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Demanda

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Em economia, demanda ou procura é a quantidade de um bem ou serviço que os


consumidores desejam adquirir por um preço definido em um dado mercado, durante um
dado período de tempo.

Curva da Procura (D1 e D2) e Curva da Oferta (S)

A demanda pode ser interpretada como procura, mas nem sempre como consumo, uma vez
que é possível demandar (desejar) e não consumir (adquirir) um bem ou serviço. A quantidade
de um bem que os compradores desejam e podem comprar é chamada de quantidade
demandada.

A quantidade demandada depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor pela


compra ou não de um bem ou serviço: o seu preço, o preço dos outros bens substitutos ou
complementares, a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo. Para estudar a
influência dessas variáveis, considera-se separadamente a influência de cada uma nas decisões
do consumidor (condição ceteris paribus).

Como a demanda é o desejo ou necessidade apoiados pela capacidade e intenção de compra,


ela somente ocorre se um consumidor tiver um desejo ou necessidade, se possuir condições
financeiras para suprir sua necessidade ou desejo e se ele tiver intenção de satisfazê-los.

Sempre que damos prioridade para o consumo de alguma coisa em detrimento de outra,
estamos demonstrando um desejo. O desejo é a maneira específica na qual buscamos a
satisfação de nossa necessidade.

A demanda sempre influencia a oferta, ou seja, é a demanda que determina o movimento da


oferta. Por isso, para as empresas, além de identificar os desejos e as necessidades de seus
consumidores, é muito importante identificar a demanda para um determinado produto ou
serviço, pois é ela que vai dizer o quanto se comprará da oferta que a empresa disponibiliza no
mercado. Isto é, quem e quantos são os consumidores que irão adquirir o produto ou serviço.

Função procura

O auxílio da matemática é de grande valia, visto que uma função significa qualquer relação,
hipotética ou real, entre variáveis. Na Teoria Econômica a função procura, também chamada
de demanda, desempenha um papel muito importante e um conjunto de outras relações
fundamentais, como a função de produção, a função oferta e a função de custo. A função
procura é a relação existente entre a procura de um bem ou serviço e os vários fatores
determinantes da procura desse mesmo bem ou serviço. Numa linguagem matemática,
podemos representar a relação que identifica a função procura pela seguinte equação:

Q = -a1PX +a2PS -a3PC +a4EP +a5R +a6POP +a7PUB +a8FE

Sendo que:

Q é a quantidade procurada.

Ponderadores:

a1, a2, a3, a4, a5, a6, a7, a8, são as ponderações dos diversos determinantes da procura,
chama-se à atenção para o facto dos sinais (+/-) dos ponderadores, que indicam o efeito
positivo (+), ou negativo (-), na procura.

Determinantes:

PX é o preço do bem (-).

PS é o preço de bens substitutos (+).

PC é o preço de bens complementares (-).

EP corresponde às expectativas sobre preços futuros.

R é o rendimento dos consumidores.

POP corresponde à dimensão do mercado, população (+).

PUB corresponde os gastos em publicidade (+).

FE são os factores específicos de cada bem, por exemplo, frio no caso da venda de
aquecedores.

Demanda Individual e demanda de mercado


A demanda de mercado (ou demanda agregada ou demanda global) é a soma de todas as
demandas individuais, que são a quantidade demandada a cada preço por cada um dos
compradores. Por isso, a curva de demanda de um mercado é determinada somando-se
horizontalmente as curvas individuais de demanda.

Elasticidade da Demanda

Para a lei da demanda, coeteris paribus, a quantidade demandada de um bem diminui quando
o seu preço aumenta. Graficamente, então, a demanda é quase sempre negativamente
inclinada no plano preço e quantidade. As únicas duas exceções são os casos extremos de
Demanda Perfeitamente Inelástica e Demanda Perfeitamente Elástica, quando uma variação
qualquer no preço resulta, respectivamente, numa variação zero ou infinita da quantidade
demandada.

