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HISTÓRIA

8º ANO
SEMANA Nº 23

Olá, estudante!
Esta semana iniciamos nossas atividades do 3º trimestre entrando, assim, na reta final do ano letivo de
2020! Por isso, procure se dedicar mais aos estudos, realizar suas atividades, entregá-las em sua escola.
Nossa meta é o sucesso. Contamos com o seu empenho! Esta semana vamos estudar na Aula Paraná sobre
abolição, imigração e indigenismo no Império. Para ajudar em seus estudos, você está recebendo o resumo
desses conteúdos. Relembrando que teremos três aulas e vamos tratar sobre:
AULA: 64 Abolição, imigração e indigenismo no Império: a abolição
Abolição, imigração e indigenismo no Império: ícones do abolicionismo
AULA: 65
no Brasil
Abolição, imigração e indigenismo no Império: abolicionismo no
AULA: 66
Paraná

Abolição, imigração e indigenismo no Império: a abolição


Os escravizados foram aqueles que mais desejavam sua liberdade, assim, resistiam a escravização
desobedecendo seus senhores, revoltando-se contra os abusos dos senhores, fugindo e formando quilombos.
O movimento abolicionista foi de caráter social e lutou pelo fim da escravidão no país. Atuou por de maneira
escrita (panfletos, charges) e prática, com passeatas e comícios movimentados. Pessoas de diversas etnias,
inclusive brancos, participaram do movimento. Entre os abolicionistas mais conhecidos estão: André Rebouças,
José do Patrocínio, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo e também o advogado Luiz Gama.

Filho de português e mãe negra, Luiz Gama foi vendido pelo próprio pai como escravizado em São Paulo. Gama
atuava como advogado por meio de uma provisão, isto é, um documento dado pelo Poder Judiciário do Império
que o autorizava a prática do Direito. Em 1881, Luiz Gama criou a Caixa Emancipadora Luiz Gama para a compra
de alforrias. Nela o dinheiro arrecado por meio dessa “caixa”, permitiu que escravizados conseguissem comprar
a carta de alforria, ou seja, a sua liberdade.

A resistência dos escravizados, o movimento social abolicionista, a Inglaterra (fatores econômicos) e ainda
setores militares apoiavam o fim da escravidão no Brasil. Todavia, D. Pedro II e a elite imperial entendiam que a
abolição deveria ser um processo lento e gradual.

Vamos ver algumas leis abolicionistas:


Lei Eusébio de Queirós (1850): proibiu o tráfico de escravizados da África para o Brasil. Na prática, estava
proibida a entrada de escravizados nos portos brasileiros. Ela também ressalta que o comércio entre as
províncias continuava sendo permitido.

Lei do Ventre Livre (28/09/1871): os escravizados nascidos a partir da data de assinatura da lei eram livres,
porém, até os 8 anos a criança deveria ficar sob a autoridade do senhor, e senhor/proprietário decidir se
libertava a criança definitivamente e recebia uma quantia (multa), ou permanecia com os serviços dela até os
seus 21 anos.

Lei dos Sexagenários (28/09/1885): D. Pedro II aprovou a lei que tornavam os escravizados acima de 60 anos
livres, porém, exigia uma indenização por meio de trabalho de 3 anos dos mesmos. A lei gerou críticas, pois além
de ser raro os escravizados chegarem aos 60 anos ou mais, não lhes era dado qualquer amparo depois de sua
libertação.

Lei Áurea: a pressão interna e externa aumentou para a abolição definitiva da escravidão. Em tal contexto, no
dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel e seus conselheiros, assinaram a Lei Áurea, declarando extinta a
escravidão no Brasil. A Lei Áurea que tornou os escravizados libertos no país, não veio acompanhada de políticas
públicas e ações que pudessem efetivamente integrar os afrodescendentes libertos ao exercício pleno da
cidadania. Assim, as comunidades afro-brasileiras continuaram a passar dificuldades, mas sempre lutando por
melhores condições de vida.

Abolição, imigração e indigenismo no Império: ícones do abolicionismo no Brasil


Conforme verificamos anteriormente, o Movimento Abolicionista contou com vários integrantes, dos quais
relembramos a participação de Luiz Gama. Vamos agora conhecer um pouco mais sobre outros integrantes e
atuação desse movimento.

