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Depreciação, Amortização e Exaustão.

O imobilizado deve ser registrado inicialmente pelo seu custo de aquisição. Uma vez registrado,
o ativo imobilizado que estiver disponível para uso, ou seja, em condição de funcionamento na
forma pretendida pela administração, deverá ser depreciado.

A conta de Depreciação Acumulada registra o total das despesas de depreciação incorridas ao


longo da vida útil do bem, sendo conta retificadora de ativo imobilizado. Além do
reconhecimento das despesas de depreciação, a entidade deverá realizar, periodicamente,
teste de recuperabilidade (Impairment) para seus ativos imobilizados, com o objetivo de
verificar se o valor contábil destes ativos está superior ao valor recuperável de uso ou alienação
(iremos ver este tópico em aula futura)

Segundo o artigo 179, IV e VI, da Lei n. 6.404/1976, classificam-se, respectivamente,

no Ativo Imobilizado e no Ativo Intangível:

Regra geral, os bens e direitos de natureza permanente, cuja vida útil (bens) ou prazo de
exercício (direitos) seja superior a um ano, sujeitam-se a depreciação, amortização ou
exaustão, conforme o caso. Não precisam ser classificados no ativo imobilizado e intangível, os
quais serão debitados diretamente ao resultado do exercício, como custo ou despesa
operacional, os bens e direitos:

• Cujo valor unitário não supere o limite de R$ 1.200,00 fixado na legislação tributária, mesmo
que o prazo de vida útil seja superior a um ano; (Decreto-Lei n. 1.598/77)

• Cujos elementos patrimoniais de vida útil ou prazo de exercício inferior a um ano;

• Os bens locados; De acordo com o § 2º, art. 183, da Lei n. 6.404/1976, a diminuição do valor
dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas
de:
Depreciação

A depreciação representa a diminuição do valor dos bens corpóreos (tangíveis ou materiais)


que integram o ativo imobilizado, em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso,
ação da natureza ou obsolescência. O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e
direitos necessários à manutenção à atividade da empresa. São considerados bens de consumo
durável, pois não são utilizados uma única vez. Depreciar significa “perder ou reduzir valor”.
Vamos ver isso na prática.

Por exemplo, quando compramos um carro zero, sabemos que, ao longo do tempo, ele terá
perdido valor, pois ele não será mais zero, mas “usado”.

Esta perda de valor é a depreciação. A depreciação é o procedimento que consiste em


considerar despesa ou custo do período uma parte do valor do bem registrado pela empresa.
Ela também pode ser considerada como uma parcela que se retira do lucro com o fim
específico de formar uma provisão que permita substituir o bem depreciado sem a
necessidade de recorrer a capital de terceiros.

Amortização

A amortização representa a diminuição do valor de bens intangíveis, ou em outras palavras, a


recuperação econômica do capital aplicado nesses bens

São bens classificados no Ativo não Circulante, subgrupo Intangível: Marcas e Patentes, direitos
autorais, autorizações ou concessões, ponto Comercial, fundo de Comércio, Benfeitorias em
prédios de terceiros (Ativo Imobilizado), desenvolvimento de produtos etc.

Normalmente, os bens do Ativo Intangível são amortizados.


Excetua-se alguns itens do Imobilizado, como a Benfeitoria em Propriedade de terceiros, que
pode ser depreciada ou amortizada.

Exaustão
Corresponde à perda de valor decorrente da exploração de recursos minerais ou florestais ou
de bens aplicados nessa exploração.
Exaurir, segundo o dicionário, significa “gastar”, “esgotar inteiramente”. Observação: A
exaustão pode ser aplicada em bens do Ativo Imobilizado (Ex: florestas próprias), ou no
Intangível (concessões obtidas - exploração de recursos minerais).
Os recursos florestais podem ser destinados ao corte (ex.: seringueira) ou à produção de frutos
(ex.: plantação de manga e abacaxi). Quando as florestas forem próprias, os recursos florestais
destinados ao corte serão exauridos.
Já os recursos florestais próprios destinados a produção de frutos serão depreciados. No caso
dos recursos minerais, somente se sujeitam à exaustão as minas que estiverem sob o regime
de concessão, ou seja, prazo contratual superior ao prazo de esgotamento dos recursos
minerais ou prazo indeterminado de exploração dos recursos minerais.
Quando o prazo contratual for inferior ao prazo de esgotamento dos recursos minerais, deve
ser aplicada a taxa de amortização, uma vez que são minas arrendadas (propriedade de
terceiros).
Normalmente, a exaustão é calculada com base na possança do recurso mineral ou florestal.
Mas, se o prazo de exploração for insuficiente para esgotar os recursos, a exaustão deve ser
calculada em função do prazo de concessão.
Possança, na contabilidade, é o tamanho (ou capacidade) de um recurso mineral, medida em
toneladas ou metros cúbicos. Lembrar que o processo de exaustão é idêntico ao de depreciar
e amortizar, diferenciando- -se dos bens a que se aplicam.
Não estão sujeitos à exaustão os recursos minerais inesgotáveis ou de exaustão indeterminada,
como as fontes de água mineral.

DRE

Provisões, ativos e passivos contingentes


Provisão e Passivo Contingente

De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos


Contingentes:

Em sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas quanto ao seu prazo
ou valor. Porém, neste Pronunciamento Técnico o termo “contingente” é usado para passivos e
ativos que não sejam reconhecidos porque a sua existência somente será confirmada pela
ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob o controle da
entidade.

Adicionalmente, o termo passivo contingente é usado para passivos que não satisfaçam os
critérios de reconhecimento.

