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NOTA TÉCNICA DT 06/2007

DEPRECIAÇÃO DA FROTA
AGLOMERAÇÃO URBANA DO NORDESTE

DIRETORIA DE TARIFAS E ESTUDOS


ECONÔMICOS E FINANCEIROS
Abril/2007
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................3

1 CONCEITOS:....................................................................................................3

1.1 DEPRECIAÇÃO ............................................................................................3

1.2 TAXA ANUAL DE DEPRECIAÇÃO............................................................5

1.3 MÉTODOS DE CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO.......................................5

1.3.1 - MÉTODO LINEAR...................................................................................6

1.3.2 – MÉTODO DE COLE (SOMA DOS DÍGITOS DECRESCENTES) ......6

1.3.3 – MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO POR QUOTAS PROPORCIONAIS7

2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA...............................................................................8

3 ANÁLISE COMPARADA: ...............................................................................8

4 ANÁLISE E RECOMENDAÇÕES ...............................................................12

REFERÊNCIAS .................................................................................................15

2
NOTA TÉCNICA N° 006/2007 – DT/AGERGS

ASSUNTO: Metodologia e critérios gerais para


definição e cálculo da Depreciação (frota de
veículos) empregada na planilha tarifária do
transporte intermunicipal de passageiros por
ônibus da Aglomeração Urbana do Nordeste
do Estado do Rio Grande do Sul – Região de
Caxias do Sul (AUNE).

INTRODUÇÃO

A Nota Técnica N° 06/2007 – DT/AGERGS cumpre determinação do


Conselho Superior da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos
Delegados do Rio Grande do Sul conforme a Portaria nº. 08/06 no sentido de
fornecer conhecimento técnico especializado para promoção da primeira revisão
geral de parâmetros e variáveis da estrutura tarifária do sistema de transporte
intermunicipal coletivo de passageiros da Aglomeração Urbana do Nordeste do
Estado do Rio Grande do Sul (AUNE), região metropolitana do Município de Caxias
do Sul.
Trata em específico dos conceitos atrelados à metodologia de cálculo da
Depreciação da Frota na planilha tarifária da AUNE.

1 CONCEITOS:

1.1 Depreciação

A maior parte dos bens do ativo imobilizado (exceção feita a terrenos e obras
de arte) tem uma vida útil limitada, quer dizer, serão úteis à empresa por um
conjunto de períodos finitos de tempo. À medida que esses períodos forem
decorrendo os bens vão perdendo sua utilidade e valor em função do uso, da ação
do tempo e da obsolescência. O custo de um bem do imobilizado pode ser
considerado como uma despesa incorrida nos períodos contábeis em que este bem
seja utilizado, esta despesa é chamada de depreciação. A depreciação pode,
portanto, ser tratada como a conversão gradativa do ativo imobilizado em despesa,

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ou um valor que se provisiona com a intenção de se substituir um bem, depois de
transcorrida sua vida útil. Pode também ser considerada como uma provisão
formada durante o tempo de utilização economicamente útil do bem com a finalidade
de renovar o equipamento por ocasião de sua obsolescência.
Sob outra ótica, os bens do ativo permanente têm uma vida economicamente
útil relativamente longa e durante essa vida útil o valor do bem, desde que destinado
a produção deve ser encarado como custo de produção, o que é feito através da
depreciação.
O Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução - CFC nº 1.027
de 15.04.2005, que aprovou a NBC T 19.5 sobre Depreciação, Amortização e
Exaustão, define Depreciação como sendo a redução do valor dos bens pelo
desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.
Entende-se por obsolescência a perda de competitividade de um equipamento que,
superado por outro equipamento que produz o mesmo produto ou serviço ou similar,
com tantas vantagens ou com custos inferiores, tornando inviável a operação do
equipamento obsoleto.
Do ponto de vista fiscal e contábil, a depreciação é importante, pois a
legislação tributária permite que a mesma seja descontada periodicamente do lucro
para fins de pagamento de tributos como o Imposto de Renda.
Do ponto de vista gerencial é de grande importância na apuração dos custos
de produção e na análise do retorno do investimento.
Para Padoveze (2003: p. 242) a depreciação pode ser vista sob vários
conceitos, tais como:
• Depreciação como perda de valor dos bens pelo uso, desgaste ou
obsolescência.
• Depreciação como método de incorporação do custo dos
equipamentos imobilizados para o custeio dos produtos.
• Depreciação como avaliação da perda do potencial de serviços futuros
dos imobilizados.
• Depreciação para incorporação no processo de análise de retorno de
investimento.
• Depreciação como planejamento tributário.
• Depreciação como fonte de fundos.
• Depreciação como meio de autofinanciamento.

