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Luiz Gonzaga Pinto da Gama

Biografia
Luiz Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882) era filho da africana
livre Luiza Mahin, da Costa da Mina, da nação Nagô e heroína na
Revolta dos Malês, com um fidalgo branco de origem
portuguesa, de uma rica família baiana, mas amante da boa vida
e dos jogos de azar.

Depois que sua mãe foi exilada por motivos políticos, Luiz Gama, com apenas 10 anos, foi
vendido como escravo pelo próprio pai, sendo levado para o Rio de Janeiro e depois para São
Paulo. Foi comprado pelo alferes Antonio Pereira Cardoso, proprietário de uma fazenda no
município de Lorena. Vale lembrar que, havia certo temor em comprar escravos oriundos da
Bahia devido às insurreições ocorridas naquela Província, da qual era procedente o menino
Luiz Gama. Isso, de certa forma, o favoreceu, posto que, sem comprador, permaneceu na casa
dos Cardosos. Lá aprendeu e executou serviços domésticos, como por exemplo, copeiro, lavar,
engomar, costurar, além de aprender o ofício de sapateiro. Qualificações importantes para um
escravo.

Em 1847, o alferes recebeu a visita do jovem estudante Antônio Rodrigues do Prado Júnior
que, afeiçoando-se a Luiz, ensinou-o a ler e a escrever. O mais importante nessa caminhada foi
seu aprendizado nas primeiras letras, isso graças à boa vontade deste hóspede que, nos anos
seguintes, iria se tornar um ilustre brasileiro: o insigne Antônio Rodrigues Prado Junior (hoje,
nome de um famoso Colégio do Rio de Janeiro), vindo de Campinas para cursar Humanidades
na cidade de São Paulo.

Em 1848, já com 18 anos, Luiz Gama, após conseguir provas de sua condição de homem livre,
ingressa na Marinha de Guerra, na qual serviu por 6 anos, alcançando a patente de cabo-de-
esquadra. Após ato de insubordinação a um oficial, nas suas palavras insolentes, Gama ficou
39 dias preso, sendo expulso em seguida daquela força. Em 1856, torna-se amanuense da
Secretaria de Polícia da Província de São Paulo, chegando a cabo de esquadra da força pública
de São Paulo, onde permaneceu por cerca de seis anos, quando deu baixa no serviço militar,
em 1854. Dois anos depois voltou à Força Pública.

Luiz Gama era extremamente inteligente, observador, autodidata estudioso e dedicado. Mais
tarde, dada as suas habilidades, tornou-se copista de um escrivão e amanuense, ou seja,
funcionário que tinha como tarefa copiar ou registrar documentos, ofício no qual veio a ser
nomeado posteriormente. Ali permanece até 1868, quando foi exonerado “a bem do serviço
público”, cuja acusação era a sua atuação antiescravagista e antimonarquista, ocasião em que
já era filiado ao Partido Liberal, demonstrando sua grande sensibilidade política, defendendo a
necessidade de mudanças políticas e sociais para o nosso país.

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Inaugurou a imprensa humorística paulistana ao fundar, em 1864, o jornal "Diabo Coxo". Poeta
satírico ocultou-se, por vezes, sob o pseudônimo de Afro, Getulino e Barrabás. Sua principal
obra foi "Primeiras trovas burlescas de Getulino", de 1859, onde se encontra a sátira "Quem
sou eu?", também conhecida como Bodarrada. Através da imprensa iniciou sua cruzada contra
o escravismo. Mais tarde, como advogado libertou uma imensidão de escravos. Sud Mennucci
o considera o precursor do abolicionismo no Brasil.

Apesar dos acontecimentos e adversidades, mais uma vez a sorte sorriu para ele. Fora
trabalhar no Gabinete do Conselheiro Furtado de Mendonça, o qual exercia o magistério na
Faculdade de Direito de São Paulo, facilitando assim o seu contato com a sua vasta biblioteca,
de onde, por certo, Luiz Gama adquiriu sua imensa cultura jurídica, que o projetou como um
dos mais brilhantes advogados de sua época, sendo imbatível em suas teses e defesas
jurídicas.

