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Primeiros atos públicos de ensino em Barra do Corda, embora nas duas décadas anteriores,
muitas pessoas tenham aprendido a ler e escrever, decorrentes do ensinamento particular.
Criadas as cadeiras, a partir dos anos de 1856, surgiram os primeiros professores;
o exercício das suas atividades exigia muita renúncia e tolerância, vez que recebiam seus
ordenados uma vez por ano, através de procuração passada perante o "Thezouro
Provincial". As suas residências eram transformadas em escolas públicas, compromisso tácito
assumido antes da designação de cada um, pois não haviam prédios escolares.
O primeiro professor público da Vila de Santa Cruz da Barra do Corda foi João
Batista Gonçalves de Queiroz, designado ao ano de 1856. Em seguida, viera o escrivão Pedro
Alexandrino Gualberto de Macedo Leão, acumulando as funções de Professor às de Escrivão
interino do Cartório de lº Ofício.
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João Dunshee de Abranches Moura, mais conhecido como Dunshee de Abranches (São Luís, 02 de
setembro de 1867 - Petrópolis, 11 de março de 1941) foi um poeta, um dos precursores do Clube de
Regatas do Flamengo, romancista, jornalista, político e professor brasileiro. É patrono da cadeira nº 40
da Academia Maranhense de Letras.(Wikipedia)
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Que apresenta elegância ou tem bom aspecto.
fundado e dirigido pelo Prof. Antônio Ribeiro Fialho; Colégio São José da Providência (1910),
destinado a meninos e moças, fundado e dirigido pelas irmãs da Ordem Terceira Capuchinha.
Esta escola funcionara 58 anos interruptos e foi um exemplo de casa de ensino na
formação intelectual, cristã e moral das nossas moças; Escola Paroquial Pio XI, a partir dos
anos 1912, fundada e dirigida pelos frades Capuchinhos, depois sob a responsabilidade da
memorável professora de gerações de barra-cordense, Ir. Helena Maria Ácaraú.
O Colégio São José da Providência, a Escola Paroquial PIO XI e o Grupo Escolar
Frederico Figueira, após o ano de 1910, sustentaram como casa de ensino a formação dos
nossos jovens, neste século, até os anos de 1956.
Após a revolução de 30, foram criadas cadeiras de ensino público também na
área rural, lembrando as atuações dos professores Honório Braga (1934), em Igarapé;
Francisco Manoel do Bomfim (1934), em São Joaquim dos Meios; Manoel Rodrigues Nava,
(1937), em Leandro; Rita de Cássia Sousa (1938) e Olímpio Martins Cruz, (1938), em Naru.
O Grupo Escolar Frederico Figueira, após o Estado Novo (1937), fora reforçado em
seu Corpo Docente de Professores, entre eles Leolinda de Castro Henrique (1937), Maria
Nazaré da Cunha Soares; Francisco de Oliveira Ferres (1938); Elda Nova Figueira Muniz (1939)
e Edelves Maranhão Pinto (1939), esta, lotada no distrito de Curador.
Independente dos promotores e Juízes que serviam na Comarca e ministraram
aulas, já aqui citados, é injusto não registrar, com destaque, outros lentes inesquecíveis pelos
benefícios que prestaram à nossa gente, ao Pôr-do-Sol do século XIX e na Alvorada do século
XX.
O Ex-Desembargador Nicolau Dino de Castro Costa33, do Instituto Histórico e
Geográfico do Maranhão, faz ura estudo primoroso quanto aos bacharéis, mestres escolares,
que segundo eles distribuíam Justiça na Magistratura, ora espargindo a luz do saber pela
Juventude sedenta de instrução. "Não lhes bastava fazer a pura e simples alfabetização.
Queriam mais; transmitir os conhecimentos elementares de uma formação humanística, que
mais adiante fora denominada de ginasial".
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NICOLAU DINO DE CASTRO E COSTA nasceu no Amazonas. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais
pela Escola de Direito do Pará. Promotor Público na Comarca de Grajaú. Juiz de Direito nas Comarcas de
Grajaú e São Luís. Desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão em 1950. No Tribunal de Justiça
do Maranhão foi Corregedor, Vice-Presidente e Presidente. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do
Maranhão em 1955.
