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Como apresentado a cima muitos são os factores que influenciam a procura, mas para efeito
PROCURA DE MERCADO
de simplificação do modelo da procura, vamos inicialmente considerar a procura como sendo
simplesmente dependente do preço.
A curva da procura a cima apresentada é linear de declive (ou de inclinação) negativo, mas de
referir que não precisa necessariamente ser sempre representada por uma recta. A representação
pela recta é simplesmente uma forma de simplificar a análise.
PROCURA DE MERCADO
Graficamente: Curva da Procura
P
Onde:
D: Do inglês Demand traduzido por Demanda (Procura)
P: De Preço no eixo das ordenadas
P* D
Q: De quantidade no eixo das abcissas
P*: Preço do bem (pago pelo consumidor)
Q* Q Q*: Quantidade procurada de um bem dado o preço (P*)
Onde:
P1 B
-Do ponto A para o ponto B resultou de um aumento do
preço do bem.
P* A
-Do ponto A para o ponto C resultou de uma diminuição
do preço do bem.
P2 C
Q1 Q* Q2 Q
Como podemos perceber, todas as alterações são feitas ao longo da curva da procura (por cima
da mesma curva da procura), o que significa que, as variações no preço do bem provocam
apenas deslocações ao longo da curva da procura e não deslocações da curva da procura.
A deslocação da curva da procura ocorre quando há alterações em outros factores diferentes
ao preço do bem.
PROCURA DE MERCADO
Deslocamento da curva (Para direita e para Deslocamento da curva (Para esquerda e
cima): para baixo):
P P
Aumenento da procura
ou Expansão da procura Diminuição da procura
ou contração da procura
D
D'
D D'
Q Q
O aumento da procura pode ser motivado por: A diminuição da procura pode motivada por:
• Um aumento dos gostos e preferências, que • Uma diminuição nos gostos e preferências,
pode gerar aumento da procura de um bem que pode gerar diminuição da procura de um
sem que haja necessariamente alterações do bem;
preço de relativo bem;
• Diminuição do rendimento disponível;
• Aumento do rendimento disponível;
• Redução do subsídio ao consumo;
• Aumento do preço de um bem substituto;
• Espectativas de preço;
• Redução das taxas de impostos de consumo;
• Aumento do imposto de consumo (IVA).
• Diminuição do preço de um bem
complementar.
OFERTA DE MERCADO
Oferta de Mercado: é a quantidade de determinado bem ou serviços, que os produtores estão
dispostos a oferecer.
Tal como a procura de bem, a oferta também depende de vários factores, tais como:
• O preço do bem;
• A tecnologia;
• Os preços dos factores de produção (matéria prima, mão de obra, máquinas e outros);
• Os impostos sobre a produção (impostos de rendimento);
• Os subsídios para a produção
• Números de empresas (tamanho e estrutura do mercado);
• Factores especiais (clima).
Vamos considerar a oferta como dependente apenas do preço do bem e todas as outras
variáveis sendo constantes, ou simplesmente ceteris paribus.
OFERTA DE MERCADO
A relação entre a quantidade ofertada de um bem e o preço do bem é directa, ou seja, quanto
maior for o preço do bem, maior será a quantidade e quanto menor for o preço, menor será a
quantidade de bens que os produtores estarão dispostos a oferecer. A relação directa entre o
preço e a quantidade ofertada de um bem implica à uma inclinação positiva na curva da oferta.
Expressão analítica:
𝑸𝑺𝒙 = 𝒄 + 𝒅𝑷𝒙 ; Onde: c e d são constantes.
A curva da oferta a cima apresentada é linear de declive (inclinação) positivo, mas de referir
que não precisa necessariamente ser sempre representada por uma recta. A representação pela
recta é simplesmente uma forma de simplificar a análise.
P Representação gráfica da curva da oferta:
S Onde:
S: Do inglês supply traduzido por oferta
P*
P*: Preço do bem (cobrado pelo produtor)
Q*: Quantidade oferecida dado o preço (P*)
Q* Q
OFERTA DE MERCADO
Dada a lei oferta, se o preço do bem aumentar, a quantidade ofertada aumenta, e se o preço
diminuir, a quantidade ofertada diminui, como podemos ver no gráfico a seguir.
