifica o jurista sua característica de negócio jurídico único, pois, ainda
que haja a combinação de “elementos de diferentes tipos de negócios
jurídicos, inclusive de negócios jurídicos atípicos, suscetíveis de serem
suporte fáctico de regras jurídicas especiais”, esses elementos estão
“subordinados à especificidade preponderante e ao fim comum do negócio
jurídico complexo (= misto)”298.
1035
Já na pluralidade de negócios jurídicos, em que cada elemento tem sua
especificidade própria individualizada, manifestam-se a coligação
contratual, se caracterizada a interdependência funcional, e a união de
contratos, se configurada a autonomia. Nos negócios coligados, apesar de
as avenças, tal como nos contratos complexos, serem interdependentes
umas das outras para a fiel execução de cada uma delas, os liames mantêm
sua individualidade. Os contratos coligados, preleciona Caio Mario da
Silva Pereira:
1036
representa um só negócio jurídico, em que é inviável alcançar jurídica e
economicamente a finalidade específica preponderante pretendida pelas
partes “sem o liame incindível dos vários elementos considerados no
acordo e coordenados formalmente”302, na coligação há diferentes
contratos celebrados pelas partes que se apresentam interligados por um
nexo funcional, em que as vicissitudes de um interferem sobre o outro.
1037
infraestrutura da cloud. Não se trata de somatório de contratos
individualizados – interdependentes ou autônomos. Ao contrário, trata-se
do encadeamento de diversos deveres e correspondentes direitos na
formação de um contrato uno que tem como específica finalidade
preponderante o licenciamento de uso do programa. Todos os elementos
negociais reunidos no SaaS subordinam-se à especificidade preponderante,
que é outorga do direito de uso do software.
1038
atividades (i) com conteúdo econômico que representam (ii) um esforço
humano, físico ou intelectual, desenvolvido (iii) sem subordinação e (iv)
sob o regime de Direito Privado, conferindo (v) uma utilidade material ou
imaterial em favor de terceiro, desde que tais atividades estejam (vi)
definidas em lei complementar, (vii) excetuadas da competência dos
Estados e do Distrito Federal e (viii) representem a prestação-fim
objetivada no contrato celebrado entre tomador e prestador.
1039
obrigações de fazer, caracterizadas juridicamente como o esforço humano
de elaborar uma utilidade em favor de terceiro, qualificam-se como
prestação de serviços passíveis de serem tributadas pelo ISS e que não se
confundem com a definição civil de locação de bens móveis.
1040
imposto o “licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de
computação”, incluindo-o no item 1.05 do rol de serviços constante da
Lista Anexa à Lei Complementar n. 116/2003.
1041
assumiria categoria jurídica diversa, ajustando-se à classe de serviços
inserida na competência dos Municípios.
1042
alcançar obrigação de fazer). Não há, pois, como subsumir a cessão de direito de
308
uso de software no conceito de serviço tributável, por via do ISS .
1043
atividade consentânea com o conceito constitucional de serviço tributável
pelo ISS310.
1044
plataforma (PaaS), a fim de projetar o software e licenciar seu uso na
modalidade SaaS.
1045
exigência fiscal. E somente quando imperar e ultimar-se o fazer incidirá o
ISS. Em outras palavras, a incidência tributária é definida com base na
ação-fim, de caráter preponderante, pois a realidade econômica que
interessa ao Direito Tributário consiste no desígnio final manifestado pelo
contratante quando da contratação da atividade. A propósito, não é
diferente o entendimento dos nossos Tribunais:
1046
[...] a franquia é um contrato de natureza híbrida e complexa, fundamentalmente
uma cessão de direito de uso de marca ou patente e, portanto, não se caracteriza
exatamente como efetiva prestação de serviços, descabendo alterar a definição e o
312
alcance de seu conceito, à luz do artigo 110 do Código Tributário Nacional .
1047
práticas e utilidades conferidas ao licenciado decorrem diretamente do
funcionamento do computador, por meio da atuação conjunta do hardware
e do software. É o sistema informático como um todo que proporciona as
utilidades ao usuário do computador: o conjunto de comandos do software
habilita o hardware a processar informações e a executar funções com
vistas a produzir um resultado.
1048
Tributação de software “embarcado” e os
conflitos ICMS vs. ISS
314 315
Fernanda Sá Freire Figlioulo e Maria Virgínia Fantucci Pillekamp
1. INTRODUÇÃO
1049
tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos
periféricos [...] para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados”.
Ainda que a Lei do Software estabeleça que esse deve estar “contid[o]
em suporte físico de qualquer natureza”, é inquestionável que esse é o fim
do software em si mesmo, já que não há que se imaginar um software que
não seja utilizado em suporte físico. Até mesmo o software em nuvem316,
essencialmente, tem por pressuposto o download para que seja, em algum
momento, executado em um equipamento. Caso contrário, de nada valeria.
1050
funcionalidades extras a esses equipamentos. Nada impede que, nessas
situações, o software seja fornecido de forma autônoma do equipamento, o
que confirmaria o seu caráter de independência. Basta verificar que, em
muitos casos, as empresas podem licenciar o mesmo software para
diferentes clientes, com níveis de adaptação distintos, sem que
necessariamente haja o fornecimento de equipamento (hardware).
1051
competência entre Estado e Município, sem a resolução definitiva do
impasse.
1052
propriedade não necessariamente transfere-se integralmente, visto que
existe uma vinculação permanente do produto com o seu criador.
1053
incidência a realização de operações de circulação de mercadorias,
conforme sua matriz insculpida no inciso II do artigo 155 da Constituição
Federal. Assim, para a incidência desse imposto, é necessária a observação
concomitante de três elementos: (i) operações, (ii) circulação, e (iii)
mercadoria.
A circulação, por sua vez, deve ser jurídica, isto é, deve ensejar a
transferência de titularidade da mercadoria, não bastando para fins de
incidência do ICMS a mera circulação física. Dessa forma, para que haja a
circulação de mercadoria é pressuposto que haja a mudança de propriedade
desta.
Por fim, para que determinado bem possa ser considerado como
mercadoria, faz-se necessário que ele seja móvel, corpóreo e objeto de
operações comerciais. Não há que se falar em “mercadoria” caso o bem
seja intangível (exceto a energia elétrica, em razão de expressa disposição
legal) ou que não esteja sujeito à distribuição para consumo.
1054
Assim, em uma primeira análise, pode-se afirmar que qualquer tentativa
dos Estados no sentido de cobrar o ICMS nas operações com software
embarcado, ao argumento de que o valor de tal transação compõe a base de
cálculo do ICMS incidente sobre os equipamentos (hardware),
representaria uma frontal violação à competência tributária prevista na
Constituição Federal. Tal raciocínio decorreria do fato de que, nas
operações com software, não há transferência de titularidade, bem como
não estamos tratando de bens corpóreos, já que o que se negocia é um
direito.
1055
contratuais, para depois adentrar na seara do suposto conflito de
competências de ISS e ICMS nessas hipóteses.
1056
adaptação às especificidades do cliente, por ter sido encomendado
especialmente para atender determinadas funcionalidades exigidas por
esse, é possível dizer que se está diante de duas relações negociais
diferentes, e que não se confundem, ainda que, por razões de conveniência,
esse software esteja “embarcado” no hardware em questão.
Por outro lado, em sendo o software “residente”, há, a nosso ver, meios
de equipará-lo a um produto fabricado em larga escala, com natureza de
“mercadoria”, ou parte inerente do equipamento no qual está
eventualmente instalado.
1057
Acreditamos que esses dois modelos de negócio jurídico abarcariam a
quase totalidade de operações envolvendo o software dito “embarcado”,
“residente” ou não.
1058
é possível que seja feita uma segregação entre hardware e software, dado
que, nessa hipótese, o equipamento não seria funcional.
1059
vista legal, o software está submetido à regra de proteção da propriedade
intelectual distinta daquela aplicável ao hardware.
1060
Considerada essa individualidade, é controverso se no caso de
possibilidade de fragmentação de contrato de disponibilização de software
embarcado em hardware, por mera conveniência, se estaria diante da
tributação pelo ICMS ou pelo ISS.
A nosso ver, seria possível, para fins tributários, fazer uma alusão à
discussão jurisprudencial atualmente existente nas situações envolvendo
fornecimento de mercadorias associadas com prestações de serviço para o
deslinde da controvérsia.
Nesses casos, não raro, em que pese a Constituição Federal ter atribuído
ao Estado a autorização para a instituição de imposto sobre circulação de
mercadorias, a própria Carta Magna também concedeu competência aos
Municípios para a instituição de imposto sobre serviço de qualquer
natureza definidos em lei complementar, desde que não compreendidos na
competência tributária estadual (que é o caso do serviço de comunicação e
do serviço de transporte intermunicipal).
1061
Ora, da interpretação dos princípios constitucionais tributários, quer nos
parecer que o deslinde da questão reside na definição do que prevalece na
relação de fornecimento de mercadorias associadas com prestações de
serviço.
1062
Bem assim, considerando os critérios essenciais para incidência do
ICMS, acima descritos, bem como nossas considerações iniciais acerca do
tema, entendemos que há fortes argumentos para sustentar a não incidência
do ICMS nos licenciamentos de direito de uso do software, mesmo nos
casos em que o software é entregue já instalado no hardware, desde que (i)
o software em questão não seja essencial ao funcionamento do hardware
em que está instalado, por não integrarem o equipamento de forma
indissociável; e (ii) a venda do software caracterize negócio jurídico
distinto da operação de venda do hardware.
Pela negativa, portanto, seria possível dizer que deve haver a incidência
do ISS no licenciamento do software325, enquanto o hardware deveria ser
1063
tributado pelo ICMS, sem a inclusão do software em sua base de cálculo.
1064
hardware, por mera conveniência, se estaria diante da tributação pelo
ICMS ou pelo ISS.
Dessa forma, pautaremos nossa análise quanto a esse ponto pela análise
do entendimento exarado pelas Autoridades Tributárias administrativas,
mais especificamente, pelas decisões do Tribunal de Impostos e Taxas de
São Paulo (TIT) do Estado de São Paulo, pelas manifestações da
Consultoria Tributária da Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo
(SEFAZ/SP) e pelas manifestações da Secretaria de Finanças do
Município de São Paulo.
1065
No caso, o Relator, prolator do voto vencedor, entendeu que o simples
fato de software e hardware serem comercializados ao mesmo tempo não
descaracterizaria “a natureza jurídica dos entes a serem tributados, sendo a
questão temporal mero indício e não prova conclusiva a demonstrar a
necessidade de inclusão do preço da licença de uso do software na base de
cálculo do hardware”.
1066
mas que as centrais telefônicas já eram comercializadas com uma versão
básica de software, este sim tributado pelo ICMS, tendo sido apresentada a
decisão proferida no AIIM 3.006.779-0 como paradigma para a
interposição do Recurso Especial.
1067
permite o funcionamento do computador da forma almejada pelo cliente.
Ressaltamos que esse não é um bom paralelo, pois os computadores de
bordo adquiridos de fábrica, juntamente com os veículos, de fato integram
o veículo, não sendo possível fazer a sua remoção, já que o painel é
adaptado para o recebimento desse acessório.
1068
Nota-se, portanto, que a questão, na esfera administrativa, está longe de
ser pacificada. O que se denota, especialmente, é que os entes tributantes
pretendem cobrar tributos em operações de software “embarcado”, haja ou
não a prevalência da natureza do objeto contratual como “serviço” ou
como “fornecimento de mercadoria”, haja ou não a individualização de
negócios jurídicos.
3. CONCLUSÃO
1069
aperfeiçoar ou tornar mais eficiente o uso dos equipamentos, agregar
funcionalidades e também atender demandas específicas de cada cliente.
1070
Tributação de negócios desenvolvidos por
meio de aplicativos associados aos serviços
de hospedagem no Brasil
330
Leonardo Aguirra de Andrade
1. INTRODUÇÃO
1071
do presente artigo, (iv) na cessão de uso de imóvel por determinado
período de tempo, a qual é comercializada336-337.
1072
Do ponto de vista tributário, verifica-se uma dificuldade (i) na
qualificação da natureza dessas novas atividades digitais, (ii) na obtenção
de informações sobre os fluxos financeiros correlatos aos respectivos
negócios e (iii) na identificação e tributação da renda tributária auferida
pelas empresas titulares dos referidos sites pelas autoridades fiscais, dada a
ausência de domicílio fiscal físico dessas empresas. Tais dificuldades são,
exatamente, aquelas identificadas pela OCDE/G-20 na Ação 1 do BEPS,
em seu Relatório Final, como (i) “nexus”, (ii) “data” e (iii)
“characterisation”343.
1073
Da perspectiva econômica, essa atividade pode ser entendida como um
fator de correção de falha de mercado, na medida em que atua como
redutor do desequilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado de
hospedagem, tendo por base (i) a conexão (digital) entre pessoas e
informações, (ii) a oferta de preços mais baixos em comparação com a
tradicional rede hoteleira, e (iii) o aumento da confiança por meio do
sistema de feedbacks dos viajantes345. Tais plataformas compreendem,
portanto, um ambiente digital criado para facilitar a comunicação entre
locadores e locatários de imóveis346.
1074
durante o período de hospedagem. Os valores (preço do aluguel), termos e
condições deste acordo são estabelecidos entre as partes do contrato de
locação (locador e locatário), portanto, sem a interferência significativa da
empresa detentora da plataforma, diferentemente do que ocorre em outros
segmentos da economia digital. Por exemplo, o preço (“retribuição”) do
contrato – elemento essencial do contrato de aluguel, conforme o art. 565
do Código Civil348 – não é definido pelo site de hospedagem.
1075
Neste momento, é possível concluir que a empresa detentora da
plataforma exerce duas atividades principais: (i) o fornecimento de um
marketplace350-351 para a divulgação e consulta de imóveis para locação e
(ii) a intermediação352 dos contratos concluídos entre locadores e
locatários, usuários da plataforma. Apesar de haver alguma proximidade,
essas duas atividades merecem um tratamento diferenciado em razão de
suas particularidades e objetivos, pois:
1076
3. A TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE
Para fins didáticos, a tributação será segmentada neste artigo entre (i)
tributação do consumo; e (ii) tributação da renda. É o que passa ser
examinado a seguir.
1077
cobrado o ISS sobre essa atividade, sob pena de violação aos princípios da
tipicidade e legalidade.
1078
ao serviço de intermediação de contratos. Eis aqui uma oportunidade de
redução de carga tributária para as empresas do setor que não fazem tal
segregação entre marketplace e intermediação de contratos.
1079
A questão torna-se ainda mais complexa, porque, de acordo com o art.
3º da Lei Complementar n. 116/2003, os serviços do item 10.02 da sua
lista anexa (no qual estão inseridos os serviços de intermediação de
contratos em questão) devem ser oferecidos à tributação no local do
estabelecimento do prestador do serviço.
Nesse sentido, a CF/88, em seu artigo 156, § 3º, II, delegou à lei
complementar a atribuição de isentar a exportação de serviços à tributação
pelo ISS (“excluir da sua incidência exportações de serviços para o
exterior”), considerando os limites (físicos) territoriais do Brasil.
1080
isentos os serviços (i) desenvolvidos no exterior (que já estariam
desonerados de tributação por força do princípio da territorialidade em sua
acepção de local físico) e (ii) desenvolvidos no Brasil, porém cujos
resultados são caracterizados no exterior359.
Seria cabível especular que o ISS seria devido onde (local físico) o
website foi desenvolvido, o que, todavia, não resolveria o problema por
completo, pois o local da idealização tecnológica do site não se confunde
com o local onde está situado o estabelecimento que presta os respectivos
serviços. Também não parece tecnicamente adequado considerar que o
local onde está localizado o servidor (hardware) contratado pelo website
seria o local onde os programas informáticos (software) realizam as suas
atividades. A meu ver, faz-se necessário reconhecer que a internet é uma
dimensão estanque do mundo físico e, como tal, deve ser tratada, vale
dizer, como um local desprovido de identificação no meio físico.
Por outro lado, seria factível admitir – mesmo não tendo segurança a
respeito da definição do local onde os serviços foram desenvolvidos e do
local em que os serviços são prestados – que tal desenvolvimento ocorreu
1081
fora do Brasil, sobretudo porque se trata de empresas estrangeiras que, por
hipótese, não têm estabelecimento no Brasil. Mesmo que determinado
website de hospedagem tenha, por exemplo, uma filial no Brasil, seria
necessário avaliar se se trata de um estabelecimento prestador do serviço
de intermediação de contratos, pois, caso contrário, ainda assim, tratar-se-
ia de um serviço realizado no exterior. Até porque essa filial poderia ter
outras funções (comerciais, por exemplo) que não se confundem com a
efetiva prestação de serviço de intermediação.
1082
do serviço situar-se no Brasil364. Igualmente crítica à ideia de tributação de
ISS sobre serviços desenvolvidos no exterior, Simone Rodrigues Duarte
Costa afirma que a desoneração das exportações e as razões meramente
econômicas não podem autorizar a incidência do ISS em descompasso
com as normas constitucionais365.
1083
seus resultados se verifiquem aqui no Brasil, não haverá obstáculo à
tributação pelo ISS.
1084
Por outro lado, em homenagem à clareza e à segurança jurídica, seria
oportuno alterar a Lei Complementar n. 116/2003 para que ela passasse a
conter, expressamente, um comando normativo no sentido da tributação
especificamente dessas atividades online de intermediação de contratos na
pessoa do tomador dos serviços (consumidor).
1085
seu aludido art. 6º, especificamente para a hipótese em que os serviços não
são prestados no Brasil, mas seu resultado é aqui percebido. Nesse sentido,
seria adequado tratar o tomador do serviço como contribuinte, e não como
responsável pelo recolhimento do ISS. Isso porque, neste caso, o fato
gerador do ISS se consubstancia na utilização do serviço no Brasil, e não
na sua prestação; até porque o consumidor-importador é a única pessoa
(residente no País) que tem relação pessoal e direta com o fato gerador,
nos termos do art. 121 do CTN.
1086
financeiro. No entanto, é cabível cogitar que, no futuro, nem sequer os
fluxos financeiros seriam passíveis de identificação pelas autoridades
fiscais.
1087
Os novos parâmetros, cogitados pela OCDE/G20, estariam voltados a
estabelecer o direito de tributação da renda gerada nas atividades da
economia digital no Estado de fonte, de maneira desvinculada do conceito
de presença física como pré-requisito para atração da tributação dos lucros
empresariais374.
1088
residência, na medida em que a ampliação do conceito de estabelecimento
permanente institucionalizaria a perda de arrecadação por tais Estados de
residência (hoje tratado como mero problema de evasão fiscal), o que
coloca dúvida a respeito de quão sérias são as cogitações apresentadas pela
OCDE/G20378; e (ii) a falta de eficácia jurídica (enforcement) em relação
às atividades que, atualmente, são realizadas exclusivamente no meio
online379.
1089
(bitcoins), que impossibilitaria a identificação dos fluxos financeiros e dos
agentes envolvidos, de modo a tornar sem eficácia a política de retenção
do imposto de renda na fonte382.
1090
A avaliação (i) do número de contratos/clientes, (ii) em determinado
período de tempo e (iii) considerando-se os valores de receitas geradas
parece ser razoável para fins da construção de um conceito de
estabelecimento permanente digital, mas, ainda assim, seria insuficiente,
pois ainda faltaria a eficácia jurídica (enforcement) em relação a operações
realizadas no anonimato e sem incentivo algum para deixar tal anonimato.
1091
constitui uma pessoa jurídica (filial, sucursal, agência ou representação) no
Brasil. Com efeito, no atual cenário, não há fundamento jurídico válido
para que o governo brasileiro possa tributar a renda de empresa estrangeira
que detenha plataforma virtual associada ao serviço de hospedagem com
atuação no Brasil desprovida de presença física/jurídica no País.
4. CONCLUSÕES
1092
pouco eficientes em um cenário em que não há “enforcement”, nem há
uma predisposição para a criação de mecanismos de incentivo ao
“voluntary compliance”. No Brasil, o tratamento da questão é inexistente,
em razão da ausência de legislação própria sobre o tema, o que deixa
evidente que há muito trabalho pela frente no sentido de viabilizar a
tributação das riquezas geradas em atividades realizadas exclusivamente
na internet. A revisão da legislação brasileira sobre o assunto é medida
urgente.
1093
Aspectos fiscais aplicáveis à cessão e
disponibilização de dados
386 387
Diego Alves Amaral Batista e Luís Felipe Vieira Rangel
1. INTRODUÇÃO
1094
valendo-se de dados e informações digitais. Prevê-se tamanho significado
para o papel dos dados na economia do século XXI, que o artigo, sem
receios de cometer exageros, alça a relevância dessas informações àquela
verificada em relação ao petróleo no século XX.
1095
No que se refere ao fenômeno da tributação, uma das maiores
dificuldades é a compreensão dos conceitos envolvidos nesse novo
paradigma econômico, uma vez que, sem esse trabalho, não seria possível
identificar o verdadeiro objeto e conteúdo dessas atividades de forma a
verificar se estão contempladas pelas competências tributárias e hipóteses
de incidência previstas no arcabouço jurídico tributário existente390.
1096
atividade vem sendo explorada e desenvolvida por tradicionais e novos
participantes. Dessa forma, faz-se necessário um recorte metodológico que
torne possível identificar as diferentes funções e os diferentes modelos
adotados na coleta, no processamento e na disponibilização de dados, para
que deles se extraia o maior valor e utilidade possíveis.
1097
multiplicidade de possíveis estruturas de negócio gera diversas
possibilidades de objeto de estudo.
1098
Com efeito, além da forma por meio da qual os dados e as informações
são obtidos, é necessário verificar como esse conteúdo é disponibilizado
aos clientes, isto é, se há obrigação de customização dos dados e das
informações. Isto será determinante para concluir em favor ou não da
sujeição de determinada situação específica ao ISS. Esse parâmetro de
análise é identificado na jurisprudência construída pelos tribunais em casos
envolvendo operações similares àquelas que são objeto de nosso estudo
(disponibilização de dados em atividades de tecnologia).
1099
os municípios brasileiros no nível municipal, e para os municípios
mencionados no Anexo A para o nível intraurbano; verificação e
atualização periódica das INFORMAÇÕES e atualização e manutenção do
SITE”.
1100
Estando essa atividade potencialmente sujeita à incidência do ISS,
cumpre analisar sua adequação (ou não) à lista de serviços previstos na Lei
Complementar n. 116/2003 (LC n. 116/2003).
Por outro lado, a Lista de Serviços contém hipóteses que poderiam ser
entendidas como previsões voltadas às atividades de processamento de
dados do cliente e à customização de dados e informações, tais como os
itens 1.03394 e 17.01395.
Por outro lado, para além das discussões de ordem constitucional e legal
travadas nas Cortes Superiores, merece destaque o posicionamento que
vem sendo adotado pelas autoridades fiscais. Nesse sentido, vale
considerar o entendimento do Fisco paulistano, que assim respondeu a
consulta formulada por determinado contribuinte:
1101
conformidade com a análise funcional, elaboração do plano de testes, execução dos
testes, evidência de conformidade, homologação do sistema, elaboração do
cronograma de implementação, treinamento dos usuários, conversão da base de
dados, execução de simulados e paralelo, homologação para entrada do sistema em
produção.
9.1 Os serviços objeto deste contrato enquadram-se no item 1.01 – Análise e
desenvolvimento de sistemas, relativo ao código de serviços 0258, exceto a parte
relativa à elaboração dos programas em conformidade com a análise funcional, que
se enquadra no item 1.04 – elaboração de programas de computador, inclusive de
jogos eletrônicos, relativos ao código de serviço 02690 (Solução de Consulta
SF/DJUD n. 30, de 26 de março de 2007).
2.2. Disponibilização de dados gerais para todos os clientes (Plug and Play)
1102
No outro extremo do grau de personalização na obtenção e
disponibilização de dados estão aquelas atividades que refletem a mera
entrega de informações gerais para todos os tipos de cliente. Nesses casos,
muitas vezes, há tão somente a geração de dados e informações como um
subproduto das operações centrais de determinado negócio, sem que isso
signifique, contudo, ausência de valor desse conteúdo para outros
parceiros comerciais.
1103
Mesmo nos casos em que os dados e as informações não são gerados
como subproduto de uma atividade operacional principal, a mera cessão
desses dados e informações, sem qualquer customização, não poderia ser
objeto de incidência do ISS.
1104
integrar o seu ativo permanente), conclui também que a disponibilização
desse conteúdo, por meio da outorga da licença de acesso ao banco de
dados, não poderia ser vista como um serviço previsto na legislação em
vigor, passível de tributação.
1105
negócios, possuindo utilidade apenas àquele cliente específico para quem
foram gerados e/ou preparados.
1106
Portanto, ainda que houvesse previsão legal em sentido favorável à
referida tributação, é evidente que prevalece uma “obrigação de dar” no
caso específico, ou seja, uma obrigação de ceder dados atualizados a toda a
base de clientes sem qualquer customização ou personalização dessas
informações.
1107
Extraordinário n. 651.703, de 29 de setembro de 2016 e relatoria do
Ministro Luiz Fux. Essa decisão, publicada em 26 de abril de 2017, trouxe
uma nova perspectiva para a questão envolvendo o conceito constitucional
de serviços para fins de incidência do ISS, adotando uma visão do ISS que
o caracteriza como um tributo residual400.
1108
auferidos no âmbito de operações envolvendo diversas atividades da
economia digital, especialmente quando se trata de operações que revelam
um nítido caráter de cessão/transferência de bens digitais.
1109
Ora, com relação à incidência do ICMS nos casos em que tais
programas não estão acompanhados do suporte físico, há questionamento
da constitucionalidade da legislação do Estado do Mato Grosso do Sul que
previu a incidência do ICMS sobre o download de programas de
computador. O caso é tratado na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
1.945 (ADI n. 1.945), que aguarda julgamento há quase 20 anos.
Ocorre que a solução a ser dada nesse caso é relevante não só para os
casos específicos envolvendo software, interessando também diversas
outras atividades vinculadas a novas tecnologias, tais como a cessão de
dados e informações não customizados. Isso porque é discutida a
possibilidade de o ICMS poder incidir apenas sobre bens materiais, bem
como a questão específica relacionada à ocorrência (ou não) de efetiva
transferência de titularidade em casos envolvendo contratos de licença e
não de contratos de compra e venda.
1110
Ora, fica evidente a intenção dos Estados em, ao menos no futuro,
cobrar o tributo sobre as operações que são ora analisadas. Vê-se, dessa
forma, que esses atos recentes disciplinam não apenas operações
envolvendo programas de computadores, mas também aplicativos e
arquivos eletrônicos de um modo geral, disponibilizados por qualquer
meio, inclusive por transferência eletrônica de dados.
1111
possuem grande relevância no âmbito das novas tecnologias e estão
relacionadas aos hábitos de consumo em ambiente virtual.
1112
É possível perceber, portanto, que nesse modelo específico (existem
outros), o negócio desenvolvido pelo Facebook não está diretamente
relacionado à cessão onerosa de dados a terceiros, mas à utilização de seu
próprio banco de dados para refinar a prestação de serviço de veiculação
qualificada de publicidade. Portanto, nesse modelo, os dados do Facebook
não são economicamente explorados de forma autônoma como uma
efetiva cessão dos dados aos potenciais clientes, mas são ferramentas
importantíssimas para veicular publicidade de maneira bastante
direcionada e, portanto, muito mais eficiente em atingir o público
pretendido.
1113
hábitos de pesquisa e consumo, bem como a identificação de plataformas
que atingem determinados perfis.
1114
Outra situação interessante refere-se a sites desenvolvidos para
pesquisas online, que remuneram seus usuários (fornecedores de dados,
informações e/ou opiniões) com pontos/milhas de programas de
fidelização.
1115
da sociedade, hipótese em que tais receitas seriam contrapostas às
eventuais despesas de amortização do custo de desenvolvimento do banco
de dados (notadamente quando esse banco de dados pode ser reutilizado
pelo cedente e gerar receitas futuras adicionais) ou ao custo geral de
desenvolvimento e prestação do serviço (quando o banco de dados não
possuir utilidade econômica futura).
1116
Como se pode notar, a cessão onerosa de dados é tema relevante e pode
gerar uma infindável gama de discussões no âmbito fiscal. Entretanto, o
surgimento e desenvolvimento da economia digital permitem identificar
diversos elementos de análise e discussão que se mostram inéditos, seja em
relação à sua natureza, seja em razão de sua inimaginável dimensão.
Dada a posição dos Fiscos estaduais descrita acima com relação aos
bens digitais e a respectiva incidência do ICMS, é possível que, no futuro,
as operações relacionadas aos modelos que envolvam disponibilização de
dados com eminente caráter de obrigação de dar também venham a ser
consideradas hipóteses de incidência do ICMS geralmente incidente na
importação de mercadorias. Por hora, entretanto, uma vez que não há lei
complementar voltada à instituição do ICMS em operações desse tipo, o
1117
presente artigo limitar-se-á às considerações aplicáveis às importações de
serviço.
1118
entregues, empregados ou remetidos a residentes ou domiciliados no
exterior sujeitam-se à incidência do IRF à alíquota de 25%, salvo nos
casos envolvendo serviços técnicos ou de assistência técnica, os quais
estão sujeitos à alíquota de 15%.
1119
2001 (Lei n. 10.332/2001), a CIDE passou a onerar igualmente os
pagamentos efetuados por ocasião de contratos de serviços técnicos e
aqueles previstos nos contratos de assistência administrativa e
semelhantes.
1120
Importação), que incidem à alíquota conjunta de 9,25% sobre os valores
remetidos em função dos serviços importados.
1121
Segundo o artigo VII dessas convenções, os lucros das empresas seriam
tributáveis apenas no Estado de residência do beneficiário desses
rendimentos, exceto se o beneficiário possuir estabelecimento permanente
no Estado da fonte pagadora. Sobre esse assunto, merece destaque inicial a
decisão proferida pelo STJ no julgamento do Recurso Especial n.
1.161.467/RS409, que definiu que o termo “lucro da empresa estrangeira”
abarca os resultados decorrentes de importação de serviços sem
transferência de tecnologia, impedindo consequentemente a tributação
desses resultados pelo IRF no Brasil. Tal decisão sanou uma controvérsia
antiga relacionada justamente ao alcance da expressão frente às
disposições internas da legislação brasileira.
1122
Com efeito, a título exemplificativo, a equiparação desses rendimentos a
royalties contidas em protocolos dos Tratados vem sendo discutida
judicialmente. Recentemente, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região
firmou o entendimento410 de que a equiparação a royalties prevista em
protocolo seria aplicável apenas aos serviços com transferência de
tecnologia.
6. CONCLUSÕES
1123
quais a dificuldade de aplicar regras tributárias pensadas sobre uma
realidade econômica muito menos dinâmica. Assim, ficam claros os
benefícios que surgiriam de reformas da tributação aplicável sobre
atividades produtivas.
1124
Parte II
NOVAS PERSPECTIVAS: POLÍTICAS
FISCAIS PARA A TRIBUTAÇÃO DOS
NEGÓCIOS NA ECONOMIA DIGITAL E DAS
NOVAS TECNOLOGIAS
1125
Seção A
Economia Digital e Formas Alternativas de Tributação
1. INTRODUÇÃO
1126
Hoje em dia, por diversas razões, este ideal tem sofrido múltiplos
reveses.
1127
construção jurisprudencial ou elaboração doutrinária; cada qual no seu
momento e na dimensão que lhe couber.
Por outro lado, quando se foca a análise nas mudanças trazidas pelos
avanços da tecnologia no âmbito da informática, três constatações são
nítidas.
1128
Os bens sempre foram vistos como instrumentos para a fruição de
determinadas utilidades. Alguém compra um alimento para com ele
garantir sua sobrevivência, um veículo, para poder se locomover, uma
roupa, para se proteger do frio etc.
1129
determinadas figuras (p. ex., software, banco de dados) nos conceitos de
mercadoria ou de serviço. A pergunta subjacente ao debate consiste em
saber se o software corresponde a uma “mercadoria virtual” ou se o seu
licenciamento de uso corresponde a uma prestação de serviço.
1130
Isto implica comprometimento de conceitos de apoio utilizados pela
legislação tributária que foram construídos paulatinamente. Tal é o caso,
no âmbito da tributação internacional, do conceito de estabelecimento
permanente que, nas Convenções para evitar a dupla tributação da renda,
tem como elemento inicial o seu caráter “fixo”.
No mundo que existia antes das alterações recentes trazidas pelo avanço
da informática, as transações comerciais, financeiras, patrimoniais etc.
dependiam, em sua grande maioria, de intermediários. Ou seja, de pessoas
que tinham por função servir de canal de trânsito das operações entre dois
interessados.
1131
Ora, a informática serviu para aproximar produtores e consumidores de
modo que, num sem-número de situações é possível uma negociação
direta, sem a necessidade de um intermediário. Compra-se remotamente;
entrega-se física ou remotamente.
1132
Qual caminho trilhar?
3. A TRIBUTAÇÃO ADEQUADA
1133
seja, modos pelos quais poderia ser atingido o patrimônio dos
indivíduos416.
Mas uma visão que esteja focada apenas neles assume o perfil de uma
visão “idealista”, quase platônica, do mundo das ideias, a qual se afasta do
mundo real.
Isso fez que, com o tempo, houvesse um hiato entre dois mundos: o
abstrato dos conceitos tributários e o real das atividades econômicas de
cada setor empresarial.
1134
Um bom exemplo disso é o debate sobre o conceito de insumos no
âmbito de PIS/COFINS não cumulativo e todas aquelas regras específicas
sobre inúmeros produtos e regimes que a legislação dessas contribuições
apresenta.
1135
Na CF/67, o personagem principal era o Estado-aparato; na de 1988 é
o Estado-sociedade417.
São eles as alíneas “c” e “d” do inciso III do artigo 146 da Constituição
Federal de 1988 (CF/88), posto que ambos incorporam a ideia de
adequação como base para determinada disciplina jurídica no campo
tributário.
1136
lucro. Por isso, não se trata de “isentar” tais atos, mas de delinear a regra
adequada para identificar se, onde e em que dimensão há efetiva
capacidade contributiva neles manifestada.
Isso significa que o caminho a seguir deve ser o de construir uma regra
e um modelo de tributação a partir da realidade concreta e não dos
conceitos abstratos.
1137
Aliás, isonomia é exatamente tratar os desiguais na medida de sua
desigualdade.
1138
Para que um mecanismo abranja toda a gama de tributos incidentes – no
caso sobre as empresas de pequeno porte – é preciso existir um
instrumento nacional ao qual todas as entidades se submetam. Daí a
previsão do artigo 146 no sentido de a lei complementar ser o veículo de
tais previsões.
Por sua vez, o artigo 195, § 12, também da CF/88, menciona os setores
de atividade econômica para os quais as contribuições previstas nos seus
incisos I, “b”, e IV serão não cumulativas.
1139
O artigo 216-A, § 3º volta a mencionar as “políticas setoriais do
governo”.
1140
Mas isso não afasta a utilidade de uma segmentação por setores, na
medida em que características neles existentes podem merecer um
tratamento específico (diferenciado).
5. ARRECADAÇÃO UNIFICADA
1141
Esse regime único poderia abranger não apenas ICMS e ISS, mas
também os tributos e contribuições federais com o perfil delineado nesse
dispositivo constitucional.
6. DESAFIOS SUPERVENIENTES
1142
existam.
7. CONCLUSÃO
1143
Não se trata de criação de uma nova incidência, nem de afastamento de
alguma existente. Trata-se, apenas de reunir num único recolhimento os
valores pertinentes aos impostos e contribuições incidentes sobre as
atividades ligadas à informática.
1144
Economia digital e a criação de um IVA para
o Brasil
1
Paulo Caliendo
1. INTRODUÇÃO
1145
dispositivos (art. 5º, XXIX e art. 216, III). A CF/88 ainda determina a
promoção da tecnologia, por meio do acesso, da difusão e da criação,
como política pública constitucionalizada (art. 23, V; art. 24, IX e art. 200,
V). Para tanto, o texto determina o incentivo à pesquisa e tecnologia,
como uma das prioridades de Estado (art. 179, III; art. 213, § 2º, arts. 217,
218 e 219).
1146
A essência transformadora, revolucionária e, por que não dizer,
disruptiva do capitalismo foi acuradamente percebida por Joseph
Schumpeter, em sua obra Capitalismo, Socialismo e Democracia,
originalmente publicada em 1943. Para o autor, o processo de destruição
criativa é próprio do âmago desse sistema econômico. Ele consiste e vive
nesse processo contínuo de destruição do modo anterior de produção e de
criação de modelos mais inovadores (“this process of Creative Destruction
is the essential fact about capitalism. It is what capitalism consists in and
what every capitalist concern has got to live in”2).
1147
Outra conclusão relevante é de que a existência de conexões entre a
indústria e a Universidade importam e muito6. Aqui, diversos fatores
devem ser levados em consideração: proteção da propriedade intelectual,
relações laborais, regulação, dentre outras. A tributação se destaca como
um possível obstáculo relevante a um ambiente de inovação sadio.
1148
Diversos estudos foram elaborados, no início do século XX, com o
intuito de responder a esse questionamento, tomando por base a novidade e
particularidade dessa nova forma de comércio. Veja-se, nesse sentido, o
quadro elaborado por Charles McLure Jr., comparando as principais
formas de comércio, suas peculiaridades e diferenças8:
Forma de
Atividade Era Bens Publicidade Aquisição
Pagamento
Comércio
Produtos materiais
Pagamento
Pedido contra
por Telefone/ entrega/
Imprensa Material Correio
correio Correio Cheque e
tradicional cartão de
crédito
Cheque/
TV/Tele- TV/ Telefone/
Analógica Material Cartão de
marketing Telefone Correio
crédito
Telefone/
Comunicação Comunicação
Comércio Comunicação
Digital Material Instantânea Instantânea
eletrônico Instantânea
(on line) (on line)
(on line)
Comunicação
Comunicação Comunicação Comunicação
Serviços Digital
Instantânea Instantânea Instantânea
1149
Serviços Digital Instantânea Comunicação Comunicação Comunicação
(on line) Instantânea Instantânea Instantânea
(on line) (on line) (on line)
1150
Coube aos franceses a origem do que realmente entendemos por um
tributo sobre o valor agregado, conforme as propostas seminais do diretor
adjunto da Direção Geral de Impostos (Direction générale des Impôts
Français) Maurice Lauré10. O autor defendeu esta ideia em sua tese
perante a Faculdade de Direito de Paris, em 1952, com a dissertação sob o
título “Aspectos econômicos e técnicos da taxa sobre a produção” (Aspects
Économiques et Techniques de la taxe à la Production). Posteriormente o
governo francês decidiu implantar, em 10 de abril de 1954, o Imposto
sobre Valor Agregado (Taxe sur la Valeur Ajoutteé – TVA), em
substituição ao Imposto sobre Vendas (Taxe sur le Chiffre D’Affaires).
A Itália, por sua vez, adotou em 1919 o Imposto sobre as Vendas (tassa
sugli scambi), inicialmente incidente apenas nas vendas realizadas no
atacado, sendo depois alterada para alcançar igualmente o varejo, por meio
do Imposto Geral sobre Entradas (Imposta generale sull’entrata) em 1940.
Outros também adotaram essa iniciativa: a Checoslováquia (1919); Canadá
(1920); Bélgica, Hungria, Romênia e Iugoslávia (1921); Cuba e
Luxemburgo (1922); Áustria e Polônia (1923); Equador e Turquia (1925);
Uruguai (1928); Rússia (1930); Argentina (1931); Holanda (1933);
Noruega (1935) e Japão (1948)11.
1151
Essa orientação se consolidou com a adoção das Diretrizes n. 2, de 11 de
abril de 1967 e n. 6, de 17 de maio de 1977, estabelecendo os princípios de
harmonização comuns a todos os países-membros da União Europeia
(UE). O objetivo principal dessa iniciativa era proteger o mercado único da
adoção de barreiras fiscais ao comércio comunitário, de tal forma a evitar
que a tributação se constituísse em uma nova forma de obstáculo ao livre
comércio europeu.
1152
O método de determinação da base de cálculo é variado, sendo que
alguns países adotam o “método do crédito de imposto”, de tal modo que é
aplicada alíquota ao montante global das transações da empresa,
deduzindo-se do montante assim obtido o imposto por ela incorrido nas
compras desse mesmo período (crédito), conforme as suas faturas de
aquisição. O valor resultante será considerado como valor de imposto a
pagar. Em Portugal, por exemplo, a liquidação e o pagamento do imposto
concede o direito à dedução para fins de apuração do imposto devido, em
que os sujeitos passivos deduzem o imposto incidente sobre as operações
tributáveis que efetuaram.
1153
apontadas: a tributação no local onde o consumidor é residente ou no local
onde o prestador é residente14. O primeiro modelo tem sido utilizado
especialmente quando o fornecedor é cadastrado no local de presença do
consumidor e lá deve recolher os tributos. No segundo modelo, o
fornecedor será tributado no local de sua residência, mesmo que a
operação seja realizada em outra jurisdição.
1154
O Brasil possui a sua tributação sobre o consumo baseada em quatro
tributos distintos: ICMS, ISS, IPI e PIS/COFINS. Cada uma dessas
espécies impositivas incide sobre determinada hipótese de incidência e
possuía a sua correspondente base de cálculo. O ICMS possui duas
hipóteses de incidências: (i) as operações de circulação de mercadorias e
(ii) a prestação de serviços de comunicação e transporte interestadual e
intermunicipal. As mercadorias são caracterizadas por sua natureza
tangível, por sua “corporeidade”.
1155
Iremos analisar a necessidade de adoção de um IVA para o Brasil, bem
como os efeitos dessas mudanças nos países que já possuem esse modelo
de tributação do consumo.
1156
para o novo modelo entre os anos 1970 e 1980, bem como todos os
principais parceiros comerciais do país. Havia uma sucessão irrefreável de
adoções, atingindo mais de 160 jurisdições no mundo19.
1157
gigantescas dimensões territoriais, necessidade de descentralização
administrativa e de financiamento estadual.
1158
radicalmente o seu sistema em 1968 e adotaria o modelo de base ampla. As
demais legislações europeias seguiriam a tendência francesa, tais como a
Alemanha (1968), Países Baixos (1969), Luxemburgo (1970), Bélgica
(1971) e Itália (1973)21. Três pontos nos diferenciariam: a nossa restrição
ao aproveitamento somente do crédito físico, a não desoneração das
exportações e a exclusão dos serviços da base. A nossa inovação surgia
envelhecida por um “originalismo prejudicial”.
1159
integradas ao ICMS. Os Fundos Estaduais e Municipais ampliariam a
transferência do produto da arrecadação do IR e do IPI para os Estados e
Municípios (de 33% para 47% no caso do IR e de 33% para 57% no do
IPI)22. Como consequência, a União perdeu, nos primeiros anos,
significativa parcela de participação no bolo nacional, de 60,1% recuou
para 54,3% em 1991, enquanto os Estados ampliavam a sua participação
de 26,6% para 29,8%, e os Municípios, de 13,3% para 15,9%. Talvez isso
explique o ambiente de ouvidos moucos aos apelos de reforma tributária
no período.
1160
A cada medida da União, havia uma reação dos Estados tentando
preservar o pouco que conquistaram na Carta de 1988. O resultado não
poderia ser mais desastroso: Estados falidos, União esgotada e Municípios
em regime de quase insolvência.
1161
Vejamos alguns números. Somente sobre o ICMS existem 22 Súmulas
do STJ25. Existem três Súmulas sobre o IPI26. Sobre o ISS existem seis
Súmulas editadas27. Os números representam um gigantesco estoque de
casos judiciais.
1162
De todas as propostas apresentadas, parece que há, finalmente e de
modo inédito, um grau de relativo acordo sobre as bases da reforma.
Talvez o momento nacional tenha facilitado a busca de soluções urgentes.
Talvez a situação mundial tenha convencido que precisamos mudar nosso
regime tributário para competir com eficiência no disputado cenário
global. Ou talvez seja simplesmente mais um afago do sentimento de
otimismo, na espera de resolução desse grave problema nacional. O certo é
que existem diversas razões para demonstrar a atualidade e a importância
na adoção de um IVA moderno no Brasil33.
1163
insatisfatoriamente os principais dilemas do ICMS, deixando para trás a
ideia de uma revisão completa, e resolvia apenas alguns pontos mais
urgentes dos problemas existentes. Dois pontos se destacaram: a
desoneração das exportações e o novo regime de aproveitamento dos
créditos fiscais, que seriam continuamente adiados.
1164
Dentre as principais virtudes dessa proposta está o aparente equilíbrio
de repartição de receitas entre os entres federados. Este era item pouco
tratado pelas propostas anteriores. Aparentemente a composição de
receitas dá-se de modo satisfatório para a União (IR/CSSL, CPMF e o
novo Imposto Seletivo Monofásico), os Estados (IPI, ISS, IPI,
PIS/COFINS e Salário-educação) e os Municípios (IPTU, ITR, ITBI,
ITCD e IPVA).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1165
O sistema tributário nacional apresenta uma forte incompatibilidade
com as mudanças estruturais, decorrentes das inovações tecnológicas,
especialmente em razão da tributação distribuída sobre o consumo, em
ICMS (Estados e DF); IPI e PIS/COFINS (União) e ISS (Municípios).
Desse modo, faz-se urgente a adoção pelo país de um modelo IVA, nos
termos mencionados pela OCDE em seus estudos sobre a economia
digital.
1166
Os desafios da tributação indireta do
comércio eletrônico: estratégias para a
simplificação da arrecadação tributária em
operações B2C
35 36
Misabel Abreu Machado Derzi e César Vale Estanislau
1. INTRODUÇÃO
1167
mercado pouco explorado; e (vi) volatilidade, uma vez que novas
tecnologias mudam, rapidamente, a estrutura da economia digital.
1168
certamente menos complexa do que nas operações virtuais envolvendo
serviços e intangíveis, por não estarem os instrumentos de fiscalização
tributária suficientemente adaptados a essa realidade.
1169
estabelece uma desigualdade afrontosa, que pode inviabilizar o mercado
tradicional41.
1170
evasão por meio de contramedidas proporcionais.
e) Flexibilidade – os sistemas de tributação devem ser flexíveis e dinâmicos
para se adaptarem ao desenvolvimento tecnológico e comercial, bem como às
43
mudanças nas necessidades orçamentárias dos entes tributantes .
1171
A tributação no destino foi consagrada pela legislação brasileira no que
se refere às exportações, como se vê nos regimes do IPI (art. 150, § 3º, III,
CRFB), do ICMS (art. 155, § 2º, X, a, CRFB) e do ISSQN (art. 156, § 3º,
III, CRFB c/c art. 2º, II, da Lei Complementar n. 116/2003).
1172
do ponto de vista dos tributos diretos (renda, lucros), assim como do ponto
de vista dos impostos incidentes sobre o consumo.
1173
tratamento diferenciado para intangíveis.
1174
Impostos, a “Corte de Justiça da Comunidade Europeia já se pronunciou,
em 1997, no sentido de considerar da mesma maneira as prestações de
serviços (financeiros no caso em tela) tomados sob uma forma tradicional
ou sob uma forma eletrônica”51. Por fim, (c) há de se referir às vendas de
bens intangíveis, contratados e liberados por meio da rede eletrônica, de
forma imaterial e em tempo real. Esse é o caso da venda de música, de
livros, revistas e jornais, de programas de informática etc., totalmente
digitalizados.
Como se observa, as situações registradas nas letras (a) e (b) não devem
merecer tratamento diferenciado daquele que lhes é conferido no comércio
tradicional. O ambiente virtual serve, somente, para tornar mais simples e
rápida a contratação da operação. Mas a situação (c), em que a
imaterialidade é total, sendo a transação contratada e executada,
inteiramente, por meio da via eletrônica, sem liberação física de
mercadorias, não encontra uma resposta adequada no regime tradicional
para a tributação do consumo.
1175
fevereiro de 1996, “prevendo que a cessão à distância, sem suporte, de
programas standards, constituía uma prestação de serviços imaterial”,
entendimento que foi estendido pela resposta ministerial, de 5 de junho de
2000, ao conjunto do comércio eletrônico online52.
a Administração fiscal francesa justifica essa escolha pelo fato de que a extensão
da alíquota reduzida aos editores de imprensa via Internet não corresponderia aos
objetivos originais desse regime favorável, pois essas empresas não suportam os
custos do preço do papel, da distribuição e da postagem suportados pela imprensa
53
impressa .
1176
Portanto, na França e em outros países europeus, todo o comércio
eletrônico imaterial foi identificado com a prestação de serviços, o que é
possível pela forma ampla e residual com que os europeus disciplinaram o
IVA. Aquilo que não configura operação de circulação de mercadorias,
será identificado com uma prestação de serviço (basta que se crie uma
utilidade).
Portanto, nesses países, algo que poderia ser considerado uma operação
de circulação de mercadorias (se estivesse na forma de aquisição
convencional de programas padronizados de informática), tornou-se uma
prestação de serviço caso fosse concretizado inteiramente por via
eletrônica, sem suporte material. Nesse ponto seguiu-se a orientação da
própria OCDE.
1177
Também aquilo que for definido como operação de circulação de
mercadorias não se converte em prestação de serviços pelo fato de sua
execução ter sido online, sem suporte material. Pode-se mesmo discutir se
o ICMS poderia incidir sobre bens imateriais, não corpóreos,
classicamente estranhos ao conceito de mercadorias54. Mas a resposta
negativa a essa pergunta, projetando as operações com bens intangíveis
para fora do campo de incidência do ICMS, não acarretaria
automaticamente a identificação da venda a uma prestação de serviços.
1178
tomador do serviço, e a tributação, para o local onde se situar o
estabelecimento-tomador.
1179
Na Europa, as transações, que envolvem serviços, são tratadas de forma
diferente. Em relação ao IVA, incidente sobre as prestações de serviço,
vigora o princípio da origem, ou seja, a competência se define em razão do
local onde se situa o fornecedor do serviço, embora convivendo a regra
com várias exceções, que se cumulam em proporções cada vez maiores.
Para resumir a complexidade da tributação das transações eletrônicas
internacionais, vamos reproduzir a síntese de Avi-Yonah:
1180
interior de um terceiro Estado, está frequentemente exonerada para ela (em
particular nos EEUU).
Em consequência, existe um risco de perda de base fiscal e de deslocamentos
para fora da União Europeia de certas atividades ligadas à Internet. Esse risco
continua pequeno, se considerado o volume ainda modesto das trocas imateriais via
57
Internet. Seu desenvolvimento impõe, todavia, tratar rapidamente essa questão .
Como se sabe, desde 1977, a Sexta Diretiva, em seu art. 9º, item 1, já
estabelecia que o “lugar da prestação de serviços” seria definido segundo o
local onde sediado o fornecedor, ou seja, o lugar onde o prestador tenha a
sede de sua atividade econômica ou um estabelecimento estável, ou ainda
o lugar do seu domicílio ou residência habitual. No item 2, são abertas
várias exceções relativas às prestações de serviços de transporte, às
atividades culturais, artísticas, desportivas, científicas, docentes,
recreativas, de peritagens e outras, em relação às quais o lugar das
prestações será o lugar onde são materialmente executadas.
1181
Enfim, como proclama o XIX Relatório do Conselho de Impostos, “na
hora atual, a regra do Estado do prestador é apenas uma regra de aplicação
residual para as prestações efetivamente ocorridas no plano
internacional”58.
1182
Europeia adota um sistema misto, ora elegendo o local da sede do
prestador de serviços, ora o local do estabelecimento do destinatário.
1183
No âmbito da União Europeia, o que nos parece mais notável, digno de
menção, uma vez que tem se apresentado como uma experiência vitoriosa
no combate às distorções da concorrência, reside em questões de
Administração tributária. Referimo-nos ao regime especial, adotado na
Diretiva n. 38/2002, e expandido pela Diretiva n. 8/2008, para os
fornecedores que prestem serviços de telecomunicações, radiodifusão ou
envolvidos com o comércio eletrônico direto B2C.
1184
a) na visão inicial da Comissão, os operadores de um terceiro país deveriam se
identificar e se registrar em um só Estado-membro, onde pagariam o IVA
devido, incidente sobre as transações efetuadas com consumidores passivos
comunitários. A primeira proposta da Comissão encontrou opositores, pois
ela não impede a elisão, com a escolha do Estado-membro de tributação mais
baixa, assim como acarretaria perdas de receitas para os Estados
consumidores;
b) outra solução, preconizada em certo momento pela França, determinava que
cada um dos operadores de um terceiro país se identificasse em cada Estado-
membro, em que residissem seus clientes, recolhendo o IVA devido a cada
um deles e aplicando as alíquotas nacionais de cada Estado. Seria esse um
mecanismo análogo ao utilizado nas prestações de telecomunicações (art. 9º,
4, da Sexta Diretiva). Mas a solução é por demais complexa para os
fornecedores de serviço, embora respeitante do princípio do consumo, para
distribuição da receita;
c) como terceira solução, sugeriu-se alinhar essas transações ao regime das
vendas a distância, o que acarreta igualmente os mesmos problemas inerentes
àquelas vendas;
d) criação de uma alíquota média do IVA, para as prestações de serviços
imateriais, de tal modo que o operador de um terceiro país tivesse suas
dificuldades reduzidas e se evitassem as distorções da concorrência. Mas essa
sugestão esbarrou no receio de perdas de receita para aqueles países que
trabalham com as mais elevadas do setor;
e) finalmente, a sugestão mais prestigiada, que viria a ser adotada pela Diretiva
n. 38, preconizou a instalação de um portal eletrônico (servidor ou passarela
informática) comum à União Europeia, “que permitisse tratar
automaticamente a identificação no IVA dos operadores de um terceiro país e
a indicação do IVA devido pelo vendedor aos Estados beneficiários
(calculado a partir das alíquotas nacionais) [...] Em tais condições, a proposta
de identificação em um portal eletrônico único parece sedutora:
culturalmente e tecnicamente adequada aos operadores ativos via Internet, ela
lhes permitiria declarar em um ponto único, dividindo suas vendas por
Estado, e efetuando um pagamento online a cada Estado, com a própria
60
alíquota do Estado do consumo” .
1185
Trata-se, relativamente ao ICMS, de uma iniciativa mais abrangente e
simplificadora do que a Guia Nacional de Recolhimento de Tributos
Estaduais, que permite só a emissão das guias para as unidades federadas
em que não estiver localizado o contribuinte61.
1186
Dá-se que somente 5% dos particulares fazem o recolhimento, de tal
modo que as vendas a distância, feitas por um consumidor de outro Estado,
quase não são tributadas. Tais dados foram projetados e são os mesmos em
relação às transações eletrônicas. Por isso mesmo, a Internet Tax Freedom
Act, de 1998, previu a isenção temporária do acesso à internet, o que se
perenizou com a edição do Trade Facilitation and Trade Enforcement Act,
de 2015.
1187
domiciliados ou residentes em território da UE, a aderir a um regime
especial, aplicável a todas essas prestações (de radiodifusão, televisão e
comércio eletrônico) dentro da Comunidade. Tal regime especial envolve e
pressupõe:
1188
medida prevista na Diretiva n. 38/2002, o MOSS abrange, também,
pessoas jurídicas situadas em países componentes da União Europeia65.
1189
Os bons números da iniciativa europeia comprovam que a redução dos
custos de compliance tributário constitui incentivo poderoso para
solucionar os desafios da tributação do comércio eletrônico B2C. Estimou-
se que, antes da implementação do MOSS, os custos administrativo-
tributários arcados pelas empresas em operações B2C de e-commerce
totalizavam 6 bilhões de euros por ano, ou aproximadamente 24 mil euros
por contribuinte67. Segundo os levantamentos iniciais, houve uma redução
substancial dessa espécie de dispêndio entre as empresas que aderiram ao
novo regime, pelo que se formou opinião amplamente favorável pela
expansão do MOSS em direção ao comércio de bens tangíveis68.
1190
ente tributante, prestem serviços a sujeitos passivos ou a consumidores,
destinatários não contribuintes, domiciliados ou residentes em outro.
1191
Reforma tributária: desafios da evolução da
economia digital versus complexidades da
Federação brasileira
71
José Luis Ribeiro Brazuna
1. INTRODUÇÃO
1192
Construímos, pouco a pouco, um dos piores73 sistemas tributários do
mundo!
1193
sobre tributo, na medida em que os donatários cobravam a redízima de
todas as rendas arrecadadas para a Coroa!
1194
Somente após a Constituição Imperial, na primeira metade do século
XIX, diante de multiplicidades de tributos, vários deles cobrados sobre os
mesmos fatos e gêneros, tenta-se sistematizar o orçamento público de
então. Destaque aqui para a Lei n. 317/1843, que contabilizava setenta e
cinco fontes de receita pública, dentre as quais diferentes impostos, ditos,
taxas, sisas, direitos e dízimas sobre as mais variadas manifestações de
riqueza.
1195
sobre vendas e consignações, sobre exportação e sobre indústrias e
profissões; e, aos Municípios, os impostos sobre licenças, sobre
propriedade predial e territorial urbana, sobre diversões públicas e sobre
renda de imóveis rurais.
1196
operações e bens no poder de tributar seletivo da União, a quem cabia
inclusive tributar operações de crédito, câmbio, seguro e relativas a títulos
e valores mobiliários.
1197
Permite-se à União instituir contribuições, tendo em vista a intervenção
no domínio econômico e o interesse da previdência social ou de categorias
profissionais, assim como os empréstimos compulsórios. Reserva-se à
mesma União a competência tributária residual para instituir novos
impostos, desde que não tivessem eles base de cálculo e fato gerador
idênticos a outros impostos já discriminados constitucionalmente.
1198
não cumulativo para o novo tributo e que não tenha ele fato gerador ou
base de cálculo de imposto já previsto na Constituição.
1199
aprovação das alterações. Assim, a ausência de uma reforma mais profunda no
momento da Constituição devido à necessidade de satisfazer os interesses das
82
coalizões em conflito teve um impacto significativo na sequência .
1200
contribuição sobre a receita ou faturamento. Agora mais recentemente, nos
deparamos com a Emenda Constitucional n. 87/2015, revendo a repartição
do ICMS sobre operações e prestações de serviços interestaduais com
consumidores finais entre Unidades Federadas de origem e de destino.
2015
Tributo/Competência
R$ milhões % PIB %
1201
Contrib. Regime Próprio Previd. Est. 20.796,90 0,35% 1,08%
Outros Tributos Estaduais 29.067,47 0,49% 1,51%
% da Arrecadação Total
1202
receitas arrecadadas.
1203
Ao final do dia, vemos um sistema tributário bastante carregado na
arrecadação dos tributos de competência da União90, com destaque para a
alta dependência de transferências de arrecadação para a manutenção das
despesas correntes dos deficitários municípios brasileiros91, o que afeta
também, ainda que em menor grau, os Estados-Membros da Federação22.
92
4. PERSPECTIVAS INTERNACIONAIS
1204
Registra-se que, nesse universo de países, vem-se procurando aumentar
a arrecadação dos impostos sobre valor agregado mediante o aumento da
sua base, o que traz à baila justamente a questão da tributação do comércio
de serviços e intangíveis no contexto da atual economia digital.
1205
de regras CFC. Tudo isso em linha também com os trabalhos do Task
Force on the Digital Economy (TFDE), que mira o aperfeiçoamento das
definições de estabelecimento permanente e outras medidas necessárias
para assegurar a cobrança efetiva de VAT em transações internacionais98.
5. PERSPECTIVA INTERNA
1206
dividindo e distribuindo entre os entes estatais os diferentes negócios
jurídicos que podem ser praticados com bens ou mercadorias, para
servirem de fonte de arrecadação de recursos.
1207
entendimentos com relação à incidência desses impostos em operações de
111
industrialização por encomenda ;
•conflitos ICMS/IPI versus IOF: inclusão ou não de juros na base de cálculo
112
do ICMS e do IPI nas vendas a prazo e na venda financiada ; e
•conflitos entre impostos existentes e não tributação: a incidência do ISS
113
sobre operações de leasing , ao mesmo tempo que se consolidava a não
114
incidência sobre locação de bens móveis ; não incidência do ICMS em
115
importação de bens objeto de arrendamento mercantil ; não incidência de
116
ICMS, nem de ISS, sobre provedores de acesso à internet ; não incidência do
117
ICMS sobre assinatura pela contratação de serviço de telecomunicação ;
dentre outros tantos.
1208
6. PROPOSTAS DE REFORMA TRIBUTÁRIA
• Propõe a criação de
um Imposto sobre
Bens e Serviços (IBS) • Propõe a eliminação de
• Inspirado no sistema europeu, federal, compartilhado qualquer tipo de
propõe a concentração da com Estados e sobreposição de tributos,
tributação federal em imposto municípios. mediante proibição de
sobre a renda, imposto sobre • Prevê a criação do inclusão de tributo na
valor agregado e imposto seletivo IBS por uma alíquota base de cálculo de tributo.
sobre determinados bens. inicial de 1%, por • Federaliza o ICMS e
• O Imposto sobre Bens e cinco anos, em mantém o ISS.
Serviços (IBS) estadual, com substituição a uma • Prevê a revogação de
legislação federal, teria alcance redução de 1% da benefícios fiscais
amplo, abrangendo importações a Cofins. irregulares de ICMS.
qualquer título, locações • Aumento progressivo • CSLL absorvida pelo
por oito anos e IRPJ.
eliminação de guerra
fiscal.
1209
entre os Estados, DF e financiar a previdência do
Municípios. setor privado.
1210
De outro lado, se compararmos o nosso contexto com os conflitos
territoriais que também existem nos Estados Unidos da América, o Brasil
já conta com mais de quarenta anos de experiência e exercício de
negociação no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária, o qual
bem ou mal vem exercendo um papel para o qual, naquele país, os Estados
Federados ainda tentam buscar a constituição de uma instância de
discussão e de harmonização das suas legislações tributárias estaduais128.
1211
centralizaria a regulamentação. A centralização da regulamentação resultaria,
contudo, na temida perda de autonomia estadual. Inevitavelmente, perderiam os
Estados sua força política, relegados a meros agentes de política fiscal unitária,
determinada pela União, tal como ocorre nos sistemas federativos europeus,
132
exceção feita à Suíça .
1212
Outra mudança radical – e também forçada pela realidade econômica –
é o recente Convênio ICMS n. 106/2017, que, não obstante aparente
extravasar a competência constitucional atribuída aos Estados e ao Distrito
Federal135, ambiciona transformar o ICMS em um verdadeiro retail sales
tax. E isto porque, na prática: isenta todas as operações internas com bens
e mercadorias digitais comercializadas por meio de transferência eletrônica
de dados; prevê o pagamento do imposto apenas na operação interna ou
importação com o consumidor final; e para tanto obriga o fornecedor a
estar sempre inscrito como contribuinte na mesma Unidade Federada do
seu cliente final (de certa forma, utiliza-se conceito similar ao “one stop
shop” europeu136 ou de local domain name / local digital plataform do
projeto BEPS137). Prevê-se também a responsabilização tributária dos
intermediadores financeiros (administradora de cartão de crédito ou de
outro meio de pagamento), em voluntária ou involuntária inspiração no
conceito de local payment options138.
7. CONCLUSÕES
1213
O que se nota, do exposto acima, é que o Brasil necessita de uma
reforma tributária abrangente, no que diz respeito ao seu sistema de
tributação de operações com bens e serviços, a fim de trazê-lo próximo aos
parâmetros e às diretrizes dos países mais competitivos. E o momento de
crise econômica é propício para tanto140.
1214
Jogos de realidade virtual e robótica: desafios
para a tributação de humanos no mundo
virtual e robôs no mundo real
141
Victor Polizelli
Aquilo que Bryan Camp dizia nos Estados Unidos dez anos atrás a
respeito da tributação de jogos de realidade virtual pode ser considerado
ainda válido no Brasil de hoje142. A abordagem deste tema é, de certa
1215
forma, prematura, pois não há nenhuma indicação de que a Receita Federal
do Brasil esteja interessada em tributar ganhos obtidos em mundos
virtuais, o que torna este um tema puramente acadêmico. Também se pode
afirmar que tal questão poderia ser levantada em meio a uma fiscalização
de imposto de renda de pessoa física – na qual o auditor pode querer
examinar as atividades e os ganhos realizados de determinado contribuinte
em mundos virtuais –, mas a chance de isso acontecer é remota, pois as
fiscalizações são poucas e normalmente dirigidas a determinados temas
pré-identificados.
1216
competem com a China na liderança do número de usuário no mercado de
jogos on-line.
1217
virtuais híbridas, nas quais alguns dos fluxos entre a economia virtual e a
economia real estejam proibidos/bloqueados149.
1218
sistemas de fluxo fechado, sistemas híbridos e de fluxo aberto. O World of
Warcraft é considerado um sistema híbrido, ao passo que o Second Life se
classifica como um sistema aberto.
1219
principalmente em razão do longo tempo necessário para ganhá-los.
Muitos dispõem de tempo para completar todas as etapas, ao passo que
outros, que têm dinheiro para gastar e pouco tempo para usufruir
momentos de diversão ou que simplesmente querem acelerar seu progresso
para participar de batalhas em conjunto com seus amigos que já estejam
em estágio mais avançado, podem preferir adquirir um item importante,
um avatar em estágio mais avançado ou uma conta inteira de um jogador,
contendo avatares e itens. Em razão desse mercado real de itens virtuais,
alguns participantes podem chegar a comprar tais coisas como uma forma
de investimento155.
O jogo Second Life (SL) é um mundo virtual que pretende ser em tudo
similar ao mundo real. Os jogadores também acessam o jogo por meio de
um avatar que, embora seja limitado (os jogadores podem escolher
1220
humanos ou uma variedade de formas não humanas), pode ter sua
aparência modificada pelo dono. Os avatares do SL não possuem muitas
características ou habilidades predefinidas e estas não melhoram
automaticamente com base em atividades repetitivas. Eles também não
têm papéis estruturados. Não há tarefas, nem missões, tampouco há
personagens fictícios no jogo (todos são avatares de seres humanos reais).
Cada jogador tem a possibilidade de criar qualquer item virtual
imaginável. Os jogadores podem construir qualquer coisa, desde imóveis
(casas, lojas, discotecas, filmes teatros, jardins, arenas), itens pessoais
(vestuário, partes do corpo, móveis, fotos, veículos, aviões, fogos de
artifício, arte), itens recreativos (tempestades, animais de estimação, fontes
mágicas, brinquedos), a rotinas de animação que permitam aos avatares
fazer coisas como dançar, pular, fazer caras ou simular sexo. Nesse
sentido, destaca Camp, é como jogar com LEGOs on-line160.
1221
intercambiáveis por ativos e moedas reais e tangíveis, então as
consequências fiscais das transações envolvendo esses itens deveriam ser
indistinguíveis daquelas que ocorrem no mundo real162.
1222
páginas eletrônicas que promovem o seu comércio no mundo –, o que
afastaria precariamente um potencial problema de mensurabilidade.
1223
realizadas em plataformas como o eBay, cujo recebimento se dá por meio
do Paypal164.
1224
“caixa” para fins da aplicação do regime de caixa, seria necessária a
presença de um mercado mais amplo e organizado de conversão de
Lindens em dinheiro ou em bens, a fim de garantir uma mensurabilidade
mais precisa, maior liquidez e segurança no recebimento. No contexto
brasileiro tal mercado inexiste, sendo inapropriado pensar em tributação no
mundo virtual, ao menos por enquanto.
1225
O argumento da tributação sob a forma de prestação de serviços faz
sentido, até porque o desenvolvimento de tais itens no mundo virtual
normalmente demanda tempo e esforços do “jogador-vendedor-
contribuinte”. No Brasil, porém, é mais provável que prevaleça a noção de
imposição tributária sob a forma de ganho de capital em vez de prestação
de serviços. A uma porque nossa regra de ganho de capital é mais ampla,
alcançando não só a venda de bens, mas também de direitos de qualquer
natureza169. Se os itens virtuais de jogos como o WoW não são bens detidos
pelos jogadores, mas sim direitos de uso de bens pertencentes aos
programadores/donos do jogo, a venda de tais direitos também estará
alcançada pela mecânica de ganhos de capital.
Ele formula então uma regra da retirada (cash out rule), segundo a qual
transações do mundo virtual somente podem ser tributadas quando os itens
virtuais se converterem em retiradas, de dinheiro ou bens, no mundo real.
1226
tributação sem afetar os jogadores que não têm finalidade lucrativa, mas
sim lúdica.
1227
Um marco importante dessa discussão – que revela não ser ela uma
polêmica exótica, supérflua e tampouco precoce – consiste no relatório
apresentado no início de 2017 pela Comissão de Assuntos Jurídicos ao
Parlamento Europeu para sugerir mudanças na legislação civil em matéria
de robótica175. Na sessão plenária de 16 de fevereiro de 2017, o Parlamento
Europeu votou favoravelmente ao relatório.
1228
doravante, se os robôs não deveriam sujeitar-se autonomamente à
tributação.
Um famoso estudo recente sugere que 47% dos empregos dos Estados
Unidos estão numa categoria de alto risco, o que significa que haverá um
potencial para que tais empregos sejam substituídos por sistemas
1229
automatizados no período de uma ou duas décadas. Aqui se incluem os
empregos nas áreas de transportes e logística, em conjunto com a maior
parte dos postos de trabalho em linhas de produção e escritórios de apoio
administrativo. No caso das atividades produtivas, essa tendência de
substituição de pessoas por máquinas automatizadas já vem se
concretizando há tempos com o uso de robôs industriais. Para as outras
áreas indicadas no estudo, basta citar o desenvolvimento de tecnologia
para veículos com sensores avançados, que já dispensam o uso de um
motorista. Outras profissões que estão a risco são aquelas que envolvem
habilidades e destreza manual, como as ocupações de serviços pessoais e
domésticos. Até mesmo empregos na área de vendas tendem a ser
substituídos, pois alguns postos, como os de caixa, balconista e operadores
de telemarketing, embora envolvam tarefas interativas, não demandam um
alto nível de inteligência emocional182.
A área tributária não passa ilesa a essa tendência e deve ser ocupada
massivamente por robôs. Apenas 1% da atividade de preenchimento de
declarações fiscais, por exemplo, é considerada livre de risco de
substituição por sistemas computadorizados. Os profissionais dedicados a
planejamento tributário (advogados, contadores) poderiam entender que
estão a salvo dessa onda robótica, em comparação com seus colegas da
prática de compliance fiscal. Mas não é assim que pensam, por exemplo,
Richard e Daniel Susskind, segundo os quais uma boa parte do trabalho de
planejamento tributário deverá também ser tomada por máquinas no
futuro, pois – conforme argumentam tais autores – o planejamento
tributário e o cumprimento de obrigações fiscais são, do ponto de vista
técnico, duas faces da mesma moeda, uma vez que ambos operam sobre o
mesmo sistema complexo de normas e práticas183.
1230
Tomando como válida, portanto, a suposição de que os robôs vão
progressivamente causar mais desemprego, a equação de “dupla perda”
nos orçamentos dos países certamente se traduz numa pressão por mais
receitas e revela uma necessidade premente de se reformularem os
sistemas tributários para, de alguma maneira, encontrar novas fontes de
tributação.
1231
Numa visão mais condescendente do direito tributário, pode-se cogitar
que o primeiro passo virá do Direito Civil, quando eventualmente este
chegar ao ponto de atribuir uma personalidade jurídica aos robôs em razão
das questões de responsabilidade. Nesse momento, não só haverá espaço
para se cogitar de tributação, como também será exigido um
posicionamento da legislação tributária para tal fenômeno. Se os robôs têm
personalidade jurídica (uma “personalidade eletrônica”) e, eventualmente
também, uma capacidade financeira, por que não pensar em uma
capacidade contributiva? Isso é bem diferente e talvez até mais plausível
do que proativamente justificar uma iniciativa isolada da legislação
tributária, que atribuísse capacidade contributiva autônoma aos robôs, a
fim de lhes impor tributação em razão do desemprego e desequilíbrio
orçamentário que eles potencialmente causam184.
•aquisição de autonomia por meio de sensores e/ou de troca de dados com o seu
ambiente (interconectividade) e troca e análise desses dados;
•autoaprendizagem com a experiência e com a interação (critério opcional);
•um suporte físico mínimo;
•adaptação do seu comportamento e das suas ações ao ambiente; e
185
•ausência de vida no sentido biológico do termo .
1232
o que deveria demandar um tratamento diferenciado aos robôs, porquanto
os animais também têm autonomia decisória e nem por isso ganham
personalidade jurídica e tampouco se submetem autonomamente à
tributação. O que diferencia os robôs e faz a questão da personalidade ser
colocada seriamente é sua capacidade de substituir o homem em tarefas
inerentemente humanas.
O tema não parece ter ainda sequer sido cogitado pelos órgãos
legislativos brasileiros. Segundo reporta Silvia Melchior, que enfrentou
tais questões em um estudo comparativo internacional, não há atualmente
no Brasil nenhuma regulamentação sobre os robôs e nenhuma categoria
específica a eles aplicável. Com a exceção dos drones, que são
considerados aeronaves, as demais máquinas inteligentes – como os
1233
veículos autônomos – não foram especificamente consideradas pelo
legislador brasileiro189.
1234
2.2.1. A capacidade contributiva dos robôs (ou decorrente de seu uso)
1235
dividendos aos sócios. No caso das pessoas jurídicas, essa questão não
impediu o reconhecimento de capacidade contributiva às empresas. O que
tal empecilho causa é a necessidade de se implementar algum método de
integração da pessoa jurídica com seus sócios a fim de eliminar ou, o que é
mais comum, amenizar essa imposição em dobro sobre a mesma matéria
imponível195.
1236
como referência a definição de robôs proposta pelo relatório europeu199,
nota-se prontamente que, ao tornar opcional o requisito de
autoaprendizagem, a definição ficou muito restrita para uma tributação que
seja orientada pelo conceito de economia proporcionada por robôs. Um
aspirador de pó inteligente, por exemplo, seria qualificado como robô por
ser um objeto físico, inanimado no sentido biológico, que possui
autonomia em decorrência de seus sensores e é capaz de reagir em razão
do ambiente. Ao adquirir tal aspirador, um sujeito terá economias por não
ter mais que pagar a diária de uma faxineira. A presença desse ganho é o
que justificaria a imposição de imposto de renda sobre tal renda imputada.
Todavia, no caso de robôs da atividade industrial, a definição do relatório
abrangeria apenas os robôs que possuem sensores e são capazes de
reconhecer minimamente os objetos com os quais são programados para
lidar, deixando de lado um grande grupo de robôs menos complexos. Se
uma tributação do uso de robôs busca compensar a perda tributária
decorrente do desemprego que eles causam, então a definição de robôs
deveria ser ainda mais abrangente.
1237
causada pelos robôs. É possível que um conjunto variado e coordenado de
medidas seja necessário201.
1238
ponto, será possível presenciar relações contratuais propostas por um robô
e cujos serviços correspondentes serão remunerados por moeda virtual de
titularidade dos robôs203.
1239
interagirem com o usuário. Se essa interface com o usuário qualifica o
“suporte físico mínimo” da definição europeia de robôs, então
praticamente toda sorte de aplicativos e softwares estariam englobados
pela definição. Não parece ser essa uma definição adequada para robôs.
Ou bem se escolheu a palavra errada e a intenção verdadeira é de tributar
qualquer tecnologia que seja eficiente e cause desemprego, ou acerta-se o
foco para discutir formas apropriadas de tributação do fenômeno da
automação.
1240
como um tributo sobre os lucros, mas cujas alíquotas tomariam como
indicador uma relação entre o lucro e a despesa com folha de salários.
Conforme tal indicador aumentasse, as alíquotas seriam maiores. A
intenção é criar um atrativo para a criação de empregos, em vez de sua
substituição por robôs. Uma variação seria instituir tal tributo sobre as
receitas208.
1241
Instrução Normativa RFB n. 1.455/2014, expandiu o conceito de serviços
técnicos sujeitos a imposto de renda na fonte em remessas ao exterior para
abranger também a “execução de serviço (...) decorrente de estruturas
automatizadas com claro conteúdo tecnológico”. Trata-se visivelmente de
uma iniciativa que pretende impor tributação sobre robôs (e talvez também
outros fenômenos não corporificados fisicamente), que poderia muito bem
decorrer de uma política fiscal formulada no foro congressual adequado e
com maior harmonia entre os demais tributos, em vez de ser introduzida de
surpresa pelo veículo normativo inadequado.
1242
Tributação direta vs. tributação indireta na
economia digital: reflexões sobre os impactos
da concentração de tributos sobre o consumo
em detrimento da tributação sobre a renda
para a praticabilidade e justiça fiscal
212 213
Rafael Malheiro e Laura Salviano Almeida da Costa
1243
características da economia digital, a mobilidade, tanto das funções e
modelos de negócios das companhias insertas nesse contexto, quanto dos
usuários e consumidores de seus produtos e serviços214.
1244
modalidades guardam suas especificidades e vêm chamando a atenção
quanto à sua rápida difusão e adesão de consumidores em todo o mundo.
Esse foi um dos gatilhos para que a OCDE, em conjunto com o G20,
desenvolvesse o Projeto BEPS (Base Erosion and Profit Shifting), cujo
objetivo é o combate à erosão das bases tributárias e o desvio de lucros das
empresas para jurisdições de baixa ou nenhuma tributação sobre a renda,
mediante planejamentos tributários agressivos baseados em lacunas da
legislação e assimetrias encontradas nos sistemas tributários internos. No
contexto deste projeto, foram elaborados 15 planos de ação pontuais,
sendo um deles inteiramente destinado à identificação dos principais
desafios à aplicação das atuais regras de tributação internacional impostos
pela economia digital e o desenvolvimento de soluções para remover esses
obstáculos216.
1245
No campo do plano de ação do BEPS dedicado à economia digital, a
OCDE e o G20 identificam desafios que abrangem tanto a tributação direta
quanto indireta, sobre o consumo, e, no que tange a esta última, destaca,
entre outros aspectos, a dificuldade do seu recolhimento em operações
envolvendo o comércio internacional de bens, serviços e intangíveis,
principalmente quando estes são providos por fornecedores no exterior.
1246
Nesse contexto, destaca-se na União Europeia a proposta de uma base
tributária comum consolidada (“Common Consolidated Corporate Tax
Base”), um conjunto de regras para determinação dos lucros tributáveis
auferidos por grupos multinacionais. O montante calculado seria então
dividido entre os Estados-membros nos quais as multinacionais atuam,
permitindo que cada um deles tributasse os lucros alocados à sua
jurisdição de acordo com a sua alíquota interna. Não se trata, naturalmente,
de uma tributação sobre o consumo, mas um dos critérios para a alocação
desses lucros remete ao volume de vendas realizadas por essas empresas
em cada Estado-membro, o que refletiria com mais eficiência onde os
valores recebidos são de fato originados, recorrendo claramente à
distribuição da renda com base no mercado consumidor de destino. Essa
medida, além de maior simplicidade para o contribuinte pela redução de
seus custos de conformidade, inibiria a elisão tributária por meio de
planejamentos pelas grandes corporações218.
1247
consignar em declaração ao governo indiano os detalhes do pagamento e
da retenção do imposto.
1248
permanência de multinacionais em “fuga” para outras jurisdições222,
tornando mais atrativa a manutenção dos lucros das empresas no país por
meio de cortes nas alíquotas do imposto de renda.
1249
é preciso ter em referência que, a despeito da tendência à convergência de
uma maior incidência tributária sobre a matriz do consumo de bens e
serviços em diversos países, essa prevalência já se manifesta
historicamente na cesta de arrecadação brasileira, a qual é mais onerada
por tributos indiretos, de competência de todos os níveis da federação
(ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS).
1250
Ainda que represente uma tendência global adotada em vários países e
possua extrema relevância para a arrecadação, a tributação sobre o
consumo no Brasil é incomparável com a de outras jurisdições e com a
proporção da tributação sobre a renda e o consumo nestas, notadamente
em razão do sistema constitucional de repartição de competências
tributárias entre os entes federativos. A existência de um sistema que
distribui a competência tributária sobre o consumo entre todos esses
níveis, aliada ao constante surgimento de novas atividades econômicas e
modelos de negócio com pouca ou nenhuma regulamentação, termina em
um certo casuísmo e dá vazão a conflitos de competência, muitas vezes de
difícil solução.
1251
caso do ICMS, materializam-se em forma de isenções, reduções de
alíquota e de base de cálculo, diferimentos e suspensões de tributação e
não raras vezes são concedidos em desrespeito à regra constitucional que
requer consenso entre os estados para a sua instituição. É também
recorrente o enfrentamento dos requisitos para a renúncia de receitas
públicas estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), tais
como a ausência de estimativas de impacto orçamentário e de medidas de
compensação.
1252
Outro exemplo nos chega da cessão de uso de software, sobre a qual
não há até aqui um consenso quanto à sua qualificação como prestação de
serviços, sujeita à incidência do ISS, como circulação de mercadoria,
sujeita à incidência do ICMS, ou ainda se não haveria nem serviço nem
mercadoria, afastando a incidência de ambos.
1253
A chamada “economia colaborativa”, pautada no compartilhamento do
uso de bens e serviços, na maioria das vezes facilitada por sites e
aplicativos, com previsão de movimentação de bilhões nos próximos
anos232 e que chama a atenção de grandes investidores, também representa
um grande desafio à tributação indireta. No Brasil, essa tendência de
consumo vem ganhando cada vez mais força com a utilização de
aplicativos como os de mobilidade urbana, que conectam motoristas
proprietários de carros a passageiros e de hospedagem, que ligam pessoas
dispostas a receber hóspedes em suas casas em troca de variadas formas de
pagamento, bem como aplicativos de delivery e plataformas de vendas e
trocas de produtos online. Uma das consequências óbvias dessa nova
modalidade de consumo é a dificuldade de definição da competência
municipal para tributar esses serviços pelo ISS. A legislação e a
jurisprudência não oferecem parâmetros seguros para se afirmar
satisfatoriamente que o ente competente é o daquele lugar onde
efetivamente o serviço foi prestado ou onde a empresa prestadora atua.
1254
pela legislação e, em muitos casos, nem deveriam sob o ponto de vista da
técnica legislativa. Nesse aspecto não convém deixar despercebido o fato
de que no Brasil, em certa medida, a própria sobreposição da tributação
sobre o consumo acentua desequilíbrios da tributação da economia dita
tradicional.
1255
execução das leis, promovendo a capacidade contributiva e a eficiência
fiscal. Essa característica, também denominada praticabilidade, como
elemento essencial à simplificação do sistema tributário, deve levar em
consideração a necessidade de massificar a tributação, tornando-a
aplicável ao maior número possível de contribuintes e suas manifestações
de riqueza235.
1256
esses dois fatores. Na hipótese de confronto entre eles, prevalece o respeito
à isonomia e à capacidade contributiva, pois a adoção da praticabilidade
não pode ter como objetivo outro que não a efetivação desses princípios e,
como consequência, o alcance da justiça fiscal. Em outras palavras, a
praticabilidade não se justifica, isoladamente, quando não promove a
justiça fiscal ou, ainda pior, quando é adotada como instrumento contrário
a esse interesse.
1257
o consumo muitas vezes inibir a percepção do pagamento do tributo.
1258
Este efeito regressivo indesejável é imediato no caso dos tributos sobre
o consumo. Nessa modalidade de tributação, o tributo não incide sobre o
produto ou serviço consumido em si, mas sobre a renda manifestada no ato
do consumo, e o percentual dessa renda que é destinado ao consumo é
decrescente conforme aumenta a riqueza do contribuinte241.
1259
O resultado é que, mesmo a carga tributária no Brasil sendo
nominalmente mais baixa do que a de alguns países da OCDE243, a má
distribuição entre o produto da tributação indireta e o restante das fontes de
arrecadação do Brasil, além de inviabilizarem a realização do princípio da
capacidade contributiva e justiça fiscal em sua plenitude, contribuem para
a concentração da renda e aprofundam a desigualdade social244.
1260
serviços, a tributação brasileira supera com facilidade a carga tributária
dos demais países analisados:
3. CONCLUSÕES
1261
estão voltadas a um maior protagonismo dos tributos sobre o consumo nas
receitas tributárias dos países, ao passo que a importância da tributação
sobre a renda é gradativamente reduzida.
1262
que se diversificam com o desenvolvimento de novas tecnologias e suas
formas de exploração.
1263
A Competitividade no Mercado Global e a
Tendência à Migração para um Sistema de
Tributação Territorial
245
Ramon Tomazela Santos
1. INTRODUÇÃO
Para tanto, este estudo abordará as principais razões que podem ser
apontadas para a tendência de migração para um regime de tributação
territorial da renda, para então examinar os desafios que precisam ser
enfrentados pelos Estados para a adaptação de seus sistemas tributários a
essa nova experiência internacional, especialmente em relação à
necessidade de introdução de conjunto sistemático e orgânico de regras
para a determinação da fonte dos rendimentos, de aprimoramento da
definição de estabelecimento permanente, bem como de fortalecimento das
regras de preços de transferência.
1264
2. A TENDÊNCIA DE MIGRAÇÃO PARA UM MODELO DE
TERRITORIALIDADE
1265
territorialidade mitigada, com isenção para os dividendos distribuídos por
entidades residentes no exterior250-251.
1266
norte-americanas em pleno cenário de crise econômica, como Apple,
Google, GE, Starbucks, entre outros.
1267
os Estados Unidos, em razão do claro desestímulo à repatriação dos lucros
auferidos no exterior.
1268
Além disso, o fato de grupos econômicos multinacionais exercerem as
suas atividades em diferentes jurisdições, como uma unidade econômica
integrada, facilitou a transferência de suas sedes para outros Estados
soberanos, com sistemas tributários mais atrativos254.
1269
para coibir as operações de inversão realizadas por motivações de cunho
fiscal258.
1270
Por outro lado, a tributação imediata dos lucros auferidos no exterior,
por meio de regras de tributação em bases universais excessivamente
rígidas e abrangentes, coloca as multinacionais de determinado país em
uma situação de desvantagem competitiva em comparação com seus
concorrentes que adotam um regime de territorialidade parcial262.
1271
2.4. Os benefícios socioeconômicos colaterais da repatriação de lucros
1272
chamada alocação ótima de recursos financeiros, pois, como os lucros
permanecem no âmbito da sociedade no exterior, os sócios ou acionistas
não podem utilizar os dividendos recebidos para outras finalidades
econômicas. Segundo Joseph E. Stiglitz, a retenção de lucros no âmbito da
pessoa jurídica pode diminuir a eficiência econômica das empresas, tendo
em vista que os seus administradores terão uma grande quantidade de
recursos financeiros retidos, o que exigirá menos eficiência na
administração e nas decisões empresariais265.
1273
permanente, bem como o endurecimento das regras sobre preços de
transferência267, como será demonstrado a seguir.
1274
competente para a sua tributação a partir da localização da fonte de
pagamento270.
1275
Entretanto, salvo em situações específicas, o Brasil não adota regras
claras para a determinação da fonte dos rendimentos, o que pode suscitar
dúvidas em casos concretos. Como exemplo, imagine-se que uma pessoa
jurídica domiciliada no Brasil receba rendimentos oriundos de licença de
uso de marca para residentes no exterior. Caso a fonte do rendimento
esteja no Brasil, o valor recebido por essa pessoa jurídica deve ser
oferecido à incidência do IRPJ e da CSLL regularmente, segundo o regime
de competência. Por outro lado, caso a fonte do rendimento esteja no
exterior, o valor recebido por essa pessoa jurídica deve ser oferecido à
incidência do IRPJ e da CSLL apenas em 31 de dezembro de cada ano-
calendário.
1276
para fins de aplicação do artigo 25 da Lei n. 9.249/95, é insuficiente que a
mera fonte de pagamento esteja no exterior.
Apenas para que fique claro o raciocínio, imagine-se que uma pessoa
jurídica no Brasil possua um data center no País e decida disponibilizá-lo
para uma pessoa não residente para o armazenamento e processamento de
dados, por acesso remoto. O valor da remuneração recebida por essa
pessoa jurídica no Brasil será desembolsado por uma fonte de pagamento
localizada no exterior, mas a fonte econômica de produção da renda, que
corresponde à infraestrutura para armazenamento e processamento de
dados, está localizada no Brasil. Assim, esse rendimento deverá ser
tributado pelo regime de competência, pois não se enquadra na hipótese
normativa do artigo 25 da Lei n. 9.249/95. Por outro lado, no mesmo
exemplo acima, caso a pessoa jurídica no Brasil disponibilize para um não
residente um data center localizado no exterior, o valor da remuneração
poderá ser considerado um rendimento auferido no exterior271.
Isso posto, torna-se claro que a legislação pertinente à matéria analisada não
elegeu o local da fonte pagadora como critério para a caracterização da origem
do lucro. Tanto é verdade que nos casos de exportação de mercadoria e de
prestação direta de serviço no exterior, o pagamento efetuado como contrapartida,
mesmo sendo proveniente do exterior, não enseja hipótese de obrigatoriedade de
apuração do lucro real. (Destaques do autor.)
1277
Em caráter geral, é possível dizer que a fonte de produção dos royalties
devidos pela licença de uso de marca está localizada no Estado de
desenvolvimento e registro da propriedade intelectual, por se tratar de
remuneração do ativo intangível desenvolvido. Afinal, é o criador da
marca que suporta os riscos da sua desvalorização, os custos de sua
manutenção, os investimentos para sua divulgação, bem como os gastos
para a sua proteção, contribuindo, assim, para a geração da renda. Assim, a
origem da renda relativa ao uso da marca está localizada no Estado em que
a marca foi desenvolvida e registrada, especialmente porque, sem o
desenvolvimento da marca, sequer existiria a possibilidade de
licenciamento272.
1278
que não condiz com a ideia de identificar a origem da renda e a sua
pertinência econômica.
1279
redor do mundo. Caso a fonte de produção do royalty fosse alocada aos
Estados Unidos (onde o remédio foi desenvolvido), as empresas
farmacêuticas norte-americanas não poderiam aproveitar o crédito do
imposto de renda pago no exterior sobre esse rendimento274.
1280
Neste ponto, as medidas previstas na Convenção Multilateral do Projeto
BEPS parecem insuficientes para a efetiva proteção das bases tributáveis
de um Estado que migrou para um regime de territorialidade parcial. Isso
porque as alterações propostas na definição de estabelecimento
permanente limitam-se a combater as estratégias de planejamento
tributário comumente utilizadas pelos contribuintes para impedir a sua
caracterização em casos concretos, por meio de: (i) contratos de comissão
ou estratégias similares; (ii) utilização das isenções (i.e. lista negativa)
previstas para atividades específicas; e (iii) a divisão de contratos entre
diferentes contribuintes para evitar o período de tempo exigido para a
caracterização do estabelecimento permanente no Estado da fonte276.
1281
equiparadas às pessoas jurídicas sediadas no País para fins de tributação.
Assim, a migração para um regime de tributação territorial dependeria do
fortalecimento do sistema tributário brasileiro e de sua política de
tributação de não residentes.
1282
ii) inexistência de um único resultado correto, tendo em vista que o resultado
“arm’s length” compreende uma faixa, que admite oscilações;
iii) elevados custos de conformidade e de fiscalização (v.g., o custo para
encontrar operações comparáveis é mais caro do que o ganho da transação);
iv) aumento da complexidade e sofisticação das operações internacionais (v.g.,
dificuldade de aplicação da análise funcional para operações na economia
digital);
v) vulnerabilidade das regras atuais em face das estratégias de transferência de
lucros envolvendo ativos intangíveis e a assunção contratual de riscos;
vi) ausência de precisão e segurança jurídica para os investidores, tendo em
vista que os resultados das aplicações das regras de preços de transferência
são imprevisíveis e os valores das autuações fiscais apenas aumentam;
vii) ineficiência dos métodos para capturar sinergias e outros resultados
decorrentes da integração de entidades em um grupo econômico
internacional;
viii) multinacionais atuam de forma integrada, desenvolvendo uma única
atividade econômica, o que afasta a lógica de tentar estabelecer um critério
de comparação com partes independentes;
ix) inexistência de coordenação efetiva entre os países para alinhar os resultados
de preços de transferência (v.g., procedimento amigável, acordos prévios de
preços de transferência e “tax rulings”);
x) altos custos envolvidos nos acordos prévios de preços de transferência
bilaterais ou multilaterais;
xi) falta de alinhamento entre as regras atuais de preços de transferência e o
rápido desenvolvimento do ambiente de negócios (a realidade econômica
mudou desde 1917, quando o “padrão arm’s lenght” foi concebido);
xii) inexistência de uma abordagem sólida para a identificação da criação de
valor, tal como proposto pela OCDE no âmbito do Projeto BEPS;
xiii) o grau de complexidade do “arm’s length” e das análises funcionais
exigidas chegou a um patamar que beira a irracionalidade.
1283
Neste cenário, as regras de tributação automática dos lucros do exterior
servem justamente para escorar as regras de preços de transferência,
capturando os lucros deslocados artificialmente para outros países, por
meio de operações que não foram adequadamente valoradas segundo os
métodos previstos nas regras domésticas de preços de transferência279.
1284
Ocorre que, apesar de a Lei n. 9.430/96 não apresentar as mesmas
vulnerabilidades das regras de preços de transferência da OCDE, devido
ao uso de margens de lucro predeterminadas, as regras de preços de
transferência brasileiras podem facilmente resultar em dupla tributação,
uma vez que o outro país pode deixar de fazer o ajuste correlativo quando
o ajuste fiscal determinado pela lei brasileira não corresponder ao “padrão
arm’s length”.
1285
predeterminadas exigidas pelo método aplicável podem ser maiores ou
menores do que os lucros obtidos pelos contribuintes.
Diante disso, contata-se que o problema das regras brasileiras não está
na utilização das margens predeterminadas de lucros, que eliminam
diversos problemas encontrados nas diretrizes da OCDE de preços de
transferência, mas, sim, na impossibilidade de produção de prova em
contrário pelo contribuinte, o que dificulta a sua compatibilização com o
artigo 9º dos acordos de bitributação baseados na Convenção Modelo da
OCDE.
1286
administrativa, que estão sujeitos a restrições quantitativas para a dedução
das respectivas despesas;
v) ausência de ajuste correlativo de preços de transferência para evitar a dupla
tributação econômica da renda nas operações internacionais;
vi) não utilização do procedimento amigável para a realização de ajustes
correlativos ou para resolver conflitos na área de preços de transferência;
vii) falta de celebração de acordos prévios de preços de transferência com os
contribuintes e com outros Estados contratantes;
viii) limitações estruturais dos métodos brasileiros de preços de transferência,
que não se amoldam ou não capturam determinados tipos de operações
específicas, como aplicações financeiras, vendas de participações societárias,
contratos de garantia, transferências de intangíveis, entre outras operações.
4. CONCLUSÕES
1287
O maior desestímulo à adoção de estratégias de alocação artificial de
lucros no exterior deriva da dificuldade de repatriar os recursos para o
investidor, justamente em razão da incidência de imposto de renda sobre
os dividendos distribuídos. Dessa forma, caso a lei tributária passe a
conceder isenção para os lucros e dividendos provenientes do exterior, as
empresas multinacionais terão um incentivo econômico ainda maior para
transferir lucros ou atividades para outros Estados, pois será possível
repatriar os resultados auferidos em outros países sem tributação residual
no país de origem do investimento.
1288
Com relação aos preços de transferência, o fortalecimento de tais regras
é essencial para a migração para um regime de tributação territorial da
renda. Do contrário, será possível manipular as regras de preços de
transferência para permitir que determinada renda seja gerada no exterior
e, posteriormente, repatriar esse lucro para o país de residência do
investidor sem tributação, em virtude da isenção para os lucros
provenientes do exterior.
1289
Impressão 3D e sistema tributário
disfuncional
282
Flávio Veitzman
1290
dez, quinze anos. Em grande medida, isso se deve à introdução, em larga
escala, de novas tecnologias que alteram, de maneira substancial e
disruptiva, a forma como os agentes sociais, econômicos e políticos se
relacionam.
Não é por acaso que cientistas e futuristas ganham cada vez mais
projeção. Dentre estes, destaca-se Ray Kurzweil, inventor, futurista e
empreendedor norte-americano, notoriamente conhecido por disseminar os
conceitos e as implicações relacionadas ao crescimento exponencial da
tecnologia284. Muito é noticiado a respeito de uma nova revolução
industrial, fruto da utilização de tecnologias como a inteligência artificial,
forjando a “indústria 4.0”.
1291
adicione a inteligência (isto é, software ou modelo) e a matéria prima
(plástico, metal, tecido etc.), para que o produto desejado seja produzido.
1292
compartilhamento e à participação direta de indivíduos no
desenvolvimento de atividades econômicas, as bases de tributação
anteriormente conhecidas não mais permanecerão válidas, devendo ser
repensadas.
1293
surgimento de tecnologias que desafiam os paradigmas jurídicos
existentes. Assim, quando se insere a tecnologia de impressoras 3D nessa
equação, o resultado é explosivo.
1294
adoção de tecnologias como a impressora 3D, custos de natureza
intelectual ou intangível (design, conceito etc.) serão mais relevantes que
os custos físicos para a produção do produto.
1295
software passou a despontar como uma nova tecnologia. A história parece
ser repetir neste momento, uma vez que o STF tende a se manifestar sobre
a tributação de operações envolvendo download de software quando novas
tecnologias alteraram significativamente esse modelo de negócio, que
perde relevância nas novas economias.
1296
operação. Nesse sentido, animam-se os Fiscos municipais, que sustentam,
de forma questionável, que a licença de uso de software é um serviço,
passível de incidência do ISS.
1297
de um regime de tributação simplificado para companhias desse setor
(“Simples-Tecnologia”). Nesse cenário, contribuintes pagariam os tributos
de forma consolidada em um único boleto, ficando a cargo da legislação
específica (fruto de acordo entre União, Estados e Municípios) estabelecer
a divisão das receitas entre as partes.
1298
falar em incidência do IPI, II, PIS/COFINS-Importação e, até o presente
momento, do ICMS na operação. Quando muito, haveria a incidência do
imposto de renda, a ser retido na fonte, sobre tais pagamentos, sendo
discutível a referida tributação caso a operação venha a ser caracterizada
como importação de um bem.
1299
Deveres instrumentais na economia digital: o
Siscoserv e os limites ao controle do
comércio internacional de serviços
289
Caio Augusto Takano
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1300
Assim, se, de um lado, a economia digital demanda a evolução dos
deveres instrumentais até então existentes, como consectário da
complexidade dos novos modelos de negócios desenvolvidos, de outro,
mais do que nunca se torna importante o debate para se poder avaliar até
que ponto a instituição ou a exigência de deveres instrumentais é uma
medida fomentadora de concorrência no setor produtivo ou, reversamente,
atua como um significativo óbice econômico para a competitividade em
um determinado setor, em face de seus elevados custos.
1301
meios de racionalizar o procedimento arrecadatório e de conferir o regular
cumprimento da norma tributária. Essas últimas normas configuram o que
denominaremos de “deveres instrumentais tributários”, que têm como
principais objetivos: (i) a otimização da arrecadação estatal e (ii) o
combate à evasão fiscal por meio de efetivo controle e fiscalização pelos
órgãos fazendários, mediante o cotejo entre as informações fornecidas pelo
contribuinte e os dados de que dispõem em seus sistemas292.
1302
Evidentemente, há em relação a este tema uma série de princípios
jurídicos aplicáveis, que atuam como verdadeiros vetores na limitação do
âmbito de atuação estatal, mas cuja análise foge dos lindes desse estudo296.
1303
Dentro dessa perspectiva, há de se reconhecer que o citado parágrafo 2º
do artigo 113 do CTN confere, de um lado, maior flexibilidade à
Administração Pública, permitindo que normas infralegais veiculem
deveres instrumentais na forma em que mais conveniente for para
racionalizar a fiscalização tributária, evitando uma delimitação e maior
enrijecimento, já em sede de norma geral, sobre quais deveres podem ser
exigidos, sob quais condições e a partir de quais instrumentos normativos
podem ser introduzidos no ordenamento. Diferentemente de outros
sistemas (como o alemão), há uma margem relativamente ampla em
relação aos sujeitos que poderão ser compelidos a realizar as condutas
exigidas pelo Poder Público no Direito brasileiro. Toda essa margem de
discricionariedade conferida pelo legislador nacional possui, como
contrapeso, uma única, mas rigorosa, limitação de natureza material: os
deveres instrumentais devem ser instituídos de tal modo que sejam aptos a
atender a finalidade normativa de sua imposição, ou seja, o “interesse da
arrecadação e da fiscalização dos tributos”299.
1304
O primeiro caminho implicaria retirar qualquer peso à tomada do
legislador nacional e conferir amplos poderes à Administração Tributária.
Teria o legislador complementar não prescrito limite algum à imposição de
deveres instrumentais, diferentemente do que fez em relação a todos os
demais temas em matéria tributária? A utilização do termo “interesse” teria
sido acidental? Parece-nos que as respostas a essas indagações haverão de
ser negativas.
1305
Há autores, ainda, que se posicionam no sentido de traduzir o “interesse
da arrecadação ou da fiscalização dos tributos” numa “utilidade em prol da
arrecadação ou da fiscalização de tributos”, justificando a imposição de
deveres instrumentais sempre que eles sejam motivados por um benefício
efetivo para a atividade de fiscalização tributária304. Nesse sentido, sustenta
Paulo de Barros Carvalho que “[s]e o dever instrumental não produz
qualquer benefício para a Administração Tributária, inexiste motivo que
autorize a sua exigência”305.
1306
financeiros para custear as suas finalidades; o interesse da coletividade no
bom funcionamento de um sistema tributário justo e eficiente, que
distribua equitativamente a carga tributária entre todos, sob o menor custo
possível; e o interesse do próprio contribuinte de ser tributado em
consideração à sua capacidade contributiva ou segundo outros critérios de
igualdade relevantes, aplicáveis para o tributo cobrado.
1307
fazer uso extensivo da moderna tecnologia da informação, inclusive para
facilitar o cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte308.
1308
emitiram cerca de 60 milhões de notas fiscais por mês, o que gerou um
custo que variou de 2% a 5% da receita da empresa para a impressão,
emissão e guarda desses papéis pelo prazo de cinco anos313-314. Embora os
dados não sejam recentes, o exemplo é bastante ilustrativo para demonstrar
o esforço hercúleo do contribuinte para o cumprimento da legislação
tributária, antes de serem praticadas a escrituração fiscal digital e a
escrituração contábil digital, a partir de 2007315.
1309
deveres sempre que um novo passo era dado em direção à
informatização316.
1310
Em estudo inédito realizado em 2012 pela Associação Comercial de
São Paulo – ACSP, em parceria com a empresa PricewaterhouseCoopers
– PWC, apontou-se, por exemplo, a duplicidade de informações em mais
de quarenta deveres instrumentais exigidos para o recolhimento de apenas
cinco tributos (CSL, IPI, ICMS, PIS e COFINS), sendo emblemática a
constatação da multiplicidade de exigências no âmbito dos deveres
instrumentais referentes ao IPI, em que se identificou que o contribuinte
deve informar o valor de seus débitos mensais em seis oportunidades,
quando do cumprimento da legislação tributária (no preenchimento da
EFD-ICMS/IPI, do DIPJ, do Livro de Entradas/Saídas, do Livro de
Apuração, da DCTF e do PER/DCOMP)318.
1311
A inserção de um novo dever instrumental justificou-se como um
instrumento de se obter informações que, por vezes, eram omitidas nas
declarações de imposto de renda, e assim diminuindo o espaço para que
houvesse evasão fiscal.
1312
fiscais de serviço, os livros fiscais das empresas, a declaração o imposto de
renda etc.
1313
relacionadas a serviços e intangíveis, bem como para a orientação de
estratégias empresariais de comércio exterior daquele setor (artigo 26).
Entretanto, nos próprios enunciados da lei, consta que as “informações (...)
poderão subsidiar outros sistemas eletrônicos da administração pública”
(art. 25, § 6º), inequivocamente abrindo-se espaço para que as informações
sejam utilizadas para fins fiscais.
1314
principalmente por intermédio de deveres instrumentais que já exige do
contribuinte –, a resposta nos parece negativa.
1315
meramente estatísticos ou para ser utilizado no confronto de outras
informações que já detém o ente tributante323. Nesses casos, a penalidade
imposta (multa com base no valor da operação) não guarda aderência com
o bem jurídico que foi efetivamente lesionado (interesse da fiscalização).
De outro lado, o mesmo nexo não existirá nos casos em que o dever
instrumental é instituído no interesse da fiscalização, pois seu
descumprimento prejudicará o regular exercício da fiscalização, que será
igualmente lesionado por cada conduta do infrator independentemente do
valor a que se refere a obrigação tributária que seria fiscalizada. É dizer,
inconsistências no valor declarado ou omissões no valor declarado
atingirão o exercício da fiscalização com igual força, independentemente
do tributo exigido em cada situação.
1316
em função do valor do tributo que teria sido devido, na ausência de
descumprimento do dever instrumental, posto que aceitável, como
parâmetro de igualdade horizontal, deverá respeitar como limite máximo a
expressão econômica do “interesse da fiscalização” promovido pelo dever
instrumental descumprido, que inexoravelmente será um valor fixo, a
depender da conduta ilícita e da efetiva lesão àquele bem jurídico.
1317
Outro ponto que merece discussão é a previsão, no artigo 4º, parágrafo
3º, da Instrução Normativa RFB n. 1.277/2012, segundo a qual “a multa
prevista (...) será reduzida à metade, quando a obrigação acessória for
cumprida antes de qualquer procedimento de ofício”. Referido dispositivo
confere um benefício ao contribuinte que, espontaneamente, se propõe a
reparar o ilícito fiscal cometido pelo contribuinte.
1318
tributárias por descumprimento de dever instrumental ao da própria
obrigação principal326, conferindo-lhe, por ficção327, a natureza
“tributária” àquelas sanções pecuniárias.
1319
Assim, verifica-se que o artigo 4º, parágrafo 3º, da IN RFB n.
1.277/2012, não institui um benefício de redução de 50% da sanção
pecuniária aplicada, mas verdadeiramente busca manter 50% da multa
aplicada, ainda que o infrator tenha reparado seu ilícito fiscal de forma
espontânea, em total descompasso com o comando positivado no artigo
138 do CTN.
5. CONCLUSÃO
1320
infratora (“interesse da fiscalização”). É dizer, inconsistências no valor
declarado ou omissões no valor declarado atingirão o exercício da
fiscalização com igual força, independentemente do tributo exigido em
cada situação. Seja como for, há de se reconhecer que a denúncia
espontânea efetuada pelo contribuinte implica a plena relevação da
penalidade cabível, nos termos do artigo 138 do CTN, e não apenas sua
redução pela metade, como previu o artigo 4º, parágrafo 3º, da Instrução
Normativa RFB n. 1.277/2012.
1321
Seção B
Economia digital, a Ação 1 do BEPS e a visão da ONU:
proposições e críticas
1. INTRODUÇÃO
1322
ficou exposto o político britânico é fruto de uma antiga discussão: a
legitimidade das estruturas de planejamento tributário.
1323
tributos recolhidos340. Segundo a Comissão Europeia, os modelos de
negócio “digitalizados”, que são fortemente amparados pelo uso de ativos
intangíveis e se beneficiam de diversos incentivos fiscais, estão sujeitos a
uma carga tributária média de 8,5%, ao passo que os modelos de negócio
“tradicionais” submetem-se a uma carga tributária média de 23,2%341.
Não é por acaso que grande parte das atuais discussões em torno da
revisão das regras tributárias no mundo são voltadas para as estruturas
tributárias adotadas pelas grandes empresas de tecnologia. Cientes de que
o argumento da “moralidade” não é suficiente para lidar com o problema,
muitos países estão adotando medidas para adequar seus sistemas
tributários à nova realidade.
1324
Para analisar a questão de forma mais aprofundada, é fundamental
compreender a essência das estruturas tributárias adotadas pelas empresas
multinacionais, de forma a pontuar as principais fragilidades das regras
tributárias vigentes, e também as possíveis soluções para o problema.
Nesse sentido, o presente artigo pretende apresentar ao leitor uma visão
geral dessas estruturas, tendo por base os exemplos descritos no Relatório
Final da Ação 1 do Projeto BEPS342 (BEPS 1).
1325
que a estrutura gera em cada um dos países, particularmente quanto à
redução de base tributável efetiva do Grupo RCo.
1326
utilizados para fazer novas recomendações de compra e propaganda
direcionada aos potenciais clientes.
1327
As diversas subsidiárias locais, a exemplo da SCo, residente no Estado
S, prestam serviços para a RCo Regional OpCo quanto à logística e ao
suporte pós-venda dos produtos comercializados em seus respectivos
territórios. No caso da SCo, as ordens de compra são atendidas por meio
de um centro de distribuição localizado no Estado S, que é detido e
operado pela própria SCo. Pelos serviços prestados, a SCo é remunerada
pela RCo Regional OpCo com base no custo incorrido, mais uma margem
de lucro.
1328
Luxemburgo: a Amazon Europe Holding Technologies SCS ou “Amazon
Holding” (leia-se RCo Regional Holding) e Amazon EU Sàrl ou “Amazon
EU” (leia-se RCo Regional OpCo)343.
1329
àquelas contribuições anuais feitas por esta empresa em favor da matriz
norte-americana.
1330
gerada pelo grupo fique concentrada no Estado T, onde a empresa faz jus a
um regime fiscal preferencial.
1331
transparência fiscal a que estava sujeita a Amazon Holding, que permitia
que seus lucros fossem tributados apenas no nível dos sócios.
1332
dos lucros produzidos pela empresa na Europa pudesse ser “represada” na
Amazon Holding.
1333
YCo quanto a TCo são “empresas híbridas”, ou seja, são tratadas como
“empresas” para fins fiscais no Estado em que estão localizadas, mas
qualificadas como fiscalmente transparentes no Estado R. Por outro lado,
as empresas YCo e XCo apresentam uma estrutura corporativa bastante
reduzida (estrutura física mínima, nenhum funcionário etc.).
1334
Fonte: BEPS 1, p. 175.
1335
desempenha a atividade operacional do grupo na Europa, gerenciando os
websites e figurando como contraparte nas relações com os clientes. A
parcela significativa dos lucros da operação é registrada pela Google
Ireland, mas esses lucros são reduzidos em função de royalties pagos em
favor de uma terceira empresa com sede na Holanda, a Google
Netherlands Holdings BV ou “Google BV” (leia-se YCo). A Google BV
atua como intermediária no licenciamento dos direitos de propriedade
intelectual, retendo uma pequena margem no processo de intermediação.
Ao final, os lucros da atividade são em sua maioria direcionados para a
Google Holding (Bermudas).
1336
estrutura adotada pela empresa não era ilegal. Um acordo semelhante foi
firmado na Itália em maio de 2017348.
1337
No Estado T, embora seja possível a cobrança de imposto sobre os
lucros de TCo, a base tributável da empresa é substancialmente reduzida
em função dos royalties pagos para YCo pela tecnologia licenciada.
Ademais, tal pagamento não está sujeito ao imposto de renda na fonte em
face do acordo de bitributação entre os Estados T e Y. O mesmo se dá no
caso Google, em que os fluxos de pagamentos entre Irlanda e Holanda,
aliado à aplicação do acordo de bitributação firmado entre esses países,
permite uma dedução fiscal de royalties no nível da Google Ireland e, ao
mesmo tempo, a não incidência do imposto de renda na fonte sobre os
pagamentos realizados entre as empresas localizadas nestes países.
1338
Os mesmos problemas são identificados no caso Google, em que os
Estados Unidos, país onde está localizada a matriz do grupo, permitem a
transferência dos intangíveis com base em critérios de valoração que
podem se distanciar da realidade econômica (embora essa questão tenha
gerado litígios entre o fisco norte-americano e as empresas). Ademais,
pelas regras CFC norte-americanas então vigentes, era possível diferir a
tributação dos lucros auferidos por subsidiárias estrangeiras.
1339
contraprestação referenciada no custo dos serviços, mais uma margem de
lucro.
1340
Fonte: BEPS 1, p. 179.
1341
formalmente junto às subsidiárias irlandesas, e não junto às subsidiárias
localizadas em cada um dos países onde estão os mercados consumidores.
1342
A essa altura pode-se perceber com clareza a forma como a estruturação
descrita no exemplo acima permite a redução ou o diferimento dos lucros
auferidos pelo Grupo RCo. Em face de tal estrutura, uma parcela relevante
dos lucros gerados pela TCo no Estado T (leia-se Irlanda) permanece fora
do escopo de aplicação das regras tributárias do Estado T ou de qualquer
outro país (“stateless income”).
1343
aprovação da reforma tributária, o que permitia à Apple Inc. diferir a
tributação dos lucros auferidos fora daquele país.
1344
É certo, porém, que o BEPS 1 sugere alguns possíveis mecanismos para
lidar com o problema, embora não os recomende formalmente. São eles:
(i) a introdução de um “teste de presença econômica significativa”; (ii) a
criação de um imposto de renda na fonte sobre transações digitais; e (iii) a
criação de um tributo de equalização (equalization levy).
1345
Outra alternativa sugerida pelo BEPS 1 é a criação de um tributo de
equalização, ou equalization levy, em linha com o mecanismo introduzido
por alguns países para assegurar a igualdade de tratamento tributário entre
transações envolvendo partes estrangeiras e partes locais. Tal tributo pode
ser estruturado sob variadas formas, a exemplo de um imposto sobre o
consumo ou industrialização (excise tax) ou mesmo como uma forma
alternativa de tributar as atividades empresariais de um não residente que
tenha presença econômica significativa no território do país356.
1346
Em relatório publicado em setembro de 2017, a Comissão Europeia
sustentou que as regras tributárias internacionais “precisam ser reformadas
de forma a capturar o valor criado pelos novos modelos de negócio”,
enfatizando que “tem se provado difícil chegar a um consenso em nível
global, conforme evidenciado pelo relatório da OCDE de outubro de 2015
[BEPS 1]”. A Comissão Europeia demonstrou a preocupação dos Estados-
Membros no sentido de desenvolver regras de forma coordenada,
enfatizando que o novo relatório da OCDE deve apresentar “conclusões
apropriadas e realistas” e identificar “opções de política [fiscal] genuínas
para enfrentar esse desafio”358.
1347
representava uma iniciativa unilateral dissonante das medidas coordenadas
previstas no Projeto BEPS.
Não é por acaso que o DPT foi apelidado de “Google tax”, embora o
escopo de aplicação do imposto não seja restrito às empresas de
tecnologia. De acordo com o UK 2015 Finance Bill, o propósito do DPT é
“conter o uso de técnicas agressivas de planejamento tributário utilizadas
por empresas multinacionais para desviar lucros do Reino Unido para
jurisdições com baixa tributação”361. Com efeitos a partir de abril de 2015,
o DPT impõe uma taxa de 25% sobre os lucros artificialmente “desviados”
do Reino Unido.
1348
como residente fiscal no Reino Unido, ou a sujeição dos lucros ao imposto
corporativo local (taxable presence).
1349
sugestões descritas no BEPS 1, o país conduziu, a partir de 2016, uma
análise dos impactos da economia digital na esfera tributária.
1350
rendimento quando a empresa estrangeira não detiver um estabelecimento
permanente no país364.
1351
A Itália, assim como a França, também adota uma posição bastante
rígida em relação ao tema. O país firmou um acordo com o Google para o
recebimento de tributos passados em decorrência de transações realizadas
pelo grupo no país. Além disso, o parlamento italiano aprovou uma
proposta para a criação de um imposto de 6% sobre as transações
realizadas por empresas de tecnologia junto a consumidores locais, a
exemplo da venda de publicidade online. Ao longo de 2018 deverão ser
definidas as condições de implementação do novo imposto, bem como o
início da vigência.
4. CONCLUSÕES
1352
um sistema tributário mais harmônico, até o emprego de medidas de
caráter unilateral. Nessa disputa, os países com mercado consumidor mais
relevante parecem ter o receio de que as “soluções coordenadas” possam
representar uma perda de base tributável.
1353
o diferimento tributário – de recursos que vinham sendo mantidos no
exterior por empresas norte-americanas, cujos valores estimados variam
entre US$ 2 e US$ 3 trilhões369.
1354
A posição aparentemente passiva do Brasil em relação à tributação
direta tem uma explicação evidente. É que a legislação brasileira já prevê
regras de tributação na fonte sobre rendimentos auferidos por não
residentes de fontes brasileiras – o imposto de renda na fonte (IRRF) com
alíquotas de 15% a 25% –, além de ter introduzido uma série de tributos
sobre a importação de serviços (e.g., CIDE 10%, PIS/COFINS-Importação
9,25%, IOF 0,38%, além do ISS-Importação com alíquota máxima de 5%),
os quais acabam por atingir uma parcela considerável das operações
transnacionais de venda de “mercadorias digitais” e serviços vinculados à
economia digital (e.g., SaaS, serviços de veiculação de publicidade e
outros serviços online)374.
1355
investimentos estrangeiros. Afinal, para uma empresa que pretenda
comercializar seus serviços no mercado brasileiro, uma tributação que
pode ser superior a 50% não se mostra adequada do ponto de vista
negocial.
1356
Uma proposta para a modificação da
Convenção Modelo da OCDE em face da
digitalização da economia
376
Tatiana Falcão
INTRODUÇÃO
1357
•promoção de serviços gratuitos para os usuários, e geração de receitas por meio
(a) da venda de espaço virtual para propaganda por terceiros ou (b) da
compilação de dados dos usuários à medida que estes aceitam fazer uso dos
serviços que lhes são proporcionados gratuitamente; e
•capacidade de maior fragmentação e transformação das empresas,
possibilitando que estas se coloquem como meras intermediárias entre
produtor e consumidor.
1358
intangíveis etc.) colocando cada qual em uma empresa e jurisdição
distinta. As atividades mais rentáveis são então alocadas a jurisdições de
baixa tributação, enquanto as atividades pouco lucrativas ou geradoras de
prejuízo são atribuídas a países de alta incidência tributária.
1359
A discussão não é de fonte ou residência. Ela revolve em torno da
capacidade de os países arrecadarem os tributos decorrentes das atividades
exercidas em suas jurisdições. Neste sentido, esta é uma discussão ímpar,
na qual todos os países detentores de um mercado consumidor são “países
fonte”. O que se vê, na prática, é uma proliferação de países desenvolvidos
cunhando medidas unilaterais ditas temporárias, para tributar na fonte as
transações decorrentes das atividades digitais. Esta é, portanto, a primeira
vez que a revisão das regras de “fonte versus residência” pode vir a ser de
interesse tanto dos países desenvolvidos quanto dos países em
desenvolvimento.
1360
presença digital significativa;
3) substituir os critérios para a caracterização de um estabelecimento
permanente por um teste de “presença significativa”;
4) criar impostos de incidência na fonte para transações digitais; e
5) introduzir um imposto sobre o fluxo de dados pela internet (bandwidth ou bit
tax).
Este artigo tecerá breves considerações acerca de cada uma das opções
arroladas, notando-se, entretanto, que apenas as opções 2, 3 e 4 são
consideradas viáveis do ponto de vista político-fiscal.
1361
existência de presença digital significativa
•de uma relação entre consumidores e usuários que perdure por mais de seis
meses, em combinação com alguma presença física no país, diretamente ou
por intermédio de um agente dependente;
•da venda de produtos ou serviços por meios que necessitem de uma relação
próxima com os consumidores no país, incluindo (a) um site na língua local;
1362
(b) disponibilidade de serviço de entrega a partir de fornecedores localizados
no país; (c) utilização de bancos e outras estruturas oferecidas por
fornecedores localizados no país; ou (d) oferta de produtos ou serviços obtidos
de fornecedores localizados no país; e
•oferecendo produtos ou serviços para consumidores no país resultando ou
envolvendo arrecadação sistemática de dados desses consumidores ou fazendo
uso da contribuição de conteúdo por pessoas localizadas no país.
1363
de tratamento entre uma entidade corporativa residente no país, e sujeita a
tributação dos lucros auferidos no país, e uma entidade não residente
detentora de negócios envolvendo o país, mas não sujeita ao pagamento de
impostos em função da inexistência de previsão legal para tanto. Este
imposto objetiva a tributação dos lucros relacionados ao país, desde que
exista atividade econômica de substância, conferindo à entidade não
residente o mesmo ônus conferido à entidade residente ou domiciliada
(para fins fiscais) no país.
1364
vem analisando a introdução de um google tax, que nada mais é que um
imposto incidente sobre o lucro líquido das operações ocorridas por vias
digitais no país. Muitos outros países introduziram ou estão em vias de
introduzir impostos incidentes na fonte. Outros exigem que, para que
empresas digitais possam continuar a atuar em território nacional, estas
obtenham um registro para fins de aplicação do imposto sobre valor
agregado (IVA). Desta forma, alguns países têm tributado as operações
provenientes da economia digital por meio do IVA387.
1365
país de fonte. Ambas as opções requereriam um projeto de coordenação no
tratamento tributário entre um ou mais países388.
Resta claro que as opções propostas acima não visam lidar com os
impactos de longo prazo, provenientes da digitalização da economia. O
mero risco de incidir em dupla tributação em bases recorrentes é suficiente
para excluir tais opções, que poderiam levar a um decréscimo nas
atividades comerciais e, de fato, vir a impor uma barreira ao livre
comércio, podendo mesmo vir a ser configurada como medida contrária
aos princípios de livre comércio estabelecidos pela Organização Mundial
do Comércio (OMC) sob a égide do Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio de 1994390.
1366
coordenação entre os países. Além disso, a imposição deste tributo
requereria maior reflexão sobre a forma de operacionalização. Esta opção
não ganhou tração entre países desenvolvidos ou em desenvolvimento, e
não deve ser seriamente considerada como opção por se tratar meramente
de uma opção de curto prazo. A maior parte das ações de curto prazo são
caracterizadas pela adoção de medidas unilaterais que visam remediar as
falhas do sistema atual pela criação de novos tipos tributários, a fim de
evitar uma consequente perda na arrecadação. A adoção de ações
unilaterais foi discutida de forma aprofundada quando da análise da opção
4.
Nexo e substância econômica são, pois, dois critérios que devem ser
aplicados em combinação, para alcançar todas as transações ocorridas
utilizando meios digitais e tendo por finalidade auferir lucros por meio da
utilização desses meios digitais.
1367
O desafio ora imposto é como alinhar o lucro tributável com a real
atividade econômica e a agregação de valor em um ambiente corporativo
digitalizado. Isto requereria definir um novo nexo (de causa e efeito) para
a constituição de um estabelecimento permanente, baseado na existência
de presença digital significativa, ao mesmo passo que se substituiriam os
critérios atuais para caracterização de um estabelecimento permanente por
um teste de “presença digital significativa”. O nexo fiscal entre a atividade
econômica e o direito à imposição tributária (aqui simplesmente
denominado nexo fiscal) e presença local (ainda que por via digital) devem
ser discutidos simultaneamente para que o arcabouço do Direito Tributário
internacional possa ser remodelado na sua integralidade.
1368
O objetivo não é tributar empresas que estejam efetuando transações em
um país estrangeiro (fora da jurisdição de residência) incidentalmente, mas
sim tributar aquelas que estejam efetuando atividade econômica
substancial no país, interagindo com o mercado consumidor local,
utilizando a infraestrutura local do país, ou compilando informações
(dados pessoais) que venham a agregar valor ao seu negócio. Estes seriam
os principais critérios, não cumulativos, para identificar a existência de
uma presença significativa no país de fonte.
1369
os bens locais ou se a estrutura é pública. O emprego de intangíveis é
também uma consideração de suma importância.
O BEPS Monitoring Group395, uma sociedade civil que conta com uma
rede de peritos em diversas matérias de Direito Tributário internacional, e
integrante de uma rede de sociedades civis engajadas na promoção de
justiça social, participou desta consulta pública e contribuiu também com
uma série de critérios para a definição de “substância econômica” ante a
economia digital396. Seguem abaixo os critérios sugeridos para a
caracterização de substância econômica, e defendidos por esta autora
durante o processo de consulta pública da OCDE:
•relação com os consumidores ou usuários que perdure por mais de seis meses,
combinada a algum tipo de presença física no país, diretamente ou por
intermédio de um agente dependente ou de uma parte relacionada que seja
prestadora de serviços;
•venda de produtos ou serviços por meios que envolvam o desenvolvimento de
uma relação próxima com os consumidores localizados no país, incluindo (i)
uma página digital (website) veiculado na língua local; (ii) oferta de serviço de
entrega a partir de fornecedores localizados no país; (iii) utilização de serviços
bancários (financeiros) ou outras amenidades pertencentes a fornecedores
localizados no país, ou de um armazém ou depósito local; ou (iv) oferta de
bens ou serviços provenientes de fornecedores localizados no país; ou
•fornecimento de produtos ou serviços para consumidores localizados no país,
desde que o produto ou serviço seja resultado da (ou envolva a) compilação
sistemática de dados de pessoas localizadas no país ou conte com
contribuições de conteúdo a partir de pessoas localizadas no país.
1370
Uma questão que decorre da definição acima é como valorar as
diferentes transações a partir dos diferentes modelos negociais
identificados para a economia digital. Isto porque o princípio das entidades
independentes (independent entity principle, no original)397, que é o atual
arcabouço principiológico para a aplicação das regras de preço de
transferência constantes da Diretriz de Preços de Transferência da OCDE
(Transfer Pricing Guidelines for Multinational Enterprises and Tax
Administrations), restaria defasado ante a reforma da Convenção Modelo
da OCDE para incluir uma definição, tal qual a proposta acima, com base
no “whole of entity approach”. Esta última passaria a tratar multinacionais
com base na realidade econômica de suas atividades, vendo o grupo como
uma unidade econômica, e não como uma multiplicidade de partes
independentes, embora relacionadas.
1371
proveniente de atividades secundárias, tais como propaganda paga, clicks
remunerados, e da coleta de dados dos usuários para melhor adequar a
propaganda virtual (ou outros portais de comércio eletrônico) ao mercado
almejado. Para esta modalidade de negócio, uma metodologia global teria
que ser empregada para atribuir a renda para um país específico ou para
efetuar o rateio entre diferentes países.
1372
prática. O país que mais se aproxima da aplicação de um sistema de
formulário (método de repartição de lucros com base em uma fórmula
matemática) é o Brasil, e mesmo assim este só o faz unilateralmente, em
nível doméstico, sem levar em consideração as consequências econômicas
no âmbito internacional ou a conciliação entre os métodos de aplicação do
preço de transferência brasileiro e o método comumente aplicado
internacionalmente, com base no modelo da OCDE399.
1373
robusta do método profit split, já adotado pela diretriz de preço de
transferência da OCDE, pudesse vir a ser a solução mais adequada, com a
formulação de regras de alocação concreta e pesos diferenciados entre os
modelos de negócio tradicional e o digital.
1374
Os comentários relacionados a esse novo artigo, que por hora
denominamos de “artigo 5-A”, explicariam quais circunstâncias dariam
margem à configuração de um estabelecimento permanente digital,
proporia exemplos e remeteria o leitor para o artigo 7º, que esclareceria as
regras para o rateio e a atribuição de lucros.
3. CONCLUSÕES
1375
questão da dupla não tributação (discutida sob a égide do plano de ação 3
do projeto BEPS); (iv) pode vir a solucionar o impasse entre fonte e
residência, resolvendo a questão da aplicação de impostos na fonte quando
da constituição de subsidiária local (impactando assim o plano de ação 7
do projeto BEPS).
