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Pinheiro, V. C.

- 2023
DISCLAIMER

Este e-book tem fins meramente educativos e não constitui, de forma alguma, uma
recomendação de investimento no mercado financeiro. O conteúdo fornecido aqui é apenas para
fins informativos gerais e não deve ser considerado como uma recomendação ou orientação para
tomar qualquer decisão de investimento.
As informações contidas neste e-book são baseadas em fontes confiáveis e acredita-se que
sejam precisas e atualizadas no momento da sua publicação. No entanto, não se faz nenhuma
declaração ou garantia quanto à precisão, integridade ou adequação dessas informações para
qualquer finalidade específica.
Ressalta-se que quaisquer tipos de investimentos envolvem riscos significativos, incluindo a
possibilidade de perda de capital. As decisões devem ser baseadas em uma análise cuidadosa de
suas próprias circunstâncias individuais e em consulta a profissionais qualificados, como assessores
financeiros e gerentes de bancos. Cada pessoa é responsável por suas próprias decisões de
investimento e pelos resultados obtidos.
Ao prosseguir com a leitura deste e-book, você concorda que não responsabilizamos por
quaisquer perdas ou danos, diretos ou indiretos, decorrentes ou relacionados ao uso ou confiança
nas informações fornecidas aqui. Você também concorda em isentar-nos de qualquer
responsabilidade por quaisquer reclamações, ações, processos, custos ou despesas resultantes do uso
dessas informações.
Recomenda-se que você procure aconselhamento profissional adequado antes de tomar
qualquer decisão de investimento. O mercado financeiro é volátil e está sujeito a mudanças, e é
essencial buscar informações atualizadas e personalizadas antes de realizar qualquer transação
financeira.
Ao continuar a ler/assistir este e-book, você confirma que leu e compreendeu este termo de
isenção de responsabilidade e concorda em seguir suas disposições.

Pinheiro, V. C.
SUMÁRIO
PREFÁCIO 1
1. INTRODUÇÃO 3
2. TEORIA DE DOW 4
3. GRÁFICOS UTILIZADOS EM ANÁLISE TÉCNICA 5
3.1 Tipos de Gráficos 6
3.1.1 Gráfico de Linhas 6
3.1.2 Gráfico de Barras 6
3.1.3 Gráfico de Velas – Candlesticks 6
4. PERIODICIDADE DOS GRÁFICOS 9
5. ESCALAS GRÁFICAS 10
6. PADRÕES GRÁFICOS 11
6.1 Topos e Fundos 11
6.2 Suporte e Resistência 12
6.3 Tendências de Preços 14
6.3.1 Linhas de Tendências 14
6.4 Canais de Alta e de Baixa 16
6.5 Gap 17
6.6 Ilha de Reversão 19
6.7 Padrões Gráficos de Continuação e Reversão 20
6.7.1 Padrões de Continuação 20
6.7.2 Padrões de Reversão 22
7. INDICADORES EM ANÁLISE TÉCNICA 24
8. ESTRATÉGIAS COM MÉDIAS MÓVEIS 25
9. ESTRATÉGIAS COM SEQUÊNCIA DE FIBONACCI 26
10. ESTRATÉGIAS COM BANDAS DE BOLLINGER 27
11. ASPECTOS EMOCIONAIS DURANTE AS OPERAÇÕES N0 MERCADO 28
12. GERENCIAMENTO E CONTROLE DE CAPITAL FINANCEIRO 29
13. CONCLUSÃO 30
14. BIBLIOGRAFIA 31
15. LISTA DE FIGURAS 32
16. ÍNDICE REMISSIVO 33
INVESTINDO EM AÇÕES: ANÁLISE TÉCNICA PARA INICIANTES – CONCEITOS BÁSICOS

PREFÁCIO

Se você está iniciando a leitura deste e-book, é provável que esteja interessado em
aprender mais sobre análise técnica e como aplicá-la na tomada de decisões ao investir no
mercado de ações. Lembre-se que as técnicas que serão apresentadas não são
recomendações de investimentos, pois a decisão de “em qual ativo”, “quanto” e “quando”
investir é de responsabilidade única e exclusiva do investidor.
Investir em ações pode parecer complexo para os iniciantes, especialmente quando
confrontados com uma variedade de informações, gráficos e termos do mercado financeiro
aparentemente indecifráveis. No entanto, este livro foi criado com o objetivo de apresentar
de maneira simples as técnicas de análise como um ponto de partida para entender de
forma mais sistemática o mercado de ações.
Investindo em Ações: Análise Técnica para Iniciantes – Conceitos Básicos aborda os
princípios fundamentais de uma forma clara e acessível. Desde os conceitos básicos até as
ferramentas e indicadores mais utilizados. Este e-book servirá como um guia abrangente
para ajudá-lo a compreender e aplicar corretamente a análise técnica em suas decisões de
investimento.
Aqui, você encontrará explicações claras e exemplos práticos que irão ajudá-lo a
desenvolver uma base sólida no seu aprendizado. Além de entender como interpretar
diferentes tipos de gráficos, identificar tendências de preços, padrões de reversão e
continuação e entender a importância de perceber níveis de suporte e resistência. Também
serão abordados os indicadores mais utilizados, como médias móveis, osciladores, índices
de força relativa, retração e projeção de Fibonacci, para auxiliá-lo na sua tomada de decisão.
No entanto, é importante lembrar que esta metodologia não é uma fórmula mágica
para prever o futuro dos preços das ações. Ela é uma ferramenta valiosa que ajuda a
identificar possíveis tendências e padrões, mas não garante resultados favoráveis ao
investidor. O mercado de ações é complexo e influenciado por uma infinidade de fatores,
incluindo eventos econômicos, políticos e sociais imprevisíveis. A análise técnica é uma
parte do processo de tomada de decisão, e a educação contínua e a compreensão do
contexto do mercado são essenciais para obter sucesso em longo prazo.
À medida que você avança na leitura deste e-book, o leitor obterá mais
conhecimento para praticar os conceitos aprendidos, analisar o comportamento gráfico de
diversos ativos financeiros e desenvolver uma abordagem estratégica para seus
investimentos. Lembre-se de que o aprendizado contínuo é fundamental, e este documento
é apenas o começo de sua jornada como investidor.
Esteja preparado para os altos e baixos do mercado, para aprender com seus erros e
celebrar seus sucessos. A análise técnica pode fornecer uma valiosa vantagem na tomada de
decisões, mas é seu compromisso e perseverança que o levarão adiante.

1
Desejo-lhe sucesso em sua jornada no mundo dos investimentos em ações. Que este
e-book seja um guia útil e inspirador em sua busca por conhecimento e prosperidade
financeira.

