Você está na página 1de 15

Oferta e Demanda

Oferta e Demanda

A teoria econômica é normalmente dividida em duas grandes áreas de estudo: a Microeconomia e


a Macroeconomia.

Microeconomia Macroeconomia
A Microeconomia estuda o processo A Macroeconomia estuda o
de formação de preços e o comportamento do sistema econômico
funcionamento dos mercados. como um todo, tratando do estudo da
determinação e do comportamento dos
grandes agregados, como o investimento
agregado, o consumo nacional, a
exportação, o Produto Interno Bruto (PIB),
o nível geral de preços, dentre outros.

Na Microeconomia é dada ênfase ao estudo do comportamento econômico dos agentes econômicos,


consumidores e/ou famílias e firmas (ou empresas), e de como esses agentes interagem no mercado.

Ela apresenta uma visão microscópica dos fenômenos econômicos.

Assim, caso fosse considerada uma floresta, a Microeconomia estudaria as espécies vegetais que as
compõem, enquanto a Macroeconomia se preocuparia com a qualidade do produto total, a floresta
como um todo.

Na Microeconomia os consumidores são considerados fornecedores de trabalho e capital


e demandantes de bens ou serviços.

Já as empresas são consideradas demandantes de trabalho e de fatores de produção e


fornecedores de bens ou serviços.

Os consumidores procuram maximizar a utilidade, a satisfação, a partir de um orçamento


determinado. As firmas, por sua vez, buscam maximizar o lucro a partir de custos e de receitas
possíveis.

1
Oferta e Demanda

Conceitos
Condição Coeteris Paribus

Expressão do latim que significa “tudo o mais constante”. Para poder analisar um mercado de
maneira isolada, a Microeconomia supõe todos os demais mercados constantes.

Este ramo da teoria econômica supõe que o mercado em análise não impacta e não
é impactado pelos demais mercados. A mesma condição é utilizada para verificar o
efeito de variáveis isoladas, independentemente dos efeitos de outras variáveis.

Desta forma, para analisar o efeito isolado de uma variação de preço sobre a quantidade demandada
de determinado bem, independentemente do efeito de outras variáveis que afetam a procura, adota-
se a hipótese coeteris paribus.

Considerando, por exemplo, que a renda do consumidor também afeta a procura de um bem, esta
variável é mantida constante, hipótese que permite avaliar o impacto da alteração de outra variável,
o preço, sobre a quantidade demandada do bem de maneira isolada.

Oferta e Demanda

Princípios de Oferta e Demanda

Demanda (ou Procura)


A demanda é a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir,
num determinado período, dado o seu preço, o preço de outros bens ou serviços e sua renda, dentre
outros fatores.

Representa um desejo, sendo o máximo que o consumidor pode aspirar, dada a sua renda e os
preços no mercado.

A demanda é, portanto, o desejo de adquirir, o plano, a aspiração, e não sua realização.

Não se deve confundir demanda por compra e nem oferta com venda. Além disso, a demanda é o
fluxo por unidade de tempo, devendo sempre ser expressa por certa quantidade em dado período.

2
Oferta e Demanda

A função demanda é apresentada como dependente de outras variáveis, consideradas as mais


relevantes na determinação da procura. A quantidade demandada depende de inúmeras variáveis.

Assim:

qid = f(pi, ps, pc, R,G)


Em que:

qid = quantidade procurada do bem i/t (t significa o período);

pi = preço do bem i/t;

ps = preço dos bens substitutos ou concorrentes/t;

pc = preço dos bens complementares/t;

R = renda do consumidor/t;

G = gostos ou preferência do consumidor/t.

Mantendo-se as variáveis ps, pc, R e G constantes, tem-se que a quantidade demandada é uma função
do preço do bem.

De acordo com a Lei Geral da Demanda, a quantidade demandada de um bem ou


serviço varia na relação inversa de seu preço, coeteris paribus.

Assim, mantendo-se as outras variáveis constantes, tem-se:

Δqid
qid = f(pi), sendo <0
Δpi

Significa dizer que se o preço diminui (aumenta), a quantidade demandada pelo consumidor aumenta
(diminui).

