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TEORIAS DO CONSUMO
E DA POUPANÇA
Prof. Marcelo de Oliveira Passos
Mestrado em Organizações e Mercados
Departamento de Economia – UFPel

Andressa Mielke Vasconcelos


Diretora de Direitos Sociais Básicos da
Prefeitura de Porto Alegre
Referências
2

 DORNBUSCH, R., FISCHER, S. e STARTZ, R.


Macroeconomia. 11ª ed. São Paulo: McGraw-Hill,
2013. Tradução de Eliezer Martins Diniz. Capítulo 14.
 SCHMIDT, C. A. J. ; SCHRÖDER, B. H. V. et al.
Macroeconomia – Questões ANPEC. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2011. Capítulo 5.
Características do Consumo
3

 As flutuações do consumo são proporcionalmente


menores que as flutuações do PIB.
 O consumo de toda a vida está relacionado à renda
de toda a vida, mas a relação entre consumo deste
ano e a renda deste ano é muito fraca.
 Modelos keynesianos sugerem uma propensão
marginal a consumir (PMC) alta, já as teorias
modernas baseadas no comportamento racional do
consumidor às vezes apontam uma PMC muito baixa.
Fig. 13.1. Mudanças no consumo per capita real e
na renda disponível per capita real, 1959-2005
4
Fig. 13.1. Mudanças no consumo per capita real e
na renda disponível per capita real, 1959-2005
5

 Mudanças na renda disponível per capita e


mudanças no consumo per capita estão fortemente
relacionadas, embora as últimas apresentem menor
volatilidade do que as primeiras.
 Esta relação é expressa pela propensão marginal
a consumir.
 O consumo não responde muito a picos de renda
positivos ou negativos (oscilações de renda no curto
prazo).
Fig. 13.2. Consumo corrente e consumo
defasado
6
Fig. 13.2. Consumo corrente e consumo
7
defasado
 Pela figura 13.2 observa-se que o consumo
corrente (Ct) é previsto quase que perfeitamente
pelo consumo do trimestre anterior (Ct-1) mais uma
provisão para o crescimento.
 Fonte: Bureau of Economic Analysis.
 Ct=$29,21+1,003Ct-1
Fig. 13.3. Relação consumo-renda
8
Fig. 13.3. Relação consumo-renda
9

 Pela figura 13.3 observa-se que há uma relação


forte entre o gasto com consumo (C) e a renda
disponível (YD).
 C=C+cYD, sendo 0<c<1 e C é o consumo autônomo
(consumo de subsistência, que existe mesmo quando a
YD é nula).
 O C aumenta em média 0,97 centavos de dólar para
cada dólar adicional de YD.
 Fonte: Bureau of Economic Analysis.
Teoria do Ciclo de Vida
10

 Indivíduos planejam comportamento de consumo e


poupança durante períodos longos com a intenção de
alocar seu consumo da melhor forma possível durante
todo o período de suas vidas.
 Diferentes propensões marginais a consumir da renda
permanente, transitória e da riqueza.
 Hipótese de que consomem o mesmo montante a cada
ano.
Teoria do Ciclo de Vida
11

 Ex: pessoa começa a trabalhar aos 20 aos, planeja


trabalhar até os 65 anos e morre aos 80 anos. Sua
renda anual do trabalho é YL = $ 30.000.
 Recursos de toda a vida: anos de trabalho (WL = 65
– 20 = 45) x renda anual (YL = 30.000)
 Rec. de toda a vida = 30.000 x 45 = $ 1.350.000
 NL é o nº de anos de vida como não-dependente.
NL = 80 – 20 = 60.
 Consumo anual = C = $ 1.350.000 / 60 = $ 22. 500
Teoria do Ciclo de Vida
12

 Pessoa trabalha 45 anos mas tem que se manter por


60 anos (80 anos de vida menos 20 como
dependente).
 Fórmula geral: C = (anos de trabalho/anos como
não-dependente) x renda anual. Isto é: (WL/NL) x YL
 Onde WL/NL é a propensão marginal a consumir.
 L é o número de anos de trabalho; YL é a renda
anual do trabalho; WL é a renda de vida inteira
Fig. 13.4. Renda, consumo, poupança e riqueza
de toda a vida no modelo de ciclo de vida
13

