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Aula 05
Teoria do Consumidor: restrição orçamentária, preferências e
escolha
Objetivos Específicos
• Entender como os consumidores fazem escolhas atendendo a restrição
orçamentária para maximizar a sua satisfação.
Temas
Introdução
1 Entendendo a teoria do consumidor
2 Restrição orçamentária
3 Preferências
4 Equilíbrio do consumidor
Considerações finais
Referências
Professora
Andressa Guimarães Rego
Estratégias Econômicas Empresariais
Introdução
Nesta aula abordaremos a teoria do consumidor e os conceitos utilizados, serão
apresentadas as hipóteses básicas que norteiam as escolhas do consumidor e alguns tipos de
preferências. As preferências são descritas como funções utilidade, e o ponto de tangência
entre as curvas de utilidade e a restrição orçamentária definem a escolha ótima do consumidor.
Uma hipótese, bem aceitável, é que se o consumidor gasta toda a sua renda, não temos
a formação de poupança. E, supondo que todas as mercadorias são desejáveis, quanto maior
for o consumo, mais feliz estará o consumidor.
Uma cesta é formada por quantidades de um ou mais bens. Para facilitar a exposição
gráfica trabalhamos sempre com dois bens ou, para a análise não ficar tão restrita, dois
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grupos de bens. Denominamos por cestas A, B, C, e assim por diante. Cada cesta tem o par
ordenado referente às quantidades dos bens. Portanto, cesta A (quantidade do bem eixo
horizontal, quantidade do bem eixo vertical).
Assim:
As preferências são completas: quer dizer que os consumidores são capazes de visualizar
e classificar todas as cestas ou escolhas possíveis. O consumidor consegue enxergar e
comparar todas as cestas.
Mais é preferível a menos: supõe-se que todas as mercadorias são boas e, assim,
conforme comentado acima, o consumidor deseja sempre mais das mercadorias. Apesar de
nem sempre se verificar na prática, essa hipótese facilita muito a exposição gráfica e simplifica,
ainda abordando a maioria dos casos, o entendimento da teoria do consumidor1 .
1 Nem sempre admitimos que as mercadorias são boas e, portanto, nem sempre mais é preferível a menos. Varian (2012) não adota diretamente
a hipótese de que as mercadorias são boas.
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2 Restrição orçamentária
A restrição orçamentária é como a renda do consumidor é alocada no consumo dos dois
bens (X e Y).
R=px .X+py .Y
Os interceptos representam a quantidade máxima de cada bem que pode ser adquirida
com a renda. Assim, o intercepto horizontal é a quantidade máxima do bem X, como se o
consumidor alocasse toda a sua renda no consumo do bem X, não adquirindo nada do bem Y.
Essa quantidade é o valor da renda dividido pelo preço do bem X. O mesmo raciocínio temos
para o intercepto vertical que representa a quantidade máxima do bem Y. Basta calcular o
valor da renda dividido pelo preço do bem Y, neste ponto o consumo do bem X é zero. A
inclinação da restrição orçamentária é o negativo da razão entre os preços.
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R=px .X+py .Y
py .Y=R-px .X
R px
Y= - .X
py py
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2 Repare que, se os preços dos dois bens dobrarem, a reta da restrição orçamentária não gira, e sim se desloca para a esquerda. Vale a pena
exercitar um pouco a representação gráfica da restrição supondo valores para a renda e para os preços para compreender os movimentos da
reta
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3 Preferências
3 Cada curva está associada a um grau de satisfação e, portanto, as curvas de indiferença não podem se cruzar
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∆y
TMS = -
∆X
∆y -4
TMS = - → TMS = - =2
∆X 2
Para uma TMS igual a 1/2, significa que 0,5 unidades do bem Y é a quantidade máxima
que o consumidor deixa de consumir para obter uma unidade adicional do bem X.
Lembrando dos conceitos de matemática, a divisão entre as variações do bem que está
no eixo vertical pelo bem que está no eixo horizontal representa a inclinação naquele trecho.
Se a variação nas quantidades do bem forem bem pequenas, teremos o conceito de derivada.
