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Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo

Por Dentro da Norma:


Imobilizado e seus aspectos
contábeis e tributários

Elaborado por:
Daniel Tavares Santos

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16/02/2024

Casos Práticos
Ativo Imobilizado

Conceitos
ATIVO IMOBILIZADO é o item Tangível que:
(CPC 27 // TG 1000,seção 17 // ITG 1000, seção item 18 ):

a)é mantido para uso na produção ou fornecimento de


mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e

b)se espera utilizar por mais de um período.

-Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos
e o controle desses bens.

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Conceitos
Lei nº 6.404/1976:

IV – no ATIVO IMOBILIZADO: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e
controle desses bens;

(redação dada pela Lei nº 11.638/2007)

DEFINIÇÕES
VALOR CONTÁBIL é o valor pelo qual um ativo é
reconhecido após a dedução da depreciação e da perda
por redução ao valor recuperável:
Ex.: Eqptº $100.000,00 (-) $30.000,00 (-) $50.000,00 (=)
$20.000,00 (vr contábil)

VALOR RECUPERÁVEL é o maior valor entre o “valor


justo” (menos os custos de venda de um ativo) e seu
“valor em uso”.

VALOR RESIDUAL: é o valor estimado que a entidade


obteria com a venda do ativo, caso o ativo já estivesse a
idade e a condição esperadas para o fim de sua vida
útil.

VALOR JUSTO é o preço que seria recebido pela venda


de um ativo em uma transação não forçada entre
participantes do mercado na data de mensuração. 4

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DEFINIÇÕES
VALOR EM USO é o valor presente dos fluxos de caixa que a entidade espera obter com o uso
contínuo de um ativo e com a alienação ao final da sua vida útil.

VIDA ÚTIL é:
a)o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou
b)o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela
utilização do ativo.
PLANTA PORTADORA planta portadora" é uma planta viva que:
1) é utilizada na produção ou no fornecimento de produtos agrícolas;
2) é cultivada para produzir frutos por mais de um período; e
3) tem uma probabilidade remota de ser vendida como produto agrícola, exceto para
eventual venda como sucata.

RECONHECIMENTO do Imobilizado

CPC 27 NÃO prescreve aquilo que constitui um item do ativo imobilizado. Assim, é
necessário exercer julgamento ao aplicar os critérios de reconhecimento às
circunstâncias específicas da entidade.

O custo de um ITEM de ativo imobilizado deve ser reconhecido como ATIVO se, e
apenas se:
a)for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item
fluirão para a entidade; e
b)o custo do item puder ser mensurado confiavelmente.

ITENS COM CARACTERÍSTICAS DE IMOBILIZADO


(qdo não se trata de manutenção)

Sobressalentes, peças de reposição, ferramentas e equipamentos de uso interno são


classificados como ativo imobilizado quando a entidade espera usá-los por mais de um
período (item 8 CPC 27).
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Composição do Ativo Imobilizado

O CPC 27 não prescreve a unidade de medida para o reconhecimento, ou seja, aquilo


que constitui um item do Ativo Imobilizado.

Assim, é necessário exercer julgamento ao aplicar os critérios de reconhecimento às


circunstâncias específicas da entidade. Pode ser apropriado agregar itens individualmente
insignificantes, tais como moldes, ferramentas e bases, e aplicar os critérios ao valor do
conjunto.

A entidade deve avaliar, segundo esse princípio de reconhecimento, todos os seus


custos com ativos imobilizados no momento em que eles são incorridos. Esses custos
incluem custos incorridos inicialmente para adquirir ou construir item do ativo
imobilizado e os custos incorridos posteriormente para renová-lo, substituir suas partes, ou
dar manutenção ao mesmo. O custo de item de imobilizado pode incluir custos incorridos,
relativos aos contratos de arrendamento de ativo, que são usados para construir, adicionar
a, substituir parte ou serviço a item do imobilizado, tais como a depreciação de ativo de
direito de uso.

PONTO DE VISTA FISCAL

◦ O custo de aquisição de bens do ativo não circulante imobilizado e intangível não poderá
ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor unitário não
superior a R$ 1.200,00 ou prazo de vida útil não superior a 1 (um) ano.

◦ Nas aquisições de bens, cujo valor unitário esteja dentro do limite a que se refere este
artigo, a exceção contida no mesmo não contempla a hipótese onde a atividade exercida
exija utilização de um conjunto desses bens.

◦ Salvo disposições especiais, o custo dos bens adquiridos ou das melhorias realizadas, cuja
vida útil ultrapasse o período de 1 (um) ano, deverá ser ativado para ser depreciado ou
amortizado (IN RFB nº 1.700/17).

