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AULA 6:

Ativo Imobilizado (CPC 27):

Segundo o CPC o Ativo Imobilizado é o item tangível que é mantido no uso, ou na produção, ou
no fornecimento de mercadorias e serviços, ou para aluguel a outros, ou para fins
administrativos da entidade e que se espera utilizar por mais de um período.

Três características especiais:

 Precisa ser tangível;


 Precisa ser utilizado na produção, uso administrativo, aluguel...
 Se espera que ele dure por mais de um período.

Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos, destinados a manutenção
das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de
operações que transfiram a entidade os benefícios, os riscos e o controle desses bens mesmo
que não haja transferência de propriedade desses bens para a entidade.

Um ativo com natureza de imobilizado que satisfaça as três características do ativo


imobilizado, pode ser reconhecido como um imobilizado da empresa mesmo que legalmente a
empresa não seja proprietária desse item.

Exemplo: itens que são objeto de arrendamento financeiro. Uma empresa fez o arrendamento
financeiro de determinado imobilizado, a característica desse arrendamento faz com que a
essência econômica dessa transação seja equiparada a de uma compra financiada. De acordo
com as práticas legais um arrendamento se assemelha muito a um contrato de aluguel. Então,
não há transferência da propriedade/bem que é objeto do contrato do arrendamento. Ele
simplesmente é utilizado por uma determinada entidade que detém o controle sobre ele e que
aufere os benefícios econômicos advindos do seu uso. Em contrapartida essa entidade paga o
arrendamento para a entidade arrendadora.

Classificação importante:

Separa o ativo imobilizado em duas categorias:

Bens em operação: são todos os recursos reconhecidos no imobilizado e que já estão sendo
utilizados na geração da atividade objeto da sociedade, ou então que estão sendo utilizados
para fins administrativos e todos os usos possíveis e previstos para o ativo imobilizado.

Imobilizado em andamento: estão enquadradas todas as aplicações de recursos de


imobilizações que ainda não estão operando. Ex: construção em andamento, adiantamentos a
fornecedores por conta da compra de imobilizado, almoxarifado e materiais de construção
para imobilizado...

É importante porque se esse tipo de classificação não for evidenciado na demonstração


financeira pode levar o investidor a uma interpretação equivocada quanto ao volume dos
imobilizados da companhia.

Entidades que não adotam esse tipo de classificação reportam todos os seus imobilizados
como se fossem imobilizados em operação. Isso faz com que o investidor imagine que a
companhia necessita de um alto volume de ativos imobilizados para manter um determinado
nível de operação. Podemos analisar essa relação pela divisão do valor da receita de um
período pelo valor do imobilizado do mesmo período. O consciente representa a quantidade
de imobilizado que é necessária para produzir um determinado nível de receita.

Se a entidade reporta a classificação separando os bens em operação e os imobilizados em


andamento, o investidor consegue perceber que esse em andamento faz parte de uma
expansão futura e que ainda não contribui para a produção de receita no período.

Reconhecimento do ativo imobilizado:

De acordo com o CPC, o custo de um item do ativo imobilizado deve ser reconhecido como
ativo se, e apenas se for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item
fluirão para a entidade e o custo do item puder ser mensurado confiavelmente.

Considerações:

 Os sobressalentes, as peças de reposição, ferramentas e equipamentos de uso interno


são classificados como ativo imobilizado quando a entidade espera usa-los por mais de
um período, se o uso não for durar mais de um período, não precisa classificar como
ativo imobilizado. O gasto na aquisição desse tipo de item pode ir direto pro resultado
como despesa.
 Os custos subsequentes, custos com manutenção periódica não são reconhecidos
como parte integrante do ativo imobilizado. O custo é reconhecido como despesa do
período.
 A entidade reconhece o valor contábil, quando o custo é incorrido e os critérios de
reconhecimento são atendidos.

Depreciação – Valor depreciável e período de depreciação:

 O cálculo deveria ser elaborado com base no valor efetivo de desgaste do bem ou
direito, no entanto, muitas empresas utilizam, por simplicidade, as taxas admitidas
pela legislação do Imposto de Renda.
 Taxas admitidas pela legislação do Imposto de Renda:

ATIVO VIDA ÚTIL (EM ANOS) TAXA ANUAL


Prédios 25 4%
Máq. e Equipamentos 10 10%
Instalações 10 10%
Móveis e utensílios 10 10%
Veículos 5 20%
Sistema de Proc. Dados 5 20%

 Essas taxas são usuais para um turno de trabalho de 8 horas.


