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MERCADORIAS USADAS –

Tratamento Fiscal
Posted by Robson de Azevedo em 18 de dezembro de 2009

1. INTRODUÇÃO

O presente boletim tem como objetivo apresentar o tratamento fiscal aplicado às operações com

mercadorias usadas disposto RICMS/SP especialmente em relação à saída de máquinas, aparelhos ou

veículos usados que detém o benefício fiscal da redução de base de calculo.

2. CONCEITO DE MERCADORIAS USADAS

Para efeito de fruição do benefício de redução da base de cálculo do ICMS, consideram-se usadas as

mercadorias que tenham sido objeto de efetiva saída anterior a usuário final e que mantenham as

características e finalidades para as quais foram produzidas.

3. APLICAÇÃO DA REDUÇÃO DE BASE DE CALCULO

Prevê o art. 11 do Anexo II do RICMS/SP que na saída de máquinas, aparelhos ou veículos usados a

base de cálculo do imposto fica reduzida em um dos seguintes percentuais

1) veículos – 95% (noventa e cinco por cento);

2) máquinas ou aparelhos:

a) os de uso agrícola, classificados nas posições 8432 e 8433 da Nomenclatura Brasileira de Mercadorias

– Sistema Harmonizado – NBM/SH – 95% (noventa e cinco por cento);

b) os demais – 80% (oitenta por cento)

Acerca do item 2 retro, são definições de aparelhos ou máquinas dadas pelo Instituto Nacional de

Tecnologia, encampando definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas:

Aparelho: unidade autônoma, contendo os órgãos ou o equipamento necessário para realizar

determinada função em condições pré-determinadas, independentemente de sua fixação no local de

utilização;

Máquina: dispositivo de transformação de energia em que pelo menos uma das forças é mecânica.

Ressalta-se que tal benefício fiscal aplicar-se-á, igualmente, às saídas subseqüentes de máquina,

aparelho ou veículo usado adquirido ou recebido com imposto recolhido sobre a base de cálculo

reduzida.
4. CONDIÇÕES PARA APLICAÇÃO DA REDUÇÃO DE BASE DE CALCULO

A aplicação do benefício fiscal da redução de base de cálculo nos percentuais indicados no tópico sob nº

2 deste boletim fica condicionada  ao atendimento das seguintes exigências:

1 – a operação da qual tiver decorrido a entrada não tenha sido onerada pelo imposto;

2 – a entrada e a saída sejam comprovadas mediante emissão de documento fiscal próprio;

3 – as operações sejam regularmente escrituradas.

5. SAÍDA DE PEÇAS, PARTES, ACESSÓRIOS OU EQUIPAMENTOS APLICADOS EM MÁQUINAS,

APARELHOS OU VEÍCULOS USADOS

Na saída de peças, partes, acessórios ou equipamentos aplicados em máquinas, aparelhos ou veículos

usados não será aplicada a redução de base de calculo especificada no art. 11 do Anexo II do RICMS/SP.

Assim, o mesmo dispositivo legal estabelece que, na venda a varejo das mercadorias que trata esse

tópico o imposto deverá ser calculado sobre o respectivo valor de venda.

Outrossim,  quando o contribuinte não realizar venda a varejo, o imposto será calculado sobre o valor

equivalente ao preço de aquisição, incluídas as despesas acessórias nela incorporadas e a parcela do

Imposto sobre Produtos Industrializados, quando for o caso, acrescido de 30% (trinta por cento).

6. MERCADORIAS NÃO ESPECIFICADAS NO ART. 11 DO ANEXO II DO RICMS/SP

Para as demais mercadorias (ex. artigos de vestuário, móveis) que não estiverem compreendidas na

categoria de veículos e máquinas e aparelhos usados não poderá ser aplicada a redução de base de

calculo especificada no art. 11 do Anexo II do RICMS/SP.

7. ALÍQUOTA

Embora não especificado pelos art. 52 a 56-A do RICMS/SP, a alíquota para tributação de mercadorias

usadas será 18%.

8. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

Embora não expresso na legislação, o regime de substituição tributária aplica-se às operações com

mercadorias novas, abrangendo a cadeia de comercialização até a venda ao usuário final, o que pela

regra do referido regime, encerra a fase de tributação.