Pinheiro, V. C.
Obs.: os gráficos utilizados foram obtidos de situações reais, pois a finalidade é mostrar ao
leitor a dificuldade em identificar figuras e padrões.
Contato: vagnerpc1957@gmail.com

2
ANÁLISE TÉCNICA – CONCEITOS BÁSICOS

1. INTRODUÇÃO

Análise técnica é uma das principais ferramentas utilizadas por investidores no


mercado de capitais. Tem por base o estudo do comportamento dos preços e do volume de
negociação de um determinado ativo financeiro1, visando identificar tendências e padrões
que possam indicar possíveis movimentos de preços futuros. Ao utilizar a análise técnica, o
investidor busca identificar oportunidades de compra e venda de ações com base nas
informações obtidas a partir de um gráfico de preços. Para isso, são utilizados diversos
indicadores e ferramentas, como médias móveis, osciladores técnicos e padrões de
candlestick2 – figura 1 (gráficos em forma de velas).

Uma das principais vantagens da análise técnica é a sua objetividade, já que as


informações são facilmente obtidas a partir do próprio gráfico de preços. Além disso, ela é
capaz de identificar rapidamente mudanças nas tendências do mercado, permitindo que o
investidor reaja de forma rápida e eficiente a essas variações.

É importante ressaltar que a análise técnica não deve ser utilizada como única
ferramenta na tomada de decisões de investimento. Ela deve ser complementada pela

1
Bens ou direitos que uma empresa ou pessoa física possui e que podem gerar rendimentos, tais como: ações, fundos de investimentos, fundos imobiliários,
contratos em mercado futuro, etc.

2
Tipo de gráfico em forma de vela muito utilizado em análise técnica.

3
análise fundamentalista3, que leva em consideração os aspectos financeiros e econômicos
da empresa em questão.

É preciso ter em mente também, que a análise técnica não é uma ciência exata, e
que os resultados obtidos podem variar de acordo com as condições do mercado e a
interpretação dos indicadores utilizados. Por isso, é fundamental que o investidor tenha
conhecimento e experiência para utilizar corretamente essa ferramenta.

Em resumo, trata-se de uma importante ferramenta para os investidores que


desejam operar no mercado de capitais. Ela permite identificar tendências e padrões no
comportamento dos preços, facilitando a tomada de decisões de compra e venda de ativos
financeiros. No entanto, é preciso utilizá-la em conjunto com outros métodos e estar atento
às suas limitações.

2. TEORIA DE DOW

A Teoria de Dow é uma das bases da análise técnica utilizada no mercado de capitais.
Foi desenvolvida por Charles Dow, um dos fundadores do Wall Street Journal, e seu parceiro
Edward Jones, no final do século XIX. A teoria baseia-se em seis princípios básicos que
buscam identificar a tendência do mercado e, assim, ajudar os investidores a tomar decisões
de compra e venda de ações.

3
Análise fundamentalista é uma abordagem de análise financeira que visa avaliar o valor intrínseco de uma empresa ou ativo, com base em seus fundamentos
econômicos e financeiros. Esses fundamentos incluem fatores como a receita, o lucro, o fluxo de caixa, o endividamento e os mercados (fornecedores,
concorrentes e compradores).

4
O primeiro princípio da Teoria de Dow é que o mercado reflete tudo. Isso significa
que todas as informações relevantes que afetam o preço de um ativo financeiro, como
notícias, eventos econômicos, dados financeiros, entre outros, são refletidos no preço do
ativo. Dessa forma, a análise técnica busca identificar as tendências do mercado a partir da
análise dos movimentos dos preços.

O segundo princípio é que existem três tipos de tendências no mercado: a primária,


a secundária e a tendência de curto prazo ou terciária. A tendência primária é a tendência
geral do mercado, que pode durar de vários meses e até anos. Já a tendência secundária é
uma correção temporária na tendência primária, que pode durar de algumas semanas a
alguns meses. Por fim, a tendência de curto prazo é a oscilação diária dos preços.

O terceiro princípio é que as tendências do mercado possuem três fases: a


acumulação, a participação pública e a distribuição. Durante a fase de acumulação, os
investidores experientes compram ações a preços baixos. Na fase de participação pública, o
mercado começa a atrair investidores menos experientes e os preços começam a subir. Por
fim, na fase de distribuição, os investidores experientes começam a vender suas ações a
preços elevados, enquanto os menos experientes continuam comprando, até que a
tendência mude.

O quarto princípio é que o volume de negociação deve confirmar a tendência dos


preços. Ou seja, se os preços estão subindo, o volume de negociação também deve estar
aumentando, o que indica que há mais compradores do que vendedores no mercado. Da
mesma forma, se os preços estão caindo, o volume de negociação também deve estar
diminuindo.

O quinto princípio é que uma tendência continua até que haja um sinal claro de sua
reversão. Por isso, é importante que os investidores saibam identificar os sinais de mudança
de tendência, como o rompimento de um nível de suporte ou resistência.

O sexto princípio é que a média dos preços e os índices do mercado financeiro


podem fornecer uma visão geral da saúde do mercado. Se a média dos preços e os índices
estão subindo, isso pode indicar que o mercado está em uma tendência de alta saudável.

Resumindo, a Teoria de Dow é uma das bases da análise técnica utilizada no


mercado de capitais. Ela busca identificar as tendências a partir da observação dos
movimentos dos preços e do volume de negociação. Por meio de seus seis princípios, a
teoria ajuda os investidores a tomar decisões de compra e venda de ativos financeiros de
forma mais consciente.

3. GRÁFICOS UTILIZADOS EM ANÁLISE TÉCNICA

Os gráficos podem ser representados de diversas formas, entretanto, todos buscam


apresentar o desempenho de um ativo financeiro ao longo do tempo.

5
3.1 Tipos de Gráficos
Há vários tipos de gráficos utilizados, sendo os mais comuns o gráfico de linha, o de
barras e o de velas.
3.1.1 Gráficos de Linhas
O gráfico de linha é o mais simples de todos, sendo formado por linhas que
conectam os preços de fechamento de um ativo em um determinado período. Ele é útil para
mostrar a tendência de um ativo em um período mais longo.

3.1.2 Gráfico de Barras

O gráfico de barras é mais complexo, mostrando a variação dos preços ao longo do


tempo. Ele é formado por uma barra vertical que mostram a variação entre o preço máximo
e mínimo de um ativo em determinado período, e duas barras horizontais, sendo a da
esquerda representando o preço de abertura e a da direita o preço de fechamento no
mesmo período – figura 4.

