Você está na página 1de 6

Lei 11638 e CPCs

O principal objetivo da mudança é transformar a contabilidade usada no Brasil. Hoje, essa contabilidade
é registrada pelo custo histórico. Com a mudança, a contabilidade vai priorizar o valor justo, ou seja,
demonstrar a posição patrimonial da empresa a um valor mais próximo ao de mercado.

Antes da mudança, as empresas brasileiras costumavam registrar bens, dívidas e despesas segundo os
valores desembolsados, exatamente como aparecem para as pessoas comuns nos extratos bancários. A prática é
considerada apropriada, mas, no caso de empresas, esconde o valor pelo qual esses bens ou dívidas
encontrariam eventuais compradores caso tivessem de ser vendidos.

Por exemplo, todos sabem que um carro de R$ 40 mil comprado numa concessionária valerá bem menos
um minuto após deixar a loja. No caso, a nova lei mandaria registrá-lo não como um bem de R$ 40 mil, mas
talvez pelos R$ 38 mil que conseguisse vendê-lo.

CPC – Comitê de Pronunciamento Contábil

 CPC01 – Imparidade dos Ativos


 CPC04 – Ativo Intangível
 CPC06 – Operações de Arrendamento Mercantil
 ICPC03 – Aspectos complementares as Operações de Arrendamento Mercantil
 CPC31 – Ativo não-circulante e operações descontinuadas
 CPC 37 - a adoção inicial das normas internacionais
 CPC 43 - a adoção dos pronunciamentos
 CPC 27 - cálculo da depreciação, mudança da vida útil e imparidade
 CPC 28 - refere-se a propriedades de investimento, que em linhas gerais é classificar contabilmente os
bens para investimento em um novo grupo contábil, porém aplicando algumas normas do CPC 27.
 ICPC 10 - o valor residual e a vida útil de um ativo deverão ser revisados pelo menos ao fim de cada
exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança será contabilizada como
alteração de estimativa contábil, de acordo com o CPC 23.

Observação: CPC37 e CPC43 são orientações, porém efetivamente não alteram a transação, por isto considero
como procedimento do cliente.

Alterações no módulo Ativo Fixo:

1) Mudança de vida útil

A depreciação era calculada de acordo com os critérios estabelecidos na legislação fiscal, no entanto, desde que
se iniciou o processo de conversão da contabilidade aos padrões internacionais são percebidas divergências
entre a legislação fiscal e a societária, e aqui vai o primeiro alerta: Como a legislação que alterou foi somente a
societária, é importante dar uma atenção especial à apuração tributária para que não haja erro no levantamento
dos impostos devidos.

Após a publicação dos novos textos legais, ficou estabelecido que as depreciações e amortizações dos bens
imobilizados devem ser efetuadas tendo com base a vida útil econômica do bem.

A quota de depreciação a ser registrada na escrituração contábil, como custo ou despesa operacional, será
sempre determinada mediante a aplicação da taxa de depreciação sobre o valor do bem em reais; e aí está a
grande questão. se é necessário depreciar os bens tendo como base a vida útil econômica do item, não é
possível simplesmente aplicar 25% de depreciação anual para os veículos utilizados pela empresa; é necessário
apontar quanto tempo este bem estará disponível para uso na empresa e aí sim ajustar o percentual para que
esteja 100% depreciado após este período definido.

Como o cliente será obrigado a ter um percentual para atender a legislação fiscal e outro percentual para atender
a contabilidade internacional (IFRS), precisará ter dois cenários para que possa calcular as duas depreciações.

Para incluir esse novo cenário contábil nos bens, deverá utilizar o programa prgfin/fas/fas375aa.r – Cenário
IFRS.

Esse programa copiará os dados do cenário informado como origem, em geral informa-se o cenário Fiscal.

Após a execução desse programa deverá alterar o percentual dos bens nesse novo cenário. Para isso poderá
executar o programa de Ajuste Vida Útil (prgfin/fas/fas729aa.r) ou então alterar no próprio bem no programa
de Aquisição de Bens (prgfin/fas/fas701aa.r).
Manutenção Bens -> Botão Parâmetros

2) Valor Residual

Valor residual consiste no levantamento da real base de cálculo da depreciação.

