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10 principais indicadores de desempenho da construção civil

Os indicadores de desempenho são importantes em qualquer atividade econômica, mas


são muito mais importantes ainda na construção civil. Afinal, é um dos setores mais
competitivos que pode haver, com desafios de gestão enormes para os empreendedores.

Num setor que, normalmente, já sofre com as instabilidades do mercado, a situação da


pandemia da Covid-19 tornou mais necessária do que nunca a busca do máximo de
eficiência nos negócios.

Nesse sentido, os indicadores de desempenho são ferramentas essenciais para avaliação


do andamento dos processos empresariais, do seu alinhamento com as metas definidas
no planejamento estratégico. E para apontar possíveis mudanças de rumo que sejam
necessárias, com a devida urgência.

Então, é a análise de desempenho, medindo, quantificando, comparando resultados, em


espaços determinados de tempo, que vai apontar onde a organização está se saindo
melhor e como pode se destacar da concorrência.

Ao mesmo tempo, os indicadores apontam os gargalos, os pontos fora da curva, que


comprometem a produtividade, a eficiência e a competitividade da construtora ou
incorporadora.

Quem quer se estabelecer e vencer neste mercado, precisa conhecer e adotar indicadores
de desempenho, pelo menos os considerados mais importantes. E são esses que você vai
conhecer, prosseguindo a leitura.

Tipos de indicadores de desempenho


Já dizia quem é considerado o pai da administração moderna, Peter Drucker:

O que pode ser medido, pode ser melhorado.

Ou seja, se você quer fazer sua construtora evoluir e decolar no mercado, precisa medir,
quantificar, datar… Enfim, criar bancos de dados que vão ser checados, confrontados e
avaliados periodicamente.

Eles devem ser agrupados por categorias específicas, que compõem os indicadores
necessários para o raio-x da sua performance empresarial. De uma maneira geral, eles
são classificados em quatro tipos básicos.
Indicadores estratégicos

Informam o quanto a organização se encontra alinhada na direção da sua visão de


negócio.

Refletem o seu desempenho em relação aos fatores mais críticos para o êxito.

Indicadores de produtividade e eficiência

Medem a proporção de recursos consumidos com relação às saídas dos processos.

Devem andar lado a lado com os indicadores de qualidade.

Indicadores de qualidade (eficácia)

Focam as medidas de satisfação dos clientes e as características do produto/serviço;

Medem como o produto ou serviço é percebido pelos usuários e a capacidade do


processo em atender os requisitos desses usuários.

Indicadores de capacidade

Medem a capacidade de resposta de um processo através da relação entre saídas


produzidas por unidade de tempo.

Usos dos indicadores de desempenho


Todos os indicadores que forem adotados na sua organização precisam ser
quantificáveis, confiáveis e medidos de maneira contínua.

Dessa maneira, adotados com critério e persistência, você vai ter um leque considerável
de usos para eles, a fim de que se tornem
tornem realmente úteis para alcançar seus objetivos.

Você pode ver alguns exemplos bem práticos da utilização dos indicadores:
 No planejamento estratégico – para ajudar a definir com clareza a missão e os
objetivos da sua empresa, a curto, médio e longo prazo.
 Na montagem dos orçamentos – como auxiliar na alocação mais eficiente dos
recursos disponíveis.
 Na avaliação dos resultados – para medir o que realmente foi alcançado em
relação aos objetivos traçados no seu planejamento.
 No trabalho de marketing e relações públicas – ajudam a comunicar
eficientemente o valor da sua organização para o mercado.
 Na gestão da qualidade – servem para medir a satisfação dos clientes e avaliar
a suas capacidade de melhorá-la.

Dificuldades de implementação dos indicadores


Apesar de ninguém contestar sua importância, a implementação dos indicadores de
performance na construção civil ainda está longe da realidade de muitas empresas,
inclusive grandes construtoras.

