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Ficha Bibliográfica
BUENO, André; CREMA, Everton; ESTACHESKI, Dulceli; NETO, José [org.]
Aprendizagens Históricas: história do ensino. União da Vitória/Rio de
Janeiro: LAPHIS/Edições especiais Sobre Ontens, 2018.
ISBN: 978-85-65996-55-6
Disponível em: www.revistasobreontens.site
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Apresentação
É com satisfação que nós do LAPHIS –Laboratório de Aprendizagem
Histórica da UNESPAR e do Leitorado Antiguo da UPE apresentamos esse
novo livro para vocês. Ele é resultado do nosso Simpósio Eletrônico de
Ensino de História realizado em Abril de 2018, que recebeu conferencistas
e cinco mesas diferentes ao longo de uma semana de intensos e ricos
debates.
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SUMÁRIO
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A INFLUÊNCIA DO FENÔMENO RELIGIOSO NOS PRIMÓRDIOS DA
EDUCAÇÃO FORMAL NA CIDADE DE SANTARÉM, p.95
Lidia Cristiany Alves Assunção e Yasmin Monique Sousa da Silva
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A ESCOLA E SEU ENTORNO COMO FERRAMENTAS DE ENSINO
DA HISTÓRIA LOCAL: O CASO DO C.E. TÚLIO DE FRANÇA
Aristides Leo Pardo
Introdução
Todo estabelecimento de ensino carrega consigo um nome, uma
história e pessoas que se empenharam para sua criação e
desenvolvimento ao longo de seu tempo de existência, assim como
diversos estudantes e ex-estudantes que são testemunhas de
diferentes tempos e de diferentes momentos da instituição, tornando-
se dessa maneira, agentes sociais de transformação não somente da
escola, como do meio que a cerca, incluindo ai, a sociedade em que
está inserida.
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Dr. Túlio de França: o patrono
Filho de Napoleão Marcondes de França e Francisca Olímpia Silveira
Marcondes, o menino João Túlio Marcondes de França nasceu aos
nove dias do mês de abril do ano de 1888, pouco antes da Abolição
da Escravatura brasileira, no antigo Porto União da Vitória, estado do
Paraná, (cidade dividida em duas, com Porto União ficando
catarinense e União da Fitória com o Paraná, após a Guerra do
Contestado, 1912-1916) e aprendeu as primeiras letras com
professor José Cleto da Silva, conhecido mestre local, que deixou seu
nome também na literatura e na política da região.
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grandes paixões, deixando algumas obras do gênero que só foram
ser conhecidas do público após sua morte.
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FIGURA 4: A lápide de Túlio de França nas dependências do colégio.
Fonte: Acervo do autor.
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O mesmo edifício viu também nascer, a primeira instituição de ensino
superior da região, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFI),
aprovada pela Lei Estadual nº 3001, de 22 de dezembro de 1956 que
ainda hoje funciona no mesmo local e passados mais de meio século,
mas agora, como Campus de União da Vitória da Universidade
Estadual do Paraná (UNESPAR), mas mantendo seu compromisso
com o desenvolvimento socioeconômico, cultural e científico da região
sul do Paraná e do norte de Santa Catarina, formando professores
para uma área de abrangência que compreende 22 municípios e uma
população estimada em mais de 300.000 habitantes.
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Esta nova construção que sedia o colégio até os dias atuais, começou
a funcionar no ano de 1952, quando a avenida principal da cidade
ainda nem calçamento havia, como pode ser observado na figura 5.
Com a decadência econômica sofrida pela cidade em decorrência do
sucateamento e depois, da desativação do transporte ferroviário, os
estabelecimentos de prostituição foram aos poucos encerrando suas
atividades ou mudando de lugar, fazendo com que mais alunos
fossem estudar no Túlio de França, pois muitas famílias não viam
com bons olhos, suas crianças tendo que passar por aqueles locais
“de perdição” e optavam por colocarem os mesmos em outros
colégios da cidade.
Considerações finais
Com os subsídios acima expostos é possível que utilizando a história
do colégio se inicie uma boa explanações sobre a história local e as
transformações sociais e urbanas em torno dela, assim como os
debates de questões como o crescimento desordenado das cidades,
as diferenças sociais, as lutas de classe, entre outros temas sempre
atuais
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que, como era o local antes e como está atualmente, de maneira que
o alunado se senta parte integrante desta contínua história,
valorizando o passado e a História Oral.
Referências
Aristides Leo Pardo é Especialista em Geografia, História e Meio
Ambiente, pela FAVENI (2017) e em História: Cultura, Memória e
Patrimônio, pela UNESPAR/UV (2014), Historiador formado pela
mesma instituição (2014) e Bacharel em Comunicação Social com
habilitação em Jornalismo, pela Faculdade de Filosofia de Campos –
FAFIC, (2007). Contato: tidejor@gmail.com
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MELO JUNIOR, Cordovan Frederico. União da Vitória - Nossa Escola,
Nossa História. Porto União: Uniporto, 1990.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FEMININA NO BRASIL: DA
EXCLUSÃO AO PROTAGONISMO NO MAGISTÉRIO
Bruna Letícia Soares de Carvalho
Ediane Sena Almeida
Introdução
Esta pesquisa teve por objetivo realizar uma abordagem histórica da
educação escolar da mulher e o processo de feminização do
magistério. Bem como, demonstrar gradualmente em que parâmetros
sucedeu esta mudança de papéis, na qual as mulheres passaram a
assumir a docência, até então predominantemente masculina. Aranha
afirma sobre a educação na Idade Média:
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Desta forma, dependendo de suas situações econômicas, as mulheres
viviam à mercê das desigualdades sociais e escolares, tornando-se
dependentes de seus maridos, assumindo um posto de inferioridade e
não tendo um mínimo de instrução para que pudesse ter os mesmos
direitos na tomada de decisões.
Método
Este trabalho utilizou de pesquisas de cunho bibliográfico com caráter
exploratório e investigativo, visando analisar o processo da
feminização na educação escolar. Desenvolvendo as etapas de acordo
com a descrição seguinte: 1) Levantamento bibliográfico de
documentos escritos (tais como livros, artigos) que abordem a
educação feminina e sua evolução na sociedade; 2) Revisão de
literatura; 3) Análise e discussão das informações obtidas; 4)
Interpretação das informações, buscando salientar como essa
igualdade de direitos educacionais influenciou a sociedade.
Resultados e discussão
Os portugueses de forma a querer reproduzir o modelo de educação
europeu, passaram a excluir a participação das mulheres nesse
processo, educando prioritariamente os meninos indígenas, que
aprendiam a ler e escrever ao lado dos filhos dos colonos. Às
mulheres caberia o aprendizado da costura e das atividades
domésticas. De acordo com ARANHA [2006:195]“ escapavam a esta
situação de analfabetismo as meninas que eram enviadas, muito
jovens, para os conventos de Portugal ou das ilhas atlânticas”.Tal
recolhimento se dava com fins religiosos.
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da escola de primeiras letras para meninas, consequentemente,
surgiram vagas para mulheres no magistério primário.
“Em 1880 [...] as aulas passaram a ser mistas, mas havia entradas
diferentes para moças e rapazes. O número de matrícula geral de 1º
e 2º anos era de 61, dos quais 29 eram mulheres. O curso anexo
recebeu 127 matrículas, 55 rapazes e 72 moças, sendo que no 1º ano
havia 24 moças para 20 rapazes. A considerar esses números, nota-
se a partir daí o começo da feminização da frequência na Escola
Normal de São Paulo” [RODRIGUES, 1930, p.112 apud DEMARTINI;
ANTUNES 1993:6].
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conseguiam ingressar nos cursos superiores, devido ao fato de que o
ingresso nestes se dava mediante a aprovação em exames
preparatórios que eram destinados exclusivamente aos homens. De
acordo com Aranha [2006:230] “a primeira mulher a se matricular na
Faculdade de medicina do Rio de Janeiro foi Dona Ambrozina de
Magalhães, em 1881”.
Este discurso mais avançado ganha força, de forma que aos poucos
foram surgindo escolas voltadas para a educação feminina. “Em 1832
havia vinte escolas primárias femininas em todo o império, em 1873
apenas a província de São Paulo contava com 174 unidades”
[ARANHA, 2006:230].
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A participação da mulher no magistério crescia consideravelmente
com o passar do tempo, de forma que em 1895, as moças excediam
expressamente o número de formados pela escola normal:
Considerações finais
Consideramos que apesar de o ingresso feminino nas instituições
escolares e consequentemente no magistério, ter se dado de forma
lenta e carregada de preconceito, este foi um grande passo para a
sociedade. A partir da “brecha” do desinteresse masculino pela
docência a mulher pôde demonstrar seu potencial e assumir o
protagonismo dessa profissão.
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Se a princípio foi dada a mulher a oportunidade de trabalhar, visando
a sua “fragilidade”, sensibilidade, paciência que o ensino primário
exigia, a feminização do magistério é a prova de que esta
demonstrou toda a sua força. Ainda assim, fica nítido que apesar de
serem a maioria na docência, as mulheres têm a contínua obrigação
de demonstrarem a sua capacidade intelectual para manter seu
espaço em postos educacionais mais valorizados.
Referências
Bruna Letícia Soares de Carvalho- É acadêmica do curso de
Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Oeste do
Pará (UFOPA) e Bolsista de Iniciação Científica do Grupo de Estudos e
Pesquisas HISTEDBR (História, Sociedade e Educação no Brasil). E-
mail: brunaleticia.soares13@gmail.com
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O CURRÍCULO NAS ESCOLAS RURAIS EM FRANCISCO
BELTRÃO/PR: UMA ANÁLISE DA DÉCADA DE 1960 – 1970
Carla Cattelan
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O documento estabeleceu que o ensino primário seria dado em seis
séries anuais nos grupos escolares, em cinco series nas casas
escolares e nas escolas isoladas seria ampliado de três séries para
quatro séries anuais. Ficou estabelecido que na 1ª série seria a partir
dos 6 (seis) anos que foi amparado pela Lei 4.024, no Art.26, onde
provia que, “o ensino primário será ministrado, no mínimo, em quatro
séries anuais. Parágrafo único. Os sistemas de ensino poderão
estender a sua duração até seis anos, ampliando, nos dois últimos, os
conhecimentos do aluno e iniciando-o em técnicas de artes aplicadas,
adequadas ao sexo e à idade” (BRASIL, 1961, p. 6). A portaria nº
110 de 1963 aprovou os programas de ensino para as escolas
isoladas do ensino primário do Estado entrando em vigor a partir do
mesmo ano.
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Matemática 1º Quantidade; tamanho; posição; distância; tempo;
medidas; números; adição,; subtração; geometria
prática; etc.
2º Noção de quantidade; tamanho; volume;
numeração até 100; operações; contagens; frações;
numeração romana; números pares e ímpares;
composições; decomposição; unidade, dezena e
centena; moedas e cédulas; multiplicação e divisão;
linhas; problemas; cálculos; etc.
3º Milhões; operações; situação problema; cálculo;
número decimais; números ordinais; resolução de
problemas; frações; números mistos; equivalência de
frações; sistema de unidade e medida; etc.
4º Retomar os conteúdos da 3ª serie; ampliar as
operações e situações problemas; cálculo da área e
do perímetro; cálculo mental, unidade e medida; etc.
Estudos 1° Nome e sobrenome; cidade e estado; família;
sociais escola; data nacionais; hino e bandeira nacional;
sociedade; etc.
2° Escola; a localidade; município; datas nacionais;
símbolos nacionais e estaduais; direitos e deveres;
higiene; etc.
