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Apresentação da personalidade

Luís Gama

Importante personalidade no Brasil no século XIX. Nasceu na cidade Salvador, Bahia, filho de uma
escrava chamado Luiza Mihan e de um fidalgo de origem portuguesa. Foi vendido como escravo
pelo próprio pai quando tinha 10 anos, apesar de ter nascido livre. Dos 10 aos 18 anos foi escravo
de ganho: uma vida de trabalho escravo no meio urbano de São Paulo. Aos seus 18 anos, conheceu
um estudante que ensinou a ler e escrever e aprendeu sobre a Lei Feijó (1831). Sendo assim, cresce
as raízes do seu estilo de ativismo contra a escravidão: o uso da lei.

Jornada do jornalismo
Luís Gama demonstrava uma grande habilidade na escrita, e assim começou a produzir alguns
textos, sendo um deles que satirizou as instituições e costumes: Primeiras Trovas Burlescas de
Getulino, em 1859. Com isso, entrou no ramo do jornalismo. O ascenso, contudo, não atingiu o
apogeu por ter sofrido o bloqueio social: não incorporou as condutas aristocráticas, ficou sem
diploma de faculdade e sem acesso pleno aos círculos políticos da elite brasileira; reclamou em
versos:
Ciência e letras
Não são para ti
Pretinho da Costa
Não é gente aqui

De escravo à advogado abolicionista


Luís Gama foi um rábula - nome dado aos advogados sem título acadêmico(diploma). Usava uma
oratória impecável e com seus conhecimentos jurídicos para defender os escravos. O estilo de
ativismo abolicionista de Gama era a exploração das ambiguidades e lacunas na legislação acerca
da escravidão: usar a lei para libertar pessoas escravizadas de maneira ilegal (a escravidão foi legal
no Brasil ate 1888). Valeu-se da:

● A lei Feijó, de 1831, que proibia o tráfico de escravos para o Brasil e foi sistematicamente burlada
no país (é dessa lei que surge a anédota “lei para inglês ver”). Apesar do desrespeito a essa lei, ela
vigorava e foi usada por Gama para acusar a ilegalidade da escravidão de pessoas que ingressaram
no território brasileiro após o dia 7 de novembro de 1831.

● O artigo 179 da Constituição de 1824, que assevera a proibição de açoites, torturas e marca de
ferro quente.

● A lei do Ventre Livre, que abria a possibilidade da compra da alforria pelo próprio escravo.

● Outras estratégias foram usadas, mas essas são as mais significativas.

Com essas estratégias, Luís Gama ganhou a fama de advogado dos escravos. Fez o movimento
abolicionista, o primeiro movimento social brasileiro, sair do enclausuramento da elite e se
diversificar. Influenciou sumidades como Raul Pompéia, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco. O seu
estilo arrojado de defesa jurídica galvanizou os estudantes da Faculdade de Direito de São Paulo. As
faculdades eram poucas e eram pólos nacionais, de modo que muitos estudantes da Faculdade
voltaram para as suas províncias envolvidos com a causa e o estilo do advogado dos escravos.
Associou o problema da escravidão com a ordem monárquica e, logo, começou a defender uma
visão de mundo republicana

Na data de sua morte, em 1882, era uma personagem reconhecida pelos seus
serviços contra a escravidão. Pelos seus esforços, foi fundado o Centro Abolicionista de
São Paulo, o jornal Ça-Ira e a Caixa Emancipacionista Luís Gama: todas associações
abolicionistas. Foi homenageado por toda uma cidade quando da sua morte. Deixou a vida
para adentrar o panteão dos abolicionistas.

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