É uma relação inversa entre o preço do bem e a quantidade demandada.

Quando o preço do bem cai, este fica mais barato em relação a seus concorrentes, com o que a
quantidade demandada aumenta. É o chamado efeito substituição.

Ao mesmo tempo, com a queda do preço, o poder aquisitivo do consumidor aumenta, e a quantidade
demandada do bem tende, normalmente, a aumentar. É o chamado efeito renda.

Assim, a curva convencional de demanda é negativamente inclinada. Expressa a relação inversa


entre a variável independente, o preço, e a variável dependente, a quantidade demandada.

3
Oferta e Demanda

Esta relação inversa é válida para os bens denominados normais. Existe uma exceção à Lei Geral da
Demanda, em que a curva de demanda é positivamente inclinada.

É o chamado Paradoxo ou Bem de Giffen que é um conceito mais teórico do que efetivo.

Oferta
A oferta é a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores (ou vendedores,
fornecedores, firmas ou empresas) desejam vender, num determinado período.

A oferta é um desejo, uma aspiração, um plano.

A função oferta é apresentada como dependente de outras variáveis na determinação da oferta:

qid = f(pi, pfp, T)

Em que:

qi0 = quantidade ofertada do bem i/t (t significa o período);

pi = preço do bem i/t;

pfp = preço dos fatores de produção (mão-de-obra, matérias-primas etc.);

T = tecnologia adotada.

De acordo com a Lei Geral da Oferta, a quantidade ofertada de um bem ou serviço varia na relação
direta de seu preço, coeteris paribus. Assim, mantendo-se as outras variáveis constantes, temos:

Δqio
qi = f(pi), sendo
d
<0
Δpi

Significa dizer que à medida que o preço aumenta (diminui), aumenta (diminui) a quantidade ofertada
pelo produtor ou vendedor.

4
Oferta e Demanda

A curva de oferta é positivamente inclinada, ou seja, demonstra a relação direta entre a variável
independente, o preço, e a variável dependente, a quantidade ofertada.

As equações da curva da demanda e oferta de um determinado produto são:

Qd = 5000 - 500P

Qs = -400 + 400P

O governo passará a cobrar um imposto de R$ 1,80 sobre o produto. Neste caso,


o novo preço de equilíbrio, e quem, no curto prazo, será mais afetado com o
imposto, será:

a. vendedor; $ 6,80.

b. vendedor; $ 7,00.

c. comprador; $ 6,80.

d. comprador; $ 7,00.

Resposta:

Em condições de equilíbrio teríamos:

5000 – 500 P = -400 + 400P

900P = 5400

P = 6 e Q = 2000

Se haverá a incidência de um imposto sobre o produto, devemos ter impacto na


curva de oferta. Com o imposto o preço cai para o produtor, porque uma parte dele
agora virou receita para o governo.

A nova curva de oferta será -400 + 400 (P-1,80) e o novo equilíbrio será:

5000 – 500 P = -400 + 400 (P-1,8)

5000 -500P = -400 + 400P - 720

6120 = 900P

P = 6,8 e Q = 1.600

5
Oferta e Demanda

Note que, graças ao tributo o preço subiu (de 6 para 6,8) e a quantidade do bem
trocada naquele mercado caiu (de 2000 para 1600 unidades). Se não houvesse
tributo e houvesse apenas 1600 unidades naquele mercado, qual deveria ser o
preço justo?

1600 = -400 + 400P


P=5

Encontramos, portanto, 3 preços: R$ 6, que era o preço original de equilíbrio, R$ 6,8,


que é o novo preço com o imposto que o consumidor vai pagar e R$ 5, que deveria
ser o preço justo para o produtor sem imposto.

O fardo da existência desse imposto recai R$ 0,80 sobre o consumidor e R$ 1 sobre


o produtor. A resposta correta é A.

Movimento sobre as curvas de oferta e demanda: causas e efeitos


A lei da oferta e da demanda é um modelo que visa explicar como se formam o preço e a quantidade
de equilíbrio em determinado mercado.

Essas duas variáveis (preço e quantidade) são, portanto, variáveis endógenas ao modelo, isto é,
estão dentro daquilo que queremos explicar.