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alvor, começo, princípio
Figura 7: Desenho do projeto original da Igreja Matriz - Nossa Senhora das Dores
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MOISÉS DA PROVIDÊNCIA ARAÚJO - Maestro - Instrumentalizou o Hino de Imperatriz, cuja letra e
música são de José de Ribamar Fiquene. Fundou a Escola de Música Carlos Gomes em 1959, Foi
professor de música da Escola Normal Regional Santa Teresinha, na decada de 1960. (Fonte:
Enciclopédia de Imperatriz, Edmilson Sanches) .
Dr. Pedro Braga Filho, como Diretor do Departamento de Maternidade e Infância e Dr.
Clodoaldo Cardoso, como Secretário da Fazenda Estadual.
Ainda dos reflexos desta representação, muitos benefícios à educação foram
concedidos, com alocação de subvenções às escolas privadas e ampliação do corpo docente
das Unidades do Sistema Público.
O Dr. Pedro Braga Filho, eleito deputado federal, viria, com legitimidade e fôlego,
apoiar as iniciativas dos frades Capuchinhos e da comunidade, que poria em prática o
acalentado sonho de fundar um Ginásio — esta era a linguagem — curso que correspondia aos
4 últimos anos do Ensino atual de 1º Grau ou denominado, na oportunidade, como 1º Ciclo do
Ensino Secundário, na forma da Portaria de nº 501 de MEC, que regulamentava a matéria.
Figura 11: Ginásio Nossa Senhora de Fátima: Praça Melo Uchôa : Barra do Corda, MA
Figura 12: Atualmente o Colégio Nossa Senhora de Fatima, funciona a Escola e a Faculdade Unicentro com vários
cursos, como direito, enfermagem, administração e outros.
Não só a história, mas a nossa própria vida, não se desliga da mão missionária e
educadora do capuchinho.
Alguns dados sucintos sobre o aspecto Jurídico do Ginásio de Barra do Corda: A
25.12.1955 — Fundação; 10.10.1960—Fundação da Escola Normal; 27.04.1970 — Curso
Científico; 03.04.1987 Curso de Contabilidade; 08.04.1992, Curso 4° Ano Adicional.36
Centenas de professores ilustraram, no correr dos anos, o Corpo Docente do
Ginásio Nossa Senhora de Fátima; a foto do anexo n° 23, documenta o corpo docente no ano
de 1973, fase em que dirigia o Estabelecimento o Vigário Frei Paulino de Cellere.
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A Unidade de Ensino Superior do Centro do Maranhense (Unicentro) é uma instituição legitimamente
barracordense que está em funcionamento na cidade desde o mês de agosto de 2017. E oferece os
cursos de Administração, Educação Física, Enfermagem, Pedagogia, Serviço Social e sua mais nova
graduação, Direito.
Figura 14: Dom Marcelino, já como Bispo, ao lado de alguns seus ex-alunos, em Barra do Corda, 1971.
Barra do Corda, fato que se comprovara quando de sua enfermidade física, que despontara em
Barra do Corda e mesmo por ocasião de sua promoção a Administrador Apostólico.
A 1º de março de 1971, publicada no Jornal O Pássaro n° 282 de 05.01.1980 sob o
título de Eterna Mensagem, prestamos ao grande educador, nossa homenagem.
Fr. Marcelino37, entre nós, mostrou profundas qualidades humanas e grandes
intuições da vida, numa perseverança inquebrantável. Teve a delicadeza peregrina dos
grandes, numa abnegação valente de despreendimento pessoal sem limites. Deu amparo de
ensino com mãos normas de amor, embora os frutos verdadeiros estejam por ser colhidos,
não se podendo afirmar, a curto prazo ter sido boa a sementeira onde plantou.
Asilou, alimentou e procurou construir e instruir no bem, pobres crianças,
tentando extirpar, na origem, os males da nossa sociedade. Grandes foram as suas virtudes
sacerdotais e não menores os sentimentos humanos que o caracterizaram. Unindo-os, eis o
perfil do santo homem D. Fr. Marcelino de Milão.
Historicamente, as Inspetorias de Ensino do Sistema Público foram os primeiros
órgãos encarregados da Fiscalização das Escolas pelo interior do Maranhão.