José do Patrocínio foi editor do periódico O Abolicionista, e defendeu que a libertação dos escravizados deveria
ser acompanhada de educação e trabalho para todos. Ele foi opositor ao pagamento de indenização aos
senhores de escravizados.

O engenheiro afro-brasileiro André Rebouças igualmente indignou-se contra a discriminação racial e integrou a
Sociedade Brasileira contra a Escravidão e a Confederação Abolicionista. José do Patrocínio e André Rebouças
lançaram, em 1883, o Manifesto da Confederação Abolicionista. O documento foi dirigido aos deputados e
condenava a escravidão, afirmando que a mesma era ilegal, bem como, defendia que não houvesse o
pagamento de indenização aos senhores de escravizados pela libertação.

A Professora Maria Firmina dos Reis, era negra e foi considerada a primeira romancista do Brasil. Em sua obra
Úrsula, romance publicado em 1859, alguns dos personagens principais são negros e a obra se posicionou
contrária ao sistema escravocrata Brasileiro.

Trecho do conto “A escrava”1


– Quem és, filho? O que procuras?
– Ah! Minha senhora, exclamou erguendo os olhos aos céus, eu procuro minha mãe, que correu nesta direção,
fugindo ao cruel feitor, que a perseguia. Eu também agora sou um fugido: porque há uma hora deixei o serviço
para procurar minha pobre mãe, [...]. É preciso que eu corra, a ver se acho antes que o feitor a encontre. Aquele
homem é um tigre, minha senhora, – uma fera.

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira contra a Escravidão;
Escreveu O abolicionismo e Um estadista do Império, obras que são clássicos da literatura brasileira. O
monarquista Joaquim Nabuco, defendia que o abolicionismo precisava ser dirigido pelo próprio Imperador.

1
Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/977-maria-
firmina-dos-reis-a-escrava> Acesso em: 31 ago. 2020.
Nesta aula, conhecemos alguns integrantes do movimento abolicionista brasileiro, bem como os objetivos do
movimento, a participação de homens e mulheres, brancos e afro-brasileiros, escravizados e libertos foi
fundamental para a efetivação da abolição.

Abolição, imigração e indigenismo no Império: abolicionismo no Paraná


No Paraná, durante o período do Segundo Reinado, havia sociedades abolicionistas que se reuniam para ajudar
os cativos, uma delas inclusive, era secreta. Hoje, vamos conhecer algumas dessas sociedades e como atuaram.

O Professor José Cleto Silva (1843-1912) foi o responsável pela abertura de uma escola destinadas aos
escravizados em Paranaguá. Quando da abertura da turma, em documento oficial Cleto citava a escravidão
como aviltante, ou seja, sem honra, humilhante. Além da contribuição no ensino, foi editor do jornal Livre
Paraná, fundador de Clube Literário (1872) e esteve na diretoria da Sociedade Redentora Paranaguense (1883),
que ajudou os escravizados arrecadando dinheiro para a compra de alforrias e na fuga de cativos.

A Sociedade Secreta Abolicionista Ultimatum (1887), fundada em Curitiba atuou na facilitação da fuga de
escravizados, para o Uruguai e para a Província do Ceará que na época já havia declarada extinta a escravidão.

Trecho da Ata de fundação da Sociedade Secreta Abolicionista Ultimatum em 1887:


“[O objetivo da reunião é tratar] por todos os meios, da extinção completa da escravidão (…) tratarem todos os
sócios de concorrer para livrar o Brasil da mancha negra da escravidão que tanto nos amesquinha, e de qualquer
forma se oporem aos castigos corporais indignadamente aplicados. Tratando-se de uma sociedade secreta e
como não contamos com o atual presidente da Província, por ser francamente escravocrata e para melhor
acautelar os interesses sociais indicamos que todos os associados sempre que tiverem que se dirigir ao presidente
desta sociedade ou qualquer outro sócio usem de nome de guerra para tal fim.”2

Participaram daquela sociedade secreta, políticos paranaenses influentes na época, como por exemplo,
Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul. Em algumas ações, os participantes da Ultimatum usavam
nomes fictícios para não serem descobertos por aqueles que defendiam a escravidão.