Mas sabemos que existem muitas outras variáveis que estão fora do modelo, como taxas de juros,
desemprego, inflação, taxa de câmbio, etc. Todas essas variáveis, embora ausentes da lei da oferta e
da demanda, teriam impactos sobre as curvas. Essas são variáveis exógenas ao modelo.

Vamos considerar por exemplo a equação de demanda abaixo:

Qx = 135 – 55Px

A essa altura você já deve ter reconhecido que é uma função demanda pelo coeficiente
negativamente inclinado.

Podemos ver o que acontece com essa função se consideramos um preço de, digamos, $1,20.
Encontraríamos 135 – 55 (1,20) = 69 unidades.

Podemos continuar testando outros preços, que são variáveis endógenas. Sempre chegaríamos a
outras quantidades, mas sempre dentro da função demanda existente.

Em outras palavras, sempre que alteramos uma


variável endógena (nesse caso, o preço ou a
quantidade), temos um movimento na curva de
demanda (sob ela). A mesma relação vale para a curva
de oferta.

Mudanças no preço ou quantidade causam


deslocamento na curva.

6
Oferta e Demanda

Deslocamento das curvas de oferta e demanda: causas e efeitos


Vimos o que acontece se alteramos uma variável endógena (preço ou quantidade). Mas o
que acontece se alterarmos uma variável exógena ao modelo, como inflação, a taxa de juros
ou o desemprego?

Neste caso veríamos um movimento da curva de demanda, isto é, um deslocamento de lugar.

Imagine que o Governo criou um imposto que não existia até ontem. O imposto é obviamente uma
variável exógena, não é nem preço nem quantidade, mas vai afetar a ambos.

O que você imagina que vai acontecer com a demanda sobre determinado bem quando o imposto
for criado?

Se antes a um preço de 1,20 consumiríamos 69 unidades, agora para consumir as mesmas 69 unidades
pagaremos mais, porque além do preço de 1,20, pagamos também o imposto adicional.

Então a demanda diminuiu, muito embora preserve sua inclinação original.

Mudanças em variáveis exógenas causam deslocamento da curva

Funções de oferta e demanda e suas formas inversas


O preço de equilíbrio de determinado bem representa o preço que se forma através do mecanismo
de ajuste de mercado, tornando compatíveis os interesses dos consumidores e dos produtores.

Na teoria econômica, o preço de equilíbrio também é chamado de preço de mercado.

O equilíbrio de mercado surge ao preço de mercado no qual a quantidade procurada é igual à


quantidade ofertada.

Em outras palavras, o equilíbrio ocorre sempre no ponto em que a quantidade demandada pelos
consumidores é igual à quantidade ofertada pelos produtores, com o preço do bem sendo igual ao
seu preço de equilíbrio.

No ponto de equilíbrio de mercado não existe nenhuma tendência de aumento ou de redução no


preço do bem ou do serviço.

7
Oferta e Demanda

Neste ponto, o benefício de se consumir uma unidade adicional do bem ou do serviço


(benefício marginal ou BMg) é igual ao custo de se produzir uma unidade
adicional do bem ou do serviço (custo marginal ou CMg).

O mercado encontra-se, portanto, em equilíbrio com alocação eficiente de recursos, uma vez
que o benefício marginal para a sociedade se equipara ao custo marginal de se produzir naquela
quantidade.

Em qualquer outra situação o benefício marginal será diferente do custo marginal e o mercado não
estará em equilíbrio.

O preço e a quantidade de equilíbrio podem ser ilustrados sobrepondo-se as curvas de oferta e de


demanda, conforme demonstrado na figura a seguir.

P Custo Marginal (CMg) = Oferta

PE Benefício Custo
Marginal Marginal
> Custo > Benefício
Marginal Marginal

Benefício Marginal (BMg) = Demanda

QE Q

Alocação Eficiente de Recursos

A alocação eficiente de recursos ocorre sempre que a quantidade produzida do bem é igual à
quantidade em que o benefício marginal, BMg, é igual ao custo marginal, CMg.