 O fisco admite que caso a empresa trabalhe por mais de um turno, utilize outras taxas.
No entanto, devem ser suportados por laudo pericial do Instituto Nacional de
Tecnologia, ou de outra entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica.
 Aceleração da Depreciação:

TURNO COEFICIENTE
1 de 8 horas 1,0
2 de 8 horas 1,5
3 de 8 horas 2,0
Métodos de cálculo de depreciação:

1- Direto/ quotas constantes/ Linear.


 A depreciação resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo, caso
o seu valor residual não se altere. Mais utilizado.

CUSTO DO BEM
VIDA ÚTIL

 Exemplo: Bem com valor de 6.000 e vida útil de 5 anos (60 meses). Sem
nenhum valor residual estimado.

6.000 = 100/mês ou R$ 1.200 por ano


60

Esse método pressupõe que a despesa com depreciação é constante ao longo da vida útil do
ativo. Não temos uma alteração no padrão de consumo dos benefícios econômicos, se
mantem iguais ao longo da vida útil.

 Observação: se a empresa utilizar o valor residual, que é um provável valor de


venda ao final da vida útil do bem, teríamos:

CUSTO - VALOR RESIDUAL


VIDA ÚTIL

Exemplo: Bem com valor de 10.000, vida útil de 10 anos e valor residual de
2.000.
10.000 – 2.000 = 800/ano.
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2- Método dos Saldos Decrescentes/ Soma dos Dígitos dos Anos:
 Depreciação com valor maior no início e menor no fim. As despesas são
decrescentes ao longo da vida útil.
 Exemplo: Bem com valor de 10.000 e vida útil de 5 anos.
 Soma-se os algarismos correspondente ao valor dos anos.

1+2+3+4+5 = 15.

Calcula a depreciação para os 5 anos:

1º) 5/15 x 10.000 = 3.333,33


2º) 4/15 x 10.000 = 2.666,67
3º) 3/15 x 10.000 = 2.000,00
4º) 2/15 x 10.000 = 1.333,33
5º) 1/15 x 10.000 = 666,67

Esse método reflete bem o padrão de consumo dos benefícios econômicos futuros de ativos
imobilizados que geram um fluxo maior de benéficos nos seus primeiros anos de utilização.

Os defensores do método da soma dos dígitos dos anos reforçam que esse método é muito
interessante porque ele equilibra o valor que é consumido com a depreciação nos primeiros
períodos e o valor que é consumido com manutenção e reparos que vem nos últimos períodos
da vida útil do ativo imobilizado.

3- Método das unidades produzidas ou horas trabalhadas:


 A depreciação acompanha a utilização do bem. Se utilizarmos mais, teremos
mais depreciação, e vice-versa. O método de unidades produzidas resulta em
despesa baseada no uso ou produção esperados.

Taxa de depreciação = N° de unidades produzidas


N° de unidades estimadas a serem produzidas

OU

Taxa de depreciação = Horas de trabalho no período


N° de horas de trabalho estimadas durante a vida útil do bem

 Exemplo: Uma máquina, cujo o custo é de 10.000, produziu 3 milhões de peças


no 1º ano e 6 milhões de peças no 2º ano. Estima-se que durante a vida útil do
bem, a máquina produzirá 30 milhões de peças. Calcular o valor da
depreciação acumulada após o segundo ano.

1º ano: Taxa de depreciação = 3.000.000 =10%


30.000.000

Depreciação: 10% x 10.000 = 1.000

2º ano: Taxa de depreciação = 6.000.000 = 20%


30.000.000

Depreciação: 20% x 10.000 = 2.000

Assim, a depreciação acumulada após o 2º ano é de 3.000.

4- Depreciação de bens adquiridos usados:


 Neste caso, o prazo de depreciação será o maior dentre os seguintes:
o Metade do prazo de vida útil do bem quando adquirido novo;
o Restante do prazo de vida útil do bem, considerando esse em relação
à primeira instalação ou utilização desse bem.
 Exemplo: Um bem foi adquirido pela empresa A, quando novo, pelo valor de
28.000, com prazo de vida útil de 4 anos. Ao ser vendido para a empresa B,
pelo valor de 13.000, já havia sido depreciado 3 anos. Para a empresa B, qual
será o prazo de depreciação e a depreciação anual.

Vida útil = 4 anos


Metade da vida útil = 2 anos
Restante da vida útil = 1 ano
Logo, será utilizado para a depreciação, o prazo de 2 anos.
1º ano = 13.000/2 = 6.500 por ano.

AULA 7:

Ativos Intangíveis:

É um ativo (recurso econômico controlado pela entidade como resultado de eventos passados)
não monetário identificável sem substância física.

 Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um ativo


intangível, quando:
o For separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido,
licenciado, alugado ou trocado...
o Resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independente de tais
direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e
obrigações.
 Um ativo satisfaz o critério de controle, em termos de definição de um ativo intangível,
quando:
o Detém o poder de obter benefícios futuros gerados pelo recurso subjacente de
restringir o acesso de terceiros a esses benefícios.

Reconhecimento:

 Um ativo intangível deve ser reconhecido apenas se:


o For provado que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao
ativo serão gerados em favor da entidade; e
o O custo do ativo possa ser mensurado com confiabilidade.
 A entidade deve avaliar a probabilidade de geração de benefícios econômicos futuros
utilizando premissas razoáveis e comprováveis que representem a melhor estimativa
da administração em relação ao conjunto de condições econômicas que existirão
durante a vida útil do ativo.
 A entidade deve utilizar seu julgamento para avaliar o grau de certeza relacionado ao
fluxo de benefícios econômicos futuros atribuíveis ao uso do ativo, com base nas
evidências disponíveis no momento do reconhecimento inicial, dando maior peso às
evidências externas.
 Um ativo intangível deve ser reconhecido inicialmente como custo.

Aquisição Separada:

 A condição de probabilidade de os benefícios econômicos futuros esperados,


incorporados no ativo, serem gerados a seu favor é sempre considerada atendida para
ativos intangíveis adquiridos separadamente.
 Seu custo incluirá:
o Preço de compra + impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre
a compra – descontos comerciais e abatimentos;
o Qualquer custo diretamente atribuível à preparação do ativo para a finalidade
proposta.
 Se o prazo de pagamento de ativo intangível excede os prazos normais de crédito, seu
custo deve ser o equivalente ao preço à vista.

Aquisição em combinação de negócios:

 A condição de probabilidade de os benefícios econômicos futuros esperados,


incorporados no ativo, serem gerados a seu favor é sempre considerada atendida para
ativos intangíveis adquiridos em uma combinação de negócios.
 Se um ativo adquirido em uma combinação de negócios for separável ou resultar de
direitos contratuais ou outros direitos legais, considera-se que exista informação
suficiente para mensurar com confiabilidade o seu valor justo.
 Custo dado pelo valor justo na data de aquisição.
 Ativos intangíveis devem ser reconhecidos separadamente do ágio derivado da
expectativa de rentabilidade futura.
 Grupos de intangíveis complementares devem ser reconhecidos como um único ativo,
desde que tenham vida útil semelhante.

Ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente:

 Não deve ser reconhecido como ativo.


 “As diferenças entre valor de mercado da entidade e o valor contábil de seu
patrimônio líquido, a qualquer momento, podem incluir uma série de fatores que
afetam o valor da entidade. No entanto, essas diferenças não representam o custo dos
ativos intangíveis controlados pela entidade.”
 Ocorre quando o valor contábil do patrimônio líquido da adquirida é inferior ao seu
valor justo.
 Deve ser contabilizado a parte do ativo intangível.

Ativo intangível gerado internamente:

 Para avaliar se um ativo intangível gerado internamente atende aos critérios de


reconhecimento, a entidade deve classificar a geração do ativo:
o Na fase de pesquisa; e ou
o Na fase de desenvolvimento
 Fase de pesquisa:
o Nenhum ativo resultante de pesquisa deve ser reconhecido
o Os gastos com pesquisa devem ser reconhecidos como despesas quando
incorridos
 Fase de desenvolvimento – deve ser reconhecido se:
o Houver viabilidade técnica para concluir o ativo de forma que ele seja
disponibilizado para uso e venda
o Houver intenção de concluir o ativo e de usá-lo ou vende-lo
o Tiver capacidade de usá-lo ou vende-lo
o Demonstrar existência de mercado para venda ou utilidade interna
o Demonstrar disponibilidade de recursos para concluí-lo
o Houver capacidade de mensurá-lo com confiabilidade.
 Exemplos de pesquisas:
o Atividades destinadas à obtenção de novos conhecimentos
o Busca, avaliação e seleção final das aplicações dos resultados de pesquisa
o Formulação, projeto, avaliação e seleção final de alternativas possíveis para o
item anterior.
 Exemplos de atividades de desenvolvimento:
o Projeto, construção e teste de protótipo
o Projeto de ferramentas, gabaritos, moldes e matrizes que envolvam nova
tecnologia
o Projeto, construção e operação de fábrica-piloto.

Os seguintes itens não são componentes do custo de ativo intangível gerado internamente:

 Gastos com vendas, administrativos e outros gastos indiretos, exceto se puderem ser
atribuídos à preparação do ativo para uso.
 Ineficiências e prejuízos operacionais.
 Treinamento de pessoal para a operar o ativo.