1376
Operações de Inversão (Inversions) ou
Redomiciliação Fiscal (Reparanting) na
Economia Digital
404
Alexandre Luiz Moraes do Rêgo Monteiro e Leonardo Freitas de Moraes e
405
Castro
1377
dia dos contribuintes, na medida em que o conceito de local de residência
vem se tornando cada dia mais abstrato411.
Feito este breve introito, o presente artigo busca abordar o tema das
chamadas operações de inversão fiscal (tax inversions), em que grupos
econômicos, notadamente multinacionais com operações globais,
procuram alterar o local de residência da sociedade controladora, seja (i)
por intermédio da inversão da cadeia vertical do grupo, seja (ii) mediante
operações societárias (fusões ou incorporações societárias), ou mesmo
(iii) com a constituição de nova controladora em uma nova jurisdição.
Com base no que for refletido ao longo deste trabalho, será traçada uma
síntese conclusiva, com o apontamento de algumas perspectivas para o
futuro, não apenas em relação ao Brasil, mas também no que tange a
discussões entabuladas internacionalmente.
1378
Como é cediço, a residência (ou domicílio) é elemento de conexão de
grande importância no âmbito do Direito Tributário Internacional412.
Diversos acordos e convenções internacionais, assim como a própria
legislação interna de inúmeros países, reconhecem a possibilidade de
tributação pelo país da residência da renda auferida pelo seu residente. Em
alguns casos, como visto, entre eles o Brasil, a legislação estabelece que o
residente deve ter toda a sua renda oferecida à tributação no seu país,
independentemente do local em que tenha sido auferida (worldwide
income taxation).
1379
Em linha com o aduzido pelo Professor Cockfield, há 15 (quinze) anos,
praticamente todos os setores da economia já adotam o que se entende por
tecnologia de informação e comunicação (ICT), de modo a aumentarem
produtividade, reduzirem custos e maximizarem os mercados atingidos.
Dessa forma, mesmo nos setores produtivos já existentes, a noção de
fragmentação e dispersão das atividades produtivas, agora possibilitadas
pelos menores custos de deslocamento e facilidade na comunicação, e a
utilização de novas tecnologias permitem a alteração da noção idealizada
de residência, que gradativamente vem perdendo espaço.
1380
fornecedores e consumidores estejam presentes, com relativa flexibilidade.
E isso não apenas para multinacionais, como historicamente já ocorria,
mas também para atividades empresárias de médio e pequeno porte,
incluindo-se start-ups416.
1381
Nesse diapasão, países com regime de tributação universal da renda e
que adotem regras amplas de tributação dos lucros no exterior, como vem
a ser o caso do Brasil, passam a sofrer o risco de perderem seus principais
players, seja porque já serão constituídos diretamente no exterior, seja
porque começarão a vislumbrar formas de alteração de seu domicílio.
1382
Esse tipo de reestruturação, como já adiantado anteriormente, foi e
continua a ser, apesar das inúmeras tentativas da Receita Federal Norte-
Americana (IRS) de combatê-la, um importante veículo para expatriação
de grandes grupos multinacionais daquele país por meio de operações de
inversão fiscal.
1383
estrutura societária. Posteriormente, a mesma McDermott International
viria a adquirir as ações na antiga CFC panamenha, consolidando-se como
a controladora final do grupo. Confira-se breve reprodução da operação, na
parte que interessa ao escopo deste trabalho:
1384
americanos entenderam, à época, que a transferência de ações pelos sócios
da controladora para a controlada não constituiria uma operação de
transferência ou venda entre controladora e controlada sujeita ao
tratamento da Section 304(a)(2) do Internal Revenue Code (IRC) como
distribuição de dividendos fictos.
1385
Em seguida, para evitar uma futura possibilidade de incidência
tributária, a nova holding em Bermudas transferiu a sua participação
mediante aumento de capital em uma nova sociedade em Barbados, para
que o grupo pudesse se beneficiar da aplicação do acordo para evitar a
bitributação celebrado entre os Estados Unidos e aquela jurisdição.
1386
aparente explicação para o fenômeno decorreu do declínio do valor das
ações de companhias norte-americanas no final da década de 1990, com a
crise enfrentada na economia neste período423, ocasionando menor ganho
tributável em operações sujeitas à Section 367(a) do IRC.
1387
O tema das inversões fiscais voltaria à tona após 2009, e com maior
força a partir do final de 2010, em especial diante (i) das inconsistências de
tratamento por parte da legislação e das normas editadas pelo IRS, bem
como (ii) da crise vivenciada pelas companhias americanas após a crise de
2008. Retomaremos o assunto adiante, após a análise das modificações
ocorridas a partir da edição da Section 7874 do IRC.
1388
todos os fins da legislação. Dito de outra forma, a operação seria
desconsiderada para fins fiscais.
1389
7874 do IRC, como também limitar algumas estratégias levadas a cabo
pelo grupo econômico após a efetivação da inversão fiscal.
1390
Além dessas, diversas multinacionais com estruturas já sedimentadas
realizaram operações de inversão (ou reestruturação) intermediária, com a
criação de holdings localizadas em jurisdições com tributação favorecida
para as quais se transferiu a propriedade intelectual (IP), aproveitando-se
de transações intragrupo e das deficiências da legislação de CFC
(notadamente norte-americana) para a redução da tributação na residência
da controladora final.
1391
operacional optar por ser considerada transparente para fins fiscais nos
Estados Unidos.
1392
internet das coisas (internet of things), caracterizada pelo desenvolvimento
dos novos tipos de comunicação M2M440, isto é, entre robôs ou máquinas.
1393
redução da alíquota de income tax sobre as pessoas jurídicas (passando de
35% para 21%447), assim como modificando, substancialmente, o regime
de tributação sobre rendimentos offshore, tornando o Brasil virtualmente o
único país a manter o regime de tributação com bases universais. Referidas
alterações, principalmente considerando a representatividade dos
investimentos norte-americanos no Brasil, certamente trará grandes
impactos para multinacionais que tenham optado por manter no País seu
hub de investimentos na América Latina.
1394
operações de inversão fiscal. No primeiro deles, envolvendo a JBS S.A.,
buscando-se reduzir a tributação efetiva de suas atividades, há muito
globalizadas, com o consequente aumento de sua competitividade e
redução de seus custos, a companhia procurou implementar reestruturação
que resultasse na troca do controle, retirando-o do País. O projeto, como
noticiado, acabou não sendo bem sucedido, porém em virtude de aspectos
políticos e do veto à sua implementação pelo BNDES450.
451
4.1. Caso Magnesita
1395
A partir da fotografia inicial, Magnesita Internacional (Mag
International) aumentou seu capital, sendo este integralmente subscrito
com o aporte, pela Magnesita S.A. (“Companhia” ou “Magnesita”), de sua
participação na Magnesita Mineração S.A. (Magnesita Mineração) e
Magnesita Finance S.A. (Magnesita Lux), transformando-se a Mag
International em uma companhia aberta em Londres (public limited
company). Ato contínuo, a Companhia deliberou pela redução de seu
capital, mediante entrega aos acionistas da integralidade de sua
participação na Mag International pelo respectivo valor contábil, na forma
admitida pelo art. 22 da Lei n. 9.249/95, com a superveniente admissão a
negociação das suas ações na bolsa de Londres (London Stock Exchange).
1396
societário. Com o novo formato societário, requereu-se o registro da Mag
International como emissora de valores mobiliários “Categoria A” e
“BDRs” junto à Bolsa (i.e., B3), concluindo-se a operação de inversão
corporativa do grupo econômico, que pode ser sintetizada pela ilustração
abaixo, contendo a etapa inicial e final da estrutura:
1397
É justamente nesse cenário, de internacionalização da economia na Era
Digital, que passa a se justificar uma análise mais detida de estratégias de
inversão. Não apenas em relação às start-ups, que inclusive já poderiam
ser concebidas com controle estrangeiro, mas também no tocante aos
grupos econômicos que vêm ampliando sua natureza internacional452.
1398
lado, a matéria já foi levada à apreciação pelo Poder Judiciário, havendo,
no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (Caso Yolanda457), decisão em
sentido contrário à imposição da exação.
1399
Outro aspecto curial, notadamente nas hipóteses de integralização de
investimentos (i.e., pela Controladora na holding estrangeira – Etapa 1 –, e
pelos acionistas das respectivas participações na Controladora brasileira no
capital da holding – Etapa 3), refere-se à discussão sobre a possibilidade
de aporte das participações pelo respectivo valor contábil. Como se sabe, a
legislação tributária (i.e., Lei n. 9.249/95) é expressa, apenas, em relação à
possibilidade de integralização pelo valor histórico pelas pessoas físicas460,
nada dispondo a respeito dos casos em que a alienação é realizada por
pessoas jurídicas.
1400
o risco de se considerar como tributável a eventual diferença entre o valor
contábil do bem recebido e o atribuído à participação da pessoa jurídica
extinta, o que ensejaria tributação no acionista do correspondente ganho de
capital464.
5. SÍNTESE CONCLUSIVA
1401
A desmobilização dos elementos centrais das atividades, sejam elas
novas, criadas no bojo da nova Economia Digital, ou mesmo adaptação
dos setores já existentes, induz à perda de relevância do país de residência
da controladora do grupo (ultimate parent), tornando custosa e
dificultando a competição dos players no cenário global que porventura
estejam domiciliados em países que, como o Brasil, adotem regimes de
tributação com bases universais.
1402
consistindo em ambiente propício para modificações estruturais com custo
relativamente reduzido e sem maiores impactos no desenvolvimento das
atividades.
1403
A aplicação dos acordos de bitributação aos
negócios da economia digital: as visões do
Brasil, da OCDE e da ONU sobre software e
serviços técnicos
467
Paulo Victor Vieira da Rocha
INTRODUÇÃO
1404
(por parte de países em desenvolvimento) é associá-los ao conceito de
royalties472. Este o contexto em que alguns negócios da economia digital
normalmente precisam ser qualificados no âmbito dos acordos de
bitributação.
O que causa espanto é que tais propostas, como o próprio termo que as
designa denuncia, são ainda “propostas” e, portanto, não estão
incorporadas ao texto da Convenção Modelo da ONU nem aos
comentários a ela, muitos menos aos textos da rede de acordos de
bitributação dos quais o Brasil é parte. Ao contrário, de acordo com os
textos dos acordos de bitributação celebrados pelo Brasil, uma enorme
parcela dos rendimentos hoje classificados pela sua administração
tributária como royalties deveria, indiscutivelmente, ser qualificada como
lucros de empresa.
1405
1. A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS TÉCNICOS E DO SOFTWARE E SUA
QUALIFICAÇÃO NOS ACORDOS DE BITRIBUTAÇÃO BRASILEIROS
1406
considerações sobre a própria regulação civil e comercial da propriedade
imaterial no direito doméstico.
1407
internacional a amplitude que normalmente tem esse termo na linguagem
comum (em inglês mesmo). Esta “redução semântica” é contraposta por
uma ampliação, de outro lado. É que esses mesmos modelos incluem (ou
já incluíram, no passado, no caso da OCDE) no regime convencional dos
royalties algumas remunerações pelo uso de equipamentos, típicos
aluguéis, ou seja, incluem rendimentos que, a rigor, não são, de modo
algum, royalties.
1408
artigo 21 da Convenção Modelo da OCDE, hoje a prática interpretativa da
Receita Federal do Brasil (RFB) segue linha diversa, no sentido de uma
também descontrolada e quase ilimitada tendência de qualificação de
rendimentos de serviços e (demais bens da economia digital) como
royalties.
A empresa brasileira, por sua vez, sustentava não se sujeitar a tal dever
de retenção, sob o argumento de que os rendimentos por ela pagos às
empresas estrangeiras deveriam ser qualificadas nos termos dos artigos 7º
de ambos os acordos. Em outros termos, os referidos pagamentos
constituiriam “lucros de empresa” (art. 7º), cujos contornos são bastante
conhecidos nas literaturas internacional481 e doméstica482.
1409
interpretativa da rede de acordos brasileiros pela sua Administração
tributária sempre se pautou pelo maior alargamento possível do artigo 21
em detrimento do artigo 7º.
1410
Acontece que, ao decidir o caso Copesul, o STJ rejeitou
contundentemente a intepretação de que os pagamentos por aqueles
serviços técnicos seriam “outros rendimentos”. Ao contrário, os ministros
afirmaram de forma categórica que a qualificação correta daqueles
pagamentos era a de “lucros empresa”, nos termos do artigo 7º, já que as
empresas não tinham estabelecimento permanente no Brasil.
1411
De maneira quase irônica, como o STJ teria afastado “apenas” a
interpretação dos tratados que qualificava esses rendimentos no escopo do
artigo 21, nada tendo dito sobre o artigo 12, passaram as autoridades
fiscais a sustentar a aplicação deste último a casos como aquele discutido
no Copesul, como se a Corte não tivesse decidido que: não somente o
artigo 21 não era aplicável, como o artigo a ser aplicado ao caso era o 7º,
referente a lucros de empresas485. Assim, serviços técnicos e de assistência
técnica passaram a ter seus rendimentos qualificados pela RFB como
royalties ao se aplicarem os acordos de bitributação em que constem este
“conceito ampliado” de royalties, independentemente de implicarem ou
não transferência de tecnologia.
1412
Esta, contudo, é uma interpretação equivocada, primeiramente, em
termos lógicos. Pois o artigo 12 já não trata, em sua essência, de serviços.
A ampliação de seu escopo no sentido de abranger rendimentos que, a
rigor, não são royalties já tem caráter excepcional e, só por isso, já deveria
ser interpretada restritivamente: a exceção confirma a regra. A boa-fé que
deve pautar a relação entre os Estados determina que, se é convencionado
ampliar um conceito, as partes esperam que essa ampliação seja praticada
nos próprios limites em que acordada, porque, como dito, ela já é uma
“ampliação” em relação ao padrão normalmente adotado486.
1413
por qualquer “mercadoria técnica”, implicando, mais uma vez, o
esvaziamento do artigo 7º, consequência interpretativa já afastada
veementemente pelo STJ no caso Copesul.
1414
negócios envolvendo o licenciamento de uso de software como aqueles
envolvendo o licenciamento de direitos de distribuição ou comercialização
são regidos pela Lei de Direitos Autorais491.
1415
Essa solução de divergência, inclusive, fez referência expressa à
analogia entre a revenda desse tipo de software e outros bens como livros e
discos, por sua vez feita pelo STF no julgamento do RE n. 176.626-3495.
Aliás, a própria administração tributária, em diversas outras oportunidades
anteriores e posteriores à SD n. 27/2008, afirmou como um dos
fundamentos da não qualificação desses pagamentos como royalties o fato
de o “software de prateleira” consistir verdadeira “mercadoria”496.
1416
Em síntese, dois dos principais objetos da economia digital (serviços
técnicos e software) servem de exemplo da prática interpretativa das
autoridades fiscais brasileiras tendente a alargar de maneira extrema o
conceito de royalties em detrimento daquele de lucros de empresa, visando
a garantir para si parte da tributação desses rendimentos.
2. A PERSPECTIVA DA OCDE
1417
perspectiva do Brasil e a da OCDE no que se refere à qualificação de
negócios à luz do conceito de royalties.
1418
essencialmente “insumos” para aquele que os paga, sem que adquira o
próprio intangível, como um bem a ser negociado.
1419
Algo diferente ocorre, em geral, com os contratos de distribuição e de
revenda. O distribuidor, como alguém que comercializa à sua própria
conta, adquire o objeto da revenda e o valor que venha a agregar ao objeto
(que inclui seu próprio lucro) é a si atribuível. Também é dele o risco de
não celebrar nenhum negócio jurídico e, portanto, não revender aquilo
que outrem lhe vendeu. Diversamente, o risco do agente e do comissário é
muito baixo. Se eles não obtiverem êxito em vender os bens de outrem
(ainda que em nome próprio), eles não suportarão, em geral, o custo de
aquisição desses bens.
1420
pagamentos feitos pelo distribuidor como contraprestação por uma
“aquisição”, e não pelo direito de usufruir da propriedade intelectual de
outrem. Embora o exemplo trate efetivamente de bens corpóreos, ele
parece seguir exatamente essa lógica.
O exemplo, portanto, vai além. Pois, de fato, uma quantia paga pelo
distribuidor ao fabricante que não represente preço pela aquisição daquilo
que revenderá, a rigor, não é exatamente compra de um bem (tangível ou
não), mas aquisição de um direito ou licença (o de revender com
exclusividade em dado território). Ainda assim, como o fabricante não
cede ou licencia ao distribuidor o direito de usar um ativo intangível em si,
ele é tratado pela OCDE como uma “aquisição” de algo para “revenda”.
1421
administração tributária brasileira ao definir a qualificação de negócios
entre os conceitos de royalties e lucros de empresa. Mas a mesma distância
pode ser percebida também em relação à tributação dos serviços técnicos,
pois, como dito, a remuneração de tais atividades não só está fora da
definição de royalties da OCDE, como a qualificação desses rendimentos
nos termos do artigo 12 é expressamente negada pelos respectivos
comentários, que receberam acréscimos incisivos por parte do referido
Anexo A do relatório final do Plano de Ação 1 do Projeto BEPS
reforçando tal entendimento.
1422
contraponto, afirma-se nos comentários que no contrato de cessão de
know-how, em geral, muito pouco precisa ser feito pelo cedente, além da
própria cessão das informações e técnicas, esclarecendo, ainda, que, nesses
contratos, em geral, muito pouca despesa é exigida dela para adimplir sua
obrigação contratual.
1423
11.1), como também acrescenta que “este tipo de contrato, portanto, difere
do contrato de prestação de serviços no qual uma das partes exerce o uso
das técnicas costumeiras da sua designação para executar ele mesmo para
a outra parte” (parágrafo 11.2). Além disso, essa redação foi
complementada pelo seguinte acréscimo constante da Ação 1:
“Pagamentos feitos sob esses últimos contratos geralmente recaem sob o
artigo 7º”.
3. A PERSPECTIVA DA ONU
1424
Como dito, a oposição entre as perspectivas dos países em
desenvolvimento e desenvolvidos em matéria de política fiscal é bastante
conhecida503, assim como o são as posições da OCDE – como foro onde se
privilegia a posição dos exportadores de capital (desenvolvidos) – e da
ONU – como ambiente em que os interesses de importadores de capital
(países em desenvolvimento) são mais levados em conta504.
1425
Enquanto a Ação 1 do BEPS propõe mudanças aos comentários à
Convenção Modelo da OCDE que não trazem significativas modificações
na alocação de bases tributáveis entre fonte e residência (ao contrário, eles
parecem visar exatamente à manutenção das bases em favor do Estado da
Residência), o referido comitê da ONU nos últimos anos discutiu uma
série de propostas para um novo formato de tributação da prestação de
serviços com essas características, que, na busca por uma radical
realocação do poder de tributar ao Estado da fonte, vão desde a criação de
um novo conceito de Estabelecimento Permanente (Service PE) até um
artigo inteiramente novo na Convenção Modelo ONU, para tratar
especificamente dos serviços técnicos prestados por residentes de um
Estado em favor de tomadores residentes em outro Estado.
1426
praticável para a tributação de serviços técnicos internacionais,
especialmente aqueles praticados na economia digital, ele visa
fundamentalmente reestabelecer os níveis pré-estabelecidos de tributação
pelo Estado da residência (aqueles níveis tradicionais da OCDE).508
1427
de estabelecimento permanente é uma condição excepcional por força da
qual o Estado da fonte pode tributar os lucros de empresa residente em
outro Estado510. Sua ampliação permitiria maior alcance desse conceito aos
prestadores de serviço, em função da presença física de profissionais.
1428
serviços técnicos no âmbito internacional514 muito mais adequada aos
padrões de Direito doméstico (constitucional) da maioria dos países, que
prescrevem que a tributação por meio de impostos deve pressupor
capacidade contributiva, do mesmo modo como a graduação desses
tributos deve, primordialmente, se basear em tal parâmetro515.
Por isso, uma das principais alternativas para adaptar melhor o modelo
de Service PE à tributação em bases líquidas poderia ser fixar margens de
lucro presumidas aos estabelecimentos, como aponta Baez, tal qual hoje se
faz no Brasil para a tributação sobre o lucro presumido (e até na fixação de
margens predeterminadas nos preços de transferência), o que, por sua vez,
também implica levar em conta que os efeitos práticos de uma tal
sistemática pode ser muito parecido a simplesmente se aplicar uma
alíquota significativamente reduzida sobre os rendimentos brutos.
1429
Referida proposta independeria de qualquer presença física do prestador
de serviços estrangeiros, o que a torna, sob este aspecto, mais ampla que a
inserção do conceito de Service PE nos tratados, conforme esse conceito
consta hoje da modelo ONU (artigo 5 (3) b) e dos comentários da OCDE.
No entanto, sob um outro aspecto, o novo artigo que se propõe inserir na
Convenção Modelo da ONU acaba sendo mais restrito que a adoção do
conceito de Service PE.
1430
sentido estrito) e de consultoria”. De outro giro, se o traço característico da
prestação de serviços técnicos é o emprego inerente a eles de técnicas e
conhecimentos específicos, então a racionalidade da proposta fica bastante
ameaçada quando se percebe que determinados serviços, ainda que
prestados em massa, podem depender de mais conhecimento específico e
sofisticado que muitos serviços prestados de forma “customizada”, como
aponta Baez520.
1431
a royalties a remuneração por serviços técnicos, parece o menos indicado,
pois apresenta os principais problemas de ambas as alternativas aqui
apresentadas, sem contudo, possuir suas principais vantagens.
1432
comemorações. Embora o cenário dos serviços seja um pouco diverso
daquele exposto em relação ao software, o problema deles decorrente é
muito semelhante.
4. CONCLUSÕES
1433
rendimentos correspondentes ao software como royalties, e não como
lucros de empresa. A interpretação ampliativa da tributação pelo Estado da
fonte, pela perspectiva brasileira, é muito distante daquela propugnada
pela ONU.
1434
adotada pela legislação doméstica, que é considerar como Estado da fonte
não aquele de onde provém efetivamente o rendimento transnacional
(fonte de produção do rendimento), mas sim aquele onde se localiza o
responsável pelo pagamento (fonte de pagamento).
1435
o mesmo efeito prático sem qualquer dessas alterações. Isso parece
violação aos acordos presentes.
1436
respeito a serviços técnicos. Nenhuma dessas medidas é política
“meramente interpretativa”, se é que se podem considerar interpretações
(minimamente possíveis) algumas daquelas adotadas pela RFB. Elas, na
ONU, são propostas de alteração dos tratados de bitributação.
1437
Alocação da propriedade intelectual e a
tributação dos royalties no Projeto BEPS: o
combate aos planejamentos tributários
“abusivos” e o “nexus approach”
522 523
Reinaldo Ravelli Neto e Daniel Leib Zugman
1. INTRODUÇÃO
1438
De acordo com o Plano de Ação525, as Ações 2 (Neutralising the Effects
of Hybrid Mismatch Arrangements), 3 (CFC Rules), 4 (Interest
Deductions) e 5 (Countering Harmful Tax Practices More Effectively
taking into account Transparency and Substance) têm por escopo
coordenar e harmonizar a legislação tributária doméstica das diversas
jurisdições envolvidas no Projeto. Quando desenvolvem suas regras fiscais
domésticas, os Estados soberanos podem não levar suficientemente em
conta o efeito das regras de outros países. A interação de conjuntos
independentes de regras aplicadas por países soberanos pode causar efeitos
indesejáveis, incluindo a dupla tributação da renda de empresas ou grupos
multinacionais que operam em vários países. Tal interação também acaba
por criar lacunas nos casos em que a renda corporativa não é tributada em
lugar algum, seja pelo país de origem (fonte) ou pelo país de residência
(dupla não tributação da renda).
1439
Entretanto, não existe um princípio similar de coerência no nível
internacional, o que deixa margem para planejamentos realizados pelos
contribuintes, muito embora os Estados soberanos venham cooperando
para garantir a coerência em um campo estreito, que é evitar a dupla
tributação da renda.
1440
acima mencionadas buscam incentivar a criação de novos mecanismos
para obter essas informações. Ao mesmo tempo, buscam assegurar
mecanismos para fornecer às empresas a certeza e a previsibilidade
necessárias à tomada de decisões de investimento.
Como explicam Sarah Churton, Ellis Lambert e Ian Dennis, embora não
exista um modelo de planejamento fiscal que se aplique a todas as
empresas em relação à alocação de PI, pode-se notar uma constante527.
1441
Geralmente, os grupos multinacionais procuram segregar a propriedade
jurídica dos ativos intangíveis da sua fonte original de
financiamento/tomada de decisão, bem como do local em que são
realizadas as atividades de pesquisa e desenvolvimento responsáveis pela
criação desses intangíveis. O quadro esquemático abaixo ilustra essa
situação528:
529
1442
pode ser útil para afastar ou diferir a tributação aplicável na jurisdição do
controlador.
1443
ou nenhuma atividade substantiva ligada à propriedade intelectual alocada.
Romero Tavares traz maiores esclarecimentos sobre essa situação
indesejada:
3.1. Ação 5
1444
separar seus mercados domésticos desses regimes é um indicativo de que
podem ser prejudiciais;
•falta de transparência do funcionamento do regime: é um conceito amplo, mas
geralmente decorre da forma com que o regime é arquitetado ou administrado;
e
•falta de troca de informação sobre quem são os contribuintes que se beneficiam
do regime preferencial.
1445
Na sequência da publicação do relatório preliminar da Ação 5, a
Alemanha e o Reino Unido propuseram uma abordagem modificada, que
ficou conhecida como “modified nexus approach”. Essa metodologia foi
aprovada pela OCDE e pelos participantes do Projeto BEPS. O relatório
final inclui detalhes adicionais sobre a aplicação dessa abordagem.
Receita
Rendimento
Recebendo
× global do ativo =
benefícios
de PI
fiscais
1446
Há várias categorias de despesas que podem ser consideradas despesas
elegíveis (qualifying expenditures) e despesas em geral (overall expenses).
Entre as despesas elegíveis, temos principalmente despesas de P&D
incorridas pelo próprio contribuinte, bem como despesas de outsourcing
(terceirização) para a contratação de partes não relacionadas para a
prestação de serviços de P&D. Entre as despesas em geral, que não são
elegíveis, citam-se o custo de aquisição de intangíveis não desenvolvidos
internamente e as despesas com contratação de partes relacionadas.
1447
qualquer outro tipo de decisão em que o Forum on Harmful Tax Practices
– FHTP concorda que a ausência de troca poderia originar preocupações
com BEPS. Isso não significa que as decisões sobre esses temas sejam a
priori prejudiciais ou que elas próprias deem origem a BEPS, mas
reconhece-se que a falta de transparência no funcionamento desses
regimes pode dar origem a desajustes no tratamento tributário da renda,
notadamente uma possível dupla não tributação.
3.2. Ações 8, 9 e 10
1448
Em suma, as Ações fazem alusão ao combate de estruturas que
distorcem a aferição dos riscos ou que transferem, artificialmente, a
titularidade de intangíveis para manipular o “arm’s length principle” e,
consequentemente, a distribuição dos lucros entre as diferentes partes e
jurisdições envolvidas na transação sujeita a controle de preços de
transferência. Ao buscar uma aferição mais precisa dos riscos, atribuindo-
os à parte que possua efetiva capacidade de suportá-los, a iniciativa do
BEPS demonstra, mais uma vez, a busca pela primazia da essência sobre a
forma para fins tributários, já há algum tempo incluída nos objetivos da
OCDE.
1449
Nesse sentido, as empresas que possuem apenas a titularidade jurídica
de ativos, ou para as quais são alocados os riscos apenas contratualmente,
serão consideradas como não sujeitas a riscos sob o princípio do “arm’s
length”. Assim, os lucros decorrentes das transações que envolvem a
exploração da PI devem ser alocados para as entidades que realizam
atividades econômicas significativas.
1450
montante de despesas elegíveis. Assim, esse tipo de outsourcing ficará
prejudicado.
1451
O que as recomendações do Projeto BEPS em relação a ativos
intangíveis significam para o Brasil, multinacionais brasileiras e
multinacionais estrangeiras com atividades no Brasil?
1452
O sumário das respostas a essas consultas será encaminhado às
administrações tributárias dos países de domicílio das pessoas acima
referidas.
Isso porque o Brasil tem uma longa tradição em traçar seus próprios
caminhos no que diz respeito a parâmetros de tributação internacional.
1453
royalties, como regra geral, não estão sujeitos às regras de preços de
transferência.
1454
tratados teriam o condão de diferir a tributação até o momento da
distribuição desses lucros para a controladora brasileira536. Nesse contexto,
alocar PI em jurisdições que ofereçam regimes preferenciais para diferir a
tributação no Brasil é, no mínimo, assunto que tem grandes chances de ser
objeto de contencioso fiscal.
Por fim, um dos aspectos que talvez possa ser afetado de forma mais
direta no Brasil diz respeito à aplicação de certos incentivos fiscais hoje
disponíveis. É o caso dos benefícios previstos na chamada “Lei do Bem”
(Lei n. 11.196, de 21 de novembro de 2005).
1455
alíquota é reduzida de forma abrangente, e não apenas para os rendimentos
decorrentes de exploração de PI. Na verdade, a referida Lei busca
incentivar investimentos em pesquisa e desenvolvimento e, com isso,
permite a tomada de dedutibilidade de certas despesas ligadas a P&D de
forma multiplicada ou acelerada ou, ainda, reduz a zero a alíquota do IRRF
incidente sobre remessas ao exterior para registro ou manutenção de
marcas e patentes538.
1456
específicos de dedutibilidade aplicáveis a royalties, tal como comentado
acima.
Diante disso, embora os obstáculos descritos acima não nos pareçam ter
sido coordenados pelo legislador e pelas autoridades fiscais brasileiras
para coibir intencionalmente planejamentos tributários envolvendo ativos
intangíveis, as recomendações do Projeto BEPS sobre essa temática
parecem ter pouca efetividade e aderência ao atual sistema tributário
brasileiro, a não ser que uma profunda reforma tributária seja
implementada para trazê-lo mais próximo ao marco jurídico observado nos
países membros da OCDE.
6. CONCLUSÕES
1457
A Ação 5 também recomenda o compartilhamento de informações
sobre decisões (rulings) relacionadas a temáticas que podem gerar
competição prejudicial entre jurisdições no que diz respeito a tratamentos
fiscais preferenciais.
1458
uma jurisdição atrativa para efetuar pagamentos de royalties ao exterior do
ponto de vista tributário, tendo em vista a pesada carga tributária imposta
na fonte para a parte estrangeira, os tributos adicionais devidos pela pessoa
jurídica brasileira e as regras bastante restritivas de dedutibilidade de
royalties.
Por fim, talvez um dos elementos da legislação pátria que possa ser
afetado pelas recomendações do Projeto BEPS consiste nos incentivos
fiscais da Lei do Bem. Embora a qualificação dos incentivos como regime
preferencial possa ser controversa, a legislação dá margem para que
pagamentos a partes relacionadas sejam considerados no cálculo dos
incentivos fiscais ligados a inovação tecnológica. Com base nas
recomendações do Plano de Ação, é possível que o legislador brasileiro
considere impor uma restrição ao cômputo das despesas com partes
relacionadas entre os gastos passíveis de usufruírem os incentivos fiscais
dessa legislação.
1459
Parte III
DIREITO COMPARADO: A TRIBUTAÇÃO
DA ECONOMIA DIGITAL SOB A
PERSPECTIVA DE OUTROS PAÍSES
1460
Evolução da Tributação da Economia Digital
na Alemanha
539
Gerd Willi Rothmann
INTRODUÇÃO
1461
digital, a ponto de já ter sido sugerido substituir o conceito de “economia
digital” por “digitalização da economia”.
1462
Enquanto não houver um sistema tributário internacional geral da
tributação da economia digital, referido comunicado da Comissão
Europeia propõe, entre as alternativas de solução a curto prazo, a
tributação na fonte das transações digitais. Esta tributação na fonte
alcançaria determinados pagamentos feitos a provedores (providers) não
residentes de bens e serviços encomendados online, calculada numa base
bruta, exclusiva (standalone) e definitiva544. É exatamente esta a
modalidade de tributação vigente no sistema tributário alemão para as
hipóteses de obrigação tributária limitada (beschränkte Steuerpflicht).
1463
detalhada é referida por Spatschek, com fundamentos da definição do
relatório do Senado norte-americano n. 105.276, de 30 de julho de 1998:
1464
Sua cobrança segue o princípio do país de destino.
1465
eliminação da dupla oneração econômica do lucro, foram criadas as
formas societárias mistas (Mischformen), como, por exemplo, a GmbH &
Co. KG, sociedade em comandita, cujo sócio comanditado não é uma
pessoa física, mas uma sociedade de responsabilidade limitada (GmbH).
1466
Esse dualismo de princípio da residência e da fonte pode levar a uma
indesejável bitributação dos rendimentos, a ser eliminada ou mitigada
pelas normas do Direito doméstico alemão ou pelos acordos de
bitributação, concluídos pela Alemanha com outros Estados.
Consequentemente, a tributação da economia digital no sistema tributário
alemão deverá ser examinada tanto com base na sua legislação doméstica
como nos acordos de bitributação. Como, lamentavelmente, o acordo de
bitributação entre o Brasil e a Alemanha, de 1975, foi denunciado pela
Alemanha em 2005, a tributação das relações econômicas entre os dois
países está sujeita somente às respectivas leis domésticas549.
1467
Modelo da OCDE, o Estado ao qual não cabe a competência tributária
isenta esses rendimentos.
1468
Diferentemente da regra geral da UStG, pela qual o imposto sobre
vendas é devido pelo fornecedor de bens ou prestador dos serviços (§ 13
UStG), a remuneração pela utilização de bancos de dados, localizados no
exterior, deve ser paga pelo destinatário da prestação, ou seja, na
Alemanha (§ 13b UStG). Essa transferência da obrigação tributária ao
destinatário é conhecida como “reverse-charge”553.
Responsável pela
Destinatário do serviço com residência ou estabelecimento
retenção/recolhimento
permanente na Alemanha
do imposto
1469
Destinatário do serviço Destinatário do serviço é mero
Sujeito passivo
é contribuinte responsável
Em princípio, não há
isenções, mas a
obrigação de pagamento Possível não incidência, conforme
pode desaparecer na acordo de bitributação, desde que
Isenções / não
hipótese da plena seja apresentado, previamente, o
incidências
dedutibilidade dos respectivo comprovante à repartição
créditos do imposto, federal competente (BZSt)
existentes no devedor
da remuneração
A dedução do imposto
Efeitos recíprocos § de renda nos termos do O débito do USt, conforme § 13b
13b UStG / § 50 a § 50 EStG não reduz a UStG, não reduz a base do cálculo
EStG base de cálculo da USt, do ESt, prevista no § 50 a da EStG
conforme § 13 b UStG
1470
(BMF de 17-6-2014, BStBl. 12014,
887)
Com o decurso do
Nascimento da período em que a Com a entrada da remuneração junto
obrigação tributária respectiva prestação ao prestador residente no exterior
tenha sido executada
Depende do volume do
USt pago no ano
Recolhimentos devem ser realizados
anterior: entre 1.000,01€
Recolhimento do até o dia 10 do mês seguinte ao
e 7.500,00€ trimestral,
imposto trimestre vencido (10-4./10-7./
valores superiores
10-11./10-1.)
devem ser pagos
mensalmente (...)
1471
Na sua análise deste setor do comércio digital, Pinkernell chega às
seguintes conclusões sobre a tributação das operações típicas de cloud
computing, os negócios Business-to-Business (B2B) e Business to
Commerce (B2C), tanto na área do imposto de renda (ESt) como do
imposto sobre vendas (USt).
1472
Prestações a consumidores com domicílio no exterior, fora da União
Europeia, não são tributáveis na Alemanha.
1473
de software de bancos de dados e deixa de eliminar as incertezas existentes
em relação a outras transações digitais, como, por exemplo, venda de
direitos à imagem, online streaming, online gaming, ou venda de espaço
de publicidade online559. Também é criticada a permanência de
dificuldades procedimentais, que, no entanto, requerem alterações da
legislação560.
1474
a) Rendimentos derivados da disponibilização de direitos
1475
Exemplo 1
Holthaus562 não concorda com esta distinção básica feita pelo Ofício,
que, na sua opinião, não encontra fundamento no texto legal. Para ele, a
simples utilização de um direito num estabelecimento comercial ou em
outra instituição na Alemanha representa um aproveitamento. Se não fosse
assim, qualquer utilização de know-how na Alemanha também não ficaria
sujeito à tributação dos seus rendimentos na fonte. O que corrobora sua
crítica é o fato de que tanto em relação aos conhecimentos obtidos num
banco de dados no exterior, como no know-how, via de regra, não é
permitido o aproveitamento ulterior. Por isso, Holthaus chama a atenção à
possibilidade de que, pelo princípio da igualdade do art. 3º da Constituição
Alemã, surjam reivindicações no intuito de obter desoneração comparável
nos casos de utilização de know-how.
1476
Para Holthaus, o objetivo dessa distinção consiste, claramente, na não
tributação na fonte dos casos típicos de disponibilização de software e
utilização de bancos de dados na Alemanha. Na sua opinião, porém, essa
finalidade seria mais bem atingida por uma medida baseada na equidade.
Por sua vez, Schnitger e Oskamp criticam que o Ofício BZSt fornece
uma enumeração exemplificativa dos chamados direitos abrangentes de
uso, não permitindo vislumbrar que outros direitos de utilização pudessem
ser adequados para constituir rendimentos ou a obrigação ao desconto do
imposto de renda na fonte. Na opinião desses autores, o Ofício deveria ter
uma enumeração taxativa e não exemplificativa563.
3. Casos específicos
a) Disponibilização de software em conformidade com sua destinação
1477
Os rendimentos auferidos na Alemanha não são tributáveis nos termos
do § 49, inciso 1, n. 2, alínea f e n. 6 da EStG, quando os direitos
disponibilizados somente possibilitam a utilização de um software em
conformidade com sua destinação (bestimmungsgemässer Gebrauch),
independentemente de tratar-se de software standard (que no Brasil se
conhece como software de prateleira) ou de software individual,
desenvolvido especialmente (ou seja, por encomenda do usuário).
1478
Exemplo 2
1479
Software Inc. criou, de antemão, possibilidades de ampliação do software,
para que o próprio cliente possa executar essas adaptações, sem, porém,
alterar as funções do software, colocado à disposição. O acordo de
utilização do software permite à Bau GmbH utilizar 5.000 cópias do
programa na sua própria empresa bem como, adicionalmente, realizar
trabalhos no software para adaptação aos seus processos empresariais.
1480
Exemplo 4
Exemplo 5
1481
O X-Software Group é um dos líderes de mercado no setor de produção
e distribuição de software empresarial. Responsável pelo desenvolvimento
é a Y-Software Inc. com sede nos Estados Unidos. A Y-Software Inc.
permite à sua subsidiária X-Software GmbH, sediada em Frankfurt,
desenvolver mais e distribuir comercialmente na Alemanha os produtos de
software desenvolvidos pela Y-Software Inc.. A base jurídica para a
distribuição é um Software Distribution Agreement. À Y-Software GmbH
são concedidos direitos de cópia, adaptação e distribuição, relativos aos
produtos de software, contra o pagamento de royalties. A própria Y-
Software Inc. não possui, no país, estabelecimento empresarial, nem
contratou um representante permanente.
1482
Não se trata, porém, de concessão de direitos que impliquem o
pagamento de rendimentos tributáveis, quando o direito limitar-se à
distribuição de determinado número de cópias por ele adquiridas e não
permitir ao revendedor fazer mais cópias do software.
d) Contratos mistos
1483
Quando as respectivas prestações não podem ser devidamente
classificadas, ou a sua classificação for inadequada, a remuneração deverá
ser repartida com base num critério adequado. Assim, a remuneração
somente será tributada na medida em que for paga pela disponibilização de
direitos. Conforme o caso, a participação dos diversos componentes da
prestação deve ser estimada (conf. § 162, inciso 1 do Código Tributário
Alemão – AO), como se vê no seguinte exemplo.
Exemplo 6
1484
disponibilização do software, porque a Infrastructure-Service-GmbH tem
o direito ao seu ulterior aproveitamento econômico. A remuneração
global da Infrastructure Inc. deve ser repartida. Se não resultar do
contrato uma atribuição demonstrável das respectivas remunerações, a
remuneração global deve ser repartida por estimativa.
Exemplo 7
1485
servidor da Índia, desenvolvido por ele mesmo (ASP-application service
providing). O software é utilizado pelos empregados da empresa alemã,
sem que haja um download – o software permanece o tempo todo no
computador do ofertante. Conforme o respectivo contrato, o ofertante
obriga-se, contra uma remuneração mensal pelo seu uso, à
disponibilização do software para prestações regulares de serviço
(manutenção e up dates gratuitos do software, utilização até um certo
volume de dados, data storage e hotline service). O contrato celebrado por
tempo indeterminado pode ser rescindido com aviso prévio de 14 dias
para o final do mês. O ofertante do software não possui estabelecimento
nem constituiu representante permanente no país.
1486
de software cede ao distribuidor alemão de ASP, para esta finalidade, o
direito à multiplicação e o direito de tornar o software acessível a
terceiros, entre outros direitos.
Exemplo 9
Exemplo 10
1487
A ZAP-AG, com sede e gerência na Suíça, onerosamente, põe à
disposição da Auto-GmbH, sediada em Colônia, aplicações de software
para uma multiplicidade de pontos individuais de trabalho. As aplicações
de software são disponibilizadas e administradas mediante ligação à
internet e um webbrowser. O acesso é feito pelo computador dos usuários.
Conforme o acordo relativo ao software as a service (acordo SaaS), o
server assume a manutenção e periódicas atualizações e aperfeiçoamentos
do software. O acordo dá às partes contratantes o direito de rescisão. A
ZAP-AG não possui estabelecimento, nem contratou representante
permanente na Alemanha.
1. Aspectos gerais
1488
(em especial, direitos de cópia, desenvolvimento, divulgação ou
publicação). Isso pode dizer respeito tanto ao uso do banco de dados como
um todo, como a determinados conteúdos.
2. Casos específicos
a) Utilização das funções de acesso, leitura e impressão de um banco de
dados
Exemplo 11
1489
alínea f, letras aa da EStG. Para o acesso à leitura e à autorização de
multiplicar e divulgar para o uso interno da empresa, a Medical AG não
precisa de direitos abrangentes de uso (cf. também § 87c, inciso 1, frase 1,
n. 2 UrhG). À Medical AG somente é possibilitada a utilização do banco
de dados/software/jornais conforme sua destinação e no seu próprio
estabelecimento, mas não a exploração econômica do próprio banco de
dados. É irrelevante a utilização de conhecimentos adquiridos do
conteúdo do banco de dados no âmbito de sua atividade empresarial.
Exemplo 12
1490
Além disso, também não há disponibilização de know-how nos termos
do § 49, inciso 1, n. 9 da EStG, porque não é disponibilizado nenhum
conhecimento especializado, mas somente determinados conteúdos de
dados, bem como os resultados (ratings) da aplicação de conhecimentos
especializados.
1491
Com os rendimentos por ela auferidos pela disponibilização dos dados
do mercado financeiro, a agência de rating X Ltd. não está sujeito à
obrigação tributária limitada, conforme o § 49, inciso 1, n. 2, alínea f,
letras aa da EStG, porque não são concedidos direitos abrangentes de uso
para aproveitamento econômico ulterior. O banco não tem o direito de
multiplicar, divulgar ou publicar o banco de dados inteiro ou uma parte
essencial dele, pela sua natureza ou extensão.
Exemplo 15
1492
Uma universidade alemã utiliza os bancos de dados de um server
sediado nos Estados Unidos. Pelo contrato de licença, a universidade é
autorizada, por tempo limitado, mediante pagamento de uma
contraprestação e no local, a conceder aos membros da universidade e a
terceiros, acesso aos bancos de dados. Pelos estatutos da biblioteca da
universidade, seus membros podem utilizá-los gratuitamente. Pessoas de
fora devem pagar taxas baseadas no custo. O server dos bancos de dados
não tem estabelecimento nem representante permanente na Alemanha.
O server dos bancos de dados, sediado nos Estados Unidos, não aufere
rendimentos tributáveis na Alemanha, nos termos do § 49, inciso 1, n. 2,
alínea f, letras aa ou n. 6 da EStG. Independentemente da questão do
acesso público ou não do banco de dados (cf. § 87b inciso 1, frase 1 da
UrhG) não há, de qualquer caso, nenhum aproveitamento de direitos pela
universidade, porque ela possibilita a utilização dos bancos de dados
gratuitamente ou à base do custo.
CONCLUSÃO
1493
levando em consideração que a Alemanha é tanto Estado de fonte como de
residência. Por isso, tem especial interesse em evitar que sua legislação
sobre o comércio digital possa levar a desvantagens concorrenciais das
empresas alemãs, frente aos seus competidores, residentes no exterior,
sujeitos a carga fiscal menor.
1494
As disputas de Cost Sharing Agreements
envolvendo empresas de tecnologia nos
Estados Unidos
569
Rubens Barrionuevo Biselli
I. INTRODUÇÃO
1495
como a base sobre a qual todas as regras de preços de transferência são
desenvolvidas e aplicadas pelas autoridades fiscais.
1496
de compartilhar intangíveis pré-existentes, i.e., desenvolvidos antes da
execução do CSA e que podem ser contribuídos por um dos participantes.
1497
do setor de tecnologia, têm adotado técnicas para subestimar o valor dos
intangíveis pré-existentes, resultando em prejuízo aos cofres do governo580.
1498
receitas futuras para sociedades offshore residentes em outros países,
resultando em redução considerável da alíquota global efetiva das
MNEs582. A OCDE, no âmbito do Projeto BEPS, levantou esse mesmo
argumento para justificar a alteração das suas diretrizes para regras de
preços de transferência.
1499
casos revelam que a adoção do arm’s length standard geralmente impede a
aplicação da teoria econômica defendida pelo IRS em casos de CSA, um
ponto que também foi reconhecido pela própria OCDE quando do
lançamento do Projeto BEPS.
1500
constituiu uma subsidiária na Irlanda, a Veritas Irlanda, e celebrou um
CSA que consistia em um acordo de compartilhamento de custos de
pesquisa e desenvolvimento e uma licença para tecnologia pré-existente. A
subsidiária estrangeira efetuou pagamentos de buy-in a favor da Veritas
US, calculados de acordo com o método de transações não controladas
(comparable uncontrolled transactions – CUT).
1501
subsequentemente desenvolvidos durante a vida do CSA; (b) a vida útil
dos intangíveis pré-existentes era perpétua, uma vez que tais intangíveis
representavam a base de conhecimento necessária para desenvolver
intangíveis futuros gerados por meio do CSA; e (c) o método da renda
(income method), baseado primordialmente em uma análise de fluxo de
caixa descontado (DCF) seria o método mais confiável para determinar o
buy-in.
1502
A Amazon US e a Amazon Europa firmaram um CSA, o qual exigiu
que a Amazon Europa fizesse um pagamento de buy-in para compensar a
Amazon US pelos seguintes intangíveis transferidos: (a) software e outras
tecnologias necessárias para operar os sites europeus, centros de
atendimento e atividades comerciais relacionadas; (b) intangíveis de
marketing, incluindo marcas registradas, nomes comerciais e nomes de
domínio; e (c) listas de clientes e outras informações relativas a clientes
europeus.
1503
esse argumento. O juiz Lauber afirmou que esse raciocínio tornaria o
próprio conceito de CSA inútil, porque as partes sempre teriam a
alternativa realista de não firnar um CSA, e defendeu que o artigo 1.482-
1(f)(2)(ii)(A) das Regulations impõe ao IRS analisar os resultados de uma
transação tal como estruturada pelo contribuintes, a menos que a estrutura
adotada não apresente substância econômica587.
De acordo com o novo regime, a análise do buy-in deverá ser feita com
base no retorno esperado do participante, ajustado pelos riscos assumidos,
em seu investimento total no CSA. Quando um participante não faz uma
contribuição inicial ao CSA, ele tem direito a um retorno limitado de
investimento589. Essa abordagem também exige que os pagamentos de buy-
in sejam avaliados com base nas abordagens de avaliação de agregação
que considerem todo o período durante o qual os intangíveis desenvolvidos
pelo CSA devem gerar renda.
1504
do “modelo de investidor”, no qual a vida útil dos intangíveis seria
equivalente ao período durante o qual os participantes razoavelmente
antecipam que se beneficiarão de retornos financeiros; e (d) adoção do
método de renda como método mais confiável para atingir o arm´s length
standard.
1505
O juiz Foley mencionou expressamente que
Não bastasse isso, o Tax Court considerou ainda que, sob uma
alternativa de licença dos direitos, as partes geralmente concordam em
1506
reduzir as taxas de royalties para considerar a obsolescência gradual da
tecnologia objeto do contrato de licença.
1507
Outro ponto importante feito especialmente no caso Veritas relaciona-se
ao uso do método CUT pelos contribuintes. Embora o Tax Court tenha
indicado que deveria limitar a análise aos métodos previstos nas
Regulations em vigor ao tempo dos fatos, a decisão explicou o motivo pelo
qual os acordos com terceiros eram comparáveis e deveriam fornecer o
resultado mais confiável, o que ainda poderia ser aplicável em casos
futuros diante da subjetividade inerente ao método da renda.
Para finalizar, e esse talvez seja o ponto mais relevante, tem-se que a
invalidação de Regulations que não atendem ao princípio arm’s length não
é novidade nas discussões de preços de transferência nos Estados Unidos.
Em 27 de julho de 2015, ao analisar o caso Altera, o Tax Court invalidou
parte das Regulations que exigiam que os participantes de um CSA
compartilhassem custos relacionados a pagamentos baseados em ações
(SBC). A decisão unânime (15-0) proferida pelo tribunal estabeleceu o
princípio de que a abordagem do IRS, ao lidar com preços de
transferência, deve ser vinculada à forma como as transações são
efetivamente realizadas entre partes não relacionadas.
1508
compartilhavam custos com SBC, o tribunal considerou que as
Regulations eram inconsistentes com o princípio arm’s length.
A decisão proferida no caso Altera reforça assim a posição que pode ser
adotada pelos contribuintes ao questionar autos de infração envolvendo
pagamentos de buy-in, ainda que os questionamentos estejam embasados
nas Final Regulations. Com base no caso Altera, os contribuintes
poderiam alegar que qualquer regra que esteja supostamente em acordo
com o arm’s length standard deve basear-se em evidências empíricas que
refletem a maneira como partes não relacionadas se comportam em
circunstâncias semelhantes, independentemente de construções teóricas
sobre como partes não relacionadas devem transacionar em um cenário
racional do ponto de vista econômico.
1509
econômicos, mas apenas fiscais. Consequentemente, as transações entre
partes relacionadas são inerentemente não comparáveis às transações entre
partes não relacionadas. O segundo problema fundamental é que as partes
relacionadas geralmente realizarão transações que partes não relacionadas
nem sequer cogitariam colocar em prática.
1510
A menos que haja uma alteração de paradigma para estabelecer que o
arm’s length standard não deve ser aplicável quando o commensurate with
income produz o resultado mais apropriado nos CSAs, as Final
Regulations ainda poderiam ser inúteis para suportar o esforço do IRS na
disputa de buy-in, de forma semelhante ao ocorrido no caso Altera quanto
à inclusão dos custos de SBC em um CSA. Simultaneamente, o cenário
traz grande insegurança jurídica para empresas de tecnologia estruturarem
suas operações no exterior, pois ainda que os preços praticados estejam
alinhados com a legislação em vigor e o arm´s length standard, há grandes
chances de questionamento por parte das autoridades fiscais.
1511
listou a estrutura de CSA como exemplo de estrutura de planejamento
tributário das MNEs que resulta em BEPS.
1512
A orientação final do Projeto BEPS define um ativo intangível para fins
de preços de transferência como algo que não é físico ou ativo financeiro,
que é capaz de ser de propriedade ou controlado para uso em atividades
comerciais, e cujo uso ou transferência seriam compensados se ocorresse
em transação entre partes independentes em circunstâncias comparáveis595.
Essa definição não se encontrava nas diretrizes emitidas pela OCDE em
2010.
1513
intangíveis. As novas diretrizes esclarecem que a mera propriedade legal
de um intangível não confere por si só direito ao retorno da sua
exploração. Em vez disso, o retorno econômico de intangíveis e os custos e
os encargos econômicos associados com intangíveis serão alocados para as
entidades que executam e controlem funções de criação de valor que
consistem em desenvolver, aprimorar, manter, proteger e explorar os
intangíveis (developing, enhancing, maintaining, protecting and exploiting
– DEMPE)597.
Para uma empresa exercer controle sobre o risco ela deve ter a
capacidade de tomar a decisão de assumir, renunciar ou recusar a
oportunidade de tomada de risco, e a capacidade de tomada de decisão
sobre se e como responder ao risco associado à oportunidade. O relatório
reconhece que o gerenciamento rotineiro do risco pode ser terceirizado
para outras empresas, desde que a empresa que controle o risco detenha a
capacidade de tomar a decisão de terceirizar o risco e supervisionar o
trabalho de gerenciamento do risco.
1514
geralmente espera um retorno ajustado sobre o seu investimento em
financiar o projeto (ou seja, retorno esperado semelhante ao retorno que
poderia ser alcançado ao financiar um projeto comparável de risco
semelhante). Se a empresa não exerce controle sobre os riscos financeiros
associados ao financiamento, então não tem direito a mais do que um
retorno sem risco.
1515
incertos, tornando difícil prever o nível de sucesso final do intangível no
momento da transferência. O relatório identifica que transações com HTVI
podem envolver, justamente, intangíveis utilizados em conexão ou
desenvolvidos sob um CSA.
1516
parâmetro internacional a ser utilizado pelos membros da OCDE,
concluindo que o princípio está fundamentado em teoria sólida, produz os
resultados mais razoáveis em termos de rendimentos a serem reconhecidos
em transações intragrupo e defendendo que um abandono do princípio
poderia ameaçar o consenso internacional em torno das discussões de
transfer pricing e, assim, gerar dupla tributação em diversas situações.
1517
Em outras palavras, argumenta-se que, embora o Projeto BEPS tenha
tentado endereçar a questão, as soluções propostas no formato final do
projeto teriam pouco efeito prático, considerando-se a dependência das
regras ao arm´s length standard. A experiência norte-americana, abordada
acima quando da análise dos casos julgados pelo Tax Court, seria uma
demonstração de que, para combater estruturas de CSA, confiar no arm´s
length standard talvez não seja o melhor caminho.
1518
a alíquota média de 23,75% para os demais países da OCDE, mas será a
menor alíquota média dos países do G7, com exceção do Reino Unido.
1519
GILTI não podem ser integralmente utilizados para compensar o imposto
mínimo, tendo em vista que a nova lei estabelece um limite de 80% para
utilização desses créditos604. Além do mais, tais créditos não podem ser
utilizados para o passado ou o futuro, e nem seriam passíveis de
compensação com outros tipos de rendimentos do exterior.
1520
empresas norte-americanas tragam seus intangíveis de volta aos Estados
Unidos. A nova alíquota de 21%, aliada à possibilidade de depreciação e
amortização acelerada sobre investimentos em ativos, já é vista como uma
grande redução na carga tributária das empresas.
Ainda não se sabe ao certo como tais regras afetariam os CSAs, mas é
razoável admitir que as novas regras devem ao menos mitigar os efeitos de
eventuais planejamentos efetuados por meio de CSAs.
1521
sucedido ou não, e as estruturas de CSA são implementadas apenas quando
as empresas têm segurança de que o intangível será lucrativo606.
VI. CONCLUSÃO
1522
Os casos Veritas e Amazon demonstram claramente a preocupação das
autoridades fiscais em combater planejamentos tributários que resultam na
transferência de lucros ao exterior por meio de CSAs. As Final
Regulations emitidas pelo IRS e pelo Departamento do Tesouro norte-
americano refletem não só as teorias defendidas pelo IRS, mas também os
argumentos que haviam sido levantadas pela OCDE em seus relatórios
inicias no âmbito do Projeto BEPS.
1523
A solução de curto e médio prazo talvez seja a adoção de reformas
tributárias que permitam às autoridades enfrentar a disputa com outros
instrumentos, tais como as normas específicas de antierosão da base
tributária e transferência de lucros ao exterior aprovadas pelo Congresso
norte-americano no âmbito da reforma tributária dos Estados Unidos.
Resta acompanhar de perto os próximos anos do cenário tributário e
econômico desse país, a fim de analisar os efeitos de um sistema tributário
mais atrativo para as empresas, mas com regras específicas de antierosão.
1524
European VAT and the Digital Economy
1
Aleksandra Bal
1. INTRODUCTION
1525
introducing the collection mechanisms included in those guidelines. The
OECD work on the taxation of the digital economy is ongoing. An interim
report is expected to be released in April 2018, whereas the final report is
scheduled for 2020.
1526
VAT cases referred to the Court of Justice of the European Union (CJEU)
indicates that the EU VAT system is far from being clear and uniform.
1527
businesses on goods and services that he receives is known as “input
VAT”. A taxable person is generally able to recover input VAT
attributable to his taxable transactions by setting it off against the output
VAT in his VAT return, provided that all the requirements for an input
VAT deduction are met.
1528
is necessary to distinguish between business-to-business (B2B) and
business-to-consumer (B2C) transactions. In the EU, the supplier may
regard his customer as a business (taxable person) if the customer has
communicated his VAT identification number to him and the supplier has
verified its validity or if the customer has demonstrated that he is in the
process of registering for VAT18. If the customer is located outside the EU,
his status is not relevant since the supply is outside the scope of EU VAT.
1529
that the customer is established at the place identified on the basis of two
items of non-contradictory evidence (for example, billing address, bank
details, IP address or other commercially relevant information)25.
The One Stop Shop (OSS) scheme was introduced on 1 July 2003 to
avoid a situation in which, for the purpose of having to account for VAT
on B2C electronic services in a maximum of 28 Member States, non-EU
suppliers must be registered in all of those Member States. Under this
scheme, the non-EU supplier can register and account for VAT in a single
Member State, but applies the VAT rate of the customer’s Member State26.
As from 1 January 2015, EU suppliers of electronic services to EU final
consumers have the option to use a similar arrangement (the Mini One
Stop Shop scheme, MOSS), i.e. to register and remit VAT only in the
Member State of their establishment. The Mini One Stop Shop regime is
optional; however, a taxable person that chooses to use the scheme must
apply it in all relevant Member States. The scheme cannot be applied to
supplies of electronic services in the Member State where the taxable
person is established; such supplies must be declared in the domestic VAT
return.
3.4. Intermediaries
1530
In intermediary structures, it is essential to identify who the supplier of
services to the final consumer is since the supplier is responsible for the
correct determination of the place of supply and thus the application of the
correct VAT rate. In cloud structures, the supplier of services to the final
consumer could be the cloud broker, the cloud service provider or even the
content developer.
i) owning or managing the technical platform over which the services are
delivered;
ii) being responsible for the actual delivery;
iii) being responsible for collecting payment unless the only involvement of the
taxable person is the processing of payment;
iv) controlling or exerting influence over the pricing;
v) being the one legally required to issue a VAT invoice, receipt or bill to the
end user in respect of the supply; and
vi) providing customer support in relation to queries about or problems with the
service itself.
1531
The presumption about the application of the commissionaire
arrangement can be rebutted if the taxable person taking part in the supply
explicitly indicates another person as the supplier of the service (in an
invoice or bill of receipt) and this is reflected in the contractual
arrangements. If the presumption is rebutted, the intermediary party
provides intermediation services and invoices them to the service provider.
The latter must ensure the correct VAT treatment of the supply to the final
customer.
1532
In the EU, there is a special regime for distance sales of goods that are
dispatched or transported for or on behalf of a supplier in one Member
State to a person in another Member State who is not registered for VAT
(and who does not apply VAT to his intra-Community acquisitions of
goods)37. The place of taxation of those supplies depends on the supplier’s
turnover from distance sales in the customer’s country. VAT of the
Member State of destination is applied if sales in that Member State
exceed a certain threshold (EUR 100,000, EUR 35,000 or the equivalent in
national currency)38. Distance sales below the threshold are taxed in the
Member State of origin. However, even if the threshold is not exceeded,
suppliers have an option to select the country of destination as the place of
taxation. The consequence of the fact that distance sales are taxed at
destination is that the supplier must register in the country of the customer.
There is no simplification option similar to the OSS to prevent multiple
registrations; registration is required in each country where the sales
volume has exceeded the applicable threshold.
•the importation of goods of a total value not exceeding EUR 10 (or EUR 22, if
a Member State decides so) is exempt from VAT. Member States may exclude
goods which have been imported on mail order from this exemption (small
39
consignment exemption) ; and
•consignments of goods of negligible value dispatched direct from a third
country to a consignee in the EU are exempt from customs duties if the value
40
of the consignment does not exceed EUR 150 .
1533
The VAT exemption for the importation of low-value consignments
enables EU customers to purchase third-country goods VAT free, whereas
the same goods supplied within the EU would be subject to tax. It creates
distortions of competition since it gives preferential treatment to supplies
of low-value goods from third countries. Moreover, the existing rules do
not offer significant simplification in situations in which a commercial
consignment has a value of between EUR 22 and EUR 150; such
consignments are exempt from customs duties but still subject to VAT.
Tax challenges raised by the digital economy have been the subject of
many initiatives undertaken by the EU. On 22 October 2013, the European
Commission adopted a decision establishing an Expert Group on the
Taxation of the Digital Economy41. The aim of this Expert Group was to
examine the best ways of taxing the digital economy in the EU, to identify
the key problems with digital taxation from an EU perspective and to
present a range of possible solutions. On 28 May 2014, the EU Expert
Group presented its final report, in which it recommended the introduction
of a broader One Stop Shop scheme that would cover all supplies of goods
and services to private individuals (i.e. removing the existing thresholds
for distance sales and taxing remote supplies of goods at the location of the
final consumer), the termination of the low-value consignments exemption
and the elimination of tax barriers for small and medium enterprises
(SMEs) operating in the EU Single Market.
1534
On 6 May 2015, the European Commission announced its Strategy for
the EU Digital Single Market42. In this context, the Commission committed
to make legislative proposals to modernize the VAT rules for cross-border
e-commerce and to reduce the administrative burden arising from different
VAT regimes by the end of 2016. In particular, the Strategy
recommended: (1) extending the current single electronic registration and
payment mechanism to intra-EU and third country online sales of tangible
goods; (2) introducing a common EU-wide simplification measure (VAT
threshold) to help small e-commerce businesses; (3) allowing for home
country controls, including a single audit of cross-border businesses for
VAT purposes; and (4) removing the VAT exemption for the importation
of low-value consignments. The Commission’s commitment to remove
VAT obstacles to electronic commerce in the EU Single Market was
repeated in the VAT Action Plan, published on 7 April 201643.
In the EU, there is a special VAT regime for distance sales of goods
(see section 4). The place of taxation of those supplies depends on the
1535
supplier’s turnover from distance sales in the customer’s country. VAT of
the Member State of destination is applied if sales in that Member State
exceed a certain threshold (EUR 100,000, EUR 35,000 or the equivalent in
national currency). Distance sales below the threshold are taxed in the
Member State of origin. However, even if the threshold is not exceeded,
suppliers have an option to select the country of destination as the place of
taxation. The consequence of the fact that distance sales are taxed at
destination is that the supplier must register in the country of the customer.
There is no simplification option similar to the MOSS scheme to prevent
multiple registrations. Registration is required in each country where the
sales volume has exceeded the applicable threshold. This significantly
increases the operating costs of businesses engaged in intra-EU sales of
goods. According to the European Commission, companies that sell goods
online pay around EUR 8,000 in VAT compliance costs for every EU
country into which they sell. This is a significant cost which can prohibit
growth for online traders, in particular small enterprises. It is also
estimated that EUR 5 billion of VAT is lost each year in the EU due to
non-compliance on cross-border online sales. This figure is projected to
rise to EUR 7 billion by 202045.
1536
One of the reasons for extending the MOSS is that both businesses and
tax administrations are very satisfied with its current operation. According
to the European Commission, VAT compliance costs for businesses have
decreased by EUR 500 million, or about EUR 41,000 per company,
compared to the alternative of having to register and account for VAT in
each and every Member State where customers are based. In 2015,
approximately EUR 3 billion of VAT was paid via the MOSS,
representing about 70% of the total sales of electronic telecommunication
and broadcasting services. This shows that direct registration in each
Member State was chosen only by a small minority of generally large
businesses who are already registered for other reasons46.
1537
providers. Small businesses are also allowed to make a judgement on
customer location based on a single piece of information.
1538
benefit from this VAT exemption. A recent study based on real purchases
found that 65% of consignments from third countries were non-compliant
with the EU VAT rules. Moreover, the existing rules do not offer
significant simplification in situations in which a commercial consignment
has a value of between EUR 22 and EUR 150; such consignments are
exempt from customs duties but still subject to VAT.
6. CONCLUSIONS
The EU VAT system has embraced the destination principle and seeks
to levy tax in the country of consumption. Digital products are already
1539
taxed in the country of the customer, whereas for a similar tax treatment of
tangible goods ordered online the legislative proposals are pending.
Whereas the destination principle is the theoretically correct way to tax
consumption, its practical application is difficult. Enacting legislation that
will subject supplies of digital goods by nonresidents to local consumers to
VAT/GST seems to be a relatively easy task compared to the challenge of
how to collect the tax due. The biggest disadvantage of OSS/MOSS is that
it relies on the voluntary compliance of the supplier. If the supplier does
not register and remit VAT/GST, the tax administration will hardly ever
know that a taxable supply took place. It is questionable whether the fact
that tax collection in cross-border scenarios is reliant on voluntary
compliance by non-resident suppliers is acceptable from a neutrality and
competition perspective in the long term. Without effective supervision
and enforcement, there is a risk of non-taxation that threatens to distort
competition. If tax rules are not linked to a real possibility of enforcement,
taxpayers are unlikely to comply.
1540
Canada: Taxing Global Digital Income in a
Post-BEPS World
49
Arthur J. Cockfield
1. INTRODUCTION
1541
digital economy poses for the application of current international tax rules
and to develop recommendations to address these challenges. According to
the OECD, “[t]he BEPS package of measures represents the first
substantial renovation of the international tax rules in almost a century…
BEPS planning strategies that rely on outdated rules or on poorly co-
ordinated domestic measures will be rendered ineffective”51.
The main conclusion of this article, however, is that the BEPS efforts
do not change the planning environment in any significant way although
incremental reforms to the permanent establishment principle and
elsewhere will need to be taken into account by planners. In other words,
the reform does not significantly alter the status quo and will not affect
many traditional cross-border structures, including those deployed by
firms within the global digital economy.
1542
2.1. Background on Related OECD Reform Efforts
One of the most interesting consequences of the intense debate over the
implications of cross-border e-commerce for tax regimes was the
emergence of enhanced cooperation via non-binding mechanisms at the
international level. Because tax policy remains such a politically sensitive
issue governments continue to take great care not to sign onto agreements
that would bind their fiscal hands. Nevertheless, the perceived threat to
their tax revenues combined with the spectre of rising cross-border tax
disputes brought governments together and may well have reduced
conflicts between taxpayers and foreign tax authorities. As part of this
enhanced international tax cooperation, the OECD initiated a series of
“firsts” to confront global e-commerce tax challenges. Under the auspices
1543
of, or in collaboration with, the OECD, the following developments
occurred for the first time:54
1544
diminished. Governments and their tax authorities began to discuss the
need to address international tax avoidance, offshore tax evasion and
concomitant revenue losses.
In 2013, the OECD launched its Base Erosion and Profit Shifting or
BEPS project to develop cooperative efforts among governments in this
area, which was subsequently endorsed by the G2055. “Base erosion and
profit shifting” refers to the many tax plans used by multinational firms to
reduce their global tax liabilities. The OECD approach includes fifteen
studies called “Actions”. Several Actions target specific problem areas
such as interest deductions, hybrid mismatch arrangements, and various
aspects of transfer pricing, including intangibles and the allocation of risk
within multinational groups. The challenge, as set out by the G-20 in the
Tax Annex to the St. Petersburg Declaration of 2013, is to design and
implement tax rules to ensure that “profits are taxed where economic
activities occur and where value is created”56.
The spread of the digital economy also poses challenges for international
taxation. The digital economy is characterised by an unparalleled reliance on
intangible assets, the massive use of data (notably personal data), the widespread
adoption of multi-sided business models capturing value from externalities
generated by free products, and the difficulty of determining the jurisdiction in
which value creation occurs. This raises fundamental questions as to how
enterprises in the digital economy add value and make their profits.
1545
that released a report in September 2014. Finally, the OECD released its
Final Report for Action 1 in 2015. Thirteen Action final reports, including
Action 1, were presented to the G20 leaders at their summit in Antalya,
Turkey on November 15, 2015.
For instance, Canada has agreed to adopt harmful tax practices (Action
5) by committing to the spontaneous exchange of tax rulings that is limited
to certain areas such as cross-border rulings relating to preferential
regimes, transfer pricing, downward adjustment not directly reflected in
the taxpayer’s accounts, permanent establishment issues, and related-party
conduits60. Canada did commit to the three other minimum standards:
adoption of Country-by-Country Reporting, prevention of treaty abuse
(Action 6) and binding arbitration for dispute resolution (action 14).
1546
This Part explores the main BEPS tax treaty changes to the permanent
establishment principle, which may affect global digital transactions, then
touches on reforms rejected by the OECD.
1547
For example, consider a large online seller of tangible goods. If this
seller sets up a warehouse staffed by a significant number of employees in
country X to expedite deliveries to country X consumers then, under
prospective reforms, this warehouse will no longer be considered to be a
preparatory or auxiliary activity63. One option explored by the OECD was
to simply delete the word “delivery” from the categories of preparatory or
auxiliary activities although this was not implemented in the draft
proposed changes noted below.
In July 2017, the OECD released draft proposed changes to Article 5(4)
as follows64:
1548
4. Notwithstanding the preceding provisions of this Article, the term “permanent
establishment” shall be deemed not to include:
a) the use of facilities solely for the purpose of storage, display or delivery of
goods or merchandise belonging to the enterprise;
b) the maintenance of a stock of goods or merchandise belonging to the
enterprise solely for the purpose of storage, display or delivery;
c) the maintenance of a stock of goods or merchandise belonging to the
enterprise solely for the purpose of processing by another enterprise;
d) the maintenance of a fixed place of business solely for the purpose of
purchasing goods or merchandise or of collecting information, for the enterprise;
e) the maintenance of a fixed place of business solely for the purpose of carrying
on, for the enterprise, any other activity of a preparatory or auxiliary character;
f) the maintenance of a fixed place of business solely for any combination of
activities mentioned in subparagraphs a) to e), provided that the overall activity of
the fixed place of business resulting from this combination is of a preparatory or
auxiliary character, provided that such activity or, in the case of subparagraph f),
the overall activity of the fixed place of business, is of a preparatory or auxiliary
character.
4.1 Paragraph 4 shall not apply to a fixed place of business that is used or
maintained by an enterprise if the same enterprise or a closely related enterprise
carries on business activities at the same place or at another place in the same
Contracting State and
a) that place or other place constitutes a permanent establishment for the
enterprise or the closely related enterprise under the provisions of this Article, or
b) the overall activity resulting from the combination of the activities carried
on by the two enterprises at the same place, or by the same enterprise or closely
related enterprises at the two places, is not of a preparatory or auxiliary
character, provided that the business activities carried on by the two enterprises at
the same place, or by the same enterprise or closely related enterprises at the two
places, constitute complementary functions that are part of a cohesive business
operation.
1549
engage in this sort of aggressive international tax planning. According the
Final Report of Action 765:
1550
enterprise is doing so in the ordinary course of its business as an
independent agent, a person will not be considered to be an independent
agent if it acts “exclusively or almost exclusively on behalf of one or more
enterprises to which it is closely related”. The meaning of “closely related”
is addressed in a separate subparagraph of Article 5(6). More recently, the
OECD explored the impact of these changes on profit attribution to
permanent establishments67.
The draft proposed changes to Article 5(5) and (6) are as follows:
1551
which carries on business in that other State (whether through a permanent
establishment or otherwise), shall not of itself constitute either company a
permanent establishment of the other.
8. For the purposes of this Article, a person or enterprise is closely related to
an enterprise if, based on all the relevant facts and circumstances, one has
control of the other or both are under the control of the same persons or
enterprises. In any case, a person or enterprise shall be considered to be closely
related to an enterprise if one possesses directly or indirectly more than 50 per
cent of the beneficial interest in the other (or, in the case of a company, more
than 50 per cent of the aggregate vote and value of the company’s shares or of the
beneficial equity interest in the company) or if another person or enterprise
possesses directly or indirectly more than 50 per cent of the beneficial interest (or,
in the case of a company, more than 50 per cent of the aggregate vote and value
of the company’s shares or of the beneficial equity interest in the company) in the
person and the enterprise or in the two enterprises.
Some governments have indicated they will not follow the proposed
permanent establishment changes. For instance, the Canadian government
has reserved the right for the changes not to be included in its tax treaties.
This section briefly addresses these additional options, which have been
previously explored in the global e-commerce tax literature69.
1552
sales70. Alternatively, it could rely on a mix of quantitative and qualitative
factors such as marketing efforts using a local domain name within the
source country and whether significant amounts of employees travel to, or
are based within, the source country71.
1553
sales of digital goods and services75. Here too a country could potentially
assess both a levy and a VAT on the same transaction.
In any event, this option along with the others was rightly rejected by
the OECD as representing a significant departure from traditional
international tax principles.
1554
after it begins operation, Company A, a corporation, transfers rights to
technology (that it developed in Country A) to Company C. Company C is
an unlimited liability company registered under the laws of Country B, but
managed in Country C (and is thus a tax resident of Country C). Under the
CCA, Company A receives a “buy in” payment for the technology and
agrees to share the cost of future technology development. The buy-in
payment is fully taxable in Country A. Company C then licenses the
technology to Company D based in Country D. Company D then sub-
licenses the technology to Company B.
1555
to generate other tax benefits such as the tax-free repatriation of after-tax
profits “generated” within the tax havens. The structure is also designed to
comply with the controlled foreign corporation rules of Country B so that
foreign source income is not deemed to be passive income subject to these
rules.
Second, the business entities used are so-called hybrid entities such as
an unlimited liability company that, under the laws of one country, are
treated as a taxable person and, under the laws of the other country, are
treated as a flow-through entity where only the owners of the entity are
subject to tax. This international tax arbitrage strategy is also designed to
promote global tax savings by ensuring that cross-border royalties remain
largely untaxed in high tax countries.
1556
accrual basis via controlled foreign corporation rules as well as (at the time
secret) deliberations concerning the abusive use of tax treaties79. The BEPS
Actions led to innovations in the area of global administrative tax
agreements (that is, the Common Reporting Standard, Country by Country
Reporting80 and the Multilateral Instrument). In terms of possible
substantive tax law changes, the reform efforts generally focus on
bolstering the current environment through specific anti-avoidance rules
(SAARs), general anti-avoidance rules (GAARs), and other traditional
mechanisms.
1557
to take advantage of treaties with countries that have low or no income
taxes. The OECD BEPS project targets hybrid entities and treaty shopping
through two separate Actions83. To the extent governments modify their
domestic tax rules or tax treaties to inhibit planning through these devices,
it may restrict certain cross-border structures for firms engaged in global
digital sales and services.
1558
despite the fact that the bulk of the economic activities occur in Country B.
Tax authorities could challenge the transfer prices paid to jurisdictions
where less activities are taking place.
1559
subvert traditional international tax rules85. CFC rules generally try to tax
foreign source passive income, including returns on intangibles, on a
current or accrual basis even if this income has not been repatriated from a
foreign country.
The main way that the suggested CFC reforms will address digital
economy matters is via new definitions to capture income so that it is
included as foreign source passive income (called “foreign accrual
property income” or FAPI under Canadian tax law or “Subpart F” income
under U.S. tax law). For instance, the OECD notes that new definitions
may be needed to include profits generated by license fees as well as
certain types of income from sales of digital good and services86. The main
gist of the proposed reforms is to identify whether the CFC is engaged in
substantial economic activities or whether it is really supporting profit
shifting of passive income that ought to be subjected to current taxation by
a residence country.
1560
5. CONCLUSION
When the BEPS project was launched in 2013, the OECD touted the
beginning of a new era in international tax reform. Indeed, the OECD and
G20 reform effort represents the most extensive global political tax
cooperation thus far. Four years later, the reforms have led to important
global administrative tax agreements via Country-by-Country Reporting,
the Multilateral Instrument and the Common Reporting Standard.
1561
they would represent a significant departure from traditional international
tax principles.
While the global digital taxation reforms will have little bite, other
BEPS reforms may come into play, including the possible domestic
implementation of efforts to inhibit planning involving hybrid entities,
treaty shopping, transfer pricing, and ways around controlled foreign
corporation rules. Overall, the reforms represent ongoing and incremental
change within the international tax regime, and need to be taken into
account by both planners and academics.
1562
Taxation of the Digital Economy: A U.S.
Subnational Perspective
88
Walter Hellerstein
1. INTRODUCTION
Perhaps the two most fundamental issues raised by the digital economy
in the direct tax context are whether the traditional nexus standard of a
physical permanent establishment (reflected in the international bilateral
1563
treaty structure)91 should be modified to reflect a “significant economic
presence”92 and whether income may be attributed to a jurisdiction based
solely on the existence of a market for the taxpayer’s goods or services in
the state along with the extraction and exploitation of data from the state’s
market93. Without entering into the debate over the merits of these
questions – which are explored elsewhere in this book –, the ensuing
discussion describes how the U.S. states (and pertinent U.S. law) have
resolved them.
2.1. Nexus
1564
To understand the development of the judicial doctrine establishing the
nexus rules applicable to state income taxation of subnational cross-border
activity, one must keep in mind that, in the indirect tax context98, the U.S.
Supreme Court has explicitly embraced a nexus standard of physical
presence. In the celebrated case of Quill Corp. v. North Dakota99, the Court
reaffirmed the rule of its earlier decision in National Bellas Hess, Inc. v.
Department of Revenue100 that out-of-state suppliers cannot be required to
collect sales or use taxes101 unless the vendor is physically present in the
state. However, the Court has deliberately declined to address the question
of whether this rule applies to other taxes (including income taxes). Thus,
the Court explicitly noted on two separate occasions in Quill that “we have
not, in our review of other types of taxes, articulated the same physical-
presence requirement that Bellas Hess established for sales and use
taxes”102 and that “in our cases … concerning other types of taxes, we have
not adopted a similar bright-line physical-presence requirement”103.
In the decades following Quill, there has been an intense debate over
the question of whether a physically remote corporation’s exploitation of
the state’s market – commonly referred to as “economic nexus”104 –
satisfies the judicially articulated Commerce Clause standard105 of required
“substantial nexus”106 for purposes of income, franchise, and other taxes on
business activity. In the overwhelming majority of states where the issue
has been addressed, courts, administrative tribunals, and tax administrators
have embraced the theory that an economic rather than a physical presence
can satisfy the Commerce Clause’s “substantial nexus” requirement107.
Indeed, a number of states (including Alabama, California, Colorado,
Connecticut, Michigan, New York, Ohio and Tennessee) now assert
“economic” nexus for income and other business activity taxes over out-
of-state taxpayers whose in-state sales or receipts exceed a defined
1565
threshold108. The Multistate Tax Commission has adopted a model statute
that asserts nexus based on, among other things, a threshold of sales109. In
addition, a number of states have adopted economic nexus provisions for
financial institutions110. In short, one may reasonably characterize the U.S.
state approach to direct taxation of out-of-state corporations as embracing
a concept of “significant economic presence” and, along with it, an
assertion of nexus over those engaged in the digital economy in the state.
When the U.S. states began taxing corporate income in the early part of
the twentieth century113, they generally relied on separate accounting to
determine the geographic source of a taxpayer’s income through
segregation of the profits attributable to a state through identification of
state-specific receipts, costs, and expenses from the taxpayer’s books and
records114. Over the years, however, separate accounting was subjected to
growing criticism. As multistate businesses expanded, particularly during
1566
the second half of the twentieth century, and increasingly dominated the
economies of all states in which they produced, processed, warehoused,
and marketed a great number and variety of products and services, separate
accounting for integrated businesses became even less viable in practice
and more dubious in principle. As a consequence, states generally
embraced formulary apportionment as a method of attributing income to
the state.
The legislature, in attempting to put upon this business its fair share of the
burden of taxation, was faced with the impossibility of allocating specifically the
profits earned by the processes conducted within its borders. It, therefore, adopted a
method of apportionment which, for all that appears in this record, reached, and was
meant to reach, only the profits earned within the state.
Although many of the early state income tax statutes employed single-
factor property formulas, the states gradually abandoned the traditional
single-factor property formula and other single-factor formulas for more
sophisticated and refined methods of dividing the corporate net income tax
base. During the twentieth century, a broad consensus developed over the
country that, for most manufacturing and mercantile businesses, a three-
factor formula that averaged the ratios of property, payroll, and sales
within the state to the totals throughout the business, ordinarily produced
an equitable and workable division of the corporate net income among the
1567
states. Indeed, by 1978 forty-three of the forty-five states (as well as the
District of Columbia) that imposed corporate income taxes used an equally
weighted three-factor formula of property, payroll, and sales116.
Despite the legislative and judicial consensus that had emerged over the
appropriateness of the equally weighted three-factor formula for
apportioning net income, we now know, with the benefit of hindsight, that
1978 was the high water mark for state income tax apportionment
uniformity based on that formula. In that year, U.S. Supreme sustained the
constitutionality of Iowa’s single-factor sales formula in Moorman
Manufacturing Co. v. Bair120. The Court made it clear that federal
constitutional protections for interstate commerce did not require judicial
articulation and enforcement of uniform division-of-income rules, because
it was to Congress – not the Court – “that the Constitution has committed
such policy decisions”121. Furthermore, since 1978 the states have
increasingly abandoned the equally weighted three-factor formula for
formulas that give greater – if not exclusive – weight to the sales factor for
1568
reasons that have little to do with sound state tax policy and everything to
do with state “economic development” policy122. Indeed, fewer than one
third of the states with corporate income taxes currently employ the
equally weighted three-factor formula, and only eight rely on it
exclusively, as the following table reveals.
NORTH
CONNECTICUT Sales Quadruple wtd Sales
CAROLINA
NORTH
DELAWARE (4) Double wtd Sales 3 Factor
DAKOTA
1569
INDIANA Sales SOUTH Sales
CAROLINA
SOUTH
IOWA Sales No State Income Tax
DAKOTA
Sales/Double wtd
MASSACHUSETTS WASHINGTON No State Income Tax
Sales
DIST. OF
MISSOURI 3 Factor Sales
COLUMBIA
MONTANA 3 Factor
Notes to Chart
1570
Sales = single sales factor
Second, the U.S. experience may also be read as a cautionary tale about
excessive reliance on the market as a factor in assigning direct taxing
rights, even in a digital economy. As legitimate as it may be to rely on the
market as one of several indicators of income attribution, to rely largely or
exclusively on the market as many U.S. states now do through their
apportionment formulas126 is difficult if not impossible to defend as a
matter of tax policy. Although it may no longer be true as the U.S.
1571
Supreme Court suggested a century ago that the definition of income may
be limited to “the gain derived from capital, from labor, or from both
combined”127, to ignore capital and labor entirely in the attribution of
income blinks reality even in a digital economy.
In contrast to the debate in the direct tax context over the proper
assignment of taxing rights, when it comes to indirect taxes – most
importantly broad-based consumption taxes such as value added taxes
(VATs), goods and services taxes (GSTs), and retail sales (RSTs) – there
is (or at least there should be) no debate about where taxing rights should
be assigned, even in a digital economy. As the OECD’s recently adopted
International VAT/GST Guidelines128 make clear, consumption should
be taxed where consumption occurs under the destination principle129:
3.1. Nexus
1572
cross-border sales when the seller is not located in the jurisdiction of
taxation132, and despite the introduction of proposed legislation to address
these issues133, Congress thus far has not acted. Consequently, for the
moment at least the basic rules governing taxation of cross-border sales are
those reflected in U.S. constitutional doctrine limiting the states’ power to
tax interstate commerce, and, specifically, the rule of Quill134 that prohibits
the states from imposing an RST collection obligation on a supplier
without physical presence in the state. In this respect, then, the challenges
that the digital economy poses to the US subnational cross-border
consumption taxes resemble the challenges it poses to international cross-
border consumption taxes insofar as the jurisdiction of taxation (the
destination jurisdiction) may have limited or no authority effectively to
enforce a collection or other compliance obligation upon the supplier who
is not located in the jurisdiction of taxation135.
3.2. US State Strategies for Addressing the Distance Selling Problem under
the RST
1573
sufficiently easy or attractive so that potential tax collectors voluntarily
agree to collect the tax. The ensuing discussion briefly describes the most
important strategies that the states have adopted.
In fact, the reverse charge is no stranger to the U.S. RST. The reverse
charge mechanism is analogous to the use of a “direct pay” permit under
which some business taxpayers, especially larger purchasers, may register
with states and agree to “self-assess” a use tax on all taxable goods and
1574
services they purchase143. The Federation of Tax Administrators describes
the direct payment process as follows144:
Direct pay is authority granted by a tax jurisdiction that generally allows the
holder of a direct payment permit to purchase otherwise taxable goods and services
without payment of tax to the supplier at the time of purchase. (Also in the case of
exempt transactions, it allows a holder to purchase without issuing exemption
certificates.) Suppliers are to be furnished a written notification of the purchaser’s
direct pay authority (often a numeric designation). The holder of the direct payment
permit is to timely review its purchases and make a determination of taxability and
then reports and pays the applicable tax due to the tax jurisdiction. The permit
holder’s tax determination and adequacy of payment are subject to audit by the tax
jurisdiction.
In light of the existence of “direct pay” authority under U.S. RSTs, and
its advantages from a tax enforcement standpoint (particularly with regard
to remote sales), one may wonder why states have not generally adopted
the direct pay mechanism as a mandatory requirement for all remote B2B
sales, thereby addressing (if not substantially resolving) the enforcement
issues with regard to such sales, rather than relegating it to a voluntary
system that tends to be confined to larger purchasers. The answer probably
lies in the fact that, in contrast to VAT regimes under which most
businesses are already registered as part of the staged-collection process,
many businesses are not registered under the single-stage U.S. RST.
Accordingly, imposition of a universal “direct pay” requirement for
business purchasers under the U.S. RST would impose a substantial new
tax compliance obligation on previously unregistered vendors. Moreover,
because there is generally a legal obligation imposed on purchasers,
whether or not registered for sales or use tax purposes, to remit use tax on
taxable items with respect to which sales tax has not been collected, many
businesses already comply with their use tax remittance obligations, which
states routinely monitor through audits145. That said, in light of the
increasing enforcement challenges of remote sales in the B2B context
1575
under the U.S. RST, states might well consider expanding the scope of
direct pay authority and, perhaps with appropriate thresholds for small
purchasers, making direct payment mandatory rather than voluntary.
3.2.2.1. Intermediaries
1576
Minnesota. In what is generally heralded as “the nation’s first
marketplace nexus provision”149, Minnesota enacted legislation on May 30,
2017 (effective July 1, 2019) that imposes tax collection obligations on or
attributable to “marketplace providers”. The legislation accomplishes this
objective by amending the definition of a “retailer maintaining a place of
business in this state”, on which the statute imposes tax collection
obligations, to include a “retailer having a representative, including … a
marketplace provider … operating in this state”150. A retailer is represented
by a marketplace provider “if the retailer makes sales in this state
facilitated by a marketplace provider that maintains a place of business in
this state”151. A “marketplace provider” is “any person who facilitates a
retail sale by a retailer by”:
1) listing or advertising for sale by the retailer in any forum, tangible personal
property, services, or digital goods that are subject to tax under this chapter;
and
2) either directly or indirectly through agreements or arrangements with third
parties collecting payment from the customer and transmitting that payment
to the retailer regardless of whether the marketplace provider receives
152
compensation or other consideration in exchange for its services .
A marketplace provider must collect sales and use tax on all “facilitated
sales” for a retailer unless the retailer has registered to collect sales and use
tax153. This collection obligation applies not only to sales of tangible
personal property, but also to sales of digital products and taxable
services154. Minnesota provides a threshold applicable to retailers selling
through marketplace providers. The law provides that a retailer with less
than $10,000 of annual sales has no tax collection obligation if it is a
“retailer maintaining a place of business in the state solely because it made
sales through a marketplace provider”155. If the retailer is not “maintaining
a place of business” in Minnesota, it does not have an obligation to collect
1577
tax on its sales into Minnesota156. In turn, the marketplace provider does
not acquire an obligation to collect with respect to that retailer’s sales.
1578
to sales through the marketplace facilitator’s marketplace “by or on behalf
of marketplace sellers who do not have a physical presence in this
state”161 and only with respect to the marketplace facilitator’s own sales
“if the marketplace facilitator does not have a physical presence in the
state”162. Accordingly, when such a physical presence does exist, tax
collection is required, and there is no option to report or collect.
•a list of names and addresses of the retailers for whom during the prior
calendar year the retail sale facilitator collected Rhode Island sales and use
tax; and
1579
•a list of names and addresses of the retailers who during the prior calendar year
used the retail sale facilitator to serve in-state customers but for whom the
164
retail sale facilitator did not collect Rhode Island sales and use tax .
The obligation applies only to retail sale facilitators that either have
gross revenue of at least $100,000 from the sale of property or services
delivered into the state or that have sold such property or services in at
least 200 separate transactions165. In addition, there is no obligation with
respect to facilitated sales with respect to retailers that are registered with
the state or that have a Streamlined Sales and Use Tax exemption
certificate166.
1580
sales of tangible personal property within Pennsylvania or (2) comply with
tax notice and reporting requirements (generally of the same variety as
those upheld in Direct Marketing and imposed by other platform
legislation)170. Like Washington’s legislation, Pennsylvania’s legislation
limits the availability of the “election” for marketplace facilitators to (1)
facilitated sales “made by or on behalf of” marketplace sellers not
maintaining a place of business in the state and (2) the marketplace
facilitators’ own sales if the marketplace facilitator does not maintain a
place of business in the state171.
1581
recommendation that jurisdictions consider adopting simplified
registration and collection regimes177. The Guidelines (and related OECD
guidance) elaborate upon this recommendation in some detail178, and a
number of regimes have already taken it to heart, including the Member
States of the European Union179, New Zealand180 and Australia181.
The global guidance for taxing remote B2C supplies would appear
generally to apply as well to the taxation of remote B2C sales under the
US RST.
1582
voluntarily to collect Alabama tax on sales into the state, report
electronically, and avoid the complexity of calculating combined state and
local tax rates. In addition, sellers generally may retain 2 percent of the tax
they collect.
4. CONCLUSION
1583
Australia’s Multinational Anti-Avoidance
Law (2016): Treating the symptom rather
than the disease
187
Michael Kobetsky
1. INTRODUCTION
1584
Avoidance of US taxation through deferral provides MNEs with an
additional incentive to minimise the tax they pay on their foreign earnings.
As tax on the non-US income is being deferred, any foreign tax paid is a
cost of business that is not recouped until the foreign earnings are remitted
to the US, at which time a foreign tax credit is claimed.
The OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting (BEPS) project was
initiated to counter aggressive tax avoidance by MNEs. The objective
underlying the BEPS actions was a consensus response by member
countries to minimise the risk of individual countries engaging in
unilateral action to protect their tax base which may result in “avoidable
uncertainty and unrelieved double taxation”196. The strategy is that
governments need to achieve consensus to counter the gaps in domestic
law and tax treaties197. BEPS Action 7 prevents enterprises avoiding
dependent agent permanent establishment status by ensuring that the
dependent agent does not have the formal authority to enter into contracts.
BEPS Action 7 is an optional measure and is not a “minimum standard”
1585
under the OECD/G20 Inclusive Framework198. It is expected that Action 7
“Additional Guidance on the Attribution of Profits to a Dependent Agent
Permanent Establishment” will be finalised in 2018199. The BEPS Action 7
reform, which may be implemented through Article 12 of the Multilateral
Convention to Implement Tax Treaty Related Measures to Prevent Base
Erosion and Profit Shifting200 (MLI), treats an enterprise as having a
permanent establishment if the dependent agent does most of the work
leading to a contract. In addition, BEPS Action 6, a “minimum standard”
under the Inclusive Framework, includes measures to prevent treaty abuse,
with the principal purpose test being the most popular option. This
measure denies tax treaty benefits if the taxpayer’s principal purpose is to
obtain treaty benefits.
2. BACKGROUND
1586
Under the business profits article of the OECD Model Tax Convention
on Income and on Capital201 (OECD Model (2017)) (Article 7(1)), a host
country cannot tax the business profits derived by an enterprise resident in
the other country unless the enterprise has a permanent establishment in
the host country. The term “permanent establishment” is defined in Article
5 of the OECD Model but there are gaps in the definition. This part will
focus on two aspects of the definition, the fixed geographic place of
business permanent establishment and the dependent agent permanent
establishment.
1587
business that is not economically dependent on the enterprise is not treated
as being a permanent establishment. The dependent agent permanent
establishment test does not require the enterprise to have a fixed
geographic location in the host state.
Article 5(5) of the OECD Model (2017) expands former Article 5(5) by
treating an enterprise as having a deemed permanent establishment if a
person in the host country “habitually plays the principal role leading to
the conclusion of contracts that are routinely concluded without material
modification by the enterprise, and these contracts are a) in the name of the
enterprise, or b) for the transfer of the ownership of, or for the granting of
the right to use, property owned by that enterprise or that the enterprise has
the right to use, or c) for the provision of services by that enterprise”203.
First, it [Article 7(1)] restates the generally accepted principle of double taxation
conventions that an enterprise of one State shall not be taxed in the other State
unless it carries on business in that other State through a permanent establishment
situated therein. It is hardly necessary to argue here the merits of this principle. It is
perhaps sufficient to say that it has come to be accepted in international fiscal
matters that until an enterprise of one State sets up a permanent establishment in
another State it should not properly be regarded as participating in the economic
life of that other State to such an extent that it comes within the jurisdiction of that
other State’s taxing rights.
1588
host country by having representatives in the country that, in substance,
negotiate the terms of a contract but they do not have the formal authority
to enter into contracts. The contracts are concluded by an entity that is
resident in a country that has a treaty with the host country. The MNE then
claims that as it does not have a permanent establishment in the host
country the income from the contract activity is only taxable in the
residence country. These schemes are artificial and contrived tax
avoidance. This gap in the permanent establishment definition has been
addressed by a BEPS Action 7 measure that treats an enterprise as having
a dependent agent permanent establishment if the dependent agent plays a
principal role in the process leading to a contract for the enterprise206. US
MNEs were avoiding permanent establishment status in host countries by
implementing deferral schemes to enable these MNEs to permanently
avoid US taxation on their non-US income. The advantage of such deferral
is that the deferred US tax liability is in effect a government subsidy to US
MNEs providing them with a competitive advantage globally over non-US
MNEs207. A web of differential tax laws enables this result.
1589
companies are incorporated in Ireland, Google Ireland Holdings
(Bermuda) is resident in Bermuda and not Ireland210. Google Ireland
Limited (Ireland) is resident in Ireland and is therefore able to use
Ireland’s tax treaties including its tax treaty with Australia. Google Ireland
Holdings (Bermuda) is a subsidiary of Alphabet Inc211. Google Ireland
Limited (Ireland) is a subsidiary of Google Inc212. The “Dutch Sandwich”
component is that the payments to Google Ireland Holdings (Bermuda) are
made through an interposed Google entity in the Netherlands to avoid Irish
royalty withholding tax.
1590
shareholders. Passive income derived by a controlled foreign company
(CFC) in a tax haven is considered to be tax avoidance. Under Subpart F
certain income, such as passive income, is treated as personal foreign
holding company income and is attributed to the US shareholders.
The US treats Google’s two Irish companies, which are CFCs, as being
eligible for the same country exception because they were both
incorporated in Ireland. As discussed below, Google Ireland Limited
(Ireland) is required to pay royalties to Google Ireland Holdings
(Bermuda). These royalties are exempt from attribution under the same
country exception in Subpart F. As Google Ireland Holdings (Bermuda) is
resident in Bermuda and not Ireland, it is able to derive the royalties tax-
free in Bermuda.
1591
being fiscally transparent215 and exempt from the operation of Subpart F216.
In addition, Subpart F includes a temporary “look-through” rule217 which
provides for look-through treatment for certain payments between related
CFC218. Under the look-through rule passive income derived by a CFC
from a related CFC is not treated as personal foreign holding company
income. While the look-through rule is temporary, an extension is usually
provided; the current extension ends in 2019219.
1592
Sandwich” component of the avoidance scheme. Google has reported to
the US Securities and Exchange Commission that it had deferred foreign
income of US$60 billion at the end of 2016224. Bloomberg reported in 2010
that Google group had avoided US$3 billion in taxation in the preceding
three years through deferral planning using entities in Ireland, the
Netherlands and Bermuda. At the time, Google’s tax rate on its non-US
earnings was 2.4 per cent and the lowest of the top six technology
companies225. The article notes that Google’s tax rate on its non-US
income was remarkable as it operates in countries where the tax rate is
around 20 per cent226.
1593
The ATO has obtained additional information about the operation of
foreign MNEs, which would be expected to include Google in Australia by
directly interviewing their customers and employees, despite the MNEs
objecting to this practice229. The ATO has evidence of salespersons of
MNEs working in Australia that received a base salary and “a bonus for
origination of sales”230. This evidence indicates that certain MNEs were
avoiding dependent agent permanent establishment status in Australia by
claiming that their agents in Australia did not have the formal capacity to
enter into contracts. This evidence is consistent with the information
obtained by the UK House of Commons Committee of Public Accounts
(see below) in relation to Google operations in the UK.
1594
Google located some of its MNE group members in low tax countries or
tax havens234. Most of Google’s non-US income was derived by Google
Ireland Limited (Ireland). According to the UK Committee, Google
Limited (UK) reported revenue of £396 million but paid only £6 million in
corporation tax in the UK235. Google Limited (UK) had 1,300 employees.
Mr Brittin told the UK Committee that customers buying advertising
services from Google in Europe were buying the services from Google
Ireland Limited (Ireland). He also claimed that the 1,300 employees of
Google Limited (UK) were not selling Google services. Mr Brittin stated
700 staff members were marketing and digital consultancy staff who
worked with customers but were not selling Google services236.
The UK Committee pointed out that, under the UK-Ireland tax treaty,
an Irish company would only be subject to UK tax if it had a permanent
establishment in the UK237. If the employees of Google Limited (UK) had
the authority to conclude contracts on behalf of Google Ireland Limited
(Ireland) and that authority was exercised habitually, Google Limited (UK)
would be a permanent establishment of Google Ireland Limited (Ireland).
Mr Brittin insisted that the staff of Google Limited (UK) were not engaged
in negotiating contracts on behalf of Google Ireland Limited (Ireland). On
this basis, Google Ireland Limited (Ireland) claimed that it did not have a
dependent agent permanent establishment in the UK and that it was
therefore exempt from UK tax on its revenue from selling advertising to
UK customers238.
1595
Committee claimed that it had evidence from former staff of Google UK
that the “staff carried out the substance of work leading to contracts with
major UK clients”241. The UK Committee received evidence such as pay
slips with sales related bonuses and Google documentation on the trading
and sales process in the UK242. The former staff stated that they had been
set sales targets and received remuneration in the form of sales
commissions. As cited above, the ATO subsequently sought similar
information and it would be expected that it sought this information on
Google’s operations in Australia.
The UK is a key market for Google but the enormous profit derived is out
of reach of the UK’s tax system. Google generated US $18 billion revenue from
the UK between 2006 and 2011. Information on the UK profits derived from this
revenue is not available but the company paid the equivalent of just US $16 million
of UK corporation taxes in the same period. Google defends its tax position by
claiming that its sales of advertising space to UK clients take place in Ireland – an
argument which we find deeply unconvincing on the basis of evidence that, despite
sales being billed from Ireland, most sales revenue is generated by staff in the UK.
It is quite clear to us that sales to UK clients are the primary purpose, responsibility
and result of its UK operation, and that the processing of sales through Google
Ireland has no purpose other than to avoid UK corporation tax. This elaborate
corporate construct has damaged Google’s reputation in the UK and undermined
confidence in the effectiveness of HMRC. In contrast to evidence given to us
previously, Google has also conceded that its engineers in the UK are contributing
to product development and creating economic value in the UK.
1596
contracts were undertaken in Australia. As Google Asia-Pacific
(Singapore) is a resident of Singapore it is entitled to treaty benefits under
the Australia-Singapore tax treaty244; Google Asia-Pacific (Singapore)
claimed it had no permanent establishment in Australia and Australia was
obliged to not tax the income Google Asia-Pacific (Singapore) derived
from its Australian customers under the business profits article of the tax
treaty. The income derived by Google Asia-Pacific (Singapore) was
subject to tax in Singapore and deductions would have been claimed for
the licence fees paid to Google Ireland Holdings (Bermuda). The tax rate
in Singapore is substantially lower than in Australia; the Australian
company rate is 30 per cent compared to 17 per cent in Singapore.
Nevertheless, the ATO asserted in evidence to the Senate Committee in
2015 that it was of the view that only minimal amounts of Google’s
revenue from Australian customers was subject to tax in Singapore and
that most of that revenue was derived by Google Ireland Holdings
(Bermuda) tax-free245.
1597
Australian subsidiary, Google Australia. It was claimed that Google
Australia provides sales and marketing support services to its Australian
business customers and users, and it also renders research and
development services to Google globally249. Google reported to the Senate
Committee that Google Australia had a profit of A$46 million with gross
revenue of A$358 million for the 2012-13 income year250. Google paid tax
of A$7.1 million after claiming a research and development tax credit of
A$4.5 million251. A Google representative provided the following response
when questioned by the Senate Committee on the reason why Google
Australia does not pay more tax252:
As those of you who were on this committee the last time we appeared will
recall the amount of tax we paid in Australia has increased substantially. There has
also been substantial change in Australia’s tax law since the last time. Of particular
relevance to Google are the government legislated multinational anti-avoidance law
and changed GST legislation, meaning that it now applies to digital goods sold to
Australians from overseas. The question posed by this committee is whether these
laws have changed how companies are operating. This is an important question.
1598
Mr Richardson acknowledged that prior to the introduction of the
MAAL, an Australian customer “bought advertising from Google our
Google Asia-Pacific headquarters in Singapore which entered into a
contract with that customer” and booked the revenue from that contract in
Singapore256. He stated that “Google Australia’s contribution to Google as
a whole was recognised in the form of a payment for sales and marketing
services”257.
1599
5. AUSTRALIA’S MULTINATIONAL ANTI-AVOIDANCE LAW 2016
[To] ensure that multinational entities cannot use complex, contrived and
artificial schemes to escape paying Australian tax. It targets those multinational
entities that:
1600
• avoid a taxable presence by undertaking significant work in Australia in direct
connection to Australian sales but booking their revenue offshore; and
• have a principal purpose of avoiding tax in Australia or reducing their foreign
tax liability.
1601
iii) some of the activities are undertaken by an Australian entity that is an
274
associate or commercially dependent on the foreign entity ;
iv) the foreign entity derives either ordinary or statutory income from the
275
supply ; and
v) some of that income is not attributable to an Australian permanent
276
establishment of the entity .
If the threshold tests are satisfied the MAAL seeks to attribute profits to
the Australian permanent establishment of an MNE to counter the
avoidance of Australian taxation. Alternatively, if the MNE does not have
a permanent establishment in Australia, the MAAL treats the MNE as
having an Australian permanent establishment and attributes profits to the
notional permanent establishment.
5.2. Definitions
1602
The definition of “Australian customer” is intended to target schemes
involving supplies by a foreign entity to Australian customers who are
independent of the foreign entity. This part of the definition provides the
first element of the connection between the foreign entity and Australia on
which jurisdiction to tax is being asserted. The second element is that
some of the activities take place in Australia in connection with the supply
(see below). The Australian customers of foreign entities purchase
services, such as advertising, for which, they are eligible for deductions,
but tax asymmetry is created when the foreign entity is not assessable in
Australia on that income.
The term “foreign entity” is defined as having the same meaning as the
definition of that term in the dictionary provision of the income tax law (s
995-1(1) of the Income Tax Assessment Act 1997 (the 1997 Act))281.
Section 995-1(1) defines a foreign entity as an entity that is not an
Australian entity. The term “entity” is defined in 960-100 of the 1997 Act
as including, inter alia, a body corporate and a partnership.
1603
•the supply of an option to supply an equity interest or debt interest in an entity;
or
•the supply of an option to supply any combination of the above supplies.
5.3. Activities are undertaken in Australia and are directly connected with the
supply
1604
If a foreign entity does not perform any activities in Australia through
an associate or entity that is commercially dependent on it, the foreign
entity is excluded from the scope of the MAAL. In this situation, the
foreign entity would fail the MAAL test that activities are undertaken
directly in Australia in connection with the supply.
1605
extensive business and provides services to a range of other businesses, the
agent will not be treated as being commercially dependent on the foreign
entity292. In this situation, the foreign entity will not be subject to the
MAAL.
5.3.2. The foreign entity derives ordinary income or statutory income from the
supply
Another threshold element for the MAAL is that the scheme involves a
foreign entity that derives ordinary income or statutory income (assessable
income) from making the supply to Australian customers293. If the foreign
entity derives ordinary or statutory income, the MAAL will apply if some
or all of the income is not attributable to an Australian permanent
establishment of the foreign entity. The term “Australian permanent
establishment” is defined to include the definition of “permanent
establishment” in the domestic law and the tax treaty definitions294. If a
foreign entity is resident in a country with which Australia has a tax treaty,
the tax treaty definition of permanent establishment applies. In non-treaty
situations, the definition of permanent establishment in the domestic law
applies. The MAAL is targeted at MNEs using tax treaties to avoid
Australian taxation. Consequently, the MAAL is unlikely to apply to
foreign entities resident in non-treaty countries.
1606
applicable296. The profits attributed to a permanent establishment may be
contentious and there is significant potential for disputes297. Moreover, the
OECD has delayed finalising its additional guidance on the attribution of
profits to a dependent agent permanent establishment and it may be
inferred that the OECD was unable to attain consensus on the 2016
Discussion Draft.
The core of the MAAL is the principal purpose test298. The principal
purpose test is satisfied if, based on certain issues, the conclusion is that
the scheme was entered into for a principal purpose of enabling the
taxpayer to obtain a “tax benefit”299. The MAAL principal purpose test
reflects the principal purpose test in the OECD/G20 BEPS Action 6. The
Explanatory Memorandum acknowledges that the MAAL principal
purpose test reflects BEPS Action 6300:
These new thresholds capture the language used in the 2014 OECD report titled
“Preventing the Granting of Treaty Benefits in Inappropriate Circumstances”. The
report (as discussed at pages 1112 of the Executive Summary and pages 6674 of the
main report) aims to reduce or address treaty abuse through an anti-abuse rule based
on “one of the principal purposes of any arrangements or transactions”. That is,
obtaining a treaty benefit need only be one of the principal purposes of an
arrangement or transaction under the new threshold (footnote excluded).
The test is that the sole principal purpose or one of the principal
purposes must be to obtain the specified benefit301. The principal purpose
of a scheme must be determined on the basis of a comprehensive and
objective analysis of the scheme. The analysis involves a determination of:
what the scheme achieved as a matter of substance; the legal effect of the
scheme; and the connections between the taxpayer and the other parties302.
The subjective motives of the scheme participants are irrelevant303. The
principal purpose test in s 177DA(1)(b) is a lower threshold than the
1607
purpose test used in the general anti-avoidance rule in Part IVA, which
requires a sole or dominant purpose of a person who entered into the
scheme or carried out the scheme304.
1608
The general anti-avoidance factors in s 177D(2) require that
consideration be given to the following matters relating to schemes:
•the manner in which the scheme was entered into or carried out;
•the form and substance of the scheme;
•the time at which the scheme was entered into and the length of the period
during which the scheme was carried out;
•the result in relation to the operation of the Act that, but for Part IVA, would be
achieved by the scheme;
•any change in the financial position of the relevant taxpayer that has resulted,
will result, or may reasonably be expected to result, from the scheme;
•any change in the financial position of any person who has, or has had, any
connection (whether of a business, family or other nature) with the relevant
taxpayer, being a change that has resulted, will result or may reasonably be
expected to result, from the scheme;
•any other consequence for the relevant taxpayer, or for any person referred to
in the dot point above, of the scheme having been entered into or carried out;
and
•the nature of any connection (whether of a business, family or other nature)
between the relevant taxpayer and any person referred to in the dot points
311
above .
1609
Commissioner to consider the activities of any entities that are linked to
the scheme314.
6. MULTILATERAL INSTRUMENT
1610
implements a BEPS Action 7 measure to counter schemes for the artificial
avoidance of permanent establishment status though a dependent agent.
Article 12 is an optional article under the “inclusive framework”, and
Australia initially published an intention to adopt Article 12 in its draft
position but has since reserved its position on Article 12318. The Treasury
stated that319:
Australia will not adopt Article 12 at this time. Australia will consider adopting
these rules bilaterally, however, in future treaty negotiations to enable bilateral
clarification of their application in practice. Pending this, the Multinational Anti-
avoidance Law will continue to safeguard Australian revenue from egregious tax
avoidance arrangements that rely on a “book offshore” model.
1611
uncertainty as to how the test would be applied in practice”322. Singapore
has also chosen to not implement Article 12.
7. CONCLUSION
1612
double taxation and the mutual agreement procedures in tax treaties may
be unavailable.
1613
Taxation of the Digital Economy: Argentina
Perspective
323 324
Guillermo O. Teijeiro e Juan Manuel Vázquez
The digital revolution is one of today’s most hotly debated topics in the
world. Politicians, economists, businessmen, journalists and, of course,
international tax experts worldwide are in the middle of a complex
discussion on how to approach this matter which is currently creating
large-scale disruptions in countries’ economies and tax systems. Argentina
is clearly not exempted from this discussion and, in the last few years, the
rapid growth of the Digital Economy (DE) has put “tech giants” businesses
on the spot of the local media325 and tax authorities326.
1614
million (USD 10,510 million) and in 2016 that sum raised up to ARS
232,211 million (USD 13,009 million), which represents a 23.7% increase
in only one year329. Moreover, in specific sub-sectors within the DE such
as the e-commerce, the growth has been even greater achieving a 51%
increase in 2016330. Moreover, as in other Latin American countries, the
growing importance of the DE in Argentina has been nurtured by a
particular “digital entrepreneurial culture” that made the software industry
grow more than 300% in the last decade331.
Since the existing Argentine legal framework did not provided enough
legal grounds to do so, an extensive bill with amendments to the Argentine
Tax System (Tax Reform Bill or Bill) was recently submitted to the
Argentine Congress which included, inter alia, specific provisions
targeting DE businesses.
1615
California, or the Netherlands could provide its digitized services to
millions of users around Argentina without having an office or a single
sales representative setting foot in the country333.
Therefore, when trying to apply the current Argentine taxes to the DE,
the different statutes show cracks on their logic and create many grey areas
that leave the tax authorities with only two alternatives: (i) stretching the
existing rules to cover circumstances not expressly (nor implicitly)
conceived by the law for creating a taxable event, which implies violating
the legality principle or (ii) complying with the rule of law and leaving
digital services provided in B2C transactions by non-resident aliens with
no physical presence in Argentina untaxed.
The Income Tax Law No. 20,628, as amended (ITL), establishes that
non-resident individuals or legal entities without a permanent
establishment (PE) in Argentina are taxed only on income arising from
1616
Argentine sources334. Pursuant to the general ITL sourcing rules, income
from Argentine sources arise, inter alia, from: (i) assets located, placed or
used in Argentine territory; and (ii) the performance of any act or activity
in Argentina that produces an economic benefit335. Therefore, services
provided entirely abroad by non-resident aliens do not create Argentine
source income and consequently are not subject to IT in Argentina.
Under the aforementioned rules, and considering that one of the major
challenges created by the DE is the correct characterization of the
transaction (i.e., is it a sale of an intangible asset or a digital service
provided abroad?) and the type of payments related to them (i.e., royalties,
service fees etc.)338, it could be argued that an intangible asset (e.g., digital
book) economically used in Argentina creates Argentine source income for
a non-resident alien supplier with no physical presence in the country.
However, as we conclude below, we consider that most of the DE
expressions imply a supply of services which, if not provided within
Argentina, are out of the scope of the IT339.
1617
which have had a considerable impact on the taxation of the DE in
Argentina.
1618
On the other hand, the foreign technical assistance presumption has
caused a strong debate in the last years in relation to the tax treatment of
the use in Argentina of computers systems located abroad. An example of
this is the Aerolíneas Argentinas347 and Austral Líneas Aéreas348 cases
related to the taxation of gains arising from the use of the Amadeus
System (i.e., a booking system for airlines) by Argentine companies. In
those cases, this provision was used by AFIP for the purposes of taxing
services provided by a non-resident company entirely from abroad.
Even when some services provided through digital means can easily fall
under the “technical assistance” provision (e.g., the provision of plans for
buildings and new facilities via web)349, most of the DE businesses do not
imply a transfer of “a technical knowledge applied to a productive
activity” either because there is no “technical knowledge” or because the
digital service is not applied to a productive activity (it is provided to a
final consumer).
1619
technological means through which the service is provided. Furthermore,
the OECD has undoubtedly characterized income from digital services as
business income under article 7, OECD Model Convention (OECD
MC)352.
Currently, the Argentine VAT law does not regulate expressly the
taxation of transactions performed remotely through the Internet (using
apps or web pages) like those included in the concept of DE. Under the
VAT general rules, the tax – which has a 21% standard rate355 – applies to
the sale of goods located in Argentina, the provision of services in the
country and the final import of goods356. Services provided abroad which
are effectively used or exploited in Argentina (usually known as “import
1620
of services”)357 trigger a VAT liability for the Argentine customer (not the
foreign supplier) only when the former is: (i) subject to VAT because of
other taxable transactions; and (ii) registered for VAT purposes with
AFIP358.
In the former case, the VAT liability will be triggered on the Argentine
recipient or customers, who will be responsible for assessing and paying
the tax to AFIP on the value of the imported services under the mechanism
of substitute liability (responsabilidad sustituta), which is more or less
comparable to the reverse charge mechanism in other jurisdictions (albeit
the recipients of imported services do not account for VAT through their
periodic VAT return, but trough a separate declaration form)359 and would
further be entitled to credit such VAT as a credit against other own VAT
debits on the month following that in which the VAT taxable event
occurred360.
It should be noted that Argentina has a specific regime for paying VAT
in transactions involving the sale of tangible goods and the provision of
services through electronic marketplaces. Such regime obliges two specific
Argentine electronic marketplaces to charge VAT to resident aliens that
comply with certain requirements (e.g., being registered for VAT purposes
with AFIP, being included in the Simplified Regime for Small Taxpayers
etc.)361.
1621
The gross turnover tax is a local tax levied on gross revenues resulting
from the regular and onerous exercise of commerce, industry, profession,
business, services or any other onerous activity conducted on a regular
basis within the respective jurisdiction. Each of the Argentine Provinces
and the City of Buenos Aires apply different rules depending on the type
of activity362.
The second local jurisdiction that, inspired by the failed attempt of the
City of Buenos Aires, moved forward to impose GTT on the supply of
digital services is the Province of Santa Fe367. In this case, a new provision
was incorporated to its Fiscal Code368, extending the application of the
GTT to “the commercialization of online subscription services which
provide access to all kinds of audio-visual entertainment (movies, shows,
1622
music, games and videos) that are transmitted from the Internet to
televisions, computers, mobile devices and connected consoles”. The
applicable rate is 4.5% on the gross turnover of the non-resident company
accrued on each fiscal period369. It should be noted that, in this case, the
law that introduced the tax is currently in force but, due to practical
difficulties, the tax is not being levied yet370.
1623
3. INTERNATIONAL CONTEXT: BEPS AND COUNTRY’S
EXPERIMENTS
1624
withholding tax or (iii) an equalization levy on digital economy’s yield.
Examples of the first option are Malaysia (2013), Turkey (2016) and Israel
(2016)380.
Regarding the second alternative, the first practical experience was the
UK Diverted Profit Tax (DPT) which imposes a 25% tax on diverted
profits arising on or after 1 April 2015 from the UK, by companies that
either (i) seek to avoid creating a UK PE that would bring a foreign
company within the UK’s Corporation Tax, or (ii) use arrangements or
entities which lack economic substance to exploit tax mismatches either
through expenditure or the diversion of income within the group381. The
DPT has been designed as a levy which is applied separately from the
income tax, and, hence, aimed at bypassing challenges coming from the
fact that income tax conventional rules would still treat income from
inbound sales and services as foreign source (as well as EU law –
applicable at the time – and trade obligations). Australia382 and France383
are other examples of jurisdictions that have implemented a DPT. New
Zealand was also considering following the same path384.
1625
Regarding the equalization levy, the first country to use that tool was
India by implementing a 6% equalization tax that came into effect on June
1st, 2016, which, as in the case of DPT, was conceived as a levy separate
from the income tax applicable on every consideration received by
nonresidents from Indian tax residents for the provision of online
advertisement, digital advertising space, or other similar online
advertisement services. The levy is to be withheld by the Indian residents
from the consideration paid to non-resident service providers386. Following
the Indian example, other jurisdictions have considered incorporating
similar taxes on their domestic or supranational legislation. For instance, a
recent pronouncement signed by 10 Finance ministers within the EU
insists on an equalization tax on the turnover generated in Europe by the
digital companies387.
1626
In the last few years, the VAT revenue forgone by not taxing cross-
border sales of digital goods and services has been generating serious
concerns for many tax authorities worldwide389. For example, in 2015 New
Zealand estimated that it suffered an annual VAT leakage of NZD 180
million ($114 million) because of cross-border services, intangibles and
goods390. As a consequence of this VAT leakage, some countries391 started
implementing new VAT rules that largely conform to the OECD BEPS
project and the updated International VAT/GST Guidelines (2015)
(Guidelines)392.
After almost two years since BEPS’ final report was published in 2015,
we understand that there are still two recurring problems that remain
unsolved in this area. The first problem is that the new VAT rules recently
implemented to tax the DE differ significantly among jurisdictions. This
lack of harmonization produces a great deal of complexity, uncertainty and
heavy compliance burdens to businesses involved in cross-border
1627
transactions. Moreover, none of the set of rules adopted by the different
jurisdictions can serve as the “perfect model” to follow, and every single
one of them has both positive and negative features394. The second
recurring problem we identify in this field is that countries have not found
yet a practical mechanism to ensure an effective enforcement of these new
VAT rules. This is extremely relevant since, without such mechanism, it is
unlikely that VAT would be paid and, thus, these new rules will become
futile395.
1628
the existing legal framework to allow the taxation of the DE in the Bill
submitted to the Argentine Congress dissipated all existing doubts on this
regard400.
1629
used in the country. The regulations will establish the scope of the referred
supplies.
We consider that the Aborted Proposal was highly inconvenient for the
following policy, legal and technical reasons402:
1630
404
in Latin America , as intended, might have implied taking serious risks of
going in the opposite direction of most OECD/G20 countries. This would
have undoubtedly undermined Argentina’s efforts to gain admission to that
global forum in the future.
vii) No taxation of Digital Goods: from a different perspective, it is not clear
why digital services would have been taxable while digital goods would have
not.
viii) No definition of Digital Services: it is worth noting that a central
definition would have been left empty and conditioned upon the regulations’
final elaboration, in what appeared to be an undesirable sort of blank taxable
405
event .
ix) Overlapping with VAT provisions: the Aborted Proposal would have also
overlapped with the VAT provision incorporated in the Tax Reform Bill to
tax the DE.
The Tax Reform Bill also includes an amendment to the VAT Law. In
this regard, the Bill establishes that, as of the second month following the
entry into force of the bill406, VAT will also apply as follows:
This new provision implies the extension of the current scope of the
Argentine VAT to B2C services defined by the Tax Reform Bill as
“digital”. In this sense, the bill specifies:
Digital services are deemed, regardless of the device used for downloading,
viewing or using them, as those carried out through the Internet or any adaptation or
application of the protocols, the platforms or the technology used by the Internet or
another network through which equivalent services are provided, which by their
nature, are basically automated and require minimal human intervention.
1631
In addition to the general definition aforementioned, the proposed
provision provides a non-exhaustive list of the most common digital
services408 and an exemption for the access and download of digital
books409.
The bill further dispose that the VAT liability relies on the Argentine
recipient or customers, who will be responsible for assessing and paying
the tax on the net price of the transaction arising from the foreign
provider’s invoice410, under the terms and conditions to be established by
AFIP. In B2C transactions involving intermediaries who intervene in the
payment of the service (e.g., banks, e-marketplaces etc.), the bill specifies
that they will be obliged to act as withholding agents411. The Bill further
specifies that the VAT liability is triggered as soon as the supply of the
service is completed, or there is a total or partial payment by the customer,
whichever happens first412.
1632
The aforementioned expansion of the current Argentine VAT rules to
cover digital services provided in B2C transactions raise the following
preliminary comments:
i) Definition of Digital Services: In this area, the Bill has followed the example
of the European Union (EU) legislation, which establishes a broader
415
definition of digital services and provides a long, non-exhaustive list of
items that are considered digital services. However, differently from
Argentina, the EU legislation also provides negative examples of services
that are not “digital”, which include professional services provided over
email; advertising services in newspapers, posters, and television; distance
learning in which content is delivered electronically (akin to correspondence
courses); and so forth. This brings more certainty and clarity at the time of
416
determining the type of services covered by this provisions .
Other jurisdictions take a less specific approach and more closely follow the
417
OECD guidelines (e.g., Australia and New Zealand). In fact, in a proposal
published in December 2016, the European Commission recommended
adopting a similar approach, namely taxing all B2C services where the
418
consumer is located, unless a specific exception applies . In this sense, the
Argentine Bill seems to be in line with the international legislation that
defines digital services in a broadly way.
ii) Determining the VAT liability: by imposing the VAT liability on the
Argentine customer, the rules adopted by Argentina differ significantly from
those recommended by the OECD updated International VAT/GST
419
Guidelines , which state that for B2C services, the non-resident vendor
should register for and charge a VAT in the country where the consumer is
located.
The Argentine rules also differ from those adopted by most jurisdictions which,
in general, have followed the OECD recommendations on this regard.
However, even when other countries generally require the foreign vendor to
register in the jurisdiction of consumption, as would be expected, they vary in
their approach to registration, and some even require a vendor to appoint a
420
fiscal representative . New Zealand and Russia, for example, have
introduced a simplified registration process for non-resident vendors of
digital services. The EU have also introduced the VAT Mini One Stop Shop
421
to alleviate the registration burden on companies . Since the Argentine Bill
does not require registration of the foreign supplier, the compliance and
enforcement issues that most jurisdictions face when applying VAT on
digital services will be avoided. In this sense, the Argentine mechanism was
422
probably inspired in a recent Colombian initiative .
1633
iii) The Role of Banks and E-marketplaces: in this regard, the Argentine Bill
is not entirely in line with the international initiatives.
Most of the countries which have enacted VAT rules for the DE deem that sales
via an e-marketplace are carried out by the e-marketplace, not by each
individual vendor, thereby shifting the VAT liability (and compliance
obligations) from the vendor to the e-marketplace. In this sense, the
approaches to the taxation of the intermediaries also varies among
jurisdictions and are based on precise contractual terms. For instance, both
the EU and Australia have rules that deem an intermediary involved in “key
aspects of the sale” to be the vendor, but they apply their rules differently.
Under the EU approach, each transaction in the supply chain is examined
and, for each transaction, each entity is deemed to have received and resold
423
the digital service itself (reseller assumption) . Thus, an operator involved in
key aspects of the sale to the final consumer is required to account for a
VAT. Conversely, a payment service provider that merely processes the
payment for the provision of e-services (for example, a bank or credit card
company) is not subject to the assumption in the EU. Finally, it should be
noted that some jurisdictions implement joint and several liability for vendors
424
and e-marketplaces, which may drag them both into the VAT net .
However, the Argentine Bill differs from the aforementioned rules since
(despite the major difference described in item (ii) above) they never shift the
VAT liability to the intermediary involved in the transaction. However, it
should be noted that if the intermediary (bank, e-marketplace or similar)
intervenes in the payment in a B2C digital service transaction, it will be
obliged to act as withholding agent and pay the VAT withheld to AFIP. This
should not be understood as an elimination of the VAT liability of the
Argentine consumer, who will still be the person subject to the tax.
iv) Identifying the Customer’s Location: in this regard, the Argentine Bill
seems to have also followed the EU example with the main difference that
the former has foreseen the application of “non-rebuttable” presumptions as a
general rule, instead of the rebuttable presumptions established by the EU for
specific transactions. In this sense, the EU legislation establishes a set of
rebuttable presumptions which apply only to specified transactions, and in all
other digital transactions, a business must determine the customer location
based on two non-contradictory pieces of evidence, such as customer billing
address, IP address, bank details, country code of the SIM card used, and
425 426 427
location of a residential fixed landline . Countries like India and Belarus
have implemented similar rules, but with some differences in the evidence
that sellers may use to determine the customer location. The problem of these
presumptions (which also apply to those included in the Argentine Bill) is
that the information in which they are based is not always readily available,
further increasing the compliance burden of taxpayers. For that reason, the
EU VAT modernization proposal suggested a gross receipts threshold under
1634
which businesses can presume the customer’s location based on only one
428
piece of evidence . Finally, different pieces of evidence may result in a
customer being deemed to be in two taxing jurisdictions and a business
429
would have to justify why one jurisdiction should be preferred to the other .
This can be an issue when a transaction involves two jurisdictions with very
different approaches (e.g., Argentina and the EU for services that require two
pieces of evidence which differ from those elements used by the Argentine
430
non-rebuttable presumptions) .
v) Differentiation between B2B and B2C services: determining the status of
the customer “in the other side of the counter” is a recurring problem under
the VAT legislation of most foreign countries. This is relevant because,
generally speaking, there are different rules and implications for B2B and
B2C transactions, and properly categorizing the customer is, unfortunately,
not necessarily simple. However, we understand that this problem is more
serious in those countries that have follow OECD recommendations and
require the registration of the foreign vendor in the consumer’s jurisdiction.
In those cases, the determination of the B2C or B2B character of the
transactions is relevant because it determines the registration obligation.
However, under the Argentine Bill, the VAT liability relies on the Argentine
customer (company or consumer), therefore the aforementioned challenge
will only be faced by payment of intermediaries, who will need to determine
the character of the customer in order to act as withholding agents. In that
case, we understand that – at least for Argentine intermediaries – it will not
be complicated for them to determine the status of the customer.
vi) Overlapping between B2B and B2C Payment Mechanisms: the Bill may
allow the existence of cases in which, if the type of transaction is not clearly
identified (B2B or B2C), there will be an overlapping of the existing payment
431
mechanisms for these transactions . For instance, if a bank cannot identify if
the payments to be processed come from a business or from a consumer, it
will probably choose to avoid tax contingencies and apply the VAT
withholding anyway. In that case, if that payments actually came from a
business there would be double taxation since the tax would have already
been accounted and paid to AFIP by the local company under the substitute
liability mechanism.
vii) Bank’s identification of digital transactions: another additional issue
raised by the Bill is how financial institutions will know if the credit/debit
card payments they process arise from a provision of “digital services” and,
consequently, if they should act as withholding agents or not. Is there going
to be an official list or registry of non-resident companies providing digital
services?
viii) Payments made through foreign intermediaries: finally, the Bill also
leaves a gab in relation to payments made by Argentine consumers for the
provision of digital services consumed in Argentina through foreign bank
1635
accounts or other payment intermediaries. This is just an example of the
many uncertainties that the Argentine VAT reform may generate.
