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Meu nome é Emmanuel Vieira, tenho 28 anos e sou apaixonado por investimentos,
educação financeira, etc.
Quando comecei a estudar sobre investimentos, tive muita dificuldade para aprender
os conceitos e praticar com segurança toda teoria. E apesar de ter muita facilidade
com números, pela minha formação em engenharia, no começo foi muito difícil
analisar as empresas de forma confiante pois faltava muita informação. O MBA em
Finanças pelo IBMEC me ajudou muito a aprimorar meus conhecimentos. Além de
outros cursos que eu fiz na área.
Vejo que a maioria das pessoas não aprende sobre investimentos e isso as prejudica
muito, no que diz respeito a saber lidar com o dinheiro.
Por isso,
O meu intuito com esse guia é passar para você conceitos básicos sobre análise
fundamentalista e os principais indicadores para analisar ações.
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Maior consultor de investimentos do século XX,
Benjamin Graham ensinou e inspirou milhares de
pessoas ao redor do mundo. Seu conceito de
investimentos protege os investidores de cometer
erros substanciais e os ensina a desenvolver
estratégias de longo prazo. Isso fez com que O
investidor inteligente se tornasse a bíblia do mercado
de ações desde sua primeira publicação, em 1949. A
partir daí, as evoluções do mercado provaram a
sabedoria das estratégias de Graham. Esse livro me
ajudou muito. (clique no link

Este clássico sobre o mercado financeiro inclui a


análise de Jeremy Siegel sobre a quebra do mercado
imobiliário americano, a crise financeira e a
consequente recessão mundial. Com uma mistura
potente de novas evidências, pesquisas e análises
apoiando suas ideias, Siegel traz respostas para
todas as dúvidas importantes de hoje, como “quais
são as fontes do crescimento econômico de longo
prazo? ” E “como se proteger contra a instabilidade
da moeda? ” Leitura obrigatória para todo investidor
e consultor que deseja entender a fundo as forças
que movem os mercados atuais, este livro apresenta
a mais completa síntese disponível sobre as
tendências históricas e o ajudará a desenvolver uma
carteira de longo prazo confiável e lucrativa.
Simplesmente indispensável.

Seu lema é: os pequenos investidores também


podem se tornar especialistas e selecionar
ações vencedoras com a mesma competência
dos profissionais de Wall Street – só é preciso
fazer algumas rápidas pesquisas. Em "O jeito
Peter Lynch de investir", ele afirma que, ao
observar o desempenho dos negócios e
prestar atenção aos melhores produtos e
serviços à sua volta – seja no shopping center
ou no ambiente de trabalho –, você será capaz
de descobrir quais empresas serão bem-
sucedidas no futuro antes mesmo dos
analistas.

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Sumário
Introdução ..................................................................................................................... 5
Fontes de Informação para análise ............................................................................... 5
Demonstrações Financeiras.......................................................................................... 5
Balanço Patrimonial................................................................................................... 6
Demonstração de resultados do exercício ............................................................... 10
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) ................................................................. 13
Indicadores ................................................................................................................. 16
Método de Avaliação por Múltiplos.............................................................................. 22
Agradecimentos .......................................................................................................... 26
Glossário para consulta .............................................................................................. 27

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Introdução
Em poucas palavras, podemos dizer que a análise fundamentalista é o estudo da
situação financeira de uma empresa e de suas perspectivas futuras. O foco da
análise são os fundamentos da empresa ou do negócio a ser analisado, com o
objetivo de entender a empresa e avaliar a possibilidade de o negócio ser
considerado um bom investimento.
Em 1929, durante o curso “Investments”, ministrado pelo economista estadunidense
Benjamin Graham, na Universidade de Columbia, em Nova York, foram lançadas as
bases da teoria conhecida como Análise Fundamentalista. Os fundamentos teóricos
revolucionaram a análise de investimentos em ações e seguem tendo grande
importância nos dias atuais. As anotações e exemplos utilizados durante o curso de
Graham foram organizadas posteriormente por um dos alunos, David Dodd, e
constituíram a base para a publicação, em 1934, do livro “The Inteligent Investor and
Security Analysis”, cujo link está na página 3 acima, uma das principais obras do
campo da Análise Fundamentalista.
Até mesmo para se estudar a viabilidade de manter uma empresa na carteira, será
necessário monitorar periodicamente os seus fundamentos, de acordo com o que o
investidor achar necessário.
Quem investe para o longo prazo e não tem o habito de especular, deve saber muito
bem como avaliar os fundamentos de uma empresa.

Fontes de Informação para análise


O processo de análise dos fundamentos de uma empresa envolve a avaliação de
uma série de informações essenciais. Balanços, demonstrações de resultados e
outros documentos publicados pelas próprias companhias para avaliar a situação
atual delas. Além de analisar as demonstrações financeiras da empresa que se
deseja avaliar, os especialistas também conseguem compara-las com empresas do
mesmo setor através de alguns indicadores. A análise envolve ainda indicadores do
mercado financeiro, como o desempenho dos índices da bolsa, taxas de juros,
dentre outros. Os analistas calculam também, indicadores relacionados ao preço da
ação, como o retorno em dividendos (dividend yield) e os famosos múltiplos de
mercado, como as relações preço/lucro, preço/patrimônio líquido, EV/EBITDA, etc.
Finalmente, é possível realizar a comparação dessas empresas através desses
múltiplos. Esse método é considerado por muitos, como valuation por múltiplos. O
termo valuation poderia ser traduzido como avaliação de empresas.
Valuation por fluxo de caixa descontado, outro método muito utilizado também, não
será abordado nesse e-book para que ele não fique muito extenso e confunda
alguns iniciantes, vamos focar em valuation por múltiplos e análises das
demonstrações financeiras, assim como os principais indicadores comparativos
para dar uma boa base ao investidor iniciante.

Demonstrações Financeiras

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As demonstrações financeiras contêm informações que vão guiar o investidor a estimar
o valor de uma empresa. Elas mostram a situação financeira da empresa, e permitem o
cálculo de indicadores que refletem a eficiência da companhia, sua rentabilidade para
os acionistas, os riscos aos quais ela está exposta, seu fluxo de recursos, a
sustentabilidade de seus resultados, dentre outros. Olhando para as demonstrações
financeiras de uma empresa, você consegue ver sua situação atual e estimar seu
desempenho no futuro. Temos 3 principais grupos de demonstrações financeiras. O
balanço patrimonial, a demonstração de resultado do exercício, e a demonstração de
fluxo de caixa. O Balanço Patrimonial é uma espécie de foto que reflete a situação
patrimonial da empresa no momento da divulgação do mesmo. Portanto, o Balanço
Patrimonial, é crucial para se fazer uma análise da empresa, porém não contém
informações suficientes para que seja feita uma análise completa apenas utilizando-o.
A Demonstração de Resultados, diferente do balanço patrimonial, mostra a
movimentação dos recursos da empresa. As companhias não registram informações
financeiras referentes a entrada e saída de caixa, e sim, conforme os responsáveis por
gerar ganhos e perdas, afetando o resultado da empresa. Na Demonstração de
Resultados, temos os fluxos de recursos ao longo de um período, comumente um ano,
ou trimestre, etc.

Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações mais importantes para a análise


fundamentalista. No balanço é possível encontrar dados sobre a quantidade de caixa
disponível, as vendas feitas à vista e a prazo, máquinas, equipamentos e instalações da
companhia, ativos imobilizados, além de informações sobre o endividamento,
O balanço informa a origem dos recursos da companhia e como a mesma os aplica.
Olhar para o Balanço Patrimonial é como olhar para a foto da situação econômica e
financeira da empresa ao final do período da divulgação.