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Para efeito de cálculo tarifário, é considerada a depreciação dos veículos que
compõem a frota total como forma de cálculo de custo da tarifa e para retornar o
investimento. A depreciação de máquinas, instalações e equipamentos necessários
à operacionalização dos serviços estão sendo tratados para fins de custo tarifário
junto com o item de despesas administrativas.

1.2 Taxa Anual de Depreciação

Para cálculo da taxa anual de Depreciação, é necessário estimar a vida útil do


bem, isto é, quanto ele vai durar, levando em consideração as causas físicas (o uso,
o desgaste natural e a ação dos elementos da natureza).
Para fins fiscais, segundo determina a Lei nº 4.506, de 1964 pelo § 3º do art,
57 que a Secretaria da Receita Federal publicará periodicamente o prazo de vida útil
admissível, em condições normais ou médias, para cada espécie de bem. Assim,
através da Instrução Normativa SRF nº 162, de 31 de dezembro de 1998, para a
Secretaria da Receita Federal, os prazos de vida útil admissível pela para fins de
depreciação dos bens utilizados no transporte de passageiros (veículos automóveis
para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista), é de 4 (quatro) anos
o que equivale a uma taxa de depreciação de 25% ao ano.

1.3 Métodos de Cálculo da Depreciação

Encontram-se na literatura contábil muitos métodos de depreciação, dois


quais destacamos:
• Método de Depreciação por Taxa Constante ou Linear;
• Método da Progressão Aritmética Decrescente por Divisão Proporcional de
COLE (soma dos dígitos decrescentes);
• Métodos de Depreciação por Quotas Proporcionais.

Porém os mais utilizados na estrutura tarifária do transporte são os dois


primeiros.
Todos os métodos de depreciação podem ser combinados com a utilização
de um valor residual. O valor residual tem como fundamento de que mesmo fora de
atividade (depois de esgotada sua vida útil) o bem manterá um valor, por menor que

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seja. O valor residual compreende o valor diretamente recuperável do bem, quando
retirado de uso, depois de transcorrida sua vida útil.

1.3.1 - Método Linear

É o sistema mais utilizado e geralmente aceito pelos governos para fins


impositivos. A quota anual de depreciação é calculada dividindo-se o valor a
depreciar pelo número de anos e tem-se um valor equivalente para cada ano
previsto.

TD = 1 – VR
n

Onde:
TD = Taxa anual de depreciação
VR = Valor residual
n = Vida útil estimada (anos)

Exemplo:
Valor do Bem: R$ 100.000,00
Valor Residual: 20% = R$ 20.000,00
Valor a Depreciar: R$ 80.000,00
Vida útil estimada: 5 anos

TD= 1 - 0,20 = 16%


5

A quota anual de depreciação corresponderá a 16% de R$ 100.000,00 =


R$ 16.000,00. Ao final dos 5 anos terá sido depreciado R$ 80.000,00.