Função excesso de demanda

A função excesso de demanda mostra a quantidade de cada bem demandada além da sua
dotação inicial.

Em uma economia com um número de consumidores igual a "I" e um número de bens igual a
"L", seja

{\displaystyle \varpi _{i}={\begin{bmatrix}\varpi _{i1}\\\vdots \\\varpi _{iL}\end{bmatrix}}} um


vetor dos L bens de um certo consumidor "i" (ou seja, sua dotação inicial).

{\displaystyle x_{i}\left(p,p\cdot \varpi _{i}\right)={\begin{bmatrix}x_{i1}\\\vdots \\x_{iL}\


end{bmatrix}}} é a função demanda walrasiana deste mesmo "i"

{\displaystyle p={\begin{bmatrix}p_{1}\\\vdots \\p_{L}\end{bmatrix}}} um vetor dos preços dos


L bens da economia.

A função excesso de demanda "z" de um consumidor "i", chamada de zi, depende dos preços
dos L bens de um mercado e definida da seguinte maneira[1]:

{\displaystyle Z_{i}\left(p\right)=x_{i}\left(p,p*\varpi _{i}\right)-\varpi _{i}}

Ou seja,

{\displaystyle Z_{i}\left(p\right)={\begin{bmatrix}x_{i1}\\\vdots \\x_{iL}\end{bmatrix}}-{\


begin{bmatrix}\varpi _{i1}\\\vdots \\\varpi _{iL}\end{bmatrix}}={\begin{bmatrix}z_{i1}\\\
vdots \\z_{iL}\end{bmatrix}}}

Por exemplo, numa economia hipotética com apenas 2 tipos de bens (L=2), banana e maçã, se
o consumidor "i" dispõe inicialmente apenas de 1 banana e 1 maçã mas demandou apenas 2
bananas, sua função excesso de demanda será {\displaystyle {\begin{bmatrix}z_{i1}\\z_{i2}\
end{bmatrix}}={\begin{bmatrix}2-1\\0-1\end{bmatrix}}={\begin{bmatrix}1\\-1\end{bmatrix}}}.
Note neste exemplo que a função excesso de demanda pode assumir valores negativos em um
ou mais elementos do vetor. Quando isso acontece, não houve excesso de demanda, e sim
"falta": o consumidor tinha o bem mas não o demandou (consumiu).

No agregado da economia, podemos definir a função excesso de demanda agregada (ou


demanda de mercado ou demanda global [2]), da seguinte maneira [3]:

{\displaystyle z\left(p\right)=\sum _{i=1}^{I}Z_{i}\left(p\right)=\sum _{i=1}^{I}x_{i}\left(p,p*\


varpi _{i}\right)-\sum _{i=1}^{I}\varpi _{i}}

O domínio desta função é o conjunto dos vetores de preços não-negativos.

Propriedades

Pode-se provar que, se

o conjunto de alternativas X disponíveis a cada consumidor "i", Xi, estiver contido no


quadrante positivo: {\displaystyle X_{i}\subset \mathbb {R} _{+}^{L}}

as preferências de cada consumidor forem contínuas, estritamente convexas e fortemente


monótonas

a dotação inicial de cada consumidor {\displaystyle \varpi _{i}} for estritamente positiva, ou
seja, {\displaystyle \varpi _{i}\gg 0}

Então, a função excesso de demanda agregada {\displaystyle z\left(p\right)} terá as seguintes


propriedades[4]:

{\displaystyle z\left(p\right)} é uma função contínua

{\displaystyle z\left(p\right)} é homogênea de grau zero

{\displaystyle p\cdot z\left(p\right)=0\forall p} (lei de Walras)

Existe um número s tal que {\displaystyle z_{l}\left(p\right)>-s} para cada bem "l" e para todo
vetor "p".