Teve uma vida tão ímpar que é difícil encontrar, entre seus biógrafos, algum que não se torne
passional ao retratá-lo, sendo ele próprio também carregado de paixão, emotivo e ainda
cativante. A despeito disto o historiador Boris Fausto declarou que era dono de uma “biografia
de novela“.

Abolicionista
Devido ao racismo muito forte em sua época, embora tenha tentado se formar em Direito pela
Faculdade de Direto do Largo do São Francisco, infelizmente não conseguiu concluir seu
intento, mesmo sendo formalmente livre. Sem diploma de bacharel em Direito, conseguiu uma
autorização para atuar nos tribunais, como advogado em defesa dos escravos que lutavam por
liberdade, tornando-se, com isso, advogado provisionado, um rábula, ou seja, mesmo sem
possuir diploma de Bacharel em Direito, obteve autorização especial para advogar, após
prestar exame na Ordem dos Advogados do Brasil. Ele Libertou, pela via judicial, mais de 500
escravos do cativeiro. É dele a frase: "Perante o Direito, é justificável o crime do escravo
perpetrado na pessoa do Senhor". Era um advogado respeitado graças à eloquência sem par e
ao raciocínio arguto.

Um feito sem igual na história mundial da advocacia; quando não conseguia libertar um
escravo nos tribunais, comprava a alforria com dinheiro arrecadado por ele mesmo através de
esmolas, às vezes com a ajuda dos irmãos da Maçonaria ou dos membros do Círculo Operário
Italiano. Conhecido como o "amigo de todos", tinha em casa uma caixa com moedas que dava
aos negros em dificuldades que vinham procurá-lo.

Sob a inspiração e influência de Luiz Gama, seu amigo, o advogado e maçom Irmão Antonio
Bento de Souza e Castro organizou os “Caifazes”, movimento radical de libertação de escravos,
que organizava fugas coletivas de escravos das fazendas e os encaminhava para o quilombo do
Jabaquara, nas cercanias da cidade de Santos.

Foi um dos raros intelectuais negros no Brasil escravocrata do século XIX, o único autodidata e
o único a ter passado pela experiência do cativeiro; pautou sua vida na defesa da liberdade e
da República, ativo opositor da monarquia.

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O prestígio de Gama, amealhado por conta das suas sucessivas vitórias nos tribunais na
libertação de cativos, muitos escravizados ilegalmente, ultrapassou as fronteiras de São Paulo
atraindo escravos de outras províncias. Nesse período, ele ganhou o epíteto “O terror dos
fazendeiros”. Junto ao título de libertador vieram às ameaças de morte por parte daqueles que
se sentiam incomodados com a ação de Gama. Foram essas ameaças que o levaram a escrever
a carta- herança a seu filho em 1870.

Influenciou grandes figuras como Raul Pompéia, Alberto Torres e Américo de Campos.

Luiz Gama legou à causa antiescravagista o Centro Abolicionista, com forte participação de seu
amigo Antônio Bento, que tinha como presidente Alcides Lima. Alguns dias antes de sua morte
o primeiro jornal do Centro foi publicado, em 19 de agosto de 1882. No jornal, um artigo de
Raul Pompéia tinha como subtítulo a frase de Gama: “Perante o Direito, é justificável o crime
de homicídio perpetrado pelo escravo na pessoa do senhor”.

Causas políticas
Na esfera política, a luta de Gama caracterizou-se pela defesa de uma república brasileira, os
“Estados Unidos do Brasil”. Fez parte da Convenção de Itú em que fora criado o Partido
Republicano Paulista (PRP). Consciente de que naquele espaço dominado por fazendeiros e
senhores de escravos suas ideias abolicionistas não encontrariam apoio, passou a denunciá-los
e condená-los de todas as formas. Apesar das decepções com o PRP, Gama continuou fiel às
ideias republicanas.

Obras
Poeta, Luiz Gama lança, em 1859, o livro Primeiras Trovas Burlescas, conjunto de poemas
líricos e de crítica social e política. A partir da década de 1860 ele passou a contribuir
ativamente em vários jornais da imprensa paulista, entre eles o “Diabo coxo” (1864-1865) e
“Cabrião” (1866-1865), primeiros periódicos ilustrados de São Paulo, os quais ele ajudou a
fundar. Durante sua vida, sempre utilizou da imprensa em prol da causa abolicionista e
republicana.