3º O Paraná; historia do Brasil; relevo paranaense;
expedições; planaltos; clima; produção agrícola;
proclamação da república; extrativismo; divisão
política brasileira; rodovias; ferrovias; aerovias;
governos; estados; etc.
4° O Brasil; divisão do globo terrestre; países dos
continentes; noção geral do mundo; período colonial;
bandeiras; Brasil império, reino, república; etc.
Ciências 1° Animais; vegetais; água; ar; tempo; firmamento;
naturais e saúde e vestuário; zelar pelos materiais; etc.
Higiene 2° Animais; vegetais; água; tempo; etc.
3° Animais; vegetais; água; astro; etc.
4° Homem; calor; som; eletricidade; gravidade;
maquinas; ar; etc.
Fonte: A partir de PARANÁ, 1962, p. 14 - 57.
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matemática e língua portuguesa). Também trazia orientações ao
professor de como elaborar as atividades e explicar o conteúdo.
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inspeção do poder público. Já o artigo 62º estabelecia que as
Inspetorias Auxiliares de Ensino, as Inspetorias Regionais de Ensino
vinculadas as Inspetorias de Ensino Primário exerceriam suas
atribuições de inspeção nas escolas isoladas de grau primário,
mantidas pelos municípios.
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semestral. Além das disciplinas, o boletim ainda apresentava outros
itens que poderiam ajudar na avaliação das crianças tais como:
Realizar os trabalhos escolares; ter ordem no material; melhorar a
caligrafia; procurar melhorar a ortografia; chegar a escola
pontualmente, procurar ser mais assíduo.
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Quadro nº 2: Disciplinas constantes no currículo das escolas
primárias de Francisco Beltrão - 1975 a 1978.
Disciplinas Amplitude
Comunicação e Expressão Português
Leitura
Ciências Iniciação a ciência
Matemática
Integração social
Fonte: Dados Atas Escolares, 1975 – 1978.
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boletim, verifiquei que a avaliação “Educação Física e Educação
Artística foi efetuada no conceito comportamental”.
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Foi possível perceber, pela fotografia, um campo de futebol
improvisado, ao fundo com uma “trave” construída em madeira e o
chão com pouca grama, sugerindo o uso daquele espaço para a
prática esportiva. A turma mista composta por 21 alunos com idades
diferenciadas, não apresentava roupa apropriada para a prática
esportiva, nem mesmo o calçado, onde muitos podem ser vistos
usando chinelo ou descalços. Mas isso não era motivo para que as
professoras não trabalhassem a educação física e muito menos que
os alunos não tivessem a prática do esporte. A professora Lourdes
apontou que tinha que ter muita criatividade a gente criava em cima
do conteúdo (2012).
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quais após cerca de 40 anos resultaram em uma grande plantação,
localizada em frente a casa do professor Luiz, próximo a escola na
comunidade da Linha Liston.
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para preparar a horta em casa. Ai tinha um incentivo da prefeitura no
tempo do prefeito do João Arruda, tinha as feiras escolares em
Beltrão, daí a gente participava, levava todo o tipo de verdura e
pacotinhos de remédios, para vender na cidade. Ai este lucro era
beneficio da escola” (BEDIN, 2013).
Referências
Carla Cattelan é doutoranda em Educação pela Universidade Federal
de Santa Catarina – UFSC. Mestre em Educação pela Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Francisco Beltrão -
UNIOESTE. Professora colaboradora no Colegiado de Pedagogia da
mesma instituição. Membro do grupo de pesquisa HISTEDOPR e
GEPHIESC. E-mail: carla.ccattelan@gmail.com
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_________. Noeli Nogueira. Prefeitura Municipal de Francisco Beltrão.
Escola Carlos Gomes, Professora Carolina Teles Lemos, Francisco
Beltrão, 3ª serie, 1975.
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O LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA NA SALA DE AULA
Carmem Lúcia Gomes De Salis
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Tal presença constante tem suscitado uma série de trabalhos
acadêmicos cujo objetivo versa sobre a tentativa de compreender e
problematizar não somente a natureza desse material cultural
complexo, como também desvendar seu papel no processo de Ensino,
no nosso caso de História. Ou seja, cada vez mais historiadores,
inseridos na área de pesquisa de Ensino de História, dedicam-se
ultrapassar as análises formais do material, no que diz respeito a
questão textual, lacunas, erros, ou seja, sua construção narrativa,
para se dedicarem à pesquisas sobre a apropriação que professores e
alunos estabelecem com o livro no dia a dia escolar.
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A pesquisa se desenvolveu a partir de questionários em 06 turmas de
Ensino Fundamental de duas escolas públicas de Guarapuava, sendo
05 de 9º ano e uma de 8º ano, totalizando 153 alunos. Foram
elaboradas questões objetivas e dissertativas, onde objetivou-se
explorar as impressões dos alunos. Foram escolhidas as séries finais,
porque esses já possuíam uma trajetória escolar de utilização do livro
e, por isso, poderiam, em tese, opinar com mais propriedade sobre o
assunto.
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mesmo que a professora explicou e se não entendem o conteúdo está
ali pra reler”, ou, “é um jeito de aprender melhor”, ou ainda, “porque
dá um conhecimento melhor”.
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Referências
Carmem Lúcia Gomes De Salis é professora Adjunta do departamento
de História da Universidade Estadual do Centro -Oeste(UNICENTRO)
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OS CAMINHOS DA HISTÓRIA: INSTITUIÇÕES ESCOLARES E
EXPANSÃO URBANA NO ITARARÉ (1986-1991)
Cibele da Silva Andrade
Introdução
Esta pesquisa situa como as instituições escolares contribuíram para
a urbanização do bairro Itararé, abordando relações construídas na
vida cotidiana em torno e no espaço escolar, na cidade de Teresina
entre 1986 e 1991, período em que ocorreram tensões, como greves
e perca do ano letivo de 1990 nas escolas estaduais. Com uma
intensa migração de pessoas dos sertões piauienses à capital, situa-
se a estruturação dos conjuntos habitacionais, o estudo problematiza
as políticas direcionadas a fomentação de serviços sociais e
educacionais nestes espaços. O levantamento hemerográfico e a
análise dos textos foram do ano 1986 e para estudo os demais anos
ocorreu mediante leitura de pesquisas sobre o tema. Utilizando
também a documentos disponibilizados pela SEMPLAN- Secretaria
Municipal de Planejamento e Coordenação e pelo IBGE- Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.
Revisão de literatura
A renovação no ângulo de observação da história política permite
compreender que, o político gera uma rede de acontecimentos que
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não se restringem apenas ao estudo de uma lei ou de um sujeito
isoladamente, mas, sim a dinâmica de toda uma sociedade, segundo
Rémond apud Fontineles:
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os docentes, uma condição que não existia naquela configuração de
cidade, entretanto, era desejada por significativa parte do corpo
docente.
Discussão
A região que hoje é situada como o grande Dirceu no ano 1991, de
acordo com dados do IBGE, chegara a atingir a maior concentração
de pessoas por bairro em Teresina, com 46.287 habitantes,
correspondente a quase o dobro da população do segundo bairro
mais populoso, o Mocambinho, com 23.536 moradores. Tendo,
portanto, quase a metade da população total da zona Sudeste, que
correspondia à 89.048, ainda, sem contabilizar os conjuntos
construídos nas mediações, como: Comprida, Novo Horizonte,
Renascença e Redonda.
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O jornal o Dia no ano de 1986 apresenta diversas matérias sobre a
agitação que envolvia as instituições de ensino e os professores, em
referência ao estudo de (BOMFIM, 2000), (Fontineles, 2003),
apresenta o período de greves de 1987 a 1996, com um total de 18
neste recorte temporal. Com a análise de 1986 é possível acrescentar
tensões em torno da educação, embora não sendo greve, tal como
descreveu Bomfim, as paralisações realizadas pelos professores do
ensino particular no dia 16 de abril de 1986 e posteriormente a
paralisação dos professores do ensino público já reverberavam o
desgaste na educação - e como os professores se sentiam em relação
aos seus planos de trabalho. Apesar de o presente trabalho
considerar a definição de greve e paralisação de acordo com
(Bomfim, 2000), é necessário citar que no jornal O dia os termos
aplicados aos dias de paralisação geralmente recebem a titulação de
greve, embora não ocorresse uma continuidade na suspensão das
atividades. O efeito do Plano Cruzado sobre os salários influenciou
paralisações e greves.
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as escolas fecharem caso a anuidade não fosse reajustada em até
125%. De acordo com Vespasiano Galvão, presidente do Sindicato
das Escolas Particulares, no 1° grau a rede particular representava
10% e no 2º grau 33% e pré escolar- 90%. O que chama atenção é a
porcentagem que os estabelecimentos particulares representavam no
pré- escolar, chegando a 90%.
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concurso e demonstraram mal-estar quando foram abordadas essas
questões.” (FONTINELES, 2003, p. 74). Em matéria do dia 18 de
dezembro de 1986, caracterizaram como polêmica tal seleção, visto
que existiam reclamações em torno da validação de inscrições de
pessoas que não tinham concluído o curso pedagógico.
O ato de sanção foi simbolizado pela gratidão dos docentes para com
o governador Bona Medeiros:
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Conclusão
A urbanização de Teresina foi gerada pelos movimentos migratórios e
política segregacionista, que se baseia na distância em que os
conjuntos habitacionais eram construídos dos pontos centrais da
cidade, dificultando o acesso a serviços públicos e privados, dentre
esses conjuntos o Itararé, que nos fins da década de 80 era o maior
bairro da capital, tornando baixas as condições de qualidade de vida.
Os investimentos na educação pública baseavam-se nas reformas da
estrutura escolar, em que pese no número de salas que eram
construídas. Os programas relacionados à educação eram escassos,
como o programa de alimentação escolar, ofertado para crianças que
estavam fora das escolas. Crianças de até três anos foram atendidas
no Itararé pelo Programa Nacional da Educação Pré- Escolar, de
1981. Acontecimentos políticos perpassaram ao governo e a classe
docente - atingiram a vida cotidiana dos alunos, pais e parentes de
alunos que ficaram sem aulas durante 187 dias em 1990. O desgaste
foi um processo contínuo, que antecede a década de 90. O
reconhecimento da ausência da valorização dos professores estava
exposta na pauta de reivindicações, que representavam condições
mínimas para o reconhecimento da atividade docente, dentre elas: o
13º salário, carga-horária pré estabelecida de 20 e 40 horas. A
cassação do Estatuto do Magistério representava o declínio dessas
conquistas, além do atraso nos salários e dos planos econômicos
falhos que ocasionaram o estopim da perca de um ano letivo na rede
estadual de ensino. Em 1986, o Plano Cruzado II, provocou tensões
entre servidores e empregadores, no âmbito público e privado, com a
paralisação de entidades de ensino particular decorrente do
congelamento da anuidade escolar. No período é notável o
desenvolvimento e o envolvimento nos acontecimentos por parte de
muitos sindicatos e associações, a proximidade com o regime militar
faz com que se estabeleça referência à democracia diante das
entidades, entretanto, é necessário considerar essas organizações
como grupos, visto as tensões, por exemplo, existentes no programa
de distribuição de leite por parte de associações comunitárias. Como
também é a efervescência de muitas associações, em 1986 fora
criada Foi criado a FAMCC- Federação das Associações de Moradores
e Conselhos Comunitários do Piauí.
Referências:
Cibele da Silva Andrade, graduanda em Licenciatura em História na
UFPI-Universidade Federal do Piauí. Participa do PIBIC- CAPES no
projeto OS Caminhos da história: instituições escolares e expansão
urbana no Itararé. (1986-2000), sob orientação da profª Dr. Claúdia
Cristina da Silva Fontineles.
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BAENINGER, Rosana. Novos Espaços da Migração no Brasil: Anos 80
e 90.. In: XII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 2000,
Caxambu - Minas Gerais.