A derivada é o cálculo da inclinação da reta tangente no ponto. Consequentemente, a TMS
representa a inclinação da curva de indiferença no ponto.
4 A convexidade implica que a média de quaisquer dois pontos sob a curva estará sob ou acima da curva. Utilizando os conceitos da teoria
do consumidor, a média de quaisquer duas cestas estará sob ou acima da curva de indiferença e portanto, aufere ao consumidor ao menos
a mesma satisfação. Para o conceito de convexidade estrita, temos que a média de quaisquer duas cestas estará acima da curva. Costuma-se
dizer que “a média é preferida aos extremos”.
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∆y
TMS = -
∆X
∆U(X,Y)
UMgx = -
∆X
Com a função acima podemos calcular a TMS através das utilidades marginais.
5 Antigamente, na teoria cardinal, alguns economistas acreditavam que era possível mensurar a utilidade ou satisfação. Assim, se uma cesta
tinha uma utilidade de 2 e outra cesta uma utilidade de 4, afirmavam que o consumidor estava duas vezes mais feliz consumindo a segunda
cesta. Atualmente, na teoria ordinal, utilizamos a função utilidade como forma de representar as preferências e classificá-las sem que o valor
atribuído à cesta tenha qualquer outro significado. Não importa se os valores da utilidade sejam 2, 4, 6... ou que esses mesmos valores fossem
4, 8, 12... O importante é poder ordenar as preferências, o número em si não tem qualquer outro significado. Tanto é que podemos fazer
uma transformação monotônica na função utilidade para facilitar os cálculos. Uma transformação monotônica é basicamente transformar um
conjunto de números em outro, mantendo a ordem entre eles. Para saber mais sobre as teorias ordinal e cardinal e sobre a transformação
monotônica ver Varian (2012, p. 57-60) e Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 66-68).
6 Em Varian (2012, p. 40-46) há outras funções de utilidade. As mais comuns, além da função Cobb-Douglas, são os substitutos perfeitos e os
complementares perfeitos. Também há as funções utilidade para: bens males, preferências quase lineares, bens neutros, ponto de saciedade,
bens discretos e preferências côncavas.
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∆X
Como a TMS representa a taxa de troca entre os dois bens mantendo o mesmo grau
de satisfação, a variação da utilidade total seria a soma da variação na utilidade devido ao
consumo do bem X e a variação da utilidade devido ao consumo do bem Y. Lembrando que
a TMS é calculada sobre a mesma curva de utilidade e, por isso, a variação da utilidade total
deve ser zero. Portanto:
UMgx ∆y
=-
UMgy ∆X
UMgx
TMS =
UMgy
4 Equilíbrio do consumidor
O equilíbrio do consumidor ou ponto de escolha ótima é a cesta que lhe dá a maior
satisfação respeitando a restrição orçamentária. Graficamente, o ponto de escolha ótima
ocorre quando a curva de utilidade tangencia a restrição orçamentária.
Há algumas formas de calcular qual é a escolha ou cesta ótima, claro que em qualquer
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Vimos que a inclinação da restrição orçamentária é igual a razão entre os preços (-px/
py) e a inclinação da curva de indiferença é igual à TMS. Assim, igualando as inclinações
encontramos o ponto de tangência entre elas.
U(X*,Y* )= [(12,50),(25)]
Considerações finais
Discutimos a teoria do consumidor que tem a hipótese de que os consumidores são
racionais e estarão mais felizes quanto maior for o consumo dos bens, quanto mais unidades
dos bens tiver a cesta consumida. As preferências são expressas por funções utilidade que
7 Para um estudo sobre a resolução do Lagrange na teoria do consumidor ver Varian (2012, p. 57-60) e Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 66-68).
8 Caso a soma dos expoentes não seja igual a um pode-se fazer uma transformação monotônica para que seja fácil aplicação direta do
significado dos expoentes.
Referências
MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. São Paulo: Prentice Hall Brasil, 2010.
VASCONCELLOS, M. A. S.; PINHO, D. B.; TONETO JR., R. Introdução à economia. São Paulo:
Saraiva (Edição Digital), 2012.
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