O professor Luís Gonzaga Roland, foi o pioneiro das inspeções nas escolas
públicas, ainda na primeira metade deste século.
Após a Constituição de 1946, se implantava o Serviço de Supervisão de Ensino,
que tratava mais objetivamente o lado do planejamento escolar.
Até que, a 12 de maio de 1970, no governo José Sarney, se instalava na Secretaria
de Educação do Estado, o setor descentralizado do órgão, denominado Administração
Regional da Secretaria de Educação do Estado. Barra do Corda foi a semente deste processo
novo, então, onde as ações de planejamento, fiscalização e administração passavam a ser
dirigidas por um órgão regional.
O autor deste livro foi, então, nomeado por Decreto Governamental de 12.05.70
para as funções de Administrador Regional da Secretaria de Educação do Estado, com sede em
Barra do Corda e Circunscrição que envolvia os Municípios de Grajaú, São Domingos,
Presidente Dutra, Graça Aranha, Gonçalves Dias, Esperantinópolis e Barra do Corda.
Posteriormente, o órgão passa a denominar-se de Diretoria Regional de
Educação.
Após encontros, cursos, seminários e uma série de treinamentos, a Diretoria
Regional de Barra do Corda ampliou o número de professores dos quadros oficiais, para que
fosse possível atender aos cursos que se iam definindo de acordo com o crescimento das
populações em Idade escolar, tais como; Ginásio Bandeirante, que se transformara em
Unidade Dom Marcelino de Milão.
Ampliação da Unidade Frederico Figueira ao nível de 5ª a 8ª série, da Unidade Pio
XI, ao nível também de 5ª a 8ª série. Implantação do Centro de Ensino de 2º Grau de Barra do
Corda e outras atividades correlatas, foram resultados dos trabalhos da Secretaria de
Educação do Estado em Barra do Corda, nestes últimos 20 anos.
Avaliação Justa dos benefícios decorrentes da implantação da Diretoria Regional
de Educação em Barra do Corda, deve ser feita no futuro, abrindo-se um leque em torno do
aproveitamento da mão-de-obra local na área do Magistério; do oferecimento de escolas, às
populações que não têm condições de pagar a escola privada; do quanto a comunidade se
beneficiou, também, na qualidade de ensine oferecido aos nossos Jovens, muito embora se
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Atualmente Marcelino de Milão empresta seu nome a um dos colégios de BDC na Altamira e é um dos
patronos da Academia Barra-cordense de Letras. De 1957 a 1970, quando frei Marcelino de Milão
morou em Barra do Corda, deixou obras como o colégio Nossa Senhora de Fátima, o Diocesano, e
construiu a igreja São Francisco na Tresidela. Poliglota e médico, foi professor do colégio Diocesano e
conta-se que cultivava a humildade e com frequência, às 5h da manhã, estava frei Marcelino varrendo a
igreja Matriz. A história de BDC não pode ser contada sem o legado de frei Marcelino.
saiba da luta existente entre a se oferecer mais vagas nas escolas e a qualidade de ensino que
elas estão oferecendo ao nosso povo.
A partir dos anos 1964, a Legislação, de um modo geral, acordara para a
necessidade não apenas da obrigatoriedade do ensino, mas da indispensável aplicação dos
recursos públicos nesta área.
Os mecanismos, que levariam ao fiel cumprimento da lei neste sentido,
demoraram, mas terminaram por definir punições aos governos em todos os níveis, na
hipótese do descumprimento da aplicação dos recursos para tanto preestabelecidos.
Assim, não há, hoje, município maranhense que não tenha Escolas de 1º Grau de
1ª a 8ª série e em quase todos eles já funcionam, também, as Escolas de 2º Grau.
Em 1969, a Prefeitura Municipal de Barra do Corda iniciara a construção de uma
Escola de 1º Grau de 1ª a 5ª série, localizada na Trezidela, que florescia naquela data. A
Câmara Municipal de então, através de lei. denominou-a de Escola Municipal Prof. Galeno
Edgar Brandes, autor deste Livro, que concluía ao tempo, o seu mandato de Prefeito
Municipal. Por uma questão de ética, a Lei foi devolvida com muito respeito ao Poder
Legislativo, sem a Sanção devida, muito embora o então Presidente da Câmara, vereador Luiz
Rodrigues, a tenha sancionado.