Q1 Q* Q2 Q
S' S
Q Q
O aumento da oferta pode ser motivado por: A redução pode se motivada por:
• Uma diminuição dos preços dos factores • Aumento dos preços dos factores produtivos;
produtivos; • Retirada do subsídio à produção;
• Progresso tecnológico; • Aumento das taxas de impostos à produção;
• Atribuição do subsídio à produção;
• Diminuição do número de empresas;
• Redução das taxas de impostos à produção; • Factores especiais (clima desfavoráveis).
• Aumento do número de empresas.
EQUILÍBRIO DE MERCADO
O equilíbrio ocorre quando há um preço que permite a igualdade entre a procura e a oferta,
esse preço é chamado preço de equilíbrio. Nesta condição chamamos preço de equilíbrio (P*)
e quantidade de equilíbrio (Q*).
Matematicamente: 𝑄𝑥𝐷 = 𝑄𝑥𝑆 = 𝑄∗
Graficamente: Equilíbrio entre a curva da procura e a curva da oferta:
P
P* E
Q* Q
Obs: Numa situação em que não há equilíbrio entre a curva da procura e a curva da oferta,
duas situação podem acontecer. Observe o gráfico a seguir.
EQUILÍBRIO DE MERCADO
Desequilíbrio:
P
P1
P* E
P2
D
Excesso de procura Qd > Qs
Q1 Q* Q2 Q
Se o preço estiver a cima do preço de equilíbrio, a quantidade ofertada será maior que a
quantidade procurada, o que daria origem a um Excesso de oferta.
𝑄𝑥𝑆 − 𝑄𝑥𝐷
Se o preço estiver a baixo do preço de equilíbrio, a quantidade procurada será maior que a
quantidade procurada, o que daria origem a um Excesso de procura.
𝑄𝑥𝐷 − 𝑄𝑥𝑆
EXCEDENTE ECONÓMICO
O comportamento dos agentes económicos (consumidores e produtores) é baseado no princípio
da racionalidade, o que quer dizer que, cada agente procura fazer o melhor para si.
O consumidor quer sempre pagar menos na compra, por mais que tenha a capacidade de pagar
mais; do outro lado, o produtor quer sempre cobrar mais na venda, por mais que tenha a
capacidade de cobrar menos.
O preço que o consumidor estaria disposto a pagar denominamos Preço Máximo e ao preço
que o produtor estaria disposto a cobrar denominamos Preço Mínimo (que depende do custo).
O consumidor vai preferir pagar o preço de mercado (a baixo) do preço máximo, esta escolha é
racional por parte do consumidor, pois permite que o consumidor tenha um ganho, que
chamamos de Excedente do consumidor.
O produtor vai preferir cobrar o preço de mercado (a cima) do preço mínimo, esta escolha é
racional por parte do produtor, pois permite que o produtor tenha um ganho, que chamamos de
Excedente do produtor.
À soma entre o excedente do consumidor e o excedente do produtor chamamos EXCEDENTE
ECONÓMICO.
O excedente económico é uma medida de bem-estar, em termos monetário mede o benefício
das famílias (consumidores) e das empresas (produtores).
EXCEDENTE ECONÓMICO
O excedente do consumidor pode ser definido como a diferença entre o montante
que o consumidor está disposto a pagar e montante que o consumidor efectivamente
paga.
Para o consumidor:
• Se o preço de mercado for superior ao preço máximo, o consumidor não é atraído a comprar.
• Se o preço de mercado for inferior ao preço máximo, o consumidor terá o um excedente.
O excedente do produtor pode ser definido como a diferença entre o montante que
o produtor está disposto a vender e montante que o produtor efectivamente recebe.
Para o produtor:
• Se o preço de mercado for superior ao preço mínimo, o produtor é atraído a
vender e terá um excedente (lucro).
• Se o preço de mercado for inferior ao preço mínimo, o produtor não entra no
mercado (não vende), pois o preço não permitiria cobrir o mínimo de custo de
produção.