Logo, não há de ser falar na aplicação do regime de substituição tributária operações com mercadorias

usadas.
Fonte: Econet

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Paraná

EMENTA:    ICMS. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. AS OPERAÇÕES


CORRESPONDENTES ÀS SAÍDAS DE PEÇAS, PARTES, COMPONENTES E
ACESSÓRIOS AUTOMOTIVOS USADOS RESULTANTES DA DESMONTAGEM DE
VEÍCULOS SINISTRADOS ESTARÃO SUBMETIDAS AO REGIME DA
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA QUANDO DESTINADAS AO COMÉRCIO
ATACADISTA OU VAREJISTA DESTAS MERCADORIAS. JÁ NAS VENDAS
REALIZADAS DIRETAMENTE AO CONSUMIDOR FINAL, NÃO HÁ QUE SE FALAR
EM SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA, DEVENDO O ICMS SER RECOLHIDO POR
OPERAÇÃO PRÓPRIA DO ESTABELECIMENTO RESPONSÁVEL PELA
DESMONTAGEM.
DOE de 08.05.09
 
1 - DA CONSULTA.
A Consulente acima identificada, devidamente qualificada nos autos deste processo,
informa a esta Comissão que atua como revendedora de autopeças usadas para automóveis,
para tal adquire veículos sinistrados de instituições financeiras e seguradoras através de
leilões. Após adotar os procedimentos de baixa do registro junto ao DETRAN, os veículos são
desmontados, selecionam-se as peças em bom estado de conservação e uso que, sem sofrer
nenhum tipo de recondicionamento, são destinadas ao estoque da empresa para  revenda,
exclusivamente para consumidores finais. As demais peças sem valor comercial são
descartadas como sucatas.
 
Com o advento da substituição tributária nas operações de comercialização de peças,
componentes e acessórios, para veículos automotores e outros fins, nos deparamos com uma
dificuldade muito grande em operacionalizar a atividade sob este regime de tributação, pois
neste caso, o veículo é adquirido por um determinado valor e ao ser desmontado, as peças
comporão um novo valor, as quais seguirão para o estoque. Grande parte das peças usadas 
que seguem para o estoque, com o passar dos anos deixam de ser comercializadas, neste
caso, são simplesmente descartadas como sucatas, tendo em vista que determinados tipos de
veículos saem de circulação, o descarte das peças usadas é constante.
 
Diante do exposto cabem os seguintes questionamentos:
 
1) O fato das peças usadas não haver sofrido nenhum tipo de recondicionamento, por
ser proveniente de veículos que já foram produtos sujeitos a ST do ICMS em etapas anteriores
e que a venda é destinada exclusivamente a consumidores finais, caberia a nova aplicação de
substituição tributária?
 
2) Estando a consulente sujeita ao regime de substituição tributária, o ICMS pago pelas
entradas será sobre as peças após o desmonte do veículo sinistrado?
 
3) Sendo o ICMS pago por substituição tributária e existindo o direito de requerer
restituição do valor do imposto retido correspondente ao fato gerador que não se
realizar,  haveria necessidade de um novo requerimento a cada descarte de peças?
É o relatório, passo à análise. 
 
02 - DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL.
RIPI, aprovado pelo Decreto n.º 2.637, de 25 de Junho de 1998, art. 4º;
RICMS/SC, aprovado pelo Decreto nº 2.870, de 1º de setembro de 2001, Anexo 3, arts.
11 e 113.
 