5. WHAT’S NEXT?
1636
Regarding the Indirect Tax area, we understand that until the two
recurring problems mentioned above (i.e., lack of harmonization and
enforcement mechanisms) remain unsolved, most of the VAT rules
designed to tax DE will be futile causing more chaos to the already
unstable tax scenario434.
1637
Taxation of the digital economy in France
435
Polina Kouraleva Cazals
INTRODUCTION
While dealing with these new ways of doing business, the first step is to
determine and classify issues raised. Indeed, digitalization of economy
offers different opportunities to individuals and to companies. For the
former, Internet has multiplied possibilities for commercial exchanges,
which does not raise new issues, but requires clarification of some old
fundamental concepts (item 1). For the latter, digitalization multiplies
opportunities to overcome borders and material connections with specific
States. This new way of doing business raises some issues that are not
specific to the digital economy, but they are intensified by it. It does also
create opportunities for taxation that are yet unexplored (item 2).
1638
The purpose of this article is to address certain issues related to the
taxation of the digital economy from a French perspective. This work will
not deal with VAT issues, as the legislation in this area is harmonized on
the European Union (EU) level. Nor will this work deal with the issue of
the use of software and artificial intelligence in tax procedures (with
specific rules regarding the tax control of accounting software, but also the
use of artificial intelligence to search for tax fraud), as these issues are not
directly related to the taxation of the digital economy.
1639
tax (NPIT) as defined by the legislator or if it is a mere administrative
tolerance.
1640
Second, old tax legislation still in force does not match the
opportunities offered by digital economy. Thus, in the current state of the
French law the principle of taxation of all type of income (whether from a
regular activity or on a one-off basis)445 is considered as being too harsh
for often low and occasional income. Existing exemptions are too specific
and not sufficiently well known by non-professional individuals (e.g., an
exemption of capital gains not exceeding 5,000 euros from occasional
sales of movable property446). The Senat’s task force report on the taxation
of collaborative economy suggests a general exemption for any income
perceived through online platforms within the limit of 3,000 euros per
year447. This exemption could also be used to stimulate the online
platforms’ compliance with their new reporting obligations.
For natural persons’ income tax purposes, taxable base is the sum of
outcomes of different categories of income, each being assessed according
to its own specific rules. Some categories are clearly intended to cover
income generated by professional activities (e.g., commercial profits
category, also covering income from industrial and craft activities).
However, in practice all income generated by a specific type of activity
(e.g., commercial activity) will fall within these categories, whether it has
been exercised on a professional basis or not. Thus rental of furnished
dwellings (such as airbnb) is qualified as a commercial activity under
French tax law. Associated income will fall within the category of
commercial income, even if this activity is clearly exercised on a non-
professional basis.
1641
on a professional basis. There is however no single criterion of distinction.
For commercial activities to be considered as exercised on a professional
basis, the taxpayer need to be personally involved449, whereas for the rental
of furnished dwellings it is a matter of the amounts earned450. However,
considering the limited impact of this distinction451, the issue of its removal
should be considered.
Created in 1983455, this tax credit constitutes one of the main tax
expenditures, with a total amount of 5.5 billion Euros in 2016456. About
25% of this amount corresponds to research expenses in the area of digital
economy457. French legislator has not distinguished between different
possible areas in which R&D expenses can be made. According to the
1642
French tax authorities’ guidelines, expenses incurred for software
development can be considered as qualified research expenses, as long as
the company concerned deals with unsolved technical issues and the
outcome remains uncertain458. However, tax authorities’ guidelines on this
matter have recently changed. In its updated version, only a few specific
details on software development are provided, although software is
mentioned in the list of qualified research activities459.
1643
According to traditional economic theories, taxation of an enterprise in
a State other than its State of residence can only be justified by the
contribution of this State’s infrastructures to the origin of the enterprise’s
wealth462. It explains the reason why most permanent establishment criteria
aim to prove a material presence in a State and an activity exercised
through this material presence. Digital economy however can make profits
in a State without any material presence (item 2.1.1) or can easily
dissociate the material presence and its main activity (item 2.1.2). French
judges search for solutions that sometimes can be found in old case law.
1644
On this matter, there is an interesting old case concerning a company
established in Monaco, which was selling advertisement spot to French
clients. These advertisement spots were broadcasted on a French radio,
thus aiming at French clients. Judges considered that this activity
constituted a “full commercial cycle” and profits generated thereby should
be subject to tax in France within the limits provided by international tax
treaty provisions. In that specific case, judges considered that the relevant
activity has been exercised through a permanent establishment in France
(the Monaco company apparently had two offices in France464) and
therefore France had the right to tax profits from this activity, according to
the applicable tax treaty between France and Monaco465. The impact of this
case on income from online transactions is thus limited by applicable tax
treaties. To overcome this limit, the Collin and Colin Report466 suggests to
introduce a concept of “virtual permanent establishment”, which would
justify taxation in the State where an enterprise provides services using
personal data provided by internet users of this State467.
1645
of this activity, the company used premises of its French subsidiary,
arguing they were acting under a contract for the provision of services.
However, the existence of this contract has not been proved. In these
circumstances, in a decision held in 2010, judges considered that the
Luxembourg company had its fixed place of business in France468.
One year later, the administrative court of appeal in Paris had to deal
with a Lebanese company using its French subsidiary’s premises in similar
circumstances. There were no arguments about a possible contract for
provision of services. However, numerous legal and accounting documents
signed by the Lebanese company have been found in the French
subsidiary’s premises. It was considered to be a sufficient proof of an
activity exercised by the Lebanese company in the concerned premises.
This activity has been distinguished from the activity exercised by the
French subsidiary itself469. French judges decided that the Lebanese
company had a fixed place of business in France.
The solutions in both cases are in line with the OECD commentaries
under article 5 of the OECD Model Convention470. However, those cases
also show that if French subsidiaries had better contracts with foreign
mother or sister companies (for example, for the use of their premises or
for delivery services, as we can imagine for some online platforms), it
could be more complicated to qualify the existence of a permanent
establishment in France.
1646
(Google France – GF), owned by a US company (Google Inc.), had a
“marketing and services agreement” with an Irish subsidiary (Google
Ireland Limited – GIL), also owned by Google Inc. The purpose of the
contract was for GF to provide marketing and sales assistance services to
GIL, owner of the licence of the AdWords program. French clients signed
contracts directly with the GIL. However, they were approached by GF,
which could also lead the negotiations of specific terms and conditions,
subject to approval by GIL. GF also provided certain customer services.
In this specific case, judges have considered that the French subsidiary
fulfilled only one of the two necessary criteria to be qualified as a non-
independent agent.
1647
company of the Google group”. These contracts were considered separate
from the taxpayer’s main activity (advertisement sales).
This type of situation is however not new nor specific to the digital
economy. A similar issue was raised in the Interhome AG case. The
French judges considered in this case that in order to qualify as a
permanent establishment, a French subsidiary should “regularly exercise in
France, in law or in fact, power to engage the non-resident taxpayer in a
commercial relation connected with the taxpayer’s main activity”472. Even
though inspired by OECD commentaries473, this expression has been
strongly criticized474. The Council of State has thus abandoned this
reference to “in law or in fact”. However, it still considers that whether an
agent can bind the main taxpayer regarding third parties should be
appreciated taking into account all circumstances, and not only the legal
appearance. Thus considering the situation of a commission agent, judges
first reminded that under the commission contract, the commission agent
has no power to bind in law the principal regarding third parties. They also
examined whether the legal appearance of a commission contract did not
disguise a different type of legal relationship between the main taxpayer
and his/her alleged agent475. Legal analysis of relations between a non-
resident taxpayer and its French subsidiary should prevail, unless the
economic substance is different from the legal appearance476. Several
months later, the Council of State confirmed its approach considering that
a Swiss company’s French office, which negotiated, drafted and executed
contracts on behalf of the Swiss company, could not be qualified as a non-
independent agent, as long as all contracts were signed by the Swiss
company477. The decision taken by judges in the Google case is thus in line
with this previous case law.
1648
Some members of the government admitted that the contractual
structure of business set up by Google was legal although “morally
reprehensible”478. The issue is however not definitely solved. French
Minister of Finance appealed against the decision of the Administrative
tribunal479. Google is currently under criminal investigation for aggravated
tax fraud and money laundering by organized crime480. However,
according to the French constitutional council, a criminal conviction is
prohibited if an administrative or a civil judge concludes, on a substantive
ground, to the absence of tax liability481. Therefore, no criminal conviction
of Google is possible unless criminal investigations cover different
elements, taxes or years other than the one treated by Administrative
Tribunal of Paris, or unless a superior jurisdiction later cancels the
decision of the Administrative Tribunal of Paris.
During the examination of the draft of the Finance Act for 2017,
members of Parliament proposed to introduce a French version of a
diverted profits tax. In its final version, this provision aimed to tax any
profits made by a non-resident company from sales, but also from an
activity consisting in providing goods or services, in France through an
enterprise or a legal entity in a situation of legal dependence with the non-
1649
resident company (either through a holding position of more than 50% or
if the main taxpayer plays – in any other way – a decisive role in the
management of this enterprise or legal entity482). Taxation would also
apply to profits from sales or provision of goods and services, if these
profits were made with the help of a legal or natural person whose activity
could be “reasonably” considered as aiming at avoiding taxation in France.
Legal provision did not define such an activity, but provided several
examples. The first example covered the use of any material place in
France to receive, stock and deliver in France products sold by the foreign
legal entity. The second one concerned a website, whether hosted in
France or not, which would target French clients, making sales or
providing them with goods or services on behalf of the foreign legal entity.
It established a presumption of diverted profits and the provision expressly
specified that the French tax authorities could decide to use it on the
occasion of a tax audit483.
The power conferred to French tax authorities to decide when to use the
presumption laid down in the provision on the diverted profits was
considered as violating the exclusive competence of the French Parliament
regarding all tax issues, as provided by article 34 of the French
Constitution. The Constitutional Council has censored the whole provision
on this ground484, considering that if it cancelled only the part of the
provision that has been criticized, the effects of the diverted profits as a
whole would be different from the effects expected by the legislator485.
This critic could be easily overcome, but this provision had another,
more significant weakness. In its initial version, profits that were deemed
to be diverted were supposed to be subject to a specific tax486. However,
1650
many deputies and Government representatives expressed their concern
regarding the compliance of this provision with tax treaties487.
Indeed, most of the French tax treaties apply not only to the existing
“corporate income tax”, but also to any “identical or substantially similar”
taxes (in line with the OECD model wording). The French Council of
State (the highest administrative court) has long considered that the taxes’
substantial features should prevail over procedural rules, for the purposes
of assessing the “substantial similarity” of taxes. Thus a specific tax
introduced on real property capital gains was considered to be
“substantially similar” to the natural persons income tax and to the
corporate income tax, as long as it could be deducted from these taxes488.
The position of the French Cour de cassation (the highest court in the
judiciary) is yet a more tempered one. Thus a specific levy on insurance
premiums and contributions were considered as not being similar to
income taxes, even though it was deductible from the CIT amount, but
according to parliamentary records this deduction was introduced only to
balance out the budget and to increase the collection efficiency489.
However, the possibility of deducing a specific tax from a more general
income tax is not the only similarity criterion. The Council of State has
thus considered that tax treaties should cover a tax if its territorial scope is
defined by reference to the territorial scope of the CIT490. The French tax
authorities have also admitted that tax treaties cover social taxes491, as long
as they are qualified as a “tax” (as opposed to social contributions) by the
French constitutional council492 and their taxable base consists of the
various types of personal income.
The diverted profits tax, as it has been initially stipulated, had chances
to be considered as being “substantially similar” to the CIT. Indeed, not
1651
only was it a tax on profits, but it was supposed to be paid on profits which
should have been subject to CIT (if the taxpayer did not intentionally avoid
the creation of a permanent establishment). Other arguments could also be
found. The rate of the diverted profits tax was fixed by reference to the
article of the French general tax code setting the rate of the CIT. Finally,
any taxes paid abroad on the same profits were deductible from the
diverted profits tax, as long as they were “comparable” to the French CIT.
1652
as it was supposed to have progressive rates going from 0.5% to 1% of
amounts perceived by advertisement departments. However, the idea to
apply the same tax to the on-line advertisement has generated strong
adverse reactions mainly for the reason that it would affect the competition
ability of French companies and restrain the development of digital
economy in France495. The proposal was eventually abandoned.
1653
collection of personal data itself, but on the way to stock and to use them.
The idea is to use this tax as a public policy tool to influence the behaviour
of digital economy actors. Thus, a lump sum will be due for any newly
created account or any new IP using a specific software. The sum could
vary depending on the quality of the consumers’ access to their personal
data, whether it is easy or not to recover or to change these data500. The
authors of the report call it a “predator pays” principle, making a parallel
with the “polluter pays” principle in eco-taxes. Although the National
Digital Board approves the idea of such taxation, it warns against the risk
to introduce such a tax in a unilateral way501. None of these ideas has yet
been implemented.
CONCLUSION
The taxation of the digital economy draws the attention of the French
Parliament and its experts. However, as of today, very few measures have
been implemented. Any new form of taxation or any unilateral change in
the approach of international issues of taxation can significantly affect the
competition ability of French companies. There are still however two ways
to improve the efficiency of the taxation of the digital economy in France
by acting on a national level. First, by clarifying the initial logic and basic
concept of taxation, thereby ensuring to taxpayers at least a good level of
legal security. Second, by reinforcing tax audit efficiency, thus ensuring to
French tax authorities at least a good level of collection for existing taxes.
1654
Taxation of Digital Economy: India
Perspective
502 503
T. P. Ostwal e Mohak Shingala
1. INTRODUCTION
Taxation policy applied to digital service providers has been one of the
more far-reaching sets of policies that have concerned national and
international policy makers, in particular, taxation policy for enterprises
with no permanent establishment (PE) within the territory of a nation
applying the tax. This issue has occupied the minds of international experts
for several years at the Organization for Economic Cooperation and
Development (OECD) and the G20. A number of suggestions have
emerged as a result of this exercise.
1655
India has been a pioneer in addressing one aspect of this issue through
an equalization levy. This policy has raised both concerns as well as voices
of support. The importance of the policy and the growing scope of digital
services require a closer independent and objective examination of the
basic features and the concerns relating to this policy.
The ability for enterprises to provide services from any location without
having a physical presence facilitates inclusiveness and generates
conditions for positive network effects for creating multiplier effects for
economic and social transactions. The potential in India is huge, due to the
growth in digital technologies as well as the significant segment of the
population that is yet to become an active part of this growth. The e-
Commerce and Internet sector is tipped to be the drivers of India’s
economy in times to come – sooner rather than later.
1656
considers the digital economy as a major growth enabler. When Prime
Minister Narendra Modi strategically listed Digital India among the top
priorities for the new central government, he delivered a colossal nod to
the digital economy’s opportunities. The Department of Electronics &
Information Technology of India published Internet of Things (IoT), which
is defined as the interplay of software, telecom and electronic hardware
industry, policy estimating IoT industry in India grow up to INR 940
billion by 2020507. Cisco estimates that all Internet of Everything (IoE)
pillars – Internet of things, Internet of people, Internet of data, and the
Internet of Process – for India have a value at stake of INR 31.880 trillion
(about half a trillion U.S. dollars) for the next ten years. From that INR
7.263 trillion is in the public sector and INR 24.616 trillion is in the private
sector during the next decade508.
1657
due to its growing importance and exponential growth, the sector has been
seeing protracted litigation relating to tax-related issues.
3.1. Royalty
India has entered into a number of treaties wherein payment for use of
equipment has been classified as royalty, which is taxable on a gross basis.
An important point to note is that the Indian domestic laws were amended
in 2012 to include payments for “transmission by cable, optic fiber or
similar processes” within the purview of royalty.
1658
This amendment has caused a controversy in the Indian domestic laws,
with the argument that is the payment being made for transmission by
cable, optic fibre etc. (which is the underlying infrastructure for e-
commerce) or is the payment being made for the service/good from the
digital platform without concerning the underlying infrastructure.
The Indian Courts were dealing with several cases, mostly at the
Income Tax Apellate Tribunal (ITAT) level, which were expected to be
appealed at the High Courts and Supreme Courts. A classic example is the
case of ITO vs. Right Florists Pvt. Ltd. for tax assessment year 2005-06509,
wherein the ITAT held that payments made by Indian residents to Google
and Yahoo for advertisement services rendered through their search
engines were not taxable in India since such payments were not in the
nature of FTS in the absence of human intervention. Hence, a website was
1659
not a “tangible property” and therefore, it could not be regarded as a PE of
a foreign company unless the servers are located in India.
The Assessee and its Holding Company in the USA were engaged in
providing services of internet advertisement and marketing. During the
year under consideration, the Assessee made payments to the US
Company for purchase of online advertisement space, which he claimed
did not require withholding tax on account of absence of PE. Thus, the
issue for consideration before the ITAT was whether purchase of
advertisement space on foreign websites constitutes PE under the Tax
Treaty. Hence, it was held that although purchase of advertisement space
on foreign websites forms part of the business income of US Company,
however, in absence of PE such profits are not taxed in India.
511
•Yahoo India Pvt. Ltd. vs. Deputy Commissioner of Income Tax :
1660
The Assessee was engaged in providing consumer services such as
search engine, content and information on a wide range of topics, email,
chat etc. The Department of Tourism of India intended to display a banner
advertisement on a portal owned by Yahoo Holdings (Hong Kong) Ltd. for
which it hired the assessee to approach Yahoo Hong Kong to provide
uploading and display services for hosting banner advertisement to Yahoo
Hong Kong portal. The Indian Tax authorities were of the opinion that the
payment made to the assessee was in the nature of royalty. However, it
was held that since uploading and displaying the advertisement was the
responsibility of Yahoo Hong Kong, the said payment was not in nature of
royalty taxable in India.
512
•Pinstorm Technologies Pvt. Ltd. vs. ITO :
In one of the recent decisions by the tribunal in the case of Google India
Pvt. Ltd.513 wherein the Assessee – Google India – was a wholly owned
subsidiary of Google LLC and appointed as a non-exclusive authorized
distributor of Adword program514 to advertisers in India by Google Ireland.
The controversy surrounding this case was regarding the classification of
1661
the “payouts” that Google India made to Google Ireland. In case such
payouts are classified as being made for availing services, it would be
characterised as in the nature of business income and in case Google
Ireland does not have PE in India, there would be no tax liability.
However, in case the payouts are characterised as “right to use an
intellectual property” (i.e., the Adword program), the same would be
subject to tax as royalty and therefore, withheld at the appropriate rates.
The argument put forth by Google India was that since independent
advertisers get the advertisement uploaded onto Adword through Google
India’s website, the advertisements are displayed in the manner determined
by the programs run by Google servers outside India. However, the
tribunal rejected such an argument and concluded that the payment made
by Google India is royalty and not business profit and, therefore,
chargeable to tax in India.
4. INDIA’S APPROACH
Following the Base Erosion and Profit Shifting (BEPS) Action Plan, the
Indian tax authorities have been vocal in expressing its commitment to tax
the digital economy, in spite of the “wait-and-watch” approach suggested
in the action plan. The genesis of this approach is not new, considering the
difference in ideology of source-based UN models – such as the one
followed by India – and residence-based OECD models. This apart, the
ever-growing digital economy and innovating valuation means adopted by
private equity players – for instance, based on the number of active users
in India – have surely added to India’s desire to demand a fair share of
revenue on source principles.
1662
In order to address the challenges in terms of taxation of such digital
transactions, the Central Board of Direct Taxes (CBDT) constituted a
committee (the Committee) to study and issue a report on taxation in e-
commerce. The Committee comprised of senior officials from the Finance
Ministry and the Income Tax Department, industry representatives,
Institute of Chartered Accountants of India (ICAI) representatives and
independent professionals. They examined the tax issues for new business
models in the digital economy, as well as took cognizance of detailed
discussion by the OECD in the Digital Economy action plan. It stated that
the main objective behind recommendation for introduction of the
equalization levy is to neutralize “unfair tax advantage” enjoyed by
certain foreign enterprises on account of absence of tax liability in India.
1663
vi) online collection or processing of data related to online users in India;
vii) any facility or service for online sale of goods or services or collecting
online payments;
viii) development or maintenance of participative online networks;
ix) use or right to use or download online music, online movies, online games,
online books or online software, without a right to make and distribute any copies
thereof;
x) online news, online search, online maps or global positioning system
applications;
xi) online software applications accessed or downloaded through internet or
telecommunication networks;
xii) online software computing facility of any kind for any purpose;
xiii) reimbursement of expenses of a nature that are included in any of the
above.
194. It may be clearly explained in the provision that for the purposes of the
above, “online” means a facility or service or right or benefit or access that is
obtained through the internet or any other form of digital or telecommunication
network including radio & television, whether analog or digital.
195. It may also be clearly explained that Equalization Levy would be payable if
the sum received is a consideration for any of the above, irrespective of how it may
be described in the books of the beneficial owner or the payer.
196. Equalization Levy should not be charged unless the consideration received
for specified services in a year from a person in India is more than one lakh
rupees.
197. Equalization Levy should also not be charged on payments received by a
permanent establishment of a nonresident in India, which are attributable to that
permanent establishment and taxable under Income-tax Act, 1961. A written
declaration by the beneficial owner in a prescribed form including Indian PAN and
a Tax Identity Number in country of residence for this purpose should be sufficient.
198. Every person that has received any sum chargeable to Equalization Levy,
would be required to pay the Equalization Levy chargeable on that sum to the
central government. The Equalization Levy payable by that person will be the
Equalization Levy payable on the sum chargeable to Equalization Levy as reduced
by the Equalization Levy deducted by the payers from such sum at the time of
payment or credit of such sum.
199. Every person that has received any sum chargeable to Equalization Levy,
would be required to file a return of Sum chargeable to Equalization Levy as
prescribed, if such total sum received by that person in a year exceeds ten crore
rupees. Necessary facility for filing of such return online in a simple form should be
made available. The details sought in the form should include the name and address
of the payer, amount and date of payment of each payment of sum that is received
by that person and the amount of Equalization Levy deducted by the payer on it.
200. The payer should be liable to deduct the Equalization Levy, if the payment
is incurred for the purpose of a business in India and likely to be claimed as an
expenditure (including capitalized expenses). This obligation should be similar to
1664
the obligation that exists in respect of Tax deducted at source under Income-tax Act,
1961.
201. The payer should also be required to get a certificate from an Auditor,
within 60 days after the end of the year, that Equalization Levy has been deducted
from all sums chargeable to it, and paid to the Central Government within 30 days
of such deduction. The payer should also be required to file an annual return of
deduction of Equalization Levy, in a simple form including the name and address of
the payer, amount and date of payment of each such payment, the amount of
Equalization Levy deducted on it and the details of payment of such deducted
amount to the Government.
B. Corresponding Changes in the Income-tax Act, 1961
202. Any income arising from a transaction on which Equalization Levy has
been paid should be exempted from income-tax, by necessary amendment in
Section 10 of the Income-tax Act, 1961.
203. The allowability of the payment as an expense for determining the taxable
profits under the Income-tax Act, 1961 may be linked with the payment of
Equalization Levy, similar to the allowability under Section 40 of that Act,
including the allowance of such deduction in the year in which it is paid.
204. Payments subjected to Equalization Levy may also be notified under
Section 195 (7) of the Income-tax Act, 1961, along with an exemption provided in
the notification itself to those cases where Equalization Levy is paid, so as to
strengthen the deterrent against noncompliance.
C. Other Recommendations
205. The definition of “business connection” in section 9 of the Income-tax Act,
1961 may be expanded to include the concept of significant economic presence.
206. Work on exploring the possibility of deduction of Equalization Levy by the
payment gateways should be initiated immediately, and should include a review of
rules and regulations as well as the systematic requirements for implementation of
such a mechanism, which may substitute or complement the deduction of
Equalization Levy by the payer.
207. The implementation and impact of Equalization Levy may be monitored on
a regular basis, particularly as the digital services that can be provided and availed
without physical presence, continue to evolve and expand in India. A Standing
Committee may be constituted for this purpose.
1665
in India, or from a nonresident having PE in India. The levy would be
under a separate self-contained code and is not a part of the income tax
law.
The said Chapter has also provided the definition of “Online”, which
means a facility or service or right or benefit, or access that is obtained
through the Internet or any other form of digital telecommunication
network.
1666
equalization levy shall apply only in case of a business-to-business (B2B)
transaction.
There have been several concerns raised about the equalization levy. It
has been classified into different parts for ease of understanding:
1667
economy, i.e., place of business, location and permanency, must be
reconciled with the new digital reality.
However, under section 90 the taxpayer has the liberty of applying the
provisions of IITA or applicable DTAA, whichever is more beneficial for
determination of his tax liability in India. Hence, if the taxpayer is a
resident of another country under DTAA, he can avail benefit of DTAA in
India, provided the taxpayer furnishes Tax Residency Certificate (TRC) of
the resident country along with certain details in the prescribed format
(Form 10F). However, since equalization levy does not fall under the
purview of IITA, the above-mentioned exemption cannot be availed.
Hence, it had been proposed to provide exemption under section 10 of the
IITA for any income arising from providing specified services on which
equalization levy is chargeable in order to avoid double taxation.
Section 166(1) of the Finance Act, 2016 stipulates that: “Every person,
being a resident and carrying on business or profession or a non-resident
having a permanent establishment in India… shall deduct the equalization
levy from the amount paid or payable to a non-resident in respect of the
specified service…”.
1668
about equalization levy being a direct or indirect tax, in an interview with a
leading business magazine518:
Although people are viewing it as indirect tax, this is a direct tax. Our intention
is that the person, who is giving advertisements to a foreign portal, is supposed to
deduct 6 per cent out of the income that the other person is earning, and give it to
the government. So, it is really income tax, but it’s a different matter that the
Internet company may gross the charges up by 6 per cent and the burden may come
upon the Indian company. But to that extent, the Internet company’s
competitiveness may come down.
The Committee in its report has taken the view that as the Equalization
Levy is imposed on the gross amount of transaction, and not on the income
arising from such transaction, it is applicable irrespective of whether any
income arising from the transaction is taxable in India or not. As the
Equalization Levy is not imposed on income, it does not fall within the
scope of “income-tax” or “tax on income” or “any identical or
substantially similar taxes”, which typically define the scope of taxes
covered within the tax treaties.
1669
The Committee report states a possible ground of criticism of
equalization levy could be that since there will be no foreign tax credit
available to the taxpayer in lieu of equalization levy, it would amount to
double taxation of their income. If it is to be imposed, it should be under
the tax treaties so that there is no double taxation.
It is most likely that since no tax credit will be available for the levy,
the entire tax burden will be passed on to the Indian consumers since
Indian companies will have to gross up the fee so that the non-resident
enterprises can receive the original fee. This has created problems for start-
ups and small businesses in the form of stunted growth along with
affecting their customer acquisition.
The Committee in paragraph 110 of its report states that the BEPS
Report conceptualizes Equalization Levy as a tax that is different from the
Corporate Income Tax, and thus may not necessarily be subjected to the
limitations of the tax treaties. The Report does not prescribe any particular
1670
design that must be adhered to, but suggests that it could be a tax on the
gross payment arising from digital economy. Such a tax on the gross
amount of payment would thus be very similar to the second option of
withholding tax, except that it, not being a tax on income, would not be
covered by the obligations of the tax treaties, and hence can be levied
under domestic laws, even without changes in the tax treaties.
However, the Committee has overlooked the important fact the Indian
version of the equalization levy is substantially dissimilar to the
equalization levy recommended in the BEPS Report on Action 1. The
OECD/BEPS version provides for equalization levy to be imposed on the
gross value of the goods or services provided to in-country customers and
users, paid by in-country customers and users, and collected by the foreign
enterprise via a simplified registration regime, or collected by a local
intermediary519.
6.5. Even though Equalization Levy is not incorporated in the IITA, can
treaty provisions apply?
1671
It can be argued that since the nature of our equalization levy is similar
to withholding tax on gross income, tax treaties should apply irrespective
of the fact that equalization levy is not incorporated in the IITA. This is on
account of Article 2 (Taxes covered) of the DTAA’s.
Further, it can also be stated that equalization levy is a direct tax on the
income of a non-resident enterprise not having PE in India. Hence, it is a
tax on the income which would otherwise not be taxable under Article 7
(Business Profits) of a particular tax treaty.
6.6. How consistent is Equalization Levy with the present bilateral tax treaties
entered into by India?
1672
tax treaties in a furtive or indirect way, through amendments made in the
domestic laws.
7. CONCLUSION
Professor Richard Bird and Professor Scott Wilkie argued that “the old
rules of the international tax game... decreasingly serve to carve up the
international tax base in a reasonable and sustainable way”. It is widely
believed that electronic commerce does not create new problems in
international taxation; it is exposing all the old problems more quickly at a
global level.
1673
jurisdictions in a world that is not based on geography? This throws the
application of tax laws into disarray.
1674
Taxation of the Digital Economy: Japan
Perspective
520
Asatsuma Akiyuki
Source country’s business income taxation has three hurdles: (1) source
rule, (2) PE concept as threshold, and (3) scope of taxable income. Japan
2014 amendment changed the third hurdle: scope of taxable income.
Under German style “attributed income principle”, (1) (2) and (3) are
closely related because business income in question is determined as
domestic source income when a foreign enterprise is recognized as having
a PE and business income in question is attributable to the PE522. OECD
Model Tax Convention does not expressly contemplate the business
income source rule, but AOA implicitly presupposes that only business
income attributable to a PE can be taxed in a country where the PE is
located.
1675
Before the 2014 amendment523, under the “entire income principle”, (1)
source rules of business income were provided in item-by-item basis524 and
were not closely related with the PE concept. Concerning (3) scope of
taxable income, Japanese taxable income was not limited to business
income attributable to a PE, but the entire domestic source income
including investment income, if Japan and a country in which the owner of
the PE was a resident did not conclude a tax convention.
1676
1.2. To be a PE or not to be a PE
Are such computer servers PEs? If a tax law student reads OECD
Commentary without prejudgment, he/she might say that buying or selling
determinations and orders done by computer servers for Co-Location
services do not fall within “preparatory or auxiliary” character and might
conclude that the servers constitute PEs.
1677
Tokyo Stock Exchange asked National Tax Agency (NTA)528 (Japanese
tax authority) concerning whether computer servers for Co-Location
service for foreign investors constitute PEs. NTA answered that those
servers do not constitute PEs529 in ordinary situations. It is because foreign
investors have no right to dispose of those servers530. So-called “at its
disposal” requirement531 is relevant, although I wonder whether such
reason is persuasive to a tax law student or not, and the conclusion of non-
recognition of PEs might be lead from policy consideration not to
intervene on inbound investments.
1.2.2. Amazon
1678
secondary materials533.
In this case, a taxpayer, named Mr. X, had been a resident in Japan and
had operated an individual enterprise named “Car Points”, reselling
imported car parts through Internet auction sites538 since 2002. The head
office of his business was a room in an apartment in Japan. On 12 April
2004, Mr. X married a US national woman. On 23 October 2004, Mr. X
exited from Japan to US and became a US resident. Mr. X continued his
1679
reselling business, which was located in the aforementioned apartment and
hired two staffs539. Mr. X also rented a warehouse since 1st December
2006.
The main issues under discussions were the following: (1) the activities
through the apartment and the warehouse in question were limited within
“storage” and “delivery” in the meaning of Japan-US Tax Convention,
Article 5(4)(a); and (2) whether “storage” and “delivery” are examples of
“preparatory or auxiliary” character.
Courts judged that, concerning the first issue, the activities through the
apartment and the warehouse in question were not limited within “storage”
and “delivery”, and did not fell within “preparatory or auxiliary” character.
If fact findings concerning the first issue544 are enough to decide that Mr. X
had a PE in Japan and the reason for the first issue is ratio decidendi, then
the courts’ statement concerning the second issue is obiter dictum.
However, the second issue is interesting as seen below.
1680
facilities in question are limited within “delivery”, regardless of whether
the “storage” and “delivery” activities through the facilities in question fall
within “preparatory or auxiliary” character or not547.
The NTA argues that “storage” and “delivery” activities through the
facilities in question do not constitute PEs only when the entire activities
in question fall within “preparatory or auxiliary” character. According to
the NTA’s argument, “storage” and “delivery” are only examples of
“preparatory or auxiliary” character.
Japanese personal Income Tax Act and Corporate Tax Act do not have
the so-called GAAR (general anti-avoidance/abuse rule), like AO
(Abgabenordnung) (German General Tax Act), § 42 “Missbrauch von
rechtlichen Gestaltungsmöglichkeiten (abuse of capability of legal form
election). However, Japanese Income Tax Act, Article 157 and Corporate
1681
Income Tax Act, Article 132 provide quasi general anti-avoidance rule, in
which actions or figures of family owned corporations can be disregarded
by a chief of a tax office when the actions or figures “futôni (unjustly)”
lead to reduction of tax amounts. There have been many case laws
concerning this quasi GAAR for family owned corporations. Roughly
speaking, transactions departed from arm’s length principle tend to be
recognized as satisfying the “unjustly” requirement551.
In the 2014 amendment, Income Tax Act, Article 168-2 and Corporate
Tax Act, Article 147-2 introduced quasi GAAR in order to disregard
actions or figures of PEs, and these Articles also contain the “unjustly”
requirement. However, there is no definite opinion concerning what types
of dealings of PEs will be disregarded. It is because profits attributed to
PEs shall be calculated in line with arm’s length principle under domestic
law after 2014 amendment and under tax conventions concluded by Japan;
therefore, comparable normal situation can hardly be imagined, although
we need to compare a certain situation and normal situation in order to
recognize that the certain situation “unjustly”552 leads to reduction of tax
amounts. Can digital economy or electronic commerce “unjustly” lead to
reduction of profits attributable to PEs? It is mystery.
1.4. Virtual PE
1682
I think that the most important hurdle for source country’s taxing right
on digital economy or electronic commerce is not the definition of PE
itself, but the arm’s length principle in OECD Model Tax Convention,
Article 7(2)554. If we introduce a virtual PE concept in a tax convention and
we make a tax policy decision that more taxing rights concerning digital
economy or electronic commerce should be allocated to source countries,
we also need to change the profit attribution rule for the virtual PEs, and
the attribution rule would be departed from the arm’s length principle. If
we make PE profits attribution rules which are and are not in line with
arm’s length principle, we will be confused for utilizing the two lines of
PE profits attribution rules.
1683
added tax in Japan if the price of the imported good is over JPY 10,000558
(about US$100).
For example, a Japanese resident novel writer, named Mr. J, has written
an English novel. Mr. J transferred or leased the copyright of the novel to a
publishing corporation, named P-co., who is a resident of F country. As a
matter of intellectual property law, legal protections for copyright of the
1684
novel in Japan and in F country are conceptually different. However, the
place of the copyright of the novel is deemed to be in Japan. In this case,
the place of goods has little meaning because this transaction between Mr.
J and P-co. fall within the tax-exempt export transaction provided by
Consumption Tax Act, Article 7.
2.1.3. Place of supply of services: Tokyo District Court (13 October 2010)
1685
sponsorship money from other Japanese corporations. The National Tax
Authority (NTA) argued that J-co.’s “supply of services [were] done in
and out of Japan”565 and J-co.’s office was located in Japan; therefore J-
co.’s supply of services was subject to Japanese value added tax. J-co.
argued that 14 or 15 car races per one year were held in US and only one
car race was held in Japan and that place of supply of services of J-co. was
located in US. The Court566 judged in favor of the NTA.
J-co. did not appeal the court judgment. In sponsorship contracts, the
Japanese sponsoring corporations had made J-co. to supply services in
Japan in order to claim input value added tax credits.
The courts567 judged that tour arrangements services from J-co. to K-co.
do not fall within the exempt export transactions under Order for
Enforcement of the Consumption Tax Act, Article 17(2)(7).
1686
After the 2015 amendment, which is effective since 1 July 2016,
Japanese value added tax introduces destination principle for services
using electric communication (denki tsûshin). As already contemplated in
the EU-VAT system, a reverse charge system is applied for the so-called
B2B transactions and a registration system is applied for so-called B2C
transactions.
1687
office of a person who receives the supply of services using electric
communication”.
For example, suppose that the Japanese value added tax rate is 8%572
and the price without tax of “supply of services using electric
communication” (for example, supply of e-book) is 200 in the first stage
and the price without tax of “transfer of goods, etc.” (for example, supply
of accountant services) done by Japanese enterprise in the second stage is
500. The Japanese enterprise receiver of “supply of services using electric
communication” pays 200 to the foreign supplier and must also pay
Japanese value added tax of 16 (= 200 × 8%). In the next stage, the
1688
Japanese enterprise receiver must pay Japanese value added tax of 24,
which is calculated as 500 × 8% – 16 = 40 – 16.
If, in the second stage, the Japanese enterprise receiver does a non-
taxable transaction (for example, supply of education or medical services
because the receiver is a university or a hospital), then the receiver’s inputs
Japanese value added tax of 16 cannot be credited. Therefore, the tax
amount of 16 is a burden of the Japanese enterprise receiver.
1689
communication, a receiver of which is ordinarily limited to an
enterprise because of the nature of the supply of services using electric
communication or because of transactional conditions etc. of the supply of
services”575. Therefore, a question of whether a foreign supplier needs to
be registered in Japan or not is relied on whether a receiver of the services
in question is “ordinarily limited to an enterprise” or not.
1690
the reverse charge system in section 2.2.1 nor the registration system in
section 2.2.2 are applied.
Before the 2017 amendment, bitcoins and other virtual currencies are
taxable goods, like gold, under Japanese value added tax. If you buy a
book and transfer your gold as payment to the book owner, then the
transfer of the book and the transfer of the gold are both subject to value
added tax if both you and the book seller are enterprises. Bitcoins and
other virtual currencies had also been treated as gold.
Since 1 July 2017, bitcoins and other virtual currencies are categorized
as non-taxable goods as “means for payments”578. Consumption Tax Act,
Article 6 provides various types of non-taxable transactions, and Appendix
Table First, number 2, has qualified securities or other “means for
payments” as non-taxable goods. After the 2017 amendment, Order for
Enforcement of the Consumption Tax Act, Article 9(4) added virtual
currencies579 as means for payments.
1691
Challenges of the tax systems in the digital
economy era: Mexico perspective
580 581
Elias Adam Bitar e Victor Diaz Infante Martinez
Think about gambling without a casino, think about stock trading without an
exchange, think about real estate transactions without deeds, and think about
transactions without clearing houses – that is the world we are heading into. We
have just barely scratched the surface today.
Fred Wilson, from a talk at the Collaborative-Peer-Sharing Economy
Summit, New York University, May 30, 2014.
1. INTRODUCTION
1692
lives. This broader conception encompasses new themes such as the rapid
growth of social networks and free and rapid access to social media and
other user-created content. Measuring the digital economy and
understanding the various dimensions of its impact often means improving
measurement of the “traditional” economy583.
1693
many agents (people, businesses, devices, processes etc.) transforming
several business models, commercial transactions and professional
interactions that are enabled by information and communications
technologies.
1694
With digital economy a new human dynamic is emerging: peer-to-peer
(P2P). As P2P gives rise to the emergence of a third mode of production, a
third mode of governance, and a third mode of property, it is poised to
overhaul our political economy in unprecedented ways. P2P is based on
distributed power and distributed access to resources: sharing economies
build value, ignoring money.
1.2.2. Fintech
1695
A lot of the attention paid to the Bitcoin platform or technology has
focused on its success in creating currency without a government backer,
about how bitcoin value measured in traditional money fluctuates a lot
over time, and perhaps also about the use of bitcoin for commerce that
many governments consider illegal.
1.2.3. Crowdfunding
1696
Crowdfunding is another modality of this new generation of P2P
systems that allows raising finance by asking a large number of people
each for a small amount of money (donation-based, rewards-based, and
equity crowdfunding). Traditionally, financing a business, project or
venture involved asking a few people for large sums of money.
The greatest commercial benefit of the cloud is that the services that use
it can hone economies of scale by cutting out hardware costs and reducing
their costs per unit as demand increases.
1697
Cloud computing is the latest of the many waves of innovation that
have transformed the IT industry. The technology is expected to shake up
existing business models and reduce the need for on-site information
technology (IT) staff in companies and Cloud technology is quickly
becoming a core part of addressing the needs of a growing business.
2.1. Technical analysis of source rules contained in the domestic law and their
inability to tax the earnings proceeding from the market to the hands of
the offshore offerors
1698
may only be taxed over the income obtained from a source of wealth
located within Mexico.
In this regard, Article 153 of the MITL588 establishes that the income
obtained by non-residents may be taxable in Mexico when said income
arises from sources of wealth located in Mexican territory.
In that order of ideas, Title V of the MITL set forth different types of
income which are considered as Mexican source and, therefore, taxable in
Mexico. The types of income comprised in Title V of the MITL include,
among others, income derived from salaries, personal independent
services, leasing immovable property, leasing of movable property, sale of
fixed assets, sale of shares, dividends and other profit distributions,
interests, financial leasing, royalties and technical assistance, construction
and installation services, prizes, artistic and sport activities, and business
activities.
1699
income is expressly considered as taxable, and (ii) the hypotheses for
having a Mexican source of wealth are fulfilled.
1700
According to the MITL, the service is presumed to be completely
rendered in Mexico when a part of this is proven to be rendered in
Mexican territory, unless the taxpayer demonstrates the portion of the
service it rendered abroad, in which case, the tax shall be calculated only
over the portion of the consideration that corresponds to the portion of the
service rendered in Mexico.
2.2. Technical analysis of the general structure of double taxation treaties and
the classification of income
1701
nonresident but with PE in Mexico, who keeps available to the Mexican
authorities the support documentation that proves that the offshore entity
has fulfilled with its tax obligations in Mexico; and to comply with the
conditions of the respective treaty.
Once confirmed that the non-resident entity is eligible for the benefits
of the Double Tax Treaty (DTT) with Mexico, as long as the requirements
set forth in the law and Treaty are fulfilled, it is necessary to determine
which article of the Treaty applies to the income obtained by the offshore
offeror for the rendering of its services in Mexico.
1702
Regarding the services provided by the offshore offeror in Mexico,
those may be characterized as business profits, being taxable at the state of
residence of the digital service provider provided that the entity does not
comply with the needed requirements to constitute a PE within the
country.
1703
maintenance of a stock of goods or merchandise belonging to the
enterprise solely for the purpose of processing by another enterprise; the
maintenance of a fixed place of business solely for the purpose of
purchasing goods or merchandise or of collecting information.
•Virtual or Tech/Digital PE
One of the potential options included in the OECD Discussion Draft for
alternative PE thresholds is the extension of the current forms of PE to a
virtual place of business, a virtual agency PE or an on-site business
presence PE.
1704
include the facts that online sale of digital goods or digital services is the
core part of the business of the enterprise, requiring no physical stores,
agencies or assets (except servers and IT tools). Another factor is that the
legal or tax residence and the physical location of the vendor are
disregarded by the customer and do not influence its choices.
1705
remains applicable. This rule is aimed to avoid fragmentation of cohesive
operating business into several smaller operations in order to consider
those as preparatory or auxiliary activities. If this is the case, the anti-
fragmentation rule would apply so that the different activities, when
analyzed on a broad and combined basis, exceed what is considered as
preparatory or auxiliary.
i) a master file (if reported accruable income is greater than MXN $664
million);
ii) a local file; and
iii) a CbC report (Mexican multinational controlling entities with consolidated
income greater than MXN $ 12,000 million).
•Development, enhancement, maintenance, protection and exploitation
(DEMPE) of Intellectual Property (IP)
1706
Several multinational groups have shown their prevalence to centralize
the global or regional ownership of intangibles due to commercial, legal
and tax reasons. Even when these structures are most common in the
technology, software and pharmaceutical sector, it can also take place
within other industries.
1707
The report establishes that:
Developing countries have the most to gain from the introduction of policies
aiming to address the digital economy. For one, unilateral actions driven by the
digital economy have greater emphasis on withholding-based structures, be they
based on VAT, goods and services tax, income or profit, allowing countries to
increase their revenue collection abilities through the mere “ownership” of a
consumer market or a digital infrastructure. That is particularly interesting for
countries with large consumer markets or countries facing a lag in development,
because it attributes to the source country the right to tax without the need for
physical presence.
A further argument is that this new way of doing business might lead countries
to want to reinterpret or add on to the existing concept of permanent establishment
(perhaps through the creation of a “digital permanent establishment”, following the
example of article 12A, referring to fees for technical services, in the new version of
the United Nations Model Double Taxation Convention between Developed and
Developing Countries).
1708
trigger VAT when importing services or goods within the Mexican
Territory.
For purposes of article 24, paragraph V of the Law, the utilization in the
Mexican territory of services rendered in Mexico by nonresidents, includes services
rendered from abroad as well as services rendered within the country.
•Credit mechanism
Taxpayers who import services for which the VAT is triggered may
credit such tax in accordance with the rules set forth in the VATL, in the
1709
monthly tax return to which the importation corresponds.
Derived from the above, importers may credit the payable tax for
taxable activities against the VAT triggered for the importation of services.
The above may not entail cash flow since the credit may be virtually done
in the monthly tax return to which the import corresponds. The above will
require reporting to the Mexican tax authorities the importation of services
and filing the corresponding tax return in which the importation will be
reported and the VAT credit done as well as to fulfill the requirements for
the VAT to be creditable.
For the 0% rate to apply to the exported service, the service must meet
the following conditions: (i) be rendered by a Mexican resident for tax
purposes; (ii) qualify as personal independent service; and, (iii) be wholly
utilized abroad by a nonresident without a permanent establishment in
Mexico.
1710
payee or through a wire transfer to the service provider’s account in a
baking institution or brokerage house, and the payment arises from an
account in a foreign financial institution600.
1711
authorities have different approaches to this depending on the
characteristics of the taxes and some other considerations.
1712
1 Diretor do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT). Professor do IBDT. Doutor em
Direito Tributário pela Universidade de São Paulo (USP). Advogado em São Paulo.
2 Mestranda em Direito Tributário pela Universidade de São Paulo (USP). Graduada em
Ciências Jurídicas e Sociais pela PUC/SP. Especialista em Direito Tributário pela GVLaw.
LLM em Direito Societário pelo Insper/IBMEC. Professora nos Cursos de Especialização
e Atualização do Instituto Brasileiro de Direito Tributário – IBDT. Advogada em São
Paulo.
3 Por esse motivo, Sergio André Rocha afirmou que a Convenção Modelo da OCDE e
também a Convenção Modelo da ONU (Organização das Nações Unidas) são marcadas
por um “imperialismo fiscal”, na medida em que restringem a competência tributária dos
Estados de fonte, em proveito dos Estados de residência – geralmente desenvolvidos e
exportadores de capital (ROCHA, Sérgio André. The Other Side of BEPS: “Imperial
Taxation” and “International Tax Imperialism”. In: Tax Sovereignty in the BEPS Era.
ROCHA, Sergio André; CHRISTIANS, Allison (Editors). The Netherlands: Kluwer Law
International BV, Series on International Taxation, v. 60, 2017, p. 179-200). A
prevalência dos interesses dos países desenvolvidos na alocação de competência tributária
também foi denunciada por Yariv Brauner, para quem a OCDE, inclusive no projeto
BEPS (Base Erosion and Profit Shifting Project), privilegiou – e continua a privilegiar – o
Estado da residência, em prejuízo do Estado da fonte (BRAUNER, Yariv. What the
BEPS? In: Florida Tax Review, v. 16, n. 2, 2014, p. 63).
4 Sobre os debates teóricos e teorias que sustentam a tributação pelo Estado da fonte, vide:
SCHOUERI, Luís Eduardo. Princípios no Direito Tributário Internacional:
Territorialidade, Fonte e Universalidade. In: FERRAZ, Roberto (Coord.). Princípios e
Limites da Tributação. São Paulo: Quartier Latin, 2005; e KEMMEREN, Eric C. C. M.
Source of Income in Globalizing Economies: Overview of the Issues and a Plea for an
Origin-Based Approach. In: Bulletin for International Taxation. Amsterdam: IBFD, 2006,
p. 430-452.
5 Cf. ROTHMANN, Gerd Willi. Tributação internacional sem sujeito passivo: uma nova
modalidade do imposto de renda sobre ganho de capital. São Paulo: Dialética, 2006, v. 10,
p. 111-112.
6 Cf. KEMMEREN, Eric C. C. M. Source of Income in Globalizing Economies: Overview of
the Issues and a Plea for an Origin-Based Approach. In: Bulletin for International
Taxation. Amsterdam: IBFD, 2006, p. 431.
7 Cf. KEMMEREN, op. cit., p. 451.
8 BRAUNER, Yariv; BAEZ, Andrés. Withholding Taxes in the Service of BEPS Action 1:
Address the Tax Challenges of the Digital Economy. Disponível em:
<https://www.ibfd.org/sites/ibfd.org/files/content/WithholdingTaxesintheServiceofBEPSAction1-
whitepaper.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
9 Cf. XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2015. p. 629.
10 Nas linhas que se seguem, faremos referência a estudo de um dos autores do presente
artigo, João Francisco Bianco, em que ele aborda o conceito de estabelecimento
permanente na Convenção Modelo da OCDE e seu tratamento perante a legislação
tributária brasileira. A íntegra deste estudo pode ser conferida em: BIANCO, João
1713
Francisco Bianco. O estabelecimento permanente na legislação do imposto de renda. In:
ROCHA, Valdir de Oliveira. Grandes questões atuais do Direito Tributário. São Paulo:
Dialética. 2005, v. 9, p. 298-313.
11 Cf. ROTHMANN, Gerd Willi. Tributação internacional sem sujeito passivo: uma nova
modalidade do imposto de renda sobre ganho de capital. São Paulo: Dialética, 2006. v. 10,
p. 109-110.
12 XAVIER, op. cit., p. 631-632.
13 OECD. Articles of the OECD Model Tax Convention on Income and Capital [as they read
on 22 July 2010]. Disponível em: <http://www.oecd.org/ctp/treaties/47213736.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
14 Não constituem estabelecimento permanente, por exemplo, as instalações ou os depósitos
utilizados apenas (i) na armazenagem, (ii) na exposição, (iii) na expedição, (iv) na
transformação de mercadorias, (v) para fins de publicidade, (vi) investigação científica ou
atividade análogas de caráter auxiliar ou preparatório (§ 4º do art. 5º).
15 As referidas exceções, como explicou Alberto Xavier, estão baseadas na teoria da
realização, pois as instalações ou os depósitos mencionados no § 4º não têm caráter
produtivo direto, já que a geração de lucros e rendimentos não lhes é imputada
diretamente (XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 8. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2015, p. 634).
16 A lista do § 4º do art. 5º, de atividades auxiliares ou preparatórias que não caracterizam a
existência do estabelecimento permanente material, aplica-se igualmente ao
estabelecimento permanente pessoal, conforme esclarece o § 5º. Isso quer dizer que um
agente dependente, que tenha poderes de representação somente para a contratação das
atividades auxiliares listadas – como a locação de um depósito ou o despacho de
mercadorias em estoque nesse depósito para clientes –, não configura um estabelecimento
permanente pessoal.
17 Sobre o tema, especialmente a respeito das controvérsias inerentes à aplicação do referido
dispositivo, confira-se: SCHOUERI, Luís Eduardo; GÜNTHER, Cristoph Oliver. The
subsidiary as a permanent establishment. In: Bulletin for International Taxation, v. 65, n.
2. Amsterdam: IBFD, 2011, p. 69-74.
18 Aqui, novamente é feita referência a estudo de um dos autores do presente artigo, João
Francisco Bianco, em que ele aborda o conceito de estabelecimento permanente na
Convenção Modelo da OCDE e seu tratamento perante a legislação tributária brasileira. A
íntegra desse estudo pode ser conferida em: BIANCO, João Francisco. O estabelecimento
permanente na legislação do imposto de renda. In: ROCHA, Valdir de Oliveira. Grandes
questões atuais do Direito Tributário. São Paulo: Dialética, 2005, v. 9, p. 298-313. Sobre
o assunto, vide também: ROCHA, Sergio André. Estabelecimento permanente pessoal “à
brasileira”: tributação de lucros auferidos através de comissários, mandatários e
representantes. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 213. São Paulo: Dialética, p.
153-162; CALIENDO, Paulo. Estabelecimento permanente em Direito Tributário
Internacional. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005; LOBO, Diana Piatti de
Barros. Breves anotações sobre o conceito de estabelecimento permanente no Direito
Tributário brasileiro. Revista de Direito Tributário Internacional, n. 9. São Paulo: Quartier
Latin, 2008, p. 51-77.
1714
19 Não é de se estranhar que seja assim, já que o art. 126, III, do CTN estabelece que a
capacidade tributária passiva independe, até mesmo, de estar a pessoa jurídica
regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
Logo, ainda que a filial, a sucursal, a agência ou a representação não estejam formalmente
registradas, elas terão capacidade tributária, podendo ser alçadas à condição de sujeito
passivo tributário, se configurarem uma unidade econômica ou profissional.
20 Art. 397 do RIR/99.
21 Art. 398 do RIR/99.
22 Registre-se que a totalidade dos tratados internacionais para evitar a dupla tributação,
assinados pelo Brasil, adota, no artigo que trata do estabelecimento permanente, uma
definição muito próxima daquela sugerida pela Convenção Modelo da OCDE.
23 Contudo, há incompatibilidade entre os tratados firmados pelo Brasil para evitar a dupla
tributação e a legislação brasileira. É o caso, por exemplo, do art. 539 do RIR, que exige o
arbitramento do lucro. Em função disso, como apontado em outro estudo, esse regime
excepcional de tributação por arbitramento não pode ser exigido nas hipóteses em que a
empresa estrangeira que realizar vendas diretas no Brasil, por meio de agente com plenos
poderes de representação, estiver sediada em país que tenha firmado tratado com o Brasil
(BIANCO, João Francisco. O estabelecimento permanente na legislação do imposto de
renda. In: ROCHA, Valdir de Oliveira. Grandes questões atuais do Direito Tributário.
São Paulo: Dialética, 2005, v. 9, p. 312). Outras incompatibilidades foram apontadas nos
seguintes estudos: ROCHA, Sergio André. Estabelecimento permanente pessoal “à
brasileira”: tributação de lucros auferidos através de comissários, mandatários e
representantes. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 213. São Paulo: Dialética, p.
153-162; LOBO, Diana Piatti de Barros. Breves anotações sobre o conceito de
estabelecimento permanente no Direito Tributário brasileiro. Revista de Direito Tributário
Internacional, n. 9. São Paulo: Quartier Latin, 2008, p. 51-77.
24 OECD (2014). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy. Paris: OECD
Publishing, 2014, p. 24. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264218789-en>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
25 Idem, ibidem.
26 Idem, ibidem.
27 OECD (2014). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy. Paris: OECD
Publishing, 2014, p. 129. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264218789-en>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
28 AVI-YONAH, Reuven S.; XU, Haiyan. Evaluating BEPS. In: Tax Sovereignty in the
BEPS Era. ROCHA, Sergio André; CHRISTIANS, Allison (Editors). The Netherlands:
Kluwer Law International BV, Series on International Taxation, v. 60, 2017, p. 97-124.
29 De acordo com o relatório final, as sugestões debatidas durante os trabalhos relacionados à
Ação n. 1 acabaram não recomendadas, dentre outras razões, porque algumas questões
suscitadas pela economia digital seriam resolvidas com a adoção de propostas debatidas
em outras ações do projeto BEPS, inclusive na Ação n. 7, que tratou das medidas
necessárias ao combate do abuso verificado em determinadas estruturas no sentido de
evitar a qualificação de um estabelecimento permanente (OECD/2015. Addressing the Tax
Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final Report. Paris: OECD
1715
Publishing, 2015, p. 148. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1787/9789264218789-en).
Contudo, conforme será referido adiante, tais medidas não foram suficientes para
equalizar os problemas da economia digital.
30 OECD (2014). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy. Paris: OECD
Publishing, 2014, p. 144. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264218789-en>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
31 Idem, ibidem.
32 Idem, p. 147. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264218789-en>. Acesso em:
15 dez. 2017.
33 OECD (2014) Addressing the Tax Challenges..., cit., p. 147..
34 Idem, ibidem.
35 É interessante notar que alguns países têm adotado medidas unilaterais, e não
coordenadas, para combater a erosão da base tributável e a realocação de lucros,
decorrentes da utilização de estruturas que evitam a caracterização de estabelecimento
permanente no Estado da fonte. Medidas dessa natureza foram adotadas, por exemplo,
pelo Reino Unido e pela Austrália. Sobre o tema, vide: BIANCO, João Francisco;
SANTOS, Ramon Tomazela. A Change of Paradigm in International Tax Law: Article 7
of Tax Treaties and the Need to Resolve the Source versus Residence Dichotomy. In:
Bulletin for International Taxation, 2016, v. 70, n. 3.
36 Nesse sentido: BLUM, Daniel W. Permanent Establishments and Action 1 on the Digital
Economy of the OECD Base Erosion and Profit Shifting Initiative – The Nexus Criterion
Redefined?. In: Bulletin for International Taxation, v. 69. Amsterdam: IBFD, 2015,
Journals IBFD, p. 323-324.
37 Cf. BRAUNER, Yariv. What the BEPS?, In: Florida Tax Review, v. 16, n. 2, 2014, p. 73.
38 ROCHA, Sergio André; SANTOS, Ramon Tomazela. A Convenção Multilateral da
OCDE e a Ação 15 do Projeto BEPS. Artigo inédito.
39 Nesse sentido, vide, por exemplo: AVI-YONAH, Reuven S.; BENSHALOM, Ilan.
Formulary Apportionment – Myths and Prospects. In: World Tax Journal, 2011, p. 371-
398.
40 Cf. BRAUNER, Yariv. What the BEPS?, In: Florida Tax Review, v. 16, n. 2, 2014, p. 74.
41 A dificuldade em se estabelecer, globalmente, a mesma base tributável e a mesma fórmula
de alocação da renda foi apontada no relatório geral do “International Fiscal Association”
(IFA), de 2017, como uma das razões para a não adoção do “formulary apportionment”
enquanto critério para controle de preços de transferência (ROCHA, Sergio André.
General Report. In: Cahiers the Droit Fiscal International. Seminar B: The future of
transfer pricing. V. 102. The Netherlands: IFA, 2017, p. 17-63).
42 AUERBACH, Alan et al. Destination-Based Cash Flow Taxation. Oxford: Working Paper
Series, n. 01, University of Oxford, 2017.
43 HONGLER, Peter; PISTONE, Pasquale. Blueprints for a new PE nexus to tax business
income in the era of the digital economy. Disponível em:
<https://www.ibfd.org/sites/ibfd.org/files/content/pdf/Redefining_the_PE_concept-
whitepaper.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
1716
44 Essa releitura do princípio da fonte foi consentida por diversos autores, como se vê, por
exemplo, em: BLUM, Daniel W. Permanent Establishments and Action 1 on the Digital
Economy of the OECD Base Erosion and Profit Shifting Initiative – The Nexus Criterion
Redefined?. In: Bulletin for International Taxation, v. 69. Amsterdam: IBFD, 2015,
Journals IBFD, p. 325; SANTOS, Ramon Tomazela; ROCHA, Sergio André. Tax
Sovereignty and Digital Economy in Post-BEPS Times. In: Tax Sovereignty in the BEPS
Era. ROCHA, Sergio André; CHRISTIANS, Allison (Editors). The Netherlands: Kluwer
Law International BV, Series on International Taxation, v. 60, 2017, p. 29-46;
SCHOUERI, Luís Eduardo; GALENDI JÚNIOR, Ricardo André. Justification and
Interpretation of the International Allocation of Taxing Rights: Can We Take One Thing
ate a Time?. Tax Sovereignty and Digital Economy in Post-BEPS Times. In: Tax
Sovereignty in the BEPS Era. ROCHA, Sergio André; CHRISTIANS, Allison (Editors).
The Netherlands: Kluwer Law International BV, Series on International Taxation, v. 60,
2017, p. 47-72.
45 BRAUNER, Yariv; BAEZ, Andrés. Withholding Taxes in the Service of BEPS Action 1:
Address the Tax Challenges of the Digital Economy. Disponível em:
<https://www.ibfd.org/sites/ibfd.org/files/content/WithholdingTaxesintheServiceofBEPSAction1-
whitepaper.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
46 Aliás, a inexistência de lei interna dispondo sobre um conceito de estabelecimento
permanente compatível com a economia digital é também uma fonte de preocupação da
OCDE, conforme manifestado na Ação n. 1 do BEPS: “(...) mesmo na ausência das
limitações impostas pelos tratados fiscais [presença física], parece que muitas jurisdições
não teriam em suas leis internas o nexo necessário à configuração do estabelecimento
permanente. Por exemplo, muitas jurisdições não tributam os rendimentos obtidos por
uma empresa não residente oriundos de vendas pela internet para clientes localizados nas
referidas jurisdições, a menos que a empresa tenha mantido algum grau de presença física
nessa jurisdição. Como resultado, a questão do nexo também se relaciona com as regras
domésticas para a tributação de empresas não residentes” (OECD. Addressing the Tax
Challenges of the Digital Economy. Paris: OECD Publishing, 2014, p. 129. Disponível
em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264218789-en>. Acesso em: 15 dez. 2017).
47 Alberto Xavier, por exemplo, entende que, mesmo havendo no tratado o chamado
“conceito estendido de royalty”, os serviços técnicos sem transferência de tecnologia não
devem ficar sujeitos à aplicação do artigo 12. De fato, para o autor, a qualificação da
remuneração por “assistência técnica ou serviços técnicos” como “royalty” somente
abrange os contratos que – seja qual for a sua denominação – tenham caráter
complementar ou instrumental de contratos de transferência de tecnologia, pois a
remuneração, nestes casos, é, por natureza, “royalty”, e não rendimento do trabalho
autônomo (tratando-se de serviços pessoais) ou preço constitutivo de lucro de empresa
(tratando-se de serviços não pessoais), como ocorre nas hipóteses em que não se dá a
transferência de tecnologia (XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil.
8. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 649). Neste sentido, citem-se, também, a título
exemplificativo, os acórdãos proferidos pela 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª
Região nos processos n. 2012.61.00.016356-1/SP e 2014.61.00.010028-6/SP, bem como
os acórdãos proferidos pelo Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial n.
1.161.467/RS (2ª Turma) e no Recurso Especial n. 1.272.897/PE (1ª Turma). O tema,
1717
contudo, é controvertido, como apontam, dentre outros: CASTRO, Leonardo Freitas de
Moraes e; MONTEIRO, Alexandre Luiz Moraes do Rêgo. Qualification of services under
double tax treaties in Brazil: Open issues after Iberdrola case. In: INTERTAX, v. 45, Issue
1. The Netherlands: Kluwer Law International BV, 2017, p. 54-66.
48 Cf. ARNOLD, Brian J. The Taxation of Income from Services under Tax Treaties:
Cleaning Up the Mess – Expanded Version. In: Bulletin for International Taxation, v. 65,
n. 2. Amsterdam: IBFD, 2011, p. 23.
49 PhD em Direito Tributário Internacional, Comércio Internacional e Direitos Humanos pela
Queen Mary University of London. LLM pela London School of Economics and Political
Science. Doutor em Direito Tributário pela Faculdade de Direito da UFMG. Diretor da
Associação Ibero-americana de Arbitragem Tributária (AIBAT). Conselheiro fundador do
Instituto de Estudos Fiscais (IEFi). Diretor da Associação Brasileira de Direito Financeiro
(ABDF). Professor do curso de Mestrado do Instituto Brasileiro de Direito Tributário
(IBDT). Consultor da United Nations Economic Commission for Africa (UNECA).
50 Mestre em Direito Tributário pela FGV/SP. MBA em Finanças pelo IBMEC/MG.
Especialização em Direito Tributário pela PUC/MG. Graduada em Direito pela UFMG.
Coordenadora da Comissão de Tributação da Associação Brasileira de Direito da
Tecnologia da Informação e das Comunicações – ABDTIC.
51 KLEINBARD, Edward D. Stateless Income. Florida Tax Review, v. 11, n. 9. Gainesville:
Universidade da Florida, 2011.
52 OCDE (2014), Plano de ação para o combate à erosão da base tributária e à
transferência de lucros, OECD Publishing. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264207790-pt>, p. 7. Acesso em: 15 dez. 2017.
53 OCDE (2013), Addressing Base Erosion and Profit Shifting, OECD Publishing.
Disponível em: <http://www.oecd.org/tax/addressing-base-erosion-and-profit-shifting-
9789264192744-en.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017. A OCDE lançou, em 2014, a
tradução desse documento em português, disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264207790-pt>. Acesso em: 15 dez. 2017.
54 De acordo com o relatório da OCDE, 2014, sobre o BEPS: “Especificamente, o objetivo
do Plano de ação seria dotar os países de instrumentos domésticos e internacionais para
uma melhor harmonização dos poderes de imposição tributária com as atividades
econômicas”. OCDE (2014), Plano de ação para o combate à erosão da base tributária e
à transferência de lucros. OCDE Publishing. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264207790-pt>, p. 11. Acesso em: 15 dez. 2017.
55 SCHOUERI, Luis Eduardo. O Projeto BEPS: Ainda uma Estratégia Militar. In: GOMES,
Marcus Lívio; SCHOEURI, Luis Eduardo (Orgs.). A Tributação Internacional na Era
Pós-BEPS: Soluções globais e peculiaridades de países em desenvolvimento, 1. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Iuris, 2016, v. I, p. 36.
56 BRAUNER, Yariv; BAEZ, Andres. Withholding taxes in the service of BEPS Action 1:
address the tax challenges of the digital economy, WU International Taxation Research
Paper Series N. 2015 – 14, 2015. Disponível em SSRN:
<http://ssrn.com/abstract=2591830>, p. 4-5. Acesso em: 15 dez. 2017.
57 HONGLER, Peter; PISTONE, Pasquale. Blueprints for a new PE nexus to tax business
income in the era of the digital economy, 2015. Disponivel em SSRN:
1718
<http://ssrn.com/abstract=2586196>, p. 22-23. Acesso em: 15 dez. 2017.
58 Como os casos Bella Hess (1967) e Quill Corp (1992) analisados sobre o ponto de vista da
evolução da tributação do comércio eletrônico entre estados. In: ROLIM, João Dácio,
Proportionality and Fair Taxation. The Netherlands: Kluwer Law International BV, 2014,
p. 34-35.
59 BRAUNER, Yariv; BAEZ, Andres, op. cit., p. 6-7.
60 OCDE, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1, OECD/G20
Base Erosion and Profit Shifting Project, OECD Publishing, Paris, 2015. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264241046-en>, p. 148. Acesso em: 15 dez. 2017.
61 Conforme Convenção de Berna – Universal Copyright Convention (UCC).
62 STF, RE 176.626/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10-11-1998, Primeira Turma, DJ
11-12-1998.
63 STF, Medida Cautelar na ADIN 1.945/MT, Rel. Min. Octavio Gallotti, j. 26-5-2010,
Pleno, DJ 14-3-2011.
64 RUPARELLA, Nayan. Cloud Computing. Cambridge, MA: The MIT Press, 2015, p. 4 e
17, tradução livre.
65 MILLARD, Christopher; HON, W. Kuan. Cloud Computing Law. New York: Oxford
University Press, 2013, p. 3-4.
66 MILLARD, Christopher; HON, W. Kuan. Cloud Computing Law. New York: Oxford
University Press, 2013, p. 4.
67 Como exemplo, vide termos de uso dos serviços de cloud da Amazon:
<https://aws.amazon.com/pt/agreement/> e do Dropbox:
<https://www.dropbox.com/privacy#terms>.
68 STF, RE: 651.703/PR, Rel. Min. Luiz Fux, j. 29-9-2016, Plenário, DJ 26-4-2017.
69 TS-5113-HC-2016 (DELHI)-O, (2016) 381 ITR 31 (DELHI), (2016) 132 DTR 57
(DELHI), (2016) 287 CTR 213 (DELHI), (2016) 238 TAXMAN 178 (DELHI) IN THE
HIGH COURT OF DELHI. S MURALIDHAR AND VIBHU BAKHRU, JJ. ITA NO
890/2015. PRINCIPAL COMMISSIONER OF INCOME TAX. VS M TECH INDIA P
LTD.
70 TRF 3ª Região AP 0008354-29.2013.4.03.6114/SP, Rel. Des. Federal Mônica Nobre, 7-6-
2017.
71 RESP 1.272.987/PE, DJ 9-12-2015.
72 GRECO, Marco A.; ROCHA, Sérgio André. Sistema Brasileiro. In: UCKMAR et al.
Manual de Direito Tributário Internacional. São Paulo: Dialética, 2012, p. 353-354.
73 FONSECA, Frederico; GARCIA, Ana Carolina. Não incidência de IRRF sobre Remessas
ao Exterior – Serviços Técnicos sem Transferência de Tecnologia – Análise da
Jurisprudência. São Paulo, Revista Dialética de Direito Tributário n. 172.
74 Vale lembrar que o Brasil possui Reciprocidade de Tratamento com os EUA, sendo que o
tributo federal pago em um dos países, incidente sobre as receitas e rendimentos, pode ser
compensado no outro país, dentro dos limites estipulados (Ato Declaratório SRF n.
28/2000).
75 XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro:
1719
Forense, 2007. p. 604-606.
76 Professor dos cursos de Especialização do Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa e do
IBDT – Instituto Brasileiro de Direito Tributário. Ex-integrante do CARF – Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais. Advogado em São Paulo.
77 Mestre em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo. Doutorando em Políticas Públicas, Estratégias e
Desenvolvimento pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Advogado em São Paulo.
78 Recurso Extraordinário 176.626-3, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 11-12-1998.
79 Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, de competência estadual.
80 Artigo 1º do ADI 7/2017. Adicionalmente, conforme parágrafo único do mesmo artigo 1º,
no caso de o beneficiário dos pagamentos ser residente ou domiciliado em país ou
dependência com tributação favorecida (conforme art. 24 da Lei n. 9.430, de 27 de
dezembro de 1996), aplica-se a alíquota de 25%.
81 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax Treatment
of Software. p. 4, § 13. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-
en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
82 GATES, Bill; MYHRVOLD, Nathan; RINEARSON, Peter. The road ahead. Estados
Unidos: Penguin Group, 1995, p. 22.
83 MOTA, Maurício. Questões de Direito Civil Contemporâneo. Rio de janeiro: Elsevier,
2008, p. 397-436.
84 A memória somente de leitura ou ROM (acrônimo em inglês de read-only memory) é um
tipo de memória que permite apenas a leitura, ou seja, as suas informações são gravadas
pelo fabricante uma única vez e após isso não podem ser alteradas ou apagadas, somente
acessadas pela máquina.
85 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax Treatment
of Software. p. 2, § 3. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-
en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
86 Idem, ibidem.
87 SAAVEDRA, Rui. A Proteção Jurídica do Software e a Internet. Lisboa: Ed. Don
Quixote, 1998, p. 106-107.
88 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax Treatment
of Software. p. 3, § 5. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-
en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
89 Convenção assinada em Estocolmo, em 14 de julho de 1967. Emenda de 28 de outubro de
1979.
90 Understanding Industrial Property. WIPO, Geneva, 2016, p. 4-6. Disponível em:
<http://www.wipo.int/edocs/pubdocs/en/wipo_pub_895_2016.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
91 Idem, p. 8.
92 “Por princípio da Compatibilidade, entende-se que os direitos reais devem ser compatíveis
entre si e não sejam auto excludentes. Assim, não é possível a existência de dois direitos
1720
de propriedade sobre a mesma coisa. Contudo, é possível a coexistência de direitos reais
sobre uma mesma coisa desde que possuam conteúdos diferentes (ex.: direito de
propriedade e direito de usufruto). Por princípio da Transmissibilidade, entende-se a
capacidade de transferência de um direito real entre as pessoas, seja por ato inter vivos ou
causa mortis”. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro. Direito das
Coisas. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, v. 5, p. 20.
93 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax Treatment
of Software. p. 4, § 13. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-
en>, in verbis: “11. Transfer of software can take a variety of commercial forms. (…). It
clearly contains elements of intellectual property, and the question this arises as to
whether in conveying software, the transferor is also conveying a license both to use and
to reproduce for sale the ideas contained in the software. Arm’s length commercial
contracts normally cover this point by spelling out the rights conveyed and the limitations
on such rights. Such limitations can have implications for income tax as well as for
customs duty and sales tax”. E continua “13. (...). The fundamental economic
characteristics of the arrangements may represent a transaction in goods, in services, in
intellectual property, or in a combination of all three”.
94 DORNELLES, Arnaldo Diefenthaeler. O imposto sobre Serviços e seu Alcance sobre os
Softwares. In: Revista de Estudos Tributários, Ano XVI, n. 99, set.-out. 2014, Porto
Alegre, Ed. Síntese, p. 44.
95 “Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador,
contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao programa de computador,
desenvolvido e elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo estatutário,
expressamente destinado à pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do
empregado, contratado de serviço ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da
própria natureza dos encargos concernentes a esses vínculos”.
96 Recurso Extraordinário 116.121-3, Plenário, Rel. Min. Octavio Gallotti, Rel. para o
acórdão Min. Marco Aurélio, publicado em 25-5-2001 (visão mais restritiva de “prestação
de serviços”). Recurso Extraordinário 547.245-SC, Plenário, Rel. Min. Eros Grau, j. 2-12-
2009 (visão mais ampla de “prestação de serviços”).
97 Conforme art. 17, § 1º, II, itens “a” e “b”, da Instrução Normativa n. 1.455/2014,
consideram-se: (i) serviço técnico a execução de serviço que dependa de conhecimentos
técnicos especializados ou que envolva assistência administrativa ou prestação de
consultoria, realizado por profissionais independentes ou com vínculo empregatício ou,
ainda, decorrente de estruturas automatizadas com claro conteúdo tecnológico; e (ii)
assistência técnica a assessoria permanente prestada pela cedente de processo ou fórmula
secreta à concessionária, mediante técnicos, desenhos, estudos, instruções enviadas ao País
e outros serviços semelhantes, os quais possibilitem a efetiva utilização do processo ou
fórmula cedido.
98 Como já informado, exceto pelo IRRF, não é parte do escopo do presente analisar a
incidência dos demais tributos sobre as transações internacionais com software, incluído a
CIDE. Para uma análise sobre a incidência da CIDE nos contratos envolvendo software,
veja SCHOUERI, Luís Eduardo e CEZAROTI, Guilherme. A Cide Royalties e as
Remessas por Licença de Distribuição e Comercialização de Programas de Computador.
Revista Dialética de Direito Tributário, n. 130, p. 41-55.
1721
99 Artigo 1º, inciso III, alínea “b” da Portaria MF n. 1, de 4 de janeiro de 2006. Pela cláusula
de nação mais favorecida presente no tratado entre Brasil e Espanha, a redução da alíquota
de IRRF a 10% prevista no tratado com Israel resultou em igual alíquota aplicável a
serviços técnicos pagos a residentes da Espanha (Ato Declaratório Interpretativo SRF n. 4,
de 17 de março de 2006).
100 AISBL Global Tax and Fiscal Group. Cross-border Taxation of Software Contracts.
Disponível em: <https://www.bkd.com/docs/solution-sheets/Cross-
BorderTaxationofSoftwareContracts.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
101 ATHENIENSE, Alexandre. Análise Jurisprudencial sobre Contratação de Softwares. In:
BLUM, Renato M. S. Ópice et al. (Coords.). Manual de Direito Eletrônico e Internet. São
Paulo: Lex, 2006, p. 456-457.
102 CERQUEIRA, Tarcísio Queiroz. Software: Direito autoral e contratos. Rio de Janeiro:
Forense, 1993, p. 72.
103 MAEDA, Denise Ferrari. A CIDE-Tecnologia nos Contratos de Licença de Uso de
Software e a Lei n. 11.452/2007. In: TÔRRES, Heleno Taveira (Coord.). Sistema
Tributário, Legalidade e Direito Comparado. Entre forma e substância: proteção dos
direitos fundamentais, responsabilidade tributária, procedimentos fiscais, tributação das
operações internacionais. Belo Horizonte: Forum, 2010, p. 321.
104 Solução de Divergência n. 18, de 2017 e, mais recentemente, ADI RFB n. 7, de 21 de
dezembro de 2017.
105 CERQUEIRA, Tarcísio Queiroz. Software: Direito autoral e contratos. Rio de Janeiro:
Forense, 1993, p. 72-75. No mesmo sentido: ALBUQUERQUE, Adriana Haack Velho de.
A Comercialização de Software no Brasil: Aspectos Relevantes. In: Manual de Direito
Eletrônico e Internet, op cit., p. 473-487. CALIENDO, Paulo. Da Tributação do Software
nos Acordos Internacionais contra a Dupla Tributação da Renda. In TÔRRES, Heleno
Taveira. Direito Tributário Internacional Aplicado, São Paulo: Quartier Latin, 2004, v. II,
p. 387-421.
106 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax
Treatment of Software. p. 13, § 47. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-en>. Acesso em: 15 dez. 2017. No
mesmo sentido: MORAES e CASTRO, Leonardo Freitas de. Tributação da Transferência
Internacional de Tecnologia: Importantes Diferenças entre sua Qualificação como
Royalties ou Ganho de Capital. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 213, p. 80-109.
107 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax
Treatment of Software. p. 13, § 47. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
108 “Art. 26. O adquirente, pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil, ou o
procurador, quando o adquirente for residente ou domiciliado no exterior, fica responsável
pela retenção e recolhimento do imposto de renda incidente sobre o ganho de capital a que
se refere o art. 18 da Lei n. 9.249, de 26 de dezembro de 1995, auferido por pessoa física
ou jurídica residente ou domiciliada no exterior que alienar bens localizados no Brasil”.
109 Conforme explica Luis Eduardo Schoueri: “no Direito Tributário Internacional, o
princípio da fonte caracteriza um critério adotado por diversos ordenamentos jurídicos
nacionais para a definição do alcance da lei tributária a partir do seu aspecto objetivo.
1722
Enquanto o princípio da residência firma-se no elemento de conexão subjetivo, o princípio
da fonte baseia-se no aspecto objetivo da situação tributável. Em linhas gerais, dir-se-á
que ao adotar o princípio da fonte, o Estado tributará todo rendimento cuja origem esteja
localizada em seu território”. SCHOEURI, Luís Eduardo. Princípios no Direito Tributário
Internacional: Territorialidade, Fonte e Universalidade. In: FERRAZ, Roberto C. B.
(Org.). Princípios e Limites da Tributação. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 342.
110 “Art. 709. Estão sujeitas à incidência do imposto na fonte, à alíquota de quinze por cento,
as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas para o exterior pela
aquisição ou pela remuneração, a qualquer título, de qualquer forma de direito, inclusive a
transmissão, por meio de rádio ou televisão ou por qualquer outro meio, de quaisquer
filmes ou eventos, mesmo os de competições desportivas das quais faça parte
representação brasileira”.
111 ADI RFB n. 7, de 23 de agosto de 2016: “Art. 1º A integralização de capital de pessoa
jurídica no Brasil com cessão de direito por residente no exterior sujeita-se à incidência do
Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) à alíquota de 15% (quinze por cento)
sobre o valor do direito, conforme previsto no art. 72 da Lei n. 9.430, de 27 de dezembro
de 1996”. O CARF também buscou amparo em tal dispositivo para considerar legítimo
auto de infração em face de fonte pagadora pelo pagamento de preço pago na aquisição de
direito de passe de jogador de futebol que não atuava no Brasil (cf. Acórdão 2201-
000.999, publicado em 16-3-2011).
112 Veja-se, por exemplo, o artigo 13 do Tratado celebrado entre o Brasil e os Países Baixos:
“ARTIGO 13 – Ganhos de Capital
1. Os ganhos obtidos por um residente em um Estado Contratante na alienação de bem
imobiliário, dos que trata o Artigo 6, situado no outro Estado Contratante, podem ser
tributados naquele outro Estado.
2. Os ganhos provenientes da alienação de bem mobiliário que faça parte do ativo de um
estabelecimento permanente que uma empresa de um Estado Contratante possuir no outro
Estado Contratante, inclusive os ganhos provenientes da alienação desse estabelecimento
permanente (isoladamente ou com o conjunto da empresa), podem ser tributados naquele
outro Estado. Todavia, os ganhos provenientes da alienação de navios ou aeronaves
operados no tráfego internacional, ou da propriedade móvel relacionada à operação de tais
navios ou aeronaves, só serão tributados no Estado Contratante em que estiver situada a
sede da direção efetiva da empresa.
3. Os ganhos provenientes da alienação de qualquer bem diverso daqueles a que se referem os
parágrafos 1 e 2 podem ser tributados em ambos os Estados Contratantes”.
113 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax
Treatment of Software. p. 7, § 24. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
114 Incorporado ao artigo 52 do RIR/99.
115 Art. 3º da Medida Provisória n. 2.159, de 2001. Salvo no caso de beneficiário residente
de jurisdição de tributação favorecida, caso em que aplicável a alíquota de 25% prevista
no artigo 8º da Lei n. 9.779, de 1999.
116 Restrição veiculada pelo art. 22, letra “d”, da Lei n. 4.506/64, incorporado ao art. 52, IV,
1723
do RIR/99.
117 Em decisão de setembro de 2017, a 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais do
CARF decidiu pelo voto de qualidade que o autor da obra é necessariamente um
indivíduo, pessoa física, não cabendo falar em criador pessoa jurídica para fins de
aplicação da ressalva ao conceito de royalties. Tal ponto foi enfrentado para se decidir
pela não dedutibilidade das despesas de royalties na apuração do lucro real. Cf. Acórdãos
n. 9101-003.063 e n. 9101-003.062, de 13 de setembro de 2017, Rel. Rafael Vidal de
Araújo.
118 Solução de Consulta Cosit n. 154/2016.
119 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax
Treatment of Software. p 12, § 44. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
120 Portaria MF n. 45/76, art. 1º, I, letra “d”.
121 Solução de Consulta DISIT/6ª Região Fiscal n. 6026, de 17 de junho de 2016. Vinculada
à Solução de Divergência Cosit n. 4, de 13 de maio de 2016.
122 Solução de Divergência Cosit n. 4, de 13 de maio de 2016.
123 Portaria MF n. 1/06, art. 1º, III, letra “d”.
124 Portaria MF n. 92, art. 1º, letra “d”.
125 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax
Treatment of Software. p. 11/12, §§ 42-44. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-en>. Acesso em: 15 dez. 2017. No
mesmo sentido, CALIENDO, Paulo. Da Tributação do Software nos Acordos
Internacionais contra a Dupla Tributação da Renda. In: TÔRRES, Heleno Taveira. Direito
Tributário Internacional Aplicado. São Paulo: Quartier Latin, 2004, v. II, p. 402-404.
126 Em sentido diverso, YAMASHITA, Douglas. Licenciamento de Software no Brasil:
Novas Tendências Tributárias. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 141, p. 62-68.
GONÇALVES, Renato Lacerda de Lima. A Tributação do Software no Brasil. São Paulo:
Quartier Latin, 2005, p. 174.
127 Solução de Divergência Cosit n. 18, de 27 de março de 2017.
128 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax
Treatment of Software. p. 12, § 43. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
129 Vide, por exemplo, YAMASHITA, Douglas. Licenciamento de Software no Brasil:
Novas Tendências Tributárias. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 141.
GONÇALVES, Renato Lacerda de Lima. A Tributação do Software no Brasil. São Paulo:
Quartier Latin, 2005.
130 Lessons from the software task force. OCDE. Preparado por Fraçois Lequiller. Paris,
2002, p. 3-4, §§ 10, 11 e 12.
131 Art. 565 do Código Civil Brasileiro (Lei n. 10.406/2002).
132 Incorporado ao art. 49 do RIR/99.
133 Art. 22 da Lei n. 4.506, de 1964, incorporado ao art. 52 do RIR/99.
134 Solução de Consulta DISIT/10ª RF n. 63, de 11 de julho de 2010.
1724
135 Solução de Consulta DISIT/10ª RF n. 41, de 4 de julho de 2011.
136 Veja, por exemplo, a redação do item 3 do art. 12 do Tratado Celebrado entre Brasil e os
Países Baixos:
“O termo ‘royalties’, empregado neste Artigo, designa pagamentos de qualquer natureza
efetuados em contrapartida pelo uso ou pelo direito ao uso de direitos autorais sobre obra
literária, artística ou científica (inclusive filmes cinematográficos, filmes ou fitas para
transmissão de rádio ou televisão); sobre qualquer patente, marca de indústria ou de
comércio, desenho ou modelo, plano, fórmula ou processo secretos; ou pelo uso ou pelo
direito ao uso de equipamento industrial, comercial ou científico; ou pela informação
relativa à experiência industrial, comercial ou científica”.
137 XAVIER, Alberto. O Imposto de Renda na Fonte e os Serviços Internacionais – Análise
de um Caso de Equivocada Interpretação dos arts. 7º e 21 dos Tratados. Revista Dialética
de Direito Tributário, n. 49, p. 10 e seguintes.
138 OECD. Model Tax Convention on Income and on Capital 2014. R(10) The Tax
Treatment of Software. p. 12, § 43. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264239081-103-en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
139 Neste sentido vide Solução de Consulta COSIT n. 235, de 15 de maio de 2017. Embora
tratasse de questão voltada ao percentual de cálculo de presunção no regime do lucro
presumido, a fundamentação adotada pode se aplicar ao caso de operações internacionais.
140 Mestre e Doutor em Direito Econômico e Financeiro pela Faculdade de Direito da USP.
Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo – TIT/SP (biênio 2018-
2019). Conselheiro do Conselho Municipal de Tributos de São Paulo – CMT/SP (biênios
2006/2008 e 2010/2012). Membro do Instituto Brasileiro de Direito Tributário – IBDT, da
Associação Brasileira de Direito Financeiro – ABDF, do Instituto de Pesquisas Tributárias
– IPT/SP e da International Fiscal Association – IFA. Professor dos cursos de
especialização e do Mestrado Profissional de Direito Tributário Internacional do IBDT.
Membro do Conselho Jurídico do SINDUSCON. Conselheiro Fiscal certificado pelo
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC. Advogado em São Paulo.
141 LLM pela Cornell Law School. Mestre em Direito Econômico e Financeiro pela
Faculdade de Direito da USP. Conselheiro Julgador do Conselho Municipal de Tributos
do Município de São Paulo. Membro do Instituto Brasileiro de Direito Tributário – IBDT,
da Associação Brasileira de Direito Financeiro – ABDF e da International Fiscal
Association – IFA. Conselheiro da Associação dos Advogados São Paulo – AASP.
142 Sobre o assunto, numa perspectiva mais abrangente do que as operações envolvendo
software, por englobar a tributação da chamada economia digital, vide: OECD (2015).
Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final Report,
OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project, OECD Publishing, Paris. Disponível
em: <http://www.oecd-ilibrary.org/docserver/download/2315281e.pdf?
expires=1513548319&id=id&accname=guest&checksum=CC8E2FEEEF38B89F5A5A38CD825946AA>
ROSEMBUJ, Tulio. Taxing Digital. Barcelona: El Fisco, 2015. 209 p. Disponível em:
<http://elfisco.com/app/uploads/2017/01/33.pdf>. Acessos em: 15 dez. 2017.
143 Esse critério é fundamental, inclusive, para fins aduaneiros, eis que compõe o valor
aduaneiro o software incorporado a um bem e indispensável a seu uso. Nesse caso, o
software está contido em circuitos integrados, semicondutores e dispositivos similares,
1725
conforme § 2º do art. 81 do Regulamento Aduaneiro. Vide os acórdãos n. 201-67.397 e n.
302-39.032 prolatados pelas Primeira e Segunda Câmaras do Segundo e Terceiro
Conselho de Contribuintes respectivamente, nas sessões de 18 de setembro de 1991 e de
16 de outubro de 2007. Vide também o recente acórdão n. 3302-003.224 prolatado pela
Segunda Turma Ordinária da Terceira Seção do CARF, na sessão de 21 de junho de 2016.
144 Publicado no Diário Oficial de 15-9-75, o Parecer Normativo n. 79 tratava de
integralização do capital social da importadora, com software fornecido por acionista
estrangeiro.
145 Essa parece ser a visão sustentada pelas autoridades fiscais brasileiras, em especial pela
Receita Federal do Brasil, como se observa na Solução de Divergência n. 11/2011 (DOU
de 17-5-2011), que trata de CIDE royalties, cujo raciocínio é aplicável para a tributação da
renda de não residente, bem como em outras mais recentes, como a Solução de Consulta n.
1.025/2017 (DOU de 27-7-2017), que trata de PIS/COFINS-importação.
146 Os royalties são uma categoria de rendimento que corresponde à remuneração decorrente
do uso, fruição, exploração de direitos, de tal forma que abrange tanto os pagamentos pela
exploração de direitos autorais, como aqueles efetuados em virtude da exploração de
direitos de propriedade industrial. Note-se que o pagamento de royalties está associado à
obtenção do direito de uso, fruição e exploração de determinados direitos de propriedade
intelectual, mediante licenciamento por parte dos efetivos titulares (proprietários) desses
direitos, por determinado período de tempo. Nesse caso, o direito de propriedade
intelectual não é cedido integralmente a terceiro, mas apenas o seu uso é franqueado, sob
certas condições. Apesar de os direitos de propriedade intelectual, nas suas vertentes de
propriedade industrial e direitos autorais, estarem sujeitos a regimes jurídicos diferentes, a
legislação tributária enquadrou indistintamente como royalties os valores pagos pelo uso,
fruição e exploração desses direitos no art. 22 da Lei n. 4.506/64. A única exceção são os
pagamentos pela exploração de direitos autorais, quando efetuados em favor do respectivo
autor ou criador do bem ou obra, que não se enquadram no conceito de royalties segundo
o referido dispositivo legal. Assim, somente estão sob o manto dos royalties os
pagamentos pelo direito de uso quando o titular for um terceiro e não for o próprio autor
(caso em que se trataria de remuneração de trabalho autônomo).
147 Partindo-se da premissa de que não se trata de transferência de tecnologia, o pagamento
de royalties relativos a direitos autorais para beneficiário residente no exterior fica sujeito
à incidência de IRRF, à alíquota de 15% (cf. art. 77, § 1º, da Lei n. 3.470/58, com redação
dada pelo art. 28 da Lei n. 9.249/95; art. 685, I, do Decreto n. 3.000/99 – RIR). Se
beneficiário for residente em paraíso fiscal, o IRRF incide à alíquota de 25%.
148 Conforme Solução de Divergência COSIT n. 27/2008.
149 Conforme Solução de Divergência COSIT n. 18/2017.
150 Cf. PASQUALIN, Roberto. The taxation of income derived from the supply of
technology. Brazil. National Reporter. In: Cahiers de Droit Fiscal International. Vol. 82a.
The Hague: International Fiscal Association, 1997. p. 258.
151 Conforme Solução de Divergência COSIT n. 18/2017.
152 Partilhando desse entendimento, vide: CASTRO, Leonardo Freitas de Moraes e.
Tributação da Transferência Internacional de Tecnologia: Importantes Diferenças entre
sua Qualificação como Royalties ou Ganho de Capital. In: Revista Dialética de Direito
1726
Tributário, n. 213. São Paulo: Dialética, 2013. p. 82.
153 O ganho de capital auferido por não residentes, em operações de alienação de bens ou
direitos (que comportem ou não transferência de tecnologia), está sujeito à incidência do
IRRF de forma progressiva, com alíquotas variando de 15% a 22,5% conforme o valor do
ganho (art. 18 da Lei n. 9.249/95; art. 21 da Lei n. 8.981/95, com redação dada pela Lei n.
13.259/2016; art. 685, I, “b”, do RIR). Todavia, se o beneficiário for residente de país com
tributação favorecida, a alíquota aplicável é de 25% (cf. art. 8º da Lei n. 9.779/99; art. 685,
II, “b”, do RIR).
154 Se o prestador de serviços for um não residente, haverá a incidência de IRRF à alíquota
de 15%, conforme art. 7º da Lei n. 9.779/99; art. 685, II, “a”, do RIR; art. 3º da Medida
Provisória n. 2.159-70/2001; e art. 2º-A da Lei n. 10.168/2000.
155 Conhecimentos, técnicas e informações que não se revestem da condição de bens ou
direitos de propriedade industrial, que sejam transferidos ao tomador de serviços cuja
execução tenha propiciado essa transferência, de forma dissociada de qualquer
licenciamento ou cessão de direitos de propriedade industrial, acabam por integrar o
resultado da prestação de serviços, sendo remunerados como tal, e não como royalties. Ao
contrário, ainda que a prestação de serviços não seja considerada, isoladamente, uma
transferência de tecnologia para fins da legislação de proteção dos direitos de propriedade
industrial, quando associada ao licenciamento ou cessão desses direitos (como no caso de
serviços de desenvolvimento de software combinado com o licenciamento de outro
software já existente), poderá ser entendida como suscetível de ensejar alguma
transferência de tecnologia associada a esses mesmos direitos de propriedade industrial,
ficando, por isso mesmo, subjugada a determinados controles regulatórios. Nessa hipótese,
a remuneração por tais serviços – posto que indissociáveis da transferência de direitos de
propriedade industrial – deve ser qualificada como royalties.
156 Em se tratando de prestação de serviços dissociada de qualquer transferência de
tecnologia (que seria o caso da prestação de “serviços puros”), não há, na nossa visão,
margem para se considerar que a respectiva remuneração seja reputada como royalty.
Somente quando a prestação de serviços estiver intrinsecamente ligada à transferência de
determinada tecnologia é que será possível qualificar a sua remuneração como royalties,
dado que, em contratos mistos, com objeto híbrido, ou mesmo em arranjos contratuais
simultâneos, a prestação de serviços deve ser entendida como atividade instrumental ou
secundária, ou seja, ela somente se justifica e existe em função da atividade principal, que
é a transferência da tecnologia. A rigor, a prestação de serviços, nesses casos, deve ser
entendida como “assistência técnica”, em vista do seu caráter de complementaridade a
contratos de transferência de tecnologia. Ademais, a Resolução INPI n. 54/2013 enumera,
expressamente, quais são os contratos que não comportam transferência de tecnologia,
dentre os quais: “10. Serviços de suporte, manutenção, instalação, implementação,
integração, implantação, customização, adaptação, certificação, migração, configuração,
parametrização, tradução ou localização de programas de computador (software); 11.
Serviços de treinamento para usuário final ou outro treinamento de programa de
computador (software); 12. Licença de uso de programa de computador (software); 13.
Distribuição de programa de computador (software); 14. Aquisição de cópia única de
programa de computador (software)”. Fora de tais casos, são os traços distintivos do
contrato que envolva prestação de serviços que permitirão concluir-se pela existência ou
1727
não de eventual transferência de tecnologia. É relevante a constatação de que a
remuneração por serviços, no bojo de contratos cujo objeto não comporte a transferência
de determinada tecnologia (propriedade industrial), como é o caso de serviços de
customização de software, acaba padecendo de conturbada qualificação, para fins de
aplicação dos tratados contra a bitributação, por parte das autoridades fiscais brasileiras.
157 Cf. ROSEMBUJ, Tulio. Taxing Digital. Barcelona: El Fisco, 2015. p. 131. Disponível
em: <http://elfisco.com/app/uploads/2017/01/33.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
158 O Parecer Normativo SF n. 1/2017 (DOM 19-7-2017) qualifica contratos SaaS como
serviços tributáveis pelo ISS. Do mesmo modo, a Solução de Consulta COSIT n. 191/2017
conclui que “incide imposto de renda na fonte, à alíquota de quinze por cento, sobre as
importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior a título de
remuneração de Software as a Service (SaaS), considerados serviços técnicos, que
dependem de conhecimentos especializados em informática e decorrem de estruturas
automatizadas com claro conteúdo tecnológico”. No mesmo sentido, vide: Solução de
Consulta Disit/SRRF03 n. 3001/2016.
159 É controversa a afirmação de que a disponibilização de funcionalidades de software
constitua serviço para fins de tributação pelo Imposto sobre Serviços. No entanto, a
Receita Federal editou o Ato Declaratório Interpretativo RFB n. 7/2014, segundo o qual as
operações realizadas por empresas contratadas no exterior para disponibilizar
infraestrutura para armazenamento e processamento de dados em alta performance para
acesso remoto, identificada no jargão do mundo da informática como data center, são
tributadas como prestação de serviços (e não como locação), sujeitas a IRRF.
160 Aleksandra Bal também elenca uma terceira modalidade de contrato denominada
Infrastructure as a Service (IaaS), que compreenderia processamento, armazenamento e
rede, colocados à disposição do usuário (Cf. BAL, Aleksandra. The Sky’s the Limit –
Cloud-Based Services in an International Perspective. In: Bulletin for International
Taxation. Amsterdam: IBFD, September 2014. p. 515-521 (p. 515)).
161 Sobre o assunto, vide: <https://www.cpamagazine.com/feature-articles/125-technology-
advisor/rick-richardson-columns/1475-what-is-fog-computing>;
<https://wattio.com/en/blog/what-is-fog-computing-/29>. Acesso em: 15 dez. 2017.
162 Cf. BAL, Aleksandra. The Sky’s the Limit – Cloud-Based Services in an International
Perspective. In: Bulletin for International Taxation. Amsterdam: IBFD, September 2014.
p. 515-521 (p. 516).
163 STF, Recursos Extraordinários 176.626 (DJ 11-12-1998) e 199.464 (j. 2-3-1999).
164 STF, Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.945 Mato Grosso
(DJ 14-3-2011).
165 STF, Recurso Extraordinário 688.223-PR.
166 Cf. Convênio ICMS n. 106/2017, editado no âmbito do Conselho Nacional de Política
Fazendária – CONFAZ.
167 No caso de São Paulo, vide o recente Parecer Normativo SF n. 1 (DOM 19-7-2017).
168 Sobre o assunto, vide: FUSO, Rafael Correia. Tributação do software “virtual” no Brasil:
a guerra entre Estados e Municípios continua. In: Revista Digital, v. 18, n. 43, outubro de
2017 [on-line]. São Paulo: Tributário, outubro 2017. Disponível em:
1728
<https://tributario.com.br/rafael22/tributacao-do-software-virtual-no-brasil-guerra-entre-
estados-e-municipios-continua/>. MACEDO, Alberto. Licenciamento de software não
pode ser considerado mercadoria virtual. In: Revista Consultor Jurídico, dezembro de
2017 [on-line]. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-dez-13/alberto-macedo-
stf-desvirtuar-conceito-mercadoria>. Acessos em: 15 dez. 2017.
169 XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 7. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2010. p. 628.
170 OECD – Income and Capital Model Convention and Commentary 2017. Commentary on
Article 7, paragraph 7: item 62.
171 Essa já era a conclusão manifestada há cerca de 30 anos pelos estudiosos da matéria (cf.
JONES JR., John B.; MATTSON, Robert N. Tax treatment of computer software. General
Report. In: Cahiers de Droit Fiscal International. Vol. 73b. The Hague: International
Fiscal Association, 1988. p. 35).
172 OECD – Income and Capital Model Convention and Commentary 2017. Commentary on
Article 12, paragraph 2: itens 8 through 18.
173 OECD – Income and Capital Model Convention and Commentary 2017. Commentary on
Article 12, paragraph 2: item 11.3.
174 OECD – Income and Capital Model Convention and Commentary 2017. Commentary on
Article 12, paragraph 2: item 14.2.
175 Em versões anteriores, os Comentários à CM-OCDE pareciam aceitar a ideia de que, em
contratos mistos, a atividade tida por preponderante deveria determinar o tratamento
tributário da remuneração prevista, quando aplicada indistintamente a todas as atividades,
devendo apenas haver uma segregação da remuneração e alocação específica por atividade
quando nenhuma delas fosse preponderante. Verifica-se que os Comentários evoluíram
para tornar como recomendação primeira a segregação da remuneração (e o respectivo
tratamento tributário) por obrigação ou atividade, abandonando a visão de que o
tratamento tributário (da remuneração) da atividade principal deveria ser estendido às
demais atividades tidas por secundárias (Cf. LAINOFF, Steven R.; VAISH, Ramesh C.
The taxation of income derived from the supply of technology. General Report. In:
Cahiers de Droit Fiscal International. Vol. 82a. The Hague: International Fiscal
Association, 1997. p. 35-36).
176 Cf. BAL, Aleksandra. The Sky’s the Limit – Cloud-Based Services in an International
Perspective. In: Bulletin for International Taxation. Amsterdam: IBFD, September 2014.
p. 515-521 (p. 516).
177 Embora os Comentários à CM-OCDE não façam referência ao acesso de software em
nuvem, parece-nos que a respectiva remuneração também seria qualificável como
royalties, sem prejuízo de, a depender das funcionalidades adicionais ofertadas (não
relacionadas ao licenciamento do programa em si), existir margem para se qualificar os
respectivos rendimentos como lucro de empresa (serviços).
178 OECD – Income and Capital Model Convention and Commentary 2017. Commentary on
Article 12, paragraph 2: item 13.1.
179 Tal circunstância não é um fato recente. LAINOFF e VAISH já apontavam, à margem
dos Comentários à CM-OCDE, a existência de divergências de entendimento, por força do
1729
tratamento dado pelas leis internas, sobre o tratamento tributário das operações com
software, seja como licenciamento em contrapartida de royalties, seja como venda, cuja
remuneração seria qualificada como ganho ou lucro (Cf. LAINOFF, Steven R.; VAISH,
Ramesh C. The taxation of income derived from the supply of technology. General
Report. In: Cahiers de Droit Fiscal International. Vol. 82a. The Hague: International
Fiscal Association, 1997. p. 33-34).
180 Não se descarta, porém, o risco de ocorrer conflito de qualificação, o que pode ensejar a
inaplicabilidade do tratado e, por fim, a bitributação do rendimento considerado. Sobre o
assunto, vide o nosso: SILVEIRA, Rodrigo Maitto da. Aplicação de Tratados
Internacionais contra a Bitributação: Qualificação de Partnership Joint Ventures. São
Paulo: Quartier Latin, 2006.
181 Doutor e Mestre em Direito Tributário pela USP. Especialista em Direito Tributário pelo
IBET. Visiting Research Scholar na Fredric G. Levin College of Law – University of
Florida (2017-18) e Visiting Researcher no Institute for Austrian and International Tax
Law – Wirtschaftsuniversität Wien (2014). Professor no Mestrado Profissional em
Tributação Internacional do IBDT. Professor nos Cursos de Graduação e Pós-graduação
da USJT. Conselheiro Julgador do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).
182 Mestre em Direito Tributário pela USP. Especialista em Direito Tributário pelo INSPER.
Professor visitante dos cursos de atualização e pós-graduação do IBDT. Advogado em São
Paulo.
183 Gupta, Piyush. “Cloud” – A Technological Odyssey. 20 Asia-Pac. Tax Bull. 5 (2014),
Journals IBFD.
184 Nesse sentido, William Jeremy Robinson: “The law cannot keep up with the pace of
change in computer networking. By the time legislatures or courts figure out how to deal
with a new product or service, the technology has already progressed” (ROBISON,
William Jeremy, Free at What Cost? Cloud Computing Privacy Under the Stored
Communications Act (April 1, 2010). Georgetown Law Journal, Vol. 98, No. 4, 2010.
Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=1596975.
185 “Illustratively expressed: the treaty acts like a stencil that is placed over the pattern of
domestic law and covers over certain parts”. VOGEL, Klaus. Klaus Vogel on Double
Taxation Conventions. London: Kluwer, 1999, p. 31-32.
186 Sobre o tema, vide: SHAKOW, David. The Taxation of Cloud Computing and Digital
Content. University of Pensilvania. Pen Law: Legal Scholarship Repository. Faculty
Scholarship. Paper 475, 2013.
187 Sobre tais conceitos, vide: OECD, The Discussion Draft on Tax Challenges of Digital
economy (OECD 2014); OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy –
Action 1: 2015 Final Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project (OECD
2015); GRANCE, Timothy; MELL, Peter. The NIST Definition of Cloud Computing:
Recommendations of the National Institute of Standards and Technology. NIST, U.S.
Department of Commerce, 2011. Disponível em:
<http://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/Legacy/SP/nistspecial publication800-145.pdf>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
188 Sobre tais conceitos, vide: GRANCE, Timothy; MELL, Peter, op. cit.; MAIA,
Wellington Antunes da. Artigo publicado na Revista Direito Tributário Atual n. 37. São
1730
Paulo: Editora IBDT, p. 470 e s., 2017. PADILHA, Maria Ângela Lopes Paulino.
Tributação de software. Exame da constitucionalidade da incidência do ISS e do ICMS-
Mercadoria sobre a licença de uso de programa de computador disponibilizado
eletronicamente. Tese de doutorado apresentada à Faculdade de Direito PUC/SP, p. 124 e
s.; BARTHEM NETO, Hélio. Novos Desafios da Tributação do Software no Brasil sob as
Perspectivas do ICMS e do ISS – do Corpus Mechanicum ao Cloud Computing. 2016, fls.
79. Dissertação apresentada na Escola de Direito de São Paulo, da Fundação Getúlio
Vargas, no Programa de Pós-Graduação em Direito e Desenvolvimento como requisito
para a conclusão do curso de Mestrado Profissional; VIEIRA, Gustavo Siqueira. A
regulamentação tributária dos serviços over the top: uma análise do PLC 366/2013.
Revista Tributária e de Finanças Públicas, v. 134/2017, p. 225-241, maio-jun./2017;
SOUSA, Flavio R. C.; MOREIRA, Leonardo O.; MACHADO, Javam C. Computação em
Nuvem: Conceitos, Tecnologias, Aplicações e Desafios. Disponível em:
<https://www.academia.edu/783784/Computa%C3%A7%C3%A3o_em_Nuvem_Conceitos_Tecnologias_
Acesso em: 15 dez. 2017.
189 Vide: GRANCE, Timothy; MELL, Peter, op. cit.
190 Deve, ainda, ser considerada a alíquota de 25% de IRRF na hipótese de beneficiário
sediado em paraíso fiscal.
191 KOENIG, Harvey; HO, Kah Chuan. Taxing the Borderless Cloud within the Singapore
Border, 18 Asia-Pac. Tax Bull. 5, Journals IBFD. Amsterdam: IBFD, 2012.
192 BIANCO, João Francisco; SANTOS, Ramon Tomazela. A mudança de Paradigma: o
Artigo 7º dos Acordos de Bitributação e a Superação da Dicotomia Fonte Versus
Residência. Direito Tributário Internacional. Homenagem ao Prof. Alberto Xavier. Coord.
Sérgio André Rocha e Heleno Torres. São Paulo: Quartier Latin, 2016, p. 319-346.
193 FERRAZ, Luiz Felipe Centeno; Paro, Giácomo. Tributação das Remessas para
Pagamentos de Serviços – Artigo 7º dos Acordos para Evitar a Dupla Tributação em
Matéria de Imposto de Renda. Sinopse tributária 2013-2014. São Paulo: Impressão Régia,
2014.
194 BIANCO, João Francisco. SANTOS, Ramon Tomazela, op. cit, p. 324-325.
195 STJ, REsp 1161467/RS.
196 Sobre o tema, vide: SCHOUERI, Luís Eduardo; SILVA, Natalie Matos. Brazil. In: The
Impact of the OECD and UN Model Conventions on Bilateral Tax Treaties (LANG,
Michael; PISTONE, Pasquale; SCHUCH, Josef; STARINGER, Claus, editores).
Cambridge: Cambridge University Press, 2012, p. 171 e s.
197 LANG, Michael. Introduction to the law of double taxation conventions. Viena: Linde,
2013, p. 42 e s.
198 SCHOUERI, Luís Eduardo. Preços de transferência no Direito Tributário brasileiro.
São Paulo: Dialética, 2013, p. 414 e s.
199 Decreto n. 4.012, de 13 de novembro de 2001.
200 Deve ser considerada, ainda, a incidência da CIDE à alíquota de 10%.
201 Nesse sentido: BAL, Aleksandra. The Sky’s the limit – Cloud-Based Services in an
International Perspective. Bulletin for International Taxation. Amsterdam: IBFD, 2014, p.
516-519.
1731
202 Vide, por exemplo, acordo Brasil-Portugal (Decreto n. 4.012, de 13 de novembro de
2001).
203 Sobre o tema, vide: SPIES, Karoline. Permanent Establishment versus Fixed
Establishment: The Same or Different?, 71 Bull. Intl. Taxn. 12, Journals IBFD.
Amsterdam: IBFD, 2017; AVERY JONES, John F.; LÜDICKE, Jürgen. The Origins of
Article 5(5) and 5(6) of the OECD Model, in World Tax Journal, v. 6, n. 3. Amsterdam:
IBFD, 2014; TEODOROVICZ, Jeferson. O Estabelecimento Permanente no Direito
Tributário Internacional: o art. 5º das Convenções Modelos da ONU, OCDE e EUA.
Revista Tributária e de Finanças Públicas. Vol. 114. Coord. Edvaldo Pereira Brito. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 79 e seg.
204 Para um interessante estudo quanto à relevância da CM-ONU nos tratados celebrados
pelo Brasil, vide: ROCHA, Sergio André. A política fiscal internacional brasileira. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2017.
205 Vide, por exemplo: BRASIL, Decreto n. 355, de 2 de dezembro de 1991. Acordo Brasil-
Países Baixos, art. 5 (3).
206 Vide: BRASIL, Decreto n. 762, de 19 de fevereiro de 1993. Acordo Brasil-China, art. 5
(3).
207 Vide, por exemplo: BRASIL, Decreto n. 75.106, de 20 de dezembro de 1974. Acordo
Brasil-Dinamarca, art. 5 (5).
208 Vide, por exemplo: BRASIL, Decreto n. 6.000, de 26 de dezembro de 2006. Acordo
Brasil-México, art. 5 (7).
209 BRAUNER, Yariv; PISTONE, Pasquale. Adapting Current International Taxation to
New Business Models: Two Proposals for the European Union, 71 Bull. Intl. Taxn. 12 3
(2017), Bulletin for International Taxation IBFD. Disponível em:
<https://online.ibfd.org/document/bit_2017_12_int_1>. Acesso em: 15 dez. 2017.
210 OECD. Implementation of the Ottawa Taxation Framework Conditions. Disponível em:
<http://www.oecd.org/tax/administration/20499630.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
211 Nesse sentido, vide: KOENIG, Harvey; HO, Kah Chuan. Taxing the Borderless Cloud
within the Singapore Border, 18 Asia-Pac. Tax Bull. 5 (2012), Journals IBFD.
212 Sobre o tema, vide: GUPTA, Piyush, op. cit.
213 OCDE. Are the Current Treaty Rules for Taxing Business Profits Appropriate for E-
Commerce? Disponível em: <http://www.oecd.org/tax/treaties/35869032.pdf>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
214 XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional. Rio de Janeiro: Forense, 2010, p.
627 e s.
215 O ADI RFB n. 5, de 16-6-2014, tem sido utilizado como fundamento para outras
manifestações administrativas, a exemplo da Solução de Consulta COSIT n. 5, de 12-1-
2017.
216 BRAUNER, Yariv; PISTONE, Pasquale, op. cit.
217 Além da Ação 1, a Ação 7 do Projeto BEPS também apresenta contribuições, sugerindo,
por exemplo, a alteração dos critérios para definição das atividades consideradas auxiliares
ou preparatórias. Com isso, algumas dessas atividades passariam a ser consideradas
1732
centrais e, assim, serviriam à caracterização do estabelecimento permanente. Essas
mudanças, no entanto, tendem a impactar não os provedores de cloud computing, mas
especialmente atividades de e-commerce, em que produtos são vendidos e que, portanto,
se valem de estruturas de armazenagem.
218 HONGLER, Peter; PISTONE, Pasquale, Blueprints for a New PE Nexus to Tax Business
Income in the Era of the Digital Economy (January 20, 2015). WU International Taxation
Research Paper Series No. 2015 – 15. Disponível em: <https://ssrn.com/abstract=2591829
ou http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2591829>. Acesso em: 10 out. 2017.
219 OECD (2015), Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project, OECD Publishing,
Paris, p. 107-109.
220 Nesse sentido, vide: BRAUNER, Yariv; PISTONE, Pasquale, op. cit.; KOFLER, G. W.;
MAYR, G.; SCHLAGER, C. Taxation of the Digital Economy: “Quick Fixes” or Long-
Term Solution?, 57 Eur. Taxn. 12, Journals IBFD. IBFD, Amsterdam, 2017.
221 OCDE, Comments on International Tax Rules for Digital Economy on the Request for
Input (October 2017). Disponível em: <http://www.oecd.org/tax/beps/tax-challenges-
digitalisation-part-1-comments-on-request-for-input-2017.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
222 Vide, por exemplo: HONGLER, Peter; PISTONE, Pasquale, Blueprints for a New PE
Nexus to Tax Business Income in the Era of the Digital Economy (January 1, 2015).
Diponível em: <https://ssrn.com/abstract=2586196>; BRAUNER, Yariv; BAEZ
MORENO, Andres, Withholding Taxes in the Service of BEPS Action 1: Address the Tax
Challenges of the Digital Economy (February 2, 2015). WU International Taxation
Research Paper Series No. 2015 – 14. Disponível em:
<https://ssrn.com/abstract=2591830>. Acessos em: 15 dez. 2017; OLBERT, Marcel;
SPENGEL, Christoph. International Taxation in the Digital Economy: Challenge
Accepted?, 9 World Tax J. (2017), Journals IBFD; KOFLER, G. W.; MAYR, G.;
SCHLAGER, C. Taxation of the Digital Economy: “Quick Fixes” or Long-Term
Solution?, 57 Eur. Taxn. 12, Journals IBFD. IBFD, Amsterdam, 2017.
223 BRAUNER, Yariv; PISTONE, Pasquale, op. cit.
224 Sobre a interpretação dos termos dos tratados a partir de seu contexto, vide: NETO, Luís
Flávio. Os “contextos” na interpretação e aplicação dos acordos de bitributação. Tese de
doutorado. USP (Faculdade de Direito Direito do Largo São Francisco), 2015.
225 LLM em International Taxation pela Levin College of Law. Advogado no Rio de Janeiro
e em São Paulo.
226 Facebook, Airbnb, Uber, and the unstoppable rise of the content non-generators. The
Independent. 5-5-2015. Disponível em:
<http://www.independent.co.uk/news/business/comment/hamish-mcrae/facebook-airbnb-
uber-and-the-unstoppable-rise-of-the-content-non-generators-10227207.html>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
227 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy – Action 1: 2015 Final
Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project (OECD 2015).
228 Cf. European commission – Directorate-General Taxation and Customs Union – Expert
Group on Taxation of the Digital Economy. Working Paper: Digital Economy – Facts &
1733
Figures, p. 3-4. Disponível em:
<https://ec.europa.eu/taxation_customs/sites/taxation/files/resources/documents/taxation/gen_info/good_g
03-13_fact_figures.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
229 COCKFIELD, Arthur J. and PRIDMORE, Jason. A Synthetic Theory of Law and
Technology. Minnesota Journal of Law, Science & Technology, v. 8, n. 2, 2007.
Disponível em: <https://ssrn.com/abstract=1020993>. Acesso em: 15 dez. 2017.
230 Basu, Subhajit. Direct Taxation and E-Commerce: Possibility and Desirability in Digital
Economy Innovations and Impacts on Society 27, 26-48 (2012); e Basu, Subhajit,
International Direct Taxation and E-Commerce: A Catalyst for Reform, 10 NUJS L. Rev.
19, 48 (2017).
231 KPMG, Future Focus: Tax and Transformation in Asia Pacific’s New Business Reality,
November 2011. Disponível em: <https://www.kpmg.de/docs/future-focus-tax-asia-
pacific.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
232 AVI-YONAH, Reuven S., International Tax as International Law (March 2004). U of
Michigan Law, Public Law Research Paper No. 41; Michigan Law and Economics
Research Paper No. 04-007. Disponível em: <https://ssrn.com/abstract=516382 ou
http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.516382>. Acesso em: 15 dez. 2017.
233 XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 8. ed. reformulada e
atualizada até setembro de 2015 com a colaboração de Roberto Duque Estrada e Renata
Emery. Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 213.
234 AVI-YONAH, Reuven S., op. cit., p. 4.
235 A validade desse princípio foi analisada pela Suprema Corte dos EUA no caso Cook v.
Tait. Na decisão, entendeu-se que seria possível tributar cidadãos que não moram nos
EUA por contas dos benefícios usufruídos pela cidadania americana em qualquer lugar do
planeta.
236 XAVIER, Alberto, op. cit., p. 253.
237 AVI-YONAH, Reuven S., op. cit., p. 5.
238 VOGEL, Klaus. Worldwide vs. Source Taxation of Income – A Review and Re-
Evaluation of Arguments (Part II), 16 Intertax (1988), p. 311.
239 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy – Action 1: 2015 Final
Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project (OECD 2015), p. 24-25.
240 VOGEL, Klaus. Worldwide vs. Source Taxation of Income – A Review and Re-
Evaluation of Arguments (Part III), 16 Intertax 393, 402 (1988).
241 International Centre for Tax and Development, A world upside down? New approach to
international tax, February 21, 2013. Disponível em: <http://www.ictd.ac/blogs/entry/a-
world-upsidedown-new-approach-to-international-tax>. Sobre o assunto, confira Library
of the European Parliament, Corporate tax avoidance by multinational firms, September
23, 2013. Disponível em:
<http://www.europarl.europa.eu/RegData/bibliotheque/briefing/2013/130574/LDMBRI
(2013)130574_REVIEN.pdf>. Acessos em: 15 dez. 2017.
242 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy – Action 1: 2015 Final
Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project (OECD 2015), p 16.
1734
243 KLEINBARD, Edward D. Throw Territorial Taxation From the Train, 114 TAX NOTES
547, 559 (Feb. 5, 2007) e Kleinbard, Edward D., Stateless Income (November 15, 2011).
Florida Tax Review, Vol. 11, p. 699, 2011; USC CLEO Research Paper No. C11-1; USC
Law Legal Studies Paper No. 11-6. Disponível em: <https://ssrn.com/abstract=1791769>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
244 Slemrod, Joel (2010), Location, (Real) Location, (Tax) Location: An Essay on Mobility’s
Place in Optimal Taxation, National Tax Journal, 63:4, p. 843-64. Disponível em:
<dx.doi.org/10.17310/ntj.2010.4S.02>. Acesso em: 15 dez. 2017.
245 Essa regra é utilizada num caso paradigmático de planejamento tributário internacional
largamente utilizado por empresas da economia digital dos EUA (Double Irish Dutch
Sandwich) que foi objeto de estudos e de muitas críticas. Sobre o assunto, Drucker, Jesse,
Google 2.4% Rate Shows How $60 Billion Lost to Tax Loopholes, BLOOMBERG, Oct.
21, 2010. Disponível em: <https://www.bloomberg.com/news/2010-10-21/google-2-4-
rate-shows-how-60-billion-u-s-revenue-lost-to-tax-loopholes.html>. Acesso em: 15 dez.
2017. Darby III, Joseph B. and Lemaster, Kelsey, Double Irish More than Doubles the Tax
Saving: Hybrid Structure Reduces Irish, US and Worldwide Taxation, 11 Practical
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246 Kleinbard, Edward D., Stateless Income (November 15, 2011). Florida Tax Review, v.
11, p. 706-7.
247 BASU, Subhajit, Direct Taxation and E-Commerce: Possibility and Desirability in
Digital Economy Innovations and Impacts on Society 27, p. 48 (2012).
248 AVI-YONAH, R., International Taxation of Electronic Commerce (1997) 52 Tax L Rev
507 e DOERNBERG, R., Electronic Commerce and International Tax Sharing (1998) 16
Tax Notes International 1013.
249 HINNEKENS, L., Looking for an Appropriate Jurisdictional Framework for Source-
State Taxation of International Electronic Commerce in the Twenty-first Century (1998)
26 Intertax 192.
250 DOERNBERG, R. and HINNEKENS, L., Electronic Commerce and International
Taxation. Kluwer Law International, International Fiscal Association 1999 e
COCKFIELD, A., Reforming the Permanent Establishment Principle through a
Quantitative Economic Presence Test (2003) 38 Canadian Business Law Journal 400-422.
251 Formulary apportionment é, em linhas bem gerais, a técnica de se alocar lucros e perdas
de determinado grupo multinacional para uma determinada jurisdição, que pode ser
baseada, por exemplo, em ativos, riscos, vendas, folha de salários etc. Sobre o assunto,
confira: FLEMING, J. Clifton and PERONI, Robert J. and SHAY, Stephen E., Formulary
Apportionment in the U.S. International Income Tax System: Putting Lipstick on a Pig?
(January 19, 2015). Michigan Journal of International Law, v. 36, n. 1, 2014. Disponível
em: <https://ssrn.com/abstract=2552271> e AVI-YONAH, Reuven S. and POUGA
TINHAGA, Zachee, Unitary Taxation and International Tax Rules (November 3, 2014). U
of Michigan Public Law Research Paper No. 369; U of Michigan Law & Econ Research
Paper No. 13-020; ICTD Working Paper No. 26. Disponível em:
<https://ssrn.com/abstract=2351920> ou <http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2351920>.
Acessos em: 15 dez. 2017.
252 LI, Jinyan. International Taxation in the Age of Electronic Commerce: A Comparative
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Study. Toronto, ON, Canadian Tax Foundation, 2003.
253 SOETE, L. and KAMP, K., The Bit Tax: Taxing Value in the Emerging Information
Society in Arthur J. Cordell and others, The New Wealth of Nations: Taxing Cyberspace
(Between the Lines 1997) e AZAM, R., The Political Feasibility of a Global E-commerce
Tax (2013) 43(3), University of Memphis Law Review 711.
254 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy – Action 1: 2015 Final
Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project (OECD 2015), p 99.
255 BRAUNER,Yariv. An International Tax Regime in Crystallization, 56 TAX L. R. 259
(2003).
256 OCDE, Request for Input on Work Regarding the Tax Challenges of the Digitalised
Economy. Disponível em: <http://www.oecd.org/tax/tax-policy/tax-challenges-digital-
economy-request-for-input.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
257 OECD, BEPS – Frequently Asked Questions, OECD.org – pergunta 54. Disponível em:
<http://www.oecd.org/ctp/beps-frequentlyaskedquestions.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017.
258 Sobre o assunto, JOHNSTON, Stephanie Soong, SAINT-AMANS, Warns Against
Unilateral Moves to Tax Digital Economy, Tax Notes: Worldwide Tax Daily (18-9-2017).
259 XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 8. ed. reformulada e
atualizada até setembro de 2015 com a colaboração de Roberto Duque Estrada e Renata
Emery. Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 517.
260 TÔRRES, Heleno. Pluritributação Internacional sobre as Rendas das Empresas. 2. ed.
revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 339.
261 Art. 15-B, VII e X do Decreto n. 6.306/2006, com alterações promovidas pelo Decreto n.
8.325/2014.
262 “Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos: (...) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá
desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.”
263 Bacharel pela Faculdade de Direito da USP. Mestra e Doutora em Direito Tributário pela
PUC/SP. Professora no Curso de Mestrado Profissional da Escola de Direito de São Paulo
– FGV e nos Cursos de Especialização da Faculdade de Direito da PUC/SP, do Instituto
Brasileiro de Estudos Tributários – IBET, do Instituto Brasileiro de Direito Tributário –
IBDT e da Escola de Direito do CEU – IICS. Advogada em São Paulo.
264 Bacharel pela Faculdade de Direito da PUC/SP. Mestre em Direito Econômico,
Financeiro e Tributário pela USP. Professor dos Cursos de Atualização e Especialização
em Direito Tributário do Instituto Brasileiro de Direito Tributário – IBDT. Advogado em
São Paulo.
265 Na atualidade muitas vezes se afirma que a tecnologia se insere como fator de produção,
essencial em qualquer circunstância, a exemplo do capital e do trabalho.
266 Como funcionam os mercados: a nova economia das combinações e do desenho de
mercado, trad. Isa Mara Lando e Mauro Lando. 3. ed. São Paulo: Portgolio-Penguin, 2016,
p. 14.
1736
267 Fundamentos de Economia. São Paulo: Terra Editora, 1994, p. 3.
268 A expressão digital, associada à economia, decorre do fato de que a informação é
convertida na forma numérica binária para ser transmitida e capturada.
269 CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: economia, sociedade e
cultura). 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999, v. I, p. 58.
270 Perspectivas de la OCDE sobre la economía digital. Disponível em:
<www.http://dx.doi.org>. Acesso em: 15 dez. 2017.
271 Cf. Glossário ANATEL Disponível em: <www.anatel. gov. br/institucional/busca>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
272 Idem.
273 Relação extraída da Convenção Coletiva de Trabalho, firmada entre SEINESP e
SINDIESP, para o período de 2013/2014. Disponível em: <www.seinesp.org.br>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
274 International Financial Reporting Standards.
275 A Contabilidade reconhece como sujeita às suas regras apenas a entidade que prepara
demonstrações financeiras, sendo por essa razão irrelevante que ela seja uma pessoa
jurídica ou não.
276 “Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem
lógica, observadas, para esse propósito, as seguintes normas: (...) c) expressar por meio
dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no caput do artigo e as
exceções à regra por este estabelecida; (...).”
277 “Art. 16. Compete à Secretaria da Receita Federal dispor sobre as obrigações acessórias
relativas aos impostos e contribuições por ela administrados, estabelecendo, inclusive,
forma, prazo e condições para o seu cumprimento e o respectivo responsável.”
278 Disponível em: <www.stf.jus.br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
279 Idem.
280 Cf. Dicionário de Tecnologia, whati’s?com’s, editado por Lowell Thing, trad. Bazan
Tecnologia e Linguística e Texto Digital. São Paulo: Futura, p. 380.
281 Idem, p. 802.
282 No RE n. 176.626-3, São Paulo, em 10-11-1998, Supremo Tribunal Federal – STF, por
sua 1ª Turma, decidiu que incide ICMS na negociação de “software de prateleira” (off the
shelf) padrão, comercializado em larga escala para uma pluralidade de usuários
equiparando-se a uma mercadoria. O “software feito sob encomenda” ou “à medida do
cliente” não se equipara a mercadoria, por ser desenvolvido para atender necessidades
específicas de um determinado usuário/cliente.
283 O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento sobre a distinção, para fins tributários,
entre a obrigação de dar e de fazer, como se observa na Súmula 31: “É inconstitucional a
incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS sobre operações de
locação de bens móveis”.
284 Streaming media corresponde a sons e imagens transmitidos pela internet em forma de
fluxo (streaming) ou contínua, por pacotes de dados.
285 ECAD: Escritório Central de Arrecadação, órgão privado que arrecada os direitos
1737
autorais de cada música tocada “em execução pública” no Brasil, seja ela nacional ou
estrangeira.
286 Mestranda em Contabilidade na Universidade de São Paulo (USP). Especialista em
Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET). Advogada e
Contadora em Minas Gerais.
287 Mestre e Doutor em Direito Tributário pela Universidade de São Paulo (USP). Master of
Laws (LLM) em International Taxation pela New York University (NYU). Especialista
em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Advogado e Contador em
Minas Gerais e São Paulo.
288 Atualmente, contempla o objetivo da contabilidade propiciar informações tanto
econômico-financeiras quanto sociais e de sustentabilidade. Cf.: IUDÍCIBUS, Sérgio.
Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. p. 6.
289 PATON, William Andrew. Accounting Theory with special reference to the corporate
enterprise. The Roland Press Company New York, 1922.
290 MORGAN, Gareth. Accounting as a Reality in Construction: Towards a New
Epistemology for Accounting Practice. Accounting, Organizations and Society, v. 13. n. 5,
p. 477-485.
