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ANÁLISE DE
INVESTIMENTOS E
ENGENHARIA
ECONÔMICA
Profª. Drª. Kezia de Lucas Bondezan

Oportunidades de aprendizagem
Prezado(a) pós-graduando(a), esta unidade tem, como objetivo, oferecer a você os elementos básicos do estudo da Matemática
Financeira e da Análise de Investimentos. Elementos esses fundamentais para que você tenha critérios técnicos e científicos no
processo de tomada de decisão. Os principais conceitos trabalhados nesta unidade mostrarão a importância de conhecer a taxa de
juros e as suas especificidades e como elas podem influenciar as suas decisões de investimento. Após a compreensão deste
conceito, utilizaremos tais especificidades em critérios econômicos de decisão, por meio da apresentação de métodos que lhe
possibilitem avaliar a performance financeira dos projetos de investimentos da empresa ou da organização na qual você atua. De
forma objetiva, aprenderemos conceitos de Matemática Financeira, Taxa Mínima de Atratividade, Critérios Econômicos de
Decisão, Circunstâncias Específicas bem como as suas aplicações práticas, por meio de exemplos. Tenho certeza de que este
aprendizado é de fundamental importância na atuação prática do(a) administrador(a), do gestor(a) e dos demais interessados na
área de negócios.

Apresentação Geral da Disciplina


Você já parou para pensar como a pandemia da Covid-19, que vivenciamos em 2020, afetou as condições financeiras do governo,
das empresas e das pessoas? Já conseguiu estabelecer a relação entre a crise sanitária e a crise econômica?

Como sabemos, essa é uma crise sanitária gerada por um vírus que se propagou, rapidamente, pelo mundo, causando danos à
saúde e à vida de milhares de pessoas. A pandemia iniciada na China, no final de 2019, gerou impactos sem precedentes em
diversos aspectos da vida humana: saúde, psicologia, comportamento, financeiro etc.

Diante disso, pode-se indagar: quais os elos entre a crise sanitária e a crise econômica? Como entender o impacto da pandemia na
renda das pessoas, no desemprego, na inadimplência e em outros aspectos econômicos? Considerando as mudanças nestes
cenários, como ficam as empresas com alterações significativas no seu faturamento, em sua estrutura de custos e lucratividade?
Quais os elementos fundamentais para gerir uma crise financeira? E o setor público? Há, para o formulador de política pública, um
trade off entre saúde e economia?

Considerando as técnicas e estratégias a serem apresentadas nesta disciplina, você aprenderá como utilizar os elementos da
matemática financeira, dos sistemas de amortização, da gestão contábil etc., a fim de trazer luz às questões estabelecidas neste
estudo de caso, trabalhando, assim, com questões ligadas a aplicações conceituais e práticas de Matemática Financeira,
Depreciação, Financiamento e Análise de Sensibilidade etc., ferramentas estas que ajudarão você, gestor(a), a tomar decisões mais
assertivas.

Em um cenário econômico comum, as empresas, normalmente, precisam fazer escolhas entre as diversas possibilidades de
investimentos, em cenário de crise, essa escolha deve ser ainda mais rigorosa, visto que a expectativa das pessoas, em casos assim,
tende a ser mais pessimista, o que gera impacto forte sobre a demanda por bens, afetando a produção e o lucro das empresas.
Assim, o tema fundamental desta disciplina consiste na compreensão da importância de uma checagem rigorosa sobre as
possibilidades de investimentos e de ações que envolvam a estratégia empresarial.

Para tanto, a Unidade 1 aborda os conceitos fundamentais de Matemática Financeira, em que temas como: aplicações de Juros
Simples, Juros Compostos, Equivalência de Séries, Taxa Efetiva, Nominal e Equivalente são conceituados e exemplificados. O
conceito e as aplicações da Taxa Mínima de Atratividade também são abordados, a ênfase é dada à sua importância na análise de
decisões de projetos. Ainda, nesta unidade, aplicações do Método do Valor Presente, Método do Valor Anual, Taxa Interna de
Retorno (TIR), em sua versão tradicional, bem como na abordagem incremental, também são apresentadas. A Unidade 1 é
concluída com a Análise de Circunstâncias Específicas, como o caso de restrições e períodos diferenciados entre projetos.

Todo o conteúdo abordado na Unidade 1 é fundamental para compreender o que deve ser considerado no processo de tomada de
decisão, a relação entre dinheiro (investimento) e o seu valor no tempo é o que norteia todo esse processo.

Na Unidade 2, o foco está no Processo de Depreciação do Ativo Imobilizado, questões sobre as Principais Contas dos Ativos
Imobilizados, as suas baixas e Demonstrações Financeiras também são apresentadas. A unidade aborda métodos utilizados para a
Depreciação, tais como: Método Linear, Soma dos Dígitos, Método Exponencial etc. Questões relacionadas à influência do Imposto
de Renda e do Lucro Tributável Negativo também são apresentadas.

Estas abordagens são importantes, pois, para o bom planejamento de investimento, é fundamental ter informações confiáveis de
como ele se deprecia no tempo. Ignorá-las é um grande erro quando se trata de decidir qual a melhor aplicação dos recursos,
principalmente, em cenários de incerteza, como os que vivenciamos, atualmente.

Por fim, na Unidade 3, o foco está nas Formas de Financiamento e Análise de Sensibilidade. O que se pretende é apresentar as
principais formas e diferenças entre os sistemas de amortização, SAC, PRICE etc., além disso, considera-se a necessidade de se
compreender que todo investimento possui risco e incerteza, então, a consideração desse fator também não pode ser ignorada.
Nesta unidade, abordaremos, igualmente, aspectos práticos sobre o sistema habitacional brasileiro no cenário atual.

A unidade é concluída com a abordagem da Análise da Viabilidade Econômica de um projeto industrial, em que são apresentados
os principais componentes a serem considerados quando se pretende investir em um projeto de tal magnitude.

Em todas as unidades referidas, exemplos e aplicações práticas são utilizados. Com abordagem simples e prática, visando prover a
você, pós-graduando(a), o direcionamento correto em relação a como conduzir as suas análises econômicas e otimizar o processo
de tomada de decisão. Reitera-se, entretanto, que cada projeto é único, e questões específicas jamais devem ser menosprezadas
quando se trata de lidar com recursos escassos e necessidade ilimitada, que é o conceito fundamental de Economia. Considera-se
ainda a importância da boa informação para você, gestor(a), visto que todo o processo de tomada de decisão é melhor delineado
quando embasado em informações confiáveis e que possam subsidiar esse processo, reduzindo, com isso, a sua margem de erro.

Espero que você se envolva neste desafio de aprendizagem e, a partir disso, busque, cada vez mais, se aperfeiçoar nesta área tão
desafiadora! Mãos à obra!
Avançar

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UNICESUMAR | UNIVERSO EAD


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UNIDADE 1
Você sabia que, para ser um bom ou uma boa profissional na área de negócios, seja atuando como investidor(a), seja gerenciando
um projeto, você deve estar ciente do cenário econômico no qual está inserido(a), e que a taxa de juros pode influenciar,
diretamente, no seu processo de decisão?

Isso porque a taxa de juros tem influência direta no custo de um projeto, haja vista que, ao financiar um empreendimento, tomar
empréstimos para capital de giro, comprar um equipamento para a empresa etc., essa e as demais taxas financeiras devem elevar o
custo desses financiamentos, sendo, extremamente, necessário que tal custo seja considerado na avaliação do empreendimento.

Por outro lado, a taxa de juros também pode conceder ao emprestador uma oportunidade de receber recursos financeiros, por
permitir que o seu dinheiro seja utilizado no mercado financeiro. Assim, quando um investidor decide se, por exemplo, investirá em
uma empresa ou no mercado financeiro, provavelmente, tal taxa será um fator importante para que ele decida qual investimento
realizar. Claro que outros fatores, como riscos e incertezas, também são considerados nesse processo, porém, certamente, a taxa
de juros desempenha um papel fundamental nos critérios de decisões.

Considerando o cenário mundial, com a crise provocada pela Covid-19 e os seus desdobramentos sobre a economia, como você,
gestor(a), poderia aplicar os critérios econômicos para decidir se fará ou não determinado investimento, levando em conta
conceitos e aplicações de Matemática Financeira? Considerando esse cenário e estas indagações e supondo que você seja um(a)
gestor(a) financeiro(a) de uma grande multinacional e tivesse que decidir sobre uma possibilidade de investimento, como poderia
atuar de forma a escolher o projeto que fosse mais vantajoso para a empresa? Quais ações e métricas utilizaria para gerir este
momento, fazendo as melhores escolhas? Pensando nisso, quais ferramentas da Matemática Financeira você conhece e acredita
que lhe ajudariam num processo de tomada de decisão de negócios? Liste algumas delas.

As ações envolvidas nesse processo estão relacionadas à utilização de métodos de viabilidade financeira capazes de promover a
possibilidade de escolha entre um investimento e outro, ou, até mesmo, a opção de não investir. Já as métricas são as medidas
quantitativas que servirão de parâmetros para a realização das suas escolhas.

Reflita comigo: como você pode utilizar as ferramentas da Matemática Financeira, tais como: taxa de juros, Método do Valor
Presente, Método do Valor Anual, Taxa Interna de Retorno (TIR), a fim de saber o valor do dinheiro no tempo e, com isso, decidir
quais as melhores formas de investimentos? Para que as suas escolhas sejam, tecnicamente, embasadas, você, profissional de
gestão, precisa ter em mente as considerações relacionadas, a seguir:
Saber aplicar o conceito de taxa de juros.
Conhecer o fluxo de caixa dos seus investimentos.
Conhecer a Taxa Mínima de Atratividade para os seus investimentos.
Utilizar as ferramentas matemáticas (Valor Presente, Valor Anual, TIR etc.) para a realização dos cálculos desejados.

MAPA MENTAL

Nesta unidade, abordaremos os principais conceitos de Matemática Financeira que lhe ajudarão a compreender os elementos
fundamentais no Processo de Análise de Investimento. Juros, fluxo de caixa, taxas de juros nominal, efetiva e equivalente bem
como Taxa Mínima de Atratividade, Cálculo do Valor Presente, Valor Anual e Taxa Interna de Retorno serão os principais conceitos
discutidos. E, para cada um deles, também aplicaremos exemplos que lhe ajudarão a entender, na prática, o funcionamento.

É importante que você execute esses exemplos e faça as atividades propostas, assim, ficará mais fácil assimilar a relação entre
teoria e prática.

Conceituando

O que são juros? São as despesas que pagamos por utilizar o dinheiro de outra pessoa, ou, de
forma análoga, são receitas que recebemos por emprestar dinheiro para outra pessoa. Eles
podem, também, ser definidos como o valor do dinheiro no tempo. Os juros podem ser
classificados de duas formas:

Juros simples: são a modalidade em que apenas o principal rende juros.


Juros compostos: é a modalidade em que os juros são incorporados ao principal, em cada
período de capitalização. Em casos assim, dizemos que há “juros sobre os juros”.

Na prática, quando trabalhamos com taxa de juros, há, sempre, três questões principais que devemos considerar: o valor dos juros
pagos ou recebidos por uma aplicação; o valor atual (valor presente) que precisamos aplicar para obter um valor determinado de
juros, e o montante de determinada aplicação no futuro. A fórmula básica para o cálculo dos juros simples é a seguinte:

Verificaremos alguns exemplos de cálculos considerando os juros simples.

E xemplo 1: você, investidor(a), possui um capital de R$ 8.000,00 aplicados a taxa de juros simples de 5% ao mês, por um período
de 12 meses. Quanto essa aplicação renderá de juros, no período?

Utilizando a fórmula apresentada, chegaremos ao seguinte valor:

ou seja, a aplicação de R$ 8.000,00 renderá R$ 4.800,00 de juros, se considerarmos as condições apresentadas.

Para sabermos o valor atual de uma aplicação a juros simples , a fórmula básica para o cálculo do valor atual (valor presente) é
dada por:

Atenção

Sempre que utilizar a taxa de juros na fórmula, é preciso dividir por 100. Assim, na fórmula, na
taxa de 5% será aplicado o valor 0,05, que corresponde a 5/100.

Exemplo 2: seguindo o exemplo anterior, você pode estar interessado(a) em saber quanto terá que aplicar a juros simples de 5% ao
mês, durante 12 meses, para obter um juro de R$ 4.800,00 no final do período.

Utilizando a fórmula apresentada, chegaremos ao seguinte valor:

assim, para que você consiga um valor de R$ 4.800,00 de juros nas condições, anteriormente, mencionadas, é preciso aplicar o
valor de R$ 8.000,00, hoje.
O valor futuro de uma aplicação a juros simples refere-se à soma do valor aplicado mais os juros que foram capitalizados no
período de aplicação. A fórmula básica para o cálculo é dada por:

De maneira análoga, podemos, também, utilizar a seguinte fórmula:

Conecte-se

Todo profissional da área de negócios e finanças deve ter em mente que o entendimento do
funcionamento da taxa de juros é fundamental para tomar decisões mais assertivas. Assim, os
passos desenvolvidos, anteriormente, nortearão todo o seu processo de tomada de decisões.
Acesse o link para ver um vídeo que explica, de forma prática, o que são as taxas de juros.

Disponível aqui

Exemplo 3: complementando o exemplo anterior, poderíamos perguntar qual o montante (valor futuro) gerado por uma aplicação
de R$ 8.000,00 que pagou juros simples de 5% ao mês, no período de 12 meses?

Utilizando os resultados já calculados, chegaremos ao seguinte valor:

ou seja, teremos um montante de R$ 12.800,00, ao final do período.