Esta unidade funcionou normalmente durante o mandato do prefeito Lourival
Pachêco. Na Gestão do prefeito Fernando Falcão, o prédio dera lugar à implantação da Escola
CENEC, do Sistema Campanha Centro Educacional de Escolas da Comunidade. Hoje, é um
grande Centro de Educação de nossa cidade. A sòma de esforços com vistas ao bem público,
tem se verificado em nossa terra, graças ao bom senso e ao equilíbrio de nossos líderes.
Como Unidade de Ensino, a Escola Maranata, teve início no ano de 1953, — antiga
Escola Primária de 1ª a 5ª série.
Prestou relevantes serviços à instrução, mantendo internato para estudantes do
interior do município.
Redefinida a entidade e ampliada a sua área de ação, mantivera o Curso de
Formação de Professores, na forma da legislação então vigente.
Ao longo dos anos, foram seus diretores, entre outros: Eva Willes, Jeorge Doepp,
Worvel Wontes e Jaime Vance, com ação direta sobre a administração do internato e Zélia
Reis Maria Justa, Marilene Ferreira, Valdemir Oliveira Menezes, Ribamar Mendes Puça, Rocilda
Oliveira Barros, Wolphgang Oliveira Mendes Filho e Eliezer Ferreira Santos, na parte legal.
Assim como o Ginásio Nossa Senhora de Fátima, guardadas a extensão dos cursos
e benefícios dispostos na programação de cada unidade, a Escola Maranata tem sido um órgão
respeitável na História de Barra do Corda.
Vimos de examinar os processos e as entidades encarregados do desenvolvimento
da nossa gente, de 1835 para cá, sob a égide da educação.
Analisemos os resultados destes esforços espelhados nos padrões de
comportamento dos homens, nas habilidades e práticas no campo das artes e das letras, cujo
zelo e trato, por parte dos nossos antepassados, terminaram por formar aquilo que constituiu
a nossa cultura.
É provável que, antes de 1888, qualquer tipo de Jornal haja circulado pela Vila de
Barra do Corda. Contudo, deve ter sido manuscrito, vez que os próprios panfletos utilizados na
inconfidência Republicana foram redigidos e editados por este processo.
O primeiro Jornal de Barra do Corda, com sede própria e estrutura Jurídica
definida foi, Indiscutivelmente. O Norte38, Antônio Rocha Lima, Dr. Isaac Martins dos Reis e
Dunshee de Abranches, a 7 de setembro de 1888, acertaram a fundação de um Jornal,
durante reunião solene no Colégio Santa Cruz, fundado pelo Dr. Isaac Martins dos Reis.
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É o primeiro jornal do Norte do país, fundado em 1888, por Dr. Isaac Martins. Funcionou até 1940.
A quarta fase foi patrocinada pelo professor Luís Gonzaga Roland, Almir Silva e os
Drs. Costa Gomes, ex-Juiz de Direito da Comarca e Isaac Ferreira, mais tarde, membros da
Academia Maranhense de Letras.
Na quinta fase, lutaram por O Norte os cidadãos José Bandeira de Melo e Natal
Teixeira Mendes, ex-prefeito de Barra do Corda.
Posteriormente, surgem os Irmãos Salomão contando com a participação
redacional do Prof. Oliveira Y. Ferres.
Por razões financeiras, O Norte cerra suas pálpebras e deixa de respirar pelas
liberdades e defesa dos humildes, tendo funcionado quase meio século.
Nos anos 60, o deputado Pedro Braga Filho reacende as turbinas do órgão e o
reedita em Brasília. Voltava a calar-se mais uma vez, até que, em 1992, sob a responsabilidade
do Jornalista conterrâneo Dr. Nonato Cruz. volta O Norte a circular em Barra do Corda,
conservando em tudo a linha de independência e fidelidade aos princípios éticos que o fizeram
nascer no último quartel do século passado.
Os Simples, a Arte e os Óculos, foram de Inspiração e responsabilidade de Sousa
Bispo. Minha saudosa mamãe, falava-me com muito carinho de Sousa Bispo. Dizia-me que foi
menino pobre, que nasceu no município de Grajaú, mas, além de estudar em Barra do Corda,
teve grande parte de sua vida ligada aos nossos folguedos e atividades literárias. A partir dos
anos 1931, assumira a Promotoria de Barra do Corda. Foi um homem de letras, valorizado nos
meios sociais e culturais do Estado, especialmente nos sertões, onde nascera.