EXCEDENTE ECONÓMICO
Situação de eficiência de mercado:
P Onde:
Pmáx. S EC: Excedente do consumidor
EP: Excedente do produtor
EC Pmáx: O preço máximo que os consumidores
P* estão dispostos a pagar.
EP Pmin: O preço mínimo que os produtores estão
dispostos a cobrar.
Pmín. P*: O preço de equilíbrio, o preço efectivamente
D pago (recebido).
0 Q* Q
Podemos notar da figura que, os excedentes são representados por figuras geométricas
(triângulo). Para determinar o valor de cada uma dos excedentes podemos recorrer ao cálculo
de área do triângulo. Na situação de equilíbrio o excedente económico é máximo, pois há
eficiência (os consumidores e quanto os produtores têm benefícios por estar no mercado).
Obs: A figura não precisa necessariamente ser sempre um triângulo.
EXCEDENTE ECONÓMICO
Situações de ineficiências de mercado:
P Onde: P
Pmáx. Pmáx.
S A: perda de EC S
EC B: perda de EP EC
P1
P P
S Excesso de oferta S
EC
P1 P1 Preço máximo
𝜺
A
P* EC B P*
P2 Preço máximo P2
EP Excesso de procura
D D
0 Q1 Q* Q2 Q 0 Q1 Q* Q2 Q
Podemos ver que a medida acaba beneficiando partes dos consumidores, pois uma parte do
excedente do produtor é transferido para o consumidor.
Ainda existirão consumidores dispostos a pagar o preço P1, que ultrapassa o limite máximo
legal, e o fazem no mercado negro comprando de revendedores.
CONTROLO DOS PREÇOS - PREÇOS MÍNIMOS
Preço mínimo: é um limite mínimo legal para o preço ao qual um bem pode ser vendido.
Qualquer preço pode ser praticado desde que não ultrapasse o limite mínimo.
O preço mínimo (a abaixo) do preço de equilíbrio gera um excesso de procura, as leis da
procura e oferta obrigam à um aumento do preço e o equilíbrio acontece, porque o preço de
equilíbrio está a cima do limite mínimo legal, portanto o preço mínimo é sem efeito. O preço
máximo (a cima) do preço de equilíbrio gera uma excesso de oferta, as leis da procura e oferta
obrigam à uma redução do preço, mas o equilíbrio não acontece, porque o preço de equilíbrio
está a baixo do limite mínimo legal, portanto o preço mínimo é com efeito.
Quando pressionado pelas reclamações das empresa (principais contribuintes), o Estado pode
considerar que o preço de equilíbrio é demasiado baixo e pouco sustentável face aos custos.
Então, nesse caso, fixa um preço mínimo (a cima do preço de equilíbrio).
O preço mínimo como medida do Estado gera um excesso de oferta gerando assim:
• O acumulo de produtos em stock, pois muitos produtores não conseguiram vender as
unidades produzidas por incapacidade do consumidor em pagar o preço exigido.
• O mercado negro e o comércio ilegal, pois existirão produtores dispostos a vender a preço
que inferiores ao preço mínimo estabelecido pelo estado.
Ex: O salário mínimo.
CONTROLO DOS PREÇOS - PREÇOS MÍNIMOS
Preço mínimo (com efeito): Preço mínimo (sem efeito):
P P
Excesso de oferta S S
EC
P1 Preço mínimo P1
𝜺
A
P* EP B P*
P2 P2 Preço mínimo
EP
Excesso de procura
D D
0 Q1 Q* Q2 Q 0 Q1 Q* Q2 Q
Podemos ver que a medida acaba beneficiando parte dos produtores, pois uma parte do
excedente do consumidor é transferido para produtor.
Ainda existirão produtores dispostos a cobrar o preço P2, menor que limite mínimo legal, e o
farão por meio do comércio ilegal no mercado negro vendendo o excesso de stock.