Se a sequência pn converge para um certo vetor "p" que tenha pelos menos um elemento
diferente de zero mas algum elemento igual a zero, então algum elemento (o valor máximo)
do vetor/função {\displaystyle z\left(p^{n}\right)} converge para o infinito. Em linguagem
matemática, isso significa que:

{\displaystyle p^{n}\rightarrow p\Rrightarrow max{\begin{bmatrix}z_{1}\left(p^{n}\right)\\\


vdots \\z_{L}\left(p^{n}\right)\end{bmatrix}}\rightarrow \infty }
Ver também

Consumo

Curva de demanda

Demanda efetiva

Demanda induzida

Lei da oferta e da procura

Obsolescência programada

Oferta

Produção

Utilidade (economia)

Referências

↑ MAS-COLELL, Andreu; WHINSTON, Michael D., e GREEN, Jerry R. Microeconomic Theory.


Oxford University Press, 1995. ISBN 978-0-19-507340-9. Seção 17.C, "Existence of Walrasian
Equilibrium", p. 580

↑ SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia: "Demanda agregada"

↑ MAS-COLELL, Andreu; WHINSTON, Michael D., e GREEN, Jerry R. Microeconomic Theory.


Oxford University Press, 1995. ISBN 978-0-19-507340-9. Seção 17.C, "Existence of Walrasian
Equilibrium", p. 581

↑ MAS-COLELL, Andreu; WHINSTON, Michael D., e GREEN, Jerry R. Microeconomic Theory.


Oxford University Press, 1995. ISBN 978-0-19-507340-9. Seção 17.C, "Existence of Walrasian
Equilibrium", p. 582

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Lei da demanda

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Em microeconomia, a lei da demanda é um princípio fundamental que afirma que existe uma
relação inversa entre preço e quantidade demandada. Em outras palavras, "condicional a todo
o resto ser igual, conforme o preço de um bem aumenta (↑), a quantidade demandada
diminuirá (↓) ; inversamente, conforme o preço de um bem diminuir (↓), a quantidade
demandada aumentará (↑ ) ".[1] Alfred Marshall expressou isso da seguinte forma: "Quando
dizemos que a demanda de uma pessoa por qualquer coisa aumenta, queremos dizer que ela
comprará mais do que compraria antes pelo mesmo preço e que comprará tanto quanto antes
por um preço mais alto".[2] A lei da demanda, entretanto, só faz uma declaração qualitativa no
sentido de que descreve a direção da mudança na quantidade demandada, mas não a
magnitude da mudança.

A curva de demanda, mostrada em azul, está inclinada para baixo da esquerda para a direita
porque o preço e a quantidade demandada estão inversamente relacionados. Essa relação
depende de certas condições permanecerem constantes. A curva de oferta, mostrada em
laranja, se cruza com a curva de demanda a preço (Pe) = 80 e quantidade (Qe) = 120. Pe = 80 é
o preço de equilíbrio no qual a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada. Da
mesma forma, Qe = 120 é a quantidade de equilíbrio na qual a quantidade demandada e
fornecida está no preço de equilíbrio. Portanto, a interseção das curvas de oferta e demanda
nos fornece a alocação eficiente de bens em uma economia.

A lei da demanda é representada por um gráfico denominado curva de demanda, com a


quantidade demandada no eixo x o preço no eixo y. As curvas de demanda são descendentes
por definição da lei da demanda. A lei da demanda também trabalha junto com a lei da oferta,
onde nos fornece a alocação eficiente de recursos em uma economia ou em outras palavras - o
preço e a quantidade de equilíbrio.