03 – DA FUNDAMENTAÇÃO E RESPOSTA. 
Na busca de solução para a vexata quaestio, primeiramente, tem-se que analisar a
natureza da atividade desenvolvida pela consulente, ou seja, a desmontagem de veículos
sinistrados, com a posterior reinserção de suas peças na cadeia comercial, como peças,
partes, componentes e acessórios automotivos usados. Senão Vejamos:
A consulente adquire veículos sinistrados para transformá-los em peças, partes,
componentes e acessórios usados através do processo de desmontagem. Ora, é evidente que
ao se desmontar um veículo estar-se-á dando origem a novas outras espécies de mercadorias
que originalmente o compõem, sendo que esta atividade, segundo a legislação do Imposto
sobre Produtos Industrializados,  trata-se de industrialização pela transformação, consoante
o  RIPI, art. 4º:
Art. 4º Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o
funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para
consumo, tal como (Lei n.º 4.502, de 1964, art. 3º, parágrafo único, e Lei n.º 5.172, de 25 de
outubro de 1966, art. 46, parágrafo único):
I - a que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário, importe na obtenção
de espécie nova (transformação);
II - a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o
funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento);
III - a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo
produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);
IV - a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da
embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se
destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento);
V - a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado
ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento).
Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização,
o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou
equipamentos empregados.
Ademais, deve-se ressaltar que se a reunião de peças e partes  que resultem um novo
produto ou unidade autônoma  caracteriza-se industrialização na modalidade montagem, o
caminho inverso também é verdadeiro, ou seja, a desmontagem de uma unidade autônoma
(veículo) que resulte em  múltiplas peças e partes  separadas da unidade original que, por sua
vez, transformam-se em uma novas unidades autônomas (peças automotivas usadas) aptas a
serem comercializadas caracteriza-se em processo de INDUSTRIALIZAÇÃO sui generis.
De se destacar que o adjetivo USADO não retira da “coisa” o seu status de
mercadorias, pois, segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa é “aquilo que é objeto
de comércio; bem econômico destinado à venda; mercancia.”
Definido que a atividade de desmontagem de veículo sinistrado com objetivo de
transformá-lo em múltiplas partes e peças que o compõem  enquadra-se, para fins tributários,
como atividade  industrial sui generis,  é lógico inferir que  o estabelecimento que atue neste
ramo  será contribuinte substituto nas operações relativas às saídas das peças e partes
destinadas  à comerciante  atacadista ou varejista. É o que se depreende do art. 11 do mesmo
anexo, in verbis:
Art. 11. Será atribuída ao fabricante, ao atacadista, ao distribuidor, ao importador, ao
arrematante de mercadoria importada e apreendida ou ao depositário a qualquer título, na
condição de sujeito passivo por substituição tributária, a responsabilidade pelo recolhimento do
imposto relativo às operações subseqüentes até a praticada pelo comerciante varejista com as
seguintes mercadorias, na forma e nos casos previstos no Capítulo IV:
Postas estas premissas, passo analisar da legislação tributária aplicável ao caso
exposto na exordial. O RICMS/SC em seu anexo 3, art, 113, diz:
Art. 113. Nas operações internas e interestaduais destinadas a este Estado com peças,
componentes, acessórios e demais produtos relacionados no Anexo 1, Seção XXXV, ficam
responsáveis pelo recolhimento do imposto relativo às operações subseqüentes:
I - o estabelecimento industrial fabricante ou importador;
II - qualquer outro estabelecimento, sito em outra unidade da Federação, nas
operações com destinatários localizados neste Estado.
Ora, em sendo a consulente equiparada a estabelecimento industrial, conclui-se que,
enquanto as peças, partes e componentes resultantes do desmonte de veículos sinistrados
estiverem  integrando o estoque  de peças usadas  mantidos pela consulente (estabelecimento
equiparado à indústria),  não há que se falar em substituição tributária.
De outra banda, por ocasião das saídas destas peças poderá ocorrer: 
venda direta ao consumidor, hipótese em que o ICMS  devido será apurado e recolhido
normalmente conforme a situação tributária da consulente, sem qualquer retenção a título de
substituição tributária;
venda para contribuintes que adquirirem as peças automotivas usadas
para  comercialização (no atacado ou no  varejo), a  consulente deverá, além do ICMS devido
por operação própria, calcular e reter o ICMS correspondente às operações subseqüentes nos
termos do art. 113 acima transcrito.
Advirta-se a consulente que, em não havendo o recolhimento do ICMS/ST sobre o seu
estoque de peças usadas, não haverá imposto a ser restituído por ocasião dos eventuais
descartes de peças imprestáveis.
É o parecer que submeto à elevada apreciação da Comissão Permanente de Assuntos
Tributários.
Gerência de Tributação, em Florianópolis, 04 de dezembro de 2008.
Lintney Nazareno da Veiga
AFRE – Mat. 191402.2
De acordo. Responda-se à consulta nos termos do parecer acima, aprovado pela
COPAT na sessão do dia 04 de dezembro de 2008.
 