Apesar de escrever muito, Luiz Gama só deixou um livro publicado em vida, cuja primeira
edição foi lançada em 1859 e a segunda, em 1861, corrigida e ampliada, que ganhou um
prefácio do próprio escritor, bem como 13 poemas de José Bonifácio de Andrade e Silva.

O renomado escritor Silvio Romero o incluiu em grande obra: História da Literatura Brasileira,
e Manuel Bandeira, em sua Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica. E apesar de
considerado um dos expoentes do romantismo, obras como a “Apresentação da Poesia
Brasileira“, de Manoel Bandeira, sequer mencionam seu nome.

Luiz Gama, poeta, jornalista e advogado, defensor dos oprimidos, pobre por opção, é o
patrono da cadeira nº 15 da Academia Paulista de Letras.

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Maçonaria
O Irmão Luiz Gonzaga Pinto da Gama foi iniciado na Ordem em 1º de Agosto de 1870, sendo
também um dos fundadores da Loja AMERICA, Oriente de São Paulo, cujos membros atuavam
contra a escravidão. Ocupou vários cargos, dentre os quais o de 2º Vigilante, no ano de 1872;
no ano seguinte, passou a 1º Vigilante e, em 1874 alcançou o posto mais alto de uma Loja
Maçônica, tornando-se o Venerável Mestre desta Loja Maçônica.

Advogado provisionado por 35 anos, Luiz Gama


dedicou-se à libertação de escravos, tendo com a
ajuda de sua Loja AMERICA e de amigos, libertou
cerca de mil escravos, feito este que impressiona a
todos nós até hoje, enchendo de orgulho a todos
os Maçons. Além de um dos principais
articuladores da abolição da escravatura,
juntamente com José do Patrocínio e Joaquim
Nabuco, Luiz Gama possuía diversas qualificações,
como já citamos anteriormente, as quais podem
somar, dentre outras, sua atuação com jornalista,
articulista, poeta e escritor, sendo considerado o
fundador da imprensa humorística brasileira.

Luiz Gama chegou a privar da amizade de grandes


vultos da nossa história, como Joaquim Nabuco,
Rui Barbosa, Lucio e Salvador de Mendonça,
Machado de Assis, José de Alencar, Antônio Rodrigues do Prado Junior, dentre outros.

Rui Barbosa disse dele o seguinte: "Um coração de anjo, um espírito genial, uma torrente de
eloquência, de dialética e de graça". Em sua casa dispunha sempre de uma caixa com moedas
que dava aos negros em dificuldades que vinham procurá-lo. Era conhecido como o "amigo de
todos". Esse seu lado caridoso, no entanto, fazia par com o ódio que nutria contra qualquer
forma de opressão.

Luiz Gama deixou seu nome registrado na História Brasileira como um dos personagens mais
importantes na luta pela libertação dos escravos, sendo militante ativo desta causa. Mesmo
com todas as dificuldades, com toda a força do preconceito existente em sua época, conseguiu
resultados memoráveis. Sua garra e determinação nos inspiram e nos motivam a jamais
desistirmos de lutar pelo que for verdadeiramente justo.

Luiz Gama trilhou seu caminho e não se deixou abater pelas dificuldades, buscando
incessantemente aplicar-se nos estudos e na defesa dos injustiçados, assim, honrando seu
povo, seus amigos e a sublime Maçonaria, tornando-se verdadeiro exemplo a ser seguido por
todos nós.

Dessa forma, lembrando que, os Maçons de hoje têm ao seu alcance, mais do que teve Luiz
Gama, todos os instrumentos necessários a sua própria evolução, ou seja, necessários a se
tornarem um homem melhor, ajudando também a construir uma sociedade melhor.

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A despedida
Com o passar dos anos, o vigor mental do revolucionário abolicionista permanecia irretocável,
todavia o seu corpo não mais respondia com tanta vontade. Em 1882, o diabetes já dificultava
sua locomoção. Na manhã de 24 de agosto daquele mesmo ano, Gama perdeu a fala e, mesmo
diante dos esforços de mais de vinte médicos, faleceu naquela mesma tarde, aos 52 anos de
idade.