3.1.3 Gráfico de Velas – Candlestick

Gráfico de velas ou candlestick é similar ao gráfico de barras, mas com uma


apresentação visual mais clara (ver figura 5). Foram desenvolvidos no Japão no século XVIII e
são amplamente utilizados na análise técnica moderna.

6
7
Ele é formado por um corpo retangular que mostra a variação entre o preço de
abertura e fechamento, preços máximo e mínimo de um ativo em um determinado período,
e os pavios mostram os. As velas podem ser verdes ou brancas quando o preço de
fechamento é maior do que o preço de abertura, ou vermelhas ou pretas quando o preço de
fechamento é menor do que o preço de abertura.

As velas podem ser classificadas em dois tipos principais: velas de alta e velas de
baixa. As velas de alta são caracterizadas por um corpo longo (branco ou verde), que indica
que o preço de fechamento foi mais alto do que o preço de abertura. As velas de baixa, por
outro lado, são caracterizadas por um corpo longo (preto ou vermelho), que indica que o
preço de fechamento foi mais baixo do que o preço de abertura.

Além das velas de alta e baixa, existem outros padrões gráficos de velas que podem
indicar a possível continuação ou reversão de uma tendência. Alguns exemplos de padrões
de velas incluem o martelo – figura 6 (que pode indicar uma reversão de baixa para alta), a
estrela da manhã – figura 7 (que pode indicar uma reversão de baixa para alta) e a estrela
cadente – figura 7 (que pode indicar uma reversão de alta para baixa).

Os gráficos em candlestick são populares entre os investidores e traders4 por serem


visualmente claros e fornecerem uma riqueza de informações em um único gráfico. No
entanto, é importante lembrar que a análise técnica baseada em candlestick deve ser usada
em conjunto com outras ferramentas para obter uma visão mais completa e confiável do
mercado.

4
São investidores de curto prazo, que operam ações e derivativos.

8
Todos esses tipos de gráficos são úteis para a análise técnica e podem ser utilizados
de forma combinada para obter informações mais detalhadas sobre a tendência de um ativo
e a possibilidade de variações futuras de preços.

É importante ressaltar que há outros tipos de gráficos como Renko, Heikin Ashi, Área,
etc., cuja utilização depende da estratégia do operador.

4. PERIODICIDADE DOS GRÁFICOS

É comum utilizar gráficos com diferentes periodicidades, desde minutos até meses,
dependendo do objetivo do analista e do prazo de investimento do investidor.

Os gráficos de curto prazo, como os de 1 min, 5 min, 15 min e 30 min, são utilizados
para operações de day trade5 e swing trade6. Eles mostram a variação dos preços em um
curto período de tempo e são úteis para identificar tendências de curto prazo e sinais de
compra ou venda.

5
Operação executada em um mesmo dia.
6
Operações que duram dias até semanas.

9
Já os gráficos de médio prazo, como os de 1 h, 4 h e diário, são utilizados para
operações de position trade7. Eles mostram a variação dos preços em um período mais
longo e são úteis para identificar tendências de médio prazo e sinais de reversão.

Por fim, os gráficos semanais e mensais são utilizados para análise e investimentos
de longo prazo. Eles mostram a variação dos preços em um período ainda maior e são úteis
para identificar tendências de longo prazo e sinais de reversão. São muito utilizados para
investidores que usam a estratégia de buy and hold8.

É importante ressaltar que a escolha da periodicidade dos gráficos deve ser feita de
acordo com o perfil e o objetivo do investidor. Investidores de curto prazo podem utilizar
gráficos de curto prazo para identificar oportunidades de lucro rápido, enquanto
investidores de longo prazo podem utilizar gráficos de longo prazo para identificar
tendências de longo prazo e tomar decisões mais fundamentadas sobre suas posições.

Deve-se sempre levar em conta que a periodicidade dos gráficos é um fator


importante na análise técnica e deve ser escolhida de acordo com o objetivo e prazo de
investimento. A escolha correta pode ajudar a identificar tendências, sinais de compra ou
venda e oportunidades de lucro no mercado de capitais.

5. ESCALAS GRÁFICAS

As escalas gráficas são ferramentas importantes na análise técnica que ajudam a


visualizar as tendências e os movimentos dos preços de um ativo no tempo. Uma escala
gráfica é usada para estabelecer a relação entre os preços e o tempo no gráfico.

Há duas escalas gráficas principais utilizadas na análise técnica: a aritmética e a


logarítmica. A escala aritmética é a escala mais comum utilizada em gráficos financeiros.
Nessa escala, cada intervalo vertical no gráfico representa um mesmo valor absoluto em
termos de preços. Por exemplo, se a escala for 1 ponto para cada intervalo vertical, então
um movimento de esse ponto para cima ou para baixo terá a mesma distância vertical em
todo o gráfico, independentemente do preço. A escala logarítmica, por outro lado, é usada
para mostrar a variação percentual do preço. Nessa escala, os intervalos verticais no gráfico
representam a mesma variação percentual em termos de preços. Por exemplo, um
movimento de 10% no preço terá a mesma distância vertical em todo o gráfico,
independentemente do preço inicial. A escolha entre a escala aritmética ou a escala
logarítmica depende do objetivo da análise técnica. A escala aritmética é útil para visualizar
movimentos absolutos de preços em um curto período de tempo, enquanto a escala
logarítmica (figura 8) é mais adequada para visualizar tendências de longo prazo e
movimentos percentuais de preços.

7
Operações focadas no longo prazo que duram semanas ou meses.
8
Termo usado no mercado financeiro que significa, em uma tradução livre, “comprar e segurar” ou “comprar e
manter”, isto é, quando o investidor adquire ativos que levará por muitos anos ou até mesmo para sempre.

10
Em resumo, as escalas gráficas são ferramentas importantes na análise técnica para
visualizar tendências e movimentos de preços no tempo. A escolha da escala adequada
depende do objetivo da análise e pode afetar a interpretação dos movimentos de preços no
gráfico.

6. PADRÕES GRÁFICOS

São formas recorrentes que aparecem nos gráficos de preços de ativos financeiros e
que podem ser interpretadas pelos analistas para identificar tendências de mercado. Esses
padrões podem ser formados por linhas, figuras geométricas ou combinações desses
elementos. Alguns exemplos de padrões gráficos incluem retângulos, triângulos, bandeiras,
cabeça e ombros, flâmulas e pivôs. Cada padrão pode ter implicações diferentes para o
movimento futuro do preço do ativo. Por exemplo, um triângulo ascendente pode indicar
uma tendência de alta iminente, enquanto um triângulo descendente pode indicar uma
tendência de baixa.
6.1 Topos e Fundos

São termos usados para descrever os pontos mais altos e mais baixos em um gráfico
de preços (figura 9). Os topos são os pontos mais altos atingidos pelos preços de um ativo
em um determinado período de tempo, enquanto os fundos são os pontos mais baixos.