O Balanço Patrimonial pode ser ilustrado por 3 segmentos principais, que são os ativos,
os passivos e o patrimônio líquido, como na tabela abaixo:
Tabela 1 Ilustração do balanço Patrimonial padrão
ATIVO CIRCULANTE (realizável PASSIVO CIRCULANTE (realizável
em até 12 meses) em até 12 meses)

PASSIVO NÃO CIRCULANTE


(realizável em mais de 12 meses)

ATIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMONIO LÍQUIDO


(realizável em mais de 12 meses) (Sem prazo)
Grupo com os exigíveis dos proprietários
da empresa.

Composição do Ativo.

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São os ativos que tem a capacidade de gerar renda para a empresa. A coluna da
esquerda da tabela é a dos ativos. Um ativo deve ter a capacidade de gerar retornos
para a empresa. Eles são divididos em dois grupos: o ativo circulante e o ativo não
circulante.
Ativo Circulante:
Fazem parte do ativo circulante as contas que podem ser transformadas em caixa em
prazo de no máximo 12 meses. Estão listados no ativo circulante:

• Caixa, aplicações financeiras e equivalentes de curto prazo


Geralmente essas aplicações estão em ativos de alta liquidez, como títulos públicos e
CDBs;

• Estoques
• Contas a receber - vendas feitas a prazo, mas período de recebimento inferior a ano
• Adiantamento de despesas - tudo o que a empresa pagou antecipadamente, para
receber posteriormente o produto ou serviço adquirido;
• Outros ativos circulantes - por exemplo, tributos a recuperar.
Ativo não circulante:
O ativo não circulante contém as contas que poderão ser transformadas em dinheiro em
prazo superior a 12 meses.
• Realizável de longo prazo - nesse grupo também podem ser registrados
estoques, mas apenas os indisponíveis para serem usados ou vendidos em até 12
meses.
Também fazem parte do realizável a longo prazo as contas a receber, ou seja, vendas
efetuadas ou serviços prestados com prazo de recebimento superior a 12 meses. Se
uma empresa vende um produto ou serviço em 24 prestações, por exemplo, as 12
primeiras prestações são registradas no ativo circulante, e as 12 seguintes, no ativo não
circulante, como contas a receber de longo prazo.
• Investimentos - são aplicações de longo prazo, que não serão resgatadas nos
próximos 12 meses. Podem ser aplicações em ações e outros títulos
• Imobilizado - ativos sem perspectiva de serem transformados em caixa, por
serem usados nas atividades operacionais da companhia: máquinas, equipamentos,
galpões, plantas industriais, computadores, prédios, galpões, veículos, dentre outros.
• Intangível - ativo adquirido ou desenvolvido pela empresa, mas sem substância
física. Por exemplo, marcas, patentes, contratos de concessão, softwares, etc.
Somando o ativo circulante ao não circulante, temos o ativo total.
Composição do Passivo.
Na coluna da direita do Balanço Patrimonial, temos os passivos, também chamados de
obrigações. Podem ser divididos em dois grupos principais: passivo e Patrimônio
Líquido.

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O passivo são as obrigações da companhia com terceiros, Um passivo nada mais é que
uma obrigação que a empresa se compromete a honrar numa ocasião futura em troca
de um produto, serviço que a empresa recebeu ou até mesmo um pagamento
antecipado que foi feito por um cliente referente a um serviço ou produto que a empresa
ainda não entregou.
São, portanto, dívidas da companhia com terceiros. Que podem ser fornecedores,
financiadores, funcionários e até mesmo os clientes. O passivo também é dividido em
circulante e não circulante.

O passivo circulante contém as obrigações da empresa no prazo inferior a 12 meses.


São exemplos de itens do passivo circulante:

• Empréstimos bancários de curto prazo

• Contas a pagar

• Salários a pagar

• Dívidas com fornecedores


• Obrigações sociais, trabalhistas e fiscais (salários, férias, impostos, contribuições,
impostos e tributos com vencimento inferior a um ano, etc)

• Outros
No passivo não circulante são registradas as obrigações da empresa no prazo
superior a 12 meses. Por exemplo, dívidas de longo prazo com fornecedores e
empréstimos e financiamentos de longo prazo.
Um balanço patrimonial positivo é aquele cujo lado do ativo pesa mais que o do passivo.

O Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido é formado pelo capital social, o dinheiro aplicado no negócio.
Empresas de capital aberto também captam recursos vendendo ações.
A soma do passivo com o patrimônio líquido resulta no passivo total. Em um Balanço
Patrimonial, o ativo total deve ser igual ao passivo total. O lado do ativo mostra como a
empresa está investindo os recursos que entram, e o lado do passivo mostra de onde
vem os recursos (capital de terceiros ou capital dos sócios). Portanto, as fontes de
recursos para a empresa podem ser três: o capital de terceiros (registrado no Passivo);
o capital dos sócios (registrado no Patrimônio Líquido) e as reservas, que fazem parte
do Patrimônio Líquido e vêm da atividade da empresa ao acumular capital.
Quando uma empresa define sua estrutura de endividamento, ela decide justamente,
qual será o percentual da atividade que será financiado por dividas, que quase sempre
tem um custo menor, e qual percentual será financiado pelo patrimônio líquido. Isso
afeta diretamente o retorno para o acionista, pois, de certa forma, pode alavancar o
patrimônio líquido gerando um ROE maior. Mas isso não é um assunto simples e deve
ser visto em outro momento.

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O Balanço é explicado pala seguinte equação:
Patrimônio Líquido = Ativo total - Passivo total.

Alguns indicadores:
O ativo circulante nos mostra o capital de giro bruto. A partir dele obtemos o capital de
giro líquido (CGL), ou seja, diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante
Temos:
Capital de Giro Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante

Outro indicador é o índice de liquidez corrente (ILC), obtido pela divisão do ativo
circulante pelo passivo circulante.
Índice de liquidez corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante
Esse índice representa o quanto a organização tem de ativo comparado com o passivo
circulante. Em outras palavras, ele mostra quanto a empresa tem de bens e direitos a
receber para cada R$ 1 de obrigações a cumprir. Quanto maior for o ILC, melhor será o
conforto financeiro da empresa e menor o risco.
Podemos dividir o Ativo Circulante de uma companhia em dois grupos. Existem ativos
necessários para que a empresa realize sua operação, que chamamos de Ativo
Circulante Operacional (ACO). E também temos o Ativo Circulante Financeiro (ACF),
que dependem das decisões financeiras das empresas. Caixa e aplicações financeiras
são os itens do do ACF.
O Passivo Circulante também pode ser dividido em dois grupos. Há o Passivo Circulante
Operacional (PCO), com as obrigações da própria operação da empresa, ou seja, os
gastos para manter o negócio funcionando no dia-a-dia. Como exemplos, podemos citar
as dívidas com fornecedores, obrigações sociais, trabalhistas e tributárias, dentre
outras. O Passivo Circulante Financeiro (PCF) é o grupo das obrigações financeiras da
empresa, como por exemplo a tomada de empréstimos, o pagamento de dividendos,
etc. A necessidade de capital de giro mostra o capital que a empresa precisa para
continuar rodando. Dessa forma, avaliaremos a quantidade de recursos disponíveis
necessários para a manutenção do negócio em operação. A diferença entre ACO e PCO
é a Necessidade de Capital de Giro (NCG).
NCG = ACO – PCO, definindo a necessidade de capital de giro.

Antes de avaliar o Balanço Patrimonial, a atividade da empresa deve ser levada em


conta, pois o tipo de negócio afeta a estrutura dos ativos e passivos. Dependendo da
área de atuação da empresa ela terá estruturas de balanço patrimonial diferentes.
Portanto, o analista deve conhecer o ramo de atuação, onde são investidos os recursos
e como funciona o negócio da empresa. Se uma companhia desempenha um certo tipo
de atividade e seu balanço é muito diferente do esperado para esse segmento, ou que
os das empresas do mesmo setor e área de atuação, você deve investigar mais a fundo
para entender as justificativas dessa diferença.