Exemplo: Determinada empresa adquiriu, no ano de 2010, um veículo de carga para o transporte de suas
mercadorias e que tenha pago por ele o montante de R$ 60.000,00.

Como a vida útil determinada pela legislação fiscal deste veículo é de 4 anos, teremos uma taxa de depreciação
anual de 25% e ao final dos 48 meses todo o bem já estaria depreciado e o seu efeito teria transitado pelo
resultado da empresa. No entanto, é sabido que após 4 anos de uso o veículo não vale somente o seu peso em
sucata e pode ser realizado através de uma venda a valor de mercado.

Neste caso, vamos admitir, que através da tabela oficial de avaliação dos veículos usados, identificamos que em
média este veículo poderá ser comercializado por R$ 20.000,00 o que representaria o nosso residual ao final da
vida útil do bem.

R$ 60.000,00 – Aquisição do Veículo


R$ 20.000,00 – Residual
R$ 40.000,00 – Base de Cálculo da Depreciação ( 60.000,00 - 20.000,00)

Desta forma o valor que será reconhecido na contabilidade como quota mensal da depreciação será de R$
833,33 e não R$ 1.250,00 se a depreciação fosse apurada pelo valor de compra do veículo.

R$ 40.000,00 – Base de cálculo


25% – Taxa de depreciação anual
R$ 10.000,00 – Depreciação Anual (40.000,00 x 25% = 10.000,00)
R$ 833,33 – Depreciação mensal a ser reconhecida contabilmente (10.000,00 / 12 = 833,33)

É importante salientar que para o levantamento do valor de realização do bem se faz necessário a revisão, no
mínimo, anual do seu valor efetivo de mercado. A depreciação encerra-se no momento em que o bem estiver
reconhecido na contabilidade pelo seu valor líquido de realização.

Para incluir o valor residual nos bens, o tipo de cálculo deverá estar parametrizado para informar residual, essa
parametrização é feita no programa de Manutenção Tipo Cálculo (prgfin/fas/fas032aa.r) – campo Limite =
Residual.
3) Imparidade do Ativo

Se o valor contábil apresentar valor acima da quantia que será recuperada através do uso ou da venda desse
ativo é possível dizer que esse ativo está em imparidade (impairment). Em conseqüência das Normas Contábeis
a entidade pública deve avaliar, na data do balanço, se há qualquer indicação de que um ativo possa estar em
imparidade e uma vez constatado essa situação, deve estimar a quantia recuperável do ativo.

Foi criado no módulo do Ativo Fixo o programa de Imparidade (prgfin/fas/fas767aa.r)

A imparidade tem dois tipos: Perda e Reversão


Não poderá ocorrer reversão sem que exista uma perda. A reversão da imparidade poderá ocorrer até no limite
do valor total das perdas registradas até o momento, inclusive de anos anteriores.

Bens que tiverem perdas e depois sofreram alguma outra movimentação que acarretem a implantação de um
novo bem (como reclassificações, desmembramentos, uniões, entre outros) não poderão reverter as perdas já
efetuadas.

O valor da perda não poderá superar o valor do saldo do bem. Não é permitida a execução da imparidade para
bens totalmente baixados.

4) Deemed Cost – Custo Atribuído - ICPC 10

Deemed cost corresponde ao levantamento dos bens ou conjunto de bens de valores relevantes que ainda estão em
operação. Vale ressaltar que os bens relevantes são aqueles que apresentam provável futura geração de caixa e valor
contábil substancialmente inferior ao valor justo em seus saldos iniciais. A administração da sociedade deve divulgar em
nota explicativa os efeitos da adoção do deemed cost e os impactos na sua política de dividendos.

A reavaliação que temos no produto não atende a exigência do custo atribuído para bens que depreciam, somente
atende para bens que não depreciam o produto atende. Estamos desenvolvendo nova rotina para atender essa
necessidade.

Você também pode gostar