CONTROLO DA QUANTIDADE TRANSACIONADA
O controlo da quantidade é uma das medidas de intervenção estatal, com o interesse de
proteger a produção nacional dos produtos importados. Por meio de políticas protecionistas
como (limite de quantidade a importar, altos impostos sobre importações ou impostos ao
consumo de produtos) o Estado desincentiva a importação e protege os produtos nacionais.
Porém, esta política desincentiva o livre mercado e a concorrência internacional e sem
concorrência não há incentivo à inovação e busca de qualidade dos produtos. Poucos são os
países que adoptam esta política. Ex: Redução da importação do ovo, redução da
importação de cervejas portuguesas.
P Limite de quantidade
O subsídio permite que o preço pago pelo consumidor reduza e o preço recebido pelo produtor
aumente. Analise o gráfico a seguir.
O imposto pode incidir sobre a produtor (empresa) que produz efeito na oferta determinado
bem, ou sobre o consumidor (famílias) que produz efeito na procura por determinado bem.
Apesar da incidência do imposto, geralmente o imposto tem impactos negativos tanto para o
consumidor (aumentando o valor pego) e quanto para o produtor (aumentando o valor
recebido).
Imposto à produção Imposto ao consumo 𝑷𝑺 : Valor cobrado
𝑷𝒔 = 𝑷𝑹 + 𝑻 (na oferta) 𝑷𝑫 = 𝑷𝑹 + 𝑻 (na procura) 𝑷𝑹 : Valor recebido
No equilíbrio: No equilíbrio:
𝑸𝑫 = 𝑸𝑺 𝑸𝑫 = 𝑸𝑺 𝑷𝑫 : Valor pago
𝑻: Imposto.
IMPOSTO
P P
S S
120 𝜺𝟏 200
30
100
A 𝜺𝟎 50
170
A 𝜺𝟎
90 B 150 B 𝜺𝟏
D D1 D
0 7000 9000 Q 0 4500 6000 Q
No primeiro caso: O imposto reduz a oferta de S para S1. O consumidor deixa de pagar 100
u.m. e passa a pagar 120 u.m. Por mais que o consumidor pague 120 u.m., o produtor apenas
recebe 90 u.m. (a diferença de 30 u.m. é entregue ao Estado).
No segundo caso: O imposto reduz a procura de D para D1. O produtor deixa de receber 170
u.m. e passa receber 150 u.m. Apesar que o produtor cobre 150 u.m., o consumidor paga 200
u.m. (a diferença de 50 u.m. é entregue ao Estado).
A área A representa a redução no excedente do consumidor e a área B representa a redução no
excedente do produtor. As zonas A e B representam a Receita fiscal.
1-CONCEITOS BÁSICOS
Conceito de utilidade
Em economia o conceito de utilidade significa a satisfação ou prazer que os consumidores
retiram do consumo de determinado bem ou serviço. A utilidade (nível de satisfação) como um
conceito económico, é subjectivo, pois é difícil quantificar a satisfação que um consumidor tem
pelo consumo de um bem ou serviço e a utilidade do consumo de um bem ou serviço varia de
consumidor para consumidor.
O consumidor deseja consumir mais de um bem ou serviço, querendo assim, aumentar o nível
de satisfação no consumo. O aumento de satisfação em resultado ao aumento de uma unidade
de bem ou serviço é chamada Utilidade marginal.
Utilidade marginal: refere-se à satisfação adicional obtida do consumo de uma unidade extra
de um bem ou serviço num determinado período de tempo.
Quanto mais de um bem ou serviço o consumidor comprar, vai atingindo a satisfação total de
consumo de determinado bem ou serviço (a chamada saciedade). Ex: O João precisa tomar 3
chávenas de café por dia, enquanto não o fizer, ele não se sente satisfeito.
TEORIA DO CONSUMIDOR
Enquanto não é atingida a saciedade, a utilidade marginal é positiva, ou seja, existirá um
acréscimo de utilidade quando é consumida mais uma unidade adicional de bem ou serviço.
Devido à lei das utilidades marginais decrescentes, este acréscimo de utilidade é cada vez
menor.