Sobre isso, a engenheira e pesquisadora Dra. Dayana Bastos Costa ressalta que o uso de
indicadores não é sistemático na construção civil.
A imagem não pode ser exibida. Talv ez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talv ez ela estej a corrompida. Reinicie o computador e abra o arquiv o nov amente. S e ainda assim aparecer o x v ermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la nov amente.

Onde eles existem, diz ela, predominam os indicadores financeiros e as construtoras têm
dificuldades em identificar os indicadores mais importantes da empresa, bem como seus
vínculos com as estratégias.

Neste contexto, as decisões dos gestores são muito mais baseadas na intuição e no senso
comum do que em dados objetivos, com todos os riscos que isso implica.

Ela aponta as principais barreiras para a implementação dos indicadores de


desempenho:

1. A resistência das pessoas para a coleta, processamento e análise dos dados dos
indicadores e também a sua inclusão na rotina organizacional.
2. O uso de um único indicador, o que dificulta a identificação de problemas e não
estimula a visão sistêmica.
3. O excesso de indicadores, o que dificulta o entendimento do que deve ser
analisado e gasta demasiado recursos.
4. O uso de medidas orientadas ao passado ocasiona desmotivação das pessoas
com o processo de medição.
5. Tempo demasiado entre coleta e análise dos dados.
6. A centralização do processo de medição e o comportamento gerencial para
tomada de decisão, que não favorecem o uso dos indicadores.

Por isso, os indicadores devem ter como características recomendáveis, entre outras, a
sua simplicidade, para que sejam de fácil compreensão, e o baixo custo, de preferência.

Também precisam ser acessíveis, de fácil obtenção, estar bem documentados e


fornecer informações realmente relevantes, que permitam a análise e a tomada de
decisão com segurança pelos gestores.

Principais indicadores de desempenho


Bem, você já deve estar achando que chegou a hora de vermos logo exemplos práticos
de indicadores, que possa adotar na sua organização e ter em mãos uma grande
ferramenta de gestão.

Vamos a eles então, aos principais indicadores de desempenho, aqueles que podem
fazer uma grande diferença no sucesso dos seus negócios.

1. Retorno sobre o investimento (ROI)

O gestor pode usar como referência de indicador de desempenho financeiro o retorno


sobre o investimento (ROI), que significa a relação entre o lucro líquido e o custo do
investimento resultante da aplicação de recursos.

Como medida de desempenho, o ROI, é usado para avaliar a eficiência de um


investimento ou para comparar a eficiência de vários investimentos diferentes.

Para calcular o ROI, subtrai-se o ganho alcançado pelo investimento inicial.

Depois, esse resultado é dividido pelo investimento inicial.

ROI = (Ganho obtido – Investimento inicial) / Investimento inicial.

Esse resultado ajuda a planejar os próximos empreendimentos, definindo o que é


necessário investir, cortar, ajustar orçamentos, para garantir um ROI mais favorável.

2. Fluxo de caixa

Outro indicador financeiro fundamental é o fluxo de caixa. Ele deve expressar a


consolidação das entradas e saídas financeiras da empresa e assim mostrar a
necessidade de aumento de receitas ou redução de despesas.

Um fluxo de caixa bem administrado traz como principais vantagens:

 Antecipar possíveis situações críticas ao negócio, como pagamentos adiante que


precisam ser provisionados ou renegociados com antecedência.
 Facilitar o planejamento da empresa, tais como contratações, dispensas,
encomendas de material, investimentos.
 Evitar problemas com fornecedores, por falta de pagamentos e atrasos
desnecessários.
 Melhor identificação de encargos e despesas excepcionais da folha de
pagamentos.
 Manter os tributos em dia e evitar situações desagradáveis com o fisco por falta
de previsão.
 Garantir que os processos internos estão andando corretamente, pois se está
tudo ajustado o fluxo de caixa também deverá estar e vice-versa.
 Estar preparado e organizado para os imprevistos, com um bom fluxo de caixa é
mais fácil passar por situações difíceis.

3. Segurança no trabalho

É um dos indicadores mais importantes, indispensável em qualquer obra, visto que o


Brasil, infelizmente, está em quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho
na construção civil.

