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ATIVO IMOBILIZADO – CPC 27

BENS DO IMOBILIZADO x MATERIAIS DE USO


OU CONSUMO

As regras adotadas são as


estabelecidas pela Legislação do
Imposto de Renda.
RIR/2018 - (https://www.valor.srv.br/artigo.php?
id=339&titulo=ativo-imobilizado-limite-de-imobilizacao-
imposto-renda-irpj-csll)

O valor (custo) unitário dos bens do Ativo


Imobilizado será considerado em função da
utilidade que o mesmo possa prestar em
relação ao objeto da empresa.

Exemplos: carrinho (para fregueses


apanharem mercadoria); a bicicleta (para
entregas); a escrivaninha (para o escritório); e,
assim por diante.
Bens cujo custo podem ser lançados diretamente a resultado:

• O RIR/2018 autoriza a dedução como despesa


operacional, o custo de aquisição de bens de valores
irrelevantes destinados à manutenção das atividades
da empresa que, por sua natureza, seriam
classificados no "Ativo Imobilizado (AI)" do Balanço
Patrimonial (BP) da empresa, desde que atendidos os
seguintes requisitos:

• seu valor (custo) unitário não seja superior a R$


1.200,00 (um mil e duzentos reais) (1); ou
• seu prazo de vida útil não for superior a um ano
(qualquer que seja o custo do bem) (2)
NÃO CUMULATIVIDADE

• Note-se que esses requisitos não são cumulativos,


mas sim, alternativos. Aplica-se ou um outro,
conforme o caso real. Assim, se o valor da aquisição
for superior à R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais),
mas o tempo de vida útil for inferior a 1 (um) ano,
o custo de aquisição poderá ser registrado como
gasto corrente, ou seja, como despesa operacional
do período.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES (IR)

• Uma vez ativado o bem, será


inadmissível a reversão do seu custo
para despesa operacional
MATERIAIS DE USO OU CONSUMO
• Contabilmente, o procedimento mais adequado é
lançar os materiais de uso ou consumo como
estoque do ativo circulante. À medida que eles
sejam consumidos, o valor correspondente deve
ser transferido para o resultado.
• Se a quantidade de material adquirido não for
relevante, é admissível o seu registro diretamente
como custo ou despesa.
GASTOS COM REPAROS, CONSERVAÇÃO OU
SUBSTITUIÇÃO
Segundo a legislação do IR, os gastos incorridos
com reparos, conservação ou substituição de
partes de bens do ativo imobilizado, de que resulte
aumento de vida útil superior a um ano, devem
ser incorporados ao valor do bem para fins de
depreciação do novo valor contábil.
Geralmente, os gastos com reparos e conservação
não afetam de forma relevante a vida útil de um
bem, ao contrário da substituição de peças.
Exemplo:
Máquina 10.000
Depreciação Acumulada ( 6.000)
Valor contábil 4.000
Tempo de vida útil remanescente 4 anos
A substituição de uma determinada peça, no valor
de 3.000, provocou o aumento da vida útil da
máquina em cinco anos.
EXEMPLO
Na contabilização dos fatos, primeiro deve ser
baixada a depreciação acumulada da máquina:
D – Depreciação Acumulada 6.000
C – Máquinas 6.000
Em seguida, devemos adicionar o valor gasto com
a substituição das peças:
D – Máquinas 3.000
C – Caixa ou Contas a Pagar 3.000
Com isso, a máquina passou a apresentar o saldo
de 7.000 e será depreciado com base no tempo de
vida útil após a substituição das peças, nove anos
(quatro anos de vida útil remanescente mais
cinco anos agregados pela substituição das
peças.
DEPRECIAÇÃO

• Essa taxa será fixada em função do prazo durante


o qual se possa esperar utilização econômica do
bem pela empresa, na produção de seus
rendimentos.
DEPRECIAÇÃO

Não há um método recomendado isoladamente. O


CPC sugere, a princípio, três métodos de
depreciação:
Método Linear, com a depreciação distribuída
igualmente durante o prazo de vida útil: dividimos o
valor depreciável pelo tempo de vida útil estimada.
Exemplo: Máquina com vida útil de 10 anos e valor
depreciável de $ 60.000.
Depreciação anual = 60.000/10 = $ 6.000
Método Das Horas De Trabalho
Inicialmente, estima-se o total de horas que
determinado ativo vai trabalhar, ao longo de sua vida
útil. E a depreciação é calculada dividindo-se as horas
efetivamente trabalhadas pelo total de horas.

