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CONTABILIDADE INTERMEDIARIA

Professor: Felipe de Sousa


ATUALIZAÇÃO NOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – CPC
00 (R2) DE 10 DE DEZEMBRO DE 2019.

Os elementos das demonstrações contábeis definidos nesta Estrutura


Conceitual são:
(a) ativos, passivos e patrimônio líquido, que se referem à posição financeira da
entidade que reporta; e
(b) receitas e despesas, que se referem ao desempenho financeiro da entidade
que reporta.

Definição de ATIVO
Ativo é um recurso econômico presente controlado pela
entidade como resultado de eventos passados.
Recurso econômico é um direito que tem o
potencial de produzir benefícios econômicos.

Definição de PASSIVO
Passivo é uma obrigação presente da entidade de transferir um
recurso econômico como resultado de eventos passados.
A obrigação é o dever ou responsabilidade que a
entidade não tem a capacidade prática de evitar. A
obrigação é sempre devida à outra parte (ou
partes).

Definição de PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Patrimônio líquido é a participação residual nos ativos da entidade após a


dedução de todos os seus passivos.

Definição de RECEITA
Receitas são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam
em aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a
contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio.

Definição de DESPESA

Despesas são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam
em reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições
aos detentores de direitos sobre o patrimônio.
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Professor: Felipe de Sousa

CPC 27 – ATIVO IMOBILIZADO


O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para
ativos imobilizados, de forma que os usuários das demonstrações contábeis
possam discernir a informação sobre o investimento da entidade em seus ativos
imobilizados, bem como suas mutações. Os principais pontos a serem
considerados na contabilização do ativo imobilizado são o reconhecimento dos
ativos, a determinação dos seus valores contábeis e os valores de depreciação e
perdas por desvalorização a serem reconhecidas em relação aos mesmos.

Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento, com os significados


especificados:
Valor contábil é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da
depreciação e da perda por redução ao valor recuperável acumuladas.
Custo é o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de
qualquer outro recurso dado para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou
construção, ou ainda, se for o caso, o valor atribuído ao ativo quando inicialmente
reconhecido de acordo com as disposições específicas de outros Pronunciamentos
Valor depreciável é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo,
menos o seu valor residual.
Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo
da sua vida útil.
Valor específico para a entidade (valor em uso) é o valor presente dos fluxos
de caixa que a entidade espera
(I) obter com o uso contínuo de um ativo e com a alienação ao final da sua vida útil ou
(II) incorrer para a liquidação de um passivo.
Valor justo: é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago
pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do
mercado na data de mensuração. (Alterada pela Revisão CPC 03)
Perda por redução ao valor recuperável: é o valor pelo qual o valor contábil de um
ativo ou de uma unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável.
Ativo imobilizado é o item tangível que:
(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para
aluguel a outros, ou para fins administrativos; e
(b) se espera utilizar por mais de um período.
Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle
desses bens.
Valor recuperável é o maior valor entre o valor justo menos os custos de venda de um
ativo e seu valor em uso.
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Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do
ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a
condição esperadas para o fim de sua vida útil.
Vida útil é:
(a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou
(b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade
espera obter pela utilização do ativo.
Reconhecimento
O custo de um item de ativo imobilizado deve ser reconhecido como ativo se, e apenas
se: (a) for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para
a entidade; e (b) o custo do item puder ser mensurado confiavelmente.

Um item do ativo imobilizado que seja classificado para reconhecimento como ativo
deve ser mensurado pelo seu custo.
O custo de um item do ativo imobilizado compreende:
(a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não
recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e
abatimentos;
(b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição
necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela
administração;
(c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração
do local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a obrigação em
que a entidade incorre quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo
durante determinado período para finalidades diferentes da produção de estoque
durante esse período.
Exemplos que não são custos de um item do ativo imobilizado são:
(a) custos de abertura de nova instalação;
(b) custos incorridos na introdução de novo produto ou serviço (incluindo propaganda
e atividades promocionais);
(c) custos da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de
clientes (incluindo custos de treinamento); e
(d) custos administrativos e outros custos indiretos.
O reconhecimento dos custos no valor contábil de um item do ativo imobilizado cessa
quando o item está no local e nas condições operacionais pretendidas pela
administração.
Portanto, os custos incorridos no uso ou na transferência ou reinstalação de um
item não são incluídos no seu valor contábil, como, por exemplo, os seguintes
custos:
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(a) custos incorridos durante o período em que o ativo capaz de operar nas condições
operacionais pretendidas pela administração não é utilizado ou está sendo operado a
uma capacidade inferior à sua capacidade total;
(b) prejuízos operacionais iniciais, tais como os incorridos enquanto a demanda pelos
produtos do ativo é estabelecida; e
(c) custos de realocação ou reorganização de parte ou de todas as operações da
entidade.
Os itens podem ser produzidos ao trazer um item do imobilizado para o local e
condição necessários para que seja capaz de operar da maneira pretendida pela
administração (como amostras produzidas ao testar se o ativo está funcionando
corretamente). A entidade deve reconhecer o produto da venda de tais itens, e o
custo desses itens, no resultado de acordo com as normas contábeis aplicáveis. A
entidade deve mensurar o custo desses itens aplicando os requisitos de
mensuração do CPC 16. (Incluído pela Revisão CPC 19)