Importante destacar que, em aplicações financeiras, a capitalização utilizada é a de juros compostos, que veremos, a seguir.

Na prática, como mencionamos, os juros compostos são os que geram juros sobre os juros. Assim, como já fizemos nas aplicações
dos juros simples, agora, mostraremos exemplos e calcularemos o valor dos juros capitalizados pelo regime de juros compostos e
apresentaremos, também, como são calculados os valores presente e futuro, neste caso.

A fim de que seja possível fazer o comparativo entre a capitalização simples e a composta, manteremos o mesmo exemplo, porém,
considerando, agora, o regime de capitalização composta. Para facilitar a visualização, iniciaremos calculando o valor do montante,
ou seja, o valor futuro de uma aplicação a juros compostos.

A fórmula básica para o cálculo dos juros composto é a seguinte:

em que as variáveis são definidas iguais às anteriores.

Exemplo 4: qual o montante (valor futuro) gerado por uma aplicação de R$ 8.000,00 que pagou juros compostos de 5% ao mês, no
período de 12 meses?
Utilizando os resultados já calculados, chegaremos ao seguinte valor:

ou seja, teremos um montante de R$ 14.366,00 ao final do período. Recorde que, se essa aplicação fosse a juros simples, o
montante seria de R$ 12.800,00, isso porque, neste caso, a taxa de juros é sempre aplicada pelo valor inicial, já nos juros
compostos, a taxa é calculada sobre o montante, imediatamente, anterior.

Para calcularmos os juros compostos, a fórmula básica do valor dos juros é dada por:

Exemplo 5: quanto rende de juros um capital de R$ 8.000,00 aplicados a taxa de juros compostos de 5% ao mês, por um período de
12 meses?

Utilizando a fórmula apresentada, chegaremos ao seguinte valor:

ou seja, a aplicação de R$ 8.000,00 mais R$ 6.366,51 de juros, se considerarmos as condições anteriores. No juro simples, vimos
que o valor dos juros foi R$ 4.800,00.

Para sabermos o valor atual dos juros compostos, basta aplicarmos a fórmula básica de cálculo dada por:

Exemplo 6: seguindo o exemplo anterior, você pode estar interessado(a) em saber qual valor terá que aplicar a juros compostos de
5% ao mês, durante 12 meses, para obter um montante de R$ 14.366,00, no final do período. Utilizando a fórmula apresentada,
chegaremos ao seguinte valor:

terá que ser aplicado o valor de R$8.000,00.

Conceituando

Taxa de juros nominal, efetiva e equivalente: quando trabalhamos com regime de capitalização,
é importante compreender que a taxa que serve como referência não é a taxa, realmente, paga
ou recebida. Isso porque nem sempre o período de referência coincide com o período de
capitalização. Por exemplo, se informamos que determinado título rende 40% ao ano e a
capitalização é mensal, estamos nos referindo a uma taxa nominal, pois a informação dada é de
que o rendimento é anual, enquanto a capitalização é mensal, ou seja, a taxa só seria efetiva se
ambas estivessem na mesma periodicidade. Para estas ideias ficarem mais claras, apresentamos,
a seguir, os conceitos dessas taxas:

Taxa nominal: de acordo com Bauer (2006), a taxa nominal de juros é uma taxa de referência.
Neste caso, o período de capitalização é, geralmente, diferente do período da taxa. Assim,
sempre que queremos uma taxa nominal, calculamos uma taxa proporcional.

Exemplo 7: uma taxa de 60% ao ano corresponde a 60/12= 5% ao mês, em termos nominais.

Taxa efetiva: ainda conforme Bauer (2006), a taxa efetiva é aquela, realmente, paga ou recebida,
ou seja, aquela, realmente, utilizada. Quando a taxa é efetiva, o resultado independe do período
de capitalização.
Taxa equivalente: é aquela utilizada para os casos em que temos uma taxa efetiva e queremos
outra taxa efetiva.

É válido destacar que a equiparação de taxas é importante, pois altera, completamente, o


resultado da capitalização.

Na prática

Agora que entendemos o conceito dos cálculos dos juros, verificaremos como podemos fazer, na
prática, a equivalência de taxas. No vídeo, a seguir, mostraremos alguns exemplos práticos bem
como o passo a passo desta resolução, utilizando a calculadora financeira.

Disponível aqui

Exemplo 8: suponha um ativo cujo rendimento é de 60% ao ano com capitalização mensal. Para este caso, poderíamos dizer que a
taxa efetiva considerada será de 60%/12= 5% ao mês.

Agora, observe que, ao aplicar 5%, durante 12 meses, obteremos: (1,05)^12= 79,59% ao ano, logo, para uma taxa mensal de 5%, a
taxa efetiva anual será de 79,59%.

Vejamos como isso funciona, na prática: qual a taxa efetiva anual de 60% a.a., com capitalização mensal?

Taxa efetiva = (1+ 0,6/12)^12-1= 79,59%.

Em pauta

Agora que você compreendeu a importância da taxa de juros no mercado, analisaremos as


próximas etapas envolvidas nas aplicações dos critérios de tomada de decisão do investidor.
Antes, porém, lhe convido a ouvir o podcast Taxa de Juros Selic e o seu Papel sobre o Investimento .

Disponível aqui

Conceituando

O fluxo de caixa é uma representação das receitas e despesas de uma empresa, ao longo do
tempo. A forma mais didática de apresentar este conceito é por meio do diagrama do fluxo de
caixa ou fluxo por coluna.

O Exemplo 9 mostra dois tipos de fluxograma de fluxo de caixa. No primeiro (Figura 1), é apresentando o diagrama do fluxo de
caixa, no segundo, ele é apresentado por coluna (Quadro 1). Conceitualmente, os dois apresentam o mesmo significado.

Exemplo 9:
Figura 1 - Exemplo de fluxograma em diagrama / Fonte: a autora.

Na Figura 1, as setas viradas para cima são os fluxos de caixa (diário, mensal, anual etc.) e representam as entradas, já as setas
viradas para baixo representam as saídas, ou seja, as despesas. A seguir, no Quadro 1, apresentamos outra forma de organizar o
fluxo de caixa das empresas: o fluxo por coluna.

Quadro 1 - Exemplo de fluxograma por coluna / Fonte: a autora.

O Quadro 1, como mencionado, também representa o fluxo de caixa de uma empresa, porém com uma forma de apresentação por
coluna. Independentemente da forma em que o fluxograma é apresentado, é importante destacar que, para uma empresa ter
controle aprimorado do seu fluxo de caixa, alguns passos são importantes:

Importante destacar, também, que, ao decidir entre um projeto de investimento ou outro, é necessário estimar o fluxo de caixa
esperado. Esse processo é facilitado se a empresa possui um fluxo de caixa organizado, assim, por meio do comportamento
anterior, é preciso, por exemplo, verificar em quais meses do ano a empresa tem maior entrada, quais são os meses de mais
inadimplência, mais gastos etc., isso tudo possibilita que o investidor tome decisões mais assertivas.

Toda decisão de investimento precisa ter um parâmetro a fim de comparar entre uma possibilidade e outra, ou seja, se houver duas
ou mais possibilidades de investimento e o investidor tem que decidir por uma delas, ele precisa verificar qual é mais rentável,
financeiramente.

Esse processo passa pelo conceito da Taxa Mínima de Atratividade (TMA), um indicador muito importante para subsidiar a tomada
de decisão do investidor. Nas palavras de Gonçalves (2009, p. 131), a Taxa Mínima de Atratividade é: “a menor taxa de retorno que
fará com que o investidor se convença a realizar o projeto, considerando que suas motivações sejam puramente financeiras, ou
seja, a avaliação possui um critério de análise da lucratividade”.

Assim, a TMA utiliza uma taxa básica de referência que pode ser a Taxa Básica Financeira (TMF), Taxa Referencial (TR), Taxa de
Juros de Longo Prazo (TJLP) ou o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e outra que o investidor considerar atrativa e
suficiente para garantir um retorno mínimo.

Conecte-se

Acesse, o Banco Central do Brasil, para você conhecer as principais taxas de juros utilizadas no
mercado brasileiro.

Disponível aqui

Casarotto Filho e Kopittke (2020) destacam que, ao utilizar esse método, o investidor compara o retorno do seu projeto de
investimento com alguma dessas taxas e verifica se é ou não viável aplicar por exemplo, na poupança, na renda fixa etc., que
,

oferecem pouco retorno, mas com risco muito baixo, ou se é mais conveniente correr mais risco e garantir mais rentabilidade.
Importante lembrar, também, que, para projetar a TMA, é preciso considerar o custo de oportunidade, ou seja, quanto o investidor
deixa de ganhar ao escolher determinada linha de investimento em comparação a outra e, ainda, considerar o risco e a liquidez do
negócio.

Atenção

O custo de oportunidade não deve ser confundido com a TMA. Esta tem a ver com o quanto o
investidor espera receber ao aplicar em determinado investimento. Ela deve ser igual ou
superior ao custo de oportunidade, a fim de promover incentivo ao investimento.

Agora, apresentaremos alguns critérios econômicos que o gestor pode utilizar, a fim de efetuar as suas escolhas e estar seguro de
suas decisões. Importante destacar que, nesta análise, os conceitos de juros, fluxo de caixa e TMA apresentados, anteriormente,
são as ferramentas essenciais para a aplicação e efetivação desses métodos.

Conceituando

Método do Valor Presente Líquido

Este método consiste em calcular o valor atual (presente) das receitas e das despesas e, em
seguida, a diferença entre eles. O valor presente é calculado usando a Taxa Mínima de
Atratividade, e o critério de decisão para a viabilidade ou não do projeto é feito da seguinte
maneira:

Se VPL > 0: conclui-se que a receita é maior do que a despesa e, portanto, o projeto é viável .

Se VPL < 0: conclui-se que a receita é menor do que a despesa e, portanto, o projeto é inviável .

Se VPL = 0: conclui-se que a receita é igual à despesa e, portanto, o investidor é indiferente


quanto a executar ou não o investimento.
Para verificarmos isso, na prática, vamos a mais um exemplo.

Exemplo 10: suponha que você pretenda fazer um investimento no valor de R$ 500.000,00, que a sua Taxa Mínima de Atratividade
seja de 10% ao ano e as suas projeções para o retorno (feito por meio da análise do seu fluxo de caixa) sejam conforme segue:

Quadro 1 - Exemplo de fluxograma por coluna / Fonte: a autora.

Para calcular o Valor Presente Líquido Anual, considere a seguinte fórmula:

Ao aplicá-la, os resultados gerados serão:

Tabela 2 - Cálculo do Valor Presente Líquido / Fonte: a autora.

Para saber o VPL deste empreendimento, soma-se o rendimento anual e desconta o valor aplicado. Neste caso, temos:

Soma dos rendimentos: R$ 617.309,11 .

Total Investido: R$ 500.000,00 .

VPL: R$ 617.309,11 - R$ 500.000,00 = 117.309,11.

Assim, para o exemplo mencionado, o Valor Presente Líquido do projeto é positivo e, portanto, o projeto é viável Note, entretanto,
.

que o capital investido somente é recuperado do quarto para o quinto ano do empreendimento, pois, ao somarmos Ano 1 =
68.181,82 + Ano 2 = 103.305,79 + Ano 3 = 112.676,22 + Ano 4 = 112.697,22 = 396.861,05, ou seja, até o ano 4, o capital ainda não
foi recuperado, haja vista que ainda falta o total de R$ 103.142,95, isto é: 500.000,00 - 396.861,05 = 103.142,95, sendo, então,
recuperado, no ano 5, cujo fluxo de caixa é de 186.276,40, valor suficiente para concluir a recuperação do capital e gerar sobra.

De forma mais específica, conclui-se que esse projeto consegue recuperar o investimento inicial (R$ 500.000,00), remunera aquilo
que teria sido ganho se esse montante tivesse sido aplicado na TMA de 10% ao ano e, ainda sobra, em valores monetários atuais,
R$ 117.309,11, que é o excesso de caixa gerado pelo investimento.
Por este método, verifica-se que o Valor Presente Líquido é uma função decrescente da Taxa Mínima de Atratividade, ou seja,
quanto maior a TMA, mais difícil a viabilização do projeto. Já o Método do Valor Anual consiste em transformar um fluxo de caixa
heterogêneo em uma série uniforme anual, usando a TMA. Dentre as opções possíveis de investimento, o melhor projeto será
aquele com menor custo ou com a maior receita anual. O é uma variação do VPL, porém com fluxo de caixa transformado em série
uniforme. A fórmula básica para a utilização deste método é:

Exemplo 11: dando continuidade ao exemplo anterior, utilizando o VPL calculado em R$ 117.309,11 e com TMA de 10% ao ano,
encontraremos o seguinte resultado:

da mesma forma que, no aspecto de decisão anterior, como o é positivo, consideramos o projeto viável. Se houvesse duas ou mais
,

opção de investimento, o preferível seria aquele cujo V PLa fosse maior.

Outra maneira de projetar o retorno de um investimento é por meio do Método TIR (Taxa Interna de Retorno). Este método
consiste em calcular qual o percentual de retorno de determinado investimento. Neste caso, encontramos uma taxa que iguala
receita e despesa, ou, de forma mais objetiva, é a taxa que torna o V PL de um fluxo de caixa igual a zero. Assim, a TIR ocorrerá
quando:

para nos decidirmos por um investimento, podemos fazer uso da Regra de Decisão: se a TIR > TMA, há mais ganho no projeto do
que na TMA.