Ex. Máquina com vida útil de 50.000 horas. Trabalhou


4.500 horas em 2020. Depreciação anual: 4.500 /
50.000 = 0,09 ou 9%.
DEPRECIAÇÃO

O critério fiscal: regras básicas de dedução da


depreciação (artigo 305 do RIR/99):

• Poderá ser computada, como custo ou encargo, em cada


período de apuração, a importância correspondente à
diminuição do valor dos bens do ativo resultante do
desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência
normal
• Em qualquer hipótese, o montante acumulado das quotas
de depreciação não poderá ultrapassar o custo de
aquisição do bem.
DEPRECIAÇÃO

• Somente será permitida depreciação de bens móveis e


imóveis intrinsecamente relacionados com a produção
ou comercialização dos bens e serviços.

• A taxa de depreciação será fixada em função do prazo


durante o qual se possa esperar utilização econômica do
bem pelo contribuinte, na produção de seus rendimentos.
DEPRECIAÇÃO

• A Secretaria da Receita Federal do Brasil publicará


periodicamente o prazo de vida útil admissível, em
condições normais ou médias, para cada espécie
de bem, ficando assegurado ao contribuinte o
direito de computar a quota efetivamente
adequada às condições de depreciação de seus
bens, desde que faça a prova dessa adequação,
quando adotar taxa diferente
DEPRECIAÇÃO
BENS TAXA DE DEPRECIAÇÃO VIDA ÚTIL

Veículos de Passageiros 20% ao ano 5 anos

Veículos de carga 20% ao ano 5 anos

Motociclos e Tratores 25% ao ano 4 anos

Computadores e equipamentos 20% ao ano 5 anos

Máquinas e Equipamentos 10% ao ano 10 anos

Móveis e Utensílios 10% ao ano 10 anos

Instalações 10% ao ano 10 anos

Edifícios e Benfeitorias 4% ao ano 25 anos


DEPRECIAÇÃO
• Taxa de depreciação inferior à permitida: as
importâncias não apropriadas não poderão ser
recuperadas posteriormente através da utilização de
taxas superiores às máximas anualmente
permitidas.
• Lei nº 11.638, de 2007: taxas de depreciação
inferiores daquelas permitidas pela Receita Federal,
tendo em vista a vida útil maior.
CRITÉRIO FISCAL X ESTIMATIVA CONTÁBIL

• Para a contabilidade, a depreciação deve ser calculada


segundo a melhor estimativa técnica.

• Por exemplo, se a Empresa X adquire dois veículos idênticos


e estima que um terá vida útil de 6 anos e o outro 4 anos (o
segundo será utilizado em condições mais severas que o
primeiro), deve depreciá-los conforme esta estimativa.

• O Fisco, por sua vez, aceita apenas determinados prazos


para cálculo da depreciação. As diferenças deveriam ser
ajustadas para efeito de Imposto de Renda. Com isso, as
empresas passaram a utilizar o critério fiscal. Mas,
contabilmente, deve ser utilizada a melhor estimativa técnica.
DEPRECIAÇÃO
Depreciação na aquisição de bens usados: No
caso de aquisição de bens usados, o Regulamento
do IR determina que a depreciação seja calculada
ou pelo tempo de vida útil restante, ou pela
metade da vida útil do bem novo, dos dois O
MAIOR.
EXEMPLO: Ao comprar uma máquina, cuja vida útil
restante seja de sete anos, deve-se efetuar a
depreciação em sete anos. Se esta mesma
máquina tivesse uma vida útil restante de três
anos, a depreciação dela seria feita em cinco anos
que é a metade do prazo de vida útil original do
bem, dez anos.
DEPRECIAÇÃO

Depreciação acelerada pelo uso:


• As taxas determinadas pelo Fisco para os bens móveis são
válidas para utilização num período de trabalho de 8 horas.

• Caso a empresa comprove que o bem é utilizado em dois


turnos de 8 horas, poderá ser depreciado em 50% a mais do
que sua taxa normal.