291 CHUA, Wai Fong. Radical Developments in Accounting Thought. The Accounting
Review, v. LXI. n. 4, p. 602.
292 PATON, W. A.; LITTLETON, A. C. An Introduction to Corporate Accounting
Standards. American Accounting Association, 1940. p. 19-21.
293 EDWARDS, Edgar O.; BELL, Philip W. The Theory and Measurement of Business
Income. University of California Press, 1961. p. 6-11.
294 COMPARATO, Fábio Konder. Natureza Jurídica do Balanço de Sociedade Anônima. In:
COMPARATO, Fabio Konder. Doutrinas Essenciais de Direito Empresarial. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2010. v. 3, p. 693.
295 “Os que imaginam que a ciência contábil seja quantitativa ou exata, apenas pelo fato do
ativo ser igual ao passivo mais ou menos patrimônio líquido, não conseguem vislumbrar
quão complexa é a Contabilidade. Uma coisa é a escrituração, outra, totalmente diferente,
a ciência contábil propriamente dita.” IUDÍCIBUS, Sérgio; MARTINS, Eliseu; LOPES,
Alexsandro Broedel. Os Vários Enfoques da Contabilidade. In: LOPES, Alexsandro
Broedel; MOSQUERA, Roberto Quiroga (Coords.). Controvérsias Jurídico-Contábeis
(Aproximações e Distanciamentos). São Paulo: Dialética, 2012. v. 3, p. 348.
296 SANDERS, Thomas Henry; HATFIELD, Henry Rand; MOORE, Underhill. A Statement
of Accounting Principles. American Institute of Accountants, New York, 1938. p. 5-6.
297 BEAVER, W. Financial Reporting: An Accounting Revolution. Third Edition. London:
FT Prentice Hall, 1998. p. 3.
298 HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michel F. Teoria da Contabilidade. 5. ed.
Trad. Antônio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1999.
299 EDWARDS, Edgar O.; BELL, Philip W. The Theory and Measurement of Business
Income. University of California Press, 1961.
300 “By bringing financial analysis into the computer age, the efficient markets hypothesis
1738
gained the status of an icon, and as a result it led people to infer much – in fact too much –
about the perfection of markets.” SHILLER, Robert J. Finance and the Good Society.
Princeton University Press, 2012. p. 367.
301 FAMA, Eugene F. The Behavior of Stock-Market Prices. Journal of Business, v. 38,
Issue 1. Jan., 1965. p. 34.
302 SHILLER, Robert J. Irrational Exuberance. Princeton University Press, 2000. p. 3.
303 THALER, Richard. Quasi Rational Economics. Russell Sage Foundation, 1991. p. XXI.
304 CARVALHO, Nelson. Essência × Forma na Contabilidade. In: LOPES, Alexsandro
Broedel; MOSQUERA, Roberto Quiroga (Coords.). Controvérsias Jurídico-Contábeis
(Aproximações e Distanciamentos). São Paulo: Dialética, 2010. p. 376.
305 Assim consideradas as vendas de bens produzidos pela entidade com a finalidade de
venda e bens comprados para revenda, tais como mercadorias compradas para venda no
atacado e no varejo, terrenos e outras propriedades mantidas para revenda.
306 A prestação de serviços envolve tipicamente o desempenho da entidade em face da tarefa
estabelecida contratualmente a ser executada ao longo de um período estabelecido entre as
partes.
307 Assim consideradas as receitas de juros (encargos pela utilização de caixa e equivalentes
de caixa ou de quantias devidas à entidade), de royalties (encargos pela utilização de
ativos de longo prazo da entidade, como, por exemplo, patentes, marcas, direitos autorais e
software de computadores) e de dividendos (distribuição de lucros a detentores de
instrumentos patrimoniais na proporção das suas participações em uma classe particular
do capital).
308 GRAU, Eros Roberto. Ensaio e Discurso sobre a Interpretação/Aplicação do Direito. 5.
ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 37.
309 HOOGENDOORN, Martin N. Accounting and Taxation in Europe – A Comparative
Overview. The European Accounting Review, v. 5, 1996. Supplement 783.
310 IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1980. p. 16.
311 É importante ressaltar que a informação assimétrica pode causar problemas significativos
ao funcionamento eficiente do mercado. Sobre o assunto: ARKELOF, George. The
Market for Lemons: Quality Uncertainty and the Market Mechanism. The Quartely
Journal of Economics, v. 84, 1970, p. 488-500.
312 Doutor em Direito Econômico pela Wirtschaftsuniversität Wien – WU, Viena, Áustria.
LLM pela Ludwig-Maximilians-Universität München – LMU, Munique, Alemanha.
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Advogado em
São Paulo.
313 Mestrando e Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo – USP. Pós-graduado pelo Instituto Brasileiro de Direito Tributário – IBDT.
Advogado em São Paulo.
314 Art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 7.646/87.
315 Recurso Extraordinário n. 176.626-3/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10-
11-1998, unânime.
316 Recurso Extraordinário n. 199.464-9, 1ª Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 2-3-1999,
1739
unânime.
317 Decisão sobre pedido de liminar na Medida Cautelar na Ação Direta de
Inconstitucionalidade n. 1.945/Mato Grosso, Rel. Min. Octavio Gallotti, Redator do
Acórdão Min. Gilmar Mendes. Plenário, j. 26-5-2010, DJe 14-3-2011.
318 Cf. BRITO, Edvaldo. “Software”: ICMS, ISS ou Imunidade Tributária?, Revista
Dialética de Direito Tributário, n. 5, São Paulo: Dialética, fev./1996, p. 21.
319 Negando a possibilidade de se atribuir mais de uma natureza jurídica ao software, o qual
não poderia ser confundido nem com mercadoria, por um lado, nem com serviço, por
outro, v. GONÇALVES, Renato Lacerda de Lima. A Tributação do Software no Brasil.
São Paulo: Quartier Latin, 2005.
320 Cf. Lei n. 10.168/2000, art. 2º, § 1º-A.
321 Recurso Extraordinário n. 925.038/PE, 2ª Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 28-6-2016,
unânime.
322 Recurso Extraordinário n. 626.706/SP, Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 24-9-2010,
unânime.
323 Cf. BARRETO, Aires F. ISS na Constituição e na Lei. 2. ed. rev., ampliada e atualizada.
São Paulo: Dialética, 2005, p. 63.
324 Cf. CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 14. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 42-43.
325 Cf. BRIGAGÃO, Gustavo. ICMS não incide sobre o download de softwares. Disponível
em <https://www.conjur.com.br/2016-fev-24/consultor-tributario-icms-nao-incide-
download-softwares>. Acesso em: 15 dez. 2017.
326 BARRETO, Aires F. ISS na Constituição e na Lei. 2. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo:
Dialética, 2005. p. 42.
327 Em sentido contrário, defendendo a impossibilidade de cobrança do ICMS sobre
software em geral, vide JARDIM NETO, José Gomes. Os Produtos Digitais Vendidos na
Internet e o ICMS. In: SCHOUERI, Luís Eduardo (Org.). Internet: o Direito na Era
Virtual. Rio de Janeiro: Forense, 2001. p. 286.
328 Levantando críticas semelhantes sobre a tributação, pelo ICMS, do download de
software, v. BRIGAGÃO, Gustavo. ICMS não incide sobre o download de softwares.
Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2016-fev-24/consultor-tributario-icms-nao-
incide-download-softwares>. Acesso em: 15 dez. 2017.
329 Embora o Convênio traga a possibilidade aos Estados de imputar responsabilidade pelo
recolhimento do imposto às administradoras de cartão de crédito, certo é que, na prática,
isso terá uma praticabilidade bastante questionável (Cláusula quinta, II e IV).
330 Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos,
independentemente da arquitetura construtiva da máquina em que o programa será
executado, incluindo tablets, smartphones e congêneres.
331 Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação.
332 Cf. MOREIRA JUNIOR, Gilberto de Castro; ALMEIDA, Flora Ferreira de. Cloud
computing e a Tributação do Software as a Service (SaaS). In: SCHOUERI, Luís Eduardo;
BIANCO, João Francisco (Coords.); e CASTRO, Leonardo Freitas de Moraes; e
DUARTE FILHO, Paulo César Teixeira (Orgs.). Estudos de Direito Tributário em
1740
Homenagem ao Professor Gerd Willi Rothmann. São Paulo: Quartier Latin, 2016. p. 590-
591.
333 V. Solução de Consulta SF/DEJUG n. 40/2013.
334 PLP n. 171/2012, que inclui na lista de serviços o item “Computação em nuvem”.
335 “Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,
pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.”
336 E destacado o componente da licença, em si, que não deve ser tida por serviço.
337 Sobre o tema, v. CEZAROTI, Guilherme. Inaplicabilidade da Interpretação Restritiva
(CTN, Art. 111) na Análise dos Créditos de PIS e Cofins não Cumulativos: um Caso de
Interpretação Equivocada. RDDT n. 239. São Paulo: Dialética, Agosto de 2015, p. 75 e s.
338 LLM em Tributação Internacional pela Universidade de Leiden. Especialista em
Finanças e Negócios Internacionais pela New York University. Especialista em
Administração de Empresas pela EAESP-FGV. Professor Convidado da Pós-Graduação
da GVLaw, FIPECAFI e IBDT. Advogado em São Paulo.
339 Pós-graduado em Direito Econômico pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
Advogado em São Paulo.
340 No original: “Norma internacional que os países-membros da OCDE concordaram que
deveria ser usada para a determinação de preços de transferência para fins tributários. Está
prevista no Artigo 9 do Modelo de Convenção Fiscal da OCDE: quando ‘forem
estabelecidas ou impostas condições entre duas empresas, em suas relações comerciais ou
financeiras, que diferirem daquelas que teriam sido estabelecidas entre
Empreendimentos/Empresas independentes, os lucros que, devido a essas condições, não
foram assim auferidos, poderão ser incluídos nos lucros dessa empresa e tributados de
acordo’”. Cf. OCDE, Diretrizes da OCDE sobre Preços de Transferência para Empresas
Multinacionais e Administrações Fiscais, Paris: International Tax Institute, 2011, p. 31
(Glossário).
341 Diretrizes da OCDE sobre Preços de Transferência para Empresas Multinacionais e
Administrações Fiscais – julho de 2017.
342 Cf. OCDE, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project, Executive Summaries
(2015 Final Reports). Disponível em: <https://www.oecd.org/ctp/beps-reports-2015-
executive-summaries.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017. p. 27.
343 Diretrizes da OCDE sobre Preços de Transferência para Empresas Multinacionais e
Administrações Fiscais, p. 43.
344 Diretrizes da OCDE sobre Preços de Transferência para Empresas Multinacionais e
Administrações Fiscais, p. 44 e 45.
345 Diretrizes da OCDE sobre Preços..., cit., p. 44 e 45.
346 O art. 18, § 9º, da Lei n. 9.430/96, estabelece: “O disposto neste artigo não se aplica aos
casos de royalties e assistência técnica, científica, administrativa ou assemelhada, os quais
permanecem subordinados às condições de dedutibilidade constantes da legislação
vigente”.
1741
347 Diretrizes da OCDE sobre Preços de Transferência para Empresas Multinacionais e
Administrações Fiscais, p. 248.
348 Idem, p. 249.
349 Diretrizes da OCDE sobre Preços..., cit., p. 255.
350 Idem, p. 265.
351 Idem, p. 265.
352 Idem, p. 275.
353 Diretrizes da OCDE sobre Preços..., cit., p. 275.
354 A empresa brasileira não está sendo considerada como controlada direta da empresa
americana, e a empresa americana também não é acionista da brasileira. Ou seja, elas são
vinculadas, mas não há participação societária direta entre as empresas.
355 Conforme previsto no art. 88 da Instrução Normativa RFB n. 1.700/2017.
356 Art. 18 da Lei n. 9.430/96.
357 Foi considerado 1% também com base na regra brasileira de limitação da dedutibilidade
de royalties.
358 Advogado e consultor na área de preços de transferência em São Paulo/SP. LLM em
Tributação Internacional pela Universidade de Leiden (Holanda). Professor convidado do
Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
359 GREGORIO, Ricardo Marozzi. Restrições da Comparabilidade, Margens
Predeterminadas e Liberdade de Escolha de Métodos. In: SCHOUERI, Luís Eduardo
(Coord.). Tributos e Preços de Transferência. São Paulo: Dialética, 2013. v. 4, p. 358.
360 PIC: definido como a média aritmética ponderada dos preços de bens, serviços ou
direitos, idênticos ou similares, apurados no mercado brasileiro ou de outros países, em
operações de compra e venda empreendidas pela própria interessada ou por terceiros, em
condições de pagamento semelhantes.
361 PCI: definido como os valores médios diários da cotação de bens ou direitos sujeitos a
preços públicos em bolsas de mercadorias e futuros internacionalmente reconhecidas.
362 PVEX: definido como a média aritmética dos preços de venda nas exportações efetuadas
pela própria empresa, para outros clientes, ou por outra exportadora nacional de bens,
serviços ou direitos, idênticos ou similares, durante o mesmo período de apuração da base
de cálculo do imposto de renda e em condições de pagamento semelhantes.
363 PECEX: definido como os valores médios diários da cotação de bens ou direitos sujeitos
a preços públicos em bolsas de mercadorias e futuros internacionalmente reconhecidas.
364 CPL: definido como o custo médio ponderado de produção de bens, serviços ou direitos,
idênticos ou similares, acrescido dos impostos e taxas cobrados na exportação no país
onde tiverem sido originariamente produzidos, e de margem de lucro de 20% (vinte por
cento), calculada sobre o custo apurado.
365 CAP: definido como a média aritmética dos custos de aquisição ou de produção dos
bens, serviços ou direitos, exportados, acrescidos dos impostos e contribuições cobrados
no Brasil e de margem de lucro de quinze por cento sobre a soma dos custos mais
impostos e contribuições.
1742
366 PRL: definido como a média aritmética ponderada dos preços de venda, no País, dos
bens, direitos ou serviços importados, em condições de pagamento semelhantes menos
margem de lucro, calculada segundo sistemática própria – o chamado cálculo
proporcional.
367 PVA: definido como a média aritmética dos preços de venda de bens, idênticos ou
similares, praticados no mercado atacadista do país de destino, em condições de
pagamento semelhantes, diminuídos dos tributos incluídos no preço, cobrados no referido
país, e de margem de lucro de quinze por cento sobre o preço de venda no atacado.
368 PVV: definido como a média aritmética dos preços de venda de bens, idênticos ou
similares, praticados no mercado varejista do país de destino, em condições de pagamento
semelhantes, diminuídos dos tributos incluídos no preço, cobrados no referido país, e de
margem de lucro de trinta por cento sobre o preço de venda no varejo.
369 Aprovado pelo Decreto n. 3.000/99.
370 “Art. 2º O INPI averbará os contratos de licença, de sublicença e de cessão de direitos de
propriedade industrial e registrará os contratos de transferência de tecnologia e de franquia
a seguir:
I – Licença de direito de propriedade industrial:
a) o contrato de licença e de sublicença para exploração de patente concedida ou de pedido de
patente, conforme disposto nos artigos 61 a 63 da Lei n. 9.279, de 1996;
b) o contrato de licença e de sublicença para exploração de registro de desenho industrial ou
de pedido de desenho industrial, conforme disposto no artigo 121 da Lei n. 9.279, de
1996; e,
c) o contrato de licença e de sublicença para uso de registro de marca ou de pedido de marca,
conforme disposto nos artigos 139 a 141 da Lei n. 9.279, de 1996.
II – Cessão de direito de propriedade industrial:
a) o contrato de cessão de patente concedida ou de pedido de patente, conforme disposto nos
artigos 58 a 60 da Lei n. 9.279, de 1996;
b) o contrato de cessão de registro de desenho industrial ou de pedido de desenho industrial,
conforme disposto no artigo 121 da Lei n. 9.279, de 1996; e,
c) o contrato de cessão de registro de marca ou de pedido de marca, conforme disposto nos
artigos 134 a 138 da Lei n. 9.279, de 1996.
III – Transferência de tecnologia:
a) o contrato de fornecimento de tecnologia (“know how”) que compreende a aquisição de
conhecimentos e de técnicas não amparados por direitos de propriedade industrial ou o
fornecimento de informações tecnológicas, destinados à produção de bens e serviços; e,
b) o contrato ou fatura de prestação de serviços de assistência técnica e científica que estipula
as condições de obtenção de técnicas, métodos de planejamento e programação, pesquisas,
estudos e projetos destinados à execução ou prestação de serviços especializados.
IV – o contrato de Franquia empresarial regido pela Lei n. 8.955, de 15 de dezembro de
1994.”
371 Não é objeto do presente trabalho a análise de aspectos regulatórios e outros aspectos
tributários decorrentes de operações envolvendo moedas virtuais.
1743
372 Disponível em:
<http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/187_CPC_04_R1_rev%2008.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
373 O Guia de Perguntas e Respostas da DIPJ, Seção de Operações Internacionais foi editado
na última vez no ano de 2013. Citação obtida em dezembro de 2017 no sítio da Receita
Federal: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-
demonstrativos/dipj-declaracao-de-informacoes-economico-fiscais-da-pj/respostas-
2013/capitulo_xix_irpj_e_csll_operacoesinternacionais_2013.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
374 O BEPS – Base Erosion and Profit Shifting da OCDE é um grupo de trabalho
internacional formado por autoridades fiscais de diversos países, com o objetivo de
combater planejamentos tributários lesivos à arrecadação dos países em matéria de
tributação da renda.
375 Advogado em São Paulo. Ex-Conselheiro Suplente da Segunda Seção do CARF. LLM
em International Tax pela NYU. Pós-graduado em Contabilidade Financeira pela UFRJ.
376 Advogada em São Paulo. Bacharel em Contabilidade pela PUC-SP.
377 Disponível em: <http://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/software>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
378 Disponível em: <https://www.techopedia.com/definition/4356/software>. Acesso em: 15
dez. 2017.
379 A rigor, a decisão do STF fez referência a três grupos de softwares: “de prateleira”, por
encomenda e customizados, sendo esses últimos um híbrido entre os dois primeiros:
segundo o STF, seriam eles softwares baseados em programas standard que seriam
modificados para se adaptarem às necessidades de clientes específicos. Todavia, em nossa
opinião, essa terceira categoria não merece existência autônoma – ao menos para os fins
desse artigo. Com efeito, se as modificações ao programa standard são suficientemente
significativas, ele passaria à categoria de software por encomenda; e, se tais modificações
forem pouco materiais, o software continuaria a classificado como “de prateleira”.
380 Na tentativa de responder essa indagação, nos baseamos em atos normativos e
precedentes proferidos até outubro de 2017, quando este artigo foi finalizado.
381 Nesse sentido, o acórdão proferido pelo STF no julgamento do RE n. 176.626/SP, já
mencionado, e os acórdãos proferidos pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do
Recurso Especial n. 633405/RS; Recurso Especial n. 1.070.404/SP; e Recurso Especial n.
216.967/SP.
382 RE n. 176.626/SP.
383 “Art. 57. Poderá ser computada como custo ou encargo, em cada exercício, a importância
correspondente à diminuição do valor dos bens do ativo resultante do desgaste pelo uso,
ação da natureza e obsolescência normal. § 1º A quota de depreciação dedutível na
apuração do imposto será determinada mediante a aplicação da taxa anual de depreciação
sobre o custo de aquisição do ativo.”
384 “97. O valor amortizável de ativo intangível com vida útil definida deve ser apropriado
de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada. A amortização deve ser iniciada a
partir do momento em que o ativo estiver disponível para uso, ou seja, quando se
1744
encontrar no local e nas condições necessários para que possa funcionar da maneira
pretendida pela administração. A amortização deve cessar na data em que o ativo é
classificado como mantido para venda ou incluído em um grupo de ativos classificado
como mantido para venda, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não
Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada, ou, ainda, na data em que ele
é baixado, o que ocorrer primeiro. O método de amortização utilizado reflete o padrão de
consumo pela entidade dos benefícios econômicos futuros. Se não for possível determinar
esse padrão com confiabilidade, deve ser utilizado o método linear. A despesa de
amortização para cada período deve ser reconhecida no resultado, a não ser que outra
norma ou pronunciamento contábil permita ou exija a sua inclusão no valor contábil de
outro ativo.”
385 Doutor e Mestre em Direito Econômico e Financeiro pela USP. Especialista em Direito
Tributário (USP e IBET). Procurador da Fazenda Nacional.
386 STF. ADI n. 1.945-MC, Rel. Min. Octavio Gallotti, Rel. p/ Acórdão Min. Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, j. 26-5-2010, DJe 11-3-2011.
387 “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II –
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior; (...)
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III – serviços de qualquer
natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.”
388 “Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,
pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.”
389 Como observa Pedro Guilherme Lunardelli, “o que define precisamente o termo
mercadoria, a partir do contido no art. 191 do Diploma Comercial, é estar seu objeto
submetido a um contrato de compra e venda de natureza mercantil, celebrado por pessoa
considerada comerciante”. LUNARDELLI, Pedro Guilherme Accorsi. Tributação na
Internet. Revista Dialética de Direito Tributário, São Paulo, v. 59, p. 84, ago. 2000.
390 FERNANDES, Adaucto. Direito Comercial brasileiro: parte terrestre. Rio de Janeiro: A.
Coelho Branco Fº, 1956. p. 327.
391 MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial. 22. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998. p.
473.
392 PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de direito privado. Campinas:
Bookseller, 1999. t. 15, p. 449.
393 CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 16. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 49.
394 STJ, Primeira Turma, Recurso Ordinário em Mandado de Segurança n. 19010/GO. Rel.
Min. Luiz Fux, DJ 23-11-2006, p. 213. No mesmo sentido: AgRg no REsp 601140/MG,
Rel. Min. Denise Arruda, DJ 10-4-2006; AgRg no Ag 642229/MG, Rel. Min. Luiz Fux,
DJ 26-9-2005; e REsp 659569/RS, Rel. Min. Castro Meira, DJ 9-5-2005.
395 UCKMAR, Victor. Diritto Tributario e Tecnologia. In: MARINS, James (Coord.).
Tributação e tecnologia. Curitiba: Juruá, 2003. p. 45.
1745
396 “Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer
meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente
no futuro, tais como: (...) XII – os programas de computador; (...).”
397 CARBONI, Guilherme C. Direito de autor na multimídia. São Paulo: Quartier Latin,
2003. p. 142.
398 “Art. 49. Os direitos de autor poderão ser total ou parcialmente transferidos a terceiros,
por ele ou por seus sucessores, a título universal ou singular, pessoalmente ou por meio de
representantes com poderes especiais, por meio de licenciamento, concessão, cessão ou
por outros meios admitidos em Direito, obedecidas as seguintes limitações: I – a
transmissão total compreende todos os direitos de autor, salvo os de natureza moral e os
expressamente excluídos por lei; II – somente se admitirá transmissão total e definitiva
dos direitos mediante estipulação contratual escrita; III – na hipótese de não haver
estipulação contratual escrita, o prazo máximo será de cinco anos; IV – a cessão será
válida unicamente para o país em que se firmou o contrato, salvo estipulação em contrário;
V – a cessão só se operará para modalidades de utilização já existentes à data do contrato;
VI – não havendo especificações quanto à modalidade de utilização, o contrato será
interpretado restritivamente, entendendo-se como limitada apenas a uma que seja aquela
indispensável ao cumprimento da finalidade do contrato.”
399 Cf. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos em espécie. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2004. p. 325.
400 STJ, REsp 123.022/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, j. 14-8-1997, DJ 27-
10-1997.
401 MELO, José Eduardo Soares de. ICMS: teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Dialética,
2005. p. 19.
402 BIFANO, Elidie Palma. O negócio eletrônico e o sistema tributário brasileiro. São
Paulo: Quartier Latin, 2004. p. 227.
403 CEZAROTI, Guilherme. ICMS no comércio eletrônico. São Paulo: MP, 2005, p. 118.
404 STF, ADI 1.945-MC, Rel. Min. Octavio Gallotti, Rel. p/ Acórdão Min. Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, j. 26-5-2010, DJe 11-3-2011.
405 STF, RE 651703, Repercussão Geral, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 29-9-2016,
DJe 25-4-2017.
406 TJSP, Apelação 1020788-97.2016.8.26.0053, Rel. Silvia Meirelles, 6ª Câmara de Direito
Público, j. 31-7-2017.
407 STF, ADI n. 5.576. Petição inicial disponível a partir de: <http://www.stf.jus.br>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
408 Solução de Consulta Cosit n. 130/2016.
409 Advogado. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Especialista em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET).
LLM com honras pela Northwestern University School of Law e Certificate in Business
Administration pela Kellogg School of Management.
410 Advogado. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Especialista em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas.
1746
411 Art. 1º, da Lei n. 9.609/98: “Programa de computador é a expressão de um conjunto
organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de
qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da
informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica
digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados”.
412 Ainda está em tramitação o Projeto de Lei n. 5.344/2013 que dispõe sobre este tema.
413 Tradução livre do original em inglês. Cf. MELL, Peter; GRANCE, Timothy. The NIST
Definition of Cloud Computing. NITS Special Publication 800-145. U.S. Department of
Commerce. September 2011. Disponível em:
<http://faculty.winthrop.edu/domanm/csci411/Handouts/NIST.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
414 OCDE. Addressing the tax challenges of the digital economy, Action 1. Paris: OECD
Publishing, 2015, p. 60.
415 OCDE. Addressing the tax challenges of the digital economy, Action 1. Paris: OECD
Publishing, 2015, p. 11.
416 Income and Indirect Tax Consequences of Inbound Cloud Computing Transactions – Tax
Management International Forum, Volume 35, Number 4, December 2014.
417 Tão somente na década de 1980 é que os computadores passaram a ser comercializados
em escala. Antes eram de difícil acesso e, após o surgimento da internet, apenas utilizados
por organizações militares/governamentais. Desta maneira, é natural que conceitos
tributários para a internet não fossem tratados na CF ou no CTN, pois a internet ainda
estava em implementação pelo mundo, e os referidos textos legais em pleno surgimento no
Brasil. Todavia, o grande problema atual não é a criação de instrumentos legais para tratar
destes novos elementos advindos com a internet, mas sim, a ausência de atualização destes
fatos/conceitos pela legislação brasileira. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u34809.shtml>. Acesso em: 15 dez.
2017.
418 Como ocorre também, exemplificativamente, para o mercado financeiro, no qual a
legislação não acompanha as novas modalidades de investimentos criados.
419 Art. 109, do CTN: “Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da
definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para
definição dos respectivos efeitos tributários”.
420 O STF, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.829/SP, Min. Rel. para acórdão
Luiz Fux, Pleno, STF, DJ 11-9-2014, adotou as definições de “operação”, “circulação” e
“mercadoria” como elementos definidores da hipótese de incidência do ICMS, no caso em
que tratou de importações realizadas mediante arrendamento mercantil (leasing).
421 STF, Recurso Extraordinário n. 116.121-3/SP, Min. Rel. Marco Aurélio, Pleno, DJ 11-
10-2000.
422 Art. 9º, da Lei n. 9.609/98: “O uso de programa de computador no País será objeto de
contrato de licença”.
423 A título de curiosidade, o Windows foi introduzido em larga escala na mesma época em
que teve início a vigência da CF, demonstrando a inexistência de conceitos, à época, para
incluir hipoteticamente a incidência de ICMS e ISS para estas novas tecnologia em
1747
surgimento, tal como acontece hoje para o cloud computing. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Microsoft_Windows>. Acesso em: 15 dez. 2017.
424 Disponível em: <http://blog.innotechno.com.br/data-center-proprio-ou-servico-de-cloud-
computing-saiba-escolher/>. Acesso em: 15 dez. 2017.
425 Anteriormente, a Consulta DISIT n. 3.001/2016 previa que as remessas para pagamento
ao exterior, em modalidade parecida, estariam sujeitas ao IRRF e à CIDE. Entretanto, para
este caso houve enquadramento no serviço do item 1.05, da lista anexa à LC n. 116/2003,
que trata de licenciamento de programa de computador, diversamente da prestação de
serviço almejada na Solução de Consulta n. 191/2017.
426 “Art. 17. As importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a
pessoa jurídica domiciliada no exterior a título de royalties de qualquer natureza e de
remuneração de serviços técnicos e de assistência técnica, administrativa e semelhantes
sujeitam-se à incidência do imposto sobre a renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por
cento).
§ 1º Para fins do disposto no caput: (...)
II – considera-se:
a) serviço técnico a execução de serviço que dependa de conhecimentos técnicos
especializados ou que envolva assistência administrativa ou prestação de consultoria,
realizado por profissionais independentes ou com vínculo empregatício ou, ainda,
decorrente de estruturas automatizadas com claro conteúdo tecnológico; e (...).”
427 Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/anexoOutros.action?
idArquivo Binario=45847>. Acesso em: 15 dez. 2017.
428 Soluções de Consulta COSIT n. 316/2017 e n. 342/2017.
429 Assumindo que não é transferida tecnologia, como é padrão nesse tipo de contratação.
1748
1 Professor Titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Vice-Presidente
do Instituto Brasileiro de Direito Tributário.
2 Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Pós-
Graduando em Direito Tributário Internacional pelo Instituto Brasileiro de Direito
Tributário. Advogado em São Paulo.
3 Cf. PEYTON, Antigone. A Litigator’s Guide to the Internet of Things. Richmond Journal
of Law & Technology, v. 22, n. 9, 2016, p. 8.
4 Cf. CHENG, Jacqui. Withings WiFi body scale review: weight data and cool graphs. Ars
Technica, 28 January 2011. Disponível em:
<https://arstechnica.com/gadgets/2011/01/withings-wifi-body-scale-review-weight-data-
and-pretty-graphs>. Acesso em: 15 dez. 2017.
5 Cf. PEYTON, Antigone. A Litigator’s Guide to the Internet of Things. Richmond Journal
of Law & Technology, v. 22, n. 9, 2016, p. 15.
6 Cf. JONES, Mega Leta. Privacy without Screens & the Internet of Other People’s Things.
Idaho Law Review, v. 51, 2014-2015, p. 640.
7 Cf. KOMINERS, Paul. Interoperability Case Study: Internet of Things (IoT). Berkman
Center Research Publication, n. 2012-10, abril de 2012, p. 4.
8 Cf. PEYTON, Antigone. A Litigator’s Guide to the Internet of Things. Richmond Journal
of Law & Technology, v. 22, n. 9, 2016, p. 2.
9 Cf. PEYTON, Antigone. A Litigator’s Guide to the Internet of Things. Richmond Journal
of Law & Technology, v. 22, n. 9, 2016, p. 1; ASHTON, Kevin. That ‘Internet of Things’
Thing. RFiD Journal, 22 de junho de 2009. Disponível em:
<http://www.rfidjournal.com/articles/view?4986>. Acesso em: 15 dez. 2017. Sobre a
dificuldade de se definir Internet das Coisas, cf. KOMINERS, Paul. Interoperability Case
Study: Internet of Things (IoT). Berkman Center Research Publication, n. 2012-10, abril
de 2012, p. 7.
10 Cf. ASHTON, Kevin. That ‘Internet of Things’ Thing. RFiD Journal, 22 de junho de
2009. Disponível em: <http://www.rfidjournal.com/articles/view?4986>. Acesso em: 15
dez. 2017.
11 Cf. JONES, Mega Leta. Privacy without Screens & the Internet of Other People’s Things.
Idaho Law Review, v. 51, 2014-2015, p. 642.
12 Cf. BAILEY, Melissa W. Seduction by Techonology: Why Consumers Opt Out of Privacy
by Buying into the Internet of Things. Texas Law Review, v. 94, 2015-2016, p. 1025.
13 Cf. PEYTON, Antigone. A Litigator’s Guide to the Internet of Things. Richmond Journal
of Law & Technology, v. 22, n. 9, 2016, p. 3.
14 Cf. KOMINERS, Paul. Interoperability Case Study: Internet of Things (IoT). Berkman
Center Research Publication, n. 2012-10, abril de 2012, p. 3.
15 Cf. PEYTON, Antigone. A Litigator’s Guide to the Internet of Things. Richmond Journal
of Law & Technology, v. 22, n. 9, 2016, pp. 3-4.
16 Cf. KOMINERS, Paul. Interoperability Case Study: Internet of Things (IoT). Berkman
Center Research Publication, n. 2012-10, abril de 2012, p. 4.
17 Cf. JONES, Mega Leta. Privacy without Screens & the Internet of Other People’s Things.
1749
Idaho Law Review, v. 51, 2014-2015, p. 641.
18 Cf. PEYTON, Antigone. A Litigator’s Guide to the Internet of Things. Richmond Journal
of Law & Technology, v. 22, n. 9, 2016, p. 5.
19 Cf. HARTZOG, Woodrow; e SELINGER, Evan. The Internet of Heirlooms and
Disposable Things. North Carolina Journal of Law & Technology, v. 17, n. 4, maio de
2016, p. 583.
20 Cf., e.g., FEN, Hannah Lim Yee. The Data Protection Paradigm for the Tort of Privacy in
the Age of Big Data. Singapore Academy of Law Journal, v. 27, 2015, p. 789-821; e
BAILEY, Melissa W. Seduction by Techonology: Why Consumers Opt Out of Privacy by
Buying into the Internet of Things. Texas Law Review, v. 94, 2015-2016, p. 1023-1054.
21 Cf., e.g., ROBINSON, W. Keith. Patent Law Challenges for the Internet of Things. Wake
Forest Journal of Business and Intellectual Property Law, v. 15, n. 4, 2015, p. 655-670.
22 Cf., e.g., SOARES DE MELO, José Eduardo. ICMS: Teoria e Prática. 13. ed. rev. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2017. p. 13 e s.; e CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS.
15. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 38 e s.
23 Cf. COSTA, Alcides Jorge. ICMS na Constituição, Revista de Direito Tributário, n. 46,
São Paulo, Revista dos Tribunais, 1988, p. 163.
24 No mesmo sentido, cf. SOARES DE MELO, José Eduardo. ICMS: Teoria e Prática. 13.
ed. rev. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2017. p. 16 e s.
25 Sobre o tema, cf. JARDIM NETO, José Gomes. “Os produtos digitais vendidos na
Internet e o ICMS”. In: SCHOUERI, Luís Eduardo (Coord.). Internet: o direito na era
virtual. Rio de Janeiro: Forense, 2001. p. 279 e s.
26 Nessa linha, cf. SOARES DE MELO, José Eduardo. ICMS: Teoria e Prática. 13. ed. rev.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2017. p. 16 e s.; COSTA, Alcides Jorge. ICM na
Constituição e na Lei Complementar. São Paulo: Resenha Tributária, 1978. p. 99; e
CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 44 e s.
27 Cf. STF, RE 176.626-3-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10-11-1998, DJ
11-12-1998; STF, RE 199.464-9-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 2-3-1999, DJ
30-4-1999; e STF, AgRg no RE 285.870-6-SP, 2ª Turma, Rel. Min. Eros Grau, j. 17-6-
2008, DJ 1º-8-2008.
28 Cf. STF, ADI-MC 1.945-MT, Plenário, j. 26-5-2010, DJ 14-3-2011.
29 Com a opinião de que em nenhuma hipótese pudesse incidir ICMS sobre softwares, cf.
JARDIM NETO, José Gomes. “Os produtos digitais vendidos na Internet e o ICMS”. In:
SCHOUERI, Luís Eduardo (Coord.). Internet: o direito na era virtual. Rio de Janeiro:
Forense, 2001, p. 287.
30 Cf. STF, RE 179.560-3-MT, 1ª Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 30-3-1999, DJ 28-5-
1999; e STF, RE 191.732-6-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 4-5-1999, DJ
18-6-1999.
31 STF, RE 179.560-3-MT, 1ª Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 30-3-1999, DJ 28-5-1999,
p. 739.
32 STF, RE 176.626-3-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10-11-1998, DJ 11-
12-1998.
1750
33 Cf. ASHTON, Kevin. That “Internet of Things” Thing. RFiD Journal, 22 de junho de
2009. Disponível em: <http://www.rfidjournal.com/articles/view?4986>. Acesso em: 15
dez. 2017.
34 Cf. CORAZZA, Edison Aurélio. ICMS Sobre Prestações de Serviço de Comunicação. In
MARTINS, Eliseu; COSTA, Alcides Jorge et al. Teses Tributárias. São Paulo: Quartier
Latin, 2010. p. 118; SANTOS FILHO, Walter Gazzano dos. Tributação dos Serviços de
Comunicação. Curitiba: Cenofisco, 2004. p. 41; COSTA, Alcides Jorge. Algumas
Considerações a Respeito do Imposto sobre Prestação de Serviços de Comunicação. In
BORGES, Eduardo de Carvalho (Coord.). Tributação nas Telecomunicações. São Paulo:
Quartier Latin, 2005. p. 18; e CEZAROTI, Guilherme. A Não incidência dos ICMS sobre
o Serviço de Tv por Assinatura. In BORGES, Eduardo de Carvalho (Coord.). Tributação
nas Telecomunicações. São Paulo: Quartier Latin, 2005. p. 223.
35 Sobre esse tema, cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. ISS sobre a Importação de Serviços do
Exterior. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 100. São Paulo: Dialética, 2004, p.
39-51; e explicando para o ISS, mas também extensível ao ICMS, cf. BAPTISTA,
Marcelo Caron. ISS: do texto à norma, São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 259.
36 Cf., e.g., art. 46 do Regulamento do ICMS do Estado de São Paulo publicado pelo Decreto
n. 45.490, de 30 de novembro de 2000; e art. 17, § 1º, do Regulamento do ISS do
Município de São Paulo publicado pelo Decreto n. 53.151, de 17 de maio de 2012.
37 Cf. Comitê de Pronunciamentos Contábeis, Pronunciamento Técnico CPC 45: Receita de
Contrato com Cliente, aprovado em 4 de novembro de 2016 e divulgado em 22 de
dezembro de 2016, itens 73 e s.
38 Cf. art. 14, II, da Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965; art. 22, VII, da
Constituição Federal de 1967; e art. 21, VII, da Emenda Constitucional n. 1, de 17 de
outubro de 1969. Sobre o tema, cf. COSTA, Alcides Jorge. ICMS – Comunicação –
Parecer. Revista Direito Tributário Atual, v. 16. São Paulo: Dialética, 2001, p. 6.
39 Cf. COSTA, Alcides Jorge. ICMS – Comunicação – Parecer. Revista Direito Tributário
Atual, v. 16. São Paulo: Dialética, p. 7.
40 Cf. COSTA, Alcides Jorge. “Algumas Considerações a Respeito do Imposto sobre
Prestação de Serviços de Comunicação”. In BORGES, Eduardo de Carvalho (Coord.).
Tributação nas Telecomunicações. São Paulo: Quartier Latin, 2005. p. 19.
41 Cf. BALEEIRO, Aliomar. Direito tributário brasileiro. Atualizada por Misabel Abreu
Machado Derzi. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 479. Exigindo prestação
onerosa, cf. STF, Recurso de Mandado de Segurança 18.856-SP, 2ª Turma, Rel. Min.
Aliomar Baleeiro, j. 5-11-1968, DJ 11-12-1968.
42 Em sentido parecido, cf. COSTA, Alcides Jorge. ICMS na Constituição. Revista de
Direito Tributário, n. 46. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1988, p. 170.
43 Com a opinião correta de que o Convênio n. 66/88 era inconstitucional em razão de prever
a incidência sobre o serviço de comunicação e não sobre a prestação do serviço de
comunicação, cf. COSTA, Alcides Jorge. ICMS – Comunicação – Parecer. Revista Direito
Tributário Atual, v. 16. São Paulo: Dialética, 2001, p. 8-9.
44 Com o entendimento de que o Convênio 66/88 apenas poderia suprir lacunas, cf. STF, RE
149.922-2-SP, Plenário, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 23-2-1994, DJ 29-4-1994. Também
1751
sobre esse ponto, cf. LIMBORÇO, Lauro. O ICMS no convênio 66/88. Revista de Direito
Tributário, n. 46, ano 12. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1988, p. 104.
45 Cf., e.g., ÁVILA, Humberto. Imposto sobre a prestação de serviços de comunicação.
Conceito de prestação de serviço de comunicação. Intributabilidade das atividades de
veiculação de publicidade em painéis e placas. Inexigibilidade de multa. Revista Dialética
de Direito Tributário, n. 143, São Paulo: Dialética, 2007, p. 126; e CARRAZZA, Roque
Antonio. ICMS. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 218.
46 Cf. Lei Complementar n. 87/96, art. 2º, III. Com a opinião de que o inadimplemento
absoluto do consumidor implica a não onerosidade da prestação de serviço de
comunicação e, portanto, não se pode cogitar a incidência do ICMS-C, cf. ÁVILA,
Humberto. ICMS como imposto sobre o consumo: inocorrência de prestação onerosa de
serviço de comunicação no caso de inadimplemento do consumidor. Revista Dialética de
Direito Tributário, n. 186. São Paulo: Dialética, 2011, p. 110-125.
47 Cf. MOREIRA, André Mendes. A Tributação dos Serviços de Comunicação. 2. ed. São
Paulo: Noeses, 2016, p. 78 e s.; CARVALHO, Paulo de Barros. Não incidência do ICMS
na Atividade dos Provedores de Acesso à Internet. In TORRES, Heleno Taveira (Coord.).
Direito Tributário das Telecomunicações. São Paulo: IOB Thomson: ABETEL, 2004, p.
491-492; CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2011, p.
212; MELO, José Eduardo Soares de. Imposto sobre Serviço de Comunicação. 2. ed. São
Paulo: Malheiros, 2003, p. 68; ANGEIROS, Luciana. Tributação dos Provedores de
Acesso à Internet. In SCHOUERI, Luís Eduardo (Org.). Internet: O Direito na Era
Virtual. São Paulo: Lacaz Martins, Halembeck, Pereira Neto, Gurevich & Schoueri
Advogados, 2000, p. 236; COSTA, Alcides Jorge. ICMS – Comunicação – Parecer.
Revista Direito Tributário Atual, v. 16. São Paulo: Dialética, 2001, p. 5-10; CEZAROTI,
Guilherme. A Não incidência dos ICMS sobre o Serviço de TV por Assinatura. In
BORGES, Eduardo de Carvalho (Coord.). Tributação nas Telecomunicações. São Paulo:
Quartier Latin, 2005. p. 226-227; WALD, Arnoldo; e NISHIOKA, Alexandre Naoki. Da
Definição de Serviços de Comunicação para Efeitos de Incidência do ICMS: o Caso da
Habilitação de Telefone Móvel Celular. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 102.
São Paulo: Dialética, 2004, p. 29.
48 Cf. GRECO, Marco Aurelio; ZONARI, Anna Paola. ICMS – Materialidade e Princípios
Constitucionais. In MARTINS, Ives Gandra da Silva (Coord.). Curso de Direito
Tributário. 2. ed. São Paulo: Edições Cejup, 1993, p. 155; e MENDRONI, Fernando
Batlouni. A Prestação de Serviço de Comunicação como Hipótese de Incidência do ICMS.
Revista Tributária e de Finanças Públicas, n. 38. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001,
p. 59-78.
49 Cf. CARVALHO, Paulo de Barros. Não incidência do ICMS na Atividade dos Provedores
de Acesso à Internet. In TORRES, Heleno Taveira (Coord.). Direito Tributário das
Telecomunicações. São Paulo: IOB Thomson: ABETEL, 2004. p. 492; CARRAZZA,
Roque Antonio. ICMS. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 212-228; MELO, José
Eduardo Soares de. Imposto sobre Serviço de Comunicação. 2. ed. São Paulo: Malheiros,
2003. p. 68; e MOREIRA, André Mendes. A Tributação dos Serviços de Comunicação. 2.
ed. São Paulo: Noeses, 2016. p. 91.
50 Em relação às taxas de adesão à televisão a cabo, cf. STJ, REsp 418.594-PR, 1ª Turma,
Rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 17-2-2015, DJ 21-3-2005. No tocante à habilitação de
1752
aparelhos celulares, cf. STF, RE 572.020-DF, Plenário, Rel. Min. Marco Aurélio, Red.
Min. Luiz Fux, j. 6-2-2014, DJ 10-10-2014; STJ, RMS 11.368-MT, 1ª Seção, Rel. Min.
Francisco Falcão, j. 13-12-2004, DJ 9-2-2005; STJ, REsp 617.107-SP, 2ª Turma, Rel.
Min. Eliana Calmon, j. 2-8-2005, DJ 29-8-2005; STJ, REsp 694.429-SP, 2ª Turma, Rel.
Min. Castro Meira, j. 15-8-2006, DJ 25-8-2006; e STJ, REsp 1.022.257-RS, 2ª Turma,
Rel. Min. Castro Meira, j. 4-3-2008, DJ 17-3-2008. No que diz respeito ao serviço de
instalação de linha telefônica, cf. STJ, REsp 601.056-BA, 1ª Turma, Rel. Min. Denise
Arruda, j. 9-3-2006, DJ 3-4-2006. Tratando de maneira ampla acerca das atividades
preparatórias e da manutenção, cf. STJ, REsp 402.047-MG, 1ª Turma, Rel. Min.
Humberto Gomes de Barros, j. 4-11-2003, DJ 9-12-2003; e STJ, REsp 760.230-MG, 1ª
Seção, Rel. Min. Luiz Fux, j. 27-5-2009, DJ 1º-7-2009.
51 Cf. ÁVILA, Humberto. Imposto sobre a prestação de serviços de comunicação. Conceito
de prestação de serviço de comunicação. Intributabilidade das atividades de veiculação de
publicidade em painéis e placas. Inexigibilidade de multa. Revista Dialética de Direito
Tributário, n. 143, São Paulo: Dialética, 2007, p. 123; LOPES XAVIER, Helena de
Araújo. O Conceito de Comunicação e Telecomunicação na Hipótese de Incidência do
ICMS. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 72. São Paulo: Dialética, 2001, p. 77;
CORAZZA, Edison Aurélio. ICMS Sobre Prestações de Serviço de Comunicação. In
MARTINS, Eliseu; COSTA, Alcides Jorge et al. Teses Tributárias. São Paulo: Quartier
Latin, 2010. p. 131; GRECO, Marco Aurelio; ZONARI, Anna Paola. ICMS –
Materialidade e Princípios Constitucionais. In MARTINS, Ives Gandra da Silva (Coord.).
Curso de Direito Tributário. 2. ed. São Paulo: Edições Cejup, 1993. p. 155; e SANTOS
FILHO, Walter Gazzano dos. Tributação dos Serviços de Comunicação. Curitiba:
Cenofisco, 2004. p. 53 e s.
52 MOREIRA, André Mendes. A Tributação dos Serviços de Comunicação. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2016. p. 109-110.
53 Cf. ÁVILA, Humberto. Imposto sobre a prestação de serviços de comunicação. Conceito
de prestação de serviço de comunicação. Intributabilidade das atividades de veiculação de
publicidade em painéis e placas. Inexigibilidade de multa. Revista Dialética de Direito
Tributário, n. 143, São Paulo: Dialética, 2007, p. 117.
54 Cf. CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 213 e
216-217; GRECO, Marco Aurelio; ZONARI, Anna Paola. ICMS – Materialidade e
Princípios Constitucionais. In MARTINS, Ives Gandra da Silva (Coord.). Curso de
Direito Tributário. 2. ed. São Paulo: Edições Cejup, 1993. p. 155; GRECO, Marco
Aurelio; ZONARI, Anna Paola. ICMS – Materialidade e Princípios Constitucionais. In
MARTINS, Ives Gandra da Silva (Coord.). Curso de Direito Tributário. 2. ed. São Paulo:
Edições Cejup, 1993. p. 155-156; SANTOS FILHO, Walter Gazzano dos. Tributação dos
Serviços de Comunicação. Curitiba: Cenofisco, 2004. p. 53 e s.; SOARES DE MELO,
José Eduardo. ICMS: Teoria e Prática. 13. ed. rev. Porto Alegre: Livraria do Advogado,
2017. p. 118-119.
55 STF, ADI 1.089-1-DF, Plenário, Rel. Min. Francisco Rezek, j. 29-5-1996, DJ 27-6-1997,
p. 241-242.
56 Cf. WALD, Arnoldo; e NISHIOKA, Alexandre Naoki. Da Definição de Serviços de
Comunicação para Efeitos de Incidência do ICMS: o Caso da Habilitação de Telefone
Móvel Celular. Revista Dialética de Direito Tributário, n. 102, São Paulo: Dialética, 2004,
1753
p. 24.
57 Cf., e.g., CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 213.
Para críticas acerca dessa correlação, cf. MOREIRA, André Mendes. A Tributação dos
Serviços de Comunicação. 2. ed. São Paulo: Noeses, 2016. p. 190.
58 MOREIRA, André Mendes. A Tributação dos Serviços de Comunicação. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2016. p. 106-107.
59 Cf. CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 214 e s.;
e ÁVILA, Humberto. Imposto sobre a prestação de serviços de comunicação. Conceito de
prestação de serviço de comunicação. Intributabilidade das atividades de veiculação de
publicidade em painéis e placas. Inexigibilidade de multa. Revista Dialética de Direito
Tributário, n. 143, São Paulo: Dialética, 2007, p. 124.
60 Cf., e.g., STF, ADI 1.467-6-DF, Plenário, Rel. Min. Sydney Sanches, j. 20-11-1996, DJ
14-3-1997.
61 Sobre o tema, cf. MOREIRA, André Mendes. A Tributação dos Serviços de
Comunicação. 2. ed. São Paulo: Noeses, 2016. p. 124.
62 MOREIRA, André Mendes. A Tributação dos Serviços de Comunicação. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2016. p. 192. No mesmo sentido, cf. ALMEIDA, Fábio Andrade. Repensando a
Tributação Sobre os Serviços de Valor Adicionado. In RABELO FILHO, Antonio
Reinaldo; ALVES, Gustavo Baptista; SILVA FILHO, Paulo Cesar da; MENDONÇA,
Victor Furtado de (Coords.). Tributação & Telecomunicações. São Paulo: Quartier Latin,
2016. p. 187.
63 Para uma discussão sobre os exemplos descritos, cf. MOREIRA, André Mendes. A
Tributação dos Serviços de Comunicação. 2. ed. São Paulo: Noeses, 2016. p. 200 e s.
Sobre a incidência de ISS-SVA sobre serviço de provimento de acesso à Internet, cf.
Súmula 334 do STJ; CARVALHO, Paulo de Barros. Não incidência do ICMS na
Atividade dos Provedores de Acesso à Internet. In TORRES, Heleno Taveira (Coord.).
Direito Tributário das Telecomunicações. São Paulo: IOB Thomson: ABETEL, 2004. p.
493 e s.
64 MOREIRA, André Mendes. A Tributação dos Serviços de Comunicação. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2016. p. 193.
65 CORAZZA, Edison Aurélio. ICMS Sobre Prestações de Serviço de Comunicação. In
MARTINS, Eliseu; COSTA, Alcides Jorge et al. Teses Tributárias. São Paulo: Quartier
Latin, 2010. p. 127-128.
66 Doutor e Livre Docente em Direito. Ex-Professor Titular da PUC-SP. Visiting Scholar da
U.C.Berkeley (Califórnia). Orientador da Bucerius Law School (Hamburgo). Professor
Emérito da Faculdade de Direito de Tributação. Advogado em São Paulo.
67 FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1994. p. 174.
68 CARVALHO, Paulo de Barros, Direito tributário: linguagem e método. 2. ed. São Paulo:
Noeses, 2008. p. 405.
69 REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. 9. tir. São Paulo: Saraiva, 2010. p.
112.
70 MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado, t. XLVII. Rio de Janeiro: Borsoi,
1754
1958. p. 3 e 4.
71 BARRETO, Aires. ISS na Constituição e na Lei. 1. ed. São Paulo: Dialética, 2003. p. 35.
72 SEGUNDO, Hugo de Brito Machado; MACHADO, Raquel Cavalcanti Ramos. O ISS e os
serviços de informática no âmbito da Lei Complementar n. 116/2003. In ROCHA, Valdir
de Oliveira (Coord.). O ISS e a LC 116. São Paulo: Dialética, 2003. p. 149.
73 GONÇALVES, Renato Lacerda Lima. ISS sobre licenciamento ou cessão de direito de
uso de programas de computação. In BRUNELLI, Rodrigo Machado (Coord.). ISS na Lei
Complementar n. 116/2003. São Paulo: Quartier Latin e IPT, 2004. p. 146-147.
74 REsp n. 1.559.264-RJ, 2ª Seção, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 8-2-2017, Dje
15-2-2017.
75 GOLDSCHMIDT, Fábio. A Lei Complementar n. 116 e a Tributação pelo ISSQN da
Cessão do uso de Marca. In ISS na Lei Complementar n. 116/2003. São Paulo: Quartier
Latin/IPT, 2004. p. 102.
76 SCHARKACK, José Rubens. ISS e Cessão de Direitos. In PEIXOTO, Marcelo Magalhães
e MARTINS, Ives Gandra da Silva (Orgs.). ISS – LC 116/2003. Curitiba/São Paulo: Juruá
e APET, 2004. p. 314.
77 SALOMÃO, Marcelo Viana. O ISS e a Locação, a Cessão de Direito de uso e
Congêneres. In PEIXOTO, Marcelo Magalhães e MARTINS, Ives Gandra da Silva. ISS –
LC 116/2003. Curitiba/São Paulo: Juruá e APET. 2004. p. 460.
78 MELO, José Eduardo Soares de. Contratos e Tributação – noções fundamentais. São
Paulo: Malheiros, 2015. p. 108.
79 LUMMERTZ, Henry Gonçalves, Lei Contraria Perfil Constitucional do ISS ao Tributar
Áudio e Vídeo na Internet, Revista Consultor Jurídico (Conjur), de 14-1-2017. Disponível
em: <www.conjur.com.br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
80 Idem.
81 CARVALHO, Paulo de Barros. Não incidência do ICMS nas Atividades dos Provedores
de Acesso à Internet, Revista Dialética de Direito Tributário n. 73, p. 4.
82 SOBRINHO, José Wilson Ferreira. Perfil Tributário do Provedor da Internet. 6º Simpósio
Nacional IOB de Direito Tributário. São Paulo: IOB, 20 e 21-11-97, p. 21.
83 OLIVEIRA, Júlio Maria de. Internet e Competência. São Paulo: Dialética, 2001. p. 160.
84 Embargos de Divergência em Recurso Especial n. 456.650-PR, Rel. p/acórdão Min.
Franciulli Neto, 1ª S., j. 11-5-2006, DJU 1 de 20-3-2006.
85 COSTA, Regina Helena. Imunidades Tributárias – Teoria e Análise da Jurisprudência do
STF. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2015. p. 361.
86 MORAES, Bernardo Ribeiro de. A imunidade tributária e seus novos aspectos.
Imunidades tributárias. Pesquisas Tributárias, Nova Série 4, coedição da Ed. RT e do
Centro de Extensão Universitária, São Paulo, 1998, p. 115-118.
87 MARTINS, Ives Gandra da Silva. Imunidade constitucional de publicações –
Interpretação teleológica da Norma Maior – Análise jurisprudencial. Revista de Direito
Tributário 41/225.
88 Consultor Tributário Chefe na Secretaria da Fazenda de São Paulo e Juiz na 4ª Câmara do
Tribunal de Impostos e Taxas – TIT/SP. Doutor e Mestre em Direito Econômico,
1755
Financeiro e Tributário pela USP. Mestre em Controladoria/Ciências Contábeis pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Especialista em Direito Tributário pelo IBET e
pela USP. Bacharel em Administração de Empresas pela FGV-SP e em Direito pela USP.
89 CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 14. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 194 e 205.
90 BARRETO, Aires F. ICMS e ISS: serviços de comunicação e de “valor adicionado”. In
Revista de Direito Tributário, n. 81, São Paulo, Malheiros, 2001, p. 193.
91 MIGUEL, Luciano Garcia. Hipótese de Incidência do ICMS e a evolução dos conceitos
tradicionais de mercadoria e serviço de comunicação. 2015. Tese (Doutorado em Direito
Tributário) – Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP, São Paulo, 2015, p. 132-134.
92 BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. Atualizado por Misabel Abreu
Machado Derzi. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010. p. 479.
93 MIGUEL, Luciano Garcia. Hipótese de Incidência do ICMS e a evolução dos conceitos
tradicionais de mercadoria e serviço de comunicação. 2015. Tese (Doutorado em Direito
Tributário) – Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP, São Paulo, 2015, p. 128-129.
94 GRECO, Marco Aurélio. Internet e Direito. 1. ed. São Paulo: Dialética, 2000. p. 124.
95 COSTA, Alcides Jorge. ICMS: comunicação: parecer. In Direito Tributário Atual n. 1.
São Paulo: Dialética – Instituto Brasileiro de Direito Tributário, 2001. p. 6-7.
96 Resposta à Consulta n. 389/2004.
97 Como é o caso de voto-vista do Dr. Douglas Kakazu Kushiyama no julgamento do AIIM
3.161.750-5, julgado na 4ª Câmara do TIT-SP (2 votos × 1 voto), cujo tema será
reapreciado pela Câmara Superior do TIT-SP: “No caso em tela, não há que se falar em
incidência do ICMS-Comunicação, tendo em vista que esta só ocorre quando houver
prestação onerosa e com todos os elementos necessários para a ocorrência da
comunicação, ou seja, emissor, receptor e uma mensagem. Há que se ressaltar que o
receptor deve ser determinado ou determinável para que haja a incidência do ICMS. (...)
Não havendo a possiblidade de se determinar os destinatários, não há que se falar em
comunicação e por consequência, ICMS-comunicação” (Processo DRTC-III-1091754 /
Ano 2011 / AIIM 3.161.750-5 / 4ª Câmara Julgadora do Tribunal de Impostos e Taxas de
São Paulo).
98 Como é o caso de nosso voto como relator (onde expusemos nosso posicionamento) no
julgamento do AIIM 3.161.750-5, julgado na 4ª Câmara do TIT-SP (2 votos × 1 voto),
cujo tema será reapreciado pela Câmara Superior do TIT-SP:
“14.1 – Evidentemente que conforme narra a Recorrente, o ‘GOOGLE ADWORDS’ permite
a inserção dos links patrocinados nos resultados das buscas efetuadas pelos usuários. Mas
não podemos concordar com afirmação da Recorrente que esta solução não tem nenhuma
diferença com uma busca normal na Internet, exceto pelo fato do link patrocinado aparecer
em outro local para o usuário. É evidente que a onerosidade do contrato se justifica
justamente pela posição privilegiada (ao lado e acima das demais pesquisas feitas pelo
usuário da internet) com que os links patrocinados do contratante irão aparecer nas buscas
ao usuário final. Deste modo, nos é patente que o ‘GOOGLE ADWORDS’ não consiste
apenas em um sistema de gerenciamento de dados e manutenção de página eletrônica, mas
principalmente, é um sistema que garante que os links patrocinados pelos contratantes irão
ser comunicados onerosamente aos usuários e destinatários finais (ainda que
1756
indeterminados). Ou seja, os usuários que tiverem interesse em realizar busca pela Internet
por meio de palavras-chave predefinidas pelo contratante, receberão os anúncios
patrocinados na tela de busca do ‘Google’; (...)
16.2 – Assim, evidente que são preenchidos os requisitos para configuração do serviço de
comunicação: i) a natureza da prestação do serviço é onerosa (os clientes pagam para ter
seus links divulgados a destinatários indeterminados numa determinada área geográfica),
ii) há o uso de um canal de comunicação entre remetente e destinatário da mensagem, que
é a própria rede da internet e o site da própria Google, que permite que lá sejam
divulgados os links em posições privilegiadas; iii) e por fim há a transmissão de uma
mensagem, normalmente por sinais e signos direcionando os destinatários ao endereço
eletrônico dos ofertantes (clientes da Recorrente). Por fim, não se trata de uma relação
comunicacional apenas entre a Recorrente e o usuário-final por recepção livre e gratuita,
pois a Recorrente tem a obrigação jurídica de divulgar os links e conteúdos de seus
clientes a estes usuários finais não determinados, mas que estão delimitados em
determinadas área geográfica. (...)” (Processo DRTC-III-1091754 / Ano 2011 / AIIM
3.161.750-5 / 4ª Câmara Julgadora do Tribunal de Impostos e Taxas de São Paulo).
99 Respostas às Consultas n. 226/2000; 389/2004; 186/2005; 630/2006; 51/2010: íntegras
disponíveis na opção de “busca” disponibilizada no site da Secretaria de Fazenda
(https://portal.fazenda.sp.gov.br) clicando na opção “Legislação tributária” (links:
“Legislação e Agenda Tributária”/”Tributária”/”Pesquisa”) e em seguida em “busca”
(digitar palavras com frase exata “Número Consulta/Ano AAAA”).
100 Autos de Infração julgados na Câmara Superior do Tribunal de Impostos e Taxas:
“Ementa: ICMS Falta de emissão de notas fiscais relativas à prestação de serviços de
comunicação, na modalidade de veiculação de publicidade na rede internet, para clientes
localizados no Estado de São Paulo, deixando, assim, de recolher o ICMS-Comunicação.
(...). A base legal para atribuição da prestação de serviços de comunicação tem suas raízes
na Carta Constitucional de 88 (art. 155, Inciso II). O artigo 11, inciso IV da Lei
Complementar n. 87/96, delimila o local da operação e o responsável para efeito da
cobrança do ICMS-Comunicação, no caso. A autuada participa efetivamente da
configuração do fato gerador do tributo imponível, na medida em que amealha os recursos
vindos dos anúncios feitos com os clientes situados em solo bandeirante e os contabiliza
em seu balanço, fato por ela mesma admitido, a despeito da prestação do serviço de
comunicação ter se iniciado no Exterior. Por isso, é considerada contribuinte do ICMS-
Comunicação como manda a lei complementar. Recurso especial é conhecido e
desprovido, ficando mantido o aresto recorrido por seus próprios fundamentos (...)”
(Processo DRTC-III-622158 / Ano 2011 / AIIM 3.154.111-2 / Câmara Superior do
Tribunal de Impostos e Taxas de São Paulo). “(...) No caso de veiculação de propaganda, o
contribuinte detentor dos meios de comunicação se compromete a dar publicidade ao
conteúdo da mensagem de propaganda de interesse do anunciante. Se, no caso de
veiculação de propaganda por meio da internet, para que se instaure o vínculo entre o
anunciante e seu público alvo, é imprescindível que o prestador de serviço de
comunicação albergue em seu espaço virtual o material propagandístico de seu cliente, de
outro lado, esse albergamento do material propagandístico não constitui um fim em si
mesmo, como é no caso do ‘dropbox’, é apenas meio para a realização do objetivo final,
que é tomar público o conteúdo da mensagem propagandística de seu cliente (...)”
1757
(Processo DRTC-III-428633 / AIIM 3.148.649-6 / Câmara Superior do Tribunal de
Impostos e Taxas de São Paulo).
101 “(...) 3. Registre-se que a atividade publicitária visa tornar públicas informações que
pretendem influenciar mercados consumidores, por meio dos diversos veículos de
comunicação, sendo, portanto, uma atividade comunicativa. E, quando a publicidade é
veiculada na forma de serviço com contraprestação de terceiros, ocorre prestação de
serviço de comunicação.
4. Dessa forma, as atividades de veiculação ou divulgação de publicidade de terceiros na
internet, quando realizadas onerosamente, são prestações de serviços de comunicação e se
sujeitam à incidência do ICMS (artigos 1º, III, e 2º, XII, ambos do RICMS/2000).
5. Portanto, ocorre o fato gerador do imposto na prestação onerosa de serviço de
comunicação ao anunciante, prestado por meio da disponibilização para o público da
propaganda desse anunciante no site do prestador na internet. (...)” (Resposta à Consulta n.
6097/2015).
102 Como consignamos em nosso voto de relatoria no julgamento do AIIM 3.161.750-5,
julgado na 4ª Câmara do TIT-SP (2 votos × 1 voto), cujo tema será reapreciado pela
Câmara Superior do TIT-SP (Processo DRTC-III-1091754 / Ano 2011 / AIIM 3.161.750-
5 / 4ª Câmara Julgadora do Tribunal de Impostos e Taxas de São Paulo).
103 “Art. 2º O imposto incide sobre:
(...)
III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração,
a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de
comunicação de qualquer natureza;
(...)
Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:
(...)
VII – das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive
a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação
de comunicação de qualquer natureza.”
104 Súmula Vinculante 31 do STF: “É inconstitucional a incidência do imposto sobre
serviços de qualquer natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis”.
105 Por exemplo, no Processo DRTC-III-1091754 / Ano 2011 / AIIM 3.161.750-5 /
Recorrente: Google Brasil Internet Ltda. / Recurso Ordinário / Relator: Roberto Biava Jr. /
4ª Câmara Julgadora do Tribunal de Impostos e Taxas de São Paulo.
106 Resposta à Consulta n. 186/2005.
107 Por exemplo, no Processo DRTC-III-1091754 / Ano 2011 / AIIM 3.161.750-5 /
Recorrente: Google Brasil Internet Ltda. / Recurso Ordinário / Relator: Roberto Biava Jr. /
4ª Câmara Julgadora do Tribunal de Impostos e Taxas de São Paulo, no qual a empresa
autuada alega a referida imunidade constitucional para tentar afastar a incidência do
ICMS.
108 A íntegra ao boletim impresso pode ser obtida na biblioteca física da Secretaria da
Fazenda do Estado de São Paulo (Av. Rangel Pestana, 300, 17º andar – Centro – São
1758
Paulo/SP).
109 Pós-Graduada em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários –
IBET. Bacharel em Direito pela Universidade Mackenzie. Advogada em São Paulo.
110 Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação.
111 Doravante, quaisquer referências a “Estados” ou ao “Estado”, genericamente, abrange,
também, o Distrito Federal.
112 Neste estudo, as referências a “consumidor final” ou “consumidor” abrangem, apenas, os
consumidores não contribuintes do ICMS.
113 EREsp 174.241/MG, Rel. Min. Franciulli Netto, Primeira Seção, j. 26-2-2004, DJ 26-4-
2004. No mesmo sentido, REsp 732.991/MG, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, j. 21-
9-2006, DJ 5-10-2006; REsp 174.241/MG, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, Primeira
Turma, j. 7-8-2001, DJ 6-5-2002.
114 AgRg no REsp 1.564.338/BA, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, j. 23-2-
2016, DJ 20-5-2016.
115 “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II –
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior. (...) § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao
seguinte: (...) XII – cabe à lei complementar: (...) g) regular a forma como, mediante
deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais
serão concedidos e revogados.”
116 ADI n. 4.635, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, j. 11-12-2014, DJ 12-2-2015.
117 De acordo com a LC n. 160/2017, ficam os Estados autorizados a celebrar convênio, sem
a necessidade de que sua aprovação seja unânime (tal como exigido pela LC n. 24/75),
deliberando sobre a remissão dos créditos tributários, constituídos ou não, decorrentes das
isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais instituídos em
desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição
Federal e a reinstituição das respectivas isenções, incentivos e benefícios fiscais ou
financeiro-fiscais.
118 ADI n. 4.628/DF, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 17-9-2014, DJ 24-11-2014.
119 “Art. 99. Para efeito do disposto no inciso VII do § 2º do art. 155, no caso de operações e
prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte localizado em
outro Estado, o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
interestadual será partilhado entre os Estados de origem e de destino, na seguinte
proporção: I – para o ano de 2015: 20% (vinte por cento) para o Estado de destino e 80%
(oitenta por cento) para o Estado de origem; II – para o ano de 2016: 40% (quarenta por
cento) para o Estado de destino e 60% (sessenta por cento) para o Estado de origem; III –
para o ano de 2017: 60% (sessenta por cento) para o Estado de destino e 40% (quarenta
por cento) para o Estado de origem; IV – para o ano de 2018: 80% (oitenta por cento) para
o Estado de destino e 20% (vinte por cento) para o Estado de origem; V – a partir do ano
de 2019: 100% (cem por cento) para o Estado de destino.”
120 MELO, José Eduardo Soares de. ICMS – Teoria e Prática. 13. ed. revista. Porto Alegre:
1759
Livraria do Advogado, 2016. p. 310-311.
121 “Art. 3º Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: (...) XV – da
saída de bens e mercadorias nas operações iniciadas em outra Unidade da Federação com
destino a consumidor final não contribuinte do imposto, localizado neste Estado (...).”
122 Como se observa, o § 2º da Cláusula Segunda, limitou-se a definir o que deve ser
considerado por “destino” apenas em relação aos serviços de transporte.
123 “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (...) § 1º No
âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais. § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os
Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4º
A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário.”
124 “Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam
extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras
leis de normas gerais expedidas pela União.”
“Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos
respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou
específico, por lei ou convênio. Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma
estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com
Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos.”
125 STF, ADI n. 4.628/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux, j. 17-9-2014, DJ 24-11-
2014.
126 RE 136.215/RJ, Tribunal Pleno, Rel. Min. Octavio Gallotti, j. 18-2-1993, DJ 16-4-1993.
127 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 93.
128 CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 31. ed. rev.,
ampl. e atual. até a EC n. 95/2016. São Paulo: Malheiros, 2017. p. 1211-1212.
129 Ag. Reg. no RE n. 580.903/PR, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, 1ª Turma, j. 28-4-2015,
DJe 22-5-2015.
130 Outras entidades, como o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
(CFOAB) e a Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especiais e
excepcionais (Abradimex) também ingressaram com ADIs contra o referido Convênio.
Trata-se das ADIs ns. 5.464 e 5.439.
131 Conselheiro Titular da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(CARF). Doutorando em Direito Tributário (USP). Mestre em Direito Tributário (PUC-
SP). Professor das Faculdades Integradas Campos Salles e do Instituto Brasileiro de
Direito Tributário (IBDT). Advogado licenciado.
132 Conselheiro Titular da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(CARF). Doutorando em Direito Tributário (USP). Mestre em Direito Tributário (USP).
Professor da Escola Paulista de Direito (EPD) e do Instituto Brasileiro de Direito
1760
Tributário (IBDT). Advogado licenciado.
133 “Art. 146. Cabe à lei complementar: I – dispor sobre conflitos de competência, em
matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios: (...).”
134 Passaram a constar como serviços na lista anexa à LC n. 116/2003 os seguintes itens:
“1.03 – Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos,
páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e
congêneres.
1.04 – Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos,
independentemente da arquitetura construtiva da máquina em que o programa será
executado, incluindo tablets, smartphones e congêneres.
1.09 – Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto
por meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a
distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que
trata a Lei n. 12.485, de 12 de setembro de 2011, sujeita ao ICMS)”.
135 ÁVILA, Humberto. Teoria da Segurança Jurídica. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 2016, p.
136-137.
136 GRAU, Eros Roberto. O Direito Posto e o Direito Pressuposto. 9. ed. São Paulo:
Malheiros, 2014. p. 103.
137 Há que se pontuar que o conceito de Federação não é um conceito formal, independente
do Direito Positivo do Estado que adotou tal forma, mas sim um conceito material,
positivado no corpo de uma Constituição e que assume nuanças particulares em cada
Ordenamento distinto. Sobre a distinção entre categorias formais e materiais, Cf.
BORGES, José Souto Maior. Obrigação Tributária – uma introdução metodológica. 3.
ed. São Paulo: Malheiros, 2015. p. 27-32.
138 ATALIBA, Geraldo. Sistema Constitucional Tributário Brasileiro. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1968. p. XIII.
139 CARRAZZA, Roque A. Curso de Direito Constitucional Tributário. 29. ed. São Paulo:
Malheiros, 2013. p. 161.
140 Isso já era ressaltado há muito pelo saudoso Ministro Victor Nunes Leal, ao apontar
como três características típicas da Federação i) a rigidez na Constituição (podendo ser
tanto absoluta como relativa), ii) a partilha constitucional das competências, e iii) a
existência de um poder supremo para resolução de conflitos sobre a aplicação das
disposições constitucionais (LEAL, Victor Nunes. Leis federais e leis estaduais. In
Problemas de Direito Público. Rio de Janeiro: Forense, 1960. p. 110-111).
141 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 9. ed. São Paulo:
Malheiros, 1992. p. 86.
142 ATALIBA, op. cit., p. 24-25.
143 Sobre o tema, veja-se DÓRIA, Antônio R. S. Discriminação das Rendas Tributárias. São
Paulo: José Bushatsky, 1972.
144 DANIEL NETO, Carlos Augusto. Imunidades Tributárias Isencionais. In CARRAZZA,
Elizabeth N. (Coord.). Atualidades do Sistema Tributário Nacional. São Paulo: Quartier
Latin, 2015. p. 126-127. No mesmo sentido, explica Heleno Taveira Torres: “Deter
1761
competência legislativa em matéria tributária equivale ao mesmo que ter poderes para
instituir tributos, com todos os seus elementos, criar os mecanismos para sua cobrança,
obrigações acessórias, regras isentivas e, para os casos de seu descumprimento, a
imputação de sanções ou controles” (TORRES, Heleno Taveira. Direito Constitucional
Tributário e Segurança Jurídica. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. p. 324).
145 FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito: Técnica, Decisão e
Dominação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 154.
146 Cf. GRECO, Marco Aurélio. Contribuições (uma figura “sui generis”). São Paulo:
Dialética, 2000. p. 121-122.
147 Cf. ÁVILA, Humberto. Eficácia do Novo Código Civil na Legislação Tributária. In:
GRUPPENMACHER, Betina (Org.). Direito Tributário e o Novo Código Civil. São
Paulo: Quartier Latin, 2004. v. 1, p. 65-66.
148 TORRES, Ricardo Lobo. Tratado de Direito Constitucional Financeiro e Tributário. Rio
de Janeiro: Renovar, 2009. V. I, p. 315.
149 CHIARELLI, Giuseppe. Elasticità della Costituzione. In Studi di Diritto Costituzionale
in memoria de Luigi Rossi. Milano: Giuffré, 1952. p. 45.
150 No dizer de Bandeira de Mello, “o fundamento das constituições rígidas é serem ‘leis de
proteção, leis de garantia’” (MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de. Teoria das
Constituições Rígidas. 2. ed. São Paulo: José Bushatsky, 1980. p. 147).
151 COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários à Constituição de 1988 – Sistema
Tributário. Rio de Janeiro: Forense, 2006. p. 3-4.
152 LINARES QUINTANA, Segundo V. El Poder Impositivo y la Liberdade Individual.
Buenos Aires: Editora Alfa, 1958. p. 120.
153 CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7. ed.
Coimbra: Editora Almedina, 2013. p. 1.107.
154 VELLOSO, Andrei Pitten. Conceitos e Competências Tributárias. São Paulo: Dialética,
2005. p. 147.
155 Idem, p. 148.
156 ÁVILA, Humberto. Eficácia do Novo Código Civil na Legislação Tributária, cit., p. 69-
71.
157 “Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,
pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.”
158 Também o Ministro Marco Aurélio, no julgamento do RE n. 116.121-3, que discutia a
incidência de ISS sobre locações, aduziu com precisão: “Em síntese, há de prevalecer a
definição de cada instituto, e somente a prestação de serviços, envolvido na via direta o
esforço humano, é fato gerador do tributo em comento. Prevalece a ordem natural das
coisas cuja força surge insuplantável; prevalecem as balizas constitucionais e legais, a
conferirem segurança às relações Estado-contribuinte; prevalece, alfim, a organicidade do
próprio Direito, sem a qual tudo será possível no agasalho dos interesses do Estado,
embora não enquadráveis como primários”.
1762
159 ANDRADE, José Maria Arruda de. Conceitos de Direito Privado e Normas de
Competência Tributária. In: HORVATH, Estevão; CONTI, José Maurício; SCAFF,
Fernando Facury (Orgs.). Direito Financeiro, Econômico e Tributário. São Paulo:
Quartier Latin, 2014. p. 463 a 476.
160 “1.03 – Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens,
vídeos, páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e
congêneres.”
161 A distinção recebeu guarida do STF no julgamento do RE n. 176.626/SP.
162 Nesse ponto, o STF aderia às conclusões XLII Congresso Internacional de Direito e
Fiscal, promovido pela International Fiscal Association (JONES, John B.; MATTRON,
Robert N. General Report: Tax treatment of computer software. Cahiers de Droit Fiscal
Internacional. V. 73, 1988, p. 32).
163 “Art. 7º O contrato de licença de uso de programa de computador, o documento fiscal
correspondente, os suportes físicos do programa ou as respectivas embalagens deverão
consignar, de forma facilmente legível pelo usuário, o prazo de validade técnica da versão
comercializada.”
164 Consignou-se que “O Tribunal não pode se furtar a abarcar situações novas,
consequências concretas do mundo real, com base em premissas jurídicas que não são
mais totalmente corretas. O apego a tais diretrizes jurídicas acaba por enfraquecer o texto
constitucional, pois não permite que a abertura dos dispositivos da Constituição possa se
adaptar aos novos tempos, antes imprevisíveis”.
165 CARRAZZA, Roque A. Serviços de Fornecimento de Conteúdo – Sua intributabilidade
por meio de ICMS-comunicação. In PIRES, Adilson R.; TORRES, Heleno T. (Orgs.).
Princípios de direito financeiro e tributário – Estudos em homenagem a Ricardo Lobo
Torres. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. p. 810; Na mesma linha, CHIESA, Clelio. ICMS-
comunicação – Delimitação do campo impositivo. In BARRETO, Aires F. (Coord.).
Direito Tributário Contemporâneo. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 160.
166 CARRAZZA, Roque A. ICMS. 17. ed. São Paulo: Malheiros, 2015. p. 50.
167 PINHEIRO, Hendrick. Download de Software e Tributação: entre ICMS e ISSQN. In
PINTO, Sérgio L. M.; MACEDO, Alberto; ARAUJO, Wilson J. (Coords.). Gestão
Tributária Municipal e Tributos Municipais. São Paulo: Quartier Latin, 2015. v. V, p. 121.
168 GRECO, Marco Aurélio. Internet e Direito. São Paulo: Dialética, 2000. p. 53.
169 “Concede-se medida cautelar para interpretar o art. 1º, caput e § 2º, da Lei
Complementar 116/2003 e o subitem 13.05 da lista de serviços anexa, para reconhecer que
o ISS não incide sobre operações de industrialização por encomenda de embalagens,
destinadas à integração ou utilização direta em processo subsequente de industrialização
ou de circulação de mercadoria. Presentes os requisitos constitucionais e legais, incidirá o
ICMS (ADI 4389 MC, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado
em 13/04/2011)”.
170 COSTA, Alcides Jorge. O ICM na Constituição e na Lei. São Paulo: Resenha Tributária,
1978. p. 30-31.
171 A relevância da inserção em uma cadeia de circulação sobre a materialidade da
mercadoria tem sido sistematicamente reafirmada pelo STF, a exemplo do julgamento do
1763
ARE 839.976 AgR/RS, relatado pelo Min. Roberto Barroso e julgado em 10-2-2015, no
qual aduziu expressamente: “Nas hipóteses de conflito entre os fatos imponíveis do ICMS
e do ISS, não se pode desconsiderar o papel da atividade exercida no contexto de todo o
ciclo produtivo. Sob tal perspectiva, cabe ao intérprete perquirir se o sujeito passivo presta
um serviço marcado por um talento humano específico e voltado ao destinatário final, ou
desempenha atividade essencialmente industrial, que constitui apenas mais uma etapa
dentro da cadeia de circulação. Perfilhando esta diretriz, não é possível fazer incidir o ISS
nas hipóteses em que a atividade exercida sobre o bem constitui mera etapa intermediária
do processo produtivo”.
172 No mesmo sentido, Cf. PINHEIRO, Hendrick. Download de Software e Tributação:
entre ICMS e ISSQN, cit., p. 123.
173 “Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III – serviços de
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.”
174 BARRETO, Aires F. ISS na Constituição e na Lei. 3. ed. São Paulo: Dialética, 2009. p.
35. Em sentido próximo é a lição de Marçal Justen Filho: “serviço designa a atividade
humana de prestar utilidade a outrem, tenha esta atividade por conteúdo esforço físico ou
intelectual, tenha por finalidade o resultado, ou seja, um fim em si mesma. Essa acepção
larga ou ampla, abrangente, é aquela indicada na Constituição, como indica a alusão final
da norma (serviço de qualquer natureza)” (JUSTEN FILHO, Marçal. O imposto sobre
serviços na Constituição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985, p. 77).
175 “É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS
sobre operações de locação de bens móveis.”
176 “Essa adjetivação ‘de qualquer natureza’, aliás, faz muito mais sentido quando se entende
que o constituinte incorporou o conceito econômico de serviços. Isso porque,
diferentemente do conceito de serviços no Direito Civil (e não no Direito Privado como
um todo) – que não demanda maiores exercícios interpretativos, por ser facilmente
apreensível (embora dificilmente aplicável numa série de atividades econômicas) –, o
conceito de serviços na Economia, de maneira distinta, já apresenta, de pronto, uma
vagueza semântica caracterizada pelo conjunto de atividades econômicas que não
consubstanciam, como produtos, bens materiais. Tal vagueza, ao ser acompanhada da
expressão ‘de qualquer natureza’, denota que é tributável pelo ISS toda a residualidade
desse conceito no universo da atividade econômica, depois de afastados os serviços de
comunicação e de transporte interestadual ou intermunicipal, tributáveis pelo ICMS; os
serviços financeiros, tributáveis pelo IOF.” (MACEDO, Alberto. ISS – O conceito
econômico de serviços já foi juridicizado há tempos também pelo Direito Privado. In: XII
Congresso Nacional de Estudos Tributários – Direito Tributário e os Novos Horizontes do
Processo. MACEDO, Alberto et al. São Paulo: Noeses, 2015. p. 71-79). No mesmo
sentido, MORAES, Bernardo Ribeiro de. Doutrina e Prática do Imposto sobre Serviços.
1. ed. 3. tir.. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1984. p. 42-43.
177 CARRAZZA, Elizabeth Nazar. Natureza “Não Cumulativa” do ISS. Revista de Direito
Tributário n. 19-20, jan./jun. de 1982, p. 256. A tese da autora, aprovada por unanimidade
no congresso em que foi apresentada, sendo proclamada nos seguintes termos: “1ª
Conclusão: ‘O serviço tributável pode ser definido como a prestação ou a fruição de uma
utilidade material ou imaterial, por uma pessoa física ou jurídica, sob regime de direito
privado.’ (...) Aprovada, por unanimidade”.
1764
178 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Serviço Público: Conceito e Características.
Biblioteca Juridica Virtual del Instituto de Investigaciones Jurídicas de la UNAM. Sítio
virtual: <https://archivos.juridicas.unam.mx/www/bjv/libros/6/2544/5.pdf>. Acesso em:
15 nov. 2017.
179 CARRAZZA, Elizabeth Nazar. Natureza “Não Cumulativa” do ISS, op. cit., p. 255.
180 LÉVI, Pierre apud PINHEIRO, Hendrick. Download de Software e Tributação: entre
ICMS e ISSQN, op. cit., p. 125.
181 “Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à
sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre
esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica.”
182 Isso poderia mudar, diante de uma revogação da Súmula Vinculante 31, ou mesmo com
uma alteração constitucional da regra de competência.
183 “Art. 154. A União poderá instituir: I – mediante lei complementar, impostos não
previstos no artigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador
ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (...).”
184 JENSEN, Jennifer. US – The disparate state and local tax treatment of digital streaming
services. In: PwC, ebusiness and ecommerce, In Year 2015 and beyond. EUA, 9-9-2015.
Disponível em: <http://ebiz.pwc.com/2015/09/us-the-disparate-state-and-local-tax-
treatment-of-digital-streaming-services-2/>. Acesso em: 15 nov. 2017.
185 Professor do Mestrado do IBDT. Coordenador da Pós-Graduação em Direito Tributário
da PUC-Campinas. Pesquisador Visitante na Vienna University of Economics and
Business (Áustria). Doutor em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela USP.
Mestre em Direito Público pela UERJ. Mestre em Direito Tributário pela University of
Florida (EUA).
186 Doutorando e Mestre em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela USP com
formação complementar em Comércio Internacional pela Mission of Brazil to the World
Trade Organization (WTO). Procurador do Estado de Goiás à disposição da Representação
da Governadoria em Brasília. Conselheiro Titular do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (CARF/MF).
187 A globalização impõe mudanças na formulação da política fiscal dos Estados,
especialmente porque a busca por maior competitividade pode ter impacto sobre a
distributividade e a eficiência, já que o Estado passa a fornecer maiores incentivos a
reduzidos grupos de sua escolha, tornando-se mais dependente da mobilidade dos
contribuintes que escolhem suas conexões com as jurisdições. Cf. DAGAN, Tsilly. The
tragic choices of tax policy in a globalized economy. In: BRAUNER, Y.; STEWART, M.
(Eds.). Tax, Law and Development. Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing Limited,
2013. p. 57-76.
1765
188 AMAZON.COM Annual Report 2016. Disponível em:
<http://www.annualreports.com/HostedData/AnnualReports/PDF/NASDAQ_AMZN_2016.pdf
Acesso em: 15 nov. 2017.
189 Neste sentido, Rifat Azam sustenta a criação de um Imposto sobre a renda do comércio
eletrônico global a ser gerido por um órgão internacional (Global Tax Fund). Sobre este
assunto, v. AZAM, Rifat. Global Taxation of Cross Border E-Commerce Income (July 25,
2012). In: Virginia Tax Review, v. 31, p. 639, 2011-2012.
190 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report, p. 11.
191 NABAIS, José Casalta. O dever fundamental de pagar impostos: contributo para a
compreensão constitucional do estado fiscal contemporâneo. Coimbra: Almedina, 2015. p.
185.
192 Apesar de diferenças importantes, no Brasil, o ICMS poderia ser comparado ao IVA.
193 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report, p. 13.
194 Doravante Convênio n. 106.
195 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. São Paulo:
Noeses, 2008. p. 646-648.
196 CARRAZZA, Roque Antônio. ICMS. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 44.
197 CARRAZZA, op. cit., p. 294.
198 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva. 2017. p. 278-
282.
199 Não por razão diversa, a estruturação do ICMS foi destinada à lei complementar pela
Carta Política, a seguir sintetizada: “Art. 155. (...) § 2º (...) XII – cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes (...); d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do
estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e
das prestações de serviços (...); i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do
imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.”
200 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva. 2017. p. 89.
201 SCHOUERI, op. cit., p. 487-491.
202 VANONI, Ezio. Natureza e interpretação das leis tributárias. Trad. Rubens Gomes de
Souza. Rio de Janeiro: Edições Financeiras S.A., 1932. p. 181.
203 VANONI, op. cit., p. 209.
204 Idem.
205 WALD, Arnold. Da Natureza Jurídica do Software. In: GOMES, Orlando e outros. A
Proteção Jurídica do Software. Rio de Janeiro: Forense, 1985.
206 ESTADO DE SÃO PAULO. Secretaria do Estado da Fazenda. Consulta n. 691/1986, de
1º de junho de 1987, Boletim Tributário, v. 458, p. 192/6.
207 STF, RE n. 176.626, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, j. 10-11-1998, DJ
11-12-1998, PP-00010 EMENT VOL-01935-02 PP-00305 RTJ VOL-00168-01 PP-00305.
208 MELO, José Eduardo Soares de. ICMS teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Dialética,
1766
2009. p. 116.
209 STF, RE n. 199464, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, j. 2-3-1999, DJ 30-4-1999,
PP-00023 EMENT VOL-01948- 02 PP-00307.
210 STF, ADI n. 1.945-MC, Rel. Min. Octavio Galloti, Rel. p/ Acórdão: Min. Gilmar
Mendes, Tribunal Pleno, j. 26-5-2010, DJe-047, DIVULG 11-03- 2011 PUBLIC 14-03-
2011 EMENT VOL-02480- 01 PP-00008 RTJ VOL-00220- 01 PP-00050.
211 GRECO, Marco Aurélio. Internet e direito. São Paulo: Dialética, 2000. p. 94-5.
212 BARRETO, Simone Rodrigues Costa. Mutação do conceito constitucional de
mercadoria. São Paulo: Noeses, 2016. p. 164.
213 CARRAZZA, op. cit., p. 39.
214 Ficam os Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão,
Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins autorizados a conceder
redução de base de cálculo do ICMS, de forma que a carga tributária corresponda ao
percentual de, no mínimo, 5% (cinco por cento) do valor da operação que envolva
softwares, programas, jogos eletrônicos, aplicativos, arquivos eletrônicos e congêneres,
padronizados, ainda que sejam ou possam ser adaptados, disponibilizados por qualquer
meio, inclusive nas operações efetuadas por meio de transferência eletrônica de dados
(download ou streaming). A cobrança de débitos de ICMS relacionadas a tais operações
passou a produzir efeitos aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º-1-2016.
215 STF, ADIs ns. 5.569 e 5.576, Rel. Min. Dias Toffoli.
216 “Art.156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (…) III. Serviços de
qualquer natureza, não compreendidos no art.155, II, definidos em lei complementar.”
217 Serviços de informática e congêneres. 1.01 Análise e desenvolvimento de sistemas. 1.02
Programação. 1.03 Processamento de dados e congêneres. 1.04 Elaboração de programas
de computadores, inclusive de jogos eletrônicos. 1.05 Licenciamento ou cessão de direito
de uso de programas de computação. 1.06 Assessoria e consultoria em informática. 1.07
Suporte Técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de
programas de computação e banco de dados. 1.08 Planejamento, confecção, manutenção e
atualização de páginas eletrônicas.
218 “Art. 2º O imposto incide sobre: (…) V – fornecimento de mercadorias com prestação de
serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei
complementar aplicável expressamente o sujeitar a incidência do imposto estadual.”
219 PISCITELLI, Thatiane dos Santos; IZELLI, Anna Flávia. Os serviços de provedores de
acesso a internet e a LC n. 116/2003. In: TORRES, Heleno Taveira. Imposto sobre
serviços-ISS na Lei Complementar n. 116/2003 e na Constituição. São Paulo: Manole,
2004. p. 474-487.
220 CARVALHO, Paulo de Barros. Hipótese de incidência e base de cálculo do ICM.
Cadernos de Pesquisas Tributárias 3/331, São Paulo: Resenha Tributária, 1978.
221 STF, RE n. 330.817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 31-8-2017.
222 Doutor em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela USP. Mestre em Direito
Tributário pela PUC/SP. Especialista em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de
Estudos Tributários (IBET). Bacharel em Direito pela PUC/SP. Juiz Contribuinte do
1767
Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo. Professor Convidado dos cursos de
pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas. Membro da Comissão do Contencioso
Administrativo Tributário da OAB/SP. Membro do grupo de pesquisa “Tributação e
Novas Tecnologias” da Direito FGV. Membro da IFA e da ABDF. Advogado em São
Paulo.
223 TAPSCOTT, Dan. The digital economy: promise and peril in the age of networked
intelligence. New York: McGraw-Hill, 1997.
224 Para alguns dados interessantes quanto ao crescimento exponencial da economia digital:
OECD Digital Economy Outlook 2015. Paris: OECD Publishing, 2015. In
<http://dx.doi.org/10.1787/9789264232440-em>. Acesso em: 15 nov. 2017; OECD
Digital Economy Outlook 2017. Paris: OECD Publishing, 2015. In
<http://www.keepeek.com/Digital-Asset-Management/oecd/science-and-technology/oecd-
digital-economy-outlook-2017_9789264276284-en#.WepPzWhSzIU#page1>. Acesso em:
15 nov. 2017.
225 BORGES, José Souto Maior. O fato gerador do ICM e os estabelecimentos autônomos.
In: Revista de Direito Administrativo 103. Rio de Janeiro: FGV, 1971, p. 34.
226 CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 39.
227 Texto de conclusão de Congresso. In: Revista de Direito Tributário v. 19/20, p. 61.
228 DERZI, Misabel. Direito tributário brasileiro. 11. ed., 4ª tir. Rio de Janeiro: Forense,
1999. p. 495-496.
229 ATALIBA, Geraldo. Estudos e pareceres de direito tributário – Volume I. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 1978. p. 99.
230 MELO, José Eduardo Soares de. ISS – Aspectos teóricos e práticos. 5. ed. São Paulo:
Dialética, 2008. p. 37.
231 FILHO, Marçal Justen. O imposto sobre serviços na Constituição. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1985, p. 90.
232 BARRETO, Aires Fernandino. ISS na Constituição e na lei. São Paulo: Dialética, 2003.
p. 423.
233 GRECO, Marco Aurélio. Internet e direito. 2. ed. São Paulo: Dialética, 2000. p. 93-94.
No mesmo sentido: BEIJA, Osvaldo Bispo de. ICMS e comércio de “mercadorias”
intangíveis, via internet. In: Revista Dialética de Direito Tributário 88, p. 66 e s.;
CEZAROTI, Guilherme. ICMS no comércio eletrônico. São Paulo: MP, 2005. p. 152-153.
234 MORAES, Bernardo Ribeiro de. Doutrina e prática do imposto sobre serviços. 1. ed., 2ª
tir. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1978. p. 81-85.
235 Nesse ponto, o texto da CF/88 é similar ao da CF/67, ao atribuir a competência aos
Municípios para instituir imposto sobre “serviços de qualquer natureza”, não sobre a
prestação de serviços.
236 MORAES, Bernardo Ribeiro de. Doutrina e prática do imposto sobre serviços. 1. ed., 2ª
tir. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1978. p. 98-99.
237 MACEDO, Alberto. ISS – O conceito econômico de serviços já foi juridicizado há
tempos também pelo Direito Privado. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Org.). XII
Congresso Nacional de Estudos Tributários – Direito Tributário e os Novos Horizontes do
1768
Processo. São Paulo: Noeses, 2015. p. 71-79.
238 Essa jurisprudência será analisada no tópico seguinte.
239 Embora não seja uma categoria definida pelo direito, a expressão “bens digitais” é
coloquialmente utilizada como referência aos bens intangíveis que existem em forma
digital, tais como e-books, músicas, software, vídeos, ringtones etc. Na maior parte das
vezes, tais bens têm valor comercial.
240 MELIS, Giuseppe. Economia digitale e imposizione prospettive. In: Diritto e pratica
tributaria Internazionale 3/2016. Padova: CEDAM, 2016, p. 977-1020; LAMENSCH,
Marie. The Treatment of “Digital Products” and Other “E-Services” under VAT. In:
LANG, Michael; LEJEUNE, Ine (Orgs.). VAT/GST in a Global Digital Economy.
Amsterdam: Wolters Kluwer, p. 15-39; CANNAS, Francesco. The VAT Treatment of
Cloud Computing: Legal Issues and Practical Difficulties. World Journal of VAT/GST
Law, 2016 e The New Models of the Digital Economy and New Challenges for VAT, p. 1-
13; SAINT-AMANS, Pascal. Tax challenges, disruption and the digital economy, OECD
Observer 307, Q3, 2016. In:
<http://oecdobserver.org/news/fullstory.php/aid/5600/Tax_challenges,_disruption_and_the_digital_econom
Acesso em: 15 dez. 2017; OECD (2015), Addressing the Tax Challenges of the Digital
Economy, Action 1 – 2015 Final Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting
Project, OECD Publishing. In: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264241046-en>. Acesso
em: 15 dez. 2017; OECD (2013), Action Plan on Base Erosion and Profit Shifting, OECD
Publishing. In: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264202719-en>. Acesso em: 15 dez. 2017;
LEOW, Edmund; SEOW, Jia Xian. Taxing the Digital Economy: Impending changes to
GST in Singapore. March 31, 2017. In:
<https://dentons.rodyk.com/en/insights/alerts/2017/march/31/taxing-the-digital-economy-
impending-changes-to-gst-in-singapore>. Acesso em: 15 dez. 2017; SMITH, Paul. Action
1: The Digital Economy and VAT/GST. New business models worsen BEPS risk. Tax
Watch Edition 7, October 2014. In: <http://www.ey.com/nz/en/services/tax/ey-tax-watch-
edition-7-2014-2-action-1-the-digital-economy-and-vat-gst>. Acesso em: 15 dez. 2017.
241 TÔRRES, Heleno Taveira. Direito constitucional tributário e segurança jurídica. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. p. 332.
242 Até porque o texto deve ser, ao mesmo tempo, o início e o limite do processo de
concretização normativa. Nesse sentido: CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito
constitucional e teoria da constituição. 7. ed., 6ª reimpr.. Coimbra: Almedina, 2003. p.
1220; ANDRADE, José Maria Arruda de. Interpretação da norma tributária. São Paulo:
MP, 2006. p. 62.
243 Cf. MÜLLER, Friedrich. Métodos de trabalho do direito constitucional. 3. ed. Trad.
Peter Naumann. Rio de Janeiro: Renovar, 2005. p. 44; NEVES, Marcelo. A interpretação
jurídica no Estado Democrático de Direito. In GRAU, Eros Roberto; GUERRA FILHO,
Willis Santiago (Orgs.). Direito constitucional – estudos em homenagem a Paulo
Bonavides. São Paulo: Malheiros, 2003. p. 360.
244 Ainda que o STJ (REsp 39.457/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, Primeira
Turma, j. 13-8-1994, DJ 5-9-1994, p. 23040; RMS 5.934/RJ, Rel. Min. Hélio Mosimann,
Segunda Turma, j. 4-3-1996, DJ 1º-4-1996, p. 9892) tenha manifestado o entendimento de
que a exploração econômica de programas de computador se amoldava ao item 24 da lista
1769
anexa ao Decreto-lei n. 406/68 (com a redação da Lei Complementar n. 56/87 – Análises,
inclusive de sistemas, exames, pesquisas e informações, coleta e processamento de dados
de qualquer natureza), fato é que esse item era bastante genérico.
245 RE 176626, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, j. 10-11-1998, DJ 11-12-
1998, PP-00010 Ement Vol-01935-02 PP-00305 RTJ Vol-00168-01 PP-00305. Em
semelhante sentido: RE 199464, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, j. 2-3-1999, DJ
30-4-1999, PP-00023 Ement Vol-01948-02 PP-00307.
246 RE 191732, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, j. 4-5-1999, DJ 18-6-1999,
PP-00024 Ement Vol-01955-03 PP-00433.
247 RE 285870 AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, j. 17-6-2008, DJe-142 Divulg
31-07-2008 Public 1º-8-2008, Ement Vol-02326-06 PP-01078.
248 A bem da verdade, esse Convênio criou nova hipótese de incidência do ICMS ao arrepio
de lei complementar, o que é claramente inconstitucional.
249 Resposta à Consulta Tributária n. 10382/2016, de 28 de junho de 2016. Esse
entendimento foi recentemente corroborado pela Decisão Normativa CAT 4/2017.
250 O SaaS tem por objeto a utilização de software disponibilizado pelo contratado por meio
da internet, em operação na qual o programa e as informações a ele associadas estão
hospedados na nuvem. Nesse caso, não há o download. Para uma análise dessa e de outras
modalidades de contratação de serviços em nuvem: TAURION, Cezar. Cloud computing:
Computação em nuvem: transformando o mundo da Tecnologia da Informação. Rio de
Janeiro: Brasport, 2009; VELTE, Anthony T.; VELTE, Toby J.; ELSENPETER, Robert.
Cloud computing: Computação em nuvem – uma abordagem prática. Trad. Gabriela Mei.
Rio de Janeiro: Alta Books, 2010.
251 Solução de Consulta SF/DEJUG n. 40, de 1º de agosto de 2013.
252 Essa jurisprudência será retomada mais à frente.
253 RE 547245, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, j. 2-12-2009, DJe 4-3-2010.
254 Essa foi a conclusão do julgamento da Reclamação 8623.
255 RE 651703, Rel. Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 29-9-2016, Processo Eletrônico
Repercussão Geral – Mérito DJe-086 Divulg 25-4-2017 Public 26-4-2017.
256 Tribunal Pleno, Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.945-MT,
Rel. Min. Octavio Gallotti, Rel. p/ Acórdão Min. Gilmar Mendes, j. 26-5-2010, DJe 11-3-
2011.
257 Essa também é a opinião de Marco Aurélio Greco sobre o tema. In: Internet e direito. 2.
ed. São Paulo: Dialética, 2000. p. 93-94.
258 Sobre a violação da LC n. 116/2003, vide GAIA, Fernando Antonio Cavanha; BARROS,
Maurício. ICMS na aquisição de softwares: a ilegalidade do Decreto 61.522/2015. Jota de
26/10/2015. Disponível em: <https://jota.info/artigos/icms-na-aquisicao-de-softwares-a-
ilegalidade-do-decreto-61-5222015-26102015>. Acesso em: 15 dez. 2017.
259 RE 176626, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, j. 10-11-1998, DJ 11-12-
1998, PP-00010 Ement Vol-01935-02 PP-00305 RTJ Vol-00168-01 PP-00305.
260 RE 199464, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, j. 2-3-1999, DJ 30-4-1999, PP-
00023 Ement Vol-01948-02 PP-00307.
1770
261 BARROS, Maurício. Função da lista de serviços da LC n. 116/03 e a competência
tributária municipal. In: BERGAMINI, Adolpho; BOMFIM, Diego Marcel (Orgs.).
Comentários à Lei Complementar 116/03 – de advogados para advogados. São Paulo:
MP, 2009. p. 393-412.
262 À época, tanto a Primeira quanto a Segunda Turma do STF adotavam o mesmo
entendimento, a saber: RE 115103, Rel. Min. Oscar Correa, Primeira Turma, j. 22-3-1988,
DJ 29-4-1988, PP-09851 Ement Vol-01499-04 PP-00678; RE 112947, Rel. Min. Carlos
Madeira, Segunda Turma, j. 19-6-1987, DJ 7-8-1987, PP-15439 Ement Vol-01468-04 PP-
00784.
263 Conforme art. 2º, da Lei Complementar n. 87/96.
264 Conforme o art. 1º, caput e § 2º, da Lei Complementar n. 116/2003.
265 Cf. Lei Complementar n. 87/96: “Art. 2º O imposto incide sobre:
I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação
e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; (...).”
266 RE 129877, Rel. Min. Marco Aurélio, Segunda Turma, j. 3-11-1992, DJ 27-11-1992, PP-
22303 Ement Vol-01686-02 PP-00263 RTJ Vol-00144-02 PP-00630.
267 Mestre em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela USP. Especialista em Direito
da Economia e da Empresa pela FGV/GVlaw. Advogado em São Paulo.
268 Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Bacharel em Administração
de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
269 PINHEIRO, Patrícia Peck. Aspectos Legais do Cloud Computing. In: Direito Digital
Aplicado. São Paulo: Intelligence, 2012. p. 131.
270 The NIST Definition of Cloud Computing – Recommendations of the National Institute
of Standards and Technology. Disponível em
http://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/Legacy/SP/nistspecial publication800-145.pdf. Acesso
em: 15 dez. 2017.
271 A Computação em Nuvem na Universidade de São Paulo. Disponível em
http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/61687. Acesso em: 15 dez. 2017.
272 O software é definido do direito brasileiro pelo art. 1 º da Lei n. 9.609/98.
273 Disponível em <https://gsuite.google.com/intl/pt-BR/solutions>. Acesso em: 15 dez.
2017.
274 HOMSY, Leonardo e BRASIL, Isaque. ICMS e ISS na Economia Digital. In Tributação
& Telecomunicações. São Paulo: Editoria Quartier Latin, 2016.
275 Disponível em <https://azure.microsoft.com/pt-br/solutions>. Acesso em: 15 dez. 2017.
276 BARRETO, Aires F. O ISS na Constituição e na Lei. 3. ed. São Paulo: Dialética, 2009. p.
35.
277 ÁVILA, Humberto. Sistema Constitucional Tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
p. 262.
278 Neste sentido, mencionem-se as seguintes decisões: AG. REG. no RE n. 446.003-Paraná,
Rel. Min. Celso de Mello, j. 30-5-2006 e RE n. 116.121-São Paulo, Rel. Min. Octavio
Gallotti, j. 11-10-2000.
1771
279 RE n. 651.703-Paraná, Rel. Min. Luiz Fux, j. 29-9-2016.
280 MELO, José Eduardo Soares de. ICMS: Teoria e Prática. 12. ed. São Paulo: Dialética,
2012. p. 13, 15 e 16.
281 Permite-se a tributação da energia elétrica pelo ICMS, bem incorpóreo, por conta da
competência estabelecida no § 3º do art. 155 da CF/88.
282 CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 16. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 48.
283 “Os conceitos de operação, circulação e mercadoria permanecem intimamente
vinculados, devendo os intérpretes e os destinatários do imposto tomá-los na sua
concepção jurídica para efeito de caracterização de sua incidência. A operação mercantil
centra-se na obrigação de ‘dar’ (atividade fim), devidamente materializada, não tendo
relevância jurídica a atividade meio, que pode consistir num fazer.” In: PAULSEN,
Leandro; MELO, José Eduardo Soares de. Impostos Federais, Estaduais e Municipais. 10.
ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2016. p. 277.
284 CF/88: “Art. 146. Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios;”
285 “Art. 1º (...) § 2º Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela
mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias.”
286 Vale mencionar que, no tocante ao item 1.03, a legislação paulistana ainda não foi
reformada para contemplar a redação dada pela Lei Complementar n. 157/2016 ao item
1.03 da Lei Complementar n. 116/2003, que passou a ser a seguinte: “1.03 –
Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos,
páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e
congêneres”.
287 Cumpre destacar que a orientação interpretativa mencionada, ao contrário do que afirma
em suas justificativas, acaba trazendo ainda mais insegurança jurídica aos contribuintes.
Isso porque, ao afirmar que as operações de SaaS podem ser qualificadas nos subitens
1.03, 1.05 ou 1.07, acaba por gerar a dúvida sobre qual a correta classificação a ser
adotada no entendimento das Autoridades Fiscais, com reflexos práticos concretos, já que
tais subitens estão sujeitos a alíquotas distintas.
288 Neste sentido, vide RE n. 361.829-6-Rio de Janeiro, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 13-12-
2005.
289 “8. Os softwares disponibilizados em ambiente de nuvem, objetos de contratos
independentes firmados em apartado, enquadram-se no subitem 1.05 da Lista de Serviços
do art. 1º da Lei 13.701, de 24 de dezembro de 2003, código de serviço 02798 do Anexo I
da Instrução Normativa SF/SUREM n. 8, de 18 de julho de 2011, relativo a licenciamento
ou cessão de direito de uso de programas de computação, inclusive distribuição, sujeitos à
alíquota de 2%, conforme o disposto no art. 16, I, ‘a’, da Lei n. 13.701, de 24 de dezembro
de 2003, com a redação da Lei n. 15.406, de 8 de julho de 2011.”
290 “Art. 1º O Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação, por
meio de suporte físico ou por transferência eletrônica de dados (‘download de software’),
1772
ou quando instalados em servidor externo (‘Software as a Service – SaaS’), enquadra-se
no subitem 1.05 da lista de serviços do ‘caput’ do artigo 1º da Lei n. 13.701, de 24 de
dezembro de 2003.”
291 BUENO, Neide. Licença de Software Livre: Questões Relativas ao Regime Contratual e
o Direito de Autor. Boletim ASPI n. 43. São Paulo: ASPI, 2014, p. 32.
292 Como já exposto, no tocante ao item 1.03, a legislação paulistana ainda não foi
reformada para contemplar a redação dada pela Lei Complementar n. 157/2016 ao item
1.03 da Lei Complementar n. 116/2003.
293 Neste sentido, mencione-se que o STJ já decidiu pela impossibilidade de se exigir o ISS
sobre atividades meio. Vide REsp n. 883.254-Minas Gerais, Rel. Min. José Delgado, j. 18-
12-2007 e REsp n. 69.986-São Paulo, Rel. Min. Demócrito Reinaldo, j. 2-10-1995.
294 CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 16. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 177.
295 Conforme mencionado, de acordo com o artigo 9º Lei n. 9.609/98, o uso de programa de
computador no País será objeto de licença.
296 Neste ponto, mencione-se o posicionamento externado de Gilberto de Castro Moreira
Junior e Flora Ferreira de Almeida que, ao analisarem as operações de SaaS, concluíram,
por esta mesma razão, pela impossibilidade de exigência do ICMS nesta operação: “O
elemento ‘circulação’ não é verificado no caso do Software as a Service (SaaS), uma vez
que não há troca de titularidade do bem. O contrato firmado entre as partes não obriga a
empresa detentora do programa a fornecê-lo, mas sim a disponibilizar seu uso, tendo em
vista que o software será acessado em ambiente externo ao computador do usuário”. Cloud
Computing e a Tributação do Software as a Service (SaaS). In: Estudos de Direito
Tributário em Homenagem ao Professor Gerd Willi Rothmann. São Paulo: Quartier Latin,
2016. p. 596.
297 CARPINETTI, Ana Carolina e SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Estados disciplinam a
cobrança do ICMS nas operações com bens digitais. Publicado no Consultor Jurídico em
11-10-2017. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-out-11/opiniao-estados-
disciplinam-icms-operacoes-bens-digitais>. Acesso em: 15 dez. 2017.
298 BRIGAGÃO, Gustavo. A incidência do ICMS sobre o download de softwares. In
Estudos de Direito Tributário em Homenagem ao Professor Gerd Willi Rothmann. São
Paulo: Quartier Latin, 2016. p. 614.
299 SCHOUERI, Luís Eduardo. Planejamento Tributário e o “Propósito Negocial” –
Mapeamento de Decisões do Conselho de Contribuintes de 2002 a 2008. São Paulo:
Quartier Latin, 2010. p. 14.
300 LLM em International Taxation pela University of Florida (UF). Mestre em Direito
Tributário pela Universidade de São Paulo (USP). Bacharel em Administração Pública
pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV). Advogado em São Paulo.
301 Especialista em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT).
Advogada em São Paulo.
302 “[...] 8. ICMS. Incidência sobre softwares adquiridos por meio de transferência eletrônica
de dados (art. 2º, § 1º, item 6, e art. 6º, § 6º, ambos da Lei impugnada). Possibilidade.
Inexistência de bem corpóreo ou mercadoria em sentido estrito. Irrelevância. O Tribunal
não pode se furtar a abarcar situações novas, consequências concretas do mundo real, com
1773
base em premissas jurídicas que não são mais totalmente corretas. O apego a tais diretrizes
jurídicas acaba por enfraquecer o texto constitucional, pois não permite que a abertura dos
dispositivos da Constituição possa se adaptar aos novos tempos, antes imprevisíveis [...]”.
303 “TRIBUTÁRIO. FORNECIMENTO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR
(SOFTWARE). CONTRATO DE CESSÃO DE USO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
PERSONALIZADOS. ISS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. [...] 1. O entendimento de
que a jurisprudência desta Corte de Justiça firmou-se no sentido de que os programas de
computador desenvolvidos para clientes, de forma personalizada, geram incidência de
tributo do ISS não conflita com o conteúdo da Súmula Vinculante 31 do STF, segundo a
qual é inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza –
ISS sobre operações de locação de bens móveis. [...]” (EDcl no AgRg no AREsp
32.547/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, j. 13-12-2011).
304 ADI n. 1.945/MT, Rel. Min. Octavio Gallotti, Rel. para Acórdão Min. Gilmar Mendes,
Tribunal Pleno, j. 26-5-2010.
305 No julgamento do RE n. 176.626/SP, o STF entendeu que, não tendo por objeto uma
mercadoria, mas um bem incorpóreo, sobre as operações de licenciamento ou cessão do
direito de uso de programas de computador não poderiam os Estados cobrar o ICMS.
306 “Art. 11. Nos casos de transferência de tecnologia de programa de computador, o
Instituto Nacional da Propriedade Industrial fará o registro dos respectivos contratos, para
que produzam efeitos em relação a terceiros.”
307 Antes da alteração do Regulamento do ICMS paulista, o tratamento tributário no Estado
de São Paulo foi por muito tempo disciplinado pelo Decreto paulista n. 51.619/2007, que
determinava que nas operações com softwares, personalizados ou não, o ICMS seria
calculado sobre uma base de cálculo correspondente ao dobro do valor de mercado do seu
suporte informático.
308 “Art. 37 (DDTT). Não será exigido o imposto em relação às operações com software,
programas, aplicativos, arquivos eletrônicos, e jogos eletrônicos, padronizados, ainda que
sejam ou possam ser adaptados, quando disponibilizados por meio de transferência
eletrônica de dados (download ou streaming), até que fique definido o local de ocorrência
do fato gerador para determinação do estabelecimento responsável pelo pagamento do
imposto.”
309 “7 – Cláusula sétima. Este convênio entra em vigor na data da publicação de sua
ratificação nacional no Diário Oficial da União, produzindo efeitos a partir do primeiro
dia do sexto mês subsequente ao da sua publicação.”
310 “3. No que se refere à forma de comercialização, os softwares não personalizados podem
ter suas cópias distribuídas em larga escala por meio físico ou serem negociados em meio
digital, tanto por download como por streaming (utilização do software ‘na nuvem’). Essa
alteração, no entanto, não tem o condão de descaracterizar a natureza de produto desse
tipo de software (mercadoria). A circunstância de o adquirente instalar o software (de loja
física ou virtual) em sua máquina (download) ou utilizá-lo ‘na nuvem’ por meio de
internet (streaming) não descaracteriza a natureza jurídica da operação como
comercialização de software pronto.”
311 Bacharel e Mestre em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo. Advogada em São Paulo.
1774
312 PAZELLO, Fernanda Ramos. Desonerações tributárias das operações de exportação: a
imunidade das contribuições sociais e a isenção do ISS. 2008. 141 f. Dissertação
(Mestrado em Direito) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008.
313 O BEPS consiste em um conjunto de 15 ações para evitar a chamada erosão da base
tributária e o deslocamento de lucros. Seu objetivo é evitar, no plano internacional, o
fenômeno conhecido como dupla não tributação ou a tributação reduzida.
314 Serviços de streaming de vídeos e aplicativos de conversas de voz e troca de mensagens
como imagens, conversas em grupo e outras funcionalidades.
315 MELO, José Eduardo Soares de. Aspectos teóricos e práticos do ISS. 4. ed. São Paulo:
Dialética, 2005.
316 “Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
[...] § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: [...]
II – excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior;[...].”
317 O Pleno do STF, de forma indireta, no julgamento do Agravo Regimental no Mandado
de Injunção n. 590-2, decidiu que, nesse caso, atribui-se à lei complementar o poder de
escolher os serviços que ficarão isentos, conforme razões de política tributária.
318 COSTA, Regina Helena. Imunidades tributárias: teoria e análise da jurisprudência do
STF. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2006. p. 107-108.
319 Confira-se: “[...] EMENTA: NÃO INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA – IMUNIDADE –
COISA JULGADA. A lei municipal não pode alcançar fatos geradores ocorridos no
exterior e o ISS só incide sobre serviços descritos na lista anexa ao Decreto-lei 834/69,
prestados nos limites do município, excepcionalmente, em outros municípios brasileiros.
[...] VOTO [...] Ora, o município só pode tributar os serviços prestados em seu território e,
excepcionalmente, em outras comunas, mas sempre dentro do Brasil. Estamos diante de
não incidência tributária. [...]” (Recurso Especial 26.827-1/SP, Rel. Min. Garcia Vieira, 1.ª
Turma do STJ, de 16-9-1992).
320 “[...] Art. 1º [...] § 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior
do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. [...].”
321 Art. 153, § 3º, III.
322 Art. 155, § 2º, X, “a”, introduzido pela Emenda Constitucional n. 42/2003.
323 Art. 155, § 2º, XII, “e” e 156, § 3º, II.
324 Art. 149, § 2º, I, introduzido pela Emenda Constitucional n. 33/2001.
325 BALEEIRO, Aliomar. Limitações constitucionais ao poder de tributar. Atualizado por
Misabel Abreu Machado Derzi. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005. p. 467.
326 CRUZ, Duarto Ivo. Enquadramento jurídico e econômico da exportação, Revista de
Direito Mercantil, São Paulo, n. 17, p. 45.
327 TÔRRES, Heleno Taveira. O IVA na experiência estrangeira e a tributação das
exportações no direito brasileiro, Revista Fórum de Direito Tributário, Belo Horizonte,
ano 3, n. 16, jul.-ago. 2005, p. 49.
328 Marcelo Marques Roncaglia assevera que o Imposto sobre Valor Agregado (IVA)
1775
europeu se sujeita, em regra, ao princípio do destino. Neste aspecto, o autor ressalta que (i)
o IVA europeu, embora devesse observar o princípio da origem para acabar com os
controles aduaneiros, entendeu por bem aplicar o princípio do destino em razão de
eventuais desequilíbrios arrecadatórios; (ii) o IVA substitui o nosso ICMS, IPI e ISS; (iii)
a legislação do IVA prevê o que é entrega de bens e que todo o resto é prestação de
serviços, exemplificando; e (iv), por fim, os serviços tributados pelo IVA obedecem ao
princípio da origem, paradoxalmente (RONCAGLIA, Marcelo Marques. O ISS e a
importação e exportação de serviços, Revista Dialética de Direito Tributário, v. 129. São
Paulo, Dialética, 2006, p. 98-111).
329 SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico. 27. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 586
330 Entendemos que os bens virtuais não podem ser definidos como produtos, na medida em
que são bens incorpóreos, ou seja, não são coisas materiais e com existência física.
331 TROIANELLI, Gabriel Lacerda; GUEIROS, Juliana. O ISS e exportação e importação
de serviços, In: PEIXOTO, Marcelo Magalhães; MARTINS, Ives Gandra da Silva (Orgs.).
ISS e a LC 116/2003. Curitiba: Juruá, 2004. p. 199-208.
332 RONCAGLIA, Marcelo Marques. O ISS e a importação e exportação de serviços,
Revista Dialética de Direito Tributário, v. 129, São Paulo, Dialética, 2006, p. 98-111.
333 ÁVILA, Humberto. Imposto sobre a Prestação de Serviços de Qualquer Natureza.
Exportação de serviços. Lei Complementar n. 116/2003. Isenção: requisitos e alcance.
Conceitos de “desenvolvimento” de serviço e “verificação” do seu resultado, Revista
Dialética de Direito Tributário, n. 134, São Paulo, Dialética, 2006, p. 101-109.
334 SCHOUERI, Luís Eduardo. ISS sobre a importação de serviços do exterior, Revista
Dialética de Direito Tributário, n. 100, São Paulo, Dialética, 2004, p. 45.
335 Idem, p. 48.
336 FERNÁNDEZ, German Alejandro San Martín. O ISSQN (imposto sobre serviços de
qualquer natureza) incidente sobre importação de serviços e o alcance da expressão “cujo
resultado se verifique no País” e a isenção (heterônoma) na exportação prevista na LC n.
116/2003, Revista de Direito Tributário Internacional ano 2, n. 6, São Paulo, Quartier
Latin, 2007, p. 25.
337 Confira-se trecho: “[...]O objetivo de se isentar as exportações de serviços do pagamento
do imposto é justamente estimular a entrada de divisas no País. Ocorre que, para
caracterizar a exportação, segundo a Lei Complementar, não basta a entrada de divisas.
É preciso que o resultado se verifique no exterior. Entretanto, há controvérsias sobre o que
vem a ser ‘resultado’ do serviço, pois a norma legal não delineou o tema. Embora decisão
recente do Superior Tribunal de Justiça (ARESP 587.403/RS, em 18/10/2016) tenha sido
no sentido mais amplo da exportação de serviços, entendo ser preciso aprimorar a norma
legal para dirimir as referidas dúvidas. [...]”
338 Ministro José Delgado (Relator), acompanhado dos Ministros Francisco Falcão, Luiz Fux
e Denise Arruda. Vencido o Ministro Teori Albino Zavascki.
339 O Relator foi o Ministro Gurgel de Faria e participaram do julgamento os Ministros
Napoleão Nunes Maia Filho, Benedito Gonçalves, Sérgio Kukina e Regina Helena Costa.
340 OLIVEIRA, Maurine Morgan Pimentel de. O Conflito de Competência entre o ISS e o
ICMS à Luz do RE 688223/PR. In: GOMES, Marcus Lívio e SCHOUERI, Luís Eduardo
1776
(Coords). A Tributação Internacional na Era Pós-BEPS: soluções globais e peculiaridades
de países em desenvolvimento. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. v. III, p. 243-284.
341 Professor da Pós-Graduação de Direito Tributário (GV-Law) e MBA em Gestão de
Tributos e Planejamento Tributário da Escola de Administração de São Paulo (FGV
management), ambos ligados à Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) –
São Paulo. Graduado pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FDSBC).
Mestre e Pós-Graduado em Direito Tributário pela Escola de Direito da Fundação Getúlio
Vargas (FGV) – São Paulo. Advogado em São Paulo.
342 Graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pós-Graduado em Direito
Tributário pela GV-Law, Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – São
Paulo. Mestrando pelo Departamento de Direito Econômico, Financeiro e Tributário da
Universidade de São Paulo (USP). Advogado em São Paulo.
343 Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Regulamenta a administração das atividades
aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6759.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017.
344 Vale destacar que a inclusão de serviços e outros intangíveis no valor aduaneiro não é
exatamente uma novidade, conforme artigos 77 e 80 do Regulamento Aduaneiro.
345 Organização Mundial do Comércio – OMC. Acordo sobre a Implementação do Artigo
VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994. Disponível em:
<http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/negociacoes-internacionais/1885-
omc-acordos-da-omc>. Acesso em: 15 dez. 2017.
346 Comitê de Valoração Aduaneira. Decisão 4.1. Décima Reunião, celebrada em 26 de abril
de 1984. Disponível em:
<https://www.receita.fazenda.gov.br/publico/Legislacao/Ins/2003/AnexoUnicoIN318.doc>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
347 SHERMAN, Saul L. e GLASHOFF, Hinrich. Customs Valuation: Commentary on the
GATT Customs Valuations Code. London: ICC Publishing S.A., 1987. p. 86.
348 Essa discussão se assenta em assertiva do Presidente do Comitê de Valoração Aduaneira.
Segundo ele: “Indeed, if the technical facilities are available to the parties to the
transaction, the software can be transmitted by wire or satellite, in wich case the question
of Customs duties does not arise. In addition, the carrier medium is usually a temporary
means of storing the instructions or data; in order to use it, the buyer has to transfer or
reproduce the data or instructions into the memory or data-base of his own system”
(SHERMAN e GLASHOFF, 1987, p. 86).
349 Decreto n. 2.498, de 13 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a aplicação do Acordo sobre
a Implementação do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio – GATT 1994.
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d2498.htm>. Acesso em: 15
dez. 2017.
350 Receita Federal do Brasil. Solução de Consulta DISIT/SRRF10 n. 95, de 9 de maio de
2012. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?
idAto=59593&visao=anotado>. Acesso em: 15 dez. 2017.
351 Disponível em: <http://idg.carf.fazenda.gov.br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
1777
352 CARF, Processo n. 10880-727704/2011-80, Acórdão n. 3292-000.546, Rel. Gilberto de
Castro Moreira Junior, j. 25-9-2012, p. 8.
353 Idem, p. 9.
354 Idem, p. 12.
355 Idem, p. 12-13.
356 Idem, p. 13.
357 “Medida Provisória n. 2.219, de 4 de setembro de 2001. Estabelece princípios gerais da
Política Nacional do Cinema, cria o Conselho Superior do Cinema e a Agência Nacional
do Cinema – ANCINE, institui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Cinema
Nacional – PRODECINE, autoriza a criação de Fundos de Financiamento da Indústria
Cinematográfica Nacional – FUNCINES, altera a legislação sobre a Contribuição para o
Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional e dá outras providências.”
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2219.htm>. Acesso em: 15
dez. 2017.
358 “Art 1º Para fins desta Medida Provisória entende-se como:
I – obra audiovisual: produto da fixação ou transmissão de imagens, com ou sem som, que
tenha a finalidade de criar a impressão de movimento, independentemente dos processos
de captação, do suporte utilizado inicial ou posteriormente para fixá-las ou transmiti-las,
ou dos meios utilizados para sua veiculação, reprodução, transmissão ou difusão (...).”
359 CARF, Processo n. 10880-727704/2011-80, Acórdão n. 3292-000.546, Rel. Gilberto de
Castro Moreira Junior, j. 25-9-2012, p. 14.
360 JFSP, Ação n. 5007448-54.2017.4.03.6100, Juíza Federal Cristiane Farias Rodrigues dos
Santos, 9ª Vara Cível Federal de São Paulo, j. 30-5-2017, p. 4.
361 JFSP, Ação n. 5007448-54.2017.4.03.6100, cit., p. 5-6.
362 TRF3, Apelação/Reexame Necessário n. 0006315-49. 2010.4.03.6119/SP
2010.61.19.006315-0/SP, 4ª T., DJ 18-5-2012.
363 JFSP, Ação n. 5007448-54.2017.4.03.6100, cit., p. 6.
364 TRF3, Apelação/Reexame Necessário n. 0006315-49. 2010.4.03.6119/SP
2010.61.19.006315-0/SP, 4ª T., DJ 18-5-2017.
365 Idem.
366 Idem.
367 “Lei n. 12.485, de 12 de setembro de 2011. Dispõe sobre a comunicação audiovisual de
acesso condicionado; altera a Medida Provisória n. 2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e
as Leis ns. 11.437, de 28 de dezembro de 2006, 5.070, de 7 de julho de 1966, 8.977, de 6
de janeiro de 1995, e 9.472, de 16 de julho de 1997; e dá outras providências.” Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/L12485.htm>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
368 Conforme o art. 7º da MP n. 2.228-1/2001, que instituiu a ANCINE, em seu art. 5º, são
diversas as competências das Agência Nacional, dentre as quais se destacam: (i) executar a
política nacional de fomento ao cinema, regular as atividades de fomento; (ii) regular as
atividades de fomento e proteção à industria cinematográfica e videofonográfica; e (iii)
coordenar as ações e atividades governamentais relativas às indústria cinematográfica e
1778
videofonográfica. (Medida Provisória n. 2.228-1, de 6 setembro de 2001. Esabelece
princípios gerais da Política Nacional do Cinema, cria o Conselho Superior do Cinema e a
Agência Nacional do Cinema – ANCINE, institui o Programa de Apoio ao
Desenvolvimento do Cinema Nacional – PRODECINE, autoriza a criação de Fundos de
Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional – FUNCINES, altera a legislação
sobre a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional e dá
outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/2228-
1.htm>). Acesso em: 15 dez. 2017.
369 ANCINE. Análise de Impacto Regulatório n. 1/2016/SEC, de 10 de novembro de 2016.
Disponível em: <https://www.ancine.gov.br/sites/default/files/consultas-publicas/AIR-
JogosEletronicos_0.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
370 ANCINE. Chamada Pública BRDE/FSA PRODAV 14/2017 – Produção de Jogos
Eletrônicos – Retificação n. 02. Disponível em: <http://www.brde.com.br/wp-
content/uploads/2017/08/Edital_PRODAV-14-
2017_Retifica%C3%A7%C3%A3o02.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
371 Idem.
372 O estudo, nesse tocante, é impreciso, pois, em vez de se referir aos tributos como
PIS/COFINS-Importação, IPI-Importação e iCMS-Importação, simplesmente os
denominou como PIS/COFINS, IPI e ICMS, o que contraria as regras de incidência sobre
produtos e mercadorias importadas.
373 Vale destacar também que a ANCINE, ao sustentar a análise de impacto fiscal, cometeu
equívoco ao citar a Solução de Consulta DISIT/SRRF10 n. 95, de 9 de maio de 2012. Isso
porque a Receita Federal, quando exarou a aludida Solução de Consulta, apesar de ter
classificado os obras de computador como obras intelectuais, a partir da interpretação dada
ao artigo 7º, XII, da Lei n. 9.610/98, expressamente afirmou que o valor aduaneiro do
software seria exclusivamente o custo ou valor do suporte físico.