Este Pronunciamento Técnico distingue entre:

• (a) provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser feita uma
estimativa confiável) porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de recursos
que incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação; e

• (b) passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são: − (i)
obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não uma
obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos, ou − (ii) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento
deste Pronunciamento Técnico (porque não é provável que seja necessária uma saída de
recursos que incorporem benefícios econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser
feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação).

Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida. Uma
obrigação legal é aquela decorrente de contrato, legislação, ou outra ação de lei.

Uma obrigação não formalizada, por sua vez, decorre de ações passadas da entidade, seja via
padrão estabelecido no passado, políticas publicadas ou declaração atual suficientemente
específica, que a comprometam com outras partes, ainda que de forma não formalizada.

Ativo Contingente

Os ativos contingentes são caracterizados em situações nas quais, como resultado de eventos
passados, há um ativo possível cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não
de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade.

As entidades não devem reconhecer os ativos contingentes, exceto quando há realização do


ganho é praticamente certa, então o ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu
reconhecimento é adequado, bem como sua divulgação.

Quando a probabilidade de entrada de recursos for provável, o ativo contingente deve ser
divulgado em notas explicativas.
DFC
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória a partir de 2008, com a
entrada em vigor da Lei n. 11.638/2007, que alterou a Lei n. 6.404/1976. De acordo com a Lei
das S/A, temos que:

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) regulamentou a forma de elaboração e


apresentação da DFC, por meio do Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) – Demonstração dos
Fluxos de Caixa.

Segundo a Lei das S/A, a DFC evidencia as alterações ocorridas no caixa e nos equivalentes da
caixa das entidades, em um determinado exercício, segregando-se essas alterações em, no
mínimo, três fluxos: a) das operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos. Os Fluxos
de Caixa são as entradas (recebimentos em dinheiro) e saídas (pagamentos em dinheiro) de
caixa e equivalentes de caixa da companhia.

Veja que, enquanto a Demonstração do Resultado do Exercício leva em conta as receitas e


despesas auferidas com base no regime de competência, a DFC tem por base o regime de
caixa, ou seja, as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa efetivas.

A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as demais demonstrações
contábeis, proporciona informações que permitem aos usuários (por exemplo: investidores e
credores) avaliação sobre:

1. A capacidade que a empresa tem de gerar fluxos de caixa positivos no futuro; e

2. A capacidade que a empresa tem de honrar seus compromissos

A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa do período classificados
por atividades operacionais, de financiamento e de investimentos.
Método de Elaboração da DFC

Existem dois métodos de elaboração da DFC:

1. Método Direto;

2. Método Indireto.

De acordo com o CPC 03 (R2), é facultado a empresa utilizar qualquer dos dois métodos para
elaboração da DFC. A principal diferença entre os dois métodos limita-se à apresentação dos
fluxos das atividades operacionais. Os fluxos das atividades de financiamento e de
investimento são demonstrados de forma igual nos dois métodos.

Método Direto

O método direto apresenta todas as entradas e saídas de caixa, ou seja, todas as operações de
recebimentos brutos de dinheiro e de pagamentos brutos de dinheiro demonstradas em três
atividades distintas: operacionais, financiamento e investimento.

Pelo método direto, as informações sobre as principais classes de recebimentos brutos e de


pagamentos brutos podem ser obtidas alternativamente:

(a) dos registros contábeis da entidade; ou

(b) pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos (no caso
de instituições financeiras, pela receita de juros e similares e despesa de juros e encargos e
similares) e outros itens da demonstração do resultado ou do resultado abrangente referentes
a: (i) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a
pagar; (ii) outros itens que não envolvem caixa; e (iii) outros itens tratados como fluxos de caixa
advindos das atividades de investimento e de financiamento

Método Indireto

De acordo com o método indireto, o fluxo de caixa líquido advindo das atividades operacionais
é determinado ajustando o lucro líquido ou prejuízo quanto aos efeitos de:

(a) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar;
(b) itens que não afetam o caixa, tais como depreciação, provisões, tributos diferidos, ganhos e
perdas cambiais não realizados e resultado de equivalência patrimonial quando aplicável; e

(c) todos os outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de investimento
e de financiamento
Critérios de avaliação de AC e ANC

Critérios de Avaliação de Ativos

Mensuração é o processo que consiste em determinar os montantes monetários por meio dos
quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados no
balanço patrimonial e na demonstração do resultado.

Assim, a avaliação é a mesma coisa que mensuração, e significa a valoração, a quantificação


dos itens patrimoniais em termos de valores em números. Quando a empresa compra o
estoque por R$ 100,00, a mensuração inicial do estoque é R$ 100,00.

Porém, os itens patrimoniais podem ser avaliados de outras formas ao longo dos períodos, e
não somente o preço de compra.

Ajuste a Valor Presente

Vamos ver os critérios de avaliação do Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP).

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor
presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Assim, os critérios de
avaliação para o ARLP utilizam o ajuste a valor presente. De acordo com a Lei n. 6.404/1976,
Art. 183, inciso VIII:

O artigo 183 da Lei n. 6.404/1976, que trata dos critérios de avaliação do ativo, é uma parte
bem “decoreba”. A ideia é que você tente assimilar cada conta, subgrupo ou grupo de contas
de acordo com as suas características, ou seja, cada item com a sua avaliação.

Os elementos do ativo circulante devem ser ajustados a valor presente quando houver efeito
relevante, ou seja, quando puderem influenciar as decisões tomadas pelos usuários.

Valor presente (present value): é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no
curso normal das operações da entidade. Tal fluxo de caixa pode estar representado por
ingressos ou saídas de recursos
De acordo com o CPC 12, a quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base
exponencial “pro rata die”, a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos
apropriados nas contas a que se vinculam.

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