Renda
máxima
do trabalho

Consumo
constante
ao longo
da vida
(reta
horizontal) Anos de trabalho
NL – WL = Anos de aposentadoria
Fig. 13.4. Renda, consumo, poupança e riqueza
de toda a vida no modelo de ciclo de vida
14

 Considerando o indivíduo que tem um patrimônio


inicial de A com horizonte de programação n+1
períodos, recebe no período 0 uma renda do
trabalho igual a R.
 E espera receber nos períodos seguintes as rendas
R1, R2, ... Rn.
 O indivíduo tem de programar as despesas futuras
de consumo para maximizar: U (C, C1, C2, ..., Cn).
 O valor atual de consumo não excede o patrimônio
inicial mais o valor atual da sua renda.
Fig. 13.4. Renda, consumo, poupança e riqueza
de toda a vida no modelo de ciclo de vida
15

 Durante os anos de trabalho, os WL anos, o


indivíduo poupa, acumulando ativos para a
aposentadoria.
 Na aposentadoria, o indivíduo começa a viver
desses ativos, despoupando pelos (NL – WL) anos
seguintes da vida profissional.
 Assim, os ativos serão iguais a zero no final da
vida.
 A PMC da Y permanente é grande, já a da Y
transitória e da riqueza, é baixa.
Teoria da Renda Permanente
16

 As pessoas preferem um fluxo de consumo suave


em vez da abundância hoje e da escassez amanhã
ou ontem.
 A renda permanente é a taxa de gasto de
equilíbrio que uma pessoa poderia manter pelo
restante de sua vida, dados o nível de riqueza e a
renda auferida agora e no futuro.
Teoria da Renda Permanente
17

 Consumo proporcional à renda permanente: C = cYp.


 Conforme a HCV-RP (Hipótese do Ciclo de Vida –
Renda Permanente), o consumo da renda transitória
é mais suave pois é distribuído por vários anos.
 Já a teoria tradicional keynesiana de consumo
prevê que os picos de Y gerariam picos de consumo.
Consumo Sob Incerteza (Enfoque Moderno)
18

 Se a renda permanente fosse conhecida de maneira


exata, então, de acordo com a HCV-RP, o consumo
nunca mudaria.
 A versão moderna da HCV-RP enfatiza a relação
entre incerteza da renda e mudanças no consumo,
com enfoque mais formal para a maximização do
consumo.
 Mudanças no consumo surgem de mudanças-surpresa
na renda.
Consumo Sob Incerteza (Enfoque Moderno)
19

 Se não houver variação surpresa na renda, consumo


presente será igual ao do período anterior.
 Se houver mudança antecipada: ΔC = Ct - Ct-1 = 0.

 A utilidade de toda vida:

UTV = U(Ct) + (1 + α)-1 U(Ct+1) + ... + (1 + α)1-t U(Ct)


 Em que α é a taxa de preferência intertemporal
(quanto maior, mais deseja antecipar consumo).
s. a. (sujeita a): U(Ct) + (1 + r)-1Ct+1 + ... + (1+r)1-tCt =
= riqueza + YLt + (1+ r)-1YLt+1 + ... +(1+ r)1-tYLt
Consumo Sob Incerteza (Enfoque Moderno)
20

 A escolha ótima para maximizar a UTV, sendo E[UM


(Ct+1)] a utilidade marginal esperada do consumo no
período t+1):
E[UM(Ct+1)] = [(1 + γ)/(1 + r)]UM(Ct)]
 Mas não há como fazer essa igualdade porque o
consumidor não conhece a UM(Ct+1) no instante t.
 Ele pode igualar a UM(Ct) (utilidade marginal do
consumo no período t) com um palpite sobre a
UM(Ct+1): Ct+1 = E(Ct+1) + surpresa e E(Ct+1) = Ct.
HCV-RP: Revide da Teoria Tradicional
21

 Crítica de Campbell e Mankiw: a HCV-RP e a teoria


tradicional servem ambas para explicar o
comportamento do consumidor (reação novo-
keynesiana).
 O comportamento do consumidor exige:
 Excesso de sensibilidade: PMC da renda corrente
∂C/∂Ycorrente (∂ ou mudança previsível) é alto.
 Excesso de suavidade: PMC da renda corrente
∂C/∂Ycorrente (∂ ou mudança surpresa) é baixo.
HCV-RP: Revide da Teoria Tradicional
22