374 ANCINE. Análise de Impacto Regulatório n. 1/2016/SEC, de 10 de novembro de 2016.
Disponível em: <https://www.ancine.gov.br/sites/default/files/consultas-publicas/AIR-
JogosEletronicos_0.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
375 CONFAZ. Convênio ICMS n. 181, de 28 de dezembro de 2015. Autoriza as unidades
federadas que especifica a conceder redução de base de cálculo nas operações com
softwares, programas, jogos eletrônicos, aplicativos, arquivos eletrônicos e congêneres na
forma que especifica. Disponível em:
<https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/convenios/2015/cv181_15>. Acesso em:
15 dez. 2017.
376 Portaria n. 116, de 29 de novembro de 2011. Regulamenta os segmentos culturais
previstos no § 3º do artigo 18 e no artigo 25 da Lei n. 8.313, de 23 de dezembro de 1991.
Disponível em:
<http://www.cultura.gov.br/documents/10895/939065/Portaria+n%C2%BA%20116.pdf/de16dd3e-
113f-461d-b0b5-56598889a562>. Acesso em: 15 dez. 2017.
377 Lei n. 9.609, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a proteção da propriedade
intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9609.htm>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
1779
378 ASSIS, Jesus de Paula. Artes do Videogame. Conceitos e Técnicas. Disponível em:
<http://www2.eca.usp.br/cap/poeticasdigitais/artigos/artesdovideogame_1ponto1.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
379 RAMOS, Andy; LÓPEZ, Laura; RODRÍGUES, Anxo; MENG, Tim; e ABRAMS, Stan.
The Legal Status of Video Games, p. 20-21. Disponível em:
<http://www.wipo.int/export/sites/www/copyright/en/creative_industries/pdf/video_games.pdf
Acesso em: 15 dez. 2017.
380 Idem.
381 TJSP – Apl. Crim. N. 9110445-88.2007. 8.26.0000, 11ª Câm. Crim., Rel. Daniela de
Carvalho Duarte, j. 27-8-2010.
382 WACHOWICZ, Marcos. Jogos Digitais Educacionais como Bens Informáticos:
Elementos que integram sua tutela jurídica enquanto bem intelectual. In GAMA, Lynn
Rosalina; CARDOSO, Hugo S. P.; DE SOUZA, Claudio R. Barbosa. Interfaces entre
Games, Pesquisa & Mercado. Salvador: EDIBA, 2016, p. 1.
383 WACHOWICZ, op. cit., p. 2.
384 Idem, p. 5.
385 Idem, p. 6.
386 MENEGHETTI, Tarcísio Vilton. Autoria e Titularidade em Jogos Eletrônicos.
Dissertação (Mestrado) UFSC. Florianópolis: 2013, p. 52-53.
387 WACHOWICZ, op. cit., p. 8.
388 Idem, p. 9.
389 DE LA HAZA, Andy Ramos. Video Games: Computer Programs or Creative Works?,
Disponível em: <http://www.wipo.int/wipo_magazine/en/2014/04/article_0006.html>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
390 MENEGHETTI, op. cit., p. 52.
391 MENEGHETTI, op. cit., p. 155.
392 Idem, p. 159.
393 Idem, p. 204.
394 Idem, p. 206.
395 WACHOWICZ, op. cit., p. 12.
396 Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da PUC-SP. Pós-Graduado em Direito
Tributário pela Fundação Getúlio Vargas. Bacharelando em Ciências Contábeis pela
Faculdade de Economia, Administração, Contábeis e Atuariais da PUC-SP. Advogado em
São Paulo.
397 Bacharel pela Faculdade de Direito da PUC-RJ. Pós-Graduado em Direito Empresarial
pela Fundação Getúlio Vargas. Mestre em Direito e Contabilidade pela London School of
Economics and Political Sciences. Membro da Associação Brasileira de Direito
Financeiro, do Instituto Brasileiro de Direito Tributário e da International Fiscal
Association. Advogado em São Paulo.
398 Vale destacarmos que a Lei do Software veio a substituir a Lei n. 7.646, de 18 de
dezembro de 1987, à qual até então cabia assegurar a proteção da propriedade intelectual
1780
sobre programas de computador.
399 CARVALHO, Paulo de Barros, apud CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 16. ed. São
Paulo: Malheiros, 2012. p. 48-49.
400 “Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,
pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.”
401 Neste sentido, vide a energia elétrica que, embora não seja bem móvel corpóreo, foi
considerada mercadoria para fins de incidência do ICMS.
402 “Art. 9º O uso de programa de computador no País será objeto de contrato de licença.”
403 “Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer
meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente
no futuro, tais como: [...] XII – os programas de computador.”
404 ASSUNÇÃO, Matheus Carneiro, O ICMS nas transferências eletrônicas de software,
Revista Jurídica da Presidência da República, Brasília, v. 11, n. 93, p. 1-35, fev./maio
2009.
405 “Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III – serviços de
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.”
406 Em posição contrária, Fernando Dias Fleury Curado e Robinson Sakiyama Barreirinhas
entendem que “se o constituinte tivesse a intenção de restringir a competência municipal
às obrigações de fazer, não teria se referido a serviços de qualquer natureza, Ademais, o
próprio Código Civil brasileiro dispõe que o empresário dedica-se à produção ou
circulação de bens e de serviços (art. 966), reconhecendo a característica de circulação
econômica em relação aos serviços. (...) Portanto, por estas razões e, principalmente, à luz
do mais recente pronunciamento do STF, adotamos o entendimento de que o critério
material do ISS é a circulação econômica de bens imateriais, que não se restringe à
obrigação de fazer, mas abrange a cessão de direitos, locação de bens móveis,
arrendamento etc.” (BARREIRINHAS, Robinson Sakiyama; CURADO, Fernando Dias
Fleury. Manual do ISS. Rio de Janeiro: Forense, 2011. p. 41-42).
407 CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 16. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 182.
408 “Note-se, por outro lado, que a remuneração que o licenciador recebe do licenciado não é
o preço de serviço algum (base de cálculo do ISS); pelo contrário, é relativa à cessão do
direito de uso do software. Poderia – voltamos a escrever – integrar a base de cálculo de
um ainda inexistente imposto residual sobre cessão de direitos; jamais a base de cálculo do
ISS. Em suma, o valor recebido (pelo licenciador, do licenciado) pela cessão do direito de
uso do software não pode compor a base de cálculo do ISS, que, por injunção
constitucional, somente pode ser o preço do serviço» (CARRAZZA, Roque Antonio.
ICMS. 16. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 182-183).
409 “Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador,
contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao programa de computador,
desenvolvido e elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo estatutário,
expressamente destinado à pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do
empregado, contratado de serviço ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da
1781
própria natureza dos encargos concernentes a esses vínculos.”
410 Em opinião diversa, Yamashita afirma que “[...] como o encomendante torna-se, via de
regra, o proprietário do programa de computador (art. 4º supracitado) e como nenhum
proprietário em sã consciência licenciaria o uso do próprio software a si mesmo, nos
‘softwares por encomenda’ é juridicamente impossível o licenciamento do uso do
software, mas tão somente o desenvolvimento por encomenda. E mesmo que o
encomendante não se torne proprietário do software, é evidente que o desenvolvimento do
software não se confunde com o licenciamento de seu uso, da mesma forma que a
empreitada de construção de um edifício não se confunde nem com sua propriedade e nem
com sua locação” (YAMASHITA, Douglas. Licenciamento de Software no Brasil: Novas
Tendências Tributárias, Revista Dialética de Direito Tributário, v. 141, São Paulo,
Dialética, 2007, p. 64).
411 Greco, em sua obra Internet e Direito, discorre sobre o tema para concluir que em uma
interpretação literal, partindo de uma concepção estrita de tipicidade tributária, o software
não seria alcançado pela tributação por não constituir uma mercadoria (GRECO, Marco
Aurélio. Internet e Direito. 2. ed. São Paulo: Dialética, 2000. p. 93-95). No entanto, ainda
segundo o brilhante autor, uma interpretação que prestigie os fins sociais da lei, os
princípios constitucionais e a evolução histórica do fenômeno jurídico leva a uma
conclusão diametralmente oposta no sentido de que as operações com software,
contenham ou não suportes físicos, estão abrangidas pela materialidade da competência
tributária do ICMS.
412 No mesmo sentido, Gonçalves: “O download de software é, provavelmente, a maneira de
distribuição de software que apresenta a maior quantidade de diferentes suportes físicos de
uma só vez. [...] Se fosse possível olharmos o fluxo de informações de um grande
backbone da Internet, não conseguiríamos compreender cognoscitivamente a enorme
quantidade de informação que por ele trafega num determinado período de tempo. Isto
porque um software, uma imagem digital ou um som digital são rigorosamente idênticos
em sua essência, sendo todos eles compostos por pequenos pacotes de dados, e em última
análise, por uma sequência lógica e determinada – mas incompreensível aos seres
humanos – de zeros e uns” (GONÇALVES, Renato Lacerda de Lima. A Tributação do
Software no Brasil. São Paulo: Quartier Latin, 2005. p. 63-64).
413 No mesmo sentido, vide os seguintes julgados no STJ: RESP 216.967-SP, RESP
633.405/RS, RESP 222.001/SP e RMS 5.934/RJ.
414 Com relação à suspensão da expressão “ainda que realizadas por transferência eletrônica
de dados”, conforme redação original do art. 2º, § 1º, VI, da Lei Estadual n. 7.098/98.
415 “Artigo 73 (SOFTWARES (sic.)) – Fica reduzida a base de cálculo do imposto incidente
nas operações com softwares, programas, aplicativos e arquivos eletrônicos, padronizados,
ainda que sejam ou possam ser adaptados, disponibilizados por qualquer meio, de forma
que a carga tributária resulte no percentual de 5% (cinco por cento).”
416 Publicado em 5 de outubro de 2017, com efeitos a partir de 1º de abril de 2018.
417 Curiosamente, o Município de São Paulo editou, em julho de 2017, o Parecer Normativo
n. 1 para fixar a sua interpretação acerca das operações com software realizadas por
transferência eletrônica de dados (download) ou streaming que estariam todas, sem
distinção, sujeitas ao imposto municipal. Confira-se: “Art. 1º O Licenciamento ou cessão
1782
de direito de uso de programas de computação, por meio de suporte físico ou por
transferência eletrônica de dados (‘download de software’), ou quando instalados em
servidor externo (‘Software as a Service – SaaS’), enquadra-se no subitem 1.05 da lista de
serviços do ‘caput’ do artigo 1º da Lei n. 13.701, de 24 de dezembro de 2003. Parágrafo
único: O enquadramento a que se refere o ‘caput’, no tocante ao SaaS, não prejudica o
enquadramento de parte da sua contratação nos subitens 1.03 e 1.07 da lista de serviços do
‘caput’ do artigo 1º da Lei n. 13.701, de 2003. Art. 2º O enquadramento tratado no artigo
1º deste parecer normativo independe de o software ter sido programado ou adaptado para
atender à necessidade específica do tomador (‘software por encomenda’) ou ser
padronizado (software de prateleira ou ‘off the shelf’)”.
418 “Art. 23. A base de cálculo do imposto nas operações com mercadorias, apurada
conforme previsto no Capítulo anterior, terá seu valor reduzido para: (...) LXXXI – valor
que resulte em carga tributária equivalente a 5% (cinco por cento), a partir de 1º de
outubro de 2016, nas operações com softwares, programas, jogos eletrônicos, aplicativos,
arquivos eletrônicos e congêneres, padronizados, ainda que sejam ou possam ser
adaptados, disponibilizados por qualquer meio, inclusive nas operações efetuadas por
meio de transferência eletrônica de dados.”
419 Mestre em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela Universidade de São Paulo
(USP). Especialista em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários
(IBET). Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e em
Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP). Membro do
Conselho da Associação dos Tributaristas de Alagoas (ATRIAL), da Associação Paulista
de Estudos Tributários (APET), do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT) e do
Tax Executives Institute (TEI). Professor convidado de Direito Tributário em Escolas de
Pós-Graduação e Especialização em Alagoas e São Paulo.
420 Mestranda em Direito pela Universidade Federal de Alagoas. MBA em Direito Tributário
pela Fundação Getúlio Vargas – FGV. Graduada em Direito pelo Centro de Estudos
Superiores de Maceió – CESMAC. Professora Universitária em Alagoas. Secretária-Geral
da Associação dos Tributaristas de Alagoas (ATRIAL).
421 MELL, Peter; GRANCE, Tim. The NIST Definition of Cloud Computing (Sep., 2011), p.
2. Disponível em: <http://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/Legacy/SP/nistspecialpublication800-
145.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
422 DOLAN, Fiona; CHAIRMAN. Cloud Computing and Revenue Recognition. PwC
Telecom Industry Accounting Group. (May, 2015), p. 2. Disponível em:
<http://www.pwc.com/gx/en/communications/publications/assets/pwc-cloud-computing-
and-revenue-recognition-whitepaper.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
423 OCDE. Cloud Computing: The Concept, Impacts and the Role of Government Policy.
OECD Digital Economy Papers, No. 240. Paris: OECD Publishing, 2014. Grupo de
Pesquisa Tributação na Era Digital do NEF/FGV Direito SP Tributação na era digital:
Renda × Consumo. Disponível em: <https://www.jota.info/artigos/tributacao-na-era-
digital-renda-x-consumo-20102017>. Acesso em: 15 dez. 2017. Para uma visão mais
profunda sobre o cloud computing, vide: 7 RAVAZI, Amir R.; STROMMEN-
BAKHTIAR, Abbas. In: HILL, Richard; MAHMOOD, Zaigham. Cloud computing for
enterprise architectures. London: Springer, 2011. p. 53; FINGAR, Peter;
MULHOLLAND, Andy; PYKE. Enterprise Cloud Computing: A Strategy Guide for
1783
Business and technology leaders – and the rest of us. Tampa, Fla: Meghan-Kiffer Press,
c2010.
424 CANNAS, Francesco. The VAT Treatment of Cloud Computing: Legal Issues and
Practical Difficulties. World Journal of VAT/GST Law, 2016. Grupo de Pesquisa
Tributação na Era Digital do NEF/FGV Direito SP Tributação na era digital: Renda ×
Consumo. Disponível em: <https://www.jota.info/artigos/tributacao-na-era-digital-renda-
x-consumo-20102017>. Acesso em: 15 dez. 2017.
425 MELL, Peter; GRANCE, Tim. The NIST Definition of Cloud Computing (Sep., 2011), p.
2. Disponível em: <http://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/Legacy/SP/nistspecialpublication800-
145.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
426 Idem.
427 Idem.
428 Idem.
429 DOLAN, Fiona; CHAIRMAN. Cloud Computing and Revenue Recognition. PwC
Telecom Industry Accounting Group. (May, 2015), p. 3. Disponível em:
<http://www.pwc.com/gx/en/communications/publications/assets/pwc-cloud-computing-
and-revenue-recognition-whitepaper.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
430 BORGES, Hélder Pereira; DE SOUZA, José Neuman; MURY, Antonio Roberto; e
SCHULZE, Bruno; Computação em Nuvem, p. 33-37. Disponível em:
<http://livroaberto.ibict.br/bitstream/1/861/1/COMPUTAÇÃO%20EM%20NUVEM.pdf>.
MACEDO, Alberto. Tributação dos bens digitais, p. 17. Disponível em:
<https://direitosp.fgv.br/sites/direitosp.fgv.br/files/arquivos/tributacao_de_software_pelo_iss_e_os_potenc
Acesso em: 15 dez. 2017.
431 MACEDO, Alberto. Tributação dos bens digitais, p. 16. Disponível em:
<https://direitosp.fgv.br/sites/direitosp.fgv.br/files/arquivos/tributacao_de_software_pelo_iss_e_os_potenc
Acesso em: 15 dez. 2017.
432 LEWIS, Alesia. A closer look at sales and use taxation of the cloud. Mar., 2016.
Disponível em: <https://www.journalofaccountancy.com/newsletters/2016/mar/sales-and-
use-taxation-of-cloud.html>. Acesso em: 15 dez. 2017.
433 Ernst & Young LLP. Worldwide Cloud Computing Tax Guide (2015). Disponível em:
<http://www.ey.com/gl/en/services/tax/worldwide-cloud-computing-tax-guide---
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434 SAAKE, Ron; MALINE, Mandana. International tax issues and cloud computing.
Revisão da tributação internacional | Intangíveis. Deloitte. 2013, p. 47-50. Disponível em:
<https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/us/Documents/Tax/us-tax-itr-
intangibles-guide.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
435 DOLAN, Fiona; CHAIRMAN. Cloud Computing and Revenue Recognition. PwC
Telecom Industry Accounting Group. (May, 2015), p. 1. Disponível em:
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and-revenue-recognition-whitepaper.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
436 Ernst & Young LLP. Worldwide Cloud Computing Tax Guide (2015). Disponível em:
<http://www.ey.com/gl/en/services/tax/worldwide-cloud-computing-tax-guide---
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1784
437 WASSER, Michael; HELMES, Rebecca. Sales Tax on Cloud Computing: The Need for
Clarity and Predictability. Weekly State Tax Report, Ernst. (Jan., 2017). Disponível em:
<https://www.bna.com/sales-tax-cloud-n73014450102>. Acesso em: 15 dez. 2017.
438 LIVNI, Ben. The Storm of Cloud Computing Taxation. (July, 2017). Disponível em:
<http://www.taxanalysts.org/node/196876>. Acesso em: 15 dez. 2017.
439 FRANTS, Vlad. The Evolution of Cloud Computing Taxation: Characterizing and
Sourcing Cloud Computing Payments in an Uncertain World (2013). Disponível em:
<https://www.americanbar.org/groups/young_lawyers/publications/the_101_201_practice_series/the_evol
Acesso em: 15 dez. 2017.
440 Ernst & Young LLP. Worldwide Cloud Computing Tax Guide (2015). Disponível em:
<http://www.ey.com/gl/en/services/tax/worldwide-cloud-computing-tax-guide---
introduction>. Acesso em: 15 dez. 2017.
441 Ibidem.
442 A despeito do aumento de receita previsto com os serviços, há fontes que indicam que a
perda de arrecadação tributária com serviços de computação em nuvem está estimada
entre 27 e 33 bilhões de dólares até 2022. LIVNI, Ben. The Storm of Cloud Computing
Taxation. (July, 2017). Disponível em: <http://www.taxanalysts.org/node/196876>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
443 WASSER, Michael; HELMES, Rebecca. Sales Tax on Cloud Computing: The Need for
Clarity and Predictability. Weekly State Tax Report, Ernst. (Jan., 2017). Disponível em:
<https://www.bna.com/sales-tax-cloud-n73014450102>. Acesso em: 15 dez. 2017.
444 Tax Bulletin Sales and Use Tax TB-ST-740, October 21, 2016, New York State
Department of Taxation and Finance, p. 1. Disponível em:
<https://www.tax.ny.gov/pdf/tg_bulletins/sales/b16_740s.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
445 Decision DTA n. 824336, Tax Appeals Tribunal, State Of New York, March 16, 2015, p.
16-19. Disponível em: <https://www.dta.ny.gov/pdf/decisions/824336.dec.pdf?
_ga=1.208844626.1355548187.1421825327>. Acesso em: 15 dez. 2017.
446 Advisory Opinion, Petition n. S120425A, Commissioner Of Taxation And Finance,
Office of Counsel Advisory Opinion Unit, New York State Department of Taxation and
Finance, April 14, 2015, p. 5. Disponível em:
<https://www.tax.ny.gov/pdf/advisory_opinions/sales/a15_2s.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
447 Advisory Opinion, Petition n. S130314A, Commissioner Of Taxation And Finance,
Office of Counsel Advisory Opinion Unit, New York State Department of Taxation and
Finance, July 6, 2017, p. 4. Disponível em:
<https://www.tax.ny.gov/pdf/advisory_opinions/sales/a17_9s.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
448 Advisory Opinion, Petition n. S130314A, op. cit., p. 1.
449 2016 Act 84, Pennsylvania General Assembly, TAX REFORM CODE OF 1971 –
OMNIBUS AMENDMENTS, Act of Jul. 13, 2016, P.L. 526, n. 84. Disponível em:
<http://www.legis.state.pa.us/cfdocs/legis/li/uconsCheck.cfm?
yr=2016&sessInd=0&act=84>. Acesso em: 15 dez. 2017.
450 Vide Pennsylvania Statutes Title 72 P.S. Taxation and Fiscal Affairs § 7201. Definitions.
1785
Disponível em: <http://codes.findlaw.com/pa/title-72-ps-taxation-and-fiscal-affairs/pa-st-
sect-72-7201.html>. Acesso em: 15 dez. 2017.
451 Letter Ruling SUT-17-002 (“SUT-17-002”), Pennsylvania Department of Revenue (the
“Department”), p. 1. Disponível em:
<http://www.revenue.pa.gov/GeneralTaxInformation/TaxLawPolicies
BulletinsNotices/Documents/Letter%20Rulings/SUT/SUT-17-002.pdf>. Acesso em: 15
dez. 2017.
452 Letter Ruling 12-8: Cloud Computing, Department of Revenue of Massachusetts, 8 de
novembro de 2013. Disponível em: <http://www.mass.gov/dor/businesses/help-and-
resources/legal-library/letter-rulings/letter-rulings-by-years/2012-rulings/lr-12-8.html>.
Com base no Regulamento 830 CMR 64H.1.3 830 de Massachusetts (14) (a). 830 CMR
64H.1.3 Computer Industry Services and Products, Department of Revenue, 20 de outubro
de 2006, atualizado até 22 de setembro de 2017, p. 15. Disponível em:
<http://www.mass.gov/courts/docs/lawlib/800-899cmr/830cmr64h.pdf>. Acessos em: 15
dez. 2017.
453 É o que acontece no Estado da Pensilvânia. Para mais detalhes sobre a tributação dos
Estados norte-americanos, vide DUNN, Jennifer. Sales Tax by State: Is SaaS Taxable?,
TaxJar, Aug. 9, 2016 (listing the state sales tax treatment of cloud computing transactions
in each state) ou DONNINI, Gerald; EISENSTEIN, Martin; MILLER, Keller; YOPP,
Mark. SaaS Sales and Use Tax: Reconciling Varying State Rules to Avoid Unforeseen
Tax Traps. Disponível em: <http://media.straffordpub.com/products/saas-sales-and-use-
tax-reconciling-varying-state-rules-to-avoid-unforeseen-tax-traps-2015-06-
09/presentation.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
454 LIVNI, Ben. The Storm of Cloud Computing Taxation. (July, 2017). Disponível em:
<http://www.taxanalysts.org/node/196876>. Acesso em: 15 dez. 2017.
455 Idem.
456 LIVNI, op. cit.
457 Idem.
458 Ernst & Young LLP. Worldwide Cloud Computing Tax Guide (2015). Disponível em:
http://www.ey.com/gl/en/services/tax/worldwide-cloud-computing-tax-guide---
introduction>. Acesso em: 15 dez. 2017.
459 CANNAS, Francesco. The VAT Treatment of Cloud Computing: Legal Issues and
Practical Difficulties. World Journal of VAT/GST Law, 2016.
460 Cf. art. 44 da Diretiva 2008/8/EC.
461 Vide art. 7º do Regulamento de Execução (UE) n. 282/2011 do Conselho, de 15 de março
de 2011.
462 Vide art. 58 da Diretiva 2008/8/EC.
463 Ernst & Young LLP. Worldwide Cloud Computing Tax Guide. (2015). Disponível em:
<http://www.ey.com/gl/en/services/tax/worldwide-cloud-computing-tax-guide---
introduction>, p. 6. PwC Taxing the cloud: a foggy endeavour, p. 4. Disponível em:
<https://www.pwc.com/gx/en/communications/publications/assets/pwc-taxing-the-cloud-
a-foggy-endeavour.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
464 Idem.
1786
465 ALMEIDA, Flora Ferreira de; MOREIRA JUNIOR, Gilberto de Castro. Cloud
computing e a tributação do software as a service (SaaS). In: Estudos de Direito
Tributário em Homenagem ao Prof. Gerd Willi Rothmann. São Paulo: Quartier Latin,
2016. p. 589-604.
466 Antes do referido parecer, o Fisco Paulistano havia dado respostas divergentes às
consultas que lhe foram formuladas (apontado para a não incidência e incidência de ISS,
respectivamente), a primeira realizada pelo iTunes (SF/DEJUG n. 17, de 2 de abril de
2013), e a outra realizada pelo Netflix (SF/DJUG n. 65, de 6 de dezembro de 2012).
467 Vale mencionar que, na nossa visão, seguindo as orientações de Breyner, o Parecer
Normativo agride a irretroatividade tributária, uma vez que se proclama “interpretativo” e
revoga “Soluções de Consulta emitidas antes da publicação deste ato e com ele em
desacordo, independentemente de comunicação aos consulentes”, indo de encontro,
também à jurisprudência sedimentada no STF RE 176.626 SP (BREYNER, Frederico
Menezes. O parecer do fisco paulistano sobre ISS de software. Disponível em:
<https://jota.info/artigos/o-parecer-do-fisco-paulistano-sobre-iss-de-software-06092017>).
Acesso em: 15 dez. 2017.
468 O Convênio ICMS n. 181/2015 prevê, entre outros, a competência dos Estados para
tributar, pelo ICMS, as transferências via download, de aplicativos, programas de
computador, jogos e outros.
469 O Convênio ICMS n. 106/2017 prevê a possibilidade de cobrança do ICMS nas
“operações com bens e mercadorias digitais, tais como software, programas, jogos
eletrônicos, aplicativos, arquivos eletrônicos e congêneres, que sejam padronizados, ainda
que tenham sido ou possam ser adaptados, comercializadas por meio de transferência
eletrônica de dados”.
470 Estão para ser julgadas no Supremo Tribunal Federal duas ADIs (n. 5.576/SP e n.
5.659/MG), em que se questiona a incidência do ICMS sobre o download de software .
471 Note-se que, antes mesmo da aprovação da norma pelo CONFAZ, ao menos o Estado de
São Paulo já sinalizava no sentido da tributação das operações com bens eletrônicos.
472 O caput do artigo 1º estabelece que o licenciamento de software, por meio físico ou
download ou quando instalado em servidor externo (Software as a Service – SaaS) deverá
ser enquadrado no subitem 1.05 (licenciamento ou cessão de direito de uso de programas
de computação) da Lei Municipal n. 13.701/2003, sujeito à alíquota de 2%.
473 Breyner tece críticas a respeito do tema, apresentando exemplos que comprovariam que
(i) o suporte técnico, em algumas oportunidades, sequer seria fato gerador de ISS, como
no caso de suporte para acesso ao software, bem como (ii) o processamento de dados, no
mais das vezes, seria mera atividade-meio desempenhada pelo contratado para viabilizar
ao contratante os benefícios e a utilidade do objeto contratado, qual seja, o acesso e uso do
software, além de serem realizadas no próprio interesse do contratado (BREYNER,
Frederico Menezes. O parecer do fisco paulistano sobre ISS de software. Disponível em:
<https://jota.info/artigos/o-parecer-do-fisco-paulistano-sobre-iss-de-software-06092017>.
Acesso em: 15 dez. 2017).
474 MACEDO, Alberto. ISS versus ICMS-Mercadoria: Licenciamento de Software e a
Impossibilidade do Avanço do Conceito Constitucional de Mercadoria como Bem
Imaterial. In: MACEDO, Alberto; AGUIRREZÁBAL, Rafael; PINTO, Sérgio Luiz de
1787
Moraes; ARAÚJO, Wilson José de (Coords.). Gestão Tributária Municipal e Tributos
Municipais. São Paulo: Quartier Latin, 2017. v. 6, p. 57-99.
475 Idem, ibidem.
476 Vimos, anteriormente, que o SaaS, por exemplo, é mais que uma disponibilização pura e
simples de software.
477 Na jurisprudência do STF, o conceito constitucional de prestação de serviços, no
contexto da tributação do ISS, parece ter mudado no sentido de não estar mais restrito às
típicas obrigações de fazer, abrangendo o oferecimento de utilidade de qualquer natureza
para outrem (RE 547.245/SC) “a partir de um conjunto de atividades imateriais, prestado
com habitualidade e intuito de lucro, podendo estar conjugado ou não à entrega de bens ao
tomador” (RE 651.703/PR), não obstante o teor da Súmula Vinculante 31.
478 Nesse sentido, também parecer ter sido a linha adotada, no âmbito federal, na Solução de
Consulta COSIT n. 191/2017.
479 Súmula Vinculante 31: “É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de
qualquer natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis”.
480 O próprio STF, ao analisar a situação de cessão de uso de marca, em sede de reclamação,
ressaltou a inaplicabilidade da Súmula (distinguish) ao caso (Rcl 8623, AgR, Rel. Min.
Gilmar Mendes, Segunda Turma, j. 22-2-2011, DJe 10-3-2011).
481 Sobre o tema do estabelecimento permanente nas plataformas de tecnologia, vide:
GARCIA, Regina Vitoria Soares. A tributação do ISS na sociedade de informação.
Dissertação apresentada à Faculdade de Direito da USP, 2013, p. vi.
482 Para mais detalhes sobre a oscilação jurisprudencial no âmbito do ISS, vide as seguintes
colunas de Gustavo Brigagão em jornal eletrônico: BRIGADÃO, Gustavo. Oscilação
jurisprudencial do ISS se alia à ineficiência legislativa. Disponível em:
<https://www.conjur.com.br/2017-mar-15/consultor-tributario-oscilacao-jurisprudencial-
iss-alia-ineficiencia-legislativa>. Acesso em: 15 dez. 2017. Competência tributária
relativa à incidência do ISS volta a ficar incerta. Disponível em:
<https://www.conjur.com.br/2015-abr-22/competencia-tributaria-incidencia-iss-volta-
ficar-incerta>. Acesso em: 15 dez. 2017.
483 O art. 4º da LC n. 116/2003 define o conceito de “estabelecimento prestador”.
484 No mesmo sentido, vide as conclusões de Gabriel Batti: BATTI, Gabriel Bez. ISS sobre
os serviços de computação em nuvem: um passo adiante. Disponível em:
<http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI263824,11049-
ISS+sobre+os+servicos+de+computacao+em+nuvem+um+passo+adiante>. Acesso em:
15 dez. 2017.
485 Professor Titular de Direito Financeiro da Faculdade de Direito da USP. Foi Vice-
Presidente da International Fiscal Association – IFA. Advogado.
486 Superior Tribunal de Justiça, Súmula 334: “O ICMS não incide no serviço dos
provedores de acesso à Internet”.
487 “Art. 61. Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço de
telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades
relacionadas ao acesso, armazenamento, apresentação, movimentação ou recuperação de
informações.
1788
§ 1º Serviço de valor adicionado não constitui serviço de telecomunicações, classificando-se
seu provedor como usuário do serviço de telecomunicações que lhe dá suporte, com os
direitos e deveres inerentes a essa condição. (...).”
488 “Art. 21. Compete à União: (...)
XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a
criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais.”
489 Nas palavras do Prof. Newton de Lucca, o provedor presta “um serviço de natureza vária,
seja franqueando o endereço na Internet, seja armazenando e disponibilizando o site para a
rede, seja prestando e coletando informações etc. É designado, tecnicamente, de Provedor
de Serviços de Conexão à Internet (PSC), sendo a entidade que presta o serviço de
conexão à Internet (SCI).” (DE LUCCA, Newton. Títulos e Contratos Eletrônicos: o
advento da informática e suas consequências para a pesquisa jurídica. In: DE LUCCA,
Newton et al. (Orgs.). Direito & Internet. São Paulo: Quartier Latin, 2005. p. 60).
490 Cf. Norma n. 4/1995, aprovada pela Portaria n. 148, de 31 de maio de 1995.
491 STJ, EREsp 456.650/PR. Rel. Min. José Delgado, Primeira Seção, j. 11-5-2005.
492 “Art. 61. Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço de
telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades
relacionadas ao acesso, armazenamento, apresentação, movimentação ou recuperação de
informações.
§ 1º Serviço de valor adicionado não constitui serviço de telecomunicações, classificando-se
seu provedor como usuário do serviço de telecomunicações que lhe dá suporte, com os
direitos e deveres inerentes a essa condição. (...)”
493 Nos termos do voto do Min. Franciulli Netto, relator para acórdão.
494 “Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,
pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.”
495 Também para afastar a incidência do ICMS sobre os valores cobrados a título de acesso,
adesão, ativação, habilitação, disponibilidade, assinatura e outros serviços suplementares e
facilidades adicionais que aperfeiçoem ou apliquem o processo de comunicação; a locação
de aparelhos e outros serviços similares; as atividades das programadoras de TV a cabo;
serviços acessórios ou suplementares aos serviços de comunicação.
496 Exemplo disso é o contrato utilizado pela Universo On Line, disponível em:
<http://download.uol.com.br/publicidade/termos_e_condicoes.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
497 MACHADO, Hugo de Brito. Tributação na Internet. In: MARTINS, I. G. S. (Org.).
Pesquisas Tributárias. n. 7, São Paulo: RT, 2001. p. 87.
498 CARRAZZA, Roque Antonio. O ICMS. 11. ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros, 2006.
p. 174.
499 MACHADO, Hugo de Brito. O ICMS e a radiodifusão, Revista Dialética de Direito
Tributário, n. 23. São Paulo, Dialética, 1997.
1789
500 CORAZZA, Edison Aurélio. ICMS sobre Prestações de Serviços de Comunicação. São
Paulo: Quartier Latin, 2006. p. 122. Cf., no mesmo sentido, ÁVILA, Humberto. Imposto
sobre a Prestação de Serviços de Comunicação. Conceitos de Prestação de Serviço de
Comunicação. Intributabilidade das atividades de veiculação de publicidade em painéis e
placas. Inexigibilidade de Multa, Revista Dialética de Direito Tributário, n. 143, São
Paulo, Dialética, 2007. p. 123.
501 MARTINS, Ives Gandra da Silva. Tributação na internet. In: MARTINS, Ives Gandra da
Silva (Coord.); SCARTEZZINI, Ana Maria Goffi Flaquer et al. Pesquisas tributárias:
Tributação na internet. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. p. 44.
502 MACHADO, Hugo de Brito. Aspectos fundamentais do ICMS. 2. ed. São Paulo:
Dialética, 1999. p. 63.
503 Cf. COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Tributação na Internet. In: MARTINS, Ives
Gandra da Silva (Org.); SCARTEZZINI, Ana Maria Goffi Flaquer et al. Pesquisas
Tributárias: Tributação na internet. n. 7. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. p. 108.
Falando sobre radiodifusão:
“Por outro lado, entendida a radiodifusão como comunicação, vale dizer, se considerada a
relação entre quem emite as informações, e quem as recebe, tem-se que concluir que essa
prestação de serviço não é onerosa, mas gratuita, porque o destinatário da ‘comunicação’,
além de não identificado, nada paga por ela. Entendida a radiodifusão como serviço de
comunicação, ter-se-á de entender que se trata de uma prestação não onerosa, que nos
termos da lei complementar não configura hipótese de incidência do imposto”.
504 CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS – comunicação: sua Não Incidência sobre a
Denominada Tarifa de Assinatura Básica Mensal – Questões Conexas, Revista Dialética
de Direito Tributário, n. 155, São Paulo, Dialética, 2008, p. 88.
505 “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n 3, de 1993) (...)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 3, de 1993) (...)
X – não incidirá: (...)
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de
sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42,
de 19-12-2003).”
506 Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, AC com Revisão n. 636.044-5/1-00, Rel.
Antonio Carlos Villen, Décima Câmara de Direito Público, j. 16-6-2008.
507 No mesmo sentido: CORAZZA, Édison Aurélio. ICMS sobre Prestações de Serviços de
Comunicação. São Paulo: Quartier Latin, 2006. p. 24.
508 MACHADO, Hugo de Brito. Aspectos Fundamentais do ICMS. São Paulo: Dialética,
1997. p. 37.
509 A Cláusula Primeira do Convênio ICMS n. 69/98, sob referência, diz que “os signatários
firmam entendimento no sentido de que se incluem na base de cálculo do ICMS incidente
sobre prestações de serviços de comunicação os valores cobrados a título de acesso,
adesão, ativação, habilitação, disponibilidade, assinatura e utilização dos serviços, bem
assim aqueles relativos a serviços suplementares e facilidades adicionais que otimizem ou
1790
apliquem o processo de comunicação, independentemente da denominação que lhes seja
dada”.
510 STJ, REsp 402047/MG, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, 1ª Turma, j. 4-11-2003,
DJ 4-12-2003, p. 214.
511 REsp 1176753/RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. p/ Acórdão Min. Mauro
Campbell Marques, Primeira Seção, j. 28-11-2012, DJe 19-12-2012.
512 STF, ARE 782749 RG/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, Tribunal Pleno, j. 25-6-2015.
513 Código Civil: “Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou
imaterial, pode ser contratada mediante retribuição”.
514 Código Civil: “Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis
trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo”.
515 AZEVEDO, Álvaro Vilaça. Curso de Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações. 7. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 1998. p. 69.
516 STF, Re 446.003 AgR/PR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, j. 30-5-2006.
517 STF, RE n. 116.121-3/SP, Rel. Min. Octavio Gallotti, Tribunal Pleno, j. 17-10-2000.
518 BRANDÃO, Eduardo Rangel; MORAES, Anamaria de. Formatos de anúncios
veiculados na internet. In: 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em
Design, 2004, São Paulo. Anais do 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Design. São Paulo: AEnD BR – Associação de Ensino de Design do
Brasil, 2004, p. 8.
519 STJ, Resp n. 888.852/ES, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, j. 4-11-2008.
520 CARRAZZA, Roque Antonio. O ICMS. 11.ed. rev. e ampl. São Paulo: Malheiros, 2006.
p. 174.
521 Mestre e Doutor em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela USP. MBA em
Gestão Pública Tributária pela Fundação Dom Cabral – FDC. Professor de Direito
Tributário no Insper, FGV, IBDT e IBET. Auditor Fiscal, Representante de São Paulo na
Câmara Técnica Permanente da ABRASF. Assessor Especial da Secretaria Municipal da
Fazenda de São Paulo. Ex-Subsecretário da Receita Municipal de São Paulo. Ex-
Presidente do Conselho Municipal de Tributos de São Paulo.
522 Aqui, definiremos tributação sobre o consumo aquela limitada aos impostos ISS, ICMS,
IPI e IOF. Não entram nessa classe as contribuições sociais PIS/PASEP (Contribuição
para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público) e COFINS (Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social).
Isso porque, em que pese as referidas contribuições possuírem efeitos econômicos
similares aos impostos sobre consumo, a materialidade dessas contribuições se distancia
juridicamente das materialidades daqueles impostos, na medida em que, em termos
jurídicos, essas contribuições não incidem sobre a circulação de bens e serviços, mas sim
sobre a receita bruta decorrente da circulação de bens e serviços. Para maiores detalhes, cf.
MACEDO, Alberto. ISS, ICMS-Mercadoria e o Caso “Embalagens” (ADI-MC 4.389 DF)
– A Constitucionalização, pelo STF, de Critérios que não são Constitucionais. In:
MACEDO, Alberto; CASTRO, Leonardo Freitas de Moraes e (Coords.). Tributação
Indireta Empresarial: Indústria, Comércio e Serviços. São Paulo: Quartier Latin, 2016. p.
809-846.
1791
523 Nesse sentido, cf.: MACEDO, Alberto. ISS versus ICMS-Mercadoria: Licenciamento de
Software e a Impossibilidade do Avanço do Conceito Constitucional de Mercadoria Como
Bem Imaterial. In: MACEDO, Alberto; AGUIRREZÁBAL, Rafael; PINTO, Sérgio Luiz
de Moraes; ARAÚJO, Wilson José de (Coords.). Gestão Tributária Municipal e Tributos
Municipais. São Paulo: Quartier Latin, 201,7. v. 6 p. 57-99; MACEDO, Alberto.
Licenciamento de Software e Software as a Service (SaaS). A Impossibilidade do Avanço
do Conceito Constitucional de Mercadoria como Bem Imaterial e suas Implicações na
Incidência do ISS, do ICMS e dos Tributos Federais. In: PISCITELLI, Tathiane;
VASCONCELOS, Roberto (Coords.). Tributação de Bens Digitais. São Paulo, FGV-SP,
2017, no prelo; MACEDO, Alberto. Licenciamento de software não pode ser considerado
mercadoria virtual. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-dez-13/alberto-
macedo-stf-desvirtuar-conceito-mercadoria>. Acesso em: 15 dez. 2017.
524 Não há uma residualidade de serviços não tributáveis no universo das atividades de
produção e circulação de bens e serviços. Nesse sentido, cf. MACEDO, Alberto. ISS – O
conceito econômico de serviços já foi juridicizado há tempos também pelo direito privado.
In: MACEDO, Alberto et al. XII CNET – Direito Tributário e os Novos Horizontes do
Processo. São Paulo: Noeses, 2015. p. 1-79.
525 MOREIRA, André Mendes. A Tributação dos Serviços de Comunicação. 2. ed. São
Paulo: Noeses, 2016. p. 177-178.
526 Idem.
527 Esse critério lógico é hoje o protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet
Protocol). Cf. BOTELHO, Fernando Neto. Tributação do serviço de provimento da
internet. In: TÔRRES, Heleno Taveira (Coord.). Direito Tributário das
Telecomunicações. São Paulo: IOB Thompson – ABETEL, 2004. p. 561-589.
528 BOTELHO, Fernando Neto. Tributação do serviço de provimento da internet. In:
TÔRRES, Heleno Taveira (Coord.). Direito Tributário das Telecomunicações. São Paulo:
IOB Thompson – ABETEL, 2004. p. 561-589.
529 Previamente, o conceito de SVA havia sido trazido pela Lei n. 9.295, de 19-7-1996,
definido da seguinte forma: “Art.10. (...). Parágrafo único. Serviço de Valor Adicionado é
a atividade caracterizada pelo acréscimo de recursos a um serviço de telecomunicações
que lhe dá suporte, criando novas utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento,
apresentação, movimentação e recuperação de informações, não caracterizando exploração
de serviço de telecomunicações”.
530 MOREIRA, André Mendes; ESTANISLAU, César Vale. ISSQN × ICMS: a tributação
do serviço de comunicação multimídia (SCM). In: PINTO, Sergio Luiz de Moraes;
MACEDO, Alberto; ARAÚJO, Wilson José de (Orgs.). Gestão tributária municipal e
tributos municipais. 1. ed. São Paulo: Quartier Latin, 2014. v. 4, p. 67-81.
531 MOREIRA, André Mendes; ESTANISLAU, César Vale. ISSQN × ICMS: a tributação
do serviço de comunicação multimídia (SCM). In: PINTO, Sergio Luiz de Moraes;
MACEDO, Alberto; ARAÚJO, Wilson José de (Orgs.). Gestão tributária municipal e
tributos municipais. 1. ed. São Paulo: Quartier Latin, 2014. v. 4, p. 67-81.
532 Idem.
533 Disponível em:
<http://www.mundodigital.net.br/index.php/noticias/telecomunicacoes/5628-o-que-e-ott>.
1792
Acesso em: 15 dez. 2017.
534 Disponível em:
<http://berec.europa.eu/eng/document_register/subject_matter/berec/download/0 /5751-
berec-report-on-ott-services_0.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
535 Idem.
536 Idem.
537 Disponível em: <http://www.telesintese.com.br/brasil-quer-regular-relacao-ott-e-
telecom-caso-caso>.
538 Disponível em:
<http://berec.europa.eu/eng/document_register/subject_matter/berec/download /0/5751-
berec-report-on-ott-services_0.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
539 Disponível em: <http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?
uri=CELEX:32002L0021&from=en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
540 Disponível em: <http://www.sitehosting.com.br/streaming>.
541 Buffering: Funcionalidade usada por players de áudio e vídeo para armazenar
temporariamente porções do conteúdo que está sendo acessado via streaming, com
objetivo de antecipar seu download e fazendo com que a experiência do usuário seja fluida
e sem interrupções/pausas. Glossário de Marketing Digital IAB Brasil. Disponível em:
<http://iabbrasil.com.br/>. Acesso em: 15 dez. 2017.
542 Disponível em: <https://www.crackle.com.br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
543 Disponível em: <https://www.viki.com>. Acesso em: 15 dez. 2017.
544 Disponível em: <https://www.ted.com/talks>. Acesso em: 15 dez. 2017.
545 Disponível em: <https://br.canalsony.com/especiais/episodios-completos-canal-sony>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
546 Disponível em: <http://www.tntgo.tv.br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
547 Disponível em: <https://foxplay.com>. Acesso em: 15 dez. 2017.
548 Disponível em: <https://br.hbomax.tv/hbogo>. Acesso em: 15 dez. 2017.
549 Disponível em: <https://www.hulu.com/press/spotify-and-hulu-unveil-first-of-its-kind-
premium-entertainment-streaming-bundle-spotify-premium-for-students-now-with-hulu-
launches-today-nationwide-bundled-offerings-targeted-at-broader-market>. Acesso em: 15
dez. 2017.
550 Disponível em: <https://www.netflix.com/br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
551 Disponível em: <https://www.looke.com.br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
552 Disponível em: <https://www.amazon.com.br/b?node=16067150011>. Acesso em: 15
dez. 2017.
553 Disponível em: <https://www.oldflix.com.br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
554 Disponível em: <https://www.spotify.com/br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
555 Disponível em: <https://www.apple.com/br/itunes>. Acesso em: 15 dez. 2017.
556 Disponível em: <https://www.deezer.com/br>. Acesso em: 15 dez. 2017.
557 Disponível em: <https://www.techtudo.com.br/noticias/2017/11/o-que-e-iptv.ghtml>.
1793
Acesso em: 15 dez. 2017.
558 Disponível em: <http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?
UserActiveTemplate=site&infoid=34458&sid=4>. Acesso em: 15 dez. 2017.
559 Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Electronic_sell-through>. Acesso em: 15
dez. 2017.
560 Conforme argumentado em MACEDO, Alberto. ISS, ICMS-Mercadoria e o Caso
“Embalagens” (ADI-MC 4.389 DF) – A Constitucionalização, pelo STF, de Critérios que
não são Constitucionais. In: MACEDO, Alberto; CASTRO, Leonardo Freitas de Moraes e
(Coords.). Tributação Indireta Empresarial: Indústria, Comércio e Serviços. São Paulo:
Quartier Latin, 2016. p. 809-846.
561 FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Normas gerais e competência concorrente – uma
exegese do art.24 da Constituição Federal. Revista Trimestral de Direito Público, São
Paulo, Malheiros, n.7, p.16-20, 1994.
562 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 21. ed. São Paulo: Saraiva,
2009, p.217.
563 A única exceção é justamente o ISS, pois a sua instituição por lei ordinária demanda
previsão expressa de lista de serviços por lei complementar. Essa taxatividade da lista é
uma contraposição à elasticidade e variabilidade do conceito econômico de serviço,
juridicizado pela Emenda Constitucional n. 18, de 1º-12-1965, e pelas Constituições
Federais posteriores. A respeito, cf. MACEDO, Alberto. ISS – O conceito econômico de
serviços já foi juridicizado há tempos também pelo direito privado. In: XII CNET –
Direito Tributário e os Novos Horizontes do Processo. MACEDO, Alberto et al. São
Paulo: Editora Noeses, 2015, p. 1-79.
564 BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 11. ed. Atualizado por DERZI,
Misabel Abreu Machado. São Paulo: Forense, 2008, p. 43.
565 A jurisprudência entende que a ausência de norma geral editada pela União não impede
os Estados e Municípios de exercer sua competência plena, com fulcro no artigo 24, § 3º,
da Constituição de 1988 (AI-AgR 167.777/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 4-3-1997).
566 Salvo o ISS, cuja definição de conceito constitucional por lei complementar é
mandatória. Nesse sentido, conferir nossos MACEDO, Alberto. ISS, ICMS-Mercadoria e
o Caso “Embalagens” (ADI-MC 4.389 DF) – A Constitucionalização, pelo STF, de
Critérios que não são Constitucionais. In: MACEDO, Alberto; CASTRO, Leonardo
Freitas de Moraes e (Coords.). Tributação Indireta Empresarial: Indústria, Comércio e
Serviços. São Paulo: Quartier Latin, 2016. p. 809-846; e MACEDO, Alberto. ISS – O
conceito econômico de serviços já foi juridicizado há tempos também pelo direito privado.
In: MACEDO, Alberto et al. XII CNET – Direito Tributário e os Novos Horizontes do
Processo. São Paulo: Noeses, 2015. p. 1-79.
567 Entre outros, JUSTEN FILHO, Marçal. O Imposto Sobre Serviços na Constituição.
Coleção Textos de Direito Tributário. v. 10. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985;
OLIVEIRA, Fernando A. Albino e. Conflitos de Competência entre ICM e ISS. Revista de
Direito Tributário, São Paulo, n.19-20, jan./jun. 1982, p. 161; BAPTISTA, Marcelo
Caron. ISS: Do Texto à Norma. São Paulo: Quartier Latin, 2005. p. 196.
568 Curso de Direito Constitucional Tributário. 15. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 633.
1794
569 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário, linguagem e método. São Paulo:
Noeses, 2008. p. 181-186.
570 Interpretando o comando, o “dispor”, na verdade, dá lugar ao “prevenir”.
571 Sobre norma geral abstrata, sua aplicação e processo de positivação do direito, cf. nosso
MACEDO, Alberto. ITBI – Aspectos Constitucionais e Infraconstitucionais. São Paulo:
Quartier Latin, 2010.
572 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 21. ed. São Paulo: Saraiva,
2009.
573 Doutor em Direito pela PUC/SP. Professor dos cursos de pós-graduação da FGV e
INSPER. Ex-Subsecretário da Receita Federal.
574 Mestranda em Direito pela PUC/SP. Mestre em Economia pela UNB. Auditora de
Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional.
575 ROSS, Alf. Direito e Justiça. 1. ed. Bauru, SP: Edipro, 2003. p. 139.
576 MACHADO, Hugo de Brito; MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Imunidade
tributária do livro eletrônico, Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 5, n.
38, 1º jan. 2000. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/1809>. Acesso em: 15 dez.
2017.
577 Rel. Min. Dias Toffoli, j. 8-3-2017.
578 Rel. Min. Marco Aurélio, j. 8-3-2017.
579 FALCÃO, Amílcar de Araújo. Fato Gerador da Obrigação Tributária. 2. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais. p. 117.
580 BORGES, José Souto Maior. Teoria Geral da Isenção Tributária. 3. ed. São Paulo:
Malheiros, 2001. p. 219.
581 O conceito nos parece inadequado pois tais normas são regras de estrutura dirigidas às
pessoas jurídicas de direito público e não tratam de incidência que é inerente às normas
que criam, propriamente, o tributo.
582 AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. p. 145.
583 BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense,
1970. p. 87.
584 Tal expressão também não nos parece apropriada pois dá a entender que há dois
momentos distintos, um da incidência das regras de competência e outro, posteriormente,
quando são introduzidos os preceitos supressivos.
585 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 26. ed. São Paulo: Saraiva,
2015. p. 183.
586 CARRAZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 19. ed. São
Paulo: Malheiros, 2003. p. 635.
587 TOMÉ, Fabiana Del Padre. Imunidade do Patrimônio, Rendas e Serviços relacionados às
Atividades Essenciais dos Templos de Qualquer Culto. In: MARTINS, Ives Gandra da
Silva e CARVALHO, Paulo de Barros (Coords.). Imunidades das Instituições Religiosas.
São Paulo: Noeses, 2015. p. 124.
588 CARRAZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 19. ed. São
1795
Paulo: Malheiros, 2003. p. 641.
589 TRF, 3ª Região, 6ª Turma, Rel. Desembargador Federal Johonsom di Salvo, j. 25-7-
2013.
590 STF, 1ª Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 6-8-2013.
591 STF, 2ª Turma, Rel. Min Ellen Gracie, no RE 221239.
592 “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS
– ICMS. CREDITAMENTO. INSUMOS UTILIZADOS NA CONFECÇÃO DE
JORNAIS, LIVROS E PERIÓDICOS. AGRAVO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
1. Em se tratando de insumos destinados à impressão de livros jornais e periódicos, a
imunidade tributária abrange, exclusivamente, materiais assimiláveis ao papel. 2.
Impossibilidade do reexame de provas: incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal
Federal” (STF, Ag. Reg. no Recurso Extraordinário n. 372.645/SP, Rel. Min. Cármen
Lúcia, j. 20-10-2009).
593 Recurso Extraordinário n. 203.859/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa.
594 J. 23-5-2006, DJ 8-6-2006.
595 RE 202149, Rel. Min. Menezes Direito, Rel. p/ o Acórdão Min. Marco Aurélio, 1ª
Turma, j. 26-4-2011.
596 RE 327414 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, j. 7-3-2006.
597 Rel. Min. Dias Toffoli, j. 8-3-2017.
598 Rel. Min. Marco Aurélio, j. 8-3-2017.
599 Esta posição ainda encontra amparo no artigo 215 da Constituição Federal: “Art. 215. O
Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações
culturais”.
600 RE 330817/RJ, Rel. Min Dias Toffoli, j. 8-3-2017, DJe-195, 31-8-2017.
601 Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/acessorio>. Acesso em: 15 dez. 2017.
602 TRF-2ª Região, Apelação em Mandado de Segurança AMS 200251010075489/RJ
2002.51.01.007548-9, j. 8-11-2011.
603 STF, RExt 621407 AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 1º-8-2017.
604 TIT-SP, Recurso Ordinário, DRT 14, Processo 456243, Ano 2003, AIIM 3006405-3,
Data da Publicação 15-10-2013.
605 O Acórdão ainda não foi publicado, apesar de já sabermos o conteúdo da decisão: o
Tribunal, por unanimidade, e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 259 da
repercussão geral, conheceu do recurso extraordinário, negou-lhe provimento e fixou a
seguinte tese: “A imunidade da alínea ‘d’ do inciso VI do artigo 150 da Constituição
Federal alcança componentes eletrônicos destinados, exclusivamente, a integrar unidade
didática com fascículos”. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia, em sessão
plenária de 8-3-2017. Não obstante, o Ministro Marco Aurélio citou seu voto no recém-
publicado RExt n. 330817, motivo pelo qual lhe citamos agora.
606 Mestre em Direito Tributário pela Universidade de São Paulo. Especialista em Direito
Tributário pela PUC/SP. Advogada em São Paulo.
1796
607 Mestre em Direito Tributário pela Universidade de São Paulo. Especialista em Direito
Tributário e Direito Tributário Internacional pelo IBDT. Advogado em São Paulo.
608 Decisão essa que adotava a mesma lógica empregada um ano antes pelo Superior
Tribunal de Justiça (STJ), nos autos do Recurso Especial n. 123.022/RS, de 14-8-1997,
para determinar que programas de computador colocados no mercado para que pudessem
ser adquiridos por qualquer pessoa deveriam ser considerados mercadorias sujeitas à
incidência do ICMS.
609 BOWER, Joseph L.; CHRISTENSEN, Clayton M. Disruptive Technologies: Catching
the Wave, Harvard Business Review, Jan.-Fev./1995.
610 THE ECONOMIST. The Rise of the Superstars. Disponível em:
<https://www.economist.com/news/special-report/21707048-small-group-giant-
companiessome-old-some-neware-once-again-dominating-global>. Acesso em: 15 dez.
2017. Matéria publicada em 17-9-2016.
611 MELL, Peter; GRANCE, Timothy. The NIST Definition of Cloud Computing:
Recommendations of the National Institute of Standards and Technology. National
Institute of Standards and Technology. NIST Special Publication 800-145. 2011.
Disponível em: <http://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/Legacy/SP/nistspecialpublication800-
145.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
612 “Ficam os Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins autorizados a
conceder redução na base de cálculo do ICMS, de forma que a carga tributária
corresponda ao percentual de, no mínimo, 5% (cinco por cento) do valor da operação,
relativo às operações com softwares, programas, jogos eletrônicos, aplicativos, arquivos
eletrônicos e congêneres, padronizados, ainda que sejam ou possam ser adaptados,
disponibilizados por qualquer meio, inclusive nas operações efetuadas por meio da
transferência eletrônica de dados.”
613 “Art. 1º Os valores pagos, creditados, entregues ou remetidos por residente ou
domiciliado no Brasil para empresa domiciliada no exterior, em decorrência de
disponibilização de infraestrutura para armazenamento e processamento de dados para
acesso remoto, identificada como data center, são considerados para fins tributários
remuneração pela prestação de serviços, e não remuneração decorrente de contrato de
aluguel de bem móvel.
Parágrafo único. Sobre os valores de que trata o caput devem incidir o Imposto sobre a Renda
Retido na Fonte (IRRF), a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico destinada
a financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à
Inovação (Cide-Royalties), a Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e a Cofins-
Importação.”
614 “NATUREZA DAS ATIVIDADES EXECUTADAS POR DATA CENTER.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO E NÃO LOCAÇÃO DE BEM MÓVEL.
IMPOSSIBILIDADE DE SEGREGAÇÃO DAS DESPESAS COM EQUIPAMENTOS E
SUA GESTÃO DAS DESPESAS COM SERVIÇOS DE APOIO. Divergência entre a SC
n. 99 – SRRF/09 e a SC n. 86 – SRRF/08: A contratação de um data center não se
caracteriza como uma locação de bem móvel, mas sim como uma típica prestação de
1797
serviços. Nesse sentido, sobre as remessas para pagamento dos serviços prestados por data
center devem incidir o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), a CIDE/Royalties
e as Contribuições PIS-importação e Cofins-importação, nos termos da legislação
aplicável. Entende-se que a atividade de prestação de serviço por um data center, tendo
em vista sua própria natureza, não é passível de segregação para efeitos tributários entre os
equipamentos e a gestão dos serviços de apoio que a compõe, pois estes se subsumem
naqueles. (...).”
615 ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. 14. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
616 BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 1999. p.
491. BARRETO, Aires F. ISS – Atividade-Meio e Serviço-Fim, São Paulo, Revista
Dialética de Direito Tributário n. 5, p. 72-97.
617 Podendo ser mencionada, por exemplo, a decisão proferida pelo STF nos autos do
Recurso Extraordinário n. 116.121/SP, no qual a Corte concluiu que o ISS somente pode
incidir sobre “obrigações de fazer” ou sobre “obrigações de prestar”:
“Tenho para mim, na mesma linha de entendimento exposta por Aires Fernandino Barreto
(‘Revista de Direito Tributário’, vol. 38/192) e por Cléber Giardino (‘Revista de Direito
Tributário’, vol. 38/196), que a qualificação da ‘locação de bens móveis’, como serviço,
para efeito de tributação municipal mediante incidência do ISS, nada mais significa do que
a inadmissível e arbitrária manipulação, por lei complementar, da repartição constitucional
de competências impositivas, eis que o ISS somente pode incidir sobre obrigações de
fazer, a cuja matriz conceitual não se ajusta a figura contratual da locação de bens móveis.
Cabe advertir, neste ponto, que a locação de bens móveis não se identifica e nem se qualifica,
para efeitos constitucionais, como serviço, pois esse negócio jurídico – considerados os
elementos essenciais que lhe compõem a estrutura material – não envolve a prática de atos
que consubstanciam um prestare ou um facere”.
618 Graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Pós-graduado
em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Direito Tributário – IBDT. LLM em
Direito Tributário Internacional pela Universidade de Leiden, Holanda. Professor de
Direito Tributário no Insper e de Direito Tributário Internacional do International Tax
Center da Universidade de Leiden. Advogado em São Paulo.
619 Graduada pela Universidade de Salvador em Direito e na Northeastern University
(Boston, EUA) em Contabilidade. LLM em Direito Tributário Internacional pela New
York University (Nova York, EUA).
620 99 Taxis. Termos de Uso. Disponível em: <http://www.99taxis.com/termos>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
621 UBER. Termos de Uso. Disponível em: <https://www.uber.com/pt-BR/legal/terms/br>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
622 Cabify. Termos de Uso. Disponível em: <https://cabify.com/brazil/terms>. Acesso em:
15 dez. 2017.
623 “Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer
meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente
no futuro, tais como:
(...) XII – os programas de computador (...).”
1798
624 “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXVII –
aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar (...).”
625 BARRETO, Aires Fernandino. ISS na Constituição e na Lei. 2. ed. São Paulo: Dialética,
2005. p. 140.
626 ANAN JR., Pedro e JACOBSON NETO, Eduardo. ISS e o Licenciamento do Direito de
Uso de Software. In: MACEDO, Alberto et al. (Coords.). ISS Pelos Conselheiros
Julgadores. São Paulo: Quartier Latin, 2012. p. 355.
627 “Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III – serviços de
qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.”
628 Anexo 1 da Instrução Normativa SF/Surem n. 08/2011 do Município de São Paulo.
629 STJ, 3ª Turma, REsp n. 443.119/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Sessão de 8-5-2003, DJ
30-6-2003.
630 BRIGAGÃO, Gustavo. ICMS não incide sobre download de softwares, Consultor
Jurídico, 24-2-2016. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2016-fev-24/consultor-
tributario-icms-nao-incide-download-softwares#_ftn3>. Acesso em: 15 dez. 2017.
631 Mestre e Doutor em Direito. Advogado em Fortaleza. Membro do ICET – Instituto
Cearense de Estudos Tributários. Professor da Faculdade de Direito da Universidade
Federal do Ceará, de cujo Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) foi
Coordenador. Professor do Centro Universitário Christus (Graduação e Mestrado).
Visiting Scholar da Wirtschaftsuniversität, Viena, Áustria.
632 Mestra em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Doutora em Direito Tributário
pela Universidade de São Paulo. Membro do ICET – Instituto Cearense de Estudos
Tributários. Professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.
Visiting Scholar da Wirtschaftsuniversität, Viena, Áustria.
633 BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense,
1999. p. 407.
634 Já em 1971, Hugo de Brito Machado escrevia que, para se definir mercadoria, “um jogo
de palavras dizendo apenas da natureza do bem e de seu estado de conservação é
insuficiente. O elemento ‘destinação’ há de ser considerado. Carvalho de Mendonça, com
sua indiscutível autoridade, mostra que a destinação é elemento essencial no conceito de
mercadoria. ‘Todas as mercadorias’, ensina aquele mestre, ‘são necessariamente coisas;
nem todas as coisas, porém, são mercadorias. Não há, como se vê, diferença de substância
entre coisa e mercadoria: a diferença é a destinação.’ (Tratado de Direito Comercial
Brasileiro, Liv. Freitas Bastos S.A., 7. ed., Rio, 1963, v. 5, p. 28). ‘São mercadorias’,
doutrina Waldemar Ferreira, ‘as coisas móveis que se compram e se vendem, por atacado
ou a varejo nas lojas, armazéns, mercados ou feiras, sejam produtos da natureza, sejam da
indústria, na sua variedade imensa.’ (Tratado de Direito Comercial, Ed. Saraiva, 6º vol.,
São Paulo, 1961, pág. 230). Além de ser bem móvel, novo ou usado, a mercadoria
somente se caracteriza como tal pela sua destinação ao comércio. O que é mercadoria para
uma empresa não o será necessariamente para outra. Sua destinação dentro do patrimônio
de cada empresa é decisiva. [...] Fran Martins também encontra na destinação um
1799
elemento integrante do conceito em espécie. Na lição do ilustre comercialista, ‘chamam-se
mercadorias as coisas móveis que os comerciantes adquirem com a finalidade específica
de revender’ (Curso de Direito Comercial, Forense, Rio, 1970, p. 129)” (MACHADO,
Hugo de Brito. O ICM, São Paulo: Sugestões Literárias, 1971, p. 29). De uma forma ou de
outra, verifica-se, em todas as definições, a noção de coisa ou de bem corpóreo e,
portanto, tangível, como elemento central, o qual desaparece no caso do download.
635 Nos Estados Unidos, essa divisão é seguida por muitos Estados, que inclusive não
tributam por meio do sales tax o software elaborado por encomenda, por considerar tratar-
se de serviço profissional não sujeito ao imposto. Cf. NGO, Tuan Q. Cloud Computing
and State Sales Tax, Hastings Business Law Journal. v. 9.2, 327, 350 (2013), p. 331.
636 STF, 1ª T., RE 176.626/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10-11-1998, v. u., DJ 11-
12-1998, p. 10.
637 ATALIBA, Geraldo; GIARDINO, Cléber. Imposto sobre circulação de mercadorias e
imposto sobre serviços. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva; BRITO, Edvaldo (Coords.).
Doutrinas essenciais do direito tributário. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. v. 4, p.
517.
638 A internet, na verdade, apenas deu dimensão considerável a uma realidade que, a rigor, a
precedia. Nos Estados Unidos, existia uma modalidade de “venda” de software chamada
load and leave, na qual o usuário comprava um software e o fornecedor ia até a sua
residência com os disquetes ou CDs correspondentes, fazia a instalação, cobrava pela
software instalado, mas levava os CDs ou disquetes de volta consigo. Diante dessa
realidade, a Missouri Administrative Hearing Comission (Filenet Corp. vs Director of
Revenue), por exemplo, considerou inválida a exigência do sales tax, à míngua de
qualquer venda de algo físico ou tangível que permanecesse em poder do comprador. Cf.
NGO, Tuan Q. Cloud Computing and State Sales Tax, Hastings Business Law Journal. v.
9.2, 327, 350 (2013), p. 332.
639 MELSANSON, Raffi. Sales Taxes and the Shadow of Cloud Computing: Searching the
Horizon for a Workable, National Solution, 65 Tax Law. 871, 896 (2012), p. 874.
640 STF, Pleno, ADI-MC n. 1.945, inteiro teor em SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.945 Mato Grosso. Disponível
em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=620411>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
641 “1.09 – Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e
texto por meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a
distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que
trata a Lei n. 12.485, de 12 de setembro de 2011, sujeita ao ICMS).”
642 Não muito distante porque, como dito, neste terreno em algumas décadas se assiste a
mudanças radicais que tornam anacrônico muito do que se diz ou pensa sobre a economia
digital.
643 ANTONOPOULOS, Nick; GILLAM, Lee (Eds.). Cloud computing: principles, systems
and applications. London: Springer, 2010. p. 4.
644 NGO, Tuan Q. Cloud Computing and State Sales Tax, Hastings Business Law Journal. v.
9.2, 327, 350 (2013), p. 329.
1800
645 Vale lembrar que situações assim turvas, nos termos da Constituição, devem ter os
conflitos de competência delas decorrentes resolvidos pela Lei Complementar (art. 146, I),
a quem cabe, em princípio, definir em quais dos âmbitos de competência se situam.
646 Veja-se, a propósito, MACHADO, Raquel Cavalcanti Ramos. Competência tributária:
entre a rigidez constitucional e a atualização interpretativa. São Paulo: Malheiros, 2014,
passim.
647 É o que defende, por exemplo, GARCIA, Regina Vitória Soares. Tributação do ISS na
sociedade da informação. Dissertação de mestrado. São Paulo: USP, 2013.
648 Decidiu a Corte que “as administradoras de cartões de crédito não são responsáveis pelo
pagamento do ISS decorrente do serviço prestado pelos estabelecimentos a elas filiados
aos seus usuários já que não estão vinculadas ao fato gerador da respectiva obrigação [...]”
(STJ, 1ª T., REsp 55.346/RJ, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, rel. p. o ac. Min. Cesar Asfor
Rocha, j. 25-10-1995, DJ 12-2-1996, p. 2412).
649 GRECO, Marco Aurélio. Internet e Direito. São Paulo: Dialética, 2000, passim. Na
verdade, o mundo de bits, ou o mundo criado pela informação, existe há muito tempo,
sendo talvez contemporâneo ao ser humano. É o “mundo 3” a que alude Karl Popper
(POPPER, Karl. Em busca de um mundo melhor. Trad. Milton Camargo Mota. São Paulo:
Martins Fontes, 2006. p. 41), ou o mundo de “realidades institucionais” a que se refere
John Searle (SEARLE, John R. Libertad y neurobiologia. Trad. Miguel Candel.
Barcelona: Paidós, 2005, p. 92-93). A questão é que a informática e principalmente a
internet permitiram um descolamento das realidades institucionais, ou das realidades do
mundo 3, dos suportes físicos que por milênios eram necessariamente seus veículos. Daí
as dificuldades criadas para o Direito por esse “mundo de bits” advindo da informática.
1801
1 Mestre em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Bacharel em Ciências
Econômicas e Ciências Contábeis. Professora Conferencista no Instituto Brasileiro de
Estudos Tributários (IBET). Professora nos cursos de pós-graduação da FGV. Advogada
em São Paulo.
2 Pioneiro e líder deste segmento, conforme a American Marketing Association. Disponível
em: <https://www.ama.org/publications/MarketingNews/Pages/Google-AdWords-
Success.aspx>. Acesso em: 15 dez. 2017.
3 Para fins deste artigo, virtual e digital são termos utilizados como sinônimos.
4 Nesse sentido, vide: BIFANO, Elidie P. O negócio Eletrônico e o Sistema Tributário
Brasileiro. São Paulo: Quartier Latin, 2004. p. 299 e 300 (itens 12 a15).
5 Conforme a publicação “Marketing Digital”, os Social Ads são anúncios dentro das redes
sociais em seus mais diversos formatos. As mais conhecidas redes sociais como Facebook,
Twitter, LinkedIn, YouTube e Instagram disponibilizam ads.
6 Nesse sentido, vide: <https://www.ama.org/publications/MarketingNews/Pages/Google-
AdWords-Success.aspx>. Acesso em: 15 dez. 2017.
7 Muitos dos conceitos contidos neste tópico foram extraídos da obra: SHARMA, Vakul.
Unit-3 Advertising and Taxation vis-à-vis E-Commerce, 2017. Disponível em:
<http://www.egyankosh.ac.in/bitstream/123456789/7649/1/Unit-3.pdf>. Acesso em: 15
dez. 2017.
8 COBRA, Marcos. Administração de Marketing no Brasil. São Paulo: Cobra ed., 2005. p. 31
9 De acordo com texto disponível em: <https://rockcontent.com/marketing-de-conteudo>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
10 Conforme artigo do Impacta Blog, o Brasil é o 5º país mais conectado no mundo (105
milhões de brasileiros), 92% dos usuários utilizam a internet para pesquisar sobre
empresas, produtos e serviços antes de realizarem uma compra. A internet se tornou o
terceiro veículo de maior alcance no Brasil, atrás somente do rádio e da TV. Um estudo
recente feito pela Accenture revelou que, em 5 anos, o Marketing Digital será responsável
por mais de 75% dos investimentos do setor. Disponível em:
<http://www.impacta.com.br/blog/2017/04/17/a-importancia-do-marketing-digital-para-
as-empresas-entenda>. Acesso em: 15 dez. 2017.
11 Servidor é um programa em um computador servidor, que fornece páginas da web para o
navegador da web. Disponível em: <http://www.accelerated-ideas.com/perguntas-e-
respostas/computadores/qual-diferenca-entre-servidor-navegador-1003751-spage.aspx>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
12 Navegador da web é uma aplicação de software para recuperar dados de navegação na
web, apresentando e atravessando os recursos de informação na World Wide Web. Ex.:
Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome. Disponível em:
<http://www.accelerated-ideas.com/perguntas-e-respostas/computadores/qual-diferenca-
entre-servidor-navegador-1003751-spage.aspx>. Acesso em: 15 dez. 2017.
13 Disponível em: <https://www.microsoft.com/pt-br/security/resources/cookie-
whatis.aspx>. Acesso em: 15 dez. 2017.
14 Informação disponível em: <https://www.microsoft.com/pt-br/security/resources/cookie-
whatis.aspx>. Acesso em: 15 dez. 2017.
1802
15 Informação disponível em:
<http://www.egyankosh.ac.in/bitstream/123456789/7649/1/Unit-3.pdf>. Acesso em: 15
dez. 2017.
16 Disponível em: <http://www.emarket.ppg.br/entrevista-respondida-por-ricardo-prates-
morais-sobre-cookies-e-publicidade-online>. Acesso em: 15 dez. 2017.
17 Idem.
18 O próprio Google explica o AdWords como programa Google AdWords pelo qual qualquer
usuário pode criar publicidades que aparecerão em páginas relevantes dos resultados da
pesquisa Google e na rede de sites de parceiros. Disponível em:
<https://support.google.com/adsense/answer/76231?hl=pt-BR>. Acesso em: 15 dez. 2017.
19 Disponível em: <https://www.google.com.br/adwords/benefits/?channel=ha&subid=br-pt-
ha-aw-brhsln~215747447955>. Acesso em: 15 dez. 2017.
20 Disponível em: <http://www.egyankosh.ac.in/bitstream/123456789/7649/1/Unit-3.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
21 Disponível em: <https://support.google.com/adsense/answer/76231?hl=pt-BR>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
22 O conjunto de sites parceiros costuma ser chamado de Rede de Displays do Google.
23 Disponível em: <http://www.agenciaeplus.com.br/links-patrocinados-ecommerce>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
24 Disponível em: <https://support.google.com/adwords/answer/142918?hl=pt-BR>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
25 Disponível em: <https://support.google.com/adwords/answer/142918?hl=pt-BR>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
26 Glossário de termos do AdWords pode ser encontrado em:
<https://support.google.com/adwords/topic/3121777?hl=pt-BR&ref_topic=3119071>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
27 Termos do Programa de Publicidade Google, atualizado em 1º de outubro de 2017.
Disponível em: <https://payments.google.com/payments/apis-
secure/u/0/get_legal_document?ldi=27184>. Acesso em: 15 dez. 2017.
28 Idem.
29 Termos do Programa de Publicidade Google, cit.
30 PEREIRA, Elisabeth D. Kanthack. Proteção jurídica do software no Brasil. 1. ed.
Curitiba: Juruá, 2004. p. 34.
31 RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 15. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 1447 e s.
Disponível em: <https://www.scribd.com/document/334822506/Contratos-RIZZARDO-
Arnaldo>. Acesso em: 15 dez. 2017.
32 Google AdWords e AdSense são patenteados pelo Google.
33 A este respeito, cite-se o RE 176.626/SP e o ADI-MC n. 1.945.
34 SAAVEDRA, Rui. A proteção jurídica do software e a Internet. Lisboa: Don Quixote,
1998. p. 29 e s.
35 Processar dados, segundo o entendimento de Arnaldo Rizzardo ora adotado, significa
1803
transformar informações disponíveis em um banco em informações úteis, trabalhas,
conclusivas ou especificadas. Cf. RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. 15. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2015. p. 1447 e s. Disponível em:
<https://www.scribd.com/document/334822506/Contratos-RIZZARDO-Arnaldo>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
36 Adota-se, para esta finalidade, o conceito de serviço que se entende ainda vigente no
âmbito do STF (Súmula Vinculante 31), muito embora se reconheça que haja discussão
doutrinaria e jurisprudencial em relação à questão.
37 Código Civil, art. 593 e seguintes.
38 Apesar de haver controvérsia doutrinária quanto à utilização da distinção entre tributos
diretos e indiretos, utiliza-se o termo “tributação direta”, neste artigo, em contraposição
aos tributos incidentes sobre o consumo.
39 A exploração de direitos autorais é classificada como royalties pela Lei n. 4.506/64, que a
inclui dentre os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração
de direitos, salvo quando percebidos pelo autor ou criador do bem ou obra. Nos termos do
art. 22 desta lei serão classificados como royalties os rendimentos de qualquer espécie
decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: “a) direito de colher ou
extrair recursos vegetais, inclusive florestais; b) direito de pesquisar e extrair recursos
minerais; c) uso ou exploraçâo de invenções, processos e fórmulas de fabricação e de
marcas de indústria e comércio; d) exploração de direitos autorais, salvo quando
percebidos pelo autor ou criador do bem ou obra” (destacou-se).
40 Regulamento do Imposto sobre a Renda: “Art. 710. Remessas a beneficiários residentes
em Paraísos Fiscais estão sujeitas à alíquota de 25%”.
41 Incluído pela Lei n. 11.452, de 2007.
42 Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?
visao=anotado&idAto=81825>. Acesso em: 15 dez. 2017.
43 Solução de Divergência n. 11, de 2011, da Coordenação-Geral de Tributação. Cabe
lembrar que deve haver recolhimento sobre as remessas para pagamentos pela prestação
de serviços de manutenção e suporte técnico, de acordo com sua natureza e a
contraprestação avençada.
44 Art. 155, da CF/1988.
45 Pelo menos desde a década de 1930, ainda que sob outras denominações.
46 A respeito, cumpre referência à celebre doutrina de Paulo de Barros Carvalho, na obra:
CARVALHO, Paulo de Barros. Regra matriz de incidência do ICM. Tese apresentada
para a obtenção de Título de Livre Docente da Faculdade de Direito da PUC/SP, 1981.
47 STF, 1ª Turma, RE 176626, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10-11-1998.
48 Nesse sentido, vide: MACEDO, Alberto. ISS: O conceito econômico de serviços já foi
juridicizado há tempos também pelo direito privado. In: MACEDO, Alberto et al. Direito
Tributário e os Novos Horizontes do Processo. São Paulo: Noeses, 2015. p. 1-79.
49 A identidade havia sido consagrada no RE 116.121.
50 STF, Tribunal Pleno, RE 547245, Rel. Min. Eros Grau, j. 2-12-2009.
51 STF, Tribunal Pleno, RE 592905, Rel. Min. Eros Grau, j. 2-12-2009.
1804
52 STF, Tribunal Pleno, RE 651703, Rel. Min. Luiz Fux, j. 29-9-2016.
53 STF, Tribunal Pleno, ADI n. 1.945 MC, Rel. Min. Octavio Gallotti, Rel. p/ Acórdão Min.
Gilmar Mendes, j. 26-5-2010.
54 MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e Aplicação do Direito. 20. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2011.
55 STF, 2ª Turma, AI 246239 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 26-10-1999.
56 MAIA, Wellington Antunes. Tributação em Software e necessidade de lei complementar
que institua tributo por competência residual, Revista Direito Tributário Atual, n. 37. São
Paulo, IBDT, 2017, p. 479.
57 “Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente,
pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do
Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.”
58 Disponível em: <http://www.taylorcocks.co.uk/services/tax/vat/adwords-vat-reverse-
charge>. Acesso em: 15 dez. 2017.
59 Disponível em: <https://support.google.com/adwords/answer/2375370?hl=en>. Acesso
em: 15 dez. 2017. Não há informações sobre o Brasil na lista disponibilizada pelo Google
que contém mais de 160 países.
60 Mestre em Direito Tributário, Econômico e Financeiro pela USP. Pós-graduado em
Direito Tributário pelo IBET. Membro do IBDT. Professor em Cursos de Pós-Graduação
em Direito Tributário (FAAP; MBA da Poli/USP; IBDT). Associado Fundador do
Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial (IBDEE) e Coordenador do Comitê de
Direito Tributário e Contabilidade desse mesmo Instituto. Advogado em São Paulo.
61 Segundo a Anatel, Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC é o serviço de
telecomunicações que, por meio de transmissão de voz e outros sinais, destina-se à
comunicação entre pontos fixos determinados, utilizando processos de telefonia.
62 Serviço de Comunicação Multimídia – SCM consiste em espécie de serviço fixo de
telecomunicação de interesse coletivo, prestado em âmbito nacional e internacional, no
regime privado, que possibilita a oferta de capacidade de transmissão, emissão e recepção,
por qualquer meio, de informações multimídia, a assinantes dentro de uma área de
prestação de serviço.
63 Neste estudo, também será ilustrada e detalhada a parcela dos serviços geralmente
prestados pelos provedores de serviços VoIP que pode se caracterizar como serviços de
telecomunicações propriamente ditos e, nesse caso, sujeitos à tributação do ICMS-
Comunicação, que são aqueles realizados fora de sua rede IP ou que não estejam
abrangidos no contexto do provimento VoIP.
64 Salvo em casos onde o serviço é executado 100% em rede IP, entre clientes do próprio
provedor, sem qualquer necessidade de serviços de interconexão.
65 Nestes casos, esse computador pode corresponder até mesmo a um aparelho telefônico,
não comum, sendo certo que tal aparelho estará parametrizado (software embarcado) de
tal forma que será identificado como se um terminal IP fosse, assemelhando-se, nesse
caso, de forma perfeita, a um computador.
66 Constituição Federal: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) IV –
1805
águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão”.
67 A LGT prevê que “serviço de telecomunicações é o conjunto de atividades que possibilita
a oferta de telecomunicação”, bem como que “telecomunicação é a transmissão, emissão
ou recepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo
eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de
qualquer natureza” (Art. 60, caput e § 1º, da Lei n. 9.472/97).
68 CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 13. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 132.
69 CARVALHO, Paulo de Barros. Não Incidência do ICMS na Atividade dos Provedores de
Acesso à Internet, Revista Dialética de Direito Tributário, n. 73, São Paulo, Dialética,
2001. p. 98-101.
70 Artigo 61, caput, da Lei n. 9.472/97.
71 Artigo 61, § 1º, da Lei n. 9.472/97.
72 MOREIRA, André Mendes. A tributação dos serviços de comunicação. São Paulo:
Dialética, 2006. p. 204.
73 REsp 1206428/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 4-2-2011; REsp 778333/RS, Min.
Castro Meira, DJ 8-3-2007.
74 REsp n. 1176753/RJ, 1ª Turma do STJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 28-11-
2012. Repetitivo n. 472 – Tese firmada: incidência do ICMS, no que se refere à prestação
dos serviços de comunicação, deve ser extraída da Constituição Federal e da LC 87/96,
incidindo o tributo sobre os serviços de comunicação prestados de forma onerosa, através
de qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a
retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza (art. 2º, III,
da LC n. 87/96). A prestação de serviços conexos ao de comunicação por meio da
telefonia móvel (que são preparatórios, acessórios ou intermediários da comunicação) não
se confunde com a prestação da atividade-fim processo de transmissão (emissão ou
recepção) de informações de qualquer natureza, esta sim, passível de incidência pelo
ICMS. Desse modo, a despeito de alguns deles serem essenciais à efetiva prestação do
serviço de comunicação e admitirem a cobrança de tarifa pela prestadora do serviço
(concessionária de serviço público), por assumirem o caráter de atividade-meio, não
constituem, efetivamente, serviços de comunicação, razão pela qual não é possível a
incidência do ICMS.
75 Emitido pela ANATEL em 31 de julho de 2009. Disponível em:
<http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalPaginaEspecial.do?
acao&codItemCanal=1216>. Acesso em: 15 dez. 2017.
76 Trata-se de uma especificação tecnológica que define os padrões e os procedimentos para
a entrega de voz e dados por meio de redes com a tecnologia 4G LTE (Long-Term
Evolution). Trata-se de um método para criar, prover e gerenciar serviços de alta
velocidade de voz, vídeo e mensagens em uma rede 4G sem fios para celulares e outros
aparelhos portáteis, tais como tablets e relógios-pulseira. Os serviços que podem ser
providos usando a tecnologia VoLTE incluem as chamadas de vídeo, chamadas de voz e
serviços de compartilhamento e streaming. O VoLTE usa a tecnolgia IMS e quando
recebe dados de redes GSM e CDMA converte esses dados em pacotes para só depois
transmiti-los.
1806
77 É possível o tráfego de uma chamada exclusivamente em rede IP, de forma que o software
ou a tecnologia embarcada permitirá que receptor receba voz na ponta final.
78 CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 13. ed. São Paulo: Malheiros, 2009. p. 132.
79 TJ/SP, Apelação n. 0031647-97.2013.8.26.0053, Rel. Des. José Maria Câmara Junior.
80 REsp n. 1.036.589/MG; REsp n. 1.176.753/RJ; EDcl no Recurso Especial n.
1.022.527/RS.
81 MS n. 0031647-97.2013.8.26.0053. 3ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central de São
Paulo. Decisão em 16-1-2014. Vale destacar que, à época, o mesmo contribuinte impetrou
o Mandado de Segurança n. 1013166-69.2013.8.26.0053, no qual obteve decisão favorável
no sentido de restar declarada a inexigibilidade do ISS sobre a prestação de serviços VoIP.
Em que pese em segunda instância o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP – Apelação
n. 101316669.2013.8.26.0053-SP. Decisão em 14-8-2014) ter extinguido esse segundo
MS sob o argumento de que a via eleita pelo contribuinte não seria o meio processual
correto, a análise de mérito dada em decisão de primeira instância é bastante reveladora.
82 Disponível em <http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet.do>. Acesso em: 15
dez. 2017.
83 Doutoranda em Direito Tributário pela USP. LLM – Harvard Law School. Mestre em
Direito do Estado – PUC/SP. Advogada em São Paulo.
84 Bacharel em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pós-Graduada em
Direito Tributário pela PUC-SP. Advogada em São Paulo.
85 Por meio da “nuvem”, é possível utilizar a memória e capacidade de armazenamento de
computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da rede mundial de
computadores (web).
86 Atualmente, além do IaaS, que é o modelo que oferece a infraestrutura para
armazenamento de dados (data center), há pelo menos mais dois tipos de “produtos” na
nuvem oferecidos no mercado de tecnologia: SaaS (Software as a Service), relacionado
com soluções em software, em que é oferecido um produto completo hospedado e
gerenciado pelo fornecedor e PaaS (Plataform as a Service), modelo entre o SaaS e o
IaaS, em que o fornecedor disponibiliza a plataforma para desenvolvimento e
gerenciamento de aplicativos na nuvem, com a configuração de infraestrutura necessária
para que esta plataforma esteja em funcionamento. Um exemplo de PaaS é um servidor
que hospeda um site. Por vezes, as sociedades de tecnologia oferecem o conjunto desses
produtos para seus clientes. Sobre o tema, vide Aleksandra Bal (trecho mantido no original
em inglês): “Three cloudservice models can be distinguished. First, software as a service
(SaaS) provides applications that run on the cloud eliminating the need to install them on
the costumer computer. Second, platform as a service (PaaS) is a service targeting
developers and facilitates the development of applications by providing operating system
support and software development frameworks. Third, infrastructure as a service (IaaS)
comprises resources, such as processing, storage and network, which can be virtualized
and delivered as a service” (The Sky’s the Limit – Cloud-Based Services in an
International Perspective, Bulletin for International Taxation, September 2014, p. 515).
87 Nos termos do art. 647 do Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR/99) e art. 30 da
Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003.
1807
88 Vide trecho da ementa da Solução de Consulta n. 122/2011: “(...) os pagamentos referentes
à locação de ambientes para contingência, constituídos de estações de trabalho e
tecnologias em geral, como equipamentos (hardware), programas de computador
(software) e componentes agregados e à locação de espaço para armazenamento de dados
e equipamentos (data center) não estão sujeitos à retenção do IR, por não tratarem de
prestação de serviços na forma prevista no § 1º do art. 647 do RIR/99”.
89 A Solução COSIT n. 6/2014 reformou a Solução de Consulta n. 86/2012 e considerou que
não haveria divergência entre as conclusões da Solução de Consulta n. 99/2013 e a
Solução de Consulta n. 122/2011, pois essa última solução de consulta tratava de
pagamentos locais, e sua análise teria sido restrita à necessidade de retenção de tributos
por “serviços profissionais”, e o objeto da Solução de Consulta n. 99/2013 seria
pagamentos remetidos ao exterior.
90 Vide Solução de Consulta COSIT n. 6/2014.
91 Foram citados (i) arts. 682 e 708 do RIR/99, que trazem, respectivamente, as regras gerais
de retenção quando há pagamentos ao exterior e de incidência de IRRF nas remessas de
rendimentos referentes a serviços técnicos e assistência técnica administrativa (à alíquota
de 25%, mas que é reduzida quando há incidência de CIDE); (ii) o art. 2º-A da Lei n.
10.168/2000, que estabelece a alíquota de 15% de IRRF quando há incidência de CIDE
nas remessas ao exterior a título de serviços de assistência técnica administrativa e
semelhante; e (iii) art. 1º, da Lei n. 10.865/2004, que instituiu o PIS/COFINS-Importação
incidente sobre a importação de produtos e serviços.
92 O pagamento poderia estar sujeito a retenções de IRPJ/CSLL e PIS/COFINS, se
considerado serviço técnico.
93 O que estaria mais próximo do PaaS do que o IaaS.
94 Parecer disponível em <https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-
/materia/108390>. Acesso em: 15 dez. 2017. Tramitação – Anexo do dia 5-11-2013
(Relatório Legislativo).
95 Conforme art. 30, III, da Lei n. 16.757/2017.
96 Quando o STF decidiu, por exemplo, que faltavam à locação os elementos que a
caracterizassem como prestação de serviço (RE n. 116.121-3, de 11-10-2002 e Súmula
Vinculante 31 do STF).
97 Pontes de Miranda explica que serviço, em sentido amplo, consiste em “qualquer
prestação de fazer, ao menos largamente, de atividade. Tratado de Direito Privado, Parte
Especial, Tomo XLVII. 1. ed. São Paulo: Bookseller, 2006. p. 27.
98 MELLO, José Eduardo Soares de. ISS, Aspectos Teóricos e Práticos. 5. ed. Dialética: São
Paulo, 2008. p. 37.
99 Nesse sentido, vide Washington de Barros Monteiro. Curso de Direito Civil, Direito das
Obrigações, 1ª parte. Saraiva: São Paulo, 2007. p. 91-92.
100 Cf. Silvio Rodrigues: “o acordo de duas ou mais vontades, em vista de produzir efeitos
jurídicos”. Direito Civil: dos Contratos e das declarações unilaterais da vontade, v. 3.
São Paulo: Saraiva, 1997. p. 9-10.
101 Isso porque, ao contrário do contrato de trabalho, na prestação de serviços não há relação
de subordinação entre as partes, o prestador executa o serviço contratado utilizando os
1808
métodos e processos que julgar convenientes, sob sua própria orientação técnica.
102 Nesse caso, foi analisada a constitucionalidade da incidência do ISS sobre a atividade de
administração de planos de saúde (itens 4.22 e 4.23 da LC n. 116/2003).
103 O julgamento desse recurso se deu em sede de repercussão geral, podendo refletir em
julgamentos futuros do STF que analisam, por exemplo, se a licença de software e a
atividade de franquia podem ser consideradas serviço, que tambem estão sob repercussão
geral (RE n. 688.223 e RE n. 603.136).
104 Paulo Ayres Barreto frisa que o legislador constitucional discriminou a competência
impositiva mediante a utilização de conceitos. Caso se admitisse que o legislador
infraconstitucional é quem definiria as referências sígnicas constitucionais, seria esvaziada
a repartição de competências impositivas delineada pelo legislador constitucional (cf.
Planejamento tributário: limites normativos. São Paulo: Noeses, 2016. p. 56).
105 XAVIER, Alberto. Da Tributação dos Rendimentos Pagos a Titulares de Data Center
Residentes no Exterior, Revista Dialética de Direito Tributário, n. 234, 1º-3-2015, p. 7-14.
106 Alberto Xavier classifica a natureza do contrato de data center como “contrato
inominado tendo por objeto a disponibilização de infraestrutura para armazenamento e
processamento de dados” (Op. cit., p. 13).
107 “A fim de identificar cada um dos serviços que compõem essa hospedagem e a parcela
do preço que corresponde a cada um deles, e assim reduzir os problemas com a
indefinição de qual o imposto incidente, a empresa que oferece hospedagem poderia
celebrar contratos distintos para cada um dos serviços” (MACHADO, Rodrigo Brunelli.
Tributação das Atividades Realizadas por “Data Centers”. In: MOREIRA, André Mendes;
RABELO FILHO, Antônio Reinaldo; CORREIA, Armênio Lopes. Direito das
Telecomunicações e Tributação. São Paulo: Quartier Latin, 2006. p. 343).
108 Cf. Aires Barreto em ISS na Constituição e na Lei. 3. ed. São Paulo: Dialética, 2009. p.
212.
109 Como no caso da decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que concluiu
pela “natureza jurídica híbrida e complexa do contrato de franquia, que não envolve, na
essência, pura obrigação de fazer, mas variadas relações jurídicas entre franqueador e
franqueado, afastando-se do conceito constitucional de serviços” (Apelação n. 0039300-
24.2011.8.26.0053, de 25-8-2015).
110 Como no Acórdão n. 1201-000.941, de 27-8-2014: “A natureza jurídica do contrato de
franquia, por ser complexa e híbrida, implica relações jurídicas diferentes entre si,
passíveis de segregação e individualização. Dentre as atividades que encontramos nesse
complexo relacional está a atividade de cessão de direitos, a cessão de know how, a
distribuição, a prestação de serviços e a venda de mercadorias. No caso em apreço a
fiscalização não individualizou as operações, preferindo imputar toda a receita da venda
de mercadorias como royalties, utilizando uma base de cálculo presumida de 32%. Diante
disso, o artigo 519 do RIR é muito claro em contemplar possibilidades de que uma mesma
pessoa jurídica tenha objetivos sociais diversos, hipótese em que cada uma dessas
atividades deverá se submeter ao percentual específico para apuração da base de cálculo
do lucro presumido”. Esse acórdão foi parcialmente reformado pela Câmara Superior de
Recursos Fiscais em decisão recente (Acórdão n. 9101-003.098, de 5-10-2017).
111 O art. 15, § 1º, III, prevê o percentual de presunção de 32%, entre outros itens, para: (a)
1809
as atividades de prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares (...); (c)
administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.
Como sustentado neste artigo, além de a disponibilização de acesso ao data center não
representar prestação de serviço, ele também não poderia ser segregado em locação, por
exemplo. Por isso, a alíquota de 32% seria inaplicável.
112 Caso a sociedade de data center pague pelo licenciamento de software, que é utilizado no
data center, pode haver discussão se esse pagamento se equipara a royalty e, por
consequência, se poderia ter sua dedutibilidade (para fins de IRPJ) limitada a 5% do valor
da “receita líquida de vendas”, conforme art. 355, do RIR/99. Embora não concordemos
que o pagamento pelo licenciamento de software tenha natureza de royalty, temos
conhecimento de autos de infração que glosaram as despesas com licenciamento de
software justamente com base nesse argumento. A Câmara Superior de Recursos Fiscais
também já se posicionou de forma desfavorável ao contribuinte (Acórdãos n. 9101-
001.908, de 13 de maio 2014, e n. 9101-003.063, de 13 de setembro de 2017).
113 Tais como despesas com locação do espaço, manutenção dos equipamentos, entre outros.
Não vamos abordar aqui quais tipos de despesa seriam passíveis de creditamento de
PIS/COFINS, mas pode haver discussões sobre determinadas despesas serem consideradas
insumos da atividade, principalmente por se tratar de atividade de cunho comercial e não
industrial.
114 Essa regra também é aplicável ao PIS, conforme art. 15, inciso V, da Lei n. 10.833/2003.
115 As exceções ao regime da não cumulatividade foram introduzidas em um contexto de
privilegiar alguns setores que não foram beneficiados pela mudança para o regime não
cumulativo. Isso porque alguns setores (incluindo o de informática) não seriam capazes de
reconhecer créditos de PIS/COFINS, uma vez que nem todos os seus custos e despesas
dariam direito a crédito. Assim, como o propósito principal da mudança do regime
cumulativo para o não cumulativo era de reduzir a carga fiscal da cadeia de produção
como um todo, não haveria razão para que as receitas de alguns setores, como o de
informática, fossem tributadas pelo regime não cumulativo. Em outras palavras, a
aplicação do regime cumulativo pode ser vista como uma espécie de benefício para os
setores listados nas exceções (além do setor de informática, as receitas decorrentes de
atividade de call center e telemarketing também estão incluídas nas exceções).
116 Conforme art. 3º, § 7º, da Lei n. 10.833/2003 (“Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitar-
se à incidência não cumulativa da COFINS, em relação apenas à parte de suas receitas, o
crédito será apurado, exclusivamente, em relação aos custos, despesas e encargos
vinculados a essas receitas”). A mesma disposição consta da Lei n. 10.637/2002, aplicável
ao PIS (art. 3º, § 7º).
117 A alíquota de 25% de IRRF é aplicável no caso de remessas de serviços técnicos e de
assistência (art. 708 do RIR/99, que é reduzida a 15% quando há incidência de CIDE – art.
2º-A da Lei n. 10.168/2000) e de prestação de serviços em geral (art. 685, II, “a”, do
RIR/99). Como entendemos que esse não é o caso da atividade de data center, essa
alíquota não seria aplicável.
118 Esse conceito foi originalmente introduzido pela Lei n. 9.430/96. Na prática, a RFB lista
as jurisdições qualificadas como de tributação favorecida na Instrução Normativa n. 1.037,
de 7-6-2010.
1810
119 A equiparação em questão está prevista no inciso I do artigo 1º do referido ADI
(transcrição abaixo). Trata-se, porém, de questão polêmica, havendo fundamento para se
sustentar que a qualificação de determinada contraprestação como royalty, à luz do art. 12
da Convenção Modelo, somente se aplica no caso de serviços que impliquem efetiva
transferência de tecnologia.
“Art. 1º O tratamento tributário a ser dispensado aos rendimentos pagos, creditados,
entregues, empregados ou remetidos por fonte situada no Brasil a pessoa física ou jurídica
residente no exterior pela prestação de serviços técnicos e de assistência técnica, com ou
sem transferência de tecnologia, com base em acordo ou convenção para evitar a dupla
tributação da renda celebrado pelo Brasil será aquele previsto no respectivo Acordo ou
Convenção:
I – no artigo que trata de royalties, quando o respectivo protocolo contiver previsão de que os
serviços técnicos e de assistência técnica recebam igual tratamento, na hipótese em que o
Acordo ou a Convenção autorize a tributação no Brasil (...).”
120 Cf. item 11.6 dos Comentários da OCDE ao Artigo 12 (trecho original mantido em
inglês): “mixed contract (...) If, however, one part of what is being provided constitutes by
far the principal purpose of the contract and the other parts stipulated therein are only of
and largely unimportant character, then the treatment applicable to the principal part
should generally be applied to the whole amount of consideration”.
121 Cf. SILVEIRA, Ricardo Maitto da. O Escopo Pessoal dos Acordos Internacionais contra
a Bitributação: Regimes fiscais especiais, conflitos de qualificação e casos triangulares –
Série Doutrina Tributária v. XIX. São Paulo: Quartier Latin, 2016, p. 266 e nota de rodapé
n. 640.
122 Cf. Recursos Especiais n. 1.272.897, de 19-11-2015, e n. 1.161.467, de 17-5-2012.
123 A importação de serviços também é sujeita ao ISS (art. 1º, § 1º, da LC n. 116/2003).
124 No Município de São Paulo, o tomador de serviços provenientes do exterior do País é
responsável pelo pagamento do ISS, devendo reter na fonte o seu valor (art. 6º, I, do
Decreto n. 53.151/2012).
125 Nos termos da legislação, a alíquota de 2,9% passaria a ser vigente após 90 dias da data
da publicação da Lei n. 16.757/2017, que foi em 15-11-2017.
126 Usualmente, em contratos de prestação de serviço, é negociado que a eventual incidência
de tributos não afeta o montante a ser recebido pelo prestador. Assim, há a transferência
do ônus do imposto para o tomador do serviço que remunera o prestador em montante
superior ao valor do serviço para que a incidência dos tributos não diminua o pactuado em
contrato.
127 Cf. art. 1º, do Decreto n. 5.712, de 2-3-2005.
128 Parecer disponível em:
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=F82349A45D24F73F256A4
codteor=1565058&filename=Parecer-CCTCI-31-05-2017>. Acesso em: 15 dez. 2017.
129 Pós-graduado em Direito Tributário pela PUC-SP. Mestre em Direito Tributário (LL.M.
in Taxation) pela Georgetown University Law Center, instituição pela qual foi designado
Graduate Tax Scholar e agraciado com bolsa de estudos. Especialista em Negociações
Avançadas: Estruturação e Implementação de Negócios pela Harvard Law School.
1811
Advogado em São Paulo.
130 Pós-graduado em Direito Tributário (LL.M) pelo INSPER. Contador e advogado pela
PUC-SP. Membro do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT). Advogado em São
Paulo.
131 “Virtual Currencies and Beyond: Initial Considerations”, encontrado no endereço
eletrônico do FMI: <https://www.imf.org/external/pubs/ft/sdn/2016/sdn1603.pdf>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
132 O presente artigo fará uso da expressão “moedas virtuais” por ser essa a mais largamente
utilizada nas manifestações legais encontradas local e internacionalmente. Nada obstante,
cumpre registrar que essa expressão será aqui utilizada com dois grandes sentidos: (i)
como gênero, situação na qual dita expressão contempla diversos tipos diferentes de
representação digital de valor; e (ii) como uma das espécies desse gênero, em que tal
representação faz uso de tecnologia criptográfica para validação (situação na qual é
sinônimo de criptomoeda). Embora muitos dos comentários feitos aqui possam ser
estendidos a outras espécies, essas não perfazem propriamente o escopo do presente
artigo.
133 A esse respeito, cumpre menção ao FATF (Financial Action Task Force), órgão
internacional criado em 1989, que busca mecanismos para combater a lavagem de
dinheiro e financiamento ao terrorismo, tendo recentemente se empenhado em evitar a
utilização desses “instrumentos” para finalidades ilícitas (http://www.fatf-
gafi.org/media/fatf/documents/reports/Guidance-RBA-Virtual-Currencies.pdf. Acesso em:
15 dez. 2017).
134 Informação obtida no seguinte endereço eletrônico: <http://historyofbitcoin.org>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
135 Cotações obtidas no endereço eletrônico da Infomoney
(http://www.infomoney.com.br/mercados/bitcoin). Acesso em: 15 dez. 2017.
136 Naturalmente, o exercício matemático acima tem caráter eminentemente exemplificativo
e busca ilustrar a impressionante valorização dos Bitcoins. É de se presumir que operações
com um volume tão grande de Bitcoins teriam impacto direto na sua quantificação. Além
disso, existe um limite teórico ao número de Bitcoins que serão criadas de 21 milhões de
unidades (vide https://bitcoin.org/en/faq#what-about-bitcoin-and-taxes. Acesso em: 15
dez. 2017).
137 A esse respeito, vide interessante sumário feito por Roberto Quiroga Mosqueira, in
Direito Monetário e Tributação da Moeda, São Paulo: Dialética, 2006, p. 50 e s.
138 Definição proposta pelo já aludido grupo de estudos do FMI. No original: “VCs are
digital representations of value, issued by private developers and denominated in their
own unit of account. VCs can be obtained, stored, accessed, and transacted electronically,
and can be used for a variety of purposes, as long as the transacting parties agree to use
them”. Ob. citada, p. 7.
139 Cf. EBA Opinion on “Virtual Currencies”
(http://www.eba.europa.eu/documents/10180/657547/EBA-Op-2014-
08+Opinion+on+Virtual+Currencies.pdf. Acesso em: 15 dez. 2017), p. 11.
140 Conforme Title 31 do CFR § 1010.100(m): “(m) Currency. The coin and paper money of
1812
the United States or of any other country that is designated as legal tender and that
circulates and is customarily used and accepted as a medium of exchange in the country of
issuance. Currency includes U.S. silver certificates, U.S. notes and Federal Reserve notes.
Currency also includes official foreign bank notes that are customarily used and accepted
as a medium of exchange in a foreign country”.
141 Disponível em: <https://www.irs.gov/pub/irs-drop/n-14-21.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
142 Para aprofundamento, sugere-se leitura da compilação da legislação internacional sobre
moedas virtuais feita pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América,
intitulada Regulation of Bitcoin in Selected Jurisdictions, que pode ser encontrada no
seguinte endereço eletrônico: <http://www.loc.gov/law/help/bitcoin-survey>. Acesso em:
15 dez. 2017.
143 Tópico 3.2.2, itens 87 a 89. Confira-se: “87. Os anos recentes têm sido marcados pelo
aparecimento e desenvolvimento das ‘moedas virtuais’, que significam unidades de troca
digital que não são suportadas por curso legal e emissão governamental. Essas moedas
adotaram diversas formas. Algumas moedas virtuais são específicas a uma única economia
virtual, como os jogos online, onde elas são usadas para comprar ativos e serviços dentro
do jogo. Em alguns casos, essas específicas moedas virtuais podem ser trocadas por
moedas reais ou utilizadas para comprar mercadorias e serviços reais, por meio de trocas
que podem ser operadas pelos criadores dos jogos ou terceiros. 88. Outras moedas virtuais
foram desenvolvidas primeiramente para permitir a compra de mercadorias e serviços
reais. O mais proeminente exemplo desse tipo são as várias ‘criptomoedas’,
particularmente os bitcoins, que dependem de criptografia e verificação de segurança para
confirmar transações. Muitos operadores privados têm optado por aceitar pagamentos em
bitcoins. 89. Como as moedas virtuais consideravelmente ganham efetivo valor
econômico, elas levantam questões políticas relevantes. Algumas dessas provêm da
natureza anônima das transações. No caso das bitcoins, por exemplo, transações podem
ser inteiramente anônimas, uma vez que nenhuma informação de identificação pessoal é
requerida para adquirir ou transacionar bitcoins” (tradução livre).
144 Apenas a título ilustrativo, os ganhos decorrentes da alienação de moedas virtuais por
pessoas físicas estarão sujeitos à tributação, nos termos do artigo 21 da Lei n. 8.981/95,
cujas alíquotas variam de 15% a 22,5% a depender do montante do ganho apurado.
Ganhos decorrentes de operações com preço unitário inferior a R$ 35.000,00 (trinta e
cinco mil reais) são isentos de tributação, nos termos do artigo 22 da Lei n. 9.250/95. Tal
entendimento já foi exteriorizado pela RFB por meio do diretório “Perguntas e
Respostas”, no item 607, nos seguintes termos: “ALIENAÇÃO DE MOEDAS VIRTUAIS
607 – Os ganhos obtidos com a alienação de moedas ‘virtuais’ são tributados? Os ganhos
obtidos com a alienação de moedas virtuais (bitcoins, por exemplo) cujo total alienado no
mês seja superior a R$ 35.000,00 são tributados, a título de ganho de capital, à alíquota de
15%, e o recolhimento do imposto sobre a renda deve ser feito até o último dia útil do mês
seguinte ao da transação. As operações deverão estar comprovadas com documentação
hábil e idônea”.
145 Conforme art. 1º, § 3º, IX, da Lei n. 10.637/2002.
146 Conforme art. 1º, § 3º, VIII, da Lei n. 10.833/2003.
1813
147 Em ambos os casos, afasta-se do conceito de receita financeira previsto no art. 373 do
Decreto n. 3.000/99.
148 Dita vedação somente será aplicável às empresas que se enquadrarem nas hipóteses
listadas pelo art. 14 da Lei n. 9.718/98.
149 Conforme art. 3º, § 2º, IV da Lei n. 9.718/98; art. 1º, § 3º, VI da Lei n. 10.637/2002; e
art. 1º, § 3º, II da Lei n. 10.833/2003.
150 “Q-8: Does a taxpayer who ‘mines’ virtual currency (for example, uses computer
resources to validate Bitcoin transactions and maintain the public Bitcoin transaction
ledger) realize gross income upon receipt of the virtual currency resulting from those
activities? A-8: Yes, when a taxpayer successfully ‘mines’ virtual currency, the fair
market value of the virtual currency as of the date of receipt is includible in gross income.
See Publication 525, Taxable and Nontaxable Income, for more information on taxable
income.”
151 Conforme o Internal Revenue Code – Sections 1.402(b) e 1.402(c)(2)(C).
152 Conforme Pronunciamento CPC n. 48, itens 4.1.3. e 5.1.1.
153 Novamente, por não se tratar de atividade necessariamente regulada, aqueles que não se
encontrarem sob o crivo do SFN poderão adotar qualquer regime fiscal desejado, desde
que atendidos os demais requisitos previstos na legislação.
154 Tal atividade enquadra-se no item 10.02 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar
n. 123/2003. De toda forma, cumpre menção à Solução de Consulta SF/DEJUG n.
08/2013, proferida pela Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico da Cidade
de São Paulo, que se dirige às atividades conduzidas por empresa dedicada à gestão de
programas de recompensa (na maioria, virtuais), e conclui que essa atividade também
estaria sujeita ao ISS, mas teria natureza de “promoção de vendas” prevista no item 17.06
da Lista de Serviços.
155 O Brief 9 (2014) do HMRC expressamente lista os casos em que o tributo sobre vendas
deverá incidir sobre as operações envolvendo criptomoedas.
156 Conforme art. 155, II, da Constituição Federal c/c o art. 2º, I, da Lei Complementar n.
87/1996.
157 Conforme art. 155, IV, da Constituição Federal c/c o art. 46 do CTN.
158 Conforme art. 4º da Lei n. 7.766/89 c/c o art. 36 e seguintes do Decreto n. 6.306/2007.
159 “Virtual Currencies and Beyond: Initial Considerations”, encontrado no endereço
eletrônico do FMI: <https://www.imf.org/external/pubs/ft/sdn/2016/sdn1603.pdf>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
160 EBA Opinion on “Vitual Currencies”, encontrado no seguinte endereço eletrônico:
<http://www.eba.europa.eu/documents/10180/657547/EBA-Op-2014-
08+Opinion+on+Virtual+Currencies.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
161 Bacharel em direito pela Faculdade de Direito da PUC-SP. Bacharel em Economia pela
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
(FEA-USP). Pós-graduado em direito tributário pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP). Mestre em Direito Tributário Internacional (LLM) pela Leiden
University, Holanda. Advogado em São Paulo.
1814
162 Bacharel em direito pela Faculdade de Direito da FGV. MBA em IFRS pela FIPECAFI.
Advogado em São Paulo.
163 STF, RE n. 330.817/RJ, Tribunal Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 8-3-2017, DJ 31-8-
2017.
164 “Art. 100. A retenção do imposto, de que tratam os arts. 97 e 98, compete à fonte,
quando pagar, creditar; empregar, remeter ou entregar o rendimento.”
165 “Art. 45. (...) Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos
proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento
lhe caibam.”
166 “Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso
a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este
em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.”
167 MARIZ DE OLIVEIRA, Ricardo. Fundamentos do imposto de renda. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2008. p. 501-502.
168 “Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob
pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.”
“Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento,
enquanto não lhe seja dada.
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o
valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo
e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de
seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.”
169 MARIZ DE OLIVEIRA, op. cit., p. 513.
170 XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil. Rio de Janeiro: Forense,
2015. p. 518.
171 “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)”
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998).
172 AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 200.
173 NUNES, Renato. Imposto sobre a renda devido por não residentes no Brasil: regime
analítico e critérios de conexão. São Paulo: Quartier Latin, 2010. p. 211.
174 MARIZ DE OLIVEIRA, op. cit., p. 505.
175 FUNARO, Hugo. Sujeição passiva indireta no direito tributário brasileiro – as hipóteses
de responsabilidade pelo crédito tributário previstas no Código Tributário Nacional. São
Paulo: Quartier Latin, 2013. p. 83-84.
176 Como a proferida por Alberto Xavier: “(...) Ora, para fins de retenção do imposto, quis a
lei que a obrigação respectiva só surgisse em razão de atividade específica da fonte
pagadora, de ato positivo seu, qual seja: o creditar, o pagar, o empregar, o remeter ou o
entregar o rendimento. Quisesse a lei que o fato gerador da obrigação tributária em causa
1815
surgisse com o só vencimento do prazo contratual, tê-lo-ia dito, sem dúvida, de forma
clara, sem condicionar a ocorrência do fato gerador a um ato positivo, um facere da fonte
pagadora do rendimento, como a forma verbal utilizada demonstra” (XAVIER, op. cit., p.
521-522).
177 2ª Turma da CSRF, Acórdão n. 9202-003.120, Rel. Elias Sampaio Freire, j. 26-3-2014,
publ. 20-5-2014.
178 2ª Turma da CSRF, Acórdão n. 9202-003.097, Rel. Marcelo Oliveira, j. 25-3-2014, publ.
8-5-2014.
179 4ª Turma da CSRF, Acórdão n. 9304-00.114, Rel. Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, j. 4-
5-2009, publ. 4-5-2009.
180 4ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 1ª Seção de Julgamento do CARF, Acórdão n.
1402-002.342.
181 2ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 2ª Seção de Julgamento do CARF, Acórdão n.
2202-003.029.
182 2ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 2ª Seção de Julgamento do CARF, Acórdão n.
2202-002.535.
183 2ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 2ª Seção de Julgamento do CARF, Acórdão n.
2201-001.836.
184 “Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
(...)
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo.”
185 “Art. 7º As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil, autorizadas a operar no mercado de câmbio, podem dar curso,
por meio de banco autorizado a operar no mercado de câmbio, a transferências ao exterior
por pessoa física ou jurídica, residente, domiciliada ou com sede no País, para constituição
de disponibilidade no Exterior.
Art. 8º Para os fins das disposições deste capítulo, ‘disponibilidades no exterior’, é a
manutenção por pessoa física ou jurídica, residente, domiciliada ou com sede no País, de
recursos em conta mantida em seu próprio nome em instituição financeira no exterior.
Parágrafo único. Quando da realização de transferências destinadas à constituição de
disponibilidades no exterior, deve ser informado no campo ‘Outras especificações’ do
contrato de câmbio o número de conta e o nome da instituição depositária no exterior.”
186 LLM em Tributação Internacional pela New York University School of Law. LLM em
Direito Corporativo pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais. MBA Executivo
Internacional pela Chinese University of Hong Kong. MBA em Direito Tributário pela
Fundação Getúlio Vargas. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Ceará.
Advogado em São Paulo.
187 Pós-graduando em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas. Bacharel em
Ciências Contábeis pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Bacharel em Direito pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Advogado em São Paulo.
188 Publicado no DOU de 29 de março de 2017. Disponível em:
1816
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?
visao=anotado&idAto=81598>. Acesso em: 15 dez. 2017.
189 Vide art. 2º da Lei n. 10.168/2000.
190 Publicado no DOU de 23 de maio de 2017. Disponível em <http://normas.receita.
fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=83001>. Acesso em: 15
dez. 2017.
191 Publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOE-SP) de 21 de setembro de
2017. Disponível em:
<https://portal.fazenda.sp.gov.br/DiarioOficial/Paginas/Decis%C3%A3o-Normativa-CAT-
04,-de-20-de-setembro-de-2017.aspx>. Acesso em: 15 dez. 2017.
192 Publicado no DOU de 5 de outubro de 2017. Disponível em:
<https://www.confaz.fazenda. gov.br/legislacao/convenios/2017/CV106_17>. Acesso em:
15 dez. 2017.
193 Publicado no DOU de 1º de junho de 2017. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/LCP/Lcp157.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017.
194 Publicado no DOU de 22 de julho de 2017. Disponível em
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/ sijut2consulta/link.action?
visao=anotado&idAto=54319>. Acesso em: 15 dez. 2017.
195 Vide ALTAY, Omer. Most Popular MMORPGs in the World. 18 de abril de 2015.
Disponível em: <https://mmos.com/editorials/most-popular-mmorpgs-world>. Acesso em:
15 dez. 2017.
196 Vide STATISTA. Statistics & Facts on MMO/MMORPG gaming. Fevereiro de 2017.
Disponível em: <https://www.statista.com/topics/2290/mmo-gaming/>. Acesso em: 15
dez. 2017.
197 Vide MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 37. ed. São Paulo:
Malheiros, 2016. p. 59. Outros autores, a exemplo de Paulo de Barros Carvalho,
conceituam o Direito Tributário como o “ramo didaticamente autônomo do Direito,
integrado pelo conjunto das proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou
indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”. Vide: CARVALHO,
Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 15.
198 Vide MACHADO, op. cit., p. 60.
199 Relevante, aqui, é a observação de que a legislação tributária poderia, a princípio, alterar
a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de Direito Privado
que não fossem utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal. Essa
faculdade se justifica, inclusive, à luz de uma interpretação histórica desse dispositivo,
que, no seio do Anteprojeto que serviu de base para os trabalhos da Comissão Especial do
Código Tributário Nacional, submetido pelo Professor Rubens Gomes de Sousa, a impedia
de modo expresso. Vide Anteprojeto. Trabalhos da Comissão Especial do Código
Tributário Nacional. Rio de Janeiro, 1954, p. 298.
200 De acordo com a Súmula Vinculante 31, do Supremo Tribunal Federal (STF), “É
inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS sobre
operações de locação de bens móveis.” Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1286>. Acesso
1817
em: 15 dez. 2017.
201 Segundo a Receita Federal do Brasil, na Solução de Consulta COSIT RFB n. 130, de 31
de agosto de 2016, “O software customizável não se confunde com programa de
computador sob encomenda. O primeiro, ainda que comporte certo grau de
personalização, é produto padronizado, pronto para uso, concebido e desenvolvido para
suprir as necessidades de potenciais clientes, ao passo que o segundo visa atender a um
prévio e determinado encomendante”. Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?
visao=anotado&idAto=78043>. Acesso em: 15 dez. 2017.
202 Vide TORRES, Heleno Taveira. Temporalidade e Segurança Jurídica – Irretroatividade e
Anterioridade Tributárias. Revista da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
PGFN: Brasília, 2011, p. 50.
203 Vide BAL, Aleksandra. Tax Implications of Cloud Computing – How Real Taxes Fit Into
Virtual Clouds. Bulletin for International Taxation. Amsterdã: IBFD, 2012, pp. 335/336.
204 Vide GRANCE, Timothy; e MELL, Peter. The NIST Definition of Cloud Computing –
Recommendations of the National Institute of Standards and Technology. Gaithersburg:
Departamento de Comércio dos Estados Unidos, p. 02/03. Disponível em:
<http://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/ Legacy/SP/nistspecialpublication800-145.pdf>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
205 Vide informações disponíveis em: <https://www.rackspace.com/pt-br/dedicated-servers>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
206 O Microsoft Azure se apresenta como uma plataforma em nuvem, utilizável para a
criação de “aplicativos inteligentes.” A plataforma possui inteligência artificial interna, e
fornece diversas ferramentas para desenvolvedores e clientes, entre elas marketing digital
e o ambiente para a criação de jogos. Disponível em: <https://azure.microsoft.com/pt-
br/solutions/>. Acesso em: 15 dez. 2017.
207 Vide YOO, Christopher S. Cloud Computing: Architectural and Policy Implications.
University of Pennsylvania, p. 06. Última revisão em 31 de janeiro de 2014. Disponível
em: <https://papers.ssrn. com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1824580>. Acesso em: 15 dez.
2017.
208 Vide BRASIL. Código Civil. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, art. 1.228.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
209 Vide BRANDÃO JUNIOR, Salvador Cândido. A Tributação de Software sob
Encomenda: A Inadequação do Parecer Normativo SF 1/2017. JOTA, 26 de agosto de
2017. Disponível em: <https://jota.info/artigos/a-tributacao-de-software-sob-encomenda-
26082017>. Acesso em: 15 dez. 2017.
210 Vide art. 4º da Lei n. 9.609/97 (Lei do Software).
211 O MMORPG World of Warcraft foi criado pela empresa norte-americana Blizzard
Entertainment em 2004, e é reconhecido como o jogo virtual com o maior número de
inscritos em todo o mundo: mais de 10 milhões de jogadores registrados. Vide ROUNER,
Jef. 10 Games with Guinness World Records. 15 de maio de 2014. Disponível em:
<http://www.houstonpress.com/arts/10-games-with-guinness-world-records-6392480>.
1818
Acesso em: 15 dez. 2017.
212 Última atualização em 22 de agosto de 2012. Disponível em: <http://us.blizzard.com/pt-
br/company/legal/wow_tou.html>. Acesso em: 15 dez. 2017.
213 Vide PADILHA, Maria Ângela Lopes Paulino. Tributação de Software: Exame da
Constitucionalidade da Incidência do ISS e do ICMS-Mercadoria sobre a Licença de Uso
de Programa de Computador Disponibilizado Eletronicamente. Tese de Doutorado,
orientada por Paulo de Barros Carvalho. São Paulo: PUC-SP, 2016, p. 124. Disponível
em:
<https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/19637/2/Maria%20%C3%82ngela%20Lopes%20Paulino%20
Acesso em: 15 dez. 2017.
214 O jogo Warcraft III: Reign of Chaos foi lançado pela empresa norte-americana Blizzard
Entertainment em julho de 2002, enquanto a sua expansão, intitulada The Frozen Throne,
foi lançada em julho do ano seguinte. Vide KASAVIN, Greg. Warcraft III: Reign of
Chaos Review. GameSpot, 3 de julho de 2002. Disponível em:
<https://www.gamespot.com/reviews/warcraft-iii-reign-of-chaos-review/1900-2873347/>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
215 Vide BLIZZARD. Warcraft III: Reign of Chaos – Real-time Strategy. Disponível em:
<https://us. shop.battle.net/en-us/product/warcraft-iii-reign-of-chaos>. Acesso em: 15 dez.
2017.
216 Vide críticas à inclusão do item 1.09 à lista anexa em GRILLO, Brenno. Lei que tributa
streaming iguala cessão de uso a serviço, alertam advogados. Revista Consultor Jurídico,
14 de janeiro de 2017. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-jan-14/imposto-
streaming-iguala-cessao-uso-servico-dizem-advogados>. Acesso em: 15 dez. 2017.
217 O art. 10, XXV, da Lei n. 10.833, de 29 de dezembro de 2003, afirma que estão
submetidas ao regime cumulativo de COFINS “as receitas auferidas por empresas de
serviços de informática, decorrentes das atividades de desenvolvimento de software e o
seu licenciamento ou cessão de direito de uso, bem como de análise, programação,
instalação, configuração, assessoria, consultoria, suporte técnico e manutenção ou
atualização de software, compreendidas ainda como softwares as páginas eletrônicas”. A
disposição se aplica também ao PIS, por força do art. 15, V, da mesma Lei.
218 Vide, por exemplo, a Solução de Consulta DISIT 09 RFB n. 13, de 19 de janeiro de 2009.
Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?
visao=anotado&idAto=69464>. Acesso em: 15 dez. 2017. Vide também a Solução de
Consulta COSIT RFB n. 448, de 18 de setembro de 2017. Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?
visao=anotado&idAto=87096>. Acesso em: 15 dez. 2017.
219 Publicada no DOU de 28 de julho de 2017. Disponível em:
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/ sijut2consulta/link.action?
visao=anotado&idAto=84809>. Acesso em: 15 dez. 2017. Vide ainda CASTRO, Leonardo
Freitas de Moraes e. Novo Entendimento da Receita Aumenta Economia Digital. JOTA,
25 de outubro de 2017. Disponível em: <https://jota.info/artigos/novo-entendimento-da-
receita-aumenta-economia-digital-25102017>. Acesso em: 15 dez. 2017.
220 Disponível em: <https://en.oxforddictionaries.com/definition/mmog>. Acesso em: 15
dez. 2017. (Tradução livre.)
1819
221 Vide BILIR, Tania E. Real Economics in Virtual Worlds: A Massively Multiplayer
Online Game Case Study, Runescape. Publicado em 25 de dezembro de 2009, p. 14-19.
Disponível em: <https://papers. ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1655084>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
222 Dungeons and Dragons é um jogo de tabuleiro no estilo RPG, originalmente
desenvolvido por Gary Gygax e Dave Arneson, e lançado pela primeira vez no ano de
1974, pela empresa Tactical Studies Rules, Inc. Vide PETERSON, Jon. History: Forty
Years of Adventure. Dungeons & Dragons. Disponível em:
<http://dnd.wizards.com/dungeons-and-dragons/what-dd/history/history-forty-years-
adventure>. Acesso em: 15 dez. 2017. O sucesso de Dungeons and Dragons inspirou toda
uma geração de jogos RPG e MMORPG até os dias de hoje, com destaque para o
MMORPG Neverwinter, desenvolvido pela empresa BioWare e cuja primeira versão foi
lançada em 2002. A mecânica de jogo de Neverwinter é baseada na terceira edição de
regras do jogo Dungeons & Dragons. Vide ARC GAMES. Neverwinter: Tomb of
Annihilation. Data de lançamento: 20 de junho de 2013. Disponível em:
<http://www.arcgames. com/en/games/neverwinter>. Acesso em: 15 dez. 2017.
223 De acordo com o Dicionário Oxford, a palavra “avatar” significa a manifestação de uma
deidade ou de uma alma em forma humana na Terra. Um significado mais recente para
essa palavra, sem dúvida decorrente da influência de MMOGs e que tais na sociedade
moderna, é “um ícone ou uma figura representando uma pessoa determinada em um video
game, fórum da Internet, etc.”. Disponível em:
<https://en.oxforddictionaries.com/definition/avatar>. Acesso em: 15 dez. 2017.
224 Vide BILIR, Tania E., op. cit., p. 36.
225 Vide AHMED, Devan Tanvir; SHIRMOHAMMADI, Shervin. Zoning Issues and Area
Interest Management in Massively Multiplayer Online Games. Handbook of Multimedia
for Digital Entertainment and Arts. Editado por Borko Furht. New York: Springer, 2009,
p. 177.
226 Vide ANKAMA. Discover: Dofus. 2017. Disponível em:
<https://www.dofus.com/en/mmorpg/ discover>. Acesso em: 15 dez. 2017.
227 Vide ANKAMA. Dofus Touch: Purchase and Sell – Première Pas. 2017. Disponível em:
<http://www.dofus-touch.com/en/mmorpg/tutorials/532316-purchase-sell>. Acesso em:
15 dez. 2017.
228 A tributação é exigida sobre o valor do item colocado à venda.
229 Vide GHUMAN, Davinder; e GRIFFITHS, Mark D. A cross-genre study of online
gaming: Player demographics, motivation for play, and social interactions among
players. International Gaming Research Unit, Divisão de Psicologia. Nottingham:
Nottingham Trent University, 2012, p. 5. Disponível em:
<http://irep.ntu.ac.uk/id/eprint/8347/1/PubSub3174_Griffiths.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
230 Vide RICE JR, Robert A. MMO Evolution – The Online Games Industry Must Adapt and
Evolve. Lulu Press: 2006, p. 5-6.
231 A expressão “computação na nuvem” (no inglês, cloud computing) significa a prestação
de serviços de informática pela internet, com o apoio de servidores, bases de dados, redes,
software, entre outros. “Computação em nuvem representa uma convergência de duas
1820
grandes tendências em tecnologia da informação: (a) eficiência, através da qual o poder de
computadores modernos é utilizado de forma mais eficiente com recursos de hardware e
software com alta escala, e (b) agilidade de negócios, através da qual a tecnologia da
informação pode ser utilizada como uma ferramenta competitiva pelo desenvolvimento
rápido, processamento de batches paralelos, uso de ferramentas analíticas de intensa carga
computacional e aplicações interativas e móveis que respondem em tempo real a
requerimentos de usuários”. Vide BANDYOPADHYAY, Subhajyoti; GHALSASI,
Anand; LI, Zhi; MARSTON, Sean; e ZHANG, Juheng. Cloud Computing: The Business
Perspective. Universidade da Flórida: 2009, p. 3. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1413545>. Acesso em: 15 dez. 2017.
232 Disponível em: <https://www.utomik.com/developers/>. Acesso em: 15 dez. 2017.
233 Disponível em: <https://www.dofus.com/pt/loja/19-servicos>. Acesso em: 15 dez. 2017.
234 Originalmente lançado em 2001, o jogo RuneScape é um MMORPG que já teve mais de
200 milhões de contas criadas em sua plataforma. O jogo é ambientado em Gielinor, um
cenário medieval fictício dividido em diferentes reinos, regiões e cidades. Vide
SALTZMAN, Marc. Five Things You Didn’t Know About RuneScape. USA Today, 27 de
julho de 2012. Disponível em:
<https://usatoday30.usatoday.com/tech/columnist/marcsaltzman/story/2012-07-
29/runescape-fun-facts/56542606/1>. Acesso em: 15 dez. 2017.
235 Disponível em: <http://wakfu.wikia.com/wiki/Haven_Bag>. Acesso em: 26 out. 2017.
236 Vide arts. 8º, 8º-A e item 1.05 da Lista Anexa à Lei Complementar n. 116/2003.
237 Disponível em: <https://www.dofus.com/en/tou>. (Tradução livre, grifo inexistente no
original.)
