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A campanha abolicionista
Os defensores do fim da escravidão contavam com um aliado importante, a Inglaterra, que pressionava o Brasil para
acabar com o tráfico negreiro. A Inglaterra já havia abolido a escravidão em suas colônias. A ela interessava ampliar o
mercado consumidor para os seus produtos industrializados. Uma vez
libertos, os escravos receberiam salários e poderiam comprar os produtos
exportados pelos ingleses.
Além da pressão externa, os escravos também lutavam pela
liberdade. Eles se rebelavam e organizavam fugas. Com a participação de
pessoas importantes, como o jornalista José do Patrocínio, o engenheiro
André Rebouças e os advogados Luís Gama e Antônio Bento, começava a
campanha abolicionista.
Os abolicionistas publicavam jornais com artigos a favor da
libertação dos escravizados, faziam caricaturas e organizavam passeatas,
comícios e festas para arrecadar dinheiro e comprar cartas de alforria,
documento que concedia liberdade ao escravizado, que passava à
condição de liberto.
Diante de todo esse movimento, em 1850, foi decretada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia, de fato, o tráfico
negreiro. Para mostrar que a lei deveria ser cumprida, alguns fazendeiros que a desrespeitaram foram presos. Esperava-se
que, com o fim do tráfico, a escravidão entraria em crise, porque a natalidade entre os escravos era muito baixa e a
mortalidade, muito alta. Dessa forma, o preço dos escravos aumentaria e os fazendeiros desistiriam de investir nesse tipo de
mão de obra.
As leis de libertação dos escravos
Proibir o tráfico negreiro foi o primeiro passo para o fim da escravidão. Entretanto, os senhores de escravos
resistiram e, como ainda havia muitos escravizados no país, eles passaram a comprá-los de outras regiões. Também
aumentava a luta dos abolicionistas e dos escravizados pela liberdade. Eles entravam na Justiça para conseguir os direitos
que lhes eram negados por seus senhores. O advogado afrodescendente Luís Gama defendeu e conseguiu libertar mais de
500 escravizados.
A libertação dos escravizados era apenas uma questão de tempo e outras leis abolicionistas foram aprovadas pela
Assembleia. As principais foram:
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COLÉGIO AGOSTINIANO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
• Lei do Ventre Livre, de 1871, que libertava os filhos de escravizados nascidos a partir daquela data;
• Lei dos Sexagenários, de 1885, que libertava os escravizados com mais de 60 anos.
Finalmente, em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Aurea, pela qual libertava todos os
escravizados. Apesar de eles terem contribuído por mais de 300 anos para a riqueza do Brasil, a libertação não foi
acompanhada de nenhuma reparação. Os libertos não receberam terras nem tiveram acesso à educação, como propunham
os projetos dos abolicionistas. Nas cidades, passaram a habitar cortiços e morros e aceitavam os piores empregos, pelos
quais recebiam os mais baixos salários, tornando-se pessoas discriminadas pela sociedade.
• Atividade
Agora, em uma folha A3 (na horizontal), trace uma linha do tempo com as leis que foram criadas na
tentativa de acabar com a escravidão até a lei que libertou todos os escravos do Brasil.
Sua linha do tempo deverá conter: o ano da lei, o nome, o que ela representava e uma ilustração.