 Pela HCV-RP: ΔCHCV-RP = 


 Pela teoria keynesiana tradicional: C = C + cYd
ΔC = λΔCtradicional + (1 – λ)ΔCHCV-RP
 λ: % da população que se comporta como a teoria
tradicional e (1 – λ) a que se comporta como a HCV-
RP.
ΔC = λcΔYd + (1 – λ) 
HCV-RP: Revide da Teoria Tradicional
23

 A HCV-RP não explica uma parcela tão grande do


comportamento do consumidor devido a:
 Restrição de liquidez (agentes não possuem acesso
ilimitado ao crédito bancário);
 Miopia (agentes não conseguem se programar
para o longo prazo).
Incerteza e Poupança de Reserva
24

 HCV: pessoas poupam para financiar a


aposentadoria.
 No entanto, existem objetivos adicionais de
poupança:
 Existe a poupança para deixar de herança.

 Existe a poupança por precaução.


Incerteza e Poupança de Reserva
25

 Maioria dos consumidores são impacientes ou “curto


prazistas”: preferem gastar agora do que poupar
para o futuro.
 Os consumidores tem uma meta para o nível de
riqueza.
 Tal meta é o ponto onde a impaciência equilibra o
motivo de poupança por precaução.
Consumo e Bolsa de Valores
26

 A propensão marginal a consumir da riqueza é


pequena.
 Riqueza = posses de ativos da bolsa de valores
consideradas como parte da riqueza.
 Estimativa de que, para famílias que detêm uma
quantidade moderada de ações, um aumento do
valor das ações de um dólar leva ao aumento do
consumo de 5 a 15 centavos de dólar.
Consumo, Poupança e Taxa de Juros
27

 Aumento da taxa de juros => aumenta poupança:


válido no curto prazo. Estímulo para aumentar
consumo futuro (poupança) => efeito-substituição.
 Aumento da taxa de juros => reduz esforço para
acumular riqueza (atingir meta): será preciso uma
menor poupança mensal => renda corrente aumenta
e isto pode aumentar o consumo corrente=> efeito-
renda.
Fig. 1. Consumo cai no diagrama clássico
de Fisher – Ef. Substit. > Ef. Renda
28

Aumenta i e Consumo
corrente cai => aumenta
Consumo futuro = poupança.
Fig. 1. Consumo cai no diagrama clássico
de Fisher
29

 O diagrama de Irving Fisher é a explicação


microeconômica clássica do motivo pelo qual um
aumento na taxa de juros pode levar a um
aumento ou a uma diminuição do consumo
corrente.
Fig. 1. Consumo cai no diagrama clássico
de Fisher
30

 As figuras 1 e 2 ilustram uma escolha de consumo de


dois períodos com o “consumo agora” no eixo
horizontal e o “consumo depois” no eixo vertical.
 Em cada figura, a linha preta é a linha orçamentária
Cdepois = [1+r0][Yagora- Cagora]
Fig. 1. Consumo cai no diagrama clássico
de Fisher
31

 A linha orçamentária azul, Cdepois = [1+r1][Yagora-


Cagora], mostra que com uma taxa de juros maior
(r1 > r0) o indivíduo possui um retorno melhor em
termos de consumo adiado para cada unidade
monetária poupada agora.
 Nas duas figuras, as linhas curvas são curvas de
indiferença entre o gasto agora e o gasto depois.
 O ponto onde a linha orçamentária é tangente à
curva de indiferença (ponto E0) determina os valores
do consumo agora e depois.
Fig. 1. Consumo cai no diagrama clássico
de Fisher
32

 As figuras 1 e 2 são idênticas, a não ser pelo fato de


os formatos das curvas de indiferença serem
ligeiramente diferentes.
 Na figura 1, o efeito substituição domina o efeito
renda => o consumo corrente cai com o aumento da
taxa de juros.
 Na figura 2, o efeito renda domina e o consumo
corrente aumenta.
Fig. 2. Consumo aumenta no diagrama
clássico de Fisher. Ef. Renda > Ef. substit.
33