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CASO 1
1. Se o custo não puder ser mensurado
confiavelmente, devemos:
a. Reconhecer o ativo, pois, se for provável que
futuros benefícios econômicos associados ao item
fluirão para a entidade já atende ao requisito NBC TG
27 (R4) para o reconhecimento
b. Levantar um custo estimado para efetuar o
reconhecimento
c. Utilizar como parâmetro um ativo similar
anterior e usar o custo dele como base para a
contabilização
d. Não reconhecer o ativo, pois, esse é requisito
para se reconhecer o custo de um ativo

ELEMENTOS
QUE COMPÕE O CUSTO

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COMPOSIÇÃO DO CUSTO

O custo de um item do ativo imobilizado compreende:

a)seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não


recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos;

b)quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição


necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração;

c)a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do


local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a obrigação em que a
entidade incorre quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante
determinado período para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse
período.

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SÃO CUSTOS do ativo imobilizado, exemplos :

a)custos de benefícios aos empregados (tal como definidos na NBC TG 33 – Benefícios a


Empregados) decorrentes diretamente da construção ou aquisição de item do ativo imobilizado;
b)custos de preparação do local;
c)custos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação);
d)custos de instalação e montagem;
e)custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente, após dedução das
receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item produzido enquanto se coloca o ativo
nesse local e condição (tais como amostras produzidas quando se testa o equipamento); e
f)honorários profissionais.

NÃO são custos de um item do ativo imobilizado , exemplos:


a)custos de abertura de nova instalação;
b)custos incorridos na introdução de novo produto ou serviço (incluindo propaganda e
atividades promocionais);
c)custos da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de
clientes (incluindo custos de treinamento); e
d)custos administrativos e outros custos indiretos. 12

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O reconhecimento dos custos no valor contábil de um item do ativo imobilizado


CESSA quando o item está no local e nas condições operacionais pretendidas pela
administração.

Portanto, os custos incorridos no uso ou na transferência ou reinstalação de um item


não são incluídos no seu valor contábil, por exemplo, :

a)custos incorridos durante o período em que o ativo capaz


de operar nas condições operacionais pretendidas pela administração não é utilizado
ou está sendo operado a uma capacidade inferior à sua capacidade total;

b)prejuízos operacionais iniciais, tais como os incorridos


enquanto a demanda pelos produtos do ativo é estabelecida; e

c)custos de realocação ou reorganização de parte ou de


todas as operações da entidade.

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GASTOS COM MANUTENÇÃO

Entidade não reconhece no valor contábil de um item do ativo


imobilizado os custos da manutenção periódica do item.

Pelo contrário, esses custos são reconhecidos no resultado quando incorridos.

Os custos da manutenção periódica são principalmente os custos de mão-de-


obra e de produtos consumíveis, e podem incluir o custo de pequenas peças.

A finalidade desses gastos é muitas vezes descrita como sendo para “reparo e
manutenção” de item do ativo imobilizado.

AQUISIÇÃO EM GRANDE QUANTIDADE

Quando adquirido em quantidade maior e de uso não imediato, deve ser


contabilizado inicialmente em Estoque de Material de Manutenção, e pelas
requisições serem transferidos para conta de Despesas de Manutenção.
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CASO 2
Uma empresa teve gastos com preparação de local
para instalação de uma nova linha de produção de R$
14.500,00, contratação de mão de obra para execução
dos trabalhos de instalação da linda de produção de
R$ 25.000,00, gastos administrativos no mês da
empresa em geral de R$ 155.000,00, gastos com fretes
diversos de R$ 45.000,00, custo da linha de produção
de R$ 780.560,00 existem impostos recuperáveis no
valor de R$ 75.560,00. Logo o custo final da linha de
produção será:
a. R$ 744.500,00
b. R$ 789.500,00
c. R$ 899.500,00
d. R$ 820.060,00

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-DEPRECIAÇÃO
-CPC 27

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ASPECTOS CONTÁBEIS
◦ DEPRECIAÇÃO

◦ Cada componente de um item do Ativo Imobilizado com custo significativo em relação ao custo
total do item deve ser depreciado separadamente.

◦ A entidade deve alocar o valor inicialmente reconhecido de item do ativo imobilizado aos
componentes significativos desse item e deve depreciá-los separadamente. Por exemplo, pode ser
adequado depreciar separadamente a estrutura e os motores de uma aeronave.

◦ De forma similar, se o arrendador adquire o ativo imobilizado que esteja sujeito a arrendamento
mercantil operacional, pode ser adequado depreciar separadamente os montantes relativos ao
custo daquele item que sejam atribuíveis a condições do contrato de arrendamento mercantil
favoráveis ou desfavoráveis em relação a condições de mercado.

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VALOR DEPRECIÁVEL E PERÍODO DE


DEPRECIAÇÃO
◦ O valor depreciável de um ativo deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil
estimada.