Utilidade total: refere-se á satisfação total alcançada pelo consumo de um determinado
número de unidades de um bem ou serviço, por um consumidor num determinado período de
tempo.
Sempre que a utilidade marginal for positiva o consumidor deve continuar a comprar, se for
negativa deixar de comprar. Sem contudo maximizar a utilidade, o consumidor compra até a
utilidade marginal igualar o preço.
U Umg
0 1 2 3 4 X 0 1 2 3 4 X
TEORIA DO CONSUMIDOR
Função utilidade: é a relação entre o consumo de vários bens e a utilidade total que gera o
consumo. Muitos são os bens que fazer parte do consumo de um determinado consumidor, mas,
para efeito de simplificação da análise, vamos consideremos que o consumidor apenas
consome dois bens.
𝑼(𝒙,𝒚) = 𝒇(𝒙, 𝒚)
Curva de indiferença
As escolhas feitas pelo consumidor permitem a comparação entre os bens ou conjuntos de
bens. Para consumidor, muitos bens podem ser consumidos para atingir uma certa (utilidade) e
outros conseguem suprir a mesma necessidade. Tanto a primeira, quanto a segunda combinação
de bens são indiferentes, pois rendem ao consumidor a mesma utilidade.
Uma curva de indiferença representa as várias combinações de bens ou serviços que
proporcionam o mesmo nível de utilidade. O nome indiferença deriva do facto do
consumidores não se importar em consumir uma ou outra combinação de bens.
Restrição orçamental
O comportamento do consumidor não é apenas determinado pelas suas preferências mas
também pelo rendimento. Apesar das preferências dos consumidores existem restrições no
consumo, impostas pelos preços dos bens e pelo rendimento disponível do consumidor.
TEORIA DO CONSUMIDOR
As restrições orçamentárias representam as combinações de bens que o consumidor pode
adquirir com seu rendimento. São restrições pois permitem o consumidor gastar menos que o
seu rendimento, mas nunca mais. Geralmente, o consumo gasta seu rendimento no consumo.
Muitos são os bens que compõem o cabaz do consumidor, mas para efeito de simplificação de
análise, vamos supor que o consumidor gasta todo rendimento em consumo de X e Y.
𝑴 ≥ 𝒙. 𝑷𝑿 + 𝒚. 𝑷𝒀
Y
• Em qualquer ponto acima da recta o consumidor gasta
todo seu rendimento.
20 • Se o consumidor comprar apenas o bem X, o
consumidor pode comprar 24 unidades do bem.
• Se o consumidor comprar apenas o bem Y, o
consumidor pode comprar 20 unidades do bem.
• Se o consumidor comprar unidades de X e de Y, o
10
consumidor pode combinar 12 unidades do bem X e 10
unidades do bem Y.
RO • Variação no rendimento levaria a recta para cima ou
𝑷
para baixo sem mudar a sua inclinação (𝑷𝑿 ).
0 12 24 X 𝒀
• Variação no preço mudaria a sua inclinação.
TEORIA DO CONSUMIDOR
Equilíbrio do consumidor
O consumidor prefere sempre consumir mais de um bem do que menos. A curva de indiferença
mostra o que o consumidor pretende (quanto mais a direita e acima, melhor). As restrições
orçamentais mostram o que o consumidor pode adquirir.
O equilíbrio do consumidor é quando o consumidor alcança a maior curva de indiferença(que
representa a maior utilidade), tendo em conta o seu rendimento. No equilíbrio do consumidor,
que também é chamado de óptimo de consumo, o consumidor procura maximizar a sua
utilidade, em função ao seu rendimento disponível.
Efeito rendimento
À uma subida de preço, o poder de compra do consumidor se reduz, podendo gerar alterações
nas quantidades demandadas dos bens, o que resulta em redução da quantidade procurada.
Para a decomposição a Slutsky, calcula-se o novo rendimento para que aos preços actuais, o
consumidor volte a ter as mesmas quantidades (que tinha antes da alteração do preço).