O seu enterro, em 25 de agosto de 1882, foi um fato memorável. Nunca antes tinha se visto
tamanha quantidade de pessoas em um cortejo fúnebre na cidade de São Paulo. As ruas foram
enfeitadas como nas mais importantes datas festivas do ano e o comércio cerrou as portas em
sinal de luto. Brancos, negros, pobres e ricos, anônimos e figuras ilustres, muitos foram
aqueles que acompanharam o féretro de Luiz Gama. Dez por cento da população paulistana,
de acordo com estimativas da época, compareceu ao seu enterro, em São Paulo, contava
então com 40 mil habitantes.

O cortejo saiu de sua casa às 15h, no Brás, onde estava sendo velado, e fez, a pé, o percurso
até o Cemitério da Consolação, seguido por uma multidão, o caixão veio passando de mão em
mão até chegar à sepultura, num gesto coletivo, o povo conduziu o corpo do herói
abolicionista por mais de três horas. Parava-se de vez em quando para que os oradores
fizessem discursos. Os aristocratas e burgueses tiravam o chapéu à passagem do cortejo. No
fim da tarde às 16h, chegaram ao destino.

Na hora de baixar o caixão à cova, ocorreu uma


cena emocionante. Um homem (talvez Antonio
Bento) ergueu a voz. Quem relata é Raul
Pompéia: "a voz soluçava-lhe na garganta.
Disse duas palavras, sem retórica, a respeito do
homem que ali jazia caído. Lembrou aos
presentes que aquele fora Luiz Gama. A
multidão chorou. Então, o orador reforçou a
voz, reforçou o gesto, e intimou a multidão a
jurar sobre o cadáver, que não deixaria morrer
a ideia pela qual combatera aquele gigante.
Um brado surdo, imponente, vasto, levantou-se no cemitério. As mãos estenderam-se abertas
para o cadáver. A multidão jurou". Sobre o seu caixão, juraram todos manter viva a luta em
favor da abolição da escravidão e pelo fim da monarquia. Então, os coveiros desceram o
esquife para a sepultura.

Seis anos depois, em 13 de maio de 1888 foi promulgada a Lei Áurea, pela Princesa Isabel.

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In memorian
Base tumular em mármore branco de forma retangular com motivos geométricos gravados
envolvendo o nome do escritor. Na cabeceira tumular, sobre um pedestal, ergue-se uma
escultura, também em mármore branco de uma figura coberta totalmente por um manto,
encostada numa cruz envolvida por uma coroa de flores, que representa a vitória. Na base da
escultura destaca-se, esculpido em relevo no mármore, uma homenagem da Loja Maçônica a
qual ele pertencia.

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Homenagem póstuma
Numa reescrita tardia da história, sua designação como rábula mudou. Tendo em vista a
dedicação e seu brilhantismo na Advocacia, foi realizado nos dias 03 e 04 de Novembro de
2015, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, um evento no qual foi comemorada a
iniciativa do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil de inscrever, “in memorian”,
Luiz Gama em seu Quadro de Advogados. "Já era hora de ele ter esse reconhecimento oficial",
avalia o i. advogado Dr. Silvio Luiz de Almeida, professor da Faculdade de Direito da
Universidade Presbiteriana Mackenzie e presidente do Instituto Luiz Gama. "Além de ter sido
um homem importante na questão do abolicionismo, foi grande jurista e advogado de teses
brilhantes". Essa iniciativa, 133 anos após sua morte, repara e faz justiça a um dos homens
mais brilhantes de sua época. "No atual modelo da advocacia brasileira, é a primeira vez que
tal homenagem é conferida", afirma o presidente nacional da OAB, o i. Dr. Marcus Vinicius
Furtado Coelho. "Embora não fosse advogado, Luiz Gama era um grande defensor da abolição
e sua atuação como rábula livrou inúmeras pessoas dos grilhões escravistas", pontua o
presidente da OAB.