Exemplo 12: para o nosso exemplo anterior, a TIR calculada será:

neste caso, a TIR de 17,04% é maior do que a TMA de 10%, portanto, há mais ganho em investir no projeto do que na aplicação
financeira.

O mesmo cálculo pode ser feito por calculadora financeira, por exemplo, na HP12C. Neste caso, o primeiro passo será utilizar as
teclas de fluxo de caixa para introduzir os dados, em seguida, calcula-se a TIR.

Tabela 3 - Cálculo por meio da calculadora financeira / Fonte: a autora.

Atenção

A calculadora financeira e as planilhas eletrônicas, o Excel, por exemplo, facilitam o trabalho de


calcular a Taxa Interna de Retorno. No Excel, selecione a função “TIR” e marque o fluxo de caixa
inicial e de todo o período da análise, o resultado sai, automaticamente. Na calculadora
financeira, é preciso usar a função “financeira” e dar entrada em todo o fluxo de caixa, em
seguida, utilizar a função “IRR”.

Podemos fazer a Análise Incremental para o Método da Taxa Interna de Retorno O método permite a comparação de
.

alternativas diferentes de investimentos, ou seja, investimentos heterogêneos. O que se busca, por meio da TIR incremental, é
medir o incremento de um investimento em relação ao outro, possibilitando comparações entre projetos, mutuamente,
excludentes, ou seja, para casos em que a escolha por determinado projeto exclui a possibilidade da realização de outro.

Assim, a TIR incremental consiste, basicamente, em comparar o incremento entre dois ou mais projetos, por exemplo: suponhamos
a existência do Projeto A e do Projeto B, em que o Projeto A possui uma TIR > do que a do Projeto B. Ao formar um novo fluxo de
caixa, compara-se A com B, ou seja, fazendo (B-A). Se a TIR retornada for negativa, então, o Projeto B é mais viável, mesmo que o A
possua TIR maior, resultado este obtido quando se calcula o VPL de ambos os projetos.

Exemplo 13: suponha que você seja dono(a) de uma companhia e precisa escolher um novo processo de produção, tendo, como
opções, as alternativas definidas, a seguir. Considere, ainda, que a TMA seja de 5%. Calculando a TIR pelo método tradicional:

Tabela 4 - Taxa Interna de Retorno para o Exemplo 13 / Fonte: a autora.

Se observarmos este cálculo, optaremos pela Opção 1.

Opção 1: TIR1 > do que as outras opções e maior do que a TMA, logo, o projeto é viável. Entretanto é preciso comparar os projetos
de dois em dois, a fim de obtermos o fluxo de caixa incremental. Neste caso, a Opção 2 comparada com a Opção 1:

Tabela 5 - Taxa Interna de Retorno: comparativo entre a Opção 1 e a Opção 2 / Fonte: a autora.

Aqui, também, a TIR = 8% é maior do que a TMA. Assim, como a TIR do fluxo de caixa incremental é maior do que a TMA, dizemos
que a Opção 2 é melhor do que a Opção 1.

Faremos isso, novamente, para a próxima opção, ou seja, a Opção 3 em comparação com a Opção 2. Assim, a Opção 3 comparada
com a Opção 2 nos dará o seguinte resultado:

Tabela 6 - Taxa Interna de Retorno: comparativo entre a Opção 2 e a Opção 3 / Fonte: a autora.

Conclui-se que a Opção 3 é a melhor alternativa de investimento, ou seja, os R$ 75.000,00 investidos a mais neste projeto trazem
retorno maior do que a TMA.
Tech+

A opção, a seguir, é uma excelente ferramenta que lhe ajudará na análise financeira.

Calculadora do Cidadão do Banco Central: é uma ferramenta para a correção de valores e


atualizações financeiras.

Disponível aqui

Nesta etapa, verificaremos os procedimentos a serem adotados com casos em que temos alternativas com circunstâncias
específicas vidas diferentes, restrições financeiras e alternativas de vidas perpétuas.
,

No caso de alternativas com vidas diferentes é necessário decidir entre alternativas de investimento com vidas diferentes, ou
,

seja, projetos com durações diferentes. A solução consiste em levar as alternativas para um horizonte de planejamento comum. Na
prática, devemos efetuar da seguinte maneira:
Calcular o mínimo múltiplo comum das alternativas propostas.
Repetir as alternativas até o tempo comum.

Assim, deve-se comparar as alternativas de vidas diferentes numa mesma base temporal. Isso é feito utilizando o Método do Valor
Anual.

Exemplo 14: suponha duas alternativas de investimento A e B e que geram o fluxo de caixa conforme apresentado, a seguir:

Tabela 7 - Fluxo de caixa do Exemplo 14 / Fonte: a autora.

Para este caso, o MMC entre quatro e três anos será 12, assim, o fluxo de caixa para esse projeto e o seu respectivo VPL serão
conforme o destacado:
Tabela 8 - Valor Presente Líquido: Projeto A (Exemplo 14) / Fonte: a autora.

Tabela 9 - Valor Presente Líquido: Projeto B (Exemplo 14) / Fonte: a autora.

Observe que o fluxo descontado corresponde à soma dos fluxos de cada ano descontada a taxa de juros. Dessa forma:
Fluxo descontado Ano 1 = (25.000)/(1+0,09)^1= 22.935,78.
Fluxo descontado Ano 2 = (25.000)/(1+0,09)^2 = 21.042,00.
Fluxo descontado Ano 3 = (55.000)/(1+0,09)^3 = (42.470,09) e, assim, sucessivamente, para os demais anos.

Desse modo, para o critério de decisão, considerando que a soma do Valor Presente Líquido do Projeto B (R$ 56.997,66) é maior
do que a do Projeto A (- 47.292,16), a opção mais viável entre as duas alternativas de investimento será a Opção B.

É o caso em que as alternativas são, mutuamente, exclusivas, com restrições financeiras. Uma vez que uma alternativa é escolhida,
as demais são excluídas. A solução é selecionar o pacote de projetos mais economicamente viável, sem ultrapassar o volume total
de recursos disponível.
A aplicação deste método segue o que foi apresentado no Exemplo 13, porém considera-se o capital disponível para o
investimento.

Tech+

Calculadora do primeiro milhão: estima o valor a ser aplicado ou o tempo necessário (dado um
valor fixo de aplicação) para que você tenha R$ 1.000.000,00 considerando uma taxa de juros
predeterminada.

Disponível aqui

Para alternativas de vida perpétua, como é o caso, por exemplo, da compra de um imóvel. Para calcular o valor presente da
aplicação, divide-se fluxo de caixa anual pela taxa de juros, o que chamamos de custo capitalizado. Assim, o cálculo do valor
presente será feito da seguinte maneira:

em que:

VPL = Valor Presente Líquido do investimento.

PGTO = Valor da prestação/pagamento.

INV = Investimento realizado (entra com sinal negativo).

TMA = Taxa Mínima de Atratividade.

Exemplo 15: verificar a viabilidade da compra de um imóvel de R$ 150.000,00 cujo valor do aluguel anual (já descontadas as
despesas) será de R$ 10.080,00, e a TMA, de 10% ao ano. Neste caso, o Valor Presente Líquido será:

concluímos que esta compra não é viável, pois não cobre a TMA requerida. Assim, se o investidor tem outra opção de investimento
que gere retorno maior, ele deverá fazê-la.

Inspire-se

Se você tem interesse em acompanhar a tendência de mercado para os investimentos no


mercado de capitais, segue abaixo alguns sites que apontam de forma didática esse movimento
que vem crescendo ao longo do tempo.

Disponível aqui

Como você pôde perceber, todos os conceitos e exemplos apresentados, nesta unidade, são aplicáveis ao dia a dia do(a) gestor(a),
do(a) investidor(a), do(a) tomador(a) de decisão. É essencial que você, ao decidir por um projeto de investimento, faça uma conexão
dos elementos, aqui, apresentados e as informações disponíveis no mercado. É fundamental que, além das técnicas, você também
busque informações fundamentadas sobre o mercado em que deseja investir, se atente ao movimento desse mercado e busque
informações sobre a conjuntura econômica. Dessa maneira, será possível obter bom desempenho em suas decisões profissionais.
No caso da problemática que norteia esta unidade, é necessário considerar, também, que fatores não, necessariamente,
econômicos afetam o processo de decisão do investidor, dessa forma, considerar o contexto da crise sanitária global e os seus
possíveis desdobramentos na economia bem como a expectativa em torno desta questão é, também, necessário para que as
melhores e mais assertivas decisões sejam tomadas. Importante destacar que essas informações afetam o comportamento do
fluxo de caixa esperado da empresa, afetando, diretamente, a produção, a contratação de mão de obra e a lucratividade. Por fim, a
questão da taxa de juros altera, igualmente, o retorno esperado das empresas e, por isso, jamais deve ser ignorada.

Você, profissional de negócios, quando realizar alguma análise de investimento, tenha sempre em mente estas três habilidades:
Conhecimento das principais técnicas utilizadas na escolha do melhor investimento.
Conhecimento do comportamento do mercado.
Conexão entre as duas habilidades anteriores.

Lembre-se que o critério de decisão é racional e sempre envolve risco. O seu papel é coletar e sistematizar as melhores
informações do mercado e aplicá-las aos métodos apresentados nesta unidade.

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AGORA É COM VOCÊ

Para testar o conteúdo aprendido nesta aula, resolva os exercícios, a seguir:


Suponha que você presenteou o seu filho com o valor de R$ 640,00, e combinou com ele de guardar para devolvê-lo
capitalizado a juros simples de 2% ao mês, daqui quatro anos e três meses. Calcule o valor de juros que o seu filho receberá
após este prazo .

Se você aplicar R$ 1230,00 a juros simples de 210% ao semestre, durante seis meses e 17 dias, qual será o montante recebido
após este prazo?
Apliquei um valor a juros simples durante três anos, quatro meses e oito dias, à taxa de 4,5% ao mês, rendendo juros de R$
450,00. Qual valor apliquei?
Maria aplicou a juros compostos a taxa efetiva de 18% ao ano. Capitalizada, mensalmente, formou um montante de R$
1460,00. Após dois anos da aplicação, qual valor Maria aplicou?
O valor de R$ 2400,00 foi aplicado por José a juros compostos, à taxa nominal de 2% ao mês, durante dois anos. Calcule o valor
dos juros que ele recebeu.
Apliquei R$ 370,00 à taxa nominal de 7% ao ano, capitalizada, mensalmente, durante seis meses. Calcule o montante que
receberei após esse prazo.
Suponha que você pretenda fazer um investimento no valor de R$ 30.000,00, que a sua Taxa Mínima de Atratividade seja de
30% ao ano e, também, que você realizou projeções para o retorno conforme segue:

Tabela 1 - Fluxo de caixa do Exercício 7 / Fonte: a autora.

Calcule o Valor Presente Líquido deste projeto de investimento.

8. Para o exercício anterior, calcule a TIR Há ganho em investir neste projeto? Se sim, por quê?
.

Orientação de resposta

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REFERÊNCIAS
BAUER, U. R. Matemática financeira fundamental São Paulo: Atlas, 2006.
.

CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos São Paulo: Atlas, 2020.
.

GONÇALVES, A. Engenharia econômica e finanças Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.


.

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EDITORIAL

Profile
Possuo graduação, mestrado e doutorado em Economia pela
Universidade Estadual de Maringá com Doutorado Sanduíche na
Universidade do Minho, em Portugal (2013). Sou Professora Adjunta na
Universidade Estadual de Maringá desde 2015 e Chefe do Departamento
de Economia (2020). Atuo nas pesquisas dos seguintes temas: pobreza,
renda, crescimento econômico, capital humano, instituições, educação
Lattes financeira, análise de investimento. Atuo, também, como professora de
pós-graduação lato sensu em diversas instituições. Fui chefe de
tributação na Prefeitura do Município de Sarandi e encarregada
financeira em empresas de Maringá e região.

O que não tem no meu currículo


Nasci em uma família com muitas restrições financeiras, mas o meu pai
sempre acreditou que a educação poderia transformar as nossas vidas.
Perdi meu pai muito jovem, mas ele deixou um legado que era o incentivo
à educação, assim, consegui me graduar, me tornei doutora e, com isso,
me estabilizei, profissionalmente, superando os principais obstáculos
financeiros relativos à minha infância. Hoje, além de cuidar da minha
família, gosto muito de ler. Os meus temas favoritos são economia,
neurociência, comportamento humano etc. Gosto de assistir a filmes,
séries românticas e comédias, aprecio, também, a prática de esporte:
bicicleta e crossfit são os que pratico, atualmente. De maneira geral, me
considero uma pessoa feliz, realizada e pronta para encarar os desafios.
Confesso que nem sempre sou segura, mas busco superar os meus medos
e melhorar a cada dia. Acredito na educação como uma ferramenta
poderosa para a transformação do mundo.
DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação .

a Distância; BONDEZAN, Kezia de Lucas.

Análise de Investimentos e Engenharia Econômica .

Kezia de Lucas Bondezan.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2021.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Análise. 2. Investimento. 3. Economia.