A quantidade demandada varia inversamente com o preço quando a renda e os preços de


outros bens permanecem constantes[3] Se tudo o mais não for considerado igual, a lei da
demanda pode não ser necessariamente válida.[4] No mundo real, existem muitos
determinantes da demanda além do preço, como os preços de outros bens, a renda do
consumidor, preferências etc.[5] Também há exceções à lei da demanda, como bens de Giffen
e bens perfeitamente inelásticos.
Visão geral

O economista Alfred Marshall forneceu a ilustração gráfica da lei da demanda.[2] Esta


ilustração gráfica ainda é usada hoje para definir e explicar uma variedade de outros conceitos
e teorias em economia. Uma explicação simples da lei da demanda é que tudo o mais igual, a
um preço mais alto, o consumidor demandará menos quantidade de um bem e vice-versa. A
lei da demanda se aplica a uma variedade de situações organizacionais e de negócios.
Determinação de preços, formação de políticas governamentais, etc., são exemplos.[6]

Um conceito importante a se apreender da lei da demanda é a diferença entre a demanda e a


quantidade demandada. A demanda se refere à curva de demanda. Uma mudança na
demanda é indicada por uma mudança na curva de demanda. A quantidade demandada, por
outro lado, refere-se a um ponto específico na curva de demanda que corresponde a um preço
específico. Uma mudança na quantidade demandada, portanto, refere-se a um movimento ao
longo da curva de demanda existente. As exceções à lei da demanda normalmente se
adequam às commodities Giffen e aos produtos Veblen, o que é explicado com mais detalhes
abaixo.

Os principais tipos de elasticidade da demanda são elasticidade-preço da demanda,


elasticidade cruzada da demanda e elasticidade-renda da demanda.[3]

História

A famosa lei da demanda foi declarada pela primeira vez por Charles Davenant em seu ensaio,
"Métodos prováveis de tornar as pessoas ganhadoras na balança comercial (1699)".[7] No
entanto, houve exemplos de sua compreensão e uso muito antes, quando George King (1648-
1712) fez uma demonstração da lei da demanda. Ele representou uma relação entre o preço
do trigo e a colheita onde os resultados sugeriam que se a colheita caísse 50%, o preço
aumentaria 500%. Essa demonstração ilustrou a lei da demanda, bem como sua elasticidade.
[8]

Em 1890, o economista Alfred Marshall documentou a ilustração gráfica da lei da demanda.[2]


Em Principles of Economics (1890), Alfred Marshall reconciliou a demanda e a oferta em uma
única estrutura analítica. A formulação da curva de demanda foi fornecida pela teoria da
utilidade enquanto a curva de oferta foi determinada pelo custo. Essa ideia de curva de oferta
e demanda é o que ainda usamos hoje para desenvolver o equilíbrio do mercado e para apoiar
uma variedade de outras teorias e conceitos econômicos. Alfred Marshall é visto como o
pioneiro dos diagramas padrão de oferta e demanda e seu uso na análise econômica, incluindo
aplicações de bem-estar e excedente do consumidor.[8]

Descrição matemática
Qualquer coisa que afete a decisão de compra, exceto o preço do produto, mudará a curva de
demanda. Considerando nosso exemplo de taxas de hipoteca; com uma taxa de hipoteca mais
alta, a curva de demanda mudará para a esquerda de D0 para D1. Isso significa que há menos
demanda para o mercado imobiliário a qualquer preço. Por outro lado, com uma taxa de
hipoteca mais baixa, a curva de demanda muda para a direita de D0 para D2, o que significa
que há mais demanda para o mercado imobiliário a todos os preços.

Considere a função {\displaystyle \ Q_{x}=f(P_{x};\mathbf {Y} )}, Onde {\displaystyle Q_{x}} é a


quantidade demanda de bem {\displaystyle x}, {\displaystyle f} é a função de demanda, {\
displaystyle P_{x}} é o preço do bem e {\displaystyle \mathbf {Y} } é a lista de parâmetros além
do preço.

A lei da demanda afirma que {\displaystyle {\frac {\partial f}{\partial P_{x}}}<0} . Aqui {\
displaystyle \partial /\partial P_{x}} é o operador da derivado parcial.[1]

De uma maneira mais específica:

Qdx = f (Px, I, Py, T)[3]

Que é uma relação funcional onde:

Qdx: Quantidade exigida pelo consumidor em um período de tempo

f = símbolo que indica a relação de dependência que existe entre as variáveis de ambos os
lados da igualdade.

