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que personifica Aqualtune
Nascida no Reino do Congo, Aqualtune era uma princesa que ocupou um importante
papel na sua terra natal. Comandou um exército de 10 mil homens contra o Reino de
Portugal defendendo seu território.
Derrotada, foi vendida como escrava e trazida para Alagoas. No engenho onde estava
como escrava ficou sabendo da existência do Quilombo dos Palmares e fugiu para o
local levando consigo vários companheiros.
Ali teria três filhos que se destacariam na luta contra a escravidão: Ganga Zumba e
Gana, líderes no Quilombo dos Palmares; e Sabina, a mãe de Zumbi.
A causa da sua morte é incerta, mas seus feitos ajudaram a consolidar o Quilombo dos
Palmares como refúgio dos escravos na colônia.
2. Zumbi dos Palmares (1655-1695) - líder do Quilombo dos Palmares
Zumbi dos Palmares foi o símbolo da resistência dos escravos que conseguiam fugir
das fazendas de Alagoas e arredores.
Desta forma, sabia das péssimas condições de vida que estavam submetidos os
africanos que eram trazidos à força para trabalharem nos engenhos nordestinos.
Volta ao Quilombo e quem o liderava era Ganga Zumba. Nessa época, o lugar já tinha
uma população de 30 mil pessoas e representava uma ameaça ao governo português.
Por isso, decidem fazer uma oferta para que se entreguem sem violência.
A proposta é rejeitada por Zumbi que teria armado uma emboscada para Ganga
Zumba ou o envenenado. Começa, assim uma guerra entre os quilombolas, colonos e a
Coroa portuguesa.
Liderando o Quilombo dos Palmares, seu exército foi derrotado, e Zumbi foi capturado
e morto. Sua cabeça foi exposta em praça pública, mas seu exemplo de luta foi
passado de geração em geração. A vida de Zumbi se tornou exemplo para o
movimento negro atual.
3. Dandara (?-1694) - esposa de Zumbi
Dandara
Os dados sobre a vida de Dandara são escassos e não há certeza se ela nasceu no Brasil
ou na África. Sabe-se que ela foi a esposa de Zumbi e com ele teve três filhos.
Além disso, participou da resistência contra o governo português lutando ao lado das
tropas que defendiam o Quilombo dos Palmares. Igualmente, se opôs ao líder Ganga
Zumba quando este quis realizar um pacto com o governo português.
Derrotado o exército do Quilombo dos Palmares, para não ser pega pelos soldados
coloniais, Dandara preferiu suicidar-se, atirando-se num precipício.
4. Aleijadinho (1738(?)-1814) - escultor e arquiteto
Aleijadinho
Sendo pardo ou mulato nem sempre recebia o que lhe correspondia por suas obras e
muitas peças não podem ter a autoria confirmada por carecerem de contrato.
Mesmo assim foi encarregado de realizar várias peças importantes para as ordens
religiosas mais ricas da região das Minas Gerais. Suas obras estão em cidades como
Congonhas, Mariana e Sabará e em vários museus brasileiros.
Desenvolveu uma doença degenerativa que o fez perder (ou paralisar) os dedos das
mãos e dos pés. Mesmo gravemente enfermo não parou de trabalhar e imprimiu às
suas criações um estilo inconfundível, sendo reconhecido como grande mestre barroco
do período.
Tereza de Benguela
Após ter tido seu exército derrotado, Tereza de Benguela foi morta e decapitada com
a cabeça exposta em praça pública. Desta maneira, o governo pretendia o castigo
servisse de exemplo para que ninguém voltasse a desafiá-lo.
Dia 25 de julho, data de sua morte, é celebrado o Dia da Mulher Negra no Brasil.
5. Tereza de Benguela (?-1770) - rainha do Quilombo de Quariterê
6. Mestre Valentim (1745-1813) - paisagista e arquiteto
Mestre
Valentim da Fonseca
Valentim da Fonseca e Silva, mais conhecido como Mestre Valentim, era filho de um
contratador de diamantes e uma negra. Nasceu em Serro, Minas Gerais e, mais tarde,
Valentim foi levado para o pai a Lisboa onde estudou.
Chamado de "Aleijadinho carioca" pelo seu talento foi também o autor do traçado
original do Passeio Público e do Chafariz das Marrecas, ambos no Rio de Janeiro.
No entanto, sua obra mais conhecida é chafariz localizado na atual Praça Quinze, onde
centenas de escravos recolhiam água para abastecer as casas.