            Alda Rosa da Rocha                                                    Renato Vargas Prux
            Secretária Executiva                                                  Presidente da COPAT
Minas Gerais

ICMS – AQUISIÇÃO E VENDA DE PARTES E PEÇAS DE VEÍCULOS USADOS – As


partes e peças de veículos usados tem suas saídas normalmente tributadas pelo ICMS e
somente serão consideradas sucata caso não se prestem para a mesma finalidade para a
qual foram produzidas, conforme definição do inciso I do art. 219 da Parte 1 do Anexo IX
do RICMS/2002.
EXPOSIÇÃO:
A Consulente, optante pelo Simples Nacional, informa comercializar peças, componentes e
acessórios para veículos automotores em operações internas e interestaduais.
Relata que adquire carros acidentados em leilão para a retirada de peças e partes,
inclusive o motor, desde que não danificados, para posterior revenda.
Esclarece que no momento em que adquire os produtos emite uma nota fiscal de entrada
em nome do leiloeiro usando o CFOP 1.403 ou 2.403, conforme o caso, sem destaque do
ICMS, e recolhe o ICMS/ST em DAE específico com o código de receita 313-7, utilizando a
MVA de 40% ou 50,25%, de acordo com a Parte 2 do Anexo XV do RICMS/02, e a
alíquota de 18%, sem o aproveitamento de crédito de ICMS.
Diz que, além dos motores provenientes do desmonte de veículos, também adquire
motores usados de pessoas físicas, caso em que procede da mesma forma citada acima,
aplicando a redução da base de cálculo do ICMS em 80%, conforme alínea “a” do item 10
da Parte 1 do Anexo IV do RICMS/02.
Explica que a venda desses produtos a contribuintes mineiros é acobertada por nota fiscal
de saída sem destaque do ICMS, consignando o CFOP 5.405, sendo o imposto incidente
recolhido através do Simples Nacional.
Nos casos de venda a contribuintes do ICMS localizados em Estados signatários do
Protocolo ICMS 41/08, afirma emitir nota fiscal de saída utilizando o CFOP 6.404, com
destaque do ICMS/ST e da base de cálculo do ICMS/ST nos campos próprios, e recolhe o
ICMS/ST através de DAE distinto para o Estado de destino, informando no campo “Dados
Adicionais” a base de cálculo e o ICMS referente à operação própria.
Ressalta que neste caso lhe é permitido solicitar o ressarcimento do ICMS/ST pago
antecipadamente na entrada da mercadoria.
Por fim, acrescenta que nas vendas dos produtos a contribuintes do ICMS localizados em
Estados não signatários do Protocolo ICMS 41/08 emite nota fiscal de saída com CFOP
6.102, informando no campo “Dados Adicionais” a base de cálculo e o ICMS referente à
operação própria.
Com dúvidas sobre a aplicação da legislação tributária, formula a presente consulta.
CONSULTA:
1 – Estão corretos os procedimentos expostos? Caso negativo, quais os procedimentos a
serem adotados?
2 – Os produtos adquiridos em leilão, inclusive o motor, podem ser considerados sucata?
Caso afirmativo, há algum tipo de benefício em relação ao ICMS para esses produtos?
RESPOSTA:
1 – Os procedimentos descritos pela Consulente estão parcialmente corretos.
Em se tratando de aquisição de peças usadas ou veículos destinados ao desmonte e à
comercialização, remetidos a qualquer título por pessoas físicas ou jurídicas não obrigadas
à emissão de documentos fiscais, cabe à Consulente emitir nota fiscal, por ocasião da
entrada em seu estabelecimento, conforme disposto no inciso I do art. 20 da Parte 1 do
Anexo V do RICMS/02.
A Consulente deverá ainda exigir a assinatura do vendedor na nota fiscal, ou no DANFE, a
ser aposta no campo "Informações Complementares", entregando-lhe uma via do
documento; e quando se tratar de operação com veículo, o vendedor deverá remeter ao
Departamento de Trânsito do Estado de Minas Gerais (DETRAN/MG), no prazo de 30
(trinta) dias, via adicional ou cópia reprográfica autenticada da nota fiscal, ou cópia do
DANFE, anexando-lhe o respectivo Certificado de Registro de Veículo (CRV), em atenção
ao que dispõe o § 5º do art. 20 supracitado.
Vale lembrar que, no caso de veículo adquirido de pessoa física, não contribuinte ou que
estava integrado ao ativo fixo do vendedor, assim entendido aquele imobilizado pelo prazo
mínimo de 12 meses e após o uso normal a que era destinado, o documento fiscal deverá
ser emitido sem destaque do imposto, visto relacionar-se com operações não alcançadas
pela incidência do ICMS.
Por outro lado, na hipótese de aquisição vinculada à operação tributada, a nota fiscal
emitida na entrada deverá conter o destaque do imposto, sendo o único documento a ser
escriturado no Livro Registro de Entradas.
Destaca-se que, caso a aquisição do veículo seja realizada em leilão judicial (hasta
pública), haverá a incidência de ICMS, conforme disposto no inciso III do art. 1º do
RICMS/02, sendo o adquirente o contribuinte do imposto, nos termos do inciso V do § 4º
do art. 55 do mesmo Regulamento.
Já na hipótese de aquisição em leilão comum, quando o imposto for devido, face à
habitualidade e volume das vendas que demonstrem intuito comercial, o contribuinte do
imposto será o proprietário da mercadoria.
Salienta-se que as saídas das peças e partes resultantes do desmonte de veículos serão
alcançadas pelo imposto, devendo-se aplicar a substituição tributária por ocasião da
entrada das mesmas em estoque.