Os controles devem levar em conta indicadores como o número de acidentes próprios,


acidentes de terceiros, autuações do órgão fiscalizador, frequência de falta de EPIs,
entre outros.

Manter este monitoramento rigorosamente em dia, ficar atento a qualquer ponto fora da
curva, por mínimo que seja, ajuda a controlar e prevenir situações de risco. Além de ser
um forte indicador de responsabilidade e preocupação da empresa para com seus
colaboradores.

4. Desperdícios e perdas

Os desperdícios e perdas estão entre os maiores problemas do setor. Empresas


desatentas a este item comprometem a sustentabilidade dos empreendimentos, um dos
princípios básicos da construção civil de hoje, e acumulam prejuízos.

Entre os indicadores de desperdícios e perdas, podem ser observados os seguintes:

 Percentual de material adquirido em relação à quantidade teoricamente


necessária.
 Espessura média de revestimentos de argamassa.
 Tempo de rotação de estoques.
 Percentual de tempos improdutivos em relação ao tempo total.
 Horas-homem gastas em retrabalho em relação ao consumo total.

5. Produtividade

Para calcular este indicador, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)


lançou um manual explicando o conceito e as formas de cálculo de produtividade.

É preciso fazer o cálculo da produtividade da mão-de-obra e consumo unitário de


materiais. Sua fórmula básica é:
A imagem não pode ser exibida. Talv ez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talv ez ela estej a corrompida. Reinicie o computador e abra o arquiv o nov amente. S e ainda assim aparecer o x v ermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la nov amente.

Quanto ao indicador adotado para a mensuração da produtividade da mão-de-obra, ele


se denomina razão unitária de produção (RUP), que é calculado da seguinte forma:
A imagem não pode ser exibida. Talv ez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talv ez ela estej a corrompida. Reinicie o computador e abra o arquiv o nov amente. S e ainda assim aparecer o x v ermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la nov amente.

No caso do da produtividade de materiais, utiliza-se o indicador CUM, que significa


Consumo Unitário de Materiais:
A imagem não pode ser exibida. Talv ez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talv ez ela estej a corrompida. Reinicie o computador e abra o arquiv o nov amente. S e ainda assim aparecer o x v ermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la nov amente.

A imagem não pode ser exibida. Talv ez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talv ez ela estej a corrompida. Reinicie o computador e abra o arquiv o nov amente. S e ainda assim aparecer o x v ermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la nov amente.

6. Qualidade das obras

A qualidade das obras pode ser medida de muitas formas, mas basicamente deve-se
levar em conta a conformidade do empreendimento com as especificações técnicas das
normas regulamentadoras.

Além dos defeitos mais óbvios que são verificados durante a construção, exigindo
retrabalho, é preciso atenção para os problemas que surgem após a conclusão das obras.

Estruturas e acabamentos costumam ser os quesitos mais avaliados em relação à


qualidade, bem como a resposta dos materiais à obra em si e sua posterior utilização
pelos clientes.

A medição sistemática e detalhada da quantidade de defeitos, apontando quais são, o


custo de sua correção em tempo e recursos, vai lhe dar uma forte indicação de melhorias
que são urgentes nos seus processos.

Servirá ainda para avaliar a qualidade da sua mão-de-obra e dos insumos que está
utilizando.

Detectando os pontos críticos e favoráveis da sua empresa nessa área, você estará
pronto para entregar um produto cada vez melhor e deixar ainda mais satisfeita a sua
clientela.

7. Satisfação dos clientes


A propósito, cultive o hábito de medir a satisfação dos seus clientes, a cada obra, a cada
venda. Assim você vai saber como eles percebem seus produtos, como avaliam o
trabalho da sua equipe, o grau de confiabilidade e indicativos da possibilidade de novos
negócios com essa clientela.

Acreditar nesta ferramenta para saber as suas expectativas iniciais e como se sentem ao
final da jornada de venda, sempre vale a pena. Vai lhe dar os ajustes necessários para
aperfeiçoar o seu produto, seus processos e sua relação com o mercado.