DEPRECIAÇÃO
Os bens perdem valor por conta do uso, pela ação da natureza, ou pela obsolescência.
É um ativo que está diminuindo sem aumentar um outro ativo ou um passivo, tornando-se
assim uma despesa, com o seguinte registro:

D – Depreciação
C – Depreciação acumulada

Conceito segundo o CPC 27: é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo


ao longo da sua vida útil.
O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos ao final de cada
exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança deve ser
contabilizada como mudança de estimativa contábil.
A depreciação é reconhecida mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor contábil,
desde que o valor residual do ativo não exceda o seu valor contábil. A reparação e a
manutenção de um ativo não evitam a necessidade de depreciá-lo.
O valor depreciável de um ativo é determinado após a dedução de seu valor residual. Na
prática, o valor residual de um ativo frequentemente não é significativo e por isso imaterial
para o cálculo do valor depreciável.
O valor residual de um ativo pode aumentar. A despesa de depreciação será zero enquanto
o valor residual subsequente for igual ou superior ao seu valor contábil. A depreciação do
ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando está no local e em
condição de funcionamento na forma pretendida pela administração.
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Vedações!!! Cuidado!!!
Segundo o CPC, TERRENOS não sofre DEPRECIAÇÃO. Porém, se vier
expressamente determinado que o TERRENO é de vida útil limitada, este sim, sofrerá
DEPRECIAÇÃO.
Professor, como é que o CPC enumera essas colocações?
O CPC 27 traz essa informação com a seguinte redação:
58. Terrenos e edifícios são ativos separáveis e são contabilizados separadamente, mesmo
quando sejam adquiridos conjuntamente. Com algumas exceções, como as pedreiras e os
locais usados como aterro, os terrenos têm vida útil ilimitada e, portanto, não são
depreciados. Os edifícios têm vida útil limitada e, por isso, são ativos depreciáveis. O
aumento de valor de um terreno no qual um edifício esteja construído não afeta o valor
contábil do edifício.
59. Se o custo do terreno incluir custos de desmontagem, remoção e restauração do local,
essa porção do valor contábil do terreno é depreciada durante o período de benefícios
obtidos ao incorrer nesses custos. Em alguns casos, o próprio terreno pode ter vida útil
limitada, sendo depreciado de modo a refletir os benefícios a serem dele retirados.
TERMINOLOGIAS BÁSICAS
VALOR CONTÁBIL: Valor pelo qual o bem está registrado menos a depreciação
acumulada.
Exemplo: Bem ----------------------------- 100.000,00
(-) Depreciação Acumulada ------------ (40.000,00)
Valor Contábil ------------------------------ 60.000,00
VALOR RESIDUAL: Valor da provável realização do bem, mesmo após sua total
depreciação. Segundo o CPC 27: é o valor estimado que a entidade obteria com a venda
do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e
a condição esperadas para o fim de sua vida útil.
Professor, quando o bem estiver totalmente depreciado, eu vou conseguir vende-lo
por quanto?
Esse questionamento abre a mente para o entendimento do que vem a ser valor residual,
apesar de na prática ser de difícil de mensuração. O valor residual pessoal, NÃO É
DEPRECIADO. Não vai incidir depreciação sobre o valor residual.

VALOR DEPRECIÁVEL: é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo,


menos o seu valor residual.
Professor, outra pergunta! Como é feito o cálculo a depreciação???
Para isso, existem alguns métodos, formas diferentes de se calcular a depreciação
dos bens, sucintamente, falaremos sobre os três principais propostos pelo CPC 27,
vejamos o item 62 do referido pronunciamento:
62. Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para apropriar de forma
sistemática o valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos incluem
o método da linha reta, o método dos saldos decrescentes e o método de unidades
produzidas. A depreciação pelo método linear resulta em despesa constante durante a
vida útil do ativo, caso o seu valor residual não se altere. O método dos saldos decrescentes
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resulta em despesa decrescente durante a vida útil. O método de unidades produzidas
resulta em despesa baseada no uso ou produção esperados. A entidade seleciona o
método que melhor reflita o padrão do consumo dos benefícios econômicos futuros
esperados incorporados no ativo. Esse método é aplicado consistentemente entre
períodos, a não ser que exista alteração nesse padrão.