Aumenta i e consumo
corrente aumenta =>
Aumenta também consumo
futuro = poupança.
Equivalência Ricardiana (Barro-
34
Ricardo)
 O tamanho do déficit orçamentário importa?
 Modelo DA-OA (oferta e demanda agregadas):
G => DA => r => I => menor crescimento do
PIB => C.
 Mas os economistas chamados de novos clássicos
(escola novo-clássica) acreditam que os déficits
orçamentários não importam.
 Robert Barro diz isso com base na HCV-RP.
Equivalência Ricardiana (Barro-
35
Ricardo)
 Hipótese1: não existem restrições de liquidez.
 Hipótese 2: existe um motivo efetivo de herança
(os pais querem deixar uma herança para os
filhos).
 Suponha que o pai seja o Alan e seu filho se chame
Larry.
 Como Alan irá decidir a alocação de seus recursos
entre consumo e poupança para a herança de
Larry?
Equivalência Ricardiana (Barro-
36
Ricardo)
 A utilidade de Larry depende de seu próprio
consumo.
 Mas a utilidade de Alan depende de seu próprio
consumo e do bem-estar futuro de Larry.
 Seja T o montante de impostos pago por Alan.
 CLarry = YLarry + B (1)
 Alan deixa uma herança igual à sua poupança
mais os juros acumulados.
Equivalência Ricardiana (Barro-
37
Ricardo)
 A poupança é a renda disponível (Yd = Y - T) menos
o consumo. SAlan
 B = (1 + r)[(Y - T) – CAlan] (2)
 Alan escolhe o CAlan para maximizar sua utilidade
de forma consistente com sua restrição orçamentária,
dado o trade-off entre o próprio consumo e o
prazer que ele tem em acumular para melhorar o
bem-estar de Larry.
Equivalência Ricardiana (Barro-
38
Ricardo)
 Em vez de o governo aumentar T para a geração
atual, ele resolve financiar o seu déficit emitindo
e colocando títulos no mercado de títulos.
 Toma emprestado o montante L (déficit ou aumento
da dívida pública):
 L=T
 Juros do empréstimo = (1 + r) . L
 Promete saldar o empréstimo com juros quando
introduzir um imposto, (1 + r) . T , no futuro.
Equivalência Ricardiana (Barro-
39
Ricardo)
 Assim, o consumo de vida inteira de Larry será
reduzido pelos impostos que ele terá que pagar.
 CLarry = [YLarry – (1 + r )T] + B (3)
 Alan deixa uma herança que inclui o pagamento
do principal e dos juros de seu empréstimo ao
governo.
 Como ele não pagou impostos, sua renda
disponível aumentou.
Equivalência Ricardiana (Barro-
40
Ricardo)
 Mas, além de consumir, ele usa parte de seu
dinheiro para fazer um empréstimo ao governo:
 B = (1 + r)[Y – (L + CAlan)] + (1 + r)L
 Existe diferença entre o plano de Alan com déficit e
o plano com o sistema de tributação anterior
(arrecadar e depois gastar)?
 Não, pois Alan segue o mesmo plano.
 Alan fixa o consumo no mesmo nível ao pegar o
dinheiro com o qual pagava impostos e
emprestá-lo para financiar o déficit do governo.
Equivalência Ricardiana (Barro-
41
Ricardo)
 Isso faz com que ele aumente sua herança no
montante das receitas finais de quitação do
empréstimo (1 + r)L
 Esse aumento da herança permitirá que seu filho
Larry tenha recursos para pagar os aumentos
futuros de impostos.
 Assim, CLarry ficou inalterado.
 Alan e Larry terão os mesmos níveis de consumo
de antes.
Equivalência Ricardiana (Barro-
42
Ricardo)
 Alan aumentou sua poupança privada (Spriv)
emprestando para o governo financiar seu déficit
(vários nomes para o déficit: despoupança do
governo, necessidade de financiamento do setor
público ou ainda poupança pública negativa, Spub
< 0).
 Quando Alan aumenta sua Spriv, ele compensa a
queda da Spub e evita que o custo futuro dessa
queda (aumento de T no futuro) caia sobre Larry.
Equivalência Ricardiana (Barro-
43
Ricardo)
 Se Alan não estiver disposto a deixar uma herança
para Larry ele aumenta o seu consumo presente
e empurra o gasto com mais tributos para Larry.
 Assim, a hipótese de motivo efetivo de herança é
essencial para a existência da equivalência
ricardiana.
 Se Larry estiver também interessado em deixar
herança para seus filhos (netos de Alan) então Alan
estará interessado no bem-estar das suas gerações
futuras e não somente de Larry.
Diferenças Internacionais nas Taxas de
Poupança
44