Neste ponto, em que ocorre a intersecção entre as curvas de oferta e de demanda, a


soma do excedente do consumidor e do excedente do produtor é maximizada.

O ganho de bem-estar por parte do consumidor e do produtor é o maior possível no equilíbrio


de mercado.

Qualquer ponto diferente do ponto de equilíbrio (PE e QE) gera uma alocação ineficiente de recursos.

Não se maximiza o excedente do consumidor e o excedente do produtor, gerando o que a teoria


denomina como peso morto na economia.

A subprodução reflete uma produção abaixo do ponto ótimo, ou seja, a esquerda da quantidade
de equilíbrio.

8
Oferta e Demanda

Neste sentido, consumidores estão dispostos a pagar mais do que o custo da oferta do bem ou do
serviço, ou seja, o benefício marginal é superior ao custo marginal.

Por sua vez, a superprodução reflete uma produção acima do ponto ótimo, isto é, a direita da
quantidade de equilíbrio.

Assim, os consumidores estão dispostos a pagar menos que o custo da oferta do bem ou do serviço,
isto é, o benefício marginal é inferior ao custo marginal.

O peso morto existe tanto no caso da subprodução como no caso da superprodução.

A quantidade de equilíbrio é o único ponto de produção que não ocorre o peso morto, já que é um
ponto eficiente de alocação de recursos.

Excesso de demanda e excesso de oferta


Segundo a Lei Geral da Demanda, quanto maior o preço do bem, menor será a quantidade
demandada. O inverso ocorre na Lei Geral da Oferta, na qual quanto maior o preço do bem, maior
será a quantidade ofertada.

Desta forma, existe apenas um preço em que as quantidades demandadas e ofertadas se igualam
que é o preço de equilíbrio:

―― Se o preço estiver acima do preço de equilíbrio, a quantidade que os produtores


oferecem é necessariamente superior à quantidade que os consumidores demandam,
verificando-se um excesso de oferta. Assim sendo, os produtores são levados a
reduzirem os preços de forma a conseguirem vender os seus produtos.

―― Se o preço estiver abaixo do preço de equilíbrio, a quantidade que os consumidores


demandam é superior à quantidade ofertada, verificando-se um excesso de demanda.
Neste caso, os produtores têm incentivos para aumentar os preços de forma a
satisfazerem toda a demanda.

Excedente do consumidor e do produtor


P

O excedente do consumidor é o ganho em excedente do consumidor

bem-estar pelo fato de o consumidor pagar por


um determinado bem um preço menor que sua oferta (CMg)
disposição máxima a pagar, ou seja, o preço de PE
equilíbrio é menor do que o preço que o consumidor
aceitaria oferecer pelo produto no mercado. demanda (BMg)

QE Q

9
Oferta e Demanda

O excedente do produtor é o ganho em bem-estar excedente do consumidor


pelo fato de o produtor receber no mercado um
preço maior que aquele mínimo que viabilizaria sua oferta (CMg)
produção, isto é, o preço de equilíbrio é maior do PE
que o preço que o produtor aceitaria para oferecer excedente do produtor

o produto no mercado. demanda (BMg)

QE Q

Regulação Governamental e Seus Impactos Sobre o


Equilíbrio de Mercado
Existem vários obstáculos para a alocação eficiente de recursos, dentre eles: o controle de preços
(preço teto e preço piso), os impostos, os subsídios e as cotas. Em todos estes casos existe perda
de eficiência e peso morto.

Teto de preços e seus impactos: o preço teto ou preço máximo é o limite máximo
de preço que o produtor pode cobrar pelo bem. Se o preço teto Pteto estiver acima do
preço de equilíbrio PE não terá efeito.

Se o preço teto Pteto estiver abaixo do preço de equilíbrio PE, o resultado será a falta de produto no
mercado em função do excesso de demanda. Neste caso, a quantidade demandada Qd é maior do
que a quantidade ofertada Qo.

Os consumidores estão dispostos a pagar um preço Pcp (preço que embute o custo da procura) para
uma quantidade Qo e os produtores estão dispostos a vender ao preço teto Pteto.