4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 330

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Head de pós-graduação Dr. Victor V. Biazon

Diretoria de Design Educacional

Equipe Recursos Educacionais Digitais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360


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ANÁLISE DE
INVESTIMENTOS E
ENGENHARIA
ECONÔMICA
Profª. Drª. Kezia de Lucas Bondezan

Oportunidades de aprendizagem
Prezado(a) pós-graduando(a), nesta unidade, você estudará o conceito de ativo imobilizado bem como a importância de considerar
a depreciação em sua análise de investimento. Você compreenderá que, ao adquirir um imóvel, uma máquina, um equipamento ou
qualquer outro item classificado como ativo imobilizado, além do investimento realizado para esta aquisição, será preciso
considerar o quanto esse ativo sofre desgaste ao longo do tempo (este é o conceito básico da depreciação) e, a partir disso,
verificar, também, o seu valor de venda ao final do seu período de uso. Com esta consideração no fluxo de caixa, torna-se possível
estabelecer informações mais confiáveis sobre o retorno do investimento. Além da depreciação, a unidade também abordará o
impacto da tributação (em especial, do Imposto de Renda) sobre o resultado da empresa. Assim como na unidade anterior, acredito
que o entendimento e a prática desses conceitos permitirão a você ter melhor compreensão dos resultados do projeto de
investimento, permitindo que as suas decisões sejam mais assertivas.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS E
TRIBUTAÇÃO
Sabemos que uma organização precisa de recursos materiais, financeiros, humanos e de informações para o seu funcionamento.
Este mix de recursos precisa ser gerido de forma eficiente, a fim de produzir o máximo lucro com o mínimo de custos. No caso
específico de recursos materiais, podemos pensar no espaço físico do empreendimento, nas máquinas e nos equipamentos a serem
utilizados no processo produtivo, nas edificações necessárias para a instalação desses equipamentos etc. Além disso, sabemos que
os recursos materiais se deterioram ao longo do tempo e tudo isso envolve a saída de recursos financeiros, o que também gera
impacto sobre a lucratividade. No aspecto financeiro, há também de considerar a tributação que incide sobre o lucro da empresa.

Diante disso, pergunta-se: como o gestor deve se organizar a fim de ter melhor controle sobre os ativos físicos da empresa e da sua
depreciação ao longo do tempo? Como considerar a depreciação e a tributação em sua análise de investimentos? Como o controle
do ativo imobilizado é importante para o balanço patrimonial da organização e, também, para o cálculo de seus indicadores
financeiros?

Observe que você, empresário(a)/gestor(a), precisa saber quais são os ativos da empresa, como eles se depreciam ao longo do
tempo e levar em conta, também, o aspecto tributário em que a organização está inserida, pois isso influenciará, diretamente, a
viabilidade, ou não, do seu empreendimento. É crucial que as empresas conheçam e administrem, corretamente, os seus ativos
fixos, afinal, este controle ajudará a empresa em processos de auditoria, concorrência em licitações, avaliação de bancos para
empréstimos, auditoria externa etc.

Suponha que você é um(a) empresário(a) e precisa aplicar um método de depreciação para a sua empresa, a fim de saber o quanto
deverá economizar para repor esse ativo imobilizado. Suponha, ainda, que precise compreender como essa depreciação,
juntamente, com a tributação do Imposto de Renda, pode afetar o seu plano de um novo investimento. De que forma você aplicaria
o conceito de depreciação e tributação da renda para a análise de viabilidade de um projeto? Como o controle do ativo imobilizado
pode ser importante na gestão estratégica da empresa? Ou, de forma objetiva, de que modo o desgaste dos bens e equipamentos
da empresa pode afetar o seu fluxo de caixa (receitas-despesas)? E os tributos? Sabendo que eles são um custo para a empresa, de
que forma afetarão, também, o fluxo de caixa da mesma e, por consequência, a rentabilidade?

O que você precisa saber para resolver o caso proposto?


1. Definir e classificar quais são os ativos imobilizados da sua empresa.

2. Conhecer a taxa de depreciação que melhor enquadra os seus ativos.

3. Definir um método de depreciação e aplicá-lo, juntamente com o Imposto de Renda, em seu projeto de viabilidade.

4. Compreender se, ao considerar a depreciação e a tributação, o seu projeto é viável ou não.

MAPA MENTAL

Sabemos que uma empresa é composta por atividades e processos tão diversos que, muitas vezes, as áreas estratégicas são
negligenciadas. Uma dessas áreas é o controle do ativo imobilizado Como será detalhado, mais à frente, podemos conceituar, de
.

forma sucinta, o ativo imobilizado como bens físicos utilizados para executar ou apoiar a atividade-fim de uma empresa, cuja
validade desses ultrapassam o exercício, ou seja, possuem durabilidade maior de um ano.

Para o bom funcionamento da empresa, o ativo imobilizado deve passar por um rigoroso processo de mapeamento e
monitoramento, e isso contempla o patrimônio, pois, por meio dele, é possível que o(a) empresário(a) tome decisões mais
eficientes e assertivas, garantindo que as atividades empresariais não sejam interrompidas por falta de recursos.

Assim, é crucial que as empresas conheçam e administrem, corretamente, os seus ativos imobilizados, afinal, isso as ajudará em
processos de auditoria, licitação, avaliação financeira etc. Conhecer a situação dos bens da organização e a sua vida útil esperada é
importante para o planejamento estratégico e o balanço patrimonial, além de ser um importante aliado no cálculo de indicadores
financeiros.
Conceituando

O ativo imobilizado é parte do grupo tangível das empresas no qual faz parte o ativo delas. Dessa
forma, ele é considerado um bem que a empresa utiliza, a fim de fornecer mercadorias, serviços,
locação de terceiros, finalidade administrativa etc. e que serão utilizados por mais de um
período. A fundamentação jurídica para o ativo imobilizado encontra-se na Lei nº 6.404/1976,
Art. 179, inciso IV, cuja redação contempla: “Considera-se Ativo Imobilizado os direitos que
tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram
à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens” (BRASIL, 1976, on-line).

Iudícibus et al (2010), ao definirem o ativo imobilizado, afirmam que o mesmo é composto por
.

bens destinados ao uso e à manutenção da empresa, englobando, também, os ativos de


propriedade industrial ou comercial. Com isso, o ativo imobilizado pode contemplar diversos
ciclos operacionais da empresa, inclusive, a vida toda. Os autores destacam, ainda, que os bens
pertencentes à empresa e que se destinam ao processo operacional futuro também são
considerados ativo imobilizado.

Fonte: adaptado de Brasil (1976, on-line) e Iudícibus et al . (2010).

Nesse sentido, um automóvel, uma máquina, um edifício utilizado por uma empresa são ativos imobilizados da mesma, haja vista
que são utilizados em seu processo operacional e não com o objetivo de venda, assim, um terreno que esteja em processo de
receber novas instalações também faz parte do ativo imobilizado. Destaca-se, ainda, que todo ativo imobilizado é tangível, ou seja,
são itens como máquinas, equipamentos, edificações etc., bens como patente e direito autoral, cujo valor se caracteriza como
direito de propriedade, são alinhados no grupo de ativos intangíveis.

Para compreender melhor o conceito de ativo imobilizado, é importante conhecer as suas classes. Uma delas é o agrupamento de
ativos de natureza e o uso semelhantes nas operações de uma empresa. O Quadro 1, a seguir, exemplifica esta ideia.

Quadro 1 - Exemplos e descrição de ativo imobilizado / Fonte: Iudícibus et al . (2010).

Exemplo 1: suponha um bem cujo preço de aquisição foi de R$ 50.000,00, com vida útil de cinco anos e valor de venda, ao final
deste período, correspondente a 20% do valor de aquisição. Se considerarmos um contexto sem inflação, pode-se afirmar que o
valor residual desse equipamento é de R$ 10.000,00.

O exemplo aponta que 80% do valor investido, ou seja, R$ 40.000,00 não será recuperado, com isso, é preciso transformá-lo em
despesa, isto é, nos resultados desses cinco anos, é preciso deduzir esse valor não recuperável sem fazê-lo, portanto, parte do
lucro, e sim, da recuperação do ativo imobilizado. Seguindo esta lógica, ao transformar esse valor de R$ 40.000,00 em despesa,
ocorre o processo de depreciação (IUDÍCIBUS et al ., 2010).
Conceituando

A depreciação pode ser entendida como uma despesa ou um custo para a empresa e se refere à
obsolescência, ao longo do tempo, dos ativos imobilizados. Este processo ocorre porque, com o
passar do tempo, há o desgaste do bem por causa do uso na produção, fazendo com que esses
ativos percam o valor.

De maneira mais técnica, pode-se considerar a depreciação o processo de transformar em


despesa parte do valor de um ativo imobilizado destinado ao uso, sendo, portanto, a diferença
entre o custo de aquisição e o valor residual. Chama a atenção o fato de que a taxa anual de
depreciação tem, como limite, o próprio valor do bem, e isso deve ser feito de forma
individualizada, observando as características de cada um dos bens utilizados pela empresa.

Fonte: adaptado de Iudícibus et al . (2010).

Dessa forma, para calcular a amortização de um bem depreciável, deve-se levar em consideração: a) a estimação da vida útil do
bem; b) a estimação do valor residual, ao final da vida útil do bem; c) problema de escolha do método.

A baixa do ativo imobilizado ocorre quando o mesmo deixa de fazer parte do patrimônio da empresa, sendo necessário, portanto,
considerar a vida útil do bem. É importante destacar, ainda, que toda baixa precisa estar documentada para fins contábeis.

Como já destacado, causas físicas e funcionais são fatores que limitam a vida útil de um ativo. Iudícibus et al (2010) apontam que,
.

com o avanço do progresso tecnológico, algumas máquinas, mesmo em condições de funcionamento, se tornam obsoletas, não
sendo mais, economicamente, utilizadas. Como exemplo, temos os aparelhos de informática, que, rapidamente, evoluem em
relação à sua funcionalidade, sendo necessária a troca.

Atenção

O pronunciamento técnico que trata dos ativos imobilizados é o CP27. Este prescreve o
tratamento contábil para esses ativos, de forma que os usuários das Demonstrações Contábeis
possam obter informações sobre o investimento em seus ativos imobilizados bem como as
alterações nesse investimento.

Disponível aqui

As demonstrações financeiras da depreciação são partes integrantes das Demonstrações Contábeis da depreciação.

Quadro 2 - Lançamentos das Demonstrações Contábeis / Fonte: a autora.

Importante destacar, também, que a depreciação não pode ser creditada, diretamente, na conta ativo, pois, neste caso, o custo
seria perdido de vista. A depreciação, por ser uma estimativa, deve ser creditada em uma conta específica, a fim de que seja
possível realizar os seus ajustes, no decorrer do tempo.
Conecte-se

Acesse, o vídeo que mostra o passo a passo para calcular a depreciação de máquinas e
equipamentos.

Disponível aqui

Há diversos métodos utilizados para se calcular a depreciação, dentre eles, se destacam: Método Linear; Soma dos Dígitos;
Método Exponencial e Máquinas-Hora, os quais são apresentados e exemplificados, a seguir.

O Método Linear contabiliza, como despesa ou custo, uma parcela constante do valor do bem, em cada período.

Exemplo 2: uma empresa comprou, no início do ano, uma máquina no valor de $ 50.000,00, com vida útil estimada em cinco anos e
valor residual de 20%.

Neste caso, o valor da depreciação será 50.000 - 20% = 40.000/5 = 8.000,00 anual. Para o cálculo do valor mensal, será
8.000,00/12 = 666,66. Ao final do primeiro ano, o balanço ficará da seguinte forma:

Tabela 1 - Lançamento da depreciação (Exemplo 2) / Fonte: a autora.

Já para a implantação do Método da Soma dos Dígitos somam-se os algarismos desde


, a unidade até o número que representa os
anos da vida útil do bem.

Exemplo 3: para o caso anterior, considerando o valor residual de $ 10.000,00, teríamos: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15.

Tabela 2 - Depreciação com valor residual (Exemplo 3) / Fonte: a autora.

O Método Saldo Decrescente também conhecido como Método Exponencial consiste em calcular quotas de depreciação por
, ,

meio da multiplicação de um percentual fixo sobre o valor contábil, o qual decresce ao ano.

Exemplo 4: seguindo com as informações apresentadas nos métodos anteriores, teríamos o seguinte resultado:

Tabela 3 - Depreciação pelo Método do Saldo Decrescente / Fonte: a autora.


Importante destacar que o percentual anual a ser depreciado é calculado pela seguinte fórmula:

neste caso, o percentual de 27,52% foi obtido por:

as quotas de depreciação anual foram calculadas da seguinte maneira:

Quota Ano 1 = 27,52% * 50.000,00= 13.761,02.

Quota Ano 2 = 27,52% * 36.238,98= 9.973,61.

Quota Ano 3 = 27,52% * 26.265,28= 7.228,74.

Quota Ano 4 = 27,52% * 19.036,63= 5.239,24.

Quota Ano 5 = 27,52% * 13.797,30= 3.797,30.

Os saldos que serviram de base de cálculo da depreciação anual foram obtidos da seguinte maneira:

Ano 1 = 50.000,00.

Ano 2 = 50.000,00 - 13.761,02 = 36.238,98.

Ano 3 = 36.238,98 - 9.973,61= 26.265,28.

Ano 4 = 26.265,28 - 7.228,74 = 19.036,63.

Ano 5 = 19.036,63 - 5.239,24 = 13.797,30.

Compreendido esse método, passamos a apresentar o Método Máquinas-Hora o qual é mais utilizado por grandes indústrias, que,
,

geralmente, trabalham com diversos turnos. A ideia básica desse método consiste em estimar a quantidade de horas que a
máquina será utilizada e, com base nisso, calcula-se a depreciação.

Exemplo 5: uma nova máquina adquirida por uma empresa gera o total de 33792 horas, ou seja, 16 horas diárias, em 22 dias de
trabalho no mês, com 12 meses no ano, durante oito anos (16x22x12x8). Assim, a depreciação ocorre a cada hora trabalhada na
proporção 1/33792, ao final do período, tem-se a depreciação do bem.

