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CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFICIONAL

“RENATO RAMOS DA SILVA”


CEDUP- LAGES- SANTA CATARINA

O CORTIÇO

CARLOS EDUARDO DE LIMA COSTA E RAFAELA LIMA DE SOUZA LEMOS

LAGES
SETEMBRO/2022
SÚMARIO

1 NATURALISMO NO BRASIL.......................................................................................... 2
1.1 CARACTERÍSTICAS........................................................................................................ 2
1.2 CONTEXTO HISTÓRICO.................................................................................................
1.3 AUTORES..........................................................................................................................
1.4 OBRAS FAMOSAS............................................................................................................
2 BIOGRAFIA DE ALUÍSIO AZEVEDO............................................................................
3 O CORTIÇO..........................................................................................................................
4 CONCLUSÃO.......................................................................................................................
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................
1 NATURALISMO NO BRASIL
1.1 CARACTERÍSTICAS

O naturalismo, estilo de origem europeia, foi introduzido no Brasil a partir da


publicação do romance O mulato, de Aluísio Azevedo, em 1881. O naturalismo brasileiro,
portanto, recebeu as influências do movimento que nasceu na Europa; assim, estava centrado
em uma visão cientificista da realidade.

Essa supervalorização da ciência gerou teorias como o determinismo, que trouxe a


ideia de que os indivíduos eram influenciados pelo meio em que viviam e também pela raça e
época a que pertenciam. Desse modo, os autores criavam seus personagens com base nessa
premissa.

As motivações biológicas dos personagens eram mais valorizadas do que as


psicológicas. Isso porque o indivíduo era entendido como animal irracional sujeito aos
instintos, sobretudo o sexual. Assim, os autores recorriam à zoomorfização, que consiste em
atribuir características animais a seres humanos.

No entanto, os escritores tinham uma preferência por personagens marginalizados ou


oriundos da classe baixa, que eram analisados “cientificamente”. Além disso, nessas obras,
são visíveis os preconceitos, tidos como “científicos”, quando as mulheres são tratadas como
histéricas, as pessoas negras como inferiores e os homossexuais como criminosos ou doentes.

No mais, as obras naturalistas valorizam a objetividade da linguagem e, por meio da


ficção, buscam analisar e compreender os problemas da sociedade, além de apontar as
suas causas. Nessa perspectiva, são narrativas antirromânticas, pois não realizam qualquer
tipo de idealização e, por isso, mostram a realidade sem retoques.

1.2 CONTEXTO HISTÓRICO

O surgimento do naturalismo na Europa estava relacionado à publicação, em 1859, da


obra A origem das espécies, de Charles Darwin (1809-1882), que provocou uma revolução
científica ao demonstrar que o ser humano e outras espécies, em estado natural, passam por
um processo de adaptação e consequente evolução.

Esse livro colocou em evidência o poder da racionalidade e da ciência. Desse modo,


correntes filosóficas como o positivismo ganharam força na segunda metade do século XIX.
Assim, sob a influência de seu tempo, os escritores passaram a usar teorias científicas na
construção de seus personagens.

Essas ideias chegaram ao Brasil em um contexto de mudanças políticas e sociais. A


monarquia estava em decadência, enquanto os movimentos abolicionista e republicano
ganhavam força. Desde a aprovação da Lei Eusébio de Queirós, em 1850, outras leis contra a
escravidão surgiram, como a Lei do Ventre Livre, em 1871, e a Lei dos Sexagenários, em
1885.

Três anos depois, em 13 de maio de 1888, ocorreu a abolição da escravatura e, no ano


seguinte, a proclamação da república, em 15 de novembro de 1889. Era o fim da monarquia,
que representava o conservadorismo e também era responsável pela crise econômica em que
se achava o país.

1.3 AUTORES DA ÉPOCA

 Aluísio Azevedo (1857-1913)


 Adolfo Caminha (1867-1897)
 Raul Pompeia (1863-1895)
 Júlia Lopes de Almeida (1862-1934)
 Júlio Ribeiro (1845-1890)
 Lourenço Ferreira Leal (1850-1914)

1.4 OBRAS FAMOSAS

 O mulato (1881), de Aluísio Azevedo


 Casa de pensão (1884), de Aluísio Azevedo
 Um homem gasto (1885), de Ferreira Leal
 O Ateneu (1888), de Raul Pompeia
 A carne (1888), de Júlio Ribeiro
 O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo
 Bom-crioulo (1895), de Adolfo Caminha
 A falência (1901), de Júlia Lopes de Almeida

