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CÁLCULO DO SALDO DEVEDOR

Análise de sistemas de pagamento

 pagamento uniforme (sistema PRICE)

 amortização constante (sistema SAC)

PAGAMENTO UNIFORME - SISTEMA PRICE


pagamento uniforme ou método dos equivalentes uniformes anuais

Ao estar pagando uma parcela de uma dívida, é interessante saber :

- quanto corresponde aos juros sobre o saldo devedor

- quanto corresponde à reposição do principal (capital inicial)

Quando pagamos uma unuidade Am, a mesma se compõe de :


- uma parcela correspondente aos juros Km sobre o saldo devedor
- outra Km de reposição do capital

Am = Km + Km para o período seguinte tem-se :

Am+1 = Km+1 + Km+1

mas os pagamentos são uniformes Am = Am+1

Desta forma :
Km - Km+1 = Km+1 - Km

a diferença Km - Km+1 é igual ao juro da parcela do capital principal, reposta entre


os tempos m e m+1

ou seja, Km - Km+1 = i Km (onde i é a taxa de juros)

Assim,
Km+1 = Km + i Km = Km ( 1 + i )

As cotas de reposição do capital inicial aumentam em progressão geométrica, com razão


(1+i)

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AMORTIZAÇÃO CONSTANTE ( SAC )

A parcela de reposição do capital é constante

Os juros são pagos no fim do período sobre o total do saldo devedor correspondente ao
período

As parcelas globais a pagar são decrescentes (não uniformes)

Efeito do Imposto de Renda na análise de investimentos


Do ponto de vista de um projeto de investimentos o que importa realmente é o que se ganha
após os impostos.
Projetos que não seriam atraentes passam a sê-lo após a análise completa incluindo impostos e
incentivos.
A existência de impostos altera substancialmente a perspectiva da rentabilidade e pode
influenciar significativamente a orientação das atividades econômicas.

Uma empresa, qualquer que seja a sua natureza, caracteriza-se pela existência de um
documento chamado contrato social. Neste documento existe a finalidade da empresa
chamada Objetivo Social, o qual compõe da relação das atividades que serão exercidas e que
determinarão o enquadramento da empresa perante suas obrigações, com as autoridades
federais, estaduais e municipais, como por exemplo, impostos, taxas, encargos, etc.

Um dos impostos a serem devidos por uma empresa é o Imposto de Renda, que é igual a uma
porcentagem aplicada sobre os lucros obtidos e demonstrado no Balanço Geral Anual.

O lucro obtido por uma empresa vem a ser a diferença entre a Receita anual e a Despesa
anual. Quanto maior a despesa, menor sera o lucro e, consequentemente, o Imposto de Renda.

O que vai ser considerado despesa ?


Contabilmente qualquer dispêndio de dinheiro de uma empresa somente pode ser considerado
despesa se ele se referir à aquisição de objetos ou serviços, tendo finalidades dirigidas ao
Objeto social.

Custos contábeis
Ao apurar lucro a empresa deve pagar IR, o qual na maioria das empresas é de 30% do lucro.

O lucro corresponde à diferença entre a receita das vendas ou serviços e o custo da produção
dos bens ou serviços vendidos. Para efeito do IR, o custo da produção constituem aqueles
custos referentes a :
Matérias-primas utilizadas para a produção de receita
Pessoal de produção
Locações, manutenções, reparos e depreciações dos bens utilizados na produção

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Quebras e perdas razoáveis.

A compra de um bem que integrará o Ativo Imobilizado. O bem de uso relativamente longo,
não será considerado custo contábil e portanto, embora seja um dinheiro gasto, não diminuirá
o lucro.

Os gastos de dinheiro com locações são considerados custos contábeis e, desta forma, tendem
a diminir o lucro e, consequentement, o IR.