Tech+

A Microsoft possui, no Excel, uma fórmula para o cálculo da depreciação. O passo a passo para a
sua utilização, assim como um exemplo prático.

Disponível aqui

A questão tributária é parte fundamental na gestão de uma empresa, pois os tributos influenciam, diretamente, o seu fluxo de
caixa e a sua lucratividade. O(a) gestor(a) deve ter em mente que o planejamento tributário, dentro do contexto conjuntural
vivenciado nos últimos tempos, permite que a empresa torne mais eficiente o processo de maximização dos lucros, por meio de
melhorias no seu fluxo de caixa, o que permitirá a atuação competitiva no mercado.

O cenário fiscal brasileiro é complexo e isso exige que as empresas reavaliem as suas obrigações, periodicamente (especialmente,
ao final do exercício). Esta constante reavaliação contribui para a redução dos custos, mesmo com tributos, pois, ao conhecer as
formas de enquadramento, os tipos de tributos, os benefícios fiscais e as oportunidades tributárias dentro de um processo de
planejamento, melhores resultados poderão ser alcançados pelas empresas.
Aqui, verificaremos a influência do Imposto de Renda no investimento de uma organização empresarial, considerando que a carga
tributária representa um ônus real para a empresa e, como já destacado, isso afeta os fluxos monetários dos investimentos, o que
pode fazer um projeto tornar-se menos lucrativo, ou, até mesmo, inviável. Por isso, é fundamental a inclusão do Imposto de Renda
na análise de projetos (OLIVEIRA, 1982).

De acordo com Casarotto Filho e Kopittke (2020), o Imposto de Renda incide sobre o lucro tributável das corporações e a sua faixa
oscila, em média, de 15% a 25% dos lucros, dependendo da política fiscal vigente. Os autores destacam, ainda, que a alíquota é
aplicada sobre o lucro apurado no final do exercício. O lucro refere-se à diferença entre o faturamento (receita) e as despesas, além
de fatores como depreciação (responsável por repor os ativos da empresa), amortização de financiamento, vendas a prazo que
influenciam, substancialmente, o valor a ser pago de Imposto de Renda, pois impactam, diretamente, o fluxo de caixa. Importante
destacar, também, que, de acordo com a legislação tributária, é possível as empresas deduzirem a depreciação do seu lucro anual e,
a partir daí, calcularem o Imposto de Renda.

Precisamos analisar os projetos após o IR. Oliveira (1982) aponta que uma dificuldade que pode surgir quando se determinam os
fluxos de caixa, após o IR, é a utilização do ativo, na maioria das vezes, não coincidir com a vida contábil prevista pela legislação
tributária para calcular a depreciação. O autor destaca, ainda, que podem ocorrer os seguintes casos:

Conceituando

Vida econômica: se refere ao operacional de um bem.

Vida contábil: prazo de utilização funcional de um bem, ou seja, coincide com o seu período de
depreciação.

Exemplo 6: suponha que uma empresa adquira um equipamento no valor de R$ 20.000,00, com vida econômica de seis anos (sem
valor residual ao final deste período) com previsão de lucro anual no valor de R$ 6.000,00 e IR de 30%. Verifique a TIR para os
seguintes casos:

Tabela 4 - Fluxo de caixa: Exemplo 6 (vida contábil de quatro anos) / Fonte: a autora.
Tabela 5 - Fluxo de caixa: Exemplo 6 (vida contábil de seis anos) / Fonte: a autora.

Tabela 6 - Fluxo de caixa: Exemplo 6 (vida contábil de sete anos) / Fonte: a autora.

Neste último exemplo, como o bem possui vida econômica de seis anos e vida contábil de sete anos, o valor de 2.857,14, que é a
última parcela da depreciação, é considerado a diferença contábil desse investimento.

Resumo:

Tabela 7 - TIR (Exemplo 6) / Fonte: a autora.

Diante deste exemplo, é possível observar que, quanto menor a vida contábil, ou seja, quanto mais rapidamente o bem for
depreciado, maior a Taxa Interna de Retorno, pois o pagamento de maiores valores de impostos é postergado, melhorando, assim,
a rentabilidade do projeto. Considere, agora, o mesmo exemplo, mas com valor residual de R$ 6.000,00.
Exemplo 7:

Tabela 8 - Fluxo de caixa: Exemplo 7 (vida contábil de quatro anos, valor residual 6.000,00) / Fonte: a autora.

Tabela 9 - Fluxo de caixa: Exemplo 7 (vida contábil de seis anos, valor residual 6.000,00) / Fonte: a autora.

Tabela 10 - Fluxo de caixa: Exemplo 7 (vida contábil de sete anos, valor residual 6.000,00) / Fonte: a autora.

Tabela 11 - TIR (Exemplo 7) / Fonte: a autora.

Importante destacar que, nesse exemplo, o valor residual de R$ 6.000,00 foi acrescentado no último ano do fluxo de caixa.
Destaca-se, ainda, que a diferença contábil, neste caso, é de R$ 3.142,86, que se refere ao valor contábil (R$ 2.857,14) descontado
do valor residual de R$ 6.000,00.
Com isso, conclui-se que os projetos de investimento que possuem valor residual geram taxas de retorno mais elevadas, mas, da
mesma maneira que no caso anterior, esse valor é mais elevado quanto menor for o tempo de depreciação do equipamento.

Os exemplos, a seguir, mostram a análise considerando a viabilidade do projeto pela ótica do Valor Presente.

Exemplo 8: suponha que uma empresa fará um investimento em um novo equipamento. Este novo investimento a ser feito será de
R$ 10.000,00 e, antes da dedução da depreciação e do IR, a empresa obterá lucros de R$ 3.000,00 ao ano, durante cinco anos.
Após este período, o equipamento será vendido por R$ 4000,00. Determine o VPL a 8% ao ano, não considerando IR, e após, com
IR de 30%.

Tabela 12 - Valor Presente Líquido com IR e sem IR (Exemplo 8) / Fonte: a autora.

Observações:
O fluxo de caixa do ano 5 corresponde ao lucro 3.000,00 + o valor de revenda 4.000,00.
O valor contábil, sendo de 5.000,00 (10.000,00 – 50% de depreciação, ou seja 10% ao ano, durante cinco anos) e a revenda de
4.000,00 caracterizam perda contábil de 1.000, que corresponde a -1.000,00 no quadro Diferença Contábil.
O valor de 1.000,00 no ano 5, na Renda Tributável, corresponde ao lucro de 3.000,00 menos a depreciação de 1.000,00 menos
a perda contábil de 1.000,00.

A taxa de depreciação considerada foi de 10%.

Como pode ser verificado, o efeito do Imposto de Renda e a depreciação reduziram, substancialmente, o valor presente desse
investimento. Esse exemplo mostra como o IR e a depreciação podem impactar os resultados das organizações.

Casarotto Filho e Kopittke (2020) destacam, ainda, algumas considerações a respeito do preenchimento da planilha anterior. São
elas:
Se a aquisição for financiada, será preciso incluir as colunas de juros e da amortização na planilha.
Discriminar os valores envolvendo a compra ou a venda de equipamento. No caso apresentado, poderia ser colocado, no ano 5,
uma linha de lucro e outra de venda do equipamento.
A compra de um equipamento e a sua venda pelo valor contábil não são tributadas.
No caso da venda do equipamento, se o valor contábil for superior ao de venda, haverá prejuízo contábil e este será subtraído
da renda tributável, se ocorrer o inverso, o lucro será somado à renda tributável.
Abatem-se as despesas da renda tributável e somam-se às receitas.

Exemplo 9: para reforçar o entendimento desse conceito, agora, exemplificaremos um caso em que há o financiamento do bem em
questão. Considera-se o exemplo trabalhado, anteriormente, mas com quatro amortizações anuais no valor de R$ 2.500,00 a uma
taxa de 10% ao ano. Os resultados são apresentados a seguir:
Tabela 13 - Valor Presente Líquido com IR e sem IR (Exemplo 9) / Fonte: a autora.

Novamente, é importante fazer algumas considerações a respeito da planilha:


No fluxo de caixa, antes do IR (coluna A), foram deduzidos amortização e juros.
A amortização do financiamento não é despesa, apenas, desembolso, portanto, não dedutível, assim, para o cálculo da diferença
contábil, calcula-se o valor contábil (10.000,00 – 50% de depreciação = 5000,00) e deduz o valor da revenda 4.000,00, logo, a
diferença contábil é de – 1.000,00.
Na renda tributável do ano 5, não deve ser incluído o valor de revenda.

Como pôde ser observado, a tributação tem impacto sobre os resultados das organizações, pois atingem, diretamente, o fluxo de
caixa delas. O Imposto de Renda, em especial, deve ser considerado no planejamento das empresas tanto em alternativas
financiadas como não financiadas.

Na prática

Assista ao vídeo, a seguir, em que é apresentado o passo a passo do cálculo da Taxa Interna de
Retorno (TIR) de fluxo de caixa com o Imposto de Renda e o valor residual.

Disponível aqui

Conforme Oliveira (1982), o Lucro Tributável Negativo (prejuízo contábil) ocorre quando a depreciação é maior do que os lucros
previstos antes de sua dedução, neste caso, haverá uma redução no valor do imposto devido, haja vista que houve prejuízo da
empresa no exercício.

Sob a ótica do projeto, em casos como este, a situação é conduzida como se a firma pagasse, integralmente, os seus impostos, e a
Receita Federal, por sua vez, devolvesse ao projeto o equivalente à redução dos impostos. Oliveira (1982), em sua análise, afirma
que projetos independentes podem apresentar prejuízos nos primeiros anos, mas esses são compensados, posteriormente, por
meio de mecanismos fiscais que possibilitem a dedução dos lucros futuros para fins de imposto de renda.

Para uma aplicação prática, suponha a situação, a seguir:

Exemplo 10: o gerente de uma empresa está procurando inserir, em sua linha de produção, um novo equipamento com o objetivo
de otimizar a produção. Esse novo investimento apresenta as seguintes características:
Quadro 3 - Dados informativos para o Exemplo 10 / Fonte: a autora.

Considerando a taxa mínima de atratividade de 10% ao ano, após os impostos, cuja alíquota de IR é de 30%, qual deveria ser o
parecer/recomendação da engenharia industrial na análise desse projeto? Para responder a esta questão, verificaremos a Tabela
14, a seguir:

Tabela 14 - TIR com lucro tributável negativo / Fonte: a autora.

Observe que, para a determinação do fluxo de caixa após o Imposto de Renda, tudo se passa como se houvesse uma restituição do
imposto ao projeto num montante igual à redução de imposto em relação ao que seria pago pela empresa sem o projeto. Assim, o
fluxo de caixa após o IR, do ano 1 ao 4, é maior, ou seja, enquanto a empresa tem um valor depreciado maior do que o seu lucro, ela
tem o IR deduzido, aumentando, assim, o fluxo de caixa do período. Como resultado final, a recomendação para o projeto em
análise é por sua viabilidade, haja vista que o valor da TIR (12,51%) é maior do que a TMA (10%).

Até agora, vimos como os investimentos são afetados pelo Imposto de Renda, mostrando a importância de considerá-lo na análise
de projetos de investimentos. Entretanto, como já destacado, o sistema tributário brasileiro é bastante complexo e exige do gestor
bom conhecimento do seu funcionamento, a fim de otimizar os custos das empresas. Por este motivo, o planejamento tributário é
vital para a sobrevivência das organizações.

Assim, cabe destacar, a seguir, as principais modalidades de tributos estabelecidos às empresas bem como a maneira com que as
mesmas podem se enquadrar nos diversos regimes tributários existentes. Vejamos, a seguir:

Os principais tributos que incidem sobre a pessoa jurídica bem como os possíveis regimes tributários que as empresas podem se
enquadrar são:

Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor


Público (PIS/PASEP)
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

Imposto sobre Serviços (ISS)

Em se tratando de regimes tributários, há três modalidades nas quais as empresas podem declarar o seu IRPJ: Simples Nacional;
Lucro Presumido e Lucro Real. De acordo com Portal Tributário ([2021], on-line)¹, essas modalidades são caracterizadas da
seguinte maneira:

Simples Nacional

Lucro Presumido

Lucro Real

A importância do controle do ativo imobilizado, de forma prática, se torna fundamental para o planejamento estratégico da
empresa e para a composição do balanço patrimonial, além de ser útil em cálculos de indicadores financeiros.

É importante que você, gestor(a), administrador(a) ou empresário(a), tenha em mente três competências importantes na temática
analisada nesta unidade:
Conhecer e administrar, corretamente, os ativos imobilizados da empresa.
Conhecer a situação dos bens da empresa e a sua vida útil esperada.
Considerar a depreciação e o Imposto de Renda em seus projetos de viabilidade econômica.

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AGORA É COM VOCÊ

1. Preencha o quadro, a seguir, conforme as instruções:

Quadro 1 - Dados para o Exercício 1 / Fonte: a autora.

2. Suponha que você precisa tomar uma decisão de investimento com base nas seguintes informações apresentadas no quadro, a
seguir:

Quadro 2 - Dados para o Exercício 2 / Fonte: a autora.

Considere, ainda, uma alíquota de Imposto de Renda de 25% e a Taxa Mínima de Atratividade de 6% ao ano. Calcule o Valor
Presente e a TIR desse Investimento antes e depois do imposto de renda e da depreciação. Com base nisso, responda se o projeto é
viável ou não.