 Por décadas, a taxa de poupança dos EUA era menor


do que em outros países importantes.
 Na década de 90, a taxa de poupança norte-
americana estava bem abaixo da do Japão, mas não
muito diferente da taxa de outros parceiros
econômicos principais.
Diferenças Internacionais nas Taxas de
45
Poupança

 Mais recentemente, parece que a taxa de poupança


dos EUA caiu significativamente.
 Dizemos “parece” porque esta é uma questão um
tanto controversa.
 O aumento repentino dos preços das ações nas bolsas
de valores norte-americanas e também dos preços
dos imóveis levou a um grande aumento do valor dos
ativos, o que pode ser considerado como uma forma
de poupança.
Diferenças Internacionais nas Taxas de
Poupança
46
Diferenças Internacionais nas Taxas de
Poupança
47

 Poupança total = poupança pública (déficit público


ou necessidade de financiamento do setor público) +
poupança privada + poupança externa (déficit em
transações correntes).
 Poupança nacional bruta (poupança interna ou
doméstica) = poupança pública + poupança privada.
 Poupança privada = poupança das empresas +
poupança pessoal.
 Poupança das empresas = lucros retidos (montante
de lucros não pagos aos proprietários das empresas).
Fig. 13.5. Poupança nos EUA, 1959-2005
(% do PIB)
48
Diferenças Internacionais nas Taxas de
Poupança
49

 Por que os EUA poupam menos do que outros países?


 Fatores demográficos: EUA possuem grande população
de idosos.
 É mais fácil tomar emprestado nos EUA para fazer
compras importantes (imóvel, automóvel etc.) do que
em outros países => menor restrição de liquidez e
juros mais baixos.
 Não há ainda, contudo, explicações convincentes sobre
o que determina os hábitos de poupar (propensões
marginais a poupar).
Fonte: IBGE, FGV e estimativas dos autores
50
FBKF, Poupança interna e Crescimento econômico, média em % do PIB
Período/País 1972-1979 1980-1989 1990-1999 2000-2008
Investimento
CHINA 27,62 29,23 32,78 38,93
INDIA 16,03 20,1 22,77 28,4
ITALIA 25,1 23,04 19,81 20,8
JAPÃO 33,3 29,66 28,87 23,44
FRANÇA 23,4 20,66 19,1 19,98
ALEMANHA 23,65 21,97 22,12 18,72
PORTUGAL 27,39 27,21 24,17 23,51
ESPANHA 25,2 21,93 22,63 28,28
BRASIL 20,9 20,2 18,7 16,53

51
1972- 1980- 1990- 2000-
Poupança interna 1979 1989 1999 2008

CHINA 30,75 35,38 41,49 45,53

INDIA 18,13 19,91 22,62 28,82

ITALIA 25,03 22,79 22,53 21,25

JAPÃO 34,90 32,02 30,71 25,01

FRANÇA 24,63 19,68 20,14 20,38

ALEMANHA 23,12 20,19 20,19 22,78

PORTUGAL 18,64 19,74 17,12 15,62


ESPANHA 25,20 21,85 22,07 24,27

BRASIL 15,15 18,08 17,02 16,32

52
Taxas de crescimento do produto

Período/País 1972-1979 1980-1989 1990-1999 2000-2008


CHINA 6 9,96 9,99 10,18
INDIA 2,81 5,57 5,62 7,6
ITALIA 4,13 2,45 1,42 0,82
JAPÃO 4,67 3,81 1,49 1,29

FRANÇA 3,76 2,38 1,85 1,63

ALEMANHA 3,06 2,01 2,31 1,18

PORTUGAL 4,62 3,21 2,91 0,92

ESPANHA 3,71 2,97 2,68 3,15


BRASIL 8,26 3,02 1,64 3,72

Fonte: elaboração dos autores a partir de dados do


53 Development Research Institute e do Banco Mundial.
Mais da metade dos brasileiros não tem costume de
poupar, diz estudo.