Depreciação

A depreciação é contabilmente definida como a despesa equivalente à diminuição do valor de


um bem resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência normal.
Não se trata de um desembolso, porém é uma despesa que pode ser abatida das receitas,
diminuindo o lucro tributável e, consequentemente, o imposto de renda, e com efeitos sobre o
fluxo de caixa.

Depreciação real – diminuição efetiva do valor de um bem resultante do desgaste pelo uso,
pela ação da natureza ou obsolescência normal. (pode ser considerado como um conceito
econômico e associado à vida útil do equipamento).

Exemplos :
diminuição efetiva do valor de um veículo em função do seu uso
diminuição efetiva do valor de um computador motivada pela obsolescência

Depreciação contábil – diminuição do valor contábil de um bem, resultante do decurso de


prazo decorrido desde a sua aquisição até o instante atribuído ao desgaste físico, ao uso ou à
obsolescência.

Qual a vantagem em depreciar contabilmente um equipamento? Como a depreciação entra


como custos, isto diminui os lucros contábeis, e, consequentemente, o imposto de renda a
pagar.

Depreciação contábil – é uma forma contábil pela qual o governo reconhece que a vida útil
dos equipamentos é limitada e estabelece o direito de as firmas cosntituírem uma reserva para,
se quiserem, repor o equipamento desgastado. Esta reserva está isenta de imposto de renda
por ser incorporada aos custos de produção.

Com frequência observa-se o tempo de vida útil (depreciação real) superior ao tempo de
depreciação contábil.

O valor contábil de um equipamento em uso é igual ao seu valor original de compra subtraído
das correspondentes depreciações anuais.

Se um bem for vendido por um valor qualquer acima do seu valor contábil, essa diferença será
registrada contabilmente com lucro, e será necessário pagar imposto de renda sobre esta
parcela. Se o equipamento for vendido por um valor inferior ao seu valor contábil, registra-se
uma perda que irá diminuir os lucros passíveis de taxação por imposto de renda.

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A venda de um equipamento em si não deve fazer parte dos lucros e perdas da empresa, mas
apenas a diferença entre o valor de mercado obtido e seu valor contábil.

Uma empresa A, ao comprar um equipamento usado da empresa B iniciará o processo de


depreciação sobre este equipamento (baseando-se no valor da transação) mesmo que este
equipamento já tenha sido totalmente depreciado anteriormente na contabilidade da empresa
B. Assim pode ser vantajoso para firmas de um mesmo grupo, mas que sejam pessoas
jurídicas independentes, transacionar equipamentos usados entre si.

A compra de um bem, por exemplo um equipamento, não é uma despesa e seu valor não pode
entrar nos abatimentos da receita bruta para o cálculo da renda. Seu valor só entra como
despesa (custo) aos poucos sob a forma de depreciação.

Se um equipamento for comprado a prestação, é preciso decompor cada prestação nas


parcelas correspondentes à amortização da dívida e aos juros sobre o saldo devedor. A
primeira parcela é considerada investimento e não pode entrar como despesa; os juros são
despesa e são abatidos da receita bruta para o cálculo da renda.

O regulamento do IR estabelece que a cota de depreciação será registrada contabilmente como


custo operacional. As taxas mais comuns são :
20% (5 anos de depreciação) para veículos
10% (10 anos de depreciação) para equipamentos, máquinas, móveis, instalações
4% (25 anos de depreciação) para edifícios e construções.

De acordo com o Regulamento do IR a taxa periódica de depreciação será fixada em função


do prazo durante o qual se possa esperar a utilização econômica do bem pelo contribuinte, na
produção de seus rendimentos.

Não são depreciáveis :


Terrenos (salvo em relação aos melhoramentos ou construções)
Bens que normalmente aumentem de valor com o tempo (obras de arte ou antiguidades)
Bens para os quais exista exaustão (perda de valor por exploração mineral ou florestal)

Compra, depreciaçiações e locação

Quando compramos um bem temos um gasto em dinheiro que, em si, não diminuirá o lucro
por não ser considerado custo. Entretanto, após a compra, durante determinado número de
períodos, igual à vida útil contábil de do bem, existem quantias que denominamos
depreciação, as quais diminuem o lucro por serem consideradas custos contábeis pelo
imposto de renda.