◦ O valor residual e a vida útil de um ativo são revisados pelo menos ao final de cada exercício, e, se as
expectativas diferirem das estimativas anteriores, a mudança deve ser contabilizada como mudança de
estimativa contábil, segundo o Pronunciamento Técnico CPC 23 - Políticas Contábeis, Mudança de
Estimativa e Retificação de Erro.

◦ A depreciação é reconhecida mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor contábil, desde
que o valor residual do ativo não exceda o seu valor contábil. A reparação e a manutenção de um ativo
não evitam a necessidade de depreciá-lo.

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•ASPECTOS CONTÁBEIS
Valor Depreciável (arts. 50 a 54 CPC 27)

O valor depreciável de um ativo deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada.

A reparação e a manutenção de um ativo não evitam a necessidade de depreciá-lo.

VALOR RESIDUAL
O valor depreciável de um ativo é determinado após a dedução de seu valor residual. Na prática, o valor residual de um
ativo frequentemente não é significativo e por isso imaterial para o cálculo do valor depreciável.
Ex.:

VALOR JUSTO MAIOR QUE O VALOR CONTÁBIL


A depreciação é reconhecida mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor contábil.
Ex.:

VALOR RESIDUAL MAIOR QUE O VALOR CONTÁBIL (definição slide 09)


O valor residual de um ativo pode aumentar. A despesa de depreciação será ZERO enquanto o valor residual subsequente
for igual ou superior ao seu valor contábil.
Ex.:

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•ASPECTOS CONTÁBEIS

DEPRECIAÇÃO – INÍCIO / CESSA

A depreciação do ativo se INICIA quando este está disponível para uso, ou seja, quando está
no local e em condição de funcionamento na forma pretendida pela administração (art. 55
CPC 27).

A depreciação de um ativo deve CESSAR na data em que o ativo é classificado como


mantido para venda (CPC 31) ou, ainda, na data em que o ativo é baixado, o que ocorrer
primeiro.

A depreciação continua a ser realizada quando o ativo se torna OCIOSO ou é retirado do


uso normal, a não ser que o ativo esteja totalmente depreciado.

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PONTO DE VISTA FISCAL

Depreciação de Bens do Ativo Imobilizado

A quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em
condições de produzir.

 A taxa anual de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possa esperar a utilização
econômica do bem pelo contribuinte, na produção dos seus rendimentos

Somente será permitida depreciação de bens móveis e imóveis intrinsecamente relacionados com a
produção ou comercialização dos bens e serviços.

 Se o contribuinte deixar de deduzir a depreciação de um bem depreciável do ativo imobilizado em


determinado período de apuração, não poderá fazê-lo acumuladamente fora do período em que ocorreu a
utilização desse bem, tampouco os valores não deduzidos poderão ser recuperados posteriormente através
da utilização de taxas superiores às máximas permitidas.

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PONTO DE VISTA FISCAL

Tx Depreciação Contábil MAIOR que a Fiscal


O prazo de vida útil admissível é aquele estabelecido nos Anexos III da IN SRF nº 1700, ficando assegurado ao contribuinte o
direito de computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação dos seus bens, desde que faça a prova
dessa adequação, quando adotar taxa diferente.

. -Tx Depreciação Contábil MENOR que a Fiscal

 Caso a quota de depreciação registrada na contabilidade do contribuinte seja menor do que


aquela calculada com base FISCAL , a diferença poderá ser excluída do lucro líquido na
apuração do lucro real com registro na Parte B do Lalur do valor excluído.

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PONTO DE VISTA FISCAL


EXEMPLO -Tx Depreciação Contábil MAIOR que a Fiscal =
-não há necessidade de ajuste no e-Lalur, desde que faça PROVA.
TAXA TAXA TOTAL
LALUR
CONTÁBIL FISCAL Acumulado
20% x $100.000 // Despesa:20.000 20%
20% 10% 20%
Não
20% $10.000 20%
há ajuste
20% 20%
20%..........100% 20%

-Tx Depreciação Contábil MENOR que a Fiscal =


TAXA TOTAL
TAXA FISCAL LALUR
CONTÁBIL Acumulado
20% x $100.000 // Despesa:20.000 Excluir= (10%) 30%
(10%) 60%
20% 30%
$30.000 (10%) 90%
20%
20% +10% 100%
20%..........100% +20% -0- 23

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CASO 3
Uma empresa adquiriu um ativo em 1º de janeiro de
2021, o qual foi registrado contabilmente por
R$15.000,00. A vida útil do ativo foi estimada em
cinco anos. O Valor residual definido na aquisição foi
de R$3.000,00. Utilizando-se o método linear para
cálculo da depreciação e supondo-se que não houve
modificação na vida útil estimada e nem no valor
residual, ao final do ano de 2022, o valor contábil do
ativo líquido será de:
a. R$ 7.200,00
b. R$ 9.000,00
c. R$ 10.200,00
d. R$ 12.000,00

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