• Se a utilização se der em três turnos, num total de 24 horas


diárias de uso, a taxa utilizada poderá ser dobrada, ou seja,
duas vezes o máximo permitido usualmente.
DEPRECIAÇÃO
RESUMINDO:
• Coeficiente 1,0 para um turno de 8 horas de
operação;
• Coeficiente 1,5 para dois turnos de 8 horas de
operação
• Coeficiente 2,0 para três turnos de 8 horas de
operação.
Depreciação Acelerada

Exemplo: Máquinas e Equipamentos: 10% a.a.


1 turno de 8 horas: fator 1,0 x 10 = 10%
2 turnos de 8 horas: fator 1,5 x 10 = 15%
3 turnos de 8 horas: fator 2 x 10 = 20%
DEPRECIAÇÃO NO PRONUNCIAMENTO CPC 27

• Cada componente de um ativo imobilizado com custo


significativo em relação ao custo total do item deve ser
depreciado separadamente. Ex: a estrutura e os motores de
aeronave (alteração significativa na legislação).

• A empresa pode, por exemplo, depreciar uma aeronave em 12


anos e depreciar os motores em 5 anos.
DEPRECIAÇÃO NO PRONUNCIAMENTO CPC 27

Exemplo: Uma empresa compra uma aeronave pelo


valor total de $ 1.200.000. O custo do motor (já incluído
nesse total) é de $ 200.000. O motor tem vida útil de 5
anos, e o restante do conjunto do avião tem vida útil de
10 anos, sem valor residual.
A depreciação anual fica assim:
Motor: 200.000/5 anos = 40.000 por ano
Avião (sem o motor): 1.000.000/10 anos = 100.000
DEPRECIAÇÃO NO PRONUNCIAMENTO CPC 27

• No quinto ano, ao efetuar a troca do motor, a empresa dá baixa


contabilmente no motor antigo e capitaliza (contabiliza como
custo do ativo) o novo motor:

• Situação do Imobilizado ao final do quinto ano:


Motor ............................................. 200.000
Depreciação acumulada ............... (200.000)

Aeronave ......................................... 1.000.000


Depreciação acumulada .................. (500.000)
DEPRECIAÇÃO NO PRONUNCIAMENTO CPC 27
Baixa do motor antigo:

D – Depreciação acumulada ....... 200.000


C – Motor ..................................... 200.000

Capitalização do novo motor (custo = 280.000)

D – Motor (ativo)........................... 280.000


C – Caixa ou bancos .................... 280.000

A partir do sexto ano, a empresa passa a depreciar o novo motor.


DEPRECIAÇÃO NO PRONUNCIAMENTO CPC 27
Alteração de vida útil:
• O valor depreciável de um ativo deve ser apropriado de forma
sistemática ao longo da sua vida útil estimada.

• O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo


menos ao final de cada exercício e, se as expectativas
diferirem das estimativas anteriores, a mudança deve ser
contabilizada como mudança de estimativa contábil,
segundo o Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas
Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro
(outra novidade importante)
DEPRECIAÇÃO NO PRONUNCIAMENTO CPC 27

• Anteriormente, o valor residual e a vida útil eram definidos


(geralmente, as empresas usavam o critério fiscal) e não mais
se alteravam, durante a vida útil do ativo.

• Agora, o valor residual e a vida útil de um ativo devem ser


revisados pelo menos ao final de cada ano. Se houver
diferença, deverá ser realizada e tratada como mudança de
estimativa contábil.
DEPRECIAÇÃO NO PRONUNCIAMENTO CPC 27

• No caso de alteração do método de contabilidade (passar


do Método da linha reta para o Método de Cole), também
é tratado como alteração de estimativa contábil.
• Como a mudança na depreciação deve ser considerada
mudança de estimativa contábil, produzirá efeitos
prospectivos – no ano corrente e nos anos futuros. Não
deve ser feita nenhuma alteração nos valores já
contabilizados como depreciação
DEPRECIAÇÃO NO PRONUNCIAMENTO CPC 27

• O valor depreciável de um ativo é determinado após a


dedução de seu valor residual. Na prática, o valor residual de
um ativo frequentemente não é significativo e por isso imaterial
para o cálculo do valor depreciável.

