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Ativo Não Circulante: Imobilizado

e Intangível
Ativo Não Circulante
• O Ativo Não Circulante é formado por:
– Realizável a Longo Prazo,
– Investimentos,
– Imobilizado e
– Intangível.
Imobilizado
• Para classificar um Ativo como Imobilizado três
afirmações devem ser atendidas de forma concomitante:
a)Natureza relativamente permanente (vida longa).

b)Ser utilizado na operação dos negócios.

c)Não se destinar à venda.


• Relativamente permanente porque praticamente nenhum
bem (exceto terrenos) possui vida ilimitada. sofrendo
desgaste com o uso e, com o passar do tempo, ficam
obsoletos.
• Esses desgastes são reconhecidos pela lei, que autoriza
sua contabilização, é a depreciação.
– A estrutura de energia solar, por exemplo, é um ativo
imobilizado, possui, de forma concomitante, as 03
características: vida longa, é utilizada na operação dos
negócios e não se destina à venda.
• Um bem pode ser considerado como ativo permanente
imobilizado em uma empresa e não ser em outra:
– Veículos, em uma transportadora, são do Ativo
Imobilizado, enquanto numa concessionária de
veículos são do Ativo Circulante.
– Máquinas utilizadas nas companhias
automobilísticas são consideradas Imobilizado, não o
sendo, entretanto, para as indústrias que as
produzem.
• De maneira geral, o Ativo Não Circulante de
característica Permanente pode ser
classificado em:
– IMOBILIZADOS (CORPÓREOS, TANGÍVEIS)
– INTANGÍVEIS (INCORPÓREOS)
IMOBILIZADOS (CORPÓREOS, TANGÍVEIS)

São os que têm uma substância concreta e


que podem ser tocados, palpados:
a)Sujeitos a depreciação: Edifícios e
Equipamentos.
b)Não sujeitos a depreciação: Terrenos e
Obras de Arte.
c)Sujeitos a exaustão: Reservas Minerais e
Florestais.
INTANGÍVEIS (INCORPÓREOS)

São os ativos que não têm substância física, não


podem ser tocados, mas podem ser comprovados.
Por exemplo:
• Fundo de Comércio;
• Ponto Comercial
• Direitos Autorais;
• Patentes;
• Marca de indústria, etc
Manutenção e Reparos no Ativo Imobilizado

• Uma característica do Ativo Imobilizado é a vida


relativamente longa, ou seja, superior a um ano.
• Uma ferramenta , cuja vida útil seja inferior a um
ano, deve ser contabilizada como despesa, pois
só beneficiará a empresa por um exercício.
• Os gastos com manutenção e reparos do
imobilizado, não aumentam a vida útil do bem e
devem ser contabilizados como despesas.
Melhorias no Ativo Imobilizado
• Reforma ou substituição de partes do bem
que contribua para o aumento da vida útil ou
da capacidade produtiva, há a ocorrência de
Melhoria no Ativo Imobilizado.
• Nesse caso, deve-se adicionar o custo da
melhoria ao valor do bem.
Subtrações do imobilizado

• A maior parte dos Ativos Imobilizados (exceção de Terrenos


e Obras de Arte) tem vida útil limitada, ou seja, serão úteis
à empresa por períodos finitos, também chamados
Períodos Contábeis.
• O desgaste dos bens pelo uso, ações da natureza e
obsolescência, deve ser destacado como despesa nos
períodos contábeis em que o ativo é utilizado, é a
depreciação.
A – DEPRECIAÇÃO PERANTE O IMPOSTO DE RENDA

• Para efeito de Imposto de Renda, a Depreciação não é


obrigatória; todavia, é interessante que a empresa a faça
para apuração do Lucro Real do exercício.
• Se o contribuinte deixar de depreciar num exercício, não
poderá, no exercício seguinte, fazê-lo acumuladamente
( regime de competência).
• A Depreciação efetuada fora do exercício da utilização do
bem, bem como a depreciação calculada a maior não são
dedutíveis para fins de imposto de renda.
B – TAXA ANUAL DA DEPRECIAÇÃO

• Para cálculo da taxa anual de Depreciação, é necessário estimar


a vida útil do bem, isto é, quanto ele vai durar, levando em
consideração:
– Causas Físicas (o uso, o desgaste natural e a ação dos
elementos da natureza)
– e as Causas Funcionais (a inadequação e o obsoletismo, o
aparecimento de substitutos mais aperfeiçoados).
• Então, a taxa de Depreciação Anual é estabelecida em função do
prazo de vida útil do bem a depreciar.
• Se um bem pode ter a duração de cinco anos, admite-se uma
taxa anual de 20%.
Taxas de Depreciação Anual fixadas pela
Legislação do Imposto de Renda
Bens do Imobilizado %a.a.