A identificação de topos e fundos é importante na análise técnica, pois eles podem


indicar a formação de tendências de alta ou baixa nos preços. Quando os topos e fundos

11
estão em ascensão, isso pode indicar uma tendência de alta, enquanto uma sequência de
topos e fundos descendentes pode indicar uma tendência de baixa.

Além disso, os topos e fundos podem ser usados para identificar linhas de suporte e
resistência no gráfico. A linha de suporte é um nível de preço em que a demanda é
considerada forte o suficiente para impedir que os preços caiam ainda mais, enquanto o
nível de resistência é um nível de preço em que a oferta é considerada forte o suficiente
para impedir que os preços subam ainda mais.

Os topos e fundos também podem ser usados para identificar padrões gráficos,
como padrões de cabeça e ombros9, que podem indicar uma reversão da tendência atual de
preços.

Em resumo, os topos e fundos são pontos importantes em análise técnica que


podem ajudar a identificar tendências de alta ou baixa, níveis de suporte e resistência e
padrões gráficos. A identificação correta desses pontos pode ser útil para tomar decisões de
compra ou venda de ativos financeiros.

6.2 Suporte e Resistência

São termos usados para descrever níveis de preço em que a oferta e a demanda de
um ativo financeiro estão equilibradas e afetam a direção dos preços.

9
Padrão de figura formado por um pico de maior intensidade na parte central e dois picos de menores
intensidade antes e depois deste pico central.

12
O suporte é um nível de preço em que a demanda por um ativo é suficientemente
forte para evitar que os preços caiam ainda mais. Ou seja, é uma área onde os compradores
são atraídos para o mercado, gerando uma pressão de compra que equilibra a pressão de
venda. Quando o preço atinge uma zona de suporte, os investidores esperam que os preços
subam novamente.

A resistência é um nível de preço em que a oferta por um ativo é suficientemente


forte para impedir que os preços subam ainda mais. Ou seja, é uma área onde os
vendedores são atraídos para o mercado, gerando uma pressão de venda que equilibra a
pressão de compra. Quando o preço atinge uma zona de resistência, os investidores
esperam que os preços caiam novamente.

A identificação de suporte e resistência é importante na análise técnica, pois esses


níveis podem indicar a formação de tendências de alta ou baixa nos preços. Quando o preço
atinge um nível de suporte, espera-se que os preços subam novamente, enquanto um nível
de resistência pode-se esperar uma queda nos preços.

Os níveis de suporte e resistência (figura 10) também podem ser usados para
identificar pontos de entrada e saída de uma operação no mercado financeiro. Por exemplo,
um investidor pode optar por comprar um ativo quando o preço atinge um nível de suporte,
enquanto pode optar por vender quando o preço atinge um nível de resistência. Além disso,
os níveis de suporte e resistência podem ser usados para identificar possíveis padrões de
preços, como o padrão de trading range10, que indica uma estabilidade do preço dentro de
um intervalo de suporte e resistência.

10
Estratégia de negociação que envolve identificar regiões formadas por zonas de suporte e resistência.

13
As regiões de suporte e resistência são fundamentais na análise técnica, pois podem
ajudar a identificar pontos importantes de entrada e saída de uma operação no mercado
financeiro.

6.3 Tendências de Preços

A tendência de preços de mercado é um conceito importante na análise técnica e


descreve a tendência dos preços de um ativo financeiro em um determinado período de
tempo. Identificar a tendência de preços é uma das principais formas de analisar o mercado
financeiro e pode ajudar a determinar se um ativo está em alta, em queda ou em um
período de estabilidade.

Existem três tipos de tendências de preços: tendência de alta, tendência de baixa e


tendência lateral (ou de estabilidade). A tendência de alta ocorre quando os preços de um
ativo financeiro estão se movendo consistentemente em uma direção ascendente,
formando topos e fundos ascendentes no gráfico de preços. Já a tendência de baixa ocorre
quando os preços estão se movendo consistentemente em uma direção descendente,
formando topos e fundos descendentes. Por fim, a tendência lateral ocorre quando os
preços se movem em um intervalo de preços relativamente estável, sem direção clara.

A identificação correta da tendência de preços é importante para a tomada de


decisões no momento de comprar ou vender um ativo financeiro. Isso porque, em geral, é
mais fácil ganhar dinheiro em uma tendência de alta, pois os preços tendem a subir e os
investidores podem comprar um ativo antes que ele aumente de valor e vendê-lo
posteriormente a um preço mais alto. Por outro lado, em uma tendência de baixa, os preços
tendem a cair, o que pode levar a perdas financeiras para os investidores que compraram o
ativo a um preço mais alto.

A análise técnica pode ajudar a identificar a tendência de preços de um ativo


financeiro por meio do uso de gráficos de preços, indicadores técnicos e outras ferramentas
de análise. É importante lembrar que as tendências de preços são dinâmicas e podem
mudar rapidamente, portanto, os investidores precisam estar sempre atentos às mudanças
no mercado financeiro.

6.3.1 Linhas de Tendências

Linhas de tendências são usadas para identificar a direção da tendência de preços de


um ativo financeiro. Essas linhas são traçadas em um gráfico de preços, conectando pontos
de preço relevantes, como topos ou fundos, e ajudam a visualizar a direção da tendência do
ativo.

Uma linha de tendência de alta (figura 11) é traçada conectando dois ou mais fundos
ascendentes em um gráfico de preços, mostrando a direção geral ascendente. Por outro
lado, uma linha de tendência de baixa (figura 12) é traçada conectando dois ou mais topos
descendentes no gráfico de preços, mostrando a direção geral descendente.

14
15
As linhas de tendências podem ajudar os investidores a identificar padrões de preços
que podem indicar uma possível reversão de tendência. Se a linha de tendência de alta for
rompida, pode indicar uma mudança na direção da tendência, com a possibilidade de uma
tendência de baixa em desenvolvimento. De maneira semelhante, se a linha de tendência
de baixa for rompida, pode indicar uma mudança na direção da tendência, com a
possibilidade de uma tendência de alta em desenvolvimento.

Vale ressaltar que a identificação de linhas de tendência é subjetiva e pode variar de


investidor para investidor. No entanto, quando usadas em conjunto com outras ferramentas
de análise técnica, as linhas de tendência podem fornecer informações valiosas para ajudar
os investidores a tomar decisões na hora de investir.

6.4 Canais de Alta e de Baixa

Canais de alta e de baixa são padrões de movimentos de preços encontrados na


análise técnica que ajudam a identificar tendências de mercado. Esses padrões são
formados por duas linhas de tendência que delimitam um canal em um gráfico de preços,
permitindo aos investidores identificar áreas onde o preço pode se mover.