Levantamento da Confederação Nacional dos Lojistas e


do SPC mostra que percentual chega a 52,1%. Entre os
que guardam, poupança é preferência - RENDA EXTRA |
Márcio Pinho, do R7 - 24/03/2020 - 11H01 (ATUALIZADO
EM 14/08/2022 - 21H33)

Mais da metade dos brasileiros (52,1%) não tem o hábito de


poupar, aponta levantamento realizado pela CNDL
(Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC
Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) divulgado nesta
terça-feira (24).

54
A pesquisa realizada pelas entidades ligadas ao comércio
ouviu 800 pessoas em 12 capitais das cinco regiões do
país.
Entre os entrevistados, apenas 33,8% afirmaram ter o
costume de guardar dinheiro de alguma forma, sendo que
14,9% estipulam um valor a ser poupado – 18,9% contam
apenas com a quantia que sobra do orçamento.

Entenda como organizar as contas na quarentena e ajudar


o país
A poupança ainda é a principal escolha dos brasileiros.
A falta de conhecimento do brasileiro fica ainda mais clara
quando se observa que seis em cada dez entrevistados
(62,0%) que costumam economizar ainda têm como
escolha a poupança.
55
Além destes, também há os que preferem guardar o
dinheiro em casa (27,1%) e os que mantêm o montante na
conta corrente (23,1%).

Fundos de investimento foram citados por apenas 6,5%,


seguidos por Tesouro Direto (4,7%), ações da bolsa de
valores (4,7%) e CDB (4,7%).

Em 2019, a poupança nova, que segue regras diferentes


desde 2012, fechou com rendimento de 4,26% ao ano. Já a
inflação oficial em 2019 foi de 4,31%, o que significa que
quem optou pela poupança teve leve perda do poder de
compra.

56
Como investir os primeiros R$ 100 na Bolsa de Valores?

A” escolha dessas opções mais conservadoras evidencia a


insegurança do brasileiro em explorar novas modalidades
de investimento”, explica a economista-chefe do SPC Brasil,
Marcela Kawauti.

A principal justificativa apontada pelos que mantêm a


reserva financeira em sua residência foi a possibilidade de
utilizar o dinheiro a qualquer momento (51,7%).

57
Evolução do Consumo no Brasil
58

Variações do consumo privado e do governo


no Brasil: 2014 a 2023 (projeção)
6.00

4.00

2.00

0.00

-2.00

-4.00

-6.00
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022* 2023*
Consumo privado (% a.a.) 2.25 -3.22 -3.84 1.98 2.30 2.19 -5.50 3.69 3.93 0.81
Consumo do governo (% a.a) 0.81 -1.36 0.20 -0.70 0.80 -0.45 -4.70 3.45 1.30 0.34
59

LISTA DE EXERCÍCIOS
RESOLVIDOS - ANPEC
Prof. Marcelo de Oliveira Passos
Mestrado em Organizações e Mercados
Departamento de Economia – UFPel

Andressa Mielke Vasconcelos


Diretora de Direitos Sociais Básicos da
Prefeitura de Porto Alegre
Lista de exercícios resolvidos -
60
ANPEC
 SCHMIDT, C. A. J. ; SCHRÖDER, B. H. V. et al.
Macroeconomia – Questões ANPEC. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2011. Capítulo 5.
 Prova de 2002 – Questão 4 (itens 0, 1, ,2 e 3);
 Prova de 2003 – Questões 6 (itens 0, 1, 2 e 4); 14
(itens 0,1,2,3 e 4).
 Prova de 2004 – Questão 5 (itens 0, 1, e 3)
 Prova de 2005 – Questão (todos os itens)
 Prova de 2006 – Questão 6 (todos os itens)
61

LISTA DE EXERCÍCIOS
PARA RESOLVER
Prof. Marcelo de Oliveira Passos
Mestrado em Organizações e Mercados
Departamento de Economia – UFPel