Os pequenos periódicos Os Simples e a Arte e os Óculos, foram efêmeros mas de
muita significação, pelo conteúdo crítico, folclórico e profundo de suas mensagens.
A partir do ano de 1956, o Ginásio Nossa Senhora de Fátima passara a ser o
referencial da cultura de Barra do Corda. Lá estavam, como professores, alguns dos elementos
intelectuais da terra, além de possuir a entidade uma invejável biblioteca, formada do antigo
acervo de doações feitas por Fr. Adriano, Fr. Honório, Fr. Marcelino de Milão — O grande
Orador Sacro, Fr. Heliodoro e tantos outros benfeitores da nossa cultura.
Ainda com o primeiro diretor e Fr. Lamberto, surgiu o Jornalzinho interno A
Juventude. Com a substituição de Fr. Lamberto por Fr. Marcelino e a transferência da sede do
colégio para o novo prédio, surgiu um grupo de alunos, liderados por Antônio Carlos Gomes
Lima, Milton Nava Filho, Denis Arruda e outros, que procuraram o autor deste livro,
manifestando o desejo de fundar um Jornalzinho. Lembro de que estranhei o nome: O
Pássaro. Um deles explicou-me que o órgão queria liberdade de expressão para todos.
Desejava ir longe, voar pelos caminhos do progresso e do desenvolvimento.
Este Jornal, após O Norte, foi o mais importante órgão de imprensa de Barra do
Corda. Não somente pelo seu longo período de circulação, como pela maneira simples de
interpretar os sentimentos da comunidade, ávida de notícias e de comunicação, finalmente.
O Pássaro prestou grandes serviços a Barra do Corda. Seus fundadores, redatores
e colaboradores, nele encontraram uma oficina de preparação do homem para a vida. O
grande líder de O Pássaro foi Antônio Carlos Gomes Lima, atual Secretário de Comunicação do
Governo do Estado do Maranhão, pessoa de larga penetração nos meios de comunicação do
País e um dos principais elementos do Jornal O Estado do Maranhão. Entre os seus
companheiros de redação — o Jornal tinha como sede de redação O Castelo de Giz —
encontramos os Drs. Denis Arruda, Raul Nava, Milton Nava e o comerciante Edilton Ferreira de
Miranda.
Independentes do hebdomadários aqui registrados, outros circularam em Barra
do Corda, como O Progresso, dos estudantes da Escola Técnica de São Luís: O Lumiar, do
Grêmio Cultural Maranhão Sobrinho, O Farol, de um grupo de professores de Barra do Corda.
Dom Marcelino, de estudantes conservadores e tantos outros.
Os recitais, a encenação de Comédias e Dramas foram, incontestavelmente, os
primeiros passos culturais dos nossos jovens, desde o século passado, quando os recursos da
Ciência, com o surgimento da energia e seu aproveitamento, constituíam matéria de ficção,
para aqueles que não se tinham desembaraçado dos problemas da Escravidão nem se
acostumado de fato aos cantos iniciais da República.
Nas letras e nas fontes de pesquisa, encontramos que os nossos primeiros palcos
e cenários artísticos culturais, pela ordem dos acontecimentos, foram o Salão Nobre do
Colégio Santa Cruz, fundado pelo Dr. Isaac Martins, mais tarde, o palco das dependências do
Magistral Prédio do Catete, construído por Deco Falcão, que ainda hoje desafia, desprotegido,
o próprio tempo e por último, Já no final do século, após a inauguração do Paço Municipal, o
Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Barra do Corda.
Mais tarde, viera o Teatro Pio XI, construído com lugar de destaque para
representação teatral e sala de ensaios reservada à Banda de Música São Francisco. O Colégio
São José da Providência tinha, internamente, o seu pequeno teatro. Lá desfilaram nossos
Jovens e rapazes no primeiro quartel deste século, (vide capítulo Efemérides).
O mais importante, todavia, existia. Foram os recursos humanos: rapazes e
moças, sem inibição para o palco e o teatro. Dedicavam suas horas de lazer, para o
aperfeiçoamento da representação e da arte.
