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1º Vigilante Américo de Campos (servindo de venerável), pela Loja Amor e Caridade, de

Ribeirão Preto

Distrito criado com denominação de Américo de Campos, pela Lei Estadual n.º
2.180, de 27-12-1926, subordinado ao município de Tanabi.

Américo Brasílio de Campos

São Paulo 22 de janeiro de 1900 “ Correio Paulistano “


   Faleceu, anteontem à tarde em Nápoles, onde exercia, desde 1890, as funções de
Consul Geral do Brasil, o dr. Américo de Campos, o glorioso jornalista cujo nome há de
sempre encher de orgulho e servir de nobre estimulo aos que, nesta terra de S. Paulo,
trabalham nas lides da imprensa.
   Avelhantado, há já longo tempo, o enfermo, o desenlace, que ora noticiamos com
profundo pesar, era previsto. Não obstante, a notícia, na concisão da forma telegráfica,
enche-nos de magoa e dá maior realce a nobre figura do jornalista ousado, cujos traços
finíssimos de espirito e cujos conceitos profundos e decisivos marcam a ação mais eficaz
devida a intervenção da imprensa, se destaca com maior relevo, imprimindo ao quadro
negro do pesar o realce da glorificação.
   O dr. Américo de Campos, falecido aos 65 anos de idade, consagrou todo o período de
sua maior atividade – desde que se formou em direito, pela Faculdade de São Paulo, até
despachado Consul Geral – ao jornalismo, em cujas tendas mourejou desde os tempos
acadêmicos.
   Foi redator do Correio Paulistano de 1865 A 1870, revelando nesta folha as ideias que
haviam, mais tarde, de formar o elevado espirito republicano que tantas pugnas feriu pelo
triunfo definitivo da democracia.
   O incidente que determinou a sua entrada para este jornal merece bem ser lembrado
como sendo o que de nodo definitivo incluiu a formação do seu temperamento e na
continuação da sua carreira. Uma grave perturbação ferira o jovem advogado, cujo recente
tirocínio acadêmico o fizera familiar com a imprensa: no desabafo dos seus justos
ressentimentos, no desagravo da ofensa e na sustentação enérgica do direito o dr.
Américo de Campos revelou-se um polemista vigoroso e sobranceiro, cuja lógica reduzia o
adversário sem amargurara-lo e cujo talento feria todas as questões sem fatigar o leitor e
sem descer aos pontos escusos do assunto. O velho – velho sempre pela madureza do
espírito – José Maria Lisboa, então no Correio Paulistano, atraiu para a sua redação
Américo de Campos, que aí fez o nome imorredouro eclipsado em março de 1890 pelo
completo repudio da pena.
   Em janeiro de 1875 o dr. Américo de Campos em companhia do dr. F. Rangel Pestana,
fundou a Província de S. Paulo, cuja administração foi confiada ao venerando José Maria
Lisboa. Até 1885 aí se conservou o heroico lutador, cuja pena traçou luminosos conceitos
acerca de todos os assuntos, discutidos durante esse período em que se elaborou a
solução libertadora do elemento servil e a preparação mais difícil da transformação
republicana.
   Américo de Campos definiu sempre com a mais clara intuição social e política todas as
questões que se agitavam e formulou com uma tendência acentuada para o radicalismo a
intransigência dos princípios que orientavam o seu espírito: era a nota viva das
discussões; era o espírito que refletia e formulava; era a calma que sondava os arcanos da
ordem social e traçava com vigor a linha da evolução no meio, às vezes, dos mais
irritantes tormentos.
   Quando foi promulgada a lei de 13 de Maio, o dr. Rodrigo Silva – o fino estilista da
imprensa e político que soube transigir para vencer – dirigiu ao dr. Américo de Campos
uma carta em que lhe atribuía a máxima parte, e a melhor, do movimento que terminara
pelo decreto da Princesa Regente; da mesma forma, ao ser proclamada a República,
todos se acercavam dele, atribuindo-lhe máxima parte no triunfo – a ele que fora, pela
imprensa paulista, proclamado, no tempo da monarquia, príncipe do jornalismo.
   A esta glorificação resistiu o nosso eminente patrício da redação do Diário Popular, folha
vespertina fundada por ele, com José Maria Lisboa, em novembro de 1885. Alcançar,
porém, o último triunfo sentiu o velho lidador que as forças iam-lhe faltando e que os seus
esforços – que tantas vezes anteciparam com inaudita clareza os sucessos – poderiam
trai-lo, fazendo-o tardo e moroso na interpretação dos fatos.
   Entendem dever então buscar, nas funções consulares e em clima ameno, o relativo
repouso e a tranquilidade de que carecia para prolongar a vida, quase esgotada no labor.
Quebrou a perna, concentrando-se nas funções de seu cargo.
   Era o dr. Américo de Campos dotado do mais elevado gosto estético e intenso
apreciador da arte nas suas múltiplas manifestações, a música, o drama, a pintura, as
estatuarias constituíam ou quase exclusivo goso da sua alma singela, cujo entusiasmo se
expandia em meia dúzia de conceitos de sua precisão lapidaria, mas que se comunicava
com o vigor intenso de uma corrente voltaica. Com a sua aptidão artística só era
comparável a sua extrema sensibilidade; assim com a sua modéstia e singeleza só
igualava com o seu devotamento pela dor e pela miséria humana.
   O dr. Américo de Campos deixa viúva, uma filha e três filhos, o dr. Bernardino Peixoto de
Campos, juiz de direito de Campos Novos do Paranapanema, e os moços Jorge e
Armando, estudantes na Bélgica.
   Era irmão mais velho do dr. Bernardino de Campos.
   Lamentando a perda que o estado de S. Paulo  e a imprensa acabam de sofrer,
associamo-nos com justo sentimento a dor que enluta a família do dr. Américo de Campos.
 