Bens Móveis em Geral 10

Edifícios e Construções 04

Biblioteca 10

Ferramentas 20

Máquinas e Instalações Industriais 10

Veículos em geral 20

Tratores 25

Computadores e Periféricos 20
C – DEPRECIAÇÃO ACELERADA

• As taxas de depreciação fixadas pela


Legislação do IR são para uma jornada normal
de trabalho com turno de 8 horas.
• Quando ocorre a adoção de dois turnos
poderão ser adotados os coeficientes de
aceleração de 1,5 e para três turnos de 2,0.
• Isso porque é admissível que o uso intensivo
do bem reduza sua vida útil.
Taxa de Depreciação de 02 e 03 turnos

Taxa Normal X (vezes) Coeficiente Taxa Acelerada


Para 02 turmas

Máquinas 10% X 1,5 15%

Ferramentas 20% X 1,5 30%

Para 03 turmas

Máquinas 10% X 2,0 20%

Ferramentas 20% X 2,0 40%


D – DEPRECIAÇÃO
• Os encargos de depreciação, amortização e
exaustão podem ser computados
mensalmente, observado o seguinte critério:
– registro de 1/12 do encargo anual, em cada mês-
calendário, se a empresa permanecer no regime
mensal ou trimestral de apuração do lucro real.
– Se a empresa optar pagar o Imposto de Renda à
base do lucro presumido, poderá fazer o registro
do encargo anual, em cada ano-calendário.
E – EFEITOS DA DEPRECIAÇÃO (DRE E BP)

• O item Despesas de Depreciação é uma conta


que deve figurar na Demonstração de
Resultados do Exercício (DRE).

• No Balanço Patrimonial, a Depreciação


aparece deduzindo o Imobilizado (conta
retificadora.
• Um veículo que custou $ 200.000 como fazer a
depreciação considerando uma taxa de 20%
ao ano:
• D – Despesa com Depreciação
C – Depreciação Acumulada 40.000
• O lucro será reduzido em $ 40.000 e haverá
uma diminuição no valor do veículo (BP) para
$ 160.000 ($ 200.000 – $ 40.000)
• O Veículo será totalmente depreciado no 5º
ano (pois a vida útil dele é de cinco anos):
• No final do 5º ano, portanto, teríamos saldo
zero.
• Pelo fato de encontrarmos saldo zero, não
significa que devamos dar baixa em Veículo.
• Daqui para a frente, esse bem, se continuar
funcionando, não se tornará despesa para a
empresa, pois já está totalmente depreciado.
• Só daremos baixa no momento em que o
Veículo for tirado de circulação.
• Qualquer preço que a empresa conseguir na
alienação desse bem (mesmo como sucata)
será considerado lucro, pois seu custo é zero.
F – MÉTODOS DE CÁLCULO DE DEPRECIAÇÃO