A Sociedade Libertadora do Paraná (1885), por sua vez era formada somente por mulheres. A Confederação
Abolicionista Paranaense, com significativa presença de militares, foram outros grupos que defenderam o
abolicionismo. O Club 13 de Maio (06/06/1888), localizado em Curitiba, foi criado por afro-brasileiros com o
objetivo de auxílio mutuo entre os recém-libertos. A instituição permanece até dos dias de hoje, com o nome
Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio (Curitiba).

Assim, na aula de hoje estudamos os personagens e grupos que fizeram oposição a escravidão no Paraná e
lutaram pelo abolicionismo, bem como pela justiça social em solo paranaense durante o século XIX. Na próxima
aula falaremos sobre outro fato histórico que alcançou todo o Brasil e de maneira muito significativa o Paraná:
a Imigração durante o século XIX.

Nos vemos na próxima semana. Bons estudos e até lá!

2
Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/62351/R%20-%20D%20-
%20FERNANDO%20AUGUSTO%20FARIA.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Acesso em: 31 ago. 2020
Escola/Colégio:
Disciplina: HISTÓRIA 8º Ano:
Estudante:

LISTA DE EXERCÍCIOS

 AULA 64, 65 e 66
1) Em relação ao processo de abolição da escravidão no Brasil, é correto afirmar que:

a) Foi conduzido pela Inglaterra, uma vez que os ingleses lutavam pela igualdade entre os povos.
b) Deveu-se ao caráter bondoso da Princesa Isabel que por livre e espontânea vontade assinou
a Lei Áurea.
c) Teve a iniciativa dos fazendeiros, que desejavam substituir a agricultura pela indústria no país.
d) Envolveu a resistência dos escravizados, o movimento abolicionista e questões políticas e
econômicas interna e externa.

2) Considerando as leis abolicionistas, especificamente a Lei Eusébio de Queirós é correto


afirmar:

a) Libertou as crianças nascidas a partir da data da assinatura da lei, garantindo a liberdade de


todos os filhos de escravizados a partir de 1860.
b) Concedeu a liberdade aos escravizados com 60 anos ou mais, garantindo uma pensão vitalícia
a tais libertos.
c) Proibiu o tráfico de escravizados da África para o Brasil. Na prática estava proibida a entrada
de escravizados estrangeiros nos portos brasileiros.
d) Autorizou a todos os escravizados maiores de 30 anos a deixarem seus senhores e associarem-
se aos quilombos mais próximos.

3. Em relação ao processo de abolição da escravidão no Brasil assinale a alternativa correta:

a) o movimento contou com a participação exclusivamente de homens; considerando o


contexto da época;
b) Além da liberdade dos cativos, o movimento desejava que os libertos tivessem trabalho e
educação;
c) acreditavam que o Imperador D. Pedro II e o governo imperial deveriam libertar os
escravizados para assegurar uma imagem de misericordioso (redentor);
d) foi um processo composto tão somente de afro-brasileiros, que poderiam ser escravizados ou
libertos.

4) Sobre a obra Úrsula produzida em 1859, pela Professora Maria Firmina dos Reis, assinale a
alternativa correta:

a) criticou o sistema escravista brasileiro; denunciando inclusive suas violências;


b) solicitou formalmente ao governo imperial o direito de voto para as mulheres escravizadas;
c) exigiu que os quilombos recebessem isenção de impostos do governo imperial brasileiro;
d) defendeu que as cartas de alforria tivessem seu preço elevado para facilitar a libertação.

5) Sobre o abolicionismo no Paraná, em relação ao Professor José Cleto Silva, assinale a


alternativa correta:

a) entendia que somente as crianças não deveriam ser escravizadas;


b) era um senhor de escravizados respeitado por alimentar bem seus cativos;
c) comprava escravizados, mas não aplicava trabalhos pesados;
d) fundou uma escola destinada ao ensino de escravizados.

6) Considerando a Sociedade Secreta Abolicionista Ultimatum, assinale a alternativa correta:

a) era formada exclusivamente por populares, geralmente desempregados e pessoas


marginalizadas;
b) foi composta somente por mulheres e militares afro-brasileiros;
c) foi fundada em Paranaguá e tinha líderes brancos e afro-brasileiros;
d) atuou na facilitação da fuga de escravizados para locais livres.

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