Referências hemerográficas:
A LUTA DOS PROFESSORES. O dia, 10 de abril de 1986, p.02.
ALAGADOS MUDAM-SE PARA BARRACAS NESTA SEMANA. O dia, 09
de abril de 1986, p.02.
ALAGADOS PEDEM PÃO, JUSTIÇA E TRABALHO. O dia, 19 de abril de
1986, p. 01.
ANUIDADE ESCOLAR SOBRE 66% . O dia, 04 de abril de 1986, p.01.
ANUIDADES ESCOLARES CONGELADAS. O dia, 05 de dezembro de
1986, p. 02.
ASSEMBLÉIA APROVA O AUMENTO DOS PROFESSORES. O dia, 28 de
novembro de 1986, p. 01.
ASSOCIAÇÕES DE MORADORES VÃO CRIAR UMA FEDERAÇÃO. O dia,
21 de fevereiro de 1986, p. 02.
CONCURSO PARA PROFESSOR INSCREVERÁ ATÉ DIA 16. O dia, 03 de
dezembro de 1986, p. 07.
CONCURSO. O dia, 18 de dezembro de 1986, p. 02.
DEZ MIL FICAM SEM AULAS. O dia, 10 de abril de 1986, p.07.
DOM MIGUEL DIZ QUE SEM TERRAS POVO PASSA FOME. O dia, 14
de fevereiro de 1986, p. 07.
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EDUCAÇÃO INSCREVE ATÉ DIA 16 PARA O CONCURSO DE
PROFESSOR. O dia, 03 de dezembro de 1986, p. 01.
EDUCAÇÃO PRMOVE CENSO ESCOLAR. O dia, 14 de novembro de
1986, p. 04.
EM TEMPO. O dia, 11 de abril de 1986, p.02.
ESCOLA COBRA SEMESTRALIDADE COM AUMENTO. O dia, 12 de
dezembro de 1986, p. 01.
ESCOLA PARTICULAR AUMENTA PRESTAÇÃO EM 125%. O dia, 29 de
novembro de 1986, p. 01.
ESCOLAS E ALAGADOS. O dia, 23 de abril de 1986, p. 02.
ESCOLAS JÁ COBRAM AUMENTO DE 125%. O dia, 12 de dezembro de
1986, p. 07.
ESCOLAS NÃO ATUALIZAM O CARNÊ DAS MENSALIDADES. O dia, 17
de abril de 1986, p. 07.
ESCOLAS NÃO PODERÃO IMPOR AUMENTO DE 125%. O dia, 17 de
dezembro de 1986, p. 08.
ESCOLAS PARTICULARES VÃO FECHAR. O dia, 06 de novembro de
1986, p. 01.
ESCOLAS PÚBLICAS PARAM. O dia, 18 de abril de 1986, p. 01.
ESTATIZAÇÃO DO ENSINO, ANUIDADES E PLANO CRUZADO. O dia,
05 de novembro de 1986, p. 05.
ESTUDANTES VÃO PROTESTAR CONTRA AUMENTO NA ESCOLA. . O
dia, 11 de dezembro de 1986, p. 02.
GREVE NA REDE PÚBLICA E DEBATE SOBRE ENSINO. O dia, 16 de
abril de 1986, p. 07.
GREVE NAS ESCOLAS PÚBLICAS. O dia, 17 de abril de 1986, p. 07.
MAIS DE 80 MIL ALUNOS PODEM FICAR SEM ESCOLA. O dia, 19 de
novembro de 1986, p. 01.
MENSALIDADES DE ESCOLAS VÃO AUMENTAR. O dia, 22 de
novembro de 1986, p. 01.
NOTA DA APEP. O dia, 21 e 22 de dezembro de 1986, p. 02.
O PROBLEMA. O dia, 05 de dezembro de 1986, p. 01.
OITENTA MIL ALUNOS FICARÃO SEM AULA EM 87. O dia, 19 de
novembro de 1986, p. 07.
PROFESSOR ACHA QUE ESCOLA NÃO FECHA. O dia, 07 de novembro
de 1986, p. 01.
PROFESSOR NÃO VÊ RAZÃO PARA AS ESCOLAS FECHAREM. O dia, 07
de novembro de 1986, p. 07.
PROFESSOR PÚBLICO VAI PARAR. O dia, 12 de abril de 1986, p.01
PROFESSORES DA REDE PÚBLICA PARAM DIA 17. O dia, 12 de abril
de 1986, p.07.
PROFESSORES NA GREVE GERAL. O dia, 10 de dezembro de 1986, p.
05.
PROFESSORES PARAM AS ESCOLAS PARTICULARES. O dia, 10 de
abril de 1986, p.01.
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PROFESSORES PARAM ESCOLAS PARTICULARES AMANHÃ E 6ª FEIRA.
O dia, 16 de abril de 1986, p. 07.
PROFESSORES PARAM ESCOLAS PARTICULARES. O dia, 10 de abril
de 1986, p.07.
PROFESSORES PÚBLICOS FAZEM UM DIA DE GREVE. O dia, 18 de
abril de 1986, p. 07.
PROFESSORES QUEREM ADIAR A ELEIÇÃO. O dia, 14 e 15 de
dezembro de 1986, p. 07.
PROGRAMA NÃO DÁ LEITE PARA CRIANÇA CARENTE NO ITARARÉ. O
dia, 05
de abril de 1986, p.07.
RAMEIRO DIZ QUE DÉFICIT HABITACIONAL ESTÁ CAINDO. O dia, 08
de fevereiro de 1986, p. 12.
REFORMA BENEFICIA 1.351 FAMÍLIAS NA CAPITAL. O dia, 18 de
janeiro de 1986, p. 7.
SANCIONADO NOVO ESTATUTO DO MAGISTÉRIO. O dia, 11 de
dezembro de 1986, p. 03.
SEM AUMENTO, PROFESSORES AMEAÇAM ABANDONAR ESCOLAS. O
dia, 10.
46
PESQUISA E ENSINO DO CONTESTADO: CAMINHOS E
DESCAMINHOS ENTRE A ACADEMIA E A SALA DE AULA
Eloi Giovane Muchalovski
47
– os quais partem das considerações do autor para investigar a
perpetuação de discursos carentes de comprovação.
48
Apesar do importante direcionamento que a sociologia trouxe para a
compreensão do Contestado, inúmeros obras, com forte teor
preceituoso, continuaram a ser produzidas e utilizadas como material
didático. Muitas delas financiadas e publicadas por órgãos oficiais
e/ou ligadas a instituições de ensino superior, especialmente durante
a década de 1980.Por outro lado, foi também durante este mesmo
período, precisamente em 1984, que a educadora Marli Auras
publicou um dos mais importantes textos do tema, “Guerra do
Contestado: a organização a irmandade cabocla”.Fruto de sua
dissertação de mestrado na área da filosofia da educação, o livro deu
novo impulso na pesquisa acadêmica sobre o movimento. Vários
pesquisadores acabaram sendo influenciados pelo trabalho de Auras,
colocando o tema novamente em voga, impulsionados, por sua vez,
com o incremento na atividade de ensino superior após a queda do
regime militar no país em 1985 ea consolidação da democracia
através da promulgação da Constituição de 1988.
Anos depois, nos anos 2000, muito pelo estímulo dado à pesquisa
acadêmica, incrementado e fomentado pela criação de novos
programas de pós-graduação, a temática do Contestado foi objeto de
estudo das ciências humanas em diversas instituições universitárias
de todo o Brasil. Na História, a publicação do trabalho de Paulo
Pinheiro Machado (2004), reconhecidamente o mais completo e
problematizado estudo já produzido na área, guiou e sustentou a
superação das narrativas produzidas pelos textos memorialistas,
preenchendo importantes lacunas até então existentes.
49
No mesmo sentido, vê-se a premência de suprir o desconhecimento
do tema pelos próprios profissionais que atuam nas escolas do país,
assim como da própria região palco do conflito. A proximidade
territorial dos eventos não reflete positivamente na valorização do
Contestado como temática de ensino, tal qual como exemplo de
congregação de uma população em defesa de direitos negados no
ontem e no hoje. Nada obstante, este distanciamento narrativo entre
o espaço, o tempo e realidade atual, não é algo dado, definido pelo
acaso, e sim um objeto erigido ao longo dos anos através de uma
opressão política e discursiva que, historicamente, impeliu ao
movimento sertanejo um rótulo de revolta criminosa, passível de
vergonha e esquecimento.
50
Ferro São Paulo Rio Grande, foram abandonados pela empresa Brasil
Railway, integrando assim o contingente de “jagunços”. Esta
narrativa já foi a tempo descartada por Márcia Janete Espig (2008)
em sua tese de doutorado, comprovando que não há registros
contundentes sobre significativa utilização mão de obra oriunda de
outras regiões, tampouco de que estes ficaram no Contestado, mas
que a massa de trabalhadores foi recrutada entre a população local,
incluindo caboclos e imigrantes europeus.
51
como vídeos e imagens. Há uma infindável produção de conteúdos
distorcidos na internet, carregados de erros factuais e interpretativos
sérios e preocupantes. Dentre os materiais mais conhecidos está o
filme produzido na década de 1970 pelo cineasta Sylvio Back,
intitulado “Guerra dos Pelados”, o qual rotula a população sertaneja
de ignorante, incapaz de entender a modernidade no seu contexto.
Na obra, uma das personagens, interpretado pelo famoso ator
Estênio Garcia, passa boa parte do longa-metragem preparando-se
para lutar contra um dragão de ferro que cospe fogo, alusão ao
trem.Munido de um facão de madeira, a personagem é violentamente
atropelado pela locomotiva. Tal representação, expõe uma concepção
que objetiva desqualificar o caboclo no que tange sua capacidade de
compressão do mundo. O trem não era uma novidade para aqueles
sujeitos. Já haviam estradas de ferro em outras regiões.A população
tinha conhecimento da existência do tem devido ao grande fluxo que
o tropeirismo promovia, levando e trazendo informações sobre
assuntos em voga no Brasil e no mundo.
Considerações finais
Em artigo recente, Machado (2017) elencou quinze parâmetros e
balizas importantes para a formação de professores e para produção
de material didático sobre o movimento do Contestado. A maior parte
deles foram sinteticamente absorvidos e expostos durante esta breve
reflexão, outros, dos quais considero tão importantes quanto os
52
demais, são relevantes para pensarmos a valorização do Contestado
como um movimento que buscou questionar a ordem vigente, uma
guerra de um governo contra seu próprio povo, em que pessoas
lutaram e arriscaram-se em defesa de um ideal de igualdade, fazendo
frente às imposições autoritárias. Todavia, tanto pela brevidade que
este texto abordou um tema tão importante, como pelo fato de
reconhecer que minha contribuição não supri,nem de perto, a
totalidade do assunto, deixo, por fim, a sugestão de leitura do citado
artigo publicado pelo historiador Paulo Pinheiro Machado (2017),
servindo como fechamento e aprofundamento das singelas
ponderações aqui apresentadas.
Referências
Eloi Giovane Muchalovski é discente do Programa de Mestrado em
História e Regiões da UNICENTRO, membro do Grupo de Pesquisa
Estudos em História Cultural da UNICENTRO e participa do NUPHIS -
Núcleo de Pesquisa em História da Universidade do Contestado.
53
RODRIGUES, Rogério Rosa. Os sertões catarinenses: Embates e
conflitos envolvendo a atuação militar na Guerra do Contestado.
2001. 115 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
54
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO JESUÍTICO NO PERÍODO
COLONIAL BRASILEIRO E A NECESSIDADE DO LETRAMENTO
DOS INDÍGENAS PARA A SUA CONVERSÃO À FÉ CATÓLICA
Francisco Nazareno Brasileiro Dias
55
Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (no
Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).