1.3.2 – MÉTODO DE COLE (soma dos dígitos decrescentes)

O valor do bem a ser depreciado será dividido pela soma do número de anos
de vida útil do bem. O resultado obtido, denominado "coeficiente de
proporcionalidade" será multiplicado pela ordem inversa do dígito correspondente ao

6
ano que se quer depreciar, ou seja, se a vida útil estimada para o bem a ser
depreciado é de cinco anos, será multiplicado primeiro por cinco e por último por um.
Representando está equação no mesmo exemplo apresentado no item
anterior temos:
Valor a depreciar: R$ 80.000,00
Quota de depreciação = 80.000,00 = 5.333,33
(1+2+3+4+5)
O quadro n.º 1 a seguir demonstra o processo de depreciação anual:

Quadro N.º 1

Quota de Valor Anual da % Anual de


Ano Depreciação Multiplicador depreciação Depreciação
1 5.333,33 5 26.666,67 26,67%
2 5.333,33 4 21.333,33 21,33%
3 5.333,33 3 16.000,00 16,00%
4 5.333,33 2 10.666,67 10,67%
5 5.333,33 1 5.333,33 5,33%
Soma 80.000,00 80,00%

Podemos ainda dizer que o método de cole consiste em dividir o total da


depreciação em frações tais que, o numerador expresse os períodos que faltem para
o final da vida útil do bem, e o denominador represente o somatório dos períodos.

Dessa forma temos:


n , n-1 , ..., 1 ;
1+2+3+...+n 1+2+3+...+n 1+2+3+...+n

1.3.3 – MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO POR QUOTAS PROPORCIONAIS


Estes métodos são menos utilizados e podem ser expressos da seguinte
forma:
• Apropriação conforme as horas trabalhadas - Estimada a vida útil
em horas trabalhadas, a depreciação é calculada com base nestas
horas.
• Apropriação por unidades produzidas - Estimada a quantidade de
bens a serem produzidos, a depreciação é calculada com base na
produção destes bens. No caso dos transportes poder-se-ia considerar
que a vida útil do veículo seria estimada em quilômetros percorridos e
a depreciação anual seria o resultado da divisão dos quilômetros

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percorridos no ano pela estimativa de quilômetros que o veículo
percorreria em sua vida útil.

2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Embora a AUNE tenha sido instituída pela Lei Complementar N º10.335 de


1994, somente em 1999 a gestão das tarifas desta Aglomeração passou para a
METROPLAN. Até então, as linhas que compõem a AUNE, tinham suas tarifas
calculadas pelo DAER juntamente com as de Longo Curso, sistema ao qual
pertenciam antes da criação da AUNE em 1994.
No período de 1999 a 2001, já sob a gestão da METROPLAN, não havendo
ainda uma planilha tarifária própria, foi adotado para a AUNE o mesmo percentual
de reajuste do Eixo Norte da RMPA. A partir de 2002, a METROPLAN formatou a
planilha tarifária para a AUNE utilizando para cálculo da depreciação dos veículos na
planilha tarifária, o método adotado pelo GEIPOT, ou seja, o Método de Cole (ou
Método da Soma dos Dígitos Decrescentes) com vida útil de 8 (oito) anos e 20% de
valor residual.
O regulamento do transporte da AUNE, Decreto nº 39.185/98, em seu Art. 35
indica que, salvo o cadastro existente, em qualquer caso, a idade de inclusão do
veículo no cadastro não poderá ser superior a 10 (dez) anos de fabricação do
chassi. A Idade média da frota da AUNE no cadastro da METROPLAN, segundo o
Processo n.º 1189-1364/04-3 é da 8,99 anos, segundo o Processo n.º 1223-
1364/03-6 é de 9,35 anos e segundo o Processo n.º 1158-1364/05-3 é de 8,48 anos,
ou seja nos três últimos processos de reajuste a idade média da frota superou 8
(oito) anos.