Na cerimônia, Luiz Gama foi representado por um tataraneto, um de seus 20 e tantos


descendentes vivos, o engenheiro e empresário Benemar França, 68. "Tomei contato com a
biografia desse meu antepassado quando estava no 2º ano ginasial e um professor de história
pediu que pesquisássemos cada um sobre as nossas famílias, a nossa genealogia", conta. "O
que descobri encheu-me de orgulho". Além da condecoração póstuma, o evento “Luiz Gama:
Ideias e Legado do Líder Abolicionista” promoveu dois dias de palestras e debates no
Mackenzie.

Autor da biografia "Luiz Gama: O Advogado dos Escravos", publicada pela editora Lettera.doc,
em 2010, o i. advogado Dr. Nelson Câmara acredita que a iniciativa da OAB foi correta
"embora serôdia", ou seja, tardia. "Era um sujeito de grande luminosidade", afirma Câmara.
Ele bem que tentou cursar direito no largo São Francisco. "Mas a aristocracia cafeeira da época
não permitiu, porque ele era negro", atesta Câmara. "Mesmo assim, era assíduo frequentador
da biblioteca de lá". No prefácio do livro, o jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça,
afirma que Gama foi "o negro mais importante do século 19".

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ARBBCLS Luiz Gama Nº 0464
A Augusta Respeitável Benemérita Benfeitora e Centenária
Loja Simbólica LUIZ GAMA Nº 0464 completou, em 24 de
agosto de 2017, 123 anos de Fundação. Em 1894 o primeiro
malhete da Oficina fora conduzido pelo Venerável Mestre,
Irmão Francisco Cerqueira do Val.

Pugnando pelos ideais maçônicos de Liberdade, Igualdade e


Fraternidade e tendo seu patrono LUIZ GAMA, um dos
artífices da Liberdade dos Escravos no Brasil, a Loja Luiz
Gama Nº 0464 sempre esteve presente, perene e atuante
nos momentos mais marcantes da História do País.

Reúne-se às quartas-feiras, às 20h, no Templo XII de


outubro do Palácio Maçônico Benedito Pinheiro Machado
Tolosa, do Grande Oriente de São Paulo (GOSP), à Rua São Joaquim, 457, Bairro da Liberdade,
na capital, e obedece ao Rito Escocês Antigo e Aceito.

Surgimento
De acordo com o Irmão da Loja, Antonio Góes Nobre, pequeno negociante de roupas feitas, à
Rua Direita nº 3, fundador da Loja LUIZ GAMA, através de uma declaração assinada por ele,
escreveu que ele foi iniciado na Loja 7 DE SETEMBRO e ali conheceu Luiz Gama, com quem,
desde logo, travou relações íntimas de amizade e assistiu frequentemente às sessões da Loja
AMERICA, da qual ele era Venerável, a qual funcionava na antiga Rua da Palha.

A Loja LUIZ GAMA foi composta na sua fundação pelos obreiros das Lojas TRABALHO e ORDEM
E PROGRESSO, também fundadas pelo Irmão Góes, e de homens negros e livres pela Lei da
Alforria, assinada pela Princesa Isabel. Foram iniciados 25 negros e a seguir, depois de
aprovada pelos poderes competentes, foi inaugurada, sob a direção do Irmão Góes, sendo que
foram eleitos os funcionários entre os iniciados, depois de terem sido colados nos graus
competentes.

A primeira reunião para a sessão magna de iniciação dos 25 negros teve lugar em uma sala
reservada do Real Club Português, do qual o Irmão Góes era seu presidente, na Rua do
Imperador, que começava na Praça João Mendes até o largo da Sé, e as demais foram na sede
da Loja OBREIROS DO TRABALHO, à Rua Santa Teresa, da qual era Venerável o Irmão Góes.

Breve história
Como testemunha de inúmeros acontecimentos que compõe a história de nosso País a ARLS
LUIZ GAMA Nº 0464 sobreviveu a inúmeros obstáculos, e períodos de turbulência e
perseguição pela qual a Maçonaria Brasileira passou especialmente entre os anos 30 e 50 do
século passado tendo inclusive quase abatido Colunas. Período em que se desvinculou do GOB
transitou por um átimo pela GLESP, tendo posteriormente se refilado ao GOB e Jurisdicionado
ao GOSP, onde se mantém até hoje.

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