56
A atuação educacional dos jesuítas não se restringiu apenas ao
ensino dos indígenas.O projeto educacional jesuítico no Brasil que
teve início com o trabalho de catequização e conversão dos indígenas
à fé católica ultrapassou esse propósito e os jesuítas passaram
também a se dedicar ao ensino dos filhos dos colonos e demais
membros da Colônia, atingindo até os filhos da classe burguesa.
Referências
Francisco Nazareno Brasileiro Dias - graduado em Direito pela
Faculdade Luciano Feijão e graduando em Formação Pedagógica em
História pela UNOPAR.
57
PROCESSO DE EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA, CONTROLE
ACADÊMICO NO SÉCULO XVIII E MILITARIZAÇÃO DAS
ESCOLAS NO SÉCULO XXI
Gabriel Irinei Covalchuk
Introdução
Busco mostrar nesse texto a primeiro momento e de grosso modo,
como foi o processo de desenvolvimento da educação na Idade
Média, iniciando pelos moldes do cristianismo, passando pela
Patrística, Escolástica até a criação das Universidades. Em segundo
analiso dois documentos, o Authentica Habita e o Estatuto da
Universidade de Sorbone (1274), mostrando a preocupação do Rei
Fredeirico Barbaroxa com os mestres e alunos do „saber‟ e como era
regulada a vida dos estudantes universitários, comparando com uma
discussão atual, militarização das escolas.
58
d.C – 222) legitima toda cidade de Edessa com as leis do Messias,
mesmo assim havia a necessidade de uma propagação de ideias.
Educação Escolástica
A educação escolástica se desenvolve no século IX e vai até o
Renascimento, surgindo durante o Renascimento carolíngio.O termo
„scholasticus‟, que significa „aquele que pertence a uma escola‟.
Utilizou-se da base da patrística, porém deixando mais de lado a
teologia em si, e preocupando-se com a formulação da filosofia cristã
e a prática especulativa. Essa „educação‟ deu outros rumos para o
sistema de ensino.
59
detido pela Igreja, por mais que possa parecer anacrônico, parece
que se encaixa perfeitamente aqui o conceito de „educação
libertadora‟ de Freire.
60
Seguindo a orientação do texto da professora citada e percebendo
que realmente poucas pessoas conhecem a obra Authentica Habita
(Posturas Autenticas), resolvi colocar o documento na integra. Nela o
imperador Frederico Barbaroxa edita um decreto protegendo os
homens de/do saber.
61
los.Os homens do século XII trazem consigo a dúvida se o saber é
um dom divino ou é um fruto do conhecimento, essa ideias que
pariam sobre a mente dos mesmos vão levar a inúmeras definições
na posterioridade, pois nenhum decreto é inocente, não é apenas a
igreja defendendo o ensino, mas também o estado, tudo se trata de
um jogo de tensão e interesse. É de clara percepção o uso da
proteção do estudo para legitimar o governo, “para que obedeçam a
Deus e a nós, ministros dele”, é a defesa dos estudantes (futuros
homens do saber) não ataquem o estado nos seus escritos (corpos
dóceis).
62
conservar os bons hábitos da casa era utilizado penas em dinheiro
contra os que já não tinham nada.
Considerações finais
Embora os documentos sejam escritos em datas distintas, ambos
servem para mostrar a ambiência citadina e a estreita relação do
conhecimento com o poder. Podemos perceber que a educação cristã
no inicio era sempre reproduzida por uma visão unilateral e com
difícil abertura para questionamentos. O estatuto (pode ser melhor
debatido) regulamentava o que o estudante deve ou não fazer,
qualquer transgressão do mesmo implicava em severas penas,
fazendo com que reproduzam o querer de quem tem o exercício do
poder.
Referências
Gabriel I. Covalchuk é acadêmico do 4º ano do Curso de Licenciatura
em História da UNESPAR, Campus de União da Vitória-PR e Bolsista
de Iniciação Científica da Fundação Araucária de Apoio ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, vinculado ao projeto
Linguagens e Tecnologias no Ensino de História, desenvolvido pelo
LAPHIS sob orientação do professor Everton Carlos Crema e da
professora Dulceli de Lourdes Estacheski Tonet.
63
MULHERES POLONESAS: UMA HISTÓRIA DE VIDA E
ESCOLARIZAÇÃO
Isabelly Pietrzaki Pereira
Roseli B. Klein
64
estudos acontecia sob o deslocamento até a área urbana mais
próxima.
65
entre as famílias e a garantia da perpetuação da identidade polonesa,
assim como acontecia com as orações realizadas no interior das
pequenas escolas.
66
dia-a-dia. A influência cultural da escola, família e comunidade
marcaram a vida dessas mulheres polonesas.
Referências
Isabelly Pietrzaki Pereira é acadêmica do 4º ano do Curso de
Pedagogia da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), campus
de União da Vitória e bolsista do Programa de Iniciação Científica
(PIC) com apoio da Fundação Araucária.
67
SOUZA, T. E. A. Entrevista concedida a Isabelly Pietrzaki Pereira. São
Mateus do Sul (PR), 5 de outubro de 2017. Gravação em Áudio.
(Entrevista).
68
OS DEGREDADOS DA TERRA BRASIL: REFLEXÕES SOBRE O
ENSINO DE HISTÓRIA E A CIDADANIA
Ivanize Santana Sousa Nascimento
Antonio José de Souza
69
ameríndios) moravam na “cidade”, no entanto não participavam dos
seus negócios. Assim também os „outros‟,forçosamente trazidos como
“coisas” ou objetos (os negros africanos), moravam na “cidade”,
ainda assim, eram estrangeiros e não participavam dos negócios,
eram, negros e índios, os próprios negócios.
Ser o diferente é ser o „outro‟. Ser o „outro‟ énão ter cidadania. Neste
sentido, “ser-no-mundo” como “alguém” de ascendência “fincada” na
África ou de alteridade indígena é ser vítima potencial de uma crônica
cruel, afinal a consciência da diferença por si atemoriza e é preciso
subjugá-la e, depois, é preciso incutir uma bestialidade para, assim,
poder traduzi-la, explicá-la, devastá-la, sufocando-a enquanto
realidade viva.
Então, para que não reste dúvida, o negro não é gente, logo não tem
cidadania. É mera mercadoria, vendida por metro e por tonelada.
Peças do além-mar, toneladas do outro lado do Atlântico, apenas
fôlego para o trabalho austero. “O valor do negro era medido por
metro, por quilo, na qualidade dos músculos, na idade, nos dentes,
no sexo, na saúde geral, no aspecto etc.” (Chiavenato, 1987, p.
123).
70
com a mulher índia”, uma bem-intencionada incorporação cultural,
econômica e social, visto que a mistura entre raças passou a ser
compreendida como um fenômeno único, original, e inteiramente
favorável à sociedade brasileira. No entanto, nossa identidade
nacional está fatalmente vinculada a essa história pelas marcas mais
hediondas.
71
compunha também pela presença maciça de negros/as escravos/as,
que integravam, junto com os índios, o último lugar na conjuntura
social e mantiveram-se inferiorizados nesta organização.
72
A partir dessa constatação, resta-nos ressaltar os malefícios e
prejuízos respingados imprudentemente nas relações raciais no
Brasil, em grande parte decorrentes da popularização da teoria da
democracia racial, que, na perspectiva de Gilberto Freyre (2004), é
verificada pela liberalidade presente no encontro pluriétnico, assim
como pela intercomunicação e até a fusão simétrica de tradições
diversas. Por isso os índios foram “domesticados para o
transcendental”, enquanto o homem branco misturava-se
“gostosamente” com as mulheres de cor, multiplicando-se por meio
dos filhos mestiços, e demonstrando o quanto estavam predispostos
a uma “colonização híbrida”. Assim, uma vez que, pelo contato do
homem branco português, se formou aqui uma sociedade agrária na
estrutura econômica, híbrida de índio e mais tarde de negro, ver-se
em uma democracia racial baseada na premissa de que a reunião das
etnias e culturas aconteceu de um modo exitoso, provocando a
formação de uma sociedade ausente de severas acomodações raciais
e sem agressivos preconceitos.
73
“incorrigíveis malandros, viciados sub-homens que eram um perigo
para a moralidade pública” (Chiavenato, 1987, p. 234). As epidemias,
os transtornos psiquiátricos e a criminalidade eram todos oriundos de
uma nódoa repulsiva e rude de um ex-escravo, cidadão sem
cidadania.
74
“[...] a existência do racismo, do preconceito e da discriminação
raciais na sociedade brasileira e, em especial, no cotidiano escolar
acarretam aos indivíduos negros: auto-rejeição, desenvolvimento de
baixa auto-estima com ausência de reconhecimento de capacidade
pessoal; rejeição ao seu outro igual racialmente; timidez, pouca ou
nenhuma participação em sala de aula; ausência de reconhecimento
positivo de seu pertencimento racial; dificuldades no processo de
aprendizagem; recusa em ir à escola e, conseqüentemente, evasão
escolar. Para o aluno branco, ao contrário acarretam: a cristalização
de um sentimento irreal de superioridade, proporcionando a criação
de um círculo vicioso que reforça a discriminação racial no cotidiano
escolar, bem como em outros espaços da esfera pública”
(CAVALLEIRO, 2005, p. 12).
75
construídas para e pelos/as negros/as. Estes/estas não fazendo parte
do universo letrado não se resignaram com a exclusão que lhes foi
imposta, organizando movimentos de luta e resistência, ao longo da
história. Os negros conquistaram o direito ao trabalho livre, o direito
ao livre culto de suas religiões, o direito de constituir família, de viver
fora de tutelas.
Referências
Ivanize Santana Sousa Nascimento é professora de História da
Educação Básica do município de Itiúba/BA.
Antonio José de Souzaé Mestre em Educação e Diversidade pela
UNEB - Universidade do Estado da Bahia) e professor de História da
Educação Básica do município de Itiúba/BA.
76
FREYRE, G. Casa-grande & Senzala: formação da família brasileira
sob o regime da economia patriarcal. 49. ed. São Paulo: Global,
2004.
77
A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO NOS COMPÊNDIOS DE
HISTÓRIA UNIVERSAL OITOCENTISTAS
José Petrúcio de Farias Júnior
78
as ideias e costumes franceses inspiravam as elites brasileiras. D
Pedro II (apud BASTOS, 2008, p. 42), por exemplo, declarava ser a
França “a pátria de minha inteligência” e o Brasil “a pátria do meu
coração e do meu nascimento”. Além disso, no século XIX, era
comum que a escrita da História comprometida com a genealogia das
nações europeias aludissem às experiências político-culturais das
sociedades antigas gregas e romanas como ponto de partida para
compreender o processo civilizacional e o padrão cultural que
impulsionou o Ocidente. Isso explica a valorização dos estudos
clássicos nos programas de ensino da instrução secundária no Brasil.
79
Contemporânea, e, após a incursão pela chamada História Universal,
migrava-se ao estudo da História Pátria.
80
difusão desta mensagem não se circunscreve à esfera privada (2008,
p. 31).
81
Christo e tranferio a séde do governo de Roma para Constantinopla.
A religião christã foi implantada pelos Apostolos em varias partes do
império; porém, ao principio soffrêrão os christãos atrozes
perseguições. Muitos foram açoutados, vários outros encarcerados e
milhares perdêrão a vida em tormentos horríveis. A despeito de tudo
foi sempre crescendo o seu numero, até que afinal o imperador
Constantino mandou que cessassem estas perseguições, fazendo-se
ele mesmo christão, no anno de 311. Conta-se que Constantino indo
um dia a cavalo à frente do seu exercito contra Maxencio, víra nos
céos uma cruz e nella escriptas as palavras: “Com este estandarte
serás vencedor”. É esta visão, que se supõe ter convencido o
imperador da verdade da religião christã e em virtude da qual ele se
resolveu a adopta-la como religião de Estado. Daquelle período em
diante a victoria do christianismo sobre a religião pagã estava certa.