Um canal de alta (figura 13) é formado por duas linhas de tendência inclinadas para
cima, onde a linha de suporte representa os fundos ascendentes e a linha de resistência é
traçada conectando os topos ascendentes. Essas linhas delimitam um canal onde o preço do
ativo financeiro pode oscilar. O preço geralmente aumenta dentro desse canal, movendo-se
em direção à linha de resistência antes de recuar em direção à linha de suporte. Se o preço
ultrapassar a linha de resistência, isso pode indicar uma possível continuação da tendência
de alta. Por outro lado, se o preço romper a linha de suporte, isso pode indicar uma
mudança na direção da tendência.

16
Já um canal de baixa (figura 14) é formado por duas linhas de tendência inclinadas
para baixo, onde a linha de resistência é formada pelos topos descendentes e a linha de
suporte é traçada conectando os fundos descendentes. Essas linhas delimitam um canal
onde o preço do ativo financeiro pode oscilar, com o preço geralmente caindo dentro desse
canal. Se o preço ultrapassar a linha de suporte, isso pode indicar uma possível continuação
da tendência de baixa. Por outro lado, se o preço romper a linha de resistência, isso pode
indicar uma mudança na direção da tendência.

Os canais de alta e de baixa são úteis para os investidores, pois ajudam a identificar
os níveis de suporte e resistência, permitindo que eles ajustem suas estratégias de
investimento de acordo com a direção da tendência do mercado. No entanto, assim como
com qualquer técnica de análise, é importante lembrar que os canais de alta e de baixa não
garantem o sucesso dos investimentos e o preço do ativo financeiro pode mudar
rapidamente, exigindo que os investidores sejam diligentes em sua análise e tomada de
decisões.

6.5 Gap

Gap, ou lacuna em português, são uma ocorrência que acontece quando o preço de
um ativo financeiro salta significativamente para cima ou para baixo sem ter negociado em
um intervalo de preços intermediário. Essa movimentação de preço causa uma interrupção
na continuidade do gráfico de preços (figura 15), criando um “espaço” ou “vazio” no gráfico.

17
Os gap podem ocorrer por diversos motivos, como notícias inesperadas, eventos
econômicos, anúncios de resultados corporativos ou simplesmente pela ausência de
compradores ou vendedores no mercado em determinado momento.

Os gap são classificados de acordo com sua direção em relação à tendência de


mercado atual. Um gap de alta ocorre quando o preço de abertura de um ativo financeiro
está acima do preço de fechamento anterior, indicando um aumento súbito na demanda e
possível continuação da tendência de alta. Por outro lado, um gap de baixa ocorre quando o
preço de abertura está abaixo do preço de fechamento anterior, indicando uma diminuição
repentina na demanda e possível continuação da tendência de baixa.

Os gap são frequentemente considerados como áreas de suporte e resistência


significativas, já que o preço tende a voltar e preencher a lacuna no gráfico em algum
momento. Esses gap podem fornecer aos investidores pontos de entrada e saída do
mercado, permitindo que eles ajustem suas estratégias de investimento de acordo com a
direção da tendência de preços.

No entanto, é importante lembrar que os gap nem sempre são preenchidos


imediatamente e podem permanecer no gráfico por um período prolongado de tempo.
Além disso, os gap podem ser falsos sinais devido à volatilidade do mercado, portanto, os
investidores devem usar outras ferramentas de análise técnica para confirmar a direção da
tendência antes de tomar decisões de investimento.

18
6.6 Ilha de Reversão

Ilha de reversão (figuras 16 e 17) é um padrão de análise técnica que ocorre quando
um gap é formado entre duas áreas de suporte ou resistência e, posteriormente, é
preenchido. A formação da ilha de reversão pode sinalizar uma possível mudança na
tendência do mercado, especialmente se o gap é preenchido em uma direção oposta à
tendência atual.

19
A formação da ilha de reversão geralmente ocorre em um período curto de tempo, o
que significa que o gap é formado em um dia e preenchido no dia seguinte ou em um
período de tempo muito curto. Esse padrão é considerado muito significativo, pois indica
uma mudança súbita na demanda ou na oferta do ativo financeiro. Por exemplo, imagine
que uma ação está em uma tendência de alta e alcança um pico em um determinado preço,
formando uma área de resistência. Depois disso, há um gap para baixo, em que o preço de
abertura é significativamente menor do que o preço de fechamento anterior, formando
uma ilha de reversão. Se o preço continuasse a cair sem preencher o gap, seria um sinal de
que a tendência de alta pode ter terminado e que uma nova tendência de baixa pode estar
começando.

No entanto, é importante notar que a ilha de reversão é um padrão relativamente


raro e pode ser enganoso em alguns casos. Portanto, é essencial que os investidores usem
outras ferramentas de análise técnica, como indicadores de tendência e análise de suporte e
resistência, para confirmar a direção da tendência antes de tomar decisões de investimento
com base na ilha de reversão.

6.7 Padrões Gráficos de Continuação e Reversão

Os padrões gráficos podem ser classificados em dois tipos principais: padrões de


continuação e padrões de reversão.

6.7.1 Padrões de Continuação

Os padrões de continuação são formações gráficas que indicam uma pausa


temporária na tendência antes que o preço do ativo financeiro continue se movendo na
mesma direção da tendência anterior. Esses padrões geralmente sinalizam que os
participantes do mercado estão tomando uma pausa para avaliar suas posições e decidir se
devem continuar comprando ou vendendo o ativo financeiro. Alguns exemplos de padrões
de continuação incluem bandeiras (figura 18), retângulos e triângulos (figura 19), cunhas
(figura 20) e flâmulas (figura 21).

20
21
6.7.2 Padrões de Reversão

Os padrões de reversão são formações gráficas que indicam uma possível mudança
na direção da tendência atual. Esses padrões são formados quando o preço do ativo
financeiro atinge um ponto de exaustão, sinalizando que a pressão compradora ou
vendedora está diminuindo e que uma nova tendência pode estar começando. Alguns
exemplos de padrões de reversão incluem cabeça e ombros e fundo arredondado (figura
22), topo duplo (figura 23), topo arredondado (figura 24).

22
23
É importante ressaltar que nem todos os padrões gráficos são válidos e confiáveis. É
fundamental que os investidores usem outras ferramentas, como indicadores de tendência,
análise de suporte e resistência e volume de negociações, para confirmar a direção da
tendência antes de tomar decisões com base em padrões gráficos. Além disso, é importante
lembrar que a análise técnica não é uma ciência exata e, portanto, os investidores devem
sempre estar preparados para lidar com riscos e incertezas.