Vida útil:

 A entidade deve avaliar a vida útil de acordo com a previsibilidade de geração de


fluxos de caixa para a entidade.
 Se um ativo intangível tiver vida útil definida deverá ser amortizado.
 Em caso de vida útil indefinida, não haverá amortização.

Ativo intangível com vida útil definida:

 A amortização tem início assim que o ativo está disponível para uso e cessa quando ele
é classificado como mantido para venda ou quando é baixado, o que ocorrer primeiro.
 A seleção do método de amortização deve obedecer ao padrão de consumo dos
benefícios econômicos esperados
 A amortização deve ser reconhecida no resultado ou incorporada a outros ativos
fazendo parte do valor contábil dos estoques
 O valor residual de ativos com vida útil definida é zero a não ser que haja compromisso
de terceiros para compra-la ou mercado ativo pra ele

Ativo intangível com vida útil indefinida:

 Deve ter sua vida útil testada anualmente ou sempre que existam indícios de perda de
valor
 O teste deve ser feito através da redução ao valor recuperável de ativos de acordo
com o CPC 01.

Baixa e Alienação:

 Por ocasião de sua alienação; ou


 Quando não são esperados benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou
alienação.

Intangíveis contidos em ativos com substância física:

 A entidade deve avaliar qual elemento é mais significativo;


 Caso seja considerado parte integrante do ativo físico o tratamento deve estar de
acordo com o CPC 27 – ativo imobilizado.

Divulgação:

 Vida útil definida ou indefinida, prazos e taxas de amortização;


 Métodos de amortização;
 Valor contábil bruto e eventual amortização acumulada no início e no final do período;
 Rubrica da demonstração de resultado em que qualquer amortização do ativo
intangível for incluída;
 Conciliação do valor contábil no início e no final do período.

AULA 8:

Exemplo de empréstimo com encargos financeiros prefixados:


A entidade obteve um empréstimo junto a CEF em 01/07/20X3 no valor de 10.000, com
encargos financeiros prefixados de 744,00. O principal e os encargos financeiros vencem em
30/06/20X4.

O reconhecimento das despesas financeiras mensais deve ocorrer de acordo com o critério de
taxa de juros efetiva, conforme item 5.4.1 do CPC 48 – Instrumentos Financeiros.

A taxa de juro efetiva (taxa de juros que desconta exatamente os recebimentos ou


pagamentos à vista, futuros estimados ao longo da vida útil esperada em relação ao valor
contábil bruto de ativo financeiro ou ao custo amortizado de passivo financeiro) pode ser
obtida pela fórmula M = C (1+i) (montante é igual ao fluxo de caixa do período que multiplica 1
+ i elevado a t, onde t é o período de tempo e o i é a taxa interna de retorno).

A taxa de juros efetiva não é a taxa que o banco oferece quando ele quer vender o
empréstimo, essa é a taxa nominal (que geralmente é inferior a taxa de juros efetiva)

A taxa de juros efetiva é a taxa de juros que você vai calcular em cima de todos os fluxos de
caixa projetados para a transação, é necessário usar a taxa de juros nominal e todas as outras
taxas oferecidas pela instituição financeira e estimar todos os fluxos de caixa de pagamentos
futuros desse empréstimo, e a partir desses fluxos de caixa calcular a taxa de juros efetiva.

Exemplo de empréstimo com encargos financeiros prefixados:

Empréstimo no Despesa Empréstimo no


Mês início do mês financeira Pagamento fim do mês
mensal
Jul/x3 10.000 60 10.060
Ago/x3 10.060 60 10.120
Set/x3 10.120 61 10.181
Out/x3 10.181 61 10.242
Nov/x3 10.242 61 10.303
Dez/x3 10.303 62 10.365
Jan/x3 10.365 62 10.428
Fev/x3 10.428 63 10.491
Mar/x3 10.491 63 10.554
Abr/x3 10.554 63 10.617
Mai/x3 10.617 64 10.681
Jun/x3 10.681 64 (10.744) 0
Total: 744

Para lançar a contratação desse empréstimo é debitar o valor recebido em banco e creditar a
obrigação.

É um empréstimo com encargos financeiros prefixados então você já sabe quanto vai pagar ao
final do empréstimo, mas não quer dizer que você já assumiu uma obrigação de integralmente
ressarcir todos os juros que vão incorrer ao longo do empréstimo. Isso quer dizer que nesse
momento a sua obrigação é equivalente a contraprestação recebida.

Então você vai debitar banco por 10.000 e creditar empréstimos por 10.000.