Desappareceu ante a cruz a mythologia da Grecia e de Roma, os
ídolos do império do mundo cahirão quebrados pela força da verdade
do Evangelho. Muitos templos dos gentios se convêrterão em igrejas
e o povo, até então acostumado a curvar-se diante das estatuas de
Jupiter e de outros deosos fantásticos, ajoelhou com humildade aos
pés do signal da redempção. “ (PARLEY, 1869, p. 246)
Em primeiro lugar, o autor nos faz crer que Constantino foi convertido
ao cristianismo - o que ainda é objeto de muitas controvérsias na
historiografia - logo pretende-se mostrar que o discurso cristão passa
a ser autorizado, reconhecido e aceito pelo imperador romano. Em
seguida, o autor descreve a hostilidade com que os romanos se
relacionavam com os cristãos. De acordo com este enredo, os
cristãos são apresentados no interior de um ambiente caótico e
adverso que os oprime e vitima, porquanto “soffrêrão os christãos
atrozes perseguições. Muitos foram açoutados, vários outros
encarcerados e milhares perdêrão a vida em tormentos horríveis”. O
tom exagerado ou generalizante de tais contatos culturais é bastante
recorrente na narrativa histórica escolar que, nesse sentido, reproduz
a perspectiva da narrativa neotestamentária que, a nosso ver,
pretende evidenciar o caráter profético que permeia a ordem dos
acontecimentos, os quais incorporam uma conotação religiosa
edificante e apologética. A descrição deste cenário enunciativo
também aponta para uma construção discursiva de caráter mais
emocional do que analítico e este aspecto reforça a tentativa de
conciliação entre a história sagrada e a história civil, proposta por
Parley (1869).
82
poder entre bispos e imperadores, cônsules, senadores ou
magistrados (cristãos ou não-cristãos) bem como as circunstâncias
históricas que possibilitaram a emergência e consolidação do discurso
cristão no Império, além de assumir o ponto de vista de autores
tardo-antigos cristãos, sobretudo Eusébio de Cesareia, como verdade
histórica.
83
caso do Brasil oitocentista e a narrativa histórica escolar passa a
conceber a religião católica como um legado que serve de norma ao
presente. Assim a valorização do passado clássico permite pensar a
identidade nacional a partir de visões de mundo e expectativas sobre
a vida nos moldes dos Estados-Nacionais europeus, particularmente a
França, que são, por sua vez, requeridas pela elite brasileira.
Referências
José Petrúcio de Farias Júnior é professor adjunto da UFPI, líder dos
grupos de pesquisa Laboratório de História Antiga e Medieval (UFPI) e
História e culturas religiosas (UFPI),colaborador do Programa de Pós-
Graduação em História (UFPI) e Coordenador do Programa de
Doutorado Interinstitucional UFU-UFPI.
PARLEY, Pedro. História Universal resumida para uso das escolas dos
Estados Unidos da América do Norte. Traduzida pelo desembargador
Lourenço José Ribeiro. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Larmmert,
1869.
84
ENSINO DA HISTÓRIA DA REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA E
SUAS LIÇÕES POLÍTICAS: OS CLÁSSICOS DA SAÚDE COLETIVA
COMO FONTE
Leonardo Carnut
Áquilas Mendes
Introdução
O estudo da Reforma Sanitária Brasileira (RBS), no âmbito das
ciências da saúde é um capítulo fundamental do que se considera
como o conteúdo essencial da área de “História da Saúde
Pública/Coletiva” (PAIM, 2008). Em que pese a relevância do tema,
há uma tendência em focar na trajetória normativa das Políticas de
Saúde em detrimento das escolhas políticas realizadas pelo
movimento sanitário na década de 70-80 (TEIXEIRA, 1998).
Percurso metodológico
Foi realizada uma análise de conteúdo (BAUER, 2000) de dois textos
de autores clássicos da Saúde Coletiva que analisaram a Reforma
Sanitária Brasileira em dois períodos distintos: a) um primeiro texto,
relacionado ao “período da reforma propriamente dita” (1987), do
sanitarista Jaime de Oliveira publicado na Revista Saúde em Debate
intitulado: „Para uma teoria da reforma sanitária: “democracia
progressiva” e políticas sociais‟, e, b) um segundo, relacionado ao
“período pós-reforma” (2008), do professor Jairnilson da Silva Paim
oriundo de sua tese de doutorado: „Reforma Sanitária e Revolução
Passiva no Brasil‟.
85
Para fins analíticos, tomou-se como unidade textual de análise os
excertos (BAUER, 2000) que versavam sobre aspectos políticos
fundamentais para compreensão da lógica do debate em direção à
perspectiva socialista. Nesse sentido, todos os textos foram lidos na
íntegra e deles extraídos esses excertos, que nesse estudo,
compuseram o “corpus” da análise. A partir de então, foi feita a
discussão dos argumentos apresentados pelos autores como forma de
reconstruir a história das escolhas políticas que obtiveram a
hegemonia nos membros da Reforma Sanitária para ressaltar a
importância desse conhecimento no ensino da história da saúde
coletiva/pública no Brasil (BADINELLI, JUNQUEIRA, 2012).
86
resolução de uma crise de legitimidade e fiscal do Estado”[grifo
nosso]. E, portanto, para além dos esforços de autoreprodução deste
Estado e das condições econômico-sociais e políticas que ele ajuda a
sustentar.” [Oliveira, 1987, p.203].
87
Estado, através da militância sanitária, deveria articular-se com
outras frentes setoriais a ponto de garantir unidade de luta política
suficiente para permitir a derrocada do Estado e formular as bases de
um novo modo de produzir. Como o autor aponta:
88
Assim, em uma tentativa de conciliar a teoria da Reforma na qual
elaborava com o “movimento do real”, Oliveira (1987) realiza sua
crítica ao movimento histórico: admitiu que a tese da
institucionalidade findaria por guiar o processo de Reforma Sanitária
e conduziu o debate afim de conjugar as duas propostas em uma
espécie de (sín)tese.
Na realidade, esse autor, em seu livro que teve como fonte sua Tese
de Doutorado, „Reforma Sanitária Brasileira: contribuição para a
compreensão e crítica‟, 2008. Sua obra apresenta uma conclusão
relacionada à revisão do conceito de Reforma Sanitária e com
acirrados comentários sobre seus desafios futuros. De forma bem
crítica, Paim conclui “que a Reforma Sanitária representa uma
89
reforma social inconclusa, passando por diversos momentos de um
ciclo: era uma ideia que ia se plasmando na medida em que se
procedia a uma crítica ao sistema de saúde durante a ditadura”
[Paim, 2008, p.291].
90
Assim, deve-se reconhecer a importante reflexão crítica de Paim
quando menciona o direcionamento estreito que o movimento da
Reforma Sanitária tomou, distanciando-se de um projeto societário
para aquele que privilegia o espaço de atuação no ambiente estatal.
Paim adverte que:
91
Sabe-se que o enfrentamento à essas medidas não podem passar por
uma luta apenas concentrada no âmbito do setor saúde. É preciso
reconhecer que o seu enfrentamento exige uma atuação mais ampla
de vários setores e de distintos seguimentos do movimento social não
restritos à saúde. Paim corrobora com essa visão e insiste no
seguinte alerta:
Paim não economiza nas suas palavras críticas e que devem servir de
reflexão dos jovens sanitaristas: “Mesmo não sendo pouco, o que se
desenvolveu no país foi uma reforma parcial de natureza setorial e
institucional traduzida pela implementação do SUS” [Paim, 2008,
p.302]. Ainda, esse autor acrescenta de forma enfática: “em linhas
gerais, esta é a tese defendida: a Reforma Sanitária Brasileira
reduziu-se a uma reforma parcial, inscrita nas suas dimensões
setorial e institucional com a implantação do Sistema Único de Saúde
(SUS). O resto é “retórica”[grifo nosso].” [Paim, 2008, p.309].
Considerações Finais
O ensino da história tem como objetivo aprender com o passado para
iluminar as decisões do presente sobre o futuro. O futuro da Saúde
Coletiva e das forças sociais que defendem a saúde como direito
social depende das lições aprendidas com o reexame dos clássicos e
da história que registraram sobre esse movimento.
92
Assim é possível dizer que sem um ponto de inflexão nessa história,
por meio minimamente de uma autocrítica ao processo histórico
construído e uma mudança tático-operacional que atue na raíz dos
problemas elencados, inevitavelmente o Estado, tomado pelo avanço
do neoconservadorismo, será primeiro a sucumbir o “direito à saúde”
a um “deve-se ter saúde”. Praticamente um mercado de
trabalhadores-empresas vendendo o risco de se viver.
Referências
Leonardo Carnuté Professor de Sociologia, Estudos Sociais e Pesquisa
Qualitativa da Faculdade de Odontologia da UFMG.
Áquilas Mendes é Professor de Economia Política da Saúde da
Faculdade de Saúde Pública da USP.
93
CARNUT, L.; NARVAI, P.C. Avaliação de desempenho de sistemas de
saúde e gerencialismo na gestão pública brasileira. Saúde e
Sociedade, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 290-305, 2016.
94
A INFLUÊNCIA DO FENÔMENO RELIGIOSO NOS PRIMÓRDIOS
DA EDUCAÇÃO FORMAL NA CIDADE DE SANTARÉM
Lidia Cristiany Alves Assunção
Yasmin Monique Sousa da Silva
Introdução
A presente pesquisa buscou dados históricos relativos ao surgimento
da educação formal de acordo com os moldes europeus na cidade de
Santarém através da figura da Companhia de Jesus, ordem religiosa
católica criada no período da Contrarreforma para catequização em
diversas partes do mundo.
Material e Métodos
A metodologia que buscou informações acerca das atividades
escolares movidas pelas ordens religiosas que iniciaram os
fundamentos da educação formal, conformes os moldes europeus, na
cidade de Santarém, foi a pesquisa bibliográfica e revisão
bibliográfica (análise de livros, artigos e resumos acerca do tema).
Houve a revisão da literatura de material acerca do tema entre o
período de 1661 a 1759 e, em linhas gerais, a compilação de
informações que denotavam o modo de vida educacional que esses
religiosos tiveram em Santarém.
Resultados e Discussão
Reforça-se que as noções de ensino e aprendizagem indígenas,eram
baseadas nos aspectos da oralidade e da observância dos costumes
dos mais velhos, nos afazeres da taba como um todo, cujas tradições
perpassavam de geração para geração, através da transmissão oral,
a narrativa dos mais velhos sobre sua ancestralidade, a imitação
95
quanto as atividades executadas pelos mais velhos, o que configura
que a aprendizagem se dava por meio da socialização entre os mais
velhos e os mais novos da tribo [NUNES, 2009].
96
A aldeia do povo tapajós ou tupaiú só foi experimentar um espaço
educacional propriamente dito em 1686, ano em que o padre João
Maria veio morar na aldeia e iniciou uma pequena escola, o que se
tornou a única fonte de educação formal até a elevação à categoria
de vila, em 1758.
Considerações Finais
Certamente, não há dúvidas da forte influência religiosa na questão
educacional em Santarém. Entretanto, apesar de ser uma das
missões mais importantes do Grão-Pará, a antiga missão dos tapajós,
atual cidade de Santarém teve um início precário dos registros da
educação formal e essa situação só veio a sentir uma modificação
após os decretos pombalinos estabelecidos na colônia determinarem
a expulsão da ordem jesuíta e a educação formal ficar a cargo de
iniciativas populares e, posteriormente, sob o gerenciamento do
governo da colônia.
