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OPT 1 CONTABILIDADE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS


Prof. Ms. Paulo Sérgio Bonato
EXERCÍCIOS REFERENTE ATIVOS IMOBILIZADO E INTANGÍVEL

Imobilizado
Neste grupo devemos classificar os bens e direitos adquiridos para fazer
face à operacionalidade da empresa. Isso quer dizer que todos aqueles itens
que são necessários para que a empresa desenvolva as atividades para que
ela foi criada devem ser imobilizados.

O conceito de imobilização (o antigo Ativo Fixo Técnico) vem do fato de


que os bens e direitos adquiridos não são objeto de revenda e, portanto, ficam
“parados’’ na empresa, sendo úteis para suas atividades operacionais.

Uma loja de comércio de tecidos necessita de prateleiras, balcões,


telefone, cadeiras, armários, mesas, máquina de costura, prédio etc., para
atender bem seus clientes. Esses bens e direitos são os ativos imobilizados da
empresa. Os tecidos e as confecções que ela compra para revender são
classificados no Ativo Circulante como Mercadorias em Estoque.

Direitos intangíveis
São valores gastos em elementos patrimoniais intangíveis, mas que,
dependendo da empresa, são necessários à sua atividade operacional. Pela
Lei nº 11.638, de 28-12-2007, os intangíveis são direitos que têm por objeto bens
incorpóreos destinados às operações da companhia. Podem incluir o goodwill
adquirido, que é o valor resultante de uma aquisição de empresa em valor
superior ao valor de mercado do seu Patrimônio Líquido:

a) marcas, patentes, fundo de comércio adquirido;

b) direitos de exploração de jazidas;

c)goodwill adquirido.

Quando a empresa adquire o direito de uso de determinada marca ou


patente, ficando com a sua propriedade, este valor deverá ser ativado. Ocorre
comumente que, em vez de adquirir, a empresa desenvolve internamente,
efetuando para isso determinadas despesas. O somatório desses gastos deverá
ser ativado, se a marca ou patente terminar por ter valor de mercado.

O fundo de comércio adquirido sofrerá o processo de amortização pelo


prazo contratual ou vida útil econômica estimada, dos dois o menor.

Os direitos sobre exploração de recursos naturais, como as jazidas, se


enquadram no mesmo aspecto do item anterior. No caso de despesas
necessárias à prospecção e extração de recursos, tendo sido delimitado um
número de anos para esgotamento dos recursos naturais, esses gastos deverão
ser ativados separadamente e sofrerão o processo de exaustão.
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A Lei nº 11.941/09 alterou a Lei nº 11.638/07 e os intangíveis devem constar


de um grupo próprio, não sendo classificados como imobilizados.

Bens e direitos imobilizados


A visão mais comum de imobilizados volta-se realmente para os bens. São
os itens mais comuns:

a) terrenos;

b) edifícios;

c)pátios e caminhos;

d)instalações;

e) máquinas;

f) móveis e utensílios;

g) veículos;

h) obras em andamento;

i)jazidas.

Devem ser incluídos como imobilizados os direitos que tenham por objeto
bens corpóreos. São exemplos de direitos imobilizáveis:

a) adiantamentos a fornecedores de bens imobilizados;

b) o valor das parcelas pagas de consórcio de bens ativáveis;

c)o valor das parcelas pagas de compra a prazo de imóveis.

As aquisições de bens imobilizados comprados por meio de


arrendamento mercantil financeiro (leasing) devem ser, a partir da Lei nº
11.638/07, contabilizadas como imobilizados, a despeito do contrato financeiro
de leasing, em contrapartida a obrigações lançadas no Passivo Circulante e
Não Circulante, se for o caso.

Critério geral de avaliação

Como todo ativo, os imobilizados devem ser avaliados pelo custo de


aquisição ou construção, menos ICMS, PIS e Cofins recuperáveis. Para as
empresas de grande porte e sociedades anônimas de capital aberto, caso os
imobilizados sejam financiados, direta ou indiretamente, por empréstimos ou
financiamentos bancários, o valor dos encargos financeiros deverá ser
incorporado ao valor de aquisição ou construção até o momento em que o
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ativo entrar em operação. A partir daí, os encargos financeiros, se existirem,
serão novamente considerados como despesas financeiras. Esta regra não é
aplicável às Pequenas e Médias Empresas (PME), conforme o Pronunciamento
Técnico CPC-PME.

Outrossim, com exceção dos direitos e dos terrenos, que se supõe não
terem desgaste nem término de vida útil determinado, os demais itens do Ativo
Imobilizado sofrem o processo de depreciação ou exaustão, que consiste numa
diminuição de seu valor, que será agregado aos custos e despesas operacionais
da empresa.

A Lei nº 11.638/07 consagrou a prática contábil internacional do


impairment – redução ao valor recuperável de ativos. Desta maneira, o
impairment insere-se como um critério geral de avaliação de ativos
imobilizados, quando aplicável. Assim, os ativos imobilizados devem ser
avaliados por:

a) custo de aquisição ou construção, menos impostos recuperáveis


(ICMS, PIS e Cofins), mais encargos financeiros de financiamento, se aplicável;

b) menos depreciações;

c)menos redução ao valor recuperável do ativo (impairment), se for o


caso.