3 ANÁLISE COMPARADA:

GEIPOT
O GEIPOT para cálculo da depreciação do veículo considera três fatores:
- vida economicamente útil (anos);
- valor residual do veículo (%); e
- método de cálculo.
VIDA ECONOMICAMENTE ÚTIL

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A vida economicamente útil de qualquer bem durável é o período durante o
qual a sua utilização é mais vantajosa do que sua substituição por um novo bem
equivalente.
Considerando-se o estágio tecnológico da indústria automobilística e as
características construtivas e operacionais diferenciadas dos diversos tipos de
veículo, recomenda-se a adoção da vida útil de sete anos para veículos leves, de
dez anos para veículos pesados e de doze anos para veículos especiais.
VALOR RESIDUAL
O valor residual é o preço de mercado que o veículo alcança ao final de sua
vida útil. Esse valor é expresso como uma fração do preço do veículo novo. Para o
cálculo da depreciação do veículo, toma-se como referência o preço do veículo novo
sem rodagem (pneus, câmaras-de-ar e protetores).
Considerando-se as características diferenciadas dos diversos tipos de
veículo e o período estipulado para a vida útil de cada um deles, recomenda-se a
adoção de valores residuais de 20% para veículos leves, de 15% para veículos
pesados e de 10% para veículos especiais.
MÉTODO DE CÁLCULO
Recomenda-se o uso do Método de Cole, (Soma dos Dígitos Decrescentes),
por representar mais fielmente a desvalorização do veículo rodoviário, caracterizada
por uma perda acentuada de valor no início de sua utilização e que se atenua com o
passar dos anos. Por esse método, o fator de depreciação anual é obtido aplicando-
se a seguinte fórmula:

FJ = VU – j + 1 X (1 – VR/100)
1+2+ ... + VU

onde:
Fj = fator de depreciação anual para o ano j
J = limite superior da faixa etária (anos)
VU = vida útil adotada (anos)
VR = valor residual adotado (%)

O quadro n.º 2 apresenta os fatores de depreciação anual para cada faixa


etária, por tipo de veículo, de acordo com o critério descrito.

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Quadro N.º 2
FATOR DE DEPRECIAÇÃO ANUAL POR TIPO DE VEÍCULO
Faixa Veículo Leve Veículo Pesado Veículo Especial
Etária
(anos)
0–1 0,80 x 7/28 = 0,2000 0,85 x 10/55 = 0,1545 0,90 x 12/78 = 0,1385
1–2 0,80 x 6/28 = 0,1714 0,85 x 9/55 = 0,1391 0,90 x 11/78 = 0,1269
2–3 0,80 x 5/28 = 0,1429 0,85 x 8/55 = 0,1236 0,90 x 10/78 = 0,1154
3–4 0,80 x 4/28 = 0,1143 0,85 x 7/55 = 0,1082 0,90 x 9/78 = 0,1038
4–5 0,80 x 3/28 = 0,0857 0,85 x 6/55 = 0,0927 0,90 x 8/78 = 0,0923
5–6 0,80 x 2/28 = 0,0571 0,85 x 5/55 = 0,0773 0,90 x 7/78 = 0,0808
6–7 0,80 x 1/28 = 0,0286 0,85 x 4/55 = 0,0618 0,90 x 6/78 = 0,0692
7–8 zero 0,85 x 3/55 = 0,0464 0,90 x 5/78 = 0,0577
8–9 0,85 x 2/55 = 0,0309 0,90 x 4/78 = 0,0462
9 – 10 0,85 x 1/55 = 0,0155 0,90 x 3/78 = 0,0346
10 – 11 zero 0,90 x 2/78 = 0,0231
11 – 12 0,90 x 1/78 = 0,0115
> 12 zero

ANTT

A ANTT A Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT (transporte


rodoviário interestadual e internacional de passageiros) adota o método de
Depreciação Linear para cálculo da depreciação do veículo na estrutura da planilha
tarifária.
A depreciação linear é aplicada sobre o valor do veículo novo sem pneus,
considerando a vida útil do veículo de 5 anos e valor residual equivalente a 20% do
valor do veículo, sendo a taxa de depreciação do veículo expresso por:

10
TD = 1 – VR
n

Onde:
TD = taxa de depreciação
VR = valor residual
n = vida útil do veículo

ANTT - NOTA TÉCNICA N° 034/SUREF/ANTT/2006

A ANTT através da Nota Técnica N° 034/SUREF/ANTT/2006, faz


considerações a respeito da atual metodologia para a depreciação. Segundo a
1

ANTT, a rigor, o cálculo do Coeficiente Tarifário não deveria considerar custos


relativos à depreciação da frota, uma vez que esta, com média 9,2 anos de uso,
supera o limite de 5 anos para o cômputo desse custo. Por outro lado pelo fato de
15% das empresas estarem com suas frotas com idade inferior a 5 anos seria injusto
não considerar o custo de depreciação para estas empresas. Conclui por não
promover rupturas nos procedimentos atualmente adotados e corrigir as distorções
nas futuras licitações.

AGR – Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços


Públicos.

A Agência Goiana de Regulação - AGR para cálculo da depreciação do


veículo para o transporte intermunicipal de passageiros utilizou o mesmo método
adotado pela ANTT, ou seja, o método da depreciação linear.
O referido método foi aplicado sobre o valor do veículo representativo sem
pneus, com o prazo de vida útil legal de cinco anos, e valor residual equivalente a
20% do veículo.
No entanto, para a rubrica Depreciação do Veículo o fator de consumo por km
será calculado de acordo com PMA dividido pelo índice “1,1” para acrescentar os
10% de frota reserva à frota efetiva, apresentando a seguinte formulação:

1
A metodologia atualmente aplicada ao cálculo do Coeficiente Tarifário para o serviço transporte
rodoviário interestadual e internacional de passageiros pela ANTT considera depreciação linear de
16% ao ano durante 5 anos, preservando um valor residual de 20% da frota após esse prazo.

11
Coef. Depreciação do Veículo
Fator de Consumo por Km (veículo / km) =
(PMA / 1,1)

AGEPAN - Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos do Estado de


Mato Grosso do Sul.
A AGEPAN utiliza o método dos Dígitos Decrescentes para a depreciação da
frota e Inclui na planilha tarifária a depreciação de outros ativos (instalações,
equipamentos e máquinas).

4 ANÁLISE E RECOMENDAÇÕES

A ANTT e a AGR utilizam 5 anos como vida útil para os veículos da frota, mas
trabalham com PMA (Percurso Médio Anual) muito superiores ao PMA da AUNE, ou
seja, a ANTT trabalha com PMA ao redor de 130.000 Km e a AGR, trabalha com
PMA para o serviço semi-urbano ao redor dos 115.000 Km, enquanto que na AUNE
o PMA gira em torno de 50.000 Km. Assim, a consideração de prazo de vida útil
menor (5 anos) pela ANTT e pela AGR do que o utilizado atualmente na AUNE
(8 anos) para a depreciação poderia estar associada a maior rodagem por ano, o
que provocaria um desgaste maior do veículo por ano. Os veículos dos sistemas
regulados pela ANTT e pela AGR ao final de 5 anos produzem uma quilometragem
ao redor de 600.000 Km, ao passo que os veículos do sistema da AUNE, produzem
400.000 Km ao final dos 8 anos da vida útil considerada.
Embora na AUNE a idade média da frota, conforme comentado no item 2
desta Nota Técnica, seja superior a 8 anos, mas considerando que de acordo com
pesquisa de satisfação com o serviço realizada pela AGERGS durante o ano de
2006 o índice de satisfeito e muito satisfeito com o serviço como um todo gira em
torno de 90% e que os índices de satisfação relacionados a frota de veículos
também situa-se próximo a 90%, recomendamos manter a atual metodologia de
depreciação da frota pelo método dos dígitos decrescentes dos anos com vida útil
de 8 (oito) anos e residual de 20%
Para inclusão do custo da depreciação da Frota Reserva na planilha de custo
a AGR reduz o PMA quando do cálculo do custo da depreciação da frota no
montante equivalente a representação da Frota Reserva em relação a Frota Efetiva,