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Demonstração de resultados do exercício

A Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE) é apurada em geral, ao término de


um ano ou do trimestre. Ela informa como o Patrimônio Líquido dos acionistas cresceu
ou diminuiu como resultado das atividades de negócios.

Entre as linhas mais importantes da DRE, temos a receita de vendas. Em geral essa
linha representa a receita bruta da empresa obtida através da venda de seus produtos
e prestações de seus serviços.

A “linha do resultado”, última linha da DRE, é chamada de lucro líquido.


Tabela 2 DRE simplificada
Receita de vendas de bens e serviços (-)
custos dos bens ou serviços
= Resultado bruto
(-)
Despesas e receitas operacionais
Despesas de vendas e administrativas
Outras receitas e despesas
Resultado operacional (EBIT)
(+ ou -) resultado financeiro, receitas e despesas financeiras.
Resultado antes dos tributos (impostos) (-)impostos

= Lucro líquido ou resultado líquido.

A DRE tem como primeira linha a Receita de Venda de Bens e Serviços. Serão
registradas nessa linha as receitas de acordo com a atividade da empresa.
Esse valor aparece na linha líquido de impostos e tributos incidentes sobre a receita.
Também são retirados descontos concedidos pela empresa, e devoluções de produtos.
É logico que a empresa tem custos para manter-se operando e a diferença entre a
receita e esses custos vai nos mostrar as margens da empresa.
A linha seguinte traz os Custos dos Bens e Serviços Vendidos. Ela representa o valor
gasto pela empresa para produzir os bens vendidos, ou para prestar serviços. Ao
subtrairmos da receita da venda de bens e serviços, os custos de bens e serviços
vendidos, obtemos o Resultado Bruto.
O Resultado bruto está diretamente relacionado com a atividade principal da empresa.
Analisando a DRE, visualizamos quanto a empresa gasta para produzir os bens ou
prestar serviços, e o quanto recebe por eles. Aqui você consegue ver a eficiência da
empresa no seu negócio principal, ou seja, na sua área de atuação.
A linha seguinte da DRE é a das Despesas e Receitas Operacionais. Consideremos,
primeiro, as despesas operacionais, que serão subtraídas do resultado bruto. Despesas
são os gastos que envolvem a venda e entrega de produtos, e a administração da
empresa. Ao subtrairmos do resultado bruto todas as despesas e somarmos eventuais
receitas, chegamos ao Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos. Essa
linha também é conhecida pela sigla em inglês EBIT: Earnings Before Interest and

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Taxes. Depois de obter do EBIT, verifica-se o impacto do resultado das operações
financeiras realizadas pela empresa, como pagamento de juros e retornos de aplicações
financeiras. Somadas as receitas financeiras e deduzidas as despesas, chega-se ao
Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro.
Desse resultado, subtraímos os impostos sobre o lucro, que são o Imposto de Renda e
a Contribuição Social, e com isso chegamos, então, à última linha da DRE, o Resultado
Líquido da empresa. Embora a última linha seja, muitas vezes, a mais importante para
os investidores, é preciso analisar toda a DRE com atenção, pois ela te ajuda a entender
as causas do resultado da empresa nesse período.
Por exemplo: se uma companhia tem um resultado muito bom em determinado ano, mas
boa parte dele veio de aplicações financeiras, e não das receitas obtidas na operação
da empresa, é preciso ser cauteloso com relação ao otimismo. Os resultados podem
não ser sustentáveis no longo prazo.
Por outro lado, se o resultado é negativo por causa de despesas financeiras,
provenientes de variação no câmbio por exemplo, pode ser que o cenário não seja
desfavorável. Se a atividade principal da empresa estiver indo muito bem, uma mudança
na estrutura de endividamento, poderia reduzir a exposição à variação cambial, trazendo
mais tranquilidade.
No momento que eu escrevo esse E-book acontece algo parecido com uma empresa
do ramo de massas e biscoitos, a Mdias Branco. Lembrando que isso não é
recomendação.
Conseguimos extrair alguns indicadores da demonstração de resultado do exercício. E
achei interessante destacar os principais.
Indicadores:
A margem bruta é um importante indicador da saúde da empresa.
A margem bruta é capaz de nos mostrar o quanto sobra das receitas da companhia após
deduzir os custos de comprar ou fabricar seus produtos. Como podemos ver na tabela,
a margem bruta não leva em consideração despesas administrativas e de vendas.
Resumindo, temos:
Margem bruta = resultado bruto / receita de vendas
Para avaliarmos a eficiência da empresa considerando o EBIT, usamos a chamada
Margem EBIT (ou Margem Operacional), ou seja, a divisão do resultado operacional
pela receita de bens e produtos vendidos.
A Margem EBIT está diretamente relacionada à eficiência da operação para gerar
resultado, e assim aumentar a capacidade de pagamento de juros e impostos, sobrando
ainda lucro para o acionista. Quanto maior for a Margem EBIT, melhor vai ser a
capacidade de honrar compromissos financeiros e com impostos e ainda gerar lucro
para os sócios. Se a Margem Operacional diminui, pode ser que a eficiência da empresa
diminuiu no período. Mas é claro que temos exceções, empresas de commodities por
exemplo, podem ser impactadas se o preço da commoditie cair muito, e isso não vai
depender da eficiência da empresa ou não, e sim do preço da commoditie.
Por isso é bom levar em conta muitos fatores na hora de analisar uma DRE.

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Margem EBIT = EBIT / receita de vendas

Se olharmos apenas a última linha da DRE, poderemos assumir que a situação da


empresa melhorou ou piorou, apenas levando em conta o lucro líquido. A análise
vertical, no entanto, mostra algumas informações uteis.
Podemos ver se a empresa ficou mais eficiente ou menos eficiente para gerar valor para
o acionista.
Cabe ao investidor avaliar de onde vem as melhoras ou pioras no resultado financeiro,
e se o desempenho positivo tende a se repetir nos próximos anos. SE embora a
empresa tenha obtido um Resultado Líquido bom ele pode não ser sustentável, e vice
versa.
Um importante indicador a se analisar aqui é o percentual que indica a relação entre
Resultado Líquido e Receita de Venda de Bens e Serviços, chamado de Margem
Líquida. A queda da Margem Líquida indica que a empresa ficou menos eficiente para
gerar resultado aos acionistas.
Margem Líquida = Lucro líquido / receita líquida
O ideal é que a empresa consiga aumentar receita e margem ao longo do tempo, para
assim gerar cada vez mais valor ao acionista. Obviamente, que empresas mais maduras
terão mais dificuldades de aumentar receitas e margens, visto que elas já alcançaram a
maturidade no seu setor, empresas desse tipo costumam distribuir mais os seus lucros,
por não fazerem mais tantos investimentos para o crescimento do negócio.
O que é EBITDA
Veremos agora um dos indicadores mais importantes e utilizados na análise da DRE de
empresas. Trata-se do EBITDA, sigla em inglês para Earnings Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e
Amortização). A DRE, como já vimos, parte da receita de vendas até chegar no resultado
líquido. O lucro antes de determinado gasto é o resultado apurado sem considerar tal
gasto, ou seja, somando esse gasto de volta ao resultado. Na última linha da DRE,
temos o Resultado Líquido. Se somarmos a ele os gastos com tributos, e as despesas
financeiras, obtemos o EBIT, ou Earnings Before Interest and Taxes (Lucro Antes de
Juros e Impostos).
Para obter o EBITDA, é preciso somar a depreciação e a amortização ao EBIT. Ambas
podem ser registradas tanto como custo quanto como despesa.
Depreciação e Amortização
A depreciação é a despesa ou o custo proporcional pelo uso de um ativo imobilizado ao
longo do tempo. Considere, por exemplo, que uma empresa adquiriu uma máquina por
R$ 100 mil, para ser usada por seu setor de produção. O objetivo é utilizá-la durante
sua vida útil de, digamos, 5 anos. Sendo assim, a contabilidade da empresa considerará
como depreciação um quinto do valor pago pela máquina para cada ano de uso. A
depreciação será registrada como despesa do setor de produção.
Enquanto a depreciação é a despesa ou o custo associado ao uso de ativos
imobilizados, a amortização é a despesa ou o custo associado ao uso de ativos
intangíveis. O uso de um software por uma empresa, por exemplo, é considerado