Nascido no Rio de Janeiro, de pais libertos, José Maurício Nunes Garcia seguiu a
carreira eclesiástica a fim de ter uma educação formal. Além disso, estudou música,
composição e regência, sendo exímio organista.
Com a vinda da Família Real ao Brasil, em 1808, a vida cultural do Rio de Janeiro sofreu
um incremento considerável.
Maria
Firmina
Nascida no Maranhão, Maria Firmina dos Reis pode ser considerada uma pioneira em
vários campos.
Foi a primeira mulher a passar para o concurso público como professora, a fundar uma
escola mista e a escrever um romance "Úrsula" . Este livro anteciparia o gênero de
literatura abolicionista que seria moda com "Escrava Isaura", de Bernado Guimarães
(1825-1884).
Veja também: Abolicionismo
Foi para São Paulo aos 10 anos e trabalhou como escravo doméstico. Aprendeu a ler
aos 17 e, nesta época, conseguiu provar junto aos tribunais que era mantido como
escravo injustamente e que, portanto, deveria ser posto em liberdade.
Um vez livre, Gama passou a atuar como rábula, um advogado sem diploma que
pleiteava causas específicas. No seu caso, Luís Gama conseguiu libertar mais de 500
escravos alegando que todo negro chegado ao Brasil após 1831 deveria ser livre, tal
como dizia a Lei Feijó.
André Rebouças
Monarquista, acompanhou a família imperial no seu exílio em Lisboa e dali partiu para
Angola.
Natural do Ceará, filho de pescadores, desde cedo aprendeu o ofício do mar e exerceu
de prático-mor. O abolicionismo se espalhava pelo país e no Ceará contou com o apoio
decisivo dos jangadeiros.
O ato do jangadeiro correu por todo país e foi saudado pelos abolicionistas como um
gesto heroico. A partir de então, sua alcunha seria "Dragão do Mar" e entraria para
história do estado e do país.
O Ceará foi a primeira província do Brasil a abolir a escravidão em 1884.
Machado de Assis
Nascido no Rio de Janeiro, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu numa família
pobre. Desde pequeno, o menino se interessava pelos livros e aprendeu francês,
idioma com o qual escreveria alguns poemas.
Ainda assim escreveria nove romances fundamentais para a literatura brasileira dentre
os quais se destacam "Dom Casmurro" e "Memórias Póstumas de Brás Cubas".
Além disso, fundou a Academia Brasileira de Letras, e foi seu primeiro presidente. A
instituição ainda cumpre um importante papel na divulgação da língua portuguesa e
tem a sua sede no Rio de Janeiro.
Estêvão
da Silva
José do Patrocínio
Nascido em Campo dos Goytacazes (RJ), José do Patrocínio foi para a capital do
Império para estudar Farmácia enquanto trabalhava na Santa Casa de Misericórdia.
No entanto, cedo trocou o laboratório pela redação de jornais onde defendia
ardorosamente o fim da escravidão.
Assinada a Lei Áurea, em 1888, Patrocínio vai a Paris, de onde volta com o primeiro
automóvel da cidade do Rio de Janeiro. Igualmente, investe suas economias na
fabricação de dirigíveis. Falece de tuberculose aos 51 anos de idade.
Cruz e Sousa
Nascido em Santa Catarina, partiu para a capital, onde foi arquivista da Estrada de
Ferro Central do Brasil. Colaborava com diversos jornais e estava atento a causa
abolicionista que se desenrolava naquele momento.
Publicou três livros em vida, mas foi sua obra póstuma "Evocações" que lhe garantiu
um lugar entre os grandes escritores brasileiros.
Seus poemas são os primeiros do estilo simbolista no Brasil. Apesar disso, faleceu tal
qual um poeta romântico, pois a tuberculose terminou com sua vida quando tinha
apenas 36 anos.
Nilo
Peçanha
O político ainda foi governador do Rio de Janeiro em duas ocasiões, senador e ministro
das Relações Exteriores.
Pixingui
nha
Mais tarde “Os Oito Batutas” excursionam pela Europa por seis meses e voltam
triunfantes.
Pixinguinha vai para o rádio onde escreve arranjos e conhece os grandes cantores da
época, como Orlando Silva, que gravaria “Carinhoso”. Suas canções até hoje estão no
repertório dos grupos de choro, samba e MPB, pois ele é considerado o fundador da
moderna música brasileira.