Cumpre esclarecer que caberá à Consulente, a partir da aquisição do veículo usado,
escriturar o Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque (LRCPE), no qual deve
ser registrada a baixa do veículo no estoque respectivo, assim como a entrada das peças,
componentes e acessórios no estoque destas, no momento em que ocorrer o desmanche.
Conforme dispõe o inciso I do art. 56 da Parte 1 do Anexo XV do RICMS/02, aplica-se a
substituição tributária nas operações com peças, componentes e acessórios usados de
veículos, hipótese em que a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto, a
título de substituição tributária, é atribuída ao estabelecimento que comercializar a
mercadoria.
Nas situações em que ocorre o desmanche do veículo usado para venda das peças, o
imposto a ser recolhido a título de substituição tributária é devido no momento da entrada,
no estoque do estabelecimento, das peças, componentes e acessórios resultantes do
desmonte do veículo, com a respectiva escrituração do LRCPE.
Dessa forma, deverá a Consulente recolher o ICMS/ST referente às peças, partes,
componentes ou acessórios que obteve com o desmanche do veículo, no prazo previsto
na alínea “a” do inciso XI do art. 46 da Parte 1 do Anexo XV do RICMS/02.
Para o cálculo do imposto, a Consulente deverá observar a margem de valor agregado
(MVA) prevista para a mercadoria na Parte 2 do referido Anexo XV e, caso a operação de
que houver decorrido a entrada do veículo tenha sido onerada pelo imposto, deverá
abater, a título de crédito, o respectivo ICMS.
No cálculo do ICMS/ST referente a motor resultante do desmonte de veículo ou adquirido
de pessoa física, a Consulente aplicará a redução de base de cálculo de que trata a alínea
“a” do item 10 da Parte 1 do Anexo IV do RICMS/02, desde que atendidas as exigências
previstas nesse dispositivo legal.
Entretanto, caso a entrada desses motores tenha decorrido de operação onerada pelo
imposto, como, por exemplo, na aquisição em leilão judicial, não se aplicará a redução da
base de cálculo em questão, posto restrição expressa no subitem 10.1 da Parte 1 do
referido Anexo IV.
Nos casos de venda dessas mercadorias a contribuintes do ICMS localizados em Minas
Gerais, a Consulente deverá emitir nota fiscal, sem destaque do imposto, consignando o
CFOP 5.403 – “Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros em operação com
mercadoria sujeita ao regime de substituição tributária, na condição de contribuinte
substituto”.
Ressalta-se que, nesses casos, a Consulente não levará a operação para tributação
dentro da sistemática do Simples Nacional, posto que já houve o recolhimento, inclusive
da operação própria, antecipadamente por substituição tributária.
No entanto, caso a saída ocorra para estabelecimento de contribuinte situado em outra
unidade da Federação, a Consulente terá direito à restituição do valor do imposto pago a
título de substituição tributária correspondente a fato gerador presumido que não se
realizou, devendo ser observado o disposto nos arts. 22 a 31 da Parte 1 do Anexo XV do
RICMS/02.
Destaca-se que, nas saídas interestaduais, o valor correspondente à operação deverá ser
levado à tributação dentro do regime de apuração do Simples Nacional.
Em se tratando de saídas destinadas a Estados signatários do Protocolo ICMS 41/08, a
Consulente deverá recolher o ICMS/ST através de DAE distinto para o Estado de destino,
caso não seja inscrito como contribuinte substituto tributário naquele Estado, e emitir nota
fiscal, com o CFOP 6.403 e destaque da base de cálculo do ICMS/ST e do ICMS/ST nos
campos próprios, observando a dedução no cálculo do ICMS/ST de que trata o inciso II do
§ 9º do art. 3º da Resolução CGSN nº 51/08.
Por outro lado, nas vendas a contribuintes do ICMS localizados em Estados não
signatários do Protocolo ICMS 41/08, deverá emitir nota fiscal de saída, sem destaque do
ICMS, consignando o CFOP 6.102.
Nesse último caso, a Consulente constará na nota fiscal de saída, no campo destinado às
informações complementares, o valor equivalente à aplicação da alíquota correspondente
ao percentual do ICMS previsto nos Anexos I ou II da Lei Complementar Federal nº 123/06
para a faixa da receita bruta a que a Consulente estiver sujeita no mês anterior ao da
operação, conforme determinação do § 26 do art. 42 do RICMS/02.
2 – Não. Nos termos do inciso I do art. 219 da Parte 1 do Anexo IX do RICMS/02,
considera-se sucata, apara, resíduo ou fragmento a mercadoria, ou parcela desta, que não
se preste para a mesma finalidade para a qual foi produzida, assim como: papel usado,
ferro velho, cacos de vidro, fragmentos e resíduos de plástico, de tecido e de outras
mercadorias.
Contudo, caso as partes e peças resultantes do desmonte de veículos não se prestarem
para a mesma finalidade para a qual foram produzidas, poderão ser definidas como
sucata. Neste caso, o faturamento relativo às saídas destas mercadorias serão tributadas
normalmente na apuração do Simples Nacional, observando as questões tratadas na
resposta ao item 1.
DOT/DOLT/SUTRI/SEF, 16 de fevereiro de 2011.
Wilton Antônio Verçosa
Assessor Revisor
Divisão de Orientação Tributária
Inês Regina Ribeiro Soares
Diretora de Orientação e Legislação Tributária
Gladstone Almeida Bartolozzi
Superintendente de Tributação