• Encontram-se, na literatura contábil, muitos


métodos de Depreciação, dos quais podemos
mencionar os seguintes:
– Método da Linha Reta (quotas constantes).
– Método das Taxas Fixas.
– Método das Taxas Variáveis.
– Método de Horas Trabalhadas.
– Método de Unidades Produzidas.
– Método da Depreciação Decrescente.
• O Método da Linha Reta, que é um dos mais simples, é
usado pela maioria das empresas e oferece a vantagem
da aceitação fiscal. Ele consiste no cálculo
exemplificado a seguir:
• Veículo adquirido ao custo de $ 600.000, com vida útil
estimada de cinco anos.
• Fórmula do Método da Linha Reta:
– Depreciação do Período = Custo do Bem ÷ Vida Útil Provável
– Então: 600.000/05 anos = $ 120.000 por ano de depreciação.
G – SALDO CONTÁBIL
• No exemplo anterior, o valor residual foi igual a zero; no
entanto, algumas empresas estimam um valor residual
representando a quantia que será recebida pela venda
do bem, quando ele não for mais útil. Esse saldo é
conhecido como “valor residual contábil”.
• Admitindo a existência de um valor residual estimado de
$ 20.000, no exemplo dado, teremos as seguintes
modificações:
• Depreciação do período = (Valor do bem – Valor
Residual)/Vida Útil provável
• (600.000 – 20.000)/5 anos = $ 116.000 por ano.
• A utilização do Valor Residual diminui a
despesa de depreciação; portanto, aumenta o
lucro do período. Sua prática é aceita pela
legislação tributária.
Amortização
• Amortização corresponde à perda do valor do
capital aplicado em Ativos Intangíveis.
• Assim, são amortizáveis os Ativos
Permanentes Intangíveis de duração limitada,
por exemplo:
– o Fundo de Comércio,
– o Ponto Comercial,
– os Direitos Autorais,
– as Patentes, o Direito de Exploração etc.
• A amortização do ativo intangível com vida útil definida
destinado à produção ou comercialização e classificado no
intangível é considerada dedutível na determinação do
lucro real (base de cálculo do IR e CSLL).
• A entidade deve avaliar se a vida útil de um ativo intangível
é definida ou indefinida.
• Um ativo intangível tem vida útil definida quando existe um
limite de tempo previsível que o intangível deverá gerar
fluxos de caixa líquidos positivos para a entidade.
Fatores para a determinação da vida útil de
um ativo intangível
• Vida útil de ativos semelhantes
• Datas de vencimentos de arrendamentos e
locações
• A estabilidade do setor em que o ativo opera
• Mudanças da demanda de mercado
• Se a vida útil do ativo depende da vida útil de
outros ativos da entidade
• Obsolescência técnica ou comercial, etc.
• CÁLCULO DA AMORTIZAÇÃO
• A amortização do período é calculada de acordo
com a seguinte fórmula:
• Amortização do Período = Valor do Direito/nºs de Períodos de
Duração
• Os efeitos são semelhantes aos da Depreciação,
porém são usadas contas próprias. Exemplo:
– “Despesa de Amortização” e “Amortização
Acumulada”.
Exaustão
• A Exaustão corresponde à perda do valor, decorrente da
exploração de direitos cujo objeto seja recursos minerais ou
florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
• Ao contrário das propriedades que se deterioram física ou
economicamente, os Recursos Naturais esgotam-se.
• O esgotamento é a extinção dos recursos naturais;
• e a exaustão é a extinção do custo ou do valor desses recursos
naturais (mina, floresta, poço petrolífero, pedreira etc.).
• Assim, à medida que se extingue o Recurso Natural, registra-se
a Exaustão do valor desse recurso.
• A exaustão do período é calculada de modo
semelhante à Amortização, assim como seus
efeitos e demais considerações também aqui
se aplicam.
• Se for previsto algum valor residual, esse fato
deve ser considerado, como no caso da
Depreciação
• O cálculo do montante deve levar em conta:
a) Os princípios de Depreciação, com base no custo
de aquisição.
b)O volume da produção no ano.
c)A razão entre o potencial conhecido da mina e o
volume de produção do período.
d) o prazo de duração do contrato, se preferida pela
empresa essa base.
• O valor residual é bastante comum para o cálculo
de exaustão quando se adquire o terreno onde se
encontram os recursos naturais a serem
explorados.
• Assim, por exemplo, se a Cia. W adquire uma
pedreira, o terreno onde está localizada a
pedreira deverá, no cálculo da exaustão, ser
destacado, dado que, no final da exploração da
pedreira, continuará como propriedade da
empresa.
• Preço pago pela Cia. W pela pedreira, com o
terreno: $ 12.900.000
• Valor estimado do terreno por ocasião da
venda:$ 2.500.000
• Prazo estimado para esgotamento total da
pedreira: 7 anos
• Exaustão Anual = (12.900.000 – 2.500.000) / 7
anos = $ 1.485.714
Redução ao Valor Recuperável de Ativos (Impairment Test)