O Net Promoter Score (NPS) é uma pesquisa bem rápida que a empresa pode fazer com
os clientes, através de qualquer canal de comunicação, com apenas uma pergunta:

“De 0 a 10, qual a chance de você recomendar nossos serviços para um conhecido?”

Cada nota significa o seguinte:

0 a 6 – detratores: de modo geral, a vida dessas pessoas piorou depois da compra. Não
gostam da empresa e dificilmente fariam negócios com ela de novo.

7 a 8 – neutros: compram o que acham necessário, sem qualquer apego ou lealdade à


empresa.

9 a 10 – promotores: são os que tiveram maior melhora de vida depois da compra. São
entusiastas da empresa e podem recomendar o serviço a várias pessoas.

Outras questões complementares podem detalhar o que eles mais aprovam ou


desaprovam em relação aos seus empreendimentos.

8. Satisfação dos colaboradores

Não resta a menor dúvida de que trabalhadores satisfeitos desempenham suas funções
com mais motivação e têm maior produtividade, não é mesmo? Por isso, é importante
manter uma espécie de termômetro para avaliar a satisfação dos colaboradores e estar
atento a fatores externos que possam causar oscilações no seu rendimento.

É o caso da pandemia, que está abalando o mundo inteiro e certamente pode se refletir
em preocupações, temores, que acabam por afetar o local de trabalho.

Nesta hora, é fundamental que ninguém se sinta desamparado, que saibam que a
empresa está preocupada com a saúde e o bem estar de todos e tomando todas as
providências necessárias neste sentido.

9. Prazos

O cumprimento dos prazos é um dos dramas da construção civil e as dificuldades em


cumpri-los são bem conhecidas, numa atividade tão sujeita a imprevistos. Entre elas, as
intempéries e problemas com o fornecimento de matérias-primas, como está
acontecendo agora no País.
Mas esta é mais uma das situações onde é possível medir e, medindo, é possível
melhorar. Manter o controle do cronograma de obra, de maneira a identificar as etapas
onde costumam acontecer mais atrasos, é a melhor maneira de garantir os prazos em
dia.

Você pode anotar nas suas tabelas, por exemplo, o cumprimento das metas semanais, o
avanço físico e os percentuais concluídos por atividade no canteiro. Bem como as
compras no prazo ou fora dele, tempos de uso e inatividade por defeito dos
equipamentos mais importantes.

Uma empresa que costuma cumprir seus prazos, com certeza, ganha muitos pontos em
seu conceito junto ao mercado.

10. Vendas

Aqui se trata não só de avaliar se houve vendas ou não, mas também o tempo
transcorrido desde o início do lançamento do produto até atingir as metas.

Leve em conta todo o gasto necessário, inclusive a publicidade, para a avaliação do


custo/benefício de cada negociação.

Indicadores de desempenho de eficácia comprovada


Recentemente, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC),
José Carlos Martins, declarou que o setor deve continuar passando por dificuldades
bastante sérias no futuro próximo. Muito por conta da falta de insumos e a elevação
absurda dos seus custos.

Neste cenário, é urgente todo esforço possível no sentido de ganhar escalas de eficiência
e produtividade nas empresas. E uma das medidas mais viáveis e possíveis é verificar
onde a organização pode estar falhando, seus principais gargalos e seus maiores
potenciais de crescimento.

É preciso adotar os indicadores de eficácia comprovada e criar seus próprios índices


também. Nesta mesma direção, padronizar a coleta de dados e criar um setor com
pessoas encarregadas de analisá-los.

Por fim, estabelecer a cultura de que os dados têm uma função, ou seja, sua leitura deve
fornecer um diagnóstico preciso a partir do qual serão tomadas as providências que
surgirem como necessárias. O reflexo disso no canteiro de obras e nos resultados da sua
organização certamente aparecerá, como aparece para todos que adotam essa prática.

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