Consulta de Contribuinte SEFAZ nº 183 DE


16/02/2011
Norma Estadual - Minas Gerais
Publicado no DOE em 16 fev 2011
ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – PEÇAS AUTOMOTIVAS

ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA – PEÇAS AUTOMOTIVAS – Em relação à


aquisição de veículo usado para a retirada de peças e partes para posterior revenda, o
recolhimento do imposto devido a título de substituição tributária será efetuado no
momento da entrada das partes e peças no estoque do estabelecimento, com a respectiva
escrituração do livro Registro de Controle da Produção e Estoque (LRCPE).

EXPOSIÇÃO:

A Consulente informa comercializar, além de peças novas, peças usadas resultantes do


desmanche dos veículos usados que adquire para este fim.

Informa que, a partir de 1º de janeiro de 2004, adotou a substituição tributária de acordo


com o disposto nos Decretos nos 43.708/2003, 43.727/2004 e 43.729/2004 para peças
novas, procedendo ao levantamento de seu estoque em 31/12/2003, tendo apurado e
recolhido o ICMS devido.

A partir de 1º de janeiro de 2005, com base nos Decretos nos 43.837/2004 e 43.929/2004
e Resolução nº 3616, de 27/01/2005, enquadrou-se no regime de substituição tributária
para peças usadas, procedendo, igualmente, com as mercadorias existentes em estoque
em 31/12/2004, da forma prevista na legislação.