Outros padrões gráficos de velas, já citados anteriormente, podem indicar uma


possível continuação ou reversão de uma tendência incluem o martelo – figura 6 (que pode
indicar uma reversão de baixa para alta), a estrela da manhã – figura 7 (que pode indicar
uma reversão de baixa para alta) e a estrela cadente – figura 7 (que pode indicar uma
reversão de alta para baixa).

7. INDICADORES EM ANÁLISE TÉCNICA

Indicadores são ferramentas que utilizam cálculos matemáticos e estatísticos para


ajudar os investidores e traders a identificar tendências, pontos de entrada e saída de uma
operação, força do mercado e outros aspectos relevantes na tomada de decisão de
investimento. Existem muitos indicadores disponíveis, mas alguns dos mais comuns
incluem:

Bandas de Bollinger: indicador que usa uma média móvel e o desvio padrão para mostrar a
volatilidade11 de um ativo financeiro. As bandas de Bollinger ajudam a identificar pontos de
entrada e saída de uma operação.
Fibonacci: um indicador baseado na sequência de Fibonacci, que é usada para identificar
níveis de suporte e resistência.
Índice de Força Relativa (IFR): indicador que mede a força de uma tendência. Ele varia de 0
a 100 e identifica quando um ativo financeiro está sobre comprado 12, quando o valor do IFR
está próximo ou acima de 70, ou sobre vendido13, quando o valor do IFR está próximo ou
abaixo de 30.
MACD: esta sigla corresponde ao termo moving average convergence divergence, ou
média móvel convergente divergente. Este indicador foca nas médias móveis exponenciais.
As mais utilizadas são a de 12 períodos (rápida) e a de 26 períodos (lenta). Além disso, é
indicado quando se observa o cruzamento das médias móveis para entender se elas
convergem ou divergem. Geralmente, as divergências como as convergências mostram uma
reversão de tendência, enquanto pontos de interseção favorecem a entrada nas operações.

11
É uma medida estatística que aponta a frequência e a intensidade das oscilações no preço de um ativo ou
derivativo em um período determinado de tempo.
12
Significa que um ativo passou por um movimento de valorização intenso ou prolongado e está próximo de
reverter, ou seja, iniciar um movimento de baixa.
13
Significa que um ativo passou por um movimento de desvalorização intenso ou prolongado e está próximo de
reverter, ou seja, iniciar um movimento de alta.

24
Médias Móveis: indicador que mostra a média dos preços de um ativo financeiro num
determinado período de tempo. As médias móveis ajudam a identificar tendências e pontos
de reversão.
Oscilador Estocástico: indicador que compara o preço atual de um ativo financeiro com seus
preços máximos e mínimos, ajudando a identificar quando um ativo financeiro está sobre
comprado ou sobre vendido. Este oscilador varia de 0 a 100 e aponta momentos em que um
ativo pode estar acima de 80 num movimento de valorização intenso ou prolongado (maior
risco de comprar, ideal para vender) e abaixo de 20 num movimento de desvalorização
intenso ou prolongado (maior risco para vendas, ideal para comprar).
Volume: é um indicador importante para avaliar a força de uma tendência ou padrão
gráfico. Ele é calculado multiplicando o número de ativos negociados em um período pelo
valor desses ativos. Por meio dele é possível analisar a liquidez de um ativo. Quanto maior é
o volume, maior é o interesse do mercado nesse ativo. Por outro lado, quando há poucas
movimentações envolvendo o ativo, significa que o mercado não está tão interessado nele.
VWAP: é a sigla para Volume Weighted Average Price, ou Preço Médio Ponderado por
Volume que representa o preço médio das negociações num determinado período
ponderado pelo volume das negociações. Se o preço estiver afastado deste indicador
significa que o ativo pode estar sobre comprado ou sobre vendido podendo indicar um
momento de entrada ou saída de uma operação.

Cada indicador possui suas próprias limitações é importante utilizá-los em conjunto


com outras ferramentas de análise técnica para obter uma visão mais completa e precisa do
mercado.

8. ESTRATÉGIAS COM MÉDIAS MÓVEIS

A estratégia com médias móveis é uma das mais populares na análise técnica. Ela é
baseada na utilização de duas ou mais médias móveis de diferentes períodos para identificar
pontos de entrada e saída no mercado.

Existem dois tipos principais de médias móveis: a média móvel simples ou aritmética
(MMS) e a média móvel exponencial (MME). A MMS é a média dos preços de um ativo
financeiro em um determinado período de tempo, enquanto a MME dá mais peso aos
preços mais recentes.

A estratégia com médias móveis envolve a comparação entre a média móvel de


curto prazo e a de longo prazo. Quando a média móvel de curto prazo cruza acima da média
móvel de longo prazo, isso é um sinal de compra. Por outro lado, quando a média móvel de
curto prazo cruza abaixo da média móvel de longo prazo, isso é um sinal de venda (figura
25).

Por exemplo, um trader pode usar uma MMS de 50 dias e uma MMS de 200 dias
para identificar tendências de alta ou baixa. Se a MMS de 50 dias cruza acima da MMS de
200 dias, isso é um sinal de compra, indicando uma tendência de alta. Por outro lado, se a

25
MMS de 50 dias cruza abaixo da MMS de 200 dias, isso é um sinal de venda, indicando uma
tendência de baixa.

É importante lembrar que a estratégia com médias móveis não é infalível e pode
falhar em certas situações de mercado. Portanto, é recomendável utilizar outras
ferramentas de análise e gerenciamento de risco para aumentar as chances de sucesso.

9. ESTRATÉGIAS COM SEQUÊNCIA DE FIBONACCI

A sequência de Fibonacci é uma série matemática de números em que cada número


é a soma dos dois números anteriores: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, …, etc. Essa sequência
tem aplicações na análise técnica do mercado financeiro.

Uma das estratégias com sequência de Fibonacci é a utilização dos níveis de retração
de Fibonacci (figura 26) para identificar possíveis pontos de reversão em uma tendência.
Esses níveis são calculados a partir dos pontos extremos de uma tendência e são colocados
em um gráfico para determinar áreas de suporte e resistência. Os níveis mais comuns são
38,2%, 50% e 61,8%, que indicam possíveis pontos de reversão de uma tendência. Se um
ativo financeiro atinge um desses níveis de retração de Fibonacci, pode ser um sinal de que
a tendência atual está perdendo força e pode se reverter.