Comédias. Diálogos, Dramas, dos mais importantes autores nacionais e
internacionais, eram levados à cenas sob a responsabilidade dos frades e das freiras, em datas
significativas para a vida nacional e para a Igreja.
Função educativa das maiores, exerceu a música grande influência na vida do
povo barra-cordense, de tal sorte que tem página de ouro na nossa história.
Repita-se que, independente dos valores artísticos próprios da arte de Mozart, a
música contribuiu decisivamente para a formação de mão-de-obra especializada da Juventude,
principalmente, no espaço que antecedeu aos implementos eletrônicos, proporcionados pelo
século da energia.
O homem fazia, com seu esforço físico, sua técnica específica manual, aos
dispensáveis argumentos do sopro, esboçados sobre o comando mental, o produto lídimo da
arte. Era a valorização do homem músico, pela execução de seus instrumentos. Viria após, com
vantagens e desvantagens, o tempo do Sistema Eletrônico, das fitas e dos discos
extravagantes.
De que maneira se comportaram os nossos primeiros músicos?
Não há registro de que fale dos músicos e das bandas de música de Barra do
Corda, antes da Abolição da Escravatura.
Examinando o memorialista Abranches, lá encontramos que, a 7 de setembro de
1888, a banda de música denominada Pandorga, abrilhantava os festejos dos 66 anos da
Independência do Brasil, comemorados então, no Salão do Colégio de Santa Cruz. fundado e
dirigido por Isaac Martins. O nome da nossa primeira banda de música, era então hilariante,
vez que a palavra pandorga se refere a música desafinada e sem compasso ... Mesmo assim,
seu maestro Jeremias, satiricamente, lá estava de batuta nas mãos, a executar músicas cívicas
e solenes, esquecido de "pregão" que tinha de fazer ouvir sob as ordens do Dr. João Lobão e
do Juiz Municipal lsaac Martins. É que além de músico, era oficial de Justiça.
Já em 1903, pontificavam duas bandas de música importantes: A banda de música
Raimundo Gomes, do célebre maestro Raimundo Nonato Gomes dos Santos e a do Instituto
dos Capuchinhos.
Segundo o Jornal O Norte, fazia-se, aos domingos, retretas solenes no lugar
denominado Morro da Cruz — hoje Calvário — e para lá se deslocavam as moças de então!...
A partir dos anos de 1913, existiam: a escola do maestro Euterpe, que foi um 3º
Sargento da Milícia Estadual, que ficou em Barra do Corda após a hecatombe do Alto Alegre.
Era músico; casara-se no local e aqui permanecera durante longos anos. O mestre Rafael, a
fonte onde Moisés da Providência Araújo fora buscar os conhecimentos elementares para se
tornar o maior musicista barra-cordense...
Poucos anos após, surgia a banda de música Guarani, de propriedade de Ismael
Salomão, líder então, da geração de destaque na vida social e econômica de Barra do Corda. O
seu maestro chamava-se Edison Cardoso. Do confronto destas duas bandas de música da
antiguidade, surgiram figuras de destaque no cenário artístico de Barra do Corda, e o mais
importante, nascia ali, a verdadeira Escola de Música de Barra do Corda, no remanescente
Moisés da Providência Araújo.
Quando estudamos a vida de Fr. Adriano, falamos da banda de música São
Francisco. Aqui, na parte cultural, analisamos as razões pelas quais aquela Organização, se
tornara tão importante.
O primeiro passo do aluno, ao entrar para a Escola de Música, era se conscientizar
de que, antes de tomar conhecimento — aprender de fato — toda a teoria, não lhe era
permitido tocar nos instrumentos. Em seguida, os exercícios de solfejos eram indispensáveis
ao preparo do aluno para o uso dos Instrumentos. Ainda mais, todos indistintamente, tocavam
os instrumentos de percussão, tais como: bumbo, pratos e caixa.
Diante de tais procedimentos, os músicos recebiam o arcabouço necessário à
introdução de ensaios de peças rigorosamente selecionadas para o perfeito encaminhamento
do músico aos domínios de ensaios coletivos.