Andressa Mielke Vasconcelos


Diretora de Direitos Sociais Básicos da
Prefeitura de Porto Alegre
QUESTÃO 1
62

 1) Se a renda de um indivíduo for tão baixa que o seu


consumo exceda a sua renda:

a) A sua propensão marginal a consumir deve ser maior do


que um;
b) A sua propensão média a consumir deve ser maior do
que um;
c) A sua propensão marginal a consumir deve ser negativa;
d) A sua propensão média a consumir deve ser negativa;
e) A sua propensão marginal a poupar deve ser próxima
de um.
QUESTÃO 2
63

 2) Uma implicação da hipótese do ciclo de vida é que, no


curto prazo:
a) A propensão média a consumir excede a propensão
marginal a consumir;
b) A propensão marginal a consumir excede a propensão
média a consumir;
c) A propensão marginal a poupar excede a propensão
marginal a consumir;
d) A propensão média a consumir é igual a propensão
marginal a consumir;
e) A propensão marginal a consumir é igual a um.
QUESTÃO 3
64

 3) A propensão média a consumir:

a) Sobe quando o nível de renda aumenta;


b) Cai quando o nível de renda aumenta;
c) É a proporção entre consumo e renda;
d) Respostas a e c;
e) Respostas b e c.
QUESTÃO 4
65

 4. O componente da demanda agregada com maior


probabilidade de ser sensível a uma mudança temporária
na política tributária (exemplo: aumento de alíquota de um
tributo sobre a renda) é:

a) Gastos do consumidor com bens de consumo duráveis;


b) Consumo de serviços;
c) Consumo de alimentos e bebidas;
d) Consumo de bens de consumo não-duráveis;
e) Respostas c e d.
QUESTÃO 5
66

 5. De acordo com a hipótese de renda permanente:

a) O consumo não é proporcional à renda permanente;


b) O consumo é proporcional à renda transitória;
c) O consumo é proporcional à renda permanente;
d) O consumo não tem relação com a renda permanente;
e) O consumo não tem relação com a renda disponível.
QUESTÃO 6
67

 6. Conforme a hipótese da renda permanente, durante


períodos recessivos deveríamos observar:

a) Um aumento na propensão média a consumir (C/Y);


b) Nenhuma alteração na propensão média a consumir (C/Y);
c) Uma elevação na propensão marginal a consumir a partir
da renda permanente (C/  Y);
d) Uma queda na propensão marginal a consumir a partir da
renda permanente ( C/  Y);
e) Respostas a e c estão corretas.
QUESTÃO 7
68

 7. Em relação à hipótese da renda permanente, o


consumo:

a) Não é proporcional à renda permanente;


b) É proporcional à renda transitória;
c) É proporcional à riqueza (patrimônio) dos indivíduos;
d) Não tem relação com a propensão média a consumir;
e) É proporcional à renda permanente.
QUESTÃO 8
69

 8. De acordo com um estudo de Kodikoff e Summers, o


motivo mais importante para poupar seria:

a) Juntar recursos para a aposentadoria;


b) O desejo de deixar herança;
c) Guardar recursos para dias difíceis;
d) Fazer um seguro contra aumentos da inflação;
e) Consumir mais no futuro.
QUESTÃO 9
70

 9. Quais desses componentes são vazamentos do fluxo


de renda?

a) Exportações e consumo;
b) Investimento e consumo;
c) Poupança e exportações;
d) Poupança e importações;
e) Consumo do governo e consumo das famílias.
QUESTÃO 10
71

 10. De acordo com a hipótese do ciclo de vida, o consumo


depende:

a) Apenas da renda atual;


b) Da renda futura esperada e da riqueza futura;
c) Da renda atual e da posse futura de ativos;
d) Da renda atual, da renda futura esperada e da posse
futura de ativos.
e) Da renda atual e da poupança acumulada em períodos
anteriores.
QUESTÃO 11
72

 11. A hipótese da renda permanente:

a) É uma explicação alternativa para o comportamento do


consumidor;
b) Foi desenvolvida por Milton Friedman;
c) Foi desenvolvida por Franco Modigliani;
d) Respostas a e b;
e) Respostas a e c.
QUESTÃO 12
73

