Você está na página 1de 8

UNOESC - UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS


COMPONENTE CURRICULAR: CONTABILIDADE EMPRESARIAL II

4º. PERÍODO – 2023/2

AULA 02
Ativo Não Circulante
São classificadas neste grupo as contas que não estão programadas para circular
(girar) até o final do próximo exercício. Ou seja, tem uma rotação lenta e não fazem
parte da programação financeira de recebimento para o próximo exercício.
As principais contas do Ativo Não Circulante são:

1.Ativo Realizável a Longo Prazo – São classificadas aqui as contas que devem
entrar em liquidez somente após o encerramento do próximo exercício. O realizável a
longo prazo compreende teoricamente as mesmas contas do Ativo Circulante (com
exceção das disponibilidades), cujo prazo de realização seja superior a um ano ou ao
ciclo operacional se esta for superior a um ano.

Exemplos: Duplicatas a Receber, Clientes, Estoques, Aplicações Financeiras,


Cauções, (-) Provisão para Perdas com Clientes, Adiantamento ou Empréstimo a
Clientes e Funcionários, enfim todos os direitos a receber após o encerramento do
próximo exercício. (MATARAZZO, 1993)

2. Investimentos – Não são destinados à manutenção da atividade operacional da


empresa; são ativos que a empresa não tem intenção de se desfazer deles. É
chamada por alguns profissionais de imobilização financeira. A lei das
Sociedades Anônimas (S.A.) estabelece que devam ser classificadas em
investimentos as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de
qualquer natureza que não se destinem à manutenção da atividade da empresa, e
não se classifiquem no Ativo Circulante ou realizável a longo prazo. (MATARAZZO,
1993)
Exemplos: participação permanente em outras sociedades, obras de arte, imóveis
não para uso (fruição de renda, aluguel).
Atenção: São comuns em investimentos os termos: coligada, controlada e relevância
do investimento. Entenda estas definições, seguindo o texto da lei:
Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da
companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações
ocorridas durante o exercício.
§ 1o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência
significativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 2º Considera-se controlada
a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é
titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância
nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
§ 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais, sobre coligadas e
controladas, que forem exigidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce
o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida,
sem controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 5o É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20% (vinte
por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009) (Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L6404consol.htm)

3. Imobilizado – São bens e direitos utilizados na atividade operacional da empresa.


A venda de qualquer desses elementos sem a devida reposição, prejudicará (ou pode
até paralisar) a atividade normal da empresa.
Exemplos: Podem ser tangíveis como terrenos, construções, obras em andamento,
móveis e utensílios, máquinas, aparelhos e equipamentos, ferramentas, peças e
conjunto de reposição, instalações, veículos, semoventes, direitos sobre recursos
naturais, florestamento e reflorestamento, benfeitorias em propriedade de terceiros, (-
) Depreciação/ Amortização/Exaustão acumulada.

Observação – O que distingue o subgrupo Investimentos do subgrupo Imobilizado


apesar de ambos serem aplicações de natureza permanente (sem intenção de
revenda), é o fato de que a alienação dos valores do subgrupo Investimentos não
prejudica o andamento normal das atividades. (REIS, 1993)

4. Intangível – São os bens que não possuem matéria (corpo), portanto não podem
ser tocados fisicamente. Um ativo satisfaz o critério de identificação em termos de
definição de um ativo intangível, quando:
a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido,
licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo ou
passivo relacionado, independente da intenção de uso pela entidade; ou

b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais


direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e
obrigações.
Um ativo intangível deve ser reconhecido apenas se, primeiro, for provável que os
benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo sejam gerados em favor
da entidade; e em segundo, se o custo do ativo possa ser mensurado com segurança.
Exemplos: direito de uso de software, patente, direitos autorais, concessão de
exploração de negócio, marca, fundo de comércio, entre outros.
(Fonte: http://www.cpc.org.br/pdf/CPC_04.pdf)

Dedução do Ativo Não Circulante

No Imobilizado, como dedução do valor bruto, encontram-se as contas Depreciação,


Amortização e Exaustão A perda de valor dos bens do Ativo Não Circulante em virtude
da ação do tempo, uso, da evolução técnica (obsolescência), ou exaustão, será
registrada periodicamente nas contas de:
a) Depreciação - corresponde à perda do valor dos bens que têm por objeto bens
físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou por
obsolescência técnica. A taxa anual de depreciação é determinada em função da vida
útil do bem, isto é, do prazo durante o qual se possa esperar a utilização econômica
dele na produção. A Secretaria da Receita Federal estabelece e publica as taxas de
depreciação conforme o prazo de vida útil admissível para cada item do Ativo
Imobilizado.