Referências
Lidia Cristiany Alves Assunção – É acadêmica do curso de Licenciatura
Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Oeste do Pará
(UFOPA).
Yasmin Monique Sousa da Silva – É acadêmica do curso de
Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Oeste do
Pará (UFOPA)
Wilverson Rodrigo Silva Melo (Orientador) - É Mestre em História
pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Doutorando em
História Contemporânea pela Universidade de Évora (UÉVORA).
Atualmente é Docente na Universidade Federal do Oeste do Pará
(UFOPA). E-mail: w.rodrigohistoriador@bol.com.br
97
COLARES, Anselmo Alencar. A história da educação em Santarém:
das origens ao fim do Regime Militar (1661-1985). Santarém:
Instituto Cultural Boanerges Sena, 2005.
98
O MÉTODO DA ANÁLISE DE DISCURSO NA LEITURA DO
TEATRO GREGO
Luiz Henrique Bonifacio Cordeiro
99
Esta trajetória dos estudos apontou caminhos teóricos e abordagens
diferentes, no decorrer do século, alterando o que se entendia por
função social do teatro. De todo modo, os estudos sobre a tragédia e
a comédia atenienses do período clássico exigem a consideração de
que essas obras são o que Aristóteles (“Poética”) chamou de
“mímesis” e que consideramos aqui como uma forma de
representação da realidade. A partir daí, utilizamos como um dos
caminhos possíveis para os estudos do teatro grego a metodologia da
análise de discurso.
100
todo, assim como as peças (tragédias e comédias) podem hoje serem
vistos como monumentos devido a fatores apresentados a seguir.
Como afirma Mota (2011, p. 52), "o teatro ateniense é ao mesmo
tempo um contínuo processo de sua atualização, experimentação e
monumentalização".
101
baseada no que fez elas serem escolhidas: é a determinação do que
pode e do que deve ser dito.
102
Esta parte é uma interpretação crítica e baseada nas outras partes da
análise de discurso. Refere-se aos ditos e aos não ditos do discurso;
do confronto dessas informações é possível observar a objetividade
do discurso com base na análise de discurso.
Referências
Luiz Henrique Bonifacio Cordeiro é docente EAD na UPE, mestre em
História Política pela UERJ e membro do Leitorado Antiguo (Grupo de
ensino, pesquisa e extensão em História Antiga).
103
A EDUCAÇÃO POPULAR NO MUNDO GREGO ANTIGO
Luiz Henrique Silva Moreira
104
luta de classes propriamente dita e que, ao contrário do que afirmam
outros marxistas, não se necessita necessariamente de uma
consciência de classe, por parte dos mesmos, para ocorrer uma
disputa de classes. Deve-se ressaltar que o autor não excluí a
consciência de classe em si, mas apenas à aborda a partir, ou da
questão do status, ou da questão da virtude, como exemplo o autor
demonstra que mesmo entre os gregos que moravam na Pólis, sendo
essa um local mais urbanizado, e os gregos que moravam nas áreas
mais rurais as Chora, havia uma moral superior de um tipo simples
que organizava as classes mesmo em graus maiores ou menores da
mesma cultura (CROIX, 1981 p. 9).
105
gregos? Ou melhor o que uniu o mundo grego, não pensando
somente nos gregos em si, mas também nos estrangeiros, as
mulheres, crianças e os escravos? Esses que por vezes se
encontravam em classes sociais quase que equivalentes.
106
festival em volta do mesmo serviu como um mecanismo ideológico e
de instrução das outras camadas da sociedade.
107
exemplo de como até mesmo os mais modestos aprendiam com o
teatro a ponto de competir e ganhar, por mais que a carreira do
mesmo fosse muito contestada.
Mas talvez o grande ponto que nos permita relacionar o teatro antigo
como uma instituição educadora das massas, é o fato de que a partir
de tal, a revolução humanista, que se inicia com os filósofos, abarca
toda a sociedade ao passo que distancia as explicações míticas dos
problemas sociais, e insere tais questões como relativas às
instituições citadinas, em certa medida é possível afirmar que nasce o
animal político de Aristóteles, ou Homem da Pólis.
108
de civilizado. Se admite que ao falar em teatro se fala apenas de uma
das instituições responsáveis por moldar o homem do mundo antigo,
mas que se vê como essencial quando se percebe que as outras
instituições de formação como exército ou a religião eram
demasiadamente descentralizadas, no sentido da ideologia pregada,
para lapidar o homem civilizado. Fato esse que muda a partir da
ascensão da religião cristã, no entanto, por mais que o cristianismo
centralize em si as outras esferas de poder e acabe por mudar o
conceito de ser civilizado por ser cristão, a religião não muda o teatro
que segue ensinando o povo e levando consigo preceitos filosóficos
que até os dias de hoje levam o homem a se questionar sobre o
mundo a sua volta.
Conclusão
O objetivo desse texto, como um todo, pra além de ajudar a alargar a
percepção do que se entende por Educação e Ensino, é mostrar que
mesmo sem o que temos por "consciência de classe", as sociedades
que antecederam a era industrial também se organizavam em graus,
o quais com a ajuda de Ste. Croix podemos perfeitamente chamar de
classe. E talvez a partir de uma visão mais Thompsoniana, buscou-se
mostrar como conceitos culturais sempre acompanham as questões
de classe.
Referências
Luiz Moreira é graduando de História pela Universidade Estadual do
Paraná - Campus União da Vitória.
109
GAZOLLA, Rachel. Para não ler ingenuamente uma tragédia grega:
Ensaios sobre aspectos do trágico. São Paulo, SP: Edições Loyola,
2001.
110
“INDIVIDUALIDADES HISTÓRICAS”: ESMERALDA DE AZEVEDO
E A ESCRITA DE LIVROS ESCOLARES DE HISTÓRIA
Magno Francisco de Jesus Santos
111
seja, tornar visível a mudança de regime como uma reestruturação
do país. Nesse processo de reconstrução da identidade nacional, o
ensino da história tornava-se um instrumento oficial de invenção de
um passado nacional republicano. Como elucidam Marcelo Magalhães
e Rebeca Gontijo, nos livros escolares era possível perceber “o
sentido da história demarcando a inevitabilidade do novo regime”
(Magalhães, Gontijo, 2013, p. 83).
112
A formação de professores primários passava a ser entendida pelas
autoridades vinculadas à educação como um problema nacional. Após
a conclusão do curso normal, Esmeralda de Azevedo passou a exercer
a profissão na qual atuou por mais de trinta anos, como “professora
pública da escola primária”. Em 1910, o Almanack Laemmert a
apresentou nesta condição, lecionando na “Rua Almirante Delamare,
310 e na Praça da República, 110”, além de relacioná-la entre os
integrantes do “conselho superior de instrucção pública, na Praça da
Acclamação, 140” (Almanack Laemmert, 1910, p. 988).
113
área mais complexa e abstrata. Afinal, quando as crianças estariam
preparadas para ter aulas sobre o passado? Esmeralda Masson de
Azevedo não velou suas preferências metodológicas e afirmou que a
disciplina deveria ser ensinada, com toda a sua complexidade, a
partir do curso médio do ensino primário (ou seja, a partir da terceira
série). Todavia, Azevedo não era uma intelectual que buscava
resguardar integralmente a aplicabilidade metodológica desprovida do
cotejo com a realidade vivenciada no cotidiano escolar. Pelo
contrário, as questões atreladas à experiência docente também
demandavam a busca de soluções para problemas enfrentados na
docência, entre os quais a evasão escolar ao longo do curso primário
elementar. Neste sentido, a aplicação do método, dentro dos cânones
pensados para o ensino primário, poderia resultar em um dano
maior: o aluno abandonar a vida escolar sem ter visto nenhum
conteúdo acerca da história pátria.
114
interferindo na escrita e no ensino da história” (Magalhães, Gontijo,
2013, p. 82).
115
Na elucidação do processo de colonização, os portugueses foram
apresentados de forma diferenciada em relação a ingleses, franceses
e espanhóis. A língua, tida como disseminada na colônia, era
entendida como a evidência sobre quem seria o descobridor. Neste
sentido, a ideia de propagação da civilização lusitana estava atrelada
ao processo de difusão da língua portuguesa no território brasileiro.
Além disso, o conhecimento da língua indígena era entendido como
um instrumento de negociação, por meio da mediação dos jesuítas.
116
protagonizados por homens da elite luso-brasileira. Apenas duas
mulheres foram apresentadas como sujeitos da história: a índia
Paraguaçu e a Princesa Isabel. No resto, a história era palco dos
homens, especialmente os brancos e europeus. Foram poucos os
sujeitos individuais oriundos das camadas populares que foram
levados ao palco da história elaborado por Azevedo. Pode-se afirmar
que se tratou de uma exceção, com a assertiva sobre o caboclo
Calabar e sua traição a pátria, ou seja, os atores das camadas
populares aparecem apenas como um ator coletivo, sem face e
desprovidos de nome, sendo tratados apenas por termos genéricos
como negros, índios ou selvagens. Em contrapartida, o livro reforça
alguns elementos de uma cultura política republicana por meio do
mito de Tiradentes, como o injustiçado e traído herói da República.
117
respectivamente 9, 12 e 8). Mais uma vez emergiu um cenário
permeado de atores masculinos, brancos e de origem europeia. As
exceções foram as presenças de Felipe Camarão e da princesa Isabel,
única mulher entre as individualidades. Outra questão relevante foi a
inserção de militares que lutaram contra os movimentos sociais do
período republicano, como o coronel Tamarindo que lutou na
chamada revolução de Canudos. Se Tiradentes era um herói por ter
lutado pela liberdade em tempos de monarquia, em tempos
republicanos os heróis eram os que sufocavam os movimentos
oriundos dos segmentos populares.
Referências
Magno Francisco de Jesus Santos é professor Adjunto do
Departamento de História, do Programa de Pós-Graduação em
História e do Programa de Pós-Graduação em Ensino de História da
UFRN.
118
MAGALHÃES, Marcelo de Souza; GONTIJO, Rebeca. O presente como
problema historiográfico na Primeira República em dois manuais
escolares. Revista História Agora. V. 2, n. 4, 2013, p. 81-101.
119
O MÉTODO CARTESIANO E O ENSINO MILITAR FRANCÊS NO
EXÉRCITO BRASILEIRO:
O CASO DA ESCOLA DE ESTADO-MAIOR
Marcus Fernandes Marcusso
Lívia Carolina Vieira
120
senso ou razão, é por natureza igual em todos os homens.”
(DESCARTES, 2001, p.5). Portanto, a diversidade de opiniões não
discorreria de maior ou menor razão dos indivíduos, e sim do
caminho percorrido por essa razão até chegar a sua opinião, “pois
não basta ter o espírito bom, mas o principal é aplicá-lo bem.”
(DESCARTES. 2001, p.5).
121
introdução dos chamados fatores da decisão militar (missão, inimigo,
terreno, meios) como “elementos universais para o estudo de um
problema táticos.” (PELEGRINO FILHO, 2005, p. 14). A aplicação
constante do método, especialmente, na resolução dos problemas
táticos reforçava seu uso e contribuía para a construção da doutrina
militar. Nesse processo, o autor destaca o importante papel de novos
mecanismos de estudo e avaliação, como os trabalhos em domicílio,
o estudo em grupo e as avaliações sem graus numéricos.