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ou seja, divide o PMA por 1,10. Para incluir o custo da Frota Reserva no custo,
recomendamos adicionar ao custo da depreciação o mesmo percentual que a Frota
Reserva representa na Frota Efetiva. Assim, tendo em vista que o Regulamento do
Transporte para a AUNE, o Decreto n.º 39.185/98, exige uma frota reserva mínima
de 10%, deve-se acrescentar 10% ao custo da depreciação da frota.
O parâmetro de cálculo da depreciação da frota, apurado a partir da Idade
média da frota encontrada a partir das escalas de veículos para linhas da
aglomeração informadas pelas empresas, consta no quadro n.º 3:
Quadro N.º 3
Depreciação pelo Digitos Decrescentes
exemplo
Faixa Número de Depreciação
Etária Veículos Fator Resultado
0-1 ano 6 0,1778 1,0667
1-2 anos 7 0,1556 1,0889
2-3 anos 5 0,1333 0,6667
3-4 anos 2 0,1111 0,2222
4-5 anos 7 0,0889 0,6222
5-6 anos 9 0,0667 0,6000
6-7 anos 3 0,0444 0,1333
7-8 anos 2 0,0222 0,0444
> 8 anos 33 0,0000 0,0000
Total 74 0,0601 4,4444

Na planilha de custo, o item relativo à depreciação deverá ser acrescido de


10% para incluir a frota reserva no custo tarifário. Portanto o parâmetro que comporá
a planilha será 0,0661 (0,0601 acrescido de 10%), que, multiplicado pelo valor do
veículo padrão e dividido pelo PMA resultará no custo da depreciação da frota por
quilômetro.
Os veículos que compuseram a frota para apuração da quantidade em cada
faixa encontram-se no quadro n.º 4:

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Quadro N.º 4
Chassi

Idade em Quantidade
Empresas Prefixo Placa Ano de
Marca Modelo Número anos na Faixa 0
fabricação
completos a 1 anos
Ozelame 2650 INH-1347 Mercedes Benz OF-1722 2006 9BM3840786B491679 0
Ozelame 18001 INJ-2755 Mercedes Benz OF-1722 2006 9BM3840786B494405 0
Ozelame 18002 INL-5262 Mercedes Benz OF-1722 2006 9BM3840786B505833 0
Ozelame 18003 INN-3861 Mercedes Benz OF-1722 2006 9BM3840787B508381 0
Exp. São Marcos 125 ISM0125 M.BENZ OF1722 2006 9BM3840786B470644 0
Exp. São Marcos 127 ISM0127 M.BENZ OF1722 2006 9BM3840786B479167 0 6
Ozelame 2544 IMI-3303 Mercedes Benz OF 1722 2005 9BM3840785B414642 1
Ozelame 2546 IMO-0160 Mercedes Benz OF 1722 2005 9BM3840785B435042 1
Ozelame 2547 IMO-3875 Mercedes Benz OF 1722 2005 9BM3840785B436403 1
Ozelame 2548 IMO-3960 Volkswagen 17.210 2005 9BWRP82W15R504276 1
Ozelame 2549 IMR-9788 Volkswagen 17.210 2005 9BWRP82W65R524216 1
Exp. São Marcos 121 ISM0121 M.BENZ OF1722 2005 9BM3840785B424854 1
Exp. São Marcos 123 ISM0123 M.BENZ OF1722 2005 9BM3840786B449699 1 7
Ozelame 2441 ILX-5387 Volkswagen 17.210 2004 9BWRP82W34R425058 2
Ozelame 2442 IMF-1952 Volkswagen 17210 2004 9BWRP82W94R433259 2
Ozelame 2443 IMD-5203 Volkswagen 17.210 2004 9BWRP82W74R433678 2
Exp. São Marcos 109 ISM0109 AGRALE WB ON 2004 93PB12B3P4C012373 2
Exp. São Marcos 111 ISM0111 AGRALE WB ON 2004 93BP12B3P4C012440 2 5
Ozelame 2338 ILG-9562 Volkswagen 17.210 2003 9BWRF82W53R312049 3
Ozelame 2439 ILR-1791 Volkswagen 17.210 2003 9BWRF82W64R409407 3 2
Ozelame 2236 IKV-4335 Volkswagen 17.210 2002 9BWRF82W02R213220 4
Exp. São Marcos 103 ISM0103 M.BENZ OF1721 2002 9BM3840732B302857 4
Exp. São Marcos 107 ISM0107 VOLKSWAGEM 17210 2002 9BWRF82WX2R213743 4
Di Trento 30.413 IKW-0504 VOLKS 17210 2002 9BWRF82WX2R213967 4
Di Trento 30.414 IKW-0505 VOLKS 17210 2002 9BWRF82WX2R214052 4
Di Trento 30.415 IKW-0507 VOLKS 17210 2002 9BWRF82WO2R214092 4
Di Trento 30.416 IKW-0508 VOLKS 17210 2002 9BWRF82WO2R214304 4 7
Ozelame 2133 IJZ-0292 Volkswagen 16.210 2001 9BWGFY2W61R100572 5
Ozelame 2134 IKC-0728 Mercedes Benz OH 1621 2001 9BM3820691B260436 5
Ozelame 2235 IKG-5540 Mercedes Benz OH 1621 2001 9BM3820691B284497 5
Exp. São Marcos 101 ISM0101 M.BENZ OF1721 2001 9BM3840731B266997 5
Empresa Bento Gonçalves 83. IKD2125 M.BENZ OF1721 2001 9BM38407318271626 5
Empresa Bento Gonçalves 84. IKD4928 M.BENZ OF1721 2001 9BM38407318271320 5
Empresa Bento Gonçalves 85. IKD2174 M.BENZ OF1721 2001 9bm38417318271327 5
Empresa Bento Gonçalves 86. IKD2207 M.BENZ OF1721 2001 9BM38407318271526 5
Empresa Bento Gonçalves 87. IKD2192 M.BENZ OF1721 2001 9BM38407318271674 5 9
Ozelame 2030 IJN-9591 Volkswagen 16.210 2000 9BWY2TJBXYRY06696 6
Empresa Bento Gonçalves 3101. IJO1180 M.BENZ OF1721 2000 9BM384073YB231079 6
Empresa Bento Gonçalves 3102. IJO1702 M.BENZ OF1721 2000 9BM384073YB231057 6 3
Ozelame 2029 IJG-6772 Mercedes Benz OF 1721 1999 9BM384073XB214288 7
Di Trento 30.402 IJJ-5891 IVECO 3512 1999 ZCFC49801X5228873 7 2
Empresa Bento Gonçalves 63. IIL6656 M.BENZ OF1721 1998 9BM384073WB178194 8
Empresa Bento Gonçalves 64. IIL7771 M.BENZ OF1721 1998 9BM384073WB178777 8
Di Trento 30.412 IFG-5437 M. BENZ OF 1620 1996 9BM384087TB095402 10
Empresa Bento Gonçalves 55. IFK9825 M.BENZ OF1620 1996 9BM384087TB099751 10
Empresa Bento Gonçalves 54. IFK0892 M.BENZ OF1720 1996 9BM384087TB099776 10
Empresa Bento Gonçalves 56. IFK6862 M.BENZ OF1620 1996 9BM384087TB099696 10
Empresa Bento Gonçalves 53. IFK9815 M.BENZ OF1620 1996 9BM384087TB099754 10
Ozelame 9508 IDI-6579 Mercedes Benz OF-1620 1995 9BM384087SBO59286 11
Ozelame 9509 IDN-6162 Mercedes Benz OF-1620 1995 9BM384087SBO63973 11
Ozelame 9510 IDG-5841 Mercedes Benz OF-1620 1995 9BM384087SBO54342 11
Ozelame 9511 IEC-0255 Mercedes Benz OF-1620 1995 9BM384087SBO73718 11
Ozelame 9512 IEB-6468 Mercedes Benz OF-1620 1995 9BM384087SB073192 11
Ozelame 9513 IEA-4697 Mercedes Benz OF-1620 1995 9BM384087SBO73716 11
Ozelame 9514 IEC-0262 Mercedes Benz OF-1620 1995 9BM384087SB073703 11
Ozelame 9523 IDQ-6708 Mercedes Benz OF-1620 1995 8AB384079SA111815 11
Ozelame 9625 IEI-2915 Mercedes Benz OF-1620 1995 9BM384087SB077453 11
Exp. São Marcos 77 IDB6078 M.BENZ OF1620 1995 9BM384067SB050049 11
Exp. São Marcos 79 IDR6019 M.BENZ OF1620 1995 IBM384087SB050050 11
Exp. São Marcos 71 IHO1403 M.BENZ OF1618 1993 9BM384085PB965763 13
Exp. São Marcos 73 IHS5754 M.BENZ OF1618 1993 9BM384085PB976570 13
Di Trento 30.409 IBJ-9377 M. BENZ OF 1318 1992 9BM384088MB928120 14
Ozelame 9221 IBF-2422 Mercedes Benz OF-1318 1991 9BM384088MB920752 15
Di Trento 30.407 IHV-6208 M. BENZ OF 1318 1991 9BM384088MB906291 15
Di Trento 30.408 IHV-6205 M. BENZ OF 1318 1991 9BM384088MB912934 15
Di Trento 30.411 IHX-8284 M. BENZ OF 1318 1991 9BM384088MB899417 15
Ozelame 9118 IFH-2094 Mercedes Benz OF-1318 1990 9BM384088LB890613 16
Di Trento 30.410 IIC-8309 M. BENZ OF 1318 1990 9BM384088LB879685 16
Ozelame 9015 IBU-4035 Mercedes Benz OF-1318 1989 9BM384088KB865312 17
Di Trento 30.405 IHT-0025 M. BENZ OF 1318 1989 9BM384088KB852120 17
Di Trento 30.406 IHT-0011 M. BENZ OF 1318 1989 9BM384088KB854778 17
Di Trento 30.404 IHU-4197 M. BENZ OF 1315 1988 9BM384098JB783799 18
Ozelame 8716 IFL-8746 Mercedes Benz OF-1313 1987 9BM345050GB735969 19
Di Trento 30.403 IHT-0174 M. BENZ OF 1314 1987 9BM345050HB749255 19 33
Obs.: Os veículos da Empresa Bento Gonçalves foram retirados do Balancete de junho de 2006.