• O CPC 01 estabelece procedimentos que a


entidade deve aplicar para assegurar que os seus
ativos estejam registrados contabilmente por
valor que não exceda seus valores de
recuperação.
• Caso existam evidências claras de que Ativos
estejam avaliados por valor não recuperável no
futuro, a entidade deverá imediatamente
reconhecer a desvalorização por meio da
constituição de apropriação para perdas.
Identificação de um ativo que pode estar
desvalorizado
• Um ativo está desvalorizado quando seu valor
contábil excede seu valor recuperável.
• Só se houver indicação de perda, a entidade
deve fazer uma estimativa formal do valor
recuperável.
PERIODICIDADE DO TESTE DE RECUPERABILIDADE

• A entidade deve avaliar ao menos ao final de cada exercício


social, se há alguma indicação de que um ativo possa ter
sofrido desvalorização.
• Essas indicações podem vir de fontes internas (informações
obtidas de dentro da empresa) ou fontes externas
(informações obtidas de fora da empresa).
• Havendo indicação de que um ativo imobilizado ou
intangível possa ter sofrido desvalorização, será necessário
rever e ajustar a vida útil remanescente, o método de
depreciação, amortização e exaustão ou o valor residual se
houver;
Fontes Internas

• Evidência de obsolescência ou de dano físico


de um ativo.
• O ativo que se torna inativo ou ocioso.
• Desempenho econômico de um ativo é ou
será pior que o esperado.
Fontes Externas

• Existem indicações observáveis de que o valor do


ativo diminuiu significativamente
• Mudanças significativas ocorreram ou ocorrerão em
futuro próximo, no ambiente tecnológico, de
mercado, econômico ou legal.
– Por exemplo: a empresa produzia um determinado
monitor de computado, sofrerá efeitos negativos,
quando entrar um concorrente no mercado que produza
monitor de última geração. É um caso de mudança
significativa na tecnologia, com efeitos negativos para a
empresa.
O teste de recuperabilidade dos ativos
segue três etapas:
• Na 1a Etapa a entidade calcula o valor recuperável de um
ativo com base em estimativas..
• Na 2a Etapa a entidade calcula o valor contábil líquido de
um ativo através do balanço patrimonial
• Na 3ª Etapa a entidade compara o valor contábil líquido
com o valor recuperável do ativo.
Apenas no caso em que o valor contábil líquido exceda o
seu valor recuperável, a entidade deverá constituir uma
perda por desvalorização.
• O registro contábil da perda por teste de
impairment verifica-se por meio do
lançamento:
• D – Outras Despesas Operacionais
• C – Perdas Estimadas por Impairment (conta
retificadora do ANC)
Exemplo
• A Cia. ABC possui um grupo de ativos cujo valor
contábil está demonstrado a seguir:
• Valor da Aquisição: $ 970.000
• Depreciação Acumulada: $ 540.000
• Procedendo-se ao teste de recuperabilidade do valor
do grupo de ativos, foi obtido a seguinte estimativa:
• Valor Recuperável do Ativo: $ 421.700
• Em conseqüência, a companhia deverá registrar
como perda o valor de $ 8.300,00.
Outro Exemplo
• Vamos admitir que uma empresa, possui uma
câmara frigorífica e chega à conclusão de que
este imobilizado, em virtude do seu tamanho
(ocupa muito espaço) e do consumo de
energia elétrica, torna-se inviável
economicamente e que o valor de realização,
para fins de “ferro-velho”, é de $ 10.000. O
bem teve valor de custo de $ 300.000 que já
foi depreciado em $ 210.000.
• Imobilizado:
• Câmara Frigorífica 300.000
• (–) Depreciação Acumulada (210.000)
• Valor Contábil Líquido 90.000

• Cálculo da Perda:
• Valor Contábil Líquido: 90.000
• (–) Valor Residual de Venda (10.000)
• Perda da Análise do Imobilizado: 80.000
• D – Perdas com Imobilizado (Out Desp Op)
• C – Perdas Estimadas por Impairment 80.000

Após os Lançamentos e baixa do Imobilizado e


Depreciação Acumulada:
Câmara Frigorífica 300.000
( - ) Depreciação Acumulada (210.000)
( - ) Apropriação de Perda (80.000)
Valor Líquido 10.000
• Ver exercício 04 e 05

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