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DEPRECIAÇÃO – AMORTIZAÇÃO - EXAUSTÃO

Conceito de Depreciação:
Podemos conceituar depreciação sob o aspecto contábil e financeiro:

CONTABILMENTE: depreciação é a perda de valor dos bens pelo uso, desgaste, ou


obsolescência.

O conceito contábil de depreciação está ligado aos fundamentos da teoria contábil


de avaliação dos ativos. Desse modo, a depreciação é uma forma de se diminuir o valor
dos bens imobilizados, portanto, uma avaliação redutora de ativos.

Por isso que no ATIVO o valor dos bens do imobilizado são demonstrados da seguinte
forma:

Máquinas e Equipamentos 10% a.a. 50.000,00


( - ) Depreciação Acumulada de Máquinas e Equipamentos (15.000,00)
Valor Contábil Líquido de Máquinas e Equipamentos 35.000,00

FINANCEIRAMENTE: depreciação é a forma de recuperação dos valores gastos a título de


investimentos no negócio. O custo do investimento equivale à depreciação, que é
considerada na análise do retorno do investimento.
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DEPRECIAÇÃO COMO FUNDO:

De acordo com o princípio contábil da CONTINUIDADE, os bens imobilizados, com


vida útil estimada e, como conseqüência, um fim estimado, devem ser repostos para garantir
a continuação normal da empresa.

Há entendimentos teóricos que defendem que a depreciação não deve ser redutora
dos ativos, mas sim, no Passivo, como “Fundo de Depreciação”.

Com isso ficaria evidenciado que o valor “consumido” deverá ser reposto no futuro.

Tal forma de contabilização não está sendo mais adotada no país, porém, o conceito
de depreciação como fundo é válido.

Conceito de Amortização:

Podemos conceituar amortização como sendo a perda do valor de capital aplicado


em Ativos Intangíveis (Incorpóreos).
São amortizáveis os Ativos Permanentes Intangíveis de duração limitada.

Ex.: Software e Gastos com Marcas e Patentes

A amortização do período é calculada de acordo com a seguinte fórmula:

Amortização do Período: ______Valor do Direito_____


nº de períodos de duração

O fisco entende que o prazo para amortização não poderá ser inferior a 5 anos.

Conceito de Exaustão:

Exaustão é o desgaste decorrente da aquisição de bens imobilizados com objetivo de


exploração de recursos naturais.

Exemplos comuns: Jazidas Minerais (Carvão, Minério, Cobre, Argila) e Florestas.

Aplicam-se os mesmos princípios utilizados para o cálculo da depreciação, só que em


vez de utilizar o prazo de vida útil do bem, utiliza-se o potencial do recurso natural
imobilizado, ou seja, quanto vou poder explorar de recursos e por quanto tempo.

Definição Legal:

A Lei nº 6.404/76, em seu art. 183, § 2º, fala que a diminuição de valor dos bens do
ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de:

DEPRECIAÇÃO: quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos
sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;

AMORTIZAÇÃO: quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da


propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo
objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;

EXAUSTÃO: quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto
sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
TAXAS DE DEPRECIAÇÃO ADOTADAS FISCALMENTE

O fisco federal adota o método linear que consiste na aplicação de taxas constantes
durante o tempo de vida útil estimado para o bem imobilizado.

A taxa anual de depreciação é definida pela Secretaria da Receita Federal em função


da expectativa de vida útil do bem. Destacamos as mais utilizadas:

BENS Vida Útil % de Depreciação


MÓVEIS E UTENSÍLIOS 10 anos 10 % a.a.
EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA 5 anos 20% a.a.
PRÉDIOS E EDIFICAÇÕES 25 anos 4% a.a.
VEÍCULOS 5 anos 20% a.a.
INSTALAÇÕES 10 anos 10% a.a.
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 10 anos 10% a.a.

IMPORTANTE:
Os bens que não perdem valor em função do uso ou ação da natureza não devem ser depreciados
ou amortizados, tais como os terrenos, obras de arte e antiguidades, dentre outros.
O montante acumulado das quotas de depreciação, amortização ou exaustão não poderá ultrapassar
o custo de aquisição, ou seja, o valor líquido contábil não poderá ser negativo.