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amortização. Tanto a depreciação quanto a amortização não representam saídas de
dinheiro do caixa de fato. Os pagamentos pelos ativos, tangíveis ou intangíveis, já foram
feitos no passado pela empresa. É verdade que cedo ou tarde, a empresa vai precisar
readquirir ativos imobilizados para repor os que já não são mais uteis, e renovar licenças
e contratos que irão vencer por exemplo, então não podemos ignorar esses custos e
despesas somente porque eles não saem do caixa. Tudo isso deve ser levado em conta
na hora da sua análise.
Para estimar justamente esse potencial de geração de caixa da empresa existe uma
medida muito conhecida e muito utilizada pelos analistas, o Ebitda.
O EBITDA é uma medida de capacidade ou potencial de geração de caixa de uma
operação. Ele não mostra exatamente a geração de caixa, fixe bem esse conceito, o
Ebitda não é a geração de caixa da empresa. Isso acontece porque a DRE é elaborada
no chamado regime de competência. O regime de competência é um método de
registro de lançamentos contábeis realizado no período de competência da receita ou
despesa realizada. Por exemplo, se uma empresa vende um produto para pagamento
em 36 parcelas, pode contabilizar a receita no momento da venda, embora a entrada de
caixa só vá acontecer ao longo dos próximos 3 anos. A mesma lógica vale para compras
a prazo. A despesa é reconhecida no momento da operação, embora os pagamentos
sejam feitos no futuro. Por isso, ao considerar o EBITDA como o próprio fluxo de caixa,
você comete um erro, pois assumimos que todas as receitas e despesas já ocorreram
de fato, e isso pode não ser o caso. Nem toda receita entrou no caixa da empresa, e
nem todo custo foi pago. Por isso, tratamos o EBITDA como um indicador do potencial
de geração de caixa de uma empresa, e não da geração de fato. Um indicador muito
usado que é relacionado com essa medida é a Margem Ebitda.
Se dividirmos o Ebitda pela Receita da Venda de Bens e Serviços, obteremos a Margem
EBITDA. Ela é um indicador da eficiência no potencial de geração de caixa da operação.

Margem EBITDA = EBITDA / Receita Líquida

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)

A terceira das demonstrações financeiras que vamos tratar aqui é a Demonstração do


Fluxo de Caixa (DFC).
A análise da DFC é muito importante para que saibamos em qual fase a empresa em
análise se encontra. Se é uma empresa de crescimento e retém uma parcela grande do
lucro, ou se a companhia já atingiu a maturidade e agora distribui grande parte do seu
lucro para os seus acionistas, por exemplo. A DFC relata tudo que acontece com o caixa
da empresa. E é uma grande fonte de informação para quem está analisando a empresa
em questão.
O esperado para uma empresa saudável é que ela gere caixa na sua operação. Porém,
dependendo do momento da empresa, não gerar caixa não significa que ela esteja indo
mal. Empresas em fase inicial tendem a investir muito, dependendo da sua área de
atuação. E isso dificulta uma forte geração de caixa em um momento como esse.
O fluxo de caixa pode ser dividido em 3 tipos principais.

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Fluxo de Caixa das Operações - indica quanto as atividades da empresa (vendas,
recebimentos e pagamentos) geraram ou consumiram de caixa. Aqui avaliamos se o
negócio principal da empresa está gerando caixa. Vai ser o resultado do fluxo das
operações subtraído dos gastos da empresa com a produção, comercialização e
prestação de seus serviços.
Fluxo de Caixa de Investimento - o FCI mostra quanto a empresa usou de caixa para
fazer investimentos de longo prazo, como por exemplo adquirir ativos imobilizados,
intangíveis, fazer investimentos financeiros de longo prazo, dentre outros. Também
pode acontecer de a empresa vender ativos, gerando caixa, em vez de consumir. O que
pode ser chamado de desinvestimento. Isso deve ser analisado também.
Fluxo de Caixa de Financiamento - o FCF mostra quanto a empresa pagou aos
credores e acionistas e quanto ela recebeu desses mesmos grupos. Em outras palavras,
o FCF mostra quais foram as movimentações no capital social e de terceiros. Somando
os três grupos, temos a Variação do Caixa:
FCO + FCI + FCF = Variação do Caixa

Tabela 3 fluxo de caixa simplificado


Caixa liquido das atividades operacionais
Resultado liquido
Depreciação e amortização
Outros ajustes
Variação de ativos e passivos
Caixa liquido das atividades de investimento
Investimentos em imobilizado, intangível, etc.
Resgate de aplicações, vendas de ativos, etc.
Caixa liquido das atividades de financiamento
Remuneração de credores
Pagamento de dividendos para os acionistas
Variação de caixa

Indicadores importantes.
O sinal do Fluxo de Caixa Operacional nos informa muito sobre a empresa. Como já
vimos, o esperado é que a empresa gere caixa. Bons negócios, geram caixa. Porém,
devemos avaliar qual nível de geração de caixa. Esse indicador é calculado por meio da
relação entre o Fluxo de Caixa Operacional e a Receita, segundo a fórmula abaixo.
Quanto maior for o resultado da divisão, melhor para a empresa, de acordo com a
expressão abaixo.
Eficiência de geração de caixa = FCO / Receita Líquida
Outra ferramenta é a análise do nível de investimento, que consiste em comparar o
Fluxo de Caixa de Investimentos com a depreciação e a amortização. É meio intuitivo a
gente pensar que a empresa deve investir pelo menos o suficiente para repor a
depreciação/amortização, correto? Senão cedo ou tarde a coisa desanda.
Nível de investimento = FCI / Depreciação e amortização

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Há ainda o indicador Fluxo de Caixa Livre, medidor da geração livre de caixa. Ele é
calculado pela soma do Fluxo de Caixa Operacional com o Fluxo de Caixa de
Investimentos.
Para te explicar isso de forma simples, eu posso dizer que é o saldo do caixa da empresa
que está livre, depois que as obrigações ‘‘acabaram’’. Ou seja, o dinheiro livre depois
de realizado todos os pagamentos obrigatórios para o funcionamento da empresa. Na
maioria das vezes, o fluxo de caixa livre é usado para realizar pagamentos de dividendos
aos acionistas, ou para diminuir o endividamento da companhia.
FCL = FCO + FCI
Fazendo um comparativo que me veio na cabeça agora, podemos relacionar essa
analogia com o tempo que temos todo mês ou ano para cumprir nossas obrigações.
Dessa forma temos até o mês de dezembro para cumprir todas as nossas metas e
objetivos no ano, por exemplo. Se em setembro você já tiver conseguido bater todas as
suas metas e realizar todas as suas obrigações, podemos dizer que esses 3 meses que
restam, são o seu “fluxo de tempo livre”, tempo esse que é seu maior ativo. Agora você
pode simplesmente gastar todo esse tempo em tarefas, não necessariamente
produtivas, o que seria o equivalente a distribuir todo o tempo livre para você que é o
único acionista de si mesmo, se você for solteiro é claro, e se me permitir essa piada.
Outra coisa que você pode fazer é não gastar todo esse tempo restante com atividades
não produtivas e tentar adiantar projetos do próximo ano ou até mesmo melhorar seus
resultados ainda mais no ano que ainda está terminando, que seria o equivalente a reter
seu fluxo de tempo livre para seu próprio crescimento no futuro, captou? Espero que
esse exemplo tem facilitado e não piorado tudo. (Risos)
O FCL pode ser interpretado então, como a capacidade da empresa de gerar caixa
para seus acionistas. Quanto maior FCL, mais brilha os olhos dos acionistas.