238 Vide, com comentários sobre a evolução do entendimento sobre a matéria no Tribunal,
STJ, REsp 975.105/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 9-3-2009.
239 Publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOE-SP) de 21 de setembro de
2017. Disponível em:
<https://portal.fazenda.sp.gov.br/DiarioOficial/Paginas/Decis%C3%A3o-Normativa-CAT-
04,-de-20-de-setembro-de-2017.aspx>. Acesso em: 15 dez. 2017.
240 Disponível em: <http://wakfu.wikia.com/wiki/Kama>. Acesso em: 15 dez. 2017.
241 Disponível em: <http://wakfu.wikia.com/wiki/Display_Window>. Acesso em: 15 dez.
2017.
242 Disponível em: <https://www.wakfu.com/en/tou>. Acesso em: 15 dez. 2017.
243 Há “casas de câmbio” virtuais que transacionam kamas por moedas reais, como euros.
Por exemplo, no sítio eletrônico GameTradeEasy, vendedores de kamas são solicitados a
criar uma nova conta no jogo relevante (por exemplo, Wakfu) e a colocar kamas nessa
conta. Após a escolha do servidor, os jogadores devem digitar o montante solicitado, a
conta do jogo que foi criada, a senha para essa conta, e a conta no próprio sítio eletrônico
GameTradeEasy, e clicar no botão “Vender Agora” (no inglês, sell now). Disponível em:
<http://www.gametradeeasy.com/index.php?r=game/server&id=10007>. Acesso em: 15
dez. 2017.
244 Graduado em Direito pela USP. Pós-graduado em Direito Tributário pela PUC. LLM em
International Taxation pela New York University. Advogado em São Paulo.
1821
245 Graduada em Direito pela FGV DIREITO-SP. Pós-graduada em Economia pela FGV-
EESP. Mestranda em Direito Tributário pela FGV DIREITO-SP. Advogada em São Paulo.
246 Disponível em: <http://www.abemf.com.br/indicadores-mercado>. Acesso em: 15 dez.
2017.
247 Um dos primeiros programas de fidelização foi o S&H Green Stamp Program de 1896,
oferecido pela empresa Sperry & Hutchinson Company. Os consumidores colecionavam
pequenos selos quando compravam produtos em diversas lojas e depois trocavam por
outros produtos. A empresa se dedica até hoje a oferecer soluções tecnológicas e serviços
relacionados à fidelização de clientes.
248 Diversos negócios e novas tecnologias como plataformas de reserva de hospedagem,
plataformas de venda de veículos, armazenamento de dados em nuvens, locação de espaço
físico e infraestrutura para hospedagem de equipamentos, hospedagem de sites etc.
249 Não analisamos modelos como cashback, no qual o consumidor recebe da gestora de
volta, em dinheiro, parte do montante originalmente gasto na aquisição de produtos e
serviços. O modelo aqui analisado é aquele que envolve mais de um fornecedor de
produtos e serviços e que permite aos consumidores trocarem seus pontos e milhas por
novos produtos e serviços.
250 Vide MELO, José Eduardo Soares de. Aspectos Teóricos e Práticos do ISS. São Paulo:
Dialética, 2000; e BARRETO, Aires F. Parecer: ISS – por não constituir Serviço, a
Garantia de Crédito ou Prestação de Garantia não pode ser incluída na Base de Cálculo,
Revista Dialética de Direito Tributário n. 162, São Paulo, Dialética, 2009.
251 “(...) 7. A exegese da Constituição configura a limitação hermenêutica dos arts. 109 e
110 do Código Tributário Nacional, por isso que, ainda que a contraposição entre
obrigações de dar e de fazer, para fins de dirimir o conflito de competência entre o ISS e o
ICMS, seja utilizada no âmbito do Direito Tributário, à luz do que dispõem os artigos 109
e 110, do CTN, novos critérios de interpretação têm progressivamente ampliado o seu
espaço, permitindo uma releitura do papel conferido aos supracitados dispositivos. (...) 21.
Sob este ângulo, o conceito de prestação de serviços não tem por premissa a configuração
dada pelo Direito Civil, mas relacionado ao oferecimento de uma utilidade para outrem, a
partir de um conjunto de atividades materiais ou imateriais, prestadas com habitualidade e
intuito de lucro, podendo estar conjugada ou não com a entrega de bens ao tomador”
(STF, RE n. 651.703/PR, Rel. Min. Luiz Fux, j. 29-9-2016, DJE 27-6-2017).
252 Vide decisões nesse sentido: Agravo Regimental no Recurso Extraordinário com Agravo
n. 687.577/PR, de 28-5-2015, Agravo Regimental no Agravo de Instrumento n.
823.414/RS, de 28-5-2013, Agravo Regimental no Recurso Extraordinário n. 450.342/RJ,
de 2-8-2007 etc.
253 GOMES, Orlando. Contratos. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1971. p. 386.
254 Vide Informações Trimestrais da SMILES, disponível em:
<http://webcache.googleusercontent.com/search?
q=cache:zcSF6uPJYnUJ:ri.smiles.com.br/download_arquivos.asp%3Fid_arquivo%3D4217A2E3-
91D1-49BD-A768-6577FB0A6713+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br&client=firefox-
b>. Acesso em: 15 dez. 2017.
Ainda, vide Informações Trimestrais da MULTIPLUS, disponível em:
<http://ri.pontosmultiplus.com.br/conteudo_pt.asp?
1822
idioma=0&conta=28&tipo=62725&secao=1>. Acesso em: 15 dez. 2017.
255 Acórdão n. 3402-004.146, da 4ª Câmara da 2ª Turma da 3ª Seção de Julgamento do
CARF, de 24-5-2017.
256 O Projeto de Lei n. 2.303/2015, de atoria do deputado Aureo Ribeiro, propõe a inclusão
de moedas virtuais e programas de milhagens aéreas no conceito de “arranjos de
pagamentos”, nos termos da Lei n. 12.865/2013. O Projeto de Lei n. 642/2015, de autoria
do Senador Magno Malta, visa definir e regulamentar os programas de fidelização sob o
ponto de vista do Direito do Consumidor. Já o Projeto de Lei n. 4.015/2012, de autoria do
Deputado Carlos Bezerra, apenas proíbe a prescrição das milhas nos programas de
fidelização.
257 Graduado em Direito pela PUC-SP. Pós-graduado/Especialista em Direito Tributário pela
PUC-SP/COGEAE. Advogado em São Paulo.
258 CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet: Reflexões sobre a Internet, os Negócios e a
Sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p. 7-10.
259 A utilização do termo Serviços OTT, em vez de Aplicações OTT, é também bastante
frequente na literatura especializada. Todavia, preferimos o termo Aplicações OTT, tendo
em vista que essas funcionalidades envolvem a oferta de bens, serviços e conteúdo
diversos pela internet, e não só de serviços.
260 Ministério da Fazenda (2014). A História do Imposto de Renda: um enfoque da pessoa
física (1922-2013). Disponível em:
<http://www.ibet.com.br/download/Imp.%20Renda.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
261 BEREC (2016). Report on OTT Services. Disponível em: <http://berec.europa.eu>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
262 Tecnologia Voice over Internet Protocol, empregada em serviços de chamadas de voz.
263 OCDE (2014). The Development of Fixed Broadband Networks. Disponível em:
<http://www.oecd.org>. Acesso em: 15 dez. 2017.
264 Nesse sentido: ÁVILA, Humberto Bergmann. Argumentação Jurídica e a Imunidade do
Livro Eletrônico, Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Porto Alegre, v. 19, p.157-
180, mar. 2001; e LARENZ, Karl. Metodologia da Ciência do Direito. Trad. José
Lamego. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997. p. 480.
265 ÁVILA, Humberto Bergmann. Teoria da Igualdade Tributária. 2. ed. São Paulo:
Malheiros, 2008. p. 40.
266 O objetivo do presente artigo não é analisar a natureza jurídica e a tributação dos jogos
eletrônicos. A referência a jogos eletrônicos no contexto acima tem como finalidade
apenas ilustrar a possibilidade de que esses itens sejam enquadrados como bens digitais.
267 De acordo com o art. 966 do Código Civil, considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de
bens ou de serviços.
268 Embora o PIS e a COFINS tenham os mesmos efeitos econômicos dos tributos sobre o
consumo, o regime jurídico dessas contribuições é diverso, tendo em vista que não
incidem sobre a circulação de bens ou serviços, mas sim sobre o faturamento ou receita
bruta obtida pela pessoa jurídica.
1823
269 Como exceções à regra, temos os impostos extraordinários, previstos no art. 154, II, da
CF, que podem ser instituídos pela União em situação de iminência ou no caso de guerra
externa.
270 Sobre a distinção entre os tipos e os conceitos: SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito
Tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 275; e DERZI, Misabel de Abreu Machado.
Direito Tributário, Direito Penal e Tipo, Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Belo
Horizonte, v. 31, p. 213-260, 1988.
271 No julgamento do Recurso Extraordinário n. 330.817, sob a relatoria do Ministro Dias
Toffoli e publicado em 1º-10-2012, que tratou sobre a aplicação da imunidade tributária
aos livros eletrônicos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a necessidade
de interpretação evolutiva das normas constitucionais.
272 Supremo Tribunal Federal, RE n. 651.703/PR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux, DJe
26-4-2017.
273 Dentre os impostos sobre o consumo, pode-se descartar a apenas a incidência do IPI
sobre as Aplicações OTT, já que esse imposto recai sobre produtos industrializados, o que
nada tem a ver com funcionalidades ofertadas por meio da internet.
274 Embora não seja o escopo do presente trabalho, temos a comentar que a exigência do
ICMS sobre os bens em formato digital somente poderá ser viabilizada mediante a edição
de lei complementar estabelecendo normas gerais indispensáveis quanto ao local de
ocorrência do fato gerador, o contribuinte do imposto, a base de cálculo, dentre outros
aspectos fundamentais para a instituição da regra-matriz de incidência desse imposto pelos
Estados. Não é preciso grande esforço interpretativo para rechaçar a possibilidade de que
essas normas sejam veiculadas por meio de mero ato normativo expedido pelo Confaz,
como é o caso do Convênio n. 106/17, que padece de flagrante inconstitucionalidade.
275 PEREIRA, Elisabeth Dias Kanthack. Proteção jurídica do software no Brasil. 1. ed.
Curitiba: Juruá, 2001. p. 34.
276 Confira-se, nesse sentido: CARRAZA, Roque Antônio. ICMS. 17. ed. São Paulo:
Saraiva, 2015. p. 40; e CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Linguagem e
Método. 5. ed. São Paulo: Noeses, 2013. p. 736.
277 São exemplos de julgados do STF nesse sentido: RE n. 31.737, 2ª Turma, Rel. Min.
Aliomar Baleeiro, DOU 12-10-1966 (que afastou a incidência do ICMS-Mercadoria sobre
energia elétrica); e RE n. 176.626, 1ª Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DOU 11-12-
2008 (que tratou da não incidência do ICMS-Mercadoria sobre contratos de licença de uso
de softwares).
278 Em sentido diverso ao adotado pela doutrina e jurisprudência tradicionais, vale destacar o
entendimento de Marco Aurélio Greco, para quem as mercadorias são bens corpóreos,
incorpóreos ou não corporificados. (In: GRECO, Marco Aurélio. Internet e direito. 1. ed.
São Paulo: Dialética, 2000. p. 82-84). Além disso, no julgamento da ADIN n. 1.945, sob a
relatoria do Min. Gilmar Mendes e cujo acórdão foi publicado em 14-3-2011, o Plenário
do STF admitiu que o conceito de mercadoria não deve ser definido como bem corpóreo
em sentido estrito, sob o argumento de que o “Tribunal não pode se furtar a abarcar
situações novas, consequências concretas do mundo real, com base em premissas jurídicas
que não são mais totalmente corretas. O apego a tais diretrizes jurídicas acaba por
enfraquecer o texto constitucional, pois não permite que a abertura dos dispositivos da
1824
Constituição possa se adaptar aos novos tempos, antes imprevisíveis”.
279 Nesse sentido, os seguintes julgados: RE n. 540.829, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 18-11-
2014; e RE n. 461.968, Rel. Min. Eros Grau, DJe 23-8-2007. Em ambas as decisões, o
Plenário do STF afastou a incidência do ICMS-Mercadoria sobre operações de
arrendamento mercantil (leasing), sob o fundamento de que tais operações não importam a
transferência de titularidade do bem arrendado.
280 GRECO, Marco Aurélio. Internet e Direito, op. cit., p. 122.
281 STF, RE n. 912.888, Plenário, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe 10-5-2017.
282 A nosso ver, as Aplicações OTT de conteúdo audiovisual não se caracterizam como
serviços de valor adicionado (ou SVA). De fato, essas Aplicações OTT destinam-se à
oferta ao usuário final de conteúdo audiovisual, que constitui uma utilidade autônoma e
diversa dos serviços de telecomunicações que dão suporte para a conexão à internet. Desse
modo, por não agregar uma nova funcionalidade a esses serviços de telecomunicações,
mas por permitir a oferta de uma utilidade completamente distinta (vídeos e músicas), as
Aplicações OTT de conteúdo audiovisual não devem ser consideradas SVA.
283 ÁVILA, Humberto Bergmann. Teoria da Igualdade Tributária, op. cit., p. 88.
284 Nesse sentido: GRUPENMACHER, Betina Treiger. Incidência do ICMS sobre
Streaming é Inconstitucional. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2016-dez-
20/betina-grupenmacher-iss-streaming-inconstitucional>. Acesso em: 15 dez. 2017.
285 MACEDO, Alberto. LC 157/2016 Efetiva Aprimoramentos nas Normas Gerais do ISS.
Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-jan-18/alberto-macedo-lc-1572016-
efetiva-aprimoramentos-normas-iss>. Acesso em: 15 dez. 2017.
286 STJ, REsp n. 1.111.234, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe 8-10-2009.
287 Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/disponibilizar>. Acesso em: 15 dez.
2017.
288 Não é objeto do presente trabalho a análise da tributação incidente sobre as atividades de
veiculação de propaganda e publicidade nos aplicativos de comunicação. Frise-se, nesse
sentido, que o foco do presente estudo é a tributação aplicável às atividades de envio de
mensagens instantâneas e de realização de chamadas pela internet, admitindo-se, por
hipótese, a possibilidade de prestação onerosa desses serviços.
289 Embora não seja objeto do presente artigo, a nosso ver, os serviços de VoIP que
permitem a realização de chamadas a telefone fixos e móveis convencionais devem ser
enquadrados como espécie de serviço de comunicação, sujeitando-se à tributação do
ICMS-Comunicação, na medida em que provedor oferta todo o ambiente de comunicação
aos usuários.
290 STJ, REsp 658.626/MG, 1ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJe 22-9-2008.
291 Mestre e Doutora em Direito Tributário pela PUC-SP. Professora nos cursos em Direito
Tributário da PUC-SP, do IBET e do IBDT. Advogada em São Paulo.
292 Arts. 49 e s. da Lei Brasileira dos Direitos do Autor.
293 Arts. 9º, 10 e 11 da Lei de Software.
294 Cf. Tradução livre (IDEALWARE. Comparing Microsoft Office 2013 with Office 365.
Minneapolis, MN, US: Idealware, Nov. 2013. Disponível em:
1825
http://www.idealware.org/articles/comparing-microsoft-office-office-365. Acesso em: 15
dez. 2017).
295 Cf. Tradução livre (IDEALWARE. Comparing Microsoft Office 2013 with Office 365.
Minneapolis, MN, US: Idealware, Nov. 2013. Disponível em:
http://www.idealware.org/articles/comparing-microsoft-office-office-365. Acesso em: 15
dez. 2017).
296 MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do Fato Jurídico: plano da existência. São Paulo:
Saraiva, 1999. p. 190-191.
297 Idem.
298 MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Tratado de Direito Privado: Parte Geral.
Tomo III. São Paulo: Bookseller, 2001. p. 173-174.
299 MIRANDA, op. cit., p. 176-177.
300 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Atualizado por Caitlin
Mulholland. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 68.
301 MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Tratado de Direito Privado: Parte Geral.
Tomo III. São Paulo: Bookseller, 2001. p. 181.
302 TRABUCCHI, Alberto apud GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro:
contratos e atos unilaterais. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. v. 3, p. 116.
303 Cf. dispositivos que regulam o contrato de prestação de serviços de forma genérica e
também figuras contratuais típicas e nominadas de prestação de serviço, a saber arts. 593 e
s., 623, 703, 717, 722, 738.
304 Trata-se de inferência jurídica que se aplica integralmente às prescrições do antigo
Código Civil de 1916, em vigor quando da promulgação da Constituição de 1988,
identificando-se também nos seus dispositivos a compreensão de serviços como o
fazimento por alguém de uma obra intelectual ou material em benefício de outra pessoa. É
o que se verifica, por exemplo, nos seguintes enunciados do Código revogado: art. 178, §
6º, X (serviços médicos e farmacêuticos); art. 390 (serviços de magistério); art. 414, VII
(serviços militares); arts. 1.216 e s. (locação de serviços em geral); art. 1.330 (serviços
advocatícios); art. 1.566, IV e V (serviços de edificação e serviços agrícolas de cultura e
colheita); e art. 1.569 (serviços domésticos).
305 STF, Recurso Extraordinário n. 116.121, Rel. Min. Octavio Gallotti, Rel. p/ o Acórdão
Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, j. 11-10-2000, DJ 25-5-2001.
306 Art. 565, CC/2002.
307 Súmula Vinculante 31/2010: “É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços
de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis”.
308 BARRETO, Aires Fernandino. ISS na Constituição e na Lei. 3. ed. São Paulo: Dialética:
2009, p. 142.
309 TJ-RJ, Apelação n. 0039698-98.2006.8.19.0001, 11ª Câmara Cível, Rel. Claudio de
Mello Tavares, j. 17-3-2008, DJ 27-3-2008.
310 Vide REsp n. 814.075 que determina a incidência do ISS sobre a atividade de
desenvolvimento de software (STJ, 1ª Turma, REsp n. 814.075, Rel. Min. Luiz Fux, 12-2-
2008, DJe 2-3-2008). Importa também anotar que a incidência do ISS sobre licenciamento
1826
de uso de programas de computador personalizados é matéria submetida à repercussão
geral no RE n. 688.223 (STF, RE n. 688.223, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux, j. 20-9-
2012, DJe 4-10-2008).
311 STJ, 1ª Turma, REsp n. 888.852/ES, Rel. Min. Luiz Fux, j. 4-11-2008, DJe 1º-12-2008.
312 TJ-SP, 15ª Câmara de Direito Público, Apelação n. 90213481420068260000/SP, Rel.
Silva Russo, 22-10-2009.
313 STJ, 1ª Turma, Recurso Especial n. 1.044.239/MG, Rel. Min. Luiz Fux, j. 6-11-2008,
DJe 1º-10-2008.
314 Pós-graduada em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Graduada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Advogada em São
Paulo.
315 Mestre em Direito Tributário Internacional pela University of Florida. Pós-graduada em
Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas. Graduada em Direito pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Advogada em São Paulo.
316 Em linhas gerais, as nuvens podem ser entendidas como ambientes que possuem recursos
acessados virtualmente por meio de hardware conectado à rede mundial de computadores
– a internet. A nuvem permite o acesso dos usuários a arquivos e software que são
utilizados nesse ambiente virtual sem necessidade de que seja feito necessariamente o
download dos arquivos no hardware do usuário.
317 De acordo com balizamento já realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por
ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário n. 176.626-3/SP em 10 de novembro de
1998, o software também pode assumir três feições: programas standard, programas “por
encomenda” ou programas “customizados”.
Sucintamente, podemos conceituar os programas standard, também conhecidos como
software de prateleira, como aqueles passíveis de distribuição em massa, que consistem
em “pacotes de programas bem definidos, estáveis, concebidos para serem dirigidos a uma
pluralidade de utilizadores – e não a um utilizador em particular –, com vista a uma
mesma aplicação ou função”.
Diferentemente, os programas “por encomenda” compreendem aqueles desenvolvidos “a
partir do zero para atender às necessidades específicas de determinado usuário”.
Já os programas adaptados ao cliente constituem uma forma híbrida entre os programas
standard e os programas “por encomenda”, pois se baseiam em programas standard que
são modificados para se adequarem às necessidades de um cliente particular.
318 Acerca da matéria, é importante apontar que o STF, quando do julgamento do RE
651.703, afetado pelo rito da repercussão geral, veio imprimir uma releitura do artigo 110
do CTN frente à Constituição Federal.
319 “Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos
Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços
constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante
do prestador. (...) Lista de serviços anexa à Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de
2003.
1 – Serviços de informática e congêneres. (...)
1.04 – Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos.
1827
1.05 – Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação.”
320 A despeito da rigidez de nossos argumentos aqui esposados, no sentido de que o
licenciamento de software não se confunde com prestação de serviços, pela ausência de
“obrigação de fazer”, não podemos deixar de apontar que esse argumento foi superado
pelo STF em recente decisão de 26-9-2016.
Nessa oportunidade, o STF alargou o conceito de serviços (RE 651.703/PR), em decisão que
entendeu pela incidência do ISS sobre atividades exercidas por operadoras de planos
privados de assistência à saúde (plano de saúde e seguro-saúde), sob o rito da repercussão
geral. Por esse novo entendimento, a interpretação da expressão “serviços de qualquer
natureza” no texto constitucional tem um sentido mais amplo do que tão somente
vinculado ao conceito de “obrigação de fazer”. Por essa decisão, “[o] conceito de
prestação de serviços não tem por premissa a configuração dada pelo Direito Civil, mas
relacionado ao oferecimento de uma utilidade para outrem, a partir de um conjunto de
atividades imateriais, prestados com habitualidade e intuito de lucro, podendo estar
conjugada ou não com a entrega de bens ao tomador”.
Por essa nova acepção, seria possível sustentar que o licenciamento de software, conquanto
representante de “utilidade para outrem, a partir de um conjunto de atividades imateriais,
prestados com habitualidade e intuito de lucro”, deve ser qualificado como serviço.
De toda forma, isso não necessariamente significa que essa seja a conclusão final. Isso
porque, o STF reconheceu a repercussão geral da matéria aqui tratada e, portanto,
analisará, definitivamente, a incidência do ISS sobre os contratos de licenciamento ou
cessão de direito de uso de software desenvolvido de forma personalizada. Trata-se do
Recurso Extraordinário n. 688.223, interposto em face de decisão desfavorável do
Tribunal de Justiça do Paraná.
Nesse caso, os argumentos utilizados pela empresa licenciadora de software foram no sentido
de que suas operações não estariam sujeitas à tributação pelo ISS porque o contrato
envolvendo software não teria natureza de prestação de um serviço – o mesmo argumento
acima exposto.
321 Expressões trazidas da Lei do Software.
322 Ainda que não objeto da presente análise, é importante lembrar que a Receita Federal do
Brasil (RFB) já se pronunciou algumas vezes no sentido de que a gravação de software em
disco rígido é operação de industrialização na modalidade beneficiamento, mas que o
software, em si, não é resultado de uma produção industrial, como na Solução de Consulta
Diana SRRF09 n. 78/2013: “GRAVAÇÃO DE SOFTWARE EM MÍDIA. INCIDÊNCIA
DE IPI. CONFECÇÃO DE SOFTWARE E TRANSFERÊNCIA ELETRÔNICA. NÃO
INCIDÊNCIA DO IPI. NÃO CABIMENTO DE CÓDIGO NCM PARA SOFTWARE. A
gravação de software em mídia é operação de industrialização, sujeita à incidência do IPI.
A confecção de software bem como sua transferência por meio eletrônico não são
operações de industrialização, o que implica a não incidência do IPI. O software não é
mercadoria, não sendo cabível sua classificação em código NCM nem a exigência desse
código para fim de emissão de nota fiscal eletrônica. Dispositivos Legais: Lei n. 5.172, de
1966 (CTN), art. 46, parágrafo único; Lei n. 4.502, de 1964, arts. 1º a 4º; Decreto-lei n. 34,
de 1966, art. 1º; Lei n. 10.451, de 2002, art. 6º; Decreto n. 7.212, de 2010 (Ripi/2010),
arts. 2º a 4º, 8º a 10 e 35”.
1828
323 O próprio órgão de propriedade intelectual brasileiro (INPI), ao estabelecer os
procedimentos para o exame de pedidos de patentes envolvendo invenções implementadas
por programas de computador, reconhece a figura do “software embarcado” como “aquele
executado em um microprocessador, microcontrolador ou ASIC (processador dedicado,
tais como co-processadores aritméticos e os chipsets de vídeo), o qual é completamente
dedicado ao dispositivo ou sistema que ele controla”.
324 Novamente, lembramos que a concepção de obrigação de dar e de fazer para fins de
delimitação de competência tributária sofreu expressivas alterações em função do RE
651703 do STF, que apregoou que “(...) ainda que a contraposição entre obrigações de dar
e de fazer, para fins de dirimir o conflito de competência entre o ISS e o ICMS, seja
utilizada no âmbito do Direito Tributário (...) novos critérios de interpretação têm
progressivamente ampliado o seu espaço, permitindo uma releitura do papel conferido aos
supracitados dispositivos”.
325 Lembramos, aqui, que ainda que não concordemos com a incidência do ISS no
licenciamento, já que essa hipótese não se reveste das condições para qualificação de um
serviço (obrigação de fazer), fato é que a completa não incidência da operação não pode
ser entendida como tendência jurisprudencial. Mais que isso, tendo em vista o RE 651703
do STF, aqui comentado em várias passagens, quer nos parecer que há grandes chances de
que o ISS prevaleça, conforme racional abaixo:
“20. A classificação (obrigação de dar e obrigação de fazer) escapa à ratio que o legislador
constitucional pretendeu alcançar, ao elencar os serviços no texto constitucional
tributáveis pelos impostos (v.g., serviços de comunicação – tributáveis pelo ICMS, art.
155, II, CRFB/88; serviços financeiros e securitários – tributáveis pelo IOF, art. 153, V,
CRFB/88; e, residualmente, os demais serviços de qualquer natureza – tributáveis pelo
ISSQN, art. 156, III, CRFB/88), qual seja, a de captar todas as atividades empresariais
cujos produtos fossem serviços sujeitos a remuneração no mercado. 21. Sob este ângulo, o
conceito de prestação de serviços não tem por premissa a configuração dada pelo Direito
Civil, mas relacionado ao oferecimento de uma utilidade para outrem, a partir de um
conjunto de atividades materiais ou imateriais, prestadas com habitualidade e intuito de
lucro, podendo estar conjugada ou não com a entrega de bens ao tomador”.
326 “Art. 1º Na operação realizada com programa para computador (‘software’),
personalizado ou não, o ICMS será calculado sobre uma base de cálculo que
corresponderá ao dobro do valor de mercado do seu suporte informático.
Parágrafo único. O disposto no ‘caput’ não se aplica aos jogos eletrônicos de vídeo
(‘videogames’), ainda que educativos, independentemente da natureza do seu suporte
físico e do equipamento no qual sejam empregados.
Art. 2º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos para fatos
geradores que ocorrerem a partir de 1º de fevereiro de 2007.”
327 Em primeira instância, o AIIM foi mantido pela Quarta Câmara do TIT, que acompanhou
o voto do juiz relator Gianpaulo Camilo Dringoli, que entendeu que o software analisado
comporia o preço do equipamento.
328 Nesse sentido, destacamos alguns trechos da referida Resposta à Consulta: “(...) 5.1
Frise-se, preliminarmente, que a mercadoria ora comercializada, trata-se de um produto
único (hardware, ou ‘pen-drive’, com software instalado), motivo pelo qual não é
1829
aplicável a esta operação a base de cálculo diferenciada prevista para ‘programa para
computador – software’, nos termos do artigo 1º do Decreto Estadual n. 51.619/2017, visto
que não se trata, no caso, de comercialização de ‘software’”.
329 “1.05 – Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação.”
330 Doutorando e Mestre em Direito Tributário pela Faculdade de Direito da Universidade de
São Paulo, onde também fez Graduação em Direito. Advogado em São Paulo. Advogado
em São Paulo.
331 OEI, Shu-Yi; RING, Diane M. Can Sharing Be Taxed?, Washington University Law
Review, v. 93, issue 4, p. 989-1069, 2016 (997).
332 ZERVAS, Georgios; PROSERPIO, Davide; BYERS, John. The Rise of the Sharing
Economy: Estimating the Impact of Airbnb on the Hotel Industry (Nov 18, 2016). Boston
U. School of Management Research Paper No. 2013-16. Disponível em SSRN:
<https://ssrn.com/abstract=2366898.5>. Acesso em: 15 dez. 2017.
333 Veja, por exemplo, Getaround, <https://www.getaround.com>. Acesso em: 15 dez. 2017.
334 Veja, por exemplo, DogVacay, <https://dogvacay.com>. Acesso em: 15 dez. 2017.
335 Veja Uber, <https://uber.com>. Acesso em: 15 dez. 2017.
336 O presente artigo tem como objeto questões tributárias, deixando de lado outras áreas do
Direito. No entanto, para registro, um trabalho interessante sobre o tema do ponto de
outros ramos do Direito pode ser encontrado em: TAVOLARI, Bianca. Airbnb e os
impasses regulatórios para o compartilhamento de moradia: notas para uma agenda de
pesquisa em Direito. In: ZANATTA, Rafael A.; DE PAULA, Pedro C. B.; KIRA, Beatriz
(Coords.). Economia de Compartilhamento e Direito. Curitiba: Juruá, 2017. p. 259-278.
337 GUTTENTAG, Daniel. “Airbnb: disruptive innovation and the rise of an informal
tourism accommodation sector”. Current Issues in Tourism. Volume 18, No 12, 1192-
1271. Dezembro de 2017. Disponível em:
<http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13683500.2013.827159>. Acesso em: 15
dez. 2017.
338 GRUPO DE PESQUISA. Tributação na era digital: Renda × Consumo. São Paulo:
NEF/FGV, outubro de 2017. Disponível em: <https://www.jota.info/artigos/tributacao-na-
era-digital-renda-x-consumo-20102017>. Acesso em: 15 dez. 2017.
339 RANCHORDAS, Sofia. Does Sharing Mean Caring Regulating Innovation in the
Sharing Economy?, 16 Minn. J.L. Sci. & Tech. 414 (2015). Disponível em:
<http://scholarship.law.umn.edu/mjlst/vol16/iss1/9>. Acesso em: 15 dez. 2017.
340 OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. Addressing the Tax Challenges of
the Digital Economy, Action 1. OECD Publishing, p. 12.
341 SANTOS, Ramon Tomazela; ROCHA, Sergio André. Tax Sovereignty and Digital
Economy in Pos-BESP Times. In: ROCHA, Sergio André; CHRISTIANS, Allison. Tax
Sovereignty in the BEPS Era. Series on International Taxation, Volume 60. Amsterdam:
Kluwer Law International, 2017. p. 38.
342 BRAUNER, Yariv; BAEZ, Andrés. Withholding taxes in the service of BEPS action 1:
address the tax challenges of the digital economy. WU International Taxation Research
Papers Series, No. 2015-14. Vienne: Wirtchafts Universitat, 2015. p. 4.
1830
343 OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. Addressing the Tax Challenges of
the Digital Economy, Action 1. OECD Publishing, p. 99.
344 Airbnb: “(...) é um mercado on-line que permite aos usuários cadastrados (“Membros”), e
terceiros determinados, que oferecem serviços (Membros e terceiros que oferecem
serviços são chamados de “Anfitriões” e os serviços que eles prestam são “Serviços de
Anfitrião”) anunciar esses Serviços de Anfitrião na Plataforma Airbnb (“Acomodações”) e
comunicar-se e fazer transações diretas com membros que estejam buscando reservas
como Serviços de Anfitrião (os Membros que utilizam os Serviços de Anfitrião são
chamados de “Hóspedes”)”. Disponível em: <https://www.airbnb.com.br/terms>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
Housetrip: “(...) é um local que permite aos Proprietários anunciar um ou mais
estabelecimentos disponíveis para locação (separadamente, “Estabelecimento” e “Perfil de
estabelecimento”) para potenciais viajantes (separadamente, “Viajante”)”. Disponível em:
<https://rentals.tripadvisor.com/pt/termsandconditions/owner>. Acesso em: 15 dez. 2017.
Homeaway: [é] “uma página de anúncios classificados na Internet”, que “funciona como um
local que permite que os proprietários e administradores de imóveis que anunciam em
nosso site (denominados como «membro») ofereçam o aluguel de um imóvel específico,
com variantes de preços para potenciais hóspedes ou locatários (denominados como
«viajante»)”. Disponível em: <https://www.aluguetemporada.com.br/info/quem-
somos/informacao-legal/termos-condicoes>. Acesso em: 15 dez. 2017.
Wimdu: é um mercado online onde usuários podem oferecer e alugar apartamentos, casas,
quartos e outros tipos de acomodações (“acomodações”). Disponível em:
<https://www.wimdu.com.br/terms>. Acesso em: 15 dez. 2017.
345 TAVOLARI, Bianca. Airbnb e os impasses regulatórios para o compartilhamento de
moradia: notas para uma agenda de pesquisa em Direito. In: ZANATTA, Rafael A.; DE
PAULA, Pedro C. B.; KIRA, Beatriz (Coords.). Economia de Compartilhamento e
Direito. Curitiba: Juruá, 2017. p. 260.
346 Confira-se a descrição da atividade dada por Diane Ring e Shu-Yi Oei, em estudo
específico sobre o tema. OEI, Shu-Yi; RING, Diane M. Can Sharing Be Taxed?,
Washington University Law Review, Volume 93, issue 4, p. 989-1069, 2016 (1005-1006).
347 Nesse ponto, para ilustrar, destacam-se os termos utilizados no site Airbnb: “[c]omo o
fornecedor da Plataforma Airbnb, a Airbnb não é proprietária, não cria, vende, revende,
fornece, controla, gerencia, oferece, entrega ou abastece qualquer Acomodação ou
Serviços de Anfitrião. Os Anfitriões são os únicos responsáveis por suas Acomodações e
Serviços de Anfitrião. Quando os membros fazem ou aceitam uma reserva, eles celebram
um contrato diretamente um com o outro. A Airbnb não é e não se torna parte ou outro
participante de qualquer relacionamento contratual entre os Membros, tampouco a Airbnb
é uma corretora de imóveis ou seguradora. A Airbnb não atua como um agente em
qualquer capacidade para um Membro, exceto conforme especificado nos Termos de
Pagamento”. Disponível em: <https://www.airbnb.com.br/terms>. Acesso em: 15 dez.
2017.
348 Código Civil: “Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra,
por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa
retribuição”.
1831
349 Faz-se referência a contratos principais, pois existem outros contratos acessórios, tais
como (i) o contrato entre a plataforma e a empresa de cartão de crédito; (ii) o contrato
entre a plataforma e a empresa de meio de pagamento online; (iii) o eventual contrato
entre o proprietário do imóvel e o agente administrador do imóvel; (iv) o contrato entre a
plataforma e os seus fornecedores de serviços de marketing etc.
350 Veja: <https://aws.amazon.com/pt/solutions/case-studies/airbnb/>. Acesso em: 15 dez.
2017. Destaca-se o seguinte trecho: “Airbnb is a community marketplace that allows
property owners and travelers to connect with each other for the purpose of renting unique
vacation spaces around the world”.
351 A definição precisa dos elementos que compõe o marketplace online demanda uma
avaliação técnica que transcende o escopo do presente artigo. A título meramente
ilustrativo, destaca-se que a OCDE discrimina em três partes que integram o cloud
computing (que é o ambiente digital no qual tal marketplace é desenvolvido), vale dizer,
Infrastructure as a Service (IaaS), Platform as a Service (PaaS) e Software as a Service
(SaaS). OECD (2014), “Cloud Computing: The Concept, Impacts and the Role of
Government Policy”, OECD Digital Economy Papers, No. 240, OECD Publishing, Paris.
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/5jxzf4lcc7f5-en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
352 A respeito do conceito de intermediação para fins da tributação pelo ISS, cabe recordar
as lições de Bernardo Ribeiro de Moraes: “Intermediação é palavra indicativa do modo de
operar da pessoa. Intermediário é quem exerce a aproximação entre duas ou mais pessoas
que desejam negociar. É também conhecida como corretagem, contrato pelo qual uma
pessoa se obriga, mediante remuneração, a aproximar as partes para a conclusão de um
negócio”. MORAES. Bernardo Ribeiro de. Doutrina e Prática do Imposto sobre Serviços.
1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1975. p. 306-307.
353 DE SANTI, Eurico Marcos Diniz; PEROBA, Luiz Roberto; NETO, João Alho.
Tributação na era digital:Autorregulação: uma possibilidade?. Disponível em:
<https://jota.info/artigos/tributacao-na-era-digital-25082017>. Acesso em: 15 dez. 2017.
354 VATARI, Luis Claudio Yukio. Conflito de Competência ICMS e ISSQN: novos serviços
da era digital. Dissertação de Mestrado. Fundação Getúlio Vargas – FGV. São Paulo,
2016.
355 BOTTALLO, Eduardo D.; TURCZYN, Sidnei. O regime jurídico dos serviços de
hospedagem de sites (hosting) na Internet, Revista Dialética de Direito Tributário, São
Paulo, Dialética, n. 98, p. 35-43, 2003.
356 CONFOLONIERI, Renato Nunes. Incidência do ISS sobre serviços de intermediação de
negócios, quando o fornecedor estiver localizado no exterior, e o local de recolhimento do
tributo, Revista Dialética de Direito Tributário, São Paulo, Dialética, n. 87, 2002, p. 104-
109.
357 “Art. 4º Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a
atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade
econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de
sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato
ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.”
358 COSTA, Simone Rodrigues Duarte. A não tributação dos serviços prestados no exterior –
a inconstitucionalidade da Lei Complementar n. 116/06. In: TÔRRES, Heleno Taveira
1832
(Coord.). Direito Tributário Internacional Aplicado. São Paulo: Quartier Latin, 2004. v.
II, p. 606.
359 BRIGAGÃO, Gustavo. ISS não incide sobre exportação de serviços. Portal Consultor
Jurídico, 31 de julho de 2013. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2013-jul-
31/consultor-tributario-iss-nao-incide-exportacao-servicos>. Acesso em: 15 dez. 2017.
360 TÔRRES, Heleno Taveira. Princípio da Territorialidade e Tributação de Não Residente
no Brasil. Prestações de Serviços no Exterior. Fonte de Produção e Fonte de Pagamento.
In: TÔRRES, Heleno Taveira (Coord.). Direito Tributário Internacional Aplicado. São
Paulo: Quartier Latin, 2003. v. I, p. 77.
361 Cabe ressalvar que os registros regulatórios e legais do domínio dos websites podem
estar vinculados a determinado país ou submetido, juridicamente, a determinada
jurisdição. No entanto, a atividade em si desenvolvida na internet não guarda relação com
um local físico.
362 SCHOUERI, Luís Eduardo. ISS sobre a Importação de Serviços do Exterior, Revista
Dialética de Direito Tributário n. 100, São Paulo, Dialética, janeiro de 2004, p. 44-47.
363 VETORI, Gustavo. Contribuição ao estudo sobre as influências recíprocas entre a
tributação da renda e o comércio internacional. Tese de doutorado sob a orientação do
Professor Luís Eduardo Schoueri. São Paulo: Faculdade de Direito da Universidade de
São Paulo, 2011. p. 144.
364 ROCHA, Sergio André. Considerações acerca da Incidência do ISS sobre Serviços
Prestados no Exterior, Revista Dialética de Direito Tributário n. 104, São Paulo,
Dialética, maio de 2004, p. 95.
365 COSTA, Simone Rodrigues Duarte. A não tributação dos serviços prestados no exterior –
a inconstitucionalidade da Lei Complementar n. 116/06. In: TÔRRES, Heleno Taveira
(Coord.). Direito Tributário Internacional Aplicado. São Paulo: Quartier Latin, 2004. v.
II, p. 623.
366 SCHOUERI, Luis Eduardo. ISS sobre a Importação de Serviços do Exterior, Revista
Dialética de Direito Tributário n. 100, São Paulo, Dialética, janeiro de 2004, p. 45.
367 VETORI, Gustavo Gonçalves. Contribuição ao estudo sobre as influências recíprocas
entre a tributação da renda e o comércio internacional. Tese de Doutorado sob a
orientação do Prof. Luís Eduardo Schoueri. Universidade de São Paulo, 2011, p. 139-145.
368 VETORI, Gustavo Gonçalves, op. cit., p. 139.
369 DERZI, Misabel. O aspecto espacial do imposto municipal sobre serviços de qualquer
natureza, ISS na Lei Complementar n. 116/03 e na Constituição. Barueri: Manole, 2004.
p. 67-68.
370 Para Roque Antonio Carrazza, o “resultado” do serviço se confunde com a utilidade que
ele proporciona para o respectivo tomador (CARRAZZA, Roque Antonio. ISS – Serviços
de Reparação de Turbinas de Aeronaves, para Destinatários no Exterior – não incidência –
exegese do art. 2º, I e seu parágrafo único, da Lei Complementar n. 116/03. In: TÔRRES,
Heleno Taveira. Direito Tributário Internacional. São Paulo: Quartier Latin, 2007, p. 529-
530). No mesmo sentido, o saudoso Alberto Xavier afirmava que o local do “resultado” se
refere àquele “onde se verifica o respectivo consumo ou a utilização do bem imaterial em
que o serviço se traduz” e que “tal local é precisamente o local onde é satisfeita a
1833
necessidade que levou o tomador do serviço a proceder à respectiva contratação”
(XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2015. p. 235-236).
371 OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. Addressing the Tax Challenges of
the Digital Economy, Action 1. OECD Publishing, p. 13.
372 SANTOS, Ramon Tomazela; ROCHA, Sergio André.Tax Sovereignty and Digital
Economy in Pos-BESP Times. In: ROCHA, Sergio André; CHRISTIANS, Allison. Tax
Sovereignty in the BEPS Era. Series on International Taxation, Volume 60. Amsterdam:
Kluwer Law International, 2017. p. 39.
373 GOEL, Shilpa, Should we supplement physical PE with a virtual PE to tax digital
services?, Kluwer International Tax Blog, October 24 2017. Disponível em:
<http://kluwertaxblog.com/2017/10/24/15735>. Acesso em: 15 dez. 2017).
374 BLUM, Daniel W. Permanent Establishment and Action 1 on the Digital Economy of
OECD Base Erosion and Profit Iniciatiave – The Nexus Criterion Redefined?, Bulletin for
International Taxation, Volume 69, No 6/7, sec. 3. Amsterdam: IBFD, 2015.
375 BAL, Aleksandra; GUTIÉRREZ, Carlos. Taxation of the Digital Economy. International
Tax Structures in the BEPS Era: an Analysis of Anti-Abuse Measures. Amsterdam: IBFD,
p. 249-280, 2015.
376 OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. Addressing the Tax Challenges of
the Digital Economy, Action 1. OECD Publishing, p. 105 e 245.
377 PISTONE, Pasquale; HONGLER, Peter. Blueprints for a New PE Nexus to Tax Business
Income in the Era of the Digital Economy.Working Paper, n. 20, IBFD, 2015. p. 3.
Disponível em:
<https://www.ibfd.org/sites/ibfd.org/files/content/pdf/Redefining_the_PE_concept-
whitepaper.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017: “If an enterprise resident in one Contracting
State provides access to (or offers) an electronic application, database, online market
place or storage room or offers advertising services on a website or in an electronic
application used by more than 1,000 individual users per month domiciled in the other
Contracting State, such enterprise shall be deemed to have a permanent establishment in
the other Contracting State if the total amount of revenue of the enterprise due to the
aforementioned services in the other Contracting State exceeds XXX (EUR, USD, GBP,
CNY, CHF, etc.) per annum”.
378 YARIV, Brauner. BEPS: An Interim Evalution. World Tax Journal.Volume 6, Nº 1.
Amsterdam: IBFD, 2014, p. 16-17.
379 SANTOS, Ramon Tomazela; ROCHA, Sergio André. Tax Sovereignty and Digital
Economy in Pos-BESP Times. In: ROCHA, Sergio André; CHRISTIANS, Allison. Tax
Sovereignty in the BEPS Era. Series on International Taxation, Volume 60. Amsterdam:
Kluwer Law International, 2017. p. 40.
380 OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. Addressing the Tax Challenges of
the Digital Economy, Action 1. OECD Publishing, p. 13.
381 BRAUNER, Yariv; BAEZ, Andrés. Withholding taxes in the service of BEPS action 1:
address the tax challenges of the digital economy. WU International Taxation Research
Papers Series, No. 2015-14. Vienne: Wirtchafts Universitat, 2015. p. 2. Disponível em:
1834
<https://www.ibfd.org/sites/ibfd.org/files/content/
WithholdingTaxesintheServiceofBEPSAction1-whitepaper.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
382 SANTOS, Ramon Tomazela; ROCHA, Sergio André. Tax Sovereignty and Digital
Economy in Pos-BESP Times. In: ROCHA, Sergio André; CHRISTIANS, Allison. Tax
Sovereignty in the BEPS Era. Series on International Taxation, Volume 60. Amsterdam:
Kluwer Law International, 2017. p. 40-42.
383 OWENS, Jeffrey, The Role of Tax Administrations in the Current Political Climate,
Bulletin for International Taxation, v. 67, n. 3. IBFD, Amsterdam, 2013, p. 158.
384 ROCH, Maria Teresa Soler. Tax administration versus taxpayer – a new deal?, World
Tax Journal, Amsterdã, IBFD, setembro de 2002, p. 24.
385 Cabe ressaltar que, recentemente, o Brasil se utilizou do conceito de estabelecimento
permanente para fins da regulação da Declaração País a País, por meio da Instrução
Normativa RFB n. 1.681, de 28 de dezembro de 2016 (ver art. 2º, IV), que consubstancia a
adoção das recomendações da Ação 13 do BEPS no Brasil.
386 LLM em International Tax Law pela Universidade de Leiden – Holanda. Advogado em
São Paulo.
387 Advogado em São Paulo.
388 THE ECONOMIST. Fuel of the future: Data is giving rise to a new economy. Disponível
em: <https://www.economist.com/news/briefing/21721634-how-it-shaping-up-data-
giving-rise-new-economy>. Acesso em: 15 dez. 2017.
389 The Economist. The World’s most valuable resource is no longer oil, but data. Disponível
em: <https://www.economist.com/news/leaders/21721656-data-economy-demands-new-
approach-antitrust-rules-worlds-most-valuable-resource>. Acesso em: 15 dez. 2017.
390 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. São Paulo: Saraiva. 5. ed. p. 740-742.
391 The Boston Consulting Group. Outlook: Seven Ways to Profit from Big Data as a
Business. Disponível em: <https://www.bcg.com/publications/2014/technology-digital-
seven-ways-profit-big-data-business.aspx>. Acesso em: 15 dez. 2017.
392 AgRg no AREsp 32.547/PR, Rel. Min. Humberto Martins, 2ª Turma, j. 20-10-2011.
393 “1.05 – Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação.”
394 “1.03 – Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens,
vídeos, páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e
congêneres.”
395 “17.01 – Assessoria ou consultoria de qualquer natureza, não contida em outros itens
desta lista; análise, exame, pesquisa, coleta, compilação e fornecimento de dados e
informações de qualquer natureza, inclusive cadastro e similares.”
396 Apelação n. 0068922-52.2004.8.19.0001, Rel. Des. Maria Henriqueta do Amaral
Fonseca Lobo, 7ª Câmara Cível, j. 3-8-2011.
397 Em relação ao Item 1.03 da lista, a sociedade contratada não processa, não armazena e
não hospeda dados de seus clientes, mas sim dados obtidos pela própria contratada e
utilizados em suas atividades regulares. Em relação ao Item 17.01, a sociedade contratada
não analisa, examina, pesquisa, coleta, compila ou fornece dados e informações
1835
especificamente solicitadas por um ou outro cliente específico.
398 CARPINETTI, Ana Carolina; CAUMO, Renato. O ISS e as obrigações de dar e de fazer
– Uma análise à luz dos precedentes do STF. JOTA <https://jota.info/artigos/o-iss-e-as-
obrigacoes-de-dar-e-de-fazer-13062017>. Acesso em: 15 dez. 2017.
399 RE 592.905-SC, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, j. 2-12-2009 sob repercussão
geral.
400 “A lei complementar a que se refere o artigo 156, III, da CRFB/88, ao definir os serviços
de qualquer natureza a serem tributados pelo ISS a) arrola serviços por natureza; b) inclui
serviços que, não exprimindo a natureza de outro tipo de atividade, passam à categoria de
serviços, para fim de incidência do tributo, por força de lei, visto que, se assim não
considerados, restariam incólumes a qualquer tributo; e c) em caso de operações mistas,
afirma a prevalência do serviço, para fim de tributação pelo ISS. (...) A classificação
(obrigação de dar e obrigação de fazer) escapa à ratio que o legislador constitucional
pretendeu alcançar, ao elencar os serviços no texto constitucional tributáveis pelos
impostos (v.g., serviços de comunicação – tributáveis pelo ICMS, artigo 155, II, CRFB/88;
serviços financeiros e securitários – tributáveis pelo IOF, artigo 153, V, CRFB/88; e,
residualmente, os demais serviços de qualquer natureza – tributáveis pelo ISSQN, artigo
156. III, CRFB/88), qual seja, a de captar todas as atividades empresariais cujos produtos
fossem serviços sujeitos a remuneração no mercado. Sob este ângulo, o conceito de
prestação de serviços não tem por premissa a configuração dada pelo Direito Civil, mas
relacionado ao oferecimento de uma utilidade para outrem, a partir de um conjunto de
atividades materiais ou imateriais, prestadas com habitualidade e intuito de lucro, podendo
estar conjugada ou não com a entrega de bens ao tomador.”
401 Recurso Extraordinário n. 158.834, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, j. 23-
10-2002.
402 Recurso Extraordinário n. 176.626, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, j. 10-11-
1998.
403 O Facebook atingiu a marca de dois bilhões de usuários em 2017.
404 Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37898626>. Acesso em:
15 dez. 2017.
405 A título de exemplo, merece destaque o Parecer Normativo n. 1, de 9-3-2016, por meio
do qual o Município de São Paulo manifestou o entendimento de que o serviço de
divulgação de propaganda e publicidade, ainda que por meio da internet, estaria
compreendido no item 17.06 da lista anexa à LC n. 116/2003 e, portanto, seria passível de
tributação.
406 Lei Complementar n. 157, de 29-12-2016 (LC n. 157/2016), item 17.25.
407 Resposta à Consulta Tributária n. 16.508, de 9-10-2017.
408 STJ, Recurso Especial n. 1.642.249, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, j.
23-10-2017.
409 STJ, Recurso Especial n. 161467/RS, Rel. Min. Castro Meira, 2ª Turma, j. 17-5-2012.
410 TRF-3, Apelação n. 0016356-64.2012.4.03.6100, Rel. Des. Federal Mônica Nobre, 4ª
Turma, j. 19-4-2017.
1836
411 Doutor em Direito e Mestre em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC/SP). Advogado em São Paulo.
412 Tive oportunidade de examinar este tema na Primeira Parte do meu Dinâmica da
tributação: uma visão funcional, 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 1 a 60 e no artigo
Conceitos de direito privado e competência tributária: o significado de “empresa” no § 5º
do artigo 212 da CF/88, in: Temas relevantes do Direito Civil Contemporâneo. São Paulo:
Atlas, 2008, p. 91-110.
413 GRECO, Marco Aurélio. Internet e Direito. 2. ed. São Paulo: Dialética, 2000. p. 16 e s.
414 GRECO, Marco Aurélio. Internet e Direito. 2. ed. São Paulo: Dialética, 2000. p. 62 e s.
415 Idem, p. 58.
416 Para o exame do perfil da CF/67 e da modificação trazida pela CF/88, no que diz respeito
à posição do indivíduo perante o Estado e nas funções de que este está investido, confira-
se em GRECO, Marco Aurélio. Solidariedade social e tributação, no volume de mesmo
nome, coordenado juntamente com Marciano Seabra de Godoi. São Paulo: Dialética,
2005. p. 168 e s.
417 GRECO, Marco Aurélio. In: GRECO, Marco Aurélio e GODOI, Marciano Seabra de
(Coords). Solidariedade social e tributação. São Paulo: Dialética, 2005. p. 176 e s.
418 A racionalidade da adequação afeta também a dimensão do destino do produto da
arrecadação, mas este tema não é foco do presente estudo.
419 Lei Complementar n. 123/2006.
Exterior
Brasil
Tomador
Fornecedor
Intermediadora
Exterior
Brasil
Fornecedor
Tomador
Intermediadora
Intermediadora
1837
1 Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002), Estágio de
Doutoramento na Ludwig-Maximilians Universität em Munique (Alemanha) (2001).
Mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996). Graduado em
Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992). Participou do Program of
Instruction for Lawyers da Harward Law School (2001). Árbitro da lista brasileira do
Sistema de Controvérsias do Mercosul. Atualmente, é professor permanente da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Autor da obra finalista do Prêmio Jabuti
“Direito Tributário e Análise Econômica do Direito” e da obra “Direito Tributário: três
modos de pensar a tributação”.
2 SCHUMPETER, Joseph. Capitalism, Socialism and Democracy. London/New York:
George Allen & Unwin, 1976. p. 83.
3 BENKLER, Yochai. Law, Innovation, and Collaboration in Networked Economy and
Society, Annual Review of Law and Social Science, v. 13, p. 231-250, 2017.
4 ALLEN RC. 1983. Collective invention. J. Econ. Behav. Organ. 4 (1), p. 1–24 e ALLEN
RC. 2009. The Industrial Revolution in miniature: the spinning jenny in Britain, France
and India. J. Econ. Hist. 69 (4): p. 901-27.
5 NUVOLARI A. 2004. Collective invention during the British Industrial Revolution: the
case of the Cornish pumping engine. Cambridge J. Econ. 28(3):347-63.
6 SAMILA S., Sorenson O. 2011. Noncompete covenants: incentives to innovate or
impediments to growth. Management Science, v. 57, n. 3, p. 425-38.
7 Cf. OECD. Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264241046-en>. Acesso em: 15
dez. 2017.
8 Cf. JR. MCLURE, Charles; CORABI, Giampaolo. La tributación sobre el comercio
electrónico: objectivos económicos, restricciones tecnológicas y legislación tributario.
Buenos Ayres: Depalma, 2000. MCLURE, p. 113.
9 Sobre o tema, cf. MANYIKA, James; CHUI, Michael; BUGHIN, Jacques; DOBBS,
Richard; BISSON, Peter e MARRS, Alex. Disruptive technologies: Advances that will
transform life, business, and the global economy. Report McKinsey Global Institute, 2013.
10 Cf. LAURE, Maurice. La Taxe sur la Valeur Ajoutée. Paris: Sirey, 1. ed. 1953.
11 Disponível em: <http://www.ey.com/gl/en/services/tax/worldwide-vat-gst-sales-tax-guide-
--country-list>. Acesso em: 15 dez. 2017.
12 MCNULTY, John K. Flat Tax, Consumption Tax, Consumption-Type Income Tax
Proposals in the United States: A Tax Policy Discussion of Fundamental Tax Reform.
December, Volume 88, Issue 6, 2000, p. 2150-2151.
13 EEC. The EEC reports on tax harmonization; the report of the Fiscal and Financial
Committee and the reports of the sub-groups A, B and C. Amsterdam: International
Bureau of Fiscal Documentation, 1963.
14 OECD. Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report, p. 31. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264241046-en>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
15 OECD. Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1, cit., p. 32.
1838
16 RE 176.626-3, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 11-12-1998.
17 RE 688223, Rel. Min. Luiz Fux.
18 RE 199.464-SP, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 2-3-1999.
19 França (1954), Costa do Marfim (1990), Senegal (1991), Brasil (1967), Dinamarca (1967),
Alemanha (1968), Suécia (1968), Uruguai (1968), Países Baixos (1969), Equador (1970),
Itália (1973), Peru (1973), Reino Unido (1973), Argentina (1975), Chile, (1975),
Colômbia (1975), Coreia do Sul (1977), México (1980), Portugal (1986), Japão (1989),
Espanha (1991), Canadá (1991), Rússia (1992) e China (1994).
20 OLIVEIRA, Fabrício Augusto de. A Evolução da estrutura tributária e do fisco brasileiro:
1889-2009. Texto para Discussão n. 1.469, Brasília: Ipea, 2010, p. 35.
21 VARSANO, Ricardo. A tributação do valor adicionado, o ICMS e as reformas necessárias
para conformá-lo às melhores práticas internacionais. Banco Interamericano de
Desenvolvimento, 2014, p. 14.
22 OLIVEIRA, Fabrício Augusto de. A Evolução da estrutura tributária e do fisco brasileiro:
1889-2009. Texto para Discussão n. 1.469, Brasília: Ipea, 2010, p. 39.
23 VARSANO, Ricardo. A tributação do valor adicionado, o ICMS e as reformas necessárias
para conformá-lo às melhores práticas internacionais. Banco Interamericano de
Desenvolvimento, 2014, p. 28.
24 REZENDE, F. (1993), A Moderna Tributação do Consumo, Reforma Fiscal – Coletânea de
Estudos Técnicos, Relatório da CERF, v. II, p. 355-402; SERRA, J. e AFONSO, José R.
(1999), Federalismo Fiscal à Brasileira: Algumas Reflexões, Revista do BNDES, v. 6, n.
12, p 3-30; VARSANO, R. (1995), A tributação do Comércio Interestadual: ICMS atual
versus ICMS partilhado, Texto para Discussão n. 382, IPEA e VARSANO R. (2000),
“Subnational Taxation and the Treatment of Interstate Trade in Brazil: Problems and a
Proposed Solution”. Em S. J. Burki e outros (eds.) “Decentralization and Accountability of
the Public Sector”. Procedimentos da Conferência Anual de Bancos sobre
Desenvolvimento na América Latina e no Caribe. Washington, D. C.: Banco Mundial, p.
339-356.
25 Súmulas 20, 49, 68, 71, 80, 87, 94, 95, 129,135, 152, 155, 198, 237, 334, 350, 391, 395,
431, 432, 433 e 457.
26 Súmulas 411, 494 e 495.
27 Súmulas 138, 156, 167, 274, 424 e 524.
28 REsp 1092206/SP, REsp 1110550/SP, REsp 871760/BA, REsp 960476/SC, REsp
886462/RS e REsp 871760/BA.
29 Súmulas 660, 661 e 662.
30 Súmulas Vinculantes 32 e 48.
31 RE 572762, RE 574706, RE 584100, RE 585535, RE 439796, RE 593824, RE 593849,
RE 582461, RE 559937, RE 588149, RE 588954, RE 583327, RE 606107, RE 540829,
RE 635688, RE 592887, RE 607056, RE 608872, RE 601967, RE 603917, RE 627051,
RE 598677, RE 754917, RE 628075, RE 660970, RE 970821, RE 912888, ARE 665134,
RE 680089, RE 835818 e RE 632265.
32 BRASIL. PGFN em números. Dados de 2016. Disponível em:
1839
<http://www.fazenda.gov.br/noticias /2017/fevereiro/pgfn-disponibiliza-edicao-2017-do-
201cpgfn-em-numeros201d/201cpgfn-em-numeros201d-2017.pdf>. Acesso em: 15 dez.
2017.
33 Bem relata VARSANO que o termo IVA moderno se refere ao termo utilizado no livro
publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), representando um sistema de
tributação simples, de base ampla e alto poder de arrecadar. Cf. EBRILL L. et al. The
Modern VAT, International Monetary Fund, Washington, D.C., 2001. Ver in VARSANO,
Ricardo. Os IVAs dos BRICs. Disponível em: <http://www.joserobertoafonso.com.br/ivas-
dos-brics-varsano>. Acesso em: 15 dez. 2017.
34 Para uma análise completa da proposta, veja-se LIMA, Edilberto Carlos Pontes. Reforma
Tributária no Brasil: entre o ideal e o possível. Texto para Discussão n. 666, Brasília: Ipea,
1999.
35 Professora Titular de Direito Financeiro e Tributário da Faculdade de Direito da
Universidade Federal de Minas Gerais. Consultora e advogada.
36 Mestre em Direito Tributário pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas
Gerais. Consultor e advogado.
37 OCDE. Addressing the tax challenges of the digital economy, Action 1. Paris: OECD
Publishing, 2015, p. 11.
38 OCDE. Addressing the tax challenges…, cit., p. 64-73.
39 OCDE. International VAT/GST Guidelines. Paris: OECD Publishing, 2017, p. 17.
40 Na década de 1990, as profundas mudanças acarretadas pela internet já eram anunciadas:
“Modos aceitos de fazer negócios são profundamente alterados. A distância econômica
entre produtores e consumidores encolherá, intermediários tradicionais serão substituídos,
novos produtos e mercados serão criados, e novos e distantes e próximos relacionamentos
serão forjados entre negócios e consumidores e entre diferentes partes de empresas
globais. Novos desafios crescerão em áreas como a tributação, em que os governos
continuarão a buscar elevar a receita sem distorcer as escolhas econômicas ou
tecnológicas. Tais mudanças requerem um redirecionamento tanto da efetividade das
políticas governamentais em relação ao comércio como das práticas e procedimentos
comerciais tradicionais, a maioria das quais formadas com base em uma imagem muito
diferente” (OECD. Taxation and Electronic Commerce: Implementing the Ottawa
Taxation Framework Conditions. Committee on Fiscal Affairs. Paris: OECD Publishing,
2000, p. 9).
41 Cf. UCKMAR, Victor. Direito Tributário e Tecnologia. In: MARINS, James (Org.).
Tributação e Tecnologia. Curitiba: Juruá, 2002, p. 11-32; GRECO, Marco Aurélio.
Internet e Direito. São Paulo: Dialética, 2000, p. 77-120.
42 Cf. TEIXEIRA, Alessandra M. Brandão. As recomendações da OCDE e a tributação do
comércio eletrônico. In: DERZI, Misabel Abreu Machado (Org.). Separação de Poderes e
Efetividade do Sistema Tributário. Belo Horizonte: Del Rey, 2010, p. 387-408;
COCKFIELD, Arthur J. The Rise of the OECD as Informal World Tax Organization
through National Responses to E-Commerce Tax Challenges. Yale J.L. & Tech, n. 8,
2005-2006, p. 136 e s.
43 Cf. OECD. Taxation and Electronic Commerce: Implementing the Ottawa Taxation
1840
Framework Conditions. Committee on Fiscal Affairs. Paris: OECD Publishing, 2000, p. 1.
Cf., também, OCDE. Addressing the tax challenges of the digital economy. Paris: OECD
Publishing, 2015, p. 20-21; ASOREY, Ruben O. El impacto del cibercomercio en los
principios fiscales y en libertad de comercio. UCKMAR, Victor. Corso di diritto
tributario Internazionale. Padova: Cedam, 2002, p. 1125-1156.
44 OCDE. International VAT/GST Guidelines. Paris: OECD Publishing, 2017, p. 18.
45 Cf. OCDE. Electronic Commerce: Taxation Framework Conditions. A Report by the
Committee on Fiscal Affairs, as presented to Ministers at the OECD Ministerial
Conference, “A Borderless World: Realising the Potential of Electronic Commerce” on 8
October 1998. S. l, outubro de 1998, p. 5. Disponível em:
<https://www.oecd.org/ctp/consumption/1923256.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
46 Cf. CALIENDO, Paulo. Da tributação do software nos acordos internacionais contra a
dupla tributação da renda. In: TORRES, Heleno Taveira (Org.). Direito Tributário
Internacional Aplicado. São Paulo: Quartier Latin, 2004. v. 2, p. 387-422.
47 Cf. OCDE. Tax Treaty Characterization Issues Arising From E-Commerce. S. l, fevereiro
de 2001, p. 5-9. Disponível em: <http://www.oecd.org/tax/consumption/1923396.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
48 Cf. Office of Tax Policy, Treasury Department, Selected Tax Policy Implications of
Global Eletronic Commerce, 1996, reimpresso no Daily Tax Report (BNA) de 22-11-
1996.
49 Cf. AVI-YONAH, Reuven S. A Tributação Internacional do Comércio Eletrônico. Trad.
Fernando Gomes. Revista Internacional de Direito Tributário da ABRADT, Belo
Horizonte, v. 6, jul./dez. 2006, p. 417-474.
50 Cf. STF, 1ª Turma, Recurso Extraordinário n. 176.626/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
j. 10-11-1998, DJ 11-12-1998.
51 Cf. FRANÇA. Conseil des Impôts. “XIX Relatório ao Presidente da República do
Conselho de Impostos da França. Imposto sobre o Valor Acrescido”, Revista
Internacional da ABRADT, Belo Horizonte, Del Rey, v. 2, p. 515.
52 Cf. FRANÇA. Conseil des Impôts. “XIX Relatório ao Presidente da República do
Conselho de Impostos da França. Imposto sobre o Valor Acrescido”, Revista
Internacional da ABRADT, Belo Horizonte, Del Rey, v. 2, p. 516.
53 Cf. FRANÇA. Conseil des Impôts, cit., p. 517.
54 É imprescindível notar que o conceito clássico de mercadoria tem sido progressivamente
abandonado, tanto pelas administrações tributárias quanto pela jurisprudência. Como
destacado anteriormente, o STF entendera, no Recurso Extraordinário n. 176.626/SP, que
o tributo cabível em operações envolvendo programas de computador dependeria das
características do software: se estandardizado e veiculado por mídia física, a competência
tributária seria dos estados; se, ao revés, fosse personalizado e feito por encomenda, aos
municípios cumpriria a cobrança de tributos. Ocorre que essa decisão é um reflexo de uma
época em que ainda era inexpressiva a transferência direta de programas por meio da rede
de computadores (download), o que, com o passar dos anos, tornou-se a regra do comércio
de softwares, substituindo o uso de mídias físicas. Esse novo contexto foi reconhecido na
Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.945/MT, na qual a
1841
existência de mídia física foi considerada irrelevante para a incidência do ICMS. Nesse
espírito, foram editados os Convênios ICMS 181/2015 e 107/2017, os quais regulam a
tributação sobre operações com softwares, confirmando a movimentação dos estados no
sentido de gravar essa materialidade. Em paralelo, os municípios se mantêm resolutos em
garantir a receita tributária relativa a essas transações, a exemplo do Município de São
Paulo, que, por meio do Parecer Normativo SF n. 1/2017, declarou a intenção de exigir o
ISS sobre o “licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação, por
meio de suporte físico ou por transferência eletrônica de dados (‘download de software’),
ou quando instalados em servidor externo (‘Software as a Service – SaaS’)”, por
supostamente se enquadrar no item 1.05 da lista de serviços tributáveis pelo imposto.
55 Há de se registrar que, até o exercício de 2019, vigorará um regime especial de
distribuição da competência para a exigência do diferencial de alíquota nessas operações,
como se extrai do art. 99 do ADCT: “Art. 99. Para efeito do disposto no inciso VII do § 2º
do art. 155, no caso de operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor
final não contribuinte localizado em outro Estado, o imposto correspondente à diferença
entre a alíquota interna e a interestadual será partilhado entre os Estados de origem e de
destino, na seguinte proporção:
I – para o ano de 2015: 20% (vinte por cento) para o Estado de destino e 80% (oitenta por
cento) para o Estado de origem;
II – para o ano de 2016: 40% (quarenta por cento) para o Estado de destino e 60% (sessenta
por cento) para o Estado de origem;
III – para o ano de 2017: 60% (sessenta por cento) para o Estado de destino e 40% (quarenta
por cento) para o Estado de origem;
IV – para o ano de 2018: 80% (oitenta por cento) para o Estado de destino e 20% (vinte por
cento) para o Estado de origem;
V – a partir do ano de 2019: 100% (cem por cento) para o Estado de destino”.
56 Cf. AVI-YONAH, Reuven S. A Tributação Internacional do Comércio Eletrônico. Trad.
Fernando Gomes. Revista Internacional de Direito Tributário da ABRADT, Belo
Horizonte, jul./dez. 2006, v. 6, p. 471.
57 Cf. FRANÇA. Conseil des Impôts. XIX Relatório ao Presidente da República do Conselho
de Impostos da França. Imposto sobre o Valor Acrescido, Revista Internacional da
ABRADT, Belo Horizonte, Del Rey, v. 2, p. 517.
58 Cf. FRANÇA. Conseil des Impôts. XIX Relatório ao Presidente da República do Conselho
de Impostos da França. Imposto sobre o Valor Acrescido, Revista Internacional da
ABRADT, Belo Horizonte, Del Rey, v. 2, p. 530.
59 OCDE. International VAT/GST Guidelines. Paris: OECD Publishing, 2017, p. 72-76.
60 Cf. FRANÇA. Conseil des Impôts. XIX Relatório ao Presidente da República do Conselho
de Impostos da França. Imposto sobre o Valor Acrescido, Revista Internacional da
ABRADT, Belo Horizonte, Del Rey, v. 2, p. 521 e 522.
61 No Brasil, há também bons exemplos de sistemas informatizados de declaração e
arrecadação de tributos. Pode-se citar o Sistema de Captação e Auditoria dos Anexos de
Combustíveis – SCANC, criado em conformidade com os Convênios ICMS 03/99 (com as
alterações do Convênio ICMS 107/2003), 54/2002 e 110/2007 e com o Ato Cotepe n.
1842
47/2003, por meio do qual são gerados e transmitidos os relatórios sobre a
comercialização de combustíveis.
62 BELO HORIZONTE. Comissão Permanente de Simplificação e Revisão da Legislação
Tributária ao Prefeito do Município de Belo Horizonte. 2º Relatório da Comissão
Permanente de Simplificação e Revisão da Legislação Tributária ao Prefeito do Município
de Belo Horizonte, Revista Internacional de Direito Tributário, Belo Horizonte, Del Rey,
v. 7, p. 445.
63 Cf. FRANÇA. Conseil des Impôts. XIX Relatório ao Presidente da República do Conselho
de Impostos da França. Imposto sobre o Valor Acrescido, Revista Internacional da
ABRADT, Belo Horizonte, Del Rey, v. 2, p. 522-523.
64 Cf. Directiva 2002/38/CE do Conselho, Jornal Oficial das Comunidades Europeias, p.
1128/41, de 15-5-2002.
65 Desse modo, o MOSS se divide em dois sistemas: o sistema União, para empresas
estabelecidas em países da União Europeia; e o sistema extra-União, para empresas
estabelecidas em países que não compõem o bloco. Em que pesem algumas diferenças nos
procedimentos exigidos, as características fundamentais desses regimes são as mesmas.
66 DELOITTE. VAT Aspects of cross-border ecommerce – Options for modernisation Final
report – Lot 3. Assessment of the implementation of the 2015 place of supply rules and the
Mini-One Stop Shop. Luxembourg: Publications Office of the European Union, 2016, p. 8-
9.
67 Idem, p. 33-34.
68 Idem, p. 96-97.
69 As modificações perpetradas pela Lei Complementar n. 157/2016 vão além da inclusão da
referida hipótese de cobrança. Há de se destacar a adesão ao critério de destino para a
cobrança do ISS sobre variados serviços, tais como planos de saúde, administração de
cartões de crédito, entre outros. Diante dos dilemas que acompanham essa opção do
legislador, são necessárias técnicas adequadas de arrecadação e fiscalização, no sentido de
uniformizar e centralizar as obrigações acessórias do imposto. Nessa linha, a Associação
Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais emitiu interessante estudo (Nota
Técnica n. 01/2017), no qual são expostas estratégias para fomentar a praticabilidade
tributária e evitar eventuais conflitos de competência: (i) a criação de portal único, por
meio do qual os prestadores de serviços poderiam declarar o imposto devido e emitir as
guias correspondentes; e (ii) formação de um banco de dados unificado sobre os
contribuintes.
70 DENGO, Atílio. Realidade virtual, direito e tributação do comércio eletrônico – Estudo de
Direito Comparado, Revista Tributária e de Finanças Públicas, n. 36, São Paulo, p. 197.
71 Advogado em São Paulo. Mestre em Direito Tributário pela Faculdade de Direito da USP.
Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo (2008/2015) e Conselheiro
do Conselho Municipal de Tributos da Prefeitura de São Paulo (2016/2018). Professor do
Instituto Brasileiro de Direito Tributário.
72 A exemplificar essa constatação, vale transcrever a seguinte conclusão de Fernando
Zilvetti: “Assim, o Sistema Tributário nacional é juridicamente federal, porém
economicamente unitário” (A evolução histórica da teoria da tributação: análise das
1843
estruturas socioeconômicas na formação do sistema tributário. São Paulo: Saraiva, 2017,
p. 429).
73 Segundo levantamento do Fórum Econômico Mundial (The Global Competitiveness
Report 2017-2018), o Brasil encontra-se na penúltima posição, dentre 137 economias
consideradas, na avaliação dos efeitos do seu sistema tributário como incentivo ao
investimento. Na pesquisa do ano anterior (http://www3.weforum.org/docs/GCR2016-
2017/05FullReport/TheGlobalCompetitivenessReport2016-2017_FINAL.pdf. Acesso em:
15 dez. 2017), ocupávamos a última posição nesse mesmo ranking. Já no quesito relativo à
carga tributária total, estamos na 134ª posição, qualificados à frente somente de Colômbia,
Mauritânia e Argentina. No ranking Doing Business, de autoria do Banco Mundial
(http://www.doingbusiness.org/data/exploretopics/paying-taxes), ocupamos a 181ª
posição, dentre 190 economias analisadas.
74 Vale aqui a referência aos conhecidos milhares de horas de trabalho demandadas das
empresas estabelecidas no Brasil, para conseguirem cumprir as suas obrigações acessórias
necessárias à apuração e ao pagamento dos seus tributos, o que vem sofrendo gradual
redução nos últimos anos, desde o recorde de 2.600 até as atuais 2.038 medidas em 2017
(https://www.pwc.com/gx/en/paying-taxes/pdf/pwc-paying-taxes-2017.pdf). Acesso em:
15 dez. 2017.
75 Conforme aquele mesmo levantamento do Fórum Econômico Mundial (vide nota de
rodapé n. 2 acima), pesquisa de opinião realizada com executivos indicam a carga
tributária como primeiro obstáculo para se realizar negócios no Brasil. Em quarto lugar,
temos a burocracia estatal e, em sétimo lugar, a complexidade da regulamentação
tributária.
76 Marcada pela baixa progressividade da tributação da renda, concentração de carga
tributária no consumo de bens e serviços, assim como reduzida tributação sobre o
patrimônio (sobre o tema, vide relatório “A distância que nos une. Um retrato das
desigualdades brasileiras”, disponível em:
<https://www.oxfam.org.br/sites/default/files/arquivos/Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdf
Acesso em: 15 dez. 2017). Vale também a lembrança ao relatório “Carga Tributária no
Brasil 2015 – Análise por Tributo e Bases de Incidência”
(http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-
aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/ctb-2015.pdf. Acesso em: 15
dez. 2017), a revelar que, no ano de 2015, 49,68% da carga tributária brasileira recaía
sobre bens e serviços, enquanto somente 18,27%, sobre a renda e 4,44%, sobre a
propriedade.
77 Rompendo-se, a nosso ver, com a tradição da nossa “federação centrípeda”, na qual, nas
palavras de José Alfredo de Oliveira Baracho, “o Estado federal não vence a vocação
centralista do poder político” (Teoria geral do federalismo. Rio de Janeiro: Forense, 1986,
p. 186-204).
78 Sobre o histórico a seguir, vide: BALTAZAR, Ulbaldo Cesar. História do Tributo no
Brasil. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2005; AMED, Fernando José e CAMPOS, Plínio
José Labriola de. História dos Tributos no Brasil. São Paulo: SINAFRESP, 2012; e
COSTA, Alcides Jorge. História da Tributação no Brasil. Princípios e Limites da
Tributação. São Paulo: Quartier Latin, 2005.
1844
79 Ambos podiam arrecadar recursos da extração e do comércio do pau-brasil, pescado,
metais e pedras preciosas, especiarias e drogas. A Coroa de Portugal era titular do direito
régio das alfândegas, sobre mercadorias importadas e exportadas ou naufragadas,
enquanto os donatários das Capitanias podiam, isoladamente, exigir o foro para construção
de marinhas de sal, moendas de água e engenhos.
80 História da Tributação no Brasil. Princípios e Limites da Tributação. São Paulo: Quartier
Latin, 2005. p. 48-49.
81 Conforme estudo da OCDE sobre a tributação do consumo, o Brasil foi um dos primeiros
países a introduzir a tributação sobre o valor agregado (OECD – 2016). Consumption Tax
Trends 2016: VAT/GST and excise rates, trends and policy issues. OECD Publishing,
Paris, p. 181).
82 É o que conclui Melina de Souza Rocha Lukic, na sequência dos capítulos 1 e 2, da sua
excelente obra Reforma tributária no Brasil: ideias, interesses e instituições. Curitiba:
Juruá, 2014, p. 207.
83 O que originalmente se restringia aos produtos industrializados, excepcionados os
chamados semielaborados.
84 Dados de 2015, extraídos do relatório “Carga Tributária no Brasil 2015 – Análise por
Tributo e Bases de Incidência”
(http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-
aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/ctb-2015.pdf. Acesso em: 15
dez. 2017). Gráficos a seguir foram retirados desta mesma fonte.
85 Na Constituição de 1946, previam os seguintes repasses obrigatórios de arrecadação: 75%
do imposto único sobre combustíveis e lubrificantes redistribuídos para Estados, Distrito
Federal e Municípios; 15% do imposto de renda redistribuído para Municípios; 10% do
imposto sobre consumo de mercadorias redistribuído para Municípios; e 100% do imposto
sobre propriedade territorial rural redistribuído para Municípios. Já em 1967 e 1969, o
quadro de redistribuição era o seguinte: 100% do imposto de renda sobre rendimentos do
trabalho e da dívida pública pagos pelos Estados e Distrito Federal era a eles distribuído;
de um total de 12% do imposto de renda e do IPI, 5% eram destinados para o Fundo de
Participação dos Estados e Distrito Federal, 5% para o Fundo de Participação dos
Municípios e 2% para o Fundo Especial; 40% do imposto único sobre combustíveis e
lubrificantes, para Estados, Distrito Federal e Municípios; 60% do imposto único sobre
energia elétrica distribuídos para Estados, Distrito Federal e Municípios; 90% do imposto
único sobre minerais distribuídos para Estados, Distrito Federal e Municípios; e 20% do
ICM distribuído aos Municípios.
86 O quadro atual, grosso modo, é o seguinte: 100% do imposto de renda sobre rendimentos
pagos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios é a eles distribuído; 20% de qualquer
imposto instituído com a competência residual da União deve ser distribuído aos Estados e
ao Distrito Federal; o IOF sobre ouro é distribuído na proporção de 30% para Estados e
Distrito Federal e 70% para Municípios de origem; 50% do ITR deve ir para os
Municípios (100% para o Município que cobrar e arrecadar o ISS, desde a Emenda
Constitucional n. 42/2003); 50% do IPVA é distribuído para os Municípios; 25% do ICMS
é distribuído para os Municípios; 49% do imposto de renda e do IPI são repartidos em
21,5% para o Fundo de Participação dos Estados e Distrito Federal, 24,5% para o Fundo
1845
de Participação dos Municípios, e 3% para programas de financiamento nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste; 10% do IPI destinam-se a Estados e Distrito Federal conforme
as suas exportações, devendo eles redistribuírem 25% para Municípios; e 29% da CIDE-
combustíveis vão para Estados e Distrito Federal, devendo eles redistribuírem 25% para
Municípios.
87 Além da vinculação genérica das contribuições sociais ao financiamento da seguridade
social, conforme artigo 195, da Constituição Federal, temos também a contribuição ao
PIS, conforme artigo 239, com a sua arrecadação destinada ao programa do seguro-
desemprego, sendo pelo menos 40% para financiar programas de desenvolvimento
econômico através do BNDES. O salário-educação deve ser empregado na educação
básica pública (art. 212, §§ 5º e 6º). E a arrecadação de impostos, incluindo as
transferências, tem destinação parcialmente vinculada à manutenção e ao desenvolvimento
do ensino, conforme o mesmo artigo 212, e artigo 60, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT).
88 Desvinculação das Receitas da União, originalmente criada no período do Plano Real, para
viabilizar o financiamento do Fundo Social de Emergência (art. 71, do ADCT).
Atualmente, o tema é regulado pelos artigos 76, 76-A e 76-B, do ADCT, que permitem a
desvinculação, até 31 de dezembro de 2023: (i) no caso da União, de 30% da arrecadação
relativa às contribuições sociais, das contribuições de intervenção no domínio econômico
e das taxas, excluída daí a contribuição social do salário-educação; (ii) no caso de Estados
e Distrito Federal, de 30% da sua receita de impostos, taxas e multas, exceção feita aos
recursos destinados ao financiamento das ações e serviços públicos de saúde e à
manutenção e desenvolvimento do ensino, às receitas que pertencem aos Municípios
decorrentes de transferências previstas na Constituição Federal, às receitas de demais
transferências obrigatórias e voluntárias entre entes da Federação com destinação
especificada em lei e, finalmente, aos fundos instituídos pelo Poder Judiciário, pelos
Tribunais de Contas, pelo Ministério Público, pelas Defensorias Públicas e pelas
Procuradorias-Gerais dos Estados e do Distrito Federal; e (iii) no caso de Municípios, de
30% das suas receitas de impostos, taxas e multas, excluídos também os recursos
destinados ao financiamento das ações e serviços públicos de saúde e à manutenção e
desenvolvimento do ensino, as receitas de contribuições previdenciárias e de assistência à
saúde dos servidores, as transferências obrigatórias e voluntárias entre entes da Federação
com destinação especificada em lei e os fundos instituídos pelo Tribunal de Contas do
Município.
89 Gráficos a seguir extraídos da obra de Melina de Souza Rocha Lukic. Reforma tributária
no Brasil: ideias, interesses e instituições. Curitiba: Juruá, 2014, p. 213-214. Sobre o tema,
confira também as palavras de Luis Eduardo Schoueri: “As contribuições sociais têm
crescido muito em importância nas contas do Governo Federal. Há uma explicação
imediata para tanto: enquanto as contribuições sociais destinam-se integralmente às
atividades da União, a receita dos impostos arrecadados pela União é repartida com
Estados, Distrito Federal e Municípios (v. artigo 159 da Constituição Federal)”
(SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 225).
90 Em 2015, 68,26% da arrecadação total de tributos no Brasil dizia respeito a tributos de
competência do Governo Federal; 25,37% referem-se a tributos estaduais; e apenas 6,37%
da arrecadação é originariamente dos municípios (Secretaria da Receita Federal do Brasil.
1846
Carga Tributária no Brasil 2015, citada na nota de rodapé n. 7). Em termos de
percentagem sobre o Produto Interno Bruto Brasileiro, os tributos federais representam um
peso de 22,29%, que se somam aos 8,28% dos tributos estaduais e aos 2,08% dos tributos
municipais (idem).
91 “A Constituição de 1988 concedeu aos governos subnacionais competências tributárias
exclusivas e autonomia para legislar, coletar e fixar alíquotas. A proposta era que a
descentralização da arrecadação reforçasse o vínculo entre o cidadão-contribuinte e o
poder público local, de forma a aumentar a qualidade dos bens e serviços públicos
oferecidos à população. Posteriormente, a LRF (2001) reiterou que instituição, previsão e
arrecadação de tributos de competência municipal são requisitos essenciais da
responsabilidade da gestão fiscal. Não obstante, o IFGF Receita Própria mostra um
quadro de significativo desequilíbrio entre o volume de receitas e a arrecadação própria na
grande maioria das prefeituras brasileiras.
Em 2016, 81,7% das cidades brasileiras ficaram com Conceito D no IFGF Receita Própria,
ou seja, 3.714 não geraram nem 20% de suas receitas em 2016. Apenas 136 municípios
em todo o país obtiveram Conceito A no IFGF Receita Própria por terem arrecadado com
recursos próprios mais de 40% de suas receitas. Neste grupo, a população média é de 130
mil habitantes, contra uma média de 9 mil habitantes nos municípios com Conceito D no
indicador” (IFGF 2017 – Índice FIRJAN de Gestão Fiscal. Ano-base 2016. Agosto, 2017.
Acesso em: <http://publicacoes.firjan.org.br/ifgf/2017/#18/z>. Acesso em: 15 dez. 2017).
92 A título de referência, vide Raio-X da Crise dos Estados. Economia. Portal G1
(http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/raio-x-da-crise-nos-estados), que dá conta
de que “Diversos estados relataram que sua situação fiscal foi prejudicada pelas reduções
do repasses do Fundo de Participação de Estados e Municípios (FPE)”. Como referência
sobre a crise fiscal dos Estados, vide também o relatório “A Situação Fiscal dos Estados
Brasileiros. Publicações Sistema Firjan. Pesquisas e estudos socioeconômicos.
Abril/2017” (disponível em:
<http://www.firjan.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?
fileId=2C908A8F5B87A9E3015BA6AEE3DD5828>. Acesso em: 15 dez. 2017).
93 Gráfico a seguir extraído de OECD (2016). Consumption Tax Trends 2016: VAT/GST and
excise rates, trends and policy issues. OECD Publishing, Paris.
94 Gráfico a a seguir extraído de OECD (2016). Consumption Tax Trends 2016: VAT/GST
and excise rates, trends and policy issues. OECD Publishing, Paris.
95 OECD (2017). International VAT/GST Guidelines. OECD Publishing: Paris, p. 18.
96 Resumidamente, tais diretrizes são as seguintes: 2.1 o ônus do VAT não deve recair sobre
o negócio, a não ser que explicitamente determinado pela legislação (princípio flows
through the business); 2.2 negócios em situação similar, realizando transações similares,
devem estar sujeitos a níveis similares de tributação; 2.3 a legislação do VAT deve ser
elaborada de maneira a não influenciar primariamente as decisões de negócios dos
contribuintes; 2.4 em relação ao nível de tributação, o agente econômico estrangeiro não
deve ter vantagem nem desvantagem em relação ao agente econômico da jurisdição onde
o imposto for devido ou pago; 2.5 para assegurar que o agente econômico estrangeiro não
incorra no pagamento de VAT que não possa recuperar, as jurisdições podem criar um
sistema de restituição do VAT pago, desonerar o fornecimento de VAT, permitir a
1847
restituição mediante um registro local do contribuinte, alterar a responsabilidade pelo
pagamento do VAT para um fornecedor ou para o cliente local, ou, ainda, fornecer-lhe
certificado de isenção fiscal; 2.6 onde houver obrigações acessórias para agentes
econômicos estrangeiros, elas não podem onerar o negócio de maneira desproporcional ou
inapropriada; 3.1 para fins de tributação internacional do consumo de serviços e
intangíveis, esses serviços e intangíveis devem ser tributados de acordo com as normas da
jurisdição em que ocorre o seu consumo; 3.2 no caso de fornecimentos B2B, a jurisdição
em que estiver localizado o cliente tem o poder de tributar o comércio internacional com
serviços e intangíveis; 3.3 a identificação da localização do cliente é normalmente
determinada pelo contrato comercial entre as partes; 3.4 quando o cliente estiver
estabelecido em mais de uma jurisdição, o direito de tributar caberá à(s) jurisdição(ões)
onde estiver(em) localizado(s) o(s) estabelecimento(s) que utilize(m) o serviço ou
intangível; 3.5 a jurisdição em que o fornecimento for realizado fisicamente tem o direito
de tributar a operação B2C, com relação a serviços e intangíveis que forem materializados
fisicamente em um local identificável, aos serviços e intangíveis normalmente consumidos
no mesmo local em que são realizados ou, ainda, aos serviços ou intangíveis que
normalmente requeiram a presença física do fornecedor e do consumidor do serviço ou
intangível no mesmo local e momento em que o serviço é realizado; 3.6 a jurisdição em
que o consumidor tiver a sua residência usual tem o direito de tributar o fornecimento de
serviços ou intangíveis em uma operação B2C, quando não alcançada pelas regras
anteriores; 3.7 o direito de tributar uma operação internacional com serviços ou
intangíveis B2B deve ser alocado através de um critério distinto da localização do cliente,
quando a alocação do direito de tributar de acordo com a localização do cliente não levar a
um resultado apropriado de acordo com os critérios de neutralidade, eficiência, certeza e
simplicidade, efetividade e justiça, e quando a adoção de outro referencial levar a um
resultado melhor de acordo com esses critérios; e 3.8 para o fornecimento internacional de
serviços e intangíveis diretamente relacionados com propriedade imobiliária, o direito de
tributar deve ser alocado na jurisdição de localização do imóvel (OECD (2017).
International VAT/GST Guidelines. OECD Publishing: Paris).
97 OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report. OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. OECD Publishing:
Paris, 2015, p. 14.
98 Incluindo a tributação onde houver presença econômica significativa, a retenção de VAT
na fonte ou a criação de tributos de equalização, assegurando-se que tais medidas não
infrinjam acordos para evitar a dupla tributação da renda ou acordos comerciais firmados
pelo país (OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1
– 2015 Final Report. OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. OECD
Publishing: Paris, 2015, p. 15).
99 OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report. OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. OECD Publishing:
Paris, 2015, p. 36-49, 52-67.
100 OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report. OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. OECD Publishing:
Paris, 2015, p. 64-75.
101 Dentre outros, vide: STJ, Recurso Especial n. 40356/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Peçanha
1848
Martins, j. 29-11-1995; STJ, Recurso Especial n. 247595/MG, 1ª Turma, Rel. Min. José
Delgado, j. 11-4-2000; STJ, Recurso Especial n. 720717/MG, 2ª Turma, Rel. Min. Castro
Meira, j. 20-2-2006; STJ, AgRg no Recurso Especial n. 1189255/RS, 1ª Turma, Rel. Min.
Luiz Fux, j. 5-8-2010.
102 Súmula 167/STJ.
103 Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4389/DF, Pleno, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, j. 13-4-2011. Decisão essa que se contrapôs ao entendimento do STJ,
materializado na Súmula 156 e no Recurso Especial Repetitivo n. 1.092.206/SP, 1ª Seção,
Rel. Min. Teori Zavascki, j. 11-3-2009.
104 STJ, Recurso Especial n. 114171/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, j.
17-6-1997; STJ, Ação Rescisória n. 1084/SP, 1ª Seção, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, j. 10-2-2010; e STJ, EDcl no AgRg no Recurso Especial n. 791067/DF, 2ª
Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 2-8-2016.
105 STJ, Recurso Especial n. 1680712/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 21-9-
2017; STJ, Recurso Especial n. 1307824/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, j. 27-10-2015.
106 Recurso Especial n. 883254/MG, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, j. 18-12-2007.
107 Recurso Extraordinário n. 176626/SP, Pleno, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10-11-
1998; e Recurso Extraordinário n. 199464-9/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. 2-3-
1999. Com destaque, ainda, para a decisão do Supremo Tribunal Federal na Medida
Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.945/MT, em que concedeu liminar
para permitir a cobrança do ICMS sobre programas de computador comercializados sem
suporte físico.
108 Recurso Especial n. 418594/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 17-2-2005;
Recurso Especial n. 1497364/GO, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, j. 3-9-2015.
109 STJ, AgRg no Agravo em Recurso Especial n. 816632/SP, 2ª Turma, Rel. Min.
Humberto Martins, j. 2-2-2016.
110 STJ, Recurso Especial n. 1231669/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, j. 7-11-
2013.
111 STJ, AgRg nos EDcl no Recurso Especial n. 1190282/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Hamilton
Carvalhido, j. 26-10-2010; STJ, AgRg no Recurso Especial n. 1280329/MG, 2ª Turma,
Rel. Min. Herman Benjamin, j. 27-3-2012.
112 STJ, Recurso Especial Repetitivo n. 1106462/SP, 1ª Seção, Rel. Min. Luiz Fux, j. 23-9-
2009; STJ, Recurso Especial n. 1586158/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, j. 3-
5-2016.
113 Recursos Extraordinários ns. 547245/SC e 592205/SC, Pleno, Rel. Min. Eros Grau, j. 2-
12-2009.
114 Súmula Vinculante 31/STJ.
115 STF, Recurso Extraordinário com repercussão geral n. 540829/SP, Pleno, Rel. Min. Luiz
Fux, j. 11-9-2014.
116 Súmula 334/STJ e STJ, Embargos de Divergência no Recurso Especial n. 456650/PR, 1ª
Seção, Rel. Min. Franciulli Neto, j. 11-5-2005.
1849
117 Recurso Extraordinário n. 912888/RS (tema 827 de repercussão geral) e Recurso
Especial n. 1176753/RJ (repetitivo – tema n. 427).
118 OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report. OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. OECD Publishing:
Paris, 2015, p. 31.
119 Exemplo disso é o julgado pelo STF no Recurso Extraordinário n. 651703/PR, Pleno,
Rel. Min. Luiz Fux, j. 29-9-2016.
120 Conforme minutas apresentadas pelo próprio Deputado Luiz Carlos Hauly em 22-8-
2017, disponíveis em: <http://www2.camara.leg.br/atividade-
legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/55a-legislatura/reforma-
tributaria/documentos/outros-documentos/propostas-apresentadas-pelo-relator-em-22-
08.17>. Acesso em: 15 dez. 2017.
121 Disponível em: <http://www.ccif.com.br/wp-content/uploads/2017/08/NT-IBS-
v1.1.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
122 Disponível em: <https://www.brasileficiente.org.br/images/61/original/4b_-
_Projeto_LeiPEC.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
123 Na linha da orientação da OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital
Economy, Action 1 – 2015 Final Report. OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting
Project. OECD Publishing: Paris, 2015, o projeto prevê como abrangidos pelo IBS as
importações a qualquer título, as locações e cessões de bens e direitos e demais operações
com bens intangíveis e direitos.
124 “Há muitas razões contrárias a pretensões megalomaníacas de reforma tributária.
Mudanças têm custos e riscos. Estabilidade normativa, no âmbito tributário, é um ativo
relevante para a decisão sobre investimentos privados... buscamos copiar modelos em
franca obsolescência, como o Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Enquanto isso, pouca
ou nenhuma atenção se dá às nossas mais severas enfermidades tributárias: o
burocratismo, a indeterminação conceitual e o processo tributário. A burocracia reina
triunfante no sistema tributário” (MACIEL, Everardo, O Equívoco da Reforma Tributária,
O Estado de S. Paulo, 5-10-2017).
125 “A ideia de que países ‘relevantes’ adotam o IVA, e o Brasil tem que fazer o mesmo não
pode deixar de ser confrontada com fatos observados nas duas principais economias do
planeta. Nos EUA, esse imposto não existe. Eles jamais se aventuraram nessa forma de
tributação. O outro caso se refere à Europa, onde esse tributo se tornou um problema por
conta de sua característica marcante, que é a burocracia, abrindo brechas para fraudes de
toda ordem. No fim de setembro deste ano, a Comissão Europeia divulgou um
comunicado à imprensa dizendo que o IVA gerou perdas de 152 bilhões de euros para os
países-membros daquela comunidade em 2015.” (CINTRA, Marcos. Reforma tributária à
brasileira, O Globo, 15-10-2017).
126 Conforme afirma Fernando Dall’Acqua, o próprio Everardo Maciel propusera em outra
oportunidade a criação de um IVA federal, com extinção de inúmeros outros tributos e
criação de impostos seletivos sobre determinados produtos (Uma Análise das Propostas de
Reforma Tributária Recentes. EAESP/FGV/NPP – Núcleo de Pesquisas e Publicações,
2002).
127 Não podemos nos esquecer de que, se não houver clareza quanto à competência
1850
territorial para a cobrança do imposto, a sua própria exigência estará prejudicada, como já
declarou o Supremo Tribunal Federal em relação ao transporte aéreo de passageiros, na
Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1.600-8/UF. Se o conflito for apenas aparente, o
Código Tributário Nacional prevê o uso da ação consignatória em pagamento como
recurso de que pode lançar mão o contribuinte para discutir esse tipo de assunto perante o
Poder Judiciário.
128 Vide Streamlined Sales and Use Tax Agreement, disponível em:
<http://www.streamlinedsalestax.org4>.
129 Nesse sentido, vide OECD (2016). Consumption Tax Trends 2016: VAT/GST and excise
rates, trends and policy issues. OECD Publishing, Paris, p. 33-35; e NELLEN, Frank J. G.
Information Asymmetries in EU VAT. The Netherlands: Wolters Kluwer, 2017.
130 Vide Emenda Constitucional n. 101/2016 (http://www.cbec.gov.in/resources//htdocs-
cbec/gst/consti-amend-act.pdf) e breve relato sobre a reforma havida naquele país
(http://www.cbec.gov.in/resources//htdocs-cbec/gst/01092017-GST-Concept-and-
Status.pdf. Acesso em: 15 dez. 2017).
131 “Para concluir, podemos dizer que, de acordo com o que analisamos, os núcleos de
disputas em matéria de tributação são a estrutura federativa e a distribuição de
competências para a instituição e arrecadação de tributos de acordo com essa estrutura.
Uma vez que os atores que têm um poder econômico forte, representados pelos Estados
mais ricos (especialmente São Paulo), conquistaram um nível significativo de poder
tributário, o estudo mostrou que é difícil modificar esse status quo, sem que compensações
sejam previstas. A análise também mostra que, mesmo com a previsão de compensações, a
questão ainda origina oposições. A razão é que a competência para arrecadar alguns
tributos, especialmente o ICMS, não diz respeito apenas aos recursos em si, mas sim ao
poder político associado a essa competência” (LUKIC, Melina de Souza Rocha. Reforma
tributária no Brasil: ideias, interesses e instituições. Curitiba: Juruá, 2014. p. 375).
132 Reforma tributária no Brasil: ideias, interesses e instituições. Curitiba: Juruá, 2014. p.
428.
133 Canada Revenue Agency. General Information for GST/HST Registrants, disponível em:
<https://www.canada.ca/content/dam/cra-arc/migration/cra-arc/E/pub/gp/rc4022/rc4022-
17e.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
134 O que teve como pontapé inicial o Protocolo ICMS n. 21/2011, declarado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, nas Ações Diretas de
Inconstitucionalidade ns. 4.628/DF e 4.713/DF.
135 Na medida em que ambiciona tributar mais do que as operações relativas à circulação de
mercadorias, estendendo em muito a interpretação ainda não definitiva do Supremo
Tribunal Federal, na Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.
1.945/MT, sobre a possibilidade de incidência do ICMS sobre mercadorias incorpóreas.
136 OECD (2015). Addressing the Tax Challenges, obra citada na nota de rodapé n. 30, p.
109. Vide também: <http://europa.eu/youreurope/business/vat-customs/moss-
scheme/index_en.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017.
137 OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report. OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. OECD Publishing:
Paris, 2015, p. 52-67.
1851
138 Idem.
139 Quinze anos, quando se tratar de benefício destinado ao fomento das atividades
agropecuária e industrial, inclusive agroindustrial, e ao investimento em infraestrutura
rodoviária, aquaviária, ferroviária, portuária, aeroportuária e de transporte urbano; oito
anos, no caso de benefícios relativos à manutenção ou ao incremento das atividades
portuária e aeroportuária vinculadas ao comércio internacional, incluída a operação
subsequente à da importação, praticada pelo contribuinte importador; cinco anos, quando
se tratar de benefício pertinente à manutenção ou ao incremento das atividades comerciais,
desde que o beneficiário seja o real remetente da mercadoria; três anos, na hipótese de
benefício para operações e prestações interestaduais com produtos agropecuários e
extrativos vegetais in natura; e, finalmente, um ano, para os demais casos.
140 “Pode-se dizer, ao menos em boa parte das Federações, que as crises econômicas e
políticas serviram de mola propulsora para a implantação e modificação de Sistemas
Tributários federais” (ZILVETTI, Fernando, op. cit., p. 420). Na mesma linha, mencione-
se a fala do Deputado Luiz Carlos Hauly sobre o assunto no programa Roda-Viva, da TV
Cultura, do dia 30-10-2017 (disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=OC_2s3WgwiY>. Acesso em: 15 dez. 2017, 00:46:55 em diante).
141 Doutor e Mestre em Direito Tributário pela Faculdade de Direito da USP. Graduado em
Ciência Contábeis pela FEA-USP. Graduado em Direito pela Faculdade de Direito da
USP. Coordenador do Curso de Especialização em Direito Tributário Internacional do
IBDT. Professor do Mestrado Profissional do IBDT, nas matérias de Desafios da
Tributação do Comércio Eletrônico Internacional e Preços de Transferência. Advogado
em São Paulo.
142 CAMP, Bryan, The play’s the thing: A theory of taxing virtual worlds, Hastings Law
Journal, v. 59, n. 1, 2007, p. 70. Disponível em SSRN:
<https://ssrn.com/abstract=980693>. Acesso em: 15 dez. 2017.
143 Massively Multiplayer On-line Roleplaying Game (MMORPG).
144 HUANG, Byron M., Walking the thirteenth floor: the taxation of virtual economies, 17
Yale J.L. & Tech. 224 (2015), p. 225-226. Disponível em SSRN:
<https://ssrn.com/abstract=2584489>. Acesso em: 15 dez. 2017.
145 Vide <https://en.wikipedia.org/wiki/Anshe_Chung>. Acesso em: 15 dez. 2017.
146 LEDERMAN, Leandra, Stranger than fiction: taxing virtual worlds, New York University
Law Review, v. 82, 2007; Indiana Legal Studies Research Paper n. 76, p. 1624. Disponível
em SSRN: <https://ssrn.com/abstract=969984>. Acesso em: 15 dez. 2017.
147 Para referência ao Direito brasileiro, cf. arts. 676 e 677 do RIR. O fato de ser uma
tributação exclusiva na fonte, porém, oferece dificuldades maiores à implementação
prática desta imposição tributária em casos de fonte pagadora estrangeira.
148 Cf. art. 117, § 4º, do RIR.
149 U.S. Government Accountability Office, Rep. no. GAO-13-516, Virtual economies and
currencies: additional IRS guidance could reduce tax compliance risks (2013). Disponível
em: <http://www.gao.gov/assets/660/654620.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
150 LEDERMAN, Leandra, Stranger than fiction: taxing virtual worlds, New York University
Law Review, v. 82, 2007; Indiana Legal Studies Research Paper n. 76, p. 1637-1638.
1852
Disponível em SSRN: <https://ssrn.com/abstract=969984>. Acesso em: 15 dez. 2017.
151 LEDERMAN, Leandra, op. cit., p. 1639-1640.
152 U.S. Government Accountability Office, Rep. no. GAO-13-516, Virtual economies and
currencies: additional IRS guidance could reduce tax compliance risks (2013), p. 3-4.
Disponível em: <http://www.gao.gov/assets/660/654620.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
153 LEDERMAN, Leandra, op. cit., p. 1626-1628.
154 HUANG, Byron M., op. cit., p. 227.
155 LEDERMAN, Leandra, op. cit. p. 1628-1629.
156 Real money trading (RMT).
157 CHUNG, Steven S., Real taxation of virtual commerce, Virginia Tax Review, v. 28, n. 3,
2008, p. 108. Disponível em SSRN: <https://ssrn.com/abstract=1097793>. Acesso em: 15
dez. 2017.
158 Disponível em: <https://www.playerauctions.com/wow-account/>. Acesso em: 15 dez.
2017.
159 Cf. Relatório do GAO, op. cit. (nota 8), p. 4-5.
160 CAMP, Bryan, The play’s the thing: A theory of taxing virtual worlds, Hastings Law
Journal, v. 59, n. 1, 2007, p. 7. Disponível em SSRN:
<https://ssrn.com/abstract=980693>. Acesso em: 15 dez. 2017.
161 LEDERMAN, Leandra, op. cit., p. 1630. Os termos de serviço continuam com este
mesmo formato. Disponível em: <https://www.lindenlab.com/tos>. Acesso em: 15 dez.
2017.
162 HUANG, Byron M., op. cit., p. 236-237.
163 LEDERMAN, Leandra, op. cit., p. 1633-1649.
164 Cf. LEDERMAN, Leandra, EBay’s Second Life: when should virtual earnings bear real
taxes?, 118 Yale L.J. Pocket Part 136 (2009), p. 136. Disponível em:
<http://thepocketpart.org/2008/01/26/lederman.html>. Acesso em: 15 dez. 2017.
165 Em sua versão mais atual, vide perguntas 447 e 607 do “Perguntão 2017”. Disponível
em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/interface/cidadao/irpf/2017/perguntao/pir-pf-2017-
perguntas-e-respostas-versao-1-1-03032017.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
166 Cf. POLIZELLI, Victor B. O princípio da realização da renda: reconhecimento de
receitas e despesas para fins do IRPJ. São Paulo: IBDT/Quartier Latin, 2012. p. 266-270.
167 CAMP, Bryan, The play’s the thing: A theory of taxing virtual worlds, Hastings Law
Journal, v. 59, n. 1, 2007, p. 50-54. Disponível em SSRN:
<https://ssrn.com/abstract=980693>. Acesso em: 15 dez. 2017.
168 CAMP, Bryan, op. cit., p. 45.
169 Vide art. 117 do RIR.
170 CAMP, Bryan, The play’s the thing: A theory of taxing virtual worlds, Hastings Law
Journal, v. 59, n. 1, 2007, p. 60-61. Disponível em SSRN:
<https://ssrn.com/abstract=980693>. Acesso em: 15 dez. 2017.
171 Seto é um dos que defendem a tributação dentro do mundo virtual, sem dependência da
regra de retirada. Cf. SETO, Theodore P.,When is a game only a game?: The taxation of
1853
virtual worlds (2008), Loyola-LA Legal Studies Paper n. 2008-24, p. 13. Disponível em
SSRN: <https://ssrn.com/abstract=1220923>. Acesso em: 15 dez. 2017.
172 CHUNG, Steven S., Real taxation of virtual commerce, Virginia Tax Review, v. 28, n. 3,
2008, p. 116. Disponível em SSRN: <https://ssrn.com/abstract=1097793>. Acesso em: 15
dez. 2017.
173 OBERSON, Xavier, Taxing Robots? From the Emergence of an Electronic Ability to Pay
to a Tax on Robots or the Use of Robots, 9 World Tax J. (2017), Journals IBFD, p. 247-
261. Acesso em: 15 dez. 2017.
174 The robot that takes your job should pay taxes, says Bill Gates. Vide
<https://qz.com/911968>. Acesso em: 15 dez. 2017.
175 Relatório que contém recomendações à Comissão sobre disposições de Direito Civil
sobre Robótica (2015/2103(INL)), A8-0005/2017.
176 Relatório que contém recomendações à Comissão sobre disposições de Direito Civil
sobre Robótica (2015/2103(INL)), A8-0005/2017, p. 5.
177 Segundo o Wikipedia, as três diretivas que Asimov fez implantarem-se nos “cérebros
positrônicos” dos robôs em seus livros são: (i) 1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser
humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal; (ii) 2ª Lei: Um robô
deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que
tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei; e (iii) 3ª Lei: Um robô deve proteger
sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou
Segunda Leis. Mais tarde Asimov acrescentou a “Lei Zero”, acima de todas as outras: um
robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra
algum mal.
178 Segundo o Relatório, dois pontos importantes justificam esta abordagem. Primeiro, os
robôs dotados de maior autonomia podem deixar de ser encarados como sendo simples
instrumentos nas mãos de outros intervenientes (como o fabricante, o operador, o
proprietário, o utilizador etc.), dificultando a atribuição de responsabilidade. Segundo,
embora haja normas de responsabilização do fabricante em casos de defeitos de fábrica,
um robô com autonomia cognitiva pode tornar bastante difícil identificar a parte
responsável para prestar a indenização e reparar os danos causados. Relatório que contém
recomendações à Comissão sobre disposições de Direito Civil sobre Robótica
(2015/2103(INL)), A8-0005/2017, itens AB-AF Q dos Considerandos, p. 7-8.
179 Relatório que contém recomendações à Comissão sobre disposições de Direito Civil
sobre Robótica (2015/2103(INL)), A8-0005/2017, item “f” das sugestões, p. 20.
180 OBERSON, Xavier, op. cit., p. 249.
181 Para ficar apenas nos dados levantadas pelo relatório europeu aqui comentado, a
Comissão estima que a Europa pode enfrentar uma falta de até 825.000 profissionais das
áreas de tecnologia da informação e comunicação e também aponta que 90% dos
empregos exigirão, no mínimo, competências digitais mínimas. Cf. Relatório..., op. cit.
(nota 23), item 41, p. 16.
182 FREY, Carl Benedikt; OSBORNE, Michael A., The future of employment: how
susceptible are jobs to computerisation?, Research Paper, 2013, Disponível em:
<http://www.oxfordmartin.ox.ac.uk/downloads/academic/
1854
The_Future_of_Employment.pdf>, Acesso em: 15 dez. 2017, p. 38-39. Para quem tiver
interesse mais específico nas previsões, informamos que o Apêndice desse trabalho
apresenta uma lista de todas as profissões com a indicação da probabilidade de sua
substituição por robôs e congêneres.
183 A única diferença é que, em termos de processamento de informações, a atividade de
compliance fiscal envolve uma visão linear da legislação guiada pelos fatos, ao passo que
a atividade de planejamento tributário envolve um raciocínio de trás para a frente que
parte da legislação em busca de premissas legais e de fato que possam justificar uma certa
carga tributária almejada. Cf. SUSSKIND, Richard; SUSSKIND, Daniel. The future of
professions: how technology will transform the work of human experts. Oxford: Oxford
University Press, 2015. p. 88-89.
184 É importante salientar que a sugestão de atribuição de personalidade jurídica aos robôs,
feita no relatório europeu aqui citado, op. cit. (nota 23), também enfrenta críticas de
autores que, assim como Luciano Floridi, sustentam que os problemas de responsabilidade
civil devem continuar a ser atribuídos às pessoas que detenham ou controlem os robôs. A
discussão fantasiosa sobre um mundo no qual robôs são qualificados como uma forma de
“pessoa” consiste, na visão do autor, em uma distração irresponsável, porquanto se
constrói diante de um contexto conceitual equivocado. Soluções inovadoras devem ser
buscadas, mas o autor não diz quais são. Cf. FLORIDI, Luciano, Robots, jobs, taxes and
responsibility, Philosophy & Technology, 30, 2017, p. 4.
185 Relatório que contém recomendações à Comissão sobre disposições de Direito Civil
sobre Robótica (2015/2103(INL)), A8-0005/2017, item 1, p. 8.
186 OBERSON, Xavier, op. cit., p. 250.
187 TADA, Koki, Japan chapter. In BENSOUSSAN, Alain; BENSOUSSAN, Jeremy
(Coords.). Comparative handbook: robotic technologies law. Bruxelas: Larcier, 2016. p.
193.
188 Lei coreana n. 9.014/2008, art. 2º, (1): “1. The term ‘intelligent robot’ means a
mechanical device that perceives the external environment for itself, discerns
circumstances, and moves voluntarily”. Disponível em:
<http://elaw.klri.re.kr/eng_mobile/ viewer.do?hseq=17399&type=part&key=18>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
189 MELCHIOR, Silvia Regina Barbuy. Brazil chapter. In BENSOUSSAN, Alain;
BENSOUSSAN, Jeremy (Coords.). Comparative handbook: robotic technologies law.
Bruxelas: Larcier, 2016. p. 14.
190 ABBOTT, Ryan, BOGENSCHNEIDER, Bret N. Should Robots Pay Taxes? Tax Policy
in the Age of Automation, Harvard Law & Policy Review, 2017, p. 5. Disponível em
SSRN: <https://ssrn.com/abstract=2932483>. Acesso em: 15 dez. 2017.
191 Relatório que contém recomendações à Comissão sobre disposições de Direito Civil
sobre Robótica (2015/2103(INL)), A8-0005/2017, item “k”, p. 4.
192 FLORIDI, Luciano. Robots, jobs, taxes and responsibility, Philosophy & Technology, 30,
2017, p. 3.
193 OBERSON, Xavier, op. cit., p. 250-251.
194 Cf. SELIGMAN, Edwin R. Essays in taxation. 10. ed., reimpr. de 1969. New York:
1855
Augustus M. Kelley, p. 145-220.
195 Cf. TILBERY, Henry, Imposto de renda pessoas jurídicas: integração entre sociedade e
sócios. São Paulo: IBDT/Atlas, 1985.
196 OBERSON, Xavier, op. cit., p. 254.
197 De acordo com a legislação brasileira atual, o único caso de renda imputada é aquele do
art. 49, § 1º do RIR/99, que diz respeito à cessão gratuita de uso de imóvel para pessoas
que não sejam o cônjuge ou parentes de primeiro grau do proprietário.
198 Ao menos por enquanto, caberia ao dono do robô pagar o imposto de renda devido pelo
robô, é claro. OBERSON, Xavier, Taxing Robots? From the Emergence of an Electronic
Ability to Pay to a Tax on Robots or the Use of Robots, 9 World Tax J. (2017), Journals
IBFD, p. 254.
199 Relatório que contém recomendações à Comissão sobre disposições de Direito Civil
sobre Robótica (2015/2103(INL)), A8-0005/2017, item 1, p. 8. Vide, também, a nota de
rodapé 33 supra neste artigo e o texto que a introduz.
200 OBERSON, Xavier, op. cit., p. 255.
201 Abbott e Bogenschneider apresentam cinco propostas distintas (eliminar deduções fiscais
pelos investimentos em robôs, eliminar a tributação sobre a folha de salários, criar um
tributo específico em razão de demissões, criar um novo imposto sobre os lucros com
alíquotas progressivas em razão do lucro por empregado e aumentar a alíquota do imposto
de renda de pessoas jurídicas). ABBOTT, Ryan, BOGENSCHNEIDER, Bret N., Should
Robots Pay Taxes? Tax Policy in the Age of Automation, Harvard Law & Policy Review,
2017, p. 27-33. Disponível em SSRN: <https://ssrn.com/abstract=2932483>. Acesso em:
15 dez. 2017.
202 As duas questões são mencionadas rapidamente por Oberson. OBERSON, Xavier,
Taxing Robots? From the Emergence of an Electronic Ability to Pay to a Tax on Robots or
the Use of Robots, 9 World Tax J. (2017), Journals IBFD, p. 255.
203 Vide mais detalhes em <okhaos.com/plantoids>. Acesso em: 15 dez. 2017.
204 OBERSON, Xavier, op. cit., p. 257.
205 Relatório que contém recomendações à Comissão sobre disposições de Direito Civil
sobre Robótica (2015/2103(INL)), A8-0005/2017, item 1, p. 8. Vide, também, a nota de
rodapé 33 supra neste artigo e o texto que a introduz.
206 Essa insuficiência já foi discutida no tópico anterior (2.2.1).
207 ABBOTT, Ryan, BOGENSCHNEIDER, Bret N., Should Robots Pay Taxes? Tax Policy
in the Age of Automation, Harvard Law & Policy Review, 2017, p. 27-33. Disponível em
SSRN: <https://ssrn.com/abstract=2932483>. Acesso em: 15 dez. 2017.
208 Idem, p. 30-32.
209 Vide <http://www.koreatimes.co.kr/www/news/tech/2017/08/133_234312.html>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
210 A Medida Provisória n. 774/2017 pretendeu retirar este setor do regime alternativo de
contribuição previdenciária sobre a receita bruta (CPRB), mas foi posteriormente
revogada. Atualmente este incentivo à tecnologia continua intacto.
211 Oberson dedica um tópico específico a este assunto, no qual seu ponto de partida é o
1856
robô como entidade detentora de personalidade jurídica e que, ao fornecer bens e serviços
a terceiros, deveria ser contribuinte de IVA. Cf. OBERSON, Xavier, op. cit., p. 256-257.
212 Advogado em São Paulo.
213 Advogada em São Paulo e pós-graduanda em direito tributário pelo Instituto Brasileiro
de Direito Tributário (IBDT).
214 OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report, OECD/620 Base Erosion and Profit Shifting Project, OECD Publishing,
Paris.
215 OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report, OECD/620 Base Erosion and Profit Shifting Project, OECD Publishing,
Paris.
216 OECD (2015). Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1.
217 Comissão Europeia. Communication from the Commission to the European Parliament
and the Council. A Fair and Efficient Tax System in the European Union for the Digital
Single Market. Bruxelas, 2017.
218 Comissão Europeia. Questions and Answers on the package of corporate tax reforms.
Disponível em: <http://europa.eu/rapid/press-release_MEMO-16-3488_en.htm;
https://ec.europa.eu/taxation_customs/business/company-tax/common-consolidated-
corporate-tax-base-ccctb_en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
219 Income Tax Department, Government of India. The Finance Bill, 2016. Disponível em:
<http://www.incometaxindia.gov.in/Budgets%20and%20Bills/2016/Finance_Bill_2016.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
220 Ministry of Finance of Japan. Japan Tax Reform. FY 2015. Disponível em:
<http://www.mof.go.jp/english/tax_policy/publication/tax006/E27_all.pdf>. Acesso em:
24 nov. 2017. Acesso em: 15 dez. 2017.
221 ELENIEWSKI, Joe; NAGODE, Doug; TREBBY, James. Trends in State Taxation:
Consumption Tax versus Income Tax, Journal of State Taxation, Deloitte, 2014, p. 31.
Disponível em: <https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/us/Documents/Tax/us-
tax-current-trends-in-state-taxation-consumption-tax-versus-income-tax-010915.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
222 PORTER, Eduardo. The tax reform America needs (and probably won’t get), The New
York Times, 1º-8-2017. Disponível em:
<https://www.nytimes.com/2017/08/01/business/trump-tax-reform.html>. Acesso em: 15
dez. 2017.
223 U.S. Congress. Tax Reform Act of 1986.
224 POMERLEAU, Kylie; JAHNSEN, Kari. Corporate Income Tax Rates around the World,
2017. Tax Foundation. 2017. Disponível em: <https://taxfoundation.org/corporate-
income-tax-rates-around-the-world-2017/>. Acesso em: 14 dez. 2017.
225 A better way. Our vision for a confident America, 2016. Disponível em:
<https://abetterway.speaker.gov/_assets/pdf/ABetterWay-Tax-PolicyPaper.pdf>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
226 CLAUSE, Kimberly. The Washington Center for Equitable Growth. Profit shifting and
1857
US. Corporate tax policy reform. 2016. Disponível em:
<http://equitablegrowth.org/report/profit-shifting-and-u-s-corporate-tax-policy-reform>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
227 Receita Federal do Brasil. Carga tributária 2015. Disponível em:
<http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-
aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/ctb-2015.pdf/view>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
228 O item 17.25 – Inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e
publicidade, em qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e nas modalidades de
serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita) foi
incluído na lista anexa à Lei Complementar n. 116/2003 pela Lei n. 157/2016.
229 O Tribunal de Impostos e Taxas de São Paulo manifestou-se recentemente sobre o
assunto no julgamento do Auto de Infração n. 4078422-8, realizado em 17 de maio de
2017, cujo acórdão foi assim ementado: “ICMS. FALTA DE PAGAMENTO.
VEICULAÇÃO DE PUBLICIDADE. INTERNET. Demonstrado que a atividade
realizada pela Recorrente é de veiculação de propaganda e publicidade na Internet, a qual
se caracteriza como prestação de serviço de comunicação, havendo, portanto, incidência
do ICMS. Veiculação de propaganda e publicidade na Internet é sujeita ao ISS somente
após a eficácia da Lei Complementar Federal n. 157/2016. Inaplicabilidade da imunidade
da EC n. 42/2003, por falta de expressa menção. Não configurada mera intermediação,
mas, sim, efetivo domínio direto sobre o espaço publicitário, havendo prestação de serviço
de comunicação, constituindo obrigação de fazer. Não caracterização de SVA, visto não se
tratar de complementação de serviço de telecomunicação. Impossibilidade de lançamento
contra a Filial, em respeito à autonomia de estabelecimentos. Impossibilidade de
lançamento relativo ao serviço ‘DoubleClick’, por falta de instrução probatória. Recurso
Ordinário conhecido e parcialmente provido, excluindo do AIIM as operações realizadas
pela Filial da Recorrente e as operações relativas ao serviço ‘DoubleClick’”. O tribunal
também se manifestou sobre o assunto no julgamento do Auto de Infração n. 4037765-9,
em 19 de abril de 2017, cujo acórdão foi ementado da seguinte forma: “ICMS. NÃO
EMISSÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS EM SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO
(VEICULAÇÃO DE PUBLICIDADE NA INTERNET). FALTA DE INSCRIÇÃO NO
CADASTRO DE CONTRIBUINTES DO ICMS. NÃO
FORNECIMENTO/TRANSMISSÃO DE ARQUIVO ELETRÔNICO À SEFAZ. – A
questão controvertida nos autos é se a veiculação de publicidade na internet configura ou
não serviço de comunicação, sujeito à incidência de ICMS. – Essa questão é objeto de
conflito de competência entre Estados e Municípios, pois o fisco paulista entende pela
incidência de ICMS sobre a veiculação de publicidade na internet e o fisco paulistano
entende pela incidência de ISS. – Nos termos do artigo 146, I, da Constituição Federal, os
conflitos de competência entre os entes federados devem ser dirimidos por lei
complementar. – A novel Lei Complementar n. 157/2016, ao modificar a lista de serviços
anexa à Lei Complementar n. 116/2003, solucionou o conflito de competência em favor
do fisco municipal, na medida em que prevê que a inserção de propaganda e publicidade
em qualquer meio é fato gerador do ISS. – RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO. AIIM
IMPROCEDENTE”.
230 A Lei n. 157/2016 incluiu na lista anexa à Lei Complementar n. 116/2003 o item: 1.09 –
1858
Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por
meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a
distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que
trata a Lei n. 12.485, de 12 de setembro de 2011, sujeita ao ICMS).
231 Os municípios de São Paulo e do Rio de Janeiro recentemente regulamentaram a
cobrança de ISS sobre a atividade de streaming com a Lei n. 16.757, de 14 de novembro
de 2017 (SP) e a Lei n. 6.263, de 11 de outubro de 2017 (RJ). Na mesma linha, está em
tramitação na Câmara Municipal de Belo Horizonte o Projeto de Lei n. 387/2017, que
prevê a tributação desta atividade.
232 Em estudo publicado em 2015, a PricewaterhouseCoopers fez uma projeção de que, até
2025, os setores-chave da economia compartilhada (viagens, mobilidade urbana, finanças,
recrutamento de pessoal e streaming de música e vídeo) irão movimentar
aproximadamente U$ 335 bilhões no mundo. Disponível em:
<https://www.pwc.com/us/en/technology/publications/assets/pwc-consumer-intelligence-
series-the-sharing-economy.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
233 OLIVEIRA, Maurine Morgan Pimentel de. O conflito de competência entre o ISS e o
ICMS à luz do RE 688223/PR. In GOMES, Marcos Lívio; SCHOUERI, Luís Eduardo
(Coords.). A tributação internacional na era pós-BEPS. Soluções globais e peculiaridades
de países em desenvolvimento. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016. v. III, p. 243-244
234 COSTA, Regina Helena. Praticabilidade e justiça tributária. Exiquibilidade da lei
tributária e direitos do contribuinte. São Paulo: Malheiros, 2007. p. 19.
235 ZILVETI, Fernando Aurelio. Simplicius Simplicissimus – os limites da praticabilidade
diante do princípio da capacidade contributiva. In. COSTA, Alcides Jorge; SCHOUERI,
Luís Eduardo; BONILHA, Paulo Celso Bergfstrom (Coords.). Revista Direito Tributário
Atual, n. 22, Dialética, São Paulo, 2008, p. 184-185.
236 Idem, p. 188.
237 COSTA, Regina Helena, op. cit., p. 379.
238 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 411.
239 GASSEN, Valcir; SILVA, Rafael Santos de Barros e. Quem pode menos paga mais:
tributação sobre o consumo no Brasil e democracia, Revista Brasileira de Direito, IMED,
v. 7, n. 2, 2011, p. 190-191.
240 ZILVETI, Fernando Aurelio. Simplicius Simplicissimus – os limites da praticabilidade
diante do princípio da capacidade contributiva. In COSTA, Alcides Jorge; SCHOUERI,
Luís Eduardo; BONILHA, Paulo Celso Bergfstrom (Coords.), Revista Direito Tributário
Atual n. 22, Dialética, São Paulo, 2008, p. 180.
241 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 407.
242 GASSEN, Valcir; SILVA, Rafael Santos de Barros e. Quem pode menos paga mais:
tributação sobre o consumo no Brasil e democracia, Revista Brasileira de Direito, IMED,
v. 7, n. 2, 2011, p. 193.
243 Receita Federal do Brasil. Carga tributária 2015. Disponível em:
<http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-
aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-tributaria-no-brasil/ctb-2015.pdf/view>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
1859
244 GASSEN, Valcir; SILVA, Rafael Santos de Barros e, op. cit., p. 194.
245 Doutorando e Mestre em Direito Tributário pela Universidade de São Paulo. Master of
Laws (LLM) em tributação internacional na Universidade de Viena. Membro do Comitê
Acadêmico do Curso de Especialização em Direito Tributário Internacional do IBDT.
Coordenador do Curso de Extensão em Direito Tributário Internacional do IBDT.
Professor Assistente do Mestrado em Direito Tributário Internacional do IBDT. Professor
convidado em cursos de pós-graduação. Advogado em São Paulo.
246 Tax Cuts and Jobs Act – Conference Agreement.
247 Essa tendência de migração para regimes territoriais de tributação da renda pode ser
confirmada pelo fato de que, atualmente, 29 dos 35 países membros da OCDE concedem
isenção total ou parcial de imposto de renda para os dividendos provenientes do exterior
(Cf. PHUA, Stephen. Putting Territoriality in Its Place: Singapore’s Perspective on Tax
Competitiveness, Bulletin for International Taxation, v. 71. n. 6a, Amsterdam, IBFD,
2017, p. 53; PWC. Evolution of Territorial Tax Systems in the OECD, 2003, p. 1-15).
248 AVI-YONAH, Reuven. International Tax as International Law – An Analysis of the
International Tax Regime. New York: Cambridge. University Press, 2007, p. 25.
249 Confira-se: “It follows that, in order to a restriction on the freedom of establishment to
be justified on the ground of prevention of abusive practices, the specific objective of such
a restriction must be to prevent conduct involving the creation of wholly artificial
arrangements which do not reflect economic reality (...)”. (Cadbury Schweppes, C-196/04,
EU:C:2006:544, para. 51).
250 US Trump Presidency, 2017 Tax Reform for Economic Growth and American Jobs: The
Biggest Individual And Business Tax Cut In American History (26 April 2017).
Disponível em: <https://americansfortaxfairness.org/wp-content/uploads/White-House-
One-Pager-on-Trump-Plan.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
251 Budget of the US Government for Fiscal Year 2018 (A New Foundation For American
Greatness). Disponível em:
<https://www.whitehouse.gov/sites/whitehouse.gov/files/omb/budget/fy2018/budget.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
252 SANTOS, Ramon Tomazela. US Tax Reform: The Potential Tax Implications for
Brazilian Taxpayers, Bulletin for International Taxation, v. 71, n. 6a, Amsterdam, IBFD,
2017, p. 82.
253 GRECO, Marco Aurélio. Crise do imposto sobre a renda na sua feição tradicional. In:
REZENDE, Condorcet (Coord.). Estudos Tributários. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. p.
417-431.
254 PHUA, Stephen. Putting Territoriality in Its Place: Singapore’s Perspective on Tax
Competitiveness, Bulletin for International Taxation, v. 71. n. 6a, Amsterdam, IBFD,
2017, p. 54.
255 AVI-YONAH, Reuven S. Back to the future? The potential revival of territoriality,
Bulletin for International Taxation, v. 62, n. 10, Amsterdam, IBFD, 2008, p. 472.