Os consumidores estão dispostos a pagar um valor adicional de Pcp - Pteto pelo esforço adicional
resultante da procura pelo bem escasso. A redução na quantidade comercializada em função do
preço teto Pteto cria uma perda de eficiência, o peso morto, conforme ilustra a figura a seguir.

10
Oferta e Demanda

No longo prazo, o preço teto resulta nas seguintes ineficiências:

―― Consumidores podem ter que esperar em longas filas para fazer compras e
pagam um preço por isso. Esse é o custo de oportunidade pelo tempo perdido.
A fila para comprar carne durante o Plano Cruzado no Brasil é um exemplo;

―― Produtores ou fornecedores podem discriminar clientes, como vender para


amigos e parentes primeiro;

―― Produtores podem vender oficialmente ao preço teto, mas aceitam propinas


para tanto. O ágio sobre o preço teto, por exemplo, é uma das ineficiências na
alocação dos recursos;

―― Produtores podem reduzir a qualidade do produto para conseguir lucros


vendendo ao preço teto.

Efeitos da fixação do salário mínimo: da mesma forma que existe a possibilidade


de se fixar um preço teto ou preço máximo, também é possível estabelecer um preço
piso ou preço mínimo Ppiso.

Por ser um valor fixado de forma artificial, isto é, pelo preço não ser aquele decorrente do equilíbrio
de mercado, existe um peso morto e uma alocação ineficiente de recursos.

Os produtores irão realocar recursos para a


produção de bens com a expectativa de conseguirem
vender os bens ao preço piso, mas não conseguirão
vender toda a produção.

Por sua vez, os consumidores comprarão menos


mercadorias se o preço piso Ppiso estiver acima do
preço de equilíbrio PE e substituirão por produtos
mais baratos que aquele bem sujeito ao preço piso.

O salário mínimo é um exemplo de preço piso ou preço mínimo.

Conceitualmente, o preço piso ou preço mínimo equivale ao valor mínimo que o comprador poderá
oferecer pelo bem ou serviço.

Como remuneração do fator trabalho, o salário fixado em um nível mínimo


é o preço mínimo ou o piso que a firma contratante (comprador)
poderá oferecer pelo serviço prestado pelo trabalhador.

11
Oferta e Demanda

Por sua vez, é o preço mínimo que o trabalhador poderá oferecer sua mão-de-obra ao empregador.

Em vários países, dentre eles o Brasil, existe a fixação do salário mínimo que impede os empregadores
de contratarem trabalhadores com um salário inferior ao mínimo legal. Se o salário mínimo (Wmin/P)
estiver acima do salário de equilíbrio (W/PE), haverá um excesso de oferta de trabalhadores e um
aumento de desemprego.

Mesmo que existam trabalhadores dispostos a trabalhar por um salário inferior ao


mínimo, as empresas não podem contratá-los legalmente.

As empresas, de forma a contornar o aumento nos


custos, podem diminuir a qualidade ou a quantidade
dos benefícios não monetários que eram oferecidos
aos trabalhadores antes da definição do preço
piso, tais como condições seguras e agradáveis de
trabalho e investimento em treinamentos.

Incidência de impostos sobre os produtores e os compradores: um imposto


sobre um produto ou serviço irá aumentar o preço de equilíbrio PE e diminuir a
quantidade de equilíbrio QE.

A figura a seguir (a) e (b) ilustra os efeitos de impostos sobre os produtores e sobre os compradores
(por exemplo, um imposto sobre as vendas).

(a) Imposto sobre produtores (b) Imposto sobre compradores

P Oimposto P peso morto


O receita fiscal
O
receita fiscal
imposto dos
dos D compradores
compradores
Pimposto Pimposto
PE E PE
Po Po
receita fiscal
receita fiscal
dos
vendedores
dos imposto D
peso morto vendedores
Dimposto

Qimposto QE Q Qimposto QE Q

12
Oferta e Demanda

Na figura (a) os pontos indicados pelo preço de equilíbrio PE e pela quantidade de equilíbrio QE
descrevem o equilíbrio antes do imposto.

Como resultado deste imposto sobre as vendas, a curva de oferta se desloca para cima e para a
esquerda de O para Oimposto, onde a quantidade Qimposto é precificada ao nível Pimposto.