FCL = FCO + FCI

Possíveis estágios de uma empresa:

Crescimento acelerado:
O FCO e o FCI geralmente são negativos. Quando a empresa começa suas atividades,
dificilmente gera caixa, mas precisa gastar para iniciar suas operações. Além disso,
geralmente, empresas ainda pouco conhecidas são vistas como mais arriscadas e, por
isso, tendem a enfrentar dificuldades para vender à vista para clientes e comprar a prazo
dos fornecedores. Por isso, nessa fase, as companhias também gastam mais para
financiar a operação usando os próprios recursos. Nessa fase, o FCI também tende a
ser negativo. O FCF de uma empresa no estágio inicial do ciclo é muito positivo. O caixa
consumido para sustentar as operações vem de empréstimos junto a credores e de
dinheiro dos sócios. Uma companhia nova provavelmente usa capital proveniente dos
sócios, pois ainda tem dificuldade para conseguir credito.
Crescimento:

15
A companhia gera um pouco mais de caixa, resultando em um FCO positivo, mas nada
muito grande. Apesar da geração de caixa, empresas nessa fase ainda precisam fazer
investimentos para crescer, possuindo um FCI negativo.
Nessa etapa, a empresa geralmente tem maior acesso a empréstimos com terceiros.
Maturidade:
FCO positivo e suficiente para financiar os investimentos necessários. Nesse estágio a
empresa já não cresce mais de forma acelerada. Se a tendência é a estabilidade, a
necessidade de investimentos é menor, resultando em um FCI negativo, mas inferior ao
de outros estágios. Com menor necessidade de investimentos, mais dinheiro pode ser
distribuído para os sócios.
Na fase de maturidade, geralmente, as empresas se tornam boas pagadoras de
dividendos. Nessa fase, dificilmente a empresa apresentará perspectivas de
crescimento alto.

Indicadores

Estudar a fundo as demonstrações financeiras das empresas é uma tarefa praticada por
muitos investidores, mas não podemos dizer que pela maioria. A grande massa de
investidores, principalmente os iniciantes usam como base para suas análises, ou até
mesmo como filtro para iniciar uma análise mais aprofundada, os indicadores de
desempenho que as empresas apresentam.
Os indicadores de desempenho são extraídos justamente das demonstrações
financeiras que vimos anteriormente. Por isso saber analisá-las basicamente é muito
importante para você enquanto investidor.
Indicadores tem um papel fundamental para auxiliar os investidores nas suas decisões
e por isso veremos aqui alguns importantes indicadores.

Gestão do capital de giro


Para avaliarmos a operação da empresa e estimarmos o quanto ela necessita de
capital de giro, olhamos para o Ativo Circulante Operacional e o Passivo Circulante
Operacional, mais precisamente a diferença entre os dois. Dessa forma,
avaliaremos a quantidade de recursos disponíveis necessários para a manutenção
das operações da companhia e quanto de capital de terceiros financia essas
operações.
Dividindo o capital de giro pela receita líquida obtemos um indicador da gestão desse
capital de giro. O capital de giro é a diferença entre ativo circulante e passivo
circulante, como foi descrito no tópico sobre balanço patrimonial.

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Outros indicadores de rentabilidade e lucratividade.
Bom, para ter lucro uma empresa precisa ter receita e daí vem o primeiro indicador que
é a margem liquida, que pode ser calculada dividindo o lucro líquido pela receita liquida.
Quanto maior a margem liquida mais lucrativa é a empresa.

Margem líquida = lucro líquido / receita liquida

O problema e que para gerar receita a empresa precisa ter ativos. São os ativos que
tem a responsabilidade de gerar receita para a empresa. E dividindo lucro líquido pela
quantidade de ativos chegamos a mais um importante indicador, o ROA, do inglês return
on assets. Quanto maior for o ROA da empresa mais rentável ela é, o que é muito bom.
A margem líquida mede a lucratividade, e o ROA mede a rentabilidade.

ROA = lucro líquido / ativos


ROA , do inglês return on assets, quer dizer retorno sobre a quantidade de ativos.

Seguindo nessa mesma linha de raciocínio, chegamos a mais um importante indicador:


o giro do ativo, que é facilmente calculado dividindo a receita pela quantidade de ativos.
O giro do ativo é um dos indicadores que relacionam a receita gerada e os ativos da
empresa, medindo a eficiência do investimento. Esse indicador mostra ao investidor
quanto de receita a empresa obtém a partir do investimento realizado em ativos.

Giro do ativo = receita líquida / ativos

O ROE, do inglês return on equity (retorno sobre o patrimônio líquido), é um indicador


tão importante quanto o ROA e relaciona Lucro e Patrimônio Líquido, indicando a
rentabilidade da empresa para o acionista. Quanto maior o ROE, melhor para o acionista
da empresa.
O ROE depende da Margem Líquida, do Giro do Ativo e também da Alavancagem do
Patrimônio Líquido. Portanto, se uma empresa tiver maior alavancagem (indicando
maior endividamento), provavelmente seu retorno sobre o Patrimônio Líquido será
maior. Essa relação pode parecer estranha, pois você já deve ter ouvido falar que a
alavancagem representa um maior risco para a empresa, e por isso eu disse
provavelmente.
Alavancagem do Patrim. Líquido = Total de ativos / Patrimônio líquido

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Contudo, nem sempre o endividamento é algo negativo para a empresa. As vezes o
custo da dívida é menor que a rentabilidade da empresa, e nesse caso a alavancagem
pode ser boa para o acionista pois aumenta o ROE. Para entendermos por que o ROE
pode aumentar ou diminuir com o endividamento da empresa, recorremos a outro
indicador: o ROI (sigla para a expressão em inglês Return on Investment, ou Retorno
Sobre o Investimento).
O ROI mede a relação entre o resultado operacional (EBIT) e o ativo da empresa.

Quando a rentabilidade proporcionada pela operação é superior ao Custo Médio da


Dívida, o endividamento é saudável, entendeu? Esse endividamento mais barato eleva
a rentabilidade para os acionistas tornando a alavancagem positiva. Quanto maior ela
for, melhor será o retorno do acionista, se o custo da dívida for mantido.
Se isso não fosse verdadeiro, ninguém conseguiria abrir um novo negócio pegando um
empréstimo, num entanto muita gente consegue abrir uma empresa com um capital
conseguido através de um empréstimo, o negócio só precisa ser rentável o suficiente
para pagar os juros e remunerar o proprietário, de preferência. É verdade que muitas
empresas quebram nos primeiros anos justamente porque não é fácil criar um negócio
rentável de verdade. Porém não é tão difícil encontrar empresas rentáveis para investir
o seu dinheiro, e é por isso que investir em boas empresas é muito menos arriscado
que abrir uma. Obvio que abrir um negócio próprio, apesar de ser muito mais arriscado,
apresenta maiores possibilidades de retorno, pois quanto maior o risco maior a
possibilidade de retornos maiores, essa é a regra básica dos investimentos. Os
piramideiros piram (risos).
É lógico que essa alavancagem precisa ter limites e ser bem administrada pela empresa,
para que você não corra riscos desnecessários.

Outro indicador muito importante é o ROIC (return on invested capital), que mede o
retorno sobre o capital investido. Calcula-se esse indicador dividindo o lucro
operacional de um ano contábil pelo total de capital investido (capital dos sócios + capital
de terceiros).

Alguns indicadores levam em conta a Eficiência da operação da empresa. Assim


como a margem liquida que vimos acima, temos outros indicadores de margens, que
nos mostram a eficiência da empresa, ou seja, sua capacidade de gerar lucro com a
venda de seus produtos e serviços. Por isso a comparação se dá com a receita líquida
como nos mostrados a seguir:

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Margem Bruta = Lucro Bruto / Receita líquida
Margem EBIT = EBIT / Receita líquida
Margem EBITDA = EBITDA / Receita líquida

Alguns Indicadores de saúde financeira da empresa também precisam ser avaliados


na hora de analisá-las.