𝑴′ = 𝒙𝟎 . 𝑷′𝑿 + 𝒚𝟎 . 𝑷′𝒀
TEORIA DO CONSUMIDOR
Resolvendo o problema de
Max. 𝑼(𝒙,𝒚) = 𝒇(𝒙, 𝒚) maximização:
s.a 𝑼𝒎𝒈𝑿 𝑷′𝑿
𝑴′ = 𝒙. 𝑷′𝑿 + 𝒚. 𝑷′𝒀 =
൞ 𝑼𝒎𝒈𝒀 𝑷′𝒀
𝑴′ = 𝒙. 𝑷′𝑿 + 𝒚. 𝑷′𝒀
2.2.
TEORIA DO PRODUTOR
Depois de termos analisado o comportamento do consumidor vamos agora analisar o produtor,
como são feitas as suas escolhas e como se estrutura o custo de uma empresa.
No processo produtivo, uma empresa compra bens e serviços e, utilização factores produtivos,
os transforma em um outros bens ou serviços (produto). A produção depende dos factores. De
destacar que as matérias-primas sofre transformação no processo produtivo e os factores
produtivo podem ser utilizados repetidamente em vários ciclos produtivos. São exemplos de
factores de produção: Trabalho (L) do inglês labor, Capital (K) do inglês Kapital, Terra (T) ou
Tecnologia (Tec).
𝑸 = 𝒇(𝑳, 𝑻, 𝑲, 𝑻𝒆𝒄)
Este processo pode ocorrer em dois horizontes temporais (curto prazo e longo prazo). No curto
prazo há uma distinção entre os insumos/factores variáveis e os insumos/factores fixos, pois a
empresa no curto consegue ajustar a produção, com alteração dos factores variáveis (matérias-
primas e trabalho). No longo prazo todos os insumos/factores são variáveis, pois a empresa no
longo pode ajustar a produção, com alteração de todos os factores.
Na primeira parte deste capítulo, a analise será feita no curto e de seguida no longo prazo.
TEORIA DO PRODUTOR
Produção e Custo de curto prazo
Para que se tenha produto, a empresa deve combinar factores produtivos, vamos no cutro prazo
considerar que a produção depende apenas do factor trabalho e todos os outros são mantidos
constantes.
𝑸 = 𝒇(𝑳)
Onde Q representa a quantidade de produto e L representa a quantidade de trabalhodores ou
ainda o número de horas de trabalho.
Para a empresa é importante saber em média quanto é que cada trabalhador produz, ou então
contratar mais um trabalhador, quanto é que vai aumentar à produção. Existe a necessidade de
calcular a produtividade média (produto médio) e a produtividade marginal (produto marginal).
Produtividade média
É o produto que se tem por cada unidade de factor, ou seja, o produto de cada unidade de
trabalhador contratado, este conceito aplica-se a cada factor produtivo de que a produção
depende.
𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐 𝑸 𝑸
𝑷𝒎𝒆 = 𝑷𝒎𝒆𝑳 = 𝑷𝒎𝒆𝑲 =
𝑸𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒇𝒂𝒄𝒕𝒐𝒓 𝑳 𝑲
TEORIA DO PRODUTOR
Produtividade marginal
É o produto que se tem por cada unidade adicional de factor, ou seja, o produto de cada
unidade adicional de trabalhador contratado, este conceito aplica-se a cada factor produtivo de
que a produção depende. O produto é máximo quando a produtividade marginal iguala à zero.
∆𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐 ∆𝑸 𝝏𝑸
𝑷𝒎𝒈 = 𝑷𝒎𝒈𝑳 = 𝑷𝒎𝒈𝑳 =
∆𝑸𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒇𝒂𝒄𝒕𝒐𝒓 ∆𝑳 𝝏𝑳
Tabela | Exemplo de produtividade média e marginal:
~
Trabalhadores 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Produto (Q) 8 14 22 32 43 54 62 66 66 62
Produto médio (Pme) 8 7 7,3 8,0 8,6 9 8,9 8,3 7,3 6,2
Produto marginal (Pmg) 6 8 10 11 11 8 4 0 -4
Como pode observa na tabela, tanto Pme como a Pmg vão crescendo até certo ponto, a partir
do qual as mesmas começam a diminuir. A partir de certa nível de produção da empresa, os
trabalhadores podem tornar-se menos produtivo, podendo mesmo acontecer que trabalhador
adicional venha diminuir o produto total (Pmg negativa).