256 SHAVIRO, Daniel N. Fixing U.S. International Taxation. New York: Oxford University
Press, 2014. p. 35.
257 A “regra anti-elisiva específica”, também chamada de “regra de prevenção”, tipifica
1860
atos e negócios jurídicos comumente praticados pelos contribuintes para reduzir a carga
tributária (Cf. TÔRRES, Heleno Taveira. Medidas contra a evasão e elusão fiscal
internacional no direito brasileiro. In: ALTAMIRANO, Alejandro C. Tôrres e UCKMAR,
Victor (Coords.). Impuestos sobre el comercio internacional. Buenos Aires: Ábaco, 2003.
p. 924).
258 Na dicção de Reuven Avi-Yonah: “In the US, this can be shown by the trend of inversion
transactions, in which US MNEs reincorporated in Bermuda in part to avoid Subpart F.
The trend was stopped by legislation in 2004, but the competitiveness issue continues”
(AVI-YONAH, Reuven S. Back to the future? The potential revival of territoriality,
Bulletin for International Taxation, v. 62, n. 10, Amsterdam, IBFD, 2008, p. 472).
259 LÜDICKE, Jürgen. Exemption and Tax Credit in German Tax Treaties – Policy and
Reality. In: BAKER, Philip e BOBBETT, Catherine (Coords.). Tax Polymath: A Life in
International Taxation. Amsterdam: IBFD, 2011. p. 281.
260 PIRES, Manuel. International Juridical Double Taxation of Income. Deventer: Kluwer
Law, 1989. p. 176.
261 LÜDICKE, Jürgen, op. cit., p. 281.
262 Reuven Avi-Yonah sintetiza o argumento: “The usual arguments against abolishing
deferral are that it will put US multinationals at a competitive disadvantage, that it will
lead to inefficient outcomes because less efficient foreign MNEs will obtain projects that
should have been owned by more efficient US MNEs, and that it will lead to migration of
US MNEs to other countries and to the establishment of new MNEs in other jurisdictions
with more favorable tax rules” (AVI-YONAH, Reuven S. Back From de Dead: How to
Prevent Transfer Pricing Enforcement, Law & Economics Working Papers n. 85.
Michigan: University of Michigan Law School, 2013, p. 3).
263 SCHOUERI, Luís Eduardo. Tributação Internacional das Empresas Nacionais e
Desenvolvimento: Novos Rumos?. In: SANTI, Eurico Marcos Diniz de (Coord.).
Tributação e Desenvolvimentos – Homenagem ao Professor Aires Barreto. São Paulo:
Quartier Latin, 2011. p. 483-484.
264 Sobre o tema, vide: AVI-YONAH, Reuven S. Advanced Introduction to International
Tax Law. Cheltenham: Edward Elgar Publishing, 2015. p. 94.
265 STIGLITZ, Joseph E. Economics of the Public Sector. 3th edition. New York/London:
WW. Norton, 2000. p. 663.
266 AVI-YONAH, Reuven S. Back to the future? The potential revival of territoriality,
Bulletin for International Taxation, v. 62, n. 10, Amsterdam, IBFD, 2008, p. 473. Na
mesma linha: AVI-YONAH, Reuven S.; MAZZONI, Gianluca. The Trump Tax Reform
Plan: Implications for Europe, Bulletin for International Taxation, v. 71, n. 6a,
Amsterdam, IBFD, 2017, p. 11.
267 Segundo Reuven Avi-Yonah: “This trend has its attendant problems as well. The main
argument against the US dividend exemption proposal is that, like any move in the
direction of territoriality, it puts more pressure on the source rules and on transfer
pricing” (AVI-YONAH, Reuven S., op. cit., p. 473).
268 TAVOLARO, Agostinho Toffoli. Tributação Internacional: Elementos de Conexão. In:
SOUZA, Arivaldo Santos de et al. (Coords.). Direito Tributário: Estudos Avançados em
1861
Homenagem a Edvaldo Brito. São Paulo: Atlas, 2014. p. 186-188.
269 ROTHMANN, Gerd Willi. Tributação Internacional sem Sujeito Passivo: uma Nova
Modalidade do Imposto de Renda sobre Ganhos de Capital?. Grandes Questões Atuais do
Direito Tributário. São Paulo: Dialética, 2006. v. 13, p. 108-109.
270 SCHOUERI, Luís Eduardo. Princípios no Direito Tributário Internacional:
Territorialidade, Fonte e Universalidade. In: FERRAZ, Roberto (Coord.). Princípios e
Limites da Tributação. São Paulo: Quartier Latin, 2005. p. 336-337.
271 O exemplo acima pretende apenas distinguir os conceitos de fonte de produção e fonte de
pagamento, motivo pelo qual a sua estrutura foi simplificada. Porém, em casos concretos,
pode existir ampla divergência a respeito da natureza jurídica da atividade de
disponibilização de data center desenvolvida pela pessoa jurídica no Brasil (Cf. XAVIER,
Alberto. Da Tributação dos Rendimentos Pagos a Titulares de Data Center Residentes no
Exterior, Revista Dialética de Direito Tributário n. 234, São Paulo, Saraiva, 2015, p. 7-
14).
272 Confira-se o entendimento de Eric Kemmeren: “The cause of the royalty income
received is the creation of the intellectual property. Especially with respect to royalty
income, the overwhelming relevance of the intellectual element in the production of
income is obvious. The state where the intellectual element is found is the state of origin of
the royalty income. Through exploitation of the intangible, the producer of the intangible
creates income. The user of the intangible does not produce the royalty income, at least
not predominantly. He only uses the intellectual element of someone else producing
another item of income, for example, business income if he uses the intangible in his own
enterprise” (KEMMEREN, Eric C. C. M. Principle of Origin in Tax Conventions – A
Rethinking of Models. Dongen: Pijnenburg Vormgevers/Kemmeren, 2001. p. 452).
273 AVI-YONAH, Reuven. International Tax as International Law – An Analysis of the
International Tax Regime. New York: Cambridge University Press. 2007, p. 44-45.
274 AVI-YONAH, op. cit.
275 XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2015. p. 269.
276 STORCK, Alfred; ZEILER, Alexander. Beyond the OECD Update 2014: Changes to the
Concepts of Permanent Establishments in the Light of the BEPS Discussion. In: LAND,
Michael et al. (Coords.). The OECD Model Convention and its Update 2014. Vienna:
Linde, 2015. p. 242-268.
277 BIANCO, João Francisco. O estabelecimento permanente na legislação do imposto de
renda. In: ROCHA, Valdir de Oliveira (Coord.). Grandes questões atuais do Direito
Tributário. São Paulo: Dialética, 2005. v. 9, p. 298-313.
278 Optou-se pela expressão “padrão arm’s length”, no lugar de “princípio arm’s length”, em
razão da ausência de natureza principiológica direta no “arm’s length”, que deflui do
princípio da igualdade. (Cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. O Arm’s Length como Princípio
ou como Standard Jurídico. In: SCHOUERI, Luís Eduardo e BIANCO, João Francisco
(Coords.). Estudos de Direito Tributário em Homenagem ao Professor Gerd Willi
Rothmann. São Paulo: Quartier Latin, 2016. p. 216; ROTHMANN, Gerd Willi. Standard
Jurídico. LIMONGI FRANÇA, Rubens (Coord.). Enciclopédia Saraiva do Direito. São
Paulo: Saraiva, 1977. v. 7, p. 500-501).
1862
279 AVI-YONAH, Reuven S. Advanced Introduction to International Tax Law. Cheltenham:
Edward Elgar Publishing, 2015. p. 33.
280 GREGORIO, Ricardo Marozzi. Restrições da Comparabilidade, Margens
Predeterminadas e Liberdade da Escolha de Métodos. In: SCHOUERI, Luís Eduardo
(Coord.). Tributos e Preços de Transferência. São Paulo: Dialética, 2013. v. 4, p. 354-355.
281 OKUMA, Alessandra. As Convenções para Evitar Dupla Tributação e Elisão Fiscal e os
Meios de Solução de Controvérsia. TÔRRES, Heleno Taveira (Coord.). Direito Tributário
Internacional Aplicado. São Paulo: Quartier Latin, 2007. v. IV, p. 421.
282 Graduado em Administração de Empresas pela EAESP-FGV e em Direito pela PUC-SP.
Possui pós-graduação em Direito Tributário PUC-SP e LLM em Tributação Internacional
pela Universidade da Florida (EUA – John John W. Thatcher Graduate Tax Scholarship).
Foi associado estrangeiro do escritório Davis Polk & Wardwell (Nova York). Advogado
em São Paulo.
283 ALMEIDA, R. De FHC a Lula, cinco propostas de reforma tributária fracassaram, IG –
Último Segundo, 2-12-2010. Disponível em:
<http://ultimosegundo.ig.com.br/governolula/de-fhc-a-lula-cinco-propostas-de-reforma-
tributaria-fracassaram/n1237837177192.html>. Acesso em: 15 dez. 2017.
284 KURZWEIL, Ray. The Law of Accelerating Returns, 2001. Disponível em
<http://www.kurzweilai.net/the-law-of-accelerating-returns>. Acesso em: 15 dez. 2017.
285 MCKINSEY & COMPANY. Disruptive technologies: Advances that will transform life,
business, and the global economy. Disponível em
<https://www.mckinsey.com/~/media/McKinsey/Business%20Functions/McKinsey%20Digital/Our%20In
Acesso em: 15 dez. 2017.
286 VALOR ECONÔMICO. Nova dimensão. Valor Econômico, 19.9.2017. Disponível em
<http://www.valor.com.br/empresas/4946284/nova-dimensao>. Acesso em: 15 dez. 2017.
287 WATANABE, Marta. Mudanças estruturais devem afetar arrecadação. Valor Econômico,
São Paulo, 19-9-2017.
288 CÂMARA DOS DEPUTADOS; HAULY, L. C. Principais linhas da proposta de reforma
tributária. Brasília: 2017. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/atividade-
legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/55a-legislatura/reforma-
tributaria/documentos/outros-documentos/resumo-hauly>. Acesso em: 15 dez. 2017.
289 Doutorando e Mestre em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela Universidade
de São Paulo – USP. Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas de São Paulo. Conselheiro do
Conselho Municipal de Tributos de São Paulo. Professor Convidado de cursos da Pós-
Graduação do IBDT, EPD, FBT, GVlaw e FGV Management. Advogado em São Paulo.
290 Em que pese o intenso debate doutrinário acerca da melhor terminologia para se referir
aos “deveres instrumentais tributários”, a nosso ver, não há óbices para que se utilize a
expressão “obrigações acessórias”, desde que cientes de que: não se trata de uma
“obrigação” na acepção do Direito Privado, em razão de inexistir qualquer caráter
patrimonial e não estar presente o predicado da transitoriedade, bem como o predicativo
“acessória” igualmente não guarda referência com seu homônimo em Direito Privado,
uma vez que os deveres instrumentais guardam relativa independência. De nossa parte,
adotaremos o termo “deveres instrumentais tributários” ao longo deste estudo, certos de
1863
que a terminologia empregada condiz precisa e adequadamente com o instituto a que se
refere, pois a adoção da expressão “dever instrumental tributário” apresenta, como
virtudes, as seguintes características: (i) pela utilização do signo “dever”, explicita sua
natureza de dever administrativo, sugerindo que sua exigência pela Administração Pública
deva obedecer, em sua estrutura, aos pressupostos de validade para a instituição dos atos
administrativos; (ii) pelo uso do predicativo “instrumental”, afasta a ideia de dependência
em relação à obrigação principal e, ao mesmo tempo, enfatiza sua função precípua de
instrumentalizar a arrecadação e fiscalização dos tributos; e (iii) pelo uso do complemento
“tributário”, evidencia sua sujeição, por força da matéria que regula, ao regime jurídico
tributário, evidentemente naquilo que lhe for cabível. Cf. TAKANO, Caio Augusto.
Deveres instrumentais dos contribuintes: fundamentos e limites. São Paulo: Quartier
Latin, 2017. p. 102-115.
291 Cf. FIESP. O peso da burocracia tributária na indústria de transformação.
Departamento de Competitividade e Tecnologia, 2012. Disponível em:
<http://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/o-peso-da-burocracia-
tributaria-na-industria-de-transformacao-2012/>. Acesso em: 15 dez. 2017.
292 Cf. TAKANO, Caio Augusto. Deveres instrumentais dos contribuintes: fundamentos e
limites. São Paulo: Quartier Latin, 2017. p. 27.
293 Cf. SANTI, Eurico Marcos Diniz de. Lançamento tributário. 3. ed. São Paulo: Saraiva,
2010. p. 100.
294 Cf. VILLEGAS, Hector B. Curso de direito tributário. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1980. p. 145-146.
295 Eis o teor da Ementa no que parece paradigmático: “1. A despeito do reconhecimento da
independência da nominada obrigação tributária acessória, essa obrigação só pode ser
exigida pelo Fisco para instrumentalizar ou viabilizar a cobrança de um tributo, ou seja,
deve existir um mínimo de correlação entre as duas espécies de obrigações que justifique a
exigibilidade da obrigação acessória” (STJ, Recurso Especial 1.096.712/MG, 1ª Turma,
Rel. Min. Denise Arruda, j. 2-4-2009). Neste excerto, nada mais fez a Ministra do que
reconhecer o “interesse na arrecadação ou na fiscalização de tributos” como limite
balizador da instituição dos deveres instrumentais, não se reconhecendo tal interesse à
míngua da correlação entre dever instrumental e tributo exigido.
296 Sobre o tema, cf. TAKANO, Caio Augusto. Deveres instrumentais dos contribuintes:
fundamentos e limites. São Paulo: Quartier Latin, 2017. p. 116-145.
297 “Art. 113. (...) § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou
da fiscalização dos tributos.”
298 Cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. Normas tributárias indutoras e intervenção econômica.
Rio de Janeiro: Forense, 2005. p. 131. Neste sentido, vale recordar o escólio de Vanoni
pelo qual “Toda relação de direito tem uma função prática que o direito coloca em
evidência particular, porquanto é exatamente para assegurar a obtenção de determinadas
finalidades, consideradas lícitas e dignas de proteção, que o ordenamento jurídico
empresta reconhecimento a relações da vida social e, tutelando-as, lhes atribui a categoria
de relações jurídicas”. Cf. VANONI, Ezio. Natureza e interpretação das Leis Tributárias.
Trad. Rubens Gomes de Souza. Rio de Janeiro: Edições Financeiras. p. 128.
1864
299 Cf. TAKANO, Caio Augusto, op. cit., p. 170-173.
300 Cf. HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua
portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 1633.
301 Cf. BARRETO, Paulo Ayres. Elisão tributária: limites normativos. Tese apresentada ao
concurso à livre-docência do Departamento de Direito Econômico e Financeiro – área de
Direito Tributário – da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São Paulo:
USP, 2008, p. 76.
302 Cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p.
498.
303 Cf. TAKANO, Caio Augusto. Os limites impositivos aos deveres instrumentais
tributários, Revista Direito Tributário Atual, n. 27, São Paulo: Dialética, 2012, p. 293-303.
304 Cf. MIGUEL, Luciano Garcia. O ICMS e os deveres instrumentais. In: PARISI,
Fernanda Drummond et al. (Coords.). Estudos de direito tributário em homenagem ao
professor Roque Antonio Carrazza. São Paulo: Malheiros, 2014. v. 2, p. 397-400.
305 Cf. CARVALHO, Paulo de Barros. Parecer inédito. São Paulo, 26-8-2010, p. 59. Apud
MIGUEL, Luciano Garcia. O ICMS e os deveres instrumentais. In: PARISI, Fernanda
Drummond et al. (Coords.). Estudos de direito tributário em homenagem ao professor
Roque Antonio Carrazza. São Paulo: Malheiros, 2014. v. 2, p. 399.
306 Cf. TAKANO, Caio Augusto, op. cit., p. 207-212.
307 Cf. CARVALHO, Paulo de Barros. Prefácio. In SANTELLO, Fabiana Lopes Pinto.
Direito tributário digital. Informatização digital. O uso da tecnologia no Sistema
Tributário Nacional. São Paulo: Quartier Latin, 2014. p. 13.
308 Cf. BIRD, Richard. Transparency and taxation: some preliminary reflections. In SANTI,
Eurico Marcos Diniz de (Coord.). Transparência fiscal e desenvolvimento: homenagem ao
professor Isaias Coelho. São Paulo: Quartier Latin, 2014. p. 179.
309 Cf. The Commonwealth Association of Tax Administrators. Implementing
computerisation and information technology for tax administration. London:
Commonwealth Secretariat, 2005. p. 1.
310 Tal importância é conhecida pelo Banco Mundial que, já em 2000, alertava que a
informatização fiscal, se bem planejada e implementada, poderia servir de base para
mudanças na visão, estrutura e imagem pública da Administração Tributária. Disponível
em: <http://www1.worldbank.org/prem/PREMNotes/premnote44.pdf>. Acesso em: 15
dez. 2017.
311 Sobre o assunto, cf. SANTELLO, Fabiana Lopes Pinto. Direito tributário digital.
Informatização digital. O uso da tecnologia no Sistema Tributário Nacional. São Paulo:
Quartier Latin, 2014. p. 207-269.
312 Nesse sentido, vale citar a implementação do “eSocial”, que busca unificar o envio de
informações pelo empregador em relação aos seus empregados para fins de pagamento de
diversos tributos, reduzindo, assim, os seus custos de conformidade (Disponível em:
<http://www.esocial.gov.br/Conheca.aspx>. Acesso em: 15 dez. 2017).
313 Cf. MELO, José Eduardo Soares de. Princípio da eficiência em matéria tributária. In
MARTINS, Ives Gandra da Silva. Princípio da eficiência em matéria tributária
(Cadernos de Pesquisas Tributárias n. 12). São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p.
1865
145-146.
314 Em rigor, os custos poderão ser ainda mais expressivos, levando em consideração que a
ausência de um prazo administrativo pode implicar um prazo muito superior de guarda de
documentos fiscais. Cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 5. ed. São Paulo:
Saraiva, 2015. p. 668.
315 Cf. CARVALHO, Paulo de Barros. Prefácio. In SANTELLO, Fabiana Lopes Pinto.
Direito tributário digital. Informatização digital. O uso da tecnologia no Sistema
Tributário Nacional. São Paulo: Quartier Latin, 2014. p. 14.
316 Cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p.
500.
317 Cf. CARRAZZA, Roque Antonio. Reflexões sobre a obrigação tributária. São Paulo:
Noeses, 2010. p. 216, Nota de rodapé n. 281.
318 Cf. BIFANO, Elidie Palma. Análise das obrigações acessórias. Estudo inédito realizado
pela Associação Comercial de São Paulo em parceria com a PricewaterhouseCoopers –
PWC. São Paulo, janeiro 2012, p. 38.
319 Cf. ROTHMANN, Gerd Willi. Tributação, sonegação e livre concorrência. In. FERRAZ,
Roberto (Coord.). Princípios e limites da tributação 2: os princípios da ordem econômica
e a tributação. São Paulo: Quartier Latin, 2009. p. 361-362.
320 “O Siscoserv, base de dados das importações e exportações de serviços brasileiros, foi
apontado como uma referência internacional pelas Nações Unidas. O sistema,
administrado pela Secretaria de Comércio e Serviços (SCS) do MDIC, em conjunto com a
Receita Federal do Brasil (RFB) do Ministério da Fazenda, foi apresentado aos
participantes da 5ª Reunião Multianual de Especialistas sobre Comércio, Serviços e
Desenvolvimento, realizada em Genebra, na Suíça.” Ver:
<http://www.mdic.gov.br/index.php/noticias/2624-base-de-dados-de-comercio-de-
servicos-e-apontado-como-referencia-pelas-nacoes-unidas>. Acesso em: 15 dez. 2017.
321 A exceção são as pessoas físicas residentes no País que, em nome individual, não
explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou
comercial, com o fim especulativo de lucro, desde que não realizem operações em valor
superior a US$ 30.000,00 (trinta mil dólares dos Estados Unidos da América), ou o
equivalente em outra moeda, no mês, conforme redação conferida ao art. 2º, inc. II, pela
Instrução Normativa RFB n. 1.391/2013.
322 Inúmeros estudos têm apontado que os custos de conformidade geram uma desigualdade
horizontal e possuem uma forte tendência à regressividade, isto é: empresas de maior porte
econômico, ainda que de uma mesma atividade, arcam, proporcionalmente, com menores
custos de conformidade, em comparação com empresas de porte menor. Esta tem sido a
conclusão tanto de estudos realizados na década de 1970 quanto no início dos anos 2000,
sejam eles realizados mundo afora ou levando em consideração a realidade brasileira, de
modo ser possível inferir que o fenômeno da regressividade está intimamente relacionado
à própria existência dos custos de conformidade, e não a aspectos extrínsecos a eles,
ligados a circunstâncias de tempo ou peculiaridades dos sistemas tributários em que os
deveres instrumentais tributários são instituídos. Sobre o tema, cf. TAKANO, Caio
Augusto. Deveres instrumentais dos contribuintes: fundamentos e limites. São Paulo:
Quartier Latin, 2017. p. 256-261.
1866
323 A nosso ver, um dever instrumental atenderá imediatamente o interesse da arrecadação,
se ligado à formalização do fato jurídico tributário, isto é, na medida em que ele for
imprescindível para a construção da norma individual e concreta referente ao tributo
devido; de outro lado, atenderão imediatamente o interesse da fiscalização aqueles deveres
que se voltam a propiciar meios ou benefícios à atividade da autoridade fiscal, quando da
fiscalização dos atos praticados pelo contribuinte, e cuja supressão não impede o
conhecimento do fato jurídico tributário pelas autoridades fiscais. Cf. TAKANO, Caio
Augusto. Deveres instrumentais dos contribuintes: fundamentos e limites. São Paulo:
Quartier Latin, 2017. p. 221-229.
324 Cf. OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Sanções tributárias e denúncia espontânea. In
MACHADO, Hugo de Brito (Coord.). Sanções administrativas tributárias. Fortaleza:
Dialética, 2004. p. 401, nota de rodapé n. 1.
325 Por todos, cf. STJ, Recurso Especial n. 572.424/PR, 1ª Turma. Rel. Min. José Delgado, j.
9-12-2003, DJe 15-3-2004.
326 Cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p.
501.
327 O termo “ficção”, a nosso ver, se refere à técnica legislativa pela qual se equiparam dois
institutos jurídicos apenas para determinados fins ou de modo amplo e irrestrito. Sobre o
tema, dentro dessa perspectiva, cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. Distribuição disfarçada de
lucros. São Paulo: Dialética, 1996. p. 97-107.
328 Cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. p.
834.
329 Cf. DERZI, Misabel Abreu Machado. Notas. In: BALEEIRO, Aliomar. Direito tributário
brasileiro. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010. p. 769.
330 Cf. ATALIBA, Geraldo. Espontaneidade como excludente de punibilidade no
procedimento tributário, Revista dos Tribunais, n. 464, São Paulo, Revista dos Tribunais,
1974, p. 67.
331 Cf. COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário brasileiro. 10. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2009. p. 688-689.
332 Como recorda Ricardo Mariz de Oliveira, a matéria do art. 138 do CTN é própria de lei
complementar, em virtude do art. 146, inc. III da Constituição Federal, pois as penalidades
tributárias têm natureza de obrigações tributárias principais, por força do art. 113 do CTN.
Assim, caso se deseje limitar a aplicação da denúncia espontânea, esta somente poderá ser
introduzida em nosso ordenamento jurídico por meio de lei complementar. Cf.
OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Sanções tributárias e denúncia espontânea. In:
MACHADO, Hugo de Brito. Sanções administrativas tributárias. Dialética: Fortaleza,
2004. p. 414.
333 Cf. OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Sanções tributárias e denúncia espontânea. In
MACHADO, Hugo de Brito. Sanções administrativas tributárias. Dialética: Fortaleza,
2004. p. 411.
334 Cf. SCHOUERI, Luís Eduardo. Restrições à atividade econômica do contribuinte na
substituição tributária e livre concorrência. In: FERREIRA NETO, Arthur M.; MICHELE,
Rafael (Coords.). Curso avançado de substituição tributária. São Paulo: IOB, 2010. p.
1867
525.
335 Mestre pela Faculdade de Direito da USP. Professor do Instituto Brasileiro de Direito
Tributário (IBDT). Advogado em São Paulo.
336 Cf. David Cameron: Tax avoiding foreign firms like Starbucks and Amazon lack “moral
scruples”, The Telegraph, janeiro de 2013. Disponível em:
<http://www.telegraph.co.uk/news/politics/david-cameron/9779983/David-Cameron-Tax-
avoiding-foreign-firms-like-Starbucks-and-Amazon-lack-moral-scruples.html>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
337 Para verificar o caráter contundente do relatório, basta mencionar os tópicos que
acompanharam as conclusões e recomendações finais. Cf. Public Accounts Committee –
Nineteenth Report. HM Revenue and Customs: Annual Report and Accounts. Disponível
em:
<https://publications.parliament.uk/pa/cm201213/cmselect/cmpubacc/716/71602.htm>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
338 Cf. o artigo publicado pela BBC News Magazine, em maio de 2013, intitulado Google,
Amazon, Starbucks: The rise of “tax shaming”. Disponível em:
<http://www.bbc.com/news/magazine-20560359>. Acesso em: 15 dez. 2017.
339 Cf. Barack Obama: Tax avoidance is a big global problem, BBC News. Disponível em:
<http://www.bbc.com/news/business-35971835>. Acesso em: 15 dez. 2017.
340 Cf. relatório preparado pela Comissão Europeia intitulado Communication from the
Commission to the European Parliament and the Council. A Fair and Efficient Tax System
in the European Union for the Digital Single Market. Disponível em:
<https://ec.europa.eu/taxation_customs/sites/taxation/files/1_en_act_part1_v10_en.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
341 Idem, p. 6.
342 OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. Addressing the Tax Challenges of
the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final Report. Os exemplos terão como base os
casos descritos no Anexo B do relatório, constantes das p. 167 et seq.
343 Uma descrição detalhada da estrutura pode ser encontrada no website da Comissão
Europeia. Cf. <http://europa.eu/rapid/press-release_IP-17-3701_en.htm>. Acesso em: 15
dez. 2017.
344 Disponível em: <https://www.icij.org/investigations/luxembourg-leaks>. Acesso em: 15
dez. 2017.
345 Na decisão da Comissão Europeia, Luxemburgo foi condenado a restituir o valor do
incentivo fiscal considerado ilegal, inexistindo punição direta para o Grupo Amazon. A
Comissão definiu a metodologia de cálculo do valor da vantagem fiscal indevida, isto é, a
diferença entre os tributos que a empresa recolheu e aqueles a que estaria sujeita sem os
incentivos fiscais. Cf.: <http://ec.europa.eu/competition/elojade/isef/case_details.cfm?
proc_code=3_SA_38944>. Acesso em: 15 dez. 2017.
346 Para maiores detalhes, cf. o artigo de Rubens Barrionuevo Biselli, “As disputas de Cost
Sharing Agreements envolvendo empresas de tecnologia nos EUA”, neste volume.
347 Cf. Google tax row: What’s behind the deal?, BBC News, janeiro de 2016. Disponível
em: <http://www.bbc.com/news/business-35428966>. Acesso em: 15 dez. 2017.
1868
348 Cf. Google settles huge £259m tax bill to end criminal investigation into alleged
avoidance, The Telegraph, maio de 2017. Disponível em:
<http://www.telegraph.co.uk/technology/2017/05/04/google-pay-306m-italy-tax-deal>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
349 Cf.: <https://www.nytimes.com/2017/07/12/business/13google.html>. Acesso em: 15
dez. 2017.
350 Para detalhes sobre a estrutura, cf. Commission Decision of 30.8.2016 on State Aid
SA.38373 (2014/C) (ex 2014/NN) implemented by Ireland to Apple. Disponível em:
<http://ec.europa.eu/competition/state_aid/cases/253200/253200_1851004_674_2.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
351 Cf. o press release divulgado no website da Comissão Europeia:
<http://europa.eu/rapid/press-release_IP-16-2923_en.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017.
352 Cf. Commission Decision of 30.8.2016 on State Aid SA.38373 (2014/C) (ex 2014/NN) (ex
2014/CP) implemented by Ireland to Apple. Disponível em:
<http://ec.europa.eu/competition/state_aid/cases/253200/253200_1851004_674_2.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
353 Cf. TEIJEIRO, Guillermo O. A call for a Sustainable Response to the taxation of Digital
Economy within the International Income Tax System, October 5, 2017. Disponível em:
<http://kluwertaxblog.com/2017/10/05/callsustainable-response-taxation-digitaleconomy-
within-international-income-taxsystem>. Acesso em: 15 dez. 2017.
354 Cf. OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project. Addressing the Tax Challenges
of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final Report, item 7.6.1 (p. 107 et seq).
355 Ibidem, item 7.6.3 (p. 113 et seq).
356 Ibidem, item 7.6.4 (p. 115 et seq).
357 O relatório publicado pela Comissão Europeia em setembro de 2017 ilustra a posição do
bloco. Cf. Communication from the Commission to the European Parliament and the
Council. A Fair and Efficient Tax System in the European Union for the Digital Single
Market. Disponível em:
<https://ec.europa.eu/taxation_customs/sites/taxation/files/1_en_act_part1_v10_en.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
358 Cf.:
<https://ec.europa.eu/taxation_customs/sites/taxation/files/1_en_act_part1_v10_en.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
359 A CCCTB pretende estabelecer regras comuns para o cálculo dos tributos corporativos
na UE. Tais regras permitiriam às empresas adotar um único conjunto de regras para
apurar seus tributos, em detrimento das regras locais. Para maiores detalhes, cf.
<https://ec.europa.eu/taxation_customs/business/company-tax/common-consolidated-
corporate-tax-base-ccctb_en>. Acesso em: 15 dez. 2017.
360 Cf. EU Seeks Compromise on Tech Taxes as Macron Rails Against Google, Bloomberg
Technology, setembro de 2017. Disponível em:
<https://www.bloomberg.com/news/articles/2017-09-29/eu-needs-fair-google-tax-amid-
fierce-competition-romania-says>. Acesso em: 15 dez. 2017.
361 Cf. Finance Bill 2015: legislation and explanatory notes. Disponível em:
1869
<https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/416164/Finance_Bill_201
Acesso em: 15 dez. 2017.
362 Para uma análise mais aprofundada do DPT, cf. WASIMI, Shinasa, NARIO, Jai, e
BERTRAM, Kathryn, Diverted Profits Tax: U.K., Australian, and New Zealand
Approaches, Tax Notes International, July 24, 2017, p. 349 et set.
363 Cf. Proposal for Equalization Levy on Specified Transactions. Report of the Committee
on Taxation of E-Commerce. Versão integral do relatório disponível em:
<http://incometaxindia.gov.in/news/report-of-committee-on-taxation-of-e-commerce-feb-
2016.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
364 Para maiores detalhes, cf. o artigo de T. P. Ostwal e Mohak Shingala, “Taxation of
Digital Economy: India Perspective”, neste volume.
365 Cf. French finance minister rules out Google tax deal, more firms could be targeted,
Reuters, maio de 2016. Disponível em: <https://www.reuters.com/article/us-google-
france/french-finance-minister-rules-out-google-tax-deal-more-firms-could-be-targeted-
idUSKCN0YK03O>. Acesso em: 15 dez. 2017.
366 Cf. Constitutional council, 29 December 2016, n. 2016-744 DC.
367 Cf.: <https://www.reuters.com/article/us-france-alphabet-tax/france-ready-to-negotiate-
with-google-on-back-taxes-minister-idUSKBN1A92CO>. Acesso em: 15 dez. 2017.
368 Cf. o relatório da OCDE intitulado “Tax Policy Reforms in the OECD 2016” (OECD
Publishing, Paris), no qual o órgão aponta a tendência na redução da alíquota corporativa
nas principais economias do mundo.
369 Cf.: <https://www.lw.com/thoughtLeadership/US-tax-reform-key-business-impacts-
charts-transactional-diagrams>. Acesso em: 15 dez. 2017, p. 20.
370 Cf. um abrangente relatório sobre os principais efeitos da reforma tributária em:
<https://www.lw.com/thoughtLeadership/US-tax-reform-key-business-impacts-charts-
transactional-diagrams>. Acesso em: 15 dez. 2017. Outros dados de interesse podem ser
visualizados em Trump’s Tax Reform Plan, Investopedia, dezembro de 2017. Disponível
em: <https://www.investopedia.com/news/trumps-tax-reform-what-can-be-
done/#ixzz53cYYLbWs>. Acesso em: 15 dez. 2017.
371 Para uma análise mais aprofundada dos efeitos da reforma tributária em relação às
estruturas de transferência de intangíveis para o exterior, amplamente adotadas por
empresas de tecnologia norte-americanas, cf. o artigo de Rubens Barrionuevo Biselli, “As
disputas de Cost Sharing Agreements envolvendo empresas de tecnologia nos EUA”, neste
volume.
372 A LC n. 157/2016, por exemplo, previu a possiblidade de cobrança do ISS sobre as
atividades de “inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e
publicidade, em qualquer meio” e “disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos
de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da internet”, abrindo caminho para a cobrança
do ISS, na esfera municipal, sobre as atividades desenvolvidas por empresas de streaming
e sobre a veiculação de publicidade online. Além disso, há uma relevante disputa entre
Estados e Municípios para a tributação das operações vinculadas ao licenciamento de
software. Enquanto o Convênio CONFAZ n. 106/2017 estabeleceu diretrizes sobre a
cobrança do ICMS sobre as “operações com bens e mercadorias digitais comercializadas
1870
por meio de transferência eletrônica de dados”, autorizando os Estados a cobrar o ICMS
sobre operações com software, as legislações municipais – com respaldo na Lei
Complementar n. 116/2003 – também preveem a cobrança do ISS sobre tais operações.
Recentemente o Município de São Paulo enfatizou sua posição sobre o tema, por meio do
Parecer Normativo n. 1/2017, em que trata da incidência do ISS sobre os “serviços de
licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação, por meio de
suporte físico ou por transferência eletrônica de dados”.
373 Destaquem-se, nesse sentido, as seguintes medidas: introdução de regras sobre a
Declaração País a País (IN RFB n. 1.681/2016); criação de normas sobre a troca de
informações relativas a rulings (IN RFB n. 1.689/2017); e a obrigatoriedade de declaração
do beneficiário efetivo das pessoas jurídicas brasileiras (IN RFB n. 1.634/2016). Além
disso, o Brasil assinou acordos sobre a troca automática de informações financeiras
(FATCA e CRS).
374 A tributação efetiva dessas operações exige uma análise caso a caso, considerando,
inclusive, o impacto da aplicação dos acordos de bitributação e a natureza jurídica
atribuída aos pagamentos feitos em favor das empresas estrangeiras. Esclareça-se, por
exemplo, que a própria Receita Federal do Brasil (RFB) já reconheceu a não aplicação do
IRRF sobre remessas ao exterior pela importação de serviços, nas transações sujeitas à
aplicação do artigo 7º dos acordos de bitributação celebrados pelo Brasil (ADI n.
05/2014). Além disso, também de acordo com a RFB, os pagamentos remetidos ao
exterior com a natureza de royalty não estão sujeitos ao PIS/COFINS-Importação, por não
caracterizarem a importação de mercadoria ou de serviços (SD COSIT 11/2011). Por outro
lado, a RFB também tem sustentado que operações de caráter misto, a exemplo de SaaS
(software as a service), devem ser equiparadas a “serviços técnicos” para fins de
tributação (SC n. 191, de 23-3-2017). Note-se, portanto, que há uma série de discussões e
controvérsias acerca do regime tributário aplicado a cada transação no âmbito da
economia digital, muitos dos quais são analisados com profundidade em artigos deste
livro, aos quais fazemos referência.
375 No Brasil, as regras acerca da caracterização de um “estabelecimento permanente”
limitam-se às hipóteses de venda direta de mercadorias por empresas estrangeiras, por
meio de um agente no Brasil.
376 Advogada com mais de dez anos de experiência no desenvolvimento de políticas fiscais
guiadas, principalmente, às necessidades de países em desenvolvimento e menos
desenvolvidos. Trabalhou no secretariado das Nações Unidas, atuando junto ao Comitê de
Peritos na revisão do Tratado Modelo da ONU e em diversos outros assuntos de tributação
internacional. Doutora pela Vienna University of Economics and Business (WU, Áustria)
em tributação ambiental internacional, mestra pela Universidade de Cambridge (Cantab,
UK) em Direito Corporativo e mestre pela New York University (NYU, USA) em Direito
Tributário Internacional. Especialista em Direito Tributário brasileiro pelo Instituto
Brasileiro de Estudos Tributários.
377 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report (OECD, 2015).
378 G20 – St Petersburg Action Plan, G20 Leader’s Declaration, p. 12 (Setembro, 2013).
Disponível em: <http://www.mofa.go.jp/files/000013493.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
Ver também Nações Unidas (2015), Addis Ababa Action Agenda of the Third
1871
International Conference on Financing for Development (UN, 2015), General Assembly
Resolution n. 69/313 de 27-7-2015. Disponível em: <http://www.un.org/esa/ffd/wp-
content/uploads/2015/08/AAAA_Outcome.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
379 Nações Unidas, Note by the Secretariat on “The digitalized economy: selected issues of
potential relevance to developing countries” (E/C.18/2017/6), julho 2017.
380 FMI, Digital Revolutions in Public Finance, IMF Publications, GUPTA, S., KEEN, M.,
SHAH, A. and VERDIER, G. (Eds.), 2017.
381 LENNARD, M., BEPS and Tax Administrations, in SIM, S. & SOO, M-J (Eds.), Asian
Voices: BEPS and Beyond, IBFD 2017, capítulo 3, Online Books IBFD.
382 PINTO, D., Options To Address the Direct Tax Challenges Raised by the Digital
Economy – A Critical Analysis, Canadian tax journal / revue fiscale canadienne (2017)
65:2, 291-331.
383 Organisation for Economic Co-operation and Development, Preventing the Artificial
Avoidance of Permanent Establishment Status, Action 7– 2015 Final Report, Paris:
OECD, 2015.
384 Klaus Vogel, “Worldwide vs. Source Taxation of Income – A Review and Re-evaluation
of Arguments (Part III)” (1988) 16:11 Intertax 393-402.
385 Dados oficiais recentes estimam que o Imposto sobre Lucro Desviado (DPT) arrecadou
£31m no ano fiscal de 2015/16 e £281m em 2016/17. Estas estimativas oficiais tiveram
como base poucas companhias. O fisco Inglês (HMRC) disse que o imposto focava atingir
apenas 100 grandes multinacionais, e foi informado em maio de 2017 que uma
multinacional em particular (Diageo) pagaria sozinha £107m, sob protestos. Dados
veiculados pelo BEPS Monitoring Group, Submission on the Tax challenges of the Digital
Economy. Disponível em:
<https://bepsmonitoringgroup.files.wordpress.com/2017/10/digital-economy.pdf>. Acesso
em: 15 dez. 2017.
386 Conforme OECD, Open Consultation meeting on the Digitalization of the Economy, 1º
nov. 2017 (notas do autor).
387 EY, Global Digital Tax Developments Review, abril 2016.
388 European Commission, A Fair and Efficient Tax System in the European Union for the
Digital Single Market, COM(2017) 547 final, Brussels, 21-9-2017.
389 Idem.
390 WTO, General Agreement on Tariffs and Trade, 1994. Veja, especificamente, a
discussão acerca da imposição de impostos fronteiriços (border tax adjustment) e a
aplicação das exceções do artigo XX, através do “princípio de políticas públicas” que
permite a um ente governamental fugir das regras estabelecidas pelo GATT.
391 De acordo com M. Devereux e J. Vella, o problema do sistema tributário atualmente em
vigor é que o direito de tributar é atribuído aos fatores móveis das funções empresariais,
tais como intangíveis, direitos sobre a propriedade intelectual, dentre outros fatores. Isso
leva à administração de estruturas agressivas de planejamento fiscal, permite que as
empresas aloquem a renda a países de baixa tributação e gera um ambiente de competição
destrutiva entre os países, na medida em que eles competem entre si para reduzir a
alíquota e atrair investimento externo. Os autores, portanto, argumentam que a solução
1872
seria migrar para um sistema onde o direito de tributar é atribuído a fatores relativamente
imóveis, tais como os acionistas ou os consumidores. Isso levaria a um sistema tributário
mais focado no destino da atividade econômica (destination based system).
Ver, neste sentido: M. P. Devereux e J. Vella, Implications of Digitalization for International
Corporate Tax Reform, WP 17/7, Oxford University Centre of Business Taxation, julho
2017, disponível em:
<https://www.sbs.ox.ac.uk/sites/default/files/Business_Taxation/Docs/Publications/Working_Papers/Serie
Acesso em: 15 dez. 2017.
392 OECD, Open Consultation meeting on the Digitalization of the Economy, 1º nov. 2017
(notas do autor).
393 Ver apresentação administrada pela Ernst & Young durante o OECD, Open Consultation
meeting on the Digitalization of the Economy, 1º nov. 2017 (notas do autor).
394 Para maiores informações sobre os diferentes modelos de negócio: S. Towers, Analysing
the Likely impact of the BEPS Project on Common Business Models, in SIM, S. & SOO,
M-J (Eds.), Asian Voices: BEPS and Beyond, Capítulo 26, seção 26.7, IBFD Online
Books, IBFD 2017. Ver também CHIEN, L., Life after BEPS in Asia: Challenges and
Opportunities, in SIM, S. & SOO, M-J (Eds.), Asian Voices: BEPS and Beyond, Capítulo
28, seções 28.1 e 28.2, IBFD Online Books, IBFD 2017.
395 Disponível em: <https://bepsmonitoringgroup.wordpress.com>. Acesso em: 15 dez.
2017.
396 BEPS Monitoring Group, “Submission on Tax Challenges of the Digital Economy,”
(Authors: J. Kadett and S. Picciotto with contributions from T. Falcão, T. Faccio, and A.
Waris), disponível em: <https://bepsmonitoringgroup.files.wordpress.com/2017/10/digital-
economy.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
397 O princípio das entidades independentes permite que as empresas explorem os erros
intrínsecos do sistema de tributação internacional. O princípio das entidades
independentes requer que as autoridades fazendárias analisem as contas de cada uma das
filiais localizadas em cada país, e promovam o ajuste de contas em cada país sem
reconciliar as atividades, partindo do pressuposto de que estas são entidades
independentes, interagindo entre si a arms length, sem um controle acionário único ou
uma diretriz única para tomada de decisão. O princípio ignora a realidade econômica sob a
qual as empresas operam – à medida que estas estão, de fato, sob controle e direção
centralizados.
398 Tanto os países desenvolvidos quanto os países em desenvolvimento veem este método
com suspeita, mas principalmente os países em desenvolvimento temem que uma fórmula
acordada no âmbito de um fórum regulamentado por países desenvolvidos não seja
favorável aos seus interesses econômicos e arrecadatórios.
399 FALCÃO, Tatiana (2012), Brazil’s approach to Transfer Pricing: A Viable Alternative to
the Status quo?, Bloomberg, BNA, Tax Management Transfer Pricing Report, v. 20, n. 20,
23-2-2012.
400 Parlamento Europeu, Common Consolidates Corporate Tax Base, 2016, disponível em:
<http://www.europarl.europa.eu/thinktank/en/document.html?
reference=EPRS_BRI%282017%29599395>. Acesso em: 15 dez. 2017.
1873
401 Kadet J. (2013) U.S. Tax Reform: Full-Inclusion Over Territorial System Compelling.
Tax Notes 139: 295-301.
402 Veja, neste sentido, legislação recente introduzida pelos EUA veiculando um destination
based cash flow tax: USA, The Tax Reform Task Force Blueprint, junho de 2016. Veja
também: AUERBACH, A, DEVEREUX, M. P., KEEN, M. et al. (2017), Destination-
Based Cash Flow Taxation, Working Paper 17/01, Oxford University Centre for Business
Taxation. AVI-YONAH, R. S. and CLAUSING, K. (2017), Problems with Destination-
Based Corporate Taxes and the Ryan Blueprint, Columbia Journal of Tax Law 8: 229-255.
Institute for Fiscal Studies, The Structure and Reform of Direct Taxation, Report of a
Committee chaired by Professor J. E. Meade (London: Allen and Unwin, 1978) e Alan J.
Auerbach, A Modern Corporate Tax, (Washington, DC: Center for American Progress,
2010).
403 OECD, “Mechanisms for the Effective Collection of VAT/GST” (OECD, 2017),
disponível em: <http://www.oecd.org/tax/consumption/mechanisms-for-the-effective-
collection-of-vat-gst.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017.
404 Doutor em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela USP. LLM em International
Taxation com bolsa integral por mérito (Arthur T. Vanderbilt Scholarship) pela New York
University School of Law. Pós-graduado em Direito Tributário pelo IBET. Conselheiro
Titular da 4ª Câmara Julgadora do Conselho Municipal de Tributos de São Paulo
(CMT/SP). Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo (TITSP).
Professor e Advogado em São Paulo e no Rio de Janeiro.
405 Doutorando em Direito Tributário Internacional pela Universiteit Leiden, Holanda.
Mestre (summa cum laude) em Direito Econômico, Financeiro e Tributário pela
Universidade de São Paulo (USP). Master of Laws (LLM) in Taxation pela Georgetown
University Law Center, EUA (Graduate Tax Scholarship e Dean’s Certificate Award).
Pós-Graduado em Direito Tributário Internacional pelo Instituto Brasileiro de Direito
Tributário (IBDT). Pós-Graduado em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de
Estudos Tributários (IBET). Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo
(TIT-SP). Coordenador da Comissão de Direito Tributário do IBRADEMP. Professor e
Advogado em São Paulo.
406 SHAVIRO, Daniel. The rising tax-electivity of U.S. Corporate Residence, in NYU,
International Tax Program @20. New York: NYU, 2016, p. 71.
407 Atribui-se a William Woods, enquanto chefe da Bolsa de Valores de Bermudas a célebre
frase de que Gates “teria sido fabulosamente mais rico se ele tivesse incorporado a
Microsoft em Bermudas (...). Sua ignorância em relação à tributação lhe custou uma
fortuna (...)” (tradução livre, in Matthew Bishop, Gimme Shelter, The Economist, jan. 29,
2000, at S15, apud SHAVIRO, Daniel. The rising tax-electivity of U.S. Corporate
Residence, in NYU, International Tax Program @20. New York: NYU, 2016, p. 71.
408 Nas palavras de Alberto Xavier, “do ponto de vista econômico, o princípio da fonte
(exonerando os lucros estrangeiros da tributação) favorece a neutralidade na importação
de capitais (NIC), enquanto o princípio da residência, conduzindo a tributação idêntica,
seja qual for o lugar de obtenção do lucro, favorece a neutralidade na exportação de
capitais (NEC)” (XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 8. ed. Rio
de Janeiro: Forense. p. 217).
1874
409 Para muitos autores, a melhor política fiscal envolveria a neutralidade dos investimentos
em relação à exportação, tributando-se da mesma maneira as rendas auferidas
internamente e externamente. A referida diretriz conferiu a base teórica para as regras
CFC (controlled foreign company), tendo ampla influência na discussão levada a cabo no
congresso norte-americano, à época de sua edição. A respeito, vide: AVI-YONAH,
Reuven. The U.S. Treasury’s Subpart F Report: Plus Ça Change, Plus C’est la Même
Chose?, in Bulletin, IBFD, p. 185 e s., maio/2001.
410 Como se sabe, em 22-12-2017, foi assinada lei conhecida como Tax Cuts and Jobs Act,
alterando, profundamente, as regras de tributação norte-americanas, notadamente no que
toca à política de tributação internacional (entre outras alterações). A respeito, vide:
<https://www.lw.com/thoughtLeadership/US-tax-reform-key-business-impacts-charts-
transactional-diagrams>. Acesso em: 15 dez. 2017.
411 McLURE, Charles. Tax Competition in a Digital World, in Bulletin, IBFD, p. 154,
abril/2003.
412 XAVIER, Alberto. Direito Tributário Internacional do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro:
Forense. p. 251.
413 COCKFIELD, Arthur. The law and economics of Digital Taxation: challenges to
traditional Tax Laws and principles, in Bulletin, IBFD, p. 608, dezembro/2002.
414 A respeito da distinção, vide, entre outros, o Comunicado n. 31.379/17, do Banco Central
do Brasil.
415 Cf. OECD/G20. Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, in Base Erosion
and Profit Shifting Project. Disponível em: <http://www.oecd.org/tax/addressing-the-tax-
challenges-of-the-digital-economy-action-1-2015-final-report-9789264241046-en.htm>, p.
66.
416 Vide: OECD/G20. Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, in Base
Erosion and Profit Shifting Project, p. 67.
417 Em muitos dos casos mediante transferência de intangíveis, inclusive por meio dos
chamados cost-sharing agreements.
418 JOSEPH, Anton. Corporate Inversions and Earnings Stripping, in Derivatives and
Financial Instruments, IBFD, p. 92, maio-jun./2008. A mesma definição pode ser
encontrada em outros textos, além do trabalho recentemente publicado pelo Congressional
Research Service: MARPLES, Donald J.; GRAVELLE, Jane G. Corporate Expatriation,
Inversions and Mergers: tax issues, ago./2017. Disponível em:
<https://fas.org/sgp/crs/misc/R43568.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
419 Vide: MARPLES, Donald J.; GRAVELLE, Jane G. Corporate Expatriation, Inversions
and Mergers: tax issues, ago./2017. Disponível em:
<https://fas.org/sgp/crs/misc/R43568.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017, p. 2.
420 YANG, James G. S. The adverse effects of corporate inversions in the United States, in
Bulletin for International Taxation, IBFD, p. 679, nov./2015.
421 Cf. BEHAGG, Charles. Tax inversions: time do take a look in the mirror reflections on
the inversion phenomenon, in Intertax, vol. 44, issue 2, Kluwer Law International, p. 132,
2016.
422 Cf. YANG, James G. S. The adverse effects of corporate inversions in the United States,
1875
in Bulletin for International Taxation, IBFD, p. 679, nov./2015.
423 Cf. BEHAGG, Charles. Tax inversions: time do take a look in the mirror reflections on
the inversion phenomenon, in Intertax, vol. 44, issue 2, Kluwer Law International, p. 133,
2016.
424 Cf. relatório produzido pelo escritório Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom LLP.
Disponível em: <https://www.brookings.edu/wp-
content/uploads/2015/01/OOSTERHUIS_slides.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017. Bittker &
Lokken apresentam diversas outras razões para o fenômeno (BITTKER, Boris I.;
LOKKEN, Lawrence. Fundamentals of International Taxation. 2013/2014 edition. New
York: Thomson Reuters, 2013, p. 66-41).
425 WEBBER, Stuart. Escaping the US Tax System: from corporate inversions to re-
domiciling, in Tax Notes International, vol. 63, jul./2015, 2011, p. 276.
426 Idem.
427 O termo expanded affiliated group é definido pela Section 7874(c)(1).
428 Para fins de determinação do percentual deste dispositivo, (i) ações anteriormente detidas
por membros do grupo econômico que inclui a sociedade estrangeira deverão ser
desconsideradas do cálculo, assim como (ii) ações da sociedade estrangeira alienadas em
uma emissão pública de ações relacionada à operação também seriam desconsideradas do
cálculo (cf. Section 7874(c)(2)). A interpretação do dispositivo foi questionada, logo após
a sua edição, em virtude da falta de clareza a respeito da exclusão apenas no numerador ou
neste último e no denominador (vide: VANDERWOLK, Jefferson. The US anti-inversion
legislation and regulations, in Bulletin, IBFD, p. 379, set./2006). Posteriormente, outras
modificações foram feitas (v.g., Notice 2009-78).
429 Cf. Section 7874(a)(2)(B)(ii).
430 Internal Revenue Bulletin 2006-27.
431 Internal Revenue Bulletin 2009-28.
432 BEHAGG, Charles. Tax inversions: time do take a look in the mirror reflections on the
inversion phenomenon, in Intertax, vol. 44, issue 2, Kluwer Law International, p. 135,
2016. Vide, também: Internal Revenue Bulletin 2012-28.
433 YANG, James G. S. The adverse effects of corporate inversions in the United States, in
Bulletin for International Taxation, IBFD, p. 680, nov./2015.
434 YANG, James G. S., op. cit, p. 681.
435 Idem.
436 AVI-YONAH, Reuven S. For Haven’s Sake: reflections on inversion transactions, in Tax
Notes, vol. 95, n. 12, p. 1799, jun./2002.
437 Como no caso da Apple, Inc., por exemplo. Vide: Factbox: Apple, Amazon, Google and
tax avoidance schemes. Disponível em: <https://www.reuters.com/article/us-eu-tax-
avoidance/factbox-apple-amazon-google-and-tax-avoidance-schemes-
idUSBRE94L0GW20130522>. Acesso em: 15 dez. 2017.
438 Para informações mais detalhadas sobre o caso, confira-se: TING, Anthony. The politics
of BEPS – Apple’s International Tax Structure and the US attitude towards BEPS, in
Bulletin for International Taxation, IBFD, p. 410-415, jun.-jul./2015. Acesso em: 15 dez.
1876
2017.
439 Cf.: <https://www.usatoday.com/story/money/2016/01/25/johnson-controls-tyco-
international-merger/79289344>. Acesso em: 15 dez. 2017.
440 Em língua inglesa, machine to machine.
441 Cf. Capítulo IX, “Da Tributação em Bases Universais das Pessoas Jurídicas”.
442 O termo “coligada” encontra-se delimitado pelo art. 243, § 4º, da Lei n. 6.404/76.
443 A definição do termo “controle” pode ser extraída do art. 243, §§ 1º e 2º, da Lei n.
6.404/76, bem como do art. 1.098 do CC/2002.
444 As hipóteses de equiparação encontram-se discriminadas no art. 83 da Lei n.
12.973/2014.
445 Em linha com a diretriz seguida pelo STF no julgamento da ADI n. 2.588, a Lei n.
12.973/2014 (art. 81) determina a sujeição de coligadas às regras CFC brasileiras, desde
que situadas em (i) jurisdição com tributação favorecida, (ii) regime fiscal privilegiado, ou
(iii) jurisdição submetida a regime de subtributação (i.e., que tribute a renda em percentual
nominal inferior a 20%), ou por ela controlada, direta ou indiretamente. A legislação
também oferece à controladora a opção pelo regime de competência, isto é, pela tributação
da parcela da variação positiva do método de equivalência patrimonial das coligadas no
exterior (art. 82-A, da Lei n. 12.973/2014).
446 Aproximadamente 34%.
447 Com esta modificação, tributos sobre a renda (IRPJ e CSLL) pagos no País e que outrora
seriam compensáveis nos Estados Unidos, já que a alíquota deste país era superior (35%),
não mais produzirão o chamado foreign tax credit.
448 Com o advento da MP n. 627/2013, tentou-se instituir a tributação dos lucros no exterior
também para controladores pessoas físicas (art. 89 da MP). O texto da MP, no entanto, não
foi mantido na conversão na Lei n. 12.973/2014.
449 Digna de nota, também, a estruturação levada a cabo pela AMBEV, muito embora, neste
caso, a operação tenha sido mais complexa, por uma combinação de negócios com outro
grupo econômico belga. A respeito, vide: CARVALHO, Felipe Reis de. As razões
tributárias e econômicas das inversões corporativas. São Paulo, 2017, p. 86. Disponível
em:
<http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/3114/5/Filipe%20Reis%20de%20Carvalho.pdf>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
450 Cf.: <http://www.valor.com.br/agro/4756539/jbs-cancela-reorganizacao-societaria-apos-
recusa-do-bndes>. Acesso em: 15 dez. 2017.
451 As etapas da operação e as ilustrações incluídas neste tópico foram extraídas de “Fato
Relevante” publicado pela Companhia, disponível em:
<https://ri.magnesita.com/Download.aspx?Arquivo=eo8U+73ZeRZXzbaAR4BebA>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
452 Foi apresentado estudo pela Fundação Dom Cabral, em que se elencaram 48 (quarenta e
oito) grupos com alto grau de internacionalização. Entre eles, Gerdau, Fitesa, Marfrig,
Embraer, Alpargatas, entre inúmeras outras. Vide: DRUMMOND JUNIOR, Aldemir et. al.
Ranking FDC das Multinacionais Brasileiras 2015: a capacidade de adaptação cultural
das empresas brasileiras no mundo. Nova Lima/MG: Fundação Dom Cabral, 2015.
1877
453 Entre inúmeras outras, cite-se, como exemplo, a Solução de Consulta Cosit n. 400/2017,
em que se entendeu que a regra de isenção da tributação de dividendos no tratado para
evitar a dupla tributação celebrado com a Argentina não obstaria a tributação pelas regras
brasileiras CFC.
454 Cf. art. 77 da Lei n. 12.973/2014: “Art. 77. A parcela do ajuste do valor do investimento
em controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior equivalente aos lucros por ela
auferidos antes do imposto sobre a renda, excetuando a variação cambial, deverá ser
computada na determinação do lucro real e na base de cálculo da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido – CSLL da pessoa jurídica controladora domiciliada no Brasil,
observado o disposto no art. 76”.
455 CSRF, 1ª Turma, Acórdão n. 9101001.847, Rel. Marcos Aurélio Pereira Valadão, j. 10-
12-2013.
456 A título ilustrativo, vide: CARF, 1ª Seção, 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara, Acórdão n.
1101-000.869, Rel. Edeli Pereira Bessa, j. 9-4-2013.
457 STJ, RESP n. 1.211.882/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, j. 5-4-2011.
458 Cf. Art. 8º, § 6º, da IN n. 1.520/2015.
459 Os Tribunais Superiores, por diversas oportunidades, manifestaram-se acerca do caráter
periódico do imposto de renda, como se pode depreender dos seguintes julgados, entre
outros: STJ, AgRg no AgRg no Ag 1395402/SC, Rel. Min. Eliana Calmon, 2ª Turma, j.
15-10-2013; STJ, REsp 671.278/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, j. 6-10-2005; STJ,
AgRg no AREsp 637.679/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, j. 10-3-
2015.
460 Art. 23 da Lei n. 9.249/95.
461 Cf. hipóteses previstas no art. 60 do Decreto-lei n. 1.598/77.
462 Cf. art. 19 da Lei n. 9.430/96.
463 A RFB, mais recentemente, e a nosso ver de forma equivocada, entendeu que a redução
de capital pelo valor contábil poderia gerar ganho tributável quando a devolução for de
bens avaliados a valor justo (Solução de Consulta Cosit n. 415/2017, de 8-9-2017).
464 Art. 61, II, da IN n. 11/96.
465 Discussões quanto à manutenção de saldos de prejuízo fiscal no exterior, entre outras.
466 Este ponto, apesar de relevante, não constitui escopo do presente artigo. A aferição dos
limites dos chamados planejamentos tributários, também no que toca à aplicação do
disposto no art. 149, VII, do CTN, assim como do art. 116, parágrafo único, envolve a
análise de requisitos, pela jurisprudência do CARF, como causa do negócio jurídico,
propósito negocial (business purpose), substância das operações (substance over form) –
oriundas do caso norte-americano Gregory v. Helvering –, bem como outras análise de
cunho subjetivo, aferidos em cada caso concreto. Em relação à análise do substance over
form e business purpose, confiram-se, entre outros: CASTRO, Leonardo Freitas de
Moraes e. Análise da aplicação da teoria do substance over form aos planejamentos
tributários no Brasil, in Revista de Direito Tributário da Apet, n. 22. São Paulo, MP
Editora, p. 55 e s.; MONTEIRO, Alexandre Luiz Moraes do Rêgo. Caso Felipão e Caso
Ratinho: o mito da impossibilidade de pessoas jurídicas prestarem serviços artísticos ou
intelectuais e seus reflexos tributários. In: CASTRO, Leonardo Freitas de Moraes e.
1878
Planejamento tributário: estudo de casos. São Paulo: MP Editora, 2010. p. 245 e s.
467 Pesquisador em programa de pós-doutorado da Faculdade de Direito da Universidade de
São Paulo. Advogado. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito Tributário
do IBDT, em São Paulo. Professor Adjunto da Universidade do Estado do Amazonas, em
Manaus. Doutor e Mestre em Direito Tributário pela Universidade de São Paulo. Este
trabalho foi produzido no Grupo de Pesquisa Direito do Estado e Desenvolvimento, da
Universidade do Estado do Amazonas.
468 SILVEIRA, Ricardo Maitto. O escopo pessoal dos acordos internacionais contra a
bitributação: regimes fiscais especiais, conflitos de qualificação e casos triangulares. São
Paulo: IBDT/Quartier Latin, 2016. p. 40.
469 SCHOUERI, Luís Eduardo. Brazil. In: LANG, Michael, PISTONE, Pasquale, SCHUCH,
Josef e STARINGER, Claus (Eds.). The Impact of the OECD and UM Model Conventions
on Bilateral Tax treaties. Cambridge: Cambridge University Press, 2012 p. 171-202 (172).
470 HOLMES, Kevin. International Tax Policy and Double Tax Treaties. An Introduction to
Principles and Application. Amsterdam: IBFD, 2011. p. 260-261.
471 HOLMES, Kevin, op. cit., p. 278-279.
472 HOLMES, Kevin, op. cit., p. 271-274.
473 OECD (2015), Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report, OECD/G20. Base Erosion and Profit Shifting Project, OECD Publishing,
Paris. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/9789264241046-en>. Acesso em: 15 dez.
2017.
474 BAEZ MORENO, Andrés. The Taxation of Technical Services under the United Nations
Model Double Taxation Conventions: a Rushed – Yet Appropriate – Proposal for
(Developing) Countries?, World Tax Journal, 2015 (Volume 7), N. 3, JOURNALS IBFD.
475 Para uma análise detalhada e profunda do assunto, ver: DUARTE FILHO, Paulo Cesar
Teixeira. Os royalties nos acordos para evitar a dupla tributação. In: SCHOUERI, Luís
Eduardo, BIANCO, João Francisco (Coords.), MORAIS e CASTRO, Leonardo Freitas de,
DUARTE FILHO, Paulo César Teixeira (Orgs.). Estudos de direito tributário em
homenagem ao Professor Gerd Willi Rothmann. São Paulo: Quartier Latin, 2016. p. 321-
365.
476 GARBARINO, Carlo. Capitolo VII. Tassazoine dei redditi di impresa multinazionale. In:
UCKMAR, Victor (Coord.). Corso di Diritto Tributario Internazionale. Padova: CEDAM,
1999. p. 196.
477 XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2015. p. 583, 658-670.
478 ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito autoral. 2. ed. Rio de Janeiro/São Paulo/Recife:
Forense, 2007. p. 27.
479 SCHOUERI, Luís Eduardo. Distribuição disfarçada de lucros. São Paulo: Dialética,
1996. p. 97-129.
480 REsp. 1.161.467/RS, Rel. Min. Castro Meira, DJe 1º-6-2012.
481 LANG, Micahel. Introduction to the Law of Double Taxation Conventions. 2nd ed.
Amsterdam/Vienna: IBFD/Linde, 2013. p. 91-97.
1879
482 XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2015. p. 625-669.
483 VOGEL, Klaus, PÖLLATH, Reinhard. Klaus Vogel DBA –
Doppelbesteuerungsabkommen der Bundesrepublik Deutschland auf dem Gebiet der
Steuern vom Einkommen und Vermögen Kommentar. 3 Auf. München: 1996, p. 1013-
1014, número de margem 33.
484 ROTHMANN, Gerd Willi. Tributação dos serviços importados na legislação doméstica e
internacional do Brasil. In: PARISI, Fernanda Drummond, TÔRRES, Heleno Taveira,
MELO, José Eduardo Soares de (Coords.). Estudos de direito tributário em homenagem
ao professor Roque Antônio Carrazza. São Paulo: Malheiros, 2014. v. 2, p. 79-104 (84-90,
especialmente 86).
485 SCHOUERI, Luís Eduardo. Chapter 4. Brazil. IN: BRAUNER, Yariv, PISTONE,
Pasquale (Eds.), Brics and the Emergence of International Tax Coordination. Amsterdam:
IBFD, 2015. p. 41-80 (58-59).
486 Em sentido semelhante: XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil. 8.
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 668.
487 XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2015. p. 576-577.
488 A própria Receita Federal já tinha reconhecido a assimilação do software (pelo menos o
de prateleira) ao conceito de mercadoria. Cf. Solução de Divergência Disit 27/2008,
Solução de Consulta Disit/SRRF10 120/2002, Solução de Consulta Disit/SRRF08
133/2003, Solução de Consulta Disit/SRRF10 83/2005, Solução de Consulta
Disit/SRRF08 513/2007, Solução de Consulta Disit/SRRF/06 78/2013.
489 Lei n. 9.610/98, art. 7º, XII. ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito autoral. 2. ed. Rio de
Janeiro/São Paulo/Recife: Forense, 2007. p. 7-8.
490 Royalties. International Tax Glossary. 7th ed. Amsterdam: IBFD, 2015. p. 412-413.
491 Lei n. 9.610/98, arts. 8º e 9º.
492 VOGEL, Klaus, PÖLLATH, Reinhard. Klaus Vogel DBA –
Doppelbesteuerungsabkommen der Bundesrepublik Deutschland auf dem Gebiet der
Steuern vom Einkommen und Vermögen Kommentar. 3 Auf. München: 1996. p. 1014,
número de margem 33a.
493 OCDE. Comentários à Convenção Modelo (2010), parágrafo 17.4.
494 OCDE. Comentários à Convenção Modelo (2010), parágrafo 10.1.
495 RE n. 176.626-3/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 11-12-1998.
496 Cf. Solução de Divergência Disit 27/2008, Solução de Consulta Disit/SRRF10 120/2002,
Solução de Consulta Disit/SRRF08 133/2003, Solução de Consulta Disit/SRRF10
83/2005, Solução de Consulta Disit/SRRF08 513/2007, Solução de Consulta
Disit/SRRF/06 78/2013.
497 Solução de Divergência n. 18 Cosit, de 27-3-2017.
498 PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcante. Tratado de direito privado. 2. ed. Rio
de Janeiro: Borsoi, 1963. v. XLIII, p. 284 e 324
499 PONTES DE MIRANDA, op. cit., p. 32.
1880
500 PONTES DE MIRANDA, op. cit., p. 284 e 324.
501 Tradução livre.
502 Ato Declaratório Normativo Cosit n. 5/2014.
503 GARBARINO, Carlo. Capitolo VII. Tassazoine dei redditi di impresa multinazionale. In:
UCKMAR, Victor (Coord.). Corso di Diritto Tributario Internazionale. Padova: CEDAM,
1999. p. 196.
504 SCHOUERI, Luís Eduardo. 5. Tax Sparring: a reconsideration of the reconsideration. In:
BRAUNER, Yariv, STUART, Miranda (Eds.). Tax, Law and Development. Cheltenham
(UK)/Northampton, MA (USA): Edward Elgar, 2013. p. 115-116.
505 Idem.
506 Como dito, em matéria de software, as posições da OCDE e da ONU são bastante
próximas.
507 BAEZ MORENO, Andrés. The Taxation of Technical Services under the United Nations
Model Double Taxation Conventions: a Rushed – Yet Appropriate – Proposal for
(Developing) Countries?, World Tax Journal, 2015 (Volume 7), N. 3, JOURNALS IBFD.
508 Idem.
509 BAEZ MORENO, op. cit.
510 LANG, Michael. Introduction to the Law of Double Taxation conventions. 2nd ed.
Amsterdam/Vienna: IBFD/Linde, 2013. p. 92-93.
511 BAEZ MORENO, Andrés. The Taxation of Technical Services under the United Nations
Model Double Taxation Conventions: a Rushed – Yet Appropriate – Proposal for
(Developing) Countries?, World Tax Journal, 2015 (Volume 7), N. 3, JOURNALS IBFD
(tópico 3.2.1.1.2 do artigo, especificamente).
512 Idem.
513 Idem.
514 Em defesa da incidência do princípio da capacidade contributiva no Direito Tributário
internacional: SCHAUMBURG, Harald. Internationales Steuerrecht. Außensteuerrecht.
Doppelbesteuerungsrecht. 3 auf. Köln: Dr. Otto Schmidt, 2011. p. 66-69, números de
márgem 4.7 e 4.10. SEER, Roman. Tipke/Lang Steuerrecht. 21 auf. Köln: Dr. Otto
Schmidt, 2013. p. 25, número de margem 83 e 29, número de margem 95.
515 VIEIRA DA ROCHA, Paulo Victor. A capacidade contributiva na teoria dos direitos
fundamentais, Revista Tributária das Américas (4/19), 2011. Idem. Teoria dos direitos
fundamentais em matéria tributária: restrições a direitos do contribuinte e
proporcionalidade. São Paulo: Quartier Latin, 2017. p. 157, 175-176.
516 Afinal, até os comentários de Vogel evitam a discussão, alegando que ela raramentre leva
a um significado claro (führt selten zu einem eindeutigen Ergebnis). VOGEL, Klaus.
Klaus Vogel DBA – Doppelbesteuerungsabkommen der Bundesrepublik Deutschland auf
dem Gebiet der Steuern vom Einkommen und Vermögen Kommentar. 3 Auf. München:
1996. p. 99-100, número de margem 14.
517 VIEIRA DA ROCHA, Paulo Victor. Substituição tributária e proporcionalidade: entre
capacidade contributiva e praticabilidade. São Paulo: Quartier Latin, 2012. p. 94-110.
Idem. Teoria dos direitos fundamentais em matéria tributária: restrições a direitos do
1881
contribuinte e proporcionalidade. São Paulo: Quartier Latin, 2017. p. 173-186.
518 XAVIER, Alberto. Direito tributário internacional do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2015. p. 576 e s. DUARTE FILHO, Paulo Cesar Teixeira. Os royalties nos
acordos para evitar a dupla tributação. In: SCHOUERI, Luís Eduardo, BIANCO, João
Francisco (Coords.), CASTRO, Leonardo Freitas de Morais e, DUARTE FILHO, Paulo
César Teixeira (Orgs.). Estudos de direito tributário em homenagem ao Professor Gerd
Willi Rothmann. São Paulo: Quartier Latin. 2016, p. 321-365. BAEZ MORENO, Andrés.
The Taxation of Technical Services under the United Nations Model Double Taxation
Conventions: a Rushed – Yet Appropriate – Proposal for (Developing) Countries?, World
Tax Journal, 2015 (Volume 7), N. 3, JOURNALS IBFD (tópico 3.2.1.2.2,
especificamente).
519 E/C. 18/2014/CRP.8 parágrafos 59-60.
520 BAEZ MORENO, Andrés. The Taxation of Technical Services under the United Nations
Model Double Taxation Conventions: a Rushed – Yet Appropriate – Proposal for
(Developing) Countries?, World Tax Journal, 2015 (Volume 7), N. 3, JOURNALS IBFD
(tópico 3.2.1.2.2, especificamente)
521 SCHOUERI, Luís Eduardo. Chapter 4. Brazil. IN: BRAUNER, Yariv, PISTONE,
Pasquale (Eds.). Brics and the Emergence of International Tax Coordination. Amsterdam:
IBFD, 2015. p. 41-80 (51-52, 54-55). Para serviços, a definição consta do art. 6º do
Decreto-lei n. 1.418/75.
522 Mestre em Direito (LLM) pela Northwestern University School of Law. Pós-graduado
em Administração de Empresas pela Kellogg School of Management. Especialista em
Direito Tributário pela FGV-SP. Bacharel em Administração Pública pela FGV-SP e em
Direito pela USP. Advogado em São Paulo.
523 Mestre em Direito dos Negócios pela FGV-SP. Bacharel em Direito pela UPFR.
Advogado em São Paulo.
524 Conforme ZUGMAN, Daniel Leib. Implicações Recentes do BEPS no Brasil. Disponível
em: <https://jota.info/artigos/implicacoes-recentes-beps-no-brasil-10022017>. Acesso em:
15 dez. 2017.
525 OECD. Action Plan on Base Erosion and Profit Shifting, OECD Publishing, 2013.
526 TAVARES, Romero. Política tributária internacional: OCDE, BEPS e Brasil: como
deve se posicionar o setor industrial brasileiro? Disponível em:
<http://www.funcex.org.br/publicacoes/rbce/material/rbce/121_RJST.pdf>. Acesso em: 15
dez. 2017.
527 CHURTON, Sarah; LAMBERT, Ellis; DENNIS, Ian. The impact of BEPS on intangible
assets, International Tax Review, 2016. Disponível em:
<http://www.internationaltaxreview.com/Article/3535797/The-impact-of-BEPS-on-
intangible-assets.html>. Acesso em: 15 dez. 2017.
528 Idem.
529 Idem.
530 CHURTON, LAMBERT, DENNIS, op. cit.
531 TAVARES, Romero. Política tributária internacional: OCDE, BEPS e Brasil: como
deve se posicionar o setor industrial brasileiro? Disponível em:
1882
<http://www.funcex.org.br/publicacoes/rbce/material/rbce/121_RJST.pdf>. Acesso em: 15
dez. 2017.
532 OWENS, Jeffrey. How the BEPS Project should tackle harmful tax competition,
International Tax Review, 2013. Disponível em:
<http://www.internationaltaxreview.com/Article/3275221/How-the-BEPS-project-should-
tackle-harmful-tax-competition.html>. Acesso em: 15 dez. 2017.
533 Os ativos de IP que são funcionalmente equivalentes a patentes incluem, por exemplo,
direitos autorais pela criação de software.
534 MACHADO, Clarissa; DEL BEL, Thiago. Preços de Transferência e BEPS – Ações 8-
10, 13 e 14 e os potenciais impactos no Brasil. No prelo.
535 CHURTON, Sarah; LAMBERT, Ellis; DENNIS, Ian, op. cit.
536 Para mais detalhes, ver: ROCHA, Sérgio André. Tributação Internacional. São Paulo:
Quartier Latin, 2013.
537 Solução de Divergência Cosit n. 6, de 20 de agosto de 2015 e Solução de Consulta Cosit
n. 325, de 20 de junho de 2017.
538 A lei prevê outros tipos de incentivos, mas os citados no texto podem ser considerados os
mais relevantes.
1883
539 Professor Sênior de Direito Tributário da Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo. Mestre, Doutor e Livre-Docente pela Faculdade de Direito da USP. Co-fundador e
diretor do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT). Membro da International
Fiscal Association (IFA) e da Associação Brasileira de Direito Financeiro (ABDF).
Advogado em São Paulo.
540 Algumas das fontes bibliográficas consultadas para a elaboração deste artigo são listadas
a seguir: UTESCHER, Tanja, Internet und Steuern: electronic commerce und Telearbeit,
Düsseldorf, IDW-Verl., 1999; SPATSCHECK, Rainer, Steuern im Internet:
Steuerprobleme des E-Commerce, Colônia, O. Schmidt, 2000; DE HESSELLE, Vera, Das
deutsche Steuerrecht, Kompaktwissen für die Praxis, 2. ed. Atual., Troisdorf, Verlag
Personal, Recht, Management Limited, Birmingham, 2011; FEHLING, Daniel, Die
steuerlichen Herausforderungen der digitalen Wirtschaft, in IStR 2014, 638-beck-online;
PINKERNELL, Reimar, Der OECD-Diskussionsentwurf zu den steuerlichen
Herausforderungen der “Digital Economy”, de 24-3-2014, IStR 2014, 273 – beck-online;
RÖDDER, Thomas e PINKERNELL, Reimar, Zum Seminar F: 20 Thesen zur BEPS-
Diskussion, IStR 2013, 619 – beck-online; PINKERNELL, Reimar, Beschränkte
Steuerpflicht ein Vergnügen für Software und Datenbanken (Entwurf eines BMF-
Schreibens vom 17-5-2017), in Ubg, Caderno 9/2017, IStN 1865-7222; ERNST &
YOUNG, Germany issues final guidance on classification of cross-border software and
database use payments for withholding tax purposes, in Global Tax Alert, 2 de novembro
de 2017 – www.ey.com/taxalerts; SCHNITGER, Arne e OSKAMP, Michael, Der Entwurf
des BMF-Schreibens zur beschränkten Steuerpflicht und Abzugssteuer nach § 50 a EstG
bei grenzüberschreitender Überlassung von Software und Datenbanken, IStR 2017, 616-
beck-online; HOLTHAUS, Jörg, Besteuerung von Rechtsüberlassungen im Inland und
Steuerabzug gemäss § 50 c Abs. 1. Nr. 3 EstG vor dem Hintergrund des geplanten BMF-
Schreibens, IStR 2017, 729-beck-online; BMF-SCHREIBEN, Beschränkte Steuerpflicht
und Steuerabzug bei grenzüberschreitender Überlassung vom Software und Datenbanken,
de 27-10-2017, publicado no Bundessteuerblatt Teil I, em 2 de novembro de 2017;
ROTHMANN, Gerd Willi, A Denúncia do Acordo de Bitributação Brasil-Alemanha e
suas Consequências, in ROCHA, Valdir de Oliveira (Hrsg), Tributos e Preços de
Transferência, 2. Band, São Paulo, Dialética, 1999.
541 FEHLING, Daniel, Die steuerlichen Herausforderungen der digitalen Wirtschaft, in IStR
2014, 638-beck-online, p. 3.
542 EUROPEAN COMMISSION, Communication from the Commission to the European
Parliament and the Council, A Fair and Efficient Tax System in the European Union for
the Digital Single Market, COM, 2017 547 final, p. 3 ss.
543 COM, 2017, 547 final, op.cit., p. 8.
544 COM 2017, 547 final, op. cit., p. 10.
545 PINKERNELL, Reimar, Der OECD-Diskussionsentwurf zu den steuerlichen
Herausforderungen der “Digital Economy”, de 24-3-2014, IStR 2014, 273 – beck-online,
p. 3.
546 PINKERNELL, Reimar, op. cit., p. 5.
547 UTESCHER, Tanja. Internet und Steuern: electronic commerce und Tekarbeit,
Düsseldorf: IDW-Verl., 1999. p. 49.
1884
548 SPATSCHEK, Rainer. Steuern im Internet: Steuerprobleme des E-Commerce. Colônia:
O. Schmidt, 2000.
549 ROTHMANN, Gerd Willi. A Denúncia do Acordo de Bitributação Brasil-Alemanha e
suas Consequências. In ROCHA, Valdir de Oliveira (Org.), Tributos e Preços de
Transferência, 2. ed., São Paulo: Dialética, 1999.
550 SPATSCHEK, Rainer. Steuern im Internet: Steuerprobleme des E-Commerce. Colônia:
O. Schmidt, 2000. p. 58.
551 SPATSCHEK, Rainer, op. cit., p. 60.
552 HOLTHAUS, Jörg, Besteuerung von Rechtsüberlassungen im Inland und Steuerabzug
gemäss § 50 c Abs. 1. Nr. 3 EstG vor dem Hintergrund des geplanten BMF-Schreibens,
IStR 2017, 729-beck-online. p. 550 e s.
553 HOLTHAUS, op. cit., p. 551.
554 HOLTHAUS, op. cit., p. 558/559.
555 HOLTHAUS, Jörg, Besteuerung von Rechtsüberlassungen im Inland und Steuerabzug
gemäss § 50 c Abs. 1. Nr. 3 EstG vor dem Hintergrund des geplanten BMF-Schreibens,
IStR 2017, 729-beck-online, p. 3.
556 BMF-SCHREIBEN. Beschränkte Steuerpflicht und Steuerabzug bei
grenzüberschreitender Überlassung vom Software und Datenbanken, de 27-10-2017,
publicado no Bundessteuerblatt Teil I, em 2 de novembro de 2017.
557 PINKERNELL, Reimar. Beschränkte Steuerpflicht ein Vergnügen für Software und
Datenbanken (Entwurf eines BMF-Schreibens vom 17.5.2017), in Ubg, Caderno 9/2017,
IStN 1865-7222, p. 497.
558 EY, Germany issues final guidance on classification of cross-border software and
database use payments for withholding tax purposes, in Global Tax Alert, 2 de novembro
de 2017, disponível em: <www.ey.com/taxalerts>. Acesso em: 15 dez. 2017.
559 EY, op. cit.
560 EY, op. cit.
561 Sobre a diferença entre “utilização” (Nutzung) e aproveitamento (Verwertung), cf.
PINKERNELL, Reimar, op. cit., p. 503.
562 HOLTHAUS, Jörg, op. cit., p. 3.
563 SCHNITGER, Arne e OSKAMP, Michael, Der Entwurf des BMF-Schreibens zur
beschränkten Steuerpflicht und Abzugssteuer nach § 50 a EstG bei grenzüberschreitender
Überlassung von Software und Datenbanken, IStR 2017, 616-beck-online, p. 3.
564 SCHNITGER, Arne e OSKAMP, Michael, op. cit., p. 2.
565 SCHNITGER, Arne e OSKAMP, Michael, op. cit., p. 3.
566 PINKERNELL, Reimar. Beschränkte Steuerpflicht ein Vergnügen für Software und
Datenbanken (Entwurf eines BMF-Schreibens vom 17.5.2017), in Ubg, Caderno 9/2017,
IStN 1865-7222, p. 505.
567 SCHNITGER, Arne e OSKAMP, Michael, op. cit., p. 6.
568 PINKERNELL, Reimar, Beschränkte Steuerpflicht ein Vergnügen für Software und
Datenbanken (Entwurf eines BMF-Schreibens vom 17.5.2017), in Ubg, Caderno 9/2017,
1885
IStN 1865-7222, p. 508.
569 Advogado em São Paulo. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Mestre (LLM) em Direito Tributário Internacional
pela Georgetown University Law Center (Graduate Tax Scholar).
570 BRAUNER, Yariv, Cost Sharing and the Acrobatics of Arm’s Length Taxation, 38
INTERTAX 554, (2010).
571 O Internal Revenue Code é a principal base legal do sistema tributário dos EUA,
compondo o Título 26 do Código Federal dos EUA (United States Code), promulgado
pelo Congresso norte-americano.
572 No passado, o princípio commensurate with income já recebeu muitas críticas
doutrinárias por não estar alinhado com os Guidelines da OCDE, na medida em que gera
incerteza sobre a aceitabilidade de transações que, embora consideradas at arm’s lenght,
não seriam comensuráveis com a renda. Sobre o assunto, veja SCHOUERI, Luis Eduardo.
Preços de Transferência no Direito Tributário Brasileiro. 2. ed. São Paulo: Dialética,
2006. p. 224.
573 HERIFORD, Brandon, KEATES, Harry A., LAMOUREUX, Heather e WRIGHT,
Deloris R., US Cost Sharing: Current Issues and Court Cases, International Transfer
Pricing Journal, p. 204, jul./ago. (2013).
574 SCHLER, Michael L., The Arm’s-Length Standard After Altera and BEPS, Tax Notes, p.
1152-1155, 30 de novembro (2015).
575 BURNS, Debra Brubaker, Golden Apple of Discord: International Cost-Sharing
Arrangements, Houston Business and Tax Law Journal, Vol. XV, p. 65-66 (2015).
576 LEVEY, Marc M. e WRAPPE, Steven C., Transfer Pricing: Rules, Compliance and
Controversy, Wolters Kluwer CCH, 4th Edition, p. 161.
577 COLE, Robert T., Practical Guide to U.S. Transfer Pricing, 3rd Edition, § 13.02.
578 A alternativa viável para obter um resultado semelhante ao CSA, ao menos do ponto de
vista empresarial, seria a licença dos direitos relacionados aos ativos intangíveis aos outros
participantes, situação na qual o uso do intangível pelo licenciado estaria obviamente
condicionado ao pagamento de royalties sujeitos à tributação pelo licenciador.
579 O buy-in payment é referido atualmente na legislação dos EUA como platform
contribution transaction payment (PCT payment).
580 Em 27 de setembro de 2007, o IRS já havia publicado o “Coordinated Issue Paper
Addresses Cost-Sharing Arrangements Buy-in Adjustments” (CIP), um relatório para
formalizar sua preocupação e desenvolver teorias alternativas para a aplicação do arm’s
length standard. Vide IRS, Coordinated Issue Paper Addresses Cost-Sharing
Arrangements Buy-In Adjustments, LMSB-04-0907-62 (Sept. 27, 2007), withdrawn in
2012 (see LB&I-04-0812-010 (Aug. 17, 2012).
581 No âmbito da legislação tributária norte-americana, os rendimentos sujeitos ao regime de
tributação automática são aqueles definidos pela Subpart F do IRC § 951, comumente
conhecidos como Subpart F income.
582 A esse respeito, confiram relatório do inquérito emitido pelo U.S. Senate Permanent
Subcommittee on Investigations, que teve como um dos seus objetos a análise de dados de
operações de CSA da Microsoft: <https://www.gpo.gov/fdsys/pkg/CHRG-
1886
112shrg76071/pdf/CHRG-112shrg76071.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
583 Joint Committee on Taxation, Description of Revenue Provisions Contained in the
President’s Fiscal Year 2013 Budget Proposal, JCS-2-12, at 366-370 (1º-6-2012).
584 As Treasury Regulations são as regras tributárias emitidas pelo IRS, e representam a
interpretação oficial do Internal Revenue Code pelas autoridades fiscais norte-americanas.
Portanto, elas possuem força secundária em relação ao Internal Revenue Code.
585 LEVEY, Marc M. e WRAPPE, Steven C., Transfer Pricing: Rules, Compliance and
Controversy, Wolters Kluwer CCH, 4th Edition, p. 166.
586 O U.S. Tax Court é um tribunal criado pelo Congresso norte-americano, com
competência limitada a julgamento de casos envolvendo autos de infração relacionados a
tributos federais, exceto employment taxes. O tribunal possui regras específicas de
procedimentos (e.g., não permite julgamentos por júri) e é composto por 19 juízes,
apontados pelo Presidente dos EUA para um mandato de 15 anos.
587 No caso, o juiz entendeu que o IRS não questionou a suposta falta de substância
econômica da estrutura adotada pela Amazon.
588 O modelo de investidor foi incluído na legislação tributária norte-americana nas
Proposed Regulations de 2005.
589 MOREALES, Ivan A., BENDEMIRE, Kevin T. e MAUNEY, Mathew S., Cost Sharing
Final Regs. Clarify and Refine 2008 Temporary Regs., Journal of International Taxation,
maio (2012).
590 A posição do IRS em futuros casos seria apoiada pela decisão da Suprema Corte dos
EUA no caso Mayo Foundation v. United States, 562 US 44 (2011), a qual determinou que
as regras interpretativas (Regulations emitidas pelas autoridades fiscais com base em
expressa autorização legal) possuem um alto grau de deferência e geralmente serão
ignoradas somente se forem consideradas arbitrárias ou manifestamente contrárias ao IRC.
591 LEVEY, Marc M. e ARTHUR, Brian P., Cost Sharing Developments in the U.S.: The
Arm’s Length Standard After Xilinx and Veritas, 21 J. Int’l Tax n. 20, setembro (2010).
592 AVI-YONAH, Reuven, Xilinx Revisited, Tax Notes, p. 1621, 29 de março (2010); e The
Rise and Fall of Arm’s Length, Virginia Tax Review (1995).
593 SCHLER, Michael L., The Arm’s-Length Standard After Altera and BEPS, Tax Notes, p.
1167, 30 de novembro (2015).
594 OECD (2015), Aligning Transfer Pricing Outcomes with Value Creation, Actions 8-10
2015 Final Reports, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project, OECD
Publishing, Paris.
595 Idem, p. 67.
596 Idem, p. 68.
597 Idem, p. 74.
598 Idem, p. 103.
599 Idem, p. 109.
600 Idem, p. 163.
601 Idem, p. 174.
1887
602 SCHLER, Michael L., The Arm’s Length Standard After Altera and BEPS, Tax Notes, p.
1169, 30 de novembro (2015).
603 A sistemática do GILTI é relativamente parecida com a sistemática da “excess profit
analysis” contida no relatório final da OCDE no âmbito do Projeto BEPS, Ação 3, ao
abordar os métodos para mensurar lucros de uma CFC. Vide OECD (2015), Designing
Effective Controlled Foreign Company Rules, Action 3 – 2015 Final Report, OECD/G20
Base Erosion and Profit Shifting Project, OECD Publishing, Paris, p. 49.
604 Por conta disso, estima-se que, se os rendimentos GILTI forem submetidos a uma
tributação efetiva de 13,12% no exterior, não haveria qualquer tributação sobre tais
rendimentos nos EUA.
605 BURNS, Debra Brubaker, Golden Apple of Discord: International Cost-Sharing
Arrangements, Houston Business and Tax Law Journal, Vol. XV, p. 86 (2015).
606 O professor Avi-Yonah também destaca que, embora as regras de transfer pricing
aplicáveis a um CSA estabeleçam o pagamento de um buy-in para atingir resultado similar
ao do super-royalty rule, a discussão prática se resumiu a uma discussão de valuation,
com consequências desfavoráveis ao IRS (vide Veritas e Amazon). Vide AVI-YONAH,
Reuven S., Amazon vs. Commissioner: Has Cost Sharing Outlived Its Usefulness?, Law &
Economics Research Paper Series, Paper No. 17-003, maio de 2017.
607 HODGE, Scott A., Ten Reasons the U.S. Should Move to a Territorial System of Taxing
Foreign Earnings, Tax Foundation Special Report, No. 191, maio (2011).
1888
1 PhD (International Taxation, Leiden University), MBA (Rotterdam School of Management,
Erasmus University Rotterdam), LL.M. (International and European Tax Law, Maastricht
University), MSc (Fiscal Economics, Maastricht University), Manager of the Current
Awareness and Tables (CAT) Knowledge Group, International Bureau for Fiscal
Documentation (IBFD), and Managing Editor of the Bulletin for International Taxation.
The author can be contacted at a.bal@ibfd.org. The chapter covers developments until 1
October 2017.
2 OECD, Action Plan on Base Erosion and Profit Shifting (2013).
3 OECD, BEPS Action 1: Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy (Public
Discussion Draft) (2014).
4 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy. Action 1: 2014 Deliverable
(2014).
5 OECD, International VAT/GST Guidelines (OECD 2015).
6 First Council Directive 67/227/EEC of 11 April 1967 on the Harmonization of Legislation
of Member States Concerning Turnover Taxes and Second Council Directive 67/228/EEC
of 11 April 1967 on the Harmonisation of Legislation of Member States Concerning
Turnover Taxes - Structure and Procedures for Application of the Common System of
Value Added Tax, OJ 71 of 14 Apr. 1967.
7 Council Directive 2006/112/EC of 28 November 2006 on the Common System of Value
Added Tax, OJ L 347 of 11 Dec. 2006 (hereinafter: the “VAT Directive”).
8 For example, Member States may decide about the applicable VAT rates. The VAT
Directive only lays down the minimum standard rate (15%) and the minimum reduced rate
(5%).
9 Council Implementing Regulation (EU) No 282/2011 of 15 March 2011 Laying Down
Implementing Measures for Directive 2006/112/EC on the Common System of Value
Added Tax, OJ L77 of 23 Mar. 2011 (hereinafter: the “VAT Implementing Regulation”).
10 Regulations are binding in their entirety and are directly applicable in all Member States.
In contrast, a directive is binding as to the result to be achieved, allowing each Member
State to choose the method and form of implementing it.
11 CJEU, 5 Feb. 1963, 26/62, NV Algemene Transport- en Expeditie Onderneming van Gend
& Loos v Netherlands Inland Revenue Administration.
12 CJEU, 15 July 1964, 6/64, Flaminio Costa v. ENEL.
13 Art. 14(1) VAT Directive.
14 Art. 24 VAT Directive.
15 Art. 7(1) VAT Implementing Regulation.
16 Art. 7(2) and Annex 1 VAT Implementing Regulation.
17 Art. 44 VAT Directive (the default place-of-supply rule for B2B services), art. 58 and 59
VAT Directive (for B2C transactions). However, under article 59a of the VAT Directive,
Member States may exercise the option of levying VAT where consumption actually
occurs. A “use and enjoyment” clause may be applied by Member States to electronic
services supplied by EU suppliers to both private and business customers. It allows
Member States to consider that services supplied within their territory or in third countries
1889
are supplied, respectively, outside the European Union or within their territory if this is
where those services are effectively used and enjoyed.
18 According to article 18(2) of the VAT Implementing Regulation, if no VAT identification
number has been communicated, the supplier may regard his customer as a non-taxable
person, irrespective of any information to the contrary. The purpose of this provision is to
provide certainty for the supplier as to the status of the customer by disregarding
information other than the VAT identification number. The use of “may” makes it optional
for the supplier to use this provision. If the supplier does not know the VAT identification
number of the customer but has other evidence to substantiate his status as a taxable
person, the supplier may issue an invoice without VAT and apply the reverse charge
mechanism. In such a scenario, he assumes the risk for the incorrect status determination
and will be held liable for VAT payment if his determination turns out to be wrong.
19 Art. 196 VAT Directive.
20 See section 3.3.
21 The term “established” refers to non-registered legal persons and the terms “permanent
address” and “usual residence” refer to non-taxable natural persons. A permanent address
of a natural person is the address entered in the population or similar register, or the
address indicated by that person to the relevant tax authorities, unless there is evidence
that this address does not reflect reality. The place where a natural person usually resides
is the place where that natural person usually lives as a result of personal and occupational
ties. Where the occupational ties are in a country different from that of the personal ties, or
where no occupational ties exist, the place of usual residence shall be determined by
personal ties that show close links between the natural person and a place where he is
living (art. 12 and 13 VAT Implementing Regulation).
22 See European Commission, Explanatory Notes on the EU VAT Changes to the Place of
Supply of Telecommunications, Broadcasting and Electronic Services That Enter into
Force in 2015 (3 April 2014).
23 Art. 24a VAT Implementing Regulation.
24 Art. 24b VAT Implementing Regulation.
25 Art. 24d and 24f VAT Implementing Regulation.
26 The One Stop Shop Scheme cannot be used by non-EU suppliers that are already
registered in the European Union (for example, because they receive services that are
effectively used and enjoyed in a Member State or perform intra-Community supplies of
goods). See art. 358a VAT Directive.
27 For the concept of cloud broker, see National Institute of Standards and Technology
(NIST), NIST Cloud Computing Reference Architecture (2011), available at:
http://collaborate.nist.gov/twiki-cloud-
computing/pub/CloudComputing/ReferenceArchitectureTaxonomy/NIST_SP_500-292_-
_090611.pdf.
28 For commissionaire arrangements, see art. 28 VAT Directive.
29 Art. 9a(3) VAT Implementing Regulation.
30 Explanatory Notes, supra n. 21, at sec. 3.4.3.
31 Explanatory Notes, supra n. 21, at sec. 3.4.3.
1890
32 A taxable person authorizes the charge to the customer if it can influence whether, at what
time or under which preconditions the customer pays. See Explanatory Notes, supra n. 21,
at sec. 3.4.6.
33 The phrase “authorises … the delivery of the services” refers to the situation in which the
taxable person can influence whether, at what time or under which preconditions the
delivery is made. See Explanatory Notes, supra n. 21, at sec. 3.4.6.
34 Art. 9a(1) VAT Implementing Regulation.
35 The concept of intra-Community supply is similar to that of export of goods. Whereas the
exportation of goods refers to the removal of goods from EU territory, the intra-
Community supply refers to the removal of goods from the territory of one Member State
to a destination in another Member State. Just like the exportation of goods, intra-
Community supplies of goods are zero rated.
36 The concept of the intra-Community acquisition is similar to that of the importation of
goods. Whereas the importation of goods refers to the entry of goods into the territory of
the European Union from a non-EU country, the intra-Community acquisition refers to the
entry of goods into the territory of a Member State of the European Union from another
Member State. Just like the importation of goods, the intra-Community acquisition of
goods is subject to VAT where the customer is registered for VAT.
37 Art. 34 VAT Directive.
38 The value of distance sales of excisable goods should not be taken into account for the
purposes of determining whether or not the threshold has been exceeded. There is no
threshold for excisable products. Any supplier who makes distance sales of excisable
goods to another Member State must register and account for VAT in that Member State.
The supply of excisable goods is always subject to VAT in the Member State of arrival.
39 Art. 23 Council Directive 2009/132/EC of 19 October 2009 determining the scope of
Article 143(b) and (c) of Directive 2006/112/EC as regards exemption from value added
tax on the final importation of certain goods. Goods in small consignments of a non-
commercial character sent by private individuals from a third country to private
individuals in a Member State are exempt from import VAT if their value does not exceed
EUR 45. See Art. 2 Council Directive 2006/79/EC of 5 October 2006 on the exemption
from taxes of imports of small consignments of goods of a non-commercial character from
third countries.
40 Art. 23 Council Regulation (EC) No 1186/2009 of 16 November 2009 setting up a
Community system of reliefs from customs duty.
41 Commission Expert Group on the Taxation of the Digital Economy, Report (28 May
2014),
http://ec.europa.eu/taxation_customs/taxation/gen_info/good_governance_matters/digital_economy/index_
42 http://ec.europa.eu/priorities/digital-single-market_en; European Commission,
Communication from the Commission to the European Parliament, the Council, the
European Economic and Social Committee and the Committee of the Regions: A Digital
Single Market Strategy for Europe, COM(2015) 192 final (6 May 2015), http://eur-
lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:52015DC0192&from=EN.
43 European Commission, Communication from the Commission to the European
1891
Parliament, the Council, the European Economic and Social Committee on an action plan
on VAT: Towards a single EU VAT area – Time to decide, COM(2016) 148 final (7 Apr.
2016).
44 European Commission, Fact Sheet, Modernising VAT for e-commerce: Questions and
Answers (1 Dec. 2016), http://europa.eu/rapid/press-release_MEMO-16-3746_en.htm.
45 European Commission, Fact Sheet, Modernising VAT for e-commerce: Questions and
Answers (1 Dec. 2016), http://europa.eu/rapid/press-release_MEMO-16-3746_en.htm.
46 European Commission, Fact Sheet, Modernising VAT for e-commerce: Questions and
Answers (1 Dec. 2016), http://europa.eu/rapid/press-release_MEMO-16-3746_en.htm.
47 European Commission, Fact Sheet, Modernising VAT for e-commerce: Questions and
Answers (1 Dec. 2016), http://europa.eu/rapid/press-release_MEMO-16-3746_en.htm.
48 European Commission, Fact Sheet, Modernising VAT for e-commerce: Questions and
Answers (1 Dec. 2016), http://europa.eu/rapid/press-release_MEMO-16-3746_en.htm.
49 Arthur Cockfield is a Professor at Queen’s University Faculty of Law, Canada.
50 This article draws from and updates an earlier work. See Arthur J. Cockfield, “BEPS and
Global Digital Taxation” 75 Tax Notes International 11 (2014).
51 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1: Final Report
(2015), at 3 [Action 1 Final Report].
52 See OECD Committee on Fiscal Affairs, Electronic Commerce: Taxation Framework
Conditions (1998) (advocating the usage of traditional international tax rules and policies
for global e-commerce).
53 See Chapters 4 and 6 of Arthur Cockfield, Walter Hellerstein, Rebecca Millar, and
Christophe Waerzeggers, Taxing Global Digital Commerce (Kluwer Law International
2013)[Taxing Global Digital Commerce].
54 See also Arthur J. Cockfield, “The Rise of the OECD as Informal World Tax Organization
through the Shaping of National Responses to E-commerce Taxation,” 8 Yale Journal of
Law and Technology 136 (2006).
55 The 2013 report on aggressive international tax planning included discussions on how
cross-border e-commerce structures could be contributing to these losses. See OECD,
Addressing Base Erosion and Profit Shifting 74-76 (2013) [Addressing BEPS]. Later in
that same year, the OECD launched an action plan to implement the BEPS project. See
OECD, Action Plan on Base Erosion and Profit Shifting (2013) [OECD BEPS Action
Plan].
56 Group of Twenty (G20), Tax Annex to the St. Petersburg G20 Leaders’ Declaration
(2013).
57 See OECD, Request for Input Regarding Work on Tax Challenges of the Digital Economy
(2013). See also European Commission, Commission Expert Group on Taxation of the
Digital Economy: Report (May 28, 2014).
58 See Action Plan on Base Erosion and Profit Shifting (2013) at 10.
59 See Action Plan on Base Erosion and Profit Shifting (2013) at 14-15.
60 See Canada Revenue Agency, Income Tax Information Circular IC70-6R7 (2016) at paras.
54 and 55.
1892
61 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1: Final Report
(2015), at 132.
62 OECD, Preventing the Artificial Avoidance of Permanent Establishment Status, Action 7 –
2015 Final Report (2015).
63 OECD, Preventing the Artificial Avoidance of Permanent Establishment Status, Action 7 –
2015 Final Report (2015).
64 See OECD, Draft Contents to the 2017 Update to the OECD Model Convention (2017), at
12-13.
65 Action 7, Final Report 13, at 17.
66 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1: Final Report
(2015), at 145.
67 See OECD, Discussion Draft on Additional Guidance on the Attribution of Profits to
Permanent Establishments (2017).
68 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1: Final Report
(2015), at 136-138.
69 For a detailed discussion, see Arthur Cockfield, Walter Hellerstein, Rebecca Millar, and
Christophe Waerzeggers, Taxing Global Digital Commerce (Kluwer Law International
2013), at 334-403.
70 See, e.g., Arthur J. Cockfield, “Reforming the Permanent Establishment Principle Through
a Quantitative Economic Presence Test,” Tax Notes International (Feb. 17, 2004).
71 See also Luc Hinnekens, ‘‘Looking for an Appropriate Jurisdictional Framework for
Source-State Taxation of International Electronic Commerce in the Twenty-First
Century,’’ 26 Intertax 192 (1998). The OECD noted, however, it is not recommending a
virtual permanent establishment as per Hinnekens although its notion of a “significant
digital presence” is similar in nature.
72 Richard Doernberg, ‘‘Electronic Commerce and International Tax Sharing,’’ Tax Notes
Int’l, March 30, 1998, p.1013; Reuven S. Avi-Yonah, ‘‘International Taxation of
Electronic Commerce,’’ 52 Tax L. Rev. 507 (1997); Arthur J. Cockfield, ‘‘Balancing
National Interests in the Taxation of Electronic Commerce Business Profits,’’ 74 Tul. L.
Rev. 133 (1999)(discussing options to expand source state taxation).
73 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1: Final Report
(2015), at 115.
74 Luc Soete and Karin Kamp, ‘‘The Bit Tax: Taxing Value in the Emerging Information
Society,’’ in Arthur Cordell and Thomas Ide, eds., The New Wealth of Nations: Taxing
Cyberspace (Between the Lines, 1997).
75 Luc Soete and Karin Kamp, ‘‘The Bit Tax: Taxing Value in the Emerging Information
Society,’’ in Arthur Cordell and Thomas Ide, eds., The New Wealth of Nations: Taxing
Cyberspace (Between the Lines, 1997), at 119-129.
76 See OECD, Addressing Base Erosion and Profit Shifting 74-76 (2013).
77 See Chapter VI of the OECD Transfer Pricing Guidelines (2010).
78 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1: Final Report
(2015), at 148.
1893
79 Secret OECD meetings were held in Denmark on the issue of treaty abuse and revenue
losses, beginning with a confidential note from US representatives. See Note by the United
States Delegation on Tax Avoidance through the Improper use or Abuse of Tax
Conventions (TFD/FC/135) (Nov. 14, 1961), available at
http://www.taxtreatieshistory.org/.
80 See Arthur J. Cockfield and Carl MacArthur, “Country-by-Country Reporting and
Commercial Confidentiality,” 63 Canadian Tax Journal 627-660 (2015).
81 Arthur J. Cockfield, “The Limits of the International Tax Regime as a Commitment
Projector,” 33 Virginia Tax Review 59, 88-93 (2013).
82 See Allison Christians and Stephen Shay, General Report, Cahier de Droit Fiscal
International (IFA, 2017), at 13, 52.
83 See also OECD, Hybrid Mismatch Arrangements: Tax Policy and Compliance Issues
(2012); OECD, Neutralising the Effects of Hybrid Mismatch Arrangements (2015).
84 See OECD, Aligning Transfer Pricing Outcomes with Value Creation (2015).
85 See Arthur J. Cockfield, ‘‘Transforming the Internet Into a Taxable Forum: A Case Study
in E-Commerce Taxation,’’ 85 Minn. L. Rev. 1171, 1176, 1197-1200, and 1230-1235
(2001).
86 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1: Final Report
(2015), at 146.
87 See OECD, Harmful Tax Competition: An Emerging Global Issue (1998).
88 Distinguished Research Professor Emeritus. Francis Shackelford Distinguished Professor
in Taxation Law Emeritus.
89 This is how the OECD has described the European Union in making it clear that its
guidance on cross-border transactions do not necessarily apply to intra-EU transactions.
See OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), paragraph 2.31 (“a group of
countries bound by a common legal framework for their VAT system may apply specific
measures to transactions between those countries” (quoting OECD, Taxation and
Electronic Commerce – Implementing the Ottawa Taxation Framework Conditions
(2001), page 45, note 6).
90 Walter Hellerstein and Charles E. McLure, Jr., “Lost in Translation: Contextual
Considerations in Evaluating the Relevance of US Experience for the European
Commission’s Company Tax Proposals,” 58 Bull. for International Fiscal Documentation
86 (2004); Charles E. McLure, Jr. and Walter Hellerstein, “The European Commission’s
Report on Company Income Taxation: What the EU Can Learn from the Experience of the
US States,” 11 Int’l Tax and Public Finance 1 (2004).
91 See OECD, Model Tax Convention on Income and Capital (2017), article 5.
92 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report (2015), section 7.6.1
93 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report (2015), section 7.6.2.
94 See generally Jerome R. Hellerstein, Walter Hellerstein, and John A. Swain, State
Taxation (2017 rev.), Par. 4.25 (hereafter Hellerstein, State Taxation).
1894
95 Northwestern States Portland Cement Co. v. Minnesota, 358 U.S. 450 (1959).
96 Pub. L. No. 86-272, 73 Stat. 555 (1959), codified at 15 U.S.C. §§ 381-385 (Westlaw
2017).
97 Although the Commerce Clause by its terms is simply an affirmative grant of power to
Congress to regulate commerce, for most of U.S constitutional history, the U.S. Supreme
Court has construed this affirmative grant as embodying implied restraints on permissible
state action even in the absence of congressional legislation limiting state power. These
implied restraints on state action are often referred to as the “dormant” or “negative”
Commerce Clause: “dormant” because they remain inactive until the Court invokes them
to invalidate state legislation; “negative” because they reflect the “negative implications”
of the Commerce Clause. See Jerome R. Hellerstein, Walter Hellerstein, and John A.
Swain, State Taxation (2017 rev.), Par. 4.01[1][b].
98 The nexus rules in the indirect context are considered in item 3 below.
99 504 U.S. 298 (1992).
100 386 U.S. 753 (1986).
101 When states first adopted sales taxes during the 1930s, they encountered a troublesome
gap in the tax structure attributable to the constitutional strictures prohibiting them from
taxing sales consummated outside their borders or in interstate commerce. The gap created
two concerns. States feared (1) the loss of business that local merchants would suffer
when prospective customers made out-of-state or interstate purchases to avoid in-state
sales tax liability, and (2) the loss of revenue they would incur as a result of the diversion
of sales tax to non-tax states. To deal with this potential loss of business and revenue,
states enacted “complementary” or “compensating” use taxes on goods purchased outside
the state and brought into the state for use, storage, or consumption in the state. John Due
and John Mikesell, Sales Taxation: State and Local Structure and Administration (2d ed.
1994), page 245. Compensating use taxes are functionally equivalent to sales taxes. They
are typically levied upon the use, storage, or consumption in the state of tangible personal
property that has not been subjected to a sales tax. The use tax imposes an exaction equal
in amount to the sales tax that would have been imposed on the sale of the property in
question if the sale had occurred within the state’s taxing jurisdiction. The state overcomes
the constitutional hurdle of taxing an out-of-state or interstate sale by imposing the tax on
a subject within its taxing power – the use, storage, or consumption of property within the
state. See Henneford v. Silas Mason Co., 300 U.S. 577 (1937) (sustaining constitutionality
of state use tax scheme). In principle, then, the in-state purchaser stands to gain nothing by
making an out-of-state or interstate purchase free of sales tax because it will ultimately be
saddled with an identical use tax when it brings the property into the taxing state.
102 Quill, 504 U.S. at 314.
103 Quill, 504 U.S. at 317.
104 As distinguished from nexus based on physical presence.
105 See footnote 10 above.
106 See Complete Auto Transit, Inc. v. Brady, 430 U.S. 274 (1977).
107 These cases are discussed in detail in Jerome R. Hellerstein, Walter Hellerstein, and John
A. Swain, State Taxation (2017 rev.), par. 6.11.
1895
108 Ala. Code § 40-18-31.2 (Westlaw 2017) ($500,000 of sales or 25 percent of total sales);
Cal. Rev. & Tax. Code § 23101(b) (Westlaw 2017) (lesser of $500,000 or 25 percent of
total sales); 1 Colo. Code Regs. 201-2:39-22-301.1(2)(b)(iii) (Westlaw 2017) ($500,000 of
sales establishes “substantial nexus”); Conn. Gen. Stat. § 12-216a (Westlaw 2017)
(adopting “economic nexus” standard); Conn. Informational Pub. No. 2010 (29.1), Dec.
28, 2010, available at www.checkpoint.thomsonreuters.com ($500.000 of receipts gives
rise to economic nexus); Mich. Comp. Laws Ann. § 206.621(1) (Westlaw 2017)
($350,000 of gross receipts); N.Y. Tax Law § 209.1(b) (Westlaw 2017) ($1,000,000 of
receipts); Ohio Rev. Code Ann. §§ 5751.01(H), 5751.01(l) (Westlaw 2017) ($500,000 of
gross receipts); Tenn. Code Ann. § 67-4-2004(49)(A)(v)(a) (Westlaw 2017) (taxpayer’s
total receipts in the state exceed the lesser of $500,000) or 25 percent of the taxpayer’s
total receipts).
109 See Factor Presence Nexus Standard for Business Activity Taxes, available at
www.mtc.gov ($500,000 of sales).
110 See Jerome R. Hellerstein, Walter Hellerstein, and John A. Swain, State Taxation (2017
rev.), par. 6.31 (describing statutes).
111 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report (2015), section 7.6.2.
112 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report (2015), paragraph 359.
113 The following discussion is based on Jerome R. Hellerstein, Walter Hellerstein, and John
A. Swain, State Taxation (2017 rev.), paragraphs 8.03 – 8.06, which describes the
historical development of the states’ taxation of corporate income in detail.
114 George Altman and Frank Keesling, Allocation of Income in State Taxation (2nd ed.
1950), page. 38.
115 Underwood Typewriter Co. v. Chamberlain, 254 U.S. 113, 120-121 (1920).
116 Moorman Mfg. Co. v. Bair, 437 U.S. 267, 280 (1978) (Powell, J., dissenting).
117 Container Corp. of Am. v. Franchise Tax Bd., 463 U.S. 159, 170 (1983).
118 Container Corp. of Am. v. Franchise Tax Bd., 463 U.S. 159, 170 (1983), at 183.
119 General Motors Corp. v. District of Columbia, 380 U.S. 553, 561 (1965).
120 437 U.S. 267 (1978).
121 437 U.S. 267 (1978) at 280.
122 According greater (or exclusive) weight to the sales factor is designed to encourage
taxpayers to locate in the state because their in-state capital and labor will count relatively
less (or not at all) in determining their in-state income and their sales will count only
insofar as they have a market within the state. The extent to which these changes actually
influence economic development in a state, especially in light of other states’ adopting
similar formulas, remains an open and controversial question. See, e.g., Kelly Edmiston,
“Strategic Apportionment of the State Corporate Income Tax: An Applied General
Equilibrium Analysis,” 55 Nat’l Tax J. 239 (2002); Laura Wheeler, “Apportionment
Formula Change’s Effect on Georgia Corporate Tax Liability,” State Tax Notes, Sept. 27,
2010, page 829.
1896
123 Source: Federation of Tax Administrators, available at www.taxadmin.org.
124 OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015 Final
Report (2015), paragraph 359.
125 See Walter Hellerstein, “Formulary Apportionment in the EU and the US: A
Comparative Perspective on the Sharing Mechanism of the Proposed CCCTB,” in Ana
Dourado, ed., Movement of Persons and Tax Mobility in the EU: Changing Winds (2013),
page 413 (IBFD 2013); Walter Hellerstein, “Tax Planning Under the CCCTB’s Formulary
Apportionment Provisions: The Good, the Bad, and the Ugly,” in Denis Weber, ed.,
CCCTB: Some Selected Issues (2012), page 221.
126 See Table 1 above.
127 Eisner v. Macomber, 252 U.S. 189, 207 (1920) (quoting Stratton’s Independence, Ltd. v.
Howbert, 231 U.S. 399, 415 (1913) and Doyle v. Mitchell Bros., 247 U.S. 179 (1918)).
128 OECD, International VAT/GST Guidelines (2017).
129 OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), paragraph 1.11.
130 See Jerome R. Hellerstein, Walter Hellerstein, and John A. Swain, State Taxation (2017
rev.), par. 18.02[1].
131 See OECD, Tax Challenges of the Digital Economy, supra note 4, chapter 8; OECD,
Mechanisms for the Effective Collection of VAT/GST Where the Supplier is Not Located in
the Jurisdiction of Taxation, available at http://www.oecd.org/tax/consumption/oecd-
delivers-implementation-guidance-for-collection-of-value-added-taxes-on-cross-border-
sales.htm.
132 Walter Hellerstein, “Federal Constitutional Limitations on Congressional Power to
Legislate Regarding State Taxation of Electronic Commerce,” 53 Nat’l Tax J. 1307
(2000). The U.S. states stand in no better position vis-à-vis international commercial
activity (and, specifically, remote supplies into the United States from foreign suppliers)
than does the United States itself. Accordingly, with respect to international cross-border
activity, global perspectives on taxation of remote sales that are influenced by concerns
over enforcement jurisdiction would appear to be equally applicable to the U.S.
subnational states. See generally Walter Hellerstein, “Jurisdiction to Tax Income and
Consumption in the New Economy: A Theoretical and Comparative Perspective,” 38
Georgia Law Review 1 (2003) (elaborating on concepts of “substantive jurisdiction” and
“enforcement jurisdiction”).
133 See, e.g., Marketplace Fairness Act of 2017, S. 976, 115th Cong., 1st Sess.(2017)
(authorizing mandatory vendor collection of sales and use taxes on remote sales,
conditioned on states’ simplification and harmonization of their tax regimes and subject to
various thresholds); Remote Transactions Parity Act of 2017, H.R. 2193, 115th Cong., 1st
Sess. (2017) (same).
134 See item 2.1 above.
135 See OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), chapter 3, section C.3.2; OECD,
Mechanisms for the Effective Collection of VAT/GST Where the Supplier is Not Located in
the Jurisdiction of Taxation.
136 See, e.g., Marketplace Fairness Act of 2017, S. 976, 115th Cong., 1st Sess.(2017);
1897
Remote Transactions Parity Act of 2017, H.R. 2193, 115th Cong., 1st Sess. (2017).
137 See South Dakota v. Wayfair, Inc., 901 N.W.2d 754 (S.D. 2017), petition for cert. filed
(No. 17-494) (Oct. 3, 2017).
138 See OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), paragraph 3.64. Such services
obviously include (and, indeed, may largely comprise) remote digital supplies.
139 See OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), paragraph 3.64.
140 See OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), paragraph 3.64.
141 See OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), paragraph 3.64.
142 See OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), paragraph 3.64.
143 See Jerome R. Hellerstein, Walter Hellerstein, and John A. Swain, State Taxation (2017
rev.), par. 18.02[1].
144 Federation of Tax Administrators, Task Force on EDI Audit and Legal Issues for Tax
Administration, Report of the Steering Committee, Model Direct Payment Permit
Regulation 2 (2000), available at www.taxadmin.org.; see also Multistate Tax
Commission, Model Direct Payment Permit Regulation (2000), available at
www.mtc.gov. It may be worth noting that the Streamlined Sales and Use Tax Agreement
(SSUTA), which has been adopted by 24 states, provides, in pertinent part: “Each member
state shall provide for a direct pay authority that allows the holder of a direct pay permit to
purchase otherwise taxable goods and services without payment of tax to the supplier at
the time of purchase. The holder of the direct pay permit will make a determination of the
taxability and then report and pay the applicable tax due directly to the tax jurisdiction.
Each state can set its own limits and requirements for the direct pay permit”. SSUTA §
326 (as amended through September 17, 2015), available at
http://www.streamlinedsalestax.org. See generally Jerome R. Hellerstein, Walter
Hellerstein, and John A. Swain, State Taxation (2017 rev.), chapter 19A (“Streamlined
Sales and Use Tax”).
145 The same thing cannot be said about private consumers, who generally do not comply
with their use tax remittance obligations. A recent U.S. Government report observes that
“states generally require taxpayers who were not charged a tax on their purchases from
out-of-state vendors to pay a use tax on those purchases.” U.S. Government
Accountability Office, Sales Taxes: States Could Gain Revenue from Expanded Authority,
but Businesses Are Likely to Experience Compliance Costs, GAO-18-114 (November
2017), page 14. Some states permit taxpayers to pay use taxes when filing income tax
returns, whereas other states require taxpayers to file a separate use tax form. A few states
also have de minimis exemptions for low dollar amount out-of-state purchases, and some
states allow taxpayers who have not kept complete records of out-of-state purchases to
estimate the use tax owed. (Container Corp. of Am. v. Franchise Tax Bd., 463 U.S. 159,
170 (1983)). However, with the exception of purchases that are required to be registered
with the state, such as vehicles, voluntary compliance is generally thought to be extremely
low. For those states that permit taxpayers to report use taxes on their income tax returns,
it is estimated that only about 1 to 2 percent of returns include use tax payments. Id., page
14 (citing Minnesota House of Representatives, “Use Tax Collection on Income Tax
Returns in Other States,” updated 2015, www.house.leg.state.mn.us/hrd/pubs/usetax.pdf )
(emphasis supplied).
1898
146 See Sales Taxes: States Could Gain Revenue from Expanded Authority, but Businesses
Are Likely to Experience Compliance Costs, GAO-18-114 (November 2017), page 14;
OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), paragraph 3.130. The Guidelines
declare: “The level of compliance with a reverse charge mechanism for business-to-
consumer supplies is likely to be low, since private consumers have little incentive to
declare and pay the tax due, at least in the absence of meaningful sanctions for failing to
comply with such an obligation. Moreover, enforcing the collection of small amounts of
VAT from large numbers of private consumers is likely to involve considerable costs that
would outweigh the revenue involved”.
147 The term “platform” is used broadly to describe entities that facilitate the sale of tangible
personal property or services. Minnesota uses the term “marketplace provider”;
Pennsylvania and Washington use the term “marketplace facilitator”; and Rhode Island
uses the term “retail sale facilitators.” We elaborate upon the definition and application of
these terms in the ensuing discussion.
148 The ensuing discussion draws freely from Walter Hellerstein, John Swain, and Jonathan
Maddison, “Platforms,” 86 State Tax Notes 1165 (2017).
149 Maria Koklanaris, “Minnesota Enacts Nation’s First Marketplace Nexus Provision,”
State Tax Today, June 5, 2017, Doc. 2017-56759, 2017 STT 106-1, available at
www.taxanalysts.org.
150 H.F. 1, section 9, codified at Minn. Stat. Ann. § 297A.66(subd. 1(a)) (Westlaw 2017).
151 H.F. 1, section 9, codified at Minn. Stat. Ann. § 297A.66(subd. 1(a)) (Westlaw 2017).
152 H.F. 1, section 9, codified at Minn. Stat. Ann. § 297A.66(subd. 1(c)).
153 H.F. 1, section 9, codified at Minn. Stat. Ann. § 297A.66(subd. 4(b)).
154 H.F. 1, section 9, codified at Minn. Stat. Ann. § 297A.66(subd. 2).
155 H.F. 1, section 9, codified at Minn. Stat. Ann. § 297A.66(subd. 2).
156 H.F. 1, section 9, codified at Minn. Stat. Ann. § 297A.66(subd. 2)(a)).
157 Engrossed House Bill 2163, Section 201(3), chapter 28, Laws of 2017, 65th Legislature,
2017 3rd Special Session, approved July 7, 2017.
158 Engrossed House Bill 2163, Section 201(3), chapter 28, Laws of 2017, 65th Legislature,
2017 3rd Special Session, approved July 7, 2017, section 202(1)(a).
159 Engrossed House Bill 2163, Section 201(3), chapter 28, Laws of 2017, 65th Legislature,
2017 3rd Special Session, approved July 7, 2017, sections 202(2)(b), 204(3).
160 Engrossed House Bill 2163, Section 201(3), chapter 28, Laws of 2017, 65th Legislature,
2017 3rd Special Session, approved July 7, 2017, section 203(1)(a).
161 Engrossed House Bill 2163, Section 201(3), chapter 28, Laws of 2017, 65th Legislature,
2017 3rd Special Session, approved July 7, 2017, sections 202(1)(b)(i) (emphasis
supplied).
162 Engrossed House Bill 2163, Section 201(3), chapter 28, Laws of 2017, 65th Legislature,
2017 3rd Special Session, approved July 7, 2017, sections 202(1)(b)(ii) (emphasis
supplied).
1899
163 814 F.3d 1129 (10th Cir. 2016), cert. denied, 137 S. Ct. 591 (2016). The Brohl case is
discussed in detail in Jerome R. Hellerstein, Walter Hellerstein, and John A. Swain, State
Taxation (2017 rev.), par. 19.02[7][b].
164 R.I. Gen. Laws § 44-18.2-3(G) (Westlaw 2017).
165 R.I. Gen. Laws § 44-18.2-3(G) (Westlaw 2017), § 44-18.2-3(A).
166 R.I. Gen. Laws § 44-18.2-3(G) (Westlaw 2017), § 44-18.2-3(A), § 44-18.2-4. See Jerome
R. Hellerstein, Walter Hellerstein, and John A. Swain, State Taxation (2017 rev.), par.
19A.07[6], for a discussion of Streamlined Sales and Use Tax exemption certificates.
167 R.I. Gen. Laws § 44-18.2-3(G) (Westlaw 2017), § 44-18.2-4 (emphasis supplied). The
emphasis is supplied to underscore the point that collection and transmission of payments
are a prerequisite to being a “retail sale facilitator”.
168 H.B. 542, enacted as Act 43, Part V-A (Oct. 30, 2017).
169 H.B. 542, enacted as Act 43, Part V-A (Oct. 30, 2017), section 213(C) (defining
“marketplace facilitator” to include a person that facilitates “the sale of tangible personal
property” without any reference to other sales.).
170 H.B. 542, enacted as Act 43, Part V-A (Oct. 30, 2017), section 213.1(A).
171 H.B. 542, enacted as Act 43, Part V-A (Oct. 30, 2017), section 213.1(C).
172 H.B. 542, enacted as Act 43, Part V-A (Oct. 30, 2017), section 213(C).
173 A “forum” is defined as “a place where sales at retail occur, whether physical or
electronic. The term includes a store, a booth, a publicly accessible internet website, a
catalog, or similar place.” H.B. 542, enacted as Act 43, Part V-A (Oct. 30, 2017), section
213(B).
174 H.B. 542, enacted as Act 43, Part V-A (Oct. 30, 2017), section 213(C) (emphasis
supplied). The emphasis is supplied to underscore the point that collection and
transmission of payments are a prerequisite to being a “marketplace facilitator,” which is
similar to the Rhode Island definition of a “retail sale facilitator”, as mentioned in the
previous item. The Washington legislation does not appear to require that a “marketplace
facilitator” participate in the collection and/or transmission of the payments for the sale
(see item 3.2.2.1 above).
175 H.B. 542, enacted as Act 43, Part V-A (Oct. 30, 2017), section 213(D).
176 H.B. 542, enacted as Act 43, Part V-A (Oct. 30, 2017), section 213(D).
177 See OECD, Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 – 2015
Final Report (2015), chapter 8; OECD, VAT/GST Guidelines, supra note 38, chapter 3,
sections C.3.2, C.3.3; OECD, Mechanisms for the Effective Collection of VAT/GST, supra
note 41.
178 See OECD, International VAT/GST Guidelines (2017), chapter 3, sections C.3.2, C.3.3;
OECD, Mechanisms for the Effective Collection of VAT/GST Where the Supplier is Not
Located in the Jurisdiction of Taxation.
179 Council Directive 06/112, arts. 358a-369, 2006 O.J. (L 347) 1 (EC).
180 See Policy and Strategy, Inland Revenue, New Zealand, Special Report, “GST on cross-
border supplies of remote services” (May 2016), available at
http://taxpolicy.ird.govt.nz/publications/2016-sr-gst-cross-border-supplies/overview.
1900
181 See “GST registration system for non-resident businesses,” (describing and providing
portal for simplified GST registration), available at
https://www.ato.gov.au/Business/International-tax-for-business/In-detail/Doing-business-
in-Australia/Australian-GST-registration-for-non-
residents/#FullGSTregistrationwithABN.
182 Streamlined Sales and Use Tax Agreement, available at www.streamlinedsalestax.org
(SSUTA). For a detailed description and analysis of SSUTA, see Jerome R. Hellerstein,
Walter Hellerstein, and John A. Swain, State Taxation (2017 rev.), chapter 19A.
183 Streamlined Sales and Use Tax Agreement (SSUTA), section 102.
184 These provisions are all set forth in SSUTA and discussed in detail in Jerome R.
Hellerstein, Walter Hellerstein, and John A. Swain, State Taxation (2017 rev.), par.
19A.07[6].
185 Ala. Code §§ 40-23-191 et seq. (Westlaw 2017).
186 Walter Hellerstein and Charles E. McLure, Jr., “Lost in Translation: Contextual
Considerations in Evaluating the Relevance of US Experience for the European
Commission’s Company Tax Proposals,” 58 Bull. for International Fiscal Documentation
86 (2004); Charles E. McLure, Jr. and Walter Hellerstein, “The European Commission’s
Report on Company Income Taxation: What the EU Can Learn from the Experience of the
US States,” 11 Int’l Tax and Public Finance 1 (2004).
187 Associate Professor, University of Melbourne and Adjunct Professor, Australian
National University.
188 “US corporate cash pile grows to $1.84 trillion, led by the tech sector”, Moody’s Investor
Service, 19 July 2017.
189 Ibid.
190 “Google and Facebook bring in one-fifth of global ad revenue”, The Guardian, 2 May
2017.
191 “Why Google and Facebook proved the Digital Ad Market is a Duopoly”, Reuters 28
July 2017.
192 See M. Herzfeld, M. Honda, “Moving to Territorial: Lessons from Japan (2018)”, 89 Tax
Notes International 119.
193 Ibid.
194 Tax Law Amendment (Combating Multinational Tax Avoidance) Act 2015.
195 This article does not consider Australia’s diverted profits tax which commenced on 1
July 2017.
196 OECD, Action Plan on Base Erosion and Profit Shifting (2013), p. 11.
197 Ibid.
198 The Inclusive Framework is a framework to allow for the involvement of non-G20
countries in the implementation of the BEPS measures: OECD/G20, Background Brief,
Inclusive Framework on BEPS, para. 2.1. By June 2017, 100 countries and jurisdictions
had joined the Inclusive Framework: OECD/G20, Inclusive Framework on BEPS,
Progress Report July 2016June 2017. <http://www.oecd.org/tax/beps/inclusive-
framework-on-BEPS-progress-report-july-2016-june-2017.pdf>.
1901
199 In 2017, the OECD/G20 issued “Public Discussion Draft, Additional Guidance on the
Attribution of Profits to a Dependent Agent Permanent Establishment”. The Discussion
Draft replaced the Discussion Draft issued in July 2016.