• O valor residual de um ativo pode aumentar. A despesa de


depreciação será zero (a depreciação deve cessar) enquanto o
valor residual subsequente for igual ou superior ao seu valor
contábil.
DEPRECIAÇÃO NO PRONUNCIAMENTO CPC 27

• A depreciação de um ativo deve cessar na data em


que o ativo é classificado como mantido para venda
ou, ainda, na data em que o ativo é baixado, o que
ocorrer primeiro.
• A depreciação não cessa quando o ativo se torna
ocioso ou é retirado do uso normal, a não ser que o
ativo esteja totalmente depreciado. No entanto, de
acordo com os métodos de depreciação pelo uso, a
despesa de depreciação pode ser zero enquanto não
houver produção.
EXEMPLO 1: Uma entidade pública registrou um veículo
para compor seu ativo imobilizado pelo custo de aquisição
de R$78.000,00. No ato da contabilização, a entidade
determinou que esse veículo terá um valor residual de
R$21.000,00 e uma vida útil de cinco anos; o Método das
Cotas Constantes foi escolhido para apropriação da
depreciação.
Diante dessas informações, calcule:

a) A depreciação anual: 78.000 – 21.000 = 57.000/5 =


11.400
b) A depreciação mensal: 11.400/12 = 950
c) O valor depreciável: 57.000
ATIVIDADES:
1 - Uma sociedade empresária adquiriu uma máquina,
no dia 14.6.2012, por R$190.000,00. Para deixar a
máquina em condições de produzir, arcou ainda com
gastos de R$12.000,00 referentes à instalação,
concluída em 31.7.2012. Em 1º.8.2012, a máquina
estava em condições de funcionamento e, em
1º.10.2012, começou a ser utilizada na produção. A
empresa estima que a vida útil da máquina é de oito
anos e utilizará o método das quotas constantes para
cálculo da depreciação. O valor residual estimado para
a máquina é de R$10.000,00.
De acordo com a NBC TG 27 – Ativo Imobilizado, ao
final do ano de 2012, o saldo da conta Depreciação
Acumulada relativo à máquina será de:
Exame de Suficiência/2015/1
2 - Uma Sociedade Empresária adquiriu um
equipamento, por R$25.000,00, para uso em suas
atividades. Para deixá-lo em condições de uso, foi
necessário gastar mais R$1.500,00. O equipamento
ficou pronto para uso no dia 2.1.2014, e a empresa
estima usar o equipamento por 5 anos. O valor residual
é estimado em R$2.500,00, para qualquer método de
depreciação adotado. A vida útil estimada do
equipamento é de 12.000 horas. O equipamento tem
capacidade para produzir 8.000 unidades de produto. O
equipamento foi utilizado durante todo o ano de 2014;
operou por 2.600 horas; e produziu 1.800 unidades.
Com base nos dados acima, é CORRETO afirmar que
a despesa com depreciação, no ano de 2014 foi de:
Alternativas da questão:
a)R$4.800,00, apurados com base no Método das Quotas
Constantes.
b) R$5.416,67, apurados com base no Método das Horas de
Produção.
c) R$5.962,50, apurados com base no Método das Unidades
Produzidas.
d) R$7.500,00, apurados com base no Método da Soma dos
Dígitos.
DEPRECIAÇÃO: Método dos Saldos Decrescentes
Método dos Saldos Decrescentes, com despesa
decrescente durante prazo de vida útil (Método das Somas
dos Dígitos ou Método de Cole): somamos os dígitos da vida
útil e dividimos cada algarismo pela soma.
A justificativa técnica para esse método é que a despesa
de depreciação menor nos últimos anos é compensada
pelo aumento das despesas de manutenção.
Exemplo: Veículo com vida útil de 5 anos.
Somamos os dígitos da vida útil e dividimos cada algarismo
pela soma = 5+4+3+2+1=15
Depreciação ano 1 = 5/15 = 33.33
Depreciação ano 2 = 4/15 = 27
Depreciação ano 3 = 3/15 = 20
Depreciação ano 4 = 2/15 = 13
Depreciação ano 5 = 1/15 = 7
DEPRECIAÇÃO: Método das Unidades Produzidas

Método das Unidades Produzidas, com despesa baseada


no uso ou produção esperados: estima-se a quantidade total
de unidades que será produzida. A depreciação é feita
dividindo-se o total efetivamente produzido pela
capacidade total.

Exemplo: Máquina que custou $ 100.000 e com capacidade


de produção total, ao longo de toda a sua vida útil de
1.000.000 de unidades. No ano de X1, foram produzidas
80.000 unidades:
80.000/1.000.000 = 0,08 ou 8%
Valor da Depreciação em X1 = $100.000 x 8% = $ 8.000,00

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