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Terreno sem culturas ou abandonado, que a antiga legislação portuguesa, com base em práticas
medievais, determinava que fosse entregue a quem se comprometesse a cultivá-lo.
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Encarregado de distribuir as sesmarias. Aquele que recebeu uma sesmaria para cultivar.
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Datas vêm do verbo datar. Pôr data em: datar uma carta, um testamento. Existir desde tal época
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Canoa de um mastro e de dez a 15 palmos de boca.
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Barco a remo ou reboque usado para comercialização e transporte de mercadorias. Canoa de
pequeno porte, curta, com grande pontal.
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Apoio financeiro; auxílio monetário ou de outro gênero para que algo se realize.
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Centro urbano ou cidade; designação atribuída ao conjunto de pessoas que habitam uma área
delimitada, com casas e atividades financeiras, comerciais, culturais, administrativas, entre outras.
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Os teus descendentes colherão os teus frutos. Não pensar unicamente em si e no presente, pois o
nosso trabalho aproveitará às gerações futuras (Virgílio, Écloga IX, 50).
Conta Sidney Milhomem em sua Síntese Histórica sobre Barra do Corda, p. 29.
que Melo Uchôa. "com a descoberta do local para fundação da cidade, regressara com sua
caravana à Fazenda da Consolação, em Picos." Lá, teria Ido encontrar sua esposa. Hermínia
Francisca Felizarda Rodrigues da Cunha. Em estilo épico e romântico, descreve: "O drama
vivido por D. Hermínia, provocado pela ausência do marido" (Melo Uchôa); o sofrimento dele
"trazendo no rosto a marca das intempéries", que mutilam os bandeirantes e os fundadores...
mas não atingiria, porém, a cidade de Picos, pois, no meio da mata, houve o encontro: "Foi
grande sua surpresa em ver ali a esposa e a filha primogênita."
Melo Uchôa e D. Hermínia tiveram os seguintes filhos: Tarquínio Prisco de Melo
Uchôa, Custódio Francisco de Melo Uchôa, Vitória Francisca de Melo Uchôa, Ruscol Francisco
de Melo Uchôa, Altina Tereza de Melo Uchôa e Estael Clara de Melo Uchôa. Pairara algumas
dúvidas, como por exemplo: sé Altina Tereza foi a primogênita do casal e se todos os filhos de
Melo Uchôa nasceram em Barra do Corda.
Historiadores, incluindo dados oficiais da Enciclopédia Brasileira dos Municípios,
falam de que o casal teria tido sete filhos. Porém, no 1° Livro de Notas do Cartório do 1º Ofício,
com data de 22 de julho do ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1874, D.
Hermínia e os filhos citados aqui são reconhecidos do então Tabelião da Vila de Santa Cruz da
Barra do Corda, Raimundo Primo Ribeiro, em documento oficial (p. 82 e 83 verso). Admite-se
que um dos sete filhos do casal já havia falecido. A dúvida persiste (e multas outras) em
decorrência de que o conhecimento dos fatos que se relacionavam ao desenvolvimento social,
político e econômico das vilas se processava de maneira lenta. Assim, Barrado Corda pertencia
à Comarca da Chapada (hoje Grajaú). Muitos Livros de Notas teriam se extraviado e outros
podem não ter se transferido quando da autonomia política e Judiciária, em anos que se
sucederam.
Ao contrário do que ocorre em muitos lugares, os cartórios de Barra do Corda,
além de organizados da melhor forma possível, se constituem na maior fonte de nossa História
e Cultura. Exemplo disto é que encontramos, com relação ao Registro Civil, o 1º Livro da
Comarca, aberto a 24 de março de ,1873, e encerrado a 2 de setembro do ano da Abolição da
Escravatura (1888).
Dos filhos de Melo Uchôa, dois deixaram descendências conhecidas. Estael Clara
de Melo Uchôa casara-se com Virgílio César de Miranda; do casal, nasceu Marcelino César de
Miranda, que, por sua vez, desposou Ana Salustino Bonfim, com quem teve os seguintes filhos:
Raimundo Nonato de Miranda, Adauta César de Miranda, lida Miranda.
Maria Miranda Guimarães. Antônio César de Miranda e Luzia de Miranda
Milhomem.
Antônio Miranda casou-se com Léa Brandes de Miranda, irmã do autor28 deste
livro; e Luzia com Francisco Milhomem, comerciante em Barra do Corda, os quais tiveram
vários filhos, entre eles o memorialista e empresário Sidney Milhomem e o Jornalista
renomado e escritor emérito Wolney Milhomem, falecido no ano de 1993.
Na mesma linha de descendência esteve Dona Belizária Rodrigues de Melo Uchôa.
neta do bandeirante fundador. Dela nasceram os filhos Manoel de Miranda Uchôa
(Manoelzinho) e José Maria de Miranda Uchôa, conhecidos do autor destas notas e de quem
queremos destacar alguns aspectos da personalidade e do caráter que marcaram a vida de
ambos.
De Manoel de Miranda Uchôa, transcrevemos na íntegra o que sobre ele escreve
o pesquisador Justino Soares de Abreu: "Manoel Uchôa, Manoelzinho, bisneto do fundador,
nasceu a 22 de setembro de 1887 e faleceu a 3 de agosto de 1954.
Andava de rastos (era paraplégico). Pés descalços. Não podia levantar os mesmos.
Segurava em dois bastões. Era cego de nascimento. Tinha uma fé admirável. Pertencia a
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Professor Galeno Brandes.
diversas irmandades, trazendo ao pescoço vários emblemas. De sua casa, vinha à Igreja todos
os dias.
Sozinho, sem perder o rumo, deixando atrás o grande rastejo dos pés.
enfrentando as madrugadas frias, pois saía muito cedo para não chegar atrasado nas funções
religiosas.
Certo dia, um frade disse, no Sermão, estas palavras: Esse ceguinho quando
morrer, seus olhos se abrirão. Foi assim a vida do nosso santo Manoel Uchôa, bisneto do
fundador, passando mais de 60 anos sem conhecer nada do mundo... É sepultado em Barra do
Corda; no Cemitério denominado Campo da Paz.
De José Maria de Miranda Uchôa, disse Justino Soares de Abreu: "José Maria de
Miranda Uchôa, bisneto do fundador, era humilde, simples e multo inteligente. Não suportava
injustiças: falava horas inteiras sobre coisas do passado; dizendo como seu bisavô descobriu
Barra do Corda.
Com seu espírito de humildade, aos sábados, saía com seu irmão Manoelzinho. de
porta em porta, pedindo em voz alta uma esmola para o irmão."
Em Decreto de 25 de fevereiro de 1966, o prefeito do então município de Barra do
Corda, considerando que José Maria de Miranda Uchôa "era um autodidata, relegado a plano
do esquecimento, à guisa de Previdência Social, que lhe assegurasse tranquilidade mínima no
final da sua existência", aposentava o remanescente do fundador, incluindo-o no Quadro de
Inativos.
Significava, pelo menos, uma prova de reconhecimento e respeito por aqueles
que deram a sua vida para o nosso descobrimento e crescimento ordenado, marcando com
suor e sangue a nossa origem.