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Estudos de História (SAU 1 bimestre)

ABOLICIONISMO
A lei que colocou fim ao tráfico negreiro no Brasil foi a Lei Eusébio de Queirós, promulgada em
1850. Ela foi resultado de anos de pressão da Inglaterra para que o Brasil colocasse fim no tráfico
negreiro. A última ação da Inglaterra tinha sido colocar-se como responsável por monitorar o
Atlântico Sul, à procura de navios negreiros, com o respaldo de uma lei chamada Bill Aberdeen.
Essa lei inglesa acirrou as relações entre Brasil e Reino Unido e forçou o império a proibir
definitivamente o tráfico de escravos.
Luís Gama era um advogado negro que atuou energicamente contra a escravidão no Brasil. Foi um
dos grandes nomes do movimento abolicionista no século XIX, mas morreu antes de ver sua luta
concretizar-se em vitória. Seu falecimento aconteceu em 1882, por complicações de diabetes.
Atualmente é considerado o patrono da abolição da escravidão no Brasil.
O trecho faz menção à intensa mobilização social que aconteceu na defesa da abolição do
trabalho escravo, sobretudo no final da década de 1880. O movimento abolicionista realizava
eventos públicos e as pessoas manifestavam publicamente seu apoio à causa. A pressão social foi
um elemento importante, mas a atuação dos escravos, fugindo e rebelando-se constantemente,
foi outra causa muito importante para a abolição.
A Lei dos Sexagenários foi resultado de uma mobilização conservadora que aconteceu no Brasil
entre 1870 e 1880. Os escravocratas, percebendo o crescimento do abolicionismo, começaram a
articular-se para barrar o avanço da causa abolicionista no Brasil. Eles criaram associações em
defesa da sua causa e atuaram politicamente para defender seus interesses. A Lei dos
Sexagenários foi interpretada com uma tentativa dos escravocratas de enfraquecer o
abolicionismo.
Sobre as leis abolicionistas, a Lei do Ventre Livre foi a que libertou os filhos das escravizadas a
partir de 1871; a Lei dos Sexagenários libertou os escravizados com mais de 60 anos de idade; e
a Lei Áurea foi a responsável pela abolição do trabalho escravizado no Brasil.
As camélias brancas tornaram-se símbolo do abolicionismo devido aos escravizados que fugiam e
se refugiavam no quilombo do Leblon. Lá eles cultivavam a flor e a vendiam para arrecadar algum
dinheiro. Usar uma camélia branca, no fim do século XIX, tornou-se demonstração pública de
defesa da abolição.
Sabemos que o Brasil foi o último país da América a abolir com o trabalho escravizado. Depois
da Guerra de Secessão nos Estados Unidos, além do Brasil, só dois países ainda mantiveram esse
tipo de mão de obra: Porto Rico e Cuba. A escravidão nesses locais foi abolida em 1873 e 1879
respectivamente.
O Bill Aberdeen, conhecido na Inglaterra como Slave Trade Supression Act ou Aberdeen Act, foi
uma lei de 1845 que concedeu direitos à Marinha Real britânica de monitorar o Atlântico Sul e
aprisionar embarcações que estivessem realizando o tráfico de africanos escravizados. A pressão
inglesa e o risco de entrar em guerra com a nação mais rica do mundo fizeram o Brasil proibir
o tráfico negreiro cinco anos depois.
A abolição do trabalho escravizado só foi possível porque os escravos lutaram contra a instituição
da escravidão. Suas formas de resistência se davam de diversas maneiras: fugas dos locais onde
eram escravizados, e, a partir de então, mudavam-se para outras cidades ou então formavam
quilombos; muitos se recusavam a trabalhar se suas condições não melhorassem; outros se
rebelavam contra os seus algozes.
O projeto que resultou na Lei Áurea foi proposto por um político chamado João Alfredo, mas a
assinatura da lei, colocando-a em vigor, foi realizada pela princesa Isabel, em 13 de maio de 1888.
André Rebouças foi um dos grandes ícones da luta pela abolição do trabalho escravizado no Brasil
no século XIX. Ele defendia que a abolição deveria vir acompanhada de ações de inclusão da
população negra, e uma dessas iniciativas seria a distribuição de terras para os libertos como
forma de integrá-los e dar-lhes um meio de se sustentarem.
Os caifazes foram um movimento que defendeu a causa do abolicionismo. Esse grupo surgiu em
São Paulo, na década de 1880, e atuava dando auxílio para que escravizados pudessem fugir de
onde viviam nessa condição. Eles criaram uma rede de solidariedade para que os escravizados
fugidos conseguissem se integrar na sociedade.
A Lei Saraiva, de 1881, não legislou sobre a escravidão ou a questão abolicionista, embora o
contexto tenha influenciado sua criação. Essa lei realizou reformas profundas no sistema eleitoral
brasileiro, estabelecendo condições que limitavam o acesso da população ao exercício da
cidadania.

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