122
que vos liberteis. Por outro lado, indicar-vos-emos os processos de
execução, igualmente baseados na reflexão e na experiência, porém
variáveis de acordo com as circunstâncias e o temperamento do
Chefe. Daí resulta que em uma situação tática, a título de exemplo ou
de correção, será preciso não ver aí uma solução única e,
principalmente, não ver um esquema passe partout [chave mestra]
ser reproduzido em outra situação do mesmo gênero.” (BAUDOUIN,
1930, p.607).
123
proximidade com o fim da atuação da MMF (1940) e a continuidade
de traços do ensino nos moldes franceses, em parte existente até os
dias atuais como vimos. A época, Sodré já era um intelectual
consideravelmente conhecido, com diversas publicações sobre a
História do Brasil. De acordo com suas memórias algumas, inclusive,
usadas no concurso de admissão e nas aulas do próprio curso de
estado-maior. Tal situação gerou irritação em alguns instrutores, que
tentaram diminuí-lo, em seu primeiro ano, em uma atitude com
“traços de anti-intelectualismo que se manifesta, por vezes, no meio
militar.” (SODRÉ, 1986, p.290).
“De um modo geral as provas não são más. Denotam apenas falta de
conhecimento dos regulamentos de Artilharia e pouca leitura das
conferências fornecidas pelo Curso.Com um pouco mais de meditação
acerca das prescrições regulamentares e um estudo mais cuidadoso
das notas de aula, as questões propostas seriam rapidamente
resolvidas.” (LEVY, 1937, p.5).
124
A conclusão da correção não foi nem um pouco lisonjeira, como se
costumava falar. O capitão criticou o desempenho dos oficiais-alunos,
como podemos observar no trecho abaixo:
125
Estado-Maior. Na ocasião o comandante questionava o então major
sobre a documentação do curso, que ele descrevia como “os
famigerados polígrafos, temas táticos desenvolvidos na carta, com
situações que evoluem e sobre os quais são levantadas questões e
debatidos os ensinamentos a serem aprendidos.” (REIS, 2005. p.14).
126
ou, em alguns casos, diluídas e suavizadas. Como vimos, enquanto
oficial-aluno da EEM, Sodré já figurava como estudioso de temas não
militares, o que o gabaritava como uma intelectual diferente dos
tradicionais historiadores militares. Sua produção tinha como base
metodológica o materialismo-histórico dialético, enquanto a maioria
dos historiadores militares se baseava no positivismo histórico, com
sua típica narrativa, falsamente neutra, dos acontecimentos.
Referências
Marcus Fernandes Marcusso, Doutor em Educação (UFSCar),
professor efetivo de História (IFSULDEMINAS–Campus Inconfidentes).
Lívia Carolina Vieira, Doutora em Educação (UFSCar), professora
efetiva de História (IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes).
127
MALAN, Alfredo Souto, Missão militar francesa de instrução junto ao
exército brasileiro. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1988.
128
PROVOCAÇÕES A PARTIR DE LUCY MAYNARD SALMON
Mariana Dias Antonio
Renan Ramos Chaves
Vários eventos vinculam a imagem de Salmon à AHA: ela foi uma das
primeiras mulheres filiadas à Associação (1883), a única mulher a
publicar no primeiro volume dos „Papers of the American Historical
Association‟ (1886) e a primeira mulher eleita para o Conselho
Executivo da Associação (1915). No entanto, esta trajetória de
pioneirismos não se deu sem atritos [SPONGBERG, 2005]. Um
exemplo seria o desabafo de Salmon numa correspondência pessoal,
onde alega não ter escrito uma única palavra no relatório
apresentado pelo Committee of Seven, „The Study of History in
129
Schools‟ (1899), senão os dois apêndices a ela creditados [NELSON,
1996].
130
transitoriedade de costumes, organizações familiares e formas de
relacionamento diversas.
131
lugares, outros vizinhos naquele lado seguiram seu exemplo e assim
um parque verde se estende atrás de meio quarteirão. Na parte ao
fundo, uma cerca de tábuas muito alta separa nosso quintal daquele
que o encontra costas com costas e esconde de nossas vistas a horta
do vizinho dos fundos” [trad. nossa] [SALMON, 1915a, p.2].
132
Pensemos numa planta frequente nos quintais, jardins ou mesmo
crescendo de maneira oportunista em calçadas e terrenos: o boldo
(Plectranthus barbatus). Esta planta originária da Ásia teve sua
primeira descrição científica por Henry Charles Andrews [ANDREWS,
1797] e é tradicionalmente utilizada para tratar desordens digestivas
e hepáticas. Não seria difícil remeter ao comércio colonial de plantas
e ervas, ao desenvolvimento das ciências naturais ou mesmo aos
costumes e tradições brasileiras.
133
O apelo a um patriotismo que muitas vezes substitui as explicações
mais plausíveis para fenômenos e acontecimentos históricos se
evidencia ao colocar o ensino de História brasileiro em perspectiva
histórica [Cf. AVELAR, 2012; BITTENCOURT, 2009], mas críticas a
essa abordagem já conseguiram garantir certo espaço entre
historiadores e professores. Salmon também se opunha ao fato da
"[...] História não ser estudada em conexão com outros conteúdos no
currículo, e que um uso servil do livro didático é frequentemente
empregado [...]" [trad. nossa] [SALMON, 1899, p. 167]. Estas
últimas críticas infelizmente nos parecem bem atuais.
134
segundo grau, assim como a obra de Marcella Lopes Guimarães é
sugerida para o professor de ensino médio [CEDAC, 2015], enquanto
os PCNs tratam do local e do cotidiano nas séries iniciais. Ao invés de
pensar tais detalhes como contraditórios, procuramos pensar sua
complementaridade necessária, apontando possibilidades para
despertar o interesse histórico a partir de qualquer produção material
ou simbólica da existência humana. É com a percepção da
historicidade de seu cotidiano e da concretude das transformações
observáveis que o aluno pode, desde as séries iniciais, tomar ciência
de sua própria historicidade enquanto indivíduo.
Referências
Mariana Dias Antonio é licenciada em História pelo Centro
Universitário Dr. Edmundo Ulson, mestra e doutoranda em História
pela Universidade Federal do Paraná. Membro discente do “NEMED –
Núcleo de Estudos Mediterrânicos” (UFPR) e do grupo de pesquisa
“Cultura e Poder” (UFPR).
Renan Ramos Chaves é tecnólogo em Processamento de Dados pela
Faculdade de Tecnologia de Taquaritinga, especialista em
Administração Pública pelo Centro Universitário de Maringá e
especialista em Sociologia e Ensino de Sociologia pelo Centro
Universitário Claretiano.
ADAMS, Nicholas; SMITH, Bonnie G.. Lucy Maynard Salmon and the
Texture of Modern Life. In: SALMON, Lucy Maynard. History and the
texture of modern life: selected essays. Filadélfia: University of
Pennsylvania Press, 2001. p. 1-26.
135
CEDAC. Comunidade Educativa. Caderno de orientação para o uso
pedagógico e formativo dos Acervos do programa nacional Biblioteca
da Escola PNBE do Professor. São Paulo: Fundação SM, 2015.
136
OS MANUAIS DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR DE ESTUDOS
SOCIAIS NO BRASIL: EM BUSCA DAS MATRIZES
ESTADUNIDENSES
Max Willes de Almeida Azevedo
137
John Michaelis traz em seu livro Estudos Sociais para crianças numa
democracia, editado no ano de 1970 pela editora Globo, que centra
as ideias nos valores e comportamentos democráticos a ideia de que
democracia é “um modo efetivo de viver, baseado em ideais
fundamentais e duradouros” (MICHAELIS, 1970, p.16). Ou seja, os
indivíduos são respeitados, tem dignidade, fazem escolhas e tomam
decisões, assumem responsabilidades e levam-nas a termo, exercem
e ajudam a preservar direitos inalienáveis e tem a oportunidade de
cooperar com os outros na construção de interesses comuns. E,
educação é “a formação integral do indivíduo, capacitando-o a
exercer o seu inalienável direito à liberdade” (MICHAELIS, 1970,
p.i).Portanto, segundo o pesquisador, asmetas, planejamentos,
processos e materiais de instrução, assim como a avaliação devem
estar coerentes com este tema.
138
Assim, torna-se um manual rico em detalhes, conteúdos e propostas
pedagógicas para os alunos de todas as séries de ensino no primeiro
grau.
Nos livros analisados, cerca de 33% dos capítulos tem, como item
principal, os conteúdos ensinados na disciplina, ou seja, 45 dos
capítulos analisados pertencem a esse grupo. Apesar de ser o
destaque na análise, esse elemento constitui, em média, cerca de
três capítulos por livro, por isso esse grande número nos
componentes relacionados aos conteúdos.
139
presente em seis manuais analisados, faz parte de 4% do total de
capítulos analisados.
140
A partir disso, percebemos a ligação entre os manuais escritos no
Brasil durante o período descrito, e as argumentações do referido
pesquisador norte-americano. No entanto, os autores brasileiros não
trazem definições acerca do que seria as “relações humanas” no
Brasil. Apesar disso, concluímos, que o ensino de Estudos Sociais no
Brasil teria as mesmas finalidades da disciplina nos Estados Unidos da
América e, sendo o John Michaelis (1970) um dos principais
responsáveis pelas ideias elaboradas para o ensino de Estudos
Sociais.
141
dessa afirmação, e de acordo com as premissas elaboradas nesta
pesquisa, descreveremos e analisaremos os manuais a seguir.
142
século XX, o quesito avaliação sofreu poucas mudanças em seus
fundamentos, princípios e finalidades.
Considerações Finais
Após a análise dos conceitos elaborados por Jerome Bruner (1968),
em seu livro O Processo da Educação afirmamos que, na
aprendizagem, a criança pode aprender qualquer coisa no seu estágio
de desenvolvimento. Na avaliação, a informação deve ser adequada à
tarefa. Portanto, ensino é a predisposição para aprender e explorar
alternativas. Pode-se ensinar um conteúdo para uma criança de
qualquer idade, desde que seja apresentado em termos da
visualização que a criança tem das coisas. Portanto, no ensino, o
aluno deve estar disposto a aprender e explorar as alternativas. Com
relação aos conteúdos, o autor determina que esses elementos estão
relacionados às informações transmitidas. No entanto, apesar de
contribuir, significativamente, para as ciências humanas, seus
estudos trouxeram mais resultados para as ciências naturais e
exatas.
143
Tomado de posse dessas conclusões sobre os teóricos norte-
americanos descritos e posteriormente descrever e analisar os
manuais de formação de professores afirmamos que nos livros de
formação de professores de autores brasileiros, constatamos que
existia uma grande preocupação em estabelecer quais os conteúdos
deveriam ser ensinados para os alunos. Pois foi o tema de maior
relevância de acordo com os dezessete manuais de formação de
professores analisados. Nos componentes curriculares, a História
esteve presente em todos os manuais, no entanto, vale ressaltar que
em nenhum manual descrito este componente encontrou-se avulso.
Em algumas publicações, o encontramos junto somente da Geografia.
144
brasileiros e europeus que foram apropriados para a elaboração das
descritas publicações brasileiras.
Referências
Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe, Graduado
em História Licenciatura pela Universidade Federal de Sergipe,
graduando em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional
membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre História do Ensino
Superior - GREPHES e professor do curso de pedagogia das
Faculdades Integradas de Sergipe.
145
HICKMANN, Roseli Inês . Ciências Sociais no contexto escolar: para
além do espaço e do tempo. In: Roseli Inês Hickmann. (Org.).
Estudos Sociais: outros saberes e outros sabores. Porto Alegre:
Mediação, 2002, v. 1.