O maestro Moisés da Providência Araújo, mais tarde seu substituto e ex-aluno,
maestro Gustavo Barbosa, terminaram por dirigir, cada um em seu tempo, verdadeiras
Bandas de Música nos altos sertões. Abrilhantavam as solenidades da Pátria; participavam de
funerais da comunidade; brilhavam nos festejos tradicionais religiosos, de Santo Antônio,
Santa Terezinha e Nossa Senhora da Conceição.
A Banda de Música São Francisco, de início, não executava músicas consideradas
profanas — as músicas populares brasileiras — . Seu repertório, considerado, ítalo-brasileiro,
se compunha de dobrados, marchas militares, músicas meso-clássicas e clássicas propriamente
ditas, como: O Guarani de Carlos Gomes; Aída de Vérdi; Dom Pasquale de Donizzeti; Norma
de Bellini; Barbiere de Siviglia, de Rossini; Carmem de Bizet e muitas outras.
Os ensaios alongados: a persistência invulgar do maestro Moisés e de seus
discípulos, proporcionaram à comunidade de Barra do Corda, entre os anos de 1937 a 1944,
verdadeiros saraus da nossa música.
Como consequência, surgiram grandes solistas e maestros, tais como: José da
Providência Araújo, Antônio Mario Teixeira, Ananias Araújo, mais tarde, Stênio Santos, Fr.
Sigismundo, Gustavo Barbosa e outros como o remanescente Joaquim Bilio39.
A Barra do Corda tem muito das tradições nordestinas. Os cantos e as canções dos
boiadeiros; das vaquejadas que os cearenses, piauienses e pernambucanos trouxeram, ainda
no século passado e plantaram pelos nossos sertões.
Danças como a mangaba, o boi trocado; os festejos dos Santos Reis, são
lembranças deixadas pelos primeiros habitantes que regaram os campos, as chapadas,
trazendo para nós os hábitos de seus ancestrais.
O negro, que marcou com sua contribuição no progresso de desenvolvimento da
nossa economia, contribuiu para o folclore. O Tambor de Mina, o Tambor de Crioula, o
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O maestro Joaquim Bílio, morre aos 91 anos de idade, era filho Isabela Santos Moraes e Martin Bílio.
Candomblé, são algumas das tradições que incorporamos aos nossos hábitos, à partir dos anos
1800.
O bumba-meu-boi, ou bumba-boi, constituiu a linha maior da tradição e a que
mais se prolonga e se pratica nos dias atuais. Aliás, faz parte da cultura maranhense quase
como símbolo das nossas atividades e recreações.
Nos últimos quatro anos, a administração municipal exercitou, com certa
profundidade, a prática e o cultivo do folclore barra-cordense quase como meta prioritária de
governo, em decorrência do que muito se desenvolveu a atividade cultural neste aspecto.
A considerar as estórias, as lendas, os cantos e as crendices dos aborígenes,
notadamente do índio canela, como folclore, admitindo o índio como integrante da nossa
sociedade, nenhuma região maranhense tem mais rico folclore que a Barra do Corda.
Registre-se também as estórias dos tropeiros que vazaram os sertões, as
aventuras dos embarcadiços que varejaram canoas, conduzindo rio acima, nossos primeiros
homens desobstruidores de rios, canais e furos. Junte essas lembranças que terá reunidos os
lances memoriais das gerações que nos antecederam e abriram caminhos para o nosso
progresso.
A habilidade específica que um indivíduo exerce numa atividade artística,
sobretudo manual, constitui em si o artesanato.
O artesanato em Barra do Corda precede aos anos de 1835, vez que admite-se a
sua prática pelos índios, em datas imemoriais. Entre eles, isto ainda é prática predominante e,
de certo modo, constitui um traço de sua economia, notadamente da Tribo Canela.
Houve épocas em que o SPI e outras pessoas da comunidade, chegaram a prática
do comércio com base em produtos artesanais dos índios.
Alguns artefatos e objetos de uso caseiro, como, peneiras, quibanes, esteiras,
pilões, colher de pau, jacás e outros, constituem trabalhos artesanais indígenas ou civilizados.
O artesanato ganharia fama, estilo e projeção nacional, com o trabalho de
Domingos Augusto de Moura Carvalho. Domingos Augusto é internacionalmente conhecido.
Brilhou e venceu em Gramado — Rio Grande do Sul —, quando recebeu convite e apoio para lá
permanecer.