Entende que as mudanças, no tocante a peças usadas, trouxeram novidades e


complexidade para a apuração, controle e pagamento do ICMS.

Cita a Consulta de Contribuinte nº 158/2004 e aduz encontrar dificuldades para efetuar os


registros fiscais, inclusive para estabelecer o momento exato em que deve efetuar a
substituição tributária em relação às peças usadas, tendo em vista que o desmanche do
veículo é um processo que pode perdurar por vários meses, conforme a demanda dos
seus clientes por tais peças.

Com base na resposta à Consulta citada, entende que o fato gerador da incidência do
ICMS por substituição tributária ocorrerá a cada operação de retirada de peças, partes ou
acessórios do veículo usado adquirido para desmanche.

Quanto à saída de motores adquiridos juntamente com os veículos destinados ao


desmanche para venda, existe a previsão legal de redução da base de cálculo, conforme
alínea "a" do item 10 da Parte 1 do Anexo IV do RICMS/02. Por isso, entende que o valor
do seu custo de aquisição apurado no desmanche deva ser excluído da base de cálculo da
apuração do ICMS por substituição tributária, uma vez que o mesmo sofrerá tributação
quando de sua saída.

Elenca as seguintes dificuldades para registro, em livro fiscal próprio, das peças
resultantes do desmanche:

- o processo é o inverso da linha de montagem, sendo manual, demorado e oneroso;

- o veículo é desmanchado ao longo de um período, de acordo com a demanda das peças;

- não é racional o desmanche imediato, porque o cliente é quem define o que vai querer,
se uma peça isolada ou se um conjunto;

- a distribuição do custo do veículo usado adquirido em relação às peças, partes e


acessórios resultantes;

- o controle burocrático e de custo elevado relativo à movimentação dos estoques.

Isso posto,

CONSULTA:

1 – Está correto o procedimento de se determinar a base de cálculo do ICMS por


substituição tributária no mês de ocorrência da retirada (baixa) da peça, ou parte, ou
acessório do veículo usado adquirido para desmanche, permanecendo as demais peças,
partes e acessórios, ainda não retirados, sujeitos à apuração futura do ICMS na ocasião
oportuna da retirada e respectiva baixa?

2 – A retirada do motor do veículo usado, adquirido para desmanche, baixado e transferido


para o estoque, destinado à venda, deverá ter seu custo excluído da base de cálculo do
ICMS por substituição tributária, considerando que a sua tributação ocorrerá na saída com
redução da sua base de cálculo?

3 – Considerando a necessidade de simplificação da sistemática de controle e apuração


do imposto devido, ainda que represente uma antecipação de imposto, a Consulente
poderá optar pelo pagamento do ICMS por substituição tributária no momento da entrada
do veículo usado, adquirido para desmanche, tendo como base de cálculo seu custo de
aquisição, deduzido do valor de custo atribuído ao motor e adicionado da margem
agregada de 40%, em substituição aos procedimentos para apuração do ICMS quando da
retirada da peça, parte ou acessórios para venda?

4 – Caso seja possível à Consulente adotar o procedimento conforme questão 3 acima,


como deverá proceder junto à Secretaria de Estado de Fazenda para sua formalização?

RESPOSTA:

Preliminarmente, cabe informar que a substituição tributária passou a ser disciplinada no


Anexo XV do RICMS/02, com redação dada pelo Decreto nº. 44.147, de 14 de novembro
de 2005, com vigência a partir de 1º de dezembro do mesmo ano (retificação publicada no
MG de 07/01/2006).

Assim, a Consulente deverá observar, em especial, os Capítulos I, III e IV do Título I e o


art. 56 do Capítulo VIII do Título II, todos da Parte 1, bem como o item 14 da Parte 2,
ambas do mesmo Anexo XV.

1 a 3 – Em se tratando de aquisição de veículo imprestável para o fim para o qual foi


produzido, destinado ao desmonte, obtendo partes e peças para revenda, remetido a
qualquer título por pessoas físicas ou jurídicas não obrigadas à emissão de documentos
fiscais, cabe à Consulente emitir nota fiscal, por ocasião da entrada em seu
estabelecimento, conforme disposto no inciso I do art. 20 da Parte 1 do Anexo V do
RICMS/02.