146
A TENTATIVA DE DIVISÃO DO PARÁ E DE CRIAÇÃO DO
ESTADO DE CARAJÁS: POSSIBILIDADES TEMÁTICAS DE
DIÁLOGO COM A EDUCAÇÃO BÁSICA NO SUL DO PARÁ
Roberg Januário dos Santos
Jeremias Oliveira Santana
Introdução
O tema em tela está na órbita da divisão do Estado do Pará e, por
conseguinte da criação dos Estados do Tapajós e Carajás, onde o
primeiro se localizaria no Oeste do Pará e o segundo no Sudeste
deste mesmo Estado. As discussões aqui propostas surgiram do
projeto de pesquisa O embate fronteiriço paraense: a tentativa de
criação do estado do Carajás e sua recepção na cidade de Xinguara
(1989 – 2011), desenvolvido na Universidade Federal do Sul e
Sudeste do Pará. Os frutos da pesquisa podem orientar novas leituras
do cenário socioeconômico e cultural de Xinguara, contribuindo para
inicialmente se pensar numa história em que os documentos
pesquisados e catalogados acerca da pretensa criação do estado do
Carajás possam permitir leituras históricas acerca da constituição de
uma cidade e Região com histórias marcadas pelo impacto de
grandes projetos econômicos, a exemplo do projeto Carajás, por
conflitos de terras (PEREIRA 2014)e fortes fluxos migratórios (SILVA,
2006) que acompanharam a chamada expansão das fronteiras da
sociedade brasileira para a Amazônia oriental (MARTINS, 2004).
147
sobretudo, com os trabalhos da chamada Constituição cidadã de
1988, oportunidade em buscava-se ouvir a opinião pública associada
a emergência de diversos movimentos sociais, a exemplo de
trabalhadores, mulheres, índios, negros, camponeses, entre outros,
implicando de um modo ou de outro a ampliação da noção de
cidadania no país e a ideia de participação popular. A pauta de
direitos políticos e sociais foi uma marca neste contexto, gestando
um cenário de certas tendências nacionais e estatistas. A presença do
povo como ator político se fez manifestar ainda no movimento
“Diretas Já” que reivindicava reestabelecer, pelo Congresso Nacional,
as eleições diretas para Presidente da República. Segundo Reis
(2014) um movimento de grandes proporções que ganhou as ruas do
Brasil mediante grandes comícios em algumas capitais. O resultado
não foi o esperado em 1985, haja vista que a proposta não foi
efetivada, uma vez que mesmo sendo aprovada não atingiu o quórum
de votos necessários, ocorrendo eleição indireta para o cargo máximo
da política brasileira à época.
148
Grosso, foi criado o Mato Grosso do Sul, com capital em Campo
Grande.
149
Itaipú; no Sudeste, a proposta de criação do estado do Triangulo
Mineiro, região pecuarista e de potencial agrícola, projetando a cidade
de Araxá como futura capital, este enfrentou forte oposição de Minas
Gerais; no Sul da Bahia, observa-se a tentativa de criação do estado
de Santa Cruz, com base nas antigas capitanias de Ilhéus e Porto
Seguro, baseadas na economia do cacau e no crescimento de
cidades, como Itabuna, o projeto separatista enfrentou oposição da
classe política baiana.
150
professores(as) da cidade um tema tão recorrente no local e pouco
explorado, estudado e debatido no cenário escolar local e regional.
151
“A Unifesspa, desde a sua fundação, assumiu o compromisso e o
desafio de promover a formação de profissionais em nível superior
para atuarem na região, oferecendo serviços educacionais de
qualidade que permitam que os alunos por ela formados se
transformem em cidadãos conscientes e profissionais competentes,
agindo em prol da sociedade onde estão inseridos”.
152
“carajaenses” atribuem a derrota aos votos da população de Belém e
regiões conexas.
153
investigar quais as tensões e conflitos que permearam este processo;
quais as disputas se deram entre políticos, instituições e outros
seguimentos da sociedade do Sul e Sudeste do Pará? Quais as
formulações e reformulações do projeto de criação do estado
Carajás? Estas questões são parte do reportório que embasa a
pesquisa.
Referências
Roberg Januário dos Santos: Doutorando em História pelo Programa
de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará.
Professor efetivo do curso de História do Instituto de Estudos do
Trópico Úmido, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.
Esta publicação é fruto das reflexões teóricas realizadas no âmbito
dos Projetos de pesquisa: O Embate Fronteiriço Paraense: a tentativa
de criação do Estado de Carajás e sua recepção na cidade de
Xinguara - PA (1989 2011).
154
SILVA, Carlos Henrique. O Pará aos Pedaços: projeto de criação dos
estados do Carajás e Tapajós no contexto da fronteira de
acumulação. Dissertação de mestrada apresentado ao Programa de
Pós-Graduação em geografia Humana, Universidade de São Paulo.
2015.
155
HISTÓRIA E MEMÓRIA NO OESTE PARANAENSE: ESTUDO
PRELIMINAR SOBRE OS GRUPOS ESCOLARES DE MEDIANEIRA
(1952-1964)
Sander Fernando de Paula
João Carlos da Silva
Introdução
O campo da história da educação pouco temse apropriado da
memória para examinar os acontecimentos históricos. Explicar o
passado, prenhe dos acontecimentos humanos, em função do
presente, talvez seja essa a principal função social do pesquisador.
Mediante suas fontes, o desafio do historiador consiste a rigor dar
significado as atitudes, valores, intenções e convenções que fazem
parte das ações humanas. O desafio do historiador da educação
consistirá num esforço constante em fazer suas fontes falarem sobre
os homens, sobre a sociedade que as produziu. Como nos alerta Bosi,
(1997) a memória não é sonho, é trabalho.
156
o historiador possui para a compreensão dos acontecimentos do ser
humano em sociedade. Ou seja, é através da memória em suas mais
diversas terminologias que podemos encontrar as respostas para os
acontecimentos do passado.
157
Neste texto pontuamos alguns elementos históricos acerca a
escolarização no Oeste do Paraná, considerando a relação entre
História-Memória como lócus de reconstrução da historia da educação
local e regional.
A colonização de Medianeira
Apesar da colonização do Oeste paranaense iniciar no final do século
XX na região de Foz do Iguaçu, foi somente a partir de 1940 que teve
maior expressividade. Para Priori (2012) a perspectiva da busca do
desenvolvimento e progresso do país, esteve fomentado
principalmente a partir do movimento denominada „Marcha para o
Oeste‟ durante o governo de Getúlio Vargas, (1930-1945).
158
são utilizadas nas máquinas, equipamentos e instrumentos de
trabalho, maior é a necessidade sentida pela população por mais
educação (EMER, 2012).
159
salas de aulas e denominou o primeiro grupo escolar fixo. Segundo
Biesdorf; Rohde (1996) a nova escola contava com duas salas de
aulas grandes, carteiras novas de estilo rústico, estrado com mesa
para a professora, quadro negro e janelas arejadas.
160
Medianeira teve seu desmembramento de Foz do Iguaçu e elevado à
autonomia de Distrito em 31 de julho de 1952 pela Lei n.º 99/52 e se
tornou Município oficialmente em 28 de novembro de 1961 pela Lei
Estadual n.º 4245 de 25 de julho de 1960, publicadas em 28.02.60
(MEDIANEIRA, 2017).
161
Tínhamos uma cartilha que aprendíamos português e matemática e
minha professora era a senhora Ana ladi Garcia”.
Conclusão
Como percebemos a pesquisa sobre as instituições de ensino da
Região Oeste do Paraná são fundamentais na compreensão do papel
da educação dentro do meio social. Também já podemos
compreender a importância dos estudos realizados sobre a memória
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dessas instituições e, graças aos trabalhos de grupos de pesquisas e
a dedicação de pesquisadores um grande número de estudos já está
disponível estimulando e fortalecendo novas abordagens.
Referências
Sander Fernando de Paula é Graduado em História. Aluno do
Mestrado em Educação/ Universidade Estadual do Oeste do Paraná -
Cascavel /Pr.Linha de pesquisa: História da educação.
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EMER, Ivo Oss. Um pouco da história da educação no oeste do
Paraná. Revista HISTEDBR On-Line, v. 12, n. 45e, 2012.
Depoimentos:
Hilegarde Maria Rohde entrevista em 24 de janeiro de 2017
Ignes Lorençon entrevista em 24 de janeiro de 2017
Lurdes BrunheraBogonientrevista em 25 de janeiro de 2017
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O PROCESSO DE CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DOS GRUPOS
ESCOLARES DE SANTARÉM
Joanne da Silva Ribeiro
Silvia Eletícia Santos do Nascimento
Introdução
No início da República, o ensino era repassado por um modelo
memorístico e repetitivo, onde a educação sofria coma falta de
infraestrutura e profissionais qualificados. Com a chegada dos Grupos
Escolares, a educação tomou novos rumos. Sua arquitetura, sua
metodologia de ensino incorporou um novo modelo de educação no
século XIX, pois, para o governo Republicano, a educação era vista
como o alicerce para superar os problemas da sociedade brasileira.
Dito isto, o objetivo desse trabalho é analisar bibliograficamente
como surgiu e como se deu o processo histórico educacional dos
grupos escolares em Santarém.
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1899, promulgado pelo então governador José Paes de Carvalho. O
decreto estabelecia o ensino primário público, o qual era ministrado
em escolas isoladas e grupos escolas. De acordo com França [2016]:
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foram privilegiadas com a implantação desse projeto [...]” [COSTA;
CORRÊA, 2016, p. 331].
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prédios públicos das escolas e a forma de conduzir o ensino e seu
interior são modificados visando a formação para o profissionalismo,
característica do pensamento desenvolvimentista impregnado pela
nação” [COSTA;CORRÊA, 2016, p. 336].
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1880, cidade de Essen, Alemanha, que contribuiu muito com a
educação na cidade e pelo ensino religioso” [VASCOCELOS, 2015, p.
102].
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Segundo Fonseca [2006], o Grupo Escolar era dividido em dois
cursos: Elementar e o Complementar, que juntos tinham a duração
de seis anos. A grade curricular da instituição dispunha de disciplinas
variadas, sendo que, uma disciplina específica instruía “lições de
coisas”, ou seja, um ensino de notório saber, onde se ensinava
tarefas do cotidiano, como corte e costura, bordados, aulas de
etiqueta e etc.
“No período [...] 1925 a 1927, o ensino escolar abrangia seis anos,
divididos em dois cursos: O Elementar (4 anos) e o complementar (2
anos). Este curso final compunha-se das seguintes disciplinas:
Português, Aritmética (com Álgebra), Geometria, Geografia, Ciências,
História Natural, Lições de Coisas História do Brasil, Desenho,
Educação Física e Instrução Moral e Cívica” [FONSECA, 2006, p. 198-
201].
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de Santarém. É que o governador Barata não simpatizava com os
Franciscanos de Santarém, que frequentemente se contrapunham a
certos arbitrários de mandatário do Estado” [FONSECA, 1998, p. 78-
79].
Considerações Finais
Ao explorar as obras supracitadas anteriormente, podemos observar
o amplo processo de instalação dos Grupos Escolares no Pará, com
ênfase na cidade de Santarém-PA.
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educacionais do município, uma vez que o mesmo não dispunha de
escolas secundárias. Com a implantação do Grupo Escolar de
Santarém que posteriormente tornou-se Grupo Escolar Frei Ambrósio,
a sociedade Santarena foi agraciada com um ensino que não deixava
a desejar os da capital.
Referências
Joane da Silva Ribeiro é acadêmica do curso de Licenciatura Plena em
Pedagogia da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
Email: joanejaqueline@gmail.com
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FONSECA, Wilde Dias. Santarém: Momentos Históricos. 6. ed.
Santarém, PA: Gráfica Brasil, 1998.
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ORGANIZAÇÃO
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