Outra estratégia com sequência de Fibonacci é a utilização das projeções de


Fibonacci (figura 27) para identificar possíveis alvos de preço. Esses níveis são calculados a
partir dos pontos extremos de uma tendência e são colocados em um gráfico para

26
determinar possíveis níveis de resistência ou suporte. Os níveis mais comuns são 127,2%,
161,8% e 261,8%, que indicam possíveis áreas de resistência ou suporte para o ativo
financeiro. Se um ativo financeiro atinge um desses níveis de extensão de Fibonacci, pode
ser um sinal de que o preço pode se mover na direção oposta.

É importante lembrar que a estratégia com sequência de Fibonacci não é infalível e


pode falhar em certas situações de mercado. Portanto, é recomendável utilizar outras
ferramentas de análise e gerenciamento de risco para aumentar as chances de sucesso.
Além disso, é importante lembrar que a sequência de Fibonacci é apenas uma ferramenta e
não deve ser usada isoladamente para tomar decisões de investimento.
10. ESTRATÉGIAS COM BANDAS DE BOLLINGER

As Bandas de Bollinger são uma ferramenta de análise técnica que consistem em


duas linhas curvas desenhadas em um gráfico de preços. As bandas são criadas a partir de
uma média móvel simples, geralmente de 20 períodos, que é usada como linha central, e
duas bandas, uma acima e outra abaixo, que representam os desvios padrões da média
móvel.

Uma estratégia com bandas de Bollinger é a utilização da largura das bandas para
identificar a volatilidade do mercado (figura 28). Quando as bandas estão estreitas, indica
uma baixa volatilidade e um possível consolidação de preços. Quando as bandas estão
amplas, indica uma alta volatilidade e uma possível reversão de tendência.

27
Outra estratégia com bandas de Bollinger é a utilização das bandas como níveis de
suporte e resistência. Quando os preços se aproximam da banda superior, é um sinal de que
o ativo financeiro está sobre comprado e pode haver uma reversão de tendência em breve.
Quando os preços se aproximam da banda inferior, é um sinal de que o ativo financeiro está
sobre vendido e pode haver uma reversão de tendência em breve.

Uma terceira estratégia é a utilização da quebra das bandas para identificar possíveis
pontos de entrada ou saída do mercado. Quando o preço ultrapassa a banda superior, é um
sinal de que a tendência pode continuar em alta. Quando o preço ultrapassa a banda
inferior, é um sinal de que a tendência pode continuar em baixa.

É importante lembrar que a estratégia com bandas de Bollinger não é infalível e pode
falhar em certas situações de mercado. Portanto, é recomendável utilizar outras
ferramentas de análise e gerenciamento de risco para aumentar as chances de sucesso.
Além disso, é importante lembrar que as bandas de Bollinger são apenas uma ferramenta
de análise técnica e não devem ser usadas isoladamente para tomar decisões de
investimento.

11. ASPECTOS EMOCIONAIS DURANTE AS OPERAÇÕES NO MERCADO

Controlar os aspectos emocionais durante as operações no mercado pode ser um


desafio para muitos investidores. Afinal, a bolsa é um ambiente onde as emoções podem

28
afetar diretamente as decisões financeiras. No entanto, existem algumas estratégias que
podem ajudar a manter as emoções sob controle durante as operações, tais como:

1. Estabeleça um plano de investimento claro e siga estratégias de investimento


definidas, evitando tomar decisões impulsivas com base em emoções.
2. Defina limites de perda para cada operação, ou seja, defina previamente o valor
máximo que você está disposto a perder em uma operação e saia imediatamente se
esse limite for atingido.
3. Mantenha a disciplina em relação ao seu plano de investimento e estratégias
definidas, mesmo quando o mercado se comporta de maneira imprevisível.
4. Não tome decisões baseadas em medo ou ganância, mas com base em análises
técnicas e fundamentalista e não deixe que o medo ou a ganância influenciem suas
decisões.
5. Mantenha a calma em situações de estresse e ansiedade, evitando operar sob
pressão ou em momentos de pânico.
6. Gerencie o risco das operações, evitando colocar todo o seu capital em uma única
operação e diversificando seus investimentos.
7. Aprenda com os erros e mantenha uma atitude positiva em relação aos resultados,
evitando se abater com as perdas e comemorando as vitórias com moderação.

Em resumo, para controlar os aspectos emocionais durante as operações na bolsa de


valores é importante estabelecer: um plano de investimento claro, manter a disciplina,
tomar decisões baseadas em análises técnicas e fundamentalista, gerenciar o risco e manter
a calma em situações de estresse. Ao seguir essas estratégias, é possível manter as emoções
sob controle e aumentar as chances de sucesso nas operações.

12. GERENCIAMENTO E CONTROLE DE CAPITAL FINANCEIRO

Gerenciar o capital financeiro e controlar as operações no mercado de capitais é


fundamental para investidores que desejam ter sucesso no longo prazo e evitar perdas
desnecessárias. Aqui estão algumas dicas para ajudar a gerenciar seu capital financeiro e
controlar suas operações no mercado de capitais:

1. Antes de investir, estabeleça um objetivo de investimento claro e realista. Defina


seus objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo e estabeleça um plano de
investimento consistente com esses objetivos.
2. Estabeleça limites de perda para cada operação e saia imediatamente se esses
limites forem atingidos. Isso ajudará a controlar as perdas e evitar que uma operação
ruim prejudique todo o seu capital.
3. Diversifique seus investimentos aplique seus recursos em diferentes tipos de ativos e
em diferentes setores da economia. Isso ajudará a reduzir o risco e proteger seu
capital financeiro.

29
4. Aprenda a usar a alavancagem14 com moderação, pois apesar de poder aumentar os
lucros potenciais, pode também, aumentar as perdas. Use a alavancagem com
moderação e sempre entenda o risco envolvido antes de usá-la.
5. Mantenha um diário de operações para controlar suas operações e identificar
padrões de comportamento. Isso ajudará você a identificar quais estratégias
funcionam melhor para você e quais precisam ser ajustadas.
6. Acompanhe as notícias do mercado e com os desenvolvimentos econômicos e
políticos. Isso ajudará você a tomar decisões mais informadas e a entender melhor
as tendências do mercado.
7. Use ferramentas de análise técnica para avaliar o desempenho dos ativos e
identificar oportunidades de compra e venda. Isso o ajudará a reduzir o risco de
perdas.
8. Aprenda com seus erros, use-os como uma oportunidade para melhorar suas
habilidades de investimento. Isso ajudará você evitar cometer os mesmos erros no
futuro e a ter mais sucesso no mercado de capitais.

Em resumo, para gerenciar seu capital financeiro e controlar suas operações no


mercado de capitais, é importante definir um objetivo de investimento claro, estabelecer
limites de perda, diversificar seu portfólio, usar a alavancagem com moderação ou até não
usar, acompanhar as notícias do mercado, usar ferramentas de análise técnica e aprender
com seus erros. Ao seguir essas dicas, você pode aumentar suas chances de sucesso no
mercado de capitais e proteger seu capital financeiro.