2 BIOGRAFIA DE ALUÍSIO AZEVEDO

Nascido em São Luís do Maranhão (MA), em 14 de abril de 1857, Aluísio Azevedo


era filho de D. Emília Amália Pinto de Magalhães e do vice-cônsul português David
Gonçalves de Azevedo.
Demonstrou, desde muito jovem, grande interesse por desenho e pintura, o que o levou
a mudar-se para o Rio de Janeiro em 1876, a fim de matricular-se na Imperial Academia de
Belas Artes. Para manter-se na capital, desenhava caricaturas para os jornais O Fígaro, A
Semana Ilustrada, O Mequetrefe, e Zig-Zag. Também rascunhava cenas de romances.
Morto seu pai em 1878, retorna a São Luís, onde dá início à sua carreira de escritor no
ano seguinte, com o romance Uma lágrima de mulher, ainda aos moldes da estética

romântica. Trabalha também para a fundação do jornal O Pensador, publicação anticlerical e


abolicionista.
Em 1881, lança seu primeiro romance naturalista, O mulato, abordando o assunto do
preconceito racial. Bem recebido na corte, apesar da temática da obra ter sido considerada
escandalosa, Aluísio embarca de volta para o Rio de Janeiro, decidido a ganhar a vida como
escritor.

De volta à capital do Império, produz diversos folhetins, que garantiam sua


sobrevivência. Nos intervalos dessas publicações, geralmente melodramáticas e românticas,
dedicava-se à pesquisa e à escrita naturalista, que o consagrou como grande autor brasileiro.
Foi nessa época que lançou suas principais obras, Casa de pensão (1884) e O cortiço (1890).

Aprovado em concurso para o cargo de cônsul em 1895, abandona a carreira literária.


Reside na Espanha, no Japão, na Inglaterra, na Itália, na França, no Uruguai, no Paraguai e na
Argentina, onde falece, em Buenos Aires, em 21 de janeiro de 1913.

3 O CORTIÇO

O livro narra inicialmente a saga de João Romão rumo ao enriquecimento. Para acumular
capital, ele explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir seus
objetivos. João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza, o
ajuda de domingo a domingo, trabalhando sem descanso.

Em oposição a João Romão, surge a figura de Miranda, o comerciante bem estabelecido


que cria uma disputa acirrada com o taverneiro por uma braça de terra que deseja comprar
para aumentar seu quintal. Não havendo consenso, há o rompimento provisório de relações
entre os dois.

Com inveja de Miranda, que possui condição social mais elevada, João Romão trabalha
ardorosamente e passa por privações para enriquecer mais que seu oponente. Um fato, no
entanto, muda a perspectiva do dono do cortiço. Quando Miranda recebe o título de barão,
João Romão entende que não basta ganhar dinheiro, é necessário também ostentar uma
posição social reconhecida, frequentar ambientes requintados, adquirir roupa finas, ir ao
teatro, ler romances, ou seja, participas ativamente de vida burguesa.

No cortiço, paralelamente, estão os moradores de menor ambição financeira. Destacam-se


Rita Baiana e Capoeira Firmo, Jerônimo e Piedade. Um exemplo de como o romance procura
demonstrar a má influência do meio sobre o homem é o caso do português Jerônimo, que tem
uma vida exemplar até cair nas graças da mulata Rita Baiana. Opera-se uma transformação no
português trabalhador, que muda todos os seus hábitos.

A relação entre Miranda e João Romão melhora quando o comerciante recebe o título de
barão e passa a ter superioridade garantida sobre o oponente. Pra imitar as conquistas do rival,
João Romão promove várias mudanças na estalagem, que agora ostenta ares aristocráticos.

O cortiço todo também muda, perdendo o caráter desorganizado e miserável para se


transformar na Vila João Romão.

O dono do cortiço aproxima-se da família de Miranda e pede a mão da filha do


comerciante em casamento. Há, no entanto, o empecilho representado por Bertoleza, que,
percebendo as manobras de Romão para se livrar dela, exige usufruir os bens acumulados a
seu lado.
Para se ver livremente da amante, que atrapalha seus planos de ascensão social, Romão a
denuncia a seus donos como escrava fugida. Em um gesto de desespero, prestes a ser
capturada, Bertoleza comete o suicídio, deixando livre para o casamento de Romão.

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