Orientação de resposta

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em:
.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm Acesso em: 23 abr. 2021. .

CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos São Paulo: Atlas, 2020. .

IUDÍCIBUS, S. et al. Contabilidade introdutória . 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

OLIVEIRA, J. A. N. Engenharia Econômica: uma abordagem às decisões de investimento. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982.

REFERÊNCIAS ON-LINE

1 Em: http://www.portaltributario.com.br/tributos Acesso em: 28 abr. 2021. .

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EDITORIAL

Profile
Possuo graduação, mestrado e doutorado em Economia pela
Universidade Estadual de Maringá com Doutorado Sanduíche na
Universidade do Minho, em Portugal (2013). Sou Professora Adjunta na
Universidade Estadual de Maringá desde 2015 e Chefe do Departamento
de Economia (2020). Atuo nas pesquisas dos seguintes temas: pobreza,
renda, crescimento econômico, capital humano, instituições, educação
Lattes financeira, análise de investimento. Atuo, também, como professora de
pós-graduação lato sensu em diversas instituições. Fui chefe de
tributação na Prefeitura do Município de Sarandi e encarregada
financeira em empresas de Maringá e região.

O que não tem no meu currículo


Nasci em uma família com muitas restrições financeiras, mas o meu pai
sempre acreditou que a educação poderia transformar as nossas vidas.
Perdi meu pai muito jovem, mas ele deixou um legado que era o incentivo
à educação, assim, consegui me graduar, me tornei doutora e, com isso,
me estabilizei, profissionalmente, superando os principais obstáculos
financeiros relativos à minha infância. Hoje, além de cuidar da minha
família, gosto muito de ler. Os meus temas favoritos são economia,
neurociência, comportamento humano etc. Gosto de assistir a filmes,
séries românticas e comédias, aprecio, também, a prática de esporte:
bicicleta e crossfit são os que pratico, atualmente. De maneira geral, me
considero uma pessoa feliz, realizada e pronta para encarar os desafios.
Confesso que nem sempre sou segura, mas busco superar os meus medos
e melhorar a cada dia. Acredito na educação como uma ferramenta
poderosa para a transformação do mundo.
DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação.

a Distância; BONDEZAN, Kezia de Lucas.

Análise de Investimentos e Engenharia Econômica .

Kezia de Lucas Bondezan.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2021.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Análise. 2. Investimento. 3. Economia.

4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 330

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Head de pós-graduação Victor V. Biazon

Diretoria de Design Educacional

Equipe Recursos Educacionais Digitais

Fotos Shutterstock
:

NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360


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ANÁLISE DE
INVESTIMENTOS E
ENGENHARIA
ECONÔMICA
Profª. Drª. Kezia de Lucas Bondezan

Oportunidades de aprendizagem
Prezado(a) pós-graduando(a), nesta última unidade do livro, você terá a oportunidade de conhecer as principais modalidades de
financiamento bancários bem como a forma com que elas são calculadas. Utilizando os conceitos já estudados em unidades
anteriores e aplicados a diversos métodos de amortização, você será capaz de efetuar cálculos que lhe possibilitem identificar, em
uma prestação, o que se refere à amortização e o que se refere aos juros do financiamento. Entender os diversos sistemas de
amortização é fundamental no processo de tomada de decisão tanto para as ações de pessoa física quanto de pessoa jurídica, haja
vista que algumas modalidades são mais interessantes para financiamentos em curto prazo, outras, por sua vez, favorecem aqueles
em longo prazo, e tudo isso se reflete na renda pessoal disponível e, também, na lucratividade e rentabilidade da empresa. A
unidade aborda um exemplo prático de projeto industrial, enfatizando questões conceituais e aplicadas das etapas de um projeto,
finalizando com um exemplo de análise de viabilidade econômico-financeira do projeto industrial de uma empresa moveleira.

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FINANCIAMENTO E ANÁLISE DE
SENSIBILIDADE
Você sabia que, ao realizar um empréstimo ou financiamento, estão incluídas, no valor da prestação, uma parte que se refere à
amortização do principal da dívida e outra parte que se refere a juros? Já refletiu que, ao saber como é feito este fracionamento, é
possível fazer escolhas mais acertadas dos custos financeiros da sua empresa? Já parou para pensar que, ao antecipar o
pagamento de uma dívida, você terá descontado dos juros, evitando, assim, o pagamento de custos desnecessários, caso surja uma
opção de quitação?

Considerando estas indagações e supondo que você seja responsável por gerenciar uma empresa em expansão, a qual deve
recorrer a um financiamento, a fim de aumentar a sua participação no mercado, qual método de financiamento você poderia
escolher para melhor atender às necessidades da sua empresa?

Observe que você, gestor(a), ao escolher uma opção de financiamento, deve ter em mente que o valor desse deverá ser restituído à
instituição financeira, acrescido de sua remuneração, que são os juros. As formas de devolução do principal mais os juros são
chamados de Sistemas de Amortização. Assim, no seu processo de decisão, opte por um sistema em que o valor da prestação é fixo
e a amortização é variável (Sistema Price ou Francês), ou por um sistema em que o valor da prestação é variável e a amortização,
constante (Sistema Price). Além disso, é importante considerar o período de carência desse financiamento ou empréstimo.

Suponha que você seja empresário(a) de uma indústria e deseja ampliar a capacidade de operação da sua empresa. Para esta
ampliação, você pretende construir uma nova planta e adquirir novas máquinas e equipamentos. Na construção desse projeto,
será necessário adquirir o terreno e construir um galpão industrial bem como comprar máquinas e equipamentos que possam ser
utilizados na nova planta. Suponha, ainda, que você possua um valor disponível para o investimento, mas que precisará, também,
recorrer ao financiamento bancário. Diante disso, como serão as suas escolhas sobre a melhor forma de financiamento? Considere
a possibilidade de fazer financiamento em longo prazo para a construção e, também, outro, em curto prazo, para a aquisição de
máquinas e equipamentos. Qual sistema de amortização será mais eficiente para cada um dos casos? Como decidir, do ponto de
vista econômico, se esse projeto de ampliação é viável ou não?

O que você precisa saber sobre o caso proposto? Reflita comigo acerca de como você pode escolher entre os métodos de
financiamento para:
Entender como é composta a prestação do financiamento (amortização + juros).
Verificar que é possível estabelecer um valor fixo para a prestação ou a amortização.
Compreender que os financiamentos podem permitir carência no pagamento e que os juros podem ser pagos durante esse
período ou capitalizados para serem pagos, juntamente, com as prestações.

Além disso, nesta unidade, você poderá refletir sobre:


As etapas que compõe a análise de viabilidade econômico-financeira de um projeto.
O planejamento de um projeto de viabilidade bem como a sua análise.

Nesta unidade, aprenderemos sobre os diversos sistemas de amortização de dívidas e, também, a sua utilização nas modalidades
de financiamentos. Antes, porém, compreenderemos o significado de “amortizar”.

MAPA MENTAL

Conceituando

“Amortizar quer dizer abater, extinguir, quitar uma dívida, normalmente em partes, mas poder
ser também do total, por meio de seu pagamento: assim, amortização é o pagamento de uma
dívida”.

Fonte: Bauer (2006, p. 193).

Dessa forma, ao realizarmos um financiamento, taxas e impostos são cobrados e é fundamental que estes dados sejam
considerados na planilha de cálculo, haja vista que elas alteram a estrutura dos custos financeiros de uma dívida. Se o valor da
despesa é abatido dos empréstimos, utilizamos o valor desses para fazer o cálculo de prestações, amortizações e, também, dos
juros, porém, se os valores dessas despesas são acrescidos aos empréstimos, é necessário acrescentar esses valores e, depois, sim,
efetuar os cálculos de empréstimos, amortizações e juros.

Uma das razões para estudarmos o tema amortização de dívidas é para que tenhamos condições de responder, em determinado
momento, questões relacionadas ao estado da dívida, o quanto já foi amortizado. Assim, quando uma dívida é saldada em
prestações, o devedor paga o valor principal e, também, os juros. Desse modo, as prestações são compostas por uma parcela de
juros mais uma parcela de amortização. Esta corresponde à parcela da prestação que é descontada do principal (CASAROTTO
FILHO; KOPITTKE, 2020).

Com o propósito de facilitarmos o entendimento prático das questões a serem abordadas nesta unidade, apresentaremos alguns
símbolos bem como os seus respectivos significados. Importante destacar que esta simbologia é trabalhada por Bauer (2006) e
pode ser diferente entre uma referência e outra, mas a sua aplicabilidade não se altera.

Quadro 1 - Simbologia e significados das variáveis de financiamento / Fonte: Bauer (2006).

Agora que conhecemos os símbolos adotados nesta unidade, conheceremos as principais modalidades de financiamento, iniciando
pelo Sistema SAC, que é o Sistema de Amortização Constante.

Conforme Bauer (2006), o Sistema SAC como o próprio nome sugere, apresenta um sistema de amortização constante, cujo valor a
ser amortizado é dividido pelo período de amortização, tendo, assim, o valor que deverá ser, a cada período, amortizado.

Casarotto Filho e Kopittke (2020) explicam que esse sistema foi popularizado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), o qual é
adotado nos financiamentos da casa própria, sendo comum a sua utilização em financiamentos em longo prazo.

Consideraremos, inicialmente, um caso de um financiamento com utilização unitária e imediata, ou seja, o repasse correspondente
à operação é feito de uma só vez e a primeira parcela é paga no ato da realização da operação (antecipada) ou num intervalo após
(postecipada).

Exemplo 1: o valor de R$ 9.000,00 foi emprestado, com utilização unitária, para pagamento em cinco prestações mensais, sem
entrada e sem carência, a taxa de 2,5% ao mês. Apresente a planilha pelo sistema SAC.

Para efetuar este cálculo, utilizaremos a fórmula, a seguir:

Neste caso, teremos:

Assim, o valor de cada amortização será de:

Feito este cálculo, podemos construir a nossa planilha de amortização, que ficará da seguinte maneira:
Tabela 1 - Planilha de amortização (Exemplo 1) / Fonte: a autora.

Em que:

PMT = A soma da amortização com os juros.

INT = A taxa aplicada sobre o saldo do período anterior.

AMORT = A amortização que calculamos pela fórmula.

SALDO = O saldo anterior menos a amortização do período.

Exemplo 2: Consideraremos, agora, a mesma situação anterior, porém, em um caso de parcela antecipada, ou seja, quando a
primeira parcela é paga no ato da realização da operação. Em termos práticos, seria uma compra com entrada.

Assim como ocorreu no exemplo anterior, a amortização será feita em cinco parcelas, totalizando o valor de R$ 1.800,00 mensais.
A alteração pode ser observada na planilha, a seguir:

Tabela 2 - Planilha de amortização (Exemplo 2) / Fonte: a autora.

Obs.: como a primeira prestação é paga na entrada e, nesta, não há juros, o valor da prestação é igual à amortização.

Ainda neste contexto, há casos em que a primeira parcela não é nem paga no ato da realização da operação, nem em um intervalo
depois. Casos como este é o que chamamos de “período de carência” e são muito comuns em negociações em longo prazo.

Conforme destacado por Bauer (2006), em situações como essas, os juros podem ser pagos durante a carência do contrato ou
podem ser capitalizados e acrescentados ao valor do contrato e serem pagos a partir da carência. Vejamos um exemplo para cada
um dos casos.

Exemplo 3: continuando com o exemplo aplicado, anteriormente, ou seja, o valor de R$ 9.000,00 emprestado com utilização
unitária, para pagamento postecipado em cinco prestações mensais, sendo a primeira paga três meses após o empréstimo, ou seja,
dois meses de carência e juros de 2,5% ao mês, e os juros serão pagos durante a carência. A planilha de amortização para este caso
será:
Tabela 3 - Planilha de amortização (Exemplo 3) / Fonte: a autora.

Agora, verificaremos o caso em que os juros não são pagos durante a carência, mas sim, capitalizados durante esse período. Dessa
forma, há alteração na maneira de calcular a amortização. Vejamos:

Exemplo 4:

Que, para o nosso exemplo, ficará:

Tabela 4 - Planilha de amortização (Exemplo 4) / Fonte: a autora.

Conheceremos, agora, o Sistema Francês de Amortização, também conhecido como Tabela Price De acordo com Casarotto Filho
. e
Kopittke (2020), ele é muito utilizado nas compras a prazo de bens de consumo e de crédito direto ao consumidor. Nesse sistema,
as prestações são constantes, diferentemente do SAC, cujas amortizações é que são constantes.

Apesar de muito parecidos, há uma diferença fundamental entre o Sistema Price e o Sistema Francês. Conforme Bauer (2006),
essa diferença ocorrerá sempre que a taxa fornecida for diferente do intervalo entre as parcelas. Por exemplo, se a taxa for anual e
o intervalo entre as parcelas for mensal e, assim, desejarmos utilizar o Sistema Francês de amortização, a taxa utilizada será a
efetiva, mas ao utilizar o Sistema Price, ela será nominal.

Assim como verificado no Sistema SAC, quando se faz um empréstimo ou financiamento, pode ter utilização unitária e imediata,
ou seja, o empréstimo ou o financiamento pode ser recebido numa só vez e sem carência, e a prestação pode ser postecipada,
quando a primeira parcela ocorre em um intervalo após a compra, ou, antecipada, quando é pago um valor como entrada.
Atenção

Há casos em que o valor do empréstimo ou do financiamento pode, também, ter utilização não
unitária Neste caso, o valor da compra não será recebido de uma só vez, é a situação, por
.

exemplo, de um empréstimo ou de um financiamento entregue em mais de uma parcela. Quando


ocorre este tipo de utilização, é normal que haja carência para o início do pagamento das
prestações.