Créditos de ICMS, PIS e Cofins

A legislação federal atual permite, para as empresas enquadradas em


regimes fiscais não cumulativos, o crédito do ICMS, do PIS e da Cofins dos bens
imobilizados adquiridos para as operações (áreas industriais e comerciais), com
algumas exceções como quando o produto final da empresa é isento ou não
tributado. O ICMS é aproveitado à razão de 1/48 e o PIS e Cofins, à razão de
1/24 por mês. Em relação ao PIS e Cofins, a legislação dá a opção de creditar
mensalmente o valor devido na proporção da depreciação contabilizada.

Esses créditos devem ser controlados em um livro fiscal denominado


Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (Ciap). Os demais impostos
incidentes sobre as compras de imobilizado (IPI, Imposto de Importação) não
podem ser creditados, devendo ser ativados.

Definição de imobilizar
É comum adquirir bens que têm durabilidade média e não são
consumidos imediatamente no processo produtivo ou comercial da empresa
(ferramentas e utensílios, por exemplo). O critério básico a observar é da vida
útil. Se o bem tiver vida útil superior a um ano, deverá ser imobilizado e
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posteriormente depreciado segundo essa estimativa de vida útil. Caso a vida
útil seja inferior a um ano, deverá ser lançado como despesa ou custo.

Pode-se utilizar, também, a convenção da materialidade. Bens de vida


útil superior a um ano, mas de valor imaterial (irrelevante), podem ser lançados
diretamente como despesa ou custo. É o caso de utensílios de escritório, como
algumas calculadoras de bolso, grampeadores etc., cujos pequenos valores
não justificam controle de imobilizado.

Imobilização de leasing financeiro


O pronunciamento técnico CPC 06 – Operações de Arrendamento
Mercantil deixa claro que os bens objetos de arrendamentos mercantis
financeiros devem ser imobilizados. Assim, é importante conceituar os dois tipos
de arrendamento mercantil (leasing): arrendamento mercantil financeiro e
arrendamento mercantil operacional.

O arrendamento mercantil financeiro é aquele que transfere ao


arrendatário os riscos e benefícios relacionados à propriedade do bem
arrendado. Na prática, o arrendamento mercantil ou leasing financeiro é uma
operação de aquisição de bem imobilizado financiado sob um contrato
financeiro de leasing. Contudo, nesse tipo de contrato, há a clara intenção do
arrendatário de ficar com o bem de forma permanente. Neste caso, o bem
deve ser imobilizado e o total das parcelas do leasing (a valor presente) deve
ser contabilizado como financiamento.

O arrendamento mercantil operacional é um contrato de leasing onde


não há a intenção de ficar com o bem de forma permanente, caracterizando-
se basicamente como uma operação temporária de uso, igualmente ao
aluguel de um bem. Neste caso, as parcelas pagas serão contabilizadas
normalmente como despesas operacionais à medida da competência mensal.

Portanto, o arrendamento mercantil financeiro terá o seguinte


tratamento:

a) o valor do bem a vista será ativado como imobilizado;

b) o valor do financiamento, sem juros, será considerado como


financiamento e contabilizado no passivo circulante ou não circulante, se for o
caso;

c)o valor das prestações pagas será considerado como amortização do


financiamento;

d)os encargos financeiros do leasing serão considerados como despesas


financeiras;

e) o bem ativado sofrerá o processo normal de depreciação em função


de sua vida útil estimada.
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Isto posto, tendo por base a teoria apresentada, pede-se elaborar o


estudo de caso a seguir e na sequência responder aos exercícios propostos.

ESTUDO DE CASO

Determinada empresa efetuou a compra de um equipamento para uso


operacional por $ 10.000,00 + 10% de IPI – Total $ 11.000,00, pago em cheque.
ICMS de 18% ($ 1.800,00), PIS de 1,65% ($ 165,00) e Cofins de 7,6% ($ 760,00),
recuperáveis. Valor Líquido dos impostos recuperáveis $ 8.275,00.

Aproveitamento mensal do ICMS, PIS e Cofins:

ICMS – 1/48 avos de $1.800,00 = $37,50 por mês

PIS – 1/24 avos de $ 165,00 = $6,88 por mês

Cofins – 1/24 avos de $760,00 = $31,67 por mês

Pede-se, efetue os lançamentos (em razonetes) da transação inicial, e


compensação do primeiro mês dos tributos recuperáveis em contra partida dos
impostos à recolher.

Exercícios Propostos:

Considere como critério de relevância para tomada de decisão de


imobilizar ou não o referencial de $ 300. Gastos acima desse valor são
considerados relevantes. Classifique os eventos do ano de x1, dados a seguir,
como imobilizado ou custos/despesas:

a) aquisição de veículo para revenda $ 3.500;

b) aquisição de dispositivo de fixação com durabilidade prevista para 3


anos no valor $ 260;

c)aquisição de impressora de computador $ 400;

d)aquisição de uma máquina de calcular comum $ 40;

e) aquisição de veículo para a equipe de vendas $ 4.700;


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f) aquisição de dispositivo de fixação com durabilidade prevista para 10
meses no valor de $ 700;

g) aquisição de dispositivo de fixação com durabilidade prevista para 3


anos no valor de $ 500;

h) aquisição de uma máquina de calcular financeira $ 700

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