Na tabela nós temos todas as datas de capitalização de juros desse empréstimo, mas nós só
temos o pagamento no final do empréstimo. Significa que ao longo do período você não vai
pagar nada, mas ao longo do período você precisa reconhecer as despesas financeiras que
incidem sobre o empréstimo, respeitando o regime de competência.

Então, em julho de x3 você vai precisar reconhecer a despesa financeira de 60$, para
reconhecer essa despesa sem fazer nenhum pagamento é necessário debitar despesa
financeira e creditar empréstimos.

Em agosto de x3 vai novamente vai debitar despesa financeira por 60$ e creditar empréstimos.

Em setembro de x3 vai debitar despesa financeira por 61$ e vai creditar empréstimos.

O valor da despesa financeira vai aumentando ao longo dos meses porque nós estamos em um
regime de capitalização composta em que juros são calculados sobre juros. Ao final do
empréstimo a capitalização vai ser equivalente ao valor que tinha sido contratado como
empréstimo com juros prefixados de 10.744.

Nesse momento o saldo da conta empréstimo vai ser igual a 10.744 e pra saldar essa obrigação
basta fazer o pagamento debitando empréstimo e creditando banco conta movimento.

Exemplo de empréstimo com encargos financeiros descontados antecipadamente:

A entidade obteve um empréstimo junto ao Banco do Brasil em 01/07/20X3 no valor de R$


10.744,00, com encargos financeiros prefixados de 744,00 e descontados antecipadamente. O
principal vence em 30/06/20X4.

O recolhimento das despesas financeiras mensais deve ocorrer de acordo com o critério da
taxa de juros efetiva.

Em essência financeiramente esse empréstimo é igual ao exemplo anterior, porém, a


contabilização difere em função do reconhecimento do montante da obrigação, o que torna
necessário os encargos financeiros a transcorrer.

 Nesse exemplo você está pagando os encargos financeiros antecipadamente e esses


encargos são de 744$, esses encargos são juros que você vai pagar. Efetivamente você
vai receber em dinheiro apenas 10.000.

Primeiro lançamento é debitar banco conta movimento em 10.000, o problema é que você
tem outros 744$ que está envolvido nessa equação, você vai creditar empréstimos por
10.744$ e a contrapartida dessa diferença de 744 são os juros do empréstimo, esses juros já
foram pagos, mas pra respeitar o regime de competência você não pode reconhecer uma
despesa com juros no valor de 744 reais nesse momento. Então, você vai reconhecer esses
744$ em uma outra conta, uma conta devedora chamada “encargos financeiros a transcorrer”.
Então, você vai debitar essa conta (é um conta redutora da conta empréstimos) no valor de
744$.

No momento em que você for fazer a apropriação dos juros desse empréstimo, você vai
simplesmente debitar despesa com juros e creditar encargos financeiros a transcorrer.

Ao final do contrato de empréstimo, você vai ter uma obrigação no passivo de empréstimo de
10.744 que você vai precisar liquidar e você não vai ter mais saldo em encargos financeiros a
transcorrer (esse saldo vai ter desaparecido pela apropriação das despesas ao longo do
período).
Exemplo de empréstimo com encargos financeiros pós-fixados:
Nesse caso você não sabe de antemão quanto de juros serão pagos ao final do empréstimo.

A entidade obteve um empréstimo junto ao Banco Bradesco no valor de 40.000 em


30/09/20X3, com encargos financeiros com base na taxa Selic acrescida de 2% ao ano. Os
encargos financeiros são pagos trimestralmente, iniciando em 30/12/20X3. Em 30/12/20X3, a
taxa Selic era de 8% ao ano. O principal será pago em 4 parcelas anuais.

Primeiro é muito importante que seja apurado o valor dos juros capitalizados em cada
período. Nesse exemplo, são pagos trimestralmente então supomos que também são
capitalizados trimestralmente.

O período de capitalização não necessariamente corresponde ao período de pagamento.

Não da pra gente pegar essa Selic de 8% ao ano somar com o acréscimo de 2% ao ano e aplicar
isso ao trimestre. Você vai precisar dividir isso por 4 para saber o valor do trimestre. Nesse
caso da 2,5 e vamos aplicar essa taxa ao primeiro trimestre para fazer a apropriação da
despesa que vai se somar ao valor do empréstimo porque o pagamento vai ser feito em 4
parcelas anuais e nenhuma dessas foi paga até o momento.

Fazer exercício 4 e assistir vídeo de correção.


fazer exercício 5 e assistir vídeo de correção.
Ver a segunda prova do semestre anterior e correção.

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