Px = Preços do bem x

I = Renda monetária do consumidor

Py = Preços de outros bens ou preço do bem y.

T = Sabor do consumidor

Terminologia: demanda vs quantidade demandada


Uma mudança na quantidade demandada é mostrada por um movimento ao longo da curva
de demanda existente. Começando em P1, a disposição associada de compra ou quantidade
demandada é Q1. Agora, se o preço subir para P2, haverá uma menor disposição de compra,
ou seja, a quantidade demandada será Q2. A curva de demanda em si não mudou, uma vez
que a combinação de P1Q1 e P2Q2 já fazia parte da curva de demanda existente.

É muito importante apreender a diferença entre a demanda e a quantidade demandada, pois


costumam significar coisas diferentes na analise econômico.

Por outro lado, a demanda se refere à curva de demanda . As mudanças na demanda são
representadas graficamente por uma mudança na curva de demanda para a esquerda ou
direita.[1] Mudanças na curva de demanda são geralmente causadas por 5 fatores principais, a
saber: número de compradores, renda do consumidor, gostos ou preferências, preço dos bens
relacionados e expectativas futuras.

Por outro lado, a quantidade demandada refere-se a um ponto específico localizado na curva
de demanda que corresponde a um preço específico. Portanto, a quantidade demandada
representa a quantidade exata de um bem ou serviço demandada por um consumidor a um
determinado preço, condicionado aos demais determinantes. Uma mudança na quantidade
demandada pode ser indicada por um movimento ao longo da curva de demanda existente
que é causado apenas por uma mudança no preço.

Por exemplo, vamos dar o exemplo de um mercado imobiliário. Um aumento ou diminuição no


preço da habitação não mudará a curva de demanda, ao contrário, causará um movimento ao
longo da curva de demanda por habitação, ou seja, uma mudança na quantidade demandada.
Mas se olharmos para as taxas de hipotecas (um fator diferente do preço), mesmo que os
preços das moradias permaneçam inalterados, um aumento na taxa de hipotecas leva a uma
menor disposição de comprar a todos os preços, deslocando a curva de demanda para a
esquerda. O consumidor vai comprar menos, embora o preço seja o mesmo.[9] Por outro lado,
uma taxa de hipoteca mais baixa leva a uma maior disposição de comprar a todos os preços e,
eventualmente, desloca a curva de demanda para a direita.[10] Os consumidores agora
comprarão mais, embora o preço não tenha mudado em nada.[9]

Exceções à Lei da Demanda

Geralmente, a quantidade exigida de um bem aumenta com a diminuição do preço do bem e


vice-versa. Em alguns casos, isso pode não ser verdade. Existem certos bens que não seguem a
lei da demanda. Isso inclui bens Giffen, bens Veblen, bens básicos ou necessários e
expectativas de mudanças de preços futuras. Exemplos:

Bens de Giffen

Proposto inicialmente por Sir Robert Giffen, os economistas discordam sobre a existência de
bens de Giffen no mercado. Um bem de Giffen descreve um bem inferior que, conforme o
preço aumenta, a demanda pelo produto aumenta. Por exemplo, durante a Grande Fome da
Irlanda no século 19, as batatas eram consideradas um bem de Giffen. As batatas eram o
alimento básico da dieta irlandesa, de modo que, à medida que o preço subia, isso causava um
grande impacto na renda das pessoas. As pessoas reagiram cortando bens de luxo como carne
e vegetais e, em vez disso, compraram mais batatas. Portanto, à medida que o preço das
batatas aumentava, também aumentava a quantidade demandada.[11] Isso resulta em uma
curva de demanda com inclinação ascendente, contrária à lei fundamental da demanda.[12]

Os bens de Giffen violam a lei da demanda devido ao efeito renda que domina o efeito
substituição. Isso pode ser ilustrado com a equação de Slutsky para uma mudança no preço de
um bem:

{\displaystyle {\frac {\partial x_{i}}{\partial p_{i}}}={\frac {\partial h_{i}}{\partial p_{i}}}-{\frac {\


partial x_{i}}{\partial m}}x_{i}}

O primeiro termo do lado direito é o efeito substituição, que é sempre negativo. O segundo
termo do lado direito é o efeito renda, que pode ser positivo ou negativo. Para bens inferiores,
isso é negativo, portanto, subtrair isso significa adicionar seu valor absoluto positivo. O
componente não derivado do efeito renda é uma medida da demanda existente do
consumidor pelo bem, o que significa que se um consumidor gasta uma grande quantidade de
sua renda em um bem inferior, então um aumento de preço pode fazer com que o efeito
renda domine o efeito de substituição. Isso leva a uma derivada parcial positiva da demanda
do bem em relação ao seu preço, o que viola a lei da demanda.

Expectativa de mudança no preço da commodity

Se um aumento no preço de uma mercadoria faz com que as famílias esperem que o preço de
uma mercadoria aumente ainda mais, elas podem começar a comprar uma quantidade maior
da mercadoria mesmo ao preço atualmente aumentado.[6] Da mesma forma, se a família
espera que o preço da mercadoria diminua, ela pode adiar suas compras. Assim, alguns
argumentam que a lei da demanda é violada em tais casos. Esta curva é conhecida como curva
de demanda excepcional.

Bens básicos ou necessários

Os bens de que as pessoas precisam, não importa quão alto seja o preço, são bens básicos ou
necessários. Os medicamentos cobertos pelo seguro são um bom exemplo. Um aumento ou
diminuição no preço de tal bem não afeta a quantidade demandada.

Certos cenários na negociação de ações

Os compradores de ações agindo de acordo com a falácia da mão-quente aumentarão as


compras quando os preços das ações estiverem tendendo para cima.[13] Outras razões para
comprar uma ação de alto preço são que os compradores anteriores que aumentaram o preço
são prova da qualidade da emissão ou, inversamente, que o preço baixo de uma emissão pode
ser evidência de problemas de viabilidade.

Equívoco de produtos Veblen como uma exceção

Batizado com o nome do economista americano Thorstein Veblen, os produtos de Veblen são
itens de luxo. Eles são vistos como símbolos de status e incluem diamantes e carros de luxo.
[14]

Ao contrário dos produtos Giffen, que são itens inferiores, os produtos Veblen são geralmente
produtos de alta qualidade. A demanda por produtos Veblen aumenta com o aumento do
preço. Exemplos de produtos Veblen são principalmente itens luxuosos, como diamantes,
ouro, pedras preciosas, pinturas mundialmente famosas, antiguidades, etc.[6] Os bens de
Veblen parecem ir contra a lei da demanda por causa de seu apelo de exclusividade, no
sentido de que se o preço de um produto luxuoso e caro for aumentado, ele pode atrair mais o
grupo consciente do status, uma vez que estará ainda mais fora do alcance de um consumidor
médio. Thorstein Veblen referiu-se a esse tipo de consumo como a compra de bens que não
apresentam utilidade ou funcionalidade adicional, mas oferecem status e revelam posição
socioeconômica.[15]

No entanto, apesar de parecer violar a Lei da Demanda, a curva de demanda com inclinação
ascendente por um bem de Veblen não viola a lei. Isso ocorre porque o valor social do bem é
ele próprio dependente do preço; em outras palavras, o próprio bem muda conforme o preço
muda.[16] Isso é ilustrado quando se olha para a derivada da demanda social por um bem
social (bens cujo valor depende do consumo dos outros) com relação ao preço:

{\displaystyle {\frac {dS}{dp}}={\frac {{\frac {1}{N}}\sum {\frac {\partial x^{y}}{\partial p}}}{1-{\


frac {1}{N}}\sum {\frac {\partial x^{j}}{dS}}}}}

ou

{\displaystyle \left({\frac {dS}{dp}}\right)\left(1-{\frac {1}{N}}\sum {\frac {\partial x^{j}}{dS}}\


right)={\frac {1}{N}}\sum {\frac {\partial x^{y}}{\partial p}}}

Em outras palavras, o aumento no preço aumenta a demanda da sociedade pelo bem e, como
um indivíduo exige menos desse bem quanto mais os outros têm, todo o lado esquerdo é
positivo, o que significa que o lado direito é positivo. O RHS significa que, em geral, as pessoas
exigirão mais do bem social quanto mais alto for o preço (embora nem necessariamente todo
indivíduo o faça). Como o próprio preço leva a uma mudança no valor do bem social, em
oposição a um efeito de preço puro levando a um aumento na demanda, isso não constitui
uma violação da lei da demanda.

Veja também
Preferência revelada

Problema de agregação

Agente representativo

Individualismo metodológico

Demanda (economia)

Segunda lei da demanda (elasticidade-preço ao longo do tempo)

Oferta e procura

Lei da oferta

Referências

↑ Ir para:a b c Nicholson, Walter; Snyder, Christopher (2012). Microeconomic Theory: Basic


Principles and Extensions 11 ed. Mason, OH: South-Western. pp. 27,154. ISBN 978-111-1-
52553-8

↑ Ir para:a b c Marshall Abhishek, Alfred (1892). Elements of economics of industry. London:


Macmillan. pp. 77,79

↑ Ir para:a b c «Law of Demand: What it is, Definition, Examples». Mundanopedia (em inglês).
31 de dezembro de 2021. Consultado em 1 de janeiro de 2022

↑ «The Law of Demand | Introduction to Business [Deprecated]». courses.lumenlearning.com.


Consultado em 20 de abril de 2021

↑ http://www.investopedia.com/terms/l/lawofdemand.asp; Investopedia, Retrieved 9


September 2013

↑ Ir para:a b c «Law of demand: Statement, explanation and exceptions». The Fact Factor (em
inglês). 4 de março de 2019. Consultado em 24 de abril de 2021

↑ Creedy, John (1986). «On the King-Davenant "Law" of Demand1». Scottish Journal of
Political Economy (em inglês). 33 (3): 193–212. ISSN 1467-9485. doi:10.1111/j.1467-
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↑ Ir para:a b «A Very Brief History of Demand and Supply». Worthwhile Canadian Initiative.
Consultado em 21 de abril de 2021

↑ Ir para:a b «Changes in Supply and Demand | Microeconomics».


courses.lumenlearning.com. Consultado em 25 de abril de 2021

↑ «Video: Change in Demand vs. Change in Quantity Demanded | Introduction to Business».


courses.lumenlearning.com. Consultado em 24 de abril de 2021

↑ Mankiw, Gregory (2007). Principles of Economics. [S.l.]: South-Western Cengage Learning.


470 páginas. ISBN 978-0-324-22472-6

↑ Andrew Bloomenthal. «Getting Familiar with Giffen Goods». Investopedia (em inglês).
Consultado em 22 de abril de 2021
↑ Johnson, Joseph; Tellis, G.J.; Macinnis, D.J. (2005). «Losers, Winners, and Biased Trades».
Journal of Consumer Research. 2 (32): 324–329. doi:10.1086/432241

↑ IsEqualTo. «IsEqualTo - A complete Education App for students». isequalto.com (em inglês).
Consultado em 24 de abril de 2021

↑ Currid‐Halkett, Elizabeth; Lee, Hyojung; Painter, Gary D. (2019). «Veblen goods and urban
distinction: The economic geography of conspicuous consumption». Journal of Regional
Science (em inglês). 59 (1): 83–117. ISSN 1467-9787. doi:10.1111/jors.12399

↑ Becker, G. S. & Murphy, K. M. (2000). Social Economics: market behavior in a social


environment, ISBN 978-0-674-00337-8, Harvard University Press, 8 de janeiro de 2000, pp. 8–
15

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