b) Amortização - quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na


aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com
existência ou exercício de duração limitada. São amortizáveis: fundo de comércio,
custo das benfeitorias em imóveis de terceiros, despesas pré-organizacionais,
pesquisas científicas ou tecnológicas, etc.
A taxa anual de amortização é fixada considerando-se: o número de anos restantes
da existência do direito amortizável; número de períodos-base nos quais deverão ser
usufruídos os benefícios decorrentes das despesas registradas no Ativo Diferido;
legislação do Imposto de Renda (prazos mínimos e máximos).

c) Exaustão - corresponde à perda do valor decorrente da exploração de direitos cujo


objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. As
mineradoras poderão considerar como custo ou despesa, em cada exercício, o valor
correspondente à percentagem extraída de minério no período sobre o custo de
aquisição ou prospecção dos recursos minerais explorados.
O valor da quota de exaustão florestal em cada exercício é apurado através da
identificação do percentual entre o volume de recursos florestais explorados em
relação ao volume da floresta no início do período-base.

O prazo de vida útil admissível é aquele estabelecido na Instrução Normativa RFB nº


1.700/2017, que contém uma tabela com as taxas aceitáveis como dedutíveis para diversos
bens relacionados na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) 1.
DEPRECIAÇÃO ACELERADA

Apropriação e Registro

A legislação do Imposto de Renda permite que sejam utilizados coeficientes


majorados da taxa de depreciação, aplicados em função do aumento dos turnos de
trabalho, bem como concede, como estímulo ao desenvolvimento do País, regime
incentivado de depreciação a vigorar durante prazo certo para determinadas indústrias
ou atividades.

1. DEPRECIAÇÃO ACELERADA EM FUNÇÃO DE TURNOS DE TRABALHO


Este tipo de depreciação consiste em reconhecer e registrar contabilmente a
diminuição acelerada do valor de bens móveis, resultante do desgaste pelo uso em
regime de operação superior ao normal, ou seja, em mais de um turno de trabalho.

1.1. COEFICIENTES DE ACELERAÇÃO

A taxa de depreciação acelerada é determinada mediante a multiplicação das taxas


normais de depreciação pelos coeficientes de aceleração, fixados de acordo com o
número de horas diárias em que o bem permanecer em funcionamento.
A legislação do Imposto de Renda fixa os seguintes coeficientes de depreciação
acelerada a serem aplicados sobre as taxas de depreciação normalmente utilizadas:

TURNO DE 8 HORAS COEFICIENTE


1 1,00
2 1,50
3 2,00

1.2. DETERMINAÇÃO E APROPRIAÇÃO DE QUOTAS

As quotas de depreciação acelerada são registradas normalmente na escrituração


comercial, como custo ou despesa operacional.

A determinação do valor de cada quota obedece às mesmas regras da depreciação


normal, examinadas em trabalho próprio divulgado neste Volume.

1.3. HOTÉIS E POUSADAS

Os hotéis e pousadas que adotarem os coeficientes de depreciação acelerada


deverão comprovar o número de horas efetivas de utilização dos bens.
Na impossibilidade de comprovação do número de horas diárias de operação dos
bens intrinsecamente relacionados com a atividade, a utilização dos coeficientes de
depreciação, mencionados no subitem 1.1 deste trabalho, poderá ser efetuada na
proporção da taxa média mensal de ocupação da capacidade de hospedagem. Para
este fim, a taxa de ocupação de sua capacidade de hospedagem deverá ser
comprovada.
1.4. EXEMPLO PRÁTICO

Empresa tributada pelo lucro real anual adquiriu, em 2-2-2011, por R$ 825.000,00,
máquina industrial nova, para funcionar em 3 turnos de trabalho.
O cômputo da depreciação será feito em 31-12-2011, por ocasião do encerramento
do período de apuração, da forma examinada a seguir.
I – Valor a Registrar na Contabilidade
Taxa de depreciação acelerada:
10% (taxa normal) x 2,00 (coeficiente de aceleração) = 20%

Cálculo da Quota Anual


20% (3 turnos) de R$ 825.000,00 = R$ 165.000,00

Cálculo Proporcional:
R$ 165.000,00 = R$ 13.750,00
12

Cálculo do Encargo
R$ 13.750,00 x 11 = R$ 151.250,00

II – Registro Contábil do Encargo


Débito – ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO
(Custos de Produção) 151.250,00
Crédito – DEPRECIAÇÃO ACUMULADA DE
MÁQUINAS (Retificadora do Ativo
Imobilizado) 151.250,00
Valor da depreciação de bem utilizado
em três turnos de trabalho
__________________________________ / / _____________________________________

2. DEPRECIAÇÃO ACELERADA INCENTIVADA


A depreciação acelerada incentivada é um benefício fiscal concedido pela legislação
tributária, durante prazo certo, a determinadas indústrias ou atividades, como
incentivo à implantação, renovação ou modernização de instalações e equipamentos.