O montante do imposto é dado pela diferença entre o que os compradores pagam e o que os
vendedores ganham por unidade. Este montante é ilustrado pela distância vertical entre a curva de
oferta O e a curva de oferta Oimposto.

Na nova quantidade, Qimposto, os compradores pagam Pimposto, e as firmas recebem somente Po, líquido
de imposto.

A região triangular é um peso morto, ou seja, a perda dos ganhos de produção e do comércio que
resultam do imposto (ou seja, a quantidade produzida e consumida é inferior à quantidade eficiente).

Note que na figura (b), embora a incidência do imposto recaia sobre os compradores, o impacto do
imposto sobre a produção e o respectivo peso morto é similar à figura (a) em que o imposto recaia
sobre os vendedores.

A receita fiscal total é dada pela diferença de preços, ou seja, Pimposto - Po multiplicado pela quantidade
do novo equilíbrio, Qimposto.

Os agentes econômicos, sejam eles compradores ou vendedores, arcam com a carga das receitas
fiscais, a chamada carga tributária. A área retangular denominada “receita fiscal dos compradores”
representa a parcela da receita fiscal que os compradores efetivamente assumem.

A área retangular denominada “receita fiscal dos vendedores” ilustra a parcela do imposto que os
fornecedores ou produtores efetivamente arcam.

Subsídios: são pagamentos feitos pelo governo aos produtores, com maior
frequência, agricultores. Os efeitos de subsídios são ilustrados na figura abaixo
através do mercado de soja.

Sem subsídio, a quantidade de equilíbrio no mercado de soja é de 60 toneladas por ano a um preço
de R$ 60,00 por tonelada.

Um subsídio de R$ 30,00 por tonelada provoca um deslocamento para baixo e para a direita na curva
de oferta de O para (O - subsídio), resultando em um aumento na quantidade de equilíbrio para 90
milhões de toneladas por ano e em uma diminuição do preço de equilíbrio (pago pelos compradores)
para R$ 45,00 por tonelada.

No novo equilíbrio, os agricultores recebem R$ 75,00 por tonelada (o preço de mercado de R$ 45,00,
acrescido de R$ 30,00 de subsídio).

Reconhecendo que a curva de oferta (não subsidiada) representa o custo marginal e que a curva de
demanda representa o benefício marginal, o custo marginal é maior que o benefício marginal no
novo equilíbrio com o subsídio.

13
Oferta e Demanda

Isso leva a um peso morto de superprodução, conforme figura a seguir.

O recurso utilizado para produzir 30 milhões de toneladas de soja adicionais tem um valor, se utilizado
de outra forma, maior que o valor (ou benefício) da soja adicional para os consumidores.

Cotas de produção: são usadas para regular os mercados, impondo um limite de


produção máximo para a quantidade de um bem durante um período de tempo
específico.

As cotas são usualmente adotadas pelo governo para regular os mercados agrícolas. Ainda
considerando o exemplo do mercado de soja, considere que o governo imponha uma cota de
produção de soja de 60 milhões de toneladas por ano.

Na figura a seguir, verifica-se que, na ausência de cotas, a produção de soja seria de 90 milhões de
toneladas por ano a um preço de R$ 45,00 por tonelada. Com a adoção da cota limita-se a produção
para 60 milhões de toneladas e o preço aumenta para R$ 75,00 por tonelada.

14
Oferta e Demanda

A redução na quantidade de soja produzida devido ao limite imposto pela cota leva a uma
subprodução e a uma alocação ineficiente de recursos, além de gerar um peso morto para
a economia.

Além de a cota aumentar o preço de mercado, reduz o custo marginal de se produzir na quantidade
estabelecida pela cota. Nesta quantidade, o benefício marginal ou preço excede o custo marginal,
explicando o motivo de produtores muitas vezes procurarem a imposição de cotas.

Observe que se a cota for maior do que a quantidade de equilíbrio de 90 milhões de toneladas,
nada vai mudar, porque os agricultores já estariam produzindo menos do que a produção máxima
permitida pela cota.

15

Você também pode gostar