TEORIA DO PRODUTOR
Custo total médio (Ctme ou CMe): É o custo de cada unidade produzida; representa o custo
total de cada unidade produzida.
TEORIA DO PRODUTOR
Custo fico médio (CFme): são os custos fixos por cada unidade produzida; diminuem com o
aumento da produção pois sendo os custos fixos constantes, se aumentar a produção os custos
fixos são repartidos por mais unidades e por isso os Cfme decrescem.
Custo variável médio (Cvme): são os custos variáveis por cada unidade produzida.
Custo marginal (Cmg): Representa o acréscimo do custo total pela produção de mais uma
unidade, podendo também dizer-se que é o custo da última unidade produzida.
𝑪𝑻 𝑪𝑭 𝑪𝑽 ∆𝑪𝑻 𝝏𝑪𝑻
𝑪𝑻𝒎𝒆 = 𝑪𝑭𝒎𝒆 = 𝑪𝑽𝒎𝒆 = 𝑪𝒎𝒈 = =
𝑸 𝑸 𝑸 ∆𝑸 𝝏𝑸
Na tabela a seguir, podemos observar que tal como sucedeu com as produtividades, algo
semelhante sucede na óptica dos custos, mas na forma inversa. Sempre que o custo marginal
for superior ao custo médio, o custo médio decresce. E, sempre que o custo marginal for custo
médio este cresce. Logo, cruzam-se quando a custo médio é mínimo. O mesmo acontece entre
o Custo Marginal e Custo Variável Médio.
• 𝑪𝒎𝒈 > 𝑪𝑻𝒎𝒆: 𝐂𝐓𝐦𝐞 é 𝐜𝐫𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞 • 𝑪𝒎𝒈 > 𝑪𝑽𝒎𝒆: 𝐂𝐕𝐦𝐞 é 𝐜𝐫𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞
• 𝑪𝒎𝒈 < 𝑪𝑻𝒎𝒆: 𝐂𝐓𝐦𝐞 é 𝐝𝐞𝐜𝐫𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞 • 𝑪𝒎𝒈 < 𝑪𝑽𝒎𝒆: 𝐂𝐕𝐦𝐞 é 𝐝𝐞𝐜𝐫𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞
• 𝑪𝒎𝒈 = 𝑪𝑻𝒎𝒆: 𝐂𝐓𝐦𝐞 é 𝐦í𝐧𝐢𝐦𝐨 • 𝑪𝒎𝒈 = 𝑪𝑽𝒎𝒆: 𝐂𝐕𝐦𝐞 é 𝐦í𝐧𝐢𝐦𝐨
TEORIA DO PRODUTOR
Tabela | Exemplo de produção e distintos custos:
Produção 8 14 22 32 43 54 62 66
Custo fixo 8000 8000 8000 8000 8000 8000 8000 8000
Custo variável 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Custo total 13000 18000 23000 28000 33000 38000 43000 48000
Custo fixo médio 1000 571 364 250 186 148 129 121
Custo variável médio 625 714 682 625 581 556 565 606
Custo total médio 1625 1286 1045 875 767 704 694 727
Custo marginal 625 833 625 500 455 455 625 1250
A curva do Custo marginal tende a ter a forma em U. O custo marginal começa por decrescer
até um certo valor mínimo, a partir do qual começa a crescer. Dois motivos são responsáveis
por esse comportamento da curva: o custo marginal decresce por que os custos fixos são cada
vez distribuídos nas unidades; a partir de certo nível de produção surge a Lei dos rendimentos
marginais decrescentes. No curto prazo, o aumento sucessivo de factor trabalho (mantendo os
outros constante), vai contribuindo cada vez menos à produção.