Para facilitar o entendimento e, até mesmo, a comparação entre os dois sistemas de amortização apresentados, até aqui,
continuaremos com o mesmo enunciado anterior, mas, considerando, agora, o Sistema Francês de Amortização.

Exemplo 5: o valor de R$ 9.000,00 foi emprestado com utilização unitária, para pagamento em cinco prestações mensais, sem
entrada e sem carência, à taxa de 30% ao ano. Apresente a planilha pelo Sistema Francês de Amortização.

Atenção

Observe que, nesse enunciado, apresentamos a taxa de juros como anual ao invés de mensal,
enquanto as prestações serão pagas mensalmente. Esta modificação foi feita para chamar a sua
atenção ao fato de que, em casos como este, se optarmos por utilizar o Sistema Francês de
Amortização, será necessário utilizar o conceito de equivalência de taxas, a fim de obtermos a
taxa efetiva de juros. Esse conceito foi trabalhado na Unidade 1, mas apresentaremos, a seguir, a
fórmula utilizada para efetuar este cálculo.

Encontraremos, então, a taxa de juros efetiva para o nosso exemplo:

Após encontrarmos a taxa efetiva mensal, calcularemos o valor de cada prestação. Faremos isso utilizando a fórmula:

Como resultado, teremos:

Dessa forma, a planilha de amortização, pelo Sistema Price, ficará da seguinte maneira:
Tabela 5 - Planilha de amortização (Exemplo 5) / Fonte: a autora.

Obs.: por motivo de arredondamento, temos uma diferença de R$ 0,02 no final da planilha.

Agora, utilizaremos o Sistema Price para resolver a questão:

Exemplo 6: o valor de R$ 9.000,00 foi emprestado com utilização unitária, para pagamento em cinco prestações mensais, sem
entrada e sem carência, à taxa de 30% ao ano. Apresente a planilha pelo Sistema Price de Amortização.

Primeiramente, ajustamos a taxa. Como utilizaremos a Tabela Price, a taxa de juros será a nominal e o ajuste será feito pela
proporcionalidade das taxas. Neste caso: 30/12 = 0,025, ou seja, 2,5% ao mês.

O valor da prestação será obtido por meio de:

A planilha correspondente a esse sistema será:

Tabela 6 - Planilha de amortização (Exemplo 6) / Fonte: a autora.

Obs.: por motivo de arredondamento, temos uma diferença de R$ 0,01 no final da planilha.

Os Exemplos 5 e 6 mostraram a diferença fundamental entre o Sistema Francês e o Sistema Price de Amortização. Os cálculos da
prestação da amortização e dos juros são feitos de forma, exatamente, igual, como chamamos a sua atenção, anteriormente. O que
muda é a questão dos juros, em que, no primeiro caso, utiliza-se o conceito de taxa de juros efetiva e, no segundo, a taxa nominal.

Daremos continuidade aos nossos exemplos utilizando o Sistema Francês de Amortização. O que veremos, a seguir, é como fica a
nossa planilha no caso de pagamento da prestação antecipada, ou seja, uma compra com entrada.

Exemplo 7: uma mercadoria de R$ 9.000,00 foi vendida e recebida no ato, e o pagamento será feito em cinco prestações mensais,
sendo que a primeira será de entrada, à taxa de 2,5%. Apresente a planilha pelo Sistema Price de Amortização.

Atenção

Neste caso, o Sistema Francês e o Price são, exatamente, iguais porque a taxa de juros fornecida
no enunciado é mensal e as prestações também são mensais.

A fórmula para o cálculo da prestação:


A planilha de amortização:

Tabela 7 - Planilha de amortização (Exemplo 7) / Fonte: a autora.

Obs.: por motivo de arredondamento, temos uma diferença de R$ 0,01 no final da planilha.

Por fim, verificaremos o caso em que há um período de carência, ou seja, quando a primeira parcela não é paga ou recebida no
momento em que é realizada a operação financeira, ou, apenas, num intervalo depois. Quando temos carência, os juros podem ser
pagos ou capitalizados durante este tempo.

Exemplo 8: o valor de R$ 30.000,00 foi emprestado, com utilização unitária, para pagamento em seis parcelas, a primeira paga três
meses após o empréstimo, com juros de 3% ao mês, pagos, também, durante a carência. Faça a planilha de amortização pelo
Sistema Price.

Neste exemplo, o tempo de carência será de dois meses, pois, em modelos com utilização da carência, a série é postecipada. O
cálculo da prestação seguirá pela fórmula:

A planilha de amortização, para este caso, ficará da seguinte maneira:

Tabela 8 - Planilha de amortização (Exemplo 8) / Fonte: a autora.

Obs.: por motivo de arredondamento, temos uma diferença de - 0,97 no final da planilha.

Por fim, verificaremos esse exemplo para uma situação em que os juros não são pagos durante a carência, mas sim, capitalizados.

Exemplo 9: a prestação, neste caso, será calculada pela seguinte fórmula:


Tabela 9 - Planilha de amortização (Exemplo 9) / Fonte: a autora.

Obs.: por motivo de arredondamento, temos uma diferença de 0,03 no final da planilha.

Na prática

Veja no vídeo, a seguir, um exemplo de cálculo de amortização utilizando a calculadora HP12C.


Nele, mostraremos como é possível saber o valor do saldo devedor, dos juros e, também, da
amortização, em qualquer etapa do financiamento, mesmo sem utilizar a planilha. Os Sistemas
de Amortização Francês, Price e SAC são os mais utilizados nas análises de investimentos das
empresas.

Entretanto, além desses sistemas, há outros que podem ser utilizados. Bauer (2006) destaca o Sistema Americano Simples, que é
caracterizado pela amortização única, sendo que os juros podem ser pagos ou capitalizados durante o período de carência. Há,
também, o Sistema Americano com fundo de amortização, conhecido como Sinking Fund que prevê um desembolso efetuado,
,

periodicamente, por meio de depósitos, para garantir recursos na data da liquidação. Neste caso, os juros podem ser pagos ou
capitalizados durante a carência.

Há, ainda, o Sistema Alemão de Amortização, que consiste no pagamento antecipado dos juros, ou seja, eles são pagos no ato da
realização da operação, sem que seja descontado do saldo. Bauer (2006) destaca, por fim, o Sistema de Amortização Variável, em
que os valores da amortização ou de prestação são pactuados, aleatoriamente, sem que se obedeça qualquer sistema,
anteriormente, abordado.

Continuando nesta unidade, conheceremos o conceito de risco e incerteza bem como a análise de sensibilidade, buscando
identificar de que forma esses conceitos se aplicam à prática empresarial.

Os modelos que apresentamos, neste livro, até agora, partiram da condição de certeza, ou seja, modelos determinísticos que
pressupõem que as informações são, perfeitamente, conhecidas. Entretanto, no dia a dia, sabemos que o futuro é incerto e isso
torna o processo de tomada de decisão, extremamente, complexo, as dificuldades em estimar os riscos e os pressupostos da
racionalidade nem sempre são colocados em prática. Compreenderemos, então, a definição de risco e incerteza.

Conceituando

Quando conhecemos a distribuição de probabilidade dos dados de entrada, é possível uma


análise sob condições de risco. Para isso, utilizamos modelos probabilísticos. Quando nada ou
pouco se sabe sobre os dados de entrada, a análise ocorre sob condições de incerteza.

Fonte: adaptado de Casarotto Filho e Kopittke (2020).


Agora que conhecemos os principais sistemas de amortizações, também consideraremos outro conceito muito importante nas
decisões empresariais, que é a análise sob condição de incerteza. Este tipo de cenário é, extremamente, comum e importante, no
dia a dia do(a) gestor(a). Quando estamos atuando sob condição de incerteza, há, basicamente, três alternativas para a solução dos
problemas, são elas:
Uso de regras de decisão às matrizes de decisão.
Análise de sensibilidade.
Simulação.

Verificaremos, nesta unidade, o caso da análise de sensibilidade, que é o mais comum. Este tipo de análise estuda como a variação
de um dado de entrada pode impactar os resultados de uma empresa. Se uma pequena alteração em um parâmetro altera, de
forma drástica, a rentabilidade de um projeto, dizemos que esse projeto é muito sensível a este parâmetro. Aplicaremos um
exemplo, a fim de compreendermos melhor esta situação.

Exemplo 10: em fevereiro de 2021, uma empresa investirá R$ 200.000,00 em equipamentos e treinamento de pessoal, para lançar
uma coleção de inverno que será vendida nos meses de março, abril e maio. A previsão de vendas é de 20.000 peças por mês a um
preço de 10,00 cada, os custos fixos serão de R$ 40.000,000, e os custos variáveis, de R$ 4 por peça. Ao final dos três meses, a
empresa venderá o equipamento por R$ 60.000,00.

A partir destas informações, analise a TIR sob a previsão de vendas e sob a possibilidade de erros nesta previsão. Considere a TMA
de 12% ao mês.

Solução
a) Sob a previsão de venda original:

Investimento: R$ 200.000,00.

Receita mensal: 20.000 x R$ 10,00 = R$ 200.000,00.

Custos variáveis: 20.000 x R$ 4,00 = R$ 80.000,00.

Custos fixos: R$ 40.000,00.

Valor residual: R$ 60.000,00.

O fluxo de caixa, bem como a TIR desse projeto, apresenta os seguintes resultados:

Tabela 10 - Planilha de amortização (Exemplo 10) / Fonte: a autora.

b) Supondo variação negativa nas vendas: queda de 10%

Investimento: R$ 200.000,00.

Receita mensal: 18.000 x R$ 10,00 = R$ 180.000,00.

Custos variáveis: 18.000 x $ 4,00 = R$ 72.000,00.

Custos fixos: R$ 40.000,00.

Valor residual: R$ 60.000,00.


Tabela 11 - Planilha de amortização (Exemplo 10) / Fonte: a autora.

c) Queda de 20%:

Investimento: R$ 200.000,00.

Receita mensal: 16.000 x R$ 10,00 = R$ 160.000,00.

Custos variáveis: 16.000 x R$ 4,00 = R$ 64.000,00.

Custos fixos: R$ 40.000,00.

Valor residual: R$ 60.000,00.

Tabela 12 - Planilha de amortização (Exemplo 10) / Fonte: a autora.

d) Queda de 30%:

Investimento: R$ 200.000,00.

Receita mensal: 14.000 x R$ 10,00 = R$ 140.000,00.

Custos variáveis: 14.000 x R$ 4,00 = R$ 56.000,00.

Custos fixos: R$ 40.000,00.

Valor residual: R$ 60.000,00.

Tabela 13 - Planilha de amortização (Exemplo 10) / Fonte: a autora.

Pode-se constar que, ao considerar uma TMA de 12% ao mês, esse projeto só é viável se houver, no máximo, uma queda de 10%
nas vendas, quedas mais vultosas deixarão o projeto inviável.

Por fim, utilizaremos os diversos conceitos abordados neste livro, a fim analisar a viabilidade econômica de um projeto industrial.
Antes, porém, é importante destacar as etapas que antecedem a análise econômica e financeira de um projeto.
A elaboração de um projeto de investimento é uma tarefa complexa e minuciosa porque, apesar da existência de ferramentas
técnicas que facilitam o processo de tomada de decisão (vistas na Unidade 1), o gestor precisa contar com os riscos e as incertezas
que, não são, necessariamente, previsíveis, tecnicamente.

Apesar disso, as técnicas facilitam a vida do(a) gestor(a), pois proporcionam aspectos quantificáveis e comparativos que subsidiam
escolhas, tais como: realizar ou não determinado investimento; havendo mais de uma opção possível de investimento, qual deverá
ser escolhida; como escolher uma taxa de referência para ser considerada parâmetro de escolha etc., ou seja, essas e outras
questões podem ser respondidas por meio do uso das ferramentas apresentadas na Unidade 1.

Antes de apresentarmos uma exemplificação de projeto, é importante apresentar algumas etapas iniciais que são fundamentais no
momento de calcular a viabilidade. A primeira delas é o Estudo do Mercado, que, de acordo com Fonseca (2009), pode ser dividido
em três etapas:
O estudo do produto.
A oferta e a demanda pelo produto.
O estudo da localização com as variáveis insumos e mão de obra.

No estudo do produto, é feita a sua identificação sob o ponto de vista econômico, ou seja, se é um bem econômico durável; não
durável; bem de capital ou bem intermediário; o seu ciclo de vida, taxa de reposição etc. Nesta etapa, é importante ter em mente,
por exemplo, se o produto ofertado é consumido com alta ou baixa frequência, se os consumidores estão buscando, regularmente,
o produto, se é sazonal etc.

No estudo da oferta e da demanda pelo produto, os estudos estatísticos e econométricos são ferramentas para o cálculo de
previsão de oferta e demanda, entretanto, antes disso, é importante conhecer a série histórica do produto, ou, quando isso não for
possível, é necessário buscar por proxy, que são variáveis que podem representar a variável em questão.

Já no estudo da localização, é comum a utilização da técnica de orçamento comparados, a qual associa o menor custo de
transferência a maior rentabilidade. Além disso, questões como disponibilidade de insumos e mão de obra devem, também, serem
levadas em consideração. Nesta etapa, são considerados os incentivos fiscais, as políticas de desenvolvimento industrial e os
arranjos produtivos locais.