Os custos de produção são lançados na contabilidade da empresa, diminuindo o lucro e,


portanto, o IR a pagar. As depreciações também são custos contábeis que diminuem o
eventual IR.

Quando se vende um bem por um valor residual pode ocorrer três situações :
Se o valor residual for maior que o valor residual contábil, haverá lucro contábil, o que
provoca o pagamento do IR (equivalente despesa aparente).

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Se o valor residual for igual ao valor residual contábil, não haverá lucro nem prejuízo, e,
portanto não afetará a análise do fluxo de caixa.
Se o valor residual for menor que o valor residual contábil, haverá prejuízo, diminuindo o
eventual IR a pagar.

Se em vez de comprarmos um equipamento o alugarmos, poderemos considerar os gastos de


dinheiro com a locação, além dos gastos com a manutenção e reparos, como sendo custos
contábeis e desta forma todos os gastos provindos da locação podem ser diminuídos do lucro,
resultando em diminuição do IR.

Arrendamento
É a alocação de um bem (com as vantagens resultantes de se considerar uma locação como
despesa contábil visando a diminuição do IR), acrescido do direito de compra do bem no final
da locação por valor convencionado no contrato de arrendamento.

Conforme os valores considerados e as taxas de juros, pode haver preferência pela compra,
pela locação ou pelo arrendamento.

Depreciação linear com valor residual nulo


Método mais simples de depreciação, de aceite geral pela Receita Federal.

Sejam
D = depreciação periódica
P = valor de aquisição de um bem
R = valor residual
n = número de períodos da vida útil contábil, isto é, o número de períodos em que um bem se
deprecia

A depreciação periódica é igual D = 1/n (P – R)

Com valor residual nulo


Seja um bem adquirido por $100.000 e vida útil contábil de 5 anos

Depreciação anual = 1/5 (100.000 - 0) = 20.000

Vida útil Valor da depreciação Valor contábil do bem


0 - 100.000
1 20.000 100.000 – 20.000 = 80.000
2 20.000 80.000 – 20.000 = 60.000
3 20.000 60.000 – 20.000 = 40.000
4 20.000 40.000 – 20.000 = 20.000
5 20.000 20.000 – 20.000 = 0

Com valor residual não nulo


Seja um bem adquirido por $100.000 e vida útil contábil de 5 anos e valor residual de $10.000

Calculando a depreciação anual teremos

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1/5 (100.000 – 10.000) = 18.000

durante os cinco anos de vida útil contábil teremos

Vida útil Valor da depreciação Valor contábil do bem


0 - 100.000
1 18.000 100.000 – 18.000 = 82.000
2 18.000 82.000 – 18.000 = 64.000
3 18.000 64.000 – 18.000 = 46.000
4 18.000 46.000 – 18.000 = 28.000
5 18.000 28.000 – 18.000 = 10.000

Depreciação exponencial

Para equipamentos de eficiência decrescente, parece mais realista uma depreciação mais
rápida no início do que no fim da vida útil. Segundo este método o valor do equipamento
decresce, de modo que no fim de um período t, tenha o valor

Vt = Vo (1 – a ) t

A taxa de depreciação anual é a, e, no fim da vida dado o valor residual Vr, o equipamento
vale

Vr = Vo (1 – a )n

Ou seja,

(1 – a )n = Vr/ Vo e também, (1 – a ) t = (Vr/ Vo)t/n

de modo que o valor do equivalente no fim do período t seja

Vt = Vo (Vr/ Vo)t/n

Este método exige a especificação de um valor para Vr > 0

Seja Vo 100 vida útil contábil 5 anos e valor residual 20

No quinto ano teremos 20 = 100 (1 - a)5

a = 0,72478

E os valores anuais de Vt serão : 100; 74,48; 52,53; 27,59; 20

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