TEORIA DO PRODUTOR
TEORIA DO PRODUTOR
Relação entre Produtividades e custos
Curva de isoquanta
Propriedades das isoquantas:
• A produção aumenta a partir
K da origem: Q1<Q2<Q3
• As curva de isocustos nunca
se cruzam;
Mapa de curvas de isoquanta
• São convexas e negativas;
Q K
• Todas as alternativas (todos os
seus pontos) são tecnicamente
0 L
eficientes;
• O ponto da isoquanta
Q3
economicamente mais
Q2 eficiente representa a
Q1
tecnologia de menor custo.
0 L
TEORIA DO PRODUTOR
Taxa marginal de substituição técnica
Ao desloca-se ao longo da mesma curva, o produtor está a sacrificar do uso de certa unidade de
um factor produtivo para ter mais unidades de outro factor produtivo.
A taxa marginal de substituição técnica (TMS) mede quantidade de factor que têm de ser
sacrificadas para ter mais uma unidade adicional do outro factor, para manter o nível de
produção.
𝒅𝑲 𝑷𝒎𝒈𝑳 𝒅𝑳 𝑷𝒎𝒈𝑲
𝑻𝑴𝑺𝑻(𝑲,𝑳) = − = 𝒐𝒖 𝑻𝑴𝑺𝑻(𝑳,𝑲) = − =
𝒅𝑳 𝑷𝒎𝒈𝑲 𝒅𝑲 𝑷𝒎𝒈𝑳
Para a primeira expressão, a medida que vamos tendo menos unidades de K, vai se tornando
raro e custa cada vez mais abdica-lo, e vice-versa. Sendo assim a TMST é diferente e
decrescente para os diferentes pontos.
Isocusto
Para escolher a tecnologia óptima temos de saber os preços dos factores produtivos. As
empresas têm também um orçamento limitado, e têm interesse de saber, com um nível de custo
quais as possibilidades tecnológicas que podem alcançar.
TEORIA DO PRODUTOR
A Isocusto representa as diferentes combinações de factores produtivos para um determinado
orçamento (CT). As combinação de factores produtivos (L,K) com o mesmo custo de
produção estão numa recta, a que se chama Isocusto.
𝑪𝑻 = 𝒘. 𝑳 + 𝒓𝑲
Via de expansão
Na necessidade expandia a produção, a via de expansão indica a proporção de cada factor que
uma empresa adquirir tendo em conta os preços dos factores. Como base os conceitos de
isoquanta e isocusto para avaliar, “qual a melhor tecnologia que a empresa pode aplicar?”, de
modo a combinar os factores produtivos para simultaneamente expandir a produção e
minimizar os custos de produção.
TEORIA DO CONSUMIDOR
Gráfico | Via de Expansão da produção
K
Rendimento de escala
No longo prazo, podemos notar que a produção aumenta na medida em que os factores
produtivos também aumentam. Os rendimentos à escala dizem-nos o que acontece à produção
quando os factores produtitivos variam todos na mesma proporção, isto é, o que acontece ao
rendimento da empresa em termos produtivos, quando a escala da produção aumenta.
TEORIA DO CONSUMIDOR
Tipo de rendimento à escala
1. Rendimento crescente à escala: Se a produção varia na mesma proporção em que os
factores de produção variam. Ex: Se aumentar os factores em 10% a produção também
aumenta em 10%.
2. Rendimento constante à escala: Se a produção numa proporção maior do que os factores
de produção variam. Ex: Se aumentar os factores em 10% a produção também
aumenta em 15%.
3. Rendimento constante à escala: Se a produção numa proporção menor do que os factores
de produção variam. Ex: Se aumentar os factores em 10% a produção também
aumenta em 7%.
Matematicamente
Funções produção Cobb- Funções de produção: Tipo de rendimento à
Douglas: 𝐐 = 𝑨𝑳𝜶 𝑩𝜷 𝐐 = 𝒇 𝑳; 𝑲 escala
𝜶+𝜷=𝟏 𝑸𝟏 = λQ Constante à escala
𝜶+𝜷>𝟏 𝑸𝟏 > λQ Crescente à escala
𝜶+𝜷<𝟏 𝑸𝟏 < λQ Decrescente à escala
Referências bibliográficas