13. CONCLUSÃO

As operações no mercado de capitais são realizadas por investidores e traders que


buscam obter lucro através da compra e venda de ações, títulos, moedas e commodities. A
análise técnica é uma das principais ferramentas utilizadas para identificar tendências,
suportes, resistências e padrões gráficos, sendo aplicada em diferentes prazos (curto, médio
e longo prazo). Entre as estratégias mais utilizadas estão o uso de médias móveis, sequência
de Fibonacci e bandas de Bollinger. Além disso, é importante controlar os aspectos
emocionais durante as operações e gerenciar o capital financeiro de forma adequada,
estabelecendo limites de perda e ganho e diversificando a carteira de investimentos. É
fundamental também estar atualizado sobre as notícias e eventos que podem influenciar o
mercado, como políticas econômicas, decisões de bancos centrais e resultados de empresas,
entre outros. As operações no mercado de capitais envolvem riscos e, por isso, é
recomendado buscar conhecimento e orientação profissional antes de investir.

14
A alavancagem financeira consiste em utilizar o endividamento para financiar qualquer operação. É o uso
de recurso além do montante que se recebe por meio de um crédito.

30
BIBLIOGRAFIA

Abe, Marcos, Manual de Análise Técnica: Essência e Estratégias Avançadas: Tudo o que um
Investidor Precisa Saber Para Prosperar na Bolsa de Valores Até em Tempos de Crise, São
Paulo, Novatec, 2017.

Aziz, Andrew: Menezes, Alfredo: Sette, Lourdes Day Trade: Técnicas, Gestão de Risco,
Alocação e Psicologia do Investidor, São Paulo, Edipro, 2023.
Debastiani, Carlos Alberto, Candlestick: Um Método Para Ampliar Lucros na Bolsa de
Valores, São Paulo, Novatec, 2007.

Edwards, Robert D. e Magee, John: Technical Analysis of Stock Trends, 2008.

Figuras Gráficas – WebCharts Trade Zone HTML5: Home Brokers XP.

Gunther, Max: Os Axiomas de Zurique, Grupo Editorial Record, 2006.

Lemos, Flávio A. C. A., Análise Técnica dos Mercados Financeiros, São Paulo, Saraiva, 2018.

Murphy, John J., Análise Técnica dos Mercados Financeiros, Alta Books, 2021.

O’ Neil, William J.: How to Make Money in Stocks, São Paulo, McGraw-Hills Education, 2009.

Pring, Martin J., Technical Analysis Explained, Fifth Edition: The Successful Investor’s Guide
to Spotting Investment Trends and Turning Points, New York, McGraw-Hills Education, 5ª
Edição, 2014.

Rockfeller, Barbara Análise Técnica para leigos: Os Primeiros Passos para o Sucesso, Rio de
Janeiro Alta Books, 2021.

31
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Gráfico de Velas ou Candlestick 2

Figura 2 – Charles Dow: Fundador do Wall Street Journal 3


Figura 3 – Gráfico de Linhas 4
Figura 4 – Gráfico de Barras 5
Figura 5 – Gráfico de Velas 5
Figura 6 – Martelo 6
Figura 7 – Estrela de Manhã e Estrela Cadente 6
Figura 8 – Gráfico de Velas: Escala Logarítmica 8
Figura 9 – Topos e Fundos 9
Figura 10 – Linhas de Suporte e Resistência 10
Figura 11 – Linha de Tendência de Alta 11
Figura 12 – Linha de Tendência de Baixa 12
Figura 13 – Canal de Tendência de Alta 12
Figura 14 – Canal de Tendência de Baixa 13
Figura 15 – Gap 13
Figura 16 – Ilha de Reversão 14
Figura 17 – Ilha de Reversão 14
Figura 18 – Bandeiras 15
Figura 19 – Retângulo e Triângulo 15
Figura 20 – Cunha 16
Figura 21 – Flâmula 16
Figura 22 – Ombro_Cabeça_Ombro: Fundo Arredondado 16
Figura 23 – Topo Duplo 17
Figura 24 – Topo Arredondado 17
Figura 25 – Estratégias com Médias Móveis 19
Figura 26 – Retração de Fibonacci 19
Figura 27 – Projeção de Fibonacci 20
Figura 28 – Bandas de Bollinger 20

32
ÍNDICE REMISSIVO

Ações: 1, 2, 3, 4, 5, 8. 30 Fundo: 3, 11, 12, 14,16, 17,22, 32 Osciladores: 1, 3

Análise fundamentalista: 4 Fundos Ascendentes: 14, 16 Padrões de continuação: 20

Análise Técnica: 1, 3, 4, 5, 6, 8, 9,
10, 11, 12, 13, 14, 16, 18, 19,24, 25, Fundos Descendentes: 12, 14, 17 Padrões de reversão: 1, 20, 22
26, 27, 28, 30, 31

Aritmética: 10, 25 Gap: 17, 18, 19, 20, 32 Position trade; 10

Gráfico: 1, 2, 3, 5, 6, 8, 9, 10, 11,


Ativo financeiro: 3, 5, 14, 17, 18,
12, 14, 16, 17, 18, 20, 24, 25, 26, Princípios: 1, 4, 5
20, 24, 25, 26, 27, 28
27, 30, 32

Resistência: 1, 5, 12, 13, 16, 17, 18,


Bandeira: 11, 20, 32 Ilha de Reversão: 19, 20, 32
19, 20, 24, 26, 27, 28, 30, 32

Buy and hold: 10 Indicadores: 1, 3, 4, 14, 20, 24 Retângulo: 11, 20, 32

Suporte: 1, 5, 12, 13, 16, 17,18, 19,


Canal de alta: 16 Índice de Força Relativa: 18
20, 24, 26, 27, 28, 30, 32

Linha de tendência de alta: 14, 16,


Canal de baixa: 17 Swing trade: 9
32

Canal: 16, 17, 32 Linha de tendência de baixa: 14, 32 Tendências de preços: 1, 14

Candlestick: 3, 6, 8, 31, 32 Logarítmica: 10, 32 Teoria de Dow: 4, 5, 32

Cunha: 20, 32 Média móvel: 24, 25, 27 Topos ascendentes: 16

Médias móveis: 1, 3, 24, 25, 26, 30,


Day trade: 9, 31 Topos descendentes: 17
32

Escala: 10, 11, 32 Ombro Cabeça Ombro: 1, 2, 3, 32 Trader: 8, 24, 25, 30

Flâmula: 11, 20, 32 Osciladores técnicos: 3 Triângulo: 11, 20, 32

33

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