19. Antonieta de Barros (1901-1952) - professora, jornalista e deputada
Antonie
ta de Barros
Natural de Santa Catarina, Antonieta de Barros foi professora e dedicou toda sua vida
ao ensino.
De igual maneira, fundou jornais onde defendia ideias feministas. Na década de 30,
entrou na política e foi a primeira deputada estadual negra do país e primeira
deputada mulher do estado de Santa Catarina.
Igualmente, foi eleita em 1934, pelo Partido Liberal Catarinense, para a assembleia que
redigiria a nova Constituição. Esteve nas comissões que relatariam os capítulos
Educação e Cultura e Funcionalismo.
Integrou a assembleia legislativa catarinense até 1937, quando teve início a ditadura
do Estado Novo. Posteriormente, voltaria a se dedicar ao magistério ocupando cargos
de direção em diversas escolas.
Em 1947, voltaria a ser deputada estadual no seu estado e seria autora da lei que
transformava o dia 15 de outubro em "Dia dos Professores" em Santa Catarina (Lei nº
145, de 12 de outubro de 1948).
20. Laudelina de Campos Melo (1904-1991) - empregada doméstica e ativista política
Laudeli
na de Campos Melo
Nascida em Poços de Caldas (MG), desde cedo auxiliava sua mãe com trabalhos
domésticos fazendo doces para ajudar o sustento da casa. Mesmo assim, participava
de associações culturais e se filiou ao PCB na década de 30.
Carolin
a de Jesus
Em busca de uma vida melhor, foi para São Paulo onde viveu na favela de Canindé e
sustentava os três filhos vendendo papel e ferro.
Abdias do Nascimento
Abdias do Nascimento lançou várias obras sobre temas relativos a condição do negro
dentre as quais se destaca "O Genocídio do Negro Brasileiro - Processo de um racismo
mascarado", de 1978.
Homem de diversos talentos, Abdias do Nascimento ainda foi artista plástico e fez
várias obras que se inspiravam na arte africana. Igualmente, se vestia com estampas e
peças de vestuários de origem africana.
Adhem
ar Ferreira da Silva
Seu primeiro título foi o Troféu Brasil em 1947, e continuaria a brilhar sendo
tricampeão pan-americano, sul-americano e quebrando vários recordes mundiais.
Consagrado nas Olimpíadas de Helsinque (1952) e de Melbourne (1956) foi o primeiro
atleta a ganhar uma medalha de ouro para o Brasil e ser bicampeão olímpico.
Além disso, foi escultor e participou do filme "Orfeu Negro", agraciado com a Palma de
Ouro em Cannes em 1959. Formou-se em Educação Física, Direito e Relações Públicas.
Ainda foi designado adido cultural na Nigéria, onde atuaria de 1964 a 1967.
Nascido em Uberlândia (MG), Sebastião Bernardes de Souza Prata seria o primeiro ator
negro brasileiro de projeção nacional e internacional. O apelido veio das aulas de
canto, pois o professor previu que ele cantaria o papel de "Otelo", de Verdi, quando
crescesse.
A carreira artística começou nas ruas da cidade natal, quando o menino cantava e fazia
graça para os transeuntes em busca de um trocado. Quando um circo chegou a cidade,
Grande Otelo se apresentou com eles e seguiu viagem para São Paulo.
No entanto, gravou também títulos com diretores do Cinema Novo como "Rio Zona
Norte", de Nelson Pereira dos Santos e "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade.
Foi também o primeiro ator negro a atuar no Cassino da Urca e, mais tarde,
participaria de vários programas de televisão.
Ruth de
Souza
Natural do Rio de Janeiro, Ruth perdeu o pai aos nove anos e a mãe trabalhou como
lavadeira para criar os três filhos. Cedo se interessa pelo teatro e ingressa no Teatro
Experimental do Negro, de Abdias de Nascimento. Também gostava muito de ir ao
cinema e escutar ópera junto com sua mãe.
Através do crítico Paschoal Carlos Magno, consegue uma bolsa para estudar atuação
nos Estados Unidos.
Ruth de Souza foi a primeira atriz negra a atuar no Theatro Municipal do Rio de
Janeiro.
Igualmente, foi a primeira a atriz negra a receber uma indicação de melhor atriz com
seu papel no filme "Sinhá Moça". Isto ocorreu no Festival de Internacional de Veneza,
em 1954.