Índice de cobertura de juros

Reflete a capacidade da empresa de pagar os juros dos empréstimos concedidos pelos


credores (despesas financeiras), com o seu resultado operacional (EBIT OU EBITDA).
É um indicador importante, usado até por agências de classificação de risco para avaliar
o risco de empresas. O cálculo é feito pela divisão do EBIT ou do EBITDA (resultado
operacional) pelas despesas financeiras.

ICJ = EBIT / Despesas Financeiras

É interessante que o resultado operacional seja suficiente para pagar as despesas


financeiras da empresa. Se o EBIT é maior que as despesas financeiras, o ICJ será
superior maior que 1. Se o EBIT for menor que as despesas, o índice será menor que
1, indicando um resultado operacional insuficiente para cobrir as despesas financeiras.
Portanto, quanto maior for o ICJ, menor é o risco da empresa.

• ICJ > 1 = baixo risco


• ICJ < 1 = alto risco

Índice de liquidez corrente


Para uma avaliação da situação de liquidez de curto prazo de determinada empresa,
podemos calcular um índice relativo relacionado ao capital de giro líquido. Esse
indicador é o índice de liquidez corrente (ILC), obtido pela divisão do ativo circulante
pelo passivo circulante, que encontramos no balanço patrimonial, que foi explicado no
início desse e-book.

Índice de liquidez corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante

Esse índice representa o quanto de ativo circulante a empresa tem comparado com o
passivo circulante. Em outras palavras, ele mostra quanto a empresa tem de bens e

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direitos a receber (no curto prazo de 12 meses) para cada R$ 1 de obrigações a cumprir
(também no curto prazo). Quanto maior for o ILC, melhor será o conforto financeiro da
empresa, pois ela terá mais ativo circulante disponível para cumprir com as obrigações
financeiras.

Capacidade de pagar dívidas

Com relação ao endividamento da empresa também precisamos estar muito atentos,


afinal isso nos diz muito sobre se a empresa é ou não um investimento sustentável no
longo prazo.
Alguns indicadores podem ser utilizados como auxilio para sua análise, porém cada
empresa é um caso à parte, e as individualidades de cada uma devem ser levas em
conta na hora de analisar seus indicadores, sejam eles de endividamento ou qualquer
outro indicador.

A empresa, não visa apenas pagar os juros. Ela precisa ser capaz de pagar a dívida em
si. Portanto, para analisar o endividamento também devemos medir a capacidade de
quitar as dívidas da empresa. Para isso, usamos o indicador de Alavancagem do
EBITDA.
De certa forma, fazendo uma espécie de conta de padaria, esse indicador nos estima a
capacidade da empresa de honrar as suas dívidas a partir da sua geração de caixa
operacional.

Alavancagem EBITDA = Dívida líquida / EBITDA

Dívida líquida = Dívida bruta – caixa e equivalentes a caixa

Se uma empresa tem, por exemplo, R$ 1.000.000,00 de dívida de empréstimos e


financiamentos e R$ 300.000,00 de caixa e aplicações financeiras, sua dívida líquida é
de R$ 700.000,00 . Supondo um EBITDA de R$ 350.000, a Alavancagem do EBITDA
da companhia seria igual a 2. Considerando o EBITDA como potencial de geração de
caixa de uma organização, como foi falado anteriormente. Partindo da alavancagem,
chegamos à conclusão de que a empresa levaria aproximadamente dois anos para
pagar todas as dívidas, usando todo seu potencial de geração de caixa, e também todo
seu caixa.
Quanto maior a Alavancagem do EBITDA de uma empresa, maior o risco de não
cumprimento das dívidas onerosas (dividas que geram pagamento de juros).

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Se a dívida líquida da organização for negativa, coisa que acontece se o caixa for
suficiente para quitar a dívida integralmente de uma pancada só, esse risco será
considerado muito baixo. A Grendene é um exemplo de empresa que tem dívida liquida
negativa aqui no Brasil no momento que escrevo esse ebook (Isso não é indicação de
compra nem de venda).

DL/PL (Dívida liquida sobre patrimônio líquido)

O índice Dívida Líquida sobre Patrimônio Líquido é usado para medir o tamanho da
dívida em relação ao patrimônio liquido da empresa. É considerado um bom patamar
quando esse indicador está abaixo de 1, e é muito bom quando ele está abaixo de 0,5.
Acima desses patamares, em geral, o endividamento começa a pesar sobre as
operações da empresa. Obviamente que cada caso em especifico pede uma análise
mais profunda sobre as razoes de um possível endividamento acima do normal.

Mais alguns indicadores importantes:

Dividend Yield e Payout


Um outro indicador muito conhecido pelos investidores é o Dividend yield. É o
percentual que você recebe de dividendos e juros sobre capital próprio anualmente, em
relação ao preço da ação.
Por exemplo se uma ação vale 100 e ela distribuiu 10 reais nos últimos 12 meses, o seu
dividend yeld é igual a 10%. Embora esse indicador seja útil para avaliar uma empresa,
sua interpretação não pode ser isolada. Uma companhia pode ter um retorno em
dividendos baixo como consequência de uma estratégia de reinvestimento dos lucros
para acelerar o crescimento como já vimos anteriormente.
Por isso, um indicador legal para se analisar em conjunto com o Dividend Yield meu
amigo, é o Payout. Esse é um importante indicador da política de dividendos de uma
empresa. Ele é calculado como a proporção dos lucros da empresa que são distribuídos
na forma de proventos em dinheiro e, em geral, é determinado pela própria empresa,
em seu estatuto.
Se você confia e acredita na empresa, e ela está crescendo, é muito melhor que a
própria empresa reinvista nela mesma e cresça no longo prazo, do que que ele distribua
agora para você todos os lucros. O investimento em ações é para longo prazo, Lembra?

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Método de Avaliação por Múltiplos

A avaliação por múltiplos consiste em estabelecer uma relação entre o valor da empresa
e um indicador, que pode ser o lucro, a receita, o EBITDA, o Patrimônio Líquido, dentre
outros.

O múltiplo é calculado sempre com base em quantas vezes a empresa vale em relação
ao indicador que você escolher comparar. Antes de entrar nos múltiplos mais usados no
mercado financeiro para avaliar empresas, vamos ver um exemplo para ilustrar como
funciona a avaliação por múltiplos no mercado de imóveis que já é de maior
conhecimento de todos nós.

No caso de imóveis, um dos “múltiplos” mais usados é o preço do metro quadrado.

EX.:
Coletamos uma amostra de valores e áreas de apartamentos em uma determinada
região e concluímos que o valor médio dos imóveis é de R$ 500.000, e a área média é
de 50 metros quadrados.

O múltiplo é calculado da seguinte maneira:


Múltiplo (Preço do m2) = R$ 500.000 / 50 m = R$ 10.000/m2.

A partir do múltiplo, podemos calcular o valor de outro imóvel. Basta multiplicá-lo por um
indicador do ativo avaliado.

Por exemplo, suponhamos um apartamento sob avaliação com 75 metros quadrados.


Calculamos o preço da seguinte forma:

Preço estimado = múltiplo x indicador do ativo avaliado Área do imóvel avaliado:


Preço estimado = 10.000 x 75 = R$ 750.000.

Creio que depois de analisar um apartamento e avalia-lo em R$ 750.000,00, você não


aceitaria compra-lo por R$ 1.300.000,00, por exemplo, ou vende-lo por R$ 400.000,00.

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Acontece que, como eu disse, a avaliação de imóveis é bem mais simples que a
avaliação de empresas.