200 OECD/G20, Multilateral Convention to Implement Tax Treaty Related Measures to
Prevent Base Erosion and Profit Shifting. <http://www.oecd.org/tax/treaties/multilateral-
convention-to-implement-tax-treaty-related-measures-to-prevent-BEPS.pdf>.
201 Model Tax Convention on Income and on Capital (Condensed) (Paris: OECD, 2017).
202 OECD Model Tax Convention on Income and on Capital, (Condensed), (Paris: OECD,
2014).
203 Article 5(5) of the OECD Model 2017.
204 OECD Model (2014), OECD Model Tax Convention on Income and on Capital,
(Condensed), (Paris: OECD, 2014), p. 202, para. 9.
205 OECD/G20, Preventing the Artificial Avoidance of Permanent Establishment Status,
Action 7, Final Report (2015), p. 13, para. 1.
206 Ibid., p. 15–27.
207 JC Fleming, RJ Peroni, SE Shay, “Worse Than Exemption”, (2009) 59 Emory Law
Journal 79, p. 934.
208 Bloomberg, S&P Global Market Intelligence.
209 Hansard, Senate Economic References Committee, 22 August 2017, p. 32.
210 Ibid.
211 Bloomberg, S&P Global Market Intelligence.
212 Ibid.
213 See JC Fleming, RJ Peroni, SE Shay, “Worse Than Exemption”, (2009) 59 Emory Law
Journal 79; ED Kleinbard, “Stateless Income and its Remedies” in T Pogge, K Mehta
(eds.) Global Tax Fairness (Oxford: OUP, 2016), p. 129-52; ED Kleinbard, “Stateless
Income” (2011), 11 Florida Tax Review 699; ED Kleinbard, “The Lessons of Stateless
Income” (2011), 65 Tax Law Review 99.
214 See US Senate, Permanent Subcommittee on Investigations, “Offshore Profit Shifting
and the U.S. Tax Code – Part 2 (Apple Inc.)” (2013), p. 15-16.
215 US Treasury Regulation § 301.7701-3(b)(2).
216 See US Senate, Permanent Subcommittee on Investigations, “Offshore Profit Shifting
and the U.S. Tax Code – Part 2 (Apple Inc.)” (2013), p. 13-15; JG Gravelle, Tax Havens:
International Tax Avoidance and Evasion, US Congressional Research Service (2015), p.
14; ED Kleinbard, “Stateless Income” (2011), 11 Florida Tax Review 699, p. 710.
217 Section 953(c)(6) of the US Tax Code.
218 See US Joint Committee on Taxation, General Explanation of Tax Legislation Enacted in
2015 (2016) p. 171-2; US Senate, Permanent Subcommittee on Investigations, “Offshore
Profit Shifting and the U.S. Tax Code – Part 2 (Apple Inc.)” (2013), p. 14-15.
219 US Joint Committee on Taxation, General Explanation of Tax Legislation Enacted in
2015 (2016) p.171-2. The look-through rule was extended to income years commencing
before 1 January 2020: US Consolidated Appropriations Act 2016.
1902
220 Hansard, Senate Economic References Committee, 22 August 2017, p. 32.
221 Ibid.
222 “Google’s ‘Dutch Sandwich’ Shielded 16 Billion Euros”, Bloomberg Technology, 3
January 2018.
223 Ibid.
224 See “US corporate cash pile grows to $1.84 trillion, led by the tech sector”, Moody’s
Investor Service, 19 July 2017.
225 Bloomberg, “Google’s 2.4% Rate Shows How $60 Billion Is Lost to Tax Loopholes”, 21
October 2010.
226 Ibid.
227 “Google Australia Tax Bill Slashed 90pc”, The Australian Financial Review, 2 May
2012.
228 “The $5bn tax crackdown targets multinational technology giants”, The Australian, 30
November 2017.
229 Ibid.
230 Ibid.
231 House of Commons Committee of Public Accounts, “Tax Avoidance – Google”, Ninth
Report of Session 2013-4.
232 UK Public Accounts Committee, Minutes of Evidence, HC716, 12 November 2012.
233 Ibid., p. 7, para. 1.
234 Ibid., p. 7, para. 3.
235 Ibid.
236 Ibid., p. 7, para. 45.
237 Ibid., p. 7, para. 5.
238 Ibid.
239 Ibid. p. 7-8, para. 6.
240 Ibid.
241 Ibid. p. 8, para. 8.
242 Ibid.
243 Ibid., p. 5, para. 1.
244 Agreement Between the Government of the Commonwealth of Australia and the
Government of the Republic of Singapore for the Avoidance of Double Taxation and the
Prevention of Fiscal Evasion with respect to Taxes on Income.
245 Senate, Economic References Committee, Hansard, 22 April 2015, p. 2.
246 Commonwealth of Australia, The Senate, Economic References Committee, Corporate
tax avoidance (2015).
247 Ibid., p. 27, para. 3.54.
248 Ibid., p. 28, para. 3.56.
249 Ibid., para. 3.58.
1903
250 Ibid., para. 3.60.
251 Ibid.
252 Ibid., para. 3.61.
253 Senate, Economic References Committee, Hansard, 22 August 2017, p. 31.
254 Ibid.
255 Ibid.
256 Ibid.
257 Ibid.
258 Ibid.
259 Ibid.
260 Ibid., p. 32; On the techniques used by US MNE to transfer intellectual property to low
or no-tax jurisdictions see MJ Graetz, R. Dowd, “Technological Innovation, International
Competition, and the Challenges of International Income Taxation” (2013), 113 Columbia
Law Review 347, p. 394-404.
261 Senate, Economic References Committee, Hansard, 22 August 2017, p. 32.
262 Treasurer, “Strengthening our taxation system”, Media Release 11 May 2015.
<http://jbh.ministers.treasury.gov.au/media-release/040-2015/>.
263 Second Reading Speech, Commonwealth of Australia, House of Representatives, Official
Hansard (No. 14, 2015), 16 September 2015, p. 10324.
264 K. O’Dwyer (Minister for Revenue and Financial Services), “The importance of free
enterprise, fairness and planning for the future”, Address to the National Press Club, 3
February 2016. <http://kmo.ministers.treasury.gov.au/speech/001-2016/>.
265 Explanatory Memorandum, Tax Laws Amendment (Combating Multinational Tax
Avoidance) Bill 2015 (MAAL Explanatory Memorandum), para. 2.4.
266 Ibid., para. 2.5.
267 Ibid., para. 3.4.
268 Subdivision 960-U of the Income Tax Assessment Act 1997 contains the following
definitions: “significant global” (s 960-555); “global parent entity” (s 960-560); “annual
global income” (s 960-565); and, “global financial statements” (s 960-570).
269 Section 4(1) of the International Tax Agreements Act 1953.
270 Section 4(2) of the International Tax Agreements Act 1953.
271 N. Tadmore, P. Klank, E. Davenport, “Managing Actual and Deemed Pes”, 2016
National Convention, The Tax Institute (Australia), p. 16.
272 Section 177DA(1)(a)(i) of the Income Tax Assessment Act 1936 (1936 Act).
273 Section 177DA(1)(a)(ii) of the 1936 Act.
274 Section 177DA(1)(a)(iii) of the 1936 Act. The activities may be performed by the
Australia permanent establishment of an entity.
275 Section 177DA(1)(a)(iv) of the 1936 Act.
276 Section 177DA(1)(a)(v) of the 1936 Act.
277 Section 177DA(1) of the 1936 Act.
1904
278 Section 177A(1) of the 1936 Act.
279 Section 317 of the 1936 Act.
280 Ibid.
281 Section 177A(1) of the 1936 Act.
282 A New Tax System (Goods and Services) Tax Act 1999.
283 Ibid.
284 MAAL Explanatory Memorandum, para. 3.34.
285 Ibid., para. 3.36.
286 Section 177DA(1)(a)(ii) of the 1936 Act.
287 Ibid.
288 MAAL Explanatory Memorandum, para. 3.40.
289 Section 177DA(1)(a)(iii) of the 1936 Act.
290 MAAL Explanatory Memorandum, para. 3.45.
291 Ibid., Example 3.5.
292 Ibid., Example 3.6.
293 Section 177DA(1)(a)(iv) of the 1936 Act.
294 Section 177A(1) of the 1936 Act.
295 MAAL Explanatory Memorandum, para. 3.40.
296 Ibid.
297 N. Tadmore, P. Klank, E. Davenport, “Managing Actual and Deemed Pes”, 2016
National Convention, The Tax Institute (Australia), p. 31.
298 Ibid., p. 34.
299 Section 177DA(1)(b) of the 1936 Act.
300 MAAL Explanatory Memorandum, para. 3.59.
301 Section 177DA(1)(b) of the 1936 Act.
302 MAAL Explanatory Memorandum, para. 3.52.
303 Ibid.
304 Section 177D(1) of the 1936 Act.
305 Section 177D(1)(b) of the 1936 Act.
306 MAAL Explanatory Memorandum, para. 3.61.
307 Ibid., para. 3.62.
308 Ibid., para. 3.63.
309 Section 177DA(3) of the 1936 Act.
310 Section 177DA(2) of the 1936 Act.
311 MAAL Explanatory Memorandum, para. 3.70.
312 Ibid., para. 3.71.
313 Section 177DA(2)(b) of the 1936 Act.
1905
314 MAAL Explanatory Memorandum, para. 3.73.
315 Ibid., para. 3.76.
316 Ibid., paras 3.77–79.
317 “Multilateral Instrument: Multilateral Convention to Implement Tax Treaty Related
Measures to Prevent Base Erosion and Profit Shifting”, Australian Treasury.
<https://treasury.gov.au/tax-treaties/multilateral-instrument/>.
318 PWC, “Draft MLI positions of different territories reflect a range of view on BEPS
implementation”, Tax Policy Bulletin, 12 June 2017.
<https://www.pwc.com/gx/en/tax/newsletters/tax-policy-bulletin/assets/pwc-draft-mli-
positions-of-territories-reflect-a-range-of-beps-views.pdf>.
319 “Multilateral Instrument: Multilateral Convention to Implement Tax Treaty Related
Measures to Prevent Base Erosion and Profit Shifting”, Australian Treasury.
<https://treasury.gov.au/tax-treaties/multilateral-instrument/>.
320 Agreement between Australia and the Federal Republic of Germany for the Elimination
of Double Taxation with respect to Taxes on Income and on Capital and the Prevention of
Fiscal Evasion and Avoidance (2015), Article 12(8).
321 N. Tadmore, P. Klank, E. Davenport, “Managing Actual and Deemed Pes”, 2016
National Convention, The Tax Institute (Australia), p. 50.
322 Deloitte, “Multilateral Instrument, Depart of Finance announces Irish Positions”.
<https://www2.deloitte.com/ie/en/pages/tax/articles/multilateral-instrument-department-
of-finance-announces-irish-positions.html>.
323 Mr. Teijeiro, LL.B, La Plata University, LL.M Harvard Law School, Visiting Scholar
HLS-ITP. Professor International Tax Law, Master Program in Taxation UCA, Austral
University, UTDT Master Program in Taxation, Academic Council. IFA Permanent
Scientific Committee (2006-2014) IFA General Council. President AAEF-IFA Argentina.
Vice-President IFA LatAm.
324 Mr. Vazquez received a bachelor’s degree in Law, Summa cum laude, from Universidad
Nacional de Tucuman (Argentina), a master’s degree in Tax Law from Universidad
Austral (Argentina) and an LL.M in Taxation, with a certificate in International Taxation,
from Georgetown University Law Center. Mr. Vazquez has written and lectured on many
legal topics related to the taxation of digital economy.
325 For example, see a recent article at one of Argentina’s most important newspaper titled
“The Corporate Power: when companies are more powerful than countries” in which the
five “tech giants” – Apple, Google, Microsoft, Facebook y Amazon – are expressly
mentioned (“Poder corporativo: cuando las empresas son más poderosas que los países”,
November 15th, 2017, http://www.lanacion.com.ar/2082253-poder-corporativo-cuando-
las-empresas-son-mas-poderosas-que-los-paises).
326 The Argentine Tax Authority stated that Netflix and similar digital platforms will start to
pay taxes at the national level, La Nacion Newspaper, July 5th, 2017,
http://www.lanacion.com.ar/2039731-netflix-comenzara-a-pagar-impuestos-a-nivel-
nacional.
327 Accenture’s Digital Disruption: the Growth Multiplier Report,
https://www.accenture.com/us-en/insight-digital-disruption-growth-multiplier.
1906
328 Telam, “El sector de las tecnologías de la información representa el 2% del PBI
argentino”, March, 25th 2017. http://www.telam.com.ar/notas/201703/183650-argentina-
tecnologias-informacion-pbi.html.
329 Telam, “El sector de las tecnologías de la información representa el 2% del PBI
argentino”, March, 25th 2017. http://www.telam.com.ar/notas/201703/183650-argentina-
tecnologias-informacion-pbi.html.
330 Argentine Chamber of E-commerce, E-commerce Annual Studies 2016,
http://www.cace.org.ar/estadisticas.
331 The latest report “A New Latin Rhythm: The Transformation of the Global Outsourcing
Business” made by KPMG, notes that after the global financial crisis of 2008, Latin
America has emerged as an attractive alternative to outsourcing software (nearshore),
gaining notoriety and competing with countries like India, China or Malaysia, traditionally
recognized as a destination for outsourcing software development (offshore). See Hexacta,
Software Industry in Argentina, http://www.hexacta.com/2016/08/24/software-industry-
in-argentina.
332 The Argentine Tax Authority stated that Netflix and similar digital platforms will start to
pay taxes at the national level, La Nacion Newspaper, July 5th, 2017,
http://www.lanacion.com.ar/2039731-netflix-comenzara-a-pagar-impuestos-a-nivel-
nacional; The Argentine Provinces will also tax the digital platforms, La Nacion
Newspaper, November 14th, 2017, http://www.lanacion.com.ar/2082212-las-provincias-
tambien-gravaran-a-las-plataformas-digitales.
333 See VAT and the Digital Economy: The Untold Story of Global Challenges, Philippe
Stephanny and Juan Vazquez, What’s News in Tax, Analysis that matters from
Washington National Tax, June 12, 2017, and Tax Notes International, Special Reports,
July 24, 2015.
334 ITL, article 1.
335 ITL, article 5. Income from Argentine sources also come from (iii) events occurring in
Argentina; and (iv) the sale or disposition of equity participations in Argentine companies.
Foreign source income is described in article 127 of the ITL as a “mirror” provision.
336 RGITL, article 9, section b.
337 RGITL, article 9, section d.
338 The OECD identifies broader tax challenges that can be categorized into (1) nexus for
taxation, (2) the use of data and the respective attribution of value, and (3) the
characterization of payments made for digital products or related services.32 (See OECD,
Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1: 2015 Final Report, 5
Oct. 2015, p. 99, available at http://dx.doi.org/10.1787/9789264241046-en).
339 It should be noted that we base our conclusion in the understanding that the concept of
“economic use”contemplated by the ITL only apply to tangible and intangible assets and
does not apply to services. The confusion on this regard arose from some judicial
precedents (TFN, Sala D, Aerolineas Argentinas S.A May 12, 2004, and CSJN,
Hidroeléctrica el Chocón S.A., September 17th, 2013) which applied the concept of
“economic use” to services for the purposes of the IT. This cases have been hardly
questioned by the argentine doctrine (Enrique Reig, Impuesto a las Ganancias, 12th
1907
edition, p. 120 and Keineger Walter, Beneficiarios del exterior y Fuente argentina,
Errepar, DTE, XXIX, 802). Pursuant to the majoritarian opinion the correct interpretation
of the Argentine sourcing rules for this type of transaction – which we share – was made
by the Argentine Tax Court in the following case: TFN, Sala A, Austral Líneas Aéreas
Cielos del Sur, 6/2/2007 (Enrique Reig, Impuesto a las Ganancias, 12th edition, p. 121).
340 Article 5 of INPI Resolution Num. 328/2005 states that “for the purposes foreseen in the
tax legislation, it will be understood as technical assistance, engineering and/or consulting
those transactions fulfilled under the form of a provision of services, insofar as they imply
a technical knowledge applied to the productive activity of the local contractor and the
transmission to itself or its employees of this knowledge, either in whole or in part,
through training, recommendations, guidelines, indications of mechanisms or technical
procedures, supply of plans, studies, reports or similar, provided that that their
consideration is paid proportionally to the work, which must be previously determined in a
concrete and precise manner in the contractual instrument”
341 ITL, article 13.
342 ITL, article 12.
343 For example, importing a music album recorded in a CD-Room. Under the general
sourcing rules this transaction would create foreign source income.
344 See Carlos Raimoindi and Adolfo Atchabahian, El Impuesto a las Ganancias, Tercera
Edición, Ed. Depalma, at p. 149-150.
345 AFIP’s Opinion 55/1996 (Dictámen). In this case, AFIP analysed the tax treatment
applicable to a system originated in the United States of America to which users based in
Argentina accessed through a subscription. The service allowed subscribers, through a key
they received, to obtain a satellite line to communicate with any destination in the world.
The system was being promoted in Argentina in order to attract the largest number of
subscribers, through campaigns supported by the company from abroad with promoters
who provided their services in an autonomous way, thereby receiving a commission. AFIP
concluded that for income tax purposes, the benefit was included in paragraph e) of article
13 of the ITL.
346 AFIP’s Opinion 42/2004 (Dictámen) and TFN, Sala A, Torneos Network S.A. – now Red
Imagen S.A. – 19/12/07.
347 TFN, Sala D, Aerolíneas Argentinas SA, 12/5/2004. In the same sense: CNACAF, Sala I,
5/5/2008.
348 CNACAF, Sala V, Austral Líneas Aéreas Cielos del Sur, 2/2/2009.
349 Mirna Screpante, La importación de software frente al impuesto a las ganancias,
Errepar, October 2011, p. 43.
350 For example: (i) the necessary availability of the sites or applications (i.e. if the
application or web page goes down or stops working, the user cannot access the content)
and (ii) the need for a constant update of the content (i.e. the constant updating of songs,
films and other content).
351 Kim A., L. Neumann, Netser I. and Fuller J., Character and Source of Income from
Internet Business Activities.
352 Guillermo O. Teijeiro, Is income taxation of foreign digital goods and services in the
1908
market state compatible with current international principles on the attribution of tax
jurisdiction?, November 22, 2017, http://kluwertaxblog.com/2017/11/22/income-taxation-
foreign-digital-goods-servicesmarket-state-compatible-current-international-principles-
attribution-taxjurisdiction/.
353 The ITL briefly defines a PE as a commercial, industrial, agricultural, mining or any
other type of establishment organized as a stable entity and belonging to foreign entities or
to individuals residing abroad. However, this definition does not offer further details to
determine the existence of a PE.
354 According to the OECD, “It had already been recognized in the past that the concept of
PE referred not only to a substantial physical presence in the country concerned, but also
to situations where the nonresident carried on business in the country concerned via a
dependent agent (hence the rules contained in paragraphs 5 and 6 of Article 5 of the
OECD Model Tax Convention). As nowadays it is possible to be heavily involved in the
economic life of another country without having a fixed place of business or a dependent
agent therein, concerns are raised regarding whether the existing definition of PE remains
consistent with the underlying principles on which it was based. For example, the ability
to conclude contracts remotely through technological means, with no involvement of
individual employees or dependent agents, raises questions about whether the focus of the
existing rules on conclusion of contracts by persons other than agents of an independent
status remains appropriate in all cases (See OECD, Addressing the Tax Challenges of the
Digital Economy, Action 1: 2015 Final Report, 5 Oct. 2015, p. 101, available at
http://dx.doi.org/10.1787/9789264241046-en).
355 An increased rate of 27% applies to specific services.
356 VAT Law No. 23,349, article 1, sections a, b and c.
357 The concept of “services effectively used or exploited in Argentina” has caused great
controversy in Argentina. AFIP’s has Circular 1288/1993 clarifies something on this
regard (despite the fact that it makes the focus on exports of services, the conclusions are
perfectly applicable to imports of services). For a deeper analysis of this matte please see
Mirna S. Screpante, Effective Economic Use of Services under Argentine IVA, Argentina,
IBFD, International VAT Monitor, January/February 2014.
358 VAT Law No. 23,349, article 1, section d.
359 Mirna S. Screpante, Effective Economic Use of Services under Argentine IVA, Argentina,
IBFD, International VAT Monitor, January/February 2014, p. 24.
360 AFIP’s General Resolution Num. 549/1999, articles 1 and 7. The recipient or customer
must declare and remit the VAT within 10 days of the date of the taxable event (i.e. the
date of the completion of the service, whichever occurs first). Unlike the reverse charge
mechanism, the substitute liability actually imposes a cash flow burden on businesses.
Businesses bear the burden of VAT from the time they declare and remit the import VAT
until the time they deduct the tax trough their periodic VAT return. (See Mirna S.
Screpante, Effective Economic Use of Services under Argentine IVA, Argentina, IBFD,
International VAT Monitor, January/February 2014, p. 24).
361 AFIP’s General Resolution No. 2955/2010.
362 The Provinces and the City of Buenos Aires have signed an agreement (“Multilateral
Agreement”) to avoid the double taxation of activities performed in more than one
1909
jurisdiction. Under this agreement, gross turnover is allocated between the different
jurisdictions applying a formula based on income obtained and expenses incurred in each
jurisdiction.
363 AGIP General Resolution Num. 593/2014. The withholding apply on payments for
subscription services to access movies, TV shows and other types of audiovisual
entertainment which are transmitted over the Internet to televisions, computers and other
devices connected to the internet as well as by subscription to buy and/or rent digital
content related to music, games, videos, or similar.
364 AGIP GR Num. 593/2014, article 1-3.
365 In a unanimous decision the Superior Court of Justice of the Autonomous City of Buenos
Aires dismissed the “amparo” action filed against the aforementioned resolution without
addressing the substantive issue under discussion. However, we highlight the vote of
Judge Casas who states obiter dictum that “to provide support to their claim, the plaintiffs
could have well argued – which, of course, they did not – that the contested withholding
regime implies a departure of the nature of the GTT as defined in art. 9th, section b,
subsection 1, of Law No. 23,548 of Co-participation of National Taxes, especially when it
provides specific guidelines related to the territorial requirement of the taxable event of
this tax (…)” (See TSJ CABA, Oliveto Lago, Paula Mariana y otro c/GCBA s/acción
declarativa de inconstitucionalidad, November 26, 2014).
366 AGIP General Resolution Num. 724/2014 (suspension until February 1st, 2015) and
26/2015 (Indefinite Suspension). The suspension was decided because the representatives
of the withholding agents originally nominated, expressed their immediate impossibility to
act as such. They argued that the payment mechanisms to companies and businesses
located abroad did not allow them to determine which goods and services acquired with
local credit cards were consumed locally, and which did not (see AGIP GR 26/2015).
367 Law Num. 13,167, published in Santa Fe’s Official Gazette on January, 4th, 2017.
368 Santa Fe’s Fiscal Code, Article 177, section i.
369 Article 6, section b (rate for activities performed by taxpayers located outside the
jurisdiction of the Province of Santa Fe). It should be noted that the Argentine Supreme
Court has recently declared unconstitutional the establishment of differential GTT rates
for taxpayers located outside the local jurisdiction (CSJN, Bayer S.A. c/ Santa Fe,
Provincia de s/ acción declarativa de certeza, October 31, 2017).
370 Pursuant to a press statement of the head of the Public Revenue Agency of Santa Fe, the
tax is not yet being levied because Netflix, Spotify and similar platforms have the same
operational problem since they do not have tax domicile assigned in Argentina and,
therefore they are waiting AFIP to issue the required resolutions and start levying a tax at
the National level to go along with them and apply the withholding tax on credit card
payments (Press Statement, Uno Santa Fe Newspaper, July 5, 2017, see
https://www.unosantafe.com.ar/santa-fe/santa-fe-aun-no-cobra-el-llamado-impuesto-
netflix- n1428453.html).
371 Specifically, the CSJN held that it results unquestionable the faculty of the provinces to
legislate their local taxes being the creation of the same, the choice of the taxable matter,
forms of perception, etc. issues of each jurisdiction and that make their autonomy without
that they must tolerate the intervention of a strange authority in it. (7:373; 105:273;
1910
114:282; 150:419; 235:571, among many others) However, it also clarifies “... with the
exception that those tax laws do not tax existing assets outside its political limits, or acts
with effects in strange jurisdiction; or that they are for other reasons contrary to the
Constitution” (235:571 and CSJN in re “Asociación de Bancos de la Argentina c/ Buenos
Aires, Provincia de s/ acción declarative de inconstitucionalidad”, Expte.: A.2107.XLII,
July, 15th 2014, published at www.csjn.gov.ar).
372 Pursuant to Bulit Goñi, the Territorial Requirement is contained in the definition of the
taxable event which, to be configured (so that the respective tax authority can claim the
tax), the activity must have been exercised effectively, physically, tangibly, in the territory
in question (Enrique G. Bulit Goñi, Impuesto sobre los Ingresos Brutos, 2ª Ed., Depalma,
Buenos Aires, 1997, T.II, p. 84.). Additionally, Teijeiro holds that “... the provinces cannot
tax activities that are performed in other jurisdictions because such an attitude would
imply an illegitimate overreach of their tax authority; there would be no jurisdictional or
territorial link in such case between the taxable event that is intended to tax (exercise of an
activity) and the province” (Guillermo O. Teijeiro, Estudios sobre la aplicación espacial
de la Ley Tributaria. La jurisdicción tributaria en el contexto internacional y las
potestades tributarias en el orden Provincial y Municipal, La Ley, Buenos Aires, 2002, p.
140).
373 Federico Parada Larrosa, El impuesto sobre los ingresos brutos frente a los servicios
intangibles prestados por residentes del exterior vía internet, Tesis de Maestría en
Derecho Tributario, Universidad Austral, 2015, 4.
374 Guillermo O. Teijeiro, Once more on a short-of-expectation BEPS outcome and the
erratic domestication of a weak guidance: The case of the digital economy, August 29,
2016, see http://kluwertaxblog.com/2016/08/29/once-more-on-a-short-of-expectation-
bepsoutcome-and-the-erratic-domestication-of-a-weak-guidance-the-case-of-the-
digitaleconomy/. See also Guillermo O. Teijeiro, Jurisdictional Excesses in BEPS’ Times:
National Appropriation of an enhanced Global Tax Basis, # 6.04, in Tax Sovereignty in
the BEPS Era, Rocha-Christians, Eds., Wolters Kluwer, Series in International Taxation, #
60, 2017.
375 The significant economic presence test would create a taxable presence at the market
jurisdiction on the basis of factors that evidence a purposeful and sustained interaction
with the economy of that country via technology and other automated tools, such as a local
domain name and a local Website or digital platform, availability of a local payment
option; or even user-based factors, including monthly active users (MAU) in the country,
the regular conclusion of on-line contracts with resident users, and the volume of digital
content collected from resident users and customers (Guillermo O. Teijeiro, Once more...,
id note 45).
376 This alternative raises a number of questions, including that (i) direct taxation of foreign
automated internet sales and services might be deemed to lack sufficient nexus with the
taxing jurisdiction, unless a significant economic presence is detected, (ii) the market
jurisdiction may consider income from foreign sales of tangible goods and/or foreign
services into the country to be foreign source income, in which case taxation of remote
online similar sales and services would be incoherent with the treatment afforded to
traditional inbound sale and service income; and (iii) a withholding tax on digital
transactions from abroad might conflict with treaty law commitments (particularly the
1911
treatment of business income) (Guillermo O. Teijeiro, Once more..., id note 45).
377 Either under the form of an excise tax applied if and when it is determined the existence
of a significant economic presence, or on all remote sales transactions entered into with
customers in a market jurisdiction (Guillermo O. Teijeiro, Once more..., id note 45).
378 Guillermo O. Teijeiro, Once more on a short-of-expectation BEPS outcome and the
erratic domestication of a weak guidance: The case of the digital economy, August 29,
2016, see http://kluwertaxblog.com/2016/08/29/once-more-on-a-short-of-expectation-
bepsoutcome-and-the-erratic-domestication-of-a-weak-guidance-the-case-of-the-
digitaleconomy/.
379 Guillermo O. Teijeiro, A call for a Sustainable Response to the taxation of Digital
Economy within the International Income Tax System, October 5, 2017, see
http://kluwertaxblog.com/2017/10/05/callsustainable-response-taxation-digitaleconomy-
within-international-income-taxsystem/.
380 José Ángel Gómez Requena, Saturnina Moreno González, Adapting the Concept of
Permanent Establishment to the Context of Digital Commerce: From Fixity to Significant
Digital Economic Presence (2017) 45 Intertax, Issue 11, p. 732-741.
381 Plus any “true-up interest”. Where taxable diverted profits are ring-fence profits or
notional ring-fence profits in the oil sector, DPT is charged at a rate of 55% plus true-up
interest. Finance (No. 2) Act 2015 introduced a surcharge of 8% on the taxable profits of
banking companies arising on or after 1 January 2016. There are consequential
amendments to the DPT legislation to apply DPT at a rate of 33% in cases where taxable
diverted profits would have been subject to the surcharge. (HM Revenue & Customs,
Diverted Profit Tax, Guidance, 30 November 2015, see
https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/480318/Diverted_Profits_T
382 In the 2016-17 Budget, the Australian Government announced that it would introduce a
DPT which finally came into effect on 1 July 2017 and imposes a 40% tax (Australian
Taxation Office, see https://www.ato.gov.au/General/New-legislation/In-detail/Direct-
taxes/Income-tax-for-businesses/Diverted-Profits-Tax/).
383 France’s Constitutional Council ruled that the DPT law included in Finance Bill 2017,
passed by Parliament in late December 2016, was unconstitutional (Decision 2016-744
DC, 29 December, 2016).
384 Multinationals must pay fair share of tax, Labour Party webpage, July 18, 2017, see
http://www.labour.org.nz/multinationals_must_pay_fair_share_of_tax.
385 The government is of the view that, pending such international reform, interim action is
needed. This they say is in recognition of public dissatisfaction digital businesses tax
contributions are not commensurate with the value that they derive from the UK market
(United Kingdom: Next steps in taxing digital business – will the sleeping giant be
awoken?, Jonathan Schwarz (Temple Tax Chambers; King’s College London), November
24, 2017, see http://kluwertaxblog.com/2017/11/24/united-kingdom-next-steps-taxing-
digital-business-will-sleeping-giant-awoken/).
386 Karan Kakkar Summet Hemkary, Equalization Levy – India’s first move to tax ‘digital
trans-actions’, Taxand India, www.taxand.com).
387 Supporters include France, Spain, Italy, Germany, Austria, Bulgaria, Greece, Portugal,
1912
Romania, and Slovenia. However, the proposal did not reached consensus at the digital
summit in Tallinn, last September 29, 2017 (Sara White, CCH Daily, September 18, 2017.
See the declaration at https://pbs.twimg.com/media/DJ1-xTsXUAA4QSR.jpg.; and
https://www.euractiv.com/section/economy-jobs/news/tax-fight-draws-divisions-ateu-
digital-summit/.
388 United Kingdom: Next steps in taxing digital business – will the sleeping giant be
awoken?, Jonathan Schwarz (Temple Tax Chambers; King’s College London), November
24, 2017, see http://kluwertaxblog.com/2017/11/24/united-kingdom-next-steps-taxing-
digital-business-will-sleeping-giant-awoken/.
389 Philippe Stephanny and Juan Vazquez, VAT and the Digital Economy: The Untold Story
of Global Challenges, Tax Notes International, Special Reports, July 24th, 2017, p. 337.
390 New Zealand Inland Revenue, “GST: Cross-Border Services, Intangibles and Goods”
(Aug. 2015).
391 For example: Albania, Australia, the Bahamas, Belarus, Colombia, the 28 member states
of the EU, the six member states of the Gulf Cooperation Council, Ghana, Iceland, India,
Japan, Kenya, New Zealand, Norway, Serbia, South Africa, South Korea, Switzerland,
Taiwan, and Tanzania.
392 OECD, “International VAT/GST Guidelines” (Nov. 2015) (“Guidelines”).
393 Philippe Stephanny and Juan Vazquez, VAT and the Digital Economy: The Untold Story
of Global Challenges, Tax Notes International, Special Reports, July 24th, 2017, p. 338.
394 Juan Manuel Vazquez, Indirect Taxation of Digital Services After BEPS: A Multilateral
Instrument to Achieve Harmonization and Effective Enforcement, Wolter Kluwers,
International Tax Journal, Aug. 23, 2017.
395 Juan Manuel Vazquez, Indirect Taxation of Digital Services After BEPS: A Multilateral
Instrument to Achieve Harmonization and Effective Enforcement, Wolter Kluwers,
International Tax Journal, Aug. 23, 2017.
396 Philippe Stephanny and Juan Manuel Vazquez, VAT and the Digital Economy: The
Untold Story of Global Challenges, Tax Notes International, Special Reports, July 24th,
2017, p. 338.
397 The bill was submitted to the National Congress on November 15, 2017.
398 AFIP Announcement, La Nacion Newspaper, July 5, 2017, see
http://www.lanacion.com.ar/2039731-netflix-comenzara-a-pagar-impuestos-a-nivel-
nacional.
399 Two years before AFIP official’s statement, the initiative of the Autonomous City of
Buenos Aires and the Province of Santa Fe in regard to the “Netflix” tax generated great
controversies. See http://www.lanacion.com.ar/1724049-aplica-la-ciudad-un-impuesto-a-
los-abonos-de-netflix-spotify-y-los-contenidos-pagos-de-internet.
400 Argentine Tax Reform Bill (MEN 2017-126-APN-PTE) submitted to the Argentine
National Congress on 15th November, 2017.
401 Argentine Tax Reform Bill (MEN 2017-126-APN-PTE) submitted to the Argentine
National Congress on 15th November, 2017, at p. 1-2.
402 Guillermo O. Teijeiro, Is income taxation of foreign digital goods and services in the
1913
market state compatible with current international principles on the attribution of tax
jurisdiction?, November 22, 2017, http://kluwertaxblog.com/2017/11/22/income-taxation-
foreign-digital-goods-servicesmarket-state-compatible-current-international-principles-
attribution-taxjurisdiction/.
403 Even though the proposal was aimed at reaching B2B services only, Argentine tax
jurisdiction on services digitally provided from abroad remained unwarranted despite the
fact that the Argentine recipient would have been allowed to deduct the correlative
expense as connected with taxable income; in other words, and going back to the
advertising example, if deduction by the Argentine counterparty were enough to justify
taxation of the foreign provider as if it were obtaining Argentine source income,
advertising in the traditional foreign press should have been similarly reached by the
proposal and it was not.
404 This provision was actually copied from a legislation approved in Peru in 2003 which
application was very conflictive and followed an old criteria which will surely be different
from those to follow by the OECD’s countries.
405 Queries also aroused in connection with the intended scope of digital services: were
digital services just those of an automated nature that require no substantial labor force to
be rendered? Was the rule aimed at reaching services that by its own nature might have
been rendered inside Argentina but for the service provider’s decision to migrate servers
outside Argentina? In other words, would foreign labor-based digital services have
remained untaxed in line with domestic and treaty general source provisions? On the
contrary, were digital services of all type rendered by a foreign provider through the
internet taxable? If that were the case, where was the dividing line: could even a foreign
accounting or legal advice rendered by mail to an Argentine client have felt within the
scope of taxable digital services? Just an extreme example of the many uncertainties the
Aborted Proposal would have created if maintained in the text of the bill sent for
Congressional consideration.
406 Tax Reform Bill, Article 95.
407 Tax Reform Bill, Article 86, section “e”.
408 Pursuant to Article 87 of the Tax Reform Bill (new article 3, section 2, subsection 21,
section m) Digital Services include, inter alia: 1. The supply and hosting of computer sites
and web pages, as well as any other service consisting of offering or facilitating the
presence of companies or individuals in a network electronics. 2. The supply of digitized
products in general, including, among others, computer programs, their modifications and
updates, as well as the access and/or download of digital books, designs, components,
patterns and similar, reports, financial analysis or data and market guides. 3. Remote
maintenance, in an automated way, of programs and equipment. 4. Management of remote
systems and online technical support. 5. Web services, including, among others, the
storage of data with access to remotely or online, memory services and online advertising.
6. Software services, including, among others, the software services provided in the
Internet (“software as a service” or “SaaS”) through cloud-based downloads. 7. Access
and/or download to images, text, information, video, music, games – including gambling.
This section includes, among other services, the downloading of films and other
audiovisual content to devices connected to the Internet, the online download of games –
including those with multiple players connected remotely –, the diffusion of music,
1914
movies, bets or any digital content – even if it is done through streaming technology, no
need to download to a storage device –, the obtaining jingles, mobile ringtones and music,
viewing online news, information on traffic and weather forecasts – including through
benefits satellites –, weblogs and website statistics. 8. The availability of databases and
any automatically generated service from a computer, through the Internet or from an
electronic network, in response to a introduction of specific data made by the client. 9.
Online club services or dating websites. 10. The service provided by blogs, magazines or
newspapers online. 11. The provision of Internet services. 12. Distance Teaching or test or
exercises, made or corrected in an automated way. 13. The concession, for consideration,
of the right to trade a good or service in a site of Internet that works as an online market,
including online auction services. 14. The manipulation and calculation of data through
the Internet or other electronic networks”.
409 Tax Reform Bill, Article 90.
410 Tax Reform Bill, Article 93.
411 Tax Reform Bill, Article 94.
412 Tax Reform Bill, Article 89.
413 IP of the device used by the customer or of its Internet service provider.
414 Tax Reform Bill, Article 86, second and third paragraphs.
415 Services delivered over the internet or via an electronic network that: are essentially
automated; involve minimal human intervention; and cannot be delivered without IT.
416 The taxation of bundled sales (for example, tangible property in combination with digital
services) may create additional challenges for determining the applicable VAT treatment
(See Philippe Stephanny and Juan Vazquez, VAT and the Digital Economy…).
417 Australia does not try to define a specific subcategory of digital services, but rather states
that all sales of services and intangibles made to Australian consumers are prima facie
subject to GST.15 Therefore, although primarily aimed at digital services, the rules
capture more traditional services such as consulting and advertising (A New Tax System
(Goods and Services Tax) Act 1999 (Australia) at section 38-190(3); See Philippe
Stephanny and Juan Vazquez, VAT and the Digital Economy…).
418 European Commission, Modernizing VAT for Cross-Border B2C E-Commerce,
COM(2016) 757 final 2016/0370 (CNS) (Dec. 12, 2016).
419 OECD, “International VAT/GST Guidelines” (Nov. 2015).
420 In Japan and Switzerland, a noresident entity may not register directly with the tax
authority and must appoint a local person to act as fiscal representative, who will generally
be held jointly and severally liable for tax obligations (See Federal Tax Administration
(Switzerland), 641.20 Federal Act of June 12, 2009, on Value Added Tax; and 641.201
Ordinance of November 27, 2009, on Value Added Tax. 28 Id. See also National Tax
Agency Japan, Information About Consumption Tax).
421 This simplified registration scheme allows EU vendors providing B2C sales of
telecommunications, broadcasting, and electronically supplied services to register in a
single member state (referred to as the member state of identification) and report all the
sales made to the other member states (referred to as the member states of consumption).
The state of identification is responsible for distributing remitted taxes to the member
1915
states of consumption.
422 Colombia, is considering a VAT withholding scheme for B2C transactions in which
financial institutions through which purchases are made would be required to withhold the
applicable VAT (Law 1819 of 2016 (Colombia) (Dec. 29, 2016) (providing for structural
reform of the Colombian tax system). The law was passed with an implementation date of
July 1, 2018. However, detailed regulations on the implementation have yet to be
published.
423 In assessing whether a taxable person is involved in key aspects of the sale, facts and
legal relationships must be considered. The EU explanatory notes provide guidance and
examples of factors that suggest involvement, such as owning the online platform,
controlling or influencing pricing policy, and owning customer data.9 The reseller
assumption can be rebutted if both the facts and the contractual arrangements between the
relevant parties demonstrate that the individual vendor and not the e-marketplace is
rendering the service (Council Implementing Regulation (EU) No. 1042/2013 of Oct. 7,
2013, amending Implementing Regulation (EU) 282/2011 regarding the place of supply of
services, at article 9a. See also Teck Chin Lim, Introducing the “Netflix Tax” in
Singapore: The Antipodean and European Approaches, 101 Taxation Today 19-20 (Dec.
2016).
424 See Philippe Stephanny and Juan Vazquez, VAT and the Digital Economy (…).
425 Council Implementing Regulation (EU) No. 1042/2013 of Oct. 7, 2013, amending
Implementing Regulation (EU) 282/2011 regarding the place of supply of services.
426 In India, for example, a consumer will be deemed established in that country if two of
seven listed conditions are satisfied (such as address in India, credit card issued in India,
or IP address in India (KPMG LLP, India: Non-resident E-Services Providers Required to
Register for Service Tax Effective December 1, 2016, Inside Indirect Tax, Dec. 2016; also
see Philippe Stephanny and Juan Vazquez, VAT and the Digital Economy…).
427 In Belarus, an individual purchasing digital services is deemed to be in Belarus if at least
one of the following conditions is met: • the individual is resident in Belarus; • payment is
made through a bank or e-payment operator in Belarus; • the individual used a Belarusian
IP address to purchase digital services; or • the individual used a Belarusian telephone
number to purchase digital services (KPMG LLP, “Belarus: VAT on Remote Electronic
Services Effective January 1, 2017, Inside Indirect Tax (Nov. 2016); also see Philippe
Stephanny and Juan Vazquez, VAT and the Digital Economy…).
428 EU VAT Modernization Proposal, see
https://ec.europa.eu/taxation_customs/business/vat/action-plan-vat_en.
429 See Philippe Stephanny and Juan Vazquez, VAT and the Digital Economy: The Untold
Story of Global Challenges, Tax Notes International, Special Reports, July 24th, 2017.
430 For instance, a sale will be considered taxable in Argentina if one of the non-rebuttable
presumption applies, and that same transaction may be subject to an EU VAT if, based on
the evidence collected, the consumer is deemed to be in an EU member state.
431 Payment by the recipient in B2B transactions and withholding by intermediary in B2C.
432 Guillermo O. Teijeiro, Is income taxation… of foreign digital goods and services in the
market state compatible with current international principles on the attribution of tax
1916
jurisdiction?
433 Idem.
434 Juan Manuel Vazquez, Indirect Taxation of Digital Services After BEPS: A Multilateral
Instrument to Achieve Harmonization and Effective Enforcement, Wolter Kluwers,
International Tax Journal, Aug. 23, 2017.
435 Tax law Professor at the University Savoie Mont Blanc, member of the CDPPOC
research center and an active member of the European Association of Tax Law Professors
(EATLP).
436 Senat’s (upper chamber of the French Parliament) commission on finance’s report,
Taxation of the collaborative economy: a need for simplicity, unity and equity, 29 March
2017, Report n. 481, Senat editions; Assemblée Nationale (lower chamber of the French
Parliament) Report on the implementation of recommendations of the Experts work on the
business’ international tax optimization, 11 June 2014 ; National Digital Board,
Consultation on the digital economy taxation, Opinion n. 2013-3 and Report, September
2013; P. Collin and N. Colin, Report to the Minister of Finance, Expert Work on the
taxation of the digital economy, January 2013; Ph. Marini, Report to the Finance
commission of the Senate on the taxation of the digital economy, 27 June 2012.
437 To the best of my knowledge no purely domestic event has been organised on this topic
and only one international academic event organised by University Paris Descartes and the
University of Geneva, on the topic “How to tax Internet? Issues for States and for
economic actors” in 2013. To this can be added events organised in France by
international organizations (e.g. discussions that have been conducted by OECD under
BEPS Action 1).
438 For example: V. Renoux and S. Bernard, Fiscalité international – Quelle imposition des
revenus de l’économie numérique?, Revue de droit fiscal, 2017, n. 39, ét. 477; L.
Stankiewicz, Numérique – Fiscalité et mobilité numérique, Juris Art etc. 2015, n. 21, p.
24; F. Teper, How to tax Internet?, article based on the 2013 conference with the same
title, Revue Droit Fiscal, 2013, n. 39, ét. 439. One should notice however serveral PhD are
currently prepared on topics related to the taxation of the digital money, tax regime for
data centers, as well as the blockchain and taxation.
439 Research results on the legislative database shows 6 provisions mentioning something
“digital”, most of them being about the application of specific tax regimes to material
goods (books, CD) and to their digital match.
440 For natural persons’ income tax purposes, the French legislator refers to economic
theories, justifying taxation of any enrichment (e.g. capital gains), as well as to civil law
theories, giving a much more restrictive definition of income, as being regularly produced
by an asset or an activity (article 584 and 584 of the French Civil Code). On this issue see,
for example, D. Gutmann, Droit fiscal des affaires, n. 130, p. 109.
441 Tax authorities guidelines have binding effect only on tax authorities agents. They are
not considered as a source of law. However, articles L80 A and L80 B of the Tax
Proceedings Code prevent tax authorities from changing its position, once a taxpayer
could reasonably rely on it at the moment of an operative event or the moment when the
taxpayer fills in his/her tax forms.
442 BOI-IR-BASE-10-10-10-10, 28th November 2016, n. 40 and the following. These
1917
guidelines are published online: http://bofip.impots.gouv.fr/bofip/1322-PGP.html.
443 Within the meaning of the article L111-7, I of the Consumption Code (personal
translation): “Should be considered as an online Platform operator any natural or legal
person proposing online professional communication services, whether remunerated or
not, relying on:
1. ranking or referencing of third persons’ content, goods or services by means of
computerised algorithms;
2. linking up parties for the purposes of a sale or a provision of services or an exchange or a
sharing of content, goods or services”.
444 Art. 1649 quater A bis.-I of the GTC, introduced by the Amending Finance Act for 2016.
445 According to article 12 of the GTC “Tax should be paid each year on any profit or
income made by the taxpayer or available to him during the year concerned” (free
translation of “L’impôt est dû chaque année à raison des bénéfices ou revenus que le
contribuable réalise ou dont il dispose au cours de la même année”).
446 Article 150 U A of the French GTC.
447 Senat’s commission on finance’s report, Taxation of the collaborative economy: a need
for simplicity, unity and equity, 29 March 2017, Report n. 481, Senat editions, p. 65-77.
448 According to article 156, I of the GTC, professional losses can be deducted from the
taxable base with few or no limits, whereas non-professional losses cannot be taken into
account immediately. They can only be used during six next fiscal years to reduce the
amount of taxable income of the same category (e.g., commercial income).
449 Article 156, I of the GTC.
450 Generated income should exceed an annual threshold of 23,000 euros, as well as a total
amount of other types of income (e.g., salary, agricultural income) earned by the taxpayer
and his/her family. See article 155, IV of the GTC.
451 This distinction remains of primary importance for the social security purposes,
professionals being subject to numerous legal duties and controls. The criteria of
distinction in this area have not been clearly specified. The Social security finance act for
2017 partly remedied this problem, introducing thresholds partly inspired by those that
exist in tax legislation (e.g., 23,000 euros for the rental of furnished dwellings). The
Senate’s task force report suggests to line up the distinction in the area of social security
with the income tax exemption threshold (also proposed in the same report) of 3,000
euros.
452 French Minister of Finance and Economy, press release, 7th August 2017. Public reports
also highlight France’s strong commitment to the development of digital economy in
general and artificial intelligence in particular: C. de Ganay and D. Gillot report for the
French Parliamentary office for the assessment of science and technology options, For a
mastered, useful and demystified artificial intelligence,15 March 2017, p. 107.
453 Article 244 quater B of the GTC.
454 Article 199 ter B of the GTC.
455 Finance Act for 1983, 29 December 1982, n. 82-1126.
456 According to figures published in schedules of the Finance Act for 2017, Report on
1918
“Evaluation des voies et moyens”, tome II, Tax expenditures, p. 19.
457 Base GECIR May 2012, MESR-DGRI-C1.
458 BOFIP 4 A-1-00, N. 27 du 8 février 2000.
459 BOI-BIC-RICI-10-10-10-20, 2 November 2016, n. 170 and n. 180.
460 Indeed, Most French successful start-ups are bought by foreign companies: See C. de
Ganay and D. Gillot report, prec. Foreign companies can also place in France, from the
beginning, their research units, using its innovations to make profits in other countries.
461 French Minister of Finance and Economy, press release, 7 August 2017.
462 Grounds for this taxation and new theories are now considered by French authors. See
for example N. Vergnet, Les fondements théoriques de l’établissement stable à l’épreuve
de la modernisation de l’économie, Revue de Droit Fiscal, 2017, n. 39, ét. 476.
463 It has first been formulated this way in an answer given by the Minister of Finance to a
question of a deputy, Mr. Valleix, JOAN Q, 22 September 1980, p. 4019. The Minister
referred to “authors and judges”, even though it seems difficult to find a specific case
mentioning all of the three situations. Judges refer to a “regular exercise of commercial
activity” (for example : Council of State, 19 May 1965, n. 58784; 7 April 1967, n. 58147
and 25 octobre 1972, n. 81999). Thus, it seems that the three situations have been
deducted out of different specific cases. See on this issue: B. Gouthière, Les impôts dans
les affaires internationales, 11e éd. Francis Lefebvre, n. 4605, p. 164, n. 4605.
464 Judges said Monaco company exercised its activity in France “through two permanent
establishments, located one in … and another in …”.
465 Council of State, 13 July 1968, n. 66503. Tax authorities have integrated this case in their
guidelines: BOI-IS-CHAMP-60-10-30, 1 July 2015, n. 160, published on:
http://bofip.impots.gouv.fr/bofip/4264-PGP.html#4264-
PGP_La_Haute_Assemblee_a_egalem_076.
466 P. Collin and N. Colin, Report to the Minister of Finance, Expert Work on the taxation of
the digital economy, January 2013.
467 P. Collin and N. Colin, Report to the Minister of Finance, Expert Work on the taxation of
the digital economy, January 2013, p. 123.
468 Council of State, 12 March 2010, n. 307235.
469 Administrative court of appeal of Paris, 12 July 2011, n. 09PA06458.
470 Model Tax Convention on Income and on Capital, condensed version as it read on 15
July 2014, OECD, article 5, § 41, p. 111.
471 Even though this approval could be quite formal and even though GF employees were
mentioned as “sale representatives” in the contracts signed between French clients and
GIL.
472 Council of State, 20 June 2003, n. 224407.
473 Government commissionner, Mr. Austry, referred under this case to the OECD
comments under article 5 of the 1963 OECD model convention, § 32.1.
474 The main critic was that one can only bind someone in law, and not in fact. See
rapporteur public Mrs Burguburu under Zimmer decision. She also referred to G. Blanluet,
Le commissionaire, un établissement stable du commettant? Réflexions autour de l’affaire
1919
Zimmer, Revue Droit fiscal, 2010, n. 3, at. 79.
475 Council fo State, 31 March 2010, n. 304715 and 308525, Sté Zimmer.
476 G. Blanluet, L’arrêt Zimmer: une victoire du droit au service d’une plus grande sécurité
juridique, Revue droit fiscal, 2010, n. 16, act. 127.
477 Council of State, 6 October 2010, n. 307680, Sté Iota.
478 Mounir Mahjoubi, secretary of State for digitalization, quoted in S. Levy, L’impôt
rdidicule que Facebook a payé en 2016 en France, Capital, 31 July 2017, published online:
https://www.capital.fr/entreprises-marches/les-impots-que-facebook-aurait-reellement-du-
payer-en-france-selon-nos-estimations-1238630.
479 Minister of Public Accounts also declared that the Government considered a possibility
of a transaction with Google. Cf. les Echos, 24 July 2017.
480 On the tax fraude: Th. Chenel, Google échappe à un redressement fiscal en France, Les
échos, 13 July 2017, published online:
https://www.lesechos.fr/13/07/2017/LesEchos/22486-085-ECH_google-echappe-a-un-
redressement-fiscal-en-france.htm.
481 Constitutional Council, 24 June 2016, n. 2016-546 QPC, § 13.
482 Concept of legal dependency is defined in the article L. 233-3 du code de commerce.
483 Article 46 quinquies in the last version of the draft of the Finance Act for 2017, which
was intended to be codified in the article 209 C of the French general tax code.
484 Constitutional council, 29 December 2016, n. 2016-744 DC, § 82 and the following.
485 Constitutional council, 29 December 2016, n. 2016-744 DC, § 84.
486 Article 46 quinquies of the 2017 Finance Act draft such as discussed by the Assemblée
Nationale (lower chamber of the French Parliament) in the first reading.
487 Report of the Assemblée Nationale’s second reading of the 2017 Finance Act draft,
second session of December 16, 2016.
488 Council of State, 26 November 1975, n. 93187.
489 Cour de cassation, chambre commerciale, 3 April 2012, n. 11-11161.
490 Council of State, 22 May 2009, n. 300478.
491 BOI-INT-DG-20-20-100, 3th June 2016, § 110. First “social taxes” were introduced by
the Finance Act for 1991.
492 Constitutional Council, 28 December 1990, n. 90-285 DC.
493 Report of the Assemblée Nationale’s second reading of the 2017 Finance Act draft,
second session of December 16, 2016.
494 Article 302 bis KD of the French general tax code. It is considered as a specific tax on
sales revenues.
495 See arguments developed by the French association of online services and Web labour
unions: Guillaume de Calignon et L. R., Les fronts se multiplient pour taxer les géants
d’Internet, les Echos, 19 July 2012, published on line :
https://www.lesechos.fr/19/07/2012/LesEchos/21230-023-ECH_les-fronts-se-multiplient-
pour-taxer-les-geants-d-internet.htm.
496 Article 3 of the 13 July 1972 Act introducing actions tu support certain types of old
1920
merchants and artisans, consolidated version. It is considered as a specific tax on the
inpuct factors.
497 Thus the President of a Federation for the cyber-commerce and distant selling, François
Momboisse, considered that the attempt to tax 4 Web giants did not justify to tax 100.000
other French commerial web sites: https://www.nextinpact.com/archive/72541-
proposition-loi-sur-fiscalite-numerique-regies-publicitaires-taxees.htm.
498 P. Collin and N. Colin abovementioned report, p. 73.
499 The National Digital Board abovementioned report, p. 50.
500 P. Collin and N. Colin abovementioned report, p. 131 et seq.
501 The National Digital Board abovementioned report, p. 8.
502 TP Ostwal is a Senior Partner in TP Ostwal & Associates LL.P and DTS & Associates,
chartered accounts and is based in Mumbai, having four decades in practice. He is a Final
Rank holder. He is a member of the Sub Committee on Transfer Pricing for Developing
Countries by UN. He has been a member of several committees set up by Government,
Ministry of Finance, CBDT, OECD and other associations. He is a visiting professor at
Vienna University Austria for teaching international tax for LL.M studies. He has been the
first vice-President of the executive committee IFA – Netherlands and a Chairman of IFA
India. He has been adjudged as 11th in the top 50 Tax professionals in the world for the
year 2006-07 by Tax-Business magazine of UK. He is an author of Black Money Act 2015
publication by the Bombay Chartered Accounts Society apart from other books. He is a
regular speaker in most Indian and International conferences on cross-border taxation
issues.
503 Mohak Shingala is currently working with T.P. Ostwal & Associates LL.P, Chartered
Accountants.
504 Comment by the Task Force on Digital Economy (TFDE) of the Committee of Fiscal
Affairs of the OECD in its report published on October 5, 2015 which can be read here:
http://www.oecd.org/ctp/addressing-the-tax-challenges-of-the-digital-economy-action-1-
2015-final-report-9789264241046-en.htm.
505 Section 4.3 of the BEPS Report on Action 1 describes the characteristics of digital
economy as under:
“4.3 Key features of the digital economy
151. There are a number of features that are increasingly prominent in the digital economy
and which are potentially relevant from a tax perspective. While these features may not all
be present at the same time in any particular business, they increasingly characterise the
modern economy. They include:
• Mobility, with respect to (i) the intangibles on which the digital economy relies heavily, (ii)
users, and (iii) business functions as a consequence of the decreased need for local
personnel to perform certain functions as well as the flexibility in many cases to choose
the location of servers and other resources.
• Reliance on data, including in particular the use of so-called ‘big data’.
• Network effects, understood with reference to user participation, integration and synergies.
• Use of multi-sided business models in which the two sides of the market may be in different
1921
jurisdictions.
• Tendency toward monopoly or oligopoly in certain business models relying heavily on
network effects.
• Volatility due to low barriers to entry and rapidly evolving technology.”
506
http://www.goldmansachs.com/gsam/docs/instgeneral/general_materials/whitepaper/india_revisited.pdf
507 The website of the Department of Electronics and Information Technology. Government
of India.
508 Committee on Taxation of E-Commerce, “Proposal for Equalization Levy on Specified
Transactions”, 2016, p. 14, 15.
509 ITA No. 1336/ Kol/2011, dated April 12, 2013.
510 ITA No. 7044/Mum/2011, dated July 26, 2013.
511 ITA No. 506/Mum/2008, dated June 24, 2011.
512 ITA No. 4332/Mum/2009, dated June 18, 2012.
513 IT(TP)A.1511 to 1518/Bang/2013, dated October 23, 2017.
514 Adword program is a continuous targeted advertisement campaign making available
technology permitted to Google-India and permitting same to be used by advertiser.
515 The entire report is available at http://incometaxindia.gov.in/news/report-of-committee-
on-taxation-of-e-commerce-feb-2016.pdf.
516 The Gazette of India Extraordinary, Part II dated May 14, 2016.
http://www.cbec.gov.in/resources/htdocs-cbec/fin-
act2016.pdf;jsessionid=86D93EE8B8EE9D549BFE78A773DF79D9.
517 The entire text of the memorandum to Finance Bill, 2016 can be found here:
http://www.incometaxindia.gov.in/budgets%20and%20bills/2016/memo_2016.pdf.
518 Business Today dated June 5, 2016. The entire interview can be found here:
http://www.businesstoday.in/magazine/features/revenue-secy-hasmukh-adhia-on-
countrys-tax-issues/story/232552.html.
519 Para 304 of the Final Report on BEPS Action Plan 1.
520 Professor of Tax Law, in College of Law and Politics, Rikkyo University, Japan. Master
of Law (University of Tokyo, 2001), Doctor of Law (University of Tokyo, 2004).
Opinions in this article is only my own, not of Japan nor of Rikkyo University.
521 “Old” means US source business income taxation before 1966 amendment. See, Harvey
P. Dale, Effectively Connected Income, 42 Tax Law Review 689 (1987); Ralph Winger,
US income taxation of non-resident alien individuals: A search for principles, in Essays on
International Taxation in honour of Sidney I. Roberts 423 (Herbert H. Alpert & Kees van
Raad, ed., Kluwer, 1993).
US source business income taxation after 1966 amendment is called as “effective connected
income principle”, which does not use PE concept but uses “trade or business in the US”
as threshold, and which treats income in question as taxable income when the income is
effectively connected with the “trade or business in the US” even though the income is
judged as foreign source income under item-by-item basis source rules. AOA makes focus
1922
on attribution between income and a PE. US rules after 1966 makes focus on effective
connection between income and “trade or business in the US”. AOA and US rules after
1966 are not strictly same but similar, although US rules after 1966 do not abandon “force
of attraction” rule.
522 German Income Tax Act (EStG: Einkommensteuergesetz), § 49(2)(a) provides
“Domestic income in the meaning of limited income tax liability is income from business
enterprises, for which a permanent establishment in domestic land is carried or a
continuous agent is assigned (Inländische Einkünfte im Sinne der beschränkten
Einkommensteuerpflicht sind Einkünfte aus Gewerbebetrieb, für den im Inland eine
Betriebsstätte unterhalten wird oder ein ständiger Vertreter bestellt ist)”.
523 Before 2014 amendment of Income Tax Act (Act No. 33 of 1965), Article 164 and
Corporate Tax Act (Act No. 34 of 1965), Article 141 are unofficially translated into
English in Japanese Law Translation (http://www.japaneselawtranslation.go.jp/).
Unfortunately, these Articles after 2014 amendment have not been translated yet.
524 Income Tax Act, Article 161 and Corporate Tax Act, Article 138. Source rules of a tax
convention take precedence to Japanese domestic source rules, according to Income Tax
Act, Article 162 and Corporate Tax Act, Article 139. See, Porus F. Kaka, Source
Taxation: Do We Really Know What We Mean?, 86 Tax Notes International 1221 (26
June 2017), at section IV “Principles of International Tax Treaties”.
525 “Force of attraction” rule was relevant only for branch PEs in OECD Model Tax
Convention, Article 5(1) and (2), according to Income Tax Act, Article 164 (1)(i) and
Corporate Tax Act, Article 141(1)(i) before 2014 amendment. Construction PEs in OECD
Model Tax Convention, Article 5(3) and agent PEs in OECD Model Tax Convention,
Article 5(5) did not attract entire Japanese domestic source income; only income
attributable to the PEs was subject to PE taxation filing tax returns, according to Income
Tax Act, Article 164 (1)(ii) and (iii) and Corporate Tax Act, Article 141(1)(ii) and (iii)
before 2014 amendment.
526 OECD Commentary on Article 5, paragraphs 42.2 and 42.7 (added in 2003 amendment).
See, also OECD Committee on Fiscal Affairs: Ottawa Meeting discussion paper
“Electronic Commerce: A Discussion Paper on Taxation Issues” (10 October 1998).
527 See “Introduction of JPX Co-Location Service”
(http://www.jpx.co.jp/english/systems/connectivity/); “Tokyo Stock Exchange Will
Launch Co-Location Service” (26 August 2008 http://www.mondovisione.com/media-
and-resources/news/tokyo-stock-exchange-will-launch-colocation-service/).
528 Cf. http://www.nta.go.jp/.
529 Tokyo Stock Exchange, Inc., “Tax Treatment Related to Use of the TSE Co-Location
Service by Foreign Investors” (11 June 2010
http://www.jpx.co.jp/english/systems/connectivity/tvdivq000 000099j-
att/b7gje6000000gmkz.pdf English version;
http://www.jpx.co.jp/systems/connectivity/tvdivq000000099j-att/b7gje6000001f73x.pdf
Japanese version) and “Tax Treatment of Foreign Investors Who Use Servers Located in
Japan” (16 June 2011
http://www.jpx.co.jp/english/systems/connectivity/tvdivq000000099j-
att/b7gje6000000jzns.pdf English version;
1923
http://www.jpx.co.jp/systems/connectivity/tvdivq000000099j-att/b7gje6000001mm7l.pdf
Japanese version).
530 Unfortunately, there is no official opened materials concerning the reason of no-
recognition of PEs. The reason is discussed in Nishimura & Asahi “Does a high-frequency
trading server constitute a permanent establishment?” (16 September 2011
https://www.jurists.co.jp/sites/default/files/tractate _pdf/ja/ILO_newsletter2011.pdf);
KITAMURA, Michito “Kôkyûteki shisetsu kazei wo meguru gendaiteki shomondai
(Present issues concerning permanent establishment taxation)” in KANEKO, Hiroshi ed.,
Gendai Sozeihô Kôza 4: Kokusai Kazei (Present Lectures on Tax Law 4: International
Taxation), p. 123 ff., at 136 (Nihon Hyôronsha, 2017) (written in Japanese).
531 OECD Commentary on Article 5, paragraphs 4 and 42.3.
532 Even if the computer servers constitute PEs, profits attributable to the PEs would be
small under arm’s length principle under OECD Model Tax Convention, Article 7(2). The
profits might only be time value of money of the cost of the computer servers or be with
slight plus amount.
533 See, Kitamura, supra note 11, p. 144; FUJITA, Kouji, “Shiten nashino gaikoku hôjin
heno kazei: denshi shoten heno kazei jirei ni chinande (Taxation on foreign corporations
without branches: tax cases concerning electric book shops)”, Jurist, no. 1447, p. 21
(November 2012); INAMI, Kuniyasu, “Zeigen shinshoku to rieki iten (BEPS) ni kakaru
wagakuni no taiô ni kansuru kôsatsu (II) (Consideration on Japan’s reaction on base
erosion and profit shifting (BEPS) (II))”, Zeidai Ronsô, no. 83, p. 159 ff., at 199-204
(September 2015).
534 Around US$ 140 million.
535 OECD Model Tax Convention, Article 5(4)(a) and Japan-US Tax Convention, Article
5(4)(a).
536 OECD Model Tax Convention, Article 25 and Japan-US Tax Convention, Article 25.
537 OECD (2015), Preventing the Artificial Avoidance of Permanent Establishment Status,
Action 7 – 2015 Final Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project,
OECD Publishing, Paris. DOI: http://dx.doi.org/10.1787/9789264241220-en.
538 Rakuten and Yahoo.
539 One staff was shifted on one day.
540 When a taxpayer has complaint against action by tax authorities, the taxpayer makes an
argument to National Tax Tribunal before judicial judgments. See http://www.kfs.go.jp/.
541 National Tax Tribunal, adjudication on 25 November 2011, reported in
http://www.kfs.go.jp/service/JP/85/09/index.html. See NODA, Masaki and
KUROMATSU, Kouzou “Junbiteki hojoteki katsudô to kôkyûtekishisetsu (Preparatory or
auxiliary activities and permanent establishment)” in NAKAZATO, Minoru & et al., ed.,
Cross Boder Torihiki Kazei no Frontier (Frontier of Taxation on Cross Border
Transactions) at 157 (Yûhikaku, 2014); ASATSUMA, Akiyuki, case review, in Jurist, no.
1447, p. 8 (November 2012).
542 Tokyo District Court, decision on 28 May 2015, reported in
http://www.courts.go.jp/app/hanrei_jp/detail5?id=85442. See FUJITANI, Takeshi, case
review, in Jurist, no. 1494, p. 119 (June 2016).
1924
543 Tokyo High Court, decision on 28 January 2016, reported in
http://www.courts.go.jp/app/hanrei_jp/detail5?id=86117. See Kitamura, supra note 11, p.
139 ff.
544 Some readers might wonder whether there is difference concerning the first issue
between Amazon case in section 1.2.2. and this case in section 1.2.3. or not. Such question
is interesting. However, it is difficult to examine the existence of such difference because
details of Amazon case are not officially opened.
545 OECD Model Tax Convention: Revised proposals concerning the interpretation and
application of Article 5 (Permanent Establishment) (19 October 2012 to 31 January 2013
http://www.oecd.org/ctp/taxtreaties/PermanentEstablishment.pdf) p. 26-27, “13.
Relationship between delivery and the sale of goods in subparagraph 4 a) (paragraphs 22
and 27.1 of the Commentary)”
546 Both OECD Model Tax Convention, Article 5(4)(a) and Japan-US Tax Convention,
Article 5(4)(a) include “delivery”. UN Model Tax Convention, Article 5 (4)(a) does not
include “delivery”.
547 Before 1963 when OECD Model Tax Convention was made, productive clause was used
instead of Article 5(4) “preparatory or auxiliary”. Productive clause was not adopted by
OECD Model Tax Convention because all parts of an enterprise contributed productivity
of the enterprise. However, “The OECD ‘negative list’ and the commentaries have
crystallized as a compromise among a number of countries with different legal traditions,
without a distinct underlying principle”, said in Arvid Aage Skaar, Permanent
Establishment: Erosion of a Tax Treaty Principle at 325 (Kluwer Law and Taxation
Publishers, 1991). Therefore, historically, it is difficult (or might be impossible) to define
“preparatory or auxiliary” character.
548 BEPS Action 7, supra note 18, p. 29 proposes that “provided that such activity or, in the
case of subparagraph f), the overall activity of the fixed place of business, is of a
preparatory or auxiliary character” is added in Article 5(4).
Also see, OECD BEPS Action 15, “Multilateral Convention to Implement Tax Treaty
Related Measures to Prevent BEPS” (24 November 2016
http://www.oecd.org/tax/treaties/multilateral-convention-to-implement-tax-treaty-related-
measures-to-prevent-BEPS.pdf), p. 19 ff.; Part IV. Avoidance of Permanent Establishment
Status; Article 13 – Artificial Avoidance of Permanent Establishment Status through the
Specific Activity Exemptions.
549 See Kitamura, supra note 11, p. 143; Asatsuma, supra note 22, p. 9; Fujitani, supra note
23, p. 122.
550 Fact findings are basically not the task of Supreme Court. Therefore, it is hard to expect
that Supreme Court reverse the fact findings in lower courts in supra notes 23 and 24.
551 KANEKO, Hiroshi, Sozeihô (Tax Law), 22nd ed., p. 498 (Kôbundô, 2017). Meiji Bussan
case, Supreme Court decision on 29 May 1958, reported in Minshû, vol. 12, no. 8, p. 1254
http://www.courts.go.jp/app/hanrei_jp/detail2?id=54801 and the original decision, Tokyo
High Court 20 December 1951, reported in in Minshû, vol. 12, no. 8, p. 1271 stated that
“unreasonable form of actions elected by notable pure economic person (jun keizai jin)
who has no purpose of avoiding taxes” (underlined by Asatsuma) can be disregarded by
former provision of Corporate Tax Act, Article 132. The courts did not use the word
1925
“arm’s length principle” but use the word “pure economic person”, but Kaneko or other
tax law professors have understood that “unreasonable … actions [of] pure economic
person” roughly means departures from arm’s length principle; therefore, “unjustly”
roughly means departures from arm’s length principle.
552 In Japanese tax law, does the word “unjustly” only mean departure from arm’s length
principle? It is not clear. Corporate Tax Act, Article 132-2 provides quasi GAAR in order
to disregard actions or figures of corporations who do reorganization (mergers, division,
and etc.) and this Article also use “unjustly”. When corporations do reorganization, arm’s
length principle is hard to apply from the nature. Therefore, Supreme Court stated that
“unjustly” in Article 132-2 is not the same as “unjustly” in Article 132 and that “unjustly”
means “reduction of corporate tax amount with abuse of reorganization provisions for
resorts of tax avoidance”. Yahoo case, Supreme Court decision on 29 February 2016,
reported in Minshû, vol. 70, no. 2, p. 242 http://www.courts.go.jp/app/hanrei_jp/detail2?
id=85710 and ICDF case, Supreme Court decision on 29 February 2016, reported in
Minshû, vol. 70, no. 2, p. 470 http://www.courts.go.jp/app/hanrei_jp/detail2?id=85709.
“Unjustly” in Article 132 roughly means departures from arm’s length principle and
“unjustly” in Article 132-2 means “abuse of reorganization provisions”.
It is difficult to say that “unjustly” in quasi GAAR for PEs in Corporate Tax Act, Article 147-
2 means departures from arm’s length principle and “abuse” of PE provisions. Therefore,
tax law practitioners and professors have no consensus concerning the meaning of
“unjustly” in Corporate Tax Act, Article 147-2.
553 See OECD (2015), Addressing the Tax Challenges of the Digital Economy, Action 1 –
2015 Final Report, OECD/G20 Base Erosion and Profit Shifting Project, OECD
Publishing, Paris. DOI: http://dx.doi.org/10.1787/9789264241046-en; p. 156.
554 If we had adopted formulary apportionment with heavy reliance on sales factor rather
than arm’s length principle through historical developments of international tax law
discussions through League of Nations and OECD, then PE concept would have not
attracted attention as much as now.
555 Unfortunately, Consumption Tax Act (Act No. 108 of 1988) has not yet been translated
into English. See Japanese Law Translation in supra note 4. Translation of Consumption
Tax Act in this article is my own and might be unfortunately non-accurate.
556 Consumption Tax Act, Article 2 (1)(8) provides that “transfer of goods, etc.” means (1)
“transfer of goods”, (2) “lease of goods”, and (3) “supply of services”. “Goods” is not
limited within tangible goods. For example, copyright is also “goods” and it is discussed
in next section.
557 Consumption Tax Act, Article 2 (1)(4) provides that “jigyôsha (enterprise)” means
individual businesspersons and corporations.
558 Customs Tariff Act (Act No. 54 of 1910), Article 14(18).
559 Consumption Tax Act, Article 7(1)(5) delegate more detail provisions for tax-exempt
“transfer of goods, etc. as export” to Order for Enforcement of the Consumption Tax Act
(Order No. 360 of 1988), Article 17.
560 Order for Enforcement of the Consumption Tax Act, Article 6(1)(5).
561 Order for Enforcement of the Consumption Tax Act, Article 6(1)(7).
1926
562 Order for Enforcement of the Consumption Tax Act, Article 6(2)(6), which is abolished
after 2015 amendment.
563 Order for Enforcement of the Consumption Tax Act, Article 6(2)(7), which is re-
numbered as 6(2)(6) after 2015 amendment.
564 For example, Günter Berkholz v Finanzamt Hamburg-Mitte-Altstadt, CJEU, case C-
168/84; Commissioners of Customs and Excise v DFDS A/S, CJEU, case C-260/95; Aro
Lease BV v Inspecteur van de Belastingdienst Grote Ondernemingen, Amsterdam, CJEU,
case C-190/95.
It seems to be roughly agreed that “fixed establishment” needs personal and technical
resources for supplying services and that concept of “fixed establishment” in VAT
contexts is narrower than concept of “permanent establishment” in income tax contexts.
565 Order for Enforcement of the Consumption Tax Act, Article 6(2)(7) at that time.
566 Indy Car Racing case, Tokyo District Court decision on 13 October 2010, case number
Heisei 20 (2008) Gyô-u 730, reported in Shômu Geppô, vol. 57, no. 2, p. 549
http://www.courts.go.jp/app/hanrei_jp/detail5?id=81274.
567 Hanatour Japan case, Tokyo District Court decision on 26 March 2015, case number
Heisei23 (2011) Gyô-u 718, reported in Shômu Geppô, vol. 62, no. 3, p. 441
http://www.courts.go.jp/app/hanrei_jp/detail5?id=85246; Tokyo High Court decision on 9
February 2016, case number Heisei 27 (2015) Gyô-ko 156
http://www.courts.go.jp/app/hanrei_jp/detail5?id=86389.
568 Consumption Tax Act, Article 2(1)(viii-2).
“Supply of services using electric communication to enterprises” is defined in detail as
“foreign enterprise’s supply of service using electric communication, a receiver of which
is ordinarily limited to an enterprise because of nature of the supply of services using
electric communication or because of transactional conditions, etc. of the supply of
services” in Consumption Tax Act, Article 2(1)(viii-4), which is discussed in section
2.2.2.
“Supply of specified services” is defined in detail as “transfer of goods, etc. which is drama
done by foreign enterprises and other supply of services defined in Order (excluding
supply of services using electric communication)” in Consumption Tax Act, Article 2(1)
(viii-5), which is not discussed in this article.
569 Therefore, services of ISP (Internet Service Provider) for transmitting other people’s
communication are excluded.
570 This non-inclusion is discussed later in section 2.2.3., incomplete destination principle
after the 2015 amendment.
571 Consumption Tax Act, Article 2(1)(viii-3).
572 More accurately, national VAT rate is 6.3% and local VAT rate is 1.7%. This article uses
8% rate. Total VAT rate will be increased from 8% (= 6.3 + 1.7) to 10% (= 7.8 + 2.2)
since 1 October 2019.
573 Consumption Tax Act, Article 39.
574 Consumption Tax Act, Article 2(1)(viii-2).
575 Consumption Tax Act, Article 2(1)(viii-4) (underline is added by the author).
1927
576 Consumption Tax Act, Article 2(1)(viii-2).
577 Consumption Tax Act, Article 2(1)(viii-3).
578 See Skatteverket v. David Hedqvist, CJEU, case C-264/14.
579 Virtual currencies are defined in Payment Services Act (Act No. 59 of 2009), Article
2(5), which is unofficially translated into English in
http://www.japaneselawtranslation.go.jp/ as follows: “Article 2(5) The term “Virtual
Currency” as used in this Act means any of the following: (i) property value (limited to
one that is recorded on an electronic device or any other object by an electronic means,
and excluding the Japanese currency, foreign currencies, and Currency-Denominated
Assets; the same applies in the following item) which can be used in relation to
unspecified persons for the purpose of paying consideration for the purchase or leasing of
goods or the receipt of provision of services and can also be purchased from and sold to
unspecified persons acting as counterparties, and which can be transferred by means of an
electronic data processing system; and (ii) property value which can be mutually
exchanged with what is set forth in the preceding item with unspecified persons acting as
counterparties, and which can be transferred by means of an electronic data processing
system”.
580 Mr. Adam Bitar is a Cum Laude Lawyer admitted to practice from Universidad
Panamericana (Mexico), where he pursued a Masters in Tax Law also. He has studies in
International Finance (Euromoney Program) in Oxford England and coordinates the
International Taxation Studies division at Universidad Panamericana (Mexico).
581 Mr. Diaz-Infante received a bachelor’s degree in Law from Instituto Tecnologico
Autonomo de Mexico (ITAM), a Specialization in Mexican Tax Law from Universidad
Panamericana (UP), a Certificate in Income Tax Planning and Reporting from New York
University (NYU) and a Blue Course in International Taxation Principles & Planning from
Sheltons International Tax Training Institute.
582 The term “Digital Economy” was coined in Don Tapscott’s 1995 best-seller The Digital
Economy: Promise and Peril in the Age of Networked Intelligence.
583 OECD, “Measuring the Digital Economy. A new Perspective”, OECD Publishing, 2014.
584 See, for example, the World Bank Digital Adoption Index, the Network Readiness Index
of the World Economic Forum, the ITU’s Digital Opportunity Index, indices constructed
by various consultancy firms such as the Boston Consultancy Group’s e-Intensity Index,
and the “digitisation index” developed by Katz et al.
585 SUNDARARAJAN, Arun, “The sharing economy: the end of employment and the rise of
crowd-based capitalism / Arun Sundararajan”, Cambridge, MA: The MIT Press, 2016.
586 Source: Investopedia.
587 In terms of Article 9 of the Federal Fiscal Code, legal entities are considered to be
resident in Mexico for tax purposes if they have established their main place of business or
place of effective management in Mexico, whether they are incorporated under Mexican
or under foreign laws; otherwise, the concerning entity would be deemed as non-resident
for tax purposes. For such purposes, a legal entity is deemed to have established in Mexico
its main place of business or its effective management, when the place where the person or
persons who have the authority to decide on the control, direction, operation or
1928
management of the legal entity and over its activities are located within Mexican territory.
588 Article 153 of the MITL: “Nonresidents who earn income in cash, in kind, in services or
in credit, including income determined through presumptions by the tax authorities in
accordance with articles 58-A of the Federal Fiscal Code and 11, 179 and 180 of this Law,
are required to pay income tax in accordance with this Title when said income arises from
sources of wealth located in Mexican territory and they do not have a permanent
establishment in Mexico or when they have such an establishment and income is not
attributable thereto. Payments made as a result of the acts or activities referred to in this
Title that benefit the nonresident, including payments that resulted in decreased
expenditures for him, are considered to be part of the income mentioned in this paragraph
and therefore, the provisions governing the items of income that originated such payments
shall be applied thereto.
[…]
When a person who makes any of the payments referred to in this Title covers, for the
account of the taxpayer, the tax corresponding to the latter, the amount of said tax shall be
considered income of the types covered in this Title and the provisions applicable to the
relevant type of income for which the tax is paid shall apply thereto.
When in accordance with this Title, the tax is required to be paid through a withholding, the
withholding party shall be required to pay an amount equivalent to that which such
withholding party should have withheld on the date on which the obligation becomes due
or at the time the payment is made, whichever occurs first. In the case of considerations
denominated in a foreign currency, the tax shall be paid by converting the consideration
amount to Mexican currency at the moment when the consideration is due or is paid. For
the purposes of this Title, any other act by which the debtor discharges the obligation in
question shall have the same effect as a payment.
The tax due under this Title shall be considered definitive and shall be paid by filing a tax
return at the authorized offices. […]”.
589 Under article 179 of the MITL two or more persons are considered to be related parties
when one of them participates, directly or indirectly, in the administration, control or
equity of the other, or when a person or group of persons participates, directly or
indirectly, in the administration, control, or equity of said persons.
590 “Article 4. The benefits of treaties to avoid double taxation shall only apply to taxpayers
who demonstrate that they are residents of the country in question and comply with the
provisions of the treaty and the procedural provisions set forth in this Law, including the
obligation to submit an informative return on their tax situation pursuant to article 32-H of
the Federal Fiscal Code, or the obligation to submit audited financial statements, when the
election described in article 32-A of such Code has been exercised, as well as the
obligation to appoint a legal representative.
[…]
In cases where treaties to avoid double taxation establish withholding rates lower than those
provided for in this Law, the rates established in said treaties may be applied directly by
the withholding party. If the withholding party applies rates higher than those indicated in
the treaties, the nonresident shall be entitled to request a refund for the difference thereof.
Certificates of residence issued by foreign authorities shall be valid without legalization, and
1929
it shall only be necessary to produce an authorized translation when the tax authorities so
require.”
591 Such evidence of residence in a country with which Mexico has executed a tax treaty
shall be fulfilled through the provision of a certificate of residence issued by foreign
authorities or a document issued by the authority of that country which evidences that the
non-resident entity is a taxpayer of that country and that it has filed the tax return of the
last fiscal year.
592 The Mexican tax reforms implemented in 2014 and 2016 included a number of BEPS-
related issues (for example, regarding Action 2 – hybrids –, Action 3 – CFCs –, Action 6 –
Prevent treaty abuse –, and Action 13 – Transfer pricing documentation and CbC
reporting).
593 Additional Guidance on the Attribution of Profits to Permanent Establishments.
594 Transfer Pricing Documentation and Country-by-Country Reporting.
595 Implementing Guidance on Hard-to-value intangibles.
596 Revised guidance on profit splits.
597 Report released as part of their Fifteenth Session in Geneva on October 17th to 20th:
http://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=E/C.18/2017/6.
598 Unilateral actions described are those executed by: Australia, China, France, India, Israel,
Italy and the UK.
599 Article 14 of the Value Added Tax Law: “For purposes of this Law, the following are
defined as rendering independent services:
I. An affirmative covenant by one person to perform in favor of another person, regardless of
the act from which such covenants arises and the name or classification given to said act
by other laws.
II. Transportation of persons or goods.
III. Insurance, bonding and re-bonding.
IV. Agency, commission, intermediation, representation, brokerage, consignment and
distribution.
V. Technical assistance and technology transfer.
VI. All affirmative covenants to give, or negative covenants to not do or allow undertaken by
one person in favor of another, provided that such obligations or covenants are not defined
hereunder as a transfer or temporary use or enjoyment of goods.
The rendering of independent services does not include the rendering of dependent services
for remuneration or the rendering of services for income which the Income Tax Law
defines as similar to said remuneration.
The rendering of independent services is deemed personal if the services are activities
described under this article which do not have the characteristics of business activities”.
600 Articles 58 and 61 of the Regulations to the VATL.
1930
Índice
Apresentação 38
Parte I - TRIBUTAÇÃO E OS DESAFIOS DA
42
ECONOMIA DIGITAL NO BRASIL
SEÇÃO A - ASPECTOS RELACIONADOS À TRIBUTAÇÃO
43
DIRETA LOCAL E INTERNACIONAL
Estabelecimento permanente: legislação tributária brasileira
43
e desafios na economia digital
1. Introdução 43
2. O Conceito de Estabelecimento Permanente no Modelo
45
de Convenção da OCDE
3. A Tributação do Estabelecimento Permanente na
53
Legislação Tributária Brasileira
4. Os desafios da economia digital: a Ação n. 1 do BEPS 58
5. Estabelecimento Permanente no Brasil: Novos Rumos
65
na Economia Digital?
6. Conclusão 68
A tributação de IRRF na importação de cloud computing no
70
Brasil e as soluções analisadas na Ação 1 do BEPS
1. Introdução 70
2. Panorama Geral do BEPS em relação aos desafios da
71
Economia Digital
3. A contratação do Cloud Computing de fornecedores
78
estabelecidos em outros países
4. A tributação do IRRF nas remessas ao exterior na
84
importação do Cloud Computing – O exemplo do SaaS
5. Conclusões 97
As operações internacionais envolvendo software e o
102
imposto de renda
1. Introdução 102
2. Definição de software. Tipos de software. Propósitos
105
com a sua criação
2.1. Definição de software 105
2.2. Tipos de software 106
1931
2.3. Finalidade da sua criação 107
2.4. Software como direito real do autor 110
3. Os diferentes negócios envolvendo software em
113
transações internacionais e o IRRF
4. Transações com software sob encomenda 115
5. Transações com software-produto 116
5.1. Cessão integral dos direitos de propriedade
119
sobre o software
5.2. Cessão parcial de direitos de exploração
123
econômica sobre o software
5.3. Licença de uso do software (copyrighted article) 127
5.3.1. Licenças perpétuas 127
5.3.2. Licenças temporárias 128
5.4. Compra e venda de licenças de direito de uso
(copyrighted articles) para a distribuição no mercado 134
interno
6. Transações com software adaptável (“customizável”) 139
Qualificação de operações envolvendo software no Brasil à
luz dos tratados contra a bitributação: visão da OCDE e a 141
prática brasileira
1. Introdução 141
2. Software: conceito, tipos e características relevantes
142
em função das diferentes formas de comercialização
2.1. Objeto do estudo: software de aplicação 142
2.2. Variações conforme o contrato e a natureza
144
jurídica do rendimento
2.3. Observação sobre licenças de uso 148
3. Qualificação dos rendimentos relacionados a operações
149
com software à luz dos tratados contra a bitributação
3.1. Possíveis qualificações de rendimento com base
149
na CM-OCDE
3.2. Comentários Oficiais da OCDE à CM-OCDE 150
3.3. Posicionamento do Brasil 155
4. Considerações Finais 156
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão? A tributação
158
internacional da renda no ambiente de cloud computing
1932
Introdução 158
1. Definição e modelos de “cloud computing”: novos
160
tempos, novos paradigmas
2. A tributação brasileira das remessas ao exterior para
162
remuneração do cloud computing
3. A qualificação dos rendimentos no contexto do cloud
computing para a aplicação dos acordos de bitributação e 165
a questão dos estabelecimentos permanentes
3.1. A qualificação dos rendimentos no contexto do
166
cloud computing
3.2. A questão do estabelecimento permanente 170
4. A solução acenada pelas autoridades fiscais brasileiras
174
para os rendimentos decorrentes de cloud computing
5. Considerações finais: apenas o início pela busca de
178
soluções
Os princípios da tributação no Estado da fonte e no Estado
da residência e os impactos da economia digital no Brasil e 183
no mundo
1. Introdução: economia digital e seus impactos no direito 183
2. Economia digital e seus impactos no Direito Tributário 186
2.1. Os princípios da tributação no estado da fonte e
187
no estado da residência
2.2. Desafios da economia digital para o princípio de
192
fonte e residência
3. Análise sob a perspectiva brasileira 202
4. Conclusões 206
Potenciais impactos tributários do CPC 47 nos negócios
210
voltados à economia digital
1. Introdução 210
2. Afinal, o que é a economia digital? Que atividades
212
estão por ela abrangidas?
2.1. Generalidades 212
2.2. As atividades na economia digital 215
3. Análise do CPC 47 218
3.1. Generalidades 218
3.2. Exame dos passos para reconhecimento da 219
1933
receita do CPC 47 219
1934
6. Conclusões 268
Desafios da tributação doméstica de operações com
270
software na era da economia digital
1. Introdução 270
2. Qualificação das transações com software 273
2.1. Direito 275
2.2. Mercadoria 279
2.2.1. Aspectos gerais do software como
279
mercadoria
2.2.2. Transferência via download do software
283
como mercadoria
2.3. Serviço 288
2.3.1. Obrigações de dar e de fazer 288
2.3.2. Software como serviço e a “computação em
289
nuvem”
2.3.3. Novas tentativas de tributação do software
292
pelo fisco paulistano
3. Outros Aspectos Tributários: Regime do Lucro
293
Presumido; PIS e COFINS
3.1. Regime do lucro presumido 293
3.2. PIS e COFINS: regimes de apuração 295
3.2.1. Regime cumulativo 295
3.2.2. Regime não cumulativo 296
4. Conclusão 298
Preços de transferência e a criação de valor: distribuição de
301
software no Brasil
1. Introdução 301
2. Preços de transferência e a criação de valor 302
2.1. Análise funcional de preços de transferência na
303
era pós-BEPS
3. Economia Digital: Modelos de negócios e a criação de
305
valor
3.1. Distribuição de software: intangíveis na
308
realidade brasileira
3.2. Caso prático 311
3.2.1. Centralização no exterior 312
1935
3.2.1. Centralização no exterior 312
3.2.2. Reestruturação: vendas diretas no Brasil
313
(Buy/Sell)
3.2.3. Conclusão do caso prático 317
4. Conclusão 318
A economia digital e as regras brasileiras de preços de
transferência: os problemas na aplicação dos métodos aos 320
serviços, intangíveis e direitos
Introdução 320
1. As regras brasileiras de preços de transferência 320
2. Da exclusão da aplicação das regras de preços de
323
transferência sobre royalties
3. A adequação das regras brasileiras de preços de
transferência para serviços e intangíveis no âmbito da 325
economia digital
4. Conclusões 330
Transferências cross-border de direitos de uso sobre
software de prateleira: aquisição de mercadoria ou
331
licenciamento? Tributação na fonte e dedutibilidade de
despesas
1. Introdução e definições 331
2. Natureza da contraprestação pelo uso do software 333
3. Dedutibilidade 341
3.1. Tratamento contábil de ativos intangíveis 341
3.2. Tratamento fiscal de ativos intangíveis 344
4. Conclusão 348
Tratamento jurídico-tributário do download de software no
351
Brasil
1. Introdução 351
2. Os conceitos de “mercadoria” e “serviços” na
351
economia digital
3. O download de software: aspectos jurídico-tributários 353
4. Reflexos na tributação sobre a renda 359
5. Conclusões 361
Aspectos da tributação decorrente da importação do cloud
362
computing no Brasil
1936
2. Conceito de Cloud computing e suas modalidades 363
3. Tributação da Economia Digital 364
3.1. A legislação tributária: definindo-se o cloud
computing por intermédio do conflito entre o ICMS 365
e o ISS
4. Cloud computing e a tributação federal 368
4.1. As interpretações da RFB 369
4.2. As interpretações dos autores 370
5. Conclusão 372
Seção B - Aspectos relacionados à tributação sobre o consumo 374
Internet das Coisas à luz do ICMS e do ISS: entre
mercadoria, prestação de serviço de comunicação e serviço 374
de valor adicionado
Introdução 374
1. O que é Internet das Coisas? 376
2. A Internet das Coisas e os Conflitos de Competência:
378
perspectivas à luz do ICMS versus ISS
3. A venda de mercadoria deixa de ser uma operação
relativa à circulação de mercadoria pelo fato de ter valor 380
agregado (ser inteligente)?
3.1. ICMS sobre Operações de Circulação de
Mercadorias: considerações acerca do seu critério 380
material
3.2. Operações de circulação de mercadorias: bens
382
corpóreos e incorpóreos
4. É possível que em transações envolvendo objetos
385
inteligentes também haja uma prestação de serviço?
4.1. A atuação do legislador complementar:
385
imposição da regra tudo ou nada
4.2. A Internet das Coisas e o acirramento da
387
alocação entre ICMS e ISS
4.2.1. Roupas Inteligentes como exemplo de fácil
388
solução
4.2.2. Chamada de Emergência Inteligente como
389
exemplo de difícil solução
4.3. Breves considerações sobre o problema da
391
1937
4.3. Breves considerações sobre o problema da 391
alocação das obrigações na Contabilidade
5. Há prestação de serviço de comunicação ou serviço de
392
valor adicionado no âmbito da Internet das Coisas?
5.1. ICMS sobre a Prestação do Serviço de
Comunicação: considerações acerca do seu critério 393
material
5.1.1. Do Imposto sobre Serviços de
393
Comunicações antes de sua aglutinação ao ICM
5.1.2. Da aglutinação do Imposto sobre Serviços
394
de Comunicações no ICM
5.1.3 Da busca por uma noção de cadeia de
396
prestação comunicativa
5.1.4. Do núcleo comum do critério material do
397
ICMS-C às controvérsias
5.2. ISS sobre Serviços de Valor Adicionado: breves
401
considerações acerca de sua definição
5.3. Internet das Coisas: ICMS-C ou ISS-SVA? 402
Conclusão 405
A Lei Complementar n. 157/2016 à luz da Constituição
Federal: aspectos relacionados à retroatividade e aos
406
campos de incidência do ICMS e do ISS na atividade de
difusão de vídeos, áudio e textos pela internet
1. Lei Complementar n. 157/2016 – Pontos Básicos 406
2. Planos Jurídicos: Validade, Vigência, Eficácia,
407
Irretroatividade
3. Streaming (Difusão de vídeos, imagens, textos e sons
410
pela internet)
3.1 Considerações Jurídicas 410
3.2. Significado 412
3.3. Natureza Jurídica 413
3.4. ISS 414
3.5. ICMS 416
3.6. Imunidade 420
4. Conclusões 423
Determinação dos limites de incidência do ICMS na
1938
modalidade “comunicação” e do ISS nas atividades de 425
veiculação de textos/imagens e divulgação de publicidade
na internet
1. Introdução 425
2. O fato gerador do ICMS na modalidade de
Comunicação (posições doutrinárias, posição fazendária e 426
nosso posicionamento)
3. Da incidência do ICMS nas atividades de veiculação
de textos/imagens e divulgação de publicidade na internet
431
por contrato oneroso prestado por meio das empresas do
setor de internet
4. O Panorama da tributação pelo ISS antes e após a
edição da Lei Complementar n. 157/2016. A veiculação
de textos/imagens e divulgação de publicidade na internet
435
por contrato oneroso estava e continua inserida no campo
de incidência do ICMS, conforme preconiza o artigo 155,
inciso II, da Constituição Federal/1988
5. Da não configuração da imunidade constitucional
prevista na alínea “d”, do inciso X, do artigo 155 da 441
CF/88
6. Nossas Conclusões 445
E-Commerce: aspectos tributários sob a perspectiva
448
brasileira
1. Introdução 448
2. O Comércio Eletrônico e o ICMS Devido na Origem 449
3. A Emenda Constitucional n. 87/2015 e a Tributação do
457
ICMS no Destino
4. O Convênio ICMS n. 93 e as Controvérsias da
463
Tributação pelo Estado de Destino
5. Conclusão 471
O Paradigma da Economia Digital e os Novos Conceitos de
473
Serviço e Mercadoria — Reflexos na Tributação
Introdução 473
1. Federação e Competências Tributárias na Constituição
475
Federal de 1988
2. Conceitos de Direito Privado e as Competências
478
Constitucionais
1939
3. Os conceitos de mercadoria e serviço no contexto da 483
Economia Digital e seu impacto tributário
Conclusão 492
ICMS sobre software: evolução do conceito constitucional
495
de mercadorias em face da inovação tecnológica
1. A Tributação na Economia Digital 495
2. Circulação de Mercadorias na Constituição Federal:
498
tipos ou conceitos?
3. Circulação de Mercadorias na Legislação
Infraconstitucional: Lei Complementar em matéria de 502
ICMS
4. Da Interpretação da Legislação Tributária 506
5. A tributação de bens digitais no âmbito do Convênio
510
CONFAZ n. 106/2017: (in)constitucionalidade?
5.1. Evolução semântica de “mercadorias” no
511
contexto da economia digital
5.2. A circulação ou disponibilização de bens
514
digitais
5.3. Adoção do critério de destino nas operações
515
com bens digitais
5.4. Atribuição de responsabilidade tributária por
515
convênio
5.5. Analogia ou mera interpretação: nova incidência
516
sobre bens digitais?
6. Conflito Federativo Vertical: ICMS ou ISS sobre Bens
517
Digitais
7. Considerações Finais 521
Tributação da economia digital e os conflitos de
523
competência entre ICMS e ISS
1. Introdução 523
2. Primeira aproximação do problema: dificuldade de
enquadramento dos negócios da economia digital no 525
modelo adotado pelo sistema constitucional tributário
3. A instauração do conflito de competências 532
4. Algumas reações do judiciário 538
5. Proposta conclusiva 542
1940
Operações de Cloud Computing (SaaS, IaaS, PaaS etc.): 549
ICMS vs. ISS
1. Guerra Fiscal na Tributação de Software – ISS vs.
549
ICMS
1.1. Conflito de competência para tributação entre os
554
Municípios e os Estados (serviço vs. mercadoria)
2. Materialidade da Tributação do Software pelo
560
Município (Cloud Computing como Serviço)
3. Materialidade da Tributação do Software pelo Estado
568
(Cloud Computing como Mercadoria)
4. Conclusão 574
A Tributação pelo ISS e pelo ICMS das Operações com
577
Software
1. Introdução 577
2. Definição de Software 578
3. A Incidência do ISS e do ICMS nas Operações com
583
Software
3.1. Considerações preliminares 583
3.2. ISS 584
3.3. ICMS 585
4. Controvérsias da Tributação de Software pelo ISS e
590
pelo ICMS
5. Conclusões 596
O ISS e a exportação de serviços: conceito de resultado e o
princípio do destino nas atividades voltadas à economia 599
digital
1. O ISS e as operações de exportação 601
1.1. Seu critério espacial e o princípio da
603
territorialidade
2. O tratamento tributário dado às operações de
exportação: finalidade constitucional e o princípio do 605
destino
3. Proposta conceitual: operação de exportação de
608
serviços
4. O sentido e o alcance do artigo 2º da LC n. 116/2003:
610
compreensão do termo resultado
1941
5. Análise crítica 615
5.1. Decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) 615
5.2. Parecer Normativo n. 4, de 2016 e precedentes
618
administrativos do Município de São Paulo
6. Aplicação aos serviços relacionados à economia digital 621
7. Nossa conclusão 624
Jogando com o conceito de valor aduaneiro: um estudo
sobre a valoração aduaneira na importação de jogos 627
eletrônicos
1. Introdução 627
2. O valor aduaneiro na importação de jogos eletrônicos:
627
as normas internacionais e a posição brasileira
2.1. Valoração aduaneira de bem incorpóreo no
Direito Internacional e no ordenamento jurídico 629
brasileiro
2.2. O entendimento do Conselho Administrativo de
632
Recursos Fiscais (CARF)
2.3. O entendimento do Poder Judiciário no âmbito
635
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região
3. Natureza jurídica dos jogos eletrônicos 636
3.1. A Lei Federal n. 12.485/2011 – Obras
637
Audiovisuais
3.2. A Lei Federal n. 9.609/98 – Software 639
3.3. Opiniões de especialistas 641
3.4. Nossa opinião quanto à natureza jurídica 644
3.5. A cortina de fumaça em torno da Decisão 4.1 645
4. Considerações Finais 647
Aspectos tributários do download de software: equívocos
comuns e implicações decorrentes da edição do Convênio 649
CONFAZ n. 181/2015
O conceito de software no ordenamento jurídico
650
brasileiro
O software como mercadoria 651
As espécies de software 653
A tributação do software adquirido por meio digital
656
(download)
1942
A posição dos tribunais superiores 658
O Convênio ICMS n. 181/2015 663
Considerações Finais 667
Aspectos da tributação sobre o consumo no cloud
669
computing
Introdução 669
1. Cloud computing 669
1.1. Delimitação do conceito de cloud computing,
669
natureza jurídica e principais espécies
2. Questões tributárias relativas ao cloud computing 673
2.1. Panorama global 673
2.1.1. Desafios gerais e tendências 674
2.2. Principais questões no ambiente norte-
675
americano
2.3. A tributação sobre o consumo na Europa quanto
678
às transações realizadas na nuvem
3. O problema da tributação do cloud computing no
680
Brasil
3.1. Controvérsias identificadas no cenário brasileiro 680
Conclusões 690
Seção C - Tributação de produtos ou negócios selecionados 693
ICMS sobre a divulgação de material publicitário na
693
internet por provedor
1. Considerações Iniciais 693
2. A atividade do provedor. A distinção necessária entre
os contratos: provedor e usuários e os contratos de 696
divulgação de publicidade
3. Regra Matriz do ICMS-Comunicação e a
711
jurisprudência do STJ
3.1. A Ausência de Obrigação de Fazer no Contrato
721
de Cessão de Espaço Virtual
4. Síntese conclusiva 726
Tributação de atividades de streaming de áudio e vídeo:
730
guerra fiscal entre ISS e ICMS
1. Introdução 730
2. O Conceito Constitucional de Serviço de Comunicação 731
1943
2.1. Serviço de comunicação não se confunde com
734
serviços de informática prestados pela internet
3. Alguns Serviços de Comunicação 736
3.1. Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) – TV
736
por Assinatura
3.2. Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) 738
4. Serviços Over The Top (OTT) 740
4.1. O que é o Serviço de Streaming? 743
4.1.1. Tipos e Exemplos de Serviços de Streaming 744
4.1.2. Televisão por Protocolo de Internet (IPTV –
744
Internet Protocol TV)
4.1.3. As Receitas das Empresas de Streaming 746
5. Papel da Lei Complementar Tributária (art. 146 da
Constituição Federal) a fim de prevenir o conflito entre
747
Serviço de Qualquer Natureza e o Serviço de
Comunicação560
6. Conclusões 752
O alcance da imunidade tributária sobre os livros digitais e
754
seus acessórios
1. Introdução 754
2. Sobre a interpretação das imunidades tributárias 756
3. O alcance da imunidade de livros eletrônicos (e-books) 759
4. Sobre o alcance da imunidade aos acessórios
762
(softwares educativos)
5. Conclusões 766
IaaS, PaaS, SaaS e os reflexos tributários da Cloud
768
Computing desenvolvida no exterior
I. Introdução 768
II. As diferentes modalidades do Cloud Computing 770
III. As principais questões fiscais relacionadas ao Cloud
772
Computing no Brasil
III.1 Aspectos Gerais 772
III.2 A posição da jurisprudência a respeito da
775
questão
III.3 Nosso entendimento quanto à tributação do
779
Cloud Computing (IaaS, PaaS, SaaS)
1944
IV. Conclusões 781
Tributação de negócios desenvolvidos por meio de
783
aplicativos associados aos serviços de transporte
1. Introdução 783
2. A natureza jurídica da atividade econômica 784
3. Análise de aspectos relativos à tributação sobre o
788
consumo no Brasil
4. Conclusão 797
Tributação da atividade de armazenamento digital de dados 799
Introdução 799
1. Um pouco do histórico sobre a tributação das
800
operações realizadas pela internet
2. Algumas notas sobre a computação em nuvem (cloud
806
computing)
3. Trata-se, efetivamente, de um serviço? 809
4. Conceito de “local da prestação” e de “estabelecimento
812
prestador”
5. Dificuldades de ordem técnica 814
Considerações finais 817
Tributação de marketing digital por meio de websites: Caso
Google Adworks e o contraponto entre as perspectivas 820
brasileira e internacional
Introdução 820
1. Contexto geral: o mundo virtual ou digital3 820
2. Formas usuais de marketing digital7 822
2.1. Banners 823
2.2. Cookies 824
2.3. “Links Patrocinados”: Pay Per Click 826
3. Impulsionamento de campanhas na internet:
829
AdWords26 e sua natureza jurídica
3.1. Programa de Computador: o software 831
3.2. Licença de uso de software 832
4. Aspectos Tributários: impulsionamento de marketing
834
digital
4.1. Tributação Direta38 nas operações cross-border 834
1945
4.1.1. Royalties 835
4.2. Tributação indireta 836
4.3. AdWords: tributação indireta no mundo 840
5. Considerações finais 842
Regime Jurídico Tributário do VoIP 844
1. Introdução 844
2. Serviços VoIP: características técnicas 845
3. Modus Operandi dos Provedores de Serviços VoIP e
848
Sistemática de Medição desses Serviços
4. Hipótese Tributária do ICMS-Comunicação 851
5. Definição de “Serviço de Telecomunicação” e
854
Hipótese de Incidência Tributária
6. Não incidência do ICMS-Comunicação sobre os SVAs 856
7. Serviços de Voz sobre IP (VoIP) 859
8. Jurisprudência 865
Conclusões 867
Tributação de Data Center no Brasil 869
1. Introdução e Noções sobre Data Center 869
2. A Posição da RFB e do Fisco Municipal de São Paulo
871
acerca do Tema
3. Natureza Jurídica da Atividade de Acesso ao Data
875
Center e sua Distinção da Prestação de Serviços
3.1. Discussão sobre o Conceito de Prestação de
875
Serviços para Fins Fiscais
3.2. Natureza Jurídica do Data Center 878
4. Tributação do Data Center nas Relações Locais e
883
Internacionais
4.1. Relações locais 883
4.1.1. IRPJ/CSLL 883
4.1.2. PIS/COFINS 883
4.1.3. ISS 885
4.2. Relações internacionais 886
4.2.1. IRRF 886
4.2.2. CIDE 888
4.2.3. PIS/COFINS-Importação 888
1946
4.2.4. ISS 889
4.2.5. IOF 889
4.3 Outros comentários – Discussões recentes sobre
890
o regime tributário do data center
5. Conclusões 891
Breves Considerações sobre o Tratamento Legal, Contábil e
894
Fiscal das Moedas Virtuais
I. Introdução 894
II. Das Moedas Virtuais – Elementos Definidores,
896
Experiência Internacional e Disciplina Brasileira
II.1 Elementos Definidores 896
II.2 Breves Apontamentos sobre a Experiência
898
Internacional
II.3 O tratamento na Legislação Brasileira 900
III. Do Tratamento Contábil e Fiscal Aplicável às Moedas
903
Virtuais
III.1 Do Tratamento Contábil Atribuído às Moedas
904
Virtuais
III.2 Do Tratamento Fiscal Atribuído às Moedas
905
Virtuais
IV. Conclusão 918
IRF e IOF sobre remessas realizadas por empresas de
920
intermediação de pagamento e regulação do BACEN
1. Introdução 920
2. Imposto de Renda retido na Fonte 922
3. Imposto sobre Operações Financeiras na modalidade
934
Câmbio
4. Conclusões 941
A Tributação de SaaS e SaaP no Brasil por ISS ou ICMS:
Estudo de Casos de Massively Multiplayer Online Games 944
(MMOGs)
Introdução 944
1. Definições relevantes 947
1.1. IaaS e PaaS 949
1.2. SaaS e SaaP 951
1.3. MMOGs 956
1947
2. Apresentação dos Três Casos de Estudo 960
3. Aspectos Tributários dos Três Casos de Estudo 961
3.1. Caso 1: MMOG, Jogador e Acesso a Área de
961
Jogo
3.2. Caso 2: MMOG, Jogador e Pacote de Benefícios 965
3.3. Caso 3: Jogador, Jogador e Item de Jogo 967
Considerações Finais 969
Desafios na tributação dos programas de fidelização 971
1. Introdução 971
2. Principais controvérsias tributárias 974
2.1. A atipicidade da atividade desenvolvida pelas
976
empresas gestoras do programa de fidelização
2.2. O momento do reconhecimento da receita
auferida pela empresa gestora do programa de 989
fidelização para fins de tributação do PIS/COFINS
3. Conclusões e alternativas quanto aos desafios
993
legislativos
Tributação das Aplicações Over-The-Top no Brasil: visão
geral e análise das atividades de transmissão de conteúdo
995
audiovisual, envio de mensagens e realização de chamadas
de voz por meio da internet
1. Introdução 995
2. Delimitação do Conceito de Aplicações OTT 997
3. Interpretação Dinâmica da Lei Tributária 999
4. Visão Geral sobre a Tributação das Aplicações OTT no
1002
Brasil
5. Transmissão de conteúdo audiovisual por meio da
1007
internet
5.1. ICMS-Mercadoria 1009
5.2. ICMS-Comunicação 1011
5.3. ISS 1014
6. Envio de mensagens multimídia e realização de
1018
chamadas de voz pela internet
6.1. ICMS-Mercadoria 1020
6.2. ICMS-Comunicação 1021
6.3. ISS 1022
1948
7. Considerações finais 1022
O Software as a Service (SaaS) e a tributação pelo ISS 1024
1. Noções introdutórias: a inovação tecnológica e seus
1024
reflexos no universo jurídico-tributário
2. A natureza jurídica do software, a sua proteção e o
1025
tratamento conferido pela Lei n. 9.609/98
3. Contratos de licença de uso do software: a forma
jurídica de exploração econômica mais comum na
1026
disponibilização de programas de computador pela
internet
4. O Software as a Service (SaaS) como modelo de
1028
business no licenciamento de uso do software
4.1. Da unicidade do negócio jurídico SaaP para a
1033
complexidade do negócio jurídico SaaS
5. O licenciamento eletrônico de uso de software e o ISS 1038
5.1. A licença de uso de software no formato
1042
tradicional (Software as a Product) e o ISS
5.2. A licença de uso na modalidade Software as a
1044
Service (SaaS) e o ISS
Tributação de software “embarcado” e os conflitos ICMS
1049
vs. ISS
1. Introdução 1049
2. Análise jurídica dos conflitos ICMS vs. ISS:
perspectiva brasileira e a discussão sobre a fragmentação 1051
de contratos
2.1. Comentários sobre as formas contratuais de
1056
disponibilização de software embarcado
2.2. Comentários pertinentes ao conflito de
competência de ISS e ICMS em casos de software 1059
embarcado: nossa visão sobre a matéria
2.3. Comentários pertinentes ao conflito de
competência de ISS e ICMS em casos de software
1064
embarcado: evolução dos precedentes
administrativos sobre a matéria
3. Conclusão 1069
Tributação de negócios desenvolvidos por meio de
aplicativos associados aos serviços de hospedagem no 1071
1949
Brasil
1. Introdução 1071
2. O modelo de negócio e suas atividades 1073
3. A tributação da atividade 1077
3.1. A tributação do consumo 1077
3.1.1. A ausência de tributação sobre atividade
marketplace e a tributação da intermediação de 1077
contratos pelo ISS
3.1.2. Onde é devido o ISS sobre intermediação
1079
online de contratos?
3.2. Tributação sobre a renda 1086
4. Conclusões 1092
Aspectos fiscais aplicáveis à cessão e disponibilização de
1094
dados
1. Introdução 1094
2. Os diferentes modelos adotados nas operações de
1096
disponibilização de dados
2.1. Disponibilização personalizada de dados (build
1098
to order)
2.2. Disponibilização de dados gerais para todos os
1102
clientes (Plug and Play)
3. Questões específicas verificadas no âmbito da
1111
economia digital
4. Considerações adicionais relacionadas a operações
1117
cross-border
5. Aplicação de Tratados firmados para Evitar a Dupla
1121
Tributação
6. Conclusões 1123
Parte II - Novas perspectivas: políticas fiscais para a
tributação dos negócios na Economia Digital e das 1125
novas tecnologias
Seção A - Economia Digital e Formas Alternativas de Tributação 1126
Tributação e Novas Tecnologias: Reformular as Incidências
1126
ou o Modo de Arrecadar? Um “SIMPLES” Informático
1. Introdução 1126
1950
3. A tributação adequada 1133
4. A relevância dos setores 1138
5. Arrecadação unificada 1141
6. Desafios supervenientes 1142
7. Conclusão 1143
Economia digital e a criação de um IVA para o Brasil 1145
1. Introdução 1145
2. Os novos modelos de negócios na economia digital e
1146
seus impactos socioeconômicos
3. Economia digital e seus impactos tributários 1150
4. O atual modelo de tributação do consumo no Brasil e a
1154
sua incompatibilidade com a nova economia digital
5. A economia digital e a exigência de um IVA para o
1156
Brasil
6. Considerações Finais 1165
Os desafios da tributação indireta do comércio eletrônico:
estratégias para a simplificação da arrecadação tributária em 1167
operações B2C
1. Introdução 1167
2. Os princípios da Convenção de Ottawa e a estrutura
1169
fundamental da tributação no comércio eletrônico
3. O princípio do destino e a complexidade da
arrecadação de tributos nas operações envolvendo 1178
serviços e intangíveis virtuais
4. Registro único de fornecedores e prestadores não
residentes no território do ente tributante: a experiência 1184
europeia
5. Conclusões: recomendações para o sistema tributário
1190
nacional
Reforma tributária: desafios da evolução da economia
1192
digital versus complexidades da Federação brasileira
1. Introdução 1192
2. Como chegamos aqui? 1193
3. A acomodação pela repartição de receitas 1202
4. Perspectivas internacionais92 1204
1951
5. Perspectiva interna 1206
6. Propostas de reforma tributária 1209
7. Conclusões 1213
Jogos de realidade virtual e robótica: desafios para a
tributação de humanos no mundo virtual e robôs no mundo 1215
real
1. Tributação sobre jogos de realidade virtual 1215
1.1. Transações no mundo virtual 1217
1.1.1. World of Warcraft (jogos estruturados, de
1219
economia híbrida)
1.1.2. Second Life (jogos desestruturados, de
1220
economia aberta)
1.2. Propostas para tributação de jogos de realidade
1222
virtual
1.2.1. Tributação dentro do mundo virtual 1222
1.2.2. Tributação na passagem do mundo virtual
1225
para o mundo real
2. Tributação sobre robôs 1227
2.1. Definição de robôs 1231
2.2. Propostas para a tributação de robôs 1234
2.2.1. A capacidade contributiva dos robôs (ou
1235
decorrente de seu uso)
2.2.2. Tributos específicos sobre o uso ou
1239
propriedade de robôs
Tributação direta vs. tributação indireta na economia digital:
reflexões sobre os impactos da concentração de tributos
1243
sobre o consumo em detrimento da tributação sobre a renda
para a praticabilidade e justiça fiscal
1. Tributação do consumo: tendências e desafios da era
1243
digital nos mercados internacionais e no Brasil
2. Tributação indireta. Praticabilidade vs. Capacidade
1255
Contributiva e Justiça Fiscal
3. Conclusões 1261
A Competitividade no Mercado Global e a Tendência à
1264
Migração para um Sistema de Tributação Territorial
1. Introdução 1264
1952
2. A tendência de migração para um modelo de 1265
territorialidade
2.1. A competição fiscal internacional 1268
2.2. As operações de inversão da estrutura societária 1269
2.3. O impacto negativo para competitividade das
1270
empresas no cenário global
2.4. Os benefícios socioeconômicos colaterais da
1272
repatriação de lucros
3. Os problemas da migração para um regime de
1273
territorialidade parcial
3.1. Ausência de conjunto sistemático e orgânico de
1274
regras para a determinação da fonte dos rendimentos
3.2. Aprimoramento do conceito de estabelecimento
1280
permanente ou a adoção de medidas substitutivas
3.3. O fortalecimento das regras de preços de
1282
transferência
4. Conclusões 1287
Impressão 3D e sistema tributário disfuncional 1290
Deveres instrumentais na economia digital: o Siscoserv e os
1300
limites ao controle do comércio internacional de serviços
1. Considerações iniciais 1300
2. Os deveres instrumentais no sistema tributário
1301
brasileiro e seus limites normativos
3. A informatização fiscal e o pioneirismo do Brasil na
1307
exigência de deveres instrumentais
4. O Siscoserv e o controle do comércio internacional de
1312
serviços
4.1. Considerações sobre a exigência das
1312
informações relacionadas ao Siscoserv
4.2. Considerações sobre as penalidades impostas
pelo descumprimento dos deveres instrumentais 1315
relacionados ao Siscoserv
5. Conclusão 1320
Seção B - Economia digital, a Ação 1 do BEPS e a visão da
1322
ONU: proposições e críticas
As estruturas de planejamento tributário adotadas pelas
empresas de tecnologia, as proposições da Ação 1 do BEPS 1322
1953
empresas de tecnologia, as proposições da Ação 1 do BEPS 1322
e as iniciativas legislativas dos países ao redor do mundo
1. Introdução 1322
2. As principais estruturas de planejamento tributário
1325
adotadas pelas empresas de tecnologia
2.1. Apresentação do tópico 1325
2.2. Venda de produtos online para consumidores
1326
finais (online retailer)
2.2.1. Descrição da estrutura 1326
2.2.2. Principais efeitos tributários da estrutura
1330
para os países envolvidos
2.3. Venda de publicidade pela internet (internet
1333
advertising)
2.3.1. Descrição da estrutura 1333
2.3.2. Principais efeitos tributários da estrutura
1337
para os países envolvidos
2.4. Venda de aplicativos online (internet app store) 1339
2.4.1. Descrição da estrutura 1339
2.4.2. Principais efeitos tributários da estrutura
1342
para os países envolvidos
3. Iniciativas legislativas para combater os planejamentos
1344
tributários agressivos
3.1. O Plano BEPS 1 e a visão da União Europeia 1344
3.2. O diverted tax profit do Reino Unido 1347
3.3. O equalization tax da Índia 1349
3.4. Iniciativas legislativas na França e na Itália 1351
4. Conclusões 1352
Uma proposta para a modificação da Convenção Modelo da
1357
OCDE em face da digitalização da economia
Introdução 1357
1. O Relatório de 2015 da OCDE 1360
1.1. Opção 1: Modificar o rol de isenções
admissíveis, no artigo 5º, parágrafo 4º, da
Convenção Modelo da OCDE, quando do 1361
reconhecimento do status de estabelecimento
permanente
1954
1.2. Opção 2: Estabelecer um novo “nexo” (ou
elemento de conexão) para determinar a existência 1361
de um estabelecimento permanente, baseado na
existência de presença digital significativa
1.3. Opção 3: Substituir os critérios para
caracterização de um estabelecimento permanente 1362
por um teste de “presença significativa”
1.4. Opção 4: Criar impostos de incidência na fonte
1363
para transações digitais
1.5. Opção 5: Introduzir um imposto sobre o fluxo
1366
de dados pela internet (bandwidth ou bit tax)
2. Considerações gerais acerca das opções propostas 1367
2.1. Considerações político-fiscais acerca do nexo
negocial e da substância econômica das atividades 1367
exercidas pela via digital
2.2. Valoração das transações a partir dos diferentes
1371
modelos negociais
2.3. Mudanças à Convenção Modelo da OCDE 1374
3. Conclusões 1375
Operações de Inversão (Inversions) ou Redomiciliação
1377
Fiscal (Reparanting) na Economia Digital
1. Introdução e escopo do artigo 1377
2. Residência Fiscal e a Mobilidade dos Fatores
1378
Produtivos na Economia Digital
3. Operações de Inversão (tax inversions) nos Estados
1382
Unidos
3.1. Origem e evolução no Sistema Tributário
1383
Americano
3.1.1. Caso McDermott 1383
3.1.2. Caso Helen of Troy 1385
3.1.3. Casos Pós-Helen of Troy 1386
3.1.4. Section 7874 do IRC e seus
1388
desdobramentos
3.1.5. Estruturações e Inversão fiscal na Economia
1390
Digital
4. Regra brasileira de tributação de controladas e
coligadas no exterior (CFC) e Operações de Inversão 1393
1955
Fiscal
4.1. Caso Magnesita451 1395
4.2. Principais questões tributárias e perspectivas do
1397
cenário digital
5. Síntese conclusiva 1401
A aplicação dos acordos de bitributação aos negócios da
economia digital: as visões do Brasil, da OCDE e da ONU 1404
sobre software e serviços técnicos
Introdução 1404
1. A prestação de serviços técnicos e do software e sua
1406
qualificação nos acordos de bitributação brasileiros
2. A perspectiva da OCDE 1417
3. A perspectiva da ONU 1424
4. Conclusões 1433
Alocação da propriedade intelectual e a tributação dos
royalties no Projeto BEPS: o combate aos planejamentos 1438
tributários “abusivos” e o “nexus approach”
1. Introdução 1438
2. O que exatamente o Projeto BEPS busca coibir em
1441
relação à alocação de ativos intangíveis?
3. Relatório BEPS e propriedade intelectual: coerência,
1444
“nexus approach” e substância
3.1. Ação 5 1444
3.2. Ações 8, 9 e 10 1448
4. Impactos das recomendações do Projeto BEPS para
estruturas que segregam atividade econômica substantiva, 1449
tomada de decisão e propriedade intelectual
5. Consequências para o Brasil 1451
6. Conclusões 1457
Parte III - Direito comparado: a tributação da economia
1460
digital sob a perspectiva de outros países
Evolução da Tributação da Economia Digital na Alemanha 1461
Introdução 1461
1. A economia digital, o e-commerce e seus desafios
1461
tributários
1956
envolvidos no comércio digital 1464
1957
3. Supplies of Digital Products 1528
3.1. Concept of electronically supplied services 1528
3.2. Place of supply 1528
3.3. One Stop Shop 1530
3.4. Intermediaries 1530
4. Supplies of Goods Ordered Online 1532
5. EU Initiatives Regarding Taxation of the Digital
1534
Economy
5.1. Expert Group of the Taxation of the Digital Economy 1534
5.2. Strategy for the EU Digital Single Market 1534
5.3. Modernising VAT for E-commerce 1535
5.3.1. Expansion of the One Stop Shop 1535
5.3.2. Simplified VAT rules for small businesses 1537
5.3.3. Importation of low-value consignments 1538
6. Conclusions 1539
Canada: Taxing Global Digital Income in a Post-BEPS World 1541
1. Introduction 1541
2. Overview of BEPS and Global Digital Taxation 1542
2.1. Background on Related OECD Reform Efforts 1543
2.2. BEPS and Digital Taxation 1544
3. BEPS Digital Tax Reforms 1546
3.1. Tax Treaty Changes 1547
3.2. Rejected BEPS Reforms 1552
4. Impact of BEPS on Global Digital Taxation 1554
4.1. Cross-border Structures with Digital Taxation 1554
4.2. Impact of BEPS Reforms on Cross-border Structures 1556
5. Conclusion 1561
Taxation of the Digital Economy: A U.S. Subnational
1563
Perspective
1. Introduction 1563
2. Direct Tax Issues 1563
2.1. Nexus 1564
2.2. Income Attribution 1566
3. Indirect Tax Issues 1572
1958
3.1. Nexus 1572
3.2. US State Strategies for Addressing the Distance
1573
Selling Problem under the RST
3.2.1. Business-to-Business (B2B) Sales: Reverse
1574
Charge (Direct Pay)
3.2.2. Business-to-Consumer (B2C) Sales 1576
4. Conclusion 1583
Australia’s Multinational Anti-Avoidance Law (2016): Treating
1584
the symptom rather than the disease
1. Introduction 1584
2. Background 1586
3. Google’s “Double Irish” and “Dutch Sandwich” tax
1589
avoidance structure
3.1. Subpart F of the US Tax Code 1590
3.2. Google’s tax history in Australia 1593
3.3. UK House of Commons Committee of Public
1594
Accounts: Google, MNEs and tax morality
4. Australian Senate Economic References Committee
1596
inquiries
4.1. Google’s operations in Australia prior to MAAL 1596
4.2. 2015 parliamentary inquiry 1597
4.3. 2017 parliamentary inquiry 1598
5. Australia’s Multinational Anti-Avoidance Law 2016 1600
5.1. The scope of the MAAL 1601
5.2. Definitions 1602
5.3. Activities are undertaken in Australia and are directly
1604
connected with the supply
5.3.1. Activities are undertaken in Australia 1605
5.3.2. The foreign entity derives ordinary income or
1606
statutory income from the supply
5.4. The principal purpose test 1607
5.4.1. Obtaining a tax benefit 1608
5.4.1.1. Having regard to certain factors 1608
5.5. Additional matters for the MAAL 1609
6. Multilateral instrument 1610
1959
7. Conclusion 1612
Taxation of the Digital Economy: Argentina Perspective 1614
1. Importance of the Digital Economy 1614
2. Current Taxation of the DE in Argentina 1615
2.1. Income Tax (IT) 1616
2.1.1. General Sourcing Rules 1616
2.1.2. Special Sourcing Rules 1617
2.2. Value Added Tax (VAT) 1620
2.3. Gross Turnover Tax (GTT) 1621
3. International Context: BEPS and Country’s Experiments 1624
3.1. Direct Taxation 1624
3.2. Indirect Taxation 1626
4. The Argentine Experiment 1628
4.1. The DE on the Spot 1628
4.2. The Argentine Tax Reform Bill 1629
4.2.1. Direct Taxation 1629
4.2.2. Indirect Taxation 1631
5. What’s Next? 1636
Taxation of the digital economy in France 1638
Introduction 1638
1. Questions raised by taxation of individuals 1639
1.1. Cost-sharing issue 1639
1.2. Compliance issues for income generated via online
1640
platforms
1.3. The distinction between professional and non-
1641
professional income
2. Companies’ taxation in a global economy 1642
2.1. Difficulties raised by the taxation of income 1643
2.1.1. Issues raised by an activity exercised without
1644
material presence in a State
2.1.2. A subsidiary: material presence separated
1645
from the main activity?
2.2. Alternatives to the taxation of income 1649
2.2.1. Reasons of a failure to introduce a diverted
1649
profits tax in France
1960
2.2.2. New approach to taxation of the digital 1652
economy
Conclusion 1654
Taxation of Digital Economy: India Perspective 1655
1. Introduction 1655
2. Digital Economy in India 1656
3. Historical Taxation of Digital Economy 1658
3.1. Royalty 1658
3.2. Fees for Technical Service (FTS) 1659
3.3. Permanent Establishment (PE) 1659
4. India’s approach 1662
5. Action Taken by India 1665
6. Concerns about Equalization Levy 1667
6.1. What is the nature of Equalization Levy? Is it a direct
1667
or indirect tax?
6.2. Is Equalization Levy a tax on income? 1669
6.3. Burden of Equalization Levy 1669
6.4. Is Equalization Levy beyond the purview of tax
1670
treaties?
6.5. Even though Equalization Levy is not incorporated in
1671
the IITA, can treaty provisions apply?
6.6. How consistent is Equalization Levy with the present
1672
bilateral tax treaties entered into by India?
7. Conclusion 1673
Taxation of the Digital Economy: Japan Perspective 1675
1. Personal income tax and corporate income tax 1675
1.1. 2014 amendment from entire income principle to
1675
attributed income principle
1.2. To be a PE or not to be a PE 1677
1.2.1. Co-Location service near Tokyo Stock
1677
Exchange
1.2.2. Amazon 1678
1.2.3. Internet auction: Tokyo High Court (28
1679
January 2016)
1.3. Quasi general anti-avoidance rule for dealings of PEs 1681
1961
1.4. Virtual PE 1682
2. Value added tax 1683
2.1. Before the 2015 amendment 1683
2.1.1. Destination principle for goods 1683
2.1.2. Incomplete destination principle for services 1684
2.1.3. Place of supply of services: Tokyo District
1685
Court (13 October 2010)
2.1.4. Tourists: Tokyo High Court (9 February 2016) 1686
2.2. After the 2015 amendment: supply of service using
1686
electric communication
2.2.1. B2B: reverse charge 1687
2.2.2. B2C: registration 1689
2.2.3. Incomplete destination principle after the 2015
1690
amendment
2.2.4. 2017 amendment concerning bitcoins and
1691
other virtual currencies
Challenges of the tax systems in the digital economy era: Mexico
1692
perspective
1. Introduction 1692
1.1. What’s the so called digital economy? 1692
1.2. Which market offerings are included within such
1693
concept?
1.2.1. Sharing culture – P2P 1694
1.2.2. Fintech 1695
1.2.3. Crowdfunding 1696
1.2.4. Software & Cloud as a service 1697
2. Income Tax Considerations 1698
2.1. Technical analysis of source rules contained in the
domestic law and their inability to tax the earnings
1698
proceeding from the market to the hands of the offshore
offerors
2.2. Technical analysis of the general structure of double
1701
taxation treaties and the classification of income
2.3. Expected practical reactions from the Federal tax
1703
authorities
2.3.1. Permanent Establishment (PE) 1703
1962
2.3.2. Transfer pricing (TP) 1706
2.3.3. United Nations Report 1707
3. Value Added Tax Considerations 1708
3.1. Importation of Services 1708
3.2. Exportation of Services 1710
4. Local (State) Tax Considerations 1711
4.1. Diverse and non-organized types of reactions 1711
1963