Os tributos a serem recolhidos também são abordados nesta etapa. Por exemplo, há cidades cuja alíquota de ISS é 3%, em outra,
2% (vimos na Unidade 2); alguns estados, para atrair empresas, dão incentivos fiscais com redução no ICMS. Todos estes aspectos
impactam os resultados financeiros da empresa e a sua viabilidade econômica.

Concluída esta fase, passa-se para os aspectos técnicos e financeiros de um projeto. Conforme Fonseca (2009), aqui, são
considerados:
O processo e o programa de produção.
O orçamento de custos e receitas.
O horizonte de planejamento financeiro do projeto.

O processo de produção é a parte central do projeto. São apresentadas, nele, as etapas e subetapas de cada tarefa, a sua descrição
e outros detalhamentos, de forma que seja possível garantir que o produto seja feito em determinado período de tempo. Fonseca
(2009) mostra que esse processo é dividido nas seguintes etapas:

Etapa 1: requisição dos insumos no almoxarifado.

Etapa 2: montagem e produção parcial dos componentes.

Etapa 3: montagem final.

Etapa 4: estoque de produtos acabados para expedição.

Fonseca (2009) argumenta, ainda, que, se esse processo for bem estruturado, a empresa conseguirá reduzir os seus custos e, com
isso, aumentar a lucratividade. O autor também diz que o memorial descritivo, o qual descreve, em detalhes, cada etapa de um
projeto, deverá ser acompanhado de perto para garantir que não ocorram erros e omissões tanto por parte do processo de
produção quanto por parte desse memorial.

O programa de produção trata do funcionamento da empresa. São considerados, nele, o tempo; a mão de obra; o volume de
matéria-prima e de materiais secundários; o consumo de energia e o emprego de máquinas e equipamentos.
Após o conhecimento do programa de produção, segue-se para a etapa de orçamento dos custos e receitas, a qual tem, como
objetivo, obter uma visão antecipada do balanço projetado, estimar a rentabilidade do projeto e, ainda, confirmar ou recusar o
tamanho e a localização do projeto. Nesta etapa, são identificados os custos diretos e indiretos bem como as despesas do
empreendimento. Também se escolhe um método para fazer o rateio dos custos: pode ser a departamentalização ou o critério com
base em atividades.

Por fim, no horizonte financeiro que abrange o investimento a ser realizado bem como no quadro de uso e fontes com a projeção
dos resultados, estimamos o fluxo de caixa da empresa para determinado período e, a partir dele, utilizamos os métodos (vistos na
Unidade 1) para verificar se o projeto é, economicamente, viável ou não.

Fonseca (2009) destaca que os principais investimentos a serem realizados são: aquisição ou locação do terreno; obras civis;
projeto hidráulico e elétrico; máquinas e equipamentos; veículos operacionais e capital de giro.

Como já destacado da Unidade 1, existem diversos métodos de Engenharia Econômica que permitem avaliar determinado
investimento. Agora, aplicaremos um exemplo prático, a fim de verificar a análise econômico-financeira de um projeto industrial.

O Exemplo 11 trata de um estudo para implantar uma indústria moveleira na região norte do Paraná. Os dados são hipotéticos e
têm, como base, as demonstrações apresentadas por Casarotto Filho e Kopittke (2020). A Tabela 14 apresenta as informações
básicas do projeto, o prazo de análise, investimento, o faturamento anual, os custos, o financiamento e outras informações que
servirão de base para a análise econômico-financeira feita, posteriormente.

Como você poderá notar, o período de análise desse projeto corresponde a cinco anos, e a Taxa Mínima de Atratividade é de 12%
ao ano. As informações apresentadas apontam, também, para uma alíquota de 40% de IR, e que o investimento será 60%
financiado.
Tabela 14 - Informações sobre o projeto industrial (Exemplo 11) / Fonte: adaptada de Casarotto Filho e Kopittke (2020).

Após as informações preliminares serem apresentadas, o próximo passo é verificar a estruturação de custos desse projeto. Esta
informação é apresentada na Tabela 15, observe que, nela, são incorporadas informações sobre custos diretos, custos indiretos,
despesas gerais fixas e variáveis. A Tabela 15 apresenta, também, o percentual de utilização da capacidade dessa indústria durante
o período de cinco anos.
Tabela 15 - Resultados sobre o projeto industrial (Exemplo 11) / Fonte: adaptada de Casarotto Filho e Kopittke (2020).

Na etapa seguinte, são calculados os valores do capital de giro. Destaca-se que, para o entendimento desse cálculo, é importante
considerar alguns aspectos, conforme apontados por Casarotto Filho e Kopittke (2020):
Necessidade de disponibilidade para o ano 1: 2 dias de faturamento, ou seja (2/220) x faturamento do ano 1, em que 220 é o
número de dias de operação.
Necessidade de matérias-primas: (10/220) x (Custo de MP + FRETE).
Necessidade de produtos acabados: (15/220) x Custo Industrial Total.
Necessidade de produtos em elaboração: (5/220) média entre (custo MP + FRETES + Custo Industrial Total).
Necessidade de financiamento das vendas: (30/220) x % de vendas a prazo x faturamento.

No que se refere às coberturas, os cálculos seguiram esta métrica:


Fornecedores: (15/220) x Custo MP.
Duplicatas descontadas: 10% do financiamento das vendas.
Financiamento em curto prazo: não existirão.
Adicional de giro próprio: o quanto será necessário adicionar ao giro a cada ano. Necessidades – coberturas – giro existente.
Os resultados desses cálculos para o exemplo 11 são apresentados na Tabela 16.

Tabela 16 - Capital de giro projeto industrial (Exemplo 11) / Fonte: adaptada de Casarotto Filho e Kopittke (2020).

Na sequência, temos a planilha de financiamento desse projeto, destacando que a taxa de juros é 10% ao ano. Os resultados são
apresentados na Tabela 17.

Tabela 17 - Planilha do financiamento / Fonte: adaptada de Casarotto Filho e Kopittke (2020).

De posse dessas informações, passa-se ao demonstrativo de resultados contidos na Tabela 18. Nela, é importante chamar a
atenção para o conceito de índice de lucratividade sobre vendas, que é calculado pelo lucro após IR/ Faturamento, e do índice de
rentabilidade, o qual é calculado pelo lucro após IR/Recursos próprios.
Tabela 18 - Demonstrativo resultado (Exemplo 11) / Fonte: adaptada de Casarotto Filho e Kopittke (2020).
Tabela 19 - Usos e fontes / Fonte: adaptada de Casarotto Filho e Kopittke (2020).

Em sequência, a Tabela 19 apresenta o quadro de usos e fontes do projeto, e a Tabela 20 mostra a análise econômico-financeira,
cuja primeira etapa consiste na análise financeira ou na capacidade de pagamento. Mostra, também, os resultados desses cálculos.

Tabela 20 - Capacidade de pagamento / Fonte: adaptada de Casarotto Filho e Kopittke (2020).

E,finalmente, na Tabela 21, é apresentado o resultado final da viabilidade econômica desse projeto, mostrando as suas taxas de
retorno bem como o Valor Presente Líquido.
Tabela 21 - Análise do retorno do projeto (Exemplo 11) / Fonte: adaptada de Casarotto Filho e Kopittke (2020).

No caso apurado, verifica-se que a TIR do empreendimento está na faixa de 13% ao ano, um valor dentro da normalidade para
empreendimento. Destacamos, ainda, que, como o projeto é financiado à taxa de 10% ao ano, o acionista se beneficia desta
diferença e a sua TIR é de 17,7% ao ano. Quando o empreendimento não é financiado, a Taxa do Acionista é igual a Taxa do
Empreendimento, haja vista que a diferença entre os dois fluxos é dada pelo fluxo do financiamento. Diante disso, pode-se resumir
que, economicamente, o projeto é viável, considerando, também, que o Valor Presente Líquido (VPL) foi positivo.

Assim como nas demais unidades abordadas neste livro, os conceitos e exemplos, aqui, aplicados, fazem parte do dia a dia do
trabalho do(a) gestor(a) e do(a) empresário(a). O tópico de financiamento é bem comum para empresas, pois, frequentemente, as
mesmas precisam recorrer às linhas de crédito, a fim de financiar os seus investimentos em instalações, ampliações, reformas,
compra de equipamentos de demais itens que possam permitir a ampliação. Além desses tipos de investimentos, muitas vezes, é
fato, também, que algumas empresas recorrem ao financiamento para aumentarem o capital de giro, cobrir alguma despesa extra
não programada etc.

Por conta disso, é importante que você, profissional, compreenda e analise o fluxo de caixa da empresa, considerando as despesas
de financiamento, a fim de verificar se há necessidade, ou não, de carência para o pagamento das prestações. Se sim, é importante
decidir de que maneira os juros desse período serão pagos. Deve-se dar atenção, também, ao prazo, à taxa de juros, ao sistema de
amortização e a todos os demais fatores que analisamos e que são importantes para que as decisões financeiras do investimento
sejam as mais acertadas possíveis.

Nos aspectos práticos, você pode observar que elaborar e acompanhar um projeto de investimento é um processo que exige
cuidado e demanda o acompanhamento de diversas etapas do processo de produção. Quando isso é levado em consideração, a
aplicação dos fundamentos de Engenharia Econômica e Análise de Investimentos para o processo de tomada de decisão pode ser
feita com mais assertividade, melhorando a possibilidade de ganhos das empresas.

Algumas habilidades são importantes nas decisões de financiamento e análise de viabilidade:


Conhecer o sistema de amortização no qual está inserido o financiamento.
Decidir se haverá, ou não, período de carência bem como a forma com que os juros serão capitalizados.
Conhecer a sensibilidade de oferta e demanda por seus produtos, a fim de estruturar o fluxo de caixa para casos de elevação
ou redução da oferta e da demanda.
Montar o fluxo de caixa considerando financiamento, tributação, taxa de juros e demais fatores e, a partir dele, calcular
indicadores (TIR, VPL etc.) que lhe permitam decidir pela viabilidade, ou não, do projeto.

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AGORA É COM VOCÊ

Preencha o quadro, a seguir, conforme as informações apresentadas nele:

Quadro 1 - Informações para o Exercício 1 / Fonte: a autora.

2. O valor de R$ 80.000,00 foi emprestado com utilização unitária, para pagamento em dez prestações mensais, sem entrada e sem
carência, à taxa de 2% ao mês. Apresente a planilha pelo Sistema SAC e pelo Sistema Price.

Orientação de resposta
No quadro, deve-se abordar questões sobre o estudo do produto, oferta e demanda bem como a localização. Na coluna 1, é
definido cada um desses conceitos e, no campo Observação, pode ser colocada alguma informação complementar que o(a)
aluno(a) julgue ser relevante.

Seguir o modelo de planilha, a seguir:

Tabela 1 - Modelo para o Exercício 2 / Fonte: a autora.

No SAC, o valor da amortização é de R$ 8.000,00 mensais. Já no Sistema Price, o valor da prestação é de R$ 8.906,12. O saldo final,
nos dois casos, deve ser zero ou bem próximo disso, por conta do arredondamento.

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REFERÊNCIAS
BAUER, U. R. Matemática financeira fundamental São Paulo: Atlas, 2006.
.

CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos São Paulo: Atlas, 2020.
.

FONSECA, J. W. F. Análise e Decisão de Investimento Curitiba: IESD Brasil, 2009.


.

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EDITORIAL

Profile
Possuo graduação, mestrado e doutorado em Economia pela
Universidade Estadual de Maringá com Doutorado Sanduíche na
Universidade do Minho, em Portugal (2013). Sou Professora Adjunta na
Universidade Estadual de Maringá desde 2015 e Chefe do Departamento
de Economia (2020). Atuo nas pesquisas dos seguintes temas: pobreza,
renda, crescimento econômico, capital humano, instituições, educação
Lattes financeira, análise de investimento. Atuo, também, como professora de
pós-graduação lato sensu em diversas instituições. Fui chefe de
tributação na Prefeitura do Município de Sarandi e encarregada
financeira em empresas de Maringá e região.

O que não tem no meu currículo


Nasci em uma família com muitas restrições financeiras, mas o meu pai
sempre acreditou que a educação poderia transformar as nossas vidas.
Perdi meu pai muito jovem, mas ele deixou um legado que era o incentivo
à educação, assim, consegui me graduar, me tornei doutora e, com isso,
me estabilizei, profissionalmente, superando os principais obstáculos
financeiros relativos à minha infância. Hoje, além de cuidar da minha
família, gosto muito de ler. Os meus temas favoritos são economia,
neurociência, comportamento humano etc. Gosto de assistir a filmes,
séries românticas e comédias, aprecio, também, a prática de esporte:
bicicleta e crossfit são os que pratico, atualmente. De maneira geral, me
considero uma pessoa feliz, realizada e pronta para encarar os desafios.
Confesso que nem sempre sou segura, mas busco superar os meus medos
e melhorar a cada dia. Acredito na educação como uma ferramenta
poderosa para a transformação do mundo.
DIREÇÃO UNICESUMAR

Reitor Wilson de Matos Silva

Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho

Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva

Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin

Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação.

a Distância; BONDEZAN, Kezia de Lucas.

Análise de Investimentos e Engenharia Econômica .

Kezia de Lucas Bondezan.

Maringá-Pr.: UniCesumar, 2021.

“Pós-graduação Universo - EaD”.

1. Análise. 2. Investimento. 3. Economia.

4. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 330

CIP - NBR 12899 - AACR/2

Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar

Head de pós-graduação Victor V. Biazon

Diretoria de Design Educacional

Equipe Recursos Educacionais Digitais

Fotos Shutterstock
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NEAD - Núcleo de Educação a Distância

Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900

Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360


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