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Economia Empresarial

Tópicos

• Definição da Economia Empresarial


• A Teoria da Firma
• Distinção entre Lucro contabilístico e
Lucro Económico
Economia Empresarial

Conceito:

É a parte da economia que aborda essencialmente o


comportamento dos agentes económicos, ou seja as
famílias e empresas. Perceber o seu comportamento e o
que motiva suas decisões, tem sido o escopo desta
temática.
Teoria da firma

Firma e uma entidade individual ou colectiva, que exerce uma


actividade económica.

Quando “administrada” procura conjugar um conjunto de


princípios, normas e funções elaboradas para disciplinar os
factores de produção, tendo em vista o alcance de determinados
fins como maximização do lucro ou adequada prestação de
serviços públicos.
Teoria da firma

Existe uma série de modelos de comportamento das firmas na


formação de preços e seus produtos. A diferença maior entre esses
modelos está condicionada ao objectivo ao qual a firma se
propõe: maximizar lucros, maximizar participação do mercado,
maximizar margem de rentabilidade sobre os custos, etc. Dentro
da teoria neoclássica, o objectivo da firma é sempre maximizar o
lucro total. Para fins de análise, é neste contexto que se baseará as
nossa análise.
Teoria da firma

Calcular o lucro económico e lucro contabilístico é de extrema


importância para qualquer empresa. Esses dois indicadores
fornecem informaçoes vitais para os gestores tomarem decisões.
Teoria da firma

O lucro contabilístico explica o resultado da empresa de maneira


estritamente matemática, Receita total menos custos totais.

Este fornece informações a públicos externos, como orgãos responsáveis pelos


recolhimento de impostos. Neste contexto, o seu cálculo, funciona como uma
obrigação. Porém, ele é fundamental para que o gestor saiba se o negócio
está, em determinado período, operando no prejuízo ou tendo bons resultados.
Teoria da firma

O lucro económico, engloba questões mais subjectivas


relacionadas as escolhas que precisam ser feitas, ao tipo de
negócio, o gestor responsável, etc.

Este se preocupa com o lucro além dos números. Preocupa-se com o presente e
oferece uma visão de futuro dos números, fornecendo informações essenciais
ao público externo e, principalmente, ao interno. Avalia situações tais como:
• Custo de oportunidade
• A rentabilidade do património líquido da empresa.
Teoria da firma

“Calcular o lucro económico é uma maneira de ver se o negócio é


vantajoso, comprarando as opções e identificando se elas
oferecem rendimentos maiores ou menores”.

Por exemplo: Para um investidor, essa informação é primordial e


ajudará a decidir ou não no investimento financeiro”.
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Tópicos

• Introdução
• Teoria de Mercado
• Definição e Representação da oferta e
Procura
• Significado, tabelas, gráficos, equações
• Análise do Equilíbro entre a Procura e a Oferta
Introdução

No segundo semestre de 2015, o sector aéreo em Moçambique


registou um crescimento da “Procura” e decréscimo da “Oferta”.
O preço das passagens aéreas nesse período quase dobrou em
relacção ao mesmo período do ano anterior. O que deve ter
ocorrido?
Introdução

Nesse período, Moçambique encontrava-se mergulhado em


conflito armado e crise financeira (aumento dos custos com
destaque para o efeito da alta do dólar).
Estes dois cenários ajudam a explicar o que ocorreu: a procura
aumentou, a oferta diminuiu e a lei que rege o mercado empurrou
os preços para cima.
Teoria de Mercado

Pela teoria de mercado, mercado é


compreendido como um local (ou uma
unidade econômica), ou mesmo uma
convergência, entre compradores e
vendedores no qual se realizam as forças de
oferta e procura por bens e/ou serviços e onde
são formados os preços.
Procura

Procura/demanda é intenção ou desejo


que os compradores tem em adquirir bens
ou serviços.
Procura

Lei da Procura/demanda É a relacção


existente entre a quantidade procurada de
um bem e o respectivo preço, e pode ser
enunciada da seguinte forma: “a
quantidade procurada de um bem aumenta
quando o preço desce, e desce quando o
preço aumenta”.
Curva da Procura
Curva da Oferta