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REFERÊNCIAS

AGERGS – Agência Estadual de Regulação do Serviço Público Delegado do Rio


Grande do Sul
AGERGS – Agência Estadual de Regulação do Serviço Público Delegado do Rio
Grande do Sul: disponível em:
http://www.agergs.rs.gov.br/destaques/pesquisa2006/relataglomerurb2006.pdf
Acessadp em 11/04/2007
AGEPAN - Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos do Estado de
Mato Grosso do Sul.
AGR Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços
Públicos/GT-Tarifas
ANTT - NOTA TÉCNICA N.º 034/SUREF/ANTT/2006
ANTT - RESOLUÇÃO nº 18/2002
ANTT - NOTA TÉCNICA 076//SUREF/ ANTT/2003
BNDES – Manual da TJLP – Publicado pelo Departamento de Política Financeira
AF/DEPOL. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/produtos/download/tjlp.pdf.
Acesso em 28/03/2007
BUARQUE, Cristovam. Avaliação econômica de projetos. Rio de Janeiro: Campus,
1984.
GEIPOT – Empresa Brasileira de Transporte – Extinta - Estudo tarifário.
http://www.geipot.gov.br/
FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras,
FEA/USP, Manual de contabilidade das sociedades por ações. São Paulo: Atlas. 5
Ed. 2000.

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