Não se assustem com a linguagem técnica! Vamos desmistificar...


Vejam como é simples entender os métodos.
❖ Método da Linha Reta ou Método Linear (Quotas Constantes): O valor da
depreciação registrado é o mesmo ao longo do tempo... é constante.
Imagine a seguinte situação: Um determinado bem deprecia 10% ao ano, tendo
uma vida útil de 10 anos. Isso quer dizer que todo ano ele terá esse percentual fixo
de depreciação. Se o bem está registrado por R$ 1.000,00, quanto será o encargo
de depreciação do 1º ano? Isso mesmo que você pensou a despesa de depreciação
será 10% x 1.000,00, ou seja, R$ 100,00. E o encargo no 2º ano professor? Se a
taxa é fixa, certamente o encargo será também de R$ 100,00, assim como será
também em todos os anos posteriores.
Agora cuidado com o seguinte: O encargo de depreciação será de R$ 100,00, já
a depreciação acumulada será diferente, pois lembrem que DEPRECIAÇÃO
ACUMULADA é CONTA PATRIMONIAL, e assim sendo, ACUMULA SALDO. Então
professor, qual será a depreciação acumulada ao final do 1º ano?
Coincidentemente ao final do 1º ano a acumulada será de R$ 100,00. Já ao final
do 2º ano, a depreciação acumulada será de R$ 200,00. Ao final do 3º ano será
de R$ 300,00, e assim por diante.
❖ Método das Unidades Produzidas: Imagine a empresa adquirir uma máquina, a
qual já venha com a seguinte definição: Tal máquina ao longo de sua vida útil
produzirá 100.000 unidades. Pois bem... Imagine também que empresa compra a
máquina em janeiro de X0, ao final do ano, quanto será a depreciação anual dessa
máquina? Quanto foi o desgaste dessa máquina em X0? Quanto foi a perda de valor
da máquina?
Certo! Há de se verificar o seguinte: Quantas unidades já foram produzidas?
Considere que houve a produção de 8.000 unidades no ano de X0, nesse caso, já
foi produzido 8% do total que a máquina suporta, logo, ela já perdeu 8% do seu valor.
Então, a depreciação será 8% do valor depreciável da máquina.
Obs: Nesse método, os valores da depreciação serão diferentes a cada ano,
em virtude da variação na quantidade produzida.
❖ Método dos Saldos Decrescentes ou Método da SOMA DOS DÍGITOS: Entender
que apesar de o método ser tratado pelo CPC 27 como “Saldos Decrescentes”, para
fins didáticos, a depreciação pelo método da soma dos dígitos pode ser calculada
também na forma crescente quando expressamente exigida tal modalidade. Há dois
principais passos a serem seguidos para entender este método.
1º passo. Somar os dígitos dos anos de vida útil do bem. Exemplo: Determinado
bem registrado inicialmente por R$ 5.000,00, com vida útil de 5 anos. De posse
dessa informação, o que vamos fazer? A distribuição dos algarismos para
encontrar o denominador: 1+2+3+4+5 = 15 (denominador)
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E o numerador professor? Vai ser o quê? Será o algarismo do ano em que se
deseja saber a depreciação.
2º passo. As taxas de depreciação anual serão formadas a partir da divisão de cada
ano pela soma encontrada no 1º passo. Veja:
Método Decrescente:
Taxa do 1º ano: 5 =
15
Taxa do 2º ano: 4 =
15
E assim sucessivamente até chegar na taxa do 5º ano: 1/15.
Professor, mas como encontrar a depreciação de cada ano? É só multiplicar a
taxa encontrada anteriormente pelo valor depreciável do bem. Nesse caso,
vocês encontrarão o encargo de depreciação de cada ano.
Já para encontrar a depreciação acumulada ao final de cada ano, soma-se os
algarismos dos anos (numeradores) e divide pelo denominador encontrado no 1º
passo, em seguida multiplica pelo valor depreciável do bem. Exemplo: Qual a
depreciação acumulada do bem referido no exemplo anterior ao final do 1º ano?
5 x 5.000 = 1.666,66
15
Qual a depreciação acumulada ao final do 2º ano?
5+4 x 5.000 = 3.000
15
De modo que ao final do 5º ano, a depreciação acumulada será igual ao valor do
bem, uma vez que não foi estabelecido valor residual.
Observe que no MÉTODO DECRESCENTE a DEPRECIAÇÃO começa MAIOR e
vai DIMINUINDO...

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