Advogado, jornalista e professor, maçom republicano. Nasceu em 1945 na Capital de São


Paulo, filho do Dr. Bernardino José de Campos e D. Felisbina Rosa Gonzales de Campos, irmão
de Bernardino de Campos.

Iniciado na maçonaria na Loja Maçônica Amizade e foi fundador da Loja América da Clube dos
Abolicionista juntamente com seu Irmão, Bernardino de Campos.

O político e jornalista Américo Brasilio de Campos nasceu a 12 de agosto de 1838, em


Bragança Paulista, Província de São Paulo, e

Diplomado pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1860, foi promotor público em Itú, até
1863. Em 1865, já assumindo plenamente a profissão de jornalista, voltou a São Paulo, onde
assumiu a redação do Correio Paulistano, jornal que havia surgido em dezembro de 1831, de
propriedade de José Gomes Segurado e que havia sido semi-oficial, defendendo o governo
geral da província; esse jornal logo desapareceria, para reaparecer a 26 de junho de 1854, com
feição inteiramente moderna, tendo, como seu primeiro redator, Pedro Taques de Almeida
Alvim, que seria substituido pelo maçom Quirino dos Santos, até 1866, quando assumira o
cargo Américo de Campos, quando a gerência do periódico era entregue a José Maria Lisboa,
também maçom.

Em 1866, juntamente com Ângelo Agostini, ele fundou O Cabrião, um semanário crítico e
humorístico, que circulou de 30 de setembro a 1866 até setembro de 1867 e que não perdia
ocasião de criticar o clero e tudo que a ele fosse relacionado, como é o caso da redação do
Diário de São Paulo, de propriedade de Cândido da Silva, que acabaria procesando Américo de
Campos, sob a alegação de haver sido ofendida a moral e a religião, com uma caricatura
publicada n`O Cabrião a 4 de novembro de 1866.

Como republicano que era, ele iniciou, através das colunas d`O Correio Paulistano, a sua
campanha em prol do regime, em 1868. Logo depois, a 9 de novembro do mesmo ano, ele
seria um dos fundadores, em São Paulo, da Loja América, que se tornaria um vibrante centro
abolicionista e republicano (ele foi iniciado quando estudante de Direito, em São Paulo,
provavelmente na Loja "Amizade", cujos arquivos, lamentavelmente destruidos, não permitem
comprovação).

AMÉRICO BRASÍLIO DE CAMPOS

Advogado, dramaturgo, jornalista, político e diplomata brasileiro, maçom


republicano e ante-escravocrata. Filho do Dr. Bernardino José de Campos e
dona Felisbina Gonçalves de Campos, nasceu em Bragança Paulista, em 12
de agosto de 1838. Era o irmão mais velho do Dr. Bernardino de Campos Filho.
Formado pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1860, foi promotor
público em Itu até 1863 e fez da imprensa uma tribuna para defender seus
ideais abolicionistas e republicanos. No período de 1865 a 1874 foi diretor e
redator do Correio Paulistano, de onde saiu para fundar em 1875, com
Francisco Rangel Pestana, o jornal A Província de São Paulo, que, com o
advento da República, passou a chamar-se O Estado de São Paulo. Em 1884,
com José Maria Lisboa, fundou o Diário Popular. Em 1866, juntamente com
Ângelo Agostini, fundou O Cabrião, um semanário crítico e humorístico, que
circulou 1866-1867. Foi um importante defensor dos ideais liberais
republicanos e membro da Convenção de Itu. Instalou um escritório de
advocacia em 1870, tendo como sócio, Dr José Ferreira Braga Junior, na rua
da Quitanda, 24, capital de São Paulo, mudando logo em seguida para Rua da
Boa Vista, 26. Após a proclamada a república ele foi nomeado Cônsul do
Brasil em Nápoles, onde faleceu em 20 de janeiro de 1900. Foi iniciado na
maçonaria quando ainda estudante de direito em São Paulo, de acordo com
vários autores, provavelmente na Loja Amizade, cujos arquivos,
lamentavelmente destruídos, não permitindo comprovação documental. Em
1868, fundou a Loja América com seu irmão Bernardino de Campos e diversos
maçons abolicionista da Capital. Conforme consta nas “Memorias do Balaústre
da Loja América, datado de 28 de maio de 1875, o Dr. Américo de Campos era
membro da Loja Capitular Amor e Caridade nº 313, Reprodução: “o Dr.
Américo de Campos, na qualidade de 1º Vigilante da Loja Maçônica Amor e
Caridade, Oriente de Ribeirão Preto, solicitou a Venerável Mestre da Loja
América proteção para a comissão enviada a Província de São Paulo
representando o Chefe de Policia daquela Vila que está perseguindo com
mesquinhas e vinganças os liberais republicanos ali entalados". Seu nome foi
dado a vários logradouros públicos e a um município brasileiro do estado de
São Paulo pelos bons serviços prestados a Ordem, a Pátria e Humanidade. Na
Academia de Letras é PATRONO da Cadeira 04.

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