Edilson Pereira

Do Holocausto à Terra
Prometida: A Criação de um
Memorial na Paisagem Carioca

Trabalho realizado por Caio Renato, João Gabriel e John Breno.

 Autor

Edilson Pereira é professor na Escola de Comunicação da Universidade

Federal do Rio de Janeiro.;

Possui doutorado em Antropologia Social pelo PPGAS/Museu

Nacional/UFRJ;

É Mestre em Sociologia e Antropologia pelo PPGSA/IFCS/UFRJ e

graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela UFV.;

Atua principalmente nos seguintes temas: religiosidades; imagem, ritual

e simbolismo; antropologia da arte; corpo e performance;

materialidades, patrimônios e memória.

Contexto da Obra
O livro surge da colaboração de dois grupos de pesquisa do CNPq: Artes,

Saberes e Antropologia; e Mares - Religião. Arte. Materialidade. Espaço

Público;

O texto busca retratar um memorial “que, em suas formas estéticas e sua

relação com a paisagem urbana, assume sentidos religiosos, culturais e

políticos”;

Edilson foca sua análise em três principais frentes:

1. Comunidade judaica do Rio de Janeiro;

2. Membros da Igreja Evangélica, com destaque para a Igreja Universal;

3. Pessoas contrárias à construção do monumento.

 Aspectos Urbanísticos e Antropológicos

Monumento como forma de redefinir a paisagem do Rio de

Janeiro;

Em um formato de obelisco de quase 20 metros de altura, ele

está localizado entre dois principais pontos turísticos da

cidade: o Cristo Redentor e o Pão de Açucar.

A partir de uma análise antropológica, trata-se de um

memorial às vítimas do Holocausto permeado por questões

políticas, pessoais e com aspectos profundamente religiosos.

Ascensão das Comunidades Evangélicas na
Política

Com a redemocratização do país, os evangélicos ingressaram

em peso na política e ganharam uma grande visibilidade

nacional;

Atuando como um bloco corporativo na defesa da moral e

aliada politicamente à direita;

Com o passar dos anos, os evangélicos criaram novos partidos,

no intuito de conservar os chamados "interesses morais e

políticos”;
 Sincretismo Religioso entre a
Comunidade Evangélica e Judaica

A religião judaica, sendo a mais antiga das três religiões abraâmicas, teve

sua origem por volta do século VII a.C;

O protestantismo se baseia no Novo Testamento, o chamado Evangelho,

compreendendo Jesus Cristo como o Messias, enviado de Deus para a

Terra;

Algumas igrejas evangélicas, como a Igreja Universal do Reino de Deus

(IURD), moldaram sua identidade de modo a incorporar elementos judaicos.

É nesse sentido que surge o memorial das vítimas ao Holocausto como uma

amostra do sincretismo religioso entre o judaísmo e o protestantismo, assim

fazendo parte da paisagem carioca e do espaço público.

Arquitetura de um Projeto Judaico

A ideia do monumento teve início com Gerson Bergher, filho de

imigrantes de origem judaica;

Monumento seria localizado na Praia de Botafogo, mas

posteriormente se preferiu o Morro do Pasmado;

Entretanto, sua construção só tomaria rumos definitivos com a

posse de Marcelo Crivella como prefeito;

As críticas à localização do monumento perpassavam,

majoritariamente, pela preservação do cenário carioca,

considerado patrimônio mundial;

 Arquitetura de um Projeto Judaico

A defesa do projeto se dava no argumento de que o memorial

seria essencial para a representação das minorias, como grupos

ciganos, negros, LGBTQI+, dentre outros, os quais tambem

haviam sido vitimas do Nazismo;

Embora o projeto fosse inicialmente fruto de uma manifestação

da comunidade judaica carioca, sua justificativa estava na

função social de um papel cultural e educativo.

A Questão do Monumento e Patrimônio Cultural

"Segundo os profissionais do Iphan-RJ e do Icomos-Brasil, diversas medidas

protetivas dos tombamentos e títulos já adquiridos pela cidade estavam sendo

desrespeitadas pelo projeto em curso";

Parque do Flamengo é tombado como patrimônio cultural e o Rio de Janeiro

tombado como patrimônio mundial.

Os patrimônios culturais são subdivididos em dois tipos principais:

a) Patrimônio Cultural Material;

b) Patrimônio Cultural Imaterial.

Considerações Finais
A falta de vinculação do local destinado para a

edificação do memorial carioca, o Morro do

Pasmado, com as vítimas do Holocausto é o maior

reflexo da presenca de interesses politicos e

religiosos pessoais na construção do memorial.