 12) (ESAF/ENAP/2006 ) – Considere válida a seguinte


restrição orçamentária intertemporal de dois períodos
para uma nação hipotética: C1 + C2 (1+r) = Q1 + Q2/(1
+ r). Onde C1 e C2 são valores para o consumo nos
períodos 1 e 2, respectivamente; Q1 e Q2 são as rendas
dos períodos 1 e 2, respectivamente e r é a taxa real de
juros.
 Considerando que essa economia hipotética “respeita”
essa restrição e mantém relações comercial e financeira
com o resto do mundo, responda verdadeiro ou falso,
justificando as questões falsas.
QUESTÃO 12
74

a) O consumo do primeiro período pode ser maior do que a


renda no primeiro período. ( ).
b) Se C1 > Q1, então C2 < Q2. ( )
c) Um déficit comercial no primeiro período deve ser
necessariamente compensado por um superávit comercial no
segundo período. ( ).
d) Se a nação tiver um déficit na conta corrente (balanço de
transações correntes) no primeiro período, incorrendo assim
em dívida externa, então ela deverá ter um superávit futuro
para pagar a dívida. ( )
QUESTÃO 12
75

e) O consumo no período 1 não pode ser igual ao consumo


no período 2. ( ).
QUESTÃO 13
76

13) (ESAF/2000 ) A hipótese da teoria da renda


permanente, que faz parte de algumas formulações da
função consumo, implica que:

a) Um ganho de renda inesperado no período presente será


integralmente gasto no aumento do consumo desse período.
b) Alterações temporárias nos impostos não terão efeito
significativo sobre o consumo nos dois períodos em que
ocorrem, sejam alterações no sentido de aumento ou redução
dos impostos.
QUESTÃO 13
77

c) O nível de consumo do período presente depende, antes


de mais nada, do maior nível de renda disponível registrado
no período anterior.
d) O padrão de consumo ao longo do tempo é afetado pela
existência de ilusão monetária por parte dos consumidores.
e) A variação do padrão de consumo ao longo do tempo
provavelmente é maior do que a variação observada na
renda disponível dos consumidores ao longo do tempo.
QUESTÃO 13
78

c) O nível de consumo do período presente depende, antes


de mais nada, do maior nível de renda disponível registrado
no período anterior.
d) O padrão de consumo ao longo do tempo é afetado pela
existência de ilusão monetária por parte dos consumidores.
e) A variação do padrão de consumo ao longo do tempo
provavelmente é maior do que a variação observada na
renda disponível dos consumidores ao longo do tempo.
QUESTÃO 14
79

14) Pode-se classificar as variáveis macroeconômicas como


variáveis “fluxo” e variáveis “estoque”. Assim sendo, é possível
afirmar que:

a) O investimento agregado, a renda agregada, o consumo


agregado e o déficit orçamentário são variáveis “estoque”. A
dívida do governo e o montante de capital físico existentes na
economia são variáveis “fluxo”.
b) O investimento agregado, a renda agregada, o consumo
agregado e o déficit orçamentário são variáveis “fluxo”. A dívida
do governo e o montante de capital físico existentes na economia
são variáveis “estoque”.
QUESTÃO 14
80

c) O investimento agregado, o consumo agregado e a dívida


pública são variáveis “fluxo”. O déficit orçamentário, a renda
agregada e o montante de capital físico existentes na
economia são variáveis “estoque”.
d) O número de desempregados e o volume de ações
negociadas na Bolsa de Valores são variáveis “fluxo”. O
déficit orçamentário é uma variável “estoque”.
e) A quantidade ofertada de moeda é uma variável “fluxo”.
A taxa de juros no mercado interbancário é uma variável
“estoque”.
QUESTÃO 15
81

15) Examine as variáveis a seguir.

I. O salário de uma empregada doméstica.


II. O patrimônio de uma empresa.
III. A arrecadação tributária federal em determinado mês.
IV. A arrecadação tributária federal em todo um ano.
V. O número de alunos matriculados no curso de macroeconomia.
São consideradas variáveis de estoque, as correspondentes aos
itens:
a) II e V. b) II, IV e V. c) I, II e V. d) II, III e V.
e) I, III e IV.

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