A situação acima, embora simples, mostra como é o conceito da avaliação por múltiplos.
Ao avaliarmos empresas, será necessário considerar outras questões. Assim como os
apartamentos são diferentes entre si, as empresas também não são iguais. Portanto,
para que a avaliação por múltiplos seja o mais precisa possível, ela deverá ser feita
entre empresas com a maior semelhança possível para que a comparação faca sentido.
Afinal, o Messi seria um péssimo jogador se o tivessem colocado para jogar como
goleiro.

Os passos da avaliação por múltiplos são:

1. Encontrar empresas semelhantes (mesmo segmento, estrutura, tamanho, etc)

2. Definir o múltiplo usado para realizar a comparação.

3. Calcular o múltiplo para cada uma das empresas escolhidas


Múltiplo = Valor / indicador.

4. Calcular a média ou a mediana dos múltiplos.

5. Aplicar o múltiplo ao indicador da empresa que você quer avaliar:


Valor = múltiplo médio do setor x indicador da empresa

6. Fazer ajustes no valor, se necessário, subtraindo a dívida Líquida.

O primeiro passo, encontrar empresas parecidas, é fundamental.

Assim como a avaliação de imóveis perde precisão se consideramos diferentes tipos e


localizações, comparar empresas muito diferentes resultará em uma análise sem
sentido. Ao avaliarmos uma empresa, portanto, faremos comparação com outras
companhias do mesmo setor, e de preferência, também com desempenho e modelo de
negócio parecidos.

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Múltiplo de valor da empresa

Os múltiplos de valor estão relacionados ao valor da empresa, utilizando indicadores


operacionais, como EBITDA, Receita, Fluxo de Caixa Operacional, dentre outros.
Esse tipo de múltiplo deverá ser comparado ao valor estimado da Firma, e não ao valor
do acionista. O resultado da comparação indicará, portanto, o valor do negócio.

O múltiplo de valor da empresa mais comum é o:


Enterprise Value/EBITDA (EV/EBITDA).

Calculamos esse múltiplo dividindo o valor da firma (Market Cap + Dívida Líquida) pelo
EBITDA.

EV / EBITDA = (Market Cap + Dívida Líquida) / EBITDA

Múltiplos de valor do acionista

Usam indicadores afetados pela estrutura de capital da empresa, como o Lucro Líquido
(ou lucro por ação) e Patrimônio Líquido (ou valor patrimonial da ação).
O resultado desse tipo de múltiplo será o valor para o acionista ou o valor estimado da
ação.
Os múltiplos de valor do acionista mais usados são dois:

Preço/Lucro (P/L)
Ele é calculado pela divisão do preço da ação pelo lucro por ação, ou pela divisão do
Market Cap pelo Lucro Líquido. O resultado indicará quantas vezes a empresa vale em
relação ao seu lucro.
P / L = Preço ação / Lucro por ação = Market Cap / Lucro da empresa

Preço/Valor Patrimonial (P/VP)


Ele é calculado pela divisão do preço da ação pelo valor patrimonial da ação, ou a
divisão do Market Cap. pelo Patrimônio Líquido. Ele indica quanto a parte do acionista
vale em relação ao valor contábil dessa mesma parte.
Sim, quando você compra uma ação você compra um pedaço do patrimônio líquido da
empresa. Só que o pedaço do patrimônio líquido que você poderá comprar será definido
pelo valor de mercado e não pelo valor contábil dele, infelizmente ou felizmente,
dependendo da situação.

24
Conclusão da avaliação por múltiplos

Nem todos os múltiplos são adequados para avaliar empresas de quaisquer setores.
Antes de selecionar os múltiplos que você pretende utilizar, considere as características
das empresas que quer comparar. Múltiplos de EBITDA, no caso, devem ser usados na
avaliação de empresas cuja geração de caixa operacional permita a análise. Avaliando
Instituições como os bancos, que têm seu caixa gerado através de ativos financeiros, o
uso de múltiplos de EBITDA não faz sentido. O mais comum seria usar o índice P/L para
avaliar instituições financeiras como bancos. Empresas cujo valor tem forte relação com
a capacidade da operação, como as do setor de energia e industrial, podem ser
avaliadas por múltiplos relacionados a indicadores operacionais, e não os financeiros.
O conhecimento cada vez maior é o que vai diminuir seu medo de investir em renda
variável e mitigar os riscos das suas decisões e consequentemente da sua carteira.
Na realidade, meus amigos, conhecimento sempre foi e sempre vai ser o melhor
investimento que podemos fazer para o longo prazo. Lembre-se sempre que o seu
conhecimento também sofre efeito dos juros compostos.

25
Agradecimentos

Gostaria de expressar meus agradecimentos a todos que investiram um pouco do seu tempo para ler esse
e-book que eu escrevi com muito carinho. Eu enxergo o tempo como sendo o nosso ativo mais valioso. Fico
muito feliz que vocês usem o tempo de vocês para ler um material feito por mim. Agradeço muito a todos
os que acompanham o canal. Vocês ajudam muito o valor em ação.
É obvio que esse material não irá te tornar um especialista em ações, e nem é esse o objetivo aqui.
Esse conteúdo tem o objetivo de te dar uma base sobre análise fundamentalista, e mais segurança para
você investir em renda variável.

A missão do Valor em ação é fazer as pessoas investirem melhor o seu dinheiro, e possibilitar que todos
consigam acumular patrimônio suficiente para conseguir ter uma boa qualidade de vida no longo prazo
através dos seus investimentos.
Nós temos como objetivo também fazer com que as pessoas se sintam mais seguras para investir em renda
variável, em ativos como ações e fundos imobiliários, que na nossa visão, é o melhor caminho para se
acumular patrimônio no longo prazo.

Ainda em 2020 vamos lançar o nosso curso para investidores iniciantes saírem da absoluta falta de
conhecimento, e aprenderem tudo para começar a investir melhor o seu dinheiro das mais diversas formas,
de acordo com o seu perfil de risco. Vale a pena esperar para fazer esse curso.

Vamos compilar tudo que aprendi na minha jornada como investidor, nos diversos cursos sobre o assunto
que eu já fiz, no MBA sobre finanças pelo IBMEC que eu fiz, etc. Será um excelente investimento para o
investidor iniciante.
Porém, como vamos inclusive aprender no curso, o investimento só é bom dependendo do preço que você
paga por ele. E por isso essa primeira turma terá um preço excelente e quem optar por fazer será muito
bem recompensado pelo investimento.

Será uma turma pequena para que possamos nos acostumar com o modelo de curso on-line, afinal, até
hoje trabalhei apenas com consultorias personalizadas.

Vamos acompanhar cada aluno da melhor forma possível, atendendo a todas as dúvidas e
questionamentos. Será o melhor curso sobre investimentos para iniciantes.

Compartilhem esse material com todos que vocês acharem que tem interesse, vamos disseminar esse
conteúdo.

Espero ter ajudado, e até o próximo e-book.

Contato: badduvieira@gmail.com

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Glossário para consulta

Esse pequeno glossário tem o intuito de auxiliar no entendimento de alguns termos


do livro e até mesmo de outros materiais que você venha a ter acesso através de
outras fontes. Ajuda muito os iniciantes, e você deveria dedicar um tempinho para
ler esse conteúdo.
Ação ON (ordinária) – Tipo de Ação que dá ao acionista o direito a voto em assembleias da empresa,
claro que esse direito é proporcional a quantidade de ações que o investidor possuir.

Ação PN (preferencial) – Tipo de Ação que não dá ao acionista o direito a voto em assembleias da
empresa, mas o concede preferência e garantia no recebimento de dividendos.

Análise fundamentalista – método usado pelos investidores para avaliar as empresas a partir dos
seus fundamentos.

Ações: Ações são títulos que representam uma pequena parcela de participação na sociedade de uma
empresa. Assim, ao comprar uma ação, o investidor se torna sócio dessa empresa.

Alavancagem do investidor: É basicamente a utilização de recursos de terceiros para aumentar as


possibilidades de lucro

ANBIMA: Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiros e de Capitais, representa as


instituições que atuam nestes mercados.