• Inclinação Negativa

• Relação Inversa

• Preço ↑ Quanti.
Procurada↓
Outras variáveis que afectam a Procura

Qx = f (Px, Py, Pz, R)

• Qx = quantidade procurada
• Px = preço do produto X
• Py = preço do produto substituto
• Pz = preço do produto complementar
• R = renda do consumidor
Outras variáveis que afectam a Procura

Qx = f (Px, Py, Pz, R)

• Se houver um aumento da renda e isto fizer com que haja um aumento da


Procura, dizemos que o produto (X) é de consumo normal.
• Se dado um crescimento da renda resultar na queda da Procura, o produto é de
consumo inferior.
• Havendo aumento do preço de um bem Y e que irá fazer aumentar a Procura do
produto X, diz-se que X e Y são produtos substitutos.
• Por outro lado, se ocorrer um aumento do preço de um bem Z e que este
aumento faz diminuir a Procura pelo produto X, assim, X e Z são produtos
complementares.
Oferta

Oferta é intenção ou desejo que os


vendedores tem em oferecer bens ou
serviços.
Oferta

Lei da Oferta É a relacção existente entre a


quantidade procurada de um bem e o
respectivo preço, e pode ser enunciada da
seguinte forma: “a quantidade ofertada de um
bem aumenta quando o preço aumenta, e
desce quando o preço diminui”.
Curva da Oferta
Curva da Oferta

• Inclinação Positiva

• Relação directa

• Preço ↑ Quantidade
Oferecida↑
Outras variáveis que afectam a Oferta

• Os custos dos factores de produção


• Alteração do nível tecnológico
• Tecnologia
• Influências especiais
• Políticas do governo
• Aumento da quantidade de Empresas
no Mercado
Deslocacoes da curva de Procura e da oferta

Deslocações da procura e da oferta Efeito sobre o preço e a


quantidade

Se a procura aumenta… A curva da procura Preço ↑


desloca-se para a direita Quantidade ↑
Se a procura cai… A curva da procura Preço ↓
desloca-se para esquerda Quantidade ↓
Se a oferta aumenta … A curva da oferta desloca- Preço ↓
se para a direita Quantidade ↑
Se a oferta cai… A curva da oferta desloca- Preço ↑
se para a esquerda Quantidade ↓
Deslocacoes da curva de Procura e da oferta

P
P

d1
d1

d2
d2

Q Q
Deslocacoes da curva de Procura e da oferta

P
P S1
S2
S1
S2

Q
Equilibrio de mercado

Equilíbrio de mercado ocorre quando a um


determinado preço, a quantidade procurada é igual a
quantidade oferecida.
Equilibrio de Mercado

Preço Q procurada Q oferecida Situação de Pressão sobre


Mercado preço
A 5 9 18 Excedente Descida
B 4 10 16 Excedente Descida
C 3 12 12 Equilíbrio Neutral
D 2 15 7 Excassez Subida
E 1 20 0 Excassez Subida
Equilibrio de mercado
Equilibrio de mercado

Nesse ponto de equilibrio, o


nível de preço não está nem
muito alto nem muito baixo,
satisfazendo tanto a
consumidores quanto a
produtores.
Equilibrio de mercado

• Um preço acima do preço de


equilíbrio, surgirá um excesso de
oferta (ou uma escassez) de
Procura.

• Um preço abaixo do preço de


equilíbrio, haverá um excesso de
Procura (ou escassez de oferta).
Actividade

Qual e o preço e quantidade de equilíbrio deste mercado dadas as curvas:

Qs = - 45 + 8P e Qd = 125 - 2P de oferta e demanda respectivamente.

a) 18 e 92

b) 17 e 91

c) 18 e 91

d) 17 e 92

e) 15 e 93
Teoria do consumidor

Trata-se fundamentalmemte da escolha


individual, por onde se definem os gostos ou
relaccoes de preferencias como
caracteristicas primitivas do individuo;
Teoria do consumidor

Algumas aplicações práticas

• Serve de guia para a elaboracao e interpretacao de pesquisas de


mercado, sobretudo, aquelas relacionadas com o lancamento de
um novo produto;
• Fornece metodos para se comparar a eficacia de diferentes
politicas de incentivo ao consumidor;
• Fornece alguns elementos necessarios a avaliacao da eficiencia
dos sistemas economicos.
Teoria do consumidor

Curva de Indiferença
Outra abordagem alternativa do comportamento do consumidor
pode ser feita através das curvas de indiferenca.