2.1. REGISTRO
A depreciação acelerada não é registrada na escrituração comercial do contribuinte,
uma vez que não representa perda do valor de bens do Ativo Imobilizado.
As quotas de depreciação acelerada incentivada devem ser excluídas do lucro líquido
do período, no e-Lalur. A parcela assim excluída deve ser controlada no mesmo livro.

Lalur Eletrônico

A Receita Federal, através da Instrução Normativa 989 RFB/2009, alterada pela


Instrução Normativa 1.139 RFB/2001, criou o e-Lalur (Livro Eletrônico de Escrituração
e Apuração do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
da Pessoa Jurídica Tributada pelo Lucro Real).
A escrituração do e-Lalur, que abrange a apuração do IRPJ e da CSLL, é obrigatória,
a partir de 2011, para as pessoas jurídicas sujeitas ao regime do lucro real..

3. LIMITES DE APROPRIAÇÃO
O montante da depreciação acumulada, incluindo a normal e a acelerada, não pode
ultrapassar o valor de aquisição do bem,

3.1. ADIÇÃO AO LUCRO LÍQUIDO

A partir do período em que a depreciação acumulada atingir o custo de aquisição do


bem, a parcela de depreciação acelerada incentivada controlada no e-Lalur deve ser
adicionada ao lucro líquido, à medida que forem registradas na escrituração do
contribuinte as quotas de depreciação normal, as quais podem continuar a ser
apropriadas até que termine o tempo de vida útil do bem.
Simultaneamente, deve ser feita a baixa do valor correspondente na conta de controle
registrada no e-Lalur.

No período-base em que ocorrer a baixa do bem objeto de depreciação acelerada


incentivada, o saldo das quotas de depreciação registradas no controle do e-Lalur
porventura existente deve ser integralmente adicionado ao lucro líquido do período-
base para efeito de determinação do lucro real, da base de cálculo da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido

Exercícios
1. O que é amortização?

2. Como é contabilizada a depreciação?

3. Explique o que é depreciação.

4. O que significa exaustão?

5. Como é feita a depreciação acelerada?

6. Quais são as características fundamentais do Ativo Não Circulante Imobilizado?

7. Os cálculos de amortização e exaustão são semelhantes?Como é feito esse cálculo?

8 -No início do ano, uma empresa adquire veículos no valor de $ 8.200; ao final desse
período, o valor de
sua depreciação acumulada é:
(a) $ 3.280.
(b) $ 1.640.
(c) $ 8.200.
(d) $ 20.500.
09. O coeficiente de depreciação acelerada para máquinas utilizadas em dois turnos é:
(a) 10.
(b) 1,5.
(c) 2,0.
(d) 3,0.

1. DEPRECIAÇÃO – INDIQUE O ERRO


Um contador de uma empresa comercial efetuou o cálculo da depreciação da conta Veículos
da seguinte
forma:
Saldo da conta em 31-12-X3 – $ 600.000
Composto de – saldo do balanço de 31-12-X2 – 300.000
aquisição em junho de 19X3 – 200.000
aquisição em setembro 19X3 – 100.000
Cálculo efetuado: 600.000 X 20% = $ 120.000
Lançamento: debitou DESPESAS DE DEPRECIAÇÃO
creditou RESERVAS DE DEPRECIAÇÃO

2. DEPRECIAÇÃO – CIA. MUSSOLINI


A conta MÓVEIS E UTENSÍLIOS é depreciada à taxa de 10% a.a e sua composição é a
seguinte:
saldo de dez./20X1 – 20.000
compra em julho/20X2 – 10.000
Faça o cálculo da depreciação do ano e sua contabilização no diário.

3-DEPRECIAÇÃO
5. EXAUSTÃO
Você é contador da Cia. ABC que atua no ramo de exploração de minas. Calcule e contabilize
o valor da exaustão anual, sabendo que:
Valor pago pela Cia. ABC pela mina: $ 50.000.000
Valor residual: $ 8.000.000
Prazo estimado para esgotamento total: 10 anos

Você também pode gostar