BDR’s: BDRs ou Brazilian Depositary Receipts, são títulos ou ações emitidos no Brasil com lastro em
valores mobiliários emitidos no Exterior.

Benchmark: É uma referência de mercado no qual os produtos se baseiam como base para seus
resultados. Por exemplo: CDI.

B3: É a Bolsa de valores do Brasil e a responsável pelo sistema de negociação, liquidação e custódia
de títulos financeiros.

CDB: Ao aplicar em um CDB, você faz um empréstimo a um banco que utiliza este dinheiro para
financiar operações do banco. Assim, seu rendimento consiste em juros que o banco vai te pagar.

CDI: Certificado de Depósito Interbancário, é uma taxa especial de juros que os bancos usam quando
emprestam dinheiro entre si.

COE: Certificado de Operações Estruturadas, COE, é um tipo de investimento diversificado, que dá


diferentes remunerações em um único contrato, mesclando renda fixa e variável.

Contratos Futuros: Em contratos futuros você investe apostando na alta ou na queda do índice
Ibovespa, dólar ou commodities, etc.

CRA: Quem investe em CRA, certificado de recebíveis do agronegócio, está comprando um produto
que financia e é remunerado por financiamentos e empréstimos no setor agrícola.

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CRI: Quem investe em CRI, certificado de recebível imobiliário, está comprando um produto que
financia e é remunerado por financiamentos e empréstimos no setor imobiliário.

Day Trade: O Day Trade é uma operação de curto prazo que consiste na compra e venda de uma
ação no mesmo dia, ou vice-versa, tendo como objetivo obter lucro ao longo do dia de uma forma
rápida e dinâmica.

Debêntures: Quando você compra uma debênture, está comprando um título de renda fixa de uma
companhia privada, o que significa dizer que você está emprestando dinheiro à ela e se tornando um
credor.

Declaração Imposto de renda: é a declaração anual que comprova a renda de cada cidadão. Esta
declaração é obrigatória para todos que possuem rendimento maior do que o valor mínimo definido
pelo governo.

ETF’s: O ETF ou Exchange Traded Fund é um fundo de investimento que é negociado em bolsa como
uma ação, porém não é uma ação propriamente e não te torna sócio diretamente de uma empresa.
Mais conhecidos no Brasil como fundos de índices, buscam retornos de investimento que
correspondam, de forma geral, ao desempenho de um determinado índice de referência

FGC: Fundo garantidor de crédito, instituição que protege seu dinheiro em alguns investimentos
como CDBs, Letras de Câmbio, LCIs, LCAs, entre outras aplicações possíveis em bancos.

Fundos de Investimento: Os fundos de investimento são uma opção para diversificar sua carteira e
funciona como um condomínio, em que cada um é “dono” de uma parte do fundo.

Fundos DI: Uma categoria de Fundos de Investimentos de baixo risco que são os mais conservadores
do mercado. Estes fundos aplicam em ativos atrelados ao CDI.

Fundos Imobiliários: Os fundos imobiliários são formados por investidores que aplicam seus recursos
em ativos relacionados ao mercado imobiliário.

Home Broker: Plataforma digital, na maioria das vezes de uma corretora, onde se compra e vende
produtos do mercado financeiro, como ações, produtos de renda fixa, fundos, etc.

Imposto de renda ou IRPF: Imposto de Renda sobre Pessoa Física é o valor que o governo federal
desconta anualmente do rendimento de cada cidadão. É possível pagar menos imposto com a
Previdência Privada, por exemplo, e ainda existem investimentos que são isentos de IR.

Indexador: Índice usado como referência para estabelecer a rentabilidade de algum investimento.

Índice Bovespa (Ibovespa) é o um índice composto pelos principais ativos de maior negociabilidade
e representatividade do mercado de ações brasileiro.

IPCA: Índice de preço ao consumidor amplo, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, é um índice que
mede o aumento dos preços do país, também conhecido como o índice oficial que mede a inflação.

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LC: As Letras de Câmbio são instrumentos de captação das Financeiras. Pelo dinheiro aplicado, a
emissora te paga juros como remuneração.

LCA: A LCA, letra de crédito agrícola, é um título bancário garantido por empréstimos concedidos ao
setor de agronegócio.

LCI: A LCI, letra de crédito imobiliário, é um título bancário garantido por empréstimos concedidos ao
setor imobiliário.

Liquidez: Período no qual você deve aguardar para resgatar seu investimento. Em alguns casos o
investidor precisa esperar alguns anos, em outros alguns dias, ou até mesmo nem precisa esperar. ex:
(d+1 = 1 dia / d+30 = 30 dias, etc..).

Long & short: É uma estratégia que envolve, simultaneamente, uma compra (Long) e uma venda
(Short).

Lucro: É a medida de resultado de uma empresa.

Oferta Pública: Oferta pública é a distribuição de ações de uma empresa, cotas de fundos de
investimento e outros valores mobiliários para o mercado.

Oferta Pública Inicial ou IPO: Oferta pública é a distribuição de ações de uma empresa, cotas de
fundos de investimento e outros valores mobiliários para o mercado pela primeira vez na história da
empresa.

Operações Estruturadas: São produtos financeiros cujo rendimento e risco são resultantes da
combinação e características dos componentes envolvidos na estrutura.

Opções: Opções são contratos entre compradores e vendedores onde eles possuem o direito de
comprar ou vender determinado ativo (ações, títulos, etc.) em uma data futura. É importante ressaltar
que o titular possui o direito de compra e venda, e não a obrigação. Já o lançador terá obrigação caso
se configure o exercício.

Patrimônio Líquido: Representa o capital dos acionistas na empresa. Idealmente deve crescer ao
longo do tempo, conforme a empresa for gerando lucro e reservas.

PGBL: Plano de Previdência Privada que oferece vantagens fiscais na declaração de Imposto de
Renda, para pessoas que utilizam o formulário completo.

Pré-Fixado: Taxa pré-estabelecida pela instituição na qual o investidor está investindo seu dinheiro.
Esta taxa não muda em relação a oscilação dos indexadores e o investidor já sabe de antemão qual
será sua rentabilidade data de resgate do seu investimento.

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Previdência: A Previdência Privada é uma modalidade de investimento muito utilizada quando
pensamos em aposentadoria e sucessão patrimonial. Além de incentivar você a poupar, os planos de
Previdência oferecem diversas vantagens fiscais e sucessórias no longo prazo.

Pós Fixado: A rentabilidade depende de um indexador e varia em relação a oscilação dele.

Renda Fixa: Investir em Renda Fixa significa emprestar dinheiro ao emissor do papel, seja ele um
banco, instituição financeira, uma empresa ou o Governo. A remuneração é feita por meio de juros
prefixados ou pós-fixados.

ROE – Retorno sobre Patrimônio: Este índice mede o retorno do acionista. Deve ser maior que o
retorno de investimentos de ativos com baixo risco (por exemplo, CDBs e Títulos Públicos) para
justificar a exposição a riscos maiores.

Selic: A Taxa Selic é o cálculo da média dos rendimentos pagos pelos Títulos do Tesouro. Como estes
investimentos são considerados os menos arriscados do Brasil, o seu rendimento impacta toda a
economia.

Swing Trade: O Swing Trade é uma operação de prazo curto, que consiste na compra e na venda de
uma ação em dias diferentes. A operação pode durar dois dias, uma semana ou um tempo maior.

Tesouro Direto: É um programa do Tesouro Nacional para a compra e venda de títulos públicos
federais, restrito apenas para pessoas físicas.

Títulos Públicos: Os títulos públicos são ativos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional para
financiar suas atividades e paga uma remuneração aos investidores que os adquirem.

VGBL: Plano de Previdência Privada que é indicado para investidores que tenham como objetivo
acumular poupança no longo prazo, usufruindo de todas as vantagens fiscais e sucessórias que a
previdência privada oferece.

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