DEPRECIAÇÃO ACELERADA

O fisco federal permite a utilização de taxas maiores em função da jornada


diária de trabalho de cada bem. Não sendo necessário requerer autorização da
autoridade competente para sua aplicação.

Em relação aos bens móveis (empilhadeiras, veículos, máquinas e


equipamentos industriais, computadores), poderão ser adotados, em função no
número de horas diárias de operação, os seguintes coeficientes de depreciação
acelerada:

TURNO Jornada Diária Coeficiente


1 de 8 horas 8 horas 1,00
2 de 8 horas 16 horas 1,50
3 de 8 horas 24 horas 2,00

Exemplo: Caso uma máquina industrial de vida útil de 10 anos, venha trabalhar um turno de
oito horas diárias, a depreciação anual será de 10%, se trabalhar dois turnos diários de
oito horas, a depreciação anual será de 15% e, se trabalhar três turnos de oito horas, a
depreciação anual será de 20%.
OUTRAS FORMAS DE DEPRECIAÇÃO
MÉTODO DA SOMA DOS ALGARISMOS DOS ANOS

Este método consiste em estipular taxas variáveis, durante o tempo de vida útil do bem,
adotando-se o seguinte critério: somam-se os algarismos que formam o tempo de vida útil
do bem, obtendo-se assim, o denominador da fração que determinará o valor da
depreciação em cada período.

Ano Fração Depreciação Anual


1 5/15 x 5.000 1.666,67
2 4/15 x 5.000 1.333,33
3 3/15 x 5.000 1.000,00
4 2/15 x 5.000 666,67
5 1/15 x 5.000 333,33
15 15/15 x 5.000 5.000,00

Este método permite maior uniformidade nos custos, já que os bens quando novos,
necessitam de pouca manutenção e reparos. Segue demonstração gráfica:

Manutenção
Depreciação
V e Reparos
A
L
O
R

1 2 3 4 5
Vida Útil

MÉTODO DAS HORAS DE TRABALHO OU UNIDADES PRODUZIDAS

Esses métodos consistem em estimar o número de horas de trabalho ou unidades


produzidas durante o tempo de vida útil previsto para o bem.

A quota de depreciação será obtida dividindo-se o número de horas trabalhadas/


unidades produzidas no período, pelo número de horas de trabalho/unidades produzidas
estimadas durante a vida útil do bem. Este método é próprio das empresas industriais.
DEPRECIAÇÃO DE BENS ADQUIRIDOS USADOS

Conforme a legislação fiscal, a taxa anual de depreciação de bens adquiridos usados


será fixada tendo em vista o maior dos seguintes prazos

a) Metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo;

b) Restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira instalação para


utilização do bem.

Exemplo 1:

A empresa Rondinha Ltda. adquiriu uma máquina em 01/01/2019, com prazo de vida útil de
10 anos. Foram apropriados os custos com depreciação durante 3 anos.

Na qual vendeu a mesma para a empresa Criciúma Ltda em 01/01/2022.

Verificação do percentual a ser utilizado pela empresa Criciúma Ltda:

a) Metade da vida útil = 5 anos

b) Período restante = 7 anos (10 anos – 3 anos) (maior período)

Taxa de depreciação a ser utilizada = 14,29% a.a.

Exemplo 2:

A empresa Forquilhinha City Ltda. adquiriu um computador em 01/07/2017, com prazo de


vida útil de 5 anos. Foram apropriados os custos com depreciação durante 4 anos.

Na qual vendeu a mesma para a empresa Criciúma Ltda em 01/07/2022.

Verificação do percentual a ser utilizado pela empresa Criciúma Ltda:

a) Metade da vida útil = 2,5 anos (maior período)

b) Período restante = 1 ano (5 anos – 4 anos)

Taxa de depreciação a ser utilizada = 40% a.a.

IMPORTANTE: Quando a empresa adquirir um bem usado, deverá se munir dos


documentos que comprovem a época da sua aquisição em estado novo, ou em que ele foi
instalado para utilização pela primeira vez, para aplicação das taxas de depreciação
adequadas com a legislação.

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