Curva de indiferença, é formada por pontos que representam


combinações de diferentes quantidades de bens e ou servicos.
combinações essas relativamente às quais o consumidor é
indiferente, porque qualquer das combinações dos dois bens lhe
proporciona a mesma utilidade.
Teoria do consumidor
Teoria do consumidor

Suponha Alimentação (x) e vestuário (y),


dois bens pelos quais o consumidor deve
optar.

• A perda de satisfação (utilidade) pela


diminuição de bens de vestuário é igual
ao acréscimo de satisfação (utilidade)
pelo aumento de bens alimentares.

• A utilidade conjunta de dois bens


mantem-se igual, e por isso e indiferente
ao consumidor estar em qualquer ponto
ao longo da curva.
Teoria do consumidor

Ao conjunto de curvas de
indeferenca da-se o nome de
mapa de indiferenca.
Teoria do consumidor
Restricao Orcamentaria

• Com um orçamento (ou rendimento) limitado, o consumidor


procura normalmente distribuí-lo entre as diversas mercadorias
que deseja comprar.

• Com isso, ele deseja alcançar a melhor combinação que tende a


lhe gerar o maior nível de satisfação racional possível.
Restricao Orcamentaria

R = Px.Qx + Py.Qy

• R = renda monetária do consumidor


• Px = o preço de uma inidade de X
• Qx = quantidade de X
• Py = preço de uma unidade de Y
• Qy = quantidade de Y
Restricao Orcamentaria

Cestas Gasto total com as cestas de Mercadorias Rendimento


Px Qx Px.Qx Py Qy Py.Qy
I 2,00 0,00 0,00 1,00 240,00 240,00 240,00
II 2,00 20,00 40,00 1,00 200,00 200,00 240,00
III 2,00 40,00 80,00 1,00 160,00 160,00 240,00
IV 2,00 60,00 120,00 1,00 120,00 120,00 240,00
V 2,00 100,00 200,00 1,00 40,00 40,00 240,00
VI 2,00 120,00 240,00 1,00 0,00 0,00 240,00
Restricao Orcamentaria

Qy

240

R = Px.Qx + Py.Qy

120 Qx
Restricao Orcamentaria

Uma elevação da renda implica


um deslocamento paralelo para a Uma redução da renda
direita da linha de restrição promove um deslocamento
orçamentária. para esquerda da linha de
Qy restrição orçamentária
Qy

240
R1
240
R1

R2
R2

120 120 Qx
Qx
Restricao Orcamentaria

Sendo a inclinação da linha orçamentária dada pela relação dos


preços, uma alteração nos preços promove a inclinação da linha.

Qy Qy

240
240 R1

R1 R2
R2

120 Qx 120 Qx
Equilibrio do consumidor

Para que o consumidor encontre equilíbrio, ele


tem em conta a sua curva de indiferença em
função da sua Restrição orçamentária. Ele
prefere sempre, estar ao nível de maior
satisfação da sua curva de indiferença mais
para direita.
Equilibrio do consumidor
Equilibrio do consumidor

Tendo em vista as preferências e tendo em vista


a restrição orçamentária, pode-se analisar a
escolha do consumidor: os consumidores
escolhem uma combinação de mercadorias
que maximiza sua satisfação, dado o
orçamento limitado de que dispõem.
Equilibrio do consumidor

O equilibrio do consumidor relaciona a curva de


indiferenca com a linha orcamentaria. No caso concreto
o ponto A. Nesse ponto:

• Para a curva de indiferença, considera-se a taxa


marginal de substituição (inclinação) TMS = ∆V/∆A

• Para a restrição orçamentária, considera-se os preços


relativos, que é dado pela inclinação da linha
inclinacao = PA/PV.
Equilibrio do consumidor

Em termos matemáticos, podemos afirmar que


a satisfação é maximizada quando a taxa
marginal de substituição (de A por V) é igual à
razão entre os preços (de A e V).
Equilibrio do consumidor

No ponto de tangência da curva de


indiferença com a linha de orçamento, o
consumidor maximiza sua utilidade, ou seja,
nenhum nível mais elevado de satisfação pode
ser obtido.
Equilibrio do consumidor

Equilibrio do consumidor sera dada no ponto em que

∆V/∆A = PA/PV

20/40 = 2/1 = 0,5


Elasticidades

O termo Elasticidade é usado para medir a sensibilidade que as


pessoas possam ter frente às mudanças nas variáveis econômicas.

A elasticidade nos permite fazer a classificação dos bens. A


demanda por um bem pode ser:

Elástica, Inelástica ou rígida e, unitária


Elasticidades

CLASSIFICAÇÃO EXPLICAÇÕES ANÁLISE


A Epd tem um resultado cujo o Os consumidores são muito
Elástica valor é maior que 1. Isso significa sensíveis às variações no preço.
que a variação percentual da
quantidade excede a variação
percentual do preço.
A Epd tem um resultado cujo o Os consumidores são menos
Inelástica valor é menor que 1. Isso significa sensíveis (ou relativamente
que a variação percentual do preço insensíveis) às variações no preço.
excede a variação percentual da
quantidade.

A Epd tem um resultado cujo o Os consumidores tem sensibilidade


Unitária valor é igual1. Isso significa que a relactiva em função às variações no
variação percentual do preço é preço.
igual a variação percentual da
quantidade.
Elasticidades

1. Elastidade Preço da Demanda (Epd) mede o nível de


sensibilidade que os consumidores possam ter às mudanças nos
preços de determinados produtos, através da razão percentual.

∆%𝑸 ∆𝑸 ∆𝑷
𝑬𝒑𝒅 = = :
∆%𝑷 (𝑸𝟏 + 𝑸𝟐 )/𝟐 (𝑷𝟏 + 𝑷𝟐 )/𝟐
Elasticidades

2. Elasticidade Preço da Oferta (Epd) mede o nível de


sensibilidade/reacção dos vendedores às mudanças de preços dos
produtos.

∆%𝑸 ∆𝑸 ∆𝑷
𝑬𝒑𝒐 = ∆ = :
(𝑸𝟏 + 𝑸𝟐 )/𝟐 (𝑷𝟏 + 𝑷𝟐 )/𝟐
%𝑷

• Epo > 1: produto de oferta elástica;

• Epo < 1: produto de oferta inelástica;

• Epo = 1: elasticidade-preço da oferta unitária.


Elasticidades

3. Elastidade Renda (da Demanda) (Erd) mede a reacção dos


consumidores às mudanças de renda.

∆%𝑸 ∆𝑸 ∆𝑹
𝑬𝒓𝒅 = ∆ = :
(𝑸𝟏 + 𝑸𝟐 )/𝟐 (𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 )/𝟐
%𝑹
Elasticidades

4. Elasticidade Cruzada (da Demanda) (Ecd) mede a variação


percentual da quantidade procurada de um bem X de acordo
com a mudança percentual no preço de outro produto qualquer Y.

∆%𝑸𝒙 ∆𝑸𝒙 ∆𝑷𝒚


𝑬𝒄𝒅 = ∆ = :
(𝑸𝒙 + 𝑸𝒙 )/𝟐 (𝑷𝒚 + 𝑷𝒚 )/𝟐
%𝑷𝒚
Elasticidades

• Para bens substitutos há uma relacção positiva entre quantidade


procurada do produto X e variação do preço substituto Y.

• Para bens complementares, há uma relacção negativa entre a


quantidade procurada do produto X e a variação do preço
complementar Y.
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