Esse documento fiscal deverá ser escriturado no livro Registro de Entradas utilizando a
coluna Outras, de Operações sem Crédito do Imposto, desde que vinculado à operação
realizada sem incidência do imposto, observando as disposições constantes do art. 168 da
Parte 1 do mesmo Anexo V, no que couber.

A Consulente deverá ainda exigir a assinatura do vendedor na nota fiscal, ou no DANFE, a


ser aposta no campo "Informações Complementares", entregando-lhe uma via do
documento; e quando se tratar de operação com veículo, o vendedor deverá remeter ao
Departamento de Trânsito do Estado de Minas Gerais (DETRAN/MG), no prazo de 30
(trinta) dias, via adicional ou cópia reprográfica autenticada da nota fiscal, ou cópia do
DANFE, anexando-lhe o respectivo Certificado de Registro de Veículo (CRV), em atenção
ao que dispõe o § 5º do art. 20 da Parte 1 do Anexo V supracitado.

Salienta-se que as saídas das peças e partes resultantes do desmonte de veículos serão
alcançadas pelo imposto, devendo-se aplicar a substituição tributária por ocasião da
entrada das mesmas em estoque, em atendimento ao disposto no art. 56 da Parte 1 do
Anexo XV do RICMS/02.

Cumpre esclarecer que caberá à Consulente, a partir da aquisição do veículo usado,


escriturar o Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque (LRCPE), no qual deve
ser registrada a baixa do veículo no estoque respectivo, assim como a entrada das peças,
componentes e acessórios no estoque destas, no momento em que ocorrer o desmanche.

Conforme dispõe o inciso I do art. 56 da Parte 1 do Anexo XV do RICMS/02, aplica-se a


substituição tributária nas operações com peças, componentes e acessórios usados de
veículos, hipótese em que a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto, a
título de substituição tributária, é atribuída ao estabelecimento que comercializar a
mercadoria.

Nas situações em que ocorre o desmanche do veículo usado para venda das peças, o
imposto a ser recolhido a título de substituição tributária é devido no momento da entrada,
no estoque do estabelecimento, das peças, componentes e acessórios resultantes do
desmonte do veículo, com a respectiva escrituração do LRCPE.

Dessa forma, deverá a Consulente recolher o ICMS/ST referente a todas as peças e


partes que obteve com o desmanche do veículo, no prazo previsto na alínea “a” do inciso
XI do art. 46 da Parte 1 do Anexo XV do RICMS/02. Para o cálculo do imposto, a
Consulente deverá observar a margem de valor agregado (MVA) prevista para a
mercadoria na Parte 2 do referido Anexo XV.

No que se refere ao motor, ressalta-se que este também está sujeito à substituição
tributária (subitem 14.27 e 14.28 da Parte 2 do Anexo XV) e ao prazo de recolhimento
previsto na alínea “a” do inciso XI do art. 46 supracitado. Entretanto, os procedimentos em
relação ao motor deverão ser efetuados separadamente das peças e partes, observando a
redução de base de cálculo de que trata a alínea “a” do item 10 da Parte 1 do Anexo IV do
mesmo Regulamento, no cálculo do ICMS/ST, desde que atendidas as exigências
previstas nesse dispositivo legal.
4 – Prejudicada.

Por fim, destaca-se que se da solução dada à presente consulta resultar imposto a pagar,
o mesmo poderá ser recolhido sem a incidência de penalidades no prazo de 15 (quinze)
dias contados da data em que a Consulente tiver ciência da resposta, desde que o prazo
normal para seu pagamento tenha vencido posteriormente ao protocolo desta Consulta,
observado o disposto no art. 42 do RPTA – Decreto nº 44.747/2008.

DOT/DOLT/SUTRI/SEF, 16 de fevereiro de 2011.

Wilton Antônio Verçosa


Assessor Revisor
Divisão de Orientação Tributária

Inês Regina Ribeiro Soares


Diretora de Orientação e Legislação Tributária

Gladstone Almeida Bartolozzi


Superintendente de Tributação

(*) Consulta reformulada por mudança de entendimento.

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