As primeiras escolas laicas e particulares, e os colégios femininos
protestantes foram criados em 1874. As turmas eram pequenas e o material
importado. Com a Proclamação da República em 1889, o governo reforma o ensino primário e normal, organizando uma rede de escolas normais e complementares, aumentando a presença das mulheres nos cursos de formação de professoras. A Nova Constituição de 1890 separou a igreja do estado, eliminou o voto baseado na renda e instituiu o voto ao cidadão, alfabetizado, homem. Em 1895, surgiu na Escola Normal de São Paulo, e o primeiro jardim da infância. Passaram-se muitos anos até que os alunos ganharam atenção. Foi nos anos de 1920 que começou a se discutir sobre a importância da educação para o país se desenvolver, onde o aluno então passa a ser o sujeito mais importante da escola, adotando novos métodos e reformando o currículo escolar. Anésio Teixeira assinou em 1932 o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, que defendia a universalização da escola pública, promovia mudanças pedagógicas e valorizava a experiência da criança. Educação Laica: Trata-se de um ensino que não apresenta qualquer viés ou tendência religiosos, mas o amplo respeito a toda crença ou não crença. No Brasil, o ensino laico teve início a partir da expulsão dos jesuítas, em 1759, pelo Marquês de Pombal. Seus colégios foram fechados e o ensino no país foi laicizado, com a introdução das aulas régias, o início da educação pública e a fundação de algumas instituições baseadas em ideais iluministas. Assim, a reforma pombalina da educação, em 1770, substitui o sistema jesuítico por um ensino laico, dirigido pelos vice-reis. No final da década de 1870, foram feitas novas reformulações dos currículos das escolas primárias visando criar um programa que eliminasse a História Sagrada, retomando os debates sobre o ensino laico e a separação entre o Estado e a Igreja Católica. Com a Revolução Industrial e a necessidade de mão de obra com formação técnica e especializada, o ensino laico é defendido junto à ideia de um ensino estatal e à concepção da educação universal, gratuita e obrigatória. Escolas Privadas: no caso da rede privada de ensino, é possível que os colégios sejam confessionais, isto é, sigam uma determinada confissão religiosa. Nessas escolas, a gestão costuma ser feita por religiosos. Como se trata de instituições particulares, compreende-se que os pais, por terem condições socioeconômicas para isso, optaram pelo modelo confessional. "É direito dos pais escolherem isso. Muitas vezes, a condição socioeconômica impede de ter opções. Mas, quando isso não é um empecilho, é possível escolher entre escolas particulares confessionais e não confessionais, de ensino laical", assinala o advogado. O fato, no entanto, de escolas privadas poderem oferecer ensino religioso confessional não significa que possam abandonar conceitos científicos para introduzir dogmas religiosos no lugar deles. "Elas podem usar a religião como instrumento de coesão interna, mas não abandonar, por exemplo, o evolucionismo e colocar o criacionismo no lugar". Colégios femininos protestantes: A partir de 1870, foram fundadas escolas protestantes, especialmente metodistas e presbiterianas, que quebraram o monopólio religioso do catolicismo e, pela primeira vez no Brasil, reuniram alunos de ambos os sexos numa mesma classe. Nessa época, surgiram nas províncias escolas públicas mistas, e as professoras receberam autorização para lecionar para meninos de determinada idade (geralmente entre 12 e 14 anos) – o que abriu um novo campo ao magistério feminino. As moças foram liberadas para ingressar nos cursos normais, e o trabalho feminino ganhou força no final do século XIX, tendo em vista a necessidade de um número maior de trabalhadores para suprir a crescente demanda. Escola Normal de São Paulo: "A primeira escola normal, chamada de complementar na época, foi de Itapetininga, instalada em 1895", conta o historiador Luiz Holtz. A primeira turma, segundo ele, formou-se em 1899 e foi dar aulas em cidades de todo o Estado. "Em 1911, 25% dos professores do Estado de São Paulo tinham saído de Itapetininga", revela. Os estudantes eram filhos -- mais precisamente, filhas -- que, quando não iam se formar advogados em São Paulo, tornavam-se professores na escola normal. O primeiro jardim da infância: Desde a instalação do primeiro Jardim de Infância no Brasil, em 1875, discute-se a importância dessa modalidade de educação para o público infantil. Entretanto, assim como nos Estados Unidos, coube à iniciativa privada a instalação dos primeiros Jardins de Infância no Brasil, os quais atendiam a elite. Porém, ao visualizar as necessidades de uma sociedade que se urbanizava e na qual se ampliava gradativamente o contingente de pessoas que cada vez mais necessitavam buscar trabalho para garantir sua subsistência, deixando assim seus filhos em casa sozinhos, Rui Barbosa indicou em seus pareceres a criação do Jardim de Infância como etapa preliminar à escola primária, onde os filhos dos trabalhadores poderiam estar durante o trabalho dos pais. Bibliografia MENEZES, Ebenezer Takuno de. Verbete ensino laico. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível em: <https://www.educabrasil.com.br/ensino-laico/>. Acesso em: 22 set 2023. OLIVEIRA, Anderson. 1ª escola normal do interior é de 1895 e formava professores – Cruzeiro do Sul. Disponível em: < https://www2.jornalcruzeiro.com.br/materia/712237/1-escola-normal-do-interior-e-de- 1895-e-formava-professores/>. Acesso em: 22 set 2023. PERES, Selma Martines. O jardim de infância. Disponível em: < /http://www.uel.br/grupoestudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/ anais14/arquivos/textos/Workshop/Trabalhos_Completos/ Lara_Celestino_e_Selma_Peres.pdf>. Acesso em: 22 set 2023. FERNANDES, Fernanda. A história da educação feminina. Disponível em: < https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/reportagens/14812-a-hist%C3%B3ria-da- educa%C3%A7%C3%A3o-feminina >. Acesso em: 22 set 2023.